Apostila - Ead - Economia

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Diretor Geral

Gilmar de Oliveira

Diretor de Ensino e Pós-graduação


Daniel de Lima

Diretor Administrativo
Eduardo Santini

Coordenador NEAD - Núcleo


de Educação a Distância
Jorge Van Dal

Coordenador do Núcleo de Pesquisa UNIFATECIE Unidade 1


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CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ.
Núcleo de Educação a Distância;
GUALASSI, Rodrigo Junior. www.fatecie.edu.br
Economia. Rodrigo Junior Gualassi.
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2019. 91 p.
As imagens utilizadas neste
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária livro foram obtidas a partir
Zineide Pereira da Silva. do site ShutterStock
AUTOR

Prof. Esp. Rodrigo Jr. Gualassi

Possui pós-graduação em Gestão de Pessoas pelo Instituto Paranaense de Ensino


de Maringá. Curso em andamento de especialização em EAD e Novas Tecnologias Edu-
cacionais pela Unifatecie e membro do Conselho de Pesquisa e Extensão na Unifatecie.
Graduado em processos gerenciais pela Unifatecie-Faculdade de Tecnologia e Ciências
do Norte do Paraná. Atualmente é professor de graduação na Faculdade de Tecnologia
e Ciências do Norte do Paraná - Unifatecie e na Fapan-Faculdade de Paraíso do Norte,
Paraná. Supervisor de tutoria na EaD Unifatecie. Professor conteudista/formador na EaD
Unifatecie. Atuou como: Coordenador de pós-graduação na Faculdade de Tecnologia e
Ciências do Norte do Paraná - Unifatecie; Professor de pós-graduação na Faculdade Alfa
de Umuarama no estado do Paraná; Professor conteudista/formador na EaD - Unicesumar;
Professor conteudista/formador na EaD - Uningá; Tutor de graduação na modalidade EaD
do grupo Uninter; Professor conteudista/formador na VG assessoria - Maringá, Paraná.
Trabalhou em departamento de recursos humanos em empresas de pequeno porte onde
desenvolveu atividades envolvendo as áreas de planejamento estratégico, formalização
de processos e desenvolvimento de equipes e resultados. Ministrou aulas em cursinhos
preparatórios além de palestras e treinamentos no segmento empresarial. Tem experiência
na área de Administração, com ênfase em Gestão de Pessoas. Colaborou como professor
elaborador de itens do BNI-ENADE 2015 e, em 2018 como Revisor de Itens para o curso
de processos gerenciais.
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL

As empresas desempenham suas atividades de comércio, produção e serviços sob


um contexto de comportamentos diferenciados dos consumidores, a existência da escassez
de recursos, a falta ou excesso de demanda e oferta e a presença do estado regulamenta-
do, incentivando e demandando. Desta forma a disciplina de economia torna-se necessária
ao aluno por proporcionar condições de avaliar essa dinâmica de mercado e confrontar com
a realidade da atividade empresarial onde atua.
Nesta nossa disciplina de economia contemplaremos na unidade I, os princípios da
economia de forma que serão abordados os primórdios do pensamento econômico percor-
rendo um caminho de correntes e pensamentos que levam até os tempos atuais.
Já na unidade II serão apresentados conceitos de economia, o problema econômico
fundamental, os setores básicos da economia e os sistemas econômicos.
Na unidade III conceituaremos e contextualizaremos a microeconomia, compreen-
deremos os tipos de análise microeconômica visando estabelecer a importância da apli-
cação da sua análise. Conceituaremos e contextualizaremos demanda, oferta e equilíbrio
de mercado com o objetivo de compreender demanda e oferta. Ao final da unidade III
abordaremos os conceitos de teoria de mercado. Por fim, na unidade IV conceituaremos
macroeconomia além de promover a compreensão dos objetivos da política macroeconô-
mica. Apresentaremos os instrumentos de política macroeconômica e contextualizaremos
os agregados macroeconômicos, além de conceituar e tipificar moeda e conceituar e com-
preender a inflação.
Ao estudar este material esperamos capacitar o estudante a avaliar sistematicamen-
te a atuação de todos os agentes econômicos que participam de um sistema econômico.
Preparar o aluno para lidar com os conceitos e instrumentos básicos da teoria econômica,
especialmente de Microeconomia, em que o administrador se baseia para tomar decisões
empresariais, sobrelevando os aspectos das decisões dos agentes econômicos individuais:
o consumidor e a firma, e como estes se relacionam nos mercados. Compreender a influên-
cia do Estado sobre as empresas. Compreender as políticas e os impactos na demanda por
meio da ampliação ou redução do crédito; moeda e inflação.
Aproveite seu material. Bons Estudos!
SUMÁRIO

UNIDADE I....................................................................................................... 6
Antecedentes Históricos da Economia

UNIDADE II.................................................................................................... 23
Introdução a Economia

UNIDADE III................................................................................................... 42
Microeconomia

UNIDADE IV................................................................................................... 66
Macroeconomia
UNIDADE I
Antecedentes Históricos da Economia
Professor Esp. Rodrigo Jr. Gualassi

Plano de Estudo:
• PRECURSORES DA TEORIA ECONÔMICA
• MERCANTILISMO
• FISIOCRACIA
• LIBERALISMO
• TEORIA NEOCLÁSSICA
• TEORIA KEYNESIANA
• O PERÍODO RECENTE

Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar a história da economia.
• Compreender os períodos passados.
• Estabelecer a importância da história da economia para compreender o presente.

6
INTRODUÇÃO

Olá,
Este capítulo foi carinhosamente preparado para que você possa antes mesmo
de ter contato com os assuntos econômicos mais próximos da nossa realidade, buscar
compreender o porquê e como chegamos até aqui. Dessa forma passaremos cronologi-
camente por períodos que remetem desde os primórdios da humanidade até os tempos
atuais. Percorrendo por períodos como por exemplo na antiguidade quando percebidos
alguns dos primeiros registros dos estudos econômicos a saber. É fato de que economia
não é uma disciplina simples de se entendida, nem é nosso objetivo que você pense que
é, por isso este material traz conteúdos de forma sucinta, considerando uma abordagem
simples e objetiva acerca do que cada época passada gerou de conteúdo que possa hoje,
ser amplamente estudado e além disso utilizado como base de uma ciência social que faz
parte da vida de todos nós. Espero que goste.
Bons estudos!

UNIDADE I Antecedentes Históricos da Economia 7


1 PRECURSORES DA TEORIA ECONÔMICA

Ao iniciar esse capítulo suponho que seja necessário esclarecer uma importante
indagação: qual a necessidade de estudar sobre teoria da economia? Pensemos bem a
esse respeito. Talvez você possa estar pensando que não existe necessidade, até mesmo
porque poderia ser uma tremenda perda de tempo pesquisar algo que ocorreu a tanto tem-
po, certo? Errado. Veja o que nos diz Nogami e Passos (2016, p. 7) acerca desse assunto:”
como qualquer outra ciência, a Economia preocupa-se com a previsão e a explicação de
fenômenos. Para tanto, utiliza-se de teorias. Em economia, construir teorias significa extrair
conhecimentos sobre o funcionamento do sistema econômico”. E essas teorias servem
como base para as próximas que poderão surgir.
Uma vez que entende-se a importância de tal pesquisa histórica, passamos a partir
de agora então, aos fatos que merecem destaque ao longo do tempo.
Nunca é demais frisar que o objetivo do estudo da Ciência Econômica é analisar
os problemas econômicos e formular soluções para resolvê-los, de forma a melhorar nossa
qualidade de vida (VASCONCELLOS E GARCIA, 2008).
Alguns importantes períodos históricos podem ser associados a fatores econômi-
cos, como exemplo disso, pode-se citar os ciclos do ouro e da cana-de-açúcar no Brasil,
e a Revolução Industrial, a quebra da Bolsa de Nova York em 1929 e a crise do petróleo,
que alteraram profundamente a história mundial. As próprias guerras e revoluções são
permeadas por motivações que podem ter origens e interesses econômicos.
E para ajudar na compreensão da economia como a conhecemos hoje, o(a) convido

UNIDADE I Antecedentes Históricos da Economia 8


para olhar para o passado.

1.1. Antiguidade

Para iniciar nossos estudos sobre economia, se faz importante destacar que por
um bom tempo, ela constituiu-se como um conjunto de preceitos ou de soluções adequadas
a problemas particulares.
Como bem mencionado por Pinho et al (2017, p. 67) “na antiguidade grega, por
exemplo, apareceram apenas algumas ideias econômicas fragmentárias em estudos filo-
sóficos e políticos, mas sem o brilho dos trabalhos nos campos da filosofia, ética, política,
mecânica ou geometria”. Sendo possível identificar tais correlações por exemplo conforme
observados em Aristóteles, Platão e Xenofonte:
“Aristóteles (384-322 a.C.), em seus estudos sobre aspectos de administração
privada e sobre finanças públicas. Também encontramos algumas considerações de ordem
econômica nos escritos de Platão (427-347 a.C.) e de Xenofonte (440-335 a.C.), sendo que
este último aparentemente cunhou o ter- mo economia (oikonomia), no sentido de gestão
de bens privados” (VASCONCELLOS E GARCIA, 2008, p. 22).
Contudo, para Silva e Azevedo (2017, p. 17) “na antiguidade os estudos não apre-
sentavam um padrão homogêneo ou sistemático das relações econômicas, não havendo
contribuições consistentes para o surgimento da Teoria Econômica”. Por isso, nessa época
tal atividade econômica associada ao homem era vista como parte da filosofia social, moral
e ética, a qual deveria se orientar seguindo princípios gerais da ética, justiça e igualdade.
Rossetti (2016, p. 16) também destaca que “filósofos da Grécia Antiga, como Pla-
tão e Aristóteles, e os escolásticos da Idade Média tenham explorado temas de conteúdo
econômico”.

UNIDADE I Antecedentes Históricos da Economia 9


2 MERCANTILISMO

O Mercantilismo (1450-1750) segundo Pinho et al (2017, p. 68) “imprimiu ao pen-


samento econômico um cunho de arte empírica, de preceitos de administração pública que
os governantes de- veriam usar para aumentar a riqueza da nação e do príncipe”.
Importantes transformações marcaram o início do Mercantilismo, destacando-se as
seguintes:

· intelectuais — com o Renascimento e sua magnífica floração artística


(Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo, Rafael, Ticiano e outros) e literária,
a laicização do pensa- mento, o retorno aos métodos de observação e de
experiência, a difusão de novas ideias por meio da imprensa (Gutemberg
imprimiu a primeira Bíblia em 1450) etc.;
· religiosas — trazidas principalmente pelo movimento da Reforma, em
especial a implantada por Calvino e pelos puritanos anglo-saxões, que
exaltavam o indi- vidualismo e a atividade econômica, condenavam a
ociosidade, justificavam os empréstimos a juros, a busca do lucro, o sucesso
nos negócios etc.;
· padrão de vida — marcadas pela reabilitação teológica da vida material
em relação ao ascetismo e, consequentemente, pelo desejo de bem-estar,
de alimentação re- quintada (com o uso de especiarias, do açúcar etc.),
de habitações confortáveis e arejadas (que implicavam a necessidade de
decoração dos interiores, com móveis trabalhados, quadros, tapeçarias,
louças finas etc.), de viagens inter-regionais (que contribuíram para a
propagação das novas maneiras de viver e de pensar) etc.;
· políticas — com o aparecimento do Estado Moderno, coordenador dos
recursos materiais e humanos da nação, aglutinador das forças da nobreza,
do clero, dos senhores feudais, da burguesia nascente etc.;
· transformações geográficas — decorrentes da ampliação dos “limites do
mundo”, graças às grandes descobertas (sobretudo a bússola) e aos esforços
para desen- volver a navegação (em especial dos soberanos portugueses,
como o infante D. Henrique, o Navegador): Bartolomeu Dias dobrou o cabo
das Tormentas (1487), Colombo desembarcou em Guanahani (1492), Vasco
da Gama atingiu as Índias (1498), Cabral descobriu o Brasil (1500), Magalhães
empreendeu, pela primeira vez, uma viagem de circum-navegação, concluída
por seu lugar-tenente Sebastião del Cano (1514), Cortez conquistou o México
(1519-1521), Pizarro dominou a terra dos Incas (1531) etc.;
· transformações econômicas — o afluxo à Europa de metais preciosos,
provenientes do Novo Mundo, provocou o deslocamento do eixo econômico
mundial: os grandes centros comerciais marítimos não mais se limitaram
ao Mediterrâneo, estendendo- se também ao Atlântico e ao Mar do Norte
(Londres, Amsterdã, Bordéus, Lisboa etc.). O aparecimento de interessantes
ideias sobre a moeda possibilitou a elaboração da concepção metalista, base
do Mercantilismo: o ouro e a prata passaram a ser considerados os mais
perfeitos instrumentos de aquisição de riqueza (PINHO, 2017, p.19)

Vasconcellos e Garcia (2008) contribuem para a formação do nosso entendimento


ressaltando que o surgimento da primeira escola econômica denominada mercantilismo
pôde ser percebida a partir do século XVI, mesmo não apresentando um conjunto técnico
homogêneo possuía algumas características importantes, como:

UNIDADE I Antecedentes Históricos da Economia 10


• Apresentava algumas preocupações explícitas sobre acumulação de riquezas
de uma nação;
• Continha alguns princípios de como fomentar o comércio exterior e entesourar
riquezas;
• Aparecem relatos mais elaborados da moeda em detrimento da grande impor-
tância proveniente do acúmulo de metais.
• E foi a partir disso que a política mercantilista estimulou guerras, aqueceu o
nacionalismo mantendo a forte presença do Estado no que tange os assuntos
econômicos.

UNIDADE I Antecedentes Históricos da Economia 11


3 FISIOCRACIA – “REGRAS DA NATUREZA”

Surge como reação ao mercantilismo. Escola de pensamento francesa que elabo-


rou trabalhos importantes. Sustentavam que a terra era a única fonte de riqueza e que havia
um ordem natural que fazia com que o universo fosse regido por leis naturais, absolutas,
imutáveis e universais, desejadas pela Proveniência Divina para a felicidade dos homens.
Fisiocracia quer dizer “regras da natureza” e o trabalho de maior destaque obteve respalda-
do em François Quesnay. Tableau Économique, sua obra de maior relevância.
Quesnay, foi o Primeiro a dividir a economia em setores, mostrando a relação entre
eles. Está na origem do sistema de circulação monetária input-output criado no século XX
(anos 1940) pelo economista russo, naturalizado norte-americano, Wassily Leontief , da
Universidade de Harvard.
Para os fisiocratas, a riqueza consistia em bens produzidos com a ajuda da natu-
reza em atividades econômicas como a lavoura, a pesca e a mineração. A agricultura era
encorajada, pois só a terra tinha capacidade de multiplicar riqueza. Existia a exigência que
as pessoas empenhadas no comércio e nas finanças fosse reduzidas ao menor número
possível (VASCONCELLOS E GARCIA, 2008).

A Fisiocracia impôs-se principalmente como doutrina da ordem natural: o uni-


verso é regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais, deseja-
das pela Providência Divina para a felicidade dos homens. Estes, por meio
da razão, poderão descobrir essa ordem[...]Alguns autores consideram as
teorias de Quesnay sobre o Estado e a sociedade meras reformulações da
doutrina escolástica que satisfaziam aos nobres e à sociedade. Uns poucos
chegam a destacar certa tendência teológica no pensamento de Quesnay,
mas a maioria está de acordo em reconhecer a natureza puramente analítica
ou científica de sua obra econômica (PINHO 2017, p. 71).

Silva e Azevedo (2017, p. 18) destacam que “acreditava--se em uma ordem natural
que fazia com que o universo fosse regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e univer-
sais, desejadas pela providência divina para a felicidade dos homens”. Desse modo os
fisiocratas, consideravam que toda a vida permanece na dependência da produtividade do
solo bruto e a capacidade natural de renovação do meio ambiente.

UNIDADE I Antecedentes Históricos da Economia 12


4 LIBERALISMO

4.1. Adam Smith (1723-1790)

Teve como um dos seus maiores pensadores na figura de Adam Smith (1723-
1790). Considerado precursor da moderna teoria econômica, ou ainda, Smith é comumente
conhecido como “pai” da economia.
A Riqueza das Nações (1976), sua obra, trata de questões econômicas que vão
desde as leis do mercado e aspectos monetários até a distribuição do rendimento da terra,
concluindo com um conjunto de recomendações políticas. “No qual defendia o liberalismo,
ou seja, a livre concorrência e a desnecessidade do governo nas questões econômicas, o
que ficou conhecido por laissez-faire, ou “deixar-fazer”, em francês” (SILVA E AZEVEDO,
2017, p. 18).
Em sua visão harmônica do mundo real, Smith entendia que a atuação da livre
concorrência, sem qualquer interferência, levaria a sociedade ao crescimento econômico,
como que guiada por uma mão invisível. Com Argumentos baseados na livre iniciativa, no
laissez –faire considerava-se que a causa da riqueza das nações é o trabalho humano ou
teoria do valor-trabalho. Divisão do trabalho, especialização em tarefas especificas (áreas)
e daí como consequência Fator decisivo para aumento da produção (VASCONCELLOS E
GARCIA, 2008).
Para Smith A Produtividade decorre da divisão de trabalho que por sua vez decorre
da tendência inata da troca, que, finalmente é estimulada pela ampliação dos mercados. O
papel do Estado na economia deveria corresponder apenas à proteção da sociedade contra
eventuais ataques e à criação e à manutenção de obras e instituições necessárias, mas
não à intervenção nas leis de mercado e, consequentemente, na prática econômica.

Embora a maioria dos autores tenha feito de Smith (1723-1790) o apologista


da nascente classe industrial capitalista, a verdade é que ele se mostrava
favorável aos operários e aos trabalhadores agrícolas, opondo-se aos privilé-
gios e à proteção estatal que apoiavam o “sistema mercantil” (PINHO, 2017,
p. 72).

4.2. David Ricardo (1772-1823)

Os temas presentes nas suas obras incluem a teoria do valor-trabalho na qual traça
uma relação entre o trabalho e o seu respectivo valor monetário; a teoria da distribuição,
que relaciona os lucro e os salários; o comércio internacional e temas monetários (VAS-
CONCELLOS E GARCIA, 2008).

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4.3. John Stuart Mill (1806-1873)

Morreu em 1873. Deixou-nos uma obra vasta que, ainda hoje, constitui excelente
motivo de reflexão e cujo estudo é incontornável. Dela se destacam: Sistema de Lógica De-
dutiva e Indutiva (1837), Princípios de Economia Política (1844), Sobre a Liberdade (1859),
Considerações Sobre o Governo Representativo (1861), Utilitarismo (1863), Sujeição das
Mulheres (1869) e Autobiografia (1873) (VASCONCELLOS E GARCIA, 2008).

4.4. Jean-Baptiste Say (1768-1832)

Tal como Smith, considera o “mercado” essencial. Segundo Say a produção reali-
za-se através de 3 elementos: 1. o trabalho; 2. o capital;e, 3 agentes naturais (por agentes
naturais entenda-se a terra, etc). Deu atenção especial ao empresário e ao lucro. Subor-
dinou o problema do equilíbrio das trocas diretamente à produção, tornando-se conhecida
sua concepção de que oferta cria a procura equivalente (VASCONCELLOS E GARCIA,
2008).

4.5. Thomas Malthus (1766-1834)

Economista inglês que elaborou uma teoria que afirmava que a população iria
crescer tanto que seria impossível produzir alimentos suficientes para alimentar o grande
número de pessoas no planeta. Dentre suas obras a principal foi o Princípio da População.
Para Malthus a produção de alimentos crescia de forma aritmética, enquanto o crescimento
populacional crescia de forma alarmante.

REFLITA
Até aqui, me dei conta que a economia:
== Surgiu no período da antiguidade com os primeiros pensamentos econômico
(Aristóteles, Platão e Xenofonte);
== Mercantilismo, sendo o controle do estado sua principal característica, foco na
riqueza interna (ouro e prata). Menos importações e mais exportações ;
== Fisiocracia, (Quesnay): Para os fisiocratas, toda a vida permanece dependente da
produtividade do solo bruto e a capacidade do meio ambiente natural se renovar;
== Liberalismo, a livre concorrência e a desnecessidade do governo nas questões
econômicas, o que ficou conhecido por laissez-faire, ou “deixar-fazer”, em francês.

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4.6. Karl Marx (1818-1883)

Para Pinho (2017, p.75) Marx “opôs-se aos processos analíticos dos clássicos e
às suas conclusões, com base no que Lenin considerou a melhor criação da humanidade
no século XIX”. Aqui podendo ser citado a filosofia alemã, a economia política inglesa e o
socialismo francês”.
Vasconcellos e Garcia (2008, p. 29) salientam que a escola marxista “critica a
abordagem pragmática da ciência econômica e propõe-se um enfoque analítico, em que a
Economia interage com os fatos históricos e sociais”. Afirma que analisar questões econô-
micas deixando de lado a observação de fatores históricos e sociais pode gerar uma visão
distorcida da realidade. Em seu trabalho de maior relevância, a obra intitulada de O capital,
Marx enfatiza a teoria do valor do trabalho analisando aspectos da economia com sua teo-
ria referenciada. Para ele, o capital detém-se com a burguesia, classe social desenvolvida
após o desaparecimento do sistema Feudal. Essa classe tem a apropriação dos meios de
produção, cabendo a outra parte, classe social, intitulada de proletariado vender sua força
de trabalho já que não possuem condições para produzirem aquilo que seria necessário
para sua sobrevivência.

UNIDADE I Antecedentes Históricos da Economia 15


5 TEORIA NEOCLÁSSICA

De acordo com Vasconcellos e Garcia (2008) essa corrente de pensamento teve


início na década de 1870 e desenvolveu-se até as primeiras décadas do século XX.A crença
na economia de mercado e em sua capacidade autorreguladora fez com que os teóricos
econômicos não se preocupassem tanto com a política e o planejamento macroeconômi-
cos. Foco nos aspectos microeconômicos.
O trabalho de maior destaque teve respaldo em Alfred Marshall e sua obra Princí-
pios de economia (1890) - Teoria marginalista.

“Esses estudos privilegiavam aspectos microeconômicos, pois defendiam o


Estado mínimo, devido à crença de autorregulação dos mercados, deixando
de lado questões macroeconômicas ou políticas. Deste modo, as contribui-
ções da era neoclássica se deram pelos estudos de redução de custos, da
utilidade marginal (capacidade de satisfazer as necessidades humanas), a
lei da oferta e da demanda, a formação de preços, entre outros” (SILVA E
AZEVEDO,2017 p.19).

Outros teóricos importantes do período:


♦♦ William Jevons: com a Teoria da Utilidade Marginal;
♦♦ Léon Walras: com sua Teoria Geral do Equilíbrio (dos preços);
♦♦ Eugen Böhm-Bawerk: contribuições, especialmente à teoria do capital e do juro;
♦♦ Arthur Pigou: identificou situações em que a presença de “influências externas”
na produção justificam a intervenção do Estado, para a provisão de bens ou de
serviços.

UNIDADE I Antecedentes Históricos da Economia 16


6 TEORIA KEYNESIANA

Teve como maior precursor John Maynard Keynes (1883-1946) que utilizando de
suas obras rompeu a tradição neoclássica, pois apresentaram um programa de ação do
governo para a promover o pleno emprego (PINHO, 2017).
Sua obra, Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda(1936) causou um im-
pacto revolucionário que tornou-se conhecido como a Revolução Keynesiana.
Para Keynes de acordo com Fernandes (2016, P. 20), “um dos fatores responsáveis
pelo volume de emprego é o nível de produção nacional de uma economia, determinado
pela demanda agregada ou efetiva de bens e serviços”.
Mostrou que a combinação das políticas econômicas da época não funcionava ade-
quadamente dentro do novo contexto econômico. Um dos principais fatores responsáveis
pelo volume de emprego é o nível de produção nacional de uma economia determinada
por sua vez, pela demanda agregada ou efetiva. Invertendo a lei de Say onde a oferta cria
sua própria procura. Para Keynes, numa economia em recessão, não existem forças de
auto ajustamento, por isso se torna necessário a intervenção do Estado por meio de uma
política de gastos públicos.
Keynes utilizando de seus argumentos obteve uma forte influência na economia
dos países capitalistas.

Nesse período, houve desenvolvimento expressivo da teoria econômica. Por


um lado, incorporaram-se os modelos por meio do instrumental estatístico e
ma- temático, que ajudou a formalizar ainda mais a ciência econômica. Por
outro, alguns economistas trabalharam na esteira de pesquisa aberta pela
obra de Keynes. Debates teóricos sobre aspectos de seu trabalho duram
até hoje, desta- cando-se três grupos: os monetaristas, os fiscalistas e os
pós-keynesianos. Apesar de nenhum deles ter um pensamento homogêneo
e todos terem pequenas diver- gências internas, é possível fazer algumas
generalizações (VASCONCELLOS E GARCIA, 2008, p. 28).

Esse posicionamento teórico significa o fim da crença no laissez-faire como regula-


dor dos fluxos real e monetário da economia, e é chamado de princípio da demanda efetiva.

UNIDADE I Antecedentes Históricos da Economia 17


7 O PERÍODO RECENTE

Silva e Azevedo (2016) destaca que novas abordagens e teorias econômicas fo-
ram criadas após o período Keynesiano. Essas por sua vez foram inspiradas nas diversas
abordagens e teorias citadas anteriormente neste material. Hoje em dia é amplamente
possível observar questões eu foram tratadas nos tópicos anteriores e que são levantadas,
um exemplo disso é nível de intervenção do Estado nas economias, sem que se chegue a
alguma conclusão concreta.

A economia vem apresentando algumas transformações, principalmente a partir


dos anos 1970.
1. Existe uma consciência maior das limitações e possibilidades da teoria;
2. Avanço no conteúdo empírico da economia;
3. Consolidação das contribuições dos períodos anteriores.

Atualmente, a análise econômica engloba quase todos os aspectos da vida hu-


mana, sendo considerável o impacto desses estudos na melhoria do padrão de vida e do
bem-estar da sociedade. O controle e o planejamento macroeconômico permitem antecipar
muitos problemas e evitar algumas flutuações desnecessárias na economia (VASCONCE-
LLOS E GARCIA, 2008).

Na figura a seguir é possível visualizar de forma simplificada as principais correntes


do pensamento econômico ao longo da história.

UNIDADE I Antecedentes Históricos da Economia 18


Figura 1. Síntese: principais correntes do pensamento econômico.

Fonte: Rossetti (2016, p.36)

UNIDADE I Antecedentes Históricos da Economia 19


SAIBA MAIS
Este prêmio, oficialmente denominado “Prêmio do Banco da Suécia em Ciências Eco-
nômicas em memória de Alfred Nobel”, é o único que não estava previsto no testamento
do inventor sueco da dinamite.
O Nobel de Economia é oficialmente chamado de Prêmio Sveriges Riksbank em Ciên-
cias Econômicas e foi estabelecido pelo banco central sueco nos anos 1960 em home-
nagem a Nobel. A premiação não fazia parte dos prêmios originais, criados no testamen-
to de Alfred Nobel, em 1895.
Veja Abaixo lista com os vencedores do Nobel de Economia do ano:
2018: William Nordhaus e Paul Romer (Estados Unidos), por integrar a mudança climá-
tica e a inovação tecnológica no crescimento econômico.
2017: Richard Thaler (Estados Unidos), por sua pesquisa sobre as consequências dos
mecanismos psicológicos e sociais nas decisões dos consumidores e dos investidores.
2016: Oliver Hart (Reino Unido/Estados Unidos) e Bengt Holmström (Finlândia), por
suas contribuições à teoria dos contratos.
2015: Angus Deaton (Reino Unido/Estados Unidos) por seus estudos sobre “o consumo,
a pobreza e o bem-estar”.
2014: Jean Tirole (França), por sua “análise do poder do mercado e de sua regulação”.
2013: Eugene Fama, Lars Peter Hansen e Robert Shiller (Estados Unidos), por seus
trabalhos sobre os mercados financeiros.
2012: Lloyd Shapley e Alvin Roth (Estados Unidos), por seus trabalhos sobre a melhor
maneira de adequar a oferta e a demanda em um mercado, com aplicações nas doa-
ções de órgãos e na educação.
2011: Thomas Sargent e Christopher Sims (Estados Unidos), por trabalhos que permi-
tem entender como acontecimentos imprevistos ou políticas programadas influenciam
os indicadores macroeconômicos.
2010: Peter Diamond e Dale Mortensen (Estados Unidos), Christopher Pissarides (Chi-
pre/Reino Unido), um trio que melhorou a análise dos mercados nos quais a oferta e a
demanda têm dificuldades para se acoplar, especialmente no mercado de trabalho.
2009: Elinor Ostrom e Oliver Williamson (Estados Unidos), por seus trabalhos sepa-
rados que mostram que a empresa e as associações de usuários são às vezes mais
eficazes que o mercado.
Fonte: https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2018/10/08/interna_internacio-
nal,995498/os-10-ultimos-vencedores-do-premio-nobel-de-economia.shtml

UNIDADE I Antecedentes Históricos da Economia 20


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Chegamos ao final deste capítulo. Nele acompanhamos a contribuição que cada


período da história proporcionou para o entendimento atual da ciência econômica. Este
capítulo foi especialmente preparado pensando na importância de fundamentar nossos
estudos antes mesmo de abordar temas muito mais próximos da nossa realidade. Temas
muito mais específicos dentro do contexto econômico.
Como a economia faz parte da rotina dos indivíduos, é muito comum em muitos
casos, até mesmo, motivados por questões políticas, que opiniões e vereditos sejam lança-
dos ao vento desde salas de reuniões até as mesas dos bares, isso acontece mesmo sem
nenhum entendimento dos motivos pelos quais o objeto da discussão ocorre da forma que
ocorre. Nas discussões econômicas, muitas vezes a emoção fala mais alto que a razão.
Agora que você já sabe onde (provavelmente) e como tudo começou, poderá
desfrutar dos próximos capítulos desse desafiante conteúdo. É importante lembrar que
ler este material é sinal da sua busca por compreender os porquês e como chegamos até
aqui. Por isso que passamos sucinta e cronologicamente por períodos que remetem desde
a antiguidade até bem próximo dos tempos atuais, para que além de se situar você possa
compreender de onde esses estudos originaram e como foram respaldados. Percorremos
por períodos como por exemplo na civilização antiga de Platão, quando percebidos alguns
dos primeiros registros dos estudos econômicos a saber, passamos pelo mercantilismo,
expomos as principais teorias como a de Keynes, por exemplo.
E como mencionado no início desta unidade, é um fato de que economia realmente
não é uma disciplina simples de se entendida, contudo acreditamos sinceramente que este
material é uma grande porta de entrada para despertar seu interesse pelo tema que poderá
obviamente ser muito mais enriquecido em estudos futuros.

UNIDADE I Antecedentes Históricos da Economia 21


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Uma breve história da economia
Autor: Niall Kishtainy
Editora: LPM editores
Sinopse: “Economia, finalmente acessível “Este livro é um tesouro
para qualquer pessoa interessada em história, grandes ideias ou
no papel que o pensamento econômico desempenhou em ambas
por mais de dois mil anos”. - Charles Wheelan, autor de Economia
nua e crua Todos os dias somos bombardeados com notícias sobre
PIB, juros, investimentos, crédito, livre mercado, intervencionismo,
capitalismo etc. Esses e outros conceitos permeiam boa parte da
vida de todos nós, mas poucas são as pessoas que entendem
o que está por trás deles e mesmo como funciona a economia.
Neste livro fascinante, muito longe de ser acadêmico e também
isento de termos técnicos, o economista e professor Niall Kishtainy
apresenta em capítulos curtos ordenados cronologicamente como
se deu o desenvolvimento da economia humana, da época das ca-
vernas aos dias de hoje; e, paralelamente, desvenda o panorama
das grandes ideias e reflexões que foram surgindo sobre a própria
economia. Partindo de Platão na Grécia antiga, ele apresenta
nomes-chave que incluem Adam Smith, David Ricardo, Alfred
Marshall, Karl Marx, John Maynard Keynes, Milton Friedman,
John Nash e muitos outros pen­sadores. São abordados episódios
cruciais da história, como a invenção do dinheiro, a descoberta do
Novo Mundo, a ascensão do capitalismo, as crises de 1929 e de
2008, bem como seus ensinamentos e legados. Esta magnífica
obra ilumina as ideias, as forças e os dilemas econômicos que dão
forma ao nosso universo, justamente num momento em que tais
questões parecem prementes como nunca. Uma leitura que irá
deliciar a todos que buscam entender os caminhos possíveis para
se chegar num mundo em que mais pessoas possam viver bem.”

FILME
Título: Adeus, Lênin!
Ano: 2003
Sinopse: Tendo como pano de fundo a queda do muro de Berlim,
no ano de 1989 até o período da queda da União Soviética, em
1991, o filme, que combina humor e drama, narra todas as mu-
danças pelas quais a Alemanha passou, ao longo desse momento
histórico muito particular, bem como a transição, da Alemanha
Oriental, rumo ao Capitalismo.

UNIDADE I Antecedentes Históricos da Economia 22


UNIDADE II
Introdução a Economia
Professor Esp. Rodrigo Jr. Gualassi

Plano de Estudo:
• CONCEITOS DE ECONOMIA
• PROBLEMA ECONÔMICO FUNDAMENTAL
• SETORES BÁSICOS DA ECONOMIA
• SISTEMAS ECONÔMICOS

Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar a economia
• Compreender o problema econômico fundamental
• Estabelecer a importância do entendimento dos setores básicos da economia
• Diferenciar os sistemas econômicos

23
INTRODUÇÃO

Olá caro(a) aluno(a),


Na unidade anterior vimos os primórdios dos estudos econômicos. Passamos
desde a antiguidade até o período atual, a importância desse estudo justifica-se a partir de
agora, pois nesta unidade você verá sobre os conceitos de economia, o que é e qual sua
importância. Outro fator importante que será exposto a seguir é relacionado ao problema
econômico fundamental. Você sabe o que é escassez? Sabe quais são seus reflexos na
sociedade? Se eu dissesse a você que provavelmente para estar estudando neste curso
agora, antes você teve que fazer uma escolha, por exemplo, entre estudar ou comprar um
carro, ou ainda sua decisão pôde ter sido entre financiar uma casa ou entrar na faculdade.
Eu estaria errado? Se não, saiba que isso tem muito a ver com a economia, e suas contri-
buições com ciência das escolhas.
Você verá também as contribuições dos setores básicos da economia além de
poder a partir deste material distinguir os sistemas econômicos atuais.

Bons estudos!

UNIDADE II Introdução a Economia 24


1 CONCEITOS DE ECONOMIA

Etimologicamente, a palavra ECONOMIA, vem do Grego: OIKOS = casa NOMOS


= norma, Lei. Assim: “OIKOSNOMOS”

● “Administração da casa”
● “Aquele que administra o lar”
● “Administração da coisa pública”

Economia é a ciência social que estuda a produção, a circulação e o consumo de


bens e serviços que são utilizados para satisfazer as necessidades humanas. (VICECONTI
E NEVES, 2013)

Para Nogami e Passos (2016) a economia é considerada como “uma ciência social
justamente porque tais ciências estudam a forma como a sociedade se organiza e funciona.
A partir de um determinado ponto de vista de que outras ciências sociais tais como o direito,
a sociologia, a antropologia e a psicologia também estudam o funcionamento da sociedade,
a economia por estudar comportamento humano interagindo com as organizações na
sociedade também o pode ser reconhecida como ciência social.

UNIDADE II Introdução a Economia 25


Assim, de acordo com Vasconcellos (2015) “trata-se de uma ciência social, já
que objetiva atender às necessidades humanas. Contudo, depende de restrições físicas,
provocadas pela escassez de recursos produtivos ou fatores de produção”.
Esses fatores de produção são:
● mão de obra;
● capital;
● terra;
● matérias-primas.

De acordo com Rossetti (2016, p. 19) “a economia é um estudo da humanidade nas


atividades correntes da vida; examina a ação individual e social em seus aspectos mais
estreitamente ligados à obtenção e ao uso das condições materiais do bem-estar”.

1.1 Linhas básicas da teoria econômica

Nosso material tem como foco de estudo a análise das duas grandes áreas da
Teoria Econômica:

1. MICROECONOMIA: é o ramo da Teoria Econômica que estuda o comporta-


mento econômico das unidades individuais de decisão representados pelos consumidores,
pelas empresas e pelos proprietários de recursos produtivos. As unidades individualizáveis
da economia, como o consumidor e a empresa, consideradas isoladamente ou em agrupa-
mentos definidos por critérios classificatórios (ROSSETTI, 2016, p. 40).

UNIDADE II Introdução a Economia 26


Figura 1. Compartimentos” usuais da economia: conexões entre principais segmentos

Fonte: Rossetti (2016)

2. MACROECONOMIA: é o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcio-


namento da economia como um todo, procurando identificar e medir as variáveis que
determinam o volume da produção total, o nível de emprego e o nível geral de preços do
sistema econômico, bem como a inserção do mesmo na economia mundial. (VICECONTI
E NEVES, 2013).

O principal objetivo da teoria econômica é analisar como são determinados os


preços e as quantidades dos bens produzidos e dos fatores de produção existentes na
economia (PINHO, 2017 p. 301).

UNIDADE II Introdução a Economia 27


2 PROBLEMA ECONÔMICO FUNDAMENTAL
­
Pinho et al (2017) ressalta que se todos tivessem uma renda maior, seria fácil
imaginar que nem todos iriam gastar as mesmas proporções em consumo. Desse modo a
caracteriza então como uma ciência não exata, em que se podem programar os resultados
sem erros.
As necessidades humanas são infinitas ou ilimitadas. Os Fatores de produção
(trabalho, capital e recursos naturais) são finitos ou limitados. É por esses motivos que
a economia é conhecida também como a ciência da escassez ou das escolhas. Nunca é
demais reafirmar que de forma sucinta a economia é a ciência da escassez.
Para Silva e Azevedo (2017, p. 39) “a escassez é derivada do termo latino excarpus,
que significa algo em pouca quantidade, que possui carência, falta ou insuficiência”.

REFLITA
Suponha “se uma quantidade infinita de cada bem pudesse ser produzida, se os desejos
humanos pudessem ser completamente satisfeitos, não importaria que uma quantidade
excessiva de certo bem fosse, de fato, produzida”
Fonte: Pinho et al (2017, p. 10).

Após entender o significado e a importância da economia, cabe explicitar o objeto


de análise da economia, ou seja, a variável “culpada” por todos os problemas econômicos:
escassez.
Se os recursos não fossem escassos, não haveria ciências econômica. Mas o que
é escassez? Qual o sentido da escassez na economia? Escassez é situação em que
os recursos são limitados e podem ser utilizados de diferentes maneiras, de tal modo que
devemos sacrificar uma coisa por outra. A escassez está relacionada ao tempo, dinheiro,
espaço, matéria prima, empregos, etc. Ou seja, recursos limitados e necessidades ilimita-
das!
A partir do problema da escassez, qualquer economia procura responder as se-
guintes perguntas:
- O que e quanto produzir?
- Como produzir?
- Para quem produzir?

UNIDADE II Introdução a Economia 28


Veja o quadro a seguir:

Quadro 1. questões fundamentais sobre escassez.

A sociedade deve decidir se produz


mais bens de consumo ou bens de ca-
pital, ou, como num exemplo clássico:
quer produzir mais canhões ou mais
manteiga? em que quantidade? os re-
O QUE E QUANTO PRODUZIR: cursos devem ser dirigidos para a pro-
dução de mais bens de consumo, ou
bens de capital?
Trata-se de uma questão de eficiência
produtiva: serão utilizados métodos de
produção capital-intensivos? ou mão
de obra-intensivos? ou terra-intensi-
vos? Essa decisão depende da dispo-
COMO PRODUZIR: nibilidade de recursos de cada país.
A sociedade deve decidir quais os se-
tores que serão beneficiados na dis-
tribuição do produto: trabalhadores,
capitalistas ou proprietários da terra?
agricultura ou indústria? mercado in-
PARA QUEM PRODUZIR: terno ou mercado externo? Região Sul
ou Norte? Ou seja, trata-se de decidir
como será distribuída a renda gerada
pela atividade econômica.
Fonte: Vasconcellos, (2015).

2.1. Lei da Demanda e da Oferta

Lei da Demanda: é a visão do consumidor, expressa a relação inversa existente


entre a quantidade de um bem e seu preço. Quanto mais escasso for um bem, maior será
o seu preço e a abundância ocorrerá o inverso.
Portanto: DEMANDA maior que a OFERTA = a tendência é o preço subir
DEMANDA menor que a OFERTA = a tendência é o preço baixar

UNIDADE II Introdução a Economia 29


Por outro lado, a partir da visão do empresário/produtor a Lei da Oferta: estabelece
uma relação direta entre os preços dos bens e a quantidade ofertada. Assim, quanto maior
o preço, maior é a quantidade ofertada.

2.2. Agentes econômicos

São aqueles que agem sobre a economia. São pessoas de natureza física ou jurídi-
ca que, por meio de suas ações, contribuem para o funcionamento do sistema econômico.
Segundo Nogami e Passos (2016) são eles:

• as Famílias (ou unidades familiares);


• as Empresas (ou unidades produtivas);e,
• o Governo.

Acompanhe o quadro a seguir:

UNIDADE II Introdução a Economia 30


Quadro 2. Agentes econômicos

incluem todos os indivíduos e unidades


familiares da economia e que, no papel
de consumidores, adquirem os mais di-
versos tipos de bens e serviços, objeti-
vando o atendimento de suas necessi-
Famílias dades de consumo. Por outro lado, as
famílias, na qualidade de “proprietárias”
dos recursos produtivos, fornecem às
empresas os diver- sos fatores de pro-
dução: Trabalho, Terra, Capital e Capa-
cidade Empresarial.
são unidades encarregadas de produzir
e/ou comercializar bens e serviços. A
produção é realizada por meio da com-
binação dos fatores produtivos adquiri-
dos juntos às famílias. Tanto na aquisi- Empresas
ção de recursos produtivos quanto na
venda de seus produtos, as decisões
das empresas são guiadas pelo objeti-
vo de se conseguir o máximo lucro.
por sua vez, inclui todas as organiza-
ções que, direta ou indiretamente, estão
sob o controle do Estado, nas suas es-
feras federais, estaduais e municipais.
Muitas vezes o governo intervém no
sistema econômico atuando como em-
presário e produ- zindo bens e serviços
através de suas empresas estatais; em
Governo outras, age como compra- dor – quan-
do, além de contratar serviços, adquire
materiais, equipamentos etc. –, tendo
em vista a realização de suas tarefas;
outras vezes, ainda, o governo intervém
no siste- ma econômico por meio de re-
gulamentos e controles com a finalida-
de de disciplinar a conduta dos demais
agentes econômicos.
Fonte: Nogami e Passos (2016, p.16)

UNIDADE II Introdução a Economia 31


3 SETORES BÁSICOS DA ECONOMIA

As atividades produtivas são divididas em três setores, são eles:

1. Setor primário: são atividades agrícolas, pecuárias e extrativas, sejam elas


minerais animais ou vegetais.
2. Setor secundário: são atividades industriais, onde as matérias primas são trans-
formadas em produtos acabados, prontos para o consumidor final.
3. Setor terciário: este setor se diferencia dos outros pelo fato de seu produto não
ser tangível, concreto, embora seja de grande importância no sistema econô-
mico. É composto pelas unidades produtoras que prestam serviços, como as
instituições financeiras, escolas, hospitais, transportes, comércio etc.

Veja o detalhamento no quadro 3.

Quadro 3. atividades produtivas

ATIVIDADES PRIMÁRIAS DE PRODUÇÃO

Lavouras Culturas permanentes. Culturas temporárias extensivas. Hor-


ticultura. Floricultura.

Produção animal Criação e abate de gado e aves. Pesca. Caça. Derivados da


produção animal.

Extração vegetal Produção florestal: silvicultura e reflorestamento para usos


múltiplos. Extração de recursos florestais nativos.

ATIVIDADES SECUNDÁRIAS DE PRODUÇÃO

Indústria extrativa mineral Extração de minerais metálicos e não metálicos.

Transformação de minerais não metálicos. Siderurgia e meta-


lurgia. Material eletroeletrônico e de comunicações. Material
de transporte. Beneficiamento de madeira e mobiliário. Celu-
Indústria de transformação lose, papel e papelão. Química. Produtos farmacêuticos e ve-
terinários. Borracha. Produtos de matéria plástica. Produtos
de higiene e limpeza. Têxtil, vestuário, calçados e artefatos
de couro. Produtos alimentares. Bebidas. Fumo. Editorial e
gráfica.

Indústria da construção Obras públicas. Construções e edificações para fins residen-


ciais e não residenciais.

Produção, transmissão e distribuição de energia elétrica. Gás


Atividades semi-industriais encanado. Tratamento de esgotos. Potabilização e distribui-
ção de água.

UNIDADE II Introdução a Economia 32


ATIVIDADES TERCIÁRIAS DE PRODUÇÃO

Comércio Comércio exterior. Comércios internos atacadista e varejista,


subagrupados segundo grandes ramos.

Instituições reguladoras e de emissão monetária. Bancos co-


merciais e de desenvolvimento. Sociedades de crédito, finan-
Intermediação financeira ciamento e investimento. Seguros. Capitalização. Atividades
complementares dos mercados monetário, financeiro, de ca-
pitais e cambial.

Transportes e comunicações Transportes aéreos, ferroviários, hidroviários e rodoviários.


Comunicações. Telecomunicações.

Governo Administração pública direta e autarquias, das diferentes es-


feras de governo: central, estadual, municipal.

Assistência à saúde. Educação e cultura. Hospedagem e ali-


Outros serviços mentação. Conservação e reparação de máquinas, veículos
e equipamentos. Lazer. Atividades profissionais liberais.

Fonte: Rossetti (2016)

3.1. Bens e serviços

Os bens e serviços de acordo com Nogami e Passos (2016) são tudo aquilo capaz
de atender uma necessidade humana.

Bens segundo Rossetti (2016, p. 126):

“é a denominação usual de produtos tangíveis, resultantes de atividades pri-


márias e secundárias de produção. É a denominação genérica dos produtos
que provêm das atividades agropecuárias e das diferentes categorias de ati-
vidades industriais, de transformação e de construção.”

Por que os bens e serviços são procurados? Porque são úteis ou seja, atendem a
necessidade humana

Os bens podem ser classificados, quanto a raridade, em:

• Livres: aqueles cuja a quantidade é ilimitada e podem ser obtidos sem nenhum
esforço humano. Ex: Luz solar, ar, mar, etc.
• Econômicos: são escassos, tem valor de mercado e precisam de esforço huma-
no para produzi-los. Ex: carro, computador, caneta, etc.

UNIDADE II Introdução a Economia 33


Os bens econômicos são classificados, quanto a natureza, em:

• Materiais: são tangíveis: consumo - e a eles podemos atribuir características


como peso, altura etc. Ex: roupa, caderno; capital – equipamentos; intermediá-
rios – Livro, borracha, etc.
• Imateriais ou serviços: são intangíveis: Ex: consulta médica, aula, os serviços
de um advogado, os serviços de transporte, etc.

Os bens podem ser classificados também em: bens de consumo; bens de capital;
bens finais; bens intermediários; bens privados e bens públicos.

Acompanhe o detalhamento no quadro a seguir.

Quadro 4. Outros bens: detalhamento

São aqueles diretamente utilizados para a satisfação das necessidades


humanas. Podem ser de uso não durável, ou seja, que desaparecem
Bens de consumo uma vez utiliza- dos (alimentos, cigarros, gasolina etc.), ou de uso du-
rável, que tem como característica o fato de que podem ser usados por
muito tempo (moveis eletrodomésticos etc.).
(ou Bens de Produção), por sua vez, são aqueles que permitem produzir
Bens de capital outros bens. São exemplos de Bens de Capital as maquinas, computa-
dores, equipamentos, instalações, edifícios etc.
Tanto os Bens de Consumo quanto os Bens de Capital são classificados
Bens finais como Bens Finais, uma vez que já́ passaram por todos os processos de
transformação possíveis, significando que estão acabados.
São aqueles que ainda precisam ser transformados para atingir sua for-
ma definitiva. A título de exemplo, podemos citar o fertilizante utilizado
Bens intermediários
na produção de arroz, ou o aço, o vidro e a borracha utilizados na pro-
dução de carros.
São os produzidos e possuídos privadamente. Como exemplo temos os
Bens privados
automóveis, aparelhos de televisão etc.
Referem-se ao conjunto de bens gerais fornecido pelo setor público:
Bens públicos
educação, justiça, segurança, transportes etc.
Fonte: Nogami e Passos (2016, p. 11)

3.2. Fatores de produção

Para produzir bens e serviços são os fatores de produção ou recursos produtivos.


Mas o que são fatores de produção?
São os elementos, limitados, utilizados no processo de fabricação dos mais va-

UNIDADE II Introdução a Economia 34


riados tipos de bens que irão satisfazer as necessidades humanas ilimitadas. Eles são
“constituídos pelas dádivas da natureza, pela população economicamente mobilizável,
pelas diferentes categorias de capital e pelas capacidades tecnológicas e empresarial”.
(ROSSETTI, 2016 p. 65). Respectivamente, são as seguintes as denominações usuais
desses recursos (como são classificados):

== Recursos naturais ou terra → é a origem de todo o processo produtivo. Ex:


minerais, água, sol, etc;
== Trabalho → é a contribuição do ser humano na produção. Pode ser físico ou
intelectual. Ex: Trabalho de um agricultor no campo ou uma consulta médica;
== Capital → são bens utilizados no processo produtivo. Ex: máquinas, construções,
infraestrutura, etc…
== Tecnologia→ é constituída pelo conjunto de conhecimentos e habilidades que
dão sustentação ao processo de produção. O quadro 4 demonstra em detalhes
esse conjunto de conhecimentos e habilidades que se dá a denominação gené-
rica de capacidade tecnológica.

Quadro 4. Capacidade tecnológica: conceito e tipologia.

Fonte: Rossetti (2016)

== Empresariedade → a mobilização, a interação e a combinação dos recursos


fundamentais de produção pressupõem a existência de um quinto fator de alta
relevância: a capacidade de empreendimento.

UNIDADE II Introdução a Economia 35


3.3. Curva de Transformação e o Custo de oportunidade

Como foi exposto anteriormente, a economia está ligada ao problema da escolha.


Isso muito provavelmente não lhe era novidade, visto que muito provável ou certamente
você já teve que escolher adquirir alguma coisa em relação à outra. E por que isso acontece
mesmo? Vale lembrá-lo que para responder a essa questão basta se lembrar que os
recursos são limitados e as necessidades ilimitadas.
Em outras palavras, é imposto às empresas uma escolha para a produção de di-
versos tipos de bens.
Para ilustrar, será descrito a seguir uma breve situação hipotética:
a) Uma economia produz dois tipos de bens: X e Y;
b) A quantidade e qualidade dos recursos é fixa;
c) Existe pleno emprego;
d) A tecnologia é constante.
Essa Fronteira ou Curva de Possibilidades de Produção (CPP), também é cos-
tumeiramente identificada como a Curva de Transformação, “é a fronteira máxima que a
economia pode produzir, dados os recursos produtivos limitados e a tecnologia” (VASCON-
CELLOS, 2015 p. 10). Através de sua analise será possível obter a percepção das alternati-
vas de produção da sociedade, supondo os recursos disponíveis plenamente empregados.
A quantidade de cada bem que pode ser produzido dado a quantidade de fatores
de produção disponíveis pode ser melhor acompanhado na tabela 1.

Tabela 1. Tabela representativa das possibilidades de produção.

QUANT. MAX. QUANTIDADES QUANT. MAX.


BEM
X INTERMEDIÁRIAS Y

X 0 10 15 20 30
Y 55 45 25 5 0
PONTO A B C D E
Fonte: o autor.

A tabela pode ser representado no gráfico 1, como:

Gráfico 1. Curva de transformação ou possibilidades de produção.

UNIDADE II Introdução a Economia 36


Fonte: o autor.

Curva de transformação mostra a possibilidade de produzir bens dada uma certa


quantidade de fatores de produção A situação anterior apresenta o custo de oportunidade,
no qual as empresas deverão “abrir mão” da produção de um bem para produzir outro.
Assim:
● Trata-se de uma curva das possibilidades de produção ou curva de transformação;
● No limite da curva (pontos A, B, C, D e E) algumas respostas para as possibilidades
de produção poderão ser obtidas, tais como:
== representa o que melhor está cotado no mercado no momento.
== representa o sacrifício de escolher o que produzir dado a falta de espaço
disponível para produzir vários produtos.
== Falta de tempo para produzir mais.
== Mudanças nos rumos estratégicos dos negócios. Etc.

Pode-se definir custo de oportunidade como todo sacrifício de se transferir os re-


cursos de uma atividade para outra, ou seja, é a quantidade de um bem ou serviço a que
se deve renunciar para obter outro.

UNIDADE II Introdução a Economia 37


4 SISTEMAS ECONÔMICOS

A forma de comprar e vender bens, os impostos que se paga, o tipo de máquina


utilizados pelas empresas, etc variam de país para país.
Engloba todos os métodos pelos quais os recursos são alocados e os bens e ser-
viços distribuídos.
“Sistemas econômicos são arranjos historicamente constituídos, a partir dos
quais os agentes econômicos são levados a empregar recursos e a interagir
via produção, distribuição e uso dos produtos gerados, dentro de mecanis-
mos institucionais de controle e de disciplina, que envolvem desde o emprego
dos fatores produtivos até as formas de atuação, as funções e os limites de
cada um dos agentes” (ROSSETTI, 2016, p. 141).

É formado por um conjunto de organizações que fazem com que os recursos es-
cassos sejam utilizados para satisfazer as necessidades humanas. É composto por:
a) Estoque de fatores de produção;
b) Empresas;
c) Instituições;

4.1. Sistema Socialista

A base do socialismo é a propriedade coletiva ou estatal dos recursos produtivos.


Estado toma todas as decisões. As indústrias são propriedade da sociedade como um
todo. O controle da propriedade é mantido pelo Estado para, supostamente, o benefício da
sociedade.
Para Rossetti (2016, p. 21) “o binômio produção-distribuição (entendendo-se dis-
tribuição no sentido de processo distributivo ou, mais simplesmente, como repartição) é a
base a partir da qual a perspectiva socialista construiu sua concepção”. Essa concepção é
sobre a matéria de que se ocupa a economia.

4.2. Sistema capitalista

Para Comparato (2014) usando uma consagrada expressão de Gramsci, uma das
principais justificativas desse sistema intitulado de capitalista, que foram apresentadas
pelos seus intelectuais, sempre foi a de que, embora provocando necessariamente uma
situação de desigualdade socioeconômica, ele é insuperável em matéria de produção de
bens.
Algumas características do sistema capitalista:

UNIDADE II Introdução a Economia 38


♦♦ Fatores de produção, bens de consumo e dinheiro são propriedades privada;
♦♦ Controle da economia é via sistema de preços;
♦♦ Incentivo para a produção é o lucro;
♦♦ As empresas são competitivas;
♦♦ O papel do governo é limitado.

SAIBA MAIS
Qual a diferença entre comunismo e socialismo?
As expressões “comunismo” e “socialismo” recebem significados nem sempre muito
precisos. Numa explicação bem resumida, daria para dizer que, segundo a teoria
marxista, o socialismo é uma etapa para se chegar ao comunismo. Este, por sua vez,
seria um sistema de organização da sociedade que substituiria o capitalismo, implicando
o desaparecimento das classes sociais e do próprio Estado. “No socialismo, a sociedade
controlaria a produção e a distribuição dos bens em sistema de igualdade e cooperação.
Esse processo culminaria no comunismo, no qual todos os trabalhadores seriam os
proprietários de seu trabalho e dos bens de produção”, diz a historiadora Cristina
Meneguello, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Mas essas duas expressões também pode assumir outros significados. “Pode-se entender
o socialismo, num sentido mais limitado, significando as correntes de pensamento que se
opõem ao comunismo por defenderem a democracia. Em contraposição, o comunismo
serviria de modelo para a construção de regimes autoritários”, afirma o historiador
Alexandre Hecker, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Assis (SP).
Os especialistas são quase unânimes em afirmar que nunca houve um país comunista de
fato. Alguns estudiosos vão mais longe e questionam até mesmo a existência de nações
socialistas. “Os países ditos comunistas, como Cuba e China, são assim chamados por
se inspirarem nas idéias marxistas. Contudo, para os críticos de esquerda, esses países
sequer poderiam ser chamados de socialistas, por terem Estados fortes, nos quais uma
burocracia ligada a um partido único exerce o poder em nome dos trabalhadores”, diz o
sociólogo Marcelo Ridenti, também da Unicamp.
Logo após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), formou-se na Europa, sob liderança
da União Soviética, um bloco de nações chamadas de comunistas. “Esses países
tornaram-se ditaduras, promovendo perseguições contra dissidentes. A sociedade
comunista, justa e harmônica, concebida por Marx, não foi alcançada”, afirma Cristina.
Fonte: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-a-diferenca-entre-comunismo-e-
socialismo-existiu-algum-pais-realmente-comunista/

UNIDADE II Introdução a Economia 39


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Aqui, encerramos mais uma unidade da nossa disciplina de economia. Neste ca-
pítulo vimos os conceitos de economia, uma ciência social justamente porque tais ciências
estudam a forma como a sociedade se organiza e funciona. objetiva atender às necessida-
des humanas.
O estudo da economia segue duas linhas básicas teóricas: microeconomia que
é o ramo da Teoria Econômica que estuda o comportamento econômico das unidades
individuais de decisão representados e a macroeconomia, sendo que esta é o ramo da
Teoria Econômica que estuda o funcionamento da economia como um todo. A partir dessas
distinções, a economia procura resolver um problema que fundamentalmente norteia toda
sua base de estudos.
Vimos que as necessidades humanas são infinitas ou ilimitadas. Os Fatores de
produção (trabalho, capital e recursos naturais) são finitos ou limitados. É por esses motivos
que a economia é conhecida também como a ciência da escassez ou das escolhas. A partir
do problema da escassez, qualquer economia procura responder as seguintes perguntas:
o que e quanto produzir? como produzir? para quem produzir? A ação dos agentes eco-
nômicos que são aqueles que agem sobre a economia, denominados como famílias (ou
unidades familiares), empresas (ou unidades produtivas) e governo. Estudamos também
sobre o setor primário: são atividades agrícolas, pecuárias e extrativas, sejam elas mine-
rais animais ou vegetais; setor secundário: são atividades industriais, onde as matérias
primas são transformadas em produtos acabados, prontos para o consumidor final; e, setor
terciário: que se diferencia dos outros pelo fato de seu produto não ser tangível, concreto,
embora seja de grande importância no sistema econômico.
Por fim, apresentamos os sistemas econômicos, arranjos historicamente constituí-
dos, a partir dos quais os agentes econômicos são levados a empregar recursos e a interagir
via produção, distribuição e uso dos produtos gerados, dentro de mecanismos institucionais
de controle e de disciplina, que envolvem desde o emprego dos fatores produtivos até as
formas de atuação, as funções e os limites de cada um dos agentes.

UNIDADE II Introdução a Economia 40


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
• Título: Economia aplicada
• Autor: Antonio Carlos Pôrto Gonçalves
• Editora: FGV Editora
• Sinopse: O objetivo deste livro é oferecer ao leitor um conjunto de
conceitos econômicos úteis e mostrar suas interações. A economia
é uma ciência complexa, mas fundamental para a compreensão do
ambiente onde as instituições privadas e governamentais atuam e
o propósito aqui é o de facilitar esse entendimento. Os conceitos
para a mensuração da produção (PIB e PNB), o estudo da moeda
e dos mercados financeiros, as relações externas da economia,
bem como as teorias e consequências da inflação são alguns dos
tópicos abordados neste livro.

FILME/VÍDEO
• Título: Mad Max: Estrada da Fúria
• Ano: 2015
• Sinopse: Mad Max: Estrada da Fúria não venceu em seis ca-
tegorias do Oscar de 2016 só por causa de suas cenas de ação
bem feitas. A história se passa num cenário apocalíptico em que
a raça humana quase foi extinta por causa de guerras nucleares.
Água é um recurso tão raro que só os mais fortes e poderosos
têm acesso, como o vilão Immortan Joe. “Nunca, meus amigos,
fiquem viciados em água. Vocês sentirão muito a sua falta”, diz em
uma cena. Apesar de ser um filme recente, Mad Max foi um trilogia
estrelada por Mel Gibson nos anos 80.

UNIDADE II Introdução a Economia 41


UNIDADE III
Microeconomia
Professor Esp. Rodrigo Jr. Gualassi

Plano de Estudo:
• MICROECONOMIA: CONCEITOS
• ANALISE MICROECONÔMICA
• APLICAÇÕES DA ANÁLISE MICROECONÔMICA
• DEMANDA E OFERTA DE MERCADO
• TEORIA DA PRODUÇÃO
• TEORIA DE MERCADO

Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar a microeconomia
• Compreender os tipos de análise microeconômica
• Estabelecer a importância da aplicação da análise microeconômica
• Conceituar e contextualizar demanda, oferta e equilíbrio de mercado
• Compreender demanda e oferta
• Conceituar e contextualizar teoria de mercado

42
INTRODUÇÃO

A partir desse momento faremos uma divisão em nosso estudo sobre economia.
Nesta e na próxima unidade deste material abordaremos os assuntos ligados à micro e
macroeconomia.
Aqui especificamente trataremos sobre a microeconomia e seus derivados. Você
verá adiante os conceitos que norteiam o estudo microeconômico e entender os tipos de
análise que circundam essa variável, bem como a aplicação de tal análise.
Vamos conceituar também demanda, oferta e equilíbrio de mercado e ver a im-
portância estabelecida entre elas e obviamente compreender o que é demanda e o que é
oferta, além de sua influência na economia.
Por fim, abordaremos as teorias de mercado.

Bons estudos!

UNIDADE III Microeconomia 43


1 MICROECONOMIA: CONCEITOS

A microeconomia é o ramo ligado a Teoria Econômica que estuda como se compor-


ta economicamente as unidades individuais de decisão representados pelos consumidores,
pelas empresas e pelos proprietários de recursos produtivos (VICECONTI; NEVES 2013).

Para Mankiw (2013, p. 28) “ microeconomia é o estudo de como as famílias e


empresas tomam decisões e de como elas interagem em mercados específicos”.

O estudo da microeconomia foca em analisar a formação de preços no mercado,


ou seja, a interação entre os agentes econômicos, a empresa e o consumidor, por exemplo,
e como estes interagem e decidem qual o preço e a quantidade de determinado bem ou
serviço em mercados específicos” (VASCONCELLOS, 2015).

UNIDADE III Microeconomia 44


2 ANÁLISE MICROECONÔMICA
2.1. Pressupostos básicos
2.1.1. A hipótese coeteres paribus (ceteris paribus)
Ao empregar o uso de tal hipótese, está sendo afirmado que o foco de estudo é
dirigido apenas àquele mercado, analisando-se o papel que a oferta e a demanda nele
exercem, supondo que outras variáveis interfiram muito pouco, ou que não interfiram de
maneira absoluta. Tudo o mais permanece constante. Isto significa que a validade das leis
e dos modelos econômicos implica que sejam mantidos constantes todos os demais fatores
que podem interferir nas magnitudes das variáveis sob observação. Rossetti (2016, p. 57)
salienta que essa expressão “significa mantidos inalterados todos os demais fatores ou,
então, permanecendo iguais todos os demais elementos”.
É exatamente a esta particularidade que os economistas se referem quando em-
pregam a expressão latina ceteris paribus:
● Mantidos inalterados todos os demais fatores;
● Permanecendo iguais todos os demais fatores.

2.1.2. Objetivos da empresa
A grande questão na microeconomia, reside na hipótese adotada quanto aos ob-
jetivos da empresa produtora de bens e serviços. A análise tradicional supõe o princípio
da racionalidade (homo economicus) segundo o qual o empresários sempre buscam a
maximização do lucro total, otimizando a utilização dos recursos de que dispões.

SAIBA MAIS
O homo economicus é o homem econômico racional, ou seja, aquele indivíduo que iden-
tifica suas preferências e processa todas as informações disponíveis. Além disso, suas
escolhas são sempre consistentes e referendadas pelo uso da razão. Ainda de acordo
com a economia racional, esse homem é descrito como alguém que evita trabalho des-
necessário usando o julgamento racional. Nesse sentido, ele consegue sempre maximi-
zar sua riqueza. Finanças Comportamentais: Veja 6 truques da mente contra você Ou
seja, o homo economicus sempre analisa todos os custos de oportunidades envolvidos
na tomada de decisão. Então ele faz as escolhas mais acertadas e consequentemente
otimiza seus resultados.
Fonte: Suno Research em https://www.sunoresearch.com.br/artigos/homo-economicus/

Dessa corrente surgem conceitos de receita marginal, custo marginal e produtivida-


de marginal ao invés de médias.

UNIDADE III Microeconomia 45


3 APLICAÇÕES DA ANÁLISE MICROECONÔMICA
Análise microeconômica ou ainda teoria dos preços é a parte do estudo dedicada
em explorar, como parte da ciência econômica obviamente, como se determina o preço dos
bens e serviços, ou seja, como eles são formados, também dos fatores de produção.
Essa análise preocupa-se em responder, também, algumas questões aparente-
mente rotineiras, um exemplo delas é:
– porque, quando o preço de um bem se eleva, a quantidade demandada desse
bem deve cair, ceteris paribus?

3.1. Analise microeconômica: empresas


De acordo com Rossetti (2016, p. 145) “as empresas são os agentes econômicos
para os quais convergem os recursos disponíveis da economia, mobilizados para fins produ-
tivos”. Do ponto de vista microeconômico as análises realizadas pelas empresas condizem
com decisões que podem ser tomadas por elas a partir da análise da microeconomia, elas
devem considerar, por exemplo:
● Políticas de preços da empresa;
● Previsões de demanda e faturamento;
● Previsões de custo de produção;
● Decisões ótimas de produção ( escolha da melhor alternativa);
● Avaliação e elaboração de projetos de investimento( custo-benefício);
● Politica de propaganda e publicidade;
● Localização da empresa;
● Diferenciação de mercados.

3.2. Analise microeconômica: política econômica

São decisões necessárias ao planejamento estratégico das empresas e à política e


à programação econômica do setor público. Consistem:
● Avaliação de projetos de investimentos públicos;
● Efeitos de impostos sobre mercados específicos;
● Política de subsídios;
● Fixação de preços mínimos na agricultura;
● Fixação do salário mínimo;
● Controle de preços;
● Política salarial;

UNIDADE III Microeconomia 46


● Política de preços e tarifas públicas (água, luz e outras);
● Fixação de tarifas alfandegárias;
● Leis antitruste (defesa da concorrência).

Para Vasconcellos (2015, p.15) “as políticas econômicas governamentais (políticas


salariais, políticas assistencialistas, gastos com educação etc.) influenciam direta e indire-
tamente na mobilidade social”.

UNIDADE III Microeconomia 47


4 DEMANDA E OFERTA DE MERCADO

4.1. Conceito de Demanda

A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de um determinado


bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo.

Demanda (ou procura) é a quantidade de determinado bem ou serviço que


os consumidores desejam adquirir, num dado período, dada sua renda, seus
gastos e o preço de mercado. Representa um desejo, um plano: o máximo
a que o consumidor pode aspirar, dada sua renda e os preços no mercado
(VASCONCELLOS 2015, p.31).

A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor. São


elas: o preço do bem ou serviço, o preço de outros bens, a renda do consumidor e o
gosto ou preferência do indivíduo. Para estudar-se a influência dessas variáveis utiliza-se
a hipótese do coeteris paribus (Ceteris paribus), ou seja, considera-se cada uma dessas
variáveis afetando separadamente as decisões do consumidor.

Demanda é o mesmo que quantidade demandada? Embora tendam a ser utilizados


como sinônimo existe distinção entre demanda e quantidade demandada, esses termos
têm significados diferentes.

Essa relação entre preço e quantidade demandada se aplica à maioria dos


bens existentes na economia e, de fato, ela é tão universal que os econo- mis-
tas a chamam lei da demanda: com tudo o mais mantido constante, quando o
preço de um bem aumenta, a quantidade demandada deste diminui; quando
o preço diminui, a quantidade demandada do bem aumenta (MANKIW 2013,
p. 65).

Por demanda entende-se toda a escala ou curva que relaciona os possíveis preços
a determinadas quantidades. Por quantidade demandada devemos entender um ponto
específico da curva relacionando um preço a uma quantidade.

UNIDADE III Microeconomia 48


Gráfico 1. demanda ou quantidade demandada.

Fonte: o autor.

No gráfico 1 é possível perceber a relação entre demanda e quantidade demandada


ao ponto de que por exemplo considerando o fator preço (céteris páribus) ao ponto de que
se este subir a demanda/quantidade demandada tende a reduzir. A mesma regra se aplica
quando inversamente analisado. A curva de demanda é negativamente inclinada, pois ao
ponto de que o preço sobe as quantidades demandadas tendem a baixar ou conforme
citado acima, analisando pelo ponto de vista de que se o preço baixar as quantidades
procuradas tende a subir.

4.2. Conceito De Oferta

A oferta é conceituada como sendo as várias quantidades que os produtores de-


sejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. “É a quantidade que os
vendedores querem e podem vender” (MANKIW 2013, p. 71).

Da mesma maneira que foi exposto quando tratamos da demanda, a oferta depende
de vários fatores. Dentre eles, destaca-se seu próprio preço, dos demais preços, do preço
dos fatores de produção, das preferências do empresário e da tecnologia.

Para Silva e Azevedo (2017, p. 77) lei da oferta, “refere-se ao fato de que quanto
mais elevado for o preço de um bem ou serviço, maior será a disposição do empresário em
disponibilizar o seu produto para os consumidores, coeteris paribus”.

UNIDADE III Microeconomia 49


Gráfico 2. Oferta.

Fonte: o autor.

4.3. Equilíbrio de mercado

A interação das curvas de demanda e oferta determina o preço e a quantidade de


equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado.

Gráfico 2. Equilíbrio de mercado.

Fonte: o autor.

Na intersecção das curvas de oferta e demanda (ponto E) ou seja, ao se cruzarem,


teremos o preço e a quantidade de equilíbrio, isto é, o preço e a quantidade que atendem

UNIDADE III Microeconomia 50


às aspirações, necessidades dos consumidores e dos produtores de forma simultânea.
Quando a quantidade ofertada estiver abaixo daquela de equilíbrio “PE” (A, por
exemplo), teremos uma situação de escassez do produto. Haverá uma competição entre
os consumidores, pois as quantidades procuradas serão maiores que as ofertadas. For-
mar-se-ão filas, o que forçará a elevação de preços, até atingir-se o equilíbrio, quando as
filas cessarão. Más se a quantidade ofertada se encontrar acima do ponto de equilíbrio
“PE” (B, por exemplo), haverá um excesso ou excedente de produção, um acúmulo de
estoques não programado do produto, o que poderá provocar uma competição entre os
produtores, conduzindo a uma redução dos preços, até que se atinja o ponto de equilíbrio
(VASCONCELLOS 2015, p. 55) .
Dessa forma visando a equidade, o governo pode intervir na formação de preços
no mercado através de:
1) Impostos;
2) Subsídios;
3) Tabelamento;
4) Fixação de preços mínimos;
5) Congelamentos de preços e salários; Etc.

4.4. Elasticidade

É possível explicar a elasticidade como o grau de reação de um produto à variação


de, por exemplo, seu preço, isto é, a elasticidade demonstra uma relação entre o efeito
nas quantidades demandadas ou ofertadas de determinado produto e as causas que o
determina, sob a condição de coeteris/céteris paribus.
Para resumir podemos conceituar elasticidade com o grau de reação ou de sen-
sibilidade de um bem ou serviço à variação de, seu preço, preço dos produtos substitutos
ou complementares e renda do consumidor. “A elasticidade é uma medida do tamanho
da resposta dos compradores e vendedores às mudanças das condições do mercado”
(MANKIW 2013, p. 87).
Sua metodologia de cálculo parte da análise do quociente entre a variação percen-
tual da quantidade em função da variação percentual de outra variável, que lhe provoque
alguma mutação, como o preço do próprio bem ou serviço. Ela poderá ser calculada no
ponto ou num intervalo ou arco.

UNIDADE III Microeconomia 51


4.4.1 Elasticidade-Preço da Demanda

Sua função é avaliar a reação da quantidade da demanda de um bem ou serviço


em relação às variações em seu preço. Essa é a visão do quando considerado o lado do
consumidor.
A elasticidade-preço da demanda pode ser definida “como sendo a relação entre
a variação percentual na quantidade demandada e a variação percentual no preço” (VAS-
CONCELLOS 2011 p. 8).
Algebricamente, a elasticidade-preço da demanda pode ser representada por:

∆ Q= Variação na quantidade demandada


∆ P= Variação no preço
Figura 1. A elasticidade-preço da procura

Fonte: Rossetti (2016, p. 432)

4.4.2.Elasticidade-Preço da Oferta

O mesmo raciocínio utilizado para a demanda também se aplica para a oferta, a


figura 2 mostra perfeitamente essa relação de raciocínios. No entanto, neste caso que o
resultado da elasticidade será positivo, pois a correlação entre preço e quantidade ofertada
é direta.

UNIDADE III Microeconomia 52


Figura 1. A elasticidade-preço da procura

Fonte: Rossetti (2016, p. 433)

“A elasticidade-preço da oferta mede o quanto a quantidade ofertada res-


ponde a mudanças no preço. A oferta de um bem é chamada elástica se
a quantidade ofertada responde substancialmente a mudanças no preço. A
oferta é chamada inelástica se a quantidade ofertada responde pouco a mu-
danças no preço” (MANKIW 2013, p. 96).

Quanto maior o preço, maior a quantidade que o empresário estará disposto a


ofertar, coeteris paribus.

UNIDADE III Microeconomia 53


5 TEORIA DA PRODUÇÃO

5.1 Conceito da Teoria da Produção

A Teoria da Produção preocupa-se com o lado da oferta do mercado, ou seja, com


os produtores, que vão oferecer aos consumidores os bens e serviços por eles produzidos.

Produção é o processo pelo qual uma firma transforma os fatores de produ-


ção adquiridos em produtos ou serviços para a venda no mercado. Assim,
a firma é uma intermediária: compra insumos (inputs, fatores de produção),
combina-os segundo um processo de produção escolhido e vende produtos
(outputs) no mercado (VASCONCELLOS, 2015 p. 113)

Para que essa teoria seja melhor entendida, antes, devemos nos ater aos conceitos
de firma e posteriormente na definição da função de produção:
== Firma, ou empresa: Na Teoria da Produção, não há interesse em definir a em-
presa do ponto de vista jurídico ou contábil. Portanto, aqui, a empresa será
apenas uma unidade técnica de produção. Em decorrência, o empresário será
o proprietário ou pessoa que administra a firma (SILVA; LUIZ, 2010).
Vasconcellos (2015, p. 143) destaca como objetivo proposto pelas firma a “maximi-
zar lucros, maximizar participação no mercado, maximizar margem de rentabilidade sobre
os custos etc”.
== Função de produção: que é uma relação técnica entre as quantidades empre-
gadas dos fatores de produção e as quantidades produzidas do bem ou serviço,
podendo ser representada pela expressão:

Q= f (K, L) em que:

Q= quantidade produzida do bem;

K= quantidade empregada de fator capital;

L= quantidade empregada de fator trabalho;

Essa expressão significa que a quantidade produzida do bem depende, ou “é


função”, das quantidades empregadas dos fatores capital e trabalho. “No qual insumos tais
como serviços de mão de obra, matéria-prima e serviços de bens de capital são transfor-
mados em um produto final” (VASCONCELLOS; OLIVEIRA E BARBIERI, 2011, p. 147).

UNIDADE III Microeconomia 54


5.2. Lei dos Rendimentos Decrescentes

Um dos conceitos mais conhecidos entre os economistas, dentro da Teoria da


Produção, é o da Lei ou Princípio dos Rendimentos Decrescentes, que trata sobre quando
elevando-se a quantidade do fator variável, permanecendo fixa a quantidade dos demais
fatores, a produção inicialmente aumentará as taxas crescentes; a seguir, depois de certa
quantidade utilizada do fator variável, continuará a crescer, mas a taxas que tendem a cair
continuando o incremento da utilização do fator variável, a produção total chegará a um
máximo, para depois diminuir.

A Lei dos Rendimentos Decrescentes se refere a uma teoria que explica o


motivo por aumentos nas quantidades produzidas serem cada vez menores
em relação ao acréscimo de unidades produtivas no processo de produção
de um bem ou serviço. A teoria defende que a eficiência produtiva diminui a
cada novo fator de produção incrementado ao mesmo fator fixo (SILVA; FER-
NANDES, 2017 p. 57).

Se considerarmos como exemplo dois fatores: terra (fixo) e mão-de-obra (variável)


é possível verificar que, se várias combinações de terra e mão-de-obra forem utilizadas
para produzir um item como o feijão e se a quantidade de terra for mantida constante, os
aumentos da produção dependerão do aumento da mão-de-obra empregada na lavoura
para sua efetiva produção.

Assim, a produção deste item aumentará até certo ponto e depois cairá, isto é, a
maior quantidade de homens para trabalhar, associada à área constante de terra, permitirá
que a produção cresça até um certo ponto (máximo) e depois passe a diminuir. Como a
proporção entre os fatores fixo e variável vai se alterando, quando aumenta a produção,
essa lei também é chamada de Lei das Proporções Variáveis.

5.3. Custo de Oportunidade

São os custos relacionados às oportunidades deixadas de lado por determinado


indivíduo ou empresa, num espaço de tempo específico. Essa situação é mais fácil de ser
verificada se tomarmos por base o exemplo de uma empresa que possua galpão próprio.
Enquanto os contadores normalmente contabilizam o custo igual a zero na utilização desse
galpão, mesmo que ele abrigue as máquinas da própria empresa, os economistas identifi-
cam nessa situação uma possibilidade de ganho, pois o empresário poderia receber algum
tipo de receita não operacional, caso ele alugasse esse galpão. Dessa forma, os aluguéis

UNIDADE III Microeconomia 55


não recebidos correspondem ao custo de oportunidade (VASCONCELLOS; OLIVEIRA E
BARBIERI, 2011).

5.5. Custos Fixos e Variáveis

De acordo com Vasconcellos (2015, p. 127) “custos contábeis são aqueles nor-
malmente lançados na contabilidade privada, ou seja, são custos explícitos, que sempre
envolvem um dispêndio monetário”.

São os gastos efetivos contabilizados no balanço da empresa, que podem ser:

a) Custos Fixos: Ele independe da produção, não varia de acordo com seu volume
e é representado por fatores fixos, como aluguel, IPTU etc. - ,que são denominados, con-
tabilmente, custos indiretos.

b) Custos Variáveis: Esse custo depende da produção e varia de acordo com seu
volume. É representado por fatores variáveis – como mão-de-obra, matéria-prima etc. – e
são denominados, contabilmente, custos diretos.

5.6. Custos Médio e Marginal

Custo Total Médio: é o resultado do quociente do custo total pela quantidade total
produzida, também conhecido como custo unitário.

Custo Marginal: Também denominado custo incremental, é o resultado da produção


de uma unidade adicional de produto. Podemos calculá-lo pelo quociente da variação do
custo total pela variação da quantidade total produzida. Sua ocorrência só é possível para
o custo variável, uma vez que os custos fixos não variam em função da produção.

TABELA – Produção e custos de produção

UNIDADE III Microeconomia 56


5.7. Economias e Deseconomia de Escala

As economias de escala ocorrem quando a curva de custo total médio de longo


prazo decresce com o aumento da produção, já as deseconomias de escalas ocorrem
quando a curva de custo total médio se eleva com a produção (MANKIW, 2013)
Quanto às economias de escala podemos destacar três possíveis causas para sua
ocorrência. São elas:
a) Economia de escala na fábrica – está ligada ao investimento no capital fixo e
humano, trazendo ganhos provenientes da especialização, que, por sua vez,
estão relacionados à produtividade dos fatores, ou seja, estão relacionados
aos aumentos mais que proporcionais da capacidade produtiva em relação aos
custos de produção. Também podemos ter o que chamamos de economias de
escopo, que refletem os benefícios de menores custos ao se produzir dois ou
mais produtos em conjunto em vez de separados.
b) Economia de escala no produto – está relacionada ao aumento da especialização
dos fatores quando a produção de um único e específico produto, por exemplo
a mão-de-obra, tende a se tornar cada vez mais qualificada para a elaboração
de um produto por causa das repetidas vezes que lida com ele. Esse fato está
ligado à curva de aprendizado, que se reflete diretamente nos custos.
c) Economia de escala ligada à empresa – são várias as vantagens que esse tipo
de economia pode trazer, e dentre as mais importantes destacamos:
● Vantagens de produção e distribuição – quando se possui muitas fábricas
e produtos, são vários os benefícios relacionados à logística da produção e
distribuição, originados por essas múltiplas operações;
● Vantagens provenientes das inovações tecnológicas – como é o caso da
Pesquisa de Desenvolvimento (P&D) de produtos, que é algo bastante
oneroso. Essa tarefa é muito mais fácil para as grandes empresas, ou para
grupos delas, do que para as pequenas;
● Vantagens para se levantar recursos financeiros – em razão de seu tamanho
e suas garantias, é muito mais fácil para as grandes empresas levantarem
recursos, quer por intermédio de financiamentos ou empréstimos, quer pelo
lançamento de seus papéis no mercado acionário;
● Vantagens ligadas ao marketing e à promoção de vendas – é muito comum
os grandes grupos terem o próprio pessoal e até mesmo o próprio veículo
de divulgação para seus produtos, além disso, em função da quantidade de
eventos, fica mais fácil a negociação com os agentes de comunicação.

UNIDADE III Microeconomia 57


Quanto às deseconomias de escala, pode-se destacar como suas principais causas
os seguintes fatores:
== Problemas administrativos ligados à coordenação e controle das operações, à
medida que elas aumentam de escala;
== Falta de mão-de-obra especializada, levando as empresas a elevarem os salá-
rios para conquistarem ou manterem seus técnicos, causando pressões sobre
o custo variável;
== Problemas logísticos na distribuição dos produtos, quando há uma única fábri-
ca, distante dos centros consumidores, isso provoca elevação dos custos de
transporte.

UNIDADE III Microeconomia 58


6 TEORIA DE MERCADO

As várias formas ou estruturas de mercado dependem fundamentalmente de três


características:

1. Número de empresas que compõem esse mercado;


2. Tipo do produto (se as empresas fabricam produtos idênticos ou diferenciados);
3. Se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado.

6.1. Concorrência pura ou perfeita


É um tipo de mercado em que há um grande número de vendedores (empresas),
de tal forma que uma empresa, isoladamente, por ser pouco expressiva, não afeta os níveis
de oferta do mercado e, conseqüentemente, o preço de equilíbrio.

Num sistema de concorrência pura ou perfeitamente competitivo, predomina


o laissez-faire: milhares de produtores e milhões de consumidores têm con-
dições de resolver os problemas econômicos fundamentais (o que e quanto,
como e para quem produzir), como que guiados por uma “mão invisível”. Isso
sem a necessidade de intervenção do Estado na atividade econômica (VAS-
CONCELLOS, 2015 p. 5).

É um mercado pulverizado, pois é composto de um número considerável de empre-


sas. Nesse tipo de mercado devem prevalecer ainda as seguintes premissas:
● Produtos homogêneos: Não existe diferenciação entre produtos ofertados pelas
empresas concorrentes.
● Não existem barreiras: para o ingresso de empresas no mercado.
● Transparência do mercado: todas as informações sobre lucros, preços etc., são
conhecidas por todos os participantes do mercado.

6.2. Monopólio

O mercado monopolista se caracteriza por apresentar condições diametralmente


opostas às da concorrência perfeita. Nele existe, de um lado, uma única empresa dominan-
do inteiramente a oferta e, do outro, todos os consumidores. Não há, portanto, concorrência,
nem produto substituto ou concorrente. Nesse caso, ou os consumidores se submetem `às
condições impostas pelo vendedor, ou simplesmente deixarão de consumir o produto.
Monopólio é um termo que tem origem grega. Mono significa “um” e polein,
“vender”. Ele consiste em uma das principais estruturas de mercado. Tem
como principal característica a ausência de concorrentes. A concorrência
ocorre quando há disputa entre as várias empresas atuantes no mesmo seg-
mento, com o intuito de atrair fatias maiores de clientes e, portanto, obter

UNIDADE III Microeconomia 59


lucros mais elevados (SILVA; AZEVEDO, 2017, p. 212)

Para Vasconcelos (2015) a existência de monopólios, deve haver barreiras que


praticamente impeçam a entrada de novas empresas no mercado. Essas barreiras podem
advir das seguintes condições:
== Monopólio puro ou natural: Ocorre quando o mercado, por suas próprias
características, exige a instalação de grandes plantas industriais, que operam
normalmente com economias de escala e custos unitários bastante baixos,
possibilitando à empresa cobrar preços baixos por seu produto, o que acaba
praticamente inviabilizando a entrada de novos concorrentes.
== Elevado volume de capital: A empresa monopolista necessita de um elevado
volume de capital e uma alta capacitação tecnológica.
== Patentes: Enquanto a patente não cai em domínio público, a empresa é a única
que detém a tecnologia apropriada para produzir aquele determinado bem.
== Controle de matérias-primas básicas: Por exemplo, o controle de minas de
bauxita pelas empresas produtoras de alumínio.
Existem ainda, os monopólios institucionais ou estatais em setores considerados
estratégicos ou segurança nacional (energia, comunicação, petróleo).

REFLITA
Não se pode negar que, no atual mundo intervencionista em que vivemos, vários mono-
pólios de fato possuem o poder de restringir a produção e praticar preços monopolísticos.
Porém, a causa desta lamentável situação está na multiplicidade de restrições governamen-
tais à livre concorrência, como regulamentações, burocracias, restrições ambientalistas e
carga tributária alta, que serve como uma barreira protecionista que defende quem já está
no mercado.
Se o governo impede concorrentes de entrarem no mercado, os consumidores perdem a
proteção oferecida pela concorrência potencial.
A empresa de utilidade pública que desfruta uma concessão exclusiva é um monopólio local.
Neste caso, a única linha de resistência dos consumidores é a elasticidade da sua demanda
— e talvez também sua capacidade de recorrer a uma produção independente. Enquanto
isso, os planejadores estatais vão intensificando os controles políticos.
Fonte: Sennholz (2013, DISPONÍVEL EM: https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1057 )

UNIDADE III Microeconomia 60


Diferentemente da concorrência perfeita, como existem barreiras à entrada de
novas empresas, os lucros extraordinários devem persistir também a longo prazo em mer-
cados monopolizados.

6.3. Concorrência monopolista

Trata-se de uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita


e o monopólio, mas que não se confunde com o oligopólio, pelas seguintes características:
● Número relativamente grande de empresas com certo concorrencial, porém
com segmentos de mercados e produtos diferenciados, seja por características
físicas, embalagem ou prestação de serviços complementares (pós-venda).
● Margem de manobra para fixação dos preços não muito ampla, uma vez que
existem produtos substitutos no mercado (VASCONCELLOS, 2015).

6.4. Oligopólio

É um tipo de estrutura normalmente caracterizada por um pequeno número de em-


presas que dominam a oferta de mercado. Pode caracterizar-se como um mercado em que
há um pequeno número de empresas, como a indústria de automóveis, antes do governo
Fernando Affonso Collor de Mello, ou então onde há um grande número de empresas, mas
poucas dominam o mercado, como a indústria de bebidas.
Oligopólio, “é uma organização de mercado em que há poucos vendedores de uma
mercadoria ou de substitutos muito próximos de modo que as ações de cada vendedor
afetam todos os outros vendedores” (VASCONCELLOS; OLIVEIRA E BARBIERI, 2011, p.
222).
O setor produtivo brasileiro é altamente oligopolizado, sendo possível encon-
trar inúmeros exemplos: montadoras de veículos, setor de cosméticos, indústria de papel,
indústria de bebidas, indústria química, indústria farmacêutica.
No oligopólio, tanto as quantidades ofertadas quanto os preços são fixados entre as
empresas por meio de conluios ou cartéis.

6.5. Estruturas do mercado de fatores de produção


Até aqui identificamos as estruturas de mercados de bens e serviços. O mercado
de fatores de produção – mão-de-obra, capital, terra e tecnologia – também apresenta
diferentes estruturas. Como o mercado de fatores depende da demanda de insumos pelos
setores produtores de bens e serviços, ou seja, deriva do mesmo, a demanda por esses fa-

UNIDADE III Microeconomia 61


tores é chamada de demanda derivada (VASCONCELLOS; OLIVEIRA E BARBIERI, 2011).

6.6. Concorrência perfeita no mercado de fatores

É uma mercado onde existe uma oferta abundante do fator de produção (por exem-
plo, mão-de-obra não especializada), o que torna o preço desse fator constante. Os ofertan-
tes ou fornecedores, com são em grande número, não têm condições de obter preços mais
elevados por seus serviços (VASCONCELLOS; OLIVEIRA E BARBIERI, 2011).

6.7. Monopsônio

Trata-se de uma forma de mercado na qual há somente um comprador para mui-


tos vendedores dos serviços dos insumos. È o caso da empresa que se instala em uma
determinada cidade do interior e, por ser a única, torna-se demandante exclusiva da mão-
-de-obra local e das cidades próximas, tendo para si a totalidade da oferta de mão-de-obra
(VASCONCELLOS, 2015).

6.8. Oligopsônio

É um mercado onde existem poucos compradores que dominam o mercado para


muitos vendedores. Exemplo: indústria de laticínios. Em cada cidade existem dois ou três
laticínios que adquirem a maior parte do leite dos inúmeros produtores rurais locais. A in-
dústria automobilística, além de oligopolista no mercado de bens e serviços, também é na
compra de autopeças (VASCONCELLOS, 2015).

6.9. Monopólio Bilateral

O monopólio bilateral ocorre quando um monopsonista, na compra do fator de pro-


dução, defronta-se com um monopolista na venda desse fator. Por exemplo, só a empresa
“A” compra um tipo de aço que é produzido apenas pela siderúrgica “B”. A empresa “A” é
monopsonista, porque só ela compra esse tipo de aço, e a siderúrgica “B” é monopolista,
porque só ela vende esse tipo de aço.
Nesses casos, a determinação dos preços de mercado dependerá não só de fatores
econômicos, mas do poder de barganha de ambos: o monopsonista tentando pagar o preço
mais baixo (usando a força de ser o único comprador), e o monopolista tentando vender por
um preço mais elevado (usando o poder de ser o único fornecedor).

UNIDADE III Microeconomia 62


6.10. Ação governamental e abusos de mercado

Criado em 1962 (Lei nr 4.137), o Conselho Administrativo de Direito Econômico


(CADE) é uma autarquia ligada ao Ministério da Justiça, que tem por objetivo julgar proces-
sos administrativos relativos a abusos de poder econômico, bem como analisar fusões de
empresas que podem criar situações de monopólio ou maior domínio de mercado. Quando
se prova que a limitação da concorrência não propicia ganhos aos consumidores em ter-
mos de menores preços ou produtos tecnologicamente mais avançados, o CADE manda
desfazer o negócio entre as partes. (disponível em: http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/
legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%204.137-1962?OpenDocument )

SAIBA MAIS
Concentração econômica no Brasil
De acordo com o artigo 90 da Lei 12.529/2011, os atos de concentração são as fusões
de duas ou mais empresas anteriormente independentes; as aquisições de controle
ou de partes de uma ou mais empresas por outras; as incorporações de uma ou mais
empresas por outras; ou, ainda, a celebração de contrato associativo, consórcio ou joint
venture entre duas ou mais empresas. Apenas não são considerados atos de concentra-
ção, para os efeitos legais, os consórcios ou associações destinadas às licitações pro-
movidas pela administração pública direta e indireta e aos contratos delas decorrentes.
Fonte: CADE. Disponível em: < http://www.cade.gov.br/servicos/perguntas-frequentes/
perguntas-sobre-atos-de-concentracao-economica>

UNIDADE III Microeconomia 63


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo foi possível estudar a economia a partir da divisão em dois grandes
campos. Sabe-se que a economia divide-se em micro e macroeconomia. Aqui especifica-
mente tratamos sobre a microeconomia e seus derivados.
Você pôde perceber durante tais estudos, sobre os conceitos que norteiam o estu-
do microeconômico sendo ramo ligado à Teoria Econômica que estuda como se comporta
economicamente as unidades individuais de decisão representados pelos consumidores,
pelas empresas e pelos proprietários de recursos produtivos o que proporcionou enten-
dimento sobre os tipos de análise microeconômica e ou ainda teoria dos preços que é
a parte do estudo dedicada em explorar, como parte da ciência econômica obviamente,
como se determina o preço dos bens e serviços, ou seja, como eles são formados, também
dos fatores de produção: empresas, política econômica, entre outros que circundam essa
variável, bem como a aplicação de tal análise. Conceituar também demanda ou procura
pode ser definida como a quantidade de um determinado bem ou serviço que os consu-
midores desejam adquirir em determinado período de tempo, a oferta referindo-se ao fato
de que quanto mais elevado for o preço de um bem ou serviço, maior será a disposição do
empresário em disponibilizar o seu produto para os consumidores. Equilíbrio de mercado e
elasticidade.
Vimos a importância estabelecida entre elas sendo amplamente possível com-
preender o que é demanda e o que é oferta. Estudamos também sobre a teoria da produção
que se preocupa com o lado da oferta do mercado, ou seja, com os produtores, que vão
oferecer aos consumidores os bens e serviços por eles produzidos.
Por fim abordamos as várias formas ou estruturas de mercado, percebeu-se que
elas dependem fundamentalmente de três características, tais como o número de empresas
que compõem esse mercado, tipo do produto (se as empresas fabricam produtos idênticos
ou diferenciados) e se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mer-
cado além de sua influência na economia.

UNIDADE III Microeconomia 64


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
• Título: Teoria Microeconomica - Teoria do Consumidor Teoria da
Produção
• Autor: Mario Henrique Simonsen
• Editora: Fundação Getúlio Vargas
• Sinopse: Em Teoria microeconômica, Mario Henrique Simon-
sen aborda temas essenciais para quem quer se aprofundar em
economia, como teoria do consumidor, o equilíbrio geral em uma
economia de trocas, teoria da produção e inovações e progresso
tecnológico.

FILME/VÍDEO
• Título: Freakonomics
• Ano: 2010
• Sinopse: O documentário, baseado no livro “Freakonomics – O
lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta”, de Steven Levitt
e Stephen J. Dubner, mistura economia e cultura pop para mostrar
a aplicação surpreendente de diversos temas da economia para
explicar a sociedade.

UNIDADE III Microeconomia 65


UNIDADE IV
Macroeconomia
Professor Esp. Rodrigo Jr. Gualassi

Plano de Estudo:
• MACROECONOMIA: INTRODUÇÃO
• OBJETIVOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA
• INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICAS
• AGREGADOS MACROECONÔMICOS: PRODUTO, RENDA E DESPESA
• MOEDA
• INFLAÇÃO

Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar macroeconomia
• Compreender os objetivos da política macroeconômica
• Apresentar os instrumentos de política macroeconômica
• contextualizar os agregados macroeconômicos.
• Conceituar e tipificar moeda.
• Conceituar e compreender a inflação

66
INTRODUÇÃO

Bem vindos e bem vindas a nossa quarta e última unidade da disciplina de Economia.
Nesta derradeira unidade estudaremos o segundo grande campo divisionário da ciência
economia. Estou falando da macroeconomia, que conceitualmente e de forma simplificada
trata do comportamento do mercado em níveis amplos, ou seja, estudo do todo.
Dessa forma nosso primeiro objetivo aqui será o de conceituar a macroeconomia.
No decorrer do capítulo e na sua devida sequência proposta de estudos propomos a com-
preensão dos objetivos da política macroeconômica e apresentação dos instrumentos de
política macroeconômica considerados as políticas fiscais, monetárias cambiais e comer-
ciais.
No que tange os principais agregados macroeconômicos, nosso foco de estudo
estará centrado no que diz respeito ao produto, renda e despesa nacional.
Por fim abordaremos um assunto muito mais presente na vida dos indivíduos a se
julgar pelo ponto de vistas das próprias pessoas que a é a moeda e a inflação, sem dúvida
alguma um dos principais fatores para o bom fluxo de qualquer economia vigente.
Bons estudos!

UNIDADE IV Macroeconomia 67
1 MACROECONOMIA: INTRODUÇÃO

Macroeconomia trata em suma do “comportamento da economia em seu conjunto,


agregativamente considerado. A unidade de referência é o todo, não suas partes individua-
lizadamente consideradas” (ROSSETTI, 2016, p. 43).
Temos como base a economia, logo então a tratativa de sua evolução como um
todo, analisando o que determina, bem como o comportamento de todos os agregados
econômicos.
Alguns exemplos dos principais agregados são:
• Renda
• Emprego
• Produto Nacional
• Desemprego
• Investimento
• Estoque de Moeda
• Poupança
• Taxa de Juros
• Consumo
• Balanço de Pagamentos
• Nível Geral de Preços
• Taxa de Câmbio

UNIDADE IV Macroeconomia 68
Negligencia o comportamento das unidades econômicas individuais, porém permite
estabelecer relações entre os agregados e melhor compreensão das interações entre estes.
É o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento da economia como um
todo, procurando identificar e medir as variáveis que determinam o volume da produção
total, o nível de emprego e o nível geral de preços do sistema econômico, bem como a
inserção do mesmo na economia mundial.” (VICECONTI; NEVES 2013)
Estuda a economia como um todo, analisando a determinação e o comportamento
de grandes agregados, tais como: renda e produto nacionais, nível geral de preços, empre-
go e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balanço de pagamentos e taxa de
câmbio. (VASCONCELLOS, 2015)

SAIBA MAIS
O presidente Barack Obama assumiu a Casa Branca em 2009, durante um período
de intensa turbulência econômica. A economia estava se reerguendo lentamente de
uma crise financeira, ocasionada pela queda significativa nos preços dos imóveis, pelo
aumento vertiginoso da inadimplência no crédito imobiliário e pela falência, ou quase
falência, de diversas instituições financeiras. Ao se espalhar, a crise financeira fez res-
surgir o espectro da Grande Depressão da década de 1930, momento em que, em seu
pior ano, um em cada quatro cidadãos norte-americanos que desejavam trabalhar não
conseguia encontrar um emprego. Em 2008 e 2009, autoridades do Tesouro e do Fe-
deral Reserve (o Banco Central dos Estados Unidos), bem como de outros setores do
governo, estavam tomando medidas vigorosas para evitar a recorrência daquelas mes-
mas consequências. E, embora tenham tido sucesso – o pico da taxa de desemprego
foi de 10,1% –, a queda na atividade econômica foi grave, a recuperação subsequente
dolorosamente lenta e as políticas adotadas deixaram como legado uma dívida gover-
namental ainda maior.
A história da macroeconomia não é um relato simples, mas proporciona uma valiosa
motivação para a teoria macroeconômica. Embora os princípios básicos da macroeco-
nomia não mudem de uma década para outra, o macroeconomista precisa aplicá-los
com flexibilidade e criatividade para se adequar às mudanças nas circunstâncias ao
longo do tempo.
Fonte: Mankiw (2018)

UNIDADE IV Macroeconomia 69
A macroeconomia considera o comportamento da economia como um todo – isso
desde períodos de prosperidade até os de recessão. São as flutuações do produto agre-
gado, das taxas de variação dos preços e dos níveis de emprego. Focaliza os objetivos
macroeconômicos e as variáveis que os afetam.
(ROSSETTI, 2016)

UNIDADE IV Macroeconomia 70
2 OBJETIVOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA

2.1. Produto agregado

O primeiro objetivo da gestão macroeconômica é a geração de um produto agre-


gado tão próximo quanto seja possível, objetivando-se com isso atender às aspirações
crescentes da população e estender os benefícios da prosperidade econômica a todas
as camadas sociais. Promover o crescimento do produto a taxas acima do crescimento
demográfico, expandindo-se assim a produção per capita de bens e serviços finais.
Hall e Lieberman (2003, p. 102), enfatizam que produto interno bruto (PIB) de um
país “é o valor total de todos os bens e serviços finais produzidos para o mercado em um
determinado ano e dentro das fronteiras do país”.

2.2. Alto nível de emprego

Entre os objetivos macroeconômicos considerados como fundamental está o de


reduzir os níveis de desemprego à taxa baixas. Na Teoria Geral do Emprego, dos Juros
e da Moeda (1936), John Maynard Keynes já abordava o assunto. O desemprego não
assustava, muito menos resultava em preocupações. O pensamento dos liberais era de
que a própria economia seria capaz de se ajustar sempre que necessário. Keynes iniciou
a discussão sobre o grau de intervenção na economia. Sua grande preocupação era o
nível de emprego, para ele quando a demanda era baixa, a economia reduzia a produção,
o que consequentemente cumularia na também redução do próprio emprego. Para que
houvesse maior nível de emprego, para Keynes, deveria haver um maior nível de consumo.
Keynes propôs como forma de compensar essas fontes de oscilação que o Estado atuasse
regulando a demanda agregada. Isso poderia ser feito com a utilização de instrumentos de
política econômica, monetária e, principalmente, fiscal, para que assim pudesse manter a
estabilidade do produto em um alto nível de emprego (LOPES ET AL, 2018).

2.3. Estabilidade de preços

Estabilidade dos preços refere-se ao comportamento do nível geral de preços.


Quando falamos em níveis gerais de preços, a base de estudo parte daquela relacionada
ao contexto macroeconômico. Tem como um de seus objetivos, por exemplo, doravante da

UNIDADE IV Macroeconomia 71
sua estabilidade promover o crescimento contínuo e sustentável, com justa distribuição de
renda. Ao contrário disso, quando se verifica um aumento contínuo e generalizado no nível
geral de preços temos uma definido muito conhecida que é a inflação.
A esse último fator, prevalece um ponto de muita atenção pois pode acarretar distor-
ções, influenciando principalmente sobre a distribuição da renda, expectativa dos agentes
econômicos, mercado de capitais e balanço de pagamento.

2.4. Transações externas

Outro objetivo macroeconômico relevante é o equilíbrio das transações externas.


● Exportações líquidas
● Déficits
● Superávits
● Equilíbrio geral

2.5. Crescimento econômico

Refere-se ao crescimento da renda per capita, ou seja, em colocar à disposição da


coletividade uma quantidade de mercadorias e serviços que supere o crescimento popula-
cional.
== Aumento da atividade produtiva
== Aumento da renda nacional per capita
Ou seja, conjunto de medidas tomadas pelo Estado com o objetivo de influir
nos mecanismos de produção distribuição e consumo de bens e serviços. De forma sucinta
as Políticas Macroeconômicas têm como objetivos: Nível de produção de bens e serviços
próximo da capacidade total;

● Nível de desemprego próximo de zero;


● Nível de preços estabilizado;
● Crescimento contínuo de produção;
● Melhor distribuição da renda.
● Produção sem desperdícios e ajustados às necessidades;
● Equilíbrio nas contas Governamentais;
● Equilíbrio na balança de pagamentos.

UNIDADE IV Macroeconomia 72
3 INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICAS
3.1. Políticas Fiscal
Manejo dos orçamentos do governo. Todos os instrumentos que o governo dispõe
para arrecadar tributos e controlar despesas.

SAIBA MAIS
Política Fiscal
Política fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais o Governo arrecada receitas e
realizar despesas de modo a cumprir três funções: a estabilização macroeconômica, a
redistribuição da renda e a alocação de recursos. A função estabilizadora consiste na
promoção do crescimento econômico sustentado, com baixo desemprego e estabilidade
de preços. A função redistributiva visa assegurar a distribuição equitativa da renda. Por
fim, a função alocativa consiste no fornecimento eficiente de bens e serviços públicos,
compensando as falhas de mercado.
Os resultados da política fiscal podem ser avaliados sob diferentes ângulos, que podem
focar na mensuração da qualidade do gasto público bem como identificar os impactos
da política fiscal no bem-estar dos cidadãos. Para tanto podem ser utilizados diversos
indicadores para análise fiscal, em particular os de fluxos (resultados primário e nomi-
nal) e estoques (dívidas líquida e bruta). A saber, estes indicadores se relacionam entre
si, pois os estoques são formados por meio dos fluxos. Assim, por exemplo, o resultado
nominal apurado em certo período afeta o estoque de dívida bruta.
Resultado fiscal primário é a diferença entre as receitas primárias e as despesas pri-
márias durante um determinado período. O resultado fiscal nominal, por sua vez, é o re-
sultado primário acrescido do pagamento líquido de juros. Assim, fala-se que o Governo
obtém superávit fiscal quando as receitas excedem as despesas em dado período; por
outro lado, há déficit quando as receitas são menores do que as despesas.
No Brasil, a política fiscal é conduzida com alto grau de responsabilidade fiscal. O uso
equilibrado dos recursos públicos visa à redução gradual da dívida líquida como percen-
tual do PIB, de forma a contribuir com a estabilidade, o crescimento e o desenvolvimento
econômico do país. Mais especificamente, a política fiscal busca a criação de empregos,
o aumento dos investimentos públicos e a ampliação da rede de seguridade social, com
ênfase na redução da pobreza e da desigualdade.
Fonte: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/sobre-politica-fiscal

UNIDADE IV Macroeconomia 73
3.1. Política monetária
Controlar Variáveis:
● Moeda
● Crédito
● Taxa de Juros
Controle da oferta de moeda, que define a liquidez da economia como um todo,
atuando sobre a taxa de juros. Ou seja, refere-se a atuação do governo sobre a quantidade
de moeda e títulos públicos existentes na economia.

REFLITA
A estabilidade dos preços preserva o v​alor do dinheiro, mantendo o poder de com-
pra da moeda​. ​Para alcançar esse objetivo, o BC utiliza a política monetária, política
que se refere às ações do BC que visam afetar o custo do dinheiro (taxas de juros) e a
quantidade de dinheiro (condições de liquidez) na economia. No caso do BC, o principal
instrumento de política monetária é a taxa Selic, decidida pelo Copom​. Fonte: https://
www.bcb.gov.br/controleinflacao

Emissões e Reservas compulsórias (% sobre depósitos que os bancos comerciais


devem colocar à disposição do Banco Central). Open market (compra e venda de títulos
públicos). Redescontos (empréstimos do Banco Central aos bancos comerciais). Regula-
mentação sobre crédito e taxa de juros.

3.1. Política cambial e comercial

Política cambial diz respeito a atuação do governo sobre a taxa de câmbio sob
regime de taxas fixas ou flutuantes.

É o conjunto de medidas que define o regime de taxas de câmbio - flutuante,


fixo, administrado - e regulamenta as operações de câmbio. Dessa forma, a
política cambial define as relações financeiras entre o país e o resto do mun-
do, a forma de atuação no mercado de câmbio, as regras para movimentação
internacional de capitais e de moeda e a gestão das reservas internacionais.A
condução da política cambial afeta diretamente a vida do cidadão, mesmo
que não tenha transações com exterior. A taxa de câmbio reflete nos preços
dos produtos que o país importa e exporta, influenciando assim os demais
preços da economia (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2019, ONLINE).

UNIDADE IV Macroeconomia 74
Figura 1. Política cambial.

Fonte: Banco Central do Brasil (2019, Online)


Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/politicacambial

Política comercial trata dos instrumentos de incentivos para com as exportações.


Conhecida também por estimular ou desestimular as importações.
== Exportações: estímulos fiscais (icms, ipi etc.). Creditícios (taxa de juros
subsidiados)
== Importações: controle das importações via tarifas. E barreiras sobre importações.

UNIDADE IV Macroeconomia 75
3.1. Política Rendas

A política de rendas consiste na Intervenção direta do governo na formação de


renda (salários, aluguéis), com o controle e congelamento de preços. No intuito de atender
a interesses sociais, o governo tem a capacidade de interferir nas forças do mercado e im-
pedir o seu livre funcionamento. É o que ocorre quando o governo realiza um tabelamento
de preços com o objetivo de controlar a inflação (PORTAL EDUCAÇÃO, ONLINE).
Trata-se de um conjunto de intervenções diretas que geralmente complementam a
atuação dos instrumentos fiscais, monetários e cambiais.
A denominação política de rendas justifica-se pelos tipos predominantes de inter-
venções, como os controles diretos de preços e os controles legais sobre salários e demais
remunerações de fatores de produção, veja:
● Atuação em preços;
● Congelamentos e tabelamentos;
● Índices de reajustes;
● Aluguel;
● Estoques;
● Atuação no Mercado de Trabalho;
● Salário mínimo;
● Índices de reajustes salariais;
● Maior interferência nas relações trabalhistas.

UNIDADE IV Macroeconomia 76
4 AGREGADOS MACROECONÔMICOS: PRODUTO, RENDA E DESPESA

4.1. Produto

De acordo com Vasconcellos (2015 p. 212) “o Produto Nacional é o valor de todos


os bens e serviços finais produzidos em determinado período de tempo”.

A expressão agregados, com a qual se identificam genericamente os fluxos


macroeconômicos do produto, da renda e do dispêndio, tem o significado
de totalização, conjunto, agrupamento. O PIB, por exemplo, é um agregado
que resulta do agrupamento de um conjunto de grandes fluxos e lançamen-
tos contábeis, como pagamentos a diferentes categorias de recursos, depre-
ciações e tributos indiretos. E as macrovariáveis que totalizam os grandes
conceitos, como o consumo e a acumulação bruta de capital, são também
agregações de um elevado número de fluxos menores, referentes às subca-
tegorias de que se constituem (ROSSETTI, 2016 p. 589).

O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado
ou cidade, geralmente em um ano. Todos os países calculam o seu PIB nas suas respec-
tivas moedas. De acordo com o IBGE O PIB do Brasil em 2018, por exemplo, foi de R$
6,8 trilhões. No último trimestre divulgado (1º trimestre de 2019) o valor foi de R$ 1.713,6
bilhões. Veja abaixo uma tabela com os PIBs dos estados brasileiros.

SAIBA MAIS
A partir da performance do PIB, pode-se fazer várias análises, tais como:
Traçar a evolução do PIB no tempo, comparando seu desempenho ano a ano;
Fazer comparações internacionais do tamanho das economias dos diversos países;
Analisar o PIB per capita (divisão do PIB pelo número de habitantes) – que mede quanto
do PIB caberia a cada indivíduo de um país se todos recebessem partes iguais.
O PIB é, contudo, apenas um indicador síntese de uma economia. Ele ajuda a com-
preender um país, mas não expressa importantes fatores como distribuição de renda,
qualidade de vida, educação e saúde. Um país pode ter um PIB baixo, como a Islândia,
e ter um altíssimo padrão de vida. Ou, como no caso da Índia, um PIB alto e um padrão
de vida relativamente baixo.
Fonte: IBGE (Disponível em: https://www.ibge.gov.br/explica/pib.php)

UNIDADE IV Macroeconomia 77
4.2. Renda

Vasconcellos (2015 p. 214) salienta que “a Renda Nacional é a soma dos rendi-
mentos pagos às famílias, que são proprietárias dos fatores de produção, pela utilização de
seus serviços produtivos, em determinado período de tempo”.
Para Mankiw (2018 s/p) o total da produção de uma economia é igual ao total de
sua renda. Veja na figura de fluxo circular de renda.

Figura 2. Fluxo circular de renda

Uma vez que os fatores de produção e a função de produção determinam, juntos, a


produção total de bens e serviços, eles também determinam a renda nacional.
Froyen (2013 p. 34) contribui sobre o tema enfatizando que “a renda nacional é a
soma das rendas dos fatores da produção de bens e serviços no pe- ríodo. Essas rendas
são os ganhos dos fatores de produção: terra, trabalho e capital”.

4.3. Despesa

Para Vasconcellos (2015 p. 213) despesa nacional “é o valor das despesas dos
vários agentes na compra de bens e serviços finais”. Ou seja, todo gasto efetuado pro-
venientes dos agentes econômicos para aquisição de bens e serviços produzidos numa
sociedade.

UNIDADE IV Macroeconomia 78
5 MOEDA

Conceito de Moeda: É um instrumento ou objeto que é aceito pela população como


meio de pagamento de bens e serviços, essa aceitação é garantida por lei. Antes da exis-
tência da moeda, as transações eram realizadas através de escambo (trocas).

“Pode ser definida como um ativo financeiro de aceitação geral, utilizado na


troca de bens e serviços, que tem poder liberatório (capacidade de pagamen-
to) instantâneo. Sua aceitação é garantida por lei (ou seja, a moeda tem “cur-
so forçado’’ e sua única garantia é a legal)” (VASCONCELLOS, 2015, p. 311)

É fácil imaginar os transtornos trazidos por tal mecanismo, tais como: divisibilidade
e localizar alguém que tivesse produzido o que você desejasse em excesso, como também
alguém que precisasse o que você produziu a mais que o seu consumo.

5.1 Funções da Moeda

As funções da moeda no sistema econômico são fundamentalmente as seguintes:


a) Instrumento ou meio de troca: Por ter aceitação geral, serve para intermediar o
fluxo de bens e serviços;
b) Denominador comum de valor: Possibilita que sejam expressos em unidades
monetárias os valores de todos os bens e serviços, é um padrão de medida;

Reserva de valor: A posse da moeda representa liquidez imediata para quem a


possui. Assim, pode ser acumulada para a aquisição de um bem ou serviço no futuro. Claro
está que o requisito básico a) para que a moeda funcione como reserva de valor é sua
estabilidade diante dos preços de bens e serviços, já que a inflação diminui o poder de
compra e a deflação a valoriza.

5.2 Tipos de Moeda

a) Moeda Fiduciária: emitida pelos Bancos Centrais, tendo os agentes econômicos


o direito de uso, representado pelo papel-moeda e a moeda metálica;
b) Moeda Escritural ou Bancária: Criada pelo sistema bancário, ao conceder crédi-
to aos agentes econômicos, isto é, são os créditos concedidos pelas instituições
financeiras;
c) Quase Moeda: São meios de pagamento que não tem total aceitação da popu-
lação, mas ultimamente é muito utilizado pelos agentes econômicos. obs: os

UNIDADE IV Macroeconomia 79
cheques não são considerados moeda, o seu conceito é uma ordem á vista de
transferência de depósito.

5.3. Teoria quantitativa da moeda

A Teoria Quantitativa da Moeda (TQM) é uma das primeiras tentativas da ciência


econômica de estabelecer uma correlação entre a quantidade de moeda em circulação no
sistema econômico e o nível geral de preços.
De acordo com Vasconcellos e Garcia (2008) sua origem remonta ao século XVI,
quando foi observado que o ouro descoberto na América e trazido para a Espanha provo-
cou uma inflação sem precedentes naquele país. A sua formulação mais elaborada ocorreu,
entretanto, no século XX e a TQM constituiu, até a década de 1930, um dos pilares da
chamada teoria clássica.
Admitindo-se que a economia esteja em pleno-emprego e que, portanto, o produto
real não possa ser aumentado, um aumento na oferta monetária provocará um aumento,
em igual proporção, no índice geral de preços. Esta é a essência da Teoria Quantitativa da
Moeda.
Um grupo de economistas denominados neo-quantitativistas, entre os quais se
destaca Milton Friedman, tentou reabilitar a teoria quantitativa. A sua conclusão final é de
que o Governo deve controlar a expansão da oferta monetária de acordo com o aumento
esperado do nível do produto real. Se este é suposto se elevar em 4% a.a., a oferta mone-
tária deve ser acrescida, no máximo, neste percentual, sob pena de causar descontrole no
nível geral de preços.
A maioria dos economistas contemporâneos rejeita esta associação direta entre a
oferta monetária e o índice geral de preços da economia. Embora a influência da quantida-
de de moeda sobre os níveis de elevação dos preços seja um fato reconhecido por todos,
a corrente predominante é de que há situações em que, mesmo que a oferta monetária
permaneça constante em termos nominais, pode ocorrer inflação provocada por fatores
tais como déficit do Governo, aumento do nível dos investimentos privados e outros que
venham a afetar a Demanda Agregada por bens e serviços da economia.
Keynes afirmou que as pessoas demandavam moeda por três motivos:
1. Transação;
2. Precaução;
3. Especulação.

UNIDADE IV Macroeconomia 80
A demanda de moeda para fins de precaução é explicada pela necessidade de
dinheiro que as pessoas têm para cobrir despesas imprevistas em caso de emergências.
Keynes acreditava que a demanda de moeda para fins de precaução variava positivamente
com o aumento da renda.
A demanda de moeda para fins de especulação consiste na manutenção de dinhei-
ro ocioso por parte das pessoas na expectativa que as taxas de juros subam. Se as taxas
de juros estão baixas no presente e há a expectativa de que elas subam no futuro, muitas
pessoas, ao invés de comprarem um ativo financeiro que rende juros, preferirão manter sua
riqueza na forma de moeda (fenômeno denominado por Keynes de preferência pela liqui-
dez), esperando para fazerem aplicações quando a taxa de juros efetivamente aumentar.
A taxa de juros tem um papel estratégico nas decisões dos mais variados agentes
econômicos. Ao nível das empresas, as decisões dos empresários quanto à compra de
máquinas, equipamentos, aumentos ou diminuição de estoques, de matérias-primas ou
de bens finais, e de montantes de capital de giro, serão determinadas não só pelo nível
atual, mas também pelas expectativas quanto aos níveis futuros das taxas de juros. Se as
expectativas quanto à trajetória das taxas de juros se tornarem pessimistas, os empresários
deverão manter níveis baixos de estoques e mesmo de capital de giro no presente, uma
vez que o custo de manutenção desses ativos poderá ser extremamente oneroso no futuro.
O nível da taxa de juros também vai afetar as decisões de investimento em bens de capital
(máquinas, por exemplo): se as taxas estiverem elevadas, isso inviabiliza muitos projetos
de investimento, e os empresários optarão por aplicar seus recursos no mercado financeiro.
Os consumidores, por sua vez, exercerão um maior poder de compra à medida que
as taxas de juros diminuírem, e o contrário, se as taxas de juros aumentarem. Desse modo,
se as autoridades governamentais optam por uma redução do nível da demanda, a taxa de
juros tem um importante papel, pois a determinação de seu patamar acabará por influenciar
o volume de consumo, notadamente de bens de consumo duráveis, por parte das famílias.
Além de representar um aumento do custo do financiamento de bens de consumo, taxas
de juros elevadas acarretam também uma diminuição no consumo, porque as pessoas
passam a preferir investir em caderneta de poupança, e dirigem sua renda não gasta para
auferirem receitas financeiras (VASCONCELLOS; GARCIA, 2008).
A fixação da taxa de juros doméstica, por outro lado, está relacionada com a de-
manda de crédito junto aos mercados financeiros internacionais. Se, por exemplo, tudo o
mais constante, a taxa de juros no Brasil se tornar relativamente mais elevada do que a taxa
praticada nos Estados Unidos, haverá uma maior demanda de crédito externo por parte das
empresas brasileiras comparativamente à situação anterior; o contrário se observará se a

UNIDADE IV Macroeconomia 81
taxa de juros diminuir no mercado interno. O movimento de capitais financeiros internacio-
nais está, desse modo, condicionado aos diferenciais de taxas de juros entre os diversos
países.
As diferenças entre as taxas de juros nominais e as taxas de juros reais merecem
uma atenção especial, pois elas têm implicações nas decisões de investimento. As taxas de
juros nominais constituem um pagamento expresso em percentagem, mensal, trimestral,
anual etc.., que um tomador de empréstimos faz ao emprestador em troca do uso de uma
determinada quantia de dinheiro. Se não houver inflação no período, a taxa de juros nominal
será igual à taxa de juros real desse mesmo período de tempo.

Quase como regra, a história evidenciou que os riscos e turbulências do des-


controle monetário não foram compensados pela euforia efêmera que pro-
duziram. Os estragos que as superabundâncias de moeda provocaram su-
peraram seus supostos e efêmeros benefícios. Resultado: o quantitativismo
acabou predominando. E mais: a forte correlação entre as variações na oferta
monetária e as variações nos preços, empiricamente definida, conduziu à
expressão básica da teoria quantitativa da moeda: a equação de trocas de I.
Fisher, definida em 1911, em The purchasing power of Money (ROSSETTI,
2016, p. 735).

Contudo, quando há inflação, torna-se importante distinguir a taxa de juros nominal


da taxa de juros real. Assim, enquanto a taxa de juros nominal mede o preço pago ao
poupador por suas decisões de poupar, ou seja, de transferir o consumo presente para
o consumo futuro, a taxa de juros real mede o retorno de uma aplicação em termos de
quantidades de bens, isto é, já descontada a taxa de inflação.

UNIDADE IV Macroeconomia 82
6 INFLAÇÃO

6.1. Inflação

6.1. Conceito de Inflação

A inflação é definida como o aumento contínuo e generalizado dos preços dos bens
e serviços da economia. A alta de preços deve ser generalizada, ou seja, todos os produtos
da economia devem sofrer acréscimos em seus preços. Se apenas alguns dos bens e
serviços apresentam elevações de preços, enquanto outros apresentam redução, este
fenômeno pode decorrer simplesmente do mecanismo de ajuste dos respectivos mercados
em virtude de alterações da demanda ou da oferta.
A inflação é medida pelos números-índices, ou seja, fórmulas matemáticas que
informam a porcentagem de aumento nos preços dos bens e serviços num determinado
período.

6.2 Tipos de Inflação

6.2.1 – Inflação de demanda

É causada por um crescimento dos meios de pagamento que não é acompanhado


pelo crescimento da produção.
Em virtude da própria natureza desse tipo de inflação, que está associada ao ex-
cesso de moeda na economia, as políticas adotadas pelo governo para combatê-la visam
reduzir a procura de bens e serviços. Dois tipos de políticas podem ser adotadas para
atingir esse objetivo. Inicialmente, pode-se optar por uma política monetária que diminua
a quantidade de dinheiro na economia, o que é obtido pelo rígido controle sobre as emis-
sões de papel-moeda, limitações ao crédito (empréstimos e financiamentos) e aumento do
encaixe (depósito compulsório no Bacen) dos bancos comerciais (VASCONCELLOS 2015).
A segunda política recebe o nome de política fiscal e consiste em duas medidas:
aumentar os impostos sobre a renda e sobre bens e serviços, redução da renda disponível
do setor privado e, como consequência, a demanda; e cortar gastos do governo.

6.2.2 – Inflação de Custos

As principais causas da inflação de custos são:


== Aumento de salários acima de aumentos da produtividade;
== Aumento autônomo das margens de lucro das empresas em mercados mono-

UNIDADE IV Macroeconomia 83
polistas ou oligopolista;
== Aumento de preços agrícolas em função de intempéries climáticas (geadas,
temporais, etc) ou de outros fatores que reduzam a produção da agricultura;
== Elevação autônoma de preços de produtos importados que sejam matérias-
-primas importantes na produção de bens na economia (exemplo: aumento no
preço do barril de petróleo);
== Desvalorização do real da taxa de câmbio (quando a taxa de câmbio se desva-
loriza nominalmente mais do que o diferencial entre as taxa de inflação interna
e externa;

6.2.3 – Inflação Inercial

Em economias com altas taxas de inflação e que perduram por longo período de
tempo (inflação crônica), a desorganização total da economia de mercado é impedida pela
adoção da indexação das rendas e dos ativos da economia.
A indexação consiste em se corrigir as rendas recebidas pelos agentes econômicos
e o valor dos ativos de sua propriedade com base na variação de um índice de preços que
reflita a taxa de inflação no período de tempo entre os reajustes.
De modo, os salários dos trabalhadores, os aluguéis, a taxa de câmbio, o capital
emprestado pelo poupador, os títulos da dívida pública emitidos pelo governo, entre outros,
são reajustados periodicamente com base na inflação passada (VASCONCELLOS, 2015).
A indexação atenua bastante as distorções da inflação sobre o sistema econômico,
porém apresenta a desvantagem de perpetuá-la, pois os agentes econômicos sempre ten-
derão a reajustar os rendimentos pela inflação passada, impedindo que a taxa de inflação
venha a cair no futuro.
No Brasil, a partir de julho de 1994, houve a implantação do Plano Real, cuja viga
mestra foi a criação da URV (Unidade Real de Valor), uma moeda indexada que serviu como
unidade de conta no 1º Semestre de 1994 e uma valorização da taxa de câmbio, mantida
até a saída do Sr. Gustavo Franco da Presidência do Bacen, foi o único que conseguiu
romper a inércia inflacionária que caracterizava a economia brasileira nos últimos trinta
anos. A inflação no Brasil, após a implantação do Plano Real, reduziu-se paulatinamente
para um patamar de menos de 10% ao ano.

UNIDADE IV Macroeconomia 84
6.3 – Principais Consequências da Inflação sobre a economia
a) Setor de Crédito: os credores são prejudicados, há um aumento da inadimplên-
cia, como consequência aumento da taxa de juros;
b) Setor produtivo: em virtude do aumento da taxa de juros, os agentes econômicos
deixam de consumir e poupar para aplicar no mercado financeiro, diminuindo a
oferta e gerando desemprego;
c) Diminuição do poder de compra do consumidor e de investimentos por parte
das empresas;
d) Compromete o balanço de pagamentos, pois há perda da competitividade inter-
nacional gerando déficit da balança comercial.

UNIDADE IV Macroeconomia 85
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Assim chegamos ao final da nossa quarta e última unidade da disciplina de


Economia. Nesta unidade estudamos o segundo grande campo divisionário da ciência
economia: a macroeconomia, que, vale a pena lembrar é conceitualmente definida por
Vasconcellos como sendo aquela que estuda a economia como um todo, analisando a
determinação e o comportamento de grandes agregados, tais como: renda e produto na-
cionais, nível geral de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros,
balanço de pagamentos e taxa de câmbio.
No decorrer do capítulo e na sua devida sequência proposta de estudos ex-
pomos a compreensão dos objetivos da política macroeconômica, especificamente sobre o
produto agregado, o alto nível de emprego, estabilidade econômica, transações externas e
o crescimento econômico. Foram apresentados também, instrumentos de política macroe-
conômica considerados as políticas fiscais, monetárias cambiais e comerciais.
No que tange os principais agregados macroeconômicos, nosso foco de estu-
do esteve centrado no que diz respeito ao produto que é valor de todos os bens e serviços
finais produzidos em determinado período de tempo, na renda que diz respeito a soma
dos rendimentos pagos às famílias, que são proprietárias dos fatores de produção, pela
utilização de seus serviços produtivos, em determinado período de tempo. E na despesa
nacional sendo que esta é o valor das despesas dos vários agentes na compra de bens e
serviços finais.
Por fim abordamos os assuntos moeda e a inflação, seus conceitos, definições e
impactos na sociedade.

UNIDADE IV Macroeconomia 86
LEITURA COMPLEMENTAR

Origem e Evolução do Dinheiro


Disponível em: < https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?url=https:%2F%-
2Fwww.bcb.gov.br%2Fhtms%2Forigevol.asp >

MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
• Título: Fatos e falácias da economia
• Autor: Thomas Sowell
• Editora: Record
• Sinopse: O livro ideal para quem deseja compreender questões
econômicas sem jargões e gráficos tediosos. Com argumentação
brilhante e extrema clareza, o aclamado economista Thomas
Sowell demonstra de forma objetiva como os dados econômicos e
as crenças populares são construídos de forma tendenciosa pelo
senso comum, reforçados pelos políticos e divulgados pela mídia.
Ao analisar algumas das falácias mais populares da economia,
desfaz crenças amplamente difundidas sobre problemas urbanos,
desigualdade de renda entre homens e mulheres e questões rela-
cionadas às diferenças entre raças e países em desenvolvimento,
entre outras. Fatos e falácias da economia se destina a todos que
desejem compreender questões econômicas sem jargões e gráfi-
cos tediosos, mostrando que o exame cuidadoso das falácias que
nos cercam é um exercício importante – e até divertido.

FILME/VÍDEO
• Título: A grande aposta
• Ano: 2016
• Sinopse: Michael Burry (Christian Bale) é o dono de uma empre-
sa de médio porte, que decide investir muito dinheiro do fundo que
coordena ao apostar que o sistema imobiliário nos Estados Unidos
irá quebrar em breve. Tal decisão gera complicações junto aos
investidores, já que nunca antes alguém havia apostado contra
o sistema e levado vantagem. Ao saber destes investimentos, o
corretor Jared Vennett (Ryan Gosling) percebe a oportunidade e
passa a oferecê-la a seus clientes. Um deles é Mark Baum (Steve
Carell), o dono de uma corretora que enfrenta problemas pessoais
desde que seu irmão se suicidou. Paralelamente, dois iniciantes
na Bolsa de Valores percebem que podem ganhar muito dinheiro
ao apostar na crise imobiliária e, para tanto, pedem ajuda a um
guru de Wall Street, Ben Rickert (Brad Pitt), que vive recluso.

WEB
• Portal da Inflação.
• https://portal-da-inflacao.ibre.fgv.br/.

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REFERÊNCIAS

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br/estabilidadefinanceira/politicacambial> Acesso em 19 de Julho de 2019.

CADE. Concentração econômica. Disponível em: < http://www.cade.gov.br/servicos/per-


guntas-frequentes/perguntas-sobre-atos-de-concentracao-economica > Acesso em 11 de
julho de 2019.

COMPARATO, Fábio Konder. A civilização capitalista : para compreender o mundo em


que vivemos. 2. ed. rev. e aum. – São Paulo : Saraiva, 2014.

FROYEN, Richard T. Macroeconomia: teorias e aplicações. 2. ed. - São Paulo: Saraiva,


2013.

HALL, Robert E. LIEBERMAN,Marc. Macroeconomia: princípios e aplicações. São Pau-


lo : Cengage Learning, 2003.

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LOPES, Luiz Martins. Macroeconomia : teoria e aplicações de política econômica. 4.


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MANKIW, N. Gregory. Macroeconomia. 8 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018.

MANKIW, N. Gregory. Princípios de microeconomia. São Paulo: Cengage Learning, 2013.

NOGAMI, Otto; PASSOS, Carlos Roberto Martins. Princípios de economia. 7. ed., rev. –
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PLANALTO. LEI 4.137/1962 (Lei Ordinária). Disponível em: <http://legislacao.planalto.


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REIS, Tiago. Homo Economicus: entenda o que é esse comportamento econômico.


Disponível em: < https://www.sunoresearch.com.br/artigos/homo-economicus/ > Acesso
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ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. 21. ed. – São Paulo: Atlas, 2016.

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são mantidos. Disponível em: https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1057 Acesso em
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Super Interessante. Qual a diferença entre comunismo e socialismo? Disponível em:
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VASCONCELLOS, Marco Antonio S.; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de Eco-


nomia. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Economia: micro e macro: teoria e exer-
cícios, glossário com os 300 principais conceitos econômicos. 6 ed. São Paulo: Atlas,
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VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de


Economia. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; OLIVEIRA, Roberto Guena de; BARBIERI,
Fabio. Manual de microeconomia. 3. ed. – São Paulo : Atlas, 2011.

VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez; NEVES, Silvério das. Introdução à economia. 12 ed.
São Paulo: Saraiva, 2013.

UNIDADE IV Macroeconomia 89
CONCLUSÃO

Prezado(a) aluno(a),

Neste material, busquei trazer para você os principais conceitos a respeito desta
disciplina de economia. Contemplamos na unidade I, os princípios da economia de forma
que foram abordados os primórdios do pensamento econômico percorrendo um caminho
de correntes e pensamentos que nos levaram até os tempos atuais.

Já na unidade II apresentamos os conceitos de economia, o problema econômico


fundamental, os setores básicos da economia e os sistemas econômicos.

Na unidade III conceituamos e contextualizamos a microeconomia, compreende-


mos os tipos de análise microeconômica com o objetivo de estabelecer a importância da
aplicação da sua análise. Conceituamos e contextualizamos demanda, oferta e equilíbrio
de mercado com foco na compreensão da demanda e da oferta. Ao final da unidade III
abordamos os conceitos de teoria de mercado.

Por fim, na unidade IV conceituamos macroeconomia além de promovermos a


compreensão dos objetivos da política macroeconômica. Apresentamos os instrumentos
de política macroeconômica e contextualizamos os agregados macroeconômicos, além de
conceituar e tipificar moeda e conceituar e compreender a inflação.

A partir de agora acreditamos que você já está preparado para seguir em frente
avaliando essa dinâmica de mercado e confrontando com a realidade da atividade empre-
sarial onde atua.

Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigado!

UNIDADE IV Macroeconomia 90

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