3º Simpif 2019
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SIMPÓSIO DE PESQUISA
INOVAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO
DO IFPB
ANAIS
João Pessoa PB
27, 28 e 29 de
novembro de 2019
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA
REITOR
Cícero Nicácio do Nascimento Lopes
PRÓ-REITORA DE ENSINO
Mary Roberta Meira Marinho
PRÓ-REITORA DE PESQUISA, INOVAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO
Silvana Luciene do Nascimento Cunha Costa
PRÓ-REITORA DE EXTENSÃO E CULTURA
Maria Cleidenédia Moraes Oliveira
PRÓ-REITOR DE ASSUNTOS ESTUDANTIS
Manoel Pereira de Macedo Neto
PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS
Pablo Andrey Arruda de Araujo
ORGANIZADORES
Silvana Luciene do N. C. Costa
Francisco Dantas Nobre Neto
Márcia de Oliveira Alves
Maxwell Anderson Ielpo do Amaral
Valdecir Teófilo Moreno
Deyse Morgana das Neves Correia
Andre Fellipe Cavalcante Silva
EDITORA IFPB
DIRETOR EXECUTIVO
Carlos Danilo Miranda Regis
CAPA E DIAGRAMAÇÃO
Fabrício Vieira
Os trabalhos publicados nestes Anais são de inteira responsabilidade dos seus autores, não refletindo
necessariamente a opinião do III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do IFPB.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
Biblioteca Nilo Peçanha - IFPB, campus João Pessoa
S613a Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do IFPB (3. : 2019 : João Pessoa, PB).
Anais do III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, 27 a 29 de novembro de 2019, organizadores
Silvana Luciene do N. C. Costa ...[et al.]. – João Pessoa : IFPB, 2020.
1.690 p. : il.
E-book (pdf)
ISBN 978.85.87572-01-7
CDU 001.891:378
Lucrecia Camilo de Lima
Bibliotecária
CRB 15/132
CONTATO
Av. João da Mata, 256 - Jaguaribe. CEP: 58015-020, João Pessoa - PB.
Fone: (83) 3612-9722 l E-mail: [email protected]
COMISSÕES DE TRABALHO
COMISSÃO CENTRAL Jamylle Rebouças Ouverney King
Silvana Luciene do Nascimento Cunha Costa Márcia de Oliveira Alves
Francisco Dantas Nobre Neto Girlene Marques Formiga
Marcia de Oliveira Alves Joseli Maria da Silva
Deyse Morgana das Neves Correia Leandro Jose Medeiros Amorim Santos
Andre Fellipe Cavalcante Silva Andre Luiz da Silva
Maxwell Anderson Ielpo do Amaral Giuseppe Anthony Nascimento de Lima
Carlos Danilo Miranda Regis
Girlene Marques Formiga COMISSÃO DE PREMIAÇÃO NA MODALIDADE
Francisco de Assis Rodrigues de Lima RESUMO EXPANDIDO
Danielly Vieira de Lucena Rocha Souto
COMITÊ DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Geam Carlos de Araujo Filgueira
Marcia de Oliveira Alves Renan Gomes de Lucena
Rhavy Guedes Maia Murilo dos Santos Oliveira
Bruno Jacome Cavalcanti Ricardo Jose Ferreira
Francisco Dantas Nobre Neto
Willian Pereira Abdon COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA
Adriano Ney Nascimento do Amaral Fabio Lucena de Andrade Gomes
Fabricio Liberato da Silva Odete Paula Ferreira da Silva
Taysa Samara Mendes Pinheiro Maria Fernanda Silveira Targino
Lucas de Araújo Silva Dantas Rafael Torres Correia Lima
Paulo Henrique Felix Pinheiro Genesio Jose da Silva
Pamela Silva de Araújo Nilmario Galdino Guedes
Sinthya Pinheiro Costa
COMISSÃO DE APOIO LOGÍSTICO A Veronica Pereira Batista
PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
Odete Paula Ferreira da Silva COMISSÃO ACADEMICA DA PÓS-GRADUAÇÃO
Rafael Xavier Leal Deyse Morgana das Neves Correia
Genésio Jose da Silva Andre Fellipe Cavalcante Silva
Maria Fernanda Silveira Targino Abinadabe Silva Andrade
Alex Sandro da Rocha Maira Rodrigues Villamagna
Francinaldo Leite da Silva
COMITÊ ACADÊMICO Katyusco de Farias Santos
Francisco Dantas Nobre Neto Suzete Elida Nobrega Correia
José Leonardo dos Santos Gomes Thais Ferreira Feitosa
Evandro Lima Cordeiro Júnior Francisco Petronio Alencar de Medeiros
Claudio Dybas da Natalidade Rafael Jose Alves do Rego Barros
Abinadabe Silva Andrade Francisco Aureliano Vidal
Danielly Vieira de Lucena Danielly Vieira de Lucena
Alexsandro Trindade Sales da Silva Andrea de Lucena Lira
Anne Karine de Queiroz Alves Vinícius Longo Ribeiro Vilela
Adjane Maria Pontes Cesar Alcemy Gabriel Vitor Severino
Murilo dos Santos Oliveira
Renan Gomes de Lucena COMISSÃO DO SIMPÓSIO DE INOVAÇÃO
Ricardo José Ferreira TECNOLÓGICA
Danilo Augusto de Holanda Ferreira Maxwell Anderson Ielpo do Amaral
Vilson Lacerda Brasileiro Júnior Valdecir Teófilo Moreno
Geam Carlos de Araujo Filgueira
José Marcio da Silva Vieira COMISSÃO DE MOSTRA TECNOLÓGICA
André de Brito Sousa Maxwell Anderson Ielpo do Amaral
Luzidelson Baracho Ribeiro Valdecir Teófilo Moreno
Alexsandra Cristina Chaves Rafaela Yuska dos Santos
Vinicius Longo Ribeiro Vilela Mateus Cordeiro Lima
Francisco de Assis Rodrigues de Lima
Maria Tatiane de Souza Brito
Rafael Xavier Leal
MOSTRA TECNOLÓGICA
PÓS-GRADUAÇÃO
1212 Barra de cereal proteica a base de 1320 Análise do atraso de uma obra no
quinoa e amendoim enriquecido município de Pedra Lavrada-PB: Um
com frutooligossacarídeo estudo de caso a partir da utilização de
ferramentas gerenciais da qualidade.
1220 Detecção de características
morfológicas em mangas com 1327 Análise dos Blocos de Terra
visão computacional Comprimida com Água da
Palma Forrageira
1229 Análise de Bibliotecas de Python
que Permitem Criptografar Dados 1335 Aproveitamento de rejeito
cerâmico vermelho na formulação
1236 Análise do Comportamento das de tijolos solo-cimentos
Ferramentas FFmpeg e Avconv na
Extração de Imagens a Partir de Vídeos 1344 Avaliação pós-ocupação: estudo da
em um Sistema Operacional Debian manutenção em empreendimento
habitacional na cidade de João Pessoa
1243 Desenvolvimento de um aplicativo
mobile como forma de melhorar 1351 Estudo das propriedades frescas e
e incentivar a aprendizagem endurecidas de argamassas para
revestimento contendo vermiculita
e resíduos de tijolos cerâmicos
RESUMOS
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
ADMINISTRAÇÃO | GESTÃO
MATERIAIS E MÉTODOS. Para a realização deste estudo, inicialmente, foi realizada uma revisão teórica sobre
a gestão de pessoas, suas atividades e técnicas, como também, as tendências no que se refere ao sistema de
trabalho. Em seguida, foram realizadas visitas na organização para levantar dados através dos processos de
observação e coleta de informações, fazendo uso de um questionário que foi composto por questões abertas
e que foi aplicado pelo grupo ao gestor de Recursos Humanos da organização. Assim, o estudo se caracterizou
como um estudo de caso, de natureza descritiva, exploratória e de abordagem qualitativa.
RESULTADOS. Em relação aos resultados, foi constatado que um sistema de trabalho requer um aprimo-
ramento no gerenciamento de uma equipe e que deve estabelecer qual a melhor rotina utilizada em uma
organização. Esse controle aplicado na gestão de pessoas traz por mapear os pontos positivos e negativos
identificados em cada sistema, como as dificuldades em interferir neles. Através do diagnóstico realizado, foi
possível conhecer melhor o modelo de trabalho desenvolvido na organização, da seguinte forma: o processo
de recrutamento de funcionários ocorre por meio de indicações de servidores de outros órgãos, como também
através de remanejamento interno, dessa forma, a empresa não possui um quadro de pessoal efetivo e não há
divulgação ao público em geral; o processo de seleção para os cargos é feito pela diretoria, ocorrido através
de uma análise curricular e entrevista realizada pelos responsáveis no setor; o método de socialização aplica-
do consiste em, após a entrevista, o funcionário conhecer cada local ou departamento da empresa de forma
mais abrangente, além de ser apresentado às equipes; em relação às ferramentas de análise de desempenho,
não há um método previamente estabelecido, o processo é feito a partir da observação; no que diz respeito
ao treinamento, não são todos os funcionários que o recebem, apenas alguns deles, e a capacitação é feita na
Escola de Serviço Público do Estado da Paraíba (ESPEP); as condições do ambiente, no que tange à qualidade
de vida no trabalho, são apropriadas para os colaboradores, dispondo de banheiros próximos aos setores e
bebedouro; para garantir a segurança aos colaboradores, dentro e nos arredores da organização, a compa-
nhia dispõe de um serviço de segurança com treinamento específico; no que se refere aos benefícios dos fun-
cionários, a empresa oferece vale-alimentação e vale-transporte; no tocante aos aspectos de remuneração, a
empresa realiza uma reunião emitindo uma portaria interna para ser discutida a remuneração do funcionário
a ser admitido, conforme a função a ser exercida e, por fim, é emitida a decisão da presidência. Dessa forma,
foi possível detectar os possíveis pontos fortes e fracos, como também, as dificuldades em solucioná-los, nas
áreas de gestão de pessoas, mencionadas anteriormente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Tendo em vista a importância do que foi abordado e das percepções adquiridas
acerca da prática desenvolvida na área de gestão de pessoas, foi possível obter uma melhor compreensão de
como funcionam os processos no setor de Recursos Humanos, no que tange às práticas de gestão adotadas
pela organização, dentre elas, as formas de recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento dos cola-
boradores, bem como as medidas adotadas em relação à qualidade de vida no ambiente de trabalho. Em re-
lação ao processo de elaboração do trabalho, podemos destacar a habilidade humana que desenvolvemos no
sentido de realizar um trabalho em equipe, na medida em que delimitamos a divisão do trabalho e definimos
tarefas a serem cumpridas, contribuindo, assim, para o nosso crescimento tanto na área acadêmica, como na
área profissional. No que se refere aos aspectos conceituais, foi possível fixar melhor os conteúdos estudados
durante a disciplina, que nos proporcionou um maior entendimento do funcionamento da área de gestão de
pessoas, através das observações e dados coletados, que nos permitiu aperfeiçoar a competência de análise
e investigação do campo de estudo, no qual sustentou-se num embasamento teórico com diversos autores
reconhecidos na área.
PALAVRAS-CHAVE: Gestão de pessoas, sociedade de economia mista (SEM), cultura organizacional, práticas
de gerenciamento, fatores motivacionais.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos à empresa pela confiança, atenção e disponibilidade de tempo, uma vez
que o desenvolvimento deste trabalho só foi possível com o auxílio e compreensão da mesma, que facilitou
nossa entrada e o acesso às informações – estas, indispensáveis para a elaboração deste trabalho. Assim, em
todo trabalho acadêmico, é imprescindível essa oportunidade concedida pela empresa, em razão desta prática
3º SIMPIF
possibilitar que o discente empregue em seu aprendizado. Por fim, agradecemos também à docente Maria Lui-
za da Costa Santos, da disciplina de Práticas de Pesquisa em Administração de Pessoas, pelo carinho, atenção
e paciência nas orientações referentes ao desenvolvimento e conclusão desta pesquisa.
Referências
VILAS, B.; ANA, A.; BERNARDES, A.; RUI, O. Gestão estratégica de pessoas. 1. ed. São Paulo: Elsevier, 2009.
BOHLANDER, G. W.; SNELL, S. A.; SHERMAN, A. Administração de recursos humanos. 14. ed. São Paulo: Cen-
gage Learning, 2010.
MATERIAIS E MÉTODOS. Para a elaboração do estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre a gestão
de branding, por exemplo, nome da marca, imagens, símbolos relacionados, envolvendo os slogans, logotipos
e outros fundamentos que se referem aos produtos/serviços de uma organização. Em seguida, foram realiza-
das visitas in loco, para levantar dados através dos processos de observação e coleta de informações, fazendo
uso de uma entrevista estruturada que foi composta por questões abertas, sendo aplicada pela equipe à ges-
tora de marketing da organização. Assim, a pesquisa se caracterizou como um estudo de caso, de natureza
descritiva, exploratória e de abordagem qualitativa.
RESULTADOS. No que concerne aos resultados obtidos pela pesquisa na empresa em estudo, foi observado
que a gestão da marca é feita de forma constante, tendo em vista, que os elementos que a compõem passam
por pequenas reformulações a cada três anos e, com isso, demonstram a preocupação da organização em
criar uma identidade visual que a associe ao produto, com o objetivo de lhe proporcionar maior visibilidade no
mercado em que atua, sendo este um aspecto positivo. O rebranding da instituição é realizado em um curto
período de tempo, em que ocorrem mudanças no design da marca. Devido a isto, a empresa pode correr certos
riscos ao realizar o rebranding a cada três anos, além de que, há também a ausência de pesquisas para men-
surar os impactos desta ação nas vendas e na percepção do mercado-alvo, dessa forma, pode-se considerar
este aspecto como um problema a ser solucionado na gestão, caracterizando-se como um ponto negativo.
No tocante à diferenciação do produto, Porter (2013) afirma que a estratégia competitiva de diferenciação é
constantemente utilizada pelas empresas a fim de diferenciar o produto ou serviço ofertado, desenvolvendo
algo que seja considerado único ao contexto de todo o ramo de negócio. Neste quesito, pode-se considerar
como um ponto positivo, pois a empresa possui diversas formas de proporcionar a diferenciação dos seus
produtos em relação aos dos concorrentes, seja através da formulação do produto ofertado, onde a matéria-
-prima tem como base a própria fruta e não a polpa, seja através das suas divulgações, realizadas através das
mídias sociais, sorteios de brindes aos clientes em supermercados, degustação de sorvetes e picolés e, ainda,
participação em eventos gastronômicos. Em relação às suas linhas de produtos, a empresa possui diferentes
linhas para atender a diversos nichos de mercado, dentre elas incluem linhas Fitness, Gourmet, Zero açúcar,
entre outras, e procura desenvolver gradativamente novas linhas de acordo com as tendências do mercado,
considerando este elemento um fator positivo. A linha de produto é um conjunto de bens estreitamente re-
lacionados por funcionarem de forma semelhante, serem vendidos para grupos de consumidores idênticos,
lançados em um mesmo mercado por intermédio de tipos similares ou estarem dentro dos mesmos limites de
preço (KOTLER; ARMSTRONG, 2015). No que diz respeito às embalagens, cada vez mais o consumidor está
criando uma relação emocional com a escolha de produtos, razão pela qual as novas soluções de embalagens
tendem para a valorização dos sentidos (CAMILO, 2004). Neste quesito, a empresa atua positivamente, pois
produz embalagens com diferentes volumes, que atendem às variadas necessidades e exigências de seus
clientes, além de selecionar cores e elementos visuais atrativos para impulsionar o desejo de compra do con-
sumidor. Os rótulos são elementos de comunicação entre o produto e os consumidores, e devem ajudá-los na
decisão de compra, ampliando a eficiência do mercado e o bem-estar do consumidor (MACHADO et al., 2006).
Neste aspecto, a organização dispõe uma ótica positiva, haja vista que, em seus rótulos há todas as informa-
ções que são exigidas em lei e pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), que
submete as empresas a informar os valores nutritivos do produto, onde é produzido e outras informações
necessárias, nas quais são exigidas pela legislação. Por fim, a elaboração desta pesquisa, gerou um relatório
técnico acadêmico da disciplina Práticas de Pesquisa em Administração de Marketing, do curso de Adminis-
tração, referente ao tema gestão de marca.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Mediante a relevância do conteúdo discutido e das percepções adquiridas em re-
3º SIMPIF
lação à administração de Marketing em uma instituição, especificamente quanto à sua marca, foi possível
ampliar nosso conhecimento teórico e prático na área de Administração de Marketing, quanto aos processos
de gestão de marca e da estratégia do produto, aperfeiçoando o olhar crítico da equipe. No que diz respeito ao
processo de formação do estudo, pôde-se evidenciar o modo como é gerenciado a marca, como são definidas
as principais estratégias de diferenciação do produto no que concerne a linhas de produtos, rótulos e embala-
gens. Acerca dos aspectos conceituais, foi possível fixar melhor os conteúdos estudados, que proporcionaram
um entendimento do funcionamento da área da gestão de marcas e de estratégia do produto. Através das
observações e dados coletados, foi possível aperfeiçoar a competência de análise e investigação do campo
de estudo, no qual sustentou-se num embasamento teórico com diversos autores reconhecidos na área. Por-
tanto, esperamos que este trabalho possa auxiliar no desenvolvimento de estudos e pesquisas relacionados à
área, expandindo assim, o conhecimento acadêmico.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos à empresa pela confiança, atenção e disponibilidade de tempo, uma vez
que, o desenvolvimento deste trabalho só foi possível com o auxílio e compreensão da mesma, que facilitou
nossa entrada e o acesso às informações – estas, indispensáveis para a elaboração deste trabalho. Assim,
em todo trabalho acadêmico, é imprescindível essa oportunidade concedida pela empresa, em razão desta
prática possibilitar que o discente empregue em seu aprendizado. Por fim, agradecemos também à docente da
disciplina de Práticas de Pesquisa em Administração de Marketing, Maria de Fátima Silva Oliveira, pelo carinho,
atenção e paciência nas orientações referentes ao desenvolvimento e conclusão desta pesquisa.
Referências
CAMILO, A. N. Inovar é preciso. Pack, São Paulo, ed. nº 85, p. 22, Ed. Banas Ltda, set., 2004.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 15. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson Education, 2012.
MACHADO, S. S.; SANTOS, F. O.; ALBINATI, F. L.; SANTOS, L. P. R. Comportamento dos consumidores com re-
lação à leitura de rótulo de produtos alimentícios. Alimentos e Nutrição, Araraquara, v. 17, n. 1, p. 97-103,
2006.
MARQUES, J. R. Rebranding: 5 dicas de como elaborar uma estratégia para uma marca. Disponível em: https://
www.ibccoaching.com.br/portal/rebranding-5-dicas-de-como-elaborar-uma-estrategia-para-uma-marca/.
Acesso em: 29 jul. 2019.
PORTER, M. E. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. 21. ed. Rio de Janeiro:
Campus, 2013.
3º SIMPIF
Diante deste contexto, Lino e Dias (2018) destacam que todas estas modificações também estão relacionadas
com o aumento da competição global pelo mercado, que exige do trabalhador um aumento da intensidade
e duração do trabalho, levando ao aumento de patologias ocupacionais, dentre elas, o estresse e as doen-
ças dele decorrentes; aumento do trabalho realizado no domicílio, aumento do trabalho em tempo parcial e
sazonal, promovendo a precarização do trabalho; e, a diminuição dos níveis de remuneração pelo trabalho
realizado.
No caso particular do professor, as novas exigências e a constante ameaça advinda das novas metodologias
educacionais oriundas dos recursos tecnológicos, como o e-learning, a videoconferência e o ensino à distân-
cia, quando associadas a uma rotina exaustiva e incorporada às demais dimensões e papéis assumidos pelos
professores no âmbito profissional e de sua vida privada, parece predispor ao surgimento da síndrome de
burnout. Segundo Ballone (2008), a síndrome de burnout é considerada uma das consequências mais mar-
cantes do estresse ocupacional, caracterizando-se por exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo,
depressão e insensibilidade com relação a tudo e a todos. Esta síndrome envolve dimensões e sentimentos
que estão definidos como ilusão pelo trabalho, desgaste psíquico, indolência e culpa (GIL-MONTE, 2005).
Essas dimensões são dignas de maior atenção pelas organizações, para que seja evitado o aparecimento de
sintomas de burnout em seus colaboradores.
A Unidade Acadêmica de Gestão e Negócios (UAG), local do estudo, é uma área de ensino do Campus João
Pessoa do Instituto Federal de Ensino, Ciência e Tecnologia da Paraíba–IFPB, que abriga, atualmente, cursos
de diversas modalidades e complexidade acadêmicas e curriculares tais como: Bacharelado em Administra-
ção, CST em Negócios Imobiliários (modalidade presencial), Técnico em Eventos (modalidade presencial e
PROEJA), Técnico em Secretariado (modalidade presencial), Gestão Pública (EAD), e Técnico Integrado em
Contabilidade (presencial), a qual tem como objetivo oferecer um processo de aprendizagem completo, di-
nâmico e eficiente por intermédio de todos os recursos humanos, materiais e tecnológicos necessários à sua
proposta de expansão e modernização.
MATERIAIS E MÉTODOS. Esta pesquisa de abordagem quanti-qualitativa, quanto aos meios foi caracterizada
como estudo de caso e, quanto aos fins, correspondeu a uma pesquisa descritiva e exploratória. Envolveu o
universo de 51 professores lotados na UAG, mas utilizou como critério de inclusão ter pelo menos 01 ano de
atuação na área, período mínimo necessário para descrições confiáveis a respeito das atividades inerentes ao
exercício da profissão e, dessa forma, abrangeu uma amostra de 38 professores. Os dados foram coletados
através de um formulário que fez uso da plataforma digital online Google Forms, contendo 46 questões em
escala Likert que levantaram informações sobre o perfil sociodemográfico dos professores, o processo das
inovações tecnológicas no cotidiano da profissão do professor e, o desenvolvimento da síndrome de Burnout,
a partir de quatro variáveis: ilusão do trabalho, desgaste psíquico, indolência e culpa. As questões relativas
ao tópico das Inovações tecnológicas se basearam nos instrumentos propostos pelos autores Lipp (2009);
Lipp e Lipp (2018) e, para a Síndrome de Burnout foi utilizado o instrumento validado pelos autores Gil-Monte,
Carlotto e Câmara (2010). Os dados foram apresentados em quadros, tabelas e gráficos, que contou com o
apoio do software Excel, envolvendo a parte descritiva da pesquisa, bem como o auxílio do software estatístico
IBM SPSS 21.0, com utilização de estatística inferencial, em que foram realizados os testes de normalidade
(Kolmogorov-Smirnov), análises de correlação de Spearman e de comparação de médias (Teste U de Mann-
-Whitney) com o intuito de verificar possíveis associações entre as variáveis do estudo.
RESULTADOS. Como principais achados, se tratando das inovações tecnológicas, nota-se um nível preponde-
rante de frustração e aborrecimento nas respostas. Se tratando da falha de conexão com a internet para envio
de mensagens urgentes deixam os professores entre “pouco aborrecido” e “muitíssimo frustrado” represen-
tando um empate de 39,5% das respostas; referente a “perda de trabalho redigido em computador devido a
erro de software” percebe-se que os professores se sentem “muitíssimo frustrado” com percentual de 68,4%;
Na “falha na utilização e execução de softwares” recebeu como resposta “muitíssimo aborrecido” com o per-
centual de 34,2%. Diante destes principais resultados, percebe-se que o fato dos docentes estarem expostos
a uma variedade de tecnologias gera em alguns momentos certa dificuldade na utilização delas, podendo
3º SIMPIF
potencializar o estresse dos docentes e consequentemente a síndrome de Burnout. Com relação as dimensões
da Síndrome de Burnout (ilusão do trabalho, desgaste psíquico, indolência e culpa) não foram evidenciados
resultados significativos que elucidassem a síndrome entre os professores da UAG, porém foi comprovada
estatisticamente a relação positiva entre desgaste psíquico e inovações tecnológicas, significando que, quan-
to mais inovações tecnológicas ocorrerem nos processos efetuados pelos docentes, maior a propensão a se
sentirem cansados psicologicamente, com maior predominância no gênero feminino.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. As inovações tecnológicas são imprescindíveis para a realização de várias ativida-
des nas organizações, sejam elas de domínio público ou privado, para enfrentamento do mercado competitivo
visando atender suas demandas, agilizar e organizar seus processos de forma eficiente e eficaz, a fim de
otimizá-las, porém, é preciso que os gestores saibam das consequências que elas podem gerar no mundo do
trabalho e em seus envolvidos.
De acordo com os resultados obtidos no estudo foi possível analisar os efeitos das inovações tecnológicas
como fonte desencadeadora da síndrome de Burnout no cotidiano dos professores da Unidade Acadêmica de
Gestão e Negócios do IFPB e constatar que não foram encontrados resultados significativos que confirmas-
sem esta relação. Entretanto, os resultados encontrados apontam que para a maioria dos pesquisados, as
inovações tecnológicas, tem sido um fator determinante para o estresse no trabalho, principalmente no que
se refere ao desenvolvimento das atividades profissionais, dado este confirmado, estatisticamente, que esta-
belecem uma relação entre inovações tecnológicas e desgaste psíquico.
Cabe destacar que prevenir e promover a saúde no contexto organizacional tem sido apresentado como um
desafio e missão para os gestores que atuam na área do ensino, no caso para àqueles que atuam na unidade
acadêmica estudada, mas também para todos os que se destinem a preparar mão-de-obra para as novidades
do mundo tecnológico, de forma a implementar estratégias que visem evitar os sentimentos de frustração,
tristeza, ansiedade, entre outros, no trabalho e que venham a desencadear em doenças laborais.
Como limitações para a pesquisa, tem-se que o estudo não abrangeu as 4 demais unidades acadêmicas do
IFPB/JP, acarretando na ausência de uma análise global de todo corpo docente da instituição, e de uma pos-
sível comparação de cenários diante da natureza diferenciada de cada uma delas. Assim, sugere-se para rea-
lização de uma futura pesquisa, a incorporação de todas unidades acadêmicas da instituição, seguindo rumos
metodológicos semelhantes a esta obra durante o seu desenvolvimento.
Referências
BALLONE, G. J. Estresse e Trabalho. In: PsiqWeb. Psiquiatria Geral. 2008.
GIL-MONTE, Pedro R. El síndrome de quemarse por el trabajo (burnout): Factores antecedentes y conse-
cuente. In: JORNADA “EL SÍNDROME DE QUEMARSE POR EL TRABAJO EN SERVICIOS SOCIALES”, Valencia:
Diputácio de Valência, 2005. p. 11 - 25.
GIL-MONTE, Pedro R; CARLOTTO, Mary Sandra; CÂMARA, Sheila Gonçalves. Validação da versão brasileira do
“Cuestionario para la Evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo” em professores. Revista de Saúde
Pública, [s.l.], v. 44, n. 1, p.140-147, fev. 2010. FapUNIFESP (SciELO).
LINO, D.; DIAS, E. C. A globalização da economia e os impactos sobre a saúde e segurança dos trabalhado-
res. Disponível em: http://www.instcut.org.br/art03.htm. Acesso em: 18.03.2018.
3º SIMPIF
LIPP, M. Sentimentos que causam estresse: como lidar com eles. 3. Ed. São Paulo: Papirus, 2009.
LIPP, M; LIPP, L. M. Estresse Tecnológico. Disponível em: < http://www.estresse.com.br/auto_avaliacao-onli-
ne/stress-tecnologico/>. Acesso em: 12.03.2018.
PACHECO et al. A era da tecnologia da informação e da comunicação e a saúde do trabalhador. Revista Brasi-
leira de medicina do Trabalho. 3(2):p. 114-122, Jan. 2005
1 “Acervo (...) bastante diversificado, contendo documentos do gênero audiovisual, bibliográfico/impresso, cartográficos, digital/
eletrônico, filmográfico, fotográfico, iconográfico, micrográfico, além de peças bi e tridimensionais, essas ultimas tradicionalmente caracte-
rísticas da Museologia.” (SANTOS JÚNIOR; FLORÊNCIO, 2017, p. 200).
Para o modelo organizacional adotado, procedeu-se uma descrição histórica e contextualizada de cada foto,
ou seja, uma pré-catalogação. Assim como seu acondicionamento em suporte de papel A4 branco, separadas
com papel alcalino, em pastas suspensas e armazenadas em moveis em aço esmaltado. O suporte básico em-
pregado é o acondicionamento para a guarda dos documentos, mesmo apresentando suas limitações, atende
provisoriamente esse processo de organização e manuseio do acervo.
RESULTADO. Constata-se a curto, médio e longo prazo um processo de redescoberta da memória da ins-
tituição a partir da catalogação e processamento técnico do acervo fotográfico subsidiado nas leituras de
documentos, em periódicos, livros e folhetos editados pela própria instituição e jornais locais. Podemos exem-
plificar tais resultados com a organização do acervo fotográfico: gestor Itapuan Bôtto Targino (1964-1983),
participação em eventos cultural local e internacional, publicação de artigo técnico cientifico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O trabalho nos possibilita um reencontro inesquecível com a memória coletiva da
Instituição, com seus produtores e suas imagens, suas lembranças, suas trajetórias e seus projetos. Acredi-
ta-se que o processamento técnico, a pré-catalogação, consiste numa preparação para uma reflexão teórica
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metodológica que visa introduzir os documentos visuais à pesquisa histórica. Espera-se que a partir dessa
comunicação haja uma maior conscientização da importância da pesquisa que se faz no NDPEP, como um
trabalho de organização documental da instituição.
AGRADECIMENTOS: Ao Reitor do IFPB Professor Cícero Nicácio do Nascimento Lopes pelo apoio ao NDPEP,
criado pelo Conselho Superior do IFPB sob “ad referendum” em janeiro de 2010 e instalado somente em mar-
ço de 2015, em sua primeira gestão.
Referências
CANDEIA, L. Mente amore pro pátria docere: A Escola de Aprendizes Artífices da Paraíba e a formação de
cidadãos úteis à nação (1909-1942). João Pessoa, 2013. 318 f. (Tese Doutorado UFPB/CE).
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1996.
LEITE, J. J. Sinopse histórica da Escola Técnica Federal da Paraíba (1909 – 1979). João Pessoa, 1979. 64 p.
SANTOS JÚNIOR. M. L. dos; FLORÊNCIO, G. Núcleo de Documentação e Pesquisa da Educação Profissional do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – Brasil: Organização e acesso a informação
(Projeto em andamento). CONGRESO DE ARCHIVOLOGÍA DEL MERCOSUR, 12., 2017, Córdoba, AR. Actas...
Córdoba, AR: Redes, 2017. p. 191-205.
SOUSA, B. A. de Glossário: Biblioteconomia - Arquivologia - Comunicação e Ciência da Informação. 2. ed., rev.
e atual. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2008.
3º SIMPIF
mentação precisa para a solicitação de sua aposentadoria. A documentação deve provar a atividade rural em
um período de 15 anos, porém por falta de informação muitos não conseguem obter o benefício, em especial
as mulheres, por não conseguir provar seu trabalho na agricultura. Em muitos documentos as mulheres se de-
claram do “lar” ou quando indagadas sobre sua profissão declaram “ajudar” o marido, o que prejudica no seu
processo de aposentadoria como segurada especial. A partir de atividades dentro do espaço rural foram feitas
pesquisas sobre a mulher do campo e a aposentadoria especial que lhe é assegurada de acordo com a previ-
dência social. Com essas ações, o projeto visa contribuir na conscientização do direito da trabalhadora rural,
ressaltando seu trabalho como agricultora. Com os resultados da pesquisa, foram desenvolvidas ações de
conscientização como forma de apoiar essa categoria, a fim de auxiliá-las na compreensão dos seus direitos.
MATERIAIS E MÉTODOS. A metodologia se divide em duas etapas principais. Numa primeira etapa foi reali-
zada revisão bibliográfica dos textos das diversas áreas abrangidas pela temática, tais como sociologia rural,
Direito previdenciário, feminismo, a fim de capacitar os discentes integrantes do projeto. Saliente-se que,
embora a ênfase na formação se dê, sobretudo, no início da vigência do projeto, esta será contínua até o
seu momento final. Na etapa seguinte, a pesquisa voltar-se-á para o seu campo empírico que é o número de
recursos relacionados à aposentadoria do trabalhador rural. Esta fase se realizará no banco de dados da 21ª
Junta de Recursos da Previdência Social. O site da 21ª separa os recursos por numeração, então se dará ên-
fase à numeração 41 que representa a aposentadoria por idade, no período de 2013 – 2018, posteriormente
será separado a aposentadoria urbana da rural e também por gênero – masculino e feminino. Por fim, foi feita
análise do resultado do recurso e tabulação dos dados no Microsoft Excel.
RESULTADOS. Foram analisados 300 recursos do sistema da 21ª Junta de recursos, sendo 212 gênero femini-
no, o que sugere uma maior dificuldade da trabalhadora rural para se aposentar, sendo necessário recorrer ao
Poder Judiciário. Para a trabalhadora rural entrar com recurso, seu pedido tem de ter sido negado. O gênero
masculino apresenta número menor de pedido negado. Após os resultados, realizou-se visitas que tiveram
prévia organização: o primeiro local visitado foi a sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade de
Pilõezinhos, onde foi promovida uma palestra (chamada roda de conversa para quebrar a formalidade) e
utilizados slides para apresentação, sendo, ao final, distribuído “cartilha” com informações e dados acerca
do problema abordado com forma de revista em quadrinhos. Os trabalhadores presentes fizeram perguntas,
relataram problemas que puderam ser esclarecidos. Os resultados apresentam discrepâncias na questão do
acesso à seguridade especial pela trabalhadora rural.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com base nos fatos analisados e no levantamento de dados da pesquisa, consta-
ta-se que a mulher do campo ainda necessita de conhecimento acerca de seus direitos. O trabalho de divul-
gação dos direitos da trabalhadora rural é essencial para a redução da desinformação que abrange a maioria
dessas mulheres. Dessa forma, o grupo de pesquisa se propõe a ajudar a reduzir os índices de aposentadorias
negadas pela previdência social à mulher do campo por conta da falta de documentação necessária. Corro-
bora do pensamento de Lisboa (2003) acerca do estudo da perspectiva de gênero como uma nova forma de
3º SIMPIF
AGRADECIMENTOS: Agradecimento ao IFPB – campus Guarabira e a Pro-reitoria de pesquisa por todo o apoio
no desenvolvimento deste projeto.
Referências
BRUMER, Anita. Gênero e agricultura: a situação da mulher na Agricultura do Rio Grande do Sul. In: Revista
estudos feministas, Florianópolis, v. 12, n. 1, Jan/Abril de 2004, p. 205-235.
PAULILO, Maria Inez S. Trabalho familiar: Uma categoria de análise esquecida. Revista de Estudos Feministas.
Florianópolis: UFSC. V.12, 2004,p. 229-252,jan/abr.
LISBOA, Teresa Kleba. Gênero, classe e etnia: trajetórias de vida de mulheres migrantes. Florianópolis: Argos,
2003.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi conduzida na área de produção agroecológica do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) campus Picuí -PB, localizado na Mesorregião Geográfica da
Borborema e Microrregião do Seridó Oriental Paraibano (6º 33’ 19” S e 36º 20’ 56” W), a uma altitude de 440
m acima do nível do mar, fazendo divisa com a Microrregião do Curimataú Ocidental, entre os meses de maio a
junho de 2019. As sementes de M. oleífera foram do banco de sementes do Laboratório de Sementes do Cam-
pus Picuí, sendo semeadas em tubetes com substrato formulado com rejeitos de vermiculita sob sombrite com
50% de proteção solar. O experimento foi desenvolvido em delineamento experimental inteiramente casuali-
zado, com cinco tratamento com quatro repetições, cada repetição com 12 sementes, submetidas em diferen-
tes tempos de imersão em água sendo em os seguintes tratamentos: T1; testemunha (sem tratamento) por 0
horas, T2; imersão em agua por 4 horas, T3; imersão em agua por 8 horas, T4; imersão em agua por 16 horas,
e T5; imersão em agua por 24 horas o experimento. As variáveis analisadas foram: percentagem de emer-
gência, Velocidade média de emergência, Tempo médio de emergência, índice de velocidade de emergência e
altura das plantas. A percentagem de emergência e o índice de velocidade de emergência foram determinados
a partir da contagem diária das sementes após o oitavo dia do plantio, considerando germinadas as sementes
que emitiram os cotilédones acima do substrato no intervalo de 10 dias sendo a duração do experimento de
30 dias. As observações foram realizadas diariamente, após a instalação do teste, para avaliação do índice de
velocidade de emergência (IVE), tempo médio de emergência (TME). O índice de velocidade de emergência foi
calculado de acordo com Maguire (1962). O tempo médio de germinação foi calculado pela equação proposta
por Labouriau (1983). Para a análise estatística foi utilizado o programa computacional Sistema para Análise
de Variância – SISVAR (FERREIRA, 2000). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste
F (p≤0,05) e a comparação de médias das variáveis analisadas foi feita pelo teste de Tukey (p≤0,05).
RESULTADOS. De acordo com Alves el at. (2005) ao estudar o efeito dos fatores como a pre-embebição e da
presença do tegumento em moringa verificaram que a embebição das sementes proporcionou uma melhor
expressão das variáveis de germinação e vigo. Em sementes de tucumã (Astrocaryum aculeatum), onde não
foram embebidas em água, além da porcentagem de germinação ter sido inferior, o processo germinativo
foi mais lento (FERREIRA E GENTIL, 2006). Segundo Bosco e Aguiar filho (1995) com sementes de graviola,
avaliaram que a imersão em água, em temperatura ambiente por 24 e 48 horas e a imersão em água em tem-
peraturas de 35°C por 24 horas não influenciou no processo germinação e vigor. O índice de velocidade de
emergência é diretamente influenciado pela hidratação de sementes ocasionando um rápido intumescimento
e a protrusão da radícula (SOUSA, et al 2010). A embebição antes da semeadura, pode favorecer a velocidade
de germinação de sementes, visto que a absorção de água representa o passo inicial do processo germinativo
(FERREIRA e GENTIL, 2006) De acordo com Martins et al. (2008) os resultados para o crescimento de plantas
são distintos de acordo com o substrato e a temperatura e os resultados variam entre espécie. Sementes de
estilosantes (Stylosanthes humilis) dormentes, escarificadas e imersas em água mostram que 9 horas após
a sua imersão, a dormência foi parcialmente quebrada e após um período de 24 horas de imersão, a percen-
tagem de germinação das sementes chegou próximo a 70 %, não mais diferindo entre os tempos de imersão
de 18 horas e 24 horas (CHAVES, 2015). A simples imersão das sementes em água, a temperatura ambiente
(27°C) por 24 horas, elimina o problema de dormência, que normalmente e decorrente de longos período de
armazenamento, e que causa a secagem excessiva das sementes, impedindo-as de absorver água e iniciar o
processo germinativo (FOWLER e BIANCHETTI, 2000).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A imersão de sementes de M. oleífera em água nos tempos de 0 a 24 h não apresen-
taram diferenças para as variáveis analisadas. Portanto dentro dos intervalos propostos não existe a necessi-
3º SIMPIF
dade de imersão em água para acelerar germinação e/ou emergência das sementes de moringa.
Referências
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TOLEDO, F. F.; MARCOS FILHO, J. Manual de sementes: Tecnologia e Produção. São Paulo: Ed. Agronômica
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3º SIMPIF
A principal fonte de carbono para fermentação microbiana é a glicose, bem como outros açúcares (sacarose e
maltose), além de outros compostos orgânicos mais complexos, como por exemplo, amido e celulose (PELC-
ZAR, 1980). Para isso, é interessante que a glicose deva estar disponível para o microrganismo no substrato
em quantidade suficiente a proporcionar um crescimento inicial da população microbiana, mas não o bastante
para impedir que o microrganismo seja capaz de metabolizar a fonte indutora, a celulose, daí a necessidade
de submeter esses tipos de materiais lignocelulósicos à pré-tratamentos. Dessa forma, esse estudo consiste
na avaliação do uso da fibra do sisal para a produção de complexos enzimáticos celulolítico, por meio de fer-
mentação em estado sólido (FES).
MATERIAIS E MÉTODOS. O material coletado para realizar estudos e análises foram trazidos do Sítio olho
D’água Novo, localizado no Distrito de Santa Luzia nas proximidades do Município de Picuí. Após a coleta do
sisal, ainda in natura, ele passou pelo processo de moagem e secagem da fibra, por um período de cinco dias,
até que ficasse totalmente seco, o material foi triturado no moinho, com o intuito de minimizar as fibras secas
do sisal, para facilitar na hora do pré-tratamento.
Na utilização do pré-tratamento com peróxido de hidrogênio alcalino tem como objetivo aumentar a eficiência
do processo de deslignificação do material (GOULD; FREER, 1984; GOULD, 1985; RABELO et al., 2008; SELIG
et al., 2009; CORREIA et al., 2013). Durante o preparo do mesmo foi utilizado o H2O2 (Peróxido de Hidrogênio
Alcalino), em que foram pesados 20% (m/v) da biomassa. A solução de Peróxido de Hidrogênio foi preparada
com 362 mL de H2O2 correspondendo a uma concentração de 4,35%(v/v) e adicionado a 8,33 litros de H2O
deionizada, o pH da solução foi ajustado para o 11,5, visto que esse tratamento age por meio de oxidação.
Resultando na concentração de 6% (m/v) de sólidos.
O Peróxido de Hidrogênio facilita a digestibilidade e a remoção da lignina a qual faz com que a fibra do sisal
seja rígida, depois de realizada a homogeneização da solução juntamente com o material, inicia a etapa de
lavagem da biomassa utilizando água deionizada. Após o pré-tratamento da biomassa foi realizado a carac-
terização química das biomassas in natura e pré-tratado por meio da determinação de sólidos totais em que
as amostras foram realizadas em triplicatas conforme a metodologia aplicada a NREL- Determination of Total
Solids in Biomass.
Também foram medidas o teor de cinzas totais dos materiais, para essa determinação, os cadinhos utilizados
foram para a estufa e esterilizado de um dia para o outro, pesados e tarados, adicionou 1,5 g de massa em
cada cadinho feito novamente a pesagem e levados para a murfla até atingir 300°C e posteriormente aumen-
tado para 800 °C por duas horas e depois realizado os cálculos de acordo com a equação das cinzas totais.
A caracterização física do material foi realizada através de análises de Microscopia Eletrônica de Varredura
(MEV) que serve para analisar a superfície dos resíduos lignocelulósicos in natura e pré-tratado. Essa análise
foi realizada para que fosse possível analisar a remoção de lignina e outros componentes da fibra em cada uma
das amostras. O agente de fermentação para a produção das celulases utilizado neste trabalho foi o fungo
filamentoso Trichoderma reesei CCT2768.
RESULTADOS. Durante a realização do pré-tratamento, notou-se que houve perda de massa do resíduo lig-
nocelulósico, isso é resultado do processo de lavagem do material, pois nesse processo também ocorre a
perda de componentes que se encontram ligados à celulose. Como resultado da caracterização química foi
observado 90,79% referente ao teor de sólidos totais no resíduo in natura, enquanto que a umidade para esse
material correspondeu a 9,21%. Já o material pré-tratado com H2O2 correspondeu a umidade de 3,34% e de
sólidos totais 96,66%. O teor de cinzas totais apresentou os valores de 12,35% para o bagaço in natura, já o
material pré-tratado apresentou cinzas totais de 5,14%.
A segunda parte da caracterização do resíduo foi a caracterização física através de Microscopia Eletrônica de
Varredura (MEV). Nestas análises foi possível observar e analisar a partir das imagens os efeitos do pré-trata-
mento sobre o bagaço do sisal e também a estrutura do resíduo após passar pelo o processo de autoclavagem
e lavagem. Observou-se que as amostras in natura apresentaram em sua estrutura fibras superficiais intac-
tas e pouco modificadas visto que, elas apresentam em sua estrutura a lignina que é formada por polímero
orgânico complexo que se liga as fibras celulósicas. Já o material que foi pré-tratado com H2O2 apresentou
modificação em sua estrutura, as fibras desordenadas e separadas, sendo assim foi perceptível a influência do
pré-tratamento com H2O2 sobre a estrutura do bagaço do sisal, o pré-tratamento da biomassa promove alte-
rações morfológicas que removem a lignina e podem aumentar a cristalinidade da celulose, com consequente
aumento da acessibilidade das enzimas na hidrólise. Essa alteração na estrutura é favorável pois facilita o
acesso do microrganismo a celulose e também por esses materiais ficarem mais capazes à ação enzimática.
3º SIMPIF
De tal forma que isso ocorra devido a remoção da lignina e uma maior exposição da celulose na superfície do
material (GONÇALVES, 2014).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Este trabalho apresentou por meio analises e pré-tratamento da fibra de Agave
sisalana que através da caracterização química e física do bagaço do sisal foi evidenciado seu potencial como
indutor na produção de celulases, isso ocorre devido ao fato desse material apresentar um significativo teor de
celulose em sua composição. Haja vista, que esses mesmos resultados mostraram o uso de um pré-tratamen-
to como etapa principal de uma produção significativa de celulases, uma vez que a biomassa do agave é um
resíduo agroindustrial com um alto teor de lignina e hemicelulose. A partir dos estudos realizados utilizando
o pré-tratamento com o uso do reagente alcalino H2O2 mostra que a fibra a de sisal é um resíduo promissor
para a produção de etanol.
Referências
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3º SIMPIF
Os solos dessa região são predominantemente rasos e sofrem as consequências mais sérias em decorrência
do aumento da erosão, com longos períodos de estiagem, culminando com chuvas torrenciais nos períodos
chuvosos e a retirada da cobertura fazem com que os solos fiquem expostos as várias intempéries climáticas,
resultando em uma séria degradação e perda da fertilidade, levando a processos de desertificação.
Esta realidade traz um saldo de devastação dos ecossistemas locais com um grande declínio na produção.
Fica evidenciada a grande necessidade da geração de novas tecnologias capazes de contribuir no processo de
transformação, que valorize uma cultura mais adequada e adaptada as condições da região. É neste contexto
que se prioriza a utilização das cactáceas como alternativa de recuperação das áreas degradadas e como fator
de resistência do homem no campo. Da mesma forma para que haja a capacidade de resiliência do ambiente,
é importante como cada espécie que compõe o todo de um bioma se comporta biologicamente. Nas espécies
vegetais, em particular, a perpetuação dos indivíduos depende da capacidade germinativa dos seus diásporos
(unidades dispersivas, como sementes e outras partes vegetativas das plantas) que, para se estabelecer em
ecossistemas áridos e semiáridos, sofrem a influência de vários fatores ambientais, tanto para sua produção
quanto para dispersão e germinação. O quipá/gogoya (T. inamoena) é uma espécie nativa da vegetação da
caatinga, pertencendo à família Cactácea. Cresce em solos pedregosos e, junto a outras espécies de cac-
táceas, forma a paisagem típica da região semiárida do Nordeste, podendo também acontecer em beira de
córregos intermitentes e/ou em áreas onde tenha um pouco de matéria orgânica. Cresce de 0 à 1550 m de
altitude, em relação ao nível do mar. É uma planta arbustiva que desenvolve em média 20 à 100 cm, suas flores
são de um tom amarelo alaranjado, e seus frutos redondos variam de amarelo e laranja fosco, apresentando
pequenos espinhos, tanto no caule, quanto no fruto da cactácea. As incertezas climáticas no Nordeste tornam
as cactáceas uma alternativa alimentar e uma fonte de água para os animais, principalmente caprinos, ovinos
e bovinos na época seca (LIMA, 1998).
MATERIAIS E MÉTODOS. A área experimental encontra-se localizada na área geográfica do município de Picuí
que está situado na região centro-norte do Estado da Paraíba na mesorregião da Borborema e Microrregião
do Seridó Oriental Paraibano, apresentando uma área de 665,57 km². Com relação às águas superficiais o
município de Picuí encontra-se inserido nos domínios da Bacia Hidrográfica do rio Piranhas, entre os paralelos
6°28’ e 6°69’ de latitude sul e entre os meridianos de 36°21’ e 36°46’ de longitude oeste. Limita-se com os
municípios de Frei Martinho, Nova Floresta, Cuité, Baraúna e Nova Palmeira (AESA, 2011).
De acordo com a classificação de Köppen o clima da área de estudo é considerado do tipo Bsh – Semiárido
quente e seco, com oscilação de temperatura média mensal entre 21,8ºC a 24,7ºC. A precipitação predomi-
nantemente é abaixo de 600 mm ano e nesta região as chuvas sofrem influência das massas Atlânticas de
sudeste e do Norte (FRANCISCO et al., 2010).
O estudo do quipá/gogoya acontecerá no sentido de fazer o estudo da biometria de seus frutos, através da
montagem de cinco parcelas em uma área isolada de 5.0002. as parcelas terão as dimensões de 5,0 m x 5,0
m, totalizando 25 m². Será realizado uma coleta de todos os frutos verdes e maduros de cada reboleira para
para fazer sua biometria. Posteriormente também serão contados todos os frutos verdes e cladódio restante.
Os frutos irão para o laboratório para que possam ser realizadas a separação, limpeza, pesagem e trituração.
RESULTADOS. A pesquisa intitulada “Biometria de frutos do quipá (Tacinga inamoena) coletados em áreas
degradadas no SERIDÓ paraibano”, na realidade transformou-se também em um estudo comportamental da
espécie em seu habitat natural que é o bioma Caatinga. Esses dados podem ser utilizados tanto na botânica e
na ecologia quanto na mensuração de produtividade visando uma exploração extrativista sustentável de suas
partes vegetais que sirvam ou possam ser aproveitada em receitas gastronômicas exóticas que valorizem o
bioma Caatinga. O que se percebeu é que a gogoya não produz de acordo com uma “safra” programada, ou
seja, seus frutos possuem três distintos estágios de maturação, que pudemos verificar com as observações
de campo. Oportunizando até um registro das diferentes colorações pelas quais o fruto passa até atingir a sua
maturação completa. Aos poucos o trabalhador que for realizar periódica e sistemicamente a colheita saberá
plenamente quis são tais estágios, e até mesmo relacionar a coloração do fruto com o grau brix do mesmo,
informação essa extremamente útil para quem vai trabalhar processando essa polpa (Engenheiros de Alimen-
tos) e inventando produtos a partir dela. Em um dos resultados há inicialmente um decréscimo de biomassa
pela diminuição dos cladódios na área delimitada para cada parcela (reboleira), porém com o passar do tempo
a mesma se recupera em quantidade, ou pelo menos mostra essa tendência. Todas as contagens de todas as
parcelas seguiram essa tendência de recuperação (aumento) do número de cladódios e consequentemente
uma intensificação no aporte de biomassa. Após serem coletados os mesmos foram para o laboratório onde
após processo de sanitização foram inicialmente separados dos frutos (viáveis e inviáveis). Procedeu-se uma
coleta rústica simulando como se fosse o próprio homem do campo realizando-a. Com relação ao rendimento
dos cladódios de gogoya após processados aferiu-se que o mesmo possui cerca de metade de polpa e metade
de bagaço, ou seja, para cada quilo de cladódio de gogoya processado 50% aproximadamente transforma-se
3º SIMPIF
em polpa e o restante seria bagaço. Em 25 m2 de Caatinga a cada vinte dias foi realizada uma colheita de fru-
tos de gogoya que ao final resultou num total de 706 frutos sendo 65,5% deles viáveis para processamento.
Em média cada fruto viável auferiu 15,39 gramas o que resultou ao final da quinta colheita (100 dias) cerca de
5,87 quilos de frutos. Se projetarmos isso para um hectare (10.000 m2) teríamos cerca de 2.408,7 quilos de
frutos viáveis para o processamento. Já para os cladódios colhidos obteve-se 12,25 quilos ao total da última
medição em parcelas de 25 m2, o que se projetaria em 4.903,36 quilos de massa verde por hectare. Desses
valores cerca de 50 % é polpa e 50 % é bagaço
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O Presente projeto obteve resultados satisfatórios, foi realizado com a supervisão
do professor e Coordenador do núcleo de estudo NEA. A pesquisa relata os quantitativos da espécie gogoya
presente de forma espontânea na Caatinga e seu potencial produtivo e ecológico quando utilizada visando a
recuperação de áreas degradadas. Ao final pode-se mensurar dados inéditos da espécie em seu meio natural
que é a Caatinga e quantificar-se a sua biomassa de cladódios e frutos, bem como o seu potencial efeito repro-
dutivo e regenerador, realizando a cobertura do solo e o protegendo contra o intemperismo, ao mesmo tempo
que seus cladódios se multiplicam de forma sexuada e assexuada naturalmente na Caatinga.
Referências
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2007.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Para consecução dos objetivos da pesquisa, utilizamos como aporte metodológico
a pesquisa bibliográfica e documental. Através da pesquisa bibliográfica pretendemos conhecer a literatura
já existente, formular novas propostas ou novos pressupostos sobre o assunto, além de comprovar ou refutar
o pressuposto inicial presente neste projeto. Desta feita, lançamos mão da Revisão Sistemática da Literatura
(RSL). Esse referencial metodológico parte de uma questão central de pesquisa, bem delimitada, e busca
identificar pesquisas que utilizam fontes primárias e que procuraram responder o mais próximo possível da
questão formulada pelo pesquisador. Essa revisão sistemática caracteriza-se, por conseguinte, por empregar
uma metodologia de pesquisa com rigor científico e de grande transparência, cujo objetivo visa minimizar o
enviesamento da literatura, na medida em que é feita uma recolha exaustiva dos textos publicados sobre o
tema em questão. No escopo particular deste projeto, pretendemos lançar mão desse caminho metodológico
como formar de buscar trabalhos científicos que respondam aos problemas de pesquisa. Existem tecnologias
que promovem inovações na agricultura familiar do semiárido brasileiro? Quais são essas tecnologias? Essas
tecnologias estão em que fase de amadurecimento? Como essas inovações repercutem na produção agrícola,
RESULTADOS. A referida pesquisa encontra-se em andamento, todavia vislumbramos resultados que já identi-
ficam possibilidades de utilização de ferramentas tecnológicas inovadoras aplicadas à agricultura familiar no
semiárido paraibano, como forma de disseminar o uso destas ferramentas e a proposição de novos ambientes
de uso das tecnologias aplicadas ao campo.
Referências
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tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
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Maria Regina
Diagnóstico dos dados e prática da
[email protected] mandiocultura no município de Santa
Anamaria Sousa Duarte Rita, PB
[email protected]
Pedro Miguel
[email protected]
INTRODUÇÃO. A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é um dos ali-
André Luis mentos mais consumidos no mundo, principalmente nas regiões tro-
[email protected]
picais, onde o cultivo ocorre em maior intensidade. Destaca-se pela
sua rusticidade e grande capacidade de adaptação a condições des-
favoráveis de clima e solo, além de sua multiplicidade de usos, seja
para consumo humano, animal ou industrial (Conab,2018). Tem ori-
gem da América do Sul e é um dos principais alimentos energéticos
cultivados pelo mundo, são mais de 100 países que cultivam, princi-
palmente os em desenvolvimento. Segundo a FAO (2016), o maior
produtor mundial é a Nigéria, que no ano de 2016 computou 57,13
milhões de toneladas, seguido por Tailândia e Indonésia. O Brasil é o
4º maior produtor mundial com 21,08 milhões de toneladas de raiz
de mandioca.
O plantio de mandioca nas regiões do Brasil ao longo dos anos apresenta um quadro bastante estabilizado,
com exceção das regiões Norte e Nordeste, onde a primeira teve um aumento de quase 20% da área plantada,
e a segunda, teve uma redução de mais de 20%. A Região Nordeste, apesar de dominar a área plantada de
mandioca desde a década de 1990, com mais de 57% da área cultivada no Brasil, veio reduzindo esses nú-
meros ao longo dos anos, atingindo em 2017 pouco mais de 37%. Enquanto a Região Norte, com a segunda
maior área plantada, vem obtendo crescimento gradativo no mesmo período, passando de 17,1% em 1990
para 34,5% em 2017. A Região Centro-Oeste é a que detém a menor área plantada de mandioca em todo o
período estudado e, em 2017, contava com 4,4% de área plantada, seguida da Região Sudeste na 4ª posição
com 8,7% e Região Sul na 3ª posição com 14,8% (Embrapa, 2017).
Já no município de Santa Rita, que compreende uma área de 726,6 km², é comum encontrar plantio de di-
versas culturas, como por exemplo, o abacaxi, a cana de açúcar, o eucalipto e a mandioca. De acordo com a
Secretaria de Agricultura do município de Santa Rita - PB, o município conta com uma área de 8 hectares com
o cultivo de mandioca atualmente, porém estes dados não são fidedignos pois a área plantada com a cultura
é muito variável, pois depende da flutuação do preço de demanda de mercado. Esta situação aliada à falta de
incentivo e estrutura na cadeia da mandiocultura, principalmente, no âmbito da agricultura familiar, favorece
a estagnação da área cultivada de mandioca e variabilidade de renda com a mandiocultura. Sendo assim, o
objetivo deste trabalho é realizar um levantamento preliminar de dados sobre o cultivo da mandioca no estado
da Paraíba.
METODOLOGIA. O levantamento dos dados referentes à produção de mandioca no âmbito mundial, nacional
e regional foram feitos por consultas em sites do CONAB, EMBRAPA, FAO e IBGE. Também foram realizadas
reuniões semanais entre a equipe executora do projeto e os gestores da Secretaria Municipal de Agricultura de
Santa Rita, os quais estão começando a levantar os dados sobre a cadeia produtiva da mandiocultura no Mu-
nicípio de Santa Rita, com objetivo de colher informações que possam nortear um cultivo sustentável de man-
dioca no município e fornecer conhecimento técnico sobre algumas práticas do cultivo e do beneficiamento da
mandioca, como por exemplo, erradicação do uso de agrotóxico, diminuição do uso de fertilizantes e manejo
dos resíduos gerados. A partir destas reuniões foi elaborado um questionário com perguntas inerentes ao
pré-plantio, plantio e beneficiamento da mandioca cultivada no município de Santa Rita, o qual será aplicado,
posteriormente, aos produtores da região com objetivo de cadastrar os produtores de mandioca do município.
A realização desta etapa é extremamente importante, pois nela ter-se-á acesso às informações sobre as
pessoas que residem na área rural e cultivam mandioca. As informações permitirão, também, traçar do perfil
socioeconômico dos agricultores, bem como as práticas agrícolas que estes utilizam atualmente, as quais
podem favorecer ou não a cadeia produtiva da mandiocultura. O cadastro dos agricultores será feito mediante
aplicação do questionário elaborado, conforme proposto por Nogueira (2002).
RESULTADOS. A partir da pesquisa, foi constatado que o Brasil Já foi o segundo maior produtor de mandioca
em função da grande extensão de áreas destinadas ao cultivo desta raiz tuberosa além da alta produtividade,
em destaque nas regiões Norte e Nordeste do país, mas, ao longo dos anos perdeu seu posto, em vista da re-
dução da produtividade na Região Nordeste (teve uma redução de mais de 20%), devido as constantes secas,
bem como a falta de incentivo e de investimento em novas tecnologias, principalmente na região Nordeste,
para cultivo sustentável da mandioca, conhecimento técnico sobre algumas práticas do cultivo e do beneficia-
mento da mandioca e manejo dos resíduos gerados. Atualmente, se encontra em quarta posição, com a produ-
ção de 21,08 milhões de toneladas de raiz de mandioca, com o cultivo distribuídas entre as regiões do país. Em
relação ao município de Santa Rita, não há nehuma informação além da já citada sobre o cultivo da mandioca.
Só será possível dados a respeito após a fase de vista e aplicação do questionário que foi elaborado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A mandioca é um dos principais produtos produzidos no Brasil, é de grande impor-
tância para inúmeros produtores familiar e também para a economia nacional. Com esse conhecimento sobre
o potencial do Estado para produção da cultura da mandioca, é possível o desenvolvimento de atividades e
mercado deste produto.
Referência
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Disponível em: www.fao.org › brasil. Acesso em: 25 ago. 2019
3º SIMPIF
Mislene Rosa Dantas família Fabaceae, é uma árvore frutífera originária da África (LORENZI
[email protected] et al. 2006). No Brasil a cultura mostra-se bem adaptada em algumas
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí regiões, em especial, Norte e Nordeste, encontrado em plantações
não organizada e dispersa, devido a irrelevante atenção dada à cultu-
Andreza Lúcio da costa ra (PEREIRA et al., 2010; SOUSA et al., 2010). De acordo com Gurjão
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e (2006) o tamarindeiro cresce bem em locais de clima tropical e sub-
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
tropical, não frutificando bem em locais sem estiagem. A germinação
da semente é influenciada pelo substrato, pois fatores como aera-
ção, estrutura, capacidade de retenção de água, grau de infestação
de patógenos, entre outros, podem variar de acordo com o material
utilizado, favorecendo ou prejudicando a germinação das sementes
(WAGNER JÚNIOR et al., 2006). Diferentes materiais ou composições
de substratos possuem diferentes efeitos sobre a emergência de plântulas, fase crítica do ciclo de desenvol-
vimento vegetal e que constitui estádio decisivo para o adequado estabelecimento dos indivíduos a campo,
devido à elevada vulnerabilidade a estresses ambientais (CASTRO et al., 2004). Conforme Lima et al. (2006)
entre os materiais frequentemente utilizados como substrato, são citados: casca de arroz carbonizada, esterco
bovino, bagaço de cana, composto orgânico, cama de frango e moinha de café, casca de acácia-negra e húmus
de minhoca. Entre os resíduos agroindustriais com alto potencial de utilização na produção de mudas, encon-
tra-se o bagaço de cana-de-açúcar que consiste no resíduo obtido após a extração do caldo (BARROSO et al.,
1998). Esse resíduo apresenta adequada composição química, capaz de proporcionar bom desenvolvimento
às plantas (CUNHA et al., 2005). O objetivo do trabalho foi avaliar o tempo e a velocidade média de emergência
das sementes do tamarindo submetidas a tratamento pré-germinativo e cultivadas em diferentes proporções
do bagaço de cana-de-açúcar na composição de substratos alternativos.
em seguida triturado em Moinho de facas tipo willye STAR FT 50 para obtenção do pó do bagaço da cana-de-
-açúcar. O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizados (DIC) com quatro tratamentos
e quatro repetições. Os tratamentos foram distribuídos da seguinte forma: T1 - 100% de solo; T2 – 75% de
solo + 25% pó da cana-de-açúcar; T3 – 50% de solo + 50% de pó da cana-de-açúcar; T4 – 25% de solo +
75% do pó da cana-de-açúcar. As sementes foram semeadas em recipientes plásticos transparente de 500 ml.
As variáveis analisadas foram: Velocidade média de emergência (VME) e Tempo médio de emergência (TME)
foram determinados a partir da contagem diária das sementes a partir do oitavo dia após o plantio (DAP) no
intervalo de 10 dias sendo a duração do experimento de 30 dias, Número de folhas (NF), Diâmetro caulinar
(DC), e Comprimento da raiz (CR) foram avaliados no período de 30 dias após o plantio (DAP). Os dados foram
analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote estatístico SAS (SAS Institute, 2004). Sendo subme-
tidos à análise de variância pelo teste F (p≤0,01) e análise de regressão.
RESULTADOS. Conforme os resultados obtidos para as vareáveis velocidade e tempo médio de emergência
das sementes do T. indica L. submetidas ao tratamento pré-germinativo, observa-se que não houve efeito
significativo entre os tratamentos, germinando a partir do oitavo dia após a semeadura. Em trabalho realizado
por Gonçalves et al. (2013) verificaram altos valores de IVE e um melhor desenvolvimento de mudas de Ente-
rolobium contortisiliquum (Vell) Morong (Fabaceae) utilizando substrato contendo grandes porcentagens de
Vermiculita em sua composição.
A variável número de folha (NF) das plântulas do tamarindo tratadas com diferentes porcentagens do baga-
ço de cana-de-açúcar obteve uma média de 4,54 folhas por mudas aos 30 dias após o plantio, conforme os
resultados obtidos não houve efeito significativo entre os tratamento, este resultado não corrobora com os
de Almeida (2008) que em estudo do desenvolvimento de mudas de tamarindeiro com diferentes substratos
conclui que para variável número de folha a dose de 20% de vermiculita apresentou o melhor resultado pro-
piciando a emissão de aproximadamente 36 folhas por muda aos 160 dias após o plantio (DAP). O diâmetro
caulinar (DC) das plântulas do tamarindeiro obteve uma média de 1,68 cm também no período de 30 dias
após o plantio (DAP). Góes et al. (2011) trabalhando com húmus de minhoca como substrato alternativo
para produção de mudas de tamarindo, obtiveram os melhores resultados para o diâmetro do caule, a medida
que aumentava-se a proporção de húmus de minhoca no substrato, o diâmetro de caule aumentava, alcan-
çando-se o máximo valor estimado (3,08mm) no tratamento que utilizou 100% de húmus de minhoca. Para
o comprimento da raiz do tamarindo percebe-se que os tratamentos não diferiram entre si, obtendo uma
média de 16,03 cm, esse resultado corrobora com o estudo realizado por Andrade et al. (2013) testando o
estabelecimento de Myracrodruon urundeuva sob diferentes tipos de substrato verificou que os tratamentos
não diferiram entre si para o comprimento radicular, obtendo uma média de 2,61 com substrato de Bagaço de
Cana + Esterco e 2,11 com Bagaço de Cana + Esterco + Cinzas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Não houve efeito significativo para as variáveis analisadas das sementes do tama-
rindo cultivadas em diferentes combinações de solo + bagaço de cana-de-açúcar como substrato.
3º SIMPIF
Referências
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3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. A metodologia se divide em duas etapas principais. Numa primeira etapa foi realizada
revisão bibliográfica dos textos das diversas áreas abrangidas pela temática, a fim de capacitar os discentes
integrantes do projeto. Saliente-se que, embora a ênfase na formação se dê, sobretudo, no início da vigência
do projeto, esta será contínua até o seu momento final. Na etapa seguinte, a pesquisa voltar-se-á para o seu
campo empírico que é a análise nos contratos de reforma agrária do município de Alagoa Grande. Os dados
foram colhidos do sítio do INCRA que contém 49 beneficiários com os lotes de terra. De cada contrato é ana-
lisado o gênero do titular e o estado civil. Posteriormente, foi realizada uma visita ao assentamento Maria da
Penha II, localizado no município de Alagoa Grande, para posteriormente ser aplicado um questionário com
perguntas sobre o trabalho realizado pelas mulheres no assentamento (questionário ainda não aplicado).
RESULTADOS. Foram analisados os 49 contratos de titularidade dos lotes. Dos 49, 44 estão em nome de
homens e 5 em nome de mulheres. Desses cinco, apenas 01 a mulher é casada. Como resultado também foi
realizada uma visita técnica no assentamento Maria da Penha II em Guarabira, sendo realizada uma conversa
informal com os moradores. As mulheres relataram dificuldade no processo de aposentadoria e quando inda-
gadas sobre seu trabalho no assentamento, foi respondido que “ajudava o marido na roça”; “cuidava da casa e
criança”; “fazia comida e cuidava da roupa”. A pesquisa encontra-se em andamento e até o presente momento
ainda não foi aplicado o questionário, por isso os resultados dos questionários não puderam ser catalogados,
todavia os dados empíricos corroboram com o que afirma Butto e Hora (2009) em que o trabalho nas comu-
nidades rurais organiza-se a partir da divisão sexual do trabalho. As mulheres responsáveis pelo trabalho
reprodutivo e pelos cuidados doméstico, os homens no trabalho gerador de rendas monetárias, apenas este
reconhecido como produtivo. Acompanham estas distinções valorações e representações da desigualdade
que sustentam por exemplo a noção de ajuda dos homens em casa e de ajuda das mulheres na roça.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Toda a questão da desigualdade de gênero é histórica. Silva e Schneider (2010)
destacam que mesmo com a separação entre o espaço doméstico e o espaço de trabalho, e apesar da grande
utilização da mão de obra feminina durante a formação da sociedade industrial, permaneceu a ideia deque as
tarefas relativas às mulheres eram as reprodutivas, no âmbito doméstico. Essa afirmação dos autores pode ser
confirmada na análise dos dados relativos à posse dos assentamentos. Dos 49 contratos, apenas 5 (cinco) es-
tão em nome de mulheres. Dos cinco, somente 01 (um) a mulher é casada, o que sugere que a posse do título
vai para o nome da mulher se a mesma não tiver cônjuge. A pesquisa se apresenta no início com resultados,
apenas, parciais, mas já sugere uma grave desigualdade de gênero mesmo com a conquista do direito ao título
da posse desde 1988 com a Constituição Federal, podendo confirmar os dizeres de Butto e Hora (2009) que
destacam que as mulheres pertencentes a populações que usam de forma coletiva a terra e guardam nela re-
ferências cosmológicas próprias, vêm sua condição com a terra determinada por prescrições sobre casamento
que definem a moradia das mulheres, e a sua relação com o território.
AGRADECIMENTOS: Agradecimento ao IFPB – campus Guarabira e a Pró-reitora de pesquisa por todo o apoio
3º SIMPIF
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3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. O experimento foi conduzido em viveiro telado com sombrite, com 50% de sombrea-
mento, do Setor de Produção Vegetal da Coordenação de Agroecologia e análises realizadas no Laboratório
de Sementes do Instituto Federal de Educação da Paraíba, campus Picuí. Este está localizado na mesorregião
da Borborema e microrregiões do Curimataú Ocidental e Seridó Oriental Paraibano, sendo georreferenciado
pelas coordenadas geográficas de 6o 33’ 18‖ de latitude Sul e 36o 20’ 56‖ de longitude Oeste, a 439 m de
altitude (PICUÍ, 2016). O clima é semiárido, com verão seco. O delineamento experimental utilizado foi em
inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 5x2, com quatro repetições. Foram analisados os efeitos de cinco
tipos de substratos com dois tipos de quebra de dormência. As mudas de mulungum foram produzidas em em
120 tubetes polipropileno atóxico, preto, fotoestabilizado com aditivo antiultravioleta, EPDM, possuindo 8 es-
trias internas, comprimento de 16 cm e diâmetro superior de 6,5 cm com capacidade é de 290 cm³, os tubetes
foram distribuídos em bandejas plásticas com 54 células. Cerca de noventa dias após a emergência, os dados
de diâmetro, altura e número de folhas foram aferidos. O diâmetro caulinar foi determinado com o uso de um
paquímetro digital com resolução 0,1 mm colocado no coleto da planta. A altura das plantas foi determinada
com o auxílio de uma régua graduada em centímetros, colocada no nível do solo até a inserção da última folha
e o número de folhas foi determinado manualmente contando-se todas as folhas das plantas. Os dados foram
analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote estatístico SAS (SAS Institute, 1993). Os dados foram
submetidos à análise de variância pelo teste F (p≤0,05) e a comparação de médias das variáveis analisadas
será feita pelo teste de Tukey (p≤0,05).
RESULTADOS. De acordo com a análise de variância verificou-se efeito significativo para interação entre os
fatores estudados sobre os aspectos de crescimento de mudas de mulungu, para as variáveis analisadas:
diâmetro de coleto, altura de plantas e número de folha/planta, respectivamente, (p≤0,01). Pela sua facilida-
de de medição e pelo fato de se tratar de uma medição não destrutiva, faz com que esta característica seja
bastante utilizada na avaliação da qualidade das mudas (GOMES et al., 2002). Se tornando um dos métodos
de avaliação não destrutivos para a avaliação de crescimento de plantas florestais. Portanto, observa-se um
efeito significativo na interação dos fatores quebra de dormência e substratos para à variável diâmetro do
colo. Trabalhando com diferentes quebras de dormência Matheus e Lopes (2007) com a espécie E. variegata,
constataram que não houve diferença significa entre os tratamentos estudados para o diâmetro desta espé-
cie, comportamento distinto ocorreu para E. velutina Willd, submetida aos substratos testados neste estudo.
Os valores obtidos para diâmetro estão de acordo com Gonçalves et al., (2000), que para a ida ao campo, o
diâmetro de coleto da muda deve ser de ao menos 5 mm. Em relação à altura das plantas, observa-se com-
portamento similar a variável diâmetro, onde os dados mostram-se significativo para a interação entre os
fatores quebra de dormência e substratos. Para Guimarães et al., (2011) avaliando diferentes substratos na
emergência de plântulas mulungu, verificou que o substrato com Areia + Vermiculita + Hortimix na proporção
1:1 apresentaram altura média de 32,94 cm de altura, resultados estes superiores aos obtidos no presente es-
tudo. O número de folhas se torna um fator muito importante, em virtude das folhas a assimilarem da luz solar
com o objetivo de fornecer energia planta através da fotossíntese. De acordo com as regras para análise de
sementes (BRASIL, 2009), além da luz, temperatura e oxigênio, o substrato tem fundamental importância nos
resultados do teste de germinação. Segundo Guimarães et al., (2011) na produção de mudas de mulungu com
substratos à base de areia, vermiculita e hortimix obtiveram número máximo de folha quando se aplicou-se
a junção dos três substratos. Resultado semelhante foi obtido quando houve a adição dos estercos bovinos e
ovinos, respectivamente, independentemente do tipo de quebra de dormência utilizada.
A utilização do rejeito da indústria arrozeira mostra viável na produção de substratos para a produção de mu-
das quando associada a fonte com o esterco.
Referências
GOMES, J. M.; COUTO, L.; LEITE, H. G.; XAVIER, A.; GARCIA, S. L. R. Parâmetros morfológicos na avaliação da
qualidade de mudas de Eucalyptus grandis. Revista Árvore, v. 26, n. 6, 2002.
GONÇALVES, J. L. M.; SANTARELLI, E. G.; MORAES NETO, S. P. Produção de mudas de espécies nativas: subs-
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de, formular com ampla participação dos sujeitos da comunidade acadêmica e do território de abrangência.
Ou seja, é necessário refletir sobre os processos instituídos e planejar estrategicamente os que deverão ser
implementados, traçando metas e princípios que busquem direcionar a gestão a longo e médio prazo. É neste
sentido que Cláudia Leitão (2014) afirma que “um plano é um mapa, um roteiro, um indicador de caminhos”,
portanto, “não há gestão estratégica sem planejamento”. Atualmente temos um quadro em que as ações
arregimentadas pela DCULT-PROEXC, somado ao efusivo protagonismo dos agentes culturais, vêm estimulan-
do e fortalecendo a dimensão cultural nos campi, muito embora esses impactos têm sidos tímidos devido a
inexistência de um norte político. Portanto, posiciona a gestão cultural em linhas tênues dadas as incertezas
em relação aos processos de gestão e de formulação. Foi neste sentido que, diante o aspecto da ausência,
propusemo-nos refletir como deve operar e qual seria o lugar da cultura nos processos pedagógicos. Ou
seja, ao considerar o redimensionamento da cultura nos processos educacionais, e a Resolução CS-IFPB nº
140/2015, quais seriam os princípios, objetivos, diretrizes, estratégias e metas que deveriam constar no pla-
no de cultura do campus avançado Cabedelo Centro.
MATERIAIS E MÉTODOS. O trabalho em questão está vinculado ao programa de incentivo à pesquisa voltada
ao desenvolvimento de soluções institucionais (Edital 01/2019 - PRPIPG). Com vistas ao alcance dos seus
objetivos, envida-se esforços no levantamento bibliográfico de caráter interdisciplinar que já contempla obras
das áreas da educação, direito, gestão e política pública. Levantamento documental considerando relatórios
de atividades acadêmicas e vídeos da TV IFPB, e as normativas sistêmicas e do campus, visando o mapeamen-
to das ações realizadas entre 2014-2019. Encontros de aprofundamento teórico que fora realizado em cinco
encontros de estudos, entre os membros da equipe, contemplando textos basilares advindos da pesquisa
bibliográfica. O ciclo de debates temáticos contemplando os eixos prioritários estabelecidos, com participa-
ção de pesquisadores e discentes convidados além da comunidade acadêmica, objetivando conhecer expe-
riências, novas concepções e colher contribuições dos pares acerca da organização da cultura no campus. A
análise dos dados que assim como a redação vêm ocorrendo concomitante ao desenvolvimento da pesquisa.
RESULTADOS. Os resultados parciais dão conta que a unidade do IFPB de Cabedelo Centro é eminentemente
um campus cultural, com quantidade significativa de atividades culturais realizadas nas diversas temáticas
que perpassam as artes (teatro, dança, música e visuais); a formação em arte e cultura por meio de oficinas
livres de ocorrência pontuais; as culturas populares e identitárias; a diversidade cultural e os direitos huma-
nos; o patrimônio e o intercâmbio culturais. Constata-se que as atividades ocorrem em grande medida para o
público interno. Ou seja, a partir das demandas do ensino (multi-inter-transdisciplinares). Há significativa au-
sência de registro em audiovisual (TV IFPB) dessas atividades e até mesmo no site institucional (comunicação
institucional), o que reflete a falta de profissional da comunicação no campus. Percebe-se ainda que a falta de
regularidade em se debater cultura e políticas culturais no cotidiano de vida dos discentes e da comunidade
acadêmica, reflete diretamente no interesse em participar do ciclo de debates. Por fim, destaca-se os eixos
prioritários da cultura que foram definidos para o CACC: protagonismo estudantil e cidadania cultural; livro,
leitura, literatura e biblioteca; produção artística e comunicação; extensão, patrimônio e diversidade cultural;
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CONSIDERAÇÕES FINAIS. O presente estudo em andamento tem potencial de contribuir tanto com a gestão
sistêmica da cultura, como também pode incentivar semelhantes ações nas outras unidades da instituição,
fazendo com que se fortaleça a cultura do planejamento estratégico e o aperfeiçoamento dos processos edu-
cacionais. Apresentou-se aqui resultados parciais de uma pesquisa que abarca a participação social na cons-
trução de seus sentidos. Por fim, destaca-se que análise de documentos ainda não visitados e o completo
desenvolvimento da pesquisa pode nos apresentar caminhos e sentidos ainda não vistos.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba, por meio da Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-
-Graduação e Inovação e do campus avançado Cabedelo Centro, pelo apoio no desenvolvimento desta pes-
quisa.
Referências
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA. Conselho Superior. Resolução nº
140/2015, de 2 de outubro de 2015. Dispõe sobre a Política de Produção e Promoção da Diversidade Artís-
tico-Cultural no âmbito do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba. Paraíba: Conselho
Superior, 2015.
LEITÃO, Cláudia Sousa. Cultura em movimento: memórias e reflexões sobre políticas públicas e práticas de
gestão. Fortaleza: Armazém da Cultura, 2014.
PACHECO, Eliezer. Os Institutos Federais: uma revolução na educação profissional e tecnológica. Natal: IFRN,
2010. 28p.
SOUZA, Alexandre. S. Arantes. de et al. Cultura e universidade: panorama das políticas e da gestão cultural nas
IES públicas da Paraíba. In: ENCONTRO DE ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES EM CULTURA, XV.; 2019, Salvador.
Anais [...]. Bahia: UFBA, 2019.
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A importância pedagógica desse projeto se dá em função dele proporcionar uma maior democracia cultural
no Campus Santa Rita e na comunidade, por realizar e despertar a pesquisa aplicada, a produção cultural e a
arte da dança na escola pública. Isso porque pode-se pesquisar e conhecer a história de um lugar de diversas
maneiras, e, neste trabalho, busca-se compreender a história da dança no Ocidente-Oriente, ao mesmo tempo
em que se detecta suas peculiaridades geográficas e culturais. Assim, oportuniza-se às alunas um estudo mais
acurado de identificação das expressões corporais a partir da noção de espaço, ritmo e fluência.
Segundo Chauí (1996, p. 319), “as duas primeiras manifestações culturais foram historicamente: o trabalho e
a religião”. Ambas instituíram as primeiras formas de sociabilidade, de vida comunitária e da autoridade. Nes-
se sentido, o homem passa a sacralizar não só coisas inanimadas, mas também, o tempo, o espaço e a dança.
Ao longo da história da humanidade, as danças sempre estiveram presentes em celebrações ou manifesta-
ções, seja em seus estados de espírito, nas emoções e formas de comunicação, já que tudo isso é inerente
ao ser humano. Historicamente, desde as primeiras civilizações, o “domínio do movimento” (LABAN, 1978, p.
19-155) se constitui em um dos principais meios de interação entre o homem e o mundo a sua volta, desde
as ações mais simples até o conjunto de ações simbólicas e complexas que compõem a arte da dança. Nesse
sentido, conforme defende Cenci (2001, p. 12), a “A Dança é um caminho que, quando percorrido, satisfaz
nossa necessidade de nos expressar, de entender nossa existência e principalmente de nos encontrar com o
divino”. Outro fator condizente com expressividade da dança é seu ritmo. Segundo Mendes (1987, p. 6), “a
ideia da indissolúvel união entre ritmo e a dança, são elementos responsável pela socialização dos homens,
uma expressão da cultura humana”. Assim, nas celebrações e rituais, imitava-se os sons e fenômenos da Na-
tureza e, com isso, despertava-se um sentimento de comunhão ou separação entre os humanos e a Natureza.
Então, música e dança foram encontradas em todas as celebrações feitas em homenagem às deusas da fertili-
dade. Contudo, hoje, a perda de contato com a vida intuitiva dificulta a compreensão da antiga crença de que
a sexualidade é parte da espiritualidade.
Além disso, chamamos atenção para dois aspectos históricos sobre a dança oriental (dança do ventre). O
primeiro está relacionado à falta de documentação, segundo apontam estudiosos, o que dificulta assegurar
sua origem. Os registros existentes são a partir das antigas civilizações, como a sumeriana, a babilônica, a
acádia e a egípcia, até então aperfeiçoada ao longo de sucessivas ondas migratórias pelos povos árabes, com
ressalva ao monoteísmo desses últimos povos islamizados. Os demais realizavam rituais em homenagem a
divindades femininas evocando seus poderes para trazer fertilidade às mulheres
e à terra. O segundo aspecto diz respeito ao histórico ocidental da dança. Segundo Boucier (2001), podemos
detectar duas perspectivas que são importantes no que diz respeito à arte da dança: um sentido pedagógico,
a partir do pensamento de Platão e Aristóteles, colocando a dança e a música como disciplinas fundamentais
na formação do corpo e da alma e outra, como expressão, transformando num fim aquilo que, para as outras
atividades humanas, é um meio. De acordo com Penna (1993, p. 9), “Essa dança antiga é sagrada e seu sim-
bolismo aviva a serpente, moradora dos espaços subterrâneos da psique”. O importante hoje é que, mesmo
estando distante dessas culturas, de alguma forma, nos unimos a elas nesse ritual, dando-lhes continuidade
histórica. Por isso, busca-se, com este projeto, dar uma importância fundamental ao ensino da linguagem da
dança na escola pública.
MATERIAIS E MÉTODOS. A leitura e análise das atividades estão sendo acompanhadas pelos docentes envol-
vidos de forma contínua para suscitar um aprimoramento das alunas como multiplicadoras em outras escolas
públicas da comunidade. Sendo assim, o conjunto dessas atividades consiste em dois desdobramentos: (i)
atividades direcionada para as alunas do Campus Santa Rita em aulas teóricas (História da Dança, Histó-
ria do Movimento e História da Música), concomitante às aulas práticas (alongamento, exercícios posturais,
exercícios respiratórios, consciência corporal e fundamentos básicos da dança oriental) e (ii) estão sendo
desenvolvidas atividades coreográficas com abordagem teórico-prática de diversos estilos de Dança Oriental,
partindo da experiência das alunas envolvidas no que diz respeito aos conhecimentos básicos da dança. Uma
vez consolidada essas etapas no campus, as alunas darão seguimento em atividades da dança, em outras
escolas públicas da comunidade, previamente selecionadas para tal trabalho.
RESULTADOS. O projeto, ainda em andamento, apresenta como resultados parciais experiências já existentes
no campus, com execução e desempenho de coreografia pelas alunas, além de apresentação em dois eventos,
ambos em 2018, a saber, SECITEC – ocorrido no Campus Santa Rita – e Fest-Artes-IFPB, realizado no Teatro
Lima Penante, em João Pessoa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com o projeto, espera-se um crescimento individual e intelectual das alunas en-
volvidas e que estas possam contribuir com uma nova forma de aprendizagem e de conhecimentos. Enquanto
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proposta cultural, a expectativa é de que o projeto possibilite um impacto social decorrente da reflexão/atua-
ção dos envolvidos com a arte da dança. Por outro lado, espera-se, a curto, médio e longo prazo, uma política
de fomento ao estudo da dança de forma sistematizada e que esta possa estar presente nas atividades de
ensino, pesquisa e extensão. Enfim, trata-se de uma proposta que promove a produção e circulação do conhe-
cimento sobre a arte da dança oriental na escola pública.
Referências
BOUCIER, Paul. História da Dança no Ocidente. Tradução. Marina Appenzeller. São Paulo: Martins Fontes: 2001.
CENCI, Claudia. A dança da libertação. São Paulo: Vitória Regia, 2001.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática. 1996.
LABAN, Rudolf. Domínio do Movimento. Tradução: Anna Maria Barros De Vecchi. São Paulo: Summus. 1978.
MENDES, Miriam Garcia. A Dança. São Paulo: Editora Ática. 1987.
PENNA, Lucy. Dance e Recrie o Mundo: a força criativa de ventre. São Paulo: Summus. 1993.
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Distante cerca de 165 km da capital do estado, João Pessoa, o município de Areial localiza-se na mesorregião
do agreste, fazendo parte da região metropolitana de Esperança (Lei 106/2012). De acordo com o IBGE – Ins-
tituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2018 sua população estava estimada em 6.935 habitantes, com
a zona urbana sendo cortada por mais de 50 ruas.
Partindo da compreensão que a história é construída no cotidiano pelos diferentes atores sociais que, por
meio da apropriação e representação da cultura produzem e dão significado a sua passagem terrena (CER-
TEAU, 2009), lançamos mão dos métodos da chamada Nova História Cultural para compreendermos como o
conhecimento histórico é produzido. Assim, “marcada pela interdisciplinaridade, a “nova História” inventa, re-
inventa ou recicla as fontes documentais”. (SAMARA; TUPY, 2010, p. 127). No caso específico desta pesquisa,
utilizamos fontes escritas, visuais e orais.
Desta maneira, voltamos nossa atenção para a construção da história regional. O cotidiano está a nossa volta
e dele podemos extrair importantes contribuições. Neste sentido, mencionamos: “Nossa rememoração do
passado é informada pelo presente, pelas novas experiências acumuladas, pelas novas memórias. Como afir-
ma Bergson (1990), não há percepção pura, assim como não há memória pura. Nossa percepção do presente
e as lembranças do passado estão marcadas pelas nossas histórias cotidianas, que são sempre individuais e
coletivas”. (MONTENEGRO, 2010, p. 64). Esta compreensão é importante para refletirmos sobre os meios que
construímos as memórias coletivas urbanas, em especial nas ruas modernas.
A cidade não deve ser vista meramente a partir do víeis político-administrativo ou econômico. O espaço pú-
blico está carregado de vivências e de territorialidades. Tendo em mente a observação feita por Silva Filho
(2001), podemos fazer algumas considerações a respeito dos estudos sobre a cidade, em especial, a dita mo-
derna: “A cidade não se permite apreender de forma integral e universalizante, torna-se cognoscível em suas
múltiplas facetas – ritmos, aspirações, logradouros, monumentos, conflitos, sonhos, edificações, representa-
ções culturais, movimentos, identidades, utopias, territórios, memórias, imagens... e, por que não, objetos”
(SILVA FILHO, 2001, p. 15-16). Neste sentido, uma das facetas de investigação do passado é o estudo das
nomenclaturas urbanas, que empreendemos no caso concreto na cidade de Areial-PB.
Destacamos assim, que o objetivo central do projeto foi conhecer memórias sociais urbanas, bem como a
construção de vivencias dos moradores da cidade de Areial-PB, procurando compreender o processo de no-
meação e renomeação das ruas, difundindo os conhecimentos com as comunidades envolvidas, por meios de
tecnologias da informação, com a produção de sites e/ou portais.
MATERIAIS E MÉTODOS. Entre os vários caminhos pertinentes para a investigação do objeto de estudo, as no-
menclaturas e memórias das ruas da cidade de Areial-PB, optamos pela pesquisa bibliográfica e em arquivos
públicos e privados, bem como o uso da tecnologia da informação, como sites e portais locais. Tendo em vista
o grande volume de informações disponíveis, realizamos uma pesquisa qualitativa, com a definição de campo
de estudos a partir de ferramentas online, como o google maps.
De início, as leituras e debates realizados pelos pesquisadores tinham por objetivo a sensibilização dos edu-
candos para a importância do estudo da história e geografia local, ou seja, por meio de pesquisa bibliográfica
abordamos técnicas e conceitos das ciências humanas que foram aplicados à pesquisa de campo.
Em seguida, foram realizadas diversas visitas ao recorte urbano da pesquisa, Areial-PB, onde se produziu es-
boços iniciais das hipóteses de locais de análises, fontes, arquivos, etc.
Na terceira fase, os educandos passaram a fazer o levantamento de documentos, pesquisa de dados oficiais
ou não, realização de entrevistas, com os métodos da história oral, pesquisa em meios eletrônicos e arquivos,
públicos e privados, na busca por fontes para a produção do sites e/ou portal por onde os resultados seriam
apresentados ao público da cidade e região.
Por fim, os dados e documentos levantados foram analisados e subsidiaram a produção de artigos, bem como
o relatório final do projeto, produzindo assim uma interessante cartografia das nomenclaturas das ruas de
Areial-PB, bem como da memória coletiva construída entorno dos nomes dos ambientes públicos.
RESULTADOS. Inicialmente o principal resultado produzido por este projeto de pesquisa foi a realização de
uma pesquisa de fôlego acerca da nomenclatura oficial das principais ruas da zona urbana do município de
Areial-PB. Neste sentido, lançou-se luz sobre inúmeros topônimos da cidade cujos moradores, muitas vezes
ignoravam sua origem.
Tendo em vista que se trata de uma pesquisa qualitativa, desenvolvemos um questionário que foi aplicado por
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intermédio dos métodos da história oral, com moradores de distintas ruas da cidade pesquisada. Os referidos
habitantes foram selecionados de maneira aleatória, porém, observando-se seu tempo de moradia na rua
analisada. Assim, foi possível captar vivências, memórias, bem como o processo de conhecimento (ou não)
acerca dos nomes dos personagens homenageados nos logradouros urbanos. Neste sentido, as percepções
acerca do microcosmo urbano foram pesquisadas, com levantamento de biografias dos principais nomes das
ruas de Areia-PB. De posse destas informações, passamos a fase seguinte, de compilação das informações e
divulgação por meio da produção de artigos e relatórios da pesquisa.
Outro resultado visível trata-se do aprimoramento da formação dos educandos participantes do projeto. A lei-
tura de artigos, a pesquisa em arquivos físicos, a exemplo da Câmara Municipal de Areial, bem como a intensa
pesquisa nos ambientes virtuais de sites e portais da história local, certamente contribui para criar uma maior
compreensão por parte dos estudantes para a forma como as ciências humanas produzem o seu conhecimento.
Destaco ainda a contribuição que o projeto proporcionou para a história e geografia regional, ao estudar o mi-
crocosmo das ruas de um município do agreste paraibano. Este trabalho, junto a outros de cunho semelhante,
certamente tem o mérito de criar uma interessante teia de conhecimento acerca desta região.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O caminho que trilhamos é a pesquisa a partir dos métodos das ciências humanas e
suas tecnologias, com o desenvolvimento de sites e portais, voltados para a história e a geografia local. Desta
maneira, acreditamos que as tecnologias da informação são importantes ferramentas de compartilhamento
do conhecimento e da pesquisa, contribuindo de maneira significativa para a difusão das memórias coletivas,
das ruas e espaços urbanos, elevando a participação cidadã dos moradores, por meio do entendimento de seu
passado vivido e da ocupação socioespacial da região.
Referências
CERTEAU, Michel de. A invenção do Cotidiano: 1. Artes de fazer. 16 ed. Tradução: ALVES, Efhraim Ferreira.
Petrópolis-RJ, Vozes, 2009.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Areial-PB. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/
brasil/pb/areial/panorama. Acesso em 13 ago. 2019.
MATOS, Maria Izilda S. Prefácio In: A cidade em debate. MATOS, Maria Izilda S. e SOLLER, Maria Angélica
(orgs). São Paulo: Ed. Olho d’água, 1999
MONTENEGRO, Antônio Torres. História, metodologia, memória. 1ª Ed. São Paulo: Contexto, 2010.
SAMARA, Eni de Mesquita e TUPY, Ismênia Spínola Silveira. História & Documento e metodologia de pesquisa
2ª Ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010. 3º SIMPIF
No Brasil, apenas cerca de sete mil toneladas de fibras são beneficiadas, enquanto dois milhões de toneladas
de coco são produzidas anualmente, sendo dispensadas por não apresentarem alternativa viável para seu
consumo. Segundo Martins et al. (2016) não há gestão adequada destes subprodutos gerados. Associar o
consumo do coco in natura ao gerenciamento dos resíduos provenientes de sua comercialização ainda é um
desafio. Conforme Rosa et al. (2002) a não reutilização dessa fibra se deve, em parte, a ausência de conheci-
mento de suas propriedades.
As fibras ocorrem em abundância na natureza e por serem renováveis, biodegradáveis, disponíveis a baixo
custo e apresentarem propriedades físico-químicas adequadas às diversas finalidades de uso, estão sendo
desenvolvidas várias pesquisas com o objetivo de reutiliza-las: Silva et al. (2013) estudou a eficácia da fibra na
produção de argamassa, Monteiro et al. (2019) utilizou a fibra na biossorção de chumbo em água residuárias
industriais e Machado et al. (2009) reutilizou até na produção de gabinetes ecológicos para computadores.
Na Paraíba, no município de Lucena, encontra-se a Empresa Coco do Vale que se destaca na produção de água
de coco com 300 milhões de litros mensais e processa mais de 2.200 toneladas de coco in natura por mês
(COCO DO VALE, 2019), gerando uma grande quantidade de resíduo sólido, a fibra de coco. Contudo, esse
resíduo constitui-se num promissor material para ser reutilizado pela comunidade local.
O trabalho proposto teve como objetivo reutilizar as fibras de coco, que são descartadas pela indústria e re-
gião local, na produção de vasos para hortas.
MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa está sendo realizada no Campus da IFPB, na cidade de Santa Rita, onde
se conta com um laboratório para manipular e analisar as propriedades das fibras de coco, bem como, para
fazer a confecção de vasos. Conta-se também com um laboratório no Campus de João Pessoa para a realiza-
ção das análises químicas.
1. Materiais utilizados: 100 cocos verdes e secos, trama de galinheiro, triturador de coco e equipamentos de EPI.
RESULTADOS. A realização de estudo bibliográfico indicou que as propriedades físico-químicas das fibras têm
despertado nos pesquisadores para o potencial desse material. Está se reutilizando a fibra na produção de ar-
tefatos cada vez mais intrigantes como na fabricação gabinetes para computadores, produção de argamassas,
biossorção de chumbo, dentre outros.
A fibra de coco apresenta-se promissora para ser utilizada como matéria-prima para produtos sustentáveis,
como a produção de vasos para plantas, podendo gerar renda para a população dos municípios que ficam no
entorno da Industria Alimentícia Coco do Vale e regiões praieiras.
As palestras realizadas no âmbito do IFPB/Campus Santa Rita despertaram a conscientização para reutiliza-
ção não só das fibras de coco, mas também para outros materiais que são descartados inadequadamente e
que podem ser reutilizados de forma mais rentável e criativa.
Espera-se que até o final desta pesquisa a qualidade dos vasos com a interação do substrato seja comprovada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. As fibras têm um grande potencial para serem usadas como alternativa para con-
fecção de vasos de plantas. Além disso, as fibras com menor comprimento podem ser utilizadas como subs-
tratos agrícola (CARRIJO et al., 2002) aumentando a utilização do insumo trabalhado e reduzindo os possí-
veis resíduos que seriam descartados no ambiente. Sugere-se que sejam feitas pesquisas com materiais que
forneçam aderência às fibras, reforçando a estrutura do vaso. A eliminação da necessidade de uma trama
formada por arame diminui o custo da produção do vaso.
REFERÊNCIAS
CARRIJO, O.A.; LIZ, R.S.; MAKISHIMA, N. Fibra da casca do coco verde como substrato agrícola. Horticultura
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A Cadeia Produtiva Têxtil utiliza muitas matérias primas e insumos que estão associados a alguma forma de
impacto ambiental. Este estudo apresenta uma revisão sistemática da literatura com o objetivo principal em
analisar formas de utilizações que envolvam a gestão de resíduos sólidos e os processos de reciclagem. A im-
plementação de técnicas integradas para reduzir o desperdício ou mesmo evitá-lo, pode minimizar a ocorrên-
cia de tais eventos e os danos a eles associados. A presente pesquisa se justifica, por um lado, pelo segmento
têxtil ser uma atividade de grande importância social para a região, por outro, pelos riscos socioambientais
gerados ao longo de cada etapa de produção industrial deste setor. Trata-se, ainda, de um campo de estudo
carente de material de pesquisa que direcionem questões relacionadas ao tema proposto. A classificação de
resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu origem e de seus constituintes e carac-
terísticas e a comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde
e ao meio ambiente é conhecido (ABNT, 2004). Os resíduos existentes ou gerados pela atividade industrial
serão objeto de controle específico, como parte integrante do processo de licenciamento ambiental. O Inven-
tário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais: é o conjunto de informações sobre a geração, características,
armazenamento, transporte, tratamento, reutilização, reciclagem, recuperação e disposição final dos resíduos
sólidos gerados pelas indústrias do país (BRASIL, 2002).
No momento em que as indústrias passam a considerar os benefícios que podem obter com a preservação
ambiental, utilizando-se do reaproveitamento e reciclagem dos seus resíduos, tornam-se mais competitivas
no mercado. Diante da escassez de trabalhos publicados e poucas informações nessa área, este estudo teve
como objetivo estudar as formas de utilização dos resíduos sólidos provenientes da cadeia têxtil do município
de Itaporanga e as principais técnicas de reciclagem e reaproveitamento.
MÉTODOS. A metodologia utilizada para o diagnóstico foi de caráter exploratório, através de observação direta
nas indústrias de tecelagem da região para se conhecer o tipo de gerenciamento dinâmico dos descartes e as
normas ambientais vigentes, com visitas técnicas semanais programadas, a fim de caracterizar as etapas dos
processos produtivos e determinar os tipos, os procedimentos de armazenamento, transporte, reutilização e
reciclagem dos resíduos gerados.
RESULTADOS. Por meio das visitas os discentes puderam ter um conhecimento mais aprofundado dos proces-
sos produtivos de uma indústria têxtil, a distribuição do layout dos maquinários utilizados na fabricação, suas
finalidades e os tipos resíduos sólidos gerados através de cada processo produtivo. A matéria prima utilizada
na fabricação dos produtos são os fios de algodão adquiridos de empresas têxteis da Paraíba e estados vizi-
nhos, como: Pernambuco e Ceará.
Os produtos mais comuns originários do processo de manufatura das empresas da região de Itaporanga são
pano de chão, pano de prato, flanelas e toalhas. Consequentemente os resíduos gerados são comuns entre as
indústrias. Para um melhor entendimento, os resíduos sólidos foram divididos em dois tipos: os provenientes
de embalagens dos produtos e os que resultam do processo de manufatura. No primeiro caso, os principais
resíduos sólidos encontrados foram caixas de papelão, sacos plásticos e tubos, provenientes tanto das em-
balagens de linhas de costura, como de embalagem de fios de tecer; e no segundo caso, são os restos de
fios e retalhos que provém da matéria prima com defeito ou da atividade operacional. No setor produtivo foi
notório uma grande quantidade de pó de varrição, proveniente das fibras que flutuam durante o processo de
fabricação e são originárias dos fios de algodão. No setor de expedição foram encontrados tecidos defeituosos
devido falha no processo de tecelagem, corte e finalização dos produtos fabricados. Os resíduos que não são
reaproveitados no processo são separados e acondicionados para serem vendidos posteriormente. Uma forma
encontrada de utilização dos tubos de papelão, evitando o descarte em aterro sanitário, foi a confecção de pal-
lets construídos a partir do agrupamento de fileiras de tubos amarrados, não sendo necessário utilizar recur-
sos financeiros para comprar suportes de madeira, obtendo uma boa economia. Numa das empresas visitadas
o papelão era usado para fechar as laterais dos fardos, na expedição. O controle quantitativo e qualitativo dos
resíduos provenientes do processo produtivo são realizados após o enfardamento e separação por cada tipo
de resíduos. Nessa dinâmica diária eles são reutilizados ou levados à expedição para venda. Após um certo
volume, uma empresa da região compra os fardos de resíduos e classificam por tipo, cor ou segmento, sendo
posteriormente vendidos para uma empresa na cidade de Cajazeiras, também localizada no Sertão Paraibano,
para serem reciclados. Nesse caso, o processo de reciclagem têxtil empregado é a reciclagem mecânica, deno-
minada “desfibragem”. Nesse processo de produção são utilizados retalhos e sobras de tecidos de diferentes
composições. Os materiais são expostos numa esteira rolante que direciona o material através de cilindros
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com pontas de aço. A massa de fibra resultante da desfibragem mecânica pode ser encaminhada diretamente
para a produção de fios ou outros artigos têxteis.
Na cidade de Itaporanga e região não existe um processo para reciclar os resíduos provenientes das indústrias
têxteis, mas verificou-se que estes não são descartados em aterros sanitários, havendo uma certa conscienti-
zação por parte das empresas locais. Os fios de algodão defeituosos, resultantes do processo de urdissagem
ou provenientes do processo operacional são separados e vendidos para posteriormente serem transforma-
dos em buchas de limpeza para polimento de automóveis.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. É importante um controle quantitativo dos resíduos gerados em cada setor, para
que se possa identificar onde ocorre uma maior incidência de desperdício e fazer um comparativo mês a mês.
Este procedimento visa à possibilidade de promover uma ação preventiva para diminuição da sua geração
usando indicadores comparativos. Reciclagem é o processo que visa a transformação de materiais em maté-
ria-prima utilizáveis novamente pelo mercado. No entanto, a reciclagem coloca o material em um novo ciclo
de produção, transformando-o em outro produto com nova utilidade. Esse processo evita o desperdício e
reduz impactos ambientais. De forma prática, este estudo servirá como base e incentivo para outras empresas
têxteis da região desenvolver um sistema de gerenciamento de resíduos de forma adequada e responsável,
obedecendo às normas ambientais, além de contribuir para formação acadêmica dos estudantes do ensino
médio, possibilitando a oportunidade de ingressarem na pesquisa científica.
Referências
ABIT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÃO. Indústria Têxtil e de Confecção
Brasileira. Brasília, p.14, 2013. Disponível em: http://www.abit.org.br/conteudo/links/publicacoes/cartilha_
rtcc.pdf . Acesso em: 24 fev. 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos Sólidos - Classificação. Rio de
Janeiro, 2004. 71 p. Disponível em: http://www.suape.pe.gov.br/images/publicacoes/normas/ABNT_
NBR_n_10004_2004.pdf. Acesso em: 23 ago. 2017.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 313, de 29 de outubro de 2002. Dispõe sobre o
Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais. Publicada no DOU nº 226, de 22 de novembro de 2002,
Seção 1, páginas 85-91. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=335.
Acesso em: 23 ago. 2017.
IFPB - Projeto Pedagógico do Curso: Técnico em Edificações. Autorização/Resolução CS/IFPB Nº 116, de
22/07/2015. Disponível em: https://estudante.ifpb.edu.br/media/cursos/81/documentos/PPC_Curso_T%-
C3%A9cnico_Integrado_em_Edifica%C3%A7%C3%B5es.pdf. Acesso em: 20 fev. 2018.
3º SIMPIF
1.
Por meio de um levantamento feito à diretoria geral do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da
Paraíba (IFPB) Campus Campina Grande em dezembro de 2017, foi informado que um aluno custa em média
3,7 mil reais mensais para a instituição. Em se tratando de evasões estudantis no IFPB Campus Campina Gran-
de, e mais precisamente no Curso Superior de Tecnologia em Telemática da instituição, foi constatado que o
número de evasões no curso de 2007 à 2016 é maior que a metade do número de matrículas realizadas, em
que, das 839 matrículas já realizadas, 439 vieram a evadir, representando 52% de evasões no curso. Estas
informações foram obtidas a partir do acesso ao banco de dados do QAcadêmico, antigo sistema de gestão
acadêmica da instituição. Se considerarmos que desde o início do curso, datado em 2007, até 2016, um alu-
no custa para a instituição os mesmos 3,7 mil reais mensais estipulado no levantamento feito em 2017, 439
evasões representam um prejuízo de mais de R$ 9,7 milhões de reais, isto se todos estes alunos evadiram do
curso após seis meses dentro da instituição.
A partir dos dados apresentados, é perceptível que a evasão estudantil representa um grande problema na
parte financeira das instituições, e que é preciso a execução de medidas para prevenir ou até mesmo diminuir
a ocorrência destas. Porém, métodos convencionais como a análise do histórico dos alunos podem ser com-
plexos para os profissionais chegarem ao consenso da evasão e até mesmo demorados, com a possibilidade
de uma evasão ser detectada já depois de sua ocorrência. O ideal é que a instituição, bem como seus profes-
sores, coordenadores e diretores, tenham um conhecimento prévio dos possíveis evasores, sendo assim, uma
solução prática é a utilização de métodos computacionais que analisam as informações acadêmicas do aluno
e conseguem prever, através da classificação de dados, se ele virá a evadir ou não de seu curso.
Com o avanço tecnológico ao longo dos anos, sistemas computacionais já são capazes de classificar objetos
com introspecção similar à dos seres humanos. Porém, para que a classificação computacional seja possível,
são utilizadas técnicas de Aprendizagem de Máquina, uma área da Inteligência Artificial na qual sistemas são
capazes de assimilar informações sozinhos, a partir do reconhecimento de padrões de dados, com o propósi-
to de classificar objetos (SUTTON, 1998). Ou seja, pode-se considerar que um sistema tem a capacidade de
“aprender”, se o mesmo consegue melhorar sua performance em determinada tarefa, na medida em que é
estimulado com dados de experiências passadas (GEITGEY, 2014).
Este trabalho tem como principais contribuições: 1) Análise dos atributos mais preditivos para evasão; 2)
Definição de uma metodologia sistemática para análise de evasores no âmbito do IFPB; 3) Indiretamente,
este trabalho poderá reduzir a quantidade de evasores a partir dos alertas que podem ser gerados sobre um
determinado estudante.
METODOLOGIA. Com a obtenção das informações presentes no Sistema Unificado de Administração Pública
(SUAP), foi feita uma mesclagem com os dados do QAcadêmico utilizados em 2017, totalizando um conjunto
de 4174 dados de alunos de todos os 13 cursos presenciais ofertados atualmente, tanto de nível Técnico
quanto Superior. Com a adição dos atributos socioeconômicos no conjunto, foram utilizados 13 atributos para
que os algoritmos de Aprendizagem de Máquina pudessem realizar as previsões, dos quais 9 são atributos
acadêmicos: a porcentagem que o aluno completou no curso desde a sua matrícula, o Coeficiente de Rendi-
mento Escolar, a quantidade de períodos letivos cursados, a quantidade total de disciplinas obrigatórias do
curso, a quantidade de disciplinas em que o aluno obteve aprovação, reprovação por nota, reprovação por
falta, disciplinas matriculadas pelo aluno mas canceladas pela instituição e a quantidade de disciplinas que
o aluno trancou; os outros 4 atributos são socioeconômicos, sendo eles: a faixa de renda do aluno e seus fa-
miliares, a cor/raça do aluno, o tipo de cota (quando utilizada pelo aluno para ingresso no curso) e o tipo de
escola frequentada antes do ingresso na instituição.
Com os dados organizados, foi utilizado o algoritmo de Aprendizagem de Máquina Aumento de Gradiente, que
cria várias Árvores de Decisão (Algoritmo de Classificação), onde cada modelo criado recebe distribuições
ponderadas com o propósito de o próximo modelo obter melhores resultados na classificação dos dados
com relação ao modelo anterior criado (JULIAN, 2016). O Aumento de Gradiente foi executado 10 vezes e o
conjunto de dados foi dividido utilizando a estratégia Holdout, que pressupõe a criação de dois subconjun-
tos de dados distintos, sendo o primeiro subconjunto com 70% dos dados a serem utilizados no treino dos
algoritmos e os 30% restantes dos dados utilizados para o teste e validação dos modelos (SILVA; PERES e
BOSCARIOLI, 2017). Essas técnicas foram empregadas para que o Aumento de Gradiente seja o mais genérico
possível, sem um viés classificatório em suas execuções.
3º SIMPIF
Para comparação dos resultados das previsões, foram utilizadas 3 métricas de classificadores binários, sendo
elas: 1) Acurácia, proporção de previsões corretas, sem levar em consideração se são positivas ou negativas;
2) Precisão, proporção de previsões positivas verdadeiras para o total de previsões positivas elaboradas; e 3)
Sensibilidade, proporção de previsões positivas verdadeiras para o total de amostras positivas do conjunto.
RESULTADOS. Os resultados são divididos em 4 grupos de acordo com a utilização dos conjuntos de dados e
combinações de atributos, sendo eles: 1) Dados do SUAP sem atributos Socioeconômicos, obtendo Acurácia
de 92,7%, Precisão de 85,2% e Sensibilidade de 72,2%; 2) Dados do SUAP com atributos Socioeconômicos,
obtendo Acurácia de 92,6%, Precisão de 88,1% e Sensibilidade de 69,2%; 3) Dados do SUAP e QAcadêmico
sem atributos Socioeconômicos, obtendo Acurácia de 91,5%, Precisão de 89% e Sensibilidade de 78%; e
4) Dados do SUAP e QAcadêmico com atributos Socioeconômicos, obtendo Acurácia de 92,2%, Precisão de
88,9% e Sensibilidade de 79,9%.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Ao compararmos os resultados dos grupos de acordo com a divisão dos dados,
pode-se observar que a não utilização dos atributos socioeconômicos para as previsões utilizando somente
os dados do SUAP, tem melhores resultados para as métricas Acurácia e Sensibilidade. Já ao ser feita uma
comparação dos resultados quando utilizando os dados do SUAP em conjunto com os dados do QAcadêmico,
o Aumento de Gradiente se sai melhor na Acurácia e Sensibilidade mais uma vez, porém utilizando os atribu-
tos socioeconômicos. O fato de num grupo de dados não utilizando atributos socioeconômicos ter melhores
resultados nas previsões e no outro grupo o contrário, isto é, utilizando atributos socioeconômicos para obter
melhores resultados, é peculiar, uma vez que o esperado seria que a utilização destes atributos obtivesse
melhores resultados em ambos os conjuntos de dados. O acréscimo destes atributos no conjunto de dados
ocasiona diferentes decisões para classificar os dados de acordo com as informações, em que dependendo
do tamanho do conjunto de dados, a inserção de novos atributos pode atrapalhar ou aperfeiçoar o poder
preditivo do algoritmo.
Este trabalho conseguiu, através de técnicas de classificação computacional, detectar evasões estudantis
ocorridas no IFPB Campus Campina Grande, atingindo valores métricos de mais de 90% em determinados
casos, mostrando que as técnicas utilizadas podem ser aproveitadas no combate à evasão estudantil, a partir
da observação e identificação de alunos apontados como possíveis evasores, que ao serem computados pe-
los órgãos de apoio acadêmico da instituição, podem realizar medidas de prevenção de evasões para com os
alunos, reduzindo os números de desistências nos cursos. É importante salientar também que a utilização do
Aumento de Gradiente para a classificação de dados, bem como as técnicas empregadas em sua execução,
podem ser consideradas em trabalhos futuros no âmbito de detecção de evasões estudantis.
Referências
SUTTON, R. S.; BARTO, A. G. Reinforcement Learning: An Intro-duction. MIT Press, 1998.
GEITGEY, A. Machine Learning is Fun! Medium, 2014.
GILIOLI, R. S. P. Evasão em instituições federais de ensino superior no brasil: Expansão da rede, sisu e desa-
fios. Consultoria Legislativa: Câmara dos Deputados, Maio 2016.
3º SIMPIF
JULIAN, D. Designing Machine Learning Systems with Python. [S.l.]: PacktPublishing, 2016.
SILVA, L. A.; PERES, S. M.; BOSCARIOLI, C. Introdução à mineração de dados: Com Aplicações em R. [S.l.]:
Elsevier Academic, 2017.
1.
Deve-se evidenciar também os métodos pedagógicos de ensino que auxiliam no desenvolvimento infantil,
destacando-se dentre eles a pedagogia Waldorf, desenvolvida por Rudolf Steiner. Sua aplicação no jardim de
infância objetiva retirar a criança do âmbito tecnológico tão presente no dia-a-dia e imergi-la em um ambiente
mais puro, que permita o desenvolvimento dos seus aspectos físico, anímico e intelectual através de brinca-
deiras, histórias, arte, pelo contato com a natureza, música, entre outros. Segundo Lanz (1979), a organização
espacial da instituição deve se assemelhar a uma residência, visto que nessa idade, primeira infância (0 – 7
anos), a criança deveria estar sendo criada em casa pelos pais, tornando o ambiente mais acolhedor por ser
familiar à criança. Nos interiores das instituições, a especificação de materiais naturais deve ser priorizada,
evitando o uso de materiais sintéticos, o que vale tanto para os materiais utilizados nas atividades, bem como
nos mobiliários, decoração e brinquedos, tornando o ambiente bastante característico, o que garante também
que a criança tenha contato com os materiais em sua forma verdadeira.
Com isso, o objetivo da presente pesquisa é propor um projeto de interior para a brinquedoteca da creche
Obra Prima, localizada na cidade de João Pessoa – PB, utilizando elementos da pedagogia Waldorf, e obje-
tivando a qualidade do ambiente construído considerando os aspectos físicos e psicológicos, compondo um
espaço adequado para o desenvolvimento infantil, contribuindo para uma melhor estadia dos usuários.
MATERIAIS E MÉTODOS. O objeto de estudo dessa pesquisa, a creche Obra Prima, faz parte de um projeto
social apoiado pela igreja Betel Brasileiro e se localiza na Rua Ednaldo da Silva Souza, S/N, no bairro do Portal
do Sol em João Pessoa- PB. Tem como objetivo auxiliar mães/responsáveis da comunidade Santa Bárbara,
localizada no mesmo bairro, cuidando de suas crianças para que elas possam trabalhar. A creche conta com
5 voluntários, além da coordenadora da instituição, e atendem cerca de 13 crianças de 0 – 5 anos em período
integral. A estrutura conta com brinquedoteca, área do soninho e refeitório, os quais são integrados, além de
contar com dois banheiros, um berçário, um quarto, um escritório, cozinha e lavanderia integradas, totalizan-
do 122,81 m² de área. Entretanto não apresenta incidência de iluminação solar suficiente nem área externa
para recreação das crianças. Ademais, foi observada uma setorização pouco adequada, fazendo necessária a
inserção/delimitação de ambientes, além de apresentar pouca ludicidade em seu espaço.
Deste modo, é notório que a instituição necessita de intervenções; sendo assim, para o desenvolvimento da
proposta projetual da brinquedoteca, foi proposto inserir no espaço onde se localizam as áreas de descanso e
vivência, com 44,71 m² de área, um quarto de descanso para as crianças maiores de 2 anos, a brinquedoteca,
que seria utilizada pelos mesmos usuários, e um hall, garantindo a devida setorização, segurança e privacida-
de para estes ambientes.
Assim, a metodologia utilizada para o desenvolvimento da presente pesquisa se deu a partir do levantamen-
to documental e bibliográfico tratando-se da aquisição de informações acerca do tema tratado e acerca da
caracterização da pedagogia Waldorf, bem como por meio do Manual Técnico de Arquitetura e Engenharia de
Orientação para Elaboração de Projetos de Construção de Centros de Educação Infantil (2009) e o Código de
Obras de João Pessoa (2001); além de fontes sobre dimensionamento e antropometria infantil. Em seguida
foram coletadas informações acerca dos usuários por meio de aplicação de briefing com a coordenadora da
creche, bem como registro de medidas da edificação e registro fotográfico. Na etapa seguinte, os dados ad-
quiridos foram devidamente sistematizados e por meio deles foram desenvolvidas planilhas de pré-dimensio-
namento, resultando na área mínima de cada ambiente inserido no projeto, cartas de proximidade e diagramas
de inter-relação. Após isso, foi desenvolvido o conceito projetual baseado em características observadas nas
diretrizes da pedagogia Waldorf, bem como com o objetivo de promover um adequado desenvolvimento in-
fantil. A seguir, foi desenvolvida uma proposta de layout geral para os ambientes que seriam inseridos na área
trabalhada e três propostas distintas voltadas unicamente para a brinquedoteca. Em seguida, foi elaborado o
projeto da brinquedoteca, representado através de maquete eletrônica, planta baixa e elevações, com o auxílio
das ferramentas Sketchup 2017, Vray 3.4 e Autocad 2018; posteriormente foi desenvolvido o projeto executi-
vo abrangendo todos os detalhamentos do projeto, elaborados com subvenção da ferramenta Autocad 2018.
Por fim, foi concebido o memorial descritivo e justificativo, que tem por objetivo explanar e justificar de forma
minuciosa as soluções projetuais e o conceito aplicado no ambiente por meio de texto e imagens.
RESULTADOS. Ao finalizar o trabalho, verificou-se que os objetivos foram alcançados, tendo como resultado
a elaboração de um projeto de design de interior para a brinquedoteca da creche Obra Prima, propondo um
ambiente lúdico e que poderá contribuir para o devido desenvolvimento infantil nas áreas intelectual, física
e interpessoal, voltado para crianças de 2 a 5 anos de idade que são atendidas pela creche. O conceito pro-
posto para o projeto da brinquedoteca se baseou em um jardim encantado, devido à importância dada pela
pedagogia Waldorf aos contos de fadas, sendo este, parte do método pedagógico de aprendizado voltado
para crianças que se encontram na primeira infância auxiliando-as, segundo Lanz (1979), a enfrentar seus
3º SIMPIF
próprios conflitos internos por meio da compreensão das situações vivenciadas pelos personagens das his-
tórias. Para a brinquedoteca foi proposto o uso de piso laminado madeirado de cor clara em mescla com piso
revestido de grama sintética, promovendo uma setorização na sala como se o usuário possuísse acesso à área
externa da instituição; ademais, a mescla de pisos promove desenvolvimento tátil pela diferença de texturas.
Nas paredes, a intenção foi remeter a outro método pedagógico utilizado pela pedagogia Waldorf, a aquarela,
fazendo uso desta nas paredes por meio das cores azul, rosa, amarelo, laranja e verde, remetendo ao céu ao
entardecer, contribuindo na formação de uma atmosfera lúdica ao ambiente. Ademais, em uma das paredes
foi utilizada a cor branca em conjunto com rasgos em formas orgânicas remetendo a pássaros, permitindo
entrada de luz natural e a circulação do ar no ambiente.
Quanto aos mobiliários, foi proposto o uso de um playground projetado em madeira pinus localizado sobre a
área de grama, enfatizando que a atividade é realizada em área externa, bem como de uma mini cozinha dis-
ponível no mercado composta por geladeira, bancada e fogão, também em madeira, localizada na área de piso
laminado, além de uma pequena mesa juntamente com pequenos bancos feitos a partir de toras de madeira
em acabamento natural e adequados à antropometria dos usuários em questão. Foram propostas também
pequenas prateleiras para armazenar livros em alturas acessíveis as crianças e uma árvore em papel machê,
também localizada sobre a área de grama. Ademais, foram utilizadas duas mesas em madeira pinus acompa-
nhadas por cadeiras na cor branca, juntamente com um suporte para bobina de papel, também na cor bran-
ca, para que as crianças possam desenhar. Para armazenamento, foram indicadas duas estantes na cor mel
com caixotes na cor branca disponíveis no mercado para armazenamento, bem como um cavalete projetado
também em madeira pinus indicado tanto para armazenamento quanto para compor as próprias brincadeiras
infantis de forma flexível. Por fim, para iluminação e ventilação foram propostos dois ventiladores de teto em
fibra natural na cor tabaco com luminárias acopladas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Assim, pode-se concluir por meio das pesquisas bibliográficas realizadas, que os
ambientes internos de uma creche devidamente projetados, podem influenciar diretamente em diversas áreas
do desenvolvimento infantil, através de soluções que promovam o estimulo necessário para tal. A aplicação
das diretrizes da pedagogia Waldorf nas soluções de projeto da proposta apresentada, juntamente com o
atendimento às necessidades projetuais, buscou apresentar um ambiente que quando implantado possa con-
tribuir para o desenvolvimento dos usuários da creche Obra Prima.
Referências
LANZ, Rudolf. A pedagogia waldorf: Caminho para um ensino mias humano. 3 ed. São Paulo: Summus Edito-
rial, 1979. 93 p.
MÜLLER, Karen Gama; FILHO, Luiz Paulo Ferrero; DINIZ, Débora Carvalho. Manual técnico de arquitetura e
engenharia de orientação para: Elaboração de projetos de construção de centros de educação infantil. Bra-
sília: [s.n.], 2009. 94 p.
BRASIL. Código de obras de João Pessoa. Prefeitura municipal de João Pessoa – Secretaria de planejamento.
João Pessoa, PB – Brasil, agosto de 2001.
3º SIMPIF
1.
Italan Carneiro
Reflexões sobre a compreensão
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência
discente e docente acerca do Currículo
e Tecnologia da Paraíba – Campus João
Pessoa - CCTMUS/JP
Técnico Integrado
MATERIAIS E MÉTODOS. Com o desenvolvimento do projeto, pretendemos investigar as concepções dos do-
centes e discentes do Curso de Instrumento Musical do IFPB/JP acerca da proposta Integrada, compreenden-
do quais ações ambos vislumbram como necessárias para sua efetivação. Para alcançar os resultados do ob-
jetivo geral, serão realizados ainda as seguintes ações: 1. Realizar diagnóstico da apropriação dos conceitos
da proposta integrada pelo corpo docente e discente, buscando compreender seus avanços e limitações; 2.
Delinear as práticas docentes atualmente desenvolvidas voltadas à integração curricular; 3. Traçar o perfil dos
jovens que buscam a formação técnica em Instrumento Musical realizada na forma Integrada com o Ensino
Médio; 4. Mapear as dificuldades existentes para a implantação e efetivação do currículo integrado no âmbito
do Curso de Instrumento Musical do IFPB/JP. Após concluídas as etapas da pesquisa, esperamos elaborar
diagnóstico que possa servir de subsídio para futuras ações institucionais voltadas ao fortalecimento da pro-
posta educacional Técnica Integrada ao Ensino Médio.
Para atingir os objetivos propostos, realizaremos pesquisa de campo cujo universo será constituído pela to-
talidade dos corpos docente e discente do Curso Técnico Integrado em Instrumento Musical do IFPB/JP.
Abordando a totalidade dos sujeitos envolvidos no Curso, o trabalho constituirá uma pesquisa do tipo censo,
não sendo necessário portanto o trabalho com amostragem. Para o desenvolvimento do estudo, adotaremos
os seguintes encaminhamentos:
- Pesquisa Bibliográfica: Acompanhará todo o desenvolvimento da pesquisa, abarcando trabalhos das áreas
de Educação, Educação Musical e áreas afins, como Sociologia, História, etc., na medida em se mostrarem
necessários para a compreensão dos dados coletados;
- Pesquisa Documental: Utilizaremos fontes documentais, contemplando leis, decretos, instrumentos, por-
tarias documentos do Ministério da Educação, etc., bem como documentos pertencentes ao curso, o Projeto
Pedagógico Curricular (PPC), além de documentos da instituição, como o Projeto Desenvolvimento Institucio-
nal (PDI);
- Pesquisa de Campo: Será dividida em duas etapas, sendo o primeiro momento voltado à compreensão do
perfil e concepções do corpo discente, através da realização de um survey (levantamento), no qual, como
instrumento de coleta de dados, optamos pela utilização do questionário. Será realizada uma aplicação-piloto
do questionário com o objetivo de aperfeiçoar o instrumento definitivo. O segundo momento, voltado à com-
preensão das concepções docentes acerca da proposta Integrada, será desenvolvido a partir da realização de
entrevistas semi-estruturadas com a totalidade dos professores atuantes no Curso Integrado em Instrumento
Musical com número estimado em 30 (trinta).
- Análise dos dados: Realizará a categorização e interpretação dos dados norteada pelo caráter quali-quali-
tativo da pesquisa. O processo de análise vai procurar, ainda, de forma sistemática, comparar e entrecruzar
os dados coletados através dos questionários e entrevistas, buscando compreender a realidade examinada.
RESULTADOS. Devido ao contingenciamento de recursos definido pelo Governo Federal, anunciado pouco an-
tes do início das ações do projeto, o Instituto Federal da Paraíba optou pelo cancelamento do pagamento dos
apoios financeiros previstos no Edital da Chamada Interconecta. Diante desse cenário, tivemos que repensar
algumas das atividades propostas inicialmente que demandariam recursos financeiros, de modo que grande
parte do cronograma inicial do projeto sofreu alterações.
A partir do processo de readequação, após realização da aplicação piloto do questionário, o projeto encontra-
-se atualmente no momento da pesquisa de campo voltado à aplicação do questionário definitivo, que deve
ser finalizado na última semana do mês de agosto/2019 (etapa quantitativa) para dar início à etapa de cate-
gorização e análise dos dados obtidos.
integrado” (COURA, 2012, p. 128). A pesquisa de doutorado desenvolvida por Pontes (2012) investigou a
implantação do Currículo Integrado no Campus João Pessoa do IFPB, local de desenvolvimento desse projeto,
acerca do qual a pesquisadora aponta que “um dos elementos que mais comprometeram o desenvolvimento
do EMI no Instituto foi o desconhecimento da proposta em seus aspectos político-ideológicos, filosóficos e
pedagógico-curricular, aliado à falta de investimento na formação e no apoio técnico-pedagógico aos profes-
sores” (PONTES, 2012, p. 188). Destacamos ainda a dissertação de Leite (2014), também realizada no IFPB,
Campus João Pessoa, na qual a autora indica que “em cada discurso, o currículo integrado é entendido de
forma diferente” (LEITE, 2014, p. 66), o que inviabiliza a plena materialização das suas propostas.
A partir do recorte de trabalhos apresentados, concluímos que a implementação da proposta Integrada ainda
encontra-se permeada por dificuldades associadas principalmente à falta de clareza institucional dos objeti-
vos e práticas necessárias à sua materialização.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A configuração do Currículo Integrado adquirida no ano de 2004 trouxe consigo
uma vasta gama de complexas questões a serem solucionadas pelas instituições da Rede Federal de Educação
Profissional, que podem ser expressas em questionamentos tais quais: Qual o perfil do ingressante e do egres-
so o Currículo Integrado almeja? Como promover efetivamente a formação omnilateral dos sujeitos? Qual a
proposta de ser humano e sociedade pretende-se alcançar? Quais ações formativas, de caráter continuado,
as instituições podem adotar para promover a adequada capacitação do seu corpo docente?. Diante desse ce-
nário, ao final da execução desse projeto, pretendemos levantar dados que possam contribuir para uma maior
contextualização dos conteúdos e metodologias desenvolvidas no Curso, de acordo com o perfil dos profes-
sores e estudantes, e podendo ainda servir de subsídio para a elaboração de novas estratégias institucionais
voltadas à efetivação da proposta integrada.
Referências
COURA, Helena Luiza Oliveira. A possível integração curricular no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Baiano: análise do Curso Técnico em Agropecuária. 2012. 161f. Dissertação (Mestrado em Educa-
ção), Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2012.
LEITE, Jocileide Bidô Carvalho. Sentidos da política de currículo da Educação Profissional Técnica Integrada
ao Ensino Médio do IFPB - Campus João Pessoa. 2014. 203f. Dissertação (Mestrado em Educação), Progra-
ma de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2014.
NESSRALLA, Marília Ramalho Domingues. Currículo integrado do ensino médio com a educação profissio-
nal e tecnológica: da utopia à concretização do currículo possível. 2010. 208 f. Dissertação (Mestrado em
Educação Tecnológica). Programa de Pós-Graduação em Educação Tecnológica, Centro Federal de Educação
Tecnológica de Minas Gerais, 2010.
PONTES, Ana Paula Furtado Soares. Ensino Médio Integrado: formação politécnica como horizonte?. 2012.
256f. Tese (Doutorado em Educação), Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, 2012.
3º SIMPIF
1.
MATERIAIS E MÉTODOS. Foi considerado o metamodelo proposto por Lima et al. (2017), o qual se baseou em
relatórios de outras IES e nas últimas experiências da CPA do IFPB, considerando quatro instrumentos avalia-
tivos básicos (painéis de PDI, questionários, assembleias e painéis de tomadas de ações de melhorias). Esse
metamodelo buscou facilitar a elaboração/aplicação e o diagnóstico/apropriação de resultados de instrumen-
tos, em macro (dimensões SINAES) e microcontextos (segmentos e níveis organizacionais), incluindo a proto-
tipação da interface gráfica com o usuário da plataforma proposta, em alta-fidelidade. Para cada instrumento,
foi concebido o seu respectivo projeto de visualização e de análise/diagnóstico de dados de resultados, em
que se buscou as nove recomendações para um o bom êxito na análise colaborativa de dados (compartilha-
mento, especialização de tarefas, reconhecimento autoral, acesso e privacidade, expertise, concorrência em
modificações, usabilidade, flexibilidade semântica e motivação para colaboração), discutidos no trabalho de
Noël e Lemire (2010), que se basearam em exemplos presentes em diversos software de análise colaborativa
de dados. Um catálogo de componentes de visualização gráfica de resultados foi desenvolvido, considerando
visões tabulares e sobre gráficos, com respectivos tipos, categorias e séries de dados, incluindo aqueles com
marcação temporal. Também foram agregados recursos de ajuda contextual multimídia na construção da pla-
taforma, considerando as recomendações de Yeh et al. (2011), para que colaboradores da CPA inexperientes
possam aprender a montar e acessar os instrumentos autoavaliativos básicos mais facilmente.
RESULTADOS. Os quatro instrumentos avaliativos básicos obtiveram uma boa aceitação por representantes
da CPA, considerando sua conformidade com a metodologia avaliativa do IFPB e a sua facilidade de uso. As
visualizações dos resultados das avaliações já permitem que haja uma hierarquização interativa da informa-
ção, para cada instrumento, sobre cada um de seus aspectos/fatores de mensuração avaliativos, quer seja
por macrocontextos (resultados do instrumento dispostos sobre cada uma das dimensões SINAES, em gráfico
radial) ou por microcontextos (resultados filtrados sobre segmentos institucionais e níveis organizacionais,
respectivamente: um sendo com aplicação cumulativa sobre um ou mais segmentos; e o outro sendo com
aplicação recursiva, partindo da instituição como um todo, determinado campus, curso e até de uma dada
disciplina), em conformidade com o metamodelo autoavaliativo referenciado. Há também uma visão tabular
dos dados de resultados, baseada nos macrocontextos presentes em cada instrumento, com critérios de
análise configuráveis que são capazes de destacar os itens avaliados que exijam maior atenção, sobre quais
podem ser realizados comentários analítico-diagnósticos colaborativamente, proporcionando examinações
mais rápidas. É possível aplicar esses comentários referenciando-se um ou mais resultados, inclusive entre
instrumentos diferentes. Também é possível fazer com o que os instrumentos apropriadores (painéis de ações
de melhorias) possam ter a elicitação de ações referenciada em resultados dos demais instrumentos (que são
diagnosticadores) ou associada aos comentários analítico-diagnósticos já realizados.
implementação, em que aquela que consome dados do IFPB já está sendo desenvolvida. Os recursos de aná-
lise colaborativa de dados e de ajuda contextual multimídia prosseguem em desenvolvimento e homologação,
com um grupo controlado de usuários, de forma incremental.
AGRADECIMENTOS: Ao IFPB, pelo fomento ao projeto, realizado por meio da Chamada Interconecta 2019.
Referências
BRASIL. Lei Nº 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Supe-
rior – SINAES e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 15 abr. 2004. Seção 1, no 72, p. 3-4.
GOMES, A. M.; SILVA, A. L. da.; ARRUDA, A. L. B de. Avaliação da Educação Superior no Brasil: discursos,
práticas e disputas. In: Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 12, n. 3, set./dez. 2017. DOI: <http://dx.doi.
org/10.5212/PraxEduc.v.12i3.012>.
INEP. Nota Técnica INEP/DAES/CONAES Nº 65, de 9 de outubro de 2014. Assunto: Roteiro para Relatório
de Autoavaliação Institucional. Brasília, 2014a. Disponível em <http://download.inep.gov.br/educacao_supe-
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LIMA et al. Um metamodelo para elaboração, aplicação e análise de autoavaliações institucionais em confor-
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DOI: <https://doi.org/10.1145/2047196.2047214>.
3º SIMPIF
Neste sentido, as Redes Sociais se apresentam como espaços informais nos quais também podem ocorrer
agressões, ameaças e intimidações que presumivelmente interferem nas relações que ocorrem nos espaços
escolares seja com estudantes, funcionários ou educadores, assim como nas relações familiares. Além disso,
percebe-se que estes ambientes são mais atrativos que o ambiente escolar, pois o uso deles compete com o
tempo de estudo.
Do mesmo modo, nota-se que não é somente a instituição de ensino a quem se atribui a gestão disciplinar, mas
também ao primeiro grupo de vínculo social: a família. Assim, a pesquisa de revisão de Newman et al. (2008),
sobre a relação entre os modelos comportamentais de pais e os reflexos destes sobre o desenvolvimento de
comportamentos de risco à saúde em adolescentes, mostra que os filhos, cujos pais utilizavam disciplina com
autoridade, demonstraram de modo consistente mais comportamentos seguros e menos comportamentos
de risco quando comparados a adolescentes provenientes de famílias que exerciam menos controle sobre os
filhos.
Em face às considerações aqui apresentadas, emergem inquietações necessárias à condução desse estudo, a
saber: Qual a interferência do uso das redes sociais na rotina estudantil e no rendimento acadêmico dos dis-
centes na percepção dos pais/responsáveis? Quais as ações de gerenciamento do uso da internet dos filhos/
dependentes são realizadas pelos pais ou responsáveis por discentes do IFPB – câmpus Campina Grande?
Quais são os resultados destas ações gerenciais? Como o IFPB – câmpus Campina Grande pode contribuir
para esse gerenciamento dos pais sobre o uso das redes sociais dos seus filhos/dependentes?
Neste sentido, esta pesquisa tem como objeto de estudo o gerenciamento do uso das redes sociais dos estu-
dantes de cursos técnicos-integrados pelos seus pais/responsáveis e apresenta como elemento norteador o
seguinte problema: como os pais/responsáveis de estudantes de cursos técnico-integrados do IFPB – Câmpus
Campina Grande gerenciam o uso das redes sociais dos seus filhos/dependentes?
Ante ao desafio de contribuir para o desenvolvimento intelectual dos estudantes e para um ambiente ade-
quado para um convívio saudável no ambiente escolar, emerge o papel da instituição de ensino, que precisa
investigar os eventos que interferem no processo de ensino-aprendizagem.
MATERIAIS E MÉTODOS. Como esta pesquisa busca investigar como os pais/responsáveis de estudantes ma-
triculados em cursos técnicos-integrados ao ensino médio do IFPB - Câmpus Campina Grande gerenciam o
uso das redes sociais dos seus filhos/dependentes, um tema com poucos estudos, pode-se defini-la como
exploratória. Sobre à abordagem do problema, essa pesquisa é caracterizada como qualitativa e quantitativa.
Quanto aos procedimentos, definiu-se metodologicamente como uma pesquisa de campo. Neste tipo de pes-
quisa, o objeto é abordado nas condições naturais em que os fenômenos ocorrem (SEVERINO, 2007). O cam-
po de estudo desse trabalho foi o IFPB – Câmpus Campina Grande.
O instrumento de coleta de dados foi um questionário com perguntas abertas, aplicado durante os Plantões
Pedagógicos e nos atendimentos a pais na Coordenação de Assistência Estudantil. As questões versavam so-
bre o grau de conhecimento sobre a internet; como usam o tempo livre; se consideravam que seu(sua) filho(a)
usam bem as redes sociais; se as redes sociais interferiam o rendimento acadêmico.
A apuração dos dados ocorreu por meio da soma e de processamento estatísticos. Utilizou-se como método
para analisar os dados foi a Análise de Conteúdo, que consiste num conjunto de técnicas de análise de comu-
nicações que usa procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens (indica-
dores), sejam eles quantitativos ou não, que permitam a dedução de conhecimentos referentes às condições
de produção ou recepção dessas mensagens, permitindo a identificação de categorias de análise compostas
por elementos do conteúdo dos questionários organizados por parentesco (BARDIN, 2016).
Esta pesquisa foi aprovada pelo Programa Interconecta, Edital 01/2019, da Pró-Reitoria de Pesquisa do IFPB
e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 84608718.0.0000.5185) e está em desenvolvimento
desde abril de 2019.
RESULTADOS. A análise da questão 1 identificou que as mães foram as que mais responderam ao questionário
3º SIMPIF
com 82,9% de frequência. Na segunda questão, 53,3% responderam que tinham conhecimento razoável so-
bre informática e internet. A terceira pergunta indagou quais redes sociais os pais/responsáveis mais usavam
e com percentual de 40,2% o Whatsapp foi a mais citada. Já a questão quatro sondou sobre como os pais
usavam o tempo livre e nesta 30,5% dos participantes responderam que faziam o uso de mídias. A quinta
pergunta do questionário objetivou sondar se os pais/responsáveis avaliavam que seus filhos usam bem as
redes sociais. Para os que avaliavam que os filhos usavam bem (78,7%), a categoria mais citada estava re-
lacionada ao uso monitorado (23,4%); já em relação aos que não usam bem (21,3%), destacou-se pelo uso
inconsequente e excessivo (17,2%). Na questão 6, indagou-se se o uso das redes sociais interferiam na rotina
estudantil e no rendimento acadêmico dos filhos, com isso, a maioria dos participantes avaliou que não havia
a interferência cogitada (64,15%), pois para seus filhos as redes sociais eram espaços de estudo (26,47%),
assim como os filhos estavam sob constante monitoramento (26,47%). A questão de número 7, na qual foi
perguntado se os pais/responsáveis acompanhavam seus filhos no uso do computador/redes sociais desta-
cou que, para os 70,90% que faziam esse acompanhamento, a ação mais aplicada é o monitoramento do uso
das redes sociais (20,50%). As respostas referentes a questão 8, que indagou saber se os pais responsáveis
conseguiam obter êxito no acompanhamento, revelou que o maior número de pesquisados confirma que ob-
têm êxito no acompanhamento (80%) e apresentou como ação mais citada o acompanhamento atento do uso
de mídias (27,5%). A última questão buscou saber se os pais/dependentes precisavam de ajuda para gerir o
uso das redes sociais, e em que o IFPB – Campus Campina Grande poderia ajudar sobre o assunto. Dentre os
participantes 68,09% disseram que não precisavam de ajuda.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com a popularidade do mundo virtual, as redes sociais digitais estão se tornando
elementos inerentes na vida dos jovens, podendo contribuir negativamente ou positivamente no processo
educacional. A partir do estudo realizado, nota-se que é de extrema importância o acompanhamento e o di-
recionamento dos pais para que os filhos usem as redes sociais com responsabilidade e, consequentemente,
tenham desempenho escolar satisfatório. Os resultados desta pesquisa também apontam que o tema redes
sociais é bastante amplo e que se faz necessário mais estudos acerca dele, por exemplo, sobre como o IFPB
gerencia o uso das redes sociais dos estudantes de cursos técnicos integrados.
Referências
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. 3. reimp. da 1. ed. de 2016. Lisboa: Edições 70, 2016.
NEWMAN, Kathy et al. Relações entre modelos de pais e comportamentos de risco na saúde do adolescente:
uma revisão integrativa da literatura. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 16, n. 1, p. 142-150,
Fev. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&
pid=S0104-11692008000100022&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 17 Set. 2015.
RODRIGUES, Icaro Arcênio de Alencar; MARQUES, Larissa Carvalho; GOMES, Márcia Maria Costa. Como a In-
disciplina em Sala de Aula Interfere no Trabalho Docente. Revista Principia: divulgação científica e tecnológica
do IFPB. Ano 14, nº 20, dez. 2012. João Pessoa: IFPB, 2012. ISSN: 1517-0306.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23 ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi de cunho qualitativa já que tem por finalidade analisar e compreender
como o livro didático aborda a História da Matemática e como pode auxiliar na aprendizagem, fizemos um
levantamento para obter informações de como a História da Matemática é abordada no referido livro e como
pode ajudar na compreensão de alguns conceitos Matemáticos. Para esta análise elaboramos dois critérios e,
para isto, nos baseamos no trabalho de Vidal (2016) em que o mesmo realizou uma análise de alguns livros
didáticos de Matemática para identificar a história da Estatística nestes livros. Os critérios a serem utilizados
foram: Verificar a importância da História da Matemática utilizados nos livros didáticos no ensino médio (cri-
tério 1) e Investigar como é apresentada a História da Matemática nestes livros (critério 2). O critério 1 serve
para sabermos o quanto a obra apresenta e valoriza a História da Matemática e se a mesma tem a preocu-
pação de informar o quanto cada conteúdo evoluiu ao longo dos tempos desde os seus primórdios até sua
caracterização atuais. O critério 2 serve para analisar se tais livros apresentam a História da Matemática como
ferramenta útil e como os mesmos estão distribuídos nos capítulos. Aqui a intenção é saber até que ponto esta
obra auxilia o professor a motivar o aluno a se interessar pelos conteúdos por meio da HM.
RESULTADOS. Da obra analisada os três volumes abordam a HM enquanto ferramenta motivadora para a
aprendizagem. Na obra L1 (volume 1 da coleção), o autor utiliza a HM e mostra que a mesma pode ser utili-
zada como recurso pedagógico com a finalidade de auxiliar o professor e ajudar os alunos na compreensão
dos conteúdos. Esta obra faz uma significativa abordagem da HM, pois alguns capítulos abordam o conteúdo
histórico seja ela em pequenos textos complementares, curiosidades de alguns autores, e também como sur-
giram alguns conceitos matemáticos, todos esses fatores podem contribuir e auxiliar no processo de apren-
dizagem dos conteúdos. Com relação aos critérios adotados esta obra utiliza a HM em alguns capítulos e que
isso poderia auxiliar na compreensão. A obra L2 (volume 2 da coleção), também faz uso da HM em diferentes
situações que podem ser utilizados pelos professores como uma ferramenta útil na aprendizagem dos alunos
na sala de aula. Nesta obra, o autor faz uma abordagem da HM, na qual traz textos com poucos contextos his-
tóricos e quando tem, são relativos a alguns autores que contribuíram no desenvolvimento matemático, e que
não vai contribuir muito na aprendizagem do aluno através da história. Com relação aos critérios adotados
esta obra utiliza a HM em poucos capítulos dando pouca importância ao contexto histórico que poderiam con-
tribuir significativamente na compreensão e aprendizagem dos conteúdos. Na obra L3 (volume 3 da coleção),
a HM é utilizada em diversas situações na qual podem colaborar com aprendizagem. A obra faz uma aborda-
gem regular da HM e alguns conteúdos exploram melhor o contexto histórico, que pode auxiliar na compreen-
são dos assuntos, pois com o auxílio da história o aluno pode entender o conteúdo no sentido mais amplo.
Com relação aos critérios adotados esta obra utiliza a HM como ferramenta auxiliadora na aprendizagem dos
conteúdos, pois podem contribuir para uma compreensão mais significativa através do seu contexto histórico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A História da Matemática tem a possibilidade de buscar uma nova maneira de ver e
entender a matemática, em que pode ser feita a integração dos conteúdos matemáticos com outras discipli-
nas, tornando-a mais criativa, contextualizada e humanizada, que podem contribuir na hora da compreensão
e aprendizagem dos conteúdos. Os três volumes analisados utilizam de alguma forma a HM, seja ela através de
leituras complementares ou relatando algo sobre sua origem e evolução ao longo dos tempos, e o professor
pode utilizar esse recurso para enriquecer a metodologia, trazendo à baila discussões e questionamentos que
despertem o interesse dos alunos.
Referências
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gias. PCNEM, 3. Brasília: Ministério da Educação; Secretaria da Educação Média e Tecnológica, 1999.
_____. Guia de livros didáticos: PNLD 2015: Matemática. Brasília: Ministério da Educação; Secretaria da Edu-
cação Básica, 2014.
DANTE, L. R., Matemática: Contexto & aplicações, 2ª edição, vol. 1, São Paulo: Ática, 2013.
_____. Matemática: Contexto & aplicações, 2ª edição, vol. 2, São Paulo: Ática, 2013.
_____. Matemática: Contexto & aplicações, 2ª edição, vol. 3, São Paulo: Ática, 2013.
GASPERI W. N. H.; PACHECO, E. R. A história da matemática como instrumento para a interdisciplinaridade
na Educação Básica. PDE: Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria da Educação do Estado
do Paraná. 2007.
VIDAL, F. A. A História da Matemática presente nos livros didáticos: Uma análise sobre o conteúdo Estatística.
In: II Seminário Cearense de História da Matemática, 2016. Disponível em: <https://drive.google.com/file/
d/0B_Z20PM5ckRjWkdzX2V1Mmw2YzA/view?pref=2&pli=1>. Acessado dia 24 de outubro de 2016.
3º SIMPIF
Leila Maria Simplicio Rodrigues INTRODUÇÃO. Ao acompanhar as vivências diárias de colegas dis-
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus Patos centes do Instituto Federal da Paraíba - Campus Patos (IFPB), pôde-
-se observar que o estresse ocasionado pelas diversas atribuições e
Mateus Alves Leite
[email protected]
complicações diárias, incluindo pressão psicológica por falta de tem-
Instituto Federal da Paraíba - Campus Patos po, prejudicam o aluno diretamente em classe. Isso vem acarretando
notas baixas, mau humor, discórdia e em alguns casos, depressão.
Davi de Sousa Silva
[email protected] Procurou-se então uma forma de tentar auxiliar a redução desse
Instituto Federal da Paraíba - Campus Patos estresse percebido em alguns alunos, e foi visto no jogo de xadrez,
essa possibilidade. Existe uma gama de jogos tradicionais atrelados a
culturas, assim contemplando o Patrimônio Cultural da humanidade,
sendo pilar de uma identidade a partir da infância (FREIRE; GUERRI-
NI, 2017). Tendo em vista que o ramo do xadrez vêm tendo um cons-
tante desenvolvimento nas escolas mas não tendo apoio e estímulo
da forma que deveria ser, deixando de lado os benefícios na constituição de oportunidades de conhecimento
integral (DA SILVA, 2018), buscou-se com a criação de um Clube de Xadrez no Campus, desenvolver não so-
mente a prática desse esporte, mas também proporcionar aos participantes a possibilidade de experimentar
todos os benefícios que a prática desta modalidade proporciona. O xadrez acaba ajudando nas disciplinas,
pois, desperta o raciocínio rápido, mas de maneira geral, é fundamental para poder jogar, saber as técnicas
adequadas para aplicar na vida, ajudando a manter a atenção na atividade que está sendo feita, sem dispersar
ou desviar o pensamento (GESSI; DA SILVA, 2014). Desta forma, trabalhando a concentração e aderindo o
verdadeiro sentido de ter objetivos. Este esporte contempla inúmeros benefícios, tendo objetivo educacional,
de entretenimento e desenvolvimento intelectual. Nesta perspectiva, este trabalho tem por finalidade mostrar
a importância do jogo de xadrez na vida escolar e social dos alunos do instituto.
MATERIAIS E MÉTODOS. O método de pesquisa utilizado é de natureza qualitativa e visa estimular diretamente
a criatividade e o desempenho, são observados aspectos específicos em cada indivíduo envolvido. Com a me-
todologia dinâmica é possível a construção de um ser atuante, com uma visão própria de tudo, se moldando e
mudando o mundo ao passar do tempo, absorvendo de maneira crescente aprendizagem (DA SILVA; ROMÃO,
2018). A partir disso a pesquisa foi realizada no IFPB da cidade de Patos no estado da Paraíba, no ano de
2019. A partir da criação do “Clube de Xadrez”, com a participação de doze alunos e sendo coordenados por
três alunos veteranos, onde ministraram oficinas que tiveram apoio do próprio campus, o qual providenciou
equipamentos como: peças, tabuleiros e relógios. Todos os discentes, docentes e servidores foram convidados
a participar semanalmente, às segundas, pelo período da manhã. Com os avanços tecnológicos, novos jogos
foram criados e/ou modernizados, e o Xadrez não ficou afastado desta realidade, neste sentido, trabalhou-se
os meios tradicionais da prática do Xadrez, atrelados ao meio tecnológico através de plataformas como sites
que disponibilizam partidas online com qualquer pessoa do planeta, e até mesmo através de aplicativos que
concedem material didático. Os integrantes receberam ainda, via aplicativo de mensagens, apostilas, vídeos e
dicas de estratégia. Durante este processo, foram ensinados todos os objetivos e regras do jogo, alguns sites
também auxiliaram neste processo como por exemplo, o Lichess.org, o qual contribuiu muito para o aprendi-
zado e controle do tempo, além de proporcionar partidas online com amigos, enxadristas mundiais ou mesmo
com o próprio algoritmo. Para análise de mudanças individuais dos participantes do grupo foi aplicado um
questionário com seis perguntas de múltiplas escolhas aos participantes do Clube e praticantes da modalida-
de no Campus.
RESULTADOS. A prática do Xadrez tem grande importância na área do ensino, tendo em vista que exercita a
socialização, o cognitivo, a memorização, autoconfiança, o planejamento metódico e o conhecimento (RODRI-
GUES; SARRAPIO, 2018). Para esta comprovação, o grupo realizou um questionário e foi possível observar
que o clube de xadrez trouxe uma melhora significativa para os participantes, eles responderam às seguintes
perguntas: 1° Qual o seu nível de contato com o xadrez? 53,6% respondeu Intermediária, 30,8% respondeu
Muita, 15,4% respondeu Pouca e 0% respondeu Nenhuma. 2° Você percebeu melhorias em seu rendimento
escolar depois que começou a jogar Xadrez? 76,9% respondeu que Sim, melhorou parcialmente, 23,1%
respondeu que Sim, melhorou muito e 0% respondeu Não, não houve nenhuma melhora. 3° Em relação a con-
vivência com os seus colegas, percebeu-se que: 53,8% respondeu que Houve melhorias, 38,5% respondeu
que Houve melhorias parciais e 7,7% respondeu que Não houve melhorias. 4° Como você caracteriza o xadrez
em relação a vivência no instituto? 53,8% respondeu que Ótima, sempre deveria existir, 46,8% respondeu
Legal, embora pouco utilizado, 0% respondeu Indiferente e 0% respondeu Péssima. 5° Seu comportamen-
to especificamente na questão de escolhas decisivas e paciência, percebeu-se que: 53,8% respondeu que
Houve bastante melhora, 30,8% respondeu que Houve melhora parcial, 15,4% respondeu que Houve pouca
melhora e 0% respondeu que Não houve nenhuma melhora. 6° Ao seu ver, o Clube de Xadrez influencia o de-
senvolvimento do IFPB-Campus Patos? 69,2% respondeu que Sim, 30,8% respondeu Talvez e 0% respondeu
Não. Com esses resultados, foi visto melhorias não só no âmbito de rendimento acadêmico, mas também em
aspectos perceptíveis na vida de cada sujeito individualmente, tais como aprimoramento de algumas habilida-
des como: planejamento, aumento de paciência e autocontrole, respeito aos oponentes, o que diz respeito ao
caráter do próprio indivíduo. Para os jovens, o esporte faz com que haja um maior engajamento social devido
às competições onde abrem possibilidades de conhecer novas pessoas (OLIVEIRA; CARVALHO, 2011). Sendo
assim, aconteceram alguns torneios internos, um destes de maior importância realizado pelo clube foi uma
seletiva para decidir os representantes do IFPB Campus Patos nos Jogos Intercampi dos Institutos Federais da
Paraíba 2019, também houve a participação de alguns integrantes do Clube de Xadrez na seletiva que ocorreu
em Campina Grande para os Jogos dos Institutos Federais etapa final (JIF), dois integrantes foram classifica-
dos e representaram o Estado da Paraíba em Guarapari, Espírito Santo. O Clube acabou criando uma interface
não somente de conhecimento sobre o jogo em si, mas sim, uma forma de diversão e crescimento humano
em sociedade. Tendo como conclusão também a abordagem significativa do aspecto cultural entrelaçado ao
tradicionalismo do esporte em questão, sendo importante esclarecer que Xadrez também é ciência, ao buscar
pelos melhores movimentos de maneira lógica e com embasamento teórico, contribuindo com a exercitação
intelectual, melhor reflexão, análise e síntese do praticante, assim tornando um trabalho científico (KANZLER;
3º SIMPIF
KIECKHOEFEL, 2019).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O esporte tratado tem vários pontos que merecem sua devida importância. A ini-
ciativa deste trabalho objetiva mostrar esta relevância e que o xadrez pode proporcionar melhorias para a
vida acadêmica e pessoal do aluno. Além de motivar outras instituições para que utilizem desta metodologia,
elevando assim o conhecimento dos discentes e abrindo novas portas com possibilidades no futuro acadêmico
destes. A pesquisa também buscou compreender o xadrez em embasamento teórico e colocá-lo em prática,
respeitando todas as regras. Fica evidente que não só o xadrez mas outros jogos tradicionais que carregam
conceitos culturais e acrescentam de forma educativa e metodológica devem ser apresentados à escola de
modo eficaz, assim solucionando o baixo rendimento escolar. O Lichess.org e redes sociais se mostraram
ferramentas essenciais como meio tecnológico para desenvolvimento do clube, resultando nesse estudo. É
importante relatar que o jogo estabelece um sistema de competitividade saudável, estimulando o respeito e
compreensão, enriquecendo as experiências vivenciadas pelos alunos dentro da instituição, incentivando o ra-
ciocínio rápido e lógico, o amadurecimento enquanto ser social e uma postura ética. Conclui-se que, projetos
como este, dentro do âmbito acadêmico são bastante proveitosos tendo em vista a busca de metodologias que
funcionem como solução para a diminuição do estresse dos alunos, acarretando em melhoria do rendimento
escolar, e auxiliando também e principalmente as disciplinas escolares que envolvem a lógica.
Referências
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Humanas - Educação e Desenvolvimento Humano - UNITAU, Taubaté , v. 11, p. 72-80, 2 jun 2018.
FREIRE, G. G.; GUERRINI, D. Jogos tradicionais: As aulas de educação física e um site como espaços de pre-
servação cultural. In: CONGRESSO NORTE PARANAENSE DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR, 8. 2017.
GESSI, F. J. S.; DA SILVA, M. S. Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE:
A importância e benefícios do xadrez no processo de formação. Paraná: Cadernos PDE, v.1, 2014. 15 p.
KANZLER, C. O.; KIECKHOEFEL, L. Quais as habilidades adquiridas na prática do xadrez?. Revista HÚMUS,
São Luís-MA, v. 9, n. 26, p. 2-18, 2019.
OLIVEIRA, V. D. de; CARVALHO, J. E. Xadrez nas escolas: esporte, ciência ou arte. In: X CONGRESSO NACIONAL
DE EDUCAÇÃO - EDUCERE, nov/2011.
RODRIGUES, C. R.; SARRAPIO, L. P. As contribuições do xadrez para o processo de ensino aprendizagem:
aspectos sociais e pedagógicos do jogo na escola. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações-
-MG, v. 16, n. 1, p. 1-12, jul./2018.
SILVA, J. S. O xadrez na escola: possibilidades para a interdisciplinaridade. Vitória de Santo Antão, Pernambu-
co, 2018. Disponível em: <https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/27584>
3º SIMPIF
Tal atividade procura abordar temas os quais não são vistos com frequência durante a graduação. Em concer-
nência a primeira temática abordada, o ciclo de vida das estrelas, além de fazer parte da astronomia, apresen-
ta interdisciplinaridade com as disciplinas de Física e Química. A segunda temática, Química do corpo humano,
trabalha a interdisciplinaridade com as Ciências Biológicas.
Portanto, as temáticas abordadas dentro do “Ciclo de Palestras” objetivaram estimular e aprimorar a visão
dos educandos de Licenciatura em Química, mostrando que a disciplina está presente em vários aspectos do
universo que os rodeia e no seu próprio corpo, na tentativa de aumentar o seu desenvolvimento cognitivo e
sua melhor qualificação profissional.
MATERIAIS E MÉTODOS. As palestras foram desenvolvidas no Instituto Federal da Paraíba, Campus João Pes-
soa, em turmas do 1º (primeiro) e 2º (segundo) períodos do Curso de Licenciatura em Química. Cada palestra
teve duração de 50 (cinquenta) minutos cada. Para a aplicação da proposta, contou-se com a participação de
10 (dez) discentes, apresentando uma faixa etária entre 18 (dezoito) e 41 (quarenta e um) anos. A apresen-
tação das palestras ocorreu de forma similar a uma aula de caráter expositivo-dialogada e foi empregado o
uso da metodologia qualitativa e participante. A metodologia qualitativa ocorre por meio da análise dos dados,
tanto em amplitude quanto em profundidade, visando tratar o grupo que está sendo investigado como a parte
mais importante do processo de pesquisa (MARTINS, 2004). Enquanto que a participante ocorre por meio da
inserção de um pesquisador num campo de investigação onde será levada em conta a vida social e cultural da
pessoa a ser investigada, que por sua vez é convocada a participar da investigação na qualidade de informan-
te, colaborador ou interlocutor (SCHMIDT, 2006).
A princípio, foi entregue o Questionários de Sondagem (QS) aos licenciandos, composto por três questões
abertas, com o intuito de sondar os conhecimentos prévios dos ouvintes/participantes sobre os assuntos a
serem abordados. Sequencialmente, foram apresentadas as palestras sobre as temáticas: I) “O ciclo de vida
estelar” e a II) “A Química do Corpo Humano”. E por fim, foi aplicado um Questionário Final (QF), que foi com-
posto por duas questões, uma configurando um ‘Caça Palavras’ sobre a palestra I contendo seis tópicos a
serem respondidos e a outra questão alusiva à palestra II a qual pedia para que os discentes redigissem um
pequeno texto argumentativo sobre o que eles compreendiam sobre a Química do corpo.
No segundo momento, houve a apresentação das palestras, as quais foram realizadas de forma contextualiza-
da, mostrando a importância de cada tema no cotidiano dos estudantes e suas relações com a Química. Cor-
roborando com Almeida et al (2008, p.2): “[...] se faz necessário a prática de um ensino mais contextualizado,
onde se pretende relacionar os conteúdos de química com o cotidiano dos meninos e das meninas, visando à
formação do cidadão, e o exercício de seu senso crítico”.
Por fim, foi aplicado um Questionário Final, com propósito de avaliar o que foi agregado ao conhecimento
dos estudantes. Vale frisar que para elaboração do QF foram utilizadas metodologias diferenciadas, a fim de
tornar esse momento mais prazeroso e mais livre para explanação das ideias dos ouvintes. O primeiro ques-
tionamento se tratava de um ‘Caça Palavras’ tradicional, em que os discentes teriam que achar as palavras
correspondentes às respostas dos seis tópicos, os quais indagavam sobre os eventos que deram origem ao
universo e as estrelas, como e onde esses corpos celestes nascem, de quais elementos são constituídos ao
nascer, como os elementos químicos são produzidos no núcleo e a incapacidade do sol fundir elementos mais
pesados. 100% do alunado respondeu aos questionamentos de forma correta. O segundo questionamento
pedia para que os discentes redigissem um pequeno texto argumentativo sobre a Química do corpo humano,
relatando os pontos que foram abordados durante a palestra. Os resultados obtidos foram excelentes, 90%
do alunado conseguiu ligar todos os tópicos e apenas 10% deixou em branco. Observando esses resultados,
3º SIMPIF
é possível perceber que os temas em questão por se tratarem de algo pouco ou nunca abordado ao longo
da trajetória acadêmica dos discentes, é capaz de situar os estudantes sobre os processos químicos e físicos
que acontecem no universo e no seu corpo humano e, com isso, despertar o interesse dos discentes. Como
afirmam os Parâmetros Curriculares Nacionais + (PCN+):
Para que todo o processo de conhecimento possa fazer sentido para os jovens, é imprescindível que ele seja
instaurado por meio de um diálogo constante entre alunos e professores, mediado pelo conhecimento. E isso
somente será possível se estiverem sendo considerados objetos, coisas e fenômenos que façam parte do
universo vivencial do aluno, seja próximo, como carros, lâmpadas ou televisões, seja parte de seu imaginário,
como viagens espaciais, naves, estrelas ou o Universo (BRASIL, 2002, p. 83).
Portanto, os dois temas foram trabalhados possuindo como assunto em comum os elementos químicos, e
como as reações entre eles dão origem as estrelas, que por sua vez, dão origem ao ser humano. Dessa forma,
o “Ciclo de Palestras” colaborou para formação de cidadãos críticos, para uma construção da aprendizagem
e para o desenvolvimento de profissionais mais capacitados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com base nos resultados, foi possível constatar a importância de metodologias
que facilitam e auxiliam na difusão do ensino de assuntos considerados mais complexos, que estão ligados às
competências e habilidades, nos quais não foram trabalhados de forma mais compreensiva ou até não desen-
volvidos anteriormente pelos indivíduos durante o Ensino Médio ou, até mesmo, no Ensino Superior.
Tal atividade possibilitou uma melhor visão e compreensão de temas ligados ao corpo humano e ao ciclo de
vida estelar, mostrando a inserção da Química em nossas vidas, trabalhando na construção do conhecimento.
Além disso, abordagens de temáticas como essas, facilita e estimula tanto a busca por mais assuntos refe-
rentes à área, quanto a criticidade dos discentes, facilitando assim, suas futuras ações para a melhora do
processo de ensino e aprendizagem.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Fundo Nacional de Desenvolvimento para a Educação (FNDE) pela bolsa
concedida e ao Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Campus João Pessoa.
Referências
ALMEIDA, E. C. S. et al. Contextualização do ensino de química: motivando alunos de ensino médio. XVI En-
contro Nacional de Ensino de Química (XVI ENEQ) e X Encontro de Educação Química da Bahia (X EDUQUI),
Salvador, BA, Brasil–17 a, v. 20, 2008.
BRASIL. MEC. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCNs+ Ensino Médio: orientações educacionais
complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 2002.
DIAS, C. A. C.M; SANTA RITA, J. R. Inserção da astronomia como disciplina curricular do ensino médio. Revista
Latino-americana de educação em astronomia, n. 6, p. 55-65, 2008.
MARTINS, H. H. T de S. Metodologia qualitativa de pesquisa. Educação e Pesquisa, v. 30, n. 2, p. 289-
300, maio/ago. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/%0D/ep/v30n2/v30n2a07.pdf. Acesso em:
25/08/2019.
SCHMIDT, M. L. S. Pesquisa participante: alteridade e comunidades interpretativas. Psicologia USP, 2006,
17 (2): 11 – 41. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-65642006000200002&script=-
sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 25/08/2019.
3º SIMPIF
A atividade docente, na disciplina em questão, tem provocado muitas inquietações no docente por ela respon-
sável, em razão, principalmente, das seguintes dificuldades continuamente evidenciadas:
a. conteúdo programático complexo e extenso, diante de reduzida carga horária (cinco tempos de aulas de
50 min semanais, destinados à parte teórica e prática), durante um único semestre letivo;
b. permanente desafio diante do contínuo surgimento de novas técnicas utilizadas na área da engenharia
elétrica;
c. baixa motivação dos alunos diante da metodologia rotineiramente empregada, que se resumia mais em
aulas expositivas, com projeções de transparências e uso do quadro de escrever e algumas poucas ativi-
dades práticas específicas.
Diversos trabalhos demonstram a importância e os benefícios da aprendizagem ativa e comprovam que as au-
las práticas estimulam os alunos em seu processo de ensino aprendizagem (DELATORE et al., 2012; ESTEVES
et al., 2015; VILLAS-BOAS & NETO, 2011).
Este trabalho tem por objetivo propor uma metodologia que reformule a aprendizagem na referida matéria, de
maneira a torná-la ativa e consiga otimizar o processo de aprendizado dos discentes, fornecendo aos mesmos
um melhor desenvolvimento de habilidades, competências e atitudes. Assim como incorporar os atuais para-
digmas educacionais e propostas para a educação superior, expressas na literatura atualizada e nas recentes
Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos Superiores de Engenharia (BRASIL, 2019). Através da implemen-
tação de conceitos como mapa conceitual, roteiros para aprendizado cognitivo e montagens práticas em labo-
ratório. Espera-se atingir os alunos de forma positiva, de maneira a melhorar o seu processo de aprendizagem.
MATERIAIS E MÉTODOS. Por meio de reuniões semanais realizadas entre os meses de Maio e Junho, a equipe
responsável pelo projeto pôde definir com clareza quais seriam os objetivos a serem alcançados. Através de
revisão bibliográfica dos conteúdos da ementa da disciplina, da avaliação dos recursos disponíveis (equipa-
mentos) e da montagem prática de diversos experimentos utilizando a bancada didática, foi possível traçar as
atividades possíveis de serem realizadas durante o semestre letivo com a turma.
Em seguida, foi desenvolvido um mapa conceitual com o intuito de identificar quais as competências, habilida-
des e atitudes necessárias a serem desenvolvidas pelos alunos. Após o desenvolvimento do mapa conceitual,
que direcionou as abordagens e os temas necessários, os professores e alunos se dedicaram à criação de pro-
postas de roteiros para o desenvolvimento de projetos correlacionados com a disciplina em questão, por meio
das atividades de montagem das bancadas e da própria montagem dos módulos didáticos disponíveis. Esses
roteiros tem por objetivo informar aos alunos quais são os procedimentos necessários para que as montagens
práticas funcionem, e também o que se espera como resultado de cada uma dessas atividades.
De posse dos roteiros, algumas montagens práticas iniciais foram executadas na bancada didática, com a
participação dos membros do projeto, de maneira que todos adquirissem experiência e habilidade com os
componentes e equipamentos, de modo que todos tenham capacidade de auxiliar os alunos no momento das
aulas. Como plataformas experimentais para implementação dos ensaios foram utilizadas as bancadas Smart
Grid De Lorenzo® e a Smart Grid Lucas Nülle®, disponíveis no LABSEP do IFPB Campus João Pessoa.
As bancadas de simulação Smart Grid são compostas por diversos módulos de simulação de componen-
tes típicos de sistemas elétricos de potência, tais como geradores, transformadores, linhas de transmissão,
medidores, cargas elétricas, relés, disjuntores, dentre outros. Essas plataformas permitem simular diversas
configurações de sistemas elétricos de potência, desde a geração (utilizando máquinas que simulam o com-
portamento de geração hidrelétrica ou eólica), etapas de transformação de nível de tensão (subestações
elevadoras ou abaixadoras), transmissão da energia por meio de linhas médias e longas, até a alimentação
de cargas resistivas, indutivas e capacitivas. Para avaliar os parâmetros elétricos e o comportamento de cada
um desses módulos, foram utilizados os sistemas supervisórios SCADA de cada uma das bancadas. Após as
montagens de experiências elementares, as quais comprovaram a eficiência de todos os equipamentos, foram
elaborados experimentos mais complexos e que abrangessem boa parte das teorias abordadas na disciplina
de Distribuição e Transmissão. Dessa maneira, foi possível proporcionar aos alunos a visualização de um sis-
tema elétrico, de modo que eles pudessem realizar a montagem e observar todos os parâmetros e comporta-
mentos de interesse da disciplina.
RESULTADOS. Fundamentado pelas análises teóricas contidas na literatura, obteve-se toda estrutura de apoio
para analisar e reformular a ementa da disciplina, de maneira a adequá-la com a metodologia proposta. Com
o auxílio de um mapa conceitual, foi possível organizar os tópicos principais de cada assunto da disciplina, de
maneira a garantir que o cronograma de assuntos fosse disposto com a melhor configuração.
3º SIMPIF
A etapa seguinte consistiu na criação de roteiros para a realização de práticas em laboratório, de acordo com
os assuntos abordados no mapa conceitual. Para a conclusão desses roteiros, foram efetuados diversos testes
e ajustes nas bancadas didáticas do laboratório e no software SCADA presente nas mesmas.
Experimentos práticos foram realizados com a turma da disciplina de Distribuição e Transmissão de Energia
Elétrica, em que todos os alunos utilizaram as bancadas didáticas e os roteiros elaborados. As práticas têm
sido efetuadas em paralelo com o assunto abordado em aula, de maneira a proporcionar ao aluno uma melhor
compreensão e aplicação da teoria.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Tendo em vista os argumentos apresentados, conclui-se que a pesquisa apresenta
resultados satisfatórios. O mapa conceitual e os roteiros de desenvolvimento de projetos, além do excelente
laboratório disponível, garantiram uma boa elaboração das experiências práticas, de maneira que impactaram
e agregaram na formação técnica dos alunos.
Até a presente etapa do projeto se comprovou que a utilização de recursos didáticos das bancadas e dos
roteiros elaborados, puderam incentivar e cativar os alunos de forma satisfatória. Além disso, foi observado
que essa nova estrutura de ensino proporcionou uma maior demanda de alunos na disciplina, aliada a um
índice nulo de desistências até o presente momento. Ao final do projeto será realizada uma avaliação com
os alunos que passaram pela metodologia proposta, a fim de comprovar se o aprendizado foi alcançado da
maneira esperada. Com a utilização dos métodos de aprendizagem ativa se espera comprovar que as técnicas
desenvolvidas nesse projeto garantiram uma melhoria significativa na metodologia de ensino da disciplina de
Distribuição e Transmissão de Energia Elétrica.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia.
Publicado no Diário Oficial da União de 23/04/2019.
DELATORE, F.; TRESSINO, A.; LEONARDI, F. Técnicas de Ensino para Projeto de Sistemas de Controle Meca-
trônicos Baseados no Conceito de Aprendizagem Ativa. In: XL Congresso Brasileiro de Educação em Enge-
nharia, Belém/PA, 2012.
ESTEVES, M.A.S. et al. Reestruturação da Disciplina Introdução à Engenharia na Faculdade de Engenharia
de Resende: Uma proposta com base nas Metodologias Ativas de Aprendizagem. In Anais do XII SEGeT. 28 a
30 de Outubro de 2015.
VILLAS-BOAS, V.; NETO, O. M. Aprendizagem Ativa na Educação em Engenharia. In: XXXIX Congresso Brasi-
leiro de Educação em Engenharia, Sessão Dirigida, Blumenau/SC, 2011.
3º SIMPIF
Desde sua primeira fase, a pesquisa tem como parâmetro a investigação nacional quadrienal realizada pelo
Instituto Pró-Livro, através da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, cujos resultados são tomados como
referência para comparar com o perfil local, com vistas a conhecer o público leitor e não leitor, conforme ca-
tegorização do referido instituto que tem autoridade na investigação do sociedade brasileira, no que tange à
leitura. Além disso, a pesquisa foi desenvolvida com uma reflexão a partir da contribuição de diversos estudio-
sos que consideram a leitura como um elemento essencial no processo de desenvolvimento cognitivo humano
e na construção de uma sociedade letrada. Ressalta-se a necessidade desse trabalho, uma vez que no ensino
superior a leitura é de suma importância para o desenvolvimento de cada estudante e, de acordo com Santos
(2006), neste nível, ela é imprescindível para a sólida formação acadêmica dos alunos.
Dentre os pesquisadores estudados estão: Failla, que trouxe grande contribuição para o projeto, por meio
da pesquisa “Retratos da leitura no Brasil; Leahy-Dios, com seu livro “A educação literária de jovens leitores:
motivos e desmotivos”; Lajolo e Zilberman, com “A formação da leitura no Brasil”; Zilberman, por meio do
livro ”A Leitura no Brasil: Sua História e Suas Instituições”. Entre outros grandes autores que foram de grande
importância para a pesquisa.
MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa é de natureza quantitativa, visto que analisa dados objetivos coletados
através de entrevista. Porém, possui também um viés qualitativo, pois correlaciona dados objetivos, com-
parando com respostas subjetivas oferecidas pelos estudantes do curso de agroecologia. O curso Superior
de Agroecologia possui um universo de 132 alunos, dos quais obteve-se uma amostra de 52 entrevistados,
representando 39,4% da população total. O trabalho seguiu as seguintes etapas:
● Adaptação de questionário:
O questionário utilizado na edição anterior da pesquisa foi adaptado à realidade do público atual. Deste modo,
o questionário teve 40 perguntas, as quais foram registradas num formulário online do google.forms, conten-
do 10 perguntas subjetivas (abertas) e 30 objetivas (de única ou múltipla escolha).
● Coleta de dados:
A participação da pesquisa ocorreu de forma livre e voluntária. Os entrevistados assinaram o Termo de Con-
sentimento Livre e Esclarecido e, no caso dos estudantes de menor idade, os pais tiveram de assinar o do-
cumento. A amostragem foi obtida de forma aleatória entre as turmas do curso, o que explica um percentual
diferente de participação de entrevistados entre as turmas, uma vez que somente os alunos que se prontifica-
ram a responder foram levados aos laboratórios de informática. As turmas foram conduzidas separadamente
aos laboratórios, sob a supervisão dos pesquisadores, respondendo ao questionário em aproximadamente 30
minutos. Em seguida, os dados foram extraídos automaticamente numa planilha do programa Microsoft Excel
2016.
A partir dos dados catalogados na planilha do Microsoft Excel, foram produzidos gráficos para interpretação
do fenômeno leitor nos referidos cursos.
RESULTADOS. De acordo com a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, entende-se que “leitor é aquele que
leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últimos 3 meses” e “não leitor é aquele que declarou não
ter lido nenhum livro nos últimos três meses, mesmo que tenha lido nos últimos 12 meses”. Com base nos
resultados, observou-se que 94,3% dos alunos são considerados leitores e 5,7% não leitores. Quanto aos
livros inteiros que foram lidos nos últimos três meses, obteve-se os seguinte dados: 36,53% dos alunos leram
pelo menos 1 livro; 25% leu 2 livros; 13,46% leu três livros; 3,86% leram quatro livros nos últimos três meses;
15,38% dos alunos leram 5 ou mais livros; e 5,77% dos alunos não leram livros. Com relação ao quesito “Gos-
taria de ter lido nos últimos três meses”, 94% dos alunos respondeu “sim” e 6% dos alunos respondeu “não”,
o que demonstra um certo interesse em ler mais futuramente. Os alunos que responderam positivamente
apontaram as suas razões para não terem lido mais livros durante os últimos 3 meses, conforme segue: 38,8%
dos alunos afirmaram que não leram mais por falta de tempo; 49% afirmaram que as ocupações escolares e
da Instituição Federal os sobrecarregavam; 8,14% alunos afirmaram que preferem outras atividades; 2,03%
3º SIMPIF
afirmaram que se sentia muito cansado para ler; e 2,03% afirmaram não ter paciência para ler.
A principal razão para leitura foi mensurada pela pergunta: “Qual a principal razão para você ler?”. Diante dis-
so, 40,38% afirmou que lê devido às exigências escolares ou da faculdade, 23,08% alegou que lê por motivos
de atualização cultural, 9,60% alegam que gostam; 7,70% por crescimento pessoal, 7,70% por distração,
7,70% por outros motivo, 1,92% por motivos religiosos, 1,92% não sabe. Também foi constatado, a partir
dos dados coletados, que o livro “Sejamos Todos Feministas”, da autora Chimamanda Ngozi teve uma resposta
recorrente, tendo sido lido por 16,6% dos respondentes, sendo então, o mais lido nos últimos três meses.
Na pergunta “Com que frequência você lê livros de literatura por vontade própria, como contos, romances
ou poesias?”, foram obtidas as seguintes respostas: 50% lê menos de uma vez por mês; 31% não lê; 13%
lê pelo menos uma vez na semana; 4% lê todos os dias ou quase todos os dias; 2% lê pelo menos uma vez
na semana. No quesito que abordava a frequência em que os alunos liam livros técnicos ou livros de trabalho
que acrescentariam na formação profissional, foram levantadas as seguintes respostas, provando que esses
estudantes são adeptos da leitura técnica, própria do curso que frequentam: 35% lê pelo menos uma vez na
semana; 27% lê pelo menos uma vez por mês; 19% lê menos que uma vez no mês; 15% lê todos os dias ou
quase todos os dias; enquanto que, na contramão, 4% não quer lê.
Dezenas de outros dados foram coletados na pesquisa, mas, em função da limitação de páginas do resumo,
não foi possível apresentá-los.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise da relação dos
alunos de Agroecologia do Campus Picuí com a leitura e, a partir disso, permitiu aos pesquisadores traçar um
perfil do comportamento leitor dos discentes do curso objeto da análise. Além disso, também permitiu uma
pesquisa feita minuciosamente com gráficos para obter dados mais consistentes sobre os hábitos leitores
dos alunos e contribui altamente para o entendimento do público-alvo que, de acordo com o conceito de do
Instituto Pró-Livro são, em sua maioria, leitores. A referida pesquisa tem uma importância significativa para a
instituição e os discentes e até mesmo para a comunidade, pois contribuiu para a compreensão do perfil do
alunado do curso Superior em Agroecologia, servindo de extrema relevância para o trabalho do corpo docente
da instituição, bem como para a equipe técnico pedagógica, no sentido de apontar dificuldades e propostas
no acompanhamento dos discentes.
AGRADECIMENTOS: A Deus, pelo amor grandioso que tem por nós. As nossas famílias pelo apoio e por serem
exemplos. Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí e toda a equipe,
por nos acolher e acrescentar em nossa formação pessoal e profissional. Ao CNPq, por financiar a bolsa que
possibilitou a execução da pesquisa. A nosso orientador, Prof. Weber Firmino Alves, por nos guiar na iniciação
científica. Aos nossos amigos, por todo apoio e torcida; por fim, agradecemos uma a outra, pela parceria e
união em todo o processo.
Agradecemos!
Referências
Ranking Enem, 2018. Disponível em : <https://www.elitecampinas.com.br/vestibulares/enem/ranking/index.
asp> Acesso em: 29 de Agosto de 2019.
3º SIMPIF
Retratos da Leitura no Brasil 4. São Paulo: Instituto Pró-Livro, 2016. Disponível em: <http://prolivro.org.
br/home/images/2016/Pesquisa_Retratos_da_Leitura_no_Brasil_-_2015.pdf> Acesso em: 29 de Agosto de
2019.
SANTOS, Silmara de Jesus Bignardi dos. A importância da leitura no Ensino Superior. Revista de Educação.
v. 9, n.9, p. 77-83, 2006.
No contexto do Instituto Federal Paraíba, esse debate se torna ainda mais complexo. Pois, ao deixar a alcunha
de Escola Técnica e assumir o status de Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, o IFPB assume
uma responsabilidade ainda maior no processo educacional: ele deixa de ser um espaço de reprodução de
conteúdos com finalidade imediatamente prática para se tornar um lócus de saber, um lugar de produção de
ciência e tecnologia, efetivadas através da indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Como um lugar de ciência e tecnologia, o IFPB precisa recusar orientações pedagógicas pautadas no conheci-
mento exclusivamente tecnicista. Devendo assentar as suas bases também na reflexão e no pensamento analítico.
Em virtude disso, o IF não deve ser visto nem pensado como simples formador de força de trabalho, ele deve
estar visceralmente ligado às pedagogias que consigam conciliar a preparação para o trabalho e a formação
cultural de seus alunos.
A partir dos elementos postos acima, este projeto se propôs analisar como os preceitos da educação humanís-
tica, baseada na conjugação de conhecimentos científicos, técnicos e tecnológicos, se conectam com as pos-
turas pedagógicas mais amplas, preocupadas com o ensino de qualidade e com a formação integral e como
esses elementos se articulam de modo a promover a conciliação entre a educação profissional e a formação
cultural dos estudantes.
Especificamente, este projeto pretendeu verificar como os alunos dos cursos técnicos integrados compreen-
dem o papel da educação profissional e tecnológica e como se apropriam dessa compreensão para o fortale-
cimento e desenvolvimento de suas práticas de cidadania. Devido a extensão e complexidade de uma pesquisa
como esta envolvendo todos os campi e cursos do IFPB, optou-se realizar um recorte. Assim as discussões
aqui realizadas ocorreram através da análise comparativa dos Projetos Pedagógicos do Curso Técnico Integra-
do ao Ensino Médio em Contabilidade do Instituto Federal da Paraíba - Campus João Pessoa.
Escolhemos o Curso de Contabilidade por três razões: em primeiro lugar porque uma análise mais ampla,
envolvendo uma quantidade maior de cursos demandaria muito tempo e uma equipe de trabalho maior. Em
segundo lugar, porque o Curso Técnico em Contabilidade é relativamente novo e, em virtude disso, acredita-se
nele não haver “certos vícios” que, eventualmente, possam ser encontrados noutros cursos mais antigos da
instituição. A terceira razão, relacionada a esta última, tem a ver com a recente alteração na estrutura do cur-
so, que deixou de ser ofertado em 8 semestres para ter uma duração de 6 semestres.
Durante a análise documental, atenção especial deu-se à Lei Federal 11.892/2008, que institui a Rede Federal
de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e cria os IF’s; Resolução 246, de dezembro de 2015, que
dispõe sobre o Estatuto do Instituto Federal da Paraíba; e aos PPC’s relativos ao Curso Técnico em questão.
Nessa fase da pesquisa, procedeu-se uma análise comparativa dos dois Projetos Pedagógicos do Curso Técni-
co em Contabilidade Integrado ao Médio do Campus João Pessoa.
Além da análise documental, a pesquisa utilizou a aplicação de dois questionários junto aos alunos regulares
do Curso de Contabilidade do Campus João Pessoa. As questões foram elaboradas a partir dos elementos
encontrados no primeiro Projeto Pedagógico do Curso em questão. Os questionários foram apresentados a
todos os estudantes do Curso Técnico em Contabilidade.
RESULTADOS. A análise dos PPC’s do Curso Técnico em Contabilidade do IFPB-Campus João Pessoa permitiu
verificar certa “evolução” dos conceitos relativos à inclusão social, aos direitos humanos e à diversidade nos
documentos norteadores do curso. Entre os dois PPC’s do curso, percebeu-se uma preocupação em pautar
não somente o perfil técnico do egresso, mas a inclusão de temas relativos à promoção da cidadania e a va-
lorização do estudante como agente de transformação social, conforme assegura a Lei de criação dos IF ‘s e
os documentos da instituição.
Mas, apesar de os PPC’s do curso terem apresentado uma evolução conceitual, na prática, os estudantes os
estudantes do curso técnico em contabilidade sentem que a instituição não os prepara para transformar o
lugar onde vivem. Através dos dados do obtidos com a aplicação do questionário, percebeu-se que, mesmo
adotando elementos de uma educação integral em seu PPC, o Curso Técnico em Contabilidade não propicia
aos alunos a competência de serem agentes de transformação social.
Os resultados de pesquisa indicam que há um distanciamento entre a concepção do curso, proposta pelos
documentos oficiais do Instituto e a realidade vivida pelos estudantes. Isso fica claro quando se analisa o grau
de satisfação e nível de preparo oferecido pela instituição. Nesse quesito, a média geral das turmas foi de ≅
6,38 pontos (numa escala de 0-10).
3º SIMPIF
Entretanto, um ponto mais preocupante foi quando perguntamos se os alunos concordavam se a proposta
pedagógica do Curso Técnico em Contabilidade Integrado ao Ensino Médio, do IFPB – Campus João Pessoa,
valoriza a participação de seus alunos no processo de transformação do lugar onde vivem e atuam. Nessa
questão, a nota geral obtida foi de ≅ 5,02. Isso revela um cenário preocupante, tendo em vista que a pers-
pectiva de transformação do lugar onde se vive e atua é um dos objetivos principais do IFPB. Os resultados
obtidos com este item evidenciam a deficiência do curso em prover tais instrumentos de emancipação.
Tomando como base as respostas obtidas, a pesquisa identificou que há uma diminuição considerável da ex-
pectativa dos alunos com o seu futuro profissional. A tabulação dos dados revela que, conforme o aluno avan-
ça do primeiro ao último ano do curso, diminui a sua percepção de que o Curso poderá capacitá-lo transformar
o lugar em que vive. Dessa “perda de esperança”, percebe-se certo distanciamento do IFPB-Campus João
Pessoa, representado aqui pelo Curso Técnico em Contabilidade Integrado ao Médio, para atingir os preceitos
da educação integral, aqui entendida com o sentido de completude, de compreensão das partes no seu todo
ou da unidade no diverso, o que implica tratar a educação como uma totalidade social, isto é, nas múltiplas
mediações históricas que concretizam os processos educativos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A pesquisa mostrou que para a realização de uma educação integral e integrada,
não basta o registro dessas ideias nos planos pedagógicos dos cursos, é preciso que a ideia de integração se
torne parte inseparável dos cursos e da própria instituição escolar. Nos Institutos Federais, isso significa aco-
lher a categoria trabalho como princípio educativo, no sentido, inclusive, de superação da dicotomia trabalho
manual versus trabalho intelectual, e de incorporar a dimensão intelectual ao trabalho produtivo, de formar
trabalhadores capazes de atuar como dirigentes e cidadãos.
Durante a pesquisa, verificou-se também certa “evolução” dos conceitos relativos à inclusão social, aos di-
reitos humanos e à diversidade nos documentos norteadores do curso. Entre os PPC’s do curso, percebeu-se
uma preocupação em pautar não somente o perfil técnico do egresso, mas a inclusão de temas relativos à pro-
moção da cidadania e a valorização do estudante como agente de transformação social, conforme assegura a
Lei de criação dos IF ‘s e os documentos da instituição.
Apesar de os PPC’s do curso terem apresentado uma evolução conceitual, na prática, os estudantes do Curso
Técnico em Contabilidade sentem que a instituição não os prepara para transformar o lugar onde vivem. A
pesquisa indica que há um distanciamento entre a concepção do curso, proposta pelos documentos oficiais
do Instituto e a realidade vivida pelos estudantes.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Integral. Curso Técnico em Contabilidade. Projeto Pedagógico de Curso. IFPB.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB e ao CNPq pela concessão de bolsa de pesquisa de iniciação cien-
tífica (Ensino Médio), que permitiu o desenvolvimento da pesquisa.
Referências
PACHECO, E. Os Institutos Federais: uma revolução na educação profissional e tecnológica. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/insti_evolucao.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2012.
BRASIL. Lei nº. 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Cien-
tífica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Seção 1, p. 1, 30/12/2008.
IFPB. Plano de curso: técnico em contabilidade – integrado. João Pessoa, IFPB, 2018.
IFPB. Plano de Curso: Técnico em Contabilidade Integrado ao Ensino Médio. João Pessoa, IFPB, 2011.
3º SIMPIF
composição, distribuição espacial e temporal da biodiversidade de uma região, além de representarem uma
excelente ferramenta didática que visa diminuir a distância didática entre o teórico e o prático para o ensino
prático das ciências biológicas (Brandão, 1998). Logo, este trabalho objetiva identificar coleópteros, até o me-
nor nível taxonômico possível, encontrados no PNMC, com o intuito de melhorar a coleção biológica didática
do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, além de poder servir de material de apoio para professores
em suas aulas e alunos em seus estudos.
MATERIAIS E MÉTODOS. O estudo foi realizado no PNMC, Cabedelo – PB. Ao todo foram realizadas três coletas
no decorrer de um ano (2016 – 2017). Os pontos de coleta foram escolhidos de forma aleatória, abrangendo
áreas de mata fechada e áreas de mata aberta. A coleta foi feita utilizando os métodos de quadrante – um
quadrado com área de 2m², onde toda o conteúdo contido naquela área foi recolhido e levado para o labo-
ratório – e o método de pitfall, que consiste em colocar uma garrafa enterrada, com a abertura no nível do
solo, para que, ao passar por ali, os artrópodes caiam dentro. O material coletado foi triado no laboratório de
Biologia do Instituto Federal da Paraíba, campus Cabedelo. Depois da separação, todos os artrópodes foram
armazenados em potes de vidro com tampa de rosca, contendo formol a 4%. Posteriormente, os coleópteros
foram triados e identificados, seguindo chaves taxonômicas (PEREIRA; ALMEIDA, 2001; SOUZA, 2007), até o
menor nível taxonômico possível.
RESULTADOS. Foram encontradas cinco famílias (menor nível taxonômico identificado) de coleópteros, sendo
elas Chrysomelidae, Curculionidae, Elateridae, Scarabaeidae e Tenebrionidae. As mais abundantes foram a
dos escaravelhos (Scarabaeidae) e dos tenebrionídeos (Tenebrionidae) com 24 e 31 espécimes, respectiva-
mente. Os escaravelhos têm alta importância ecológica, pois atuam no ciclo de decomposição da matéria or-
gânica e os tenebrionídeos, em sua maioria, são tidos como pragas de grãos e são popularmente conhecidos
como besouros de farinha.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O presente trabalho foi de grande importância para os discentes participantes, pois
os mesmos se encontram debruçados na identificação de invertebrados, bem como na construção e aperfei-
çoamento das coleções didáticas, que poderão servir como base para futuras pesquisas e como materiais di-
dáticos. Além disso, mostra o quanto o Parque Natural Municipal de Cabedelo apresenta uma artropodofauna
rica, ressaltando a importância para sua preservação.
AGRADECIMENTOS: ao Instituto Federal da Paraíba campus Cabedelo, por ter nos proporcionado tamanha
experiência, e aos professores orientadores envolvidos, pelo apoio e dedicação.
Referências
BRANDÃO, C.R.F.; KURY, A.; MAGALHÃES, C.; MIELKE, O. 1998. Coleções Zoológicas do Brasil.
3º SIMPIF
BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/12/BNCC_19dez2018_site.pdf. Acesso
em: 01 jul. 2019.
BRUSCA, R., BRUSCA, G. Invertebrates. 2. ed. Massachusetts, Sinauer Associates, 2002.
FERREIRA, Gram; LIMA, M.M. da C.; JESUS, R.S. de. Paródias como estratégia no ensino de biologia com inter-
mediação tecnológica. Salvador: EMITEC/SEC, 2013.
PEREIRA, Paulo Roberto Valle da Silva; ALMEIDA, Lúcia Massutti de. Chaves para a identificação dos principais
Coleoptera (Insecta) associados com produtos armazenados. Revista Brasileira de Zoologia, v. 18, n. 1, p.
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SANTOS, Danielle Caroline de Jesus; SOUTO, Leandro de Sousa. Coleção entomológica como ferramenta faci-
litadora para a aprendizagem de Ciências no ensino fundamental. Scientia Plena, v. 7, n. 5, 2011.
SANTOS, R. C. M. Mata Atlântica: Características, Biodiversidade e a História de um dos Biomas de Maior
Prioridade para Preservação e Conservação de seus Ecossistemas. Tese (Doutorado) – Curso de Ciências
Biológicas, Centro Universitário Metodista – IzabelaEndrix, Belo Horizonte. 2010.
SOUZA, Brígida. Chaves para algumas ordens e famílias de Insecta. Minas Gerais: Universidade Federal de
Lavras–Campus Lavras, 2007. Disponível em: http://www.den.ufla.br/attachments/article/70/apostila_
GET101_completa.pdf. Acesso em: 20 jun. 2019
Vasconcellos, Celso dos Santos. Para onde vai o Professor? Resgate do Professor como Sujeito de Transforma-
ção. 8. ed. São Paulo: Libertad, 2001. (Coleção Subsídios Pedagógicos do Libertad; v. 1). 205 p.
ZAHER, Hussam; YOUNG, Paulo S. As coleções zoológicas brasileiras: panorama e desafios. Ciência e Cultura,
v. 55, n. 3, p. 24-26, 2003.
3º SIMPIF
Fabiana Balbino dos Santos Gadelha INTRODUÇÃO. É inegável a importância da Matemática para a vida
Instituto Federal de Educação, Ciência e
humana; suas regras, fórmulas e formas geométricas fazem parte
Tecnologia da Paraíba – Campus Areia
do nosso cotidiano. Quanto mais a conhecemos, percebemos sua
extrema relevância para as mais diversas atividades exercidas pela
sociedade. O que não é diferente para os alunos do curso de Restau-
rante e Bar do IFPB, Campus em implantação, na cidade de Areia. O
problema é que o ensino da matemática esteve por muito tempo vin-
culado a simples memorização destas regras, fórmulas e formas da
geometria, o que tornava a aprendizagem cansativa, desmotivadora
para boa parte dos alunos. No curso de Restaurante e Bar do IFPB –
Areia, matemática é uma disciplina pouco apreciada por mais de 40%
dos alunos, dada a deficiência básica no aprendizado, mesmo o curso
sendo técnico subsequente, o que exige o segundo grau completo,
observamos que vários alunos passaram muito tempo longe da escola dificultando, ainda mais o ritmo do
aprendizado da disciplina. Diante da dificuldade de apreensão do conteúdo por quase 50% da turma, surge a
busca por uma metodologia que use a matemática no cotidiano e nas habilidades e competências do mundo
do trabalho, pois percebemos que não basta, apenas, aplicar os conceitos matemáticos. A situação exige a
busca de novas formas metodológicas para que o aluno tenha a oportunidade, não só de compreender a
matemática como elemento indispensável em sua vida, precisa, também, aplicá-la e vivenciá-la de forma pra-
zerosa e criativa; pois nos deparamos muitas vezes com tal questionamento dos alunos: “o que esse conteúdo
vai de fato agregar para minha vida?” Para tal problema resolvemos adotar os fundamentos da aprendizagem
MAKER! Desenvolvê-la ao longo dos semestres 2019.2 e 2020.1. A proposta é: aprender fazendo, pôr a mão na
massa! Este é o princípio do chamado movimento MAKER! Aplicar uma aprendizagem criativa, vivenciada, que
possa ser reproduzida e vista na vida real, concreta, cotidiana do mundo do trabalho. Acreditando na afirma-
ção de Dewey, “toda experiência vive e se perpetua nas experiências que a sucedem” (2010, p. 29). A partir
desta prática pedagógica vivenciada, os alunos podem melhorar seus desempenhos nas aulas de matemática,
desenvolvendo não só o raciocínio lógico, irão, também, desenvolver habilidades motoras, cognitivas e sócio-
-afetivas, pois todas as ações são realizadas em grupo. O objetivo principal é desmistificar a disciplina como
aquela que tem um aprendizado difícil, que envolve somente a memorização de regras, fórmulas e formas
geométricas. Através das aulas vivenciadas e práticas, buscaremos desenvolver a valorização dos conteúdos.
Criar ambientes que o discente possa enxergar o assunto no cotidiano. E assim perceber que a teoria é apli-
cada nas atividades desenvolvidas na cozinha e nos salões dos restaures e bares.
MATERIAIS E MÉTODOS. O campus em implantação do IFPB em Areia, ainda não dispõe de uma infraestrutura
adequada, em sua totalmente que corresponda a um espeço MAKER. Assim, utilizamos o que termos dispo-
nível, procuramos desenvolver estratégias e técnicas a partir das quais os alunos possam amadurecer seu
pensamento lógico, buscando despertar a sua curiosidade, criatividade e, principalmente: dar um sentido ao
que está aprendendo. O conteúdo ministrado através do método MAKER, podemos aprender as operações com
frações e números decimais nas receitas, na produção de drinks, ver e dimensionar as formas geométricas no
salão, na montagem das mesas, no layout do ambiente! Esta metodologia é essencial para despertar a auto-
nomia e iniciativa do aluno! Acreditamos que a partir daí, aparecem em cadeia a curiosidade, a criatividade e
o protagonismo. A valorização da prática, leva à criação de situações de aprendizagem variadas, com aulas
mais diversificadas, atraentes e interessantes para os discentes. O processo de aprendizagem da matemática
através de aulas práticas MAKERs na cozinha e no salão, apresenta-se como uma possibilidade de aplicação e
construção das formas, fórmulas e conceitos matemáticos. O aluno não só escuta e ver, ele também executa
e aplica a teoria! Deste modo aumenta o aprendizado.
RESULTADOS ESPERADOS. Com o uso do método MAKER, desenvolvendo aulas práticas seja na cozinha ou no
salão de um restaurante ou bar, os alunos podem conectar conceitos, teorias, regras, fórmulas e formas da
geometria a objetos reais do mundo técnico, assim desmistificamos a disciplina como um aprendizado difícil,
entediante que envolve somente a memorização que prepara o aluno, simplesmente para provas! Com proces-
so de ensino do conteúdo programático da matemática pelo método criativo MAKER, esperamos desenvolver
habilidades e competências nos alunos que lhe serão úteis, não só para o processo avaliativo, mais, também
para a vida cotidiana, e principalmente, técnica profissional.
CONCLUSÃO. Percebemos que a maior dificuldade no aprendizado das regras, fórmulas e formas matemáticas
vem, além de uma deficiência escolar, da falta de percepção da aplicação da matemática no cotidiano. Ob-
servamos que a desvalorização dos conteúdos matemáticos é resultado de um prognóstico de não ver o uso
da disciplina na vida técnica profissional. O que cria uma realidade onde há uma urgente necessidade de que
a matemática seja trabalhada dentro do contexto de vida cotidiana e técnica dos alunos. Desenvolver aulas
práticas fundamentadas no método MAKER: aprender fazendo, é essencial para a desmistificação da disciplina
como vilã e desnecessária! É a prática pedagógica vivenciada que será reproduzida! Diante das necessidades
e limitações, fica evidente que só a memorização das regras, fórmulas e formas da geometria para as provas
não prepara e estimula o aluno para o uso da matemática no cotidiano e na sua vida profissional. É preciso
aulas práticas e dinâmicas como as propostas pelo método MAKER.
Referências
ALENCAR, E. S. de; FLEITH, D. de S. Contribuições recentes ao estudo da criatividade. Psicologia: teoria e
pesquisa, Brasília, v. 19, n. 1, jan./abr. 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ptp/v19n1/a02v19n1.
pdf . Acesso em: setembro. 2019.
3º SIMPIF
DEWEY, John. Experiência e educação: textos fundantes de educação. Petrópolis: Vozes, 2010.
http://www.sbem.com.br/enem2016/anais/pdf/8040_3907_ID.pdf Acesso em: setembro. 2019.
http://www.pe.senac.br/congresso/anais/2018/senac/pdf/comunicacaooral/CULTURA%20MAKER%20
E%20EDUCAÇÃO%20PARA%20O%20SÉCULO%20XXI%20RELATO%20DA%20APRENDIZAGEM%20
MÃO%20NA%20MASSA%20NO%206º%20ANO%20DO%20ENSINO%20FUNDAMENTALINTEGRAL%20
DO%20SESC%20LER%20GOIANA.pdf Acesso em: setembro. 2019.
Ao mesmo tempo em que iremos sugerir uma possibilidade, buscaremos também o feedback dos professores
envolvidos na pesquisa para sabermos se a proposta é válida e ouvir deles possíveis contribuições para me-
lhoramento do material a eles apresentado. Deste modo, divulgaremos e poderemos aperfeiçoar o material
que foi desenvolvido no projeto de extensão “INTERCULT: aprendizagem colaborativa e intercultural de línguas
via teletandem” que foi desenvolvido no Campus Patos do IFPB nos anos de 2016 e 2017, consolidando a
tríade entre ensino, pesquisa de extensão, conforme recomendam as Diretrizes para a gestão das atividades
de ensino, pesquisa e extensão do IFPB.
MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa proposta tem caráter descritivo e quali-quantitativo, pois pretendemos
mostrar quais são as crenças dos professores de espanhol nas escolas de Patos de sem fazer generalizações
e assim apresentamos uma realidade de aprendizagem que muitos professores de línguas não conhecem. Se-
gundo Leffa (2006, p.18), “o estudo de caso descritivo tem por objetivo mostrar ao leitor uma realidade que
ele não conhece”, o autor também afirma que, em um momento posterior, seus resultados podem ser usados
para formulação de hipóteses e para estabelecer relações de causa e efeito.
Este estudo além de descritivo consiste em uma pesquisa aplicada, já que apresentaremos procedimentos
que acreditamos poderem possibilitar aos professores de Língua Espanhola outra forma de proporcionar aos
seus alunos contato com a língua-alvo, além da sala de aula. Esta pesquisa funcionará como um estudo para
avaliar o Guia de aprendizagem colaborativa para professores e estudantes de línguas adicionais: Espanhol
e Português produzido ao longo de um projeto de extensão já realizado na nossa instituição. Nossa proposta
consiste em um primeiro passo experimental para realização de uma forma de aprendizagem que pode ser
posta em prática ao ser conhecida pelos professores.
Em conformidade com Leffa (2006), para gerar dados que possibilitem uma melhor exploração e descrição de
processos educativos devem ser usados vários instrumentos, tais como as filmagens, aplicação de questioná-
rios, filmagens do ambiente pelos interagentes etc. Uma vez gerados os dados, será preciso buscarmos uma
forma coerente de analisá-los. Para as considerações sobre o tipo de pesquisa realizada, tomamos por base
Leffa (2006) e foi também a partir dele que buscamos compreender de que forma devemos tratar os dados do
estudo. Para este autor, análise holística é uma das formas de analisar dados de maneira completa.
De acordo com Leffa (2006, p. 21), “na análise holística, a preocupação é interpretar os dados em sua to-
talidade, fazendo inferências, deduções ou associações com teorias existentes”. Além de proporcionar uma
análise detalhada para categorizar e codificar as ações isoladas e ao mesmo tempo identificar traços que são
comuns a um grupo de pesquisados.
RESULTADOS. Como resultado da primeira etapa da pesquisa, a saber aplicação dos questionários para os
professores de escolas estaduais e municipais de Patos-PB, precisamente no bairro Jatobá, foi possível ve-
rificar que dos 13 professores que responderam o questionário por nós elaborado foi possível verificar três
questões que consideramos importantes para visualizar quais são as crenças dos professores sobre o uso das
tecnologias digitais de informação e comunicação.
O primeiro ponto que destacamos é o fato de que todos os professores entrevistados acreditam que um inter-
câmbio pode ajudar os alunos a desenvolver competência comunicativa em língua adicional/estrangeira. Po-
demos considerar esta crença nos termos de Barcelos (2006) como sendo questões sobre as quais não temos
certeza, porém fazem parte da nossa compreensão sobre determinados temas. A afirmação dos professores
não é feita com base na vivência deles como intercambistas, mas pela ideia que permeia a aprendizagem de
línguas de que o intercâmbio possibilita a aprendizagem da língua, porém é preciso considerar as individuali-
dades e o fato de que na escola também é possível aprender outra língua.
A segunda questão é o fato de que quase metade dos professores que responderam as perguntas não sabe
que é possível realizar intercâmbio linguístico e cultural, usando a internet, por isso nossos próximos passos
na pesquisa consistem em apresentar o teletandem como forma de intercâmbio linguístico e cultural.
O terceiro ponto é a disparidade que existe entre o conhecimento das TDIC e o seu uso, pois apenas uma
pequena parte dos pesquisados afirma não conhecer as TDIC, porém quase metade dos professores pesqui-
sados não usa as TDIC em suas aulas. Sobre este ponto é preciso destacar que a visita às escolas mostrou que
parte delas não dispõe de computadores e/ou internet, por isso a primeira etapa da pesquisa gerou inquieta-
ções nos pesquisadores e reflexões sobre quais ações podem ser desenvolvidas junto aos órgãos competentes
para que essa necessidade seja suprida, porém como este não é o objetivo do nosso trabalho pretendemos dar
3º SIMPIF
continuidade ao nosso plano de atividades e posteriormente elaborar outro projeto que contemple a solução
deste problema detectado no campo de pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Pretendemos que nas próximas etapas da pesquisa seja possível apresentarmos a
prática em teletandem para ensino-aprendizagem de línguas adicionais como algo que pode ser incorporado
nas escolas de Patos-PB, servindo como um meio para estimular o engajamento do aluno através da colabora-
ção. Porém, como já mencionamos, é preciso que existam as ferramentas necessárias para isso e a mediação
adequada.
Por fim, esperamos que, com este trabalho possamos contribuir para fomentar práticas e pesquisas sobre
os processos de ensino-aprendizagem que acontecem como complemento das aulas de línguas adicionais.
Aguardamos que, na condição de pesquisadores, possamos compreender que é possível mostrar caminhos de
independência e conquista de novos horizontes nos quais predomina a consciência colaborativa.
AGRADECIMENTOS: Ao IFPB pelo fomento concedido através da Chamada Interconecta IFPB - N º 01/2019 –
Apoio a projetos de Pesquisa, Inovação, Desenvolvimento Tecnológico e Social
Referências
BARCELOS, A. M. F. Cognição de professores e alunos: tendências recentes na pesquisa de crenças sobre
ensino e aprendizagem de línguas. In: Barcelos, A. M. F. e VIEIRA-ABRAHÃO,
M. H. (Orgs.) Crenças e ensino de línguas: foco no professor, no aluno e na formação de professores. Campi-
nas: Pontes, 2006, p. 15-42.
DEMO, P. Olhar do educador e novas tecnologias. B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 37, n. 2, p.
15-26, mai./ago. 2011.
LEFFA, V.J. Pesquisa em Linguística Aplicada: temas e métodos. Pelotas: Educat, 2006.
RAMMÉ, V. Tandem: guia para uma aprendizagem solidária = TÁNDEM: guía para un aprendizaje solidario.
Curitiba: Valdilena Rammé, 2014.
RODRIGUES, D. G. A articulação língua-cultura na coconstrução da competência intercultural em uma par-
ceria de Teletandem (Português Espanhol). 187 f., (Dissertação). IEL/UNICAMP, 2013.
SOUZA, F.M. Tecnologias digitais como mediadoras do processo de ensino aprendizagem numa perspectiva
sociocultural. Relatório final (Estágio de pós-doutorado em Educação Contemporânea). Centro Acadêmico do
Agreste. Universidade Federal de Pernambuco: UFPE, 2016.
TELLES, J.A. Teletandem: um contexto virtual, autônomo e colaborativo para aprendizagem de línguas estran-
geiras no Século XXI. Campinas, SP: Pontes Editores, 2009.
3º SIMPIF
Matthiesen (2014) relata que o atletismo, apesar de ser considerado um dos conteúdos clássicos da educação
física, ainda é muito pouco difundido no Brasil. Infelizmente, ainda é notório a pouca difusão dessa modalida-
de nos âmbitos institucionais, excluindo assim, oportunidades de que os educandos detenham uma munição
de conhecimento acerca das modalidades do atletismo restringindo esse conhecimento apenas pelos meios
televisivos que por muitas vezes são centradas em algumas poucas provas.
De acordo com Gallahue (1989) a criança deve ser exposta, gradativamente a experiências que exijam gran-
des responsabilidades e deve ser encorajada a participar dessas atividades, desde que lhe seja proporcionada
a oportunidade de estar em eventos apropriados às suas necessidades e interesses, promovendo o desenvol-
vimento da autoconfiança e, consequentemente, aumentando seus níveis de motivação. Por isso se faz neces-
sário que os professores de Educação Física se dediquem e procurem firmemente por novas metodologias de
ensino para que o conteúdo Atletismo desperte nos alunos a vontade de participar e o envolvimento nas aulas.
Dessa maneira, delineou-se o presente trabalho tendo como objetivo proporcionar as vivências práticas de
ensino e aprendizagem do atletismo junto à uma escola pública municipal da cidade de Sousa- PB; e primor-
dialmente provar que o atletismo pode sim ser bem trabalhado nas aulas de educação física, sem a perspec-
tiva competitiva nem restritas a eventos mundiais e, principalmente com a produção de materiais recicláveis
adaptados às capacidades de cada discente, promulgando assim a presença dessa modalidade no ambiente
escolar.
Com propósito de justificar e dar importância a este trabalho, o mesmo constitui-se por momentos em que foi
possível pensar sobre a prática docente no contexto da escola pública, refletindo sobre os desafios encontra-
dos na educação básica no real lócus da prática educativa. Permite-nos refletir, a partir da experiência, sobre
o desafio de atuar como professor de Educação Física nos espaços de sala de aula e quadra, no qual a síntese
das experiências nos permite adquirir saberes docentes, pela prática e no exercício pedagógico, que enrique-
ce nosso conhecimento permitindo uma qualificação da formação inicial.
MATERIAIS E MÉTODOS. A intervenção deu-se em uma turma de 1° ano do fundamental I que continha 15
alunos, com faixa etária de 6 a 7 anos sendo 4 meninas e 9 meninos, e uma turma da educação infantil III que
continha 15 alunos, sendo 10 meninas e 5 meninos, com faixa etária de 5 a 6 anos, da Escola Municipal de
Educação Fundamental José Reis, localizada no bairro Alto do Cruzeiro, na cidade de Sousa-PB.
A intervenção pedagógica ocorreu em dois dias sendo dividido o conteúdo de Atletismo em dois blocos: (1°
dia - corridas e saltos), (2° dia- arremessos e lançamentos). As práticas das atividades foram realizadas em
um clube público ao lado da escola onde ocorrem todas as aulas de Educação Física da instituição.
Baseando-se nos conceitos da pedagogia do esporte e educação física escolar, as aulas foram desenvolvidas
com os princípios da inclusão, através da diversificação de atividades, em que todos os alunos, independente
de biótipo e diferenças de habilidade físicas, pudessem realizar. O sistema de rodízios de estações foi utilizado,
de forma que em uma mesma aula, cada aluno teve a possibilidade de executar tarefas envolvendo diferentes
habilidades e capacidades físicas.
Utilizamos como recursos didáticos lençóis, bolas, aparelho de som, arcos, e materiais recicláveis, como por
exemplo: latas de margarina de 3 kg, bolinhas de papel para as atividades de arremessos e lançamentos.
RESULTADOS. No primeiro dia a aula teve duração de 90 minutos onde proporcionamos atividades que de-
senvolviam de forma recreativa o atletismo em uma turma de 1° ano do fundamental I, iniciamos a aula com
um alongamento com música para animar as crianças, em seguida os alunos foram separados em dois grupos
para a primeira brincadeira onde o aluno do começo da fila, ao sinal, corria entre os companheiros fazendo um
ziguezague, contornando-os até chegar novamente em seu lugar.
Como atividades lúdicas pré-desportivas fizemos: uma corrida de obstáculos, o “Pique cola americano”, e uma
última brincadeira onde os alunos formavam uma fila única para que todos passassem a bola por um túnel
construído com as pernas bem abertas deles mesmos. Na volta á calma todos deitavam no chão e ao som de
uma música bem calma foi passado pequenas bolinhas no corpo de cada um.
No segundo dia, foi a vez dos alunos da educação infantil III, a aula foi iniciada com um alongamento lúdico
por meio de uma história contada pelos professores e na sequência foi feita a primeira brincadeira de “Atire
as bolinhas”, onde foi colocado a uma pequena distância um balde (reciclado) e os demais terão que lançar
as bolinhas dentro dele; em seguida, foi feito o “Arremesso de bambolê”, um tipo arremesso de argolas, mas
com bambolê, e o “lençolbol”. Também foi feito a brincadeira “Acerte a torre”, onde formamos uma fila e um
aluno ficava na frente protegendo a torre (feita de copos). Todos os alunos da fila tinham uma bola em mãos,
procurando o melhor momento para arremessar a bola na torre, que estava sendo protegida. Como volta a
calma, usamos da história contada e cantada, a “história da cobrinha”.
Analisando as intervenções, o objetivo foi concluído com as crianças do 1° ano, observando-se o desempenho
com atividades que representem de uma forma lúdica a vivência com o atletismo, uma maneira de avaliar o
3º SIMPIF
interesse, interação com meio e com os colegas e a participação nas brincadeiras. Outro ponto observável é
o repertório motor dessas crianças, maior parte dos movimentos eles reproduziram, mas houve um pouco de
dificuldade em alguns.
Com os alunos do Infantil III, observamos que o repertório motor deles, está nitidamente bem trabalhado de
acordo com sua faixa etária, todavia foi perceptível a dificuldade de algumas crianças em realizar algumas
atividades ofertadas, porém tudo dentro do esperado, pois os elementos básicos do atletismo, como correr,
saltar, arremessar, estão sendo vivenciados em seu desenvolvimento.
Ambas as turmas, eram bastante participativas e não houve uma rejeição notável as atividades ofertadas, uma
vez que todos aparentavam gostar das aulas de Educação Física. As turmas, apesar de serem de pouca idade,
foram bem comportados e atentos as brincadeiras oferecidas, houveram poucos momentos de dispersão. No
geral, observamos que o objetivo foi atingido, de repassar movimentos do atletismo de forma lúdica, assim
adequados as séries, para os alunos da escola municipal, das turmas de Infantil III e 1° ano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A Educação Física na Educação Infantil tem buscado refletir sobre a maneira de
organizar as aulas, o tempo de duração e os conteúdos a serem trabalhados, como também a forma de os
apresentar às crianças, considerando seus saberes. Entendemos, com Ayoub (2001), que a Educação Física
nesta etapa da Educação Básica pode se configurar como um espaço em que a criança brinque com a lingua-
gem corporal, com o corpo, com o movimento, alfabetizando-se nessa linguagem.
Consideramos, através do trabalho da Prática Curricular que com a utilização das brincadeiras com funda-
mentos do Atletismo as crianças se divertiram muito e ao mesmo tempo aprenderam e aperfeiçoaram seus
movimentos a partir das práticas e exercícios que foram propostos. É na fase do ensino infantil e fundamental
que as crianças estão se desenvolvendo fisicamente, sendo assim é importante o profissional de educação
física trabalhar atividades que estimulem o aperfeiçoamento dessas habilidades básicas, além de que inserir
o atletismo para essas crianças pode colaborar significativamente no seu desenvolvimento para a prática de
outras modalidades esportivas futuramente.
O profissional de Educação Física, apesar de muitas vezes não possuir material e espaço físico para a prática
do atletismo pode utilizar a criatividade e criar ambientes e recursos adaptados para a inserção deste esporte
nas escolas; e foi a partir disso que percebemos que mesmo com materiais reutilizados e o uso de coisas sim-
ples os alunos se sentem motivados e interessados, pois é algo novo em seu dia-a-dia.
Sem dúvida, há alguns fatores que poderiam ser modificados, principalmente em nossa postura como profes-
sores. Porém, temos a consciência de que as crianças não são as únicas que estão em fase de aprendizado e
cada momento se torna valioso quando visto com olhos de quem anseia por novos conhecimentos.
Referências
MATTHIESEN, S. Q. Atletismo: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
Apostila: 100 planos de aula + 100 atividades diversas. Educação Física Escolar.
KUNZ, Elenor. Educação Física ensino e mudanças. Ijui: Unijuí, 1991.
AYOUB, E. Reflexões sobre a educação física na educação infantil. Revista Paulista de Educação Física, São
Paulo, v.4, p. 53-60, 2001.
3º SIMPIF
ROSE JUNIOR, Dante de; VASCONCELLOS, Esdras Guerreiro. Ansiedade-traço competitiva e atletismo: um
estudo com atletas infanto-juvenis. Ver. Paul. Educação fís. São Paulo. Jun./dez.
GALLAHUE, D. Understanding motor Development: infants, children, adolescents. 2.ed. Indianópolis, Ben-
chmark. 1989.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Trata-se de uma pesquisa ainda em desenvolvimento, cujos resultados ainda serão
consolidados. Entretanto, resultados preliminares indicam um maior nível de satisfação dos alunos. Para mi-
tigar a problemática do esforço de preparação por parte do docente, propõe-se o uso de uma ferramenta de
planejamento que promova a melhoria continuada do plano da disciplina ao longo dos semestres, de forma
que paulatinamente um percentual maior da disciplina seja ministrado com base em estratégias de aprendi-
zagem ativa.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem à PRPIP e ao IFPB pelo apoio financeiro (Edital Inovação IFPB - Nº
28/2018) e bolsa de estudos para a primeira autora. Também agradecemos ao IFPB Campus Cajazeiras pela
utilização de toda infraestrutura para o desenvolvimento deste trabalho.
Referências
BARBOSA, Eduardo Fernandes; MOURA, Dácio Guimarães de. Metodologias ativas de aprendizagem na edu-
cação profissional e tecnológica. B. Tec. Senac, v. 39, n. 2, p. 48- 67, 2013.
KREGEL, Ingo. Kaizen in university teaching: continuous course improvement. International Journal Of Lean
Six Sigma, [s.l.], p.1-21, 14 maio 2019. Emerald. http://dx.doi.org/10.1108/ijlss-08-2018-0090.
SILBERMAN, M. Active learning: 101 strategies do teach any subject. Massachusetts: Ed. Allynand Bacon, 1996.
PRINCE, M. Does Active Learning Work? A Review of the Research. Journal of Engineering Education, v. 93, n.
July, p. 223–231, 2004.
3º SIMPIF
O tradicionalismo tem suas contribuições para o ensino, porém torna-o limitado a métodos que muitas vezes
não são prazerosos para o discente criando resistência ao ensino.
O trabalho do docente é garantir como facilitador da aprendizagem um melhor acesso ao ensino de excelên-
cia utilizando métodos diversificados, porém muitas vezes a estrutura em que ocorre esta dinamização não é
favorável para atingir este objetivo. Sabe-se que muitas vezes as escolas públicas encontram-se em situações
desfavoráveis ao ensino diversificado de excelência por conta de sua estrutura. Adquirir um equipamento
(instrumento de análise) para trabalhar em conjunto com o ensino de Química é quase um luxo, desta forma,
é uma alternativa a construção dos próprios equipamentos para análise de conceitos científicos utilizando
materiais mais acessíveis, mas que ofereça uma boa precisão.
Ao oferecer essas ferramentas o docente além de fugir das aulas somente expositivas, a construção de um
equipamento com a turma engajará aos alunos estudarem sobre o tema para que os mesmos validem a efi-
cácia do instrumento através da prática experimental, sendo assim, esse ambiente agregará valor de signifi-
cados reais, uma vez que os alunos podem enxergar aplicação de um conceito científico de forma concreta.
Segundo Araújo e Abid (2003), no espaço do laboratório, o aluno se defronta com verdadeiros problemas,
assim, ele pensa, reflete e analisa as teorias científicas à luz de questões concretas. Fora isso, as atividades
experimentais criam em sala de aula um espaço lúdico, capaz de motivar os alunos ao estudo das ciências
(ARAÚJO; ABID, 2003).
Segundo Silva (2016), “a experimentação pode ser uma estratégia eficiente para a produção de explicações
para problemas reais que permitam uma contextualização, e dessa maneira estimular questionamentos que
encaminhem à investigação”.
MATERIAIS E MÉTODOS. O primeiro encontro com a turma foi realizado com o objetivo de apresentar a pro-
posta e a organização dos processos que envolveriam a construção deste equipamento com os alunos (dia-
grama esquemático, testes em software, programação do equipamento, testes em protoboard, confecção da
placa de circuito e testes finais).
Neste projeto utilizamos uma placa controladora ARDUINO MEGA 2560 que será responsável em analisar os
sinais digitais e analógicos obtidos pelas placas auxiliares do instrumento de medição (pHmetro) e converter
em informações visuais descritas em um display digital. Este aparato oferecerá as informações necessárias
para se discutir fenômenos ligados as propriedades de soluções.
O diagrama esquemático foi feito com ajuda dos alunos durante duas reuniões em sala de aula. Nele consta
todos os componentes eletrônicos necessários para o teste do protótipo nos softwares. Após a construção
do diagrama no CAD, simulou-se as etapas do projeto no software Protheus, sendo as etapas: circuito de
alimentação simétrica de +5v e -5v para operação dos amplificadores operacionais TL 081 na configuração
de não-inversor e LM358 na função de substrator do inversor , amplificador de sinal obtido pela sonda BNC
e ajuste da leitura pelo CI LM 358, programação da IDE do Arduino, circuito para calibração e visualização.
A programação dos Sketches é baseada na aquisição de dados através do pino A0 do Arduino Mega obtidos
pelas duas operações do circuito inversor, sinal este, entre 0-4V que pertence a valores pH 0 e 14, respecti-
vamente.
A placa de circuito impresso foi modelada segundo uma Shields de Arduino, a transferência das trilhas e ilhas
ocorreram por meio do processo de transferência térmica e corrosão em substância de FeCl3 padrão comer-
cial. Após a confecção da placa soldou-se os componentes de forma que todos eles ficassem em uma única
placa para melhor agrupamento e estética do projeto.
O último passo foi realizar os últimos testes em sala de aula, para calibrar o instrumento utilizou-se três so-
luções tampões comerciais para calibração de pH, solução de pH 4, 10 e 7. Logo após o processo utilizamos
soluções e reagentes encontrados no cotidiano dos alunos, seja na casa deles ou em qualquer outro lugar, e
alguns reagentes puros de laboratório para comparação de fenômenos relacionados as características dos ti-
pos de soluções: acidez, basicidade e neutralidade, dissociação, diluição, concentração, soluções eletrolíticas
e não eletrolíticas.
dinamização na explicação do conteúdo em estudo, bem como estimulou a participação mais ativa da turma
em todos os processos desta pesquisa (construção e experimentação final), sendo assim, destacou-se a noto-
riedade da interação dos alunos interagiram entre si, trocando ideias e conhecimentos sobre o tema exposto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Conforme o que foi exposto, houve benefícios na adoção deste projeto na turma
de eletrônica do Ensino Médio, visto que, eles se encontram inseridos em um contexto tecnológico, com isso,
a construção desse equipamento trouxe maior envolvimento da turma com a eletrônica de seu cotidiano de
curso e a Química abordado em sala. Tendo em vista que este é um instrumento eficaz por auxiliar na repre-
sentação em qualidade de descrições cientificas, possibilitando uma melhoria na capacidade cognitiva-asso-
ciativa dos discentes, desenvolvendo cada vez mais as habilidades de resolução de problemas associados aos
conteúdos de química.
AGRADECIMENTOS: Agradeço a CAPES por financiar esta pesquisa por meio do programa de Iniciação à do-
cência – PIDIB, a supervisora do projeto institucional Maria das Graças Negreiros de Medeiro e ao orientador
Anderson Savio de Medeiros Simões. Agradeço ao Instituto Federal da Paraíba por proporcionar uma prepara-
ção de excelência muito produtiva na vida acadêmica.
Referências
ARAÚJO, M. S. T.; ABID, M. L. V. S. Atividades experimentais no ensino de física: diferentes enfoques, diferen-
tes finalidades. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 25, n. 2, p. 176-194, 2003.
SILVA, V. G. A importância da experimentação no ensino de química e ciências. Trabalho de Conclusão de
Curso – TCC. Universidade Estadual Paulista. Bauru, 2016.
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Grandes civilizações como as Egípcia, Romana e Grega tiveram suas chances de responder a essa e outras
perguntas e nos deixaram um grande legado mitológico a esse respeito. Encontramos explicações mitológicas
em quase todas as civilizações, além das já citadas também existe mitologia indígena, chinesa, japonesa, etc.,
porém tais histórias, infelizmente, não são muito conhecidas aqui no Brasil.
Pons (2006), traz em seu Diccionario De Mitología, elementos pouco conhecidos da mitologia de diversas
culturas ao redor do mundo.
A Filosofia, por sua vez, lança luz sobre esta questão indo mais além, trazendo novos questionamentos: “Será
que houve um começo ou será que tudo sempre existiu?”, “Como surgem os seres vivos e sua evolução até os
seres humanos?”, “DEUS existe e criou tudo ou Ele é criação humana?”.
Dessa maneira novas linhas de pensamento e conhecimento surgem trazendo uma nova explicação, diferente
da explicação mitológica. Assim o papel da Religião é de extrema importância para o conhecimento humano,
visto que o ser humano não é apenas um animal racional, mas também, sentimental, emotivo e que busca uma
compreensão ou, pelo menos, explicação metafísica para sua breve experiência terrena.
Finalmente, a Ciência busca compreender e explicar essa e outras questões a partir do ponto de vista racional,
lógico, sistemático, palpável e experimental trazendo razão ao conhecimento humano. Para dar essas explica-
ções fará uso de uma ferramenta conhecida como Método Científico. Seu papel hoje em dia é tão importante
que muitos dizem que vivemos a era do Mito da Ciência.
É difícil imaginar que exista alguém no mundo que nunca tenha se perguntado: “Como foi que o mundo co-
meçou? De onde viemos?”. Esse desejo de compreender nossas origens é tão antigo quanto a história da
humanidade.
Pelos quatro cantos do mundo, todas as culturas já tentaram de alguma forma explicar a origem de tudo, a
origem do universo. Todos já se fizeram a grande pergunta: “Como tudo começou?”. A vontade de saber quem
somos e de conhecer nossa origem e a origem do mundo nasceu quando o primeiro homem olhou para o céu
e se viu só, a mercê de uma natureza que tanto cria quanto destrói. Essa curiosidade, hoje, está mais viva que
nunca, alimentando a imaginação dos cientistas que tentam desvendar as nossas origens.
Quando os seres humanos começaram a ficar de pé, alguns milhões de anos atrás, mudamos nossa postura,
liberando nossas mãos para diversas outras atividades que até então não podíamos desenvolver. O mais im-
portante foi o fato de elevarmos nossas cabeças. Nós ficamos de pé e isso nos fez superar os demais animais,
visto que pusemos nossa mente e pensamentos para o alto e nos tornamos animais pensantes, capazes de
produzir curiosidade, raciocínio, ciência e tecnologia.
A ciência é a base da tecnologia moderna, das civilizações modernas. Ela apoia muitas das questões políticas,
religiosas e éticas de nossos dias, e suas questões subjacentes transformam nossa sociedade em um ritmo
cada vez mais frenético. A curiosidade, elemento ímpar presente no intelecto humano, está por traz de toda
essa conquista tecnológica. Nossa curiosidade nos faz questionar e tentar buscar a verdade sobre a natureza
que nos rodeia. Após milhares de anos impulsionados pela vontade de saber, conseguimos, pouco a pouco,
montar o grande quebra-cabeça do universo.
Se algum de nossos antepassados visse um micro-ondas em funcionamento, poderia imaginar que ali dentro
haveria muitos minúsculos homenzinhos fazendo uma fogueira que logo desapareciam ao abrir da porta. Mas
as novas explicações baseadas em leis abstratas e muita Matemática e Física, também são igualmente singu-
lares, quase milagres da mente humana. À medida que conseguimos compreender mais sobre os mistérios da
natureza, deixamos de acreditar que as marés são regidas por uma deusa e passamos a acreditar que sofrem
influência da Lua. Deixamos de acreditar em explicações mitológicas ou religiosas, e criamos (e acreditamos)
o mito pós-moderno: O Mito da Ciência.
Dessa maneira, este trabalho justifica-se pela relevância do tema, não apenas de maneira acadêmica, mas
sobretudo para a formação do indivíduo (pesquisador) como ser humano pensante, que reflete a respeito das
grandes questões que norteiam o conhecimento humano e assim, fazendo novos questionamentos que neces-
sitam de novas respostas. Tais respostas vêm de diversas maneiras – mitologia, religião e ciência – ao longo
da história da humanidade em busca da verdade.
A odisseia das descobertas da humanidade se estende ao longo de muitas eras, mas os temas da nossa busca
para entender o mundo nunca variam, pois surgem a partir de nossa própria natureza humana. Um de seus
aspectos é familiar a qualquer pessoa que trabalhe em algum campo dedicado à inovação e à descoberta: a
dificuldade em conceber um mundo ou uma ideia diferente do mundo ou das ideias que já conhecemos. (MLO-
DINOW, 2015).
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Assim, esse trabalho não pretende solucionar estes grandes mistérios, mas apresentar aos pesquisadores
um pouco sobre a vasta história do conhecimento humano em busca dessa verdade, para que cada um deles
também se sinta inquieto com a falta de resposta e tenha cada vez mais vontade e curiosidade de questionar,
pesquisar e responder.
MATERIAIS E MÉTODOS. Para se alcançar os objetivos da pesquisa será utilizada uma metodologia que inte-
gra apresentação de documentários, pesquisa direcionada sobre o tema em questão, apresentações e expo-
sições orais, bem como discussões em grupo.
Como deseja-se criar uma evolução na construção do conhecimento, iniciaremos com o estudo do papel da
Mitologia. Assim serão utilizados alguns documentários, bem como pesquisa nos livros apresentados nas Re-
ferências Bibliográficas para em seguida fazermos as exposições orais sobre o que foi apresentado e estudado
e finalizarmos com os debates em grupo para que cada participante possa expor seus argumentos, questiona-
mentos, etc. Em seguida, da mesma maneira trataremos sobre o papel da Religião.
Para finalizar, trataremos sobre o que a Ciência nos apresenta. Hart-Davis (2014) nos apresenta em seu livro
a ideia de que a Ciência evolui quando propõe novas ideias para corrigir ideias antigas. Assim, serão apresen-
tados dois documentários muito famosos: Poeira das Estrelas, documentário nacional, dividido em doze capí-
tulos, apresentados no Programa Fantástico da Rede Globo, e o documentário Cosmos: Odisseia no espaço,
de Neil deGrasse Tyson, dividido em treze episódios. Em cada encontro, será apresentado um episódio que
nos expõe um tópico para ser pesquisado e discutido no encontro seguinte. Para a pesquisa serão utilizados,
principalmente, os livros indicados.
RESULTADOS. O presente trabalho é o resumo de um projeto PIBIC EM (PIBIC Ensino Médio). Dessa forma é
necessário levar em consideração a idade e a maturidade dos participantes em relação ao trabalho de pesqui-
sa científica. Assim, cremos que o mais desejado em termos de resultados é o despertar da curiosidade, da
indagação e do questionamento, por parte dos estudantes integrantes do projeto para que desenvolvam um
espírito crítico e científico. É possível destacar que obtivemos excelentes resultados visto que os estudantes
pesquisaram bastante sobre os temas inquietantes do conhecimento humano: mito, religião e ciência. Houve
muitos encontros e debates, leituras de muitos livros e apresentações. Os estudantes desenvolveram habili-
dades de pesquisadores, investigando, tendo curiosidade, pesquisando, lendo e discutindo. Os depoimentos
dos estudantes ao final do projeto foram emocionantes e pode-se perceber o quanto foi importante para eles.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB e ao CNPq pelo apoio e suporte financeiro destinados ao desen-
volvimento desse projeto.
Referências
PONS, P. P.; ROIG, O. Diccionario de Mitología. 1. Ed. Madrid: EDIMAT Libros. 2006
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RESULTADOS. O projeto resultou na elaboração do aplicativo de intuitivo e fácil manuseio voltado para química
do ensino médio, elaborado com base em pesquisas e anteriormente, foram feitos aplicativos para três das
operações matemáticas básicas, por fim, uma calculadora na qual continha as respectivas operações juntas,
tendo como principal intuito aumentar o domínio e conhecimento sobre a utilização da plataforma MIT App
Inventor. A interface foi efetuada e testada diversas vezes na procura de melhorias, com o objetivo de trazer
um software de intuitivo e fácil manuseio aos usuários. Além disso, exercemos a apresentação na III Semana
de Ciência e Tecnologia, Pesquisa, Extensão e Informação, na mesma, tivemos a possibilidade de divulgar a
plataforma usada e o trabalho efetuado durante o projeto desenvolvido.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O presente projeto encerrou-se com sucesso em suas metas, tanto no desenvolvi-
mento do software, na apresentação durante a III Semana de Ciência e Tecnologia, Pesquisa, Extensão e In-
formação, no incentivo a interdisciplinaridade, divulgação da plataforma MIT App Inventor, na ministração da
carga horária etc. Trouxe grandes importâncias, contribuindo para melhor desenvolvimento no âmbito escolar,
além disso, no desenvolvimento de softwares e aprendizado na área de informática e química. O desenvolvi-
mento do aplicativo para celular de intuitivo e fácil manuseio para resolução de problemas envolvendo química
do ensino médio foi concluído com êxito.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos à Instituição IFPB e a Instituição CNPq pelo apoio no desenvolvimento des-
ta pesquisa, possibilitando a elaboração e desenvolvimento do projeto com eficiência.
Referências
INUNES, A. S. ; Adorni, D.S . O ensino de química nas escolas da rede pública de ensino fundamental e médio
do município de Itapetinga-BA: O olhar dos alunos.. In: Encontro Dialógico Transdisciplinar - Enditrans, 2010,
Vitória da Conquista, BA. - Educação e conhecimento científico, 2010.
Pereira, J.C.R., Rapkiewicz, C. O Processo de Ensino-Aprendizagem de Fundamentos de Programação: Uma
Visão Crítica da pesquisa no Brasil, WEIRJES, 2004.
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Alana Brena Costa dos Santos INTRODUÇÃO. No cenário atual, é possível dizer que nenhuma arte
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus Picuí caiu tanto no gosto popular quanto o cinema, independentemente
do gênero admirado pelo público, da classe socioeconômica, etc. Se-
Vitória Eloisa Costa dos Santos
[email protected]
gundo Flávia Cesarino (2005, p. 12), “o cinema surgiu nos Estados
Instituto Federal da Paraíba - Campus Picuí Unidos e na Europa, no final do século XIX, em plena vigência de uma
cultura racionalista e de crença nas vantagens da modernidade” Na-
Weber Firmino Alves
[email protected] quela época, o cinema possuía apenas filmes em preto e branco, com
Instituto Federal da Paraíba - Campus Picuí música de fundo e sem a fala dos personagens, era o famoso cinema
mudo; hoje, o cinema está evoluindo e busca cada vez mais novos
métodos de deixar o público impressionado com os avanços tecno-
lógicos.
Diante disso, este projeto de pesquisa tem como objetivo apresentar a interação entre a Literatura e a Arte
do Cinema, visando relacionar o valor textual com a arte visual. O trabalho tem sido realizado na proposta
de adaptar contos brasileiros em forma de curta-metragem para servirem de ponte entre o leitor e o texto. A
pesquisa teve início em março de 2019, sob a orientação do professor de Língua Portuguesa e Literatura Bra-
sileira do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí, com a participação
de estudantes dos cursos técnicos em edificações e informática integrados ao ensino médio. Para tanto, os
pesquisadores envolvidos empreenderam esforços para ler, interpretar, adaptar, construir roteiros de cinema,
filmar - com equipamentos básicos, e editar - através de aplicativos gratuitos, de modo a servir de estímulo no
processo de construção da leitura e aquisição das linguagens lítero-cinematográficas.
Obviamente, nas traduções cinematográficas, o texto “verbo-visual” não é idêntico ao literário, pois nenhuma
tradução é plenamente fiel, pelas próprias condições de produção. A nova representação do real (cinema)
não se faz apenas com palavras, mas com imagens em movimento. Na literatura, a ficção se restringe ao tex-
to escrito ou oral, exigindo a plena imaginação do leitor, sem a disponibilidade da imagem que se identifica
diretamente com a visualidade da tela; o cinema, porém, é produto da leitura e imaginação de uma equipe
produtora (roteirista, diretor, etc.) e, neste caso, as palavras se estendem e ganham os efeitos tecnológicos
sonoros e visuais. A utilização e a semelhança da linguagem, bem como seus respectivos códigos, permitem
proporcionar uma nova forma de percepção estético-expressiva, por meio de adaptações de obras literárias
para o cinema.
Na execução do trabalho, as adaptações estão sendo realizadas pelos pesquisadores a partir do gênero “con-
to”, a saber, um texto curto e ficcional. Gotlib (2006, p. 8) define o conto assim: “o conto [...] não se refere só
ao acontecido. Não tem compromisso com o evento real. Nele, realidade e ficção não têm limites precisos”.
O conto não precisa fundamentar-se na realidade; ele é uma ficção e, como tal, embora possa refletir a rea-
lidade, não precisa ser confundido com o mundo real, pois ele não pretende registrar eventos históricos com
total firmeza. Neste sentido, ele é como o romance ou a novela, diferindo-se deles quanto ao tamanho, o fluxo
das ações, na significativa redução de personagens, espaço, tempo de ação, conflitos, clímax, etc. No conto,
o importante é ganhar a concentração do leitor, produzindo a sua imaginação em torno da estória contada.
Esse gênero é bastante promissor para adaptações cinematográficas, ainda mais quando se pensa num pro-
cesso de ensino e aprendizagem na escola, conduzido pelos alunos enquanto protagonistas do novo texto
verbo-visual.
MATERIAIS E MÉTODOS. Quanto ao aspecto metodológico, esta pesquisa tem a finalidade básica, é de nature-
za qualitativa e do tipo descritiva, conforme conceitos de Appolinário (2010, p. 70). É básica porque pretende
colaborar para o conhecimento da relação litero-cinematográfica; qualitativa, porque lida com fenômenos,
fazendo a interpretação dos dados coletados; e é descritiva porque não tem a intenção de interferir na reali-
dade, mas descrever o processo de produção de um curta-metragem a partir de um conto literário brasileiro.
Além disso, a pesquisa realiza uma revisão bibliográfica, visto que conduziu os pesquisadores a lerem sobre a
relação entre cinema e literatura, com vistas a produzir um referencial adequado para a produção do resultado
final.
O trabalho está sendo executado com as seguintes fases: compreensão do projeto de pesquisa; construção
da fundamentação teórica; leitura de contos; seleção de contos; montagem de roteiros; filmagem dos contos;
edição com softwares gratuitos. A construção da fundamentação teórica foi concluída, bem como as fases
de leitura e seleção dos contos, que foram selecionados depois da análise de 21 contos de diversos autores
brasileiros. Diante disso, foram selecionados três contos para serem produzidos em forma de curta metragem,
a saber: “Teoria do Medalhão” (Machado de Assis); “O espelho” (Machado de Assis); “Felicidade Clandestina”
(Clarice Lispector).
Atualmente, os pesquisadores estão estudando o gênero roteiro com vistas à montagem do roteiro de cinema
dos referidos contos. O roteiro faz parte do processo de adaptações literária e permite diferentes interpreta-
ções da obra original. Esse trabalho, portanto, possibilita explorar a imaginação do leitor, além de proporcio-
nar uma visão ampliada sobre a obra primária. Já se sabe que “um roteiro é uma história narrada/contada por
meio de imagens, cenas, diálogos, descrições. A palavra, no roteiro, está a serviço da imagem e da ação, e não
a serviço da narração escrita” (ANDRÉ, 2012, p.17). Como o gênero conto é puramente narrativo, no processo
de adaptação cinematográfica, é preciso reescrever o texto no formato do gênero “roteiro de cinema” que, por
sua vez, se aproxima muito mais dos textos dramáticos, à semelhança do teatro.
Para a filmagem, a equipe utilizará uma câmera da marca Canon, modelo Canon EOS Rebel SL2, com lente
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18-55 mm, um microfone direcional acoplado nesse equipamento de filmagem; para o processo de edição, a
equipe está estudando três aplicativos de edição de vídeo, a saber: Filmora Vídeo Editor; e Davinci Resolve 16.
Estes softwares foram instalados em um computador do laboratório de EAD, e outro na coordenação de EAD,
ambos no IFPB - Campus Picuí, onde serão testados pela equipe.
Os métodos que serão utilizados para produção, inicialmente será a seleção de alunos para representar os
atores das tramas, sendo utilizados vestimentas e utensílios característicos da época, de acordo com os per-
sonagens presente nos contos adaptados.
RESULTADOS. Considerando que a pesquisa está em desenvolvimento, até o presente momento os resultados
obtidos foram: a construção da fundamentação teórica; a montagem e produção de dois filmes: o primeiro
será objeto de uma junção entre os dois contos de Machado de Assis, “Teoria do Medalhão” e “O Espelho”, pois
é possível fazer uma intercessão entre eles no que diz respeito a fatos semelhantes; o segundo filme será pro-
duzido com o conto “Felicidade Clandestina”, de Clarice Lispector. Ao final, pretende-se obter como produto
final dois filmes que serão lançados como curtas para a comunidade acadêmica do campus.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O objetivo deste trabalho foi produzir vídeos em curtas-metragens a partir de con-
tos clássicos brasileiros. Espera-se que esse trabalho possa contribuir para a divulgação do texto literário em
sua direta relação cinematográfica, aproximando a comunidade acadêmica entre outros espectadores do texto
literário e do cinema.
PALAVRAS-CHAVE: Conto.Adaptações.Curta-metragem.Tela.
AGRADECIMENTOS: Primeiramente agradecemos à instituição IFPB - Campus Picuí pelo apoio no desenvol-
vimento desta pesquisa, bem como ao CNPq e à CAPES, por ofertar aos integrantes duas bolsas de auxílio
financeiro.
Referências.
ANDRÉ, Ricardo Ferreira Martins. Cinema e literatura: algumas reflexões e considerações sobre o roteiro como
gênero intersemiótico. 20 fl, Doutor em Teoria e História Literária, Universidade Estadual do Centro-Oeste,
2012.
APPOLINÁRIO, Fábio. Metodologia da Ciência: Filosofia e Prática da Pesquisa. 2.ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2012.
ASSIS, Machado. O espelho. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/ texto/bv000240.
pdf>. Acesso em: 15 de ago. de 2019.
ASSIS, Machado. Teoria do medalhão. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa /Deta-
lheObraForm.do?select_action=&co_obra=1940>. Acesso em: 15 de ago. de 2019.
CESARINO, Flávia Costa. O Primeiro Cinema: Espetáculo, narração, domesticação. Rio de Janeiro: Azougue
Editorial, 2005. p. 127.
GOTLIB, Nádia Battela. A Teoria do Conto. São Paulo: Editora Ática, 2006. 8 p.
LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina. Disponível em <http://www.dominiopublico.gov.br/ pesquisa/
DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=86858>. Acesso em: 15 de ago. de 2019.
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MATERIAIS E MÉTODOS. Dado o objetivo desse estudo, optou-se por efetuar um recorte dentre o universo
total de alunos do Instituto (que é de 193 discentes), de modo que fosse possível perceber a visão política dos
alunos ingressos (1º ano), e dos em estágio mais avançados (3º ano). Assim, apenas os alunos dessas duas
turmas foram abordados.
Inicialmente, foram aplicados questionários a fim de aferir o perfil sócio econômico dos discentes. Os resulta-
dos obtidos serviram para selecionar 20 discentes, numa amostra de 10 de cada série escolar, para participar
da segunda etapa da investigação, quando foram aplicados novos questionários, agora com perguntas liga-
das às percepções políticas dos alunos. O intuito norteador dessa seleção foi o de garantir que cada amostra
contivesse alunos de diferentes perfis de renda familiar, sendo parte dos alunos representantes das menores
rendas e outra parte das maiores rendas de cada série.
A pesquisa foi desenvolvida entre os meses de junho e agosto de 2018 e contou com o apoio de dois alunos
bolsistas e dois voluntários do projeto de pesquisa ao qual está vinculado, cursantes dos 2º e 3º anos. Eles
conversaram com cada um dos dez selecionados de modo individual e enquanto os interrogavam também
esclareceram eventuais dúvidas sobre os conceitos utilizados nas questões, a fim de sanar ou diminuir consi-
deravelmente o risco da má interpretação das perguntas.
RESULTADOS. De modo geral, pode-se dizer que os alunos do IFPB/Itaporanga são oriundos de família com
baixa renda e baixa escolaridade (ensino fundamental e ensino médio).
Foi perguntado aos alunos se eles se consideravam bem informados. Sete dos alunos do 1º ano afirmaram
que “sim”, enquanto três disseram “talvez”. Já dentre os discentes do 3º ano, dois reconheceram que não são
bem informados, quatro responderam “talvez” e os outros quatro que “sim”. Em cada uma das turmas, oito
disseram que buscam suas informações através das redes sociais e dois por meio de sites e blogs.
Duas perguntas foram feitas com o intuito de verificar em que medida esses alunos são realmente bem infor-
mados sobre a política: quem é o governador do estado da Paraíba e o nome de um dos atuais senadores da
região. Entende-se que se tratam de informações triviais. Apenas sete dos discentes investigados indicou o
nome de Ricardo Coutinho como governador da Paraíba, os outros três mostraram que o desconhecem. Em
relação aos senadores paraibanos, os alunos do 3º ano mostraram que são ainda mais desinformados do que
os do 1º ano. Apenas três alunos lembram de pelo menos um dos senadores. Observe-se que, de acordo com
o tipo de informação solicitada, o nível de conhecimento apresentado pelos alunos é baixo nas duas séries.
Os alunos também foram interrogados se consideram que seus pais são envolvidos politicamente. Nenhum
dos alunos do 1º ano considerou que sim, contra apenas quatro do 3º ano. Essa situação sugere que, grosso
modo, certamente não é no núcleo familiar que os discentes estão recebendo de forma direta uma formação
política ativa.
Outra questão foi sobre a representação escolar, que na idade dos entrevistados é uma das principais formas
de atuação política. Os alunos mostraram que, em sua expressiva maioria, não participaram de nenhuma das
formas de atuação política e tampouco tem interesse em participar. Apenas um discente em cada turma já foi
representante escolar e somente um discente do 1º ano afirmou que participa de um grupo político externo à
escola, o mesmo que já atuou como representante de sala.
Mesmo com o baixo envolvimento político, a maioria dos alunos disse que pretendem votar ao atingir a meno-
ridade eleitoral, os do 1º ano (9 alunos) ainda mais do que os do 3º (7 alunos). Eles disseram que não confiam
nos políticos, ou que confiam pouco (todos do 3º ano e nove do 1º), o que condiz com o “sentimento nacional”
atual, já aferido por pesquisas de grande porte e que evidenciam uma suposta crise da representação política
em decorrência da baixo confiança dos brasileiros em seus parlamentares.
Os alunos também foram questionados em relação a sua orientação política. Nos últimos tempos, muito em
face do golpe político de 2016 e a corrida eleitoral de 2018, as definições de “direita” e “esquerda”, embora
muitas vezes utilizadas de forma quase que aleatória, tem sido amplamente divulgadas. O objetivo dessa ques-
tão, mais do que entender a real posição dos alunos, era verificar se ao menos eles mostram conhecimento a
respeito da temática. E ainda que três alunos do 3º ano tenho se declarado de centro-esquerda, e um do 1º
ano, a maioria disse que não sabia ou que não possuía nenhuma orientação.
Quando perguntados sobre o principal problema do país, dois problemas foram citados: corrupção e educa-
ção. Os mesmos, quando questionados sobre suas preferencias acerca do regime democrático, deixaram cla-
ro que apenas 50% concordam em absoluto que a democracia é a melhor forma de governo e que a ditadura
não pode ser uma alternativa em relação à democracia. Metade dos entrevistados dessa turma, relatou que
tanto faz se o governo é uma ditadura ou uma democracia.
Os alunos do 3º ano apontaram a corrupção como o grande problema do país. Somente 30% deles concorda-
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ram completamente que a democracia é sempre a melhor forma de governo, embora 70% tenha discordado
que em algumas situações a ditadura é melhor que a democracia e que todos tenham discordado de que não
há diferenças substanciais entre ditadura e democracia.
Nota-se que o valor democrático ainda não está plenamente consolidado entre os discentes, nem mesmo
entre os do 3º ano que já vivenciaram em sala de aula diversas discussões a respeito da temática, sobretudo
na disciplina de sociologia, lecionada por mim. O conhecimento adquirido que parece ter surtido efeito na
diferenciação entre democracia e ditadura, não foi suficiente para produzir neles a defesa incondicional à de-
mocracia, ainda que se reconheça os problemas que a democracia brasileira tem passado.
Todos os entrevistados do 3º ano concordam com a existência das manifestações públicas, oito com as greves
e paralisações, enquanto que os da série inicial, apenas seis são favoráveis às manifestações e quatro às gre-
ves, o que mostra que os entrevistados do 3º ano são mais simpáticos aos mecanismos de “democratização
da democracia” do que os demais.
, em relação às políticas para reinserção dos presos, os entrevistados do 3º ano mostraram consideravelmente
maior apoio. Estes também discordaram com maior veemência da ideia do “bolsa família como um programa
injusto”. Quando o assunto foram as cotas universitárias, para negros e pessoas de baixa renda, as respostas
das duas séries foram semelhantes, ao ponto de uma concordância total do 1º com as cotas para pobres.
Acredita-se que essa perspectiva, possa estar atrelada a uma questão da vida prática: a maioria desses alu-
nos são de baixa renda e negros, ainda que no primeiro questionário aplicado na pesquisa, grande parte dos
discentes do 1º visivelmente negros, não tenham se autodeclarado enquanto tal. É possível que, justamente
pela problemática da reinserção dos presos, estar distante do atual cotidiano deles, tenha despertado baixa
aceitação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os três anos de formação escolar não produziu jovens com mais informações sobre
política, nem em seus aspectos mais corriqueiros. Nas duas turmas, acredita-se que o valor democrático ain-
da não está completamente constituído, entretanto, é relevante frisar que os alunos do 3º impuseram maior
valorização aos instrumentos para ampliação e consolidação democrática (como manifestações) e para os
elementos de reconhecimento da cidadania (políticas prisionais e de transferência de renda).
Há que se considerar que a baixa escolaridade dos pais e seu baixo envolvimento político são elementos de
entrave à constituição de alunos dispostos ao viver democrático. O processo de formação política escolar não
tem sido um elemento decisivo para a existência de jovens melhores informados sobre política e com maior
disposição em participar.
Referências
CREMONESE, Djalma. 2009. A difícil construção da cidadania no Brasil. Desenvolvimento em questão, Ed.
Unijuí, ano 4, n. 9, jan-jun., pp. 59-84.
FUKS, Mario. 2012. Atitudes, cognição e participação política: padrões de influência dos ambientes de socia-
lização sobre o perfil político dos jovens. Opinião Pública, v. 18, n. 1, pp 88-108.
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Como nos alerta Castells (1999), vivemos em uma sociedade informacional, onde há pouco espaço para os
não iniciados em computadores, para aqueles grupos que consomem menos e para os territórios que não
estão atualizados com a comunicação. Apesar de vivermos em uma sociedade tida como em rede, em que o
Ser individual e coletivo se conecta, há a produção de significados com referência global. Partindo desta con-
cepção, a ideia é de não perdermos o foco das localidades paraibanas e repartir suas potencialidades junto às
redes desta sociedade informacional.
A partir destas perspectivas, compreendemos que podemos estudar a história, a geografia, a cultura e mesmo
as potencialidades turísticas dos pequenos núcleos populacionais, os municípios, de forma que a informática
se torne um elo entre os saberes e os avanços da informação que, por sua vez, levam a busca da socialização
dos mesmos, contribuindo assim com as comunidades pesquisadas. Como afirma Correia et all (2010, p. 4):
“A informação deve ser vista como um bem social e, portanto, coletivo, interligada com a universalização das
tecnologias de informação e comunicação, a qualificação dos indivíduos e o processo educativo como forma
de ‘’aprender a aprender’’”.
Neste sentido, entendemos que o processo de globalização acaba por exigir dos indivíduos e das nações que
repensem suas identidades. “Neste momento, reaparecem as regiões, de mãos dadas com a memória. Ao
olharem ao redor, as pessoas buscam encontrar elementos de continuidade, alguma quantidade de símbolos
de permanência, certo legado do passado” (MARTINS, 2018, p. 139).
Tal consideração é uma realidade nos municípios paraibanos, como no caso de Esperança, a cerca de 146
km da capital do estado, João Pessoa. O município possuí 163,781 km², localizando-se na mesorregião do
agreste, fazendo parte da recém-criada região metropolitana de Esperança (Lei 106/2012). De acordo com
o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2018 possui uma população estimada de 33.003
habitantes, um bom contingente que ao longo do tempo desenvolveu e criou sua história e inserção espacial
na região. Segundo os dados educacionais, os docentes na cidade de Esperança somavam o número de 378
profissionais, no ensino fundamental e médio. Nas citadas redes de ensino se encontravam matriculados
6.083 estudantes.
Percebemos pelos dados apresentados que há um grande contingente de docentes e educandos que cotidia-
namente atuam na educação local. Assim, conhecer a trajetória histórica da região, bem como as peculiarida-
des geográficas locais certamente é um desafio intrínseco do ato de educar e de estudar. Por isso, desenvol-
vemos este projeto de pesquisa, cujo objetivo central é compreender a importância das ciências humanas e
suas tecnologias e aplicá-las no estudo e na pesquisa de distintos municípios paraibanos, desenvolvendo uma
visão multidisciplinar e propiciando a criação de softwares com temáticas voltadas para a realidade local dos
educandos. Dentro desta linha de atuação, procuramos pesquisar a história e geografia geral do município de
Esperança e em seguida elaborar questões pertinentes, produzindo por fim um aplicativo de estudos, o qual
denominamos de “EducaEsperança”. Por meio do software educacional desenvolvido, esperamos contribuir
com a pesquisa, divulgação e aprendizagem de temáticas da história e geografia regional, atendendo aos an-
seios das novas gerações de profissionais da educação e estudantes locais.
Feitas as leituras iniciais, passamos para a segunda fase de pesquisa, diante de levantamento de documentos,
dados oficiais, assim como a busca em meios eletrônicos e arquivos, no sentido de produzir um grande banco
de dados para os objetivos que o projeto se propõe.
Por fim, os dados e documentos levantados subsidiaram a produção de artigos acerca da temática estudada,
bem como foi utilizado para produção do relatório final do projeto de pesquisa.
RESULTADOS. Partindo do princípio que a educação deve ser democratizada no cotidiano, por meio do desen-
volvimento de caminhos que auxiliem os estudantes a compreenderem seu lugar no mundo contemporâneo,
utilizando em especial a tecnologia para auxiliá-los não só a conhecer mundos distantes, mas a realidade em
que o mesmo está inserido, compreendemos que um dos principais resultados alcançados por meio deste
projeto de pesquisa foi o olhar e a pesquisa para a história e geografia local, no caso específico, do município
de Esperança, ao passo que os estudantes envolvidos no projeto estão conseguindo se perceber como sujeitos
históricos que experienciam espaços e tempos heterogêneos.
Por meio do projeto de pesquisa, obras de autores esperancenses, a exemplo de Rau Ferreira, foram exaus-
tivamente analisadas pelos estudantes, que passaram a compreender inúmeros aspectos sociais, políticos e
3º SIMPIF
econômicos do desenvolvimento histórico desta região. Destaco ainda a análise de inúmeros dados geográfi-
cos do município, por intermédio de fontes oficiais, a exemplo do IBGE. Nestas leituras, aprofundaram-se me-
lhor o conhecimento da realidade vivida pelos discentes participantes da pesquisa e moradores da localidade.
Tendo em vista que o caminho trilhado pelas fontes históricas e geográficas tinham por objetivo não só o estu-
do da realidade vivida pelos educandos, mas também a divulgação para um público mais amplo dos resultados
alcançados, o desenvolvimento de um software educacional, no caso o aplicativo “EducaEsperança”, foi uma
importante tecnologia educacional desenvolvida pelos pesquisadores. Percebe-se assim mais um resultado
da presente pesquisa: a interdisciplinaridade entre os conhecimentos técnicos do curso de informática e os
estudos históricos e geográficos locais.
Por fim, percebemos que o projeto está revelando resultados satisfatórios, cuja contribuição perpassa uma
educação de escala local, pois é ampliada por intermédio dos meios de estudos por parte dos docentes e dis-
centes das diversas redes de ensino de aspectos históricos e geográficos do município de Esperança, Paraíba,
ao terem acesso ao conteúdo disponibilizado em rede como forma de problematização socioespacial de modo
interescalar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O presente projeto tem atingido os objetivos propostos inicialmente e se tornou
uma importante contribuição do IFPB, Campus Esperança, para a realidade educacional da sua região de lo-
calização. O estudo e o desenvolvimento esperado dos educandos no tocante a sua inserção com a tecnologia,
representada por meio do acesso a um software de aprendizado com conteúdo voltado para a educação, com
foco na história e na geografia local, com potencial de contribuir para auxiliar os docentes a dinamizar e ofere-
cer novas abordagens nas aulas ministradas. Por sua vez, os educandos das diferentes redes de ensino podem
ampliar seu conhecimento por meio de uma aprendizagem lúdica e voltada para a realidade local.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal de Educação da Paraíba pelo apoio financeiro no de-
senvolvimento desta pesquisa.
Referências
CASTELLS, Manuel. A era da informação: economia, sociedade e cultura’- ‘a sociedade em rede’ – Volume 1.
Editora Paz e Terra, São Paulo, 1999
CORREIA, Anna Elizabeth Galvão Coutinho; LIMA, Izabel França de Lima; SILVA, Alzira Karla Araújo da. O co-
nhecimento e as tecnologias na sociedade da informação. Rev. Interamericana Bibliotecologia, vol.33 no.1
Medellín Jan./June 2010.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Esperança-PB. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.
br/brasil/pb/esperanca/panorama. Acesso em 13 ago. 2019.
FERREIRA, Rau.
MARTINS, Marcos Lobato. História Regional In: Novos temas nas aulas de História. São Paulo: Contexto, 2018. 3º SIMPIF
É fundamental tratar sobre esse tema com adolescentes de 3º ano do ensino médio de uma escola pública
estadual, pois, a educação ambiental escolar é uma forma de refletir os conceitos culturais de forma interdis-
ciplinar e contextualizada. Educar cidadãos mais responsáveis com o consumo, produção de lixo e descarte é
uma necessidade do mundo atual e permite que se verifique e constate a capacidade que adolescentes tem de
reflexionar, conduzir suas palavras e aplicar seus conhecimentos mais diversos.
“Processo em que se busca despertar a preocupação individual e coletiva para a questão ambiental, garantin-
do o acesso à informação em linguagem adequada, contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência
crítica e estimulando o enfrentamento das questões ambientais e sociais. Desenvolve-se num contexto de
complexidade, procurando trabalhar não apenas a mudança cultural, mas também a transformação social,
assumindo a crise ambiental como uma questão ética e política.” (MOUSINHO, P. Glossário. In: Trigueiro, A.
(Coord.) Meio ambiente no século 21. Rio de Janeiro: Sextante. 2003).
Inserir a educação ambiental no contexto de ensino de Química é uma estratégia que promove a expansão
dos conhecimentos com aplicabilidades práticas. Uma das formas utilizadas para abordar o tema de estudo
foi a exploração dos métodos de tratamentos da água que se destina ao consumo humano desenvolvido em
Estações de Tratamento de Água (ETA´S) e, incorporado a esses métodos, a Eletrofloculação. Esse processo
é o mais empregado atualmente pela sua eficiência na remoção de poluentes orgânicos, rapidez no processo
de reação físico-química e clareza na análise das informações. O processo, ainda, pode ser empregado em
situações que incluem as atividades de refinarias de petróleo, indústrias químicas e agricultura. (NETO 2011).
Os principais objetivos desse trabalho foram, além de trabalhar os conteúdos de classe de forma contextua-
lizada dentro do estudo de eletrofloculação, oferecer aplicabilidades práticas aos conhecimentos científicos
decorridos no exercício de sala. Analogamente, um estudo voltado à contemplação das questões ambientais
mais urgentes com participação ativa de estudantes.
MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi realizada por 3 (três) discentes e residentes do Programa de Resi-
dência Pedagógica (RP), pertencentes ao Curso Superior de Licenciatura em Química do Instituo Federal de
Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB, Campus João Pessoa sob a supervisão do professor titular e
preceptor do projeto na escola. Tais residentes desenvolveram uma aula contextualizada sobre o processo de
eletrofloculação relacionado ao conteúdo de eletroquímica.
O uso de uma metodologia diferenciada foi essencial para proporcionar aos estudantes uma aprendizagem
exitosa. Em relação aos objetivos citados anteriormente, esta pesquisa abordou em sua metodologia a prática
experimental e contextualização que se complementaram e se relacionaram estreitamente como partes fun-
damentais no processo de ensino-aprendizagem.
Obteve-se uma metodologia de caráter qualitativa, que estuda detalhadamente um grupo de pessoas ou ato
social (OLIVEIRA, 2008). A fim de realizar uma sondagem a respeito do conhecimento comum ou específico
dos estudantes acerca do tema proposto, foram levados em consideração os seus questionamentos e comen-
tários que funcionaram como elementos importantes no desenvolvimento do estudo. Portanto, participaram
da pesquisa 30 (trinta) alunos numa faixa etária entre 15 (quinze) e 17 (dezessete) anos de idade de uma
turma do 3º ano do ensino médio, integrantes da Escola Cidadã Integral Técnica Professor Antônio Gomes,
localizada no Município de Bayeux, bairro de Mário Andreazza, região metropolitana de João Pessoa, PB.
Para desenvolver a proposta do estudo foram disponibilizadas duas aulas de 50 (cinquenta) minutos cada que
se sucederam na seguinte ordem: No primeiro momento, houve a aplicação do Questionário Diagnóstico com
4 (quatro) questões sendo 3 (três) sobre os processos eletroquímicos e 1 (uma) de resposta pessoal sobre o
meio ambiente e ação humana. Em sua sequência, iniciou-se um debate sucinto sobre as respostas elaboradas
por cada um, momento em que todos foram convidados a participar e expor suas opiniões.
A continuação dessa metodologia deu-se através de uma aula teórica objetiva, relembrando os conceitos
3º SIMPIF
básicos de uma reação de oxirredução, espontânea ou não espontânea, explicação sobre o processo de ele-
trofloculação e suas mais variadas aplicações dentro do cotidiano.
No segundo momento, os discentes seguiram a montagem do equipamento da prática com imagens disponibi-
lizadas em um roteiro experimental pragmático e realizaram a atividade com o auxílio dos residentes. Por fim,
foram feitas as considerações sobre a experiência elaborada na aula.
RESULTADOS. Uma reflexão preliminar sobre os dados obtidos nesse trabalho é que a atuação dos estudantes
foi desempenhada com êxito e os métodos empregados mostraram-se competentes. Foi possível remover
as impurezas de uma água contaminada com corantes e torná-la transparente, provando que as reações
ocorreram corretamente. A comunicação estabelecida permitiu que se observasse a organização mental dos
estudantes além de proporcionar um debate saudável, participativo e reflexionado.
O principal resultado obtido por essa pesquisa foi a compreensão de um conteúdo sujeito a equívocos. O ques-
tionário inicial mostrou que a eletroquímica é mal avaliada entre os discentes que a consideram complicada e
com aplicabilidades desconhecidas, mas a prática permitiu a visualização dos processos químicos e atestam
que teoria e experimentação devem caminhar paralelamente na melhoria e construção do conhecimento em
Química. A perspectiva dos discentes na compreensão dos objetivos e do conteúdo apenas reafirma a impor-
tância da contextualização.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A interação entre os estudantes e residentes durante as discussões foi crucial na
elaboração desse projeto e na construção de uma base para o conhecimento científico. Observou-se que a
compreensão do conteúdo foi bastante significativa devido a visualização do processo eletroquímico em se
comparado ao início da aula e levantamento dos questionários.
Para os princípios ligados ao desenvolvimento de consciência crítica frente aos problemas ambientais cau-
sados pelo alto consumo, desperdício e poluição das águas dos rios, as discussões foram valiosas para o
fechamento desse projeto e permitiram que se observasse a forma como os jovens conseguem compreender,
se responsabilizar por questão sociais e se colocar em papéis ativos dentro da sociedade.
AGRADECIMENTOS: Agradecimento ao Instituto Federal da Paraíba pela excelente qualidade de ensino, pro-
fessores qualificados e oportunidades.
Agradecimento ao Programa de Residência Pedagógica, fomentado pela CAPES, pela oportunidade do exercí-
cio da profissão pelo grupo.
Referências
BAIA, A.C.F. et al. Aplicação Da Técnica De Eletrofloculação Para Remoção De Corante Presente Em Solução
Aquosa. Publicada no 58º Congresso Brasileiro de Química. 2018. Disponível em: http://www.abq.org.br/
cbq/2018/trabalhos/3/1885-26561.html Acesso em: 06.09.2019.
BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Conceitos de Educação Ambiental. Educação Ambiental. Disponível em:
https://mma.gov.br/educacao-ambiental/politica-de-educacao-ambiental. Acesso em: 05.09.2019.
MOUSINHO, P. Glossário. In: Trigueiro, A. (Coord.) Meio ambiente no século 21. Rio de Janeiro: Sextante.
3º SIMPIF
2003).
NETO, Sidney de Aquino; MAGRI, Thiago Calheiros; et al. Tratamento de resíduos de corante por eletrofloculação:
um experimento para cursos de graduação em química. Educação. Química Nova, vol.34, nº8.São Paulo, 2011.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422011000800030.
Acesso em: 08.09.2019.
OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer pesquisa qualitativa. 2. ed. Petrópolis RJ: Vozes 2008.
MATERIAIS E MÉTODOS. Os seguintes materiais foram utilizados para o desenvolvimentos do projeto: Arduino
Uno R3 mais cabo USB; Sensor de Fluxo de Água G 1/2 1-30 l/min; Jumper Premium para Protoboard Ma-
cho-Macho; Display LCD; Resistor 330R 1/4W; sensor YF-S201. Inicialmente, foram realizados estudos pelos
alunos por meio de treinamento de Arduino e conteúdos das disciplinas do curso técnico de informática. Em
seguida, foram fornecidos os materiais necessários para desenvolver um equipamento de medição de vazão
pelos alunos participantes do projeto. A partir disse, os alunos foram direcionados para elaborar um equipa-
mentos que medisse a vazão de um fluxo de água e desenvolvesse um website para apresentar os resultados
das medições realizadas no equipamento.
RESULTADOS. Os alunos conseguiram desenvolver um medidor de vazão dos líquidos que tem como objetivo
levantar dados do consumo de água a cada segundo, acumulando essa informação para obter dados em in-
tervalos de tempo de uma hora em um determinado ponto. Os dados são mostrados através de um website. Os
alunos acharam sua utilização fácil quanto a sua conexão simplificada de apenas três fios sendo destes, dois
fios para a alimentação do produto e um para comunicação de dados. Além disso, a programação que eles
realizaram conta com variáveis simples de fácil compreensão, todas as conversões já estabelecidas e todas as
linhas comentadas a fim de melhorar a legibilidade do código Para desenvolver o equipamento, os alunos ti-
veram que obter conhecimentos sobre vazão, utilidade de equipamentos que medem a vazão e funcionamento
de um sensor que realiza essa medição. Essa busca por um conhecimento que extrapola os obtidos em sala de
aula foi essencial para o entendimento de outros conceitos físicos vistos em sala de aula.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O Sensor de Fluxo de Água é um produto que possibilita uma gama de aplicações
bastante diversificada, podendo ser utilizado tanto em projetos de automação residencial quanto em proje-
tos industriais. O ensino de física por meio da criação deste equipamento mostra-se promissor. Entretanto, a
utilização de eletrônica e arduino, que são conhecimentos não previstos no curso de informática, dificultaram
a execução do projeto e ensino. Assim, a implantação futura da construção de equipamentos similares para
o ensino de física se torna mais promissor para o Curso Técnico Integrado em Energias Renováveis, que foi
iniciado em 2019 no Campus Esperança.
Referências
MOURA, D. G. D.; BARBOSA, E. F. Metodologias ativas de aprendizagem na educação profissional e Tecnológica.
Boletim Técnico do Senac - A revista da educação profissional, p. 48-67, 2013.
3º SIMPIF
Wellington Caetano
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa INTRODUÇÃO. O conceito de buraco negro foi apresentado pela pri-
meira ainda no século XVIII, quando o reverendo inglês Jonh Michell[1]
formulou a hipótese de existência de uma esfera de massa compará-
vel àquela das estrelas, mas com raios de apenas poucos quilômetros,
consequentemente esses corpos apresentariam campo gravitacional
tão intenso que nem mesmo a luz conseguiria escapar do seu interior,
pois a velocidade de escape seria superior a própria velocidade da
luz. Por isso o nome buraco negro, em analogia ao conceito de corpo
negro empregado em termodinâmica para descrever um corpo que
absorve toda luz incidente e, como nenhuma forma de radiação ele-
tromagnética é refletida, em tese o corpo não poderia ser visto.
(Event Horizon Telescope) a foto de buraco negro, isto é, uma imagem atribuída ao buraco no centro da galáxia M87,
distante cerca de 50 milhões de anos-luz da Terra. A imagem contudo mostra o que pode-se chamar de periferia do
buraco negro, que corresponde, na verdade, a luz emitida pelos objetos astrofísicos que circulam ao redor do buraco
negro. De acordo com a Teoria da Relatividade Geral (TRG) de Einstein, buracos negros são deformações no espaço-
-tempo oriundas do colapso gravitacional de estrelas massivas de pelo menos 30 vezes a massa do Sol. A essa defor-
mação no espaço-tempo credita-se a origem do intenso campo gravitacional atribuído ao buraco negro.
Do ponto de vista técnico da TRG, buracos negros são singularidades causadas pela alta concentração de massa, e,
por consequência, da elevada densidade de matéria associada ao campo gravitacional. Esta singularidade ainda seria
circundada por uma região limite a partir da qual a força gravitacional se torna tão intensa que qualquer corpo, inclusive
a luz, não consegue mais retornar, por isso também são chamados de pontos de não-retorno. A partir das equações de
Einstein, foi o físico alemão Karl Schwarzchild [3] que em 1916, no trabalho “Sobre o campo gravitacional de uma massa
puntual de acordo com a teoria de Einstein”, demonstrou que a curvatura do espaço, devido a uma grande concentra-
ção de massa M, em um região limitada por uma esfera de raio RS, seria infinita. Nesse contexto, o limite da região ao
redor do buraco negro a partir da qual os corpos nas imediações passam a sofrer a influência de uma intensa interação
gravitacional foi denominado, a partir de então, raio de Schwarzchild ou horizonte de eventos de um buraco negro.
Contudo, vale dizer que longe desse horizonte o movimento de qualquer corpo é limitado, como o de um cometa, ou
mesmo de um planeta ao redor do Sol.
A física dos buracos negros chegaria ainda no século XX ao físico Stephen Hawking [4] que, em 1970, postulou a
existência de mini buracos negros, que teriam se formado logo após o início do Universo, com o chamando Big Bang.
Estes buracos negros primordiais teriam seu raio de Schwarzchild da ordem de 10-15 m, comparáveis, portanto, às
dimensões de um próton. Ainda segundo Hawking, o horizonte de eventos destes buracos negros seria aumentado pela
incorporação de massa, logo apresentaria um aumento na área a ele associada proporcional ao quadrado do raio de
Schwarzchild.
Em continuidade às ideias de Hawking, o físico israelense Jacob Bekenstein [5] estabeleceu uma analogia entre a área do
horizonte de eventos de um buraco negro e sua entropia (função que caracteriza a desordem de um sistema) ao propor
que esta poderia ser expressa como uma função da área.
Usado a já chamada entropia de Bekenstein, Hawking estabelece o conceito de temperatura de um buraco negro. Cal-
culada a partir da entropia, a temperatura de Hawking estabelece a relação inversa de dependência entre a temperatura
e a massa de um buraco negro.
MATERIAIS E MÉTODOS. Para o desenvolvimento deste trabalho foram realizadas reuniões semanais do nos-
so grupo de trabalho, GeaFís (Grupo de Estudos Avançados em Física), uma das ações do NPEF (Núcleo de
Pesquisa e Ensino de Física) do IFPB – Campus João Pessoa. Nestas reuniões, a leitura de artigos científicos
e livros de revisão do assunto é sempre realizada, bem como a prática de resolução de alguns problemas. Por
fim, obtenção de resultados numéricos e gráficos foi feita utilizando o software Mathematica.
A partir da área dos buracos negros foi feita para obter uma expressão para a entropia de Bekenstein, o resul-
tado sugere uma expressão que é função da área, que, por sua vez, depende do quadrado da massa do buraco
negro, sugerindo, portanto, uma desordem maior de sistemas mais massivos, isto é, sistema que absorveram
matéria.
Em última análise, através de uma abordagem termodinâmica, uma função para a temperatura é obtida da
derivada da entropia. A temperatura de Hawking é inversamente proporcional a massa do buraco negro, con-
sequentemente um buraco negro de massa igual à do Sol tem uma temperatura de Hawking extremamente
baixa (10-7 K), quando comparada àquela de um buraco negro primordial, com massa da ordem de 1011 Kg,
que é da ordem de 1012 K. A principal consequência física é que buracos negros primordiais acabam emitindo
partículas a uma taxa mais elevada do que aquela de absorção, ficando cada vez mais quentes e acelerando o
processo de perda de massa e energia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Neste trabalho fizemos uma revisão da física de buracos negros com ênfase na ob-
tenção de expressões para o raio do horizonte de eventos, entropia de Bekenstein e temperatura de Hawking.
A partir de análise de cenários comparativos para massas da Terra, Sol e outras estrelas, obtivemos valores
para o raio de Schwarzchild num intervalo de cm a Km, evidenciando a dependência direta com a massa can-
3º SIMPIF
didata. A função da entropia foi obtida a partir de argumentos envolvendo a área do buraco. Por fim, a análise
da temperatura de Hawking indicou uma maior atividade dos mini buracos negros primordiais.
Ressalta-se ainda que o trabalho foi desenvolvido linguagem matemática acessível ao estudante de iniciação
que é aluno do ensino médio.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao NPEF (Núcleo de Pesquisa e Ensino de Física) pelo apoio realizado du-
rante a realização deste trabalho.
Referências
[1] J. Michell, Phil. Trans. Royal Soc. London 74, p. 35 (1793).
[2] Event Horizon Telescope collaboration Akiyama K., et al., The Astrophysical Journal Letters, 875, (2019).
[3] K. Schwarzschild, Sitzungsber. Preuss. Akad. Wiss. Berlin (Math. Phys.) 189 (1916). Tradução para o inglês
disponível em http://arxiv.org/ abs/physics/9905030.
[4] S. Hawking, Buracos negros, Universos-bêbes e outros ensaios, Rio de Janeiro: Rocco (2000).
[5] J.D. Bekenstein, “Black Holes and Entropy”, Phys. Ver. D 7, 2333 (1973).
3º SIMPIF
Gomes Machado
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e ao discente aprofundar seus conhecimentos e desenvolver habilidades
Tecnologia da Paraíba – Campus Itaporanga e competências durante as aulas. No entanto, a Educação Física Escolar
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Ceará – Campus Juazeiro do não possui uma sistematização dos conteúdos no ensino médio, apenas
Norte orientações curriculares para que os docentes realize seu planejamento.
Assim, essa lacuna no currículo dificulta o processo de ensino-aprendiza-
gem seja pelo professor ter que realizar uma tarefa árdua no planejamen-
to de escolher, sistematizar, diversificar e aprofundar os conteúdos para
as turmas do ensino médio seja pelo discente que vem de práticas tradi-
cionais do ensino fundamental, com baixo desempenho motor, inativos
fisicamente e desmotivados em praticar esportes ou outros conteúdos.
Dentro do currículo da educação física, os esportes da natureza têm se tornado como conteúdos inovado-
res e proporcionado práticas interdisciplinares com ciências da natureza e humanas. Assim, a diversificação dos
conhecimentos e novas estratégias de aprendizagem consideradas importantes para o crescimento intelectual e
com isso proporcionam à prática de esportes que não exija do aluno as habilidades esportivas. Oportunizar prá-
ticas interdisciplinares é desafios pertinentes no cotidiano escolar, os esportes da natureza é um tema que trata
das modalidades praticadas no meio ambiente (DARIDO, 2005; BRASIL, 2017). O ensino dos esportes da natureza
além da execução da prática tem a reflexão dos cuidados com a natureza, das implicações do impacto ambiental,
com isso construção de valores e estimulando a reflexão nos discentes.
Pertinente às práticas de atividades didáticas no meio ambiente, a Trilha Ecológica é um instrumento importante
para o desenvolvimento da Educação Ambiental, como forma de despertar a consciência, trazendo à tona a im-
portância de se conservar, por meio de atividades ou dinâmicas que aproximam o público das realidades sobre as
questões ambientais, sociais, culturais, históricas e artísticas (MAMEDE, 2003). Sendo assim, o presente trabalho
teve como objetivo desvelar experiências de ensino-aprendizagem na perspectiva da trilha ecológica com uma
turma de 3° ano do ensino médio do Instituto Federal da Paraíba - Campus Itaporanga.
MATERIAIS E MÉTODOS. Trata-se de um estudo de caráter qualitativo e descritivo no qual são analisadas expe-
riências na aula de campo de esportes da natureza realizadas na Chapada do Araripe, em Barbalha-CE.
Participaram 39 discentes com idade entre 14 e 18 anos de uma trilha ecológica do Riacho do Meio. Após o tér-
mino foi pedido um relatório de campo e discussões sobre a importância daquele momento de aprendizagem, os
valores, a importância das técnicas de segurança e entre outros.
Na Pesquisa Qualitativa, segundo Moreira (2004), apresenta como características: um foco na interpretação que
os próprios participantes têm da situação sob estudo, em vez de na quantificação; enfatiza aspectos da subjetivi-
dade, demonstra uma flexibilidade no processo de conduzir a pesquisa; preocupa-se com o contexto, no sentido
de que o comportamento das pessoas e a situação ligam-se intimamente na formação da experiência.
Para a análise dos dados, foi utilizado a análise do conteúdo. As fases de análise do conteúdo são: 1. Fase de pré-
-exploração do material ou de leituras flutuantes do corpus das entrevistas. 2. A seleção das unidades de análise,
o investigador nessa fase é orientado pelas questões de pesquisa que necessitam ser respondidas. 3. O processo
de categorização e subcategorização, uma operação de classificação de elementos por categorias que possam
através de sua análise exprimirem significados e elaborações importantes que atendam aos objetivos do estudo
(CAMPOS, 2004).
Nos relatos, os discentes expõem suas aprendizagens em relação aos conceitos, histórico e procedimentos dos
esportes da natureza como também descreve a construção de valores. A maioria dos discentes relataram à proxi-
midade entre colegas e de como perceberam que o local da aula não era deles, então deviam agir com respeito e
cuidado para com a trilha, além de se atentarem para sua segurança, superação de seus medos e limites físicos,
podendo contribuir ainda com algumas sugestões, a fala dos alunos representam essas afirmações: “A trilha
foi importante também para aumentar a afinidade e proximidade entre alunos de turmas diferentes melhorando a
convivência e ensinando todos a trabalhar em equipe” (Aluno 01). “Aprendemos a ter auto responsabilidade, de
que somos responsáveis pela nossa própria segurança e a importância de preservarmos a natureza” (Aluno 02).
Outro discente acrescenta a aprendizagem a cerca dos cuidados com a natureza “Com relação ao cuidado com o
meio ambiente, foi um dos pontos mais falados durante a viagem, isso fez com que todos os alunos respeitassem
a natureza, um exemplo bem visível foi algumas medidas de preservação que aprendemos lá com relação ao lixo,
o respeito pelos animais e por toda a flora local” (Aluno 08).
Percebe-se os sentimentos e superações no decorrer da trilha nas seguintes falas: “Essa aula trouxe bastantes
benefícios para o meu conhecimento e até mesmo para a vida, aprendi particularmente a superar meus
medos, a desenvolver atividades físicas, aprendi que existem vários esportes que nos oferecem não só dores mus-
culares, mas sim, prazeres e sensações nunca vividas” (Aluno 06). E como também, “As expectativas esperadas
para a viagem para o Geopark Araripe foram superadas, uma viagem marcada de aprendizado e conhecimento,
que partiu de uma simples aula que poderia ter sido teórica e ter entediado toda a turma, mas foi uma aula prática
o que cativou muitos alunos, até mesmo aqueles sedentários, que não gostam de andar, que não gosta de estar
na natureza, foi uma aula que possibilitou os alunos enxergarem a educação física com outros olhares.” (Aluno
04). Antes da trilha, durante as teóricas muitos discentes ficaram com receio de não conseguir e do contato com
3º SIMPIF
algo não realizado antes, nota-se nas seguintes falas: “Eu achei muito interessante, mas eu achava que a trilha iria
ser mais longa e mais cansativa, principalmente para mim que sou uma pessoa sedentária, que apesar de tudo foi
maravilhoso. (...) foi uma experiência incrível, gostosa, que se tivesse outra oportunidade eu iria de novo.” (Aluno
05). E outro discente complementa: “Aprender praticando gera muito mais conhecimento, principalmente, se for
de forma prazerosa como essa viagem foi.” (Aluno 09).
Outrossim, neste mundo tão individualista, em que o humano, a cada dia que passa, se distancia ainda mais
da natureza, atividades deste magnitude são de grande relevância, uma vez que aproxima o humano da natureza,
sendo que este distanciamento e a dominação (como posse) desta relação (humano-natureza) trouxe e traz con-
sequências irreversíveis para o planeta Terra, como é o caso do aquecimento global. Portanto, esta atividade
foi de suma importância para docentes e discentes envolvidos, uma vez que proporcionou relações do aprender
com a diversão, alegria, superação de medos, como relatado nos resultados. Sendo que este processo é o que se
busca no currículo e nos conteúdos ensinados.
Referências
BRASIL. Fundamentos pedagógicos e estrutura geral da BNCC. Brasília, DF, 2017. Disponível em:http://
portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=56621- bnccapresentacao-fun-
damentos-pedagogicos-estrutura-pdf&category_slug=janeiro-2017- pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 8 jul.
2019.
MAMEDE, S. B. Interpretando a natureza: subsídios para a educação ambiental. Campo Grande: UNIDERP,
2003.
MOREIRA, D.A. O Método Fenomenológico na Pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson Learnig, 2004.
CAMPOS, C. J. G. Método de Análise de conteúdo: ferramenta para a análise de dados qualitativos no campo
da saúde. Rev. Brasileira de enfermagem, Brasília. 2004, set/ out, n. 57, v. 5, p. 611- 614.
DARIDO, S. C. Os conteúdos da educação física na escola. In: DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. (Org.). Educação
física no ensino superior: educação física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2005. p. 64-79.
3º SIMPIF
A prática como professor de Física nos revela que uma grande parte dos estudantes não tem interesse e, mui-
tas vezes, prazer em estudar tais fenômenos porque não conseguem perceber que suas vidas estão imersas
neles, pensam que tais fenômenos aparecem de maneira tão natural e assim, não é mais necessário refletir
sobre eles.
Walker (2015) nos conta que sua grande motivação para escrever um de seus maiores sucessos foi um diá-
logo com uma estudante:
“Eu era monitor em tempo integral e durante o dia havia submetido uma de minhas alunas, Sharon, a um
exame rápido.
Respondi prontamente:
Ela se virou, olhou diretamente para mim e disse devagar, com o olhar e a voz tensos:
Dei tratos à bola, mas não consegui encontrar um único exemplo. Havia passado pelo menos seis anos estu-
dando física e não era capaz de pensar em um exemplo sequer.”
Com essa mesma motivação e vendo a realidade dos estudantes do campus do IFPB – Princesa Isabelsomos
chamados a fazer alguma intervenção. Dessa forma o problema que se pretende investigar é: Como transfor-
mar o conhecimento de Física estudado em sala de aula em conhecimento aplicado na vida real?
Um foguete espacial parado em relação à Terra, que gira em seu movimento de rotação com velocidade apro-
ximadamente igual a 1666 km/h é lançado e atravessa a estratosfera após 5 minutos. Calcule a velocidade
do foguete.
A situação anterior exemplifica um problema que pode ser discutido sob o ponto de vista da Mecânica (ramo
da Física que estuda o movimento), assunto em geral abordado no 1º Ano do Ensino Médio.
A questão a ser discutida é a relação do problema com a realidade do estudante. Os estudantes do campus
em questão nunca viram um foguete espacial, grande parte não sabe o que é a estratosfera, nem conseguem
imaginar o que significa uma velocidade de 1666 km/h. Em outras palavras, como o estudante pode fazer a
relação do conteúdo de Mecânica com os fatos que acontecem em seu cotidiano?
Problemas como esse mais afastam do que aproximam os estudantes do estudo da Física. Dessa forma é de
extrema importância a contextualização do conhecimento aprendido em sala de aula com realidade vivida fora
dela. Assim, a Professora Doutora Regina Pinto de Carvalho nos conta:
Procuramos abordar fenômenos que ocorrem na vida diária das pessoas e explica-los usando princípios fí-
sicos conhecidos, em linguagem acessível a um leitor leigo ou iniciante no estudo da Física. [...] O objetivo
principal é mostrar que muitos eventos da vida cotidiana são facilmente explicados pela ciência, e que muitas
vezes utilizamos o resultado do pensamento científico sem sabê-lo.
Cremos que se pode estudar Mecânica com situações mais próximas da realidade experimentada por todos
nós:
Uma pessoa deve correr ou andar ao atravessar a rua debaixo de chuva sem guarda-chuva? Correndo, a
pessoa passa menos tempo na chuva, mas provavelmente encontra um número maior de gotas de chuva. A
resposta muda se um vento soprar as gotas de chuva na direção da pessoa ou na direção oposta?
Ao dirigir na chuva, que velocidade uma pessoa deve manter para minimizar a quantidade de água que cai no
para-brisa dianteiro e, assim, manter uma visibilidade razoável? (WALKER, 2015)
A Física é uma das ciências mais antigas e se propõe a compreender desde a escala micro atômica até a imen-
sidão e origem de todo o universo. Os princípios da Física permitem explicar uma gama enorme de fenômenos,
quer sejam do nosso cotidiano (Física Clássica) ou fenômenos que pensamos não fazerem parte da nossa
realidade (Física Quântica e Relativística).
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Assim, esse projeto justifica-se pela importância de mostrar ao estudante de nível médio que inicia seu apren-
dizado mais profundo nas ciências naturais que eles lidam diariamente com esses fenômenos quando, por
exemplo, assistem à televisão, utilizam o smartphone ou internet wi-fi, quando se deslocam de suas cidades
até o campus do IFPB para estudar, quando escutam música.
Aprender física é necessário, uma vez que ela é uma ciência da natureza. Para muitos estudantes aprender físi-
ca não é fácil, porém ela possibilita um grande enriquecimento nas mais variadas áreas, como na matemática
e na química. Então se deve procurar situações cotidianas que exemplifiquem ou justifiquem a importância do
estudo da Física.
O projeto tem por objetivo mostrar aos estudantes que existe relação entre a Física estudada em sala de aula
com a Física vivida fora dela. Serão aprofundados assuntos que auxiliem a explicar e entender de maneira mais
completa uma diversidade de fenômenos comuns aos estudantes, como a transmissão do sinal de TV, celular,
Internet, etc.
Paralelamente serão realizadas experiências no laboratório para que os conteúdos saiam da abstração e do
papel e tomem lugar na realidade concreta.
O primeiro ponto é a utilização de um documentário muito famoso sobre ciências apresentado na TV brasileira
entre os anos de 1994 e 2002, conhecido como O Mundo de Beakman:
Beakman’s World (O Mundo de Beakman no Brasil) foi um programa de televisão educativo estrelado pelo ator
americano Paul Zaloom no papel do Professor Beakman. O programa foi baseado na tira de jornal You Can with
Beakman and Jax, de Jok Church. No programa original de Beakman, eram lidas cartas de tele-espectadores
reais, dos EUA, porém com a tradução para português e exibição no Brasil foi utilizado nomes fictícios, o que
era o gancho para a realização de experiências (que ensinava como reproduzi-las em casa) e a abordagem
divertida de conceitos científicos. Ocasionalmente interpretava cientistas já falecidos, como Albert Einstein,
Isaac Newton, Bernoulli, Alexander Graham Bell, Charles Darwin e Benjamin Franklin. (WIKIPEDIA, 2019).
O documentário apresenta várias situações reais em que se pode aplicar conceitos físicos, bem como curiosi-
dades e experiências intrigantes e fáceis de serem reproduzidas.
Em cada encontro foi exibido um episódio e os temas discutidos foram aprofundados com estudos em casa de
maneira individual e depois em grupo. Quando reunidos em grupos também eram feitas algumas experiências
para mostrar o que fora estudado.
O segundo ponto foi baseado na bibliografia sugerida. Utilizamos dois livros da professora Regina Pinto de
Carvalho nos quais são apresentadas mais de 300 situações da Física fora da sala de aula e que trazem su-
gestões de experimentos simples, com uma didática bem acessível aos estudantes.
RESULTADOS. É possível destacar que obtivemos excelentes resultados visto que os estudantes pesquisaram
bastante sobre vários conteúdos de física, pesquisaram e estudaram experimentos clássicos que revoluciona-
ram o pensamento científico de suas épocas, bem como compreenderam que a física está presente nas mais
diversas situações do dia a dia de maneira que muitas vezes nem conseguimos imaginar.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS. A partir das análises, dos resultados e discussões, concluímos que o projeto foi
muito bem aceito pelos estudantes, que gostaram muito do tema e das discussões propostas, empenharam-se
dentro de seus limites para desenvolverem as atividades propostas. A maior conclusão que se pode destacar é
o desejo e a curiosidade dos estudantes pelo conhecimento e que se for explorado de maneira correta, com te-
mas interessantes e pertinentes à suas faixas etárias seremos capazes de desenvolver grandes pesquisadores.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB e ao CNPq pelo apoio e suporte financeiro destinados ao desen-
volvimento desse projeto.
Referências
CARVALHO, R. P. de. Física do dia a dia – 105 perguntas e respostas sobre física fora da sala de aula. Volume
1. 3. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.
CARVALHO, R. P. de. Física do dia a dia – + 104 perguntas e respostas sobre física fora da sala de aula... e uma
na sala de aula! Volume 2. 1. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
CHERMAN, A.; RAINHO, B. Por que as coisas caem? Uma história da gravidade. 1 Ed. Rio de Janeiro: Zahar,
2009.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física 1: Mecânica. 6 Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002.
WALKER, J. O circo voador da Física. 1. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.
Beakman’s World. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Bea-
kman%27s_World> Acesso em: 20 maio 2019.
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Assim, ao longo do século XX, com a descobertas de novas partículas, o campo da física das partículas ele-
mentares foi ganhando corpo e, mesmo que depois várias destas partículas tenham sido “rebaixadas” à ca-
tegoria de partículas compostas, criou-se um espécie de tabela periódica das partículas elementares – que a
partir das décadas de 60, 70 ganhou o status de modelo, Modelo Padrão das Partículas Elementares.
Hoje o MP apresenta dois grandes grupos de partículas: férmions e bósons. Os férmions se dividem em quarks
e léptons. Os bósons estão representados pelas partículas carregadoras de força.
No setor leptônico destaca-se a presença das partículas eletricamente carregada com carga negativa (elétron,
múon e tau) e também dos respectivos neutrinos, totalizando seis partículas. Os quarks também estão em
seis unidades (up, dowm, charm, strange, top e bottom), com destaque para o fato de possuírem carga elétrica
fracionária [1,2].
Os bósons carregadores de força do MP manifestam três das quatro interações fundamentais: força eletro-
magnética, força nuclear fraca e força forte. Apenas a força gravitacional não está contida no escopo do MP.
Contudo a maior predição teórica do MP, a existência de uma partícula capaz de fornecer massa às outras, o
chamado bóson de Higgs, ficou sem resposta por quase 50 anos, até sua descoberta, em 2012, no LHC (Gran-
de Colisor de Hádrons, em português).
Paralelamente à história do bóson de Higgs, os neutrinos formam a outra parte intrigante na história da física
de partículas. Estas partículas sem carga elétrica, e de massa extremamente pequena, por isso chamados neu-
trinos, foram descobertos na metade do século XX, contudo a mais fascinante de suas características ainda
estava por vir, uma vez que suas três espécies (“sabores”) existentes “transmutam” entre si durante a viagem
entre a fonte e o detector, num fenômeno conhecido como “oscilação de sabores dos neutrinos”, descoberto
apenas no final do século [3,4].
Neste trabalho vamos fazer um tour pelo conteúdo das partículas do MP, evidenciando suas principais proprie-
dades, bem como o tipo de interação entre elas. As principais questões abordadas são em relação à origem
das massas das partículas. Em especial, como o bóson de Higgs adquire sua massa e é capaz de fornecer
massa para as outras partículas. Em relação aos neutrinos, estudamos uma alternativa a obtenção de massa,
visto que estas partículas não interagem com o Higgs.
MATERIAIS E MÉTODOS. Para o desenvolvimento deste trabalho foram realizadas reuniões semanais do nos-
so grupo de trabalho, GeaFís (Grupo de Estudos Avançados em Física), uma das ações do NPEF (Núcleo de
Pesquisa e Ensino de Física) do IFPB – Campus João Pessoa. Nestas reuniões, a leitura de artigos científicos
e livros de revisão do assunto é sempre realizada, bem como a prática de resolução de alguns problemas. Por
fim, obtenção de resultados numéricos e gráficos foi feita utilizando o software Mathematica.
RESULTADOS. A partir de uma abordagem atômica, conseguimos estudar propriedades dos quarks up e down
responsáveis pela estrutura nuclear do próton e nêutron. Ainda no escopo nuclear, abordamos o decaimento
beta e a origem dos neutrinos, completando assim a primeira coluna de férmions da tabela do Modelo Padrão,
a saber, (up, down, elétron e neutrino). A estabilidade do próton foi abordada, uma vez que trata-se de uma
partícula que não tem decaimento nuclear.
Do ponto de vista estrutural do modelo, reproduzimos os vértices das interações fundamentais em uma ana-
logia ao conceito de corrente elétrica, amplamente discutido no ensino médio, assim temos como explicar que
número quânticos se comportam como carga elétricas que “chegam e saem de um nó” como em um circuito
elétrico.
No setor de Higgs foi estudado foi estudado o cenário físico que se revelou quando da descoberta desta par-
tícula no LHC, isto é, a partir do valor descoberto para a massa, calculamos o valor esperado para a principal
constante de acoplamento, λ, do modelo padrão.
No que concerne aos neutrinos, uma proposta de extensão ao modelo capaz de acomodar os termos de mas-
sa é apresentada, contudo a implicação é a existência de outras partículas, também neutras, mas que teriam
massa de valores altíssimos, longe de qualquer verificação experimental, tornando essa alternativa não inte-
ressante sob o ponto de vista experimental.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Neste trabalho fizemos uma introdução à física das partículas elementares com
destaque na descoberta das partículas, desde o elétron no final do século XIX, até a descoberta do bóson
de Higgs no LHC, no início do século XXI. Foi interessante notar como é possível aplicar estes conteúdos aos
estudantes do ensino médio.
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No campo prático, os estudantes puderam fazer cálculos específicos sobre como determinar a massa das
partículas bóson de Higgs e neutrinos, em um exercício que não se encontra nos textos desse nível de ensino,
mas sempre em linguagem matemática acessível aos estudantes de iniciação.
PALAVRAS-CHAVE: Física das Partículas. Modelo Padrão. Bóson de Higgs. Ensino. Física.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao NPEF (Núcleo de Pesquisa e Ensino de Física) pelo apoio realizado du-
rante a realização deste trabalho.
Referências
[1] M. A. Moreira, Revista Brasileira de Ensino de Física 31, 1306 (2009).
[2] D. Griffiths, Introduction to Elementary Particles, John Wiley & Sons (1987).
[3] Gustavo do A. Valdiviesso e Marcelo M. Guzzo, Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 27, n. 4, p. 495 -
506, (2005).
[4] Super-Kamiokande, Y. Fukuda et al., Phys. Rev. Lett. 81, 1562, (1998).
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O projeto teve duração de um ano e nesse curto intervalo de tempo foram analisados diversas histórias de um
dos seus mais famosos livros: “O Homem que Calculava”. Através de suas histórias, Malba Tahan mostra como
Beremiz (personagem principal) resolve problemas matemáticos em diversas situações. O projeto é extrema-
mente recomendado para o nível de Ensino Médio uma vez que aborda assuntos como frações, proporções, ju-
ros, divisibilidade, lógica, aritmética, métodos de contagem, equações de 1º e 2º graus, equações diofantinas,
etc. Todos esses temas foram abordados de uma maneira lúdica, mostrando que a matemática encontra-se em
diversas situações cotidianas e que as soluções para seus problemas às vezes são muito inesperadas e exigem
o mais alto grau de criatividade em oposição à capacidade de fazer contas ou operar com muitos símbolos e
elementos matemáticos avançados.
A matemática quando analisada sob o ponto de vista formal, de conceitos e definições, sendo uma ciência exa-
ta, torna-se muito complexa. Não complexa no sentido de difícil, mas complexa, pois possui uma linguagem e
símbolos próprios que requerem grande atenção e disciplina para seu estudo e aprendizado. A prática diária
como professor, revela que muitos estudantes têm dificuldade, pois não relacionam os aspectos formais da
matemática com suas realidades e seus problemas cotidianos, não dão a devida atenção ao seu estudo e aca-
bam se desinteressando pelo seu aprendizado perdendo a oportunidade de conhecerem como a matemática
está inserida em todos os momentos de sua vida e como ela é capaz de aumentar a criatividade e raciocínio.
Assim, é preciso modificar a maneira de ensinar matemática, uma vez que se deve fazer com que os estudantes
sintam prazer e vontade de aprender. Por isso a importância da matemática através da resolução de proble-
mas, da criatividade, da curiosidade, de histórias, etc.
Atualmente, muitos recursos e novas metodologias são estudados e aplicados em sala de aula com o intuito de
modificar a situação da matemática no Brasil, que é de conhecimento geral, um país com péssimos rendimen-
tos em todos os testes e avaliações internacionais. O processo de adaptação ao ensino com novos métodos
é bastante delicado, uma vez que, sendo uma ciência exata, seus resultados não podem diferir em razão do
método utilizado.
A aprendizagem da matemática torna-se muito mais interessante através de aplicações práticas e da resolu-
ção de problemas vivenciados no dia a dia, em situações nas quais o estudante percebe a utilização daquilo
que foi ensinado. Dessa maneira, sente-se estimulado a aprender cada vez mais não apenas para conseguir
um bom resultado na prova da escola, mas porque ele percebeu que precisou daquilo e, assim, ele cria o gosto
pelo estudo. O conteúdo do Ensino Básico têm grande relevância e através de uma matemática recreativa,
pautada na resolução de problemas e contos é possível ter um aprendizado intenso e significativo, gerando
criatividade e prazer pelo estudo dessa ciência tão fascinante.
Malba Tahan em seu livro O Mundo Precisa de Ti, Professor (1966) escreve sobre a importância da educação:
“A educação e a instrução são conceitos profundamente distintos. A educação desenvolve as faculdades; a
instrução dá conhecimentos. A educação eleva a alma; a instrução provê o espírito. A educação faz homens;
a instrução faz sábios. A educação é o fim; a instrução é apenas um dos meios. A educação é, portanto, mais
alta, mais profunda e mais extensa do que a instrução.”
Malba Tahan sempre foi um ativista na defesa de uma matemática atrativa e menos algebrizada de maneira
que facilitasse uma maior compreensão e despertasse maior interesse pelo seu estudo. Em seu texto Antolo-
gia da matemática (1959) ele faz duras críticas aos professores que abusam da linguagem algébrica em de-
trimento das faculdades criativas e de raciocínio: “O professor de Matemática, quando é algebrista contumaz,
afasta-se por completo da realidade e parece inspirado pela preocupação constante de torturar seus alunos
com problemas absurdos, trabalhosos, ou com equações dificílimas, atulhadas de denominadores e com largo
sortimento de radicais, sem utilidade alguma.”
Sobre a formação do professor, Malba Tahan não privilegiava a formação técnica (específica da área) em lugar
da formação didática, mas colocava ambas no mesmo nível:
O professor, sendo antes de tudo um educador, deve agir sob constante impulso idealista. A ação do professor
imediatista deforma inteiramente a obra educacional.”
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MATERIAIS E MÉTODOS. O projeto foi pensado para será executado seguindo a proposta do professor Melo e
Souza (Malba Tahan): apresentar a matemática a partir de problemas intrigantes e curiosos, muitos dos quais
descritos em suas obras e para isso, a leitura das histórias era imprescindível. Os estudantes reuniam-se para
discutir os problemas apresentados e tentar resolvê-los, só então iriam avaliar e comparar suas respostas
com as respostas apresentadas no livro.
RESULTADOS. É possível destacar que obtivemos excelentes resultados visto que os estudantes pesquisaram
bastante sobre a vida e obra de Malba Tahna, compreenderam um pouco mais sobre o que é e como funciona
a tarefa de ensinar matemática, entenderam como houve mudanças no ensino da matemática ao longo do
tempo e se depararam com novas propostas pedagógicas, principalmente a resolução de problemas. Debru-
çaram-se sobre os problemas do livro “O Homem que Calculava”, que foi a base do projeto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A partir das análises, dos resultados e discussões, concluímos que o projeto foi
muito bem aceito pelos estudantes, que gostaram muito do tema e das discussões propostas, empenharam-se
dentro de seus limites para desenvolverem as atividades propostas. A maior conclusão que se pode destacar é
o desejo e a curiosidade dos estudantes pelo conhecimento e que se for explorado de maneira correta, com te-
mas interessantes e pertinentes à suas faixas etárias seremos capazes de desenvolver grandes pesquisadores.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB e ao CNPq pelo apoio e suporte financeiro destinados ao desen-
volvimento desse projeto.
Referências
TAHAN, M.; O Homem que Calculava. 40 Ed. Rio de Janeiro: Record, 1995
TAHAN, M.; O Mundo precisa de ti, Professor. 1 Ed. Rio de Janeiro: Vecchi, 1966
TAHAN, M.; Antologia da Matemática. 1 Ed. São Paulo: Saraiva, 1959
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Também é válido salientar que aulas práticas em laboratório permitem a criação de novos modelos meto-
dológico-educativos fundamentados no diálogo educador e educando. Dessa forma, há a necessidade do
desenvolvimento de instrumentos capazes de estimular a construção do saber e o desenvolvimento do poder
imaginativo-criativo de cada aluno (PEREIRA, 2010). Como conseqüência, os conteúdos aplicados na confec-
ção de instrumentos práticos como coleções didáticas fazem parte da construção de um aprendizado técnico
e científico que promovem não apenas o crescimento institucional como também o crescimento pessoal e
cultural do aluno.
A cada dia, cresce a necessidade de se explorar todos os aspectos práticos e educacionais dos instrumentos
didáticos, voltando o aluno a um mundo de descobertas além do horizonte tradicional de ensino empregado
em sala de aula. Neste contexto, torna-se indispensável que o educando entenda a potencialidade dos recur-
sos didáticos de uma coleção biológica (PEREIRA, 2010).
Segundo Cohen & Cressey (1969), Fonseca et al. (2002) e Zaher & Young (2003) diversos outros aspectos
sobre a importância de formar, manter e incrementar coleções biológicas também devem ser considerados
como: (i) um registro permanente da herança natural de uma região; (ii) base para aulas práticas e pes-
quisa em muitas disciplinas científicas; (iii) a preservação dos elementos para a comprovação de pesquisas
pregressas, possibilitando a verificação da validade da informação científica; (iv) uma fonte de informações
críticas para diversos campos da Ciência, como Biologia, Agricultura, Biologia Pesqueira, Conservação e Ma-
nejo de Recursos Naturais, Bioquímica, Biotecnologia, Ecologia, Epidemiologia, Evolução, Genética, Medicina,
Toxicologia, Legislação, etc. e (v) um recurso de grande valor didático, ao dar suporte a atividades de ensino
secundário, universitário e pós-graduação, bem como apoio a programas de educação ambiental, auxiliando
a promover a conscientização do público para as questões ambientais e de preservação da biodiversidade.
Outro aspecto importante da coleção didática é a exposição do discente a fauna local de sua região, já que
muitos dos materiais biológicos expostos nos livros didáticos das escolas brasileiras são baseados em mo-
delos de materiais biológicos de outros estados, ou mesmo de outros países, portanto, desconectados da
realidade do estudante (Fonseca et al. 2002).
Assim, o presente trabalho objetivou preservar e identificar invertebrados marinhos e terrestres coletados em
projetos desenvolvidos no IFPB Cabedelo e preparar o material didático teórico-prático da coleção didática
de invertebrados para serem utilizados pelos alunos dos Cursos Técnico Integrado, Técnico Subsequente e
Superior do IFPB Cabedelo.
MATERIAL E MÉTODOS. Para o IFPB Cabedelo, a coleção didática vem se configurando em uma excelente fer-
ramenta didática e de pesquisa, pois desde a sua criação até o presente momento, a mesma se tornou o prin-
cipal destino do material biológico coletado nos projetos de pesquisa do Campus de Cabedelo, acreditamos
portanto, que as coleções biológicas neontológicas, sejam elas didáticas ou científicas, representam o destino
final mais adequado para o material biológico utilizado como fontes de informação científica em projetos de
pesquisa, nesse contexto, este trabalho visou, através da montagem de uma coleção didática, maximizar a
utilização do material biológico contido como acervo científico em nosso campus, através da identificação,
preservação e utilização do material biológico como instrumento didático.
O projeto teve início em agosto de 2018 e foi finalizado em agosto de 2019. O mesmo contou com análise e
identificação de invertebrados marinhos e terrestre e com a sua devida montagem em coleções secas, como
é o caso das caixas entomológicas, e coleções molhadas, em que os indivíduos são preservados em potes
de vidro com formol ou álcool. Ambas as coleções (secas e molhadas) contam com a devida identificação do
indivíduo trabalho, com o intuito de organizar e facilitar o uso daquelas coleções por professores, alunos e/ou
pesquisadores da área. Todos os espécimes foram identificados até o menor nível taxonômico possível com o
auxílio de livros e chaves taxonômicas.
RESULTADOS. Como benefícios das ações do projeto, podemos citar a melhoria estrutural do acervo de in-
vertebrados já presentes na coleção didáticas do campus, com a identificação específica dos espécimes e a
revisão e substituição do líquido de preservação contido nos frascos. Além disso, novos exemplares de outros
projetos foram doados para o acervo, necessitando de identificação e sua devida preservação.
Dentro da coleção podemos encontrar caixas entomológicas de Lepdopteras (popularmente conhecidas como
borboletas), insetos e aracnídeos. Na coleção molhada, podemos encontrar alguns filos: exemplares de equi-
nodermos, poliquetas, além de uma grande diversidade de artrópodes, terrestres e aquáticos. Na coleção tam-
bém é possível encontrar, além de invertebrados, macroalgas de espécies encontradas no litoral paraibano.
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Outra contribuição do projeto foi para os alunos atuantes, uma vez que foram introduzidos nas práticas la-
boratoriais e na redação científica para divulgação e disponibilização dos resultados das identificações dos
invertebrados.
e montagem de coleções biológicas didáticas, fundamentais para determinadas disciplinas dos cursos inte-
grados, subseqüente e superior do IFPB campus Cabedelo.
AGRADECIMENTOS: Deixamos nossos sinceros agradecimentos aos alunos participantes de projetos no IFPB
campus Cabedelo, os quais coletaram muitas das espécies contidas nas coleções biológicas, bem como aos
professores participantes desses projetos, como também aos que doaram itens para a coleção.
Referências
BRANDÃO, C.R.F.; KURY, A.; MAGALHÃES, C.; MIELKE, O. Coleções Zoológicas do Brasil. 1998.
COHEN, D.M. & CRESSEY, R.F. (Eds.) Natural History Collections. Past. Present. Future. Proc. Biol. Soc. Wash.
vol. 82, p. 559-762, 1969.
FONSECA, C.R. V. DA; SALEM, J.I.; WEIGEL, P. Bioacervos em Instituições da Amazônia. 2002.
PEREIRA, M. L. A Arte de Ensinar/Aprender Ciências Naturais: inovação lúdico-criativa. In: ABÍLIO, F. J. P. (Org.)
Educação Ambiental e Ensino de Ciências. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2010. p. 83-101.
ZAHER, H.; YOUNG, P.S. As coleções zoológicas brasileiras: panorama e desafios. Ciência e Cultura, vol. 55,
n.3, p. 24-26, 2003.
3º SIMPIF
A Educação Musical vem desenvolvendo trabalhos e pesquisas nos mais diversificados campos de atuação,
objetivando oportunizar as práticas musicais nos mais diferentes contextos da música (popular, religiosa,
clássica, contemporânea, entre outras). O foco está no desenvolvimento do conhecimento musical, com vistas
ao estabelecimento de oportunidades de estudo para todos. Atualmente, a Educação Musical vem atuando em
diversas áreas, uma delas é a Educação Especial. Esse campo de ensino é bastante amplo por conta da diver-
sidade de categorias existentes tais como: deficiências mentais, deficiências visuais, deficiências auditivas,
deficiências múltiplas etc.
A Educação Especial é uma área de conhecimento que tem como objetivo o desenvolvimento de práticas pe-
dagógicas direcionadas para alunos com necessidades específicas. O assunto está dentro de outra área mais
abrangente conhecida como Inclusão Social que é caracterizada pela luta dos grupos minoritários por seus
direitos na sociedade. O principal objetivo da Inclusão Social é a construção de uma escola democrática que
assegure os direitos às pessoas com necessidades educacionais específicas.
A Educação Inclusiva tem como marco atual a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994) – promulgada na
Espanha – que estabelece como princípio que as escolas regulares dos sistemas de ensino devem ser o lócus
da inclusão. Estas acolherão todas as crianças, independente de suas condições físicas, intelectuais, sociais,
emocionais e linguísticas.
A Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI 2016-2022) prevê a elaboração, pela Se-
cretaria de Desenvolvimento Tecnologia e Inovação (SETEC), de um Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e
Inovação em Ciências e Tecnologias Sociais que promova a inclusão social. Cabe ressaltar que:
Convêm destacar, ainda, que as Ciências e Tecnologias Sociais têm como objetivo “desenvolver e difundir
conhecimento e soluções criativas para a inclusão produtiva e social, a melhoria da qualidade de vida e o
exercício da cidadania” (ENCTI 2016-2022,p. 100). E dentre as suas estratégias associadas está o fomento à
P&D na área de Tecnologia Assistiva, voltada para pessoas com necessidades específicas.
Na Educação Musical Especial, em relação ao acesso à Musicografia Braille, um dos poucos projetos de-
senvolvidos no país para o melhoramento do acesso à grafia musical é Projeto Musibraille, desenvolvido na
Universidade de Brasília-UNB. Atividade que surgiu com a intenção de preparar pessoas que possam ensinar
música aos deficientes visuais. A Musicografia Braille é uma área do estudo da música que está focada em
prover o acesso de deficientes visuais e pessoas de visão reduzida ao material musical escrito em tinta através
do sistema de grafia braille. Toda partitura pode ser escrita com os 63 símbolos Braille, indicando inúmeros
detalhes das partituras escritas com tinta. Apesar disso, há pouco material e softwares que possibilitem o tra-
balho nesta área. Muitas vezes este fato é agravado pela falta de experiência dos professores de música para
lecionar aos deficientes visuais alegando que é impossível passar o conteúdo das partituras, efetivamente.
Isso dificulta a inclusão de músicos deficientes nas escolas e faculdades de música. As partituras em Braille
proporcionam autonomia e independência, abrindo ainda novas possibilidades de trabalho. O uso de software
específico proporciona ao músico deficiente a possibilidade de escrever suas próprias composições e ainda
imprimi-las em tinta.
Existe um número significativo na produção de materiais didáticos direcionados para o ensino mais efetivo e
abrangente da música. Apesar de haver esse conjunto de métodos e materiais didáticos de educação musical
produzidos no Brasil, percebe-se uma necessidade de aumentar a produção de material na área da educação
especial, especificamente, na educação de pessoas com deficiência visual. De acordo com Tomé (2003) a edu-
cação de deficientes musicais no Brasil surgiu no século XX, em regime de internato, tendo a música como um
dos componentes curriculares e como oportunidade de trabalho para os deficientes visuais.
Tendo em vista a importância e benefícios que a música é capaz de proporcionar na formação humana, o foco
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principal dessa pesquisa é dar apoio na área da Musicografia Braille, produzindo partituras e auxiliando no
processo de aprendizagem musical dos deficientes visuais, como também na capacitação de professores.
MATERIAIS E MÉTODOS. Durante os meses de abril e maio de 2018 a equipe envolvida no projeto esteve
empenhada em pesquisar o material disponível sobre Musicografia Braille, com o objetivo de conhecer as
possíveis carências e, assim planejar como poderia contribuir de forma mais efetiva na produção, não só de
partituras, mas, também, de apostilas sobre Teoria Musical. Para tanto, foram realizados 02 (dois) encontros
semanais, com duração de 03 (três) horas cada encontro.
Nos meses de junho a novembro, o plano de ação esteve voltado para a produção de partituras em braille, sen-
do utilizados neste processo computadores com os programas Musibraille e Braille Fácil, que tornam possível
a elaboração desse material, além de uma impressora braille. Paralelo a essa etapa da pesquisa, foi ministrado
um curso sobre como operar o software Musibraille. Essa capacitação ocorreu no IFPB – Campus João Pessoa,
com o objetivo de capacitar estudantes e professores e interessados a utilizarem esta ferramenta.
Entre os meses de outubro a dezembro, seriam ministradas aulas de teclado aos alunos do Instituto dos Ce-
gos, utilizando todo o material de partituras produzido durante a pesquisa mas por motivo de força maior não
foi possível a realização dessa etapa.
No primeiro semestre de 2019, com a entrada de estudante cego na área de violão do Curso Técnico, houve a
necessidade de capacitação do docente responsável pela área acerca dos softwares já mencionados, ampliado
as possibilidades de atendimento de demandas específicas no campus João Pessoa do IFPB. Foram produzi-
das partituras em braille do Método de Iniciação ao Violão, de Henrique Pinto (PINTO, 1996), além de arranjos
autorais de canções populares para atender as demandas técnicas e pedagógicas do estudante.
RESULTADOS. Através da pesquisa foi possível elaborar a transcrição de um material de Teoria Musical e par-
tituras que foram/serão usadas com os alunos do segundo ano do Curso Técnico em Instrumento Musical,
isto foi de fundamental importância para o crescimento musical dos alunos com deficiência visual, tendo em
vista que essa é uma importante iniciativa para proporcionar acessibilidade aos conhecimentos musicais a
esse público específico. Houve, no âmbito das transcrições para violão, dificuldades pontuais na conversão
das partituras em tinta para o braille, uma vez que as características idiomáticas e idiossincráticas da técnica
e escrita violonística comporta diversas abordagens para a realização de tal processo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O projeto tem se mostrado relevante no âmbito do Curso Técnico em Instrumento
Musical do IFPB – Campus João Pessoa, uma vez que esta é uma iniciativa pioneira no sentido da inclusão de
pessoas com deficiência visual no referido curso. Através do contato com o Instituo dos Cegos da Paraíba, em
versões anteriores deste projeto, o interesse pelo curso de música oferecido pelo IFPB tem aumentado por
parte das pessoas com deficiência visual, estimulando assim a motivação dos participantes do projeto Musico-
grafia Braille a prosseguir na transcrição e produção desses materiais. Dentre os resultados obtidos até aqui
se destaca a transcrição do primeiro modulo do livro “Aprenda a Tocar Órgão e Teclado”, de Cristine Prado.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB/campus João Pessoa, pelo apoio dado a equipe que tem desenvol-
vido o trabalho de Musicografia Braille, também gostaríamos de agradecer a Coordenação de Assistência às
Pessoas com Necessidades Específicas - COAPNE, pelo seu empenho e parceria na realização deste Projeto.
Referências
BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: UNES-
3º SIMPIF
CO, 1994.
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PRADO, C. Aprenda a tocar órgão e teclado. São Paulo: Irmãos Vitale Editores Brasil, 1995.
PINTO, H. Iniciação ao violão. São Paulo: Ricordi Brasileira,1996.
TOMÉ,D. Introdução a musicografia braille. São Paulo: Global, 2003.
Sendo assim, este trabalho teve como objetivo a realização de experimentos abordando a fluorescência na
temática do modelo atômico de Bohr, pois, com base no exposto, fica claro que o uso da experimentação no
ensino de Química é uma ferramenta capaz de tornar essa disciplina atraente (SILVA et al., 2009).
MATERIAIS E MÉTODOS. A atividade foi realizada por um grupo de estudantes do Programa Despertando Vo-
cações para as Licenciaturas (PDVL) no laboratório de Química do Instituto Federal da Paraíba - campus João
Pessoa, com a participação de 30 estudantes do 1º ano de ensino médio da Escola Estadual Normal Anísio
Pereira Borges. A atividade teve duração de 40 minutos.
Para abordagem inicial do tema realizou-se uma apresentação em slides Power Point, com imagens, explican-
do os modelos atômicos, e imagens de onde existe o fenômeno da fluorescência no cotidiano.
A explanação foi baseada no fato de os elétrons possuírem valores definidos de energia. Isso quer dizer que no
estado fundamental os elétrons no átomo de determinado elemento possuem valores característicos. E para
existir uma transição eletrônica do elétron de uma camada de energia menor para uma camada de energia
maior, esses devem absorver uma quantidade de energia.
Num segundo momento, foi realizado um experimento utilizando uma câmara escura portátil com lâmpada
ultravioleta (UV). A aula experimental foi realizada através da análise ultravioleta. Assim sendo, uma câmara
escura com lâmpada UV portátil foi empregada, este dispositivo foi cedido pelo laboratório de Química do
IFPB. O experimento consistiu em colocar os materiais de testes, ( água tônica e uma cédula de dinheiro) den-
tro da caixa negra e sob a luz UV, para exemplificar o efeito da emissão da luz sobre os materiais em estudo, e
assim explicar o fenômeno da fluorescência.
RESULTADOS. Os alunos mostraram-se muito interessados quando foram informados que seria realizado um
experimento abordando o tema de fluorescência. Conseguimos motivar os alunos com nossa atividade, e a
motivação é capaz de despertar o interesse, a curiosidade, a atenção, sendo assim, uma estimulação para
todos. Nessa atividade podemos perceber que a aprendizagem se deu de forma eficiente com base no que diz
Santos (2008), ao afirmar que a aprendizagem ocorre quando os alunos se mantem motivados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O objetivo proposto foi alcançado através da identificação do despertar da motiva-
ção dos estudantes na participação na aula, principalmente ao se trabalhar um assunto envolvendo modelos
atômicos, de alto teor abstrato.
De modo geral, esta atividade também foi de extrema importância para os discentes do curso de Licenciatura
em Química, pois, mostrou que os temas considerados difíceis, podem ser melhor compreendidos quando
trazidos para o âmbito do concreto.
AGRADECIMENTOS: IFPB
Referências
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Disponivel em: http://www.eneq2016.ufsc.br/anais/resumos/R0834-1.pdf. Acesso em: 09/JULHO/2019.
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Acesso em: 20/JULHO/2019MACÊDO, J. A. B. Métodos laboratoriais de análises físico-químicas e microbioló-
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ponível em:http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc19/19-a12.pdf>. Acesso em: 20/JULHO/2019.
MATERIAIS E MÉTODOS. Para o desenvolvimento deste trabalho, foram realizadas pesquisas na historiogra-
fia referente ao golpe de 1964 a partir de um recorte transversal que abarcasse a ditadura sob o prisma da
educação. O método de pesquisa empregado remete inicialmente aos trabalhos de Veras (2012; 2018) que
utilizou a história sociocultural e a biografia de grupo como instrumento de investigação das transformações
e das permanências do ambiente educacional e político do Brasil em meados do século XX. Os trabalhos de
Bourdieu (2007; 2013) sobre educação e cultura marcaram significativamente estes estudos, sobretudo a
partir do conceito de “campo”, pensado, pois, como território sócio-histórico no qual os agentes se posicio-
nam, se munem de capital simbólico (conhecimento, prestígio, influência, posição, dentre outros recursos) e
se confrontam, isto é, inscrevem suas trajetórias individuais e coletivas na disputa pela hegemonia de produ-
ção e pelo reconhecimento dos seus pares. A pesquisa propriamente dita constituiu-se por cinco etapas com
o objetivo geral de investigar a história do movimento estudantil paraibano no contexto do golpe civil e militar
de 1964. A primeira etapa consistiu na formação em iniciação científica e histórica dos estudantes bolsistas
a partir da pesquisa bibliográfica. Este momento foi dedicado ao exame da historiografia sobre o movimento
estudantil e sobre o golpe civil e militar de 1964 e textos de cunho teórico, metodológico e técnico (CUNHA,
2007; VERAS, 2012; 2018; MULLER, 2016, NAPOLITANO, 2016). O trabalho de investigação científica prosse-
guiu em segundo lugar pela pesquisa da documentação produzida pela Comissão Nacional de Verdade (BRA-
SIL, 2014a; 2014b; 2014c) e pela Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória da Paraíba
(PARAÍBA, 2017). Compõem o referido acervo os relatórios destas Comissões, assim como os documentos
históricos disponibilizados de forma digital no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN). A terceira
etapa da pesquisa foi destinada ao exame do acervo de jornais da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional,
cujo portal de periódicos nacionais oferece vasto acesso, pela internet, à coletânea de jornais, revistas, anuá-
rios, boletins, publicações seriadas, etc. Numa quarta frente de atividades os documentos levantados foram
devidamente analisados com base nos pressupostos da história sociocultural e política. Por fim compôs a últi-
ma parte a construção dos resultados no que concernem aos dados sobre lideranças, organizações, posições
políticas e impactos do golpe de Estado.
RESULTADOS. Dentre os resultados obtidos que embasam a formulação do acervo historiográfico, encontram-
-se informações sobre: os levantamentos acerca das mudanças no sistema educacional universitário entre
o Estado Novo e o Golpe de 1964 influenciado por fatores socioculturais e econômicos; as disputas e redes
de sociabilidades no campo universitário e sociocultural; a desigualdade sociocultural marcante no campo
educacional apoiada num discurso de ascensão social mediante a conquista de um diploma universitário; a
resistência do movimento estudantil e a repressão do governo contra as organizações estudantis existentes, a
exemplo da União Nacional dos Estudantes a qual foi extinta pela Lei Suplicy de Lacerda (lei n° 4.464/64); a
criação da Lei Suplicy de Lacerda (lei n° 4.464/64) e do decreto Aragão (decreto-lei n° 288/67) como dispo-
sitivos para controlar e reprimir o movimento estudantil; os meios de resistência não armados do movimento
estudantil contra o sistema, através de bandeiras educacionais, culturais e artísticas; a expansão das univer-
sidades e manutenção das desigualdades e perseguições existentes; a utilização da “operação Limpeza” para
identificar e retirar os opositores das instituições; a arte e cultura sendo utilizados também como forma de
resistir ao regime e unir indivíduos, grupos e instituições de diferentes posições sociais; a adesão paraibana ao
golpe e retaliações da ditadura aos discentes, docentes e tecno-burocratas. Como resultado geral, ocorreu a
construção de três tabelas: a primeira com os nomes e o histórico de atuação de oito estudantes do movimen-
to estudantil da Paraíba no ano de 1964 a partir da leitura da tese de Ribeiro (2017); em seguida, a concepção
de uma tabela indicando sete locais utilizados para tortura no estado da paraíba; por último, a tabela sobre
três militantes camponeses, ambas alicerçadas na leitura dos relatórios da comissão nacional da verdade e do
relatório final da comissão estadual da verdade do estado da Paraíba.
inicialmente, com a perpetuação da memória histórica local e na colaboração para o desenvolvimento no meio
acadêmico.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba por fo-
mentar esta pesquisa por intermédio da Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação.
Referências
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CUNHA, Luiz Antônio. A Universidade reformanda: o golpe de 1964 e a modernização do ensino superior. 2ª
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MOTTA, Rodrigo Patto Sá. As universidades e o regime militar. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
MÜLLER, Angélica. O movimento estudantil na resistência à Ditadura Militar (1969 – 1979). Rio de Janeiro:
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PARAÍBA. Relatório Final: Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória do Estado da Paraíba.
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PERNAMBUCO. Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara: relatório final. V. I. Recife:
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POERNER, Arthur José. Poder Jovem: história da participação política de estudantes brasileiros. 5ª Ed. Rio de
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RIBEIRO, Luís Augusto de Mendonça. O educacional no discurso político: história e memória do movimento
estudantil da UFPB (1964-1969). Dissertação (Mestrado) – UFPB, João Pessoa, 2017.
VERAS, Dimas Brasileiro. Sociabilidades letradas no Recife: a revista Estudos Universitários (1962-1964).
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_____________________. Palácios Cariados: a elite universitária e a ditadura militar – o caso da Universidade
Federal de Pernambuco (1964-1975). Tese (Doutorado) – UFPE, 2018.
3º SIMPIF
Diante disso, o projeto surgiu na perspectiva de gerar um impacto, ou seja, uma espécie de choque de reali-
dade na perspectiva dos alunos em relação ao determinado assunto, buscando assim uma conscientização e
acima de tudo que os alunos pudessem ter o desejo de aplicar os conhecimentos obtidos durante a aplicação,
no decorrer de suas vidas sociais. Foi aplicado na Escola Estadual Prof Maria Geny de Sousa Timóteo locali-
zada na Cidade de João Pessoa-PB, Brasil, no bairro Tambiá, o objeto de estudo foi uma turma do 1° ano do
Ensino Médio.
Dentro dessa perspectiva encontram-se os resíduos sólidos (lixo), que quando não descartados corretamen-
te, geram problemas ambientais grandíssimos, que interferem totalmente na qualidade de vida da sociedade
como um todo. A abordagem desse conteúdo no ensino médio no Brasil, muitas vezes é feita de forma su-
perficial, e por consequência os discentes não dão a devida importância a esse assunto. É notório também
que existem falhas no processo de ensino como um todo, afinal o incentivo a um sistema ultrapassado ainda
é gigantesco, é necessário que os docentes também entendam as mudanças ocorridas na sociedade com o
passar dos anos. Na sociedade atual a tecnologia da informação tem grande peso em todas as áreas, e as in-
formações são infinitas e constantes no cotidiano de cada um dos discentes que se encontram em uma sala de
aula por exemplo. De acordo com Pierre Lèvy (1993), as tecnologias da inteligência “... reorganizam, de uma
forma ou de outra, a visão de mundo de seus usuários e modificam seus reflexos mentais. (...) Na medida em
que a informatização avança, certas funções são eliminadas, novas habilidades aparecem, a ecologia cognitiva
se transforma…”
Tendo em vista os fatos citados, é perceptível que a abordagem de uma forma geral no ensino deve ser dife-
rente, ela deve conter elementos que dinamizam e que sejam capazes de construir no aluno um conhecimento
real, que possa ser utilizado em seu cotidiano de forma significativa.
MATERIAIS E MÉTODOS. O presente trabalho é um tipo de pesquisa de um estudo de caso (MARTINS, 2008)
de natureza qualitativa, visto que pretende observar, registrar e analisar as diversas interações de um deter-
minado grupo com o ambiente e os recursos utilizados durante a realização da atividade.
O projeto foi desenvolvido e aplicado na Escola Estadual Prof Maria Geny de Sousa Timóteo localizada na Cida-
de de João Pessoa-PB, Brasil, no bairro Tambiá, o objeto de estudo foi uma turma do 1° ano do Ensino Médio
com um total de 22 alunos, porém presentes só se encontravam 10 alunos.
O assunto tratado foi sobre os lixões, com isso o primeiro contato com a turma foi uma breve conversa de
como iríamos trabalhar com eles, utilizou-se o método de questionários para sondagem de alguns tópicos de
conhecimentos, um aplicado no início e outro no final da aplicação.Dessa forma foi aplicado um questionário
inicial antes do assunto ser abordado, com objetivo de conhecer qual o nível de conhecimento dos discentes
sobre o assunto, e o segundo foi aplicado após a discussão sobre o tema, para analisar qual foi o ganho infor-
macional obtido através da aplicação
Conforme o assunto ia sendo abordado, foram apresentados alguns materiais que fazem parte do cotidiano
dos discentes, como garrafas PET, latas de alumínio,sacolas plásticas e pilhas para facilitar a associação do
assunto, com o dia a dia dos discentes. O intuito foi de mostrar aos alunos o quanto esses materiais são pre-
judiciais ao meio ambiente quando descartados de forma errada, e também de chamar atenção para o tempo
de decomposição de cada um deles na natureza, que no caso das latinhas de refrigerante, chega a ser de 500
anos por exemplo.
Houve também uma discussão aberta sobre o assunto, que também auxiliou no processo de sondagem e
captação de dados avaliativos mediante aos alunos. Após isso os alunos responderam o segundo questionário
(questionário final) para encerrar a abordagem.
RESULTADOS. Através da aplicação, nota-se que dos 10 alunos presentes em sala de aula, todos eles já
ouviram falar sobre o assunto em que foi abordado, lixo e a educação ambiental, até porque a expressão
“Educação Ambiental” (E.A) é recorrente desde os anos 70, sobretudo quando surge a preocupação com
a problemática ambiental. De acordo com os questionários e durante conversas, foi levantado que nenhum
deles fazem práticas que possam ajudar a vida ambiental, como por exemplo uma coleta seletiva de lixo, ou o
descarte correto de lixos eletroeletrônicos, nem sabiam o tempo de decomposição das matérias primas mais
utilizadas por eles, que no caso era o papel, plástico, alumínio, vidro e eletrônicos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Por fim, foi observado que assuntos dessa natureza são sim abordados no ensino
médio, porém de forma superficial. Pois os alunos relataram que já tinham ouvido falar em assuntos que
envolvem os resíduos sólidos, porém nunca tinham entendido qual era a real importância de uma coleta se-
letiva, ou até mesmo a construção de um aterro sanitário. Portanto é necessário que ocorra uma abordagem
mais concreta e mais atenciosa sobre este determinado conteúdo, para que os alunos consigam enxergar a
3º SIMPIF
necessidade de processos que otimizem esses impactos, como por exemplo, a coleta seletiva do lixo urbano.
Podendo assim concluir que a Educação Ambiental não é desenvolvida como deveria, pois não há efetiva-
mente práticas que possam envolver os alunos com a questão em destaque, diante disso e após a análise de
dados foi proposto para os alunos realizarem um trabalho em equipe, juntamente com o grupo de aplicação,
para desenvolver na escola latões de lixo, com suas determinadas cores e classificações, pois na escola não
apresenta coleta seletiva.Assim podendo ajudar no hábito sustentável e conscientizador, porém o trabalho
proposto ainda está em fase de construção.
Referências
Art. 2 da Lei da Educação Ambiental - Lei 9795/99, disponível em, https://www.jusbrasil.com.br/topi-
cos/11751060/artigo-2-da-lei-n-9795-de-27-de-abril-de-1999;
Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias / Secretaria de Educação Básica. – Brasília : Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. 135 p. (Orientações curriculares para o ensino médio ; volume 2);
MARTINS, G. de A. Estudo de caso. São Paulo: Atlas, 2008
3º SIMPIF
RESULTADOS. Foi encontrado um total de 54 referências voltadas diretamente para a área de Biologia. A partir
da análise do formato dos jogos de Biologia, obtivemos que 85% dos jogos analisados no referencial biblio-
gráfico possuíam o formato físico, especificadamente, na forma de tabuleiros. A menor parcela (20,3%) dos
jogos analisados correspondeu ao formato digital, incluindo jogos para computador e celular. Ressaltamos
ainda, que alguns jogos estavam disponíveis tanto no formato físico como digital. Quanto ao estilo dos jogos, a
maior porcentagem (33%) correspondeu aos jogos classificados como “mistos” que incluíram jogos que pos-
suíam mais de um estilo, seguido desse, tivemos o estilo “quiz” (30%). Em relação à quantidade de jogadores,
observamos que 87% dos jogos analisados foram elaborados para mais de um jogador (Multiplayer). Quanto
à disponibilidade, classificamos os jogos em disponíveis, quando tinham informações no artigo que permitiam
o acesso ao jogo, e também classificamos em gratuito quando não era necessário o pagamento de licença
para o uso do jogo, e pago quando o pagamento era necessário. Nossos resultados evidenciaram que em
87% das referências analisadas, os jogos estavam disponíveis e eram gratuitos. Em relação à característica de
desenvolvimento dos jogos, obtivemos: os jogos originais (81%), aqueles criados ou organizados para uma
determinada finalidade. No caso de nossa pesquisa, são aqueles que foram elaborados para auxiliar no ensino
de biologia. Encontramos também jogos modificados (MODs) que apareceram em 15% de nossa pesquisa,
MODs são modificações no conteúdo de um jogo, desde pequenas alterações como textura de um objeto até
conteúdos exclusivos. Eles costumam ser feitos com base em um jogo pré-existente, usando todas as funcio-
nalidades desse jogo para criar novas possibilidades aos seus jogadores. Além dos jogos modificados, encon-
tramos os jogos não modificados, aqueles criados com outro objetivo, mas que também podem ser utilizado
como recursos pedagógicos no ensino de biologia, sendo assim, a aplicação do jogo nativo (desenvolvido
e distribuído pela própria empresa do game) na sala de aula. Nas referências analisadas, observamos uma
diversidade de conteúdos de biologia abordados em jogos, sendo que o conteúdo que mais se destacou foi
Citologia com 19 jogos, seguido do conteúdo de Genética com 10 jogos encontrados nos artigos analisados.
Os jogos encontrados nos artigos pesquisados podem ser trabalhados nos três anos do ensino médio. Alguns
conteúdos corresponderam a temas relacionados à saúde, como por exemplo, doenças sexualmente trans-
missíveis, os quais podem ser trabalhados nos três anos, já que se trata de um tema transversal. No entanto,
outros conteúdos de Biologia (exemplo: Botânica, Citologia, Zoologia, Genética, entre outros) são abordados
em séries específicas, como recomendado nos Parâmetros Curriculares Nacionais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Esta breve revisão bibliográfica sobre jogos utilizados como recurso didático no
ensino de Biologia evidenciou uma diversidade de jogos com características, estilos, formatos e conteúdos
abordados, os quais a maioria estão disponíveis gratuitamente aos professores e podem ser utilizados para
auxiliar no ensino-aprendizagem desta disciplina. Conteúdos de Biologia, tais como genética, citologia, bo-
tânica, fisiologia, os quais muitas vezes possuem um nível de detalhes elevado, podem ser trabalhados em
sala de aula, de forma mais prática com auxílio de jogos, como observado nas várias referências analisadas
nesta pesquisa. Visto que os jogos podem produzir uma dinamicidade diferente em sala de aula, motivando
os estudantes a compreenderem os conteúdos ensinados e também estimulando outras habilidades no pro-
3º SIMPIF
cesso de ensino aprendizagem. Portanto o uso de jogos no ensino da disciplina biologia pode ser um recurso
didático interessante para o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes. Entretanto, ressaltamos que
o uso de jogos como recurso didático no ensino de biologia também deve ser uma ferramenta em avaliação
pelo professor, a fim de verificar sua eficiência no processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos. Assim
torna-se importante que pesquisas que avaliem a eficiência no uso de jogos em sala de aula sejam estimuladas
e desenvolvidas.
Referências
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3º SIMPIF
Este programa foi recebido no Instituto Federal da Paraíba – Campus Cabedelo (IFPB), no curso de licenciatu-
ra de Ciências Biológicas, caracterizando dessa forma o Pibid subprojeto Biologia. Este engloba três escolas-
-campo (IFPB- Campus Cabedelo, Rosa Figueiredo e Aníbal Moura), cada escola com um professor supervisor
e um grupo de licenciandos, contando ainda com o coordenador de área e o coordenador institucional. O IFPB
– Campus Cabedelo foi uma das escolas-campo a executar o programa, sendo esta a instituição de ensino da
autoria do presente trabalho.
Partindo disto, sabendo que o ensino de Biologia deve oferecer aos estudantes a capacidade de desenvolver
e/ou despertar a curiosidade por algo inexplorado, criando hipóteses e as testando, conduzindo os alunos a
um pensamento crítico (HAYASHI et al., 2006), com base em atividades experimentais, as pibidianas minis-
traram uma oficina sobre terrários fechados para os alunos e servidores da instituição durante a Semana do
Meio Ambiente.
O terrário fechado é um modelo didático de um miniecossistema autossustentável. Este ecossistema pode de-
senvolver-se por meses ou até anos em ambiente fechado. O modelo permite a visualização do ciclo da água,
tão presente em nosso dia-a-dia-, bem como a observação de tipos de solo, plantas e animais. O terrário ainda
favorece o manuseio e mobilidade pelos alunos (ALBUQUERQUE, FORTES; SCHIMPL, 2011). Dessa forma, a
oficina ministrada teve como objetivo proporcionar uma prática ativa para aos participantes da oficina, apro-
veitando conhecimentos prévios sobre Ecologia e Botânica, além de trabalhar o letramento científico como
discutido no estudo de Afonso (2002), no qual é um dos objetivos do Pibid IFPB subprojeto Biologia.
MATERIAIS E MÉTODOS. No dia 05 de maio comemora-se o dia Mundial do Meio Ambiente. O IFPB campus
Cabedelo anualmente propõe a execução da Semana do Meio Ambiente, evento que envolve a comunidade
interna do campus. No atual ano de 2019, a temática trabalhada foi sustentabilidade no cotidiano.
Buscando contribuir para o desenvolvimento do evento, as pibidianas da escola-campo IFPB realizaram uma
oficina para a produção de terrários fechados. A oficina contou com a participação de 25 pessoas, entre eles
alunos e servidores do campus.
O desenvolvimento da oficina contou com uma parte teórica, falando sobre o seu surgimento, importância,
materiais necessários, como a planta pode sobreviver em um ambiente fechado e como produzi-lo. Foram
construídos terrários, colocando em prática a teoria da oficina. Por fim, as oficineiras proporcionaram um
momento para sanar dúvidas sobre o material produzido. Cada participante da oficina pôde levar para casa o
terrário que produziu, podendo acompanhar o desenvolvimento da planta.
RESULTADOS. A oficina trabalhou conteúdos de ecologia, como o ciclo da água que acontece em nosso pla-
neta, facilitando a visualização do aluno. Também foi possível trabalhar conteúdos de botânica, como classi-
ficação das plantas e adaptação das espécies, explicando quais resistiriam ao ambiente do terrário fechado
(espécies resistentes ao clima quente e úmido), além do entendimento da sobrevivência dos vegetais através
da fotossíntese que também acontece naquele miniecossistema.
A oficina foi de extrema importância para as pibidianas oficineiras, uma vez que as mesmas puderam ter con-
tato com os alunos, instruindo-os em algo que a maioria afirmou não conhecer até então ou conhecer apenas
de forma teórica. Os alunos e servidores mostraram-se bastante participativos ao responderem questiona-
mentos levantados e também ao questionarem para sanar suas dúvidas.
O produto da oficina foi o terrário fechado, que cada participante confeccionou e pôde levar para casa, com
o intuito de observar o desenvolvimento das espécies vegetais colocadas naquele miniecossistema. A possi-
bilidade de cada pessoa poder levar o seu terrário é de grande valia para que os mesmos possam ter essa
realidade aproximada do ciclo da água e dos ecossistemas.
A oficina de produção de terrários fechados foi uma forma de introduzir o contexto da Semana do Meio Am-
biente de forma prática no cotidiano dos participantes. A metodologia mostrou-se muito útil na área da edu-
cação por se tratar de uma metodologia capaz de fazer com que o aluno participe ativamente da sua constru-
ção, utilizando informações e reflexões, trabalhando significados e vivências relacionadas ao tema discutido
(AFONSO, 2002).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A oficina mostrou-se importante para o contato prévio com a prática docente por
parte das pibidianas oficineiras, bem como fomentou a participação ativa dos alunos, além de utilizar-se do
letramento científico para contextualizar o conteúdo da oficina ao cotidiano dos alunos fazendo assimilações
com a experiência do terrário fechado e os ecossistemas do planeta, discutindo sobre o ciclo da água, nu-
3º SIMPIF
trientes do solo e de que forma estamos envolvidos neste processo. Tal prática está diretamente ligada aos
objetivos do subprojeto Pibid IFPB Biologia, ou seja, contextualizando o conteúdo ministrado com o cotidiano
dos participantes. Acreditamos que a proposta da oficina cumpriu com o tema da Semana do Meio Ambiente
(sustentabilidade no cotidiano), gerando um produto que é um miniecossistema que estará se desenvolvendo
perto daquele determinado participante da oficina.
PALAVRAS-CHAVE: Terrários fechados. Oficina. Semana do Meio Ambiente. Pibid. Formação de professores.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB pela oportunidade que nos foi concedia para a ministração da ofi-
cina, bem como aos alunos e servidores que participaram ativamente na construção dos terrários.
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3º SIMPIF
Até aqui nós dissemos de onde vêm os neutrinos, mas afinal que são essas partículas fascinante, abundantes
e interessantes? Segundo a proposta inicial, neutrinos são produzidos no processo de desintegração nuclear,
quando um nêutron se “transforma” em um próton mais um elétron. No entanto, essa reação apresentava um
déficit de energia – o problema da energia faltante – e, numa aposta ousada, Pauli postulou a necessidade da
existência de uma partícula para carregar a energia que não se observava. Estava assim lançado outro pro-
blema, pois, para resolver o problema da energia faltante, Pauli acabara de propor a busca por essa partícula
que só foi detectada em 1956[3].
Além do neutrino associado ao elétron, o neutrino eletrônico νe, existem outros dois neutrinos leves asso-
ciados às partículas eletricamente carregadas (os chamados léptons) múon e tau - o neutrino do múon (ou
muônico, νµ) e neutrino do tau, (tauônico, ντ). Assim como o múon e tau são partículas que apresentam
propriedades semelhantes àquelas dos elétrons, a exceção das massa que são maiores, o neutrinos muônicos
e tauônicos apresentam propriedades semelhantes (carga elétrica, spin, número quântico leptônico), porém
valores mais elevados de massa. A essa estrutura composta por três léptons carregados (elétron, múon e tau)
e seus respectivos neutrinos damos o nome de famílias ou sabores leptônicos.
Nesse contexto apresentamos o fato mais intrigante no comportamento destas partículas: o fenômeno da
oscilação quântica dos sabores quando, durante sua viagem entre a fonte e o detector, por exemplo entre o
Sol e à Terra, os neutrinos inicialmente em um sabor (digamos do elétron) se transmutam a outro sabor (no
caso do múon ou do tau).
Curiosamente o fenômeno da oscilação também foi postulado para explicar um déficit – desta vez o número
de neutrinos observados na Terra era sempre menor que o valor teórico predito pela modelo padrão das par-
tículas elementares. Assim foi postulada a existência de um fenômeno de oscilação entre os sabores e quando
observada pela primeira vez em 1998[4] trouxe consigo a confirmação de que essas partículas possuem mas-
sas que são cerca de cinco ordens de grandeza menores que a massa do lépton eletricamente carregado mais
leve, que é o elétron.
Neste trabalho nós fizemos uma viagem através da história dos neutrinos, desde a concepção da ideia de sua
existência, da descoberta dessas partículas, até o fenômeno da oscilação de sabores quânticos que confirmou
a existência de uma massa não nula para estas fascinantes partículas. Em paralelo aos fatos históricos, tam-
bém estudamos a expressão matemática para calcular a probabilidade de oscilação de sabores, bem como um
modelo capaz de fornecer a massa para estas partículas.
MATERIAIS E MÉTODOS. Para o desenvolvimento deste trabalho foram realizadas reuniões semanais do nos-
so grupo de trabalho, GeaFís (Grupo de Estudos Avançados em Física), uma das ações do NPEF (Núcleo de
Pesquisa e Ensino de Física) do IFPB – Campus João Pessoa. Nestas reuniões, a leitura de artigos científicos
e livros de revisão do assunto é sempre realizada, bem como a prática de resolução de alguns problemas. Por
fim, obtenção de resultados numéricos e gráficos foi feita utilizando o software Mathematica.
RESULTADOS. Inicialmente através de uma abordagem histórica estudamos a necessidade de existência dos
neutrinos como partículas que carregam a energia faltante no decaimento beta (um nêutron que se trans-
forma em próton e elétron). Para tanto, obtivemos uma equação para a conservação da energia envolvendo
as partículas neste processo. Claramente nota-se que a expressão para a energia cinética do elétron emitido
no decaimento fornece um valor que a priori é constante, em desacordo com o espectro contínuo de energia
observado, contudo ao adicionar uma quarta partícula (o neutrino) a princípio de conservação de energia é
garantido.
O modelo padrão de física das partículas elementares foi estudado no que concerne sua composição de ma-
téria e conteúdo de partículas, em especial no setor de leptóns, com ênfase nos neutrinos e suas propriedade
como massa e carga elétrica.
A expressão para a probabilidade de oscilação de sabores, dependente da diferença do quadrado das massas
dos estados de neutrinos físicos, foi estudada para diferentes cenários de massa e ângulos de “mistura” entre
os neutrinos que se combinam durante a propagação. Em particular, o caso com dois neutrinos foi estudado
em detalhes, pois, além de mais simples, apresenta ótima aproximação. Para a oscilação de neutrinos at-
mosféricos, temos a transição de νµ para ντ, uma vez que efetivamente os neutrinos elétrons não contribuem
nesse processo. Por fim, consideramos um cenário com neutrinos solares, numa transição de dois nível, agora
entre νe para νx, visto que o próprio estado final nesse caso, x, é uma superposição de dois estados. Em todos
os casos, a aproximação entre dois níveis se justifica pois o ângulo de mistura é baixo e dois estados (aqueles
3º SIMPIF
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Neste trabalho fizemos uma revisão da física de neutrinos com ênfase na proposta
de Pauli para garantir a conservação da energia no decaimento beta de um nêutron em próton e elétron. Com-
preendida a necessidade de uma nova partícula, estudamos suas propriedades física, em especial a massa e
carga elétrica, que permitiu aos estudantes verificar o princípio de conservação da energia.
A partir de análise de cenários com neutrinos solares, calculamos a probabilidade de transição do neutrino
do elétron nos outros estados. Nesse caso, a conclusão é que, embora seja uma aproximação ao caso real
que envolve os três auto-estados físicos, foi possível reproduzir com boa precisão os resultados envolvendo
os três sabores.
Ressalta-se ainda que o trabalho foi desenvolvido linguagem matemática acessível as estudantes de iniciação
que são alunas do ensino médio.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao NPEF (Núcleo de Pesquisa e Ensino de Física) pelo apoio realizado du-
rante a realização deste trabalho.
Referências
[1] N. Solomey, The Elusive Neutrino, Scientific American Library, New York, (1997).
[2] Gustavo do A. Valdiviesso e Marcelo M. Guzzo, Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 27, n. 4, p. 495 -
506, (2005).
[3] D. Griffiths, Introduction to Elementary Particles, John Wiley & Sons (1987).
[4] Super-Kamiokande, Y. Fukuda et al., Phys. Rev. Lett. 81, 1562, (1998).
3º SIMPIF
Leonardo Barboza da Costa política e justiça social, esses jovens possuem. Acredita-se que ao
[email protected] compreender esse universo é possível traçar um panorama sobre o
Instituto Federal da Paraíba – Campus Itaporanga
tipo de cidadania que está em jogo nesse processo.
As reflexões presentes neste artigo possuem caráter preliminar, pois são fruto de um projeto de pesquisa de
recorte mais amplo, ainda em andamento. Por isso mesmo, foram examinadas aqui, 10 das entrevistas realiza-
das em cada uma das séries escolares, sem discriminação de turno, num total de 40 entrevistas. Vale lembrar
que a média de alunos por série escolar é de 58 alunos. O intuito norteador dessa seleção foi o de garantir que
cada amostra contivesse alunos de diferentes perfis de renda familiar, sendo parte dos alunos representantes
das menores rendas da sua respectiva turma e outra parte das maiores rendas de cada série.
A pesquisa ainda em curso, teve seu início em julho e conta com o apoio de dois alunos bolsistas e dois vo-
luntários do projeto de pesquisa ao qual está vinculado, todos discentes do 2º ano (matutino e vespertino).
RESULTADOS. Grosso modo, os alunos possuem baixa renda. A maior parte dos pais dos alunos envolvidos
nesta pesquisa possuem ensino fundamental ou médio, situação educacional de 75 % dos pais e 73% das
mães.
A maioria dos alunos (20 discentes) afirmou que “talvez” sejam bem informados. 14 que “sim”, são bem infor-
mados, e apenas 6 contaram que não são. Quase todos os alunos, mais precisamente 92,5 %, relataram que
obtém suas informações a partir de sites de notícias e das redes sociais.
Quando a pergunta foi sobre quem é o atual governador da Paraíba, se considerarmos as respostas dos 40
entrevistados, apenas 52,5%, pouco mais da metade, sabe quem é o representante da mais alta função exe-
cutiva do Estado. Em relação aos senadores paraibanos o nível de desinformação é ainda mais alarmante.
Apenas 12,5 % dos discentes sabem informar o nome de um dos senadores do Estado. Observando-se as
respostas a esses dois questionamentos, não é possível perceber diferenças significativas em relação ao nível
de conhecimento dos alunos que estão mais avançados no curso.
Para tentar compreender o nível de interesse dos discentes sobre o campo da política, eles foram interrogados
se consideram que seus pais são envolvidos politicamente. A exceção dos discentes do 1º ano, cuja metade
respondeu que “sim”, os demais alunos ou responderam de forma negativa ou disseram que “talvez”.
Quando os discentes foram perguntados se já exerceram representação escolar, ou se tem interesse em fazê-
-la, é interessante perceber que entre os das séries iniciais, ainda que timidamente, foi mais presente o “sim”
ou mesmo o “não, mas tenho interesse”, enquanto que nas séries mais avançadas prevaleceu o “não e não te-
nho interesse”. Entretanto, quando considerados os dados gerais, 57, 5% dos alunos não só nunca exerceram
tal atividade, mas não demostraram interesse algum no processo, o que é ainda mais significativo.
Os alunos também foram questionados em relação a sua orientação política. O objetivo desse questionamento
foi verificar se ao menos eles mostram conhecimento a respeito da temática. Esperava-se que a grande con-
centração de respostas estivesse entre as opções de “direita” ou “esquerda”, que são terminologias ampla-
mente utilizadas no contexto atual. No entanto, 65 % dos alunos não souberam responder ou afirmaram não
ter qualquer predileção. Vale salientar que esse percentual não sofre alteração significativa entre os alunos
das diferentes séries escolares.
Quando o assunto foi como os alunos enxergam os principais problemas do país, a maior parte dos alunos
elencou a corrupção como sendo o grande problema nacional, o que já era esperado, dado a imensa veicula-
ção midiática de casos comprovados ou não de crimes de corrupção praticados por políticos brasileiros.
A fim de perceber como os alunos valoram a democracia, eles foram questionados sobre suas preferencias
entre regimes democráticos e regimes autoritários. Embora a maioria tenha concordado com a afirmação “a
democracia é sempre a melhor forma de governo” e discordado da frase “a ditadura é sempre a melhor forma
de governo”, existência de alunos que responderam algo diferente disso é preocupante. A conjectura de que a
democracia é a melhor forma de governo não deveria suscitar nenhuma resposta contrária nem nenhum tipo
de dúvida (11 “talvez” e 1 “não sei”).
42,5 % de todos os alunos entrevistados concordaram totalmente ou em partes com a afirmação de que as
urnas eleitorais são fraudadas. A desconfiança de instrumentos democráticos é perigosa, porque sugere a
ilegitimidade dos representantes eleitos e com isso os pressupostos base da própria democracia.
37,5% dos alunos concordam totalmente ou em partes que as greves e manifestações servem para gerar
discórdia entre a população e desordem social e 30% corroboram com a retirada dos manifestantes dos pré-
dios públicos sob força policial. Isso mostra que parte importante dos discentes não entende ou não aceita as
regras do jogo democrático nem a radicalização da participação política.
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No geral, não acredita-se que os anos de formação escolar produziram jovens com mais informações sobre
política, nem em seus aspectos mais corriqueiros (os nomes dos representantes), nem tampouco em relação
à indicação de uma orientação política.
Pelo que foi exposto, percebe-se que o valor democrático ainda não está completamente constituído entre
os alunos de nenhuma das séries escolares, pois não há apoio massivo e incondicional à democracia, mesmo
entre os discentes que já tiveram acesso a várias discussões em sala sobre tal assunto. Há que se considerar,
evidentemente, que a baixa escolaridade dos pais e seu baixo envolvimento político, conforme relatado pelos
próprios discentes, são elementos de entrave à constituição de alunos dispostos ao viver democrático, à par-
ticipação política.
Acredita-se que o processo de formação política escolar, no caso em questão, não tem sido um elemento de-
cisivo para a existência de jovens melhores informados sobre política e com maior disposição em participar
Referências
CARVALHO, José Murilo de. 2012. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 15ª ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira.
CREMONESE, Djalma. 2009. A difícil construção da cidadania no Brasil. Desenvolvimento em questão, Ed.
Unijuí, ano 4, n. 9, jan-jun., pp. 59-84.
FUKS, Mario. 2012. Atitudes, cognição e participação política: padrões de influência dos ambientes de socia-
lização sobre o perfil político dos jovens. Opinião Pública, v. 18, n. 1, pp 88-108.
TELLES, Vera da Silva. 1993. Pobreza e Cidadania: dilemas do Brasil contemporâneo. Salvador: Caderno CRH 19.
3º SIMPIF
O estudo do conteúdo de Soluções é de grande relevância, pois aproximadamente 90% das reações químicas
acontecem com os reagentes dissolvidos em algum líquido. Daí a importância de entendermos os conceitos
que envolvem soluções químicas e por intermédio do jogo Perfil Químico trabalhar as dificuldades apresenta-
das pelos alunos devido à falta relação entre os conceitos teóricos e prático.
MATERIAIS E MÉTODOS. Segundo Soares (2008), “no ensino de Química quando se propõe jogos e atividades
lúdicas, propõe-se uma forma de divertimento junto com a aprendizagem, para também quebrar aquela for-
malidade entre alunos e professores além de socializá-los e fazê-los construir conjuntamente o ensino”. O jogo
aplicado foi baseado no jogo de tabuleiro Perfil®, marca registrada da companhia de brinquedos Grow. Esse
jogo combina tabuleiro, cartas e dados e a capacidade de dedução dos jogadores. O tabuleiro do jogo original
foi parcialmente modificado para uma melhor jogabilidade.
Materiais
• 4 peões coloridos
• 12 fichas vermelhas
• 1 ficha amarela
• 5 fichas azuis
• 1 tabuleiro
Como jogar?
No modo de jogo do Perfil, quatro jogadores decidem jogando o dado quem começará o jogo. O participante
que obter no dado o maior valor passará a ser o mediador. Depois de escolhido, o mediador deve pegar a
primeira carta da pilha e dizer qual a sua categoria sobre o conteúdo de Soluções, colocando a ficha amarela
sobre a respectiva casa do tabuleiro. O jogador a esquerda do mediador escolhe um número de 1 a 12 e, em
seguida, coloca uma ficha vermelha sobre a casa no tabuleiro de mesmo número. O mediador lê em voz alta a
dica com o número escolhido pelo participante. Após a leitura da dica, o jogador que escolheu tem o direito de
dar um palpite sobre a identidade da cartela, dizendo em voz alta o que ele pensa estar retratado nela. Caso o
jogador não queira dar seu palpite, ele passa a vez ao jogador à sua esquerda. Se ao dar o palpite, o jogador
acertar, o mediador devolve a carta ao fim da pilha, avança os peões (veja o item pontuação) e retira as fichas
vermelhas que estiverem sobre o tabuleiro.
O jogador à esquerda, então, passa a ser o mediador. Se por acaso, o jogador errar o palpite e vez passa para
o próximo participante a esquerda, que fará o mesmo que o anterior, o mesmo escolherá um número de 1 a 12
(dentre os que ainda não foram escolhidos) colocará na respectiva casa numerada a ficha vermelha, receberá
a dica, dará um palpite, e assim por diante. Vence o jogo o primeiro jogador ou a primeira equipe que levar o
respectivo peão até o espaço marcado “FIM”.
Pontuação
Cada cartela do Perfil vale 12 pontos, que são distribuídos entre o mediador e o jogador que acerta o palpite.
O mediador recebe um ponto para cada dica revelada. O jogador que acertar o item da cartela com seu palpite
receberá um ponto para dica não revelada. Tanto o mediador quanto o jogador que acertar o palpite registra
seus pontos avançando seus peões o número de espaços igual ao número de pontos recebidos.
Depois de reveladas 11 dicas quaisquer da cartela, sem que o palpite certo seja dado, o próximo jogador deve-
rá pôr a última ficha vermelha sobre o número restante e ouvir a última dica. Nesse momento, já não importa
se esse jogador acertará ou não seu palpite, pois, o mediador terá marcado sozinho os 12 pontos (12 dicas
reveladas). Porém será preciso ler a última dica de qualquer modo, pois ela poderá ser uma instrução (veja o
item seguinte).
As instruções
De vez em quando, ao escolher um número, o jogador pode receber uma instrução em vez de uma dica. As
instruções são:
(I) Perca a sua vez: O jogador perde o direito de dar um palpite, e a jogada passa para o próximo jogador à
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sua esquerda.
(II) Avance (ou volte) “x” espaço(s): o peão do jogador avança (ou recua) o número de espaços mencionados,
mas não perde o direito de dar um palpite naquela jogada.
(III) Perca a sua vez: o jogador perde o direito de dar um palpite naquela jogada.
(IV) Um palpite a qualquer hora: o jogador recebe uma ficha azul, que lhe permite dar um palpite imediata-
mente antes da jogada de qualquer outro participante ao longo de todo o jogo
(V) Escolha um jogador para avançar (ou voltar) “x” espaço(s): a escolha é livre, e não é permitido escolher
a si mesmo.
RESULTADOS. Para a discussão dos resultados obtidos com a atividade, escolhemos os seguintes aspectos a
relação aluno-professor e o interesse dos discentes no jogo para avaliar a utilização da atividade lúdica. Com
o desenvolvimento da atividade lúdica, observamos uma aproximação da turma com o professor que esteve
presente em todas as etapas da aplicação, nos auxiliando na divisão das equipes e na montagem do tabuleiro.
Esses momentos possibilitaram a oportunidade de discussões acerca dos conceitos de soluções que seriam
propostos no jogo. Além de que, também, pode ser utilizado como um recurso avaliativo a partir do momento
em que o professor observa competências que foram desenvolvidas pelos discente na elaboração das estra-
tégias para resolver os problemas do jogo. Uma sugestão levantada pelos alunos foi a falta de exercícios de
resolução de cálculos nas cartas, uma vez que focamos mais na parte teórica do conteúdo.
A ideia da aplicação da atividade lúdica em vez de uma aula expositiva já despertou o interesse da turma, até
os que estavam mais dispersos nas regiões periféricas da sala de aula, participaram das etapas de execução
do jogo. A turma de trinta alunos foi dividida em quatro grupos, que variavam entre sete ou oito membros
cada, e seguiu conforme a descrição do item: Como Jogar mencionado anteriormente.
O jogo perfil Químico foi um recurso importante no aprimoramento do conteúdo ministrado e atingiu seu
objetivo durante sua aplicação demostrando a capacidade de dedução dos conceitos propostos aos partici-
pantes, bem como a intenção de debater o conteúdo proposto com uma abordagem divertida de fixação dos
conteúdos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A aplicação do projeto fez perceber que pequenas ações que fujam do padrão de
aula encontrados diariamente pelos alunos trazem resultados muito significantes. Contudo, é válido refletir
sobre as condições impostas pelo modelo de educação vigente no país, a medida que cobram conteúdos, não
oferecem meios para que esses objetivos sejam alcançados.
AGRADECIMENTOS: Aos professores M.a Maria das Graças N. de Medeiros e ao Dr. Anderson S. de M. Simões
(IFPB), pela colaboração e sugestões, à CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Supe-
rior) pelo financiamento e ao Programa Pibid (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência).
Referências
KISHIMOTO, T.M. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 1995.
MALDANER.O. A. A formação inicial e continuada de professores de química. Ijuí : Ed.UNIJUÍ, 2000.
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SOARES, M. Jogos para o ensino de química: teoria, métodos e aplicações. Guarapari-ES. Ex libris, 2008.
dos xampus e condicionadores, com o uso de um indicador alternativo feito à base de açaí, pois o açaí contém
antocianinas, substância que muda de coloração ao entrar em contato com substâncias ácidas ou básicas.
MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi desenvolvida por uma discente bolsista que faz parte do projeto per-
tencente ao curso de Licenciatura em Química do IFPB, Residência Pedagógica, a qual teve o acompanha-
mento da professora regente da turma do 1º ano do ensino técnico integrado ao médio de Informática, do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, localizado na cidade de João Pessoa. Foram
necessárias 2 (duas) aulas para aplicação das práxis, contendo 50 (cinquenta) minutos cada aula com trinta
e cinto (35) estudantes participantes. Para tal, foram aplicados além da prática experimental, uma Aula de
Revisão (AR), e um Questionário Final (QF), contendo 5 (cinco) questões cada. O estudo foi desenvolvido com
base em uma pesquisa qualitativa, incentivando a interação aluno-professor, norteando o rumo da pesquisa,
na qual uma abordagem qualitativa “trabalha com valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e opi-
niões. Ela aprofunda a complexidade de fenômenos, fatos e processos; passa pelo observável e vai além dele
ao estabelecer inferências e atribuir significados ao comportamento” (SILVA, 2010). No primeiro contato, foi
realizada uma revisão sobre o assunto de Funções Inorgânicas (ácidos, bases, sais e óxidos). Em seguida,
partimos para a parte experimental, utilizando béckers, espátulas, bastão de vidro, pHmetro portátil, fita de
pH, amostras de xampu e condicionador de marcas diferentes e o indicador natural de açaí. Através da prática
pôde-se observar que cada indicador tem a sua função e uso apropriado, verificando-se a inviabilidade da
medição de pH de soluções de produtos de uso doméstico coloridos com o uso de alguns indicadores, devido
a coloração próxima ao ponto de viragem.
RESULTADOS. A singularidade da parte experimental, com a utilização de materiais simples de fácil acesso
torna a proposta viável para escolas sem infraestrutura laboratorial, podendo ser realizada na própria sala
de aula. Além disso, a preparação da atividade é rápida, estimulando sua aplicação sem comprometimento
da carga horária de trabalho do professor que, geralmente, é bastante intensa. Foi feito um questionário de
avaliação (pós-experimento) que constavam perguntas sobre o experimento realizado em sala, como: “Por
que utilizamos o shampoo primeiro e em seguida passamos o condicionador no cabelo?”, “Por que depois
de adicionar o indicador de açaí o shampoo ficou com a coloração avermelhada e o condicionador ficou com
uma coloração verde?” e também, “Qual o instrumento mais eficaz para medir o pH?” e uma pergunta pessoal
englobando a satisfação do aluno quanto à experimentação. Todos souberam responder de forma correta as
perguntas abordadas no questionário, utilizando os conceitos explanados em sala, como também, associando
com seu cotidiano.
um papel de grande importância, envolvendo mudanças de comportamentos dos alunos, que deixaram de
ser ouvintes/observadores e passaram a ser questionadores/argumentativos, participando mais da aula e
dinamizando o ensino. Por último, também foi possível associar o conteúdo da disciplina com o cotidiano,
estimulando todos os envolvidos e despertando o interesse para a realização de outras aulas experimentais.
Referências
ABRAHAM, Leonardo Spagnol. Et al. Tratamentos estéticos e cuidados dos cabelos: uma visão médica (parte
2). Disponível em: <http://www.surgicalcosmetic.org.br/public/artigo/artigo.aspx?id=40.> Acesso em 07 set
2019.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacio-
nais: ensino médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 2000.
KÖHLER, Rita de Cassia Oliveira. A química da estética capilar como temática no ensino de química e na
capacitação dos profissionais da beleza. UFSM, 2011, 112F. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós –
Graduação. Universidade Federal de Santa Maria, 2011.
OLIVEIRA, Vicente Gomes. Cabelos: uma contextualização no ensino de química. UNICAMP, 2013, 11F. Sub-
projeto –Química. Pibid Unicamp, 2013.
SILVA, G. C. R. F. O Método Científico na Psicologia: Abordagem qualitativa e quantitativa, 2010. Disponível
em: <http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0539.pdf>. Acesso em: 12 set 2017.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. As análises foram feitas com base nos princípios teóricos, levando em considera-
ção princípios da Etnomatemática. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa e vem confirmar a
riqueza de saberes que tem o homem do campo e das feiras, cujo conhecimento é importante na resolução
dos problemas de sua comunidade ou grupo cultural. A pesquisa também se caracteriza pelo uso, enquanto
método, da História Oral, que permite o registro de testemunhos e acesso a “história dentro da história”. Para
o levantamento de dados, foram aplicados questionários a uma amostra aleatória de participantes da feira
e agricultores, procurando registrar uma análise sobre o perfil socioeconômico desses sujeitos. Bem como
entrevista semiestruturada aplicada a sujeitos históricos que fazem parte da feira e do campo há muitos anos.
RESULTADOS. Em síntese, esse estudo possibilita compreender que saberes matemáticos são produzidos em
situações de práticas sendo construídos de acordo com as necessidades e os interesses de grupos sociais,
de modo que, muitas vezes, são revelados por familiares em suas lembranças, nas alternativas de resolução
das situações do cotidiano que exigem habilidades para medir, classificar, ordenar, entre outras tarefas que
utilizam a matemática, além daquelas relacionadas à necessidade de subsistência na sociedade e no trabalho.
Partindo desse prisma, o trabalho contribui diretamente para o modo como é possível problematizar e perce-
ber os detalhes da experiência histórica através de memórias do homem do campo e como esses lidam com o
saber matemático nas suas práticas cotidianas. Sendo interessante observar como ele desenvolve saberes a
partir de um fazer e como ele aplica a partir de uma astúcia, de uma esperteza própria, lógicas matemáticas a
começar de um improviso amparado nas circunstâncias que lhe aparece, além das práticas solidárias a ideia
de divisão e organização do espaço. Como destaca Certeau (1994), “o homem ordinário” inventa o cotidiano,
graças ao que ele chama de “artes de fazer”, “astúcias sutis”, “táticas de resistência” que vão alterando os
objetos e os códigos, e estabelecendo uma (re)apropriação do espaço e do uso ao jeito de cada um.Portanto,
uma matemática experimentada de modo empírico, isto é, a partir do arcabouço que lhe confere uma capaci-
dade de construir algo com base nas tradições dos próprios sujeitos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os saberes cotidianos são base para a construção de diversas estratégias de lin-
guagem matemática. A complexidade e dinamicidade das atividades cotidianas tornam necessário um novo
repensar sobre a Matemática Ordinária, fora dos muros da escola e como a mesma se dá no tempo e no espa-
ço. Conhecer outros modos de matematizar pode nos oportunizar a reflexão mais profunda sobre nossa forma
de conceber a Matemática e de ampliarmos nossas possibilidades de explicar, conhecer e resolver problemas
com estratégias pessoais novas, em situações novas ou naquelas já vivenciadas em nosso cotidiano. Tanto o
trabalho do campo quanto a feira livre são espaços que se transformam em um grande espetáculo cultural de
trocas sociais e saberes, sejam saberes voltados para aspectos culinários e afetivos, sejam saberes voltados
para a geometrização do espaço, esses perpassam intensamente a materialização dos elementos formais da
matemática a partir do mundo existem e seus elementos físicos e epistemológicos. Nesse sentido, corrobora-
mos com a comprovação da máxima de que a matemática está em toda a parte, nas diversas situações do dia
a dia, expressas de maneira particular de acordo com o povo, grupo ou nação, no tempo e no espaço.
Referências
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano - artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.
D’AMBRÓSIO, Ubiratan. As matemáticas e seu entorno sócio-cultural. Memorias del Primer CongresoIberoa-
mericano de Educación Matemática, Paris, 1991.
________. Etnomatemática- arte ou técnica de explicar e conhecer. São Paulo: Editora Ática,1990.
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Mlodinow (2015) nos conta que na sociedade pré-histórica, os grupos humanos eram em geral pequenos (até
10 pessoas), quantidade máxima para se manter. Não havia comércio, toda a produção era consumida pelo
próprio grupo. Sem excedentes não havia troca de produtos com outros grupos. Com o passar do tempo tais
grupos fixam-se, aumentando a população, necessitando uma maior produção de bens, o que gera exceden-
tes, a base para as primeiras trocas iniciando o desenvolvimento do comércio. Incialmente as trocas eram
feitas na forma de escambo. Surgiram outras necessidades e a criação de um elemento de troca intermediário,
a moeda. Versignassi (2015) escreve que vários produtos, por terem uma alta procura, serviram como moeda,
a exemplo do sal, o gado, fumo, etc. Depois, o governo intermedia as trocas, cunhando uma moeda oficial,
geralmente de metal, como objeto de troca oficial. Aparecem as pessoas especializadas nessas trocas, os ban-
queiros, e depois os bancos. Os bancos começam a cobrar por seus serviços (principalmente de empréstimo
de dinheiro) e surgem os juros. A Matemática Financeira desenvolve-se rapidamente para, principalmente,
calcular tais juros e desenvolver técnicas de utilização do dinheiro para obter o máximo de lucros.
A evolução não para por aí, o mercado financeiro torna-se mais complexo a cada dia. São novas modalidades
de operações financeiras, mercado de ações, bolsa de valores, derivativos e futuros, que podem assustar qual-
quer pessoa que esteja despreparada para entender esse novo modelo de relações comercias e novas formas
de lidar com o dinheiro. Felizmente, a Matemática Financeira é a ferramenta que nos auxilia na tentativa de
compreensão de todas essas questões para que consigamos utilizar as regras do jogo ao nosso favor. Ou seja,
não ser enganado quando um gerente de banco nos diz que essa ou aquela aplicação é excelente ou quando
nossos amigos dizem que devemos colocar dinheiro na poupança na esperança de utilizá-lo no futuro. A Ma-
temática Financeira vem para acabar com essas dúvidas e mostrar todo o poder dos juros, sua capacidade de
multiplicação do dinheiro investido e, por outro lado, a capacidade de tornar enormes as pequenas dívidas. A
Matemática Financeira vem nos tirar da ignorância para que o órgão mais importante do ser humano não seja
afetado: o bolso. Lima (2010) discute o seguinte problema:
III – em duas vezes, com o primeiro pagamento para um mês após a compra.
Se o dinheiro vale 1,2% a.m. para comprador, qual a melhor forma de compra?
Problemas como o apresentado, representam situações nas quais a maioria das pessoas já presenciou e,
muitas vezes não soube responder. A partir do estudo da relação do dinheiro com o tempo e das fórmulas
matemáticas relacionadas, é possível chegar à resposta do problema sem muitas dificuldades.
Como os bancos ganham dinheiro? Essa também é uma pergunta que faz parte do dia a dia de muitas pessoas,
mas não poucas vezes, não sabem responder. Como pode haver empréstimos ou parcelamentos de compras
sem juros? Quais as diferenças entre empréstimos e financiamentos? Empréstimos consignados? Porque o
governo não aumenta de maneira significativa o salário mínimo? Como isso afetaria a inflação do país? O que
é inflação?
Essas e muitas outras perguntas foram discutidas entre o grupo para que esses conceitos ficassem claros e
assim, permitissem que os participantes pudessem ter um novo olhar sobre o dinheiro, tendo uma nova re-
lação com ele. De maneira didática, o livro indicado (Crash – Uma breve história da Economia) discute esses
temas a partir de várias situações reais ocorridas na história da humanidade, como a quebra da bolsa em 29,
a hiperinflação na Alemanha no pós Guerra, etc. Dessa maneira, foram estudadas situações reais para que os
estudantes percebessem a importância de todos esses conceitos.
MATERIAIS E MÉTODOS. A metodologia proposta foi baseada na leitura do material indicado, principalmente
os livros. Discussão e debates em grupos, além das pesquisas individuais. Apresentação de orais sobre os
temas estudados também fizeram parte do projeto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A partir das análises, dos resultados e discussões, concluímos que o projeto foi
muito bem aceito pelos estudantes, que gostaram muito do tema e das discussões propostas, empenharam-se
dentro de seus limites para desenvolverem as atividades propostas. A maior conclusão que se pode destacar é
o desejo e a curiosidade dos estudantes pelo conhecimento e que se for explorado de maneira correta, com te-
mas interessantes e pertinentes à suas faixas etárias seremos capazes de desenvolver grandes pesquisadores.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB e ao CNPq pelo apoio e suporte financeiro destinados ao desen-
volvimento desse projeto.
Referências
LIMA, E. L.; CARVALHO, P. C. P.; WAGNER, E.; MORGADO, A. C. A Temas e Problemas (Coleção do Professor de
Matemática). 3. Ed. Rio de Janeiro: SBM, 2010. 225 p.
VERSIGNASSI, A. Crash: Uma Breve História da Economia: Da Grécia Antiga ao século XXI. 2. Ed. São Paulo:
Editora Leia, 2015. 352 p.
MILODINOW, L. De primatas a astronautas: a jornada do homem em busca do conhecimento. 1. Ed. Rio de
Janeiro: Zahar. 2015.
3º SIMPIF
Daniel de Sá Rodrigues
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Catolé do INTRODUÇÃO. Como um grande auxiliar pedagógico, o material di-
Rocha
dático elaborado para o ensino de leitura em língua inglesa deve in-
centivar o aprendiz a aprimorar a habilidade leitora. Uma das formas
de promover essa motivação é a aprendizagem de leitura em inglês
através de provérbios. Por serem curtos e de uso amplo, os provér-
bios podem ser úteis no processo de ensino-aprendizagem de inglês,
especialmente para alunos do Ensino Médio, que necessitam desen-
volver a habilidade de leitura. Desse modo, o presente trabalho tem
como objetivo descrever o processo de organização de um material
didático de leitura em língua inglesa através de provérbios. Para uma
leitura eficiente é necessária a capacidade de reconhecimento, com-
preensão, interpretação e utilização de diversos gêneros textuais,
sendo o provérbio um desses gêneros. O provérbio é considerado
como uma unidade léxica fraseológica, fixa, materializada e convalidada por determinada comunidade linguís-
tica. Essa comunidade reúne experiências vivenciadas em comum e formula um provérbio como um enunciado
conotativo, breve e completo, com a finalidade de aconselhar, ensinar, persuadir, enfatizar, advertir, consolar,
repreender, incentivar e outros objetivos fixados pelo contexto em que são utilizados. (AZEVEDO e FERNAN-
DES, 2009; LIMA, 2011; XATARA e SUCCI, 2008). Como objeto de aprendizagem de língua estrangeira, con-
forme Lima (2011), a utilização de provérbios permite que o estudante aprenda, ao mesmo tempo, aspectos
linguísticos (como vocabulário e gramática) e valores pessoais, lições de vida. O trabalho com provérbios no
ambiente escolar pode ser explorado com materiais didáticos. Salas (2004, apud VILAÇA, 2009) define mate-
riais didáticos como tudo que os professores e alunos utilizam para facilitar a aprendizagem, tais como livros,
apostilas, CDs, DVDs etc. Quanto à produção de materiais didáticos, vários autores tem se dedicado a esta
área, entre os quais, Leffa (2007), para quem a produção de um material deve passar por quatro momentos:
análise (observação das necessidades de aprendizagem dos estudantes), desenvolvimento (definição, dentre
outras coisas, do conteúdo), implementação (utilização do material pelo aluno) e avaliação (verificação da
necessidade de melhoria no material). A produção do material didático descrito nesta pesquisa seguiu o pro-
cesso recomendado por Leffa.
MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa relatada neste trabalho é descritiva, de natureza qualitativa. No primeiro
momento, foram analisados quatro livros didáticos de língua inglesa do primeiro ano do Ensino Médio para
identificar os conteúdos gramaticais e as respectivas sequências estabelecidos nesses livros. Com base na
comparação dessas sequências, foi elaborada uma sequência gramatical básica que serviu de parâmetro para
a seleção e ordenação sequencial de dez provérbios extraídos de fontes escritas. Com os provérbios selecio-
nados e organizados, partiu-se para a elaboração do material didático de leitura em língua inglesa com base
nesses provérbios. Para cada provérbio foram elaborados atividades de tradução do vocabulário, explicações
dos tópicos gramaticais envolvidos no provérbio com exercícios, e atividades relacionadas ao significado do
provérbio. Com o material finalizado, foi realizada a aplicação e observação da eficácia desse material com
discentes do Ensino Médio e Técnico em uma instituição. No final da aplicação do material, os estudantes en-
volvidos foram consultados sobre a eficácia do material.
RESULTADOS. Através de sucessivas aulas de língua inglesa, percebeu-se que uma grande parte dos estu-
dantes apresentava a necessidade de desenvolver a habilidade de leitura. Com esta análise prévia, decidiu-se
por estabelecer um parâmetro básico de sequências gramaticais que fundamentaria a construção do material
didático de leitura em língua inglesa através de provérbios. Esta decisão justifica-se pelo fato de que, mui-
tas vezes, a gramática define a ordem do conteúdo a ser ministrado nas aulas de inglês. Por exemplo, para
abordar expressões linguísticas envolvendo presente perfeito é necessário conhecer, entre outros tópicos, o
passado simples e a conjugação do verbo have no presente. Na fase de desenvolvimento, especificamente na
escolha de conteúdos, foram selecionados quatro livros didáticos de língua inglesa do primeiro ano do Ensino
Médio para verificar quais tópicos gramaticais são abordados e qual a ordem destes tópicos. Com base nessa
análise, foi elaborada uma sequência gramatical básica. Em seguida, foram coletados de fontes escritas dez
provérbios, que posteriormente foram ordenados conforme o parâmetro básico de sequências gramaticais
mencionado anteriormente. Como exemplo, foram selecionadas e ordenadas como o primeiro e segundo pro-
vérbio do material didático, respectivamente, as seguintes frases: No man is an island e There’s no time like
the present. Os tópicos gramaticais expressos no primeiro provérbio são: adjetivo quantitativo, verbo be e
artigo indefinido an; já os tópicos no segundo provérbio são: there is/there are e artigo definido. Note-se que,
no âmbito do verbo, optou-se selecionar como primeiro provérbio o que apresenta o verbo be antecedido de
sujeito (No man is), com o sentido de “ser” e, na sequência, o segundo provérbio, apresentando o verbo be
antecedido de there (There’s no time), com o sentido de “existir”, seguindo a tendência dos materiais didáticos
de abordar o verbo be primeiro no sentido de “ser” ou “estar” e depois a expressão “there be”. O material é
composto de dez unidades didáticas, sendo que cada unidade aborda cada um dos dez provérbios. A estrutura
de cada unidade apresenta a seguinte composição: uma página de abertura, com o provérbio em destaque;
uma página contendo uma questão sobre o conhecimento prévio do provérbio e uma atividade com palavras e
expressões do provérbio para o estudante traduzir para o português, contemplando o trabalho com o vocabu-
lário; de duas a quatro páginas com tópicos gramaticais constantes no provérbio; e uma página contendo uma
questão sobre o significado do provérbio e exemplo de como o provérbio pode ser aplicado na prática, além
de uma questão solicitando que o estudante compare a sua resposta da questão anterior, contida na mesma
página, com a resposta dada por ele sobre o conhecimento prévio do provérbio, no início da unidade didática.
A próxima fase da pesquisa foi a implementação, realizada com os discentes do Ensino Médio e Técnico em
uma instituição. Durante a implementação, os estudantes receberam o material didático impresso e folhas em
branco para responder as questões solicitadas. Tanto o material didático quanto as folhas com as respostas
deveriam ser devolvidas pelos alunos para uma posterior observação. A fase final da pesquisa consiste na ava-
liação do material. No final do último encontro da implementação do material, solicitou-se dos discentes que
dessem sua opinião sobre o material didático. Eles relataram que o material é produtivo, ajudando a aprender
várias palavras e expressões em inglês, que foi uma forma de ensino diferente da que estavam acostumados
3º SIMPIF
e que o material ajudou a refletir sobre o significado dos provérbios, aprendendo lições de vida expressas por
estas frases.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O material didático de leitura em língua inglesa através de provérbios pretende ser
uma opção para preencher uma lacuna existente entre o limitado conhecimento que muitos estudantes oriun-
dos do Ensino Fundamental tem do idioma e a habilidade de leitura esperada desses alunos no Ensino Médio.
A construção do material didático, objeto de descrição desta pesquisa, seguiu as etapas propostas por Leffa
(2007), que são: análise, desenvolvimento, implementação e avaliação. Conclui-se que o material didático
descrito nesta pesquisa tem o potencial de ajudar os estudantes a desenvolverem a habilidade de leitura em
língua inglesa, auxiliando no aprendizado tanto de língua quanto de lições de vida que os provérbios ensinam.
Referências
AZEVEDO, P. P.; FERNANDES, L. C. A dupla função do provérbio: reiteração do mesmo e a imposição da subje-
tividade em gêneros discursivos do cotidiano. In: CELLI – COLÓQUIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LITERÁ-
RIOS. 3, 2007, Maringá. Anais. Maringá, 2009, p. 1965- 1973.
LEFFA, V. J. Como produzir materiais para o ensino de línguas. In: _____. Produção de materiais de ensino:
teoria e prática. 2. ed. rev. Pelotas: Educat, 2007. cap. 1.
LIMA, D. C. de. O uso de provérbios no ensino de língua estrangeira: uma
análise contrastiva. In: Fólio – Revista de Letras. V. 3, n. 2, 2011, Vitória da Conquista.
Ensaios, Vitória da Conquista, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. jul./dez. 2011, p. 237-250.
VILAÇA, M. L. C. O material didático no ensino de língua estrangeira: definições,
modalidades papéis. Revista Eletrônica do Instituto de Humanidades da Unigranrio. Vol. VII. N. XXX, jul.-set./2009.
Disponível em: <http://publicacoes.unigranrio.edu.br/index.php/reihm/article/view/653/538>. Acesso em:
11 jul. 2019.
XATARA, C. M.; SUCCI, T. M. Revisitando o conceito de provérbio. Juiz
de Fora: Veredas, 2008.
3º SIMPIF
A Educação Física é um meio eficaz de promover a atividade física, no entanto, a concepção que se espera
ao inclui-la na Educação Física escolar é contrária da compreensão do que é ou pode ser a Educação Física
na escola. Contudo, a mesma ao trabalhar esses conteúdos em uma perspectiva ampliada, ela pode facilitar
aos alunos um entendimento da realidade social e contribuir para uma formação mais humana e emancipada
(KNUTH; LOCH, 2014).
A Educação Física se caracteriza como a disciplina que possui as melhores condições para a proposição de
estratégias de intervenção. Os Professores de Educação Física podem contribuir de maneira relevante para a
educação e a promoção da saúde. O importante é que essas ações pedagógicas estimulem os alunos a pensar
o corpo, a Educação Física, escola, sociedade e os elementos da cultura corporal em uma perspectiva histórica
e cultural.
Portanto, o presente estudo teve como objetivo de analisar as intervenções da Educação Física Escolar atra-
vés do Programa Saúde na Escola numa escola pública do município de Sousa-PB, de maneira a identificar as
práticas de promoção da saúde existentes na escola através da Educação Física e investigar a percepção do
Professor de Educação Física acerca da atuação do PSE.
MATERIAIS E MÉTODOS. Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva de corte transversal, e
abordagem qualitativa. É importante frisar que na abordagem qualitativa o pesquisador procura entender os
fenômenos, segundo as perspectivas dos participantes da situação e de sua interpretação dos fenômenos
estudados.
Fizeram parte desse estudo os seguintes sujeitos: 02 (dois) professores os quais possuem formação em Edu-
cação Física. Além do professor, os outros sujeitos que fizeram parte da pesquisa, foram: 01 (uma) Vice-dire-
tora, 01 (um) Diretor e 01 (um) supervisor escolar.
A pesquisa teve como instrumento a entrevista semiestruturada. As observações procederam nas turmas do
7º e 8° anos do Ensino Fundamental II da Escola Municipal de Ensino Fundamental José Reis.
Desta forma, foi obtido o termo de consentimento e esclarecimento (TCLE) de todos que fizeram parte da
amostra, assim como também o termo da carta de anuência assinada pela diretora da escola. Para a análise
da entrevista, foi utilizada a análise de conteúdo, a qual compreende procedimentos especiais para o proces-
samento de dados científicos.
RESULTADOS. Assim, tomando por base a escola a qual foi realizada a pesquisa, o Programa Saúde na Escola
(PSE) não está sendo implementado, visto que a disciplina de Educação Física é vista como um item importan-
te apenas para realizar as ações, mas que na verdade não há intervenções sendo realizadas através da disci-
plina por meio do programa. Contudo, de acordo com os dados obtidos durante esse processo de pesquisa,
identificou-se que ainda é fato a realidade de existir a falta de conhecimento do PSE e sua implementação nas
escolas. Porém, mesmo ainda sendo uma política pública recente, torna-se capaz de melhorar a qualidade de
vida dos estudantes.
Os resultados desta pesquisa evidenciam que a prática de promoção de saúde ainda é muito restrita, pois a
escola se coloca presa diante da disciplina de Educação Física. Não são realizadas atividades alusivas onde
possam envolver todo o corpo docente da escola e alunos para alguma prática direcionada a promoção da
saúde em momentos extras além das aulas, ou seja, a escola ainda não se enquadra dentro dos requisitos de
uma escola promotora de saúde.
No que diz respeito às práticas realizadas por parte da disciplina de Educação Física direcionadas à promoção
da saúde, ainda estão muito fragmentadas, pois o tema saúde não é visto como prioridade a ser trabalhado
dentro da disciplina. Porém, não são desenvolvidas atividades associadas à promoção da saúde, permitindo
assim que os alunos adotem uma vida ativa e mais saudável.
3º SIMPIF
Como forma para se buscar estratégias inovadoras para quebrar barreiras que ainda existem, a educação é
um fator determinante da saúde. Assim, o PSE e Educação Física precisam estar juntos nesse processo de
formação dos alunos, cabendo ao professor se colocar diante das suas mais nobres missões que é formar
cidadãos críticos, reflexivos e autônomos.
Referências
BRASIL, M. S. Passo a passo-PSE Programa Saúde na Escola. Brasília: MS – OS, ed.01, 2011, p.272.
FIGUEIREDO, T. A. M; MACHADO, V. L. T; ABREU, M. M. S. A saúde na escola: um breve resgate histórico. Ciência
e saúde coletiva, Espírito Santo, nov. 2008.
KNUTH, A. G; LOCH, M. R. “Saúde é o que interessa o resto não tem pressa’’! um ensaio sobre Educação Física
e saúde na escola. Rev. Bras. Ativ. Fís. Saúde. Pelotas/RS, v.19, n.4, p. 429-440, julho/2014.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. A intervenção foi realizada com a turma do 8º (oitavo) ano do Ensino Fundamental
II, de acordo com a elaboração do projeto, realizamos um quiz gamificado utilizando a plataforma Kahoot!
que é uma plataforma de ensino gratuita que funciona como um gameshow é indicado para a utilização em
sala de aula, pois permite a união dos discentes por meio dos smartphones, tablets e computadores, que
lhes dão o dom da ubiquidade deixando, dessa forma, o ambiente mais interativo. (MATTAR, 2013; COELHO,
2013; FRASCA, 2003). Dessa forma, o docente gerará código de acesso (Game PIN), que será distribuído aos
discente, para que estes possam se conectar ao ambiente virtual, iniciando, assim, o processo gamificado de
aprendizado de português, por meio de Quiz. Conforme Carvalho (2009), o Quiz tem o propósito de avaliar o
conhecimento por meio de um sistema de respostas a perguntas de múltiplas escolhas, dando o resultado de
imediato. O objetivo central do projeto era revisar sobre o tema “Tipos de sujeitos”, então foi elaborado 10
(dez) perguntas, cada pergunta tinha 04 (quatro) alternativas de resposta, em um tempo de 02 (dois) minu-
tos, o qual alunos tinham que identificar qual era a resposta certa relacionando a frase ao tipo do sujeito, a
cada pergunta o professor da disciplina explicava que tipo de sujeito era aquele, assim adentrando ao assunto
proposto da aula.
RESULTADOS. As questões são estruturadas dentro de uma proposta de gamificação, na qual dentro das qua-
tro respostas de múltipla escolha pode ser selecionada uma como correta, devendo ser respondidas no prazo
até 02 (dois) minutos. Cada resposta apresenta uma distinta cor - vermelha, verde, azul e laranja - e quatro
diferentes figuras geométricas - quadrado (vermelho), círculo (azul), triângulo (vermelho) e losango (laranja)
-, as quais ao serem clicadas geram as respostas na tela do computador do discente, criando um contexto
gamificado de avaliação interativa e visual com um ranking posicionando cada discente em relação aos nú-
meros de acertos. Quando o discente utiliza a plataforma respondendo às perguntas criadas pelo docente
houve um grande aproveitamento com a turma nas primeiras perguntas, após entenderem a gamificação do
jogo, perceberam que, ao responderem certo e em curto tempo, maior seria sua pontuação no ranking, como
também puderam aprender melhor o tema da aula já que estavam com bastante dificuldade em sala de aula
na resolução de questões.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O trabalho com quizzes juntamente com a disciplina de português foi possível notar
um maior interesse dos alunos no que se diz em realizar as atividades, pois a disciplina é considerada chata,
e foi possível com utilização da informática deixar o conteúdo atrativo e com maior aproveitamento de apren-
dizagem. Com isto, verificamos que após a utilização das atividades os discentes puderam revisar o conteúdo
que foi aplicado na sala de aula pelo docente, o qual seria aplicado em suas avalições de aprendizagem, e
também notamos que houve um aprendizado efetivo de todo conteúdo ministrado e sem dúvidas, o que geral-
mente não acontece em sala de aula convencional.
Referências
CARVALHO, Carla Joana. Ensino e a aprendizagem das Ciências Naturais através da aprendizagem baseada
na resolução de problemas: um estudo com alunos de 9º ano, centrado no tema sistema digestivo. Tese de
Mestrado. Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia, 2009.
COELHO, P. M. F.; COSTA, Marcos. Entre o game educativo e a obra literária: a educação inserida nas novas
mídias. Educaonline. Rio de Janeiro, v. 7, n. 3, p. 91-111, 2013.
FRASCA, Gonzalo. Simulation versus narrative: introduction to ludology.Video/Game/Theory. Edited by
Mark J.P. Wolf and Bernard Perron. Routledge, 2003.
MATTAR, J. Games em educação: como os nativos digitais aprendem. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2013.
MORAN, J. M. A Contribuição das tecnologias para uma educação inovadora. In ESPÍRITO SANTO, J. A; ANDRÉ,
B. P. O. Uso das Tecnologias da Informação e Comunicação - TIC’s no Ensino de Língua Portuguesa. II CO-
NINTER – Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades Belo Horizonte, de 8 a 11 de
outubro de 2013.
3º SIMPIF
Além da falta de interesse na disciplina de Química em parte dos alunos, infelizmente, o professor se depara
com a falta de estrutura nas escolas para abordar sua aula de forma dinâmica, atrativa e contextualizada. As
escolas públicas muitas vezes se encontram em situações desfavoráveis para esse ensino. Ferramentas para
um ensino contextualizado de química, não são encontrados na escola, como o exemplo de lúdicos, modelos
3D, uso de TIC’s e equipamentos de laboratório. Sendo assim, o professor tem que partir para própria confec-
ção de ferramentas para aprendizagem.
Vale salientar que dependendo da metodologia de ensino escolhido para ministrar os assuntos de Química,
as aulas acabam deixando os alunos dispersos por não conseguirem entender de forma clara o que foi posto,
visto que, os métodos frequentes usados em sala de aula (ensino tradicional) traduzem exclusivamente do uso
de decorebas. Freire (2011, p. 80) denomina essa prática como modelo bancário, no qual “a única margem
de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los”. Quando o
aprendizado assume esta função de ser meramente reproduzidas as informações acarretam baixa qualidade
de ensino e dificuldades básicas desde o ensino fundamental até o nível médio, desse modo não só professor
terá que de alguma forma identificar tal dificuldade, como também supri-la seja com formas diferenciadas ou
em conjunto com a equipe multidisciplinar da escola.
Conforme descrito nos parâmetros curriculares Nacionais para o Ensino Médio – PCNEM, Brasil (2016).Os
conteúdos abordados no ensino de química não devem se resumir à mera transmissão de informações, a qual
não apresenta qualquer relação com o cotidiano do aluno, seus interesses e suas vivências.
Corroborando com os parâmetros em partes, seria de enorme eficiência se as aulas ministradas fossem ela-
boradas de acordo com o contexto de cada aluno, porém sabendo se da realidade das escolas públicas que
na maioria das vezes nem materiais possuem se torna um pouco improvável que aconteça diariamente, mas
competem buscar alternativas, neste caso deste projeto é a forma lúdica com materiais de baixo custo.
A aprendizagem com o lúdico traz uma maneira mais eficiente e divertida de desenvolver o ensino, onde não
existe um método específico, ensina regras e limites, os socializa, os ensinam a fazer descobertas e os deixam
atentos para construir conhecimentos e perceber sua forma de aprender. Cunha (2012, pag,92-98):
No ensino de ciências e, mais especificamente, no ensino de química, os jogos didáticos podem e devem ser
utilizados como recurso didático na aprendizagem de conceitos. Alguns objetivos são considerados quando
da utilização destes no ensino de química. Dentre (os muitos objetivos relacionados ao ensino, podemos des-
tacar: a) proporcionar aprendizagem e revisão de conceitos, buscando sua construção mediante a experiência
e atividade desenvolvida pelo próprio estudante; b) motivar os estudantes para aprendizagem de conceitos
químicos, melhorando o seu rendimento na disciplina; c) desenvolver habilidades de busca e problematização
de conceitos; d) contribuir para formação social do estudante, pois os jogos promovem o debate e a comuni-
cação em sala de aula; e) representar situações e conceitos químicos de forma esquemática ou por meio de
modelos que possam representá-los.
O referente projeto é um jogo de cartas da tabela periódica, cada carta contém um elemento químico seu
nome, símbolo e família. Além de cartas adicionais como bloqueio, inversão e cartas contendo apenas a família
da tabela.
MATERIAIS E MÉTODOS. Para confecção do lúdico foi utilizado materiais de baixo custo e de fácil reprodução,
tendo em vista a situação carente de alguns centros educacionais. Os materiais são: impressão em folha A4
para as cartas e perguntas do quiz, cola e fita adesiva para revestimento e melhor durabilidade das cartas.
Inicialmente foi feita uma revisão dos temas de ligações químicas e tabela periódica e suas características
com duração de 50m (uma aula) na turma 2ºE do ensino médio na escola CPDAC localizada no Valentina em
João Pessoa.
A turma tinha 25 alunos e foram divididos em grupos de 5. Foi colocado no quadro o nome de cada equipe
para pontuação, também próximo ao quadro, foi colocado uma mesa com as cartas e as perguntas em uma
caixa. Foi feito um sorteio com os alunos para decidir quem iniciaria e a ordem que se prosseguiria o jogo.
Após decidido primeira equipe teve que tirar um papel contendo uma pergunta e/ou ação e assim respondê-la
corretamente. Desta forma prosseguiu-se o jogo durante toda a aula, também de 50 minutos. É importante
ressaltar que as perguntas que foram respondidas erradas ou que as equipes não souberam responder, foi
passada para a equipe seguinte e os pontos para resposta certa teve o dobro da pontuação normal. Ao final
da aplicação, foi feita uma premiação a todos os alunos pela participação e uma premiação especifica a equipe
vencedora.
RESULTADOS. Como resultado observou-se uma maior participação da turma com a aula, além de uma melhor
fixação dos assuntos, visto que as aulas foram dadas com o intervalo de uma semana, fazendo-os revisar os
assuntos em casa ou entre si. Também foi observado uma melhor interação entre eles mesmos e a professo-
3º SIMPIF
ra. O trabalho aplicado teve bons resultados, pois percebeu-se uma grande quantidade de respostas certas,
indicando uma boa aprendizagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A referente aplicação fez perceber que pequenas mudanças no cotidiano escolar,
tem um impacto diretamente na aprendizagem do aluno. Infelizmente, vale lembrar que as condições postas
de aprendizagem atualmente no nosso país, não são meios totalmente viáveis para alcançar bons resultados.
AGRADECIMENTOS: Agradeço a CAPES por financiar esta pesquisa por meio do programa de Iniciação à do-
cência – PIDIB, a supervisora do projeto institucional Maria das Graças Negreiros de Medeiro e a orientadora
Vanúbia Pontes dos Santos. Agradeço ao Instituto Federal da Paraíba por proporcionar uma preparação de
excelência muito produtiva na vida acadêmica.
Referências
Brasil, Ministério da Educação (1998). Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio - PCNEM,
Adaptações Curriculares. Disponível em: http: //www.educacaoonline.pro.br/adaptaçoes_curriculares.asp.
Acessado em 08/09/2019.
CUNHA B. M., Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula.
Vol. 34, N° 2, química nova na escola2012http://www.qnesc.sbq.org.br/online/qnesc34_2/07-PE-53-11.pdf.
Acessado em: 08/09/2019.
FREIRE, Paulo Pedagogia do oprimido 30 anos depois. In: FREIRE A. A.F. Pedagogia dos sonhos possíveis.
São Paulo; Unesp, 2001.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 50ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011
3º SIMPIF
Por existir pouca abrangência da sua discussão no ambiente escolar, se faz necessário uma melhor transmis-
são da temática dos solos na relação ensino-aprendizagem. Dentro dessa concepção, indagamos: é possível
evitar a degradação do solo a partir de uma educação ambiental nas escolas?
Dessa forma, o projeto tem como objetivo geral a elaboração e aplicação metodologias didático-pedagógicas
sobre a ciência do solo em sala de aula, com intuito informativo, de conscientizar e facilitar o processo de
ensino-aprendizagem na utilização do ensino de Geografia física.
A compreensão desse tema por parte dos alunos mostra a relevância do solo para a existência dos seres vivos.
Com isso, para auxiliar o educador na transmissão do conhecimento, os materiais didáticos se caracterizam
como instrumentos que dão suporte ao professor para fundamentar o conteúdo ministrado, de modo a tor-
na-se essencial para despertar no aluno o interesse de buscar mais conhecimento. Outrossim, a utilização
desses materiais didáticos, servem como auxiliadores no processo de ensino e aprendizagem, ampliando a
visão do aluno sobre o objeto estudado, ocasionando uma relação mais próxima que possibilita e facilita o
entendimento das questões relacionadas aos solos.
Através do uso de metodologias ativas, os discentes são colocados como protagonistas no processo de apren-
dizagem, de modo que são incentivados a procurar novas informações e a promoverem o pensamento crítico.
Com isso, a motivação para estudar aumenta, pois a responsabilidade de aprender sobre o conteúdo está
nos discentes, enquanto o professor serve apenas como mediador e incentivador desse processo. As meto-
dologias ativas produzem o efeito de contextualizar o conteúdo, propiciando a absorção de informações de
maneira descontraída.
Nesse sentido, haja vista o baixo índice de evolução no quadro educacional brasileiro, vê-se essencial a neces-
sidade de trazer ao aluno formas de melhor absorção do que é visto em sala de aula (PINHEIRO et al., 2013).
Sob essa ótica, de acordo com Santos (2010), a utilização do lúdico no processo de ensino é fundamental
para estimular o interesse dos alunos em uma temática, propiciando-os ao enfrentamento de desafios que
sugerirem. Essa ferramenta pode ser usada pelos educadores como uma forma de provocar uma aprendiza-
gem mais significativa e prazerosa. Com isso, é por meio de jogos e brincadeiras que é possível desenvolver
as potencialidades do estudante acerca do conteúdo aplicado.
MATERIAIS E MÉTODOS. Inicialmente foi realizado no laboratório de informática do Instituto Federal da Paraí-
ba do Campus Catolé do Rocha uma atividade nas turmas do 3º e 1º matutino e vespertino do ensino médio
integrado do Curso Técnico em Edificações. Na primeira etapa, as turmas foram divididas em duplas e, logo
após, houve um sorteio para retirar uma cidade-tema, incluindo os municípios da microrregião de Catolé do
Rocha. Posteriormente, as duplas fizeram uma pesquisa bibliográfica sobre os solos do município sorteado.
Dessa forma, através de seminários, os alunos realizaram uma breve exposição oral em sala de aula sobre as
características dos tipos de solos presentes em cada município.
Já em outro trabalho realizado no laboratório de solos, foram divididas 8 equipes para desenvolver experi-
mentos relacionados ao estudo de solos, entre eles estavam: erosão do solo; o pH do solo; a expansão do
solo; as cargas do solo e a produção de húmus. Diante disso, colocamos em prática a técnica de metodologia
ativa problem based learning (PBL), que tem o intuito de proporcionar aos alunos o conhecimento por meio da
solução colaborativa de desafios.
Foram confeccionados em gráfica, a partir da plataforma CorelDRAW, 8 tabuleiros de PVC, cada um com 30
perguntas e o gabarito das respostas. Os tabuleiros apresentavam 25 casas e os integrantes avançavam con-
forme o acerto das questões. As perguntas foram elaboradas de acordo com o assunto de solos discutido ao
longo do ano na disciplina de Geografia. Esse procedimento se baseia na técnica team based learning (TBL),
na qual é realizada a formação de equipes dentro de determinada turma para que o aprendizado seja feito
em conjunto e ocorra a difusão das ideias. Os tabuleiros foram aplicados nas turmas dos 1º anos matutino
e vespertino da instituição com equipes de 5 a 4 pessoas, em que 4 ou 3 alunos executam o jogo e o outro
integrante restante é responsável pelo gabarito das questões.
Por fim, foi criado no editor CorelDRAW um jogo com 30 cartas baseadas nos conteúdos de conservação
do solo através de variadas paisagens. Assim, selecionamos imagens de locais que possuem características
como o nível de poluição, vegetação, ação do homem, conservação e biodiversidade e os avaliamos por cada
um desses fatores. O jogo foi planejado e aplicado com equipes de 4 a 6 participantes. Vencia a rodada quem
acumulasse um maior número de pontos.
RESULTADOS. A partir do que já foi realizado, o projeto possibilitou que os alunos se envolvessem com a temá-
tica e através dessa metodologia ativa de ensino, em que os discentes foram colocados como protagonistas no
3º SIMPIF
processo de aprendizagem. Diante disso, os alunos foram incentivados a procurar novas informações e assim
promoverem o pensamento crítico. A motivação para estudar aumenta, pois, a responsabilidade de aprender
sobre o conteúdo está nos discentes.
do ensino médio é de grande relevância, já que suas características e propriedades estão relacionadas com
diversas áreas do conhecimento, como também influenciam para o bom funcionamento do meio ambiente.
Referências
IBGE. Manual Técnico de Pedologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Diretoria de Geociências. Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Manuais Técnicos em
Geociências, n. 4, 2007.
PINHEIRO, I. A.; SANTOS, V. S.; RIBEIRO FILHO, F. G. Brincar na Geografia: o lúdico no processo de ensino e
aprendizagem. Revista Equador, Teresina, vol. 2, n. 2, p. 25-41, jul./dez. 2013.
SANTOS, S. C. A Importância do Lúdico no Processo de Ensino Aprendizagem. 50 f. Monografia (Especializa-
ção em Gestão Educacional) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2010.
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Em se tratando dos alunos, eles não podem ser considerados como uma folha em branco, dado que o mes-
mo já possui conhecimentos prévios sobre aquele determinado assunto, e que ainda devem ser levados em
conta durante o fazer pedagógico. Os alunos precisam ser estimulados a participar ativamente no processo
de aprendizagem, expressando suas ideias e interpretações, atuando na construção do próprio conhecimento
(REZENDE, 2000; PEREIRA, 2003).
Entretanto, mesmo que as escolas apresentem mudanças em termos de espaço, ainda não é o necessário,
pois ainda há problemas, como apenas memorização do conteúdo para passar nas provas, por parte dos alu-
nos, isso acontece possivelmente por conta das aulas serem dadas muitas vezes como um simples repasse
de conhecimentos por parte dos professores. Entre as alternativas que podem ser usadas para tentar mudar
essa problemática, é a utilização de recursos lúdicos em sala de aula, como estratégia metodológica a mais na
construção e socialização dos conhecimentos em sala de aula, além dos tradicionais quadro e giz. Segundo
Pereira (2009), o lúdico auxilia diretamente na construção do saber, proporcionando autonomia, curiosidades,
desenvolvimento de linguagem e pensamento.
Dessa forma, com base na problemática do ensino de Biologia objetivamos avaliar a aplicação do lúdico e a
eficiência do mesmo no processo da construção do conhecimento do alunado, e validar se essa ferramenta
pode ser agente facilitador da aprendizagem por parte dos mesmos.
O estudo durou o período de 01 de julho de 2019 à 12 de agosto do mesmo ano. Iniciou-se com a visitação
à escola, às turmas e com contato com o professor de Biologia. Ressaltamos que todos os aspectos éticos
(Aprovação junto ao Comitê de Ética, aplicação de Termo de Anuência à escola, TCLE para a docente, TCLE
para os responsáveis dos alunos menores de idade e Termo de Assentimento para os alunos) foram respeita-
dos para que a pesquisa pudesse acontecer.
Uma das turmas funcionou como a turma controle, onde continuou com as aulas normais da professora, aula
está expositiva dialogada, fazendo uso de recurso digital e/ou analógico. A turma experimental teve somado
a aula normal, aplicações de recursos lúdicos que foram planejados em conjunto com a professora para as
aulas do conteúdo de divisão celular, mitose e meiose. A partir disso, foram desenvolvidas algumas dinâmicas
temáticas, que abordaram conteúdos como identificação de organelas, estruturas e das fases da divisão celu-
lar. Elas foram utilizadas como um recurso interativo para fixar/agregar conhecimento após a aula expositiva
da professora.
A partir de dinâmicas já existentes, inclusive de outras áreas, adaptamos duas para serem trabalhadas em
sala de aula, em um período de duas semanas, assim auxiliando a professora nas aulas de Biologia, são elas:
(1) Jogo colaborativo da mitose, aplicado na primeira aula, com duração de 40 minutos, onde em duplas os
alunos tiveram que montar um combo de três cartas sobre as quatro fases da mitose celular, tendo as cartas
conceitos, imagens e nomenclatura e (2) um bingo da divisão celular, aplicado na segunda aula, com duração
de 40 minutos, está sobre meiose, na qual os alunos possuíam cartelas 4X4 e a medida que a professora fosse
sorteando as palavras chaves, era explicado cada uma delas, fazendo uma revisão do conteúdo até que um
dos alunos marcassem toda a cartela.
Na terceira aula foi aplicado um questionário com oito questões entre elas abertas e fechadas, sobre a divisão
celular, sendo este um questionário avaliativo aplicado em ambas as turmas (controle e experimental). Os
questionários foram corridos e tabulado o número de respostas certas e erradas para organizar e quantificar
as respostas dos alunos, posteriormente foi feita uma comparação entre o resultado das duas turmas, a fim
de verificar se o lúdico interferiu no processo de fixação do conteúdo lecionado.
RESULTADOS. Com base nos resultados dos questionários analisados, foi possível fazer uma comparação
quali-quantitativa entre as duas turmas participantes da pesquisa com base na avaliação conjunta com a
professora regente.
O resultado foi razoável, visto que os dados obtidos através da aplicação dos questionários foram parecidos,
já que a turma na qual foi utilizada o recurso lúdico era considerada, segundo a professora regente, a mais
dispersa e complicada, diferentemente da turma controle na qual permaneceu nas aulas normais, que são
considerados aplicados, ativos e participativos.
Ainda mencionou que em avaliações anteriores da disciplina a diferença das notas entre as turmas eram gran-
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des e agora, nesta última a diferença foi pequena. Onde a turma controle obteve um acerto de 60% das ques-
tões com 13 alunos participantes e a turma experimental obteve 57% de acertos no questionário avaliativo,
participando desta 12 alunos. Como dito foi observado uma melhora no rendimento da turma experimental.
Além do rendimento positivo, também influenciou na inter-relação em sala de aula.
Com a aplicação dos jogos que foram posteriores à aula teórica, os alunos passaram a interagir ativamente,
questionando a professora acerca do conteúdo, conversando com o colega sobre o assunto no decorrer da ati-
vidade. Observou-se também o trabalho em equipe durante o jogo, a autonomia em desenvolver a criatividade
e até mesmo o divertimento deles em aprender um conteúdo considerado por alguns dos alunos complicado.
Dessa forma eles passaram a ser o centro da aprendizagem, participando ativamente da atividade proposta,
construindo assim seu próprio conhecimento, além de melhorar o rendimento acadêmico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Diante dos resultados, observou-se que o recurso lúdico utilizado nesta pesquisa
teve um bom desempenho no processo de aprendizagem, já que a avaliação dos questionários de uma turma
considera com um certo grau de dificuldade em prestar atenção e participar das aulas tivesse um resultado
levemente superior a turma controle. O que corrobora que o recurso lúdico influencia positivamente na apren-
dizagem dos alunos, como no fato do melhoramento do rendimento da turma, qual foi nosso campo de estudo,
atingindo o objetivo da presente pesquisa de validação do recurso lúdico como facilitador da aprendizagem.
Espera-se que este trabalho possa servir como embasamento para futuras pesquisas na área e que ainda sirva
de inspiração para professores implementem este suporte de ensino em suas aulas.
Referências
PEREIRA, M. L. Inovações para o ensino de ciências naturais: Método lúdico criativo experimental. Univer-
sitária da UFPB, João Pessoa. 2003.
PEREIRA, M. L. Sugestões metodológicas para o ensino de ciências naturais. Universitária da UFPB, João
Pessoa. 2009.
REZENDE, F. As novas tecnologias na prática pedagógica sob a perspectiva construtivista. Ensaio – Pesquisa
em Educação em Ciências, Belo Horizonte, v. 2, n. 1, p.70-87, 2000.
3º SIMPIF
haver baixa eficiência de todo o sistema além de causar uma interferência no elemento vizinho, no caso do re-
curso MIMO. Diante das justificativas apresentadas anteriormente, a partir da simulação de um único elemento
patch foi dado prosseguimento à construção dos arranjos, com objetivo de otimizar ganho e banda.
SWR), após a otimização da distância entre os elementos, foi possível descrever uma comparação entre os
resultados numéricos.
RESULTADOS. Os resultados são de grau comparativo entre as respectivas simulações descritas na seção an-
terior, como amplamente conhecido na literatura, a diretividade do arranjo foi bem superior à diretividade do
elemento isolado. Já na comparação entre os dois arranjos, de primeiro momento há um aumento crucial na
largura da banda de transmissão, no arranjo de 2 elementos temos uma banda de aproximadamente 150 MHz
e já no arranjo de 4 elementos a banda subiu para 230 MHz, um aumento de 53,33% na largura de banda na
comparação com os dois elementos. Já em termos de diretividade temos que esse parâmetro possui valor de
13,0 dB para o arranjo de 2 elementos e 13,5 dB para o arranjo de 4 elementos Os resultados experimentais
mostraram-se condizentes com o esperado, o arranjo de 4 elementos obteve uma banda de 220 MHz enquan-
to o arranjo com dois elementos obteve uma banda de 144 MHz, corroborando os resultados numéricos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Neste trabalho foi realizado o projeto de um arranjo de antenas de microfita com
patch retangular para a frequência de 3,5 GHz, a mesma designada para ser utilizada pelo sistema de comu-
nicação móvel de 5ª geração (5G). Os resultados numéricos mostraram-se promissores, com um aumento no
ganho e largura de banda, quando comparado com a antena isolada. Os arranjos aqui desenvolvidos podem
ser de grande utilidade no desenvolvimento da tecnologia 5G, pois utiliza um tipo de antena patch que é am-
plamente conhecida e pode ser desenvolvida à baixo custo.
AGRADECIMENTOS: Ao IFPB – Campus João Pessoa, como instituição financiadora deste projeto.
Referências
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ne]. Disponível em: http://www.anatel.gov.br/institucional/ultimasnoticiass/2102-tecnologia-5g-e-satelites-
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BIGLARBEGIAN, B.; FAKHARZADEH, M.; BUSUIOC, D.; AHMADI, M.-R. N.; NAEINI, S. S. Optimized microstrip
antenna arrays for emerging millimeterwave wireless applications. IEEE Trans. on Ant. and Prop., vol. 59, no.
5, pp. 1742–1747, maio 2011.
3º SIMPIF
sensor Bluetooth, LED infravermelho para leitura do estado de ligado ou desligado do chuveiro, diodo recep-
tor infravermelho e amplificador operacional. Além dos componentes eletrônicos, foram utilizados materiais
hidráulicos como canos, juntas, materiais plásticos e registros para controle da vazão de água. Para o fun-
cionamento do sistema e programação do microcontrolador, foi adotado um fluxograma simples, contendo
comandos de ligar e desligar conforme seja ou não detectada a presença do usuário sob o chuveiro. Uma ver-
são inicial de um aplicativo para dispositivos móveis (smartphones) foi aprimorada, visando oferecer melhor
facilidade de utilização e aumentando as possibilidades de configuração do chuveiro inteligente.
RESULTADOS. O chuveiro inteligente desenvolvido e aprimorado neste trabalho foi adaptado de modo a me-
lhorar a localização dos componentes do sistema de fornecimento de água. O protótipo é constituído por
uma base de sustentação, tubulação de água e registro, componentes eletrônicos e ducha. Funciona com a
utilização de um aplicativo que permite ligar e desligar o sistema, de modo a utilizá-lo somente em situações
de interesse. No caso da necessidade de fluxo de água contínuo mesmo sem a presença do usuário, o aplica-
tivo permite desligar o sistema, como no caso de situações que exigem operações de limpeza do ambiente.
A interface do aplicativo utilizado foi aprimorada no presente projeto, com a finalidade de unir simplicidade
com um maior número de possibilidades de configuração de uso. Com a finalização do protótipo, foi possível
testar os limites de sua utilização. Nesta etapa, foi verificado que o sensor infravermelho foi capaz de detec-
tar adequadamente a presença de um usuário abaixo do chuveiro, acionando o seu funcionamento somente
nesta condição. No entanto, em condições com muita iluminação ou iluminação direta do sol (que possui raios
infravermelhos), o sensor infravermelho tem dificuldade de realizar a detecção do usuário abaixo do chuveiro,
já que o processo depende da reflexão dos raios do emissor infravermelho na superfície do usuário. Nessa
condição, o detector sofre interferência externa, condição que requer aprimoramento futuro. Neste sentido, o
sensor infravermelho inicialmente utilizado para a detecção da presença do usuário do chuveiro foi substituído
por um sensor ultrassônico, com o intuito de melhorar o funcionamento do sistema.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O aplicativo para operação do chuveiro inteligente tem interface simples e permite
configurações por parte do usuário, facilitando o seu uso. O protótipo desenvolvido funcionou bem em con-
dições de luz interior ou iluminação externa indireta, mas sofreu interferências quando localizado em áreas
com iluminação solar direta. Para tal, o sensor infravermelho foi substituído por um sensor ultrassônico. A
partir dos testes realizados, foi possível constatar a boa qualidade do protótipo desenvolvido e promover o seu
aprimoramento para ser aproveitado mesmo em condições de luminosidade alta ou iluminação solar direta.
AGRADECIMENTOS: Ao IFPB - Instituto Federal da Paraíba, pelo suporte financeiro do Edital 06/2018 – Pro-
grama Institucional de Bolsas do IFPB – campus João Pessoa, e a todos aqueles que nos instruíram sobre os
princípios básicos do conhecimento utilizado no desenvolvimento da ideia.
Referências
3º SIMPIF
BARRETO, D. (2008). Perfil do consumo residencial e usos finais da água. Ambiente Construído, Porto Alegre,
v. 8, n. 2, p. 23-40.
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nível em <http://www.un.org/documents/ga/res/47/a47r193.htm>. Acesso em 02/04/2018.
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3º SIMPIF
O movimento do rotor depende do posicionamento do sensor de efeito Hall, cuja função é detectar o campo
magnético e, portanto, a posição de cada ímã do rotor. Este sensor envia um sinal de tensão ao circuito ele-
trônico de potência para que este alimente uma corrente elétrica através da bobina de torque, que gera um
campo magnético contrário ao do ímã. Desta forma, a força magnética de repulsão produz um torque que mo-
vimenta o rotor. Este funcionamento se repete para cada ímã presente no rotor. Em regime de funcionamento,
uma corrente contínua pulsante, que circula pela bobina de torque, mantém a velocidade do rotor.
MATERIAIS E MÉTODOS. Para a fabricação do protótipo de motor de Bedini foram necessárias três etapas:
construção da bobina de torque, do circuito eletrônico de potência e do rotor. Para construção da bobina de
torque com 2100 espiras foram utilizados: um carretel plástico e fio de cobre esmaltado número 20 AWG. O
circuito eletrônico de potência contém os seguintes componentes: um transistor NPN TIP31, um transistor
PNP BC558, um resistor de 220 Ω e 1/4 W, dois resistores de 10 kΩ e 1/4 W, um sensor de efeito Hall KY-003.
Com a aproximação do ímã do rotor ao sensor de efeito Hall, este vai responder com um sinal de tensão, sen-
do máximo esse sinal quando o sensor estiver a 90° do campo magnético gerado pelo ímã. O sinal enviado
pelo sensor excita a base do transistor BC558. Como o transistor TIP31C está com a sua base conectada
ao coletor do BC558, quando o sinal enviado pelo sensor polarizar o BC558, este polariza a base do TIP31C
que ao conduzir fornece um pulso de corrente elétrica à bobina de torque. Por sua vez, o campo magnético
produzido pela bobina de torque é contrário ao do ímã do rotor, fazendo com que o rotor se movimente por
repulsão magnética.
Na construção do rotor foram utilizados dois discos e um eixo de HD (disco rígido) e 20 imãs de neodímio. Os
discos foram sobrepostos, colados e fixados ao eixo de HD. Em seguida, os imãs foram divididos de forma a
construir quatro pólos para o motor, cada um com cinco ímãs. Estes pólos foram separados de 90° entre si.
RESULTADOS. Com esse projeto foi possível verificar uma boa eficiência no consumo do motor. Verificou-se
um consumo aproximado de 480 mW com uma alimentação de 12V e uma corrente próxima de 40 mA. Cons-
tatou-se que o motor de Bedini possui vantagens construtivas em relação a outros motores elétricos, pois não
necessita de circuitos magnéticos no rotor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Este modelo de motor elétrico é bem adequado para demonstrar os princípios do
eletromagnetismo na prática. A montagem utiliza apenas materiais que podem ser facilmente encontrados,
podendo, desta forma, ser construído até pelos próprios alunos, ajudando-os a compreender e a verificar a
teoria apresentada em sala de aula.
O uso do sensor de efeito Hall possibilitou uma maior economia de energia, uma vez que a bobina de torque só
será alimentada quando o sensor detectar a presença do campo magnético gerado pelo ímã. Os discos utiliza-
dos para fixação dos imãs em conjunto com o eixo de HD possibilitaram uma maior leveza ao rotor, um menor
nível de ruído, pois o atrito no eixo é muito baixo, resultando em um menor consumo de energia. Consideran-
do-se o protótipo de motor de Bedini de baixo custo construído, os objetivos deste estudo foram alcançados
e verificados nos testes e funcionamento do motor.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a colaboração do Docente Dr. Paulo Henrique da Fonseca Silva pelo
conhecimento adquirido na disciplina Eletromagnetismo e pela orientação no desenvolvimento do projeto e ao
discente Guilherme Leite Maia por participar da construção do motor de Bebini, ambos do curso bacharelado
em engenharia elétrica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Campus João Pessoa.
Referências
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johnbedini.net.>. Acesso em 26 de Agosto de 2019.
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<http://www.mme.gov.br/web/guest/pagina-inicial/outras-noticas/-/asset_publisher/32hLrOzMKwWb/
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PARAÍSO DAS BOMBAS. Avanço tecnológico em motores elétricos e a economia de energia. Disponível em:
<https://blog.paraisodasbombas.com.br/avanco-tecnologico-em-motores-eletricos-e-a-economia-de-ener-
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UNITED STATES PATENT (United States Of America (usa)). John C. Bedini. Device and method for utilizing a
monopole motor to create back emf to charge batteries. EUA n. US 6545444 B2, 13 mar. 2001, 08 abr. 2003.
MATERIAIS E MÉTODOS. Na prática, o Arduino vem a ser uma plataforma de computação embarcada ou fí-
sica, que permite através de hardware e software a interação entre máquina e meio ambiente (MCROBERTS,
2011). Por se mostrar uma plataforma muito flexível, que atende às demandas da proposta, o Arduino foi o
microcontrolador adotado. Para o envio de sinais do aplicativo desenvolvido para o Arduino Mega, foi utilizado
o módulo bluetooth HC-05. Esse módulo permite a conversão de sinais recebidos via interface serial para in-
terface bluetooth (VIEIRA, 2014), possuindo fácil implementação para Arduino, pois já existe uma biblioteca,
SoftwareSerial.h, no ambiente de desenvolvimento que permite a comunicação. No aspecto de comunicação,
vale ressaltar o método que foi adotado no desenvolvimento do aplicativo, pois durante a pesquisa para a
realização do projeto surgiu a ideia de utilizar o framework Flutter (NERY, 2019). O Flutter se destaca por
oferecer melhor desenvolvimento no que se refere a desempenho e integração de plataformas móveis, sendo
ágil na abertura do aplicativo, pois seu código é compilado em ARM, além de usar um renderizador Mobile First
acelerado pela placa de vídeo (Abranches, 2018). Trata-se de um framework híbrido que utiliza a linguagem
Dart como base para a criação dos aplicativos. Trata-se de uma linguagem de programação orientada a objeto,
e pode ser usada tanto lado cliente como lado servidor (DIAS,2018). O controle dos motores que realizam a
movimentação do carro foi feito com o auxílio do driver Ponte H L298. Este drive regula a tensão aplicada aos
motores e permite o controle da velocidade dos motores através de sinal de modulação de largura de pulso,
PWM (CARDOSO, 2017). O carro possui um sensor ultrassônico HC-SR04, que é responsável por informar a
distância do carro a algum obstáculo. O Sensor HC-SR04 emite um pulso ultrassônico que ecoa em determi-
nado objeto e retorna para o sonar, de acordo com o tempo entre o envio e a recepção do pulso, é possível
mensurar a distância do objeto (SMIDT, 2013), e um potenciômetro que é responsável por regular a velocidade
dos motores que estão no carro. O carro também possui tratamentos de segurança em sua composição com
o auxílio de um sensor ultrassônico para não permitir a colisão em objetos a sua frente, além também de um
potenciômetro, na porta analógica do Arduino, para fazer o controle do sinal PWM que definirá a velocidade
dos motores. Em relação à alimentação do circuito, foram utilizados dois power banks que fornecem carga
para o Arduino e para os motores. A estrutura do carro é feita de Acrílico, responsável por ser a base do carro;
foi utilizada uma roda boba na parte frontal para sustentação e controle na movimentação do carro e para
a conexão de alguns componentes eletrônicos utilizamos placas protoboards. O controle do carro possui o
seguinte princípio de funcionamento: o aplicativo contém em sua interface gráfica alguns botões que são res-
ponsáveis pelo controle e locomoção do veículo e um dado com valor inteiro que informa a distância, captada
pelo sensor ultrassônico, entre o carro e algum obstáculo. O veículo é capaz de se movimentar em todos os
sentidos no plano e essa movimentação é feita a partir do comando do aplicativo. Na estrutura do carro, existe
um potenciômetro que oferece a possibilidade de controle da velocidade dos motores de forma manual, sem
a necessidade de utilização do aplicativo.
RESULTADOS. O deslocamento do carro ocorreu de forma satisfatória, onde o veículo se apresentou estável
até mesmo em percursos com uma presença maior de obstáculos. Os comandos dados através do aplicativo
ocorreram de forma satisfatória com o módulo bluetooth no Arduino e o controle do sinal PWM sendo bem-su-
cedidos. De acordo com a configuração estipulada no potenciômetro, o motor trabalha com maior ou menor
velocidade. O código na plataforma Arduino não foi de difícil implementação, tendo em vista que as bibliotecas
tornaram simples a programação.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB Campus Campina Grande, por todo apoio e suporte.
Referências
ABRANCHES, J. iMasters. Conhecendo Um Pouco Mais o Flutter. Disponível em: <https://imasters.com.br/
framework/conhecendo-um-pouco-mais-flutter>. Acesso em: 8.9.2019.
CARDOSO,D. Vidadesilicio. Controlando a velocidade de um motor DC com PWM. Disponível em:<https://por-
tal.vidadesilicio.com.br/ponte-h-l298n-controle-velocidade-motor/>. Acesso em: 8.9.2019.
DIAS, D. Flutter Brasil. Dart Iniciante: Conhecendo a Linguagem Dart. Disponível em: <https://www.flutterbra-
sil.com/read-blog/11_1-2-dart-iniciante-conhecendo-a-linguagem.html>. Acesso em: 8.9.2019.
FRACAROLLI, J. P. V. Implementação do controle remoto de uma miniatura de carro operado via computador
utilizando comunicação wireless. 2012. Tese de Doutorado. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO.
NERY, F. G. P. Desenvolvimento de sistema especialista em aplicativo móvel para gerenciamento de dano da
lagarta cartucho em monoculturas de milho. 2019.
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GALIAZZI, M. C; GONÇALVES, F. P. A natureza pedagógica das atividades experimentais: uma pesquisa no cur-
so de licenciatura em química. 2004.
MCROBERTS, M. Arduino Básico. Novatec Editora. 2011.
SMIDT, A. C. G. Implementação de Uma Plataforma Robótica Controlada Remotamente Utilizando Arduino.
Trabalho de Conclusão de Curso- Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, SP, 2014.
VIEIRA,E.B; VIEIRA, L. B. Sistema Autônomo de Vigilância Baseado em Dados Biológicos Com Registro de
Dados na nuvem via Smartphone. Trabalho de Conclusão de Curso - Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo, SP, 2014.
aos parâmetros e visualizações para a prática clínica e para o uso em pesquisa, sendo o desenvolvimento de
aplicações desse tipo comum em centros de pesquisa sobre a deformação cardíaca pelo mundo.
RESULTADOS. A maioria dos pontos no Gráfico Q-Q se apresentou-se próxima ou acima da linha de referên-
cia, indicando que a diferença entre as medidas tende a se distribuir normalmente. O Teste de Shapiro-Wilk
indicou um p-value de 0.1293, sendo ele maior que 0.05, o que confirma a normalidade da diferença entre as
medidas. Assim, o coeficiente de correlação calculado no gráfico das medidas frente à linha de igualdade é o
Coeficiente de Correlação de Spearman, o qual indicou uma forte correlação entre as medidas dos dois méto-
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dos (r = 0.99). No gráfico, os pontos mantiveram-se próximos aos dois lados da linha de igualdade, indicando
um baixo viés. Como as diferenças das medidas distribui-se normalmente, realizou-se um Teste t de Student
com os dados emparelhados e nível de significância de 5%, onde se obteve um p-value de 0.6798, apontando
para aceitação da hipótese nulo (equivalência entre os métodos). Já o gráfico de Bland-Altman indicou um
bias de 0.03% e uma dispersão de 1.96%, satisfazendo também o critério de validação. Assim, mostrou-se
que os métodos podem ser considerados equivalentes. Validando assim o D-Station como uma alternativa ao
EchoPAC no cálculo do GLS.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com a validação do D-Station para o cálculo do GLS e para exibição das curvas,
espera-se que novos parâmetros relacionados à outras câmaras possam ser implementados e validados. Pre-
tende-se também facilitar o cadastro de novos pacientes e elaborar uma interface gráfica para o usuário.
Com isso, o D-Station pode atuar como uma ferramenta adicional à um software proprietário no cálculo dos
parâmetros relativos à deformação e ser incluído na prática clínica. É necessário, no entanto, que mais testes
sejam feitos a fim de encontrar eventuais erros e para que os usuários relatem as dificuldades encontradas
no seu uso para que esses problemas sejam corrigidos.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB e ao Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo pelo apoio no
desenvolvimento desta pesquisa.
Referências
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3º SIMPIF
No entanto há sistemas robóticos de alto custo, o que restringe assim a sua utilização em determinadas apli-
cações. Pensando dessa forma, simulações através de softwares desses sistemas robóticos móveis poderiam
auxiliar na predição de movimentação e interação dos robôs com o ambiente físico. Segundo Heineck et al
(2016), o desenvolvimento desse tipo de ferramenta tem sido um desafio, uma vez que esses sistemas ro-
bóticos apresentam cada vez mais complexidade em suas estruturas físicas tais como sensores, atuadores e
junções entre suas partes móveis.
Schlegel (2011) utiliza a engenharia de software aplicada a robótica executando técnicas como component
based approaches para dividir o sistema em diversos segmentos independentes menores, tendo assim como
objetivo principal a diminuição da complexidade do sistema. Para isso, ainda segundo Schlegel (2011), passos
são seguidos para a criação e execução da aplicação. O primeiro passo trata da descrição e representação
física do sistema trabalhado. Nesta fase as tarefas e serviços proporcionados pelo sistema robótico é assimi-
lado e abstraído para que possa ser incorporado no software por meio do sistema operacional e linguagens
de programação. O segundo passo visa unir todas as abstrações criadas de formas individuais no primeiro
passo, ou seja, cada segmento do sistema deve estar de acordo com as tarefas e serviços ofertados por cada
componente, sem conflitos com quaisquer outras partes do sistema robótico. Assim códigos são gerados para
simular esta ligação entre as diferentes partes do robô. O terceiro passo trata da substituição do meta-modelo
criado nos passos anteriores. Ou seja, ao final deste passo os algoritmos e bibliotecas utilizadas para a criação
do modelo do sistema robótico devem estar devidamente implementados e funcionais. Por fim, trata da cria-
ção e execução dos procedimentos de funções e serviços devidamente otimizados pela aplicação.
Diante deste cenário, este tem como objetivo criar um ambiente para co-simulação de sistemas robóticos
móveis, utilizando softwares livres como Blender e programação para computadores de placa única de tama-
nho reduzido. Um software capaz de gerar atualizações do estado do sistema robótico físico em tempo real,
juntamente com características críticas tais como segurança, confiabilidade e tolerância a erros, poderá servir
de grande auxílio para projetos futuros envolvendo sistemas robóticos móveis contribuindo para a formação
de mão de obra qualificada no estado da Paraíba, além do aumento da qualificação de pesquisas e desenvol-
vimento nessa área.
MATERIAIS E MÉTODOS. Para a realização do projeto de pesquisa, será utilizado um sistema robótico móvel
de seis membros com três graus de liberdade para cada membro (hexapod).
Tipicamente, os robôs hexapods (robôs munidos de seis membros com articulações), podem ser classificados
entre retangulares e hexagonais. Os retangulares são bio-inspirados em insetos com três pares de membros
distribuídos simetricamente ao longo do seu corpo. Já os hexagonais têm seus membros em cada vértice do
hexágono que compõe sua principal estrutura.
Além disso, o sistema robótico adotado neste trabalho contra com 3 graus de liberdade. Ou seja, há três
articulações ao longo de cada membro que o compõe. A Figura 2 ilustra de forma simplificada as variáveis e
ângulos que cada articulação fornece ao robô.
O sistema robótico em questão consiste em um chassi composto de peças em alumínio, servo-motores capa-
zes de dar sustentação e realizarem a ação de locomoção do sistema robótico, bateria para alimentação dos
sistemas eletrônicos e computadores de placa única de tamanho reduzido. O trabalho de Siradjuddin (2015)
exemplifica bem a capacidade de obtenção e processamento de informação que essas placas podem executar.
Podendo inclusive processar grandes volumes de dados vindos de câmeras e informações de telemetria em
tempo real.
O controle de posição e movimentação do sistema robótico móvel ficará a cargo do software Blender em um
computador utilizando sistema operacional GNU/Linux (distribuição Ubuntu), que fará a modelagem física do
robô, bem como a simulação de movimentação e envio de comandos via rede sem fio para o computador de
tamanho reduzido instalado no chassi do sistema robótico.
Kitanov (2007) define a ferramenta Blender como um software opensource para modelagem 3D, animação
renderização e interação criativa e multiplataforma, ou seja, roda em sistemas Windows e Linux. Além disso,
podem ser implementadas diferentes características inerentes através de códigos em linguagem de progra-
mação Python. Pode ser utilizado também como limitador do espaço de trabalho do sistema robótico, bem
como ferramenta de testes tais como teste de colisão e teste de detecção de objetos.
O conjunto de softwares resultantes desse projeto viabilizarão a execução de quaisquer projetos futuros que
se utilizarão de técnicas de co-simulação para sistemas robóticos móveis, auxiliando assim no desenvolvimen-
to e produção de mais trabalhos relacionados com o escopo deste projeto.
RESULTADOS. Até a presente data, os resultados obtidos nesse trabalho contam com a elaboração e execu-
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ção da montagem do sistema robótico, instalação dos softwares Ubuntu, Blender e Ptolemy. Na montagem do
sistema robótico, vale ressaltar que o chassis utilizado para a montagem dos aparatos físicos do sistema foi
o Linxmotion Phoenix, que conta com um corpo de 3 graus de liberdade para cada membro. Inicialmente foi
empregado o uso do computador de placa única BeagleBoard black, porém, essa última demonstrou incom-
patibilidades funcionais. Por conta disso, encontrou-se a solução com a substituição desse dispositivo por
outro com funcionalidades similares e maior compatibilidade com os softwares relacionados nesse trabalho,
a Raspberry Pi.
O sistema operacional nativo proposto para a realização desse projeto é uma distribuição GNU/Linux. Além
disso, a facilidade na comunicação entre o sistema operacional citado e o sistema operacional nativo da placa
Raspberry demonstra uma maior compatibilidade na execução de tarefas e obtenção de dados.
A versão do software Blender empregada foi a 2.8, mais recente até a data de publicação desse trabalho. Ela
conta com funcionalidades extras que até então não existiam, como a renderização em tempo real das simu-
lações, função essa que impacta diretamente na funcionalidade dos resultados desse artigo. A atualização
do software também auxilia na utilização desse projeto como fonte bibliográfica significativa para trabalhos
futuros, uma vez que essa versão não se tornará obsoleta em um curto espaço de tempo.
A versão do Ptolemy empregada foi a 7.0.1, pelo fato de ter uma boa gama de trabalhos utilizando essa versão,
e pela compatibilidade com os sistemas e softwares previamente citados.
Diante do exposto, as próximas fases do trabalho tratam-se da ligação entre o sistema físico e o sistema digital
e o emprego de sensor para obtenção da localização em tempo real do sistema robótico está sendo implemen-
tado para uma maior precisão nos resultados esperados nesse projeto. Uma vez realizadas essas etapas, o
projeto estará pronto para testes de maior performance e resultados concretos de sua funcionalidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Atualmente o projeto consiste em partes que funcionam de forma isolada. Em ou-
tras palavras, há a distinção entre os dados obtidos via software e os dados obtidos via hardware. A próxima
etapa desse trabalho visa a integração entre as duas interfaces citadas. Além disso, a animação gerada pelo
software encontra-se em estado embrionário, isso é, a animação é pobre em recursos articulados, o que pode
causar estranheza e confusão na hora da co-simulação do sistema. Algumas dificuldades estão relacionadas
ao desenvolvimento do ambiente virtual, utilização energética eficiente do sistema robótico e animação fluida.
Todos os aspectos mencionados aqui estão em fase de desenvolvimento e melhorias estão sendo implemen-
tadas no decorrer do projeto.
Referências
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International Conference on Embedded Computer Systems (SAMOS), p. 339-344, 2012.
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ponents, Architectures and Reuse, p. 152-160, 2016.
KITANOV, A.; BISEVAC, S.; PETROVIC, I. Mobile robot self-localization in complex indoor environments using
monocular vision and 3D model. In: IEEE/ASME international conference on advance intelligent mechatronics,
3º SIMPIF
2007.
ROMERO, R. et al. Robótica Móvel, Rio de Janeiro (Brasil): LTC, 2014.
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Paraíba, Brasil, 2015.
SCHLEGEL, C.; Steck, A.; Lotz, A. Model-Driven Software Development in Robotics: Communication Patterns as
Key for Robotics Component Model, University of Applied Sciences Ulm, Germany, 2011.
SIRADJUDDIN, I. et al. A Real-Time Model Based Visual Servoing Application for a Differential Drive Mobile Ro-
bot Using Beaglebone Black Embedded System, In: IEEE International Symposium on Robotics and Intelligent
Sensors, 2015.
MATERIAIS E MÉTODOS. As etapas de desenvolvimento do projeto foram realizadas entre o período de Agosto
de 2018 a Julho de 2019, pelo grupo de alunos do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) – Campus João Pessoa,
tendo como orientadora a Prof. Dra. Maria Angélica Ramos da Silva. Durante todo o projeto, juntamente a
orientadora, o grupo reuniu e compartilhou informações sobre o tema em questão, por meio de artigos aca-
dêmicos e outras fontes de pesquisa reconhecidas pela área. Foram selecionadas sequências genéticas dos
diferentes tipos de Bos Taurus Papilomavírus (BPV) disponíveis nos bancos de dados públicos National Cen-
ter for Biotechnology Information (NCBI) (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/) e PapillomaVirus Episteme (PaVE)
(https://pave.niaid.nih.gov/). Através de leituras e pesquisas, constatou-se a existência de 24 tipos de BPV
já catalogados e disponíveis nos bancos de dados citados anteriormente. Após esse levantamento, o grupo
pesquisou e encontrou a filogenia dos Papilomavírus (PV) e assim, identificou os gêneros de BPV ao qual cada
tipo pertence, sendo separados em: Deltapapillomavirus (1, 2, 13 e 14), Epsilonpapillomavirus (5 e 8), Xipa-
pillomavirus (3, 4, 6, 9, 10, 11, 12, 15, 17, 20, 23 e 24), Dyoxipapillomavirus (7) e Dyokappapapillomavirus
(16, 18, 19, 21 e 22). Em seguida, as sequências genéticas dos tipos de BPVs, que já haviam sido coletadas,
foram alinhadas utilizando o software Molecular Evolutionary Genetics Analysis 7.0 (MEGA 7.0) (https://www.
megasoftware.net/) para o reconhecimento de sequências comuns entre todos os tipos de BPV e assim, pro-
piciar a construção dos primers. Após o alinhamento verificou-se que a melhor região para desenvolver esses
primers seria a tardia 1 (Late 1 – L1), por ser a região mais conservada no genoma dos PV e ser mais longa
do que as demais, o que aumenta a probabilidade de construir primers mais eficazes. Para facilitar o alinha-
mento da região L1 foi utilizada a ferramenta Multiple Sequence Comparison by Log-Expectation (MUSCLE)
(https://www.ebi.ac.uk/), disponível no MEGA 7.0, que insere espaços para ocupar o lugar de alguma base
nitrogenada que a região analisada pode ter perdido. Assim pudemos criar os nossos primers. A última etapa
do projeto foi o levantamento das enzimas de restrição que cortam a região L1. Para isso, as sequências de L1
dos 24 tipos de BPV foram inseridas na plataforma virtual Nebcutter (http://nc2.neb.com/NEBcutter2/), que
informa quais enzimas de restrição fragmentam a sequência e qual sua a posição do fragmento. Dessa forma,
poderemos futuramente utilizar o primer e as enzimas de restrição para realizar a técnica de reação em cadeia
da polimerase (PCR – Polymerase Chain Reaction).
RESULTADOS. Com base nas etapas realizadas durante o projeto, pudemos absorver os conhecimentos ne-
cessários sobre o Bos Taurus Papilomavírus (BPV), suas particularidades e criar os primers Gemasha1-BPV e
Gemasha2-BPV. O primer inicial (forward) Gemasha1-BPV começa na posição 344 e vai até a posição 364, o
que corresponde a uma sequência de 21 pares de bases nitrogenadas. O primer final (reverse) Gemasha2-BPV
inicia na posição 1157 e termina na posição 1176, equivalente a uma sequência de 20 pares de bases nitroge-
nadas. Os primers precisam obedecer a um protocolo e alguns parâmetros, como temperatura de anelamento,
quantidade de pares de bases nitrogenadas guanina e citosina, tamanho, entre outras. Para saber se os pri-
mers desenvolvidos satisfazem tais critérios, suas sequências foram submetidas à plataforma virtual Primer3.
O resultado foi positivo, conforme esperado, confirmando, assim, a qualidade dos primers. Os critérios de
escolha das enzimas de restrição, para que seja possível realizar a técnica de reação em cadeia da polimerase
(PCR – Polymerase Chain Reaction), foram: a distância entres os fragmentos, que deve ser de, no mínimo, 50
pares de bases nitrogenadas; fragmentar o maior número de tipos de BPV, respeitando o critério anterior; e
o custo. Para isso, foram desenvolvidos os mapas da eletroforese correspondente a cada enzima de restrição
identificadas na plataforma Nebcutter. Assim, após analisar todas as enzimas de restrição dos 24 tipos de
BPV, foram selecionadas as seguintes: BaeGI que corta os BPV tipo 1, 7, 8, 9, 11, 19 e 21; BccI que consegue
cortar apenas o BPV 15; BceAI que diferencia os BPV tipo 6, 11, 14, 18 e 20; Bsp1286I que corta os BPV 17,
18 e 20; EcoP15I que consegue diferenciar os BPV tipo 1, 2, 4, 8, 19, 22 e 23; FauI que é capaz de cortar os
BPV tipo 3, 10, 12, 16 e 19; FspI que corta apenas o BPV 13; e a enzima MwoI que corta os BPV tipo 5, 9 e 24.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Espera-se que este projeto de pesquisa seja útil para futuras aplicações práticas
na detecção dos diferentes tipos de Bos Taurus Papilomavírus (BPV), utilizando os primers Gemasha1-BPV,
Gemasha2-BPV e as enzimas de restrição selecionadas para realizar a técnica de reação em cadeia da polime-
rase (PCR - Polymerase Chain Reaction).
3º SIMPIF
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS EXPORTADORAS DE CARNES. Exportações Brasileiras de Car-
ne Bovina. São Paulo, 2018. Disponível em: <http://www.abiec.com.br/download/estatisticas-mar18.pdf>.
Acesso em: 3 jun. 2019.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Primeiramente foi estabelecida uma base de dados de teste contendo vídeos que
capturaram imagens de um cenário real, gravadas em trechos das rodovias BR 230 e BR412. Os vídeos têm
aproximadamente dois minutos, resolução de 1280x720 pixels e foram gravados com uma taxa de velocidade
de 30 frames por segundo (FPS). Na etapa de Pré-processamento definiu-se um kernel com nove pixels de
tamanho na parte central da metade inferior da imagem. Assumisse que, de acordo com o posicionamento da
câmera, esse segmento da imagem estará sempre posicionado sobre a região de interesse (ROI), ou seja, a
rodovia. A partir desse kernel são obtidos os valores medianos de cada intensidade de cor BGR azul (B -Blue),
verde (G -Green) e vermelho (R -Red), esses valores são usados como base de intensidade de cor da rodovia.
Na fase de Segmentação é criada uma máscara com os valores medianos de intensidade obtidos no kernel,
com uma tolerância de 35 (trinta e cinco) de intensidade para cada um dos canais. Esta máscara é a segmen-
tação da rodovia, onde a maior parte dos ruídos podem ser retirados com sucesso. Com o intuito de realizar
a detecção das linhas que delimitam a faixa de trabalho do carro, uma sequência de filtros e máscaras foram
aplicadas no resultado da segmentação, a começar por um Filtro de Mediana que retira boa parte dos ruídos
do tipo salt and pepper, Após esse processo foi realizada uma erosão na imagem, utilizando um kernel 5x5
e aplicando-o por cinco iterações. Com boa parte dos ruídos retirados foi utilizado posteriormente a detecção
de Bordas de Canny (CANNY, 1986). Na ação seguinte aplicou-se uma máscara, com formato poligonal, res-
ponsável por recortar e isolar a região da rodovia a ser analisada. Em seguida foi aplicada uma dilatação na
imagem resultante, utilizando um kernel 5x5, sob uma iteração. Na imagem resultante do processamento an-
terior foi utilizada a técnica de detecção de linhas probabilísticas de Hough, onde as linhas encontradas foram
classificadas em dois grupos (esquerda e direita). Levando em consideração suas inclinações, cada grupo de
linhas passou por um ajuste de curva polinomial como objetivo de unificar representativamente estes grupos,
estabelecendo assim, aquelas linhas ideais para representar a faixa do veículo. As linhas encontradas foram
estendidas desde o canto inferior do vídeo até o encontro das linhas, determinando assim a região de trabalho
do automóvel e também a região de trabalho do algoritmo de detecção. Ao final as linhas passam por um pro-
cesso de suavização onde a cada frame a linha plotada é calculada a partir da média das linhas encontradas
nos dez últimos frames. Na região de interesse encontrada é aplicada na máscara inicial, onde é realizada uma
busca por qualquer ruído no padrão da pista e destacado no frame original um bounding box que determina a
existência de um objeto sobre a rodovia.
RESULTADOS. As técnicas de PDI utilizadas, foram aplicadas levando em consideração uma ordem de execu-
ção em que cada etapa melhore a performance e o resultado dos processos seguintes, e apresentam um resul-
tado final satisfatório. A detecção dos objetos sobre a rodovia pode levar a construção de um SAM de alerta,
estimando a distância entre o veículo e o objeto encontrado, bem como oferecer uma base para algoritmos de
classificação capazes de determinar a que classe pertence o objeto sobre a rodovia, dotando o SAM de inteli-
gência computacional. Também é possível realizar avanços na área de sistemas ne navegação,
CONSIDERAÇÕES FINAIS. No que se refere a abordagem escolhida para o SAM as funcionalidades de ras-
trear objetos sobre a rodovia, estabelecer a distância entre eles e alertar o condutor em situações de risco
de colisão, estabelecem aproximadamente metade das causas de acidentes automotivos. A abordagem de
segmentação de rodovia mostrou resultados promissores. Assim como os filtros e máscaras aplicados em
sequência, as detecções de linhas, as técnicas de suavização e de detecção de objetos requerem um poder
de processamento considerável. Para trabalhos futuros a aplicação de técnicas de Inteligência Computacio-
nal será cogitada, como por exemplo, Redes Neurais Convolucionais (CNN), visando auxiliar o processo de
detecção de classes de objetos que gerem risco ao motorista. Técnicas de detecção de objetos em tempo real
serão comparadas para estabelecer a necessidade mínima de processamento e buscar melhorias em relação
ao custo dos processos realizados, com foco em sistemas embarcados de última geração.
Referências
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systems an overview. European Journal of Transport and Infrastructure Research,v.1,n.3,p.245–253,2001.
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Filho, Ogê Marques ; Neto, H. V. Processamento Digital de Imagens. [S.l.: s.n.], 1999.171–180 p. ISBN
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ISBN 9783319461243.
3º SIMPIF
GONZALEZ, R. C.; WOODS, R. E. Digital image processing. [s.n.], 2008. 976 p. ISSN10833668.
phones e PC dependeu do uso de outro software, o QT Creator. Pretende-se, ainda, junto ao Instituto Nacional
da Propriedade Industrial (INPI) registrar futuramente o software desenvolvido. Definidas as características
do software, o hardware foi construído a partir de um microcontrolador NodeMCU ESP8266, que possui já
instalado em seu chip o módulo necessário à comunicação via Wi-Fi e foi comportado numa placa de circuito
impresso a fim de proporcionar um melhor acabamento ao dispositivo. A partir disso, o programa é enviado à
placa e o servidor, já ativo, para armazenar qualquer informação coletada do usuário pelo aparelho. Com base
nesse processo metodológico, os primeiros testes de funcionamento e rentabilidade foram feitos com o intuito
de identificar possíveis falhas e melhorias para que o dispositivo possa ser devidamente aplicado na região
a ser estudada. Seu impacto na economia e na eficiência dos gastos elétricos foi avaliado e será utilizado o
banco de dados construído para o planejamento nos meses seguintes. A depender do êxito dos testes futuros,
será analisada a possibilidade de registrar uma patente de invenção do hardware junto ao INPI. A invenção
será apresentada aos eventos da área que se interessarem pela ideia, objetivando divulgar o conhecimento
científico produzido.
RESULTADOS. Inicialmente, por meio de projeções realistas notou-se que o projeto funciona bem quando
aplicado em ambientes industriais. Devido ao consumo expressivo de energia elétrica pelas máquinas e equi-
pamentos em geral desses lugares, o dispositivo pode detectar algum equipamento com consumo anormal,
tornando mais fácil identificar e consertá-lo. Normalmente, essas falhas só são identificadas e corrigidas após
um longo período de tempo, o que causa um desperdício exorbitante de energia, já que uma única máquina
industrial, dependendo do seu tipo, é capaz de alterar drasticamente o valor final da fatura de energia elétrica.
No caso das indústrias eletrointensivas, por exemplo, os custos com energia elétrica podem representar até
40% dos custos de produção, segundo dados divulgados pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado
do Rio de Janeiro). Estes números fazem com que as empresas procurem gastar cada vez menos energia em
suas operações através de iniciativas de eficiência energética, que vão desde a adoção de energias renová-
veis, aquisição de novas tecnologias à melhoria no planejamento e gestão como um todo (VIRIDIS, 2019).
Verificou-se também que as residências que utilizaram o dispositivo por até dois meses tiveram uma melhoria
considerável no controle de gastos com energia elétrica. Foi possível traçar um perfil detalhado do consumo
dessas residências, além de planejar o consumo para os próximos meses. Por fim, pretende-se estudar os re-
sultados finais ainda não alcançados do projeto com o intuito de ampliar as possibilidades de uso do aparelho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Neste resumo expandido foi apresentado o projeto de desenvolvimento de um dis-
positivo embarcado que usa tecnologias amplamente difundidas na área da Engenharia Elétrica e que visa
resolver um problema comum no dia a dia dos consumidores de energia elétrica. Desde o início, sua criação
teve bons resultados nos testes de funcionamento. Foi constatada sua funcionalidade e percebida o possível
impacto de sua utilização em larga escala e a médio prazo. Apesar disso, a acessibilidade ainda é um obstá-
culo a ser superado em versões futuras do projeto. Desde a aquisição dos sensores e todos os elementos que
compõem o circuito do hardware até sua hospedagem virtual, o produto final ainda não está com um preço
acessível a todos que pretendam utilizá-lo. É de interesse da equipe continuar a pesquisa a fim de aprimorar
3º SIMPIF
o dispositivo com base em extensivos testes, além de torna-lo acessível a todos utilizando materiais que se
adequem a esse objetivo.
PALAVRAS-CHAVE: Gestão de energia. Energia Elétrica. IoT. Dispositivo de monitoramento energético. Con-
sumo.
AGRADECIMENTOS: Ao IFPB - Campus João Pessoa pelo apoio substancial ao desenvolvimento deste projeto
de pesquisa; ao nosso orientador, professor Allysson Macário, por todo amparo e participação neste trabalho.
Referências
BRASIL, MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Balanço energético nacional 1999, Brasília, 1999, 153p. ilus-
tradas. 29,7 cm. p.43. ISS0101-6636.
Desperdício de Energia no Brasil. disponível em: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codi-
go=558404. Acesso em: mai. 2019.
Infográfico: Consumo de energia na indústria. disponível em: https://viridis.energy/pt/blog/infografico-con-
sumo-de-energia-na-industria. Acesso em: set. 2019.
3º SIMPIF
As ações necessárias para efetiva redução do consumo de energia elétrica, recomendadas desde o ano 2000
pelo Governo Federal necessitam de uma abordagem sistemática e estruturada que contemple ferramentas
adequadas e necessárias para uma efetiva gestão de eficiência energética. Tudo isso motivou o presente
trabalho, que foi proposto com o objetivo de avaliar a aplicabilidade e definição das bases necessárias para
implementação de um Sistema de Gestão de Energia no Campus João Pessoa. A partir da caracterização do
consumo energético atual, da avaliação do desempenho energético, e da identificação das ineficiências, serão
propostas medidas ou alterações que conduzam ao aumento da eficiência energética no campus, e assim se
tornará possível a redução dos custos com energia elétrica do Campus. A pesquisa de eficiência energética se
justifica não só pela questão econômica, mas também por servir como ferramenta para conscientizar toda a
comunidade do campus, sobre a importância da eficiência energética no ambiente escolar e no dia-a-dia de
toda a comunidade escolar.
MATERIAIS E MÉTODOS. A parte inicial do projeto abordou uma introdução à pesquisa e revisão bibliográfica
de livros e artigos da literatura técnica, que versam sobre estudos de eficiência energética, com ênfase em
instituições de ensino. Além da elaboração de resenhas críticas para maior entendimento e embasamento do
presente estudo, houve também um levantamento de guias técnicos com temática sobre fatores que propõem
as bases necessárias para implementação de um Sistema de Gestão de Energia e projetos de eficiência ener-
gética.
RESULTADOS. Na presente etapa de desenvolvimento do projeto ainda não há resultados suficientes para con-
clusão dos processos resultantes da pesquisa. Além disso, alguns objetivos e metas do projeto tiveram de ser
replanejados para compensar a indisponibilidade dos recursos previstos para a aquisição do material neces-
sário aos desenvolvimentos experimentais e construção de protótipo de equipamento de medição inicialmente
proposto no projeto. Além da participação ativa dos alunos e professor orientador elencados no projeto, houve
colaboração da administração do campus, seja no fornecimento de informações de consumo, das plantas de
situação de todas as instalações do campus, bem como auxílio no acesso aos ambientes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Até a presente etapa de desenvolvimento do projeto os resultados parciais se mos-
tram promissores para o desenvolvimento e conclusão do projeto conforme planejado. Destaca-se que apesar
da impossibilidade de aquisição do material necessário aos desenvolvimentos experimentais e construção de
protótipo de equipamento de medição inicialmente proposto no projeto, por falta de recursos financeiros, o
replanejamento de alguns objetivos e metas do projeto possibilitaram sua continuidade e desenvolvimento.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba pelo apoio no desenvolvimento desta pes-
quisa e o suporte financeiro na concessão de bolsa de pesquisa para aluno discente de graduação.
Referências
3º SIMPIF
ABNT NBR ISO 50001. Sistemas de gestão da energia - Requisitos com orientações para uso. ABNT - Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas. 2018.
BRASIL. Decreto Nº 3.330 de 06 de janeiro de 2000. Dispõe sobre a redução do consumo de energia elétrica
em prédios públicos da Administração Pública Federal, e dá outras providências. Publicado no Diário Oficial
da União de 07.01.2000.
CARVALHO, G. I. F. Análise do Impacto da Geração Fotovoltaica na Redução do Consumo de Energia Elétrica
Fora de Ponta no IFPB Campus João Pessoa. Trabalho de Conclusão de Curso Superior de Bacharelado em
Engenharia Elétrica do IFPB. Janeiro de 2019.
PROCEL Indústria. Eficiência Energética na Indústria. Disponível no site https:\\www.cni.org.br. 2013.
MATERIAIS E MÉTODOS. A geometria da estrela de quatro braços foi introduzida em (NETO et al., 2013), com
características muito interessantes, tais como miniaturização e comutação. Para obter esta geometria, ini-
cialmente é desenhado um FSS com elementos retangulares convencionais e são determinadas as dimensões
básicas das células Wx, Wy, Lx e Ly. Além deste patch retangular, é introduzido um ponto de comutação. Das
bordas, as linhas cruzam o remendo retangular e a geometria da estrela de quatro braços é obtida. Finalmen-
te, os quatro braços da parte externa são destacados da superfície metálica e a estrela dos quatro braços
está completa. Um gap é introduzido no ponto de comutação separando os braços superior e inferior, onde o
varactor é inserido. Após a obtenção da geometria da célula básica são adicionadas linhas de alimentação in-
terligando as células, para que seja possível polarizar os varactores. Em geral, a determinação das dimensões
da FSS baseia-se na experiência do engenheiro de micro-ondas juntamente com um processo de otimização
numérica. Contudo, expressões para obtenção das dimensões iniciais e estimativa das frequências de resso-
nância podem auxiliar no projeto, como no caso da geometria estrela de quatro braços que fornece uma boa
aproximação para a frequência de ressonância, especialmente quando ℎ ≪ (NETO, 2019).
AGRADECIMENTOS: Esse trabalho foi apoiado em parte pelo CNPq (Projeto 407028 / 2016-1) e CAPES, Agên-
cias Federais do Brasil, e pelo Instituto Federal da Paraíba (PPgEE, PRPIP 06/2018).
Referências
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VARDAXOGLOU, John C., Frequency Selective Surfaces – Analysis and Design, Research Studies Press, En-
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ZHANG, L.; T. Ding; T. Zhao, “Design of a single layer broadband tunable frequency selective surface,” 2017 In-
ternational Conference on Electromagnetics in Advanced Applications (ICEAA), Verona, 2017, pp. 988-990.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Para a realização do projeto de pesquisa, a planta piloto de instrumentação indus-
trial, modelo DLB CP003-HT da De Lorenzo, presente no Laboratório de Instrumentação, Sistemas de Controle
e Automação (LINSCA) foi utilizada. Essa planta piloto contém dois tanques com capacidade de 110 e 90 litros
cada, um CLP (Controlador Lógico Programável) da Siemens S7-1200, duas válvulas pneumáticas, aquecedor
elétrico, transmissor indicador da Siemens para variáveis de pressão, nível e vazão, sensor de temperatura PT
100, bomba hidráulica entre outros componentes. As malhas de nível e de vazão presentes no sistema foram
escolhidas para a análise. Os sensores e atuadores existentes foram calibrados, segundo seus manuais, e con-
figurados no CLP. Para a supervisão e a aquisição de dados, o sistema SCADA da Indusoft foi utilizado. Após a
etapa de configuração do sistema envolvido, o algoritmo de aquisição de dados utilizando o OPC (Open Plat-
form Communications) como protocolo de comunicação foi desenvolvido em linguagem Python por ser uma
linguagem de alto nível, de código aberto, possuir diversas bibliotecas disponíveis, orientada a objetos e ser
bem difundida entre os programadores objetivando aplicações. Para a obter os modelos matemáticos que re-
gem o comportamento dinâmico da planta piloto, técnicas de identificação de sistemas baseadas na predição
do erro foram utilizadas. Diversos testes com sinais típicos de identificação de sistemas, como sinais do tipo
degrau, PRBS (Pseudo Random Binary Sequence) foram realizados de modo que o comportamento da saída
do sistema fosse modificado. Na malha de nível, por definição de projeto: i) a bomba atuou com uma potência
constante de 30%; ii) a faixa de operação do reservatório entre 40 e 80 litros; iii) a válvula pneumática atuan-
do na faixa de 40% a 60%. Na malha de vazão, a faixa de operação ficou estabelecida entre 280 l/h e 340
l/h, com a válvula de saída constante em 80 %. Após a aquisição dos dados de entrada e de saída do sistema,
os modelos polinomiais ARX e ARMAX foram aplicados baseados no algoritmo dos mínimos quadrados para a
estimação dos parâmetros. A ordem da estrutura de modelos é testada entre modelos de primeira, segunda,
terceira quinta e décima ordem, em que são calculados os índices RMSE para cada ordem. A escolha do melhor
modelo foi obtida por parcimônia, um modelo de menor ordem com elevado índice RMSE foi escolhido, pois
reproduz a dinâmica de maneira semelhante a um de maior ordem.
RESULTADOS. A malha de nível para entrada ao degrau, apresentou uma melhor representação matemática
pelo modelo ARX de primeira ordem, considerando que seu índice RMSE foi de 95% em uma ordem tão baixa
quando comparado com a vigésima ordem desse mesmo modelo que apresentou RMSE de 97%, Nesse caso,
por parcimônia, um modelo de menor ordem foi escolhido reproduzindo de maneira semelhante a um de maior
ordem. Para entrada do sinal PRBS, um sistema de primeira ordem do modelo ARX apresentou índice RMSE
de 71%, porém a vigésima ordem do ARX apresentou 80% de RMSE, mostrando que esse tipo de sinal não
foi o ideal para este estudo. Isso deve-se ao fato que possíveis não linearidades causadas pela dinâmica que
esse sinal cria no sistema tenham contribuído para que o modelo ARX tivesse um índice RMSE menor. Para o
modelo ARMAX na malha de nível, os índices RMSE para um sistema de primeira e de vigésima ordem foram
de, respectivamente, 86 % e 91 %, onde a parcela do ruído contribui para o aprimoramento do modelo. Na
malha de vazão, o sinal PRBS aplicado na entrada conseguiu representar melhor a dinâmica do sistema em
relação ao sinal degrau. A modelagem ARMAX para o sinal PRBS de primeira ordem apresentou um RMSE de
92 % o modelo de ARMAX de terceira ordem para todos os polinômios (3x3x3) apresentou um RMSE bem
próximo diferindo algumas casas decimais. Desse modo o ARMAX de ordem menor foi escolhido reproduzindo
de maneira semelhante a um de maior ordem. Entretanto, para a entrada degrau com o sistema partindo
do repouso, o sistema apresenta nos instantes iniciais atrasos para percorrer a tubulação o que dificultou a
modelagem desses instantes e gerou erro o que diminuiu o índice RMSE em algumas ordens. A melhor ordem
encontrada para o modelo ARMAX foi de terceira ordem (3x3x3) com RMSE de 78 %. Submetendo os mesmos
testes agora para a modelagem ARX a melhor estrutura foi a de quarta ordem (4x3) com RMSE de 78% para
uma entrada do tipo degrau. Para a entrada do sinal PRBS, a ordem do modelo ARX que melhor representou o
sistema foi o de primeira ordem, com índice RMSE de 93%.
lógicas de processos industriais, muitas vezes, é complexo e demorado. Como alternativa, técnicas de iden-
tificação de sistemas permitem a obtenção de modelos matemáticos com alta representatividade do sistema
real baseado em dados experimentais. Os resultados obtidos com o desenvolvimento da pesquisa permitem
indicar que as técnicas de identificação de sistemas podem ser utilizadas para obter modelos matemáticos
que possam representar o comportamento dinâmico de um sistema, em um ou vários pontos de operação.
Posteriormente, o projeto de controladores baseados em modelos matemáticos será desenvolvido para o con-
trole das variáveis envolvidas (nível e vazão).
Referências
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reais, 3ª edição. Belo Horizonte (Brasil): UFMG, 2007.
COELHO, A. A. R.; COELHO, L. D. S. Identificação de sistemas dinâmicos lineares. Florianópolis (Brasil):
EDUFSC, 2004.
COELHO, A. A. R. Algoritmos para estimação paramétrica de sistemas lineares. In: AGUIRRE, L. A. (org.). Enci-
clopédia de Automática, v. 3. São Paulo (Brasil): Blucher, 2007.
GARCIA, C. Modelagem e simulação de processos industriais e de sistemas eletromecânicos. São Paulo
(Brasil): USP, 2009.
LJUNG, L. System identification: theory for the user. Englewood Cliffs (United States): Prentice-Hall, 1999.
SERBEZOV, A.; CUMMINGS, D. University-industry co-operation to promote industrial relevance in the field
instrumentation component of control education. IFAC-PapersOnLine, v. 49, n. 6, 309–313, 2016.
SUNIL, P. U. et al. Lab scale boiler setup for process control research and education. IFAC-PapersOnLine, v.
50, n. 1, 2373–2378, 2017.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Os sinais gerados pelo acelerômetro são responsáveis pelos movimentos do braço
robótico. Este possui seu material feito de acrílico, sendo suas articulações controladas por três servos mo-
tores. No que se refere à movimentação, o braço robótico possui quatro conjuntos de movimentos indepen-
dentes, com capacidade de realizar giro lateral, dois níveis de elevação, além do controle da garra. Todas as
movimentações são efetuadas pelos servos motores, que podem variar seu ângulo de 0° a 180°. Os dados são
recebidos pelo ESP32 e utilizados como parâmetros pelo programa, que é escrito na linguagem Arduíno IDE,
baseada em C/C++. Já o ESP32 é uma plataforma de hardware livre com grande potencial na a criação de
dispositivos que permitam interação com um determinado ambiente, utilizando sensores como entrada, sendo
recomendado para aplicações no campo da Internet das Coisas, por possuir módulo WiFi integrado e tamanho
reduzido (MAIER et. al., 2017). O acelerômetro faz parte do módulo MPU-9250, um dispositivo de rastreamen-
to de movimento de 9 eixos que combina um giroscópio de 3 eixos, acelerômetro de 3 eixos e magnetômetro
de 3 eixos. O acelerômetro age como um sensor eletrônico que mede a aceleração gravitacional ao longo de
três eixos e, utilizando cálculos trigonométricos, consegue calcular o ângulo ao qual o sensor está posiciona-
do. O MPU9250 possui um acelerômetro que já integra um processador digital que já retorna valores de mais
fácil leitura e em conjunto com o software utilizado é apresentado em forma de valores de ponto flutuante que
variam entre -1 e 1. Os servos motores são máquinas mecânicas que apresentam um movimento proporcional
a um comando. Eles recebem um sinal de controle, verificam a posição atual e atuam no sistema indo para
a posição desejada. Diferentemente dos motores contínuos (que giram indefinidamente), o eixo dos servos
motores possui uma liberdade limitada a 180º (FERREIRA, 2013). O micro controlador ESP32 é responsável
por toda a lógica do sistema. Ele define um valor em ângulo para que o servo saia da posição inicial vá até o
valor definido e então permaneça lá estagnado até ocorrer uma outra mudança nesta angulação. Os dados
posicionais gerados pelo acelerômetro são capturados e tratados pelo ESP32. O micro controlador então envia
aos servos motores um ângulo entre 0 e 180 graus que indica qual a posição que o servo deve estar. Sendo
assim, o ESP32 traduz a posição do acelerômetro em movimento do braço. Desse modo, o acelerômetro (mó-
dulo MPU-9250) atua como controlador de três servos motores presentes no braço robótico. Para utilizar um
dos eixos do acelerômetro para controlar um servo motor, foi necessário fazer a correlação entre o valor -1
do eixo para o valor 0º servo motor e o valor de 1 do eixo para o valor 180º do servo motor. Assim, cada valor
retornado pelo acelerômetro corresponde a um valor entre 0 e 180º do servo motor. O braço robótico possui 3
servo motores, cada um relacionado a um movimento do mesmo elevação, alcance e rotação. Para controlar a
elevação foi alocado um servo motor relacionado ao eixo Y do acelerômetro. Enquanto que para o controle do
alcance do braço, foi alocado um servo motor referente ao eixo X do acelerômetro do módulo. Por fim, para o
controle da rotação, foi alocado um servo motor ligado ao eixo Z. No que se refere à metodologia de aprendi-
zagem, os alunos serão incentivados a participar de todas as etapas do processo: começando pela montagem
da garra robótica e do projeto do circuito, estímulo à interação com o código, seja na mudança de parâmetros
ou mesmo na implementação de novos programas. Por fim, os alunos poderão interagir diretamente com o
braço, recebendo e manipulando os dados do acelerômetro, ampliando ainda mais o conhecimento adquirido.
RESULTADOS. O braço robótico foi capaz de reproduzir, com boa fidelidade e baixa latência, os movimentos
realizados pelo acelerômetro, dentro dos três eixos (elevação, alcance e rotação), não apresentando nenhuma
falha ou travamento, dentro do cenário de testes.
de aplicar conceitos de eletrônica, para a montagem do circuito que irá interligar e alimentar os componentes.
Espera-se que a aplicação do uso do braço, aliado à metodologia de ensino proposta, possa trazer uma maior
capacitação dentro da área de robótica e de Internet das Coisas para os estudantes envolvidos.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB Campus Campina Grande, por todo apoio e suporte.
Referências
BENITTI, Fabiane Barreto Vavassori et al. Experimentação com Robótica Educativa no Ensino Médio: ambiente,
atividades e resultados. In: Anais do Workshop de Informática na Escola. 2009. p. 1811-1820.
COSTA, L. C. et al. Controle de um braço mecânico por meio de movimentos reais de um braço humano. In:
Anais do XXIV Congress Brasileiro de Engenharia Biomédica–CBEB. 2014. p. 2560-2563.
BAJERSKI, Igor; ABELLA, Vinicius Dal Bó. Braço Robótico Com Controle Remoto Bluetooth. Revista da Gradua-
ção, v. 3, n. 2, 2010.
MAIER, Alexander; SHARP, Andrew; VAGAPOV, Yuriy. Comparative analysis and practical implementation of
the ESP32 microcontroller module for the internet of things. In: 2017 Internet Technologies and Applications
(ITA). IEEE, 2017. p. 143-148.
FERREIRA, EDP; ALVES, NDLA. Braço articulado com controle proporcional de movimento comandado via blue-
tooth por um aplicativo desenvolvido para plataformas android. São José dos Campos: São Paulo, 2013.
3º SIMPIF
Sendo assim, a redução do custo na produção das celulases tem se mantido como prioridade de organizações
que estudam a produção de bioetanol e diversos métodos têm sido utilizados em tais estudos. O uso de ma-
téria-prima barata e a utilização de enzimas na sua forma crua e concentrada sem necessitar de purificações
estão sendo analisados para que, futuramente, haja uma redução no custo da produção de enzimas que hidro-
lisam biomassa, principalmente as celulases.
Neste sentido, existe uma carência de prospecção de microrganismos produtores de celulases com maior
eficiência. Além disso, é necessário o desenvolvimento de tecnologias capaz unir a capacidades de produção
de celulases pelos microrganismos à um processo de obtenção das enzimas em maior quantidade. Uma alter-
nativa é o estudo de microrganismo produtores em sistema de fermentação submersa, do qual essa pesquisa
pretende investigar.
As enzimas celulases podem ser produzidas, basicamente, por fermentação em estado sólido (FES) e fermen-
tação submersa (FS). Atualmente, cerca de 90% das preparações enzimáticas no meio comercial são alcan-
çados por meio dos processos de fermentação submersa (FS) e, na maioria das vezes, com microrganismos
geneticamente modificados (SINGHANIA et al., 2010).
Esse processo de fermentação consiste na utilização de um meio fermentativo líquido e sob agitação para o
desenvolvimento de micro-organismos. Onde além de um melhor controle do processo, a retirada de enzimas
extracelulares e a determinação de biomassa são facilitadas. Essa retirada das enzimas pode ser realizada
pelo processo de filtração simples ou centrifugação. O sobrenadante da cultura é utilizado para os estudos
enzimáticos e o crescimento dos microrganismos é quantificado após a secagem da biomassa, por gravime-
tria, podendo ainda ser realizado por densidade ótica no caso de cultivos com bactérias (LIMA et al., 2003).
As enzimas que hidrolisam a celulose atuam de modo eficiente, transformando-a em açúcares fermentáveis.
Entre o grupo dessas enzimas, três grupos se destacam:
• Endoglucanase: Atacam as regiões de baixa cristalinidade do material lignocelulósico, tendo como resul-
tado cadeias de extremidades livres;
• Exoglucanase: Se ligam nas extremidades das cadeias e formam, majoritariamente, glicose e celobiose.
• β-glicosidase: Fragmentam a celobiose gerada pelas exoglucanase e produzem duas moléculas de glicose.
Neste sentido, o presente projeto buscou prospectar microrganismos capazes de produzir celulases de forma
eficiente por meio de fermentação submersa.
MATERIAIS E MÉTODOS.
Para obtenção dos microrganismos, foram coletadas 18g de amostras de curral e 18g de lagartas de mara-
cujazeiros (Dione Juno Juno) em frascos estéreis e identificados. O material coletado foi levado ao Laboratório
de Microbiologia do IFPB campus Picuí para processamento.
As amostras foram processadas de diferentes maneiras. Para solo, foram diluídas em 20 mLde água destilada
autoclavada por 15 minutos 1 atm 121 °C. Após isso foi filtrada em papel de filtro esterilizado. Já as lagartas
foram trituradas, misturadas em 20 mL de água destilada e, posteriormente, filtradas em papel de filtro estéril.
Decorrido esse processo os filtrados foram utilizados para inoculação.
Para a primeira inoculação, foi colocado 100 μLde cada cultura armazenada, em Erlenmeyers distintos, junta-
mente com 50 ml do meio BHI (Brain Heart Infusion Agar) a 160 rpm por 24h. Seguidamente, esse processo
de inoculação foi repetido, desta vez adicionando 100 μL da primeira inoculação em 50 mL do meio.
O meio basal para a produção das enzimas celulolíticas por fermentação submersa (FS) foi composto por 0,3
g ureia; 1,0 g triptona; 2,0 g KH2PO4; 1,4 g (NH4)2SO4; 0,4 g CaCl2-2H2O; 0,3 g MgSO4-7H2O; 7,5 mg Fe-
SO4-7H2O; 2,5 mg MnSO4-H2O; 2,0 mg ZnSO4; e 3,0 mg CoCl2 em 1,0 L de água destilada. O meio basal foi
autoclavado por 15 minutos 121 °C a 1 atm. A fermentação submersa foi conduzida em frascos Erlenmeyers
de 250 mL contendo 100 mL de meio basal e suplementado com 2% de uma das seguintes fontes de carbono
em cada frasco: celulose microcristalina, resíduo de carnaúba in natura, resíduo sisal pré-tratado com 4,35 %
3º SIMPIF
peróxido de hidrogênio alcalino. Ao meio preparado foi adicionado 100 μL da segunda inoculação que contém
microrganismos. A fermentação foi realizada em uma incubadora rotatória a 160 rpm por 6 dias. Decorrido o
tempo de incubação, as amostras foram centrifugadas a 4 °C a 4000 rpm por 15 minutos. Por fim, o sobrena-
dante foi armazenado em freezer -20 °C para uma futura análise da atividade enzimática.
microcristalina, resíduo de carnaúba in natura e resíduo sisal pré-tratado com 4,35 % peróxido de hidrogênio
alcalino) obteve-se crescimento de microrganismos. Esse crescimento significa que o microrganismo presente
ao crescer nesse meio, sintetiza celulases que degradam a celulose e consequentemente, libera glicose para
manter seu metabolismo. Esse fato foi observado tanto para as amostras de curral, quando para as de lagar-
tas, indicando que nessas amostras existe um consórcio microbiano capaz de produzir celulases.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Espera-se a partir dos resultados obtidos induzir a produção de enzimas celulases
e desenvolver uma metodologia de purificação enzimática para aplicação comercial.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao CNPq pelo financiamento da pesquisa e ao IFPB Campus Picuí pelo apoio.
Referências
BARROS, Maria Aparecida. Produção de celulase por fermentação submersa empregando resíduos agroin-
dustriais para produção de etanol. 2011. 92 f. Dissertação (Mestrado em Engenharias) - Universidade Fede-
ral de Uberlândia, Uberlândia, 2011.
LIMA, V. M. G.; KRIEGER, N.; SARQUIS, M.I.M.; MITCHELL, D.A.; RAMOS, L.P.; FONTANA, J.D., Effect of the nitro-
gen and carbon sources on lipase production by Penicillium aurantiogriseum. Food Technology and Biotech-
nology, v.41, p.105-110, 2003.
MAEDA, R. N.; SERPA, V. I.; ROCHA, V. A. L.; MESQUITA, R. A. A.; SANTA ANNA, L. M. M.; CASTRO, A. M. de;
DRIEMEIER, C. E.; PEREIRA JUNIOR, N.; POLIKARPOV, I. Enzymatic hydrolysis of pretreated sugar cane ba-
gasse using Penicillium funiculosum and Trichoderma harzianum cellulases.Process Biochemistry, v.46,
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SINGHANIA, R. R.; SUKUMARAN, R. K.; PATEL, A. K.; LARROCHE, C.; PANDEY, A. Advancement and comparative
profiles in the production technologies using solid-state and submerged fermentation for microbial cellulases.
Enzyme and Microbial Technology, v. 46, n. 7, p. 541 – 549, 2010.
SIQUEIRA, F. G. de; SIQUEIRA, L. G. de; JARAMILLO, P. M. D.; SILVEIRA, M. H. L.; ANDREAUS, J.; COUTO, F. A.;
BATISTA, L. R.; FERREIRA FILHO, E. X. The potential of agro‑industrial residues for production of holocellulase
from filamentous fungi. International Biodeterioration and Biodegradation, v.64, p.20‑26, 2010.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Para esse projeto foram utilizados os seguintes componentes eletrônicos: Ardui-
no Uno, Sensores de temperatura LM35, Micro Servo Motor Tower Pro 9g Sg90, Displays de 7 segmentos,
Cooler 12V, Potenciômetro 100KΩ, transistores CB337, resistores 10KΩ, LED’s, resistência de chuveiro e
MOSFET IRFN54M. Para a estrutura mecânica, foram utilizados os seguintes materiais: 1 caixa de papelão
13,5x10,5x10,5 (cm); 2 barras de madeira 17cm; 1 barra de madeira 9cm; 1 base de ferro 2x1 (cm). O escopo
da solução foi restringido para apenas um único ovo, podendo ser expandida posteriormente. O ovo a ser cho-
cado fica posicionado entre duas hastes de madeira, as quais são deslocadas com o auxílio do servo motor.
RESULTADOS. Foi possível obter um protótipo de uma chocadeira capaz de realizar, em teoria, todo o processo
de choco, de forma automática, regulando a sua temperatura por meio do acionamento de uma resistência e
realizando o deslocamento dos ovos através do acionamento do servomotor. Como interface humano máquina,
após o termino do ciclo de formação no ovo, a chocadeira alerta o usuário através de uma sinalização em LED.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O custo do protótipo desenvolvido foi de cerca de R$50,00 (12,5% do valor de uma
chocadeira vendida em lojas). Este projeto poderá contar com melhorias futuras, tais como um ovoscópio (um
encaixe com uma lâmpada capaz de mostrar o desenvolvimento do embrião), um alerta sonoro capaz de avisar
ao usuário eventuais alterações e uma ampliação na sua capacidade.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB Campus Cajazeiras pela utilização de toda infraestrutura para o
desenvolvimento deste trabalho.
Referências
ALBUQUERQUE, Renato dos Santos. et al. Capacitação em Avicultura Alternativa para os produtores do pro-
jeto PAIS no Cariri Paraibano. Cadernos de Agroecologia, 2013. ISSN 2236-7934. Disponível em: <http://
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NETO, Raul da Rocha Bezerra; OLIVEIRA, Letícia Sousa; SILVA, Matheus Morais da Rocha e. Chocadeira Auto-
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RIBEIRO, L. R. de C. (2005). A Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL): Uma Implementação na Educa-
ção em Engenharia na Voz dos Atores. Disponível em <http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado/
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3º SIMPIF
É evidente que a problemática gerada com o aumento do trânsito nas grandes cidades necessita de soluções
que ao menos ajudem a minimizar os efeitos colaterais causados pela circulação deste excesso de veículos,
como o aumento da poluição do ar em consequência dos gases expelidos pelos motores de combustão inter-
na, além do estresse causado aos motoristas devido à quantidade de tempo gasto em congestionamentos.
Segundo Ploeg e Poelhekke (2008) o aumento dos congestionamentos implica em emissões adicionais de
poluentes na atmosfera, excesso de ruídos devido ao trânsito lento e até mesmo risco por conta do transporte
de cargas perigosas.
Um dos fatores que influenciam diretamente essa condição é a falta de otimização da temporização dos semá-
foros, ocasionando em muitos casos a perda de fluidez no trânsito. Um notável exemplo disso é o aumento do
fluxo de veículos em determinadas vias durante os horários de pico. O escoamento do trânsito torna-se com-
prometido durante esse período, principalmente devido à permanência da mesma temporização das luzes dos
semáforos durante todo o dia, quando seria mais viável priorizar o curso do trânsito em uma determinada via.
Dado esse cenário, a implantação de sistemas de controle inteligente possibilita maximizar a eficiência do fun-
cionamento dos semáforos, permitindo um melhor escoamento do tráfego nas vias com maior fluxo de veículos.
Os sistemas de controle inteligentes são capazes de fornecer respostas apropriadas às situações específicas
de um determinado problema, mesmo que sejam exclusivas ou inesperadas, tornando tal comportamento
único para cada situação (SIMÕES e SHAW, 2007). Dessa forma, os sistemas inteligentes que utilizam fuzzy
adaptativo, por exemplo, podem se adaptar às mudanças que ocorrem no ambiente, de maneira que respon-
derá de forma singular a essas alterações, e ainda podem ser reconfigurados se necessário.
Nesse contexto, a implementação de controle inteligente através da lógica fuzzy se destaca como uma solução
para o problema gerado pela temporização não eficiente das luzes dos semáforos nas vias públicas. A lógica
fuzzy por sua vez, possibilita que a experiência humana seja de certa forma assimilada pelos computadores. A
sua principal característica é a capacidade de traduzir expressões verbais, que muitas vezes são vagas e sem
precisão, atribuídas à comunicação humana, em valores numéricos (SIMÕES e SHAW, 2007). Por exemplo,
uma pessoa pensaria: “Se o fluxo de carros está maior na via norte, as luzes do semáforo devem permanecer
verde mais tempo para esta via.” Essa regra pode facilmente ser adaptada pela lógica fuzzy. Nessa situação, a
lógica fuzzy tem o papel de converter a expressão “mais tempo” em uma quantidade bem definida, que pode
ser compreendida pelo computador.
Esse estudo propõe a aplicação de um controlador baseado em lógica fuzzy em um cenário virtual que simula
o cruzamento de duas vias cujo fluxo de veículos é controlado por semáforos. Os resultados obtidos, por fim,
são comparados aos dados adquiridos de uma simulação executada sem a intervenção de um controlador.
MATERIAIS E MÉTODOS. Para averiguar a eficácia do simulador baseado em lógica fuzzy, foram conduzidas
duas simulações. O simulador utilizado para a validação do presente estudo foi desenvolvido e validado na
pesquisa realizada por Barros, Andrade e Duarte, (2018), onde é detalhado o funcionamento da versão alfa do
software, mesma utilizada neste estudo. Neste programa pode-se simular o cruzamento de duas vias controla-
das por sinalização semafórica, sendo possível criar cenários nos quais podem ser configuradas a quantidade
de faixas de cada via, o ciclo, a velocidade dos veículos, o tempo total de simulação e o fluxo de tráfego. O
cenário no qual foram conduzidas as simulações permaneceram iguais. Para a primeira simulação foi proposto
um tempo fixo de luz verde, enquanto na segunda esse tempo foi controlado por lógica fuzzy. Para validar a
eficácia do controlador inteligente em diminuir o congestionamento de veículos foram feitas duas simulações,
denotadas por A e B. A simulação A utilizou um controlador de tempo fixo enquanto a simulação B utilizou o
controlador por demanda de tráfego baseado em lógica fuzzy. Para ambas simulações, o fluxo de tráfego da
Via 1 foi configurado para a chegada de um novo carro em no máximo 2 segundos e o fluxo na Via 2 foi confi-
gurado para a chegada de um novo carro em no máximo 20 segundos.
RESULTADOS. Durante as simulações foi constatado que o fluxo de veículos na Via 1 se manteve próximo de 50
veículos/minuto, enquanto o da Via 2 se conservou próximo a 10 veículos/minuto, fazendo com que houvesse
um fluxo muito maior em uma das vias.
Para a simulação A, a diferença de intensidade do fluxo de tráfego nas vias gerou, consequentemente, um
aumento na fila de veículos na via de maior fluxo, haja visto que não há variação no controle das luzes do
semáforo de acordo com a demanda de tráfego. Para a simulação B, Diferentemente da A, foi utilizado um
controlador fuzzy por demanda de tráfego. Foram observadas mudanças significativas no comportamento das
3º SIMPIF
filas formadas em ambas as vias. Enquanto o semáforo da Via 1 apresentava luz vermelha, houve crescimento
da fila nesta via. Contudo, ao exibir luz verde, permitindo o escoamento do fluxo, a fila decrescia rapidamente.
Esse comportamento se manteve em todos os ciclos, e em nenhum momento a fila indicou um número maior
que 28 veículos. O comportamento da fila da Via 2 também deve ser evidenciado, já que houve formação de
uma pequena fila, sempre abaixo de 10 veículos, quando o escoamento do fluxo era barrado, começando a
diminuir assim que a luz verde era exibida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Quando se compara o tamanho da fila de veículos nas simulações A e B apresen-
tadas na seção de Resultados, fica extremamente evidente o quanto o uso do controlador fuzzy é eficaz em
minimizar o tempo de espera dos veículos em um cenário de congestionamento. Na simulação A, o tamanho
da fila de veículos chegou ao valor de 225 veículos, enquanto na simulação B, onde o número de veículos que
chega nas vias a cada minuto é o mesmo ou maior, a fila de veículos não ultrapassou o número de 30 veículos.
Isso representa uma redução de no mínimo 86% no tamanho da fila de veículos. Além do mais, na simulação
B, constata-se o melhor equilíbrio do escoamento do fluxo em ambas as vias e o compartilhamento ótimo
da interseção do cruzamento. A redução de veículos parados no trânsito possivelmente beneficia a saúde da
população por reduzir as emissões de gases poluentes, além de contribuir para a redução do efeito do stress,
devido a uma possível percepção dos motoristas de permanecer menos tempo em um tráfego de fluxo intenso.
Uma evolução natural deste projeto, que será implementada em trabalhos futuros, é utilizar algoritmos de
machine learning juntamente com o controlador fuzzy. Desse modo, a predição do fluxo de veículos pode au-
xiliar o controlador fuzzy em uma solução ainda mais eficaz para a otimização da fila de veículos em cenários
de congestionamento.
AGRADECIMENTOS: Todos os integrantes agradecem ao IFPB por fomentar esta pesquisa através do Interco-
necta. Agradecemos também ao Laboratório de Instrumentação, Sistemas de Controle e Automação (LINSCA)
do IFPB pelo incentivo e disponibilização do laboratório para o desenvolvimento desta pesquisa.
Referências
BARROS, L. R.; DUARTE, T. D.; ANDRADE, A. R. Desenvolvimento de um ambiente virtual para simulação do
controle de semáforos entre vias para o tráfego veícular. Congresso Norte-Nordeste de Pesquisa e Inovação,
2018.
DENATRAN; RENAVAM. Frota de veículos, por tipo e com placa, segundo as Grandes Regiões e Unidades da
Federação - ABR/2018. Brasil: DENATRAN, 2018. Disponível em: <https://www.denatran.gov.br/estatistica/
635-frota-2018>. Acesso em: 20 de junho de 2018.
PLOEG, F. V. D.; POELHEKKE, S. Globalization and the rise of mega- cities in the developing world. Cesifo Wor-
king Paper, 2208 n. 2008.
SIMOES, M. G.; SHAW, I. S. Controle e Modelagem Fuzzy. São Paulo: Blucher, 2. Ed, p. 2-53, 2007.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema nas revistas acadêmicas cientí-
ficas disponíveis on-line e impressas, reunindo e comparando os diferentes dados encontrados nas fontes de
consulta e listando os principais fatores e técnicas envolvendo sensores de pH baseados na técnica SPR, assim
como suas vantagens, desvantagens, materiais e desempenho.
SENSORES SPR PARA MEDIÇÃO DE PH COM O USO DE HIDROGEL. Os trabalhos sobre o uso da técnica SPR
em sensores de pH ainda são escassos, por isso, o interesse em novas soluções nesse campo. Dentre esses
trabalhos, pode ser citado um sensor que utiliza três camadas consecutivas de hidrogel inteligente de prata,
silício e sensível ao pH (SINGH;GUPTA, 2012). A alteração no pH de uma solução aquosa à volta da sonda sen-
sora causa o aumento de volume/contração da camada, alterando, o índice de refração do hidrogel. De acordo
com o princípio do sensoriamento baseado em SPR, uma mudança no índice de refração do meio dielétrico,
em interface com a camada de metal, desloca o mínimo da curva SPR e, consequentemente, o comprimento
de onda de ressonância. Um deslocamento para valores de comprimentos de onda mais curtos dentro do
espectro de luz visível (blueshift) foi observado nas curvas SPR com o aumento do pH do fluido. Um aumento
no pH provoca o inchaço do hidrogel, o que diminui o índice de refração do hidrogel/camada sensora, uma
vez que o índice de refração da água é menor que o do hidrogel (GUPTA; KANT, 2018). Em outro trabalho, foi
proposto depositar camadas de prata, óxido de índio e estanho (ITO), alumínio e hidrogel em parte de uma
fibra óptica multimodo sem a casca (MISHRA; GUPTA, 2013). O núcleo da fibra, foi revestido com prata, óxido
de índio e estanho (ITO), alumínio e, em seguida, hidrogel sensível ao pH. No entanto, a resposta não foi linear,
limitando suas aplicações. A sensibilidade é baixa para a sonda com camadas de prata e hidrogel, enquanto
é comparada para as sondas com camadas de prata/ITO/hidrogel e prata/ITO/alumínio/hidrogel, esta última
tendo uma sensibilidade ligeiramente maior. Em trabalhos mais recentes, um sensor de pH em fibra óptica
utilizando SPR foi desenvolvido, utilizando uma estrutura de fibra multimodo em conjunto com uma monomodo
(ZHAO et al., 2018). As camadas de prata de poliacrilamida foram depositadas em uma porção do sensor para
realizar a detecção de pH. O sensor de pH mostrou um amplo intervalo de medição na faixa de 1 a 12 e uma
alta sensibilidade, assim como uma resposta rápida (YIN et al.,2018). Em outro trabalho, foi apresentado
um sensor utilizando polianilina como camada de sensoriamento trabalhando na faixa de pH de 3 a 11
(SEMWAL; GUPTA, 2018). Uma fibra óptica revestida de nanopartículas com base no princípio da Ressonância
de Plásmons de Superfície Localizada (Localized Surface Plasmon Resonance, LSPR) também foi proposta, utili-
zando nanopartículas de prata e um diodo emissor de luz azul (SAIKIA et al.,2009).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Este trabalho buscou por alternativas e soluções para uma abordagem mais prática
e econômica para o sensoriamento remoto de pH. Embora grandes progressos tenham sido feitos, algumas di-
ficuldades precisam ser resolvidas para algumas aplicações práticas no sensor de pH, usando o princípio SPR
em fibras ópticas. O primeiro é o alcance de detecção, que geralmente é estreito. Os sensores de pH de fibra
óptica relatados geralmente podem medir valores de pH entre 2 e 12, devido a limitações nas propriedades de
estabilidade dos filmes sensores. Em segundo lugar, a monotonicidade e linearidade da resposta, assim como
a estabilidade a longo prazo, também precisam ser melhoradas (GUPTA; KANT, 2018).É essencial melhorar a
estabilidade da película sensora. Além disso, a otimização das técnicas de revestimento da superfície ou mi-
cro/nanofabricação é fundamental. A busca por materiais novos, mais baratos e de simples fabricação, como
quitosana e gelatina, na questão do hidrogel, são opções pouco abordadas (MIR et al., 2019). Diferentes
materiais na construção do próprio sensor também devem ser investigados, assim como diferentes configura-
ções para a estrutura sensora que, na maior parte dos casos, está localizada na porção central da fibra, muitas
vezes, trazendo a necessidade de imergir a fibra em uma célula defluxo.
AGRADECIMENTOS: Os Autores agradecem a CAPES, ao CNPQ e ao Instituto Federal da Paraíba pelo apoio
financeiro.
Referências
ALAM, A. U. et al. Polymers and organic materials-based ph sensors for healthcare applications.
Progress in Materials Science, v. 96, p. 174 – 216, 2018. ISSN 0079-6425.
GUPTA, B. D.; KANT, R. Recent advances in surface plasmon resonance based fiber optic chemical and bio-
sensors utilizing bulk and nanostructures. Optics and Laser Technology, v. 101, p. 144 – 161, 2018. ISSN
0030-3992.
GUPTA, B. D.; SRIVASTAVA, S. K.; VERMA, R. Fiber Optic Sensors Based on Plasmonics.
WORLD SCIENTIFIC, 2015.
MELO, A. A. de et al. Theoretical analysis of sensitivity enhancement by graphene usage in optical fiber surface
plasmon resonance sensors. IEEE Transactions on Instrumentation and Measurement, PP, p. 1554–1560,
May 2019.
MIR, M. et al. Aqua-gel ph sensor: intelligent engineering and evaluation of ph sensor based on multi-factorial
testing regimes. Sensor Review, v. 39, n. 2, p. 178–189, 2019.
MISHRA, S. K.; GUPTA, B. D. Surface plasmon resonance based fiber optic ph sensor utilizing ag/ito/al/hydro-
gel layers. Analyst, The Royal Society of Chemistry, v. 138, p.2640–2646,2013.
SEMWAL, V.; GUPTA, B. D. SPR based fiber optic ph sensor using polyaniline as a sensing layer. In: Frontiers in
Optics / Laser Science. Optical Society of America, 2018.p.JW4A.102.
SINGH, S.; GUPTA, B. D. Fabrication and characterization of a highly sensitive sur-face plasmon resonance ba-
sed fiber optic ph sensor utilizing high index layer and smart hydrogel. Sensors and Actuators B: Chemical,
v. 173, p. 268 – 273, 2012.ISSN0925-4005.
TAVAKOLI, J.; TANG, Y. Hydrogel based sensors for biomedical applications: An updated review. Polymers, v.
9, n. 8, 2017. ISSN 2073-4360.
ZHAO, Y. et al. Smart hydrogel-based optical fiber spr sensor for ph measurements. Sensors and Actuators B:
Chemical, v. 261, p. 226 – 232, 2018. ISSN 0925-4005.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica com relação aos modelos mate-
máticos propostos para carros autônomos e a partir deste modelo realizou-se uma pesquisa com relação aos
métodos de estimação de parâmetros que foram usados. Para tanto, foi utilizada a base de dados do IEEEx-
plorer. E com base nisto, foi proposto um modelo matemático que representa o comportamento dinâmico da
plataforma experimental utilizada neste trabalho. Em seguida, foram realizados ensaios experimentais para
obtenção/estimação dos parâmetros do modelo de controle proposto. E então, a partir das definições de
projeto realizadas anteriormente, foi proposto um sistema de controle em malha fechada para a regulagem da
velocidade do protótipo, no qual foram utilizados dois encoders incrementais para fazer a medição da veloci-
dade do protótipo estudado nesta proposta e através de um Arduino Due, os dados de velocidade do veículo
foram disponibilizados via conexão serial por um publisher, isto quer dizer que as medições de velocidade rea-
lizadas ficam acessíveis a quaisquer subscribers conectados a ele, por meio do protocolo de comunicação do
ROS publisher/subscriber, um tipo de comunicação cliente/servidor. Logo, os sinais de velocidade publicados
são lidos por um subscriber na placa de desenvolvimento Jetson TX2 e utilizados para realimentar a malha de
controle de velocidade composta por reguladores proporcionais-integrativos-derivativos (PID). Assim, resul-
tados experimentais foram obtidos para prova de conceito a partir de ensaios com referências de velocidade
fixas, degraus de velocidade entre outros. Verificando seus tempos de acomodação, máximo sobressinal, entre
outros parâmetros de desempenho.
RESULTADOS. O objetivo deste trabalho foi projetar uma malha de controle capaz de regular a velocidade dos
motores de um protótipo de carro autônomo desenvolvido no IFPB Campus Cajazeiras. A estrutura proposta
consiste em uma malha de regulação que utiliza controladores PID para fornecer o duty cycle capaz de regular
o valor médio da tensão aplicada nos motores. Consequentemente, é possível se obter uma velocidade média
variável, a partir da referência de velocidade. Nesta direção, foram obtidos resultados experimentais para
validação da estrutura proposta que consistiram em referências constantes de velocidade, de modo que fosse
possível observar, de modo gráfico, a velocidade real se aproximando da referência com erro nulo em regime
permanente. Além disso, foram realizadas variações de tensão em degraus de referência, a fim de observar se
o controlador era capaz de regular a velocidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Muitas vezes, a robótica móvel é praticada no IFPB com o foco em competições
nas quais as equipes constroem protótipos capazes de resolverem determinados problemas. Porém, pensando
na robótica de um modo mais científico, o grupo de pesquisa em automação, controle e robótica (GPCAR) do
campus Cajazeiras tem desenvolvido protótipos que agregam conhecimento científico e são baseados nas
aplicações do estado da arte da robótica móvel. Assim sendo, este trabalho propôs a aplicação de técnicas de
controle clássicas para desenvolver uma malha de regulação de velocidade dos motores de corrente contínua
de um protótipo de carro autônomo desenvolvido na instituição. Nesta direção, a partir dos resultados expe-
rimentais, foi possível conseguir a referida regulagem em diversas condições, todo o sistema de visualização
gráfica das variáveis controladas também foi desenvolvido no escopo deste trabalho. Isto torna o protótipo
uma ferramenta didática que também pode ser utilizada para fins didáticos no ensino de controle clássico nos
cursos regulares de engenharia e de robótica móvel.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao CNPq pelo apoio financeiro e ao IFPB – Campus Cajazeiras por
nos disponibilizar toda a estrutura necessária para realização da pesquisa.
Referências
JOSEPH, L. Robot Operating System for Absolute Beginners: Robotics Programming Made Easy. New York:
Apress, 2018. 282 p.
3º SIMPIF
KHOOBAN, M. H.; NIKNAM, T.; SHA-SADEGUI, M. Speed control of electrical vehicles: a time-varying propor-
tional–integral controller-based type-2 fuzzy logic. Measurement & Technology, IET Science, v. 10, n. 3, p.
185-192, 2016.
KOOPMAN, P.; WAGNER, M. Autonomous Vehicle Safety: An Interdisciplinary Challenge. Intelligent Transpor-
tation Systems Magazine, IEEE, v. 9, n. 1, p. 90-96, 2017.
José Diego Ferreira da Silva INTRODUÇÃO. A cidade de Patos é um município brasileiro no esta-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
do da Paraíba, localizado na mesorregião do Sertão Paraibano. Dis-
Tecnologia da Paraíba - Campus Patos
tante 307 km de João Pessoa é a terceira cidade polo do estado da
Natanael Cruz de Souza Paraíba, considerando sua importância socioeconômica e a sua po-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Patos pulação, conforme estimativas do (IBGE, 2017). O clima de Patos é
semiárido quente e seco, com poucas chuvas. A temperatura média
compensada anual é de 27,6 ºC e o índice pluviométrico de 764 milí-
metros (mm), com chuvas concentradas entre janeiro e abril Patos se
encontra na 18ª colocação no ranking das 20 cidades mais quentes
do Brasil. A vegetação predominante na cidade é a Caatinga, bioma
ambiental, exclusivamente brasileiro, perfeitamente adaptado ao cli-
ma quente e seco, bastante sofrido pela degradação e intempéries
(LUCENA, 2015).
Com um clima seco e poucas chuvas, usar a tecnologia para que os agricultores possam implantar recursos
de forma mais eficiente e monitorar toda sua plantação torna-se essencial. O monitoramento das plantações,
que podem incluir diversos fatores como, temperatura, umidade relativa do ar, umidade do solo entre outros
é muito importante para que se possam tomar ações preventivas a fim de evitar perdas nas plantações, bem
como aumentar a qualidade do alimento. Muitas vezes, o agricultor não consegue monitorar alguns destes
fatores climáticos, para saber em que momento e em que quantidades utilizar agrotóxicos que combatam
algumas pragas e doenças, ou mesmo realizar as irrigações.
A constante evolução tecnológica possibilita o uso da eletrônica para melhorar as condições de trabalho, no
campo e em grandes industriais, a fim de evitar desperdício, prejuízos e aumentar a produtividade. Na área de
agricultura, a eletrônica pode ser usada para obter as informações necessárias que uma planta necessita para
crescer, como temperatura e umidade do ar, umidade da terra, luminosidade, entre outros. Esse controle é fei-
to utilizando os sensores. Com o uso da tecnologia é possível ter inúmeras vantagens, como o monitoramento
dos dados 24 horas por dia, maximização da produtividade e qualidade dos produtos.
Os sensores são muito utilizados nas indústrias e para várias funções como: verificar presença de objetos,
movimentos, capacidade de reservatórios, umidade, temperatura etc. Sensor é um termo empregado para
designar dispositivos sensíveis a alguma forma de energia ambiente, que pode ser luminosa, cinética, tér-
mica; relacionando informações sobre uma grandeza que precisa ser medida, como: temperatura, pressão,
velocidade, corrente, aceleração, posição etc. (THOMAZINI e ALBUQUERQUE, 2005). O Arduino é uma placa
de prototipagem eletrônica de software e hardware livres que oferece uma variedade de ferramentas, permi-
tindo que qualquer pessoa use a tecnologia. Iniciou-se como um projeto de pesquisa de Massimo Banzi, David
Cuartielles, Tom Igoe, Gianluca Martino e David Mellis no Interaction Design Institute de Ivrea, na Itália, em
2000. A primeira placa de Arduino foi introduzido em 2005 para ajudar os estudantes de design, os quais não
tinham experiência prévia em eletrônicos ou microcontroladores a criar protótipos de trabalho que conectam
o mundo físico ao mundo digital. Desde então, tornou-se a ferramenta de prototipagem eletrônica mais popu-
lar (ARDUINO, 2019).
MATERIAIS E MÉTODOS. O objetivo do trabalho foi desenvolver um sistema de automação utilizando sensores
e Arduino, que facilite as tarefas nas pequenas plantações, como o controle de umidade, de temperatura e
de luminosidade e registre os dados coletados através dos sensores. A relevância deste projeto, além da sua
importância tecnológica e social está vinculada a aliar os conhecimentos adquiridos em sala de aula com
a prática, pois uma das grandes dificuldades na educação é fazer a ponte entre o conhecimento ensinado
em sala de aula com a prática, gerando, muitas vezes, a apatia do aluno com o assunto abordado. Os con-
ceitos que, se vistos somente textualmente, não são plenamente compreendidos pelos discentes, surgindo,
fatalmente, lacunas de conhecimento na formação educacional dos mesmos. Desse modo, a realização de
atividades experimentais, como as propostas nesse projeto é extremamente importante no processo de en-
sino-aprendizagem, contribuindo, significativamente, para o crescimento do ensino e, consequentemente, da
ciência (EVANGELISTA, et al., 2016)
Neste sentido, foi feito um estudo das bibliografias relativas ao projeto. Avaliou-se quais os melhores sensores
a serem utilizados para a obtenção dos dados de luminosidade, temperatura e umidade de solo com base no
custo, disponibilidade, simplicidade na utilização, facilidade na integração com o Arduino. Em seguida estu-
dou-se o modo de aquisição do sinal com o Arduino e os sensores. As simulações foram realizadas no site
Tinkercad, ferramenta online e gratuita de simulação de circuitos elétricos. Essas simulações foram realizadas
com base no custo, disponibilidade, simplicidade na utilização e facilidade na integração com o Arduino.
RESULTADOS. Inicialmente, foi feita a simulação usando o sensor de temperatura TMP36. Elaboramos um có-
digo capaz de realizar a leitura do sensor e exibir na porta serial do Arduino, fizemos o mesmo processo para
o sensor fotoresistor para luminosidade. Em seguida, criamos um outro código capaz de lê e transformar essa
linguagem para a forma de graus Celsius (temperatura) e porcentagem (luminosidade). Utilizamos um display
LCD de 16x2 capaz de apresentar esses dados recebidos para que o agricultor tenha a visualização em tempo
real do que está acontecendo com as plantações. Com esses dados coletados e convertidos também adicio-
namos portas que reagem a esses sensores. Por exemplo, quando o sensor de umidade (com módulo Lm393)
detectar um nível abaixo do estimado (necessário) ele irá ligar um relé no qual por sua vez ligará uma bomba
de água que irá regar a plantação. Também estamos trabalhando no o desenvolvimento de um aplicativo para
celular de modo que o agricultor consiga monitorar as plantações a distância.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Este trabalho apresentou um sistema de baixo custo para monitoramento de tem-
peratura, umidade e luminosidade para uso em pequenas plantações no sertão paraibano. Os resultados obti-
dos foram bastante satisfatórios. Pretende-se com a continuidade do projeto de pesquisa, efetuar a montagem
do circuito de monitoramento e realizar uma comparação entre resultados simulados e medidos. Esperamos
ainda implementar mais funções ao sistema tais como modos de cultivo para determinados tipos de plan-
tações como arroz, feijão entre outros, pois esses necessitam de um controle mais sensível para terem um
3º SIMPIF
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba (IFPB) pelo suporte técnico e financeiro.
Referências
ARDUINO. Introdução ao Arduino. arduino.cc, 2019. Disponível em: https://www.arduino.cc/en/Guide/Intro-
duction. Acesso em: setembro 2019.
EVANGELISTA, T. S., SOUZA, D. J. G., NUNES, J. S., COSTA, A. G., Protótipo de um dinamômetro usando Arduino
e material de sucata para aulas de laboratório de física como estudo de caso da ABP. XLIV Congresso Brasi-
leiro de Educação em Engenharia (COBENGE 2016), Natal (Brasil), 2016.
IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2017. Disponível em: https://cidades.ibge.
gov.br/brasil/pb/patos/panorama.
LUCENA, D. Patos de todos os tempos A Capital do Sertão da Paraíba. Patos: UNIÃO, 2015. 27-28 p.
THOMAZINI, D.; ALBUQUERQUE, P. U. B. Sensores Industriais - Fundamentos e Aplicações. [S.l.]. 2005.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. A metodologia para a execução desta pesquisa consiste em algumas etapas bem
definidas. A primeira consistiu, principalmente, em uma consulta aprofundada da fundamentação teórica e do
estado da arte. Além disso, foi executada uma investigação com a finalidade de averiguar qual linguagem de
programação possui os melhores recursos para atender a demanda da pesquisa, que necessita de funcionali-
dades para tratamento de imagens e implementação de técnicas de classificação com deep learning.
à aprendizagem profunda é fornecida na tese, bem como uma revisão completa dos métodos de análise de
textura e TD. Embora as RNCs apresentem características interessantes para a análise de texturas, como uma
densa extração de respostas de filtro treinadas de ponta a ponta, as camadas mais profundas usadas nas
regras de decisão geralmente aprendem a detectar formas grandes e layout de imagem em vez de padrões de
textura locais.
Acerca de deep learning, constatou-se que é um subconjunto de métodos dentro das ferramentas disponí-
veis de machine learning, as quais são dedicadas ao estudo e desenvolvimento de algoritmos que possuem
a capacidade de aprender. As técnicas de machine learning, por sua vez, alavancam principalmente o campo
das Redes Neurais Artificiais (RNAs), que são uma classe de algoritmos ligeiramente inspiradas no cérebro
humano. A principal característica que diferencia o deep learning de outras técnicas concerne à abstração da
extração de características, dispensando a utilização de técnicas de pré-processamento dos dados. Tal etapa
se faz necessária quando empregada para os casos anteriormente mencionados, como em RNAs dos tipos
perceptron ou perceptron multilayer.
Foi averiguada a linguagem de programação que mais se enquadra para a utilização e implementação de
algoritmos de machine learning. Observou-se que Python apresenta a maior quantidade de ferramentas para
este propósito, sendo esta linguagem estabelecida como uma das mais populares para machine learning. Ape-
sar da performance de linguagens interpretadas serem inferiores quando comparadas àquelas de mais baixo
nível, bibliotecas de extensão disponíveis para Python tais como a NumPy e SciPy possuem suas camadas
inferiores implementadas em linguagens de nível mais baixo, tais como Fortran e C, utilizadas na execução de
operações rápidas e vetoriais entre matrizes multidimensionais (RASCHKA; MIRJALILI, 2017).
Uma ferramenta que pode ser destacada para o desenvolvimento de algoritmos de machine learning é o Ten-
sorFlow. Este framework consiste em uma plataforma de código aberto para aprendizado de máquina. Ele pos-
sui um ecossistema abrangente e flexível de ferramentas, bibliotecas e recursos da comunidade que permite
que os pesquisadores promovam o estado da arte em machine learning. O TensorFlow oferece vários níveis de
abstração, que podem ser escolhidos de acordo com a necessidade da pesquisa. É possível construir e treinar
modelos usando a API Keras de alto nível, o que facilita a compreensão durante a utilização. Para grandes
tarefas de treinamento também é possível utilizar a API de Estratégia de Distribuição, que permite o treina-
mento distribuído em diferentes configurações de hardware sem alterar a definição do modelo. Para melhorar
o desempenho do treinamento de modelos de machine learning, o framework TensorFlow também oferece
suporte à CUDA, uma biblioteca desenvolvida pela Nvidia que permite que funções primitivas de aprendizagem
de máquina façam uso das capacidades de processamento de placas de vídeo (RASCHKA; MIRJALILI, 2017).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. As pesquisas executadas neste estudo mostraram que Python é a linguagem de
programação que mais se enquadra para a utilização e implementação de algoritmos de machine learning,
mais especificamente de deep learning. Sendo assim, esta linguagem pode ser utilizada na construção de
modelos para a análise de texturas. Para auxiliar no desenvolvimento dos modelos, pode-se empregar a Ten-
3º SIMPIF
Referências
ANDREARCZYK, Vincent. Deep Learning for Texture and Dynamic Texture Analysis. 2017. 164 f. Tese (Douto-
rado em Engenharia Eletrônica) – Dublin City College, Dublin.
RASCHKA, Sebastian. MIRJALILI, Vahid. Python Machine Learning. 2. ed. Birmingham: Pack Publishing, 2017.
3º SIMPIF
Deste modo, o presente trabalho se dedica a estudar as propriedades reológicas de fluidos de perfuração
poliméricos, usados nas atividades de perfuração de poços com altas temperaturas e pressões, a fim de iden-
tificar qual a melhor formulação para compor este tipo de fluido, usando os aditivos viscosificante, espumante,
redutor de filtrado lubrificante.
MATERIAIS E MÉTODOS. Para a preparação dos fluidos de perfuração poliméricos, foram utilizados os se-
guintes aditivos: antiespumante (líquido à base de silicone), viscosificante (goma xantana), redutor de filtrado
(carboximetilcelulose de baixa viscosidade) e lubrificante (óleo vegetal de alta lubricidade tratado quimica-
mente com ácidos e neutralizantes alcalinos).
Foram preparadas sete amostras de fluidos de perfuração à base de água, compostos pelos aditivos: espu-
mante, viscosificante, redutor de filtrado e lubrificante em agitador mecânico Hamilton Beach, modelo 936.
Os fluidos de perfuração foram preparados de acordo com a prática de campo, que consiste em adicionar
os aditivos, um a um, sob agitação a uma velocidade constante de 13.000rpm em agitador Hamilton Beach,
modelo 936, obedecendo a ordem descrita acima permanecendo 5 minutos sob agitação a cada acréscimo
de aditivo, com exceção do viscosificante, do redutor de filtrado e do selante, que permanecerão 10 minutos
sob agitação.
Para determinação das propriedades reológicas os fluidos desenvolvidos foram agitados durante 5 minutos
em agitador mecânico Hamilton Beach, modelo 936, na velocidade de 17.000rpm. Após a agitação, o fluido foi
transferido para o recipiente do viscosímetro Fann modelo 35A. O viscosímetro foi acionado na velocidade de
600rpm durante 2 minutos e efetuada a leitura. Logo após, a velocidade foi mudada para 300rpm, efetuando
a leitura após 15 segundos. Novamente, foi mudada a velocidade para 200 rpm. Após a estabilização do siste-
ma, realizou-se a leitura. O mesmo procedimento foi utilizado para as velocidades de 100, 6 e 3 rpm, a partir
desde dados será traçada a curva de fluxo dos fluidos desenvolvidos.
A viscosidade aparente (VA) é dada pelo valor obtido na leitura a 600rpm dividido por 2, dada em cP, e a vis-
cosidade plástica (VP) é a diferença das leituras obtidas a 600 rpm e a 300rpm, dada também em cP. O limite
de escoamento (LE) é a diferença entre a leitura obtida a 300 rpm e a viscosidade plástica (VP) de acordo com
a norma 13 B-1 da API (2003).
RESULTADOS. As curvas de fluxo dos fluidos preparados indicam que os mesmos apresentam comportamento
pseudoplástico. Vários fatores podem causar esse tipo de comportamento, tais como as características físi-
cas das partículas – área superficial, formato e dimensão, tipo de interação entre as partículas (repulsão ou
atração), a concentração, peso molecular e a conformação de moléculas de dispersante no meio líquido. O
fenômeno de pseudoplasticidade pode ter como principal causador a presença de aglomerados relativamente
fracos na suspensão, originados pela atuação de forças de interação atrativas entre partículas (SILVA, 2008).
A variação das concentrações estudadas dos aditivos, bem como a variação do tipo de inibidor de argilas
expansivas nas formulações dos fluidos de perfuração não apresentaram influências no seu comportamento
reológico, como dito anteriormente, os fluidos têm comportamento pseudoplástico.
De acordo com estudos desenvolvidos por Leal (2012) obtemos uma faixa de valores para as propriedades
reológicas dos fluidos de perfuração aquosos poliméricos que garantam um bom desempenho dos mesmos
durante a atividade de perfuração e assim, lista-se abaixo as faixas de tais valores para as viscosidades (apa-
rente e plástica), limite de escoamento e força gel:
As viscosidades aparentes dos fluidos preparados mostram que o fator decisivo para determinar o valor desta
propriedade é a quantidade de viscosificante e lubrificante, e que quanto maior for a concentração dos mes-
mos, maior será o valor de VA. De acordo com os valores estabelecidos pelos estudos de Leal (2012), podemos
verificar que todos os fluidos produzidos possuem viscosidade aparente (VA) dentro do padrão estabelecido,
tendo F1 o menor valor de VA (48,5 cP) e F4 o maior (54,0 cP). Provavelmente, o valor de VA para o fluido F4
foi o preponderante devido ao maior uso de lubrificante e viscosificante. Similar ocorreu com o fluido 1, que
3º SIMPIF
Dos fluidos com as maiores concentrações de lubrificante, o que contém a menor quantidade de viscosificante
é o que tem o maior valor de VP; de modo análogo ocorre com os fluidos com menores concentrações de lubri-
ficante, em que possuídos da menor quantidade de viscosificante é o que tem o maior valor de VP. Percebe-se,
portanto, a influência do aditivo viscosificante na propriedade reológica do fluido.
A viscosidade plástica (VP) dos fluidos F2, F5, F6 e F7 são as menores, correspondendo a um valor de 21 cP.
A formulação de F2 é de 2g de viscosificante, 0,5% de lubrificante, 1 gota de antiespumante e 2 gramas de
redutor de filtrado, enquanto os fluidos de F5 a F7 têm formulações iguais, com 1,5g de viscosificante, 0,75%
de lubrificante, 1 gota de antiespumante e 2 gramas de redutor de filtrado. Todos os fluidos preparados pos-
suem valores de VP dentro do padrão estudado por Leal (2012). Esse fato pode ser atribuído à concentração
de viscosificante
Os fluidos F3 e F4 possuem em sua composição a mesma quantidade de lubrificante (1%), porém, a quantida-
de de viscosificante é diferente, sendo a do fluido F3 menor que a de F4 e seus valores são, respectivamente,
1g e 2g. Ambos, os fluidos, nesta ordem, apresentaram menor e maior valores para LE. Deste modo, torna-se
notável a influência que o viscosificante exerce sobre a propriedade reológica do fluido e que, na medida em
que se aumenta a quantidade de viscosificante, a propriedade limite de escoamento também aumenta. Porém,
conforme o arquétipo desenvolvido por Leal (2012), que estabelece para LE valores entre 29 cP e 48 cP, ape-
nas o fluido F3 se encontra dentro do padrão.
Todas as amostras de fluidos desenvolvidas possuem valores de força gel (FG) dentro do padrão mencionado
anteriormente. Os maiores e menores valores de FG são 1 cP e 0,5 cP, pertencentes aos fluidos F1, F5, F6, F7
e F2, F3, F4, nesta ordem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com o objetivo de estudar as propriedades reológicas de fluidos poliméricos inibi-
dos e a partir dos resultados obtidos, podemos concluir que:
• todos os fluidos desenvolvidos contêm valores de viscosidade plástica dentro do que é estabelecido pelos
fluidos desenvolvidos por Leal (2012);
• apenas o fluido F3 atende às especificações descritas por Leal (2012) para fluidos poliméricos, quanto
ao limite de escoamento; e
• todas as amostras demostraram valores de força gel dentro do estabelecido pela norma e, apenas o fluido
F3 contém todas as propriedades analisadas dentro da norma padrão para fluidos poliméricos, com 1
gota de antiespumante, 2 gramas de redutor de filtrado, 1 grama de viscosificante e 1% de lubrificante.
Referências
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sil. Congresso brasileiro de Águas Subterrâneas, p. 47-61, 2014.
3º SIMPIF
Assim, a proposta desse trabalho se justifica por estudar a modificação superficial de diferentes tipos de
argilas bentoníticas possibilitando uma amplificação da aplicação de diferentes tipos de argilas como com-
ponentes do fluido de perfuração de base não aquosa. Ademais, a pesquisa teve como base para seu estudo
matérias primas oriundas do mercado brasileiro evitando assim a importação dessas argilas e garantindo um
custo mais acessível para o desenvolvimento de pesquisas nessa área.
MATERIAIS. Amostras de argilas bentoníticassódicas utilizadas comercialmente (S, DS, F e PA) provenientes
de jazidas da região de Boa Vista-PB. Tensoativos: sal quaternário de amônio, conhecido comercialmente
como Cetremide e Hexa T, fornecido pela empresa AnImdexlimitedCompany, e ainda óleo diesel, querosene e
etanol;
MÉTODOS.
-Inchamento de Foster: O procedimento consiste em: adicionar 90mL de água a uma proveta de capacidade
100mL, adicionando 1g de folhelho seco e deixadas em repouso por 10 minutos. Em seguida, foi adicionada
0,1g de massa de folhelho na solução a cada 10 minutos até ter uma massa total de 2g. Depois as laterais da
proveta foram lavadas, até atingir-se 100mL de volume da proveta. As soluções foram deixadas em repouso
durante 16h.
- Preparação dos fluidos argilosos:Os fluidos foram preparados segundo a norma N-2605 (Petrobras,1998a),
que consiste em adicionar 24,3 g de argila, em 500 mL de água deionizada e agitar durante 20 min a uma
velocidade entre 16.000 rpm e 19.000 rpm, em agitador mecânico da marca Hamilton Beach, modelo 936. Em
seguida, o fluido permanece em repouso durante 24 h.
- Estudo reológico: Os fluidos desenvolvidos serão agitados durante 5 minutos em agitador mecânico Hamilton
Beach, modelo 936, na velocidade de 17.000rpm. Após a agitação, o fluido será transferido para o viscosíme-
tro Fann modelo 35A. O viscosímetro vai ser acionado na velocidade de 600rpm e após 2 minutos se efetua
a leitura. Logo após, a velocidade será mudada para 300rpm, e após 15 segundos efetua-se a leitura. Nova-
mente, mudaremos a velocidade para 200 rpm quando se tem a estabilização do sistema, realiza-se a leitura.
O mesmo procedimento é utilizado para as velocidades de 100, 6 e 3rpm.
-Organofilização: Com sal quaternário de amônio: Em 768 mL de água destilada é adicionada aos poucos 32
g com agitação mecânica concomitante e após isso a agitação será mantida por 20 minutos. Em seguida, é
adicionada uma solução com 20mL de água destilada e 20,4 g do sal. A agitação é mantida durante 20 minu-
tos e em seguida o sistema fica em repouso por 24 h. A lavagem das partículas é feita com 2.000 mL de água
destilada, sendo depois secas em estufa à temperatura de 60 °C +/- 5 °C , em um período de 48 h.
Com tensoativo: Em 3,615L de água destilada é adicionada 150g da argila, em seguida a dispersão será agita-
da por 20min e então adicionado o tensoativo não iônico o qual será ajustado o pH até 7.0, com uma solução
de HCl a 2N. A agitação será mantida por mais 20min e depois será levada a estufa a 60°C, onde permanecerá
entre 24h á 96h, por fim, a argila organofilizada será beneficiada em o moinho de bolas e em peneira ABNT
nº200 (0,074mm).
RESULTADOS. Os resultados óbitos para o teste de inchamento indicaram que todas as amostras apresentam
grau de inchamento alto, isso tendo como base a classificação de Foster (1953), tal resultado é típico ao
apresentado por argilas bentoníticas usuais, já que as mesmas apresentam grande sensibilidade à hidratação.
Como comprovação temos o grau de inchamento da Brasgel PA que foi de 17mL.
De acordo com as normas da Petrobras (2011), os fluidos hidroargilosos devem apresentar viscosidade apa-
rente (VA) igual ou superior a 15 cP, viscosidade plástica (VP) maior ou igual a 4,0 cP e o limite de escoamento
(LE) igual ou menor a 1,5 x VP.
S-> VA: 17,50 VP: 4,0 LE: 16,5 Ph: 9,5 DS-> VA: 18,50 VP: 5,0 LE: 13,5 Ph: 9,5
F-> VA: 9,00 VP: 2,0 LE: 7,00 Ph: 8,5 PA-> VA: 9,50 VP: 4,5 LE: 5,0 Ph: 1,5
Em relação à propriedade de VA observa-se que apenas os fluidos S e DS apresentaram valores compatíveis com
o estabelecido pela norma e o intervalo obtido para esta propriedade de 9,0 cP (F) a 18,5 cP (DS), apresenta
respectivamente o menor e maior valor de inchamento o que pode levar a uma futura correlação entre sensibi-
lidade à hidratação e comportamento reológico. Já em relação à VP, pode-se apontar que os fluidos desenvol-
vidos S, DS e PA apresentaram-se dentro do padrão estabelecido pela norma. Por fim em relação ao LE, obser-
vou-se que apenas o PA apresentou valores fora da conformidade de acordo com o estabelecido por norma.
Com isso, podemos observar que apenas os fluidos desenvolvidos com as argilas S e DS estão dentro dos
3º SIMPIF
parâmetros de acordo com o normatizado pela Petrobras, deste modo, apenas duas amostras de argilas fo-
ram selecionadas para realização da organofilização com o tensoativo hexa t e o sal quaternário de amônio. A
organofilização através do uso de tensoativos visa adsorvê-lo na superfície da argila para então modificar sua
superfície, como por exemplo, os cátions orgânicos do sal quaternário de amônio substituíram os cátions que
são facilmente trocáveis da argila bentonítica [1,5] constituindo assim o objetivo principal do trabalho tornar
as superfície da argila hidrofóbica para posterior inserção em fluidos de perfuração de base orgânica.
AGRADECIMENTOS: Ao Instituto Federal da Paraíba por oferecer toda estrutura essencial para a realização da
pesquisa e as empresas AMC- AnImdexlimitedCompany e Bentonit União por fornecerem os materiais para a
realização da metodologia do trabalho.
Referências
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-graduação do Instituto de Química, fev 1995.
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apresentada ao programa de pós-graduação em química da Universidade Federal de Santa Catarina, 2005.
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industriais e produtos/fornecedores nacionais e internacionais. Revista Eletrônica deMateriais e Processos
(REMAP), 26-35, v.3, n.2, 2008.
3º SIMPIF
O método da busca de anterioridade serve para avaliar o estado da técnica, ou seja, buscar e analisar as deter-
minadas inovações de técnicas aplicadas em trabalhos já existentes, dessa forma, tornando a pesquisa mais
simplificada, visando o beneficiamento da inovação aplicada, com tudo, as análises de busca e a utilização dos
buscadores são responsabilidade do pesquisador ( QUINTELLA; TORRES, 2011).
A importância do ato de prospectar os trabalhos surge com a disponibilidade e a crescente produção dos pro-
jetos sustentáveis produzidos pelo Núcleo de Estudos em Agroecologia (NEA) do Instituto Federal de Educa-
ção, Ciências e Tecnologia Campus Picuí, onde se produz trabalhos remanejando entre as áreas da Agroecolo-
gia e Sustentável, produtos derivados do bioma caatinga, por sua vez faz necessário a proteção dos materiais
e métodos utilizados por esses projetos.
Uma vez prospectados os resultados foram divididos de acordo com a plataformas utilizadas na busca, a
divisão dos resultados foram empregadas para cada plataforma utilizada, as buscas foram concentradas nos
buscadores, Google Acadêmico, Periódico Capes e SciELO, com a eficiência de se obter resultados precisos de
trabalhos relacionados com os projetos e que influencie de forma concreta os métodos utilizados para cada
projeto do núcleo, logo, sendo utilizado como forma de melhoramento ou linha de inovação.
Os projetos foram listados como: Fábrica de Solos, Sabores da Caatinga, Cactáceas Ornamentais, Recupera-
ção de Área Degradada (RAD).
Foram utilizados como material de busca em meio as plataformas de prospecção, sendo os resultados conta-
bilizados e diferenciados com o uso estratégicos dos booleanos, para enfoque das buscas e fácil compreensão.
Deve-se enfatizar que, a busca é concentrada em trabalhos já existentes cujo mantém relação com os projetos,
logo, a influência desses trabalhos sejam aplicadas para melhoramento dos projetos e ações que visem inovar
no meio da sustentabilidade, de modo que, a representação do projeto “Fabrica de Solos” em meio as produ-
ções acadêmicas foi maior, em torno das buscas realizadas, isso indica a produção de trabalhos acadêmicos
em diferentes aspectos, enfatizando a hipótese que é necessário o melhoramento do projeto com a linha de
inovação e tecnologia na produção e aplicação desse projeto.
A minoria dos resultados contabilizados entre os outros projetos, como foi apresentado no gráfico, tem por
sua vez a característica inovadora representado pela baixa produção de trabalhos acadêmicos ou realização e
pouca divulgação do projeto, levando em consideração a temática sustentável e agroecológica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Conclui-se que, os aspectos empregados em meio aos projetos tem sua influência
positiva devido baixos resultados disponibilizados pela busca de anterioridade, por sua vez o Fabrica de Solos
apresentou uma gama considerável de trabalhos acadêmicos produzidos, logo, precisa de reformulação em
questão de produção e desenvolvimento do projeto, desse modo, a representação das buscas foi significativa
ao ponto de influenciar o andamento do projeto e abrir a hipótese para o desenvolvimento de uma linha de
inovação, com os princípios sustentáveis e agroecológicos, valorizando os preceitos do que já vem sendo fo-
mentado em todos os projetos.
Em continuidade, os outros projetos são de certa forma inovadores e por isso mantém sua base tecnológica
com a aplicação das atividades e valorização dos métodos científicos atribuídos a cada um deles, acompa-
nhando os parâmetros de busca de anterioridade para segurança do projeto e visibilidade em torno das ques-
tões sustentáveis e agroecológicas.
Dessa forma acarreta a valorização dos projetos que, por sua vez, apresentaram pouca representação nas
buscas nos casos de “Sabores da Caatinga” e “Cactáceas Ornamentais”, logo, é apresentado como uma inova-
ção sem sofrer influência das buscas para melhoramento e induzindo a sua produção como método inovador.
Com tudo é possível a aplicação de uma linha de inovação para melhoramento dos projetos em questão, viabi-
lizando a tecnologia como foco principal e desenvolvimento dos métodos já utilizados e empregados em cada
projeto por seus idealizadores.
3º SIMPIF
Referências
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REINIGER, Lia Rejane Silveira Princípios de agroecologia [recurso eletrônico] / Lia Rejane Silveira Reiniger,
José Geraldo Wizniewsky, Marielen Priscila Kaufmann. – 1. ed. – Santa Maria, RS: UFSM, NTE, UAB, 2017. 1
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em: 01 maio 2019.
SciELO <https://www.scielo.org/> Buscar scielo, Acesso em: 05 maio 2019.
Sustentabilidade e desenvolvimento sustentável uma taxonomia no campo da literatura Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/asoc/v17n1/v17n1a02.pdf> Acesso em: 04 maio de 2019.
3º SIMPIF
Assim, ao retratar os usos do solo urbano na área central de Itabaiana, este estudo compõe-se num impor-
tante registro que servirá de base para comparações quando a consolidação das atividades do IF que podem
promover transformações nas formas espaciais, valorização do solo e alteração dos usos.
O trabalho de campo foi antecedido por uma revisão bibliográfica especifica e concisa para que as partici-
pantes da pesquisa pudessem introjetar os conceitos e noções necessárias à pesquisa e compreendessem o
objeto estudado.
Foram realizadas também entrevista junto a empresários do setor imobiliário visando compreender a dinâmica
imobiliário de Itabaiana nos últimos 20 anos.
RESULTADOS. A partir dos levantamentos de campo foi traçado um perfil dos usos espaciais presentes no
Município de Itabaiana, obtendo-se com isso um quadro representativo das principais atividades econômicas
presentes no mesmo. Este perfil ajuda na compreensão das bases sobre as quais está estruturada a atual
configuração espacial e em que contexto socioeconômico o IF está inserido.
Nos trechos selecionados para a pesquisa – localizados nas avenidas Prefeito Antônio Batista Santiago e Pre-
sidente João Pessoa – identificou-se a existência de 219 imóveis, sendo predominante o uso residencial, com
maior incidência no trecho 1 e 2. No trecho 3 está o centro comercial de Itabaiana, este fato fica evidente pela
concentração de imóveis comerciais e de serviços; é neste trecho que se localiza a feira nos dias de terça-feira.
O trecho 3 é o CBD (Central Business District) do município.
Através dos dados levantados identificou-se 18 usos distribuídos nas seguintes categorias: Residencial, Vare-
jo, Moda, Misto, Alimentício, Serviços Públicos, Indeterminado, Financeiro, Serviços, Ótica, Drogaria, Materiais
de Construção, Saúde, Veículos, Educacional, Religioso, Lazer e Cultura, Galeria
A distribuição espacial dos usos está de acordo, no que tange as funções, com os modelos clássicos dos
processos de centralização (CORRÊA: 1995), contudo, no que tange as características espaciais das formas,
expostas por Roberto Lobato Corrêa, em O Espaço Urbano, possui algumas discrepâncias por possui uma di-
nâmica econômica diferente das grandes cidades industriais que serviram de modelo para o desenvolvimento
da teoria de CBD.
Evidencia-se pelos dados levantados e pelas observações feitas que a área central de Itabaiana concentra o
fluxo de pessoas, mercadorias, capitais e serviços e em seu entorno, para dar suporte as demais atividades,
situam-se os bancos e demais prestadores de serviços financeiros. A localização de atividades complemen-
tares ou mesmo de natureza distinta na área central e no seu entono é assegurada pelo processo de coesão
espacial (CORRÊA: 1995).
O eixo central de penetração e circulação (fluxos de pessoas, mercadorias e capitais intra e interurbanos),
composto pelas avenidas objeto desta pesquisa, possui a paisagem composta por formas que remetem às dis-
tintas estruturas sociais das quais emergiram. A diversidade de tempos presentes na configuração territorial
(SANTOS: 2002) remete a uma economia mais dinâmica no passado.
Embora haja a predominância do uso residencial frente aos demais, quando se soma as variadas manifesta-
ções da atividade comercial em nossa área de estudo, há uma equivalência entre os usos (42% residencial e
40% comercial). Tal equivalência apenas denota a relevância que o comércio possui para a economia local e
como fator de atração de outsiders para o município que polariza a microrregião de Itabaiana.
Acreditamos, com bases em observações preliminares, que esteja ocorrendo uma mudança na dinâmica so-
cioeconômica do município. Identificamos a expansão da mancha urbana para novas áreas do município,
como as do entorno do campus do IF, com implantação de loteamentos e abertura de novos empreendimentos
comerciais. Contudo, não se encontrou dados disponíveis para poder estabelecer relação deste fenômeno
recente com o IF.
3º SIMPIF
A mancha urbana tradicional do município de Itabaiana encontrava-se limitada ao distrito de Campo Grande,
a oeste, e as margens do rio Paraíba e da PB-066. Nas duas últimas décadas, houve um processo de expansão
das áreas urbanizadas do município através da implantação de loteamentos em áreas do entorno do núcleo
urbano tradicional. No entanto, este processo de expansão urbana não se refletiu no crescimento populacio-
nal. Segundo dados retirados dos Censos de 2000 e 2010, a população era de 25.207 caiu para 24.481, ou
seja, apresentou no intervalo de dez anos um decréscimo de 2,88%.
Como a prefeitura municipal e a Caixa Econômica Federal não responderam aos ofícios que solicitavam infor-
mações específicas acerca da movimentação econômica no setor imobiliário, recorreu-se ao empresariado
local, ligado a este setor, envolvido na venda, promoção e intermediação de financiamentos junto a bancos.
Estes empresários disseram que nos últimos oito anos a média de comercialização de imóveis gira em torno
de 500 unidades ano, sendo os compradores em sua maioria moradores de Itabaiana.
A ausência de dados precisos prejudica a real análise da dinâmica imobiliária dentro do município e a identi-
ficação de tendências de crescimento, estabilidade ou decadência, assim como inviabiliza a compreensão do
impacto desse setor na economia local.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos à Instituição IFPB pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa através
do III - Programa Institucional de Iniciação Científica e Tecnológica – PIBICT.
Referências
CORRÊA, R. L. O Espaço Urbano. São Paulo: Editora Ática, 1995.
SANTOS, MIlton. A Natureza do Espaço. São Paulo: Edusp, 2002.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi desenvolvida seguindo etapas, nas quais foram elencados os conheci-
mentos necessários para o aprimoramento do aplicativo para fiscalização ambiental de aves silvestres da Caa-
tinga, dentre outras características relevantes para sua estruturação, conforme descrito a seguir: Etapa 1 -
Pesquisa: análise e leitura de referências bibliográficas sobre o tema da pesquisa. Nesta etapa, foi pesquisado
e definidos os requisitos e funcionalidades para aperfeiçoar o aplicativo. (exemplo: adição de novas espécies
de aves no banco de dados do aplicativo, estruturação do banco de imagens, etc). Etapa 2 - Arquitetura: os
requisitos e funcionalidades foram utilizados no aperfeiçoamento da estruturação do aplicativo com o auxílio
da plataforma on-line App Inventor. Etapa 3 - Revisão: nesta etapa consistiu na revisão para verificar possíveis
falhas no aplicativo, apontando onde e como o aplicativo pode ser corrigido ou adaptado. Nesta etapa, tam-
bém foram realizados testes no aplicativo aprimorado junto a especialista e outros usuários.
RESULTADOS. No mês de outubro de 2018, foi realizada uma reunião com os profissionais do Centro Nacional
de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE), com a finalidade de obter sugestões importantes
para o aprimoramento do aplicativo em desenvolvimento sobre as aves da Caatinga. Assim, nesta reunião foi
sugerido que fossem acrescentadas outras características das aves, além das cores utilizadas no protótipo
anterior. Foram sugeridos o acréscimo do tamanho da ave, tamanho do bico e também o tipo de silhueta da
ave como características a serem adicionadas nesta versão aprimorada do aplicativo. Baseando-se no artigo
intitulado “Espécies de Aves Traficadas no Brasil: Uma Meta-Análise com Ênfase nas Espécies Ameaçadas”
(COSTA, et al. 2018) foram escolhidas 80 espécies de aves silvestres traficadas em áreas de Caatinga, per-
tencentes a 22 famílias. Foram compilados em uma tabela no excel os dados sobre o tamanho da ave (cm),
suas cores, sua família, tipo de silhueta e seu grau de ameaça referente às 80 espécies de aves. Também foi
organizado um banco de dados que apresenta no mínimo três fotos de cada espécie em ângulos diferentes
visando maiores possibilidades de identificação correta da espécie desejada. Todos os dados sobre as espé-
cies de aves foram obtidos no site Wiki Aves e em outras bibliografias especializadas (GRANTSAU, 2010; SICK,
2001, entre outros), após finalizarmos essa etapa demos início à construção do banco de dados do aplicativo,
possuindo sistemas de pesquisas através de cores das aves, tamanho, tipo de silhueta, além da busca por
nome científicos e populares, incluindo uma variedade de 80 espécies de aves da Caatinga disponíveis para
o usuário.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Ao final deste projeto conseguimos reunir as ideias principais para o aprimoramen-
to do aplicativo, pois o mesmo está com uma boa estrutura e funcionalidade, possuindo sistemas de pesquisas
através de cores das aves, tamanho, tipo de silhueta, além da busca por nome científicos e populares, incluin-
do uma variedade de 80 espécies da caatinga disponíveis para o usuário
Pretendemos continuar o desenvolvimento deste aplicativo a partir projeto pesquisa aprovado no edital 16/2019
PIBIC/CNPq que visará a atualização deste aplicativo. Visto que almejamos acrescentar outras funcionalida-
des e requisitos neste aplicativo, os quais não foram possíveis adicionar durante a presente pesquisa, com o
objetivo de torná-lo uma importante ferramenta a ser utilizada para fomentar ações de fiscalização e gestão
ambiental em relação às espécies de aves silvestres da Caatinga capturadas e comercializadas ilegalmente.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos o apoio financeiro das duas bolsas de iniciação científica financiado pelo
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
3º SIMPIF
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Dissertação de Mestrado.
Normalmente, o tratamento é obtido pela adição de coagulantes químicos, dentro de uma sequência de tra-
tamento controlado em Estações de Tratamento de Água (ETAs). Nessas estações são utilizados coagulantes
químicos, tais como o sulfato de alumínio, que muitas vezes não estão disponíveis a um preço razoável e já
foram indicadas como causadoras de problemas de saúde (CRAPPER et al., 1973). Assim, uma alternativa
para estas comunidades é fazer uso de coagulantes naturais, em geral de origem vegetal, para promover a
coagulação de tais partículas.
O coagulante à base de sementes de moringa, por ser de origem natural, possui significativa vantagem, quan-
do comparado ao coagulante químico, sulfato de alumínio, principalmente para pequenas comunidades uma
vez que pode ser preparado no próprio local de uso. Além de melhorar os parâmetros químicos para o consu-
mo de água, extratos da M. oleífera também são eficientes na eliminação de contaminantes microbiológicos.
Diante do exposto o presente estudo teve como objetivo avaliar a aplicabilidade da semente da M. oleífera
como alternativa de baixo custo na diminuição da turbidez orgânica da água composta de cianobactérias para
uso das comunidades sem acesso a água potável.
MATERIAIS E MÉTODOS. A linhagem produtora de microcistinas Microcystis aeruginosa foi obtida do Labo-
ratório de Ecologia Aquática da Universidade Estadual da Paraíba e cultivada em meio líquido ASM-1 pH 7.4
(GORHAM et al. 1964) sob condições ambientais controladas de temperatura (22 ± 1ºC), fotoperíodo (12:12h;
claro, escuro) e intensidade luminosa (30 ± 1,0 μmol m-2 s-1).
As sementes previamente descascadas foram colocadas em estufa em temperatura de 45°C por aproximada-
mente 12 horas, para reduzir a umidade, facilitando assim sua trituração; em seguida foram pesados 5g da
semente para posterior trituração, a qual foi realizada com auxílio de um gral com pistilo. Foram adicionadas
poucas quantidades de água destilada no triturado com a finalidade de preparar uma pasta; esta foi homoge-
neizada e, posteriormente, vertida para um Erlenmeyer de 1000 mL, no qual foram adicionados um volume de
aproximadamente 500 mL da solução de NaCl 1M, a suspensão foi homogeneizada com vistas à liberação do
princípio ativo contido nas sementes de M. oleífera em uma mesa agitadora à 200 rpm durante 15 min. Após
a mistura, alíquotas foram transferidas para Erlenmyers de 1000 mL preenchidos com 800 mL de água Mili-Q
de modo a obter concentrações finais do coagulante de 50, 100, 150 e 200mg/L e em seguida foi realizada a
homogeneização com cepas de M. aeruginosa (~1x106 cel/mL) para preparo de soluções com concentrações
maiores do que o permitido pela Portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde. O experimento foi conduzido
com etapas prévias de coagulação/floculação/sedimentação (C/F/S) onde todos os frascos passaram por um
gradiente rápido de mistura (200rpm) em mesa agitadora por 2 min, um gradiente lento de mistura (20rpm)
por 15 min e subsequente sedimentação. Cada tratamento foi realizado em triplicatas. As análises para ve-
rificar o potencial de remoção da turbidez (NTU) e pH foram realizadas com auxílio do Turbidímetro Q279P e
Phmetro Q400hm.
Os resultados dos parâmetros analisados foram submetidos a uma análise descritiva básica (média e desvio
padrão) para observar o efeito das sementes em função das concentrações e tempos de coagulação. Todas
as análises serão realizadas com auxílio do pacote “vegan” (OKSANEM et al., 2015) do software R Core Team
(2015).
RESULTADOS. De acordo com os resultados obtidos não foi possível observar grandes variações no pH (7.36
± 0.86) da água durante os experimentos nas diferentes concentrações e tempos de coagulação.
Em geral é possível observar que as melhoras taxas de remoção da turbidez são encontradas com quatro e
cinco horas de experimento. Além disso, a maior concentração (200mg/L) de extrato de M. oleífera testado foi
a que apresentou melhor resultado na remoção da turbidez.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. As seguintes conclusões puderam ser obtidas com o presente estudo: O composto
ativo extraído pode ser aplicado de forma eficiente em técnicas de coagulação e floculação da água. A extra-
ção utilizando NaCl (1M) mostrou eficiência na remoção da turbidez da água. O uso de extratos das sementes
de M. oleífera não altera o pH da água. O uso de M. oleífera pode ser considerado vantajoso e um passo pro-
missor para avanços no processo de coagulação e floculação. Estudos futuros são necessários para aprimorar
o potencial de redução dos extratos de moringa em águas com baixa turbidez. Além disso, avaliar o potencial
de redução de cianotoxinas também se faz necessário.
AGRADECIMENTOS: Instituto federal e também ao Laboratório de Ecologia Aquática por fornecer as cepas de
M. aeruginosa e os recursos físicos para execução dos experimentos.
Referências
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3º SIMPIF
Estudos sobre estes contaminantes tem dado atenção especial aos fármacos, os quais são permanentemente
liberados para o meio ambiente, tendo sido desenvolvidos vários estudos do seu impacto ambiental em nível
mundial (GAFFNEY et al, 2014). Podem atingir os corpos hídricos na forma não metabolizada, onde processos
de hidrólise e de fotólise promovem alterações na estrutura da molécula no ambiente aquático (ANDREOZZI;
RAFFAELE; NICKLAS, 2003).
Desta forma, discutir e investigar a problemática ambiental e, mais concretamente, os recursos hídricos, con-
tinua a ser um tema bastante explorado em diversos países (GAFFNEY et al, 2014). Dentre estes contaminan-
tes, os anti-inflamatórios não-esteroidais, classe de medicamentos que são mais comercializados em todo o
mundo e dos quais faz parte o Diclofenaco de Potássio, tem têm sido amplamente encontrados nas matrizes
aquáticas (KRAMER et al, 2015).
A radiação UV vem sendo usada com sucesso no tratamento da água em processos de desinfecção e para de-
gradar contaminantes orgânicos por fotólise direta (DANTAS, 2010). Entretanto, existem poucos estudos que
retratam a contribuição da Fotólise com luz solar na remoção de fármacos e de seus metabólitos de efluentes,
pois, a maioria das pesquisas são restritas ao processo de fotodegradação artificial, utilizando lâmpadas fluo-
rescentes para simular a luz solar natural (AQUINNO: BRANDT; CHERNICARO, 2013).
Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi analisar o processo de Fotólise Direta usando luz solar do Diclo-
fenaco de Potássio, em solução aquosa, na presença de íons cloreto e de íons nitrato, em diferentes concen-
trações. Kiwi, Lopez e Nadtochenko (2000) afirmam que a presença do íon cloreto, em processos oxidativos
avançados, promove uma inibição na degradação, como também, pode provocar a formação de subprodutos
clorados. Segundo Richard et al (2007), íons nitratos presentes em concentração nas águas superficiais po-
dem ser uma importante fonte de radicais hidroxilas, um intermediário altamente reativo, capazes de degradar
diversos tipos de contaminantes orgânicos.
MATERIAIS E MÉTODOS. As amostras utilizadas no estudo foram preparadas pela dissolução direta do fárma-
co, em água destilada, na concentração de 50 mg.L-1. Em seguida, as amostras foram fortificadas com íons
cloreto e íons nitrato, separadamente, nas concentrações: 5 mg.L-1 e 10 mg.L-1.
A fim de avaliar a Fotólise por Luz Solar do Diclofenaco de Potássio, 2,0 L da solução do fármaco foi colocado
em um béquer, sem agitação, e submetido à irradiação pela luz solar. O experimento teve início às 08:00 horas
(horário local). Durante o experimento, alíquotas da amostra foram coletadas para avaliação da aromaticida-
de, nos intervalos 1, 4 e 8 horas, de modo que o volume total das alíquotas retiradas fossem inferior a 100 mL.
Para o estudo, os experimentos foram realizados, nas dependências do Instituto Federal da Paraíba – Campus
João Pessoa, cidade de João Pessoa-Brasil, onde a média da radiação solar global varia de 17-20 MJ.m-2 (TIBA
et al., 2004). A quantificação do fármaco foi realizada através do acompanhamento de sua aromaticidade por
Espectometria no Ultravioleta (UV), usando um comprimento de onda de 254 nm. As medições forem realiza-
das no Laboratório Interdisciplinar de Caracterização e Desenvolvimento de Nanomateriais (Lanano) do IFPB
– Campus João Pessoa.
RESULTADOS. No processo, o Diclofenaco degradou rapidamente após a fotólise direta, devido à sua quanti-
dade significativa de absorção na região da radiação ultravioleta solar. A análise da evolução da aromaticidade
durante o processo mostrou que após 1 hora, praticamente todo o conteúdo aromático foi removido, cerca de
96% de degradação, o que permaneceu neste patamar após 8 h de tratamento, para as duas concentrações
(5 e 10 mg.L-1) de íons cloretos utilizadas. Os valores obtidos no trabalho se apresentam similares aos estudos
realizados por Bartels e von Tumpling (2007) que obtiveram 83% de degradação por Fotólise Solar do Diclo-
fenaco em águas superficiais e por Pinto (2013) que obteve cerca de 99% de degradação por Fotocatálise
TiO2/UV. Este resultado ratificou a grande fotossensibilidade do Diclofenaco de Potássio e a baixa influência
dos íons cloretos no processo estudado.
Para a Fotólise na presença dos íons nitratos, a degradação se mostra inibida pela presença destes íons, atin-
gindo em torno de 46% de degradação após 1 h de tratamento. No tempo de 8 h de tratamento, o efeito de
inibição da presença dos íons nitrato se mostra pronunciado, pois o experimento realizado com 5 mg.L-1 do
íon atinge 89 % de degradação, enquanto que para a concentração de 10 mg.L-1 do nitrato, a degradação é
de apenas 48%. Este resultado pode estar relacionado com o fato de que o íon nitrato absorve a radiação UV
na mesma faixa que o diclofenaco.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A partir dos dados obtidos, pode-se concluir que a Fotólise Direta com luz solar, em
solução aquosa, promove a degradação de praticamente todo o Diclofenaco de Potássio e que mudança na
3º SIMPIF
concentração de íons cloretos não potencializam o processo. Também foi verificado, no estudo, que a presença
de íons nitrato interferem no processo de degradação do fármaco em solução aquosa.
Sugerimos para trabalhos futuros uma análise mais detalhada do mecanismo de Fotólise do Diclofenaco de
Potássio na presença do íon nitrato, para certificar os fatores que estão influenciando na inibição da degra-
dação do contaminante.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB Campus João Pessoa e ao CNPq pelo apoio financeiro no desen-
volvimento desta pesquisa.
Referências
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MATERIAIS E MÉTODOS. As ações previstas neste projeto dividem-se em sete metas principais, a saber: a)
Consulta de dados oficiais: Visita e levantamento de informações junto a autarquias municipais (secr. munici-
pais de Lucena e cartórios), estaduais (IPHAEP e SUDEMA) e federais (INCRA e SPU) que detém competência/
domínio efetivo ou potencial na região, a fim de verificar a situação fundiária, instrumentos legais de conserva-
ção do patrimônio cultural material e imaterial, projetos turísticos, etc.; b) Caracterização socioeconômica da
região: Serão feitos levantamentos de dados e indicadores populacionais, educacionais, de desenvolvimento
humano, trabalho, saúde, economia, saneamento, comércio, turismo, etc., através de dados secundários (le-
vantamento oficiais e bibliografia especializada) e primários (aplicação de questionários com a população do
entorno); c) Avaliação Ecológica Rápida: Serão realizadas duas campanhas (verão/inverno) de levantamento
de informações temáticas da área proposta, a fim de produzir o contorno ecológico-biológico-geográfico da
área de estudo em escala semidetalhada, focando em grupos indicadores de diversidade de fácil identificação
e aerolevantamentos. Serão utilizadas técnicas de observação direta e vestigial, dispensando a obtenção de
licenças de coleta. Também serão feitos levantamentos de dados secundários, através de bibliografia espe-
cializada. d) Caracterização fisiográfica da região: Serão definidas unidades de paisagem a partir de seus atri-
butos geográficos físicos, tais como relevo, hidrologia, geomorfologia, geologia, solos e clima, destacando as
fisionomias vegetais, a partir de dados secundários, através de bibliografia especializada, e observação direta
a partir de análise espacial e aerolevantamentos; e) Levantamento de características de uso atuais: Serão de-
marcadas as trilhas, residências do entorno, patrimônio histórico material e imaterial, grupamentos humanos,
comércio itinerante, deposição de resíduos sólidos, lançamento de efluentes, cultos religiosos, etc., através de
incursão na região, demarcação de pontos com GPS, entrevistas com visitantes, fotografias digitais ao nível
do solo e aéreas; f) Caracterização da pesca e biodiversidade marinha/estuarina: Serão acompanhadas e ava-
liadas as capturas de uma arte de pesca artesanal denominada “arrastão de praia”, presente em dois pontos
do estuário/praia arenosa englobada pela UC; g) Ações de capacitação e educação ambiental: Em conjunto
com o terceiro setor serão realizadas palestras e debates sobre o tema da criação da UC a fim de promover
a educação ambiental com a população de Lucena e visitantes, sensibilizando-os em relação à importância
de garantir a conservação da biodiversidade e do significativo compartimento paisagístico do Mirante do Rio
Miriri, potencializando as ações de conservação. A capacitação refere-se aos recursos humanos que já estão
sendo formados em Lucena pelo IFPB através do curso técnico subsequente de Guia de Turismo. Trata-se de
uma contrapartida ao projeto.
RESULTADOS. Foi elaborada a identidade visual do projeto através de um concurso de logomarca ofertado
aos estudantes do IFPB, sendo a proposta ganhadora de um aluno do Curso Superior de Design Gráfico do
Campus Cabedelo. Esta ação foi importante para a confecção de camisetas que auxiliam a identificação de
membros do projeto nas atividades de campo e em eventos. Foram iniciados os levantamentos de dados
oficiais sobre a questão fundiária da região e gerada uma planta contendo os domínios públicos e privados
da área preliminarmente proposta. Foram elaborados dois modelos de questionários, um voltado ao uso tu-
rístico da região e outro para os levantamentos socioeconômicos. As entrevistas estão sendo realizadas em
momentos de alto fluxo turístico (finais de semana e feriados) e baixo fluxo turístico (durante a semana). Foi
efetuado o mapeamento das trilhas e pontos de interesse da região e entorno, gerando uma carta temática.
Foram realizadas 5 (cinco) palestras/mesas redondas a fim de divulgar o projeto e realizar as ações de educa-
3º SIMPIF
ção ambiental. Além disso, a fim de garantir suporte técnico-científico e respaldo legal às ações do MIRARIM,
foi estabelecida parceria com Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), através de
um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) celebrado em dezembro de 2018 e orientado através de um plano
de trabalho específico. Também foram estabelecidas parcerias com a sociedade civil organizada (Instituto de
Meio Ambiente e Ações Sociais – IMMAS, Associação de Apoio ao Trabalho Cultural, Histórico e Ambiental –
APÔITCHÁ e Arquidiocese da Paraíba), a fim de promover as ações de educação ambiental, articulação social
e divulgação do projeto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O MIRARIM está em desenvolvimento, desta forma algumas metas ainda não foram
iniciadas e outras se encontram em execução. Destaca-se que o MIRARIM está sendo executado concomi-
tantemente à principal ação de conservação na região, o projeto “Mangue Vivo”, desenvolvimento pela Coor-
denação Regional 6 do ICMBio. Desde 2017 este projeto está empregando esforços para realizar um amplo
diagnóstico socioeconômico e ambiental na região do estuário do Rio Paraíba, com a finalidade de criar um
a Reserva Extrativista (RESEX) associada aos manguezais da região. O Mangue Vivo está em fase avançada
de execução, tendo contemplado 9 (nove) comunidades em cinco municípios lindeiros ao estuário, incluindo
Lucena. Caso a RESEX e o MIRARIM sejam decretados, será dado um grande salto na conservação das áreas
costeiras da Paraíba, incluindo a sustentabilidade da pesca artesanal costeira e o turismo sustentável. Res-
salta-se que parte da equipe desta proposta constitui ambos projetos, facilitando o diálogo e a sinergia entre
as iniciativas.
Referências
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3º SIMPIF
A água é uma substância quimicamente muito ativa, tendo facilidade em dissolver e reagir com outras subs-
tâncias orgânicas ou inorgânicas (Feitosa, 2000). O conteúdo químico das águas subterrâneas depende da
disponibilidade dos agentes mineralizantes, como CO2, concentração, condições redox e tipos de complexos
adsorventes (Birke et al. 2010), da mineralogia/litologia do aquífero e do tempo de residência dessas águas
(Grošelj et al. 2010), clima, distância do oceano, profundidade de circulação das águas dentro do aquífero e,
eventualmente, contaminação antrópica (Bertolo et al. 2007). O presente estudo foi desenvolvido em duas
cidades paraibanas em Remígio – PB e Soledade – PB que estão localizadas na região Semiárida Nordestina.
O objetivo da presente pesquisa foi relacionar a qualidade da água subterrânea com os indicies de chuvas em
diferentes cidades em relação a sua classificação de salinidade.
Remígio apresenta uma área territorial de 180,897 km², altitude média de 535 metros, apresentando uma
população estimada em 19.368 habitantes, densidade demográfica de 98,77 hab/km2 (IBGE, 2016), e coor-
denadas geográficas de S 06°53’30” e W 35°49’51” (CIDADE BRASIL, 2017). O município de Soledade - PB
está localizado às margens da rodovia transamazônica no estado da Paraíba a cerca de 190 km da capital João
Pessoa, possui coordenadas geográficas de S 7°03’24.4’’ W 36°22’00.3’’ com uma população estimada em
14.987 habitantes e sua área é de 560 km2, apresentando uma densidade demográfica de 24,5 habitantes por
km2 segundo dados do IBGE (2010).
MATERIAIS E MÉTODOS. O presente trabalho trata-se de uma análise comparativa dos valores encontrados
em pesquisas realizadas sobre a qualidade de águas em duas cidades no Estado da Paraíba localizadas no
Curimataú Ocidental. Foram reunidos trabalhos realizados sobre a qualidade de água em poços na cidade de
Remígio – PB e Soledade- PB, elaborados por dois autores: Silva Filho e Santos, que desempenharam analisem
da água das referidas cidades no começo do ano de 2017. Esses autores realizaram a pesquisa sobre a pota-
bilidade da água, em relação a nossa comparação o parâmetro utilizado foi o de condutividade elétrica, que
nos dois trabalhos foram analisados seguido o método de imersão para a determinação dos valores conforme
as determinações do instituto Adolf Lutz. Posteriormente com os valores obtidos nas pesquisas foi possível
classificar os valores das pesquisas conforme os autores Richards (1954) e Ayers e Westcot (1999).
RESULTADOS. Em pesquisa na cidade de Remígio Silva et al. (2017) analisando a potabilidade de três poços
localizados em granitóides 439,8 – 531,1 – 557,1 μS/cm2 a 25°C resultando numa média de 509,33 μS/
cm2 a 25°C. A região de Remígio segundo o Climate - data apresenta uma pluviosidade média anual de 1083
mm, isso faz que os aquíferos tenham uma recarga considerável nas suas águas. Quanto a sua classificação
Richards (1954) classificaria essa água sendo C2 (risco de salinidade média) quanto a classificação de Ayers
e Westcot (1999) essa água estaria na classe C1 (nenhum grau de restrição de uso).
Em relação a cidade de Soledade – PB Santos et al. (2017) pesquisando sobre um poço locado na escola EMEF
Profº Luiz Gonzaga Burity no primeiro semestre do ano encontrou uma média de valores de 2.092,15 μS/cm2
a 25°C. Segundo o Climate – data o município de Soledade -PB apresenta uma Pluviosidade média anual de
406 mm. Quanto a sua classificação Richards (1954) classificaria essa água sendo C4 (risco de salinidade
muito alta) quanto a classificação de Ayers e Westcot (1999) essa água estaria na classe C2 (problemas de
salinidade moderado).
Os principais sais que contribuem para a condutividade elétrica da água natural são os sais de potássio, sódio,
cálcio, magnésio na forma de sulfatos, cloretos, carbonatos e bicarbonatos. As águas subterrâneas em con-
tato com as rochas hospedeiras lixiviam os minerais presentes e estas reações são favorecidas pelas baixas
velocidades de circulação dessas águas e maiores pressão e temperatura a que estão submetidas (Feitosa,
2000).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Pela observação dos aspectos analisados existe uma relação direta entre a quali-
dade da água subterrânea e os aspectos geográficos como a rocha e o clima da região onde estar alocado o
poço. A quantidade de chuva em uma região determina o tempo de residência da água na rocha e a mineralo-
gia dessa rocha determinar as características da lixiviação dos minerais.
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3º SIMPIF
Nesse sentido, é oportuno investigar o atendimento das demandas hídricas planejadas diante do aumento
da oferta hídrica proporcionada pelo Canal Acauã Araçagi, considerando a infraestrutura hídrica existente e
planejada e adoção de medidas de gestão da demanda.
Foram analisados os municípios inseridos nas bacias hidrográficas dos rios Camaratuba, Mamanguape e Paraí-
ba. Foram identificados os usos da água através do banco de dados de outorgas da AESA. Foram calculadas as
demandas hídricas de abastecimento humano e dessedentação animal por município e por bacia hidrográfica.
MATERIAIS E MÉTODOS. As demandas hídricas foram calculadas usando planilhas, de acordo com as meto-
dologias apresentadas a seguir:
Abastecimento Humano
Para o cálculo das demandas de abastecimento humano, foi necessário realizar a projeção das populações
urbana e rural dos municípios inseridos nas bacias hidrográficas estudadas neste Projeto de Pesquisa. A pro-
jeção da população foi feita para o ano de 2018, a partir dos dados disponíveis nos censos demográficos de
2000 e 2010, utilizando o Método Matemático Aritmético.
A demanda hídrica de abastecimento humano foi calculada com base nas populações estimadas (urbanas
e rurais) e nos dados constantes no Manual de Usos Consuntivos da Água no Brasil da Agência Nacional de
Águas – ANA (2019). Para as parcelas das populações residentes em área urbana, foram utilizados os coefi-
cientes de consumo per capita e índices de perdas por faixa populacional de ANA (2019).
Para as populações rurais foi adotado o coeficiente de consumo per capita igual a 100 L/hab.dia, conforme
ANA (2019).
Para o cálculo das demandas hídricas para abastecimento dos rebanhos foram utilizados os dados da Pesqui-
sa Pecuária Municipal (IBGE, 2017) que fornece o número efetivo de rebanhos, por tipo de rebanho, distribuí-
dos por municípios. Os tipos de rebanhos presentes nos municípios da bacia são: bovino, bubalino, equino,
suíno, caprino, ovino, galináceos e codornas.
A demanda hídrica foi calculada pela metodologia disponibilizada em ANA (2019), que calcula o produto do
efetivo dos rebanhos e os coeficientes de consumo per capita.
RESULTADOS. Os resultados parciais deste projeto de pesquisa tiveram início com a caracterização das bacias
hidrográficas Camaratuba, Mamanguape e Paraíba, identificando assim, os municípios pertencentes a cada
uma delas. Foi identificado um total de 120 municípios do estado da Paraíba que estão distribuídos de forma
total e parcial em uma, duas ou mais bacias hidrográficas.
Dessa forma, foi observado que 99 das cidades detêm de 100% de sua área total (km²) localizada dentro de
apenas uma bacia hidrográfica, enquanto os demais fazem divisa com duas ou mais bacias. Foram identifica-
dos 4 municípios com área total pertencente à bacia Camaratuba, 23 municípios com área total pertencente à
bacia Mamanguape e 72 municípios com área total pertencente à bacia Paraíba.
O uso da água em uma bacia hidrográfica depende da oferta (disponibilidade), localização espacial, manan-
cial, realidade socioeconômica da população e empresas locais, qualidade da água, tratamento e distribuição.
Cada um desse fatores influenciam de alguma forma o aumento ou a diminuição do uso e consumo da água.
Um exemplo de estrutura hídrica que favorece o uso da água são os canais, pois facilitam a captação de a
água por usuário localizados mais distantes do manancial. Nas bacias hidrográficas estudadas (Paraíba, Ma-
manguape e Camaratuba), a construção do Canal das Vertentes Litorâneas (Canal Acauã-Araçagi) tende a
atrair novos usuários de recursos hídricos, acarretando o aumento da demanda hídrica inicialmente projetada.
Através do banco de dados de outorgas da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba
(AESA, 2018) foram identificados os usos da água nestas bacias. Entretanto, outros usos, que não precisam
de outorga podem também existir nas referidas bacias.
Na bacia hidrográfica do rio Paraíba foram identificados os seguintes usos da água: abastecimento humano,
agroindustrial, aquicultura, comercial, industrial, irrigação, lançamento de efluentes e lazer. Na bacia hidro-
gráfica do rio Mamanguape foram identificados: abastecimento humano, aquicultura, comercial, industrial,
3º SIMPIF
irrigação e lançamento de efluentes. Na bacia hidrográfica do rio Camaratuba foram identificados: abasteci-
mento humano, aquicultura, comercial, industrial e irrigação.
As demandas hídricas dos municípios nas bacias hidrográficas estudadas foram calculadas conforme a meto-
dologia citada.
Em relação a demanda hídrica de abastecimento humano, a bacia hidrográfica do rio Paraíba totalizou
3.343,60 L/s de demanda hídrica urbana e 472,99 L/s de demanda hídrica rural. A bacia hidrográfica do rio
Mamanguape totalizou 463,54 L/s de demanda hídrica urbana e 220,61 L/s de demanda hídrica rural. A ba-
cia hidrográfica do rio Camaratuba totalizou 21,23 L/s de demanda hídrica urbana e 32,45 L/s de demanda
hídrica rural.
Diante dos resultados, observa-se que a bacia hidrográfica do rio Paraíba tem a maior demanda hídrica urba-
na, em função da presença das duas cidades mais populosas do estado, João Pessoa e Campina Grande, com
807.730 e 405.252 habitantes, respectivamente.
Em termos de demanda hídrica humana urbana e rural, a distribuição nas bacias foram: bacia hidrográfica
do rio Paraíba, 88% urbana e 12% rural; bacia hidrográfica do rio Mamanguape, 68% urbana e 32% rural; e
bacia hidrográfica do rio Camaratuba, 40% urbana e 60% rural. Apenas a bacia do rio Camaratuba obteve um
maior percentual de demanda hídrica humana rural.
Ao analisar apenas as demandas de abastecimento humano urbano e rural, constatou-se que 85% da deman-
da hídrica, nas bacias estudadas, é de abastecimento humano urbano, enquanto 15% da demanda hídrica,
nas bacias estudadas, é de abastecimento humano rural.
Em relação à demanda hídrica de dessedentação animal, a bacia hidrográfica do rio Paraíba totalizou 312,49
L/s (72% do total), a bacia hidrográfica do rio Mamanguape totalizou 106,69 L/s (24% do total) e a bacia
hidrográfica do rio Camaratuba totalizou 17,35 L/s (4% do total).
Em termos de tipos de rebanhos, a maior demanda hídrica é relativa ao rebanho de bovinos com 388,4 L/s, o
que corresponde 58% do total.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O projeto de pesquisa encontra-se em andamento. Com relação aos objetivos pro-
postos, conseguiu-se calcular as demandas hídricas de abastecimento humano e rural e de dessedentação
animal dos municípios da bacia. A estimativa de demanda hídrica para o uso industrial está em elaboração.
Em relação ao abastecimento humano, a bacia hidrográfica do rio Paraíba tem a maior demanda hídrica urba-
na, em função da presença das duas cidades mais populosas do estado, João Pessoa e Campina Grande, com
807.730 e 405.252 habitantes, respectivamente.
Ao analisar apenas as demandas de abastecimento humano urbano e rural, constatou-se que 85% da deman-
da hídrica, nas bacias estudadas, é de abastecimento humano urbano, enquanto 15% da demanda hídrica,
nas bacias estudadas, é de abastecimento humano rural. Em relação a dessedentação animal, a bacia hidro-
gráfica do rio Paraíba obteve a maior demanda hídrica com 72% do total.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao IFPB – Campus João Pessoa e Guarabira pelo apoio na realiza-
ção da pesquisa, através do edital Chamada Interconecta/2019.
Referências
AESA - Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba. Banco de dados de outorga. 2018.
ANA - Agência Nacional de Águas. Manual de Usos Consultivos da Água no Brasil. Ministério do Desenvol-
vimento Regional (MDR). Superintendência de Planejamento de Recursos Hídricos (SPR). Brasília - DF. 2019.
74p.
3º SIMPIF
José de Arimatéia Augusto de Lima INTRODUÇÃO. Este trabalho teve por objetivo levantar como algumas
cidades da microrregião de Catolé do Rocha-PB estavam aderindo à
proposta da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10),
instituída em 2010. Problemas como descarte e acúmulo de lixo são
recorrentes na atualidade, pois diariamente uma grande quantidade
de lixo, orgânico e não orgânico, é produzida, seja como subproduto
de nosso estilo de vida baseado no consumo, seja como resultado da
poda de árvores urbanas, e muitas vezes esses resíduos não são des-
cartados adequadamente. Segundo dados preliminares que levanta-
mos para a cidade de Catolé do Rocha – PB e considerando apenas o
volume de poda, desprezando assim todo o restante do lixo que não
é biomassa, diariamente se recolhe na zona urbana uma quantidade
que varia de 1 a 5 toneladas.
É preciso considerar ainda que a microrregião de Catolé do Rocha é composta de onze municípios e todos,
ainda segundo dados de alguns secretários municipais de agricultura com os quais nos reunimos para discutir
o tema, possuem os mesmos problemas que os já citados de Catolé do Rocha. Em nossa avaliação, o cenário
fica ainda mais crítico quando levantamos dados sobre a destinação do lixo e descobrimos que em nenhum
deles existem destinação e tratamento adequados, apesar de a Lei nº 12.305/10 instituir a responsabilidade
compartilhada dos geradores de resíduos. A lei avança em especial quando preconiza a prevenção e a redução
na geração de resíduos e propõe a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos
para estimular a reciclagem e reuso de materiais sólidos com potencial valor econômico e a destinação ade-
quada dos rejeitos, ou seja, o que não pode ser reciclado ou reutilizado.
A pesquisa teve por objetivo discutir a questão dos resíduos à luz Lei nº 12.305/10 identificando o destino
dado atualmente aos resíduos sólidos nas cidades de Belém do Brejo do Cruz, Brejo do Cruz, Brejo dos Santos,
Catolé do Rocha e Riacho dos Cavalos, e, se possível, propor sugestões para adequação à lei.
MATERIAIS E MÉTODOS. Trata-se de uma pesquisa exploratória, do tipo estudo de caso, no qual com base na
Política Nacional de Resíduos Sólidos identificamos alguns critérios orientadores da destinação dos resíduos
urbanos e se algum esforço é feito nas cidades alvos da pesquisa para cumprir o que está previsto na Lei
12.305/2010. Dada a natureza do problema, a investigação se aproximou das pesquisas quali quantitativa,
cujo universo, em sentido amplo, é formado pelas pequenas cidades brasileiras, mas que por razões de con-
veniência fizemos uma restrição geográfica limitando a avaliação às cidades da microrregião de Catolé do
Rocha, sertão paraibano.
O processo de pesquisa teve três momentos: primeiro, fizemos uma leitura da lei 12.305/10, envolvendo uma
compreensão das orientações legais; segundo, buscamos, por meio de levantamento simples, compreender
como se deu esse mesmo processo em outras regiões do país e, finalmente, realizamos visita aos lixões das
cidades alvos, com registro fotográfico e em Formulário de Registro das condições considerando as seguintes
variáveis: 1) existência no município de um padrão de descarte e tratamento dos RS; 2) eliminação do lixão; 3)
problemas percebidos dado as condições existentes; 4) existência no município de algum programa de coleta
seletiva; 5) existência no município de algum programa de consumo consciente; 6) existência de programa de
educação nas escolas para coleta seletiva; 7) existência de lei de incentivo às empresas à coleta seletiva e à
reciclagem, práticas de educação sanitária e ambiental, incentivos fiscais e à logística reversa; 8) existência de
programa com foco na coleta seletiva, reciclagem ou educação sanitária e ambiental em alguma comunidade,
bairro, instituição social ou empresa.
RESULTADOS. A pesquisa revelou que nenhuma das cidades-alvo se enquadra às condições previstas em
lei. Na cidade de Belém do Brejo do Cruz foi observado que o município descarta seus resíduos sólidos em
uma área destinada para esta finalidade, porém a coleta é indistinta por caminhões abertos, e não acontece
nenhum tratamento aos materiais após a chegada ao local, além da separação que os trabalhadores fazem,
colocando cada tipo de material em lugares separados. O município ainda possui lixão e, na observação in
loco, foi possível perceber que havia lixo espalhado pela região e forte mau cheiro. Em nossa pesquisa, não
conseguimos encontrar nada que evidencie que o município promova programa de coleta seletiva, consumo
consciente, educação ambiental, ou que tenha lei que incentive às empresas à coleta seletiva e programas
internos que foquem na resolução desses problemas.
Na cidade de Brejo do Cruz vimos que o município tem sua área de descarte nos arredores da cidade, próximo
à PB-323, com coleta indistinta por caminhões abertos três vezes por semana. O município ainda possui lixão
e, em entrevista com o prefeito, verificou-se que, apesar de ele conhecer a Lei, nenhum projeto para eliminar
o lixão foi iniciado. Na visita ao lixão, conseguimos observar que os catadores trabalhavam em condições de-
sumanas, havia lixo hospitalar no mesmo local dos demais tipos de resíduos, porcos estavam sendo criados
no local, havia lixo espalhado pela região levado pelos ventos e mau cheiro, além do fácil acesso para animais
e quaisquer moradores. Não conseguimos encontrar nenhum indício que aponte que o município desenvolve
programas de coleta seletiva, consumo consciente, educação ambiental, leis destinadas às empresas e pro-
gramas internos para resolver os problemas citados.
Na cidade de Brejo dos Santos vimos que o município tem sua área de descarte sendo um lixão, localizado um
pouco mais afastado da cidade, porém ainda com coleta indistinta por caminhões abertos. Os problemas que
conseguimos identificar na visita foram: vários tipos de materiais aglomerados juntos, sem separação por tipo,
havia lixo espalhado no caminho para o lixão e forte mau cheiro, um pouco abaixo do terreno do lixão havia
um açude que provavelmente estava contaminado pelo lixo e vimos também moradores chegando ao local
para depositar seu lixo, sem qualquer fiscalização. Não encontramos nenhum programa de coleta seletiva,
consumo consciente, educação ambiental, lei destinada às empresas ou programas internos para resolver tais
problemas.
Na cidade de Catolé do Rocha foi observado que o lixão do município, local de descarte utilizado, era um
3º SIMPIF
pouco mais afastado da cidade, com coleta indistinta por caminhões abertos. Os problemas identificados
foram catadores em condições desumanas, lixo espalhado pela região e forte mau cheiro. Não descobrimos
nenhum programa de coleta seletiva, programa de consumo consciente, educação ambiental e leis destinadas
às empresas, mas chegou ao nosso conhecimento que algumas escolas tinham programas internos de coleta
seletiva.
Na cidade de Riacho dos Cavalos vimos que o município descarta seus resíduos sólidos em uma área na estra-
da para a zona rural, com coleta indistinta por caminhões. O município ainda possui lixão, mas, em entrevista
com o prefeito, verificou-se que havia planos de destinar o lixo da cidade para o lixão de Sousa-PB. Na visita
vimos que os catadores trabalham em condições desumanas, com lixo espalhado pela região e forte mau
cheiro, fácil acesso para quaisquer moradores, além de que a fumaça proveniente da incineração dos materiais
atingia moradores próximos, causando diversos problemas de saúde. Não identificamos programas de coleta
seletiva, consumo consciente, educação ambiental, leis de incentivo às empresas ou programas internos para
solucionar os problemas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Ao final do projeto é possível afirmar que todos os municípios estão fora do padrão
previsto em lei e que nenhum esforço em andamento existe para que se possa resolver em médio ou curto
prazo o problema do descarte do lixo. O projeto também teve grande relevância no processo de educar os
pesquisadores sobre o assunto, que não possuíam conhecimento sobre a PNRS nem sobre as condições dos
lixões das cidades ao redor. Uma possível solução que ajudaria a resolver os problemas observados seria a
uma conscientização das autoridades sobre a PNRS, o que eventualmente os levaria a procurar descartes mais
adequados para o lixo, eliminando os lixões, promovendo mais qualidade de vida para os moradores e traba-
lhadores ao redor, além da criação de programas municipais de coleta seletiva, consumo consciente, educação
ambiental, leis de incentivo às empresas e programas internos para solucionar os problemas anteriormente
citados.
Referências
Percentual da população atendida com serviços de coleta de lixo domiciliar – Disponível em <http://app4.
cidades.gov.br/serieHistorica/ - acesso em 08/09/2019.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Foi realizada uma revisão bibliográfica com a finalidade de obter informações acerca
da viabilidade do teleférico, usando como base artigos que analisam os resultados obtidos em cidades onde
o teleférico já foi implantando. Para obter os resultados e respostas acerca da problematização apresentada,
foram discutidas as características do local tais como acesso, topografia e importância sociocultural da re-
gião, que evidenciam a viabilidade ou não viabilidade da implantação do teleférico na cidade de Cajazeiras-PB.
RESULTADOS. De acordo com a pesquisa, em relação ao impacto ambiental, tal meio de transporte mostra-se
um tipo de transporte coletivo sustentável por não emitir poluentes, pois funciona a base de energia elétri-
ca. Além disso, também é uma boa solução para a mobilidade urbana em locais como o morro, objeto desse
estudo, pois não utiliza as vias convencionais, que por sua vez possuem alta declividade, dificultando ou até
impedindo a utilização de meios de transporte coletivos comuns, como o ônibus.
Assim como na maioria das periferias e morros brasileiros, as ruas que dão acesso ao monumento Cristo Rei
em Cajazeiras-PB, importante ponto turístico da região e patrimônio histórico da cidade, são estreitas e de di-
fícil acesso, sendo um dos principais fatores que impedem o desenvolvimento socioeconômico da região. Além
disso, a alta declividade da região estudada é outro ponto a ser destacado, visto que os veículos automotores,
tais como carros e motos, necessitam de alta propulsão para vencer a topografia local, apresentando alta pe-
riculosidade para aqueles que se utilizam desses meios para terem acesso ao monumento. Logo, a existência
de um mecanismo que possibilite a população se deslocar por essas zonas de modo rápido, seguro e eficiente
é de extrema importância, uma vez que veículos de maior porte, como as ambulâncias, dificilmente conse-
guem chegar até essas áreas com a rapidez necessária para aparar a população local em casos de urgência.
Nesse sentido, a inserção de um teleférico é um meio viável para lidar com essas singularidades das zonas
periféricas, possibilitando um deslocamento mais rápido e seguro, em relação aos outros modais usados pela
população local.
Além disso, apesar de a região ser um dos bens patrimoniais da cidade, tombada pelo IPHAEP, o morro Cristo
Rei encontra-se em degradação, visto que a construção de antenas e casas irregulares no local e a falta de fis-
calização do patrimônio pela administração do município e pelo IPHAEP têm gerado desvalorização da região
(ROLIM, 2010), a qual, se fosse preservada e planejada, seria um importante ponto estratégico para alavancar
o desenvolvimento socioeconômico do município, pois melhoraria a qualidade de vida da população local e
haveria maior atração de turistas, que impulsionaria o comercial na região. Nesse sentido, a construção de um
teleférico aliada a execução de políticas públicas de preservação possibilitaria a existência desses aspectos
abordados anteriormente.
Peters (2012) apresenta que quando comparados com os outros sistemas de transporte alternativo, os telefé-
ricos apresentam baixo custo de implantação, enquanto os novos sistemas sobre trilhos custam cerca de US$
35 milhões por quilômetro para serem implantados e o metrô US$ 400 milhões por quilômetro, os teleféricos
custam cerca de US$ 3 milhões por quilômetro. Além disso, eles podem transportar até 10 mil pessoas por
hora, isso seria equivalente a 100 viagens de ônibus ou 2.000 de automóveis. Outros pontos positivos são a
sua fácil instalação, não gera muitos impactos, é altamente sustentável e podem ser facilmente expandidos.
Além disso, diferentes dos outros meios usados, é um transporte confortável e diminui os congestionamentos
na região em que é implantado. Sendo assim, os teleféricos oferecem, segundo Meirelles, Moreira e Borin
(2012), “um serviço de transporte eficiente e capaz de vencer as altitudes acentuadas da geografia local”. Os
autores ainda destacam que, para os críticos, o ponto negativo desse meio de transporte é que ele não é ade-
quado para regiões que são assoladas por grande quantidade de ventos fortes. O custo total da implantação
de um meio de transporte é influenciado por uma grande variedade de fatores físicos, como a topografia da
região, a distância entre os locais que pretende interligar e as construções já existentes. No que diz respeito
à operação e taxa, os fatores que influenciam estão relacionados principalmente à segurança e a situação
financeira da população que será atendida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os resultados apresentados evidenciam que o teleférico possui um baixo custo
de implantação em regiões de terreno acidentado, pois as barreiras topográficas, que quando relacionadas
3º SIMPIF
a modais convencionais acarretam uma infraestrutura de alto custo, no caso dos teleféricos ocasionam uma
interferência mínima, reduzindo os custos de implantação. E ainda, por se tratar de um transporte aéreo, pode
ser implantado com maior facilidade em áreas já urbanizadas. Somado a isso, quando se compara o sistema
sobre gôndolas com os transportes coletivos usais nos centros urbanos como o ônibus, trem, metro, etc., e
aqueles utilizados no interior de favelas e morros como as kombis e os mototáxis, percebe-se que, de acordo
com a pesquisa, os custos de implantação, manutenção e deslocamento dos teleféricos são inferiores a esses
meios citados. Além de ser um meio de transporte completamente acessível, é implantado, na maioria das
vezes em bairros pobres, despertando na população o sentimento de inclusão e valorizando áreas de grande
potencial turístico que se encontravam desvalorizados devido à dificuldade de acesso.
Essa discussão é pertinente pois atualmente há a Associação de Moradores do Cristo Rei, o grupo de arquite-
tos local (PETRA Arquitetura), instituições de ensino (IFPB, UFCG e FSM), além de setores da Prefeitura Muni-
cipal envolvidos com objetivo de revitalizar e requalificar o local com fins de turismo religioso e cabe investigar,
em trabalhos futuros, toda a questão de transporte e acessibilidade local, conforme iniciadas nesta pesquisa,
ainda em andamento. Espera-se que a continuação desenvolva propostas de engenharia urbana que atendam
o teleférico como meio de acesso local, considerando toda a problemática discutida no texto.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB Cajazeiras por nos contemplar com recursos do Edital da Chamada
01/2019 – Interconecta., que possibilitou investigarmos paralelamente outras áreas dentro de sistemas de
transporte, além do pedestrianismo.
Referências
MEIRELLES, Sérgio Lucio Gomes; MOREIRA, Mariana de Alcantara; BORIN, Elaine Cavalcante Peixoto. Telefé-
rico – uma solução para a questão da dificuldade de mobilidade no complexo do alemão/rj. Polêm!ca, Rio
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ção patrimonial. 2010. 146 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de História, Centro de Ciências Humanas, Letras
e Artes, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2010.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS.
O agave será coletado na Vila de Santa Luzia município de Picuí, junto aos produtores da localidade. O material
coletado será levado para o IFPB campus Picuí. As folhas do agave foram inicialmente trituradas em máquina
tipo forrageira (Laboremus). Em seguida, foram secas em estufa a 60 °C por 48 horas. Decorrido esse tempo,
o agave triturado foi moído em moinho de facas tipo Moinho tipo Wiley TE-680 (Tecnal). O material foi em
seguida peneirado em peneira de 20 Mesh. O material foi armazenado em recipiente hermeticamente fechado
para posterior uso.
O pré-tratamento alcalino foi realizado a partir da mistura de 20 % (m/v) do agave in natura com solução de
NaOH na concentração de 2% (m/v) e 4% (m/v). A mistura foi submetida a tratamento térmico em autoclave
a uma temperatura de 121 °C por 30 minutos e, posteriormente, o resíduo sólido resultante foi lavado até a
água de lavagem atingir a um pH próximo ao neutro (pH 7,0). O material pré-tratado foi seco em estufa a 50
°C por 24 horas e armazenado (LEITE-SILVA et al., 2017).
Na determinação da umidade ou sólidos totais, extraíveis, cinzas totais, lignina, celulose e hemicelulose do
material em estudo, foram empregadas as metodologias da National Renewable Energy Laboratory (NREL)
(SLUITER et al., 2008ª; SLUITER et al. 2008b; .SLUITER et al.¸2005ª; SLUITER et al., 2005b).
Espectroscopia de Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR) - O objetivo da análise FTIR é detectar
a presença dos grupos orgânicos de maior importância presentes na biomassa e também verificar a redução
desses mesmos componentes após os pré-tratamentos. Nesta análise, serão utilizados espectros de absorção,
na faixa 8 espectral de 400-4000 cm1 usando a Transformada de Fourier no espectrofotômetro de infraver-
melho (65 Espectro de FT-IR, Perkin Elmer, EUA) em parceria com o Laboratório de Engenharia Bioquímica
–LEB/UFRN.
Nesta técnica será analisada a cristalinidade dos resíduos de agave in natura e prétratados. Na espectrosco-
pia de DRX (XRD-6000, Shimadzu, Japão) será utilizado Kα de cobre de radiação, 30kV de tensão e 15 mA de
corrente elétrica, a uma taxa de 2.0 graus por minuto para uma varredura contínua de 2θ com intervalo de 4.0
– 70.0° aplicados. Esta técnica será realizada em parceria com o Laboratório de Engenharia Bioquímica – LEB/
UFRN. A partir disso, o índice de cristalinidade (IC) das fibras será calculado a partir da Equação 1, conforme
Gabhane (2014)
Para analisar a superfície dos resíduos lignocelulósicos in natura, pré-tratado foi utilizado um microscópio
Hitachi, modelo TM3000, disponível através de parceria, no Departamento de Engenharia de Materiais da
UFRN. Essas análises foram realizadas para que fosse possível analisar a degradação da fibra em cada uma
das amostras e, desse modo, analisar o efeito do pré-tratamento e comparar com a amostra in natura.
RESULTADOS. Conforme analise feita do pré-tratamento alcalino a partir do resíduo de Agave sisalana (aga-
ve), foram realizados pré-tratamentos aplicando soluções de NaOH com concentrações diferentes (concentra-
ções de NaOH 2% e NaOH 4%). O pré-tratamento alcalino geralmente é utilizado para remoção de lignina por
quebrar as ligações entre este componente e os demais carboidratos, melhorando o processo de degradação
da celulose (JÖNSSON & MARTÍN, 2016). Após a realização deste processo, observou-se uma perda de massa
devido à lavagem do material, a solubilização e a remoção dos componentes ligados à celulose, extraíveis,
proteínas e até mesmo a própria celulose. Foi observado através das análises de DRX que o resíduo de agave
in natura apresentou cristalinidade de 55%, já o pré-tratamento que apresentou maior índice de cristalinida-
de foi o que utilizou NaOH 4% acondicionado por 24 horas antes do processo de autoclavagem, sendo essa
cristalinidade de 67,33%. Já as análises de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) mostraram diferenças
significativas na remoção de lignina e na exposição das fibras após o pré-tratamento. Os resultados permitem,
por fim afirmar, que o NaOH 4% foi mais eficiente na exposição das fibras de agave e que essa metodologia
pode ser aplicada em trabalhos futuros utilizando esse resíduo para a produção de etanol celulósico.
fibras lignocelulósicas para a hidrólise enzimática. No entanto, estudos mais aprofundados estão em anda-
mento.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao CNPq e ao IFPB por disponibilizar recursos na forma de Bolsa PIBIC
para a realização desse projeto.
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SLUITER, A.; HAMES, B.; HYMAN, D.; PAYNE, C.; RUIZ, R.; SCARLATA, C.; SLUITER, J.; TEMPLETON, D.; AND WOL-
FE, J. Determination of total solids in Biomass and total dissolved solids in liquid process sample. Technical
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SLUITER, A.; HAMES, B.; RUIZ, R.; SCARLATA, C.; SLUITER, J.; AND TEMPLETON, D. Determination of ash in
biomass. Technical Report NREL/TP-510-42622. National Renewable Energy Laboratory, Golden, Colorado,
2005b.
SLUITER, A.; HAMES, B.; RUIZ, R.; SCARLATA, C.; SLUITER, J.; AND TEMPLETON, D. Determination of Structu-
ral Carbohydrates and Lignin in Biomass. Technical Report NREL/TP-510-42618. National Renewable Energy
Laboratory, Golden, Colorado, 2008b.
SLUITER, A.; RUIZ, R.; SCARLATA, C.; SLUITER, J.; AND TEMPLETON, D. Determination of extractives in biomass.
Technical Report NREL/TP-510-42619. National Renewable Energy Laboratory, Golden, Colorado, 2005a.
3º SIMPIF
O grupo “Sabores da Caatinga” que é parte integrante do NEA (Núcleo de Estudos em Agroecologia) do
IFPB Campus Picuí, bem como Associações de pequenos produtores regionais e comunidades quilombolas
podem apropriar-se dessas e outras receitas para agregar valor aos seus produtos. Adaptando os conceitos
já conhecidos e os estendendo a todas as plantas que não são convencionais em nossos cardápios ou não
são produzidas em sistemas convencionais (agricultura industrial ou convencional), temos a designação de
plantas alimentícias da agrobiodiversidade (BRAK, 2016). O registro físico e eletrônico através da descrição
dessas receitas e do modo como prepara-las, se faz mister principalmente por inserir-se no universos social
de uma região que encontra-se em processo de desertificação e com baixíssimos índices de IDH (Índice de De-
senvolvimento Humano), fundamental para que esses valores imateriais não se percam no tempo nem sejam
“engolidos” pelo avanço do fastfood globalizante dos grandes centros.
A construção desse livro irá direcionando essas ações para o olhar Agroecológico da recuperação ambiental
através do estímulo a geração de renda através de novos produtos que podem ser plenamente desenvolvidos
pelas comunidades locais. Ações transversais de cunho agroecológico que de alguma forma contribuam no
processo de geração de alguns dos produtos que farão parte das receitas serão registradas como: Adubação
orgânica; Quintais produtivos; Fundos rotativos solidários; ações comunitárias de plantio e colheita; Recu-
peração de áreas degradadas; curvas de nível, etc. A segurança alimentar será também alvo principal dessa
experiência que se utilizará de metodologias endógenas e participativas nas comunidades inseridas nessa
frágil ambiente de vulnerabilidade social. A utilização do alimento, de forma sustentável, reduz a produção
de lixo orgânico, prolonga a vida útil do alimento, promove a segurança alimentar e beneficia a renda familiar
(SILVA; RAMOS,2009)
A formulação desse estudo prospectivo entre marcas, patentes e a busca de anterioridade faz crer em um novo
parâmetro voltado a novas tecnologias, diante disso a elaboração desse estudo se torna viável, enaltecendo
o método e produção das receitas como inovação gastronômica. Segundo (QUINTELLA; TORRES, 2011), a
busca de anterioridade é utilizada de forma introdutória em pesquisas de dados sendo considerada como base
para fontes de informação e proteção de propriedade industrial e inovações de serviços, produtos e métodos
de pesquisa, sendo influenciado de forma negativa ou positiva pelos dados coletados. Diante disso, a pros-
pecção das receitas elaboradas facilitaram a hipótese de que, a relação poderá confirmar o ineditismo das
receitas, desse modo, para que sejam consideradas inovadoras as receitas foram prospectadas utilizando os
parâmetros de busca usados na busca de anterioridade, com a perspectiva de que, as buscas não influencie
a elaboração das receitas e o método de preparo, uma vez que as diretrizes de buscas são realizadas pela
nomenclatura das receitas, uma vez já registradas as buscas conforme o projeto citado acima. O presente tra-
balho tem o intuito de apresentar como se deu a produção do livro “Sabores da Caatinga”, desde a elaboração
de receitas até suas prospecções.
Cada receita será um capítulo do referido livro. O roteiro a ser seguido obedecerá a seguinte ordem: A) Título
do Prato/Receita; B) Descrição dos ingredientes; C) Quantidade; porção e de que forma o ingrediente vai ser
inserido na receita (calda, polpa, pedaços, etc.); D) descrição dos Ingredientes acessórios (originários do bio-
ma Caatinga, ou não) inclusive temperos; E)Passo a passo da mistura dos ingredientes e desenvolvimento da
receita citando tempos e movimentos; F) Histórico e descrição botânica e nutricional de cada espécies oriunda
do bioma Caatinga envolvida na receita; G) Registro fotográfico das espécies em três etapas: 1- In loco, ou
seja, na forma como foi coletada no campo, 2 – Sendo preparada para ser incorporada a receita; 3 – Imagem
do prato final pronto para degustação e consumo.
Caso haja por trás de cada receita um adicional que ligue o prato a uma ação sustentável no âmbito da Agroe-
cologia, essa ação também será relatada, seja ela um ingrediente que faça parte de um quintal agroecológico,
ou seja, oriunda de uma área degradada em processo de regeneração, ou que foi utilizado composto orgânico
derivado da parceria de projetos do NEA com agentes públicos ou comunitários etc.
Com relação a estrutura do livro ele terá: Capa; Contracapa; Ficha catalográfica; Sumário; Apresentação;
Prefácio; Capítulos; e outro dispositivo se assim os organizadores acharem necessário. O livro será editado
em Word, porém pode-se adotar um editor de textos diferenciado se assim facilitar o trabalho dos editores,
porém sempre de forma legal e autorizada. O mesmo terá ISBN que deverá ser solicitado pela Editora do IFPB.
Após o resultado final, ou seja, depois do livro elaborado o mesmo será encaminhado para Editora d para que
possa novamente passar por todos os trâmites técnicos e legais para que possa ser editado e publicado como
resultado deste trabalho inédito, inovador e sustentável. Desde já a equipe deixa claro que seguirá todas as
correções e indicações que os revisores da referida Editora assim indicar.
3º SIMPIF
RESULTADOS. Quebrando os paradigmas existentes na sociedade como uma forma de inclusão para os ali-
mentos já existentes no próprio Bioma Caatinga uma vez que, a segurança para se alimentar com qualidade e
em quantidades suficientes é um direito social a ser assegurado pelo Estado, ou seja, um direito do cidadão em
não sentir medo de viver sob a ameaça de fome (FREITAS & PENA, 2007). Os produtos oriundos da caatinga
é uma das maneiras de suprir com a escassez relacionado a produção de alimentos visando o que a natureza
tem em abundancia, exemplos disso são a palma doce, os frutos do facheiro, frutos da palma de espinho, co-
roa de frade, frutos do mandacaru e a gogoia. No entanto, com práticas inovadoras esses mesmos produtos
podem ser acrescentados em receitas culinárias visando seu valor nutricional ricos em vitaminas.
Já há o produto final – “Livro intitulado: Sabores da Caatinga: Receitas inovadoras com xerófitas”. Com ISBN
em parceria com o Mestrado PROFNIT do IFPB Campus Campina Grande.
Referências
Sabores da Caatinga: receitas inovadoras com xerófitas/ Frederico Campos Pereira... {et.al.} Organizadores.
Campina grande/PB.RgEditora:2019.108p.il.color. ISBN: 978-85-94349-09-5.
3º SIMPIF
É verídico que instituições como o IFPB que integra ensino médio, ensino técnico e superior, tem necessidades
especificas de acordo com cada curso ministrado. Existindo demandas de produção ou criação de produtos,
ferramentas, equipamentos ou ofertas de aulas práticas, minicursos e oficinas com teor pratico, que poderá
surgir por motivações distintas, partindo de professores ou pelos próprios alunos.
Pensando-se nessa necessidade, que o ESCAPA Ecodesign (Núcleo de Criatividade Prática Aplicada) trouxe
para o IFPB Campus Cabedelo o contexto da marcenaria escola, buscando estreitar a relação entre discentes e
docentes com a oficina montada para benefício comum, facilitando contato direto do público com o ambiente
da oficina. O projeto tem como pilar principal o Ecodesign que se apresenta como um agente de transfor-
mação, somando práticas de uma gestão ambiental proativa, buscando o desenvolvimento de produtos e a
minimização dos impactos ambientais durante todo ciclo de vida do produto, visando o incentivo da criativi-
dade e inovação (PAZMINO, 2007). O Ecodesign pretende integrar considerações ambientais na confecção
de produtos e como tal, pode ser utilizado como termo geral para todas as abordagens relacionadas com a
sustentabilidade ambiental no design. Segundo Almeida (2017), discute a função do design com foco no ser
humano, na ética e nos estudos de ecologia.
Para que essas práticas sejam assimiladas pelos alunos, a marcenaria escola abraçou como metodologia o Lear-
ning by Doing ou aprender fazendo (DE LA HOZ e DE BLAS, 2009). Onde se entende-se a necessidade da prática
aplicada e do exercício da criatividade como objetos fundamentais do processo de educação, estando de acor-
do com as modalidades formativas que possuem um caráter mais integrador, baseado no respeito às capaci-
dades e habilidades naturais de cada jovem além da intensificação do relacionamento humano (SOUZA, 2009).
Nas Oficinas-Escola espalhadas pelo Brasil busca-se promover um contexto de aprendizado através da prática
aplicada e do trabalho (CAÑAS, 2013); dando aos jovens que não se ajustam ao modelo padrão de aprendi-
zado ou que necessitam quebrar o contexto massificante da sala de aula que se baseia no sedentarismo e na
assimilação de conhecimentos puramente abstratos, a oportunidade de trabalhar com ações práticas, explo-
rando o seu saber empírico, muitas vezes absorvidas por atividades realizadas no cotidiano familiar, dando a
oportunidade desse aluno apresentar seus pontos positivos e instigar sua liberdade criativa, para produção
e desenvolvimentos de produtos que tenham o Ecodesign como princípio, sendo eles inovadores, estéticos,
úteis e diversos.
Nesse sentido, proporcionar a iniciação de alunos do IFPB Campus Cabedelo na prática da marcenaria e do
Ecodesign, pode-se proporcionar a criação de uma consciência ambiental sustentável apresentando projetos
concretos para a solução de problemas sociais e ambientais, de uma forma sustentável e eco-inovadora. As-
sim, o objetivo deste trabalho foi relatar a realização do minicurso de Ecodesign ocorrido na Semana do Meio
Ambiente – IFPB Campus Cabedelo- PB.
MATERIAIS E MÉTODOS. O minicurso de Ecodesign e marcenaria criativa, intensivo e prático, com carga ho-
rária de 10 horas, ocorreu durante os dias 05 e 06 de junho de 2019, na Semana do Meio Ambiente – IFPB
Campus Cabedelo- PB. E foi ministrado pela equipe do Projeto ESCAPA-Ecodesign para cerca de 50 alunos,
foram impelidos a desenvolver objetos funcionais ou estéticos, encarando a produção como uma atividade
prática, sendo o próprio participante agente ativo do processo de ensino-aprendizado.
Foram utilizados placas de madeira reaproveitadas encontrados descartados pelo campus, pela indústria au-
tomobilística e até descartado pela própria marcenaria, ferramentas elétricas para corte, furação e lixamento,
como serra circular, de esquadria e de bancada, serra tico-tico, furadeira, lixadeira orbital e de cinta, além de
pregos, parafusos, cola, pincéis e tintas.
RESULTADOS. O resultados foram a produção de 15 peças e objetos decorativos, como porta-vinho, molduras
e quadros, base para celular, porta carteira, tamburetes, entre outros. No fim do minicurso foi solicitado que
os participantes presentes respondessem um questionário de satisfação, com intensão de colher informações
referente ao vivido na prática dentro da marcenaria escola.
50 alunos participaram das aulas práticas, no entanto apenas 23 responderam o questionário, sendo estes todos
alunos do IFPB Campus Cabedelo, dos cursos de Design Gráfico, Licenciatura em Ciências Biológicas e Técnico
em Meio Ambiente. O questionário possuía 8 perguntas, tendo 4 abertas e 4 fechadas. Perguntas referentes
ao perfil pessoal e ao nível de satisfação com os ministrantes, espaço, maquinários e a metodologia aplicada.
Em seguida, os dados foram tabulados e foram gerados gráficos. Quando questionados se antes do minicurso
3º SIMPIF
os participantes tiveram contatos anteriormente com marcenaria, 26% deles responderam que sim, e assi-
milaram esse contato com práticas familiares, e outros haviam presenciado ações do projeto ESCAPA dentro
do Campus, e 74% afirmaram que nunca haviam tido contato. A maioria escolheu realizar o minicurso porque
achou a proposta interessante, despertou a curiosidade e alguns dos alunos de Design Gráfico afirmaram ter
habilidades com trabalhos manuais.
Quanto ao nível de satisfação, tendo como parâmetro Ótimo, Bom, Mediano, Ruim e Péssimo, considerando as
práticas e o uso da metodologia, 96% marcaram o nível ótimo, que corresponde ao maior nível de satisfação,
e 4% marcaram a opção “Bom”, refletindo que a metodologia do aprender fazendo proporcionou um maior
dinamismo que agradou a maioria dos participantes, e proporcionou aos ministrantes o desejo de explorar
mais a metodologia e aprimorá-las nas práticas da marcenaria escola.
No campo das sugestões, críticas e elogios pode-se destacaram-se como elogios a valorização da interação
dos ministrantes que estavam em posição de auxiliares nas ações feitas pelos alunos, pelas quais as práticas
ministradas despertaram o interesse por trabalhos manuais. Como sugestões e críticas, pode-se destacar a
necessidade de um espaço maior, a segurança das máquinas, e um tempo maior de minicurso com mais dias
disponíveis e maior carga horária. Alguns participantes citaram que deveria surgir uma disciplina optativa que
envolva as práticas da marcenaria.
Os resultados foram satisfatórios tanto de modo quantitativo quanto qualitativo, tendo um total de 15 peças
produzidas, e em torno de 50 participantes, onde a grande maioria assumiu uma posição ativa, reversando
maquinários, cortando, pintando e finalizando as peças por eles idealizadas ou escolhidas por meio de uma
pesquisa rápida.
O retorno que obtivemos dos alunos expressados nas respostas dos questionários foi positivo, onde apresen-
taram a prática da marcenaria escola como algo inovador e de grande valia para sua vida acadêmica. Perante
os resultados, o projeto pretende propor outras oficinas, minicursos ou intervenções que venha novamente
abraçar o Learning by Doing, aprimorando a novas práticas.
AGRADECIMENTOS: Gratidão ao Instituto Federal da Paraíba campus Cabedelo por oferecer a oportunidade
de realizar o minicurso com abundancia de materiais usufruindo de um espaço adequado e bem equipado.
Gratidão aos alunos que compareceram e participaram ativamente de toda ação.
Referências
CAÑAS, Rocío Serrano. O princípio formativo do aprender fazendo no Programa de Oficinas-Escola. Revista
Eletrônica de Educação, v. 7, n. 3, p.110-128.
DE LA HOZ, J.; DE BLAS, A. (2009). Learning by doing’ methodology applied to the practical teaching of elec-
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3º SIMPIF
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PAZMINO, Ana Verónica. Uma reflexão sobre Design Social, Eco Design e Design Sustentável. In Simpósio
Brasileiro de Design Sustentável, n. 1, 2007, Curitiba.
SOUZA, Rodrigo Augusto de. John Dewey e a formação de professores: Aspectos da influência sobre a for-
mação docente no Brasil. In Congresso Nacional de Educação, n. 9, 2009, PUCPR.
WALL, Marilene Loewen. A experiência de realizar um Estágio Docência aplicando metodologias ativas. Acta
Paul Enferm, v. 21, n. 3, p. 515-51.
MATERIAIS E MÉTODOS. Foram utilizadas técnicas usuais em inventários da avifauna, como observações
diretas com o auxílio de binóculo, registros fotográficos e identificação de vocalizações, sendo listadas todas
as espécies registradas durante os dias de amostragem em lista simples (RIBON, 2010). Foi realizado moni-
toramento bioacústico, com o auxílio do gravador de voz digital Sony ICD-PX240, para identificar a avifauna
noturna através da gravação de suas vocalizações. As observações da avifauna urbana na cidade de Itabaiana
incluíram amostragens nos períodos seco (meses de setembro a novembro) e chuvoso (meses de junho a
agosto), como forma de avaliar se há diferença na composição das aves entre esses períodos do ano. As co-
letas de dados foram realizadas em duas avenidas principais da cidade de Itabaiana: AV1 (Avenida Presidente
João Pessoa) e AV2 (Avenida Deputado Adauto Pereira de Lima), onde ambas foram anteriormente demarca-
das, com auxílio de GPS, em uma distância média de 1,6 Km. O período de tempo de cada coleta de dados foi
de, aproximadamente, uma hora, tendo início pela manhã às 07h:15min e finalizando às 08h:15min. As coletas
iniciaram no mês de junho e finalizaram no mês de novembro de 2018. Cada avenida foi amostrada uma vez a
cada mês, totalizando 12 unidades amostrais. Todas as aves registradas foram identificadas em nível especí-
fico com auxílio da bibliografia especializada (ex.: PERLO, 2009; RIDGELY; TUDOR, 2009; SIGRIST, 2013). As
vocalizações das aves não identificadas em campo eram gravadas e posteriormente comparadas com arquivos
sonoros (ex.: MAJOR et al., 2004; MINNS et al., 2010). A nomenclatura científica seguiu a taxonomia sugeri-
da pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (PIACENTINI et al., 2015). Foi construída uma curva de
acumulação de espécies para avaliar o resultado do esforço amostral com auxílio do programa R (R Core Team
2016). Uma estimativa para a riqueza foi calculada a partir dos dados de ocorrência/abundância das espécies
de aves, através de estimadores não-paramétricos (ex.: Jacknife 1, Chao 1). Esta análise foi realizada também
no programa R. As espécies foram classificadas com base em suas categorias de frequência de ocorrência
(fr), conforme a relação: fr= Ni / Nt , sendo Ni o número de visitas em que a espécie “i” foi registrada, e Nt o
número total de visitas. De acordo com a frequência, as espécies são agrupadas em três categorias distintas
(adaptado de MENDONÇA-LIMA; FONTANA,2000): residentes (R: fr ≥ 0,60); prováveis residentes (P: 0,15 ≤
fr< 0,60) e ocasionais (O: fr< 0,15).
RESULTADOS. Ao longo de toda a pesquisa foram registradas 52 espécies de aves silvestres na cidade de Ita-
baiana, pertencentes a 29 famílias. Destas, as mais representativas em número de espécies foram: Tyrannidae
(7 espécies), Ardeidae (4 espécies) e Traupidae (4 espécies). Os estimadores de riqueza Chao 1 e Jack 1 es-
timaram, respectivamente, uma riqueza de 66,7 ± 10,1 e 65,7 ± 5,3 espécies. As espécies Passer domesticus
(468 espécimes), Progne chalybea (143 espécimes), Cathartes burrovianus (137 espécimes) e Columbina tal-
pacoti (98 espécimes) foram as que apresentaram maior número de visualizações nesta pesquisa. Na avenida
Presidente João Pessoa (AV1) foram registradas 42 espécies, enquanto que na Avenida Deputado Adauto Pe-
reira de Lima (AV2) foram registradas 40 espécies. Entre as avenidas (AV1) e (AV2) foram encontradas 30 es-
pécies em comum. Quanto à frequência de ocorrência, 50% das espécies de aves registradas nesta pesquisa
são prováveis residentes, 25% são ocasionais e 25% são residentes. As espécies Pitangus sulphuratus, Passer
domesticus, Cathartes burrovianus, Certhiaxis cinnamomeus, Columbina talpacoti, Progne chalybea e Tyrannus
melancholicus apresentaram os maiores valores de frequência de ocorrência. Durante os meses chuvosos que
foram contemplados nesta pesquisa, observamos 37 espécies de aves silvestres, sendo que destas seis espé-
cies (Egretta thula, Gallinula galeata, Myiozetetes similis, Tangara cayana, Sporophila albogularis e Euphonia
chlorotica) foram observadas apenas no período chuvoso. Enquanto no período com ausência de chuvas,
registramos 46 espécies, sendo que 15 espécies foram observadas apenas nos meses mais secos do ano e
31 espécies de aves foram registradas em ambos os períodos do ano. No período noturno foram registradas
apenas as vocalizações das espécies Vanellus chilensis (Téteu) e Athene cunicularia (Coruja-buraqueira).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os objetivos da presente pesquisa foram alcançados, visto que foram listadas a
riqueza e composição avifaunística cidade de Itabaiana- PB. A riqueza de espécies de aves registradas repre-
senta uma parcela significativa da avifauna urbana de Itabaiana, refletindo as diferenças observadas entres as
avenidas amostradas, como a presença do Rio Paraíba e a variação no grau de urbanização. As informações
obtidas sobre a avifauna urbana representam uma investigação pioneira para a cidade, cujos resultados po-
derão servir de parâmetro para novas pesquisas na área. Constatamos uma presença significava de indivíduos
das espécies Passer domesticus e Progne chalybea em áreas centrais amostradas na cidade de Itabaiana-PB.
Sendo necessárias pesquisas futuras para melhor caracterizar aspectos antropogênicos, ambientais e ecoló-
3º SIMPIF
gicos que favorecem a presença das aves nas cidades. Por fim, ressaltamos que as áreas pesquisadas parecem
favorecer espécies menos exigentes quanto à qualidade ambiental e à oferta de recursos.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos o apoio financeiro da bolsa de iniciação científica financiado pelo Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Campus Itabaiana.
Referências
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qualidade ambiental em área urbana. Revista Brasileira de Ornitologia, v. 16, n. 1, p. 32-37, 2008.
BECKER, Andressa Minikovski; POVALUK, Maristela. Levantamento das espécies de aves da área denominada
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ambiente: revista interdisciplinar, v. 2, n. 1, p. 3-15, 2013.
MAJOR I., SALES L. G. JR. & CASTRO R. 2004. Aves da caatinga. Fortaleza: Demócrito Rocha, Associação
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MARINI, Miguel Angelo; GARCIA, Frederico I. Conservação de aves no Brasil. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p.
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MENDONÇA-LIMA, A.; FONTANA, C. S. Composição, frequência e aspectos biológicos da avifauna no Porto
Alegre Country Clube, Rio Grande do Sul. Ararajuba, v. 8, p. 1-8, 2000.
MINNS J., BUZZETTI D., ALBANO C., GROSSET A., WHITTAKER A. & PARRINI R. 2010. Floresta Atlântica, Cer-
rado, Caatinga, Pantanal, Campos Sulinos e Costa. V. 1.DVD-ROM
PEREIRA, Zélia Paz et al. Monitoramento de ninhos de aves em um parque urbano. Revista Brasileira de Zoo-
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PERLO, Ber. A field guide to the birds of Brazil. Oxford University Press, 2009.
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cia aplicada, técnicas de pesquisa e levantamento. Technical Books Editora, p. 33-44. 2010.
3º SIMPIF
A literatura reporta diversos trabalhos envolvendo a temática resíduos químicos de laboratório, nesta direção,
os trabalhos apontam os que se enquadram em duas vertentes básicas: o estabelecimento
de rotas de gestão que trata do tratamento dos efluentes residuais, dentre os quais encontram-se os trata-
mentos alternativos, para um descarte final adequado e/ou a recuperação de elementos, como no caso dos
metais tóxicos de elevado valor agregado ( UNE, 2009; ARVANITI, 2015; ZHAO et al. 1998), e a avaliação do
impacto desses programas de gestão sobre os atores envolvidos nos mesmos, com ênfase na percepção e as-
similação de uma nova cultura comprometida com a proteção do meio ambiente e saúde da população (UNE,
2009; ARVANITI, 2015; ZHAO et al. 1998).
A ausência de um tratamento e/ou destino correto desses resíduos de forma sustentável contribuirá para o
aporte de metais tóxicos, no meio ambiente. Para que esses efluentes possam ser descartados em corpos
d’águas, a legislação ambiental, Resolução do conselho nacional do meio ambiente (CONAMA) 430 (BRASIL,
2011) exigem que os mesmos sejam adequadamente tratados, de modo que a concentração desses metais
dissolvidos não ultrapasse os limites toleráveis legais estabelecidos para o efluente, e o seu descarte não
ultrapasse os padrões de qualidade de água do corpo receptor. Diante deste cenário, faz-se necessário o cum-
primento do estabelecimento das normas para o lançamento de efluentes nos corpos d’água.
Neste sentido, é imprescindível o desenvolvimento de técnicas de tratamento de efluente líquido que empre-
gue material adsorvente argilomineral (caulinita), natural, de baixo custo, abundante na natureza, de fácil
obtenção, capaz de remover íons prata para ser aplicado no tratamento de efluente gerados dos laboratórios
química do IFPB, Campus, João Pessoa, antes de serem descartados no meio ambiente.
MATERIAIS E MÉTODOS. A coleta dos efluentes líquidos gerados nas aulas do curso de Licenciatura em Quími-
ca do IFPB – Campus João Pessoa, foram armazenados em bombonas de 5 litros, identificadas de acordo com
os resíduos gerados, em seguida foram coletadas e filtradas em papel de filtro quantitativo antes de serem
processadas.
O material adsorvente utilizado nesse trabalho, o caulim bruto, foi disponibilizado pela UFRN, já completa-
mente processada. O material adsorvente foi submetido ao peneiramento empregando uma malha granulo-
métrica #200 (mesh), no Laboratório de Tecnologia em Química Ambiental no campus João Pessoa – PB. Em
seguida o material foi analisado e caracterizado a partir do equipamento difratômetro de raios-X (DFRX) da
marca Shimadzu modelo XRD-6100 com fonte de Cu e monocromador de cristal de grafite no modo passo na
amplitude angular de 3° a 60° 2θ, a cada 0,5°2θ por passo nas frações.
A coluna de adsorção usada no trabalho foi confeccionada em escala de laboratório empregando uma camada
de brita com altura de 3cm, uma de cascalho com altura de 2cm, uma de areia grossa de 2 cm, uma de areia
fina de 2cm, outra contendo a fase adsorvente (2 cm) e uma última camada de areia fina de 2 cm. Para evitar a
perda de material adicionou-se por último uma camada de brita. O fluxo contínuo ocorreu de baixo para cima
no sentido da brita para areia fina.
Os ensaios da cinética de adsorção foram processados em curtos intervalos de tempo entre 0 e 60 min (1,
5, 15, 30, 45 e 60 min). Os experimentos foram processados a partir de amostras sintéticas preparadas em
laboratório na concentração de 150 mgL-1 de íons prata e em condições reais (efluentes gerados das aulas
práticas do curso de licenciatura em química, IFPB, Campus–João Pessoa), variando o tempo de contato e
mantendo fixos a vazão (18 mL/min) e a massa do adsorvente (2,0056 g). Finalmente as concentrações dos
íons prata das amostras sintéticas e dos efluentes, foram analisadas antes e depois dos processos de adsor-
ção empregando o método titulométrico de Volhard (VOGEL, 2000).
RESULTADOS. Os resultados dos difratogramas de raios-X do caulim bruto indicam que a fase do caulim é a
caulinita, esta conclusão foi obtida após comparação com fichas cristalográficas em manuais de mineralogia.
Os resultados da cinética de adsorção dos íons de prata obtidos a partir de uma solução sintética preparada
em laboratório (150 mg L-1) em função do tempo de contato sinalizam que a interação entre a fase adsor-
vente e os íons prata é de natureza química, tendo em vista que não apresenta um comportamento reversível.
No que diz respeito a eficiência, os resultados mostram um grande potencial adsortivo do caulim bruto (ad-
sorvente) quando em contato com o adsovato (íon prata), evidenciando ainda mais o caráter promissor do
material bruto. Tais resultados indicam que o tempo de contato de 5 min, já é suficiente para reduzir conside-
ravelmente a concentração do adsorvato da amostra. Contudo, os resultados indicam que uma melhor remo-
3º SIMPIF
ção desses íons, empregando uma concentração de 150 mg.L-1, ocorre no tempo de contato de 45 minutos.
Os resultados da cinética de adsorção da prata a partir de uma amostra real de efluente gerado do laboratório
do curso de Licenciatura em Química no IFPB – Campus João Pessoa em função do tempo de contato mostram
o mesmo padrão comportamento das amostras sintéticas. Esse comportamento indica que caulim bruto pode
ser usado em processos de adsorção (tratamento) de prata em efluentes gerados de laboratório.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os resultados indicam que tanto os processos de adsorção em coluna para as
amostras sintéticas empregando concentrações de 150 mg de prata quanto os efluentes gerados das aulas
práticas do curso de Licenciatura em Química do IFPB – campus João Pessoa, apresentam o mesmo padrão
comportamento. Esse comportamento indica que caulim bruto pode ser usado em processos de adsorção
(tratamento) de prata em efluentes gerados de laboratório.
Tais resultados sinalizam o caulim bruto, como uma perspectiva promissora no tratamento de efluentes líqui-
dos gerados nos laboratórios de química.
AGRADECIMENTOS: Ao IFPB pela execução, ao CNPq pelo apoio financeiro e ao LANAO-IFPB pelo apoio técnico.
Referências
ARVANITI, Eleni C. et al. Determination of particle size, surface area, and shape of supplementary cementitious
materials by different techniques. Materials and Structures, v. 48, n. 11, p. 3687-3701, 2015.
BRASIL, Resolução N. 430, de 13 de maio de 2011. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Ministério do Meio
Ambiente, 2011.
UNE-ISO 9277-2009: Determinación del área superficial específica de los sólidos mediante la adsorción de
gas utilizando el método BET (Traducción literal de la norma ISO-1995). 2009.
VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa. 6 ed. Editora LTC, Rio de Janeiro, 2000. 488p.
ZHAO, D. et al. Nonionic Triblock and star diblock copolymer and oligomeric surfactant syntheses of highly
ordered hydrothermally stable mesoporous silica structures. J. Am. Chem. Soc., v. 120, p. 024-6036, 1998.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. O presente estudo foi realizado na bacia hidrográfica do Rio Piancó-Piranhas-Açú (Figura 1),
município de Itaporanga-PB. O monitoramento da quantidade e qualidade da água foi realizado em 5 pontos (P1 a
P5), da secção transversal do Rio Piancó-Piranhas-açú (Figura 2), sendo 3 na zona rural e 2 na zona urbana. Além des-
ses, foram coletadas amostras em poço artesiano (P7), usados para consumo humano e na Estação de tratamento da
Cagepa (P8), que retira água do açude Cachoeira dos Alves, localizado entre as coordenadas geográficas: 7º19’22” e
7º15’51,23” de latitude Sul e 38º15’02,19” e 38º13’09,02” de longitude Oeste (GUIMARÃES; MORAES NETO; SOUSA,
2008). Os parâmetros, que foram utilizados nas análises de água, para esta pesquisa, foram: Cor, Turbidez, Dureza To-
tal, Cloretos, Alcalinidade, Acidez Total, pH (Físico-químicos), Coliformes Totais e Termotolerantes (Bacteriológicos),
demanda química de oxigênio (DQO). Tais análises foram realizadas utilizando a estrutura física do Laboratório de
Química do IFPB Campus-João Pessoa (PB), seguindo as metodologias qualificadas e adotadas da Portaria Nº 518 de
25 de março de 2004 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004) e a Resolução CONAMA n° 357 (BRASIL, 2005).
dos nas análises de água para esta pesquisa serão: Cor, Turbidez, Dureza Total, Cloretos, Alcalinidade, Acidez
Total, pH (Físico-químicos) e Coliformes Totais e Termotolerantes (Bacteriológicos), os quais foram analisados
por métodos laboratoriais, utilizando a estrutura física do Laboratório de Química do Campus IFPB-João Pes-
soa (PB). Os dados de cada parâmetro foram determinados pela determinação da média aritmética mensal dos
valores obtidos em seu respectivo ponto de monitoramento; esta análise também consiste de produto gráfico
individual de cada parâmetro ilustrando conjuntamente o comportamento deste em todos os sete pontos de
amostragem (P1, P2, P3, P4, P5, P6 e P7).
RESULTADOS. A variável pH mostrou valor mínimo e máximo igual a 6,3 e 7,7, respectivamente, não demonstrando
grande variação e indicando valores aceitáveis com a legislação pertinente, a qual estipula valores de pH entre 6 e
9 para Rios de Classe 2. Estudos anteriores (DONADIO; GALBIATTI; PAULA, 2005; GONÇALVES et al., 2005), que
também visaram avaliar a qualidade da água de rios de bacias hidrográficas agrícolas, alcançaram valores de pH
semelhantes. Este bom resultado pode estar relacionado ao fato de que o uso e a ocupação do solo da bacia é es-
sencialmente agrícola, pois conforme Derísio (2000), maiores alterações referentes ao potencial hidrogeniônico são
provocadas por despejos de origem industrial. Nota-se que na maioria das campanhas, o pH teve um comportamento
inverso à vazão, ou seja, com o aumento da vazão o pH diminuiu. Resultado semelhante foram obtidos por Fritzons
et al. (2003), onde concluíram que o pH do rio monitorado diminuiu com valores maiores de vazão. Os resultados
apresentados de condutividade elétrica, entre 154 e 1132 µs.cm-1, apresentaram uma variação considerável, a Re-
solução CONAMA n° 357 não estabelece padrões relativos à condutividade elétrica de águas. Porém, para a irrigação
a mesma se apresenta variação de salinidade moderada a salina. Quanto a concentração de sólidos totais dissolvi-
dos. As amostras apresentaram valores entre 77 e 556 que indica presença de aporte de sedimentos ao
Rio. Nos pontos onde essa concentração é mais eleva coincide com pontos de descarga de esgoto
bruto da cidade. Os parâmetros analisados mostram que as atividades antrópicas ocorridas estão
afetando a qualidade da água do Rio, que se mantém semelhante a do reservatório, decorrente da
não ocorrência de chuvas e ausência de escoamento superficial na bacia, que introduz sedimentos
e contaminantes no rio.
Potabilidade da água. A análise de potabilidade das amostras de água ao longo do leito do Rio Piancó-Pira-
nhas-açú revela que a água está impropria para o consumo humano e animal, apresentando de 960 a 6400 Ud
de coliformes totais nas amostras analisadas, sendo impróprias para o consumo humano, conforme a Portaria
nº 05/2017 do Ministério da Saúde. No entanto, a água do poço artesiano não apresentou contaminação por
coliformes.
Referências
AESA. Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba. Comitê Piranhas-Açu. Disponível em:
http://www.aesa.pb.gov.br/comites/piranhasacu. Acesso em: 08 maio. 2016.
2016.
BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria Nº. 518. Brasília, DF: 25 de março de 2004.
______. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONAMA Nº 357, de 17 de março de 2005. Classifi-
cação de águas, doces, salobras e salinas do Território Nacional. Brasília: MMA, 2005.
DERISIO, J. C. Introdução ao controle da poluição ambiental. São Paulo: Signus, 2000.
DONADIO, N. M. M.; GALBIATTI, J. A.; PAULA, R. C. Qualidade da água de nascentes com diferentes usos do
solo na bacia hidrográfica do Córrego Rico, São Paulo, Brasil. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 25, n. 1, p.
115-125, 2005.
FRITZSONS, E.; HINDI, E. C.; MANTOVANI, L. E. RIZZI, N. E. As alterações da qualidade da água do rio Capivari
com o deflúvio: um instrumento de diagnóstico de qualidade ambiental. Revista Engenharia Sanitária e Am-
biental, Rio de Janeiro, v. 8, n. 4, p. 239-248, 2003.
GONÇALVES, C. S et al. Qualidade da água numa microbacia hidrográfica de cabeceira situada em região pro-
dutora de fumo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.9, n.3, p.391-399, 2005.
GUIMARÃES, C. L; MORAES NETO, J. M; SOUSA, R. F. Uso de Geotecnologias para análise da bacia hidrográfica
do açude Cachoeira dos Alves. Engenharia Ambiental, v.5, n.1, p. 65-76, 2008.
IBICT. Manual de normas de editoração do IBICT. 2. ed. Brasília, DF, 1993. 41 p.
3º SIMPIF
As energias renováveis são aquelas originadas em ciclos naturais de conversão da radiação solar e, por isso,
são praticamente inesgotáveis, de outro modo, são formas de energia que se transformam ciclicamente, em
uma escala de tempo reduzida (PACHECO, 2006).
Para um desenvolvimento duradouro de uma sociedade é necessário que os recursos renováveis sejam utiliza-
dos de forma sustentável, ou seja, que possa atender às necessidades atuais sem comprometer a possibilida-
de de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades e que os recursos não renováveis sejam
utilizados de forma racional, evitando desperdícios. Desse modo, conjugamos crescimento econômico com
atitudes capazes de garantir que os recursos não sejam exauridos (DELUIZ & NOVICKI, 2018). Faz-se evidente
então a necessidade social de mudar certos hábitos e costumes, tanto para consumo quanto para geração de
energia no Brasil, a começar por situações pontuais, que possam pouco a pouco mudar o âmbito da sociedade
brasileira, adaptando-a para o modelo de desenvolvimento sustentável.
A matriz energética brasileira, por exemplo, é composta majoritariamente por hidrelétricas, forma de gera-
ção de energia considerada renovável, que estações que precedem a ideia de grandes fontes de água, o que
diverge da situação de determinadas regiões brasileiras, onde há escassez desse recurso. O Brasil, devido a
sua localização próxima ao equador, conta com altos níveis de insolação, além de altas reservas naturais de
quartzo, é um país considerado ideal para a implementação de outras matrizes energéticas, tal qual a energia
solar (BRASIL, 2017).
Ainda no tocante ao potencial energético brasileiro a energia solar merece um destaque especial, temos, por
exemplo, a cidade de Sousa - PB, onde está sendo realizado o presente trabalho. Localizada a 438 quilômetros
a oeste de João Pessoa, em pleno sertão paraibano, situada no centro de uma vasta planície. Estas caracte-
rística formam um cenário ideal para o aproveitamento da energia proveniente do Sol. A cidade conta com
iniciativas privadas que investem no aproveitamento do alto potencial energético. É comum a utilização de
áreas destinadas para abrigarem usinas solares, ou mesmo estruturas de prédios e casas que contam com
placas fotovoltaicas na matriz energética, provenientes das supracitadas iniciativas privadas (DUQUE, 2018).
O presente trabalho propõe então uma reflexão sobre o uso da energia solar e da viabilidade da utilização em
situações do nosso cotidiano, mais especificamente com a construção de um carregador de celular alimenta-
do por painéis fotovoltaicos.
MATERIAIS E MÉTODOS. As atividades desta pesquisa estão sendo executadas seguindo a metodologia de pro-
jetos de ensino que basicamente consiste na identificação de uma situação real que precisa da intervenção de
um grupo em busca de uma solução, caso seja possível, ou no mínimo uma melhoria desta realidade. Para isso
os envolvidos se identificaram com o problema em estudo e tiveram interesse em resolvê-lo. (FRANCO, 2018).
Realizamos reuniões semanais para o estudo da energia solar e para montarmos circuitos em série e em pa-
ralelo utilizando painéis fotovoltaicos que nos permitiram analisar o comportamento da tensão elétrica, da
corrente elétrica, potência elétrica, a influência do ângulo relativo entre a placa fotovoltaica e os raios solares.
A partir da consolidação destes conhecimentos, decidimos enfrentar um problema real: desenvolver um pro-
tótipo de carregador para dispositivos móveis.
A razão para nossa escolha reside no fato da quase onipresença dos dispositivos móveis nas sociedades con-
temporâneas e da constante necessidade de recarregar as baterias destes dispositivos. Por isso, desenvolve-
mos um circuito simples com base em um regulador de tensão de 5V alimentado por uma placa fotovoltaica.
Os materiais utilizados na construção, foram utilizados:
• Placa Fotovoltaica;
• Regulador de tensão 7805;
• Capacitor eletrolítico de 100uF x 50V (C1);
3º SIMPIF
RESULTADOS. Este trabalho está em fase inicial de desenvolvimento, portanto, ainda não foram obtidos todos
os resultados que desejamos, mas podemos ressaltar que um primeiro protótipo de carregador móvel funcio-
nal já foi construído. Além disso, os alunos puderam ter um contato com o os avanços tecnológicos possibili-
tados pela ciência e os relacionar com os conteúdos abordados em sala de aula.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Esperamos que este projeto possa contribuir para a aproximar os alunos dos avan-
ços tecnológicos atuais possibilitados pela ciência, em especial a Física e para o desenvolvimento de práticas
sustentáveis em relacionadas ao consumo de energia elétrica carregador móvel que aproveita a energia solar
possa contribuir positivamente no dia a dia de proprietários de celulares móveis. Espera se também, que os
alunos possam obter informações e aprendizados sobre avanços tecnológicos, energias renováveis e física.
PALAVRAS-CHAVE: Carregador solar, energia solar, necessidade social, Potencial energético, recursos reno-
váveis, desenvolvimento sustentável.
AGRADECIMENTOS: agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba campus Sousa, por nos disponibilizar labo-
ratórios e materiais para pesquisa e ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológi-
co) e a Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do IPFB pelas bolsas de estudos aos alunos de
iniciação científica. .
Referências
BRASIL, Portal. Matriz energética. 2017. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2010/11/
matriz-energetica>. Acesso em: 28 jun. 2017.
DELUIZ, Neise; NOVICKI, Victor. Trabalho, meio ambiente e desenvolvimento sustentável: implicações para
uma proposta de formação crítica. Boletim Técnico do SENAC, v. 30, n. 2, p. 18-29, 2018.
DUQUE, Abdias. Sousa: a capital da energia solar da Paraíba - Diário do Sertão. Disponível em: <https://
www.diariodosertao.com.br/noticias/cidades/269259/sousa-a-capital-da-energia-solar-da-paraiba.html>.
Acesso em: 8 jun 2019.
FRANCO, George Alexandre da Silva. Carregador solar para smartphones/celulares: aprendizagem mediada
por projetos. 2018. 119 f. Dissertação (Mestrado) - Mestrado de ensino de Física, Instituto Federal do Rio
Grande do Norte, Natal, 2018.
PACHECO, Fabiana. Energias Renováveis: breves conceitos. Conjuntura e Planejamento, v. 149, p. 4-11, 2006.
3º SIMPIF
Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA, 2007), a região Nordeste possui em torno de 30% da população
brasileira, porém conta com apenas 2,3% de água, sendo que 63% desse percentual está localizado na bacia
hidrográfica do rio São Francisco e 15% na bacia do rio Parnaíba, que juntos correspondem a 78% da água
da região.
Moura et al. (2007) ressaltam que o Nordeste é caracterizado pelo clima semiárido, tal qual é denotado pela
baixa precipitação anual e pouco volume pluviométrico. A região tem passado por períodos de estiagem, o
mais recente foi o de 2012 a 2016. A região possui também elevadas taxas de temperatura, chegando a uma
média de 25ºC e 800 milímetros de chuva anuais.
A escassez hídrica associada ao crescente consumo de água tem feito do reuso planejado uma necessidade
primordial. De acordo com Morelli (2005), essa prática deve ser considerada parte de uma atividade mais
abrangente que é o uso racional da água, o qual inclui também, o controle de perdas, redução do consumo de
água e a minimização da geração de efluentes.
Conforme Rapoport e Roque (2004) a água de reuso é uma opção correta do ponto de vista ambiental, já que
contribui para diminuição da captação e consequente redução nas vazões de lançamento de efluentes. Mas
sempre levando em conta a saúde da população que irá utilizar aquela água.
Um dos benefícios do reaproveitamento de águas cinzas é que essas com um tratamento adequado para tra-
zer uma limpeza, purificação pode ser utilizadas em atividades que não necessitam uso de água totalmente
potável, podendo economizar água potável para alimentação e hidratação.
Uma das formas para que torne possível o reaproveitamento das águas cinzas é realizando um tratamento
desta (FRANCO, 2010). Tendo como base esses fatos o projeto teve como objetivo buscar formas para a
reutilização das águas cinzas através de filtros com materiais ecológicos e recicláveis amenizando assim os
impactos causados na região do nordeste brasileiro.
MATERIAIS E MÉTODOS. Nesse estudo utilizou-se a metodologia de pesquisa experimental que pode ser defi-
nida como uma sequência de ensaios estruturada a qual permite estabelecer uma relação de causa e efeito de
um determinado fenômeno. Esta metodologia se baseia em conceitos estatísticos e busca otimizar o planeja-
mento, a execução e a análise dos resultados de um experimento (CERVO, BERVIAN, 2002).
A pesquisa se deu a partir de estudos realizados pelos pesquisadores para o conhecimento de materiais eco-
lógicos de fácil acesso para a comunidade, posteriormente, a próxima etapa foi montar diferentes filtros com
composições diversas para a realização dos testes com as águas cinzas, observando características como as
etapas da filtragem, a disposição das camadas de materiais utilizados para a realização da mesma e a espes-
sura destas camadas, incluindo elementos já utilizados, como os materiais recicláveis e ecológicos, também
elementos não convencionais que possam inovar o tipo de filtro elaborado.
Logo após, a próxima fase do projeto é a de realização dos ensaios com a água visando a identificação dos
seus índices de qualidade antes e depois da filtragem e por fim buscar meios para divulgação dos resultados
a comunidade para que possa ser reutilizado.
RESULTADOS. Primordialmente foram realizados estudos para análise de materiais ecológicos e recicláveis
para utilização nos filtros ecológicos, os principais materiais encontrados acessivelmente que foram utilizados
nos filtros produzidos foram ecológicos como: carvão e algodão naturais, casca de coco verde, areia, cascalho
e brita além dos recicláveis como a garrafa pet e espumas de colchões.
Logo após a escolha dos materiais foram criados os filtros atentando-se para as diferentes composições e es-
pessura das camadas em que se colocavam os materiais, além da forma em que seriam colocadas nas garrafas
PETs que foram usadas como suporte para esses filtros.
E por fim, já com os diferentes filtros concluídos foram realizados ensaios para observar-se quais alcançaram
mais melhorias quanto aos índices de qualidade da água cinza após a filtragem, e também a procura de meios
para levar os resultados obtidos a comunidade, para que melhore a qualidade de vida dos mesmos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Espera-se com essa pesquisa que encontre-se novos meios de reutilização das
águas residuais de forma simplificada mas também eficaz juntamente com uma fácil acessibilidade para que
esses filtros possam ser utilizados de maneira adequada e conscientizada para amenizar os impactos causa-
dos pela crise hídrica na região Seridó Oriental Paraibano.
desta pesquisa.
Referências
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2007.
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cas implementadas na região. Revista Espinhaço, 2014, 3 (2): 28-39.
BAZARELLA. B. B; Caracterização e aproveitamento de água cinza para uso não potável em edifica-
ções. UFES- Vitória, 2005.
CERQUEIRA, G. A. et al. A Crise Hídrica e suas Consequências. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CON-
LEG/Senado, abril/2015 (Boletim do Legislativo nº 27, de 2015). Disponível em: www.senado.leg.br/estudos.
Acesso em 16 de abril de 2015.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 5. Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
MANCUSO PL. C; SANTOS, H. F; Reuso de água, Barueri-SP, Manole 2003.
MORELLI, E. B. Reuso de água na lavagem de veículos. Dissertação. 107 fls. São Paulo, 2005. Disponível em:
<http://www.tratamentodeagua.com.br/r10/Lib/Image/art_1120048943_reuso_de_agua_de_lavagem_de_
veiculos.pdf>. Acesso: 05/10/13.
MOURA, M. S. B. et al. Clima e água de chuva no semi-árido. 2007. Disponível em: <https://www.alice.cnptia.
embrapa.br/bitstream/doc/159649/1/OPB1515.pdf>. Acesso em: 08 de junho de 2019.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. O local em que o projeto foi iniciado é a Escola Estadual de Ensino Fundamental São
Judas Tadeu. A escola trabalha com o ensino Fundamental I e Educação para Jovens e Adultos (EJA). A escola
está localizada no bairro de Jardim Camboinha, no município de Cabedelo – PB. Para a escolha da turma em
que seriam trabalhadas as oficinas foram feitas reuniões com a gestão da escola e corpo docente. Durante a
reunião com a gestão e corpo docente, foi explicado do que se trataria o projeto, como ele seria abordado e
o que seria utilizado durante todo o processo. Diante disso, foi escolhida a turma do 2º ano do fundamental I
(faixa etária entre 7 a 9 anos de idade) e a professora responsável, que tem acompanhado e apoiado a reali-
zação de atividades. Posteriormente, iniciou-se o contato com a turma, e foram feitos questionamentos sobre
o conhecimento dos alunos em relação à poluição. Diante disso, foi passado um vídeo da Turma da Mônica
sobre a poluição e suas conseqüências. Em seguida, iniciou-se as oficinas semanais para elaboração dos
brinquedos com materiais de resíduos sólidos.
RESULTADOS. No primeiro contato realizado com os alunos da turma houve abordagens de questionamentos
sobre o conhecimento deles com relação à EA. Os resultados foram surpreendentes, por se tratar de crianças
de 7 a 9 anos, pois a turma mostrou que tinha um excelente conhecimento sobre os resíduos descartados de
forma incorreta que poderiam causar diversos impactos ambientais, como a morte de espécies aquáticas e
terrestres, águas poluídas, além de causar poluição e problemas de saúde. Além disso, possuíam conhecimen-
tos de como realizar o descarte adequado. Após obter resultados sobre o conhecimento prévio dos alunos,
realizou-se uma atividade com a turma utilizando técnicas em forma de desenho, para através disso descobrir
quais os brinquedos mais utilizados por eles. De forma ampla e clara as crianças fizeram desenhos de brinque-
dos. Através da visualização desses desenhos foi possível identificar a criatividade incrível deles. Tendo isso
em vista, iniciou-se a realização das oficinas de confecção de brinquedo. Os desenhos mostraram brinquedos
como piões, carrinhos, árvores, casas e bonecos. Esses desenhos serão transformados em brinquedos duran-
te o andamento do projeto. Nos dois primeiros encontros, foi desenvolvido o primeiro brinquedo - um jogo de
tabuleiro matemático. Para a construção dele foram utilizadas caixas de ovos, tampas e garrafa pet, pedaços
de emborrachado e papelão. Esses materiais poderiam estar presentes no meio ambiente, poluindo-o, mas
encontram-se em processo de reaproveitamento, sendo utilizados para as crianças elaborarem e brincarem.
De acordo com Vitorino e Sabione (1999), um projeto sobre Educação Ambiental (EA) deve promover de
maneira simultânea o desenvolvimento de conhecimentos, atitudes e habilidades que visem à preservação e
melhoria do meio ambiente. Isso desenvolve uma mentalidade nas pessoas, levando-as a se envolverem na
busca por melhorias das questões ambientais. O projeto, além de estimular a conservação do meio ambiente,
cria a possibilidade de construir o próprio brinquedo, contribuindo com a diminuição de impactos ambientais
e o desenvolvimento de habilidades cognitivas e motoras nessas crianças. É de extrema importância, como
estudantes do curso técnico em meio ambiente-subsequente, reutilizar os materiais citados anteriormente,
tendo em vista uma contribuição no censo educacional dos alunos no contexto ambiental.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O projeto encontra-se em processo de andamento, no entanto, parte dos objetivos
já foram alcançados por meio das observações realizadas na criatividade da turma e as ações na criação do
jogo de tabuleiro. Dessa forma, não está contribuindo apenas para preservar o meio ambiente, mas também
para sua própria diversão e desenvolvimento da capacidade social e cognitiva das crianças.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos a toda coordenação da Escola E. São Judas Tadeu, localizada em Cabede-
lo – PB, especialmente à professora Juliane responsável pelo 2º ano, à PROEXC/IFPB e a professora Rafaela
Freire do IFPB- campus Cabedelo que coordena o projeto.
Referências
ANTQUEVES, L.M., BOSA, C. R., SILVA, J. D. A Educação Ambiental e atividades lúdicas: um incentivo na mu-
dança de hábitos na geração de lixo. Revista Monografias Ambientais, 14 (2), 192p. 2015. Disponível em:
https://periodicos.ufsm.br/remoa/%20article/view/18806. Acesso em: 04 de ago. 2019.
3º SIMPIF
FADINI, P. S.; FADINI, A. A. B. Lixo: desafios e compromissos. 2001. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/
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JACOBI, Pedro Roberto. Educação ambiental: o desafio da construção de um pensamento crítico, complexo
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www.scielo.br/pdf/%0D/ep/v31n2/a07v31n2.pdf Acesso em: 04 ago. 2019.
SIQUEIRA,Vitoria Schuller; DE ARRIAL, Luciana Roso. Educação ambiental através da reutilização de resíduos
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VITORINO, K. M. N., SABIONI, S. C. O núcleo de reciclagem como forma de promover a educação ambiental
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3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. O presente trabalho foi desenvolvido no Instituto Federal de Ciências e Tecnologia
da Paraíba, IFPB localizado na cidade de Picuí – PB, em um viveiro telado. Para a composição do substrato
foram utilizados esterco bovino curtido, solo e pó de telha de cerâmica. O esterco bovino foi obtido do Sítio
Caraibeira, pertencente ao município de Picuí – PB, localizado na Rodovia Picuí/Nova Palmeira. O solo utilizado
foi obtido do Sítio Novo Horizonte, próximo ao Distrito Santa Luzia do Seridó, 13 km da sede do município de
Picuí – PB. Sendo classificado como Neosolo. As sementes foram provenientes da matriz localizada no pátio
da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Felipe Tiago Gomes, localizado no município de Picuí –
PB. O delineamento experimental realizado foi inteiramente casualizado sendo constituído por 5 tratamentos
e 5 repetições. Os tratamentos foram distribuídos da seguinte maneira: T1= 0% de pó de telha + 100% da
mistura solo: esterco (1:1); T2= 25% de pó de telha + 75% da mistura solo: esterco (1:1); T3=50% de pó de
telha + 50 % da mistura solo: esterco (1:1); T4=75% de pó de telha + 25% da mistura solo: esterco (1:1) e
T5=100% de pó de telha. As variáveis avaliadas foram: fitomassa seca do caule, fitomassa seca das folhas,
fitomassa seca da raiz, comprimento de raiz e número de folhas. Os dados foram analisados utilizando-se o
procedimento GLM do pacote estatístico SAS (SAS Institute, 2004). Sendo submetidos à análise de variância
pelo teste F (p≤0,01) e análise de regressão.
RESULTADOS. De acordo com a análise de variância verificou-se efeito significativo dos tratamentos sobre
os aspectos de crescimento de mudas de moringa, para as variáveis analisadas: peso seco da fitomassa do
caule (p≤0,05), peso seco da fitomassa das folhas (p≤0,01), peso seco da fitomassa de raiz (p≤0,01). Em
relação à fitomassa do caule da planta moringa nota-se que houve uma regressão quadrática negativa onde
a melhor produção de fitomassa correspondeu a 28,33% de pó de telha de cerâmica para um peso máximo
de 0,44g. A produção de matéria seca tem sido considerada um dos melhores parâmetros para caracterizar a
qualidade de mudas, apresentando, porém, o inconveniente de não ser viável a sua determinação em muitos
viveiros, principalmente por envolver a destruição completa da muda. (AZEVEDO, 2003) Para Albuquerque et
al. (2009) o acúmulo de fitomassa em folhas, caule e raízes são informações imprescindíveis para se conhe-
cer o crescimento e o desenvolvimento de uma planta e essas informações podem servir como subsídio para
compreender suas fenofases. Artur et al. (2007), trabalhando com esterco bovino e calagem para formação
de mudas de guanandi (Calophyllum brasiliense), verificaram que, a matéria seca da parte aérea apresentou
comportamento linear decrescente para as porcentagens de esterco adicionadas. Diferente do que ocorreu
nesse trabalho com o incremento do pó de telha de cerâmica, na dosagem de 28,33 % de pó de telha ocorreu
um aumento significativo para a fitomassa do caule. Pode-se verificar que houve uma regressão quadrática
negativa para o peso seco da folha da planta moringa sendo a porcentagem de pó de telha 35 % para um peso
de 0,49. Substratos que contém maior teor de matéria orgânica apresentam boa capacidade de retenção de
água e aeração, além da quantidade de nutrientes disponíveis para a planta (ARAÚJO NETO et al., 2002). Esses
mesmo autores afirmam que os substratos formulados com esterco de curral propiciam maior desenvolvimen-
to das mudas. Fonseca (2000) comenta que os parâmetros morfológicos são atributos determinados física
ou visualmente, devendo ser ressaltado que algumas pesquisas têm sido realizadas com o intuito de mostrar
que os critérios que adotam essas características são importantes para o sucesso do desempenho das mudas
após o plantio no campo. Para a fitomassa seca da raiz verifica-se que a dosagem de pó de telha de cerâmica
teve um maior desenvolvimento nas mudas de moringa de acordo com a regressão quadrática com a dosagem
de 75% atingindo um peso máximo de 6 g. Em estudos realizados por Araújo (2011), o peso seco de raiz va-
riou entre 1,21 a 2,15g para Enterolobium contortisiliquum, no período de 120 dias e como substrato usou-se
casca de arroz carbonizada, valores esses menores que os encontrados nesse trabalho que variaram de 1,98
g a 2,68 g, respectivamente, para os tratamentos com 0 % e 75 % de pó de telha de cerâmica. A massa seca
das raízes tem sido reconhecida por diferentes autores como um dos mais importantes e melhores parâmetros
para se estimar a sobrevivência e o crescimento inicial das mudas no campo (GOMES, 2001). Farias Júnior
(2011) enfatizou, em seu estudo, que o substrato rejeito de vermiculita teve um desempenho superior em
todas as variáveis estudadas, influenciando significativamente a produção de massa seca radicular da fave-
leira, mostrando a importância como substrato alternativo para a produção de mudas, sobretudo pela fácil
aquisição e baixo custo.
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MATERIAIS E MÉTODOS. As amostras de argilas aniônicas de três sistemas M2+-M3+ -A-y, cuja proporção, M2+/
M3+=2:1, foram sintetizadas através do método de coprecipitação a pH variável, que consiste na adição de uma
solução salina, contendo os dois cátions a serem introduzidos nas lamelas em equivalência molar de valor 2:1,
em outra solução, contendo o ânion a ser intercalado (no caso o carbonato) em solução 2,0 mol.L de NaOH.
A mistura foi submetida a um banho hidrotérmico de 24h (Daute et. al, 2002), em seguida, os materiais foram
submetidos à maturação durante 72h e posterior filtração com lavagem dos cristais até pH=7,0. Os sistemas de
HDLs sintetizadados foram Mg-Al-CO3, Mg-Fe-CO3 e Zn-Al-CO3 (REIS, 2009; RODRIGUES, 2007; TRONTO, 2006).
Os materiais adsorventes foram caracterizados empregando as técnicas de DRX e TGA. As análises de DRX
foram processadas através de difratômetro Shimadzu, com step size = 0,05 e 2ɵ na faixa de 1,5°-60º. Os
dados de raios X obtidos foram processados e os parâmetros desejados para elucidação deste estudo foram
calculados com auxílio do software H’pert HighScore Plus® de propriedade da Panalytical©.
O efluente foi analisado em duplicatas em temos da concentração de nitrato, antes e depois dos processos de
adsorção, empregando um espectrofotômetro da marca Bel na região do ultravioleta.
Os processos de adsorção empregando os HDLs como adsorvente foram realizados de batelada. Para tanto, foi
realizada uma cinética de adsorção, variando o tempo de exposição do material (5 min, 15 min, 30 min, 45min,
60min), mantendo constante a massa do adsorvente e a concentração inicial do efluente.
A aplicação do processo de adsorção foi realizada em amostras sintéticas de nitrato a uma concentração inicial
de 50 mg.L-1 preparadas no Laboratório de Tecnologia em Química Ambiental-IFPB, Campus, João Pessoa-PB.
RESULTADOS. Os resultados dos perfis dos picos de difração para as amostras dos HDLs, a saber, Mg-Al-CO3,
Mg-Fe-CO3 e Zn-Al-CO3, abordados nesse trabalho indicam que eles apresentam uma boa cristalinidade. Tal
conclusão é atribuído à largura dos picos de difração e ao perfil dos difratogramas conforme visualizados nos
difratogramas. Entretanto, os valores de intensidade de difração revelam que poucos cristais foram obtidos
para o HDL Mg-Fe, esses resultados foram concluídos a partir da plotagem de todos os difratogramas em um
único gráfico. O HDL Zn-Al apresentou uma intensidade de difração bastante alta, devido ao fato de terem sido
formados muitos cristais de menor tamanho.
Os resultados da curva de DTG para o HDL Mg-Al, indicam que na dinâmica de temperatura a qual as amostras
foram submetidas, 2,5°C/min até 470°C, praticamente o material adquiriu a condição de óxido duplo carac-
terístico quando hidróxidos duplos lamelares são submetidos à altas temperaturas. Uma análise precisa da
curva DTG, evidenciou que a desoxidrilação do material nessa dinâmica de temperatura na qual ocorreu em
uma temperatura aproximada de 495,62 °C. Entre 470°C e 495,62°C há uma perda de massa de 0,002%.
Foi observado na curva de TG/DTG para o HDL Zn-Al que, embora a resolução da derivada não seja adequada
para fazer uma análise mais precisa, a faixa de temperatura onde se observa a perda total das hidroxilas do
material foi indicada no ponto da curva onde dw/dt=constante apresenta maior repetição. Dessa forma, foi
deduzido que a perda total de hidroxilas presentes na estrutura do material foi alcançada em aproximada-
mente 381,41°C. Considerando que o material foi calcinado a uma temperatura de 470°C, observa-se que a
formação da metáfase de duplo óxido foi atingida pelo material nessa faixa de temperatura.
Tendo em vista a dinâmica de temperatura empreendida, aquecimento à 470°C a 20°C/min, observou-se que
a fase óxido decorrente da exposição do material a altas temperatura foi adquirida em uma faixa de tempera-
tura de aproximadamente 493,03°C. Neste sentido, a amostra utilizada nos ensaios de cinética de adsorção
do ânion nitrato, não atingirá completamente a fase de óxido duplo.
Os resultados da adsorção empregando os HDLs (Mg-Al-CO3) como adsorvente indicam que em 30 min de
exposição para todos os HDLs estudados foram adsorvidos cerca de 94% do adsorvato (nitrato).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os resultados de difratometria de raios x revelam para todas as amostras aborda-
3º SIMPIF
das nesse trabalho que os HDLs obtidos apresentam uma boa cristalinidade. Neste sentido, a amostra utilizada
nos ensaios de cinética de adsorção do ânion nitrato, não atingirá completamente a fase de óxido duplo. Desta
forma, é possível concluir que a amostra utilizada como adsorvente nos ensaios de cinética de adsorção do
ânion nitrato apresenta-se na fase de óxido duplo.
Os resultados da cinética de adsorção empregando os HDLs como adsorvente mostraram satisfatório para
remoção de nitrato de efluentes gerados de laboratório de qualidade de água (PMA).
AGRADECIMENTOS: Ao IFPB pela execução, ao CNPq pelo apoio financeiro e ao LANAO-IFPB pelo apoio técnico.
Referências
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RODRIGUES, Jaqueline Cavalheiro. Síntese, caracterização e aplicação de argilas aniônicas do tipo hidrotalci-
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TRONTO, Jairo. Síntese, caracterização e estudo das propriedades de Hidróxidos Duplos Lamelares Intercala-
dos com Polímeros Condutores. 2006. 242f. (Tese de Doutorado em Química) – Programa de Pós-Graduação
em Química, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
3º SIMPIF
A Escola Estadual Carlota Barreira fica no ambiente urbano do município de Areia PB, o município está inserido
na unidade geoambiental do Planalto da Borborema, seu relevo é geralmente movimentado atingindo 600m
de altitude, com vales profundos e estreitos dissecados.
A caracterização química dos solos é bastante variada, com certa predominância de média para alta fertili-
dade. A área do município é recortada por rios perenes, porém de pequena vazão e o potencial de água sub-
terrânea é baixo. O clima é do tipo Tropical Chuvoso, com verão seco. A estação chuvosa se inicia em janeiro/
fevereiro com término em setembro, podendo se adiantar até outubro.
Um modelo de produção agroecológica sustentável consiste no aproveitamento dos resíduos gerados na pro-
dução sem uso de agrotóxicos, considerando assim, um modelo agroecológico de produção de alimentos de
forma sustentável, que visa à segurança alimentar em quantidade e qualidade, atrelado ao uso dos recursos
naturais e a busca do equilíbrio ambiental.
Os modelos tradicionais na agricultura nacional elevam os custos de produção agrícola, uma vez que a ma-
nutenção do alto nível produtivo é altamente dependente dos “Pacotes Tecnológicos” e trazem impactos
negativos consideráveis ao meio ambiente (ALTIERI, 2004). Para Nair (1993) e Young (1990), os sistemas
agroecológicos podem otimizar os efeitos benéficos das interações que ocorrerá nos cultivos agrícolas, dimi-
nuindo a dependência por insumos externos e amenizando os impactos ambientais danosos promovidos pela
agricultura convencional. Padovan (2006) enfatiza que a produção com base agroecológica diferencia-se dos
sistemas convencionais, pelo seu apelo social e ambiental, uma vez que estreita as relações tanto da huma-
nidade, quanto a relação com o meio ambiente. Silveira e Ferraz (2004) afirmam que sob um ponto de vista
sistêmico, os estudos sobre a produção sustentável na agricultura, de forma geral apontam a necessidade de
uma discussão ambiental, econômica e social, além de haver um apelo social a esta questão. Para os autores
as várias definições agroecológicas apontam para a necessidade de a mesma apresentar viabilidade em longo
prazo, de forma que supra a necessidade humana por alimentos ao mesmo tempo em que otimize o uso dos
recursos naturais não renováveis, trazendo renda e melhorias socioeconômicas as famílias rurais.
Diante desta problemática testamos com a ajuda dos aluno da escola a produtividade no cultivo de hortaliças
(coentro e alface) de forma agroecológica, pois a agricultura no ambiente escolar pode trazer várias benesses
a comunidade: melhorar a segurança alimentar; reduzir custos; melhorar o aspecto do ambiente; desenvolver
uma gestão mais participativa; e proteger a biodiversidade urbana.
MATERIAIS E MÉTODOS. O experimento foi desenvolvido em uma área de 100m² situada na Escola Estadual
Carlota Barreira que fica em um ambiente urbano do município de Areia PB. Nesta pesquisa foi realizada a
coleta de dados (g/m²) para mensurar a produtividade de um modelo de cultivo agroecológico. O sistema de
produção de hortaliças (coentro e alface) sustentável foi construído a partir de um modelo padrão já pré-esta-
belecido para sua utilização, com a construção de canteiros atrelados a um sistema de irrigação, neles foram
feitos adubações com esterco bovino e caprino. Após 44 dias foi realizada a colheita.
RESULTADOS. Após 44 dias da semeadura o coentro atingiu uma produtividade de 1201 g/m². Uma produtivi-
dade considerada boa como relatada por SOUSA et al. (2011) que com o uso de adubo químico chegou a uma
produtividade de 1800g/m². Já a alface atingiu uma produtividade 600g/planta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com base na produtividade pode-se concluir que o cultivo de hortaliças é viável,
sendo que as melhores respostas foram obtidas 44 dias após a semeadura.
Referências
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YOUNG, A. Agroforestry for soil conservation. CAB International, 1990.
3º SIMPIF
Juntamente com a urbanização, surgiram diversos problemas, tanto no âmbito ambiental, como no social e
econômico. Para Borelli (2007, s/p) “a crescente degradação dos ecossistemas é provocada pela expansão
urbana desordenada, em função dos interesses do capital”. No Brasil, a evolução da extensão da malha ferro-
viária foi de 14,5 km a 13.980,60 km em apenas 45 anos (NATAL, 1991).
O crescimento urbano desordenado atinge não somente a sociedade humana, como fauna e flora que habitam
em nosso meio. Uma grande organização que sofre com isto são as Unidades de Conservação (UC). Construí-
das com o propósito de cuidar e preservar a vida animal e vegetal de um meio, as UCs também sofrem com
o processo desordenado da urbanização, principalmente quando próximas dos centros urbanos. Na presente
pesquisa, o alvo do estudo é a fauna silvestre (dentro de uma UC), uma vítima indefesa da poluição, do des-
matamento, da degradação ambiental, das rodoviárias, das ferroviárias e de tantos outros meios globalizados,
incluindo o desordenado crescimento demográfico.
De acordo com Silva et al. (2011, s/p), “é necessário um maior aprofundamento dos estudos sobre a questão
da urbanização”. Então, a questão é saber como ocorre o atropelamento da fauna silvestre e quais as medi-
das mitigatórias para diminuição do impacto ambiental causado pelo modal ferroviário na Floresta Nacional
(FLONA) de Cabedelo-PB.
É perceptível a grande proporção de áreas de preservação atingidas pelos modais ferroviários. Dentre esses
efeitos, há o atropelamento de fauna. Assim, a análise ambiental se faz necessária, pois com o desenvolvi-
mento e utilização intensiva dos meios de transporte, há fortes indícios da existência de efeitos colaterais
negativos ainda pouco conhecidos (ELLER; SOUSA JUNIOR; CURI, 2011).
Nessa concepção, essa pesquisa, tendo como base os estudos já realizados sobre essa problemática ambien-
tal, investigará padrões espaciais de travessia de fauna silvestre dentro da referida FLONA. Isto é, evidenciar
os problemas ambientais causados pela ferrovia que corta a UC, dando ênfase no impacto ambiental que ocor-
re sobre a fauna silvestre e nas possíveis medidas de mitigação capazes de reduzirem os abalos ambientais
– que, no caso, se tratam da morte dos animais por atropelamentos causados pelo trem.
De acordo com Trombulak e Frissel (2000), os atropelamentos estão entre as principais causas de morte de
vertebrados silvestres da atualidade, superando os impactos causados pela caça (FORMAN & ALEXANDER,
1998), e até mesmo as taxas de mortalidade por causas naturais (FERRERAS et al, 1992), apud (VALADÃO;
BASTOS; CASTRO, 2018, p.62).
Ainda, em meio a todas as formas de morte de animais terrestres, a morte por atropelamento se destaca,
afetando desde animais de pequeno porte até os de grande porte (FREITAS, 2012). Segundo o mesmo autor,
pode-se dizer que o atropelamento pode ser definido como a maior ou uma das maiores causas de morte de
espécies silvestres. Logo, é constatada que a morte de animais por meio de atropelamento é uma grande cau-
sa ambiental que precisa de atenção e relevância, tais como procuramos oferecer na vigente pesquisa.
Objetivamente, a investigação busca apontar padrões espaciais de atropelamentos de fauna silvestre na FLO-
NA de Cabedelo-PB, causados pelo trem de passageiros da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU),
bem como o estabelecimento medidas de mitigação para a travessia de fauna, visando diminuir o impacto
ambiental negativo. Especificamente, ir-se-á: i) analisar, contabilizar e estabelecer um padrão espacial de
travessias de animais ao longo da linha ferroviária que corta a FLONA; ii) averiguar os impactos causados pela
urbanização dando ênfase no trem da CBTU; iii) registrar e contabilizar as mortes de animais causados por
atropelamentos provenientes do sistema ferroviário que atravessa a FLONA, confirmando o impacto na fauna
local; e, iv) estabelecer medidas de mitigação para a travessia de fauna, visando diminuir o impacto ambiental
negativo.
MATERIAIS E MÉTODOS. Para cada pesquisa, há um planejamento metodológico específico adequado a rea-
lidade pesquisada. Nesse caso, por se tratar de um estabelecimento de padrões espaciais de travessias de
animais, será realizada uma pesquisa de levantamento de dados. Portanto, uma pesquisa de cunho quali-
-quantitativo, que descreverá os tipos e quantidade de travessias animais sobre a linha férrea.
O estudo de campo foi realizado entre os meses de junho a setembro de 2019, durante a estação chuvosa
(Weathers Park), onde há mais disponibilidade de frutos e procura por parceiros para o acasalamento (CARVA-
LHO, 2014), estendendo-se até meados de 2020, quando se fará toda a compilação dos dados e mapeamento
desses procedimentos. Nesse aspecto, o processo de coleta de dados e informações complementares dar-se-
-á ao longo de pelo menos 6 (seis) meses de pesquisa.
3º SIMPIF
Primeiramente, foram coletados dados de travessias de animais em campo, conhecendo todo percurso ferro-
viário que corta a FLONA e contabilizando carcaças de animais, rastros naturais e animais observados junto
aos trilhos. Em seguida, houve a implantação de 10 (dez) esquadros de areia, de 1m larg x 40cm alt, postos
às margens dos trilhos, seguindo a lógica prévia de quais locais poderiam apresentar mais casos de travessia
- como em locais mais abertos, com árvores frutíferas, com passagens aparentemente feitas pelos próprios
animais e etc. Assim, se torna possível averiguar, por meio das pegadas deixadas pelos animais nesses esqua-
dros de areia, quantos, quais e onde os animais atravessam, estabelecendo-se, assim, um padrão espacial de
lugares onde há maior número de travessias.
O julgamento dessas informações obtidas durante a contabilização de pegadas será realizada através do mé-
todo de estudo individualista sobre cada espécie e qual a melhor forma de medida de mitigação para a mesma.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Como a investigação ainda não está concluída, situando-se na avaliação dos dados
coletados, não há um resultado final concreto, mas, já se pode observar de antemão que existe, de fato, uma
grande problemática ambiental a cerca da passagem do trem de passageiros da CBTU ao longo da FLONA de
Cabedelo-PB.
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3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. O presente estudo foi desenvolvido na Comunidade Rural do Sítio São Pedro, na ci-
dade de Itaporanga/PB, cujas coordenadas geográficas, são: Latitude: 07º 18’ 16” S Longitude: 38º 09’ 01”
W. O sistema de bombeamento de água por energia solar fotovoltaica a ser instalado é do tipo alimentação
direta, ou seja, não terá baterias. Para montagem do sistema de bombeamento solar fotovoltaico foram ad-
quiridos os equipamentos necessários através de recursos próprios e de taxa de bancada do autor. No quadro
1 tem-se os principais componentes do sistema. Inicialmente foram obtidas as curvas características das
bombas individualmente. Para determinar a altura manométrica total de bombeamento (H) foi medido o nível
de água do reservatório de sucção, mantendo-o constante, e a pressão na saída da bomba com o manômetro
após o registro de gaveta. Para obtenção de pontos de trabalho diferentes da bomba e construção da curva
característica foi utilizado o procedimento de fechamento gradual do registro de gaveta, o que possibilitará a
obtenção de valores vazão (Q) e altura total de bombeamento (H). As vazões foram obtidas através do método
direto. A equação da energia é definida pela carga no ponto inicial do escoamento (H1), carga manométrica
da máquina (HM), carga no ponto final do escoamento (H2) e a carga perdida entre os pontos 1 e 2 (HP1;2).
H1 + HM = H2 + HP1,2 (1)
A equação da continuidade afirma que a vazão (Q) em qualquer trecho de conduto fechado deve se manter
constante por todo ele, assim:
As cargas no ponto inicial e final, H1 e H2, são definidas pela soma das carga de pressão (P=), carga cinética
(v2=(2g)) e carga potencial (z), como visto na Equação 3.
H = v2=(2g) + P= + z
Após a verificação das perdas de carga e da vazão disponível em relação à quantidade de energia gerada pelo
sistema, calculamos a área de cultivo e o número de planta que foram cultivadas nessa área. Além do volume
de água que foi bombeado para atender as necessidades básicas de uma família composta por 5 pessoas.
no volume de água bombeado no sistema xique-xique. Sendo o maior volume bombeado, 3.238L/dia no Mês
de Novembro, coincidindo com o período de maior radiação solar, tornando viável o acionamento do sistema
de irrigação com energia solar em comparação com sistemas a diesel, também observados por Glasnovic e
Margeta (2009). Outros autores também observaram que utilização o uso da energia fotovoltaica na irrigação
aumenta a eficiência e reduz os custos de operação dos sistemas (DURSUN; OZDEN, 2012; ODEH; YOHANIS;
NORTON, 2006).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A média anual de radiação solar incidente é de 0,82 kWh/m²/dia. O mês com maior
radiação global incidente é novembro, com 1,37 kWh/m²/dia. A radiação global dos painéis solares ao longo
do dia foi de 18,69 KWh/dia. O volume médio diário de água bombeada pelo sistema de irrigação variou entre
2.526,23 e 3.238,55 litros, sendo suficiente para atender as necessidades básicas para consumo humano,
animal e horticultura de uma pequena propriedade rural. A vazão de água bombeada é função dos níveis de
irradiação solar e também da energia consumida pela motobomba.
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3º SIMPIF
Segundo Donaire (1999), o desenvolvimento sustentável além de apresentar equilíbrio ecológico tem como
uma vertente principal a questão do desenvolvimento econômico. Em que irá induzir um espírito de respon-
sabilidade comum como processo de mudança no qual exploração de recursos materiais, os investimentos
financeiros e as rotas do desenvolvimento tecnológico deverão adquirir sentidos harmoniosos.
Existem resultados de práticas agroecológicas em utilizam alguns materiais da mineração em seus desem-
penhos segundo santos (2017) O uso da mica como alternativa na adubação de fundação para o cultivo da
palma forrageira, pode ser uma ferramenta de baixo custo e de fácil acesso aos agricultores. Na agricultura
a mica também é utilizada como isolante térmico quando dividida em palheta finas e soltas, a umidade retida
entre as placas permite o desenvolvimento de raízes e germinação de sementes e mudas, pode ser utilizada
também como inseticida e defensivo agrícolas. Em vista que a mineração e a agroecologia podem entrar em
uma parceria e desenvolver práticas para ter um desenvolvimento sustentável para a agricultura, foi aplicado
um questionário com os alunos do curso técnico em mineração do IFPB – campus Picuí, em que eles respon-
deram algumas perguntas relacionadas a essa temática.
MATERIAIS E MÉTODOS. Foi aplicado um questionário com os alunos do IFPB - campus Picuí, do curso técnico
em mineração, em que participaram 40 alunos, no qual foram submetidos a três perguntas relacionadas à
integração dos dois cursos. As seguintes perguntas foram:
b) Você já pensou que a mica poderia ser utilizada como adubação para algumas culturas?;
c) Sabia que em um método de prática agroecológica e utilizar o pó de mica como isolante térmico na agri-
cultura?.
RESULTADOS. Quanto aos resultados da primeira pergunta que falava sobre se na opinião deles como alunos
de mineração, se agroecologia e mineração poderiam desenvolver práticas sustentáveis, os resultados foram-
satisfatóriosemque37dosalunosresponderamquesimpoderiamexistire3responderamque não.
Jáexistempráticasdaagroecologiaemqueutilizaopódemicacomoisolantetérmicoecomoadubo, emvistadesses-
relatos,asoutrasduasperguntasdestequestionáriofoireferenteaissoeosresultados mostraram que minoria dos
alunos conheciam essas práticas , isso mostra que ainda a uma necessidade de se conhecer mais essa área
que ainda e tão pouco explorada, entre as áreas de agroecologiaeademineraçãoqueaindatem-seumaideiade-
queelasnãopodemandaremconjunto, entãotem–seumanecessidadedesemudarestepensamentosatravésdeno-
vaspráticasinovadoras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Nos questionamentos feitos das três perguntas mostraram que ainda a necessi-
dade de se ter mais discussões de como implantar práticas de mineração na agroecologia, mas já existem
bastantes relatos sobre essas técnicas são bastante eficientes para ter ótimas praticas agroecológicas que
futuramente podem ser passadas aos agricultores familiares.
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3º SIMPIF
Gustavo Félix
Alterações na temperatura corporal
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
ao longo de uma temporada de
Tecnologia da Paraíba treinamento em atletas de basquetebol
Ana Neves
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. O controle da temperatura corporal tem sido apontada
Neucilane Silva como uma alternativa para detecção do estado fisiológico de atletas,
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e já que parece ser sensível ao processo inflamatório, pois geralmente,
Tecnologia da Paraíba
estes estão acompanhados do aumento da temperatura local ou sis-
Clarisse Santos têmica (SILLERO-QUINTANA et al., 2015).
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e A técnica de termografia infravermelha (TI) é uma técnica de mensu-
Tecnologia da Paraíba
ração da temperatura corporal da pele que vem sendo utilizada com
bastante propriedade na área médica há bastante tempo, sobretudo
na detecção de anormalidades em mamas, podendo indicar, preco-
cemente, um câncer (RING; AMMER, 2000). Na área de fisioterapia
esportiva, já existe um volume de trabalhos onde a TI tem sido usada
para a detecção de lesão muscular (BADZA et al., 2012) e para acom-
panhar a evolução da cura de lesões (MARINS et al., 2014).
Até o momento, os estudos que utilizaram a TI no contexto esportivo apresentam aplicações realizadas após
exercícios agudos ou testes específicos. Sampedro; Piñonosa e Fernandez (2012) identificaram o perfil térmi-
co de um jogador profissional de basquetebol e verificaram assimetria térmica bilateral nos membros superio-
res e inferiores em repouso, e em determinadas regiões chegando a 0,5oC, o que pode ser indício de possível
desequilíbrio térmico. Recentemente, foi utilizada por Fernandes et al. (2017), para verificar modificações
na temperatura de vários segmentos corporais, em atletas submetidos a uma sequência de duas partidas,
separadas por três dias de intervalo. Eles perceberam que os maiores valores de temperatura se deram 24h
pós-jogo e, principalmente, nas regiões da coxa.
Desse modo, o acompanhamento da temperatura corporal durante uma temporada de treinamento pode ser
utilizada para acompanhar alterações no estado fisiológico de atletas.
regiões analisadas estivessem em contato com qualquer objeto que permutasse calor por radiação, atenden-
do às recomendações de um período mínimo proposto por Fernández-Cuevas et al. (2014). Os atletas foram
orientados a ir vestidos com roupa de banho, não consumir tabaco, álcool ou drogas que afetem a termogê-
nese corporal, não realizar atividade física de moderada a intensa e se alimentar até 2 horas antes do exame
termográfico e não utilizar óleos ou cremes hidratantes nas regiões a serem examinadas, conforme recomen-
dações de Gomes da Silva et al. (2017).
Para obtenção dos termogramas, foi utilizada uma câmera T-360 (FLIR® Systems, USA), com resolução tér-
mica de alta qualidade de 320 x 240 pixels, visor LCD colorido de 3.5 polegadas, faixa de temperatura de -20
a 120 ° C, sensibilidade térmica de 0,05°C, acurácia de ± 2%, banda de espectral dos infravermelhos de 7,5
μm a 13 μm, taxa de atualização de 60 Hz, com regulagem da escala de temperatura entre 22°C e 34°C.
A câmera foi fixada a uma distância de 2,6 metros do sujeito, em um tripé com altura de 1,35 metro do solo
para avaliar os membros superiores e a 70 cm do solo para os membros inferiores, assim proporcionando o
melhor enquadramento para obtenção dos termogramas. Em cada atleta foram feitas imagens da vista ante-
rior e posterior. Para esse estudo, foram determinadas 34 Regiões Corporais de Interesse (RCI).
De posse dos termogramas, as imagens foram analisadas através do software FLIR® Thermacam Reporter,
versão 8.2, com emissividade de 0,98. Todos os procedimentos de captura das imagens termográficas e pos-
terior análise foram desempenhados pelo mesmo profissional, treinado e com experiência para essa função.
Apesar do equipamento permitir a obtenção de temperaturas mínimas, máximas e médias, para esse estudo
optou-se por utilizar a média das temperaturas por ser mais representativa da região analisada.
Para verificar comportamentos de maiores regiões, foram criadas algumas incidências termográficas utili-
zando a média aritmética de determinadas RCIs: coxa anterior (RCIs 25 e 26), coxa posterior (RCIs 33 e 34),
braço anterior (RCIs 4 e 5), braço posterior (RCIs 12 e 13), média geral do corpo inteiro (médias de todas às
RCIs).
RESULTADOS. As alterações na temperatura da pela ao longo da temporada mostra que até a 4a semana de
treinamento não houveram alterações significativas na temperatura da pela em nenhumas das variáveis estu-
dadas. Na 8a semana houve um aumento significativo em comparação aos valores iniciais, nas temperaturas
de corpo inteiro 31,3 ± 0,5 ºC para 32,0 ± 0,5 ºC, Braço posterior de 31,1 ± 0,4 ºC para 31,3 ± 0,5 ºC e coxa
posterior de 31,1 ± 0,3 ºC para 31,5 ± 0,4 ºC. Três regiões Tronco posterior 32,5 ± 0,4 ºC, Braço anterior
32,5 ± 0,5 ºC e Coxa anterior 31,0 ± 0,6 ºC, aumentaram seus valores de temperatura da 4a para a 8a semana
para 32,9 ± 0,5 ºC, 32,8 ± 0,3 ºC e 31,4 ± 0,5 ºC, respectivamente. Pôde-se observar ainda que em todas as
variáveis termográficas avaliadas após 12 semanas de treinamento os valores de temperatura da pele esta-
vam compatíveis aos iniciais. Outro dado importante é que apenas uma variável não apresentou modificação
durante todo o período de treinamento a de tronco anterior, provavelmente por ser a região muscular menos
exigida durante a prática da modalidade.
3º SIMPIF
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Como base nos resultados analisados pode-se observar que os atletas tiveram
maior desgaste fisiológico na oitava semana de treinamento, provavelmente gerado por um desgaste acumu-
lado as semanas anteriores.
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3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Para a coleta das informações da pesquisa descritiva exploratória, utilizou-se de
um questionário com perguntas relevantes sobre a atividade laboral dos entrevistados e, a partir daí, fazer
uma análise criteriosa dos dados, pois segundo GIL (2008), a pesquisa exploratória tem por objetivo familia-
rizar-se com um assunto ainda pouco conhecido, pouco explorado e que no final, você conhecerá mais sobre
aquele assunto e estará apto a construir hipóteses.
RESULTADOS. Foi evidenciado que 39% dos motoristas trabalham em um regime normal (44 horas/semana),
no que tange a sua jornada de trabalho, recebendo um destaque àqueles que trabalham entre 48 a 72 horas
por semana (26%). Neste caso, o trabalho se torna mais desgastante, e portanto, merece uma atenção a mais
quanto à sua qualidade de vida na hora de operar as linhas de ônibus pela cidade de Imperatriz. Em matéria
de conforto, (47,82%) afirma que a cadeira/poltrona onde se sentam para dirigir o veículo é confortável
enquanto que há uma igualdade nos demais dados. 26,08% afirmaram que não se sentem confortáveis ao
dirigir o veículo independente de qual seja o ônibus a ser pilotado, enquanto a outra parcela de motoristas
(26,08%) afirmou que em alguns ônibus eles se sentiam confortáveis ao dirigir e em outros não. Da parte
negativa, existe até um certo incômodo no decorrer da jornada. No início da jornada não sentem nada, mas
depois o desconforto aparece, os obrigando a, por diversas vezes, fazer movimentos leves na cadeira/poltrona
até conseguirem achar uma posição que mais se adeque as suas necessidades naquele momento. Outro dado
muito importante, revela que 57% dos entrevistados admitiram que, por conta da profissão, apresentaram
problemas de saúde como dores musculares, por exemplo, e que mesmo após o período de descanso ainda
assim sentiam que algo não estava bem consigo mesmos. Os outros 43% relatam que exercem sua atividade
sem ter apresentado qualquer problema de saúde que estivesse ligada ao seu trabalho. A pesquisa também
procurou verificar o índice de satisfação em dirigir nas ruas de Imperatriz. A grande maioria se mostrou in-
satisfeito com o estado das ruas por onde transitam diariamente. A insatisfação salta aos olhos de quem vê
os números. 56% dos entrevistados avaliam como péssima o estado de conservação das ruas da cidade, en-
quanto 32% classificaram como ruim. Por mais que se tenha falado de um modo geral, como um todo, tivemos
aqueles que acharam a conservação das ruas boa (8%), um número muito, baixo diga-se de passagem. Por
fim, os entrevistados deram seu ponto de vista a respeito de sua vida profissional, levando em consideração a
rotina de trabalho, o tipo de pessoas que usam o transporte coletivo com quem ele tem que lidar diariamente
somado com o reconhecimento ou não por exercer um bom trabalho, apesar das dificuldades encontradas.
O otimismo fala mais alto. 13% dos entrevistados consideram sua vida profissional ótima, 52% consideram
boa, 31% consideram regular e 4% acham ela ruim. Não houve registros que avaliassem sua vida profissional
como péssima.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Pode-se concluir que muitos dos trabalhadores entrevistados estão sujeitos a ad-
quirirem doenças musculoesqueléticas ou psicológicas, como estresse profissional, por exemplo, devido ao
excesso de trabalho que pode chegar até a 72h semanais. Acreditamos que esta pesquisa possa servir como
referência para novos assuntos sobre o tema em questão, e que o trabalho realizado pelo profissional pesqui-
sado possa ser de fato e de direito valorizado no que diz respeito ao conforto, respeito e segurança.
Referências:
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Comissão Nacional de Ergonomia. Manual de aplicação da Norma
Regulamentadora nº 17. 2. ed. Brasília, 2002. Disponível em: <www.mte.gov.br/seg_sau/pub_cne_manual_
nr17.pdf > Acesso em: 18 mar. 2019.
GIL, ANTÔNIO CARLOS. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6ª ed. p. 27-28. São Paulo, 2008.
3º SIMPIF
Diante desse cenário, espera-se que as instituições de ensino aumentem gradativamente a oferta de capacita-
ções na área de cuidado aos idosos e que as pessoas sejam atraídas para esse mercado de trabalho. Porém,
ainda há carência de dados relativos a profissionais que buscam a capacitação técnica para trabalhar com
idosos, bem como são escassas as informações que revelem as expectativas profissionais dos estudantes que
optaram por essa área de trabalho (ALVARES; POLARO; GONÇAVES, 2015). Cabe destacar que essas informa-
ções são valiosas para o planejamento dos cursos que envolvem essa área e estão em pleno desenvolvimento.
Além disso, é digno de nota que a necessidade atual por profissionais da área de cuidados de idosos é tama-
nha que, na maioria dos empregos disponíveis, os sujeitos responsáveis por cuidar de idosos não receberam
nenhuma formação específica. Muitos dos cuidadores são técnicos de enfermagem, com formação básica e
generalista, considerada insuficiente para lidar com o público idoso. Essa limitação pode resultar em situações
conflituosas e que colocam em risco a qualidade de vida dos idosos (REIS et al., 2015).
Considerando essas informações, o objetivo do presente trabalho foi identificar o perfil dos alunos do Curso
Técnico em Cuidados de Idosos do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) – Campus Avançado João Pessoa Man-
gabeira. Em adição, o trabalho buscou analisar a expectativa profissional desses indivíduos. Vale ressaltar
que, atualmente, esse campus é o único a ofertar o Curso Técnico em Cuidados de Idosos de forma regular
no IFPB.
MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi iniciada após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pes-
quisa do IFPB (Parecer no 3.268.960). O universo do estudo foi composto por todos os alunos regulamente
matriculados no semestre letivo 2019.1 no Campus Avançado João Pessoa Mangabeira do IFPB e que estavam
frequentando as aulas. De acordo com instituição, 107 alunos se encontravam nessa situação.
Para o cálculo da amostra foi considerado um nível de confiança do estudo de 95% e erro amostral de 5%. As-
sim, tomando por base os dados do universo do estudo, foi identificado a necessidade de coletar informações
de pelo menos 75 alunos. Todavia, ao final da fase coleta de dados obteve-se uma amostra de 81 participantes
do estudo.
Os critérios de inclusão no estudo foram: indivíduos que estivessem de acordo em participar da pesquisa
por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os critérios de exclusão da
amostra foram: alunos com matrícula inativa, que não estão frequentando regulamente as aulas e aqueles que
integralizaram todos os créditos das disciplinas, mas que estão com pendência na instituição para a emissão
do diploma.
O instrumento de coleta dos dados foi um questionário, baseado no estudo de Faht; Sandri (2016), com adap-
tações para o presente estudo. O questionário possui perguntas objetivas e dissertativas que abordam o perfil
dos alunos matriculados e a percepção deles acerca do mercado de trabalho.
Antes de iniciar a pesquisa, foi realizada a aplicação de um questionário piloto, com 10% dos participantes,
com a finalidade de verificar a clareza e aplicabilidade das questões propostas e validar o instrumento de
coleta de dados adaptado.
Para a coleta de dados dos alunos regulamente matriculados, foram realizadas pelo menos duas visitas a to-
das as turmas do Campus Avançado João Pessoa Mangabeira, com a finalidade de aplicar o questionário ao
número máximo de indivíduos.
RESULTADOS. A análise dos dados coletados revelou que dos 81 participantes do estudo, 27 (33,33%) alunos
estavam cursando o primeiro período do curso, 24 (29,6%) o segundo período, 18 (22,2%) o terceiro período
e 12 (14,8%) o quarto período.
A maioria dos alunos pertencia ao gênero feminino (n=68 / 84%), apresentava o estado civil de solteiro (n=36
/44,4%) e renda familiar de até um salário mínimo (n=67 / 82,7%). A média de idade deles foi de 37,5 anos.
Em relação a atual colocação dos alunos no mercado de trabalho, foi visto que 46 alunos (56%) estavam de-
sempregados, enquanto que 5 (6,2%) alunos atuavam como cuidadores de idosos em domicílio e 30 (37%)
trabalhavam em outra área. Dentre os alunos que trabalhavam como cuidador de idoso, 60% estava empre-
gado a mais de 2 anos.
Os participantes foram questionados se tinham concluído outro curso antes de ingressar no IFPB e os dados
revelaram resposta positiva para a maioria (n=47/ 58%) dos participantes. O curso mais comumente cursado
foi o Técnico em Enfermagem, relatado por 27,1% dos alunos.
As expectativas profissionais dos alunos também foram analisadas e obteve-se que a maioria dos alunos
(95%) acredita que a formação no Curso Técnico em Cuidados de Idosos vai contribuir para o aumento da
3º SIMPIF
renda familiar. Ademais, 56 alunos (69,1%) avaliaram o mercado de trabalho como “muito bom”, por estar em
expansão, 93,8% dos discentes pretendem atuar na área após a finalização do curso e 85,20% manifestaram
interesse de continuar estudando nessa área.
Por fim, foi visto que 88,9% dos alunos acreditam que terão facilidade de conseguir emprego na área, 98,9%
recomendariam o curso para outra pessoa e 84% consideram que o curso oferece uma formação completa
voltada para o mercado de trabalho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Diante do exposto, pode-se concluir que a maioria dos alunos do Curso Técnico em
Cuidados de Idosos do IFPB pertence ao gênero feminino, com média de idade de 37,5 anos, de estado civil
solteiro e que não está inserido no mercado de trabalho.
Todavia, os alunos acreditam que após a finalização do curso terão facilidade para conseguir um emprego,
contribuindo para aumentar a renda familiar.
AGRADECIMENTOS: Ao IFPB – Campus Avançado João Pessoa Mangabeira, por apoiar e financiar a realização
do projeto de pesquisa.
Referências
ALVARES, A. M.; POLARO, S. H. I.; GONÇALVES, L. H. T. Cuidadores de idosos – quem são? Rev. Enferm. UFSM,
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v. 29, n. 2, p. 156-163, 2015.
3º SIMPIF
No Brasil, as legislações vigentes que tratam de potabilidade da água para consumo humano são, respecti-
vamente, a portaria de consolidação de nº 5, de 28 de setembro de 2017, do Ministério da Saúde (BRASIL,
2017) e a resolução nº 396, de 3 de abril de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 2005).
Diante disso, esse trabalho teve como objetivo verificar os parâmetros físico-químicos da água de bebedouros
das escolas públicas da cidade de Esperança-PB.
MATERIAIS E MÉTODOS. O estudo foi desenvolvido em cinco escolas municipais de Esperança, no estado da
Paraíba, cidade localizada na mesorregião do Agreste Paraibano.
As amostras de água destinadas para as análises físico-químicas foram coletadas em garrafas plásticas de 2
litros diretamente dos bebedouros e foram encaminhadas ao Laboratório do Programa de Pesquisa em Sanea-
mento Básico (PROSAB), em Campina Grande, para a realização das análises.
Os parâmetros analisados e os métodos de análises foram os seguintes: pH, temperatura, cor aparente, con-
dutividade elétrica, alcalinidade, dureza total, cloreto, nitrito e nitrato.
RESULTADOS.
Com relação ao pH encontrado para esse estudo, todas as amostras atenderam aos padrões estipulados, pois
os valores variaram de 7,74 a 8,07 a uma temperatura média de 26,4 oC. De acordo com a portaria de conso-
lidação No 05/2017 do Ministério da Saúde, o pH é padrão de potabilidade, devendo as águas para consumo
humano apresentarem valores entre 6,00 e 9,5 (BRASIL, 2017).
A temperatura é o parâmetro que faz a medição da intensidade de calor, refletindo o grau de aquecimento das
águas e da radiação solar, e depende de fatores como clima, composição geológica, condutividade elétrica
das rochas, dentre outras (MATIC et al., 2013). Os teores médios da temperatura neste estudo variaram de
25,6 a 27 °C.
Com relação a cor aparente, todas as amostras apresentaram um valor bem elevado, que variaram de 27,3 a
47,1. A portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde estabelece para cor aparente o Valor
Máximo Permitido de 15 uH como padrão de aceitação para consumo humano.
A condutividade elétrica das águas resultou numa média de 380,6 μS/Cm a uma temperatura média de 26,4
o
C. De acordo com Libânio (2010), águas naturais apresentam usualmente condutividade elétrica inferior a
100 μS/cm, podendo atingir 1000 μS/cm em corpos d’água receptores de elevadas cargas de efluentes do-
mésticos e industriais.
As amostras de água apresentaram uma alcalinidade média de 79,18 mg/L de CaCO3, isso devido a presença
de bicarbonatos. A alcalinidade é a medida da capacidade que a água tem de neutralizar ácidos, isto é, a quan-
tidade de substâncias na água que atuam como tampão (CLESCERI et al, 1998). Os compostos responsáveis
pela alcalinidade total são sais que contém carbonatos (CO3-2), bicarbonatos (HCO3-), hidróxidos (OH-) e, se-
cundariamente, aos íons hidróxidos, como cálcio e magnésio, silicatos, boratos, fosfatos e amônia.
A dureza da água é expressa em mg/L de equivalente em carbonato de cálcio (CaCO3) e pode ser classificada
em mole ou branda: < 50 mg/L de CaCO3; dureza moderada: entre 50 mg/L e 150 mg/L de CaCO3; dura: entre
150 mg/L e 300 mg/L de CaCO3; e muito dura: >300 mg/L de CaCO3 (BRASIL, 2014). De acordo com essa
classificação, convém ressaltar que as referidas amostras estão dentro dos padrões de potabilidade brasileiro,
americano e da Organização Mundial de Saúde (OMS), que estabelecem o limite de 500 mg/L CaCO3, idêntico
ao adotado no Canadá (HEALTH CANADA, 2004).
3º SIMPIF
Verificou-se que o teor de cloreto foi em média de 57,26 mg/L de Cl-, estando dentro dos padrões permitidos
pela portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde que estabelece um teor de 250 mg/L de
Cl- como valor máximo permitido para água potável.
Com relação ao nitrito, as amostras apresentaram valores menor que 1, com média de 4,62 x 10-3, corrobo-
rando com a portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde que preconiza um Valor Máximo
Permitido (VMP) igual a 1.
Com relação ao nitrato, verificou-se valores que variaram de 0,15 a 1,03 mg/L, estando, portanto, de acordo
com a portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde que estabelece um valor máximo permi-
tido de 10 mg/L.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com base nos resultados obtidos e analisando a luz da Portaria de Consolidação
Nº 5/2017 do Ministério da Saúde, as referidas amostras encontram-se dentro dos padrões exigidos para po-
tabilidade, exceto para o parâmetro Cor Aparente, que se encontra acima do valor máximo permitido (15 uH).
AGRADECIMENTOS: Ao IFPB Campus Esperança pela concessão da taxa de bancada para o desenvolvimento
dessa pesquisa.
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3º SIMPIF
método de medição foi obtido um nível de ruído contínuo que possui a mesma energia acústica que os níveis
flutuantes originais, durante um período de tempo, conforme as normas da ACGIH (American Conference of
Governmental Industrial Hygienists) (ASTESTE et al, 1993; BISTAFA, 2006) O princípio da mesma energia
assegura a precisão do método para avaliação dos efeitos do ruído sobre o aparelho auditivo sendo adotado
pela norma ISO e muitas normas nacionais. Preveniu-se o efeito de ventos sobre o microfone com o uso de
protetor, conforme instruções do fabricante. As medições foram em pontos afastados aproximadamente 1,2 m
do piso e pelo menos 2 m do limite da propriedade e de quaisquer outras superfícies refletoras como muros,
paredes, etc, recomendados pela ABNT NBR 10151:2000 Versão Corrigida: 2003. Para cada equipamento fo-
ram feitas 5 medidas no espaçamento de 10 segundos, numa distância próxima ao operador, e como também
nos pontos estratégicos de medição foram feitas 5 medidas por ponto, utilizando mesmo espaçamento de 10
segundos para cada medida efetuada.
RESULTADOS. Foram tomadas várias medidas de NPS no setor de tecelagem, e foi obtido o NPS médio de 94
dB (A) e a Dose ou efeito combinado (D) para 8 horas de trabalho foi de 3,49. E assik fica evidenciado que os
valores alcançados superaram o limite de 85 dB por 8 horas, conforme recomendações estabelecidas pelas
Normas Regulamentadoras – NR15 (BRASIL, 1978). Ainda, observou-se que, apesar dos profissionais estarem
expostos a um ruído superior a 90 dB(A), tanto no corredor do setor quanto nas extremidades, todos eles
usavam proteção auditiva. No entanto, se faz necessário um estudo mais aprofundado, garantido assim, a con-
servação auditiva. Como consequência, estudos realizados por Palma (1999) referiram que os níveis elevados
de pressão sonora danificam as estruturas da cóclea, comprometendo a compreensão de fala do indivíduo,
principalmente em ambientes com ruído competitivo. Além disso, outro sintoma pode ser apresentado pelo
indivíduo exposto ao ruído, o zumbido. Assim, no local analisado por essa pesquisa, pode-se concluir que os
profissionais, independente do local em que atuam, estão expostos a elevados níveis de pressão sonora, po-
dendo este ser desastroso para o sistema auditivo, já que a tolerância para o NPS obtido é de no máxima uma
exposição de 2h15min e se faz necessário uma atenuação de 14dB.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Verificados os resultados obtidos conclui-se: 1- Foi verificado que os funcionários
do setor de tecelagem estão expostos a níveis de ruído de 94 dB(A) durante toda jornada de trabalho, impli-
cando que o ambiente é insalubre, conforme previsto na NR-15, anexo I, onde se tem a tolerância máxima para
94 dB (A) de 2h15min. 2- A principal fonte de ruído do setor são as máquinas de tecer, que funcionam durante
as 8 horas/dia durante toda semana. 3- A Dose ou efeito combinado (D) para 8 horas de trabalho foi de 3,49;
Com o nível equivalente de ruído (Leq) ou (TWA) de 94 dB(A) e a atenuação (NRRsf) necessária apresentados
nos grupos homogêneos do setor tecelagem foi de 14 dB (A). 4- Os funcionários do setor utilizam equipamen-
tos de proteção individual do tipo protetores auditivos plugs e conchas para proteção ao ruído.
AGRADECIMENTOS: Secretaria de Educação de Estado da Paraíba pelo apoio ao grupo de trabalho do curso
Técnico em Segurança do Trabalho.
3º SIMPIF
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3º SIMPIF
Manter a água potável e constantemente disponível ao homem é um dos deveres dos órgãos governamentais
fiscalizadores, não sendo apenas responsabilidade pública, mas da sociedade, por se tratar de bem essencial
e comum (SILVA, 2004). A água fornecida para uso público ou privada deve ser potável, livre de microrga-
nismos patogênicos, substâncias químicas em concentrações tóxicas, apresentando características que não
provoquem a deterioração do sistema de abastecimento (ALVES, 2010).
Diante disso, esse trabalho teve o objetivo de avaliar os parâmetros físico-químicos das águas dos reservató-
rios em escolas municipais de Esperança/PB.
MATERIAIS E MÉTODOS. O estudo foi desenvolvido em cinco escolas municipais de Esperança no estado da
Paraíba, cidade localizada na mesorregião do Agreste Paraibano.
As amostras de água destinadas para as análises físico-químicas foram coletadas em garrafas plásticas de 2
litros diretamente dos reservatórios e foram encaminhadas ao Laboratório do Programa de Pesquisa em Sa-
neamento Básico (PROSAB), em Campina Grande, para a realização das análises.
Os parâmetros analisados e os métodos de análises foram os seguintes: pH, temperatura, cor aparente, con-
dutividade elétrica, alcalinidade, dureza total, cloreto, nitrito e nitrato.
RESULTADOS.
As amostras da água apresentaram uma alcalinidade média de 72,19 mg/L de CaCO3, isso devido a presença
de bicarbonatos. A alcalinidade indica a quantidade de íons na água que reagem para neutralizar os íons hi-
drogênio. Constitui-se, portanto, em uma medição da capacidade da água de neutralizar os ácidos, servindo,
assim, para expressar a capacidade de tamponamento da água, isto é, sua condição de resistir a mudanças
do pH (BRASIL, 2014).
A dureza total variou de 32,5 a 40,0 mg/L de CaCO3, estando em conformidade com a Portaria de consoli-
dação No 05/2017 do Ministério da Saúde (Brasil, 2017), que estabelece um valor máximo permitido de 500
mg/L de CaCO3. A água apresentou uma dureza mole ou branda. A dureza indica a concentração de cátions
multivalentes em solução na água. Os cátions mais frequentemente associados à dureza são os de cálcio e
magnésio (Ca+2, Mg+2) e, em menor escala, ferro (Fe+2), manganês (Mn+2), estrôncio (Sr+2) e alumínio (Al+3)
(BRASIL, 2014).
Verificou-se que o teor de cloreto foi em média de 58,62 mg/L de Cl-, estando dentro dos padrões permitidos
pela portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde que estabelece um teor de 250 mg/L de
Cl- como valor máximo permitido para água potável.
Com relação ao nitrito, as amostras apresentaram valores menor que 1, com média de 4,05 x 10-3, corrobo-
rando com a portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde que preconiza um Valor Máximo
Permitido (VMP) igual a 1.
Com relação ao nitrato, verificou-se valores que variaram de 0,12 a 0,60 mg/L, estando, portanto, de acordo
com a portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde que estabelece um valor máximo permi-
tido de 10 mg/L
Com relação ao pH encontrado para esse estudo, todas as amostras atenderam aos padrões estipulados, pois
os valores variaram de 7,71 a 8,06 a uma temperatura média de 26,48 oC. De acordo com a portaria de conso-
lidação No 05/2017 do Ministério da Saúde, o pH é padrão de potabilidade, devendo as águas para consumo
3º SIMPIF
Os valores da temperatura neste estudo variaram de 26,3 a 26,8 °C. De acordo com Libânio (2010), a tem-
peratura da água e dos fluidos em geral, indica a magnitude da energia cinética do movimento aleatório das
moléculas e sintetiza o fenômeno de transferência de calor à massa líquida.
Com relação a cor aparente, todas as amostras apresentaram um valor bem elevado, que variaram de 30,1
a 50,9. A portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde estabelece para cor aparente o Valor
Máximo Permitido de 15 uH (Unidade Hazen) como padrão de aceitação para consumo humano.
A condutividade elétrica das águas resultou numa média de 388,8 μs/cm. De acordo com Libânio (2010),
águas naturais apresentam usualmente condutividade elétrica inferior a 100 μs/cm, podendo atingir 1000
μs/cm em corpos d’água receptores de elevadas cargas de efluentes domésticos e industriais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com base nos resultados obtidos e analisando a luz da Portaria de Consolidação Nº
5/2017 do Ministério da Saúde, as amostras de água provenientes dos reservatórios escolares encontram-se
dentro dos padrões físico-químicos exigidos para potabilidade, exceto para o parâmetro Cor Aparente, que se
encontra acima do valor máximo permitido (15 uH).
AGRADECIMENTOS: Ao IFPB Campus Esperança pela concessão da taxa de bancada para o desenvolvimento
dessa pesquisa.
Referências
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tewater. 22nd ed. Washington: American Public Health Association. 1360 p. 2012.
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potabilidade.
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YAMAGUCHI, M. U., CORTEZ, L. E. R.; OTTONI, L. C. C.; OYAMA, J. Qualidade microbiológica da água para con-
sumo humano em instituição de ensino de Maringá-PR. O Mundo da Saúde, v. 37, n. 3, p. 312-320, 2013.
3º SIMPIF
O consumo de bebidas industrializadas têm contribuído para ocorrência de cárie e erosão dental devido ao
elevado teor de sacarose e a sua alta acidez (Nunn et al., 2003), sendo que é o ataque ácido que promove a
desmineralização do esmalte do dente (Claudino et al., 2006) e a alta concentração de sacarose contribui para
a instalação da cárie dentária (Pereira; Gonçalves, 2003). As bebidas industrializadas têm causado apreensão
aos profissionais da saúde, pelo fato de os indivíduos substituírem a água por sucos industrializados e refrige-
rantes (Rosa; Cosenza; Leão, 2006).
O ácido presente na maioria dos sucos de frutas industrializados e naturais é o ácido cítrico, nos refrigerantes
é o ácido fosfórico, nos iogurtes e bebidas lácteas, o ácido lático. Segundo West, Hughes e Addy (2001) o
ácido cítrico apresenta maior potencial para o surgimento de erosão dentário. O Acidulante utilizado na fabri-
cação das bebidas regula a doçura do açúcar, realça o paladar e baixa o pH da bebida, inibindo a proliferação
de microorganismos. Todos os refrigerantes possuem pH ácido com um pH entre 2,7 a 3,5 de acordo com a
bebida (PALHA, 2005).
MATERIAIS E MÉTODOS. Selecionou-se algumas classes de bebidas industrializadas mais disponíveis no mer-
cado e mais consumidas pela sociedade quando falamos em refeições fast food, sendo estas: refrigerante de
laranja, refrigerante de cola, suco industrializado de laranja. Adquiridos em um supermercado localizado na
cidade de Campina Grande – PB. Após a seleção das amostras procedeu-se com a análise dos pH. Utilizan-
do-se o pHmetro de bancada da marca Tecnopon - versão 8.0, previamente calibrado com soluções tampões
de pH 4 e pH 7. Realizou-se o cálculo da média simples dos resultados obtidos das amostras, a fim de obter
dados acerca do grau de acidez.
RESULTADOS. No refrigerante a base de cola o valor médio encontrado foi de 2,59. Texeira et.al (2016) em
pesquisa sobre a mesma substância acho valores entre 2,48 – 2,60. O refrigerante de laranja apresentou um
valor de médio de 3,36. Verona et. al (2011) achou valores que corroboram com os encontrados na pesquisa
para o mesmo refrigerante o valor encontrado foi de 3,65. O suco industrializado de laranja apresentou um
valor médio de 3,14. Cardoso et.al (2013) pesquisando sobre o mesmo parâmetro acho o valor de pH de 3,52.
A acidez presente em bebidas contribui para diminuição do pH da saliva e com isso acarreta a diminuição de
sua função como tampão, que é responsável pela proteção da arcada dentária contra desmineralização (AL-
MEIDA et al., 2016). O consumo de bebidas com pH ácido, especialmente abaixo de 4,5 é considerado como
um fator de risco para o desenvolvimento de lesões de erosão dental.
Contudo as necessidades de uma vida saudável vêm fazendo com que o mercado brasileiro de sucos prontos
para beber esteja em franca expansão, acompanhando a tendência mundial de consumo de bebidas saudá-
veis, convenientes e saborosas. Sucos de fruta prontos para beber são considerados bebidas refrescantes, ca-
pazes de saciar a sede, ao mesmo tempo que respondem ao apelo por produtos naturais e agregam vantagens
nutricionais, o que contribui para sua grande aceitação (FERRAREZI, 2008; FERREIRA e ALCÂNTARA, 2013).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Diante dos resultados obtidos a partir do método potenciométrico, foi possível
determinar que os valores de pH, pois a composição do preparado sólido é composta por vários ingredientes
artificiais. Conclui-se que o consumo excessivo dessas bebidas, pode vir a causar o desgaste dos tecidos den-
tários. Além disso, as bebidas artificiais podem acarretar problemas como cáries e alergias.
Referências
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CLAUDINO, L.V.; VALENÇA, A.M.G.; MEDEIROS, M.I.D.; MEDEIROS, L.A.D.M.; LIMA, S.J.G..Análise em microsco-
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III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 367
Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB | João Pessoa - PB, 27 a 29 de novembro de 2019
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
O ambiente educacional, em paralelo aos conteúdos, deve propiciar conhecimentos que visem a dar condições
de enfrentamento à vida fora dos muros da escola, incluindo a vivência de hábitos para alcançar o maior grau
possível de saúde física, mental e social. Associa-se a isso, o fato de que o sucesso dos alunos está diretamen-
te ligado ao bem-estar dos docentes. Nesse sentido, faz-se o recorte deste tema para estudo.
Dentre os problemas psicossociais que atingem a saúde dos professores, a Síndrome de Burnout vem ganhan-
do destaque (GARCIA; BENEVIDES-PEREIRA, 2003; CARLOTTO, CÂMARA, 2008). No trabalho, Burnout supõe
falta de motivação, ausência de força, apatia, desilusão e desesperança, decorrentes do ambiente social de
trabalho, como uma resposta prolongada no tempo a estressores interpessoais crônicos. Compõe-se, sobre-
tudo, por 3 dimensões principais: exaustão emocional, despersonalização e perda da realização profissional
(JUNCÁ, 2012).
Diante deste contexto, o objetivo deste trabalho resume-se em analisar a relação entre ambiente educacional
e saúde, abordando condições de realização de trabalho e explorando a presença da Síndrome de Burnout
entre professores de cursos técnicos de Ensino Médio em tempo integral.
MATERIAIS E MÉTODOS. A metodologia desta pesquisa segue a tendência da triangulação, a qual articula di-
versos métodos qualitativos e quantitativos, que operam simultaneamente ou um após outro, desempenhando
papéis complementares e de igual relevância para obter um quadro mais completo na análise do problema
(FLICK, 2009). De tal modo, utiliza-se: pesquisa bibliográfica, levantamento de dados junto aos professores e
a análise numérica e literária dos resultados da pesquisa.
A coleta de informações junto aos sujeitos da pesquisa foi realizada por meio de dois instrumentos de pesqui-
sa: 1. questionário descritivo das condições e organização do trabalho educativo de professores no processo
de ensino na educação em tempo integral; e 2. questionário preliminar de identificação de Burnout, o Maslach
Burnout Inventory (MBI), traduzido para a língua portuguesa e validado por Benevides-Pereira (2001).
De um universo de 51 professores que ensinam em tempo integral, 40 questionários foram aplicados entre os
meses de outubro e novembro de 2018. A coleta de dados foi realizada por meio de aplicação individual no
Instituto Federal da Paraíba, Campus de Patos, contando com a participação mediante consentimento livre e
esclarecido.
A análise dos dados foi realizada utilizando estatística descritiva simples e o questionário de identificação de
Burnout foi analisado segundo protocolo próprio (BENEVIDES-PEREIRA, 2010; VASQUES-MENEZES, 2005;
SILVA, 2012).
RESULTADOS. Como resultado, 75% dos professores trabalham exclusivamente na função docente, com uma
quantidade de aulas semanais variando de 6 a 10 aulas (15%) até 16 a 20 aulas (22,5%). No entanto, esta
função não se limita à ministração de aulas, o que se pode perceber pelo exercício de atividades extraclasse:
42,5% realizam orientação de projetos dos alunos, 35% desenvolvem pesquisas, 30% destinam horário de
trabalho no núcleo de aprendizagem1.
É importante destacar que muitas atividades docentes são realizadas em casa e, portanto, ultrapassam a car-
ga horária de trabalho na instituição. São exemplos dessas atividades desenvolvidas fora do espaço escolar:
preparar e corrigir provas e trabalhos, planejamento de aulas e resolução de conflitos (ROCHA; SARRIERA,
2006).
Todos os professores (100%) afirmam sentir satisfação com o trabalho que exercem, 70% consideram sa-
tisfatório o tempo para planejamento e a quantidade de aulas por dia. Outros itens considerados satisfatórios
são: a relação interpessoal com os colegas de trabalho, assim como o empenho pessoal e o reconhecimento
dentro da instituição (65%); a rotina de trabalho (57,5%); a recompensa financeira e a qualidade do acesso à
internet no trabalho (55%) e os afazeres técnicos da profissão (52,5%). Os aspectos avaliados como insatis-
fatórios são: descanso após o almoço (57,5%) e deslocamento até o local de trabalho (40%).
No tocante à identificação preliminar de Burnout, 80% dos professores apresentam risco elevado para o de-
senvolvimento da Síndrome (pelo menos duas dimensões alteradas). Dentre estes, 12,5% apresentam todas
as dimensões alteradas (alta exaustão emocional, alta despersonalização e alta perda da realização pessoal
no trabalho); 78,1% apresentam alta despersonalização e alta perda de realização pessoal no trabalho; 6,3%
apresentam alta exaustão emocional e alta perda de realização pessoal no trabalho; e, 3,1% apresentam
alta exaustão emocional e alta despersonalização. Dentre os que apresentam risco moderado (apenas uma
dimensão alterada) (17,5%), a dimensão “perda da realização pessoal” revela-se unânime, com 100% dos
profissionais apresentando baixos escores neste item.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os dados da pesquisa revelam que, no trabalho docente em tempo integral, não é
o tempo em sala de aula que pode causar problemas de sobrecarga nos professores, mas sim o conjunto das
atividades realizadas intra e extraclasse.
3º SIMPIF
Verifica-se que os docentes da educação em tempo integral pesquisados apresentam boas condições de
trabalho sendo consideradas satisfatórias para a saúde, apresentando boas relações com os colegas. Porém,
em contraposição à satisfação com o trabalho, o questionário de identificação preliminar de Burnout revela
indícios de alto risco para desenvolvimento da Síndrome na maioria dos professores.
1 Atividade desenvolvida no contraturno para complementação de estudos e ou recuperação de conteúdos com os alunos.
Em um ambiente de trabalho que exige um olhar holístico e empático com alunos, pais, colegas, onde presen-
ciam, muitas vezes, histórias de vulnerabilidade social, conflitos, problemas com desempenho dos alunos, en-
tre outras, a Síndrome de Burnout torna-se um grave problema de saúde possível de acometer os profissionais
da educação, prejudicando seu bem estar e sua produtividade.
Compreende-se que a relação entre saúde e trabalho é complexa e necessária, merecendo análise apro-
fundada de variáveis que expliquem a contradição identificada entre satisfação no trabalho e esgotamento
profissional.
Referências
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Casa do Psicólogo, 2010.
BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. MBI - Maslach Burnout Inventory e suas adaptações para o Brasil. In: Reunião
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BRASIL. Lei n. 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera as Leis n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o
FUNDEB, a CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943, e o Decreto-Lei n. 236, de 28 de
fevereiro de 1967; revoga a Lei n. 11.161, de 5 de agosto de 2005; e institui a Política de Fomento à Implemen-
tação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Diário Oficial da União. Brasília, 17 de fevereiro de 2017.
CARLOTTO, M. S.; CÂMARA, S. G. Análise da produção científica sobre a Síndrome de Burnout no Brasil. Psico,
Porto Alegre, v. 39, n. 2, p. 152-158, abr./jun. 2008.
FLICK, U. Introdução à Pesquisa Qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2009.
GARCIA, L. P.; BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. Investigando o Burnout em professores universitários. Revista
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JUNCÁ, D. C. M. Entre brasas e cinzas? Notas introdutórias sobre a saúde no cenário universitário. Vértices,
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ROCHA, K. B.; SARRIERA, J. C. Saúde percebida em professores universitários: gênero, religião e condições de
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SILVA, S. P. C. S. A Síndrome de Burnout em profissionais da rede de atenção primária em saúde de Aracaju.
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VASQUES-MENEZES, I. A contribuição da Psicologia clínica na compreensão do Burnout – um estudo com
professores. 2005. Tese – Universidade de Brasília, Brasília, 2005.
3º SIMPIF
Independente da fonte (superficial ou subterrânea), a água pode servir de veículo para vários agentes bioló-
gicos e químicos, sendo necessário observar os fatores que podem interferir negativamente na sua qualidade
(SILVA et al., 2017). A análise bacteriológica da água é uma importante ferramenta para a determinação da
qualidade da água de consumo. As técnicas bacteriológicas são específicas e sensíveis ao microrganismo pa-
togênico de alimentos e água para consumo humano (YAMAGUCHI et al., 2013).
Como a qualidade da água é um fator imprescindível à manutenção da saúde humana, o objetivo deste tra-
balho foi de analisar a qualidade microbiológica da água de cisternas que são utilizadas para consumo nas
escolas públicas da cidade de Esperança/PB.
MATERIAIS E MÉTODOS.
O estudo foi desenvolvido em cinco escolas municipais de Esperança no estado da Paraíba, cidade localizada
na mesorregião do Agreste Paraibano.
As amostras de água destinadas para as análises microbiológicas foram coletadas diretamente das cisternas
em garrafas de vidro (500 ml) com boca larga, protegidas com papel laminado, previamente esterilizadas em
autoclave a 121 oC, por 30 minutos, e foram encaminhadas para o Laboratório do Centro de Formação Profis-
sional do Instituto Albano Franco em Campina Grande. As amostras ficaram conservadas à temperatura de 4
a 8 oC pelo tempo máximo de quatro horas, até o momento da semeadura.
Os parâmetros analisados foram: coliformes totais, coliformes termotolerantes, Escherichia coli e bactérias
heterotróficas. Os parâmetros microbiológicos das águas foram determinados seguindo-se as metodologias
da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Os valores foram avaliados conforme as recomen-
dações da portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2017).
Coliformes totais, coliformes termotolerantes e Escherichia coli - determinação pela técnica de tubos múltiplos
A determinação do número mais provável (NMP) de coliformes em uma amostra foi efetuada a partir de apli-
cação da técnica de tubos múltiplos. A técnica consiste na inoculação de volumes decrescentes da amostra
em meio de cultura adequado ao crescimento dos microrganismos pesquisados, sendo cada volume inoculado
em uma série de tubos. Por meio de diluições sucessivas da amostra, são obtidos inóculos, cuja semeadura
fornece resultados negativos em pelo menos um tubo da série em que os mesmos foram inoculados; e a com-
binação de resultados positivos e negativos permite a obtenção de uma estimativa de densidade das bactérias
pesquisadas pela aplicação de cálculos de probabilidade (CETESB, 2018). A densidade de coliformes termoto-
lerantes ou E. coli é obtida a partir de um exame específico, aplicado paralelamente ao teste para confirmação
de coliformes totais.
Consiste na transferência de inóculo de cada cultura com resultado positivo em Caldo laurel triptose (CLT)
com púrpura de bromocresol para tubos contendo meio EC (coliformes termotolerantes) ou EC MUG (E. coli),
que serão incubados durante 24 ± 2 horas em banho-maria ou incubadora a 44,5 ± 0,2°C. O resultado para
coliformes termotolerantes será positivo quando houver produção de gás a partir da fermentação da lactose
contida no meio E.C ou para E. coli, quando houver fluorescência azul sob lâmpada ultravioleta de comprimen-
to de onda 365 - 366 nm em ambiente escuro.
RESULTADOS. Todas as amostras apresentaram resultados positivos com relação aos coliformes totais e coli-
formes termotolerantes. Os níveis estão acima do limite permitido como satisfatório. A Portaria de Consolida-
ção Nº 5/2017 do Ministério da Saúde determina ausência de coliformes totais em cada 100 mL de amostra
de águas destinadas ao consumo e, por essa razão, nenhuma dessas amostras pode ser considerada própria
para consumo humano.
Com relação a bactéria E. coli, apenas as amostras 3 e 4 apresentaram resultados insatisfatórios. A presença
de E. coli nas cisternas indica contaminação fecal recente e pode estar relacionada com o manejo dos usuários
3º SIMPIF
Com relação as bactérias heterotróficas, quatro amostras apresentaram quantidade de bactérias heterotrófi-
cas, totalmente fora dos limites estabelecidos pela portaria vigente, que determina um valor de até 500 UFC
mL-1, e apenas uma amostra dentro dos padrões estipulados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Conclui-se que todas as amostras estão em desacordo com as recomendações
estipuladas pela Portaria do Ministério da Saúde de nº 5, de 28 de setembro de 2017, pois apresentaram
coliformes totais, coliformes termotolerantes, Escherichia coli e/ou Bactérias heterotróficas, necessitando,
portanto, de tratamento prévio antes de serem fornecidas para consumo humano.
AGRADECIMENTOS: Ao IFPB Campus Esperança pela concessão da taxa de bancada para o desenvolvimento
dessa pesquisa.
Referências
AMORIM, M. C. C.; PORTO, E. R. Avaliação da Qualidade Bacteriológica das Águas de Cisternas: Estudo de
Caso no Município de Petrolina - PE. Anais do 3º Simpósio Brasileiro de Captação de Água de Chuva no Se-
miárido. Campina Grande – PB, ABCMAC, 2001.
BRASIL. Portaria de consolidação de nº de 28 de setembro de 2017 do Ministério da Saúde. Dispõe sobre
os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMETO AMBIENTAL DE SÃO PAULO (CETESB). 2006. Norma técnica L5 201,
de janeiro de 2006. Contagem de bactérias heterotróficas: método de ensaio. São Paulo: CETESB. 14 p. 2006.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMETO AMBIENTAL DE SÃO PAULO (CETESB). 2018. Norma técnica L5
202, de janeiro de 2018. Coliformes totais, coliformes termotolerantes e Escherichia coli - Determinação
pela técnica de tubos múltiplos. 5ª Edição. São Paulo: CETESB. 29 p. 2018.
LIBÂNIO, M. Fundamentos de Qualidade e Tratamento de Água. 3. ed. Campinas: Editora Átomo, 2010. 494p.
MORAIS, G. F. O.; SANTOS, N. A.; VASCO, A. N.; BRITTO, F. B. Manejo, aspectos sanitários e qualidade da água
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SILVA, A. B; BRITO, J. M.; DUARTE, J. S.; ALMEIDA, O. E. L. Análise microbiológica da água utilizada para con-
sumo nas escolas de Esperança, Paraíba. Revista Principia, n. 37, p. 11-17, 2017.
YAMAGUCHI, M. U., CORTEZ, L. E. R.; OTTONI, L. C. C.; OYAMA, J. Qualidade microbiológica da água para con-
sumo humano em instituição de ensino de Maringá-PR. O Mundo da Saúde, v. 37, n. 3, p. 312-320, 2013.
3º SIMPIF
As doenças de veiculação hídrica são caracterizadas principalmente pela ingestão de água contaminada por
microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou humana, transmitidos basicamente pela rota fe-
cal-oral (TORTORA et al., 2005). Segundo dados da Organização mundial da Saúde (OMS), 80% das doenças
que ocorrem em países em desenvolvimento são ocasionados pela contaminação da água (GUERRA et al.,
2006).
Diante disso, esse trabalho teve como objetivo avaliar os parâmetros microbiológicos da água das torneiras
que são utilizadas para consumo nas escolas públicas da cidade de Esperança/PB.
MATERIAIS E MÉTODOS. O estudo foi desenvolvido em cinco escolas municipais de Esperança no estado da
Paraíba, cidade localizada na mesorregião do Agreste Paraibano.
As amostras de água destinadas para as análises microbiológicas foram coletadas diretamente das torneiras
em garrafas de vidro (500 ml) com boca larga, protegidas com papel laminado, previamente esterilizadas em
autoclave a 121 oC, por 30 minutos, e foram encaminhadas para o Laboratório do Centro de Formação Profis-
sional do Instituto Albano Franco em Campina Grande. As amostras ficaram conservadas à temperatura de 4
a 8 oC pelo tempo máximo de quatro horas, até o momento da semeadura.
Os parâmetros analisados foram: coliformes totais, coliformes termotolerantes, Escherichia coli e bactérias
heterotróficas.
Coliformes totais, coliformes termotolerantes e Escherichia coli - determinação pela técnica de tubos múl-
tiplos
A determinação do número mais provável (NMP) de coliformes em uma amostra foi efetuada a partir de apli-
cação da técnica de tubos múltiplos. A técnica consiste na inoculação de volumes decrescentes da amostra
em meio de cultura adequado ao crescimento dos microrganismos pesquisados, sendo cada volume inoculado
em uma série de tubos. Por meio de diluições sucessivas da amostra, são obtidos inóculos, cuja semeadura
fornece resultados negativos em pelo menos um tubo da série em que os mesmos foram inoculados; e a com-
binação de resultados positivos e negativos permite a obtenção de uma estimativa de densidade das bactérias
pesquisadas pela aplicação de cálculos de probabilidade (CETESB, 2018). A densidade de coliformes termoto-
lerantes ou E. coli é obtida a partir de um exame específico, aplicado paralelamente ao teste para confirmação
de coliformes totais.
Consiste na transferência de inóculo de cada cultura com resultado positivo em Caldo laurel triptose (CLT)
com púrpura de bromocresol para tubos contendo meio EC (coliformes termotolerantes) ou EC MUG (E. coli),
que serão incubados durante 24 ± 2 horas em banho-maria ou incubadora a 44,5 ± 0,2°C. O resultado para
coliformes termotolerantes será positivo quando houver produção de gás a partir da fermentação da lactose
contida no meio E.C ou para E. coli, quando houver fluorescência azul sob lâmpada ultravioleta de comprimen-
to de onda 365 - 366 nm em ambiente escuro.
RESULTADOS. Com relação as bactérias E. coli, foram encontrados resultados positivos apenas nas amostras
4 e 5, apontando contaminação recente, uma vez que essa espécie sobrevive pouco tempo no ambiente.
Com relação as bactérias heterotróficas, todas as amostras apresentaram resultados positivos bem acima do
permitido pela legislação vigente. Apenas a água da torneira da escola 5 está em conformidade com o que
estipula a Portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde, que determina um valor de até 500
3º SIMPIF
UFC mL-1 (BRASIL, 2017). Isso pode estar relacionado a má higienização das caixas d’água e tubulações com
um tempo já considerável de funcionamento.
De acordo com as análises realizadas, detectou-se a presença coliformes totais e termotolerantes em todas
as amostras coletadas. A Portaria de Consolidação Nº 5/2017 do Ministério da Saúde determina ausência de
coliformes totais em cada 100 mL de amostra de águas destinadas ao consumo e, por essa razão, nenhuma
dessas amostras pode ser considerada própria para consumo humano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Conclui-se que todas as amostras estão em desacordo com as recomendações
estipuladas pela Portaria do Ministério da Saúde de nº 5, de 28 de setembro de 2017, pois apresentaram
coliformes totais, coliformes termotolerantes, Escherichia coli e/ou Bactérias heterotróficas, necessitando,
portanto, de tratamento prévio antes de serem fornecidas para consumo humano.
AGRADECIMENTOS: Ao IFPB Campus Esperança pela concessão da taxa de bancada para o desenvolvimento
dessa pesquisa.
Referências
BRASIL. Portaria de consolidação de nº de 28 de setembro de 2017 do Ministério da Saúde. Dispõe sobre
os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMETO AMBIENTAL DE SÃO PAULO (CETESB). 2006. Norma técnica L5
201, de janeiro de 2006. Contagem de bactérias heterotróficas: método de ensaio. São Paulo: CETESB. 14
p. 2006.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMETO AMBIENTAL DE SÃO PAULO (CETESB). 2018. Norma técnica L5
202, de janeiro de 2018. Coliformes totais, coliformes termotolerantes e Escherichia coli - Determinação
pela técnica de tubos múltiplos. 5ª Edição. São Paulo: CETESB. 29 p. 2018.
GUERRA, N. M. M.; OTENIO, M. H.; SILVA, M. E. Z.; GUILHERMETTI, M.; NAKAMURA, C. V.; NAKAMURA, T. U.;
DIAS FILHO, B. P. Ocorrência de Pseudomonas aeruginosa em água potável. Acta Scientiarum Biological
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MASSOUD, M. A.; ABDOLMONIM, A. A.; JURDI, M.; NUWAYHID, I. The challenges of sustainable access to safe
drinking water in rural areas of developing countries: Case of Zawtar El-Charkieh, Southern Lebanon. Journal
of Environmental Health, v. 72, n. 10, p. 24-30, 2010.
MENDONÇA, M. H. M.; ROSENO, S. A. M.; CACHOEIRA, T. R. L.; SILVA, A. F. S.; JÁCOME, P. R. L. A.; JÁCOME JÚ-
NIOR, A. T. Análise bacteriológica da água de consumo comercializada por caminhões-pipa. Revista Ambiente
e Água, v. 12, n. 3, p. 468-475, 2017.
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 8ª Edição, Editora Artmed, 2005.
SILVA, A. B; BRITO, J. M.; DUARTE, J. S.; BRAZ, A. S.; SILVA, R. A.; SILVA FILHO, E. D. Análise físico-química
da água utilizada para consumo nas escolas municipais da zona urbana de Esperança/PB. Biota Amazônia,
Macapá, v. 8, n. 3, p. 49-52, 2018.
3º SIMPIF
MATERIAS E MÉTODOS. A seleção dos participantes foi feita de modo não-probabilístico, na qual os sujeitos
foram selecionadosdeformaintencional(THOMAS;NELSON;SILVERMAN,2012).Ogrupofoicomposto por 17 atle-
tas adultos do sexo masculino de uma equipe de basquetebol da Paraíba, que disputa competições em nível
regional (Campeonato Paraibano, Copa Nordeste, Liga Paraibana) e nacional (Copa Brasil) com média de 20,9
± 3,2 anos e índice de massa corporal de 23,7 ± 1,7 kg/m2. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde, UniversidadeFederal da Paraíba (UFPB), Brasil, sob o CAAE núme-
ro:58593416.6.0000.5188/16.
Os atletas foram orientados a ir vestidos com roupa de banho, não consumir tabaco, álcool ou drogas que
afetem a termogênese corporal, não realizar atividade física de moderada a intensa e se alimentaraté2horasan-
tesdoexametermográficoenãoutilizaróleosoucremeshidratantesnasregiões a serem examinadas, conforme reco-
mendações de Gomes da Silva et al.(2017).
O registro dos termogramas foi a última etapa da coleta de dados em cada avaliação. No total, cada atleta
foi avaliado seis vezes no estudo agudo e a cada 30 dias no estudo crônico (três coletas), totalizando nove
coletas. As avaliações termográficas foram realizadas sempre no Laboratório de Termografia (LabTerm) do
Núcleo de Pesquisas nas Ciências do Movimento Humano (NPCMH) da UFPB, os atletas ficaram posicionados
em frente a uma parede de fundo preto, em cima de um step à 15cm do piso.
Para obtenção dos termogramas, foi utilizada uma câmera T-360 (FLIR® Systems, USA), em cada atleta foram
feitas imagens da vista anterior e posterior. Para esse estudo, foram determinadas 34 RegiõesCorporaisdeIn-
teresse(RCI).Depossedostermogramas,asimagensforamanalisadasatravés dosoftwareFLIR®ThermacamRe-
porter,versão8.2,comemissividadede0,98.Paraisso,foiutilizado a média dastemperaturas.
RESULTADOS. Os 17 atletas avaliados apresentavam índice de massa corporal, percentual de gordura, massa
corporal magra e relação cintura-quadril compatíveis com eutrofia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Por fim, diante do exposto, pode-se constantat que o perfil termográfico dos atleta-
sapresentou consistência na maioria das temperaturas avaliadas com exceção das regiões anterior e posterior
do braço o que pode implicar em um maior estresse metabólico na região anterior que apresentou diferenças
térmica superior a um grau, considerada uma diferença bastanteacentuada.
AGRADECIMENTOS: À participação dos atletas e a colaboração dos profissionais da área técnica envolvidos
no trabalho, ao laboratório de Termografia (LabTerm) e Laboratório de Estudos do TreinamentoFísicoAplica-
doaoDesempenhoeaSaúde-(LETFADS),ambosdaUniversidadeFederal da Paraíba(UFPB).
Referências
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FERNANDES, A. A. et al,. Applications of Infrared Thermography in Sports. a Review. Revista internacional de
medicina y ciencias de la actividad física y del deporte, v. 15, n. 60, p. 805–824, 2015.
GOMES DA SILVA, A. et al. Resposta térmica da pele ao exercício em remoergômetro de alta versus moderada
intensidade em homens fisicamente ativos. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 2017.
RING, E. F. J.; AMMER, K. The Technique of Infra Red Imaging in Medicine. p. 7–14, 2000
SAMPEDRO, J.; PIÑONOSA, S.; FERNANDEZ, I. La termografía como nueva herramienta de evaluaciónenba-
loncesto:EstudiopilotorealizadoaunjugadorprofesionaldelaACB.Cuadernosde Psicología del Deporte, v. 12, p.
3º SIMPIF
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SILLERO-QUINTANA, M. et al. Infrared thermography as a support tool for screening and early diagnosis in
emergencies. Journal of Medical Imaging and Health Informatics, v. 5, n. 6, p. 1223- 1228, 2015.
THOMAS, J. R.; NELSON, J. K.; SILVERMAN, S. J. Métodos de pesquisa em atividade física. Artmed Editora, 2012.
Existem diversos modelos teóricos que buscam explicar as causas e os mecanismos inerentes à depressão,
focando em aspectos comportamentais, cognitivos ou interpessoais. Por exemplo, o mais aceito na atualidade
é o modelo que reconhece a influência de fatores biológicos e ambientais (DALGALARRONDO, 2019). Assim, a
depressão constitui-se em uma condição clínica formada pela interação de múltiplas causalidades, sejam elas
internas ou externas ao ser humano. É capaz de afetar pessoas em todas as fases do desenvolvimento (PA-
PALIA E FELDMAN, 2013) apresentando formas de manifestação variadas, podendo ser caracterizada como
sintoma de muitos transtornos orgânicos, psicológicos ou psiquiátricos ou ainda, como uma doença específica
(CALDEIRA, 2013). Trata-se de um problema de saúde pública, tendo em vista sua proliferação entre a po-
pulação mundial, o comprometimento da qualidade de vida, o avanço da mortalidade, o uso exacerbado dos
serviços de saúde, os crescentes investimentos nesse setor, bem como o alto potencial para incapacitar as
pessoas nas diferentes esferas da vida, como: familiar, escolar, social e laborativa (GASPAR, 2012). Segundo
a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2018) estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofram de de-
pressão, sendo uma doença que, dependendo da gravidade e/ou falta de tratamento, pode levar ao suicídio.
No que diz respeito à ansiedade, cada vertente de psicopatologia apresenta uma diversidade de classificações
(DALGALARRONDO, 2019). Conforme Rosolen (2012), a ansiedade pode ser interpretada de duas formas: a)
como uma reação normal, constitutiva da existência humana e com caráter protetor, ao evitar exposição ao
perigo ou medo e; b) como elemento capaz de desencadear transtornos ansiosos, ao provocar uma reação
desproporcional do indivíduo, aliado com alterações somáticas (taquicardia e/ou sudorese, por exemplo) e
que trazem algum prejuízo à vida diária da pessoa. Para Dalgalarrondo (2019), a ansiedade refere-se a um
“estado de humor desconfortável, apreensão negativa em relação ao futuro, inquietação interna desagradá-
vel” (p.166), envolvendo manifestações somáticas e fisiológicas (falta de ar, tremores, tontura, dentre outros),
bem como manifestações psíquicas (apreensão e desconforto mental, por exemplo).
A Estratégia Saúde da Família (ESF), enquanto reorganização da Atenção primária e básica vinculada ao Sis-
tema Único de Saúde - SUS, tornou-se fundamental para a atenção das pessoas portadoras de transtornos
mentais e seus familiares, que favorecem a inclusão social no território onde vivem. No entanto, diante das
crescentes demandas em saúde mental, o SUS tem se mostrado incapaz de responder a esses desafios, ain-
da que haja o matriciamento como uma importante ferramenta das equipes de apoio ao Programa Saúde da
Família através do NASF1. O apoio matricial é uma estratégia para aumentar a resolutividade da atenção pri-
mária no manejo dos transtornos mentais no Brasil, já que o NASF abriga equipe multidisciplinar (psicólogos,
psiquiatras e terapeutas ocupacionais), dando suporte a equipes de saúde da família no território adscrito,
sendo assim o matriciamento:
(...) é uma troca de saberes sincrônica, em que as equipes de saúde da família compartilham
os casos de saúde mental com os especialistas por meio de discussões de casos, consultas
ou visitas compartilhadas com membros dessas equipes, consultas e visitas especializadas e
grupos terapêuticos (eixo assistencial). Outra possibilidade é que o matriciamento ocorra por
meio de discussões de temas elencados pelas equipes de saúde da família, que podem surgir da
discussão de um caso específico, como manejo farmacológico da depressão (eixo pedagógi-
co). Esses encontros visam à ampliação e à qualificação das ações das equipes de atenção pri-
mária no manejo do sofrimento psíquico e dos transtornos mentais. (CREPALDI, 2016, p.227)
Sendo assim, é importante se pensar sobre novas ferramentas de intervir nas necessidades desses usuários
em saúde mental, dirimindo dúvidas, encorajando-os ao tratamento, combatendo os preconceitos (incluindo
os próprios), e abrindo espaços de comunicação e pertencimento através da inclusão social e digital.
O objetivo geral do projeto é PRODUZIR um aplicativo para possíveis usuários que tenham a saúde mental
como interesse, delimitando como escopo a depressão e transtornos de ansiedade. Com este objetivo (ge-
ral), definimos os seguintes objetivos específicos: 1) POSSIBILITAR a construção de um mural com relatos e
experiências dos usuários no tratamento a fim de dar voz às subjetividades e pertencimento dos usuários; 2)
CRIAR E/OU DISPONIBILIZAR material de apoio ou didático, com características pedagógicas, promovendo a
educação em saúde contínua; 3) DISPONIBILIZAR alarme para a administração de psicotrópicos, devidamente
prescrito por profissional em saúde; 4) ABORDAR as terapias adjuvantes ou alternativas como possibilidades
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. A metodologia que vem sendo empregada no desenvolvimento deste trabalho con-
siste: 1) Revisão bibliográfica a respeito de depressão e transtornos de ansiedade; 2) Desenvolvimento do
aplicativo; e 3) Avaliação do aplicativo por pesquisadores e profissionais das áreas de informática, psicologia
e psiquiatria.
Estamos em fase de finalização da etapa 1, revisão bibliográfica, e demos início a fase 2, desenvolvimento do
aplicativo. Para esta segunda etapa do trabalho estamos adotando uma metodologia de trabalho inspirada na
metodologia ágil de desenvolvimento SCRUM, que consiste de ciclos de desenvolvimento, onde a cada itera-
ção teremos fase de análise de requisitos, projeto, implementação e testes. Em um ciclo inicial revisamos as
funcionalidades que deveriam estar presentes no aplicativo e definimos a interface gráfica deste. No segundo
ciclo estamos desenvolvendo em si a primeira funcionalidade do aplicativo, que chamamos de Painel Motiva-
cional, correspondente ao objetivo específico número 1.
RESULTADOS. O principal produto deste trabalho será o aplicativo, que esperamos submeter ainda este ano a
avaliação por profissionais, tanto da área de saúde mental quanto de Informática. O aplicativo encontra-se em
fase inicial de desenvolvimento, com as primeiras funcionalidades ainda não concluídas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Acreditamos que o aplicativo possa contribuir enquanto uma ferramenta informa-
tiva e de apoio às pessoas com depressão e/ou transtorno de ansiedade, assim como seus familiares. Auxi-
liando ambos a entender efetivamente o que se passa, onde buscar ajuda, como organizar o seu tratamento,
bem como propor sugestões de atividades e condutas que possam minimizar os efeitos destes transtornos.
AGRADECIMENTOS: Este projeto foi financiado pela Chamada Interconecta, Edital nº 14/2019. Estão traba-
lhando também neste projeto os servidores Berttony da Silva Nino e Izak Alves dos Santos.
Referências
CALDEIRA, G. A depressão na prática clínica. In: CALDEIRA, G.; MARTINS, J. D. Psicossomática: teoria e práti-
ca. 3 ed. Belo Horizonte: Artesã Editora, 2013.
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.
GASPAR, K. C. Depressão, ideação suicida e etilismo na oncologia. In: ANGERAMI-CAMON, V. A. (Org.). Psi-
cossomática e suas interfaces: o processo silencioso do adoecimento. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
OMS. Organização Mundial de Saúde. Organização Pan-Americana de Saúde. Folha informativa: depressão.
Atualizada em março de 2018. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&-
view=article&id=5635:folha-informativa-depressao&Itemid=1095. Acessado em 03/03/2019.
PAPALIA, D. E; FELDMAN, R.D. Desenvolvimento Humano. 12 ed. [trad: Carla Filomena Marques Pinto Vercesi
et al] Porto Alegre : AMGH, 2013.
ROSOLEN, D.E.B. Da ansiedade intrínseca à existência à psicopatologia da ansiedade: Considerações sobre a
ansiedade embasadas na prática clínica. In: ANGERAMI-CAMON, V. A. (Org.). Psicossomática e suas interfaces:
o processo silencioso do adoecimento. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
3º SIMPIF
Por ser um recurso de fundamental importância para a vida, torna-se imprescindível controlar e exigir sua
qualidade, por meio de regulamentos técnicos específicos e legislações que garantem saúde e bem-estar à
população humana e animal (MORAIS et al., 2016).
No Brasil, as legislações vigentes que tratam de potabilidade da água para consumo humano e de águas sub-
terrâneas são, respectivamente, a portaria de consolidação de nº 5, de 28 de setembro de 2017, do Ministério
da Saúde (BRASIL, 2017) e a resolução nº 396, de 3 de abril de 2008, do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(BRASIL, 2008).
As análises dos parâmetros físico-químicos são uma tentativa de levantar informações a respeito da qualidade
da água, para identificar e monitorar possíveis efeitos negativos para a saúde humana ou aos organismos que
utilizam este recurso (TOZZO; GONÇALVES, 2014). Diante disso, esse trabalho teve o objetivo de avaliar alguns
parâmetros físico-químicos da água das torneiras nas escolas públicas da zona urbana de Esperança-PB.
MATERIAIS E MÉTODOS. O estudo foi desenvolvido em cinco escolas municipais de Esperança no estado da
Paraíba, cidade localizada na mesorregião do Agreste Paraibano.
As amostras de água destinadas para as análises físico-químicas foram coletadas em garrafas plásticas de 2
litros diretamente das torneiras e foram encaminhadas ao Laboratório do Programa de Pesquisa em Sanea-
mento Básico (PROSAB), em Campina Grande, para a realização das análises.
Os parâmetros analisados foram os seguintes: condutividade elétrica, Sólidos Totais Dissolvidos, cor aparente,
cloreto, nitrito e nitrato.
RESULTADOS.
As amostras de água apresentaram uma condutividade elétrica que variou de 181 a 444 µS/cm. De acordo
com Esteves (2011), a condutividade elétrica é um parâmetro que pode mostrar modificações na composição
dos corpos d’água, mas não especifica quantidades e componentes. Nas regiões tropicais a condutividade
está relacionada com as características geoquímicas da região e condições climáticas (periodicidade de pre-
cipitações).
Com relação aos Sólidos Totais Dissolvidos, as amostras apresentaram valores que variaram de 82 a 306 mg L-1.
A entrada de sólidos na água pode ocorrer de forma natural (processos erosivos, organismos e detritos orgâ-
nicos) ou antropogênica (lançamento de lixo e esgotos). O padrão de potabilidade refere-se apenas aos sóli-
dos totais dissolvidos (limite: 1000 mg L-1), já que esta parcela reflete a influência de lançamento de esgotos,
além de afetar a qualidade organoléptica da água (BRASIL, 2014).
De acordo com Esteves (2011), os sólidos totais dissolvidos (STD) estão relacionados diretamente com a con-
dutividade elétrica e é usada em laboratório de rotina como medida da salinidade da água e/ ou dos efeitos
causados por alguma atividade antrópica que afete um corpo d’água.
Em relação a cor aparente, todas as amostras não atenderam ao padrão vigente, apresentando valores que
variaram de 29,3 a 42,6 uH. A Portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde estabelece para
cor aparente o Valor Máximo Permitido de 15 uH como padrão de aceitação para consumo humano.
Verificou-se que o teor de cloreto foi em média de 56,68 mg/L de Cl-, estando dentro dos padrões permitidos
pela portaria No 05/2017 que estabelece um teor de 250 mg/L de Cl como valor máximo permitido para água
potável.
Com relação ao nitrito, as amostras apresentaram valores menor que 1, com média de 4,34 x 10-3, corrobo-
rando com a portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde que preconiza um Valor Máximo
Permitido (VMP) igual a 1.
3º SIMPIF
O nitrito é um estado de oxidação intermediário de nitrogênio, e ocorre tanto pela oxidação do amônio, como
pela redução do nitrato (BRASIL, 2011). Se o nitrito for ingerido diretamente, pode ocasionar metemoglobi-
nemia independente da faixa etária do consumidor (BATALHA; PARLATORE, 1993).
Com relação ao nitrato, verificou-se valores que variaram de 0,17 a 0,73 mg/L, estando, portanto, de acordo
com a portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde que estabelece um valor máximo permi-
tido de 10 mg/L.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. As amostras de água coletadas não estão adequadas para o consumo humano,
pois a cor aparente está com um valor acima do permitido pela legislação Brasileira. De acordo com Libânio
(2010), a cor da água é produzida por partículas dispersas de origem orgânica, podendo também ser resulta-
do da presença de compostos de ferro e manganês ou do lançamento de diversos tipos de resíduos industriais,
o que pode trazer consequências negativas quando consumida pelo ser humano.
AGRADECIMENTOS: Ao IFPB Campus Esperança pela concessão da taxa de bancada para o desenvolvimento
dessa pesquisa.
Referências
APHA. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard Methods for the examination of water and was-
tewater. 22nd ed. Washington: American Public Health Association. 1360 p. 2012.
BATALHA, B. L.; PARLATORE, A. C. Controle da qualidade da água para consumo humano: bases conceituais
e operacionais. São Paulo: Cetesb, 1993.
BRASIL. Resolução nº 396 de 3 de abril de 2008. Brasília: Conselho Nacional do Meio Ambiente, 2008.
BRASIL. Portaria nº 2914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde. Dispõe sobre os procedimen-
tos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.
BRASIL. Manual de Controle da Qualidade da Água para Técnicos que Trabalham em ETAS. Ministério da
Saúde, Fundação Nacional de Saúde. Brasília: Funasa, 112 p., 2014.
BRASIL. Portaria de consolidação de nº de 28 de setembro de 2017 do Ministério da Saúde. Dispõe sobre
os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.
ESTEVES, F. Fundamentos de limnologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2011. 826 p.
LIBÂNIO, M. Fundamentos de Qualidade e Tratamento de Água. Campinas/SP. 3ª Edição, Editora Átomo,
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MASSOUD, M. A.; ABDOLMONIM, A. A.; JURDI, M.; NUWAYHID, I. The challenges of sustainable access to safe
drinking water in rural areas of developing countries: Case of Zawtar El-Charkieh, Southern Lebanon. Journal
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MORAIS, W. A.; SALEH, B. B.; ALVES, W. S.; AQUINO, D. S. Qualidade sanitária da água distribuída para abaste-
cimento público em Rio Verde, Goiás. Brasil, Caderno de Saúde Coletiva, n. 24, v. 3, p. 361-367, 2016.
TOZZO, R. A.; GONÇALVES, E. A. Análise Físico-química da água do Riacho Japira, Localizado no Município de
Apucarana-PR. Revista Meio Ambiente e Sustentabilidade, v. 6, n. 3, p. 296-307, 2014.
3º SIMPIF
Edmilson Dantas da Silva Filho Independente da fonte (superficial ou subterrânea), a água pode ser-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e vir de veículo para vários agentes biológicos e químicos, sendo ne-
Tecnologia da Paraíba - Campus Campina
cessário observar os fatores que podem interferir negativamente na
Grande
sua qualidade (CUNHA et al., 2012).
Os bebedouros podem ser fontes favoráveis de contaminação se não devidamente higienizados, pois há conta-
to direto entre pessoas com hábitos de higiene desconhecidos e se estes aparelhos não passarem por todas as
etapas de tratamento que garantem o controle, qualidade e boas condições de uso, podem transmitir doenças
causadas pelo consumo de água (OLIVEIRA et al., 2018)
Diante disso, este trabalho teve o objetivo de supervisionar a qualidade microbiológica da água dos bebedou-
ros das escolas públicas da zona urbana do município de Esperança/PB.
MATERIAIS E MÉTODOS. O estudo foi desenvolvido em cinco escolas municipais da zona urbana de Esperança
no estado da Paraíba, cidade localizada na mesorregião do Agreste Paraibano.
As amostras de água destinadas para as análises microbiológicas foram coletadas diretamente dos bebedou-
ros em garrafas de vidro (500 ml) com boca larga, protegidas com papel laminado, previamente esterilizadas
em autoclave a 121 oC, por 30 minutos, e foram encaminhadas para o Laboratório do Centro de Formação
Profissional do Instituto Albano Franco em Campina Grande. As amostras ficaram conservadas à temperatura
de 4 a 8 oC pelo tempo máximo de quatro horas, até o momento da semeadura.
Os parâmetros analisados foram: coliformes totais, coliformes termotolerantes, Escherichia coli e bactérias
heterotróficas.
Coliformes totais, coliformes termotolerantes e Escherichia coli - determinação pela técnica de tubos múl-
tiplos
A determinação do número mais provável (NMP) de coliformes em uma amostra foi efetuada a partir de apli-
cação da técnica de tubos múltiplos. A técnica consiste na inoculação de volumes decrescentes da amostra
em meio de cultura adequado ao crescimento dos microrganismos pesquisados, sendo cada volume inoculado
em uma série de tubos. Por meio de diluições sucessivas da amostra, são obtidos inóculos, cuja semeadu-
ra fornece resultados negativos em pelo menos um tubo da série em que os mesmos foram inoculados; e a
combinação de resultados positivos e negativos permite a obtenção de uma estimativa de densidade das bac-
térias pesquisadas pela aplicação de cálculos de probabilidade (CETESB, 2018). A densidade de coliformes
termotolerantes ou E. coli foi obtida a partir de um exame específico, aplicado paralelamente ao teste para
confirmação de coliformes totais.
Consiste na transferência de inóculo de cada cultura com resultado positivo em Caldo laurel triptose (CLT)
com púrpura de bromocresol para tubos contendo meio EC (coliformes termotolerantes) ou EC MUG (E. coli),
que serão incubados durante 24 ± 2 horas em banho-maria ou incubadora a 44,5 ± 0,2°C. O resultado para
coliformes termotolerantes será positivo quando houver produção de gás a partir da fermentação da lactose
contida no meio E.C ou para E. coli, quando houver fluorescência azul sob lâmpada ultravioleta de comprimen-
to de onda 365 - 366 nm em ambiente escuro.
RESULTADOS. Com base no critério de potabilidade estabelecido pela Portaria de Consolidação Nº 5/2017 do
Ministério da Saúde, observou-se que, entre as amostras analisadas, quatro delas (1, 2, 3 e 4) apresentaram
quantidade de bactérias heterotróficas, totalmente fora dos limites estabelecidos pela portaria vigente (até
500 UFC mL-1), e apenas uma dentro dos padrões determinados.
Em relação a coliformes totais, quatro amostras apresentaram resultados positivos. A Portaria de Consolida-
3º SIMPIF
ção Nº 5/2017 do Ministério da Saúde determina ausência de coliformes totais em cada 100 mL de amostra
de águas destinadas ao consumo e, por essa razão, nenhuma dessas amostras pode ser considerada própria
para consumo humano. Enquanto que em três amostras foram detectadas presença de coliformes termoto-
lerantes.
A presença da bactéria E. coli, considerada indicativo de contaminação fecal, foi evidenciada em apenas uma
amostra, apontando contaminação recente, uma vez que essa espécie sobrevive pouco tempo no ambiente
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Conclui-se que todas as amostras estão em desacordo com as recomendações
estipuladas pela Portaria do Ministério da Saúde de nº 5, de 28 de setembro de 2017, pois apresentaram
coliformes totais, coliformes termotolerantes, Escherichia coli e/ou Bactérias heterotróficas, necessitando,
portanto, de tratamento prévio antes de serem fornecidas para consumo humano.
AGRADECIMENTOS: Ao IFPB Campus Esperança pela concessão da taxa de bancada para o desenvolvimento
dessa pesquisa.
Referências
BRASIL. Portaria de consolidação de nº de 28 de setembro de 2017 do Ministério da Saúde. Dispõe sobre
os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.
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201, de janeiro de 2006. Contagem de bactérias heterotróficas: método de ensaio. São Paulo: CETESB. 14
p. 2006.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMETO AMBIENTAL DE SÃO PAULO (CETESB). 2018. Norma técnica L5
202, de janeiro de 2018. Coliformes totais, coliformes termotolerantes e Escherichia coli - Determinação
pela técnica de tubos múltiplos. 5ª Edição. São Paulo: CETESB. 29 p. 2018.
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Físico-química e microbiológica de água mineral e padrões da legislação. Revista Ambiente & Água - An In-
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sumo humano em instituição de ensino de Maringá-PR. O Mundo da Saúde, v. 37, n. 3, p. 312-320, 2013.
3º SIMPIF
O Xique-xique (Pilosocereusgounellei) se desenvolve em áreas mais secas da região semiárida, nos solos
rasos, entre rochas, essas cactáceas cobrem extensas áreas da Caatinga. Tem uma altura que não ultrapassa
os 4 metros, tem espinhos rígidos e pontiagudos. É conhecido também por alastrado, pois seus galhos se
alastram e se desenvolvem em forma de candelabro.
A Coroa de frade (Melocactusbahiensis) este cacto ocorre com muita frequência em todo semiárido. Tem um
formato globoso, cônico, de centro definido, podendo chegar até 12 cm de altura; possuindo arestas, suas
flores são vermelhas; e seu fruto é uma baga rósea. Diferente das outras cactáceas o nordestino tem muito
apresso por essa cactácea na alimentação humana, em que muitos fabricam doces, cocadas e licores, pois
são de um sabor exuberante, além de seus pequenos frutos que são comestíveis e poder se produzir sucos
deliciosos com os mesmos.
Em vista que essas cactáceas ainda não são tão reconhecidas tanto no ponto de vista de seu consumo e de
seus valores nutritivos e proteicos tem-se uma grande necessidade de inovar na sua utilização, este trabalho
tem como objetivo testar a aceitação da sobremesa com os alunos de Agroecologia do IFPB, como uma alter-
nativa viável para uma sobremesa na alimentação humana.
MATERIAIS E MÉTODOS. A área que foi feita a colheita da Coroa de Frade e do fruto do Xique-xique, se en-
contra na zona rural do município de Nova Palmeira, estado da Paraíba, inserida territorialmente na área do
Semiárido Brasileiro, com sua população de 4.365 habitantes e área física de 310 km², contendo uma latitude
de 6° 40′ 44″ Sul, longitude de 36° 24′ 57″ Oeste. Limita-se entre os municípios de Pedra Lavrada, Baraúna e
Picuí, todos da Paraíba. As cactáceas e os frutos colhidos foram coletados da comunidade rural sitio corujinha,
após colhidos foram levados ao Laboratório de Processamento de Alimentos do IFPB – campus Picuí onde
foram feitas as análises.Foram aplicados 17 questionários com 4 perguntas para alunos do curso superior em
agroecologia do IFPB - campus Picuí, onde degustaram e responderam as respectivas perguntas: a) Em que
o brigadeiro mais agradou?; b) qual a probabilidade de indicar a sobremesa?; c) a aceitação do produto? d)
intenção de compra do produto?.
RESULTADOS. Nos resultados do questionamento em que perguntava sobre a opinião do produto 15 alunos
responderam que a sobremesa estava ótima e 2 responderam que estava boa, isso mostra que a sobremesa
poderá ser uma inovação para o mercado de alimentos, e que poderá sim ser comercializada, pois teve uma
grande aceitação. Não teve comparativos a outros resultados, pois não foi encontrado na literatura discussões
relacionadas a este trabalho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Todos os resultados da pesquisa realizada mostram grande satisfação sobre a
sobremesa, então pode ser uma boa alternativa como fonte de alimentação pois agregaria um valor gastronô-
mico que valorizariam essas cactáceas nativas do Semiárido, como também a traria uma nova visão para essa
região que muitas das vezes são subvalorizadas, mas que tem uma grande riqueza em sua biodiversidade,
embora essas espécies não sejam muito exploradas gastronomicamente.
AGRADECIMENTOS: Agradecer ao professor Frederico campos pereira por todo apoio colocado neste trabalho.
Referências
SITE INFO ESCOLA: https://www.infoescola.com/plantas/cactos/ acessado em 1 de abril de 2019.
DESBRAVANDOTUDO: http://desbravandotudo.blogspot.com/2012/09/especialidade-de-cactos.html Aces-
sado em 2 de abril de 2019.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Em visita à cidade de Lucena, mais precisamente na Associação Mãos que se Ajudam,
descobrimos que, quatro dias por semana, cerca de doze mulheres, cocadeiras, acordam cedo para cumprirem
jornada de 8 horas de trabalho, que tem início com a lavagem dos cocos in natura, higienização de panelas e
outros acessórios que vão ajudar na produção das cocadas. O grupo se dividia: enquanto uma parte prepara
o doce, a outra já cuida de lavar e serrar os cocos, esterilizar as quengas e outros itens. Nos outros dias da
semana sobrava tempo para cuidar da casa, ou ajudar nas vendas e entregas. Durante o verão, considerada
como época de pique, a produção aumentava para cinco dias por semana para atender a clientela. Atualmente
houve uma diminuição dos dias de produção, efetuando-se agora em apenas um ou dois dias na semana. Para
o início deste trabalho nossa equipe, composta por estudantes do curso técnico em Controle Ambiental, Me-
cânica e Instrumento Musical, junto com a professora de química do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba, realizou uma primeira visita a Associação Mãos que se Ajudam, local onde ocorre a pro-
dução da “cocada na Kenga”, para acompanhar os procedimentos de raspagem do coco, escolha das quengas
e cozimento do doce do coco, envase, armazenamento, e verificar, por meio de observação e perguntas, o tipo
de maquinário que elas utilizavam. Assim que o doce ficou pronto, acompanhamos o pós-cozimento, já que
as mulheres deixavam a cocada esfriar, para começar o método de embalo. Em seguida, houve a verificação
da máquina de embalagem à vácuo que a associação possuía, foi relatado que ela não era utilizada, e assim
testamos seu funcionamento embalando algumas cocadas, pois a embalagem selada a vácuo geralmente
permite uma maior durabilidade do produto. As bactérias que mais facilmente acometem alimentos de origem
animal são, na maioria das vezes, aeróbicas e por causarem reações oxidativas requerem oxigênio para sua
sobrevivência. (NEVES et. al., 2013). Dessa forma, uma vez que diminuindo ou eliminando o contato do produ-
to com o ar atmosférico permite-se um prolongamento da vida útil, já que diminui a sobrevivência da maioria
dos microrganismos deteriorantes. Por fim, dessa primeira visita, foram levadas as amostras, provenientes
do produto final, ao laboratório do IFPB cocadas embaladas à vácuo e outras sem vácuo, com a finalidade de
comparar, através de análises microbiológicas, a melhoria do tempo de estocagem do produto.
RESULTADOS. Uma das primeiras problemáticas que encontramos na produção foi a abominação, relatada
pelas cocadeiras, em fazer uso do maquinário que a associação possuía, como os tachos automáticos, e
principalmente as máquinas de ralar o coco, fazendo com que as cocadeiras fizessem a remoção do coco
manualmente, método mais trabalhoso e que demanda mais tempo e disposição das trabalhadoras. Além
disso, observamos que não há uma quantificação dos ingredientes usados, que é extremamente importante
para o controle e rendimento da produção. Por não possuir treinamentos sobre cálculo e gerenciamento de
rendimento, o que ocorre é a medida através do olhar, por causa do tempo e da experiência no preparo, o que
acaba desencaminhando uma medida padrão para os ingredientes, influenciando de forma negativa na logís-
tica da empresa, pois não sabem ao certo o quanto de cada material precisam. Outro fator relevante é o fato
de o armazenamento da cocada na quenga ser feito apenas após o resfriamento do doce, fato que faz com que
a possibilidade de contaminação do produto seja maior, pois o correto é que o envase seja ainda quente para
diminuir as chances de crescimento e proliferação de microorganismos. Os dados citados acima são dados
obtidos até agora pois a pesquisa ainda está em andamento. Ademais, um dos principais fatores que vão ao
encontro desses problemas encontrados é a falta de conhecimentos técnicos com o maquinário, e de elabo-
ração da qualidade alimentícia, e assim acabam influenciando negativamente toda cadeia de produtividade,
pois, de acordo com Zaffari et al. (2007), as falhas no controle da qualidade da matéria-prima, produção e
estocagem dos alimentos podem resultar em um produto de má qualidade desencadeando risco de infecções
e intoxicações aos consumidores. É relevante ressaltar que a falta de conhecimento do uso do maquinário
faz com que a produção fique mais lenta e pesada para as cocadeiras, e isso pode ser melhorado através de
instruções de uso seguro e de orientações com exemplificação da correta utilização dos equipamentos. O
mesmo ocorre quando citamos a falta de controle com os ingredientes usados e inabilidade com técnicas que
prolonguem a vida do produto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O acompanhamento da produção das cocadas está sendo bastante importante
para poder começarmos o processo de otimização da produção da Cocada na Kenga, pois assim conseguimos
visualizar os principais fatores que dificultam, e impedem o crescimento da produção. Portanto, tendo em vis-
3º SIMPIF
ta os principais pontos abordados, acreditamos que o mais importante a ser feito é iniciarmos uma série de
orientações técnicas com as trabalhadoras, sobre produtividade alimentícia, e utilização das máquinas, pois
é a partir desse conhecimento, que se inicia o processo de otimização, e assim poderemos avaliar se houve
mudanças na qualidade e na durabilidade da cocada.
Referências
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3º SIMPIF
Os alimentos são os responsáveis pelo equilíbrio do pH do nosso sangue. O ácido ascórbico é usado como
índice de qualidade nutricional dos produtos derivados de frutas e vegetais porque, comparado a outros
nutrientes, esta vitamina é mais sensível à degradação por exposição ao calor, além de sofrer alterações ace-
leradas pela presença de oxigênio e pelo pH do meio, entre outras condições (ÖZKAN et al., 2004; SPINOLA
et al., 2013). Visando essas problemáticas que engloba o valor do pH objetivou-se com a presente pesquisa
verificar o pH de várias substâncias.
As amostram compostas com gás carbônico, como os refrigerantes, foram submetidas à agitação mecânica
antes de se tomar a medida de pH. Uma vez que o CO2 pode reagir formando ácidos carbônicos na solução
e baixar o pH. O limão sofreu a extração mecânica do seu sumo que foi diluída em 10 mL de água destilada.
As amostras foram preparadas para analises, algumas como os refrigerantes, vinagre, água da torneira foram
verificadas diretamente, porém outras com NaOH, HCl, Leite de magnésio e limão sofreram diluição em água
destilada.
A técnica usada para obtenção do valor médio de pH foi à imersão direta. Que seguiram as normas do APHA
(2012). O pH foi medido com pHmetro de bancada da marca tecnapom (Versão 8.0), que foi previamente ca-
librado com soluções tampões de pH 4,0,7,0 e 10. Posteriormente foram adicionadas em béqueres de 50 mL,
para a imersão direta do elétrodo. Em seguida, foi comparado o valor do pH encontrado nas análises, com o
pH que foi identificado no rótulo dos produtos ou em estudos já realizados, para que dessa forma houvesse a
conclusão da pesquisa.
RESULTADOS.
Leite de magnésio – O hidróxido de magnésio Mg(OH)2 quando disperso em água, numa concentração apro-
ximada de 7%, dá origem a um líquido branco e espesso, muito conhecido como leite de magnésia (Cardoso,
2006). Na presente pesquisa o valor médio encontrado foi de 9,5. Cardoso (2006) diz que os valores do pH
para essa substância está próximo de 10,5.
Vinagre – Quando falamos de vinagres acidez deles geralmente está em torno de 5%, espera-se intervalos de pH em torno de
2,46 a 3,18. Os valores dependem do tipo de vinagre a ser analisado, como vinagres provenientes de destilados, vinagres de
vinho, vinagre de maçã, etc. (WHITE, 1971). Na nossa amostra o pH do vinagre demostrou um valor de 2,5.
Detergente – De acordo com a Resolução RDC nº 13/07 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2007),
detergente é “um produto destinado à limpeza de superfícies e tecidos através da diminuição da tensão superficial”.
Segundo PENTEADO et al. (2006), detergente é um produto formulado para promover o fenômeno da detergência, com-
preendendo um composto básico ativo (agente tensoativo) e componentes complementares (coadjuvantes, sinergistas,
aditivos e produtos auxiliares). Pela legislação sanitária brasileira o pH dos detergentes devem estar dentro da faixa 5,5
- 9,5. A nossa amostra demostrou-se ácida com um pH de 5,5, mas dentro dos valores permito pela portaria.
Refrigerantes – A pesquisa contou com duas variações de refrigerante (cola e laranja). Acidulante adicionado
no processo de fabricação dos refrigerantes regula a doçura do açúcar, realça o paladar e baixa o pH da bebida,
inibindo a proliferação de microrganismos. Todos os refrigerantes possuem pH ácido 2,7 a 3,5 de acordo com a
bebida (SOUTO et., al 2011). Nas amostras analisas os refrigerantes de cola e laranja apresentaram valores de pH
respectivamente de 3 e 4. Alertando para uma revisão bibliográfica na literata sobre essas bebidas.
Água destilada – A água destilada é considerada uma água pura, porém no processo de destilação da água. A
água entra em contato com o ar da atmosfera que possui gás carbônico que reage formando ácido carbônico,
o que dá um caráter ácido a água. Na amostra coletada no laboratório a água apresentou um caráter ácido
com o pH de 6,0.
Água da torneira – A água oriunda da rede de distribuição já passou por tratamento. Santos et.al (2018) em
pesquisa na região do município de Massaranduba – PB verificou que o pH da água distribuída nas escolas
era de 6,66 em média. Na amostra coletada na torneira do campus onde foi realizada a análise o valor médio
encontrado foi de 6,5.
Ácido clorídrico – É um ácido inorgânico forte, seu pKa é de -6,3. Isso significa que, em solução, o H+ dele é facil-
mente ionizável ficando livre na solução, fazendo com que o pH desta seja muito baixo (LORENA, 2006). O valor de
pH encontrado na nossa amostra de HCl 0,1% foi de 0,5.
3º SIMPIF
Hidróxido de sódio – Segundo Ferreira (2019) Essa substância é considerada uma substância química muito perigosa por ser
tóxica e reagir exotermicamente (liberando calor) com água, ácido e solventes polares, liberando vapor sufocante e corrosivo
e formando soluções fortemente alcalinas. A solução de NaOH 0,01 % demostrou ser uma solução fortemente alcalina com
um pH médio em 12.
Suco industrializado de laranja – O valor encontrado foi de 3. Este valor encontra-se dentro da faixa de pH
característica de frutas cítricas, que varia de 3,40 a 4,00. Sadler, Parish & Wicker encontraram valores de pH
de 3,52 e 3,78 em duas amostras de suco de laranja industrializado.
Limão - O resultado de pH obtido foi de 3,0. Pesquisa em polpa in natura de limão Tahiti apresentaram valores
próximos ao encontrado. Viana (2010) e Brighenti et al. (2011), que obtiveram resultados de 2,70 e 2,23
respectivamente, para sucos de limão.
Todos os resultados obtidos foram compatíveis com os expressos no rótulo, ou com valores encontrados na
literatura. Os refrigerantes empregados na pesquisa, demostraram um índice de pH ácido bastante elevado, o
que implica dizer que são altamente ofensivos para o funcionamento regular do organismo humano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Após a conclusão das análises, considerou-se que o pH de todos os alimentos e
substâncias foi compatível com o que estava explicito no rótulo ou em pesquisas sobre as amostras. A partir
do estudo feito, tornou-se possível a comprovação de que alguns alimentos como o refrigerante de cola são
ofensivos a nossa saúde e outros como o leite de magnésio podem ser benéficos.
Referências
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3º SIMPIF
A saborização dos extratos hidrossolúveis dos frutos e folhas da moringa é necessária também para agregar
valor e melhorar as características sensoriais e nutricionais da bebida. A adição de frutos como a acerola que
apresenta uma alta produtividade e um não aproveitamento eficiente.
MATERIAIS E MÉTODOS. As folhas verdes, vagens verdes, vagens maduras e as amêndoas maduras de Mo-
ringa oleífera, provenientes de plantas da arborização do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
da Paraíba-Campus Sousa (IFPB-Campus Sousa), foram colhidas aleatoriamente pela manhã e encaminhadas
para o laboratório de Análise Físico-Química de Alimentos do referido Campus, para a realização dos testes
físico-químicos. Para a realização das análises, a folha verde e vagem verde (sem as amêndoas) foram secas
em temperatura de 65°C por 15 dias. Já a vagem madura (sem amêndoas) e as amêndoas maduras, as análi-
ses foram realizadas. Inicialmente, as amostras foram trituradas separadamente em liquidificador industrial.
As determinações umidade, proteína, lipídeos, cinzas, acidez total e Aw foram determinadas, conforme as
normas estabelecidas pelo Instituto Adolf Lutz (IAL, 2008). O teor de carboidratos foi obtido por diferença,
subtraindo-se de 100 o somatório das porcentagens de umidade, proteína, cinzas e lipídios.
Foram utilizados para a elaboração das bebidas seguintes insumos: Extrato do fruto e folha; Água destilada;
Açúcar cristal e Polpa de acerola. As etapas de elaboração estão descritas a seguir: Extratos da folha/fruto.
Os extratos foram desenvolvidos a partir da seguinte formulação 100g de folha para 200 ml água destilada, os
extratos das amêndoas foram desenvolvidos de 100g amêndoa para 500 ml agua destilada. Já a formulação
da bebida, para 450 ml do extrato da folha foram utilizados 54g de açúcar, 112,5g de polpa de acerola. Para
a bebida com adição do extrato da amêndoa forma utilizados 450 ml do extrato da amêndoa, 30g de açúcar,
62,5g de polpa de acerola.
As análises relacionadas abaixo foram realizadas nos extratos da Moringa com polpa de acerola; nos dois
melhores ensaios das bebidas dos extratos hidrossolúveis dos frutos e folhas da Moringa, assim como nas
bebidas comercializadas. Umidade; Cinzas; Lipídios e Proteínas (IAL, 2008); pH: (AOAC, 1998); Acidez Total;
Sólidos Solúveis Totais (CARVALHO et al., 1990).
RESULTADOS. Uma baixa umidade foi observado, independente da parte estudada da planta, com o maior
valor em torno de 6,10% da vargem verde seca. De acordo com a literatura, para que não haja perda de quali-
dade nas folhas de Moringa estocadas num período superior a 5 meses, seu teor de umidade deve ser inferior
a 6%, o que pode ser estendido as outras partes da planta. Com relação a isso, existem vários métodos de
secagem, naturais ou artificiais, por alguma fonte de calor.
A determinação de proteínas nas 4 partes estudadas da moringa apresentou valores expressivos para a vagem
verde seca (11,92%), para a folha verde seca (12,90) e principalmente para a amêndoa madura, chegando
quase ao triplo das anteriores (35,89%). O teor de proteínas da vagem verde seca é bem superior ao da
vagem madura, indicando que o maior potencial proteico está na composição da vargem verde. A despeito
disso, Moura et al., (2010) reiteram que o conteúdo proteico das folhas pode variar de acordo com a idade
fisiológica e a origem botânica, com teores entre 20 a 25% da matéria seca. Além disso, o alto conteúdo de
proteínas (35,89%) encontrado nas amêndoas da Moringa oleifera as tornam uma excelente fonte proteica.
Possibilitando sua utilização como substitutos proteicos.
Quanto ao teor de lipídeos, os valores de 16,20 e 17,24% obtidos para as folhas verdes secas e amêndoas,
respectivamente, são próximos e superam os valores de 3,35 e 1,41% das vargens maduras e vargens verdes
secas, respectivamente.
Nos valores de cinzas, destaca-se o conteúdo das folhas verdes secas (18,40g/100g) obtendo um alto teor
de matéria inorgânica.
Os percentuais de carboidratos para as diversas partes da planta estudadas apontaram valores de 39,76%
a 80,90%, apresentando uma diferença de pouco mais de 100% entre a amêndoa e a vargem madura seca.
Segundo Marinelli (2016) quando há um alto teor de carboidratos, significa a possibilidade de a planta ser
potencialmente energética.
Nos resultados obtidos para a acidez, observou-se que nas vagens verdes secas e maduras secas e folhas
secas, esse parâmetro foi maior que na amêndoa madura. Quanto ao pH, os valores das vagens sejam verdes
secas (5,37) ou maduras secas (5,74), apresentam-se inferiores ao da folha verde seca (5,93) e, principal-
mente a amêndoa madura (6,04).
Os resultados da atividade de água (Aw), estão dentro da faixa estabelecida para alimentos seco. Estes valores
de atividade de água foram mais altos nas análises “in natura” (0,48 e 0,53) do que nas análises das amostras
secas (0,30) por causa do teor de água existente na amostra que não sofreu desidratação, com exceção da
3º SIMPIF
Já com relação aos valores de pH encontrados das bebidas com adição do extrato hidrossolúvel da folha e da
amêndoa variam de 4,71 a 3,51, respectivamente, ficando abaixo dos extratos puros, possivelmente pela bai-
xa acidez da polpa de acerola. A acidez variou de 4,23 a 6,59%, sendo maior na bebida com adição do extrato
da amêndoa, quando comparado com o extrato puro da folha apresenta uma acidez maior. Avalia-se que esse
valor tenha aumentado por conta da adição da polpa de acerola.
Os valores de proteínas tiveram uma variação de 1,25 a 4,09, sendo o com extrato da amêndoa apresentando
maior teor. Este valor se deve ao alto teor de proteínas existente na amêndoa pura não havendo alteração com
a adição da polpa de acerola.
Os carboidratos foram da ordem de 7,18 a 10,58 %, com maior concentração na bebida com o extrato da
folha, a decorrência dessa diferença está na própria folha que apresenta um valor de carboidratos maior que
o da amêndoa.
Os valores de lipídios de 0,061 a 2,16%, sendo maior na bebida com extrato da amêndoa, em função da
própria amêndoa apresentar um valor maior de lipídios do que a folha, não havendo interferência da polpa
de acerola. Os valores descritos para as bebidas com adição do extrato da folha e extrato da amêndoa foram
menores comparados ao extrato puro, isso pode ter acontecido com a adição da polpa de acerola, indicando
que com a adição da polpa os valores nutricionais da Moringa oleífera tendem a diminuir. Na caracterização
físico-química de bebidas com adição de extratos de soja.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. As folhas, vagens verdes e maduras e as amêndoas da moringa, por apresentarem
alto valor nutricional podem ser aproveitadas para o desenvolvimento de novos produtos, como a sua utiliza-
ção como matéria-prima para formulação de bebidas, como por exemplo, o extrato hidrossolúvel de folhas e/
ou amêndoas.
Referências
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cial method of analysis of AOAC international. 16. ed. Arlington. v. 1, 1998.
CARVALHO, C. R. L. et al., Análises químicas de alimentos. Campinas, Instituto de Tecnologia de Alimentos,
1990. 9p.
FREITAS, C. A. S.; MAIA, G. A.; COSTA, J. M. C.; FIGUEIREDO, R. W.; SOUSA, P. H. M. Acerola: produção, compo-
sição, aspectos nutricionais e produtos acerola: production, composition, nutritional aspects and products. R.
Bras. Agrociência, Pelotas, v. 12, n. 4, p. 395-400, 2006.
FRIGHETTO, R. T. S.; FRIGHETTO, N.; SCHNEIDER, R. P.; FERNANDES LIMA, P. C. O Potencial da Espécie Moringa
oleifera (Moringaceae). I. A Planta como Fonte de Coagulante Natural no Saneamento de Águas e como Su-
plemento Alimentar. Revista Fitos, Vol.3, Nº02, 2007.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. IAL.Métodos físico-químicos para análise de alimentos. ed. 5. MS: Brasília, ANVISA.
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MARINELLI, P. S. Flours Moringa (Moringa Oleífera Lam) and Ora-pro-nobis (Pereskica aculeata Mill): Functio-
nal Biomaterials. 2016. 59f. Thesis (Graduate Program in Science and Technology of Mateials). UNESP, Faculty
of Sciences Bauru, 2016.
3º SIMPIF
MOURA, A. S.; FARIAS, V.; SOUZA, A. L. G.; OLIVEIRA JUNIOR. A. M.; SILVA, G.F. Estudo da eficiência de méto-
dos de obtenção de concentrados protéicos a partir de Moringa (Moringa oleifera Lamarck). In: ENCONTRO
NACIONAL DE MORINGA, 2010, Aracaju. Resumos... Aracaju, 2010.
MATERIAIS E MÉTODOS. Os materiais utilizados para a preparação das águas saborizadas foram águas gasei-
ficadas disponíveis no mercado local, polpas de sucos naturais de maracujá, uva e acerola, as mesmas foram
obtidas através de mercados na cidade de Esperança/PB. As proporções de cada suco, empregadas na ela-
boração das misturas foram de 5% de suco de Maracujá ( 5 ml de suco de maracujá/100ml de gaseificada);
2,5% de suco de Uva (2,5mL de suco de uva/100ml gaseificada); e 2,5% de suco de Acerola (2,5ml de suco de
acerola/100ml de gaseificada). Tais proporções foram determinadas através de ensaios preliminares, toman-
do-se como critérios as quantidades que normalmente são adicionadas às águas comercializadas atualmente.
Determinação do pH
Para determinação do pH foram utilizados béqueres de 50 e 150 mL, proveta de 100 mL, pHmetro, e agitador
magnético. Os reagentes para calibração do equipamento foram soluções-tampão de pH 4,7 e 10. A calibra-
ção do equipamento e determinação do pH, ocorreu á de acordo com as instruções do manual do fabricante.
Determinação da densidade
Para determinação da densidade foram utilizados picnômetros de vidro Gay-Lussac sem termômetro, com
volume de calibração de 100 mL da marca Prolab.
Para determinação das cinzas foram utilizadas provetas de 100 mL para medição dos volumes e cápsulas de
porcelana de 150 mL para evaporação e ignição em mufla. A temperatura de evaporação foi de 95 ºC por 24
horas e ignição foi de 550ºC por 24 horas.
Determinação da acidez
Para determinação da acidez foram utilizadas proveta de 50 mL, frasco Erlenmeyer de 125 mL, bureta de 25
mL, balança analítica, espátula metálica e pipetas volumétricas de 1 e 10 mL. Para titulação foi utilizado o
indicador fenolftaleína e titulante uma solução solução de hidróxido de sódio 0,1 M. Foram tituladas amostra
de bebidas de 10 mL para cada amostra acrescida de 50 mL de água destilada, e 4 gotas de fenolftaleína. A
titulação ocorreu com solução de hidróxido de sódio 0,1 até coloração rósea.
RESULTADOS. Os resultados que foram obtidos através das análises, correspondente ao pH foram aproxima-
damente 6,4 para o maracujá, 6,8 para uva e 6,6 para acerola, o que vale ressaltar que a diferença existente
entre os valores das amostras se dá por causa do nível de acidez da fruta utilizada no dia.
No caso das análises correspondente a acidez, que foram aproximadamente 0,94 g/100g de ácido para o
maracujá, 0,64 g/100g de ácido para uva, e 1 g/100g de ácido para a acerola além do nível médio da acidez
de cada fruta, vale ressaltar que a diferença existente entre os valores das amostras se dá por causa do nível
de acidez da fruta utilizada no dia.
Em relação aos resultados das cinzas, foram obtidas equivalente 34 mg/L para o maracujá, 38 mg/L para uva,
e 40 mg/L para a acerola. Pode-se observar que as cinzas da bebida feita com a fruta acerola foi mais alta em
relação às demais frutas analisadas.
Para finalizar, foram obtidos os resultados da densidade, na qual equivale 1,01g/ml para o maracujá, 1g/ml
para uva, e 1g/ml para a acerola. vale ressaltar que o valor da densidade aumentou por causa do suco de
fruta que foi adicionado dentro da água, consequentemente aumentando sua densidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Este projeto de pesquisa teve o intuito de determinar os parâmetros físico-químicos
das águas saborizadas feitas a partir dos sucos das frutas encontradas na nossa região, se tornando uma al-
ternativa saudável e refrescante para ser ingerida no decorrer do dia. Pode ser observar que o níveis de acidez
das bebidas feitas com a polpa de acerola e maracujá se mostraram superiores ao da feita com a polpa de uva,
pois o nível de acidez da mesma é inferior aos das demais, entretanto vale ressaltar que os nível de cinzas da
mesma se mostra superior aos das outras. Contudo o valor da densidade das bebidas se altera no caso do
maracujá, onde sua densidade se mostra um pouco superior ao das outras frutas utilizadas nesta pesquisa, já
3º SIMPIF
que suas densidades se mostram iguais, todavia os níveis do pH das bebidas se mostra quase neutro, tendo
poucas variações, sendo assim, a bebida é própria para o consumo.
Tecnológico(CNPq), que bem como o IFPB, arcou com a outra metade dos custos tornando este projeto de
pesquisa possível. Queremos agradecer também ao nosso coordenador, Hanniman Denizard Cosme Barbosa
pelo seu apoio, confiança e dedicação, pois sem ele esta pesquisa não seria possível.
Referências
ENDO, É. et al. Caracterização do mercado consumidor de “água aromatizada”: hábitos e motivações para o
consumo. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 29, n. 2, 2009. ISSN 0101-2061.
FOLLAK, N. C. et al. ÁGUAS AROMATIZADAS COMO ALTERNATIVA SAUDÁVEL: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Salão
do Conhecimento, v. 3, n. 3, 2017. ISSN 2318-2385.
MATSUBARA, S. Alimentos Funcionais: uma tendência que abre perspectivas aos laticínios. Revista Indústria
de Laticínios, São Paulo, v. 6, n. 34, p. 10-18, 2001.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Foram elaboradas três bebidas a base do extrato hidrossolúvel de soja com polpas
de frutas variadas (Goiaba, maracujá e uva), todas adquiridas em mercado local. Em seguida foram realizados
diversos testes nos quais as quantidades de cada item foram exploradas, buscando as medidas que conside-
raríamos adequadas para cada uma.
Além disso o projeto determinou os parâmetros físico-químicos de três bebidas de soja saborizadas com fru-
tas. A metodologia consistiu na apresentação de certos parâmetros contidos nos líquidos, tais como o pH, a
densidade, as cinzas e a acidez. Para a execução dessa atividade foi necessário a seleção de três tipos distin-
tos de frutas, como também do extrato hidrossolúvel de soja.
As proporções de cada suco, empregadas na elaboração das misturas foram de 20 (vinte) gramas de polpa
de fruta para cada 150 (cento e cinquenta) ml do extrato hidrossolúvel de soja. Tais proporções foram deter-
minadas através de ensaios preliminares, tomando-se como critérios as quantidades que normalmente são
adicionadas às bebidas de soja comercializadas atualmente.
Após a produção das bebidas, realizamos o segundo objetivo do projeto, a determinação das propriedades
físico-químicas das mesmas. Para isso, foram realizados experimentos em laboratório para obter resultados
equivalentes ao pH, acidez, densidade e cinzas.
Para a determinação do pH foram utilizados béqueres de 50 e 150 mL, proveta de 100 mL, pHmetro, e agita-
dor magnético. Os reagentes para calibração do equipamento foram soluções-tampão de pH 4,7 e 10. A cali-
bração do equipamento e determinação do pH, ocorreu de acordo com as instruções do manual do fabricante.
Na determinação da densidade foi-se necessário a utilização de picnômetros de vidro Gay-Lussac sem termô-
metro, com volume de calibração de 100 mL da marca Prolab.
Para o caso da determinação das cinzas foram utilizadas provetas de 100 mL para medição dos volumes e
cápsulas de porcelana de 150 mL para evaporação e ignição em mufla. A temperatura de evaporação será de
95 ºC por 24 horas e ignição será de 550ºC por 24 horas.
Já para a determinação da acidez utilizamos proveta de 50 mL, frasco Erlenmeyer de 125 mL, bureta de 25
mL, balança analítica, espátula metálica e pipetas volumétricas de 1 e 10 mL. Para titulação foi necessário o
indicador fenolftaleína e titulante uma solução solução de hidróxido de sódio 0,1 M. Foram tituladas amostra
de bebidas de 10 mL para cada amostra acrescida de 50 mL de água destilada.e 4 gotas de fenolftaleína. A
titulação ocorreu com solução de hidróxido de sódio 0,1 até coloração rósea.
RESULTADOS. Os resultados obtidos nas análises equivalentes ao pH foram aproximadamente 6.9 para a goia-
ba, 6.6 para a uva e 6.5 para o maracujá.Como percebe-se a goiaba mostrou-se mais ácida que a uva e que o
maracujá. Todas as três frutas apresentam um um nível de pH levemente ácido.
Já os resultados equivalentes as cinzas foram de aproximadamente 45 mg/l para a goiaba, 60 mg/l para a
uva e 40 mg/l para o maracujá. Nota-se que a amostra de bebida de soja realizada com a polpa de uva apre-
sentou mais cinzas do que as amostras de bebida de soja realizadas com as polpas de maracujá e de goiaba.
Os dados referentes a acidez das bebidas foram de aproximadamente 1 g/100g, tanto para a goiaba como
para a uva e de 0.94 g/100g para o maracujá. Podemos notar que todas as amostras mostraram-se ácidas,
contendo um nível muito semelhante entre as amostras compostas de polpa de uva e polpa de goiaba, con-
tendo uma diferença maior apenas com a amostra feita com a polpa de maracujá.
Por fim temos os resultados referentes a densidade de todas as bebidas, sendo eles aproximadamente 1 g/
ml para a goiaba e para a uva, e 1.01 g/ml para o maracujá. Percebe-se que as três amostras apresentadas
possuem um grau de densidade muito semelhante, destacando-se o maracujá que apresenta uma densidade
maior em relação às demais frutas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A bebida de soja produzida juntamente com a polpa de uva apresentou um resul-
tado maior de cinzas em relação às demais bebidas, além de possuir um nível superior de acidez, juntamente
com a goiaba, em comparação com a bebida feita com polpa de maracujá. Em contrapartida temos o maracujá
que mostrou-se superior somente ao compararmos as densidades, na qual apresentou um nível maior em re-
lação às outras bebidas. Por fim temos a goiaba, a qual apresentou um nível maior na comparação do pH, além
3º SIMPIF
da comparação entre o grau de acidez, na qual apresentou o mesmo resultado que a uva, como já foi citado.
Esse foi o único resultado em que obtivemos valores iguais.
AGRADECIMENTOS: A todos os funcionários do IFPB - Campus Esperança por todo apoio e por proporciona-
ram um ambiente propício para o desenvolvimento do meu trabalho. Ao meu orientador Hanniman Denizard
Cosme Barbosa por todo apoio e paciência ao longo da elaboração desse projeto. Agradeço aos meus pais
Maria das Neves Santos Cunha e José Benício da Cunha, que me deram apoio e incentivo nas horas difíceis.
Também gostaria de deixar um agradecimento especial ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico por possibilitar a execução deste trabalho científico.
Referências
BICUDO, M. O. P. et al. Elaboração e caracterização de bebida fermentada à base de extrato hidrossolúvel de
quinoa com polpa de frutas. Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos, v. 30, n. 1, 2012.
ISSN 1983-9774.
MATSUBARA, S. Alimentos Funcionais: uma tendência que abre perspectivas aos laticínios. Revista Indústria
de Laticínios, São Paulo, v. 6, n. 34, p. 10-18, 2001.
PEREIRA, M. O. et al. Elaboração de uma bebida probiótica fermentada a partir de extrato hidrossolúvel de
soja com sabor de frutas The making of a probiotical fermented drink from soybean water soluble extract with
fruit flavor. Ambiência, v. 5, n. 3, p. 475-487, 2009. ISSN 2175-9405.
3º SIMPIF
O modo de busca de anterioridade tem por objetivo antecipar e influenciar a prospecção e transferência de
tecnologia para inovação, logo a busca se detém a métodos desenvolvidos de maneira inovadora garantindo
a forma de produção e idealização da tecnologia, tornando-se assim a busca como um ato mais simples de
fomentar a prospecção (ALICE, 2017).
Sua importância se dá pelo auxílio aos pesquisadores da área, a fim de suprir a demanda de registros, auxilia
também a contabilizar trabalhos de forma mais simples e clara, facilitando a análise dos dados e influenciando
nos moldes de registros seja de marca ou de patentes (RUSSO et al, 2012).
As formas de buscas de anterioridade se baseiam em análises de patentes, registros de marca, trabalhos aca-
dêmicos e técnico científicos, pois são fontes principais das buscas, sendo considerado de grande importância
para o acesso aos registros sobre a presente inovação ou trabalhos realizados de forma inovadora (INPI, 2017).
Segundo Quintella; Torres (2011), O processo de prospecção é fundamental quando requer o registro de uma
patente ou uma marca, logo, ele é iniciado pela busca de anterioridade, para ter acesso as tecnologias ou ati-
vidades já existentes, com tudo, se tratam de um modo simples, mas importante, seja ele no meio acadêmico
ou empresarial.
Com tudo, a definição das hipóteses se trata da aplicação da indicação geográfica da carne de sol e sua im-
portância ao fator econômico e social, de maneira simples, o registro implica na valorização mercadológica e
cultural do produto como uma fonte de reconhecimento e patrimônio imaterial de Picuí-PB, para garantir essa
simbologia perante aos parâmetros de registro se fez necessário a busca, atentando-se à hipóteses justifica-
das como métodos para elaboração do registro da carne de sol de Picuí-PB.
MATERIAL E MÉTODO. Respeitando os parâmetros de busca regidos pelo INPI a pesquisa dos registros de IG
foi feita nos buscadores e plataformas registradas. A pesquisa estende aos trabalhos acadêmicos e históricos
de registros relacionados ao patrimônio imaterial, uma vez que prospectados, a análise dos resultados foi
contabilizada e registrada em tabelas. De modo simples as tabelas se detêm aos registros de marca, traba-
lhos acadêmicos e registros relacionado a IG, desse modo a pesquisa se torna mais objetiva em relação a sua
prioridade.
Obedecendo aos métodos utilizados em registros da busca de anterioridade as pesquisas foram realizadas nos
seguintes buscadores e obedecendo a seguinte ordem: Os buscadores que utilizam as formas de registro com
trabalhos acadêmicos foram os Periódico Capes, Google Acadêmico e a plataforma SciELO, já os registros de
IG foram contabilizados apenas pelo INPI devido a objetividade da busca.
A fim de valorização das buscas utilizou-se o método de diferenciação conhecido como booleano, logo, a pes-
quisa por sua vez deverá ser influenciada fazendo parte da pesquisa como fonte de afunilamento e referência
para novas buscas, diante disso ocasiona uma redução no número de resultados, fazendo com que a pesquisa
melhore suas hipóteses.
RESULTADOS. Os resultados foram Caracterizados da seguinte forma: no buscador Periódico Capes as pala-
vras-chave: carne de sol 5 resultados, regionalismo nenhum resultado, tecnologia 48 resultados e inovação 1
resultado, de acordo com o Google acadêmico os resultados foram: Carne de Sol 1.400 resultados, Regiona-
lismo 417, Tecnologia 8, Inovação 6 e na plataforma SciELO onde se estabelece os resultados de artigos e pe-
riódicos foram obtidos os seguintes resultados: Carne de Sol 12, Regionalismo 209, Tecnologia 1 e Inovação
56, demonstrando uma gama de resultado que causa pouca influência com o propósito do trabalho, conside-
rando a introdução dos booleanos na forma de pesquisa, influenciando a busca de forma relativa, sendo con-
siderada a hipótese de influência do trabalho nos moldes de registros estabelecido pela indicação geográfica.
Os resultados apresentados acima tiveram como objetivo analisar as buscas referente as palavras chaves des-
tacando a sua ligação com o tema de indicação geográfica, influenciando o registro de maneira simples, com
tudo, não sofrendo alterações independentemente dos resultados, aumentando assim a chance de um novo
registro e contabilizando as palavras em relação com o tema.
De acordo com a busca realizada no buscador INPI não apresentou nenhum resultado pela (IG) Indicação
Geográfica Carne de sol de Picuí-PB, uma vez que utilizado apenas essa plataforma para realização da bus-
ca não apresentando resultados, o valor significativo da pesquisa foi direcionada a questão geográfica, não
sofrendo nenhuma influência sobre a pesquisa deve-se ressaltar a importância dos booleanos, por sua vez
levantando a hipótese de que não houve resultado sendo a busca significativa para o tema proposto e viabili-
zando o registro de indicação geografia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Conclui-se que a Indicação Geográfica da “Carne de Sol de Picuí” pode ser subme-
3º SIMPIF
tida à registro considerando a marca e a produção, com isso a proteção da origem e representação regional
poderá ser defendida como um patrimônio imaterial da cidade de Picuí-PB, tendo sua produção em evidencia
para comemorações regionais, nomeação do trabalho e consumo da carne de sol, tudo isso é representado
quanto a conclusão do registro de Indicação Geográfica, a busca de anterioridade teve sua representação
significativa levando em consideração as diretrizes e parâmetros estabelecidos pela a mesma, a indicação
geográfica da carne de sol representa um passo importante tendo como base o regionalismo e a origem da
procedência do produto afim de estabelecer o interesse comum em relação as condições de produção e via-
bilizar as festividades tradicionais da comunidade com isso reivindicando a base da importância regional da
carne de sol de Picuí-PB.
Referências
ALICE – Sistema de Análise de Informações de Comércio Exterior (Alice Web) [2017]. Disponível em: & lt;ht-
tp://aliceweb.mdic.gov.br> ;.Acesso em: 20. mar. 2019.
GOOGLE ACADEMICO Buscar, gooogle acadêmico, Disponível em: <https://scholar.google.com.br> Acesso
em: 21. mar. 2019.
Indicação Geográfica, Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) Disponível em: https://gru.inpi.gov.
br, Acesso em: 21. mar. 2019
PERIODICO CAPES Buscar, periódico capes, Disponível em: <http://www.periodicos.capes.gov.br> Acesso em
20.mar. 2019.
Prospecção tecnológica [Recurso eletrônico on-line] / organizadora Núbia Moura Ribeiro. – Salvador (BA):
IFBA, 2018. 194 p., grafs., figs., tabs. – (PROFNIT, Prospecção tecnológica; V.1) Disponível em: http://www.
profnit.org.br/pt/livros-profnit/ Acesso em 20. mar. 2019.
QUINTELLA, C. M.; TORRES, E. A. Gestão e Comercialização de Tecnologia. Capacitação de Inovação Tecno-
lógica para Empresários. 1. ed. Aracaju, SE: Editora da UFS, 2011. v. 1, p. 225-242.
RUSSO, S. L. et al. Propriedade Intelectual. In: RUSSO, Suzana. Leitão; SILVA, Gabriel Francisco da; NUNES,
Maria Augusta Silveira Neto. (Org.), Propriedade Intelectual. 2 ed.São.
SciELO Busca, scielo, Disponível em: <http://www.scielo.org>, Acesso em: 21. mar. 2019.
WILKINSON, John. A renegociação do espaço rural por atores tradicionais, movimen-
tos sociais e ONG’s. In: Seminário Reformas del Estado, Movimientos Sociales y Mundo
Rural en el Siglo XXI en América Latina. México, nov. 2006.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. No período de Junho a Setembro de 2019, realizamos uma pesquisa sobre Acessibi-
lidade Digital na internet em busca de periódicos, artigos, sites, eventos, aplicativos e software relacionados à
acessibilidade. Dessa pesquisa, foi derivado um mapa mental que nos deu uma visão mais abrangente sobre
a área de interesse da nossa pesquisa, o que nos levou a estruturá-la nas seguintes categorias: Normas de
Acessibilidade, Deficiência Auditiva, Deficiência Visual e Mobilidade Reduzida. Em relação às normas de Aces-
sibilidade, estudamos as Diretrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web (WCAG, do inglês Web Content
Accessibility Guideline) e o Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico- eMAG.
Na categoria Deficiência Auditiva, avaliamos os softwares Vlibras, Handtalk, Aprendizado Acessível – Lead.
Já na categoria Deficiência Visual, utilizamos o NVDA (NonVisual Desktop Access), o Aprendizado Acessível
– Lead e o TalkBack; e, para Mobilidade Reduzida avaliamos o Essential Accessibility, HeadMouse e o Virtual
Keyboard. A partir do conhecimento das normas de acessibilidade (WCAG e eMAG), dos softwares disponíveis
e das necessidades das pessoas com alguma deficiência (auditiva, visual ou motora), em especial ao utilizar
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs), elaboramos uma guia de boas práticas, voltados a professores e
tutores da EaD, visando a conscientização destes profissionais para tornar os cursos nos AVAs mais acessíveis
para as Pessoas com Necessidades Específicas (PNEs).
RESULTADOS. Como resultado da execução do projeto foi desenvolvido um guia de boas práticas para melho-
rar a cessibilidade em Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) para pessoas com necessidades específi-
cas – PNEs. O guia possui 19 recomendações para tornar os AVAs mais acessíveis. Entretanto, devido à limi-
tação de laudas deste resumo expandido, apresentamos abaixo apenas as 7 (sete) principais recomendações
do guia, conforme segue:
O título da página deve ser descritivo e informativo, devendo representar o conteúdo principal da página já
que essa informação é a primeira lida pelo leitor de tela. O título é informado pelo elemento TITLE e deve
preferencialmente seguir a estrutura [assunto principal da página] – [nome do sítio ou sistema] sem palavras
extras, ou recursos estilísticos.
O destino de cada link deve ser identificado claramente, informando se o link remete a outro sítio. Além disso,
é preciso que o texto do link faça sentido mesmo sem o contexto da página. É preciso tomar cuidado para não
utilizar a mesma descrição para dois ou mais links com destinos diferentes, assim como, links para o mesmo
destino devem ter a mesma descrição.
Uma descrição para as imagens da página deve ser fornecida, utilizando-se o atributo ALT da tag IMG do
HTML. No caso de banners e outras imagens que reproduzam informação textual, o ideal é reproduzir o texto,
explicitamente, e a descrição deve ser adaptada ao contexto em que a imagem se encontra.
Uma alternativa sonora ou textual deve acompanhar vídeos que não incluem faixas de áudio. Para vídeos que
contêm áudio falado, devem ser fornecidas legendas e, desejável, alternativa na Língua Brasileira de Sinais
(Libras). Além de essencial para pessoas com deficiência visual, a alternativa em texto também é importante
para usuários que não possuem equipamento de som ou que desejam apenas realizar a leitura do material.
É ideal que todo áudio gravado tenha uma transcrição descritiva e suporte em libras para os surdos, dispo-
3º SIMPIF
nibilizado através de um link, como alternativa de texto, que deve aparecer logo após o conteúdo em áudio.
Vídeos que transmitem informação visual não disponível na faixa de áudio devem ter uma audiodescrição, que
consiste na descrição clara e objetiva de todas as informações apresentadas de forma visual e que não fazem
parte dos diálogos.
Para conteúdo que exigir entrada de dados por parte do usuário, instruções de preenchimento juntamente
com as etiquetas (elemento LABEL) facilitam a vida do usuário. Para quem enxerga, é mais fácil visualizar os
campos obrigatórios, já para os usuários que necessitam de leitores de telas, o atributo ALT do HTML é indis-
pensável, visto que, é por meio dele que os leitores de telas realizam a leitura para o usuário.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A partir do guia de boas práticas, foi disponibilizado um minicurso de 4 horas vol-
tado a professores da educação a distância e tutores da EaD, internos e da comunidade, para divulgação das
boas práticas para utilização das aplicações da Web2.0 em AVAs para pessoas com necessidades específicas
(PNEs). Tornar a aprendizagem prazerosa é uma tarefa difícil com os métodos tradicionais. Prover um guia de
boas práticas para utilização de recursos e ferramentas de acessibilidade digital em ambientes virtuais pode
ser um início ou mesmo um fôlego novo na tarefa de tornar o processo de ensino- aprendizagem mais leve,
dinâmico e inclusivo.
PALAVRAS-CHAVE: Acessibilidade digital. WCAG. eMAG. Pessoas com necessidades especiais. Deficiente vi-
sual. Deficiente auditivo. Pessoa com mobilidade reduzida.
Referências
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ponível em: <http://emag.governoeletronico.gov.br/cursoconteudista/desenvolvimento- web/recomenda-
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com Deficiência Visual Através do uso de Softwares Leitores de Tela”, Anais do WCF, Vol 4 , pp 47 – 54.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Esta pesquisa é de natureza quantitativa, visto que pretende quantificar os senti-
mentos da população expressos através de textos em mídias sociais, mas também perpassa por uma pesquisa
qualitativa, ao passo que análise de sentimentos em textos apresenta um viés subjetivo. O trabalho iniciou
com coletas de textos de mídias sociais, a exemplo do Twitter (www.twitter.com), contendo informações cor-
relatas com a temática da educação e em particular ao Instituto Federal da Paraíba. Esta busca de textos
está sendo realizada de forma automática através de um crawler (que é um robô rastreador de rede capaz de
coletar dados da rede mundial, no caso da pesquisa, coletando os tweets de forma automática) desenvolvido
para coletar as informações textuais por um período de 6 meses. Para desenvolver o crawler foi utilizado lin-
guagem de programação Python juntamente com as bibliotecas tweepy e selenium. Em paralelo com a coleta
de dados a equipe está estudando algoritmos de aprendizagem de máquina, com o objetivo de implementar
classificadores de textos. A análise qualitativa iniciará após o término da coleta dos textos, a fim da rotulação
de uma base de treinamento que será utilizada para a análise do sentimento na base de testes. Uma com-
paração dos resultados dos diversos classificadores implementados deverá ser realizada e o que obtiver os
melhores resultados, segundo as métricas de avaliação escolhidas, serão utilizados para classificar os demais
textos coletados com o objetivo de analisar e sumarizar as opiniões da população em relação ao IFPB. Uma
vez que todos os textos estejam classificados (rotulados) com os devidos sentimentos, a equipe irá analisar os
resultados para obter as respostas das perguntas-problemas desta pesquisa.
os sentimentos expressos pelo usuário. Com esta pesquisa, espera-se possibilitar uma análise automática dos
textos em mídias sociais para a compreensão dos sentimentos da sociedade relativos à educação e especifi-
camente ao Instituto Federal da Paraíba.
Referências
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Computer and System Sciences, Vol 78, Issue 4, 1175–1184, 2012 .
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DD International Conference on Knowledge Discovery and Data Mining, KDD ’04, ACM, New York, NY, USA,
2004,pp. 168–177.
LIU, Bing. Sentiment Analysis: Mining Opinions, Sentiments, and Emotions. Cambridge University Press,
2015, 384p.
O’REILLY, Tim. What Is Web 2.0: Design Patterns and Business Models for the Next Generation of Software.
Communications & Strategies, Vol 1, Issue 65, Pages 17-37, 2007.
3º SIMPIF
de problemas da prática profissional. Além disso, está sendo feita a análise dos experimentos realizados no
laboratório de materiais de construção civil, assim como as informações técnicas de cada material através de
seus fabricantes, representantes e bibliografias. Os materiais, serão submetidos aos ensaios de caracteriza-
ção e padronização de qualidade normatizados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Como
também é realizado um estudo sobre os conteúdos abordados na disciplina de materiais de construção civil,
ofertada no curso técnico de edificações. Durante o projeto está sendo desenvolvido um website e um aplica-
tivo para dispositivos móveis como uma ferramenta de laboratório de aprendizagem, que contenham recursos
digitais como, acesso às normas analíticas da ABNT, padrões exigidos pela legislação brasileira, bibliografias
gratuitas da área da construção civil, simuladores de experimentos, vídeos, roteiros das análises relativas
aos ensaios com materiais de construção, materiais didáticos, vídeos relacionados com os temas das aulas,
opção de interatividade entre alunos, monitores e professores, links interessantes ligados à área, opiniões,
busca de palavras-chave e a equipe de criação e desenvolvimento. Os estudantes vão ter uma ferramenta para
desenvolver ações de descrição, reflexão e depuração de ideias. Esta ferramenta está sendo elaborada por
uma engenheira civil, técnica em laboratório, ex-aluna da instituição, orientada por uma docente que ministra
aulas nessa área e em parceria com estudantes de cursos técnicos em informática e edificações do próprio
campus Guarabira. Este aplicativo oferecerá flexibilidade, uma vez que o aluno poderá utilizá-lo em casa, no
ambiente de trabalho ou mesmo na unidade acadêmica nas horas vagas. O aplicativo é codificado em blocos,
por ser uma maneira fácil de rápido desenvolvimento para pequenos projetos. Para a criação da interface grá-
fica e dos códigos, é necessário um computador com uma boa configuração e placa de vídeo. Para a criação
do aplicativo é utilizado o Android Studio, por possuir um ambiente de desenvolvimento completo, bastando
apenas que o computador esteja conectado à internet, sendo sua implementação totalmente feita através do
navegador web. O website é desenvolvido com auxílio de ferramentas gratuitas disponíveis.
RESULTADOS. A pesquisa complementa a ação docente na disciplina técnica e contribui para minimizar pro-
blemas relativos à falta de alguns equipamentos no laboratório de materiais de construção civil que dificultam
a prática dos experimentos. A execução do projeto beneficia os estudantes através do contato direto com fer-
ramentas digitais e com as práticas de laboratório que despertam interesse pelo desenvolvimento da ciência e
tecnologia bem como no conhecimento sobre os materiais de construção civil e nos estudos para caracteriza-
ção e descoberta de novos materiais. São as práticas experimentais tecnológicas que auxiliam na caracteriza-
ção dos materiais, através de investigações nas suas propriedades físicas, químicas e mecânicas. Os materiais
de construção podem ser caracterizados de diversas formas, o conhecimento das suas propriedades permite
a escolha do material que corresponda as condições exigidas em cada situação de aplicação, conhecendo-se
as suas limitações e vantagens. Nesse contexto, a observação da necessidade de novas propostas didáticas
para o ensino no laboratório de materiais de construção possuindo como diferencial no projeto a possibilidade
do acesso em qualquer localidade por meio do website e do aplicativo, através de smartphones, tablets ou
computador, aos conteúdos discutidos no laboratório da Instituição.
campi do IFPB que ofertam o curso técnico integrado ao médio em edificações, como Campina Grande, Caja-
zeiras, Catolé do Rocha, Guarabira, Itaporanga, João Pessoa, Monteiro, Patos, Picuí, Princesa Isabel, poderão
ser beneficiados. Contudo, participam ativamente na execução do projeto o campus Guarabira, através da
composição da equipe com a professora e a técnica de laboratório que elaboram este projeto com a participa-
ção de discentes de cursos técnicos em edificações e informática. Além disso, tanto os alunos como a institui-
ção serão beneficiados com publicações científicas na área. A divulgação dos resultados deve ter abrangência
local, regional e até nacional por meio de publicação de artigos em periódicos.
Referências
AMARAL, Érico M. H.; et al. Laboratório virtual de aprendizagem: uma proposta taxonômica. Renote – Revista
Novas Tecnologias na Educação. Porto Alegre, v. 9, n. 2, jul. 2011. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/index.
php/renote/article/view/24821/14771>. Acesso em: 22 jun. 2019.
MASETTO, Marcos T. Mediação pedagógica e o uso da tecnologia. In: MORAN, José Manuel; BEHRENS, Marilda
Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 19. ed. São Paulo: Papirus, 2000. P. 133-173.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Os SDR apresentam uma arquitetura geral simples, composta por uma antena, o
front-end de Rádio Frequência (RF), conversores analógico-digital (CAD) e digital-analógico (CDA), e um am-
biente de processamento que pode ser um computador ou, por exemplo, um FPGA (Field Programmable Gate
Array ) (BIMBI; OLIVEIRA; BEDICKS, 2015). O front-end de rádio usado neste trabalho foi o HackRF (OSS-
MANN, 2017), que é um front-end capaz de transmitir ou receber sinais de rádio na faixa de 1MHz a 6GHz. A
plataforma de software usada para o desenvolvimento do SDR foi o GNU Radio, que consiste em um frame-
work de código aberto. Com o objetivo de permitir ao usuário criar aplicações de forma simplificada, o GNU
Radio conta com um ambiente gráfico GNU Radio Companion (GRC), que possui blocos de processamento
que garantem total compatibilidade com o HackRF (GURJÃO, 2013). Para avaliar os valores reais de potên-
cia medidos no conjunto formado pelo HackRF e GNU Radio, é necessário ter uma estimativa das perdas do
conjunto experimental. Para isso, conectou-se a saída de um gerador de sinais Agilent N9310A, por meio de
um cabo coaxial, com a entrada de um analisador de espectro Agilent N9320B. Gerou-se um sinal senoidal
com -60dBm de potência. Esse conjunto permitiu observar os valores de perda de potência provenientes do
cabo e conectores usados, variando os valores de frequência na faixa de 100MHz a 2GHz. Para as medições
dos valores de potência recebida, foi criado um fluxograma usando o GRC, para observar os valores em cada
frequência. O gerador de sinais foi conectado à entrada do HackRF. No GRC foram configurados os ganhos de
RF e IF (Frequência Intermediária) em 20 e 10 dB, respectivamente, totalizando um ganho de 30 dB.
RESULTADOS. Observou-se nos resultados a necessidade do uso de um fator de correção nas medidas de po-
tência recebida, de modo que a partir da medida observada no GNU Radio, possa se obter uma medida apro-
ximada do valor real de potência. De posse dos valores observados no SDR e no analisador, foi calculada sua
diferença, chamada neste texto de fator de correção, para cada frequência estudada. A partir desses dados,
por meio de uma regressão linear foi possível aproximar esse fator para uma função linear da frequência. Des-
sa forma é possível aplicar o fator de correção da potência recebida adequado, somando o fator encontrado
ao valor medido por meio do SDR.
PALAVRAS-CHAVE: Rádios Definidos por Software. Calibração de Medidas de Potência. GNU Radio.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem pelo fomento provido pela Chamada Interconecta 2019, que pro-
piciou a realização deste trabalho. Também ao grupo de pesquisa GComPI por fornecer a estrutura técnica e
apoio na realização dos experimentos.
Referências
BIMBI, J. S.; OLIVEIRA, V. C. de; BEDICKS, J. G. Rádios Definidos por Software com Aplicações GNU Radio.
Revista de Radiodifusão, v. 9, n. 10, 2015.
CABRAL, Y. K. S; LINS JÚNIOR, P. R.; ROCHA, J. S. Proposta de Arcabouço Experimental para Rede de Sensoria-
mento Espectral usando Rádio Definido por Software. Revista Principia - Divulgação Científica e Tecnológica
do IFPB, [S.l.], n. 44, p. 88-99, abr. 2019. ISSN 2447-9187. Disponível em: <http://periodicos.ifpb.edu.br/
index.php/principia/article/view/1946>. Acesso em: 04 set. 2019.
GURJÃO. E.C. Introdução ao GNU Radio. Revista de Tecnologia da Informação e Codificação, v.3, n.1, 2013.
OROFINO, G. B. A. Implementação de um analisador de espectro utilizando o conceito rádio definido por
software (SDR). Monografia (Bacharelado em Engenharia de Telecomunicações), Universidade Federal Flumi-
nense - UFF, 2017.
OSSMANN. M. HackRF One. 2017. Disponível em: <https://github.com/mossmann/hackrf/wiki/HackRF-O-
ne>. Acesso em: ago. 2019.
3º SIMPIF
jetivo da etapa de segmentação é distinguir a área de interesse da imagem, que tem como saída uma imagem
binária subdividida em múltiplas regiões a partir de pixels contíguos seguindo um critério, onde a precisão dos
resultados dessa fase, implica diretamente no sucesso ou falha do procedimento (OPENCV, 2019). A aborda-
gem de segmentação utilizada neste trabalho, e uma das principais técnicas de distinção de objetos do fundo
da imagem na qual se encontram, é denominada de Binarização ou Limiarização. Fundamentada na análise de
similaridade, uma das propriedades básicas de valores de níveis de cinza, permite a separação de grupos de
pixels representando regiões de interesse (pixels brancos de valor 0) e regiões de desinteresse, por exemplo,
o fundo da imagem (pixels pretos de valor 1) usando a seleção de um ou mais limiares (GONZALEZ;WOODS,
2008). Observa-se a aplicação desta técnica como áreas dotadas de eflorescência na cor branca e o restante
da face do tijolo na cor preta. O primeiro passo foi realizar um levantamento de documentos relevantes já
publicados na área, elaborando um acervo bibliográfico composto de livros, artigos, documentações e demais
materiais que componham o estado da arte, destacando os principais temas: Python; Visão Computacional;
Processamento de Imagens; e OpenCV. Após isso, foram elaboradas técnicas para o desenvolvimento de algo-
ritmos em uma plataforma desktop, na qual foram efetuados os primeiros testes com as técnicas de PDI. O uso
da linguagem Python que é multiplataforma faz com que o sistema possa ser adaptado a qualquer ambiente.
Os algoritmos foram desenvolvidos em uma IDE (Integrated Development Environment) propícia para a lingua-
gem de programação Python utilizando a biblioteca do OpenCV que conta com funções de tratamento de ima-
gens, processamento e visão computacional. Metodologias desenvolvidas para a elaboração de sistemas de
visão baseiam-se em sua maioria na premissa de que inicialmente necessita-se realizar o reconhecimento de
objetos existentes em imagens para que em seguida ocorram transformações destes objetos em informações
que serão processadas e utilizadas pelo controlador. Em seguida, foi a aquisição da imagem a partir de uma
câmera, onde os pixels de cada imagem colorida capturada em RGB são formados pela intensidade de cores
primárias aditivas, como o azul (B - Blue), verde (G - Green) e vermelho (R - Red). Sucessivamente realiza-
mos operações matemáticas de técnicas de pré-processamento. O pré-processamento consiste na aplicação
de métodos específicos que facilitam a detecção de um objeto como, por exemplo, destaque de contornos,
bordas ou formas geométricas. A detecção da região dotada de compostos salinos é uma fase importante da
metodologia que será realizada após o estudo das técnicas de PDI, sendo o passo seguinte ao pré-processa-
mento. Na fase de segmentação, a técnica de binarização foi usada para gerar uma imagem binarizada, com
conjuntos de pixels referentes à área de interesse e outros, ao fundo da imagem. Mas, a imagem resultante
da segmentação não foi a mais adequada quando comparada ao mundo real. Por isso, a etapa de pós-pro-
cessamento será realizada em seguida, corrigindo quaisquer possíveis defeitos e gerando uma imagem apta
a fornecer informações mediante a fase de extração de características que dará início a parte quantitativa de
todo o processo que será finalizada com a fase de classificação dos dados obtidos, baseando-se na busca por
padrões nos mesmos.
RESULTADOS. A aplicação de técnicas de PDI diretamente na imagem fruto do espectro visível mostrou-se
uma abordagem ineficiente e não aconselhável, pois não foi possível estabelecer um limiar que definisse com
3º SIMPIF
exatidão a região de interesse, Com pequenas alterações no limiar, a área de eflorescência se expandía ou
contraía. Ainda não foi definido qual espectro eletromagnético será utilizado ou se será realizada uma aná-
lise multiespectral. Atualmente testes então sendo realizados em imagens oriundas da eflorescência sendo
exposta a radiação UV, onde observou-se que o comportamento fluorescente da eflorescência diante do UV,
favorecerá a definição da região com patologia. Quanto mais destacada a região de interesse estiver no ato
da captura, maior será a acurácia na definição desta. O próximo passo é analisar o comportamento da eflo-
rescência diante da radiação Infravermelha Próxima (NIR). Talvez a absorção da radiação NIR, pela patologia,
promova uma disseminação energética que favoreça a captação desta por meio de uma câmera sensível ao
IR, o que poderia contribuir com o aumento da precisão do algoritmo de detecção de eflorescência em faces
de corpos cerâmicos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. É evidente a presença da eflorescência nos blocos cerâmicos fabricados no muni-
cípio de Monteiro-PB. Esta patologia coloca em risco edificações e os respectivos moradores da região. Com
o avanço do algoritmo, a detecção dessa patologia toma um nível quantitativo capaz de atualizar a forma de
análise atual.
Referências
ASTM. ASTM C 67-13. 2013.
BEZERRA, A. P. L. et al. Ensaio de Eflorescência Baseado na norma da ASTM C 67-92a.p. 1–5, 2012.
GONZAGA, L. B. T. et al. Análise das Composições dos Blocos Cerâmicos Influentes na Eflorescência. n. 1382,
p. 1382–1393, 2016.
GONZALEZ, R. C.; WOODS, R. E. Digital image processing. [s.n.], 2008. 976 p. ISSN10833668. ISBN 0132345633.
Disponível em: <https://books.google.com/books?id=lDojQwAACAAJ{\&}pgi>.
OPENCV. OpenCV. 2019. Disponível em: <https://opencv.org/about.html>.
3º SIMPIF
do edital Nº 06/2018/Campus João Pessoa. O sistema encontra-se na fase de teste no Campus João Pessoa,
visando a sua implantação.
MATERIAIS E MÉTODOS. A elaboração deste trabalho seguiu as etapas de: (a) realização de uma análise
documental do acervo impresso para identificar os metadados que indexarão os documentos no sistema; (b)
desenvolvimento do sistema; (c) realização de testes para a implantação do sistema em setores selecionados
pela Direção do Campus João Pessoa e (d) treinamento dos usuários. O sistema foi desenvolvido na plataforma
web PHP com gerenciador de banco de dados MySQL/MariaDB, O acervo documental utilizado como base para
este trabalho encontra-se distribuído nos três setores do Campus João Pessoa: (i) Coordenação do Arquivo
Central (CAC) que possui dossiês acadêmicos impressos do período de 1933 a 1987, contendo 363 caixas
com 16.500 dossiês (pastas); (ii) Departamento de Inovação, Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Desafios
Acadêmicos (DIPPED) com dossiês formados, na sua maioria, por processos referentes a submissão de proje-
tos em editais internos de pesquisa e de extensão de 2009 a 2018 que foram digitalizados para arquivos pdf e
(iii) Departamento de Assistência Estudantil (DAEST) com dossiês formados por processos desde a época do
início da assistência estudantil (1960), atingindo os períodos 1980 a 2019.
RESULTADOS. O sistema Dossiê Digital permite o armazenamento, busca e visualização de documentos aca-
dêmicos digitalizados por vários setores administrativos do Campus João Pessoa. O armazenamento de um
dossiê requer a digitação dos metadados e do upload das imagens (em formato pdf) dos seus documentos. Os
metadados que indexam um dossiê são identificados a partir dos documentos do dossiê, como por exemplo,
dados pessoais (cpf, nome da mãe, etc), dados acadêmicos (matricula, curso, instituição, etc) e dados de
pesquisa (nome, coordenador, orientador, voluntários, edital de projeto, etc). Outro metadado exigido é o Có-
digo de Classificação do dossiê, que será usado para determinar o tempo de guarda dos dossiês. A busca aos
dossiês é feita pelos metadados de forma bastante flexível. Quanto mais metadados fornecidos na busca mais
preciso será o resultado exibido, na forma de listagem, a partir do qual podem ser visualizadas as imagens
dos documentos listados. O sistema classifica usuários de acordo com as permissões de acesso e de edição
de dossiês, permitindo que apenas usuários autorizados possam editar e excluir documentos produzidos por
um determinado setor cadastrado. As imagens armazenadas pelo sistema passam por um processo de auten-
ticidade e de compactação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Espera-se, como resultado deste trabalho, uma solução para o atendimento aos
requisitos legais para manutenção e guarda, facilidade de acesso e pronta consulta do acervo acadêmico do
campus João Pessoa. Ressalta-se que este trabalho promove a interdisciplinaridade entre as áreas da Ciência
da Computação e da Ciência da Informação.
desta pesquisa.
Referências
BRASIL. Portaria NA/MJ nº 92, de 23 de setembro de 2011. Disponível em: <http://www.siga.arquivonacio-
nal.gov.br/index.php/legislacao-e-normas/legislacao-portarias/337-portaria-an-mj-n-92-de-23-de-setem-
bro-de-2011>. Acesso em: 1 set. 2019.
_________. Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCI-
VIL_03/_Ato2011-2014/2012/Decreto/D7724.htm>. Acesso em: 1 set. 2019.
3º SIMPIF
hotéis e pousadas, trazendo informações sobre eles e permitindo reservas através de ferramentas como Tri-
vago, Booking.com ou Hoteis.com. Esta funcionalidade pode ser utilizada em um planejamento prévio de uma
viagem ou mesmo facilitar a vida do turista que decide se hospedar de última hora. De forma semelhante, o
visitante terá uma funcionalidade para listar as opções para sua alimentação e os pontos turísticos, integrado
com ferramentas de GPS para que chegue facilmente aos lugares que deseje. No Calendário de Eventos são
apresentadas atrações com suas datas, para que os visitantes possam se programar e preparar sua estadia
na cidade. Enfim, a partir destas premissas fizemos o presente projeto de pesquisa com o objetivo geral de
alinhar o desenvolvimento de uma tecnologia educacional, o software, com a pesquisa acerca da história, geo-
grafia e potencialidade turística, contribuindo dessa forma com o acesso ao conhecimento da memória local e
o desenvolvimento econômico da região.
MATERIAIS E MÉTODOS. Inicialmente, destacamos que esta pesquisa é de cunho bibliográfico, qualitativa e
ainda está em andamento. Os estudos desenvolveram-se com leituras e debates de bibliografia recomendada
acerca da história, geografia e turismo da cidade de Areia-PB, para instrumentalização acerca das peculiari-
dades e características específicas da realidade vivenciada pelos educandos. O passo seguinte da pesquisa
foi buscar conhecer as distintas possibilidades para construção de apps para a plataforma Android, uma vez
que já havíamos tomado a decisão por esta devido ao predomínio no uso dela pelos usuários. Nesta fase, os
conhecimentos técnicos de informática foram aprimorados para desenvolver possibilidades futuras de criação
de softwares. Em seguida, de posse de múltiplas visões da realidade local, passamos a fase de definição do
aplicativo a ser desenvolvido e, então, iniciamos o desenvolvimento do app “DivulgAreia”, procurando atender
aos objetivos propostos. Para a etapa de construção estamos fazendo uso da metodologia ágil de desenvol-
vimento SCRUM, que se caracteriza pelo desenvolvimento em ciclos iterativos, chamados sprints, e a cada
um deles se tenta implementar uma nova funcionalidade. Iniciamos o desenvolvimento em 11/09/2019 com
sprints de 2 semanas. No primeiro trabalhamos na construção da interface com o usuário com um menu na
tela principal para dar acesso às diversas funcionalidades e no desenvolvimento da funcionalidade de hospe-
dagem, onde há uma tela com a lista dos estabelecimentos e outra que detalha aquele que for selecionado. No
sprint seguinte foram desenvolvidas as funcionalidades referentes a alimentação e pontos turísticos. Para o 3º
sprint o grupo optou por trocar o banco de dados SQLite, que se limita ao armazenamento das informações no
dispositivo onde está instalado, pelo Firebase Cloud Firestore, um banco de dados disponível na nuvem (web)
e que permitirá uma atualização muito mais simplificada das informações no futuro. O grupo não conseguiu
concluir esta conversão no 3º sprint e, desta forma, está dando continuidade no atual. Para a conclusão do
aplicativo precisamos ainda refinar as funcionalidades implementadas. Por exemplo, falta manipular imagens
no banco de dados e implementar a integração com as ferramentas para reserva em hotéis e pousadas. Pre-
cisamos também implementar a funcionalidade de calendário de eventos e a tela inicial.
RESULTADOS. A pesquisa empreendida trouxe conhecimentos técnicos que podem e devem ser utilizados para
realizar aproximações da realidade dos educandos, com as questões educacionais, seja por meio de ferramen-
tas on-line de informação, softwares, apps, enfim, meios de levar o cotidiano do “interior” geográfico paraiba-
3º SIMPIF
no, para o mundo virtual. Destaca-se assim, a importância que a pesquisa obteve, ao estimular o estudo multi-
disciplinar dos microcosmos dos municípios, que muitas vezes não dispõem de condições técnicas ou mesmo
suporte de pesquisa para realizar as empreitadas de terem suas informações disponibilizadas por meio de
aplicativos para dispositivos móveis. Outro aspecto interessante é que a pesquisa proporcionou a aprendi-
zagem de conteúdos concretos relacionados a tecnologia, objeto do curso Técnico Integrado em Informática
do IFPB com o estudo e a pesquisa em componentes curriculares de formação das ciências humanas e suas
tecnologias, no caso específico, história e geografia. Acrescente-se que os métodos, as técnicas e objetos das
citadas disciplinas foram vistos por meio da realidade local. Por fim, o projeto foi uma importante contribuição
do Instituto Federal para a realidade educacional da sua região geográfica. O estudo e o desenvolvimento
esperado dos educandos no tocante a sua inserção com a tecnologia, representada por meio do acesso a um
software com conteúdo voltado para a região, poderá servir para múltiplos usos, desde a acesso em sala de
aula das diferentes redes de ensino, auxiliando os docentes a dinamizar e oferecer novas abordagens em suas
aulas ministradas, passando pela contribuição ao turismo e a economia local, por proporcionar a facilidade de
acesso de dados acerca do município de Areia-PB.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Conhecer a trajetória histórica de uma região, bem como as peculiaridades geo-
gráficas e as potencialidades econômicas e turísticas locais certamente é um desafio do ato de estudar e edu-
car no mundo globalizante. Compreendemos que por meio desta pesquisa e da construção das ferramentas
pretendidas, quais sejam, os aplicativos para dispositivos móveis, podemos auxiliar na formação de cidadãos
e cidadãs mais conscientes de seu papel cotidiano, com o conhecimento adequado de suas histórias e da
construção material do município, um feito desenvolvido por inúmeras gerações. Todavia, esta construção
é permanente e se apresenta no dia-a-dia por intermédio do conhecimento e desenvolvimento do potencial
turístico e econômico da região. Neste sentido, aproximar as atrações locais do público externo, canalizando
pessoas e recursos para o município de Areia também foi um objetivo alcançado pela pesquisa, que não se
esgota em si, mas abre janelas de oportunidades para que novos estudos possam contribuir com o desenvol-
vimento local.
Referências
ALMEIDA, Horácio de. Brejo de Areia: memórias de um município. João Pessoa: Ed. Universitária UFPB, 1980.
CASTELLS, Manuel. A era da informação: economia, sociedade e cultura’- ‘a sociedade em rede’ – Volume 1.
Editora Paz e Terra, São Paulo, 1999
CORREIA, Anna Elizabeth Galvão Coutinho; LIMA, Izabel França de Lima; SILVA, Alzira Karla Araújo da. O co-
nhecimento e as tecnologias na sociedade da informação. Rev. Interamericana Bibliotecologia, vol.33 no.1
Medellín Jan./June 2010.
IDC. Smartphone Market Share. Disponível em: https://www.idc.com/promo/smartphone-market-share/os.
Acesso em 14 ago. 2019.
TAKAHASHI, Tadao. Sociedade da informação no Brasil: livro verde. Brasília: Ministério da Ciência e Tecnolo-
gia, 2000.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Do ponto de vista de execução, o projeto é desenvolvido em etapas. A primeira etapa
é a de Levantamento de Informações: Nesta etapa é realizada a pesquisa e identificação dos principais mode-
los de gerência e desenvolvimento de software, e a partir deles, os fundamentos e boas práticas de Engenharia
de Software, definidos na literatura e utilizados nas empresas. Na segunda etapa, é executada a estratificação
das informações, onde as informações levantadas na etapa anterior são analisadas e estudadas pela equipe,
aplicadas em uma equipe de desenvolvimento real e tem seus resultados coletados para disponibilização. Na
terceira etapa, as boas práticas levantadas são preparadas para posterior disponibilização na internet em
um Ambiente de Boas Práticas Reconfiguráveis em Engenharia de Software (DE ALMEIDA et al., 2019), que
está sendo desenvolvido em um projeto colaborativo do GPES-IFPB. A quarta etapa é uma etapa de execução
contínua, que consiste na qualificação dos pesquisadores, onde os pesquisadores (docentes e discentes)
fazem reuniões e apresentações dos principais conteúdos estudados pelo grupo de pesquisa, como forma de
disseminar conhecimento, qualificar e desenvolver os seus membros. Por fim, na quinta etapa os principais
resultados do projeto geram materiais que são submetidos para publicação em eventos ou periódicos, e nos
relatórios institucionais, os resultados parciais e final do projeto.
RESULTADOS. Entre os principais resultados, estão o engajamento dos estudantes em atividades de pesquisa,
com foco em publicações científicas e estudos de caso aplicado. Isso devido ao fato do GPES-IFPB possuir
uma equipe de desenvolvimento, na qual boas práticas identificadas pela equipe de pesquisa podem ser apli-
cadas em um cenário real e ter seus resultados avaliados. Como fruto dessa interatividade, foram escritos 3
trabalhos de conclusão de curso baseados nas atividades da equipe, assim como a submissão de um artigo
para o 6º ENCompIF com o título: “Utilização de Behavior Driven Development no GPES: Uma análise compa-
rativa através de cenários e paradigmas”. Outro resultado obtido pela equipe, foi a definição de um modelo
de gerenciamento ágil baseado em SCRUM, que foi publicado em um site didático para divulgação e utilização
pelos membros da equipe. Por fim, como parte da etapa de qualificação dos pesquisadores, estes passaram
por uma capacitação em Revisão Sistemática da Literatura. Capacitação esta que, gerou um minicurso presen-
cial em revisão sistemática da literatura, oferecida pelos orientadores do GPES e ocorreu nas dependências
do IFPB - Campus João Pessoa. O minicurso contou com a presença do time do GPES, alunos da graduação
em Sistemas para Internet no IFPB, alunos do mestrado em Tecnologia da Informação do IFPB e membros do
TJ-PB, organização com a qual está sendo discutida uma parceria com o GPES-IFPB.
AGRADECIMENTOS. Agradecemos ao IFPB - Campus João Pessoa que, através da Chamada Interconecta IFPB
Nº 01/2019, possibilitou a execução do projeto BOAS PRÁTICAS DE QUALIDADE EM PROCESSO DE DESEN-
VOLVIMENTO ÁGIL.
Referências
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Software com o RUP e o PMBOK. In: Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, nº IV, 2009, Rezende,
RJ. Anais. Disponível em: https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos09/163_seget_2009.pdf. Acesso em:
13 ago. 2019.
DE ALMEIDA, J. A.; RANGEL, H. J. L.; COSTA, M. A. C; DE LIRA FILHO, M. B.; DE MEDEIROS, F. P. A.; LIRA, H. B.
Guia interativo de boas práticas em Engenharia de Software. Revista Principia - Divulgação Científica e Tec-
nológica do IFPB, [S.l.], n. 44, p. 23-30, mar. 2019. ISSN 2447-9187. Disponível em: <http://periodicos.ifpb.
edu.br/index.php/principia/article/view/1818/1031>. Acesso em: 20 jul. 2019.
MORAIS, A. D. S.; LIMA, C. D. Q.; RANGEL, H. J. L.; LIRA, H. B.; RODRIGUES,N. N.; ALMEIDA, S. L. F.; BARBOSA,
T. C. Proposta de Framework de Gerenciamento Ágil de Projetos do Grupo de Pesquisa em Engenharia de Soft-
ware do IFPB. In: CSBC, nº XXXVII, 2017, São Paulo, SP. Anais. Disponível em: http://csbc2017.mackenzie.br/
public/files/4-encompif/2.pdf. Acesso em: 13 ago. 2019.
PMI, Project Management Institute. Um Guia para o Corpo de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos
(Guia PMBOK®) – 5ª Edição, 2013.
SOTILLE, Mauro. Gerenciamento de Projetos na Engenharia de Software. PMTech, abr. 2014. Disponível em:
https://www.pmtech.com.br/artigos/Gerenciamento_Projetos_Software.pdf. Acesso em: 13 ago. 2019.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS.Primeiramente, além de uma revisão bibliográfica acerca do tema, foram dimensiona-
das as antenas de microfita que operem em 2,4 GHz e as estruturas CSRR (ComplementarySplitRingResonator)
com geometria quadrada (denominadas CSSRR –ComplementarySplit Square RingResonator) no plano de ter-
ra das mesmas.Por conseguinte, o software comercial ANSYS DESIGN foi utilizado nas simulações envolvendo
as estruturas SSRR no plano de terra das antenas de microfita eanalisou-se quais parâmetros foram afetados,
bem como, elesforam alterados. Especificamente, foram observadas as alterações na frequência de ressonân-
cia, largura de faixa e diagrama de irradiação das antenas em questão.
RESULTADOS. Dentre todas as simulações realizadas, dois resultados merecem ser destacados: o primeiro
corresponde à antena de microfitacom patch retangular operando em 2,4 GHz com 8elementos CSSRR im-
pressos em seu plano de terra, perfilados em forma de matriz 3x3, porém sem um elemento CSRR central na
primeira linha, tendo assim duas ressonâncias próximas com uma boa perda relativa e recuada em relação
a frequência de ressonância. O outro resultado foi obtido para uma antena de microfita com patch circular,
também operando em 2,4 GHz, e desta vez, os ressoadores CSRR foram impressos no plano de terra de forma
diagonal com 3 elementos (superior esquerda para inferior direita), tendo assim duas ressonâncias próximas
e recuadas em relação a de 2,4 GHz. As respostas em frequências bem como suas distribuições de correntes
serão apresentadas no banner.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os resultados se mostraram positivos, uma vez que após a inserção dos CCSRR
houve uma redução no valor dos modos ressonantes das antenas de microfita projetadas, caracterizando o
processo de miniaturização, baseando-se nas distribuições de correntes da antena e variando as configura-
ções de acordo com os pontos quentes da mesma. Isto foi feito tanto para antenas circulares como retangula-
res, sempre utilizando elementos CCSRR com geometria quadrada. Ainda foi possível verificar a possibilidade
de utilização de diferentes configurações de ressoadores no plano de terra das antenas, que podem ser ana-
lisados em trabalhos futuros.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba (IFPB) pelo apoio financeiro no desenvol-
vimento desta pesquisa.
Referências.
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3º SIMPIF
À medida que os sinais se propagam no espaço, perdem potência proporcional à distância percorrida. É im-
portante que se estabeleça um modelo de cálculo dessa perda de potência para que se estabeleça a posição
em que os dispositivos devem ser instalados para que a localização possa ser determinada com precisão.
MATERIAIS E MÉTODOS. Os dispositivos BLE difundem pacotes de dados periodicamente, permitindo que
dispositivos da mesma tecnologia, como smartphones, próximos do transmissor possam receber os pacotes
chamados Advertisings, por meio do bluetooth scanner. É possível configurar dispositivos BLE para se comuni-
carem com smartphones, por exemplo, sem necessidade de pareamento. Desse modo o dispositivo permanece
no modo sleep até que uma conexão, com alguns milissegundos (ms) de duração, seja iniciada. Esse tempo é
suficiente para que o dispositivo receptor possa receber o sinal e medir sua potência, guardando também o
pacote Advertising contendo dados de identificação do dispositivo transmissor (COMPUTER, 2014).
RESULTADOS. Foram feitas medidas da potência do sinal recebido em um sistema de comunicações usando
dispositivos BLE em um ambiente do campus Campina Grande, em que o dispositivo BLE transmissor foi fixado
na extremidade de um corredor e o receptor foi posicionado a distâncias variáveis de 1 a 10 m, variando de
meio em meio metro. Os valores de perda de propagação foram medidos usando a mediana de 100 medidas
em cada distância, com ambos os dispositivos posicionados a 1 m do chão. Foram feitas comparações entre
os valores medidos e os valores calculados com o modelo adotado. Nesse procedimento, o coeficiente de
perdas calculado usando regressão linear foi . Esse resultado ficou próximo dos resultados obtidos por San-
tos (2016), indicando que o modelo Log-distância pode ser utilizado para estimar a perda de propagação nos
ambientes de interesse no campus Campina Grande.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Neste trabalho foi analisado o comportamento da perda de propagação em am-
biente indoor usando dispositivos Bluetooth Low Energy. Aplicando o modelo de perdas de propagação Log-
-distância, com o expoente de perdas determinado por meio de regressão linear, é possível modelar as perdas
no ambiente com precisão comparável a de outros trabalhos encontrados na literatura. A próxima etapa do
trabalho é aplicar o modelo na determinação de perdas de forma a posicionar, adequadamente, dispositivos
transmissores que possam ser usados em um sistema de localização para pessoas com deficiência visual.
AGRADECIMENTOS: Este trabalho foi financiado por meio do Programa PIBITI/CNPq, com realização nas ins-
talações do Laboratório do Grupo de Pesquisas GComPI, no IFPB campus Campina Grande.
Referências
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ba, 2016.
ZHU, X.; FENG, Y. RSSI-based Algorithm for Indoor Localization. Scientific Research, 2013.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Para o desenvolvimento desta pesquisa, foram feitos estudos bibliográficos acerca
dos elementos do projeto e testes a fim de obter o sensor que melhor se adequa ao local, sendo definido a
partir destes uma câmera de vídeo, por atender bem os requisitos necessários para alcançar os objetivos por
nós propostos. Esta escolha, obteve destaque no quesito das características do local (entrada ou corredor da
biblioteca), tornando o tratamento de possíveis erros de certa forma simplificado, pelo fato da câmera abran-
ger uma área maior do que o sensor infravermelho LM393. E em comparação no sentido econômico, atingiu o
melhor aproveitamento devido ao menor custo de implementação, visto que a quantidade de sensores LM393
precisaria ser bem maior para obter a eficiência dos resultados alcançados da visão computacional. Foram
feitas buscas sobre algoritmos de visão computacional para verificar as suas eficiências em relação aos alvos
deste projeto. Dentre as aplicações desses algoritmos, têm-se o “contador de pessoas’ e o “contador de veí-
culos”, os quais utilizaram a subtração em segundo plano, baseada no trabalho de Zivkovic e Heijden (2006)
para a identificação dos indivíduos. Após a aquisição das imagens com a câmera e o processamento dessas
imagens, os dados adquiridos (quantidade de pessoas) são armazenados e enviados para um banco de dados.
Estes procedimentos são realizados por um microcontrolador, o qual é responsável pelo tratamento do algorit-
mo e pela comunicação com o banco de dados, configurado previamente para o recebimento das informações
de data, hora, localização, status, e contagem de iterações. Em seguida, esses dados são lidos e tratados para
exibição adequada em uma aplicação Web, considerando como fatores importantes para o usuário o índice de
lotação, quantidade de lugares, cabines disponíveis e horários com maior movimentação.
RESULTADOS. Como resultado podemos citar o estudo bibliográfico acerca dos elementos do projeto e testes
com o sensor que melhor se adequar a aplicação. Após a definição do tipo de sensor (câmera de vídeo), foram
feitos estudos do ambiente para que estes obtivessem os posicionados da melhor forma possível no protótipo.
Tendo em vista o custo a implementação de diversos sensores nos assentos, na entrada e corredor da bibliote-
ca, o valor seria alto. Com isso, optamos pela câmera por cobrir uma área relativamente grande com um custo
baixo em relação a aquisição de muitos sensores necessário para uma mesma área. Desta forma, tornando o
sistema mais robusto e moderadamente fácil instalação. Foram analisadas as seguintes aplicações do algo-
ritmo de subtração de segundo plano: contador de alevinos, o contador de pessoas e contador de veículos. O
contador de alevinos funcionando basicamente por meio de detecção de cores na passagem no local definido
na posição (x,y) do frame do vídeo. Enquanto os contadores de pessoas e veículos, têm uma lógica e funcio-
namento similares as quais se diferem por meio de da quantidade de parâmetros necessários para contagem,
velocidade dos objetos detectados pelos algoritmos no vídeo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Visto a necessidade de conhecer o ambiente de aplicação desta pesquisa, os in-
tegrantes do projeto foram estudar, observar e investigar o interior da biblioteca Nilo Peçanha. As questões
consideradas para essa visita foram: locais estratégicos para o posicionamento de uma ou mais câmeras, o
posicionamento do sensor interligado com o microcontrolador, a possível utilização das câmeras já instaladas
na biblioteca e as opiniões dos servidores bibliotecários em relação a esta pesquisa. Para o melhor resultado
da aplicação de visão computacional, locais onde se encontram os alvos da pesquisa (estudantes) são essen-
ciais e para incluir todos os estudantes, sem exceção, que entram e saem da biblioteca ou do local de estudos.
Concluiu-se que próximo à entrada da biblioteca é a melhor opção. Porém, a instalação de um protótipo na
entrada não é viável, por não ter um local de apoio ao protótipo. Logo, um outro local de mesma eficácia da
entrada da biblioteca é o corredor que prossegue tanto para entrada da área de estudo, quanto para sua saí-
da. Neste corredor, o manuseio do protótipo é facilitado e aplicável. As opiniões dos bibliotecários presentes
no horário da visita foram favoráveis para o prosseguimento do projeto, visto que beneficiaria no melhor ge-
renciamento do espaço, acrescentando mais praticidade no controle dos estudantes durante a utilização das
áreas de estudo da Biblioteca Nilo Peçanha.
PALAVRAS-CHAVE: Controle de fluxo. Ambientes de estudo. Biblioteca. Fluxo de pessoas. Automação de am-
3º SIMPIF
biente.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos à Chamada INTERCONECTA 2019 pelo apoio financeiro para o desenvol-
vimento desta pesquisa. E, também, aos funcionários da Biblioteca Nilo Peçanha por serem sempre solícitos
durante os nossos estudos de campo.
Referências
TEXEIRA, M. V. et al. Controle no fluxo de processos na catalogação: um estudo de caso na Biblioteca Cen-
tral Ir. José Otão, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. In:CONGRESSO BRASILEIRO DE
BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO-FEBAB, 26., 2017, Fortaleza. Anais… For-
taleza: CBBD, 2017.
ZIVKOVIC, Zoran; HEIJDEN, Ferdinand van der. Efficient adaptive density estimation per image pixel for the
task of background subtraction. Pattern Recognition Letters. 27, 7 (May 2006), 773-780. DOI=http://dx.doi.
org/10.1016/j.patrec.2005.11.005
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. O projeto da plataforma Usability Box foi referenciado na aplicação parcial de técni-
cas de mapeamento sistemático para verificação de quais métodos empíricos de mensuração da usabilidade
estavam sendo recorrentemente utilizados em trabalhos científicos, considerando 5 bases (IEEE Xplore, ACM
Digital Library, Science Direct, Scopus, Google Acadêmico). Também se intencionou a identificação e caracte-
rização dos artefatos mais frequentemente utilizados em ensaios de usabilidade, almejado o colecionamento
de templates, em todo ou em parte, ou de possíveis soluções informatizadas sobre eles (aplicativos e platafor-
mas). Posteriormente, foi iniciada uma revisão bibliográfica, em que foram analisadas 4 dissertações (COSTA,
2017; BARBOSA, 2009; OLIVEIRA, 2008; OLIVEIRA, 2005), 1 tese (AGUIAR, 2012) e 4 livros (RUBIN, 1994;
BARNUM, 2010; DUMAS e LORING, 2008; BANK e CAO, 2016) que tratavam da temática de ensaios de usa-
bilidade e aplicação de suas técnicas. Também foram verificadas as recomendações da norma ISO 9241-210
(ABNT, 2011), a qual indica que uma avaliação centrada no usuário costuma ser amplamente empregada por
meio de testes baseados no usuário, ou, de inspeções referenciadas em requisitos ou guias de usabilidade e
acessibilidade. Ainda, considerou-se o relatório técnico ISO/TR 16982 (ABNT, 2014), o qual orienta sobre a
adequada seleção de métodos de avaliação da usabilidade ou de combinações deles. Esse conhecimento foi
empregado como fonte de requisitos para o Usability Box, em que foram aplicadas técnicas de engenharia de
requisitos de software (inspeção de documentos, experimentação de produtos similares, modelagem concei-
tual de classes e definição de casos de uso em alto nível), seguida da modelagem comportamental e estru-
tural da plataforma (em UML) e da prototipação de sua interface (em alta-fidelidade). A fase de construção
da plataforma considerou uma arquitetura compatível com software em nuvem, baseada em microsserviços e
tecnologias padrão da Web.
RESULTADOS. O Usability Box teve a sua fase de concepção e prototipação concluída com base na revisão de
literatura e num consistente referencial de artefatos de usabilidade mais usados, aplicáveis antes, durante ou
após as sessões de teste. Foi possível caracterizá-los de forma que possam ser configuráveis, destacando-se
a elaboração de roteiros de tarefas (com cenários e respectivas tarefas), de termos de consentimento, sigilo
e direitos de imagem, de questionários para sondagem da satisfação subjetiva (USEr, UMUX e SUS) e para
perfilhamento de usuários (USE). Ressalta-se o suporte temporal no registro de dados de cada ensaio, com
reuso de catalogações de erros, de recomendações de melhorias, de verbalizações e sentimentos de usuários
e de rótulos aplicáveis às sessões de teste de cada um deles, desde que possuam configurações similares de
condução ou ambientação.
AGRADECIMENTOS: Ao IFPB, pelo fomento financeiro proporcionado a este projeto através da Chamada
01/2019 Interconecta.
3º SIMPIF
Referências
ABNT. NBR ISO 9241-210: Ergonomia da interação humano-sistema, Parte 210: Projeto centrado no ser
humano para sistemas interativos. Rio de Janeiro – RJ, 2011.
ABNT. NBR ISO/TR 16982: Ergonomia da interação humano-sistema - Métodos de usabilidade que apoiam
o projeto centrado no usuário. Rio de Janeiro – RJ, 2014.
AGUIAR, Y. P. C. Protocolo experimental para observação da interação um arcabouço para o estudo do
comportamento humano. 2012. Tese (Doutorado em Engenharia Elétrica) - Centro de Engenharia Elétrica e
Informática, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande-PB.
3º SIMPIF
No tocante especificamente ao Decreto nº. 9.296, que entrou em vigor no ano passado (BRASIL, 2018), as
construtoras estão cientes de suas atribuições para que efetivamente este seja cumprido?
Buscou-se responder a essa pergunta realizando um diagnóstico das atitudes e ações desenvolvidas pelas
construtoras, para que efetivamente os projetos sejam acessíveis a todos os cidadãos. Isso porque as cons-
trutoras têm o papel de exigir o cumprimento das diretrizes normativas por parte dos projetistas por elas
contratados
Ressalta-se que, com base no decreto, a pesquisa foi voltada às edificações do tipo hotéis, pousadas, flats e
estruturas similares.
MATERIAIS E MÉTODOS. Inicialmente, dedicou-se certo tempo para realizar uma ampla pesquisa bibliográfica,
buscando atingir o conhecimento necessário sobre o tema abordado no projeto de pesquisa. Posteriormente,
procedeu-se o levantamento do universo da pesquisa. Em um primeiro instante, foi pensado em definir como
amostra os hotéis, pousadas e estruturas similares da área litorânea da cidade de João Pessoa, construídos
entre 2018 e 2019, tendo em vista que, por ser uma região mais procurada por turistas, haveria mais opções
e, portanto, seria mais acessível para o desenvolvimento da pesquisa que nos bairros adjacentes. No entanto,
constatou-se que não é construído com muita frequência esse tipo de edificação na cidade. Então, ampliou-se
o universo temporal para os últimos três anos, com vistas a incluir mais elementos na pesquisa.
Após diversas tentativas de acesso a construtoras voltadas para o perfil necessário a pesquisa, a partir de
dados obtidos nos sites de busca, chegou-se a uma relação contendo 12 construtoras, escolhidas de forma
aleatória. Tais estabelecimentos foram contatados e, a partir dos critérios de seleção, obteve-se um quanti-
tativo de três construtoras que aceitaram fazer parte da pesquisa. Estas foram identificadas na pesquisa da
seguinte forma: Construtoras “A”, “B” e “C”.
Após a conclusão da coleta de dados, procedeu-se a tabulação e análise destes. Ressalta-se que as avaliações
foram prioritariamente qualitativas.
RESULTADOS. A partir dos resultados obtidos em campo, foi desenvolvida a visão das construtoras sobre aces-
sibilidade, conforme a NBR 9050 (ABNT, 2015), em relação à temática abordada no Decreto nº. 9.296/2018
(BRASIL, 2018).
As empresas “A”, “B” e “C” têm visões similares sobre o entendimento de projeto acessível, descrevendo como
sendo construções que podem ser adaptadas para incluir pessoas com algum tipo de dificuldade de mobili-
dade.
Desse modo, para garantir acessibilidade ou facilidade de mobilidade ao usuário do empreendimento, as cons-
trutoras se baseiam na NBR 9050 (ABNT, 2015) e seguem os requisitos necessários, conforme o tipo do em-
preendimento.
Quando perguntou-se quem faz as exigências no tocante à acessibilidade, apenas a construtora “C” afirmou
solicitar aos projetistas que façam os projetos baseados na NBR 9050 (ABNT, 2015). As demais empresas
relataram não exigir dos projetistas, justificando que estes sabem que devem cumprir a legislação. Porém, a
construtora “B” ressaltou que nos casos de identificação de não conformidades nos projetos, entram em con-
tato com os projetistas para informá-los e solicitar os devidos ajustes. Já a construtora “A”, respondeu que o
projetista acompanha todos os projetos, além de projetar para a empresa há um tempo considerável.
Com relação à postura das construtoras diante de possíveis manifestações do cliente em fazer alterações
relativas à acessibilidade, as três empresas afirmaram que procuram atender às solicitações, desde que não
prejudiquem a estrutura e nem causem problemas futuros, como a ocorrência de manifestações patológicas,
por exemplo.
Outro ponto a destacar, em relação ao conhecimento do decreto, é que as construtoras costumam ser orien-
tadas pelos projetistas, por conta de uma visão ainda limitada a respeito de acessibilidade, que só enxergam
o seguimento da NBR 9050 (ABNT, 2015). Por mais que não seja, de certa forma, o papel das construtoras,
se faz necessário que elas também tenham conhecimento mínimo do decreto, a fim de se posicionarem, não
como sugere um projetista, e sim com a sua própria interpretação, opinião, reconhecendo seus limites e sua
forma de trabalhar, cumprindo o que preconiza o decreto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A pesquisa que deu origem a este resumo expandido teve o intuito de avaliar o olhar
das construtoras com relação à acessibilidade, a fim de concluir qual o conhecimento a respeito do decreto.
Nesse sentido, observou-se que as construtoras têm conhecimento moderado do decreto, são por vezes
3º SIMPIF
orientadas pelos projetistas contratados e mantêm um olhar ainda considerado limitado a respeito da aces-
sibilidade.
Espera-se que os resultados da pesquisa possam ser utilizados nos próximos projetos construtivos em prol da
melhoria da qualidade de vida dos portadores de deficiências.
Por fim, agradecemos também às construtoras que nos permitiram usá-las como amostra para o desenvolvi-
mento desta presente pesquisa.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espa-
ços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015.
BRASIL. Decreto-lei nº 13146, de 6 de julho de 2015. Brasília, DF, mar. 2018. Institui a Lei Brasileira de Inclu-
são da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF, jul. 2015.
BRASIL. Decreto-lei nº 9296, de 1 de março de 2018. Regulamenta o art. 45 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de
2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência - Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Lex: 55ª legislatura – 3ªsessão legislativa ordinária. Brasília, DF, mar. 2018.
MAMEDE, L C.; SOBRINHA, M. D. P. B. Visitabilidade-vivenciabilidade limites e perspectivas relativas à política
pública de acessibilidade em assentamentos informais. In: COSTA, A.; ARAÚJO, N. (org.). Acessibilidade no
Ambiente Construído: questões contemporâneas. 2. ed. João Pessoa: Editora IFPB, 2014, p.11-31.
3º SIMPIF
A carga axial máxima que uma coluna pode suportar quando está na
iminência de sofrer flambagem é denominada carga crítica . A expres-
são da carga crítica de Euler é comumente usada para colunas cuja
seção transversal e material não variam ao longo do comprimento.
Portanto, este artigo trata da análise da estabilidade de colunas que apresentam variação de seção transver-
sal e/ou módulo de elasticidade ao longo do comprimento, através de um código desenvolvido na linguagem
de programação PYTHON, baseado no método das diferenças finitas, capaz de fornecer o valor da carga crítica
de flambagem.
MATERIAIS E MÉTODOS. Trata-se de uma pesquisa descritiva, envolvendo um levantamento bibliográfico so-
bre o fenômeno de flambagem, o Método das Diferenças Finitas e a linguagem de programação PYTHON, se-
gundo os autores: Arbabi e Asce (1991), Bastos et al. (2017), Gilat e Subramaniam (2008), Rossum (2005),
entre outros.
Após a construção de um arcabouço bibliográfico, foi possível aproximar a EDO em estudo via Método das
Diferenças Finitas e desenvolver o código capaz de calcular a carga crítica de flambagem de colunas que apre-
sentem variação de momento de inércia e/ou módulo de elasticidade.
A formulação numérica do Método das Diferenças Finitas (MDF) na solução de equações diferenciais gover-
nantes de fenômenos físicos segue uma ótica sistêmica, na qual é possível notar uma ligação entre inúmeros
conhecimentos, como de modelagem e técnicas matemáticas, implementação de algoritmos computacionais,
formas otimizadas de processamento e solução, entre outras (GILAT; SUBRAMANIAM, 2008).
Pensando nisso, pode-se dividir a aplicação do MDF em três estágios: formulação matemática e escolha do
método; solução do sistema linear e análises; interpretação de resultados.
O primeiro estágio é destinado a todo processo de formulação e escolha apropriada do método numérico
ao problema estudado. Assim, para iniciar o processo de aplicação numérica, é necessário conhecer e com-
preender o modelo teórico diferencial, pois isto é crucial para realizar o entendimento correto dos resultados.
Somente a partir disso, é realizada a aproximação da equação diferencial por expressões discretas.
No segundo estágio, por sua vez, aplica-se a equação de diferenças finitas (EDF) em cada ponto contido no
domínio discreto, gerando, assim, um sistema algébrico matricial. A solução deste sistema pode ser feita com
métodos diretos ou iterativos, como método de Gauss ou decomposição LU e Gauss-Seidel ou SOR. Esse es-
tágio está ligado diretamente com o processo de otimização e desempenho computacional na resolução do
sistema linear, acentuando ainda que, para problemas que possuem matrizes de alta ordem, a implementação
de técnicas de otimização numérica são imprescindíveis (FORTUNA, 2000).
Por fim, o terceiro estágio é o momento em que ocorre todo o processo de tratamento de resultados, isto é,
uma análise e validação dos dados obtidos em comparação com valores de referência, como soluções analíti-
cas, valores experimentais ou até mesmo simulações numéricas já validadas.
Nessa linha, todo o processo de validação e interpretação dos resultados é de competência de um profissional
tecnicamente capacitado, a fim de distinguir e analisar os valores obtidos na simulação, para, então, poder
expor o fenômeno de forma correta (MALISKA, 2017).
RESULTADOS. Foram utilizadas três colunas de configurações distintas para a validação do código. A primeira
foi uma coluna de seção circular de dois tramos com variação de módulo de elasticidade (E) e momento de
inércia (I), a segunda uma coluna com seção transversal cônica e módulo de elasticidade (E) constante e a
terceira uma coluna de seção quadrada de três tramos com variação do momento de inércia (I).
Para a obtenção do valor da carga crítica de flambagem, foi obedecido o seguinte roteiro: inserir os dados de
entrada; dividir o comprimento da coluna , em partes segundo a sua configuração; aplicar a fórmula da dife-
rença central nos pontos da divisão, obtendo um sistema de equações algébricas lineares que relacionam os
valores da EDO com os pontos da divisão; aplicar as condições de contorno do problema no sistema montado;
resolver o sistema de equações algébricas obtido, determinando o valor da carga crítica.
Para Gonçalves et al. (2016), quanto maior o valor de e, consequentemente, menor o valor do passo , mais
próximo do valor exato estará a solução do problema. Para checar a convergência dos resultados, pode-se
calcular a carga crítica de cada configuração para diferentes números de subintervalos e plotar o gráfico ().
Além disso, após a obtenção dos dados, foi possível construir gráficos de cargas críticas.
Diante desses resultados, percebe-se que a aplicação da experimentação numérica via Método das Diferenças
3º SIMPIF
Finitas nos modelos diferenciais clássicos de pilares apresentou um excelente desempenho, com um baixo
custo computacional associado e geração de resultados com erros diminutos no que tange à ordem de gran-
deza.
Referências
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3º SIMPIF
Misael Warly Maia Pereira A cidade de Patu se localiza no interior do Rio Grande do Norte, a
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e 321 km da capital do estado, Natal. De acordo com o censo de 2010,
Tecnologia da Paraíba - Campus Catolé do segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a ci-
Rocha
dade possui 11.664 habitantes. Entre as atrações turísticas do muni-
cípio temos a Serra do Lima, que é sede do monumental de Nossa Se-
nhora dos Impossíveis. Essa obra foi eleita uma das sete maravilhas
do Rio Grande do Norte e um dos locais de religiosidade mais acentuada do Nordeste.
O Santuário foi inicialmente formado em meados de 1758 a partir da construção de uma capela que tinha
Nossa Senhora dos Impossíveis como padroeira, segundo Santos (2018), e possui uma igreja de arquitetura
alemã em forma de cone, projetada pelo arquiteto Alberto Reithler, sendo um local onde os turistas e os ro-
meiros podem usufruir de belas paisagens naturais, conforto espiritual e também de uma organizada gestão
e infraestrutura.
Até o campo atual, o monumento vem sendo visitado frequentemente por turistas de diversas cidades e esta-
dos do Brasil. No entanto, apesar de ser uma importante fonte religiosa e econômica para a região, o acervo
documental sobre a história do Santuário do Lima é um pouco escasso. Sendo assim, o presente projeto teve
como objetivo a coleta de mais informações e a elaboração de um artigo sobre o mesmo, visando contribuir
para a historiografia regional.
MATERIAIS E MÉTODOS. Inicialmente, realizamos uma pesquisa documental com as fontes disponibilizadas
pela organização do Santuário e por historiadores locais que produziram documentos sobre o monumento. Para
isso, foi realizada uma visita exploratória ao monumento e organizadas as informações obtidas sobre o mesmo.
Posteriormente, foi executada uma pesquisa com os moradores da cidade de Patu-RN, visando discutir os
impactos socioculturais do Santuário no contexto regional do oeste potiguar e descobrir um pouco mais sobre
sua história. As entrevistas foram feitas a partir da aplicação de um formulário on-line, no qual os habitantes
responderam perguntas relacionadas à importância do monumento para a economia e turismo patuense,
como também sobre alguns fatos históricos de conhecimento dos mesmos. Nesse formulário, constaram-se
as seguintes perguntas:
1. Você acredita que a presença do Santuário do Lima em Patu trouxe algum impacto para a economia local?
2. Em que setores você acha que o santuário mais influencia economicamente?
3. O que você pensa sobre a influência do santuário do Lima para a religiosidade local?
4. Você acha que existe certa escassez de documentos acerca do santuário do Lima na internet?
5. Você tem algum fato histórico importante do Santuário do Lima que possa nos informar?
Por fim, a partir dessas indagações, formulamos um documento com todas as informações obtidas tanto pela
coleta de documentos, quanto pelo formulário. Após isso, foi produzido um artigo contendo os principais de-
talhes da importância do santuário do Lima perante o cenário regional do oeste potiguar.
RESULTADOS. Com as informações obtidas através da análise documental histórica do lima, foi possível pro-
duzir uma coletânea com os acervos apurados do monumento, servindo como uma fonte histórica sobre desde
o processo inicial até a situação hodierna do Santuário. Além disso, com as respostas que foram obtidas pela
pesquisa online, por meio do formulário que foi aplicado para os moradores locais, e com a adição de informa-
ções obtidas por meio dos documentos foi realizado o processo de elaboração de um artigo que reúne esses
resultados. Assim, esse artigo contém as respostas acerca da influência do monumento no desenvolvimento
econômico e sociocultural da cidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Conforme o que foi realizado, foi possível suceder o propósito de analisar os im-
pactos socioculturais e o contexto histórico do Santuário do Lima. Com isso, a pesquisa demonstrou a impor-
tância do reconhecimento da memória da população como uma fonte de informação e intensificou a ideia de
preservar os monumentos sagrados que representam não só um patrimônio religioso, mas também o aparato
cultural de uma população. Por fim, esse projeto ajudou a ampliar e difundir a história e cultura do Santuário
do Lima, promovendo a memória desse patrimônio reconhecido como marco de um povo.
Referências
ARAGÃO, I. R. Reflexões acerca do Turismo Cultural-Religioso e Festa Católica no Brasil. Revista Grifos, v. 23,
n. 36/37, p. 53-67, 2016.
SANTOS, M. F. J. “Perto do céu... numa nave espacial”: reforma devocional e turismo religioso no Santuário
do Lima (Patu-RN, 1936- 1979). Horizonte, Belo Horizonte, 2018. 3º SIMPIF
A Realidade Virtual (RV) e a Realidade Aumentada (RA) permitem que o estudante tenha uma percepção apri-
morada do objeto de estudo, concordando com a afirmação de Braga (2001) “O grande potencial da Realidade
Virtual está exatamente nessas possibilidades [...]”, de descobrir, explorar e construir, ”[...] não só através
de aulas ou objetos físicos, mas também através da manipulação virtual do alvo a ser explorado, analisado
e estudado”. Sendo assim, esta é uma ótima ferramenta a ser utilizada nas áreas de Arquitetura, Engenharia
e Construção (AEC) que, por sua relevância, não pode ser tratada apenas como mais uma ferramenta, e sim
como algo inovador e de extrema importância para o ensino.
A sala de aula interativa seria o ambiente em que professor interrompe a tradição do ditar, deixando de
identificar-se com o contador de histórias, e adota uma postura semelhante a dos designers de software
interativo. Ele constrói um conjunto de territórios a serem explorados pelos alunos e disponibiliza co-autoria
e múltiplas conexões, permitindo que o aluno também faça por si mesmo. Isto significa muito mais do que
ser um conselheiro, uma ponte entre a informação e o entendimento, [...]. (SILVA, 2000, p.23)
A Realidade Virtual e Aumentada tem a capacidade de dinamizar a educação no âmbito da construção civil
de forma criativa, colocando o aluno no centro dos processos de instrução visando o desenvolvimento de
um ser crítico, profissional, independente e construtor de seu conhecimento. Desta forma, torna-se notável
a relevância da aplicação da Realidade Virtual e Aumentada no ensino, visto que ela possibilita a criação de
profissionais recém-formados com uma visão mais aguçada e crítica a respeito dos objetos que foram estuda-
dos, pois obtiveram experiências similares à realidade e geraram conhecimento a partir da introdução desta
ferramenta.
MATERIAIS E MÉTODOS. Foi criado um questionário virtual para consultar os professores das disciplinas De-
senho arquitetônico, Projeto Arquitetônico, Instalações Hidráulicas e Elétricas, Tecnologia das Construções,
Mecânica dos Solos, Materiais de Construção, Estabilidade, Projeto de Design de Interiores Residenciais e
Computação Gráfica para iniciar as atividades. O propósito do questionário foi identificar se os professores
têm conhecimento sobre essas novas tecnologias (RA e RV), e de que forma elas podem ser inseridas na me-
todologia das disciplinas e qual o interesse por parte deles em adaptar o conteúdo.
Com base nos resultados do questionário e em pesquisas bibliográficas, foram definidos os softwares e aplica-
tivos que seriam utilizados para a modelagem dos elementos, bem como os demais equipamentos que podem
auxiliar neste processo, a exemplo dos óculos de realidade virtual e de impressoras 3D.
A partir da escolha do software, foram definidas as plantas baixas para modelagem dos seguintes ambientes:
um canteiro de obras (para a disciplina de Tecnologia das Construções) e uma residência unifamiliar (para a
disciplina de Projeto Arquitetônico).
A próxima etapa será composta pela finalização da modelagem, bem como a elaboração de vídeos demons-
trando os objetos modelados. O uso dos óculos de RV é imprescindível e estamos buscando soluções para
sanar o problema da falta de recursos financeiros.
Após a obtenção dos resultados previstos, uma reunião com os professores das demais disciplinas deverá
ocorrer para que seja possível desenvolver protótipos específicos, de acordo com a ementa de cada disciplina.
Em conjunto com esse processo, deverão ser apresentados orientações básicas de como utilizar os equipa-
mentos e aplicativos.
RESULTADOS. Com relação ao questionário virtual aplicado para os professores da área de edificações, 92%
afirmaram que essas tecnologias seriam relevantes para a sua disciplina. Desses 92%, 90% são da área de
representação gráfica e semelhantes. Segundo 50% dos professores entrevistados, os assuntos que mais
geram dificuldades são os de Vistas Ortogonais, Planta Baixa, Cortes e Representação Gráfica. As modelagens
produzidas para teste foram um canteiro de obras e uma residência unifamiliar. Após as modelagens, foi no-
tória a diferença de uma representação bidimensional para uma tridimensional e tudo está ocorrendo como
esperado. É claramente perceptível a eficácia da aplicação da Modelagem 3D no processo de ensino-aprendi-
zagem do aluno que pretende seguir na área da construção civil.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.
Referências
BRAGA, Mariluci. Realidade Virtual e Educação. Revista de Biologia e Ciências da Terra, Sergipe, v.1, n.1,
2001. Disponível em: http://joaootavio.com.br/bioterra/ workspace/uploads/artigos/realidadevirtual-
-5155c805d3801.pdf. Acesso em 28 de fevereiro de 2019. ISSN 1519-5228.
SILVA, Marco. Sala de Aula Interativa. Rio de janeiro: Quarteto, 2000.
Vamberto Monteiro da Silva INTRODUÇÃO. Nas últimas décadas do século XX, diversas entidades
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba e empresas foram submetidas a enorme pressão de vários segmentos
sociais e das modificações apresentadas pela legislação ambiental,
Wilson Acchar
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
visando à elaboração de processos e produtos que necessitem na sua
implementação e fabricação de menor quantidade de energia e que
possam, ao final do seu ciclo de vida, serem reaproveitados, recicla-
dos e ocasionem menores impactos ambientais.
Nesse contexto, inúmeras pesquisas foram e estão sendo realizadas nas Universidades e Institutos nacionais
e estrangeiros objetivando o aproveitamento de resíduos da agroindústria, da indústria ceramista e da cons-
trução civil. Para que estes possibilitem a melhoria das propriedades físicas e mecânicas de novos materiais
produzidos, com custo reduzido quando comparados aos similares sem adições e que contribuam para a
preservação dos recursos naturais.
A avaliação tecnológica do resíduo que será aplicada na fabricação do novo produto exige uma caracteriza-
ção química prévia do mesmo, a qual possibilitará o direcionamento do aproveitamento de suas qualificações
como fundente, pozolânico, isolante, condutor elétrico ou térmico, etc. A investigação da atividade pozolânica
requer a existência de percentuais significativos de sílica (SiO2) e alumina (Al2O3) em uma forma desorga-
nizada no resíduo estudado, possibilitando a formação de silicatos e aluminatos de cálcio hidratados, decor-
rentes da recombinação dos óxidos anteriormente citados com a fase portlandita gerada no processo de
hidratação do cimento e da cal.
Segundo Garcia et al., 2015, os resíduos da cerâmica vermelha produzidos na faixa de temperatura entre
700° a 900°, apresentam na sua microestrutura a desidroxilação e amorfismo dos argilominerais semelhantes
aqueles constatados nas metacaulinitas produzidas industrialmente. Quando devidamente cominuídos repre-
sentam uma boa alternativa como material substituto de parte do cimento Portland usado na fabricação do
concreto ou na aplicação de solo-cimento em pavimentação e em tijolos, reduzindo a emissão de dióxido de
carbono na atmosfera resultante da produção do clínquer.
A mensuração do potencial pozolânico no resíduo é bastante discutida nos meios acadêmicos, gerando muita
polêmica, sendo contestadas algumas medidas indiretas. Entre estas, podemos citar o índice de pozolanici-
dade com o cimento (NBR-5752/2014) e a cal (NBR-5751/2015), que analisam o desempenho de corpos
de prova através de ensaios mecânicos de resistência à compressão simples. O aumento ou a redução desta
propriedade pode estar relacionada ao fenômeno físico oriundo do grau de empacotamento das partículas ou
o efeito microfiller, proporcionado pelo refinamento dos poros da microestrutura formada.
Essa pesquisa objetiva a formulação de uma metodologia científica que possibilite uma avaliação mais precisa
da potencialidade pozolânica existente no resíduo cerâmico, oriundo da quebra do tijolo cerâmico usado na
edificação de alvenarias de vedação. Por isso, além da análise dos resultados referentes às propriedades físi-
cas, mecânicas e às técnicas micro estruturais aplicadas a cal e/ou cimento com adição de RC, faz-se neces-
sária uma avaliação estequiométrica que ateste ou não o consumo mínimo (330 mg de Ca (OH)/g pozolana)
de hidróxido de cálcio em presença da pozolana em estudo (resíduo cerâmico). Dessa forma, será confirmada
a existência da atividade pozolânica no sistema silício-alumina-hidróxido de cálcio do composto resíduo(s)-
-aglomerante(s).
A parte experimental do estudo científico continuou com a preparação das seguintes soluções padrões: solu-
ção alcoólica de fenolftaleína-1g/L, solução alcoólica vermelho-demetila-1g/L, solução de sacarose-240 g/L
e solução padronizada de ácido clorídrico (HCl)-0,1 M. Em seguida, as amostras do resíduo cerâmico usadas
foram finamente pulverizadas, secas e ensaiadas de acordo com as exigências da NBR 15895/2010.
A etapa de caracterização física do RC foi realizada nos Laboratórios de Mecânica dos solos e Materiais de
construção do IFPB e da UFRN. As análises químicas e térmicas foram realizadas nos laboratórios da Pós-Gra-
duação em Ciências e Engenharia de Materiais (PPGCEM), no laboratório de Metrologia do Centro de Tecnolo-
gia do Gás (CTGAS) e no laboratório de nanomateriais (LANANO) do IFPB.
RESULTADOS. Não foi possível realizar os ensaios para determinação dos limites de Atterberg, devido a redu-
zida plasticidade apresentada pelo resíduo cerâmico e na análise granulométrica verificou-se que o percentual
de RC que passa na peneira N° 4 (4,8mm) atingiu o valor de 99,92%, na de N° 40 (0,42mm) foi 90,93% e na
peneira N° 200 (0.075mm) o teor foi 66,43%. Além disso, o resíduo cerâmico apresentou um percentual de
32,75% retido na peneira N° 325 (0,045mm).
A composição química do RC constatou a presença predominante dos seguintes óxidos, SiO2 , (45,59%),
Al2O3 (35,69%) e Fe2O3 (7,82%), Na2O (0,97% ) e SO3 (0,59%) sendo confirmado pelas fases mineraló-
3º SIMPIF
gicas quartzo, Phlogopita e Anortita constatadas no ensaio de Difração de Raios-X. Finalmente, a amostra
em estudo apresentou um consumo de 589 mg (Ca (OH)2/ g amostra) no ensaio realizado pelo método de
Chapelle modificado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O resíduo cerâmico apresentou um elevado grau de finura constatado na análise
granulométrica realizada, possibilitando maior reatividade com as partículas de cal e/ou cimento, contribuin-
do para a formação de silicatos e aluminatos de cálcio hidratados, devido a recombinação da fase portlandita
gerada no processo de hidratação do cimento e da cal com a estrutura desorganizada de silicatos e aluminatos
existentes no RC. Esse processo foi possível devido aos elevados percentuais verificados na composição quí-
mica do resíduo cerâmico de sílica, alumina e óxido de ferro que somados atingiram um valor total de 89,1%,
superando os valores mínimos estabelecidos pela NBR-12653/2014, para a classificação desse material como
pozolana. Enquanto os teores de Na2O (0,97%) e SO3 (0,59%) ficaram abaixo dos parâmetros da citada
norma técnica. No ensaio Chapelle modificado, o consumo de 589 mg (Ca (OH)2/ g amostra) ficou acima de
330 mg (Ca (OH)2/ g amostra), confirmando a ocorrência do consumo de hidróxido de cálcio durante o ensaio
citado e a potencialidade pozolânica do RC.
Referências
ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5751: Materiais pozolânicos-Determinação de ativida-
de pozolânica – Índice de atividade pozolãnica com cal. Rio de Janeiro, 2015.
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de pozolânica – Índice de atividade pozolãnica com cimento. Rio de Janeiro,2014.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6459: Solo – determinação do limite de liquidez. Rio
de Janeiro, RJ, 2016.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7180: Solo – determinação do limite de plasticidade.
Rio de Janeiro, RJ, 2016.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 7181: Solo – análise granulométrica. Rio de Janeiro, RJ, 2016.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12653: Materiais Pozolânicos. Rio de Janeiro, RJ, 2014.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15895: Materiais Pozolânicos- Determinação do teor
de cálcio fixado-Método Chapelle modificado. Rio de Janeiro, RJ, 2010.
GARCIA, E. et al. Avaliação da atividade pozolânica dos resíduos de cerâmica vermelha produzidos nos princi-
pais polos ceramistas do Estado de S. Paulo. Revista Cerâmica, n◦ 61, p. 251-258, 2015.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Inicialmente as biomassas utilizadas no projeto (Coroa de abacaxi, Palha da cana de
açúcar, Palma orelha de elefante e Fibra de coco) foram lavadas com água, de forma que não ficasse nenhuma
sujeira, em uma pia com água da torneira, menos a Palha da cana de açúcar, que foi lavada de dois modos, com
água fria (temperatura ambiente) e água quente (80°C). Logo em seguida, todas as biomassas foram cortadas
em pedaços de mesmo tamanho usando tesoura de corte. O corte foi feito normalmente nos materiais exceto
na Coroa de abacaxi que foi cortada em três granulometrias diferentes (P, M e G). Em seguida, os materiais
foram submetidos ao processo de secagem, para isso, foram colocados na estufa à uma temperatura de 105°
por um período de 48h. Após esses processos foi realizada a moagem das biomassas em um moinho de facas
com os materiais totalmente secos. Foi feita a análise granulométrica com as biomassas, para isso foram uti-
lizadas as peneiras de 2,00 mm; 1,20 mm; 600m; 420m; 300m; 150m; 75m e o agitador de peneiras a uma
vibração de 70rpm por um tempo de 6 min. Para obtenção das cinzas os materiais foram colocado na mufla a
uma temperatura de 300° e, posteriormente a 800°.
RESULTADOS. Para a realização da etapa de moagem foi utilizado o método de determinação granulométrica
por peneiramento, foram utilizadas peneiras e foram anotadas em seguida a fração retida em cada uma delas
a fim de se conhecer a faixa granulométrica da coroa de abacaxi tamanho M.Usando a peneira de 2,00 mm
ficaram retidos 0,008g do material que corresponde a 0,22 % da massa total usada no peneiramento.Usando
a peneira de 1,20 mm ficaram retidos 0,006g do material que corresponde a 0,16 % da massa total usada no
peneiramento. Usando a peneira de 600m ficaram retidos 0,667g do material que corresponde a 18,1 % da
massa total usada no peneiramento. Usando a peneira de 420m ficaram retidos 0,861g do material que cor-
responde a 23,4 % da massa total usada no peneiramento. Usando a peneira de 300m ficaram retidos 0,663g
do material que corresponde a 18,0 % da massa total usada no peneiramento. Usando a peneira de 150m
ficaram retidos 1,334g do material que corresponde a 36,3 % da massa total usada no peneiramento. Usando
a peneira de 75m ficaram retidos 0,069g do material que corresponde a 1,9 % da massa total usada no pe-
neiramento. E no fundo ficaram retidos 0,069g do material que corresponde a 1,9 % da massa total usada no
peneiramento. No total foram utilizados 3,677g de coroa de abacaxi tamanho M para a análise granulométrica
dando um tamanho de partículas médio de 0,290mm.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. As determinações realizadas mostraram que as biomassas possuem grande po-
tencial para utilização de suas cinzas na construção civil. Análises mais aprofundadas serão realizadas em
trabalhos posteriores assim como o estudo da aplicação dessas cinzas na construção civil. Dificuldades foram
encontradas na obtenção das cinzas de forma satisfatória, pois o equipamento disponível e utilizado para
queima da biomassa não forneceu bons resultados de cinzas.
Referências
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3º SIMPIF
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tentável e X Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, São Paulo, jul. 2004.
RESULTADOS. A cidade de Patos, localizada no sertão da Paraíba, é famosa por suas altas temperaturas du-
rante todo ano. Partindo desta situação, este projeto teve como objetivo a construção de um jardim vertical
no campus Patos do IFPB, visto que o jardim vertical proporcionaria controle térmico no ambiente; economia
de energia, visto que diminuiria a utilização de condicionadores de ar, contribuição para a biodiversidade local, com
a criação de um habitat para insetos e pequenos pássaros e uma melhoria da qualidade do ar e diminuição do efeito estufa.
O local escolhido foi a parede da biblioteca do campus, local bastante frequentado por docentes e discentes. A vegetação
escolhida, por suas características adequadas ao local, foi o pé de maracujá.
Como era esperado, os resultados obtidos mostram que o local escolhido apresenta grande incidência solar e temperaturas
elevadas. Após o término do crescimento do jardim, foi notado o efeito do jardim no controle da temperatura. Os resultados
trouxeram impactos nas principais problemáticas do projeto, sendo elas: controle térmico; melhoria na qualidade do ar e
diminuição do efeito estufa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O ser humano necessita de uma série de recursos naturais para a manutenção de
sua sobrevivência por meio da realização de várias atividades. Viver em uma sociedade capitalista onde as
pessoas são levadas a consumir de forma desordenada, onde os produtos são cada vez mais descartáveis,
onde os grandes empresários visam apenas o lucro faz com que o meio ambiente de modo geral fique refém
das suas “necessidades ambiciosas”.
Uma alternativa para a preservação ou conservação dos recursos disponíveis no meio ambiente passa pela
formação dos cidadãos, sobretudo, aqueles que estão no ensino fundamental e médio, pois crescerão com
uma nova mentalidade voltada para a preservação do meio ambiente, em busca de uma sociedade cada vez
mais justa e equilibrada.
Tendo em vista o clima quente, seco e a grande incidência da radiação solar campus Patos do IFPB trazemos
uma pesquisa inovadora a fim de melhorar o ambiente da instituição (biblioteca), onde os rumores de alunos
e servidores quanto ao clima e o conforto térmico de onde trabalham e estudam não era tão agradável. Com
isso, o nosso objetivo geral partiu da idéia de construir um protótipo de um jardim vertical, a fim de minimi-
zar esse problema. No decorrer da pesquisa, ao ser aplicado, esse prótotipo proporcionou uma melhora e
continua melhorando o conforto térmico do ambiente no qual foi aplicado, sendo um fator contribuinte para
arquitetura sustentável, servindo também como elemento decorativo para o Campus, influenciando os discen-
tes a cooperar com o meio ambiente e incentivando também a olharem com outros olhos, sabendo a devida
importância da natureza para o ser humano e o bem que ela nos faz.
AGRADECIMENTOS: Deixamos aqui nossos sinceros agradecimentos e respeito ao CNPq, agradecemos pelo
apoio no desenvolvimento desta pesquisa, por ter aprovado e financiado a mesma nos incentivando a iniciação
cientifica, nos dando a oportunidade de sermos jovens pesquisadores e de certa forma contribuindo também
para o crescimento mútuo.
3º SIMPIF
Pesquisa finalizada através do NUPEDI/IFPB e financiada pelo CNPq Edital n° 10-2018/PIBIC EM.
Referências
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ARAGÃO, A. C. G. de. Coberturas verdes: Um passo para a sustentabilidade. São Paulo: Dissertação (Mestra-
do), FAUUSP, 2011.
De acordo com o Estatuto do Idoso, Art. 37: “O idoso tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou
substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública
ou privada”; vale ressaltar também o Art. 38, que garante, entre outras coisas, a “eliminação de barreiras
arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de acessibilidade ao idoso”.
Entretanto, boa parte do mercado da construção civil não tem acompanhando tal mudança e, como conse-
quência disso, a população sofre com a falta de edifícios residenciais adaptados às suas necessidades. O Brasil
tem cerca de 13 milhões de pessoas com mais de 60 anos, que são responsáveis por um terço dos atendi-
mentos de lesões traumáticas nos hospitais, segundo o SUS – Sistema Único de Saúde. Aproximadamente
75% dessas lesões acontecem nas próprias casas dos pacientes, em quedas que poderiam ser evitadas em
ambientes mais favoráveis, com um índice de melhoria da qualidade de vida bastante apreciável, já que 34%
das quedas gera algum tipo de fratura (BARROS, 2000 apud VINAGRE, 2016).
O acesso à habitação é fundamental para a qualidade de vida de uma pessoa. A moradia é considerada uma
necessidade básica ou fisiológica, ou seja, está diretamente ligada à existência e à sobrevivência do ser hu-
mano.
A primeira versão da NBR 9050, foi elaborada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em 1985
e ao longo dos anos passou por três revisões: em 1994, em 2004 e, a mais recente delas, em 2015. “Por se
tratar de uma norma que pretende assegurar qualidade ao meio construído em todo o território nacional, é
notório o seu alcance e importância social” (MORAES, 2007).
De acordo com a ABNT (2015), “esta Norma visa proporcionar a utilização de maneira autônoma, indepen-
dente e segura do ambiente, edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos à maior quantidade
possível de pessoas, independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção”.
Segundo a NBR 9050 (ABNT, 2015), acessibilidade é a “possibilidade e condição de alcance, percepção e
entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento
urbano e elementos”.
A necessidade de estabelecimento de parâmetros de qualidade para as obras de edificações tem sido uma
demanda dos intervenientes do setor da construção civil. O foco no desempenho vem de encontro a essa
necessidade, com o estabelecimento de exigências a serem atendidas, bem como a forma de mensurá-las.
O desempenho deve ser considerado desde a fase de concepção do edifício e ao longo do ciclo de vida da
edificação. Em alguns países, como França, Canadá e Japão, o desempenho do produto-edifício e dos seus
subsistemas é inicialmente definido para posteriormente serem definidas as tecnologias construtivas a serem
adotadas (OLIVEIRA e MITIDIERI, 2012).
A NBR 15575 (ABNT, 2013) traz em seu escopo a clara atribuição da responsabilidade da manutenção da edi-
ficação ao usuário, desde que este receba da construtora e/ou incorporadora um manual que o oriente nesse
sentido. Os itens referentes à manutenção contidos nessa norma representam um incremento ao conteúdo do
manual, especificamente voltado para a garantia da vida útil de projeto da edificação.
O Programa Cidade Madura, desenvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento Humano (SEDH) do Governo do
Estado da Paraíba, é o primeiro no Brasil a oferecer um condomínio público exclusivo para idosos e inteira-
mente projetado para suas necessidades específicas.
Ao todo o programa conta com seis unidades distribuídas pelo estado, a saber: Cajazeiras, Campina Grande,
Guarabira, João Pessoa, Patos e Sousa. As primeiras unidades a serem construídas, em 2014, foram as de
João Pessoa e de Campina Grande, as quais representarão a amostra desta pesquisa.
Construir uma sociedade mais justa e igualitária também passa por pensar e realizar projetos e obras que tra-
gam mais qualidade de vida e inclusão a diversas pessoas, inclusive as pessoas que se encontram na terceira
idade.
Assim, a relevância desse tema pode ser justificada tanto pelo resultado da pesquisa em si (elaboração do
diagnóstico), que poderá ser utilizado pelos gestores públicos na melhoria do programa em tela, bem como
na construção/reforma de outras habitações voltadas para a terceira idade e, ainda, pela geração de conhe-
cimento, através da publicação de artigos em periódicos e/ou eventos técnico-científicos sobre um tema
relevante mas pouco explorado, até o momento.
São objetivos específicos do projeto de pesquisa: conhecer as limitações e necessidades da terceira idade;
analisar o projeto arquitetônico das habitações do Programa Cidade Madura à luz da NBR 9050; analisar as
especificações técnicas das habitações do Programa Cidade Madura à luz da NBR 15575; identificar possíveis
incompatibilidades entre as habitações construídas no Programa Cidade Madura de João Pessoa e Campina
3º SIMPIF
O universo da pesquisa é composto por todas as unidades do Programa Cidade Madura do Governo do Esta-
do da Paraíba, a saber: Cajazeiras, Campina Grande, Guarabira, João Pessoa, Patos e Sousa. Já a amostra, é
composta pelas unidades do Programa Cidade Madura localizadas nas cidades paraibanas de Campina Grande
e João Pessoa.
A coleta de dados se deu em dois momentos: no primeiro momento, com relação à pesquisa bibliográfica; no
segundo, com relação à pesquisa documental e de campo.
Na pesquisa bibliográfica, os dados foram coletados através de fichas resumo oriundas de teses, dissertações,
monografias, artigos e livros que tinham relação com o tema da pesquisa.
Já na pesquisa documental, houve a análise dos projetos arquitetônicos e das especificações técnicas do
Programa Cidade Madura do Governo do Estado da Paraíba, enquanto que, na pesquisa de campo, os dados
foram coletados por meio de formulários e roteiros de observação, os quais foram elaborados a partir da pes-
quisa bibliográfica, e registros fotográficos in loco.
Os formulários serão aplicados junto a gestores da Companhia Estadual de Habitação Popular (Cehap) do Es-
tado da Paraíba. Já os roteiros de observação foram utilizados pelas pesquisadoras quando da visita in loco às
edificações relacionadas às unidades de Campina Grande e João Pessoa. Essas ferramentas buscaram iden-
tificar as possíveis causas relativas às incompatibilidades entre os projetos arquitetônicos, as especificações
técnicas e as NBRs 9050 e 15575, bem como as possíveis incompatibilidades existentes, também, entre os
projetos arquitetônicos, as especificações técnicas e as habitações construídas no programa.
Os dados serão tratados de forma quantitativa, utilizando-se procedimentos estatísticos, e qualitativa, através
da estruturação e análise destes.
RESULTADOS. Como resultados diretos da pesquisa, até o momento, tem-se: realização de Pesquisa Biblio-
gráfica, com o fichamento de fontes que versam sobre o tema da pesquisa, totalizando 17 fontes, incluindo as
NBRs 9050 e 15575; elaboração das ferramentas de coleta de dados (Formulário e Roteiro de Observação);
execução de Pesquisa Documental, realizada nos projetos e especificações do Projeto Cidade Madura (João
Pessoa e Campina Grande), e de campo (apenas a unidade de João Pessoa, faltando a unidade de Campina
Grande).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Após o tratamento e análise dos dados, espera-se concluir a pesquisa com a ela-
boração de um diagnóstico relativo à acessibilidade e ao desempenho das edificações do Programa Cidade
Madura, sob a ótica das NBRs 9050 e 15575.
AGRADECIMENTOS: As autoras agradecem ao IFPB, Campus João Pessoa, pela bolsa concedida à discente.
Referências
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penho. Rio de Janeiro, 2013.
3º SIMPIF
______. NBR 9050: Acessibilidade a Edificações, Mobiliário e Equipamentos Urbanos. Rio de Janeiro: 2015.
MORAES, M. C. Acessibilidade no Brasil: análise da NBR 9050. 2007. Dissertação de Mestrado – Universidade
Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura, Florianópolis.
OLIVEIRA, L. A.; MITIDIERI FILHO, C. V. O projeto de edifícios habitacionais considerando a norma brasileira
de desempenho: análise aplicada para as vedações verticais. Gestão e Tecnologia de Projetos, v. 7, n. 1, p.
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QUEIROZ, G. A. Qualidade de vida em instituições de longa permanência para idosos: considerações a partir
de um modelo alternativo de assistência. 2010. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal de São João
Del Rei, Departamento de Psicologia, São João Del Rei.
VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
VINAGRE, A. P. Residência para a Terceira Idade. Instituto de Pós-Graduação e Graduação. Revista Especia-
lize, Goiânia, v. 01/2016, n. 12. Disponível em: <https://www.ipog.edu.br/revista-especialize-online/edicao-
-n12-2016/residencia-para-a-terceira-idade/>. Acesso em: 25 jan. 2019.
3º SIMPIF
Dessa forma, é importante caracterizar nas instalações, nas diferentes épocas do ano, os índices bioclimá-
ticos, sendo um dos pontos de partida para a tomada de decisão, tanto para adequações ambientais, assim
como modificações no perfil de ingredientes e na composição das dietas de galinhas poedeiras.
MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi realizada em um galpão experimental de galinhas poedeiras, em sis-
tema de criação em gaiolas, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Campus Sou-
sa-PB, distrito de São Gonçalo. O município fica localizado a uma altitude de 220 m, a uma latitude 06º 45’
33” S e longitude de 38º 13’ 41” W. O clima da região é classificado como tropical semiárido (tipo Bsh), com
temperatura média anual de 26,7ºC e média de precipitação de 872 mm/ano. Para a medição da temperatura
ambiental (TA), umidade relativa do ar (UR) e temperatura de ponto de orvalho (TPO) foram realizadas leituras
diárias, nos horários das 01:00; 03:00; 05:00; 07:00; 09:00; 11:00; 13:00; 15:00; 17:00; 19:00; 21:00 e
23:00; já para a medição da temperatura de globo negro (TGN) foram realizadas leituras diárias, nos horários
das 07:00; 09:00; 11:00; 13:00; 15:00 e 17:00, durante 38 dias de avaliação. Os equipamentos foram ins-
talados na altura da linha das gaiolas, posicionando-os na direção das aves. Foram realizadas as seguintes
medições: temperatura ambiente, temperatura de globo negro, umidade relativa do ar, temperatura de ponto
de orvalho, índice de temperatura e umidade (ITU) e índice de termômetro de globo e umidade (ITGU). Para a
leitura da TA, UR e TPO foi utilizado data logger. A temperatura de globo negro foi mensurada a partir de um
termômetro convencional inserido em uma esfera oca, negra e fosca. Ademais, foi realizada a mensuração da
temperatura de superfície das aves e da temperatura da água de bebida, a partir da utilização de um termôme-
tro digital de infravermelho. A análise dos dados obtidos nesta pesquisa foi por meio de estatística descritiva.
RESULTADOS. Após análise dos dados, os horários das 11, 13, 15 e 17 estão acima da zona de conforto térmi-
co das aves, sendo caracterizada, conforme Rosenberg et al. (1983), como situação de perigo para os animais,
sendo o ITU verificado de 80,38; 81,77; 82,29 e 81,76, respectivamente. Comportamento similar foi também
observado na mensuração do ITGU, verificando-se valores de 80,57; 81,60; 81,19 e 80,31. De acordo com Buf-
fington et al. (1981), valores de ITGU entre 79 a 84 são considerados como perigosos e medidas ambientais e
nutricionais devem ser realizadas, a fim de evitar maiores prejuízos produtivos no plantel. Ademais, observa-se
elevação da temperatura de superfície corporal das aves da 09 às 17:00, bem como aumento da temperatura
da água de bebida. De acordo com Macari; Furlan (2001), para promover redução na temperatura corporal,
a temperatura da água deve estar em torno de 20º C, o que explica os resultados encontrados neste estudo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Para o galpão avaliado neste estudo, observa-se a necessidade de realização de
modificações ambientais, bem como nutricionais, com o intuito de reduzir os efeitos do estresse por calor ao
longo do dia. Destaca-se que os horários da 11; 13; 15 e 17:00 são os mais estressantes, conforme estimado
pelos índices bioclimáticos de ITU e ITGU.
Referências
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fort equation for dairy cows. Transactions of the ASAE. v.24, n. 3, p. 711-714, 1981.
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na produção de aves em clima tropical. Jaboticabal: SBEA, 2001, p.31-87.
ROSENBERG, L. J.; BIAD, B. L.; VERNS, S. B. Human and animal biometeorology. In: Microclimate, the biologi-
cal environment. New York: Wiley- Interscience Publication, 1983. p.423-467.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Obtenção das amostras: As amostras produzidas durante as aulas de Tecnologia
de Pescados foram identificadas e transportadas em embalagens próprias, até o Laboratório de Controle de
Qualidade de Pescados. As amostras foram armazenadas sob temperatura de refrigeração a ± 18 ºC até o mo-
mento das análises. Análises Físico-químicas: Foram realizadas análises físico-químicas em 3 (três) produtos
pesqueiros crus produzidos nas aulas entre os meses de agosto e novembro do ano de 2018. As amostras
escolhidas foram o bolinho, a linguiça frescal e o hambúrguer de peixe. Pesaram-se aproximadamente 100 g
de cada amostra para viabilizar as análises físico-químicas, de acordo com a legislação vigente (INSTRUÇÃO
NORMATIVA No 25, DE 2 DE JUNHO DE 2011). Foram realizadas análises de teores de umidade total, minerais
totais e lipídeos totais além da medição do pH das amostras, obtido através de leitura em medidor de pH ou
pHmetro de bancada. Toda a metodologia das análises foi conforme os procedimentos da AOAC (2000). Deli-
neamento experimental: As análises físico-químicas foram realizadas em triplicata com delineamento inteira-
mente casualizado (DIC). Tratamento de dados: Para a construção de tabelas com média e desvios-padrão,
foi usado o programa EXCELL 2010 do Microsoft Office10.
RESULTADOS. Foram obtidos os resultados dos parâmetros da qualidade físico-química das amostras cruas de
bolinho, linguiça e hambúrguer. São as médias de cada parâmetro em triplicata e seus respectivos desvios-pa-
drão. O valor médio do pH da amostra do bolinho, da linguiça e do hambúrguer de peixe foram 6,47±0,13,
7,14±0,16 e 6,99±0,14 respectivamente. Os teores médios de umidade, cinzas e de lipídios nas amostras de
bolinho foram 65,70±0,32, 1,67±0,07 e 1,37±0,26; linguiça frescal 77,00±0,08, 2,54±0,04 e 1,37±0,26
e hambúrguer 69,89±0,13, 2,78±0,06 e 0,18±0,15 respectivamente. Em almôndega de tilápia sem aditivos,
Oliveira et al. encontraram um valor de pH semelhante, 5,2±0,7, lipídeos 4,6±0,9, umidade 74,1±1,4. BARBO-
SA et. al., (2015) em suas pesquisas sobre desenvolvimento de linguiça frescal de peixe barbado, em amostra
cujo tratamento era sem adição de farinha de aveia, constataram que os teores de umidade obtidos de 60,41,
cinzas de 2,06 e de lipídio 20,54. Em amostra controle de fishburguer de biquara RAÚL et. al. (2018) encon-
traram valores teores de umidade 78,8±0,4, cinzas 2,1±0,1 e lipídios 0,07±0,0.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A legislação brasileira (BRASIL, 2000a) prevê que bolinhos de variadas carnes te-
nham teor máximo de lipídeos de 18%, para hambúrgueres de variadas matrizes, a determinação para teores
máximos de lipídeos é de 23% e, para linguiça frescal, o máximo de teores de umidade e lipídeos são de 70
e 30% (BRASIL, 2000b), respectivamente. Para as demais características físico-químicas como umidade em
bolinho e hambúrguer e pH e cinzas não há previsão de valores na legislação, porém existem vários estudos
sobre esses parâmetros de qualidade que são usados para fins de comparação. Os bolinhos de peixe produ-
zidos durante as aulas, apresentaram teor de lipídios (1,37±0,26), a amostra de hambúrguer resultou em
0,19% e de linguiça frescal 1,37% de lipídeos constatando-se assim que as amostras de bolinho, hambúrguer
e linguiça tem teores de lipídeos muito inferiores ao recomendado pela legislação que rege o regulamento
técnico das características de composição centesimal de bolinhos de carne, confirmando que esses produtos
são de baixo valor lipídico e dentro dos padrões perante a legislação. Todavia, os valores de umidade da lin-
guiça frescal foram um pouco elevados àquele recomendado pois sabe-se que a umidade é um dos principais
parâmetros da qualidade de Alimentos, uma vez que teores mais elevados causam instabilidade química,
favorecem o desenvolvimento de microrganismos e, consequentemente a diminuição da vida de prateleira
do produto. A pesquisa de controle de produtos elaborados em aula é importante, pois estuda as técnicas de
análises dos produtos, identificando parâmetros importantes que influenciam na qualidade, além de formar
profissionais especialistas em Laboratório de Controle de Qualidade de Pescados/Alimentos e ainda colabora
com dados importantes para a Área de Tecnologia de Pescados, vendo-se a necessidade de continuidade da
pesquisa estendendo-se para outros produtos derivados da pesca.
Referências
3º SIMPIF
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17th ed. Arlington: AOAC, 937 p.
BARBOSA, R. D.; RIBEIRO, K. DE P.; PINTO, D. M.; CASSOL, L. A. Desenvolvimento de linguiça frescal de peixe
barbado com adição farinha de aveia: características físico-química e sensorial. Conection Online – Revista
eletrônica do UNIVAG. n. 12. 2015. Disponível em: http://www.periodicos.univag.com.br/index.php/CON-
NECTIONLINE/article/view/203
3º SIMPIF
Laboratório de Patologia Animal (LPA) do IFPB para avaliação histopatológica. Os materiais recebidos foram
avaliados macroscopicamente, fixados em formol tamponado a 10% e em seguida processados rotineiramen-
te, seccionados em 3µm, coradas por hematoxilina e eosina (HE).
RESULTADOS. O cão A era um macho, da raça poodle, com 10 anos de idade, que apresentava há aproximada-
mente três meses um nódulo no espelho nasal com aproximadamente sete centímetros de diâmetro, que obs-
truía a narina. Esse nódulo possuía superfície irregular com secreção purulenta. A tutora relatou que a lesão
teve início após um trauma. Macroscopicamente, o nódulo apresentava superfície irregular, branco amarelado,
firme, que ao corte exibia superfície lisa e branco acinzentada. O cão B era uma fêmea, também da raça poo-
dle, com 11 anos de idade, que apresentou recidiva de um nódulo retirado anteriormente, localizado na base
da orelha. Esse nódulo media aproximadamente quatro centímetros de diâmetro, era recoberto por pele com
área focal ulcerada medindo 1,5 cm de diâmetro e de consistência firme. Ao corte, era não encapsulado, bem
delimitado, com superfície lisa e esbranquiçada, com área central amarronzada. Microscopicamente, ambas as
peças apresentavam características histopatológicas semelhantes, descritas como massas neoplásicas infil-
trativas, não encapsuladas que se estendiam para a derme profunda. As células neoplásicas eram fusiformes
e estavam arranjadas em ninhos ou em feixes entrelaçadas entre si (ziguezague). Apresentavam citoplasma
escasso, pálido e pobremente definido e núcleos variando entre fusiforme a ovoide, de cromatina frouxa, com
um ou mais nucléolos proeminentes. Em meio as células neoplásicas, havia presença de escasso a modera-
do estroma de fibras colágenos maduras e discreta neovascularização. Áreas multifocais a coalescentes de
necrose intratumoral associadas a infiltrado inflamatório misto caracterizado pela presença de plasmócitos,
linfócitos, neutrófilos e alguns macrófagos também foram observados em meio a neoplasia. O diagnóstico de
fibrossarcoma foi realizado baseado nas características macroscópicas e confirmadas através da avaliação
histopatológica. Os aspectos macroscópicos em ambos casos foram semelhantes ao descrito na literatura,
que retratam essa neoplasia como massas de formato irregular, de consistência firme, com tamanho variado
e coloração branco acinzentado, podendo conter áreas de alopecia e ulceração (GROSS et al., 2009; RIBEIRO
et al., 2011). Fibrossarcomas têm sido descritos afetando principalmente pele e tecido subcutâneo da região
de membros e tronco e menos frequentemente trato digestório e periósteo (MAGALHÃES et al., 2015; FLOREN-
TINO et al., 2005). Portanto, sugere-se que em ambos os casos desse relato os sítios de localização obser-
vados são incomuns. A ocorrência de recidivas, observada no caso B, são consideradas comuns nos casos de
fibrossarcoma, devido ao alto grau de infiltração dos fibroblastos neoplásicos. Entretanto, podem ser evitadas
com a realização de procedimentos cirúrgicos mais radicais e sofisticados (GROSS et al., 2009). As caracte-
rísticas microscópicas de células formando feixes entrelaçados entre si associados a áreas de necrose, com
ulceração e hemorragia devido a neovascularização, permitiram o diagnóstico e são consideradas comuns nos
casos de fibrossarcoma. Leiomiossarcoma e tumores de bainha neural devem ser incluídos como principais
diagnósticos diferenciais. A coloração Tricômio de Masson pode ser utilizado em casos que não foi possível a
identificação das fibras colágenas (GROSS et al., 2009; HENDRICK, 2017).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O fibrossarcoma é uma neoplasia de células mesenquimais que acomete cães em
3º SIMPIF
sítios de localização distintos e que as vezes são de difícil acesso para realização da excisão cirúrgica total.
Diante desse fato, a realização do exame histopatológico através de biópsia é imprescindível, pois, além de
determinar o tipo neoplásico em questão, indica o grau de malignidade, contribuindo para a elaboração do
prognóstico do animal e colaborando com o médico veterinário clínico para que se reveja outras possibilida-
des terapêuticas, como a quimioterapia e radioterapia.
AGRADECIMENTOS. Agradecemos ao PIBICT da Chamada Interconecta IFPB – Nº 01/2016 pelo apoio finan-
ceiro e incentivo para o desenvolvimento dessa pesquisa.
Referências
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FLORENTINO, K. C., BATISTA, J. C., BRUSK, F. J., PENA, S. B. Fibrossarcoma Canino – Relato de Caso. Anais da
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GOLDSCHIMIDT, M. H. & SHOFER, F. S. Skin Tumors in the Dog and Cat, Pergamo Press. Oxford. v. 67., n. 158.
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TESINI, E. A. Avaliação epidemiológica de cães com neoplasias orais atendidos no Hospital de Clínicas Veteri-
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MAGALHÃES, G. M., SANTILLI, J., CALAZANS, S. G., NISHIMURA, L. T., DE AMORIM CEREJO, S., DIAS, F. G. G.
Fibrossarcoma primário em intestino delgado de cão-Relato de caso. Brazilian Journal of Veterinary Medicine,
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MARTINATO, Fernanda. Fibrossarcoma com metástase em coração e pulmão de cão – relato de caso. Mono-
grafia do Programa de Aprimoramento Profissional – SES-SP, UNESP – Jaboticabal. 22f., 2017.
MATOS, P. C. M., OLIVEIRA, A., PRIEBE, A. P. S., ALMEIDA, M. B. Fibrossarcoma com metástase em linfonodo
regional em cão. Anais do 31° Congresso Brasileiro da ANCLIVEPA, IV Congresso Brasileiro de Odontologia
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RIBEIRO, F. P. et al. Fibrossarcoma em cão – relato de caso. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veteri-
nária, ano IX, n. 16, 2011.
3º SIMPIF
Os equídeos representam uma importância na epidemiologia da brucelose bovina, quando convivem com bo-
vinos infectados, podem apresentar lesões articulares crônicas, no entanto, dificilmente as fêmeas abortam
(RIBEIRO et al., 2003; LAGE et al., 2008). A transmissão ocorre pela ingestão de água e alimentos contami-
nados por descargas vaginais, restos placentários e restos de abortos de fêmeas infectadas (LANGENEGGER;
SZECHY, 1961; CASTRO et al., 2005).
No semiárido nordestino, os equídeos tem papel de destaque participando da geração de renda através da
realização de trabalho de tração, sendo necessários estudos que demonstrem a situação sanitária desses ani-
mais que estão em contato direto com os seres humanos. Desta forma, este estudo teve como objetivo estimar
a prevalência de brucelose em equídeos de tração, no município de Sousa, Alto Sertão do Estado da Paraíba.
MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi realizada no período de 2016 a 2018, que compreende tanto as cole-
tas de sangue, quanto a realização dos testes sorológicos. Foram utilizadas amostras de sangue de 116 equí-
deos, sendo eles equinos, asininos e muares, de diferentes faixas etárias, ambos os sexos e diferentes raças,
que prestavam serviço de tração, provenientes da região de Sousa-PB.
Para a obtenção de soro sanguíneo, foram colhidas amostras de 5 mL de sangue pela punção da veia jugular
externa, em tubo de ensaio sem anticoagulante, acondicionadas em isopor com gelo e encaminhadas para
análises no Laboratório de Imunologia e Doenças Infectocontagiosas (LIDIC) do Instituto Federal da Paraíba
(IFPB), campus Sousa-PB. As amostras de soro foram armazenadas individualmente em microtubos, e poste-
riormente, congeladas à -20ºC, até o momento da realização dos testes sorológicos.
Em todas as amostras foi realizado o teste do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT), como triagem, utili-
zando como antígeno B. abortus, como preconizado pelo Programa Nacional de Controle e Erradicação da
Brucelose e da Tuberculose Animal - PNCEBT (BRASIL, 2006). As amostras soro-positivas pelo AAT foram
submetidas ao teste confirmatório 2- Mercaptoetanol (2-ME).
No momento da coleta do sangue dos animais, foi aplicado um formulário epidemiológico aos proprietários
dos equinos, para a coleta de informações referentes ao manejo dos animais, como forma de caracterizar os
meios de infecção dos equídeos por B. abortus, bem como, a perpetuação da brucelose na região.
RESULTADOS. Do total de 116 soros sanguíneos analisados pelo teste AAT, 13 (11,2%) foram positivos, de-
monstrando uma alta frequência de brucelose na região. Arruda et al. (2012), ao verificar a presença de
anticorpos anti-B. abortus em equinos do Estado da Paraíba, observaram a presença de equinos positivos,
porém em baixa frequência (3,7%).
Em relação à espécie, 24 eram asininos, 67 muares e 25 equinos. Nos animais positivos, um (7,6%) era asini-
no, oito (61,5%) muares e quatro (30,7 %) equinos.
Nos animais coletados, nove apresentaram até dois anos de idade, 33 animais de três a cinco anos e 74 mais
de cinco anos. Dentre os positivos, três apresentaram até dois anos de idade, um de três a cinco anos e nove
mais de cinco anos.
Com relação ao sexo, observaram-se 49 machos e 67 fêmeas, cujos animais positivos, eram dez (76,9%)
fêmeas e três (23%) machos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluiu-se que a brucelose está presente no rebanho de equídeos carroceiros no
semiárido paraibano, necessitando de medidas adequadas de controle e profilaxia, além da adoção de estra-
tégias de erradicação da enfermidade na região.
AGRADECIMENTOS. Agradecemos o apoio concedido pelo programa PIBIC/CNPq pela concessão de bolsa de
iniciação científica, como fomento para a realização da pesquisa.
Referências
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3º SIMPIF
Dessa forma, objetiva-se identificar as principais espécies vitimas de atropelamento (entre os quilômetros 443
e 506 da BR-230) entre os municípios de Aparecida-PB à Cajazeiras-PB.
MATERIAIS E MÉTODOS. A área de abrangência do estudo compreendeu o trecho entre os km-443 e km-506
da BR–230, no alto sertão, entre os municípios de Aparecida e Cajazeiras.
Para tanto, o processo de monitoramento compreendeu os meses de agosto de 2017 a janeiro de 2018, no
horário das 06:00 às 09:00 da manhã, perfazendo 3 horas diárias, e um total global de 450 horas de ativida-
des ao longo dos 6 meses de pesquisa. Houve flexibilidade quanto a situações extraordinárias, que poderiam
contribuir para o melhor dimensionamento do problema, como em ocasiões em que a coleta foi realizada atra-
vés de informações de moradores locais sobre a ocorrência de atropelamentos em horário diverso ao estabe-
lecido. Nestes casos, visando valorizar a amplitude da coleta de dados e compreender o fator “atropelamento
de fauna“ amplamente, havia o deslocamento imediato da equipe ao local para iniciar os procedimentos de
fotografia, georeferenciamento, preenchimento de ficha.
Em cada coleta foi registrado a coordenada geográfica específica do local do atropelamento com a ajuda de
um sistema de posicionamento global – GPS (Global Positioning System) (Test Plus) e foi medida por uma es-
cala métrica de 10 cm a distância da margem da rodovia até o animal atropelado. Assim, as ocorrências eram
registradas em planilha, para posterior tabulação dos dados, que se concentraram em variáveis como espécie,
posição geográfica, sexo e conservação da pista nas redondezas.
Os dados coletados foram registrados em planilhas e organizados em forma de tabelas e gráficos, utilizando o
software Excel® (2016), perfazendo uma distribuição de frequência e compilando os dados obtidos na tabela
seguinte, através de análise descritiva que considerou variável qualitativa como sexo, data, hora, coordenadas
geográficas, idade estimada, dentre outras. As médias de atropelamento foram obtidas dividindo-se o número
total de animais atropelados pelas horas totais de estudo. O trabalho foi submetido e aprovado ao Comitê de
ética (CEUA) do IFPB Campus Sousa sob protocolo 23000.000799.2018-77.
RESULTADOS. Foram registrados um total de 196 animais atropelados, de 16 diferentes espécies, em 9.900
km percorridos de algumas não foram identificadas. A taxa de mortalidade foi em média um animal a cada
43.88 km percorrido. O grupo dos anfíbios foi mais atingido (144 indivíduos), e os répteis apresentaram a
maior diversidade de espécies encontradas (7 espécies). Ocorreu uma grande variação no número de ver-
tebrados atropelados entre as classes, com maior registro para Amphibia (n = 114; 58,16%), seguida de
Mammalia (n=62; 31.63%), Reptilia (n=12; 6.12%) e por fim Aves (n= 8; 4.09%).
Os cães (Canis familiares) foram o segundo mais afetado durante o período da amostragem, e obteve registros
ao longo de todos os meses do monitoramento, esse número pode ser atribuído ao fato da grande quanti-
dade de animais abandonados nos municípios estudados, onde a BR-230 corta essas cidades, tornando a
probabilidade ao impacto maior, Prada (2004) afirma que o fato dos carnívoros terem grandes áreas de vida
a percorrer os expõe a várias travessias de estradas, o que torna maior a chance de colisão, por possuírem o
olfato e atraídos por carcaças de outros animais devido ao habito de necrofagia.
Outra espécie de mamíferos que se destacou foi o Cerdocyon thous, conhecida popularmente como raposa,
espécie bastante comum na região. Estudos em diferentes rodovias no Brasil obtiveram um elevado número
de atropelamento para tal espécie (aumentando o risco de extinção), como por exemplo, no Cerrado do Brasil
Central (VIEIRA, 1996), no Parque Nacional das Emas (GO) (SILVEIRA, 1999) o comportamento da espécie é
típico de um mamífero silvestre de médio porte, ou seja, percorre longas distancias por alimentos, aumentan-
do a probabilidade de ocorrência de atropelamento.
A espécie mais abundante desse grupo foi Mauremys leprosa (n= 5; 6,2%), por possuírem uma locomoção
mais lenta, assim como as serpentes, são particularmente vulneráveis à mortalidade por veículos automotivos
(RUDOLPH et al. 1999).
A sazonalidade foi baseada nos índices pluviométricos da região, considerando acima de 50 mm/mês para o
período chuvoso julho e janeiro e 00mm/mês para os meses de agosto, setembro e outubro. Os dados refe-
rentes à pluviosidade foram retirados do site do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET, 2018), do posto
de monitoramento do município de Sousa-PB, local no município de São Gonçalo (área de estudo).
A quantidade animais atropelados ao longo dos meses da pesquisa (julho 2017 à janeiro de 2018), levando
em conta a pluviosidade mensal.
3º SIMPIF
De acordo com os dados pluviométricos fornecidos pelo INMET, algumas espécies sofreram grande influên-
cia nos períodos mais chuvosos, para os anfíbios (Rhinella jimi), os registros de atropelamento se deram
principalmente no período chuvoso, em destaque o mês de janeiro de 2018, onde foi registrado maior índice
pluviômetro (65mm) época chuvosa corresponde ao período reprodutivo da espécies citada, que migram em
direção a poças de água sendo muito atropelado nessa época (RODRIGUES et al., 2002), confirmando assim a
influência da sazonalidade no grupo, para os répteis, o maior registro de mortes foi no mês de janeiro de 2017,
considerado chuvoso. Foram registrados mamíferos atropelados em todos os períodos tanto seco como chu-
voso, porém no período de agosto à novembro de 2017, que é considerado período seco os atropelamentos
ocorreram com maior frequência, estas proporções certamente indicam que os animais têm maior necessida-
de de locomoção no período de seca, por conta da escassez de alimento e água.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O impacto sobre as populações atingidas é difícil de avaliar, uma vez que pouco se
conhece sobre seu tamanho populacional. A uma alta frequência de atropelamentos de vertebrados em rodo-
vias, onde a pluviosidade é um determinante sobre quais serão as espécies mais atingidas.
Referências
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VIEIRA, E. M. Highway mortality of mammals in Central Brazil. Ciência e Cultura, v. 48, n.4, p. 270-272.1996.
3º SIMPIF
Vinícius Longo Ribeiro Vilela INTRODUÇÃO. Nos últimos anos houve um crescente contato entre os
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animais domésticos e os seres humanos, favorecendo a propagação
Instituto Federal da Paraíba - Campus Sousa
de agentes parasitários e infecciosos no ambiente e para novos hos-
Thais Ferreira Feitosa pedeiros, tornando a atuação do médico veterinário uma importante
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Instituto Federal da Paraíba - Campus Sousa ferramenta na promoção da saúde dos animais e na saúde pública
(MENEZES, 2005). O médico veterinário é um importante dissemina-
dor na educação em saúde humana e animal ao informar e incentivar
os tutores sobre a adoção de cuidados para garantir o bem-estar dos
seus animais, promovendo melhorias nas condições de vida dos mes-
mos (CLEFF et. al., 2013; BORTOLOTI; D’AGOSTINO, 2007).
O Hospital Veterinário do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), campus Sousa-PB, oferece variados serviços, os
quais favorecem a sociedade carente presente tanto na cidade quanto em regiões circunvizinhas, auxiliando
na difusão dos conhecimentos básicos sobre saúde e doença dos animais, além dos benefícios em serviços
médico-veterinários gratuitos.
Em 12 abril de 2019, começou a primeira turma do Curso Especialização em Medicina Veterinária (CEMV)
no IFPB Campus Sousa. A CEMV teve como objetivo oferecer a possibilidade da verticalização do ensino na
própria intuição ao termino da graduação em Medicina Veterinária. O Médico Veterinário recém-formado tem
a possibilidade de exercer a profissão mediante supervisão contínua dos professores e técnicos, oferecendo-
-lhes maior segurança na tomada de decisão. A CEMV proporciona ao aluno o contato diário com as diferentes
áreas da medicina veterinária, por ser uma especialização nos moldes de uma residência os alunos participam
da rotina clínica do Hospital Veterinário diariamente oito horas por semana.
O CEMV na seleção de 2019, ficou composto por uma turma de dez discentes, atuando nas diversas áreas do
Hospital Veterinário. Nas áreas de Clínica Médica de Pequenos Clínica Médica de Grandes Animais, com um
especializando; Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais, com dois especializandos, sendo que dois destes na
área de Cirurgia de Pequenos Animais; Área de Anestesiologia Veterinária, com um especializando; Patologia
Animal, com dois especializandos; Análises Clínicas Veterinárias, com dois especializandos.
Com a participação dos Discentes do CEMV na rotina clínica, o Hospital Veterinário do IFPB, campus Sousa,
passou a oferecer atendimento ao público todos os dias da semana. Com isso, espera-se que a quantidade
de animais atendimentos e exames realizados aumente. Portanto, este trabalho teve como objetivo a realizar
um levantamento de dados dos atendimentos realizados de todos os setores do Hospital Veterinário, campus
Sousa-PB, comparando os dados obtidos durante o período de abril a julho de 2018, com o mesmo período
de 2019, após a inserção do curso de Especialização em Medicina Veterinária.
MATERIAIS E MÉTODOS. Foi realizado um levantamento dos atendimentos efetuados nos setores de Clínica
Médica de Pequenos Animais, Clínica Médica de Grandes Animais, Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais, Pa-
tologia Animal e Análises Clínicas Veterinárias, do Hospital Veterinário do Instituto Federal da Paraíba (IFPB),
campus Sousa-PB.
O levantamento dos dados foi obtido através da observação dos registros nos livros dos atendimentos de cada
setor, no período de abril a julho de 2018, onde técnicos e professores realizavam os atendimentos, e no mes-
mo período de 2019, com a presença de dez especializandos selecionados mediante a implantação do curso
de Especialização em Medicina Veterinária.
Para avaliar os resultados da pesquisa foi utilizado o método de descrição analítica, sendo os valores numé-
ricos expressos em porcentagem e, posteriormente, realizado a comparação dos dados em relação a cada
período estudado.
RESULTADOS. Observou-se que no setor de Clínica Médica de Pequenos Animais, no período de abril a julho
de 2018, foram realizados 182 atendimentos, já no mesmo período em 2019, foram 485 atendimentos, um
aumento de 303 atendimentos, crescimento de 166%. Na Clínica Médica de Grandes Animais, foram 40 aten-
dimentos no período de 2018, onde no mesmo período em 2019, foram 77 atendimentos, um aumento de 37
atendimentos, crescimento de 92%. Na Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais, foram realizadas 31 cirurgias
no período de 2018, baixo valor quando comparado com o período de 2019 com 90 cirurgias, aumento de 59
cirurgias, crescimento de 190%. Na Patologia Animal, foram realizadas 30 necropsias no período de 2018, já
no período de 2019 foram 33 necropsias, aumento de 3 necropsias, crescimento de 9%.
No setor de Análises Clínicas Veterinárias, houve a introdução de especializandos na área de Patologia Clínica
e no Laboratório de Parasitologia Veterinária. Na Patologia Clínica, no período de abril a julho de 2018 foram
realizados 54 exames, já no mesmo período de 2019, foram realizados 329 exames, aumento de 275 exames,
crescimento de 509%. No Laboratório de Parasitologia Veterinária, no período de 2018, foram realizados
30 exames, baixo valor quando comparado com o período de 2019 que foram 263 exames, aumento de 233
exames, crescimento de 776%.
Considerando os dados obtidos, quando se compara todas as atividades realizadas no hospital veterinário
do IFPB campus Sousa, nos períodos de abril a julho dos anos de 2018/2019, obteve-se um crescimento de
290% em sua totalidade e rotina. Observou-se aumento dos atendimentos de todos os setores analisados.
Além disso, o aumento na rotina no hospital veterinário favoreceu o contato dos dos estudantes do curso de
3º SIMPIF
Medicina Veterinária com mais atendimentos clínicos, tratamentos e exames deste campus, pois os mesmos
ao realizar estágios, podem observar os casos da rotina diária nas mais diversas áreas, onde se encontram os
especializandos. O HV se tornou um potente disseminador de conhecimentos para os discentes da graduação
e especialização, além dos técnicos e professores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluiu-se que houve crescimento dos atendimentos no período de abril a julho
de 2019 em todos os setores, decorrente da presença dos especializandos no Hospital Veterinário. Isso pro-
porcionou ganho para a população da região com o acesso a esses serviços e melhoria na qualidade de vida
dos seus animais e para os alunos e professores que tiveram a possibilidade de aprender com cada atendi-
mento que ocorreu durante o período.
Referências
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3º SIMPIF
A metástase do melanoma pode acarretar em sinais clínicos específicos, e dependendo do prognóstico, pode
ser indicado a eutanásia ou mesmo cursar em morte por decorrência da enfermidade dependendo do local
acometido (MENEZES, 2017). Para o diagnóstico diferencial pode ser considerado o carcinoma, linfoma pouco
diferenciado, sarcomas e outras neoplasias, principalmente nos casos de melanomas amelanócitos (ROLIM et
al., 2012).
Existem poucos estudos relacionando essa neoplasia com a espécie caprina no Nordeste brasileiro. Com isso,
objetiva-se relatar os aspectos clínicos, epidemiológicos e patológicos de um caso de melanoma na região
perianal de um caprino no semiárido da Paraíba.
MATERIAIS E MÉTODOS. Os dados clínicos e epidemiológicos foram coletados da ficha de solicitação biópsia
do caso. Foi realizada uma nodulectomia parcial e o material coletado foi fixado em formol tamponado a 10%,
e em seguida encaminhado para o Laboratório de Patologia Animal (LPA) do Hospital Veterinário Adílio Santos
de Azevedo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (HVASA-IFPB), Campus Sousa,
para avaliação histopatológica.
RESULTADOS. Um caprino, fêmea, quatro anos de idade, sem raça definida, foi atendido por médica veteri-
nária autônoma, apresentando um nódulo na região perianal há aproximadamente três meses. Esse animal
era proveniente do Sítio Gangorra, no município Rafael Fernandes, Rio Grande do Norte, convivia com outros
caprinos e ovinos e era criado em sistema semiextensivo. Na avaliação clínica foi observado nódulo na região
perianal com desconforto à palpação e quando em contato com a cauda, drenava secreção sanguinolenta. Foi
instituído tratamento cirúrgico, com nodulectomia parcial. Os fragmentos de biópsia, caracterizaram-se por
nódulos variando entre 1,3x1,6x0,8 cm e 2x1,6x0,7 cm de diâmetro, ambos de superfície ulcerada, irregular,
de consistência firme elástica, amarronzado entremeado com áreas enegrecidas. Ao corte, exibia tecido amar-
ronzado entremeado a áreas irregulares enegrecidas. Histologicamente, observou-se massa difusa acentuada
de células neoplásicas, não encapsulada, infiltrando desde a derme superficial a profunda, composta por
células fusiformes a ovais agrupadas em mantos. As células possuem formato arredondado a alongado, com
citoplasma moderado a escasso, eosinofílico, e que por vezes apresenta múltiplos grânulos pigmentados de
marrom-escuro, característicos de melanina. Os núcleos eram grandes, com cromatina vesiculosa, com até
dois nucléolos evidentes. O pleomorfismo foi acentuado, com raras figuras de mitose atípicas. Essas células
eram sustentadas por um moderado estroma fibrovascular. Associado, observaram-se áreas multifocais mo-
deradas de infiltrado inflamatório mononuclear, composto predominantemente de linfócitos, plasmócitos e ra-
ros macrófagos. Observou-se também áreas multifocais a coalescentes moderadas de necrose e hemorragia.
Havia perda acentuada da camada epitelial com necrose adjacente, caracterizando tecido ulcerado, além de
acantose moderada das células epiteliais.
O diagnóstico de melanoma foi estabelecido com base nos dados epidemiológicos, clínicos e os achados
anatomopatológicos. A presença de massa pigmentada, de cor preta-amarronzada associada a presença de
melanócitos neoplásicos permitiram o diagnóstico dessa neoplasia. Características semelhantes foram descri-
tas por outros autores (MENEZES, 2017; MACEDO, 2008; PERLMANN, 2015; ZACHARY, 2018). A idade deste
animal se enquadra em estudo realizado por Menezes (2017) e Macedo et al. (2008), que indicaram idade
entre 2 e 5 anos. A localização perineal é de acordo com o descrito por Carvalho et al. (2014), onde o mes-
mo indicou prevalência desse tipo de tumor em áreas ausentes de pelo nos caprinos. Entre os diagnósticos
diferenciais devemos citar o melanocitoma, carcinomas epidermóides, fibrossarcoma, hemangiopericitoma
(MENEZES, 2017) e carcinoma de células escamosas (CCE) (CARVALHO et al., 2014).
Deve-se levar em consideração o fato do animal ser criado em sistema semiextensivo, ele passava o dia pas-
tejando exposto a luz solar e só a noite retornava para o curral, o que possibilita a exposição do mesmo à
radiação solar sendo um fator de risco para melanoma como foi descrito por Carvalho et al. (2014).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O melanoma é uma neoplasia que cursa com metástase, o diagnóstico precoce é
essencial para aumentar a sobrevida do animal.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao PIBICT da Chamada Interconecta IFPB – Nº 01/2017 pelo apoio finan-
ceiro e incentivo para o desenvolvimento dessa pesquisa.
3º SIMPIF
Referências
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3º SIMPIF
Dentre os tamanduás, a espécie Tamandua tetradactyla Linnaeus, 1758, (Myrmecophagidae, Xenartra) conhe-
cida também por tamanduá-mirim, distribui-se da Venezuela ao Brasil, podendo neste último ser encontrado
em todos os seus biomas, nos mais diversos habitats, pastagens e florestas (Hayssen,2011). Nestes ambien-
tes, observa-se a diminuição deste animal por fatores como a caça, predação e doenças desencadeadas por
diversos agentes patogênicos, dentre eles, os ectoparasitos (Dantas-Torreset al.,2010).
Os tamanduás têm recebido uma maior atenção da saúde pública, e isso se justificadevido ao aumento desses
animais encontrados fora de seus habitats naturais, o que resulta em um frequente manuseio, e consequente-
mente, o consumo desses animais pelo homem (Miranda, 2014).
MATERIAIS E MÉTODOS. Em abril de 2019, no munícipio de Nazarezinho, PB, um tamanduá-mirim (T. te-
tradactyla), adulto, macho, foi capturado pelo corpo de bombeiros por estar alojado em uma residência da
referida cidade. Na ocasião, foi detectada a presença de ectoparasitos e realizou-se contenção física para
posterior coleta dos mesmos. Após coletados, foram transferidos para frascos identificados contendo álcool
70º e encaminhados para o Laboratório de Parasitologia Veterinária do Hospital Veterinário do IFPB – Campus
Sousa.O animal foi encaminhado para a Polícia Militar Ambiental da cidade de Patos/Paraíba.
RESULTADOS. Mediante as identificações foram vistos cinco exemplares de P. irritans, sendo duas fêmeas
e três machos. Com relação as características morfológicas, foram identificadas: fronte arredondada, com
margem genal sem ctenídeo; olho grande e escuro; uma cerda pré-ocular e outra genal. Uma única cerda
longa na região pós-antenal e espermateca com bulga arredondada.
Em relação a ordem Monotremata, Xenarthra, na qual estão inseridos os tamanduás, pulgas tem ocorrência
em menos de 1% dos animais, tendo sido descritos outros registros de ectoparasitas, como: Tunga bondari
Wagner, 1932 (Linardi, 2011); Xenopsylla cheopis Rothschild, 1903, Echidnophaga sp. e Rhopalopsyllus lutzi
lutzi, Baker, 1904 (Linardi & Guimarães,2000).
Apesar da ocorrência da pulga, o animal não apresentava nenhuma alteração clínica. O que torna a ressaltar
que a ocorrência deste ectoparasita,ocorreu devido ao estreito contato com os animais domésticos e o ho-
mem, se tornando, assim, hospedeiro do parasito.
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3º SIMPIF
No Brasil, A. cajennense apresenta elevada prevalência e vasta área de distribuição, causando sérios transtor-
nos à produção animal e à saúde pública, tais como: anemia, transmissão de patógenos nocivos ao homem e
aos animais, gastos com honorários veterinários, medicamentos e demais medidas de controle, que na maioria
das vezes, mostram-se ineficazes (Moreno, 1984). Ainda, este carrapato é vetor de Rickettsia rickettsii, agente
etiológico da febre maculosa, uma zoonose de grande importância para a saúde pública (Guedes et al., 2005).
Uma das características importantes de A. cajennense é a baixa especificidade parasitária, podendo infestar
diversas espécies, no entanto, tem os equinos como hospedeiros preferenciais (Lopes et al., 1998).
São raros os relatos de infestação espontânea por Amblyomma spp., em caprinos, principalmente por A. ca-
jennense, pois as espécies que têm esses ruminantes como hospedeiros preferenciais são A. pomposum e A.
lepidium que ocorrem principalmente na África.
Ectoparasitoses acarretam em significativas perdas econômicas na exploração caprina, seja devido à mortali-
dade decorrente de altas infestações, ou indiretamente, por meio da irritação causada nos animais, levando-
-os a queda da produtividade e predisposição a infecções secundárias. (MACIEL et al., 2006).
Portanto, objetivou-se descrever o parasitismo por A. cajennense em caprinos atendidos no Hospital Veteriná-
rio Adílio Santos de Azevedo (HVASA), do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), campus Sousa.
MATERIAIS E MÉTODOS. Foram atendidos no HVASA-IFPB campus Sousa, dois caprinos, fêmeas, raça Boer,
seis meses de idade, provenientes do munícipio de Nazarezinho-PB. Os animais conviviam com bovinos e equi-
nos, não eram vermifugados, apresentavam quadro de apatia, palidez de mucosas, secreção nasal e presença
de ectoparasitos.
Após a realização dos exames clínicos de rotina, foram coletadas amostras de fezes diretamente da ampola
retal dos animais, para que fossem realizados exames coproparasitológicos. Paralelamente, foram coletados
ectoparasitos para a identificação da espécie parasitária, sendo ambos as amostras remetidas ao Laboratório
de Parasitologia Veterinária (LPV) do IFPB.
RESULTADOS. Os ixodídeos identificados foram da espécie A. cajennense, sendo incomum o parasitismo es-
pontâneo em caprinos. Nesse caso, esta identificação torna-se ainda mais atípica, principalmente, pelo fato
de que a propriedade que o animal era proveniente havia equinos, seu hospedeiro preferencial. Foram iden-
tificados ectoparasitos tanto machos, quanto fêmeas, estando suas características morfológicas de acordo
com Taylor (2017), sendo grandes, altamente ornamentados, pernas longas e listradas. As fêmeas não ali-
mentadas têm até 8 mm de comprimento, mas as coletadas apresentavam-se ingurgitadas chegando a apro-
ximadamente 20 mm de comprimento. Os olhos e festões estavam presentes. Observou-se que machos eram
ausentes de placas ventrais.
Após realização da técnica de contagem de Ovos por Gramas de fezes (OPG) e Oocistos Por Grama de fe-
zes (OoPG), de acordo com Gordon e Whitlock (1939), um dos animais apresentou alto grau de parasitismo
(20700 OPG), sendo positivo para ovos da Superfamília Trichostrongyloidea e para Trichuris spp., ainda apre-
sentava-se parasitado por oocistos de Eimeria spp. (1400 OoPG). O segundo animal apresentou-se positivo
para Trichuris spp. (300 OPG) e para Eimeria spp. (1200 OoPG).
O caso atípico de parasitismo por A. cajennense pode ter ocorrido devido o animal apresentar-se altamente po-
sitivo para endoparasitos, que implica em diversos prejuízos para os animais, tornando-os mais fracos, e con-
sequentemente, mais susceptíveis para infestações oportunistas devido à baixa na imunidade geral do animal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluiu-se que caprinos da mesma Região do Sertão Paraibano podem estar aco-
metidos por Amblyomma cajennense, principalmente se estiverem com alto endoparasitismo por nematódeos
da superfamília Trichostongyloidea e Eimeria spp., o que pode favorecer a imunossupressão e ocorrência
desse ectoparasito como oportunista.
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2017.
3º SIMPIF
Na região Nordeste, trabalhos relacionados à frequência e a epidemiologia de parasitos em suínos são es-
cassos. Portanto, esta pesquisa teve o como objetivo determinar a prevalência de parasitas gastrintestinais,
caracterizando o tipo de produção, manejo e fatores de risco associados às infecções em rebanhos suínos da
microrregião de Sousa Paraíba, Nordeste do Brasil.
MATERIAIS E MÉTODOS.
O estudo foi conduzido no período de fevereiro a dezembro de 2018, na microrregião de Sousa, Sertão parai-
bano. Foram selecionados aleatoriamente onze dos dezessete municípios que compõem a microrregião. O sor-
teio aleatório para a escolha das unidades primárias e secundarias foi de acordo com dados da Secretaria de
Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca – SEDAP/PB, utilizando a fórmula de Thrusfield (2007).
As amostras de fezes foram coletadas diretamente da ampola retal de cada animal e encaminhadas para o
Laboratório de Parasitologia Veterinária – LPV, do Instituto Federal da Paraíba - IFPB, Campus de Sousa. Fo-
ram realizadas, individualmente, a contagem de OPG e de OoPG, de acordo com Gordon e Whitlock (1939). As
amostras positivas para helmintos no OPG foram utilizadas para a realização de Coproculturas, de acordo com
Roberts e O’Sullivan (1950).
Nas propriedades visitadas foi aplicado questionário epidemiológico e as informações obtidas foram utiliza-
das para a análise de fatores de risco. Na análise univariável, cada variável independente foi cruzada com a
variável dependente, e aquelas que apresentaram valor de p≤0,20 pelo teste de (x2) foram selecionadas para
a análise multivariável, utilizando-se a regressão logística múltipla (HOSMER e LEMESHOW, 2000). O nível de
significância adotado na análise múltipla foi de 5%. Todas as análises foram realizadas com o programa SPSS
20.0 para Windows.
No OPG e OoPG, respectivamente, os parasitas gastrintestinais encontrados foram nematódeos, com 22,9%
(43/187), e coccídeos, presentes em 56,6% (106/187) das amostras. O nível de infecção por nematódeos e
coccídeos está presente na Tabela 1. Foi observado que a maioria dos animais positivos apresentava infecção
leve tanto para nematódeos (60,4%) quanto para coccídeos (85,8%).
Através do OPG foi possível identificar Trichuris spp. em 13 amostras e Ascaris spp. em uma e 29 coprocul-
turas foram realizadas para identificação das larvas de terceiro estágio com as amostras que foram positivas
para nematódeos sem a possibilidade de identificação do gênero pelo exame de OPG, 29 (100%) apresenta-
ram-se positivas para larvas, identificando-se os gêneros Oesophagostomum 82,2% (25/29), Strongyloides
62,0% (18/29), Hyostrongylus 27,5% (8/29) e infecção mista em 72,4% (21/29) das amostras.
Foram analisadas informações dos proprietários e características das propriedades quanto ao manejo dos
suínos associadas ao desenvolvimento de nematódeos e coccídeos.
Os fatores de risco relevantes para a infecção por nematódeos foram o baixo nível de escolaridade dos pro-
prietários, a não vermifugação dos animais e a não separação dos suínos por idade. Para coccídeos, os fatores
de risco foram a presença de baias maternidade e contato de suínos com bovinos.
A alta diversidade e elevada prevalência de parasitos gastrintestinais encontrada nessa pesquisa identifica
um problema que está comprometendo a lucratividade inerente à produção desses animais. A identificação
3º SIMPIF
dessas espécies de parasitos é importante para subsidiar estratégias de vermifugação mais assertivas.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos o apoio concedido pelo programa PIBIC/CNPq para realização e fomento
da pesquisa.
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3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Os dados epidemiológicos e clínicos foram coletados das fichas de atendimento na
Clínica Médica de Grandes Animais (CMGA) do HV-ASA do IFPB. Foi realizado procedimento cirúrgico para
exérese da lesão cutânea. O material coletado foi encaminhado para Laboratório de Patologia Animal (LPA) do
IFPB para avaliação histopatológica. O material recebido foi fixado em formol a 10%, processados rotineira-
mente, seccionados em 3µm e corados por hematoxilina e eosina (HE).
RESULTADOS. Um equino, macho, mestiço de Manga Larga, com 10 anos de idade foi atendido no HV-ASA
apresentando há aproximadamente 15 dias um ferimento na parte ventral do abdômen que drenava secreção
serosanguinolenta. O proprietário relatou que era comum observar o animal pastejando dentro de um açude
contendo vegetação aquática abundante na superfície. O material coletado caracterizou-se por elipse de pele
medindo aproximadamente 15x9x4,5 centímetros de diâmetro, com área central ulcerada e deprimida medin-
do 7x5 centímetros de diâmetro, de superfície avermelhada, irregular, drenando secreção serosanguinolenta,
circundada por bordos elevados. Na superfície de corte, observou-se trajetos fistulosos com secreção aver-
melhada e cavitações com material coraloide, firme, amareloacinzentado (kunkers), circundados por tecido
abundante, esbranquiçado e liso. Microscopicamente a lesão caracterizou-se por dermatite eosinofilica e ne-
crosante associada a imagens negativas de estruturas tubuliformes. Na derme superficial e profunda obser-
varam-se áreas multifocais de necrose eosinofílica central, associada a imagens negativas de hifas em cor-
tes transversais e longitudinais, as vezes circundas por material de Splendore-Hoeppli. Essas áreas estavam
circundadas por macrófagos, eosinófilos, linfócitos e plasmócitos, delimitados por tecido conjuntivo fibroso.
Na epiderme havia área focalmente extensa ulcerada, caracteriza por perda parcial do epitélio associada a
infiltrado de neutrófilos e miríades de bactérias intralesionais. O diagnóstico de pitiose cutânea foi realizado
baseado nos aspectos epidemiológicos, clínicos e patológicos. O pastejo do animal em açude foi considerado
o principal fator predisponente para a ocorrência da doença, uma vez que, traumas pré-existentes não foram
relatados. No semiárido nordestino consideram-se como fatores predisponentes da pitiose a presença de água
estagnada em reservatórios utilizados nos períodos de estiagem, a alta temperatura da água, que favorece a
proliferação da forma infectante do agente e a escassez de forragens na estação seca, o que leva os animais
a intensificar a permanência e o pastoreio ao redor e dentro de açudes, em busca de alimentação (CARMO
et al., 2015; PESSOA et al., 2014). Nesse animal a presença de pequenos kunkers associados a imagens ne-
gativas de hifas intralesionais foram indícios que permitiram o diagnóstico pitiose cutânea. Os kunkers são
considerados patognomônicos dos equídeos. Essas lesões também permitem realizar o diagnóstico diferencial
com outras patologias que afetam a pele de equinos, a exemplo da habronemose cutânea, também comum
na região semiárida da Paraíba. Apesar da habronemose cursar com lesões cutâneas ulcerativas e dermatite
eosinofilica, não apresentam os kunkers, representados microscopicamente por necrose de eosinófilos asso-
ciados a imagens negativas de estruturas tubuliformes. O tratamento de pitiose cutânea em equídeos tem sido
realizado principalmente através da exérese cirúrgica das lesões, utilizando margens cirúrgicas amplas, a fim
de remover todos os kunkers e evitar a invasão de sítios adjacentes, uma vez que, o agente possui caracterís-
tica de formar galerias ou tratos fistulosos. Portanto, nesse caso a utilização de margens cirúrgicas amplas foi
essencial para a cura efetiva da lesão. Nos casos de negligência no tratamento, pode haver desenvolvimento
excessivo de tecido de granulação, agravando o quadro clínico do animal que pode apresentar debilidade
3º SIMPIF
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Pitiose é uma doença frequente na região semiárida da Paraíba. A identificação dos
kunkers foi essencial para o diagnóstico da doença e possibilitou a instituição efetiva do tratamento cirúrgico
com margens amplas e completa recuperação da lesão.
AGRADECIMENTOS. Agradecemos ao PIBICT da Chamada Interconecta IFPB – Nº 01/2017 pelo apoio finan-
ceiro e incentivo para o desenvolvimento dessa pesquisa.
Referências
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3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Tomou-se como amostra os nove estados brasileiros que são abrangidos pelo clima
Semiárido bem como seus municípios. Esses 1.135 municípios foram agrupados e assim analisados, em 34
mesorregiões. Realizou-se uma pesquisa tipo quantitativa documental, na qual se comparou as mesorregiões
dos estados considerados. Os dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e
Associação Equestre e de Preservação do Cavalo Nordestino (AEPCN). Analisou-se o efetivo de equinos, asini-
nos e muares no período de 2004 e 2010. Elaborou-se um banco de dados no programa Microsoft Excel (v. 2007)
e organizados em planilhas individuais para cada grupo de animais por mesorregiões. Essa mesma plataforma foi
utilizada para realizar somatório e também para a inserção de gráficos. Os dados foram analisados com o programa
de software PRISM vers. 6 (GraphPad, Califórnia, EUA). Usou-se “Box blots” para a estatística descritiva. O teste U
de Whitney-Mann foi aplicado para analisar diferenças populacionais entre 2004 e 2010, sendo o valor de P = 5%.
RESULTADOS. Comparando os anos de 2004 e 2010 observou-se de um modo geral, que houve decréscimo
na maioria dos estados estudados .Considerando o número total de equinos no Semiárido, houve um decrés-
cimo de 3,8% no período estudado, sendo o Estado do Piauí o único que apresentou uma variação significante
no número de cabeças no período estudado, um decréscimo de quase 26% . Quando analisadas as mesor-
regiões do único estado do Semiárido brasileiro que apresentou uma variação significante, o estado do Piauí
foi possível notar no período estudado, um decréscimo em todas as quatro mesorregiões. De modo geral, os
equinos sofreram perdas no seu efetivo na região Semiárida brasileira entre os anos de 2004 e 2010. No que
diz respeito a sua distribuição é possível notar que as perdas são mais acentuadas nas tropas referentes ao
Estado do Piauí. Os estado da Paraíba, Bahia, Minas Gerais, Ceará e Rio Grande do Norte também sofreram
decréscimo no seu efetivo. Apenas os estados de Alagoas, Pernambuco e Sergipe não sofreram decréscimo no
seu número total de equídeos no período estudado. O último estado citado não apresentou decréscimo no seu
efetivo equino, fato este único no Semiárido brasileiro. Vários fatores atuando em conjunto podem ser respon-
sáveis pela perda de grande parcela dos recursos genéticos animais. Talvez o maior deles seja a interferência
do homem no meio ambiente e no manejo desses animais. Vários autores descrevem que os equídeos foram
utilizados como o primeiro meio de transporte em várias civilizações, e em outras foram utilizados também
em serviços de carga e tração. No entanto, nota-se que houve uma diminuição da utilização desses animais
para esses fins, o que pode ser um fator significativo para o notório decréscimo no número desses animais.
Um indicativo desta constatação são os dados do Departamento Nacional de Trânsito referente à evolução da
frota de veículos automotores no período em questão. Em 2010 o número de veículos, na maioria dos estados
estudados, quase que duplicou com relação ao ano de 2004. Em 2010 houve um crescimento de 5.973,378
veículos na frota dos estados pertencentes ao Semiárido brasileiro (DENATRAN, 2013). Observa-se a possível
troca da força animal por meios mecânicos, o que em parte permite a redução da lotação animal nas pasta-
gens nativas e cultivadas do Semiárido e também uma menor competição por forragens e outros produtos
para a pecuária. A substituição leva também ao abandono, o que pode ser outro indicativo da redução no nú-
mero desses animais, já que a pesquisa realizada pelo IBGE não contabiliza os animais que foram abandona-
dos pelos seus proprietários. Quando este abandono ocorre em vias públicas resultam no aumento do número
de acidentes envolvendo veículos e equídeos. Segundo dados do Departamento de Polícia Rodoviária Federal,
em 2007, nos Estados do Semiárido brasileiro, ocorreram 1.776 acidentes ocasionados por animais soltos
nas rodovias, acidentes estes que resultaram em 42 mortes (DPRF, 2013). Esses dados mostram claramente
o grande problema ocasionado pelo abandono desses animais. Outro fator importante a ser considerado que
pode ter contribuído para o decréscimo no número de cabeças equídeas no período estudado é o abate desses
animais para utilização de sua carne como alimento humano. No Brasil a produção de carne de equídeos afas-
tados do trabalho tem por destino a exportação, já que, existe o preconceito contra este tipo de carne o que
torna o mercado interno inexpressivo mesmo a venda sendo permitida para consumo público (RODRIGUES et.
al., 2004). Mesmo com o consumo interno muito pequeno, o Brasil é um dos maiores exportadores deste tipo
de carne no mundo. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2013),
em 2012 o país exportou 2.375,9 toneladas de carne de equídeos, resultando em US$ 6,7 milhões em vendas
para Bélgica (principal comprador), África do Sul, Espanha, Finlândia, Itália, Japão e Países Baixos.
3º SIMPIF
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Foi possível observar que a situação da população de eqüinos apresentou um
saldo negativo do efetivo total de 2010 com relação ao efetivo de 2004. Esse estudo possibilita o acesso a
informações importantes para o diagnóstico de problemas que interferem na variação do efetivo de equí-
nos nessa região. É também uma pesquisa que permite desenvolver e colocar em ação o planejamento de
programas de preservação desses animais. Revela a variação da importância social desses animais para a
região ao longo do tempo. A quantidade de informações torna esse tipo de estudo rico para os mais variados
tipos de análise.
Referências
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3º SIMPIF
Argas miniatus é um ectoparasito de ciclo heteróxeno e possui hábitos alimentares noturnos. Durante o pro-
cesso de alimentação, a larva permanece sobre o hospedeiro durante dias enquanto as fases de ninfa e os
adultos realizam seus repastos sanguíneos em poucos minutos. Durante a fase de vida livre este carrapato
se encontra em abrigos e ninhos de seus hospedeiros, onde realizam muda e cópula. Dentro de uma mesma
população do carrapato, o ciclo biológico pode variar. Essa variação é dependente de diversos fatores, tais
como: temperatura, umidade relativa, grau de ingurgitamento, espécie de hospedeiro e composição genética
da população (SANTOS, 2009).
A criação de galinhas caipiras vem crescendo consideravelmente, principalmente devido a demanda dos con-
sumidores por alimentos mais saudáveis, com menores concentrações de resíduos químicos e por possuírem
alta rusticidade, tornando-se relevante na produtividade e no desempenho desses animais precoce (CARVA-
LHO, 2015).
O presente trabalho objetivou relatar um surto por A. miniatus em criação de galinhas caipiras provenientes
de rebanho avícola de criação doméstica, localizado no Município de Bom Sucesso, no Alto Sertão da Paraíba.
MATERIAIS E MÉTODOS. Em junho de 2019, foi realizada uma visita técnica a uma propriedade no município
de Bom Sucesso, interior da Paraíba, para averiguar as possíveis causas de mortalidade em aves domésticas.
A propriedade apresentava 40 galinhas, criadas em condições semiextensivas. Ao longo de 15 dias, dez ani-
mais (25%) vieram a óbito, o que motivou a visita técnica.
Durante a inspeção ambiental, foi observada elevada infestação das instalações avícolas por carrapatos, que
foram coletados, acondicionados em tubos coletores e enviados para identificação morfológica no Laborató-
rio de Parasitologia Veterinária (LPV) do Hospital Veterinário Adílio Santos de Azevedo (HV-ASA) do Instituto
Federal da Paraíba (IFPB), campus Sousa-PB.
RESULTADOS. A partir do exame clínico e físico realizados na propriedade, constatou-se a presença de inten-
sa infestação de ectoparasitas nas aves e no ambiente. Após a observação das características morfológicas
em Estereomicroscópio, os carrapatos foram identificados como A. miniatus, de acordo com o descrito por
Muñoz-Leal (2018).
Antes do surto de mortalidade, o rebanho avícola era composto por 30 fêmeas e dez machos. Dentre esses,
dez apresentaram sinais clínicos, como anorexia, apatia, diarreia intensa e redução da ingestão de água.
Destas aves com sinais clínicos intensos (8 fêmeas e 2 machos), todos vieram a óbito, totalizando 25% de
mortalidade e 100% de letalidade.
Este parasito se mantém na natureza principalmente em pequenas criações domésticas avícolas de G. gallus
e sua importância se deve às perdas na produtividade, principalmente na produção de ovos, em decorrência
do hematofagismo e da transmissão de agentes patogênicos (MARCHOUX; SALIMBENI, 1903; HOOGSTRAAL,
1979; LISBÔA, 2006). Seu hábito alimentar é principalmente noturno, apresentando em seu ciclo de vida
características biológicas de estágio larval, que permanecem sobre as aves pelo período de 3 a 7 dias para se
alimentar, ninfas que realizam de 3 a 5 mudas ou até 7 estágios ninfas dependendo da espécie, estágios ninfas
e adultos que se alimentam entre 10 e 45 minutos, preferencialmente à noite (KOHLS et al., 1970).
Indicou-se a retirada das aves do ambiente da infestação, queimando toda a instalação, além de realizar a
pulverização do inseticida Barrage©, a base de Cipermetrina 15%, que é uma molécula sintética pertencente
ao grupo dos piretróides. Foi recomendada a diluição de 20 ml do produto em 20 litros de água (1mL/1L),
para a realização de cinco aplicações, com intervalos de oito dias, seguido da confecção de novas instalações
para poleiros e comedouros.
No ambiente onde os animais viviam, dez dias após o início do protocolo de pulverização, uma nova visita foi
realizada, onde constatou-se melhora significativa da infestação do ambiente e retomada da produtividade
dos animais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluiu-se que A. miniatus pode infestar rebanhos avícolas da região semiárida
da Paraíba, acarretando graves prejuízos econômicos em casos de graves infestações, resultando em alta
mortalidade e queda na produção.
3º SIMPIF
Para a prevenção dessas infestações, recomenda-se a inspeção visual periódica das instalações, com objetivo
de identificar a presença de possíveis ectoparasitos, a retirada de entulhos e lixos no galinheiro, utilizados como
abrigos pelos carrapatos. Indica-se ainda, em caso de altas infestações, o protocolo com a utilização de pulve-
rizações com cipermetrina e substituição das instalações de poleiros e comedouros, eficaz no presente surto.
Referências
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de Veterinária. Curso de Pós-graduação em Ciências Veterinárias. Soropédica –RJ, 2009.
3º SIMPIF
Dessa forma, torna-se extremamente importante o domínio das técnicas utilizadas na detecção e identifica-
ção de parasitos. Há uma extensa quantidade de técnicas laboratoriais utilizadas, sendo necessário tempo e
treino para que as mesmas sejam assimiladas e fixadas de forma correta. Por isso, é interessante que hajam
formas de ensino-aprendizagem de uma maneira não convencional, visando auxiliar na execução das técnicas,
estimular a busca por conhecimentos, assim como facilitar o aprendizado.
Com o avanço das tecnologias e a crescente participação dos eletroeletrônicos no dia a dia, torna-se fácil a
compreensão dos aplicativos educacionais para uma geração que cresceu rodeada das facilidades proporcio-
nadas através da utilização da tecnologia, por isso, fazer o uso dos recursos tecnológicos atualmente exis-
tentes, pode ser mais produtivo e eficiente, uma vez que, existe uma praticidade e uma facilidade de acesso
(PEREIRA, et al. 2014).
A inserção de novas tecnologias nas mais variadas áreas de ensino está cada vez mais frequente, seja pela
praticidade, bem como na facilitação do aprendizado. O acesso à informação de forma eletrônica é fácil, por
isso, muitas vezes é preferível utilizar desses meios para incentivar o processo educacional (RODRIGUES,
2015).
Atualmente, não existem aplicativos no mercado digital que sejam voltados para o ensino das técnicas co-
mumente utilizadas em laboratórios de parasitologia veterinária, por isso, faz-se necessária a criação de uma
aplicação para essa área, tendo em vista a dificuldade dos alunos no aprendizado de detalhes, como propor-
ções utilizadas, o tipo de técnica a ser aplicada, a quantidade de material que deve ser utilizado, quantidade
de tempo necessário até a leitura do exame, assim como com imagens dos principais parasitos que podem
ser diagnosticadas por determinada técnica, detalhes importantes para garantir a fidedignidade do exame.
MATERIAIS E MÉTODOS. Como uma forma alternativa ao modelo de ensino convencional, a utilização do
aplicativo facilitará o processo Ensino-Aprendizagem dos graduandos em medicina veterinária do IFPB, como
também dos demais cursos do Brasil, podendo também ser utilizado por médicos veterinários graduados,
tendo em vista que será um aplicativo gratuito disponibilizado no Google Play Store para sistema operacional
Android. Assim, pode contribuir para o estímulo de forma dinâmica para o aprendizado dos graduandos e
graduados em medicina veterinária, permitindo uma melhor execução nas técnicas de rotina, bem como uma
melhor eficiência e confiabilidade na realização dos exames laboratoriais, servindo como um guia rápido,
prático e eficiente.
Engenharia de Sistemas, nesta fase é feito a coleta de informações, análise do problema, com a coleta e mo-
delagem de requisitos, esta visão é essencial para se entender a interface do software com outros elementos
como pessoas, hardware e sistema de armazenamento que será utilizado. Análise de Requisitos de Software
é o processo de coleta de requisitos, onde se deve compreender o domínio da informação, a função, desem-
penho e interfaces exigidas. O Projeto é a representação significativa de alguma coisa que será construída, ou
seja, é a tradução dos requisitos do software para um conjunto de representações que podem ser avaliadas
quanto à qualidade, antes que a codificação se inicie. Codificação tradução das representações do projeto
para uma linguagem “artificial” resultando em instruções executáveis pelo computador. Testes concentram-se
nos aspectos lógicos internos do software, garantindo que todas as instruções tenham sido testadas e nos
aspectos funcionais externos, para descobrir erros e garantir que a entrada definida produza resultados que
concordam com os esperados. A Manutenção ocorre porque provavelmente o software deverá sofrer mudan-
ças depois que for entregue ao cliente (PRESSMAN, 2016).
No mundo real projetos raramente seguem o fluxo sequencial que o modelo propõe, pois logo de início é difícil
estabelecer todos os requisitos, sendo assim é comum acontecer que antes da fase de manutenção do softwa-
re, volte para a fase anterior de modo que se refine e aprimore detalhes do problema abordado.
• Framework Ionic 4 um SDK (Software development kit), ou seja, é um kit para desenvolvimento de aplica-
ções para celulares (mobiles) e web.
• PHP linguagem de programação web, interpretada, livre, baseada no modelo de aplicações web cliente e
servidor.
• MySQL SGBD, sistema de gerenciamento de banco de dados, utilizado para armazenar dados.
• Adobe XD, Adobe Experience Design, é um aplicativo da Adobe Systems para organizar o fluxo de traba-
lho na criação de aplicativos móveis e desktop, auxilia desde a concepção do projeto até visualização de
protótipos e compartilhamento.
RESULTADOS. Este projeto permite a integração de alunos do curso técnico de informática com alunos gra-
duandos em medicina veterinária do IFPB, onde a engenharia de software com técnicas de análise, projeto e
desenvolvimento de sistemas serão vivenciados pelos alunos. Ao final pretende-se ter o aplicativo “SwiftDic
Parasitic - Guia Parasitário – Cães e Gatos” como guia metodológico para técnicas de diagnóstico em parasi-
tologia veterinária, para ser utilizado por graduados e graduandos do curso de Medicina Veterinária.
Ao finalizar o aplicativo, este será disponibilizado no Google Play Store para download em dispositivos móveis
e que este seja reconhecido como um guia prático, onde reúna as técnicas comumente utilizadas no laborató-
rio de parasitologia veterinária, tendo como foco o auxílio nos processos educacionais e o incentivo à apren-
dizagem de forma dinâmica, assim como um material para consulta de forma rápida e prática.
AGRADECIMENTOS: agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba campus Sousa, por nos disponibilizar labo-
ratórios e materiais para pesquisa e ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológi-
co) e a Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do IPFB pelas bolsas de estudos aos alunos de
iniciação científica.
Referências
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RODRIGUES, D. M. S.A.:O Uso do Celular Como Ferramenta Pedagógica. Trabalho de Dissertação. Centro
Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação da Universidade Federal na Educação da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (CINTED/UFRGS). Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2015.
SOMMERVILLE, I. Engenharia De Software. 9ª Edição. 568p. Pearson Education. 2011.
URQUHART, G. M. ARMOUR, J. DUNCAN, J. L. Parasitologia Veterinária, 3ª Edição. Guanabara Koogan, 2009.
3º SIMPIF
Para realização do diagnóstico dessa enfermidade, podem ser utilizadas diversas técnicas laboratoriais como,
Reação de imunofluorescência direta (RIFD), Enzyme-LinkedImmunosorbentAssay (ELISA), Isolamento viral,
Reação em cadeia da polimerase (PCR), assim como Testes Rápidos Imunocromatográficos para detecção
qualitativa a Ag (Antígeno) em amostras de conjuntiva ocular, nasal, soro, plasma e líquor. Devido à ausência
de laboratórios específicos que realizem testes mais laboriosos como PCR, além da relação destes com o
custo-benefício, tem-se optado pelos testes rápidos imunocromatográficos em decorrência de sua elevada
sensibilidade e especificidade, que traz resultados extremamente eficientes e ainda com a vantagem de não
apresentar altos custos para sua realização.
O teste rápido imunocromatográficoAlereCinomose Ag Test Kit® realiza testes com rapidez nos resultados, na
conveniência e na facilidade de uso, na confiabilidade, alta sensibilidade e especificidade. Os diagnósticos
rápidos do Teste Alere tornam o poder de decisão clínica mais efetivo e seguro em um curto espaço de tempo.
Ainda que esse teste seja preciso na detecção do Ag do vírus da cinomose, apresentando 98,8% de sensibili-
dade e 97,7% de especificidade, há a possibilidade de resultados falsos, sendo então necessário outros testes
quando os resultados obtidos forem questionáveis.
Diante dessa perspectiva, objetivou-se com esse trabalhorealizar um levantamento de casos de cinomose que fo-
ram detectados através de testes rápidos imunocromatográficos realizados em cães atendidos na Clínica Médica
de Pequenos Animais (CMPA) do Hospital Veterinário (HV) do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Campus Sousa.
MATERIAIS E MÉTODOS. No período de Janeiro à Agosto de 2019, foram analisadas as fichas clínicas dos
caninos que foram atendidos na CMPA/ HV/ IFPB, Campus Sousa, que tiveram suas amostras coletadas e
enviadas para o Laboratório de Imunologia e Doenças Infectocontagiosas (LIDIC)/ HV/ IFPB, para realização
de testes rápidos imunocromatográficos.
As amostras eram coletadas por swab ocular ou nasal, para a realizaçãodos testes imunocromatográficosA-
lereCinomose Ag Test Kit®.Após a coleta da amostra, erainseridoo swab no tubo de amostra contendo300μl
de tampão diluente, logo em seguida era agitado o swab por dez segundos na parede do tubo da amostra,
removendo-se o dispositivo de teste da embalagem de alumínio e posteriormente colocando-o em um local
plano, para que fosse feita a pipetagem de uma pequena quantidade da solução da amostra, adicionando-se
quatro gotas da amostra e o diluente no orifício do teste. Quando o teste começou a reagir,foi possível verificar,
após decorrido o tempo entre cinco e dez minutosuma cor rosada se movendo através da janela do resultado
no centro do dispositivo do teste. Depois do tempo estimado, visualizou-se uma linha colorida na parte es-
querda da janela (C) de resultado demonstrando que o teste estava funcionando devidamente, sendo esta a
linha controle.Para resultados positivos, foi identificada uma linha colorida a direita da janela de resultado do
teste, enquanto que, nos resultados negativos não houve a presença de reação não acendendo a linha (T) na
janela de resultado.
RESULTADOS. Durante o período avaliado, foram coletadas amostras nasais e oculares de 20 animais, semra-
çadefinida, idades variadas e ambos sexos. Das amostras coletadas,40% (8/20) foram positivas para a pre-
sença de antígeno. Frequência maior foi observada por Lúcio et al. (2014) realizada no município de Gara-
nhuns, Pernambuco, em que, dentre as 104 amostras analisadas, 90,38% foram positivas.
Dentre os animais positivos, 50% (4/8) eram machos e 50% (4/8) eram fêmeas. O vírus da cinomose canina
afeta cães sem predileção por sexo e de todas as idades, porém, os animais imunocomprometidos ou filho-
tes entre três e quatro meses, não vacinados, são mais susceptíveis à infecção (BIAZONNO et al., 2001). Em
países subdesenvolvidos como no Brasil, há uma grande ocorrência da enfermidade devido a negligência da
campanha de vacinação na população canina (NEGRÃO, 2006).
Embora a razão exata para predominância em cães SRD à infecção pelo vírus da cinomose seja desconhecida,
este grupo pode receber menos atenção, haja visto que no Brasil cães SRD são menos rigorosamente vaci-
nados comparado aos cães de raça pura. Estando mais aptos para vaguear, os cães SRD transportam com
maior frequência às partículas virais, apresentando ainda maior chance de entrar em contato com o patógeno
proveniente de outros cães já contaminados (BORBA et al., 2002; HEADLEY et al., 2012; FUNG et al., 2014). É
considerada como uma das principais causas de morte e razão para eutanásia entre os cães, representando
12,4% dos casos (SILVA et al., 2007;FIGHERA et al., 2008;).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluiu-se que é elevada a frequência de cães positivos para o vírus da cinomose
canina no Alto Sertão da Paraíba. O trabalho realizado se mostrou relevante ao permitir o conhecimento sobre
3º SIMPIF
a doença na região estudada, importante para a adoção de critérios preventivos contra a doença, tais como a
correta vacinação dos susceptíveis.
Referências
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3º SIMPIF
De acordo com HAU (2006) há três tipos basicamente de aerogeradores com eixo vertical. O rotor do tipo Sa-
vonius, Darrieus e o tipo H. Dos três o mais simples é o tipo Savonius. No entanto são utilizados em aplicações
que demandam menos energia como, por exemplo, bombas d’água. Conforme HAU (2006) a equação utilizada
para a obtenção da quantidade de energia incidente nas pás de um aerogerador do tipo Savonious é dada por:
P=(ρv3A)/2 Eq. 1
Onde P é a potência incidente na pá; ρ é a densidade do ar; v é a velocidade do vento; A é a área da pá.
Onde: E é a tensão induzida (V); N é o número de voltas da bobina; Δφ é a variação do fluxo que passa através
do núcleo da bobina (Wb); t é o intervalo de tempo durante o qual o fluxo varia (s).
A conversão de energia mecânica proveniente do movimento das pás da turbina para energia elétrica é feita
por geradores (C.C. ou C.A.). Nesta conversão também ocorrem perdas, como pode ser visto na figura abaixo:
A potência elétrica de um aerogerador cujas pás descrevem uma área de seção é dada por: Pe=(ηCpρAv3)/2. Eq. 3
• Com uma resistência de 100Ω foi possível calcular a resistência interna do gerador. A resistência interna
obtida foi de 28Ω.
• Com o auxilio de um voltímetro e um anemômetro foi medido valores de tensões para diferentes veloci-
dades do vento.
Velocidade Tensão
1,4 m/s 621 mV
4,2 m/s 736 mV
4,6 m/s 621 mV
Fonte: Autores: 2019.
• Com uma resistência de 100Ω como carga foi possível medir a potência gerada para uma velocidade do
vento de 1,2 m/s. A potência calculada foi de aproximadamente 3 mW.
• A potência incidente no aerogerador para uma velocidade do vento de 1,2 m/s pode ser obtida pela equação
1. Pv= 38,25 mW. Portanto a eficiência do aerogerador ηCp= 3mW/38,25mw é de aproximadamente 7%.
CONCLUSÃO. A partir da construção e testes com o aerogerador foi possível verificar que o gerador utilizado
não é o mais adequado, pois a sua tensão nominal é de 36 V, uma tensão muita além daquelas obtidas para
valores de velocidade do vento mais comuns, em torno de 4,0 m/s. Outro aspecto importante foi o fato de que
é possível melhorar a eficiência do sistema abrindo mais as pás com o intuito de aumentar o torque. O trabalho
proporcionou uma experiência não tão exitosa do ponto de vista da eficiência, mas foi bastante satisfatório do
ponto de vista metodológico, pois agora já é possível fazer uma aerogerador mais eficiente a partir do projeto
desenvolvido.
Referências
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T.WILDI, Electrical Machines, Drives, and Power Systems. Prentice Hall - Fourth Edition, 2000.
BRAQUEHAIS, J.E.P. Sensor inteligente e energeticamente autônomo para medição da velocidade do vento.
Dissertação (Mestrado em Engenharia), UFPB – PPGEE, 2014.
3º SIMPIF
APRESENTAÇÃO. A mostra propõe a trabalhar a questão do lixo verde a partir da compostagem dos resíduos
orgânicos. A compostagem é uma boa solução para cuidar do lixo orgânico de forma fácil, limpa e segura,
além disso gerando ainda o composto orgânico – excelente para adubar plantas. Além de aprender a compos-
tar, iremos conversar sobre como é possível fazer o processo em casa e até mesmo se é possível organizar uma
compostagem comunitária. Além disso será colocado em pauta assuntos como:
O caminho metodológico utilizado para a realização desta oficina sobre compostagem, vem por meio da abor-
dagem teórica dialógica e audiovisual sobre uma temática citada, em que os participantes poderão construir
conhecimentos científicos, e da abordagem prática, na qual irá ocorrer a construção da pilha ou leira de com-
postagem, em que os envolvidos na atividade poderão analisar as informações teóricas através da prática. Na
construção da atividade foram utilizados resíduos orgânicos como: podas de árvores urbanas, esterco bovino
curtido, fibra de coco e água.
Nesta oficina, também vão ser distribuídos materiais informativos sobre a compostagem, com informações so-
bre definição, importância, materiais que podem ser utilizados na compostagem substâncias geradas durante
a transformação dos resíduos em composto orgânico, etc.
CONCLUSÃO. Com esse tipo de trabalho, é possível analisar que a compostagem é um importante alternativa
para a preservação do meio ambiente. Além disso, se aplicada na agricultura, pode tornar-se um mecanismo
para a recuperação de áreas degradadas e da fertilização dos solos, prejudicados por práticas agrícolas ina-
dequadas. Para tanto, as oficinas e mostras tecnológicas ministradas contribuem de maneira reflexiva para
a formação dos envolvidos, ajudando na confirmação de que todos nós fazemos parte da natureza e de que
também somos capazes de melhorar nossas ações, colaborando para uma convivência sadia e de qualidade
entre ser humano e meio ambiente.
Referências
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BRASIL. MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais de Ciências Naturais: Ensino de quinta a oitava séries.
Brasília: MEC /SEF, 2001.
3º SIMPIF
Vinícius Longo Ribeiro Vilela RESUMO: A parasitologia pode ser definida como um ramo da bio-
Instituto Federal da Paraíba logia que estuda os parasitos e o parasitismo no geral, abordando
diversas áreas, abrangendo assuntos sobre helmintologia, protozoo-
logia, ectoparasitologia e entomologia. Devido a utilização de méto-
dos tradicionais no ensino e pela grande complexidade dos nomes
científicos, geralmente encontra-se dificuldade pelos estudantes para
a fixação do conteúdo ministrado ao decorrer da disciplina. Objeti-
vou-se desenvolver uma forma alternativa para auxiliar o processo
de ensino-aprendizagem através do desenvolvimento de um aplica-
tivo em forma de “quiz” voltado para a parasitologia veterinária. O
aplicativo foi denominado VetParasitoQuiz, tendo sido disponibilizado
na loja virtual do Google para downloads em dispositivos Android.
Em seguida, foi testado e avaliado pelos discentes matriculados na
disciplina de Parasitologia Veterinária (2018.1) e da disciplina de Doenças Parasitárias (2018.2) do curso
de Medicina Veterinária do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) - Campus Sousa, onde os mesmos avaliaram
a eficácia de métodos alternativos no ensino-aprendizagem, que mostraram-se positivos, contribuindo para
fixação dos assuntos e comprovando que através de aplicativo há um estímulo à aprendizagem de maneira não
convencional, permitindo maior memorização dos conteúdos.
APRESENTAÇÃO. A Medicina Veterinária é um dos ramos da ciência que abrange diversas áreas de conheci-
mento e atuação, por isso, a grade curricular do curso de Medicina Veterinária é consideravelmente extensa, e
dentre a grande quantidade de disciplinas que são ministradas na graduação, pode-se destacar a parasitolo-
gia, uma área da ciência que é de extrema importância para uma boa formação do médico veterinário.
A parasitologia pode ser definida como um ramo da biologia que estuda os parasitos e o parasitismo no ge-
ral. Na parasitologia veterinária destacam-se os estudos da helmintologia, protozoologia, ectoparasitologia e
entomologia. Nessas áreas são estudadas um grande número de parasitos, seus nomes científicos, ciclos de
vida, métodos de diagnóstico e as doenças parasitárias, incluindo as zoonoses, que são de grande importân-
cia para a saúde pública, por isso, é comum a dificuldade de aprendizado no estudo dessa disciplina.
A implantação de novas tecnologias nas diversas áreas de ensino está cada vez mais frequente, seja pela
praticidade, como na facilitação do aprendizado. O acesso à informação de forma eletrônica é fácil, por isso,
muitas vezes é preferível utilizar desses meios para incentivar o processo educacional (RODRIGUES, 2015).
Diante do exposto, o propósito foi utilizar a tecnologia em prol do enriquecimento educacional, e dessa forma,
elaborar um aplicativo em forma de “quiz” voltado para a parasitologia veterinária, desenvolvido para o siste-
ma operacional Android, e disponibilizado no Google Play Store para download em dispositivos móveis, com o
intuito de contribuir para o estimulo de forma dinâmica para o aprendizado dos graduandos e graduados em
medicina veterinária.
MATERIAIS E MÉTODOS. Foi realizada uma pesquisa para coletar informações sobre os principais helmintos,
protozoários, ácaros, insetos e sua relação com os bovinos, equídeos, caprinos, ovinos, suínos, caninos, lago-
morfos, felinos e aves domésticas, tendo como intuito a elaboração dos questionamentos sobre os principais
parasitos dos animais domésticos, considerando informações como: taxonomia, morfologia, ciclo evolutivo,
sinais clínicos e diagnósticos, que, ao final, foram dispostos no aplicativo.
Pela necessidade de envolver seres humanos em seus testes, o projeto foi submetido a Plataforma Brasil, sen-
do aprovado pelo CAAE nº 91227418.4.0000.5185.
Após a fase de coleta dos materiais, foi iniciado o desenvolvimento da aplicação, que ocorreu por meio do
software on-line AppsGeyser, que permitiu a criação de perguntas em forma de “quiz” de múltipla escolha para
dispositivos móveis que utilizem o sistema operacional Android. A aplicação foi projetada para operar com as
funcionalidades básicas de um game de perguntas e respostas (VetParasitoQuiz).
Livros e artigos científicos foram consultados na busca de informações para a elaboração dos questionários
que foram disponibilizados no aplicativo. Após o levantamento de informações, elaboração dos questionários
e registro fotográfico, foi iniciada a fase de construção do aplicativo, onde as perguntas começaram a serem
dispostas (Figura 1).
3º SIMPIF
RESULTADOS DA PESQUISA. Depois da fase de construção do aplicativo, teve início a fase de testes, onde
foram utilizados para a primeira e segunda fase, respectivamente, questionários sobre a jogabilidade do apli-
cativo, assim como avaliação qualitativa e aplicabilidade como ferramenta metodológica de ensino na turma
de Parasitologia Veterinária (2018.1), e questionários do aplicativo, sendo direcionado para avaliação dos
conhecimentos da turma de Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos (2018.2), do curso de Bacharelado
em Medicina Veterinária do IFPB, campus Sousa.
Na terceira fase de testes, os alunos foram convidados a baixar pela plataforma de downloads Google Play o
aplicativo “VetParasitoQuiz” e responder as questões no mesmo, sendo avaliados de acordo com sua agilidade
e capacidade de responder às perguntas.
A princípio, foram dispostos no aplicativo 100 quetionamentos que continham textos introdutórios e/ou infor-
mativos sobre helmintologia, protozoologia, acarologia e entomologia, sendo distribuídos em dez diferentes
níveis de dificuldade (Figura 2). Foram alocadas dez questões para cada nível, contendo também imagens
provenientes do acervo da Parasitoteca do LPV/ IFPB e LDPAD/ UFCG. Cada questionamento apresentava
quatro alternativas como opções de resposta (Figura 3), para que, dessa forma, possa instigar o pensamento
de quem o utilize, promovendo um aprendizado mais dinâmico.
3º SIMPIF
Após o desenvolvimento do aplicativo, o mesmo foi disponibilizado para download na plataforma PlayStore,
para que os alunos da Turma de Parasitologia Veterinária (2018.1) pudessem baixá-lo e testá-lo, e assim ava-
liar a aplicabilidade do quiz como forma de estudo e também sugerir alguma mudança no mesmo.
A critério dos alunos, poderiam ser realizadas sugestões de melhorias, assim como responder um questio-
nário pós-aplicação, avaliando quesitos para serem marcadas de forma objetiva. Como forma de melhorar o
aplicativo, foram consideradas sugestões feitas pelos alunos que participaram do teste, fazendo com que o
aplicativo passasse por uma reformulação, onde os níveis e perguntas foram melhor redistribuídos, havendo
acréscimo e melhoria de imagens (Tabela 1).
Tabela 1 - Resultado das perguntas aplicadas na primeira fase de teste do aplicativo “VetParasitoQuiz” a discentes de
graduação em Medicina Veterinária do IFPB, campus Sousa
CONCORDO DISCORDO
CONCORDO INDECISO DISCORDO
FORTEMENTE FORTEMENTE
CONCORDO DISCORDO
CONCORDO INDECISO DISCORDO
FORTEMENTE FORTEMENTE
Após o período de avaliação por parte dos discentes da disciplina, percebeu-se que seria mais proveitoso di-
minuir os níveis, rearranjar a ordem de algumas perguntas, acrescentar mais imagens e melhorar a qualidade
das existentes. Então, foi necessário realizar tais mudanças, deixando o aplicativo de acordo com as sugestões
recebidas.
Na segunda fase do teste de aplicabilidade e jogabilidade, alunos da disciplina de Doenças Parasitárias dos
Animais Domésticos (2018.2) foram convidados a responder as questões de múltipla escolha do aplicativo,
mas não no mesmo, e sim de forma impressa. Ao aplicar este tipo de avaliação, observou-se que os alunos
não conseguiram responder todas as perguntas de forma correta, tendo em média os acertos de 25 perguntas
do total de 46.
Na terceira fase do teste, os mesmos participantes foram convidados a baixar o aplicativo e responderem as
questões, onde observou-se que 100% dos participantes conseguiram responder de forma correta todas as
questões e assim completar o jogo no período máximo de duas horas.
A partir dos resultados obtidos por meio da implantação do aplicativo, pode-se observar que houve um melhor
aproveitamento do conteúdo de Parasitologia Veterinária. Esses resultados tornaram-se claros quando os da-
dos obtidos foram observados, pois na primeira fase de testes, na turma de Parasitologia Veterinária (2018.1)
todos os participantes conseguiram responder 100% das perguntas do aplicativo, e de acordo com os dados
da tabela 1, todos os participantes concordaram que o aplicativo estimulava e auxiliava no aprendizado. No-
tou-se, também, que houve bom rendimento com a implantação do aplicativo na segunda e terceira fase de
testes, pois enquanto que as mesmas perguntas presentes no aplicativo foram aplicadas de forma impressa,
o desempenho dos participantes foi inferior ao obtido após a instalação do aplicativo, pois a média de acertos
foi de 25 perguntas do total de 46, e após a instalação do mesmo, as mesmas pessoas que responderam às
perguntas conseguiram finalizar o quiz em até duas horas com o total de 100% de acertos das perguntas.
Após o seu desenvolvimento, o jogo foi publicado na plataforma de downloads do Google para Android (PlayS-
tore), onde o mesmo obteve cerca de 100 downloads em apenas um mês após ser disponibilizado (Figura 4),
estratificados em vários países, sendo o Brasil responsável por 73% dos mesmos, e os 27% restantes ocorre-
ram em diversos outros países, como Espanha, México, Peru, Argentina, entre outros. E quanto as avaliações
recebidas na plataforma de download, o mesmo obteve 5/5 estrelas em todas (Figura 5), mostrando que
100% dos avaliadores julgaram o mesmo com nota máxima.
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3º SIMPIF
conhecimentos, estimular a busca por bibliografia complementar, e ao mesmo tempo ser uma forma lúdica
de memorizar o conteúdo existente nas perguntas, possibilitando a utilização dos mesmos posteriormente.
Referências
RODRIGUES, D. M. S.A.: O Uso do Celular Como Ferramenta Pedagógica. Trabalho de Dissertação. Centro
Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação da Universidade Federal na Educação da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2015.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Foram realizados estudos com os dados de imagens e de sensores com veículos usa-
dos pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA/UFCG). Dada a necessidade de esca-
labilidade da infraestrutura de implantação da plataforma, em nuvem, todos os seus dados são armazenados
por meio de um banco de dados orientado à documentos, com suporte asharding e replicação (MONGODB,
2019a) e com uma arquitetura distribuída em camadas, a qual também inclui um servidor de aplicações
(backend principal) desenvolvido com Spring HATEOAS (SPRING, 2019) e um servidor de processamento de
imagens (backend encapsulado, em Django/Python), ambos acessíveis como serviços RESTFul. O frontend da
aplicação é isolado das demais camadas,feito com a plataforma Angular (GOOGLE, 2019) e um componente
para disposição de mapas (OPEN LAYERS, 2019). Uma metodologia evolucionária baseada na prototipação da
interface em alta-fidelidade foi empregada, em conjunto com o desenvolvimento de especificações textuais de
requisitos e de regras de negócio de software, assim como a modelagem dos dados orientados à agregados
(SALADAGE; FOWLER, 2019), considerando a persistência dos kits de dados para desempenho em consultas
e futuros recursos de visualização dos mesmos. Para o processamento de imagens foram empregadas as bi-
bliotecas de software de computação científica (NUMPY, 2019), de dados geoespaciais em raster (RASTERIO,
2019) e de plotagem em mapas de cores (CMAPY, 2019).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A verificação da adequação do GeoVANT já foi convalidada por alguns pesquisa-
dores especialistas em agricultura de precisão. Diversos casos de aplicação já foram discutidos, inclusive
considerando veículos básicos (sem sensores e restritos ao espectro visível), incluindo-se situações de fora
do contexto de monitoramento ambiental ou de agricultura 4.0. Testes integradores entre as camadas da
arquitetura ainda estão em curso, pois a plataforma está em fase de homologação e ajustes de construção.
Entretanto, ressalta-se que o conjunto de funcionalidades básicas tem se demonstrado promissor, escalável
(volume de dados), extensível e fácil de usar, já que integra e simplifica diversas soluções para contextos de
aplicação de estudos de terrenos. Uma terceira versão da plataforma está prevista, a qual acrescentará à
camada de processamento de imagens as extensões de tratamento de forma catalogável (por seu tipo de apli-
cabilidade), como, por exemplo, para a realização de inspeções de fachadas em edificações, monitoramento
de águas, aterros, espaços urbanos, entre outros.
PALAVRAS-CHAVE: Sensoriamento de Baixa Altitude. Veículos Aéreos Não Tripulados. Sistema de Informação.
Visualização de dados.
3º SIMPIF
Referências
CMAPY. cmapy · PyPI.Disponível em: <https://pypi.org/project/cmapy/>. Acesso em: 05 ago. 2019.
GOOGLE. Angular – Features and Benefits. Disponível em: <https://angular.io/features>. Acesso em: 09 ago.
2019.
JORGE, L. A. C., INAMASU, R. Y. Uso de veículos aéreos não tripulados (VANT) em Agricultura de Precisão. In:
Agricultura de precisão: resultados de um novo olhar. Brasília, 1ª ed, 2014., cap. 8, pp. 109-134.
MONGODB. 2019b. GridFS – MongoDb Manual. MongoDB Manual 3.6. Disponível em <https://docs.mongodb.
com/manual/core/gridfs/>. Acesso em 05 ago. 2019.
MOURA, C. M. M; FARACO JÚNIOR, J. H. Adoção de VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados) no contexto ins-
titucional do ICMBio com aplicações na gestão e proteção ambiental. 2017. 26f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Especialização) – Curso de Pós-Graduação em VANTs e DRONEs em Aplicações Civis e Comerciais. Pon-
tifícia Universidade Católica do Paraná. Pró-Reitoria de Graduação, Pesquisa e Pós-Graduação, Curitiba – PR.
NUMPY. Quickstart tutorial — NumPy v1.18.dev0 Manual. Disponível em: <https://numpy.org/>. Acesso em:
05 ago. 2019.
PIX4D. Vegetation indices: a key tool in precision agriculture. 19 jun. 2018. Disponível em: <https://www.
pix4d.com/blog/pix4dfields-vegetation-indices-for-precision-agriculture>. Acesso em: 06 ago. 2019.
RASTERIO. Rasterio: access to geospatial raster data — rasterio documentation. Disponível em: < https://
rasterio.readthedocs.io/en/stable/>. Acesso em: 05 ago. 2019.
SALADAGE, P.; FOWLER, M. NoSQL Essencial: Um Guia Conciso para o Mundo Emergente da Persistência
Poliglota. 1ª Edição. Novatec, 2013. ISBN 978-8575223383.
SPRING. Spring HATEOAS. Disponível em: <https://spring.io/projects/spring-hateoas>. Acesso em: 25 jul. 2019.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. A partir do momento que o IMic entrou em ação, a primeira atividade foi estudar
quais doenças apresentam seus sinais através do sistema urinário e qual a sua incidência. Logo, constatamos
que a lista de patologia seria enorme e cada uma delas interage de modo diferente com o organismo, porém
em todos os quesitos modificaria os fatores que foram citados na introdução como é o caso do Câncer de
Próstata, o segundo câncer mais comum nos homens ficando atrás somente do câncer de pele não melanoma
(INCA, 2016), caracterizada pelo crescimento exagerado da próstata, com consequente diminuição do calibre
e intensidade do jato urinário.
Posteriormente, foi realizada uma pesquisa em relação à singularidade do projeto ou até mesmo de um pro-
duto comercial que possuísse alguma semelhança com o IMic e totalizamos que só uma ideia se aproxima da
nossa. Sendo o E-Urinal do designer chinês Royce Zhang, tendo como finalidade avaliar a saúde do usuário
analisando o nível de açúcar no sangue e o número de glóbulos brancos e vermelhos por meio da urina que
não veio a sair do papel. Comparando o E-Urinal com IMic, observa-se uma clara diferença já que o IMic vem
com a intenção de analisar o volume, o fluxo, a frequência e a coloração da urina e após, dar uma orientação
ou um conselho e não avaliar a saúde como propôs o designer.
Coletando esses dados, começamos a planejar a estrutura do mictório para que atendesse os nossos obje-
tivos, ou seja, fosse simples e ao mesmo tempo acessível capaz de atingir as expectativas do público-alvo,
indivíduos do sexo masculino de 14 a 65 anos. Com isso desenhamos o esquema do nosso projeto com o dis-
play, na parte superior do mictório, com intuito de apresentar informações ao usuário e os sensores na parte
inferior (representado com um caixinha em que dentro dela está escrita C1), os responsáveis para analisar a
urina, e todos conectados ao Arduino, uma plataforma open-source de prototipagem eletrônica.
Após esse estudo, partimos para o desenvolvimento do software que tem como base o Arduíno, o display, o
sensor de Fluxo Urinárioe o sensor de Cor RGB 34725.Esse último sensor, RGB 34725, tem a funcionalidade
de examinar a coloração da urina por meio da leitura de percentuais de tonalidades de vermelho, azul e verde,
já o sensor de Fluxo Urinário foi confeccionado pela própria equipe inspirado a partir de um aparelho meteo-
rológico, funciona através de uma chave óptica CTK C860TP, que opera detectando a mudança de posição da
báscula e assim esvaziando o conteúdo de cada lado, em média, 3 (três) ml de urina.
Iniciamos primeiro com o sensor de Fluxo Urinário, conectando a chave óptica ao microcontrolador com o
auxílio da protoboard. Junto com a chave óptica, onde existe uma haste que é capaz de mudar o estado do
componente de modo que em algumas situações interrompem a passagem de luz de um ponto da chave óptica
para outro e já em outros momentos, a passagem de luz é permitida. Então, o software foi projetado para qual-
quer mudança de estado do sensor de Fluxo Urinário seria adicionado um valor a variável que corresponde
ao volume.
Com essa primeira parte da eletrônica funcionando, partimos para o display – o componente que terá maior
interação com o usuário – exibindo mensagens conforme a análise do volume da urina, do fluxo, e dá colora-
ção. Nesta atividade, utilizamos a biblioteca LiquidCrystal a fim de que mensagens como “Usuário Normal”,
“Usuário Desidratado. Bebeu uma quantidade suficiente de água hoje?”, “Aconteceu alguma alteração na sua
alimentação?” ou “Vem fazendo uso de medicamentos nos últimos dias” ou até mesmo informações como “O
volume e fluxo da urina está normal”.
Esses são alguns exemplos de mensagem a ser exibida para a pessoa que esteja utilizando o mictório com o
intuito de que a mesma pare um instante e possa refletir sobre sua saúde e se sentir necessário até procurar
um especialista. Enfim, chegamos à etapa com o sensor de Fluxo Urinário e o display funcionando simulta-
neamente.
Por último, o sensor de cor RGB 34725 que é bastante sensível à luz ambiente, logo este fator externo torna
imprecisa a sua leitura e a fim de contornar esse obstáculo, fez-se necessário à criação de ambiente padrão
para que a sua leitura não fosse afetada por nenhum agente externo. Para ativar o sensor foi preciso a bibliote-
ca Adafruit_TCS34725 e por fim nosso software foi criado com a funcionalidade de detectar até cinco padrões
de urina que são soluções de água com corantes artificiais utilizados para fins de testes.
Os padrões identificados pelo IMic parte desde a mais clara – bem próxima à cor da urina de uma pessoa con-
siderada saudável – até a mais escura com aspecto de avermelhada, representado uma urina com quantidades
de hemoglobina. Concluindo a parte da eletrônica, começamos a construção do protótipo que abrigará todos
os componentes.
Enfim, chegamos à fase da construção do protótipo e por uma decisão da equipe, decidimos que seriam uti-
lizados materiais reciclados, não só por serem bastante acessível, mas também por temos um curto prazo
para concluímos, pois já tínhamos um evento para expor o projeto. Papelão, jornal, garrafas Pet, tinta foram
basicamente os materiais que precisamos para desenvolver o primeiro protótipo do IMic.
3º SIMPIF
RESULTADOS. Com a apresentação do IMic em diversos eventos desde o ano de 2017. Neste ano o IMic foi
apresentado na Mostra Tecnologia do “II Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (II SIMPIF)” que
aconteceu de nos dias 20 a 23 de novembro do ano de 2017 no Centro de Convenções de João Pessoa.
Já no ano de 2018, um artigo do IMic foi aceito para publicação no “XXXVIII Congresso da Sociedade Brasi-
leira de Computação (CSBC 2018)” e apresentado no evento satélite “Encontro Nacional de Computação dos
Institutos Federais (5º ENCompIF)”, a produção científica está disponível na internet.
Nesse mesmo ano, o projeto foi selecionado no “Desafio de Ideias”, um evento que aconteceu no “XII Con-
gresso Norte-Nordeste de Pesquisa e Inovação (XII CONNEPI)”. As equipes selecionadas tinham como objeti-
vo apresentar suas ideias e defendê-la mostrando seus aspectos inovadores e empreendedores, enfim, no final
do evento foi divulgado as melhores ideias onde o IMic, ficou em Segundo Lugar.)..
O IMic além de ser apresentado em congressos e simpósios nacionais, participou de diversos eventos do
IFPB no Campus Sousa-PB, onde o IMic participou da Infotec, consequentemente atingimos um público que
abraçou o projeto, pois se mostraram bastante interessado em ter uma tecnologia inovadora de baixo custo
no mercado. Uma vez que a contribuição do mictório é de suma importância para a nossa sociedade que está
deixando a saúde em segundo plano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O Mictório Inteligente pode ser uma solução para a desatenção com a saúde ser-
vindo para conscientizar de que precisamos de consultas médicas periódicas já que a partir do momento que
o usuário o utilizar, este pode receber informações de como está sua saúde por meio da urina. E essas infor-
mações vêm com o objetivo de que a pessoa que esteja utilizando possa parar um momento e fazer uma re-
flexão sobre o que está acontecendo para que fatores da urina sejam alterados e posteriormente, se ele achar
necessário procurar um acompanhamento médico facilitando a descoberta de doenças em estágios iniciais.
Referências
EVANS M., NOBLE J. e HOCHENBAUM J. Arduino em Ação. Primeira Edição, Editora Novatec, p.25, 2013. Dispo-
nível em: < http://www.novatec.com.br/livros/arduino-emacao/capitulo9788575 223734.pdf >. Acessado
em: 13 de março de 2018.
SOUZA, A. R. A.; ALMEIDA, S. S.; OLIVEIRA, D. C. Análise estatística do câncer de próstata por meio da re-
gressão logística. Rev. Bras. Biom., São Paulo, v.31, n.3, p.441-448, 2013.
3º SIMPIF
Segundo Machado (2014), o grande diferencial da ferramenta é apostar no que já está pronto. Facilita assim
para o desenvolvedor que em vez de começar do zero, ele nos dá a possibilidade de utilizar elementos criados
por outros desenvolvedores no nosso game, pode ser realizado o download de inúmeros elementos gráficos
para a criação do game na loja.
Por fim, este projeto tem como objetivo a criação de um jogo eletrônico 3D para desktop, um laboratório virtual
que possui elementos interativos, para isso será utilizado a plataforma Unity para programação e animação
dos elementos, além desse, será utilizado outra ferramenta de modelagem e texturização, o software SketchUp.
REFERENCIAL TEÓRICO. A aprendizagem virtual ganha a cada dia mais espaço na educação escolar, na pas-
sagem revolucionária para a construção e alta habilidade na aprendizagem. Para o aluno, a aprendizagem
virtual deve ser tão alegre quanto um jogo de computador. Esta aprendizagem deve incorporar os objetivos
e interesses do aluno e além disso verificar qual a melhor forma deste assimilar o conteúdo a ser aprendido,
levando em consideração as diferentes inteligências existentes (Gardner, 1995), isto é, acompanhar as dife-
rentes personalidades.
Os jogos, para Cailois (1990), fazem parte da história da humanidade, enchendo de significado atividades
lúdicas que são pensadas com uma vocação social, capazes de interação, com um sentido e contribuem para
a socialização de temas e pessoas. A design de jogos Mcgonial (2012), afirma que os jogos afetam a realidade
de seus participantes pois oferecem: metas que geram um senso de objetivo claro, regras que estimulam os
participantes a explorar criativamente possibilidades, trazem um sistema de feedback claro, que demonstram
o progresso para se atingir a meta, e tudo isso possibilitado por meio da participação voluntária. Atingir
satisfatoriamente estes pontos seria de difícil acesso metodológico, por isso, nos interessamos em jogos,
digitais ou analógicos, e em atividades cooperativas por meio destes, visto que, os pontos apresentados são
complexos a nossa realidade, mas quando oportunizados através destas atividades lúdicas provocam o que a
psicologia positiva chama de fluxo, uma forma endógena de se produzir satisfação (Mcgonial, 2012), estando
esta, inerente a proposta da atividade através da interação lúdica.
Esta ferramenta é elaborada com o auxílio do programa de modelagem 3D, o SketchUp, e do programa que se
utiliza para construção de jogos, o Unity 3D. A metodologia de elaboração do simulador segue a organização
estruturada abaixo:
metas/regras plataforma
RESULTADOS DA PESQUISA. Desenvolve-se um laboratório virtual interativo que simula uma aprendizagem
por meio de testes de diversas matérias primas da construção civil que quando combinadas resultam em
novos materiais devido a variação de suas combinações. Por não possuírem linearidade na construção, o
ambiente de aprendizado é livre e dinâmico, pois as possibilidades de combinação utilizam lógica para gerar
novas combinações e abrir outros elementos no menu lateral. A construção é feita com imagens e ilustrações
3D (figura 2) e o visual é bastante simples, para melhor atenção e clareza aos testes.
O laboratório pode ser considerado um adventure game em primeira pessoa, dotado de momentos de ex-
ploração, simulação e resolução de problemas. O jogo mantém o aluno focado nos experimentos e nos pro-
cedimentos corretos que deverá seguir com o intuito de cumprir as tarefas pré-determinadas em cada fase/
ambiente. O Público alvo são estudantes e professores do ensino técnico, tecnológico ou graduação na área
da construção civil.
Figura 2 - Cenário em 3D
O estilo visual 3D também possibilita a interação com os equipamentos modelados de acordo com seus forma-
tos reais (figura 3). Foi realizado um estudo para o design da interação do jogador com os objetos disponíveis
no laboratório virtual (equipamentos, armários, vidrarias e reagentes) criando possibilidades de transporte,
enchimento, esvaziamento e resultados de análises. A proposta de design foi elaborada tendo como objetivo
proporcionar ao jogador/aprendiz uma experiência pela qual ele possa estar engajado com o gameplay, en-
quanto aprende os conceitos da disciplina de materiais de construção.
CONCLUSÃO. Como resultado de todo processo de design e desenvolvimento do laboratório, assim como
apresentado neste trabalho, um protótipo da primeira fase do jogo desenvolvido está sendo avaliado cons-
tantemente pela equipe de professores especialistas da área de construção civil, estudantes de engenharia,
técnicos em edificações, a qual interage com uma versão de PC em nosso laboratório e faz uma análise dos
elementos educacionais do jogo.
Referências
CAILOIS, Roger. Os jogos e os homens. Lisboa – Portugal: Editora Cotovia, 1990.
GARDNER, John. MCNALLY, Helena. Supporting School-Based Initial Teacher Training with Interative Video.
British Journal of Educational Technology. v.26, n.1, p.30-41, Jan 1995, 95.
MACHADO, Henrique. Unity 3D: Introdução ao desenvolvimento de games. Devmedia, 2014. Disponível em: <
https://www.devmedia.com.br/unity-3d-introducao-ao-desenvolvimento-de-games/30653>. Acesso em: 20
abri. 2019.
MCGONIAL, Jane. A realidade em jogo: Por que os games nos tornam melhores e como eles podem mudar o
mundo. Rio de Janeiro, RJ: Editora Bestseller, 2012.
3º SIMPIF
APRESENTAÇÃO. É direito fundamental de todo cidadão transitar livremente. Porém o direito de ir e vir de
pessoas com algum tipo de deficiência nem sempre é respeitado. Deslocar-se de um lugar para outro torna-
se um obstáculo a mais nas vidas dessas pessoas. Pensando nesse aspecto identificou-se, no município de
Guarabira e Alagoa Grande, uma necessidade de adaptações às calçadas, praças, igrejas, com o objetivo de
garantir o acesso de pessoas com deficiência através de rampas. Associando esta problemática com o concei-
to de sustentabilidade, apresenta-se a reutilização de paletes oriundos do comercio local para assumirem uma
nova função. Adotando-se assim, o princípio de reutilizar objetos que tornar-se-iam descarte.
OBJETIVOS. A pesquisa teve como objetivo geral projetar rampas de acesso a equipamentos urbanos para os
municípios da região com a reutilização de paletes oriundos do comercio local. Dentre os objetivos específicos
destacam-se: levantar os principais equipamentos urbanos do município que demandem adaptações com
rampas para permitir o acesso de deficientes; elaborar, com a utilização de software específico de represen-
tação gráfica, modelos tridimensionais de rampas; adaptar a estrutura dos paletes para compor as rampas
projetadas; avaliar a utilização das rampas após instalação e conscientizar a população local sobre a impor-
tância do tema.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. Considerado ainda recente no Brasil, o conceito de acessibilidade vem tomando
evidência nas duas últimas décadas, a medida que se intensificam os grupos de pesquisas voltados para este
assunto. Segundo Villarouco (2011), acessibilidade é um tema que vem despertando o interesse de uma par-
cela significativa da população cientifica do Brasil.
Ainda evidenciando o embasamento legal deste projeto de extensão, destaca-se a norma técnica número
9050/2004 estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2004) que trata da acessibili-
dade de pessoas portadoras de deficiência a edificações, espaço, mobiliário e equipamento urbano.
RESULTADOS PARCIAIS. São esperados resultados positivos no tocante ao avanço da conscientização da co-
munidade interna e externa do Campus com relação a temas associados à acessibilidade e sustentabilidade.
Possibilitar melhorias na qualidade de vida de pessoas com mobilidade reduzida, conscientizar a população
sobre a importância dessa temática e viabilizar aos alunos envolvidos a vivência de praticar conteúdo visto em
sala de aula são alguns dos principais resultados esperados.
Na última etapa do projeto são realizadas as divulgações com a comunidade e, um dos instrumentos utilizados
para isso deve trazer os resultados obtidos com relação à eficiência do produto e a aceitação por parte do
público alvo.
Figura 1 - Acesso principal da Escola José Ferreira de Paiva (CAIC), localizada no município de Alagoa Grande
3º SIMPIF
Figura 3 - Modelo tridimensional da rampa proposta para Escola José Ferreira de Paiva (CAIC)
3º SIMPIF
CONCLUSÃO. Sendo assim, foi possível vivenciar que ainda a acessibilidade não foi muito inclusa como a so-
ciedade mostra. Embora em diversas propagandas abordem a
inclusão de todos é algo que deve ser implantado ainda mais nas cidades, para que cada vez mais rápido a
inclusão de todos seja feita. Muitas vezes não se sabe a dificuldade que se encontra em quem necessita desses
feitos.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equi-
pamentos urbanos: NBR 9050. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
RIBEIRO, Jayne Cunha Barreira; PANONT, Vanessa. Ecodesign: Aplicação do palete em projeto de design
de interiores. 2014. Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/31855 5668/ Ecodesign-Paletes>.
Acesso em: 24 jun. 2018.
VILLAROUCO, V. Desenho universal: caminhos da acessibilidade no Brasil. Pós: Revista do Programa de Pós-
-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, 01 June 2011, v.18 (29), pp.290-292.
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APRESENTAÇÃO. Por se tratar essencialmente de textos legislativos, os conteúdos são acessados individual-
mente em consultas manuais. No entanto, apesar de já se encontrar municípios que disponibilizam alguns
bancos de dados digitalmente, não há uma integração entre estes permitindo uma otimização da sua consulta.
Tem se ampliado os estudos que direcionam esforços na criação de sistemas com verificações automáticas em
busca de uma diminuição do tempo dessas tarefas e consistência nos resultados encontrados.
Na direção do desenvolvimento de um protótipo essa poderá ser uma alternativa a ser verificada quanto a ca-
pacidade de armazenamento de mapas temáticos referentes ao zoneamento urbano na perspectiva de tornar
o acesso possível a qualquer publico e passível de aplicação ao banco de dados de varias cidades num mesmo
tempo.
METODOLOGIA. Considerada como uma pesquisa aplicada quanto a sua natureza, definiu-se quanto a seu ob-
jetivo como uma pesquisa de caráter exploratório uma vez que pretende tornar visível o problema apresentado
a fim de ampliar a compreensão de alguns de seus aspectos (GIL, 2002, p. 41). Dentro dessa classificação
compreende-se quanto o tipo de procedimento metodológico como experimental uma vez determinado um
objeto de estudo onde foram selecionadas variáveis e definidas suas formas de controle e observação na in-
tenção de caracterizar os seus efeitos produzidos sobre o objeto. Visto que há objetivos específicos definidos
nessa pesquisa, essas classificações apresentam-se com algumas variações para se adaptar aos diferentes
métodos e técnicas propostas como mais adequadas para alcança-los.
Pesquisa
Propor Observações sistemáticas Avaliação Qualitativa
Experimental
Pesquisa
Validar Questionários Avaliação quantitativa
Experimental
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SISTEMA BIM. Através de uma analise combinatória e possível demonstrar os resultados possíveis a partir da
associação das variáveis dos lados com os afastamentos. A Figura 2 o ambiente de parametrização em que
foi definidas as relações entre lote e edifício tendo com referencia o uso para qualquer terreno de 4 lados com
um formato poligonal convexo.
SISTEMA WEBGIS.
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Foi possível identificar a normalização através de tabelas existentes que consistem em: Terreno, Zona, Setor,
Usuário e também a tabela Código de Urbanismo. Essas tabelas são referenciadas uma nas outras com obje-
tivo de complementar a informação necessária pelo usuário. Como exemplo, ao selecionar um Terreno e pos-
sível saber qual o Setor ele faz parte, assim como qual a Zona ele se encontra e através desse relacionamento
e possível saber o que o código de urbanismo informa a respeito desse terreno e finalmente qual usuário que
cadastrou este terreno.
CONCLUSÃO. A hipótese quanto ao desempenho do sistema do protótipo paramétrico era de que ele otimi-
zasse o processo de consulta ao código de urbanismo. Essa otimização seria caracterizada por uma redução
no tempo de duração dessa tarefa. Através dos resultados obtidos na sua validação, ao comparar o método
manual com o paramétrico percebeu-se diferentes resultados em cada uma das duas tarefas que foram ca-
racterizadas dentro do seu processo, Localizar a zona urbana (LU) e cálculo de áreas estimadas (AE). Para a
tarefa de localização urbana (ZU) tivemos uma redução para um maior grupo de participantes, 82,1% do que
na tarefa de cálculo de áreas (AE), 43,6%. Com isso, percebe-se uma maior eficiência do protótipo em reduzir
o tempo, através da estrutura com suporte na tecnologia GIS, que permitiu o desenvolvimento da tarefa ZU,
em relação a tecnologia BIM que ficou responsável pela tarefa AE.
Referências
EASTMAN, C. et al. Manual do BIM - Um guia de modelagem da informação da construção para arquitetos,
engenheiros, gerentes, construtores e incorporadores. Porto Alegre: Boolkman, 2014.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4° ed. Sao Paulo: Editora Atlas S. A., 2002.
O’BRIEN, J. A. Sistemas de informações e as decisões gerenciais na era da internet. 3° ed. Sao Paulo: Editora
Saraiva, 2011.
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Phelipe Gomes Guedes da Silva RESUMO. Foram realizados testes em relação ao posicionamento e o
Instituto Federal da Paraíba – Campus Cabedelo dimensionamento dos equipamentos, buscando determinar a melhor
eficiência na utilização da água e manutenção dos parâmetros dese-
Severino Soares do Nascimento
Instituto Federal da Paraíba – Campus Cabedelo jados para a maioria dos organismos aquáticos. O posicionamento e o
dimensionamento dos componentes foram avaliados pela disposição
Victor Andrade da Silva
Instituto Federal da Paraíba – Campus Cabedelo dos itens que compõem o sistema, por meio dos parâmetros de quali-
dade de água como: fluxo de água (taxas de renovação); temperatura;
Janaina Sales Holanda
Instituto Federal da Paraíba – Campus Cabedelo salinidade; e vazão. Os resultados obtidos foram de 1,82 ± 0,35; 28,7
± 1,3; 30,1 ± 0,9; e 282,09 ± 6,69 para os fatores avaliados. Com a
Ricardo Luís Mendes de Oliveira
Instituto Federal da Paraíba – Campus Cabedelo execução desta pesquisa determinarmos o melhor layout/disposição
dos equipamentos do sistema de recirculação, visando a eficiência do
sistema para as atividades de ensino. As melhores opções de substra-
tos para o filtro biológico ainda serão analisadas.
APRESENTAÇÃO. Dentre as mais diversas modalidades didáticas existentes como forma de vivenciar o método
científico, as aulas práticas e os projetos são os mais indicados KRASILCHIK (2008). Esta mesma autora cita
como as principais funções das aulas práticas: despertar e manter o interesse dos alunos; envolver os estu-
dantes em investigações científicas; desenvolver a capacidade de resolver problemas; compreender conceitos
básicos; e desenvolver habilidades.
O Curso Técnico em Recursos Pesqueiros apresenta uma gama de conhecimentos que permitem que os egres-
sos atuem nas mais variadas áreas. Destacando o ambiente aquático e especificamente a área de aquicultura,
é crescente a demanda por sistemas de criação que permitam um maior controle das variáveis físico-químicas,
que sejam ambientalmente corretos e economicamente viáveis. Estes sistemas são conhecidos como sistemas
de recirculação em aquicultura (SRA) que permitem ser aplicados com relativo baixo custo quando comparada
a instalação de unidades comerciais de criação, com o próprio ambiente natural onde vivem os organismos
aquáticos e com o ganho educacional de permitir a aproximação com as atividades práticas dentro da própria
instituição.
Os principais problemas apontados para manutenção da qualidade de água destes sistemas de recirculação
de água são os compostos nitrogenados. Estes sólidos devem ser removidos, pois podem prejudicar o filtro
biológico e impedirem a circulação de água (CORSO, 2010). Desta forma, os principais fatores que afetam o
funcionamento do sistema são o posicionamento e dimensionamento dos equipamentos e o tipo de substrato
adotado para o filtro biológico. Consequentemente construir e definir um sistema de recirculação de água para
aquicultura marinha a fim de viabilizar a manutenção da maior parte dos organismos aquáticos em laboratório
para as práticas de ensino é necessário.
Figura 2 - Diferentes substratos utilizados para filtragem biológica (cerâmica, conchas, bioballs, cascalho)
RESULTADOS. Os parâmetros de qualidade de água para definição do layout mais adequado para o sistema
de recirculação em aquicultura são apresentados no quadro 1. Em relação as melhores opções de substratos
para o filtro biológico estes ainda serão analisados.
CONCLUSÃO. Com a execução desta pesquisa determinarmos o melhor layout/disposição dos equipamentos
do sistema de recirculação, visando a eficiência do sistema para as atividades de ensino. As melhores opções
de substratos para o filtro biológico ainda serão analisadas e ambas as atividades poderão futuramente faci-
litar a manutenção dos organismos aquáticos em laboratório.
Referências
AZEVEDO V. G.; GALLO NETO H.; ALMEIDA, H. L. P.; SANCHES E. G.Sistemas de Recirculação para Cultivo de
Peixes Marinhos – Procedimento Operacional Padrão (POP). São Paulo: Instituto de Pesca, 2014. Disponível
em: < ftp://ftp.sp.gov.br/ftppesca/Sist_RecirculacaoCultivodePeixesMarinhos14.pdf>. Acesso em: 04 de abril
de 2019.
CORSO, M. N. Uso de sistemas com recirculação em aquicultura. Monografia apresentada ao curso de Me-
dicina Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRS. Porto Alegre, 2010. Diponivel em:
<http://hdl.handle.net/10183/39031> Acesso em: 04 de abril de 2019.
SILVA S. P. A.; SILVA NETO, N.G.; SILVA, F. S; MELATTI, E.; SANTOS, L. B. G.; OLIVEIRA, R. L. M.; ANDRADE, C.
M.; CAVALLI, R. O. SISTEMA DE RECIRCULAÇÃO DE ÁGUA NA PISCICULTURA MARINHA. VII Congresso da So-
ciedade Brasileira de Aquicultura e Biologia Aquática - AQUACIÊNCIA. Minas Gerais. 2016.
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MATERIAIS E MÉTODOS. Foram realizadas pesquisas de trabalhos correlatos para ajudar na construção desse
sistema. Foi feito um estudo aprofundado nas plataformas de programação Java e Python, para desenvolver o
aplicativo e o site, ferramentas essenciais na execução do projeto; em seguida foi realizado um estudo sobre
a possibilidade de construir e implantar lixeiras inteligentes para auxiliar no processo da coleta seletiva do
lixo. No protótipo da lixeira foi integrado o Arduino acoplado com módulos de comunicação e sensores, para
realizar o monitoramento da sua capacidade, levando em consideração o baixo custo e o baixo consumo de
energia. Entre esses componentes estão: Arduino UNO, que controla os dados dos módulos integrados na li-
xeira; o módulo célula de carga que obtém o peso da lixeira; o sensor de distância que obtém a capacidade da
lixeira; os módulos de radiofrequência, RF433, que fazem a comunicação com outro módulo, o LoRa Dragino.
O LoRa é uma tecnologia de redes sem fio, que usa frequência não licenciada, possui baixo consumo, baixo
custo e provê alcance de até alguns quilômetros (MANFROI, 2018).
lhor alternativa utilizada. O aplicativo proporciona aos usuários a comunicação com os agentes de limpeza pú-
blica da região específica, para fazer um pedido de coleta, com isso é feito o compartilhamento de dados onde
pode inserir sua localização automática utilizando o GPS do celular e outros dados: nome do usuário, descri-
ção do objeto e telefone celular para confirmar a existência do pedido. Existem alguns critérios descritos no
aplicativo para os agentes de limpeza realizarem a coleta, são eles: a quantidade e o peso mínimo dos objetos.
No sistema ora apresentado, um sistema web é usado para monitorar e atender as demandas vindas das li-
xeiras e do aplicativo, sendo ele a central responsável pelo gerenciamento do tráfego das coletas. No sistema
web é possível listar pedidos em espera e confirmá-los, caso seu atendimento tenha sido realizado, listar os
pedidos já realizados para ter ciência dos mesmos, visualizar infográficos sobre as coletas mensais, os tipos
de resíduos coletados, monitorar a capacidade das lixeiras e o comportamento dos módulos sensoriais são,
também, funcionalidades desse sistema.
Conforme afirma Manfroi (2018), com o crescimento da população urbana, o desenvolvimento de infraestrutu-
ra e serviços tornam-se indispensáveis para atender as necessidades dos residentes da cidade. A lixeira inteli-
gente foi construída para otimizar e criar pontos de coletas pela região, facilitando o processo de coleta pelos
agentes de limpeza pública. Na lixeira é possível monitorar o nível e também a quantidade de lixo (peso). Outro
papel é o envio de alertas para o sistema quando atingirem suas capacidades máxima. Um protótipo funcional
foi desenvolvido e está em fase de testes para validação e identificação de possíveis aprimoramentos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com o avanço da tecnologia e internet das coisas foi possível desenvolver e criar
um projeto sustentável para auxiliar no processo da coleta seletiva, com isso é possível também configurar
uma nova fonte de renda para os catadores, pois o lixo vai ficar centralizado sem dificuldade de separação
que muitas das vezes não compensa. O desenvolvimento do aplicativo é de grande importância para os dias
atuais, levando em consideração o grande número de usuário de smartphone, sendo de fácil acesso e flexível
para outras demandas. O sistema web consegue receber e gerenciar os dados que são enviados pelo o aplica-
tivo gerando gráficos para visualizar a demanda das coletas; a lixeira inteligente foi construída e testes iniciais
foram realizados, o que mostrou a viabilidade do se uso e sua comunicação com as demais partes do sistema.
AGRADECIMENTOS: Agradeço ao Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba pelo apoio
técnico e financeiro.
Referências
BATISTA, André Luiz França. Questões contemporâneas e desenvolvimento de aplicativos móveis: onde está
a conexão?. 2015. 12 p. Disponível em: file:///home/seven/Downloads/2792-11221-1-PB.pdf. Acesso em:
13 Ago. 2019.
MANFROI, Diogo. COLETA DE LIXO COM LoRa E TTN. The Things Network.Caixias do Sul, 2018. Disponível
3º SIMPIF
em:https://www.thethingsnetwork.org/community/caxias-do-sul/post/coleta-de-lixo-com-lora-e-ttn. Aces-
so em: 13 Ago. 2019.
GERBER, Anna. Criando cidades conectadas com tecnologias de IoT novas e existentes: Lições aprendidas
com os desafios de conectar pessoas, serviços e infraestruturas em escala. IBM. 2017. Disponível em: ht-
tps://www.ibm.com/developerworks/br/library/iot-lp201-iot-connected-cities/index.html. Acesso em: 13
Ago. 2019.
MEIRELES, Sara . Sistema Municipal de Informação Sobre Resíduos Sólidos como Instrumento de Gestão
e Gerenciamento. Florianópolis, v. 1, f. 305, 2015. 278 p. Trabalho de Conclusão de Curso () - UNIVERSI-
DADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, 2015. Disponível em: http://gestaoderesiduos.ufsc.br/files/2016/04/
DISSERTACAO_SARA-MEIRELES_A5_final3-1.pdf. Acesso em: 13 Ago. 2019.
3º SIMPIF
Edmila Macedo,
Sistema de acionamento com número
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
reduzido de componentes: aplicação em
veículos elétricos
Edgard Luiz Lopes Fabrício
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
Figura 1 - Sistema geral dos veículos elétricos (a), inversor com número reduzido de componentes para o acionamento de
duas máquinas CA (b), sistema de controle para a velocidade das máquinas (c)
Figura3 - Conversor alimentando um motor de indução e o algoritmo de controle vetorial orientado segundo o fluxo rotórico
Referências
MACÊDO, J. A. B. Métodos laboratoriais de análises físico-químicas e microbiológicas. 2.ed. Belo
Alan T. Electric vehicles to cost the same as conventional cars by 2018. https://www.telegraph.co.uk/busi-
ness/2017/05/19/electric-vehicles-cost-conventionalcars- 2018/, 2017. Acesso: 15 de março de 2018
B. Bilgin and A. Emadi. Electric motors in electrified transportation: A step toward achieving a sustainable
and highly efficient transportation system. IEEE Power Electronics Magazine, 1(2):10–17, Junho 2014.
A. M. Saleque, A. M. A. Khan, S. H. Khan, E. Islam, and M. N. Chowdhury. Variable speed pmsm drive with dc
link voltage controller for light weight electric vehicle. In 2017 International Conference on Electrical, Com-
puter and Communication Engineering (ECCE), pages 145–151.
3º SIMPIF
Neste trabalho, é proposto um novo tipo de dispositivo para ser usado em uma RSSFI, denominado LQE
node, para dar suporte ao desenvolvimento de protocolos adaptativos. O LQE node estima, em tempo real, a
qualidade dos enlaces da RSSFI [2]. Com hardware dedicado a análise de qualidade de enlace, auxilia no fun-
cionamento de protocolos adaptativos sem interferir no processamento do sensor ou controlador industrial,
podendo cumprir a função de analisar em tempo real a qualidade do enlace. O LQE node informa a qualidade
do enlace sem fio identificando os canais mais instáveis e evitando-os.
A partir de uma análise das necessidades citadas, neste trabalho apresenta-se uma alternativa de sistema
embarcado para avaliação da qualidade dos enlaces em uma RSSFI, possibilitando uma análise precisa do
estado do enlace da rede e a implementação de protocolos mais eficientes, que permitem aos nós se adap-
tarem, somente em casos de necessidade, e mapearem os canais que apresentam melhor qualidade para a
comunicação sem fio.
MATERIAIS E MÉTODOS. Foram realizadas simulações com protocolos que utilizam o LQE node proposto em
[2] como forma de aprimorar o desempenho, comparando os resultados com demais protocolos que adap-
tam a técnica de salto em frequência, sem a análise de qualidade dos canais efetuada pelo LQE node. Nas
simulações foram adaptadas diferentes topologias visando levar em consideração mudanças e alterações no
ambiente onde as redes são implementadas. As simulações foram feitas no simulador de redes Castalia, es-
colhido pela capacidade de configuração do ambiente, possibilitando a inserção de efeitos do ambiente sobre
a rede como sombreamento e multi-percurso. Para comparação de resultados desenvolvidos softwares para
tratamento de dados e automação das simulações, instalações e configurações necessárias (incluindo o Om-
net++, IT++, Castalia e pacotes necessários) para devido funcionamento do simulador devido a complexidade
para aqueles que estão iniciando os estudos com o simulador.
RESULTADOS. Com auxílio dos softwares desenvolvidos em Python 3 para tratamento de dados, foram analisa-
dos e comparados os resultados de diferentes simulações, com foco nos protocolos TSCH e ABMP [3], onde o
protocolo ABMP se utilizava dos LQE nodes. Após a análise de diferentes configurações, percebeu-se uma di-
ferença significativa no protocolo que utiliza LQE nos nós intermediários e principal. Outro benefício que o LQE
node apresentou em relação a outros estimadores é a não interferência no processamento do sensor, graças
a utilização de hardware próprio. Um protótipo do LQE node foi desenvolvido e a implementação do protocolo
ABMP no protótipo está em andamento, para a realização de estudos experimentais.
PALAVRAS-CHAVE: Rede de Sensores Sem Fio Industriais (RSSFI). Enlaces de redes sem fio. Protocolo adap-
tativo. Qualidade de comunicação sem fio.
Referências
D. V. Queiroz, M. S. Alencar, R. D. Gomes, I. E. Fonseca, and C. Benavente-Peces, “Survey and systematic
mapping of industrial wireless sensor networks,” Journal of Network and Computer Applications, vol. 97, pp.
96–125,2017.
R. D. Gomes, D. V. Queiroz, A. C, Lima, I. E. Fonseca, M. S. Alencar, “Real-time link quality estimation for indus-
trial wireless sensor networks using dedicated nodes” Ad Hoc Networks, 1 May2017
Beacon-based multi-channel protocol for industrial wireless sensor networks,” Journal of Network and Compu-
ter Applications, vol. 132, pp. 22 – 39, 20
3º SIMPIF
Há uma grande dificuldade econômica e social dos pequenos produtores de se adequarem as demandas da
sociedade e de fortalecerem suas próprias comunidades, acompanhando as transformações do mercado.
Nesse contexto, se apresenta como ferramenta econômica os Arranjos Produtivos Locais (APL’s) que possuem
como estratégia de funcionamento a integração de diversos atores envoltos em diferentes questões políticas,
sociais e ambientais. “O objetivo dos arranjos produtivos só é alcançado com o esforço da associação entre
esses atores a favor da localidade em que está presente e da visibilidade do produto final em um mercado de
maior competitividade” (FERRO, 2015, pág. 70).
Assim, o presente trabalho propõe um estudo no município paraibano de Pedras de Fogo, na Paraíba, e de
Itambé, em Pernambuco, com o objetivo de prospectar APL’s viáveis, em diferentes setores da economia, e
analisar como esses APL’s podem contribuir para gerar conhecimento, aprendizado e transferência de tecno-
logia aos pequenos produtores locais e, assim, ganhar evidência no mercado competitivo, desenvolvendo as
competências econômicas, sociais e fortalecendo a história e a identidade do local.
MATERIAIS E MÉTODOS. Este trabalho busca uma visão detalhada da variedade de potenciais arranjos pro-
dutivos locais no município de Pedras de Fogo, localizado na Região Metropolitana de João Pessoa, Paraíba,
e em Itambé, município da Zona da Mata pernambucana, no estado de Pernambuco, buscando conhecer as
características e as condições da área, através de levantamento de dados.
A metodologia a ser utilizada no projeto consiste nas seguintes etapas: 1) Levantamento Bibliográfico: A
realização de estudo bibliográfico capaz de identificar o conceito, fundamentos, benefícios dos arranjos pro-
dutivos locais e sua ligação com o desenvolvimento local, proporciona parâmetros para avaliar as potenciali-
dades locais na criação e fortalecimento dos APL’s. Assim, o estudo será conduzido sobre fontes nacionais e
internacionais, como publicações em livros, revistas, periódicos e em publicações especializadas no assunto,
buscando identificar as tendências tecnológicas e inovativas dos potenciais dos APL’s; 2) Realização de Pes-
quisas de Campo: A coleta de dados também deverá ser realizada através de visitas sistemáticas na região
de Pedras de Fogo com o intuito de observar os aspectos estruturais da cidade, estabelecendo um vínculo
com os potenciais arranjos produtivos. Essas pesquisas devem proporcionar fundamentos essenciais ao pro-
cesso de prospecção; 3) Estudo Setorial; Prospectar os setores com potencial econômico, desenvolvendo um
quadro analítico a partir dos dados coletados na pesquisa bibliográfica e nas pesquisas de campo, tais como
os recursos ambientais, recursos econômicos, o mercado de trabalho e a renda, principais atividades locais,
questões culturais, ou seja, dados ligados à qualidade de vida da população, infraestrutura local, culturais e
sociais pertinentes à pesquisa. A partir daí trabalhar o quarto passo: 4) Identificação das Potencialidades
e Gargalos da Região: Através de pesquisas de campo extrair dados que apoiam a definição das potenciali-
dades e gargalos locais. Nesse sentido, o objetivo é correlaciona-los com os dados encontrados na pesquisa
bibliográfica e, dessa forma, projetar uma percepção real da associação dos arranjos produtivos com o desen-
volvimento local; 5) Análise dos Resultados: Nesse momento, ocorrerá a estruturação, organização, análise
crítica dos dados obtidos por meio de gráficos e planilhas que irão focar na identificação das potencialidades
e gargalos da região. Com isso, se identificam os resultados e o trabalho é finalizado com a publicação de
relatórios e trabalhos científicos e planejamento de ações que visem à melhoria das condições dos APLs nos
municípios em estudo.
RESULTADOS ESPERADOS. O presente trabalho visa atingir o objetivo de prospectar de fato o leque de APL’s
viáveis nos municípios de Pedras de Fogo e Itambé. Que através dos estudos bibliográficos e de campo, indi-
quem de fato as potencialidades locais e apontem na busca de gerar conhecimento para que a população local
possa se apropriar e desenvolvê-las. Que o mesmo mostre de forma objetiva os pontos fortes e as ameaças,
aprimorando suas capacidades, resgatando e fortalecendo sua identidade econômica, histórica, ambiental e
cultural, para participar de forma mais organizada e competitiva no mercado. Que se tenha ao final o propos-
3º SIMPIF
to leque de APL’s bem definido e estruturado. Que surjam publicações e relatórios e que o projeto possa ser
replicado em outras regiões.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Observa-se nos municípios de Pedras de Fogo e Itambé um certo caos nos arran-
jos produtivos locais que operam de maneira individual, isolada, desorganizada e sem a mínima qualificação
profissional e técnica. Diante desse caos organizacional e operacional é que se insere o estudo prospectivo
demonstrando aos mais diversos atores a fotografia atual da desordem que o segmento produtivo se encontra
e mostrando-lhes que o mundo hoje não permite mais uma atividade realizada de forma isolada por seus ato-
res. O fortalecimento do arranjo produtivo funciona com a criação de cluster’s que aprimorem a participação
dos diversos setores da cadeia e que qualifiquem tecnicamente, compondo, assim, os fatores determinantes
para o sucesso de qualquer empreendimento.
Referências
FERRO, Rafael Cunha. Arranjos produtivos locais (APL’s) das agriculturas familiares: estudo para uma nova
gestão sustentável no setor gastronômico. Revista de Comportamento, Cultura e Sociedade, Vol. 3, n. 2, São
Paulo, 2015. Disponível em:
<http://www3.sp.senac.br/hotsites/blogs/revistacontextos/wp-content/uploads/2015/05/49_artigo_Con-
textos_ed-vol-3-n-2-ano-14.pdf>. Acesso em 10 de junho de 2019.
SARACENI, Adriana V.; RESENDE, Luis Maurício; ANDRADE, Pedro Paulo de; ROSA, Marcos Paulo. Estudo téori-
co-empírico do processo de aprendizagem e Prospecção tecnológica em redes de empresas. XXXV Encontro
Nacional De Engenharia De Produção Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção. Fortaleza/CE,
2015. Disponível em:
KACHBA, Yslene Rocha; HATAKEYAMA, Kazuo. Estratégias de inovação em APLs: viés para o desenvolvimento
de produtos de moda. Production, v. 23, n. 4, p. 751-761, 2013. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65132013000400007>. Acesso em 09 de
junho de 2019.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. A elaboração deste trabalho iniciou-se com a pesquisa bibliográfica, em torno da
temática Inteligência Emocional, uma pesquisa realizada principalmente a partir dos pesquisadores mais re-
levantes sobre o assunto. Alicerçado nas informações teóricas, elaborou-se a estratégia/abordagem mais
adequada para sensibilizar o público alvo (alunos do mestrado ProfEPT). A experiência prática foi desenvol-
vida com um público de 17 pessoas durante uma aula do mestrado, a organização da aula buscou a máxima
interação e participação do público. A metodologia proposta utilizou a ferramenta mentimeter através de
enquetes via internet, que possibilitou a obtenção de dados sobre a percepção inicial dos(as) mestrandos(as)
quanto à temática sobre inteligência emocional. No segundo momento, foi realizado uma breve reflexão teóri-
ca a partir de uma explanação dialogada com a turma. Por fim, utilizou-se da metodologia ativa “Gallery Walk”,
onde os(as) alunos(as) puderam trocar experiências entre si, deixando suas impressões e contribuições ao
tema, envolvendo os(as) alunos(as) no processo de construção do conhecimento. A análise dos dados obtidos
resultou no presente trabalho.
RESULTADOS. Conforme a análise das informações obtidas pela enquete no programa mentimeter, aplicado
virtualmente, com socialização dos resultados de forma simultânea entre os envolvidos na pesquisa, obser-
vou-se que, dos 17 participantes, 13 destes afirmaram que, em um contexto de “tomada de decisão ou reso-
lução de problema”, fazem uso tanto da “razão” quanto da “emoção” e somente 4 participantes responderam
que utilizam apenas da “razão”. Questionou-se se os participantes acreditavam ser possível “dominar as emo-
ções”: 82% responderam que sim e 18% responderam que não. Ao serem convidados a pensar a “definição
de emoção” em palavras, de acordo com sua percepção, os participantes atribuíram os seguintes significados:
sensibilidade, impulso, amor, sentimentos e sensação; estas apareceram com maior evidência. E, em menor
indício entre as respostas, a emoção foi definida como: espiritual, afeto, incerteza, surpresa, maturidade, ins-
tinto e montanha russa. Por intermédio da metodologia ativa “Gallery Walk”, foram abordadas quatro dimen-
sões das emoções: autocontrole emocional, autodomínio, educação emocional e gerenciamento de relaciona-
mentos. Os participantes foram convidados a contribuir com as dimensões das emoções através da indicação
de atitudes, estas deveriam fomentar o desenvolvimento emocional em cada uma delas. Os integrantes dos
grupos participantes da metodologia ativa construíram e socializaram os conhecimentos apreendidos durante
a atividade. Na produção do conhecimento nos grupos, observou-se que, na dimensão “autocontrole emo-
cional” em uma resolução de conflitos, as contribuições foram associadas à empatia, à autoconsciência e ao
monitorar dos próprios sentimentos. Na dimensão “autodomínio”, as contribuições versaram sobre: atenção
aos detalhes, bom humor, criatividade, menor probabilidade de arrependimentos, coerência e melhor reso-
lução de problemas. Na dimensão “educação emocional”, ou seja, o educar para as emoções, no intuito de
prevenir a depressão infanto-juvenil e na adolescência, os aspectos levantados pelo grupo foram: combate ao
isolamento, combate a rejeição, discordar e expor, contestar pensamentos pessimistas, interagir e a capaci-
dade de mudar. Na dimensão “gerenciamentos de relacionamentos”, o grupo socializou seus conhecimentos
por meio da produção artística de um desenho, sendo esta uma representação do cérebro social em interação
com outro cérebro, simbolizando a compreensão e tolerância nos relacionamentos com o outro. Os resultados
do trabalho foram satisfatórios e indicam que a Inteligência Emocional em uma abordagem pedagógica pode
contribuir significativamente para a educação das emoções no âmbito educacional, favorecendo o desenvol-
vimento do processo de ensino-aprendizagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O presente relato de experiência tem a finalidade de estimular a percepção dos
docentes quanto à importância de se trabalhar com a educação das emoções para o sucesso dos alunos,
espera-se que, além disto, a pesquisa possa trazer uma contribuição metodológica e prática, apresentando
uma possibilidade de como a temática das emoções podem ser trabalhadas em sala de aula com alunos de
qualquer faixa etária. Consideramos que a estratégia metodológica adotada no trabalho pode ser adaptada
conforme a necessidade específica de cada turma.
3º SIMPIF
PALAVRAS-CHAVE: Inteligência emocional. Contexto escolar. Abordagem pedagógica. Metodologia ativa. Re-
lato de experiência.
Referências
ARAÚJO, João Roberto de. Educação emocional e social: um diálogo sobre arte, violência e paz. 2. ed. Ribei-
rão Preto: Inteligência Relacional, 2015.
CARNEIRO, Eliane Gerk; ZIVIANI, Cilio Rosa. A pessoa inteligente no mundo social. Psicol. Esc. Educ. 1998, vol. 2, n.
2, p.135-152. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-85571998000200008&script=-
sci_abstract&tlng=pt> Acesso em: 10 jun. 2019.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Rio
de Janeiro: Editora Objetiva, 1996.
GOLEMAN, Daniel. O cérebro e a inteligência emocional: novas perspectivas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
GOLEMAN, Daniel. Foco: a atenção e seu papel fundamental para o sucesso. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva,
2013. Disponível em: <http://www.profdoni.pro.br/home/images/sampledata/2015/livros/Foco_Daniel_Go-
leman.pdf> Acesso em: 03. jun. 2019.
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com competência, de uma educação de qualidade. E, dessa forma, justifica-se o objetivo geral deste estudo:
Desenvolver um curso para divulgar o uso da Tecnologia Assistiva aos profissionais da rede de ensino bási-
co e técnico como recurso pedagógico no processo de ensino e aprendizagem de alunos com necessidades
educacionais especiais. Para respaldar o objetivo geral da pesquisa, já que este estudo pretende apresentar
resultados parciais, elencamos como objetivos específicos para este resumo: a) Avaliar o conhecimento pré-
vio dos professores sobre tecnologia assistiva (TA); b) Identificar a concepção e atitudes do professor em
relação a TA; c) Identificar dados sobre as necessidades de formação dos professores em relação às TA; e, d)
Pesquisar uma plataforma gratuita e montar um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) sobre TA. Por fim,
o desafio consiste em proporcionar uma formação sobre o uso da TA aos profissionais da educação de forma
que atenda às especificidades e habilidades dos alunos com NEE aos princípios da equidade, proporcionando
mais inclusão a emancipação social. Neste sentido, vislumbra-se a TA como área de conhecimento favorável
na promoção da acessibilidade e inclusão do aluno com deficiência.
RESULTADOS. Após a análise dos dados, concluímos que o grupo pesquisado tem predominância do gênero
masculino com a maioria dos docentes entre 20 e 40 anos, que os participantes são basicamente bacharéis
e licenciados das mais diversas áreas do conhecimento e, entre eles, 61,9% são mestres. Quanto ao tempo
de docência, dos 42 respondentes, 36 lecionam no IFPB há menos de 7 anos. Nas perguntas que indagaram
sobre inclusão escolar e, especificamente, sobre os recursos de TA, os respondentes demonstraram não te-
rem conhecimento sobre o tema. Ainda, 83,8% dos docentes do Campus Monteiro não tiveram contato com
qualquer curso ou disciplina sobre educação especial durante a sua formação acadêmica e 66,7% afirmaram
que nunca participaram de algum curso ou capacitação relativo ao tema da TA. Em um dos questionamentos,
a maioria dos respondentes não souberam identificar os recursos e equipamentos de tecnologia assistiva e,
por conseguinte, afirmar se já utilizaram ou não a TA em sala de aula. Nesse ínterim, constatamos que muitos
3º SIMPIF
professores relacionam a TA com a tecnologia da informação (TI). E quando questionados sobre a importância
do conhecimento da TA para o uso em sala de aula, quase a totalidade dos docentes, 90,5%, afirmaram que
é importante e necessário saber sobre a TA para poder utilizá-la como recurso pedagógico. E, dentre as op-
ções ofertadas, os participantes elegeram um curso de formação continuada na modalidade EAD sobre TA no
intuito de se apropriarem do tema e conhecerem a tecnologia assistiva como recurso facilitador no processo
de ensino e aprendizagem dos alunos com NEE. A princípio, será ofertado o curso sobre TA na modalidade
EaD por meio do AVA do IFPB terá a duração de 30 horas com quatro módulos, a aplicação de exame final e a
emissão de certificado digital. A sala virtual já foi autorizada e liberada pelo IFPB. A alimentação desta será o
próximo passo da pesquisa. Cabe destacar que uma parte do conteúdo já está elaborada e a outra encontra-se
em fase de pesquisa/elaboração/seleção.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluímos que os resultados obtidos na pesquisa evidenciaram que a tecnologia
assistiva é um tema recente e pouco explorado na área da educação, principalmente no Campus de Monteiro
do IFPB. Por isso, a pesquisa procederá com a proposta de um curso de formação continuada para docentes
da rede de ensino básico, técnico e tecnológico do IFPB – Campus Monteiro, sobre o uso da TA como re-
curso pedagógico no processo de ensino e aprendizagem de alunos com NEE. Entretanto, cabe destacar
que este resumo demonstra o resultado parcial de um projeto de pesquisa do Programa de Pós-Graduação
em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) do IFPB em que o objetivo geral culmina na elaboração de
um produto educacional, nesse caso, um curso de formação sobre TA. E esperamos que o curso pretendido
além de contribuir para a prática dos professores, possa contribuir também para o conhecimento acadêmi-
co-científico de futuras pesquisas e na propagação deste projeto com a aplicação em outros campi, escolas e
institutos federais.
PALAVRAS-CHAVE: Inclusão escolar. Pessoa com deficiência. Formação de professores. Necessidade Educa-
cionais Especiais.
Referências
BERSCH, Rita. Introdução à Tecnologia Assistiva. Porto Alegre, 2018. Disponível em: <http://www.assistiva.
com.br/Introducao_Tecnologia_Assistiva.pdf>. Acesso em: 7 jul. 2019.
GALVÃO FILHO, T. A. Tecnologia Assistiva para uma escola inclusiva: apropriação, demanda e perspectivas.
2009. 346 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salva-
dor. Disponível em: <http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/10563>. Acesso em: 11 jul. 2019.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Essa pesquisa se destaca em dois eixos distintos de políticas educativas e linguísti-
cas, porém, complementares: o processo de internacionalização do IFPB, definido pela Resolução Normativa
n°19, e o Quadro de Referência para Abordagens Plurais de Línguas e Culturas (CARAP, 2015), no âmbito do
ensino de línguas. Através da análise dos objetivos da política de internacionalização vemos como enquadram-
-se com a promoção das competências plurilíngues e pluriculturais propostas pelas Abordagens Plurais e
especificamente pela didática da intercompreensão (IC). Dessa forma, definimos e desenvolvemos estratégias
para a abordagem intercompreensiva do ensino/aprendizagem das línguas e vemos o quanto os IES e o Brasil
são um terreno fértil para implementação da didática a favor do plurilinguísmo. Para a coleta de dados utiliza-
mos um questionário, a fim de medir as competências em línguas e definir o perfil linguístico dos estudantes
do ensino superior, docentes e funcionários públicos do IFPB, o público-alvo. Desejávamos medir as represen-
tações quanto à internacionalização dos Institutos de Ensino Superior e avaliar o interesse pelo desenvolvimen-
to da didática da intercompreensão entre línguas parentes no IFPB.
RESULTADOS. Os resultados confirmam as apostas da didática da IC, afirmando que ela já é uma realidade
(Doyé 2005), pois constatamos que intuitivamente os respondentes ao questionário usam estratégias de in-
tercompreensão, tais quais as transferências de conhecimento linguístico e pragmático, validando conceitos
fundamentais das Abordagens Plurais como a visão das línguas românicas como continuum. A intercompreen-
são estimula as competências interlinguísticas, intralinguísticas, proativas e retroativas, revelando as suas
potencialidades em termo de construção do conhecimento. Essas estratégias, ou competências latentes do
repertório plurilíngue do individuo, devem ser incentivadas através de uma postura reflexiva sobre o ensino/
aprendizagem das línguas proposta pelas Abordagens Plurais das línguas e das culturas, participando tam-
bém da formação do cidadão. Porém, algumas respostas comprovam as representações tradicionalmente
marcadas por estruturas que estudam as línguas separadamente e confortam a necessidade de oferecer a um
nível acadêmico outra metodologia a respeito da aquisição de habilidades linguísticas e um padrão alternativo
ao ensino/aprendizagem das línguas. Os resultados confirmam as correlações entre a política de internaciona-
lização e intercompreensão e a necessidade de articulá-las através de políticas educativas a favor do desempe-
nho do plurilinguísmo. Os resultados apontam para caminhos reflexivos e investigativos que podem contribuir
para a inserção curricular da didática da intercompreensão entre línguas parentes e, principalmente, entre
línguas românicas no contexto particular do Instituto Federal da Paraíba.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Dessa reflexão teórica nasce um questionamento prático perante à transversalida-
de do terreno para a aplicação da Didática da Intercompreensão no IFPB. Por um lado, apostamos na inclusão
curricular, na modalidade à distância, a fim de ampliar o acesso à educação/informação da IC como Projeto
de Extensão na Licenciatura em Letras, formando professores para o ensino fundamental, médio e profissiona-
lizante, visamos propor um complemento atualizado e dinâmico aos Fundamentos da Linguística Românica e
sensibilizar ao conceito de Intercompreensão como prática social, linguística e cultural. Pela postura reflexiva
“a intercompreensão pode constituir um meio de se introduzir dimensões fundamentais no âmbito da edu-
cação geral da criança” (Martins 2014), além de proporcionar o aprimoramento das competências em língua
materna. Por outro lado, sugere-se também incluí-la no curso de Especialização em Línguas Estrangeiras
Modernas e abrir o curso para a formação contínua, promovendo a capacitação dos docentes que já atuam no
ensino de línguas. A formação contínua é um aspecto essencial da motivação do profissional, permitindo a
atualização dos padrões de ensino e renovação das práticas. Repara-se que a IC não pretende substituir-se ao
ensino “convencional” ou “tradicional” das línguas estrangeiras, apenas oferece uma ampliação dos métodos
fomentando novas práticas plurilíngues e interculturais. O objetivo pragmático do curso pretende inserir me-
todologias plurilíngues e interculturais nas práticas e incentivar a criação de material didático. A perspectiva a
longo prazo é de desenvolver competências plurilíngues e promover novas sinergias nos ambientes de trabalho
dos profissionais em línguas. O propósito é de alinhar o ensino, a pesquisa e a extensão a fim de propor uma
internacionalização ativa e crítica dos IES, promovendo a inclusão social e a interculturalidade através de
práticas pedagógicas inovadoras. Os currículos envolvidos na Didática da Língua devem orientar-se no de-
senvolvimento dos comportamentos e competências favoráveis à diversidade, à inclusão e à sensibilidade
3º SIMPIF
linguística e cultural através de uma visão holística, integrando em dimensões humanas, sociais e culturais
inclusivas.
Referências
CARAP. Quadro de Referências para Abordagens Plurais. Conseil de l’Europe 2015. Disponível em : http://
carap.ecml.at/.
CAVALCANTE, R., SAID, A.C., BOTELHO, S., ROMANOWSKI, A., STEVES, M., MACEDO,
R., SILVA, S. Estratégias para internacionalização dos institutos federais: cultura e língua. Nexus Revista de
Extensão do IFAM Vol.1 Nº1 abril 2015 p.95-101 Disponível em : http://www.ifpb.edu.br/relacoes-internacio-
nais/assuntos/Documentos/ri- internacinalizacao/estrategias-para-internacionalizacao-dos-ifs.pdf
DOYE, P. Guide pour l’élaboration de politiques linguistiques éducatives en Europe - de la diversité linguisti-
que à l’éducation plurilingue. Conseil de l’Europe, 2005. Disponível em: https://rm.coe.int/CoERMPublicCom-
monSearchServices/DisplayDCTMContent?documentId=090 00016802fc3ab
MARTINS, S.A. A intercompreensão de línguas românicas: proposta propulsora de uma educação plurilín-
gue. MOARA – Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Letras ISSN: 0104-0944, [S.l.], n. 42,
p. 117-126, fev. 2015. ISSN 0104-0944. Disponível em:
https://periodicos.ufpa.br/index.php/moara/article/view/2059
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. O presente estudo teve por base a análise de dados disponíveis na Plataforma Nilo
Peçanha, tendo como indicadores: taxa de evasão, sexo e os eixos tecnológicos de controle e processos in-
dustriais, gestão de negócios, infraestrutura, produção industrial, ambiente e saúde, desenvolvimento edu-
cacional e social, produção cultural e design, turismo e hospitalidade e lazer. Além da análise de dados do
Resumo Técnico do Censo da Educação Básica 2018, disponível no portal do Inep e do Sistema Unificado de
Administração Pública – Suap Edu.
RESULTADOS. De acordo com dados da Plataforma Nilo Peçanha, ambiente virtual de coleta, disseminação e
validação das estatísticas oficias da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (SETEC/
MEC), ano referência 2018, as mulheres representam 46,6% do número de discentes matriculados nos cur-
sos técnicos de nível médio nos Institutos Federais, no âmbito do IFPB, estas representam 45,6% do total
de matrículas em tal modalidade de ensino. Tais números evidenciam que embora as mulheres sejam maioria
quando considerados os números gerais de matrículas efetuadas na educação profissional, conforme dados
do Censo Escolar 2018, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP,
2019), ao considerarmos somente os Institutos Federais tal cenário mostra-se diferente, prevalecendo em
maior número a participação masculina. Ao considerarmos os cursos do eixo tecnológico controle e proces-
sos industriais, culturalmente tidos como mais compatíveis com o perfil masculino, a participação feminina
tende a diminuir drasticamente. Ainda considerando o ano referência 2018, nos Institutos Federais, do total
de discentes matriculados nos cursos do referido eixo, apenas 22,7% eram mulheres, no IFPB as mulheres
representavam 23,9% do total de matrículas no referido eixo e período. Ao lançarmos o olhar sobre a reali-
dade específica do campus João Pessoa - IFPB, tendo como recorte os discentes matriculados nos anos de
2018 e 2019, nos cursos técnicos subsequentes ao ensino médio, do eixo tecnológico de controle e processos
industriais, constatamos que do total geral de matrículas efetuadas nos cursos técnicos da referida área, que
equivale ao total de 382 (trezentos e oitenta e dois) discentes, apenas 50 (cinquenta) são discentes do sexo
feminino, o que equivale a 13,08% desse número. Entre os cursos do referido eixo tecnológico o curso técnico
em mecânica é o que apresenta o menor número de mulheres matriculadas, no período mencionado, apenas
08 (oito), das 130 (cento e trinta) vagas ocupadas no mencionado curso, foram preenchidas por discentes do
sexo feminino. Cabe ressaltar que nos semestres 2018.1 e 2019.1, ainda no que se refere ao curso técnico
em mecânica, não foi registrada nenhuma matrícula de discente do sexo feminino, desta forma, as turmas
que ingressaram nos períodos mencionados são compostas exclusivamente por discentes do sexo masculino.
Desse modo, os dados revelam a discrepância entre o número de discentes do sexo feminino e masculino
matriculados nos cursos técnicos subsequentes ao ensino médio, do eixo tecnológico controle e processos
industriais, evidenciando a interferência do contexto cultural na escolha das profissões, a crença de que existe
determinadas áreas e profissões mais ou menos adequadas para a mulher. Nesse sentido, é importante com-
preender a educação profissional enquanto modalidade de ensino que visa a inserção do indivíduo no mundo
do trabalho através da formação técnica, bem como que os cursos apresentados preparam os discentes para
ingresso em áreas de atuação profissional, culturalmente associadas ao perfil masculino. Nesse sentido, o
pequeno número de mulheres matriculadas em tais cursos evidencia a interferência da concepção de que
existem profissões para homens, outras para as mulheres no contexto da educação profissional. Tal constata-
ção demonstra a necessidade de melhor compreender a trajetória de formação profissional dessas mulheres,
desvendando os desafios a que estão sujeitas ao contrariar o senso comum e ingressar em áreas que “não
são coisa de mulher”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Exatamente por ser a escola um espaço destinado à formação e reflexão, é que
diálogos sobre questões que impactam diretamente na concretização de direitos precisam ser estabelecidos.
Sendo assim, é a partir da educação que se operam as grandes mudanças sociais e culturais, para tanto, tor-
na-se preciso repensar as práticas educacionais no sentido de fortalecer valores que assegurem a igualdade
3º SIMPIF
Referências
ANTUNES, Ricardo. Os Sentidos do Trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 2.ed., rev. e
ampl.. São Paulo: Boitempo, 2009.
BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo: a experiência vivida. 2. ed. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1967.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Resumo Técnico do
Censo Escolar da Educação Básica de 2018. Brasília: Inep, 2019.
. Ministério da Educação. Plataforma Nilo Peçanha (Ano base 2018). 2019. Disponível em: <https://
www.plataformanilopecanha.org/>. Acesso em: 10 abr. 2019.
3º SIMPIF
Por ser uma matéria que envolve linguagem de programação, foi desenvolvida uma rotina detalhada do passo
a passo de como criar um conjunto, seus movimentos, com toda uma simulação ao vivo. A rotina contém de-
talhes do próximo passo a ser dado, e além de poder ser introduzido um obstáculo, é possível colocar o que
é chamado de “predador”, por exemplo, um cardume seria o conjunto onde seu obstáculo poderia ser uma
pedra, e o predador pode ser um tubarão, ou algum outro animal que caçaria os elementos do cardume. Neste
caso, a rotina é guiada também por um código escrito pelo programa Matlab®.
Esse sistema permite a solução de muitos problemas numéricos em apenas uma fração do tempo que se
gastaria para escrever um programa semelhante em linguagem Fortran, Basic ou C. Além de ser comumente
utilizada na disciplina de Inteligência Computacional, a qual a partir da mesma foi inspiradora pelos autores
para criar uma rotina detalhada para os alunos, com objetivo de guia-los para construir o próprio código de
programação.
MATERIAIS E MÉTODOS. Como pode ser observado, o conteúdo criado pelos autores é exclusivamente um
instrumento para as pessoas que desejam criar ou simular um conjunto de boids, não restringindo apenas
para os alunos da pós-graduação em Engenharia Elétrica do IFPB.
A partir de que o aluno têm uma rotina para seguir com seus estudos, as coisas fluem melhor. O cérebro
trabalha por associações. Às vezes não se está com fome até se sentir um cheiro agradável de comida, que
abre o apetite. No entanto, isso não se restringe apenas aos cheiros e ao paladar. O cérebro associa tudo:
lugares, horários, sensações.
Sabendo que se há uma rotina a qual pode ajudar nos passos do que fazer, o aluno não verá o pedido de fazer
um código do qual nunca viu, ou não tem nenhum exemplo em mãos como uma tarefa difícil. O usuário que ti-
ver a rotina vai saber que tem uma ajuda, e que foi criada exatamente por outro aluno que passou pelo mesmo
caminho e obteve sucesso, neste caso, o cérebro irá associar aquela situação à necessidade de concentração,
e o aluno irá se dedicar com calma e terá mais clareza sobre como e o que fazer.
O código que será exposto para os alunos tem como objetivo, fácil interação para escolher a quantidade de
boids para o conjunto, fazendo com que o discente possa testar com diferentes valores de boids no sistema, ao
mesmo tempo será possível o acadêmico identificar a relação da velocidade com a quantidade de elementos
que está no ambiente de simulação. No código haverá comentários básicos, para que serventia a linha de códi-
go terá, e a programação feita estará dividida em partes, seguindo os passos da rotina, para fácil visualização.
RESULTADOS. A metódica realizada obteve êxito, a rotina foi criada pensando na dificuldade existente pela
falta de materiais didáticos que sirvam como guia, não apenas onde sejam citados cálculos e tradução das
forças existentes para simular um conjunto de modelo flocking.
O código escrito no programa Matlab®, o qual é uma complementação da rotina, servindo perfeitamente de
exemplo para o aluno, assim como, mostra que é possível criar tanto um código para simulação de boids com
obstáculo, como um conjunto de boids com predador.
São utilizados vários parâmetros da física importantes que estão concatenados internamente, direção,
velocidade, entre outros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. É esperado que com a divulgação tanto da rotina quanto do código, todas a pes-
soas que desejem aprender sobre o conjunto de modelo flocking possam a partir do guia, criar incentivo em
mais programas didáticos, neste caso, procurar por assuntos e temas fora dos estudos habituais. O guia cria-
do é de fácil entendimento, e está dividido em passos para estimular a leitura. Além disso, proporcionando a
produção e busca por modelos com carácter bioinspirado, ou baseados em comportamento animal.
PALAVRAS-CHAVE: Rotina didática boids. Simulação de bando. Código boids com predador. Algoritmo bioins-
pirado.
Referências
HARTMAN, Christopher; BENES, Bedrich. Autonomous boids. Computer Animation and Virtual Worlds, v. 17,
n. 3‐4, p. 199-206, 2006.
CUI, Xiaohui; GAO, Jinzhu; POTOK, Thomas E. A flocking based algorithm for document clustering analysis.
Journal of systems architecture, v. 52, n. 8-9, p. 505-515, 2006.
REYNOLDS, Craig W. Flocks, herds and schools: A distributed behavioral model. ACM, p. 25-34, 1987.
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A concepção descrita por Ramos (2007) se aplica ao modelo de educação de jovens e adultos no Brasil por
constituir um segmento educacional mais complexo em razão de suas diversidades quanto a diferenças de
idade, sexo, gênero, embora quase sempre semelhantes em suas condições socioeconômicas. Em síntese, a
educação de jovens e adultos, conforme expõe o documento base do Programa Nacional de Integração da
Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA,
2007. p. 11), “trabalha com sujeitos marginais ao sistema, com atributos sempre acentuados em consequên-
cia de alguns fatores adicionais como raça/etnia, cor, gênero, entre outros.” O documento acrescenta que
esse grupo representante de minorias constitutivas da sociedade brasileira se enquadra em grande parte da
população desfavorecida econômica, social e culturalmente.
O cenário nos coloca alerta à observância quanto ao cumprimento de políticas públicas responsáveis pela
inclusão desses cidadãos. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP),
segundo a Lei 13.005/2014, deverá publicar a cada 2 (dois) anos durante a vigência do Plano Nacional de
Educação relatórios para aferir a evolução no cumprimento das metas estabelecidas. O PNE 2014-2024,
especificamente na Meta 10, voltada para a educação de jovens e adultos integrada à educação profissional,
estabeleceu atingir 25% das matrículas neste segmento, mas o relatório bienal publicado no ano de 2018
no indicativo 10A demonstrou que, a partir do ano de 2015, essa modalidade educacional vem decrescendo.
Com base nos dados apresentados e na meta proposta pelo Plano Nacional de Educação para este segmento,
faz-se necessária pensar alternativas pedagógicas que ampliem o número de matrículas para estes cursos
como também promover condições que garantam a permanência do aluno no curso até sua conclusão. Face
ao exposto e sua contextualização, esta pesquisa busca analisar a possibilidade de implantação de carga
horária na modalidade de educação a distância nas turmas do Proeja no Curso Técnico em Eventos no IFPB -
Campus João Pessoa.
O curso Técnico em Eventos Proeja ofertado pelo IFPB no Campus de João Pessoa se insere na modalidade da
educação de jovens e adultos e, no contexto proposto pelo Decreto 5.840/2006 (IFPB), vem sendo estrutu-
rado em seis períodos semestrais (3 anos) com entrada anual. A exemplo dos dados expostos no relatório do
PNE, o IFPB também esbarra em problemas quanto ao acesso e permanência no curso de Eventos, ofertado
em atendimento à formação profissional do cidadão. “Mesmo com o reconhecimento deste direito, do ponto
de vista formal, a realidade ainda nos aponta desafios para a concretização do mesmo, não só no tocante ao
acesso à educação, como as condições de permanência do alunado na escola, refletiva em evasão” (ARRUDA,
2013, p. 5).
Considerando o contexto de oferta do curso Técnico em Eventos Proeja – IFPB Campus João Pessoa, o uso
das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) configura um procedimento pedagógico/me-
todológico capaz de promover e ou ampliar a formação profissional desses futuros profissionais? Tal questio-
namento possibilita reflexão acerca dos direcionamentos do processo de formação do técnico em eventos do
IFPB - Campus João Pessoa, com vistas à implementação de ações capazes de provê-lo, de maneira eficaz, ao
processo educativo voltado para a formação do cidadão e para o trabalho.
O Artigo 9o dessa resolução estabelece como deverá ser organizado os ambientes virtuais de aprendizagem
virtual, definindo que somente o ensino fundamental anos finais e o ensino médio podem ter aulas na moda-
lidade de Educação a Distância, estabelecendo respectivamente como carga horária mínima 1.600 e 1.200
3º SIMPIF
horas.
Seguindo esta orientação, para a implantação de uma carga horária da educação à distância nas turmas do
Curso Técnico em Eventos PROEJA, é necessário seguir três etapas iniciais: A primeira consiste no levanta-
mento bibliográfico do arcabouço da legislação brasileira focando na EJA, PROEJA e EAD, para a aplicação do
nosso produto e escolha de uma disciplina técnica do referido curso. Concomitante a pesquisa documental,
se faz necessário conhecer o questionário do SUAP e analisar se nele é possível obter informações sobre o
acesso dos alunos aos artefatos digitais e sua utilização; bem como conhecer o ambiente escolar destinado
O termo “nativos digitais” foi adotado por Palfrey e Gasser no livro Nascidos na
era digital. Refere-se àqueles nascidos após 1980 e que tem habilidade para usar
as tecnologias digitais. Eles se relacionam com as pessoas através das novas mí-
dias, por meio de blogs, redes sociais, e nelas se surpreendem com as novas pos-
sibilidades que encontram e são possibilitadas pelas novas tecnologia (SANTOS
et al, 2011, p. 15841).
“Porém, aqueles que não se enquadram nesse grupo precisam conviver e interagir com esses nativos e, além
disso, precisam aprender a conviver em meio a tantas inovações tecnológicas, são os chamados imigrantes
digitais”. (PALFREY; GASSER, 2011 apud SANTOS et al, 2011 p. 15841). nascidos antes da década de 1990,
que supostamente apresentariam maiores dificuldades no acesso e na utilização das tecnologias da informa-
ção. Mas, a presença do tutor deve mediar este processo de conhecimento dos artefatos digitais e suas formas
de utilização.
Desta forma o gradativo domínio na utilização das TDIC no processo de aprendizagem constitui uma das
etapas para a inserção dos alunos no universo da cibercultura e consequentemente lhes conferir uma maior
autonomia no seu processo de ensino e aprendizagem.
RESULTADOS. Mediante mecanismos formais de pesquisa citados, para fins de coleta de dados, dividimos a
investigação em fases. A primeira compreendeu o levantamento bibliográfico sobre a legislação educacional
vigente para Educação de Jovens e Adultos, Proeja, Educação à Distância, PNE 2014-2024, Relatório do 2o
Ciclo de Monitoramento das Metas do Plano Nacional de Educação – 2018 bienal do PNE, documentos referen-
tes ao Curso Técnico em Eventos do IFPB, tais como Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e Proposta
Pedagógica Curricular (PPC).
Realizadas as leituras que concorrem para compreendermos o contexto de oferta do curso do Proeja, adentra-
mos na segunda fase, qual seja: o exame dos questionários do Sistema Único da Administração Pública (SUAP)
disponibilizados no ato da matrícula para os estudantes e constatamos que as informações estão organizadas
em um questionário subdividido em blocos: Alunos, Documentos a imprimir e Serviço Social, Aspectos gerais
que atendem às necessidades da gestão institucional.
Para fins desta pesquisa, especificamente, interessa-nos a análise do bloco Alunos – Meus dados – Caracteri-
3º SIMPIF
zação socioeconômica – Acesso a tecnologias da informação e comunicação. A segunda fase também se situa
em andamento, haja vista não termos o processamento final dos elementos que se aplicam aos propósitos de-
terminados no projeto. Nele encontramos dados meramente quantitativos e descritivos o que não nos permite
conhecer o potencial de uso das TDIC pelos alunos.
Convém ressaltar que saber quantos computadores, celulares e onde o aluno teria acesso, não correspon-
dem às questões levantadas por estas pesquisas e por isso, se faz necessário rever a forma de obter estas
informações para que sejam mais amplas e dentro dos critérios teóricos e metodológicos em torno do tema
pesquisado, sobretudo por parte dos especialistas na área. Por meio dos resultados a serem obtidos, espera-
mos construir um cenário crítico na área, capaz de provocar reflexão sobre o processo formativo na educação
profissional no que se refere ao uso das TDIC e o seu papel no desempenho do exercício prático.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Considerando os aspectos mencionados, esta pesquisa tem capacidade de discutir
viabilidades de implantação de uso das tecnologias da informação e comunicação como forma de ampliar a
educação de jovens e adultos integrados à educação profissional dos discentes do Curso Técnico em Eventos
Proeja IFPB – Campus João Pessoa. Portanto, é uma investigação capaz de gerar impacto quanto ao desenvol-
vimento científico, tecnológico e de inovação ao possibilitar construir novos processos para o aprimoramento
da atuação do profissional técnico em eventos no mercado de trabalho.
É importante esclarecer que se trata de resultados preliminares de um estudo oriundo de uma pesquisa mais
ampla do Mestrado Profissional do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica (Pro-
fep) que, circunscrita a objetivos mais específicos, originou-se uma investigação inserido no Programa Insti-
tucional de Bolsa de Iniciação Científica para Projetos de Pesquisa, Inovação, Desenvolvimento Tecnológico
e Social voltados para a Educação a Distância, ambos programas ofertados pelo Instituto Federal da Paraíba.
Referências
ARRUDA, Zoraide. O Proeja no IFPB Campus João Pessoa - Pelo Olhar dos Alunos: expectativas no acesso em
fatores de permanência. Disponível em: https://memoria.ifrn.edu.br/handle/1044/1352, Acesso em: 08 out.
2018.
BRASIL. LEI No 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera as Leis nos 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação,
a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, provada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e o
Decreto- Lei no 236, de 28 de Fevereiro de 1967; revoga a Lei no 11.161, de 5 de agosto de 2005; e institui a
Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Disponível em:<www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13415.htm>. Acesso em: 17 agosto2019
3º SIMPIF
___.Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Plano Nacional de Educação PNE
2014-2024: Linha de Base. – Brasília, DF: Inep, 2015.
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LÉVY, Pierre. Cibercultura. (Trad. Carlos Irineu da Costa). São Paulo: Editora 34, 2009
RAMOS, Marise. Concepção do Ensino Médio Integrado. Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do
Norte: Mossoró. 2007
RODRIGUES, Rui Martinho. Pesquisa acadêmica; como facilitar o processo de preparação de suas etapas. São
Paulo: Atlas, 2007.
3º SIMPIF
As aulas experimentais é uma das principais ferramentas que o professor de Química pode utilizar para a con-
textualização do conteúdo e promover a motivação dos alunos. Segundo Salesse (2012, p. 11), “a utilização
de métodos diversificados com aulas práticas bem planejadas facilita muito a compreensão da produção do
conhecimento em química, podemos incluir demonstrações feitas pelo professor e experimentos realizados
pelo próprio aluno [...]”.
Estando a Química Forense presente no cotidiano de maioria dos alunos, através de filmes e seriados de televi-
são, que simulam o trabalho de peritos criminais, podemos encontrar na Ciência Forense a interdisciplinarida-
de necessária para contextualizar o ensino da química de forma atrativa, despertando o interesse dos alunos
pelos conteúdos de Química (NUNES, 2017).
Neste contexto, este trabalho consiste num relato das experiências que foram desenvolvidas com uma turma
do Ensino Técnico Integrado ao Médio do IFPB. A atividade consistiu na realização de uma aula experimental,
usando a Química Forense, apresentada nos seriados de televisão, como tema gerador, através da atuação
dos peritos criminais na elucidação de casos, enfatizando a importância e presença da Química no cotidiano.
MATERIAIS E MÉTODOS. O trabalho foi aplicado numa turma de 1º ano do Ensino Técnico Integrado ao Médio
do IFPB Campus João Pessoa, onde foi feita uma apresentação dialógica do conteúdo, seguida de uma son-
dagem sobre o interesse dos alunos pela Química, como também, sobre o conhecimento da química forense
presente nos seriados de TV.
Como agente motivador, foi apresentada uma proposta para realização de uma aula prática experimental no
laboratório de Química da própria instituição, na qual os discentes poderiam atuar como “peritos”, ajudando
na elucidação de um caso, por intermédio de uma prática de identificação de sangue presente em um cenário
(ficção) criado para prática da atividade.
No laboratório, a atividade foi executada em 3 grupos de 15 alunos. Foram entregues, para cada aluno, Equi-
pamentos de Proteção Individual (EPI), obrigatórios para atividades em laboratório, seguido das orientações
sobre normas de segurança. Foram, também, distribuídos nas bancadas os regentes e as vidrarias necessárias
para prática: vidro de relógio, conta-gotas, bastão de vidro, hastes flexíveis, pisseta, béqueres, peróxido de
hidrogênio (água oxigenada 5%) e a solução de Kastler-Meyer (fenolftaleína, pó de zinco metálico, hidróxido
de sódio, etanol), apresentando sua finalidade e forma adequada de utilização.
O cenário da aula foi criado em um segundo laboratório, no qual foi gotejado sangue bovino (comprado no
mercado) e cercado por uma fita zebrada, para simular a cena de um crime. Após toda explicação no primeiro
laboratório os alunos se dirigiam até a cenário para fazer a coleta das amostras do material, que foi o suposto
sangue encontrado, o qual serviria como prova no processo de investigação feito por eles.
Após a coleta, e já de volta a suas bancadas, cada aluno utilizando os materiais e reagentes disponibilizados
e aplicando o conhecimento previamente adquirido, foi executado o procedimento de identificação de sangue,
até chegarem a uma conclusão individual: o material coletado seria ou não sangue?
RESULTADOS. A aplicação deste trabalho, mostrou a eficácia de uma aula experimental contextualizada, na
qual os alunos puderam interagir diretamente com o conteúdo proposto, relacionando com o seu cotidiano de
forma menos abstrata.
Ao serem questionados sobre o conhecimento da Ciência Forense, as respostas foram diretamente direcio-
nadas a seriados de TV, o que facilitou a comunicação já esperada, sendo notório o interesse na atividade
proposta a eles.
Por ser o primeiro contato direto da turma com um laboratório de química, foi despertada a curiosidade ime-
diata sobre a funcionalidade dos materiais disponibilizados nas bancadas, o que tornou a explicação partici-
pativa, dialógica e de fácil compreensão. Este resultado está de acordo com Rosa, Silva e Galvan (2015, p.42),
que em seu trabalho verificaram que “a ciência forense representou um forte instrumento metodológico, o
qual visou promover a educação científica aliada à formação crítica e consciente dos estudantes”.
Foi também possível observar que o simples fato da utilização de um jaleco e o ambiente diferente da sala de
aula, elevou o nível de comprometimento e seriedade dos estudantes durante toda a atividade, o que mostra
que as atividades práticas e experimentais, atingem de forma positiva o comportamento individual e coletivo
da turma, o que está diretamente relacionado ao processo de aprendizagem do aluno.
3º SIMPIF
A autonomia dada aos alunos assumindo o papel de peritos, semelhante ao que veem na TV, trouxe um maior
entusiasmo na execução da atividade, e permitiu uma discussão sobre a importância da química na área cri-
minalista. Na execução da proposta, buscou-se sempre uma abordagem interdisciplinar, presente na Ciência
Forense. Como por exemplo, a participação da Biologia no experimento executado, pois para identificação do
sangue, as soluções utilizadas reagem com as hemoglobinas presentes no sangue mudando a coloração da
amostra, o que não conclui se o sangue é humano ou animal sendo necessário uma avaliação mais minuciosa
de DNA, curiosidade que foi levantada durante atividade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Na conclusão da atividade, os alunos demonstraram um olhar mais amplo sobre
a Química e em como ela é fundamental para a sociedade de modo geral. É fato que atividades práticas e
experimentais, é a ferramenta ideal, para o professor que deseja sair do modo tradicional de ensino conteudis-
ta da Química nas escolas, fato este que tem ocasionado um déficit de interesse pelas ciências exatas. Portan-
to, se faz necessário a execução de práticas pedagógicas motivadoras, interativas e diferenciadas, nas quais
seja possível contextualizar com o meio em que o discente vive, tornando ao conhecimento mais concreto, e
levando os alunos a um nível de interesse pela disciplina.
Referências
NUNES, Pamela Pereira. Contextualização e abordagem de conceitos químicos por meio da química forense:
uma sequência didática para o Ensino Médio no Ensino da Química. 2017. 140 f. Dissertação (Mestrado em
Ensino de Ciências e Matemática) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2017. Disponível em: https://
tede.ufam.edu.br/handle/tede/6388. Acesso em: 30 ago. 2019.
PONTES, Altem Nascimento et al. O ensino de química no nível médio: um olhar a respeito da motivação. XIV
Encontro Nacional de Ensino de Química. Curitiba, PR, 2008. Disponível em: http://www.cienciamao.usp.br/
dados/eneq/_oensinodequimicanonivelm.trabalho.pdf. Acesso em: 30 ago. 2019.
ROCHA, Joselayne Silva; VASCONCELOS, Tatiana Cristina. Dificuldades de aprendizagem no ensino de química:
algumas reflexões. XVIII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVIII ENEQ), p. 1-10, 2016. Disponível
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ROSA, M. F.; SILVA, P. S.; GALVAN, F. B. Ciência Forense no Ensino de Química por meio da Experimenta-
ção. Química Nova na Escola, vol. 37, n. 1, p. 35-43, 2015. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/
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SALESSE, Anna Maria Teixeira. A Experimentação no Ensino de Química: importância das aulas práticas no
processo de ensino aprendizagem. 2012. 39 f. Monografia (Especialização em Educação: Métodos e Técnicas
de Ensino). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2012. Disponível em: http://repositorio.
roca.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/4724. Acesso em: 31 ago. 2019.
3º SIMPIF
Nessa seara de inovações, temos a internet que, embora seja utilizada, muitas vezes inadvertidamente, como
forma de entretenimento através de vídeos, redes sociais e jogos, disponibiliza farta informação e conheci-
mento em diversas áreas, possíveis de contribuir bastante nas práticas pedagógicas. Não é à toa que a utili-
zação de ferramentas digitais faz parte de discussões de diversos pesquisadores que atentam para a inclusão
de metodologias, mediante uso desses recursos, nas práticas pedagógicas efetivas que conduzam à qualidade
no processo de ensino e aprendizagem.
O mundo na rede é também espaço para expressão e cultura, uma vez que por meio da internet surgem novas
formas de acesso às artes visuais, à música, ao cinema, ao teatro, à dança, ao circo, entre outras, responsável
por favorecer o acesso do público a exposições, não apenas a acervos a obras clássicas, mas também a de ar-
tistas em contextos de minorias, com novas formas de atuações poéticas. Nessa pluralidade de artes, por que
não utilizar as interações com a tecnologia em favor da educação e, mais especificamente, do ensino de arte?
Nessa perspectiva, no presente trabalho voltaremos ao ensino artístico, delimitando-nos ao objetivo de dis-
cutir a utilização de ferramentas tecnológicas no âmbito do ensino de artes visuais do Instituto Federal da
Paraíba. Ressaltamos que se trata de resultados preliminares de um estudo oriundo de uma pesquisa mais
ampla do Mestrado Profissional do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica (Pro-
fEPT) que, circunscrita a objetivos mais específicos, originou-se uma investigação no programa Interconecta
IFPB. Em se tratando do objeto de investigação proposto, situado nas artes visuais, o problema se assenta em
como se estabelece as relações entre as novas tecnologias e o ensino da disciplina arte nos cursos técnicos
integrados ao Ensino Médio do IFPB.
Para tanto, optou-se por uma abordagem metodológica qualitativa, visando a atender aos objetivos propostos
pela equipe da pesquisa que contará com a participação de alunos do curso técnico de Informática do Campus
Santa Rita. Com base em vivências na docência da área de Arte, em pesquisadores da área, como BARBOSA
(1989), Castro (2006), e em análises de documentos prescritivos curriculares do IFPB, a discussão deste
trabalho gira em torno do estabelecimento das relações entre a área tecnológica e a área de ensino artístico,
dialogando sobre como as artes e as tecnologias cruzam seus caminhos.
MATERIAIS E MÉTODOS. O presente trabalho, conforme elucidado, é parte de uma pesquisa de iniciação cien-
tífica, iniciada em meados no primeiro semestre de 2019; logo, uma pesquisa em andamento, o que justifica
resultados inaugurais. Encetado com revisão bibliográfica em torno de ensino de arte e tecnologias, o estudo
encontra-se em trajetos de compreensão do contexto e das relações existentes entre o ensino de artes e as
tecnologias da informação, tanto em conjuntura mais ampla da educação quanto em contexto mais restrito do
IFPB, notadamente no espaço da educação profissional e tecnológica.
Além disso, para elaboração dos resultados deste trabalho em fase preliminar, iniciamos a pesquisa e análise
de algumas ementas de ensino de arte no IFPB, observando se as tecnologias estão inseridas no planejamen-
to dos professores de artes visuais dessa instituição. O acesso ao planejamento dos professores aconteceu a
partir de informações públicas, publicadas no site oficial da instituição. Para fins de delimitação deste traba-
lho, foram consideradas apenas as ementas de artes visuais/plásticas dos cursos integrados de nível médio,
sendo retirada uma amostra aleatória simples, selecionando 7 (sete) propostas de ementas de cursos no
IFPB, observada a partir das informações contidas nos documentos quanto à inserção das tecnologias nas
aulas de arte como conteúdo ou recurso didático.
Tendo em vista a amplitude dessa investigação, que certamente merece continuidade de outros estudos, os
resultados aqui apresentados estão em consonância com o período de desenvolvimento da pesquisa, que
pretende se aprofundar no cumprimento dos objetivos planejados.
RESULTADOS. Apesar de serem objetos distintos, arte e tecnologia possuem características que os fazem se-
melhantes e os aproximam. Castro (2006, p. 30) destaca as semelhanças que contribuem para a formação do
sujeito social, observando que a arte e a informática podem ser entendidas “como linguagens dinâmicas e fle-
xíveis [que] atendem, em contextos educacionais, tanto aos aspectos ligados à racionalidade humana quanto
à criatividade, sendo significativo, portanto, legitimá-las como instrumento de formação do sujeito social.”
Por meio desse entendimento, percebe-se quão o desenvolvimento tecnológico tem se integrado aos proces-
sos sociais, econômicos e comunicacionais. Tal ideia é corroborada por Barbosa (1989, p.178), ao defender
que “a arte não está separada da economia, política e dos padrões sociais que operam na sociedade. Idéias,
emoções, linguagens diferem de tempos em tempos e de lugar para lugar e não existe visão desinfluenciada
e isolada.”
Pensando no ensino de arte e sua relação com as tecnologias, é possível encontrar múltiplas formas de as-
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sociação. Uma possibilidade está na tecnologia como meio de comunicação e divulgação que proporciona
o acesso a obras de arte. A esse respeito, Rossi e Zamperetti (2015, p. 6) consideram que tal procedimento
trouxe muitas possibilidades para “que os estudantes vivenciem o mínimo de experiência com a arte produ-
zida, possibilitando a fruição estética e o conhecimento de diversas culturas e contextos históricos.” Assim
sendo, através da internet, “a tecnologia contribui para que muitas das obras, antes distantes, possam ser
acessadas de forma simples e até interativa, como um passeio virtual a museus de Arte, algo já disponível na
rede.” (Sabino, 2016, p. 18).
Ainda sobre o assunto, Venturelli (2009) apresenta o ponto de vista da tecnologia como ferramenta de criação
artística, considerando que, para as artes, o conhecimento informático aumenta as possibilidades e potencia-
liza as técnicas tradicionais de criação quanto à produção de trabalhos artísticos. Seguindo igual julgamento,
Oliveira e Falcão (2016, p.31) reiteram que “nesse novo contexto as tecnologias computacionais em parceria
com técnicas gráficas tornaram possível trabalhos cada vez mais criativos.” Diante do cenário exposto, os
softwares e aplicativos podem ser poderosas ferramentas de criação, com muitas possibilidades na produção
de trabalhos no contexto escolar.
Nesse sentido, analisando os planejamentos de ementas elaboradas pelos professores de arte do IFPB, per-
cebemos, a priori, que é comum aos professores de arte do preverem a utilização dos recursos tecnológicos,
como datashow, computador, aparelhos de áudio e música, câmera fotográfica, câmera de vídeo, internet.
Certamente que apenas a observação preliminar das ementas não nos possibilita identificar e descrever a for-
ma como estes recursos são inseridos nas aulas, mas se verificou que, em alguns casos, o uso das tecnologias
está inserido na ementa da disciplina de outras formas. Nas 7 (sete) ementas observadas, foram identificadas
casos em que o planejamento se propõe a trabalhar com informática no desenvolvimento de projetos, forman-
do grupos de inserção digital; outros se referiam a objetivos que propunham o reconhecimento da importância
e de novas tecnologias em arte, ou que colocaram entre os objetivos desenvolver trabalhos, fazendo uso de
equipamentos tecnológicos, como computador, projetores, câmeras e softwares.
Os resultados já apontam que o acesso às ferramentas tecnológicas em si não é o suficiente para o sucesso
do professor no ensino de arte ou de qualquer disciplina, mas reconhecemos que cabe ao professor planejar
o desenvolvimento dos conhecimentos de modo a tirar o maior proveito possível das ferramentas disponíveis
para serem aplicadas ao processo de ensino e aprendizagem na instituição.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Arte e tecnologia se encontram na vida e na educação, fato que aponta para as
associações em vários aspectos das relações sociais. As tecnologias, em geral, proporcionam facilidades na
vida cotidiana, porém, a sua utilização no contexto educacional requer reflexão quando se pretende práticas
educativas que agreguem mais conhecimento com vistas a uma aprendizagem mais significativa, produtiva
e dinâmica, facilitando a problematização dos conteúdos e a sua aplicação em situações concretas. Em vista
disso, é importante que os professores estejam abertos a aproveitarem os recursos disponíveis nas ferramen-
tas informacionais, considerando o poder de criarem um elo entre o público jovem de nível médio com assun-
tos tratados na disciplina Artes Visuais.
Por se encontrar em andamento, a presente pesquisa apresenta informações preliminares obtidas através de
pesquisa bibliográfica e por meio de documentos oficiais da disciplina Artes Visuais ministrada no IFPB. Ao
final do projeto, espera-se avançar com novas informações que possam difundir opções e possibilidades de
utilização de ferramentas tecnológicas para que sejam usadas além do contexto educacional do IFPB, tendo
em vista a proposição de contribuir na reflexão dos docentes que buscam a interação e engajamento com a
formação profissional do seu público, mediante utilização de artefatos digitais.
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É certo que a simples utilização de tecnologias no ambiente educacional não garante o sucesso da aprendiza-
gem, mas, cabe ao professor refletir sobre sua própria prática para aproveitar da melhor forma as possibilida-
des que surgem no encontro entre as artes e as tecnologias.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos a PRPG-IFPB que, por meio da Chamada Interconecta IFPB, contribui com
o desenvolvimento desta pesquisa, e ao Mestrado Profissional do Programa de Pós-Graduação em Educa-
ção Profissional e Tecnológica (ProfEPT) - Campus João Pessoa, que proporcionou ampliação das discussões
quanto ao ensino de Artes em contextos de Educação Profissional e Tecnológica.
Referências
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MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa é classificada como pesquisa aplicada. Resolvemos abordá-la através de
uma ótica qualitativa. Sendo nosso universo o Campus João Pessoa do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia – IFPB e definimos nossa amostragem como sendo não probabilística. Pois, como amostra deste
universo, escolhemos alunos do Curso Técnico de Edificações Integrado ao Ensino Médio. Utilizaremos, para
isto, como instrumentos de coleta de dados duas técnicas: o questionário e a observação. A primeira fase
da pesquisa foi a escolha do tema, que se seguiu ao levantamento da bibliografia pertinente ao desenvolvi-
mento da pesquisa. A fase seguinte compreende a elaboração dos textos e atividades do material didático,
já trabalhando, nesta fase, na confecção do produto educacional. Após isto, será realizada a validação das
sugestões, que será de suma importância para aprimoramento do produto educacional. Também, é nesta fase
que serão coletados os dados através da aplicação de questionários e de observação. A fase seguinte é a de
análise e interpretação dos dados obtidos. E por fim, a redação do texto com o relato dos resultados obtidos.
Durante todas as fases de desenvolvimento da pesquisa, procuraremos fazer a articulação pedagógica com o
ensino. Para isso, nos apoiaremos no referencial teórico. Em todas as fases de desenvolvimento da pesquisa,
procuraremos fazer a articulação pedagógica com o ensino. Onde salientamos que devemos buscar implantar
inovações no ensino que causem sua melhoria e que, consequentemente, tragam novas formas de motivar
os alunos. Buscamos, então, num contínuo processo de construção do conhecimento fazer a integração dos
aspectos cotidiano, escolar e científico do conhecimento matemático, tomando como base Mendes (2009).
Considerando, com isto, que o ser humano carrega consigo uma bagagem de conhecimento que deve ser
respeitada e usada. Por esta razão, abordaremos o uso da história no Ensino da Matemática como agente de
formação cognitiva e cultural, buscando utilizar de todas suas potencialidades didáticas para o uso no Ensino
Médio das dissertações, dentro das perspectivas teóricas defendidas. Pois, o matemático desenvolve uma ati-
vidade racional, portanto, inerente ao Homem, desenvolvida, nas suas origens, para suprir suas necessidades
de sobrevivência. O uso da história da Matemática como agente cognitivo considera que a aprendizagem é
efetivada da melhor forma quando o ser humano participa como agente ativo da construção do seu conheci-
mento. Para os construtivistas, “o processo cognitivo não é um acontecimento passivo e dependente, confor-
me o modelo da transmissão do conhecimento, mas um procedimento ativo em que o sujeito cognoscitivo, de
fato, constrói seu próprio conhecimento.” (FOSSA, 2012, p. 85). Por fim utilizaremos do uso ponderativo da
História da Matemática para, através dela, ensinar conceitos matemáticos ligados à Geometria Plana, nas suas
vertentes de uso episódico e novelesco, introduzidos por Fossa (2012), com o objetivo de fazer o uso mani-
pulativo do produto educacional. A manipulação do material didático tira o aluno da condição de expectador
passivo, ou seja, como pontua Mendes (2009), torna o aluno ator na construção do seu próprio conhecimento.
RESULTADOS. Desta forma, levando em conta a proposta do currículo para o Ensino Médio Integrado, confor-
me Frigotto, Ciavatta e Ramos (2005), e considerando os usos da história no ensino da matemática, referen-
ciado por Mendes (2009) e Fossa (2012), que desenvolvemos como produto educacional um material didático
que se subdivide em duas partes, a saber: o material didático do aluno e o material didático do professor.
Para o material de uso do aluno são abordados a construção do número π, a área do círculo e o Perímetro da
circunferência e a aplicação dos conceitos de polígonos regulares. No material destinado ao uso do professor
temos tudo que consta no material destinado aos alunos somados a um guia de utilização, ressaltando as
potencialidades e argumentos reforçadores para o uso da historia da matemática. Complementado o material
destinado aos professores temos um CD contendo uma sequência didática apresentada na forma de Slides.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Deve ser uma constante a busca por inovações que tragam melhorias para o ensi-
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no, num contínuo processo de construção do conhecimento pela integração dos aspectos cotidiano, escolar e
científico dele. A utilização de informações históricas como fonte geradora da aprendizagem matemática, em
raras vezes, ocorre, seja através de seu uso pelo professor, na sua ação pedagógica, seja pela presença em li-
vros didáticos, por este mesmo professor, adotado. Nos estudos conduzidos por Barros (2016), Fossa (2012),
Mendes (2009) e Miguel e Miorim (2011) são encontradas referências que atestam que o uso da história para
se ensinar matemática é uma rica fonte de geradores da aprendizagem. Foi, então, dentro deste pensamento
que propomos, como produto educacional, um material didático fundamentado no uso da história no Ensino
da Matemática para o ensino de Geometria Plana, que venha a subsidiar alunos e professores no processo de
ensino e aprendizagem nesta área.
Referências
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para abordagem da matemática no Ensino Médio. 2016. 243f. Tese (Doutorado em Educação) – Centro de
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FOSSA, John Andrew. Ensaios sobre a Educação Matemática. 2. ed. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2012.
FREITAS, Olga. Equipamentos e materiais didáticos. Brasília : Universidade de Brasília, 2009. Disponível em:
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MENDES, Iran Abreu. Investigação histórica no ensino de Matemática. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moder-
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MIGUEL, Antônio; MIORIM, Maria Ângela. História na Educação Matemática: propostas e desafios. 2. ed. Belo
Horizonte: Autêntica Editora, 2011.
3º SIMPIF
A pesquisa empregou a FFT no tratamento do sinal capturado, via EA, para então executar a análise e super-
visão dos dados, conforme proposto por Salazar-villanueva (2013), Nóbrega (2015) e Grebenik (2016).
A análise no domínio da frequência foi realizada utilizando-se três equações, conforme a literatura, as quais
possibilitaram identificar as frequências de falha dos principais componentes do rolamento (pista interna,
pista externa e elemento rolante).
Na ferramenta elaborada por esta pesquisa, estes cálculos foram realizados por uma técnica especificamente
desenvolvido para esta finalidade. Conforme Silva (2018), com o uso desta técnica, a velocidade de um ro-
tor pode ser estimada com precisão. Em suma, o protótipo (Software + Hardware) captura, por meio de um
transdutor de entrada (microfone unidirecional) o sinal acústico proveniente do MIT, realiza o tratamento do
sinal, extraindo os dados de interesse e produz, como saída, gráficos no domínio da frequência, que apontam
as frequências de falha, com as suas respectivas amplitudes. A constituição do protótipo é detalhada a seguir.
Dispositivo (Hardware). Como transdutor, para aquisição das emissões acústicas do MIT, utilizou-se um mi-
crofone condensador Samson, modelo C01. Foi escolhido este modelo, por conta da sua alta sensibilidade,
adequada faixa de frequência (18Hz a 20 kHz)e do seu padrão de captação unidirecional (polar cardióide).
Para converter a saída analógica, proveniente do microfone, em saída digital e amplificar o sinal, foi utilizada
uma interface de áudio Behringer modelo UMC22, a qual possibilitou a digitalização do sinal, com uma taxa
de amostragem de 4100 Hz e 16 Bits de resolução. Esta interface foi conectada, por via Serial, a uma placa
Raspberry Pi 3+, que executou as funções de identificar e receber via WiFi o pedido de aquisição de sinal,
gravar a aquisição executada e enviá-la de volta via WiFi ao módulo solicitante, para sofrer as ações de pro-
cessamento do sinal.
Dispositivo (Software). O sistema de Software da ferramenta foi todo desenvolvido em linguagem python,
sendo composto por dois módulos. O módulo principal ficou hospedado na Workstation (computador) do
operador e continha as funcionalidades necessárias ao tratamento do sinal capturado, como a execução dos
cálculos matemáticos e dos gráficos indicadores das frequências de defeitos, com as suas respectivas ampli-
tudes. É por meio deste módulo que o operador o inicia o processo de monitoramento, enviando para a placa
Raspberry, via WiFi, uma solicitação de captura da emissão acústica do MIT. O módulo passa a aguardar a res-
posta da Raspberry, com os sinais de áudio digitalizados, para então processar os dados recebidos. O segundo
módulo do software é executado na placa Raspberry e tem a função de receber a solicitação da Workstation,
executar a gravação do áudio digitalizado e enviá-lo de volta ao módulo principal. Esta arquitetura garantiu
uma aquisição de sinal livre de ruídos eletromagnéticos, uma vez que a placa Raspberry ficou isolada da rede
elétrica. Contribuiu também, para caracterizar a mobilidade como uma das principais características da solu-
ção, haja vista que o protótipo desenvolvido, além de compacto, operou com bateria própria.
Rolamento de testes. Para os testes, foi utilizado um rolamento, do tipo 6206 da SKF com o Pitch (D) de
46mm, número de elementos rolantes igual a 9 (n), contato angular de 0° (Φ) e diâmetro dos elementos ro-
lantes de 9.52mm (d), com defeito nas pistas interna e externa. Este rolamento foi montado em um rotor de
um motor WEG W22 (2CV), instalado na bancada de testes do Grupo de Instrumentação e Controle em Estudo
de Energia e Meio Ambiente (GPICEEMA) da UFPB, Campus João Pessoa.
RESULTADOS. Com o protótipo construído, foi possível determinar de forma precisa e não invasiva a veloci-
dade do rotor e executar os cálculos matemáticos e os gráficos indicativos das frequências de falhas do rola-
mento do MIT. O sistema também foi validado em testes adicionais, na bancada de testes da UFPB, nos quais
foi possível auferir a velocidade do rotor por um tacômetro devidamente calibrado. Nos gráficos produzidos
pela ferramenta, foi possível observar os picos significantes nas frequências de falha, constatando, assim, a
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CONSIDERAÇÕES FINAIS. Neste estudo foi possível constatar a utilidade da técnica de Emissão Acústica para
detecção de falhas no rolamento de um motor de indução trifásico. Nesta pesquisa, o protótipo desenvolvido
mostrou-se satisfatório para aquisição dos sinais acústicos provenientes de um MIT. O protótipo pode ser
considerado de baixo custo, uma vez que teve um custo de produção de aproximadamente setecentos e cin-
quenta reais, o qual é muito inferior ao custo de aquisição de equipamentos de funcionalidade semelhante,
disponíveis no mercado. Propõe-se para pesquisa futura, o aprofundamento do estudo sobre demais picos que
se manifestam no espectro do sinal, além do projeto e implementação de uma Rede Neural Artificial (RNA),
visando à identificação e classificação automatizadas dos defeitos encontrados.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB, Campus João Pessoa, pelo apoio ao desenvolvimento desta pes-
quisa; Agradecemos também à UFPB, Campus João Pessoa, pelo apoio e disponibilização da bancada de
testes.
Referências.
AL-GHAMD, Abdullah M.; MBA, David. A comparative experimental study on the use of acoustic emission and
vibration analysis for bearing defect identification and estimation of defect size. Mechanical systems and sig-
nal processing, v. 20, n. 7, p. 1537-1571, 2006.
GREBENIK, Jarek et al. Roller element bearing acoustic fault detection using smartphone and consumer micro-
phones. 2016. NÓBREGA SOBRINHO, Carlos Alberto et al. Estudo comparativo de técnicas para Diagnóstico
de falhas em motores de Indução trifásicos. Tese de Doutorado submetida à Universidade Federal da Paraíba
2015.
SALAZAR-VILLANUEVA, Fernando; IBARRA-MANZANO, Oscar G. Spectral analysis for identifying faults in in-
duction motors by means of sound. In: CONIELECOMP 2013, 23rd International Conference on Electronics,
Communications and Computing. IEEE, 2013. p. 149-153.
SILVA, Júlio Cesar da. Sistema totalmente não-invasivo para determinação da velocidade de rotação do eixo,
torque e rendimento em motores de indução em operação. 2018. 111 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Engenharia Mecânica, Centro de Tecnologia (ct) - Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica, Uni-
versidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2018
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Os leiautes das antenas de microfita fractais quadrangulares de Riemann-Koch são
elaborados por meio da modelagem matemática da geometria do patch irradiante, ou seja, da geometria do
fractal quadrangular, da linha de transmissão e do plano de terra. A figura do fractal quadrangular é feita no
MATLAB®, e exportada em arquivo de formato DXF (Drawing Exchange Format), em seguida o arquivo DXF é
importado para o ambiente do ANSYS Designer™. O material FR-4 (fibra de vidro) com permissividade elé-
trica relativa de 4,4 e espessura de 1,5 mm foi selecionado para o desenvolvimento das antenas propostas.
A alimentação das antenas é feita por linha de transmissão de microfita. Para o casamento de impedâncias
entre a linha de microfita de entrada de 50 Ω e do elemento patch irradiante foi utilizado um transformador de
quarto de onda. Para as antenas patch fractais quadrangulares de Riemann-Koch, as simulações são realiza-
das na faixa de frequências de 1,0 – 7,0 GHz. Após as etapas de projeto e análise de onda completa, algumas
antenas são selecionadas para fabricação de protótipos. Em seguida, os protótipos são medidos com o uso
de um analisador de redes vetorial. Os resultados simulados e medidos são comparados para validação da
metodologia proposta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Neste trabalho uma nova classe de figuras fractais são abordadas e aplicadas como
elementos irradiantes em antenas patch de microfita. Inicialmente foram projetadas quatro antenas do tipo
patch com os fractais quadrangulares de Riemann-Koch até o nível três. Com a aplicação dos fractais, a área
das antenas patch de microfita foram reduzidas em até 48,2%. Nas análises computacionais foram observa-
das respostas em banda larga e dual-band nas frequências de ressonâncias utilizadas em sistemas de comu-
nicações sem fio. As características de autossimilaridade e preenchimento de espaço presentes nas figuras
fractais são notáveis nas antenas desenvolvidas neste trabalho. Estas características associadas às antenas
de microfita do tipo patch proporcionaram larguras de bandas percentuais de até 6%. As geometrias das figu-
ras dos fractais quadrangulares podem ser utilizadas como elementos irradiantes de outros tipos de antenas
de microfita. O tipo de fractal produzido através do sistema-L pode ser alterado junto com a transformação
conforme, formando assim, outros tipos de figuras fractais quadrangulares.
PALAVRAS-CHAVE: Antenas patch. Fractais quadrangulares. Banda larga. Dual-band. Comunicações sem fio.
nharia Elétrica, PPGEE-IFPB, ao incentivo financeiro da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba
FAPESQ, ao Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do IFPB. Ao Prof. Dr. Paulo Henrique da Fonseca
Silva, pela orientação, apoio e confiança.
Referências
C. A. BALANIS. Teoria de Antenas – Análise e Síntese. vol.2, 3rd ed., LTC-Editora S.A., Rio de Janeiro, 2009.
B. B. MANDELBROT. The Fractal Geometry of Nature. W. H. Freeman and Company, New York, 1975.
A. LINDENMAYER, PRUSINKIEWICZ, P. et al: The algorithmic beauty of plants, Springer-Verlag. New York, 1990.
T. K. DELILLO. The accuracy of numerical conformal mapping methods: a survey of examples and results,
SIAM J. Number. Anal. 31 (1994), 788-812.
C. A. BALANIS. Teoria de Antenas – Análise e Síntese. vol.1, 3rd ed., LTC-Editora S.A., Rio de Janeiro, 2009.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Devido ao fato desta pesquisa utilizar humanos como voluntários, este projeto foi
submetido ao comitê de ética e pesquisa do IFPB, com parecer de no 3.577.570, autorizando este estudo.
Escolheu-se a ponta do osso esterno, na região do pescoço, como referência para o posicionamento do ace-
lerômetro, pois é uma região sensível as vibrações das pregas vocais (NOLAN, MADDEN e BURKE, 2009). A
plataforma de aquisição de dados utilizada, Esp32, é um microcontrolador de baixo custo desenvolvido pela
empresa Espressif. O dispositivo pode ser programado pela IDE (Ambiente Integral de Desenvolvimento) do
Arduino. O acelerômetro proposto neste projeto é o MPU-6050. Sua frequência máxima de amostragem é de 1
kHz. Os dados são salvos na porta serial da IDE do Arduino em um arquivo “txt”, posteriormente processados
no Matlab, gerando um arquivo “WAV” com o sinal do acelerômetro normalizado [- 1,1] e centralizado. Neste
trabalho, a análise acústica é realizada no software Praat. De acordo com Švec, Titze e Popolo (2005), a fre-
quência de vibração das pregas vocais varia entre 50 e 1000 Hz, e as atividades diárias de uma pessoa não
ultrapassam a frequência dos 20 Hz (BOUTEN, et al., 1997). Diante disto, foi utilizado um filtro FIR passa alta
de 50 Hz. A normalização do sinal é dividida em duas etapas: centralização e normalização do sinal. Para cen-
tralizar o sinal, é utilizada a técnica da tendência central. Essa técnica permite encontrar o valor que centralize
todo o sinal tendo o ponto 0 como referência. A tendência pode ser encontrada ao somar todas as amostras
do sinal e dividir pelo número de amostras presentes no sinal (CRAWLEY, 2014). Para normalizar o sinal de
[-1,1], todas as amostras do sinal são divididas pela amostra de maior amplitude. As medidas extraídas são
referentes a frequência de vibração das pregas vocais, como: frequência fundamental (F0), o desvio padrão da
frequência fundamental (F0), jitter e shimmer percentual. A F0 é uma medida resultante da vibração das pregas
vocais e reflete a eficiência do sistema fonatório. O shimmer é o parâmetro relativo à variação período-a-pe-
ríodo, de curta duração, da amplitude pico-a-pico (TEIXEIRA, FERREIRA e CARNEIRO, 2011). O jitter é um dos
índices que reflete anomalias das dobras vocais (PARRAGA, 2002).
RESULTADOS. Para averiguar o impacto da movimentação do usuário na captura do sinal, foi realizado uma
aquisição de dados com o usuário deslocando o tronco do corpo durante o processo de fonação da vogal
/a/. A aquisição de dados durou 10 segundos. A movimentação do corpo foi suficiente para descentralizar o
sinal mesmo utilizando a técnica da tendência central. Entretanto, a aplicação do filtro foi eficiente de modo
que o sinal ficou centralizado novamente. Foram eliminados os ruídos provenientes de pequenos movimentos
como respiração e piscar dos olhos, por exemplo. Para averiguar a eficácia da plataforma, foram utilizados
04 locutores (três homens e uma mulher) sustentando a vogal /a/ durante 10 segundos. O áudio foi gravado
por um microfone simultaneamente à gravação do acelerômetro. As medidas de F0 obtidas entre microfone
e o acelerômetro foram análogas. Entretanto o desvio padrão do microfone foi menor que acelerômetro e o
desvio máximo obtido pelo sensor foi de 3 Hz. Este desvio não é expressivo o suficiente para representar uma
alteração significativa na leitura da frequência fundamental do sinal. Deste modo, pode ser considerado que
o sensor acelerômetro possui uma boa aplicação na análise de vibração das pregas vocais. Em relação aos
valores de shimmer e jitter obtidos pelo acelerômetro, houve pouca correlação entre os parâmetros obtidos
pelo sinal de áudio. Entretanto, este resultado é esperado pois o trato vocal modifica a produção do sinal de
voz na frequência (no caso do sinal capturado com o microfone), influenciando diretamente os valores de
shimmer e jitter.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A implementação do filtro passa-alta foi bastante efetivo para eliminar os efeitos
do deslocamento do tronco no sinal obtido. Entretanto, faz-se necessário testar os efeitos do filtro em outras
atividades como caminhar, por exemplo. O acelerômetro é menos suscetível a ruído ambiente do que um mi-
crofone. Portanto, a variação da frequência fundamental
do acelerômetro tende a ser menor do que quando se usa um do microfone, que capta o ruído ambiente. A
plataforma obteve êxito em extrair valores acerca das vibrações das pregas vocais. Deste modo, é possível
concluir que o uso de um acelerômetro capacitivo é viável para a aplicação no monitoramento móvel. O cus-
to dos equipamentos utilizados neste projeto (sensor e placa de aquisição de dados) é 44,3% menor que o
3º SIMPIF
sensor comumente utilizado na literatura (CHEYNE, et al., 2003; METHA, et al., 2017). Devido a frequência de
amostragem máxima do módulo MPU- 6050 ser 1000 Hz, como continuação deste trabalho, está sendo estu-
dada a implementação de um sensor acelerômetro de baixo custo da mesma família, o MPU-9250, que possui
uma frequência de amostragem máxima de 4000 Hz.
PALAVRAS-CHAVE: Analise acústica. Monitoramento móvel da voz. Esp32. Processamento Digital de Sinais.
Referências
BOUTEN, C.V.; et al. A Triaxial Accelerometer and Portable Data Processing Unit for the Assessment of Daily
Physical Activity. IEEE Transactions on Bio-Medical Engineering, 44(3):136–47, 1997.
CRAWLEY, M.J.; Statistics: An Introduction Using R. John Wiley & Sons. 2nd Edition. 2014.
CHEYNE, H. A.; et al. Development and Testing of a Portable Vocal Accumulator. Journal of Speech, Language,
and Hearing Research, 46(6), 1457- 67. 2003.
ELWENSPOEK, M.; WIEGERINK, R. Mechanical Microsensors. New York: Springer, pag 132- 145, 1993.
HILLMAN, R.E.; MEHTA, D.D. Ambulatory Monitoring of Daily Voice Use. Perspectives on Voice and Voice Di-
sorders, 21(2):56-51, 2011.
MEHTA, D.D.; et al. Wireless Neck-surface Accelerometer and Microphone on Flex Circuit with Application to
Noise-robust Monitoring of Lombard Speech. INTERSPEECH, 2017.
PARRAGA, A. Aplicação da Transformada Wavelet Packet na Análise e Classificação de Sinais de Vozes Pato-
lógicas. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2002.
ŠVEC, J. G.; TITZE, I. R.; POPOLO, P. S. Estimation of sound pressure levels of voiced speech from skin vibration
of the neck. The Journal of the Acoustical Society of America, 117(3):1386– 1394, 2005.
TEIXEIRA, J. P.; FERREIRA, D.; CARNEIRO, S.M. Análise acústica vocal-determinação do Jitter e Shimmer para
diagnóstico de patalogias da fala. Anais do 6o Congresso Luso- Moçambicano de Engenharia, 3o Congresso
de Engenharia de Moçambique. INEGI, 2011.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Serão utilizadas 4amostras de um aço inoxidável duplex SAF 2205 de forma cir-
culares com 24 mm de diâmetro e 8 mm de espessura: uma sem tratamento térmico e outrastrês expostas
a temperatura de 850°C (1123K) por 15, 60 e 120 minutos.A exposição da amostra durante 15 minutos a
esta temperatura é suficiente para a formação de aproximadamente 3% de fase sigma(σ) (NORMANDO et al.,
2010), porcentagem capaz de iniciar o comprometimento de todo material. Serão estudadas inicialmente as
condições ótimas de frequência e amplitude para as amostras sem precipitados e com 15 minutos de enve-
lhecimento. Os resultados encontrados serão aplicados também para as amostras tratadas por 60 e 120 min,
para fazer o acompanhamento da evolução da fase sigma. Utilizou-se para as ondas emitidas frequências de
5, 25, 50, 75 e 100 Hz, para amplitudes de 1, 3, 5, 7 e 9 V. Um filtro passa altas de 3 kHz será aplicado para
garantir-se que apenas o ruído seja analisado. Intervalo de confiança de 95% e onda senoidal. As amostras
tratadas serão submetidas ao processo de metalografia com a finalidade de observar a microestrutura das
amostras em estudo.
RESULTADOS. Um aumento nos valores de RMS tanto para as amostras sem e com fase sigma e tem-se uma
tendência de intercessão para valores acima de 9 V. A diferença entre as duas condições apresentadas é a
presença de 5% de fase sigma. Ondas emissoras com frequência de 5 Hz e amplitudes abaixo de 9 V apre-
sentam diferença de sinal entre as condições estudadas capazes de acompanhar a formação da porcentagem
de precipitado estudado. Os maiores valores da condição com precipitados devem-se a fase sigma funcionar
como ponto de ancoragem para o movimento das paredes dos domínios magnéticos e a geração do ruído
de Barkhausen. Contudo, o precipitado sigma é paramagnético e o aumento da amplitude da onda emissora
indica detectar o efeito paramagnético dessa fase levando a uma taxa de redução dos valores de RMS, que
leva ao cruzamento dos valores obtidos. Ao aumentar a frequência e a amplitude a diferença entre as duas
amostras aumenta, porem os valores da amostra sem precipitados são maiores. Apresenta-se uma diferença
de 37% entre as amostras sem e com precipitados para o RMS, para a frequência de 5 Hz e amplitude de 1
V. Já para a energia segmental essa diferença alcançou 60%. A TCZ também alcançou diferenças acima de
50%. O comportamento da TCZ segmental mostrou-se ser inverso ao comportamento da energia segmental
e do RMS segmental.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O ensaio eletromagnético mostrou ser capaz de detectar pequenas quantidades
de fase sigma, que já são suficientes para fragilizar o aço inoxidável duplex estudado. Com os resultados é
possível concluir que para se trabalhar com o ruído de Barkhausen a onda emissora deve ter frequência até 25
Hz e amplitudes de 1 V. No entanto, ondas com frequência de até 5 Hz e amplitudes de 3 V apresentaram os
melhores resultados entre as ondas estudadas. A energia segmental e a TCZ segmental apresentaram maiores
diferenças entre a amostra com e sem precipitados em relação ao RMS segmental.
PALAVRAS-CHAVE: Ruído de Barkhausen. Energia segmental. RMS segmental. Aço inoxidável duplex.
Referências
CARVALHO FILHO, Jose Adeilton. Ensaio eletromagnético baseado no ruído de Barkhausen para acompa-
nhamento de formação de transformações microestruturais. Dissertação (Mestrado em Engenharia Eletrica)
Instituto Federal da Paraíba (IFPB), João Pessoa, Paraíba, 2018. 61f.
FRAZÃO, Maria do Carmo de Luna Malheiros; COSTA, Silvana Luciene do Nascimento Cunha; CORREIA, Suzete
Élida Nóbrega. Análise acústica de sinais de vozes patológicas por meio de características temporais. Revista
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HUALLPA, Edgar Apaza et al. Use of Magnetic Barkhausen Noise (MBN) to Follow Up the Formation of Sigma
Phase in Saf2205 (UNS S31803) Duplex Stainless Steel. Materials Research, v. 19, n. 5, 2016, p. 1008–1016.
LEITE, João Pereira. Técnica não destrutiva para análise da interação de linhas de campo magnético e material.
Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2014. 155f.
NORMANDO, P. G. et al. Ultrasound, eddy current and magnetic Barkhausen noise as tools for sigma phase
detection on a UNS S31803 duplex stainless steel. Materials Science and Engineering A, v. 527, n. 12, 2010,
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3º SIMPIF
SHETE, Deepak; PATIL, Snehal. P. Zero crossing rate and Energy of the Speech Signal of Devanagari Script.
IOSR journal of VLSI and Signal Processing, v. 4, n. 1, 2014, p. 01–05.
Rômulo Rodrigues de Morais Bezerra fendas nos patches irradiantes teve motivação no princípio óptico de
[email protected] curvas cáusticas geradas por reflexão (catacáusticas) em curvas car-
Universidade Estadual da Paraíba - Campus
VII - Patos dióides. Na década de 80, as normas de redes locais sem fio (WLAN)
foram desenvolvidas para as bandas ISM, Industrial, Scientific and
Medical, nas faixas de 900 MHz, 2,4 GHz e 5GHz. No entanto, apenas
a partir da década de 2000, o uso de WLAN tem aumentado, conside-
ravelmente, para uso cotidiano, tanto para uso residencial, como para
comercial e industrial5. Esse processo foi motivado por melhorias e
redução de custos de infraestruturas das redes de comunicações.
Desse modo, houve um aumento da conectividade e da mobilidade dos usuários. Do mesmo modo, as redes
metropolitanas sem fio (WMAN) pretendem disponibilizar acessos sem fio à rede mundial de computadores,
mas para grandes áreas6-8. O termo WiMAX foi desenvolvido por um grupo de empresas, cujo objetivo foi
promover interoperabilidade e compatibilidade entre os equipamentos que usam o padrão IEEE 802.166-8. Ao
mesmo tempo que as tecnologias de comunicações sem fio são melhoradas, os aparelhos portáteis sem fio se
tornam mais leves e compactos, são multifuncionais e utilizam múltiplas frequências de operação. Por exem-
plo, os smartphones atuais oferecem diversas funções para comunicações sem fio: 3G, 4G, Wi-Fi, Bluetooth,
GPS, NFC, entre outros. Desse modo, torna-se necessário que as antenas internas utilizadas em aparelhos
portáteis sem fio atendam a requisitos de projeto cada vez mais exigentes em termos de custo, dimensões,
peso, facilidade de integração com circuitos eletrônicos, operação multibanda e eficiência de irradiação.
MATERIAIS E MÉTODOS. Na etapa de projeto, os leiautes das antenas patch cardióide abordadas são elabora-
dos por meio de modelagem matemática da geometria de todas as partes constituintes da antena, com o auxí-
lio do software MATLAB®. Em particular, o programa escrito em MATLAB® gera arquivos de imagens no formato
dxf (drawing exchange format) das seguintes partes da antena: o patch irradiante, a fenda catacáustica (ne-
fróide) da curva cardióide, o transformador de quarto de onda, a linha de transmissão para 50 Ω e o plano de
terra. Na etapa de análise, os arquivos de imagem dxf são exportados para o software ANSYS Designer® para
realização de análise de onda completa de cada antena patch cardióide projetada. Para as antenas patch car-
dióide, as simulações são realizadas na faixa de frequências de 1,0 a 7,0 GHz. Após o procedimento de análise,
os resultados simulados são verificados em termos das especificações desejadas de projeto para os seguintes
parâmetros ressonantes e de irradiação da antena patch cardióide: frequências de ressonâncias, larguras de
banda, diagramas de irradiação, ganhos, entre outros. Na etapa de fabricação de protótipos, para uma antena
selecionada nas etapas anteriores, é realizada a exportação dos arquivos de imagem dxf contendo o leiaute da
antena para o software CorelDRAW®. O arquivo de desenho do CorelDRAW® é usado para produção de adesivo
em gráficas de João Pessoa. Este adesivo, que corresponde ao leiaute da antena projetada, são colados em
substratos dielétricos laminados de fibra de vidro com dupla face de cobre. O adesivo protege o cobre na fase
final de fabricação, que consiste de um processo de corrosão com uso de solução de percloreto de ferro. Na
etapa de medição, os parâmetros ressonantes e de irradiação dos protótipos de antena patch cardióide fabri-
cados são medidos. Os resultados medidos são usados para validação da metodologia utilizada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Este arquivo descreve o desenvolvimento de antenas patch de microfita com ele-
mentos radiantes definidos em coordenadas polares (curvas cardióides) e fendas catacáusticas (arcos de cur-
vas nefróides). As quais apresentam respostas multibandas para aplicações em comunicações sem fio: Wi-Fi
e WiMAX como esperado. O princípio óptico de curvas cáusticas geradas por reflexão em curvas polares, as
fendas catacáusticas que foram introduzidas em antenas patch gerou resultados satisfatórios no controle de
frequência de ressonância. Obtendo, com facilidade, a configuração desejada para os projetos desenvolvidos.
PALAVRAS-CHAVE: Antenas patch cardióide. Antenas dual-band. Fendas catacaústicas. Comunicações sem fio.
Referências
FERRÉOL, R. CAUSTIC. 2017. Disponível em: <www.mathcurve.com/courbes2d.gb/caustic/caustic.htm>.
Acesso em: 25 Mai. 2019.
DALMIA, S. et al. A compact single band 802.11n front-end module for MIMO applications using multi-layer
organic technology. In: 2008 IEEE Radio and Wireless Symposium. Orlando, FL, Estados Unidos: IEEE, 2008.
p.863–866. ISSN 2164-2958.
LIMA, L. dos S.; SOARES, L. F. G.; ENDLER, M. WiMAX: Padrão IEEE 802.16 para Banda Larga Sem Fio. Disser-
tação (Mestrado) — Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Set. 2004. Acesso em:
1 Fev. 2019.
IEEE. IEEE Standard for Air Interface for Broadband Wireless Access Systems. IEEE Std 802.16-2017 (Revi-
sion of IEEE Std 802.16-2012), Mar. 2018.
GUAINELLA, E. et al. WiMAX technology support for applications in environmental monitoring, fire preven-
tion and telemedicine. In: 2007 IEEE Mobile WiMAX Symposium. Orlando, FL, Estados Unidos: IEEE, 2007.
p.125–131.
3º SIMPIF
Essa proliferação de redes sem fio tem provocado novas demandas para os sistemas de comunicação, pois
proporciona uma maior competição pela utilização do espectro de frequência com diversas aplicações em
diferentes faixas de frequência, algumas das quais intensivamente utilizadas, como 2,4 GHz e 5,8GHz. Neste
contexto, impõe-se a necessidade de desenvolver dispositivos que operem em múltiplas faixas de frequência,
assim como otimizar a utilização das faixas de frequência disponíveis. Com essas demandas, a disponibilidade
de torres e áreas de instalação de antenas é uma limitação e vários sistemas de telecomunicações são obri-
gados a compartilhar o mesmo espaço, mesmo tendo potências e frequências distintas que possam causar
interferência entre os sinais3-4.
Além da disponibilidade de espaço para instalar equipamentos relacionados aos enlaces de alta capacidade,
existem ainda ambientes específicos (hospitais, presídios, embaixadas, etc.) que impõem restrições aos servi-
ços de telecomunicações. Por outro, ambientes com uso intensivo de serviços de telecomunicações (Centros
comerciais, prédios de escritórios, etc.) também requerem estratégias para limitar as interferências.
Para limitar essas interferências e maximizar a utilização do espaço e antenas, uma das opções que vêm sendo
adotada é a utilização de superfícies seletivas em frequência, FSS (Frequency Selective Surfaces), o que vem
sendo investigado por diversos grupos de pesquisa, e é abordado neste trabalho.
MATERIAIS E MÉTODOS. Na parte inicial deste trabalho, as simulações foram realizadas através da utilização
do software comercial ANSYS Designer, ferramenta CAD (Projeto Assistido por Computador) para circuitos
e simulações de micro-ondas, que utiliza como princípio de funcionamento o Método dos Momentos (MoM).
A geometria do dipolo cruzado utilizada é bastante simples, com uma fita horizontal e outra vertical fazendo a
forma de uma cruz e para a qual a frequência de ressonância ocorre quando o seu comprimento é aproxima-
damente a metade do comprimento de onda guiado. É uma estrutura do tipo patch e terá as características
de um filtro rejeita-faixa.
A geometria matrioska utilizada é uma variação das utilizadas em trabalhos anteriores do GTEMA-IFPB, exibin-
do as vantagens de tamanho reduzido e operação de multibanda, além da independência da polarização. Dife-
rentemente dos anéis concêntricos, na geometria matrioska os anéis permanecem interligados, aumentando
o seu comprimento efetivo, apresentando, consequentemente, características de miniaturização e operação
multibanda.
Para o projeto da FSS foi utilizada uma placa de 20 cm x 20 cm, com espessura de 1,6 mm, um substrato
dielétrico de FR-4, cuja constante dielétrica é de 4,4. A FSS tem uma matriz de 5x5 células, cada uma com
dimensão de 40 mm x 40 mm com um espaçamento de 1mm separando os dipolos. A proposta é aproveitar o
fato dessas geometrias serem fracamente acopladas, o que permite manter as características de ressonância
de cada geometria individualmente.
Na simulação da geometria matrioska, sendo a largura w=1,5 mm, o espaçamento g=1,0 mm, e os lados ex-
ternos de L1=24,0 mm, L2=19,0 mm, L3=14,0 mm, com distâncias das aberturas de d1=15,0 mm, d2=8,5
mm, d3=6,0 mm, são observadas duas frequências de ressonância, uma em 1,82 GHz e a outra 3,18 GHz.
Na simulação feita para as duas geometrias associadas. São observadas três frequências de ressonâncias,
1,81 GHz, 2,43 GHz e 3,19 GHz, sendo que a primeira e a terceira ressonâncias estão associadas à geometria
matrioska e a segunda aos dipolos cruzados. Verifica-se ainda que essas frequências de ressonância pratica-
mente não se deslocaram em relação aos valores das geometrias isoladas, indicando um baixo acoplamento
entre as geometrias associadas.
Para verificar experimentalmente o comportamento da associação das geometrias proposta, foi projetada, fa-
bricada e caracterizada experimentalmente uma placa FSS com 5 x 5 células unitárias o que corresponde a 20
cm x 20 cm. São comparados os resultados numéricos e experimentais, verificando-se uma boa concordância.
A medição foi realizada na faixa de frequência de 1,0 GHz a 5,0 GHz e a maior diferença entre os resultados
experimentais e simulados observada no início dessa faixa de frequência decorre das limitações do setup de
medição. São confirmadas as três frequências de ressonância.
Os resultados obtidos em medição para as frequências de ressonância foram de 1,88 GHz, 2,43 GHz e 3,25
3º SIMPIF
GHz. Assim, entre o calculado e medido foi encontrado na primeira frequência de ressonância a maior diferen-
ça com 3,7%, confirmando uma boa concordância.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Como essas geometrias são praticamente desacopladas, a principal vantagem
alcançada foi a manutenção das frequências de ressonâncias de cada geometria, possibilitando a obtenção de
uma FSS com três bandas de rejeição, sendo a banda central aplicada à faixa de 2,4 GHz.
Referências
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www.cisco.com/c/en/us/solutions/collateral/service-provider/visual-networking-index-vni/white-paper-
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MOURA, L. C. M.. Caracterização de FSS com Geometria Estrela de Quatro Braços Tipo Fenda. Dissertação
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vem ter duas características, a primeira é apresentar o mesmo número de cruzamentos extremos e zero ou
diferirem no máximo por um e a segunda é serem simétricos em relação à média local zero (HUANG, 1998).
MATERIAIS E MÉTODOS. O trabalho foi realizado conforme as seguintes etapas: aquisição dos sinais ECG do
banco de dados de arritmias MIT-BIH, pré-processamento dos sinais utilizando um filtro passa faixa Butter-
worth, decomposição empírica de modo (EMD), detecção dos picos R do complexo QRS e determinação da fre-
quência cardíaca. Primeiramente foi realizada a aquisição dos sinais do banco de dados de arritmias MIT-BIH,
sendo utilizados todos os sinais ECG de pacientes que sofrem ou não com algum tipo de arritmia. Existem 48
sinais no banco de dados e cada sinal contém 21600 amostras, entretanto, neste trabalho foi utilizada uma
janela com 3600 amostras e frequência de amostragem (Fs) de 360 Hz. Em seguida, os sinais foram pré-pro-
cessados por meio de um filtro passa faixa Butterworth de quinta ordem (composta de filtro passa-alta e filtro
passa-baixa). O filtro passa-alta remove ruídos de alta frequência como interseções e ruído muscular, com fre-
quência de corte de 1 Hz. Já o filtro passa baixa é aplicada com finalidade de suprimir informações desneces-
sárias de alta frequência, a frequência de corte aplicada foi de 30 Hz. Em seguida foi realizado o método EMD,
onde foi utilizado para a detecção do sinal R, a soma das três primeiras IMFs. Uma IMF representa um modo
oscilatório simples, sua contraparte na análise de Fourier seria um harmônico simples. No sinal ECG, o pico
R do complexo QRS corresponde a soma das IMFs, podendo ser utilizado para calcular a frequência cardíaca
através do intervalo R-R. E assim, foi implementado um algoritmo para detectar os picos e comprimentos dos
intervalos R- R, identificando as frequências cardíacas a fim de detectar a presença ou ausência de arritmia, e
caso detectado alguma, classificando – a.
RESULTADOS. Embora tenha sido usado todo banco de dados do MIT-BIH, que contém sinais com arritmias
e saudáveis, como exemplo, cita-se o sinal nomeado de 232 desse banco. Ao aplicar a fórmula da frequência
cardíaca no intervalo R-R foi obtido o seguinte resultado de 32,14 bpm no sinal mencionado. Logo, o paciente
apresenta Bradicardia, uma arritmia, pois f (frequência cardíaca) < 60 bpm. O algoritmo desenvolvido e imple-
mentado obteve um resultado promissor para identificação dos 48 sinais do banco de dados sendo: 28 sinais
saudáveis, 18 sinais com taquicardia e 2 com bradicardia. Logo, o percentual de detecção foi de 92,85% para
sinais saudáveis, 50% com taquicardia e 100% bradicardia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O sistema proposto consegue identificar o sinal R através da soma das três primei-
ras IMF. Pode-se observar que os intervalo de frequência cardíaca de alguns sinais diferenciaram-se pouco
dos intervalos contidos no banco de dados o que mostra a eficácia do método. Além do que não foi necessário
utilizar todo sinal que contêm 21600 amostras. Dessas, apenas 3600 amostras foram empregadas, ou seja,
usando apenas 1/6 do sinal. Como parte deste trabalho, uma abordagem baseada na decomposição empírica
de modos (EMD) foi descrita, implementada e avaliada para a detecção do complexo QRS. As abordagens
estudadas confirmam a capacidade da decomposição empírica de modos para análise e processamento de
sinais não lineares e não estacionários. O método se mostrou eficaz e todos os sinais foram classificados cor-
retamente. Além de que é simples e de fácil implementação. Como proposta futura visa-se extrair os sinais Q
3º SIMPIF
Referências
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3º SIMPIF
O diagnóstico de patologias laríngeas é realizado por meio de exames médicos aplicados na inspeção direta
das pregas vocais por meio de endoscopia laríngea ou por videoendoscopia. Tais exames apresentam um
resultado acurado no diagnóstico, pois investigam as lesões estruturais, neoplastias e os distúrbios neuro-
gênicos relacionados com a origem dos distúrbios vocais. Entretanto, trata-se de exames invasivos que ne-
cessitam de especialistas treinados e equipamentos caros para efetuar o diagnóstico correto, bem como para
definir o tratamento subsequente (CHUANG et al, 2018).
O uso de DNNs na detecção automática de patologias laríngeas pode ser empregado como uma ferramenta
útil para auxiliar no diagnóstico médico, apresentando-se como uma técnica complementar. Além disso, a
aplicação pode proporcionar a análise vocal de forma remota para possíveis acompanhamentos médicos rea-
lizados a distância ou em regiões onde o acesso clínico seja mais complicado.
MATERIAIS E MÉTODOS. Neste trabalho, foram analisados 111 sinais de vozes, oriundos da base de dados
Disordered Voice Database, Model 4337, desenvolvida pelo Massachusetts Eye and Ear Infirmary (MEEI) Voice
and Speech Lab e comercializada pela Kay Pentax. Da base, foram selecionados 31 sinais de vozes saudáveis.
30 sinais de vozes afetadas por paralisia das pregas vocais, 33 sinais de vozes afetadas por edema de Reinke
e 17 sinais de vozes afetadas por nódulos vocais. Todos os sinais são da vogal sustentada /a/, sendo coleta-
dos em uma frequência de 50 kHz para as vozes saudáveis e 25 kHz para as vozes patológicas. No entanto, os
sinais de vozes saudáveis foram re-amostrados em 25 kHz para equiparar a frequência de amostragem dos
sinais patológicos. Para todos os sinais aplicou-se o filtro de pré-ênfase para compensar as perdas ocorren-
tes durante a passagem do sinal de voz pelo trato vocal. Todos os sinais foram particionados em segmentos
estacionários de 16ms (quadros com 400 amostras) com sobreposição de 75% aplicando janela retangular.
A densidade de probabilidade da distribuição normal foi aplicada em todos os dados antes das etapas de
treinamento e validação da DNN. Por sua vez, a DNN empregada nesta pesquisa teve sua arquitetura definida
com base em ensaios experimentais. Após os experimentos, a rede foi estruturada com 03 camadas ocultas,
cada uma composta por 200 neurônios ativados pela função de ativação Relu e uma camada de saída com
dois neurônios ocultos ativados pela função softmax. A primeira camada oculta recebe em sua entrada as 400
amostras referentes ao segmento analisado. A DNN foi implementada por meio da biblioteca de computação
científica TensorFlow e programada utilizando a biblioteca Keras para a linguagem de programação Python.
O algoritmo de aprendizagem Nadam foi aplicado no treinamento da rede neural, sendo utilizadas as configu-
rações padrões do TensorFlow referentes a computação dos pesos sinápticos pelo algoritmo Nadam. São in-
vestigados 07 casos de classificação: saudável patológica (SDL PTL), saudável paralisia (SDL PRL), saudável
edema (SDL EDM), saudável nódulo (SDL NDL), paralisia edema (PRL EDM), paralisia nódulo (PRL NDL), ede-
ma nódulo (EDM NDL). Para cada caso o desempenho do classificador foi mensurado pelas métricas acurácia
(taxa de classificação correta de todos os sinais), sensibilidade (classificação correta da patologia) e espe-
cificidade (classificação correta da ausência de patologia). O treinamento e validação foi realizado aplicando
validação cruzada pelo método K-fold, na qual consiste em subdividir os dados em n partições semelhantes,
em que n – 1 são usadas para treino e a enésima para teste. O procedimento é efetuado n vezes até que todas
as partições tenham sido empregadas no teste. O resultado é mensurado pela média e desvio padrão dos ín-
dices aplicados na avaliação do classificador. Nesta pesquisa, foram aplicadas 100 épocas de treinamento e
utilizou-se n = 10 para validação cruzada.
RESULTADOS. A classificação entre sinais de vozes saudáveis e sinais de vozes patológicas obteve taxas de
acurácia e de especificidade em torno de 98% e, para taxa de sensibilidade, obteve 97%. O desempenho na
discriminação entre vozes saudáveis e cada uma das patologias individualmente apresenta o seu melhor re-
sultado na classificação SDL NDL, no qual foram obtidas taxas de acurácia, sensibilidade e especificidade em
torno de 99%. Na etapa de investigação do potencial do classificador em discriminar as diferentes patologias
laríngeas analisadas os melhores resultados foram obtidos na classificação PRL NDL, sendo mensuradas ta-
3º SIMPIF
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Diante dos resultados obtidos pode-se considerar que o método investigado uti-
lizando DNN na discriminação entre vozes saudáveis e patológicas da base de dados é bastante promissor,
podendo ser empregados numa triagem médica. Uma pré-classificação objetiva pode auxiliar no diagnóstico
médico, sugerindo acompanhamento especializado. O método pode, ainda, ser empregado na distinção entre
patologias. Além disso, a metodologia proposta não necessita de extração de medidas objetivas referentes
ao sinal de voz, realizando uma análise direta da voz para efetuar a detecção da presença de uma patologia
laríngea.
PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem profunda. Análise da saúde vocal. Processamento de Sinais de Voz. Redes
Neurais Artificiais.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba – Campus João Pessoa pela disponibiliza-
ção de materiais, laboratórios e apoio financeiro ao desenvolvimento da pesquisa.
Referências.
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3º SIMPIF
tante da interação. Esse sensor é o diferencial na nova configuração de ensaio desenvolvida, pois ele substitui
a bobina receptora dos métodos tradicionais, que utilizam duas bobinas.
MATERIAIS E MÉTODOS. Para a realização deste trabalho foram utilizadas duas amostras do AID SAF 2205,
adquiridas em formato circular, com diâmetro de 24 mm e espessuras de 8 mm cada, uma tratada na tempera-
tura de 850 °C, envelhecida a 15 min, que apresenta a fase sigma (σ), e outra na condição como recebida, que
não apresenta precipitados e serviu como parâmetro de comparação. Essas amostras fazem parte do Grupo
de Simulação de Comportamento dos Materiais (GSCMat) do Instituto Federal da Paraíba (IFPB). O equipa-
mento de teste foi desenvolvido no laboratório do GSCMat do IFPB. A bancada é constituída de dois módulos:
módulo de emissão e módulo de aquisição. O módulo de emissão é composto por um gerador de função e a
bobina emissora. O módulo de aquisição é composto por um sensor de efeito Hall, uma placa de aquisição e
um computador. O sensor foi posicionado no centro da outra face da amostra, com a finalidade de detectar o
campo resultante da interação entre a onda emissora e o material. Foi aplicado um sinal de onda senoidal na
bobina emissora, com frequência de 5 Hz, uma das frequências analisadas e recomendadas por (Araújo, 2019)
para trabalhar com o Ruído Magnético de Barkhausen (RMB), e amplitude de 5 V. Um estudo da quantidade de
sinais a serem adquiridos foi realizado com a finalidade de se obter medidas com o menor intervalo de erro,
sem sobreposição de dados. Foram analisadas aquisições de 10, 20 e 30 sinais, com 500 pontos a cada 1 ms,
através do sensor de efeito Hall, com intervalo de confiança de 95%. O parâmetro utilizado para a análise da
onda foi o RMS da onda. Este parâmetro foi escolhido devido a sua simplicidade e uso sucessivo na literatura
para interpretar o RMB. Os RMS dos sinais foram obtidos após aplicação da Transformada de Fourier dos mes-
mos, com a utilização de um filtro passa altas digital de 200 Hz.
RESULTADOS. A etapa descrita neste trabalho consistiu na construção de uma bancada de medições confor-
me a nova configuração proposta de ensaio eletromagnético para análise do Ruído Magnético de Barkhausen
(RMB). Testes preliminares foram realizados a fim de verificar a funcionalidade da mesma. Um aço inoxidável
duplex foi escolhido para esse estudo. A amostra com tratamento apresentou valores menores de RMS do sinal
em relação a amostra sem tratamento, comprovando a influência da presença de precipitados no material em
estudo devido a formação da fase σ. Essa redução se deveu ao fato de o paramagnetismo da fase σ diminuir a
permeabilidade do material. Aquisições com 30 sinais apresentaram a menor faixa de erro sem sobreposição
de dados, com intervalo de confiança de 95%.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O presente trabalho apresentou um ensaio eletromagnético para análise do Ruído
Magnético de Barkhausen (RMB) com a substituição da bobina receptora por um sensor de efeito Hall, che-
gando-se as seguintes considerações: o sensor de efeito Hall foi capaz de substituir a bobina receptora, de
modo a poder captar o RMB, sendo necessária a aquisição de 30 sinais, por apresentar a menor faixa de erro
sem sobreposição de dados, com intervalo de confiança de 95%; e o ensaio proposto foi capaz de identificar
a presença da fase paramagnética sigma (σ) no início da sua formação.
Referências
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MATERIAIS E MÉTODOS. Para a realização deste trabalho foi utilizada uma amostra do AID SAF 2205 na
condição como recebida, que não apresenta nenhum tipo de envelhecimento, adquiridas em forma de chapa
e cortada em formato circular por eletroerosão a frio, com diâmetro de 24 mm e espessura de 6 mm. Essas
amostras fazem parte do Grupo de Simulação de Comportamento dos Materiais (GSCMat) do Instituto Federal
da Paraíba (IFPB). O equipamento de teste foi desenvolvido no laboratório do GSCMat do IFPB. A bancada é
constituída de dois módulos: módulo de emissão e módulo de aquisição. O módulo de emissão é composto por
um gerador de função e a bobina emissora. O módulo de aquisição é constituído por um sensor de efeito Hall,
uma placa de aquisição e um computador. O sensor foi posicionado no centro da face da amostra, com a finali-
dade de detectar o campo resultante da interação entre a onda emissora e o material. Foi aplicado um sinal de
onda senoidal na bobina emissora, com frequência de 15 Hz e amplitude de 5 V. Foram analisadas aquisições
de 10 sinais com 1000 pontos a cada 1 ms, através do sensor de efeito Hall. O parâmetro utilizado para a aná-
lise da onda foi o RMS (do inglês Root Mean Square) da onda. Os RMS dos sinais foram obtidos após aplicação
da Transformada de Fourier dos mesmos, com a utilização de um filtro passa faixas digital de 150 a 400 Hz.
RESULTADOS. Testes preliminares foram realizados por meio de uma bancada de medições de ensaio eletro-
magnético para análise do Ruído Magnético de Barkhausen (RMB) para determinar a anisotropia magnética,
conforme a configuração proposta, a fim de verificar a funcionalidade do experimento. Um aço inoxidável
duplex foi escolhido para esse estudo devido a suas características, pois possui um grão achatado com uma
direção de laminação bem definida. Por meio dos valores de RMS do sinal obtidos, observou-se que ocorrer
anisotropia magnética, devido a variação dos valores para cada ângulo analisado. Notou-se que do ângulo 0°
a 180° a uma redução seguida de um crescimento até 360°. O maior valor de RMS ocorreu no ângulo de 0°,
indicando que nesse ponto é a direção de fácil magnetização.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O presente trabalho apresentou um ensaio eletromagnético para análise do Ruído
Magnético de Barkhausen (RMB) para a determinação da anisotropia magnética, chegando-se as seguintes
considerações: O ensaio proposto é capaz de detectar a anisotropia magnética do material estudado e a pre-
sença de uma direção de deformação, devido ao processo de fabricação, leva a formação de uma direção de
fácil magnetização que foi determinada como a de laminação.
PALAVRAS-CHAVE: Ruído de Barkhausen. Anisotropia Magnética. Sensor Hall. Aço Inoxidável Duplex.
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No presente trabalho é realizado um estudo da geração do Ruído Magnético de Barkhausen, através de ondas
emissoras de forma senoidal, em um aço inoxidável duplex, com a presença da fase fragilizante sigma. Será
analisado a capacidade de uma bobina receptora posicionada, na superfície oposta do material, detectar a
presença da fase paramagnética sigma em função da mudança de espessura.
MATERIAIS E MÉTODOS. Neste trabalho foram utilizadas amostras de um aço inoxidável duplex SAF 2205
(UNS S31803), pertencentes ao Grupo de Simulação de Comportamento dos Materiais IFPB (GSCMat),amos-
tras sem presença dos precipitados fragilizantes(fase sigma) com seção transversal em formato circular com
diâmetro 24mm e espessuras de 4 e 8 mm. Além de amostras com o mesmo diâmetro e espessuras que foram
tratadas termicamente na temperatura de 850 oC com tempos de tratamentos de 15 min, 60 min e 120 min,
afim de obter diferentes quantidades da fase sigma.Para o desenvolvimento experimental foi utilizada uma
bancada composta por uma bobina emissora e uma bobina recptora posicionadas em superfícies opostas de
uma amostra.Cabos blindados fazem parte do dispositivo para minimizar a influência de sinais externos que
gerem ruídos ao sistema de emissão e aquisição dos sinais. O Bloco de emissão contém um gerador de sinais
ou de funções, conectado a uma bobina emissora cuja função é gerar um campo magnético que atravesse o
material da amostra de aço em estudo. Após a seleção do formato da onda no gerador de sinais, o mesmo
transmite para a bobina emissora uma onda do formato escolhido. A bobina receptora está associada a um
osciloscópio. Neste se encontra um computador que associado ao osciloscópio fará a aquisição e a devida de-
tecção da onda induzida. Para a realização do ensaio,ondas emissoras de formatos senoidais com frequências
de 5Hz, 25 Hz, 50 Hz, 75 Hz e 100 Hz e amplitudes de 1, 3, 5, 7 e 9 Volts foram aplicadas em amostras sem
precipitados e com 15 min de tratamentos, de modo a determinar as características da onda emissora capaz
de detectar a presença da fase sigma em amostras com diferentes espessuras.O tratamento de envelhecimen-
to de 15 min na temperatura de 850 oC foi escolhido para corresponder a formação de 5 % de fase sigma.
Quantidade esta suficiente para a fragilização do aço inoxidável duplex SAF 2205. A onda com características
capaz de detectar a presença da fase sigma foi aplicada nas amostras com tempo de tratamento de 60 e 120
min. Os sinais foram captados dez vezes em cada amplitude aplicada na frequência selecionada com um tempo
de aquisição de 5s de intermitência entre as medidas amostradas em 20.000 pontos com a intenção de prover
a melhor confiabilidade possível dos resultados, sendo esse procedimento realizado de forma comum para as
amostras com e sem tratamento térmico. De posse dos valores medidos e com estes foi feita a FFT através
de um programa específico que permite selecionar e aplicar um filtro, neste caso, um passa-altas de 3kHz e
na etapa seguinte obteve-se os valores médios RMS do sinal e o respectivo intervalo de confiança,para cada
frequência utilizada e a faixa de amplitude em que foi aplicada.
RESULTADOS. Este trabalho foi concretizado a partir da utilização de uma bancada para medições de Ruído
Magnético de Barkhausen (RMB), desenvolvida e construída pelo Grupo de Simulação de Comportamento dos
Materiais IFPB (GSCMat). A bancada em teste proporcionou a medição de RMB a partir da seleção de parâ-
metros como amplitude, frequência e formato da onda emissora, necessários para a detecção dos ruídos que
puderam ser captados numa bobina receptora do sinal posicionada na superfície oposta da bobina emissora
o que permitiu um maior grau de liberdade em relação ao estudo de amostras com diferentes espessuras e
propiciando a escolha do formato das amostras, o que se tornou um diferencial em relação a bancadas de
medições de RMB usadas em outros estudos que envolvem medições de RMB. Neste estudo, foram utilizadas
dois tipos de amostras de um aço inoxidável duplex. Uma tratada termicamente e que apresenta a formação
da fase microestrutural e fragilizante ao material chamada de fase sigma e amostras sem tratamento térmico
e consequentemente sem a presença da fase sigma em sua microestrutura. Os resultados das medições dos
ruídos, em valores RMS, para as amostras tratadas termicamente apresentaram valores dos sinais inferiores
em relação a amostra sem tratamento térmico o que levou a correlação de que a presença da fase fragilizante
sigma no aço inoxidável duplex impacta na diminuição dos valores dos ruídos por ser formada a partir da de-
composição da ferrita ferromagnética em austenita paramagnética, o quer reduz a permeabilidade magnética
do material. Os sinais foram captados dez vezes em cada amplitude aplicada na frequência selecionada com
3º SIMPIF
um tempo de aquisição de 5s de intermitência entre as medidas amostradas em 20.000 pontos com a intenção
de prover a melhor confiabilidade possível dos resultados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Este trabalho mostrou a construção de um ensaio eletromagnético não destrutivo
que analisa o Ruído Magnético de Barkhausen (RMB) onde se tem na configuração de bancada uma bobina
receptora posicionada na superfície oposta da bobina emissora. Com esta configuração é possível selecionar
as características de uma onda senoidal capaz de detectar a presença da fase fragilizante sigma em amostras
circulares de diferentes espessuras através da captação dos ruídos.
PALAVRAS-CHAVE: Aço Inoxidável Duplex. Onda Emissora Senoidal. Ruído Magnético de Barkhausen.
Referências
ARAÚJO, Bruno Ribeiro. Caracterização da onda emissora para geração do efeito de Barkhausen para detec-
ção de precipitados nanométricos em um ensaio eletromagnético. 2019. Dissertação de Mestrado.
CALDAS-MORGAN, M.; PADOVESE, Linilson Rodrigues. Fast detection of the magnetic easy axis on steel
sheet using the continuous rotational Barkhausen method. Ndt & E International, v. 45, n. 1, p. 148-155,
2012.
GHANEI, Sadegh et al. Nondestructive characterization of microstructure and mechanical properties of inter-
critically annealed dual-phase steel by magnetic Barkhausen noise technique. Materials Science and Enginee-
ring: A, v. 607, p. 253-260, 2014.
3º SIMPIF
As antenas planares permitem a união de diferentes tecnologias sem fio em um único dispositivo móvel, sem
que haja um acréscimo na dimensão, volume e custo dos sistemas de comunicação. As antenas de microfita
fazem parte da classe de antenas planares e podem ser utilizadas em diversas aplicações devido a sua fácil
adequação a superfícies não planas, técnica de produção de circuito com tecnologia elementar e robustez
mecânica (BALANIS, 1997).
As antenas de microfita são adequadas para a transmissão e a recepção na faixa de micro-ondas, e devido a
necessidade atual dos equipamentos de comunicações serem cada vez mais compactos, um aspecto dese-
jável para esse tipo de antena tem sido a miniaturização, com isso tem sido desenvolvida técnicas capazes
de alterar a sua estrutura de maneira que resulte na redução do tamanho. Uma dessas técnicas tem sido a
incorporação de metamateriais em sua estrutura de modo a tornar possível sua utilização em outros sistemas
(AQUINO, 2008).
O material Left Handed Metamaterials (LHM), que também é nomeado como metamaterial, possui índice de
refração negativo, sendo constituído por materiais artificialmente estruturados que podem interagir com as
ondas eletromagnéticas e controlá-las (SILVA, 2015). O Split Ring Resonator (SRR), sugerido por (PENDRY,
1999), é um dos tipos desse metamaterial e consiste em dois anéis concêntricos repartidos, que podem apre-
sentar de forma simultânea a permissividade elétrica e a permeabilidade magnética negativas.
Uma proposta de geometria que tem sido desenvolvida em trabalhos recentes no GTEMA/IFPB, Grupo de Tele-
comunicações e Eletromagnetismo Aplicado, tem sido a geometria matrioska, que foi desenvolvida aplicando
a ideia das bonecas matrioska (SOUSA, 2018), as quais são constituídas por uma série de bonecas colocadas
umas dentro das outras, expandindo-se da mais externa (maior) até a mais interna (menor) ocupando apenas
o volume da boneca mais externa (CRUZ, 2015).
Na geometria matrioska, diferente dos anéis concêntricos, os anéis permanecem interligados, formando um
único anel, aumentando o seu comprimento efetivo e, consequentemente, reduzindo a frequência de resso-
nância. A matrioska com uma fenda em um determinado ponto da geometria, desenvolvida por (CRUZ, 2015),
denominada de matrioska aberta e se comporta como um dipolo. Sua primeira frequência de ressonância será
aproximadamente metade do valor obtido para a matrioska fechada, o que é uma característica muito interes-
sante em aplicações onde são necessárias estruturas com menores dimensões.
Este projeto se propõe a investigar os efeitos causados pela inserção de ressoadores baseados na geometria
matrioska no plano de terra de antenas de microfita com patch retangular. Analisando a possibilidade da mi-
niaturização das antenas de microfita, que operam na faixa de 2,5 GHz, através desses elementos no plano
terra. quais parâmetros são afetados e de que forma são alterados.
MATERIAIS E MÉTODOS. Inicialmente foi projetada uma antena de microfita para a frequência de ressonância
de 3,5 GHz, utilizando o software ANSYS Designer para a caracterização numérica dessa antena. Também fo-
ram projetados e simulados os ressoadores com: geometria matrioska aberta e SRR circular para a frequência
de ressonância de 2,6 GHz.
Em seguida foram realizadas as simulações da antena de microfita com patch retangular com a inserção das
estruturas com geometria matrioska e circular em seus respectivos planos de terra, de modo que o conjunto
ressoe na frequência de 2,5 GHz, que é uma frequência menor que a obtida com a antena convencional e assim
ocorre a miniaturização da antena.
RESULTADOS. Foi projetada uma antena de microfita com elementos, de geometria matrioska e SRR circular,
distribuídos no plano de terra de modo que o conjunto final (antena mais elementos ressoadores) estejam
sintonizados na frequência de ressonância de 2,5 GHz.
Neste caso, os ressoadores com geometria matrioska utilizados tem abertura no anel mais interno repre-
sentando uma geometria matrioska aberta. Esse modelo torna possível obter uma redução da frequência de
ressonância utilizando um elemento de comprimento reduzido, ou seja, a antena ressoará em uma frequência
mais baixa através de um elemento que ocupa uma área menor. A antena de microfita retangular utilizada
tem uma frequência de ressonância de 3,5 GHz e dimensões de 28x20mm, o plano de terra tem dimensão de
38x45mm e contém ressoadores projetados para uma frequência de ressonância de 2,6 GHz, com dimensões
de 9,5x9,5mm.
Várias distribuições com os elementos ressoadores foram testadas e as que apresentaram os melhores resul-
tados foram com apenas um elemento centralizado e com nove elementos. Sendo os resultados obtidos do
3º SIMPIF
conjunto, da antena com um elemento centrado, tanto para a geometria matrioska aberta como para a SRR
circular a frequência de ressonância do conjunto foi de 2,5 GHz, sendo os ganhos obtidos de 4,93 dB para a
matrioska aberta e de 4,58 dB para a SRR. Para o teste com nove elementos, para a geometria matrioska aber-
ta o conjunto ressoa em 2,05 GHz e tem ganho igual a 4,26 dB, e para a geometria SRR circular a frequência
de ressonância do conjunto é de 2,65 GHz e tem ganho de 3,63 dB.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. De todos os testes realizados, o que apresentou melhor resultado considerando a
frequência, casamento de impedância e ganho foi a configuração do plano terra que contém apenas um res-
soador de geometria matrioska aberta centralizado no plano de terra da antena de microfita. Em comparação
com as antenas que utilizam elementos SRRs de geometria circular no plano de terra, geralmente nos testes
realizados a geometria matrioska aberta apresentou melhor casamento de impedância, maior ganho e menor
área ocupada do plano terra. Sendo que ambas as geometrias, matrioska aberta e circular, realizaram o recuo
das frequências de ressonâncias.
Referências
AQUINO, M. B. L. Antenas de Microfita Com Substrato Metamaterial. Dissertação, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal, RN, Brasil, 2008.
CRUZ, J. N. Caracterização de FSS com Geometria Matrioska Aberta. Dissertação, Instituto Federal da Paraí-
ba, João Pessoa, PB, Brasil, 2015.
HUSSAIN, R.; ALRESHAID, A. T.; PODILCHAK, S. K.; SHARAWI, M. S. A Compact 4G MIMO Antenna Integrated
with a 5G Array for Current and Future Mobile Handsets. IET Microwaves, Antennas Propagation, vol. 11,
2017.
NAYAK, R. S.; SINGH, Dr. R. P. Performance and Improvement of Various Antennas in Modern Wireless
Communication System. International Journal of Advance Research in Science and Engineering, vol. 6, 2017.
PATEL, U.; UPADHYAYA, T. K. Design and Analysis of Compact -Negative Material Loaded Wideband Electri-
cally Compact Antenna for WLAN/WiMAX Applications. Progress In Electromagnetics Research M, vol. 79,
2019.
PENDRY, J. B. Magnetism from conductors and enhanced nonlinear phenomena. IEEE Trans. Microw, Theory
Tech, vol. 47, 2075- 2084, 1999.
SEKO, M. H. Antenas Planares de Micro-ondas multibandas para terminais móveis de sistemas de comuni-
cação sem fio. Dissertação, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil, 2013.
Diversas técnicas são usadas para a medição de permissividade, contudo, nenhuma consegue caracterizar
todos os materiais em todo o espectro de frequência. A escolha de uma técnica específica depende de pa-
râmetros como frequência, tamanho e forma das amostras, precisão exigida, processo destrutivo / não des-
trutivo, custo. Entre as técnicas mais aplicadas estão: os métodos não-ressonantes (Espaço livre; Linhas de
transmissão e Ponta de prova coaxial): e os métodos ressonantes (Cavidade ressonante; e Ressoadores em
microfitas) (KHAN, 2012).
Dentro desse contexto, este trabalho estudou a variabilidade da constante dielétrica de camadas superficiais
(profundidade até 50cm) de solos encontrados na Floresta Nacional Restinga de Cabedelo (Flona de Cabede-
lo). A área de estudo, parte da Flona de Cabedelo, localiza-se nos municípios de Cabedelo e João Pessoa, PB.
Sua extensão é de 114,34 ha, sendo que 63,49 ha foram objeto de estudo do levantamento de solos (COELHO
et al, 2017). O dispositivo proposto para a mensuração da permissividade é uma cavidade ressonante, com
uma frequência de ressonância de 2,6 GHz, pela alta sensibilidade, estabilidade e precisão que possui.
MATERIAIS E MÉTODOS. Para medir a permissividade elétrica do solo, foi construída uma cavidade ressonante
retangular de dimensões 86 x 43 x 74 mm. A cavidade consiste em um cubo retangular fechado, oco, com es-
trutura longitudinal constituída em perfil de cobre e tampas nas extremidades em latão. A cavidade foi unida a
uma transição de guia de onda para cabo coaxial, de tamanho 58 x 28 x 62 mm, de fabricação industrial, com
conector N-fêmea, para possibilitar o fornecimento de energia eletromagnética à cavidade; e a medição das
ondas refletidas. Em uma das faces longitudinais da cavidade foi feito um orifício de 12 mm para viabilizar a
inserção das amostras a serem analisadas, no interior da cavidade.
Na interface entre a cavidade e o guia de onda foi implementado uma fenda retangular, denominada íris de
dimensões 30 x 6 mm. O tamanho da íris foi otimizado por simulação, utilizando o software High Frequency
Structure Simulator (ANSYS HFSS), a fim de fornecer uma frequência de ressonância adequada a medição A
implementação de uma íris é extremamente importante, pois propicia a eliminação de modos de propagação
do guia de onda. Na simulação, três materiais foram usados como amostras de teste da cavidade: polyte-
trafluoroethylene (teflon), poliéster e poliamida. Os dados eletromagnéticos desses materiais constavam na
biblioteca do HFSS.
A cavidade construída tem uma frequência de ressonância de 2,61 GHz e foi calibrada com uma amostra física
de politetrafluoroetileno (teflon), que tem uma permissividade elétrica conhecida de 2.1. As amostras de
solos foram coletadas em três mini trincheiras onde o solo característico é o Neossolo Quartzarênico Típico
(>95% de areia de quartzo), em diferentes profundidades 0-10 e 30-50 cm. Um Analisador de Rede Vetorial
C3443 (VNA) foi usado para medir as frequências de ressonância.
RESULTADOS. Os resultados da permissividade elétrica obtidos com a simulação foram: teflon – 2,09 (2,1);
poliéster -3,12 (3,2) e poliamida – 4,21 (4,3) _ os valores entre parentes são relativos aos encontrados na
literatura. A medição da permissividade da amostra física de teflon teve valor 2,08.
Para as amostras de solos, os resultados das constantes dielétricas conseguidos foram: profundidade 0-10cm
– 2,02; profundidade 30-50cm – 2,08.
3º SIMPIF
CONSIDERAÇÕES FINAIS. As medições de permissividade elétrica deste trabalho utilizaram o “método per-
turbação da cavidade ressonante” na frequência de ressonância de 2,61GHz; e foram realizados no laboratório
de medidas em telecomunicações do IFPB, com temperatura ambiente de 23ºC.
A diferença entre o valor da constante dielétrica obtido com a amostra física de teflon e o valor encontrado
na literatura apresentaram uma diferença abaixo de 1%, confirmando a precisão do dispositivo utilizado. Os
resultados revelam uma pequena variação na permissividade do solo com a profundidade. Ressalta-se que o
solo analisado é drenado e tem pouca capacidade de retenção de água e materiais orgânicos.
A cavidade ressonante construída se mostrou eficiente para medição de materiais granulados, tipo solos,
oportunizando trabalhos futuros com materiais em estado de grãos.
Referências
COELHO, M., D’ANDREA, A., da SILVA, O., VASQUES, G. d. M., and de OLIVEIRA, A. Levantamento pedológico
detalhado (escala 1: 5.000) e estoque de carbono orgânico do solo da floresta nacional restinga de cabedelo,
municípios cabedelo e joão pessoa, pb. Embrapa Solos-Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento (INFOTECA-E)
(2017).
KAATZE, U. Techniques for measuring the microwave dielectric properties of materials. Metrologia 47, 2
(2010), S91.
KHAN, M. T., and Ali, S. M. A brief review of measuring techniques for characterization of dielectric materials.
International Journal of Information Technology and Electrical Engineering 1, 1 (2012).
SANTOS, T., JOHANSSON, A. J., and TUFVESSON, F. Dielectric characterization of soil samples by microwave
measurements. Series of Technical Reports, Department of Electrical and Information Technology, 10 (2009).
3º SIMPIF
um laser de comprimento de onda fixo, sendo variado o ângulo de incidência na fibra. Para isso, foi usinada
uma estrutura que meça o ângulo de incidência a partir de um transferidor metálico acoplado nesta estrutura.
Ainda no modo AIM, a plataforma utiliza uma câmera CCD (Charge-Coupled Device ou dispositivo de carga
acoplada) para analisar o feixe de luz; já no modo WIM, é utilizado um espectrômetro da Aseq Instruments que
consegue ler um espectro de 300 nm a 1000 nm. Os sensores antes de serem fabricados são estudados com-
putacionalmente. Um algoritmo que utiliza as equações de Fresnel e o método da matriz para sistemas multi-
camadas foi implementado para a realização de simulações. Também são estudados os parâmetros de desem-
penho do sensor, tais como: largura total à meia altura (Full Width at Half Maximum, FWHM), figura de mérito
(Figure of Merit, FOM), relação sinal-ruído (Signal-to-Noise Ratio, SNR) e sensibilidade. A partir dos valores ob-
tidos, é possível fabricar um sensor otimizado (DWIVEDI; SHARMA; GUPTA, 2008; TABASSUM; GUPTA, 2016).
RESULTADOS. Foram estudados sensores de ouro, prata e cobre, com espessuras de 40 a 65 nm. Foram en-
contradas sensibilidades de 2280 nm/RIU, 3500 nm/RIU e 2280 nm/RIU, respectivamente. Os sensores de
prata apresentam os melhores resultados para os parâmetros de desempenho, no entanto, são os que têm
menor tempo de vida útil, pois a prata é altamente instável e oxidável (SOUZA; et al., 2013). Para diminuir a
degradação da prata, aumentando a vida útil do sensor e ao mesmo tempo preservando os parâmetros de
desempenho dos sensores de prata, foi analisado um sensor bicamada, com prata + ouro, onde o ouro serve
de escudo para a prata. Neste estudo, foi encontrada uma sensibilidade de 3360 nm/RIU para um sensor de
40 nm de prata + 10 nm de ouro, sendo um resultado considerado satisfatório.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A proposta deste trabalho foi fabricar uma plataforma de testes de fácil utiliza-
ção para sensores de fibra óptica que utilizam SPR. Estes sensores foram estudados previamente a partir de
algoritmos que simulam seu funcionamento, através da mudança de suas características físicas como, por
exemplo, espessura e material do filme fino metálico. A plataforma foi fabricada e cumpriu com os objetivos
propostos para ela, funcionando no modo AIM e WIM. Os sensores estudados previamente estão obtendo
resultados interessantes, por exemplo, o sensor bicamada chega a valores de desempenho próximos aos sen-
sores de prata. A continuidade deste projeto será a fabricação e a obtenção dos resultados experimentais dos
sensores otimizados, através da plataforma de testes.
Referências:
HOMOLA, Jin; SINCLAIR, S. Yee; GAUGLITZ, Gunter. Surface plasmon resonance sensors: review, Sens. Actua-
tors B, vol. 54, p. 3–15, 1999.
LEONARD, Paul et al. Advances in biosensors for detection of pathogens in food and water. Enzyme and Micro-
3º SIMPIF
AGRAWAL, Harshit; SHRIVASTAV, Anand M.; GUPTA, Banshi D. Surface plasmon resonance based optical fiber
sensor for atrazine detection using molecular imprinting technique. Sensors and Actuators B: Chemical, v.
227, p. 204-211, 2016.
KANSO, M.; CUENOT, Stéphane; LOUARN, G. Sensitivity of optical fiber sensor based on surface plasmon reso-
nance: modeling and experiments. Plasmonics, v. 3, n. 2-3, p. 49-57, 2008.
OLIVEIRA, Cleumar; et al., Biosensor SPR, com substrato polimérico, usando fontes monocromáticas e policro-
máticas para aplicações biológicas.” Congresso Brasileiro de Automática, 19ed, 2012.
DWIVEDI, Yogendra S.; SHARMA, Anuj K.; GUPTA, B. D. Influence of design parameters on the performance of
a surface plasmon sensor based fiber optic sensor. Plasmonics, v. 3, n. 2-3, p. 79-86, 2008.
TABASSUM, Rana; GUPTA, Banshi D. SPR based fiber-optic sensor with enhanced electric field intensity and figu-
re of merit using different single and bimetallic configurations. Optics Communications, v. 367, p. 23-34, 2016.
SOUZA, Gustavo Duarte de et al. Prata: breve histórico, propriedades e aplicações. Educación química, v. 24,
n. 1, p. 14-16, 2013.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Diferentes sistemas embarcados foram utilizados, mas todos comunicando entre
si através do protocolo MQTT. Como servidor Broker, foi utilizado o Mosquitto, um Broker de código aberto
eficiente no processamento das mensagens e consumo de memória. Para o monitoramento dos sensores
e controle dos atuadores, foi utilizado o SoC ESP8266, um microcontrolador de 32 bits com clock de até 160
MHz e com Wi-Fi integrado. Todo o sistema foi implantado em uma VLAN utilizando a infraestrutura de rede do
Campus. O mecanismo mais básico das VLAN consiste na atribuição de cada uma das portas do comutador a
uma dada VLAN, de modo a que haja comunicação direta apenas entre portas pertencentes à mesma VLAN,
no caso Broker e o SGBD foram hospedados utilizando a infraestrutura da rede disponível no Campus. Para
acomodar todos componentes do sistema, foi desenvolvida e confeccionada uma placa decircuito impresso,
utilizando o software CAD Circuit Maker.
RESULTADOS. A sala de aula selecionada para receber o sistema possui três conjuntos de luz e um equipamen-
to refrigerador. Ainstalação das placas foi feita dentro de caixas de acrílio. Para o usuário se comunicar com o
sistema, foi desenvolvido um sistema web que disponibiliza informações instantâneas, como: estado das luzes
e corrente do ar- condicionado. Além de disponibilizar estas informações para o usuário, a interface também
possibilita alterar o set pointdo ar-condicionado e ligar/desligar as luzes da sala remotamente (permitindo
acesso por smartphone).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O protótipo da Smart Classroom foi capaz de fornecer em tempo real informações
sobre o estado de funcionamento das cargas de uma sala de aula, no caso as luzes e os condicionadores de
ar, além de permitir o controle a distância dos mesmos. Ele também é capaz de fornecer informações com-
plementares como umidadedo ar e temperatura do ambiente, informações estas que por sua vez estão sendo
armazenadas em um banco de dados. O custo do protótipo desenvolvido foi de aproximadamente R$148.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem à PRPIP e ao IFPB pelo apoio financeiro (Edital Interconecta IFPB
- Nº 01/2018) e bolsa de estudos para o primeiro autor. Também agradecemos ao IFPB Campus Cajazeiras
pela utilização de toda infraestrutura para o desenvolvimento deste trabalho.
Referências
SURESH, S.; SRUTHI, P. V. A review on smart home technology. IC-GET 2015 - Proceedings of 2015 Online
International Conference on Green Engineering and Technologies, p. 1–3, 2016.
Communication: Automation Networks in the Era of the Internet of Things and Industry 4.0. IEEE Industrial
Electronics Magazine, v. 11, n. 1, p. 17–27, mar. 2017.
AGUILAR, J. The smart classrooms at the universities as one of the pillars of the e- society. 2016 3rd Inter-
national Conference on eDemocracy and eGovernment, ICEDEG 2016, p. 138–144, 2016.
GUPTA, A.; GUPTA, P.; CHHABRA, J. IoT based power efficient system design using automation for class-
rooms. 2015 Third International Conference on Image Information Processing (ICIIP). Anais...IEEE,
dez. 2015Disponível em: <http://ieeexplore.ieee.org/document/7414782/>
SHRYOCK, K. J. Engaging students inside the classroom to increase learning. 2015 IEEE Frontiers in Education
Conference (FIE). Anais...IEEE, out. 2015Disponível em: <http://ieeexplore.ieee.org/document/7344076/>
3º SIMPIF
Os distúrbios vocais afetam a produção da voz, causando disfonia (dificuldade na emissão da voz) e afonia
(perda parcial ou total da voz). As causas para surgimento desses distúrbios podem ser: o uso inadequado da
voz, o abuso vocal, o uso de drogas e as patologias na laringe (BIREME, 2019).
Alguns exames são utilizados para detecção desses distúrbios como: a laringoscopia e a eletroglotografia
(EGG), que necessitam de local especializado, equipamentos de custo elevado e têm caráter periódico. Por
conta desses fatores, a análise acústica tem sido empregada com frequência, consistindo na caracterização
de um sinal sonoro e determinando de forma não invasiva a qualidade vocal do indivíduo (QUATIERI, 2001;
RUFINER, 2009). O principal problema é que essa análise é sensível a ruídos acústicos (LOIZOU, 2007; RUFI-
NER, 2009).
Atualmente diversos estudos promovem o desenvolvimento de dispositivos que permitam a avaliação contí-
nua das atividades vocais do paciente, como a detecção da vibração da pele do pescoço (VPP), que por sua
vez, causa o mínimo de desconforto ao paciente, o sinal adquirido é robusto a ruídos acústicos e tem grande
utilidade no estudo da atividade glótica. Em comparação a análise acústica e eletroglotografia, a VPP com a
utilização de sensores de vibração (acelerômetro, piezo resistivo e piezoelétrico), apresenta custo mais baixo
e condicionamento de sinal mais simples (ALZAMENDI, 2016).
Diante disto, é proposto neste trabalho o desenvolvimento de uma plataforma de baixo custo para aquisição
dos sinais de vibração da pele do pescoço por intermédio do sensor de vibração piezoelétrico. Durante o pro-
cesso de fonação, serão analisados parâmetros referentes a saúde vocal, como: frequência fundamental (f0),
jitter e shimmer.
MATERIAIS E MÉTODOS. O sistema desenvolvido neste trabalho é composto por um colar, que será vestido
no pescoço, contendo o sensor piezoelétrico, que por sua vez é conectado a um circuito de condicionamento
e a um micro controlador que ficam alocados na cintura. Foi desenvolvido um circuito de alimentação para
garantir o funcionamento de todo sistema.
O sinal de vibração da pele do pescoço é captado pelo colar, onde se encontra o sensor piezoelétrico. Para ser
utilizado no pescoço o sensor deve ser fino, leve, além de não poder causar desconforto ao usuário. O sinal
obtido pela vibração é submetido a um circuito de condicionamento feito com amplificadores operacionais.
Com o sinal amplificado, é feita a conexão pela entrada analógica da placa ESP32, que se comunicará com o
computador via cabo USB (Universal Serial Bus) e apresentará no monitor serial os valores referentes ao sinal
adquirido. Adicionalmente foi utilizado um microfone que possui conexão P2 com o computador, que possui a
função de validar o sinal adquirido pelo sensor de vibração. O sinal do sensor de vibração e do microfone são
capturados simultaneamente, com intuito de extrair as medidas de frequência fundamental, jitter e shimmer.
Foi desenvolvido um filtro digital passa baixas, com frequência de corte de 60 Hz, para eliminar o ruído ele-
tromagnético identificado durante os testes. Para o processamento dos sinais foram utilizados os programas:
PRAAT e Matlab. O sinal de áudio foi capturado com auxílio do programa Audacity.
RESULTADOS. Foram realizados testes, com a sustentação da vogal /a/ durante 10 segundos.
A principal componente de frequência nos dois sinais (áudio e vibração) tem a mesma fonte de origem, que é
a vibração das pregas vocais. Diante disto, é esperado que os filtros nasais não modificassem o f0 do sinal de
áudio. Assim, é constado que os valores de f0 encontrados pelo piezoelétrico e pelo microfone são análogos.
As diferenças dos valores de jitter e shimmer durante a comparação entre o sinal de áudio e vibração era es-
perada, pois a voz no sinal de áudio ocorre com a passagem pelos filtros nasais e todo trato vocal, o que não
ocorre com o sinal de vibração, que está diretamente ligado a região glótica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Sendo assim, foi desenvolvida uma plataforma de baixo custo que consegue extrair
características de sinais referentes as pregas vocais, possibilitando a avaliação contínua da voz, ou seja, o mo-
nitoramento do sinal de voz sem prejudicar as atividades diárias do paciente. O dispositivo permite a extração
de características temporais da voz como: frequência fundamental (f0), jitter e shimmer. Diferente do micro-
fone, o piezoelétrico possui um ruído menor na captura do sinal e extrai características referentes especifica-
mente da glote, sem a influência de outros elementos que compõe a voz como os filtros nasais e orofaciais.
PALAVRAS-CHAVE: Sistemas embarcados. ESP32. Análise da saúde vocal. Sensor de vibração. Piezoelétrico.
AGRADECIMENTOS: Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB - Campus João
Pessoa) e referente ao Termo no 283/18 a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ) pelo
apoio financeiro para o desenvolvimento desta pesquisa.
3º SIMPIF
Referências
ALZAMENDI, Gabriel Alejandro. Modelado Estocástico de la Fonación y Señales Biomédicas Relacionadas:
Métodos en Espacio de Estados Aplicados al Análisis Estructural, al Modelado de la Fonación y al Filtrado In-
verso. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica). Universidad Nacional Del Litoral, 2016.
LOIZOU, Philipos C. Speech Enhancement: Theory and Practice. CRC Press, 1 edition, 2007.
MINISTÉRIO da Saúde. Distúrbio de Voz Relacionado ao Trabalho – DVRT. Secretaria de Vigilância em Saú-
de. Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Disponível em:< http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/disturbio_voz_relacionado_trabalho_dvrt.pdf.>. Acesso em: 01 de maio 2019.
QUATIERI, Thomas F. Discrete-time speech signal processing: principles and practice. Prentice Hall, Upper
Saddle River, NJ, 1 edition edition, Nov. 2001.
RUFINER, H. L. Análisis y modelado digital de la voz: técnicas recientes y aplicaciones. Ediciones UNL, Colec-
ción Ciencia y Técnica, v. 284, 2009.
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 12ª edição. Rio de Janeiro: Ed. 2010.
VILKMAN, Erkki. Occupational safety and health aspects of voice and speech professions. Folia Phoniatrica
et Logopaedica, v. 56, n. 4, p. 220-253, 2004.
3º SIMPIF
Assim, neste trabalho é proposto o desenvolvimento de uma RFSS tendo como elemento ativo o varactor, uti-
lizando a geometria estrela de quatro braços. Os varactores são diodos de capacitância variável, que operam
na região de polarização reversa, sendo muito utilizado em circuitos de sintonia e osciladores controlados por
tensão, VCO (voltage controlled oscilator) (HANSEN, 2011).
MATERIAIS E MÉTODOS. Incialmente, a geometria da estrela de quatro braços é obtida a partir de um patch
retangular convencional, com dimensões Lx e Ly, impresso em uma célula unitária com dimensões Wx e Wy,
e um ponto de comutação com dimensões Sx e Sy, localizado no centro do patch. Os braços da estrela são
definidos com dimensões iguais a do patch (Lx e Ly) e por dx1 e dy1. Posteriormente, são traçadas diagonais
das extremidades dos braços da estrela até o canto oposto ao ponto de comutação. Por fim, a camada de
metalização que não constitui os quatro braços é retirada e estrela dos quatro braços é obtida (NETO, 2013),
(NETO, 2019).
Para possibilitar a inserção do varactor como elemento de comutação é inserida uma fenda no ponto de comu-
tação, separando os braços superior e inferior. Após a obtenção da geometria do patch são adicionadas linhas
de alimentação interligando as células, para que seja possível polarizar os varactores. Será utilizado um arran-
jo linear com N-células, que pode ser ativado individualmente. A RFSS será composta por um arranjo de linhas
independentes. Embora possam ser controladas individualmente, as linhas serão ativadas simultaneamente.
RESULTADOS. Os resultados numéricos foram obtidos utilizando o software de simulação ANSYS HFSS. Na
caracterização numérica da FSS é considerado o substrato de baixo custo FR4, com 1,2 mm de espessura,
constante dielétrica εr = 4,4 e tangente de perdas 0,02. Considerando a célula unitária com as seguintes di-
mensões: Wx = Wy = 30mm, Lx = Ly = 20mm, Sx = Sy = dx = dy = 3mm, msx = msy = g = 1 mm.
Inicialmente, a geometria foi simulada sem o gap, apresentando, como esperado, praticamente a mesma
resposta em frequência ressonância, 4,1 GHz, nas polarizações x e y. Em seguida o gap foi adicionado, o que
afetou somente a polarização y (NETO, 2019), apresentando uma frequência de ressonância de 4,1 GHz para
polarização x e 7,1 GHz para a primeira frequência e ressonância na polarização y. Na sequência são adicio-
nadas as linhas de polarização, produzindo o quase desaparecimento da ressonância na polarização x. Com
a presença das linhas de polarização aumenta os efeitos indutivos e capacitivos, reduzindo a frequência de
ressonância para a polarização y na razão de entre 0,7 e 0,9.
Uma vez caracterizada a geometria, a FSS com varactor foi projetada e caracterizada numericamente. As res-
postas em frequência são apresentadas para diferentes tensões de polarização, que correspondem a diferen-
tes valores de capacitância. Os resultados numéricos para a resposta em frequência, considerando diferentes
tensões reversas, 1 V (6,28 pF), 6 V (2,02 pF) e 11 V (1,42 pF), foram obtidos utilizado o modelo do varactor
simplificado, onde cada voltagem reversa está associada a uma capacitância. Em relação a capacitância foi
usado o lumped RLC boundary, no ANSYS HFSS, para determinar numericamente a resposta de frequência da
FSS. De acordo com a resposta em frequência para as diferentes tensões, é possível verificar que a RFSS com
varactor alcançou uma frequência variando de 3,6 GHz à 4,05 GHz.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Uma FSS com geometria estrela de quatro braços reconfigurada por varactor é de-
talhada e implementada. A FSS proposta praticamente não exige um circuito de polarização. Um protótipo de
3º SIMPIF
FSS sintonizável por varactor foi projetado e caracterizado numericamente e experimentalmente. A resposta
em frequência da FSS é apresentada para diferentes tensões de polarização, que equivalem a diferentes va-
lores de capacitância. A diferença de cerca de 6,5% entre os resultados medidos e numéricos, pode ser facil-
mente reduzida ajustando o valor da capacitância, mas esse não era o objetivo deste trabalho. O protótipo da
FSS alcançou uma frequência ressonante que varia 450 MHz. A curva da frequência de ressonância da tensão
reversa confirma o comportamento esperado da FSS.
AGRADECIMENTOS: Esse trabalho foi apoiado em parte pelo CNPq (Projeto 407028 / 2016-1) e CAPES, Agên-
cias Federais do Brasil, e pelo Instituto Federal da Paraíba (PPgEE, PRPIP 06/2018).
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MATERIAIS E MÉTODOS. Para o desenvolvimento deste estudo foi definido etapas. A primeira etapa foi rea-
lizada a aquisição do sensor RPLIDAR A1. O referido LIDAR possui um range de cerca de 12 m. A segunda
etapa foi arevisão bibliográfica das técnicas de SLAM. A partir da base de dados do IEEExplorerfoi feito um
levantamento bibliográfico acerca do estado da arte de algoritmos utilizado para mapeamento e localização
com aplicações em robótica móvel e carros autônomos. A terceira etapa foi aleitura dos dados do sensor.
Nesta etapa foi criado no ROS o nó para leitura dos dados do LIDAR. Os dados obtidos serão disponibilizados
no barramento via os comandos publish e subscribe. Na etapa seguinte foi o mapeamento e localização. Os
dados obtidos do LIDAR foram utilizados para gerar mapas bidimensionais dos ambientes nos quais o carro
autônomo deverá navegar;Para o mapeamento foi utilizado o pacote Hector do ROS;Para localização, foi im-
plementado o algoritmo particlefilter (LUO; QIN, 2018). Por último a avaliação dos mapas. Nesta etapa foram
realizadas várias rodadas de mapeamento nos mesmos ambientes. A ideia aqui foi obter um modelo estatístico
com o desvio padrão para se determinar a precisão do mapa comparado às medidas reais.
RESULTADOS. O mapeamento é uma das ferramentas utilizadas para a navegação autônoma. Neste caso, sen-
sores são utilizados para mensurar o espaço no qual o robô deverá navegar. Com relação aos sensores para
mapeamento, neste trabalho foi o utilizado o LIDAR (Light DetectionandRangin). O referido sensor é o estado
da arte para robótica móvel e carros autônomos. Nesta direção, foram realizados testes de mapeamento com
o LIDAR embarcado na plataforma Jetson Tx2 da NVIDIA. Para tanto, foi utilizado o ROS (Robot System Ope-
ration) para desenvolvimento da infraestrutura de sotware utilizada para comunicação com o LIDAR e para a
aquisição de dados de medição. Para a realização do mapeamento, foi utilizado o pacote Hector Slam do ROS.
Este pacote é uma abordagem SLAM que pode ser usada sem odometria e até mesmo em plataformas que
exibem movimento de rotação ou inclinação (do sensor, da plataforma ou de ambos). Ele lê o laser do rover e
retorna a estimativa de pose 2D.Para visualizar o mapa que o nó está publicando, pode ser usadorviz, uma vez
foi lançadoo mapa parcial é gerado pelo nó do SLAM.A partir disso, foram realizados testes de mapeamento
de alguns ambientes do IFPB Campus Cajazeiras. Os mapas obtidos serão utilizados como referência para a
navegação autônoma de um protótipo de robô móvel desenvolvido pelo grupo de pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. O Potencial de Inovação apresentado toma por base o que é dito no projeto intitu-
lado “Mapeamento e Localização Simultâneos de um Carro Autônomo em Escala Piloto via LIDAR” creditaram
a competência inovadora do trabalho à utilização do sensor pertencente ao grupo LIDAR. Com relação às con-
tribuições propostas neste trabalho, após a adição do sensor à plataforma, pretende-se realizar a navegação
e mapeamento simultâneos implementando o algoritmo de ParticleFilter para localização e o Hector do ROS
para o mapeamento. Em seguida será realizado um estudo com relação à precisão do mapeamento realizado,
bem como a localização no referido mapa. Espera-se que após o desenvolvimento deste trabalho o GPCAR(-
Grupo de Pesquisa em Controle, Automação e Robótica) adquira os fundamentos e resultados suficientes para
pleito de financiamento da construção de um protótipo em escala real.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba pelo apoio no desenvolvimento desta pes-
quisa que implementa o que existe de mais moderno na área, possibilitando o treinamento de docentes e
discente nas técnicas de navegação autônoma.
Referências
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3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. O estudo foi realizado no reservatório urbano Senador Epitácio Pessoa - Açude Gran-
de (6°53’16.98”S, 38°34’3.25”O) localizado no município de Cajazeiras, Paraíba – Brasil. Este reservatório é
receptor de diversos impactos ambientais. Foram realizadas duas amostragens sazonais, sendo uma no mês
de novembro de 2018 (período de seca) e outra no mês de abril de 2019 (período de cheia). Vinte amostras
foram obtidas, sendo dez amostras em cada períodos. Amostras de sedimento foram coletadas, com auxílio de
um corer (1000 ml) para acesso às larvas de Chironomidae. Em campo, o sedimento foi transferido para sa-
cos plásticos e conservado em formaldeído a 4%. Em laboratório, as amostras foram lavadas em peneiras de
malha de 500μm e armazenadas em álcool a 70%. O procedimento de identificação foi realizado com auxílio
de estereoscópio de luz e microscópio. As larvas foram identificadas ao nível de gênero com auxílio de chave
de identificação especializada (TRIVINHO-STRIXINO, 2011). Para avaliação dos gêneros mais abundantes em
cada período (seca e cheia) foi realizada uma análise de Similarity Percentage (porcentagem de silimilaridade
- SIMPER). Os dados biológicos foram transformados em raiz quadrada e o coeficiente Bray-Curtis foi consi-
derado. Para avaliar a existência de diferença da abundância de gêneros de Chironomidae entre os períodos
foi realizada uma análise de significância (“Permutational Analysis of Variance Univariate” - PERMANOVA) com
9999 permutações, p ≤ 0,05. Todas as análises estatísticas foram realizadas programa PRIMER-6 + PERMA-
NOVA (Systat Software, Cranes Software InternationalLtd., ANDERSON et al., 2008).
RESULTADOS. Durante os dois períodos sazonais (seca e cheia) foram registrados 189 espécimes, agrupados
em sete gêneros. Os gêneros identificados e suas respectivas abundância absolutas foram: Chironomus (170),
Polypedililum (9), Aedokritus (2), Cladopelma (2), Dicrotendipes (2), Larsia (2) e Tanytarsus (2). Houve di-
ferença significativa da abundância dos gêneros entre os períodos de seca e cheia (PERMANOVA: Pseudo F 1,19
= 1,79, P = 0,02). No período de seca foram registrados: 01 Aedokritus, 2 Cladopelma, 6 Polypedilum, 2 Tany-
tarsus e 1 Larsia. Já no período de cheia foram registrados: 1 Aedokritus, 170 Chironomus, 2 Dicrotendipes,
3 Polypedilum e 1 Larsia. Por meio da análise de Percentagem de Similaridade (SIMPER) foi possível verificar
que os gêneros mais abundantes no período de seca foram Polypedilum (50%), Cladopelama (16.7%) e Tany-
tarsus (16,17%). Já no período de cheia houve dominância do gênero Chironomus, com 96% de contribuição
para formação da comunidade.
– IFPB e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq pela viabilização do projeto
Macroinvertebrados bentônicos como bioindicadores de qualidade ambiental do Açude Grande, Cajazeiras –
PB, aprovado no Edital n° 16/2018 – PIBIC/EM.
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3º SIMPIF
Segundo Gomes (2009), os OGR configuram um amplo e consolidado mercado pós-consumo, devido a sua
fácil reutilização. Embora a reutilização dos óleos residuais de fritura seja comumente associada à fabricação
de sabão caseiro, Novaes et al. (2014), salientam que estes resíduos também podem ser utilizados em diver-
sos outros produtos como resina para tintas, detergentes, amaciantes, sabonetes, glicerina, ração animal,
biodiesel, lubrificante para máquinas, entre outros.
Ainda que os OGR sirvam como base para diversos outros produtos, a alternativa mais simples e barata para o
reaproveitamento destes resíduos continua sendo a fabricação de sabão, por parte dos moradores de comu-
nidades mais pobres, que buscam algum tipo de complementação na renda familiar. No entanto, o processo
é realizado de forma completamente artesanal, sem nenhum estudo de otimização da prática, muitas vezes
prejudicando a qualidade do produto final. Para que haja o melhor aproveitamento deste resíduo, se faz neces-
sário o estudo detalhado de processos de beneficiamento do óleo residual para adequá-lo aos mais diversos
fins.
Logo, este trabalho trata da aplicação do processo de clarificação em óleos residuais de frituras que foi utilizado
como matéria prima na elaboração do sabão caseiro e avaliação de seus efeitos na qualidade do produto final.
MATERIAIS E MÉTODOS. A amostragem foi feita através de três pontos de coletas localizados na cidade de
Campina Grande – Paraíba, como: uma pastelaria, localizada no bairro do Catolé; um restaurante, localizado
no centro da cidade e uma lanchonete localizada na comunidade acadêmica do IFPB campus Campina Grande
(IFPB-CG). Os óleos residuais de frituras foram armazenados em bobonas plásticas e transportados para o
Laboratório de Química Experimental do IFPB-CG. Por meio de estudos qualitativos e quantitativos segundo a
legislação vigente (ANVISA) estes foram classificados de acordo com a cor, quantidade de sólidos presentes e
tempo de uso de fritura. Inicialmente, foi procedida uma filtração com filtros de lã para retirada das impurezas
em suspensão. Em seguida, foram procedidas quatro etapas do processo de clarificação com adição de 1% de
argila bentonítica, montmorillonita, no estado natural, que foi previamente seca em estufa a 110 ± 5º C por 2
horas, triturada e peneirada em malha de 200 mesh.
O óleo residual adicionado da argila foi colocado em uma proveta de 1000 mL onde permaneceu por 24h na
temperatura ambiente, para que houvesse a sedimentação dos resíduos solúveis ainda presentes nas amos-
tras. Após a clarificação estes foram utilizados como matéria prima na produção de sabão em barra, que foi
obtido através de uma metodologia simples e aplicável em qualquer residência. Para atestar a qualidade do
sabão produzido foram realizados testes laboratoriais para avaliar alguns critérios de qualidade como, cor,
odor, formação de espuma e pH do produto final. A avaliação da cor e odor foram procedidos por ensaios sen-
soriais. Para o teste de espuma, caracterizado pela variação da altura da espuma em relação ao tempo, fez-se
a reação da solução de sabão (0,5g para 10mL de água) com ácido acético e bicarbonato de sódio. Já o pH
foi determinado por potenciometria em um pHmetro de bancada, onde foi utilizada 1g da amostra do sabão
diluído em 100 mL de água destilada.
RESULTADOS. Os sabões obtidos com óleo clarificado apresentaram características de qualidade nos aspec-
tos relacionados à cor, odor, pH e teste de espuma. Pôde-se verificar que o óleo clarificado apresentou melhor
desempenho durante o processo de saponificação, permitindo menor tempo de reação durante a mistura e
menor tempo de maturação. Também foi observada uma considerável melhoria nos parâmetros de cor e odor
característico e agradável, sem resquícios de cheiro de frituras. Quanto ao teste de formação de espuma, o
sabão clarificado apresentou substancial densidade de bolhas com um volume menor e de curta duração, o
que garante menor tempo de degradação da espuma no meio ambiente.
Segundo Malagoli & Lima (2012), a formação de espuma e a sua consistência estão associadas, muitas vezes, ao
poder de limpeza, condições consideradas pelas donas de casa quando avaliam a qualidade do produto. Quan-
to à medida de pH, obteve-se um valor de 9,02 estando o mesmo dentro do estabelecido pela ANVISA, que es-
tipula valores dentro da faixa de 8,5 a 11 para o pH de sabões para limpeza. Além disso, o sabão obtido com óleo
clarificado apresentou maior maciez, permitindo modelagem de forma e melhor sensação ao toque do usuário.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A reciclagem de óleos residuais de fritura representa um importante segmento das
práticas de educação ambiental e na questão socioeconômica em pequenas comunidades carentes. Através
das condições experimentais realizadas neste estudo, constatou-se que o processo de clarificação, ainda em
testes, pôde proporcionar uma melhor qualidade do sabão obtido de maneira simples e sustentável, além de
ser uma forma mais precisa de agregar valor, possibilitando o aumento do incentivo a reutilização destes resí-
duos na fabricação de produtos artesanais.
Faz-se então necessária uma maior divulgação sobre como descartar o óleo residual de frituras, bem como,
a constante coleta para o processo de reciclagem do mesmo, a fim de possibilitar um melhor aproveitamento
pelos diversos segmentos da sociedade, principalmente as residências domésticas, que ainda não possuem
3º SIMPIF
um programa constante e organizado de descarte e coleta deste tipo de resíduo. Afinal, muito mais que reco-
nhecer o que precisa ser modificado, é importante compreender o motivo da adequação e propor alternativas
de mudança. Por isso, é imprescindível que este exercício seja realizado coletivamente entre instituição e
comunidade.
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3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. O presente trabalho visa realizar uma ampla análise dos estudos primários existen-
tes no campo de pesquisa científica disponível nos últimos dez anos, possibilitando identificar lacunas nesta
área, capazes de propor pesquisas e geração de novas formas de trabalho no desenvolvimento de sistemas
educacionais. Esse tipo de estudo permite que as evidências apresentadas a partir do domínio objeto de es-
tudo sejam plotadas em um nível de granularidade menor, evidenciando possíveis descobertas, direcionando
o foco para futuros estudos primários a serem realizados (KITCHENHAM, 2007). A metodologia seguiu com o
planejamento, onde foram definidos os objetivos, protocolo e a análise sobre os trabalhos selecionados. Essa
atividade foi realizada por um estudante de mestrado e um professor doutor pesquisador, através da análise
dos estudos primários no período compreendido entre 03/05/2019 à 10/07/2019, no qual 173 artigos
foram identificados resultado da string de busca. Na condução, foram aplicados quatro critérios de inclusão
e quatro de exclusão definidos no protocolo de pesquisa resultando 34 artigos, estes foram submetidos à
seleção a partir da leitura resumida concentrada nas questões de pesquisa e extração de dados. Na etapa de
resultados 2 artigos foram excluídos por não apresentarem resultados completos resultando um total de 32
artigos que foram incluídos na pesquisa.
RESULTADOS. Esta pesquisa, que tem característica metodológica exploratória, analisou diversas técnicas
utilizadas na engenharia de requisitos para construção de softwares educacionais, buscando evidências que
comprovem a relevância da pesquisa no processo de construção destes softwares de qualidade. As técnicas
de elicitação e especificação são atividades que precedem a fase de análise e projeto de sistemas, no entan-
to alguns trabalhos evidenciaram resultados concretos após o uso das técnicas, gerando produtos a serem
consumidos em fases futuras. Como principais resultados na área educacional, pode-se destacar as técnicas
de elicitação de requisitos análise documental (VILELA; VALLE, 2015) e pesquisas bibliográficas (SOAD; FIO-
RAVANTI, 2017), uma vez que a construção de softwares educacionais exige do desenvolvedor um tipo de
conhecimento mais humano com características sociais essas técnicas apresentam meios que permitem essa
relação, já na especificação de requisitos, destacam-se modelo conceitual e cenários, não só sendo elenca-
das como as mais utilizadas durante processo de desenvolvimento de softwares dessa natureza, mas as que
identificam melhor o domínio do problema, permitindo a personalização e indicando um caminho eficaz para
construção de softwares educacionais que atendam a diferentes práticas de aprendizagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Esta pesquisa nos trouxe muitas informações acerca da diversidade de técnicas da
engenharia de software utilizadas na busca de identificar as funcionalidades de um sistema educacional, mas
também uma grande certeza, a de que não existe uma única técnica que traga total efetividade e que seja
considerada como a mais eficiente, pelo menos ao se considerar os fenômenos relacionados à prática peda-
gógica desenvolvida pelo docente em sala de aula e até mesmo fora dela, no entanto, as técnicas da análise
documental, pesquisas bibliográficas, modelo conceitual e cenários, uma vez combinadas, se mostram mais
assertivas no propósito da construção de softwares com melhor qualidade na promoção do ensino aprendiza-
gem, ampliação do conhecimento, motivação e desempenho dos alunos para o aprendizado.
AGRADECIMENTOS: Gostaria de agradecer ao apoio do Instituto Federal da Paraíba -IFPB pelo fomento ao
ambiente de pesquisa.
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3º SIMPIF
Além disso, Resnick (2009) destaca que, nas décadas de 1970 e 1980, quando os primeiros computadores
começaram a ser introduzidos no cotidiano do cidadão comum, estudantes e professores empolgaram-se com
as várias possibilidades de transformação nos processos de ensino e aprendizagem e no uso do dispositivo.
Aliado a isso, havia o entusiasmo com a programação nas linguagens LOGO e Basic. Contudo, apesar do uso
do computador ter se tornado cada vez mais imprescindível, a programação em si ficou restrita a alguns seg-
mentos da população.
No intuito de retomar a aproximação com a programação a partir do cotidiano infantil e inspirada na lingua-
gem LOGO, o software livre Scratch foi desenvolvido pelo grupo Lifelong Kindergarten, liderado por Mitchel
Resnick, no Media Lab do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Com uma interface gráfica facilitada
para crianças, sua programação acontece através de blocos pré-programados. Estes, quando interconec-
tados, geram certo tipo de reação em atores, cenários e sons. A plataforma Scratch é uma alternativa que
possibilita o aprendizado através da criação de jogos e histórias utilizando programação sem a necessidade
de que o usuário conheça de fato alguma linguagem de programação. Através de blocos pré-programados, é
possível construir roteiros dos mais simples aos mais complexos, incluir imagens e sons externos e acessar
produtos de outros usuários, bem como compartilhar seus próprios projetos (AONO, 2017) (BATISTA, 2015)
(ELOY, 2017) (MIT, 2016) (RIBEIRO, 2014) (SÁPIRAS, 2015).
Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Ministro José Américo de Almeida, a vida e a obra de Jackson do
Pandeiro são tema central de um projeto interdisciplinar para o prêmio Escola Nota 10, em 2019. Como parte
complementar dessa ideia pré-existente, surgiu a demanda da comunidade escolar, na figura de um professor
de Língua Portuguesa, para que fossem ministradas oficinas sobre o Scratch para estudantes do 6º ao 9º
ano do Ensino Fundamental. Crianças e adolescentes são capazes de, sob estímulo e exposição adequada,
desenvolver suas múltiplas inteligências com interação com o meio. Por isso, a intenção é que a ferramenta
possibilite um processo de ensino-aprendizagem ativo (FERREIRA, 2017) (GAROFALO, 2018) (GOBBO, 2016)
através de seus atores, palco/cenário, sons e blocos de comandos, utilizados na criação de um jogo temático
que amplie neles a valorização de sua terra e de sua linguagem, além do interesse genuíno visto que eles são
os protagonistas do processo. Como Jackson não é contemporâneo das crianças e adolescentes da escola,
faz-se necessário motivá-los com atividades e ferramentas modernas, desafiadoras e alinhadas com as pre-
ferências dos envolvidos. Neste sentido, julgou-se oportuno propor oficinas que aproximem este público do
lúdico presente nos jogos digitais, possibilitando a criação própria e colaborativa de um jogo que brinque
com as palavras, a história, o contexto geográfico e a obra do artista homenageado. São, portanto, objetivos
do trabalho oferecer oficinas sobre o programa Scratch para alunos da E.M.E.F. José Américo de Almeida, de
maneira que estes acessem recursos imateriais que os possibilitem criar um jogo sobre Jackson do Pandeiro
e, assim, protagonizarem ações do projeto interdisciplinar naquela escola para o prêmio Escola Nota 10 de
2019.
MATERIAIS E MÉTODOS. Após seleção de 20 (vinte) estudantes de turmas do 6º, 7º, 8º e 9º anos, que consi-
derou habilidade com computador, conhecimento sobre Jackson do Pandeiro e competências afetivas, foram
construídos momentos nos quais estes pudessem ampliar sua compreensão acerca de raciocínio lógico e
desenvolver habilidades de trabalho colaborativo e habilidades de programação na plataforma definida. Acon-
teceram quatro oficinas, todas aplicadas no laboratório de informática da própria escola demandante, entre
os meses de junho e agosto de 2019. Visto que os computadores não possibilitavam a instalação da versão
desktop do Scratch, foi utilizada a plataforma online, através do navegador. As oficinas foram expositivas e
práticas e a aprendizagem foi sendo construída na solução para desafios apresentados por cartões Scratch,
permitindo adaptações para utilizar sons e imagens fornecidos a eles sobre a temática de Jackson (imagens
do artista, do pandeiro, da entrada da cidade).
RESULTADOS. Os resultados foram deveras motivadores e o objetivo principal foi alcançado. Foi possível de-
tectar que, dentre os participantes, muitos já tinham conhecimento sobre jogos. Alguns, inclusive, disse-
ram ter noção sobre lógica de programação. De forma geral, a turma recebeu com entusiasmo os conceitos
expostos e se mostraram empolgados em construir o objeto final: o jogo digital com imagens e músicas
relativas à história de Jackson do Pandeiro. Os produtos finais foram apresentados em evento de culminância
do projeto em comemoração aos 100 anos de Jackson do Pandeiro como forma de estimular os participantes
e outros estudantes a criar e construir seu próprio conhecimento, valorando também a cultura popular e os
diversos caminhos que podem ser trilhados no processo de ensino-aprendizagem.
3º SIMPIF
CONSIDERAÇÕES FINAIS. De maneira exitosa, o projeto conseguiu desenvolver as atividades previstas com
os estudantes. Foram disponibilizados recursos necessários para provocar neles curiosidade e interesse em
conhecer e se apropriar da história e obra de Jackson do Pandeiro, além de formar um arcabouço conceitual
para que, de posse dessa matéria-prima voltada à cultura popular, construíssem jogos digitais de maneira
colaborativa com os colegas de grupo.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos à Esc. Mun. de Ens. Fund. Min. José Américo de Almeida e ao Campus Avan-
çado Cabedelo Centro pelo apoio ao desenvolvimento desta pesquisa.
Referências
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cional para Crianças. 25º WEI – Workshop sobre Educação em Computação. XXXVII Congresso da Sociedade
Brasileira de Computação. São Paulo: 2017, p. 2169-2178. Disponível em: http://csbc2017.mackenzie.br/
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BATISTA, Esteic Janaina S. Batista et al. Utilizando o Scratch como ferramenta de apoio para desenvolver
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CASTRO, Adriane de; KOSCIANSKI, André. O uso da programação Scratch para o desenvolvimento de ha-
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ELOY, Adelmo Antonio da Silva; LOPES, Roseli de Deus; ANGELO, Isabela Martins. Uso do Scratch no Brasil com
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SÁPIRAS, Fernanda Schuck, VECCHIA, Rodrigo Dalla, MALTEMPI, Marcus Vinicius. Utilização do Scratch em
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abr. 2019.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. O projeto da plataforma Usability Box foi referenciado na aplicação parcial de técni-
cas de mapeamento sistemático para verificação de quais métodos empíricos de mensuração da usabilidade
estavam sendo recorrentemente utilizados em trabalhos científicos, considerando 5 bases (IEEE Xplore, ACM
Digital Library, Science Direct, Scopus, Google Acadêmico). Também se intencionou a identificação e caracte-
rização dos artefatos mais frequentemente utilizados em ensaios de usabilidade, almejado o colecionamento
de templates, em todo ou em parte, ou de possíveis soluções informatizadas sobre eles (aplicativos e platafor-
mas). Posteriormente, foi iniciada uma revisão bibliográfica, em que foram analisadas 4 dissertações (COSTA,
2017; BARBOSA, 2009; OLIVEIRA, 2008; OLIVEIRA, 2005), 1 tese (AGUIAR, 2012) e 4 livros (RUBIN, 1994;
BARNUM, 2010; DUMAS e LORING, 2008; BANK e CAO, 2016) que tratavam da temática de ensaios de usa-
bilidade e aplicação de suas técnicas. Também foram verificadas as recomendações da norma ISO 9241-210
(ABNT, 2011), a qual indica que uma avaliação centrada no usuário costuma ser amplamente empregada por
meio de testes baseados no usuário, ou, de inspeções referenciadas em requisitos ou guias de usabilidade e
acessibilidade. Ainda, considerou-se o relatório técnico ISO/TR 16982 (ABNT, 2014), o qual orienta sobre a
adequada seleção de métodos de avaliação da usabilidade ou de combinações deles. Esse conhecimento foi
empregado como fonte de requisitos para o Usability Box, em que foram aplicadas técnicas de engenharia de
requisitos de software (inspeção de documentos, experimentação de produtos similares, modelagem concei-
tual de classes e definição de casos de uso em alto nível), seguida da modelagem comportamental e estru-
tural da plataforma (em UML) e da prototipação de sua interface (em alta-fidelidade). A fase de construção
da plataforma considerou uma arquitetura compatível com software em nuvem, baseada em microsserviços e
tecnologias padrão da Web.
RESULTADOS. O Usability Box teve a sua fase de concepção e prototipação concluída com base na revisão de
literatura e num consistente referencial de artefatos de usabilidade mais usados, aplicáveis antes, durante ou
após as sessões de teste. Foi possível caracterizá-los de forma que possam ser configuráveis, destacando-se
a elaboração de roteiros de tarefas (com cenários e respectivas tarefas), de termos de consentimento, sigilo
e direitos de imagem, de questionários para sondagem da satisfação subjetiva (USEr, UMUX e SUS) e para
perfilhamento de usuários (USE). Ressalta-se o suporte temporal no registro de dados de cada ensaio, com
reuso de catalogações de erros, de recomendações de melhorias, de verbalizações e sentimentos de usuários
e de rótulos aplicáveis às sessões de teste de cada um deles, desde que possuam configurações similares de
condução ou ambientação.
AGRADECIMENTOS: Ao IFPB, pelo fomento financeiro proporcionado a este projeto através da Chamada
01/2019 Interconecta.
3º SIMPIF
Referências
ABNT. NBR ISO 9241-210: Ergonomia da interação humano-sistema, Parte 210: Projeto centrado no ser
humano para sistemas interativos. Rio de Janeiro – RJ, 2011.
ABNT. NBR ISO/TR 16982: Ergonomia da interação humano-sistema - Métodos de usabilidade que apoiam
o projeto centrado no usuário. Rio de Janeiro – RJ, 2014.
BARBOSA, A. E. V. Abordagem híbrida para a avaliação de interfaces multimodais. 2009. Dissertação (Mes-
trado em Ciência da Computação) - Centro de Engenharia Elétrica e Informática, Universidade Federal de
Campina Grande, Campina Grande-PB.
DUMAS J; LORING, B. Moderating usability tests: principles & practices for interacting. Burlington: Morgan
kaufmann, 2008. ISBN: 9780080558271
OLIVEIRA, R. C. Webquest: uma ferramenta web configurável para a sondagem da satisfação subjetiva do
usuário. 2005. Dissertação (Mestrado em Informática) - Centro de Ciência e tecnologia, Universidade Federal
de Campina Grande, Campina Grande, 2005.
ROHRER, C. When to Use Which User-Experience Research Methods. Nielsen Norman Group. 12 out. 2014.
Disponível em: <https://www.nngroup.com/articles/which-ux-research-methods/>. Acesso em: 28 fev. 2019.
RUBIN, J. The handbook of usability Testing: How to plan, design, and conduct effective tests. New York:
Wiley, 1994. ISBN: 9780470185483
3º SIMPIF
O diagnóstico da mastite gangrenosa pode ser realizado pelo exame clinico criterioso da glândula, assim como
através da cultura bacteriológica do leite, contagem de células somáticas e hemograma (MOTA, 2008).
MATERIAL E MÉTODOS. Os dados epidemiológicos e clínicos foram colhidos da ficha de atendimento da Clínica
Médica e Cirúrgica de Grandes Animais (CMCGA) do Hospital Adílio Santos de Azevedo - HV ASA, do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Campus Sousa – IFPB.
RESULTADOS. Um caprino, fêmea, Dorper, um ano de idade, pesando 55kg, deu entrada no HV ASA no mês
de agosto de 2019. De acordo com o proprietário, a paciente havia parido há dois dias, um feto a termo e
natimorto, o úbere não havia sido esgotado e no dia seguinte ao parto observou que o úbere estava cheio,
com secreção sanguinolenta. O animal vivia em regime semi-intensivo, tendo acesso a uma pastagem nativa
que continha também cabacinha e jurema preta. O animal deu entrada na clínica em decúbito esterno lateral,
apática, com escore corporal 2,5, temperatura 38,8ºC, frequência cardíaca de 92bpm, frequência respiratória
de 28mrpm, exsicose GI, rúmen moderadamente cheio, com dinâmica de um movimento completo de baixa
amplitude em dois minutos, linfadenite caseosa parotídea, no linfonodo esquerdo e edema extenso em toda
a região ventral do abdômen, da porção cranial ao úbere até a região xifoide. O úbere se apresentava edema-
ciado, com coloração azul-arroxeada, friável, sensibilidade dolorosa à palpação e com secreção sanguinolenta
aquosa.
Foram coletadas amostras de sangue para realização de hemograma que revelou série vermelha inalterada
e série branca apresentando leucocitose por neutrofilia, observando-se um total de leucócitos de (16.650/
uL), 5.499/uL de linfócitos (33%), 11.155/uL de segmentados (67%) e bastonetes (0%). Observou-se ain-
da hiperfibrinogênico (600mg/dL), anisocitose, poiquilocitose e plasma levemente amarelado. O tratamento
instituído foi associação de antibióticos, com o intuito de diminuir os efeitos sistêmicos do tecido necrosado
e reduzir a proliferação bacteriana, sendo de escolha a Gentamicina (Gentatec®) e Benzilpenicilina/Estrepto-
micina/Piroxicam (Pencivet Plus PPU®), ambos na seguinte dosagem e frequência de aplicação 1mL/10kg/
IM/SID/5 dias. E anti-inflamatório Flunixina meglumina (Flumax®), na dosagem de 1mL/22,5kg/IV/SID/5
dias. Ordenha diária, ducha fria por dez minutos e massagem com DM Gel® na região edemaciada, realizadas
durante sete dias. No segundo dia de internamento foi realizada Fluidoterapia em complemento ao tratamento
da paciente com dois litros de Solução de NaCl 0,9% e 500mL de Solução de glicose 5%. A partir do sétimo
dia de internamento observou-se a evolução do processo de necrose da glândula mamária, apresentando se-
creção exsudativa, de odor fétido, úbere friável e pele com coloração amarronzada, diariamente era realizada
a limpeza da região perineal e do úbere do animal. No 20º dia de internamento a porção de tecido necrosado
aumentava progressivamente, associada ao aparecimento de fissuras na pele da base do úbere e no mesmo
dia iniciou-se então a limpeza do mesmo com solução antisséptica de dakin, com posterior aplicação de Spray
cicatrizante e repelente (Top line®). No 28º dia de internamento foi realizada a ablação de todo o parênquima
necrosado do úbere, de forma manual e com fácil remoção, seguida por tratamento tópico com o spray men-
cionado, até a cicatrização completa.
No nordeste do Brasil, a planta Mimosa tenuiflora (conhecida como “jurema preta”) foi comprovada como te-
ratogênica por induzir abortos e malformações em caprinos e ovinos (PIMENTEL et al., 2007). A Luffa acutan-
gula (cabacinha), foi mencionada por três entrevistados como causa de abortos em bovinos e ovinos (SILVA et
al., 2006). Por estar sendo mantida em uma área de pastejo onde estas plantas estavam presentes, pode-se
sugerir que tenha sido um dos fatores que influenciou o aborto por parte da cabra relada neste trabalho.
Água, material fecal e fômites contaminados podem abrigar e criar populações bacterianas capazes de cau-
sar quadros de mastite, se introduzidos na glândula mamária (SMITH, 1993). O animal aqui descrito vivia em
sistema de criação semi-intensivo, quando mantida em ambiente cercado, não havia divisão do lote por faixa
etária, podendo haver animais sadios e enfermos, caracterizando um cenário propício ao aparecimento da
enfermidade.
A mastite clínica pode ser aguda, crônica ou gangrenosa. Felizmente a mastite gangrenosa não é considerada
comum. O animal apresenta anorexia, desidratação, depressão, febre e sintomas de toxemia (SMITH, 1993).
Burgos et al., (2008), ressalta alguns sinais clínicos semelhantes, uma cabra com mastite gangrenosa unila-
teral, que apresentou glândula mamária friável, endurecida, com extensa área de necrose, aproximadamente
3º SIMPIF
O sucesso do tratamento da mastite envolve uma série de fatores incluindo a escolha do antimicrobiano, sus-
ceptibilidade do microrganismo, duração do tratamento, dosagem empregada e o estado imunológico do ani-
mal (MOTA, 2008). Rizzo et. al., (2015), em relato de uma cabra com mastite gangrenosa unilateral, optaram
pelo tratamento clínico-cirúrgico, consistindo em mastectomia parcial, já que a glândula ainda se encontrava
intacta sem desprendimento do tecido necrosado. Foi realizado tratamento durante os cinco dias prévios a
cirurgia com a administração de gentamicina sistêmica e intramamária na glândula esquerda, flunixina meglu-
mina, no segundo dia de internação realizou-se também fluidoterapia intravenosa (500 mL de glicose 10%,
um litro de solução fisiológica e 1,5 L de Ringer com lactato).
Neste relato não se optou pelo tratamento cirúrgico inicialmente devido à característica da mastite, que era
bilateral, com edema difuso e que não possibilitava delimitar a extensão completa de tecido da glândula ma-
mária comprometida, mas que viria a necrosar posteriormente. Além de que a fragilidade tecidual ocorreu ra-
pidamente, nos primeiros dias de internamento, permitindo maior drenagem do conteúdo sanguinolento, está
já constituía uma porta de entrada para microrganismos, mas, a correção cirúrgica poderia representar neste
caso uma porta de entrada ainda mais relevante com comprometimento pós-cirúrgico. Desta forma, optou-se
pelo tratamento prolongado como ferida aberta, com remoção manual do tecido necrosado e cicatrização por
segunda intensão. Durante este período a mesma foi mantida em baia com cama de maravalha a fim de dimi-
nuir as chances de recontaminação da glândula mamária, realizou-se remoção diária das fezes, assim como
limpeza dos recipientes da água e do alimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Apesar da intervenção cirúrgica ser uma das técnicas recomendadas em casos de
mastite gangrenosa, observou-se neste relato que o tratamento clínico, unida ao uso tópico de substâncias
debridantes como a solução de dakin e cicatrizantes podem ser eficazes e permitir uma cicatrização por se-
gunda intenção satisfatória da glândula mamária afetada.
Referências
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SMITH, B. P. Tratado de medicina interna de grandes animais. 2a ed. São Paulo: Manole, 1993. 1588 p.
A população que mais está susceptível aos riscos de contrair zoonoses muitas vezes são leigas sobre o tema,
sendo necessário a presença de pessoas capacitadas com o objetivo de passar informações sobre os riscos
e cuidados necessários (BECKER, 2015). Sendo assim o médico veterinário dentro da Saúde Pública atua na
Educação em Saúde, que permite sua ação na difusão de informações e na conscientização das pessoas sobre
os temas ligados à saúde humana e animal (Souza et al., 2011).
Tendo em vista a importância da integração das saúdes humana, animal e ambiental, e da necessidade da
propagação de informações importantes sobre o tema para a população em geral, buscou-se uma saúde
unificada, termo que surgiu como “One Health”, no século XIX, que pode ser traduzido como “Saúde Única”
(KAHN et al., 2007). Dessa forma, essa iniciativa busca a união entre médicos, médicos veterinários, agentes
comunitários de saúde, entre outros profissionais da área, tendo em mente o fato de que não existe separação
entre homens, animais e meio ambiente (SOUSA et al., 2011).
Portanto o objetivo deste trabalho foi avaliar o conhecimento dos agentes comunitários de saúde do município
de Santa Cruz sobre as principais zoonoses, buscando assim posteriormente elaborar ações educativas que
os possibilitem tornarem-se disseminadores de conhecimento sobre zoonoses nas populações em que atuam.
MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi realizada durante uma reunião com 22 agentes comunitários de saúde
(ACS) do município de Santa Cruz -PB, que aconteceu na programação do “Projeto Interdisciplinar Cidade”
com a parceria entre o Instituto Federal da Paraíba (IFPB) e a prefeitura.
Com intuito de obter dados para a avaliação do conhecimento dos ACS sobre o conceito e a cadeia epide-
miológica das principais zoonoses (toxoplasmose, leishmaniose, raiva, cisticercose e teníase), aplicou-se um
questionário contendo 23 questões de múltipla escolha, sendo 8 questões sobre conceitos e 15 questões
sobre epidemiologia das principais doenças.
A análise dos dados foi qualitativa e descritiva, avaliando o nível de conhecimento sobre cada uma das princi-
pais zoonoses entre os agentes comunitários de saúde.
RESULTADOS. Dos agentes comunitários de saúde participantes 95,4% eram do sexo feminino e 50 % (11/22)
tinham idade acima de 40 anos.
Sobre o conceito de zoonose 95,4% (21/22) responderam que sabiam o conceito de zoonose, mas quando
solicitados a identificar as principais zoonoses entre demais enfermidades, apenas 4,5% (1/22) marcaram
corretamente todas as zoonoses sugeridas no questionário.
Sobre a toxoplasmose, obteve-se que 13,6% (3/22) marcaram que a toxoplasmose não pode ser transmitida
pela urina de animais, mas apenas 4,5% (1/22) sabia que a transmissão ocorre através das fezes do gato
contaminado; 54,5% (12/22) marcaram corretamente sobre as formas de adquirir toxoplasmose e sobre o
conhecimento da ocorrência de aborto após infecção e apenas 22,7% (5/22) tinham ciência das formas de
prevenção.
Sobre Leishmaniose 22,7% (5/22) dos ACS reconhecem o mosquito palha como vetor; 59% (13/22) respon-
deram sobre as apresentações clínicas como cutânea e visceral e 18,2% (4/22) identificaram corretamente
os fatores de risco para a ocorrência de leishmaniose.
Quando questionados sobre a raiva, 86,4% (19/22) reconhecem as formas de transmissão e 95,5% (21/22)
identificaram a vacina como principal prevenção contra raiva, mas apenas 13,6% (3/22) reconheceram a
raiva como uma doença incurável.
Sobre o conhecimento relacionado a cisticercose e teníase, pode-se observar que 59% (13/22) reconheciam
a classificação do cisticerco e 68,2% (15/22) classificaram a taenia como verme; sobre as formas de adquirir
as doenças 54,5% (12/22) responderam corretamente sobre cisticercose e 22,7% (5/22) sobre Teníase; já
sobre prevenção da neurocisticercose, apenas 45,4% (10/22) dos ACS conheciam as formas de prevenção.
A partir destes resultados, pode-se observar que o conhecimento sobre algumas zoonoses entre os agentes
comunitários de saúde é mais abrangente como é o caso da raiva e da leishmaniose, quando comparados aos
conhecimentos sobre cisticercose e teníase. Mas mesmo com maior desenvoltura nestas enfermidades mais
discutidas no âmbito da saúde pública, ainda é possível observar lacunas importantes entre os ACS, que tem
o papel fundamental de orientar a população principalmente no que diz respeito a profilaxia eficiente destas
zoonoses.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Ao avaliar o conhecimento dos ACS sobre as zoonoses é importante salientar que
existe uma deficiência no conhecimento de fatores importantes como meios de transmissão e principalmen-
3º SIMPIF
te profilaxia das zoonoses. Desta forma torna-se importante o planejamento de ações educativas sobre as
zoonoses, que possibilitem aos agentes comunitários de saúde se tornarem disseminadores de informação e
desta forma agirem ativamente na saúde pública, contribuindo assim para o controle das zoonoses.
Referências
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3º SIMPIF
A toxoplasmose é uma doença de caráter zoonótico de distribuição mundial, causada pelo Toxoplasma gondii,
que é um protozoário capaz de parasitar o homem, animais domésticos e silvestres como hospedeiros inter-
mediários e apenas os membros da Família Felidae, principalmente os felinos domésticos e selvagens como
hospedeiros definitivos. Os animais podem se infectar pelo T. gondii através da ingestão de oocistos esporula-
dos ao consumir alimentos e água contaminados, ingestão de tecidos de animais contendo cistos infectantes
e por transmissão transplacentária (DUBEY e BEATTIE, 1988; MARTINS e VIANA, 1998).
A grande maioria dos estudos publicados relacionados ao T. gondii como causador de enfermidades relaciona-
das a danos reprodutivas foram realizados de forma experimental. Segundo Azevedo et al. (2017), estudos de
observação da dinâmica natural das infecções são de estrema importância, por mostrarem sem interferência
os reais parâmetros relacionados a capacidade de virulência do protozoário. Neste contexto, este trabalho
teve como objetivo avaliar a transmissão vertical do T. gondii em matrizes ovinas naturalmente infectadas no
semiárido brasileiro, monitorando a recrudescência parasitária durante a gestação e a consequente infecção
da progênie.
MATERIAIS E MÉTODOS. Foram selecionadas e coletadas amostras de sangue de 55 matrizes no estágio final
de gestação. Todas as fêmeas, independente do resultado, foram encaminhadas ao setor de Ovinocultura do
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba. Essas matrizes tiveram seu parto acompanha-
do para que no momento do nascimento fossem coletados os soros das suas crias e avaliada a transmissão
vertical do T. gondii.
Imediatamente após o nascimento dos cordeiros, antes da ingestão do colostro, foram coletados 5ml de san-
gue por venopunção jugular. O material foi encaminhado ao Laboratório de Imunologia e Doenças Infectocon-
tagiosas LIDIC – IFPB para a obtenção do soro. Neste momento, as amostras eram alíquotadas em microtubos
e mantidos a -20° C até a realização da RIFI.
Após obtenção do soro, realizou-se a Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) para a pesquisa de anti-
corpos anti-T. gondii. O ponto de corte utilizado foi 1:64, tanto para as matrizes como para os filhotes (GARCIA
et al., 1999). A diluição dos soros foi realizada em microplaca de 96 poços, utilizando 3µL do soro a ser testa-
do e 189µL de solução salina tamponada (PBS) pH 7,2. Após a diluição, foram colocados 20µL sobre lâmina
previamente fixada com taquizoítas e incubados na estufa (37°C por 30 minutos). Após incubação, as lâminas
foram submetidas a três lavagens por imersão em PBS, sendo 10 minutos cada lavagem. Após secagem, a
lâmina foi recoberta por 20µL de conjugado anti-IgG de ovino (molécula inteira, SIGMA, St. Louis, MO, EUA).
O material foi incubado por mais 30 minutos a 37°C em estufa. Após as três lavagens e secagem, as lâminas
foram avaliadas por microscopia de fluorescência com emissão de luz ultravioleta. Sendo consideradas po-
sitivas as amostras que apresentavam fluorescência periférica total dos taquizoítas nas diluições maiores ou
iguais a 1:64.
RESULTADOS. Foram acompanhadas as parições de 55 matrizes ovinas, destas, 30 (54,5%) foram positivas
na RIFI, ponto de corte 1:64. Essas matrizes geraram 69 filhotes, sendo 41 (59,4%) provenientes de mães
positivas e 28 (40,6%) gerados de mães negativas.
Das 41 crias nascidas de matrizes positivas, quatro (9,7%) foram sororeagentes na coleta pré-colostral com
titulação final variando de 1:64 a 1:8128.
A taxa de transmissão vertical observada neste trabalho é considerada baixa quando comparada com o resul-
tado obtido por Azevedo Filho (2016) que em um estudo semelhante, acompanhou a parição de 17 matrizes
ovinas soropositivas para anticorpos anti-T. gondii. Dos cordeiros gerados, observou-se presença de anti-
corpos anti-T. gondii em 38,9% (7/18) no momento pré-colostral, com titulação variando de 1:16 a 1:164,
predominando o título 1: 32 em 57,1% (4/7) dos animais soropositivos. Tal discrepância pode ser justificada
pelo ponto de corte utilizado durante as análises, visto que no trabalho citado adotou-se o ponto de corte 1:8,
ocorrendo assim maior concentração de anticorpos, podendo ter ocorrido reações cruzadas.
A ocorrência da transmissão vertical pode ser fundamentada em duas hipóteses. A infecção das matrizes
pode ter ocorrido no terço final da gestação, visto que as progênies nasceram infectados, mas clinicamente
saudáveis, e infecções no início ou meio da gestação resultam em abortos, natimortalidade e nascimento de
animais debilitados, respectivamente (BUXTON et al., 2006). Outra hipótese aceita é de que as fêmeas já eram
soropositivas antes da concepção, e com a gestação ocorreu recrudescência da infecção latente, levando a
reativação da infecção, permitindo a ocorrência da infecção transplacentária (INNES et al., 2009).
3º SIMPIF
CONSIDERAÇÕES FINAIS. A detecção de anticorpos anti-T. gondii em conceptos indica que a transmissão
vertical é uma importante via de transmissão e manutenção de T. gondii em rebanhos ovinos no semiárido
brasileiro.
Referências
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3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Foram avaliadas amostras de sangue total de 50 cães anêmicos atendidos na Clínica
Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário Adílio Santos de Azevedo do Instituto Federal de Educa-
ção, Ciência e Tecnologia da Paraíba (CMPA/HV-ASA/IFPB), campus Sousa, no período de Maio a Agosto de
2019. De acordo com metodologia descrita por Thrall (2015), procedeu-se a realização da contagem total de
eritrócitos através da diluição de 20µL de sangue em 4mL de solução fisiológica e contagem na câmara de
Neubauer no microscópio (objetiva de 40x). Os animais considerados anêmicos foram os que obtiveram resul-
tados inferiores a 5,5x106 céls/µL e volume globular (VG) inferior a 37%, obtidos através do preenchimento
de um capilar sanguíneo e determinado pelo método de microhematócrito, a 1.200 rpm a 5 minutos e obser-
vando o resultado através de um leitor próprio de acordo com metodologia descrita por Drummond (2013).
As amostras dos cães foram avaliadas independentemente de sexo, raça e idade.
RESULTADOS. Após avaliação hematológica, os animais com VG entre 37% e 26% foram considerados com
anemia leve; 25% a 13% anemia moderada e inferior a 13% anemia grave. Entre os 50 cães avaliados, os
resultados hematológicos obtidos revelaram que 66% (33/50) possuíam anemia leve; 32% (16/50) anemia
moderada e 2% (1/50) anemia grave. Os animais utilizados por Araújo et al. (2015), D’Avila (2011), Gonçal-
ves et al. (2014) e Ugá (2018) também mostraram grande percentual de animais com anemias leve, possivel-
mente pelo fato de os mecanismos compensatórios para falta de oxigenação tecidual serem suficientes para
o animal não desenvolver a sintomatologia clínica de anemia. Em trabalho realizado por Paes et al. (2014)
avaliando cadelas com piometra, 80% apresentaram anemias leve e moderada. Bogartz (2014) em sua pes-
quisa também teve resultados maiores de anemia leve, e esse fato se deve normalmente a estarem associadas
a neoplasias, infecções, traumatismos ou doenças inflamatórias. A autora ainda sugere que pacientes com
anemia moderada podem estar relacionados a neoplasias ulceradas ou fraturas expostas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluiu-se que os animais atendidos no Hospital Veterinário do Instituto Fede-
ral, campus Sousa, em sua maioria, possuem anemia classificada de acordo com a severidade em grau leve
(66%), provavelmente devido à compensação do organismo em combater a hipóxia, fazendo com que os
animais não desenvolvam sintomatologia clínica de enfermidades. A mensuração do Volume Globular é uma
técnica rápida e prática ao clínico, para tratamento emergencial, porém recomenda-se realizar em paralelo
outras avaliações hematológicas possibilitando o diagnóstico específico da doença base para assim estabe-
lecer a correta conduta diante do paciente, mostrando assim a importância da solicitação de hemogramas
complementares a rotina clínica.
Referências
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THRALL, Mary Anna. Hematologia e bioquímica clínica veterinária. 2a ed. Editora Roca, 1590p. 2015.
Carcinoma cribiforme é descrito como tipo histológico frequente na espécie felina (COSTA, 2010) e geralmen-
te está associado a um prognóstico desfavorável, devido a característica infiltrativa, elevada taxa mitótica e
alto percentual de metástase. Em virtude dessas características, o diagnóstico precoce é fundamental para o
tempo de sobrevida do paciente (GIMÉNEZ et al., 2010). Portanto, objetiva-se descrever os aspectos clínicos,
epidemiológicos e anatomopatológicos de um caso de carcinoma cribriforme metastático emfelino, diagnosti-
cado no Hospital Veterinário Adílio Santos de Azevedo do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia
da Paraíba, Campus Sousa-PB.
MATERIAL E MÉTODOS. Os dados epidemiológicos e clínicos foram retirados da ficha de atendimento da Clí-
nica Médica de Pequenos (CMPA) e da Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais (CCPA) do HV ASA. Foi reali-
zado tratamento clínico e cirúrgico para retirada da cadeia mamária, mas o animal não resistiu e morreu. O
mesmo foi encaminhado para o Laboratório de Patologia Animal do HV ASA para realização da necropsia. Na
necropsia foram coletados fragmentos de todos os órgãos e sistema nervoso central, fixados em formol 10
% tamponado e em seguida processados rotineiramente para avaliação histopatológica e as lâminas coradas
em Hematoxilina e Eosina.
RESULTADOS. Um gato, fêmea, sem raça definida (SRD), 12 anos de idade, foi atendido no HV ASA apresen-
tando aumento de volume na glândula mamária há aproximadamente três anos. Na avaliação clínica observou-
-se nódulos na cadeia mamária, acometendo bilateralmente as mamas torácicas, abdominais e inguinais. Na
glândula mamária inguinal havia um nódulo com área ulcerada que drenava secreção purulenta. O proprietário
informou que utilizava, há cerca de oito anos contraceptivos. O diagnóstico clínico foi neoplasia mamária. Foi
instituído o tratamento inicialmente com cetoprofeno e cloridrato de tramadol, suplemento vitamínico e lim-
peza da área ulcerada com soro fisiológico, além de aplicação de pomada cicatrizante. Em seguida o animal
foi encaminhado para cirurgia para remoção dos nódulos. O animal foi pré-medicado e logo após a intubação,
apresentou apnéia e edema pulmonar, com grande produção de secreção, e em seguida teve parada cardior-
respiratória. Para reanimação foi realizada massagem cardíaca, ventilação mecânica e cinco aplicações de
adrenalina, mas não obteve-se sucesso e o animal morreu. Na necropsia, as principais lesões macroscópicas
eram na glândula mamária, que apresentou múltiplos nódulos variando de 0,1 a 3 cm de diâmetro, firmes,
esbranquiçados e, às vezes, amarelados, que infiltravam ao tecido subcutâneo adjacente e o útero estava
aumentados de tamanho com vasos congestos. No baço e fígado também foram observados nódulos multi-
focais esbranquiçados e elevados da superfície capsular que ao corte, aprofundavam-se ao parênquima he-
pático e esplênico. . Histologicamente, observou-se na glândula mamária massa tumoral densamente celular,
parcialmente encapsulada por fina cápsula de tecido conjuntivo, composta por células epiteliais disposta em
ninhos ou túbulos apoiadas em moderado estroma fibrovascular. As células neoplásicas variavam de cúbicas
a ovaladas com citoplasma escasso, eosinofílico e pouco delimitado. Os núcleos eram grandes variavam de
redondo a ovalado com cromatina pontilha e um ou mais nucléolos grandes e centrais evidentes. O pleomor-
fismo era moderado caracterizado por anisocitose. As mitoses eram frequentes, cerca de duas a cinco mitoses
por campo de maior aumento (400x). No centro de alguns ninhos neoplásicos foram vistas áreas de necrose.
Na luz de vasos sanguíneos havia células neoplásicas (êmbolos tumorais). Observou-se também, acentuado
infiltrado inflamatório constituído por plasmócitos, linfócitos e macrófagos em meio à massa tumoral. No
baço, observou-se áreas multifocais aleatórias de células neoplásicas, formando túbulos, por vezes ninhos,e
no fígado, células neoplásicas formando grandes ninhos, por vezes, associados a extensas áreas de necrose
central, lesões semelhantes ao encontrado na glândula mamária. O diagnóstico de carcinoma cribiforme me-
tástico foi realizado com base nos achados clínicos e anatomopatológicos. Os múltiplos nódulos brancacentos
são semelhantes aos descritos por Togni et al. (2013), entretanto no caso em questão a consistência difere do
encontrado pelo referido trabalho, onde se verificou a presença de áreas friáveis ao invés de firmes. Nódulos
de tamanho igual ou superior a 2 cm geralmente apresentam prognóstico mais desfavorável quando compa-
rado a neoplasias de menor dimensão (ALVES, 2014) e a invasão estromal e possíveis metástases na hora da
cirurgia (MINOVICH et al., 2002). Histologicamente, no padrão cribiforme há formação de múltiplos lúmens
de tamanho reduzido, delimitados por células epiteliais neoplásicos, que se dispõe segundo um padrão sóli-
do, formando pequenas aberturas que conferem ao tumor aparência de peneira ou crivo (SANTOS & ALESSI,
2011; COSTA, 2010). A administração de contraceptivos é um fator crucial para o desenvolvimento de neopla-
sia mamárias, tendo em vista que a progesterona exógena em cães e gatos estimula a síntese de hormônio do
crescimento na glândula mamária, com isso gera a proliferação lóbulo-alveolar e consequente hiperplasia de
elementos mioepiteliais e secretórios (TOGNI, 2013). Com relação a metástase, diversos autores descrevem
linfonodos e pulmão como principais sítios, mas pele, encéfalo, pleura, fígado, adrenal, coração, diafragma,
rins e baço como órgãos acometidos (TOGNI et al., 2013). De acordo com Costa (2010), os carcinomas cri-
biformes são mais comuns em gatos e, geralmente, acomete animais de idade adulta e idosa, entre 5 a 16
3º SIMPIF
anos de idade (TOGNI et al., 2013), a faixa etária do presente caso está dentro desse intervalo. As neoplasias
mamárias podem acometer qualquer raça, entretanto os felinos da raça siamês são mais predispostos a for-
mação de tumores mamários (DALECK e DE NARDI, 2016; ALVES, 2014), o que difere do caso relatado. Gatas
inteiras são mais predispostas a tumores mamários, sendo a ovariohisterectomia é uma importante medida
de prevenção de neoplasias mamárias nas diferentes espécies. Nesse caso, acredita-se que o uso contínuo de
contraceptivos, a idade e a não adesão à técnica cirúrgica de ovariohisterectomia possam ter contribuído para
a formação do carcinoma cribiforme.
AGRADECIMENTOS. Agradecemos ao PIBICT da Chamada Interconecta IFPB – Nº 01/2016 pelo apoio finan-
ceiro e incentivo para o desenvolvimento dessa pesquisa.
Referências
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3º SIMPIF
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los, unhas e cascos para seu desenvolvimento.Microsporumgypseum pode ser transmitido por contato direto
com animais ou seres humanos susceptíveis, sendo considerado zoonótico, porém, apresentam alta infectibi-
lidade com baixa virulência e patogenicidade (CABNES et al 1997).Os felinos são os principais carreadores de
fungos dermatófitos, por serem assintomáticos, demonstrando sintomatologia clínica em casos de redução de
imunidade (SOUSA et al 2003).
Os sinais clínicos encontrados em animais que apresentam dermatofitose são hipotricose, alopecia, desca-
mação e presença de crostas (DEBOER e MORIELLO, 2006). Para se chegar a um diagnóstico é necessário
associar os sinais clínicos que o animal apresenta com exames complementares através de cultura fúngica
(BRILHANTE et al., 2003). O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de dermatofitose em um felino, causa-
do pelo fungo M. gypseum no Hospital Veterinário (HV) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
da Paraíba (IFPB), campus Sousa-PB.
MATERIAL E MÉTODOS. Foi atendido no HV/ IFPB, um felino, fêmea, adulto, sem raça definida. Animal foi
resgatado da rua e conduzido para atendimento clínico apresentando lesões crostosas em região nasal e
auricular. Optou-se por realizar coleta de material através de raspado cutâneo sobre o local lesionado, com
auxílio de bisturi e coletor estéril devidamente identificado, solicitando posterior pesquisa de ácaros. O ma-
terial para a pesquisa de ácaros foi submetido ao Laboratório de Parasitologia Veterinária (LPV), e o material
para o isolamento fúngico foi submetido ao Laboratório de Imunologia e Doenças Infectocontagiosas (LIDIC),
ambos do HV/ IFPB, campus Sousa.
A pesquisa para ácaros foi realizada com material sobreposto em lâmina e observado em microscópio e, pos-
teriormente, submetido a cultivo fúngico. O cultivo fúngico foi realizado em placa de Petri em meio de cultura
ágar saboraud, sendo encubado por 21 dias a 25 ºC, com observação diária para avaliar crescimento de colô-
nias fúngicas e suas características morfológicas, de acordo com Sidrim e Rocha(2004).
RESULTADOS. Não foi observada a presença de ácaros causadores de sarna no exame microscópico direto.
Em cultivo fúngico foi possível observar textura, topografia e crescimento de colônias caracterizadas por uma
superfície plana, com bordas irregulares e extremidades granulares, conferindo aspecto semelhante a areia
de praia, de coloração amarelo rosado e crescimento radial.Foi possível observar também macroconídeos em
forma de canoa em grande número, de formado fusiforme, simétricos, com parede fina e pontas são arredon-
dadas.
O material do cultivo fúngico foi disposto em lâminas e encaminhado para posterior leitura em microscopia,
onde, foi possível observar hifas septadas e microconídios de parede fina com presença de macronídeos su-
gestivos para a espécie M.gypseum. Em pesquisa avaliando a frequência de dermatopatias fúngicas e parasi-
tárias em pequenos animais atendidos no HV/ IFPB, Valêncio et al. (2018) observaram que, dentre os felinos
avaliados, apenas três (17,6%; 3/17) apresentaram positividade para fungos, sendo que dois (66,6%;2/3)
apresentaram M. gypseum, sendo um ocorrendo em associação ao ácaro de sarna Notoedrescati. O outro fe-
line apresentou infecção por Microsporum canis. Estes resultados não corroboram com os apresentados por
Nweze (2011), que avaliaram 47 felinos, e 53,2% foram positivos por M. canis. Os dados podem ter divergido
devido ao número de animais avaliados em ambos os estudos.
Após o diagnóstico foi prescrita a medicação a base de cetoconazol pomada, uso diário por 15 dias. O animal
retornou para a consulta 15 dias após o tratamento prescrito e apresentava recuperação clínica das lesões
cutâneas.
CONCLUSÃO. Concluiu-se que felinos podem ser acometidos por M. gypseumno no Alto Sertão Paraibano, com
características clínicas semelhantes a outras dermatopatias. É importante a identificação correta do agente
por tratar-se de uma zoonose, para um eficaz tratamento e combate ao agente, proporcionando higidez ao
paciente e eliminação do foco de infecção, protegendo população humana e animal.
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3º SIMPIF
Em cavalos e bovinos, as lesões mais comuns se localizam na cabeça, pescoço, lombo, paleta e garupa, po-
dendo ainda estarem limitadas à face caudal da região da quartela, porém com menos frequência. Em algumas
situações, a manifestação inicial da enfermidade ocorre de maneira similar à urticária, com os pêlos nas re-
giões afetadas permanecendo eretos. Este quadro pode, em alguns casos, ser acompanhado por contamina-
ção bacteriana secundária. Contudo, muito rapidamente as lesões criam áreas definidamente demarcadas de
perda de pêlos, descamação e formação de crostas (SMITH, 2006). As lesões progridem quando há condições
ambientais favoráveis ao crescimento micelial, como atmosfera quente e úmida e pH da pele ligeiramente
alcalino (LOPES, et al., 2009).
Para que a doença se manifeste, geralmente é necessária agressão prévia à pele, mesmo que seja de baixa
intensidade (PILSWORTH e KNOTTENBELT, 2007). Além disso, o estabelecimento da doença é dependente
da capacidade do dermatófitos em superar as barreiras imunes inatas da pele e se ligar ao hospedeiro, para
obtenção dos nutrientes necessários para sua sobrevivência (PERES et al., 2010).
As dermatopatias em equinos são consideradas um desafio diagnóstico, devido à limitada capacidade da pele
em responder de diferentes formas aos diversos estímulos a que é submetida, e assim, apresentar sinais clí-
nicos similares (KNOTTENBELT, 2012). Portanto, para a realização do diagnóstico definitivo é imprescindível a
realização de exames complementares.
Os exames complementares utilizados para diagnóstico definitivo das dermatofitoses são a avaliação da fluo-
rescência do pêlo com auxílio da lâmpada de Wood; a tricografia, para a realização dos exames parasitoló-
gico e micológico diretos; a cultura fúngica do pelame e, mais raramente, o exame histopatológico mediante
biópsia cutânea. Nos equinos, a avaliação micológica direta e a cultura fúngica possuem maior indicação de
utilização, pois as principais espécies fúngicas que acometem esses animais não apresentam fluorescência
sob a incidência da luz ultravioleta (KNOTTEMBELT, 2012).
O presente trabalho teve por objetivo relatar um caso de dermatofitose em um equino no município de Sousa,
Paraíba, diagnosticado através de achados clínicos e laboratoriais de isolamento fúngico.
MATERIAIS E MÉTODOS. Foi atendido no Hospital Veterinário (HV) do Instituto Federal da Paraíba (IFPB),
campus Sousa-PB, um animal da espécie equina, fêmea, nove anos de idade, sem padrão de raça definido. O
animal foi ao atendimento para avaliação de prenhez. Porém, foi informado no momento da anamnese pelo
proprietário que há aproximadamente um ano, logo após a aquisição do animal, ele iniciou a observação
de áreas de alopecia na região do dorso, que nunca regrediram. Foi feito a coleta do material através do
raspado cutâneo das bordas das lesões (pêlos e crostas), com o auxilio de uma lâmina de bisturi, e acon-
dicionados em um recipiente identificado e mandado para análise no Laboratório de Imunologia e Doenças
Infectocontagiosas (LIDIC).
Foi feita a pesquisa de ácaros de sarnas, em concomitância ao exame micológico direto, com a utilização do
material em uma lâmina sobreposta com uma lamínula e observado no microscópio. Em seguida, o material
foi submetido ao isolamento fúngico em placas de petri com agár sabouraud, incubadas durante 21 dias a 25
°C, sendo feita a inspeção diária para avaliação das características de crescimento das colônias. Após o pe-
ríodo de incubação, as colônias crescidas foram analisadas quanto a suas características macromorfológicas
e micromorfológicas.
RESULTADOS. No exame de pesquisa de sarnas a amostra foi negativa. No exame micológico direto, os pelos
apresentaram lesões características de dermatófitos, como a presença de endotrix. A amostra foi sugestiva
para dermatófitos. No cultivo fúngico, após o período de incubação de 21 dias, houve o crescimento de cultura
de colônias aveludadas de coloração esbranquiçada. Na micromorfologia foram observadas escassas estru-
turas de microconídeos, clamidósporos em cadeia e macroconídeos, confimando se tratar de T. verrucosum.
Silveira (2003), trabalhando com a verificação de T. verrucosum em bovinos com peles hígidas relacionando
com a sazonalidade, sexo, e idade, verificou também no isolamento estruturas semelhante de T. verrucosum,
nos quais houve crescimento de colônias de cor branca ou ocre, cerebriforme ou pregueada, cérea e glabrosa
e no exame micromorfológico foi observada a presença de grande quantidade de clamidósporos em cadeia.
Após o resultado, o animal recebeu o tratamento com antifúngico a base de cetoconazol, em pomada, aplica-
ção diária por 30 dias. O proprietário relatou que o animal obteve recuperação dos sinais após o tratamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluiu-se que equinos no Sertão Paraibano podem ser infectados por T. verru-
cosum, sendo que, para o seu diagnóstico, é necessário a correta colheita de informações na anamnese, bem
3º SIMPIF
como achados clínicos de lesões em pele que não cicatrizam, associado a corretos métodos de diagnóstico,
como a análise micológica direta, como triagem, e o cultivo fúngico, como confirmatório para a determinação
da espécie de dermatófito atuante na infecção.
O diagnóstico preciso foi essencial para o correto protocolo terapêutico com cetoconazol pomada, resultando
em cura das lesões no paciente.
Referências
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PERES, N.T.A., MARANHÃO, F.C.A., ROSSI, A., et al. Dermatófitos: interação patógeno-hospedeiro e resistência
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SMITH, B.P. In: Tratado de medicina interna de grandes animais. São Paulo: Manole, Cap.36, p.1736, 2006.
3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Os dados epidemiológicos e clínicos foram coletados das fichas de biópsias de am-
bos os animais. Fragmentos de pele fixados em formol tamponado a 10% de dois cães, foram encaminhados
para o LPA do HV-ASA, do IFPB, Campus Sousa, Paraíba para avaliação histopatológica. As amostras foram
clivadas, processadas rotineiramente, seccionadas em 3µm, coradas por hematoxilina e eosina (HE). Em se-
guida, secções histológicas das amostras foram selecionadas e submetidas à coloração especial de Azul de
Toluidina.
RESULTADOS. Foram recebidos dois fragmentos de biópsia de cães atendidos em clínica particular do mu-
nicípio de Ipaumirim, Ceará. O Fragmento A era de um cão macho, com um ano idade, sem raça definida
(SRD), que apresentava nódulo cutâneo, em face medial do membro pélvico direito, com evolução de apro-
ximadamente dois meses. Segundo o tutor, esse nódulo possuía inicialmente superfície lisa e brilhante e,
posteriormente, ulcerou após tratamento com iodo antisséptico, deixando fluir conteúdo purulento. Macros-
copicamente, verificou-se placa de 1,5 x 1,2 x 0,5 cm, com área focal ulcerada de 0,8 x 0,7 cm, de superfície
irregular, com áreas amareladas intercaladas por áreas multifocais avermelhadas. Ao corte, era firme, elástica
e com superfície de corte difusamente esbranquiçada. O Fragmento B era de um cão macho, de 10 anos de
idade, sem raça definida, que há 20 dias apresentava nódulo cutâneo adjacente ao prepúcio. Na avaliação
macroscópica observou-se placa, de 4,5 x 4,5 x 3 cm, com área central ulcerada e protrusa, de 2,5 x 2,5 x
1,3 cm. Ao corte, era firme, elástica, com superfície de corte esbranquiçada, lisa e pouco delimitada. Micros-
copicamente, as lesões foram semelhantes em ambos os fragmentos e caracterizaram-se por massa tumoral
densamente celular, não encapsulada, infiltrativa e ulcerada. As células eram redondas a ovais, dispostas em
manto ou cordões, sustentadas por discreto a moderado estroma fibrovascular, estendendo-se desde a derme
superficial até a derme profunda. Essas células eram compostas por citoplasma escasso, eosinofílico e pouco
delimitado. Os núcleos eram médios, redondos a ovalados, formados por cromatina frouxa a condensada,
contendo um nucléolo evidente (Cão A) ou múltiplos nucléolos proeminentes (Cão B). O pleomorfismo era
moderado. No Cão A observaram-se raras mitoses (0 a 1 por campo de maior aumento [400x]) e ocasionais
eosinófilos, enquanto que no Cão B havia numerosas mitoses atípicas (1 a 13 por campo de maior aumento
[400x]), com moderada colagenólise. Ambos os fragmentos demonstraram área focalmente extensa na epi-
derme adjacente a neoplasia, recoberta por material necrótico associado a áreas de congestão e hemorragia.
Na coloração histoquímica de Azul de Toluidina observavam-se moderada (Cão A) a pequena quantidade (Cão
B) de células neoplásicas, com citoplasma repleto por variados grânulos anfofílicos. Com base nos achados
clínicos, epidemiológicos, macroscópicos e microscópicos realizou-se o diagnóstico de mastocitoma grau II/
alto grau no Cão A e grau III/alto grau no Cão B. A graduação histopatológica dos mastocitomas foi realizada
baseada na classificação de Patnaik et al. (1984) e Kiupel et al. (2011). As células moderadamente diferen-
ciadas, com pouca granulação citoplasmática e baixa taxa mitótica, observadas no fragmento A, permitiram
classificá-lo como tendo moderada malignidade. No fragmento B, foram observadas células pobremente dife-
renciadas, contendo nucléolos proeminentes e rara granulação citoplasmática junto a moderada quantidade
de mitoses atípicas, caracterizando essa neoplasia como tendo alta malignidade. Fatores como localização,
3º SIMPIF
idade, raça, sexo, período de evolução, sinais clínicos associados à neoplasia, tamanho do tumor, presença de
síndromes paraneoplásicas e estadiamento clínico, podem influenciar o prognóstico. Entretanto, a graduação
histopatológica é considerada o fator de maior precisão (WELLE et al., 2008; SOUZA et al., 2018). Desse modo,
o diagnóstico precoce torna-se ainda mais importante, pois poderá determinar o sucesso terapêutico, con-
forme ocorreram nesses dois casos. Segundo Souza et al. (2018), de 192 mastocitomas estudados, os cães
SRD e com idade variando entre sete e 11 anos foram os mais acometidos. Embora ambos os animais desse
relato sejam SRD, a raça não foi considerada como um fator predisponente, pois a mesma é muito prevalente
em nossa região. Todavia, para o Cão B, a idade foi considerada um fator relevante para o desenvolvimento
da neoplasia. Adicionalmente, segundo Melo et al. (2013), os mastocitomas de crescimento em leito un-
gueal, escroto, prepúcio e focinho são mais agressivos, como observado no Cão B. É importante incluir como
diagnósticos diferenciais para mastocitoma, outras neoplasias que apresentam características macroscópicas
semelhantes, como linfoma, plasmocitoma, histiocitoma, tumor venéreo transmissível, sarcoma histiocítico,
tumor de células de Merkel e melanoma (GROSS et al., 2009).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Conclui-se que a graduação histológica dos mastocitomas cutâneos em cães é
uma importante ferramenta para a determinação do prognóstico, auxiliando médicos veterinários clínicos na
condução de seus pacientes.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao PIBICT da Chamada Interconecta IFPB – Nº 01/2016 pelo apoio finan-
ceiro e incentivo para o desenvolvimento dessa pesquisa.
Referências
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Brasileira, n.32, v.10, p.1037-1040, 2012.
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GROSS, T.L et al. Doenças de pele do cão e do gato: Diagnóstico clínico e histopatológico. 2 ed. Editora Roca
Ltda. São Paulo, p.889, 2009.
KIUPEL, M. et al. Proposal of a 2-tier histologic grading system for canine cutaneous mast cell tumors to more
accurately predict biological behavior. Veterinary Pathology, n.48, p.147, 2011.
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Medicina Veterinária, n.11, p.38-43, 2013.
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PALMA, H.E. et al. Mastocitoma cutâneo canino – Revisão. Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária
- Pequenos Animais e Animais de Estimação, n.7, v.23, p.523-528, 2009.
PATNAIK, A.K.; EHLER, W.J.; MACEWEN, E.G. Canine Cutaneous Mast Cell Tumor: Morphologic Grading and
Survival Time in 83 dogs. Veterinary Pathology, n.21, 1984. p. 469-474.
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SOUZA, A.C. et al. Mastocitoma cutâneo canino: estudo retrospectivo dos casos atendidos pelo Serviço de
Oncologia do Hospital Veterinário da FCAV-Unesp, Campus Jaboticabal, de 2005 a 2015. Pesquisa Veterinária
Brasileira, n.38, v.9, p.1808-1817, 2018.
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WELLE, M.M. et al. Canine mast cell tumours: a review of the pathogenesis, clinical features, pathology and
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Thais Ferreira Feitosa INTRODUÇÃO. Os cervídeos (família Cervidae), assim como os demais
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representantes da subordem Ruminatia, apresentam estômagos com-
plexos, divididos em quatro câmaras (rúmen, retículo, omaso e abo-
Vinícius Longo Ribeiro Vilela maso), que possibilitam a digestão da celulose (VOGLIOTTI, 2008).
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O veado-catingueiro (Mazama gouazoubira) é uma pequena espécie
de cervídeo, pertencente à ordem Artiodactyla, pesando em torno de
20 kg, com altura média na cernelha de 50 cm. A coloração geral dos
indivíduos é extremamente variável, podendo ir do cinza escuro até
o marrom avermelhado (DUARTE et al., 2012). Os machos possuem
chifres pequenos e simples, com cerca de sete centímetros de altura
(MARQUES et al., 2007). É o cervídeo mais abundante na América do
Sul, presente em uma vasta diversidade de habitats. No Brasil, pode
ser encontrado desde áreas antropizadas, até cerrado fechado, ou áreas ocupadas pela agricultura, sendo
uma espécie que se adapta a ambientes modificados (VOGLIOTTI, 2003; DUARTE et al., 2006).
O gênero Cystoisospora pertence à família Sarcocystidae da ordem Eucoccidiorina e a infecção ocorre após a
ingestão de oocistos esporulados contidos nas fezes ou através da ingestão de tecidos infectados, seus hos-
pedeiros definitivos compreedem os cães, gatos e porcos (URQUHART et al., 1998).
O conhecimento relacionado aos microrganismos infecciosos é importante para que cervídeos mantidos em
cativeiro não sejam portadores, nem carreadores de patógenos, no que diz respeito ao trânsito de animais
entre zoológicos e estações de reprodução (SILVEIRA et al., 2011). Desta forma, o objetivo deste estudo foi
relatar infecções por Cystoisospora spp. em veados-catingueiros (M. gouazoubira) mantidos em reserva con-
servacionista no município de Sousa, Paraíba.
MATERIAIS E MÉTODOS. Esta pesquisa recebeu autorização de execução pelo Sistema de Autorização e Infor-
mação em Biodiversidade - SISBIO (Registro nº 68549-1) para a coleta de material biológico e para a realiza-
ção de pesquisa em unidade fora de conservação federal.
Foram colhidas amostras de fezes diretamente da ampola retal de sete veados-catingueiros (M. gouazoubira),
sendo um macho adulto, três fêmeas adultas e três filhotes, oriundos de uma propriedade conservacionista
localizada no Município de Sousa, Paraíba. Estas amostras foram armazenadas em sacos coletores, acondicio-
nadas em caixa térmica com gelo e submetidas para análises no Laboratório de Parasitologia Veterinária (LPV)
do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), campus Sousa-PB.
Foram realizados os métodos de sedimentação espontânea, de acordo com Hoffmann, Pons e Janer (1934),
contagem de ovos por grama de fezes (OPG) e contagem de oocistos por grama de fezes (OoPG), de acordo
com Gordon e Whitlock (1939).
Para a esporulação de coccídios, adicionou-se dicromato de potássio 2,5%, sendo as amostras acondiciona-
das em estufa B.O.D. a 28ºC, por 72 horas. Após esse período, foram realizadas novas análises fecais para a
busca de protozoários entéricos, procedendo-se a técnica de centrífugo-flutuação em solução de sacarose
(BOWMAN et al., 2010).
Foi preenchido um formulário epidemiológico para a coleta de informações referentes ao manejo sanitário e
alimentar dos animais, a fim de traçar estratégias de controle e profilaxia para a correção dos casos de diarreia.
RESULTADOS. As amostras fecais de todos os animais foram positivas para a Superfamília Trichostrongy-
loidea, com média de OPG de 200 ± 100. Pelo OoPG, foi observada a presença de oocistos de coccídios em
todas as amostras, com infecção média de 1500 ± 300. Após a esporulação dos oocistos, foi constatada
microscopicamente a presença do gênero Cystoisospora, com a utilização de objetiva de 40 X, observaram-se
coccídeos cuja morfologia apresentava dois esporocistos, cada qual com quatro esporozoítos em seu interior.
Em um animal, fêmea, adulta, aproximadamente dois anos de idade, foi observada magreza, apatia, inapetên-
cia, desidratação e histórico de diarreia intermitente há dez dias, sinais clínicos condizentes com coccidioses.
O animal vinha sendo medicado com cloridrato de levamisol 5% (5mg/ kg, duas doses), sem melhora do
seu quadro clínico. O animal estava em uma área de 0,2 ha, juntamente com outros animais da mesma es-
pécie, além de animais de espécies tanto silvestres como também animais domésticos, a exemplo de ovinos,
caprinos e bovinos, não havendo corredor de isolamento entre eles. Sua alimentação baseava-se em ração
industrializada para equino em cochos improvisados, frutas em decomposição eram ofertadas no chão, e o
bebedouro era inapropriado e sem higienização. Foi separada dos demais para realização da avaliação clínica
específica, onde se verificou que não havia sinais de ectoparasitos e mucosas pouco coradas.
Desta forma, por apresentar alta infecção por este parasito (OoPG 1800) e sintomatologia condizente, este
animal foi diagnosticado com Cistoisosporose. Vilela et al. (2017) relataram pela primeira vez o parasitismo
por Cystoisospora spp. em búfalos, no Brasil. Entretanto, não há relatos em pequenos ruminantes, tão pouco
em cervídeos silvestres, sendo este o primeiro relato da infecção por Cystoisospora spp. em M. gouazoubira.
Com o resultado dos exames, nova visita foi efetuada na propriedade para sugestão das correções dos erros
no manejo sanitário e alimentar, de acordo com as orientações de Duarte et al. (2006). Foi instituído o trata-
mento para coccidiose, utilizando sulfametoxazol com trimetoprim (50g/ 50L), diluído em água, durante sete
dias. Após dez dias da instituição do tratamento outra visita foi feita e o animal apresentava-se recuperado de
sua sintomatologia clínica, amostras foram coletadas de todos os animais, para realização da OoPG e todos
apresentavam-se negativos para coccídios, resultando em um tratamento efetivo.
Sulfametoxazol e Trimetoprim (50g/ 50L), administrado via oral, por sete dias, aliado ao correto manejo ali-
mentar e recintos adequados foi efetivo no controle dessa enfermidade.
Referências
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3º SIMPIF
Felicola subrostratus faz parte da família Trichodectidae, possui aparelho bucal mastigador e tem sido descri-
to como um ectoparasita específico de felinos domésticos (Felis catus), no entanto é incomum a ocorrência
de infestações por esse ectoparasita (URQUHART, 1996). Menacanthus stramineus é considerado um piolho
mastigador que parasita a galinha doméstica (Gallus gallus), considerado a espécie de piolho que causa maio-
res danos à avicultura (GUIMARÃES et al., 2001).
São insipientes os trabalhos referentes ao parasitismo de felinos por F. subrostratus, e ao parasitismo de cães
por M. stramineus. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo relatar a ocorrência de infestação por
F. subrostratus em um felino doméstico, e duas infestações atípicas por M. stramineus em cães domésticos,
contribuindo, assim, para o estudo da epidemiologia dessa ectoparasitose.
MATERIAIS E MÉTODOS. Foram coletados exemplares de piolhos de três animais atendidos no Hospital Vete-
rinário do Instituto Federal da Paraíba (HV-IFPB) Campus Sousa, para identificação morfológica e realizados
raspados cutâneos para pesquisa de ácaros de todos os animais. As amostras foram encaminhadas ao La-
boratório de Parasitologia Veterinária (LPV) do HV-IFPB, as quais foram observados ao exame microscópico
direto entre lâmina e lamínula (aumento de 100x).
Um felino (Animal 1) e os dois cães (Animais 2 e 3) foram atendidos no HV-IFPB Campus Sousa. O animal 1
era macho, sem raça definida (SRD), 1,5kg, com aproximadamente 6 meses de idade, havia sido resgatado
da rua há 20 dias e apresentava áreas de hipotricose em região abdominal e membro pélvico esquerdo. O
animal 2 era uma cadela, SRD, fêmea, 1kg, com idade aproximada de 30 dias, e ao exame físico, apresentava
mucosas pálidas, pústulas e lesões crostosas na região ventral, áreas de hipotricose e presença de piolhos por
toda extensão corporal. O animal 3 era SRD, macho, com aproximadamente três meses de idade, havia sido
resgatado da rua, apresentava apatia, anorexia, mucosas pálidas, prurido e grande quantidade de piolhos por
todo o corpo.
RESULTADOS. No raspado cutâneo do animal 1 foi possível observar a presença de piolhos da espécie F.
subrostratus e presença de ovos aderidos aos pelos. Todos os piolhos identificados pertenciam a classe de
piolhos Malophaga, que se tratam de parasitos com peça bucal adaptadas à mastigação. Neste caso espe-
cificamente, a identificação do ectoparasito foi um achado laboratorial, pois não foi observado a presença
de piolhos durante a avaliação clínica, assim como o tutor não mencionava alterações dermatológicas. Isso
provavelmente ocorreu devido ao fato do animal apresentar um nível baixo de infestação ou estar recém-pa-
rasitado (ARGUS et al., 2016). A infestação de felinos por esse piolho pode estar relacionada com o manejo
inadequado no que se refere às condições higiênico-sanitárias (CAPÁRI et al., 2013), tal fator, corrobora com
os dados epidemiológicos obtidos desse animal, pois se tratava de um animal errante, recém resgatado.
Após a observação dos exemplares de piolhos dos animais 2 e 3, identificou-se a espécie M. stramineus,
cujo hospedeiro definitivo é a galinha doméstica. Não existem dados na literatura sobre o parasitismo por
essa espécie em cães. Na avicultura, esse ectoparasito causa severa irritação e inflamação da pele das aves,
quando ocorre infestação de maior intensidade, é observado perda de peso, atraso no desenvolvimento,
queda na taxa de postura e até mesmo a morte, além disso a debicagem é um fator que favorece à ocorrência
desse ectoparasito em galinhas pois os animais perdem a capacidade de retirar o parasito do corpo com o
bico (MULLENS et al., 2010). M. stramineus é considerado um piolho mastigador, ainda assim, é capaz de
causar anemia em galinhas, conforme observado por Prelezov et al. (2002) em galinhas experimentalmente
infestadas, detectando valores indicativos de anemia normocrômica. Tal alteração nos cães podem ser justi-
ficados pelo estresse que o ectoparasito causa, levando assim à diminuição na ingestão de nutrientes, mais
especificamente, deficiência de ácido fólico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. De acordo com os dados epidemiológicos obtidos neste estudo, a infestação por F.
subrostratus em gato e M. stramineus em cães, ocorre em animais jovens, expostos a deficientes condições
sanitárias. O diagnóstico de pediculose é realizado de forma simples e rápida através da identificação dos
agentes em microscopia.
Apesar dos piolhos apresentarem hospedeiros específicos, este trabalho mostrou que esse ectoparasita pode
parasitar outras espécies animais de forma acidental. A pediculose é uma afecção incomum e que muitas
vezes passa despercebida pelos clínicos veterinários, no entanto, deve-se manter a atenção nessa ectoparasi-
tose, visto que as manifestações clínicas podem ser confundidas com outras dermatopatias.
Referências
3º SIMPIF
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3º SIMPIF
Em estudo realizado por Goncalves et al (2001), pneumonia intersticial e broncopneumonias foram respon-
sáveis por 8,7% e 9,8% das doenças do sistema respiratório de bovinos, respectivamente. Considerando a
importância dessa patologia, objetiva-se descrever os aspectos epidemiológicos, clínicos e patológicos de um
caso de pneumonia broncointersticial em um bovino jovem diagnosticado no Hospital Veterinário Adílio Santos
Azevedo (HVASA).
MATERIAL E MÉTODOS. Os dados epidemiológicos e clínicos foram retirados da ficha de atendimento da Clíni-
ca Médica e Cirúrgica de Grandes Animais (CMGA) do HVASA. Foi realizado tratamento terapêutico, mas não
se obteve sucesso e o animal morreu. O mesmo foi encaminhado para o Laboratório de Patologia Animal do
HVASA para realização da necropsia. Na necropsia foram coletados fragmentos de órgãos da cavidade torá-
cica abdominal e sistema nervoso central, fixados em formol a 10 % tamponado e em seguida processados
rotineiramente para avaliação histopatológica e lâminas coradas com Hematoxilina e Eosina.
RESULTADOS. Um bovino, fêmea, sem raça definida, três meses de idade, deu entrado no HV ASA apresentan-
do tosse e dificuldade respiratória há aproximadamente cinco dias. Esse animal era proveniente do município
de Nazarezinho-PB, e pertencia a um rebanho de aproximadamente 16 bovinos, criados em regime semi-ex-
tensivo. Alimentava-se de farelo de milho e trigo e pasto nativo. Na avaliação clínica foi observado mucosa oral
pálida, enolftalmia, dificuldade de manter-se em estação e narinas dilatas. Na ausculta respiratória verificou-
-se crepitação seca e dispneia expiratória. O diagnóstico clínico foi pneumonia. Foi instituído o tratamento
com enrofloxacina, dipirona e penicilina por 24 horas, entretanto, o animal chegou em quadro clínico grave e
após um dia de internação morreu. Na necropsia, as principais lesões macroscópicas observadas foram pul-
mões com consolidação da porção crânio ventral dos lobos direito e esquerdo, que se caracterizavam por tex-
tura firme e superfície avermelhada. Havia também nos lobos adjacentes impressão das costelas na superfície
pleural e presença de conteúdo espumoso no lúmen da traqueia. Os linfonodos submandibulares e o fígado
estavam aumentados de volume. Histologicamente, verificou-se pneumonia broncointersticial mista multifo-
cal moderada associada a congestão e edema. Nos pulmões observaram-se áreas multifocais de moderado
infiltrado inflamatório misto, constituído principalmente por neutrófilos, macrófagos espumosos, seguidos
de linfócitos e plasmócitos na luz de bronquíolos, brônquios e alvéolos. Esse infiltrado, por vezes, estava
associado a material eosinofílico e fibrilar (fibrina). Havia também esfoliação das células do epitélio dos bron-
quíolos. Adicionalmente, foram observadas áreas multifocais de espessamento dos septos alveolares por infil-
trado inflamatório misto, por vezes associado a proliferação discreta de tecido conjuntivo fibroso. Observou-se
também discreta hiperplasia de pneumócitos tipo II e áreas multifocais com discreta edema caracterizadas
por material eosinofílico amorfo e homogêneo na luz de alvéolos. Os capilares alveolares estavam congestos.
O diagnóstico de pneumonia broncointeristical foi realizado baseado nas características histopatológicas da
lesão. A consolidação pulmonar na porção cranioventral dos pulmões observadas nesse caso são caracterís-
ticas de broncopneumonia. Entretanto, microscopicamente foram identificados além de exsudato misto na luz
de brônquio, bronquíolos e alvéolos característico de broncopneumonia, o espessamento dos septos alveola-
res, descrito na pneumonia intersticial. De acordo com Zachary (2018), o termo pneumonia broncointersticial
deve ser utilizado nos casos em que as lesões microscópicas compartilham algumas características histoló-
gicas tanto da broncopneumonia quanto da pneumonia intersticial, conforme identificado nesse caso. Esse
tipo combinado de pneumonia pode ser observado em infecções virais, em que os vírus se replicam e causam
necrose das células bronquiais, bronquiolares e alveolares. A lesão ao epitélio brônquico causa um influxo de
neutrófilos semelhantes ao observado na broncopneumonia, enquanto a lesão das paredes alveolares causa
proliferação de pneumócitos tipo II. Embora nesse bovino não tenha sido realizado exames para identificação
viral como isolamento viral e reação em cadeia de polimerase (PCR), acredita-se que primariamente ocorreu
infecção viral e secundariamente houve infecção bacterina ocasionando a broncopneumonia. Em bovinos,
os principais vírus associados a pneumonia intersticial são o vírus sincicial respiratório bovino, vírus da pa-
rainfluenza 3 e em menor proporção, o herpesvírus bovino tipo I (RADOSTITS et al., 1995). A infecção por
bactérias como Pasteurella multocida e Manhemia haemolytica tem sido apontada como principal causa de
broncopneumonia em bovinos (ZACHARY, 2018). Infecção por esses agentes patogênicos ocorrem tanto em
3º SIMPIF
bovinos de corte quanto em animais destinados à produção leiteira, envolvendo animais alojados tanto em
criações extensivas quanto em semiextensivas (RADOSTITS et al., 2002). Entretanto, animais jovens, em con-
dições de superlotação, falha na transferência da imunidade passiva e submetidos a condições de estresse
são considerados mais predisponentes (RADOSTITS, 1995). Nesse caso, acredita-se que a idade e a criação
conjunta de animais com diferentes faixas etárias podem ter contribuído para ocorrência da doença.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao PIBICT da Chamada Interconecta IFPB – N° 01/2017 pelo apoio finan-
ceiro e incentivo para o desenvolvimento dessa pesquisa.
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3º SIMPIF
Os ixodídeos são acarinos conhecidos vulgarmente como carrapatos. A subordem Metastigmata dos carra-
patos verdadeiros corresponde a duas famílias que são: Ixodidae (carrapatos duros) e Argasidae (carrapatos
moles). Os cães podem ser parasitados por várias espécies de carrapatos e dependendo da região, uma ou
mais espécies podem ser mais comuns (DIPEOLU, 1975; RIVOSECCHI et al., 1980; MASSARD et al., 1981;
ENCINAS GRANDES, 1986; HORAK et al., 1987; CORNACK & O’ROURKE, 1991; MUMCUOGLU et al., 1993a).
Dentre os parasitas artrópodes de cães, Rhipicephalus sanguineus (LATREILLE, 1806), comumente chamado
de carrapato vermelho do cão é considerado um eficiente vetor de um diversificado grupo de patógenos, e é
provavelmente a espécie de Ixodídeo mais amplamente distribuída no mundo (DANTAS-TORRES et al., 2012),
sendo no Brasil introduzida durante a colonização.
A prevalência em cães já foi descrita em vários estados brasileiros, todavia na região Nordeste os estudos
ainda são escassos. Baseado nessa realidade, o presente estudo objetivou avaliar a ocorrência de carrapatos
em cães de zona rural do município de Sousa, Alto Sertão Paraibano.
MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi realizada em animais na zona rural do município de Sousa-PB, com-
preendendo os distritos de São Gonçalo, Núcleo I, Núcleo II, Núcleo III, Sítio Serrote, Assentamento Emiliano
Zapata e Massapê dos Dias. A região apresenta um clima semiárido, com uma estação chuvosa de janeiro a
maio, onde ocorre mais de 90% das chuvas e uma estação seca. A temperatura média anual é de 30,6°C (mí-
nima de 28,7°C e máxima de 32,5°C), havendo pouca variação durante o ano (IBGE, 2010).
Foram selecionados 98 cães de área rural do município de Sousa PB, independente da raça e sexo, que tinham
no mínimo 4 meses de idade. Durante as visitas os cães foram examinados clinicamente, e os ectoparasitos
foram obtidos através da inspeção visual e táctil do corpo dos animais.
No momento das visitas um questionário epidemiológico foi aplicado junto aos tutores, com informações so-
bre o manejo alimentar e sanitário dos animais, a fim de traçar estratégias de controle para a infestação dos
ectoparasitas.
A identificação dos diferentes ectoparasitos foi feita através da visualização em estereomicroscópio no Labo-
ratório de Parasitologia Veterinária (LPV), do Hospital Veterinário (HV) do Instituto Federal da Paraíba (IFPB).
Os dados foram submetidos ao teste de Qui-quadrado, seguido do teste de Fisher em nível de 5%, analisados
pelo programa BioEstat 5.0 (AYRES et al., 2007).
RESULTADOS. Dentre os 98 animais avaliados, 41,8% (41/98) foram positivas para ixodídeos, sendo 40,81%
(40/98) para Rhipicephalus sanguineus e 0,9 % (1/98) para Amblyomma cajennense.
Observou-se alta prevalência da infestação por carrapatos em cães, mesmo em zona rural. Apesar de não
haver tanto contato entre animais, quando comparado a animais mantidos em zona urbana, os carrapatos po-
dem migrar por longas distâncias a procura de seus hospedeiros, o que possibilitaria a transmissão de animais
de uma propriedade para outra.
Amblyomma cajennense foi a segunda espécie encontrada, em menor frequência, o que pode ser atribuída
ao menor número de equinos presentes nestes locais ou o distanciamento das instalações dos cães ao pasto
utilizado pelos equinos, seus principais hospedeiros.
As altas infestações por carrapatos observadas podem ser devido aos cães, em sua maioria (81,6%; 80/98),
não receberem tratamentos carrapaticidas pelos proprietários, não existindo um controle para a ixodidiose,
permitindo a permanência e infestação pelos ectoparasitos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluiu-se que é alta a prevalência de infestação por carrapatos em cães da zona
rural do município de Sousa-PB, principalmente por R. sanguineus. A falta de controle carrapaticida nos ani-
mais infestados pode ser o responsável pelas infestações e permanência dos carrapatos nos animais.
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3º SIMPIF
MATERIAIS E MÉTODOS. Os dados epidemiológicos e clínicos foram obtidos da ficha de atendimento da Clí-
nica Médica de Pequenos Animais (CMPA) do HV-ASA, IFPB. Após a avaliação clínica do animal, foram soli-
citados hemograma e ultrassonografia abdominal. O animal foi encaminhado para laparotomia exploratória,
mas durante a medicação pré-anestésica teve parada cardiorrespiratória, que após várias tentativas de rea-
nimação, morreu. O cadáver foi então encaminhado para o Laboratório de Patologia Animal (LPA) do IFPB
para realização da necropsia. Na necropsia foram coletados fragmentos de todos os órgãos e sistema nervoso
central, fixados em formol a 10% tamponado e processados rotineiramente para avaliação histopatológica e
lâminas coradas com Hematoxilina e Eosina (HE).
RESULTADOS. Um cão macho, Poodle, três anos de idade, não castrado, chegou para atendimento na CMPA
do HV-ASA do IFPB apresentando abdômen distendido, apatia e dificuldade para se alimentar há aproxima-
damente uma semana. Segundo o tutor, o animal havia sido resgatado no Pará e trazido para a cidade de
Sousa há cerca de um mês. Desde esse período apresentava nódulos no pênis que drenavam secreção
sanguinolenta. Na avaliação clínica, à palpação, notou-se abdômen rígido e sensível, e uma massa na região
do baço. No hemograma, observou-se acantócitos, linfopenia, neutrofilia e trombocitopenia acompanhada de
macroplaquetas. No exame ultrassonográfico verificou-se baço aumentado de volume, com múltiplas massas,
conferindo ecogenicidade mista, incluindo áreas hipoecogênicas e anecogênicas. O animal foi encaminhado
para a cirurgia, mas morreu previamente à medicação pré-anestésica. Na necropsia observou-se mucosa pe-
niana levemente ictérica, com massa focal multilobulada, medindo 5 cm de diâmetro, de superfície irregular e
avermelhada, semelhante à “couve-flor”. Na cavidade abdominal havia aproximadamente 500 mL de sangue
livre, caracterizando hemoperitônio. O baço estava aumentado de volume, com presença de nódulos e/ou
massas multifocais, esbranquiçadas, elevadas da superfície capsular e que variavam de 3 a 12 cm de diâme-
tro. Uma dessas massas era formada por uma área central de ruptura, com bordas irregulares e enegrecidas.
Ao corte, eram firmes, com superfície de corte esbranquiçada, lisa ou multilobulada, contendo ou não cavita-
ções repletas por líquido amarelado. Essas massas também estavam aderidas ao omento. Nos demais órgãos,
não foram observadas lesões macroscópicas. Microscopicamente as lesões no baço caracterizaram-se por
perda da arquitetura normal do órgão, com substituição da polpa branca e vermelha por células arredondadas
dispostas, predominantemente, em cordões e, mais raramente em mantos, sustentados por escasso estroma
fibrovascular. A massa era pouco delimitada, não encapsulada, constituída por células contendo citoplasma
escasso, eosinofílico, pouco delimitado e, por vezes, contendo vacúolos intracitoplasmáticos. Os núcleos eram
redondos ou ovais, compostos por cromatina frouxa, com um ou dois nucléolos evidentes. O pleomorfismo va-
riava de moderado a acentuado, caracterizado por anisocitose e anisocariose. Foram visualizadas 1 a 2 figuras
mitose por 10 campos de grande aumento (CGA [40x]). Em meio à massa havia áreas multifocais de discreto
infiltrado inflamatório linfoplasmocitário. Adjacente à massa, foram notadas áreas aleatórias de congestão e
hemorragia. As células neoplásicas descritas anteriormente, foram também foram observadas formando as
massas aderidas ao omento e à mucosa peniana. O diagnóstico presuntivo de TVT foi realizado baseado nas
características epidemiológicas e clínicas, e confirmado através do exame histopatológico.
As alterações em baço já eram notáveis através do hemograma realizado na clínica, quando foram observadas
hemácias irregulares e macroplaquetas. Essas duas alterações do hemograma podem ser explicadas tanto
pela perda da capacidade esplênica em remodelar e remover as células danificadas, como pela perda da re-
serva de plaquetas, ocasionando trombocitopenia e o recrutamento de plaquetas jovens/imaturas (macropla-
quetas) da medula óssea (DIONÍSIO, 2016). O aumento de volume do baço observado durante a palpação e
confirmado ao exame ultrassonográfico, foi fundamental para a suspeita clínica de neoplasia no órgão. Apesar
de o TVT apresentar incidência alta de transmissão de um animal para outro, a ocorrência de metástase é
baixa e geralmente ocorre em cães jovens ou que apresentam subnutrição e doenças concomitantes (YANG,
3º SIMPIF
1988), entretanto, neste caso não foram diagnosticadas doenças associadas. O hemoperitônio associado à
ruptura de um dos nódulos esplênicos resultou choque hipovolêmico e, por conseguinte, parada cardiorres-
piratória durante o procedimento pré-anestésico, considerada esta sua causa mortis. Em um estudo realizado
por Campo (2012), o hemoperitônio em decorrência de ruptura esplênica também estava em grande parte
relacionado à metástase de neoplasias. O diagnóstico de TVT realizado pelo exame histopatológico foi impres-
cindível para a identificação do tipo neoplásico, descartando outras doenças que afetam a genitália externa e
que podem ser considerados como diagnósticos diferenciais, incluindo mastocitoma, histiocitoma, linfoma e
outras lesões não neoplásicas (MOSTACHIO et al., 2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Apesar do TVT ser comum na espécie canina, metástases são consideradas raras e
podem acometer o baço. As lesões esplênicas neste caso eram graves, romperam e desencadearam o quadro
de hemotórax no animal. A prevenção, diagnóstico e tratamento precoce do TVT canino são de suma impor-
tância para evitar a disseminação da doença. Além da avaliação clínica, os exames de citologia e histopatolo-
gia são indispensáveis para o diagnóstico conclusivo da doença.
AGRADECIMENTOS. Agradecemos ao PIBICT da Chamada Interconecta IFPB – Nº 01/2016 pelo apoio finan-
ceiro e incentivo para o desenvolvimento dessa pesquisa.
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ARTIGOS
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
ADMINISTRAÇÃO | GESTÃO
Abstract
The work aimed to analyze the financial performance of football clubs in the city of São Paulo. For this purpose,
we performed an analysis of revenue sources and composition and capacity for discharge of debts, through
liquidity indicators. In addition, we sought to relate the financial performance and the sporting performance
of the clubs. The research used the following data, from 2013 to 2017, which were analyzed through financial
indicators and descriptive analysis. The results show that, in terms of financial performance, Palmeiras stands
out considerably from other clubs. São Paulo presented a median financial performance, but with the prospects
of coming years. On the other hand, it was observed that the financial situation of Corinthians is alarming, with
high debts and liquidity indices below the ideal. It was observed that, despite the importance of financial perfor-
mance, there are other factors that directly influence the sporting performance of the clubs, since, even in the
face of difficulties, Corinthians was the club that won most titles in the analyzed period.
blemas.”, 2018). Nesse sentido, é importante que a de giro. O cálculo para se encontrar a liquidez cor-
gestão analise, periodicamente, os indicadores fi- rente é:
nanceiros, a fim de verificar, com mais clareza, qual a (Ativo Circulante)
Liquidez corrente = (2)
(Passivo Circulante)
situação dos clubes.
Os indicadores financeiros podem ser classifi-
O indicador de Liquidez geral revela a liquidez
cados em quatro grupos: (1) índices de liquidez, que
tanto a curto como a longo prazo. Para cada $ 1 que
demonstram quais as condições financeiras de tal
a empresa tem de dívida, quanto existe em dinheiro,
organização, indicando também o potencial de pa-
bens e direitos realizáveis a curto e longo prazo. O
gamento de suas dívidas; (2) índices de estrutura de
cálculo para se encontrar a liquidez geral é:
capital, que evidenciam onde e como o capital está
sendo alocado; (3) índices de rotação, que consti-
(Ativo Circulante + Ativo Não
tuem uma ferramenta que mostra o giro da empresa, Circulante Realizavel a Longo Prazo)
Liquidez geral = (3)
isto é, até que ponto a organização depende apenas (Passivo Circulante + Passivo
de suas forças para se manter bem; (4) índices de Não Circulante)
rentabilidade, onde é analisado o retorno financeiro
Tendo em vista o alcance dos objetivos pre-
de todos os investimentos feitos pela organização
viamente estabelecidos, essa pesquisa irá analisar
(HOJI, 2004).
os indicadores de liquidez dos clubes de futebol se-
Os índices de liquidez são razões entre de-
lecionados, a fim de evidenciar a capacidade de qui-
terminadas variáveis contábeis de uma empresa que
tação das dívidas desses clubes, fronte ao volume
visam fornecer um indicador da capacidade da em-
financeiro transacionado.
presa de pagar suas dívidas, a partir da comparação
entre os direitos realizáveis e as exigibilidades. Este 3. Método da Pesquisa
índice não pode ser confundido com índice de ca-
A pesquisa em questão caracteriza-se como
pacidade de pagamento, pois os índices de liquidez
descritiva, uma vez que foram utilizados indicado-
não são extraídos do fluxo de caixa que comparam
res para evidenciar a situação financeira de clubes
as entradas com as saídas de dinheiro (MATARAZZO,
de futebol. Quanto aos procedimentos, a pesquisa
2003). Os índices de liquidez, são divididos em qua-
é documental, pois os dados secundários foram co-
tro: liquidez imediata, liquidez corrente, liquidez seca
letados de relatórios e balanços anuais divulgados,
e a liquidez geral.
oficialmente, pelos clubes de futebol. De maneira
Liquidez imediata é o índice que revela a por-
complementar à análise, foram utilizadas informa-
centagem das dívidas a curto prazo (passivo circu-
ções divulgadas na imprensa esportiva.
lante) em condições se serem liquidadas imediata-
A pesquisa tem abordagem quantitativa, pois
mente (NETO, 2010). O cálculo para se encontrar a
as informações financeiras são analisadas por meio
liquidez imediata é:
de indicadores técnicos estabelecidos pela literatu-
(Caixa e Equivalentes) (1)
Liquidez imediata = ra, bem como estatística descritiva.
(Passivo Circulante)
O universo da pesquisa é composto por todos
3º SIMPIF
jam: Palmeiras, São Paulo e Corinthians. O período Gráfico 1: Fonte de receitas do Palmeiras entre 2013 e 2017
analisado é de 2013 e 2017.
4. Resultados da Pesquisa
grande parte de suas receitas é oriunda do futebol palmente no início, que, em média foram injetados
profissional, no caso do tricolor do Morumbi, a por- R$ 63 milhões por ano. Entretanto, os valores ainda
centagem chega a 91%, mais de 9 vezes o que é foram baixos para a realidade de seu maior rival, o
gasto com o clube social. Palmeiras. O gráfico 3 e a Figura 3 apresentam todos
Gráfico 2: Fonte de receitas do São Paulo entre 2013 e 2017 esses resultados.7
de TV que os demais. Nas contas alvinegras, os va- gráfico 4, a partir de 2015, o clube alviverde iniciou
lores chegam a mais de R$ 710 milhões, na soma um intenso trabalho para quitar suas dívidas, com
dos 5 anos analisados. Também se destaca, entre auxílio de patrocinadores que, inicialmente, investi-
os anos de 2016 e 2017, um alto valor de venda de ram no clube “por amor”, como é o caso da Crefisa
jogadores, somando mais de R$ 240 milhões. Os pa- e da FAM, empresas da atual conselheira do clube,
trocínios, pela sua grandeza e quantidade de torce- Leila Pereira, que vem colaborando para o aumento
dores, também têm valores altos no período, princi-
das receitas do clube, com mais de 100 milhões de Gráfico 6: Valores da dívida entre 2013 e 2017 do São Paulo
reais investidos, anualmente.
sim, que o clube possui dificuldades em honrar com Esse índice indica que, para cada R$ 1,00 de dívida
esse tipo de compromisso, pelo menos aos seus fun- de curto prazo, existem recursos também de curto
cionários. O aumento da dívida alvinegra no período prazo em torno de R$ 3,00, R$ 0,50 e 0,80 para Pal-
analisado (2013-2017) foi de 78,3% ou, em valores meiras, Corinthians e São Paulo, respectivamente,
absolutos, R$ 158 milhões, o maior entre os grandes ou seja, Corinthians e São Paulo não possuem re-
clubes paulistanos analisados. cursos que possam arcar completamente com seu
endividamento de curto prazo.
Já quando o quesito é a liquidez imediata, que analisado, um bom aumento, que mostra uma boa
expõe qual o valor disponível para cada real de obri- estabilidade a longo prazo para o clube.
gação da empresa, a situação é muito ruim, uma vez Gráfico 12: Liquidez geral (comparativo) entre 2013 e 2017
que os valores de todos os clubes, nos cinco anos,
não ultrapassam 0,5. Diante do exposto no gráfico
11, acredita-se que a situação do Corinthians não
tende a melhorar, já que a variação foi baixa e de-
crescente. Já a situação do Palmeiras tende a ficar
confortável, uma vez que, entre 2013 e 2017, o cres-
cimento do índice o fez atingir, em 2017, um valor
quase 37 vezes maior que o encontrado em 2013. Já
a situação do São Paulo se alterna anualmente, mas
vem com uma tendência de melhora, ainda com va-
lores próximos de 0, como pode ser visto no gráfico Fonte: PALMEIRAS, CORINTHIANS E SÃO PAULO (2018)
Fonte: PALMEIRAS, CORINTHIANS E SÃO PAULO (2018) por títulos. Em 2013, disputou o título da Série B, em
2015, foi campeão da Copa do Brasil, em 2016 foi
Buscando analisar os clubes e suas obriga-
campeão da Série A e, em 2017, foi vice-campeão da
ções a longo prazo, foi desenvolvido o gráfico 12,
Série A. Considerando o Ranking da Confederação
que explana a situação de todos os clubes analisa-
Brasileira de Futebol (CBF), que leva em conta os
dos. Os valores são os melhores até o momento, uma
últimos 5 anos de desempenho dos clubes, eviden-
vez que os três clubes atingiram o valor aceitável
cia-se que o Palmeiras se destacou, de acordo com
de 1,0, mas de forma específica e mais minuciosa,
3º SIMPIF
Gráfico 13: Rendimento esportivo do Palmeiras entre Gráfico 15: Rendimento esportivo do Corinthians entre
2013 e 2017 2013 e 2017
O São Paulo, ao longo dos anos, variou o seu O destaque do gráfico, fica por conta do ren-
rendimento financeiro, ficando sempre entre o Pal- dimento do ano de 2015, onde o Corinthians atingiu
meiras e o Corinthians, tendo desempenhos abaixo o recorde de maior pontuação em um único ano do
do aceitável. Dentro de campo, o tricolor paulistano Campeonato Brasileiro, onde conquistou 81 dos 114
não teve desempenho satisfatório, não conquistando pontos possíveis.
nenhum dos títulos em que disputou, entre 2013 e
5. Conclusão
2017. Com três dos cinco anos com a taxa de rendi-
mento menor que 50% e a posição no ranking sendo Essa pesquisa objetivou analisar o desem-
a pior do século atual, chegando a 11ª posição. penho financeiro sob o aspecto da liquidez dos três
Gráfico 14: Rendimento esportivo do São Paulo entre maiores clubes de futebol de São Paulo: Palmeiras,
2013 e 2017
São Paulo e Corinthians. No que se refere à origem
dos recursos, pelo fato de estarem entre os quatro
clubes com maior torcida, do Brasil, os três clubes
analisados apresentam receitas expressivas. Desta-
ca-se que o Palmeiras é o clube que mais arrecada
com patrocínio, no Brasil, ao passo que o São Paulo foi
aquele que apresentou maior receita proveniente da
venda de jogadores. Já o Corinthians foi o que apre-
sentou maior receita advinda de direitos de televisão,
dentre os três clubes analisados. Ficou evidenciado
Fonte: SÃO PAULO (2018) que a receita com o futebol é o que mantém os clu-
O Corinthians, entre os clubes analisados, é bes na ativa e participando de campeonatos de elite,
o que apresenta resultado surpreendente, uma vez uma vez que a receita dos clubes sociais dos clubes
que vive uma situação complicada financeiramen- não chega a 15% do total arrecadado no período.
Quanto à composição do endividamento, o
3º SIMPIF
brasileiros, mas prevê problemas. Disponível em: Sport Club Corinthians Paulista. Transparência. São
https://globoesporte.globo.com/futebol/brasilei- Paulo. Disponível em: https://www.corinthians.com.
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Transfermarkt. Disponível em: https://www.trans-
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fermarkt.pt/. Acesso em: 2018.
BEAGÁ, F. Memória: os primeiros patrocínios dos
grandes times brasileiros. Disponível em: https://
veja.abril.com.br/placar/memoria-os-primeiros-pa-
Abstract
The present study aimed to identify the factors that influence employee turnover in a private school directed
to early childhood education in the municipality of Condado-PE, besides noting the employees’ perceptions
regarding the organization where they work. This study used bibliographic, exploratory and case study tech-
nique. Data were obtained by applying a questionnaire to the institution’s employees. The level of satisfaction
diagnosed in this survey revealed that employees occasionally think about leaving the company to work with a
competitor and value the positive organizational climate, so that this can become a decisive factor for staying
in the company. On the other hand, the survey reveals that employees are dissatisfied with their pay, work fa-
cilities, and have a negative view of growth prospects within the organization. Even though there is not a high
rate of dissatisfied employees, the study found that the company should seek to pay more attention to its staff,
because quality and productivity can only be achieved with people who are satisfied in their positions, according
to their capabilities and potential.
um elevado índice de rotatividade no ambiente inter- fluenciam nas decisões tomadas pela organização e,
no da instituição? essas decisões, por sua vez, influenciam as circuns-
A metodologia adotada foi à pesquisa de tâncias externas.
campo, juntamente com a aplicação de um questio- Para Chiavenato (2014) a Administração de
nário com todos os funcionários de uma escola par- Recursos Humanos constitui-se em planejar, orga-
ticular infantil, na busca de informações para auxi- nizar, desenvolver, coordenar e controlar técnicas
liar na proposta de elaboração de alternativas para capazes de promover tanto o desempenho eficiente
a solução estratégica dos fatores analisados com o dos colaboradores, como também, o aumento dos
término da referente pesquisa. níveis de produtividade da organização.
Para Bohlander et al (2003) competir por
2. Referencial teórico
meio de pessoas é apenas um suporte às ações ge-
O mercado de trabalho está cada vez mais renciais. A gestão de Recursos Humanos (RH) ver-
dinâmico e competitivo. Essa exigência presente dadeira deve ajudar a mesclar vários aspectos no
nas relações trabalhistas tem submetido às organi- gerenciamento organizacional, equilibrando suas
zações a ofertar serviços cada vez melhores e com forças para atender às diversas demandas competi-
algum destaque em relação aos seus concorrentes. tivas. Desta forma, fica nítida a importância da área
Em meio a toda essa mudança de pensamento e pre- de RH, tendo em vista que, ela funciona como uma
tensão por parte dos consumidores, as empresas ponte para a organização e o desenvolvimento da
necessitam, cada vez mais, trabalhar a retenção de mesma perante o mercado em que atua.
talentos.
2.1.2 Indicadores de desempenhos utilizados pela
2.1 Conceito e importância da área de Recursos Gestão de Pessoas
Humanos
Uma das maneiras de saber do andamento
No decorrer de sua evolução, a Administra- dos processos da empresa é através do uso de in-
ção de Recursos Humanos passou a dar ênfase às dicadores de desempenho, no qual são ferramentas
organizações como um todo, integrando essa área utilizadas para mensurar o nível da performance em
as demais atividades da empresa, buscando obter que a empresa se encontra, de modo que facilite a
melhoria contínua, contribuindo, assim, para o seu visualização dos processos que estão sendo execu-
desenvolvimento e sucesso. Nesse sentindo, Gestão tados e se o seu andamento está de acordo para o
de Pessoas é a função gerencial que visa à coopera- cumprimento das metas estabelecidas. Para Carpi-
ção das pessoas que atuam nas organizações para o netti (2010), o uso de indicadores de desempenho é
alcance dos objetivos, tanto organizacionais, quanto uma prática de gestão que permite às organizações
individuais (GIL, 2006, p. 17). chegarem onde tanto almejam, planejando melhor
Em concordância com o autor anterior, La- seus recursos e, assim, contribuindo de forma inten-
combe (2011) diz que as organizações possuem em sa no controle do processo produtivo, fornecendo
mente a importância do capital humano e da forma oportunidades de proporcionar melhorias, para as-
como estes são coordenados, ao contrário, do que sim, utilizar-se de seus benefícios como um fator de
3º SIMPIF
tomem as decisões corretas, trazendo eficiência e é regido pelo mercado, é aquele em que os funcio-
eficácia aos procedimentos e, consequentemente, nários se desvinculam voluntariamente e passam a
resultados positivos para a empresa. prestar serviços à concorrência. Isto acontece, nor-
Portanto, o uso de indicadores é extrema- malmente, quando a empresa em que atuavam não
mente importante para a gestão de um processo. desenvolvia políticas e critérios para permanecerem
Eles trazem à tona as informações necessárias para motivados.
que se possa analisar o mesmo, com o objetivo de Segundo Chiavenato (2014), o termo rotativi-
melhorá-los continuamente para atingir os objetivos dade de pessoal é usado para definir a flutuação de
corporativos estratégicos. Dentre os tantos indica- pessoal entre uma organização e seu ambiente, em
dores de desempenhos existentes para o contexto outras palavras, o intercâmbio de pessoas entre a
organizacional, podemos destacar taxa de absen- organização e o ambiente é definido pelo número de
teísmo, produtividade, índice de retenção por talen- pessoas que ingressam e que saem da organização.
tos, índice de satisfação dos colaboradores, índice A variação da frequência e da durabilidade destes
de rotatividade (Turnover) e o custo de rotatividade. vínculos constituem elementos da rotatividade de
pessoal nas empresas.
2.2 Rotatividade
2.2.1 Cálculo do índice de rotatividade
O turnover ou rotatividade de funcionários é
expresso por meio de uma relação percentual en- Para calcular o índice de rotatividade de pes-
tre admissões (entradas) e desligamentos (saídas) soal, pode ser utilizada a seguinte fórmula:
com relação ao número médio de participantes de
A+D
uma organização, no decorrer de um determinado x 100 (1)
2
Índice de rotatividade =
período de tempo (RIBAS; SALIM, 2016). Conforme EM
mula para o cálculo do índice de rotatividade (ape- um dos principais motivos que influenciam na rota-
nas demissões): tividade, por essa razão é fundamental elaborar es-
D x 100 tratégias que reduzam a insatisfação. De acordo com
Índice de rotatividade de pessoal = (2)
EM Vieira (2011), a insatisfação causada através do es-
Por esta equação considerar apenas os des- tado emocional, onde o ambiente organizacional é
ligamentos e não contabilizar também o ingresso na um fator fundamental para determinar se a influên-
organização termina não gerando dados precisos. cia deste desconforto é positiva ou negativa, sendo
Segundo Chiavenato (2004) a análise ocorre para de grande relevância para o surgimento da rotativi-
verificar os motivos que ocasionaram os colabora- dade. No ambiente onde ocorre insatisfação, os fun-
dores a se desligarem da empresa, ou seja, obser- cionários se desmotivam ocasionando a diminuição
vam-se apenas os desligamentos por iniciativa dos da produtividade e consequentemente aumentando
empregados. a rotatividade.
A necessidade de compreender a mesma
2.2.2 Possíveis fatores que causam a rotatividade
acaba por se tornar um fator de competitividade em
Diversos são os fatores que impactam no ín- todos os mercados, pois ela envolve a perda de ca-
dice de rotatividade de uma organização, e as perdas pital intelectual, fuga de conhecimento e memória
deste capital intelectual podem resultar em prejuízos organizacional, além de riscos financeiros diretos e
para as empresas. Para Spers e Cremonezi (2015), indiretos. De acordo com Quége (2008), o Turnover
as causas relacionadas aos fatores de rotatividade pode ser ocasionado por vários fatores, no entanto,
podem encorajar as pessoas a pedirem demissão. o mesmo atribui ênfase aos seguintes pontos: Plano
Assim, a busca por melhores salários, oportunida- de Carreira; Clima organizacional e Motivação – para
de de crescimento e satisfação no trabalho, podem o intuito deste estudo, será concedido destaque a
estar relacionados e presentes em diversos eventos estes três fatores.
de rotatividade. Segundo Chiavenato (2009) variá-
2.2.2.1 Plano de Carreira
veis internas e externas contribuem para o aumento
desse índice, o que caracteriza a condição circuns- Com um mercado cada vez mais competi-
tancial da rotatividade. tivo, as empresas devem cada vez mais pensar em
Luz (2008) aponta como principais variáveis oferecer capacitação e perspectiva de crescimento
internas os baixos salários, a ausência de benefícios, para os seus funcionários, de forma a mantê-los
a falta de oportunidade de florescimento na carreira, motivados por um longo período de tempo e con-
o relacionamento com os colegas e com a chefia, as sequentemente melhorarem a produtividade da em-
condições no ambiente de trabalho e a localização presa. Para que isso ocorra, uma alternativa que as
da empresa. Já como variáveis externas, as princi- empresas têm encontrado é oferecer um plano de
pais variáveis dizem respeito à conjuntura econô- carreira para os seus colaboradores. De acordo com
mica, a instalação de novas empresas, a expansão Greenhaus (1999) a gestão de carreira é um proces-
e redução dos negócios e outras oportunidades de so pelo qual indivíduos desenvolvem, programam e
emprego. monitoram metas e estratégias de carreira. Através
3º SIMPIF
Para Wagner III e Hollenbeck (2006) o des- de uma gestão estruturada de carreira, os indivíduos
contentamento contribui para a rotatividade empre- podem se tornar mais produtivos e autorrealizados.
sarial, a mudança de funcionários não é favorável Schein (1978) aborda que as fases da vida de um
para as organizações, visto que estão perdendo fun- indivíduo podem influenciar suas expectativas, mo-
cionários com grande potencial para o mercado, pro- tivações, necessidades e prioridades e representar
vocando despesas para a empresa. De acordo com componentes das “âncoras de carreira”, orientando
Ferreira e Siqueira (2005) a satisfação no trabalho é as trajetórias profissionais dos indivíduos.
Para Bohlander, Snell e Sherman (2003) o tude, direção e perseverança que uma pessoa tem
planejamento de carreira recebe mais atenção das para alcançar uma determinada finalidade, onde se
organizações à proporção que se vive um momento procura definir as características pessoais, o papel
de ascensão econômica. A mesma situação acontece e o ambiente do trabalho e explicar a influência que
em um cenário onde os profissionais não mantem-se afeta a motivação sobre o desempenho. Observan-
muito tempo dentro da mesma organização seja em do os conceitos retratados anteriormente, é possível
busca de novos estímulos e possibilidades de avanço perceber que a motivação é aquilo que impulsiona
ou por qualquer outro motivo. Assim, tendo estas va- alguém a se comportar de um determinado modo a
riáveis em mente, torna-se ainda mais imprescindível fim de cumprir um propósito, algo que se almeja.
a oferta de uma perspectiva de crescimento na car- Para Vergara (2011), os indivíduos são dife-
reira como forma de conter os funcionários. rentes e suas motivações também. Alguns se sentem
motivados por fatores econômicos e todas as van-
2.2.2.2 Clima Organizacional
tagens de aquisições de bens e serviços. Outros se
Luz (2005) conceitua o clima organizacional sentem predominantemente motivados pelo desejo
como sendo a qualidade ou propriedade do ambien- de sentir-se competente, reconhecido, de participar
te organizacional, que é percebida ou experimenta- das decisões, de realizar tarefas intrinsecamente
da pelos membros da organização e influencia o seu desafiadoras e instigadoras. Por ser assim, algo que
comportamento. O mesmo autor ainda ressalta que provoca a motivação de uma pessoa, pode não ter
o clima organizacional é a representação do estado efeito sobre outra.
de ânimo ou do grau de satisfação dos funcionários Inúmeras foram as teorias desenvolvidas
de uma empresa em um dado momento. Um clima para explicar a motivação humana e sua influência
organizacional influencia muito a performance de no que tange o desempenho dos indivíduos nas or-
uma empresa e, a partir de como os colaboradores ganizações. Em nível de exemplos, podemos citar
compreendem o clima no dia a dia de trabalho, eles a Hierarquia de Necessidades de Maslow; Herzberg
desempenham suas funções de maneiras diferentes. com a Teoria de dois fatores; e McGregor com a Teo-
O conceito de clima organizacional para Chia- ria X e Y.
venato (2009) caracteriza-se pela influência do am-
2.2.4 Custos da Rotatividade
biente da organização sobre os diferentes graus de
motivação por ele provocados nas pessoas. Desta O excesso de rotatividade pode vir a gerar
forma, o mesmo será favorável ou desfavorável, na para a organização efeitos negativos, ocasionando
medida em que proporcione satisfação ou frustração aumento dos custos com treinamento de novos fun-
das necessidades pessoais dos empregados. cionários, horas extras e perda de produtividade. Es-
O conjunto dos vários sentimentos vividos tes fatores contribuem para o aumento de perda de
pelos colaboradores e suas consequências no am- capital e tempo, além de outros fatores que podem
biente de trabalho, compõe o que denominamos encarecer o processo. Para Chiavenato (2006) os
clima organizacional. Para Graça (1999), quando o custos da rotatividade são divididos em primários,
administrador compreende o conceito de clima or- secundários e terciários. Para ele, a rotatividade de
3º SIMPIF
ganizacional, pode manejar a motivação de seus co- pessoal envolve estas três categorias de custos ci-
laboradores, aumentando a eficiência de sua equipe. tadas anteriormente, na qual estão distribuídos da
seguinte forma:
2.2.2.3 Motivação
I - Custos primários da rotatividade de pessoal: são
Segundo Gil (2009) motivação é a força que os custos diretamente ligados com o desligamento
estimula as pessoas a agir. Para Maximiano (2006), de cada colaborador e sua substituição por outro.
a motivação é o processo responsável pela magni-
II - Custos secundários da rotatividade de pessoal: objeto de estudo, destacando aspectos que não fo-
abrange assuntos difíceis de serem contabilizados e ram observados em um estudo quantitativo. Fonseca
assuntos intangíveis com características qualitati- (2002) esclarece que diferentemente da pesquisa
vas. Aspectos estes relacionados indiretamente com qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa
o desligamento e consequência da substituição dos podem ser quantificados. A pesquisa quantitativa,
funcionários. que tem suas raízes no pensamento positivista lógi-
III - Custos terciários da rotatividade de pessoal: co, tende a enfatizar o raciocínio dedutivo, as regras
estão relacionados com os efeitos que a rotatividade da lógica e os atributos mensuráveis da experiên-
pode causar que são geralmente constatados a mé- cia humana. “Por outro lado, a pesquisa qualitativa
dio e a longo prazos. tende a salientar os aspectos dinâmicos, holísticos
Logo, não há dúvidas quanto ao impacto fi- e individuais da experiência humana, para apreen-
nanceiro da rotatividade de funcionários em uma der a totalidade no contexto daqueles que estão vi-
empresa. Entretanto, muitos gestores ainda não sa- venciando o fenômeno” (POLIT; BECKER; HUNGLER,
bem a dimensão disto sobre uma organização, prin- 2004, p. 201).
cipalmente porque nem todos se lembram de que, Quanto aos procedimentos, a pesquisa é do
além dos custos óbvios com rescisão, multas, férias, tipo estudo de caso, caracterizada por estudar ape-
impostos, entre outros, a empresa também tem que nas um único evento, de forma a aprofundar os co-
arcar com a substituição deste profissional. nhecimentos de um acontecimento específico (BEU-
REN, 2012).
3. Método da pesquisa
Levando em consideração a abordagem quan-
Neste tópico a abordagem consiste em carac- titativa e qualitativa do presente estudo, o método
terizar o estudo, envolvendo a natureza da pesquisa, utilizado para a coleta de dados foi o questionário,
determinar os parâmetros para a seleção dos sujei- que consiste num dos procedimentos mais utilizados
tos, as técnicas que serão aplicadas para a coleta nas pesquisas para a coleta de informações. Para
das informações, bem como a forma que será utili- Barbosa (1998) é uma técnica de custo razoável, ga-
zada para o tratamento dos dados apurados, como rante o anonimato dos participantes, apresenta as
também demais delimitações metodológicas. mesmas questões para todos e atende a finalidade
específica de cada pesquisa.
3.1 Caracterização da pesquisa
Segundo Cooper e Schindler (2016) amos-
Segundo Yin (1994, p. 19), “a escolha da tragem é a ação de selecionar os elementos de uma
técnica mais apropriada para a investigação que se população para podermos extrair conclusões sobre
deseja realizar vai depender basicamente de três a mesma. Para o desenvolvimento deste trabalho,
nível de controle que o investigador possui sobre os instituição, todas do sexo feminino (na qual foram 15
do com os propósitos deste trabalho, denominamos 40 anos, na qual já possuem entre 03 a 09 anos de
3º SIMPIF
que o estudo é classificado como uma pesquisa ex- tempo de trabalho na organização e que possuem
No que tange os aspectos relacionados à pantes foram escolhidas de forma aleatória, de acor-
abordagem, podemos afirmar que a presente pes- do com a disponibilidade das colaboradoras em res-
tativa. Para Beuren (2012) a pesquisa é qualitativa, Para tratamento e análise dos dados foi uti-
quando permite analisar de forma mais detalhada o lizado o software Microsoft Excel (versão 2010). Os
resultados foram analisados um a um, primeiramen- com sua chefia (o líder) pode ser um fator gerador
te de forma manual, para uma pré-seleção de nível de satisfação.
de qualidade/importância para a pesquisa. O gráfico 2 constata que 64,71% (“sempre”
e “quase sempre”) apresentam uma visão positiva
4. Resultados da pesquisa
em relação a sua perspectiva de crescimento dentro
Por meio dos resultados do questionário apli- da organização. Uma das possibilidades deste resul-
cado a 17 funcionárias da escola onde foi feito o es- tado pode ser em virtude do alto grau de escolari-
tudo, pôde-se discorrer sobre os dados abaixo. dade das participantes. Entretanto, 35,3% (“nunca”
Foram questionadas as participantes como as e “quase nunca”) demonstram uma visão negativa
mesmas se sentiam na função que ocupam hoje den- em relação à possibilidade de ascensão dentro da
tro da organização (Gráfico 1) e, mediante a análise empresa.
dos dados, foi possível perceber que 14 funcionárias Gráfico 2 – Perspectiva de visualização de crescimento na
sentem-se satisfeitas com o trabalho que realizam, empresa perante às funcionárias
pessoa se sente em relação ao seu trabalho de forma motivação de 11,76%, totalizando 64,7% das res-
geral e em seus vários aspectos. Ou seja, é o quanto postas positivas. Vale ressaltar que a ideia do plano
uma pessoa gosta do que faz. De acordo com Ber- de carreira está estreitamente ligada ao crescimen-
gamini (2008) o fracasso da maioria das empresas, to do colaborador dentro da organização, como foi
não está na falta de conhecimento técnico e sim na abordado anteriormente.
maneira como lida com as pessoas. Estar motivado,
gostar de seu trabalho e ter um bom relacionamento
Gráfico 3 – Grau de motivação das participantes em rela- desempenho insatisfatório e traduzem seu descon-
ção ao plano de carreira
tentamento em atitudes de revolta, que ocasionam
demissões e despesas e, consequentemente, preju-
dicando os resultados organizacionais.
Através do gráfico 5, percebe-se que a insti-
tuição de ensino não oferece nenhum tipo de benefí-
cio a seus funcionários, no entanto, mais da metade
das participantes (52,94%) responderam que não
se importam muito em receber ou não algum tipo de
benefício. Entretanto, 47,06% responderam que a
ausência de algum tipo de benefício a desmotivam –
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
fato que deve ser observado pela empresa, já que o
Para Bulgacov (1999), quando uma empresa percentual é bastante próximo de 50%.
possui um planejamento de carreira coerente com Gráfico 5 – Se a empresa oferece algum tipo de benefício
sua realidade, proporciona condições que levam as aos funcionários
pessoas a se motivarem, pois conseguem perceber
quais são as chances de crescimento dentro da car-
reira.
Conforme o gráfico 4 fica nítida a importân-
cia de um bom clima organizacional, principalmente
no que diz respeito às relações com os colegas de
trabalhos e seus superiores. Na pesquisa foi obser-
vado que um bom clima dentro da empresa ajuda a
manter as participantes na instituição (praticamen-
te 100%, considerando respostas como “sempre” e Fonte: Dados da pesquisa (2019).
Fonte: Dados da pesquisa (2019). não trocariam, pois estão satisfeitas. Todavia, ape-
nas 5,88% afirmaram que nunca pensaram em dei-
Abbas et al. (2010) relatam que a causa dos
xar a empresa.
altos níveis de rotatividade de algumas organiza-
ções é a existência de um clima organizacional ruim,
à medida que os funcionários, quando trabalham
em um ambiente negativo e hostil, apresentam um
Gráfico 6 – Se as funcionárias pensam em trocar esta sarem em mudar de atividade e função, tendo em vista,
empresa da qual você faz parte hoje por outra do mesmo
ramo
que representam quase a maioria das participantes.
Grande parte da população nacional está in-
satisfeita com sua ocupação atual e desejam mudar
de emprego. Geralmente, a insatisfação é devido à
desmotivação e falta de engajamento tanto com a
empresa, funcionários e também no serviço em ge-
ral (GIOVANELLI, 2018).
Outra variável essencial investigada nesse
estudo entre empresa e funcionário foi o ambiente
físico da empresa e como as participantes se sentem
em relação às instalações deste ambiente. Por exem-
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
plo, com o gráfico 8 podemos perceber que 29,41%
É válido relembrar que, quando as pessoas (“muito insatisfeito(a)”, “satisfeito(a)” e “pouco sa-
abandonam seu trabalho, as organizações perdem tisfeito(a)”) das funcionárias acreditam que poderiam
o investimento que fizeram no desenvolvimento do desfrutar de um ambiente de trabalho mais agradá-
funcionário, e como ressalta Chiavenato (2009) a vel. Enquanto que, 70,59% mostram-se satisfeitas.
rotatividade de pessoal não é uma causa, mas o efei- Gráfico 8 – Como as funcionárias se sentem com as insta-
to, a consequência de certos fenômenos localizados lações de seu ambiente de trabalho
interna ou externamente à organização que moti-
vam a atitude e o comportamento do pessoal. Para o
mesmo, os reflexos mais significativos causados pela
rotatividade de pessoal são os custos, diminuição da
produção, entre outros.
É possível identificar, através do gráfico 7,
que 47,06% das colaboradoras às vezes pensam em
mudar de atividade e função, caso tenham oportuni-
dade. Já 41,18%, responderam que estão satisfei-
tas, enquanto que, apenas 11,76% trocariam com Fonte: Dados da pesquisa (2019)
O gráfico 7 demonstra algo que deve servir de neração ofertada pela empresa, algo que deverá ser
alerta para a instituição, na qual é o fato de muitos pen- aprimorado pela mesma.
Gráfico 9 – Percepção das participantes quanto à remune- Para Bergamini (1994), a liderança pode-se
ração que recebem hoje na organização
definir a partir de quatro grandes funções estreita-
mente interligadas entre si: o funcionamento de uma
política, de uma estratégia, a mobilização de equi-
pes e o estabelecimento de alianças, de modo a criar
uma cultura de empresa que seja motivadora. As
pessoas carecem de um líder para combinar e de-
senvolver seu potencial energético. É imprescindível
a importância do líder no desenrolar da psicodinâ-
mica motivacional dos seus seguidores. Portanto,
liderar é ser capaz de administrar o sentido que as
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
pessoas dão àquilo que estão fazendo.
Wood (2011) explica que a modernização da
5. Conclusão
gestão empresarial e adoção de novos modelos de
organizações do trabalho obrigam os gestores a im- Através dos conceitos abordados ficou nítida
plantarem modelos de remuneração mais modernos. a importância da área de Gestão de Pessoas e como
É preciso pensar na remuneração, isto é, no conjunto a mesma desempenha um papel relevante em uma
de recompensas (inclusive o salário), como uma fer- organização. Também foi visto os principais fatores
ramenta estratégica da empresa, constituindo assim que podem vir a ocasionar a rotatividade de pessoal
uma variável de equilíbrio de interesses, auxiliando e como esta traz consequências e custos expressi-
a gerar consensos e atuando como impulsionadora vos em um ambiente interno de uma instituição.
de resultados. O presente estudo teve como objetivo identi-
A forma como o gestor se relaciona com seus ficar os possíveis fatores que podem influenciar na
colaboradores também possui forte impacto na ro- rotatividade de funcionários em uma escola parti-
tina de trabalho de qualquer profissional. Ao inda- cular direcionada à educação infantil no município
gar as participantes como as mesmas se sentem em de Condado-PE, além de constatar, através de um
relação ao estilo gerencial existente na organização estudo de caso, as percepções das funcionárias em
(Gráfico 10), as respostas foram variadas. A maioria relação à organização onde trabalham. Por meio da
afirmou que estão satisfeitas, todavia, 23,53% de- investigação realizada no presente trabalho, o pro-
clararam que a forma gerencial ainda deixa a desejar pósito deste estudo foi alcançado mediante a análise
– “Insatisfeito(a)” e “Pouco satisfeito(a)”. qualitativa e quantitativa dos dados coletados por
ramo, ou ainda, se tivessem oportunidade também radores são aqueles que vivem o dia-a-dia da em-
mudariam de função (apresentando um total de presa de perto mais do que qualquer outra pessoa.
mais de 47% das respostas). Outra variável obser- Por mais que o gestor esteja sempre presente, ele
vada foi à percepção das participantes em relação não vivencia os processos da área operacional, que
às instalações do seu ambiente de trabalho, na qual é onde tudo acontece. Estar atento e saber ouvir o
verificou-se que mais de 29% das respostas apre- que essas pessoas têm a dizer pode ser muito enri-
sentavam uma insatisfação, ou seja, uma parte das quecedor e benéfico para o negócio como um todo.
funcionárias ainda acreditam que podem desfrutar
Referências
de um ambiente de trabalho melhor.
No que tange aos aspectos relacionados com ABBAS, K.; LEONCINE, M.; OTA, E. M.; TAKAKURA, M.
a remuneração recebida atualmente por parte das A influência do clima organizacional nos ativos in-
tangíveis: proposta de uma sistemática para melho-
funcionárias, foi evidenciado que mais de 47% das
ria do valor das empresas. In: Encontro da ANPAD,
respostas apresentaram uma visão negativa, algo 34, 2010, Rio de Janeiro.
que deve ser percebido com mais atenção por parte
BARBOSA, E. F. Instrumentos de coleta de dados
da gestão.
em pesquisas educacionais. SEE CEFET. Minas Ge-
Portanto, as variáveis aqui apresentadas (na rais, 1999.
qual foram percebidas com o término da pesquisa)
BERGAMINI, C. W. Liderança, Administração do
demonstram o nível de percepção das participantes Sentido. São Paulo: Atlas, 1994.
com a empresa onde trabalham e, evidentemente,
BERGAMINI, C. W. Motivação nas organizações. 4.
ficou visível alguns pontos que a gestão da institui-
ed. São Paulo: Atlas, 1997.
ção objeto de estudo necessite aprimorar mais um
pouco em seu ambiente de trabalho, para assim, po- BERGAMINI, C. W. Motivação nas organizações. 5.
ed. São Paulo: Atlas, 2008.
der agregar uma maior satisfação dos seus colabo-
radores em geral e, consequente, fazer com que os BEUREN, I. M. Como Elaborar Trabalhos Monográfi-
mesmos permaneçam na empresa, evitando a rota- cos em Contabilidade: Teoria e Prática. São Paulo:
Atlas, 2012.
tividade.
Ter um quadro de pessoal motivado é um fator BULGACOV, S. Manual de Gestão Empresarial. São
imprescindível para o sucesso de qualquer empresa. Paulo: Atlas, 1999.
Profissionais que estão desanimados dificilmente BOHLANDER, G.; SNELL, S.; SHERMAN, A. Adminis-
vão se empenhar para realizar um trabalho de quali- tração de recursos humanos. São Paulo: Thomson,
dade. Motivar os funcionários envolve, basicamente, 2003.
Assim, tendo isso em mente, não só para a leção de pessoas: como agregar talentos à empresa.
empresa na qual foi realizado o estudo, como tam- São Paulo: Atlas, 2006.
bém, para qualquer empresa inserida no mercado, CHIAVENATO, I. Planejamento, recrutamento e se-
os gestores devem estar atentos ao que acontece na leção de pessoal: como agregar talentos à empresa.
sua organização, não apenas no que tange ao capital São Paulo: Manole, 2009.
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Abstract
This study aims to identify the current panorama of the communication channels used by the Federal Institute
of Paraíba (IFPB) João Pessoa campus. This will be done through a survey with the students who are part of
the institution, seeking to find out which are the most used communication channels and which students find
most effective. The theoretical framework that supported the research involves several themes, including: in-
formation systems, internet, information technology, organizational communication, marketing, social media,
social networks and media management, metrics and tools. For better understanding, we used several graphs
to represent the data obtained during the research.
comunicação como instrumentos e processos pode- a. Identificar o panorama atual dos canais de co-
rosos para a realização das potencialidades estraté- municação;
gicas e para a ampliação e integração das estruturas b. Elencar as ferramentas de avaliação de Social
organizacionais. Media;
Como estratégia de ampliação da comunica- c. Avaliar os canais de comunicação.
ção online, difundida socialmente na última década,
o campus João Pessoa aderiu ao uso de ambientes
inter-relacionados que coleta, manipula, armazena e ção de dados, níveis e controle de acesso das infor-
dissemina dados e informações e fornece um meca- mações (REZENDE E ABREU, 2010).
nismo de realimentação para atingir um objetivo”. Os A Tecnologia da Informação traz recursos
componentes desse sistema podem ser observados que mudam o dia-a-dia das pessoas, facilitando o
na Figura 1. trabalho, o entretenimento e a interação social. A
Figura 1 - Componentes de um sistema de informação. internet vem como uma de suas principais ferramen-
tas, revolucionando as formas de relacionamento e
favorecendo as empresas em redução de custos, já
que essa ferramenta aproxima as pessoas e facilita
a comunicação.
2.2.1 A internet
Já o software pode ser definido de forma rasa como da segundo o autor, a Internet se tornou um instru-
os programas de computador, como por exemplo, o mento desde para obter gratuitamente informações
Excel. Os sistemas de telecomunicações se referem e diretrizes para exportação e realizar pesquisas de
a comunicação eletrônica, seja ela através de rádio, mercado, até para oferecer a clientes de áreas dis-
televisão ou computador. E, por último, a gestão de tantes um processo seguro para solicitar produtos e
dados e informações envolve a guarda e recupera- efetuar o pagamento.
virtuais. Isso demonstra o relacionamento horizontal ser dinâmico, personalizado, permitir mensuração e
entre marcas e consumidores.” também engajamento (REDAÇÃO MENTALIDADE EM-
Houve então o surgimento das Fanpages, PREENDEDORA , 2015). Esse tipo de gestão já é um
que são páginas utilizadas como vitrine para expor dos serviços vendidos em empresas de assessoria
a marca ou empresa, uma boa estratégia de vendas de marketing.
já que “segundo o IBOPE, o Facebook responde por O segundo termo a ser comentado é a mé-
73,5% da audiência das redes sociais no país.” (Sil- trica, para Kotler, Kartajay e Setiawan (2017, p. 94)
va et al 2015, apud Rocha, 2013) esse método “deve ser introduzido para resolver os
Uma das estratégias conhecidas no marke- problemas das medições atuais.” e Ribeiro (2018,
ting é o boca a boca, no mundo da internet não po- p.1) coloca as métricas como “formas de mensura-
deria ser diferente e como constata Kotler, Kartajay ção que permitem saber se suas estratégias estão
e Setiawan (2017, p. 27) “pesquisas recentes em alcançando os resultados esperados.”. As métricas
diferentes setores mostram que a maioria dos con- estão no Facebook e no Instagram de forma gratuita,
sumidores acreditam mais no fator social (amigos, são informações que as páginas empresariais dispo-
família, seguidores do Facebook e do Twitter) do que nibilizam para aqueles que gerenciam.
nas comunicações de marketing”. O Google disponibiliza um serviço conhecido
Levando para o ambiente público, verificou-se como Google Analytics, que é “uma importante fer-
através de um estudo da Universidade de Illinois que ramenta de análise para monitorar, com eficiência,
em quase nove das dez maiores cidades dos Estados sua atuação online e traçar estratégias consisten-
Unidos, o Facebook e o Twitter foram utilizados pelos tes” (MACHADO, 2018, p.1).
poderes públicos locais no ano de 2011 (Silva et al E por último, as ferramentas são usadas além
2015, apud Govtec, 2012). dos aplicativos de mídias sociais, “possibilitando oti-
No Brasil, os poderes públicos não seguiram mizar, melhorar e até mesmo automatizar processos
os mesmos passos, tendo em vista que esse setor que, até então, levariam horas para ser concluídos.”
passa por processos bastante burocráticos, no (Automação de vendas, 2018)
entanto, “a popularidade do Facebook entre os bra- As empresas que não tem conhecimento so-
sileiros têm tornado a participação das instituições bre esses assuntos podem contratar tanto serviços
públicas nesta rede social digital uma necessidade como também ferramentas que expõem as métricas.
e até uma obrigação para se estabelecer relaciona- Associando as mídias sociais citadas ante-
mentos bidirecionais.” (NASCIMENTO, 2013, p. 950) riormente com o Facebook vê-se que as ferramentas
Outro argumento para embasar a necessida- presentes são ‘curtir‘, ‘compartilhar‘ e ‘comentar‘
de de integrar a gestão pública no Facebook é o fato (Recuero, 2014); No Instagram tem o curtir, comen-
dos órgãos públicos estarem aceitando e procuran- tar, hastags (#), rt e @, além de aplicativos e sites
do adentrar as redes sociais, pesquisas do Mapa da que podem auxiliar no alcance das postagens.
Comunicação de 2011 apontaram um crescimento
3. Método da pesquisa
nos órgãos públicos (NASCIMENTO, 2013).
O trabalho tem o intuito de identificar o im-
3º SIMPIF
No que tange a classificação da pesquisa, ela ou fechado, nesse caso, utilizou-se o questionário
é definida como de campo, já que visa a geração de disponibilizado gratuitamente pelo Google, conten-
conhecimentos úteis através da coleta de dados jun- do em sua maioria perguntas fechadas.
to a pessoas, e depois, realizar a análise e a interpre-
4. Resultados da pesquisa
tação desses dados (PEREIRA, 2007).
No que diz respeito à abordagem do proble- Com a disseminação do questionário, obteve-
ma, a pesquisa é definida como quali quantitativa, -se um total de 149 respondentes, sendo eles dis-
já que há uma mensuração numérica para cumprir centes de dez cursos do ensino superior diferentes
os objetivos do trabalho, que são traços de pesquisa oferecidos pelo IFPB, demonstrados no Gráfico 1.
quantitativa e, há também a busca pelo entendimen-
Gráfico 1 - Total de respondentes e respectivos cursos
to detalhado de certos acontecimentos, que seriam superiores.
traços de pesquisa qualitativa (PEREIRA, 2007).
O método empregado na pesquisa foi o indu-
tivo, que segundo Markoni e Lakatos (2010), parte
de planos mais abrangentes para questões particu-
lares, como por exemplo a teoria (conexão ascen-
dente).
Segundo seus propósitos mais gerais, a pes-
quisa foi classificada como descritiva, já que tem por
objetivo verificar relações entre variáveis e, além dis-
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
so, também possui traços de pesquisa explicativa,
já que busca identificar os fatores que determinam Através do Gráfico 1, observa-se que a maio-
para a ocorrência de alguns fenômenos (GIL, 2017). ria das respostas obtidas foram provenientes dos
Os tipos de pesquisa utilizados foram a cursos de Administração (47,7%), Engenharia Elé-
pesquisa bibliográfica e o levantamento. Para Gil trica (20,8%), Designer de Interiores (11,4%) e Au-
(2017), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com tomação Industrial (7,4%).
base em materiais já publicados, incluindo livros e A primeira e a segunda pergunta do questio-
revistas, por exemplo. E, o levantamento envolve a nário visavam descobrir, respectivamente, qual o pri-
solicitação de informações a um grupo de pessoas, meiro e o segundo equipamento ou dispositivo mais
acerca do problema estudado, para chegar a conclu- utilizado pelos discentes. Através disso, obteve-se
sões mediante dados obtidos. um percentual de 87,9% para celular ou smartphone
Quanto ao universo, a pesquisa considerou próprio como primeiro equipamento, e um percen-
o Instituto Federal da Paraíba campus João Pessoa tual de 63,1% para computador ou notebook pró-
e, para calcular a amostra, utilizou-se a calculadora prio como segundo equipamento.
de tamanho de amostra do site Survey Monkey (ht- Como a internet é um meio bastante utiliza-
tps://pt.surveymonkey.com/mp/sample-size-cal- do para disseminação de informações, buscou-se
culator/), chegando ao valor de 132 respondentes averiguar quantas vezes por semana os discentes
3º SIMPIF
numa população de 3.000 pessoas, com 90% de ní- pesquisados possuem acesso à internet. Dos 149
vel de confiança e 7% de margem de erro. respondentes, 96,6% afirmaram que acessam a in-
Para a reunião das informações no campo da ternet mais de 4 vezes por semana, o que se configu-
pesquisa, o instrumento de coleta de dados utilizado ra como ponto positivo, já que a internet é um meio
foi o questionário. Segundo Santos (2002), o ques- de fácil e ágil propagação de notícias e informações.
tionário se caracteriza por um conjunto de itens or- Com o intuito de abranger o principal objetivo
denados e bem apresentados, podendo ser aberto deste trabalho, questionou-se sobre a primeira e a
segunda mídia social mais utilizada pelos discentes Com o intuito de conhecer a confiabilidade
para obter informações sobre o Instituto, respectiva- dos estudantes nas mídias sociais utilizadas pelo
mente, e os resultados obtidos podem ser observa- Instituto, questionou-se sobre o grau de confiabili-
dos no Gráfico 2. dade no site, Instagram e Fanpage, e obteve-se os
Gráfico 2 - Primeira e segunda mídia social mais acessadas. resultados demonstrados no Gráfico 4.
Observa-se que a mídia social mais utilizada Mais uma vez observa-se o cruzamento das
pelos respondentes é o site do IFPB, tendo ficado respostas, demonstrando que os respondentes con-
em primeiro lugar nas duas perguntas. E a segunda fiam muito no site, confiam muito no Instagram e
mídia é o Instagram, demonstrando que o Instituto confiam um pouco menos na Fanpage, mostrando
pode focar a distribuição de suas informações nes- mais uma vez a importância de o Instituto Fede-
ses dois meios, principalmente. ral vincular informações através desses dois meios
Com a intenção de confirmar as informações principais elencados pelos respondentes.
fornecidas pelos estudantes nas perguntas anterio- Buscou-se descobrir se os discentes disse-
res, questionou-se sobre a quantidade de vezes que minam informações que recebem sobre o IFPB. A
os mesmos acessam o Site, o Instagram e a Fanpage resposta “sim” foi dada por 63 estudantes e a res-
do IFPB campus João Pessoa, as respostas obtidas posta “não” foi dada por 86 estudantes. Os percen-
podem ser observadas no Gráfico 3. tuais das respostas obtidas podem ser observados
Gráfico 3 - Mídias sociais e número de acessos por semana. no Gráfico 5.
que recebem sobre o campus João Pessoa. Para os Gráfico 7 - Whatsapp institucional.
estudantes que responderam “sim”, foi feita uma
pergunta aberta adicional questionando o meio uti-
lizado para vincular a informação. Entre os que res-
ponderam “sim”, 61 informaram o meio utilizado
para disseminar as informações e apenas 2 optaram
por não responder. Alguns estudantes citaram mais
de um meio. As formas de divulgar informações mais
utilizadas pelos estudantes podem ser observadas
no Gráfico 6.
“Ser mais divulgado oportunidades diver- aproveitada para disseminar informações de forma
Resposta 8
sas disponíveis para o estudante.” rápida e eficiente.
“Criar um espaço no site para tirar dúvidas
Resposta 9 Outro ponto a se destacar é sobre o What-
referentes as notícias postadas.”
Resposta 10 “Twitter.” sapp institucional, que a maioria do corpo discente
Resposta 11 “Poderia ter um chat no próprio site do IFPB.”
afirmou que não conhecia o recurso e que caso fosse
Resposta 12 “Whatsapp institucional para discentes.”
“Um re-layout na aparência do site seria in-
disponibilizado, fariam uso do mesmo. Tal aspecto é
Resposta 13 teressante para que se encontre mais facil- bastante positivo pois o Whatsapp é um aplicativo
mente as informações.”
de fácil utilização e disseminação e que atualmente
“Além do grupo no Whatsapp, sugiro um
grupo no Telegram, apesar de menos pes- o número de usuários é relativamente grande, o que
Resposta 14 soas utilizarem, o aplicativo permite a inser-
ção de muito mais pessoas, milhares, num facilita para divulgação de notícias e também para
mesmo grupo.” atingir um público maior e em menos tempo.
“Não tenho certeza se já existe (se existe,
não tenho conhecimento até então), mas
Além disso, outro aspecto importante foram
irei sugerir que: seria interessante se o IFPB as sugestões dos respondentes para melhorar a
possuísse um canal no YouTube e produzis-
se um conteúdo atual a respeito do(s) Cam- comunicação no campus João Pessoa, sendo a de
pus e dos cursos. Embora seja necessário a maior destaque com relação ao site. Os discentes al-
mobilização de pessoas (alunos ou funcio-
nários) e de equipamentos (câmera - para mejam um site com navegação mais intuitiva, maior
ter uma boa qualidade de imagem e gra- facilidade na localização de informações e local para
vação -, microfone, etc) para isso, entendo
que pode não ser possível, mas supriria a tirar dúvidas disponível no site.
Resposta 15 curiosidade de pessoas que: são novatas ou
Outra sugestão importante foi a de colocar
que possuem interesse em estudar na insti-
tuição. Por exemplo: gravar um vídeo explo- totens informativos dispostos pelo Instituto, no in-
rando os espaços da biblioteca (as seções
de livros; os espaços para estudo; a impres- tuito de melhorar a comunicação e a divulgação de
sora antiga e sua história, vulgo: “a última notícias e recados importantes, evitando assim, cho-
impressão é a que fica”; etc) e explicando
como funciona o processo de pegar um livro que de informações diferentes.
emprestado ou esclarecer o funcionamen- Em virtude do que foi exposto, constata-se
to do SUAP, realizando entrevistas sobre as
primeiras impressões das pessoas com o que este estudo foi significativo pois trouxe para a
sistema.”
instituição informações sobre a preferência dos alu-
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
nos e os meios que eles mais utilizam para obter in-
Ao observar o Quadro 1, vê-se com as 15 res- formações sobre o campus, fornecendo apoio para
postas selecionadas que houve diversas sugestões a tomada de decisões da instituição no que tange
por parte dos alunos, desde detalhes pequenos a aspectos comunicativos. Além disso, trouxe também
serem acrescentados aos meios já existentes, até a sugestões de melhorias advindas dos discentes, que
criação de outras formas de comunicação como pro- utilizam diariamente os serviços da instituição.
posição de melhorias para o campus.
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3º SIMPIF
Abstract
This study aims to analyze the financial situation of public servants of Paraíba. Specifically, we sought to cha-
racterize the sociodemographic profile, investigate how servants perform financial planning and analyze the
level of financial education, consumption habits and propensity for debt of these public servants. Data collec-
tion was performed through a closed question questionnaire, applied to a sample of 120 employees from four
public institutions in Paraíba: The Paraíba Federal Council of Education, Science and Technology, Paraíba State
Court of Auditors, Paraíba State Electoral Court and Paraíba State Regional Council of Veterinary Medicine. The
results indicate that the respondents have a good level of practicality of personal financial planning and have
a level of financial education tending to satisfactory standards. Participants rarely have a habit of consuming
beyond necessity, and most never or rarely have arrears.
Keywords: Personal Finance. Financial Education. Financial Planning. Indebtedness. Public Servants.
e Araújo, 2017) a facilidade que servidores públicos um plano para que se possa realizar ações progra-
possuem para obter crédito, tendo em vista que o madas e mais assertivas acerca de algo. Para Hor-
ngren, Foster e Datar (2000, p. 3 apud Lavarda e
dade organizada em relação a informação financeira indiscutível. O que inspira no discurso adotado pelos
ofertada para a população. consumidores nas ações de compra visando uma
Por fim, Lucci, Zerrenner, Verrone e Santos, economia em função dos gastos realizados (CORTI-
(p. 5) reforçam que a conscientização da população NA, 2002, apud GONÇALVES, 2012, p. 67).
é necessária e a educação financeira pode ajudar as Passos (2012), relata que Keynes, em sua
pessoas a terem consciência de todas as variáveis obra “A teoria geral do emprego, juro e da moeda”,
envolvidas numa decisão e fornecer instrumentos traz o termo “função de consumo” se tratando da
para uma tomada de decisão eficiente. Com isso, é relação existente entre consumo e renda, o consumo
notório a importância da educação financeira, ten- das pessoas se expandem à medida que a renda de-
do em vista que as consequências de sua ausência las aumentam (apud GUIMARÃES et al., 2015).
podem determinar uma vida de instabilidades eco- Para Slomp (2008, apud GUIMARÃES et al.,
nômicas, com repercussões significativas em dife- 2015), o endividamento pode ser considerado uma
rentes esferas, podendo causar problemas de ordem “doença de consumo”, consequente do consumo de
emocional, por exemplo. bens e serviços ocasionados pelo sistema mercado-
lógico das sociedades modernas. Esse endividamen-
2.1.3 Hábitos de consumo
to compromete a renda até chegar a uma situação de
Em se tratando de consumo, Bauman (2011) complicações na quitação das contas.
levanta: Katona (1975) aponta três razões que escla-
recem o porquê de um indivíduo gastar mais do que
Um “consumidor tradicional”, aquele que
receber: 1º) baixa renda, onde não é possível pagar
faz compras apenas para satisfazer suas
“necessidades” e cessa de consumir quando
ao menos as despesas básicas; 2º) alta renda, que
elas estão satisfeitas, não é o maior perigo traz a vontade de gastar cada vez mais; e 3º) uma
para o mercado de consumo? Não é o incre- falta da prática de economizar, independentemente
mento de demanda, e não a satisfação de da renda (RIBEIRO et al. 2009).
necessidades, o propósito primeiro e o parâ- Considerando estas condições, as pessoas
metro da prosperidade consumista? (p. 152)
aderem ao crédito visando encontrar soluções. O
Os seres humanos são inclinados a consumir consumidor tem diferentes formas de crédito: pró-
em função da necessidade até satisfazê-las. Segun- prio, de instituições financeiras e uso de cartão de
do Kotler e Keller (2012), o comportamento de con- crédito; também é possível antecipar 13º salário e a
sumo do indivíduo é influenciado por fatores cultu- restituição do imposto de renda, usar o cheque espe-
rais, sociais e pessoais, onde dentre esses os fatores cial, entre outras opções ofertadas. Porém, a adesão
culturais têm mais força. desse hábito leva o indivíduo ao endividamento em
Conforme Silva (2014), no ato de consumir, maior proporção (GUIMARÃES et al, 2015).
em primeiro momento, nasce um estado de alegria De acordo com Matsumoto et al. (2013), o
ou euforia momentânea libertando parte da nossa servidor público possui vantagens perante emprega-
ansiedade, com o tempo essa sensação induz as dos de empresas privadas, das quais são: estabilida-
pessoas a comprar mais e mais gerando um ciclo de, ou seja, a garantia de emprego; salários fixos, em
3º SIMPIF
vicioso que aprisiona as pessoas. O nosso sistema média, maiores; flexibilidade de folgas; entre outras.
econômico dá prioridade a produção excessiva e o Entretanto, ele não é descartado do endividamento.
consumo irresponsável que conduz a ideia de que o
desperdício é algo normal.
A palavra ‘novo’ tem tornado sinônimo de ‘de-
sejável’ sem necessidade de justificativa para o con-
sumo, pois a novidade tem em si mesma um valor
pessoal em banco ou financeira (19,3%) (SPC BRA- é composto por perguntas e respostas de múltipla
SIL, 2018). escolha que buscam identificar o perfil sociodemo-
Nos casos em que o consumidor não conse- gráfico da amostra.
gue quitar as suas dívidas em um curto prazo, o nome Posteriormente, no tratamento dos temas:
do consumidor é inserido em cadastros de restrição Planejamento Financeiro Pessoal, Educação Finan-
ao crédito, como é o caso do SPC. O crediário apare- ceira, Hábitos de Consumo e Propensão ao Endi-
ce no topo da lista do SPC BRASIL no ano de 2018, vidamento, o modelo do instrumento é alterado,
com 65,4% como o principal compromisso que leva passando a ser constituído por assertivas contendo
a negativação, seguido pelas parcelas a pagar no uma escala com números de 1 a 5 (Escala Likert),
cartão de crédito (62,8%), o empréstimo pessoal em que apresentam respostas fixas como “Nunca”, “Ra-
banco ou financeira (61,4%) e o empréstimo consig- ramente”, “Algumas Vezes”, “Frequentemente” e
nado em banco ou financeira (60,5%). “Sempre”, respectivamente.
laridade, 36,67% têm especialização e 26,67% ensi- média de 4, e o item 11 “Pesquiso preços e plane-
no superior completo. Observando o tempo de servi- jo minhas compras”, com média 3.9. Estes resulta-
ço, 25% alegam ter 17,5 a 22,9 anos e 23% com 6,5 dos demonstram que os servidores públicos estão
a 11,9 anos de trabalho. Em relação a média salarial frequentemente controlando os seus gastos e reali-
27,5% possuem entre R$ 3.000,00 a R$ 9.000,00 e zando um planejamento financeiro pessoal antes de
25% entre R$ 9.000,00 a R$ 12.000,00. realizarem uma aquisição de bens ou serviços. As-
sim, conforme Frankenberg (1999 apud LEAL E NAS-
CIMENTO, 2013) “o planejamento financeiro pessoal Tabela 2: Média e desvio padrão da escala Likert: Educa-
ção Financeira
não é algo intangível, trata-se de um plano que pode
ser realizado por cada indivíduo tomando como base EDUCAÇÃO FINANCEIRA
seus próprios valores e objetivos, a fim de alcançá- QUESTÃO MÉDIA DESVIO PADRÃO
-los, sendo eles de curto, médio ou longo prazo”. 14: Sinto-me seguro acer-
Por fim, destacam-se as afirmativas 12 “Te- ca dos meus conhecimen-
3,7 1,00
tos para gerenciar meu
nho hábito de poupar dinheiro” e 13 “Posso dizer próprio dinheiro.
que tenho um rígido controle de meus gastos pes- 15: Procuro informações
3,0 1,13
soais”, que obtiveram as menores médias da tabela, sobre finanças pessoais.
3,5 cada. Diante disso, entende-se que existe uma 16: Anoto e controlo os
meus gastos pessoais.
pequena dificuldade em poupar recursos e contro- (ex.:planilhas, caderno 3,4 1,37
lar rigidamente os gastos pessoais entre os respon- de anotações financeiras,
entre outros.)
dentes, porém, esta média obtida nesses itens é sa-
17: Sigo um orçamento ou
tisfatória, ou seja, o nível de praticabilidade de um plano de gastos semanal 3,1 1,36
planejamento financeiro pessoal entre os servidores ou mensal.
res tendem a frequentemente se sentirem seguros nanceiros de forma eficiente e que em longo prazo,
em relação aos seus conhecimentos financeiros. sua ausência poderá causar desordenamento das
finanças pessoais.
Por fim, como comentado acima, a questão
18 apresentou a segunda menor média dessa variá-
vel. A média 3,0 permite analisar que boa parte dos
respondentes opta por quando necessário, compro-
29: Comprar com cartão cartão de crédito em primeiro lugar como um dos
de crédito e pagar a fatura principais tipos de dívida, sendo citado por 78,0%
3,3 1,07
mensalmente é uma forma inte-
ligente de gerir meu dinheiro. das famílias endividadas. Entretanto, os servidores
MÉDIA TOTAL 3,0 - analisados não demonstraram ser inadimplentes.
Fonte: Dados da Pesquisa (2019)
5. Conclusão
Com a média de 3,6 apresentada na questão
de n°27, podemos aferir que os servidores respon- Conforme objetivo geral elencado, a presente
dentes vivem frequentemente dentro dos limites de pesquisa analisou a situação financeira dos servido-
seu orçamento. Além disso, estes afirmam na ques- res públicos de algumas instituições públicas loca-
tão seguinte, que raramente precisam realizar em- lizadas no estado da Paraíba. Para isso, caracteri-
préstimos para pagar contas de alto valor, apresen- zou o perfil econômico dos servidores, verificou se
tando uma média de 2,0. os servidores realizam um planejamento financeiro
Por fim, os respondentes afirmam através da pessoal, analisou o nível de educação financeira e o
média de 3,3, que o ato de realizar as compras com o impacto nas transações financeiras pessoais, o há-
cartão de crédito e pagar a fatura mensalmente é al- bito de consumo e o endividamento dos servidores
gumas vez a maneira correta de gerir o seu dinheiro. públicos.
A tabela 5 que será apresentada a seguir, de- Analisando de modo geral, foi possível identi-
monstra as três principais contas que aparecem com ficar que os participantes apresentam uma situação
maior frequência como as que mais comprometem a financeira tendendo a níveis satisfatórios. Apesar de
renda dos respondentes. demonstrarem que realizam a manutenção do con-
Tabela 5: Frequência da primeira colocação dentre as trole de suas finanças, os servidores não reconhe-
contas: Propensão ao Endividamento cem a importância em buscar outros meios de infor-
o cartão de crédito aparece com maior frequência do para a área financeira, ressalta-se a importância
sendo considerado o 1° colocado, como a conta que da presente pesquisa em razão de sua contribuição
mais compromete a renda dos servidores. Seguido ao analisar variáveis que envolvem decisões de ca-
pelo aluguel/financiamento aparecendo em 2º co- ráter financeiro. Ademais, é essencial o desenvolvi-
locado e o plano de saúde em 3º. Assim, observa- mento de trabalhos futuros que possam aprofundar
mos conformidade do que foi coletado com os da- a temática no que concerne a finanças pessoais, em
dos apurados pelo SPC BRASIL 2019, que aponta o busca de enfatizar e entender os impactos que a
gestão financeira pessoal pode implicar, inclusive na GONÇALVES, Marco Antônio. Ética e consumo : uma
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Abstract
The Brazilian society, increasingly, has accompanied the development and operation of public policies and
actions of their government representatives. Thus, Public Management, in increasing professionalization, in-
creasingly needs to understand the methods and knowledge already settled and established, as well as use
decision support tools, in order to obtain the efficiency, effectiveness and effectiveness of their actions, mitiga-
ting the waste of public money. In this sense, this study was based on presenting the Linear Programming (PL)
as a strategic planning element, as well as a decision support tool during the definition of the trucks that meet
the service points registered in the Car Pipa Operation (OCP), in the state of Paraíba, seeking to optimize the
use of public resources. In this sense, the present work used bibliographic and documentary research as the
foundation of its development, through access to all routine, documentation produced and governing the OCP in
the 16th Mechanized Cavalry Regiment. In solving the problem, using the Microsoft EXCEL SOLVER add-in, the
optimal solution was determined by defining the best truck to deal with the potable water demand in drought-
-affected communities, taking into account transportation costs and public funds.
mais especificamente no Estado da Paraíba, na área a utilização do termo Pesquisa Operacional é deriva-
de responsabilidade do Décimo Sexto Regimento de do das atividades militares, durante o início da Se-
Cavalaria Mecanizado (16º R C MEC), considerando gunda Guerra Mundial. Nesta ocasião o mundo pas-
que a possível adoção de procedimentos, referentes sava por escassez de recursos, e a alocação eficiente
ao planejamento, execução e fiscalização, estribados destes era uma necessidade considerável durante o
em conceitos científicos e acadêmicos já sedimenta- planejamento das operações militares. Assim, os co-
dos podem trazer significativa economia de recursos mandantes militares da época, dos Estados Unidos
do Governo Federal e aumentar a eficiência, eficácia e Grã-Bretanha, lançaram mão dos conhecimentos
e efetividade da Operação Carro-Pipa. dos cientistas, visando obter uma abordagem cientí-
Tal possibilidade encontra respaldo em “ca- fica na solução de seus problemas táticos e estraté-
sos” de sucesso tanto na iniciativa privada, assim gicos. Desta forma, materializando as ações citadas,
como em órgãos públicos, o que pode ser visto no de forma sintética podemos dizer que os estudiosos
estudo da Aplicação da Programação Linear na Oti- foram contratados para realizar pesquisas em face
mização do Agronegócio, onde Santos e Silva (2016) das operações militares (Pesquisas Operacionais).
relatam que a Pesquisa Operacional dispõe de ferra- Com base nas palavras de Hillier e Lieberman
mentas que tem o “poder” de otimizar qualquer ati- (2010), podemos perceber que com o desenvolvi-
vidade produtiva. E nesse estudo em específico, que mento da programação linear, foram inegáveis os
teve foco a redução dos custos com alimentação dos avanços científicos, sobretudo a partir do século XX,
animais, os autores utilizando a ferramenta solver, impactando de forma consistente desde os anos de
do EXCEL, conseguiram otimizar a produção de uma 1950, constituindo-se comum uma forma de padro-
fazenda produtora de leite, reduzindo o custo de pro- nização na busca pela economia de milhões de re-
dução do litro de leite, por dia, de R$ 0,44 para R$ cursos monetários, seja nas empresas ou em outras
0,38, representado um aumento significativo dos lu- áreas da sociedade em todo o planeta, culminando
cros da propriedade em uma grande reserva dos esforços direcionados à
Sendo assim, esta pesquisa tem como objeti- computação científica ser destinada e dedicada ao
vo geral apresentar soluções, baseadas na Pesquisa uso em programação linear (PL).
Operacional, que possuam a potencialidade de redu- Hillier e Lieberman (2010) nos trazem que a
zir os custos da Operação Carro-pipa no Estado da PL se vale de um modelo matemático para decompor
Paraíba, na área de responsabilidade do 16º Regi- o problema encontrado. Assim, quando utilizamos a
mento de Cavalaria Mecanizado. Para alcançar o ob- palavra linear significa dizer que as funções mate-
jetivo geral foram delimitados os seguintes objetivos máticas utilizadas nessa ferramenta mantêm carac-
específicos: Descrever como funciona o processo de terísticas de função linear, e o termo programação
credenciamento do Carro Pipa; desenvolver modelo remota ao uso de programas de computadores, com
matemático baseado nas condicionantes atuais da enfoque principal no planejamento. Os autores sin-
OCP; resolver o modelo com a utilização da ferra- tetizam tais ideias dizendo que: “[...]a programação
menta SOLVER do EXCEL; e analisar o resultado obti- linear envolve o planejamento de atividades para
do em relação aos caminhões ora contratados. obter um resultado ótimo, isto é, um resultado que
3º SIMPIF
características, ou seja, também lineares. O autor os modelos matemáticos estabelecidos, pela forma
ainda conta que Dantizig tentou se valer de conhe- canônica da programação linear para o Microsoft Ex-
cimentos advindos de economistas matemáticos, cel, onde este último através de sua ferramenta SOL-
pois se tratara da busca pela melhor alocação de VER, contribui para uma análise em tempo menor.
recursos escassos, e após a consultas a especialis- O mesmo autor, diante do cenário delineado, deixa
tas nessa área, descobriu que tais problemas ainda claro que após habilitada a ferramenta passamos
não tinham soluções conhecidas até o ano de 1947. para a inclusão, nas diversas células do Excel, dos
O mesmo autor nos diz ainda que, com a negativa parâmetros do modelo matemático preconizado pela
quanto à existência de um método, Dantizig decidiu programação linear: Variáveis dos Problemas; Fun-
encontrar sozinho uma solução, culminado na “des- ção Objetivo; Restrições.
coberta” do Algoritmo Simplex, o qual se configura De acordo com Marques (2013), o SOLVER
como um mecanismo matemático para a solução de é comumente chamado de Solucionador, pois so-
problemas de programação linear. bre este repousa a possibilidade de encontrar uma
Passos (2008, p. 4) nos diz que o estudo da solução ótima, a qual estará definida na célula que
Pesquisa Operacional mantém um número indefinido contém a função objetivo. O autor aduz ainda que
de fases, a depender do quão complexo é o problema o Solver ajusta os valores nas células das variáveis,
a ser solucionado. Desta forma, de forma genérica, considerando as restrições parametrizadas, tendo
podemos descrever seu estudo com as seguintes fa- como produto final a solução ótima na célula destino
ses: identificação ou determinação do problema; es- que está a função objetivo.
tudo do problema; construção do modelo; resolução Além da comodidade e velocidade de so-
do modelo; validação do modelo; implementação do lução, o SOLVER ainda pode nos trazer importan-
modelo. tes informações através da produção de relatórios.
As citadas fases não representam um fim em Neste aspecto, Lachtermacher (2007) nos traz que
si próprias, ou seja, não são nítidos o fim de uma e o é possível a geração de três relatórios, que tem a
início de outra, pois as mesmas, por interação, são condição de servir de importante elemento de aná-
dependentes entre elas. O autor delineia a fase da lise: o relatório de respostas, o de sensibilidade e o
identificação ou determinação do problema como a de limites. É evidente que todos os relatórios têm
busca em determinar de forma exata o que se quer, grande importância, sobretudo se considerarmos
definindo de forma clara o que será estudado. Na cenários futuros, porém, considerando o relatório de
fase do estudo dos problemas o autor nos traz que sensibilidade como principal definidor dos resulta-
nesse momento se busca uma gama de propostas dos na perseguição ao objetivo geral desta pesqui-
em face do problema, com a reunião do máximo de sa, bem como a objetividade, simplicidade e riqueza
dados disponíveis. Diz que na construção do modelo, de dados de interpretação de seus resultados, este
a qual depende de forma solidária da fase do estudo se mostra como o mais adequado, merecendo maior
do problema, é chegada a hora da busca dos dados exploração.
técnicos e outros dados do setor econômico de atua- A análise do relatório de sensibilidade pode
ção da empresa, buscando uma reprodução da reali- nos trazer importantes benefícios, pois este tem
3º SIMPIF
objetivos intermediários, e por conseguinte o obje- interessado procura a OME ou vai aos postos avan-
tivo geral, respondendo à principal dúvida do pre- çados de credenciamento em Patos-PB, Pombal-PB,
sente trabalho, este tem como técnica de coleta de Cajazeiras-PB e Princesa Isabel-PB, para realizar
dados a pesquisa bibliográfica, oportunizando a revi- sua inscrição e comprovar com cópias autenticadas
são de todos os documentos afetos ao Planejamen- sua regularidade fiscal e jurídica, atestar sua capa-
to, Execução e Fiscalização da Operação Carro-Pipa, cidade técnica, apresentar laudo válido de inspeção
no tocante ao atendimento a todas as comunidades sanitária, realizada pelo poder público municipal da
atendidas pela OCP, na área de responsabilidade do cidade a qual pleiteia se credenciar para prestar o
Décimo Sexto Regimento de Cavalaria Mecanizado, a serviço ora necessário, atestando as condições do
saber: Portaria Interministerial nº 1, de 25 de julho caminhão previstas em legislação do Ministério da
de 2012 e Portaria Interministerial nº 2, de 27 de Saúde, para o transporte de água potável, além de
março de 2015, do Ministério da Integração Nacio- passar por vistorias por equipes do Exército, das
nal em convênio com o Ministério da Defesa, Diretriz condições de trafegabilidade e situação do licencia-
de Planejamento de Ações Subsidiárias Nr 01/2009, mento do caminhão junto aos órgãos estaduais de
do Comando de Operações Terrestres, Diretriz NR trânsito, DETRANS, e cadastro na Agência Nacional
001-Esc Op C Pipa/CMNE e Ordem de Serviço Nr de Transporte Terrestres, as quais devem ser manti-
008 – EscOp C Pipa/CMNE, do Comando Militar do das durante todo a vigência do contrato com a União
Nordeste, planilhas de distribuição de água potável e Federal. Não havendo qualquer impeditivo o interes-
planilhas de cadastramento de comunidades atendi- sado é considerado credenciado para participar da
das pela Operação Carro-Pipa no Estado da Paraíba, OCP como prestador de serviços, pipeiro.
na área de responsabilidade do 16º RC Mec. Após essa fase de inscrição, onde o interessa-
Uma vez coletados, os dados passaram por do inclusive já declara em qual município deseja tra-
análise no tocante à perseguição da solução ótima, balhar, como em todos os anos há um número maior
ou próxima disso, com relação à contratação dos de interessados que número de vagas disponíveis,
prestadores de serviço de entrega de água potável ocorre o sorteio dos que irão iniciar os trabalhos
na área coordenada pela OME pesquisada. Levan- para os municípios para os quais se credenciaram.
do em consideração a capacidade do tanque dos
4.2 Desenvolvimento do modelo matemático ba-
pipeiros credenciados para o município constante
seado nas condicionantes atuais da OCP
da amostra, frente às necessidades e demanda das
comunidades que são ou serão atendidas pelos con- Os contratados no ano de 2018, segundo as
tratados, utilizando com ferramenta de apoio a deci- diretrizes da ORDEM DE SERVIÇO Nr 008 – EscOp C
são o complemento SOLVER do Microsoft Excel 365, Pipa/CMNE, do Comando Militar do Nordeste, fazem
versão 1807 (build 10325.20082). jus ao pagamento baseado na quantidade de água
transportada, multiplicada pela distância percorrida
4. Análise de dados
do manancial até ao ponto de abastecimento, tudo
isso multiplicado por um momento pré-definido pela
4.1 Descrição do funcionamento do processo de
legislação vigente, resultando no montante a ser re-
3º SIMPIF
nantes, buscando a melhor solução para o problema Figura 1 – Viagens necessárias, custos e distância manan-
cial
ora apresentado.
Após o seu lançamento dos dados das co-
munidades atendidas no sistema GPIPA, bem como
a vinculação do caminhão à determinado ponto de
atendimento, o sistema realiza de forma automática
a programação das viagens necessárias para suprir
as necessidades mensais de cada comunidade inse-
rida no programa, determinando os dias e as viagens
a serem realizados pelos pipeiros, definindo suas
Fonte: Autoria própria, 2018.
planilhas de trabalho mensal.
Objetivando otimizar o conhecimento táci- Ainda cabe comento as viagens necessárias,
to dos militares, o presente estudo realizou modelo as quais tiveram valores estabelecidos realizando a
matemático utilizando o SOLVER para determinar a divisão da demanda mensal das comunidades, explí-
melhor solução para o problema, e se fiou em fazer citas na Figura 1, pela capacidade do tanque do ca-
os cálculos baseados no custo do quilômetro rodado minhão. Assim o valor de 9,186813187, lançado na
levando em consideração a carga transportada. célula B3, foi obtido dividindo 83,6 (demanda mensal
Como já descrito, os valores a serem pagos da Comunidade I) por 9,10 (capacidade de trans-
aos pipeiros são a resultante de uma fórmula prees- porte em cada viagem do caminhão). Dessa forma, a
tabelecida, a qual leva em consideração a quantida- Comunidade II teve o valor de 54,12, a Comunidade
de de quilômetros rodados, considerando a carga III o valor de 10,12, a Comunidade IV, 37,84 e a Co-
transportada, de certa forma desconsiderando as munidade V, 84,04, todos divididos pela capacidade
práticas atuais de mercado para atividades dessa do tanque, 9,10.
natureza. De forma análoga na linha 4, os valores obti-
Em consulta ao site do GUIA DO TRC, formam dos no intervalo B4:F4, seguiram a mesma linha de
observadas a publicação de três dicas práticas para raciocínio, somente tendo como divisor o valor de
fazer o cálculo do frete. Entre elas está o seguinte 12,4, que é a capacidade do outro caminhão.
cálculo: (Diárias X Tempo Serviço + Quilômetro X Km Dito isto, nos atendo ao custo por metro cú-
rodado + Despesas de Viagem) X Markup, e a divisão bico, a célula B8 retrata o valor que o caminhão de
do valor encontrado pela capacidade transportada, capacidade 9,10 M3 gasta para atender à demanda
chegando ao valor de cada tonelada levada de um mensal da Comunidade I.
ponto ao outro. Para se chegar ao valor da célula B8 houve a
Assim para estabelecer um modelo matemá- multiplicação de 0,49, que é a constante de multipli-
tico que considera o custo do M3 transportado por cação de estradas com maioria de “chão” no trajeto
quilômetro rodado foram levantados os custos de considerado, o qual consta da Ordem de Serviço Nr
cada caminhão que atende ao município de Carra- 008, do Comando Militar do Nordeste, pelo valor da
pateira-PB, tendo como referencial sua capacidade célula B3, que retrata o número de viagens necessá-
3º SIMPIF
máxima de transporte do tanque. Exemplificando rias para o atendimento da demanda mensal de água
esta sentença tomemos como base os custos do potável da Comunidade I, pelo valor da célula B11,
prestador de serviço que tem como capacidade de que representa a distância do manancial até o ponto
seu tanque 9,10 M3 de acordo com os dados cons- de atendimento, tudo isso dividido por 9,10, que é a
tantes da Figura 1: capacidade de transporte do tanque do caminhão,
resultando no custo por metro cúbico transportado,
no período por viagem realizada.
De igual modo, as células do intervalo B9:F9 Dessa forma seguindo na montagem do mo-
utilizam a mesma forma de cálculo, diferindo apenas delo de forma canônica as restrições tem a seguinte
no divisor, que nesse caso é 12,4, a capacidade do representação:
tanque do segundo caminhão. Restrições dos caminhões:
De posse da determinação dos valores dos X11 + X12 + X13 + X14 + X15<= 200,2
custos de transporte de cada caminhão até as comu- X21 + X22 + X23 + X24 + X 25<= 272,8
nidades cadastradas, retratadas no intervalo B8:F9, Restrições dos dias:
se reúnem as condições de estabelecer um modelo, X11+X12+X13+X14+X15+ X21+X22+X23+X24+X25<= 44
com vistas a mitigar os custos envolvidos no paga- Restrições orçamentárias:
mento mensal dos pipeiros. X11 + X12 + X13 + X14 + X15<= 15000
Assim, para que se tenha o caminhão mais in- X21 + X22 + X23 + X24 + X 25<= 15000
dicado para a execução do transporte para as comu- Restrições das demandas:
nidades cadastradas, é preciso observar qual reúne X11 + X21 = 83,60
melhores condições para desempenhar o serviço X12 + X22 = 54,12
com o menor custo, impelindo este estudo a uma X13 + X23 = 10,12
função-objetivo de minimização. X14 + X24 = 37,84
Nesse sentido, consideramos as variáveis X15 + X25 = 84,04
de decisão (Xij) a possibilidade de cada caminhão É importante ressaltar que a unidade de
(i) atender a determinada comunidade (j), onde os medida usada para determinar a capacidade do
coeficientes das variáveis, da função-objetivo, são tanque dos caminhões bem como a demanda mensal
representados pelos custos apurados. das comunidades, foi o metro cúbico.
Dessa forma, considerando os dados anterio-
4.3 Implementação da solução usando o SOLVER
res a função-objetivo que melhor retrata o problema
é: Com o modelo matemático estabelecido, foi
Minimizar Z= 41,84.X11 + 28,56.X12 + 5,31.X13 utilizado a ferramenta SOLVER, complemento do Mi-
+ 18,58.X14 + 42,75.X15 + 22,53.X21 + 15,38.X22 + crosoft EXCEL, para buscar a solução ótima, ferra-
2,86.X23 + 10,00.X24 + 23,03.X25 menta na qual ocorreu o lançamento da função ob-
Como todo modelo de Programação Linear, o jetivo, das células das variáveis, das restrições, das
presente problema também leva em consideração as condições de não negatividade, bem como se definiu
restrições que normalmente servem de limites para um método de solução, que no caso em destaque, foi
a obtenção da solução ótima: o SIMPLEX, conforme descrito no presente estudo.
1. Restrições dos caminhões: cada caminhão Como já ventilado, o SOLVER apresenta facili-
transporta quantidade limitada pela capacida- dades para que determinado problema, baseado em
2. Restrições dos dias: cada caminhão pode fazer com a utilização do algoritmo SIMPLEX, nos ofere-
até duas viagens por dia ou os dois no mesmo cendo a melhor solução possível e viável.
Assim nossa função objetivo, de minimização
3º SIMPIF
3. Restrições orçamentárias: cada contrato tem ção do volume transportado, variáveis, pelo custo de
4. Restrições das demandas: cada comunidade sideração a capacidade do caminhão. De igual forma
dever ter atendida sua demanda mensal. as restrições também são lançadas na ferramenta,
as quais neste caso se referem ao número de via-
gens por mês, ao teto de quinze mil reais mensais
de 12,40 M3, apresenta o valor de 19,31. Com base Assim, com base nos dados ora apresenta-
nos fundamentos teóricos, o citado valor representa dos, é possível considerar que houve uma redução
o quanto se pode aumentar no custo mensal do ca- em torno de 64% dos custos com pagamento dos
minhão em epígrafe mantendo-se a solução ótima da contratados, bem como se evidenciou a necessidade
planilha de resultados. de contratação de somente um caminhão para aten-
Do mesmo modo as linhas D5, E5, F5 e G5, der todos os pontos de atendimento daquele municí-
da coluna Permitido Aumentar, denotam o valor de pio atendido pela OCP.
13,18, de 2,45, de 8,57 e de 19,73, respectivamen-
5. Considerações finais
te, representando o quanto se pode aumentar nos
custos, mantendo o caminhão de 12,40 M3, para o Considerando que o presente estudo anali-
atendimento às comunidades II, III, IV e V sem alte- sou a utilização de recursos públicos, e também o
rar a solução ótima. atendimento de demandas em relação à mitigação
Ainda de posse dos resultados do relatório dos efeitos da seca sobre a população que vive na
de sensibilidade, na segunda parte, foi possível ve- zona rural do semiárido brasileiro, resta evidenciado
rificar que os valores constantes das colunas Per- que o tema é de grande relevância para a socieda-
mitido Aumentar e Permitido Reduzir nos trazem a de brasileira, pois suas considerações podem trazer
quantificação do valor que será modificada a solu- economia considerável do erário público, bem como
ção ótima se alterarmos a quantidade de recursos é capaz de otimizar o estabelecimento de políticas
disponíveis, da demanda de água potável ou o valor públicas em prol do povo brasileiro.
do teto dos contratos. Dessa forma, exemplificando, Com a utilização da programação linear, com
o valor de 3,08, na coluna Permitido Aumentar da enfoque no método simplex e utilização da ferramen-
linha 1, este representa o valor máximo que pode ser ta SOLVER, do Microsoft EXCEL, foi possível analisar
aumentado no lado direito da restrição, se mantendo todo o processo de definição de rotas e comunida-
o preço sombra. Isso significa dizer que se aumen- des a serem atendidas por determinado caminhão,
tarmos a demanda de água até o valor de 86,16 na levando em consideração sua capacidade de trans-
comunidade I, o valor da coluna Sombra Preço não porte, e os custos envolvidos nessa operação, com
sofre alteração. Dessa forma resta evidenciado que a possibilidade de buscar a solução com o menor
para cada unidade que aumentarmos na demanda custo possível para a fazenda pública. E por se tra-
de água da comunidade I, ocorre um incremento tar de uma ferramenta de apoio à decisão ampla-
de 22,58 no valor final da célula da função objetivo. mente utilizada no mundo empresarial e acadêmico,
Comportamento inverso ocorre se diminuirmos até o e pela utilização de conhecimentos já sedimentados
valor de 0,00, pois nesse caso ocorre um decremen- nos mesmos ambientes, fica garantido a exatidão e
to no valor de 22,58 no valor final da célula da fun- plausibilidade dos resultados obtidos, pois estes se
ção objetivo. Comportamento idêntico acontece com traduzem na melhor solução possível, considerando
os valores inscritos nas linhas da mesma coluna. cenário do mês de abril de 2018.
Figura 3 - Segunda parte relatório sensibilidade Com isso, o relatório de sensibilidade do
SOLVER, além de ratificar as proposições da pla-
3º SIMPIF
cada uma das restrições. Assim o relatório de sensi- tribuição de Água Potável no semiárido brasileiro –
bilidade pode servir de importante ferramenta para Operação Carro-Pipa.Recife,2015. 10 p.
determinar e quantificar gastos e economias futuras _______. Portaria Interministerial nº 1, de 25 de julho
quando houver mudança de cenário que evolva as de 2012. Diário Oficial da União, Brasília, 2012.
restrições do modelo matemático ora estabelecido.
_______. Portaria Interministerial nº 2, de 27 de mar-
Com a análise dos resultados obtidos, foi ço de 2015. Diário Oficial da União, Brasília, 2015.
possível observar que houve impacto extremamente
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Rober-
positivo se consideramos a possibilidade de otimiza- to da. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pear-
ção das ações da OCP, principalmente a economia de son Prentice Hall, 2007.
recursos públicos, bem como também se evidenciou
COLIN, Emerson Carlos. Pesquisa operacional: 170
a importância da utilização de ferramentas que po- aplicações em estratégia, finanças, logística, pro-
dem ajudar ao gestor público em sua tomada de de- dução, marketing e vendas/Emerson Carlos Colin. –
cisão, baseada em critérios técnicos e conhecimen- [Reimpr]. – Rio de Janeiro: LTC, 2011.
tos já sedimentados pela literatura envolta no tema. DOS SANTOS, M. M., DA SILVA, D. M. Aplicação da
Por fim, é preciso considerar que o tema da Programação Linear na Otimização do Agronegó-
pesquisa em tela se traduz em um conteúdo de difícil cio: 2017 Disponível em: <http://http://http://
http://www.unirv.edu.br/conteudos/fckfiles/files/
acesso, por se tratar de um programa praticamente
Aplica%C3%A7%C3%A3o%20da%20Progra-
desconhecido pela sociedade brasileira. Também é ma%C3%A7%C3%A3o%20Linear%20na%20oti-
importante ressaltar suas limitações, visto que fo- miza%C3%A7%C3%A3o%20do%20Agroneg%-
ram considerados somente os custos de transporte C3%B3cio.pdf>. Acesso em: 06 jun. 2018.
para a determinação da solução ótima, sem consi- GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pes-
derar fatores geográficos, sociais e relações traba- quisa/Antonio Carlos Gil. – 5. Ed. – São Paulo: Atlas,
lhistas, deixando espaço para seu aprofundamento 2010.
se travestindo de possível base para estudos futuros. HILLIER, Frederick S. Introdução à pesquisa opera-
cional/Frederick S. Hillier, Gerald J. Liberman; tradu-
Referências ção: Ariovaldo Griesi. – 8. Ed. – Porto Alegre: AMGH,
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3º SIMPIF
Abstract
This article intend to present the application results of a contextualized class proposal about colorants and fla-
vorings in the teaching of Organic Chemistry. The place where it was realized were two public schools, located in
the city of João Pessoa. A 3rd Year of High School class were part of the research from each of the two schools.
Based on the qualitative perspective, we tried to develop a problematic, contextualized and experimental class
proposal. To do so, initially, an oralized exploratory survey was applied with the students in order to detect their
previous knowledge about the subjects about to be studied. Then a class of organic functions was taught with
the proposal to make the students, while seeing their structural formulas, could identify them through the dyes
and flavorings present in processed foods. Subsequently, through the experimentation, the extraction of dyes
from soft drinks was performed. Finally, it was possible, through the “Ingred” software, to analyze packaging
labels where the additives are listed. From the proposal developed, students could be alerted to the risks they
are exposed during the consuming of processed foods and reminded of the fact that they own the power to
choose to eat them or not, being aware of the danger.
cial, levando em consideração os produtos caseiros guns desses aditivos alimentares são os corantes:
e industrializados. amaranto, eritrosina e tartrazina. Esta última tem
Estudos passaram a referenciar a presença potencial para causar distúrbios de hipersensibilida-
dessas substâncias como um dos indicadores do au- de, e afeta de 0,6 a 2,9% da população. Todos esses
mento de déficit de atenção, câncer, alergias, proble- corantes são permitidos por lei no Brasil, além de
mas respiratórios, entre outras consequências nega- outros (ANASTÁCIO et al, 2016).
tivas (CONTE, 2016). Observa-se, repetidamente, que O amaranto é um corante artificial de cor aver-
o propósito dos conservantes e aromatizantes não é melhada que está presente em balas, sorvetes, ce-
auxiliar na alimentação, mas modificar as caracte- reais e outros alimentos. Ele possui boa estabilidade
rísticas físicas, químicas, biológicas e sensoriais dos a luz, calor e ácido, entretanto reage na presença de
alimentos consumidos. (POLÔNIO e PERES, 2009). agentes redutores, como o ácido ascórbico. Por es-
Segundo a Resolução –nº. 44 de 1977, reali- tudos indicarem possível aditivo cancerígeno, ele foi
zada pela Comissão Nacional de Normas e Padrões proibido nos Estados Unidos e Japão. (FOOD INGRE-
para Alimentos (CNNPA), considera-se corante a DIENTS BRASIL, 2016). Outro corante sintético é a
substância ou a mistura de substâncias que pos- eritrosina de coloração rósea, que está presente em
suem a propriedade de conferir, intensificar ou res- pós de gelatina e é legalizada para uso industrial no
taurar a coloração de um alimento. Brasil. Existem estudos de uma possível associação
São três as categorias de corantes permitidas dos tumores na tiroide com o seu uso, pela provável
pela legislação do país para uso em alimentos: os liberação de iodo no organismo, porém esses estu-
corantes naturais, o corante caramelo e os coran- dos não foram conclusivos (PRADO E GODOY, 2003).
tes artificiais. Conceitua-se, como corante natural, o A tartrazina é um corante sintético de colo-
corante ou pigmento inócuo extraído de substância ração amarelo-alaranjado que está presente em re-
vegetal ou animal; como corante caramelo, o obtido frigerantes, confeitos, balas e outros, possui exce-
a partir da caramelização de açúcares; e como co- lente estabilidade a luz, calor e ácido e é associado
rante artificial, a substância obtida por processo de a reações adversas como asma, hiperatividade e ur-
síntese. (FOOD INGREDIENTS BRASIL, 2016). ticarias, em quem os ingere (PIASINI et al, 2014).
O aspecto visual dos alimentos chama bas- Por essa razão, para que ele possa ser utilizado, são
tante atenção para o paladar, pois o nosso cérebro necessárias avaliações de sua toxicidade e suas pro-
associa a cor diretamente ao sabor. Assim, são adi- priedades, permitidas no país. Este aditivo vem sen-
cionadas cores aos alimentos industrializados para do estudado desde os anos 70. Pelo seu “potencial
eles serem mais chamativos e atraírem mais o indiví- negativo para a saúde”, a Food and Drug Administra-
duo que irá consumi-lo. Há os que são feitos natural- tion - Administração de Comidas e Remédios - (FDA)
mente e os sintéticos. São poucas as quantidades de exige que o dito corante esteja listado no rótulo de
corantes artificiais inofensivos à saúde. Por essa ra- quaisquer produtos que o tenham em sua compo-
zão, são feitos estudos para viabilizarem a ação dos sição, desde o início dos anos 2000, aqui no Brasil.
corantes naturais e barrar os prejudiciais, diminuin- Mesmo assim, é um dos corantes mais utilizados in-
do seus possíveis malefícios a saúde. CONSTANT, dustrialmente. Graças a isso, estima-se que 1 a cada
3º SIMPIF
aditivos alimentares presentes em alimentos indus- no alunato o interesse e a participação nas aulas.
trializados compete em 40% de iniciação ou poten- Entre os recursos que são mais utilizados, desta-
cialização de diversos tipos de câncer. Em seu estudo, cam-se: a experimentação, o uso de filme, atividades
analisou-se os aromatizantes sintéticos de biscoito lúdicas e oficinas.
e baunilha e detectou-se a sua possível capacida- Oliveira (2018) também cita, em sua colabo-
de citotóxica e genotóxica ao aplicar doses de 0,3 ração literária, que a curiosidade também é um fator
mL, 0,6 mL e 0,9 mL de ambos os aromas em amos- que desperta o interesse nas aulas, por isso a rele-
tras de bulbos de cebolas para associá-los entre si. vância de utilizar experimentações para ativar esse
Para a Agência Nacional de Vigilância Sani- gatilho em aulas de química.
tária (ANVISA), o grupo dos aromatizantes possui Em seu trabalho Mortimer (2002) discutiu a
duas classificações: naturais, obtidos a partir de ve- relevância das interações dos estudantes nas aulas
getais ou de animais; e artificiais, produzidos através de ciências, como os docentes poderiam gerar pa-
do processo de síntese. Os aromatizantes são obti- drões de interação trazendo diálogo para as aulas
dos a partir de dois processos, pela síntese química e discussão de conteúdos por meio de estratégias
e por meio de extração de fontes naturais (PAROUL, discursivas de aulas entre professor-aluno. Apesar
2011). Eles são relevantes no ramo alimentício in- da discussão verbal não ser a única ferramenta no
dustrial por adicionar ao alimento propriedades sen- desenvolvimento do ensino, tem fundamental rele-
soriais que lhe conferem aroma e sabor. Seu uso in- vância nesse processo.
fluencia institivamente o indivíduo e, por meio disto, É indispensável que o professor considere a
seu uso é demasiadamente utilizado para a aceita- importância de colocar os alunos frente a situações-
ção do produto no mercado alimentício problema adequadas, propiciando a eles a constru-
Diversos são os produtos que acusam na em- ção do próprio conhecimento. Para viabilizar isso é
balagem possuírem sabores de frutas, entretanto indispensável trazer um fato real com um problema
não há, em sua composição, qualquer vestígio delas, atual para contextualizar. Em sua pesquisa, Ferreira,
há apenas aromatizantes sintéticos que cumprem Hartwig e Oliveira (2009) realizaram uma atividade
esse papel. Segundo Tonetto et al (2008), os aroma- experimental com 58 alunos para a determinação da
tizantes sintéticos vieram proporcionar uma eficácia quantidade de álcool na gasolina. De início, um dos
quantitativa e uma validade prolongada às matérias docentes trabalhou a parte teórica do assunto, sem
primas que seriam deslocadas para longa distância. dar muitos detalhes da situação problema que seria
Além disso, são de baixo custo e possuem aromas levantada. Ao notar o domínio dos conteúdos traba-
concentrados que conferem o mesmo sabor e aroma lhados, entregou aos alunos um texto curto, com in-
idêntico aos aromatizantes naturais, colaborando formações referentes à gasolina, tais como: as suas
para a sua durabilidade e proporcionando lucro aos vantagens e desvantagens em relação aos outros
seus fabricantes. Encontrou-se, no consumo desse combustíveis e outros aspectos relevantes. Além dis-
aditivo a doses mais elevadas, o aumento da irritabi- so, o texto apresentava um resumo das informações
lidade e efeitos narcóticos em seus usuários. teóricas e procedimentais e uma situação-problema a
ser resolvida experimentalmente por eles. Ao final da
3º SIMPIF
2.3 Contextualização
atividade, observou o desenvolvimento dos estudan-
Conforme Oliveira (2018), as metodologias tes na resolução do problema, através de um relatório
tradicionais não vêm contribuindo para o envolvi- que tinha a finalidade de verificar o desenvolvimento
mento do aluno e o interesse para aprender os con- deles com a ausência de um roteiro experimental.
teúdos de químicas. Por essa razão, surgiu a neces- Ao final, constatou que os alunos mostraram capa-
sidade de desenvolver estratégias metodológicas cidade de utilizar o conteúdo conceitual e procedi-
relevantes para o ensino de Química, que fomentem
mental em busca da resolução do problema mesmo Vale ressaltar que contextualizar não é ape-
na ausência de um roteiro proposto pelo professor. nas relacionar o conteúdo com o cotidiano dos alu-
Trazer problemas reais para sala de aula que nos, mas problematizá-los para desenvolver neles
contribuam para a vida do aluno faz total diferença habilidades, como o pensamento crítico, opinião e
para a significância de seu envolvimento em apren- ideias. (OLIVEIRA, 2018).
der e interagir na aula. Por esta razão, é fundamen-
3. Método da pesquisa
tal trazer aulas desafiadoras, essas aulas podem ser
através de tecnologias, jogos, estudos de casos e A proposta desse trabalho é qualitativa e bus-
projetos. Com a orientação do docente, o discente ca obter dados que auxiliem a desenvolver uma aula
consegue desenvolver atividades que contribuam contextualizada no ensino de Química Orgânica por
de forma significativa para sua aprendizagem. Por meio de uma pesquisa de campo, que pressupõe a
isso, são essenciais técnicas que possibilitem essa obtenção de dados descritivos construídos a partir
instrução, como a experimentação, que permite ao das propostas desenvolvidas na ação com os sujei-
professor desenvolver no aluno estímulo para bus- tos participantes.
car sua aprendizagem. É indispensável surpreender Conforme Hora, Monteiro e Arica (2010), são
aos estudantes, deixando o ensino menos monótono pertinentes o levantamento de dados para avaliar as
e mais produtivo, sempre utilizando a contextualiza- propostas de pesquisa a serem trabalhadas nos in-
ção para alavancar ainda mais a relevância do co- divíduos, bem para trazer confiabilidade ao estudo,
nhecimento. (MORAN, 2018). assim trazendo importância ao trabalho ali desen-
Ausubel, Novak e Hanesian (1983) salientam volvido.
que a instrução significativa cria uma aprendizagem A pesquisa qualitativa pode ser utilizada para
interessante para o sujeito, sendo o educando o pro- colher as causas e razões até então não discutidos
tagonista do seu estudo, pegando o conhecimento em trabalhos qualitativos, gerando maior compreen-
que ele tem e aprimorando-o com novos conteúdos, são e questionando soluções para as dificuldades
pois, assim, ele busca sua aprendizagem assimilando até então desconhecidos no estudo. É fundamental
com assuntos que ele já tem uma certa perspectiva. saber o que se quer obter ao longo da investigação
Para Wartha, Silva e Bejarano (2013), a con- para optar pelo melhor método a direcionar sua pes-
textualização é recente e relaciona conteúdo com quisa, para saber a técnica principal dela. (CHAER,
a experiência social dos estudantes. Estes auto- DINIZ e RIBEIRO, 2010).
res, ao analisarem a eficácia da contextualização Conforme Godoy (1995), o estudo qualitativo
no cotidiano do ensino de Química, explicitaram as preocupa-se em avaliar o ambiente natural do indi-
concepções de autores que abordaram esse tema víduo, de acordo com a proposta ali aplicada, obten-
utilizando-o como ferramenta para a aplicação dos do dados por anotações e experiências registradas
conhecimentos científicos, referenciando a exempli- e permitindo ao pesquisador autonomia na análi-
ficações, e não para fazer com que o indivíduo com- se para realizar a comparação dos dados auferidos.
preenda sobre o seu papel na sociedade. Nesse tipo de investigação, o estudioso preocupa-se
Os corantes e aromatizantes, por estarem com o processo e não apenas com o resultado, pois
3º SIMPIF
presentes no cotidiano desses estudantes, são ex- seu principal interesse é entender o fenômeno como
celentes assuntos para explorar a contextualização, um todo.
pois esta temática desperta a curiosidade do aluno A proposta tem por finalidade aplicar uma
para que ele sinta-se motivado a questionar o que aula contextualizada no ensino de Química Orgâni-
ocorre nas observações, além do mais provoca um ca sobre corantes e aromatizantes em duas escolas
maior diálogo e discussão do conteúdo entre o dis- públicas, localizadas na cidade de João Pessoa. Foi
cente e o docente. aplicada uma aula para realizar o levantamento ex-
ploratório do conhecimento dos estudantes a res- de baixo custo, já que a aula prática é uma maneira
peito do tema. Após isso, foi ministrada uma aula clara e eficiente de fazer com que o discente com-
discursiva para tratar de alguns alimentos industria- preenda conceitos de Química, despertando um inte-
lizados. Posteriormente, realizamos experimenta- resse pela área. Por isso, a importância de dinamizar
ções e demonstrações desses aditivos nos refrige- as aulas, tornando-as mais interativas. Uma forma
rantes, extraindo-o por meio de papel toalha. disto acontecer é por meio da contextualização, já
que são de extrema importância para construção de
4. Resultados
conhecimento, pois ela se baseia em fazer com que
O primeiro passo, antes de aplicar uma aula o aluno desenvolva seu senso crítico (ALMEIDA et al,
contextualizada sobre corantes e aromatizantes no 2008).
ensino de Química Orgânica, foi levantar dados para Wartha, Silva e Bejarano (2013), em seu tra-
direcionar o trabalho. Com esse intuito, foi aplicado balho, discutiram a visão de diversos autores sobre o
uma aula exploratória oralizada com os alunos para conceito de contextualização e cotidiano e constata-
levantar informações para elaborar uma proposta de ram que, apesar de os teóricos estudados trazerem
aula e identificar os alimentos industrializados que abordagens diferentes, sempre voltavam ao mesmo
os estudantes consumiam. Nesse primeiro momento ponto ao conceitua-las e assemelhavam-se dos se-
eles foram questionados sobre os conceitos de aro- guintes significados: contextualização é relacionar
matizantes e corantes e, nas duas escolas, os alunos o conteúdo com assuntos sociais dando significado
arriscaram-se a conceituá-los, afirmando que coran- a eles além do conceitual e cotidiano é relacionar o
tes eram substâncias que davam cor aos alimentos conteúdo com o dia a dia dos discentes, sem se preo-
e os aromatizantes eram substâncias que adiciona- cupar com o seu significado. Em outras palavras, o
vam cheiro aos alimentos. Ao serem questionados a cotidiano viria com os exemplos corriqueiros diários.
respeito de efeitos que já sofreram ao ingerir essas Após os dados coletados, foi elaborada e
comidas, do total de 44 alunos que participaram nas aplicada uma proposta de aula sobre funções orgâ-
duas escolas, 5 deles disseram já terem sofrido com nicas, um assunto trabalhado nas turmas do 3º ano
reações alérgicas. Ao serem perguntados sobre o do ensino médio. Nas duas escolas, as funções or-
consumo de refrigerantes, 38, afirmaram ingeri-lo, 6 gânicas foram apresentadas aos estudantes e foram
alunos revelou não tomar. Com relação à quantidade mostrados também exemplos de algumas de suas
de vezes que isso acontecia, as respostas variaram aplicações no cotidiano que estão presentes nos co-
de uma vez por semana até cinco vezes, 8 disseram rantes e aromatizantes, usou-se de exemplos como
consumir apenas em datas especiais, como aniver- a tartrazina e eritrosina.
sários. Ficou evidenciado que o consumo de alimen- Posteriormente foi o dia da aplicação final da
tos industrializados era regular pelos discentes, pois proposta, por meio da aula contextualizada de co-
todos os participantes disseram ingeri-los no seu dia rantes e aromatizantes, o envolvimento dos estudan-
a dia. Ao serem pedidos exemplos destes, eles men- tes em cada escola teve suas peculiaridades, confor-
cionaram ingerir, em geral, bolacha recheada, macar- me analisados a seguir.
rão instantâneo, suco, pipocas, batatinhas e doces. No dia de discutir com a turma da escola1
3º SIMPIF
Há alguns fatores que animam os alunos a es- sobre corantes e aromatizantes, foi pedido aos es-
tudarem e interessarem-se pelo ensino de Química, tudantes para formarem um “u”. Em seguida, foi
uma delas é a aula prática. Mas há obstáculos para perguntado a eles o que entendiam do conceito de
realizar essa proposta de instrução nas escolas pú- corantes e aromatizantes e de prontidão eles res-
blicas, como a dificuldades de materiais, como rea- ponderam. Depois os classificamos em seus devidos
gentes. Por essa razão, são necessárias estratégias grupos, naturais e artificiais. Após um tempo foi co-
para burlar isso, como o desenvolvimento de aulas
locada a questão do uso desses alimentos nos lan- a contextualizando com sua realidade, que é funda-
ches das escolas e no cotidiano deles. mental para a compreensão da disciplina. Outra for-
Como a intenção da proposta não era apenas ma de realizar essa instrução é usando ferramentas
discutir, mas sim executar a análise, convidou- de software, que é um meio usado para despertar
se alguns alunos para se voluntariar a fazer um o interesse dos alunos para as ciências naturais,
experimento da extração de corantes em refrigeran- com jogos ou aplicativos que se mostram eficientes
tes. Observou-se que a cor do refrigerante alterava em estimular o interesse no ensino de química, por
a medida que o seu corante era extraído, e nenhum ser fator motivador para os estudantes, os fazendo
dos alunos quis toma-los pela ausência da cor aprender dinamicamente. (VIEIRA, MEIRELES e RO-
Após todo esse processo, também feito na es- DRIGUES, 2011).
cola 2, os estudantes dessa instituição perguntaram Dessa maneira, é indispensável estudar a
entusiasmados se o sabor do refrigerante permane- parte teórica dos conteúdos e praticá-las através
cia e explicou-se a turma que a única coisa que tinha de ferramentas tecnológicas. Elas não substituem o
sido feita era a extração do corante ali presente e professor, apenas é um utensilio facilitador.
que continuaria sendo refrigerante. Abriu-se uma Soares et al (2018) discutiu, em seu trabalho,
discussão sobre o poder do corante para atrair as o uso de aplicativos no ensino de química e obteve
vendas dos alimentos industrializados, pois, ao ve- como resultado que os estudantes sentem dificulda-
rem que não tinham mais a cor característica da be- des em manipular essa ferramenta tecnológica por
bida, se recusaram a tomá-la. Já na escola 1, não faltarem conceitos de outras áreas fundamentais,
houve questionamento sobre o sabor do refrigeran- como gramática. Em contrapartida, o modelo de en-
te, apenas observaram atentos o que ocorria. sino atual contribui para isso por ainda não fazer o
O uso de celulares como forma de aprendiza- aluno protagonista do seu ensino, este que, muitas
gem tem gerado uma mudança na maneira de ensi- vezes, permanece mais centrado no processo e em
nar e aprender, contribuindo estrategicamente nas números do que no desenvolvimento social e intelec-
aulas ao possibilitar interação com os alunos e as tual do estudante.
tecnologias. Uma das formas de seu uso é por meio Dando sequência às atividades, na turma da
de aplicativos interativos em sala de aula. (NICHELE escola 1, pediu-se que a os alunos se dividissem em
e SCHLEMMER, 2014). De acordo com Moran (2007), três grupos e foram distribuídas embalagens de bo-
o uso das tecnologias influencia na fixação do con- lachas recheadas, refrigerantes, batatinhas, salga-
teúdo, além de permitir um menor número de estu- dinhos e doces a eles. Em seguida, solicitou-se que
dantes dispersos, tornando as aulas mais flexíveis e utilizassem o aplicativo “Ingred” para analisar os
menos monótonas, elevando o desempenho dos do- rótulos, através do escaneamento dos ingredientes
centes nas disciplinas. Além de que, na atualidade, a presentes na embalagem. O aplicativo analisava os
implementação de jogos, aplicativos e outros meios ingredientes e media os toleráveis, os que traziam
tecnológicos são facilitadores da aprendizagem, pois certo risco a saúde e os perigosos para a saúde.
beneficiam a criatividade e o desenrolar de discipli- Nesse momento, os grupos começaram a verificar
nas consideradas complexas como Química e Física. os aditivos presentes nos alimentos industrializados
3º SIMPIF
Sendo grande o desafio de construir metodo- que eles consumiam corriqueiramente. Foram apre-
logias que minimizem os défices que os alunos têm sentadas algumas dificuldades que prejudicaram um
com a matéria de Química, é relevante a integração pouco a utilização do aplicativo, uma delas foi a falta
da Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS). Esta que de internet da escola e os alunos não terem o apli-
relaciona as questões entre ciência, tecnologia e so- cativo disponível no celular, assim teve-se apenas o
ciedade para gerar, no processo de ensino, um estí- uso de dois aparelhos para os três grupos que foram
mulo e interesse com um único fim, a aprendizagem, revezados durante todo o processo.
Na escola 2, o processo da verificação dos ró- Com base nas aulas ministradas e no enga-
tulos foi similar, a diferença era que nela a turma foi jamento da turma com o projeto, percebeu-se que
dividida em dois grupos, pois só havia dois aparelhos este modelo de aula interativa traz a atenção do
celulares e apenas um aluno tinha baixado o apli- aluno, pois gera curiosidade do tema. Nas duas tur-
cativo “Ingred”. Entretanto, havia internet disponível mas houve a aplicação da abordagem interagiram
para analisar as embalagens e os alunos analisaram- de forma similar, mas a turma da escola 2 foi mais
-nas descobrindo os aditivos ali presentes. questionadora.
No final do processo, nas duas escolas, foi
Referências
discutido sobre os males desses aditivos para a saú-
de e informou-se aos estudantes que o consumo ex- ALMEIDA. E.C.S. et al. Contextualização do Ensino
cessivo poderia levar a complicações a longo prazo de Química: Motivando Alunos de Ensino Médio. X
Encontro de Extensão. João Pessoa, (2008).
em seu organismo, sempre argumentando a partir
dos aditivos perigosos de corantes e aromatizantes ANASTÁCIO, L. B.; et al. Corantes Alimentícios
detectados no aplicativo, alguns que indicavam o Amaranto, Eritrosina B e Tartrazina, e seus possí-
veis Efeitos Maléficos à Saúde Humana. Journal of
potencial cancerígeno dessas substâncias e reações
Applied Pharmaceutical Sciences – JAPHAC, 2(3):
alérgicas, por exemplo. p 16-30, 2015.
Alguns obstáculos dificultaram o melhor de-
AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D.; HANESIAN, H. Psicolo-
senvolvimento do projeto, um deles foi à ausência de gía Educativa: un punto de vista cognoscitivo. Méxi-
internet na escola 1, outro foi, nas duas escolas, a co: Trillas, 1983.
indisponibilidade dos alunos de baixarem o aplica-
CHEAR, G.; DINIZ, R.R.P.; RIBEIRO, E.A. A técnica do
tivo. questionário na pesquisa educacional. Evidência,
Araxá, v. 7, n. 7, p. 251-266, 2011. Disponível em:
5. Conclusão <https://www.uniaraxa.edu.br/ojs/index.php/evi-
dencia/article/view/201/187>. Acesso em: 13 de
Fica evidente que a estratégia de aula contex-
Agosto de 2019.
tualizada no ensino de Química é um fator motivador
CONSTANT, P. B. L.; STRINCHETA, P. C.; SANDI, D. Co-
para que os alunos queiram interagir e participar
rantes alimentícios. Curitiba, 2002.
com argumentos e perguntas em sala de aula, cons-
truindo seu conhecimento através de problemáticas, CONTE, F. A. Efeitos do consumo de aditivos quími-
cos alimentares na saúde humana. Revista Espaço
como o uso de aditivos aplicados nos alimentos in-
Acadêmico – n 181. p.69-78, 2016.
dustrializados que eles consomem.
O uso do aplicativo para a analise dos rótulos DANTAS, J. C. Uso de Corantes e conservantes em
alimentos industrializados pode causar doenças.
foi de extrema relevância para mostrar mais clara-
HUMANA SAÚDE. 2017. Disponível em: <https://
mente o que cada aditivo propiciava, tornando o en- www.humanasaude.com.br/noticias/uso-de-coran-
sino mais dinâmico. tes-e-conservantes-em-alimentos-industrializados-
E a discussão sobre os corantes e aromati- -pode-causar-doencas,43228>. Acesso em: 04 de
abril de 2019.
zantes foi relacionada com a vivência dos alunos,
que consumiam demasiadamente alimentos pro- FERREIRA, L. H.; HARTWING, D. R.; OLIVEIRA, R.C.
3º SIMPIF
lha quanto a ingerir ou não os alimentos analisados FOOD INGREDIENTS BRASIL. Dos-
conscientes dos perigos. siê Corantes. n. 39. 2016. Disponível em:
Rosane Suêli Cantalice dos Santos norteiam o comportamento dos empregados são valores instrumen-
[email protected] tais que estão relacionados com visão ampla, competência, honesti-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa dade, obediência, responsabilidade e valores terminais como igualda-
de e reconhecimento, os quais parecem influenciar positivamente nas
atitudes e nos comportamentos dos colaboradores, principalmente
no que se relaciona com a orientação aos clientes sobre os produtos e serviços da empresa. Fatores como
treinamento, conhecimento, liberdade, reconhecimento, relacionamento e remuneração são primordiais para
a manutenção de um elevado grau de satisfação.
Abstract
This study came up with the intention of knowing the values and attitudes that permeate the organizational
environment and understanding how they influence human behavior. The purpose of this study was to analyze
the relationship between values, attitudes and employee satisfaction in a microenterprise, in the field of sales
and leasing of machinery and equipment for civil construction, in João Pessoa-PB. For this, an exploratory and
descriptive research was carried out, using a questionnaire, with qualitative variables, applied to company
employees. The results indicate that the values that guide employees behavior are instrumental values that are
related to broad vision, competence, honesty, obedience, responsibility and terminal values such as equality
and recognition., which seem to positively influence the attitudes and behaviors of the employees, especially in
relation to customer orientation on the company’s products and services. Factors such as training, knowledge,
freedom, recognition, relationship and pay are paramount to maintaining a high degree of satisfaction.
Quando é negativa, a ação toma um rumo inadequa- fizeram imprescindíveis a partir do momento em que
do, com rejeição, barreira emocional, desconforto, o homem se percebeu como indivíduo, tendo cons-
quando o objeto se apresenta. Corroborando essas ciência de suas ações e viu, no outro, sua possibili-
informações, Robbins (2005) diz que as atitudes re- dade de existir. A partir do estudo de Thomas e Zna-
fletem de forma positiva ou negativa, o sentimento nieck, citados por Gouveia et al. (2011), destaca-se
de um indivíduo em relação a alguma coisa. Uma que as atitudes e os valores estão relacionados, em-
pessoa pode apresentar diversas atitudes, e relacio- bora tenham conceitos diferentes, as atitudes têm
nadas ao ambiente de trabalho merecem destaque: natureza intrassubjetiva, enquanto os valores são
a satisfação com o trabalho, o envolvimento com o intersubjetivos, pois necessitam ter seu significado
Tendo em vista que os valores compartilhados Rokeach (1973), tornou-se referência nos
influenciam fortemente as atitudes dos indivíduos, estudos sobre valores. Apesar dele não ter elabo-
rado propriamente uma teoria sobre o tema, foi in-
3º SIMPIF
ambiente de trabalho em uma microempresa do ramo esse mérito, como o fato de ter proposto o primeiro
para a construção civil, da cidade de João Pessoa? valores e apresentado uma definição específica dos
vestigação exploratória e descritiva, utilizando um Gouveia et al. (2009) realizaram estudos para
analisar a influência dos valores no comprometimen-
to e no bem-estar afetivo organizacional, com base ne sistema de valores como um conjunto de cren-
na teoria funcionalista dos valores humanos, que re- ças duradouras, relacionadas a modos de conduta
presenta uma proposta integradora e mais cautelo- ou estados de existência preferíveis ao longo de um
sa, com quatro suposições teóricas principais: 1 os contínuo de relativa importância.
seres humanos têm uma natureza boa ou positiva; Na concepção de Robbins (2005), os valores
2 os valores são princípios que guiam o comporta- representam convicções, eles contêm um elemento
mento humano; 3 os valores apresentam uma base de julgamento, conforme a crença do que seja cer-
motivacional; e, 4 apenas os valores terminais, por to ou errado para o indivíduo. Os valores possuem
serem menor em número e de fácil definição, são características de conteúdo e de intensidade. O con-
considerados. teúdo determina que um modo de conduta é impor-
Já Tamayo, citado por Gouveia et al. (2009) tante, enquanto a intensidade descreve o quanto ele
estuda a influência dos valores humanos no ambien- é importante. Quando classificamos os valores de
te laboral por meio de um modelo teórico, mostran- uma pessoa de acordo com sua intensidade, temos o
do uma influência causal que pode ser esclarecida sistema de valores dela. Esse sistema (hierarquia de
pelo seguinte esquema: valores humanos - vida or- valores) é reconhecido pela importância relativa que
ganizacional - valores organizacionais - imagem da atribuímos aos valores que possuímos. Os valores
empresa - comportamento. Segundo esse modelo, costumam ser estáveis e duradouros, o processo de
o empregado traz para a organização seus valores questionamento de nossos valores, evidentemente,
decorrentes de interações sociais anteriores a sua pode causar uma mudança, porém, geralmente esse
entrada na empresa. A vida organizacional informa questionamento serve apenas para fortalecer os va-
os valores organizacionais ao empregado, e as inte- lores que já temos.
rações sociais com os demais membros da empresa Por valores organizacionais, Tamayo (1998)
também podem induzir os valores organizacionais. entende que são os percebidos pelos empregados
Esses valores, sejam antigos ou modificados, pos- como sendo efetivamente característicos da organi-
sibilitam ao empregado a definição de uma imagem zação. São princípios compartilhados pelos empre-
mental da empresa, e essa imagem interfere na sa- gados que guiam o funcionamento da organização.
tisfação com o trabalho e no comprometimento or- Eles são expressados pela empresa por meio de sua
ganizacional. história, estrutura, estratégias de gestão etc. Os va-
Tamayo e Porto (2005) citam a Teoria dos lores organizacionais não devem ser confundidos
Valores de Schwartz, que deriva tipos motivacionais com os valores pessoais dos membros que a com-
como resposta às necessidades básicas da socieda- põem.
de. As três necessidades identificadas por ele são: No entanto, é interessante avaliar candidatos
(1) definir a natureza da relação entre indivíduo e so- a emprego a fim de determinar se seus valores são
ciedade; (2) garantir comportamentos responsáveis compatíveis com os da organização, pois o desem-
que preservem a fábrica social; (3) estabelecer a re- penho e a satisfação com o trabalho tendem a ser
lação entre a humanidade e o mundo físico e social. maiores quando os valores dos funcionários coinci-
Os valores podem motivar o indivíduo a agir, atri- dem com os da organização (ROBBINS, 2005).
3º SIMPIF
buindo direção e intensidade emocional a sua ação. Rokeach (1973), fez um levantamento de va-
lores e os classificou em dois conjuntos: os terminais,
2.2 Conceitos e tipos de valores
que se referem a condições existenciais desejáveis,
Rokeach (1973), conceitua valor como uma às metas que as pessoas pretendem atingir durante
crença duradoura de um modo próprio de conduta sua vida, e os instrumentais, que estão ligados aos
ou estado final de existência preferível a um outro meios que levam às metas dos valores terminais. O
estado que geralmente se opõe. Ele também defi- Quadro 1 traz essa classificação.
Robbins (2005) cita um estudo baseado na próximas décadas, uma elevação dos padrões éticos
classificação de Rokeach, com três grupos de ca- nos negócios, provocada por essa mudança de va-
tegorias ocupacionais distintas para identificar os lores dos responsáveis pela gestão organizacional
principais valores desses grupos. Apesar das varia- (ROBBINS, 2005).
ções de valores de um grupo para outro, a pesquisa
2.3 Atitudes
identificou seis valores principais comuns aos três
grupos: segurança familiar, liberdade e respeito por As atitudes são afirmações avaliadoras, favo-
si próprio entre os valores terminais, e capacidade, ráveis ou desfavoráveis, em relação a objetos, pes-
honestidade e responsabilidade entre os instrumen- soas ou eventos. Estão relacionadas aos valores que
tais. A compreensão dos valores enfatizados por as pessoas possuem e demonstram os sentimentos
pessoas de uma determinada sociedade ou grupo é em relação a algo. São compostas por cognição, afe-
fundamental para explicar e prever atitudes e com- to e comportamento, mas o termo atitude geralmen-
portamentos diante do contexto organizacional. te se refere essencialmente à parte afetiva dos três
No final dos anos 70, iniciou-se um processo componentes (ROBBINS, 2005).
de declínio dos padrões éticos no mundo empresa- Robbins (2005) explica que as atitudes dos
rial. No começo dessa década, a geração de empre- colaboradores estão ligadas diretamente aos valo-
gados era leal aos empregadores, agiam em termos res a eles apresentados dentro de cada organização,
do que seria melhor para a empresa, quando con- assim como a satisfação com o trabalho. O mesmo
frontados por dilemas éticos. No fim dos anos 90 a autor identifica os três componentes que formam as
lealdade era com a carreira, com foco em si próprio. atitudes: cognição, afeto e comportamento. O com-
3º SIMPIF
A partir dos anos 2000, com a chamada geração X, ponente cognitivo é uma atitude na forma de des-
indivíduos que valorizam a flexibilidade, satisfação crição ou crença acerca de como as coisas são. Ele
no trabalho, uma vida equilibrada com mais tempo estabelece a base para a parte mais crítica de uma
para o lazer, têm menos disposição para se sacrificar atitude: seu componente afetivo. O afeto é a dimen-
por seus empregadores do que as gerações ante- são emocional ou sensível da atitude, capaz de pro-
riores. No entanto, como a lealdade dessas pessoas vocar determinado comportamento. O componente
é voltada para os relacionamentos, pode haver nas comportamental de uma atitude refere-se a intenção
gerais a respeito do objeto. Não pretende solucionar Gráfico 1 - Satisfação com o trabalho
problemas.
Na concepção de Gil (2008), população re-
fere-se à totalidade de habitantes de determinada
região, enquanto que amostra é um subconjunto da
população. No caso deste estudo, a população da
empresa é de 7 colaboradores, e foi escolhida uma
amostra com 4 colaboradores, por meio de uma
amostragem não probabilística. Este tipo de amos-
tragem, de acordo com Gil (2008, p 91), “não apre-
senta fundamentação matemática ou estatística,
dependendo unicamente de critérios do pesquisador
[...] apresenta algumas vantagens, sobretudo no que
se refere ao custo e ao tempo despendido”.
A coleta de dados teve como instrumento de Fonte: Dados da pesquisa (2017).
pesquisa um questionário, aplicado aos colaborado- Face ao resultado apurado, pôde-se obser-
res pelos próprios pesquisadores. Em relação ao ins- var que o nível de satisfação com o trabalho, de um
trumento de pesquisa escolhido, Gil (2008) explica modo geral, é bastante elevado. Paladini (apud FER-
que construir um questionário consiste em traduzir NANDES, 1996, p. 21) diz que “para obter um suces-
os objetivos da pesquisa em questões específicas, so contínuo, a empresa tem de ser ‘expert’ na bus-
cujas respostas irão propiciar os dados requeri- ca de resultados (qualidade de produtos/serviços),
dos, para descrever as características da população na manutenção de um clima interno motivador e na
pesquisada ou testar as hipóteses que foram cons- abertura para a inovação e a flexibilidade”. Conside-
truídas durante o planejamento da pesquisa. Nesse rando essa afirmação, pode se inferir que existe um
sentido, foi elaborada uma questão sobre valores, clima organizacional favorável à manutenção de um
baseada no modelo proposto por Rokeach (1973); bom nível de satisfação com o trabalho e que motiva
cinco questões sobre atitudes e cinco sobre satisfa- as pessoas a serem mais produtivas, agregando va-
ção no trabalho. lor e competitividade ao negócio.
4. Apresentação e análise dos resultados Gráfico 2 - Satisfação com as atividades que desempenha
O resultado expressa um excelente nível de com isso mobilizar suas energias em busca da exce-
satisfação em relação às atividades desempenha- lência nos negócios, pois, o fator humano é o grande
das. Segundo Robbins (2005, p.68) “[...] embora diferencial na busca por competitividade e sucesso.
não podemos dizer que um funcionário feliz é mais No intuito de identificar a satisfação relacio-
produtivo, podemos afirmar que as organizações fe- nada aos treinamentos oferecidos, os dados mos-
lizes são mais produtivas”. Nesse contexto é possível tram um mesmo entendimento dos funcionários,
deduzir que há uma relação adequada entre satisfa- como pode ser observado no Gráfico 4.
ção e produtividade, como possível consequência da Gráfico 4 - Satisfação em relação aos treinamentos ofere-
preocupação que a empresa demonstra com os fun- cidos
Quadro 2 - Definição de satisfação no ambiente de trabalho Gráfico 5 - Grau de relacionamento entre os funcionários
ral do colaborador em relação às atividades por ele Verifica-se que os funcionários têm uma ati-
exercidas, o que pode influenciar na definição que tude positiva quanto ao relacionamento interpessoal
cada um possui sobre o tema. Entendemos que es- no ambiente de trabalho. Robbins (2005) sugere que
sas definições mostram o que os funcionários al- as atitudes refletem a identificação com indivíduos
mejam para obter satisfação. Tendo ciência disso, a ou grupos que são valorizados pela pessoa, mos-
empresa pode trabalhar fatores como treinamento, trando um elo com o comportamento apresentado
conhecimento, liberdade para inovar e participar, re- no ambiente laboral. Pode ser deduzido que as ati-
conhecimento, relacionamento e remuneração, para tudes nessa empresa possibilitam uma boa relação
manter o grau de satisfação sempre elevado. entre os funcionários, transmitindo um sentimento
Em relação às atitudes, buscando verificar de pertencimento e contribuindo para um clima or-
suas implicações sobre as ações no ambiente labo- ganizacional favorável à resolução dos conflitos.
ral, foi investigada a avaliação que os funcionários Pertinente ao reconhecimento interno e ex-
fazem quanto ao grau de relacionamento interpes- terno pelas atividades exercidas, as respostas foram
soal, o reconhecimento interno e externo pelas ati- diversificadas, como pode ser visto no Gráfico 6.
vidades exercidas, informações fornecidas aos clien-
Gráfico 6 - Reconhecimento interno e externo pelas ativi-
tes sobre os produtos e serviços e a liberdade de dades exercidas
iniciativa.
No tocante ao grau do relacionamento en-
tre os colaboradores, a pesquisa obteve o resultado
apresentado no Gráfico 5.
3º SIMPIF
mento pelo trabalho exercido, na medida em que ligados ao compromisso, honestidade, competência,
cada um selecionou uma alternativa diferente. Ro- dever cumprido, responsabilidade e reconhecimen-
bbins (2010) diz que o reconhecimento faz parte da to, corroborando a afirmação sobre a influência dos
motivação e satisfação do colaborador, pois um fun- valores nas atitudes das pessoas.
cionário reconhecido tende a ficar motivado por mui- Quanto à liberdade para executar outras ati-
to mais tempo, implicando atitudes positivas. Desse vidades, foram obtidos os dados expressos no Grá-
modo, pode inferir-se que o reconhecimento nesse fico 8.
ambiente pode trazer atitudes negativas e desmo- Gráfico 8 - Liberdade para executar outras atividades
tivação, tornando-se um fator de improdutividade.
Para que isso seja evitado, os gestores precisam
tomar medidas a fim de melhorar tanto o reconhe-
cimento externo quanto o interno em relação às ati-
vidades executadas pelos funcionários.
A fim de medir a atitude dos colaboradores
em relação ao repasse de informações para os clien-
tes sobre os produtos e serviços da empresa, se che-
gou ao resultado expresso no Gráfico 7.
Gráfico 9 - Liberdade para apresentar melhorias ou ideias Gráfico 10 - Valores humanos considerados mais impor-
para a empresa tantes
Por fim, cabe destacar que em relação a pro- to, relacionamento e remuneração, os quais são pri-
posta de verificar a relação entre valores, atitudes e mordiais para a manutenção de um elevado grau de
satisfação no trabalho, pode concluir-se que existe satisfação.
uma relação sim entre estas variáveis, especialmente Assim, considerando os resultados obtidos
no que se relaciona com a satisfação no trabalho e pode-se afirmar que houve êxito quanto ao alcan-
as atitudes dos colaboradores frente ao relaciona- ce do objetivo geral, na medida em que foi possível
mento interpessoal. Entretanto, apesar de ter sido identificar os valores que norteiam o comportamen-
verificado no ambiente de trabalho valores como to dos funcionários, verificar as atitudes e o nível de
visão ampla, capacidade, honestidade, obediência, satisfação no ambiente organizacional. Por outro
responsabilidade e atitudes consideradas positivas lado, não se pode afirmar que exista uma relação
não pode-se afirmar que existe uma relação signi- significativa entre as três variáveis: valores, atitudes
ficativa com a satisfação no trabalho, uma vez que, e satisfação no trabalho.
apesar de ter sido constatado que existe satisfação Uma das pretensões futuras é a realização de
no que se refere ao trabalho e ao desempenho das outra pesquisa que venha dar continuidade a este
tarefas profissionais, existem outros aspectos que estudo, pois se faz necessário validar esses resulta-
parecem interferir negativamente na satisfação dos dos em organizações de outras naturezas e portes.
colaboradores que estão relacionados a falta de Esta perspectiva se fundamenta no interesse de-
oportunidades para executar novas ideias, partici- monstrado pelos pesquisados em conhecer os re-
par de novos cursos, conhecer produtos novos no sultados da pesquisa, como também vale registrar a
mercado, além de questões básicas como conforto, acessibilidade à empresa, que se mostrou bastante
reconhecimento e melhor remuneração. receptiva e disposta a colaborar com a investigação.
Por fim, cabe destacar que pesquisas desta
5. Considerações finais
natureza trazem contribuições para a Administração
Esse estudo foi realizado com a finalidade de e gestores, uma vez que ajudam a compreender me-
analisar a relação entre os valores, atitudes e satis- lhor as pessoas, principalmente no ambiente de tra-
fação dos colaboradores em uma microempresa do balho, no que tange à forma como agem, o porquê
ramo de vendas e locações de máquinas e equipa- de suas ações e o que as motiva, e a aplicar o conhe-
mentos para a construção civil, em João Pessoa-PB, cimento adquirido para aperfeiçoar as práticas de
com fundamentação teórica baseada em obras re- gestão de pessoas e proporcionar maior qualidade
lacionadas ao tema. E, quanto a isso, pode-se afir- de vida ao contexto organizacional. Para a socieda-
mar que os valores norteiam o comportamento dos de, o estudo contribui com o conhecimento e a com-
empregados e são por eles considerados importan- preensão dos valores que orientam o comportamen-
tes para execução de suas tarefas, os valores instru- to humano, para ajudar a entender as atitudes das
mentais encontrados estão relacionados com visão pessoas e como provocar a satisfação no trabalho.
ampla, competência, honestidade, obediência, res-
Referências
ponsabilidade, e os valores terminais são relativos
à igualdade e ao reconhecimento. Esses valores pa- FERNANDES, Eda. A gestão da qualidade total e os
3º SIMPIF
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S1415-65552005000100003>. Acesso em 23
nov. 2016.
Jonas Saraiva
Sistema monitorado de gotejamento e
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
fertirrigação automatizados na cultura
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa de batata doce
Pedro Soares
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
Resumo
Rafael do Ramo
[email protected] Através da globalização e intensificação das mídias é possível acom-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa panhar claramente o processo de escassez da água em todo o plane-
ta, o que antes se caracterizava mais em áreas de clima árido. A admi-
Yuri da Fontoura
[email protected] nistração ineficiente da água tem sido uma das grandes causas dessa
Instituto Federal de Educação, Ciência e escassez, principalmente nas atividades agrícolas de todo o mundo. É
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
diante disso que o presente artigo tem como objetivo apresentar um
modelo de irrigação automatizado que diminui consideravelmente a
quantidade de água utilizada na agricultura, através do monitoramen-
to e automatização da cultura da batata doce, utilizando um sistema
de gotejamento. Com respeito à metodologia inicial, foram realizadas
pesquisas em literaturas da área e entrevistas com agricultores da
região para uma melhor compreensão do processo de plantio até a colheita usada na região. Seguido da cria-
ção do protótipo composto pela caixa d’água, sensores, sistema embarcado e programação. Ao longo deste
trabalho foi observado que não só o desperdício de água é um fator negativo, mas também os diferentes danos
que são causados à plantação e ao solo.
Abstract
Through globalization and media intensification, it is possible to follow the process of water scarcity around the
planet, what was once characterized more in arid areas. Inefficient water management has been a major cause
of this scarcity, especially in agricultural activities around the world. This article aims to present an automated
irrigation model that considerably reduces the amount of water used in agriculture, through the monitoring and
automation of sweet potato crop, using a drip system. With respect to the initial methodology, research was
conducted in the area literature and interviews with farmers in the region to better understand the planting pro-
cess until the harvest used in the region. Followed by the creation of the prototype composed by the water box,
sensors, embedded system and programming. Throughout this work it was observed that not only water waste
is a negative factor, but also the different damages that are caused to the crop and soil.
de terra em cilindros com mesma medição volumé- Gráfico 2- Umidade do solo durante 24 horas
trica. Tais amostras foram colocadas na estufa (equi-
pamento do IFPB) para retirar toda umidade da por-
ção de terra, possibilitando a pesagem adequada e
obtenção das densidades das amostras.
Para a construção do sistema de controle
foram necessários um arduino mega2560 (para pro-
cessamento e obtenção dos dados), um display LCD
16x2 (para visualização dos dados obtidos pelos
sensores), uma válvula solenóide (atuador do siste-
Fonte: Elaborada pelo autor
ma para controle do fluxo de água no cultivo), um
módulo relé (controle da válvula), um módulo reló- Foi então desenvolvido um raciocínio lógico
gio (para controle do horário de irrigação), dois sen- do sistema. Caso a temperatura do solo seja favorá-
sores, um de umidade e outro de temperatura (para vel à irrigação, e com uma umidade baixa e no perío-
análise do solo), um módulo cartão micro sd (para do irrigatório (todas as condições foram pré-estabe-
água recebida e fornecê-la à plantação através de uma O tipo de solo encontrado favorece muito a
mangueira gotejadora, fabricada para esta aplicação. cultura de batata-doce , visto que esta hortaliça tem
Um cano de PVC fez a ligação entre o reservatório e o preferência por solos arenosos. estes tipos de solos
restante da estrutura. Entre o cano e a mangueira go- favorecem a construção das leiras, o plantio das mu-
tejadora, foi introduzido a eletroválvula solenóide das,o crescimento lateral das raízes, evitando a má for-
Figura 4- Fluxograma do sistema de irrigação mação, e facilitam a colheita, diminuindo o índice de
danos ao produto e o esforço físico na hora da colheita.
4. Resultados da pesquisa
4.1. Solo
pois esta será direcionada para a planta pelos go- vidades agrícolas é ponto fundamental para se obter
tejadores, uma boa economia energia, pois não será novamente o equilíbrio no ciclo biológico da água.
necessário motor de alto consumo na hora de irrigar, Durante a construção das leiras para o plantio
uma vez que a água será levada aos gotejadores por da batata, foi observado que seria interessante e até
gravidade, o gasto com mão de obra também será necessário se fazer um estudo da densidade do solo,
diminuído e a produção será mais eficiente, visto no qual está sendo trabalhado. Entender a facilidade
que o sistema de controle é em malha fechada, logo com que a água se infiltra no terreno é de grande
a irrigação e a correção da umidade serão realizadas influência para uma maior eficiência no uso da água.
automaticamente. A tabela de comparação do consu- Com respeito aos dados colhidos, foi com-
mo de água no sistema por gotejamento em relação provado que o sistema de irrigação por gotejamento
ao sistema de irrigação por aspersão, segue abaixo: é mais eficiente que os adotados na região onde se
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br/agua-na-agricultura/sobre-o-tema>. Acesso em: OLIVEIRA , Carlos; VALADÃO, Lúcio. Manejo da água
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FILHO, José Fernandes. Análise Da Pluviosidade Pesquisa de Hortaliças, ano 97, p. 1-8, nov. 1997.
Na Microrregião De Sapé E Sua Correlação Com A
Produção Da Cana-de-açúcar: Percepção Dos Agri- OLIVEIRA, Rogério Santos. Sistema de irrigação
cultores No Município De Sobrado/Pb. Orientador: automatizado na produção de abacaxi utilizando
Prof. Dr. Marcelo De Oliveira a plataforma de prototipagem eletrônica arduino.
Automated irrigation system for pineapple produc-
Moura. 2014. 39 F. Trabalho De Conclusão De Curso tion using arduino electronic prototyping platform,
(Graduação) - Discente, João Pessoa, 2014. Largato/SE, p. 1-9, 27 ago. 2018
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Agosto de 2018. text&tlng=es>. acesso em: 25 de Janeiro de 2019.
Abstract
The objective of this work was to evaluate the characteristics of tourists and their perception about the envi-
ronmental impacts of tourism in the archaeological site, where the cave paintings of the city of Carnaúba dos
Dantas - RN. The methodology included bibliographic research, questionnaire and site visit. Twenty people
were interviewed. It was found that there are environmental impacts, permanent risks of degradation by an-
thropic factors, natural and also human transformation factors caused by tourism present in that environment.
Among the main impacts were cited: graffiti, deforestation, garbage accumulation and solid waste. These
factors may cause the disappearance of some paintings. Impacts are mainly associated with tourists’ own
visitation practices.
3. Método da pesquisa
Gráfico 2 - escolaridade
superior completo (33,3%), não apresentam uma Gráfico 4 - Principal motivação para conhecer as Pinturas
Rupestres.
profissão dominante, algumas citadas foram: nutri-
cionista, empresário. Outrossim, são os estudantes
de ensino médio (28,6%), que ratifica a relevância
das Pinturas para o meio estudantil. Uma supremacia
de pessoas com maior nível de escolaridade pode
levar a aspectos positivos neste tipo de turismo,
levando em consideração os estudos de Barros &
Dines (2000) e Wearing & Neil (2000), os ecotu-
ristas apresentam um bom nível de escolaridade,
são normalmente mais receptivos e conscientes
das necessidades de conservação ambiental e das 81% dos entrevistados relataram que, a prin-
atratividades eco turísticas e, se orientados, podem cipal motivação para conhecer as pinturas rupestres
apresentar alto grau de comprometimento para a é pelo seu valor histórico, 47,6 % acha importante
conservação destes local. o convívio com a natureza que tem uma parcela po-
Gráfico 3 - Pessoas que só conhecem as Pinturas do sitiva fundamental junto com o valor histórico, 33%
município de Carnaúba dos Dantas
dos entrevistados vão ao local pela beleza cênica e
por motivos de estudos, é notória também a curio-
sidade sobre o local para a realização de pesquisas
e estudo, sendo assim o local pode ser considerado
um verdadeiro laboratório vivo. Como uma grande
parte dos sítios arqueológicos se encontra em área
de paisagem natural, pode-se considerá-los como
O predomínio das pessoas que conhecem ex- legítimos representantes do patrimônio cultural e
clusivamente as Pinturas Rupestres do município de natural da humanidade. Afirma-se que através das
Carnaúba dos Dantas (81%) demonstra em outros pinturas e gravuras rupestres que o homem pode
aspectos a relevância deste ambiente para o turismo adquirir conhecimento do modo de vida dos seus
do município. De acordo com GUIDON, 1998; MAR- antepassados, ou seja, da cultura, do cotidiano, das
TIN, 1999; GASPAR, 2003; Carnaúba dos Dantas é crenças e comportamentos, mas também da sua in-
turismo presente naquele meio citando entre eles: obras mínimas de reconstrução ou adaptação que
pichação, desmatamento, acumulo de lixo e resíduos atendam às necessidades e exigências práticas. [...].
sólidos. Estes fatores podem ocasionar o desapare- De acordo com Brunet, Vidal e Vouvé (1985a,
cimento de algumas pinturas. Apenas 5% acha que p54), “Os monumentos rupestres ornados, [...] e os
não é perceptível, o que se torna contraditório, tendo sítios naturais aos quais são associados, formam
em vista que para o acontecimento da visita no Sí- um conjunto [...] indissociável”, e qualquer ação de
tio Arqueológico é necessário à criação de trilhas e proteção sobre eles deverá atingir tanto o domínio
adaptação de estrutura para uma visitação de forma cultural como o natural. Nesse sentido, as regras
adequada, de acordo com a figura 1. que regem a conservação dos sítios arqueológicos
Figura 1: Passarela suspensa no Sítio Xique Xique 1. estão diretamente vinculadas às regras que regem a
conservação do patrimônio cultural e natural. Além
da legislação nacional específica, e de outros instru-
mentos legais, tais como a legislação ambiental, de
arqueologia e de turismo cultural, a preservação de
bens culturais é orientada por Cartas, Declarações e
Tratados Nacionais e Internacionais.
5. Conclusão/Considerações
ternacional de Monumentos e Sítios – ICOMOS, O l’art rupestre – deux études, glossaire illustré. Unes-
co, Études et documents sur le patrimoine culturel,
termo conservação designará os cuidados a serem
nº 7, 1985.
dispensados a um bem para preservar as caracterís-
ticas que apresentem uma significação cultural. De CUNHA, Manuela Carneiro da Cunha. (Org.). História
dos Índios no Brasil. 2. ed. São Paulo: Companhia
acordo com as circunstâncias, a conservação impli-
das Letras/Secretaria Municipal de Cultura/FAPESP,
cará ou não a preservação ou a restauração, além da 1998. p. 37-52.
manutenção; ela poderá, igualmente, compreender
Palavras-chave: História da Matemática. Geometrias não euclidianas. Novos parâmetros curriculares nacio-
nais. Metodologias de Ensino.
Abstract
This paper aims to deepen the understanding of the insertion of non euclidean geometry as a curricular
component of the undergraduate mathematics course, considering the fact that geometry that occurs in the
hyperbolic or elliptical space is as important as Euclidean geometry. , which we will show in this document. In
order to achieve this objective, we bring here the history of non euclidean geometry from the earliest Euclid
axiomatizations and their postulated polemics of parallels, starting point of other geometries, to the emergen-
ce and applications of non euclidean ones, using experiments and examples. Through the theoretical-metho-
dological perspective of the descriptive and narrative line coming from the areas of the History of Mathematics
and the History of Knowledge, this research points to the non euclidean geometries and how to approach it as
a teaching subject in higher education, contributing to improving the process of student and teacher training
in mathematics.
Keywords: Mathematics history. Non-Euclidean geometries. New national curriculum parameters. Teaching Me-
thodologies.
4. E serem iguais entre si todos os ângulos retos. tando nas primeiras concepções de novas geome-
5. “E, caso uma reta, caindo sobre duas retas, faça trias.
os ângulos interiores e do mesmo lado menores
3. O quinto postulado
do que dois retos, sendo prolongadas as duas
retas, ilimitadamente, encontram-se no lado no Na pesquisa das geometrias não euclidianas
qual estão os menores que dois retos.” (EUCLI- foram usados diversos métodos a fim de embasar
DES, 2009, p. 98). a razão pela qual ela deveria ser introduzida como
Estes postulados vistos atualmente no que uma disciplina obrigatória no ensino superior. Foi
seria equivalente a nossa linguagem: O primeiro, diz traçado uma linha histórica desde Euclides até o
que por dois pontos distintos é possível traçar uma atual momento que mostra como ela surgiu a partir
única reta, o segundo, dado um segmento qualquer de negações de um mesmo postulado e como ela se
de reta, é possível prolongá-lo de maneira única, in- tornou tão sólida quanto a geometria de Euclides,
finitamente, sobre uma reta, em qualquer direção, o além de apresentar aplicações de grande utilidade.
terceiro, diz que sempre é possível traçar um círcu- Um postulado deve ser uma sentença óbvia,
lo, dado um ponto como centro e uma distância que que não é provada ou demonstrada, e por isso se
servirá de raio. Como Euclides não usava instrumen- torna um consenso universal, que é usado para a
tos de medição, o quarto postulado foi usado para dedução de uma determinada teoria. Para que um
designar o ângulo que é igual ao seu suplementar, conjunto de postulados seja consistente, de acordo
Euclides estabeleceu que todos os ângulos com essa com Braz (2009).
propriedade são iguais, ou seja, o ângulo de 90º. A matemática assim como outras ciências
Ninguém duvida que por dois pontos pode-se traçar tem como objetivo descobrir verdades e prová-las,
uma reta, nem que dados dois ângulos retos, eles Euclides utilizou do método axiomático para que
são iguais. Porém, o quinto postulado merece mais pudesse solidificar sua geometria. De acordo com
atenção. Durante séculos, vários matemáticos fica- Raggio e Stival (2003), as características principais
ram intrigados com este postulado, que não é tão da noção clássico aristotélica de um sistema axio-
A figura 1 a seguir ilustra este postulado que 1. Uma ciência no sentido aristotélico é um conjun-
será discutido de modo mais específico ao longo to de enunciados relativos a um mesmo domínio,
deste trabalho. que possui as seguintes propriedades:
Figura 1 - Quinto Postulado • Os enunciados se dividem em axiomas e teore-
mas.
• Os conceitos que compõem os enunciados se di-
videm em conceitos fundamentais e derivados.
2. Os axiomas devem ser:
• Imediatamente evidentes, e por essa razão não
carecem de demonstração.
3º SIMPIF
• Suficientes para que se possa definir a partir de- tradição com uma das 28 primeiras propo-
les, segundo as regras da lógica, todos os con- sições dos Elementos de Euclides (BRAZ,
2009, p.19).
ceitos derivados.
Além disso Braz (2009, p.13) afirmava que Após uma série de demonstrações, utilizando
um conjunto de postulados deveria ser consistente, desses métodos, Saccheri conseguiu provar que a
e que deveria seguir três propriedades: soma da medida dos ângulos não retos de seu qua-
drilátero era menor ou igual a 180°. De acordo com
a) Completude: tudo que será usado
Barbosa (1995), ao procurar uma contradição para
na teoria está apropriadamente conti-
do nos axiomas, de maneira que não
a teoria de que a soma dos ângulos era inferior a
haja hipóteses implícitas. 180°, Saccheri demonstrou diversos resultados con-
b) Consistência: é impossível deduzir dois dizentes com todos os postulados da Geometria de
teoremas contraditórios dos axiomas. Euclides, com excessão do quinto.
c) Independência: nenhum axioma é con- Braz (2009) dizia que apesar de todos os re-
sequência de alguma combinação dos de-
sultados encontrados, Saccheri negava a existência
mais. (Braz, 2009, p.13).
de uma outra geometria, porém ainda assim contri-
Dessa forma podemos entender que um buiu grandiosamente para a criação das geometrias
postulado trata-se de uma sentença óbvia que não não Euclidianas. Atitudes como essa levavam cada
é provada ou demonstrada, e por isso se torna um vez mais matemáticos a aumentarem suas curiosida-
consenso universal, que é usado para demonstrar des se instigarem atrás de resultados.
outras propriedades. Assim o quinto postulado cau- Um jovem matemático da Hungria, Johann
sou muita polêmica, por parecer mais um teorema Bolyai, vinha se dedicando fortemente para solu-
do que um postulado, logo vários matemáticos acre- cionar o problema das paralelas, enquanto seu pai
ditaram que o conjunto de postulados de Euclides Wolfgang Bolyai, outro grande matemático da época,
não era independente, pois acreditavam que fosse tentava desestimulá-lo a continuar, dizia ele:
possível demonstrar o quinto postulado a partir dos
Você não deve tentar esta abordagem das
quatro primeiros. Alguns autores acreditam que o paralelas. Conheço este caminho em toda
próprio Euclides não era muito convicto do seu quin- sua extensão. Atravessei esta noite sem
to postulado pois em suas primeiras 28 proprieda- fim, que extinguiu toda a luz a alegria da
des apenas se utilizou os quatro primeiros para de- minha vida. Suplico-lhe, esqueça a ciên-
cia das paralelas [...] Pensei que me sa-
monstrá-las, tendo usado o quinto somente na 29.
crificaria em benefício da verdade. Estava
Vários matemáticos tentaram encontrar de-
pronto para me tornar o mártir que remo-
monstrações para o quinto postulado, mas nenhum
veria a falha da Geometria e a devolveria
que trouxesse contribuições significativas exceto purificada à humanidade. Tive um trabalho
pelo padre jesuíta Girolamo Saccheri (1667-1733). monstruoso, enorme; minhas criações são
Ele utilizou uma forma diferente em sua tentativa de muito melhores do que as dos outros, mas
prova, utilizando do método mais usado por Euclides, ainda assim não atingi completa satisfação
[...]. Eu desisti quando vi que nenhum ho-
a redução ao absurdo. De acordo com Braz (2009), o
3º SIMPIF
CHKOWSKI, 1964, p. 32 e 33 apud GAZIRE, elogiado o trabalho do jovem Johann, Bolyai ainda
2000). acreditava que seu pai havia informado Gauss se-
cretamente, facilitando uma suposta apropriação de
Apesar do esforço do seu pai, Johann não
suas descobertas. Talvez por esse motivo, Johann
desanimou. Ele continuou estudando o problema
nunca publicou sua pesquisa.
das paralelas com o mesmo raciocínio de Saccheri,
usando uma das negações do quinto postulado, ten- Figura 2 - Johann Bolyai
Ele foi chamado de “o príncipe dos matemáticos” curvatura positiva, enquanto na geometria hiperbóli-
por causa da variedade e profundidade de sua obra. ca são válidas nas superfícies de curvatura negativa.
C(P)=1/R(P)
Dessa forma a geometria Elíptica vai mais adiante e Esta geometria como já foi mencionado é boa
faz outras substituições nos axiomas. para resolver problemas do globo terrestre, vamos
Bernhard Riemann, um dos estudantes de ver uma experiência feita que está disponível no site
Gauss, inventou com grande perspicácia o conceito do Atractor9, que simula a intersecção de uma esfera
de uma superfície abstrata que não precisa estar no de raio 6.371 km, aproximadamente o raio da terra,
espaço tridimensional euclidiano, onde as retas po- com um plano que passa por dois pontos quaisquer
dem ser vistas como geodésicas e a curvatura pode A e B pode-se criar várias circunferências que pas-
ser definida com precisão. Coutinho (1989) afirma sam pelo ponto A e B.
que nessa geometria de Riemann abandona-se essa Na primeira intersecção como na figura a se-
noção de “estar entre” e a reta não é mais infinita, guir, o plano que intersecta a esfera está muito dis-
mas sim ilimitada. tante do centro O da esfera, e comprimento do menor
Postulado de Riemann: Quaisquer duas retas arco entre A e B tem o comprimento de 6.966,51 km.
em um plano têm um ponto em comum. Figura 9 - Experimento das Geodésicas I
Um ótimo modelo que possa ser utilizado é
a superfície esférica de Euclides, onde as retas são
os círculos máximos, chamados de geodésicas da
superfície esférica. Uma excelente geometria para
resolver problemas que envolvam o globo terrestre,
onde se pode observar um conjunto de geodésicas7
com pontos comuns nos polos norte e sul, os meri-
dianos. Fonte: Autor
Desenhando duas geodésicas quaisquer na
Na segunda intersecção, o plano intersecta a
esfera, elas sempre se intersectarão em dois pon-
esfera um pouco mais próximo do centro, o compri-
tos, chamados pontos antipodais pertencentes a
mento do menor arco entre A e B tem o comprimento
um diâmetro da esfera, isso satisfaz o postulado de
de 4.824,04 km.
Riemann que consiste em uma forma de negação
Figura 10 - Experimento das Geodésicas II
do postulado dado por Playfar e traz também uma
consequência direta de que, não existem paralelas
nessa geometria, pode-se observar isso na figura a
seguir.
Fonte: Autor
Fonte: Atractor10
dade de medida é absoluta, assim dizendo, não con-
3º SIMPIF
3. Apaga-se o segmento que serviu de base ao disciplina nos cursos de graduação em matemática,
Fonte: Futura Sciencies 12 tes interessantes que podem ser abordados no ensi-
no dessa disciplina, componentes que trazem bem a
é chamado o defeito do triângulo. história do surgimento dessas geometrias e as no-
ções mais importantes de cada um, veremos a seguir O físico Hermann Minkowski em 1905, logo após a
quais são eles: teoria da relatividade restrita ter sido mostrada por
Para a geometria elíptica, deve-se abordar os Poincaré e Einstein, mostrou que era possível falar de
temas: uma “geometria do espaço-tempo” da mesma forma
que falamos de uma geometria somente do espaço.
Postulado de Riemann; curva na superfície
esférica e discutir o conceito de geodesia;
Segundo Cherman (2004), Einstein precisava avan-
círculos máximos e círculos menores; dis- çar em seu trabalho, porém não tinha conhecimento
tância na superfície esférica; ângulo esféri- matemático suficiente para isso, isso foi evidencia-
co; triângulo esférico e a soma das medidas do em um apelo de Einstein por carta a seu amigo
de seus ângulos internos; classificação do Marcel Grossman (1878-1936), o qual Einstein pede
s triângulos esféricos quanto à medida dos
desesperado: “Grosmann, você tem que me ajudar,
lados e dos ângulos; os conceitos referentes
senão fico louco!”.
à superfície da Terra: polos, equador, meri-
dianos, paralelos e as direções de movi- A teoria da relatividade de Einstein previa a
mento. (PARANÁ, 2008, p. 57). existência de uma curvatura no espaço-tempo, do
qual necessariamente utilizasse da geometria não
Na geometria hiperbólica, deve se abordar
euclidiana. Desta forma a geometria do espaço é
“postulado de Lobachevsky (partindo do conceito de
de fundamental importância na cosmologia já que
pseudoesfera, pontos ideais, triângulo hiperbólico e a
a teoria relativista se fundamenta inteiramente na
soma de seus ângulos internos”, (PARANÁ, 2008, p. 57).
ideia de que o espaço está relacionado com a inten-
Para a geometria fractal, deve-se abordar: “o
sidade do campo magnético no local, onde quanto
floco de neve e a curva de Koch; triângulo e tapete
maior a sua intensidade, maior será a curvatura do
de Sierpinski, conduzindo o aluno a refletir e obser-
espaço.
var o senso estético presente nessas entidades geo-
De acordo com Veiga (2015), existem três ti-
métricas, estendendo para as suas propriedades”,
pos de curvaturas possíveis no espaço:
(PARANÁ, 2008, p. 57).
• O universo de curvatura positiva, chamado uni-
5.1 As geometrias não euclidianas aplicadas à física verso fechado, corresponde a um universo que
se expandirá até uma certa separação entre as
Coutinho (1989) traz um grande questiona-
galáxias e então contrairá de volta até um espa-
mento que muda a percepção da nossa realidade:
ço zero;
seria o universo euclidiano? Se de alguma forma
• O universo de curvatura zero, chamado universo
conseguíssemos medir através de instrumentos ade-
espacialmente plano, corresponde a um univer-
quados os ângulos de um triângulo talvez soubés-
so que se expande para sempre, diminuindo sua
semos a verdade, afinal se a medida fosse inferior a
velocidade à medida que faz isso;
180°, concluiríamos que o universo é hiperbólico, se
• O universo de curvatura negativa, chamado uni-
fosse superior a 180°, teríamos um universo elíptico
verso aberto, corresponde a um universo que se
e, se fosse exatamente 180°, estaríamos num uni-
expandirá para sempre.
verso euclidiano. Contudo não há indícios de que tal
3º SIMPIF
experimento seja possível, dessa forma uma outra Independente de qual seja nosso universo,
maneira de determinar isso seria saber a sua cur- a pequenas distâncias, as diferenças angulares são
vatura. desprezíveis. Poincaré afirma que “nenhuma geo-
Durante muitos séculos os físicos falaram da metria é mais correta do que qualquer outra”, cada
criação de uma física que fosse aplicada somente ao uma existe de acordo com sua conveniência. Couti-
universo. Porém isso veio mudar com o surgimen- nho (1989) complementa dizendo que para ativida-
to da relatividade restrita em 1905 (VEIGA, 2015). des como engenharia ou carpintaria a mais eficiente
seria a euclidiana, enquanto para a navegação é a a física. Além disso estudantes de matemática en-
elíptica levando em conta nosso planeta “esférico”, trando em contato com as geometrias não euclidia-
quem sabe uma das geometrias não euclidianas seja nas podem desmistificar a ideia de que a matemática
a responsável por levar o homem a grandes viagens pura é complexa demais e inacessível. Ainda hoje no-
intergalácticas. vas teorias ainda estão sendo descobertas na geo-
metria, como é o caso da geometria analítica hiper-
6. Resultados e considerações finais
bólica, um assunto relativamente recente publicado
As dinâmicas de construção de conceitos em 2005 pelo matemático Ungar, que traz o aspecto
matemáticas são permeadas pelas marcas do tem- vetorial a geometria hiperbólica.
po. Quando as teorias cosmológicas platônicas são Por fim, esse trabalho limitou se a história e
levadas em consideração por Euclides em suas cria- algumas noções da geometria elíptica e hiperbólica,
ções e quando do surgimento de um geometria não além de uma leve explanação da geometria fractal.
euclidiana, o que se vê são formas diversas do saber
Referências
se reelaborar a partir dos contextos sociais e cultu-
rais de uma época. ANDRADE, P. Introdução à Geometria Hiperbólica:
O modelo de poincaré. Rio de Janeiro: SBM, 2013.
Nesse sentido, percebe-se o quanto é neces-
(Primeira Edição).
sária a exploração das ações humanas voltadas para
a constituição das ciências, nesse caso, da matemá- BARBOSA, J. L. M. Geometria Hiperbólica. 1. Ed. –
Rio de Janeiro: IMPA, 1995.
tica, para a formação de professores de matemática
de modo que consigam ter entendimento sobre o BRAZ, F. M. História da Geometria Hiperbólica.
tempo e possam levar seus alunos a compreensão da 2009. Monografia (Curso de Especialização em Ma-
temática para Professores) – UFMG, Belo Horizonte
matemática como parte de suas dinâmicas de vida.
MG, 2009. Disponível em: https://docplayer.com.br/
Logo, este trabalho acaba por contribuir com 33337859-Historia-da-geometria-hiperbolica.html
as discussões atuais que envolvem a introdução das Acesso em: 15/04/2019.
geometrias não euclidianas como componente cur-
CHERMAN, A. Sobre os ombros de gigantes – Uma
ricular dos cursos de graduação do ensino superior história da física. Rio de Janeiro (RJ), 2004.
através de uma apresentação destas geometrias
COUTINHO, L. Convite às geometrias não-euclidia-
para os professores. nas. Rio de Janeiro: Interciência,1989.
Como foi observado, existe toda uma trama
EUCLIDES, Os elementos; tradução e introdução de
social e cultural dentro da história do surgimento
Irineu Bicudo. 1. Ed. – São Paulo: UNESP, 2009.
das geometrias não euclidianas, seus principais pos-
tulados e teoremas além de algumas aplicações a fim EVES, H. W. Introdução à história da matemática.
[S.l.]: Unicamp, 1995.
de enaltecer essas geometrias para que possam ser
vistas como tão importantes quanto a geometria de EVES, H. Introdução à História da Matemática; tra-
Euclides e ganharem lugar nos cursos de ensino su- dução Hygino H. Domingues. 5ª Ed. – Campinas – SP:
Editora da Unicamp, 2011.
perior em matemática.
Podemos também identificar como a mate- GAZIRE, E. S. O não resgate das geometrias. Tese de
3º SIMPIF
que é hoje, chegando muitas vezes à descrença por Educação). UNICAMP, Campinas – SP, 2000. Dispo-
parte de seus próprios pensadores. Os matemáticos nível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.
através da persistência trouxeram um mundo de no- br/document/?code=vtls000218945>. Acesso em
15/10/2013.
vas possibilidades que trouxe diversas aplicações
práticas importantes para o desenvolvimento não só
da matemática como também de outras áreas como
3º SIMPIF
Abstract
Chemistry teaching is considered by most students to be abstract and high-subjected, often due to the obsolete
methodology used by most teachers. This scenario is more aggravating for these students who have disabilities,
because there are limitations in their cognitive process that make the acquisition of knowledge difficult. Thus,
the objective of the present research was to develop a diversified methodology, with the contextualized use of
Information and Communication Technologies (ICTs), and experimentation, in an inclusive class, composed of
eleven young and adult students, from a Vocational Technical Course, from the Federal Institute of Paraíba -
IFPB, Campus Cabedelo, Paraíba, Brazil. The theme of the work discussed the disposal of solid urban waste, as
a way to raise environmental awareness. The research methodology was based on the qualitative and participa-
tory approaches. The activities applied during the action were contextualized and interactive, which facilitated
the construction of knowledge. The use of the different didactic resources mentioned was very important in the
evolution of the teaching and learning process, considering the diversity of the classroom, which contained a
deaf student, user of the Brazilian Sign Language (LIBRAS).
do professor, quadro e giz), a falta de contextualiza- Nesse sentido, as OCEM sublinham que a re-
ção, não contribuem para uma aprendizagem signifi- lação entre teoria e prática no ensino, implica des-
cativa, especialmente, de jovens e adultos. mistificar o laboratório e incorporá-lo com o ensino
Diante disso, deve-se trabalhar o conteúdo concernente a vivências sociais da vida cotidiana
químico pedagogicamente voltado para esse tipo de fora da escola, aproximando saberes químicos/cien-
alunado, especialmente, os que apresentam alguma tíficos com realidades próximas vividas pelos estu-
deficiência, e não simplesmente ‘abarrotá-los’ com dantes, dentro e fora da sala de aula (Brasil, 2006).
a simples transferência de conteúdos teóricos. Se- Tal recurso metodológico é importante para
gundo Freire (2014), não se pode tratar o educan- os ouvintes e, principalmente, para os surdos, pois
do como depósito de conteúdo, mas devem-se criar esses, conforme Miner, Nieman, Swanson, Woods
oportunidades para a problematização deste para as (2011), quando recebem e compreendem as instru-
relações com o mundo daquele. ções para procedimentos no laboratório, apresentam
Dessa forma, deve-se diversificar a atual me- ótimos resultados na execução de experimentos, os
todologia de ensino, para se alcançar um conheci- quais são genuinamente visuais.
mento eficaz e crítico, o que fortalecerá o aprendiza- Destarte, a inserção das Tecnologias da In-
do. Para tanto, a contextualização é um dos recursos formação e Comunicação (TICs) como alternativas
que favorecem o aprendizado, esta deve se relacio- didáticas ao processo pedagógico também é bem
nar com a vivência dos estudantes, primordialmente eficiente quando aplicada a estudantes ouvintes e
os da EJA, respeitando os conhecimentos trazidos surdos. Segundo Leite (2015), as TICs consistem em
por eles, só desta maneira, terá significância a sua ferramentas informáticas e telecomunicativas como:
aprendizagem. Conforme as Orientações Curricula- televisão, rádio, vídeo, computador-internet. Essas,
res para o Ensino Médio (OCEM), a contextualização a cada dia mais, são incorporadas como hábeis re-
assume um papel central na formação da cidadania, cursos didáticos ao processo pedagógico.
pela reflexão crítica e interativa sobre situações reais Portanto, essa pesquisa tem por finalidade
e existenciais para os estudantes (Brasil, 2006). desenvolver uma intervenção didático-pedagógica
A experimentação é outro recurso quão im- sobre a problemática ambiental decorrente do “Efei-
portante no aprendizado de Química, pois tal ciên- to estufa e a chuva ácida” atrelada aos Conceitos da
cia é, incontestavelmente, experimental. A atividade Matéria. Esta foi baseada na contextualização, na
experimental desde que não seja executada com experimentação, no uso de TICs, na acessibilidade
roteiro pronto e acabado, deve aguçar o interes- linguística de cada recurso e nos instrumentos de
se e despertar o raciocínio crítico dos discentes. coleta de dados produzidos/adaptados, durante as
De acordo com Azevedo (2015), a experimentação vivências da equipe do trabalho em tela, numa turma
realizada com base nos conhecimentos que os estu- inclusiva de jovens e adultos, surdos e ouvintes, ob-
dantes já possuem do seu cotidiano com o mundo, jetivando o acesso com permanência exitosa desse
desperta o raciocínio e o interesse deles, estimula público em escola regular, assim como numa cons-
a sua participação e gera discussões para uma efe- trução efetiva do aprendizado em Química.
tiva construção do saber. E esse resultado se torna
3º SIMPIF
3. Método da pesquisa
mais eficiente, quando se coaduna a teoria e a práti-
ca, corroborando para uma vivência de mundo mais O trabalho foi desenvolvido e aplicado no Ins-
real, primordialmente, quando trata-se do universo tituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da
da EJA, em que o saber científico deve estar conec- Paraíba (IFPB), Campus Cabedelo, Brasil. O universo
tado ao saber popular, o que, potencializa uma edifi- da pesquisa discorreu numa turma de 5o semestre
cação da aprendizagem. (composta por um discente surdo e 10 ouvintes) do
PROEJA do Curso Técnico em Recursos Pesqueiros.
Além desses estudantes, o trabalho contou com o conhecimento popular dessa turma da EJA, utilizan-
docente da disciplina de Química que atua nessa tur- do o bilinguismo de forma interativa.
ma, o qual também é intérprete de LIBRAS, membro Por conseguinte, nas 2 (duas) últimas aulas
da presente propositura e, ainda, com o profissio- houve a realização da atividade experimental como
nal Tradutor Intérprete de LIBRAS - TILS do alusivo forma de complementar a vivência didática apre-
Campus. sentada para os discentes. Esta fundamentou-se na
A metodologia dessa investigação se baseou execução de um experimento que simula a ocorrên-
nas pesquisas quantitativa e qualitativa, enquan- cia da chuva ácida em cidades com elevada concen-
to que, “a pesquisa quantitativa lida com números, tração de gases poluentes na atmosfera que reagem
usa modelos estatísticos para explicar os dados [...]. com água, tornando-a ácida.
Em contraste, a pesquisa qualitativa evita números, Para a realização da experimentação foram
lida com interpretações das realidades sociais [...]” produzidos e/ou adaptados recursos inclusivos de
(Bauer & Gaskell, 2014, p. 22-23). baixo custeio, tomando como base os conceitos quí-
Neste trabalho, também foi efetuada uma pes- micos referenciados. Vale ressaltar que a aplicação
quisa participante, esta se constitui na interação en- desse experimento foi realizada, de forma contex-
tre investigador e comunidades, visando coletar mo- tualizada com a vivência do discente, no laborató-
dos de vida sistemáticos, diretamente do contexto ou rio de Química do IFPB Campus Cabedelo e foi de-
situação específica da comunidade. A pesquisa parti- senvolvida sob a supervisão da equipe de pesquisa
cipante é uma das técnicas mais utilizadas pelos pes- juntamente aos estudantes jovens e adultos, surdos
quisadores qualitativos (Marconi & Lakatos, 2011). e ouvintes, em todos os momentos, seguindo todas
A equipe planejou, junto ao docente do refe- normas de segurança de laboratório com o uso de
rido alunado e deliberou um cronograma de 6 (seis) Equipamento de Proteção Individual (EPI).
aulas de 50 minutos cada, sendo divididas em apli- Ao término das ações, foi entregue um Instru-
cação do TCLE, aulas contextualizadas e aulas expe- mento Investigativo composto por 5 (cinco) indaga-
rimentais. A priori, nas duas primeiras aulas, em que ções, objetivas e subjetivas, pertinentes ao conteúdo
ocorreu o primeiro contato da equipe de pesquisa explanado, com o propósito de averiguar a progres-
com os estudantes, foi aplicado o Termo de Consen- são cognitiva dos discentes, frente a metodologia
timento Livre e Esclarecido (TCLE) na forma bilíngue proposta.
(português e LIBRAS), para respaldar a participação
4. Resultados da pesquisa
dos discentes surdos e ouvintes da EJA, garantindo o
sigilo deles na pesquisa. Posteriormente, na terceira No primeiro momento (duas aulas), houve
e quarta aula, foram desenvolvidas as aulas contex- adesão total dos ouvintes, ao Termo de Consen-
tualizadas acerca dos conteúdos: Impactos Ambien- timento Livre e Esclarecido. Para a discente surda,
tais acarretados pelo Efeito Estufa e a Chuva Ácida, ocorreu a tradução/interpretação em LIBRAS do
bem como, os Conceitos da Matéria. Essas alusivas termo, e a mesma, aderiu também à participação na
aulas foram dedicadas a exposição dialogada con- pesquisa, de forma voluntária.
textualizada do contéudo teórico sobre as temáticas No segundo momento da ação (duas aulas),
3º SIMPIF
supramencionadas. Tal abordagem foi desenvolvi- foram desenvolvidas aulas com a explanação geral
da com o auxílio das Tecnologias da Informação e sobre o conteúdo a ser ministrado, recorrendo a me-
Comunicação, como vídeos inclusivos, computador, todologias diversificadas como a contextualização,
slides inclusivos, dentre outros recursos gráficos/ as TICs e a inserção de dinâmicas em sala, objeti-
audiovisuais, com o propósito de promover a pro- vando facilitar a busca e a construção de um saber
blematização e debates entre discentes surdos e ou- efetivo nos discentes. Exemplos do cotidiano foram
vintes, correlacionando o conhecimento científico ao
propostos, sendo usados amplamente com dialogici- da Central Globo de produções, houve uma grande
dade. Para Cauduro.: incidência de chuva ácida, a qual causou grandes
danos às plantações e às plantas domésticas. Antes
O diálogo é um instrumento que permite
a construção de novas relações entre as
que fosse explanado tal fato, Eva afirmou que um pé
hipóteses prévias do sujeito e as ideias e de goiabeira presente em sua casa estava com as
os pensamentos dos demais. O resulta- mesmas características das fotos apresentadas na
do dessa interação é o aumento da com- sala, e que não sabia do que se tratava. Prontamente
plexidade da rede cognitiva do indivíduo. a equipe de pesquisa sugeriu, que de acordo com as
É a partir do momento em que há a par-
características por ela relatadas, havia indícios que
tilha de experiências e a valorização do
a sua goiabeira tivera recebido uma grande incidên-
conhecimento prévio, que o sujeito pas-
sa a exercer um papel ativo, interagin- cia de chuva ácida, entretanto, não se podia afirmar
do, elaborando hipóteses e criando so- categoricamente se a sua goiabeira estava naquele
luções para problemas, desenvolvendo, estado, devido exclusivamente à chuva ácida, pois
assim, certas capacidades como questio- poderia ter outros fatores influindo. Isto poderia ser
nar, refletir e argumentar (2016, p. 17).
posteriormente provado, por meio de análises expe-
da Matéria, foi realizada uma dinâmica com todos os No terceiro momento (duas aulas), a turma
discentes, pedindo que os mesmos enchessem uma foi para o laboratório de Química do Campus Cabe-
luva com ar, na intenção de explicar que este é maté- delo, para a realização da parte experimental. Com o
ria e ocupa lugar no espaço. Vale ressaltar que, para intuito de apresentar um exemplo prático mais pró-
preservar a identidade dos discentes, estes serão ximo da realidade do alunado, foi desenvolvido um
nomeados com nomes fictícios ao longo do trabalho. experimento que simula a ocorrência da chuva ácida.
Após ver e ouvir a aplicação e explicação da dinâ- Para isto, utilizou-se um instrumento/equipamento
mica, a discente Claúdia, indagou: “Minha nossa eu construído com materiais alternativos de baixo cus-
nem sonhava que o ar era matéria, pra mim ele não to. Tal instrumento foi constituído apenas por uma
ocupava espaço não”, o comentário dessa estudan- garrafa de vidro e dois arames (com formatos espe-
te foi bastante pertinente e prova que sua atenção cíficos) presos no lado inferior da tampa (Figura 1).
estava fixada na dinâmica, o que abriu preceden- Figura 1 - Instrumento utilizado no experimento.
te para que outras discentes passassem a intera-
gir mais durante a aula. Ainda durante a dinâmica
exemplificada, a discente surda se animou ao saber
que iria poder participar, externando sua felicidade,
possivelmente ela jamais tivera um contato como tal,
que a aproximasse dessa maneira da Química. Logo,
a participação dela foi bastante satisfatória, mesmo
com limitações motoras a mesma conseguiu realizar
ações pedidas sem maiores dificuldades, demons-
3º SIMPIF
Para a realização do experimento, colocou-se mencionar que: “Agora eu compreendo que um dos
uma flor de Vinca Rósea (Catharanthus Roseus) em motivos que deixam as folhas da minha goiabeira
um dos arames do equipamento, no outro arame, de preta ou marrom, pode ser a chuva ácida”. Outras es-
formato cônico, foi acrescentado enxofre em pó. Em tudantes também ficaram bastante impressionadas,
seguida, essa substância foi submetida à chama de alegando que: “Eu nunca tinha visto isso, é muito le-
um isqueiro até entrar em estado de fusão e, na se- gal poder ver essas coisas em sala de aula” (Raquel,
quência, o simulador de chuva ácida foi fechado para Alice, Bruna).
que os discentes pudessem visualizar a formação de Nesse sentindo, Bueno & et al (2008) escla-
uma névoa branca no interior da garrafa. Finalmen- rece que, quando o professor desenvolve atividades
te, adicionou-se 30mL de água no recipiente, finali- práticas, seja em sala de aula ou no laboratório, ele
zando com a aferição do pH dessa mistura, utilizan- estará colaborando para que o discente consiga
do um papel indicador, em que, os próprios discentes observar a relevância do conteúdo estudado e pos-
constataram a presença de uma substância ácida. sa atribuir sentido a este, o que o incentiva a uma
As equações químicas para esta reação se- edificação da aprendizagem e, portanto, duradoura.
guem descritas: Durante toda a experimentação, todos educandos
foram incentivados a participar ativamente da mon-
S(s) + O2(g) → SO2(g) (equação 1) tagem e execução do experimento, como se observa
SO2(g) + 1/2O2(g) → SO3(g) (equação 2) nas Figuras 2 e 3, respectivamente.
SO3(g) + H2O(l) → H2SO4(aq) (equação 3) Figuras 2 e 3 - Estudantes participando do preparo e exe-
cução do experimento.
dos efeitos acarretados pela chuva ácida sobre a ve- Essa autonomia dos discentes em contribuir
getação. com a realização da aula experimental é de funda-
Desse modo, os alunos conseguiram visuali- mental importância, pois demonstra que eles tam-
zar, por intermédio da atividade experimental, como bém são capazes de contribuir com a construção
o fenômeno ilustrado pode afetar prejudicialmente do conhecimento, e que o docente possui apenas o
as plantações, além de outros problemas discutidos papel de mediador. Dessa forma, Silva (2011) enfa-
3º SIMPIF
durante a explanação do conteúdo teórico. tiza que a participação do alunado no processo edu-
Pôde-se constatar ainda que, a coadunação cacional se faz necessária, pois, assim, ele aprende
do conhecimento teórico com o prático, contribui e se desenvolve, formando-se como sujeito ativo de
para uma melhor compreensão dos conceitos quími- sua própria história pessoal, quanto da história hu-
cos, como pode ser percebido no discurso da dis- mana. Sendo assim, “compreende-se que o educan-
cente Paula, quando esta correlacionou a atividade do é um sujeito capaz de interpretar, problematizar,
experimental ao um exemplo de seu cotidiano, ao
dialogar, compreender e construir o conhecimento” SO3 e perguntava justamente quais gases eram res-
(Silva, 2011, p. 9). ponsáveis por originar uma chuva ácida. É válido co-
Assim como os estudantes ouvintes, a dis- mentar que, todas alternativas apresentavam diver-
cente surda também demonstrou bastante partici- sos óxidos, dificultando assim a questão, no entanto,
pativa e motivada com a aula experimental e, apesar 100% dos estudantes responderam corretamente a
de suas limitações na coordenação motora, a mesma esta indagação.
participou efetivamente na realização do experimen- Em relação à segunda questão, esta indagava
to, como evidenciado nas Figuras 4 e 5, respectiva- quais as causas da chuva ácida. 75% dos discentes
mente. responderam corretamente e 25% responderam par-
Figuras 4 e 5 - Discente surda participando do preparo e cialmente correto. Em concernência a esta questão,
execução do experimento. a discente Maria destacou que: “são causadas pela
queimação do enxofre e pela poluição dos carros”.
Na terceira indagação, foi solicitado aos dis-
centes que assinalassem as figuras que representa-
vam as consequências da chuva ácida, sendo utili-
zadas imagens como, paisagem destruída, geleira
derretendo e estátua danificada (Figura 6). 87% dos
estudantes responderam corretamente e 13% res-
ponderam parcialmente correto.
cia natural, por meio das duas imagens fornecidas as diferenças de idade e de linguística, desse público
(Figura 7). Nessa questão, 100% dos discentes res- diversificado.
ponderam corretamente.
Referências
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aos discentes. AGUIAR, Jessana Patel dos Passos et al. Campeo-
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co. 12ª ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
Investigativo, em que os assuntos foram bem quistos
e as questões foram respondidas com criticidade e BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-
dialogicidade, obtendo assim, um bom desempenho cional nº 9.394/96. Brasília, 20 dez. 1996.
cognoscível dos estudantes. BRASIL. Secretaria de Eduaçao Médio e Tecnológica.
Parâmetro curriculares nacionais (Ensino Médio) -
5. Conclusão/Considerações Linguagens, Códigos e suasTecnologias. Brasília,
1999.
Todos (surdos e ouvintes) cidadãos têm direi-
to a uma Educação Básica de qualidade. Entretanto, BRASIL. Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002.
Disponível em: http:// http://www.planalto.gov.
já no início desta pesquisa, confirmou-se que o en-
br/ccivil_03/Leis/2002/L10436.htm. Acesso em:
sino de Química na Educação de Jovens e Adultos 18/09/2019.
tem sido problemático e que precisa urgentemente
BRASIL. Orientações Curriculares para o Ensino
de uma abordagem mais voltada para o perfil dessa
Médio: Ciências da Natureza, Matemática e suas
modalidade. Desse modo, ao se adaptar a metodo- Tecnologias. Secretaria de Educação Básica. – Bra-
logia, jovens e adultos surdos e ouvintes participam sília: Ministério da Educação, Secretaria de Educa-
ativamente do processo pedagógico, construindo ção Básica, 2006.
conceitos químicos de forma crítica e cooperativa. BRASIL. Programa Nacional de Integração Da Edu-
Destarte, os recursos didáticos como as TICs, cação Profissional Com a Educação Básica na Mo-
as aulas experimentais, a contextualização, a ade- dalidade De Educação de Jovens e Adultos. Edu-
cação Profissional Técnica de Nível Médio, Ensino
quação do material para enunciação em LIBRAS,
Médio: Documento Base. Brasília: MEC: 2009.
mostram-se eficientes na disciplina Química, facili-
tando assim, o processo de ensino e aprendizagem. BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Dis-
3º SIMPIF
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3º SIMPIF
Abstract
Education history has been shaped ever since its beginning, always making use of flexible tools towards a really
meaningful and qualitative learning strategy, which has made it go through different approaches throughout
the years and through which it has been searched to help learners achieve knowledge through the most
enjoyable way. This paper aims at showing through a real classroom experience the use of up to date edu-
cational technologies and methodologies by four Biology undergraduates with three different classrooms in
two different schools and how such educational improvements can contribute to an effective Biology teaching
experience. This paper also aims at aiding future practitioners in different teaching levels. It was verified that
the use of such technologies and methodologies is important in order to add digital tools into the learning
environment and making better use of the available resources and learners’ skills.
tam que a sala tenha a organização das carteiras em tes medidas, acompanha a pessoa o tempo
todo, estando, pois, articulada à atividade
forma de círculo ou semicírculo, assim descentrali-
do homem se autoproduzir, às suas diferen-
3º SIMPIF
vel, portanto, separar o sujeito epistêmico Sendo assim, Sanmya Tajra (2008) men-
do sujeito concreto. ciona aspectos que garantem o sucesso no século
XXI, quanto à utilização dos computadores na edu-
A citação de Vasconcellos (2001) pode ser
cação: utilização de software para desenvolvimento
compreendida como uma ressignificação da educa-
da escrita e leitura, promovendo diferentes tipos de
ção onde só se aprende quando criamos um sentido
produções; software de simulações para trabalhar
para aquilo que está sendo estudado. Questiona-
habilidades lógicas matemáticas e resolução de pro-
mentos como: para que isso irá me servir? Porque
blemas; o computador como interação com o meio,
estudar isso? Onde poderei aplicar isso futuramen-
entre outros.
te? São constantemente utilizados como ferramen-
Além disso, cada software educacional tem
tas direcionadas para as competências que serão
uma específica forma de aplicação, objetivos a se-
desenvolvidas pelos alunos. Perguntas como estas
rem alcançados, conteúdos e competências a serem
devem ser feitas coletivamente, tanto no âmbito
desenvolvidas, assim como cada turma tem um nú-
daquele que facilita o processo de ensino e apren-
mero distinto de alunos e dinâmicas intra e interpes-
dizagem – o professor – quanto por aquele que se
soais, então nem todo software educacional poderá
beneficia e se apropria do conhecimento – o aluno
ser aplicado em toda turma, devido às idiossincra-
–, pois juntos constroem um ambiente de aprendi-
sias que cada uma possui. Dado um determinado
zagem significativa e para a vida (SOUZA, GOMES,
contexto baseado em número de alunos por sala,
OUVERNEY-KING, 2018).
os recursos de internet, folhas, tempo dentre outras
Sendo assim, o professor precisa criar um
exigências especificas de cada software educacional
novo sentido no seu lecionar, não ensinar somente
que tenha a escola oferecer, quais são as vantagens
por ensinar, mas buscar inovar-se e permitir traba-
– e ou desvantagens – do uso de softwares educacio-
lhar novas metodologias com seus alunos, transfor-
nais no ensino de ciências?
mando a educação para todos atores do processo de
ensino e aprendizagem. 2. Referencial Teórico
No contexto de uma sociedade que a cada
dia recebe mais e mais tecnologia, a utilização de Na busca por uma educação mais significa-
softwares educacionais, doravante SE, torna-se um tiva surge então um ensino flexível, em que o aluno
diferencial em sala de aula, que se torna dinamizada se torna o principal precursor do conhecimento mi-
quando comparada ao ensino tradicional. nistrado em sala de aula, pois é através dele que se
Para otimizar a qualidade na educação é ne- pode avançar com a transmissão de conhecimentos
cessário articular e contemplar as dimensões do mais preocupada com o aprendizado e não somen-
intelecto, a consciência e a vontade, ou o saber, a te em absorver conteúdo ou atingir boas notas, mas
ética e a virtude para fazer do “homem” um sujeito aprender, essa educação mais significativa conta
mais autônomo e crítico (LOMBARDI, 2003). Contu- com o suporte das chama metodologias ativas (MA).
do, não se pode utilizar os softwares educacionais Entretanto, com a educação os processos
de qualquer forma, é necessário que o professor te- passam por ajustes em velocidade inferior à necessi-
dade que se apresenta Ouverney-King.; Cotrim-Gui-
3º SIMPIF
somente com a aplicação dos softwares educaionais, currículo que contemple e priorize o aprendizado
mas que através deles pode-se compreender e al- dos alunos e não metas fictícias que não são alcan-
cançar objetivos novos e maiores com a sua turma. çadas, assim junto às, MAs, trabalhar conteúdos de
forma transversal e interdisciplinar se faz necessário
e mais eficaz, pois não estamos ensinando máqui- prática, não tentando memorizar, porque a maioria
nas, mas pessoas. dos alunos esquece o que tentou decorar.
A geração atual possui informações de todos Segundo a pirâmide de aprendizagem de Wil-
os lugares do mundo, é uma geração mais preocu- liam, aprende-se:
pada com causas ambientais, tem em sua essência a Figura 1 - Pirâmide da aprendizagem baseada em Glasser
necessidade do novo. (2001)
tico-reflexiva com base em estimular o processo de Portanto, trabalhar com MA, no caso em aná-
ensino-aprendizagem, resultando em envolvimento lise utilizando os softwares educacionais, ganha uma
por parte do educando na busca pelo conhecimento significância para os alunos, pois a partir desse mo-
(Kelly Macedo et al, 2018). Desta maneira, o docente mento eles criam significado para o que estão estu-
apresenta o objetivo de aprendizagem – que tem em dando, pesquisam, solucionam e participam.
seu escopo conteúdo e competência a serem absor- Segundo Berbel (2011, p. 29):
vidos e desenvolvidos na aula e dialoga com os alu-
O engajamento do aluno em relação a no-
nos, envolvendo-os e promovendo questionamentos,
vas aprendizagens, pela compreensão, pela
pesquisas, debates, tudo conduzido naturalmente.
escolha e pelo interesse, é condição essen-
A sala de aula se torna um ambiente mais
cial para ampliar suas possibilidades de
prazeroso, os alunos se sentem mais envolvidos com exercitar a liberdade e a autonomia na to-
a disciplina, interagem mais, discutem entre si, opi- mada de decisões em diferentes momentos
nam e o mais importante aprendem. do processo que vivencia, preparando-se
para o exercício profissional futuro.
[...] assegurar um ambiente dentro do qual
os alunos possam reconhecer e refletir so-
bre suas próprias ideias; aceitar que outras 3. Materiais e Métodos
pessoas expressem pontos de vista dife-
O estudo foi realizado em uma instituição da
rentes dos seus, mas igualmente válidos e
possam avaliar a utilidade dessas ideias em
rede federal de ensino localizada no bairro de Cam-
comparação com as teorias apresentadas boinha II, Cabedelo – Paraíba e em uma instituição
pelo professor. De fato, desenvolver o res- da rede municipal de ensino localizada no bairro do
3º SIMPIF
soa, doravante 8A, e os alunos do ensino integrado entre uma questão e outra surgiram os momentos
ao médio do 2° de Recursos Pesqueiros, doravante de reflexão proposto pelo professor, para que os alu-
2RP, e 2° de Meio Ambiente, doravante 2MA, durante nos tirassem dúvidas, discutissem o fato de terem
o período de agosto e setembro de 2018, que cor- escolhido determinada questão, assim ajudando os a
responde ao ano acadêmico de 2018. Cada turma compreender ainda mais o conteúdo e refletir sobre
dispõe de 45min de hora/aula, com turmas que tem o processo de ensino e aprendizagem.
em média 25 alunos. As aulas ministradas nas turmas de 2RP e
Na turma do 8A foi ministrado o conteúdo de 2MA tiveram como ponto de partida o cumprimento
sistema respiratório e utilizado o software educacio- de uma atividade avaliativa na disciplina de Práticas
nal Kahoot, esse software é bastante atraente tanto do Componente Curricular (PCC) III e IV.
para os professores como aos alunos, pelo fato dele A pesquisa, de caráter quali-quantitativo, fez
ter um modelo de Quiz gamificado, onde o professor uso da análise documental e de conteúdo para discu-
pode criar inúmeros questionários definir quantas tir esse trabalho assim avaliando a interação dos alu-
perguntas terão e quantas alternativas cada questão nos na atividade avaliativa pelos diferentes softwa-
possuirá, variando entre 2 (duas) alternativas até 4 res educacionais: Plickers, Renderforest e PlayPosit.
(quatro), podendo ser aplicado de modo individual e O Renderforest é uma plataforma de criação
também em grupo. de vídeo e animação, com cenas pré-definidas em
O questionário pode conter uma imagem que que é possível escolher suas sequências e preencher
ajude a ficar mais compreensível a questão para os caixas de textos, definidas pelo usuário, sendo pos-
alunos, além de possuir um tempo limite para dis- sível ter uma maior flexibilidade de criação e abran-
cussão e tempo para finalizar a questão, caso o alu- gência dos mais diversos conteúdo.
no não responda a tempo ele automaticamente per- Seguindo o mesmo fluxo digital de utiliza-
de a questão, assim fazendo com que ele tenha que ção de vídeos existe ainda o PlayPosit, um softwa-
escolher no tempo correto a alternativa que mais lhe res educacionais baseado na utilização de vídeos
agradar ou seja a correta. já prontos podendo ser da própria galeria do autor,
O Kahoot, traz na sua configuração um mode- como vindos de outras plataformas de streaming de
lo de ranqueamento e pontuação bastante atraente, vídeo, nele você adiciona o arquivo do vídeo ou seu
quanto mais rápido responder com a alternativa cor- link e pode fazer com que seus alunos interajam com
reta o aluno ganha mais pontos, assim no final de ele de diferentes formas, como delimitar um ponto
cada questão acertada ou errada, surge um podium do vídeo para fazer uma pausa reflexiva, fazer uma
contendo as 5 (cinco) melhores pontuações. pergunta de múltipla escolha entre 2 (duas) ou mais
O Kahoot, libera um código Pin toda vez que alternativas, fazer perguntas de resposta livre, sendo
ele inicia um questionário, assim o mesmo nunca se assim um software bastante completo para aplica-
repete e garante que só aquela turma ali presente ções diversas.
estará dentro do Quiz. Desta forma, é possível definir momentos
O painel do aluno seja ele no computador específicos para algumas ações que o software pro-
ou no smartphone, ele só possui as respostas onde porciona, como uma pausa reflexiva, para que no
3º SIMPIF
cada uma possui uma cor e uma forma, na tela do decorrer do vídeo em um momento o professor pos-
professor fica localizado a questão e as possíveis al- sa debater com os alunos um determinado ponto ou
ternativas corretas, assim fazendo com que os alu- conteúdo abordado no vídeo; questões de múltiplas
nos interajam ainda mais entre si e com o professor. escolhas com 2 (duas) ou mais alternativas, ou ainda
Esta turma em específico, somente um aluno questões dissertativas de preenchimento livre.
já tinha experimentado o software educacional Kah- O Picklers é um softwares educacionais, onde
oot, o restante da turma nunca tinha ouvido falar, fica a disposição do professor criar uma sala virtual
Abstract
Studies show that the success rate of projects is less than 50%. Many of the problems that system designs
face are related to problems in project management and the proper application of software development pro-
cesses. This has significantly increased the interest of academia and industry in improving the training of new
professionals. This concern has been reflected in the development of methodologies and tools that facilitate
and enhance the teaching-learning process in software development processes. This article presents the re-
sults of a bibliographic research that sought to analyze the literature on this subject. The analyzes show that
the authors are betting on the use of practical approaches, besides the use of tools combined with modifica-
tions in the presentation of traditional contents.
a metodologia de processo engloba um isso não basta apena conhecê-lo, é preciso entender
conjunto de atividades de apoio (umbre- como funcionam e como definir, implantar, geren-
la activities - abertas) aplicáveis em todo
ciar, monitorar, avaliar e melhorar esses processos
processo de desenvolvimento. (PRESSMAN,
continuamente de acordo com o ambiente em que
2011, p. 40).
serão efetivamente aplicados. Kuhrmann, Fernández
Entretanto, de acordo com Kuhrmann (2012), e Münch (2013) afirmam que existe uma discrepân-
os processos são também, uma das principais fontes cia entre os conhecimentos abordados na academia
de falhas em projetos de software. Segundo o autor, com os vivenciados nos ambientes de trabalho.
os estudantes chegam ao mercado de trabalho, na
Como os alunos trabalharão normalmente
maioria das vezes despreparados para lidar com as
após a formatura no contexto de grandes
práticas organizacionais, mesmo aqueles que pos- projetos coordenados por processos signi-
suem vasto domínio de linguagens de programa- ficativamente complexos (definidos explici-
ção, além disso, Gonçalves e Wangenheim (2015) tamente ou não), eles precisam ter um co-
afirmam que uma parcela significativamente alta de nhecimento fundamental sobre modelos de
processos e gerenciamento de processos
projetos falham por deficiências no gerenciamento
(por exemplo, como os processos podem
de processos.
ser usados para coordenar equipes), bem
Kuhrmann (2012) afirma que o ensino de en- como dos desafios e riscos associados aos
genharia é um desafio decorrente da natureza dos processos de software e sua implantação
conteúdos abordados nesse tipo de disciplina, que, ou melhoria. (KUHRMANN; FERNÁNDEZ;
na maioria das vezes pode ser considerado ente- MÜNCH, 2013, p. 1).
como devem ser amigáveis ao ambiente acadêmico e Com base na importância de se obter co-
ao baixo nível de conhecimento dos estudantes. nhecimentos consistentes acerca de processos de
Soares, Brandão e Parreiras (2018) sugerem desenvolvimento de software para a formação pro-
o uso de ferramentas que façam uso de tecnologias fissional dos estudantes de computação, da impor-
relacionadas à inteligência artificial para auxiliar no tância das metodologias de ensino na abordagem
ensino de processos. Há ainda produções que defen- dos conteúdos referentes a essa área e da variedade
dem a criação de metodologias como é o caso de de trabalhos desenvolvidos mundo afora com o pro-
Gannod, Burge e Helmick (2008) que propuseram a pósito de facilitar a disseminação e assimilação dos
metodologia de classe invertida e Meireles e Bonifá- conteúdos entre os alunos, a referida pesquisa obje-
cio (2015) que abordam a Aprendizagem Baseada em tivou debruçar-se sobre diversos pontos.
Problema para o ensino de engenharia de software. De acordo com o que foi levantados, buscou-
Existem estudos que exploram a aborda- -se traçar uma análise das diferentes metodologias e
gem dos conteúdos direcionados aos estudantes ferramenta existentes. Em se tratando de ferramen-
como abordado por Kuhrmann, Fernandez e Münch ta, qual o tipo empregado (software, jogo manual,
(2013), Kuhrmann (2012) e Igaki et al. (2014). Há jogo eletrônico)? Características da metodologia/
ainda estudos que exploram o ensino em subáreas ferramenta (gratuidade, código aberto)? Qual tipo o
dos processos de desenvolvimento como visto em de estímulo trabalhado (ludicidade, competitividade,
Szabo (2014) que propôs uma abordagem voltada simulação de atividades práticas)? Quais os resulta-
a prática no que se refere ao ensino de manutenção dos alcançados por esses estudos?
de código.
3. Método da pesquisa
Alguns autores defendem que os estudantes
devem ter conhecimentos práticos, inclusive, com Realizou-se uma pesquisa de caráter explora-
ferramentas utilizadas na indústria para o gerencia- tório a partir de um levantamento bibliográfico utili-
mento dos projetos de software. Gonçalves, Wange- zando-se de artigos publicados em periódicos. Para
nheim e Hauck (2017), Salas-Morera et al. (2013) Gil (2002), a pesquisa bibliográfica não é uma sim-
propõem a criação de ferramentas de software que ples repetição de materiais já publicados, mas uma
possam auxiliar a prática em processos de desen- pesquisa com o potencial de fornecer novos conhe-
volvimento. Outros são ainda mais específicos ao cimento uma vez que integra materiais diversos re-
defender a criação de ferramentas que possam in- lacionados a mesma temática de forma abrangente.
tegrar tanto o ensino quanto a prática em ambientes
A principal vantagem da pesquisa biblio-
de produção de software.
gráfica reside no fato de permitir ao inves-
Existem os autores que propõem uma abor- tigador a cobertura de uma gama de fe-
dagem lúdica dos conteúdos, visando motivar os nômenos muito mais ampla do que aquela
estudantes, bem como, aproximá-los da vivência que poderia pesquisar diretamente. Essa
profissional. Com esse intuito, outros defendem o vantagem torna-se particularmente impor-
uso de games que possam simular as etapas de de- tante quando o problema de pesquisa re-
quer dados, muito dispersos pelo espaço.
senvolvimento de projetos de software, explorando,
3º SIMPIF
ment”, “Development Process”, “Software Enginee- ficação considerada pertinente diz respeito ao modo
ring”, “Tools”, “Learning”, “Teaching” e “Teach”. como os conteúdos não apresentados aos aluno
Os descritores utilizados foram selecionados nesses estudos, ou seja, qual a prática pedagógica
em comum acordo entre os membros da pesquisa a adotada (voltada à prática/voltada ao lúdico). Além
fim de aprimorar os resultados da busca, além dis- disso, identificou-se as ferramentas quanto ao uso
so, a escolha dos descritores em inglês baseou-se de ferramentas computacionais para o ensino do tó-
no intuito de promover uma diversidade maior nos pico de gerenciamento de processos como detalha-
estudos utilizados. A seleção inicial foi realizada com do no Quadro 2.
base no título. Quadro 2 - Classificações dos estudos quanto ao tipo,
As exclusões se deram em virtude do conteú- abordagem utilizada e uso de recursos computacionais
abordagens lúdicas, estas últimas utilizadas como obter um conjunto adequado aos interesses dos pes-
coadjuvante no aprendizado dos estudantes. quisadores levando em consideração o requisito de
Ainda no que se refere ao Quadro 2, na ava- serem open sources.
liação dos trabalhos quanto ao uso de recursos Na análise principal dos artigos selecionados
computacionais no desenvolvimento do estudo, buscou-se identificar o contexto do estudo realizado
constatou-se fortemente o uso de ferramentas com- e caracterizando as contribuições do trabalho e seus
putacionais nesses estudos. Isso ficou explícito em fatores positivos além das possíveis deficiências
Teel, Schweitzer e Fulton (2012) que não apenas fez presentes em cada um. As observações apontadas
uso de ferramentas computacionais como buscou pela presente pesquisa encontram-se dispostas no
integrar um conjunto delas de modo que pudesse Quadro 3.
Quadro 3 - Estudos acerca das metodologias e ferramentas empregadas na melhoria do processo ensino-aprendizagem
em gerenciamento de projetos de software
disso, foi bem indicado pelos estu- interação. Como diferentes jogado- cala de 5). Além disso, os jogos foram
dantes que o avaliaram. Proposto res seguirão estratégias diferentes, aplicados a um público restrito (28
4 como um coadjuvante no ensino mais de uma abordagem será de- participantes) e fora do ambiente real.
de engenharia de software da monstrada em um jogo. Isso per-
University of California - USA. mite que os jogadores não apenas
avaliem sua própria estratégia, mas
também comparem e discutam es-
tratégias seguidas por outras.
No que se refere ao campo das pesquisas, Hoek (2009). Ambos os estudos analisados abordam
constata-se que houve uma boa variedade dos tra- o uso do game SimSE em seus escopos de trabalho.
balhos uma vez que foi possível analisar trabalhos de Szabo fez uso deste game ao realizar comparações
diferentes países e instituições de ensino. Tendo em entre o game utilizado como objeto do seus estudo,
vista a implementação das diferentes metodologias o GameDevTycoon. Similarmente, Navarro, Baker e
e ferramentas utilizadas identificou-se alguns trans- Hoek fizeram uso do mesmo game, entretanto, com
tornos na utilização práticas principalmente das fer- o intuito de comparar os resultados de sua aplicação
ramentas, como identificado em Szabo (2014), Teel, em relação a um jogo físico denominado “Problems
Schweitzer e Fulton (2012), Car, Belani e Pripužić and Programmers” com esta mesma finalidade.
(2007) e em Salas-Morera et al (2013). No que se refere aos resultados obtidos nos
No trabalho desenvolvido por Car, Belani e referidos estudos, verifica-se um certo diferencia-
Pripužić, por exemplo, os autores promoveram além mento em relação ao resultados obtidos. Em Szabo,
de modificações no modo como os conteúdos são o game SimSE obteve resultados inferiores Game-
apresentados aos alunos durante as aulas expositi- DevTycoon, enquanto que Navarro, Baker e Hoek
vas, mas também dedicou-se ao trabalho prático e aferiram resultados melhores do referido game em
ao reforço no uso de ferramentas de gerenciamento relação ao jogo físico uma vez que o jogo de cartas
de projetos, abordando portanto, um estudo mais não se mostrou de fácil usabilidade.
3º SIMPIF
amplo. Essa mesma característica foi observada em Todos os estudos avaliados constataram me-
outros estudos como em Teel, Schweitzer e Fulton lhoras no ensino-aprendizagem dos estudantes. As
(2012). avaliações dessas melhorias se deram, na maioria
Os estudos desenvolvidos por Szabo (2014) dos casos, através da coleta do feedback dos pró-
e por Navarro, Baker e Hoek (2004) relatam o uso prios estudantes. Os principais pontos favoráveis di-
do SimSE - um game muito utilizado no ensino de zem respeito a interação dos estudantes durantes as
gerenciamento de projetos como afirmam Navarro e atividades, a facilidade no uso da implementação na
los de apresentação de conteúdos convencionais em Teach the Usage of Project Management Tools in
Engenharia de Software, todas se mostraram mais Computer Courses: A Systematic Literature Re-
eficazes que as abordagens tradicionais. Além disso, view.” Proceedings [...] of 27th International Con-
como elaborado por Car, Belani e Pripužić (2016) Engineering. DOI:10.18293/SEKE2015-19. Dispo-
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Acesso em: 9 jul., 2019.
3º SIMPIF
Sérgio R. B. Santos
Aplicação de uma sequência
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
didática para o ensino de Química e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa disseminação de Ciência e Tecnologia
Adriana P. Ferreira em escolas públicas de nível médio
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
Abstract
One of the greatest difficulties for the dissemination of science and technology knowledge in teaching and
research laboratories of higher level in education institutions is the lack of collaborative work in relation to
the public high schools that allow continuous formation of teachers and development of research in education
within these schools. In this sense, the present work aims to develop strategies to disseminate, in public high
schools, the scientific language and technology used in higher level chemistry laboratories. For this, a didactic
sequence was elaborated, exploring the knowledge about mixtures and preparation of solutions using an alter-
native spectrophotometer built in the laboratory. The instrument was used as a playful and motivating factor
for the teaching of solution preparation procedures in laboratory and as a method for evaluating the correct use
of the procedures. With this strategy the students became the evaluators of their own procedures, reassessed
them, discussed in groups and reflected on how to make the necessary corrections for the preparation of labo-
ratory solutions. The strategy proved to be appropriate as a way of disseminating scientific and technological
knowledge in a playful, interdisciplinary and contextualized sense.
Keywords: Chemistry Teaching. Dissemination of Science and Technology. Spectrophotometer. Alternative Materials.
2.2 Interdisciplinaridade e contextualização no gentes. Aprender ciências pede que crianças e ado-
ensino de química lescentes sejam inseridos numa nova/distinta forma
de pensar sobre o mundo natural e de explicá-lo
No processo de ensino e aprendizagem de
(DRIVER et al., 1999).
Química, questões sobre contextualização e interdis-
ciplinaridade são muito debatidas, entretanto, perce- 2.3 A importância da experimentação no ensino de
be-se que um dos desafios encontrados no contexto química
escolar é como trabalhar com esses conceitos, se
A Química é considerada uma disciplina de
os professores não têm, visivelmente, conhecimen-
difícil entendimento por conter um vasto número de
to dos significados dos termos e das metodologias
fórmulas, regras, cálculos que não são introduzidos
inerentes (SÁ & SILVA, 2008). Dessa forma, a prática
na realidade em que o indivíduo se encontra. Diante
docente de muitos professores pode ser comprome-
disto, é necessário que sejam criadas estratégias de
tida por uso de currículos rígidos, que prestigiam
ensino que motivem e despertem a curiosidade so-
conteúdos desconectados entre si (ausência de in-
bre determinado conceito aplicado em sala de aula.
terdisciplinaridade) e, sobretudo, da realidade dos
No processo de ensino e aprendizagem de Química,
alunos (STRACK, 2009).
um método que pode ser usado é a aplicação de au-
Com relação aos termos contextualização
las experimentais.
e cotidiano, muito relevantes na área de ensino de
As atividades experimentais surgiram nas es-
química e que são utilizados por professores, pes-
colas, devido à forte influência de trabalhos desen-
quisadores da área e elaboradores de currículos,
volvidos nas universidades que tinham o objetivo de
observa-se que o termo contextualização passou a
melhorar a aprendizagem do conhecimento científi-
ser utilizado após os PCNEM (BRASIL, 1999) e os
co através da aplicação do que foi aprendido (GA-
PCN+ (BRASIL, 2002), enquanto o termo cotidiano
LIAZZI et al., 2001).
apareceu nos discursos curriculares da comunidade
Dessa forma, o uso da experimentação como
de educadores químicos (WARTHA, 2013).
ferramenta pedagógica tem sua importância na vida
Para SÁ e SILVA (2008), o isolamento da quí-
escolar, pois é através dela que o aluno conhece no-
mica com relação a outros conhecimentos disciplina-
vas técnicas, equipamentos, trabalha a socialização,
res pode ser um dos responsáveis pelas dificuldades
entre outras trocas de experiências, somando ao en-
de aprendizagem dos conteúdos gerando a enorme
riquecimento do conhecimento adquirido. Sabe-se
rejeição pelos alunos pela disciplina, tornando assim
que a experimentação tem a capacidade de desper-
mais difícil o processo de ensino-aprendizagem. Se-
tar o interesse dos alunos, além disso, é comum os
gundo os autores, um ensino de química interdisci-
professores relatarem que ela promove o aumento
plinar é promotor de uma aprendizagem ativa e sig-
da capacidade de aprendizagem, pois a construção
nificativa.
do conhecimento científico/formação do pensamen-
Pode-se observar que diversos trabalhos
to depende de uma abordagem experimental e se dá
nacionais e internacionais sobre ensino de Quími-
predominantemente no desenvolvimento de ativida-
ca demonstram que a aprendizagem dos alunos é
des investigativas (GIORDAN, 1999).
3º SIMPIF
As adaptações, para a inclusão desses alunos, in- diana e desvio padrão, até as de uso mais
complexo, como coeficiente de correlação,
cluíram a elaboração de procedimentos, glossário,
análise de regressão etc. [...](2001, p.320).
legendas e identificações no kit em sistema braile.
O trabalho aqui apresentado foi desenvolvido Dentro deste contexto, com esta integração
com o objetivo de disseminar Ciência e Tecnologia metodológica é possível obter dados reais e cons-
em escolas públicas através de uma sequência didá- truir resultados que possam ser analisados poste-
tica. Com esta estratégia foram apresentados e dis- riormente, o que consequentemente, se apresenta
cutidos conceitos de misturas e preparo de soluções uma medida mais válida e autêntica do fenômeno
através de aulas expositivo-dialogadas, práticas em estudado (GRECA, 2002).
laboratório e aplicação da espectroscopia para a
3.1 Procedimento Metodológico
análise de soluções de corantes alimentícios com um
espectrofotômetro alternativo. Neste trabalho foi aplicada uma sequência di-
dática explorando: a. aulas expositivo-dialogadas; b.
3. Método da pesquisa
aulas práticas sobre preparo de soluções; c. utiliza-
Para o desenvolvimento e aplicação desse ção de um espectrofotômetro para avaliar os proce-
estudo, utilizou-se o espaço físico (laboratório) da dimentos de preparo de soluções coloridas e como
Escola Estadual João da Cunha Vinagre, localizada forma de disseminação de Ciência e Tecnologia; d.
no município do Conde, no estado da Paraíba. Neste tratamento matemático dos sinais registrados no
laboratório foram desenvolvidas aulas experimentais espectrofotômetro; e. elaboração de uma curva ana-
relacionadas aos temas e conceitos Misturas e pre- lítica para avaliação dos dados e dos procedimentos
paro de soluções, discutidos em sala de aula. O tra- de preparo de soluções; f. Discussões sobre os dados
balho foi desenvolvido e aplicado em duas turmas do apresentados nos gráficos e, se necessário, correção
2º ano do Ensino Médio Regular, do período noturno. dos procedimentos de preparo de soluções para ob-
Participaram da pesquisa 45 (quarenta e cinco) alu- tenção de melhores respostas.
nos, sendo 24 (vinte e quatro) da turma A e 21 (vinte Foram necessárias 6 (seis) aulas para aplica-
e um) da turma B. ção das práxis, contendo 30 (trinta) minutos cada
A metodologia utilizada apresentou aspec- aula. Para tanto, foram aplicadas duas aulas com o
tos quantitativos e qualitativos. Segundo Oliveira conteúdo de soluções, concentração e cálculo da
(2008), o primeiro aspecto se refere aos dados al- absorbância através da transmitância, e quatro au-
cançados por meio da utilização de recursos e pro- las para a análise experimental. As aulas foram do
cedimentos estatísticos. Por outro lado, o segundo tipo expositivo-dialogadas abordando com a utiliza-
3º SIMPIF
forma teórica. Sendo perceptível que existe uma dis- curva analítica da figura 2, onde o coeficiente de cor-
tância grande entre realizar um experimento e falar relação se encontra mais próximos da unidade.
sobre ele. Com o desenvolvimento das análises os Figura 2 - Curva analítica obtida após as correções dos
alunos realizaram descobertas e associações que procedimentos experimentais.
figura 1 mostra a primeira curva analítica construída Na figura 3 são apresentadas curvas analíti-
que resultou em uma equação linear com coeficiente cas preparadas por outros grupos correspondendo
de correlação linear r = 0,846. Os alunos logo perce- aos corantes pink, azul e verde. Observando os grá-
beram que no preparo das soluções devem ter ocor- ficos, verifica-se que todas as soluções preparadas
rido falhas pois não obtiveram uma reta como havia pelos alunos produziram curvas analíticas com ca-
orientado o professor. racterísticas lineares atestadas por um coeficiente
Figura 1 - Curva analítica da solução do corante amarelo de correlação linear próximo da unidade, o que sig-
damasco no início das aulas práticas.
nifica que os procedimentos de preparo de soluções
foram adequadamente assimilados pela turma.
Referências
acesso a uma linguagem científica aprimorada atra- MALDANER, O.A. A formação inicial e continuada de
professores de Química. Ijuí: Ed. Unijuí, 2000.
vés de debates em grupo, reflexões, autoavaliações
de suas ações. Desta forma, pode-se afirmar que os MERÇON, F. A experimentação no ensino de Quími-
objetivos didático-pedagógicos da aplicação da se- ca. IV Encontro Nacional de Pesquisa em Educação
em Ciências, 2003.
quência didática foram alcançados.
MELLO, J. F. R. Desenvolvimento de atividades prá-
ticas experimentais no ensino de biologia: um es-
Abstract
Student dropout is a problem that affects all Higher Education Institutions and, for this reason, it is the subject
of several studies that aim to understand its causes and mitigate its effects on university management. A set of
studies related to this theme proposes the development of predictive dropout models to early identification of
these students. Thus, in this study, we perform a bibliographical study that analyzed the main aspects related
to the elaboration of these models. The results indicate that there is a consensus among researchers about the
importance of socioeconomic factors as well as there is a direction of researchers for the use of Bayesian net-
works in the elaboration of the identified models.
Segundo Kantorski et al. (2016), para que o 10 mil citações. Esse número se torna especialmente
combate a evasão possa ser eficaz, as instituições importante quando se observa que ele corresponde,
de ensino devem identificar as causas ou motivos apenas, ao primeiro estudo de sua série sobre a eva-
assim, contribuir para a elaboração e planejamento Em seu modelo conceitual inicial, Tinto
de medidas que ajudem na permanência do discente. (1975) afirma que a evasão é um fenômeno pode
ser visto como resultado de um processo longitudi-
3º SIMPIF
tos, Davok e Bernard (2016) afirmam que as infor- experiências anteriores e compromissos, ou seja, a
mações produzidas por estes estudos ainda não são evasão seria o resultado da interação entre as ca-
bem absorvidas pela gestão das universidades. Para racterísticas individuais e a integração acadêmica e
estes autores, a identificação das possíveis causas social dentro do ambiente acadêmico. Seu modelo
era baseado na Teoria do Suicídio, entretanto, como
apontado anos mais tarde em Bean (1980), o mo-
acurácia final do modelo, os autores constataram de de Vetor de Suporte (SVM), Rede Neural, k-Nearest
acordo com levantamentos prévios realizados pela Neighbors (kNN) e Regressão Logística. Após a se-
instituição que os graduandos identificados pelo leção dos métodos, o autor testou e comparou as
modelo como propensos a evadir de fato estavam técnicas pertencentes a cada modelo, avaliando-as
com esse risco. pelas seguintes métricas: acurácia, precisão e recall.
A pesquisa elaborada por Manhães et al. Ao fim dessa etapa, o pesquisador concluiu que o
(2012) adotou uma metodologia semelhante aos modelo de regressão logística foi o que obteve o me-
demais trabalhos, a diferenciação desse estudo se lhor desempenho, de acordo com os indicadores e
dá pelo fato dos autores optarem apenas pelo uso de comparado aos demais.
variáveis acadêmicas na construção de seu modelo O modelo preditivo desenvolvido por Kan-
preditivo, para tanto o estudo realizou a comparação torski et al. (2016), entretanto, fez uso de um con-
de classificadores de árvore de decisão, rede baye- junto de variáveis comportamentais e acadêmicas e
sianas e redes neurais de acordo com a acurácia ob- de técnicas de mineração de dados para predizer a
tida por cada um. evasão nos cursos de Zootecnia e Administração. O
Schreiber et al. (2017) também fizeram uso autor realizou uma adaptação da metodologia CRIS-
de variáveis socioeconômicas e acadêmicas para P-DM (CRoss Industry Standard Process for Data Mi-
construir um software capaz de predizer (indivi- ning), a qual concentra-se na padronização e busca
dualmente e coletivamente) a probabilidade de um de informações para tomada de decisão (PÁDUA e
ou mais alunos evadirem de seu curso. Ressalta-se SOUZA, 2018).
que esse estudo procurou atender a demanda de Para Kantorski et al, o modelo desenvolvido
três cursos de uma instituição de ensino superior, é considerado genérico e, por esta razão, pode ser
sendo eles: Administração, Ciência da Computação empregado em diversos cursos de graduação pre-
e Engenharia de Produção. Para tanto, os autores sencial. Tal constatação baseia-se no fato de que e
desenvolveram, para cada curso, um modelo prediti- os autores realizaram três simulações distintas, mo-
vo específico, procurando atender as necessidades e dificando em cada uma delas as variáveis conside-
especificidades de cada um. radas e os algoritmos de mineração de dados. Após
Os resultados encontrados por Schreiber et os testes, chegou-se à conclusão de que, dentre 23
al. (2017) demonstraram que o curso de Ciência da alunos que evadiram do curso de Zootecnia, 17 fo-
Computação possui taxa de evasão superior aos ou- ram identificados acertadamente pelo seu modelo.
tros dois cursos estudados, com uma taxa corres- De acordo com o levantamento de estudos
pondente a 76% enquanto que a taxa de evasão dos que abordavam modelos preditivos para prevenir a
cursos de Administração e Engenharia de Produção evasão estudantil, realizou-se uma análise crítica
equivalem a 52% e 53%, respectivamente. sob cada modelo buscando ressaltar suas principais
Em seu estudo sobre predição da evasão nos características, identificando quais são as variáveis
cursos de Educação a Distância, Ramos (2016) uti- utilizadas para a construção do modelo e como elas
lizou a técnica de mineração de dados para desen- são tipificadas, o tipo de técnica adotada, o nível de
volver um modelo preditivo baseado em classifica- confiança e os resultados observados. Os principais
3º SIMPIF
Ref. Tipo & Discriminação das variáveis Técnicas utilizadas Resultados observados
Fez uso de variáveis socioeconômicas e Fez uso do SimpleKMeans Ambos os algoritmos classifica-
acadêmicas: Status e notas do aluno em e do algoritmo Expectation ram 45 alunos como evadidos,
Santos, A; Santos,
S; Rissoli (2013)
disciplinas já cursadas (incluindo aqui o to- Maximization (EM). entretanto, 7 foram classifica-
tal de reprovações que o aluno já teve e sua dos incorretamente.
frequência); Sexo; Estado civil; Idade; Profis-
são; Renda familiar; Endereço residencial.
Fez uso de informações pessoais, sociais, Fez uso dos algoritmos J48, O valor máximo de acurácia foi
econômicas, financeiras e acadêmicas: nearest neighbor (kNN), de 98% e a média entre as si-
Kantorski et al., (2016)
Reprovações em disciplinas; Sexo; Estado CART, Naïve Bayes, Multi- mulações alcançou 95%, além
civil; Idade; Coeficiente de Rendimento Aca- layer Perceptron e OneR na disso, 74% na previsão dos
dêmico; Cadeiras concluídas; Situação da etapa de modelagem. alunos que abandonaram o cur-
matrícula e Variáveis específicas. so. (Na primeira simulação o al-
goritmo de destaque foi o kNN,
na segunda KNN, J48 e Multi-
layer Perceptron e na terceira
J48 e CART).
Fez uso de variáveis demográficas e de Fez uso de árvore de decisão Para a aplicação dos algoritmo
desempenho acadêmico: Idade; (algoritmo J48) em questão, obteve-se uma
Lanes; Alcântara
Área do curso;
Atividades extraclasse;
Atributo classe (evadido/concluinte).
Fez uso de variáveis socioeconômicas e aca- Fez uso de Redes Bayesia- Como resultado dos testes de
dêmicas: Situação real do discente; nas (RB). diferentes métodos, selecio-
Schreiber et al.,
cas: Faixa etária; Sexo; Bairro e residência; probabilístico bayesiano borado, aferiu-se que ele previu
Status de trabalho; Tipo de ensino médio (Average One-Dependency corretamente que 3.250 dos
frequentado; Renda familiar; Média das Estimator), uma árvore de 8.437 alunos matriculados eva-
notas para todas as turmas atendidas; Média decisão (algoritmo J48) e diram. Em valores percentuais,
das notas das turmas do segundo semes- uma rede neural (Multilayer isso corresponde a 38,5% dos
tre; Média geral de frequência; Média de Perceptron). alunos matriculados.
frequência nas turmas do segundo semestre;
Número de turmas falhadas nas duas turmas
iniciais semestres.
Usou apenas variáveis acadêmicas: Status Fez uso de classificadores A acurácia obtida para o algo-
3º SIMPIF
da matrícula; Ano de ingresso; Coeficiente J48 e SimpleCart, Support ritmo J48 (83%); para o SVM
Manhães et
al., (2012)
de Rendimento Acadêmico; Notas em disci- Vector machine (SVM), Ada- (86%); para o AdaBoost (70%);
plinas; Quantidade de disciplinas reprova- Boost, Naive Bayes e Multi- para o Naïve Bayes (80%); para
das; Quantidade de disciplinas cursadas por layerPerceptron o SimpleCart (82%); e para o
período; Média aritmética das disciplinas Multilayer Perceptron corres-
aprovadas; Situação da disciplina; pondeu a 85%.
Nota-se, como característica similar nos trabalhos analisados, o fato de que houve uma comparação
entre diversos tipos de classificadores, antes de se definir, de fato, qual a técnica preditiva a ser utilizado
no estudo. Tal fato indica que existe, por parte dos identificado era condizente com o obtido uma vez
pesquisadores, uma cautela maior nesta etapa do que a instituição havia feito um levantamento prévio
processo de construção dos modelos, visando, em dessas informações, as quais acabaram sendo com-
todos os casos, selecionar o método que apresen- provadas pelos os números de seu estudo.
tasse melhor resultado. Com isso, em números, o trabalho de Kantor-
Ao observar a Quadro 1, foi possível identi- ski et al. (2016) , pelo menos em termos de acurácia,
ficar similaridades entre os estudos apresentados, foi o que obteve maior destaque, por ter apresentado
tanto na escolha das variáveis a serem utilizadas em um valor superior aos demais, bem como apresentou
seus modelos preditivos quanto no que se refere às uma taxa de assertividade consideravelmente gran-
técnicas de classificação escolhidas. Dentre os estu- de (acima de 70%) na predição dos estudantes que
dos, os classificadores mais recorrentes são Árvore evadiriam do curso. Ainda em termos de acurácia,
de Decisão, Redes Bayesianas e Redes Neurais, sen- o trabalho de Santos, A; Santos, S e Rissoli (2013)
do eles: J48, Naive Bayes e Multilayer Perceptron, obtém destaque ao obter um percentual superior a
respectivamente. 90%, o mesmo pode ser dito para o trabalho de La-
No que se refere aos resultados obtidos pelos nes e Alcântara (2018), com um resultado próximo.
os estudos analisados, destaca-se o fato de que to- No que se refere às variáveis utilizadas nos
dos os estudos que fizeram uso dos classificadores estudos analisados, no Quadro 2 é possível verificar
da classe de Naive Bayes, indicaram acurácia supe- que existe uma variabilidade considerável na distri-
rior a outras técnicas empregadas, predizendo com buição das variáveis utilizadas em cada tipo de estu-
mais precisão, inclusive, quais seriam os graduandos do, com destaque para o estudo 1 que utilizou ape-
que iriam evadir do curso. Esta peculiaridade se deve nas variáveis genéricas como variáveis acadêmicas,
aos autores se sentirem mais confortáveis ao apli- sociais e econômicas, comuns a todos os demais,
car o classificador de redes bayesianas, Naive Bayes, sendo o único que não fez uso de variáveis específi-
pois pra eles o modelo gerado pelo algoritmo é de cas. Além disso, destaca-se o estudo 2, desenvolvido
fácil interpretação (MANHÃES et al., 2012). por Kantorski et al. (2016), que além das 8 variáveis
O trabalho elaborado por Balaniuk et al. comuns, fez uso de um número considerável de va-
(2011), apesar de mostrar bons resultados, não ex- riáveis específicas, 26 ao todo, mais um atributo de
pressou a acurácia do algoritmo aplicado. No decor- classe elencado pelo o autor.
rer do trabalho, é relatado que o número de evadidos
Quadro 2 – Relação das variáveis utilizadas em cada estudo
Endereço residencial X X
(distância entre a IES e a residência do estudante)
Coeficiente de Rendimento Acadêmico (CRA) X X X X X
Número de disciplinas por semestre X X X
Número de disciplinas concluídas X X X
Situação da matrícula X X X
Variáveis específicas X X X X X
(variáveis não dispostas no presente quadro e utiliza-
das apenas no contexto do próprio estudo)
Fonte: Elaboração própria.
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3º SIMPIF
Abstract
This research was carried out by students of the Biological Sciences Degree course acting from the Institu-
tional Program for Teaching Initiation Scholarships (PIBID), the objective was to analyze the scenario of the
discipline of Biology from the perspective of the students in a state high school, located in the municipality
of Cabedelo, Paraíba. Thus, we analyzed the contents that the students have the easiest and most difficult to
learn, the actions that could help in understanding the content, the methodologies experienced and the de-
sired, finally, the subjects that would like to be discussed more in the classroom. This was qualitative approach
research, where a questionnaire was used as a data collection instrument. The results found that they like the
discipline and associate its importance with the health area, they presented more easily in the reproduction
content of the living beings and more difficulty in the subjects of nervous system, viruses, and bacteria, af-
firmed that the excess of content and the words difficult to make learning difficult, it was found that the most
worked method in the teaching of biology is explanatory reading, however, they would like to have more field
classes and practical classes.
Figura 1 – Questionário sobre o ensino de Biologia. uma das disciplinas mais relevantes e merecedoras
da atenção dos alunos ou uma das disciplinas mais
insignificantes e pouco atraentes.
alunos da 2ª série B do Ensino Médio, com idades Com relação à pergunta do porquê é impor-
3º SIMPIF
variadas entre 15 e 18 anos. A respeito da relação tante aprender Biologia (Figura 4), 20% do que
dos discentes com a disciplina de Biologia (Figura responderam disseram que serve para aprender so-
3), foi constatado que a maioria da turma gosta da bre os seres vivos e 20% não conseguiram indicar
disciplina. No estudo de Malafaia, Barbara e Rodri- a importância do ensino de Biologia. O restante dos
gues (2010), é afirmado que essa relação dos alunos discentes apresentaram opiniões diversas, como por
com a disciplina depende de como ela é ensinada, exemplo: importante para aprender mais sobre a Me-
pois, através disso a Biologia pode ser considerada dicina, para aprender coisas importantes, para co-
nhecer o corpo humano, para conhecer a natureza, No tocante ao que eles enxergam entre os
para conhecer o planeta e crescimento para o futuro, conteúdos de Biologia e o seu dia-a-dia, 90% não
os respectivos apresentaram 10% em cada respos- responderam, demonstrando que os conteúdos não
ta. Existem diversas opiniões a respeito do porquê são voltados para a realidade desses alunos ou que
se estudar biologia, pois a questão é muito ampla eles não são capazes de fazer essa associação, des-
para ser respondida monossilabicamente. Santos et. conhecendo totalmente outros diversos assuntos da
al. (2011) afirmam que o ensino de Ciências evoluiu Biologia que podem ser associados ao seu cotidiano.
de acordo com as circunstâncias e a época, acompa- Enquanto que, apenas 10% dos alunos que conse-
nhando o desenvolvimento da sociedade, haja vista guiram fazer associação com seu cotidiano respon-
sua forte presença na vida do homem. A partir disso, deram que conseguem relacionar a disciplina com a
percebe-se que este campo do saber está ligado di- área da saúde. De acordo com Borges e Lima (2007)
retamente à vida cotidiana das pessoas e que mui- o ensino de Biologia se organiza ainda hoje de modo
tos discentes não sabem fazer esta correlação, isto a privilegiar o estudo de conceitos, linguagem e me-
ocorre porque muitas vezes os docentes explicam o todologias desse campo do conhecimento, tornando
conteúdo cientificamente esquecendo de relacioná- as aprendizagens pouco eficientes para interpreta-
-lo com o cotidiano dos alunos. ção e intervenção na realidade. Atender às deman-
Figura 4 – Opinião dos alunos sobre o porquê é importan- das atuais exige uma reflexão profunda sobre os
te aprender Biologia. conteúdos abordados e sobre os encaminhamentos
metodológicos propostos nas situações de ensino.
Ensinar Ciências é fazer com que o aluno contribua
para o seu próprio desenvolvimento, e que seja ca-
paz de questionar, refletir e raciocinar (SANTOS et.
al., 2011). Todos os discentes deveriam ser capazes
de relacionar questões biológicas com o cotidiano,
no entanto, isto não acontece, como pode-se ver nas
respostas deste questionário.
Sobre os conteúdos que eles apresentam
maior facilidade (Figura 5), 25% dos alunos não
souberam responder. Já o conteúdo mais citado pela
turma foi “reprodução dos seres vivos”, que ficou no
topo da lista como com 19%, sendo o conteúdo que
os alunos apresentam maior facilidade para apren-
der. Outros 13% responderam de forma desconexa.
Outros tantos conteúdos, tais como seres humanos,
animais, seres vivos, tudo, plantas, células e cadeia
alimentar, obtiveram menos de 10% de citação
cada, totalizando sua soma em 43%.
3º SIMPIF
Figura 5 – Respostas dos alunos sobre os conteúdos de e 5% disseram ser outros, mas não especificaram
Biologia em que apresentam maior facilidade.
o que exatamente dificulta esse aprendizado. Ciên-
cias e Biologia são disciplinas que muitas vezes não
despertam interesse dos alunos, devido à utilização
de nomenclatura complexa para as mesmas. Isso
exige do professor que faça a transposição didáti-
ca de forma adequada e também faça uso diversas
estratégias e recursos. A utilização de jogos, filmes,
aulas em laboratório, saídas de campo são alguns
Fonte: Dados da pesquisa. recursos que podem ser utilizados, pois, podem pos-
sibilitar a compreensão dos alunos no sentido da
Quando perguntados sobre quais conteúdos
construção de conhecimentos relacionados à área
eles apresentavam maior dificuldade em aprender
(NICOLA; PANIZ, 2016).
(Figura 6), 26% dos alunos não responderam à per-
Figura 7 – Respostas dos alunos quando perguntados
gunta, quatro categorias foram representadas com
sobre o que dificulta o aprendizado em Biologia.
11%, que disseram ter dificuldade com os conteúdos
de sistema nervoso, vírus, bactérias e nenhum con-
teúdo. Houve cinco categorias representadas como
“outros” (menos de 10%), que juntos somam 30%.
Nesta, estão incluídos os conteúdos de plantas,
células, corpo humano, os que não souberam res-
ponder e os que responderam de forma desconexa.
Figura 8 – Respostas dos alunos sobre as metodologias aulas práticas o desejo por aulas no laboratório de
que já vivenciaram nas aulas de Biologia.
informática também foi escolhido com 14%, a utili-
zação de tecnologias proporciona aos alunos todos
os tipos de ferramentas novas e altamente eficientes
para que conquistem suas autonomias podendo in-
clusive aprender sozinhos (PRENSKY, 2010).
A utilização de jogos didáticos obteve 11%,
a utilização de vídeos, filmes, animações e desenho
com 10%, outras 8 metodologias foram indicadas
pelos alunos, se encontram na categoria outros com
32%, dentre elas estão a realização de experimen-
tos, elaboração de maquetes, aula expositiva, estudo
dirigido, leitura explicativa, teatro e dramatização,
seminários e produção textual. Esses resultados
Fonte: Dados da pesquisa.
demonstram como o método tradicional de ensino,
A maior porcentagem na categoria de leitu- que baseia-se na memorização do conteúdo, ainda
ra explicativa se dá ao fato de que esse método é se encontra bastante presente na escola e como isso
o mais recorrente nas aulas de Biologia, isso pode pode afetar os processos de ensino e aprendizagem.
acontecer por falta de formação dos profissionais Com a utilização de recursos didático- pedagógicos,
da área para relacionar o ensino com metodologias pensa-se em preencher as lacunas que o ensino tra-
da atualidade. A incorporação das tecnologias como dicional geralmente deixa, e com isso, além de expor
conteúdos básicos comuns é um elemento que con- o conteúdo de uma forma diferenciada, fazer dos
tribui para uma maior vinculação entre os contextos alunos participantes do processo de aprendizagem
de ensino e as culturas que se desenvolvem fora do (CASTOLDI; POLINARSKI, 2009).
âmbito escolar. O objetivo de introduzir tecnologias Figura 9 – Respostas dos alunos sobre as metodologias
da informação e comunicação na escola é para ob- que gostariam que fossem mais utilizadas na disciplina de
Biologia.
ter êxito na inovação pedagógica, pois, o aprendiz ao
manusear tecnologias adequadas, poderá utilizá-las
na integração de matérias estanques. A escola passa
a ser um lugar mais interessante que prepararia o
aluno para o seu futuro (MERCADO, 1998).
Sobre as metodologias que os alunos gosta-
riam que fossem mais utilizadas (Figura 9), indica-
ram a aula de campo com 19% e isso é animador,
uma vez que, esse tipo de aula é um instrumento efi-
ciente para o estabelecimento de novas perspectivas
na relação entre o homem e a natureza (SENICIATO;
3º SIMPIF
Com relação ao questionamento sobre que Figura 11 – Respostas dos alunos sobre as ações que
ajudariam com os conteúdos que apresentam maior difi-
assuntos os alunos gostariam que fossem mais de- culdade de aprender.
batidos na disciplina de Biologia (Figura 10), a maio-
ria (20%) não respondeu à questão, 14% indicara
o conteúdo de cadeia alimentar como desejado,
13% disseram não saber responder, com também
13% o conteúdo de Bactérias foi indicado. Outros 6
conteúdos foram listados, eles foram agrupados na
categoria “Outros”, com 40%, neles estão inclusos
os assuntos sobre DST’s, fotossíntese, seres vivos,
os que responderam de forma desconexa e os que
indicaram todos os conteúdos.
4. Conclusão/Considerações
CASTOLDI, R.; POLINARSKI, C.A. A utilização de MENDES, Maximiliano Augusto de Araújo. Produ-
recursos didático-pedagógicos na motivação da ção e utilização de animações e vídeos no ensi-
aprendizagem. In: I simpósio Internacional de En- no de biologia celular para a 1ª série do ensino
sino e Tecnologia, Ponta Grossa, p. 684-692, 2009. médio. 2010. Dissertação (Mestrado em Ensino
3º SIMPIF
BRITO, L.; SOUZA, M.; FREITAS, D. Formação inicial MERCADO, L. P.L. Formação docente e novas tec-
de professores de ciências e biologia: A visão da na- nologias. In: IV Congresso RIBIE, Brasília. 1998.
tureza do conhecimento científico e relação CTSA. Disponível em: http://www.ufrgs.br/niee/eventos/
Revista Interacções, v. 4, n. 9, 129-148, jul. 2008.
RIBIE/1998/pdf/com_pos_dem/210M.pdf. Acesso
em: 12 jul. 2019.
Abstract
Teaching chemistry to visually impaired students is an institutional duty, and its development is important in
our society. In this way inclusive education has been the main solution to work the integration of the visually
impaired in the school environment, bringing them the same experience as a normovisual student. This article
aims to report the making and application of materials for inclusive education in chemistry teaching. The me-
thodology consisted of a qualitative approach of participant nature, of suggestive character for the elaboration
of didactic materials. High relief graphics have been produced which are viewed in thermochemistry, bringing
as benefit the exploitation of tactile resources of the disabled student and the low cost of production and facili-
tated transportation. It identifies the need for an update in the methodology and practice of teachers, allowing
the search for new knowledge and encouraging the perception of each student as an individual being, bearer of
their own needs, thus favoring the emergence of an effective pedagogical practice. The material used resulted
in a better understanding of the subject by the student, who now has a graphic representation that meets his
teaching needs
de calor, classificando-as como reações exotérmicas ções metodológicas dentro de sala, preparando-o
ou endotérmicas respectivamente. Entretanto, para para atender a possíveis deficiências no processo de
que haja este processo, se faz necessário a análise aprendizagem de algum aluno, referindo-se em es-
de gráficos para compreender as questões e os ensi- pecífico ao assunto da termoquímica e as barreiras
namentos propostos. da acessibilidade ao conhecimento igualitário por
Pensando nisso, se torna extremamente ne- todos, indistintamente.
cessário trazer para a realidade desses alunos, ma-
rede pública regular de ensino e que os sistemas de (2004, apud Marchi, 2016), ‘Aprender a Conhecer’,
ensino devem assegurar professores com especia ‘Aprender a Fazer’, ‘Aprender a Viver Juntos’ e ‘Apren-
lização adequada em nível médio ou superior para der a Ser’, destaca-se, principalmente o aprender a
atendimento especializado, bem como professores conhecer, base que qualifica o fazer, o conviver e o
do ensino regular capacitados para a integração ser - síntese de uma educação que prepara o indi-
desses educandos nas classes comuns (art. 59). A víduo e a sociedade para os desafios futuros, como
Resolução CNE/CEB nº 2/2001 (Brasil, 2001), por o de aceitar e saber manusear as tecnologias assis-
sua vez, institui, em seu art. 1º, “as Diretrizes Na- tivas e preparar-se para as constantes e aceleradas
cionais para a educação de alunos que apresentem transformações e diferenças existente no mundo.
necessidades educacionais especiais, na Educação No último Censo Demográfico feito pelo IBGE,
Básica, em todas as suas etapas e suas modalida- em 2010, 45,6 milhões de pessoas declararam ter
des” (p. 1). Apesar da sua obrigatoriedade legal, o pelo menos um tipo de deficiência, seja do tipo visual,
atendimento inclusivo ainda se encontra em fase auditiva, motora ou intelectual. Entre as deficiências
embrionária. Pesquisas apontam a falta de preparo pronunciadas, a mais comum foi a visual, engloban-
dos sistemas, das escolas e, em especial, dos pro- do 3,5% da população. Apesar de representarem
fessores como as principais causas da insipiência 23,9% da população brasileira, estas pessoas não
da Educação Inclusiva (Bruno, 2007; Glat e Pletsch, vivem em uma sociedade adaptada, e muito menos
2004; Glat e Nogueira, 2002). tem acesso a um ensino que esteja pronto e saiba
Segundo Santos (2011), o aumento de alunos aproveitar suas delimitações. Por esta razão, há a
com deficiência visual no ensino regular, não garan- crescente carência de novos referenciais pedagógi-
te que a escola se torne um contexto inclusivo, que cos e teóricos para o firmamento e evidenciamento
reconheça a diversidade e responda com qualidade dos alunos no meio educacional e incentivo de seus
didático-pedagógica às necessidades de aprendiza- potenciais individuais, ou seja, da construção e de-
gens desses alunos. Os esforços de professores para senvolvimento de uma estrutura inclusiva. Se fazem
atender a esses alunos tornam-se ainda mais árduos necessários pensamentos progressistas por parte
quando se têm poucos estudos e materiais publica- daqueles que detém conhecimento e possuem a res-
dos sobre o tema. Apesar do empenho na questão ponsabilidade de passá-lo aos seus alunos.
apresentada, ainda podemos observar empecilhos De acordo com Marcelo Miranda:
na inserção de materiais teóricos e referenciais que
A produção, a confecção, o baixo custo,
visem o suporte ao aluno deficiente, esse aconteci- inclusive, revela uma curiosidade sobre o
mento se torna ainda mais claro em ambientes aca- povo. As pessoas, às vezes na pressa, na
dêmicos públicos. opção de aproveitar as coisas que já es-
Quando se fala em ensino de química o pro- tão prontas, acabam por não produzirem,
blema é ainda maior. Atualmente, existem poucos não adaptarem, não criarem coisas como
essa. Simples, mas de efeito muito intenso
materiais adaptados disponíveis para alunos com
na pessoa que está estudando, tem a de-
deficiência visual, principalmente os relacionados
ficiência visual e que precisa dessas infor-
ao ensino da química. A preparação de professores mações. (Camila Torres, G1,2018)
3º SIMPIF
sentamos uma pesquisa sugestiva sobre o processo Desta forma, a equipe composta por discen-
ensino-aprendizagem de química. tes e docentes de química se reuniram em horários
Dentre os diversos tipos de pesquisas, acre- alternativos na própria escola para a montagem do
dita-se que a exploratória-qualitativa é a que mais material que foi pensado de forma que tivesse um
se enquadra neste trabalho. Exploratória, pois há baixo custo e fácil aplicação.
pouco conhecimento sobre o tema abordado. Quali- Utilizando o papel A4 como base, reprodu-
tativa, porque o pesquisador procura entender o fe- ziram o conteúdo dos gráficos, recortando o EVA e
nômeno segundo as perspectivas dos participantes colando-os com a cola bastão, também utilizando
da situação estudada. das colas 3D para a confecção de indicações em re-
Segundo Gil (1999), a pesquisa exploratória levo. As legendas das imagens foram passadas para
é desenvolvida no sentido de proporcionar uma vi- o braile.
são geral acerca de determinado fato. Portanto, esse Em um horário oposto ao das aulas, o discen-
tipo de pesquisa é realizado, sobretudo, quando o te deficiente visual recebeu uma aula de revisão do
tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil assunto de termoquímica passado em sala, porém
formular hipóteses precisas e operacionais. utilizando o material adaptado. Conduzido por um
Concordamos com Echeverria (1993) quan- dos alunos envolvidos na montagem, o discente de-
do afirma que, segundo o pensamento marxista, o ficiente visual pôde sentir o gráfico por meio do tato,
concreto é o ponto de partida da observação e da entendendo melhor como ocorria o processo de tro-
concepção. Portanto, a apropriação sensorial do ob- ca de calor, tanto em reações endotérmicas quanto
jeto de estudo, apesar de sempre imprecisa, pois não nas exotérmicas.
toma o objeto em suas conexões profundas, repre- Figura 1 - Representação dos gráficos termoquímicos.
senta o elo primeiro com a abstração. Por sua vez, a (Imagem do autor)
dor” devido “Possibilitar-nos ver o comportamento recursos didáticos adaptados que visem aproximar
dos participantes em uma nova luz e descobrir novos o estudante do assunto que está sendo exposto no
aspectos do contexto”. Para a técnica de observação ambiente educacional. Se faz necessário perspecti-
há vários instrumentos que podem ser utilizados para vas e visões inovadoras por parte daqueles que são
coletar os dados, nesta pesquisa empregou-se: ano- os maiores responsáveis de passar conhecimento:
tações, no qual foi realizada a análise das informações os professores.
e dos comentários durante a execução do trabalho. Os gráficos foram utilizados em aula abor-
dando conceitos de termoquímica. Os gráficos com
4. Resultados da pesquisa
exemplos de reações endotérmicas e exotérmicas
Ao atuar no aprendizado de um portador de ajudaram no entendimento dos conceitos abordados
deficiência visual, visando promover a ele um ensino durante o decorrer das aulas ministradas. O discente
de qualidade, devemos primeiramente analisar um deficiente visual apresentou ter entendido como se
fator primordial: adaptação. Adaptação esta que não dava os processos de liberação e absorção do calor
deve provir apenas do estudante, que por si só já dis- nas reações apresentadas pelos gráficos adaptados.
põem de diversas situações no dia-a-dia que o fazem Na confecção do recurso didático desenvolvido nes-
sentir a sensação de desencaixe social, mas sim de ta atividade, buscou-se utilizar materiais de baixo
seus docentes, que são responsáveis por garantir a custo, com facilidade de aquisição e priorizando a
ele um ensino de qualidade e que seja essencialmen- utilização de diferentes texturas e cores, contem-
te pautado para atender suas dificuldades, abrin- plando também alunos com baixa visão. A escolha
do espaço também para a necessidade de encarar dos elementos utilizados é uma perfeita demonstra-
cada aluno como um ser individual, respeitando e ção de como podemos abrir espaço para que novos
contornando suas limitações, propondo-o assim um materiais integradores adentrem no âmbito educa-
ambiente igualitário, onde o aluno possa desfrutar cional brasileiro, promovendo a igualdade e a chance
das mesmas chances dadas a estudantes normovi- igualitária de aprendizado entre estudantes que par-
suais. Vê-se a crescente emergência de produção ticipam de uma mesma sala, mas que quando vistos
de novos referenciais teóricos que ajudem a tornar de maneira individual e exclusiva, possuem cada um,
o ambiente acadêmico mais inclusivo, assim como suas próprias limitações. Considerando também o
o aprendizado, resultando na formação de uma es- fato de que a elaboração cognitiva se fundamenta na
trutura inclusiva, assim como a que foi mostrada no relação com o outro, observou-se que o desenvolvi-
presente trabalho. mento dos materiais pelos alunos normovisuais per-
Com fundamentação nas experiências vividas mitiu, também, promover a interação entre os alunos
durante o processo, que foi desde a formação, até de modo que a inclusão promoveu a socialização,
a utilização do material adaptado, nos foi permitido respeito e cidadania, é de grande significado que
ver caminhos que, se trilhados com determinação, tanto professores quanto alunos sejam engajados
engrandecem e aprimoram o aprendizado. É visível em temáticas como essa, pois abre os olhos para a
que conteúdos, de uma maneira geral, e não ape- possibilidade de inclusão e de acesso a uma educa-
nas na matéria de química, podem sim ser ministra- ção de qualidade para todos, e não só para aqueles
3º SIMPIF
dos de forma que a aprendizagem de um aluno com que não possuem algum tipo de limitação, seja ela
deficiência visual seja verdadeiramente efetiva, sem física ou mental.
deixar para trás conhecimentos que não puderam De fato, observamos que os materiais não fo-
ser passados devido às impossibilidades do aluno. ram somente utilizados pelo aluno deficiente visual,
O aprendizado se vê imensamente mais vantajoso mas muitos alunos normovisuais também quiseram
quando o professor toma a ação de modificar sua trabalhar com eles, considerando-os mais interes-
metodologia dentro de sala de aula, recorrendo a santes do que o livro didático. Além disso, os resulta-
dos das provas demonstraram que houve uma apren- Embora o material didático tenha grande im-
dizagem dos conteúdos por parte do aluno, pois ele pacto social, visto que auxilia no processo de ensino-
teve desempenho semelhante aos dos melhores alu- -aprendizagem de estudantes com deficiência visual,
nos normovisuais. Isso acaba nos mostrando de ma- este não é passível de proteção industrial.
neira conclusiva que a interferência na camada da
6. Agradecimentos
educação, não só no ensino da química, mas nas ma-
térias escolares como um todo, se feita com a utili- Agradecemos ao IFPB e ao CNPq por todo
zação de materiais adaptados, acaba por auxiliar no apoio prestado.
aprendizado dos estudantes com algum tipo de defi-
ciência e ajudar a construir neles um maior desenvol- Referências
vimento de suas outras capacidades físicas e cogni- BRASIL (1996). Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
tivas, facilitando a compreensão e aprendizagem do cação Nacional. Lei n º 9.394/96, Brasília: DF. Lex:
Diário Oficial da União, de 23 de dezembro de 1996.
conteúdo e melhorando a autoestima e autonomia
desses alunos, abrindo portas tanto na esfera edu- DELORS, J. Educação, um tesouro a descobrir. São
cacional quanto em suas vidas pessoais, resultando Paulo: Brasília, DF: MEC: UNESCO, 2004.
em aprendizados que serão levados para toda a vida, ECHEVERRIA, A.R. Dimensão empírico-teórica no
promovendo também o desenvolvimento das compe- processo de ensino-aprendizagem do conceito
tências individuais e acarretando a autonomia. Des- soluções no ensino médio. Tese de Doutorado.
Universidade Estadual de Campinas, 1993.
sa forma o estudo e a confecção de novos recursos
metodológicos são vistos como fundamentais para FRANCO, Vítor; RIÇO, M. Céu; GALÉSIO, Mariana. In-
a concretização de ações inclusivas dentro das es- clusão e Construção de Contextos Inclusivos. In:
PATRÍCIO, M. F. (Org). Globalização e Diversidade - A
colas, mas que ultrapassem os muros da instituição.
escola cultural, uma resposta. Editora: Porto, 2002.
Após a aplicação do material, verificou-se que NEVES, P. R. (PQ), SANTOS, K. A. M. (PG) e MÓL, G. S.
(PQ), Grafia química braille: uma proposta de inclu-
o discente deficiente visual apresentou um melhor
são para alunos portadores de deficiência visual.
no entendimento do assunto, mostrando que com o SBQ, 2004.
estimulo de outros sentidos ele pode atingir um ní-
OLIVEIRA, A. A. de. Observação e entrevista em
vel de entendimento do assunto igual ou até mesmo
pesquisa qualitativa. Revista Científica da Faculda-
superior ao de um aluno que não possui nenhuma de Cenecista de Vila Velha/FACEVV. v. 2, n. 4, (jan./
deficiência visual. jun. 2010). Vila Velha: FACEVV, 2010.
3º SIMPIF
Sérgio R. B. Santos
Construção de um espectrofotômetro
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
alternativo para análises químicas
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa na região visível do espectro
Adriana P. Ferreira eletromagnético.
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
Palavras-chave: Espectrofotômetro Alternativo. LED Branco. Mídia Gravável. Rede de Difração. Fototransistor.
Abstract
Chemical analysis of materials by spectrophotometric procedures explores the interaction of monochromatic elec-
tromagnetic radiation with matter being routinely performed in chemistry laboratories using photocolorimeters or
spectrophotometers. The instruments applied in the visible region of the spectrum (400nm to 750nm) basically fea-
ture a polychromatic radiation source, a monochromator system for selecting a monochromatic radiation beam, a
sample compartment, an electromagnetic radiation detector and a signal conversion system to display a reading of
the measurement in analog or digital form. Commercial spectrophotometers (CE) are more expensive because they
are more accurate and exploit the entire spectral range, which photocolorimeters do not. In this work we developed
an alternative spectrophotometer (AE) that uses a white LED as a source of polychromatic radiation, a watchmaker
magnifier as a focusing lens, a recordable media fragment (CD) as a diffraction grating, a phototransistor as a de-
tector and a multimeter as analytical signal reader. The AE was compared with an CE and showed equivalent results
regarding the linearity of response (r greater than 0.99). It is possible to record molecular spectra with precision in
the effective bandwidth of ± 5nm, parameters that indicate its effectiveness for analytical applications.
Keywords: Alternative Spectrophotometer. White LED. Recordable Media. Diffraction Grid. Phototransistor.
ma monocromador construído com um conjunto de cos, estes dispositivos utilizam correntes contínuas
fendas a base de lâminas de estiletes, com uma lente de até 30 mA com picos de 100 mA, suportam ten-
de relojoeiro e com um fragmento de mídia digital sões reversas de 5V e dissipam apenas 100mW de
(CD) acoplado a uma escala milimetrada por meio potência. Além de todas estas vantagens são muito
de um cursor; C. Um compartimento para adapta- baratos com componentes podendo ser adquiridos
ção da amostra em uma cubeta de acrílico; d. Um com valores em torno de R$1,00. Devido a estas
fototransístor como transdutor da energia radiante características os LEDs apresentam atualmente as
em energia elétrica; e. Um multímetro digital para mais diversas aplicações, desde letreiros luminosos,
a realização das leituras analíticas através do sinal sinalização de trânsito, TVs, indicadores luminosos
elétrico gerado. em dispositivos eletrônicos e mesmo aplicação em
O instrumento foi desenvolvido com a inten- instrumentação científica como fotômetros e espec-
são de propagar conhecimentos de ciência e tecno- trofotômetros (SHIMAZAKI e colaboradores, 2000;
logia em aulas de Química de escolas públicas do GAIÃO e colaboradores, 2005).
Estado da Paraíba através de projetos integradores Figura 1 - Espectro de emissão do LED Branco.
e contextualizados com abordagem em Ciência, Tec-
nologia e Sociedade (CTS).
2. Referencial teórico
atravessa a amostra e um sistema de leitura que Para a obtenção de um feixe de radiação mo-
transforma o sinal elétrico produzido em leitura ana- nocromático a partir de um feixe de radiação branca,
lógica ou digital para o analista. é necessário um sistema monocromador. Prismas e
Dentre as possibilidades de fontes de radia- redes de difração são os dispositivos normalmente
ção podem ser utilizados LEDs brancos que emitem utilizados (SKOOG, 2002). Poucos trabalhos, entre-
radiação praticamente em toda a extensão do espec- tanto, são publicados explorando o uso de mídias
tro visível. Como pode ser observado do espectro de digitais (CDs ou DVDs) como redes de difração para
emissão apresentado na figura 1 para o LED branco sistemas monocromadores de espectrofotômetros.
(Everlight®), o LED emite radiação eletromagnética Um fragmento de CD pode ser utilizado para
do violeta ao vermelho, com máximos de emissão
3º SIMPIF
mador microcontrolado cuja rede de difração era Os seguintes materiais foram utilizados para
um fragmento de CD. O instrumento apresentou ca- a construção do EA:
racterísticas semelhantes aos espectrofotômetros • Um LED branco de 5mm foi utilizado como fonte
comerciais e foi aplicado na análise de corantes ali- de radiação policromática;
mentícios com desvios padrão relativos médios infe- • Um fototransístor comum foi utilizado como de-
riores a 1%. tector;
XAVIER JR (2017) apresentou um trabalho • Um fragmento de CD retirado de uma mídia digi-
descrevendo esquemas para a utilização de mídias tal (CD) foi utilizado como rede de difração;
digitais (CDs e DVDs) na construção de espectroscó- • Um fragmento de seis (6) cm de uma régua mili-
pios ou para registros fotográficos ao ar livre ou em metrada foi utilizado como escala milimétrica do
laboratórios. instrumento desenvolvido;
Ludke (2010) descreveu um fotocolorímetro • Arame de ferro galvanizado foi utilizado como
que utilizava apenas um LED violeta centrado em suporte para o sistema de seleção do compri-
400nm e com largura efetiva de banda de ±10nm mento de ondas; suporte do fragmento de CD e
para estudos espectroscópicos. O autor informou, cursor mecânico;
entretanto, que outros LEDs poderiam substituir o • Folhas de isopor no 20 (20mm de espessura) fo-
LED violeta para explorar regiões espectrais diver- ram utilizadas para confecção das paredes das
sas, ou seja, o instrumento não foi construído para caixas internas e externas do instrumento;
ser utilizado em análises espectrofotométricas ex- • Micropipetas com capacidade de 100 µL foram
plorando todas as faixas espectrais da região visível. utilizadas nos preparos de soluções;
Neste trabalho foi desenvolvido um espectro- • Corantes alimentícios azul anis, verde folha,
fotômetro alternativo para explorar a região visível amarelo damasco e pink foram utilizados para
do espectro eletromagnético utilizando-se um LED preparo de soluções nas concentrações de 20;
branco como fonte de radiação policromática e um 40; 60; 80 e 100µL/100mL;
fragmento de mídia digital (CD) como elemento dis- • Água recém-destilada foi utilizada no preparo
persor da radiação visível em um sistema monocro- das soluções;
mador. O instrumento foi comparado com um espec- • Um Espectrofotômetro UV-Visível marca Hach
trofotômetro comercial para avaliar a sua efetividade modelo DR3900 foi utilizado para realização de
na realização de análises espectrais e aplicabilidade medidas de referência e calibração do EA;
para análises químicas. • Todas as colagens foram realizadas com cola
Araldite® hobby de secagem rápida (10 minu-
3. Método da pesquisa
tos).
Para a construção do EA foram seguidas as • Um multímetro digital Politerme modelo 9808
seguintes etapas: foi utilizado para as leituras digitais dos sinais
1. Elaborar um projeto considerando-se esquemas analógicos fornecidos pelo EA desenvolvido;
eletrônico, óptico e mecânico; • Papel camurça preto foi utilizado para recobrir
2. Construir e calibrar o EA desenvolvido utilizando externamente o equipamento e evitar entrada de
3º SIMPIF
Figura 3 - Sistema para movimento da rede de difração eixo do cursor, onde se localiza a rede de difração, no
para seleção de feixe monocromático.
suporte de acrílico. Em d, pode-se verificar a imagem
da radiação policromática originada da fenda de en-
trada que foi projetada sobre a rede de difração. Em
e, observa-se a difração da radiação policromática
pelo fragmento de CD em seus componentes mono-
cromáticos. Finalmente, em f, observa-se a projeção
do espectro eletromagnético visível sobre a fenda
de saída do sistema monocromador e de entrada no
compartimento da amostra.
4. Resultados da pesquisa
xa superior esquerda, em sua parte anterior, foram inicia em 400nm e finaliza em 750nm, numa exten-
adaptados estiletes para formar a fenda de saída da são de 350nm, pode-se esperar uma variação de
radiação monocromática do sistema monocromador. 350nm/40 mm, aproximadamente, ou seja, 9nm/
Na sua parte central foi adaptado o compartimento mm. Como a precisão na medida na escala milimé-
da cubeta da amostra e, em sua parte posterior, o trica é de 0,5mm, a precisão no registro dos com-
fototransistor para detectar a radiação monocromá- primentos de onda deve ficar em torno de 5nm.
tica. Em c, pode-se verificar o sistema de encaixe do
Figura 5 - Registro do espectro do LED branco com o EA. cando-se o cursor sobre a escala milimétrica, hou-
ve um deslocamento proporcional no comprimento
de onda na escala nanométrica. Este resultado é
compreendido como indicativo de confiabilidade
no uso do cursor para seleção de comprimentos de
onda, utilizando-se a escala milimétrica do EA. Ob-
serve-se que as previsões iniciais para a precisão da
escala se confirmaram com estas medidas. Segundo
o modelo, uma variação de 1 mm na escala do EA
equivale a um deslocamento de 9,4nm do espectro
Fonte: elaboração própria.
eletromagnético e, como a precisão da escala do EA
Para confirmar estas hipóteses, foram reali- é de 0,5mm, uma precisão de 5nm no comprimento
zadas medidas para correlacionar o deslocamento de onda foi possível. Para se determinar, então, qual
milimétrico do cursor do EA com a escala nanomé- o comprimento de onda em nanômetro selecionado
trica do EC. Para tanto, os comprimentos de onda (λ, para um determinado deslocamento do cursor em
nm) dos picos de absorção nos espectros molecu- milímetros, basta se utilizar a equação 2.
lares de corantes alimentícios foram registrados no Após a calibração da escala do instrumento
EC e comparados com os picos obtidos por desloca- alternativo, foram realizados testes de linearidade de
mento da escala milimétrica (d, mm) no EA. Foram resposta com relação à Lei de Beer, ou seja, uma ava-
registrados picos de absorção em regiões espectrais liação de linearidade de respostas de absorbâncias
dos extremos e do centro do espectro visível. Na Fi- versus concentração. Os resultados se encontram na
gura 6 é apresentada a curva de calibração resultan- Tabela 1.
te destas medidas. Tabela 1 - Modelos lineares obtidos pelos EA e EC para a
comprovação de obediência à Lei de Beer.
Figura 6 - Curva de calibração para correlacionar a escala
milimétrica do EA com a nanométrica do EC.
EC
λpico
Corante Modelo Linear r
(nm)
Azul Anis 628 A=0,0201C+0,0130 0,9982
Pink 524 A=0,0147C+0,0198 0,9988
Amarelo
426 A=0,0102C+0,0614 0,9997
Damasco
EA
λpico
Corante Modelo Linear r
(mm)
Azul Anis 36,0 A=0,0066-0,0242 0,995
Pink 25,0 A=0,0034C-0,0550 0,999
Amarelo
14,5 A=0,0078C+0,0852 0,999
Damasco
Fonte: elaboração própria Fonte: autoria própria
3º SIMPIF
Com estes dados foi realizada uma calibração Para todos os corantes analisados, foi possí-
pelo método dos mínimos quadrados que resultou vel se determinar coeficientes de correlação próxi-
no seguinte modelo matemático (Equação 2): mos à unidade e boa linearidade de resposta como
λ(nm)= 9,4.d(mm) + 289,5 (2) pode ser avaliado pelos modelos matemáticos linea-
O coeficiente de correlação linear para estes res obtidos para as curvas de calibração e os valores
dados foi r = 0,994 indicando uma boa correlação de coeficientes de correlação linear para os corantes
entre os dois parâmetros o que significa que, deslo-
Sérgio R. B. Santos
Construção e aplicação de um sistema
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
sustentável para o tratamento de água
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa de chuvas como ferramenta didática no
Bruno S. Vasconcelos processo de ensino aprendizagem
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
Abstract
A didactic sequence was applied to Chemistry teaching in a Science, Technology, Society and Environment (STSE)
approach, applying a sustainable rainwater purification system (SRPS) in a technical course in electronics. The
didactic sequence included the presentation of educational videos (exploration of ICTs) and expository-dialogued
class on mixtures; laboratory experimentation using simple distillation systems to explain the physicochemical
phenomena related to the formation and condensation of water vapors; presentation of SRPS by collecting natu-
rally evaporated and condensed water in a closed container; debate and proposition of ideas for the improvement
of the system using the students’ technical knowledge. With the SRPS approach it was possible to: present new
knowledge to the class about social and environmental responsibility; promote reflections on how water trans-
forms into the environment by elucidating the importance of biomes such as the Amazon Rainforest and Cerrado;
promote interdisciplinary debates where students of the technical course in electronics used their knowledge to
propose ideas for the improvement of a project of chemical-environmental interest; use a real problem to contex-
tualize the importance of rainwater collection and use as an alternative to sustainable water consumption.
Nordeste de forma branda, além da influên- se medidas de prevenção ou tratamento para pota-
cia do El Niño e da disposição para o sen- bilidade não forem adotados. Diversos métodos de
tido Norte-Sul, canalizando os ventos alí-
purificação de água existem e podem ser utilizados
sios, formando corredores, o que dificulta
para o tratamento da água da chuva como a filtra-
as precipitações no Semiárido Nordestino
e contribui para o volume e o espaçamento
ção, adsorção por carvão ativado, ultra filtragem,
temporal das chuvas (caracterizando real- esterilização e a destilação. Dentre esses métodos, a
mente a seca).” filtração e a esterilização são os mais presentes nas
casas dos brasileiros.
Na região, os estados mais afetados com a
A filtração é um método fácil, consiste na se-
longa estiagem compõem uma área chamada de po-
paração de um sólido de um líquido e pode ser fei-
lígono das secas, que abrange os estados do Piauí,
to com o auxílio de uma peneira, ou em casos mais
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
avançados por um filtro composto por uma parede
Alagoas, Sergipe e Bahia. Segundo a ANA (2010),
ou membrana composta por microporos, onde as
grande parte das águas que banham a região Nor-
partículas ficam retidas. “Essa operação visa ob-
deste deriva de fontes superficiais, porém não existe
ter como produto, o fluido introduzido em estado
uma distribuição igualitária entre as divisões territo-
de maior pureza, ou seja, mais livres de eventuais
riais devido às condições climáticas. Para efeito de
poluentes” (SOBRINHO, 2007 apud DI BERNARDI,
comparação, na região Hidrográfica Amazônica, a
1993).
disponibilidade hídrica é bastante elevada, com uma
Segundo SOBRINHO (2007) para eliminar mi-
vazão de cerca de 74.000m3s-1, ao mesmo tempo em
crorganismos, um dos processos mais utilizados é a
que, na região Hidrográfica do Atlântico Nordeste
esterilização, que consiste na adição de hipoclorito
Oriental a qual abrange os estados do Rio grande do
de sódio na água e que pode ser realizado em grande
Norte, Paraíba, Alagoas, Ceará, Pernambuco e Piauí,
ou pequena escala, promovendo a oxidação de qual-
a vazão corresponde a apenas 100m3s-3.
quer matéria orgânica existente viva. Outra forma de
Uma alternativa a ser utilizada é a água da
esterilização é a fervura da água.
chuva que é armazenada pela população em cister-
A filtração e a esterilização são métodos com-
nas ou caixas d’água. De acordo com BRITO (2007)
plementares no sentido de que a filtração elimina as
a água da chuva pode ser captada através de meca-
partículas solidas, mas não elimina os agentes bio-
nismos adequados, armazenada de forma segura e
lógicos. Já a esterilização por agente químico ou fer-
tratada de acordo com sua finalidade, sendo utiliza-
vura, elimina os agentes biológicos que se encon-
da para substituir ou suplementar outras fontes. Nos
tram livres mas pode nçao alcançar aqueles que se
períodos chuvosos, grande parte da região nordeste
encontram protegidos em partículas em suspensão
utiliza a água da chuva para uso geral, incluindo o
que só os filtros removem.
consumo humano que ocorre na maioria dos casos
A destilação se torna mais eficiente para o
sem nenhum tratamento. Este comportamento im-
tratamento da água. A água é aquecida até atingir
plica em contaminações por microrganismos diver-
seu ponto de ebulição que ocorre a 100°C e o vapor
sos facilitando assim a proliferação de doenças. A
é condensado e captado em um recipiente. De modo
3º SIMPIF
água por aquecimento, sendo uma energia abundan- 3.1. Materiais e Método
te, limpa e ecologicamente correta (FILHO, 2016).
Os materiais utilizados para a construção do
A sociedade vem se preocupando cada vez
sistema de purificação da água da chuva foram: Ter-
mais com questões socioculturais, ambientais, cien-
mômetro digital Incoterm 6132; balde de 8 litros;
tíficas e tecnológicas. Os trabalhos desenvolvidos
bacia de plástico de 3L; prato de vidro; fita adesiva;
com a intenção de estudar temas que correlacionam
fôrma de pudim plástica.
as demandas sociais, tecnológicas, científicas e am-
O trabalho foi desenvolvido em quatro (4)
bientais abordam a temática denominada Ciência,
etapas. A primeira consistiu em um estudo biblio-
Tecnologia, Sociedade e Meio Ambiente (CTSA). O
gráfico sobre processos de tratamento de água e
movimento CTSA no ensino de Ciências surgiu com
reuso da água da chuva. A Segunda etapa consistiu
o agravamento dos problemas ambientais e discus-
na construção de um sistema de tratamento da água
sões sobre o seu papel na sociedade em uma refle-
da chuva. Nessa etapa foram realizados os seguintes
xão crítica sobre as relações entre a ciência, tecno-
procedimentos:
logia e sociedade. Alguns objetivos propostos, como
• Aquisição do material;
por exemplo, o desenvolvimento da capacidade de
• Montagem do sistema;
tomar decisões com ênfase nas questões ambientais
• Avaliação da funcionalidade do sistema para a
promovendo uma educação ambiental (MONTEIRO,
produção de água limpa de impurezas a partir
2016), foram incorporados para o desenvolvimento
da água da chuva;
de valores vinculados a interesses coletivos para a
A terceira etapa consistiu em uma sequência
consciência de um compromisso social relacionada
didática apresentada aos alunos de uma escola pú-
às necessidades humanas.
blica. A sequência didática explorou o tema Mistu-
De acordo com o exposto, o presente trabalho
ras: tipos e processos de separação correlacionando
teve como objetivo desenvolver atividades didático-
o mesmo com a problemática da escassez de água
-pedagógicas em escolas públicas de nível médio
incentivando a turma a refletir sobre procedimentos
para disseminar ciência e tecnologia e despertar a
possíveis para a minimização desta problemática. A
consciência de jovens para a problemática da dispo-
sequência didática abordou as seguintes fases:
nibilidade hídrica da água numa abordagem CTSA. O
• Apresentação de um vídeo sobre a escassez de
trabalho consistiu na construção de um evaporador
água no Brasil;
de água de chuvas que utilizava a energia solar como
• Debate sobre a escassez de água;
fonte de calor. O sistema apresentava um comparti-
• Conceito de substâncias simples e compostas;
mento de coleta da água condensada após a evapo-
• Conceito de misturas homogênea e heterogê-
ração. O sistema foi utilizado para explicar conceitos
nea;
de química sobre mudanças de estado da matéria,
• Apresentação dos métodos de separação de
para desenvolver conceitos de ciência e a tecnologia
misturas;
de forma simples e para estimular a criatividade dos
• Experimentação sobre separação de misturas
alunos permitindo que os mesmos aplicassem os co-
homogêneas: solução de água, sal e corante ali-
nhecimentos de sua área para otimizar o sistema de
3º SIMPIF
mentício;
purificação de água desenvolvido.
• Apresentação do sistema para tratamento da
2. Método da pesquisa água;
• Momento de conscientização e reflexões sobre
O trabalho foi elaborado e aplicado em uma
importância da água;
escola pública da rede federal em uma turma com
• Momento de debate entre os alunos sobre tec-
29 discentes do 3º ano do ensino técnico em Eletro-
nologias possíveis para a melhoria de processos
técnica.
de obtenção de água pura a partir de água da Figura 2 - Sistema de purificação de água da chuva por
aquecimento solar.
chuva;
A quarta etapa consistiu em avaliar os resul-
tados da sequência didática apresentada e observar
as reflexões dos alunos sobre os processos de se-
paração de misturas e as possíveis soluções para a
melhoria do sistema de tratamento de água de chuva
apresentado utilizando os conhecimentos específi-
cos da área dos mesmos (eletrotécnica).
3. Resultados da pesquisa
Figura 3 - Esquema de funcionamento do sistema de puri- nada ao sistema, como destaca a Tabela 2.
ficação de água de chuva por coleta da água condensada
após evaporação.
Tabela 1- Volume de água de chuva tratado (VT) e volume
de água limpa (VL) obtidos no sistema.
de com capacidade de 8L, uma forma de pudim, uma realizado um planejamento para desenvolver uma
bacia e um prato transparente para fechar o sistema, sequência didática para o ensino de Química explo-
como apresentado na Figura 2. rando o conteúdo Misturas e processos de separa-
ção de seus componentes. A sequência didática pla-
nejada consistiu na exposição de um vídeo de curta
duração, com pouco mais de três minutos intitulado
“Por que falta água no brasil?”. Após a apresentação
do vídeo os alunos foram convidados a apresentar as é a associação direta dos problemas observados na
ideias que mais lhes chamaram a atenção quanto à Natureza com políticas públicas.
problemática do consumo de água apresentadas no Figura 5. Palavras elencadas por um dos alunos partici
vídeo. Para esta atividade foi solicitado que os mes- pantes das atividades didáticas iniciais e sua interpretação
sobre as mesmas.
mos apresentassem até 10 palavras que represen-
tassem a mensagem transmitida pelo vídeo. Estas
palavras foram ordenadas em frequência de citações
sendo a mais citada considerada a mais importan-
te e a menos citada a menos importante. A tabela 2
apresenta os resultados obtidos considerando-se as
5 palavras mais citadas. Na Figura 4 é apresentado o
momento do início desta atividade.
Fonte: Própria
significados. A Figura 5 apresenta as palavras elen- ção visto que a teoria sobre o conteúdo já havia sido
cadas por um dos alunos e em seguida a interpre- apresentada em aulas anteriores. Para esta atividade
tação que o mesmo apresentou para as suas ideias. a turma foi levada ao laboratório para observar um
Como pode ser observado do texto do alu- processo de separação de uma mistura homogênea
no, a palavra reserva se refere a reserva de águas formada de sal, corante alimentício azul anil e água
doces e não, por exemplo, a reservas florestais. Um através de um sistema de destilação simples (Figura
fato muito importante do discurso do referido aluno 6). Neste momento, a turma foi questionada sobre o
que ocorreria com aquela solução durante o aqueci- Realizada a atividade experimental, o evapo-
mento no balão de destilação e após a liquefação no rador construído para obtenção de água destilada a
condensador do sistema. partir de água da chuva foi apresentado (Figura 7).
Figura 6 - Sistema de destilação simples utilizado para O instrumento que havia sido deixado com água de
demonstração de um processo de separação de misturas chuva no dia anterior já apresentava água condensa-
homogêneas.
da no compartimento de coleta e era possível obser-
var a condensação no prato transparente superior. O
sistema foi aberto para que a turma observasse seu
funcionamento. Realizada esta atividade, foi solicita-
do que a turma se reunisse em grupos e propusesse,
com os conhecimentos que eles possuíam, eletrôni-
cos ou não, uma estratégia para otimizar o evapora-
dor elaborado para tratamento de água de chuvas.
Figura 9 - Proposta do grupo A para o sistema de evapora- AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Atlas Bra-
ção de águas de chuva. sil: abastecimento urbano de água: panorama na-
cional. Brasília: ANA, ENGECORPS/COBRAPE, v. 1,
2010.
CUNHA, A., H., N. O reuso de água no brasil: a im- de Água. 2007. Monografia. Universidade Federal de
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tps://ecohospedagem.com/fogao-e-cozinha-solar-
-como-funcionam/> Acesso em: 11 de Abr. de 2018.
Abstract
In this research, our focus are the high school students, because they take Enem (National High School Test)
test, and one of the steps is the writing of the essay. This essay aims to investigate the reason(s) why candidates
are not reaching good grades at the writing part of Enem and determine their knowledge about the competenc-
es that are evaluated in the test, and also about the Enem’s participant’s guidebook. This is a descriptive-inter-
pretative nature essay, quantitative-qualitative as well. This research has two questionnaires – applied before
and after Enem’s test – and through the writing part released to the candidates. Through the analysis of the
data, we were able to see that the most difficulties, according to the students themselves, are related to the
unawareness of the subject, - 2nd competence -, the writing of a good intervention proposition – 5th competence
– and in the lack of interest that some of them have. Related to the Inep, it’s concluded that the students can’t
reach the highest grade because the candidates don’t relate their studies and knowledge of the plenty areas of
life to the test’s theme, that way, the theme becomes a terror and a problem, occasioning a bad argumentation
and a bad elaborated intervention proposition.
2016: 77, 2017: 53, 2018: 55. Já as notas zero, fo- produção textual adotadas pelos professo-
res, devem ser priorizadas as práticas de
ram: 2013: 106.742, 2014: 529.374, 2015: 53.034,
escrita, estimulando os alunos no exercício
2016: 291.806, 2017: 309.157 e 2018: 112.559.
diário. [...]. (ALVES et al, 2012, p.2 apud
Esses dados mostram nitidamente que a escrita é HOLANDA; FIGUEIREDO e CALAÇA, s/a, p.5)
um eixo que necessita de estudos para diagnosticar
o problema, as causas e as possíveis soluções, pois Nesse ponto de vista, nota-se que a escrita
a educação brasileira não pode se arriscar chegar a não deve ser apenas reescrever algo, mas sim uma
um resultado em que nenhum aluno atinja o 1000 na forma de o aluno poder se posicionar de maneira
prova de redação e só aumente a quantidade de zero. crítica após interpretar algo que leu e estudou, por-
Esses dados também demonstram um pouco tanto, ele deve usar as experiências do seu cotidiano
da realidade da cidade de Picuí-PB e das circunvizi- para poder argumentar sobre qualquer assunto.
nhas, pois, em conversas com estudantes, pudemos Nessa perspectiva, podemos mencionar um
detectar que nenhum aluno alcançou a nota máxima grande problema enfrentado pelos alunos quando se
nessa prova, mas também nenhum zerou. Por que deparam com a prova de redação do Enem (Exame
é tão difícil atingir o tão sonhado 1000? Será se os Nacional do Ensino Médio), o medo de ser julgado
alunos não sabem ou sabem parcialmente o que a por outra pessoa e a falta de hábito de escrever, mui-
prova irá solicitar? Será se eles não têm o conheci- tas vezes, causam a preocupação e frustração com
mento do gênero ou do que a banca requer de cada sua nota. Contudo, cabe ao professor fazer com que
texto? Ou o problema é o tema? A nossa primeira o aluno tenha mais confiança ao se deparar com uma
hipótese é a de que os alunos/candidatos não leem produção textual, como também o fazer melhorar e
a cartilha do participante do Enem por se preocupar aperfeiçoar cada vez mais os seus textos.
apenas em tentar adivinhar o tema. Eles ainda pare- O Enem é hoje a principal porta de entrada
cem não produzir com frequência o texto dissertati- do ensino para o estudante poder ingressar na fa-
vo-argumentativo, por acreditarem que já possuem culdade que deseja, por meio do Sistema de Sele-
3º SIMPIF
o domínio. Isso se justifica pelo fato de, segundo o ção Unificada (SiSu), do Programa Universidade
Inep, 1,12% terem zerado a redação por deixarem para Todos (ProUni) – nas faculdades particulares
ela em branco, 0,77% fuga ao tema e 0,36% por –, ou através do Financiamento Estudantil (Fies). O
cópia do texto motivador. Assim, eles ficam preocu- Enem entre 1998 e 2008 possuía o primeiro mode-
pados com o tema e não estudam também em como lo, que tinha 63 questões e a redação, aplicadas em
articular os conhecimentos adquiridos durante a um único dia. Desde 2009, as questões objetivas
educação básica com o tema para a produção tex- aumentaram, mas manteve a redação, a qual ava-
lia o conhecimento escolar adquirido, pelo aluno, e alguns deles. Alguns candidatos relatam que um dos
como ele articula com o mundo, construindo o seu maiores desafios na produção da redação é o tema.
pensamento crítico-reflexivo, vale salientar que o Muitos desses alunos não se preocupam em buscar
Enem desde esse ano era realizado em apenas um informações sobre temas do cotidiano, o que pode
fim de semana, no sábado e no domingo; no sábado acarretar em não ter argumentos suficientes na pro-
as questões versavam sobre Ciências da Natureza e dução do seu texto dissertativo-argumentativo. As-
suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecno- sim, a ideia é apresentar quais são as dificuldades
logias; já no domingo era a redação juntamente com apresentadas pelos alunos e saber o motivo real de
as questões de Linguagens, Códigos e suas Tecno- ser difícil atingir a tão desejada nota mil.
logias e Matemática e suas Tecnologias. No ano de
3. Método da pesquisa
2017, ocorreram novas mudanças, a quantidade de
questões e a redação mantiveram, mas o Enem pas- Segundo esclarece Fonseca (2002), no
sou a ser realizado em dois domingos consecutivos; âmbito da pesquisa, vários pesquisadores buscam
o primeiro é aplicada a prova objetiva sobre Ciências os métodos qualitativos e quantitativos. A aborda-
Humanas e suas Tecnologias e Ciências da Natureza gem qualitativa é capaz de perceber e estudar dados
e suas Tecnologias; no segundo domingo, os candi- que não podem ser avaliados numericamente. Nesse
datos devem resolver as questões objetivas da área sentido, a pesquisa qualitativa tem uma característi-
de Linguagens, incluindo a prova de Língua Estran- ca específica por ser interpretativa e de abordagem
geira, como também as questões de Matemática e natural, ou seja, os pesquisadores estudam com o
produzir a redação. intuito de compreender e interpretar os dados de
Desde o período em que o Enem foi criado, a maneira natural. O meio quantitativo é responsável
quantidade crescente de participantes vem aumen- por quantificar dados em um questionamento ou em
tando ao longo de cada ano. No que diz respeito à análises. Portanto, as informações por meio quanti-
escrita, resultados do Enem apontam que os textos tativo são precisas e úteis para decisões que tem a
de estudantes que passam a estudar na universidade porcentagem, por exemplo, como base.
deixam muito a desejar. Algo de grande ocorrência Assim, a presente pesquisa está centrada
no Enem vem sendo as poucas notas que obtiveram nesses dois tipos de pesquisa: a qualitativa e quan-
pontuação máxima. titativa. Ela é considerada qualitativa, pois iremos
De acordo com o Inep, 4,1 milhões de reda- analisar e comparar opiniões e resultados, ou seja,
ções da aplicação regular do Enem 2018 foram cor- buscaremos encontrar dados que nos levem a res-
rigidas. Mais de 81 mil delas ficaram com nota entre ponder o porquê de ser tão difícil alcançar a nota
900 e mil, mas só 55 chegaram à pontuação máxi- máxima na redação do Enem. Como também quan-
ma. O número apresenta um pequeno aumento, pois titativa, pois é a recorrência que buscamos. Afinal,
no ano anterior foram 53 notas máximas obtidas. esse tipo de pesquisa fornece informações numéri-
Cerca de 112 mil participantes tiraram nota zero na cas, assim iremos mostrar em números o compor-
redação. Os principais motivos foram: fuga ao tema tamento e opiniões dos alunos, sobre nosso objeti-
(0,77%), cópia do texto motivador (0,36%), texto vo. Além do mais, será descritiva por considerarmos,
3º SIMPIF
insuficiente (0,18%), parte desconectada (0,12%), assim como Moreira e Caleffe (2008, p. 70), que a
não atendimento ao tipo textual (0,06%), redações descrição, a observação objetiva e minuciosa ajuda
em branco (1,12%), outros motivos (0,12%) na resolução e melhor compreensão dos problemas.
Em relação a este assunto, podemos destacar E interpretativa, pois buscamos “identificar os fato-
a necessidade de encontrar os fatores que suscitam res que determinam ou que contribuem para a ocor-
o fracasso dos alunos na produção de redações e rência dos fenômenos” (p. 70). Esse tipo de pesqui-
descobrir quais são as dificuldades enfrentadas por sa nos ajudará a observar e descrever algumas das
redações espelhos quando forem divulgadas pelo frentados por muitos alunos, através desses ques-
Inep, disponibilizadas pelos participantes da pesqui- tionários.
sa. Os questionários aplicados aos alunos antes
O corpus desta pesquisa é composto por da prova do Enem foram elaborados da seguinte ma-
dois questionários, que foram respondidos por dis- neira: quatro perguntas objetivas e doze discursivas.
centes do 3º ano do ensino médio, e pelo espelho Diferentemente dos questionários aplicados antes
da redação, o qual é disponibilizado, pelo Inep, para do Enem, os posteriores ao Enem tiveram o seguin-
os candidatos. Assim, buscaremos compreender em te formato: uma objetiva e seis discursivas, pois os
que o candidato foi bem – na sua própria concep- alunos reclamaram das questões discursivas do for-
ção e na do Inep – e no que deveria ter melhorado, mato anterior.
por consequência de não ter atingido a nota máxima.
4. Resultados da pesquisa
A análise de dados será baseada na triangu-
lação dos dados (CANÇADO, 1994). Os resultados Apresentaremos neste tópico a análise dos
contribuirão com o foco em questão – que é des- motivos elencados pelos próprios candidatos e os
cobrir o(s) motivo(s) das poucas notas mil no Enem descritos no espelho da redação disponibilizados
–, com os dados qualitativos e quantitativos das pelo Inep. A análise dos dados está dividida em duas
descrições dos dois questionários e da avaliação do partes: na primeira, apresentamos os motivos dos
Inep em relação ao que foi descrito por cada aluno, alunos; e na segunda, a visão do Inep.
que disponibilizou seu espelho de redação.
Os questionários têm perguntas objetivas e Motivos na visão dos candidatos
discursivas e foram respondidos pelos alunos em Antes de realizarem a prova aplicada no ano
dois momentos: antes e depois do Enem. O primeiro de 2018, questionamentos aos alunos se eles pos-
questionário foi sobre o processo de estudo, que foi suem alguma dificuldade em produzir o texto solici-
aplicado antes da prova de redação do Enem 2018; tado no Enem, e obtivemos as seguintes respostas:
e o segundo, aplicado depois da prova, sobre como Exemplo 1:
foi a produção do texto, se, por exemplo, ele con- A1: “[..], fazer uma boa estrutura e os argumentos”
seguiu realizar tudo o que havia planejado nos seus A3: “Sim, por conta do tema inesperado e na produ-
estudos. Já o outro componente a ser analisado é o ção da tese.”
espelho de correção de cada candidato com as justi- A7: “Em produzir a proposta de intervenção e o início
ficativas das notas de cada competência que os cor- do texto,”
retores avaliaram. A8: “Tenho em questão de textualizar os fatos ou ci-
Foram entregues ao todo 97 questionários, tações.”
mas os alunos só devolveram 61. Nosso alvo foi es- A9: “Sim, a dificuldade de organizar os argumentos.”
colas públicas, com ensino médio do interior da Pa- Ao serem questionados, após a realização da
raíba, sendo elas nos municípios de Frei Martinho, prova, sobre se houve alguma dificuldade em produ-
Barra de Santa Rosa e Picuí. A primeira escola é zir o texto dissertativo-argumentativo e quais foram,
composta somente pelo ensino médio com apenas 80,3% dos alunos afirmaram que sentiram dificul-
3º SIMPIF
um terceiro ano. Já segunda escola é formada pelo dades no texto e que seus maiores desafios na pro-
ensino fundamental e médio; este é composto por dução foram o tema inesperado, a tese, a falta de
três turmas de terceiros anos. Por fim, a última es- argumentos e em propor soluções para o problema
cola é constituída pelo ensino médio/técnico, tam- abordado. Como podemos observar no exemplo a
bém com três turmas de terceiros. Vale salientar que seguir:
nosso objetivo é observar quais problemas são en- Exemplo 2:
A25: “Não tinha argumentos plausíveis para escrever complexo, o que dificultou o entendimento dos tex-
sobre o tema”. tos motivadores. Como observamos a seguir:
A26: “Porque o tema é surpresa.” Exemplo 5:
A28: “A dificuldade foi escrever sobre o tema e produ- A14: “Um tema muito complexo e os textos motiva-
zir proposta de intervenção.” dores não estavam claros.”
A29: “Desenvolver a ideia sobre o tema.” A18: “Estava fácil para fugir do tema.”
Esse exemplo nos mostra as principais difi- Nota-se com os exemplos que os alunos ex-
culdades apresentadas pelos alunos, porém já era pressam em quase todas as respostas que tiveram
algo esperado por alguns deles, pois foi essa a ideia problema com o tema. Isso é refletido no geral quan-
que os alunos do exemplo 1 nos passaram no ques- do em termos numéricos, 0,77% do número total de
tionário antes da prova do Enem. candidatos que fizeram a prova obtiveram nota igual
Ao serem questionados sobre qual foi a maior a zero por fuga ao tema.
dificuldade – escrever sobre o tema ou fazer o tex- Solicitamos ainda que os candidatos elencas-
to dissertativo-argumentativo, 48,9% dos alunos sem alguns motivos que fizeram com que eles pro-
sentem mais dificuldades quando se deparam com duzissem bons ou maus textos, e as respostas foram
o tema de redação e 40,8% dos alunos afirmaram as seguintes:
que o texto dissertativo-argumentativo ainda se tor- Exemplo 6:
na uma dificuldade recorrente entre eles e 10,3% A34: “A minha falta de preparação, ou seja, não es-
sentem dificuldade tanto no tema quanto no texto tudei o suficiente”
dissertativo-argumentativo. A35: “Não ter domínio na construção do texto, pouca
Em seguida, perguntamos se a prova de re- pesquisa e pouca leitura.”
dação estava de acordo com suas expectativas e A36: “O tema, argumentar, fazer a proposta de inter-
30% afirmaram que sim, enquanto que 70%, não. venção e os textos motivadores não ajudaram.”
Segundo os alunos que responderam não, os moti- Como podemos observar, os alunos nos res-
vos foram: tema inesperado e complicado, conforme ponderam que a leitura pode colaborar, a falta de
demonstra as seguintes respostas: clareza nos textos motivadores fez com que alguns
Exemplo 3: tirassem notas ruins, o interesse do próprio aluno
A30: “Não, porque não esperava um tema como também pode cooperar para uma boa ou má escrita,
aquele.” e, por fim a falta de atenção.
A31: “Não, foi um tema que confundia muito.” Diante dos questionários aplicados nas três
Já para os candidatos que responderam sim, escolas já mencionadas, pudemos diagnosticar que
o motivo foi: já esperavam o tema abordado, pois fa- 40,8% dos alunos responderam que sentem dificul-
zia parte do cotidiano, como responderam os alunos dade ao produzir e que suas maiores dificuldades
A32 e A33: são na produção da tese, argumentação e na produ-
Exemplo 4: ção de uma proposta de intervenção.
A32: “Sim, um tema bem presente.”
Visão do Inep
A33: “Sim, o tema abordado era uma das minhas
3º SIMPIF
apostas para o tema desse ano.” De acordo com o Inep, ao contrário das ava-
Em outra questão, solicitamos que o aluno liações tradicionais, que exigem a memorização de
respondesse a opinião dele sobre a redação. Muitos conteúdo, o Enem estimula a escola a desenvolver
deles responderam que os textos motivadores não habilidades e competências com as quais os alunos
estavam claros, impedindo que eles soubessem fazer possam assimilar informações e utilizá-las em con-
uma boa argumentação, e dificuldades com o tema textos adequados, servindo-se dos conhecimentos
Exemplo 7:
vam relacionados ao tema e no segundo exemplo, forma mediana a sua proposta, fazendo com que o
como podemos ver o candidato não articulou seus detalhamento se tornasse insuficiente, ou seja, esta-
argumentos, fazendo com que eles se tornassem in- va pouco consistente não alcançando nota máxima.
Outra competência com notas baixas recor- dos pelo Inep, notamos que muitas notas em relação
rentes foi a 5, na qual o candidato é avaliado pela às competências apresentadas acima foram baixas
apresentação de uma proposta de intervenção para e estão diretamente relacionadas aos motivos elen-
a dificuldade abordada no tema, levando em consi- cados pelos alunos. O Inep mostra, em cada vista
deração os direitos humanos. O candidato deve le- pedagógica, os erros recorrentes de cada uma das
vantar alguns pontos voltados para problemática, redações, isso serve como exemplo para que, em
para que haja uma possível solução, a partir do que outras redações, o candidato não venha a realizar o
já foi discutido no texto. A redação deve conter o mesmo erro e consiga alcançar uma pontuação me-
desenvolvido no texto. Segundo o Inep, 63,7% das que grande parte dos alunos obtiveram notas infe-
forma precária, estavam pouco consistentes e não para alcançar uma boa pontuação, chegamos a tais
havia clareza em relação ao tema, como podemos números que apresentam de forma direta as dificul-
sentadas de forma precária. Como ponto positivo, PAIXÃO, Sergio Vale da; MAFRA, Núbio Delanne Fer-
60% dos alunos obtiveram suas maiores notas na raz. A produção escrita nas redes sociais e o uso das
competência 1, a qual exigia deles um bom domínio tecnologias em sala de aula: possibilidades de traba-
lho. Pesquisas em Discurso Pedagógico. 2012. In.: ht-
da norma culta.
tps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/19984/19984.
PDF Acesso em junho de 2019.
5. Conclusão/Considerações
Referências
Abstract
The processor is the main component of modern computers, responsible for processing and directing all the
information that a computer can understand using the binary standard. He receives the data, processes and
returns the information obtained from it, so he becomes essential in the teaching of computing. The study of
this component in undergraduate courses is initially addressed in the discipline of Computer Organization and
Architecture and then in the disciplines that derive from it, such as the Microprocessors and Microcontrollers of
the Computer Engineering course at the Federal Institute of Paraíba (IFPB). But students find it hard to under-
stand how processors work because of their complexity. In this work we developed a SystemVerilog hardware
description language (HDL) processor for prototyping in Field Programmable Gate Array (FPGA), which makes
the teaching of the above disciplines more attractive to students.
seus chips, sejam de próposito geral ou específico. mente, é o RISC-V que possui um conjunto de ins-
trução Instruction Set Architecture (ISA) aberto e
2. Referencial teórico livre desenvolvido por um grupo de pesquisa da Uni-
versidade da California – Berkeley. O ISA do proces-
2.1 FPGA sador RISC-V está disponível em versões de 32, 64
e 128 bits. O mesmo foi utilizado nas pesquisas de
Field Programmable Gate Array (FPGA) é
(DE CASTRO; AZEVEDO, 2017) e (LINS, 2017) este
um dispositivo lógico programável, que possui uma
último desenvolveu um modelo RTL configurável de
3º SIMPIF
4.1 – ULA
Figura 2 – Banco de Registradores desenvolvido em Sys- porta de saída do processador, estão representados
temVerilog
pelo barramento OUT, do lado direito do bloco mos-
trado na Figura 2, cujos bits são indexados de 0 a 7,
sendo o bit
OUT_0 o menos significativo e o bit OUT_7
o mais significativo. Qualquer escrita realizada no
registrador POUT é imediatamente refletido nesses
terminais.
4.3 – Datapath
Figura 4 – Comparador de valores desenvolvido em Sys- essa leitura é controlada pelo contador de progra-
temVerilog
ma(PC) que funciona a partir dos pulsos de clock as-
sim como o Datapath, a cada pulso o PC passa para
uma nova instrução no set de instruções passados
pela memória. Na Figura 6 visualizamos o contador
de programa.
Figura 7 – Unidade de controle desenvolvido em System- Figura 8 – Código Unidade de controle desenvolvido em
Verilog SystemVerilog
3º SIMPIF
5. Conclusão/Considerações Referências
Nosso processador foi construido a partir de SOARES, Sandro Neves. T&D-bench: explorando o
espaço de projeto de processadores em ensino e em
linhas de código em systemverilog que foi a lingua-
pesquisa. 2005.
gem de descrição de hardware(HDL) escolhida para
o desenvolvimento do mesmo, ao fim desse traba- BORGES, J. A. S.; SILVA, G. P. SimuS-Um Simulador
Para o Ensino de Arquitetura de Computadores. In-
lho obtemos um processador didático de 8bits com
ternational Journal of Computer Architecture Educa-
toda estrutura desenvolvida, desde a ULA que é o tion (IJCAE), p.7-12, 2017.
componente mais básico até a Unidade de Contro-
PERRY, D. L. VHDL: programming by example. 4.ed.
le que é o componente mais complexo que faz todo
New York: McGraw-Hill, 2002.
o processamento de dados, a partir daqui partimos
para o desenvolvimento de integração do processa- RAMALHO, Lucas Arruda et al. USO DE LINGUAGEM
DE DESCRIÇÃO DE HARDWARE E DISPOSITIVOS DE
dor com uma memória ram interna a FPGA DE1-SOC
ALTO DESEMPENHO NA EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA.
que é a placa que temos disponível em nosso la- In: Instituto Federal do Mato Grosso - IFMT Campus
boratório para realizar a prototipação, levamos em Cuiabá. Jornada de Pesquisa e Extensão. Cuiabá:
consideração todo o conhecimento adiquirido pelos 2013.
Abstract
Entrepreneurial education has taken on increasing dimensions with each passing year. However, a previous
study showed the lack of actions that promote entrepreneurial education in elementary schools in Paraíba
(SOARES, 2017). Considering this and the importance of students acquiring entrepreneurial skills and com-
petences, this study aims to create an interactive game that teaches these students about the entrepreneurial
process, considering its 4 phases. This will be done using a bibliographic and field search. The method used in
the field research includes an experiment, and data collection using questionnaires applied to a representative
sample of students from an elementary school, object of study, before and after the use of the game that is in
phase. of elaboration. The research is characterized as objectives as exploratory and descriptive, applied in
nature, with quantitative and qualitative approach to the treatment and analysis of data, which include nominal
and interval variables. As the project is still ongoing, the results already obtained include the prototype of the
game, including its characters and profiles, as well as the level of knowledge that students have about entre-
preneurship.
do ensino fundamental das escolas atendidas, mas empreendedora dificultando o surgimento de novos
também, a equipe idealizadora do projeto, os discen- empreendedores. Santos (2015), aponta como sen-
tes pesquisadores – levando em consideração que do uma das principais barreiras de aprendizagem
estes participarão de todas as etapas do projeto – e ao empreendedorismo a falta de fomento a valores
as demais escolas que, no futuro, venham a obter o como liderança, tolerância ao fracasso, a resiliência,
kit do jogo – após o registro e patente do modelo a iniciativa, e o trabalho em equipe, enfatizando a
proposto - com as instruções de utilização e reco- necessidade de fomentar a mentalidade empreende-
mendações para uso. dora desde o ensino básico ou fundamental compati-
O resultado desse projeto abrangerá, portan- bilizando o ensino de matérias de caráter instrumen-
to, benefícios educacionais e sociais que repercuti- tal com estímulos a criatividade, o gosto pelas artes,
rão não apenas na vida dos estudantes atendidos, o desejo de aprender e as competências digitais.
mas também a novos alunos com a reaplicação do Portanto, desenvolver ações que visem o estímulo a
modelo em outras escolas públicas. formação de indivíduos empreendedores através de
metodologias, materiais instrucionais e conteúdos
2. Referencial teórico
adequados, dentre outros aspectos, deve ser um dos
objetivos das escolas que pretendem educar de for-
2.1 Educação empreendedora
ma empreendedora desde a tenra idade.
discentes. No nível do ensino fundamental, a edu- Segundo Rodrigues (2012, p.10), “o jogo é
cação empreendedora se faz necessário, destinado uma atividade que age no desenvolvimento de for-
a descoberta de habilidades, conhecimentos e com- ma integral e que possibilita a formação do homem
petências dos alunos (LOPES; TEIXEIRA, 2010). No na sua totalidade. Quando brinca, a criança utiliza a
mais, é notável o desenvolvimento de pessoas foca- imaginação, o raciocínio, a atenção, a memória e a
das na formação de novos empreendimentos, a par- criatividade”. Entretanto, cabe ao educador variar e
tir do contato com a temática do empreendedorismo adaptar o jogo de acordo com o que pretende traba-
desde os primeiros anos de ensino. lhar nos alunos, seja o desenvolvimento físico, social
e acuidade dos sentidos. Assim, é necessário que o
2.3 Uso de jogos na educação empreendedora
educador conheça a variedade de jogos que pode
Na prática a educação empreendedora pode utilizar e como aplicar os mesmos, planejando suas
ser desenvolvida através de diferentes formas e mo- atividades de forma clara e direcionando-as para as
delos, desde os que apelam as emoções e efetivida- áreas do desenvolvimento que pretende intervir ou
de (VERAS, 2013; LEAL, 2013) dos participantes até conhecimento que pretende construir com seu aluno
aqueles que desenvolvem modelos mais racionais. (RODRIGUES,2012).
Há modelos utilizados para capacitar indivíduos ao Na educação empreendedora, portanto, esse
empreendedorismo, ou inclusive destinados a indiví- deve ser o método. Onde o aluno deve ser um agen-
duos já empreendedores, que utilizam cursos, jogos, te ativo no processo de ensino aprendizagem. Nesse
simulações, modelos de empreendedores, relatos de modelo, a ideia central é de que os estudantes devem
histórias, dramaturgia, programa de rádio e TV e ma- ser participantes ativos, aprendendo de forma des-
teriais didáticos variados (VERAS,2013). Contudo, contraída, estimulando dessa forma, o aprendizado
independente do modelo a ser utilizado deve haver colaborativo. Portanto, a aplicação de jogos como
uma adequação ao público a ser atingido para que material instrucional auxiliando o processo de apren-
o processo de aprendizado seja efetivo. Basicamen- dizagem é uma das opções indicadas para a práti-
te, o método de ensino para adultos é considerado ca da educação empreendedora não apenas para
andragógico, onde a experiência vivida pelo aluno é crianças e adolescentes, mas também de adultos.
a base do aprendizado. Já no caso da educação de
3. Método da pesquisa
crianças, adolescentes ou jovens, são recomenda-
dos modelos participativos e interativos. A pesquisa quanto a natureza é aplica-
A educação através de atividades lúdicas, da. Quanto aos objetivos, se caracteriza por ser
propõe uma nova maneira de aprender brincando um estudo do tipo exploratório e explicativo, já
inspirada numa concepção de educação para além que levantará novas e originais informações ainda
da instrução. “Onde as atividades lúdicas ajudam a não obtidas em estudos anteriores, assim como
criança a formar conceitos, relacionar ideias, esta- explicará o nível de aprendizagem após a aplicação
belecer relações lógicas e desenvolver a expressão do material instrucional usado na pesquisa (jogo).
oral e corporal.” (RODRIGUES,2012). Ainda seguin- Os procedimentos técnicos, incluirão uma pesquisa
do a proposição de Rodrigues (2012) tanto Piaget bibliográfica e de campo com o uso do experimento
3º SIMPIF
como Vygotsky concebem a criança como um ser aplicado através da aplicação do jogo junto aos dis-
ativo, atento, que constantemente cria hipótese so- centes.
bre o seu ambiente. Logo, se deve promover a par- A população pesquisada é formada por 410
ticipação da criança ativamente na construção do alunos do ensino fundamental de uma escola pú-
conhecimento, o que pode ser alcançado facilmente blica, que participarão do jogo e responderão uma
através de atividades lúdicas e o uso de jogos nesse pesquisa direta aplicada com uso de questionários
processo favorece essa ludicidade. antes e após sua participação no jogo. Na primeira
pesquisa de campo, se objetiva levantar informações o jogo em evento programado na escola de acordo
sobre as noções de empreendedorismo que os es- com o número de turmas e horários.
tudantes possuem, e ainda sobre suas preferencias
4. Resultados da pesquisa
com relação a tipos de jogos. Na segunda pesquisa
de campo, que ocorrerá após a participação no jogo, Diversos resultados são esperados para cada
se objetiva avaliar o nível de obtenção de conheci- uma das etapas do projeto que ainda está em desen-
mento sobre o conteúdo do empreendedorismo in- volvimento. Para a primeira fase, o resultado espera-
cluindo as quatro fases do processo empreendedor do é o protótipo do jogo (com suas diferentes fases
e características empreendedoras. Como critério de e instruções de utilização), assim como será obtido
inclusão de indivíduos na amostra tem-se: ser aluno ainda como resultado o desenvolvimento de novas
do ensino fundamental da escola pública seleciona- competências relacionadas a elaboração de material
da. Os alunos que não se adequarem a este crité- instrucional para educação empreendedora direcio-
rio estão, portanto, excluídos da amostra. O método nado a crianças e jovens, pelos membros da equipe
para tratamento e análise dos dados é quali-quanti- de projeto.
tativo já que as variáveis empregadas são do tipo no- Como o projeto se encontra nessa etapa, já
minal e intervalar, com uso de estatística descritiva foi obtido como resultado a criação dos personagens
com apoio do programa Excel e o Statistical Package com seus respectivos perfis e o modelo de moedas
for the Social Sciences (SPSS). que serão utilizadas no jogo. No quadro 1, a seguir, é
O projeto ocorrerá em cinco etapas seguindo possível observar os personagens elaborados.
os seguintes métodos: 1) Reuniões de estudo para
Quadro 1 - personagens do jogo.
elaboração e preparação do material instrucional a
ser criado e aplicado nas atividades educativas, que
Francisco, um garoto esperto e in-
nesse caso é o jogo. Nessas reuniões a equipe de-
teligente, mas muito tímido, tem
senhará o jogo que incluirá as etapas do processo 14 anos e adora tecnologia. Possui
restrições alimentares pois é alér-
empreendedor. O jogo ocorre, portanto, com quatro gico ao glúten e lactose. Ele quer
fases, onde o jogador vai avançando conforme su- solucionar seu problema de falta
de alimentos gostosos usando seu
perar adequadamente cada fase. 2) Reuniões com interesse pela tecnologia.
a equipe diretora da escola para explicação do pro-
jeto e etapas do mesmo, e ainda com a aplicação da
Vovô Otavio é um idoso muito ati-
primeira pesquisa de campo; 3) Confecção do ma- vo e preocupado com o bem-estar
dos animais e da natureza, com 75
terial instrucional (jogo) para aplicar nas atividades
anos, aposentado do exército, está
educativas; Essa confecção ocorrerá em uma orga- farto de “fazer nada”. Ele quer so-
lucionar o problema dos animais
nização gráfica que possua a tecnologia adequada abandonados do seu bairro fazen-
para confecção das etapas do jogo com as instru- do algo interessante para si e para
a sociedade.
ções; 4) Elaboração de cronograma de realização
das atividades educativas na escola a ser atendida;
Nesta etapa ocorrerão reuniões com a diretoria da Marineide, uma senhora divorciada
3º SIMPIF
Quadro 2 – moedas.
Gráfico 3 – Alunos que costumam jogar. Finalmente, na última fase os resultados in-
cluem o número de alunos que participaram das
ações de aprendizagem com os jogos; o número de
partidas de jogos realizadas e encontros na escola,
e ainda o relatório de pesquisa de campo aplicada
através de questionários avaliativos respondidos pe-
los alunos para medir a satisfação e aprendizagem,
assim como a eficácia do jogo.
Percebe-se, assim, que 92% do total de alu- Considerando que o projeto não foi
nos respondentes costumam jogar algum tipo de desenvolvido até a última fase, dado o
jogo no seu dia-a-dia, enquanto 5% do total de alu- seu cronograma de execução, assim como
nos não joga nenhum tipo de jogo no dia-a-dia. Ape- o próprio desafio de criar um jogo, esses
nas 3% do total de respondentes não respondeu à primeiros resultados são um estimulo para
questão. prosseguir evoluindo na construção desse
Sendo assim, é possível observar que a gran- instrumento educativo que acreditamos
de maioria dos alunos gosta de jogos, o que é deci- que trará diversos benefícios para a edu-
sivo para o projeto, pois o produto que está sendo cação empreendedora de crianças. A cria-
desenvolvido é um jogo e, o objetivo é que os alunos ção dos personagens juntamente com seus
se divirtam jogando enquanto adquirem conheci- esboços e das moedas presentes no jogo;
mentos sobre empreendedorismo. a elaboração do esboço da estrutura do
Ademais desses resultados, também foi de- jogo; seu título e a obtenção dos dados al-
senvolvido o primeiro esboço da estrutura do jogo, cançados por meio dos questionários, foram
onde já estão definidas as regras das quatro etapas resultados que consideramos bastantes
do mesmo. O projeto ainda apresentará diversos re- positivos e que promoveu a aprendizagem
sultados conforme forem desenvolvidas as etapas e o crescimento da própria equipe de pro-
seguintes. jeto. Também no primeiro contato com os
Na terceira fase, o resultado será o jogo já alunos da escola atendida pelo projeto, foi
confeccionado e pronto para aplicação pela equipe possível perceber o seu interesse e a curio-
de projeto junto aos alunos da escola a ser atendida sidade em participar do projeto, tendo in-
pelo projeto. Também deverá ser solicitado o regis- clusive alguns solicitados a equipe que não
tro de patente do jogo desenvolvido. Como a meta é demorassem em voltar.
atender os 410 alunos, esperamos produzir no mí- Entretanto, os principais impactos esperados
nimo cinco exemplares do jogo para aplicar por tur- com as ações do projeto são primeiramente o des-
mas em horários e dias diferentes, uma vez que são pertar dos alunos para o processo empreendedor, e
seis turmas pela manhã e seis no período da tarde. o desenvolvimento de atitudes e comportamentos
3º SIMPIF
Na quarta fase do projeto, o resultado será empreendedores ou inclusive por novos conheci-
o cronograma com todas as etapas da execução mentos relacionados a temática. Também espera-
da aplicação do jogo na escola com datas, ações, mos motivar a escola a ser atendida, assim como
turmas a serem atendidas, horários e locais. Assim futuras escolas, a buscar novas ações de educação
como também com as ações de verificação do nível empreendedora junto aos alunos e ainda divulgar
de aprendizagem em empreendedorismo obtido pe- junto a secretária de educação este novo método.
los participantes.
CORREA, Eduardo. Educação empreendedora: ins- VERAS, C. Razão e Emoção na educação empreen-
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Abstract
The non-formal environments are often seen as something useful, not because the faculty not to value these
places asa teaching practice, sometimes it is taxed as a “walk”, and end up not having a good planning of that
tool. Where we realize the need to compose a set articulate and open to possibilities of environmental education
in non-formal education, aiming at an education geared to the construction o citizenship, through a critical and
reflective learning. From this, we need to change the informers for trainers and the non-formal spaces allied to
schools, become a milestone of scientific and construction of knowledge production. This study took place with
students from public the Lucena, municipality of Paraíba, resulting from the educational activities conducted in
non-formal spaces. The objective is to contribute to the current discussion about themes that permeate the EA
with that, the reports from experience that happen in non-formal spaces may arise as alternatives on systema-
tization and future practices in this space, in order to enhance that perspective.
TINO, 1998). Nesta Conferência, foi definido que a do meio ambiente, bem de uso comum do
povo, essencial à sadia qualidade de vida
Educação Ambiental fosse organizada em educação
e da sua sustentabilidade (BRASIL, 1999).
formal e não formal, como processo contínuo e per-
manente de ação no meio ambiente. Neste sentido, é interessante apresentar que
Dessa forma, se faz necessário observar a de acordo com a Lei Federal n° 9.795, em seu Art. 2o:
evolução que a Educação Ambiental - em especial “a educação ambiental é um componente essencial
a não-formal - sofreu ao longo do tempo, visto que e permanente da educação nacional, devendo estar
inicialmente era utilizada como forma de manifesto, presente, de forma articulada, em todos os níveis e
alertando sobre a escassez dos recursos naturais e modalidades do processo educativo, em caráter for-
indicando a necessidade de conservação da natu- mal e não formal” (BRASIL, 1999).
reza. É concebida inicialmente como preocupação De acordo com a Lei Federal no 9.795, em
dos movimentos ecológicos como uma prática de seu Art. 9o: “entende-se por educação ambiental
conscientização capaz de chamar a atenção para a na educação escolar, a desenvolvidas no âmbito dos
finitude e a má distribuição no acesso aos recursos currículos das instituições de ensino públicas e pri-
naturais (CARVALHO, 2004, p. 51-52). vadas, englobando a educação básica: educação in-
Neste sentido, é importante ressaltar que a fantil; ensino fundamental e ensino médio. Também
Política Nacional de Educação Ambiental foi implan- abarca os níveis de educação superior, educação es-
tada no Brasil em 1999 e regulamentada em 2002, pecial, educação profissional e educação de jovens e
como resultado de uma longa luta no âmbito o do adultos” (BRASIL, 1999).
Estado e da sociedade para expressar uma concep- A educação em ambientes extraescolares, tem
ção de melhoria do meio (SAITO, 2002). Além disto, grande importância uma vez que eles visualizem, por
Dias (2004) afirmou que o Brasil é o único outros ângulos, o processo de aprendizagem, tendo
país da América Latina que tem uma política o professor como mediador de ensino. Contudo, para
de educação ambiental, fato que se configura como que se tenham resultados relacionados à aprendiza-
uma grande conquista para o cenário ambiental do gem, é necessário que haja uma interação entre o
nosso país. Ainda que, esta norma jurídica não seja espaço não formal e o processo educativo, relação
aplicada na íntegra, a mesma é relevante, pois tem a entre os sujeitos envolvidos e uma boa utilidade da
3º SIMPIF
uma articulação do individual com a ordem societal. adolescente, sendo uma experiência didática, orga-
Essas representações surgem a partir de conflitos nizada e sistematizada fora do contexto formal da
sociocognitivos suscitados pela interação social dos escola. Para Gohn (2006, p.2):
indivíduos em seus grupos na sociedade.
A educação não-formal designa um pro-
Contudo, da maneira em que os conhecimen- cesso com várias dimensões tais como: a
tos são adquiridos, se apropriando dos mesmos, es- aprendizagem política dos direitos dos in-
tes passam a constituir seu conjunto de saberes e divíduos enquanto cidadãos; a capacitação
a dar outros sentidos e redefinir modos de ação e dos indivíduos para o trabalho, por meio da
suas possibilidades tornam-se, na realidade, o prin- desenvolvimento das ações de educação ambiental,
cípio de que a educação é uma atividade que prosse- Guimarães (2004) afirmou que estas práticas edu-
gue depois da escola e que afeta também, da mes- cativas devem ser desenvolvidas em uma perspec-
ma maneira a quem não pode frequentar os bancos tiva crítica, que transcendam a mera transmissão
assumindo formas diversas, sendo seu con- sentido, devem ser realizadas as ações de sensibi-
teúdo funcional, ajustado a determinado ambien- lização, envolvendo afetivamente os atores sociais
te, como vemos é um processo educativo flexível, envolvidos com a causa ambiental, que transcendam
elástico e também seletivo em sua aplicação. Souza o espaço escolar. Por isso, reconhecemos a neces-
educação e que contribui para inclusão do educação formal na contemporaneidade. Para Gohn
sujeito no âmbito educacional.
(2006) a educação formal é aquela desenvolvida nos
Dessa forma, a educação não formal visa espaços escolares, que por sua vez, são instituições
atender a população que se encontra em um estado regulamentadas legalmente, segundo diretrizes na-
financeiro vulnerável e com uma carência social. Os cionais e normas específicas.
espaços não formais oferecem atividades educacio- Além disto, é possível afirmar segundo Gadot-
nais no período inverso de estudo da criança ou do ti (2005, p. 2) que “a educação formal tem objetivos
ser tratado e entendido a partir de um olhar mais Segundo Bassey (2003, apud André, 2005)
atento, pois é mais complexo do que aparenta a sua destaca três grandes métodos de coleta de dados na
mera justaposição ao termo educação formal. pesquisa educacional como: fazer perguntas, obser-
Onde, PEREIRA, E.S. et al (2015) aborda o var eventos e ler documentos.
trabalho de campo sendo um instrumento didático O presente trabalho, trata-se de um relato de
que pode ser usado pelos professores, como forma experiência sobre espaços não-formais, na perspec-
de complementar o conteúdo visto em sala de aula, tivas de Licenciandos em Ciências Biológicas duran-
uma vez que proporciona o enriquecimento de infor- te o Programa da Residência Pedagógica, que permi-
mações e consolidação do aprendizado por parte do te a inserção de alunos graduandos dos Institutos,
aluno. Dentro dessa perspectiva, o espaço fora da possibilitando sua vivências em escolas, onde possi-
escola se torna uma extensão da sala de aula, onde velmente atuarão como futuros professores. Assim,
permite que o aluno amplie sua visão entorno dos este estudo partiu de pesquisas referenciais de estu-
conteúdos visto em uma aula formal. dos já existentes nesta temática, entrevista informal
Dessa forma, se faz perceber que a “educação e levantamento documental das atividades junto a
não formal é mais difusa, menos hierárquica e menos professora regente da disciplina de Biologia, e das
burocrática. Os programas de educação não formal vivências nas ações da Escola Pública Estadual, lo-
não precisam necessariamente seguir um sistema calizada no município de Lucena com seus alunos,
sequencial e hierárquico de “progressão”. Podem ter envolvendo Educação Ambiental, durante o ano de
duração variável, e podem, ou não, conceder certifi- 2018. Tendo como objetivo a análise qualitativa da
cados de aprendizagem” (GADOTTI, 2005, p. 2, gri- potencialização desses espaços e sua importância
3º SIMPIF
4. Resultados da pesquisa
Para Quadros:
Com isso, tais questões levantadas permitem bém profissional. Outrossim, o tradicional método
reflexões e aprendizado significativo por meio do es- de ensino, que “alimenta” diariamente os alunos
paço observado, o que possivelmente não seria al- com o conhecimento, tem seu espaço consolidado
cançado com tal impacto somente no espaço formal e reforçado por práticas como aulas centradas no
da sala de aula. professor (ANASTASIOU, 2001). Além disso, temos
Dessa forma, todas essas práticas envolven- processo de ensino e aprendizagem e, que muitas
do espaços não -formais, corroboram com os es- vezes não são aproveitados devido diversos fatores,
tudos nos mostram que espaços fora do ambiente como: recursos, disponibilidade da escola, apoio da
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Abstract
Nowadays, a person who has no reading practice faces difficulties in the daily activities. However, the reading
habit among students has great importance in the social and professional aspects in their lives, notably, the
reading practice is an essential element for the construction of a good citizen. Given this, this article aims to
evaluate students of IFPB / Campus Picuí, analyzing whether they make the correct use of reading and how it
happens. Thus, comparing the results of two phases of the research on “The profile of the reader of the Feder-
al Institute of Paraíba, Campus Picuí”, involving, respectively, students of integrated technical education and
subsequent education. It aims to know the students’ profile as readers, measuring the intensity, form, motiva-
tion and limitations of their reading behavior. The comparison will also extend to the national level, based on
the results of the national research “Portraits of Reading in Brazil”, which aims to evaluate the behavior of the
Brazilian reader. The analyzes are based on the contribution of several scholars who consider reading as an
essential element in the process of human cognitive development and in the construction of a literate society,
such as Zilberman (2008), Mafra (2013), Soares (2002), entre outros.
diversos estudos têm demonstrado a importância de para tentar conhecer e analisar o perfil leitor dos
discutir a leitura no âmbito escolar e seus benefícios. discentes do Campus Picuí em todas as modalida-
O letramento é um conceito mobilizador e motivador, des de ensino (Integrado, Subsequente, Superior,
pois, atualmente, é a teoria que melhor descreve o Pós-graduação e EAD). Esse artigo analisa e compa-
ensino de Língua Portuguesa, de modo a possibilitar ra os dados das fases que investigaram alunos dos
real e adequada capacidade do uso produtivo da lei- cursos integrados e subsequentes. De modo geral,
tura. O termo “letramento” não deriva seu significado todas as fases analisam cada público, pretendendo
do substantivo “letrado” que significa “versado em responder aos seguintes questionamentos: “O aluno
letras, erudito”; ao contrário, é oriundo da palavra do campus tem o hábito de leitura? Ele tem acesso
inglesa “literacy”, a qual é composta por dois mor- ao livro? O que ele gosta de ler? Como essa leitura
femas latinos, o radical littera (letra) e o sufixo -cy está presente na sua vida escolar? Quais as razões
(que expressa estado, condição de ser). Letramento, para a leitura?”
portanto, é a competência alfabética de um grupo Neste sentido, cada investigação e o produ-
social em decorrência da capacidade de ler e escre- to final, têm como referência o modelo do trabalho
ver com autonomia. Embora o dicionário registre al- desenvolvido pelo Instituto Pró-Livro, na pesquisa
fabetismo como o “estado ou qualidade de alfabeti- nacional “Retratos da Leitura no Brasil”, que a cada
zado” (apud SOARES, 2002, p. 18), esta palavra não quatro anos, desenvolve uma investigação de cará-
é corrente, diferente de sua negação, analfabetismo, ter nacional para aferir o comportamento do leitor
que é comumente usada, significando a condição brasileiro. A cada quatro anos, o Instituto Pró-Livro
de analfabeto ou de não alfabetizado. O letramento publica uma obra com os resultados de uma pesqui-
não é a mera decodificação ou produção de letras e sa sobre leitura no Brasil com a finalidade de ava-
palavras, por intermédio do aprendizado da leitura liar, promover melhorias (estudos, desenvolvimento
e escrita, mas o uso normal, constante e reflexivo de políticas públicas, etc.) e divulgar os resultados
desta competência. Neste sentido, o sujeito letrado obtidos. A quarta e última edição dessa pesquisa,
é aquele que lida bem na leitura e escrita com diver- publicada em 2016, entrevistou 5.012 brasileiros de
sas práticas sociais de várias instituições. Iniciativas todas as regiões e faixas-etárias do país, tendo os
que promovem a leitura desenvolvem o letramento seguintes objetivos principais: avaliar os impactos
pleno porque disponibiliza ao aluno a variante tex- dos livros nas pessoas; promover uma plena reflexão
tual padrão. Em entrevista concedida ao Jornal do sobre os hábitos de leitura do brasileiro a fim de
Brasil, no ano de 2000, Magda Soares afirma que o identificar ações mais eficazes para incentivar a prá-
conceito de alfabetização tornou-se insatisfatório. tica e o acesso ao livro.
Desde 1990, usa-se a expressão “analfabetismo Para fins de definição do conceito de leitor e
funcional” para se referir à pessoa que apenas sabe não leitor, RLB (Retratos da Leitura no Brasil) esta-
ler e escrever, sem saber fazer uso da leitura e da belece o seguinte critério: “Leitor é aquele que leu,
escrita. Ainda hoje, isso pode ser confirmado pelos inteiro ou em parte, pelo menos 1 livro nos últimos
dados coletados no Indicador de Alfabetismo Fun- 3 meses, em contrapartida, um Não leitor é aquele
cional, constatando que, apesar do percentual da que declarou não ter lido nenhum livro nos últimos 3
3º SIMPIF
população alfabetizada funcionalmente ter passado meses, mesmo que tenha lido nos últimos 12 meses”
de 61% em 2001 para 73% em 2011, “apenas um (ZOARA, 2016, p.184).
em cada 4 brasileiros domina plenamente as habi- A literatura tem papéis importantes na forma-
lidades de leitura, escrita e matemática” (EDUCAR ção de um bom leitor, tratando diversos sentimen-
PARA CRESCER, 2013). tos e situações que acontecem em nosso cotidiano
Assim, o projeto “O perfil do leitor do Insti- ao abordar o imaginário, sem a intenção de nos le-
tuto Federal da Paraíba, Campus Picuí” foi criado var a fugir da realidade. Zilberman (2008, p.37) diz
que a literatura “socializa formas que permitem a Paraíba, Campus Picuí”, com alunos dos cursos in-
compreensão dos problemas, configura-se também tegrados e subsequentes. A pesquisa realizada é de
como ponto de partida para o conhecimento do real natureza quantitativa, visto que analisa dados obje-
e de uma atitude libertadora”. tivos coletados através de entrevista. Porém, possui
Teoricamente, as escolas têm o dever de também um viés qualitativo, correlacionando dados
manter a interação dos alunos com o livro, uma vez objetivos e comparando as respostas dos alunos dos
que este é o principal instrumento que na constru- respectivos cursos.
ção dos hábitos de leitura. “Normalmente, ao se usar Como dito anteriormente, este artigo tem o
o termo literatura, tende-se a associá-lo, imediata e objetivo analisar os dados anteriormente coletados
exatamente, às obras que marcaram, que foram re- nas turmas dos cursos técnicos integrados e sub-
conhecidas pela crítica especializada, ainda que tar- sequentes do IFPB - Campus Picuí, respectivamen-
diamente: os chamados clássicos” (MAFRA, 2013, p. te nos anos de 2016 e 2017, a partir dos diversos
23). Sabe-se que o uso de técnicas literárias tradi- recortes: modalidade, curso e turma. No que tange
cionais é indispensável no âmbito escolar devido à aos alunos dos cursos integrados, em 2016 foram
necessidade de que o aluno tenha acesso aos clás- analisados os cursos de Geologia, Edificações, In-
sicos literários para ter contato com uma leitura rica formática, quando possuíam uma população de 312
esteticamente e valorizada pelos profissionais da alunos, dos quais obteve-se uma amostra de 203
educação. entrevistados, representando 65,06% daquele total
Não se pode negar a grande importância dos que respondeu à entrevista); nos alunos dos cursos
textos literários clássicos na formação do leitor, mas técnicos subsequentes, os seguintes cursos existiam
deve-se destacar que entre os alunos, principalmen- no referido campus em 2017, quando ocorreu a co-
te os jovens, existe um encantamento e grande pro- leta de dados: Manutenção e Suporte em Informática
cura pelos livros que foram adaptados para filmes, (MSI) e Mineração. Esses cursos, por sua vez, pos-
que trazem histórias fantasiosas e românticas, com suem um universo de 82 alunos, dos quais obteve-se
uma linguagem mais popular e de fácil compreen- uma amostra de 43 entrevistados, representando
são. Essas obras, também chamadas de literatura 52% da população total.
de massa, estão cada vez mais presentes na vida do A entrevista foi conduzida com um questio-
aluno e não podemos excluí-la, nem minimizá-la. Por nário que possuía 40 perguntas que se baseavam no
esta razão, devemos aproveitar o acesso dos alunos questionário encaminhado pelo Instituto Pró-Livro,
para criar pontes com uma literatura de rigor esté- em sua 4ª edição de Retratos da Leitura no Brasil. Tal
tico mais elaborada, conforme instiga Mafra (2013, associação teve o intuito de permitir uma compara-
p. 18): “Questionamos os limites estabelecidos com ção entre os dados locais e nacionais. Deste modo,
relação à literatura clássica e a literatura de massa o questionário possuiu 40 perguntas, as quais foram
quando se leva em conta o processo de constituição registradas num formulário online do google.forms,
de leitores. Em um projeto consequente de leituriza- contendo 10 perguntas subjetivas (abertas) e 30
ção, faz-se necessário que assumamos pedagogica- objetivas (de única ou múltipla escolha) com o intui-
mente – e sem preconceitos – a literatura de massa to de definir o perfil do leitor do Campus, levando em
3º SIMPIF
como uma forma de iniciação à leitura.” consideração alguns pré-requisitos e fenômenos que
influenciam na formação leitora do indivíduo. Cabe
3. Método da pesquisa
informar que, as perguntas iniciais que eram espe-
O presente artigo tem como objetivo apresen- cíficas para cada modalidade foram adaptadas, con-
tar, de forma clara e concisa, um quadro comparativo siderando aspectos específicos de cada uma, como
realizado através dos dados coletados na pesquisa curso, faixa etária, etc., vez que, no que tange a isso,
do projeto “O perfil do leitor do Instituto Federal da havia nuances específicas. Ainda assim, essencial-
Diante dos dados, buscou-se averiguar quais vistados, estimativa que supera a média brasileira
os motivos para o não cadastro dos estudantes na que foi 56% em 2015. Já nos cursos subsequentes,
biblioteca. Assim, através de uma pergunta subjeti- quando analisados os que são leitores com aqueles
va apenas para os que não possuem o cadastro, foi que não são, tem-se um percentual maior de leitores,
possível fazer um levantamento destes motivos. a saber 70%. Lembrando que este dado está rela-
Gráfico 3 - Razões para não ter cadastro no Integrado cionado à pesquisa nacional que considera “leitor”
aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos 1
livro nos últimos 3 meses. Diante disso, a média dos
considerados leitores, no campus Picuí, supera a
média nacional. Cabe ressaltar, contudo, que os da-
dos locais e representado por estudantes.
equiparados, já nos cursos integrados a parcela de cursos integrados tendem a uma prática de literatu-
alunos que admite não ter interesse pela leitura che- ra clássica, motivo este que pode estar relacionado
ga a 44.6% dos que não possuem o cadastro. com a exigência escolar da disciplina de Língua Por-
Já os gráficos 5 e 6 a seguir, mostram a di- tuguesa, em função de atividades propostas pelos
ferença entre leitores e não leitores. Os alunos dos professores.
cursos integrados que são leitores é bem maior que Podemos notar que um dos clássicos da li-
o público não leitor, uma média de 79% dos entre- teratura brasileira ocupa o topo do ranking. Essa
é uma informação que condiz com a pesquisa RLB os cursos, que só lê sob demanda, de acordo com a
tendo em vista que, nela, o autor Machado de Assis exigência da escola. Este é um aspecto que diverge
aparece como um dos mais conhecidos. da pesquisa nacional, que apresentou como segun-
Já os alunos dos cursos subsequentes pos- do maior grupo (19%) o daqueles que anseiam por
suem uma prática de leitura dirigida à literatura de atualização cultural ou conhecimento geral. Sendo
massa, que já é uma tendência, principalmente entre assim, os alunos de ambos os cursos apresentaram
os jovens tendo em vista que os próprios alunos não a mesma razão para a leitura, primeiro pelo gosto de
possuem essa mesma exigência que os alunos do in- ler e, segundo, pela obrigação da escola.
tegrado, como mostra os gráficos 7 e 8 a seguir. Gráfico 9 - Razões para leitura no Subsequente
Gráfico 7 - Os 8 Livros Mais Lidos no Integrado
Os gráficos 9 e 10 a seguir, nos mostram as Fonte: O perfil do leitor dos Cursos Integrados (2017).
Gráfico 11- Tipos de livros lidos nos últimos 6 meses entre Gráfico 13 - Onde costuma ler - Subsequente
alunos dos cursos subsequentes.
Gráfico 12 - Tipos de livros lidos nos últimos 6 meses Fonte: Acervo pessoal (2018)
entre os alunos dos cursos integrado.
Gráfico 14 - Onde costuma ler - Integrado
Fonte: O perfil do leitor dos Cursos Integrados (2017). Quando questionados sobre as suas dificul-
Os gráficos 13 e 14, a seguir, trazem os dados dades para a leitura, os alunos dos cursos subse-
referentes aos lugares onde os entrevistados costu- quentes disseram que os problemas mais frequentes
mam ler. Como é possível observar, a maioria dos eram: leitura devagar (6); falta de paciência para ler
alunos do subsequente (74%) e do integrado (95%) (10); problemas de visão (6); falta de concentração
disseram que costumam ler em casa, tal como a RLB suficiente (11) e 16 estudantes disseram não ter ne-
mostrou em sua última edição a nível nacional. Des- nhuma dificuldade, como mostra o gráfico 15. Já os
taque para os 25% dos entrevistados do integrado alunos do integrado relataram, em sua maioria, não
que responderam que leem no ônibus, a saber pelo ter qualquer dificuldade relacionada à leitura, embo-
fato de boa parte dos alunos morarem em cidades cir- ra outros tenham marcado mais de uma dificuldade.
cunvizinhas. Tal dado é bem maior do que o resultado A tabela 1 apresenta o quadro de dificuldades dos
apresentado pela pesquisa nacional, em que o núme- alunos, tendo como principal dificuldade a falta de
Gráfico 15 - Dificuldades para leitura no Subsequente Gráfico 16 - Gosto pela leitura no Subsequente
O gosto do aluno pela leitura é um ponto mui- a quem não gosta de ler é bem maior, o que, por um
to importante na pesquisa realizada e o resultado foi lado dignifica a instituição local, e, por outro, torna
animador. Nos cursos subsequentes, 48,8% dos en- emergente atitudes capazes de formar estudantes
trevistados, que corresponde a 21 pessoas, afirma que realmente tem gosto pela leitura.
que gosta de ler; 7% (3 pessoas) diz que não gosta Gráfico 18 - Gosto pela Leitura no Brasil
de ler; 23,3% (10) alega gostar pouco e 20,9% (9)
gosta muito da leitura. Já nos cursos integrados, 3%
dos alunos mencionaram que não gostam de ler, en-
quanto 53% afirmam gostar, como mostram os grá-
ficos 16 e 17:
3º SIMPIF
Referências
3º SIMPIF
Abstract
The present article aims at discussingsome questions related to the literary reading at school,observingsome
methodologies which were proposedboth as a way of bringing students closer to literary productionsas well as
forpromoting theirreading in an effective way. Regarding the methodological aspects, we opted for a qualitati-
ve-interpretative research, once it suits the investigated object analysis, using, for doing so, bibliographic sour-
ces in a way that we couldhave the theoretical background, supported by the area scholars, notably Bordini and
Aguiar (1988), Cosson (2006a; 2006b; 2009; 2014), Martins (2006), Zilberman (2005, 2008a, 2008b; 2014),
among others.We aimed, this way, at ensuring answers to ourinvestigation. As a result, it is expected that this
research, based on discussions/presentations concerning reading education and its related methods – mainly
the receptive and creative ones – may raise more studies and researches from which it can derive new literary
approach methodologies whichmay meet our students´reading education needs.
são do conhecimento da literatura em nosso país”. cer que aquilo que consideramos indispensável para
Vejamos, a título de esclarecimentos, o que afirma a nós é também indispensável para o próximo”. Para
pesquisadora acerca da proposta metodológica aci- o crítico literário brasileiro, a fabulação é necessi-
ma mencionada: dade humana, pois “não há povo e não há homem
Infelizmente, não é raro encontrar em escolas mo quando encontramos situações que não tenham
um trabalho de leitura apenas embasado em ativi- nada a ver com nossa vida, podem nos tocar, porque
dades de interpretação de textos do livro didático, nos mostram a relação do “outro” com o mundo. O
realizado com fragmentos de textos, em debates interesse pela leitura só surgirá a partir de obras que
com perguntas orais sobre o texto lido, em fichas de nos fazem chorar, rir e refletir sobre o nosso estar
leitura e resumos, com o intuito de recontar o texto no mundo.
lido e, ainda, esperando que os alunos aprendam, Em razão dos pressupostos acima apresenta-
dessa forma, a ler e a compreender um texto. Tais dos, este trabalho propõe-se a refletir sobre meto-
atividades certamente não contemplam a valoriza- dologias e concepções a respeito da abordagem da
ção do texto literário e dificilmente formarão leitores leitura literária em sala de aula, com vistas ao apri-
da arte literária. moramento da prática docente dos futuros profissio-
Para Cosson (2006), essas práticas são equi- nais formados em Letras.
vocadas, pois o aluno pode entender que ler significa As discussões aqui empreendidas contri-
responder a questões elaboradas pelo livro didático buem, certamente, para a discussão em torno de
ou pelo professor, procedimentos distantes de um concepções que defendem a formação de professo-
trabalho realmente voltado para a leitura do tex- res mediadores de leitura, subsídio importante para
to literário. Concordamos com Dalvi (2013, p.136) a tão sonhada constituição de futuros leitores. A vali-
quando afirma que: dade desse trabalho se justifica, pois, numa primeira
instância, em função da necessidade de discutirmos
[...] o leitor do livro didático, como leitor
em formação, vê-se em geral, constrangido
e aprofundarmos, cada vez mais, trabalhos de aná-
pelo discurso autoritário do especialista na lise e pesquisa em Literatura brasileira, visando não
área – o autor do livro didático, que sele- apenas a aprimorar a atuação em salas de aula dos
ciona, recorta e interpreta o “paideuma” li- estudantes do Curso de Letras, mas também fomen-
terário nacional −, legitimado, por sua vez, tar a pesquisa e a produção científica da área “Le-
seja pelo selo editorial, seja pela escolha
tras, Linguística e Artes”.
do professor em adotar tal ou qual manual.
A outra razão que justifica este estudo, não
Se sua compreensão ou percepção da obra
literária em questão diverge, só pode ser menos importante que a disposta acima, diz respeito
ele, leitor em formação, quem está inade- ao fato de as discussões postas até aqui, notada-
quadamente posto, quem não detém ou mente no que se refere ao acesso à
dispõe de todas as informações que deve- leitura propriamente dita de textos poéticos,
ria deter ou de que deveria dispor.
nos impelirem à necessidade de repensarmos a for-
Diante do contexto, a escola precisa repensar mação docente do profissional de Letras no tocante
suas práticas de leituras, a começar pelos fins pe- ao trabalho voltado à abordagem da Literatura na
dagogizantes que são estabelecidos para o ensino escola, com vistas à boa formação dos nossos estu-
de literatura. Daí a importância de utilizar metodo- dantes, tanto do ponto de vista profissional quanto
buscar elaborar outras propostas. Nesse contexto, É passível de entendimento que, se a escola
o percurso metodológico, fundamentado sobretu- considerar o repertório de leitura de um estudante
do em ZILBERMANN (2005; 2008a; 2008b;2014), que está além dos muros da escola, e o seu conta-
COSSON (2006a; 2006b; 2009; 2014), BORDINI e to com as diferentes formas poéticas e ficcionais, as
AGUIAR (1988), MARTINS (2006), entre outros, nor- aulas de literatura poderão ser mais instigantes e os
teia etapas da pesquisa, assim configuradas: 1: pes- textos farão mais sentido a esse público. Pensando
quisa bibliográfica que versa sobre o Tema “Leitura como Lajolo (1988, p. 106), “o cidadão, para exer-
e Ensino de Literatura”; e 2: proposições metodoló- cer plenamente sua cidadania, precisa apossar-se
gicas relativas à formação literária de nossos estu- da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-
dantes. Após realização das etapas acima descritas, -se seu usuário competente, mesmo que nunca vá
podemos apresentar, a seguir, as discussões teóricas escrever um livro: mas porque precisam ler muitos”.
e descrição de metodologias de abordagem do texto Neste sentido, a Literatura proporciona ao leitor as
literário decorrentes dos nossos estudos. condições necessárias para interpretar, refletir, com-
preender e construir significados sobre sua realida-
2.1 A Formação do leitor: Discussões e caminhos
de, a partir da inclusão com as práticas sociais de
possíveis
sua vida cotidiana.
A linguagem literária, por vezes, pode pare- Por isso, trata-se ainda de uma atividade bas-
cer um obstáculo para muitos estudantes especial- tante completa, raramente substituída por outra,
mente para aqueles que não foram agraciados com mesmo as de ordem exis- tencial. Essas têm seu sen-
o um contato mais regular com a leitura. A prática tido aumentado, quando contrapostas às vivências
advinda da escola, com a mediação do professor, no transmitidas pelo texto, de modo que o leitor tende a
entanto, poderá se encarregar de formar sua auto- se enriquecer graças ao seu consumo (ZILBERMAN,
nomia como leitor. Logo, no exercício de questionar 2008b).
e refletir sobre o que é dito e como é dito nas obras, O letramento literário escolar não deve buscar
esse leitor se reconhecerá ou reconhecerá o outro, apenas formar leitores, mas leitores com condições
sendo capaz de entender o mundo da ficção. Des- de serem inseridos em uma comunidade, capazes de
sa maneira, quando nos deparemos com a leitura de atuarem junto as suas demandas e construírem um
uma obra literária, o aluno leitor necessita criar a sentido para si e para o mundo em que vive, como
sua própria relação de sentido com o texto. bem preconiza Cosson (2006). O autor amplia o seu
As práticas de leitura dentro do ambiente es- posicionamento com a seguinte afirmação:
colar merecem atenção por parte do docente. Para Cumpre enfatizar que o objetivo maior do
Solé (2009), referenciada por Souza; Girotto e Silva letramento literário escolar ou do ensino da
(2012, p. 171), há: literatura na escola é nos formar como lei-
tores, não como qualquer leitor ou um lei-
[...] pouco espaço na sala de aula para se
tor qualquer, mas um leitor capaz de se in-
‘ensinar estratégias adequadas para com-
serir em uma comunidade, manipular seus
preensão de textos’. Ademais essas práti-
instrumentos culturais e construir com eles
cas têm sido ‘categorizadas pelos manuais,
3º SIMPIF
A relação texto-leitor, necessária para a ção privilegiada no letramento, já que conduz ao do-
compreensão da leitura é quase ausente mínio da palavra a partir dela mesma.
na maioria das escolas. Um texto requer e
necessita de um leitor que o atualize, que o O letramento literário faz parte dessa ex-
faça funcionar, o ato de ler não pode se ca- pansão do uso do termo letramento, isto
racterizar como uma atividade passiva [...] é, integra o plural dos letramentos, sendo
ao contrário, necessita de uma atitude ati- um dos usos sociais da escrita. Todavia, ao
va por parte do leitor, que processa e exa- contrário dos outros letramentos e do em-
mina o texto, em contribuição à formação prego mais largo da palavra para designar
de leitores críticos. No entanto, para isso, a construção de sentido em uma determi-
o leitor precisa ter claro qual o objetivo da nada área de atividade ou conhecimento, o
sua leitura, para quê e o porquê de estar letramento literário tem uma relação dife-
lendo e o que quer aprender ou não com renciada com a escrita e, por consequên-
esta leitura. cia, é um tipo de letramento singular. (COS-
SON e SOUZA, 2011, p. 102)
Anterior a este processo de mediação, há o
do letramento, em que o professor atua diretamente, A partir dessa concepção da singularidade
já que não se constitui de uma habilidade nata do in- do Letramento literário em relação à linguagem, os
divíduo, tendo em vista tratar-se de um conjunto de autores compreendem que o letramento literário ne-
habilidades e competências adquiridas pela pessoa cessita da escola para se concretizar, haja vista so-
que lê, englobando uma série de capacidades que, licitar um processo educativo específico que a mera
não raras, não têm conexão com a leitura, mas sim prática de leitura de textos literários não consegue
sua volta. (FERREIRO, 2001, p. 198). A estudiosa da De acordo com Martins (2006), a relação
área ainda acrescenta que o letramento abrange o entre literatura e escola apresenta-se marcada por
processo de desenvolvimento e o uso dos sistemas concepções estigmatizadas, que precisam ser supe-
da escrita nas sociedades, ou seja, o desenvolvimen- radas para a valorização do texto literário em sua
to histórico da escrita refletindo outras mudanças pluralidade e em suas distintas dimensões, visando à
sociais e tecnológicas como alfabetização universal, integração de saberes. Para a autora, a primeira das
a democratização do ensino, o acesso à fonte apa- concepções estigmatizadas é que literatura é muito
rentemente ilimitadas de papel, o surgimento da in- difícil. A segunda, que é preciso ler obras literárias
ternet (FERREIRO, 2001, p. 201). para escrever bem. E a terceira, que a linguagem li-
Cosson e Souza (2011, p. 103), o Letramento terária é marcada pela especificidade em relação aos
literatura ou os textos literários, mas sim ção, a escola contribuiria para a formação de leitores
uma experiência de dar sentido ao mundo acríticos, com visão reduzida e distorcida do fenô-
por meio de palavras que falam de pala- meno literário, cuja consequência mais imediata é a
vras, transcendendo os limites de tempo e
manutenção do status daqueles que encontram na
espaço.
leitura literária e nas habilidades que lhe são ineren-
Ampliando esse conceito, Cosson e Souza tes uma forma de poder. Martins (2006, p. 20) pro-
(2011) defendem que a literatura ocupa uma posi-
põe sugestões metodológicas que podem ser úteis ciam e, por meio da experiência da leitura, é pos-
às práticas docentes, tais como: sível que o indivíduo se torne mais preparado para
• Reavaliar os enfoques teóricos que orientam o enfrentar os desafios cotidianos. Essa ideia é funda-
trabalho com literatura em sala de aula; mentada por Freire (1981, p. 11), ao defender que
• Evitar centrar o trabalho com literatura em frag- “linguagem e realidade se prendem dinamicamente.
mentos ou em textos descontextualizados de A compreensão do texto a ser alcançada por sua lei-
sua situação de produção; tura crítica implica a percepção das relações entre
• Considerar a diversidade de leituras produzidas o texto e o contexto”. Como sabemos, o ensino de
pelos alunos em contextos não- escolares; literatura deve buscar formar leitores, deve buscar
• Diversificar o trabalho com textos do ponto de formar cidadãos críticos e pensantes. Nessa proble-
vista didático-pedagógico; mática, não podemos deixar de referenciar Bordini
• Desenvolver as análises comparativas; e Aguiar (1988), competentes estudiosas do ensino
• Dissociar a leitura do texto literário de análises de Literatura, que nos mostram relevantes métodos
gramaticais, estilísticas etc.; de ensino de literatura, cujo foco principal é formar
• Desvincular o ato de leitura de práticas exclusi- o leitor literário. Um dos métodos apresentados por
vamente ou prioritariamente escolares; tais pesquisadoras é o criativo, que consiste numa
• Considerar a diversidade de metodologia de leitura pautada na busca da criati-
textos pertencentes a gêneros e épocas diferen- vidade o do prazer de pensar. Neste, o estudante é
tes; levado a desenvolver suas capacidades de criar, de
• Comparar a leitura literária no espaço cibernéti- pensar e de enxergar as respostas nas entrelinhas, e
co à leitura do texto impresso (e outros suportes não prontas e à vista. Neste sentido, o método criati-
e materialidades); vo “apresenta a vantagem de encarar o aluno como
• Valorizar as histórias de leitura dos alunos, além indivíduo e ser social simultaneamente, sem atrofiar
de muitas outras. sua sensibilidade nem supervalorizar sua capacida-
Pensar a formação do leitor literário é ampliar de de raciocínio lógico”. (p.71)
os modos de ler com o propósito de desenvolver um A ideia do método criativo é aproximar a arte
trabalho com uma visão de leitura mais ampla, per- e a ciência, em busca de conhecer o que já existe e
mitindo a inserção ativa do leitor no diálogo com o aprimorar para transformar em algo novo. As artes
texto. Na conjuntura da orientação e da prática de são levadas em conta neste método, haja vista pro-
leitura, Cosson (2014, p. 65) defende que: porcionarem prazer e aprendizado ao mesmo tem-
po. Para as autoras, este método deve atender a 03
na escola é preciso compartilhar a inter-
pretação e ampliar os sentidos construídos
(três) fatores constituintes, a saber: a) o fator cultu-
individualmente. A razão disso é que, por ral e histórico (todo ser humano é determinado pelo
meio do compartilhamento de suas inter- mundo em que vive, toda a criação advém do que ele
pretações, os leitores ganham consciência conhece para construir o que ele pretende conhe-
de que são membros de uma coletividade e cer), b) o processo de criação (o trabalho criativo é
de que essa coletividade fortalece e amplia
individual, mas não individualista, visto que depende
3º SIMPIF
do criador com o mundo e a cultura literária, confor- importante na conclusão do processo criativo é a ex-
me afirmam as pesquisadoras a seguir: periência do sujeito com a literatura. A divulgação do
projeto é muito importante: isto poderá ser realizado
A atitude criativa se pauta, pois, por duas
características: intuição e subjetividade, a
no meio escolar, na comunidade mais próxima ou até
primeira entendida como a capacidade de na cidade.
apreender o mundo, sem o crivo do pensa- Corroborando a assertiva acima, podemos
mento lógico, na sua originalidade, e a se- perceber a importância do método criativo para a
gunda como o predomínio do sujeito sobre formação leitora do aluno, é atraves dele que po-
o objeto, conformando-o a suas necessida-
demos ajudar nossos alunos a se encontrarem com
des. (BORDINI; AGUIAR, 1988, p. 64).
o texto literário e a dialogar com ele. Sendo assim
O processo de criação dá-se através da in- transformado e ajudando a transformar o mundo a
tuição do criador e o incentivo vem através de algo sua volta. O trabalho com o método criativo propor-
já vivido. A tensão causada na mente do criador se ciona não só a formação de um ser em criador, mas
resolve quando ele busca meios para superá-la e também de um ser capaz de se ajustar socialmente e
estabilizá-la. Depois do processo de superação, vem culturalmente, ao ponto de transformar o caos sen-
a motivação, a qual desencadeia o processo criativo tido em algo criativo e bom para o meio em que vive.
que o ajudará a superar a tensão inicial. É oportuna, nesse sentido, a observação a se-
Os principais objetivos do método criativo guir, de Bordini e Aguiar:
consistem em tentar levar o estudante a: conhecer-
Uma sala de aula em que se adote o método
-se e conhecer o mundo ao seu redor; perceber que criativo é um atelier de efervescência e tra-
a literatura pode fazer uma ponte de conhecimento balho, em que necessidades pessoais e co-
entre o mundo e o eu; aprender através da leitura letivas estão emergindo e buscando formas
literária as normas cultas e padronizadas da nossa concretas de satisfação. A ideia de projeto
criativo acarreta, para a ação educacio-
língua; e, por fim, ser capaz de formar seus próprios
nal. A tarefa de incitar à transformação, de
textos de maneira eficaz e consciente. Este texto não
modo que o aluno se veja sempre solicitado
precisa ser materializado ou escrito, pode ser con- a postar-se criticamente ante à realidade e
cretizado simplesmente pela voz do leitor. Este méto- a movimentar recursos próprios e alheios
do, em que os estudantes são considerados agentes para ajustá-la a si e à sociedade que ele
do conhecimento, é composto pelas seguintes eta- sonha. (BORDINI; AGUIAR, 1988, p. 71).
concentra o texto literário; o historicismo também cando de acordo com os conhecimentos prévios já
não se sobressai nesse cenário metodológico. Neste apresentados e discutidos na etapa anterior. O hori-
método, o estudante pode emitir opiniões e debater zonte de expectativas dos estudantes relaciona-se a
abertamente sobre suas impressões sobre o texto: o suas crenças, valores , preferências, visões próprias,
texto é um complemento do conhecimento e não a interesses por tipos de leitura e afins. Segundo Bor-
parte autônoma. dini e Aguiar, (1988, p. 88), este horizonte pode ser
Segundo Bordini e Aguiar (1988, p.18), “a fa- levantado previamente por meio de alguns procedi-
miliaridade do leitor com a obra gera predisposição mentos, a saber:
para a leitura e consequentemente o desencadea-
observação direta do comportamento, pe-
mento do ato de ler”: O professor deve buscar me- las reações espontâneas a leituras realiza-
todologias para transformar seus alunos em leitores das, ou através da expressão dos próprios
participativos, críticos e amantes da literatura. alunos em debates, discussões, respostas
O método recepcional encontra-se sistemati- a entrevistas e questionários, papel em jo-
zado em 05 (cinco) etapas, que levam estudante e pro- gos, dramatizações e outras manifestações
quanto a sua experiência das obras.
fessor a questionarem paradigmas prescritos quanto
à escrita e irem além das entrelinhas até chegarem 3. Ruptura do horizonte de expectativa
a um novo conhecimento e entendimento do texto. Nesta etapa, deverão ser apresentados novos
Vejamos a seguir o detalhamento das etapas aci- textos, tanto para apoiar as certezas dos estudan-
ma referenciadas, constantes do método em questão: tes, quanto para “abalar” visões e percepções de
1. Determinação do horizonte de expectativas: mundo já existentes. Recomenda-se o trabalho com
Nesta etapa, o professor deve detectar as as relações intertextuais, de modo a incitar o estu-
aspirações, os interesses e a familiaridade dos es- dante a romper com o texto lido e ir em busca de
tudantes com leitura e literatura. É de fundamental outras e novas visões e de produções sobre o mesmo
importância que o professor tenha um prévio conhe- tema ou temas semelhantes.
cimento dos gostos dos estudantes, do seu mundo, Nesse sentido, Bordini e Aguiar (1988, p. 89) ainda
de suas crenças e valores, para que os textos esco- complementam:
lhidos sejam o mais próximo possível da realidade
“O importante é que os textos desta etapa
de cada um deles. Para fins de melhor percepção da
apresentem maiores exigências aos alunos,
etapa, Bordini e Aguiar (1988, p. 88) elencam alguns
seja por discutirem a realidade desauto-
procedimentos de sondagem de interesses que po- rizando as versões socialmente vigentes,
dem ser realizados em classe: seja por utilizarem técnicas compositivas
mais complexas.”
As características desse horizonte podem
ser constatadas pelo exame das obras an- 4. Questionamentos do horizonte de expectativas
teriormente lidas através de técnicas varia-
Neste momento, busca-se levar o estudante
das, tais como:observação direta do com-
a questionar e comparar o que ele já conhece com
portamento, pelas reações espontâneas a
leituras realizadas, ou através da expressão o que ficou conhecendo através das leituras realiza-
3º SIMPIF
dos próprios em debates, discussões, res- das. É importante levar o estudante a perceber que
postas a entrevistas e questionários, papel quanto mais se lê, mais é possível compreender o
em jogos, dramatizações e outras manifes- mundo ao seu redor. A leitura é, neste sentido, uma
tações quanto a sua experiência das obras.
porta escancarada para a ampliação do conheci-
2. Atendimento do horizonte de expectativas mento. Por esse ângulo, Bordini e Aguiar (1988,
Desse trabalho de autoexame surgirão tins (2006), além das valiosas contribuições teórico-
perspectivas sobre aspectos que ainda ofe- -metodológicas e Regina Zilbermann, vislumbramos
recem dificuldades, definições de preferên-
com o presente artigo trazer à discussão/reflexão o
cia quanto à temática e outros elementos
que consideramos uma necessária problemática li-
da literatura, assim como transposições
das situações narrativas ou líricas para a
gada ao ensino: a Leitura literária e sua eficácia na
órbita da vida real dos jovens leitores. Este formação de leitores. E, com isto, esperamos susci-
é o momento de os alunos verificarem que tar nos profissionais da área a necessidade de apro-
conhecimentos escolares ou vivências pes- fundamento em investigações do tema, bem como a
soais, em qualquer nível, do religioso ao proposição de novos métodos capazes de promover
político, proporcionaram a eles facilidade
melhorias no nosso imperioso trabalho com leitura
de entendimento do texto e/ou abriram
literária.
lhes caminhos para atacar os problemas
encontrados. Nesse contexto, reafirmamos o significativo
papel do professor para um bom desenvolvimento de
5. Ampliação do horizonte de expectativa. prática, a importância de uma formação docente que
Esta última etapa busca tornar o estudante reconheça a relevante função da leitura literária como
autônomo a ponto de ser capaz de desco- vetor de formação humanizadora e de autonomia e a
brir por si só novas leituras. Nela, os estu- necessidade do uso de metodologias que atendam
dantes deverão descobrir suas potenciali- as necessidades dos nossos estudantes. Seguindo
dades para trilharem novos desafios como
este filão, continuaremos nossa investigação com
leitores de textos literários, haja vista ter
vistas a possibilitar melhorias no relevante traba-
se expandido seu horizonte de expectati-
vas. Bordini e Aguiar (1988) recomendam,
lho de abordagem do texto literário em sala de aula.
nesta etapa, a promoção da autonomia do
Referências
estudante, evitando-se a intervenção direta
do professor, a quem caberá a promoção da AGUIAR, Vera Teixeira de. BORDINI, Maria da Gloria.
autoavaliação dos seus educandos diante Literatura: A formação do leitor: Alternativas meto-
de todo o processo de leitura. dológicas. Porto Alegre: mercado aberto, 1988.
meio acadêmico, consiste, em essência, numa pro- . Vários escritos. 3. ed., São Paulo: Duas Ci-
posta que busca a formação de leitores de literatura, dades, 1995.
capazes de atribuir significados pessoais ao texto COSSON, R. Letramento literário: teoria e prática.
lido. É ainda um método que visa a dar ao estudante São Paulo: Cortez, 2006.
a autonomia necessária para se tornar um amante
COSSON, Rildo. Letramento literário: Educação para
da leitura literária sem que, com isto, ele se sinta vida. Vida e Educação, Fortaleza, v. 10, p. 14-16,
obrigado a ler. Por fim, objetiva-se a formação de lei- 2006.
tores críticos, conscientes e com uma visão de mun-
COSSON, Rildo; SOUZA, Renata Junqueira de. Letra-
do cada vez mais complexa e completa. mento literário: uma proposta para a sala de aula.
UNESP, agosto-2009. In Caderno de formação:
3º SIMPIF
Abstract
The pH is associated with various functions of our body, such as the urinary system, and its balance is directly
linked to our diet. Natural indicators obtained from flowers and leaves can be used as a viable alternative for
their analysis. One way to analyze the coloration of different substances and to relate them to their concen-
tration is through their interaction with radiation, using equipment such as photometers. Thus, the photometer
emerges as an important tool for pH analysis and determination of solution concentration, strengthening links
between theory and practice. To produce photopH, the Arduino system was used, programming it to light LEDs
(red, yellow and green) that correspond, respectively, to the acidic, basic and ideal pHs of the urine, and these
pH ranges were determined according to tests. performed with the natural indicator of red cabbage, in contact
with pH solutions ranging from 1 to 14 and with urine. In addition, the fotopH can also be connected to the
computer, showing LDR values and allowing the concentration of a solution to be determined using a calibration
curve.
de ensino.
notando que em meio ácido, o extrato daquela flor
Tendo em vista a necessidade e importância
tornava-se vermelho, e em meio básico, verde. Na-
de desenvolvimento de metodologias que ajudem a
quela época, mesmo com a escassez de informações
mostrar a influência de acidez e basicidade para o
sobre ácidos e bases, Boyle afirmava ser ácida qual-
funcionamento do corpo e também demonstrar de
quer matéria que adquirisse uma cor avermelhada
forma prática análises químicas que são realizadas
em reação com o extrato de alguma planta (TERCI;
diariamente, o desenvolvimento de um fotômetro
ROSSI, 2002).
A utilização de indicadores ácido-base sin- as transições eletrônicas nas moléculas, seja no es-
téticos é bastante comum atualmente, entretanto, a tado gasoso ou em solução (Mendham et al., 2002).
possibilidade de utilização de indicadores naturais Nesse contexto, para esses métodos, podem
faz com que estes se revelem como um providencial ser utilizados diversos dispositivos, como o fotôme-
recurso didático, uma vez que a interdisciplinaridade tro, o espectrofotômetro e espectrômetro. Todavia,
está contida neste caso desde os procedimentos de utilização do fotômetro torna-se uma mais alternati-
extração até a explicação da mudança de cor, envol- va viável, versátil e de baixo custo para a realização
vendo conceitos e procedimentos da química geral, de aulas experimentais, haja vista que os custos de
analítica, orgânica, de produtos naturais e físico-quí- confecção desses sistemas instrumentais são “bem
mica, oferecendo através destes aspectos grande inferiores ao valor de equipamentos equivalentes
quantidade de detalhes e informações. disponíveis no mercado, apresentando também faci-
lidades em manutenção e troca de peças mecânicas
2.3 A fotometria e suas aplicações
e eletrônicas” (MOTA, 2010).
A maneira mais comum de determinar a
2.4 A experimentação no ensino de ciências
concentração de uma substância colorida é através
do uso de fotômetros que operam nas regiões do ul- A experimentação é um meio fundamental
travioleta e visível do espectro eletromagnético, uma para incentivar os estudantes ao aprendizado de
vez que a percepção visual da cor de uma solução ciências, haja vista que muitas vezes esse caminho é
depende da absorção da radiação (Gomes et al., direcionado a cálculos e fórmulas, tornando a sala de
2008). aula em ambiente monótono. Além disso, a ausência
O uso da experimentação para a interação de atividades experimentais ainda é um impasse vi-
entre radiação e matéria é essencial para a análise venciado por diversas escolas que não podem reali-
das características microscópicas de diversas subs- zar tais procedimentos pela falta equipamentos e de
tâncias. Diante disso, são amplamente utilizados os laboratórios (Queiroz, 2004).
métodos espectrofotométricos, mecanismos funda- Segundo Silva Júnior e Parreira (2016), é
mentais que envolvem realização de procedimentos imprescindível que haja a utilização de práticas pe-
fornecem identificação de um componente de uma dagógicas a partir de atividades experimentais que
amostra a partir da uma emissão de uma radiação estimulem ao aluno a percepção de diversos fenô-
eletromagnética (Moreira; Santos; Costa Junior, menos. Dessa forma, é possível que o aluno veja,
2016). diante da manipulação de instrumentos e do contato
Na análise fotométrica, utiliza-se uma fonte com conceitos químicos, a correlação dessas expe-
que emite radiação na faixa de comprimento de onda riências ao seu cotidiano.
na região do UV-visível, escolhendo-se uma faixa de A utilização de métodos diversificados com
comprimento de onda bem definida. A principal faixa aulas práticas bem planejadas facilita muito a com-
de comprimento de onda utilizada está situada na preensão da produção do conhecimento em química,
região em que o olho humano é sensível, que está podemos incluir demonstrações feitas pelo profes-
localizada entre aproximadamente 400 nm e 800 sores e experimentos realizados pelo próprio aluno,
3º SIMPIF
sidade de superar os obstáculos enfrentados pelo modificações no pH da urina devido a diversos fato-
ensino da química, para que o torne interligado com res, que os indicadores naturais de pH mudam de co-
a prática social, tendo em vista que esse componen- loração ao entrarem em contato com soluções de pH
te curricular deve ser um simplificador da compreen- diferentes, e que as cores apresentam comprimentos
Ademais, de acordo com Fonseca (2001), formas distintas, optamos por desenvolver um fotô-
a experimentação favorece ao aluno a criação de metro para análise da urina, utilizando um indicador
cimento científico. Com isso, há a exploração e in- Inicialmente, uma amostra de repolho-roxo -
vestigação dos conteúdos, influenciando assim no Brassica oleracea foi seca ao sol e em seguida foi
Além das soluções preparadas pelos alunos, luções de diferentes pH e com a urina, foi possível
também foi realizada a análise de uma “solução pro- identificar que a coloração roxa é a ideal para urina
blema”, que havia sido preparada anteriormente pela com pH dentro do esperado (5 a 7), rosa ou averme-
professora, com a concentração no intervalo de 0,3 lhada significa que a urina está muito ácida e verde,
g/L, e que deveria ter sua concentração determinada que a urina está muito básica.
3º SIMPIF
através da equação da curva obtida no experimento. Após os testes realizados no fotômetro, com
Após a realização da aula prática, os alunos amostras de urinas em contato com o extrato, foi
elaboraram um relatório, afim de descrever o experi- possível determinar as faixas de valor de LDR para
para acender o LED vermelho para urina ácida, ama- cançaram o objetivo desta, obtendo concentrações
relo para básica e verde para ideal. próximas de 0,3 g/L, para a solução padrão.
Dessa forma, através do preparo de soluções
4.2 Utilização do fotopH em sala de aula
e determinação da concentração de soluções utili-
Durante a aula prática os alunos prepararam zando o fotopH, os alunos tiveram a oportunidade de
todas as soluções requisitadas, tendo o primeiro assimilar a teoria e enxergá-la durante o processo de
contato e desenvolvendo a habilidade de manusear experimentação, tornando o conteúdo mais interes-
equipamentos e vidrarias, como balança analítica, sante e aplicado.
balão volumétrico, bastão de vidro e funil.
5. Conclusão/Considerações
Através do experimento os alunos puderam
colocar em prática a teoria sobre cálculo de concen- Sabendo da quantidade de problemas ocasio-
tração e diluição de soluções, e observar a influên- nados pelo desequilíbrio do pH da urina, a produção
cia da concentração de uma solução na absorção da de um fotômetro que informa o a acidez da urina
radiação. irá servir tanto como forma de divulgação do tema,
Foi possível também fazer um link do conteú- que é pouco discutido, como também para ajudar
do visto com informática básica e matemática, uma pessoas que sofrem com problemas desta nature-
vez que os discentes construíram o gráfico da curva za. Além disso, esse equipamento pode ser utilizado
de calibração utilizando o MS Excel e calcularam a tanto em aulas de química, física, biologia, matemá-
concentração da solução problema através da equa- tica e informática, auxiliando no processo de ensino
ção da reta. Um dos resultados obtidos, encontra-se aprendizagem.
abaixo, onde temos tabela e gráfico de concentração
Referências
x valor LDR (Tabela 1 e Gráfico 1).
Abstract
The city of Guarabira / PB has great importance in the region for its influencing capacity in social, political
and economic terms. In this context, we observe the presence of economic initiatives involving the Solidarity
Economy movement, acting in various ways in the various municipalities of this region, such as: associations,
artisan groups, family agriculture, Solidarity Economy fair, revolving funds, community development bank and
social currency. Realizing the importance that these modalities of organizations and businesses have for the
region, the Catalan Nucleus of Solidarity Enterprises (NUCAES) has been carrying out a series of actions in
order to strengthen the solidarity economy movement in the region. The purpose of this study was to report the
experience of NUCAES in relation to the integration of the groups linked to the solidarity economy of the city of
Guarabira (PB) and region, which culminated in the Second Seminar on the Integration of Solidarity Enterprises
(II INTEGRASOL) . As a theoretical contribution, the concept of Solidary Economy and the dialogue between
popular and scientific knowledge were developed. As a methodology, the report was conducted via action re-
search. As a result, we highlight the wide involvement of the enterprises in the event, as well as the evaluation
that this space contributed to the strengthening of the Solidarity Economy in the region.
das por grandes corporações capitalistas que ex- Tal acesso a esse conhecimento se dá pela
cluem grande parte da população de suas ativida- necessidade em compreender as novas possibilida-
des, pois o Capitalismo está bem mais preocupado des que a ES apresenta, como uma prática inovadora
com a geração de lucros, onde uns pertencem a base e uma alternativa de geração de trabalho e renda, no
e outros ao topo da pirâmide social. Nesta estrutura combate ao desemprego, a miséria e todas as for-
não há uma preocupação com o outro, mais sim com mas de exclusão social, tornando – se uma resposta
o lucro, diferentemente da Economia Solidária que a favor da inclusão.
visa a integração, o respeito, o fortalecimento de si e Nessa perspectiva, é de fundamental impor-
do próximo, a autogestão e não apenas o lucro mas tância compreendermos a existência de uma diver-
todo o contexto envolvido na realização de determi- sidade de práticas econômicas e sociais organizadas
nada atividade. sob a forma de cooperativas, associações, clubes de
Como suporte para as atividades desenvolvi- troca, empresas autogestionárias, redes de coope-
das pelo NUCAES com vistas no fortalecimento da ração, entre outras, que realizam atividades de pro-
ES, foi utilizado como principal referência as obras dução de bens, prestação de serviços, finanças so-
que fazem alusão a Economia Solidária notadamen- lidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário.
te a partir da perspectiva de Paul Singer, pois per-
2.2 Do Diálogo entre os Saberes
cebemos que esta contribuiu cientificamente para
a compreensão desta prática social. Neste sentido, A partir do desenvolvimento da ciência mo-
buscamos compreender a realidade sociocultural e derna que buscou aniquilar qualquer outra forma
os apoios sociais envolvidos nesse processo de luta, de conhecimento que não respeitasse a estrutura
contra o modelo hegemônico da economia capita- criada (observação, experimentação e objetividade),
lista que é responsável por gerar um grande nível que corresponde às bases sólidas da sua forma de
de competição e desigualdade onde uns acumulam verificação da realidade, criadas por ela mesma com
vitórias e outros derrotas. o objetivo de lhe conferir o caráter de única deten-
Ao dialogar com os cidadãos e cidadãs da re- tora da verdade em substituição a verdade religiosa
gião de Guarabira, que estão desenvolvendo o pro- e de outros saberes. O saber produzido pela ciência
cesso da Economia Solidária estaremos fazendo a se propõe a ser definitivo, exato, que exclui qualquer
relação entre teoria e prática, pois terão contato com outro saber ou qualquer forma de conhecimento que
concepções e valores próprios da cidadania, da auto- não seja submetida ao seu crivo ou sua comprova-
gestão e cooperativismo e suas interpelações e uso ção, percebendo-se: “Sobretudo nos três últimos
no cotidiano. Nesta perspectiva, abriremos espaço séculos, o pensamento crítico científico foi se espe-
para a teoria da ES, que dentre inúmeras definições cializando, purificando seus saberes e tornando cada
conceituais, pode ser compreendida enquanto uma vez mais difícil o intercâmbio com outros sistemas de
forma alternativa ao modelo de produção e gestão representação do mundo” (ALMEIDA, 2010, p. 69).
capitalista, sendo uma forma diferente de produzir, Desta maneira, o II INTEGRASOL aconteceu visan-
vender, comprar e trocar o que é preciso para viver, do reaproximar os saberes científicos produzidos no
com inclusão social, portanto: Para que tivéssemos âmbito do NUCAES/IFPB com os saberes da tradição
3º SIMPIF
uma sociedade em que predominasse a igualdade oriundos dos empreendimentos solidários da região
entre todos os seus membros, seria preciso que a de Guarabira.
economia fosse solidária em vez de competitiva. Isso O sistema educacional que tem por base o
significa que os participantes na atividade econômi- conhecimento científico é o responsável por difun-
ca deveriam cooperar entre si em vez de competir. dir a ideia de que é a única e verdadeira forma de
(SINGER, 2002, p.9) saber, de conhecimento verdadeiro que se pode ter
acesso, deve ser apreendido desde a infância até
de forma oral e apreendidos na prática diária, con- to que se aproxime da definição de Morin (1995, p.
forme nos lembra Almeida: “Entretanto, é necessário 176): “intelectual é todo aquele que trata de forma
ter consciência de que o conhecimento construído, especializada e para além do campo profissional es-
partilhado e transmitido pelas instituições de ensino trito, dos problemas humanos, morais, filosóficos e
se reduz, em grande parte, à cultura científica, a um políticos” (apud ALMEIDA, 2010, p. 113).
saber vitorioso” (ALMEIDA, 2012, p. 91).
3. Método da pesquisa
Sabemos que essa possibilidade de avançar
em um diálogo que considere os saberes apreendidos A metodologia utilizada neste trabalho se ca-
fora da academia possibilita de fato uma formação racteriza como uma pesquisa qualitativa, por repre-
mais sólida e concreta aos discentes do NUCAES/ sentar um estudo com vistas na melhor compreensão
IFPB, pois cada discente tem a capacidade de de- da sociedade sem preocupação com a quantidade
senvolver as teorias e práticas dos cursos, quebran- dos dados coletados, e sim a interpretação que se
do a dicotomia entre a teoria e a prática. Conforme faz dos dados (PRODANOV; FREITAS, 2013). “Nesse
expressa Almeida: “Em sua concepção complexa, o tipo de pesquisa, o pesquisador se propõe a parti-
conhecimento é o conjunto que abriga competência cipar, compreender e interpretar as informações”.
(aptidão para conhecer), atividade cognitiva (pensa- (FONSECA, 2012, p. 35).
mento, percepção corpórea) e saberes construídos Também podemos caracterizar este estudo
pelas sociedades humanas ao longo de sua trajetória como pesquisa-ação, visto que buscamos romper
como espécie” (ALMEIDA, 2012, p. 91). o distanciamento entre os pesquisadores e os pes-
Desta maneira, ao pensar sobre a ciência quisados. Na verdade, os pesquisadores do projeto
moderna e os saberes da tradição, vislumbramos a estavam diretamente envolvidos com a problemática
necessidade que uma nova cultura seja gestada no do evento, relacionada ao fortalecimento da Econo-
interior da educação, que conduza os indivíduos a mia Solidária da região. Segundo Prodanov e Freitas
uma real emancipação da forma de pensar, que não (2013, p. 65), pesquisa-ação ocorre “quando con-
esteja restrita a um modelo de educação, mas esteja cebida e realizada em estreita associação com uma
aberta a resgatar em cada indivíduo a capacidade de ação ou com a resolução de um problema coletivo.
uma formação autônoma e problematizadora, capaz Os pesquisadores e os participantes representati-
de articular os diversos saberes, conforme salienta vos da situação ou do problema estão envolvidos de
Almeida: “Longe de protagonizar o fim das discipli- modo cooperativo ou participativo”.
nas, uma reforma do pensamento e da educação Temos como orientação metodológica o Ma-
reconhece como um imperativo fazer dialogar as terialismo Histórico Dialético. Esta escolha se dá
estruturas de pensar, as competências, os saberes pelo fator de estarmos buscando a compreensão
produzidos” (ALMEIDA, 2012, p. 223). do mundo que não é linear, que está em transfor-
Por isso, ao visualizar o INTEGRASOL se per- mações. Desta forma, possibilita-se uma visão dos
cebe a possibilidade do desenvolvimento de uma fenômenos através da ação recíproca de forças con-
educação que supere a visão da ciência moderna que traditórias que são inerentes a eles (PIRES, 1997).
exclui saberes e que cria uniformidade. É pensar uma
3º SIMPIF
dades de extensão realizadas pelo NUCAES através com elementos da cultura de cada participante ou
da realização do II INTEGRASOL, visando garantir empreendimento, para socializar sua experiência
que os docentes, discentes (bolsistas e voluntários) com os demais expectadores. Em seguida foi rea-
e os cidadãos da região desenvolvessem uma vivên- lizada uma análise de conjuntura tendo em vista o
cia da realidade social. O trabalho foi realizado no cenário político e o campo ocupado pela Economia
período de julho a dezembro de 2018 na Cidade de Solidária como espaço de resistência. No perío-
Guarabira-PB, que está localizada na Mesorregião do do da tarde ocorreu à feira de Economia Solidária
Agreste Paraibano. e, para concluir, retornou-se aos trabalhos com os
A articulação para a realização do II INTE- encaminhamentos. É interessante perceber que to-
GRASOL nasceu no evento anterior, o I INTEGRASOL. das as atividades desenvolvidas tinham o propósito
Um dos encaminhamentos deste evento, ocorrido de formação e fortalecimento dos empreendimentos
em 2017, foi a garantia da continuidade deste es- solidários além disso, todas as atividades foram en-
paço de integração, pois os próprios participantes voltas de mística e animação e até mesmo o espaço
perceberam a necessidade da consolidação desse formativo foi organizado na perspectiva de constru-
espaço e da importância que o mesmo demonstrou ção coletiva horizontal. A Figura 1 traz um pouco do
ter. Diante desta demanda, o NUCAES, juntamente cenário de solidariedade presente no evento.
com seus parceiros sociais e colaboradores, promo- Figura 1- Registro de encerramento do II INTEGRASOL.
veu a articulação e organização do seminário. Como
os grupos de ES já haviam sido mapeados durante o
I INTEGRASOL, isso acabou possibilitando a criação
de redes de contato que facilitaram a comunicação
entre o NUCAES e os empreendimentos. Para os con-
vites foram realizadas ligações, divulgação nas redes
sociais e encontros presenciais.
O local escolhido como espaço para o desen-
volvimento das atividades foi o Sitio Caboclo, que
está localizada na zona rural de Guarabira e é um
dos empreendimentos solidários existentes na re-
gião. O II INTEGRASOL contou com a participação
Fonte: elaboração própria (2019)
de cerca de cem pessoas dentre eles grupos infor-
mais de Economia Solidária, parceiros sociais - pro- A seguir, mais informações sobre o momento
dutores Rurais dos Sítios Caboclo e Pedra Grande de instalação pedagógica, avaliado pelos participan-
e o Banco Comunitário de desenvolvimento (Banco tes como um dos momentos mais importantes do
lagoa) – além de entidades como o Serviço de Edu- evento.
cação Popular SEDUP), Caritas brasileira, Comissão
4.1 A Instalação pedagógica
Pastoral da Terra (CPT), Secretaria de Economia
Solidária do Estado (ECOSOL) , Incubadora de Em- Como citado anteriormente, a Instalação
3º SIMPIF
preendimentos Solidários (INCUBES) , bem como pedagógica foi uma das atividades desenvolvidas
docentes, discentes bolsistas e voluntários do cam- durante o evento objetivando a socialização de ex-
pus IFPB Guarabira. O evento teve iniciou no turno periências o que é de suma importância quando
da manhã terminando no fim da tarde. pensamos nos saberes científicos e da tradição. A
Dentre as atividades desenvolvidas durante mesma ocorreu da seguinte forma: as pessoas que
o evento destacamos a Instalação Pedagógica que ali estavam foram divididas em quatro grandes gru-
teve como finalidade construir um breve histórico pos, os mesmos foram orientados pelos facilitadores
(alunos bolsistas e voluntários além de parceiros so- A atividade mencionada anteriormente me-
ciais) a utilizarem os materiais (papel, caneta, bar- rece destaque por incentivar os componentes do
bante, notas autoadesivas, entre outros) que foram grupo a partilharem suas experiências, a apresen-
disponibilizados pela organização do evento, além tarem seus trabalhos e demonstrarem o modo pelo
de elementos simbólicos trazidos pelos próprios qual conduziam as atividades no seu dia a dia. Desta
empreendedores. Por exemplo, o grupo de Mulhe- forma, a mesma acabou promovendo um espaço de
res do restaurante Sabor Camponês trouxeram uma articulação e formação de novas ideias. Neste pro-
galinha feita de cabaça (fruto da planta lagenaria e cesso, muitos relataram as dificuldades pelas quais
curcubita) que é um dos artesanatos produzidos por passaram e continuam a passar para viver a Eco-
elas, além de representar o principal produto ofere- nomia Solidária, mas também falaram sobre as ale-
cido por elas para consumo durante as refeições, a grias de conviver nesse meio, das oportunidades, da
galinha de capoeira. constante formação, do aprendizado adquirido e das
Os grupos eram compostos de forma hetero- portas que se abrem e que contribuem para o cres-
gênea e precisavam fazer uma apresentação sobre cimento e para abertura de espaços que favoreçam
“O que é a Economia Solidária” utilizando os mate- a esses grupos.
riais descritos acima. Desta forma, espaços que provocam a discus-
Figuras 2 e 3 - Registros da instalação pedagógica, ocorri- são como no caso do INTEGRASOL sempre geram
da no turno da manhã do II INTEGRASOL novas demandas e dentre elas apontamos a necessi-
dade por parte dos participantes de abrir o evento à
sociedade como um todo e não apenas aos próprios
empreendimentos e entidades que praticam a Eco-
nomia Solidária, objetivando assim a formação de
mais pessoas em relação a esta forma diferente de
economia, tendo em vista que o desconhecido gera
preconceitos e preconceitos podem gerar o afasta-
mento. Logo é necessário que o máximo de pessoas
conheçam e entendam a importância da Economia
Solidária para a economia local e para a vida de
tantas pessoas, pois a partir do conhecimento e da
aproximação, as práticas da Economia Solidária se-
Fonte: Elaboração Própria (2019) rão valorizadas desde o modo de viver, a consciên-
cia política, aos produtos produzidos, as relações de
troca e ao respeito de si e do outro.
E para o local de realização do terceiro evento
os participantes sugeriram que fosse escolhida uma
das feiras de Economia Solidária que acontecem na
região, já que esse é um dos espaços de comerciali-
3º SIMPIF
5. Conclusão/Considerações
com o mesmo foco, que a ES consegue se fortalecer suma importância não acomodar-se e nem perma-
para enfrentar os desafios que se encontram no co- necer na zona de conforto, aprofundando as refle-
tidiano dos empreendimentos. xões sobre o que esta sendo realizado, conforme sa-
Desta maneira podemos perceber que o NU- lienta Freire: “A atitude crítica no estudo é a mesma
CAES/IFPB está conseguindo cumprir com o seu que deve ser tomada diante do mundo, da realidade,
papel de colaborador para formação das rede de da existência. Uma atitude de adestramento com a
Economia Solidária em nossa região, sendo o INTE- qual se vá alcançando a razão de ser dos fatos cada
GRASOL um dos elos dessa grande rede, tendo em vez mais ludicamente” (FREIRE, 1978).
vista o espaço de formação e articulação criado pelo A partir da percepção Freiriana, verifica-se a
projeto. necessidade de aprofundar o conhecimento em rela-
Conforme citado anteriormente, o local esco- ção a Economia Solidária, desenvolvendo uma atitu-
lhido para realização do evento, foi um dos empreen- de crítica diante da realidade do mundo da vida.
dimentos solidários da região de Guarabira, pois Enfim, a ES é uma prática antiga mas pouco
promoveu o fortalecimento dos empreendimentos conhecida, que em sua história tem como marcas a
e entidades pertencentes a rede, oferecendo assim luta pelo favorecimento de todos e não apenas da-
trocas de experiência que favoreçam a todos, como queles que acumulam vitórias sobre os outros, o Ca-
por exemplo, o conhecimento da realidade do outro pitalismo consegue ser esmagador ao contrário da
possibilitando assim o embasamento e desenvolvi- Economia Solidária que cresce ao lado, que cresce
mento de si e do próximo. junto e não a cima de algo ou alguém.
A participação no INTEGRASOL é um dos
Referências
pontos que merece destaque, pois entendê-lo como
espaço de discussão de políticas, formação, trocas ALMEIDA, M. da C. de. Complexidade, saberes cien-
e integração é compreender também que o envol- tíficos, saberes da tradição. São Paulo: Editora Li-
vraria da Física, 2010.
vimento dos indivíduos é preponderante. Ambientes
como esse favorecem o espírito de ajuda mutua sen- _________. Ciências da complexidade e educação:
do utilizados também como intercambio tanto entre razão apaixonada e politização do pensamento. - Na-
tal, RN: EDUFRN, 2012.
outros projetos desenvolvidos dentro do NUCAES
quanto entre entidades, parceiros sociais, empreen- FREIRE, P. Considerações em torno do ato de estu-
dar. In: ______. Ação cultural para a liberdade. 3.
dimentos e até mesmo entre outros institutos, além
ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
de promover a formação e a ligação entre os saberes
científicos e da tradição. FONSECA, R. C. V da. Metodologia do trabalho cien-
tífico. Curitiba: IESDE Brasil, 2012.
Desta forma, o II INTEGRASOL cumpriu com o
seu papel, mas o caminho a percorrer ainda é muito PIRES, M. F. C. O materialismo histórico dialético e a
longo, já que o processo de formação e discussão educação. Interface – Comunicação, Saúde, Educa-
ção, v.1, n. 1, 1997.
deve ser contínuo, pois é necessário entender o mo-
delo econômico que vigora na sociedade contem- PRODANOV, C. C, FREITAS, E. C de. Metodologia do
porânea, o que leva a compreender a necessidade trabalho científico: métodos e técnicas da pesqui-
3º SIMPIF
Palavras-Chaves: Saúde bucal, Ludicidade, Pessoas com deficiência intelectual, Ensino de Química.
Abstract
The learning process in chemistry teaching, considered abstract by most students, has generated several discus-
sions over the years. Under this bias, traditional and decontextualized pedagogical practices are still persistent in
regular education, because there are, unfortunately, great difficulties in this area of education, which are aggra-
vated when we talk about inclusive education. Such education has provoked debates about discourses, practices
and processes about the education of people with special needs, aiming at the deconstruction of old values and an
openness to change. In this sense, the aim of the present work was to apply a diversified inclusive methodology in
the teaching of chemistry, with the theme “Oral Health” for students with intellectual disabilities (ID). To this end,
a playful activity called “Show of Inclusive Chemistry” was performed, which consisted of a contextualized play
on the above-mentioned theme. In addition to the play, a Survey Questionnaire and a Final Questionnaire were
applied. Qualitative and participant methodologies were used. There was an excellent acceptance of the activity
by students who have ID, in which they obtained excellent results in the Final Questionnaire applied, in addition to
actively participating with questions and inquiries during the performance of the theater.
Keywords: Oral health 1. Playfulness 2. People with intellectual disabilities 3. Chemistry teaching 4.
vida com grande relevância em várias áreas, dentre suas características, interesses e necessi-
dades de aprendizagem (BRASIL, 2015).
elas, na economia e na educação. Meneses e Nunes
(2018) afirmam que, a Química é de fundamental im- Somando-se à LBI, Silva, Soares e Gonçalves
portância para todos os países dentro de seu setor destacam:
econômico, haja vista que por meio da sua aquisição,
Cabe à escola encontrar alternativas espe-
se torna possível entender características relaciona-
cíficas para suprir as necessidades de seus
alunos propondo uma transformação edu- interação e participação dos discentes, despertando
cativa. A inclusão seria então, o processo um olhar mais lúdico.
pelo qual a própria escola passa, adaptan-
De acordo com Francisco Junior, Silva, Nas-
do-se e transformando-se para poder in-
cimento e Yamashita (2015), o teatro científico,
cluir crianças e jovens com deficiência em
classes regulares. (2019, p. 3)
tem a característica de ligar arte e ciência, consti-
tuindo uma interessante estratégia de disseminação
A educação inclusiva caracteriza-se como e construção científica. Além disso, o teatro lúdico
uma rede de acesso à educação de grupos de pes- contextualizado, promove a abordagem de temas
soas historicamente excluídas em função de sua sociais relevantes por intermédio de perspectivas di-
origem, deficiência ou classe social. Desde então, a ferentes, edificando os conteúdos já conhecidos por
inclusão no âmbito escolar constitui-se prioritaria- meio da apresentação, revisão ou reforço.
mente na legislação brasileira, com base nos princí- Dentro dessa conjuntura, as práticas de saú-
pios da Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994). de coletivas englobam as diversas áreas que estão
Há tempos, a UNESCO já sublinhava que: inseridas em um conceito amplo do meio social. No
do, quanto das possibilidades de diálogo entre con- dos cenários sociais (SKINNER; TAGG; HOLLOWAY,
ceitos elaborados no âmbito das áreas de origem”. 2000).
Outro recurso pouco utilizado pelos educa- O trabalho em tela foi desenvolvido na Fun-
dores, mas muito importante, é o teatro científico, dação Centro Integrado de Apoio ao Portador de De-
ele é caracterizado pela composição de peças que ficiência (FUNAD), localizada no município de João
discutem conceitos científicos, possibilitando tanto Pessoa, no estado da Paraíba. Essa atividade foi de-
uma aprendizagem significativa, como também uma senvolvida pelos bolsistas do Programa de Educação
Tutorial – PET Química concernente ao curso de Li- Figura 1- Demonstração de uma parte do Questionário de
Sondagem.
cenciatura em Química do Instituto Federal da Paraí-
ba, Campus João Pessoa. Tal atividade foi aplicada
em uma turma, da mencionada fundação, composta
por 13 (treze) discentes jovens e adultos, com uma
média de idade entre 22 (vinte e dois) a 40 (qua-
renta) anos, que apresentam deficiência intelectual
leve, como síndrome de Down, entre outras.
A priori, houve um planejamento do método
que seria utilizado para a realização dessa atividade,
nomeada “Show da Química Inclusivo”. Subsequen-
temente, foi aplicado um Questionário de Sondagem
Fonte: Própria (2019)
com o intuito de verificar o conhecimento prévio des-
se público inclusivo. Posteriormente, foi desenvolvi- Referente ao QS, a primeira indagação dis-
da e apresentada uma peça teatral contextualizada corria: Você já ouviu falar em Saúde Bucal? Todos os
com o tema “Saúde Bucal”. Posteriormente, foi apli- discentes já ouviram falar sobre a temática da saú-
cado um Questionário Lúdico Avaliativo (QLA), para de bucal, principalmente, pela instituição de ensino
averiguação da internalização dos conceitos por que os mesmos estão inseridos, a qual aborda ações
parte dos discentes com DI. Tanto o QS como o QLA sobre a temática supracitada e outras. Tal resultado
foram constituídos por 4 (quatro) questões objetivas ilustra a importância desse tema, uma vez que, exis-
e bem ilustrativas (com desenhos), intencionando tem diversas problemáticas quando não há cons-
favorecer uma melhor compreensão das alternativas. cientização do alunado. Segundo Narvai (2006), as
condições da saúde bucal e o estado dos dentes são,
4. Resultados e discussão sem dúvida, um dos mais significativos sinais de ex-
No primeiro momento da atividade, foi entre- clusão social. Por conseguinte, a segunda indagação
gue um Questionário de Sondagem para o público questionava sobre a importância de escovar os den-
participante, no intuito de verificar o seu conheci- tes após as refeições. De forma similar, 100% dos
mento prévio na perspectiva da temática abordada discentes afirmaram o quão é importante realizar a
favorecer a troca de saberes entre a plateia, compos- Sucintamente, a terceira interpelação ques-
ta por discentes da FUNAD e a equipe do PET Quí- tionava quais, dentre os objetos apresentados, eram
mica. Vale salientar que, o QS foi adaptado para os utilizados na higiene bucal. Apenas 38% dos discen-
discentes com deficiência, de tal forma que, se utili- tes faziam uso de todos os componentes para cuidar
zou de figuras, na intenção de facilitar todo o enten- da saúde bucal, e 62% não faziam uso do fio den-
dimento e proporcionar um melhor aproveitamento tal e do enxaguante bucal. Nesse sentido, Lisbôa e
da atividade, como evidenciado na Figura 1. Abegg (2006) afirmam que pessoas com estilos de
vida saudáveis, de forma frequente, escovam seus
3º SIMPIF
O cenário averiguado no QS representa um in- sência dos devidos cuidados na escovação, podem
dicativo de que, um país em desenvolvimento, como contribuir para o processo de formação de cáries.
o Brasil, ainda não dispõe de uma prática definida Na sequência, contracenam as três perso-
de saúde bucal e, portanto, uma parcela considerá- nagens responsáveis por combater o surgimento
vel da população não possui acesso a cuidados clí- de cáries, as senhoras “Creme Dental, Escova e Fio
nicos e preventivos de maneira regular (CARVALHO, Dental”, estas expulsam os “Fura Dentes” e explicam
et al. 2010). Entretanto, apesar da ausência de tais detalhadamente a função de cada item correspon-
políticas públicas, é fundamental que esses conhe- dentes a elas, no que tange a manutenção da higiene
cimentos sejam disseminados no âmbito escolar, ob- bucal. Os dois primeiros, atuam na limpeza mecânica
jetivando a educação da saúde bucal, bem como, a dos dentes, todavia, apenas a escovação nem sem-
prevenção da saúde geral dos estudantes. pre é suficiente, já que por si mesma, não é capaz de
Nesse contexto, buscou-se abordar esta te- remover a placa bacteriana e pequenos resíduos que
mática de maneira lúdica, por meio de um teatro quí- se alojam entre os dentes (MACHADO et al, 2018).
mico para essa turma composta por discentes com Dando continuidade à encenação, o garoto
deficiência intelectual leve. Este recurso se destaca acorda de seu sonho e é levado ao odontólogo para
por ser atrativo e de possibilitar a constante inte- examinar sua condição bucal. Tal cena oportunizou
ração entre o professor e o discente, favorecendo o o aprofundamento da discussão sobre a composição
desenvolvimento de uma aula divertida, que difere dos dentes, destacando também que o creme dental
do processo de ensino tradicional (ALVES, 2010). possui flúor, um elemento químico tão importante
Após a aplicação do QS, iniciou-se a aula também para ser aplicado nos dentes e que evita
teatral encenada pelos bolsistas PETianos, com um cáries. Assim como, enfatizou os malefícios atrela-
breve diálogo entre dois garotos, em que um deles dos a má escovação e aos restos de alimentos que
fala sobre a importância de higienizar corretamente ficam presos entre os dentes, caso não faça uso do
a boca após cada refeição e sobre os males atrela- fio dental.
do ao consumo exagerado de doces, enquanto que, Ao longo da explanação, pôde-se constatar a
o segundo garoto ignora o conteúdo da conversa e relevância que está metodologia lúdica diversificada
segue consumindo seu doce, quando repentinamen- promoveu no processo de ensino e aprendizagem,
te, este sente uma dor muito forte em seu dente e visto que, apesar de se tratar de uma turma com-
se dirige rapidamente para casa dos seus pais em posta por discentes com DI, todos apresentaram
busca de ajuda. uma boa compreensão sobre a temática, conforme
Após receber um sermão e os primeiros cui- foi constatado. Isso se deve ao fato de que o conteú-
dados dos pais, o garoto dorme e se recorda dos do foi trabalhado em uma linguagem mais acessível
últimos acontecimentos. É quando que, em seu so- e de forma contextualizada com o cotidiano dos dis-
nho, surgem dois dentes extremamente saudáveis, centes. Nesse contexto, Falconi e Silva (2014), des-
conversando sobre a importância da higiene bucal crevem sobre a importância de recorrer a estratégias
para a saúde humana. Nesse contexto, Carvalho et de ensino diferenciadas, dado que o aluno com DI
al (2010) enfatizam sobre a relevância de promover aprende mais significativamente quando se estabe-
3º SIMPIF
debates reflexivos sobre ações que determinam um lece relações entre os conceitos existentes e o novo
bom nível de saúde bucal e, consequentemente, uma conteúdo.
melhor qualidade de vida para a população. Dessa forma, o teatro se apresenta como um
Com o intuito de aprofundar essa abordagem, recurso de ensino essencial, pois conforme relatam
entram em cena os “Fura Dentes”, que confrontam Medina e Braga (2010), por ser um instrumento de
os “Dentes Saudáveis”, estes explicam como a au- comunicação por excelência, o teatro pode ter um
papel muito importante no processo de aquisição do
conhecimento científico, dado que, essa área do sa- e destroem a camada do dente e a dentina. Como
ber abrange uma imensidão de assuntos que podem consequência, o indivíduo pode sentir dores nessa
ser representados de uma maneira mais interessan- região, sensibilidade com comidas e bebidas doces
te, divertida e agradável. Portanto, a sala de aula e dor ao mastigar.
torna-se um espaço de possibilidades de ampliar Figura 2 - Demonstração e elucidação de como prevenir a cárie.
e cativar os discentes acerca de questionamentos,
provocações e reflexões sobre a natureza da ciência.
A partir do desenvolvimento da atividade lú-
dica, foi possível averiguar o progresso que a turma
obteve por intermédio da apresentação do teatro,
com a utilização de um Questionário Lúdico Avaliati-
vo para análise das informações. Os resultados obti-
dos foram avaliados e seguem discutidos.
A primeira questão do QLA perguntava se os
discentes conseguiram assimilar o que era saúde bu-
cal e a sua importância. Todos responderam que sim. Fonte: Própria (2019).
Na segunda pergunta, os discentes foram Além dos sintomas, a estética bucal pode
questionados sobre os materiais que são utilizados causar incômodo, uma vez que as cáries deixam
na higiene bucal. Existiam algumas alternativas, tan- “buracos” ou até mesmo pode ocasionar a extração,
to com itens necessários para uma boa saúde dos dependendo do acometimento do dente. Nesse con-
dentes como itens que continham produtos prejudi- texto, na terceira questão, foi solicitado para que os
ciais à saúde bucal, isto é, vistos como “vilões” para discentes circulassem figuras que apresentassem os
os dentes. Dessa maneira, os discentes observaram sinais de aparecimento da cárie. Foi constatado que
e responderam que alguns itens possuem o efei- 80% dos discentes conseguiram identificar o apare-
to contrário, trazendo complicações futuras, como cimento da doença, representada por aparecimento
por exemplo, os refrigerantes. Logo, observou-se de “furos” e imagens de dentes que necessitavam de
que 80% dos discentes conseguiram acertar cor- um cuidado mais aprofundado, pois não foram trata-
retamente os produtos para uma boa saúde bucal, dos inicialmente.
porém, os 20% não conheciam que além da escova A quarta e última questão também abordava
e creme dental, também haviam o fio dental e o en- o aparecimento da cárie, na qual trazia ilustrações
xaguante bucal. de sorrisos e solicitava a marcação de um “x” nos
É comum pensar que apenas a escova é que aparentavam um bem-estar com a aparência
fundamental para uma boa higienização, esquecendo dos dentes. Dessa maneira, todos os discentes con-
do fio dental. No entanto, a escovação não remove seguiram identificar as figuras que traziam um bem-
completamente a placa bacteriana das superfícies -estar devido a aparência dentária. Segundo Narvai
dos dentes, sendo necessário a utilização do fio den- (2000), a autoestima pode ser afetada com o não
tal antes, uma vez que as cerdas não conseguem al- tratamento dessa doença, uma vez que a estética do
3º SIMPIF
os participantes, criando situações do contexto so- BELTRAN, Maria Helena Roxo. História da Química e
cial (SOARES et al, 2011). Ensino: estabelecendo interfaces entre campos in-
terdisciplinares. Abakós, v. 1, n. 2, p. 67-77, 2013.
Desse modo, a utilização do teatro como re-
curso educacional lúdico favoreceu a edificação da CARVALHO, J. A.; et al. Educação em Saúde Bucal:
aprendizagem de uma turma de discentes que apre- uma abordagem reflexiva em prol da qualidade de
vida. Revista Práxis, ano II, n. 3, 2010. Disponível
sentam deficiência intelectual, uma vez que foi pos-
em: http://revistas.unifoa.edu.br/index.php/praxis/
sível coadunar o conteúdo científico com exemplifi- article/view/915. Acesso em: 23/08/2019.
cações rotineiras, relacionadas ao cotidiano familiar,
CRESWELL, J. W. W. Projeto de pesquisa: métodos
escolar e social do alunado.
qualitativo, quantitativo e misto. 2. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2010.
5. Conclusão
FALCONI, E. R. M.; SILVA, N. A. S. Estratégias de tra-
Para uma aprendizagem substancial no en- balho para alunos com deficiência intelectual AEE:
sino de Química, deve-se realizar uma adaptação atendimento educacional especializado. 2014. Dis-
metodológica, com recursos didáticos que auxiliem ponível em: https://especialdeadamantina.files.wor-
dpress.com/2014/05/estratc3a9gias-de-trabalho-
o entendimento de conceitos científicos abordados.
-para-alunos-com-di.pdf. Acesso em: 27/08/2019.
Tais ações, devem ser práticas constantes na vida
do educador, concomitante com a vivência dos dis- FRANCISCO JUNIOR, W., Silva, D., Nascimento, R., &
Yamashita, M. (2015). O teatro científico como fer-
centes com DI. Principalmente, quando se aborda
ramenta para a formação docente: uma pesquisa no
questões de interesse social, como a referida temáti- âmbito do PIBID. Revista Brasileira De Pesquisa Em
ca, pois o aluno que se apropria eficazmente desses Educação Em Ciências, 14(3), 079-100. Disponível
conhecimentos desenvolve a capacidade de empre- em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbpec/
article/view/4294; Acesso em 31/08/2019.
gar os novos saberes em seu cotidiano de maneira
significativa. GATTÁS, Maria Lúcia Borges; FUREGATO, Antonia
Regina Ferreira. A interdisciplinaridade na educa-
Destarte, nessa pesquisa foi perceptível que a
ção. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste,
utilização de recursos metodológicos diferenciados v. 8, n. 1, 2016. Disponível em http://www.periodi-
como o teatro lúdico, contribuiu para o ensino inter- cos.ufc.br/rene/article/view/5286/3890 ;Acesso
disciplinar da Química, na temática da saúde bucal, em:31/08/2019
facilitando assim, a compreensão dos discentes com LISBÔA, Isabel Cristina; ABEGG, Claídes. Hábitos de
deficiência intelectual. Uma vez, que, essa estratégia higiene bucal e o uso de serviços odontológicos por
metodológica atribui ao processo de ensino e apren- adolescentes e adultos do Município de Canoas, Es-
tado do Rio Grande do Sul, Brasil. Epidemiologia e
dizagem um caráter mais dinâmico, divergindo do
Serviços de Saúde, v. 14, n. 4, out./dez. 2006.
ensino tradicional e possibilitando melhores condi-
ções de aquisição do conhecimento. MACHADO, G. S.; et al. A importância da higiene
correta para uma boa saúde bucal. In: Jornada
Referências Odontológica da Universidade Brasil, 10, 2018, Fer-
nandonópolis. Anais... JOU, 2018.
ALVES, E. C. Teatro: um olhar lúdico à face do de-
senvolvimento infantil. II Jornada Pedagógica do MEDINA, M.; BRAGA, M. O teatro como ferramen-
3º SIMPIF
Abstract
This article aims to analyze the profile of the reader of the student of Bachelor in Letters, in the modality EAD, of
the IFPB, at Polo Picuí. As a theoretical contribution, it has the contributions of authors such as Failla (2016),
Carvalho (2002), Zilberman (1998), among others. Reading information was collected with 16.5% of the stu-
dents enrolled in the course, describing the profile of these readers. The results demonstrate a total of 91% of
readers, in contrast to 9% of non-readers. Therefore, we also discuss some nuances in the reading “Lato sensu”
among students of higher level, in several researches already carried out in this context.
de não obter o mínimo de conhecimento necessário somente prazer; traz reflexão, dúvida, crítica, proble-
para uma vida independente no sentido de escolher mas e respostas.
por si. Nesse contexto, as pesquisas levantam ques- Apesar de não haver mais proibição da leitura
tões importantes e demandam ações para diminuir de certas obras no Brasil, a proliferação de inverda-
esse problema tão comum em nosso país, nas uni- des por intermédio de fake news, sobretudo veicula-
versidades, entre os estudantes e entre todos os ci- das por redes sociais, por exemplo, acaba censuran-
dadãos afetados por esse problema. do o acesso à verdade e relativizando ainda mais as
informações. Isso torna o ato de ler ainda mais que
2. Referencial teórico
importante nos tempos de hoje, pois a manipulação
No Brasil diversas instituições e meios de co- de informações e a grande quantidade de oferta de
municação se utilizam da pesquisa Retratos da Lei- notícias, torna imprescindível um olhar crítico acerca
tura no Brasil para aferir dados pertinentes sobre do que está sendo dito e lido. E esse olhar crítico não
a leitura. Editoras encontram um suporte essencial é adquirido da noite para o dia; é com o hábito da
para atenuar as possíveis falhas editoriais e investir leitura de diversos autores e temas que torna o leitor
nos pontos fortes levantados pela pesquisa. É uma um crítico legítimo de sua própria dedução.
das pesquisas mais importantes sobre a leitura já O leitor que apenas lê por obrigação, não tem
feita no Brasil e continua sendo utilizada como um o costume de absorver as informações de forma crí-
termômetro para medir o nível e o interesse pela lei- tica e analítica. Ele simplesmente recebe a notícia, ou
tura no país. lê o livro que lhe indicarem com um viés ‘ideológico’
A leitura é um saber extremamente impor- impositivo, sem liberdade de escolha, e o pior, sem
tante na vida humana, mas os principais benefícios a capacidade de identificar tais práticas, tornando
só se manifestam com o usufruto dela como prática uma leitura deturpada. Ou melhor dizendo, não uma
e hábito, como um ato de prazer. E é nesse sentido leitura deturpada, mas uma interpretação deturpada
que o incentivo a essa prática é extremamente im- do que se lê.
portante para o desenvolvimento de um indivíduo e, No Brasil, a difusão da literatura foi censu-
consequentemente, de um país. Não é clichê afirmar rada em dois períodos: durante o Estado
que toda ideia por mais genial que seja, se não for Novo, no qual Getúlio Vargas era presiden-
colocada em prática, continua sendo nada mais do te, e durante os anos da Ditadura Militar.
que uma ideia. Por isso, para essa ideia ser posta Na história, movimentos como a Revolução
Francesa, o movimento juvenil de 1968 na
em prática, é preciso que ela seja escrita e lida por
França e o Iluminismo foram marcados pela
outros da mesma época, e por outros que virão, e
filosofia presente em algumas obras, como
disseminada ao longo do tempo. A desobediência civil, de Henry David Tho-
A leitura pode tornar um “simples” livro em reau (MARIA, 2017)
uma ferramenta tão poderosa que muitos podem se
Segundo a agência FAPESP, de 1970 a 1988,
sentir ameaçados com o que está escrito em deter-
o número de livros censurados ultrapassou a marca
minadas obras. Vale lembrar que, na recente ditadu-
de 140 títulos nacionais (CASTRO, 2011). De cer-
ra no Brasil, diversas obras foram censuradas, não
3º SIMPIF
fazendo com que a leitura fosse algo irrelevante e gação e transparência dos dados, constata-se que
inútil, até mesmo perigosa. a leitura não tem apenas o prazer em sua prática,
Ao se falar do perfil do leitor e do incentivo nem o aprendizado e conhecimento através do que
à leitura, não se pode esquecer jamais o passado. E foi escrito. A autora demonstra que a leitura nesse
por esse motivo é necessária essa abordagem rápi- sentido, alerta e relembra fatos. E quando ela, a lei-
da desse fato que, na verdade, nunca saberemos se tura, dá essa permissão do indivíduo refletir sobre
influenciou em algo na leitura contemporânea, sem tais fatos, e se posicionar criticamente acerca deles,
mencionar na própria produção autoral em si. a importância desse ato de ler se torna imensurável.
Nunca é demais reforçar que esse ato de ler Ainda nesse sentido, quando se trata de po-
transformado em hábito resulta em uma paixão, e sicionamento crítico perante fatos, a leitura permite
essa paixão Descartes (1983, p. 221) expressou com que esse ato seja algo habitual no indivíduo:
maestria resumindo na seguinte frase: “A leitura de
A alfabetização de adultos enquanto ato
todos os bons livros é uma conversação com as mais político e ato de conhecimento, compro-
honestas pessoas dos séculos passados”. metida com o processo de aprendizagem
Essa leitura mencionada por Descartes des- da escrita e da feitura da palavra, simulta-
perta em nossos sentidos a genuína sensação pre- neamente com a “leitura” e a “reescrita” da
tendida pelos autores, que são denominados por ele realidade, e a pós-alfabetização, enquanto
continuidade aprofundada do mesmo ato
de pessoas honestas. Em outros termos, a leitura
de conhecimento iniciado na alfabetização,
por si só é a verdade escrita, não a verdade subjeti-
de um lado, são expressões da reconstru-
va, mas, a verdade que o autor transmite, seja uma ção nacional em marcha; de outro, práticas
ficção ou mesmo um alerta de libertação, o que cabe a impulsionadoras da reconstrução. Uma
ao leitor atento discernir e interpretar. A leitura des- alfabetização de adultos que, em lugar de
perta paixões das mais diversas possíveis, inclusive propor a discussão da realidade nacional e
de suas dificuldades, em lugar de colocar o
as que combatem a repressão. Talvez por isso obras
problema da participação política do povo
tão temerosas foram combatidas na ditadura.
na reinvenção da sua sociedade, estivesse
Com a ampliação do acesso público aos girando em volta dos ba-be-bi-bo-bu, a que
trabalhos da Comissão, cresceram ex- juntasse falsos discursos sobre o país -,
ponencialmente o número de relatos de como tem sido tão comum em tantas cam-
arbitrariedades, prisões, torturas... mas panhas -, estaria contribuindo para que o
também, pode-se romper o silêncio para povo fosse puramente representado na sua
ouvir centenas de depoimentos sobre re- História. (FREIRE, 1988, p.24)
sistência, coragem, bravura e luta. É neste
contexto que surge o projeto “Marcas da
É importante frisar que Freire ao usar o ter-
Memória”, que expande ainda mais a re- mo “alfabetização de adultos” não se refere em uma
paração individual em um processo de re- alfabetização do analfabeto, mas, como dito por ele,
flexão e aprendizado coletivo, fomentando na pós-alfabetização. Ou seja, em outras palavras, o
iniciativas locais, regionais e nacionais que indivíduo que passa ter a leitura como hábito, mes-
permitam àqueles que viveram um passado
mo já alfabetizado formalmente, passa a ter uma ca-
3º SIMPIF
A falta de tempo é o principal motivo alega- mos piorando? Mais brasileiros dizem, em
do por não leitores (32%), leitores (43%) 2015, que não leem porque têm alguma di-
e não estudantes (50%) – que gostariam ficuldade para ler. Entre eles, 17% indicam
de ter lido mais (3/4 dos leitores). Entre os algum problema físico (o que muitas vezes
não leitores, a falta de gosto pela leitura é é argumento para não confessar que não
mencionada por 28%. (FAILLA, 2016) sabe ler). Apesar dessa dificuldade ter sido
mais citada nesta edição, os demais (60%)
A pesquisa também atribui a preferência dos indicam dificuldade de compreensão ou ha-
leitores e não leitores pela TV. Na pesquisa de 2011 bilidade leitora. (FAILLA, 2016)
essa preferência era de 85%, e em 2015 baixou para
Apesar dessa complexidade e dificuldades
73%. Como visto, um índice bastante alto. Compete
entre esses leitores mencionados nos dados da pes-
também com esse meio de entretenimento as novas
quisa, é importante salientar que destes que mencio-
ferramentas online. Redes sociais (35%) e WhatsA-
nam diversas dificuldades, 60% indicam “dificuldade
pp (43%), especialmente no público entre 14 e 29
e compreensão ou habilidade leitora”. Diante desses
anos (FAILLA, 2016, p. 37).
dados, é importante mencionar que um dos maiores
Ao analisar esses dados, pode-se notar um
escritores do último século, Tolkien (1970), criador
imediatismo comum a essa faixa etária mencionada
das obras “Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”, já men-
na pesquisa, visto que os jovens de 14 a 29 anos
cionava que “Não se adquire um bom vocabulário
não conseguem passar muito tempo lendo qualquer
com a leitura de livros escritos conforme uma ideia
tipo de texto, inclusive nos próprios gadgets preferi-
do que seja o vocabulário da faixa etária do leitor. Ele
dos por eles. Muitos jovens que usam o WhatsApp e
vem da leitura de livros acima da sua capacidade.”
demais redes sociais, não estão habituados a lerem
(CARPENTER, 1992, p. 79)
textos longos. O imediatismo e a velocidade com que
Ou seja, Tolkien afirmava que não é preciso
querem acessar tal informação são gigantescos, não
limitar o leitor a determinada faixa etária ou cogni-
querem ficar presos a essa informação e preferem
tiva, pois é assim que ele adquire um bom vocabulá-
logo pular para a próxima. Tal urgência faz com que
rio e até mesmo o estimulo à capacidade de leitura.
mensagens longas sejam ignoradas, ou se tornem
Então, na lógica de Tolkien, esse percentual de 60%
objeto de reclamação pelo tamanho do texto, ou,
de leitores com dificuldade de compreensão não terá
como dizem, “textão”.
êxito com o mero incentivo à leitura de algo mais
A partir disso, é extremamente complexo in-
compreensível. Até porque, nesse sentido, a respos-
centivar esse público a ler mais, a aderir a uma leitu-
ta à pergunta do que seria mais fácil ou compreensí-
ra cotidiana e prazerosa. Se mal conseguem ler um
vel para um leitor passa por diversas subjetividades,
texto longo no WhatsApp, aplicativo tão utilizado por
assim como a tentativa de delimitar faixas etárias
eles, mais difícil ainda é motivá-los a ler um livro in-
para o público nas publicações.
teiro, ou mesmo algumas páginas.
Paulo Freire faz o seguinte comentário sobre
Retratos da Leitura no Brasil também aponta
a compreensão do texto a partir da leitura crítica:
um fato preocupante que tem se agravado ao longo
das pesquisas anteriores realizadas pelo Instituto [...] processo que envolvia uma compreen-
3º SIMPIF
Pró-Livro, no que tange às dificuldades para a leitura. são crítica do ato de ler, que não se esgota
na decodificação pura da palavra escrita ou
Quando comparamos com os resultados da linguagem escrita, mas que se antecipa
das edições anteriores, surge uma preocu- e se alonga na inteligência do mundo. A lei-
pação que coloca em suspenso a avaliação tura do mundo precede a leitura da palavra,
positiva sobre os indicadores de leitura: em daí que a posterior leitura desta não possa
2007, 48% dos não leitores disseram não prescindir da continuidade da leitura da-
ter dificuldades, e, em 2011, 43%. Esta- quele. Linguagem e realidade se prendem
Como nosso objeto de pesquisa engloba o sugerir soluções para a resolução do problema. Uma
público acadêmico inserido na graduação, é impor- das formas que a universidade de Passo Fundo bus-
tante ressaltar o estado da arte desse público e suas cou para o incentivo à leitura e a demonstração de
nuances concernentes à leitura e seu hábito como sua importância foi na própria pesquisa.
prática na academia e fora dela. Muitas pesquisas são realizadas pelos aca-
Há uma cultura alimentada pelo senso co- dêmicos para desenvolver o projeto Teórico
mum, de que estar inserido na universidade é si- Prático de uma Faculdade de Passo Fundo.
Como exposto, toda a ação realizada pelos esse tipo de leitor poderá a vir ser um leitor fiel à
estudantes na pesquisa torna o trabalho de todos própria prática da leitura. Pois quando o leitor sabe
que dele participam, envolvimento interdisciplinar, o que está lendo e entende qual a razão daquele tex-
obrigando-os de forma benéfica e imperceptível, a to lido, a tendência é continuar a prática da leitura.
identificarem em si, o prazer pela leitura. A pesqui- Não se dá continuidade àquilo que não se consegue
sa do qual o artigo em questão se debruça salienta ser compreendido. Ou seja, a chance de um leitor se
a missão de um ensino superior, ou melhor, a lição tornar assíduo neste hábito é maior quando a com-
maior, resgatar leitores em um curto espaço de tem- preensão do que é lido é apreendido de forma habi-
po. Em especial, no ensino da Língua Portuguesa no tual. Isso explica a importância da imersão dos alu-
ensino superior. Quando o estudante termina o ensi- nos nos textos acadêmicos que neste ato terá como
no médio e ingressa o superior, não há uma leitura consequência, a continuidade do hábito da leitura
crítica desenvolvida, salienta o artigo. E nesse senti- pós-ensino superior, levando este, a uma maior faci-
do, a pesquisa-leitura é uma ferramenta comprova- lidade como já dito, na compreensão de diversos gê-
damente eficaz para o desenvolvimento dessa leitura neros do que se lê, bem como também, numa facili-
crítica no ensino superior, o que corrobora para uma dade na escolha dos livros e permanência no hábito.
necessária inserção deste tipo de pesquisa também Quando se trata de um curso superior onde
no ensino médio. Mas os atores nesse processo não serão formados docentes, mensurar a leitura e tra-
são apenas os estudantes. Os professores são coad- çar o perfil desses futuros professores é muito im-
juvantes importantíssimos nesses projetos, tanto na portante para o resultado de uma pesquisa. Princi-
orientação como em indicações específicas de onde palmente em se tratando do curso de Letras, onde há
a pesquisa pode ser mais eficiente. Tanto em termos uma responsabilidade maior na formação de leitores
de cruzamento de pesquisas já findadas, como ba- por estes futuros formados. Nesse artigo de CARVA-
ses essenciais de dados pertinentes à pesquisa. E a LHO (2002), são analisados os perfis de leitores dos
leitura crítica, tão importante como a própria leitura estudantes do curso de Pedagogia, não obstante, a
em si, também é aperfeiçoada nos estudantes com a Licenciatura é vista exatamente como um marco res-
ajuda dos docentes. “Ler é indagar a realidade para ponsável nesse sentido. Sendo assim, a Licenciatura
compreendê-la melhor, é se distanciar do texto e as- tem que assumir também esse papel de inserir a lei-
sumir uma postura crítica frente ao que se diz e ao tura no cotidiano de seus futuros alunos como parte
que se quer dizer, é tirar carta de cidadania no mun- de uma vida social ativa.
do da cultura escrita.” (LERNER, 2002, p.73, apud
Defendo que se desenvolva uma pedagogia
SILVA; BIN, 2017, p.364). da leitura nos currículos das licenciaturas,
Em artigo publicado na Revista Teias CARVA- pois os licenciandos de hoje, às voltas com
LHO (2002) coloca em pauta a leitura comum a to- suas próprias dificuldades, terão em breve
dos os alunos do ensino superior, a leitura de textos a responsabilidade de fazer com que as
acadêmicos. Necessária análise que tem como ob- crianças e jovens usem a leitura e a escrita
dentro e fora da escola para fins sociais de
jetivo descrever a prática da leitura nessa fase, que
comunicação, expressão pessoal, busca e
se inicia com uma leitura mais atenta aos detalhes
3º SIMPIF
possível o funcionamento eficaz dessa formação de Dos dados coletados da pesquisa do referido
leitores atuais dentro de uma universidade, é preci- artigo, podemos destacar as dificuldades encontra-
so elementos importantes que contribuam para que das na leitura entre os universitários, e também as
isso ocorra. estratégias para contornar essas dificuldades. Pri-
meiramente a autora fez uma análise quantitativa:
Defendo, também, uma política de leitu-
ra para a universidade, a começar pela Das 25 alunas sujeitos da pesquisa, apenas
expansão e atualização das bibliotecas e quatro declararam não ter encontrado di-
laboratórios de informática, que deveriam ficuldades na leitura dos textos propostos
permanecer abertos à noite e nos fins de pelos professores. Das 21 que admitiram
semana, e instalação de salas de leitura dificuldades, duas não especificaram os
nas unidades acadêmicas, entre as medi- obstáculos encontrados. As demais identi-
das imediatas. A médio e a longo prazo, ficaram os problemas de leitura e descreve-
outras medidas incluiriam edições a preço ram a maneira pela qual os resolveram ou
de custo de livros para universitários, espe- tentaram resolvê-los; por vezes, indica-
cialmente os clássicos das várias áreas do ram também os textos considerados difí-
conhecimento, que comporiam uma biblio- ceis e as disciplinas em que foram objeto
teca de base; e a realização de seminários de estudo. Uma análise do conteúdo das
e encontros acadêmicos para discussão da respostas revelou que as alunas situam
problemática da leitura na universidade, a fonte de suas dificuldades nos pró-
com a participação de docentes, estudan- prios textos ou na sua condição de leito-
tes e bibliotecários. (CARVALHO, 2002, p.2) ras “despreparadas”. A falta de orientação
dos professores em relação à leitura é
Apesar de publicado há 17 anos, os dados mencionada raramente, em apenas duas
desse artigo são tão importantes hoje como na data respostas: O professor não fez esclareci-
de sua publicação. Já se tinha uma análise lúcida mentos suficientes. Os professores não
do impacto das mudanças na prática de leitura nas desenvolvem estratégias para orientar o
universidades, como bem menciona a autora em sua aluno. (CARVALHO, 2002, p.10)
vasta experiência:
As dificuldades encontradas pelas alunas gi-
“Há trinta anos sou participante e obser- ram essencialmente na linguagem do texto:
vadora atenta das práticas de leitura na
Quanto às dificuldades localizadas nos
universidade, registrando as mudanças
textos, a mais reconhecida é o desco-
que têm ocorrido, desde a época em que
nhecimento do léxico. É possível que as
imperava o livro-texto, ao tempo atual das
alunas, não obstante as informações so-
fotocópias e da internet.” (CARVALHO,
bre leitura que estão recebendo, ainda
2002, p.2).
considerem que a principal fonte de in-
E com toda essa experiência na observação compreensão dos textos seja, como di-
zem, a “nomenclatura desconhecida”,
da prática da leitura nas universidades, principal-
o “problema de vocabulário” e a “falta
mente concernente às licenciaturas, a autora admite
de conhecimento das palavras”. Em se-
a complexidade em conhecer o leitor real. Mas ela
3º SIMPIF
uma amostra de 16,5%. Considerando que outros Como esperado, a maior porcentagem con-
dados ainda serão analisados, os resultados apre- templa o município de Picuí, por estar localizado o
sentados neste artigo ainda representam um teor de Polo do curso de Letras EAD, objeto da pesquisa.
relatório parcial, visto que se pretende aumentar as Quanto ao percentual de gênero da amostra,
análises antes da entrega do relatório final. foi possível constatar que o maior número de res-
Como mencionado anteriormente, a presente postas ocorreu com o gênero feminino, totalizando
investigação se constitui como uma das últimas fa- 88%, em contraste com 12% do gênero masculino.
ses de um projeto maior que pretende avaliar todos O número significativo de mulheres no curso, apenas
os alunos do IFPB, Campus Picuí. Como a pesquisa confirma que, desde muito, no Brasil, as licenciatu-
lida com seres humanos, o projeto de pesquisa foi ras foram predominantemente ocupadas por mulhe-
submetido à Plataforma Brasil e encaminhado para res. Assim, a predominância de mulheres na amostra
análise do Comitê de Ética em Pesquisa do IFPB, ten- da pesquisa foi construída aleatória e reflete o fato
do aprovação mediante parecer consubstanciado de de que o curso de Letras, no âmbito do IFPB, possui
nº 2.313.156. uma clientela majoritariamente feminina, visto que
Os pesquisadores estão seguindo rigorosa- há um número expressivamente menor de homens
mente as orientações do Comitê de Ética em Pesqui- matriculados.
sa do IFPB, no que tange às formalidades de coleta Gráfico 2 - Gênero dos Participantes
de dados, a exemplo do preenchimento prévio do
TCLE - O Termo de Consentimento Livre Esclarecido.
O TCLE foi preenchido pelos alunos de modo a au-
torizar o preenchimento do formulário da pesquisa.
Cabe ressaltar que a coleta de dados foi anônima
e, com isso, os participantes se sentiram à vontade
para responder às perguntas da forma que achasse
mais conveniente, inclusive sem ter ciência do que
os demais responderam.
A seguir, temos o gráfico que representa o Com base neste gráfico, pode-se constatar
período cursado pelos participantes no ato da en- que a modalidade EAD possibilita e facilita do acesso
trevista da pesquisa. Conforme se percebe, a cons- inicial à academia, como demonstrado no gráfico 3,
trução aleatória da amostra permitiu uma redução de faixa etária. Existe uma grande possibilidade do
na amostragem dos alunos do 2º e 8º período em ingresso de indivíduos que já trabalham e estão ten-
relação aos demais. do acesso, de certa forma tardio, ao ensino superior.
Gráfico 4 – Período cursado pelos participantes Além disso, o Gráfico 5, a seguir, constata a
experiência educacional dos estudantes antes de in-
gressarem no IFPB, revelando que 85% deles, são
oriundos de escola pública na sua formação do ensi-
no médio, o que revela o aspecto social que a insti-
tuição oferece a estes estudantes.
gui o leitor e o não leitor a partir da resposta a esta guinte, estimuladores (ou não) do hábito da leitura
pergunta, tal como segue: Leitor é aquele que leu, in- na próxima geração brasileira. Como podemos ver
teiro ou em partes, pelo menos 1 livro nos últimos 3 a seguir:
meses. Sendo assim, o não leitor é aquele que decla-
A justificativa para a presença do texto lite-
rou não ter lido nenhum livro nos últimos 3 meses, rário na sala de aula é a necessidade de co-
mesmo que tenha lido nos últimos 12 meses. Logo, nhecimento, por parte do aluno, da história
com a amostra que temos, apenas 9% dos entrevis- da literatura nacional, sua tradição e mem-
tados é considerado não leitor, contrapondo-se com bros mais ilustres [...]. Assim, o estímulo à
Apesar do número de não leitores ser baixo, pesquisa nacional demonstra que as mulheres leem
é preocupante por estarmos entrevistando alunos mais que os homens, o que também foi mencionado
de Letras. Sendo assim, é preciso uma investigação em artigo publicado em um dos maiores portais de
maior para sanar ou amenizar e identificar o proble- vendas de livros do Brasil, a Saraiva, senão vejamos:
ma, já que se trata de futuros docentes da língua ma- As mulheres leem mais no Brasil, como de-
terna do país. monstra a pesquisa Retratos da Leitura no
De outro modo, embora tais estudantes se- Brasil, do Instituto Pró-Livro. Os dados re-
jam considerados leitores pelo Instituto Pró-Livro, o velam que 55% dos leitores brasileiros são
mulheres – elas consomem, em média, 5,3
gráfico revela um dado preocupante no que tange
livros por ano contra os 4,7 livros anuais
ao perfil de profissional que o IFPB estará forman-
lidos pelos homens. (MAGALHÃES apud
do, visto que estamos diante de um curso de Licen- INSTITUTO PRÓ-LIVRO, 2017)
ciatura em Letras (Habilitação Língua Portuguesa),
em que a Literatura e o estímulo à leitura são con- Lourdes Magalhães, autora do artigo, é presi-
3º SIMPIF
dições “sine qua non” para o exercício da profissão dente da Primavera Editorial e, no seu artigo, men-
em foco. Assim, se considerarmos que esses alunos ciona também dados internacionais similares ao da
são de um curso que obrigatoriamente necessita de pesquisa nacional, em que se constata que as mu-
um consumo mais frequente e intenso de obras lite- lheres também leem mais.
rárias, entre outros gêneros, estamos diante de um Um outro estudo, conduzido pelo Instituto
número preocupante, visto que estes serão os futu- QualiBest, revelou que as mulheres inter-
ros professores de Língua Portuguesa e, por conse- nautas também leem mais: 55% leem pelo
menos um livro por mês contra 42% dos do número hegemônico de leitores (em contraponto
homens. Nessa pesquisa, 65% afirmaram aos não leitores) na constituição do referido curso.
que leem por prazer, sendo ficção e roman-
Restam ainda a discussão de mais de 30 perguntas
ce os gêneros preferidos. Mas, como não
que foram submetidas aos estudantes e estão sendo
posso pecar pelo ufanismo, adianto que
esse não é um fenômeno brasileiro. Pes-
investigadas para trabalhos posteriores, de modo a
quisas internacionais comprovam que as retratar melhor e mais precisamente a amostra.
mulheres consomem mais cultura, ou seja, Como estamos lidando com o curso de Letras
leem mais literatura de qualidade; assis- com Licenciatura em Língua Portuguesa, uma pes-
tem mais peças teatrais e filmes; visitam quisa que traça o perfil do leitor nesse curso e na
museus e exposições; e são maioria nas
modalidade EAD é extremamente importante com
plateias de espetáculos de dança. Como se
vistas a oferecer dados à coordenação do curso e à
não bastasse, elas ocupam a maioria das
cadeiras nos cursos de humanidades. Na instituição, de modo geral, de modo a pensar políti-
Europa e Estados Unidos, por exemplo, su- cas educacionais que melhorem, ainda mais, a for-
peram os homens na leitura de ficção. (MA- mação destes futuros professores. Assim, ao expor
GALHÃES, 2017) neste artigo o estado da arte da leitura neste curso,
esperamos apresentar demandas que provoquem
Nessa pesquisa internacional, constatou-se
resoluções por parte dos agentes educacionais, no
também que as mulheres ocupam a maior parte dos
sentido de fomentar ainda mais a leitura, de modo a
cursos de humanidades. Na nossa pesquisa local,
construir hábitos que acompanhem a futura prática
percebeu-se também a mesma tendência, pois como
docente destes estudantes.
já mencionado, a predominância no curso de Letras
Polo Picuí, é feminino. Referências
Girlene Marques Formiga A partir de perspectivas teóricas que reconhecem o lugar do leitor nos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e estudos literário, surgiu o interesse de pesquisarmos metodologias de
Tecnologia da Paraíba ensino da literatura sob o viés da recepção e do efeito estético, funda-
mentos da leitura subjetiva, cujo papel precípuo é aproximar o leitor
do texto literário. Desse modo, este trabalho, realizado durante inves-
tigações afeitas a projetos de pesquisa no IFPB, tem como objetivo
apresentar os principais conceitos teóricos da Teoria do Efeito Estético
pertinentes a este estudo, realizar um mapeamento da experiência es-
tética a partir da leitura do conto “A infinita fiandeira”, de Mia Couto,
e propor uma sequência didática para leitura literária. Nesse sentido,
utilizamos como aporte teórico Compagnon (2010), Santos (2009) e
Rouxel (2013a; 2013b). Metodologicamente, a pesquisa se classifica, quanto à abordagem, como qualitativa de
cunho analítico-interpretativo. Como resultados parciais, compreendemos que a efetiva formação do leitor lite-
rário – leitor para além do ambiente escolar e mesmo após o término do Ensino Básico – requer procedimentos
metodológicos que ultrapassem o estudo imanentista do texto literário, de modo que também se dê atenção à
experiência pessoal do leitor, enquanto sujeito ativo do processo de interação com texto.
Palavras-chave: Metodologia do ensino de literatura. Leitura literária. Teoria do efeito estético. Mapeamento da
experiência estética. Sequência didática.
Abstract
From the theoretical perspectives that recognize the place of the reader in the literary studies, the interest arose
to research methodologies of literature teaching under the reception bias and the aesthetic effect, foundations
of the subjective reading, whose primary role is to bring the reader closer to the literary text . Thus, this work,
carried out during investigations aimed at research projects at the IFPB, aims to present the main theoretical
concepts of the Theory of Aesthetic Effect pertinent to this study,to carry out a mapping of the aesthetic expe-
rience through the reading of Mia Couto’s short story “A infinita fiandeira” and to propose a didactic sequence for
literary reading. In this sense, we use as theoretical contribution Compagnon (2010), Santos (2009) and Rouxel
(2013a, 2013b). Methodologically, the research is classified, as regards the approach, as qualitative analytical-
-interpretative. As partial results, we understand that the effective training of the literary - reader reader beyond
the school environment and even after the end of Basic Education - requires methodological procedures that
go beyond the imanentista study of the literary text, so that attention is also paid to personal experience of the
reader, as the active subject of the interaction process with text.
Keywords: Methodology of literature teaching. Literary reading. Theory of aesthetic effect. Mapping the aesthetic
experience. Following teaching.
e sobre o conjunto de normas e de valores que nor- todológicas na formação docente”, que apresenta
teiam a sociedade, propiciando, por sua vez, o de- como um dos seus objetivos específicos a propositu-
senvolvimento da sua criticidade. ra de procedimentos metodológicos para o texto lite-
Nesse contexto, Colomer ainda acentua que rário como forma de ampliar abordagens adequadas
“[a] educação literária serve para que as novas ge- à formação de leitores da educação básica.
rações incursionem no campo do debate permanen- Diante disso, neste artigo, a fim de contribuir-
te sobre a cultura, na confrontação de como foram mos no sentido de trazer metodologias que busquem
construídas e interpretadas as ideias e os valores favorecer a criação de laços afetivos com a leitura –
que a configuram”. Por conseguinte, ensinar e es- meio efetivo de ser formar o leitor literário (ROUXEL,
tudar literatura consistem em “[...] desenvolver uma 2013a), visamos a apresentar os principais concei-
capacidade interpretativa, que permita tanto uma tos teóricos da Teoria do Efeito Estético pertinentes
socialização mais rica e lúcida dos indivíduos como a a este estudo, a realizar um mapeamento da expe-
experimentação de um prazer literário que se cons- riência estética a partir da leitura do conto “A infinita
trói ao longo do processo. O aprendizado, então, se fiandeira”, de Mia Couto, e a propor uma sequência
concebe centrado na leitura de obras.” (COLOMER, didática para leitura literária. Para tanto, utilizamos
2007, p. 29). como aporte teórico Compagnon (2010), Santos
Esses são apenas alguns dos inúmeros mo- (2009) e Rouxel (2013a, 2013b).
tivos que há para se ler literatura, mas, apesar de Metodologicamente, a pesquisa se classifi-
toda a importância que ela assume, o cenário da lei- ca, quanto à abordagem, como qualitativa de cunho
tura do Brasil ainda é insatisfatório. De acordo com analítico-interpretativo. Nosso percurso metodoló-
o PISA 20161 – Programme for International Student gico parte de uma revisão bibliográfica acerca do
Assessment (Programa Internacional de Avaliação aporte teórico que fundamenta a pesquisa, sobretu-
do Estudante), na área de leitura, entre os 70 paí- do, no que diz respeito a estudos da Teoria do Efei-
ses avaliados, o Brasil ficou na 59º posição, sinal de to Estético. Em um segundo momento, realizamos a
que há algo não está funcionando satisfatoriamente leitura do conto “A infinita fiandeira”, de Mia Couto,
no processo de formação de leitores em nosso país, com o fito de realizarmos o mapeamento da expe-
fato que suscita algumas indagações, como: Onde riência estética e registrá-lo de forma descritivo-
estaria a fonte desse problema? Na escola, que não -explicativa, mediante a apresentação dos eventos
garante o lugar da literatura dentro de seus muros? relacionados a essa experiência e seus respectivos
Nas metodologias empregadas pelos professores conceitos segundo Iser (apud SANTOS, 2009), para,
em sala de aula? Nas famílias, que não motivam as por fim, propormos a sequência didática, elaborada
crianças e jovens a lerem? tendo como norte os fenômenos materializados du-
Questões como essas nos impulsionam a rante a interação texto-leitor real.
buscas de respostas com vistas a minimizar esse
2. Concepções teórico-metodológicas
cenário. Para este trabalho especificamente, defini-
mos investigar metodologias que busquem a aproxi- A crítica literária, entendida como “um dis-
mação do leitor ao texto literário. Desse modo, esta curso sobre as obras literárias que acentua a expe-
3º SIMPIF
pesquisa está inserida no contexto da formação ini- riência da leitura, que descreve, interpreta, avalia
cial de professores do curso de licenciatura em Le- o sentido e o efeito que as obras exercem sobre os
tras, habilitação em Língua Portuguesa, modalidade (bons) leitores [...]” (COMPAGNON, 2010, p. 21),
EaD, do IFPB, por meio do projeto de pesquisa em tem um percurso marcado pela ênfase dada a um
execução, “Ensino de Literatura: implicações me- dos elementos do processo de comunicação em que
estão inseridos autor, texto, leitor e contexto.
1 Penúltimo PISA. O último, realizado em 2018, terá seus
resultados apresentados somente em dezembro de 2019.
Se em um dado momento histórico a crítica çou-se apenas sobre os elementos do texto literário
estava interessada em saber o que o “autor quis (e não sobre os do leitor) responsáveis por desenca-
dizer”, noutro era a materialidade textual a respon- dear o “acontecimento” (significação) liberado pela
sável por todas as respostas. Em “O demônio da referida interação.
teoria”, Compagnon (2010) discute as perspectivas Sendo assim o leitor fictício, “correspon-
analíticas adotadas pela crítica literária, assentadas dente ao leitor-modelo de Umberto Eco” (SANTOS,
na própria literatura, no autor ou no mundo. À tríade 2009, p. 96), e também o leitor real são orientados
literatura-autor-mundo (contexto) é acrescentado por quatro perspectivas textuais: a ficção do leitor, a
o leitor como perspectiva analítica, mas tal acrés- perspectiva do narrador, das personagens e do en-
cimo é visto como extremismo, assim como fora o redo. De acordo com Santos (2009, p. 105), “tais
formalismo, já que para Compagnon (2010, p. 137, perspectivas possuem pontos de interseção origina-
grifo nosso) há “de um lado, as abordagens que ig- dos da indeterminação semântica, os lugares vazios.
noram tudo do leitor, e do outro, as que o valorizam, Nenhuma perspectiva por si própria fornece o ponto
ou até o colocam em primeiro plano na literatura, de vista que o leitor deverá assumir”, mas o convida,
identificam a literatura à sua leitura”. É justamente à sua maneira, a preencher esses lugares.
no “lado” das abordagens responsáveis por colocar Wolfgang Iser não se ateve em projetar
o leitor “em primeiro plano na literatura” que está protocolos de leitura que desse conta da análise
a teoria do efeito estético de Wolfgang Iser (apud dos acontecimentos resultantes da interação leitor-
SANTOS, 2009) e, consequentemente, as consi- texto, no entanto, a sua teoria subsidiou pesquisas
derações sobre o leitor subjetivo de Annie Rouxel como as de Santos (2009) e Rouxel (2013a, 2013b),
(2013b). que centralizaram suas atenções nos produtos resul-
Entender a obra literária como resultado da tantes da referida interação. Annie Rouxel (2013b)
interação texto-leitor não é dispensar as peculiari- inquieta-se com as indicações do texto como con-
dades do texto, mas entender que elas se concreti- dutoras de sentido e, assim como Santos (2009),
zam na presença de um leitor implicado. Como tam- deseja saber o que acontece com o leitor real no ato
bém não é dispensar as particularidades do leitor, da leitura.
suas experiências e informações pré-existentes, mas Nas críticas direcionadas à leitura analítica
compreender como tais experiências e informações dos textos literários na escola, Rouxel (2013b, p.
são convocadas no ato da leitura. 195) oferece como alternativa a leitura cursiva, des-
Santos (2009, p. 92) explica que “para des- crita como forma livre, direta e corrente da leitura,
crever o efeito estético é necessário analisar o pro- diferindo da analítica por ser mais rápida e por não
cesso de leitura, uma vez que tal efeito é evidenciado se ater aos detalhes do texto. A leitura cursiva esta-
apenas ao se ler o texto. Descrever o processo de ria preocupada muito mais com a percepção do texto
leitura é, portanto, observar também os processos literário em sua totalidade.
provocados pelos textos literários”. Nesse sentido Santos (2009), por sua vez, parte da teo-
vemos que não há fixação em um dos polos – leitor ria iseriana de interação texto-leitor e a ultrapassa
e texto – mas na interseção entre eles. Quando se quando propõem sua articulação com a teoria vygot-
3º SIMPIF
fala em efeito estético faz-se necessário dois escla- skiana, como forma de alcançar o leitor real, con-
recimentos: 1) o efeito não é exclusivo nem do lei- forme passaremos a ver no mapeamento realizado
tor nem do texto e 2) “o adjetivo estético indica as mediante leitura literária.
propriedades imaginativas e perceptivas do leitor” Realizada revisão bibliográfica acerca da fun-
(SANTOS, 2009, p. 93). damentação teórica que embasa nossa pesquisa, a
Ainda que o processo de leitura se dê na inte- seguir apresentaremos o mapeamento da experiên-
ração texto-leitor, Iser (apud SANTOS, 2009) debru- cia estética realizada a partir da interação com o con-
to “A infinita fiandeira”, de Mia Couto. Por oportuno, mos, ao preencher o vazio, segundo Santos (2009)
sempre que necessário recorremos aos conceitos dos apoiada em Iser, a configuração da negatividade.
fenômenos estéticos vivenciados durante a leitura. Conforme descreve Santos (2009, p. 114-115), a
A escolha do conto “A infinita fiandeira”, de estrutura de negatividade presente nos textos ficcio-
Mia Couto, teve uma dupla motivação neste trabalho: nais possuem três aspectos fundamentais: 1) “por
demonstrar o resultado do mapeamento estético do ser o ‘nada’ entre as posições, a negatividade pode
texto, bem como revelar a polissemia de um texto assumir diversas tarefas simultaneamente, possi-
considerado literário de boa qualidade. bilitando a compreensão tais posições”; 2) a nega-
tividade pode determinar e superar deformações
3. Mapeamento estético do conto “A infinita
enquanto medeia a apresentação e a recepção; e 3)
fiandeira”, de Mia Couto
exige que o leitor posicione-se no texto e determine
De acordo com o que anunciamos anterior- um sentido para ele.
mente, nesta seção apresentamos um mapeamento A resposta ao vazio, como podemos observar,
da experiência estética vivenciada durante o pro- se dá mediante o movimento do processo protensão
cesso de interação do leitor com o texto literário, a e retenção. O leitor, à medida que vai lendo o texto,
partir do que foi proposto por Santos (2009). Consi- retém em sua memória, informações pertinentes à
deramos como mapeamento o detalhamento do pro- compreensão da leitura (retenção), e ao se deparar
cessamento da leitura em nível cognitivo realizado com a temática novamente (protensão), num proces-
mediante a utilização de conceitos desenvolvidos so de seleção, agrega tais informações, construindo
por Iser em seus estudos da Teoria do Efeito Estéti- sentido para sua leitura.
co. Com efeito, para este trabalho utilizamos os se- Ainda no primeiro parágrafo surge mais um
guintes fenômenos assentados na mencionada teo- vazio: suas teias eram “[...] de todos os tamanhos
ria: vazio, retenção e protensão, looping, e quebra da e formas. [...] mas não lhes dava utilidade.” (AIF,
good continuation, para o estudo do conto “A infinita 2009, p. 73),2 então, para que ela faz teias?
fiandeira”, de Mia Couto, objeto da nossa proposta A leitura do segundo e terceiro parágra-
de sequência didática. fos não nos permite a elaboração de uma resposta
Os vazios textuais, como descreve Santos para este vazio, mediante o mesmo movimento de
(2009, p. 111), “são constituintes do texto, deri- protensão e retenção, já mencionado. Em resposta
vados de pontos de indeterminação textual”, que à incompreensão da mãe, revela: “– Não faço teias
devem ser preenchidos pelos leitores. O leitor, ao por instinto./ – Então, faz porquê?/ – Faço por arte.”
preencher os vazios, conecta-se ao sentido dado (AIF, 2009, p. 73-74). Frente à resposta lacônica, a
pela interação texto-leitor. Nessa perspectiva, no reação da mãe e do pai é descrita na passagem se-
conto “A infinita fiandeira”, o título pode indicar um guinte:
vazio, que se processa em forma de especulação Benzia-se a mãe, rezava o pai. Mas nem
acerca do papel da fiandeira na narrativa, bem como com preces. A filha saiu pelo mundo em ofí-
de suas qualidades: seria uma mulher cujo trabalho cio de infinita teceloa. E em cantos e recan-
é artesanal? Seria ela a protagonista na narrativa? A tos deixava a sua marca, o engenho da sua
3º SIMPIF
presença do adjetivo “infinita” antes do substantivo seda. Os pais, após concertação, a manda-
ram chamar. A mãe: – Minha filha, quando é
“fiandeira” estaria apontando para a sua imortalida-
que assentas as patas na parede? E o pai:
de de modo particular, ou, de modo mais abrangen-
– Já eu me vejo em palpos de mim...
te, para a imortalidade da função de fiandeira?
Adiante, no parágrafo introdutório da narrati-
va, a resposta abrupta de que a fiandeira não é uma
2 Usamos como referência das citações do texto literário
mulher, mas uma aranha que confecciona teias. “Te- a forma abreviada AIF (A infinita fiandeira).
Em choro múltiplo, a mãe limpou as lágri- quebrar a expectativa do leitor, que o conto em aná-
mas dos muitos olhos enquanto disse: – Es- lise revela o seu potencial literário.
tamos recebendo queixas do aranhal.
Desiludidos com a atitude incomum ao mun-
– O que é que dizem, mãe? – Dizem que isso
do das aranhas, os pais tomam uma segunda atitu-
só pode ser doença apanhada de outras
criaturas. (AIF, 2009, p. 74).
de, reclamam do comportamento humano da filha,
e, consultando o Deus dos bichos, pedem que a tor-
Como podemos perceber, o fato de a aranha nasse humana.
não seguir os padrões da espécie era causa de des-
E assim sucedeu: num golpe divino, a ara-
gosto dos pais e discriminação da comunidade das
nha foi convertida em pessoa. Quando ela,
aranhas. Os pais, em busca de uma solução, suge-
já transfigurada, se apresentou no mundo
rem um namorado para aranhinha, certos de que aí dos humanos logo lhe exigiram a imediata
estava o seu problema. identificação. Quem era, o que fazia? – Faço
De acordo com o narrado anteriormente, às arte. (AIF, 2009, p. 75).
Como revela Santos (2009, p. 112) o concei- Esse desfecho inesperado possibilita o mo-
to de good continuation é retirado da gestalt e colo- vimento de looping ao leitor, levando-o ao início do
cado como sinônimo de concetabilidade, “indicando texto, permitindo a elaboração de um vazio final: se-
uma ligação consistente de dados da percepção já ria essa aranha um humano artista que foi transmu-
esperada pelo recebedor”. Desta forma, a quebra da tado em aranha devido a sua inadequação social?
3º SIMPIF
conectabilidade implica em suspenção das expecta- Até agora os vazios textuais estavam sendo
tivas da good continuation. Outrossim, “[s]e os va- apresentados no nível semântico do texto. Nesse
zios são responsáveis pela interrupção da good con- nível de análise, o leitor é capaz de gerar sentido
tinuation, originando uma condição para a formação para as imagens suscitadas por meio, por exemplo,
de uma nova imagem, então eles ganham relevância de metáforas e analogias. Um nível mais elevado de
estética” (SANTOS, 2009, p. 112). É também por apreensão da leitura é o pragmático, em que se in-
vestiga o dito nas entrelinhas do texto.
No conto “A Infinita fiandeira”, o leitor se de- da leitura dá sentido aos textos de ficção.” (SANTOS,
para com o dito: a aranha é excluída do “aranhal” e 2009, p. 92). E como objetivo mediato dar voz ao lei-
passa a existir, ainda como artista, no mundo huma- tor, deixando de dar prioridade às análises imanen-
no. Mas, por debaixo do que está sendo apresenta- tistas, com o intuito de tornar a leitura literária mais
do, existem informações que precisam ser escava- atraente, haja vista as possibilidades de sentido que
das pelo leitor. Retomando a ideia de negatividade lhe confere o texto.
− que, de acordo com Santos (2009, p. 114), pode A proposta tem duração de 2 (duas) aulas,
ser compreendida como “a duplicação do texto for- em torno de 1(uma) hora cada uma, e utiliza como
mulado pelo que não está sendo formulado” ou, nas material o texto literário, post-it e caneta para os re-
palavras do próprio Iser (1999a, v.2, p. 191 apud gistros da experiência estética.
SANTOS, 2009, p. 114), “sendo o não dito, ela cons- Antes da leitura, o professor demonstrará,
titui o dito”, − ressaltamos a presença de um debate por meio de outro conto, como aconteceu sua ex-
que pode, ou não, ser vivenciado pelo leitor em posi- periência estética. Nessa fase, não há necessidade
ção de implicitude em relação ao texto. de conceitualização, como demonstramos na seção
Ao trazer a ideia de uma comunidade de ara- anterior. Cabe ao professor apenas demonstrar os
nhas, regida por regras rígidas, em que toda a ação fenômenos, de modo que os alunos possam perceber
– particular ou coletiva – deveria resultar em produ- como ele acessou os sentidos construídos durante
to útil e que em tal comunidade não haveria lugar sua leitura.
para expressões artísticas, o leitor passa a construir Em seguida, partindo para o conto “A infinita
um dito a partir do não dito: o sistema capitalista fiandeira”, o professor realizará a leitura em voz alta
não prevê espaço para a arte e para o artista. A afir- com os alunos acompanhando em leitura silenciosa,
mação extraída dessa inferência é logo confirmada e, posteriormente, os conduzirá com questionamen-
quando a aranha é transmutada para a forma hu- tos relacionados ao texto, concedendo-lhes pausa
mana e continua a se vê imersa numa sociedade que para os registros nos post-its:
igualmente rejeita a produção de “pouco rentáveis 1. (Ao ler o título) O título lhe permite saber quem é
produtos”. esta fiandeira? Para você, como é esta fiandeira?
Realizado o mapeamento, na próxima seção, 2. (Ao ler o primeiro parágrafo) Sua inferência foi
propomos uma sequência didática, elaborada tendo confirmada ou negada? Explique como você
como norte os fenômenos materializados durante a chegou a essa resposta?
interação texto-leitor real. 3. (Ao ler a passagem que os pais decidem que a
aranha precisa de um namorado). A protago-
4. Sequência didática: uma proposta de leitura
nista não se encaixa nos padrões de seu meio,
literária
então os pais lhe arrumam um namorado. O que
A partir do mapeamento da experiência es- você acha que vai acontecer com ele?
tética que elaboramos, trazemos uma sequência di- 4. (Ao ler a passagem seguinte) O que você imagi-
dática, que pode ser implementada tanto nos anos nou foi confirmado ou não? Como você chegou a
finais do Ensino Fundamental quanto no Ensino Mé- esse sentido? Quais informações você confron-
3º SIMPIF
dio. tou?
É importante ressaltarmos que esta sequência 5. (Ao ler o excerto em que o Deus transformou a
tem como objetivo imediato proporcionar aos alunos aranha em humana) A aranha foi transformada
o conhecimento acerca da construção de sentido do em humana. Você acha que ela agora será aceita
texto literário mediante sua experiência estética; em entre os seus?
outras palavras, por esta sequência o leitor poderá 6. (Após ler o desfecho do conto) Suas impressões
conhecer o que acontece consigo “quando através foram confirmadas? Descreva como ocorreu em
sua mente ao saber o que aconteceu com a pro- duzir a uma leitura analítica, em que são ressaltados
tagonista. aspectos do texto literário como: tipologia do nar-
Após a leitura conduzida pelo professor, os rador, características dos personagens, intenção do
alunos compartilharão suas experiências, a fim de autor, tempo, espaço e demais categorias inerentes
fazer notar que pode existir múltiplas leituras do tex- à literatura. Tais questionamentos, por conseguinte,
to literário, cabendo ao professor, contudo, mediar facilitam a inscrição do sujeito no ato de leitura: seus
possíveis desvios na construção de sentido do texto pontos de vista são fundamentais para a realização
literário. do texto literário. Como dissemos, é o leitor quem
A avaliação consistirá em verificar se o obje- preenche os vazios textuais e dão sentido a ele.
tivo imediato da sequência foi alcançado, no intuito Priorizar o leitor não é o mesmo que des-
de aperfeiçoar o método de ensino de literatura em prezar a literatura, ou, de algum modo, distorcê-la.
próximas leituras. Com a reiteração da prática ao É promover uma relação de implicitude do leitor na
longo das aulas, o professor poderá perceber se os obra literária, em que passam a falar num único tem-
alunos se apropriaram do método, contribuindo para po-espaço: texto e leitor. É preciso entender que o
a aproximação dos alunos ao texto literário. texto literário (o polo artístico), apesar de convocar,
Como podemos perceber, a sequência é me- através de sua estrutura, a presença do leitor (polo
ramente exemplificativa, uma vez que decorre de estético) para que venha fazer sentido, não permi-
uma experiência pessoal de leitura. Não obstante a te que sejam geradas distorções significativas de
subjetividade que permeia os questionamentos des- sentido. Recorrendo à pesquisa de Santos (2009, p.
ta proposta, é possível perceber que toda os ques- 107), podemos refutar possíveis afirmações sobre
tionamentos têm amparo no texto literário, contudo devaneios interpretativos na abordagem defendida
é a perspectiva do leitor que é levada em considera- do texto literário quando ela diz que os fatores sub-
ção, e não a imanência do texto. jetivos influenciam significativamente a maneira de
perceber o elemento textual e o seu contexto, porém
5. Considerações finais
“as leituras meramente subjetivistas ou impressio-
Com o levantamento bibliográfico realizado, nistas, não ancoradas nas estruturas do texto, são
vimos que a teoria do efeito estético coloca-se como descartadas”.
uma inovação ao sugerir o leitor como protagonista Ao escolher um texto para ser lido em sala de
no processo de comunicação em que estão inseri- aula, o professor deve estar atento às possibilidades
dos, além dele, o texto literário, o autor e o contexto. interpretativas do texto. Ou seja, quanto mais vazios
Faz necessário dizer que, embora a teoria iseriana ele contém, maior é a exigência de um leitor impli-
seja a base para a elaboração e implementação de cado na leitura. Um texto sem vazios é um texto sem
práticas de leitura na escola, ela requer a partici- perguntas e sem respostas e, em sendo esse texto
pação de teorias e teóricos complementares, uma levado para a sala de aula, qual papel que teriam o
vez que não alcança o leitor real. No corrente tra- professor e o aluno diante dele? Que possíveis con-
balho, sugerimos o mapeamento estético proposto tribuições daria o leitor?
por Santos (2009), que, levado para a sala de aula,
3º SIMPIF
Referências
ganhou forma com a garantia da participação de
um aluno autônomo em seus processos de escolha, AGUIAR, Vera Teixeira de; BORDINI, Maria da Glória.
Literatura: a formação do leitor, alternativas meto-
como prevê Rouxel (2013a, 2013b).
dológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.
Embora as orientações de Rouxel (2013a,
2013b) não tenham sido marcadas na proposição da BARTHES, Roland. Aula. Tradução de Leyla Perrone-
-Moisés. São Paulo: Cultrix, 1977.
sequência didática, elas são inferidas a partir da per-
cepção de que os questionamentos não buscam con-
3º SIMPIF
Abstract
In this research, our focus is the writing part of ENEM’s test and a textbook. The textbook was chosen because
it sometimes is the only resource used by teacher in the classroom and it also is the student’s study material,
one of the means which they prepare themselves for ENEM. However, the number of zeros in the writing part in-
creases every year, so, we’ll try to analyze the conception of write presented in school books and on ENEM exam,
we will also try to identify what kind of writer the book shapes and which one the ENEM is looking for. This is a
descriptive research, and also interpretative, once it describes and analyses data to obtain results. The book
and the writing part of 2017’s ENEM constitute this essay’s corpus. The analysis will base itself on the theory of
conception of writing presented by Sercundes (1994) and by Bronckart (1999). By presenting the characteristi-
cs of genre, study of the subject and rewriting work, we can tell that the book does its function of trying to create
individuals capable of elaborating a text requested by exam, but it’s believed that only working with the genre
in a unite only is insufficient to acquire a good grade on the exam. It’s concluded that, besides not interrupting
the rewriting, present in the selective process, the ENEM also approaches the conception of writing as process.
nas os avaliadores leem o texto. No entanto, isso não modifica e interpreta o mundo em que ele se encon-
o descaracteriza enquanto gênero, pois, segundo tra.” A pesquisa qualitativa está mais relacionada ao
Souza (2003, p. 73), atende a uma demanda social levantamento de dados e tenta compreender e inter-
e sua função é “fundamentalmente, comprovar a pretar comportamentos, opiniões dos indivíduos de
competência linguístico-discursiva do indivíduo, seja alguma população.
ele candidato a uma vaga na Universidade ou a uma Na nossa pesquisa, tentaremos compreender
empresa pública ou privada, que julgue essa com- e interpretar a concepção de escrita, e, através das
petência necessária ao desempenho profissional de análises necessárias, descobrir se o livro didático
seus funcionários.”. Além disso, segundo essa auto- está fazendo do aluno realmente um escritor, para
ra, a escola deve “valorizar o propósito comunicativo realizar a prova de redação do ENEM.
do gênero dissertação, mesmo que sua recepção se
4. Resultados da pesquisa
restrinja ao contexto da sala de aula ou da própria
instituição.” (p. 73)
Concepção de escrita adotada no livro didático e
No ENEM, a banca que elabora a produção
na prova de redação do ENEM
textual apresenta as seguintes condições de pro-
dução: definição do gênero – texto dissertativo-ar- A prova de redação do ENEM trabalha com a
gumentativo que deve ser estudado previamente, concepção de escrita enquanto processo. O gênero
seja na escola com o professor ou em casa com a a ser solicitado já é previamente sabido por todos os
cartilha do participante disponibilizada todo ano no candidatos, que deverão elaborar um texto disserta-
site do Inep –; o tema – a prova traz em média três tivo-argumentativo. Sua estrutura é definida na car-
textos que abordam o tema, pois acredita-se que o tilha do participante disponibilizada no site do Inep
candidato precisa ler sobre para ter o que escrever (2017) e contém as seguintes informações:
–; o público-alvo – professores da Língua Portuguesa
a proposta exige que o participante escre-
que irão avaliar seu texto –; o objetivo – demonstrar
va um texto dissertativo-argumentativo,
a competência linguístico-discursiva.
que é o tipo de texto que demonstra, por
meio de argumentação, a assertividade de
3. Método da pesquisa
uma ideia ou de uma tese. É mais do que
Esta é uma pesquisa documental, pois está uma simples exposição de ideias; por isso,
limitada, principalmente, aos documentos escritos, você deve evitar elaborar um texto de ca-
ráter apenas expositivo, devendo assumir
que, no nosso caso, são o livro didático e a prova
claramente um ponto de vista. Além disso,
de redação do ENEM 2017. O critério de escolha do
é preciso que a tese que você irá defen-
livro didático foi o utilizado em escolas estaduais, e der esteja relacionada ao tema definido na
a prova ser do ano de 2017 foi devido ao projeto de proposta. (INEP, cartilha do participante,
pesquisa – ao qual este artigo está vinculado – esta- 2017, p. 13)
va em vigência.
Há ainda exemplares desse gênero na cartilha
Ela também é uma pesquisa descritiva, de
que o estudante pode ler e analisar como se apre-
cunho interpretativo (cf. ANDRÉ, 1995), e qualitati-
3º SIMPIF
Figura 1- Proposta de redação (2017) vadores, quando o candidato deverá articulá-lo com
seu conhecimento prévio, demonstrando que possui
um vasto repertório sociocultural.
No livro didático Língua Portuguesa 31, de
Roberta Hernandes e Vima Lia Martin (2014), análise
que faremos a partir de agora, a concepção de escri-
Fonte: Prova de redação do ENEM 2017 (p. 19) ta presente na seção da produção textual, também é
Após esse estudo prévio sobre o gênero, o a de processo.
participante, no dia da prova, lerá textos sobre a te- Esse livro apresenta 18 capítulos, mas ape-
mática proposta e produzirá sua dissertação no dia nas 3, direcionados à produção textual, que serão
do evento. O estudo do tema, na prova do ENEM, é objeto de nossa análise. Nessa seção do livro, são
feito a partir de pelo menos 3 textos motivadores. O apresentadas estruturas, conceitos, linguagem e, no
candidato terá somente uma chance de escrever seu final, exemplares dos gêneros: conto, ensaio e texto
texto dissertativo-argumentativo, não poderá rees- dissertativo-argumentativo.
crever após a avaliação, pois o evento concurso não Os três capítulos seguem a mesma ordem
permite. No entanto, ele pode reescrever se o escri- de etapas para o estudo do gênero. Inicialmente, é
tor for um sujeito crítico que deixe seu texto “descan- apresentada a definição dos gêneros:
sando”, enquanto responde as questões do ENEM, e Conto:
depois volte para relê-lo com um novo olhar, para “o conto é uma narrativa curta, concentra-
então transcrever para a folha que será avaliado. da, que normalmente focaliza um único conflito.”
O texto motivador I, da prova do ano de 2017, (p.179)
é de área jurídica, em que o participante passará Ensaio:
a conhecer mais sobre as leis em relação ao tema “ o ensaio é um gênero argumentativo no qual
proposto. No texto II, o candidato terá conhecimen- o autor, embora não tenha uma tese pronta, fechada,
tos estatísticos, através de um gráfico do Inep que sobre um determinado assunto, dispõe-se a discu-
apresenta a quantidade de matrículas de surdos na ti-lo com o leitor, levantamento de hipóteses e lan-
educação básica brasileira e na educação especial. çando reflexões originais acerca do tema abordado.”
Com isso, o participante poderá elaborar hipóteses (p.258)
e suposições sobre o porquê dos decréscimos pre- Texto dissertativo-argumentativo:
sentes no gráfico. Já no texto motivador III, a esfera “A dissertação é considerada pelos estudio-
abordada será sobre as dificuldades no mercado de sos do texto como um gênero artificial, circunscrito
trabalho. ao contexto da escola, por isso sua designação como
Após a leitura dos textos motivadores, o can- dissertação escolar” (p.373)
didato deverá construir o seu texto de acordo com a Neste último, por exemplo, são explicadas as
proposta apresentada na prova, em que o aluno terá características de uma dissertação escolar, partindo
de fazer o seu texto seguindo a estrutura do texto da introdução, desenvolvimento e conclusão. A in-
dissertativo-argumentativo e seguir a escrita da mo- trodução é fundamental porque estabelece o primei-
3º SIMPIF
tema proposto. Quanto à conclusão, é recomendado Comando 2: Na página seguinte, são apre-
que o aluno retome as ideias mencionadas anterior- sentados três temas. Examine-os aten-
tamente, escolha um deles e elabore um
mente, mas não mencionam que deve ser apresenta-
texto dissertativo com 25 a 30 linhas, no
da uma proposta de intervenção, tal como requisita-
qual você exporá suas ideias a respeito do
do pela prova do ENEM. Assim, esse livro apresenta assunto. (p.376)
as características para qualquer dissertação-argu-
mentativa e não para a que o ENEM requer. Como podemos observar, a escrita é dada
Assim, percebemos que o discente, principal- como processo, pois há o estudo do gênero, do tema
mente o que ainda não conhece, passa a conhecer as e o roteiro avaliativo, sendo avaliado pelo professor
características do gênero estudado. e pelos colegas. Essas são as etapas que Roberta
Em seguida, são apresentados exemplares Alves e Vima Martin (2014) abordam na seção de
desses gêneros. Para o gênero literário, 3 exemplos; produção textual, o que caracteriza a concepção
para o ensaio, 6; e para a dissertação, 1. Com esses de escrita como processo. Vale ressaltar que não é
exemplos, os alunos conseguem visualizar como as possível publicar todos os gêneros produzidos na es-
características, anteriormente estudadas, são colo- cola, pensando no leitor além do professor, por isso
cadas em prática. executar o estudo do tema, do gênero e a rescrita já
Por fim, é sugerida a produção dos gêneros são, na nossa concepção, um processo.
com suas propostas e roteiro de avaliação. Nesses Faz parte do processo de aprendizagem de
roteiros, o aluno recebe orientações de como definir um determinado gênero o contato com outros textos
o que pode ser melhorado na escrita na versão final do mesmo gênero que sirvam de modelos, isso pode
do texto. Veja abaixo algumas dessas orientações: ajudá-lo a ter ideias, construir argumentos, posicio-
(p. 379) nar-se criticamente, mas é importante se familiarizar
• O texto contém introdução, desenvolvimento e com as características próprias da dissertação, len-
conclusão? do textos dessa natureza. Frisamos aqui a disserta-
• As informações apresentadas são suficientes e ção por ser o gênero solicitado no ENEM.
relevantes para a argumentação proposta? Esse exame costuma apresentar como pro-
• As ideias foram registradas de forma clara, coe- posta de escrita a reflexão sobre temas atuais e que
rente e coesa? mobilizam diferentes opiniões. Isso acaba tornando
• Foram observadas as regras da norma-padrão mais desafiadora a elaboração do texto dissertati-
da língua portuguesa? vo-argumentativo, já que o aluno deve analisar o
Há dois comandos para a produção da dis- que é proposto e definir uma posição, com base nos
sertação, que são os seguintes: textos motivadores presentes na prova e, também,
nos seus conhecimentos prévios. É necessário que o
Comando 1: “A quem me pergunta se sou
aluno pense de maneira ética e não preconceituosa.
pessimista ou otimista, respondo que meu
Para garantir a clareza e coerência do seu
conhecimento é de pessimista, mas minha
vontade e minha esperança são de otimis- texto, é necessário um planejamento de ideias que
ta.” (Albert Schweitzer.) serão abordadas. Esse procedimento ajuda a deter-
3º SIMPIF
Diante da atual realidade brasileira, seria minar mais facilmente os argumentos usados e tam-
justificado adotar-se um modo de pensar bém a melhor ordem para apresentá-los. É indicado
semelhante ao do autor da citação?
planejar ainda em detalhes como serão a introdução
Escreva uma redação de caráter disserta-
e a conclusão do texto.
tivo-argumentativo, na qual fique claro seu
ponto de vista sobre essa indagação. Para São apresentadas no livro apenas duas pro-
tanto, procure usar argumentos consisten- postas de dissertações: Proposta 1 - produção de
tes e coerentes. (p.376) dissertação com base em um único texto; Proposta 2
- produção de dissertação pela seleção de um tema. e o sobre o gênero, sem desrespeitar os direitos
Nas duas são dados temas, em que o aluno poderá humanos. Por fim, ele tem o direito de citar os tex-
expor suas ideias em, no mínimo, 20 e, no máximo, tos motivadores como base, mas não os copiar, pode
30 linhas escritas. Acreditamos que, durante o ano parafrasear, refletindo sobre o que foi apresentado,
letivo, produzir apenas duas dissertações não torna- sempre indicando a fonte.
rá o aluno apto para produzir um texto nota 1000, No livro didático também são apresentados
tão desejado pelos candidatos. textos motivadores, semelhantes aos que são
A dissertação-argumentativa é um gênero apresentados na prova do ENEM.
que, segundo os autores desse livro didático, em ge- Figura 2 - Livro didático:
ral, tem circulação restrita ao ambiente escolar e aos
exames de seleção, como os vestibulares e o ENEM.
Esse gênero está relacionado ao fato de que, ao pro-
duzir uma dissertação, o estudante deve demonstrar
o domínio sobre a língua culta, cujo desenvolvimento
deve ser promovido ao longo dos anos escolares.
Na prova de redação do ENEM, pede-se aos
alunos que escrevam um texto em prosa, “do tipo
dissertativo-argumentativo”, ou seja, um gênero es-
colar.
Para que o aluno possa se preparar para a
prova do ENEM, esse livro didático apresenta as se-
guintes instruções, a fim de escrever uma redação de
acordo como é sugerido na cartilha do participante:
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço
apropriado.
• O texto definido deve ser escrito à tinta, na folha
própria, em até 30 linhas.
• A redação com até 7 (sete) linhas escritas será
Fonte: Língua Portuguesa, ALVES, Roberta; MARTIN, Vima Lia
considerada “insuficiente” e receberá nota zero. (2014, p.382)
• A redação que fugir ao tema ou não atender ao Figura 3 - Prova de redação (ENEM, 2017)
tipo dissertativo-argumentativo receberá nota
zero.
• A redação que apresentar proposta de interven-
ção que desrespeite os direitos humanos recebe-
rá nota zero.
• A redação que apresentar cópia dos textos da
Proposta de Redação ou do Caderno de Questões
3º SIMPIF
nota zero, ele deve ter conhecimento sobre o tema gina 383, é apresentado um Roteiro de avaliação, o
qual é notável o quanto se assemelha com a cartilha Depois de avaliados por um professor e pelos
do participante disponibilizada pelo MEC. colegas, os textos devem ser reescritos e é possível
ROTEIRO DE AVALIAÇÃO organizar uma simulação de banca de correção do
Depois de escrito o texto, troque-o com um ENEM, em que os próprios alunos estejam no lugar
colega. A ideia é utilizar os critérios apresentados, dos avaliadores e expliquem o porquê das notas apli-
a seguir, baseados naqueles usados pelos corretores cadas aos textos. Essa pode ser uma interessante
do ENEM, e analisar o texto recebido, fazendo obser- proposta de preparação para o exame.
vações que possam orientar a reescrita. Neste capítulo fica clara a ideia de escrita
• No texto, a linguagem usada obedece à norma- como processo, pois o aluno tem o contato com o
-padrão da língua portuguesa? gênero, suas características e instruções para escre-
• Houve atendimento à proposta de redação e ver uma redação coerente com o tema proposto e a
aplicação de conceitos das várias áreas de co- oportunidade de reescrever seu texto. No entanto, o
nhecimento para desenvolver o tema, dentro dos aluno deverá, após esse estudo, tentar produzir vá-
limites estruturais do texto dissertativo-argu- rios outros exemplares se almeja adquirir uma exce-
mentativo? lente nota no exame, uma vez que produzir apenas
• Informações, fatos, opiniões e argumentos em os solicitados pelo livro didático não o fará um escri-
defesa de um ponto de vista foram selecionados, tor proficiente.
relacionados, organizados e interpretados? Para toda produção de texto dissertativo-
• Demonstrou conhecimento dos mecanismos lin- -argumentativo, é necessário seguir um roteiro de
guísticos para a construção da argumentação avaliação para que os erros sejam corrigidos e sua
(paragrafação, uso de conectivos adequados, redação fique clara e coerente, é uma forma de se
etc.)? preparar para o ENEM e logo em seguida tentar al-
• Elaborou uma proposta de intervenção social cançar a nota máxima na prova de redação.
que demonstrou respeito aos direitos humanos e
5. Conclusão/Considerações
à diversidade cultural?
Na cartilha do participante (2017, p. 8) há o Podemos dizer que a concepção de escrita
seguinte texto: presente, tanto no ENEM quanto nos livros, é a da
Figura 4 - Competências avaliadas escrita como processo, uma vez que nosso corpus a
escrita é trabalhado com atividades prévias e, no li-
Competências avaliadas
vro didático, pós ao processo de escrever. Já a prova
Competência 1 Demonstrar domínio da modalidade es-
crita formal da Língua Portuguesa. do ENEM não é permitida reescrever, por ser próprio
Competência 2 Compreender a proposta de redação da situação.
e aplicar conceitos das várias áreas de
Em relação à concepção de escrita, concluí-
conhecimento para desenvolver o tema,
dentro dos limites estruturais do texto mos que o livro didático prepara, em parte, – pois é
dissertativo-argumentativo em prosa.
solicitado poucos exemplares – o aluno através do
Competência 3 Selecionar, relacionar, organizar e in-
terpretar informações, fatos, opiniões roteiro de avaliação e dos textos motivadores, pois
e argumentos em defesa de um ponto eles têm o objetivo de auxiliar o estudante a garan-
3º SIMPIF
de vista.
tir um texto articulado, claro e coerente. De acordo
Competência 4 Demonstrar conhecimento dos meca-
nismos linguísticos necessários para a com o que foi analisado, o que difere o livro didático
construção da argumentação.
da prova de redação do ENEM ou de qualquer outro
Competência 5 Elaborar proposta de intervenção para
o problema abordado, respeitando os exame de seleção é a reescritura.
direitos humanos O ENEM e os livros didáticos requerem um
Fonte: cartilha do participante Inep (2017, p. 8) sujeito crítico que sabe articular seus conhecimen-
tos adquiridos na escola e na vida (social e virtual)
com o texto produzido em sala de aula e no dia da KOCH, Ingedore Villaça. Desvendando os segredos
prova. Essa articulação deve ser demonstrada com do texto. São Paulo: Cortez, 2002.
a utilização do vasto repertório sociocultural na ar-
MARCUSCHI, L.A. Produção Textual, análise de gê-
gumentação do texto dissertativo-argumentativo. O
neros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008
candidato também deve demonstrar outros conhe-
cimentos no momento de produzir a conclusão do MARCUSCHI, Elizabeth & LEAL, Telma Ferraz. Produ-
texto, pois o ENEM solicita que seja apresentada so- ção de textos escritos: o que ensinam os livros didá-
lução para o problema desenvolvido no decorrer da ticos do PNLD 2007. In: ROJO, R & COSTA VAL (orgs).
Os livros didáticos de Língua Portuguesa no PNLD
produção.
2007. Belo Horizonte: Autêntica, 2009, p. 127-150.
Seria didático e interessante que os profes-
sores, em sala de aula, trabalhassem as competên- MOREIRA, H.; CALEFFE, L. G. Metodologia para o pro-
cias exigidas pelo exame nacional, – as quais estão fessor pesquisador. 2ª. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2008.
presentes na cartilha do participante –, bem como
REINALDO, Mª.A.G.M. A orientação para Produção de
solicitassem mais exemplares do texto dissertati-
Texto. In: DIONISIO, A.; BEZERRA, Mª. A. O livro didá-
vo-argumentativo. Essas ações podem contribuir
tico de português: múltiplos olhares. Rio de Janeiro:
com a percepção do aluno sobre o que é avaliado no
Lucerna, 2001, p. 87-100.
exame e como eles podem avaliar seu próprio texto,
assim como dar mais confiança à escrita do próprio RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e
discente. técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
ANDRÉ, M. E. D. A. Fundamentos da pesquisa etno- SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia Cien-
gráfica. In.: ______ Etnografia da prática escolar. tífica: a construção do conhecimento. 3ª ed. Rio de
Campinas, SP: Papirus, 1995, p. 15 – 69. Janeiro: DP&A, 2000.
BRONCKART, Jean-Paul. As condições de produção SERCUNDES, Maria Madalena Iwamoto. (1994). En-
dos textos. In: ______Atividades de Linguagem, tex- sinado a escrever. In.: CHIAPPINI, Lígia; CITELLI,
tos e discursos: por um interacionismo sócio-discur- Beatriz; GERALDI, João Wanderlei (orgs.). Aprender
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GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesqui-
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Pós-graduação em Letras da Universidade Federal
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de Pernambuco. 2003. 177p.
br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/con-
3º SIMPIF
gia. Aprender e ensinar com textos. 2ª. ed. São de Janeiro: Kennedy, 1974.
Abstract
In recent years, the use of Virtual Reality (VR) as a facilitator in the learning process is intensifying. In educa-
tion, technological resources have shown significant growth in teaching practices, being a possibility of strategy
that assists the construction of students’ knowledge, making them active subjects. Therefore, this work aimed
to use the Virtual reality goggles to visualize the interior of the animal and plant cell seeking to facilitate the
process of teaching-learning, in classes of the 1st and 2nd year of high school in a public school located in the
municipality of Cabedelo-PB. With that, the results obtained through the application of VR was extremely satis-
factory, since it enabled participation, interactivity, the involvement of students actively, visual interactions and
sharpened curiosity in relation to the contents studied. Moreover, that VR allowed innovation in the classroom
with new pedagogical and instigating approaches.
periências que facilitam a compreensão do conteúdo pelo conhecimento desenvolvido na escola ao longo
ministrado pelo educador, tornando atrativo, insti- do ensino fundamental até início do ensino médio,
gador, envolvente e significativo em qualquer com- previsto no currículo escolar e associado ao conhe-
ponente curricular. Braga (2001, p.4) afirma que a cimento permitido pelo acesso aos saberes científi-
realidade virtual une especialidades e atributos que cos.
a fazem uma ferramenta de múltiplas situações e Segundo Garcia (2012) o uso das tecnologias
contextos de pesquisa e aprendizagem. Além disso, em sala de aula é uma forma de proporcionar aos
é um instrumento que inova a prática do educador, educandos um ambiente de aprendizagem mais inte-
como um elemento no processo pedagógico, poden- ressante e diferente dos padrões tradicionais. Assim,
do fazer parte de todas as disciplinas sendo um re- os alunos podem desenvolver atividades diversifica-
curso mediador de aprendizagem fugindo de aulas das, explorar maneiras novas de resolver problemas,
tradicionais. Contudo, para a utilização de recursos discutir possíveis resultados com os colegas, enfim,
tecnológicos, exige mudanças de mentalidade e da vivenciar novas experiências e novos mundos.
prática dos professores. Logo, é necessário que os O termo Realidade Virtual (RV) foi inventado no
educadores estejam dispostos a aprender a lidar final da década de 1980 por Jaron Lanier, cientista da
com as novas ferramentas de ensino. computação e artista que conseguiu afluir dois con-
Logo este trabalho objetivou utilizar o Óculos ceitos antagônicos em um novo conceito diferencian-
de Realidade Virtual para visualização do interior da do assim as simulações tradicionais feitas por compu-
célula animal e vegetal buscando facilitar o processo tador de simulações envolvendo múltiplos usuários
de ensino-aprendizagem, em turmas do 1º e 2º ano em um ambiente compartilhado (ARAÚJO, 1996).
do ensino médio, numa escola estadual localizada no Devido ao fato de a RV ter sido criada há mais
município de Cabedelo-PB. de duas décadas, sua definição acabou sendo mo-
dernizada. Kirner e Kirner (2011) afirmam que este
2. Referencial teórico
fato se deve aos aspectos tecnológicos mais atuais,
Na construção do conhecimento no univer- como a multiplicidade de plataformas e a exequibili-
so educacional, as novas tecnologias têm evoluído dade de softwares capazes de tratar elementos mul-
com muita rapidez e desempenham um papel pre- tissensoriais. Os autores afirmam que, o que antes se
ponderante como elemento transformador do modo restringia a computadores de grande porte e a apli-
de acessar e organizar informações (Dowbor, 2001). cações de computação gráfica, foi expandido para
Nesse sentido, os antigos paradigmas que microcomputadores, plataformas móveis e Internet,
orientavam os processos de ensino aprendizagem, envolvendo aplicações gráficas, sonoras, gestuais
que consideravam o professor como transmissor dos e de reação de tato e força. Desta forma, Kirner e
conhecimentos e o aluno como mero receptor, estão Kirner (2011) definem a RV como uma técnica de
sendo rompidos e novas metodologias educativas interface computacional que considera o espaço
têm sido intensamente desenvolvidas. Na busca por tridimensional onde o usuário pode atuar de forma
propostas inovadoras, a informática vem ganhando multissensorial, explorando aspectos deste espaço
destaque como estratégia pedagógica alternativa à por meio da visão, audição e tato.
3º SIMPIF
construção do conhecimento por parte dos estudan- A partir disso, ao longo de toda a história
tes (Valente, 1999). humana, houve diversas mudanças e avanços tec-
Saviani (1980), ao tratar da socialização da nológicos, seja na dominação do fogo, na invenção
educação, comenta que a educação precisa mediar da roda, na construção de ferramentas ou mesmo,
o senso comum e a consciência crítica para possibi- e principalmente, na criação da internet. Tais mu-
litar ao educando o desenvolvimento da visão cientí- danças impactam também os processos de apren-
fica do mundo que o cerca. Esta mediação será feita
dizagem e como o ser humano se relaciona com tais nador Marco Maciel (DEM/PE) em que admitiu ter-se
processos (SILVA, 2009). inspirado na residência médica, apontando-a como
Com isso, a RV surge no Brasil nos anos 90, um avanço na formação dessa categoria.
dentro do contexto internacional, impulsionada pelo Além do mais, a Residência Pedagógica, tem
avanço tecnológico, exposição de pesquisadores a como objetivo a inserção dos discentes no ambien-
novas tecnologias e iniciativas individuais, integran- te escolar e na docência, durante a metade do cur-
do áreas multidisciplinares, envolvendo: computa- so em diante. Este programa fomenta o letramento
ção gráfica, sistemas distribuídos, computação de científico e discussões sobre metodologias ativas,
alto desempenho, sistemas de tempo real, intera- dessa forma, os residentes utilizam o conhecimen-
ção humano computador, periféricos, etc. (KIRNER, to adquirido durante a formação e aplica na prática
2008). Dentro desse período foi realizado o primeiro essas metodologias. Corroborando com os objetivos
evento nacional de Realidade Virtual (I Workshop de do artigo, a RV se mostra uma estratégia excelente
Realidade Virtual – WRV’97), em 1997, incentivado durante as aulas de Biologia, pois os discentes au-
por órgãos financiadores como o Conselho Nacional mentam seu nível de concentração, melhoram o de-
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), sempenho da aprendizagem, existe uma troca maior
onde, após esta iniciativa, foi criado o Symposium de conhecimento e, por último o conteúdo passa a
on Virtual and Augmented Reality, coordenado pelo ter significado para os alunos.
Prof. Claudio Kirner. (KIRNER, 2008). Por meio da Residência pedagógica propo-
mos experiências como o uso da RV. A proposta foi
2.1 A Residência Pedagógica e a aplicabilidade da
apresenta à supervisão do programa gerando uma
Realidade Virtual no ensino
série de temas, experiências, percepções e dúvidas
A residência pedagógica apresenta algumas a respeito da prática vivenciada nas escolas, sendo
características específicas, as quais lhe conferem um em seguida, compartilhado pelo grupo no momento
caráter diferenciado. Além da carga horária ampliada da supervisão.
para a realização das práticas nas instituições de en-
3. Método da pesquisa
sino, os alunos também dispõem de um horário quin-
zenal (duas horas) de supervisão da prática, a qual O trabalho ocorreu em uma escola pública lo-
ocorre em grupo, sob a orientação e a responsabili- calizada no Município de Cabedelo - PB e a prática
dade de um professor supervisor, o que reforça a ideia foi desenvolvida nas turmas do 1° ano e 2° ano, em
da importância da dimensão coletiva no processo ocasião do programa ofertado pela Coordenação de
de formação, tal como apontado por Nóvoa (1992). Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Ca-
De acordo com Silva (2015), o programa de pes), intitulado: Residência Pedagógica.
residência pedagógica, ainda apresenta discreto no Inicialmente, a aula teve uma abordagem
Brasil, assim tem como princípio norteador a imer- expositiva e dialogada, com perguntas para os dis-
são na realidade escolar, ou seja, o aluno residente é centes, com o objetivo de investigar previamente o
inserido diretamente no cotidiano da escola pública. conhecimento dos mesmos acerca do assunto minis-
Logo, o licenciando torna-se parte da realidade es- trado. Após esse primeiro contato com as turmas,
3º SIMPIF
colar, e não apenas um espectador, colocando os co- ocorreu a explicação sobre as estruturas celulares
nhecimentos apreendidos nas salas da universidade das células animais e vegetais. Na turma do 1° ano
na prática da docência. o assunto abordado foi células animais, no conteú-
A questão da residência na área da Educação do de citologia, e na turma do 2° ano o assunto foi
não é uma discussão nova no Brasil e tem surgido botânica, especificamente as estruturas das células
também sob diferentes nomenclaturas. A primeira vegetais. Posteriormente os alunos puderam obser-
discussão surgiu em 2007 com uma proposta do Se- var as células nos dois Óculos de Realidade Virtual,
onde foram manuseados pelos residentes e foi pos- Figuras 3-4. Utilização dos Óculos de Realidade Virtual na
turma do 1°ano observando a célula animal.
sível auxiliarem a compreensão dos conteúdos nas
duas turmas.
3
Vale salientar que para utilização dos óculos,
faz-se necessário o uso de um smartphone e que o
mesmo esteja conectado à internet, pois os vídeos
utilizados estão disponíveis no YouTube e para uma
melhor visualização, é recomendado que o vídeo uti-
lizado não seja download.
Abaixo estão as imagens da aplicação do óculo nas
turmas.
2 4. Resultados da pesquisa
3º SIMPIF
Figura 11. Questão 7 do questionário de citologia. Figura 14. Questão 2 do questionário de botânica.
Figura 12. Questão 8 do questionário de citologia. Figura 15. Questão 3 do questionário de botânica.
Figura 13. Questão 1 do questionário de botânica. Figura 16. Questão 4 do questionário de botânica.
3º SIMPIF
Figura 17. Questão 5 do questionário de botânica. Figura 20. Questão 8 do questionário de botânica.
COSENZA, Ramon M. e GUERRA, Leonor B. “Neuro- SAVIANI, Dermeval et al. Educação: do senso co-
ciências e Educação - Como o cérebro aprende”. mum à consciência filosófica. São Paulo: Cortez,
Artmed, Porto Alegre, 2011. 1980.
DANTAS, Adriana Priscilla Jales et al. Importância SILVA, K. G. Residência Pedagógica: uma alterna-
do uso de modelos didáticos no ensino de citologia. tiva possível na formação inicial de professores
In: Congresso Nacional de Educação. 2016. de ciências e biologia na UFPR? 2015. 82p. Mo-
nografia (Licenciada em Ciências Biológicas) - Uni-
3º SIMPIF
Abstract
Chemical science is vitally important in understanding the world and its transformations, such as when empha-
sizing the historical context, technologies and natural phenomena. Within this perspective, this paper aimed to
present a teaching activity with diverse interdisciplinary themes that are present in the daily lives of students of
the Degree in Chemistry course, Federal Institute of Paraíba (IFPB), Campus João Pessoa, however, are not part
of the matrix curriculum of that course. Therefore, this activity is called “Lecture Cycle” and is offered by the
Tutorial Education Program - PET Química, of the aforementioned Institution. Under this bias, two lectures with
different themes were presented by PETianos, graduates of the Chemistry course. The research was based on
the assumption of a qualitative and participant research. For data collection two questionnaires were applied,
one of survey and the other final. The results indicated that this practice provided a gain in the academic forma-
tion of the participants, as teachers in training, due to not being limited to the curricular matrix of the course,
arousing a critical sense and an understanding of scientific knowledge clearly and consistently.
descontextualizado, ainda muito recorrente no con- em específico, na Amazônia. Além disso, a pesqui-
texto acadêmico, faz-se urgente e necessário rear- sa, o desenvolvimento, a produção e a comerciali-
ranjar a maneira como os conteúdos são expostos. zação de cosméticos disponibilizam e auxiliam uma
Tal modelo de ensino é encontrado, muitas ve- carreira promissora para alguns profissionais como
zes, de maneira fragmentada, nas disciplinas da área químicos, engenheiros e bioquímicos (GALEMBECK;
das Ciências Exatas. No entanto, para uma constru- CSORDAS, 2012).
ção do conhecimento, nestas devem ser utilizadas Os cosméticos quando não utilizados da for-
metodologias diferenciadas, que incluam a utiliza- ma correta, e com moderação, podem trazer impac-
ção de novos recursos didáticos durante o processo tos biológicos ao próprio ser humano, comprome-
de ensino e aprendizagem, no intuito de se afastar tendo assim a sua saúde. Há um controle rígido nos
do comodismo tradicional. Sob essa perspectiva, produtos utilizados na fabricação dos cosméticos,
em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases – como no batom, usado por grande parte da popu-
LDB 9.394/96, a interdisciplinaridade é qualificada lação. O decreto nº 79.094 aborda que não pode
como um recurso do eixo organizador do currículo conter mais do que 20 ppm de metais pesados em
que melhora a aprendizagem (BRASIL, 1996). Nesse chumbo (Pb), nem mais do que 2 ppm de arsênio
sentido, é imprescindível a interação de disciplinas (em As2O5) (BRASIL, 1997). Corroborando com isto,
diversas que agregam experiências cotidianas, ao Batista (2017, p. 12) destaca que:
conteúdo teórico explanado no ambiente escolar.
O Pb é tido como o contaminante mais co-
Dentro dessa conjuntura, a interação mú- mum encontrado em batons. Outros metais
tua entre Química e Biologia possibilita ao discente pesados como cádmio (Cd) e cromo (Cr)
uma formação geral das ciências naturais. Temas também são frequentes. Estes metais po-
relevantes envolvendo a saúde humana, questões dem apresentar um grave risco à saúde por
Esta realidade se torna ainda mais preocu- pactos do uso de agrotóxicos no meio ambiente e na
pante quando se remete ao maior consumidor de saúde humana”.
agrotóxicos do mundo, o Brasil, pois, além do consu- Sendo assim, o “Ciclo de Palestras” foi reali-
mo excessivo e desnecessário desses produtos, há, zado no turno da manhã, com duas palestras de 50
ainda, a incorreta aplicação por aqueles que os ma- minutos cada. Os participantes da atividade foram
nuseiam. Isso ocorre porque, geralmente, aqueles os discentes do curso de Licenciatura em Química,
que os fazem têm nível de escolaridade restrito, não do IFPB, Campus João Pessoa, pertencentes a pe-
tendo noção dos riscos e ficando expostos a proble- ríodos aleatórios, totalizando 9 (nove) pessoas, sen-
mas de saúdes e, até mesmo, morte por intoxicação do 4 (quatro) do sexo masculino e 5 (cinco) do sexo
(GOMES e SERRAGLIO, 2017). feminino. A princípio, foi entregue um Questionário
Nesse contexto, trabalhar a temática sobre de Sondagem (QS) com indagações pertinentes às
agrotóxicos no contexto escolar, apresenta-se com temáticas abordadas, com 3 (três) questões, duas
uma iniciativa imprescindível, visto que sua aborda- abertas e uma fechada. Após isso, foram realizadas
gem contempla problemáticas ambientais e de saú- as palestras de forma contextualizada e interdisci-
de pública (BRAIBANTE e ZAPPE, 2013). E quando plinar.
se remete ao ensino de Química, essa explanação se Posteriormente, foi aplicado um Questionário
torna ainda mais importante, pois é possível relacio- Final (QF) com 2 (duas) questões abertas referentes
nar as implicações da utilização dos agrotóxicos com às palestras ministradas.
conceitos químicos, promovendo assim, a aproxima-
4. Resultados da pesquisa
ção desta disciplina com a realidade cotidiana.
No primeiro momento, foi entregue um Ques-
3. Método da pesquisa
tionário de Sondagem (QS) referente às duas pales-
O estudo embasou-se nas metodologias qua- tras, totalizando 3 (três) perguntas abertas, sendo
litativa e participante. Esta última caracteriza-se 1 (uma) sobre a palestra de cosméticos e 2 (duas)
pelo envolvimento do pesquisador pelos sujeitos in- relacionando a temática agrotóxicos. Tal questioná-
vestigados, por meio da combinação da análise do- rio foi empregado no intuito de averiguar o nível de
cumental e a participação e observação direta dos conhecimento prévio dos discentes sobre os conteú-
envolvidos (LUDKE e ANDRÉ, 1986). Já a pesquisa dos explorados.
qualitativa, visa compreender o campo de investiga- De acordo com os resultados obtidos, foi pos-
ção escolhido, a fim de explicar os seus fenômenos sível relatar, de maneira sucinta, a articulação dos
sociais de diversas maneiras (ANGROSINO, 2009). discentes. Para o tratamento e identificação dos
A atividade denominada “Ciclo de Palestras” dados no QS, descreveu-se a palavra Participante,
discorre de uma estratégia diferenciada de dissemi- acompanhada por letras chaves, a exemplo de A, B,
nação do conhecimento, nela busca-se a abordagem C, D, E, F, G e H, respectivamente.
de conteúdos e curiosidades da área de Química, que A primeira pergunta investigava o que os es-
muitas vezes, não são vistos durante a graduação. A tudantes compreendiam sobre a Química da beleza,
mesma é realizada pelos integrantes do PET Quími- e qual a importância de debater sobre o tema em
3º SIMPIF
ca, anualmente, e é destinada aos alunos do curso questão. Com as respostas obtidas, observou-se que
de Licenciatura em Química. 55% dos participantes tinham pouco conhecimento
Para o planejamento da atividade, houve a es- sobre o que seria abordado, e 45% não tinham ideia
colha das temáticas por 2 (dois) integrantes do gru- sobre a temática. Tal situação pode ser observada
po, os quais se disponibilizaram a participar como nas respostas do Participante A e do Participante B,
palestrantes. Com isso, os temas escolhidos foram: respectivamente: “Acho que é a parte da química que
“A Química da beleza: histórico e aplicações” e “Im- estuda o uso de substâncias com objetivo estético.
É imprescindível saber a consequência do seu uso, os elementos e substâncias químicas que estavam
além de saber sobre a sua composição e fabricação”; presentes nos mais diversos produtos.
“Não compreendo nada sobre o assunto, mas creio Ademais, foi exposto alguns componentes
que seja importante de ser abordado”. Por intermé- químicos que estão presentes em produtos utiliza-
dio das respostas coletadas, foi possível analisar o dos no cotidiano dos seres humanos, trazendo sua
nível de conhecimento em que o alunado encontra- função e o que os mesmos podem trazer para nossa
va-se. Tais afirmativas confirmam ideias pouco ali- saúde. E de forma a exemplificar o que foi explana-
nhadas com a temática. do na palestra, elucidou-se certos produtos que são
As duas últimas perguntas de análise qualita- utilizados pelos estudantes que estavam presentes
tiva abordadas no QS, eram alusivas ao tema agrotó- (sabão, sabonete, perfume, creme dental, batom) e
xico. A primeira indagação foi referente a relação dos explanado sua composição, cadeias, grupos funcio-
discentes com a temática durante a sua formação nais e a função de cada componente.
acadêmica. De acordo com as respostas, foi possível Além disso, foram discutidas as matérias-
analisar que, dentre os participantes, mais de 50% -primas que estão presentes nas composições dos
nunca haviam estudado sobre tal tema durante o cosméticos que podem trazer consequências para
Curso. Dentre os demais que discutiram brevemente a saúde dos humanos e, assim, foram apresentados
sobre a temática, o Participante C descreveu: “No os benefícios que acabam ocasionando no corpo e,
interior as escolas abordam muito esse tema por ser consequentemente, os malefícios que os mesmos
importante meio de renda na agricultura da região. podem trazer, riscos para a saúde, doenças, reações
Os agrotóxicos matam as pragas, mas aniquilam a alérgicas e toxidades.
rota natural no desenvolvimento de plantas e seres Posteriormente, a exposição do segundo
humanos”. tema foi realizada, levando em conta momentos ri-
A relação do conhecimento prévio sobre cos de interação entre os discentes e o ministrante,
agrotóxicos em conformidade com a Química foi por meio de debates e discussões pertinentes. De
correlacionada na segunda questão. O Participante modo sequenciado, abordou-se pontos elementares
D relatou que os agrotóxicos são utilizados: “Para envolvendo o contexto histórico dos agrotóxicos e
combater as pragas de plantações, grande parte suas aplicações. Concomitantemente, foi destacada
dos agricultores utilizam substâncias químicas, que a utilização dos agrotóxicos no meio agrícola e os
dependendo de sua composição, as mesmas podem impactos sofridos pela ação destes no meio ambien-
fazer mal ao ser humano”. O uso contínuo da referen- te e na saúde humana. Contudo, surgiram questiona-
ciada substância age diretamente em órgãos vitais mentos e comentários que promoveram a interação
do corpo humano, tornando a sua forma de ação ex- e agregaram conhecimento geral e específico de na-
tremamente nociva à vida humana (EPA, 1985). tureza social, ambiental e, particularmente, químico.
Após o recolhimento de todos os dados do Nas Figuras 1 e 2, estão ilustradas os dois
QS, prosseguiu-se com o segundo momento, por momentos de explanação das temáticas:
meio da ministração das palestras sobre cosméticos
e agrotóxicos, respectivamente. A priori, evidenciou-
3º SIMPIF
Figuras 1 e 2: Palestras sobre cosméticos e agrotóxicos, Química, pois os discentes conseguiram estabelecer
respectivamente.
relações e compreender a importância dessa Ciência
nos cosméticos.
A segunda questão demandava a escrita de
um breve texto, relacionando palavras-chave ex-
postas no enunciado com os agrotóxicos. A priori,
o Participante G descreveu que: “Os agrotóxicos
são substâncias aplicadas para proteger a lavoura,
aumentar a produtividade e controlar as pragas”.
O Participante H ressaltou que tal prática agrícola:
“Objetiva produzir e gerar capital físico para chamar
a atenção de grandes potências” e finalizou desta-
cando que mesmo sendo uma prática necessária, os
seres vivos acabam se tornando os mais prejudica-
dos através de impactos físicos e psicológicos. Sen-
do assim, os efeitos do uso indevido de tais substân-
cias podem acometer seres vivos de diversas formas,
através de sintomas agudos e crônicos. Segundo
dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), es-
tima-se que cerca de 20 mil mortes são registradas
anualmente devido ao consumo direto ou indireto
dos agrotóxicos.
Segundo Santos e Schnetzler (2003), o en-
sino de Química aliado a utilização de temas sociais
Fonte: Próprio Autor.
relevantes transfigura-se um influente mecanismo
Por fim, recorreu-se ao Questionário Final na formação cidadã e ética do indivíduo. Portanto,
(QF) como meio investigativo de análise. O mesmo as respostas colhidas no QS e QF evidenciaram o
foi dividido em 2 (duas) questões, referente a cada envolvimento dos discentes com as palestras. Deste
palestra ministrada. Com base nas temáticas, requi- modo, a referida abordagem agregou conhecimento
sitou-se a escrita de um breve texto argumentativo científico por meio de temáticas diversas da área da
em cada questão. Química.
O primeiro enunciado solicitava a correlação
da Química nos cosméticos e os impactos (positivos 5. Conclusão/Considerações
teúdos químicos, expostos no trabalho em tela, con- PERES, F e MOREIRA, J. C. É veneno ou é remédio?
textualizados com o cotidiano dos discentes, pode Agrotóxicos, saúde e ambiente. Rio de Janeiro: Fio-
ser inserida a partir de temáticas pertinentes como cruz, 2003.
essas ou outras. Portanto, as palestras permitiram SANTOS, Anderson Oliveira et al. Dificuldades e mo-
significativamente aos discentes, a troca de saberes tivações de aprendizagem em Química de alunos
e uma contribuição na sua formação cidadã e aca- do ensino médio investigadas em ações do (PIBID/
UFS/Química). Scientia plena, v. 9, n. 7 (b), 2013.
dêmica na área de atuação, especificamente, na Quí-
mica. SANTOS, W.L.P. e SCHNETZLER, R.P. Educação em
química: compromisso com a cidadania. Ijuí: Ed.
Referências Unijuí, 2003. SILVA, C.M.M. e FAY, E.F. Agrotóxicos
e ambiente. Brasília: Embrapa Informação Tecnoló-
ANGROSINO, Michael. Etnografia e observação par- gica, 2004.
ticipante. Porto Alegre: Artmed, 2009.
VEIGA, Ricardo Texeira; SANTOS, Deborah de Oli-
BRAIBANTE, M. L. F.; ZAPPE, J. A. A Química dos veira; LACERDA, Tales Sarmento. Antecedentes da
agrotóxicos. Química Nova na Escola, v. 34, n. 1, p. intenção de consumo de cosméticos ecológicos.
10-15, 2012. Disponível em: http://qnesc.sbq.org. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa, v. 5, n.
br/online/qnesc34_1/03-QS-02-11.pdf. Acesso em: 2, nov./dez. 2006.
01/09/2019.
http://web.ccead.puc-rio.br/condigital/mvsl/
Sala%20de%20Leitura/conteudos/SL_cosmeticos.
pdf. Acesso em: 28/08/2019
Abstract
The research project Desenho de Caixa proposes the use of the geometric paper solids in the teaching-learning
proceedings of the technical drawing, emphasizing their importance as actors at the educational practice. This
report describes the action of the project within the Campus Patos at Instituto Federal da Paraíba (IFPB) and
exposed to three teaching experiences carried out during the months of April and May of 2019, as a condition
to the completion of the study. Observing also, in this paper, the methodology and the materials used in the
construction of the parts of the experimentations and the analyses. The models developed by this research have
demonstrated effectiveness in alleviating the problems of the students and to allow for the acuteness of vision
and perception of space have a direct impact on the amount of the content of the discipline through the creation
of the object, making it a concrete reality, that it was only a virtual one.
ciocínio. Enquanto aqueles que não tiveram acesso à como uma área relacional e, por conse-
guinte, comum a diversos cursos técnicos.
experiência, afirmaram não terem utilizado nenhum
Configura-se, assim, nas matrizes curricu-
método similar e demonstraram interesse quanto à
lares como pré-requisito fundamental para
utilização do método abordado na pesquisa. os componentes técnicos, objetivando, en-
Partindo dessa resposta positiva, surgiu a tre outras coisas, a elaboração de projetos,
necessidade de dar continuidade ao projeto de pes- fabricação de produtos, montagem, leitura
quisa e em agosto de 2018 foi iniciado o “Projeto de fluxogramas do processo produtivo das
empresas.
Desenho de Caixa: Investigação de Sólidos Geomé-
tricos de Papel como Ferramentas para Ensino- Barros e Correia (2007) falam da necessi-
-Aprendizagem de Desenho Técnico”3. O projeto era dade dos profissionais das áreas de Arquitetura e
3º SIMPIF
composto pela coordenadora, que ministra aulas de Engenharia Civil terem propriedade e domínio para
Desenho Técnico no Campus Patos e por três alunas compreender uma forma tridimensional através de
do 3° ano do Curso Técnico Integrado em Edifica- sua representação plana. Porém, como dito, esta ha-
ções que também tiveram oportunidade de utilizar bilidade vem sendo pouco trabalhada com os alunos
2 Projeto aprovado no Edital Nº 24/2016 do PIBIC-EM em
nas instituições e, acredita-se que, a não obrigato-
parceria com IFPB.
3 Projeto aprovado no Edital Nº 10/2018, duração de
riedade das disciplinas de desenho no ensino médio
08/2018 a 08/2019. PIBIC-EM em parceria com IFPB. e fundamental vem contribuindo substancialmente
para a precariedade do conhecimento prévio dos arquitetos e urbanistas, ainda pode-se per-
discentes e consequentemente gerando dificuldade ceber, através de observações empíricas,
que a grande base de expressão e repre-
nas aulas.
sentação recorrente nos meios acadêmico
O termo aptidão espacial foi definido por Car-
e profissional continuam sendo o desenho
roll (1993 apud Prieto e Velasco 2006) como sendo e o modelo tridimensional (sejam eles ma-
a competência para desenvolver, deter, recobrar e nuais, auxiliado por instrumentos ou assis-
modificar imagens visuais. Segundo Prieto e Velasco tidos por computador).
(2006, p.12), esta capacidade de visualização é de-
Ching (1998) destaca que sempre que se tor-
finida como a aptidão para manipular mentalmente
nam visíveis aos olhos, sejam em papel ou espaço
figuras tridimensionais complexas. Assim,
tridimensional, os elementos passam a ser formas
O papel mediador da Aptidão Espacial no com características de matéria adquirindo tamanho,
rendimento em matérias técnicas e artís-
cor, formato e textura. Com esse transformar em ma-
ticas, tais como o Desenho Técnico, pode
téria, os discentes têm a possibilidade de identificar
explicar porque os processos de transfor-
o elemento, passando a “manusear o conteúdo” já
mação mental de imagens visuais devem
ser empregados com precisão pelos apren- que eles podem enxergar de maneira mais próxima,
dizes. Por exemplo, os estudantes destas mais concreta as vistas ortográficas, por exemplo,
disciplinas necessitam imaginar a aparên- transmitindo todos os tamanhos que serão repre-
cia dos objetos em distintas orientações, sentados no papel. Já Araújo (2007, p.2), ressalta
trasladar a um espaço de três dimensões
que “por meio da maquete o aluno de arquitetura
representações bidimensionais, imaginar
exercita fundamentos de geometria, proporção, es-
como se veriam as partes ocultas de um
objeto etc. De fato, os professores de De- cala e modulação”, e funcionam como estimuladores
senho Técnico manifestam frequentemente para a atenção dos alunos, sendo capazes de asses-
que alguns alunos não progridem adequa- sorar nessas diversas atividades do conhecimento.
damente no processo de aprendizagem de- Cavassani (2014, p.16) atribui enorme importância
vido a seu baixo nível de Aptidão Espacial.
aos elementos tridimensionais miniaturizados, ao
Ou seja, para a solução de problemas não
se referir à maquete no aprendizado dos estudan-
é suficiente empregar estratégias analítico-
tes sobre as disciplinas de edificações, arquitetura
-verbais, as estratégias holístico-espaciais4
são também necessárias a fim de “visuali- ou interiores. Segundo o autor, “ela (a maquete) é
zar” mentalmente o problema. fundamental para que o aluno veja de maneira con-
creta suas ideias, desenhos técnicos ou simplesmen-
Na busca por instrumentos que sejam aporte
te rabiscos”. Já as autoras Ragonha e Vizioli (2013)
para ensinar desenho técnico ajudando a diminuir
reforçam que o uso do desenho para representação
a barreira da dificuldade da aptidão espacial defi-
do projeto tem um caráter abstrato, exigindo, por-
nida por Carroll, os modelos tridimensionais são
tanto, mais esforços no processo de compreensão,
apontados como ferramentas da prática. Conforme
em contraponto a maquete física é mais simples de
destacam Braida e Fonseca (2013, p. 2),
ser compreendida.
3º SIMPIF
mesmo após o advento das novas tec- Rozestraten (2003), Segall (2007), Tagliari,
nologias de informação e comunicação, Perrone e Florio (2014), em suas diferentes abor-
mais precisamente após a introdução das dagens, colocavam o modelo tridimensional como
ferramentas computacionais no ofício dos
importante recurso para a prática docente nas es-
4 O termo holítico provém do grego holos, que significa totali-
colas de arquitetura. Embora o foco destes estudos
dade. Faz-se referência à compreensão da realidade como um todo integrado
onde os elementos participam de uma combinação complexa de inter-rela- estivesse voltado para o processo de manufatura da
ção e correlação permanentes, entre si e com o todo, onde a parte está no maquete como parte da metodologia projetual em
todo, assim como o todo está na parte.
Para a realização das experiências a equipe Figura 2 - Modelos das peças de papel produzidas pelo
Projeto.
propôs 8 peças diferentes, estes contemplavam con-
teúdos diversos da disciplina de Desenho e graus
de dificuldade distintos. Nomeados como P01, P02,
P03, P04, P05, P06, P07 e P08, buscando seguir
uma ordem de complexidade. Durante sua produ-
ção foram realizados vários testes de proporção e
tamanho, para que não causassem dificuldades no
momento da representação, que tivessem tamanho
adequado em folha de papel A4 na representação
gráfica.
Conforme aparecem dispostas na Figura 2,
tem-se as peças: P01 – modelo em papel verde água,
é formado por dois prismas triangulares engastados,
para mostrar deformações de superfícies inclina-
das; P02 – modelo em papel verde escuro, trata-se
de uma justaposição de um prisma quadrangular e
triangular para abranger conceitos sobre distâncias
verticais, horizontais e superfícies inclinadas; P03
– modelo em papel amarelo, a partir da derivação
da peça anterior, com acréscimo de mais um prisma
retangular na base; P04 – modelo em papel azul es-
curo é uma forma quadrangular obtida por recorte
para trabalhar o conceito de aresta invisível nas vis-
tas ortográficas; P05 – modelo em papel roxo, é um
resultado multivolumétrico quadrangular concebido
para mostrar diferença dos traços em vista ortográ-
fica; P06 – modelo em papel laranja é uma forma
hibrida por justaposição e recorte quadrangular em
desnível ajuda na compreensão da diferença de tra-
ços e perspectivas; P07 – modelo em papel azul cla-
ro, forma quadrangular simples obtida por recorte
para expor esquema de corte horizontal com peça
auxiliar em papel verde claro e corte vertical em pa-
pel vermelho; P08 – modelo em papel magenta, for-
ma quadrangular complexa obtida com engaste de
Fonte: Autoras, 2019.
peças de recorte para desenhos com aresta invisível,
3º SIMPIF
atividade. Ao final do exercício, seguiu-se a aplica- Para realização do exercício o docente escolheu os
ção do questionário para colher as impressões dos modelos P01, P04, P05 e P08 e solicitou a repre-
discentes sobre os sólidos, e um outro destinado aos sentação das três vistas principais, contudo, a vista
docentes, para que estes avaliassem o método. frontal foi escolhida pelos alunos, que executaram o
Na primeira experiência, realizada na Sala 1, desenho com auxílio dos instrumentos e em folha de
a docente MP, ministrante da disciplina de Desenho papel A4. Ver Figura 3.
Básico e Técnico do Curso Técnico Subsequente em Figura 3 - Imagens das atividades realizadas nas expe-
Eletrotécnica, optou por utilizar todos os modelos. riências didáticas.
permitir que os discentes opinassem na manufatura, meio das respostas ao questionário, nota-se que
formatos e cores dos sólidos, bem como se gostou eles também identificam suas dificuldades na com-
ou não de utilizar o método. preensão da matéria. E como a utilização do método
muda a perspectiva deles quanto ao seu aprendiza-
4. Resultados da pesquisa
do, já que notam as diferenças de entendimento no
As respostas obtidas com o questionário fo- uso dos sólidos, ao longo do questionário.
ram muito importantes para analisar a proposta da Tabela 1 - Respostas dos alunos ao questionário, quantifi-
ferramenta a partir da percepção dos alunos e dos cadas por alternativa assinalada em cada questão.
discentes. A principal ques-
tão era entender se os sóli-
dos de papel tiveram, para
aqueles alunos, a relevân-
cia positiva que Cavassani
(2014) atribuiu aos elemen-
tos tridimensionais miniatu-
rizados.
Durante a leitura
dos dados coletados foram Fonte: Autoras, 2019.
elaborados uma tabela e gráficos, relacionando as
Para uma melhor análise dos resultados obti-
questões elucidativas, assinaladas pelos discentes
dos através do questionário, foram elaborados grá-
nos questionários entregues após cada uma das três
ficos utilizando as questões 5, 6, e 7, escolhidas por
aulas (Ver Tabela 1). A avaliação foi feita de forma
explicar e esclarecer as opiniões expressas acerca
coletiva, unindo as impressões recolhidas nas três
do método abordado durante as experiências. Na
experiências, separando-as de acordo com as op-
quinta questão (Ver Gráfico 1), os alunos deveriam
ções escolhidas em cada questão.
avaliar como era o seu próprio entendimento sobre
Pode-se afirmar que a disseminação desse
conteúdo estudado durante a aula, antes de utilizar
método dentro do Campus era importante porque a
as peças. Os discentes afirmaram ter um entendi-
maior parte dos alunos desconhecia o uso das peças
mento satisfatório ao assinalar, em sua maioria, as
e nunca tinha tido contato com método semelhan-
opções BOM e REGULAR. Mas ao desenvolver o exer-
te, antes da experiência proporcionada pelo Proje-
cício, os professores relataram que todos precisaram
to de Pesquisa. Sendo assim, o projeto já cumpriu
de ajuda para executar as vistas e que alguns, ainda
uma meta que seria expandir o acesso, levando-o ao
assim, cometeram erros nos desenhos, demonstran-
conhecimento de mais discentes, proporcionando a
do que não tinham o referido conhecimento.
melhoria no desenvolvimento das atividades da per-
cepção espacial. Que, como aponta Ching (2011), Gráfico 1 - Quantidade por alternativas assinaladas na
questão 5
para esse poder da representação tridimensional em
uma superfície bidimensional possa se liberar, é ne-
3º SIMPIF
der melhor o assunto e na questão 7 pedia-se que ção do método. Porém através dos desenhos, ainda é
fosse dito se as peças auxiliaram a fazer a ativida- possível notar uma necessidade de estímulo, decor-
de proposta pelo professor. Em ambas, as respostas rente da deficiência existente na visão espacial dos
ficaram entre as alternativas MUITO E DEMAIS. Os alunos, o que pode ser explicado por se tratar de
gráficos 2 e 3 referem-se, respectivamente, ao uso uma primeira experiência realizada.
e entendimento pós-utilização das peças. Compa- Quanto à análise dos docentes, eles afirma-
rando ao que foi dito na questão 5, que mesmo se ram que era perceptível a dificuldade no raciocínio
tendo razoável conhecimento sobre o conteúdo, os lógico-espacial dos alunos e na compreensão do
alunos consideraram que as peças foram um auxílio conteúdo. Ressaltaram que os alunos consegui-
para desenvolver a atividade proposta pelo docente ram desenvolver bem a atividade proposta por eles
em sala. Pelas alternativas mais assinaladas nos grá- e classificaram como benéfico o uso dos sólidos. E
ficos 2 e 3, pode-se sugerir até uma melhoria pós-u- consideraram as peças de papel auxiliadores viá-
tilização. veis no ensino-aprendizagem, já que afirmam que os
Gráfico 2 - Quantidade por alternativas assinaladas na modelos ajudaram a expressar e passar o conteúdo
questão 6 para os alunos, propondo sua utilização até em ou-
tras disciplinas. Aliando a resposta dos professores
ao que confirmaram os alunos, quando estes afirma-
ram que compreenderam melhor a atividade propos-
ta com a aplicação do método.
Os discentes e professores destacaram a boa
qualidade da manufatura e aprovaram os formatos e
Gráfico 3 - Quantidade por alternativas assinaladas na cores dos sólidos. Ambos consideraram os formatos
questão 7
simples, entretanto é importante observar que mes-
mo diante do apontamento, alguns erros foram come-
tidos durante a execução do desenho e que os alunos
precisaram da ajuda dos professores para desenvol-
ver o exercício. Embora esse ponto mereça atenção,
as experiências foram proveitosas e consideradas
Fonte: Autoras, 2019. bem-sucedidas pelos participantes, além de apre-
sentar-se o método para os demais professores, pos-
Os discentes conseguem materializar suas
sibilitado o enriquecimento didático de suas turmas.
ideias por meio dos modelos tridimensionais, por
esta relação que ele tem com a forma abstrata e ma- 5. Conclusão/Considerações
terial, unem suas idealizações da forma com a mate-
Através dessa experiência destacou-se o
rialização do sólido de papel que manuseiam e com-
quanto a inclusão de ferramentas didáticas pode
preendem com mais facilidade as vistas e como o
melhorar o processo de ensino-aprendizagem de de-
objeto em três dimensões passa a ser bidimensional
senho técnico, especialmente sob o ponto de vista
3º SIMPIF
centes e discentes envolvidos, contribuindo direta- NEERING FOR ARTS AND DESIGN, 10., 2013, Flori-
mente no aguçamento se sua percepção espacial. anópolis. Anais [...]. Florianópolis: GRAPHICA, 2013.
Considerando o bom êxito da experiência descrita, CAVASSANI, G. Técnicas de maquetaria. 1. ed. São
intenciona-se que as peças confeccionadas também Paulo: Érica, 2014.
em edições anteriores do projeto possam oportuni-
CIELO, S. M. Relações entre expressão gráfica e vi-
zar outros momentos em outras disciplinas. são espacial. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE EN-
Ao demonstrar o método, busca-se disse- SINO DE ENGENHARIA, 27., 1999, Natal. Anais [...].
minar uma ferramenta de produção simples que Natal: ABENGE, 1999.
demanda materiais e equipamentos de fácil aces- CHING, F. D. K. Arquitetura: forma, espaço e ordem.
so, passível de ser executada e replicada em várias São Paulo: Martins Fontes, 1998.
circunstâncias. Sendo produzida de modo artesanal, CHING, F. D. K. Representação gráfica em arquitetu-
é um recurso manual eficaz, apesar de todo avanço ra. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.
tecnológico.
MOURA, S. M. S. et al. Interfaces do desenho: diá-
Para alguns alunos, apenas os habituais trei- logos interdisciplinares como prática pedagógica de
namentos do desenho técnico, envolvendo as figuras formação discente e docente no IFBA. Ensino em
virtuais ou estáticas serão suficientes para adminis- Foco, Salvador, v. 2, n. 4, p.25-36, abr. 2019.
trar o conhecimento sobre a disciplina. No entanto, NEVES JÚNIOR, C. A. et al. Dificuldades de visualiza-
para um contingente cada vez maior de discentes, ção espacial em alunos do Ensino Fundamental I e
será preciso inserir mecanismos para auxiliar a com- II In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON GRAPHICS
ENGINEERING FOR ARTS AND DESIGN, 10., 2013,
preensão sobre conteúdos programáticos que pre-
Florianópolis. Anais [...]. Florianópolis: GRAPHICA,
cisam ser entendidos para melhorar o desempenho 2013.
educacional.
PRIETO, G.; VELASCO, A. D. Visualização espacial,
Os pequenos modelos desenvolvidos nesta
raciocínio indutivo e rendimento acadêmico em de-
pesquisa demonstraram eficiência em diminuir as senho técnico. Psicologia Escolar e Educacional.
dificuldades de um grupo de discentes ao permitir 2006, vol.10, n.1, pp.11-20. Disponível em: http://
o aguçamento da visão e percepção espacial numa www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S1413-85572006000100002&lng=en&nrm=
experiência. Foi possível ao contribuir com a fixação
iso&tlng=pt. Acesso em: 10 de maio 2019.
dos conteúdos da disciplina através da materializa-
ção dos objetos, tornando concreta uma realidade RAGONHA J.; VIZIOLI, S. H.T. O modelo tridimensio-
nal físico e seu papel na educação patrimonial
que era apenas virtual.
In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON GRAPHICS
Referências ENGINEERING FOR ARTS AND DESIGN, 10., 2013,
Florianópolis. Anais [...]. Florianópolis: GRAPHICA,
ARAÚJO, N. S. Ensino globalizado: o modelo físico e
2013.
digital como estímulo da percepção espacial no meio
acadêmico. In: FÓRUM DE PESQUISA FAU, 3., 2007, ROZESTRATEN, A. S. Estudo sobre a história dos
São Paulo. Anais [...]. São Paulo: MACKENZIE, 2007. modelos arquitetônicos na antiguidade: origens e
características das primeiras maquetes de arquiteto.
BARROS, T. F. G. de; CORREIA, A. M. A. Quebrando
São Paulo, 2003. Dissertação (Mestrado em Estrutu-
3º SIMPIF
3º SIMPIF
Sara Aymê Marinho Gaspar O objetivo geral deste estudo foi analisar a (re)dinamização territorial
[email protected]
em cidades pequenas a partirda implantação dos Campi dos Institu-
Instituto Federal da Paraíba – Campus
Esperança. tos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IF’s), verificando
os processos de reorganização dos territórios componentes dos arran-
jos produtivos regionais e das cotidianas intermediações entre agentes
sociais na dinâmica intraurbana. A indissociabilidade entre sociedade
e natureza, perspectiva abarcada no método sistêmico, foi adotada por
empréstimo para conjecturar as relações entre os agentes sociais e o
processo de (re)produção dos territórios. Para tanto, investigou-se o
caso de Esperança-PB, município que possui um Campus do Instituto
Federal da Paraíba - IFPB. A expansão da rede de IF’s não gera impli-
cações apenas nas esferas do ensino-aprendizagem, que envolve diretamente professores e estudantes, bem
como o município que recebe a infraestrutura física e de pessoal institucional. A medida que estas instituições
são implantadas, inúmeras mudanças de caráter espacial, cultural, econômico e político são conduzidas, o que
interfere diretamente nas configurações de poder simbolizadas e/ou materializadas nas dinâmicas dos territórios
intraurbanos e regionais. Este processo de redinamização territorial tem sido efetivado em distintas escalas, dire-
tamente impactadas com a instalação da infraestrutura física e pelas ações decorrentes da existência dos Campi.
Abstract
The general objective of this study was to analyze the territorial (re)dynamization in small cities from the implan-
tation of the Campi of the Federal Institutes of Education, Science and Technology (FI’s), verifying the processes of
reorganization of the territories that are part of the regional and daily productive arrangements and intermediations
between social agents in the intraurban dynamics. The inseparability between society and nature, a perspective
encompassed by the systemic method, was adopted by borrowing to conjecture the relations between social agents
and the process of (re) production of territories. Therefore, we investigated the case of Esperança-PB, a town that
has a Campus of the Federal Institute of Paraíba - IFPB. The expansion of the FI network does not only have implica-
tions for teaching-learning, which directly involves teachers and students, as well as the municipality that receives
the physical infrastructure and institutional staff. As these institutions are implemented, numerous changes of spa-
tial, cultural, economic and political character are conducted, which directly interfere with the symbolized and / or
materialized power configurations in the dynamics of intraurban and regional territories. This process of territorial
revitalization has been carried out on different scales, directly impacted by the installation of physical infrastructure
and the actions resulting from the existence of Campi.
abrange os próprios institutos e inúmeros outros identificar, por exemplo, quais os anseios locais de desenvolvimen-
to, assim como em observar suas expectativas para com a oferta
3º SIMPIF
Desta feita, à luz de Morigi e Pacheco (2012, caracterizar toda envergadura que o processo de implantação dos
institutos produz nas dimensões ambiental, econômica, cultural e po-
p. 24) que analisam os limites e as possibilidades dos
lítica de cidades pequenas e suas respectivas regiões. Principalmen-
IF’s, “torna-se imprescindível situar as novas ins- te, por ser a implantação o estágio inicial da evolução institucional,
tituições como potencializadoras de uma educação além do que os institutos constituem elementos sociais dinâmicos
e passíveis a transformações em todas as dimensões mencionadas.
Destarte, o estudo em tela problematizou em tir dos territórios redinamizados com a implantação
que medida os institutos federais de educação, ciên- de Campi dos institutos federais.
cia e tecnologia têm conduzido (e sido induzidos) as Ressalta-se, por fim, que a temática em aná-
(nas) (re)dinamizações territoriais integrantes dos lise ainda apresenta consideráveis lacunas, uma
arranjos produtivos regionais interioranos centrali- vez que a proposta de expansão da atual rede remete
zados por cidades pequenas onde a infraestrutura ao ano de 2008 quando é lançada a articulação para
dos Campi é implantada. criação dos IF’s (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2015).
A princípio, acreditou-se que os IF’s são ele- Este fato ratifica a realização oportuna da pesquisa
mentos institucionais do Estado que, além de remo- que serviu de base a este trabalho2, uma vez que
delarem a configuração dos serviços educacionais existem demandas para o entendimento aprofunda-
em nível local e regional, inauguram nestas mesmas do do impacto dos IF’s nas dinâmicas territoriais que
escalas novas relações de poder, as quais interferem preenchem e caracterizam os arranjos regionais de
na evolução das dimensões sociais e econômicas já produção. Desta feita, seguem-se, além dos aportes
materializadas no espaço e percebidas segundo as teóricos, a síntese metodológica, a discussão dos
territorialidades redinamizadas no cotidiano. Os im- resultados obtidos e as considerações conclusivas.
pactos destas reconfigurações tendem a ser sentidos
2. Referencial teórico
de forma imediata nas esferas locais, principalmen-
te, devido a conotação política, econômica e social Partindo da concepção miltoniana de que
que as propostas de implantação despertam, seja o espaço é um conjunto indissociável, solidário e
nos grupos sociais ansiosos por melhorias na educa- contraditório de sistemas de objetos e sistemas de
ção, seja na conjuntura política econômica, atenta às ações (2012), concebe-se o processo de reconfi-
repercussões que uma instituição federal pode trazer guração espacial como essência da dinâmica terri-
no bojo das relações de poder, produção e controle torial promovida pelos agentes sociais que buscam
econômico de territórios, como também, em virtu- efetivar suas estratégias de poder, garantindo seus
de da produção das estruturas físicas dos Campi. objetivos de controle e reprodução da vida e/ou da
Com isso, foi objetivo geral deste trabalho mais valia. Estas dinâmicas encontram-se atreladas
analisar a (re)dinamização territorial em cidades à forma como o trabalho está organizado e como
pequenas da Paraíba a partir da implantação dos este reflete as relações do Homem com a Natureza.
Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecno- Segundo Corrêa (2007, p. 54)
logia, verificando os processos de reorganização de
A partir das necessidades do homem em
territórios componentes dos arranjos produtivos re-
termos de fome, sede e frio, verifica-se
gionais e da dinâmica intraurbana. Como objetivos uma ação de intervenção na natureza. De
específicos, almejou- se a) caracterizar os principais caráter social, envolvendo um trabalho or-
impactos produzidos pelos IF’s na dimensão dos ter- ganizado coletivamente, implica uma certa
ritórios intraurbanos das cidades, considerando um divisão do trabalho e a definição do quê,
caso específico; b) avaliar como se dá a relação en- quanto e como será a produção. E ainda de
que jeito reparti- la. Surgem então relações
tre IF’s e as demandas sociais inerentes aos arranjos
3º SIMPIF
ciência espacial dos homens e, sendo capaz de gerar prática dos quais será o objeto a partir do
momento em que um ator manifeste a in-
mudanças no todo ou em parte do espaço, a depen-
tenção de dele se apoderar. Evidentemente,
der das possibilidades técnicas, padrões culturais de
o território se apoia no espaço, mas não é
cada sociedade, significados atribuídos à natureza o espaço. E uma produção, a partir do es-
e particularidades de cada subespaço (CORRÊA, paço. Ora, a produção, por causa de todas
2007b). Destas relações emanam as práticas territo- as relações que envolve, se inscreve num
riais que emolduram e dão significativa dinamiza- campo de poder. Produzir uma representa-
ção do espaço já é uma apropriação,
ção política à vida urbana, seja pautada no plano da
uma empresa, um controle portanto, mes-
dimensão cultural, seja na dimensão econômica, por
mo se isso permanece nos limites de um
exemplo. Estas práticas territoriais são, necessaria- conhecimento. Qualquer projeto no espaço
mente, exercícios mais ou menos efetivos de poder. que é expresso por uma representação re-
Cabe, portanto, explicar como surgem os ter- vela a imagem desejada de um território, de
ritórios, integrando-o à concepção de espaço. um local de relações.
dado espaço numa perspectiva de apropriação. Mas plantados pelos Institutos Federais em cidades pe-
neste contexto, qual seria a relação do território com quenas vêm redesenhar territórios e definir os seus,
o espaço e qual a definição de território e territoria- ressignificando e reordenando simbólica e material-
lidade a ser considerada? mente relações de poder das quais passam a, não
Raffestin (1993, p. 144) explica que apenas participar, como também produzir sistemas
[...] o espaço não tem valor de troca, mas de territorialidade. Produção esta que é permanen-
somente valor de uso, uma utilidade. O
grandes, por exemplo), o que as torna dependentes de ensino, com base na conjugação de co-
nhecimentos técnicos e tecnológicos com
destes níveis. O mesmo ainda destaca que o grau de
as suas práticas pedagógicas, nos termos
complexidade para o entendimento destas cidades
desta Lei.
locais é maior, pois é preciso considerar a incidência
das influências superiores que se organizam na pro- Constata-se que os Institutos Federais en-
dução do espaço das cidades locais. quanto reflexo de políticas públicas de educação
Sobre isso, Corrêa (1999) afirma que a glo- devem repercutir não apenas na oferta de serviços
balização promove mudanças, gerando uma refun- educativos de qualidade profissional científica e tec-
cionalização nas cidades, cujos reflexos podem ser nológica, mas também na articulação com as políti-
explicados por meio de duas possibilidades não cas voltadas ao trabalho e a renda, o desenvolvimen-
excludentes: por um lado, a perda de centralidade, to setorial, ambiental, social, entre outros (BRASIL,
acompanhada pelo surgimento de novas funções não 2008, P. 22).
centrais, ligadas diretamente à produção do campo; Tem-se com isso o estabelecimento de um
e, por outro lado, as transformações dadas com a amplo leque de relações entre agentes sociais os
introdução de novas atividades, que proporcionam quais atuam nas escalas inter e intra urbana de for-
uma especialização produtiva ao núcleo preexisten- ma consorciada ou conflituosa. Estas relações efeti-
te, dando-lhe a possibilidade de inserir-se diferen- vam a concepção de multiterritorialidade, consenti-
temente na rede urbana, que passa a ter uma mais da, dentre outros, por Raffestin (1993) e Haesbaert
complexa divisão territorial do trabalho. (2014; 2004).
Por observar a cidade pequena como um es- Devido às particularidades demográficas,
paço com características diferenciadas se compara- quais sejam, baixos fluxos de circulação de mão de
da às cidades médias e grandes, considerar-se-á a obra, mercadoria e serviços, e à relativa exiguidade
cidade pequena com o significado atribuído por San- de seus centros urbanos, as cidades pequenas refle-
tos (1982) à cidade local. Apesar disto são muitos os tem de modo mais claro as repercussões espaciais
estudos em nível internacional que propõem a refle- da implantação de institutos federais (Aragão; Sou-
xão sobre a cidade pequena. Dentre os mais conhe- za, 2017). Além de constituírem novas centralidades
cidos figuram Bell e Jayne (2006), Owusu (2005), no que tange a oferta de serviços educacionais, tais
Min (1990) e Silva e Spósito (2013). cidades passam a polarizar novos impactos na esfera
3º SIMPIF
Com a instalação dos Institutos Federais veri- ambiental, econômica, política e cultural, fluxos que
fica-se que as cidades pequenas têm apre- enrijecem as relações intraurbanas com os arranjos
sentado mudanças em diferentes aspectos da vida regionais, além da construção de novas intermedia-
cotidiana. Todavia, são ainda desconhecidas e pas- ções sociais com a intervenção dos institutos na rea-
síveis de melhor detalhamento espacial o que tais lidade social local – regional, podendo contribuir ou
instituições promovem para além do impacto sobre não na diminuição das desigualdades regionais.
a oferta de serviços educacionais, observando prin- Pacheco e Morigi (2012, p. 25) explicam que:
Para atingir o objetivo político de comba- cidos os cursos técnicos integrado e subsequente
te às desigualdades regionais e contribuir em Informática3 (IFPB, 2017). Além de apresentar
na construção de um projeto de nação
Campus do IFPB recentemente implantado, a cidade
mais igualitária, segundo prega o discurso
de Esperança dispõe-se em microrregião no estado
oficial, os Institutos Federais precisam es-
tabelecer uma estreita relação com o ter-
da Paraíba4, a qual exerce centralidade em inúmeros
ritório onde se situam: “a interferência pro- processos econômicos, político administrativos e
picia alteração na esfera maior” [...] Isso sociais. Este fato permite verificar em que medida
significa ir além da compreensão da EPT a instalação do IFPB nestas cidades (re)configura as
como instrumentalizadora de pessoas para relações e dinâmicas territoriais que perfazem esta
o trabalho, visando atender exclusivamente
região e, principalmente, a influência do instituto no
aos interesses do mercado.
arranjo intraurbano da cidade em tela.
A atuação dos Institutos Federais em cida- As etapas técnicas da metodologia foram or-
des pequenas não se limita, contudo, ao processo ganizadas conforme os objetivos específicos ante-
de implantação e às perspectivas do discurso ofi- riormente apresentados e seguem listadas no qua-
cial. Enquanto componentes de relações sociais, dro a seguir.
os Institutos Federais integram- se, harmoniosa ou Quadro 01 - Técnicas utilizadas no estudo.
conflitantemente, a contextos políticos, econômicos
Objetivos Técnicas do estudo
e ambientais pré-existentes. Sua inserção à realida-
específicos
de local está, pois, associada a atuação de agentes a) Revisão da literatura e documentos ins-
sociais cuja função encontra- se marcada no modo titucionais, tais quais, os planos de im-
plantação, arcabouço legal dos Institutos
de organização do espaço e dinamização nos territó- Federais, Lei Orgânica e Plano Diretor. Ob-
rios, conforme se infere de Pacheco e Morigi (2012). servações de campo e levantamento foto-
gráfico, incluindo uso de Drone.
Por isso, concebe-se como necessária a delimitação
b) Elencar informações primárias sobre pro-
da cidade pequena, de seu espaço intraurbano e de jetos de pesquisa, extensão, servidores e
discentes, bem como segmentos sociais
seu papel na organização do espaço regional, dis- parceiros do campus Esperança do IFPB.
cernindo os agentes sociais atuantes. c) Levantamento de dados estatísticos em
plataformas virtuais de instituições públi-
3. Método da pesquisa cas locais, estaduais e federais.
d) Análise empírica com representações car-
A concepção metodológica deste estudo foi tográficas das dinâmicas potencializadas
pelo Campus Esperança do IFPB na cidade
inspirado no método sistêmico, explicitado e apli- de Esperança.
cado, entre outros, por Monteiro (2001). A indisso- Fonte: Os autores, 2017
ciabilidade entre sociedade e natureza, perspectiva
abarcada no método sistêmico, foi adotada por em- 3 O estudo (realizado entre agosto de 2017 e julho de
préstimo para conjecturar as relações entre os agen- 2018) ocorreu anteriormente a criação do curso mais recente do
Campus, o técnico em Sistemas de Energia Renovável integrado ao
tes sociais e o processo de (re)produção dos territó-
Ensino Médio.
rios o qual, crê-se se efetiva de forma sistêmica, uma
vez que, a chegada de um novo elemento num dado 4 O Estado da Paraíba apresenta atualmente 23 micror-
3º SIMPIF
processo, reestrutura o mesmo, configurando novas regiões, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(2017). Dentre estas encontra-se a microrregião de Esperança.
dinâmicas e, tornando, distinto o próprio processo.
Listam-se as microrregiões paraibanas a seguir: Brejo Paraibano,
Considerando o objeto de estudo, ficou defi- Cajazeiras, Campina Grande, Cariri Ocidental, Cariri Oriental, Cato-
nido como recorte empírico a cidade de Esperan- lé do Rocha, Curimataú Ocidental, Curimataú Oriental, Esperança,
ça, onde existe um Campus recentemente implanta- Guarabira, Itabaiana, Itaporanga, João Pessoa, Litoral Norte, Litoral
Sul, Patos, Piancó, Sapé, Seridó Ocidental Paraibano, Seridó Orien-
do do Instituto Federal da Paraíba. Neste Campus,
tal Paraibano, Serra do Teixeira, Sousa e Umbuzeiro.
no período de realização da pesquisa, eram ofere-
Destaca-se que a escolha da cidade de Espe- materialização de ações que reforça o impacto da
rança foi corroborada por um conjunto de aspectos: existência de um novo agente de poder o qual con-
a) dispõe-se em região econômica com funcionali- solida-se e marca um território de expressão, seja
dades peculiares no estado da Paraíba; b) concentra com infraestruturas físicas, seja com suas ações
importantes processos socioespaciais vinculados mais ou menos combinadas e/ou conflituosas pe-
à circulação de estudantes, servidores e atividades rante os demais agentes que também compõem a
socioeconômicas locais potencializadas com a ativi- malha de territórios locais/regionais.
dade do Campus; c) apresenta-se na região natural Como se verifica na Figura 01, a localização
do brejo paraibano, zona de transição entre a Zona das obras em setores distantes do centro ur-
da Mata e o Agreste semiárido, o que possibilita a bano impacta já a própria organização do espaço,
observação dos impactos intra e inter urbano das por sua vez, não restrita à cidade, mas igualmente
ações de pesquisa e extensão do Campus no que o espaço periurbano e o rural. Tal fato implica numa
concerne aos sistemas naturais e arranjos produ- recondução da divisão territorial haja vista redire-
tivos da região; d) além de possuir em seu quadro cionar fluxos de servidores, estudantes, de recursos
de servidores efetivos pesquisadores do grupo de financeiros, estruturas, etc. do centro para a porção
pesquisa proponente deste estudo, o que permitiu o periurbana da cidade e até a setores rurais. Tal pro-
acompanhamento contínuo e sistemático das etapas cesso não ocorre separadamente e como tal tende
do trabalho. a estabelecer novas configurações e interesses de
agentes territoriais já existentes, evidenciando, por
4. Resultados da pesquisa
exemplo, ações ligadas ao mercado imobiliário.
A magnitude das redinamizações territoriais Além disso, registram-se os agentes e os flu-
resultantes da implantação do Campus do IFPB na xos de recursos financeiros para custeio das obras
cidade Esperança pode ser caracterizada a partir do do campus Esperança. Inicialmente a empresa Equa-
fluxo de recursos financeiros, recursos humanos e torial, do estado do Amapá, e, atualmente, a empresa
estudantes diretamente contemplados pela política Virtual, com sede em Campina Grande conduziram a
pública federal materializada desde a construção obra. Esta última empresa tem mantido um número
das instalações definitiva dos Campi, como médio de 65 trabalhadores. O valor orçado da obra
exemplificado na figura 01 . Estes fluxos já são re-
5 é de R$11.743.991,98 (onze milhões, setecentos e
flexos de um processo de efetivação dos IF’s e os quarenta e três mil, novecentos e noventa e um reais
desdobramentos em equipamentos físicos, pessoal e noventa e oito centavos), em valores recalculados
envolvido, parcerias estabelecidas, marcas da terri- pela empresa Virtual6. Até a data de realização dos
torialidade e das redinamizações sobre o tecido de levantamentos de dados junto ao setor financei-
poder pré-constituído. ro do campus Esperança, já haviam sido gastos R$
Este processo indica que, além da apropria- 1.742.554,96 (Um milhão, setecentos e quarenta e
ção territorial (RAFFESTIN, 1993) firmada nas dois mil, quinhentos e cinquenta e quatro reais e no-
relações interinstitucionais, nos fluxos de recursos, venta e seis centavos).
conhecimento e pessoas, há de forma evidente uma
3º SIMPIF
5 Na figura 01, por exemplo, à margem esquerda da PB Empresa Equatorial deixar o trabalho. Inicialmente, o valor orçado
121, é notória a ação de loteamento realizada por agente imobili- era de R$10.501.052,18 (Dez milhões, quinhentos e um mil, cin-
ário local, influenciado pela construção do campus e especulativa quenta e dois reais e dezoito centavos).
Cidade PB
As dinâmicas registradas quanto à sede de- lecida entre o IFPB e a Prefeitura do Município de Es-
finitiva do Campus constituem uma realidade inte- perança, o Campus tem desde 2016 recebido uma
grada aos impactos das atividades correntes do quantidade crescente de estudantes e servidores
Campus através das dinâmicas executadas na sede que têm impactado diretamente na demanda por
provisória do campus Esperança , localizada próxi-
7 espaços físicos para realização das aulas, projetos,
ma ao centro da cidade (Figura 02), já em consenti- práticas laboratoriais, eventos, etc. Tal expansão ex-
mento às diretrizes de Brasil (2008). pressa- se na demanda do Campus por estruturas fí-
sicas, quais sejam salas, corredores, banheiros, etc.
Figura 02 - Sede provisória do IFPB campus Esperança na
Escola Municipal Josefa Pinheiro. Contudo, neste caso, a expansão do Campus implica
3º SIMPIF
parecer ser harmoniosamente concordada entre Médio e 2 do curso subsequente (para quem concluiu
IFPB e Prefeitura Municipal, responsável pela admi- o Ensino Médio). Dos 12 estudantes, 10 eram bolsis-
nistração da escola. Porém, ressalta-se como a efe- tas. O valor voltado para custeio de bolsas, desde o
tivação desta política reconduz implicações de apro- início do Campus até 2017 era de R$ 13.600,00,
priação e uso do espaço que repercutem no trabalho além de mais R$24.00,00 em valor total de custeio
de profissionais, crianças que frequentam a escola e para taxas de bancada.
responsáveis por estas. Durante o ano de 2017, por Os números para projetos de extensão são
exemplo, a escola teve que realizar o programa “Mais próximos. Até 2017, houveram 4 projetos de exten-
educação” no prédio do Centro Social Urbano, devi- são com 9 estudantes envolvidos, sendo 8 do curso
do à ocupação compartilhada do prédio pertencente integrado ao Ensino Médio e 1 do curso subsequen-
à própria escola com o IFPB campus Esperança. Mas te. Todos os estudantes eram bolsistas. O custeio de
o que justificaria esta expansão do IFPB campus Es- bolsas até 2017 totalizava R$ 14.250 e com taxas
perança no prédio da Escola Municipal? O fator mais de bancada R$ 14.000. Somam-se aos valores ex-
relevante é o aumento periódico do corpo discente pressos, as parcerias com a Prefeitura Municipal de
da unidade do IFPB. Esperança (Secretarias de Ação social, Agricultura,
Na guisa das ações efetivadas pelo Cam- Recursos Hídricos e Meio Ambiente) e com o Sindica-
pus em alinhamento às diretrizes previstas em Bra- to de Trabalhadores Rurais de Esperança em alguns
sil (2008), destaca-se que apenas no ano de 2017 dos projetos de pesquisa e/ou extensão.
foram efetivados mais de R$ 106.098,00 (Cento e Este número, contudo, é ampliado se consi-
seis mil e noventa e oito reais) em pagamentos derados os eventos realizados, incluindo parcerias
de auxílios transporte e alimentação para 55 estu- com instituições e estudiosos de atuação local (Pre-
dantes do curso técnico em informática integrado ao feituras de Remígio, Alagoa Nova e Pocinhos, Igreja
Ensino Médio e mais 61 estudantes da modalidade Católica de Esperança, CDL de Esperança, SINTAB),
subsequente do mesmo curso. A partir destes dados, regional (Empresa Almeida e Empresa Dantas), na-
constata-se o estabelecimento de fluxos financeiros cional (Instituto Nacional do Semi Árido - INSA) e
da esfera federal aos Campi dos IF’s. No caso dos até internacional com pesquisadores da Universida-
auxílios, vê-se ainda a extensão social da política pú- de Pontifícia Bolivariana, Medelín–Colômbia, corro-
blica que visa garantir a permanência do estudante. borando com a perspectiva, indicada por Morigi e
Concomitantemente, também foram realiza- Pacheco (2012) da potência dos IF’s em desenvol-
dos levantamentos de informações sobre projetos ver processos promovedores de mudanças sociais
de pesquisa, extensão e segmentos sociais parcei-
8
(Figura 03) e mais uma forma de redinamização ter-
ros do Campus investigado, apontando quantidade ritorial (HAESBART, 2004).
de estudantes envolvidos, parcerias institucionais,
entre outros dados. Além de aferir recursos próprios,
estas ações possibilitam a integração curricular e
social, bem como indicam importantes estratégias
de territorialidade dos Campus em suas expectativas
3º SIMPIF
de consolidação institucional.
Até o ano de 2017, foram conduzidos 6 pro-
jetos de pesquisa, com 12 estudantes envolvidos,
sendo 10 do curso integrado, que abrange o Ensino
8 O planejamento e realização de forma sistemática e in-
tencional de projetos de extensão e pesquisa com estudantes de
Ensino Médio é, sem embargos, marca identitária dos IF’s na edu-
cação brasileira.
Figura 03 - Instituições de diferentes níveis de atuação dade e qualidade dos serviços educacionais dos IF’s,
com as quais o Campus estabeleceu algum tipo de relação
conforme seus fins educacionais, segundo estudantes e
bem como sua envergadura em prover experiências
servidores questionados. diversas aos estudantes. Neste sentido, destaca-se o
nicipais cuja dependência de espaços e condições sino Médio. Nelas, a não realização da divulgação do
infraestruturais tem se mostrado bastante sensíveis processo seletivo é justificada pela necessidade das
e complexas. escolas em manterem seus corpos discentes. Fato
Por outro lado, a envergadura destas ações este que não tem impedido os IF’s de receberem es-
pode representar para outros agentes atuantes no tudantes destas instituições via certame, dado sua
campo da educação, sobretudo, no setor privado, natureza pública, além do mais ser a divulgação do
motivo de concorrência uma vez atestada a capaci- processo seletivo realizada pelas redes sociais, site
institucional e pelos próprios estudantes que socia- interinstitucionais, envolvendo escolas públicas e
lizam entre seus grupos de vivência informações so- privadas de nível médio, são, entretanto, possibili-
bre as atividades estudantis. dades viáveis com os interesses e perspectivas dos
Os dados a seguir dão indicativos do processo agentes os quais, de tempo em tempo, reconduzem
de constituição do corpo discente e de profissionais anseios e perspectivas num verdadeiro jogo de po-
do IFPB no campus Esperança. É importante mensu- der (RAFFESTIN, 1993).
rar que estes dados são variam consideravelmente Os dados sobre servidores inferem como re-
de semestre a semestre, haja vista o intenso fluxo de sultado que o quantitativo tímido de trabalhos de
redistribuições, remoções, fins de contratos tempo- longa extensão (superior a seis meses) envolvendo
rários e/ou afastamentos de servidores , bem como 9
a comunidade, sejam reflexos da falta de identidade
matrícula, evasão, desistência, etc. de estudantes. dos servidores com a região abrangida pelo Campus.
A despeito da maior concentração de estu- Apesar disto, observa-se que a influência dos servi-
dantes residentes em Esperança, considerando os ços educacionais do Campus tendem a apresentar
cursos existentes até dezembro 2017 (104 em Espe- ampliação para outros municípios além de Esperança.
rança-PB) e aqueles residentes em outros municípios A pequena quantidade de servidores re-
(38 de Remígio-PB, 10 de São Sebastião de Lagoa de sidentes no município, não deve ser entendida como
Roça-PB, 14 de Areia-PB, 2 Belém e 6 de Areial-PB), fator determinante da oferta de ações de pesquisa
verificou-se que dos 35 servidores, apenas 4 resi- e extensão, dado existirem outros Campi com expe-
diam em Esperança- PB no mesmo período . Crê-se 10
riências exitosas em termos de projetos realizados
que o distanciamento do corpo de profissionais do de forma contínua e com significativo impacto social,
lugar, torna mais desafiante o estabelecimento efeti- também compostos por servidores residentes em
vo de uma territorialidade do Campus. outros municípios. Este fato, inclusive, é hipotetica-
Além disso, apreende-se que a presença con- mente uma realidade na maioria dos Campi interio-
siderável de estudantes de outros municípios, confir- ranos, distantes das capitais e/ou cidades interme-
ma a distinta envergadura da educação ofertada diárias dos estados com costa litorânea voltada para
pelos IF’s, o que amplia as possibilidades de desen- o Atlântico na região Nordeste.
volvimento regional da cidade, mantidas as políticas A partir de uma amostra de 11 docentes11 do
de divulgação dos processos seletivos, acesso e per- campus Esperança, verificou-se que a atividade que
manência de estudantes de outras municipalidades abrange a maioria dos docentes é o Ensino. Todos
além de consolidar a ampliação da centralidade e fun- possuem atividades neste segmento. Em seguida,
cionalidade da cidade em sua região (CORRÊA, 1999). tem-se a extensão com 8 docentes que já realiza-
Por sua vez, a resistência das instituições ram/realizam atividades desta natureza e, por últi-
privadas em manter seus estudantes e conter os ín- mo, a pesquisa, com 5 docentes. E de sorte apontar
dices que preocupam gestores, sobretudo, evasão, que a fixação destes profissionais no campus confi-
dar-se-á, não raro, mediante a efetivação de práticas gura potencial condição de elaboração de atividades
que viabilizem a manutenção de seu público. Reter- de ensino, pesquisa e/ou extensão com considerável
ritorializações mediante a construção de parcerias impacto. A efetivação disto depende, contudo, do
3º SIMPIF
Para tanto, acredita-se que as ações de pes- tensionistas que envolvam o compartilhamento de
quisa e extensão precisam ser exploradas com estas serviços, infraestruturas e pessoal, ampliando desta
perspectivas, não sendo subutilizadas as já existen- maneira as intervenções e trocas interinstitucionais.
tes recomendações de curricularização (ARAÚJO, Também crê-se na importância de promover ações
2017) de ambas com o ensino, o que permite alçar que se estendam à realidade dos bairros da cidade
esta dimensão a níveis de promoção de desenvolvi- e zonas rurais, com atenção especial àquelas áreas
mento social para além da formação acadêmica e mais necessitadas de serviços públicos. Isto seria
profissional dos estudantes. Destaca- se a formação um processo de interesse social dirigido pelo espí-
acadêmica (geral), com as diversas disciplinas pro- rito de desenvolvimento tecnológico e educacional
pedêuticas, as quais de forma interdisciplinar entre com sensível atenção à desigual realidade estru-
si e com as disciplinas profissionalizantes, podem tural dos territórios.
galgar contribuições teóricas e empíricas de grande Com base nisto, verificou-se que a
valia e diversidade ao conhecimento e fomento dos maioria dos docentes (8, dentre 11) não estabeleceu
processos identitários locais/regionais. residência no município onde o Campus foi instala-
No Campus, foram identificados projetos de do. Este fato, interfere em dinâmicas de consumo e
pesquisa sobre temas bastante diversos, quais se- uso de espaços específicos da cidade, os quais cons-
jam: desenvolvimento de web, alternativas educa- tituem uma condição para a realização do trabalho
tivas em língua portuguesa, ética/tecnologia, pri- destes profissionais. Contudo, impacta nas relações
vacidade/filosofia da informação, desenvolvimento de poder que os agentes locais estabelecem nas
social, pesquisa em Geografia, cidades pequenas e suas tessituras com o Campus Esperança, mediado
médias, convivência com o semiárido, reestrutura- por seus membros, servidores e estudantes.
ção urbana, dentre outras. Trata-se, por isso, de uma dimensão reluzen-
Embora seja um Campus recente e tenha te do processo de territorialização dos Campi dos
cursos na área de informática, constata-se a IF’s em cidades pequenas, nas quais determinados
envergadura de alguns temas vinculados às territórios, como o centro comercial ou os setores
ciências humanas. Dentre os temas já explorados em adjacentes às construções das sedes com a espe-
pesquisa, verificou-se a existência de pesquisas culação imobiliária, podem ser aquecidos pela am-
com grande potencial de vinculação a processos so- pliação de consumidores de serviços e mercadorias
ciais, os quais permitem a aproximação com agentes e a cidade ter um reordenamento de suas funcionali-
locais tais quais, os agentes públicos ligados à ques- dades (CORRÊA, 2007). Dentre os questionados, foi
tão ambiental e de desenvolvimento social, movi- possível identificar os tipos de locais mais consumi-
mentos sociais, entidades empresariais, educativas dos durante os dias em que os profissionais estão na
e/ou grupos sociais minoritários. cidade (Figura 04).
Em atividades extensionistas, verificou-se
temas como cinema/interdisciplinaridade, meio am-
biente e sociedade, sindicalismo rural, cursos prepa-
ratórios para o ENEM e PSCT/IFPB, inclusão digital
3º SIMPIF
Figura 04 - Espacialização dos territórios utilizados em atividades oficiais (Ensino, Pesquisa e/ou Extensão) do Campus ou
por servidores e/ou estudantes em suas atividades vinculadas ao exercício, segundo estudantes e servidores questionados.
Dentre os pontos da cidade consumidos pelos Ensino Técnico Integrado e 4 turmas do Ensino Téc-
servidores questionados na pesquisa, encontram-se nico Subsequente. Questionados sobre quais pontos
informações extraídas de todos os 11 participantes, da cidade frequentam, além da sede provisória do
inclusive, dos 3 que estabeleceram residência na IFPB campus Esperança, registrou- se o seguinte:
cidade. Os custos destes foram catalogados, des- mercados (24), agência de ônibus (16), restauran-
tacando-se gastos em alimentação (8), combustível tes (10), padaria (4), lanchonetes (14), Lan house/
(7), diárias em pousadas e/ou hotéis (8), aluguel (3), copiadora (5), praças (2), posto de combustível (1).
passagem em transportes interurbanos (2), energia O consumo oriundo da presença de estudantes de
elétrica (3), internet (3) e água (3)12. Os custos to- distintos municípios na cidade de Esperança, sem
talizaram uma média de R$ 1.054,54 por servidor, embargos, amplia as possibilidades para pequenos e
valor expressivo, contudo, relativizado quando uma médios comerciantes e prestadores de serviço, uma
vez constituir amostra do atual corpo de servidores vez que sua atividade vincula-se necessariamente a
3º SIMPIF
do Campus, composto por profissionais que também demanda consumidora. Os estudantes, com média
realizam translado intermunicipal, e que não pernoi- mensal de consumo de R$ 128,00, apontaram como
tam na cidade. principais tipos de custos na cidade, quando estão
O corpo discente foi representado por 5 es- a estudo, gastos com alimentação, transporte (pas-
tudantes de cada turma, considerando 3 turmas do sagens), cópia e compra de materiais didáticos e, de
forma mais restrita que o grupo de docentes, despe-
12 Também registrou-se uso de espaços como igreja,
posto de gasolina, bancos, academia e ginásio poliesportivo. sas com combustível.
Sem embargos, constata-se que os indivíduos alavancar processos de desenvolvimento e sua rela-
e demais agentes sociais associados, desde a exis- ção com conflitos potenciais.
tência do Campus, conduzem processos de redina- A potência dos Institutos Federais em promo-
mização que vinculam-se aos territórios previamen- ver dinâmicas territoriais através das ações do Ensi-
te existentes, remodelando fluxos e configurações no, Pesquisa e/ou Extensão, é, tendo em vista a en-
socioespaciais que, outrossim, expressam formas de vergadura de recursos financeiros e elevado grau de
poder. A vinculação que se estabelece, pode ser con- especialização de seus recursos humanos, caminho
vergente ou divergente a estas tramas antecedentes, viabilizador para identificação, análise e intervenção
contribuindo para o reforço das tessituras territoriais perante as demandas sociais por serviços educacio-
ou para existência de conflitos, ainda que poten- nais, ciência e tecnologia. A ampliação de tais ações,
ciais. Há que se lembrar neste contexto as particu- através do planejamento concebido e pensado com
laridades regionais e aquilo que torna as dinâmicas as representações da sociedade local e regional,
regionais de cada campus singular em seu contex- pode significar um impacto positivo nas políticas de
to intraurbano e/ou regional, especialmente, ao se integração e desenvolvimento, além de forma con-
tratar de uma política pública federal, que se realiza creta de territorialização dos Campi em suas cidades
através da intermediação de vários agentes políticos e regiões de influência.
estaduais e municipais até chegar nos estágios mais
Referências
efetivos de materialidade através dos campus.
ARAÚJO, Adilson César; SILVA, Claudio Nei Nasci-
5. Conclusão/Considerações mento da. Ensino Médio Integrado no Brasil: funda-
mentos, práticas e desafios. Brasília: Ed. IFB, 2017.
O estudo das redinamizações territ em cida-
des pequenas com implantação de campus permitiu ARAGÃO, João Paulo Gomes de Vasconcelos; SOUZA,
Caroline Oliveira Porto. Reflexões sobre o desenvol-
analisar as repercussões, para além do ensino, que
vimento em cidades pequenas: o caso de Esperança,
tais instituições promovem, como: movimentos estado da Paraíba. Revista Principia - Divulgação
migratórios entre cidades circunvizinhas, dinâmica Científica e Tecnológica do IFPB, [S.l.], n. 33, p. 85-
imobiliária, desenvolvimento de projetos de pesqui- 98, mai. 2017.
sa e extensão de impacto local, relações entre setor BELL, D.; JAYNE, M. Small cities: urban experience
público e privado, relações interinstitucionais, dina- beyond the metropolis. New York: Routledge, 2006.
mização de atividades comerciais e de prestação de
BRASIL. Lei nº11.892, de 29 de dezembro de 2008.
serviços, ampliação de sistemas de consumo, entre Institui a Rede Federal de Educação Profissio-
outras dinâmicas. nal, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Fede-
Com base na análise realizada é possível afir- rais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, 30 de
mar que as teses deste estudo foram confirmadas,
dez. 2008, Seção 1, p. 1.
assim como seus objetivos, geral e específicos, gal-
________.Lei Nº 11.892, de 29 de dezembro de
gados. O estudo caracterizou os principais impactos
2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissio-
produzidos pelos IF’s na dimensão dos territórios nal, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Fede-
intraurbanos das cidades pequenas de forma geral. rais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras
3º SIMPIF
Para isso, foram analisadas as relações entre o providências. Brasília: Câmara dos Deputados, 2008.
IFPB Campus Esperança e as demandas sociais lo- CARLOS, Ana Fani Alessandri. A condição espacial.
cais-regionais, bem como indicada a interferência do São Paulo: Contexto, 2011.
Campus a medida que este foi inserido nas dinâmi-
CORRÊA, Roberto Lobato. Globalização e reestrutu-
cas dos territórios componentes dos arranjos produ- ração da rede urbana – uma nota sobre as pequenas
tivos regionais e intraurbanos, discutindo-se ainda cidades. Revista Território. Rio de Janeiro: LAGET/
em que medida esta instituição têm contribuído para UFRJ, v. 6, n. 6, p. 43-53, jun.,1999.
______. Região e organização espacial. São Paulo: SILVA, Paulo Fernando Jurado da; SPÓSITO, Eliseu
Ática, 2007. Savério. Cidades pequenas: perspectivas teóricas e
transformações socioespaciais. Jundiaí: Paco Edito-
_____.Espaço: um conceito chave da Geografia. rial, 2013.
In: CASTRO, Iná Elias; CORRÊA, Roberto Lobato; GO-
MES, Paulo César da Costa. Geografia: conceitos e
temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007 (b).
Abstract
History is an area of knowledge that enables subjects to be inflected to perceive the multiple human experiences
in time, in order to know the socially constructed cultural, economic and political orientations. Such exercise is
essential within the educational background of the subjects, referring to multiple interdisciplinary links, as with
mathematical education. The aim of this paper is to discuss the relationship between History of Mathematics
and its possibilities in the classroom as a didactic element of reflective promotion on the construction of mathe-
matical knowledge in time, based on the analysis of the biography of Diophantus of Alexandria, Great Mathema-
tician of Antique In this sense, from theoretical orientations proposed by the area of History of Knowledge and
History of Mathematics, it is discussed how the textbooks of mathematics use the historical knowledge and the
ambiguities contained in its various versions, exploring the way some books present Diophantus of Alexandria,
who or presented as “The Father of Algebra,” or deprived of this title. Furthermore, the promotion of a dialogical
environment based on the inaccuracy of the aforementioned titles becomes foreseen.
xandria no Egito, e, desse modo, não há mais infor- os demais se perderam, Um tratado sobre Números
mações totalmente verídicas sobre o ele, ainda que, Poligonais, que apresenta apenas vestígios, e Poris-
conforme Eves (2011), sejam encontrados detalhes mas. Este último se perdeu, mas na obra aritmética
de sua vida na Antologia Palatina. Em relação a isso podemos encontrar algumas informações a respeito
Perelman (2008) menciona um detalhe interessante, do mesmo deixando claro que foi uma obra concre-
oriundo desta Antologia Grega, ele descreve o poe- ta. A coleção aritmética dentre todas é considerada
ma escrito na tumba de Diofanto, que na condição como sua obra mais importante e é constituída basi-
de enigma algébrico, nos permite descobrir quantos camente por mais de uma centena de problemas en-
anos ele viveu, à guisa de ilustração encontra-se re- volvendo equações determinadas e indeterminadas.
presentado e traduzido logo abaixo. Figura 2 - Alguns Problemas da Obra Aritmética
Figura 1 - Representação do Enigma de Diofanto
denominada Álgebra Sincopada que segundo Roque em materiais já elaborados tornando-se indispensá-
(2012) trata-se da simplificação de quantidades, en- vel nos estudos históricos (Gil, 2002).
contradas nos problemas algébricos, representando As fontes utilizadas na pesquisa podem ser
os fonemas utilizados para a caracterização dessas classificadas como de caráter secundário uma vez
quantidades por meio da escrita do primeiro ou do que surgem a partir de fontes anteriores (Lakatos,
último fonema, que por sua vez era pronunciado em 2003).
linguagem grega. Essa discussão será estruturada com base
Figura 3 - Alguns Símbolos da Obra de Diofanto ̶ Abre- na fundamentação teórica apresentada por Boyer
viações Estenográficas (1974), Eves (2011) e Roque (2012). Será dividida
em duas situações: a primeira é dedicada ao uso e
ς (última letra da palavra arithmos, a quantidade eficácia das notações diofantinas, enquanto que na
desconhecida) segunda situação, realizamos uma análise cuidadosa
A pesquisa realizada nesse estudo é de ca- O símbolo de Diofanto para “menos” asse-
ráter teórico e compreende uma abordagem pre- melha-se a um V invertido com a bissetriz
dominantemente qualitativa, pois parte da ideia de traçada nele. A explicação que se tem dado
que nesse tipo de abordagem maior ênfase é dada é que esse símbolo se comporia de Ʌ e I,
letras da palavra grega leipis (ɅEIΨIƩ) que
ao entendimento da origem e essência do objeto de
significa “menos”. Todos os termos nega-
estudo (Gibbs, 2009).
tivos de uma expressão eram reunidos e
3º SIMPIF
Essa pesquisa é também de natureza básica, antes deles se escrevia o sinal de menos.
uma vez que procura de alguma maneira contribuir Indicava-se a adição por justaposição [...].
para a melhoria do ensino, mesmo que sem previsão
de uma aplicação prática (Prodanov e Freitas, 2013) Mas, para Boyer (1974) se analisarmos em
No que se refere aos procedimentos e técni- termos conceituais, em termos de eficácia e gene-
cas metodológicas se caracteriza como uma pesqui- ralização, esse titulo é menos justificado, pois não
sa bibliográfica, uma vez que apresenta suas bases existe nenhum desenvolvimento de postulados nas
obras de Diofanto e não é feito esforço algum para
Figura 4 - Equações Quadráticas ̶ Soluções aceitas por (2011), o mesmo não tenha sido pioneiro ao estudar
Diofanto esses tipos de equações. Também não há certeza
que todos, ou nenhum, dos problemas contidos em
x2-5x+6=0 Resposta: 3 e 2. Para Diofanto a solução suas obras são de sua autoria. Roque (2012) mos-
seria 3 tra que os métodos empregados são os mesmos nos
de estrutura e forma, não só do número”. Símbolos estatuto. Somente por essa razão será pos-
não constituem apenas abreviações ou notações que sível introduzir um símbolo para uma quan-
facilitam a prática de procedimentos de cálculo bem tidade desconhecida.
sentados em seu livro, que semelhantemente, pro- estudantes, trazendo para as suas próprias vidas,
põe encontrar dois números em que sua soma re- enquanto vidas plenas de oportunidade de criação e
sulta em 20 e a soma de seus quadrados em 208. construção de saberes úteis a sociedade.
A guisa de ilustração: “os números são designados Nossa intervenção tinha como objetivo verifi-
não por x e y, mas como 10+x e 10-x, (em termos de car que nem sempre a história da matemática como
nossa notação). Então + = 208, logo x = 2 portanto é ensinada potencializa o aprendizado em sala de
os números procurados são 8 e 12”. aula e pode até comprometer o saber a ser ensinado
quando há grandes divergências entre os materiais _____.O Romance das Equações Algébricas. 3. Ed
didáticos utilizados. Ainda que, soubéssemos das ver. E ampl. –São Paulo: Editora Livraria da Física,
2009.
limitações que poderiam surgir por conta da dificul-
dade na obtenção das informações e dos materiais GIBBS, G. Análise de dados qualitativos. Tradução
que utilizamos na construção da nossa pesquisa, de Roberto Cataldo Costa. Coleção Pesquisa Quali-
tativa. Porto Alegre: Artmed, 2009.
mas que seriam essências para a obtenção de um
bom resultado. GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa.
Assim, durante a investigação, e a partir das 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
situações que compõem a nossa discussão, a respei- LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de
to de Diofanto, no que se refere ao saber que estava metodolia cientifica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
em jogo, ficou evidente a ocorrência de expectativas MENDES, I. A. O uso da História no ensino da Ma-
que se comprovam quando chegamos à conclusão temática: reflexões teóricas e experiências. Belém:
de que Diofanto de Alexandria não é o pai da álgebra. EDUEPA, 2001.
Ademais, vale ressaltar que a pesquisa não se PERELMAN, Y. Álgebra Recreativa. RBA coleccioná-
esgota, e que não tínhamos a intenção de comparar veis SA, 2008.
Diofanto a nenhum outro matemático apontado nos
PRODANOV, C. C.; FREITAS E. C. Metodologia do tra-
livros como “O Pai da Álgebra” por isso direciona- balho cientifico: métodos e técnicas de pesquisa e
mos todo o foco da pesquisa a um só matemático. do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Fee-
Portanto não podemos concluir aqui quem de vale, 2013.
fato é o pai da álgebra, mas podemos concluir que, ROQUE, T. História da Matemática –Uma visão críti-
embora não seja Diofanto de Alexandria suas con- ca, desfazendo mitos e lendas. Rio de Janeiro: Jorge
tribuições fizeram a matemática evoluir e alcançar a Zahar, 2012.
grandiosidade que apresenta nos dias de hoje. STEWART, I. Em Busca do Infinito –Uma História da
Matemática dos primeiros números à Teoria do Caos.
Referências Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2014.
Sparc Galdino
Detecção de patologias laríngeas por
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
meio de características tempo-frequên-
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa cia de sinais de voz
Silvana Luciene do Nascimento Cunha
Costa
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa Resumo
Abstract
Traditional techniques for detecting laryngeal pathologies are generally invasive, bringing discomfort to the
patient. The development of noninvasive and inexpensive techniques, such as acoustic analysis, can assist in
the pre-diagnosis of laryngeal pathologies and the monitoring of vocal therapies. This research uses temporal
and spectral measurements of voice signal in noninvasive detection of laryngeal pathologies, employing digital
signal processing techniques. The temporal characteristics employed are jitter, shimmer and frequency domain
characteristics are formant frequencies. Features are applied in a machine learning-based classifier using Su-
pport Vector Machine (SVM). The voice signals are classified as healthy or pathological and further discrimi-
nated between edema, paralysis or vocal fold nodules. In the discrimination between healthy and pathological,
there was an accuracy of approximately 90%, being the best case in the discrimination between healthy and
nodule affected signs (about 92%). The method employed can be applied in the screening of patients with laryn-
geal pathologies and, specifically, in the detection of vocal nodules with accuracy above 90%.
pregada durante o processo terapêutico, realizando ressonância acima e abaixo desta, para, finalmente
as medições no sinal e verificando o grau de norma- ser convertido em fala por ação da faringe, língua, pa-
lidade a partir da comparação dos valores das me- lato, lábios e estruturas relacionadas (DAJER, 2006).
didas para vozes normais e vozes ditas patológicas.
Pregas Vocais
Medições no domínio do tempo nem sempre forne-
cem as melhores estimativas das desordens vocais. As pregas vocais situam-se entre a parte in-
Medidas obtidas no domínio da frequência podem terna da base das aritenoides e a tireoide. A deno-
fornecer informações adicionais dos sinais provoca- minação pregas vocais se refere, na verdade, a dois
das pelas lesões laríngeas. Ambas podem ser, ainda, pares de lábios, simetricamente formados por um
combinadas, e fornecer medidas mais precisas sobre músculo e um tecido elástico. Ao espaço, normal-
a dinâmica vocal e suas alterações. Nesta pesquisa, mente triangular compreendido entre as pregas vo-
pretende-se investigar um conjunto de medidas tem- cais, dá-se o nome de glote (PARRAGA, 2002).
porais e espectrais dos sinais de voz que represen- As pregas vocais tem papel importante na fo-
tem a dinâmica vocal e possibilitem a discriminação nação. São estruturas multi-laminadas e cada uma
entre sinais saudáveis e sinais afetados por patolo- apresenta propriedades mecânicas diferentes (ZIT-
gias laríngeas (edema de Reinke, cistos, pólipos e TA, 2005). De um modo geral, as pregas vocais são
nódulos vocais) de forma eficiente. duas dobras de músculos e mucosas que se esten-
dem horizontalmente na laringe.
2. Referencial teórico
O padrão vibratório das pregas vocais pode
ser descrito e atribuído à patologia com relação aos
A laringe
diversos traços ou fenômenos principais: frequência
A função da produção da voz – fonação – de- fundamental, periodicidade, movimento horizontal e
pende fundamentalmente da laringe. A laringe é um vertical, onda mucosa e fechamento glótico (HIRA-
órgão tubular, um arcabouço esquelético membra- NO, 1996; HIRANO e BLESS, 1993).
noso, situada no plano mediano e anterior superficial A frequência fundamental ( corresponde à
ao pescoço, sendo conectada inferiormente à tra- frequência do sinal de excitação proveniente do mo-
queia e superiormente com a faringe (DAJER, 2006). vimento da glote, ou seja, número de vibrações da
As funções básicas da laringe em ordem de prega vocal por segundo. A frequência fundamental
importância são proteção, respiração, fonação. Na recebe o nome de primeiro harmônico e varia em
função de proteção a laringe atua como um músculo torno de: 113 Hz para os homens, 220 Hz para as
anular, que serve para abrir e fechar condutos, evi- mulheres e de 240 Hz para crianças, no português
tando a entrada de qualquer coisa exceto o ar, ao falado no Brasil (RUSSO E BEHLAU, 1993).
pulmão. Na função de respiração, as pregas vocais A frequência fundamental é determinada por
abduzem ativamente durante o movimento respira- uma interação complexa entre comprimento, massa
tório, contribuindo para regular a troca gasosa com e tensão das pregas vocais, todos controlados pelos
o pulmão e a manutenção do equilíbrio ácido base. músculos intrínsecos e extrínsecos da laringe.
Na função de fonação, as mudanças de tensão e
3º SIMPIF
trições para a geração de certos tipos de som. O ar é conduzido para fora dos pulmões pela
Um diagrama simplificado para o sistema vo- traqueia, passando pela laringe, onde estão as pre-
cal é apresentado na Figura 1, em que o trato vocal gas vocais. O espaço compreendido entre as pregas
é excitado pelo ar expelido dos pulmões por ação de vocais é chamado de glote, e sua abertura pode ser
uma força muscular, e modulado pelo sistema mas- controlada movimentando-se as cartilagens ari-
sa-mola correspondente as pregas vocais. tenoide e tireoide. É lá que o fluxo contínuo de ar
Figura 1 – Modelo do trato vocal dos pulmões é geralmente transformado em vibra-
ções rápidas e audíveis durante a fala. Isso ocorre
devido ao fechamento das pregas vocais, que gera
um aumento gradativo da pressão atrás delas, que
acaba por fazer com que elas se abram repentina-
mente, liberando a pressão, para então tornarem a
se fechar. Esse processo produz uma sequência de
pulsos cuja frequência é controlada pela pressão do
3º SIMPIF
podem ser associados a qualquer patologia, entre os ga vocal pode ser causada por patologia central ou
quais estão o jitter e o shimmer. O jitter (perturbação periférica e pode envolver as conexões centrais, o
de frequência) é um dos índices que reflete anoma- nervo vago, o nervo laríngeo recorrente e/ou o nervo
lias das pregas vocais e pode ser de fácil medição laríngeo superior.
(PARRAGA, 2002). Enquanto que o shimmer (pertur- Os sintomas perceptuais mais comuns da pa-
bação na amplitude) representa reduções significa- ralisia unilateral são a soprosidade e a rouquidão.
tivas da amplitude resultado do acréscimo de massa Ocasionalmente, a diplofonia pode estar presente. A
A frequência fundamental da fala e suas va- de severa ou afonia, porém, uma voz quase normal
riações, a extensão fonatória, as perturbações na pode estar presente no tipo abdutor. Pode ser ob-
amplitude, ruído espectral e o tempo de fonação, são servada uma maior aperiodicidade (jitter e shimmer),
alguns dos sinais acústicos que podem ser medidos uma extensão de frequência reduzida, níveis de ruí-
e a partir dos quais é possível avaliar a qualidade dos elevados e uma extensão de intensidade vocal
Os nódulos são lesões de massa, benignas, A análise acústica de sinais de voz tem sido
mente avermelhada, que se desenvolvem na região rado aos exames laringoscópicos usuais, que pode
anterior das pregas vocais, na metade da área de ser utilizado como uma ferramenta adicional ao
3º SIMPIF
maior vibração glótica, decorrentes essencialmen- diagnóstico de uma dada patologia. A comparação
te do abuso vocal. São lesões comuns em mulheres do comportamento de várias medidas acústicas do
jovens adultas, na faixa etária de 25 a 35 anos, e sinal de voz patológico em relação à voz normal pode
também em crianças de ambos os sexos (BEHLAU, contribuir para pré-diagnosticar a presença de pa-
2001). tologia.
A seguir, são discutidas algumas das medidas meiro mínimo da função AMDF. É preciso, antes, fa-
acústicas de sinais de voz no domínio do tempo e da zer a detecção surdo/sonoro para os segmentos de
frequência. voz, já que a função AMDF é aplicada nos segmentos
sonoros do sinal de voz (FECHINE, 2000).
• Frequência fundamental
Função de autocorrelação
A frequência fundamental ( corresponde à
frequência do sinal de excitação proveniente da glo- A frequência ( pode ser obtida tomando-se o
te, ou seja, é o número de vibrações das pregas vo- inverso do tempo em que ocorrem dois picos suces-
cais por segundo. sivos na função de autocorrelação.
Existe uma gama de métodos para o cálcu- A função de autocorrelação de um sinal em
lo da frequência fundamental (RABINER & SHAFER, tempo discreto determinístico é definido como (RA-
1978). As que foram utilizadas nessa pesquisa fo- BINER & SHAFER, 1978):
ram: o método da função da média de diferenças de
amplitudes (AMDF – Average Magnitude Difference
(4)
Function) (RABINER & SHAFER, 1978); 2 – método
da função de autocorrelação (SONDHI, 1968; RABI- Se o sinal for aleatório ou periódico a defini-
NER & SCHAFER, 1978). ção apropriada será:
• Jitter
(2)
Jitter relativo é a diferença absoluta média
sendo AMDF(k) o valor da AMDF para um
entre períodos consecutivos, dividida pelo período
atraso k e F é escolhido apropriadamente. Pode-se
médio, pode ser calculado como:
utilizar ( é o segmento do quadro ou segmento da
voz em análise) e eliminar a divisão por F, por ser
desnecessária. Dessa forma, a Equação 2 pode ser
3º SIMPIF
(7)
reescrita como
Em que na Equação é o período de pitch ex-
traído, com , e N é o número de períodos de pitch
extraídos do sinal de voz em análise (BRAND, 2011).
(3)
O sinal de excitação é modulado em sua pas- sendo ampliadas também para problemas de regres-
sagem pelo trato vocal, por uma envoltória corres- são e aprendizagem de máquinas (BURGES, 1998).
pondente à função de transferência do trato vocal. Esta estratégia de aprendizagem foi proposta por
Os picos dessa envoltória correspondem às frequên- Cortes e Vapnik (1995) e tem despertado a atenção
cias de ressonância do trato vocal, que por sua vez, de pesquisadores devido as suas principais caracte-
dependem da posição dos articuladores como mos- rísticas, que são: boa capacidade de generalização
Os dados do conjunto de treinamento devem (1995) descreveram seu uso quando estudavam a
ser estatisticamente representativos para que a má- teoria do aprendizado estatístico.
quina possa reconhecer possíveis padrões posterio- Segundo Hsu, Chang e Lin (2003), a classi-
res não apresentados inicialmente, propriedade co- ficação consiste em separar os dados em dados de
nhecida como generalização (VAPNIK, 1982). treinamento e de teste. Cada dado de entrada no
Além dessa grande amostra de dados, é ne- treinamento tem um rótulo, ou seja, tal dado é per-
cessário que as funções tenham comportamento tencente a uma classe, sendo que essa classe pode
determinístico, ou seja, para um certo conjunto de possuir diversos atributos. O objetivo principal do
entrada X, e um conjunto de parâmetros , a saída SVM é criar um modelo que consiga predizer a classe
deve sempre ser a mesma (CAVALCANTI, 2010). dos dados de teste, apenas com os atributos de teste
O objetivo da máquina de aprendizado é es- (HSU; CHANG; LIN, 2003).
colher uma função que seja capaz de mapear a re- A partir de um conjunto de dados de treino,
lação de e , onde representa os parâmetros dessa rotulados de acordo com a equação 10, o algoritmo
relação. SVM procura uma solução para os problemas de oti-
Onde
Entretanto, muitos autores utilizam uma fun- a assegurar a sua estacionariedade. Feito isso, uma
ção de kernel está descrita na equação 12 (HSU; ponderação do quadro do sinal por uma função é
CHANG; LIN, 2003). necessária para proporcionar as características es-
pectrais do quadro e evitar o espalhamento de fre-
quências. Na literatura, a função que é usualmente
(12)
utilizada para este propósito é a chamada janela de
As funções definidas para o kernel são des- Hamming expressa como:
critas para mapear os dados no espaço dimensional
superior. A equação 12 é chamada de radial basis
function e mapeia os dados de forma não linear. Di- (13)
versas funções de kernel são propostas e resultam
em que é a amostra e é o número de amos-
em diferentes soluções e performances do SVM. Nes-
tras da janela em análise.
te trabalho optou-se pela equação 12, pois a mesma
demonstra uma ótima capacidade de generalização. Figura 6 – Diagrama em blocos para o processo de discri-
minação do sinal de voz.
Sistema de análise e classificação de patologia na voz
Fonte: própria.
Fonte: própria
ção entre vozes saudáveis e patológicas. No entanto, CORTES, C., VAPNIK, V. Support Vector Networks –
as medidas empregadas nesta pesquisa, não foram Machine Learning. vol. 20 (3), 273-297, 1995.
eficientes para distinguir entre as patologias. Pode- COLTON. R. & CASPER, J. Conduta mé-
-se concluir que valores baixos no desempenho de dica e cirúrgica dos distúrbios vocais.
classificação entre patologias deve-se ao fato de que In: Compreendendo os Problemas de Voz, Porto
Alegre, Artes médicas, 1996.
essas patologias possuem características acústicas
semelhantes conforme citado em Behlau (2001), o CASTAÑÓN, C. A. B. Recuperação de imagens por
que tornou difícil a classificação. Ainda deve-se levar conteúdo através de análise multiresolução por
Wavelets. Dissertação de mestrado. Instituto de
em conta que os sinais não são agrupados em clas-
Ciências Matemática e de Computação USP. São Car-
ses de sinais separadas por grau de severidade das los, 2003.
patologias.
COSTA, Silvana L. do N. C. Análise Acústica, Ba-
Para continuidade da pesquisa, sugere-se o seada no Modelo Linear de Produção da Fala, para
emprego de medidas mais robustas, que indepen- Discriminação de Vozes Patológicas. Tese de Dou-
dam da obtenção da frequência fundamental, já que torado, Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG), 2008.
para sinais muito afetados por patologias laríngeas,
estas medidas se tornam mais difíceis de serem obti- COSTA, Washington C. de A., COSTA, Silvana L. do
das. O uso de frequências formantes também não se N. C., ASSIS, Francisco M. de, NETO, benedito G. A.
Classificação de sinais de vozes saudáveis e pato-
mostrou relevante para distinguir entre patologias.
lógicas por meio da combinação entre medidas da
Sugere-se investigar a combinação dessas medidas análise dinâmica não linear e codificação preditiva
com medidas da análise dinâmica não linear, que le- linear. Revista Brasileira de Engenharia Biomédica
vem em conta a dinâmica do sistema de produção da (Brasilian Journal of Biomedical Engineering), Vo-
lume 29, Número 1, p. 3-14, 2013.
fala e suas modificações provocadas pela presença
de alterações fisiológicas da laringe. Além disso, a CAVALCANTI, N. A. Sistema Inteligente para Diag-
análise de desempenho de outros sistemas de clas- nóstico de Patologias na Laringe Utilizando Máqui-
nas de Vetor de Suporte. Dissertação de Mestrado.
sificação a exemplo de redes neurais profundas po-
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2010.
dem ser investigados.
DAJER, M.E. Padrões Visuais de Sinais de Voz Atra-
Referências vés de Técnica de Análise Não-Linear. Dissertação.
Bioengenharia, Escola de Engenharia de São Carlos,
BENNETT S, BISHOP S, LUMPKIN S. Phonatory char- São Paulo, 1994.
acteristics associated with bilateral diffuse polypoid
degeneration. Laryngoscope 97:446-50, 1987. DIAS, R. de S. F. Normalização de Locutor em Sis-
tema de Reconhecimento de Fala. Universidade
BRANDT, R. R. Modelagem de vozes patológicas Estadual de Campinas – Faculdade de Engenharia
baseadas na estimação espectral do ruído glotal. Elétrica e de Computação. Dissertação de Mestrado,
Dissertação (Doutorado em Engenharia Elétrica) – Novembro 2000.
Universidade Federal de Campina Grande, Campina
Grande, 2011. 88f. FECHINE, J. M. Reconhecimento Auto-
mático de Identidade Vocal Utilizando
BURGES, C. J. A Tutorial Support Vector Machines Modelagem Híbrida: Paramétri-
for Pattern Recognition. Data Mining and Knowledge
3º SIMPIF
HSU, C. W; CHANG, C.C; LIN, C. J. A practical guide Acoustic (ICA’10), 23-27 August, Sydney, Australia,
to support vector classification. v. 101, p. 1396- 2010.
1400, 01 2003.
TEIXEIRA, J. P. R., Modelização Paramétrica de Si-
KOLHATKAR, K.; KOLTE, M.; LELE, J.Implementation nais para Aplicação em Sistemas de Conversão tex-
of pitch detection algorithms for pathological voices. to-fala. Dissertação de Mestrado. Universidade do
Proceedings of the International Conference on In- Porto, faculdade de Engenharia, 1995.
ventive Computation Technologies (ICICT), Vol. 1,
Pages: 1 – 5, 2016. VAPNIK, V. N. Estimation of Dependences Based on
Empirical Data. Berlom: Editora Springer – Verlag,
KUHL, I. Manual Prático de Larin- 1982.
gologia. Livro Texto/II. Editora da
Universidade – UFRGS. Porto Alegre, 1982. ZITTA, S. M. Análise Perceptivo-Auditiva e Acústica
em Mulheres Com Nódulos Vocais. Centro Federal
KENT, R. D., READ, C. The Acoustic Analysis of de Educação Tecnológica – CEFET-PR. Curitiba, Pa-
Speech, University of Minnesota, Sigular Publishing raná, 2005.
Group, 1992.
Abstract
The Dino Educ Robot is an extension project that contemplates the teaching and research of Educational Ro-
botics integrated into public education. Elementary school students of public (state and municipal) schools,
as well as technical high school teachers and students, were articulated by this action, which aimed to diffuse
educational robotics in the backwoods of the state of Paraiba, Brazil. The workshops used low-cost robotics
kits produced using open source technology and recycled materials developed in the Laboratory of Research,
Innovation and Applied Technology (INTEGRA) of the Federal Institute of Education, Science and Technology of
Paraiba (IFPB) Campus in Sousa, Paraiba. The project addressed topics such as robot assembling, its program-
ming and lastly, the use of robots in multidisciplinary fields. The motivation of this work is to use robotics as a
teaching tool, helping in the understanding of computing concepts for high school students and other subjects
such as math and geography for elementary school students.
Keywords: Educational robotics. Technology and education. Computing in education. Social inclusion.
Vale dos Dinossauros. Até o momento, foi descober- jetivo de facilitar a transmissão do conhecimento ao
ta apenas uma fíbula fossilizada, datada de 136 mi- aprendiz, cabendo a este unicamente armazenar os
lhões de anos), em congressos internacionais e para resultados do processo de ensino. Desse modo, na
crianças do município de Sousa. abordagem tradicional, tem-se que o conhecimento
O Robô Dino Educ tem o objetivo de aplicar os adquirido pelo indivíduo possui um caráter cumu-
conceitos básicos de matemática e geografia a alu- lativo, devendo ser adquirido pela transmissão dos
nos do ensino fundamental, utilizando um robô, atra- conhecimentos proporcionados pelas instituições de
4. Desenvolver a capacidade de pensar múltiplas -se ludificação como método a fim de transformar a
alternativas para a solução de um problema; processos ensino e aprendizagem através da utiliza-
5. Desenvolver habilidades e competências ligadas ção de estratégia e pensamentos de jogos.
à lógica, noção espacial, pensamento matemá- Dentre os objetivos da ludificação podemos
tico, trabalho em grupo, organização e planeja- destacar:
mento de projetos envolvendo robôs;
1. Tornar a tecnologia mais atraente;
6. Promover a interdisciplinaridade, favorecendo a
2. Estimular os usuários a se engajarem com com-
integração de conceitos de diversas áreas, tais
portamentos desejados;
como: linguagem, matemática, física, ciências,
3. Mostrar um caminho para o domínio e autono-
história, geografia, artes, etc.
mia;
Recentemente, temos vários trabalhos de su- 4. Ajudar a resolver problemas sem ser uma distra-
cesso com a robótica educacional, como em MAR- ção, e tirar vantagem da predisposição psicoló-
TINS et al., (2016), os quais realizaram oficinas com gica humana de se engajar em jogos.
jovens entre 13 e 16 anos de um projeto social de
Esta técnica pode encorajar as pessoas a
Passo Fundo/RS; FERREIRA et al., (2016) que de-
realizar tarefas que elas normalmente consideram
senvolveram um aplicativo para Android, o qual é
chatas, como completar questionários, fazer com-
parte de um kit de robótica de baixo custo; e ainda
pras, completar formulários de impostos ou leitura
SANTOS et al. (2010) que desenvolveram kits de ro-
de sites. Dados disponíveis de sites, aplicações e
bótica educacional de baixo custo.
processos gamificados indicam potenciais melhorias
Sendo assim, o uso do computador e mate-
em áreas como envolvimento dos usuários, retorno
riais de robótica, permite aos alunos desenvolver por
sobre investimento, qualidade de dados, prazos ou
si próprio, noções cognitivas que nunca havia expe-
aprendizagem (KAPP, 2012).
rimentado antes. Estas noções podem ser conside-
A Teoria Antropológica do Didático (TAD) é
radas como uma verdadeira explosão de ideias, pois
composta de dois aspectos complementares, mas
permite ao aluno ver como e por que alguma coisa
independentes: o primeiro refere-se às caracterís-
funciona, ou seja, se o aluno sabe o que está por
ticas estruturais, descritas em termos de praxeo-
detrás de um conceito, é provável que ele tenha não
logias, e o segundo, remete às características fun-
apenas um melhor entendimento das informações
cionais, centradas na ideia de momentos didáticos
adquiridas como também terá a habilidade de aplicar
(CHEVALLARD, 1999). De acordo com a TAD, tudo
este conceito em qualquer outra situação. As explo-
aquilo que é solicitado para uma pessoa fazer, me-
sões de ideias são, portanto, enriquecedoras para os
diado por verbos, pode ser designado como tarefa.
alunos por promoverem neles a aquisição de novos
Neste sentido, tarefa evoca uma ação, um modo de
conhecimentos a partir daquele que havia previa-
realizar algo, perfazendo assim o bloco prático-téc-
mente. A partir do uso dos computadores e tecnolo-
nico de uma Organização Praxeológica (OP).
gias adjacentes, os alunos são capazes de desenvol-
Como não interessa apenas a execução de
ver ideias que são não apenas valiosas e relevantes
determinada tarefa no contexto da Robótica Educa-
3º SIMPIF
tência de seis momentos de estudo ou momentos di- técnica (devido ao tempo de permanência dos sujei-
dáticos, os quais não obedecem necessariamente a tos nesse momento de estudo), prejudicando o mo-
uma ordem cronológica, podendo ocorrer de manei- mento tecnológico teórico ou outro qualquer, dado o
ra simultânea e em diferentes ocasiões do processo conjunto fixo de aulas/ horas disponíveis para reali-
de estudo, a saber: zação da atividade.
A Teoria Antropológica do Didático mostra-se
1. Primeiro encontro com a organização praxeoló-
como uma forte aliada na iniciativa em evidenciar
gica que está em jogo;
melhor a estrutura e dinâmica de atividades e práti-
2. Momento da exploração do tipo de tarefas e da
cas didáticas que fazem uso das novas tecnologias,
elaboração inicial de uma técnica relativa a este
especialmente no campo da robótica educacional
tipo de tarefa;
em termos das tarefas, técnicas, tecnologias e da
3. Constituição e desenvolvimento do bloco tec-
teoria. Se partirmos de uma determinada atividade
nológico-teórico relativo à técnica e ao tipo de
humana, inserida numa dada realidade (seja ela de
tarefa proposta pela organização;
pesquisa, industrial, comercial e/ ou doméstica),
4. Momento de trabalho da técnica, visando viven-
podemos então investigar essa atividade tratando-
ciá-la e aprimorá-la o quanto possível;
-a inicialmente como uma organização praxeológica
5. Momento da institucionalização que visa preci-
(OP de referência). Assim, dependendo da intenção
sar o que, de fato, pertence e é de domínio da
didática, pode-se extrair dessa investigação inicial
organização;
da OP de referência quais tarefas, técnicas, tecnolo-
6. Por fim, o momento da avaliação, em que se deve
gias ou teorias se deseja tratar ou são mais viáveis
“fazer um balanço”, um momento de reflexão em
para constar na atividade didática.
que se examina o que foi “aprendido” daquela OP.
pa do projeto consistiu em ensino e extensão, onde • Módulo Bluetooth, figura 2(d): A troca de men-
foi realizada a seleção de crianças das escolas par- sagens entre o celular e o Arduino do robô é
ticipantes (parceiro social), sendo estes alunos do feita utilizando um módulo Bluetooth, o módulo
ensino fundamental, preferencialmente do 5º ou 6º possui uma comunicação wireless (sem fio), o
ano. Para este programa foram contempladas as três uso da energia varia de acordo com a distância,
escolas EEEFM Rotary Dr. Thomaz Pires, EMEFM Papa tem a função de estabelecer comunicação e fa-
Paulo VI e Escola Normal Estadual José de Paiva Ga- zer a transmissão de dados entre dispositivos.
delha todas de Sousa/PB. • Baterias: Para a alimentação ou consumo ener-
gético dos robôs foram usadas baterias recicla-
3.1 Robô Dino Educ
das de notebook, figura 2(e), Power Banks (Car-
O Robô Dino Educ é uma ferramenta tecno- regadores móveis de celular), figura 2(f) e uma
lógica que utiliza a robótica educacional e conceitos bateria de LiPo, figura 2(g), que possui autono-
de gamificação e/ou ludificação, com o intuito de es- mia maior que as outras utilizadas. Cada versão
timular alunos a participar mais das aulas e tentar do robô utilizou uma dessas baterias citadas.
aprender o conteúdo das matérias. Assim, ajudando • Arduino, figura 2(i): Principal componente para
a melhorar o desempenho escolar, desenvolvendo o a construção do robô, sendo responsável pelo
seu raciocínio lógico. controle e comunicação. Sendo este uma plata-
Para a construção dos Kits de robótica utili- forma open-source de prototipagem eletrônica,
zou Arduino (SOUZA et al., 2011) e demais sistemas um hardware que pode ser montado e modifica-
que com ele se comunicam (sensores, softwares, do, tem como função, processar e controlar os
motores, shields, etc.) como principais materiais periféricos do Robô Dino Educ.
para desenvolvimento do robô. Esse robô possui am- Figura 2 - Componentes do Robô Dino Educ. 2(a) Roda
pla versatilidade, fazendo uso de uma vasta gama de Hobby, 2(b) Motor DC; 2(c) Ponte H; 2(D) módulo Blue-
tooth; 2(E) bateria reciclada de Notebook; 2(F) modulo
sensores e componentes de fácil acesso e relativo Power Bank de energia; 2(G) bateria LiPo, 2(H) Arduino
baixo custo, o que amplia o número de aplicações, modelo nano.
(c) (d)
de Redução e Eixo Duplo e redução de 1:48. Ne-
cessitam de corrente contínua para funcionar,
tem velocidade e controle ajustáveis.
• Ponte H, figura 2(c): É um controlador de potên-
cia, esse controle é feito através da mudança de
uma corrente contínua fixa para uma corrente (e) (f)
contínua variável.
(g) (h)
Figura 3 - Tela de controle do Robô Dino, utilizando o 3.1.2 As versões do Robô Dino Educ.
celular.
Figura 5 - Primeira Versão do Robô Dino Educ. 5(a) Mon- Figura 6 - Segunda versão do Robô Dino Educ. Apresenta-
tando o Robô; 5(b) vista superior; 5(c) Visão traseira do na Expotec 2018
(a) (b)
os alunos uma pesquisa sobre o Sousatitan, o tita- a resposta correta. É importante destacar que todo
nossauro que habitou a região de Sousa/PB (RAPPA o conteúdo e as questões utilizadas nos jogos são
e LOIOLA 2016). curadas por professores da área, garantindo que
todo este material didático seja válido e de acordo
com público que se pretende alcançar.
3.2.1 Aulas e Temas geografia com o robô ocorre a parte prática, utilizando-se um Banner de
2m x 2m no chão em conjunto com Robô Dino e sele-
As questões e metodologia temática das per-
cionando-se um aluno para escolher pontos aleató-
guntas, os cenários utilizaram mapas, figura 8, e
rios (coordenadas: x e y) do plano cartesiano. O alu-
outras áreas da geografia, como mineração, relevo,
no controlando o robô forma uma figura geométrica
tipos de solos, clima, flora, e aspectos históricos da
plana, assim, fixando o conteúdo que foi estudado.
região, destacando os dinossauros que habitaram
Figura 10 - Slide “O que é figura Geométrica plana”.
Sousa e região, bem como as riquezas arqueológi-
cas, como, por exemplo, o Sousatitan, as pegadas
de dinossauros, encontradas principalmente no Vale
dos Dinossauros, destacadas na figura 9.
4. Resultados
o robô e a figura 14 mostra a preparação para uma 4.1 Aulas de Geografia e Matemática com crianças
oficina de matemática. em escolas públicas
gunta de acordo com a área que se encontra e a aula Figura 19 - Prática na aula de Matemática (“Formando
figuras geométricas e as identificando”).
apresentada anteriormente. Assim, é possível fixar o
conteúdo que estava sendo apresentado, utilizando
jogos educacionais com perguntas e respostas.
5. Conclusão
ticipantes os alunos responderam que desejam ter voluntários empenharam na supervisão e realização
novas aulas de matemática. do programa Robô Dino Educ; aos diretores, profes-
Dentre os resultados, destaca-se a possibili- sores e alunos das escolas parceiras, que aceitaram
dade de utilizar a metodologia de ensino conciliando vivenciar e experimentar novas formas de aprendi-
teoria e a prática, estimulando os alunos entre áreas zado ao participar do projeto; ao Laticínio Isis pelo
pedagógicas e a Ciências da Computação. O projeto apoio com lanches aos participantes; “aos servido-
gerou um ambiente de ensino, pesquisa e extensão res João Edson Rufino e Josemar Alves Soares pelo
alinhado a Interdisciplinaridade e a inovação tecno- apoio na revisão idiomática e revisão final.”
lógica. Foram apresentados problemas para que os
Referências
alunos desenvolvam estratégias e assim solucioná-
-los, a fim de estimular a criatividade, integrando BEZERRA, Neto, R. P., Rocha, D. P., Santana, A. M.,
os conhecimentos de diversas disciplinas, o que fa- Souza, A. A. S. Robótica na educação: uma revisão
sistemática dos últimos 10 anos. Anais do XXVI Sim-
voreceu a construção do saber de forma eficiente e
pósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE
divertida. 2015), pp. 386-393, 2015. CNPq. Olimpíadas cien-
Alguns objetivos alcançados no projeto: tíficas.
• Foram realizados cursos de robótica para alunos
CHEVALLARD, Y., BOSCH, M., GASCÓN, J., Estudiar
do Curso Técnico em Informática do IFPB Cam- matemáticas. El eslabón perdido entre la enseñanza
pus e motivação à participação na Olimpíada e y el aprendizaje, Barcelona: ICE/Horsori, 1997.
Mostra Brasileira de Robótica. CHEVALLARD, Y., L’analyse des pratiques enseignan-
• Foram realizadas oficinas de robótica para esco- tes en théorie anthropologique du didactique. Re-
las parceiras que possuem laboratório específi- cherches en didactique des mathématiques (Revue),
Pensée sauvage 19, [2], 221–265, 1999.
co na cidade de Sousa/PB.
• Foram oferecidas oficinas temáticas envolvendo FARDO, Marcelo Luis. A gamificação aplicada em am-
a robótica e jogos educacionais com diversas bientes de aprendizagem. RENOTE, v. 11, n. 1, 2013.
áreas do conhecimento, tendo como foco a geo- FERREIRA, L. A. C., Jesus, A. M., Rufo, M. C. B., San-
grafia, matemática, fundamentos de hardware e tos, F. M. C. Se-Robô: aplicativo para robótica educa-
lógica de programação; cional de baixo custo. Anais do XXVII Simpósio Bra-
sileiro de Informática na Educação (SBIE 2016), pp.
• Divulgação da Robótica no Sertão Paraibano e
1285-1289, 2016.
a divulgação do Sertão Paraibano (Sousatitan)
para a comunidade da Robótica. KAPP, Karl. The Gamification of Learning and Instruc-
tion: Game-based Methods and Strategies for Train-
Para trabalhos futuros, pretende-se elaborar
ing and Education. Pfeiffer, 2012.
novas aulas com temas e/ou disciplinas diferentes
de acordo com as respostas dos alunos nos ques- MARTINS, A. R. Q, TEIXEIRA, A. C., VARGAS, F. A. O
desenvolvimento da criatividade através da Robótica
tionários aplicados ao final dos encontros. Pretende
Educacional. Mediações - Revista Online da Escola
buscar novas escolas parceiras, dando continuidade Superior de Educação do Instituto Politécnico de Se-
ao projeto e proporcionando que novos alunos parti- túbal, Vol. 4, n. 1, pp. 5-18, 2016.
cipem do projeto Robô Dino Educ. PAPERT, S., The Children’s Machine: Rethinking
3º SIMPIF
Convém registrar agradecimentos à Pró-Rei- School in the Age of the Computer, HarperCollins,
tora de Extensão e Cultura do IFPB pelo financiamento 1993
do trabalho; ao Coordenador de Extensão Pedro PAPERT, S.; Logo: computadores e educação. São
Couto, pela orientação e suporte administrativo; Paulo: Editora Brasiliense, 1985. Publicado original-
aos servidores do IFPB Campus Sousa, pelo apoio mente sob o título de Mindstorms: children, compu-
ters and powerful ideas. 1980.
logístico; aos professores e alunos do Curso Técnico
de Informática que como orientadores, bolsistas,
Abstract
This work aimed to analyze the influence of welding parameters on weld bead geometry when applied to the
submerged arc process. Specifically, the project carried out: the construction of a welding torch support and
flow reservoir, as well as the analysis of the weld bead geometry as a function of the welding parameters. To
achieve these objectives, a prototype support for the welding torch in CAD software was created and then fabri-
cated by machining, preparation of the base metal and definition of welding parameters. From then on, welding
began. The results showed that the supports provided a good performance for the welding and the geometries
of the beads showed a difference in their structure regarding the occurrence of porosity in some beads, having a
strong relationship with the stress and the type of flux employed. The contact tip to work distance (CTWD) sho-
wed a tendency to decrease current when it increased. In addition, welding current and welding energy showed
similar behavior when influencing weld bead geometry. That is, when the current and welding energy increased
the height decreased and the width increased.
do material e é a forma mais importante de união • Um arco elétrico é estabelecido quando a cor-
permanente de peças usadas industrialmente. Exis- rente flui entre o arame e a peça;
tem basicamente dois grandes grupos de processos • O dispositivo de alimentação do arame começa a
de soldagem. O primeiro se baseia no uso de calor, empurrar o arame a uma velocidade de alimen-
aquecimento e fusão parcial das partes a serem uni- tação controlada;
das, e é denominado processo de soldagem por fu- • O carro inicia seu deslocamento ao longo do cor-
são. O segundo se baseia na deformação localizada dão de solda (manual ou automaticamente);
das partes a serem unidas, que pode ser auxiliada • O fluxo para soldagem por arco submerso é ali-
pelo aquecimento dessas até uma temperatura in- mentado através do tubo do silo e distribui-se
ferior à temperatura de fusão, conhecido como pro- continuamente sobre o cordão de solda por uma
cesso de soldagem por pressão ou processo de sol- pequena distância à frente da região de solda-
dagem no estado sólido (WAINER, 1992; MODENESI; gem.
MARQUES e BRACARENSE, 2005) O enorme calor desenvolvido pela passagem
Os processos de soldagem por fusão são os da corrente de soldagem através da zona de solda-
mais utilizados na indústria. Como exemplos, tem-se: gem funde a extremidade do arame e as bordas ad-
Soldagem a Arco com Eletrodos Revestidos (Shiel- jacentes das peças de trabalho, criando uma poça de
ded Metal Arc Welding – SMAW); Soldagem a Arco metal fundido. Esta poça está em um estado líquido
com Eletrodo de Tungstênio e Proteção Gasosa (Gas bem fluido e é turbulenta. Por essas razões, qualquer
Tungsten Arc Welding – GTAW); Soldagem a Arco com escória ou quaisquer bolhas de gás são prontamente
Proteção Gasosa (Gas Metal Arc Welding – GMAW); varridas para a superfície. O fluxo para soldagem por
Soldagem a Arco com Arame Tubular (Flux Cored arco submerso protege completamente a região de
Arc Welding – FCAW); Soldagem ao Arco Submerso soldagem do contato com a atmosfera. Uma peque-
(Submerged Arc Welding), e outros (SILVA, 2009). na quantidade de fluxo se funde. Essa porção fundi-
A escolha do processo de soldagem mais da tem várias funções: ela cobre completamente a
adequado para a aplicação de um revestimento de- superfície da solda, evitando a contaminação do me-
pende de diversos fatores, tais como, versatilidade, tal de solda por gases atmosféricos; dissolve, e, por-
custo, fator operacional (tempo de soldagem/ tempo tanto, elimina as impurezas que se separam do metal
total), habilidade do operador, energia de soldagem, fundido e flutuam em sua superfície. Além disso, o
diluição (%), taxa de deposição (kg/h), tamanho da fluxo pode ser um agente de adição de certos ele-
peça, posição de soldagem, tipo de liga para revesti- mentos de liga. A combinação de todos esses fatores
mento, dentre outros (WAINER, 1992). resulta em uma solda íntegra, limpa e homogênea.
O Arco Submerso consiste em um arame (ele- À medida que o cordão de solda é constituído,
trodo) nu, continuamente alimentado, o qual produz a parte fundida do fluxo se resfria e endurece,
o arco elétrico com a peça, formando assim a poça formando um material duro e vítreo, que protege
de fusão, sendo ambos recobertos por uma camada a solda até seu resfriamento, sendo normal seu
de fluxo granular visível, que protege o metal contra completo destacamento da solda.
a contaminação atmosférica e possui outras funções Desde que adequadamente executadas, as
3º SIMPIF
metalúrgicas. Portanto, o arco permanece “submer- soldas por arco submerso não apresentam fagulhas,
so” – dispensando o operador de usar equipamentos tornando desnecessários equipamentos de proteção
de proteção contra radiação. (MACHADO, 1996). contra a radiação. Não há respingos a serem removi-
Quando o equipamento de soldagem é ajus- dos. (FORTES, 2004)
tado para operação, vários fatos ocorrem em uma Esse processo é muito usado na soldagem de
rápida sequência: estruturas de aço, na fabricação de tubulações e de
deposição de camadas de revestimentos tanto na
fabricação como na recuperação de peças desgasta- de soldagem apresentava-se muito pesada, reali-
das. Trabalha frequentemente com correntes de sol- zou-se a elaboração de uma peça, em software CAD
dagem elevadas, que podem ser superiores a 1000 (Figura 1), no Laboratório de Sistemas Hidropneu-
A, o que pode levar a taxas de deposição de até 45 máticos (LABHIP) do IFPB Campus Campina Grande,
kg/h. Sua maior utilização é na forma mecanizada ou para assegurar sua posição fixa durante o procedi-
automática, existindo equipamentos para soldagem mento de soldagem.
semiautomática. (MODENESI e MARQUES, 2007). Figura 1 - Vistas múltiplas da peça de suporte feitas no
Como qualquer processo de soldagem, o pro- Autodesk Inventor.
Vantagens:
• Elevada velocidade de soldagem;
• Maiores taxas de deposição;
• Boa integridade do metal de solda;
• Ausência de respingos e fumos;
• Processo de fácil uso; Fonte: Imagem elaborada pelo autor
• Melhor ambiente de soldagem e segurança para
Após a elaboração do modelo do suporte, ini-
o operador;
ciou-se o processo de usinagem da peça a partir de
• Permite alto grau de automação.
uma chapa de metal com 6,35 mm de espessura (Fi-
Desvantagens: gura 2). Essa chapa foi cortada no formato da peça
• Limitado a posições de soldagem plana e hori- por uma máquina de corte a plasma (Barracuda 150
zontal em ângulo; da RHEM Welding Technology) utilizando-se corrente
• Necessário retirar escória entre passes. de 70 Amperes (Figura 3). As dimensões dessa peça
Esse tipo de soldagem possui uma vasta gama cortada foram de: 26 cm de altura, 6, 35 mm de es-
de aplicações, dentre as quais é possível destacar: pessura e 60 mm de largura.
• Soldagem em aços-carbono e ligados; Figura 2 - Chapa de metal utilizada na fabricação da peça
• Soldagem em níquel e suas ligas;
• Soldagem de membros estruturais e tubos de
grande diâmetro;
• Soldagem em fabricação de peças pesadas de
aço (navios, etc.); e
• Revestimento, manutenção e reparo.
3. Método da pesquisa
Figura 3 - Máquina de corte a plasma Barracuda 150 da Figura 5 - Lima Bastarda Meia Cana
REHM Welding Technology
Fonte: Imagem elaborada pelo autor Fonte: Imagem elaborada pelo autor
Para os cortes dos semicírculos nas laterais Para fixar o suporte à tocha e ao carro de sol-
da peça foi utilizada a Policorte DeWALT D28720-B2 dagem, foi necessário realizar a fabricação de um
(Figura 4). Para o acabamento e arredondamento tirante. Utilizou-se um tarugo rosqueado com 8 mm
das extremidades utilizou-se uma Lima Bastarda de diâmetro, o qual foi deformado (curvado) até a
Meia Cana (Figura 5). Por fim, para a realização dos forma desejada (dobrado a uma raio de 10mm), Fi-
furos da peça, foi utilizada a Furadeira de Bancada gura 6.
FBM– 160i MOTOMIL.
Figura 6 - Esboço do tirante
Figura 4 - Policorte DeWALT D28720-B2
Fonte: Imagem elaborada pelo autor o seguimento destes a partir do furo com a broca
de 5,5 mm até a broca de 8 mm. Todos esses furos
foram feitos com o auxílio de uma furadeira de ban- do, em seguida, o segundo teste de soldagem, agora
cada (Motomil FBM-160i). com auxílio da abraçadeira.
Figura 7- Início da furação da peça com broca de 2,5 mm Figura 8 - Vistas múltiplas da abraçadeira do suporte
feitas no Autodesk Inventor
gura. Esta peça também foi furada utilizando uma nutenção de Equipamentos (LABSeM), variando os
sequência de brocas a partir do diâmetro de 2,5 mm parâmetros na máquina de soldagem a fim de anali-
até a broca de 10,5mm. Com os furos prontos, foram sar a influência destes nos resultados dos cordões. A
inseridos os parafusos na abraçadeira para fixá-la na Tabela 1 apresenta os parâmetros utilizados duran-
tocha de soldagem e na peça de suporte realizan-
te realização da soldagem dos cordões e a Tabela 2 Nacional), novo, granulometria mais uniforme e sem
apresenta as variações realizadas para cada solda. umidade.
Tabela 1 - Parâmetros utilizados nas soldagens dos cordões Figura 10 - Segundo fluxo utilizado nas soldagens
4. Resultados da pesquisa
tria grosseira, sem identificação da empresa (desco- pesada, além de ocorrer passagem de corrente elé-
nhecido), velho e, provavelmente, com umidade. Já trica para o carro e o suporte.
o segundo fluxo, era conhecido (ESAB– OK Flux 429
Figura 11 - Teste com a peça, o tirante e a tocha o que possivelmente pode ter sido ocasionado pela
presença de impurezas no fluxo durante o seu ma-
nuseio nas atividades laboratoriais. Apesar do trata-
mento feito com o primeiro fluxo ainda se constatou
a presença de poros no cordão 7.
Figura 12: Cordões de solda rém, essa variação não foi uniforme em toda a faixa
de operação, pois o cordão 6, mesmo com corrente
igual a 126A apresentou menor altura dentre todos
os cordões (Tabela 4).
confeccionado atendeu aos requisitos esperados, PAMENTOS DO SETOR DE PETRÓLEO E GÁS. 2009.
facilitando o trabalho de deslocamento do carro e 110 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Programa
de Pós-graduação em Ciência e Engenharia de Ma-
promovendo uma boa fixação da tocha, fazendo com
teriais, Universidade Federal de Campina Grande,
que ela permaneça firme durante a atividade de sol- Campina Grande, 2009.
dagem já que, além do seu peso, quando adiciona-
MACHADO, Ivan Guerra. Soldagem e Técnicas Co-
do o fluxo no reservatório esse peso aumenta. Para
nexas: Processos. Porto Alegre: Editado Pelo Autor,
os objetivos relacionados à análise da geometria do 1996. 477 p.
cordão de solda, observou-se que: esta sofre muita
FORTES, C.. Soldagem MIG/MAG. Disponível em:
influência quanto ao aumento ou diminuição da ten-
<http://www.esab.com.br/br/por/Instrucao/biblio-
são no arco, pois, dependendo da intensidade, pode teca/upload/1901104rev0_ApostilaSoldagemMIG-
melhorar a aparência do cordão em sua largura e al- MAG.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2007.
tura, diminuindo também a presença de poros. No
MODENESI, P. J.; MARQUES, P. V.. Introdução aos
entanto, não podemos descartar a influência do flu- Processos de Soldagem. Disponível em: <www.de-
xo nos resultados de soldagem, que também podem met.ufmg.br/grad/disciplinas/emt019/processo.
pdf>. Acesso em: 20 out. 2007.
gerar porosidade nos cordões, dependendo da sua
procedência. ZEEMANN, A.; Energia de soldagem. Disponível em:
A DBCP e a variação na velocidade de alimen- <https://www.infosolda.com.br/artigos/metalur-
gia/energia-de-soldagem-2>. Acesso em: 08 set.
tação (Va) do arame se apresentam como uma forte
2019.
influência na geometria dos cordões, pois quando
ocorreu um aumento da DBCP a corrente tendeu a
diminuir e quando se aumentou a Va a corrente apre-
sentou a tendência de aumentar. Sobre a energia de
soldagem, observou-se também que o aumento des-
se parâmetro diminui a altura do cordão e aumenta a
largura o que faz com que o cordão se espalhe mais
sobre o metal de base. Por fim, temos a influência da
corrente na confecção das soldas, pois, aumentando
sua intensidade a altura do cordão diminui e, conse-
quentemente, a largura aumenta.
Referências
Abstract
Water is the most precious asset for all living beings, but it is not equally distributed, in Brazil the region that
suffers most from the lack of this resource is the northeast, due to irregular rainfall and high temperatures,
causing water insecurity in the population. Therefore, we tried to show the importance of rainwater capture
technologies in the semiarid region, especially the rocky outcrops (stone tanks) of the Laje Grande, Juru, PB
community and the management of these tanks. To carry out this work we used on-site visits to identify the
location of each tank, where the largest and most used by the community was chosen, it was measured and its
volume was estimated at 3,457 thousand. m³, following the decree of consolidation n° 5/2017 the water was
analyzed addressing the chemical, physical and microbiological standards, with the aid of a portable analysis
kit (alpha kit), which was found that water is unfit for consumption due to In the presence of total coliforms, an
interview was also conducted with the residents to express their opinion about the use of the tanks.
soas das quais, no exacerbar de uma seca, 10 mi- manos e o meio ambiente, tendo em vista a melhoria
lhões passam sede e fome. É uma região de elevadas da qualidade de vida.
temperaturas (média de 26º C), onde o regime plu- Nesse sentido, o desenvolvimento do semiá-
vial é bastante irregular. A média pluviométrica anual rido está estreitamente ligado à introdução de uma
oscila entre 400 e 800 mm. Os solos são geralmente nova mentalidade em relação às suas características
rasos, pedregosos (escudo cristalino), com ocor- ambientais e a mudanças nas práticas e no uso in-
rência de vegetação do tipo xerófila (um organismo discriminado dos recursos naturais.
adaptado à vida com pouca água). Segundo Silva (2003), a construção de novas
Segundo o mesmo autor essas condições perspectivas sobre meio ambiente junto a popula-
ambientais intrínsecas ao solo e ao clima servem de ções marcadas pela condição de pobreza e miséria
base para a sua classificação em zonas: caatingas, exige a capacidade de articulação das iniciativas
seridó, carrasco e agreste. As estiagens prolongadas de gestão ambiental sustentável com as iniciativas
ocorrem ciclicamente, trazendo efeitos nocivos para sociais que resultem em melhoria da qualidade de
a economia da região e acarretando custos sociais vida da população local. Caso contrário, o discurso
elevadíssimos. da convivência torna se vazio sem dar respostas à
O poder público por meio das crenças infun- situação da miséria que prevalece no semiárido.
dadas de que não era possível desenvolver a região
DELIMITAÇÃO GEOGRÁFICA DO SEMIÁRIDO BRA-
semiárida, executou praticamente apenas políticas
SILEIRO
emergenciais nas épocas de grave estiagem, tais
como carros-pipa, sementes e alimentos doados O semiárido brasileiro “Figura 1” é uma
pelo poder público. Assim, há várias décadas, os região caracterizada pelo clima seco, com poucas
mais significativos investimentos eram basicamente chuvas e elevada evapotranspiração.
destinados ao Sul e Sudeste do Brasil, mantendo-se
a crença de que o Nordeste, em especial o semiárido,
era incapaz de receber tais empreendimentos devido
às suas características edafoclimáticas. No tocante
ao semiárido, as únicas políticas públicas destinadas
à região eram conhecidas como “de combate à seca”,
demonstrando grave erro, uma vez que não é possí-
vel combater os fatores naturais (LEAL et al., 2016).
A partir desse contexto surge a perspectiva
de “convivência com semiárido”. As primeiras ati-
vidades de convivência com semiárido tiveram sua
gênese nas iniciativas de centros de pesquisa, como
a Embrapa, e das organizações não governamentais
como a Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA),
que vêm desenvolvendo projetos nas áreas de re-
3º SIMPIF
tização das famílias beneficiadas sobre os limites de e 15% na bacia do rio Parnaíba, que juntos detêm
armazenamento para o período de estiagem e sobre 78% da água da região (SILVA et al., 2007).
o tratamento da água para o consumo (SANTANA; Vive-se um quadro de crescente insustenta-
ARSKY; SOARES, 2011). bilidade em relação à água, relação que é causada
por dois aspectos: de um lado o aumento dos de-
ÁGUA: DISTRIBUIÇÃO E ESCASSEZ
sastres climáticos (secas, enchentes) e, do outro, a
A água é um recurso natural indispensável contaminação dos cursos d´água que tornam cada
à sobrevivência do homem e demais seres vivos vez mais caro o abastecimento de água potável para
do planeta. É uma substância fundamental para os a população planetária. Outro grande problema que
ecossistemas da natureza, solvente universal e im- compromete os recursos hídricos, tem relação com
portante para a absorção de nutrientes do solo pelas a poluição, está que é consequência da expansão da
plantas, no ser humano, é responsável por aproxi- economia e práticas produtivas que impulsionam o
madamente três quartos de sua constituição. Infe- desenvolvimento dos países (JACOBI; EMPINOTTI;
lizmente, este recurso natural encontra-se cada vez SCHMIDT, 2016).
mais limitado e exaurido pelas ações impactantes Segundo o mesmo autor, atualmente, mais
do homem nas bacias hidrográficas, degradando a de um bilhão de pessoas, ou seja, um em cada sete
sua qualidade e prejudicando os ecossistemas (PAZ, habitantes do planeta carecem de acesso adequado
TEODORO & MENDONÇA, 2000). a água potável. Os hidrólogos preveem, que o cres-
De acordo com Tundisi (2003), 97% da água cimento populacional potencializado pelas práticas
do planeta Terra está localizada nos oceanos e não intensas de consumo que aumentará a demanda por
pode ser utilizada para irrigação, uso doméstico, comida e energia, afetando a segurança hídrica de
consumo humano ou animal. Os 3% restantes têm, 80% da população mundial.
aproximadamente, um volume de 35 milhões de qui- A carência de água pode ser, para muitos paí-
lômetros cúbicos. Grande parte deste volume está ses um dos fatores limitantes ao desenvolvimento,
sob forma de gelo na Antártida ou na Groelândia. pois o modelo tecnológico até então elaborado com
Somente 100 mil km3, ou seja, 0,3 % do total de base na exploração não sustentável, dos recursos
recursos de água doce está disponível e pode ser naturais, está esgotado (PAZ; TEODORO; MENDON-
utilizado pelo homem. Este volume está armazenado ÇA, 2000).
em lagos, rios continentes e principal em fontes de Com isso a disponibilidade de água deve ser
águas subterrâneas. considerada, sem dúvida, um enorme recurso natu-
O Brasil é o país mais rico em água potável, ral a ser utilizado, para o estímulo à economia e para
com 14 % das reservas mundiais. Apesar da situação a promoção de alternativas adequadas para o desen-
aparentemente favorável observa-se, no Brasil, uma volvimento.
enorme desigualdade regional na distribuição dos Segundo Tundisi (2008), é fundamental, pro-
recursos hídricos: enquanto um habitante do ama- mover, em âmbito nacional no Brasil, um conjunto de
zonas tem 700.000 m³ de água por ano disponíveis, estudos estratégicos sobre recursos hídricos e ener-
um habitante da região metropolitana de São Paulo gia, deve-se ainda considerar o importante papel de
3º SIMPIF
tem 280 m³ por ano disponíveis (TUNDISI, 2008). dessalinização no abastecimento de cidades das re-
O problema é maior quando se trata do nor- giões litorâneas e mesmo em lagos salinos, tornando
deste brasileiro, pois devido aos longos períodos de disponível mais água para a população. Quanto às
estiagem e aos baixos índices pluviométricos, apenas transposições, mais especificamente a transposição
3% do total de água existente no país encontram-se do Rio são Francisco, é importante considerar que so-
no semiárido nordestino, sendo que 63% estão lo- mente um projeto conjunto de revitalização do rio (e
calizados na bacia hidrográfica do rio São Francisco
obedecer ao padrão de potabilidade e está sujeita dispõe se de grandes reservatórios de água, pois
a vigilância da qualidade da água. São designados enquanto os tanques estão cheios evitam-se des-
valores máximos permitidos (VMP) para cada parâ- locamentos até outros reservatórios, como poços
metro de qualidade da água de consumo humano tubulares e amazonas que na maioria das vezes lo-
(BRASIL, 2017). calizam-se distantes da maioria dos moradores. Ob-
No seu artigo 7º ressalta: “Compete à Secre- servou-se que os tanques de pedra contribuem de
taria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) promover e maneira expressiva para o desenvolvimento susten-
tável, tendo em vista os benefícios trazidos as famí- termotolerantes. Os resultados são expressos na
lias que têm o privilégio de possuírem um reservató- presença ou ausência em 100 ml.
rio em sua propriedade rural (SOUZA et al., 2012). Sobre a posse desses valores ambos foram
comparados aos parâmetros de potabilidade esta-
LOCALIZAÇÃO DOS TANQUES DE PEDRA EXISTEN-
belecidos pela Portaria de Consolidação (PRC) n°
TES NA COMUNIDADE
5/2017 para consumo humano.
Para essa localização dos tanques utilizou-se
ESTIMATIVA DO VOLUME DE ÁGUA ARMAZENADA
de visitas in loco e através de observações foi pos-
NO TANQUE DE PEDRA
sível realizar o georreferenciamento utilizadas ima-
gens do Google Earth para delimitar os tanques de Para determinar qual tanque de pedra seria
pedra. calculado o volume de água, levou-se em considera-
ção a mesma metodologia de escolha abordada no
ANÁLISE FÍSICO QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DA
item anterior. Em seguida foi medido com uma fita
ÁGUA ARMAZENADA NO TANQUE DE PEDRA
métrica, o comprimento e a largura para obter a área
A análise, físico química e microbiológica da base, (Ab em m), já a profundidade (H, em m), foi
contemplou, apenas o tanque de n° 1, pois o mesmo fornecida pelo (Agente Comunitário de Saúde) ACS
é o único que consegue manter a água armazenada responsável pela comunidade. De posses dessas me-
durante grandes períodos de estiagem, sendo utili- dições foi possível calcular o volume do tanque (V,
zado para diversos usos, por toda a comunidade. em m³) utilizando a seguinte expressão.
As amostras de água desse tanque de pedra, V = Ab . H (1)
foram coletadas em dois pontos distintos do tanque 3
(em margens opostas), sendo acomodadas em reci- Foi verificado ainda que a forma do
pientes plásticos de 2 litros (L) e etiquetados com as tanque de pedra é irregular e o sólido geométrico
respectivas posições. que mais se aproxima desse formato é a pirâmide,
Posteriormente as amostras foram, analisa- nesse caso invertida, por possuir uma profundidade
das próximo ao local da coleta, utilizando um kit de que seria o valor da altura, usado na fórmula.
análise portátil (Alfakit), onde foram avaliados os se-
DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL DAS FAMÍLIAS
guintes parâmetros: cor, turbidez, dureza total, amô-
DA COMUNIDADE LAJE GRANDE
nia, cloretos, ferro, oxigênio consumido e pH.
A análise microbiológica foi feita com o auxí- O diagnóstico das famílias da comunidade, foi
lio do kit já citado, foi colhida uma amostra, (na mar- feito a partir de entrevistas, relacionadas as variá-
gem onde os moradores recolhem água), utilizando veis sócias e ambientais dos moradores. A entre-
uma lâmina de imersão de papel (ou dipslide), com vista abordou 15 tópicos descritos em: quantidade
meio de cultura em forma de gel desidratado, essa de pessoas homens e mulheres, faixa etária, grau de
amostra foi transportada em uma caixa de isopor escolaridade, estado civil e atividades principais.
com gelo, para conserva da amostra, em seguida a Quanto às variáveis ambientais foi analisada:
lâmina de papel foi colocada em uma estufa portátil as fontes de água para consumo humano e se essa
3º SIMPIF
ficando encubada por 15 horas, a uma temperatura água possuía ou não algum tipo de tratamento. Ain-
de aproximadamente 70°C, para o desenvolvimento da foi possível verificar quais famílias que utilizam a
das possíveis colônias. Após a retirada da amostra água dos tanques de pedra e para quais finalidades.
da estufa, observou-se a coloração dos pontos for- Além disso foi possível através das entrevis-
mados: se apresentar pontos vermelhos o resultado tas identificar o ponto de vista dos moradores com
e positivo para coliformes totais, se apresentar pon- relação ao conhecimento sobre as tecnologias de
tos na cor azul o resultado é positivo para coliformes convivência com o semiárido e a importância dos
tanques de pedra para toda a comunidade. E a partir número 1, 2, 3 e 4 são de uso público e o 5º tanque
disso colher opiniões sobre os principais problemas é privado.
e possíveis soluções que os tanques de pedra apre- O tanque de perda de número 1 é considera-
sentam. do, o mais importante, pelos seguintes fatores:
A comunidade apresenta um número de 75 • Uso público;
famílias, o que corresponde ao universo da pesqui- • Grande capacidade de
sa. Desse total de famílias, 31 foram entrevistadas, • armazenamento;
correspondendo a uma amostragem de 41%. • Importante reservatório de água nos longos pe-
Os valores obtidos pela análise físico-quími- minação seja proveniente das fezes dos animais que
co, nas duas amostras coletadas no tanque n° 1 (em habitam o local, já que a água escoa pelas rochas do
margens opostas) podem ser observadas na tabela 1. lajedo, levando consigo essa matéria orgânica para
Fonte: Autoria própria (2019). a 1.000 litros, podemos concluir que o tanque que
possuindo um volume de 3457m³, consegue arma-
Observou-se a formação de apenas um único
zena 3.457.000 litros de água, um verdadeiro oá-
ponto vermelho na amostra, obtendo-se assim resul-
sis no sertão nordestino, essa grande quantidade
tado positivo para coliformes totais, resultado já es-
de água, tornasse um recurso indispensável, tanto
perado pois na água do tanque não é utilizado nem
um tipo de tratamento, é provável que essa conta-
como uma fonte direta de água, como complemento Como a houve uma diminuição no uso, a água
para os moradores que possuem cisternas. passou a ser utilizada em usos menos nobres como
podemos ver na figura 4.
ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS DA COMUNIDADE
Figura 4 – Gráfico demonstrativo sobre os usos da água
LAJE GRANDE
dos tanques de pedra.
mentos de antigos métodos. rentes a opinião da população com relação aos tan-
Através das entrevistas foi possível perceber ques de pedra que a comunidade possui.
as mudanças que as tecnologias sociais trouxeram Os dados repassados pelos morados foram
para comunidade, pois a maioria dos moradores afir- analisados, utilizando uma forma descritiva, pois
mam que antes possuíam apenas o tanque de pedra possibilita enxergamos a visão e a opinião dos mes-
como única fonte de água, que era utilizada para to- mos acerca das seguintes questões:
dos os usos, entre eles o consumo humano, mas com • Na sua opinião qual a importância dos tanques
a chegada das cisternas, o uso da água dos tanques de de pedra para a comunidade?
pedra teve uma redução, na figura 3, mostra a porcen- É perceptível percebe a admiração e o
tagem de pessoas ainda usam as águas dos tanques. respeito dos moradores ao falarem sobre os tanques
de pedra, já que antes das cisternas os tanques eram
Figura 3 – Gráfico demonstrativo da população que utiliza
os tanques de pedra. a única fonte de água para população relata vários
entrevistados, além disso muitos utilizam a água
dos tanques para o cultivo de hortaliças e frutíferas,
representando uma grande fonte de renda, além
disso foi destacado pelos entrevistados que mes-
mo com as cisternas a água que elas armazenam,
3º SIMPIF
• Na sua opinião quais os principais problemas preocupação com o estado de conservação que
que o reservatório apresenta? Como eles pode- os tanques se encontram.
riam ser resolvidos?
Referências
Segundo os entrevistados, os principais pro-
blemas estão listados a seguir: BRASIL. Superintendência do Desenvolvimento do
• Vazamentos nos tanques de pedra, ocasionados Nordeste. Dispõe sobre a delimitação do semiári-
do. Disponível em: <http://sudene.gov.br/planeja-
por rachaduras na rocha;
mento-regional/delimitacao-do-semiarido>. Acesso
• Descarte de resíduos sólidos (lixo) próximos aos em:24 nov. 2018.
tanques;
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Consolidação
• A prática do banho nas águas dos tanques;
nº 5, de 28 de setembro de 2017.
• Vandalismo;
Consolidação das normas sobre as ações e os ser-
As possíveis soluções apontadas pelos mes-
viços de saúde do Sistema Único de Saúde. Brasília,
mos seriam, uma manutenção dos tanques para di- 2017.
minuir os vazamentos, colocar lixeiras e conscienti-
BRASIL. Ministério da integração nacional. Nova
zar a população sobre o devido lugar de descarte do
delimitação do semi-árido brasileiro. Brasília-DF,
lixo. Com relação ao banho e ao vandalismo, deveria 2005.
haver um maior policiamento na área, ou ainda, con-
CAMPOS, Carlos Humberto et al. CONVIVÊNCIA COM
tratar alguém para fazer a segurança da área dos
O SEMIÁRIDO BRASILEIRO Autonomia e Protagonis-
tanques. mo Social.Brasília: Iabs, 2013. 206 p. Disponível em:
<www.redesan.ufrgs.br/biblioteca-virtual>. Acesso
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS em: 24 nov. 2018.
Com base nos resultados encontrados no FREITAS, B. M.; FREITAS, M. C.A vigilância da qua-
presente trabalho conclui-se que: lidade da água para consumo humano – desafios e
perspectivas para o Sistema Único de Saúde.Revista
• Os tanques naturais e as cisternas são estrutu-
SciELO,Rio de Janeiro vol.10 no.4, 2005. Disponível
ras hídricas que permitem o aumento da oferta em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
de água na comunidade Laje Grande. arttext&pid=S1413-81232005000400022>. Aces-
• A água contida nos tanques de pedra apresenta so em: 26 nov. 2018.
a presença de coliformes totais, mesmo não ten- GIL, A. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6º
do ação patogênica, a portaria da consolidação edição. São Paulo: Atlas, 2008. Disponível em:<ht-
n° 5/2017, estabelece que a simples presença tps://ayanrafael.files.wordpress.com/2011/08/
gil-a-c-mc3a9todos-e-tc3a9cnicas-de-pesquisa-so-
dessas bactérias descarta a água como não po-
cial.pdf>. Acesso em: 12 out. 2019.
tável.
• Os tanques representam uma ótima alternativa KÜSTER, Angelaet al. Tecnologias Apropriadas para
Terras Secas: Manejo sustentável de recursos natu-
como tecnologia de convivência com semiárido,
rais em regiões semi-áridas no Nordeste do Brasil.
devido à grande quantidade de água que con- Fortaleza: Klaus Hermanns, 2006. 210 p.
seguem armazenar e pouca exigência de manu-
KÜSTER, A. et al. Tecnologias Apropriadas para Ter-
tenção.
3º SIMPIF
Abstract
This article investigates the performance of the NPC three-level inverter and the HB inverter. The implementa-
tion is based on Level-Shift PWM modulation. An analysis of the inverters is made based on the Power Quality
performance (i), evaluated in current THD; (ii) Efficiency, assessed as reduced conduction and switching, and
(iii) Reliability, assessed or thermal stress. A number of devices as the switching pattern influences drive per-
formance.
entanto, a análise com base no estresse térmico não cuja tensão de cada um é da metade da tensão total
está bem difundida. Neste artigo discutiremos os re- do barramento.
sultados e características obtidos por simulação do Quando se utiliza uma única fonte, o equilíbrio
inversor de três níveis para as topologias NPC e HB. da tensão nos capacitores do NPC é um problema re-
Figura 02 – Inversor de três níveis, NPC e inversor de dois levante, especialmente nos inversores com maior nú-
níveis, respectivamente. mero de níveis, pois o fluxo de potência ativa tende a
desbalancear a tensão nos capacitores (ANDRADE et
al., 2012b) (OLIVEIRA; CORREA, 2012).
A tabela 01 apresenta os estados de chavea-
mento para o inversor NPC. Para a modulação deste
inversor utilizou-se a técnica de modulação Level-
-Shift PWM (LS-PWM) (FRANQUELO et al., 2008).
Est S1 S2 S3 S4 Vo (V)
0 0 0 1 1 -Vdc/2
1 0 1 1 0 0
2 1 1 0 0 Vdc/2
possui apenas 4 chaves ativas e uma única fonte. A Carga 01 1,56 Ω 7,18 mH 0,5
Carga 02 3,52 Ω 8,224 mH 0,75
tensão de três níveis é obtida por meio do chavea-
mento adequado de suas chaves (OLIVEIRA; COR- Fonte: Autor (2019).
REA, 2012).
4. Resultados
A tabela 02 apresenta os estados de chavea-
mento para o inversor HB. Para a modulação PWM Os resultados obtidos foram avaliados com
do inversor foi utilizada duas tensões de referência e base em três aspectos, que são: qualidade de ener-
uma tensão triangular como portadora. gia; eficiência dos inversores e confiabilidade.
Cada tensão de referência é utilizada para A figura 06 apresenta a forma de onda da cor-
modular a tensão de um braço. Buscando um maior rente na carga na topologia HB e NPC com o índice
aproveitamento da tensão de referência, a tensão de de modulação 1,0 e com o COS 0,75.
referência do braço A é defasada de 180° da tensão
Figura 06 – Forma de onda da corrente do HB e NPC
de referência do braço B. A figura 05 apresenta o
esquema da modulação.
Figura 07 – Forma de onda da tensão do HB e NPC torna-se muito importante determinar as perdas de
potência nos interruptores.
Entende-se por perdas totais o somatório das Figura 12 – Perdas totais dos inversores com COS 0,5
perdas por condução e perdas por chaveamento. Na
figura 10 e 11 mostra o gráfico de perdas totais com
COS 0,5 e COS 0,75 para as topologias NPC e HB,
respectivamente.
Nas duas topologias percebemos a caracte-
rística de que com um COS 0,5, há maiores perdas.
Na figura 12 temos um comparativo com as duas to-
pologias com o COS 0,5. O NPC possui maiores per-
das que o HB, contudo a diferença de perdas entre as
duas topologias diminui com a diminuição do índice
de modulação.
Figura 14 – Perdas por chaveamento dos inversores com Figura 15 – Tensão na chave S1 de cada topologia
COS 0,5
5. Conclusão
4.3 Confiabilidade dos inversores
Os inversores multiníveis são muito importan-
A confiabilidade é caracterizada pelo estresse tes para aplicação industrial. A depender de como
térmico do inversor, quanto menor for o estresse que a topologia é formada pode-se ter um inversor que
ele sofre maior a confiabilidade do inversor. Conside- tenha desempenho melhor na qualidade da energia,
rando que os inversores estão cada vez mais sendo na eficiência e confiabilidade.
utilizados em uma grande diversidade de aplicações, As topologias NPC e HB demostraram resul-
a garantia da confiabilidade desse dispositivo se tor- tados aproximados no que diz respeito ao estresse
na algo imprescindível. térmico. No entanto, pelo fato da topologia NPC pos-
Como indicador de confiabilidade, a tensão suir mais dispositivos teve uma eficiência menor que
térmica é a variável mais adequada para avaliar os a topologia HB.
inversores de potência. De acordo com as estatísti-
Figura 16 – Estresse térmico NPC
cas realizadas por (NAMI et al., 2011), a proporção
de vários estresses causa falhas nos componentes
eletrônicos, entre os motivos, destaca-se o estresse
térmico que é responsável por 55% das falhas nos
componentes.
Nas figuras 16 e 17 vemos os resultados das
simulações para o estresse térmico em cada topolo-
gia. A diferença de estresse térmico entre o COS 0,5
e COS 0,75 é pequena, com o estresse sendo maior
para o COS 0,5, para todas as topologias.
3º SIMPIF
Referências
ANDRADE, A. S. et al. Pulse width modulation for
reduction of power losses in three-phase neu-
tral point clamped inverters. 2012 IEEE Energy
Conversion Congress and Exposition, ECCE 2012.
Anais...2012
Abstract
This paper presents the analysis of impedance matching techniques for a rectangular patch antenna to act on
the resonant frequency used by GSM (Global System for Mobile Communications) technology, at the frequency
of 1.92 GHz. The impedance matching techniques used were: inset-fed; quarter wave transformer and hybrid.
The structures were numerically characterized using . Numerical and experimental results are presented, ob-
serving a good agreement between them. The developed antennas have ground plane, which leaves them with
more direct transmission and reception characteristics. The antennas showed maximum gains of 6.0 ~ 6.25 dBi
in the broadside direction and good front-back ratio, above 13 dB. From the obtained results it can be verified
that the impedance matching techniques were successfully applied.
disseminou pelos países da Europa Ocidental, Áfri- antenas alimentadas através de linhas de microfita)
ca, Ásia, Austrália e um dos sistemas que começou a estão sobre o substrato dielétrico. O elemento irra-
operar nos Estados Unidos o PCS (Personal Commu- diante pode ser quadrado, retangular, fita fina (di-
nication System), utiliza a tecnologia GSM com algu- polo), circular, elíptico, triangular ou possuir qual-
mas variações (NOKIA NETWORKS, 2002). quer outra configuração, como ilustrado na Figura
O GSM é um padrão de sistema de comuni- 2. As formas quadrada, retangular, dipolo e circular
cação móvel que utiliza duas tecnologias: o TDMA são os mais comuns devido à facilidade de análise e
(1)
(2)
Fonte: Elaborada pelo autor.
(3)
(6)
(4)
(7)
(8)
(9)
3. Resultado e discussão
Nas Figuras 9, 10 e 11 são apresentadas as HPBW), ganho direcional máximo e relação frente-
cartas de Smith, valores medidos e simulados. É pos- -costas (Front to Back Ratio – FB), Tabela 2. Os dia-
sível observar que as impedâncias estão próximas gramas de irradiação 2D e 3D estão apresentados
ao centro da carta. A resistência de entrada medida nas Figuras 12, 13 e 14 respectivamente.
para antena inset-fed patch foi de 45,01 Ω; para a Figura 12 - Diagrama de irradiação, técnica inset-fed.
antena com transformador de transformador de um
quarto de onda 48,82 Ω e 48,02 Ω para antena com
alimentação híbrida.
Figura 14 - Diagrama de irradiação, técnica híbrida. Dos resultados obtidos pode-se verificar que
as técnicas de casamentos de impedâncias foram
aplicadas com sucesso.
Referências
Antônia Lúcia de Souza lacionadas aos mesmos. Diante do exposto, este trabalho tem como
Universidade Federal da Paraíba objetivos trazer informações que auxiliem no melhor aproveitamento
desses frutos, na caracterização física, onde foram determinados o
diâmetro central, comprimento, volume, densidade, os pesos da pol-
pa, casca e semente e seus percentuais de rendimento. Foram utili-
zadas três variedades: Baiana, resistente e não resistente à cocho-
nilha-do-carmim. Na polpa foram determinadas as porcentagens de
umidade, sólidos solúveis totais-(SST) e o pH. Os frutos das três variedades apresentaram valores médios de
massa entre 9,36 e 10,41 g, comprimento variando entre 3,4 e 3,83 cm, diâmetro 8,4 e 9,7 cm, densidade
0,89 e 0,98 g/cm³, SST entre 8,3 e 10,7 °Brix e cerca de 91% de umidade. Concluindo-se que os frutos ava-
liados apresentaram características semelhante ou superiores aos frutos da espécie Opuntia ficus-indica se
mostrando próprios para consumo in natura por humanos e animais, além de apresentarem alto rendimento
da polpa, podendo ser utilizados no processamento tecnológico.
Abstract
Forage palms from Napolea cochenillifera species cultivated at Brazil’s Northeast present fruits, known as miú-
da prickly pear, that have not been commercially well used for human consumption and it is partially due to
information shortage about them. That being said, the present work intends to provide information that can help
to improve their usefulness, such as physical characterization, determining: fruit central diameter, fruit length,
volume, density, pulp, peel and seeds weight; and its yield percentage. Three different genotypes were analyzed:
Baiana, resistant and nonresistant to cochonilha-do-carmim. Total Soluble Solids (TSS), humidity and pH were
determined in the pulp. All fruits showed medium values of weight between 9,36 and 10,41 g, length ranging
between 3,4 and 3,83 cm, diameter 8,4 and 9,7 cm, density 0,89 – 0,98 g/cm³, TSS between 8,3 and 10,7 °Brix
and about 91% of humidity. In conclusion, all selected fruits presented similar or superior characteristics to
Opuntia ficus-indica, showing that natural consumption is possible for humans and animals, besides presenting
high pulp yield, what makes possible its use for technological processes.
O fruto é uma baga de coloração roxa. Apre- Figura 1 – Palma forrageira (Nopalea cochenilifera) com
frutos (figo-da-ínida)
sentando variedades genéticas resistentes e não
resistentes a cochonilha do carmim (Neves et al.,
2010; Vasconcelos et al., 2009). O fruto da palma
é muito valorizado na medicina natural, sendo reco-
mendado na prevenção de asma, tosse, verme, pro-
blemas na próstata e dores reumáticas, entre outros
(PRIMO BRITO, 2008).
Com relação à composição química dos fru-
tos, estes são constituídos principalmente de água,
variando de 80 a 90%, além de traços de proteínas, 3.1 Análises físicas
lipídios e fibras. Os constituintes químicos oriundos
do metabolismo secundários mais relatados são os a) Diâmetro e comprimento dos frutos
ácidos orgânicos como cítrico e málico, vitamina Foram selecionados, de forma aleatória, 6
A, além de outros antioxidantes como o flavonoide frutos de cada uma das três variedades (ver Figura
quercetina e as betalaínas (RAMADAN & MORSEL, 2), totalizando 18 frutos. Os seus comprimentos fo-
O cultivo de palma frutífera em outros países (marca Nove 54) e o diâmetro maior de cada fruto foi
é realizado com foco na alimentação humana, como medido com o auxílio de uma trena comum. Sendo
Sendo assim, um nicho com grande potencial explo- Figura 2 - Frutos da palma (Nopalea cochenilifera): (a) va-
riedade Baiana, (b) variedade Miúda Resistente à Cochoni-
ratório que diversifica a produção e torna-se uma lha-do-Carmim e (c) variedade de Miúda não resistente à
fonte de renda alternativa (ROCHA, 2012). Consti- Cochonilha-do-Carmim.
tuindo-se de um paradigma a ser quebrado, o con-
sumo pela população brasileira, de uma forma geral.
3. Metodologia
4. Resultados e Discussão
(3)
Onde:
res médios de todas as variáveis avaliadas, exceto
d - Densidade (g/cm³); m -massa(g); V - volume (cm³) densidade, para a variedade não resistente à Cocho-
nilha-do-Carmim são superiores aos valores encon-
trados das demais variedades. De acordo com Nunes
et al. (2012), os frutos da palma, de um modo geral, triplicata como as demais variáveis. **
Tabela 2 – Rendimentos da polpa, casca e semente das mandacaru do município de Lagoa Seca, correspon-
três variedades de Nopalea cochenillifera.
dente a 10,40 °Brix e ao mamão baiano 11,14 °Brix
retamente relacionado à época da colheita, que no apresentam características de frutos próprios para
nosso caso, foi feita ainda em uma estação conside- consumo in natura, se sobressaindo a variedade
rada chuvosa, portanto, com maior teor de umidade Baiana: rica em SST, suculenta e com maior rendi-
e, portanto, podendo estar relacionada à maior umi- mento de polpa, sendo assim interessantes para ali-
estações antagônicas: com chuvas e com estiagem, MANFIO, C. E.; MOTOIKE, S. Y.; SANTOS, C. E. M.; PI-
períodos totalmente diferentes que podem induzir MENTEL, L. D.; QUEIROZ, V.; SATO, A. Y. Repetibilida-
comportamento de defesas totalmente diferentes de em características biométricas do fruto de ma-
caúba. Rev. Ciência Rural. Santa Maria, v. 41, n. 1, p.
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3º SIMPIF
Abstract
This paper aims to present the building and testing process of a pseudorandom bit generator. Initially, the two
available platforms, an Arduino UNO R3 and a Raspberry Pi 3B+, had their switching capabilities analysed to
check if they were able to generate a square wave at the desired frequency of 500 kHz, in which the latter was
chosen as it was able to switch signals with frequencies higher than the desired frequency. An application was
developed to create a 500 million-bit sequence based on the discrete Bernoulli distribution and save this se-
quence in a text file. The randomness was tested using 15 tests described by the american National Institute of
Standards and Technology, in which the sequence was deemed random by all tests. Then, a modulator circuit to
switch between two different frequency signals was built and the bit sequence was loaded to the Raspberry Pi
3B+ to act in the circuit as the modulating signal. The effects of this sequence in the modulation were evaluated
based on the specter and shape of the modulated signal in the time domain, where it was shown the usefulness
of this bit generator in communication systems benchmarking.
utilizado na placa Arduino UNO, possui 3 timers sen- 2.3 Modulação digital FSK (Frequency Shift Keying)
do dois de 8 bits e um de 16 bits. Esses timers são
Neste artigo usaremos os bits pseudoaleató-
utilizados para várias funções como temporização,
rios gerados como sinal modulante para teste de ro-
geração de sinais PWM, interrupções periódicas, en-
bustez de um sistema de modulação digital. Dentre
tre outros (MICROCHIP, 2018).
as modulações digitais, a do tipo BFSK (Binary fre-
Os registradores do Arduino têm ainda pre-s-
quency shift keying) é uma das mais simples de se-
calers e dois modos principais de operação, o CTC
rem implementadas. Esta funciona a partir de duas
(Clear time on compare), no qual o valor máximo do
portadoras em diferentes frequências. Portanto, a
registrador de contagem é limitado pelo usuário de
cada transição de bit, o modulador chaveará para a
forma a diminuir o tempo máximo entre as interrup-
frequência pré-definida pelo protocolo de comunica-
ções, e o modo normal onde a interrupção acontece no
ção (HAYKIN, 2008).
estouro da contagem do valor máximo de registrador
(256 ou 65536, dependendo do registrador usado). Figura 1 – Exemplo de saída de sinal binário modulado em
BFSK. Figura (a): sinal-mensagem digital, (b) portadora
após sofrer modulação do tipo BFSK.
2.2 Raspberry Pi 3B+
placa de pequenas dimensões, além de fornecer podemos perceber que na modulação BFSK, marcas
funcionalidades que muito se assemelham aos com- (bits 1) tem uma frequência de portadora bem defi-
putadores pessoais, essas placas são consideradas nida, que é visivelmente diferente da frequência da
microprocessadores. A grande vantagem em relação portadora definida para os espaços (bits 0). Neste
aos microcontroladores, como o Arduino, é a grande caso da Figura 1, ambas as portadoras estão sin-
versatilidade de características que o Raspberry for- cronizadas com o timeslot do sinal-mensagem, mas
nece, podendo ser programada em diversas lingua- caso não haja essa sincronia, a portadora principal
gens como C/C++, Python, entre outras. sofrerá com bruscas interrupções entre o chavea-
3º SIMPIF
Graças ao alto valor do clock do processa- mento das frequências causando descontinuida-
mento do microprocessador que acompanha o Ras- des no sinal modulado. Esse fenômeno é conheci-
pberry é possível obter altas velocidades de chavea- do como modulação BFSK com fase descontínua. A
mento de seus GPIO’s, sem a necessidade de códigos Figura 2 apresenta a diferença entre os sinais com
Como citado anteriormente, a sequência gerada não 3. Teste de runs (Runs Test): Um run é uma sequên-
é verdadeiramente aleatória, porque é determinada cia de bits idênticos sem interrupção. Esse teste
por um valor inicial, chamado semente. A geração conta o número de runs em toda a sequência de
dos bits foi implementada em linguagem C++ uti- bits para determinar a taxa de oscilação entre
lizando-se a distribuição de probabilidade de Ber- bits 0 e bits 1.
noulli com a biblioteca Boost, cujo número máximo 4. Teste do maior run de bits 1 em um bloco (Longest
até a repetição é de 2 67000
, sendo este valor expres- Run): Nesse teste é determinado o maior run de
sivo para a aplicação a que se destina este artigo bits 1 em um bloco retirado da sequência de bits
(BOOST, 2019). original para verificar se seu tamanho é consis-
tente com o que seria encontrado em uma se-
2.5 Testes de (pseudo)aleatoriedade: NIST – SP
quência aleatória.
800-22
5. Teste da característica da matriz binária (Bin.Ma-
A SP (Special Publication, do inglês: “Publica- trix): Checa a característica de submatrizes dis-
ção especial”) 800-22 do NIST (National Institute of juntas geradas a partir de toda a sequência de
Standards and Technology, do inglês: Instituto Na- bits. Tem o objetivo de verificar a dependência
cional de Padrões e Tecnologia), além de discutir as linear em conjuntos com tamanho definido pro-
aplicações nas quais o uso de aleatoriedade é neces- venientes dessa sequência de bits original.
sário, apresenta e descreve em detalhes um conjun- 6. Teste da Transformada Discreta de Fourier (DFT):
to de 15 testes estatísticos para aleatoriedade em A sequência de bits é tratada, sendo os bits 0
sequências longas de números binários (BASSHAM e 1 convertidos para -1 e 1, respectivamente, e
III, 2010). é aplicada a Transformada discreta de Fourier.
Esses testes consistem em diferentes formas É calculado o módulo de metade dos elementos
de verificar a presença de um padrão, algo não en- resultantes da transformada e um limiar para o
contrado em uma sequência aleatória. Para os testes qual 95% dos picos devem estar, caso o sinal
descritos na SP 800-22, a hipótese nula (H0) con- seja aleatório. Depois são observados quantos
siste em a sequência testada ser aleatória, já a hi- elementos (metade do resultado da transforma-
pótese alternativa é que a sequência é não aleatória. da) estão, de fato, abaixo desse limiar para que
Em cada um deles foi testada a aceitação da hipóte- seja determinada a probabilidade de a hipótese
se nula e há um valor crítico determinado em uma nula ser verdadeira.
distribuição de probabilidades de referência. Caso o 7. Teste do modelo coincidente sem sobreposição
valor retornado pelo teste ultrapasse o valor crítico (Non Overlap): Esse teste realiza uma varredura
definido, a hipótese nula é rejeitada. na sequência de bits cuja aleatoriedade está sen-
Os testes apresentados na SP 800-22, segui- do testada em busca de certas sequências pré-
dos de suas abreviações, quando necessário, a partir -definidas de m-bits, caso ela seja encontrada, a
do seu nome na língua inglesa, são: janela de varredura é deslocada para o fim dessa
1. Teste de frequência (Monobit): Varre toda a se- sequência.
quência de bits com o objetivo de aferir a quan- 8. Teste do modelo coincidente com sobreposição
3º SIMPIF
tidade de bits 1 e bits 0 para verificar se a (Overlap Tem.): Semelhante ao teste anterior,
quantidade de bits 1 tende a ser a metade da mas ao ser encontrada uma sequência de m-bits,
quantidade de bits da sequência. a janela de varredura é deslocada em apenas 1
2. Teste de frequência em um bloco (Freq.Block): bit e não para o fim dessa sequência.
Varre um bloco de M bits da sequência original 9. Teste estatístico universal de Maurer (Maurer):
para verificar se a quantidade de bits 1 na se- Avalia se a sequência de bits, cuja aleatorieda-
quência tende a ser M/2. de está sendo testada, pode ser comprimida sem
perda de informação. Uma compressão expressi- de de aceitação da hipótese nula calculada com
va é associada à não aleatoriedade. base nesses resultados.
10. Teste da complexidade linear (Lin.Complex): Tes- 15. Teste variante das excursões aleatórias (Random
ta o comprimento de um registrador de desloca- Exc. Var): Tem início semelhante ao teste ante-
mento linear realimentado. rior. No entanto, após a computação da excur-
11. Teste Serial (Serial): Testa a frequência de to- são aleatória, o número J agora possui 18 va-
dos os possíveis padrões de m-bits sobrepostos lores válidos. Isto é, valores diferentes de zero
na sequência original, isso é, acrescentados ao com módulo menor ou igual a 9. Além disso,
fim da sequência de bits cuja a aleatoriedade é para cada um dos estados possíveis, é calcula-
testada, e em seguida divididos em blocos de do o número total de vezes em que cada estado
m-bits. Numa sequência aleatória o número de ocorreu em todos os J ciclos. Com base nisso é
ocorrências de um padrão de m-bits é aproxima- calculada a probabilidade de aceitação da hipó-
damente o mesmo. tese nula.
12. Teste da entropia aproximada (Approx. Entr.):
3. Método da pesquisa
De forma semelhante ao Teste serial, esse tes-
te compara a frequência de dois blocos de so- Nesta seção será apresentada a metodolo-
breposição com tamanhos adjacentes (m bits gia da pesquisa, cronologicamente, será mostrado
e m+1 bits) com o resultado esperado em uma desde os testes com cada uma das plataformas de
sequência aleatória. desenvolvimento até o objetivo de alcançar a veloci-
13. Teste das somas cumulativas (Cumul. Sums): A dade de transmissão especificada, a lógica por trás
sequência é modificada de forma que os bits 0 e do circuito modulador, geração dos bits pseudoalea-
bits 1 são convertidos nos números -1 e 1, res- tórios e os testes de verificação de aleatoriedade.
pectivamente, e é calculada a soma de partes da Nos testes de hardware, a hipótese inicial foi
sequência original. Em sequências aleatórias os caso não fosse possível gerar nem uma onda qua-
valores das somas devem ser próximos a 0. drada na frequência por nós fixada como parâmetro -
14. Teste das excursões aleatórias (Random Exc.): 500 kHz, não seria possível também gerar uma onda
Nesse teste, a sequência é modificada de forma mais complexa, como um sinal que iria depender de
semelhante ao teste anterior. Em seguida, são uma geração de bits aleatórios, em tempo real.
calculadas somas parciais de subsequências
cada vez maiores e seus resultados tornam-se 3.1 Testes com o Arduino
uma outra sequência, chamada de excursão A versão de Arduino utilizada para os testes
aleatória, agora delimitada pelos valores 0. Essa foi o Arduino UNO usando o registrador de interrup-
excursão é então analisada: seja J o número de ção Timer1 de 16 bits no modo CTC, de forma a ge-
cruzamentos em 0 nela após o 0 inicial (também rar uma onda quadrada sem alterações dos bits se-
considerado o número de ciclos na excursão). riados da onda, na frequência de 500KHz e com duty
Para cada ciclo nessa excursão e para cada es- cycle de 50%. Para o modo CTC a equação utilizada
tado não-zero onde o módulo do valor é menor para encontrar o valor máximo que o registrador
3º SIMPIF
ou igual a 4, deve ser computada a frequência deve atingir está representado pela Equação 1, após
desse valor em cada ciclo e para cada um dos atingido este valor máximo, ocorrerá o estouro do
8 valores válidos, com módulo menor que 4 e contador e a partir disso, haverá sempre uma altera-
diferentes de 0, deve ser computado o número ção do valor do bit a ser enviado, ou seja, podemos
de ciclos em que o valor ocorre exatamente K alterar a frequência de saída do sinal a partir do tem-
vezes em todos os ciclos. Sendo a probabilida- po que o contador leva para estourar a contagem. As
demais variáveis são: é a frequência do cristal osci-
lador do ATmega328P, PS é o pre-scaler escolhido, e uma onda quadrada de no máximo 4,6 MHz, sendo
a frequência de saída desejada. suficiente para a aplicação (PIHLAJAMAA, 2012).
Então, para corroborar com o benchmark en-
(1)
contrado em pesquisa, foi feito o teste real, emulan-
do uma onda quadrada de 500 kHz, e a velocidade
Para a placa utilizada no teste o oscilador
foi alcançada sem problemas. Então, o teste subse-
possui uma frequência de 16 MHz, o pre-scaler não
quente foi feito utilizando os bits aleatórios gerados
era divisional, logo a frequência de clock foi repas-
previamente. O resultado foi satisfatório, como pode
sada ao somador do registrador e a frequência de
ser visto na Figura 5.
saída de 500 KHz. Os resultados obtidos no oscilos-
cópio são apresentados na Figura 4. Figura 5 – Resultado da saída do Raspberry Pi com bits
psedoaleatórios à 500 kHz.
Figura 4 – Imagem do sinal máximo de saída
máxima obtida foi de 205,7 KHz, mesmo utilizando senvolvimento escolhida para realizar a função de
os registradores de interrupção a frequência de 500 emitir os bits pseudoaleatórios de forma elétrica foi
seguintes parâmetros necessários para este atingir converter este sinal para o nível correto de tensão
com sucesso o objetivo principal deste artigo: detectável pelo circuito integrado, foi necessária
• Capaz de operar em altas frequências uma amplificação obtida através de um transistor
• Chavear sinais analógicos (portadoras) MOSFET IRLZ44N, fabricado pela Texas Instruments,
• Baixa atenuação para altas frequências convertendo o nível de tensão de 3,3 V para 10 V.
• Chaveamento digital
4. Resultados da pesquisa
O circuito integrado CD4066 conta com todas
estas especificações, capaz de operar até 40MHz,
4.1 Resultados dos testes de pseudoaleatoriedade
contendo 4 chaves analógicas controladas digital-
mente. A lógica do circuito de modulação baseia-se Para a execução por longo período de tempo,
em controlar duas chaves analógicas através de um foram gerados 500 milhões de bits pseudoaleató-
único bitstream, no caso a sequência de bits pseu- rios, esse montante inteiro foi analisado através das
doaleatórios gerados. Uma das duas chaves recebe métricas dos testes propostos pelo NIST para ava-
o bitstream original no pino de controle, ao passo liar se dentro desse arquivo contendo os bits haveria
que o pino de controle da outra chave o recebe após algum tipo de padrão ou linearidade que incorresse
uma operação lógica de negação, ou seja, sempre numa falta de pseudoaleatoriedade pelo gerador,
que uma porta recebe um bit representando um si- caso isso ocorresse, então, matematicamente seria
nal de chave aberta a outra está recebendo um sinal possível determinar uma função densidade de pro-
de chave fechada, e vice-versa. Assim sendo, estas babilidade que descreveria o comportamento da ge-
duas chaves podem ter suas saídas interligadas sem ração, o que não seria interessante para um gerador
danos ao circuito, representando assim a soma dos deste tipo, no qual geralmente são utilizados para
sinais. emular sistemas de telecomunicações complexos. O
Cada chave comuta uma frequência portado- resultado pode ser visto na tabela a seguir.
ra diferente na saída, uma representativa das marcas
Tabela 1 – Resultado dos testes para avaliar o nível de
do bitstream e a outra representativa dos espaços. aleatoriedade.
ENTR.
Figura 6 – Abstração da lógica do circuito modulador BFSK. TESTE RESULTADO
MIN
MONOBIT
PASSOU
0,9706
FREQ. BLOCK 0,6716 PASSOU
RUNS TEST 0,6938 PASSOU
LONGEST RUN 0,4355 PASSOU
BIN. MATRIX 0,3024 PASSOU
DFT 0,8967 PASSOU
NON OVERLAP 0,9998 PASSOU
OVERLAP TEM. 0,9202 PASSOU
MAURER 0,9994 PASSOU
LIN. COMPLEX 0,7113 PASSOU
3º SIMPIF
relação detectável pelos 15 testes, de onde pode- Figura 8 – Imagem do osciloscópio. Sinal aleatório
modulado em BFSK no domínio do tempo (amarelo) e o
mos concluir que este conjunto de dados pode ser espectro correspondente (lilás).
utilizado como bits pseudoaleatórios para testes em
sistemas de telecomunicações.
aleatório modulado em BFSK juntamente ao espec- Por fim, foi medido comparativamente os bits
tro por ele produzido. pseudoaleatórios em um canal do osciloscópio e a
Figura 7 – Imagem do osciloscópio. Sinal não aleatório saída modulada em BFSK no outro canal. Na Figura 9
modulado em BFSK no domínio do tempo (verde) e o
podemos ver a correspondência entre o sinal modu-
espectro correspondente (lilás).
lado e o sinal modulante. Podemos ver nas imagens
dessa seção que o BFSK gerado neste circuito não
tem fase contínua, contribuindo para o espalhamen-
to das raias do espectro gerado pelo sinal. Esse fe-
nômeno se agrava quando o sinal digital segue uma
distribuição aleatória, devido a transição do sinal
aleatório sempre estar variando no tempo, pois, há
instantes que temos vários bits iguais, tornando o
sinal naquele instante menos transitório e em outros
momentos, há diversas transições. O único parâme-
Fonte: autoria própria tro então confiável para a medição é o time-slot.
Após a realização dessa medição, o arquivo Figura 9 – Imagem do osciloscópio. Sinal aleatório mo-
dulante no domínio do tempo (verde) e o sinal modulado
contendo os 500 milhões de bits pseudoaleatórios correspondente (amarelo).
foi carregado no Raspberry Pi. Na Figura 8 temos o
sinal pseudoaleatório modulado em BFSK juntamen-
te ao espectro por ele produzido.
3º SIMPIF
Palavras-chave: Domótica. Internet das coisas. NodeMCU ESP8266. Acesso remoto. Monitoramento.
Abstract
Technological evolutions are increasingly present in people’s lives, since the internet access to home auto-
mation. In this sense, home automation, has been gaining prominence, as it promotes greater comfort to the
user. As a result, it improves the quality of life and the efficient use of energy resources. With that in mind, a
prototype with Internet of Things (IoT) technology was developed. It allows you to change the on or off condi-
tion of residential loads. The prototype features four independent control options: manual, Andoid app, voice
command and web page. To this end, the NodeMCU ESP8266 module, sensors, solid state relay and switch
were used. In addition to the programming steps in C ++ and HTML. Loads up to 1760 W can be driven. The
results were satisfactory and promising. A low cost prototype was obtained with features that are only present
in more expensive commercial equipment. The system includes other functions such as: ambient temperature,
an approximate value of the consumed power and the presence / absence of people. This allows it to function
as an intruder alarm.
Tabela 1 – Comparativo entre os “interruptores inteligen- Uma vantagem do ESP8266 é o seu baixo
tes” comerciais. custo, geralmente na faixa de 20 a 50 reais. Outra
vantagem é seu processamento superior a outros
microcontroladores (OLIVEIRA, 2017).
O módulo NodeMCU ESP8266 foi escolhido,
pois tem número de entradas e saídas suficientes
para este projeto, pela facilidade de obtê-lo e pela
possibilidade de programá-lo com a IDE do Arduino.
Na Figura 1 é mostrado um exemplar do NodeMCU
Conversão de Dólar para Real segundo valores do Banco Central
do Brasil, acessado em 21/10/2019.
ESP8266 (ESP-12E). Seu custo, para o projeto, foi
biente, ferramenta essencial para aperfeiçoar o mo- Um concorrente direto do ESP8266 é o Ardui-
nitoramento de uma residência. A quinta diz respeito no. Ele também é muito usado em projetos relacio-
à função dimmer, com ela é possível ajustar a lu- nados com a domótica (THOMSEN, 2014). A primei-
minosidade do ambiente de acordo com a ocasião. ra grande diferença entre o Arduino e o ESP8266 é a
A sexta diz respeito ao acionamento agendado, ou comunicação via Wi-Fi. As placas Arduino não pos-
seja, o usuário escolhe um horário para que a carga suem um protocolo de comunicação sem fio próprio.
seja ligada ou desligada. Ele precisa de algum módulo instalado para isso.
Todas as categorias acrescentam qualidades Caso o projetista deseje utilizar o Wi-Fi para comu-
aos interruptores. São observadas que os interrupto- nicação o próprio ESP8266 é muitas vezes utilizado
3º SIMPIF
res que possuem maior número de características da como esse módulo de comunicação, mas o mais co-
Tabela 1 (Caseta e o Brilliant), possuem várias fun- mum é utilizar o Wi-fi Shield, que é específico para
ções, sendo exemplos de interruptores completos, Arduino. Outra grande diferença que favorece a es-
porém são também os que apresentam maior custo. colha pela ESP8266 é o custo. O módulo NodeMCU
que já vem com a ESP8266 (versão ESP-12E), por-
2.2 NodeMCU ESP8266
ta para comunicação USB, etc. Custam 66,01 reais
(ELETRÔNICA, 2019). Um Arduino Uno sem o mó-
dulo de comunicação Wi-Fi custa por volta de 60,61 FIGURA 3 – Elementos de um relé eletromecânico.
reais (ELETRÔNICA, 2019).
No processo de programação do módulo No-
deMCU ESP8266 (ESP-12E) foi utilizado à classe
denominada WiFi. Ela permite a conexão com uma
rede. Na Figura 2, é apresentado um exemplo de uti-
lização desta classe.
substituídos por equivalentes de estado sólido. Os FIGURA 4 – Circuito de um relé de estado sólido.
relés eletromecânicos combinam uma parte elétrica
com um sistema mecânico de acionamento (BRAGA,
2012). Eles, conforme mostrado na Figura 3, pos-
suem uma bobina, que ao ser energizada, atrai uma
armadura que movimenta um conjunto de contatos,
responsáveis pela ação do dispositivo num circuito
elétrico.
3º SIMPIF
estabelecer sua própria rede Wi-Fi. Portanto, é pos- FIGURA 7 – Sensor de corrente.
sível conectar outros dispositivos a ele.
segundos. O sensor está exposto na Figura 9. Seu carga funcione normalmente. Seu custo no protótipo
custo no protótipo foi de R$ 9,50. totalizou R$ 7,39.
de estado sólido.
4. Resultados
carga simplesmente altera o seu estado lógico. No vido, não inclui a caixa de madeira. O sistema eletrô-
contexto do botão físico, a carga tem o seu sinal in- nico pode ser acondicionado em uma caixa de 4x4
vertido todas as vezes que o botão também inverte o polegadas.
seu estado lógico. Assim, os botões físicos e virtuais Durante a realização dos testes o protótipo
conseguem funcionar em perfeita harmonia, solu- apresentou resultados satisfatórios com todas as
cionando o problema enfrentado por alguns dispo- partes do hardware interligadas, a página WEB e sua
comunicação com o aplicativo. Bem como o correto
uso simultâneo do interruptor físico e o interruptor menor. Isso o torna competitivo. Outro sim, se des-
virtual do aplicativo. O sensor de presença, a medi- taca que o protótipo não foi desenvolvido pra funcio-
ção do consumo de potência e a exibição da tem- nar com um conjunto de cargas (lâmpadas) especí-
peratura funcionaram corretamente. Essas são fun- fico, como o HUE e Caseta, por exemplo, o que lhe
cionalidades que não são apresentadas comumente confere maior campo de aplicação.
no mercado e, dificilmente encontradas todas juntas
5. Conclusão/Considerações
num mesmo aparelho.
Na Figura 18 se pode observar o protótipo Comparativamente com os sistemas comer-
juntamente com o aplicativo no celular, na ação de ciais, as funcionalidades implementadas até o mo-
desligar a carga. mento se equivalem aos produtos mais caros e não
FIGURA 18 – Demonstração do uso do protótipo. disponíveis no mercado brasileiro, incluindo opções
extras, como a questão da temperatura, consumo
aproximado de potência, comando por voz e o uso
simultâneo de um botão manual com o aplicativo ou
com a página WEB.
O protótipo desenvolvido apresenta carac-
terísticas que possibilitarão o acesso à tecnologia
de IoT a baixo custo. Isso possibilitará que pessoas
com problemas motores possam ser mais indepen-
dentes, ou seja, tenham mais acessibilidade.
As melhorias futuras do protótipo incluem
Fonte: Elaboração própria.
uma PCI para alocar todos os componentes do sis-
Na Tabela 2 é feito o posicionamento finan- tema, a inclusão de mais cargas a serem acionadas
ceiro do protótipo frente aos aparelhos comerciais. pelo mesmo aplicativo, melhorias na página WEB,
O custo final do protótipo foi de R$ 86,28 ($ 20.94). inclusão de sensor de tensão e função de agenda-
Destaca-se que, na composição do preço do pro- mento de acionamento.
tótipo, não foram levados em conta custos com
Referências
impostos e mão de obra, mas apenas o preço dos
componentes utilizados. ADAMI, A. InfoEscola: Navegando e aprendendo.
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Tabela 2 – Comparativo entre os “interruptores inteligen-
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Dezembro 2017.
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rYQAvD_BwE. Acesso em: 26 out. 2019.
Abstract
Two main concerns were always present regarding the daily use of electricity in a home: savings and effi-
ciency in monthly consumption. The technological evolution propagated in the last decade has allowed the
creation of increasingly advanced devices, devices capable of achieving these specific objectives, such as low
consumption devices and high efficiency in their electromechanical execution processes. However, a specific
impediment to the perfect development of this scenario has recently been presented: when home appliances
do not work as they should and cause exorbitant expenses in relation to the electricity consumption of their
operation. For managers of a home where these appliances represent a villain in total power consumption, the
solution to this impasse is necessary to harmonize the double block “power consumption versus power cost”
of each device in a faulty state. In addition, it is possible to identify the problem; A future correction by the
manager himself and the discontinuity of excess energy expenditure of a specific device quickly and affordably
through a built-in electronic device developed with a simple and easy-to-use interface is the purpose of this
study.
namento dos aparelhos elétricos em uma residência Temas contendo a palavra “sustentabilida-
torna-se de difícil execução, tendo em vista a falta de de” se tornaram cada vez mais recorrentes
no dia a dia e soluções para este quesito
informações relevantes fornecidas pela concessio-
ganham destaque na mídia, impactando
nária de energia elétrica. Projetando esse cenário a
na preferência do consumidor. Geradores
nível nacional, essa adversidade ressalta a ausência de energia elétrica residenciais, “Casas
de dados concretos referentes ao perfil do consumo Verdes”, instalações de sistemas de aque-
energético nacional, de forma que não se tenha re- cimento solar, projetos de iluminação natu-
gistrado um comportamento de consumo detalhado ral, geração eólica e reaproveitamento da
dos gastos dos consumidores brasileiros, impossibi- captação de água de chuva encantam qual-
quer pessoa, pois além de colaborar com
litando assim a elaboração de estratégias eficazes
o meio ambiente, conseguem economizar
de desenvolvimento que visem aumentar a eficiência
dinheiro (BRITO, 2016, p. 24).
do uso energético no setor elétrico nacional. Além
disso, de acordo com o relatório da Associação Bra- Posto isso, é de extrema utilidade que se te-
sileira das Empresas de Serviços de Conservação de nha noção e controle em tempo real e de forma indi-
Energia (Abesco), de 2015 a 2017 o desperdício de vidual do consumo de cada aparelho, para que assim
energia elétrica custou R$ 61,7 bilhões. Essa pro- haja um melhor gerenciamento do consumo de ener-
blemática acontece não somente nas residências, gia elétrica residencial, bem como um planejamento
mas também em ambientes como indústrias e ins- financeiro mais eficiente, haja vista que muitas vezes
tituições que ocupam grandes áreas, como universi- o consumidor é surpreendido no final do mês ao se
dades e centros administrativos. Devido à extensão deparar com a fatura e seu gasto mensal, às vezes
de suas instalações, a gestão eficiente dos gastos extrapolando suas expectativas financeiras.
de cada departamento torna-se complicada, o que Além disso, os dados estatísticos disponíveis
resulta em desperdícios significativos de energia a respeito do perfil dos consumidores se limitam ao
elétrica e dificuldade em identificar máquinas e apa- gasto geral das residências, sem considerar o con-
relhos com algum defeito em seu consumo elétrico. sumo individual de cada eletrodoméstico. Tal limita-
ção impede um melhor planejamento estratégico e
2. Referencial teórico
que possa ser positivo não somente às concessioná-
Nas residências eletricamente ativas, é de rias ao traçar o perfil de consumo de seus clientes,
mensal do por meio do medidor de energia individual dos contendo informações mais detalhadas a res-
instalado na casa. O cálculo se baseia no gasto de peito do consumo elétrico. Com isso, poderiam ser
quilowatts-hora durante o mês somados à carga tri- evitados desperdícios significativos que custam caro
butária de impostos, do valor a ser pago pela ilumi- aos consumidores, às empresas e às instituições que
nação pública do logradouro e pelo serviço prestado dependem do uso de energia elétrica. Numa pers-
pela companhia. Dessa forma, o consumidor tem pectiva nacional, bilhões de reais são destinados a
como única informação acerca do uso desse servi- esse problema anualmente, e essa logística pode ser
3º SIMPIF
ço o medidor instalado pela companhia, que conta substituída por uma logística que comporte os limi-
digital ou eletromecanicamente o consumo geral de tadores reais que regem o consumo e a utilização de
energia de sua residência, sem explicitar exatamen- energia elétrica: os dados e perfis de uso energético.
te quanto cada aparelho elétrico de sua residência Com a exigência de equipamentos mais
gastou. econômicos e eficientes no mercado e as
políticas impostas aos fabricantes para
atenderem a esta demanda, os usuários
residências. Através desses princípios básicos, a tec- mundo (XIA; YANG; WANG; VINEL, 2012, p.
1, tradução nossa). [1]
nologia a ser desenvolvida, com seus sistemas inte-
grados e funcionais, possibilitará um gerenciamento A difusão recente dos conceitos de IoT e de
em tempo real do consumo elétrico residencial e, Data Science foram responsáveis por avanços tec-
com base nos dados coletados nessa gestão, o regis- nológicos significativos e que, majoritariamente,
tro e a construção digital de um banco de dados em buscam melhorar a qualidade de vida das pessoas a
linguagem SQL que armazenará o perfil do consumi- partir da interconexão de tecnologias já conhecidas
dor brasileiro de forma extensiva. Tais informações com a internet. No caso da Ciência de Dados, sua uti-
poderão ser usadas de forma estratégica para prever lidade é de fundamental importância para a gestão
e, consequentemente, evitar possíveis desperdícios de gastos financeiros e organização das informações
significativos de energia tanto pelos consumidores disponíveis no projeto.
quanto pelos órgãos responsáveis pela coordenação Para tanto, foi desenvolvido um dispositivo
do fornecimento da energia elétrica, como a Agência capaz de processar os estados básicos de pleno fun-
Nacional de Energia Elétrica, por exemplo. cionamento de dispositivos domésticos em relação à
O Brasil hoje perde 16,5% de toda a ener- sua potência de funcionamento indicada pelo fabri-
gia elétrica produzida. Para tornar mais eficiente o cante, sendo utilizado como materiais fundamentais
aproveitamento da energia, seria preciso investir o módulo ESP8266, que é um dispositivo IoT (Inter-
em duas frentes: programas de conscientização dos net of Things) que consiste de um microprocessador
consumidores e a busca de processos industriais ARM de 32 bits com suporte embutido à rede Wi-Fi e
mais econômicos e de alta performance em ques- memória flash integrada; Qt Creator, uma IDE multi-
tões de eficiências e perdas energéticas. Segundo plataforma, que oferece desenvolvimento de aplica-
o PROCEL, Programa de Combate ao Desperdício de ções; e plataformas de programação, como a IDE do
Energia Elétrica, cerca de 25% da energia produzida
1 [1]
“IoT refers to the networked interconnection of every-
no país é gasta em residências. O chuveiro é um dos
day objects, which are often equipped with ubiquitous intelligence.
maiores responsáveis pela alta do preço da conta no
3º SIMPIF
Arduino e do Python3; e a utilização do Heroku para Conhecimentos em Data Science e IoT foram
fazer o deploy e hospedagem do site deste disposi- responsáveis por avanços tecnológicos significativos
tivo, utilizando linguagem C++, Python e JavaScript e que, majoritariamente, buscam melhorar a quali-
em todo desenvolvimento, versando pela utilização dade de vida das pessoas a partir da interconexão
de vários conceitos de Data Science, como computa- de tecnologias já conhecidas com a internet. No caso
ção e estatísticas. da Ciência de Dados, sua utilidade é de fundamental
A escolha desses atributos para o desenvol- importância para a gestão de gastos financeiros e
vimento do software se deu pelo fato de Python ser organização das informações disponíveis no projeto.
uma linguagem de programação orientada a objetos A interface apresentada diretamente ao usuário será
mais legível e simplificada que outras. Devido à fa- programada pelo QT Creator, um ambiente de desen-
cilidade de interação entre o programador e o soft- volvimento integrado (IDE, da sigla em inglês), que
ware, Python é considerada uma linguagem de alto habilita o desenvolvimento de aplicativos e outros
nível e se adequa ao plano do projeto justamente recursos para plataformas múltiplas. Por ser multi-
por sua ampla capacidade de aplicação e pela sua plataforma, essa ferramenta possibilitará o funcio-
compatibilidade com outras linguagens. Outra lin- namento do aplicativo que o em diversos sistemas
guagem a ser utilizada na composição do algoritmo operacionais, como Linux, Windows, Android e iOS.
foi C++, considerada de nível médio e que é basea- Sua vantagem se dá pela integração dos códigos de
da na linguagem C, herdando sua eficiência, porém diferentes linguagens de programação, facilitando
com novas funções. Por último, parte do código será a criação do algoritmo e aumentando a velocidade
desenvolvido na linguagem JavaScript, aproveitando de produção. A hospedagem virtual do aplicativo
sua extensa aplicação em World Wide Web, que per- dependerá do Heroku, uma plataforma em nuvem
mite implementar funcionalidades mais complexas como serviço — Platform as a Service (PaaS) — que
em páginas web, viabilizando a funcionalidade do suporta diversas linguagens de programação. Essa
gerenciador em tempo real. ferramenta permitirá que o software seja hospedado
A placa ESP8266 é um microcontrolador exi- em um ambiente facilmente escalável e com supor-
miamente habilitado para a conexão via WiFi. O chip te a várias tecnologias. O funcionamento do Heroku
foi desenvolvido pelo fabricante chinês Espressif e se baseia em sistemas de containers gerenciados,
outro diferencial do NodeMCU é a possibilidade pro- chamados de Dynos, que possuem um ambiente de
gramar a placa via OTA (Over The Air), ou seja, os software plugável e configurável, preparados para
códigos podem ser enviados para a placa através depurar sistemas web em um número limitado de
do WiFi. As características desse microcontrolador linguagens de programação. Não obstante, a tecno-
tornam seu uso altamente rentável para projetos logia dessa IDE facilitará a realização do deploy do
que envolvem IoT, devido ao seu baixo custo, com- sistema.
patibilidade com a IDE do Arduino, tamanho físico
3. Métodos da Pesquisa
reduzido e sua integração com a internet. Por isso,
o hardware terá como um dos principais componen- A partir da problematização e consequente
tesa placa NodeMCU. Será por meio dela que o pro- levantamento bibliográfico acerca do tema foram
3º SIMPIF
grama armazenará os dados enviados no banco de feitas as primeiras tentativas de solucionar, de forma
dados pela placa durante seu funcionamento. O con- inovadora, o problema do desperdício e da má ges-
ceito de internet das coisas se aplica à comunicação tão do gasto de energia elétrica residencial. Definiu-
avançada de dispositivos e sistemas à internet. Essa -se então como se daria a conexão entre o hardware
tecnologia revolucionou a tradicional estrutura M2M e o software que compõem o dispositivo, bem como
(Máquina a Máquina) e compreende uma ampla va- a utilidade dos dados coletados de cada consumidor
riedade de aplicações. pelo programa.