Athenaze 23 α e 23 β
Athenaze 23 α e 23 β
Athenaze 23 α e 23 β
Vocabulário:
Verbos:
Nomes:
Adjetivo:
Advérbio:
ᾗπερ: onde;
Conjunção:
ὁπότε: quando;
ὁπόταν [= ὁπότε + ἄν] + subjuntivo: quando (sempre);
Nomes Próprios:
ὁ δὲ στρατὸς τῶν Πελοποννησίων προιὼν ἀφίκετο τῆς Ἀττικῆς ἐς Οίνόην, ᾗπερ ἔμελλον
ἐσβαλεῖν. καὶ ὡς ἐκαθέζοντο, προσβολὰς παρεσκευάζοντο τῷ τείχει ποιησόμενοι
μηχαναῖς τε καὶ ἄλλῳ τρόπῳ· ἡ γὰρ Οἰνόη οὖσα ἐν μεθορίοις τῆς Ἀττικῆς καὶ Βοιωτίᾱς
ἐτετείχιστο, καὶ αὐτῷ φρουρίῳ οἱ Ἀθηναῖοι ἐχρῶντο ὁπότε πόλεμος γένοιτο. τάς τε οὖν
προσβολὰς παρεσκευάζοντο καὶ ἄλλως ἐνδιέτρῑψαν χρόνον περὶ αὐτήν. αἰτιᾱν τε οὐκ
ὀλίγην Ἀρχίδᾱμος ἔλαβεν ἀπ’ αὐτοῦ· οἱ γὰρ Ἀθηναῖοι πάντα ἐσεκομίζοντο ἐν τῷ χρόνῳ
τούτῳ.
Quando, efetivamente, tendo atacado Enoé, e tendo se esforçado de toda forma, não
conseguiam tomá-la, os atenienses não lhes enviavam nenhum arauto para propor a paz,
de tal forma que tendo se lançado sobre ela, atacaram até a Ática. E, Arquidamos, rei dos
Lacedemônios, conduziu [o ataque].
καὶ καθεζόμενοι ἔτεμνον πρῶτον μὲν Ἐλευσῖνα καὶ τὸ Θρῑάσιον πεδίον. ἔπειτα δὲ
προὐχώρουν ἕως ἀφίκοντο ἐς Ἀχαρνάς, χωρίον μέγιστον τῆς Ἀττικῆς τῶν δήμων
καλουμένων, καὶ καθεζόμενοι ἐς αὐτὸ στρατόπεδόν τε ἐποιήσαντο χρόνον τε πολὺν
ἐμμείναντες ἔτεμνον. λέγεται δὲ ὅτι γνόμῃ τοιᾷδε ὁ Ἀρχίδᾱμος περί τε τὰς Ἀρχαρνὰς ὡς
μάχην ταξάμενος ἔμεινε καὶ ἐς τὸ πεδίον ἐκείνῃ τῇ ἐσβολῇ οὐ κατέβη· ἤλπιζε γὰρ τοὺς
Ἀθηναίους ἐπεξιέναι καὶ τὴν γῆν μὴ περιόψεσθαι τεμνομένην.
ἐπειδὴ οὖν αὐτῷ ἐς Ἐλευσῖνα καὶ τὸ Θρῑάσιον πεδίον οὐκ ἀπηντησαν, πεῖραν ἐποιεῖτο
περὶ Ἀχαρνὰς καθήμενος εἰ ἐπεξίᾱσιν· ἅμα μὲν γὰρ αὐτῷ ὁ χῶρος ἐπιτήδειος ἐφαίνετο
ἐνστρατοπεδεῦσαι, ἅμα δὲ ἐνόμιζε τοὺς Ἀχαρνέᾱς μέγα μέρος ὄντας τῆς πόλεως
(τρισχίλιοι γὰρ ὁπλῖται ἐγένοντο) οὐ περόψεσθαι τὰ σφέτερα διαφτειρόμενα ἀλλὰ
ὁρμήσειν καὶ τοὺς πάντας ἐς μάχην.
[ἀπήντησαν (de ἀπαντάω) + dativo: eles foram ao encontro/ καθήμενος:
acampado/ ἅμα μὲν...ἅμα δέ: ao mesmo tempo que/ ἐνστρατοπεδεῦσαι: acampar
em/ τρισχίλιοι: três mil/ τὰ σφέτερα διαφθειρόμενα: (o fato) que suas propriedades,
coisas estavam sendo destruídas/ ὁρμήσειν: lançar-se-iam/ τοὺς πάντας: todos]
Então, quando, efetivamente, eles não foram ao encontro dele na planície entre Elêusis e
Thria, ele fazia uma experiência acampando ao redor de Acarnas se deveriam atacar, pois
enquanto a região para ele mostrava-se propícia para acampar, ele calculava quão
numerosos eram os acarnenses da cidade (pois havia três mil hoplitas) e não desprezariam
a destruição de suas coisas, mas que todos se lançariam para o combate.
1. Política;
2. Demagogo;
3. Retórica;
4. Democracia;
5. Monarquia;
6. Tirania;
7. Oclocracia (ὁ ὄχλος: plebe);
Gramática:
O discurso indireto pode ser expresso com o infinitivo ao invés de ὅτι ou ὡς e o indicativo
(Veja o capítulo 22, Gramática 3, pp.102-103).
b. Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo do verbo principal, ele não precisa ser
expresso em grego, mas pode ser fornecido em português. Por exemplo:
O jovem disse para mim que, tendo retornado para casa, ajudaria o ancião.
c. Discurso indireto com o infinitivo pode ser introduzido por outros verbos assim
como φημί, especialmente verbos que expressam pensamento, crença ou
expectativa. Por exemplo:
ἐνόμιζε τοὺς Ἀχαρνέᾱς οὐ περιόψεσθαι τὰ σφέτερα διαφτειρόμενα.
Ele estava pensando que os Acarnenses não se importariam (com o fato) de suas próprias
propriedades estavam sendo destruídas.
Direto:
τῷ γέροντι οὐ βοηθήσω.
Indireto:
Ele esperava que os Atenienses não se importariam (com o fato) de que suas terras
estavam sendo devastadas.
Ele dizia que esperava que os Atenienses não se importariam (com o fato) de que suas
terras estavam sendo devastadas.
Note que no discurso indireto o infinitivo presente se refere ao mesmo tempo do verbo
principal, o infinitivo futuro se refere ao tempo subsequente do verbo principal, e o
infinitivo aoristo se refere ao tempo anterior ao verbo principal. O infinitivo de εἶμι e seus
compostos podem, no discurso indireto, referir-se ao tempo subsequente ao do verbo
principal, substituindo um futuro indicativo de um discurso direto. Observe que essa
relação temporal cuidadosamente em suas traduções das sentenças que seguem.
Exercício 23 α
1. ὁ παῖς τῷ νεᾱνίᾳ ἔφη πρὸς τὸν ἀγρὸν ἰέναι ὡς τὸν πατέρα ζητήσων.
O escravo disse ao jovem que iria procurar o seu pai no campo.
10. ἔφη τοὺς πατέρας αὐτῶν ἀνδρείως μαχομένους τοὺς Πέρσᾱς νῑκῆσαι.
Ele disse que os pais deles lutando corajosamente contra os persas.
11. ἤλπιζεν αὐτοὺς μὴ κακίονας τῶν πατέρων γενήσεσθαι.
Esperava que eles não fossem piores (ou inferiores) que os pais.
Após verbos de saber, aprender e percepção, o discurso indireto pode ser expresso com
um particípio. Por exemplo:
Nos seguintes exemplos, note que, com uma construção no infinitivo, o sujeito do
discurso indireto não é expresso se ele for o mesmo do verbo principal. Note também que,
nesse caso, o particípio está no caso nominativo. Também, αὐτός, αὐτή, αὐτό, podem ser
usados no nominativo para enfatizar o sujeito do discurso indireto. Note o seguinte
exemplo:
As regras para tempos e formas negativas são as mesmas, tanto para as construções com
particípios, quanto para as com infinitivo.
Exercício 23 β
5. ἡ μήτηρ ἠπίστατο αὐτὴ μὲν ἀσφαλὴς οὖσα, τὴν δὲ θυγατέρα εἰς κίνδῡνον
ἐμπίπτουσαν.
A mãe sabia, que ela própria, estava segura, mas que a filha caíra em grande
perigo.
7. τὴν οὖν θυγατέρα καλέσᾱσα, “ἐπάνελθε,” ἔφη· “ἆρ’ οὐκ οἶσθα τὸν λύκον ἤδη
ἀπιόντα;”
E, tendo chamado a filha, disse: Volte! Acaso não sabes que um lobo já está se
afastou?
Heráclito
Fragmento 8 Diels
Heráclito diz que, das divergências, acontece de ser a harmonia a mais bela.
Texto Cultural
A Guerra do Peloponeso:
Primeira Fase (431-421 aC)
Os eventos que levaram à guerra são brevemente descritos no Capítulo 20, páginas
60-61. Péricles estava convencido de que a guerra era inevitável e, observados os termos
de Paz dos Trinta Anos ao pé da letra, ele não estava preparado para fazer concessões aos
peloponésios. Ele acreditava firmemente que a superioridade naval e financeira ateniense
traria a vitória em uma guerra de atrito e que a guerra seria melhor combatida agora do
que mais tarde.
Ele tinha uma estratégia claramente concebida, que ele descreveu ao povo no
discurso cujos trechos você leu no capítulo 21β. O exército ateniense não podia arriscar
a batalha no campo contra os peloponésios, cujo exército ultrapassava o deles na
proporção de dois para um e incluía os melhores hoplitas da Grécia. Mas os atenienses
com uma frota de 300 trirremes controlavam os mares e o império, de modo que Atenas
era invulnerável, desde que ela estivesse preparada para abandonar a Ática: "Vocês
devem se preparar para abandonar suas terras e casas e manter guarda sobre o mar e a
cidade." Na mesma época, ele pretendia usar a Marinha para fazer desembarques no
território inimigo no Peloponeso e tentaria recuperar o controle de Mégara e seus portos
e conquistar o noroeste da Grécia, de modo que um bloqueio do Golfo de Corinto traria
Corinto de joelhos.
Se esta estratégia de Péricles de uma guerra de atrito, prejudicando a determinação
do inimigo, seria bem-sucedida, não podemos dizer; pelos cálculos de Péricles foram
perturbadas por fatores imprevistos, nomeadamente a peste que assolou a cidade em 430-
429 a.C. e pelo custo da guerra, que se mostrou muito maior do que Péricles tinha
calculado, de modo que, por 422 a.C. as enormes reservas financeiras em que ele se
baseou estavam esgotadas.
A guerra durou de 431-404 a.C. com um intervalo de 421 a 416. Neste ensaio
vamos delinear os acontecimentos de apenas a primeira metade, a Guerra Arquidamiana,
como é chamada. No início do verão de 431 a.C. o exército peloponésio sob o rei
espartano Arquidamos invadiu a Ática, permanecendo por cerca de um mês, enquanto os
atenienses se retiraram por trás dos muros de Atenas e viram sua terra devastada. Assim
que o exército peloponésio se retirou, Péricles levou o exército ateniense e devastou
Mégara. Na mesma época uma frota de 100 trirremes juntamente com contingentes
aliados navegaram em torno do Peloponeso, desembarcando em vários pontos e causando
estragos. No outono esta força juntou-se com o exército ateniense para um segundo ataque
contra Mégara.
As operações dos próximos anos seguiram um padrão semelhante com o noroeste
da Grécia vendo mais atividade. Ambos os lados tinham aliados nesta área e mandaram
expedições para ajudá-los a ganhar o controle das abordagens para o Golfo de Corinto. O
resultado foi inconclusivo, exceto no próprio Golfo, onde as vitórias brilhantes do
almirante ateniense Fórmio sobre uma frota muito maior do Peloponeso, finalmente,
estabeleceu a supremacia naval ateniense para além de qualquer dúvida (ver Capítulo 29).
Em 425 a.C. uma pequena operação quase trouxe a guerra para um fim. Uma frota
ateniense navegando em torno do Peloponeso foi forçada pelo mau tempo a pousar em
Pilos, na costa oeste do Peloponeso. Quando a frota continuou em seu caminho, ela deixou
para trás uma pequena força que fortaleceu o promontório de Pilos e segurou-o contra os
ataques espartanos até chegarem os reforços. No curso desta operação, 420 espartanos
foram mortos na ilha de Esfactéria. Eventualmente, os 292 sobreviventes espartanos se
renderam e foram levados para Atenas. As autoridades espartanas em sua ânsia de
recuperar os presos enviaram uma embaixada a Atenas para negociar a paz; os termos
generosos oferecidos foram rejeitados pela Assembleia, a conselho de Cléon, que tinha
sucedido Péricles, que tinha morrido em 429 a.C., como o orador mais influente na
Assembleia.
No ano seguinte, a guerra tomou um novo rumo quando um oficial espartano
chamado Brásidas levou uma pequena força terrestre através do norte da Grécia para a
Trácia. Lá, ele fomentou revolta entre as cidades de Calcídia, que pertenciam ao império
ateniense, e conseguiu tomar Anfípolis, uma cidade de grande importância estratégica no
rio Estrímon. O historiador Tucídides foi um dos generais comandantes nesta área. Ele
chegou com uma frota tarde demais para salvar a cidade, e por essa falha, ele foi levado
a julgamento e exilado.
Os espartanos ainda estavam ansiosos para a paz, e os atenienses estavam
cansados da guerra. Havia agora um forte partido da paz, liderado por Nicias. Em 423
a.C. uma trégua de um ano foi acordada, durante a qual as negociações para uma solução
permanente fossem a frente. Quando a trégua acabou, no entanto, Cléon convenceu a
Assembleia a enviá-lo no comando de uma expedição para recuperar Anfípolis. Ele
marcou alguns sucessos iniciais, mas depois Brásidas atacou-o fora das muralhas de
Anfípolis. Na consequente batalha tanto ele quanto Brásidas foram mortos.
Com sua morte, os principais obstáculos para a paz foram removidos, e em 421
a.C. um tratado foi negociado entre Atenas e Esparta, que é conhecido como a Paz de
Nicias. Cada um dos lados concordaram em abandonar quase todos os ganhos que tinham
feito na guerra e observar a paz durante 50 anos. O resultado desses dez anos de luta
custosa e amarga foi, assim, um retorno à posição que existia antes da guerra. Provou ser
um impasse, nem havia perspectivas de longo prazo de boa paz. Nada foi resolvido. A
razão básica para a guerra, os medos do Peloponeso do poder ateniense, ainda eram
válidos, nem, como os eventos mostraram, a ambição ateniense estava saciada. Cinco
anos depois, a guerra começaria de novo, desta vez com consequências desastrosas para
Atenas.
Sabedoria Grega
Heráclito
Fragmento 119 Diels
ἦρος ἀνθρώπῳ δαίμων.
O ethos do homem: o daimon.
Η ΕΣΒΟΛΗ (β)
Vocabulário:
Verbos:
διαλύω: eu debando (um exército), eu disperso (uma frota);
ἐάω, imperfeito, εἴων (aumento irregular), ἐάσω (note o ᾱ no lugar do η depois do ε),
εἴᾱσα (aumento irregular), εἴᾱκα, εἴᾱμαι, εἰάθην: eu permito, eu deixo ser, eu abandono;
ἐμμένω [= ἐν- + μένω]: eu permaneço em;
ἐξαμαρτάνω [= ἐκ- + ἁμαρτάνω]: eu erro, eu falho;
οἴομαι ou οἶμαι, imperfeito ᾠόμην ou ᾤμην, [οἰε-] οἰήσομαι, ᾠήθην: eu penso;
Nomes:
ἡ ἐλπίς, τῆς ἐλπίδος: a esperança, a expectação;
ἡ ἔξοδος, τῆς ἐξόδου: saída, marcha; expedição militar;
τὸ στάδιον, τοῦ σταδίου, τὰ στάδια ou οἱ στάδιοι: estádio (medida: 185 metros), 8
estádios = 1 milha; 5.4 estádios = 1 quilômetro;
Adjetivo:
ἕκαστος, -η, -ον: cada;
Nome Próprio:
οἱ Βοιωτοί, τῶν Βοιωτῶν: os beócios;
Ἀθηναῖοι δέ, μέχρι μὲν οὗ περὶ Ἐλευσῖνα καὶ τὸ Θρῑάσιον πεδίον ὁ στρατὸς ἦν, ἐλπίδα
τινὰ εἶχον αὐτοὺς ἐς τὸ ἐγγυρέρω μὴ προιέναι· ἐπειδὴ δὲ περὶ τὰς Ἀχαρνὰς εἰδον τὸν
στρατὸν ἐξήκοντα σταδίους τῆς πόλεως ἀπέχοντα, οὐκέτι ἀνασχετὸν ἐποιοῦντο, ἀλλά,
τῆς γῆς τεμνομένης ἐν τῷ ἐμφανεῖ, δεινὸν αὐτοῖς ἐφαίνετο καὶ ἐδόκει τοῖς τε ἄλλοις καὶ
μάλιστα τοῖς νεᾱνίαις ἐπεξιέναι καὶ μὴ περιορᾶν. κατὰ ξυστάσεις τε γιγνόμενοι ἐν
πολλῇ ἔριδι ἦσαν, οἱ μὲν κελεύοντες ἐπεξιέναι, οἱ δὲ τινες οὐκ ἐῶντες. οἵ τε Ἀχαρνῆς
οἰόμενοι αὐτοὶ μέγιστον μέρος εἶναι τῶν Ἀθηναιίων, ὡς αὐτῶν ἡ γῆ ἐτέμνετο, ἐνῆγον
τὴν ἔξοδον μάλιστα.
[μέχρι...οὗ: enquanto/ ἐς τὸ ἐγγυτέρω: mais perto/ ἀνασχετὸν: tolerável/ ἐποιοῦντο:
eles consideravam/ ἐν τῷ ἐφανεῖ: visivelmente/ κατὰ ξυστάσεις ... γίγνόμενοι:
reunindo-se em grupo/ ἔριδι: discórdia/ ἐνῆγον (de ἐν- + ἄγω): instavam]
παντί τε τρόπῳ ἀνηρέθιστο ἡ πόλις καὶ τὸν Περικλέᾱ ἐν ὀργῇ εἶχον, καὶ ἐκείνων ὧν
παρῄνεσε πρότερον ἐμέμνηντο οὐδέν, ἀλλ’ ἐκάκιζον αὐτὸν ὅτι στρατηγὸς ὤν οὐκ
ἐπεξάγει, αἴτιόν τε ἐνόμιζον αὐτὸν εἶναι πάντων ὧν ἔπασχον. Περικλῆς δὲ ὁρῶν μὲν
αὐτοὺς πρὸς τὸ παρὸν ὀργιζομένους καὶ οὐ τὰ ἄριστα φρονοῦντας, πιστεύων δὲ
ὀρθῶς γιγνώσκειν περὶ τοῦ μὴ ἐπεξιέναι, ἐκκλησίᾱν οὐκ ἐποίει οὐδὲ ξύλλογον οὐδένα,
ἵνα μὴ ὀργῇ μᾶλλον ἤ γνώμῃ ξυνελθόντες ἐξαμάρτωσί τι, ἀλλὰ τήν τε πόλιν ἐφύλασσε
καὶ δι’ ἡσυχίᾱς μάλιστα ὄσον ἐδύνατο εἶχεν.
[ἀνηρέθιστο (mais que perfeito passivo de ἀνερεθίζω): tinha sido agitada/ ἐμέμνηντο:
recordavam/ ἐκάκιζον: acusavam/ ὅτι: porque/ ἐπεξάγει: não os liderava contra (os
inimigos)/ πρὸς τὸ παρὸν: na presente situação/ περὶ τοῦ μὴ ἐπεξιέναι: sobre não
atacar/ ξύλλογον: reunião, encontro/ δι’ἡσυχίας...εἶχεν: esperava quieto]
De todo modo, a cidade fora sobrelevada e estava com raiva de Péricles. E das coisas que
apresentara primeiro, nada recordavam, mas acusavam-no porque sendo general, não os
liderava contra o inimigo, e consideravam-no responsável por todas as coisas que sofriam.
Mas Péricles, por um lado, vendo-os zangados a respeito da presente situação, e não
pensando coisa melhor, acreditando saber o certo a respeito disso, não ataca, e não
convocava a assembleia e nem nenhuma reunião, a fim de que - não pelo ódio, mais do
que pelo saber - reunindo-se, cometessem algum erro, mas tanto guardou a cidade como
mantinha a calma o quanto podia.
Construindo Palavras:
Verbos e nomes são formados pela adição de sufixos ao radical. Dê o significado dos
verbos e nomes nos seguintes conjuntos:
1.
Radical Verbo Nome
λεγ- λέγ-ω ὁ λόγο-ς
τρεπ- τρέπ-ω ὁ τρόπο-ς
γραφ- γράφ-ω ἡ γραφ-ή
μαχ- μάχ-ομαι ἡ μάχ-η
O verbo φημί:
Este verbo apresenta um radical terminado em vogal longa φη- e um radical com vogal
breve φα-, o qual é aumentado na terceira pessoa do plural do tempo presente: terceira
pessoa do singular φησί(ν), terceira pessoa do plural φᾱσί(ν). O mesmo no imperfeito
ἔφη, ἔφασαν. Estude o quadro das formas desse verbo na seção da página 307. O futuro
e o aoristo regular: φήσω, ἔφησα (raro).
Exercício 23γ
Traduza os pares de orações. Aponte qual padrão da Gramática 3 da página 116 que cada
sentença exemplifica.
Obs.: Verifique que os pares se auxiliam mutuamente na tradução. Ex.:
O infinitivo articular:
O infinitivo pode ser usado como um nome verbal em alguns casos, simplesmente
introduzindo-o com o artigo definido neutro (a negativa é com μή), por exemplo:
τοῦτο ἐστι τὸ ἀδικεῖν, τὸ πλέον τῶν ἄλλων ζητεῖν ἔχειν.
Isso é injusto, a busca de ter mais do que outros (Platão, Górgias 483e)
ὁ Περικλῆς πιστεύει ὀρθῶς γιγνώσκειν περὶ τοῦ μὴ ἐπεξιέναι.
Péricles acredita que ele está certo sobre não sair para o ataque.
τῷ ταχέως ἱππεύειν ἐν καιρῷ ἀφίκοντο.
Pelo célere cavalgar, chegaram em tempo.
δεῖ τοὺς νεᾱνίᾱς ἀγαθοὺς γίγνεσθαι εἰς τὸ λέγειν τε καὶ πράττειν.
Os jovens devem tornar-se bons tanto no falar como no agir.
O infinitivo pode ter seu próprio sujeito no acusativo (veja a sentença nº. 5, no exercício
23δ abaixo) e seu próprio complemento (assim como um objeto direto), como:
Exercício 23 δ
Leia em voz alta e traduza:
1. ὁ Θεμιστοκλῆς μάλιστα αἴτιος ἦν τοῦ ἐν τοῖς στενοῖς ναυμαχῆσαι.
Temístocles foi o maior responsável pelo combate naval nos estreitos.
2. τί ἐστι τὸ δίκαιον; τὸ δίκαιόν ἐστι τὸ τοὺς μὲν φίλους ὠφελεῖν, τοὺς δὲ ἐχθροὺς
βλάπτειν.
O que é justo? O justo é o auxílio dos amigos e o prejuízo dos inimigos.
3. πρὸς τὴν πόλιν προσβαλόντες ἐς ἐλπίδα ἦλθον τοῦ ἑλεῖν.
Tendo invadido a cidade na esperança, vieram de posse.
4. τῷ ζῆν ἐστί τι ἐναντίον (oposto), ὥσπερ τῷ ἐγρηγορέναι (para estar acordado) τὸ
καθεύδειν;
Para a vida há algo contrário, assim como para estar acordado há o dormir?
5. Περικλῆς δὲ στρατηγὸς ὤν περὶ τοῦ μὴ ἐπεξιέναι τοὺς Ἀθηναίους τὴν ὀρθὴν
γνώμην εἶχεν.
E Péricles, sendo o general, pelo fato de não sair para a guerra com atenienses,
achava que estava certo.
Sabedoria Grega
Heráclito
Fragmento 73 Diels
οὐ δεῖ ὥσπερ καθεύδοντας ποιεῖν καὶ λέγειν.
Não é para falar e agir como os que dormem
Fragmento 135 Diels
συντομωτάτην ὁδὸν ἔλεγεν εἰς εύδοξίᾱν τὸ γενέσθαι ἀγατόν.
Diziam que o menor caminho para a boa fama é tornar-se bom.
Exercício 23ε
Leia alto e traduza. Para cada pronome relativo, dê a forma na qual ele estaria se não
houvesse atração com o antecedente, e dê (onde for aplicável) o pronome demonstrativo
antecedente que foi omitido. (1-5, página 119)
Antes de β, π, φ, e ψ, ν torna-se μ, como, ἐν- + πίπτω > ἐμπίπτω (cf. ἐνέπεσον, ἐμπεσών).
Antes de γ, κ, ξ, e χ, ν torna-se γ, como, συν- + γράφω > συγγράφω e ἐν- + καλέω >
ἐγκαλέω.
Antes de λ, ou μ, ν é totalmente assimilado, como, συν- + λέγω > συλλέγω e ἐν- + μένω
> ἐμμένω.
Ο ΠΕΡΙΚΛΗΣ
Leia as seguintes passagens (adaptadas de Tucídides 2.65-66) e responda as questões de
compreensão:
A peste minou a moral dos atenienses. As pessoas responsabilizaram Péricles por seus
sofrimentos e enviaram emissários para Esparta para discutir os termos de paz. Péricles
fez um discurso para tentar levantar o ânimo. Tucídides aqui resume as realizações de
Péricles.
τοιαῦτα ὁ Περικλῆς λέγων ἐπειρᾶτο τοὺς Ἀθεναίους τῆς ἐς αὐτὸν ὀργῆς παραλύειν. οἱ δὲ
δημοσίᾳ μὲν τοῖς λόγοις ἐπείθοντο καὶ οὔτε πρὸς τοὺς Λακεδαιμονίους πρέσβεις ἔτι
ἔπεμπον ἕς τε τὸν πόλεμον μᾶλλον ὤρμηντο, ἰδίᾳ δὲ τοῖς παθήμασιν ἐλῡποῦντο. οὐ μέντοι
πρότερόν γε ἐπαύσαντο ἐν ὀργῇ ἔχοντες αὐτὸν πρὶν ἐζημίωσαν χρήμασιν. ὕστερον δὲ οὐ
πολλῷ αὖθις στρατηγὸν αὐτὸν εἴλοντο καὶ πάντα τὰ πράγματα ἐπέτρεψαν.
Péricles, dizendo estas coisas, tentava libertar os Atenienses do ódio que tinham contra
ele. E eles, do ponto de vista público foram convencidos por suas palavras, e não
enviavam ainda embaixadores aos Lacedemônios e demonstravam estar mais ansiosos
para entrar em estado de guerra; mas, do ponto de vista privado, entristeciam-se pelos
seus sofrimentos. Efetivamente, no início eles não cessaram na hostilidade que tinham,
até que o multaram. Mas não muito tempo depois, novamente, escolheram-no como
general e confiaram-lhe todas as questões.
[ὅσον...χρόνον: tão longo quanto, durante o tempo/ προὔστη (de προίστημι) + genitivo:
ele comandou/ μετρίως: moderadamente/ ἐπ’ἐκείνου: no tempo dele/ κατέστη:
começou/ προγνούς (de προγιγνώσκω): tendo previsto/ ἐπεβίω (de ἐπεβιόω): sobreviveu/
μῆνας: meses/ ἐπὶ πλέον: mais/ ἐγνώσθη ἡπρόνοια αὐτοῦ: sua previsão foi reconhecida/
ἐς τὸν πόλεμον: sobre a guerra]
Pois, durante o tempo em que ele comandou a cidade, guiava-a moderadamente na paz,
defendendo-a com firmeza, por ele foi tornada grandiosa. Em quando a guerra começou,
Péricles mostrava-se também nisso previdente quanto ao seu poder. E sobreviveu por dois
anos e seis meses, e depois morreu, sua previsão sobre a guerra foi reconhecida.
6. Como a cidade se saiu com Péricles em seu comando durante o tempo de paz?
7. Quando a guerra veio Péricles pareceu estar certo ou errado em seu pensamento
sobre a cidade?
8. O que foi reconhecido até mais após a morte de Péricles?
ὁ μὲν γὰρ ἔφη ἡσυχάζοντάς τε καὶ τὸ ναυτικὸν φυλάσσοντας καὶ ἀρχὴν μὴ ἐπικτωμένους
ἐν τῷ πολέμῳ μηδὲ τῇ πόλει κινδῡνεύοντας αὐτοὺς νῑκήσειν. οἱ δὲ ταῦτα πάντα ἐς τὸ
ἐναντίον ἔπρᾱξαν καὶ κατὰ τὰς ἰδίᾱς φιλοτῑμίᾱς καὶ ἴδια κέρδη κακῶς ἐπολίτευσαν. αἴτιον
δὲ ἦν ὅτι ἐκεῖνος δυνατὸς ὤν οὐκ ἥγετο ὑπὸ τοῦ δήμου μᾶλλον ἤ αὐτὸς ἦγε. ἐγίγνετό τε
λόγῷ μὲν δημοκρατίᾱ, ἔργῳ δὲ ὑπὸ τοῦ πρώτου ἀνδρὸς ἀρχή.
Pois ele disse que, [se] eles nada fizessem, cuidassem da esquadra, não contribuíssem
para aumentar a guerra, e não colocassem a cidade em risco, eles os venceriam. Mas eles
agiram de forma oposto a todas essas coisas, e por suas ambições pessoais, e seu ganho
próprio, governaram mau. E a razão foi que ele estando no poder, não era conduzido pelo
povo mais do que por si mesmo. Ele fez surgir a democracia tanto em palavra como na
prática, pelo governo do primeiro homem.
9. Quais as quatro coisas que Péricles tinha dito que os cidadãos deveriam fazer para
serem vitoriosos?
10. Os atenienses agiram como Péricles disse que deveriam?
11. Quais as duas coisas que motivaram os atenienses?
12. Como eles se conduziram como cidadãos?
13. Quais as razões que Tucídides dá para o sucesso de Péricles como líder?
14. Como Tucídides descreve o sistema de governo sob Péricles?
Exercício 23 ζ
Traduza para o Grego:
1. Quando Péricles morreu, seus sucessores (οἱ ὕστερον) não estavam liderando o
povo, mas estavam sendo liderados por eles.
ἐπειδὴ ὁ Περικλῆς ἀπέθανεν, οἱ ὕστερον οὐκ ἥγετο ὑπὸ τοῦ δήμου μᾶλλον ἤ
αὐτὸς ἦγε.
2. Cada um, desejando ser o primeiro, disse: Eu darei aos cidadãos tudo o que
(qualquer coisa que) eles querem.
ἕκαστος, ἐθέλων τὸ πρώτον εἰναί, ἔφη “ἐγὼ ἀποδώσω τοῖς πολίταις πάντα ὅσα ἀν
βουλῶνται.”
3. Mas eles cometem muitos erros (use πολλά + ἁμαρτάνω) e enviam sempre a
expedição para a Sicília (use ἡ Σικελίᾱ), esperando que eles pudessem assim
ganhar (use χαρίζομαι + dat.) o povo.
οἱ δὲ πολλά ἐξήμαρτον καὶ πέμπουσιν τὸν στόλον ἐς τὴν Σικελίᾱν, ἐλπίζοντες ὅτι
χαρίσονται τοῖς πολίταις.
4. Mas quando eles ouviram que os generais estavam sendo derrotados pelos
inimigos, eles não enviaram ajuda (use ἡ βοήθεια).
ἐπειδὴ ἠκούσαν ὅτι οἱ στρατήγοι ἐνῑκοῦσιν ὑπὸ τοὺ πολεμίου, ἔπεμψαν ἡ
βοήθεια.
Grego Clássico
Sólon
Os poemas de Sólon não estavam confinados a temas políticos. As seguintes
linhas vêm de um longo poema no qual ele reflete sobre o desejo dos homens de ganhar
riqueza; ganhos ilícitos recebem castigo de Zeus. Ele aqui lista alguns meios pelos quais
os homens tentam fazer a vida (fragmentos 13.43-44, 47-50, 53-54):
[ἄλλοθεν ἄλλος: um de um jeito, outro de outro/ κατὰ πόντον: sobre o mar/ ἀλᾶται:
vagueia/ νηυσὶν = ναυσὶν/ χρῄζων: desejando/ κέρδος (τὸ): lucro/ πέμνων: cortando/
πολυδένδρεον: de muitas árvores/ εἰς ἐνιαυτόν: entra ano, sai ano/ λατρεύει: serve,
trabalha/ τοῖσιν: para quem/ καμπύλ(α): recurvados/ μέλει: são a preocupação/
Ἀθηναίης = Ἀθηνᾶς/ πολυτέχνεω (genitivo de πολυτέχνης): de muitas artes, técnicas
(Hefesto era o deus do fogo e dos artesãos)/ δαεὶς: conhecendo/ χειροῖν: com suas (duas)
mãos/ βίοτον: seu sustento/ μάντιν: um profeta/ ἔθηκεν: colocou, fez/ ἄναξ ἐκάεργος:
o senhor, que atira de longe/ ἔγνω: aoristo gnômico, ele (o profeta conhece)/ τηλόθεν:
de longe]
“ἀμὴν ἀμὴν λέγω ὑμῖν, ὁ πιστεύων ἔχει ζωὴν αἰώνιον. ἐγώ εἰμι ὁ ἄρτος τῆς ζωῆς. οἱ
πατέρες ὑμῶν ἔφαγον ἐν τῇ ἐρήμῳ τὸ μάννα καὶ ἀπέθανον· οὗτός ἐστιν ὁ ἄρτος ὁ ἐκ τοῦ
οὐρανοῦ καταβαίνων, ἱνα τις ἑξ αὐτοῦ φάγῃ καὶ μὴ ἀποθάνῃ. ἐγώ εἰμι ὁ ἄρτος ὁ ζῶν ὁ ἐκ
τοῦ οὐρανοῦ καταβάς· ἐάν τις φάγῃ ἐκ τούτου τοῦ ἄρτου ζήσει εἰς τὸν αἰῶνα, καὶ ὁ ἄρτος
δὲ ὅν ἐγὼ δώσω ἡ σάρξ μού ἐστι ὐπὲρ τῆς τοῦ κόσμου ζωῆς.”
Em verdade, em verdade eu vos digo, aquele que crê tem a vida eterna. Eu sou o pão da
vida. Vossos pais comeram no deserto o maná e morreram. Esse é o pão descido do céu,
a fim de que, quem dele comer também não morrerá. Eu sou o pão da vida, que desceu
do céu. Se alguém come deste pão viverá pela eternidade. E além disso, o pão que eu
darei, é a minha carne pela vida do mundo.