(PT-20210528) Diário Do Alentejo
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(PT-20210528) Diário Do Alentejo
º ano
Sexta-feira
Semanário 28 MAIO 2021
Regionalista Diretor: Luís Godinho
Ano LXXXIX, N.º 2040 (II Série)
Independente Preço: € 1,00
SUSA MONTEIRO
89
EDITORIAL
02 | Diário do Alentejo | 28 maio 2021
O
Alerta estudo da Universidade Católica divulgado
pelo “DA” (foi tema de capa na última edi-
ção) deve ser lido por todos com a atenção
todas as casas – e, na maior parte das vezes, até espaços a que
muito dificilmente poderíamos chamar de casas – colocadas ao
serviço das necessidades da agricultura intensiva, em quartos
que merece pois é urgente tomar medidas onde já dormem 10 e 12 pessoas, “é impossível encontrar uma ha-
para desativar essa verdadeira “bomba re- bitação para arrendar”, alerta o presidente da Junta de Freguesia
lógio” que está prestes a explodir no su- de Milfontes. Sem um aumento da oferta de habitação “haverá
doeste alentejano, mais concretamente no um crescimento ainda maior” dos preços das rendas e do custo
concelho de Odemira. As previsões de João dos imóveis. O território “não tem condições para acompanhar
Confraria, do Centro de Estudos Aplicados as exigências da nova agricultura na oferta de habitação aos imi-
da Universidade Católica, não são para da- grantes, de infraestruturas, de desenvolvimento social, de arti-
qui a cinco ou 10 anos, são já para 2022, para o próximo ano. Aos culação cultural, de aumento populacional em tão curto espaço
problemas existentes e que decorrem da pressão migratória na- de tempo”, reconhece o presidente da Câmara de Odemira. Nada
quela região – sendo o mais significativo a existência de milha- fazer, ou nada fazer em tempo útil, traduzir-se-á em consequên-
res de trabalhadores imigrantes vítimas de máfias e redes de trá- cias dramáticas sob vários pontos de vista, a começar no social e
fico e forçados a subsistirem em condições desumanas – poderão a terminar no político – basta ver como a Andaluzia se transfor-
muito em breve somar-se outros. A perspetiva de João Confraria mou em 2019 no “palco perfeito” para o crescimento da extrema-
é que as escolas venham a ter mais 29 por cento de alunos (sendo -direita espanhola para se ficar com uma ideia da ameaça que en-
Basta ver como a Andaluzia necessário adaptar os espaços e contratar muito mais professores), frentamos. Os problemas em Odemira não são resolúveis à escala
se transformou em 2019 se registe um aumento de 14 por cento nas consultas médicas e te- local, antes exigem um esforço nacional para que seja possível en-
nham de ser contratados mais médicos e enfermeiros, sob pena do contrar as respostas adequadas, salvaguardando também os va-
no “palco perfeito” para o acesso aos cuidados de saúde se degradar. As despesas ambientais lores ambientais, paisagísticos e culturais da região, boa parte
crescimento da extrema- a cargo do município vão aumentar cerca de 20 por cento. E os ser- dela inserida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa
viços públicos, todos eles, não estão minimamente preparados, so- Vicentina. Há, desde logo, uma pergunta a que é necessário res-
-direita espanhola para bretudo de um ponto de vista dos recursos humanos, para dar res- ponder: será com este tipo de agricultura que vamos criar uma
se ficar com uma ideia da posta a uma população residente que aumenta todos os anos de região e um país ambientalmente, economicamente e social-
ameaça que enfrentamos. forma descontrolada. Acrescem os problemas habitacionais. Com mente mais sustentável? LUÍS GODINHO
EM DESTAQUE
“Não é possível persistirem num ataque
permanente e intolerante a expressões
do mundo rural, sem que, em algum
momento, tivessem estado preocupados
com a necessidade de assegurar EXPOSIÇÃO
mínimos de qualidade de vida a quem DE MANUEL
vive nesses territórios”. CARVALHO
Pedro do Carmo, deputado NA VIDIGUEIRA
Página 12 página 32
PRESIDENTE DA
CERCIBEJA EM PRISÃO
PREVENTIVA
O juiz de instrução criminal do Tribunal
de Beja decretou a prisão preventiva
para o presidente da Cercibeja. José
Hilário, de 51 anos, foi detido por
inspetores da Diretoria do Sul da Polícia
Judiciária (PJ) e é suspeito da prática
de factos suscetíveis “de configurar
o crime contra a liberdade sexual”.
De acordo com um comunicado da
PJ exerceu os atos ilícitos contra
uma mulher de 26 anos “portadora de
deficiência mental acentuada”, tendo
o suspeito aproveitado as funções
que exerce na instituição. Ao que foi
possível apurar a vítima tinha ligações
afetivas e familiares com o detido.
Segundo o comunicado, “as agressões
sexuais aconteceram em períodos
distintos, com a primeira ocorrência
a verificar-se no verão de 2020”,
tendo ocorrido “num estabelecimento
comercial e sempre em ocasiões em
que se encontravam sozinhos”.
SEGUNDA-FEIRA, 24
FOTO DA SEMANA
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou o Governo de ser “mãos largas” para os grupos económicos
JOVEM CONDENADO
POR DUPLO HOMICÍDIO
O Tribunal de Setúbal condenou o
jovem acusado do homicídio de um
e financeiros, mas deixar “na gaveta” medidas para responder a necessidades mais prementes do país. “O PS casal de idosos, em Santo André,
concelho de Santiago do Cacém, à
resiste, limita, não cumpre face aos problemas dos trabalhadores, ao mesmo tempo que é ‘mãos largas’ com
pena máxima de 25 anos de prisão.
centenas de milhões de euros para os grupos económicos e financeiros, em convergência com o PSD e CDS O arguido, agora com 18 anos, foi
e os seus sucedâneos do Chega e Iniciativa Liberal”, criticou. O líder do PCP discursava no encerramento da considerado culpado de dois crimes
de homicídio, um qualificado e outro
tradicional homenagem a Catarina Eufémia, assassinada pelas forças do regime fascista há 67 anos, em 19 de
simples, pelo assassínio dos tios-
maio de 1954, na aldeia de Baleizão. avós, Guilherme Santos e Eduarda
Fernandes, em 1 de maio do ano
passado.
regadio
miradouro de onde
se veem quilómetros
de estufas agrícolas
para os lados de
Vale de Figueira e
Carvalhal, e que,
segundo vários
avisos, podem
ficar sem água em
poucos anos. Um dos
A barragem de Santa Clara
foi construída no rio Mira
(nasce na Serra do Caldeirão
e desagua em Vila Nova de
Milfontes) na década de 1960 para,
Ainda que a distribuição
de água pelos canais já só fun-
cione com bombas, Luís Mesquita
Dias, presidente da Associação
dos Horticultores, Fruticultores
desenvolver estudos para regar mais
com menos água, ou captar mais
água.
“A barragem de Santa Clara
tem uma capacidade de 480 mi-
se trabalhar, que se corrige cons-
truindo reservatórios de água nas
várias explorações. Mas fala a se-
guir de burocracias e diz que “cons-
truir um reservatório é uma dor de
alertas é feito por um com os canais feitos depois, irrigar e Floricultores dos Concelhos de lhões de metros cúbicos e nesta al- cabeça”.
o chamado Perímetro de Rega do Odemira e Aljezur (AHSA), relati- tura ainda tem 240 milhões”, asse- Luís Mesquita Dias refere-se im-
popular, referindo-se Mira, uma zona de agricultura in- viza o problema, reconhecendo que gura, acrescentando que é preciso plicitamente ao facto de o períme-
tensiva, incluindo em estufa, que ele existe. À Lusa diz que a agricul- “atuar nas explorações agrícolas, tro de rega do Mira coincidir com
à barragem de Santa é também uma parte do Parque tura que se faz no sudoeste alen- adaptar o sistema de rega para for- o Pnsacv e que este tem restrições à
Natural do Sudoeste Alentejano tejano é sustentável, que a água é mas mais precisas, reparar perdas e construção.
Clara. E não é o e Costa Vicentina (Pnsacv). De uma preocupação no território, considerar a hipótese de ir buscar o O primeiro-ministro, António
acordo com os dados mais recentes e que a AHSA, com a Associação terço da água que vai parar ao mar”. Costa, numa visita a Odemira fa-
primeiro. A falta de do Sistema Nacional de Informação de Beneficiários do Mira, vai É uma questão, garante, que tem de lou da “excelência da atividade
água na barragem de Recursos Hídricos (da Agência
Portuguesa do Ambiente), no fi-
é insistentemente nal de abril a barragem de Santa
NUNO VEIGA/LUSA
Q
O heliporto do Hospital do Litoral Alentejano está a ser alvo de uma
empreitada de requalificação para permitir o seu uso oficial, num
investimento de cerca de 100 mil euros. A obra, a cargo da Unidade
Local de Saúde do Litoral Alentejano visa reativar um equipamento que
deixou de funcionar em dezembro de 2018, por não respeitar as regras da
Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).
agrícola”, mas há quem não pense humanos”, diz o responsável. Ao movimento apartidário de cidadãos municipal”, estando também “as- ou seja 35 centímetros abaixo da
assim. Como Paula Canha, bió- que a bióloga contrapõe: “As visto- de Odemira e Aljezur, segundo o seguradas todas as situações de abe- cota da tomada de água, o que sig-
loga de Vila Nova de Milfontes, se- rias são com aviso prévio, eles sa- qual “os dados mostram que os ní- beramento de animais”. nifica que não existe volume útil dis-
gundo a qual as regras no perímetro bem exatamente em que data acon- veis da barragem têm vindo a de- Nuno Carvalho alega que “há ponível. “Nos últimos 25 anos houve
de rega “nem sempre são cumpri- tecem e destacam um grupo de crescer” e que, “nos últimos três muita gente [na zona] que não tem uma redução da precipitação da or-
das”, e o plano de ordenamento do técnicos que semanas antes come- anos”, foi necessário “instalar bom- acesso ao serviço municipal” de abas- dem dos 7,6 por cento e, mais impor-
Pnsacv diz que fora do perímetro de çam a preparar as visitas. E para bas” para “alimentar o Perímetro de tecimento de água e cujas habitações tante do que isso, no mesmo período,
rega não pode haver agricultura in- uma empresa que tem 10 ou 12 cam- Rega do Mira”, onde surgem “quase “são alimentadas” por água da bar- houve uma redução de afluências à
tensiva, mas que há zonas que “cla- pos as vistorias são a um ou dois”. diariamente” novas explorações ragem de Santa Clara. “A prioridade, albufeira da ordem dos 33 por cento”,
ramente são de produção intensiva”. de agricultura intensiva, porque “a neste momento, é para consumo hu- alerta. Na perspetiva da associação,
O plano também diz que deve ha- “ASSUSTADORA ESCASSEZ DE ÁGUA” O mo- cota da água da barragem estaria mano, para os pequenos agricultores “existem beneficiários e utentes a tí-
ver uma monitorização dos impac- vimento Juntos Pelo Sudoeste criti- abaixo” da capacidade. “Queremos que têm pequenas parcelas” de ter- tulo precário”, sendo “a dimensão da
tos da atividade agrícola na água, no cou o corte de água a pequenos agri- tentar perceber quais são os dados reno ou “é efetivamente só para as propriedade irrelevante em termos
solo e na biodiversidade mas “nin- cultores do concelho de Odemira da APA que incentivam e dão aber- grandes empresas”, questiona. de direitos”.
guém está a fazer isso”. pela Associação de Beneficiários do tura para que estas explorações con- Para o movimento, o facto de a Já o diretor da Administração
Professora em Odemira, Paula Mira (ABM), mas a entidade argu- tinuem a proliferar e a crescer a um ABM afirmar que corta a água “ape- da Região Hidrográfica (ARH) do
Canha conta: “Há duas semanas fui mentou que estas ligações “precá- ritmo semanal, com áreas gigantes, nas a pessoas que têm acesso à rede Alentejo, da APA, André Matoso,
com alunos meus fazer análises de rias” dispõem de alternativas. Em quando estamos a cortar água aos pública para consumo doméstico” revela ter remetido uma resposta
águas e havia sítios onde os fosfa- comunicado, o movimento revela a mais pequenos, inclusive para con- também não é tranquilizador. “Isso ao Juntos Pelo Sudoeste com “um
tos estavam 100 vezes acima do que sua preocupação perante a “assus- sumo privado”. significa que essas pessoas, mui- conjunto de explicações e esclare-
é permitido por lei”. A bióloga fala tadora escassez de água” e a ges- Numa resposta por escrito, a tas [delas] reformados que com- cimentos para uma das preocupa-
também da falta de fiscalização, de tão que diz estar a ser feita da al- ABM diz que as afirmações do mo- põem magras reformas com hortas ções” suscitadas, relacionada com a
“constrangimentos” vários, ainda bufeira de Santa Clara, que serve o vimento são “completamente des- de subsistência, pagarão um valor gestão dos recursos hídricos na bar-
que Luís Mesquita Dias assegure Perímetro de Rega do Mira, tendo tituídas de fundamento” e realça muito mais elevado pela água”, en- ragem de Santa Clara. “A APA emi-
que tudo é feito na agricultura den- já solicitado uma reunião à Agência que a gestão da obra de rega do quanto as empresas têm acesso “a tiu, há alguns anos, uma conces-
tro das regras. Portuguesa do Ambiente (APA) e a Mira “obriga ao respeito” pelos di- água desproporcionalmente mais são à Águas Públicas do Alentejo
“A maior parte da atividade agrí- outras entidades públicas. reitos dos beneficiários. “Os cortes barata”, critica o movimento. e à Direção-Geral de Agricultura
cola é destinada a exportação para “Pedimos esta reunião para ten- de fornecimento efetuados atingi- A ABM indica que, até ao mo- e Desenvolvimento Rural, que ou-
grandes cadeias internacionais. tar perceber quais são os dados que ram apenas clientes a título precário mento, “foram desligadas 21 capta- torgou à ABM”, explica o responsá-
Todas fazem visitas e auditorias e a APA possui relativamente à bar- e apenas na situação de disporem ções precárias”, devido à escassez de vel, acrescentando que compete ao
obrigam a certificações. Auditam ragem de Santa Clara”, disse Nuno de alternativas de abastecimento água na albufeira, a qual, esta terça- Ministério da Agricultura “as regras
sem avisar, e isso inclui os direitos Carvalho, um dos elementos do de água, designadamente da rede -feira, encontrava-se à quota 114,35, de atribuição de rateio de água”.
Teresinha, as estufas
e a praga de moscas
Empresários e moradores criticam “deserto de estufas”
Q
Um jovem de 19 anos, natural de Beja, perdeu a vida na sequência da
colisão entre o automóvel que conduz e um autocarro na passada terça-
-feira, dia 25, próximo de Évora. O Comando Distrital de Operações de
Socorro de Évora explicou que no autocarro, que fazia “a ligação entre
vários concelhos do distrito”, seguiam 30 passageiros, nenhum dos quais
necessitou de assistência médica. O jovem teve morte imediata.
Q
O projeto “Reservas da Biosfera: territórios sustentáveis comunidades
resilientes” foi apresentado esta semana em Castro Verde. Coordenado pela
Quartenaire Portugal, o projeto tem como objetivos principais reforçar o
conhecimento, a visibilidade e a valorização das 12 Reservas da Biosfera da
Unesco Portuguesas, em articulação com as suas comunidades e com base
nos ativos patrimoniais e serviços de ecossistema.
Q
“Pelas Aldeias de Beja e vila de Beringel - visitas guiadas pelo
património” é o repto da Câmara de Beja ao longo dos próximos 15
meses para a descoberta das aldeias do concelho “através de propostas
de deambulação pelo edificado e lugares de memória”. Depois da visita
os participantes são convidados a almoçar num estabelecimento local. A
primeira iniciativa realiza-se amanhã, dia 29, em Beringel.
D.R.
CLARISSE CAMPOS CANDIDATA NOVO SISTEMA
DO PS A ALCÁCER DO SAL DE TRANSPORTES
A deputada Clarisse Campos, eleita pelo círculo de
COLETIVOS
Setúbal, é a candidata do PS à Câmara de Alcácer do Sal, EM ALCÁCER
liderada pela CDU, nas próximas eleições autárquicas. A
candidatura de Clarisse Campos, de 57 anos, foi aprovada O novo sistema de transporte
pela comissão política concelhia socialista. De acordo com urbano coletivo de Alcácer do
a concelhia, Clarisse Campos quer “pôr em prática uma Sal intitulado “Nónio”, começa
estratégia clara para este território, centrada nas pessoas a funcionar no próximo dia 1
e na valorização daquilo que é a identidade” do concelho. de junho, gerido pela Câmara
Municipal, para a deslocação
entre os bairros periféricos
D.R.
e o centro da cidade. Em
comunicado, o município indicou
que o executivo municipal
permanente participou na
viagem experimental do
“Nónio”, cuja designação
é inspirada no dispositivo
inventado pelo matemático
e astrónomo local Pedro
Nunes. “Trata-se de uma
grande iniciativa social, em
que as pessoas são colocadas Fábrica em Moura
vai “aliar” painéis solares
em primeiro lugar”, disse o
PS CANDIDATA HÉLDER GUERREIRO presidente da autarquia, Vítor
À CÂMARA DE ODEMIRA Proença, frisando que, “quando
Q
A Olivum – Associação de Olivicultores e Lagares do Sul associou-se a
uma campanha da Cáritas com a doação de azeite destinado a confecionar
mais de 16 mil refeições para famílias carenciadas do Alentejo. “Com
muitas famílias a sofrerem as consequências do desemprego e da crise
económica que a pandemia provoca, os associados da Olivum contribuem
com o seu principal produto, o azeite”, diz a associação.
As touradas vão deixar de fa- sempre há a atenção e o investi- Portugal faz parte. Se nos focar-
zer parte da programação da mento adequado”. mos somente em Portugal, é fá-
RTP já este ano. O novo con- “Um serviço público parcial, cil ver as audiências e ‘shares’ que
trato de concessão não per- intolerante com algumas expres- apresentam as transmissões de
mite que sejam transmitidas sões da sociedade, não é democrá- touradas”. Acabar com elas, re-
mais corridas de touros na te- tico. É incompatível com a visão fere, é estar a “prejudicar” a pró-
levisão pública. de Abril e com a Constituição, não pria televisão pública.
pode ser aceite pelos democratas “O que pode ser feito é banir
TEXTO MARTA LOURO porque encarreira nas práticas de quem toma estas decisões e co-
outros regimes”, acrescenta Pedro locar [no lugar] alguém que te-
OPINIÃO
Carta de defesa histórica
C
MIGUEL BORRELA MÉDICO
D.R.
onf lito de interesse: filho de Leonel
Borrela (1955-2017). Defesa de legado his-
tórico de quem já não se pode defender.
Fundamentação: a sua obra única e a obra
de outros nomes incontornáveis (tudo do-
cumentado). Visados: Dr. José António
Falcão em particular e todos os que não
respeitam o legado histórico, em geral.
1
LUÍS PITA AMEIXA PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE FERREIRA DO ALENTEJO
No dia 17 de maio, o primeiro-ministro de- primeira ordem, que estão definidas, mas há uma
clarou publicamente que a principal obra parte do mesmo que foi classificada como autoestrada
da componente rodoviária do Plano de – é a A26, entre Beja e Sines. Esta autoestrada já tem
Recuperação e Resiliência (PRR) irá ser “… dois troços construídos e em serviço: um entre Sines e
aquela que liga de Beja até Sines…”. Santiago do Cacém (no lugar de Relvas Verdes), e, ou-
O PRR contém um conjunto de refor- tro, entre o nó da A2 de Grândola Sul e Malhada Velha,
mas e de investimentos que pretendem ala- no concelho de Ferreira do Alentejo.
vancar a retoma, pós covid-19, sendo enquadrado no Para completar a autoestrada falta construir ou-
âmbito da União Europeia, com uma dotação de, apro- tros dois troços: entre Relvas Verdes e o nó da A2 de
ximadamente, 14 mil milhões de euros, a aplicar até Grândola Sul, e, entre Malhada Velha e Beja.
2026. O primeiro é o eixo litoral-interior, acima referido,
Nestes dias, enviei um documento fundamentado que deveria avançar pelo PRR, concluindo-se até 2026,
ao Governo, aos deputados do distrito, à Comunidade e o segundo deve avançar no quadro de financiamento
Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal) e à comunitário até 2030.
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Entretanto, como as estradas nacionais da rede co-
Regional do Alentejo, reclamando a clarificação sobre mum estão em mau estado, e, claro, continuarão sem-
que obra é essa. pre a existir, irão, já, avançar obras de requalificação
A dúvida resulta da equívoca formulação dos tex- das mesmas.
tos, de declarações diversas, e dos vários documentos
que enformam o PRR, nomeadamente, além do pró- “Está em causa apostar na ligação
prio PRR, o Plano Rodoviário Nacional (PRN) e o Plano
Nacional de Investimentos (PNI) 2030. litoral-interior, e na sinergia entre o porto
Uma parte dessa obra, constante do PRR, é, nele, ex- marítimo e a zona logística e industrial de
pressa assim: “IP8 (A26). Aumento de capacidade na li- Sines com o aeroporto de Beja e a zona
gação entre Sines e a A2”. (cit. página 77)
Designadamente, o PRN aponta essa ligação como agrícola e agroindustrial de Alqueva,
o IP8/A26, constituído por um troço, de 37 quilóme- ou, opostamente, mais uma vez, apostar
tros, entre as proximidades de Santiago do Cacém e o na velha pecha do eixo litoral-litoral!”
nó de Grândola Sul da A2, nas proximidades de Santa A GLORIOSA CANÇONETISTA
Margarida do Sado. (figura 1) Neste contexto, a Câmara Municipal de Ferreira do E UM JORNAL “DIREITINHO”
Já o PNI 2030 aponta essa ligação, de Sines à A2, ao Alentejo, que mantinha um diferendo com o Estado, de-
nó de Grândola Norte. (figura 2) senvolveu um processo negocial que, além de outras in-
Esta alternativa tem a maior importância estra- tervenções, estabeleceu as bases e o calendário dessa re- O “Diário do Alentejo”, na edição de 1 de junho de 1971,
tégica para o território e para a economia regional e qualificação, e que se traduz no seguinte: noticiava na primeira página que “A gloriosa cançonetista
nacional. - Requalificação da estrada nacional 259, entre Santa Tonicha tomará parte nos festivais de Split e Atenas”.
Está em causa apostar na ligação litoral-interior, e Margarida do Sado e Ferreira, incluindo variante, esta já Pormenorizava: “No auge da sua brilhante carreira artística,
na sinergia entre o porto marítimo e a zona logística em tipo de autoestrada, a Figueira dos Cavaleiros; com elevada craveira internacional, a simpática cançonetista
e industrial de Sines com o aeroporto de Beja e a zona - Requalificação da estrada nacional 121, en- bejense Tonicha é uma das grandes vedetas internacionais
agrícola e agroindustrial de Alqueva, ou, opostamente, tre Ferreira e o limite do concelho, em direção a Beja. integradas nos festivais de Split (de 27 do corrente a 3
mais uma vez, apostar na velha pecha do eixo litoral- Evidentemente, o Estado, desenvolveu este processo de Julho) e de Atenas (de 5 a 14 de Julho). Na Jugoslávia,
-litoral! Em que ficamos? Esta pergunta carece de uma para todo o troço Ferreira-Beja, incluindo uma variante Tonicha interpretará ‘Rosa de Barro’ (música e letra de
resposta de “quem de direito”. a Beringel. Fernando Guerra e orquestração de Thilo Krassman). Na
2. Fora isso, o ponto da situação é o seguinte. Foram já lançados os concursos públicos para serem Grécia, a notável cançonetista bejense, lídima representante
O itinerário principal 8 (IP8) está legal- feitos os projetos técnicos, e, concluídos estes, serão lan- nacional, cantará ‘Poema pena’, de Nuno Nazaré Fernandes e
mente estabelecido no PRN (decreto-lei n.º çadas as empreitadas das obras, o que deverá aconte- Nuno dos Santos, com orquestração de Augusto Algeró.
222/98-17/7), com o traçado “Sines-Santiago do cer ainda em 2021, com as obras, no terreno, a iniciarem O nome de Beja, tão divulgado já pela simpática artista, uma
Cacém-Ferreira-Beja-Serpa-Ficalho”. em 2022, as quais deverão, também, ser suportadas pelo vez mais vai ser espalhado em terras estrangeiras!”
Todo ele terá de ter as características de via de PRR. Havia mais informações regionais – “A Torre de Portel vai
possuir um moderno relógio eléctrico” e “Concurso de vasos
floridos, de ruas engalanadas e exposição de artesanato em
Peroguarda” – e uma gravura do Convento da Conceição,
de Beja. E notícias de Moçambique, Angola e São Tomé e
Príncipe, evidenciando a simpatia com que o vespertino
bejense acolhia, nesse período, a política colonial da
ditadura.
O grande destaque da edição ia para o 39.º aniversário do
jornal: um longo artigo do diretor, ilustrado com fotos dos
fundadores Manuel António Engana (cuja família era então a
proprietária do título) e Carlos Marques.
No seu texto, Valentim Alferes filosofava sobre as
dificuldades do jornal e considerava que “Nesta hora,
neste momento em que o Alentejo e o País necessitam de
adquirir consciência em relação aos problemas que nos
pertencem, nesta hora em que fazemos o balanço das nossas
fadigas e privações, o ‘Diário do Alentejo’, seguindo a rota
traçada por onde sempre caminhou direitinho, com isenção,
Figura 1 Plano Rodoviário Nacional Figura 2 Plano Nacional de Investimentos 2030 independência e equilíbrio – princípios que hoje são a honra
da sua virtude – pode orgulhar-se do dever cumprido”.
Estatuto editorial do “Diário do Alentejo” 2. O “Diário do Alentejo” é um jornal semanário independente através de um trabalho eficaz, criativo e interativo, com o objetivo 5. O “Diário do Alentejo” considera que os factos e as opiniões
cuja linha editorial é submetida a critérios de total rigor e de bem informar e esclarecer um público plural. devem ser separadas com evidência: os primeiros são intocáveis
1. O “Diário do Alentejo” é um jornal semanário regionalista, de seriedade, recusando quaisquer influências ideológicas ou dos 4. O “Diário do Alentejo” não estabelece quaisquer hierarquias e as segundas são livres.
informação geral, que pretende através do texto e da imagem dar poderes político, económico e religioso. para as notícias e pretende contribuir para o debate e a reflexão 6. O “Diário do Alentejo” determina como únicos limites para
cobertura aos acontecimentos mais relevantes da região, e que sem se 3. O “Diário do Alentejo” produz um jornalismo transparente, sobre as grandes questões da região e do País, pelo que cria a sua intervenção aqueles que são determinados pela lei, pela
remeter a posições de neutralidade proporciona espaço ao pluralismo abrangendo os mais variados campos da sociedade portuguesa espaços apropriados para expressão de opiniões e não estabelece deontologia jornalística e ética profissional e por tudo aquilo que
político e de ideias, e aos valores da democracia e da liberdade. em geral e da alentejana em particular, com exigência e qualidade, barreiras a qualquer corrente de comunicação. diga respeito à vida privada de todos os cidadãos.
ANIVERSÁRIO
16 | Diário do Alentejo | 28 maio 2021
NA HORA DA PAZ
A imprensa de todo o mundo, as estações de rádio, as agên-
cias de informação, as vozes de toda a Terra, anunciam e re-
petem a radiante notícia: está feita a paz! O cessar da luta foi
talvez o facto mais ardentemente desejado pela Humanidade
inteira, porque ele significa, porventura, o repouso indispen-
sável e necessário á alma humana, exausta de dores acumula-
das! Dir-se-ia que seria o alvorecer risonho de uma linda ma-
nhã soalheira, depois de longos dias tormentosos e turvos! Para
os que participaram na luta, como para aqueles que dela ape-
nas sentiram o amargo reflexo, o toque de cessar-fogo entra-
ria nos espíritos com as notas claras e risonhas de um cântico
de exclamação.
10 de maio de 1945
RECOLHIMENTO
Aqui, no coração do Alentejo, é quase em silêncio que os homens
sentem as suas alegrias, como é em silêncio que sentem os seus
sofrimentos, mesmo quando aquelas são as maiores e estes os
mais dolorosos. As sensações guardadas no mais íntimo do seu
ser não se traduzem em manifestações entusiásticas. Mas nem
por isso deixam de ser menos sinceras nem menos fundas.
Vêm estas palavras a propósito da serenidade com que a notí-
A FUNDAÇÃO cia do fim da Guerra foi recebida em toda a nossa província. REVOLUÇÃO DOS CRAVOS
DO “DIÁRIO DO ALENTEJO” Enquanto nas outras regiões do país se organizaram gran-
des manifestações, no Baixo Alentejo a alegria e o entusiasmo 26 de abril de 1974
1 de junho de 1932 que todos sentiram ao ter-se a confirmação de que a luz vol-
tava a brilhar na Europa, não provocaram nenhuma dessas FORÇAS ARMADAS DERRUBARAM
REPAROS manifestações. GOVERNO DE MARCELO CAETANO
Um grupo de alentejanos devotadamente amigos da terra que À inteligência e à sensibilidade do nosso povo vão escapou
lhe foi berço, vinham desde longa data acalentando a ideia de nem a importância nem o amplo significado do acontecimento. Nos seus quase 43 anos de publicação esta é a primeira edição
lançar um jornal dotado dos meios de ação necessários para Pelo contrário, ele emocionou e alegrou grandemente. Mas jus- livre do “Diário do Alentejo”, nela se escrevendo sem quaisquer
atingir um ideal que os tentava: animar e pôr em marcha um tamente por isso é que foi vivido intimamente, tranquilamente, preocupações da interferência da censura à Imprensa ou dos seus
movimento, consciente, com o supremo objetivo de promover e quase religiosamente. interessados e mais ou menos encapotados influenciadores.
progresso, o prestígio e a fortuna da Província onde nasceram. Só por isso, ao redigirmos esta nota, não podemos fur-
Um conjunto, ocasional, de circunstâncias felizes, deu tar-nos àquela profunda e emocionada alegria que sempre
margem a que o projeto que, há muito vinha aguardando se sente quando, após um longo e doloroso cativeiro, pode-
um ensejo lisonjeiro para ser levado à prática, encontrasse a mos, certo dia, respirar fundo e aspirar aos caminhos be-
sua hora neste alvorecer do estio, em que através da planície los e operantes da liberdade de pensamento e de expressão.
alentejana os trigais amadurecem ao sol…
Os homens que conceberam e agora realizam o plano da
criação de um órgão que se propõe ser porta-voz na imprensa ADESÃO ENTUSIÁSTICA DA
das justas aspirações, coletivas, que, debalde, algumas boas POPULAÇÃO DO PAÍS
vontades, dispersas, não têm lucrado até hoje, efetivar.
Em Beja, durante o dia de ontem, o quartel de Infantaria 3, o
quartel da GNR, a esquadra da PSP e a sede da Direção-Geral
NA HORA DA LARGADA de Segurança apresentaram, exteriormente, aspeto normal.
No tocante a benefícios, melhoramentos, progressos, por Sabe-se, no entanto, que, cerca das 9 horas, saíram do quartel
via dos poderes públicos, entre as restantes províncias do de Infantaria 3 nove viaturas conduzindo tropas que parece se
país, o Alentejo é terra de ninguém… reuniram aos revoltosos, em Lisboa ou na região de Évora. Esse
… Porque a nossa posição de intérmina planície aquém do contingente seria comandado pelo major Ventura Lopes (…)
Tejo, em verdade, presta-se, até certo ponto, a confusões la- Em Beja, as primeiras notícias do movimento revolucioná-
mentáveis, de natureza geográfica, para os não iniciados, e rio foram recebidas com grande entusiasmo, que se foi avolu-
sabe-se de sobejo, que o velho Terreiro do paço não é, positi- mando à medida que se criava a convicção de que o Governo de
vamente, um portento em corografia… Marcelo Caetano seria vencido. A chegada, ontem à tarde, das
E nós, fartos de sabermos que vimos, de eras remotas, edições dos jornais vespertinos, com notícias que confirmam
sendo esquecidos, votados a um injusto abandono que en- essa ideia, provocou, na “baixa”, grande afluência de público e
volve, quando Deus quer, uma continua, irritante, de im- deu azo a manifestações de regozijo.
pertinente desdém, deveríamos, há muito, ter adotado os
progressos clássicos e correntios, como que os lembrados se
impõem, reclamam e conquistam os seus lugares ao sol.
28 maio 2021 | Diário do Alentejo | 17
SUSA MONTEIRO
Estação Imagem
PUB
Com o número de infetados a aumentar no Alentejo, Filomena Araújo reconhece carência de profissionais de saúde
divulga prémios
no sábado em Mora Delegada de saúde pública diz que “temos
Fábrica do Grupo O sonho que mora em Mora
Suplemento especial nesta edição
28 de novembro de 2014 de nos organizar para aquilo que pode vir”
AGORA CANTE
Amorim para do cemitério de cortiça
I
floresta pela grandeza
magina-se a imensidão da todo. E as cascas
tranformação imensidão é o Alentejo. O Alentejo
que a fotografia mostra. Essa
| 4/5
das exportações portuguesas.
jeto Estação Imagem. de grande pres-
isto exista. Que exista um prémio
Não é fácil acreditar que tudo prémio seja idónea
português. Que o júri desse
tígio consagrado ao fotojornalismo a esse prémio cor-
Que as imagens apresentadas
e internacionalmente reconhecido. e concorridas exposições. E que ainda sobre es-
ram o país de lés-a-lés em sucessivas como esta que João Carvalho Pina recebeu em
criação,
paço para promover bolsas de E que tudo isto acon-
sumariamente neste caderno.
2010 e cujo resultado mostramos
teça no Alentejo. local do interior po-
isto exista. Que uma autarquia
Não é fácil acreditar que tudo desprezo que tem pelo
costuma ter pela cultura o mesmo que se tenha asso-
bre de Portugal, um país que E
tenha abraçado este projeto.
mérito e pelo empreendedorismo, ou visionários tiveram
uma dúzia e meia de entusiastas
ciado a esta ideia pioneira que
de Mora.
para a antiga estação ferroviária os vencedores da segunda edição
do prémio
Em vésperas de serem conhecidos de se associar a este
do Alentejo” não quis deixar
Estação Imagem|Mora, o “Diário fotográfico português. Este ano
participaram
momento incontornável do jornalismonum total de quase cinco mil fotografias. Não é
164 fotógrafos, com 462 reportagens, Mora, onde ainda mora o sonho.
Em
fácil acreditar que tudo isto exista. Paulo Barriga
alarme
Aquele que mostrou ao mundo a grandeza, a beleza, a
perenidade do cante alentejano. Aquele jeito de cantar
Vamos a la Praia Largou na quarta-feira passada,
rumo à cidade da Praia, Cabo
Verde, o primeiro voo civil a par-
que o mundo inteiro aplaudiu de pé na sala das nações
Os medos e anseios
de médicos e enfermeiros
na linha da frente
Trapalhada nas Medalhas
de Mérito Municipal
Amanhã
é Dia Mundial da Voz
tir do novo aeroporto de Beja.
Embora se tenha tratado de uma
iniciativa pontual, promovida
Congresso Alentejo:
Património do Tempo da Unesco. E depois, as palavras. Primeiro as do presi- no combate
à pandemia covid-19 | 8/9
sentam, segundo os responsáveis, “o primeiro passo do inevitável o aparecimento de casos positivos uma vez que
Ano LXXXIII, N.o 1701 (II Série) | Preço: € 0,90
Agora Cante
retorno do investimento público efetuado na referida a região não se encontra “numa redoma”, apesar de ter
infraestrutura”. sido “poupada” nas primeiras semanas deste surto epi-
No decorrer da cerimónia, o ministro das Obras démico em Portugal.
Património Imaterial da Humanidade
Públicas, Transportes e Comunicações, António Filomena Araújo garante que “todos os casos suspei-
Mendonça, dando como exemplo as cinco entidades que tos são avaliados” e pediu à população para não entrar
“acreditaram na região e no aeroporto”, apelou ao in- em pânico ao mínimo sintoma porque essa atitude leva a
vestimento privado e à conjugação de esforços para que “gastar testes que não existem”.
a nova infraestrutura, que ainda não foi inaugurada, Na passada quarta-feira, em reposta a uma questão do
“possa ser aproveitada em todas as suas potencialidades” “Diário do Alentejo” sobre se o facto de a região ter uma
e em “conjunto com outras infraestruturas”. população muito envelhecida e se esse fator não acon-
António Mendonça disse acreditar que os vários pro- selharia a tomada de medidas tendo em conta essa rea-
jetos de desenvolvimento em curso “irão mudar radi- lidade na contenção e combate ao vírus, por ‘email’, a
calmente a região e criar oportunidades”. O presidente Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARSA)
do conselho de administração da ANA, Guilhermino respondeu que em conjunto “com as unidades de saúde
Rodrigues, por sua vez, deixou bem claro que tanto o pri- e em articulação com as entidades da região” estão a ser
meiro voo para Cabo Verde como os voos que se realiza- preparadas medidas para “responder às necessidades
rão entre maio e outubro, com destino a Londres, “res- de toda a sua população, adotando e adaptando a cada
peitam integralmente todos os requisitos de segurança caso as medidas consideradas necessárias ao evoluir do
nacionais”, apesar da infraestrutura ainda não estar doença, seguindo as orientações da Direção-geral da
01701
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Q
Inicia-se amanhã, dia 29, no concelho de Grândola, o I Grande Prémio de Ciclismo
Costa Alentejana, competição que se completará no domingo pelas estradas do
concelho de Alcácer do Sal. Trata-se de uma prova dirigida a ciclistas amadores,
elites e ‘masters’, com organização da Envolsport, apoio da Associação de Ciclismo
de Setúbal e das Câmaras de Grândola e Alcácer do Sal.
Taça Dinis Vital é uma prova organizada pela Associação de Futebol de Évora
UM JUSTO TRIBUTO...
O Gr upo De s por t i vo de
Monte do Trigo, o União de
Montemor, o Redondense e o
Alcaçovense são os líderes
dos quatro grupos na Taça
Dinis Vital, competição or-
ganizada pela Associação de
Futebol de Évora.
Q
Torneio Nacional Sub/15 Série N (3.ª Jornada): Desportivo
Beja-Amora, 0-3; Lusitano Évora-Vitória de Setúbal, 1-2.
Classificação: 1.º Amora, 9 pontos. 2.º Vitória Setúbal, 6. 3.º
Lusitano Évora, 3. 4.º Desportivo Beja, 0. Próxima jornada
(30/5) Lusitano Évora-Desportivo Beja; Vitória Setúbal-Amora.
A melhor classificação de
José Luís Dores, colum-
bófilo da Sociedade Asas
de Beja, na presente campanha
desportiva, está na disciplina
de “velocidade”, não obstante
ter vencido, no início do mês, a
prova de “fundo”, que trouxe os
pombos desde a localidade es-
panhola de Requena (Valência)
(localizada a 615 quilómetros).
A concorrer, nesta temporada,
sob a sigla José Dores/António
Silva, o campeão de meio-fundo,
em título, faz uma avaliação
muito positiva da columbofi- colónia tem maior potencial? distrito. Não dá hipóteses. Os ou- nhou uma anilha de ouro e já tive-
lia distrital, com nota elevada A minha colónia é mais forte na tros columbófilos querem com- mos pombos dela em quarto lugar
para a gestão e sublinha a qua- velocidade. Não foi, especial- parar-se aos do Asas de Beja, mas no fundo nacional.
lidade desportiva da Sociedade mente, pelo meu interesse, mas não conseguem. Mas temos por
Columbófila Asas de Beja. foi pelos cruzamentos que fiz. aí outros concorrentes também Esta paixão pela columbofilia é
Nos últimos anos os pódios que muito bons. Dou-lhe o exemplo do algo que herdou de família?
A Campanha Columbófila 2021 consegui, quer a nível do Asas de Ivo Garcias (Serpa) que, em velo- Sim, foi o meu pai que me incenti-
tem-lhe corrido dentro das O Asas de Beja não Beja, quer distrital, foram na dis- cidade e meio fundo é muito forte. vou. Foi por causa dele que ganhei
previsões? tem comparação com ciplina de velocidade. Nos últi- este “bichinho” e hei de continuar
Não! Não está dentro daquilo que mos cinco ou seis anos tenho an- O número de provas do calendário assim, se Deus quiser e se não ti-
qualquer coletividade
eu previa… Comecei bem, mas dado lá por cima. foi reduzido? ver nenhum problema de saúde.
houve aí duas provas que me de- do distrito. Não dá Sim, devido à pandemia, a O meu filho já teve um tempo
sorientaram um pouco os pom- hipóteses. Os outros Na campanha anterior sagrou- Associação decidiu encurtar o ca- que me ajudava muito a tratar do
bos e nunca mais os consegui -se campeão na disciplina de meio lendário. Vamos ver o que acon- pombal mas, mais recentemente,
columbófilos querem
meter como o fiz nos treinos de fundo… tecerá no próximo ano, se ficará afastou-se. Está mais agarrado aos
pré época e na primeira prova da comparar-se aos do É verdade que consegui vencer igual ou se voltaremos às sete pro- jogos eletrónicos.
campanha. Tenho feito o mesmo Asas de Beja, mas o meio-fundo na época passada. vas de cada disciplina. Tomaram
trabalho todas as semanas, mas Também é verdade que houve al- a medida mais correta, porque as Que avaliação faz do estado da co-
não conseguem. Mas
numas provas entraram bem, gumas ausências, mas isso não condições de segurança sanitária lumbofilia no distrito de Beja? Tem
noutras nem por isso. temos por aí outros serve de desculpas, é como no fu- assim o aconselharam. crescido? Tem-se valorizado?
concorrentes também tebol, quando desistem algumas A columbofilia, quer a nível distri-
Concorre nas três disciplinas: velo- equipas os que ganham não têm Quantos pombos estão no pombal tal, quer nacional, não tem regis-
muito bons. Dou-
cidade, meio-fundo e fundo… culpa isso. Os pombos bateram-se e como caracteriza a sua colónia? tado crescimento. Já é muito bom
Sim, estou a concorrer nas três lhe o exemplo do Ivo muito bem e ganhei com justiça. Comecei a campanha com 120 manter as coisas como estão, por-
frentes, continuo a fazê-lo, em- Garcias (Serpa) que, pombos. Atualmente tenho 16 que nos últimos tempos, devido à
bora só já tenha algumas opor- Esse título tê-lo-á motivado, mas casais de reprodutores, mas cos- pandemia, houve muita gente de-
em velocidade e meio
tunidades de sucesso no campeo- também acrescentou alguma res- tumo ter só nove ou 10. Já perdi sempregada e com baixo rendi-
nato de velocidade, onde estou fundo é muito forte”. ponsabilidade para a campanha uns quantos pombos, porque ti- mento e isto já não é barato. Mas
em quinto lugar. Talvez ainda te- em curso? vemos aí umas provas compli- a columbofilia no distrito de Beja
nha algumas hipóteses, embora Naturalmente, qualquer título cadas. Tenho mandado pombos está a um nível altíssimo, temos
os concorrentes que estão à mi- responsabiliza-nos e motiva-nos muito novos às provas de fundo e concorrentes acima da média,
nha frente sejam muito fortes. não tenho uma equipa forte na es- para, na época seguinte, conse- tenho perdido alguns, cerca de 16 muito fortes, não vou citar nomes
Mas vou aguardar, ainda faltam pecialidade de fundo, não tenho guirmos os melhores resultados. ou 17 que não regressaram. Mas a para não correr o risco de deixar
disputar três provas, seja o que marcado bem no fundo. No ano Mas as pessoas têm que se con- pomba “Online” [na foto] é a mi- alguém de fora, mas temos uma
Deus quiser. passado fiz umas alterações e fi- vencer que quem manda nisto são nha referência, é a matriarca da região muito forte e com muitos
quei com uma equipa totalmente os ventos. colónia, uma das melhores repro- campeões nacionais. Deve real-
Na classificação geral estava em nova. Parti, praticamente, do zero, dutoras, entre as que existem no çar-se também o excelente tra-
16.º lugar. Um pouco abaixo da sua porque não tenho muitos pombos A Sociedade Columbófila Asas distrito de Beja. Não tenho dú- balho desenvolvido pela direção
expectativa? velhos mas, os que tenho, batem- de Beja é a sua coletividade de vidas. Todos os anos tenho pom- da Associação Columbófila do
Muito abaixo, mas também não -se com os melhores. sempre? bos dela a ganhar, seja de norte ou Distrito de Beja, que muito tem
estava a contar muito com uma O Asas de Beja não tem compara- de sul, seja fundo ou velocidade… contribuído para a valorização
boa classificação na geral, porque Qual a disciplina para a qual a sua ção com qualquer coletividade do qualquer filho desta pomba já ga- desta modalidade.
22 | Diário do Alentejo | 28 maio 2021
Q
Andebol Nacional III Divisão – Zona 7 (7.ª Jornada):
Costa d’Oiro-Zona Azul, 23-23; Redondo-Torrense, 18-20.
Classificação: 1.º Torrense, 16 pontos. 2.º CCP Serpa, 15.
BOLA 3.º Zona Azul, 9. 4.º Redondo, 9. 5.º Costa d’Oiro, 7. Próxima
Jornada (29/5): Torrense-CCP Serpa; Zona Azul-Redondo.
DE TRAPOS
JOSÉ SAÚDE Presidente da Federação Nacional de Galgueiros diz de sua justiça
N
A Federação Nacional de
um frenético sentimento nostál- Galgueiros, que tutela as qua-
gico, recordo a algazarra dos rapazes tro associações nacionais,
de rua, revejo os despiques com uma aguarda a realização de audi-
bola em terrenos vadios, agora trans- ções com os partidos com as-
formados em betão armado, lembro sento parlamentar, para re-
delirantes instantes e logo surgem à bater o Projeto de Lei n.º 783/
tona da memória as manhãs domin- XIV/ 2.ª, apresentado pelo
gueiras que envolviam grandes jogatanas de fute- Bloco de Esquerda, para in-
bol, sendo a baliza duas pedras, um “território” que terditar corridas de galgos em
muitos desprezavam, mas onde normalmente apare- Portugal.
cia um rapaz com jeito para defender os remates mais
certeiros dos intervenientes no prélio e lá se assumia TEXTO E FOTO FIRMINO PAIXÃO
como guarda-redes.
Naquele tempo as bolas de borracha eram, de
facto, escassas. Às vezes lá aparecia o menino mi-
mado, filho de gentes da alta sociedade que, pre-
sunçosamente, metia inveja ao resto da moçada
com uma bola amarela de marca ‘Pirelle’ debaixo
S ubscrito pelas deputadas e
deputados, num total de 19,
que compõem o grupo parla-
mentar do Bloco de Esquerda (BE),
o Projeto de Lei n.º 783/XIV/2.ª todas elas tuteladas pela Federação audições, sendo que já se concreti-
do braço. foi apresentado na Assembleia Nacional de Galgueiros (FNG), en- zou uma delas. O projeto já baixou
A redondinha era sinónimo de excêntricos da República Portuguesa em 8 tidade criada em 2005, com sede à Comissão de Agricultura e Mar
prazeres. O menino que não jogava patavina, mas de abril último, para “interditar em Vila do Conde, e atualmente para análise, mas ainda não te-
tinha que fazer parte infalível de uma das equi- as corridas de galgos e de outros presidida por Nuno Ferreira da mos qualquer informação quanto
pas, porque era o dono da bola, apercebia-se, en- animais da família ‘canidae’, en- Silva, dirigente que, aqui, rebate ao agendamento de discussão no
tretanto, que a gentalha miúda não lhe passava o quanto práticas contrárias ao com- todos os pressupostos defendi- parlamento”.
esférico, pois a criança não piscava patavina da- portamento natural dos animais”. dos pelos promotores da iniciativa E, sublinhou, a federação “pro-
quilo… logo a rapaziada, já amadurecida com as Tendo cumprido os requisitos for- parlamentar. move corridas de galgos ingle-
negligências da vida, levava o petiz a interrom- mais de admissibilidade previstos “Da análise da exposição de ses em pista. Estas nossas cor-
per o embate e lá marchava de rabo alçado rumo à na Constituição e no regimento da motivos do Projeto de Lei em ridas são totalmente amadoras,
sua mansão com a respetiva redondinha não fosse Assembleia da República baixou, questão, nós, os galgueiros da à semelhança do que acontece
a “maralha” acabar com o brinquedo do garoto. nessa mesma data, à Comissão de Federação Nacional de Galgueiros, em Espanha, Holanda, Suécia,
A ralé, já conhecedora dessas tropelias, pouco Agricultura e Mar, onde ainda se ficamos incrédulos como se pode Polónia, Hungria, República
se importunava com a leviana atitude do garoto, encontra a aguardar agendamento legislar com base em suposições e Checa, Finlândia, etc. Não há nin-
jogava mãos à bola de trapos e o jogo prosseguia. para discussão no hemiciclo. em comparações com outros paí- guém em Portugal a ganhar di-
Aliás, as oportunidades em dar uns chutos numa No seu preâmbulo, os subscri- ses, que não são, comprovada- nheiro com as corridas de galgos.
esfera de borracha, naqueles tempos, eram, basi- tores sustentam que as corridas mente, o que se passa em Portugal. Bem pelo contrário”.
camente, raras. A bola de trapos, feita com uma de galgos “acarretam treinos vio- É, portanto, uma tentativa pura e Nuno Ferreira da Silva critica
meia roubada à mãe, era uma preciosidade que a lentos, aliados a um elevado nú- dura de tentar legislar com base ainda os partidos signatários dos
criançada não dispensava. Evoco, também, as be- mero de abandonos” referindo ca- em ideologias”, refere. projetos proibicionistas por “vol-
xigas de porco recolhidas pela malta em épocas sos de “extrema crueldade, [como] Reportando-se a outros pro- tarem a acusar” a generalidade dos
das matanças, principalmente quando os moços suspeitas de dopagem dos ani- jetos já apresentados, ante- galgueiros, utilizando o caso João
eram oriundos de uma aldeia e assistiam ao vivo mais e um desgaste físico brutal riormente, na Assembleia da Moura. “Trata-se de um aprovei-
ao esquartejar das carcaças dos animais. a que os animais estão sujeitos”. República, o dirigente federativo tamento da parte desses partidos,
Tudo isto é conversa do passado, assumo, mas Outro dos argumentos em que su- recordou que os três projetos [do uma vez que, este caso, nada tem a
um passado onde se cruzaram grandes craques portam eventuais maus-tratos dos BE, PAN e Iniciativa Liberal] “in- ver com as corridas de galgos pro-
que percorreram enormes percursos desporti- animais reporta ao “caso do cava- troduzem uma forma de legislar movidas pela Federação Nacional
vos, quer em termos nacionais, quer internacio- leiro tauromáquico João Moura, que mostra, na nossa opinião, um de Galgueiros. Os maus-tratos a
nais. Hoje, olhamos para a realidade presente e proprietário de 18 galgos que fo- atentado ético à forma como a de- animais já está consignado na lei,
tudo desliza para o facilitismo. As crianças de ram encontrados num estado de mocracia em Portugal deve ser e o caso João Moura é bem o exem-
agora têm todo o mecanismo competitivo facili- extrema subnutrição”. defendida, ou seja, a tentativa de plo disso, uma vez que está a ser
tado, vestem equipamentos de marca, calçam bo- Alegam também os subscrito- legislar com base em artigos jorna- investigado e cabe a esse cidadão a
tas distintas, o material das balizas é da melhor res do documento que a aprova- lísticos, peças de revistas e jornais, responsabilidade de responder pe-
qualidade, as bolas excecionais, jogam em cam- ção do diploma em apreço “con- como fator de sustentação para a rante aquilo do que for acusado”.
pos relvados, ou sintéticos, e têm um público a tribuirá para a redução do número aprovação de leis proibicionistas. “Não podem generalizar as
puxar pela equipa. de apostas ilegais”, alegada prática Podemos concluir que todas as pe- situações e incriminar todos os
Nós, antigamente, jogávamos em agrestes ter- que classificam como comum nas ças jornalísticas da comunicação que têm galgos e os utilizam,
reiros onde residiam as ervas daninhas e os vi- corridas de cães em Portugal. social, válidas ou não, honestas ou quer nas corridas de galgos, quer
dros, mas com a roupa domingueira, alguns até No lado oposto estão os não, com ou sem análise cuidada na caça a corricão. Os galgueiros
descalços, não havia assistência aos dérbis e fu- cerca de 300 galgueiros distri- do contraditório, passam a ser ver- são pessoas de bem e conhecedo-
gíamos das forças da ordem sempre que o polí- buídos por todo o território na- dades absolutas para fundamentar res das suas obrigações e respon-
cia de giro detetasse as nossas presenças. Como cional, representados, em pri- projetos de lei na Assembleia da sabilidades, e sabem das sanções
foi bom a conquista da liberdade, que deu lugar à meira instância, pela Associação República Portuguesa”. para quem prevaricar”, acres-
transformação agora constatada. Galgueira e Lebreira do Norte, Por isso, garantiu que a fede- centa Nuno Ferreira da Silva,
Associação de Galgueiros do ração “já pediu audições parla- segundo o qual “são comple-
Centro, Associação de Galgueiros mentares aos restantes partidos tamente falsas as acusações de
de Cuba e Associação Galgueira do com assento no hemiciclo. Estão maus-tratos aos galgos durante
Sul (com sede em Castro Verde), a ser agendadas essas mesmas os treinos”.
PUBLICIDADE | 28 maio 2021 | Diário do Alentejo | 23
24 | Diário do Alentejo | 28 maio 2021
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26 | Diário do Alentejo | 28 maio 2021
NECROLOGIA | DIVERSOS
BEJA BE
EJA / FRAT
TEL BEJA
††. Falece
eu o Exmo o. Sr. JOS SÉ
†. Faleceu a Exma. Sra. D. GRACIND
DA
BBATISTA C CARATÃO, de 89 ano os,
†. Faleceu o Exmo. Srr. ZACARIA AS DA
CCAMÕES G GANHÃO, d de 89 ano os, ROCHA
R BOTTELHO, de 86 8 anos, natuural de
nnatural de Fratel - Ca astelo Brancco, Lajes - Praia da Vitória, viúvo.
v O fun
neral a
nnatural de Saanta Vitória - Beja, viúva.. O ccasado com m a Exma. Sra. D. Ma aria
fuuneral a carggo desta Ag gência realizo
ou- ca
argo desta a Agência realizou-se e no
JJulieta Rodrig
gues dos Sa
antos. O fune eral passado dia 25,
2 no cemité ério Beja.
sse no passsado dia 2 24, da Ca asa a cargo dessta Agência realizou-se no
MMortuária de e Santa Vitória, para o ppassado dia 224, no Cemittério de Frate
el,
ccemitério loca
al.
TRINDADE
E BEJA
A
MONTE GORDO
CASA DE FÉRIAS
AVISO
PROCEDIMENTO CONCURSAL PARA RECRUTAMENTO
DE TÉCNICO(A) DE INFORMÁTICA (M/F)
Torna-se publico que, por deliberação do Conselho de Administração da Unidade Local de saúde do Baixo
Alentejo, de 14/04/2021 (Ata nº 14, ponto 2.5.3), se encontra aberto procedimento concursal para recrutamento de
Técnico/a de Informática, a ser contratado em regime de contrato individual de trabalho.
1. Prazo de validade: o presente procedimento concursal caduca com a ocupação do posto de trabalho;
2. Caracterização do Posto de Trabalho: O posto de trabalho caracteriza-se pelo exercício de funções de
acordo com o conteúdo funcional descrito na Portaria nº 358/2002, de 3 de abril, no Serviço de Sistemas de
Informação;
3. Local de trabalho: As funções poderão ser exercidas nas diferentes Unidades que integram, ou venham a
integrar, a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, EPE;
4. Remuneração: O legalmente estabelecido para a carreira de Técnico de Informática, nomeadamente grau
1, nível 1, a que corresponde o valor de €1.143,11;
5. Regime de trabalho: Regime de trabalho em vigor para a função pública (35 horas semanais);
6. Requisitos de admissão:
6.1. Requisitos obrigatórios (sob pena de exclusão)
• 18 anos de idade completos;
• Ser detentor de curso tecnológico, curso das escolas profissionais ou curso que confira certificado de quali-
ficação de nível 3 até nível 4 em áreas de informática.
6.2. Requisito preferencial
Experiência relevante como Técnico/a de informática na área dos serviços de saúde.
7. Formalização de candidaturas:
7.1. As candidaturas deverão ser formalizadas mediante o preenchimento do formulário de candidatura, dis-
ponível em http://www.ulsba.min-saude.pt/2020/07/10/concursos/, anexando os documentos mencionados nos
pontos 7.2 e 7.3, podendo ser remetidos por correio eletrónico através do seguinte endereço recursoshumanos@
ulsba.min-saude.pt;
7.2. As candidaturas deverão ser acompanhadas obrigatoriamente, dos seguintes documentos:
a) Formulário de candidatura devidamente preenchido (disponível no site da ULSBA, EPE);
b) Um exemplar do currículo profissional atualizado, em modelo europass;
c) Fotocópia do certificado de habilitações literárias.
7.3. As candidaturas poderão ainda ser acompanhadas de:
a) Documentos comprovativos da experiência profissional emitido pela entidade empregadora de onde
conste os seguintes elementos: local, tempo de exercício de funções, atividades exercidas e avaliação de desem-
penho, quando aplicável;
b) Fotocópia de todos os elementos que comprovem a formação profissional (com indicação do número de
horas realizadas) e obtidas nos últimos 5 anos.
A não apresentação dos documentos referidos no ponto 7.2 determina a exclusão do procedimento concur-
sal. A não apresentação dos documentos referidos no ponto 7.3 determina a não valoração dos mesmos na ava-
liação curricular.
8. Prazo de entrega das candidaturas: 5 (cinco) dias úteis, a contar da data de publicação do presente aviso.
9. Métodos de seleção e classificação: O método de seleção inclui, e por esta ordem, a realização de:
9.1. Avaliação curricular (AC) – visa avaliar as aptidões profissionais do/a candidato/a da área para o qual o
presente procedimento é aberto, designadamente as habilitações académicas e profissionais, a experiência pro-
fissional e a formação profissional. A classificação final da Avaliação Curricular resultará da aplicação da seguinte
fórmula:
AC=HAP (40%)+ EP (40%) + FP (20%)
9.2.Entrevista (E) – serão avaliadas, numa relação interpessoal de forma objetiva e sistemática, a capaci-
dade de expressão e fluência verbais (CEFV) e as motivações e interesses (MI), aplicando-se a seguinte fórmula:
E= (CEFV + MI): 2
9.3.Classificação final – será expressa de 0 a 20 valores, com valorização até às centésimas, resultante da
média aritmética ponderada das classificações obtidas em cada um dos métodos de seleção, considerando-se
como não aprovados os candidatos que obtenham classificação inferior a 10 valores, como tal se considerando
por arredondamento, a nota inferior a 9,5 valores, de acordo com a seguinte fórmula:
CF= (2 AC + E): 3 Semanário
Regionalista
Independente
por 15 euros/ano
por estes no prazo máximo de um ano após a cessação do respetivo procedimento concursal.
15. Júri
Presidente: Norberto José Gonçalves Chinita, Especialista Informático, Grau 2, Nível 2 e Coordenador do
Serviço de Informática;
Primeiro Vogal Efetivo: Manuel André Abreu Martins, Especialista Informático, Grau 1, Nível 2;
Segundo Vogal Efetivo: Vitor Barrocas Paixão, Diretor Serviço Recursos Humanos;
Primeiro Vogal Suplente: Luis Ildefonso, Especialista Informático, Grau 1, Nível 1;
Segundo Vogal Suplente: Jorge Pedro, Técnico Informática, Grau 2, Nível 1.
Beja, 24 de maio de 2021 Para fazer a sua assinatura aceda a www.diariodoalentejo.pt
O Diretor do Serviço de Recursos Humanos
Vitor Barrocas Paixão e preencha o formulário on line
ETC.
28 | Diário do Alentejo | 28 maio 2021
LIVROS
RITA PALMA NASCIMENTO
diz pertencente a “uma geração de bons consigo e que lugar ocupa Beja na sua vida?
rapazes”. Licenciado em Psicologia pela Guardo as melhores memórias. O Alentejo
Faculdade de Psicologia e de Ciências de é a minha pátria, sinto-me emprestado a
Educação é também mestre em Estudos Coimbra. Não se trata de ser simpático,
Clássicos pela Faculdade de Letras da é uma verdade, é isso que sinto. O meu
Universidade de Coimbra, mas não esquece primeiro livro “Do Ventre da Terra” (1987)
os tempos “do Liceu Diogo de Gouveia foi escrito em Beja durante a adolescência,
como espaço de encontro”, tempos que lhe embora tenha sido editado em Coimbra,
“permitiram conhecer gente diferente e com a presença do escritor Manuel da
perceber que o conhecimento pode ajudar a Fonseca e do poeta Martinho Marques.
abrir janelas e viajar”. As linhas do horizonte são rios me
António Vilhena lembra, em particular, um circulam no sangue, é cultural, tal como
professor primário que foi um “humanista o cante alentejano, os sabores da açorda,
inesquecível”, o professor Aiveca Acabado. as papoilas, o vento suão ou a poética da
“Sou devedor do que os meus professores paisagem. Toda a minha família ainda
me deram”. Colaborou com o “Diário do vive em Beja, por isso, regresso, também,
Alentejo” no início dos anos 80, guardando porque estão aqui os abraços que amo.
“o cheiro das máquinas, das rotativas, da
composição e do ‘stress’ da redação”. Em E o “Diário do Alentejo”?
1984 parte para Coimbra “em busca da No princípio dos anos 80, João Honrado,
herança cultural da geração de 70”, tendo um homem admirável, levou-me para o
Antero de Quental como maior referência. “Diário do Alentejo”, onde estavam João
“Uma cidade de poetas e cantores, de gente Paulo Velez, Pedro Ferro, Miguel Patrício,
do mundo” que, tal como o autor bejense Miguel Tavares e José Moedas. Iniciei-me
“levou e trouxe ideias novas”. aí na escrita, senti o cheiro das máquinas,
Presentemente, é curador da Casa da das rotativas, da composição e do ‘stress’
Escrita de Coimbra, poeta, cronista e autor de uma redação. Lembro-me, ainda, do
de livros infantis. Neste campo é pioneiro primeiro texto que escrevi. Eles foram
na edição bilingue (português e inglês) para muito meus amigos, aprendi imenso
crianças, em território nacional. “Onde e guardo boas recordações. Eu era um
Está o Meu Abraço?” é o seu 14.º livro. jovem que não se enquadrava nos modelos
vigentes e eles deram-me colo.
Como surgiu este livro?
O livro é sempre um ensaio de existência, esperança a uma condição divina. É Portugal livros bilingues. Foi uma ideia Quando olha para Beja e para o Baixo Alentejo,
um arco de respiração que liga o autor a um através da palavra que melhor traduzimos diferenciadora e que tornava o livro mais sem a projeção e valorização devidas, por
“tu”, que imaginamos ser alguém que quer a viagem dos afetos e, também, dos universal. A prova disso é que este livro contraste com Coimbra, o que sente?
ficar perto de nós. Este livro é esse desejo medos que vivem escondidos sob a pele. está neste momento em todos os cantos Sinto que podia dar mais a esta cidade
de nos perpetuarmos através de metáforas O sentimento de perda é assustador, ele do mundo. Visito imensas escolas do país, pessoal e politicamente. Há uma
e palavras universais, onde os afetos e os é como o vento, invisível, mas percetível, sempre por causa dos livros. São os livros diáspora riquíssima que é a maior
pequenos gestos são a expressão do que de toca-nos para que valorizemos os instantes que me levam. Curiosamente, nunca visitei reserva de ativos desta região e que não
mais íntimo e perene resiste dentro de nós. e saibamos interpretar a essência do que as escolas do Alentejo. é aproveitada. Existe um alentejano
Nasceu antes da pandemia, ao recordar amamos. em cada canto do mundo, mas em
os momentos em que ia buscar os meus Como lidou com a realidade provocada pela Beja parece que não são necessários.
filhos à escola, quando eles corriam para Classifica este livro como “livro para adultos, pandemia no último ano? A falta de influência junto do poder
os meus braços e eu perguntava “onde está disfarçado de livro para crianças”. Quer Sou filho da planície, gosto de horizonte central tem sido o calcanhar de Aquiles,
o meu abraço?”. É uma memória doce e explicar? e de vento. A poética das paisagens do sul e, infelizmente, alguns políticos
ternurenta, uma reminiscência, talvez, de A narrativa está cheia de metáforas, marcou-me, o andar e crescer na rua foi que têm desempenhado funções
outros abraços que guardo no inconsciente. desenvolve-se num imaginário infantil, um conceito de uma geração que nada tem governativas fizeram muito pouco pela
onde os adultos se reveem quando a ver com a dos meus filhos, onde existe sua cidade. É preciso uma estratégia
É este abraço uma expressão do sentir mergulham no texto. Normalmente são uma proteção urbana que é o resultado da de desenvolvimento que fixe riqueza
mais artístico, enquanto autor, ou de maior os pais ou os avós que leem histórias aos insegurança de uma certa modernidade. e pessoas, que valorize os recursos
proximidade humanística e pensada, mais novos. A educação de uma criança Por isso, estar confinado é sempre uma endógenos e que potencie a cultura. Ao
enquanto psicólogo? pressupõe, também, que os adultos saibam violência, porque é uma imposição que vem longo dos anos temos conhecido alguns
É um misto disso tudo, não nos podemos partilhar a fantasia que os ajuda a crescer. de fora, uma escolha dos outros, algo que autarcas míopes que ninguém ouve no
dividir. Somos indelevelmente o Os filhos e os netos são um reencontro com não parte de nós. Durante a reclusão fiz o Terreiro do Paço, nem em lado nenhum.
somatório de todas as circunstâncias o passado, um regresso à primeira infância. que já fazia antes: lia, escrevia e praticava A visão paroquial da política sempre
que nos ajudaram a construir e a pensar exercício físico. “Mente sã em corpo são”. contribuiu para aumentar a solidão e
o mundo. Desde a Antiguidade Clássica Porquê um livro bilingue? A situação de nos sentirmos um pássaro as estatísticas depressivas. Os políticos
que o Homem procura a beleza que não Os meus livros infantis são todos bilingues numa gaiola não nos permite abrir as asas deviam ser poetas, ao menos tinham um
morre na expressão artística, transforma (português e inglês). Quando comecei a e ensaiar belas melodias. O canto é um olhar cosmopolita e mais desprendido do
os sentimentos em tragédias e eleva a escrever para os mais novos não havia em exercício de liberdade. poder.
28 maio 2021 | Diário do Alentejo | 29
TEATRO
D.R.
VINHOS
HERDADE DO CEBOLAL COLOCA
GARRAFAS NO FUNDO DO MAR
barro, terminando o seu estágio em cuba, vai permanecer
Um total de 250 garrafas de vinho foram colocadas no
no fundo do mar “entre 12 meses até um ano e meio”,
fundo do mar, em Sines, onde irão “estagiar” durante um
dependendo das marés e das pressões a que as garrafas
ano, numa operação que procura estudar a sua evolução,
100 ESPETÁCULOS AO
Castelão e 113 garrafas Cebolal Emerso branco 2020 das
receção muito interessante, apesar de as pessoas
castas Roupeiro, Manteúdo e Arinto foram mergulhadas a
entenderem que se trata apenas de ‘marketing’. O objetivo
cerca de 20 metros de profundidade, na marina de Sines,
deste projeto passa por promover a economia local, a
LITORAL ALENTEJANO
num projeto promovido pela Herdade do Cebolal que
sustentabilidade e fazer uma sinergia entre empresas”.
começou há oito anos e já contabiliza quatro produções
do vinho do Mar. Por isso, adiantou, “as garrafas são lacradas com cera
“Temos aprendido sobre as diferenças de um estágio em de abelha, produção própria e de apicultores locais, o
terra em relação ao mar. A terra tem uma evolução mais vidro é mais leve, numa lógica de pegada ecológica, a O espetáculo “Tudo É Relativo”, da companhia de teatro A Comuna,
lenta com características diferentes. No caso do mar rolha é de cortiça, natural do Alentejo, e abdica-se do marcou o arranque, na passada quarta-feira, dia 26 de maio, do
temos uma evolução mais acelerada. Se calhar um vinho rótulo em papel, porque é a fauna, como as cracas, algas e projeto Litoral EmCena que propõe mais de 100 espetáculos ao longo
que na terra tem um ano no mar evolui quase o dobro”, mexilhões, que vai aparecer nas garrafas”. de dois anos.
explicou Luís Mota Capitão, produtor e enólogo. O projeto está virado para “um nicho de mercado muito Promovido pela associação Ajagato, em parceria com as Câmaras
Desde a primeira edição, a operação dos vinhos “Cebolal pequeno”, mas o empresário defende que é uma vertente de Santiago do Cacém e de Sines, o Litoral EmCena aposta na
Emerso” tem vindo a evoluir e, além da aprendizagem que pode servir para combater a sazonalidade. “É uma “apresentação mensal de espetáculos de teatro de companhias
ao nível da composição do vinho do Mar, “muito mais vertente que pode ser muito importante para o inverno. profissionais” nas cidades de Sines, Santiago do Cacém e Vila Nova
salina e virada para o iodo”, o responsável destacou a Nesta região temos um mercado muito interessante na de Santo André, e nas freguesias rurais dos dois municípios.
componente ecológica, assim como “a arte” associadas primavera, verão e outono, mas no inverno são épocas A iniciativa “pretende dinamizar regularmente teatro ao longo de dois
a este projeto. Os resultados, refere, “são muito baixas, por isso penso que este é um trabalho que tem anos, com uma frequência de dois espetáculos por mês, que circulam
interessantes” e permitem perceber que há parâmetros, permitido complementar esta parte sazonal”, referiu. nas três cidades, principais freguesias e interior dos dois concelhos”,
“como uma certa secura na boca, a própria complexidade Com 20 hectares de vinha, a Herdade do Cebolal, estando previstos “cerca de 50 espetáculos por 13 companhias” até
e cor do vinho, que também se modificam”, adiantou o localizada em Vale das Éguas, no concelho de Santiago ao final deste ano, disse o diretor artístico da Ajagato, Mário Primo.
responsável, que quer “tentar mostrar” que é possível do Cacém, produz anualmente entre 60 e 70 mil garrafas A programação do projeto, que tem um cariz intermunicipal e “está
prever o futuro de um vinho que se desenha dentro da de vinho tinto e branco, e pretende avançar ainda este dependente” da evolução da pandemia de covid-19 em Portugal e
vinha. ano com um segundo lote de vinho do Mar, mergulhando no estrangeiro, “devido à participação de companhias de teatro
Segundo o enólogo, o vinho que fermentou em lagar de garrafas junto à Ilha do Pessegueiro. internacionais”, está pensada para um público habituado a uma
oferta de qualidade. “São fatores que não podemos controlar, mas
D.R.
ARTES
LUÍS MIGUEL RICARDO
FILATELIA
GEADA DE SOUSA
D.R.
Assinatura anual País: 32,00€ Europa: 41,50€ Resto do Mundo: 54,50€ | Diretor Luís Godinho (CP 935A) | Redação Aníbal Fernandes (CP 5938A), Carlos Lopes
Nº 2040 (II Série) | 28 maio 2021 Pereira (CP 1999A), José Serrano (CP 3019A), Nélia Pedrosa (CP 2437A ) | Fotografia José Ferrolho | Cartoons e ilustração António Paizana, Paulo Monteiro,
Pedro Emanuel Santos, Susa Monteiro | Desporto Firmino Paixão | Colunistas e colaboradores António Nobre, Francisco Marques, Geada de Sousa,
Jorge Feio, José Saúde, Júlia Serrão, Luís Miguel Ricardo, Maria Antónia Goes, Né Esparteiro, Rute Reimão, Vítor Encarnação | Opinião Ana Matos Pires,
Ana Paula Figueira, Hugo Cunha Lança, Luís Covas Lima, João Mário Caldeira, José Filipe Murteira, Manuel António do Rosário, Manuel Maria Barroso,
Mário Beja Santos, Martinho Marques, Rui Marreiros, Santiago Macias | Publicidade e assinaturas Ana Neves, Dina Rato | Departamento comercial Edgar
Gaspar Paginação Aurora Correia e Cláudia Serafim | Projecto gráfico Conversa Trocada, Design e Comunicação ([email protected]) Depósito
Legal Nº 29 738/89 | A publicação encontra-se anotada na ERC | ISSN 1646-9232 | Nº de Pessoa Colectiva 509 761 534 | Tiragem semanal 6000 Exemplares
9 771646 923008 02040 Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua da Capela de Nossa Senhora da Conceição, 50 – 2715-311 Pêro Pinheiro | Distribuição VASP
Técnico da Câmara Municipal de Vidigueira, na área sócio cultural, desenvolve trabalhos relacionados ARTE FILMES
com desenho, pintura, fotografia e cerâmica, utilizando várias técnicas e suportes. Autodidata, com
NON STOP PROMOCIONAIS
capacidade de reconhecer que a formação, ao longo da vida, “é das melhores ferramentas para o
desenvolvimento pessoal”, considera que para o reconhecimento, é imprescindível ter, também, “uma
EM MÉRTOLA DO ALENTEJO
boa dose de humildade, criatividade, inovação e muito trabalho”. O seu trabalho está representado DE 5 A 19 PREMIADOS
em várias coleções particulares e participa, regularmente, em exposições individuais e coletivas. DE JUNHO NA FITUR
De 5 a 19 de junho, Os filmes We Call It
Mértola celebra o Arte Alentejo e Caminhos
“É hora de aproveitar os espaços culturais” Non Spot, iniciativa
que contempla várias
de Santiago Alentejo e
Ribatejo foram premiados
disciplinas e linguagens na categoria “Destinos”
artísticas, como o do concurso Fitur Travel
“Memórias dos Dias”, uma exposição de Manuel Carvalho no Museu Municipal de Vidigueira
teatro, a dança e o circo Video Competition,
contemporâneo, com uma realizado no âmbito desta
O Mu s e u Mu n ic ip a l d e
Vidigueira tem patente ao
público, até dia 30 de ju-
nho, a exposição, de cerâmica, pin-
tura, desenho e fotografia, inti-
Normalmente, a ideia base já está de-
finida quando arranco para um novo
projeto. No caso de surgir um con-
vite para expor o meu trabalho, o su-
porte dependerá do tema da exposi-
mexe mais comigo são os problemas
ambientais e sociais. Mas mesmo
nestes trabalhos de temática univer-
sal, há sempre um toque, muito forte,
de influência deste meu território.
programação que integra
uma “diversidade de
ações de mediação entre
artistas convidados,
organizações,
feira de turismo que
decorreu em Madrid. Para
Vítor Silva, presidente
do Turismo do Alentejo,
estes prémios “significam
tulada “Memórias dos Dias”, da ção. Quando isto não acontece vou personalidades locais o reconhecimento por
autoria do artista, vidigueirense, variando entre as diversas áreas, para Fotografia, desenho, pintura e cerâ- e público”. Segundo a parte dos especialistas
Manuel Carvalho. manter a criatividade e o estímulo mica – nesta sua inquietação artís- Câmara de Mértola, esta e críticos do setor do
ativos. tica, há algum amor mais fogoso ou edição será marcada por turismo da qualidade do
Como nos apresenta esta sua não conseguiria viver feliz sem qual- conversas, ‘workshops’ trabalho promocional
exposição? Qual a sua mais preciosa fonte de ins- quer um dos quatro? e conferências que que tem vindo a ser
A exposição surge de um convite dos piração artística? Estas artes complementam-se e com- “pretendem interligar” desenvolvido, tanto no
responsáveis pelo Museu Municipal Ultimamente, a inspiração acontece pletam-me, como artista e como pes- os artistas com a mercado nacional como
de Vidigueira, para assinalar a en- muito com a pressão, a falta de tempo soa. Não faz sentido, para mim, dei- comunidade local. no internacional”.
trada deste na Rede Portuguesa dos e, muitas das vezes, com o erro. É ne- xar para trás qualquer uma destas
Museus. Nesta mostra, o visitante cessário estar atento a tudo o que nos áreas.
poderá ver uma série de trabalhos rodeia, ser observador, refletir muito, RENOVADO MERCADO DE SERPA
meus em cerâmica, pintura, desenho ter tranquilidade e uma mente O que mais gostaria que esta expo- É INAUGURADO AMANHÃ
e fotografia. A temática é livre e apre- aberta, para que as coisas aconteçam. sição pudesse oferecer a quem a
sentada em forma de retrospetiva. contemple? O renovado Mercado Municipal de Serpa irá reabrir
Estão expostas peças premiadas em De que forma a sua condição de alen- Gostaria que não perdessem a opor- amanhã, dia 29 de maio, após obras profundas de
vários concursos, outras são da mi- tejano influencia a arte que idealiza? tunidade de a visitar, que a vissem de requalificação, que visaram a valorização global do
nha coleção particular, que marcam, Na fotografia e na cerâmica essa in- espírito aberto, deixando-se inspi- equipamento, mas também a criação de um conceito mais
para mim, momentos importantes. fluência será muito evidente, já na rar, pois é para isso que eu trabalho. amplo que pretende integrar os mercados de proximidade
pintura e no desenho as temáticas va- Saídos de um período em que tudo do concelho numa rede municipal com atratividade
Sendo um artista multifacetado riam, um pouco. Vivendo num con- esteve fechado, é hora de aproveitar turística. A obra representou um investimento de 750 mil
como decide qual o meio a utilizar celho do interior não impede que os espaços culturais. Já agora, a en- euros. Segundo a Câmara de Serpa, o novo espaço irá
numa determinada ideia artística a reflita sobre os problemas que se pas- trada é livre. albergar o Centro Interpretativo do Queijo, “local onde se
que pretende “dar vida”? sam no mundo que nos rodeia. O que JOSÉ SERRANO valoriza este produto de excelência do concelho, dando
destaque à forma como é produzido”.
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