Semiótica Da Arquitetura - EC - Aula 7 (11-11-2020)
Semiótica Da Arquitetura - EC - Aula 7 (11-11-2020)
Semiótica Da Arquitetura - EC - Aula 7 (11-11-2020)
Semiótica da Arquitetura:
o espaço arquitetônico como experiência e
signo de engendramento de condutas humana
Interpretantes e experiência
estético-semiótica
Eu acredito que eles [materiais] podem assumir uma qualidade poética no contexto do objeto
arquitetônico, mas apenas se o arquiteto for capaz de gerar uma situação significativa para eles, já que
materiais por eles mesmos não são poéticos (...) Construção é a arte de fazer um todo significativo a partir
de várias partes (ZUMTHOR, 2006b, p. 10-11)
Quando eu trabalho em um design eu me permito ser guiado por imagens e humores que eu recordo e
possam se relacionar com o tipo de arquitetura eu estou procurando (...) Depois de um certo tempo, o
objeto que eu estou criando absorve algumas qualidades das imagens que usei como modelos. Se eu
conseguir encontrar uma maneira significante de interligar e sobrepor essas qualidades, o objeto irá
assumir profundidade e riqueza (...) Forma e construção, aparência e função não são mais separados. Eles
pertencem um ao outro e criam um todo (...) a síntese do todo não é compreensível por detalhes isolados.
Tudo se refere a tudo. Nesse momento, as imagens iniciais desaparecem em segundo plano. Os modelos,
palavras e comparações que foram necessários para a criação do todo desaparecem como degraus que
foram deixados para trás. O novo edifício assume a posição focal e a si mesmo. Sua história começa
(ZUMTHOR, 2006b, p. 26-27)
OBJETO
(coisa – conceito) Objeto pode ser real ou imaginário
Semiose
INTERPRETANTE SIGNO
(Significação do signo na mente) (ícone – índice – símbolo)
A S S U BD IVIS Õ E S Signo em Signo em
Signo em si
Categorias relação ao relação ao
[TR ICO NO ME TR IA ] mesmo
objeto interpretante
D O S S I G NO S E M
PE IR CE
Primeiridade Qualisigno Ícone Rema
SIGNOS DE SEGUNDIDADE
A figura indica a
conexão entre
dois elementos Determinados e imediatos
Relação do signo em si mesmo: SINSIGNO - signo de existência (fato)
Relação do signo com o seu objeto: ÍNDICE - signo em conexão com o fato, IMEDIATO - não cognitivo
Relação do signo com seu interpretante: DICISIGNO – sendo FATO, apresenta-se ao interpretante como outro (predicado / conclusão / conflito)
O que está conectado a outro ( 1 + 2)
A figura indica a
SIGNOS DE TERCEIRIDADE
multiplicidade de
relações entre
Determinado e mediado
elementos
Relação do signo em si mesmo: LEGISIGNO – signo de HÁBITO / lei
Relação do signo com o objeto: SÍMBOLO - signo em conexão com o objeto por meio regularidades, redundâncias
Relação do signo com seu interpretante : ARGUMENTO – sendo LEI, apresenta-se ao interpretante como argumento ( inferência/ raciocínio:
abdução, indução e dedução)
Aquilo que faz mediação (1+2=3)
Subdivisões OBJETOS OBJETOS
REAIS IMAGINÁRIOS
dos objetos:
OBJETOS OBJETOS
DINÂMICOS IMEDIATOS
Da relação do
A relação do artista passa a ser menos com a
artista com a alteridade, e mais com a sua própria imaginação, seu
alteridade compromisso está mais para um ideal, seja um ideal
coletivo ou particular, um ideal moral, ou
simplesmente sensorial, do que para o verdadeiro,
ou para o fato. Em outros termos, o objeto a ser
representado pelo signo produzido de arte pelo
artista não é necessariamente um objeto real,
podendo ser simplesmente um objeto imaginário.
Relação entre
E o signo, enquanto mediação, pode desencadear uma cadeia de signos, interpretantes e objetos, e
assim sucessivamente, constituindo uma semiose ilimitada, na medida em que a multiplicidade da
objeto e signo interpretação, e que portanto, não explui interpretantes diferentes, e por isso, indica que não se pode
chegar a um interpretante final. Sendo assim, a arte atua ao mesmo tempo, tanto como objeto,
na arte quanto como signo, por isso a semiose da arte é do tipo estética, pois o principal objeto de seu
principal signo é ela mesma, a própria obra de arte, como discorre Mammì:
“A obra de arte é uma coisa, mas também um signo; seus elementos constitutivos,
como os de todos os objetos reais, são potencialmente infinitos, e todos podem se
tornar significativos para uma cultura que atribua valor a ela. [...] seus diferentes
aspectos podem se carregar de sentido, ou perder sentido, à medida que a
comunidade e seu público, no decorrer do tempo, atribuem a eles um valor. Não é,
no entanto, uma atribuição arbitrária. Toda obra é uma tentativa de solução de
problemas ao mesmo tempo técnicos, culturais e sociais. Se for bem-sucedida, ela se
torna por sua vez um problema, ou seja, por sua configuração original, obriga a
reavaliar sob novas bases as relações entre técnica, cultura e ideologia que a
geraram. Esse rearranjo cultural, provocado pela obra, gera por sua vez novos
significados nela. O valor estético não é dado a priori, mas é gerado
consequentemente no diálogo cerrado entre a produção da obra e sua avaliação
crítica.” (2003, p.10, grifo do autor).
Subdivisões
dos objetos: Objetos reais:
•Realidades - existente
Objetos imaginários:
•Ficções (arte)
•Alteridades •Sonhos
•Perceptos •Teorias ( matemática)
•Mundo externo •Mundo interno
•Segunda categoria •Objeto na mente de quem imagina
•Primeira categoria
•Terceira categoria
Das divisões dos objetos
“Nós temos apenas que parar e considerar por um momento o que significava a
palavra real, quando toda a questão logo se torna aparente. Objetos são divididos,
por um lado, em ficções, sonhos etc., e de outro, em realidades. Os primeiros são
aqueles que existem apenas na medida em que você ou eu ou algum homem os
imagina; os últimos são aqueles que têm uma existência independente de sua mente
ou da minha ou a de qualquer número de pessoas. O real é aquilo que não é o que
quer que seja que nos ocorra de pensar sobre ele, mas o que não é afetado pelo que
poderíamos pensar dele. (CP 8.12 [1871], grifo do autor).
Interpretantes:
emocional,
energético e
lógico
Significado do signo:
emocional e energético
Interpretante (ideia na mente do intérprete)
1: Contemplação
Poíesis Poíesis – produção de arte: que tem um caráter de segundidade, na medida em que
caracteriza-se como uma experiência de percepção, que envolve choque e reação,
embate do artista com o mundo para a exteriorização da ideia e a realização da obra de
arte como coisa no mundo; e também, enquanto, a obra de arte se configura como
(segundidade) alteridade, na medida em que se entende que a obra de arte, como coisa no mundo,
tem estatuto ontológico e autonomia em relação ao próprio artista.
Fruição Fruição de arte: que tem um caráter de terceiridade, na medida em que se caracteriza
como uma experiência de apreensão, entendimento e mediação do espectador diante
da obra de arte, e nesse sentido, pode ser vista como um diálogo estético, quando se
configura como empatia para a assimilação, análise e interpretação. Esta seria, portanto,
1: Contemplação de Mundo
2: Poíesis da arte
3: Fruição da arte
•
Cadeira da Qualidades de
sentimento
fruição
semiótica:
percepção estética
Abdução (sensação/
sentimento)
Qualisignos
O conceito de hábito
em Peirce
Do conceito de hábito em Peirce:
A ideia de hábito para Peirce, envolve o sentido de que tudo está em permanente
diálogo semiótico, em outras palavras, temos a capacidade de interpretar a alteridade,
fazer mediações sígnicas e criar hábitos (leis).
Peirce explica que:
peirciano.
Generalização do A conduta do objeto Hábito, por sua vez, Logo, o significado do
conceito – aplicado à de forma repetida guia as condutas conceito do objeto é o
todos que podem ter a torna-se hábito – uma futuras próprio hábito do
mesma experiência regra, uma ordem objeto
possível. ( visitar o
objeto)
Cadeia do Hábito:
COMO SEMIOSE COMO SEMIOSE COMO CRITÉRIO COMO HÁBITOS DE COMO GUIA DE
BEM DE SELEÇÃO RECOGNIÇÃO SENTIR CONDUTA
Pode-se dizer que os hábitos são mediações bem-
Hábito é uma sucedidas. Se foram bem-sucedidas, não precisam ser
novamente mediadas.
regra de
conduta bem Neste sentido, o hábito permite uma familiaridade com o
fato, por meio de uma mediação – signo – semiose
sucedida
realizada, e a mente interpreta de maneira inconsciente a
alteridade, que perde parte de seu caráter bruto.
[...] ela não permite ver fenômenos que não lhes importam ou, em
outros termos, que não retroalimentam seu esquema interpretativo
da experiência. Muitos elementos fáticos ficam excluídos de seu
critério de relevância selecionador dos signos fenomênicos, entre
eles aqueles que naturalmente não nos chamam a atenção por
notoriamente não alimentarem a formação de conceitos pela sua
irregularidade. São eventos descontínuos, ao contrário daqueles
que se evidenciam sob a continuidade de leis. (2017, p.455).
Hábitos são
mediações
bem-sucedidas
Estética como hábitos de sentir
Hábitos de sentir e
interpretantes emocionais
Como opera a semiose
no campo da arte?
A semiose estética
Processo semiótico e rede
de hábitos
O sentimento
estético como
propulsor de
signos na arte
• DANTO, Arthur. (2014) What art is? New York: Yale University Press.
BIBLIOGRAFIA • PEIRCE, Charles Sanders. (1931-35 e 1958) The Collected Papers of Charles Sanders
Peirce. Edited by Charles Hartshorne, Paul Weiss, and Arthur W. Burks.
CITADA Cambridge, Massachusetts, Harvard University Press, 1931-35 e 1958. 8 vols.
Eletronic Edition. [citado CP, seguido pelo número do volume e número do
parágrafo]
As traduções dos textos de • ______. (1903/2017) SOUZA DANTAS, Lucia Ferraz Nogueira de. Telepatia e
Peirce (referenciadas por CP percepção. In: Cognitio: Revista de Filosofia, [S.l.], v. 18, n. 2, pp. 344-375, fev.
(Collected Papers), são minhas. 2018. ISSN 2316-5278. Disponível em:
<http://revistas.pucsp.br/cognitiofilosofia/article/view/35754/24679>. Acesso em:
10 ago. 2019. doi:https://doi.org/10.23925/2316-5278.2017v18i2p344-375.