3º Simpif 2019

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3º SIMPIF

SIMPÓSIO DE PESQUISA
INOVAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO
DO IFPB
ANAIS

João Pessoa PB
27, 28 e 29 de
novembro de 2019
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA
REITOR
Cícero Nicácio do Nascimento Lopes
PRÓ-REITORA DE ENSINO
Mary Roberta Meira Marinho
PRÓ-REITORA DE PESQUISA, INOVAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO
Silvana Luciene do Nascimento Cunha Costa
PRÓ-REITORA DE EXTENSÃO E CULTURA
Maria Cleidenédia Moraes Oliveira
PRÓ-REITOR DE ASSUNTOS ESTUDANTIS
Manoel Pereira de Macedo Neto
PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS
Pablo Andrey Arruda de Araujo
ORGANIZADORES
Silvana Luciene do N. C. Costa
Francisco Dantas Nobre Neto
Márcia de Oliveira Alves
Maxwell Anderson Ielpo do Amaral
Valdecir Teófilo Moreno
Deyse Morgana das Neves Correia
Andre Fellipe Cavalcante Silva

EDITORA IFPB
DIRETOR EXECUTIVO
Carlos Danilo Miranda Regis
CAPA E DIAGRAMAÇÃO
Fabrício Vieira

Os trabalhos publicados nestes Anais são de inteira responsabilidade dos seus autores, não refletindo
necessariamente a opinião do III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do IFPB.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
Biblioteca Nilo Peçanha - IFPB, campus João Pessoa

S613a Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do IFPB (3. : 2019 : João Pessoa, PB).
Anais do III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, 27 a 29 de novembro de 2019, organizadores
Silvana Luciene do N. C. Costa ...[et al.]. – João Pessoa : IFPB, 2020.

1.690 p. : il.
E-book (pdf)
ISBN 978.85.87572-01-7

Evento realizado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba


(IFPB), 2019.
1. Ciência e conhecimento – pesquisa. 2. Pós-graduação - ensino. 3. Inovação. 4. IFPB. 5.
Tecnologia. II. Costa, Silvana Luciene do N. C. III. Título.

CDU 001.891:378
Lucrecia Camilo de Lima
Bibliotecária
CRB 15/132

CONTATO
Av. João da Mata, 256 - Jaguaribe. CEP: 58015-020, João Pessoa - PB.
Fone: (83) 3612-9722 l E-mail: [email protected]
COMISSÕES DE TRABALHO
COMISSÃO CENTRAL Jamylle Rebouças Ouverney King
Silvana Luciene do Nascimento Cunha Costa Márcia de Oliveira Alves
Francisco Dantas Nobre Neto Girlene Marques Formiga
Marcia de Oliveira Alves Joseli Maria da Silva
Deyse Morgana das Neves Correia Leandro Jose Medeiros Amorim Santos
Andre Fellipe Cavalcante Silva Andre Luiz da Silva
Maxwell Anderson Ielpo do Amaral Giuseppe Anthony Nascimento de Lima
Carlos Danilo Miranda Regis
Girlene Marques Formiga COMISSÃO DE PREMIAÇÃO NA MODALIDADE
Francisco de Assis Rodrigues de Lima RESUMO EXPANDIDO
Danielly Vieira de Lucena Rocha Souto
COMITÊ DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Geam Carlos de Araujo Filgueira
Marcia de Oliveira Alves Renan Gomes de Lucena
Rhavy Guedes Maia Murilo dos Santos Oliveira
Bruno Jacome Cavalcanti Ricardo Jose Ferreira
Francisco Dantas Nobre Neto
Willian Pereira Abdon COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA
Adriano Ney Nascimento do Amaral Fabio Lucena de Andrade Gomes
Fabricio Liberato da Silva Odete Paula Ferreira da Silva
Taysa Samara Mendes Pinheiro Maria Fernanda Silveira Targino
Lucas de Araújo Silva Dantas Rafael Torres Correia Lima
Paulo Henrique Felix Pinheiro Genesio Jose da Silva
Pamela Silva de Araújo Nilmario Galdino Guedes
Sinthya Pinheiro Costa
COMISSÃO DE APOIO LOGÍSTICO A Veronica Pereira Batista
PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
Odete Paula Ferreira da Silva COMISSÃO ACADEMICA DA PÓS-GRADUAÇÃO
Rafael Xavier Leal Deyse Morgana das Neves Correia
Genésio Jose da Silva Andre Fellipe Cavalcante Silva
Maria Fernanda Silveira Targino Abinadabe Silva Andrade
Alex Sandro da Rocha Maira Rodrigues Villamagna
Francinaldo Leite da Silva
COMITÊ ACADÊMICO Katyusco de Farias Santos
Francisco Dantas Nobre Neto Suzete Elida Nobrega Correia
José Leonardo dos Santos Gomes Thais Ferreira Feitosa
Evandro Lima Cordeiro Júnior Francisco Petronio Alencar de Medeiros
Claudio Dybas da Natalidade Rafael Jose Alves do Rego Barros
Abinadabe Silva Andrade Francisco Aureliano Vidal
Danielly Vieira de Lucena Danielly Vieira de Lucena
Alexsandro Trindade Sales da Silva Andrea de Lucena Lira
Anne Karine de Queiroz Alves Vinícius Longo Ribeiro Vilela
Adjane Maria Pontes Cesar Alcemy Gabriel Vitor Severino
Murilo dos Santos Oliveira
Renan Gomes de Lucena COMISSÃO DO SIMPÓSIO DE INOVAÇÃO
Ricardo José Ferreira TECNOLÓGICA
Danilo Augusto de Holanda Ferreira Maxwell Anderson Ielpo do Amaral
Vilson Lacerda Brasileiro Júnior Valdecir Teófilo Moreno
Geam Carlos de Araujo Filgueira
José Marcio da Silva Vieira COMISSÃO DE MOSTRA TECNOLÓGICA
André de Brito Sousa Maxwell Anderson Ielpo do Amaral
Luzidelson Baracho Ribeiro Valdecir Teófilo Moreno
Alexsandra Cristina Chaves Rafaela Yuska dos Santos
Vinicius Longo Ribeiro Vilela Mateus Cordeiro Lima
Francisco de Assis Rodrigues de Lima
Maria Tatiane de Souza Brito
Rafael Xavier Leal

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 3


Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB | João Pessoa - PB, 27 a 29 de novembro de 2019
APRESENTAÇÃO
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tec- ção dos trabalhos. Os trabalhos foram agrupados
nologia da Paraíba (IFPB) tem a satisfação em divul- pela área de aplicação que a pesquisa impacta na
gar os Anais do III Simpósio de Pesquisa, Inovação e sociedade, permitindo que os pesquisadores tives-
Pós-Graduação — SIMPIF, organizado pela Pró-Reito- sem conhecimento do que está sendo produzido
ria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (PRPIPG). naquela determinada área, promovendo eventuais
O evento vem crescendo a cada edição, con- parcerias e possibilitando que a sociedade identi-
solidando a proposta inicial de reunir toda a comuni- fique os benefícios gerados pela pesquisa do IFPB.
dade acadêmica do IFPB, com a participação efetiva As áreas de aplicação contempladas nesta edição
de todos os campi, mostrando a pesquisa de quali- foram: Desenvolvimento de soluções institucionais;
dade desenvolvida em nosso Instituto, destacando Agricultura familiar/ Cana-de-açúcar e seus deriva-
seus projetos inovadores. dos/ Agroecologia; Arte e cultura/ Artesanato/ Tu-
A terceira edição do SIMPIF foi realizada en- rismo/ Couros e calçados/ Produção têxtil; Medicina
tre os dias 27 e 29 de novembro de 2019, no campus veterinária/ Recursos pesqueiros; Engenharia elétri-
João Pessoa, ocorrendo conjuntamente o V Seminá- ca/ Automação/ Robótica/ Biotecnologia; Meio am-
rio de Inovação Tecnológica, a III Mostra Tecnológi- biente/ Desenvolvimento sustentável/ Tratamento e
ca e o III Encontro de Educação a Distância. O evento reuso de águas e efluentes; Tecnologia da informa-
agregou debates do universo científico e tecnológico ção e comunicação; Setor de alimentos/ Processa-
por meio de conferências e mesas redondas, respei- mento de leite e derivados; Construção civil; Saúde
tando a diversidade da pesquisa, da inovação e da e segurança no trabalho; Minerais industriais/ Orna-
pós-graduação, sempre em diálogo multidisciplinar. mentais; Educação e ensino; Administração/ Gestão;
Nos dias de realização do III SIMPIF, recebemos mais Soluções científicas e tecnológicas voltadas à EaD; e
de 1200 (mil e duzentos) participantes, entre pes- Mecânica/ Materiais.
quisadores, professores, estudantes e palestrantes. Destacamos, ainda, a importante participa-
Foram apresentados cerca de 250 trabalhos ção dos palestrantes convidados que realçaram o
de iniciação científica, entre artigos e resumos ex- Simpósio ao trazer temas contemporâneos e esti-
pandidos, representando um aumento de 20% em mulantes que atraíram a comunidade acadêmica em
relação à edição anterior. Já na Pós-Graduação, em torno do conhecimento.
consonância com o aumento da oferta de cursos Gostaríamos de deixar registrado nosso agra-
desta modalidade no IFPB nos últimos anos, o nú- decimento aos participantes, pesquisadores, avalia-
mero de trabalhos apresentados triplicou, contando dores, integrantes da equipe de suporte operacional
também com a apresentação de artigos de pesquisa- e administrativo e demais colaboradores que fizeram
dores de outras instituições. concretizar mais uma edição de extraordinário en-
Os Artigos constantes desses Anais são re- grandecimento à nossa instituição. Por fim, deseja-
sultados, principalmente, de pesquisas oriundas mos concretizar novas edições com o mesmo empe-
de Chamadas/Editais propostos e fomentados pelo nho e orgulho dessa terceira edição, para darmos,
IFPB e pelo CNPq, em variados níveis (Ensinos Médio mais uma vez, visibilidade às ações de pesquisa, ino-
e Superior) e modalidades de ensino (presencial e vação e pós-graduação desenvolvidas no IFPB.
a distância); resultados de estudos de Pós-Gradua-
ção, todos eles submetidos ao evento e aprovados OS ORGANIZADORES
por Comissão Acadêmica constituída especialmente
para realizar o processo avaliativo.
Nesta edição do evento, houve um caráter
inovador na forma de submissão e de apresenta-

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Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB | João Pessoa - PB, 27 a 29 de novembro de 2019
SUMÁRIO | Resumos
INICIAÇÃO CIENTÍFICA 53 Subproduto da indústria arrozeira
na produção de mudas de
E TECNOLÓGICA
Mulungu (Erythrina velutina)

56 A cultura nos processos pedagógicos


20 Compreendendo a área de do Campus avançado Cabedelo Centro
gestão de pessoas: um estudo
de caso numa sociedade de 59 Dança oriental na escola pública: um
economia mista da Paraíba despertar para a consciência corporal

22 Explorando a administração de 62 Histórias e memórias das ruas: um


marketing: uma análise da marca estudo da cidade de Areial-PB
e da estratégia do produto numa
65 Reaproveitamento da Fibra do Coco
empresa de fabricação de sorvetes
como Matéria-Prima Alternativa para
25 Inovações tecnológicas e a Síndrome Confecção de Vasos para Hortas
de Burnout: um estudo realizado com
68 Resíduos sólidos têxteis e os processos
professores de uma unidade acadêmica
de reciclagem na cadeia produtiva
do Instituto Federal da Paraíba
do município de Itaporanga/PB
28 Núcleo de Documentação e Pesquisa
71 Aperfeiçoando a previsão automática
da Educação Profissional do IFPB:
de evasão estudantil no IFPB
organização do acervo fotográfico
como resgate da educação profissional 74 Projeto de Interior para a
brinquedoteca da creche Obra
31 A mulher na agricultura familiar
Prima utilizando elementos
34 Avaliação de emergência de sementes da pedagogia Waldorf
de Moringa oleífera Lam sob diferentes
77 Reflexões sobre a compreensão
tempos de imersão em água
discente e docente acerca do
37 Avaliação do resíduo de sisal (Agave Currículo Técnico Integrado
sisalana) in natura e pré-tratado para
80 Viabilizando as práticas
aplicação na produção de celulases
diagnosticadora e apropriadora
40 Biometria dos frutos do quipá (Tacinga da CPA com a informatização dos
inamoena) coletados em áreas instrumentos autoavaliativos do IFPB
degradadas no Seridó paraibano
83 A família e a gestão do uso das
43 Contribuições das inovações redes sociais digitais de estudantes
tecnológicas no semiárido de cursos técnico integrados do
paraibano e suas repercussões no IFPB – Câmpus Campina Grande
desenvolvimento da agricultura familiar
86 A história da matemática utilizada
45 Diagnóstico dos dados e nos livros didáticos do ensino médio:
prática da mandiocultura no Uma análise da obra adotada em
município de Santa Rita, PB uma escola pública da cidade de
São João do Rio do Peixe-PB
47 Germinação de sementes do
tamarindeiro submetidas a 88 A prática do xadrez e suas
tratamento pré-germinativo e contribuições para o Instituto Federal
cultivada em substrato alternativo da Paraíba - Campus Patos (IFPB)

50 Mulheres assentadas: situação atual

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Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB | João Pessoa - PB, 27 a 29 de novembro de 2019
SUMÁRIO | Resumos
91 Abordagem interdisciplinar no ensino 130 EducaEsperança: Desenvolvimento
de Química por meio de palestras de software educacional sobre
aspectos históricos e geográficos
94 Alternativas de Aprendizagem do município de Esperança-PB
para a Disciplina Transmissão e
Distribuição de Energia do Curso 133 Eletrofloculação como Recurso
de Engenharia Elétrica do IFPB Didático no Ensino de Química

97 Análise dos hábitos leitores dos 136 Ensino de física utilizando


alunos de Agroecologia do Instituto eletrônica e desenvolvimento
Federal da Paraíba - Campus Picuí. web: medição de vazão

100 Análise dos PPC’s do curso 138 Entropia de Hawking-Bekenstein: uma


técnico em contabilidade do introdução à física dos buracos negros
IFPB - Campus João Pessoa
141 Esportes da natureza no Ensino Médio:
103 Análise e identificação de coleópteros realização de práticas interdisciplinares
do Parque Natural Municipal de a partir de uma trilha ecológica
Cabedelo para construção de
coleções biológicas didáticas 144 Física e experiência:
reproduzindo a vida real
106 Aprendendo matemática pelo
método criativo MAKER 148 Introdução à física das
partículas elementares: do
108 Aprendizagem em tandem como elétron ao bóson de Higgs
possibilidade para repensar
as crenças dos professores 151 Matemática e Malba Tahan: Um
de línguas em Patos-PB novo olhar sobre o ensino

111 Atletismo na escola: um 154 Montagem de Coleção Biológica


relato de experiência Didática de Invertebrados
para o IFPB – Cabedelo
114 Avaliação do uso de metodologias
de aprendizagem ativa na educação 157 Musicografia Braille no Instituto
profissional e tecnológica Federal da Paraíba/Campus João
Pessoa: relatos de uma práxis inclusiva
116 Construção de um pHmetro para
ensino de Química contextualizado 160 O fenômeno da fluorescência
no ensino de química
119 Cosmos: Como tudo começou? – Uma
breve história sobre o Universo 162 O Golpe civil e militar de 1964 e o
movimento estudantil da Paraíba
122 Desenvolvimento de software para
atividades educacionais com ênfase 165 O lixão e seus impactos ambientais
em química do ensino médio como forma de metodologia
para alunos do Ensino Médio
124 Do conto à tela: adaptações
de contos brasileiros para 168 O uso de jogos como recurso
vídeos em curta-metragem didático no ensino de Biologia

127 Educação política e cidadania: 171 Oficina de produção de terrário


uma conversa com jovens alunos fechado: contribuições do
sobre o universo da política Pibid Biologia/IFPB para a
Semana do Meio Ambiente

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Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB | João Pessoa - PB, 27 a 29 de novembro de 2019
SUMÁRIO | Resumos
174 Origem, história e oscilação: uma 216 Controle Remoto de Miniatura de
introdução à física dos neutrinos Carro Usando Bluetooth e Flutter

177 Os alunos do IFPB-Itaporanga 218 D-station: desenvolvimento de uma


e suas perspectivas políticas aplicação para o pós-processamento
de curvas de deformação cardíaca
180 Perfil químico: uma abordagem
lúdica para o ensino de química 221 Desenvolvimento de ambiente de co-
simulação voltado para robótica móvel
183 pH dos cabelos: uma contextualização
significativa no ensino de Química 224 Desenvolvimento de primers
para detecção molecular do Bos
186 Possibilidades de um olhar histórico- Taurus Papilomavirus (BPV)
cultural sobre os saberes matemáticos
no campo e nas feiras livres 227 Detecção de objetos sobre rodovias
para sistemas de auxílio ao motorista
188 Poupar ou investir: Eis a questão
229 Dispositivo remoto de gerenciamento
191 Produção de material didático de consumo elétrico em tempo
de leitura em língua inglesa real com tecnologia IoT
através de provérbios
232 Estudo de Aplicabilidade e
194 Programa Saúde na Escola (PSE): Implementação de um Sistema
O olhar sobre a participação de Gestão de Energia no
da Educação Física Escolar Campus João Pessoa
197 Relato de experiência na disciplina 234 FSS rejeita faixa sintonizável por
de português utilizando a varactor baseada na geometria
ferramenta online Kahoot!! estrela de quatro com circuito
de polarização muito simples
199 Tabelítio, uma forma lúdica e
divertida para o ensino de química 237 Identificação de modelos
matemáticos utilizando métodos
202 Utilização de metodologias ativas
de identificação por predição do
de ensino e desenvolvimento de
erro aplicados a uma planta piloto
materiais didáticos para o ensino
de instrumentação industrial
de solos em sala de aula
240 Manipulação de Braço Robótico
205 Utilização de recursos lúdicos no
Usando Acelerômetro e
ensino de Biologia como ferramenta
Microcontrolador ESP32 Aplicado
facilitadora da aprendizagem
ao Ensino da Robótica
208 Análise numérica de arranjo de
243 Prospecção de microrganismos
antenas de microfita para aplicação
produtores de celulases por
em sistemas de comunicação
fermentação submersa (FS)
5G na faixa de 3,5 GHz
246 Protótipo chocadeira
211 Chuveiro ecológico inteligente
automatizada microcontrolada
controlado por sistema automatizado
248 Semáforo inteligente controlado
214 Construção e Funcionamento
por lógica fuzzy
de um Protótipo de Motor de
Bedini de Baixo Custo

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Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB | João Pessoa - PB, 27 a 29 de novembro de 2019
SUMÁRIO | Resumos
251 Sensores ópticos de pH baseados Mirante do Rio Miriri (MIRARIM) na
no princípio da ressonância faixa costeira compreendida entre
de plásmons de superfície a praia de Camaçari e a foz do Rio
Miriri do município de Lucena, PB.
254 Sistema de controle de velocidade
de um veículo autônomo em 287 Classificação das águas quanto a
escala utilizando o ROS sua salinidade em duas cidades
do Estado da Paraíba
256 Sistema de monitoramento
de temperatura, umidade e 290 Demandas hídricas das bacias
luminosidade para uso em pequenas hidrográficas dos rios Paraíba,
plantações no sertão paraibano Mamanguape e Camaratuba sob
influência do Canal das Vertentes
259 Um estudo sobre deep learning Litorâneas: resultados iniciais
para análise de textura
294 Diagnóstico do tratamento do resíduo
262 Análise do desempenho reológico sólido em cidade de pequeno porte
de fluidos poliméricos com frente à PNRS: estudo de caso
controladores de expansão
297 Discussão sobre teleférico como meio
266 Avaliação reológica de argilas de transporte coletivo complementar:
organofilicas para uso em fluidos possibilidade de acesso ao monumento
de perfuração de base orgânica Cristo Rei em Cajazeiras-PB
269 A prospecção do ineditismo 300 Efeito do pré-tratamento alcalino
em projetos sustentáveis e sobre as fibras de Agave sisalana para
agroecológicos para inovação aplicação na hidrólise da lignocelulose
272 Análise dos impactos decorrentes 303 Elaboração de um livro de receitas
da implantação do Campus do inovadoras a base de cactáceas:
IFPB nos usos do solo urbano no valorizando os sabores da Caatinga
município de Itabaiana – PB
306 Escapa escola de marcenaria: uma
275 Aprimoramento do aplicativo abordagem prática de oficinas criativas
Android para fiscalização ambiental
das aves silvestres da Caatinga 309 Estudo da avifauna urbana no
município de Itabaiana – PB
278 Avaliação da aplicabilidade das
sementes de Moringa oleífera 312 Estudo de adsorção em coluna
(Lam.) como alternativa para de fluxo contínuo empregado na
remoção da turbidez da água remoção do íons prata de efluentes
de laboratório de química
281 Avaliação da Aromaticidade dos
Produtos da Fotólise Direta do 315 Evolução da Qualidade de água dos
Diclofenaco de Potássio, em corpos hídricos na bacia hidrográfica
Solução Aquosa, na presença do Rio Piancó-Piranhas-Açú
de Íons Inorgânicos
318 Heliossauro: aproveitamento de
284 Caracterização socioambiental de energia solar em sistemas off-grid
área com potencial para criação
de unidade de conservação de 321 Reaproveitamento de águas cinzas a
proteção integral, na categoria partir do uso de filtros ecológicos
Monumento Natural, voltada ao

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SUMÁRIO | Resumos
324 Reaproveitamento de resíduos sólidos 366 Caracterização do pH em bebidas
como suporte educacional na educação comumente consumidas e seus
ambiental em contexto escolar efeitos para saúde humana

327 Rejeito ceramista na produção 368 Esgotamento profissional


de mudas de Moringa oleífera em docentes atuantes em
no Seridó oriental da Paraíba educação de tempo integral

330 Remoção de nitrato de efluentes de 371 Fiscalização microbiológica da água


laboratório de qualidade de água de cisternas nas escolas públicas
empregando HDLs como adsorvente da cidade de Esperança-PB

333 Testando a Produtividade de um 374 Parâmetros microbiológicos da água


Modelo de Cultivo Agroecológico de torneiras nas escolas públicas
no Ambiente Escolar da cidade de Esperança-PB

336 Urbanização como influência 377 Perfil termográfico de


na mortalidade da fauna: atletas de basquetebol
espacialização de atropelamentos
ferroviário na FLONA de Cabedelo- 379 Psicologando – desenvolvimento
PB e medidas mitigadoras de um aplicativo voltado para
auxiliar pessoas com depressão
339 Uso da energia solar em sistemas e transtorno de ansiedade
de irrigação na agricultura familiar
382 Qualidade físico-química da água
342 Inovação e conhecimento de práticas das torneiras nas escolas públicas
agroecológicas que envolvem da zona urbana de Esperança-PB
materiais utilizados na mineração
385 Supervisão microbiológica da
344 Alterações na temperatura corporal água de bebedouros nas escolas
ao longo de uma temporada de públicas da zona urbana da
treinamento em atletas de basquetebol cidade de Esperança-PB

352 Análise da qualidade de vida dos 388 Aceitação do brigadeiro de xique-xique


motoristas de ônibus no transporte com coroa de frade pelos alunos de
público coletivo em Imperatriz - MA Agroecologia do IFPB Campus Picuí

354 Análise do perfil profissional 390 Análise da produção da


dos alunos do Curso Técnico em cocada na quenga: medidas
Cuidados de Idosos do IFPB de otimização produtiva

357 Análise físico-química da água de 393 Caracterização do pH de diversas


bebedouros das escolas públicas substâncias químicas
da cidade de Esperança-PB
397 Caracterização físico-química
360 Avaliação da exposição ao da folha, das vagens verde e
ruído ocupacional no setor de madura e da amêndoa madura
tecelagem numa indústria têxtil de moringa para a elaboração de
bebida de extrato hidrossolúvel de
363 Avaliação físico-química da água moringa com polpa de acerola
dos reservatórios em escolas
municipais de Esperança-PB 400 Determinação das propriedades
físico-químicas de águas

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SUMÁRIO | Resumos
saborizadas preparadas com suco 440 Usability Box: Uma ferramenta
de frutas do agreste paraibano integrada para planejamento e
aplicação de ensaios de usabilidade
403 Determinação dos parâmetros de produtos de software
físico-químicos de bebida de soja
saborizada com suco de frutas 443 Acessibilidade: o papel de
construtoras no cumprimento
406 Indicação Geográfica como do Decreto 9296/2018
fortalecimento para cultura da
“Carne de sol de Picui-PB” 446 Análise da estabilidade de colunas
com variação da seção transversal
409 Aumentando a acessibilidade e/ou módulo de elasticidade via
em ambientes virtuais de método das diferenças finitas
aprendizagem para pessoas com
necessidades específicas 449 Análise documental e histórica do
santuário do Lima e seu impacto
412 Aplicando técnicas de processamento sociocultural para a cidade de Patu-RN
de linguagem natural em textos
de mídias sociais relacionados ao 451 Aplicação da realidade virtual
Instituto Federal da Paraíba e aumentada no ensino de
disciplinas técnicas do curso de
415 Aplicativo e website como auxílio no edificações do campus Guarabira
processo de ensino e aprendizagem
no curso de edificações 453 Estudo da pozolanicidade
do resíduo cerâmico
418 Calibração de potência recebida
em rádios definidos por software 456 Estudo e caracterização das cinzas de
biomassa vegetal para aplicação como
420 Desenvolvimento de um algoritmo para aditivo mineral na construção civil
detecção de região de interesse dotada
de eflorescência em blocos cerâmicos 458 Importância e benefícios do jardim
vertical no IFPB – campus Patos
423 Desenvolvimento de um sistema
para a gestão arquivística de 460 Programa Cidade Madura – um
documentos do campus João Pessoa diagnóstico relativo à acessibilidade
e ao desempenho das edificações
426 DivulgAreia: caminhos para sob a ótica das NBRs 9050 e 15575
criação de software com aspectos
históricos, geográficos e turísticos 464 Caracterização bioclimática de um
do município de Areia-PB aviário de postura no sertão paraibano

429 Gerenciamento ágil de 466 Controle de qualidade de


projetos no GPES-IFPB produtos pesqueiros congelados
preparados nas aulas práticas
432 Investigação do uso de SRR com de tecnologia do pescado
geometria de espiras quadradas
abertas em antenas de microfita 469 Fibrossarcoma em cães
para aplicação na faixa de 2,4 GHz
472 Frequência de brucelose em equídeos
435 Propagação de Sinais Bluetooth de tração no Alto Sertão Paraibano
Low Energy em Ambientes Indoor
475 Identificação de animais vítimas
437 Sistema inteligente para controle de de atropelamentos na BR-230
presença em ambientes de estudo no alto sertão da paraíba

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SUMÁRIO | Resumos
478 Impactos da implantação da ferramenta metodológica para o
Especialização em Medicina ensino de Parasitologia Veterinária
Veterinária no IFPB, campus Sousa
520 GeoVANT: Uma plataforma escalável
481 Melanoma perineal em um caprino e extensível para colecionamento
de dados no sensoriamento
484 Ocorrência de Pulex irritans em remoto de baixa altitude
Tamanduá mirim (Tamandua
tetradactyla) no semiárido 523 IMic - Mictório inteligente capaz de
da Paraíba, Brasil auxiliar a detectar precocemente
o câncer de próstata e outras
487 Parasitismo por Amblyomma doenças renais no homem
cajennense (Acari: Ixodidae) em
caprinos no Alto Sertão da Paraíba 526 Laboratório Virtual: A integração
pedagógica na elaboração
490 Parasitos gastrintestinais de suínos de um jogo digital
criados em sistema de produção de
agricultura familiar no semiárido 530 Produção de rampas de acesso
paraibano, Nordeste do Brasil a equipamentos urbanos com
a reutilização de paletes
493 Pitiose Cutânea em um Equino no
Semiárido Paraibano: Relato de Caso 534 Protótipo com suporte nas
tecnologias BIM e GIS para consulta
496 Situação dos equinos no automática a códigos urbanos
semiárido brasileiro de João Pessoa e Cajazeiras
499 Surto de Argas miniatus em galinhas 538 Recirculação de água como ferramenta
caipiras no semiárido da Paraíba, Brasil de ensino em Aquicultura
502 SwiftDic Parasitic – Aplicativo 541 Sistema baseado em Internet das
para auxiliar em técnicas de Coisas para Auxílio à Coleta Seletiva
diagnóstico em parasitologia
veterinária de cães e gatos 544 Sistema de acionamento com
número reduzido de componentes:
505 Utilização de Testes Rápidos aplicação em veículos elétricos
Imunocromatográficos para o
diagnóstico decinomosecanina 547 Sistema embarcado para análise
no Alto Sertão Paraibano da qualidade de enlace em Redes
de Sensores Sem Fio Industriais

MOSTRA TECNOLÓGICA
PÓS-GRADUAÇÃO

508 Aerogerador de Eixo Vertical


de Baixo Custo 549 Capacidade tecnológica dos
Arranjos Produtivos Locais
511 Compostagem: Produção e (APL’S): um estudo prospectivo
distribuição de composto nos municípios de Pedras de Fogo,
orgânico oriundo do lixo verde Paraíba e Itambé, Pernambuco

513 Desenvolvimento e utilização do 552  Inteligência emocional no contexto


aplicativo VetParasitoQuiz como educacional: um relato de experiência

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 11


Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB | João Pessoa - PB, 27 a 29 de novembro de 2019
SUMÁRIO | Resumos
555 A educação inclusiva e o uso da 595 Desenvolvimento de superfícies
tecnologia assistiva em sala de seletivas em frequência associando as
aula: uma proposta de divulgação geometrias dipolo cruzado e matrioska

558 Internacionalização e 598 Detecção de Arritmias em Sinais


intercompreensão: articular ECG por meio da Decomposição
políticas educativas e linguísticas Empírica de Modos
a favor do plurilinguísmo e da
interculturalidade nos IES 601 Detecção de patologias laríngeas
por meio da análise de sinais de voz
561 “Isso não é coisa de mulher”: utilizando Deep Neural Networks
dados da participação feminina na
educação profissional e tecnológica 604 Ensaio eletromagnético para análise
do ruído de Barkhausen por meio de
564 Modelo didático para estudo um sensor de campo magnético
de algoritmo bioinspirado
607 Ensaio eletromagnético para detecção
566 Processos formativos na educação da anisotropia magnética por meio
profissional de jovens e adultos: da análise do ruído Barkhausen
perspectivas pedagógicas para o
curso técnico em eventos do IFPB 609 Estudo do uso de onda emissora
senoidal para geração do ruído
571 Química Forense como Alternativa de Barkhausen com amostras
para um Ensino Atrativo de Química circulares de diferentes espessuras

574 Tecnologia e ensino de Artes: 612 Investigação do uso de


Caminhos que se cruzam ressoadores com geometria
matrioska em antenas planares
578 Uso da História da Matemática para
elaboração de materiais didáticos 615 Medição da constante dielétrica
de geometria plana para Educação de solos pelo método perturbação
Profissional e Tecnológica da cavidade ressonante

581 Análise de defeitos no rolamento 618 Plataforma de testes para sensores


de um motor de indução Trifásico baseados na ressonância de plásmons
de superfície em fibra óptica
584 Antenas patch fractal quadrangular
de Riemann-Koch para aplicação 621 Protótipo de sistema embarcado
em comunicações sem fio para automação de salas de aula

587 Avaliação de um acelerômetro 623 Sistema embarcado para análise


capacitivo de baixo custo no de parâmetros da saúde vocal
monitoramento da saúde vocal pela vibração das pregas vocais

590 Caracterização de uma onda emissora 626 Superfícies seletivas em frequência


que gere ruído de Barkhausen reconfiguráveis utilizando varactores
capaz de detectar a presença da
ase sigma utilizando métodos 629 Mapeamento e Localização
de processamento de sinais Simultâneos de um Carro Autônomo
em Escala Piloto via LIDAR
592 Desenvolvimento de antenas patch
cardióide dual-band com fendas 632 Avaliação sazonal da abundância
catacáusticas para aplicações de Chironomidae (Diptera) em um
em comunicações sem fio

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 12


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SUMÁRIO | Resumos
reservatório urbano e implicação 673 Pediculose por Felicola subrostratus e
sobre a qualidade ambiental Menacanthus stramineus em animais
de companhia no Alto Sertão Paraibano
635 Processo de clarificação de óleos
residuais de frituras para reutilização 676 Pneumonia broncointerticial
na produção de sabão artesanal em bovino jovem

638 Análise das Técnicas de Elicitação 679 Prevalência de ixodidiose em


e Especificação de Requisitos cães do Alto Sertão Paraibano
no Processo de Engenharia
de Software Educacional. 682 Tumor Venéreo Transmissível
(TVT) com metástase esplênica
640 Entre o lúdico e a lógica: um mergulho em cão: relato de caso
na cultura popular através do Scratch

644 Usability Box: Uma ferramenta


integrada para planejamento e
aplicação de ensaios de usabilidade
de produtos de software

647 Aborto seguido de mastite


gangrenosa bilateral em uma cabra

650 Avaliação da percepção sobre


zoonoses com agentes comunitários de
saúde do município de Santa Cruz -PB

653 Avaliação da transmissão


vertical de Toxoplasma gondii em
ovinos naturalmente infectados
no semiárido brasileiro

656 Avaliação de anemias em


cães quanto à severidade

658 Carcinoma cribiforme


metastático em felino

661 Dermatofitose em felino causada por


Microsporumgypseum – relato de caso

664 Dermatofitose por Trichophyton


verrucosum em equino: relato de caso

667 Diagnóstico e graduação de


mastocitoma cutâneo em cães
diagnosticados no Hospital Veterinário-
ASA do IFPB, Campus Sousa

670 Infecção por Cystoisospora spp.


em veados-catingueiros (Mazama
gouazoubira) no alto Sertão Paraibano

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SUMÁRIO | Artigos
INICIAÇÃO CIENTÍFICA 803 A utilização de diferentes softwares
educacionais no ensino de biologia
E TECNOLÓGICA
811 Análises das metodologias e
ferramentas utilizadas namelhoria do
686 Análise do desempenho financeiro ensino-aprendizagem em processos
dos três maiores clubes de de desenvolvimento de software:
futebol da cidade de São Paulo uma breve revisão da literatura
696 Fatores que influenciam a rotatividade 820 Aplicação de uma sequência
de pessoal em um ambiente didática para o ensino de Química e
de trabalho de uma escola no disseminação de Ciência e Tecnologia
município de Condado-PE   em escolas públicas de nível médio
709 Identificação do impacto dos 830 Características que contribuem
canais de comunicação utilizados para evasão discente: uma
pelo IFPB campus João Pessoa revisão da literatura
720 Planejamento financeiro pessoal, 838 Concepção dos alunos sobre as
educação financeira, hábitos metodologias vivenciadas e desejadas
de consumo e propensão ao no ensino de Biologia em uma escola
endividamento de servidores estadual em Cabedelo – PB.
públicos de João Pessoa
847 Confecção de materiais de baixo
732 Potencializando a operação carro- custo para alunos deficientes visuais
pipa: a pesquisa operacional como no ensino da termoquímica
ferramenta de otimização e apoio à
decisão em ações contra a seca 855 Construção de um espectrofotômetro
alternativo para análises
744 Uma abordagem de corantes químicas na região visível do
e aromatizantes no ensino espectro eletromagnético.
de Química Orgânica
863 Construção e aplicação de um sistema
753 Valores, atitudes e satisfação no sustentável para o tratamento de água
trabalho: um estudo de caso em de chuvas como ferramenta didática
uma microempresa de João Pessoa no processo de ensino aprendizagem
765 Sistema monitorado de gotejamento 872 Da visão do candidato a do Inep:
e fertirrigação automatizados quais os problemas na redação
na cultura de batata doce
880 Desenvolvimento de um processador
775 Percepção de Impactos Ambientais didático de uso geral implementado em
do Turismo nas Pinturas Rupestre dispositivo configurável do tipo FPGA
de Carnaúba dos Dantas – RN
887 Educação empreendedora na Escola
781 A alvorada das geometrias pública: a utilização de jogo interativo
não euclidianas para alunos do ensino fundamental
794 A utilização contextualizada da 895 Espaços não-formais como
experimentação e das tecnologias da prática no ensino de educação
informação e comunicação numa turma ambiental: um relato das ações
inclusiva composta por um surdo vivenciadas com os alunos de uma
escola pública em lucena - PB

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 14


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SUMÁRIO | Artigos
904 Estudo comparativo sobre o perfil recurso a partir da vida e obra
do leitor dos cursos integrado e de Diofanto de Alexandria
subsequente do IFPB, campus Picuí
1029 Detecção de patologias laríngeas
914 Formação de leitores na por meio de características tempo-
Escola: um olhar sobre a frequência de sinais de voz
abordagem do texto literário
1043 Robô Dino Educ: Robótica educacional
924 FotopH: fotômetro para análise no auxilio do processo de ensino
do pH da urina e determinação e aprendizagem com crianças de
de concentração de soluções escolas públicas do sertão paraibano

932 Integrando os empreendimentos 1056 Análise da influência dos


econômicos solidários de parâmetros de soldagem no
Guarabira e região processo a arco submerso

940 O emprego do teatro como 1067 (Com)vivência com o semiárido


recurso lúdico para despertar a na captação de água: estudo de
conscientização da importância caso em Laje Grande - Juru/PB
da higienização bucal em
uma turma inclusiva 1079 Análise de Desempenho dos Inversores
de Três Níveis NPC e Ponte H.
948 O estado da arte da leitura entre
os estudantes de Letras do ensino 1087 Análise de técnicas de casamento
a distância no IFPB - Polo Picuí. de impedâncias em antena patch
retangular para uso em 1,92 GHz
962 O leitor como foco do ensino
de literatura: uma proposta de 1094 Caracterização física e físico-
leitura a partir de “A infinita química de variedades de frutos
fiandeira”, de Mia Couto da palma forrageira Nopalea
cochenillifera cultivados na Paraíba
971 O perfil do escritor: do livro
didático ao Enem 1102 Construção de um gerador
de bits pseudoaleatórios para
979 O uso da realidade virtual como aplicação em análises de
recurso pedagógico para o sistemas de telecomunicações
ensino de biologia numa escola
pública em Cabedelo - PB 1112 Dispositivo de acionamento de cargas
residenciais com tecnologia IoT
989 Palestras com conteúdos
interdisciplinares no curso de 1123 Dispositivo remoto de gerenciamento
Licenciatura em Química de consumo elétrico em tempo
real com tecnologia IoT
996 Projeto desenho de caixa: investigando
possibilidades na prática do 1131 Emprego do processo de adsorção
ensino de desenho técnico para atenuação o Teor de Óleos
e Graxas (TOG) em efluentes de
1007 Redinamizações territoriais em poços produtores de petróleo
cidades pequenas: análises a partir
da implantação de um Campus 1138 Estudo da condensação da
do Instituto Federal da Paraíba água do ar utilizando o perfil
de temperatura do solo
1022 Uma reflexão sobre a História
da Matemática, enquanto

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SUMÁRIO | Artigos
1146 Fórum de economia solidária: 1254 Escrita à mão em sala de aula:
fortalecendo os empreendimentos anotações dos alunos de design
da região de Guarabira-PB gráfico do ifpb campus cabedelo

1153 Implantação de técnicas de 1266 GARMENT: aplicativo Android


recuperação de áreas degradadas para costureiras autônomas
em fragmentos de mata atlântica
no município de Cabedelo/PB 1276 MCP: Uma ferramenta para detecção
de quebra de confinamento no
1168 Implementação de um gerador de uso das estruturas de dados
bits pseudo-aleatórios baseado
no movimento browniano 1283 Primeiros passos em direção a uma
arquitetura não intrusiva para o
1177 Mobilidade ou Imobilidade Urbana na protocolo BGP com múltiplos caminhos
Avenida Primeiro de Maio? Reflexões
sobre as influências do IFPB – Campus 1292 Progsort: Um algoritmo de ordenação
João Pessoa em seu entorno imediato baseado em progressão aritmética

1185 Projeto de caracterização de um 1299 Relação do financiamento público


filtro passa faixa do tipo hairpin com federal com os resultados do
supressão da segunda ressonância IDEB nos municípios da PB: uma
utilizando estruturas DGS abordagem baseada em Mineração
de Dados Educacionais
1193 Protótipo de medidor de
gases poluentes usando 1306 Serviço web para verificação de
tecnologia de baixo custo conformidade de convenção de
nomes em código fonte Java
1206 Extração Hidrometalurgica do potássio
presente na rocha Nefelina-Sienito, em 1313 Análise da quantidade de perdas
função da variação da granulometria no setor da construção civil e
e aplicação de tratamento térmico. proposição de melhorias.

1212 Barra de cereal proteica a base de 1320 Análise do atraso de uma obra no
quinoa e amendoim enriquecido município de Pedra Lavrada-PB: Um
com frutooligossacarídeo estudo de caso a partir da utilização de
ferramentas gerenciais da qualidade.
1220 Detecção de características
morfológicas em mangas com 1327 Análise dos Blocos de Terra
visão computacional Comprimida com Água da
Palma Forrageira
1229 Análise de Bibliotecas de Python
que Permitem Criptografar Dados 1335 Aproveitamento de rejeito
cerâmico vermelho na formulação
1236 Análise do Comportamento das de tijolos solo-cimentos 
Ferramentas FFmpeg e Avconv na
Extração de Imagens a Partir de Vídeos 1344 Avaliação pós-ocupação: estudo da
em um Sistema Operacional Debian manutenção em empreendimento
habitacional na cidade de João Pessoa
1243 Desenvolvimento de um aplicativo
mobile como forma de melhorar 1351 Estudo das propriedades frescas e
e incentivar a aprendizagem endurecidas de argamassas para
revestimento contendo vermiculita
e resíduos de tijolos cerâmicos

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 16


Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB | João Pessoa - PB, 27 a 29 de novembro de 2019
SUMÁRIO | Artigos
1358 Medição de eflorescência e 1464 A ação como potencialidade
absorção em cerâmica vermelha para uma aprendizagem
interpessoal e motivadora
1366 Alimentação natural de Larimus
breviceps Cuvier, 1830, proveniente 1471 A gênese do ensino técnico-
do litoral norte da Paraíba, Brasil. profissionalizante no Brasil a partir
da implantação das Escolas de
1374 Avaliação comparativa entre Aprendizes Artífices (EAAs)
termômetros de mercúrio, digital e
auricular em gatos normotérmicos 1486 A integração pedagógica na
elaboração de um jogo digital
1382 Desenvolvimento e utilização do
aplicativo VetParasitoQuiz como 1495 Aprendizagem na EaD: contribuições
ferramenta metodológica para o dos teóricos Gagné e Bandura
ensino de Parasitologia Veterinária
1508 Bela, recatada e do lar: a
1391 Estudo comparativo entre representação feminina sob o
citopatologia e histopatologia das viés dos estudos de gênero
neoplasias caninas diagnosticadas
no HVASA – IFPB Campus Sousa. 1521 Cartografia escolar no ensino
médio integrado: um zoom no
1403 Hemoparasitoses causadas por curso técnico em edificações
Ehrlichia spp. e Babesia spp.
em cães atendidos no hospital 1534 Competências e as
veterinário do IFPB, Campus Sousa relações de trabalho

1411 Infestação por Mosca-dos- 1542 Desigualdades sociais e evasão


chifres (Haematobia irritans) em escolar no contexto da Educação
ovinos e caprinos no semiárido Profissional brasileira
da Paraíba – Relato de caso 1556 Do tecnicismo à educação integral:
percurso histórico da formação no
curso integrado de mecânica do IFPB
PÓS-GRADUAÇÃO
1567 O papel do behaviorismo no
contexto escolar da educação
1419 A atuação do sistema da dívida pública técnica e profissional
no governo Lula (2003-2010)
1577 Projetos de letramento didático:
1431 Aplicação do Design Emocional no possibilidade metodológica
espaço público e mobiliário urbano interdisciplinar para o PROEJA
na cidade de Campina Grande - PB
1589 Reflexões sobre o IDEB, ensino
1445 As licitações e seus impactos médio integrado e a Rede Federal
na execução do orçamento de de Educação Profissional,
funcionamento-20rl, naturezas de Científica e Tecnológica
despesas 449052 e 339030 do
exercício de 2017 na Reitoria do 1602 Análise do campo de temperatura
Instituto Federal da Paraíba-IFPB e do número de Nusselt local na
convecção forçada assimétrica
1454 Perspectivas de futuro do corpo de fluidos não-newtonianos
discente do Curso Técnico
Integrado em Instrumento Musical
do IFPB - Campus João Pessoa

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Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB | João Pessoa - PB, 27 a 29 de novembro de 2019
1615 Desenvolvimento de ligas NiTiCu
com efeito de memória de
forma para uso em sensores

1621 Diagnóstico da qualidade de água


para consumo humano na zona rural
do município de Santa Rita - PB

1628 Uso de Typha latifolia Linnaeus, 1770,


na remoção de macronutrientes e de
sais de efluente do processamento
do molusco - Anomalocardia
flexuosa - (Gmelim, 1791)

1636 Percepções dos profissionais de


saúde do município de Sousa – PB
sobre Leishmaniose Visceral

1646 Uma plataforma escalável de alta


disponibilidade para monitoramento,
armazenamento e recuperação
de vídeos da TV por assinatura

1660 Estudo investigativo e estratégico com


auxílio da matriz SWOT a respeito da
atual situação do assoreamento dos
rios do município de São Sebastião
do Umbuzeiro – PB em detrimento
da mata ciliar e ações humanas

1672 Estudo retrospectivo da cobertura


vacinal contra a Febre Aftosa
em bovinos do município de
Sousa-PB (2012-2017)

1680 TVT peniano, leydigocitoma e


hiperplasia prostática associada a
prostatite em cão geriatra criptorquida
unilateral: Relato de caso

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Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB | João Pessoa - PB, 27 a 29 de novembro de 2019
3º SIMPIF
SIMPÓSIO DE PESQUISA
INOVAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO
DO IFPB

RESUMOS
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
ADMINISTRAÇÃO | GESTÃO

Lívia Vitória Rodrigues dos Santos


Compreendendo a área de gestão
[email protected] de pessoas: um estudo de caso numa
Elienir Fidelis Gomes sociedade de economia mista da Paraíba
[email protected]

Mariana Nascimento Rocha


[email protected]
INTRODUÇÃO. As pessoas fazem parte de um ambiente organizacio-
Ruãn Batista Silva nal e, sendo assim, o estudo da área de gestão de pessoas é impres-
[email protected]
cindível, pois envolve questões como fatores motivacionais e aspec-
tos relacionados à qualidade de vida do colaborador, e não somente a
questões trabalhistas. A gestão de pessoas engloba um processo de
planejamento, organização, direção e controle de colaboradores den-
tro da organização, buscando promover o desempenho eficiente de
pessoas para o alcance dos objetivos organizacionais e individuais,
relacionados direto ou indiretamente à empresa (VILAS et al, 2009).
Para Bohlander, Snell e Sherman (2010), a gestão de Recursos Huma-
nos (RH) verdadeira deve ajudar a mesclar vários aspectos no geren-
ciamento organizacional, equilibrando suas forças para atender às di-
versas demandas competitivas. Desta forma, fica nítida a importância
da área de RH, tendo em vista que, ela funciona como uma ponte para a organização e o desenvolvimento da
mesma perante o mercado em que atua. O presente estudo foi realizado numa sociedade de economia mista
(SEM) da Paraíba, criada pelo estado para fins empresariais, sendo a maior parte do seu capital formado por
participação estatal. Ela tem como objetivo promover o desenvolvimento industrial da Paraíba, procurando
impulsionar e desenvolver este setor, visando o aumento da geração de renda e a melhoria da qualidade de
vida da população. Diante disso, a questão que norteou o estudo se relacionou com: quais as práticas de
Recursos Humanos aplicadas de forma a gerenciar as pessoas em uma empresa de sociedade de economia
mista? Nesse sentido, admitiu, como objetivo geral, conhecer a estruturação da área de Recursos Humanos
da organização e as práticas de trabalho relacionados ao recrutamento e seleção de pessoas; socialização e
avaliação do desempenho; remuneração; benefícios; treinamento e desenvolvimento; qualidade de vida no
trabalho e condições ambientais e segurança.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para a realização deste estudo, inicialmente, foi realizada uma revisão teórica sobre
a gestão de pessoas, suas atividades e técnicas, como também, as tendências no que se refere ao sistema de
trabalho. Em seguida, foram realizadas visitas na organização para levantar dados através dos processos de
observação e coleta de informações, fazendo uso de um questionário que foi composto por questões abertas
e que foi aplicado pelo grupo ao gestor de Recursos Humanos da organização. Assim, o estudo se caracterizou
como um estudo de caso, de natureza descritiva, exploratória e de abordagem qualitativa.

RESULTADOS. Em relação aos resultados, foi constatado que um sistema de trabalho requer um aprimo-
ramento no gerenciamento de uma equipe e que deve estabelecer qual a melhor rotina utilizada em uma
organização. Esse controle aplicado na gestão de pessoas traz por mapear os pontos positivos e negativos
identificados em cada sistema, como as dificuldades em interferir neles. Através do diagnóstico realizado, foi
possível conhecer melhor o modelo de trabalho desenvolvido na organização, da seguinte forma: o processo
de recrutamento de funcionários ocorre por meio de indicações de servidores de outros órgãos, como também

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 20


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
ADMINISTRAÇÃO | GESTÃO

através de remanejamento interno, dessa forma, a empresa não possui um quadro de pessoal efetivo e não há
divulgação ao público em geral; o processo de seleção para os cargos é feito pela diretoria, ocorrido através
de uma análise curricular e entrevista realizada pelos responsáveis no setor; o método de socialização aplica-
do consiste em, após a entrevista, o funcionário conhecer cada local ou departamento da empresa de forma
mais abrangente, além de ser apresentado às equipes; em relação às ferramentas de análise de desempenho,
não há um método previamente estabelecido, o processo é feito a partir da observação; no que diz respeito
ao treinamento, não são todos os funcionários que o recebem, apenas alguns deles, e a capacitação é feita na
Escola de Serviço Público do Estado da Paraíba (ESPEP); as condições do ambiente, no que tange à qualidade
de vida no trabalho, são apropriadas para os colaboradores, dispondo de banheiros próximos aos setores e
bebedouro; para garantir a segurança aos colaboradores, dentro e nos arredores da organização, a compa-
nhia dispõe de um serviço de segurança com treinamento específico; no que se refere aos benefícios dos fun-
cionários, a empresa oferece vale-alimentação e vale-transporte; no tocante aos aspectos de remuneração, a
empresa realiza uma reunião emitindo uma portaria interna para ser discutida a remuneração do funcionário
a ser admitido, conforme a função a ser exercida e, por fim, é emitida a decisão da presidência. Dessa forma,
foi possível detectar os possíveis pontos fortes e fracos, como também, as dificuldades em solucioná-los, nas
áreas de gestão de pessoas, mencionadas anteriormente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Tendo em vista a importância do que foi abordado e das percepções adquiridas
acerca da prática desenvolvida na área de gestão de pessoas, foi possível obter uma melhor compreensão de
como funcionam os processos no setor de Recursos Humanos, no que tange às práticas de gestão adotadas
pela organização, dentre elas, as formas de recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento dos cola-
boradores, bem como as medidas adotadas em relação à qualidade de vida no ambiente de trabalho. Em re-
lação ao processo de elaboração do trabalho, podemos destacar a habilidade humana que desenvolvemos no
sentido de realizar um trabalho em equipe, na medida em que delimitamos a divisão do trabalho e definimos
tarefas a serem cumpridas, contribuindo, assim, para o nosso crescimento tanto na área acadêmica, como na
área profissional. No que se refere aos aspectos conceituais, foi possível fixar melhor os conteúdos estudados
durante a disciplina, que nos proporcionou um maior entendimento do funcionamento da área de gestão de
pessoas, através das observações e dados coletados, que nos permitiu aperfeiçoar a competência de análise
e investigação do campo de estudo, no qual sustentou-se num embasamento teórico com diversos autores
reconhecidos na área.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão de pessoas, sociedade de economia mista (SEM), cultura organizacional, práticas
de gerenciamento, fatores motivacionais.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos à empresa pela confiança, atenção e disponibilidade de tempo, uma vez
que o desenvolvimento deste trabalho só foi possível com o auxílio e compreensão da mesma, que facilitou
nossa entrada e o acesso às informações – estas, indispensáveis para a elaboração deste trabalho. Assim, em
todo trabalho acadêmico, é imprescindível essa oportunidade concedida pela empresa, em razão desta prática
3º SIMPIF

possibilitar que o discente empregue em seu aprendizado. Por fim, agradecemos também à docente Maria Lui-
za da Costa Santos, da disciplina de Práticas de Pesquisa em Administração de Pessoas, pelo carinho, atenção
e paciência nas orientações referentes ao desenvolvimento e conclusão desta pesquisa.

Referências
VILAS, B.; ANA, A.; BERNARDES, A.; RUI, O. Gestão estratégica de pessoas. 1. ed. São Paulo: Elsevier, 2009.
BOHLANDER, G. W.; SNELL, S. A.; SHERMAN, A. Administração de recursos humanos. 14. ed. São Paulo: Cen-
gage Learning, 2010.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
ADMINISTRAÇÃO | GESTÃO

Lívia Vitória Rodrigues dos Santos


Explorando a administração de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
marketing: uma análise da marca e da
Tecnologia da Paraíba estratégia do produto numa empresa de
Elienir Fidelis Gomes fabricação de sorvetes
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. A essência de uma empresa está presente principal-
Mariana Nascimento Rocha mente em seu branding, ou seja, em sua marca, sendo esta uma das
[email protected]
principais conexões entre o cliente e o produto/serviço. Dessa forma,
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba as organizações devem demonstrar na marca as características do
negócio e, ao mesmo tempo, atender as necessidades que o mercado
Ruãn Batista Silva
[email protected] exige. O branding envolve um conjunto de valores ponderados pela or-
Instituto Federal de Educação, Ciência e ganização para atribuir as características que a distingue das demais,
Tecnologia da Paraíba
auxiliando em suas estratégias de posicionamento. O branding está
relacionado à criação de estruturas mentais e contribui para organi-
zar o conhecimento do consumidor sobre produto/serviço ofertado,
tornando a sua tomada de decisão de compra mais clara e objetiva,
agregando valor à organização (KOTLER; KELLER, 2012). Tendo isso
em vista, o estudo e gerência da marca são relevantes, uma vez que, a
mesma representa o DNA da empresa e a sua forma de exposição no mercado gera valor estratégico. O valor
do branding é cada vez mais destacado, devido ao crescimento da competitividade e a carência das organiza-
ções de apresentar diferenciais e agregar valor aos produtos/serviços, com o objetivo de maximizar os resul-
tados no mercado. As alterações nas imagens e símbolos da marca são relacionadas à prática de rebranding
que, para Marques (2017), é um termo específico, no qual significa fazer mudanças na identidade visual de
uma empresa, marca ou produto, o que inclui a elaboração de novas estratégias de marketing, revisão de pú-
blico-alvo, posicionamento de mercado, entre outras ações que geram renovação na percepção da marca. Seja
para revitalizar ou recriar valores, os projetos de rebranding podem ocasionar resultados com repercussão po-
sitiva ou negativa para a performance da empresa. A pesquisa em questão é um recorte de um estudo de caso
em profundidade realizado em uma organização paraibana do ramo alimentício, especificamente na fabricação
de sorvetes, caracterizada como uma sociedade limitada - Ltda, sendo elaborado no período de 05 meses, en-
tre março a agosto de 2019. Diante disso, a questão problema que norteou o estudo se relacionou com: Quais
as práticas de gestão da marca são aplicadas em uma empresa alimentícia, voltada para o ramo de sorvetes?
Nesta perspectiva, o objetivo geral deste estudo é conhecer e analisar a forma como a marca e a estratégia do
produto são administradas pela empresa, uma vez que, a pesquisa da prática de gestão de marca é relevante
para o meio acadêmico, como também para o mercado, visto que, há a necessidade de conhecer detalhada-
mente e na prática (know-how) a forma como é desenvolvida a gerência de marca em uma empresa paraibana. 

MATERIAIS E MÉTODOS. Para a elaboração do estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre a gestão
de branding, por exemplo, nome da marca, imagens, símbolos relacionados, envolvendo os slogans, logotipos
e outros fundamentos que se referem aos produtos/serviços de uma organização. Em seguida, foram realiza-
das visitas in loco, para levantar dados através dos processos de observação e coleta de informações, fazendo
uso de uma entrevista estruturada que foi composta por questões abertas, sendo aplicada pela equipe à ges-
tora de marketing da organização. Assim, a pesquisa se caracterizou como um estudo de caso, de natureza
descritiva, exploratória e de abordagem qualitativa. 

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RESULTADOS. No que concerne aos resultados obtidos pela pesquisa na empresa em estudo, foi observado
que a gestão da marca é feita de forma constante, tendo em vista, que os elementos que a compõem passam
por pequenas reformulações a cada três anos e, com isso, demonstram a preocupação da organização em
criar uma identidade visual que a associe ao produto, com o objetivo de lhe proporcionar maior visibilidade no
mercado em que atua, sendo este um aspecto positivo. O rebranding da instituição é realizado em um curto
período de tempo, em que ocorrem mudanças no design da marca. Devido a isto, a empresa pode correr certos
riscos ao realizar o rebranding a cada três anos, além de que, há também a ausência de pesquisas para men-
surar os impactos desta ação nas vendas e na percepção do mercado-alvo, dessa forma, pode-se considerar
este aspecto como um problema a ser solucionado na gestão, caracterizando-se como um ponto negativo.
No tocante à diferenciação do produto, Porter (2013) afirma que a estratégia competitiva de diferenciação é
constantemente utilizada pelas empresas a fim de diferenciar o produto ou serviço ofertado, desenvolvendo
algo que seja considerado único ao contexto de todo o ramo de negócio. Neste quesito, pode-se considerar
como um ponto positivo, pois a empresa possui diversas formas de proporcionar a diferenciação dos seus
produtos em relação aos dos concorrentes, seja através da formulação do produto ofertado, onde a matéria-
-prima tem como base a própria fruta e não a polpa, seja através das suas divulgações, realizadas através das
mídias sociais, sorteios de brindes aos clientes em supermercados, degustação de sorvetes e picolés e, ainda,
participação em eventos gastronômicos. Em relação às suas linhas de produtos, a empresa possui diferentes
linhas para atender a diversos nichos de mercado, dentre elas incluem linhas Fitness, Gourmet, Zero açúcar,
entre outras, e procura desenvolver gradativamente novas linhas de acordo com as tendências do mercado,
considerando este elemento um fator positivo. A linha de produto é um conjunto de bens estreitamente re-
lacionados por funcionarem de forma semelhante, serem vendidos para grupos de consumidores idênticos,
lançados em um mesmo mercado por intermédio de tipos similares ou estarem dentro dos mesmos limites de
preço (KOTLER; ARMSTRONG, 2015). No que diz respeito às embalagens, cada vez mais o consumidor está
criando uma relação emocional com a escolha de produtos, razão pela qual as novas soluções de embalagens
tendem para a valorização dos sentidos (CAMILO, 2004). Neste quesito, a empresa atua positivamente, pois
produz embalagens com diferentes volumes, que atendem às variadas necessidades e exigências de seus
clientes, além de selecionar cores e elementos visuais atrativos para impulsionar o desejo de compra do con-
sumidor. Os rótulos são elementos de comunicação entre o produto e os consumidores, e devem ajudá-los na
decisão de compra, ampliando a eficiência do mercado e o bem-estar do consumidor (MACHADO et al., 2006).
Neste aspecto, a organização dispõe uma ótica positiva, haja vista que, em seus rótulos há todas as informa-
ções que são exigidas em lei e pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), que
submete as empresas a informar os valores nutritivos do produto, onde é produzido e outras informações
necessárias, nas quais são exigidas pela legislação. Por fim, a elaboração desta pesquisa, gerou um relatório
técnico acadêmico da disciplina Práticas de Pesquisa em Administração de Marketing, do curso de Adminis-
tração, referente ao tema gestão de marca.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Mediante a relevância do conteúdo discutido e das percepções adquiridas em re-
3º SIMPIF

lação à administração de Marketing em uma instituição, especificamente quanto à sua marca, foi possível
ampliar nosso conhecimento teórico e prático na área de Administração de Marketing, quanto aos processos
de gestão de marca e da estratégia do produto, aperfeiçoando o olhar crítico da equipe. No que diz respeito ao
processo de formação do estudo, pôde-se evidenciar o modo como é gerenciado a marca, como são definidas
as principais estratégias de diferenciação do produto no que concerne a linhas de produtos, rótulos e embala-
gens. Acerca dos aspectos conceituais, foi possível fixar melhor os conteúdos estudados, que proporcionaram
um entendimento do funcionamento da área da gestão de marcas e de estratégia do produto. Através das

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observações e dados coletados, foi possível aperfeiçoar a competência de análise e investigação do campo
de estudo, no qual sustentou-se num embasamento teórico com diversos autores reconhecidos na área. Por-
tanto, esperamos que este trabalho possa auxiliar no desenvolvimento de estudos e pesquisas relacionados à
área, expandindo assim, o conhecimento acadêmico. 

PALAVRAS-CHAVE: Branding, gestão da marca, estratégia do produto, fábrica de sorvetes.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos à empresa pela confiança, atenção e disponibilidade de tempo, uma vez
que, o desenvolvimento deste trabalho só foi possível com o auxílio e compreensão da mesma, que facilitou
nossa entrada e o acesso às informações – estas, indispensáveis para a elaboração deste trabalho. Assim,
em todo trabalho acadêmico, é imprescindível essa oportunidade concedida pela empresa, em razão desta
prática possibilitar que o discente empregue em seu aprendizado. Por fim, agradecemos também à docente da
disciplina de Práticas de Pesquisa em Administração de Marketing, Maria de Fátima Silva Oliveira, pelo carinho,
atenção e paciência nas orientações referentes ao desenvolvimento e conclusão desta pesquisa.

Referências 
CAMILO, A. N. Inovar é preciso. Pack, São Paulo, ed. nº 85, p. 22, Ed. Banas Ltda, set., 2004.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 15. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson Education, 2012.
MACHADO, S. S.; SANTOS, F. O.; ALBINATI, F. L.; SANTOS, L. P. R. Comportamento dos consumidores com re-
lação à leitura de rótulo de produtos alimentícios. Alimentos e Nutrição, Araraquara, v. 17, n. 1, p. 97-103,
2006.
MARQUES, J. R. Rebranding: 5 dicas de como elaborar uma estratégia para uma marca. Disponível em: https://
www.ibccoaching.com.br/portal/rebranding-5-dicas-de-como-elaborar-uma-estrategia-para-uma-marca/.
Acesso em: 29 jul. 2019.
PORTER, M. E. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. 21. ed. Rio de Janeiro:
Campus, 2013.

3º SIMPIF

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Allisson da Silva Santos


Inovações tecnológicas e a Síndrome
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de Burnout: um estudo realizado com
Tecnologia da Paraíba professores de uma unidade acadêmica
Giulliane Ohana Cassiano do Instituto Federal da Paraíba
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Nos últimos anos, devido aos avanços tecnológicos
Maria Luiza da Costa Santos e de mercado, os métodos do trabalho se modificaram, provocando
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e um grande impacto no ambiente laboral e, principalmente, na vida
Tecnologia da Paraíba dos trabalhadores, fazendo com que os mesmos necessitem possuir
um maior nível de conhecimento, como também o desenvolvimento
de novas competências e habilidades, a fim de adequarem-se a esta
nova realidade de mercado, bem como manterem-se empregados.
Neste cenário, a tecnologia se torna uma peça fundamental para a
realização de diversas tarefas, sendo um elemento indispensável em
vários fluxos de trabalho, em que o colaborador deve ter o conheci-
mento prévio para realização das suas atividades. Porém, a tecnolo-
gia assim como pode ser uma peça fundamental nos processos orga-
nizacionais também pode ocasionar o desenvolvimento de patologias
originárias do ambiente organizacional. Para os trabalhadores da atualidade, as consequências diretas do uso
da tecnologia da informação é que eles passam a depender também deste elemento, pois além da capacitação
para utilizar as tecnologias, os trabalhadores precisam ser mais ágeis e dinâmicos (PACHECO et al., 2005).

Diante deste contexto, Lino e Dias (2018) destacam que todas estas modificações também estão relacionadas
com o aumento da competição global pelo mercado, que exige do trabalhador um aumento da intensidade
e duração do trabalho, levando ao aumento de patologias ocupacionais, dentre elas, o estresse e as doen-
ças dele decorrentes; aumento do trabalho realizado no domicílio, aumento do trabalho em tempo parcial e
sazonal, promovendo a precarização do trabalho; e, a diminuição dos níveis de remuneração pelo trabalho
realizado.

No caso particular do professor, as novas exigências e a constante ameaça advinda das novas metodologias
educacionais oriundas dos recursos tecnológicos, como o e-learning, a videoconferência e o ensino à distân-
cia, quando associadas a uma rotina exaustiva e incorporada às demais dimensões e papéis assumidos pelos
professores no âmbito profissional e de sua vida privada, parece predispor ao surgimento da síndrome de
burnout. Segundo Ballone (2008), a síndrome de burnout é considerada uma das consequências mais mar-
cantes do estresse ocupacional, caracterizando-se por exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo,
depressão e insensibilidade com relação a tudo e a todos. Esta síndrome envolve dimensões e sentimentos
que estão definidos como ilusão pelo trabalho, desgaste psíquico, indolência e culpa (GIL-MONTE, 2005).
Essas dimensões são dignas de maior atenção pelas organizações, para que seja evitado o aparecimento de
sintomas de burnout em seus colaboradores.

A Unidade Acadêmica de Gestão e Negócios (UAG), local do estudo, é uma área de ensino do Campus João
Pessoa do Instituto Federal de Ensino, Ciência e Tecnologia da Paraíba–IFPB, que abriga, atualmente, cursos
de diversas modalidades e complexidade acadêmicas e curriculares tais como: Bacharelado em Administra-
ção, CST em Negócios Imobiliários (modalidade presencial), Técnico em Eventos (modalidade presencial e

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PROEJA), Técnico em Secretariado (modalidade presencial), Gestão Pública (EAD), e Técnico Integrado em
Contabilidade (presencial), a qual tem como objetivo oferecer um processo de aprendizagem completo, di-
nâmico e eficiente por intermédio de todos os recursos humanos, materiais e tecnológicos necessários à sua
proposta de expansão e modernização.

Considerando que os professores transitam em um ambiente de constante modernização tecnológica e que


realizam suas atividades de maneira contínua, sob um clima de pressão e cobranças, o presente estudo bus-
cou responder ao seguinte questionamento: como os professores da Unidade Acadêmica de Gestão e Negó-
cios percebem os efeitos das inovações tecnológicas no desempenho de suas funções e se essa rotina de
trabalho pode ser capaz de desencadear a Síndrome de Burnout? Para tanto, teve como objetivo geral analisar
os efeitos das inovações tecnológicas no cotidiano dos professores como fonte desencadeadora da Síndrome
de Burnout.

MATERIAIS E MÉTODOS. Esta pesquisa de abordagem quanti-qualitativa, quanto aos meios foi caracterizada
como estudo de caso e, quanto aos fins, correspondeu a uma pesquisa descritiva e exploratória. Envolveu o
universo de 51 professores lotados na UAG, mas utilizou como critério de inclusão ter pelo menos 01 ano de
atuação na área, período mínimo necessário para descrições confiáveis a respeito das atividades inerentes ao
exercício da profissão e, dessa forma, abrangeu uma amostra de 38 professores. Os dados foram coletados
através de um formulário que fez uso da plataforma digital online Google Forms, contendo 46 questões em
escala Likert que levantaram informações sobre o perfil sociodemográfico dos professores, o processo das
inovações tecnológicas no cotidiano da profissão do professor e, o desenvolvimento da síndrome de Burnout,
a partir de quatro variáveis: ilusão do trabalho, desgaste psíquico, indolência e culpa. As questões relativas
ao tópico das Inovações tecnológicas se basearam nos instrumentos propostos pelos autores Lipp (2009);
Lipp e Lipp (2018) e, para a Síndrome de Burnout foi utilizado o instrumento validado pelos autores Gil-Monte,
Carlotto e Câmara (2010). Os dados foram apresentados em quadros, tabelas e gráficos, que contou com o
apoio do software Excel, envolvendo a parte descritiva da pesquisa, bem como o auxílio do software estatístico
IBM SPSS 21.0, com utilização de estatística inferencial, em que foram realizados os testes de normalidade
(Kolmogorov-Smirnov), análises de correlação de Spearman e de comparação de médias (Teste U de Mann-
-Whitney) com o intuito de verificar possíveis associações entre as variáveis do estudo.

RESULTADOS. Como principais achados, se tratando das inovações tecnológicas, nota-se um nível preponde-
rante de frustração e aborrecimento nas respostas. Se tratando da falha de conexão com a internet para envio
de mensagens urgentes deixam os professores entre “pouco aborrecido” e “muitíssimo frustrado” represen-
tando um empate de 39,5% das respostas; referente a “perda de trabalho redigido em computador devido a
erro de software” percebe-se que os professores se sentem “muitíssimo frustrado” com percentual de 68,4%;
Na “falha na utilização e execução de softwares” recebeu como resposta “muitíssimo aborrecido” com o per-
centual de 34,2%. Diante destes principais resultados, percebe-se que o fato dos docentes estarem expostos
a uma variedade de tecnologias gera em alguns momentos certa dificuldade na utilização delas, podendo
3º SIMPIF

potencializar o estresse dos docentes e consequentemente a síndrome de Burnout. Com relação as dimensões
da Síndrome de Burnout (ilusão do trabalho, desgaste psíquico, indolência e culpa) não foram evidenciados
resultados significativos que elucidassem a síndrome entre os professores da UAG, porém foi comprovada
estatisticamente a relação positiva entre desgaste psíquico e inovações tecnológicas, significando que, quan-
to mais inovações tecnológicas ocorrerem nos processos efetuados pelos docentes, maior a propensão a se
sentirem cansados psicologicamente, com maior predominância no gênero feminino.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS. As inovações tecnológicas são imprescindíveis para a realização de várias ativida-
des nas organizações, sejam elas de domínio público ou privado, para enfrentamento do mercado competitivo
visando atender suas demandas, agilizar e organizar seus processos de forma eficiente e eficaz, a fim de
otimizá-las, porém, é preciso que os gestores saibam das consequências que elas podem gerar no mundo do
trabalho e em seus envolvidos.

De acordo com os resultados obtidos no estudo foi possível analisar os efeitos das inovações tecnológicas
como fonte desencadeadora da síndrome de Burnout no cotidiano dos professores da Unidade Acadêmica de
Gestão e Negócios do IFPB e constatar que não foram encontrados resultados significativos que confirmas-
sem esta relação. Entretanto, os resultados encontrados apontam que para a maioria dos pesquisados, as
inovações tecnológicas, tem sido um fator determinante para o estresse no trabalho, principalmente no que
se refere ao desenvolvimento das atividades profissionais, dado este confirmado, estatisticamente, que esta-
belecem uma relação entre inovações tecnológicas e desgaste psíquico.

Cabe destacar que prevenir e promover a saúde no contexto organizacional tem sido apresentado como um
desafio e missão para os gestores que atuam na área do ensino, no caso para àqueles que atuam na unidade
acadêmica estudada, mas também para todos os que se destinem a preparar mão-de-obra para as novidades
do mundo tecnológico, de forma a implementar estratégias que visem evitar os sentimentos de frustração,
tristeza, ansiedade, entre outros, no trabalho e que venham a desencadear em doenças laborais.

Como limitações para a pesquisa, tem-se que o estudo não abrangeu as 4 demais unidades acadêmicas do
IFPB/JP, acarretando na ausência de uma análise global de todo corpo docente da instituição, e de uma pos-
sível comparação de cenários diante da natureza diferenciada de cada uma delas. Assim, sugere-se para rea-
lização de uma futura pesquisa, a incorporação de todas unidades acadêmicas da instituição, seguindo rumos
metodológicos semelhantes a esta obra durante o seu desenvolvimento.

PALAVRAS-CHAVE: Inovações tecnológicas. Burnout. Estresse ocupacional.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
BALLONE, G. J. Estresse e Trabalho. In: PsiqWeb. Psiquiatria Geral. 2008.
GIL-MONTE, Pedro R. El síndrome de quemarse por el trabajo (burnout): Factores antecedentes y conse-
cuente. In: JORNADA “EL SÍNDROME DE QUEMARSE POR EL TRABAJO EN SERVICIOS SOCIALES”, Valencia:
Diputácio de Valência, 2005. p. 11 - 25.
GIL-MONTE, Pedro R; CARLOTTO, Mary Sandra; CÂMARA, Sheila Gonçalves. Validação da versão brasileira do
“Cuestionario para la Evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo” em professores. Revista de Saúde
Pública, [s.l.], v. 44, n. 1, p.140-147, fev. 2010. FapUNIFESP (SciELO).
LINO, D.; DIAS, E. C. A globalização da economia e os impactos sobre a saúde e segurança dos trabalhado-
res. Disponível em: http://www.instcut.org.br/art03.htm. Acesso em: 18.03.2018.
3º SIMPIF

LIPP, M. Sentimentos que causam estresse: como lidar com eles. 3. Ed. São Paulo: Papirus, 2009.
LIPP, M; LIPP, L. M. Estresse Tecnológico. Disponível em: < http://www.estresse.com.br/auto_avaliacao-onli-
ne/stress-tecnologico/>. Acesso em: 12.03.2018.
PACHECO et al. A era da tecnologia da informação e da comunicação e a saúde do trabalhador. Revista Brasi-
leira de medicina do Trabalho. 3(2):p. 114-122, Jan. 2005

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Antônio José de Souza Luna


Núcleo de Documentação e Pesquisa
[email protected] da Educação Profissional do IFPB:
Gerlani Florêncio de Araújo organização do acervo fotográfico como
[email protected]
resgate da educação profissional
Mardônio Lacet dos Santos Júnior
[email protected]
INTRODUÇÃO. Antes de expor o trabalho é preciso esclarecer duas
questões dessa comunicação: o primeiro é informar sobre o que é
o Núcleo de Documentação e Pesquisa da Educação Profissional
(NDPEP) do IFPB, criado pela Resolução IFPB nº 1, de 19 de janeiro
de 2010, como Órgão suplementar da Reitoria e instalado em 02 de
março de 2015. Tem como objetivos básicos: o resgate, a organiza-
ção, o acesso e preservação dos vestígios da memória da Instituição
bem como da produção do conhecimento crítico sobre educação e
história da educação profissional e tecnológica. Sua localização atual
encontra-se no Edifício Coriolano de Medeiros sede da Reitoria. A se-
gunda trata-se de expor como se trabalha o acervo fotográfico no
NDPEP. Atualmente seus pesquisadores vêm realizando relatórios
como forma de registrar e acompanhar os resultados mesmo de for-
ma parcial. É um trabalho sistemático em longo prazo, um estudo que parte da observação e organização de
imagens fotográficas, de documentos de toda ordem1, portanto, um acervo histórico em via de processamento
técnico que precisa ser conhecido por toda sociedade. A princípio é importante fazer algumas considerações
teóricas e metodológicas sobre os conceitos de catalogação, processamento técnico e memória. Por quê? Os
pesquisadores precisam se manter atualizados, no que diz respeito aos procedimentos de descrição e de or-
ganização técnica do acervo em questão. O que se traduz em um desafio ao mesmo tempo uma obrigação do
pesquisador para com o usuário em busca da informação. O termo catalogação foi definido por Sousa (2008,
p. 34), para designar o processo de descrição de qualquer documento para se estabelecer um ponto de aces-
so de sua informação, a fim de que o usuário final identifique, selecione e obtenha a informação desejada em
uma biblioteca, catálogo ou base de dados. Já o termo processamento técnico é entendido pelo autor ante-
riormente citado (2008, p. 99), como a preparação de documentos visando a sua conservação, organização,
recuperação e uso do mesmo. Três formas de memória são citadas por M. Chauí (1996, p. 126) que julgamos
pertinente representar: A memória perceptiva ou de reconhecimento (pessoas, lugares, etc. e que é indispen-
sável para nossa vida cotidiana); A memória-fluxo-de-duração-pessoal, (presente em fatos importantes e de
valor afetivo); E por último, a memória social ou histórica que está presente em sociedade (sejam em forma
de relatos, registros, documentos, monumentos, calendários, que possuem significados para a coletividade).
No caso sobre a prática de como os documentos são catalogados e processados tecnicamente não é tão sim-
ples, exigem-se outras ações conjuntas de leituras e análise do material selecionado. Neste caso, as leituras
nos levam a novas abordagens teóricas de reflexão e preservação da memória da instituição. Dessa forma,
esses conceitos são cruciais para compreender o processo de organização da documentação, portanto, a
preocupação é de possibilitar uma releitura de forma consciente, afinal nem toda transferência de informação

1 “Acervo (...) bastante diversificado, contendo documentos do gênero audiovisual, bibliográfico/impresso, cartográficos, digital/
eletrônico, filmográfico, fotográfico, iconográfico, micrográfico, além de peças bi e tridimensionais, essas ultimas tradicionalmente caracte-
rísticas da Museologia.” (SANTOS JÚNIOR; FLORÊNCIO, 2017, p. 200).

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corresponde à transferência de conhecimento. Portanto, o acervo fotográfico, corresponde em grande parte


a história da administração da Instituição desde 1909, época de sua criação como “Escola de Aprendizes e
Artificies na Paraíba”. De acordo com Leite: “Em 5 de Janeiro de 1910, a Escola Aprendizes Artífices da Pa-
raíba iniciava as suas aulas numa ala do Quartel da Força Policial, cedida pelo Governador do Estado, tendo
aí permanecido durante 19 anos” (LEITE, 1979, p. 9). Vale ressaltar que a referida Escola, enquanto espaço
profissionalizante, conforme Candeia (2013, p. 80), revela procedimentos de espaço e conduta que a Escola
via no Quartel como seu referencial de maior representatividade “simbólica”, ou seja, significa dizer que existe
um discurso produzido pelo “poder” e pelo “disciplinamento”. Atualmente, o acervo fotográfico do NDPEP
conta com aproximadamente oitocentas imagens. Vale salientar que grande parte do que já foi catalogado
está sem identificação na origem, ou seja, sem registro, legenda ou mesmo datação na foto ou no invólucro.
Para isso, é importante frisar que as fotos com registros tornam-se de grande valia para o pesquisador uma
vez que de forma objetiva direciona nosso olhar para uma possível revelação da memória individual e coletiva
da comunidade acadêmica. Dessa forma, ressaltamos que o acervo fotográfico do NDPEP do IFPB é formado
por imagens capturadas ao longo de sua história centenária como verdadeiros caminhos para a compreensão
e evolução da educação profissionalizante em nosso Estado.

MATERIAIS E MÉTODOS. A metodologia de organização da documentação fotográfica parte de uma análise


das imagens levando em consideração os seguintes elementos avaliativos que abrangem tanto os conteúdos
como os de expressão, são eles: o contexto histórico institucional, gestão dos seus administradores, o espaço
geográfico, os sujeitos e suas vivências. Sendo assim, a partir de 2015-2018, criam-se critérios como (even-
tos, condecorações, esporte, visitas, formaturas entre outros) para inserir e adaptar as fotos numa aborda-
gem administrativa, política cultural e acadêmica, sempre tendo como pré-requisito o processamento técnico
dos documentos.

Para o modelo organizacional adotado, procedeu-se uma descrição histórica e contextualizada de cada foto,
ou seja, uma pré-catalogação. Assim como seu acondicionamento em suporte de papel A4 branco, separadas
com papel alcalino, em pastas suspensas e armazenadas em moveis em aço esmaltado. O suporte básico em-
pregado é o acondicionamento para a guarda dos documentos, mesmo apresentando suas limitações, atende
provisoriamente esse processo de organização e manuseio do acervo.

RESULTADO. Constata-se a curto, médio e longo prazo um processo de redescoberta da memória da ins-
tituição a partir da catalogação e processamento técnico do acervo fotográfico subsidiado nas leituras de
documentos, em periódicos, livros e folhetos editados pela própria instituição e jornais locais. Podemos exem-
plificar tais resultados com a organização do acervo fotográfico: gestor Itapuan Bôtto Targino (1964-1983),
participação em eventos cultural local e internacional, publicação de artigo técnico cientifico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O trabalho nos possibilita um reencontro inesquecível com a memória coletiva da
Instituição, com seus produtores e suas imagens, suas lembranças, suas trajetórias e seus projetos. Acredi-
ta-se que o processamento técnico, a pré-catalogação, consiste numa preparação para uma reflexão teórica
3º SIMPIF

metodológica que visa introduzir os documentos visuais à pesquisa histórica. Espera-se que a partir dessa
comunicação haja uma maior conscientização da importância da pesquisa que se faz no NDPEP, como um
trabalho de organização documental da instituição.

PALAVRAS-CHAVE: Acervo fotográfico. Catalogação e Pesquisa. NDPEP IFPB.

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AGRADECIMENTOS: Ao Reitor do IFPB Professor Cícero Nicácio do Nascimento Lopes pelo apoio ao NDPEP,
criado pelo Conselho Superior do IFPB sob “ad referendum” em janeiro de 2010 e instalado somente em mar-
ço de 2015, em sua primeira gestão.

Referências
CANDEIA, L. Mente amore pro pátria docere: A Escola de Aprendizes Artífices da Paraíba e a formação de
cidadãos úteis à nação (1909-1942). João Pessoa, 2013. 318 f. (Tese Doutorado UFPB/CE).
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1996.
LEITE, J. J. Sinopse histórica da Escola Técnica Federal da Paraíba (1909 – 1979). João Pessoa, 1979. 64 p.
SANTOS JÚNIOR. M. L. dos; FLORÊNCIO, G. Núcleo de Documentação e Pesquisa da Educação Profissional do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – Brasil: Organização e acesso a informação
(Projeto em andamento). CONGRESO DE ARCHIVOLOGÍA DEL MERCOSUR, 12., 2017, Córdoba, AR. Actas...
Córdoba, AR: Redes, 2017. p. 191-205.
SOUSA, B. A. de Glossário: Biblioteconomia - Arquivologia - Comunicação e Ciência da Informação. 2. ed., rev.
e atual. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2008.

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AGRICULTURA FAMILIAR | CANA-DE-AÇUCAR E SEUS
DERIVADOS | AGROECOLOGIA

Luís Gustavo Macena da Luz


A mulher na agricultura familiar
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba

Larissa Fernanda de Araújo Albuquerque


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. A pesquisa busca mostrar a desigualdade de gêne-
Mayara Ferreira de Oliveira ro no campo com estudo especifico na aposentadoria por idade da
[email protected]
mulher na categoria segurado especial. Os trabalhadores rurais são
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba considerados segurados obrigatórios perante a previdência social
(Lei n. 8.213/91). Diante desta lei, o rurícola é dividido em quatro
Adriana Guedes de Castilho
[email protected] espécies: empregados rurais, contribuintes individuais, trabalhador
Instituto Federal de Educação, Ciência e avulso e segurados especiais. Nosso estudo está focado na categoria
Tecnologia da Paraíba
de trabalhadores rurais segurados especiais. O segurado especial é a
única categoria de segurados do Regime Geral da Previdência Social
composta somente por integrantes do meio rural, inserida na legisla-
ção por força da Carta Magna de 1988. Em relação à aposentadoria,
a legislação brasileira estabelece um regime jurídico diferenciado aos
trabalhadores rurais, ora denominado de segurado especial. De acor-
do com o parágrafo 1º do artigo 48 da Lei nº 8.213/91 tem direito à aposentadoria rural por idade o traba-
lhador rural que completar 60 (sessenta) anos se homem, ou 55 (cinquenta) anos se mulher, no valor de um
salário mínimo vigente a época da data do requerimento. Para a concessão desse benefício, além do requisito
idade, é indispensável que o segurado especial (trabalhador rural) comprove o exercício da atividade rural.
Não é necessário contribuir com a previdência social, mas comprovar a atividade rural em regime de econo-
mia familiar, através de documentação, pelo período mínimo de 180 meses, ainda que descontínuo, conforme
estabelecido no artigo 142 da Lei nº 8.213/91. O trabalho em economia familiar é aquele desenvolvido por
todos os membros da família sem empregados, entretanto o homem se destaca como o principal membro
deste grupo, isto é, aquele que detém o conhecimento e domínio de toda cadeia de produção de sua proprie-
dade. Esta condição demarca o papel da mulher como coadjuvante na relação de produção e de entendimento
e apropriação das técnicas de produção (PAULILO, 2004). Para se comprovar que a atividade rural é exercida
sob o regime de economia familiar (exigência para se aposentar) é indispensável um início de prova docu-
mental, sendo aceito como documento: contrato individual de trabalho ou CTPS; contrato de arrendamento,
parceria ou comodato rural; declaração do Sindicato dos Trabalhadores Rurais ou de colônia de pescadores;
comprovante de cadastro do INCRA, entre outros. Ressalta-se que os documentos exigidos para concessão
da aposentadoria, em sua grande maioria, estão no nome do homem, tendo em vista o patriarcalismo que
resiste no meio rural, o que pode interferir na concessão do benefício de aposentadoria para mulher, uma vez
que a trabalhadora deve apresentar documentos em seu nome. O direito de aposentadoria da mulher só foi
conquistado, cumulativamente com a do homem, a partir da Constituição de 1988, haja vista que a origem
da previdência social rural (Lei Complementar nº 11/ 1971 – criou o FUNRURAL) concedia o benefício de
aposentadoria ou pensão por morte a somente um membro da família, beneficiando apenas o respectivo chefe
ou arrimo do grupo familiar (o homem), o que acarreta, até hoje, perda de direitos importantes para a mulher
do campo, como a aposentadoria da trabalhadora rural. Os trabalhadores rurais são considerados segurados
obrigatórios perante a previdência social (Lei n. 8.213/91), cabe a eles a responsabilidade de reunir a docu-

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mentação precisa para a solicitação de sua aposentadoria. A documentação deve provar a atividade rural em
um período de 15 anos, porém por falta de informação muitos não conseguem obter o benefício, em especial
as mulheres, por não conseguir provar seu trabalho na agricultura. Em muitos documentos as mulheres se de-
claram do “lar” ou quando indagadas sobre sua profissão declaram “ajudar” o marido, o que prejudica no seu
processo de aposentadoria como segurada especial. A partir de atividades dentro do espaço rural foram feitas
pesquisas sobre a mulher do campo e a aposentadoria especial que lhe é assegurada de acordo com a previ-
dência social. Com essas ações, o projeto visa contribuir na conscientização do direito da trabalhadora rural,
ressaltando seu trabalho como agricultora. Com os resultados da pesquisa, foram desenvolvidas ações de
conscientização como forma de apoiar essa categoria, a fim de auxiliá-las na compreensão dos seus direitos.

MATERIAIS E MÉTODOS. A metodologia se divide em duas etapas principais. Numa primeira etapa foi reali-
zada revisão bibliográfica dos textos das diversas áreas abrangidas pela temática, tais como sociologia rural,
Direito previdenciário, feminismo, a fim de capacitar os discentes integrantes do projeto. Saliente-se que,
embora a ênfase na formação se dê, sobretudo, no início da vigência do projeto, esta será contínua até o
seu momento final. Na etapa seguinte, a pesquisa voltar-se-á para o seu campo empírico que é o número de
recursos relacionados à aposentadoria do trabalhador rural. Esta fase se realizará no banco de dados da 21ª
Junta de Recursos da Previdência Social. O site da 21ª separa os recursos por numeração, então se dará ên-
fase à numeração 41 que representa a aposentadoria por idade, no período de 2013 – 2018, posteriormente
será separado a aposentadoria urbana da rural e também por gênero – masculino e feminino. Por fim, foi feita
análise do resultado do recurso e tabulação dos dados no Microsoft Excel.

RESULTADOS. Foram analisados 300 recursos do sistema da 21ª Junta de recursos, sendo 212 gênero femini-
no, o que sugere uma maior dificuldade da trabalhadora rural para se aposentar, sendo necessário recorrer ao
Poder Judiciário. Para a trabalhadora rural entrar com recurso, seu pedido tem de ter sido negado. O gênero
masculino apresenta número menor de pedido negado. Após os resultados, realizou-se visitas que tiveram
prévia organização: o primeiro local visitado foi a sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade de
Pilõezinhos, onde foi promovida uma palestra (chamada roda de conversa para quebrar a formalidade) e
utilizados slides para apresentação, sendo, ao final, distribuído “cartilha” com informações e dados acerca
do problema abordado com forma de revista em quadrinhos. Os trabalhadores presentes fizeram perguntas,
relataram problemas que puderam ser esclarecidos. Os resultados apresentam discrepâncias na questão do
acesso à seguridade especial pela trabalhadora rural.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com base nos fatos analisados e no levantamento de dados da pesquisa, consta-
ta-se que a mulher do campo ainda necessita de conhecimento acerca de seus direitos. O trabalho de divul-
gação dos direitos da trabalhadora rural é essencial para a redução da desinformação que abrange a maioria
dessas mulheres. Dessa forma, o grupo de pesquisa se propõe a ajudar a reduzir os índices de aposentadorias
negadas pela previdência social à mulher do campo por conta da falta de documentação necessária. Corro-
bora do pensamento de Lisboa (2003) acerca do estudo da perspectiva de gênero como uma nova forma de
3º SIMPIF

compreender as percepções de mundo, os valores e os modos de vida, sendo as desigualdades de gênero


resultantes de uma construção de dominação socialmente construída.

PALAVRAS-CHAVE: Desigualdade de Gênero. Agricultura. Aposentadoria

AGRADECIMENTOS: Agradecimento ao IFPB – campus Guarabira e a Pro-reitoria de pesquisa por todo o apoio
no desenvolvimento deste projeto.

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Referências
BRUMER, Anita. Gênero e agricultura: a situação da mulher na Agricultura do Rio Grande do Sul. In: Revista
estudos feministas, Florianópolis, v. 12, n. 1, Jan/Abril de 2004, p. 205-235.
PAULILO, Maria Inez S. Trabalho familiar: Uma categoria de análise esquecida. Revista de Estudos Feministas.
Florianópolis: UFSC. V.12, 2004,p. 229-252,jan/abr.
LISBOA, Teresa Kleba. Gênero, classe e etnia: trajetórias de vida de mulheres migrantes. Florianópolis: Argos,
2003.

3º SIMPIF

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Josefa Fabrisia Dantas dos Santos


Avaliação de emergência de sementes
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de Moringa oleífera Lam sob diferentes
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí tempos de imersão em água
Djair Alves de Melo
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
INTRODUÇÃO. A Moringa oleífera Lam (Moringa) e pertencente à fa-
Danieli Gomes da Silva mília Moringaceae, composta por apenas um gênero e 14 espécies.
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e Popularmente chamada de árvore milagrosa, por ser uma arbórea de
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí diversos usos, alcança em média 10 m de altura, originaria da Índia,
possui grande teor de nutrientes e todos os aminoácidos necessários
Damila Karen Cardoso de Melo
[email protected] aos seres vivos (PASA, et al. 2010). A espécie e uma planta rustica de
Instituto Federal de Educação, Ciência e
rápido crescimento, resistente a seca e com frutos comestíveis. Essas
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
características fazem em que estar cultura seja bastante utilizada em
cultivos nas regiões semiáridas da brasil (SOUZA e LORENZI, 2008).
A moringa é vista como um dos vegetais mais úteis, visto que prati-
camente todas as partes da planta podem ser utilizada. Seus diversos
usos se estendem por diversas regiões como, nos trópicos, as folhas
são fornecidas aos animais como forrageira a semente usada para
produzir óleo a sua madeira serve para a produção de papel e fibras têxteis suas raízes são consideradas
abortivas (OLIVEIRA, 2010). É uma planta que estar ganhando bastante visibilidades não apenas no meio aca-
dêmico, mais principalmente correlacionada ao uso de suas propriedades. Conforme Santos (2010) é uma es-
pécie apontada como alternativa aos agricultores familiares, pois utilizam na complementação da alimentação
animal e humana, purificação de água, medicina e extração do óleo de suas sementes caracterizando-a como
uma possível oportunidade de renda. Além de disponibiliza autonomia ao agricultor, traz uma valorização ao
conhecimento adquirido com a convivência com a espécie. O conhecimento empírico vem ganhando ênfase
no meio da pesquisa cientifica. Um dos desafios atuais da pesquisa agropecuária voltada ao desenvolvimento
de modelos agrícolas sustentáveis é o de estabelecer relações entre as abordagens do conhecimento gerado
no meio científico e aquele gerado e acumulado pelos agricultores, em particular de base familiar (CORREIA
et al. 2007). De acordo com Carvalho (2000) o processo de dormência e um fenômeno na qual as sementes
de uma espécie mesmo tendo todas as circunstâncias favoráveis ambientais para a germinação, esse desen-
volvimento não se concluir. O período de dormência pode ser temporário ou estender-se durante muito tempo
até que esta condição especial seja preenchida (TOLEDO,1997). Para superar a dormência, vários métodos
podem ser utilizados, sendo os mais comuns: embebição em água, retirada do tegumento, desponte (corte do
tegumento), furo escarificarão química com ácido sulfúrico e ácido clorídrico (SANTARÉM, 1995). O objetivo
deste trabalho foi avaliar o período de emergência das sementes de M. oleífera submetidas a imersão em água
em tempos diferentes.

MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi conduzida na área de produção agroecológica do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) campus Picuí -PB, localizado na Mesorregião Geográfica da
Borborema e Microrregião do Seridó Oriental Paraibano (6º 33’ 19” S e 36º 20’ 56” W), a uma altitude de 440
m acima do nível do mar, fazendo divisa com a Microrregião do Curimataú Ocidental, entre os meses de maio a
junho de 2019. As sementes de M. oleífera foram do banco de sementes do Laboratório de Sementes do Cam-
pus Picuí, sendo semeadas em tubetes com substrato formulado com rejeitos de vermiculita sob sombrite com

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50% de proteção solar. O experimento foi desenvolvido em delineamento experimental inteiramente casuali-
zado, com cinco tratamento com quatro repetições, cada repetição com 12 sementes, submetidas em diferen-
tes tempos de imersão em água sendo em os seguintes tratamentos: T1; testemunha (sem tratamento) por 0
horas, T2; imersão em agua por 4 horas, T3; imersão em agua por 8 horas, T4; imersão em agua por 16 horas,
e T5; imersão em agua por 24 horas o experimento. As variáveis analisadas foram: percentagem de emer-
gência, Velocidade média de emergência, Tempo médio de emergência, índice de velocidade de emergência e
altura das plantas. A percentagem de emergência e o índice de velocidade de emergência foram determinados
a partir da contagem diária das sementes após o oitavo dia do plantio, considerando germinadas as sementes
que emitiram os cotilédones acima do substrato no intervalo de 10 dias sendo a duração do experimento de
30 dias. As observações foram realizadas diariamente, após a instalação do teste, para avaliação do índice de
velocidade de emergência (IVE), tempo médio de emergência (TME). O índice de velocidade de emergência foi
calculado de acordo com Maguire (1962). O tempo médio de germinação foi calculado pela equação proposta
por Labouriau (1983). Para a análise estatística foi utilizado o programa computacional Sistema para Análise
de Variância – SISVAR (FERREIRA, 2000). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste
F (p≤0,05) e a comparação de médias das variáveis analisadas foi feita pelo teste de Tukey (p≤0,05).

RESULTADOS. De acordo com Alves el at. (2005) ao estudar o efeito dos fatores como a pre-embebição e da
presença do tegumento em moringa verificaram que a embebição das sementes proporcionou uma melhor
expressão das variáveis de germinação e vigo. Em sementes de tucumã (Astrocaryum aculeatum), onde não
foram embebidas em água, além da porcentagem de germinação ter sido inferior, o processo germinativo
foi mais lento (FERREIRA E GENTIL, 2006). Segundo Bosco e Aguiar filho (1995) com sementes de graviola,
avaliaram que a imersão em água, em temperatura ambiente por 24 e 48 horas e a imersão em água em tem-
peraturas de 35°C por 24 horas não influenciou no processo germinação e vigor. O índice de velocidade de
emergência é diretamente influenciado pela hidratação de sementes ocasionando um rápido intumescimento
e a protrusão da radícula (SOUSA, et al 2010). A embebição antes da semeadura, pode favorecer a velocidade
de germinação de sementes, visto que a absorção de água representa o passo inicial do processo germinativo
(FERREIRA e GENTIL, 2006) De acordo com Martins et al. (2008) os resultados para o crescimento de plantas
são distintos de acordo com o substrato e a temperatura e os resultados variam entre espécie. Sementes de
estilosantes (Stylosanthes humilis) dormentes, escarificadas e imersas em água mostram que 9 horas após
a sua imersão, a dormência foi parcialmente quebrada e após um período de 24 horas de imersão, a percen-
tagem de germinação das sementes chegou próximo a 70 %, não mais diferindo entre os tempos de imersão
de 18 horas e 24 horas (CHAVES, 2015). A simples imersão das sementes em água, a temperatura ambiente
(27°C) por 24 horas, elimina o problema de dormência, que normalmente e decorrente de longos período de
armazenamento, e que causa a secagem excessiva das sementes, impedindo-as de absorver água e iniciar o
processo germinativo (FOWLER e BIANCHETTI, 2000).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A imersão de sementes de M. oleífera em água nos tempos de 0 a 24 h não apresen-
taram diferenças para as variáveis analisadas. Portanto dentro dos intervalos propostos não existe a necessi-
3º SIMPIF

dade de imersão em água para acelerar germinação e/ou emergência das sementes de moringa.

PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento empírico, multiuso, agroecologia

Referências
ALVES, M.C.S.; MEDEIROS FILHO, S.; BEZERRA, A.M.; OLIVEIRA, V.C. Germinação de sementes e desenvolvi-
mento de plântulas de Moringa olifera Lam. em diferentes locais de germinação e submetidas a pre-embebi-
ção. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 29, n. 5, p. 1083-1087, set./out., 2005.

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BOSCO, J.; ARGUIAR FILHO, S.P. Superação de dormência em sementes de graviola (Annona muricata L)
5(2):93, 1995.
CORREIA, J.R.; ANJOS, L.H.C.; LIMA, A.C.S.; NEVES, D.P.; TOLEDO, L. de O.; FILHO, B.R.C.; SHINZATO, E. Rela-
ções entre o conhecimento de agricultores e de pedólogos sobre solos: Estudos de caso em Rio Tinto de Minas.
MG. R. Bras.Ci:solo, v.31, 1045-1057,13p, 2007.
CHAVES, I. S. de. Contribuição de barreira tegumentar para a germinação de sementes de Stylosanthes hu-
milis H. B. K. Dissertação (Pós-graduação em fisiologia vegetal) Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais,
2015.
FERREIRA, D.F. Análises estatísticas por meio do Sisvar para Windows versão 4.0. In... REUNIÃO ANUAL DA
REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA, 45, 2000. Anais... São Carlos, SP: SIB,
p. 255-258, 2000.
FERREIRA, S. A. N. do.; GENTIL, D. F. O. de.; Extensão, embebição e germinação de sementes de tucumã (As-
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FOWLES, J. A. P.; BIANCHERTTI, A. Dormência em sementes Florestais. Colombo Embrapa Floresta. p. 27,
(Embrapa Floresta, documento, 40).
LABOURIAU, L. G. A germinação das sementes, Washington: OEA, 1983. 174 p.
MAGUIRE, J. D. Speed of germination - aid in selection and evaluation for seedling emergence and vigor. Crop
Science, Madison, v. 2, p. 176-177, 1962.
Martins, C.C.; Silva, W.R.; Bovi, M.L.A. 1996. Tratamentos pré-germinativos de sementes da palmeira inajá.
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OLIVEIRA, L. Z. Avaliação do uso da Moringa oleífera Lam. para fitorremediação e tratamento de lixiviados de
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PASA, M. C.; GONÇALVE, S. K.; SOUZA, S. S.; SILVA, G. R. G. da. Abordagem etnobotãnica de Moringa oleífera
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SOUSA, D. M. M.; BRUNO, R. D. L. A.; DORNELAS, C. S. M.; ALVES, E. U.; ANDRADE, A. P. D.; NASCIMENTO, L.
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SOUZA, V.C., LORENZI, H. Botânica Sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de fanerógamas
nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG II. 2 ed. Instituto Plantarum, Nova Odessa, Brasil. p. 704, 2008.
TOLEDO, F. F.; MARCOS FILHO, J. Manual de sementes: Tecnologia e Produção. São Paulo: Ed. Agronômica
Ceres, p.224, 1997.
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Gislayne Kayne Gomes da Cruz


Avaliação do resíduo de sisal (Agave
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
sisalana) in natura e pré-tratado para
Tecnologia da Paraíba aplicação na produção de celulases
Willame Justino Ferreira da Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. O produto mais vislumbrado e estudado para obten-
Jose Aliff Rozeno da Silva ção de bioprodutos a partir da biomassa lignocelulósica é o etanol ce-
[email protected]
lulósico. Esse interesse é decorrente da busca por energia renovável
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba frente à crescente demanda por combustíveis a base de petróleo, uma
vez que o petróleo representa um recurso não renovável e bastante
Francinaldo Leite da Silva
[email protected] poluente (CHANDEL et al., 2014). A maioria dos estudos relacionados
Instituto Federal de Educação, Ciência e à cadeia de produção do etanol celulósico envolve o uso de culturas
Tecnologia da Paraíba
e, consequentemente, o de resíduos agroindustriais produzidas em
grande escala. Dentre elas, estão a cana-de-açúcar, o trigo, o arroz, o
milho, o sorgo e os resíduos das indústrias de papel e madeira (GON-
ÇALVES; SANTOS; MACEDO, 2015).

Entretanto, dezenas de outras culturas, de menor interesse indus-


trial, produzem resíduos lignocelulósicos que podem ser explorados nessa perspectiva. Todavia, para a utiliza-
ção de resíduos agroindustriais é necessário um complexo de enzimas capaz de hidrolisar a fibra celulósica em
açúcares simples, que podem ser fermentados em etanol.  Esses complexos enzimáticos representam a etapa
mais cara para produção de bioetanol a partir de fibras agroindustriais, correspondendo a cerca de 40% do
custo de produção. E estudos realizados para a obtenção de enzimas mais econômicas é necessário.

A principal fonte de carbono para fermentação microbiana é a glicose, bem como outros açúcares (sacarose e
maltose), além de outros compostos orgânicos mais complexos, como por exemplo, amido e celulose (PELC-
ZAR, 1980). Para isso, é interessante que a glicose deva estar disponível para o microrganismo no substrato
em quantidade suficiente a proporcionar um crescimento inicial da população microbiana, mas não o bastante
para impedir que o microrganismo seja capaz de metabolizar a fonte indutora, a celulose, daí a necessidade
de submeter esses tipos de materiais lignocelulósicos à pré-tratamentos. Dessa forma, esse estudo consiste
na avaliação do uso da fibra do sisal para a produção de complexos enzimáticos celulolítico, por meio de fer-
mentação em estado sólido (FES).

MATERIAIS E MÉTODOS. O material coletado para realizar estudos e análises foram trazidos do Sítio olho
D’água Novo, localizado no Distrito de Santa Luzia nas proximidades do Município de Picuí. Após a coleta do
sisal, ainda in natura, ele passou pelo processo de moagem e secagem da fibra, por um período de cinco dias,
até que ficasse totalmente seco, o material foi triturado no moinho, com o intuito de minimizar as fibras secas
do sisal, para facilitar na hora do pré-tratamento.

Na utilização do pré-tratamento com peróxido de hidrogênio alcalino tem como objetivo aumentar a eficiência
do processo de deslignificação do material (GOULD; FREER, 1984; GOULD, 1985; RABELO et al., 2008; SELIG
et al., 2009; CORREIA et al., 2013). Durante o preparo do mesmo foi utilizado o H2O2 (Peróxido de Hidrogênio
Alcalino), em que foram pesados 20% (m/v) da biomassa. A solução de Peróxido de Hidrogênio foi preparada
com 362 mL de H2O2 correspondendo a uma concentração de 4,35%(v/v) e adicionado a 8,33 litros de H2O

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deionizada, o pH da solução foi ajustado para o 11,5, visto que esse tratamento age por meio de oxidação.
Resultando na concentração de 6% (m/v) de sólidos.

O Peróxido de Hidrogênio facilita a digestibilidade e a remoção da lignina a qual faz com que a fibra do sisal
seja rígida, depois de realizada a homogeneização da solução juntamente com o material, inicia a etapa de
lavagem da biomassa utilizando água deionizada. Após o pré-tratamento da biomassa foi realizado a carac-
terização química das biomassas in natura e pré-tratado por meio da determinação de sólidos totais em que
as amostras foram realizadas em triplicatas conforme a metodologia aplicada a NREL- Determination of Total
Solids in Biomass.

Também foram medidas o teor de cinzas totais dos materiais, para essa determinação, os cadinhos utilizados
foram para a estufa e esterilizado de um dia para o outro, pesados e tarados, adicionou 1,5 g de massa em
cada cadinho feito novamente a pesagem e levados para a murfla até atingir 300°C e posteriormente aumen-
tado para 800 °C por duas horas e depois realizado os cálculos de acordo com a equação das cinzas totais.
A caracterização física do material foi realizada através de análises de Microscopia Eletrônica de Varredura
(MEV) que serve para analisar a superfície dos resíduos lignocelulósicos in natura e pré-tratado. Essa análise
foi realizada para que fosse possível analisar a remoção de lignina e outros componentes da fibra em cada uma
das amostras. O agente de fermentação para a produção das celulases utilizado neste trabalho foi o fungo
filamentoso Trichoderma reesei CCT2768.

RESULTADOS. Durante a realização do pré-tratamento, notou-se que houve perda de massa do resíduo lig-
nocelulósico, isso é resultado do processo de lavagem do material, pois nesse processo também ocorre a
perda de componentes que se encontram ligados à celulose. Como resultado da caracterização química foi
observado 90,79% referente ao teor de sólidos totais no resíduo in natura, enquanto que a umidade para esse
material correspondeu a 9,21%. Já o material pré-tratado com H2O2 correspondeu a umidade de 3,34% e de
sólidos totais 96,66%. O teor de cinzas totais apresentou os valores de 12,35% para o bagaço in natura, já o
material pré-tratado apresentou cinzas totais de 5,14%.

A segunda parte da caracterização do resíduo foi a caracterização física através de Microscopia Eletrônica de
Varredura (MEV). Nestas análises foi possível observar e analisar a partir das imagens os efeitos do pré-trata-
mento sobre o bagaço do sisal e também a estrutura do resíduo após passar pelo o processo de autoclavagem
e lavagem. Observou-se que as amostras in natura apresentaram em sua estrutura fibras superficiais intac-
tas e pouco modificadas visto que, elas apresentam em sua estrutura a lignina que é formada por polímero
orgânico complexo que se liga as fibras celulósicas. Já o material que foi pré-tratado com H2O2 apresentou
modificação em sua estrutura, as fibras desordenadas e separadas, sendo assim foi perceptível a influência do
pré-tratamento com H2O2 sobre a estrutura do bagaço do sisal, o pré-tratamento da biomassa promove alte-
rações morfológicas que removem a lignina e podem aumentar a cristalinidade da celulose, com consequente
aumento da acessibilidade das enzimas na hidrólise. Essa alteração na estrutura é favorável pois facilita o
acesso do microrganismo a celulose e também por esses materiais ficarem mais capazes à ação enzimática.
3º SIMPIF

De tal forma que isso ocorra devido a remoção da lignina e uma maior exposição da celulose na superfície do
material (GONÇALVES, 2014).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Este trabalho apresentou por meio analises e pré-tratamento da fibra de Agave
sisalana que através da caracterização química e física do bagaço do sisal foi evidenciado seu potencial como
indutor na produção de celulases, isso ocorre devido ao fato desse material apresentar um significativo teor de
celulose em sua composição. Haja vista, que esses mesmos resultados mostraram o uso de um pré-tratamen-

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to como etapa principal de uma produção significativa de celulases, uma vez que a biomassa do agave é um
resíduo agroindustrial com um alto teor de lignina e hemicelulose. A partir dos estudos realizados utilizando
o pré-tratamento com o uso do reagente alcalino H2O2 mostra que a fibra a de sisal é um resíduo promissor
para a produção de etanol.

PALAVRAS-CHAVE: Etanol celulósico. Celulases. Pré-tratamento.

AGRADECIMENTOS: CNPQ- Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico,

IFPB- Campus PICUÍ,


NEA- PICUÍ
UFRN- CAMPUS NATAL
Agradecemos pelo o apoio e assistência para a realização da pesquisa.

Referências
CORREIA, J.A.C., JÚNIOR, J.E., GONÇALVES, L.R.B., ROCHA M.V.P. Alkaline hydrogen peroxide pretreatment of
cashew apple bagasse for ethanol production: study of parameters. Bioresource Technol, v.139, p.249-256,
2013.
CHANDEL, A. K. et al. Multi-scale structural and chemical analysis of sugarcane bagasse in the process of
sequential acid-base pretreatment and ethanol production by Scheffersomyces shehatae and Saccharomyces
cerevisiae. Biotechnology for biofuels, v. 7, n. 1, p. 63, 2014.
GONÇALVES, F. A.; DOS SANTOS, E. S.; DE MACEDO, G. R. Use of cultivars of low cost, agroindustrial and urban
waste in the production of cellulosic ethanol in Brazil: A proposal to utilization of microdistilleryRenewable
and Sustainable Energy Reviews, 2015.
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GOULD J. M., FREER S.N. High-efficiency ethanol production from lignocellulosic residues pretreated with alka-
line H2O2. Biotechnol Bioeng , v.26, p.628-631, 1984.
PELCZAR, M.; REID, R.; CHAN, E. C. S. Microbiologia I. São Paulo: Mc Graw - Hill, v. v. 1, 1980.
SELIG M.J., VINZANT T.B., HIMMEL E.M., DECKER S.R. The effect of lignin removal by alkaline peroxide pre-
treatment on the susceptibility of corn stover to purified cellulolytic and xylanolytic enzymes. Appl Biochem
Biotechnol, v.155, p.397-406, 2009.
SELIG M.J., VINZANT T.B., HIMMEL E.M., DECKER S.R. The effect of lignin removal by alkaline peroxide pre-
treatment on the susceptibility of corn stover to purified cellulolytic and xylanolytic enzymes. Appl Biochem
Biotechnol, v.155, p.397-406, 2009.
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José Aliff Rozeno da Silva


Biometria dos frutos do quipá (Tacinga
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
inamoena) coletados em áreas
Tecnologia da Paraíba degradadas no Seridó paraibano
Noatan dos Santos Azevedo
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. A região do Seridó paraibano vem sofrendo ao longo
Gislayne Kayne Gomes da Cruz dos anos os efeitos da antropização, que aliada aos efeitos climáticos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e vem causando uma considerável perda na biodiversidade com uma
Tecnologia da Paraíba
devastação e empobrecimento do solo, isto está levando a uma rápida
Frederico Campos Pereira degradação de áreas sob exploração agrícola. A redução da biodiver-
[email protected]
sidade, a degradação dos solos, o comprometimento dos sistemas
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba produtivos e a desertificação de extensas áreas na maioria dos esta-
dos que compõem a região (PEREIRA et al., 2001).

Estas áreas estão submetidas ao intenso desmatamento que serve


para alimentar as atividades ceramista, mineradora e de agricultura
intensiva local, com a retirada da sua vegetação expondo essas áreas
a degradação, que por falta de punições ou mesmo orientação não é
utilizada nenhum tipo de manejo para recuperação dessa vegetação. (TROVÃO et al., 2007).

Os solos dessa região são predominantemente rasos e sofrem as consequências mais sérias em decorrência
do aumento da erosão, com longos períodos de estiagem, culminando com chuvas torrenciais nos períodos
chuvosos e a retirada da cobertura fazem com que os solos fiquem expostos as várias intempéries climáticas,
resultando em uma séria degradação e perda da fertilidade, levando a processos de desertificação.

Esta realidade traz um saldo de devastação dos ecossistemas locais com um grande declínio na produção.
Fica evidenciada a grande necessidade da geração de novas tecnologias capazes de contribuir no processo de
transformação, que valorize uma cultura mais adequada e adaptada as condições da região. É neste contexto
que se prioriza a utilização das cactáceas como alternativa de recuperação das áreas degradadas e como fator
de resistência do homem no campo. Da mesma forma para que haja a capacidade de resiliência do ambiente,
é importante como cada espécie que compõe o todo de um bioma se comporta biologicamente. Nas espécies
vegetais, em particular, a perpetuação dos indivíduos depende da capacidade germinativa dos seus diásporos
(unidades dispersivas, como sementes e outras partes vegetativas das plantas) que, para se estabelecer em
ecossistemas áridos e semiáridos, sofrem a influência de vários fatores ambientais, tanto para sua produção
quanto para dispersão e germinação. O quipá/gogoya (T. inamoena) é uma espécie nativa da vegetação da
caatinga, pertencendo à família Cactácea. Cresce em solos pedregosos e, junto a outras espécies de cac-
táceas, forma a paisagem típica da região semiárida do Nordeste, podendo também acontecer em beira de
córregos intermitentes e/ou em áreas onde tenha um pouco de matéria orgânica. Cresce de 0 à 1550 m de
altitude, em relação ao nível do mar. É uma planta arbustiva que desenvolve em média 20 à 100 cm, suas flores
são de um tom amarelo alaranjado, e seus frutos redondos variam de amarelo e laranja fosco, apresentando
pequenos espinhos, tanto no caule, quanto no fruto da cactácea. As incertezas climáticas no Nordeste tornam
as cactáceas uma alternativa alimentar e uma fonte de água para os animais, principalmente caprinos, ovinos
e bovinos na época seca (LIMA, 1998).

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MATERIAIS E MÉTODOS. A área experimental encontra-se localizada na área geográfica do município de Picuí
que está situado na região centro-norte do Estado da Paraíba na mesorregião da Borborema e Microrregião
do Seridó Oriental Paraibano, apresentando uma área de 665,57 km². Com relação às águas superficiais o
município de Picuí encontra-se inserido nos domínios da Bacia Hidrográfica do rio Piranhas, entre os paralelos
6°28’ e 6°69’ de latitude sul e entre os meridianos de 36°21’ e 36°46’ de longitude oeste. Limita-se com os
municípios de Frei Martinho, Nova Floresta, Cuité, Baraúna e Nova Palmeira (AESA, 2011).

De acordo com a classificação de Köppen o clima da área de estudo é considerado do tipo Bsh – Semiárido
quente e seco, com oscilação de temperatura média mensal entre 21,8ºC a 24,7ºC. A precipitação predomi-
nantemente é abaixo de 600 mm ano e nesta região as chuvas sofrem influência das massas Atlânticas de
sudeste e do Norte (FRANCISCO et al., 2010).

O estudo do quipá/gogoya acontecerá no sentido de fazer o estudo da biometria de seus frutos, através da
montagem de cinco parcelas em uma área isolada de 5.0002. as parcelas terão as dimensões de 5,0 m x 5,0
m, totalizando 25 m². Será realizado uma coleta de todos os frutos verdes e maduros de cada reboleira para
para fazer sua biometria. Posteriormente também serão contados todos os frutos verdes e cladódio restante.

Os frutos irão para o laboratório para que possam ser realizadas a separação, limpeza, pesagem e trituração.

RESULTADOS. A pesquisa intitulada “Biometria de frutos do quipá (Tacinga inamoena) coletados em áreas
degradadas no SERIDÓ paraibano”, na realidade transformou-se também em um estudo comportamental da
espécie em seu habitat natural que é o bioma Caatinga. Esses dados podem ser utilizados tanto na botânica e
na ecologia quanto na mensuração de produtividade visando uma exploração extrativista sustentável de suas
partes vegetais que sirvam ou possam ser aproveitada em receitas gastronômicas exóticas que valorizem o
bioma Caatinga. O que se percebeu é que a gogoya não produz de acordo com uma “safra” programada, ou
seja, seus frutos possuem três distintos estágios de maturação, que pudemos verificar com as observações
de campo. Oportunizando até um registro das diferentes colorações pelas quais o fruto passa até atingir a sua
maturação completa. Aos poucos o trabalhador que for realizar periódica e sistemicamente a colheita saberá
plenamente quis são tais estágios, e até mesmo relacionar a coloração do fruto com o grau brix do mesmo,
informação essa extremamente útil para quem vai trabalhar processando essa polpa (Engenheiros de Alimen-
tos) e inventando produtos a partir dela. Em um dos resultados há inicialmente um decréscimo de biomassa
pela diminuição dos cladódios na área delimitada para cada parcela (reboleira), porém com o passar do tempo
a mesma se recupera em quantidade, ou pelo menos mostra essa tendência. Todas as contagens de todas as
parcelas seguiram essa tendência de recuperação (aumento) do número de cladódios e consequentemente
uma intensificação no aporte de biomassa. Após serem coletados os mesmos foram para o laboratório onde
após processo de sanitização foram inicialmente separados dos frutos (viáveis e inviáveis). Procedeu-se uma
coleta rústica simulando como se fosse o próprio homem do campo realizando-a. Com relação ao rendimento
dos cladódios de gogoya após processados aferiu-se que o mesmo possui cerca de metade de polpa e metade
de bagaço, ou seja, para cada quilo de cladódio de gogoya processado 50% aproximadamente transforma-se
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em polpa e o restante seria bagaço. Em 25 m2 de Caatinga a cada vinte dias foi realizada uma colheita de fru-
tos de gogoya que ao final resultou num total de 706 frutos sendo 65,5% deles viáveis para processamento.
Em média cada fruto viável auferiu 15,39 gramas o que resultou ao final da quinta colheita (100 dias) cerca de
5,87 quilos de frutos. Se projetarmos isso para um hectare (10.000 m2) teríamos cerca de 2.408,7 quilos de
frutos viáveis para o processamento. Já para os cladódios colhidos obteve-se 12,25 quilos ao total da última
medição em parcelas de 25 m2, o que se projetaria em 4.903,36 quilos de massa verde por hectare. Desses
valores cerca de 50 % é polpa e 50 % é bagaço

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CONSIDERAÇÕES FINAIS. O Presente projeto obteve resultados satisfatórios, foi realizado com a supervisão
do professor e Coordenador do núcleo de estudo NEA. A pesquisa relata os quantitativos da espécie gogoya
presente de forma espontânea na Caatinga e seu potencial produtivo e ecológico quando utilizada visando a
recuperação de áreas degradadas. Ao final pode-se mensurar dados inéditos da espécie em seu meio natural
que é a Caatinga e quantificar-se a sua biomassa de cladódios e frutos, bem como o seu potencial efeito repro-
dutivo e regenerador, realizando a cobertura do solo e o protegendo contra o intemperismo, ao mesmo tempo
que seus cladódios se multiplicam de forma sexuada e assexuada naturalmente na Caatinga.

PALAVRAS-CHAVE: Áreas degradadas, Recuperação Ambiental, Biometria.

Referências
AESA - Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba. João Pessoa, 2011. Disponível em
<http://geo.aesa.pb.gov.br>. Acesso: 06 de Maio de 2018.
FRANCISCO, P. R. M.; CHAVES, I. de B.; LIMA, E. R. V. de. Mapeamento das terras para mecanização do Estado
da Paraíba. In: XVIII REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA, Novos Cami-
nhos para Agricultura Conservacionista no Brasil, Teresina-PI, 2010. p. 01-04.
PEREIRA, I. M, et al. Regeneração natural em um remanescente de caatinga sob diferentes níveis de per-
turbação, Agreste Paraibano. Acta Bot. Bras, São Paulo, vol.15, n.3, set/dez. 2001. TAYLOR N, SANTOS MR,
LAROCCA J and ZAPPI D. 2015. Cactaceae. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro. [cited 18 March 2015].
Available from URL: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB700.
Trovão, D. M. B. M.; Fernandes, P. D.; Andrade, L. A.; Dantas Neto, J. D. Variações sazonais de aspectos fisioló-
gicos de espécies da Caatinga. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.11, n.3, p.307–311,
2007.

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Ana Karoliny de Assis Medeiros


Contribuições das inovações
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
tecnológicas no semiárido paraibano e
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí suas repercussões no desenvolvimento
João Ricardo Freire de Melo da agricultura familiar
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
INTRODUÇÃO. A utilização das Tecnologias da Informação e Comu-
nicação (TICs) vem potencializando diversos campos. De forma es-
pecial, o setor agrícola vem buscado formas de assimilar a constante
inovação dessas tecnologias e garantir o aproveitamento de novas
contribuições que podem ser alcanças com a sua utilização. Em ter-
mos agrícolas, já temos avanços significativos em áreas como robó-
tica agrícola, na nanotecnologia aplicada à produção de sementes,
na computação pervasiva ou ubíqua, na internet das coisas, no data
science, na computação quântica e neuromórfica, na irrigação inteli-
gente e nas aplicações de drones no campo. Esse trabalho pretende,
portanto, investigar práticas inovadoras mediadas por tecnologias
aplicadas no escopo da agricultura familiar no semiárido paraibano,
procurando revelar como essas inovações podem repercutir em es-
tratégias na produção agrícola, no manejo sustentável dos recursos naturais e da biodiversidade, na preser-
vação e recuperação ambiental, na segurança alimentar e nutricional, na geração de emprego e renda e na
valorização da cultura e dos hábitos alimentares da região. O setor agrário nacional demanda constantemente
novas tecnologias, novas práticas sustentáveis a cada cultura. Faz-se necessário inovar desde a seleção de
insumos, de tecnologias e, sobretudo, de práticas sustentáveis para garantir a contínua evolução desse seg-
mento. Fica evidenciado pelas pesquisas mais recentes que o mercado exige dos setores a melhoria contínua
de seus processos e produtos como forma de dinamizar o serviço a fim de atender melhor a população. Nesse
cenário, a agricultura familiar vem participando efetivamente do agronegócio e também preserva seu papel
de produtora comercial de produtos de consumo doméstico. O estudo e a catalogação de soluções inovadoras
permitem a disseminação e utilização de ferramentas tecnológicas inovadoras aplicadas no semiárido brasi-
leiro, e em especial, no estado paraibano.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para consecução dos objetivos da pesquisa, utilizamos como aporte metodológico
a pesquisa bibliográfica e documental. Através da pesquisa bibliográfica pretendemos conhecer a literatura
já existente, formular novas propostas ou novos pressupostos sobre o assunto, além de comprovar ou refutar
o pressuposto inicial presente neste projeto. Desta feita, lançamos mão da Revisão Sistemática da Literatura
(RSL). Esse referencial metodológico parte de uma questão central de pesquisa, bem delimitada, e busca
identificar pesquisas que utilizam fontes primárias e que procuraram responder o mais próximo possível da
questão formulada pelo pesquisador. Essa revisão sistemática caracteriza-se, por conseguinte, por empregar
uma metodologia de pesquisa com rigor científico e de grande transparência, cujo objetivo visa minimizar o
enviesamento da literatura, na medida em que é feita uma recolha exaustiva dos textos publicados sobre o
tema em questão. No escopo particular deste projeto, pretendemos lançar mão desse caminho metodológico
como formar de buscar trabalhos científicos que respondam aos problemas de pesquisa. Existem tecnologias
que promovem inovações na agricultura familiar do semiárido brasileiro? Quais são essas tecnologias? Essas
tecnologias estão em que fase de amadurecimento? Como essas inovações repercutem na produção agrícola,

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no manejo sustentável dos recursos naturais e da biodiversidade, na preservação e recuperação ambiental, na


segurança alimentar e nutricional, na geração de emprego e renda e na valorização da cultura e dos hábitos
alimentares da região? Para analisar os dados oriundos das fontes consultadas, faremos uso de softwares que
dêem conta de análises quali-quantitativas. Utilizaremos planilhas eletrônicas (Microsoft Excel), softwares
de análise textual (IRAMUTEQ), entre outros. Os dados serão analisados sob o prisma do referencial teórico
proposto e posteriormente servirão tanto para produção de materiais didáticos quanto para divulgação dos
resultados por meio de artigos científicos.

RESULTADOS. A referida pesquisa encontra-se em andamento, todavia vislumbramos resultados que já identi-
ficam possibilidades de utilização de ferramentas tecnológicas inovadoras aplicadas à agricultura familiar no
semiárido paraibano, como forma de disseminar o uso destas ferramentas e a proposição de novos ambientes
de uso das tecnologias aplicadas ao campo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Identificamos, portanto, na consecução deste trabalho, contribuições pertinentes


para sedimentar, além das práticas tecnológicas inovadoras, espaços de discussão acerca das estratégias
pesquisadas, fomentando desta feita análises que respaldem o uso inovador da tecnologia no campo, e em es-
pecial, na agricultura familiar do semiárido paraibano. Nessa direção, e em que pese, pretendemos contribuir
numa perspectiva de se (re)pensar as estratégias de produção agrícola, no manejo sustentável dos recursos
naturais e da biodiversidade, na preservação e recuperação ambiental, na segurança alimentar e nutricional,
na geração de emprego e renda e na valorização da cultura e dos hábitos alimentares da região. E como essas
estratégias estão sendo instrumentalizadas por essas novas tecnologias inovadoras na agricultura familiar do
semiárido.

PALAVRAS-CHAVE: Inovação. Tecnologias da Informação e Comunicação. Agricultura Familiar. Semiárido.

Referências
BRASIL. Lei n. 10.973, de 3 de maio de 2004. Dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e
tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Poder Executivo, Brasília, DF, 03 dez. 2004. Seção 1, p. 2-4.
EMBRAPA SEMIÁRIDO. Maracujá silvestre BRS sertão forte. 2016. Disponível em: <https://www.embrapa.br/
semiarido/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto- servico/3450/maracuja-silvestre-brs-sertao-forte>.
Acesso em: 01 mar. 2019.
FRANÇA, F. M. Estratégias do Banco do Nordeste para o desenvolvimento sustentável do semi-árido regional.
Coleção Mossoroense, v. 1135, p. 109 -116, 2000.
LEITE, Maria et al. Tecnologias emergentes - futuro e evolução tecnológica das AgroTIC. In: In: MASSRUHÁ, S.
M. F. S.; LEITE, M. A. de A.; LUCHIARI JUNIOR, A.; ROMANI, L. A. S. (Ed.). Tecnologias da informação e comu-
nicação e suas relações com a agricultura. Brasília, DF: Embrapa, 2014. p. 331-349.
MEDEIROS, Salomão de Sousa et al. Sinopse do Censo Demográfico para o Semiárido Brasileiro. Campina
Grande, PB: INSA, 2012.
3º SIMPIF

MELO, João R. F. Inovação educacional aberta de base tecnológica: a prática docente apoiada em tecnologias
emergentes. Tese (doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Educação, Programa
de Pós-Graduação em Educação. Natal, RN, 2018.
RAMOS, Altina; FARIA, Paulo; FARIA, Ádila. Revisão sistemática de literatura: contributo para a inovação na
investigação em ciências da educação. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v.14, n. 41, p.17-36, jan./abr. 2014.
TOMEI, Patricia; LIMA, Daniela. O empreendedor rural e a inovação no contexto brasileiro. In: Anais do XI Con-
gresso Nacional de Excelência em Gestão. Rio de Janeiro: 2015.

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Maria Regina
Diagnóstico dos dados e prática da
[email protected] mandiocultura no município de Santa
Anamaria Sousa Duarte Rita, PB
[email protected]

Pedro Miguel
[email protected]
INTRODUÇÃO. A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é um dos ali-
André Luis mentos mais consumidos no mundo, principalmente nas regiões tro-
[email protected]
picais, onde o cultivo ocorre em maior intensidade. Destaca-se pela
sua rusticidade e grande capacidade de adaptação a condições des-
favoráveis de clima e solo, além de sua multiplicidade de usos, seja
para consumo humano, animal ou industrial (Conab,2018).  Tem ori-
gem da América do Sul e é um dos principais alimentos energéticos
cultivados pelo mundo, são mais de 100 países que cultivam, princi-
palmente os em desenvolvimento. Segundo a FAO (2016), o maior
produtor mundial é a Nigéria, que no ano de 2016 computou 57,13
milhões de toneladas, seguido por Tailândia e Indonésia. O Brasil é o
4º maior produtor mundial com 21,08 milhões de toneladas de raiz
de mandioca. 

O plantio de mandioca nas regiões do Brasil ao longo dos anos apresenta um quadro bastante estabilizado,
com exceção das regiões Norte e Nordeste, onde a primeira teve um aumento de quase 20% da área plantada,
e a segunda, teve uma redução de mais de 20%. A Região Nordeste, apesar de dominar a área plantada de
mandioca desde a década de 1990, com mais de 57% da área cultivada no Brasil, veio reduzindo esses nú-
meros ao longo dos anos, atingindo em 2017 pouco mais de 37%. Enquanto a Região Norte, com a segunda
maior área plantada, vem obtendo crescimento gradativo no mesmo período, passando de 17,1% em 1990
para 34,5% em 2017. A Região Centro-Oeste é a que detém a menor área plantada de mandioca em todo o
período estudado e, em 2017, contava com 4,4% de área plantada, seguida da Região Sudeste na 4ª posição
com 8,7% e Região Sul na 3ª posição com 14,8% (Embrapa, 2017).

Já no município de Santa Rita, que compreende uma área de 726,6 km², é comum encontrar plantio de di-
versas culturas, como por exemplo, o abacaxi, a cana de açúcar, o eucalipto e a mandioca. De acordo com a
Secretaria de Agricultura do município de Santa Rita - PB, o município conta com uma área de 8 hectares com
o cultivo de mandioca atualmente, porém estes dados não são fidedignos pois a área plantada com a cultura
é muito variável, pois depende da flutuação do preço de demanda de mercado. Esta situação aliada à falta de
incentivo e estrutura na cadeia da mandiocultura, principalmente, no âmbito da agricultura familiar, favorece
a estagnação da área cultivada de mandioca e variabilidade de renda com a mandiocultura.  Sendo assim, o
objetivo deste trabalho é realizar um levantamento preliminar de dados sobre o cultivo da mandioca no estado
da Paraíba.

METODOLOGIA. O levantamento dos dados referentes à produção de mandioca no âmbito mundial, nacional
e regional foram feitos por consultas em sites do CONAB, EMBRAPA, FAO e IBGE. Também foram realizadas
reuniões semanais entre a equipe executora do projeto e os gestores da Secretaria Municipal de Agricultura de
Santa Rita, os quais estão começando a levantar os dados sobre a cadeia produtiva da mandiocultura no Mu-
nicípio de Santa Rita, com objetivo de colher informações que possam nortear um cultivo sustentável de man-

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dioca no município e fornecer conhecimento técnico sobre algumas práticas do cultivo e do beneficiamento da
mandioca, como por exemplo, erradicação do uso de agrotóxico, diminuição do uso de fertilizantes e manejo
dos resíduos gerados.  A partir destas reuniões foi elaborado um questionário com perguntas inerentes ao
pré-plantio, plantio e beneficiamento da mandioca cultivada no município de Santa Rita, o qual será aplicado,
posteriormente, aos produtores da região com objetivo de cadastrar os produtores de mandioca do município.                                       
A realização desta etapa é extremamente importante, pois nela ter-se-á acesso às informações sobre as
pessoas que residem na área rural e cultivam mandioca. As informações permitirão, também, traçar do perfil
socioeconômico dos agricultores, bem como as práticas agrícolas que estes utilizam atualmente, as quais
podem favorecer ou não a cadeia produtiva da mandiocultura. O cadastro dos agricultores será feito mediante
aplicação do questionário elaborado, conforme proposto por Nogueira (2002).

RESULTADOS. A partir da pesquisa, foi constatado que o Brasil Já foi o segundo maior produtor de mandioca
em função da grande extensão de áreas destinadas ao cultivo desta raiz tuberosa além da alta produtividade,
em destaque nas regiões Norte e Nordeste do país, mas, ao longo dos anos perdeu seu posto, em vista da re-
dução da produtividade na Região Nordeste (teve uma redução de mais de 20%), devido as constantes secas,
bem como a falta de incentivo e de investimento em novas tecnologias, principalmente na região Nordeste,
para cultivo sustentável da mandioca, conhecimento técnico sobre algumas práticas do cultivo e do beneficia-
mento da mandioca e manejo dos resíduos gerados. Atualmente, se encontra em quarta posição, com a produ-
ção de 21,08 milhões de toneladas de raiz de mandioca, com o cultivo distribuídas entre as regiões do país. Em
relação ao município de Santa Rita, não há nehuma informação além da já citada sobre o cultivo da mandioca.
Só será possível dados a respeito após a fase de vista e aplicação do questionário que foi elaborado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A mandioca é um dos principais produtos produzidos no Brasil, é de grande impor-
tância para inúmeros produtores familiar e também para a economia nacional. Com esse conhecimento sobre
o potencial do Estado para produção da cultura da mandioca, é possível o desenvolvimento de atividades e
mercado deste produto.

PALAVRAS-CHAVES: mandioca. produção. alimento energético. importância.

Referência
CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. Análise mensal da mandioca. Disponível em: https://www.
conab.gov.br › analises-do-mercado. Acesso em: 25 ago. 2019.
EMBRAPA – A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária é uma Empresa. Mandioca em números. Disponí-
vel em: https://www.embrapa.br › mandioca-em-numeros. Acesso em: 25 ago. 2019
NOGUEIRA, R. Elaboração e análise de questionários: uma revisão da literatura básica e a aplicação dos con-
ceitos a um caso real. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPEAD, 2002. 26p.
FAO - Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. Produtores Mundiais de mandioca.
Disponível em:  www.fao.org › brasil. Acesso em: 25 ago. 2019
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Josefa Juciara Sousa de Freitas


Germinação de sementes do
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
tamarindeiro submetidas a tratamento
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí pré-germinativo e cultivada em
Djair Alves de Melo substrato alternativo
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
INTRODUÇÃO. O tamarindeiro (Tamarindus indica L.), pertencente à

Mislene Rosa Dantas família Fabaceae, é uma árvore frutífera originária da África (LORENZI
[email protected] et al. 2006). No Brasil a cultura mostra-se bem adaptada em algumas
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí regiões, em especial, Norte e Nordeste, encontrado em plantações
não organizada e dispersa, devido a irrelevante atenção dada à cultu-
Andreza Lúcio da costa ra (PEREIRA et al., 2010; SOUSA et al., 2010). De acordo com Gurjão
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Instituto Federal de Educação, Ciência e (2006) o tamarindeiro cresce bem em locais de clima tropical e sub-
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
tropical, não frutificando bem em locais sem estiagem. A germinação
da semente é influenciada pelo substrato, pois fatores como aera-
ção, estrutura, capacidade de retenção de água, grau de infestação
de patógenos, entre outros, podem variar de acordo com o material
utilizado, favorecendo ou prejudicando a germinação das sementes
(WAGNER JÚNIOR et al., 2006). Diferentes materiais ou composições
de substratos possuem diferentes efeitos sobre a emergência de plântulas, fase crítica do ciclo de desenvol-
vimento vegetal e que constitui estádio decisivo para o adequado estabelecimento dos indivíduos a campo,
devido à elevada vulnerabilidade a estresses ambientais (CASTRO et al., 2004). Conforme Lima et al. (2006)
entre os materiais frequentemente utilizados como substrato, são citados: casca de arroz carbonizada, esterco
bovino, bagaço de cana, composto orgânico, cama de frango e moinha de café, casca de acácia-negra e húmus
de minhoca. Entre os resíduos agroindustriais com alto potencial de utilização na produção de mudas, encon-
tra-se o bagaço de cana-de-açúcar que consiste no resíduo obtido após a extração do caldo (BARROSO et al.,
1998). Esse resíduo apresenta adequada composição química, capaz de proporcionar bom desenvolvimento
às plantas (CUNHA et al., 2005). O objetivo do trabalho foi avaliar o tempo e a velocidade média de emergência
das sementes do tamarindo submetidas a tratamento pré-germinativo e cultivadas em diferentes proporções
do bagaço de cana-de-açúcar na composição de substratos alternativos.

MATERIAIS E MÉTODOS. O Experimento foi conduzido no laboratório de sementes do Instituto Federal de


Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, campus de Picuí – PB no período de maio a abril de 2017. As se-
mentes do tamarindo (T. indica L.) utilizadas para realização deste trabalho foram coletadas na zona rural dos
municípios de Frei Martinho e Picuí – PB. Em seguida foi efetuada a desinfecção das sementes em solução de
hipoclorito de sódio a 2,5% (v/v), seguida de três enxágues em água destilada e esterilizada em autoclave.
Para superação da dormência tegumentar as sementes foram submetidas ao tratamento pré-germinativo,
sendo furadas com um ferro de solda (Potência de 70W, frequência de 60Hz e tensão de 120 v) até o rompi-
mento do tegumento e posta em um recipiente com água destilada (FREITAS et al., 2015). Na formulação do
substrato foi utilizado solo e o bagaço da cana-de-açúcar, o solo foi obtido do Sítio Novo Horizonte, próximo
ao Distrito Santa Luzia do Seridó, 13 km da sede do município de Picuí – PB. O bagaço da cana-de-açúcar foi
obtido na feira central, através dos pontos de venda do caldo de cana-de-açúcar no município de Picuí-PB,
depois de coletado o material foi levado para o Laboratório de Sementes do IFPB – Picuí e colocado para secar
em estufa de circulação forçada, acondicionado em sacos de papel, a temperatura de 65ºC, por 72 horas, e

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em seguida triturado em Moinho de facas tipo willye STAR FT 50 para obtenção do pó do bagaço da cana-de-
-açúcar. O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizados (DIC) com quatro tratamentos
e quatro repetições. Os tratamentos foram distribuídos da seguinte forma: T1 - 100% de solo; T2 – 75% de
solo + 25% pó da cana-de-açúcar; T3 – 50% de solo + 50% de pó da cana-de-açúcar; T4 – 25% de solo +
75% do pó da cana-de-açúcar. As sementes foram semeadas em recipientes plásticos transparente de 500 ml.
As variáveis analisadas foram: Velocidade média de emergência (VME) e Tempo médio de emergência (TME)
foram determinados a partir da contagem diária das sementes a partir do oitavo dia após o plantio (DAP) no
intervalo de 10 dias sendo a duração do experimento de 30 dias, Número de folhas (NF), Diâmetro caulinar
(DC), e Comprimento da raiz (CR) foram avaliados no período de 30 dias após o plantio (DAP). Os dados foram
analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote estatístico SAS (SAS Institute, 2004). Sendo subme-
tidos à análise de variância pelo teste F (p≤0,01) e análise de regressão.

RESULTADOS. Conforme os resultados obtidos para as vareáveis velocidade e tempo médio de emergência
das sementes do T. indica L. submetidas ao tratamento pré-germinativo, observa-se que não houve efeito
significativo entre os tratamentos, germinando a partir do oitavo dia após a semeadura. Em trabalho realizado
por Gonçalves et al. (2013) verificaram altos valores de IVE e um melhor desenvolvimento de mudas de Ente-
rolobium contortisiliquum (Vell) Morong (Fabaceae) utilizando substrato contendo grandes porcentagens de
Vermiculita em sua composição.

A variável número de folha (NF) das plântulas do tamarindo tratadas com diferentes porcentagens do baga-
ço de cana-de-açúcar obteve uma média de 4,54 folhas por mudas aos 30 dias após o plantio, conforme os
resultados obtidos não houve efeito significativo entre os tratamento, este resultado não corrobora com os
de Almeida (2008) que em estudo do desenvolvimento de mudas de tamarindeiro com diferentes substratos
conclui que para variável número de folha a dose de 20% de vermiculita apresentou o melhor resultado pro-
piciando a emissão de aproximadamente 36 folhas por muda aos 160 dias após o plantio (DAP). O diâmetro
caulinar (DC) das plântulas do tamarindeiro obteve uma média de 1,68 cm também no período de 30 dias
após o plantio (DAP). Góes et al. (2011) trabalhando com húmus de minhoca como substrato alternativo
para produção de mudas de tamarindo, obtiveram os melhores resultados para o diâmetro do caule, a medida
que aumentava-se a proporção de húmus de minhoca no substrato, o diâmetro de caule aumentava, alcan-
çando-se o máximo valor estimado (3,08mm) no tratamento que utilizou 100% de húmus de minhoca. Para
o comprimento da raiz do tamarindo percebe-se que os tratamentos não diferiram entre si, obtendo uma
média de 16,03 cm, esse resultado corrobora com o estudo realizado por Andrade et al. (2013) testando o
estabelecimento de Myracrodruon urundeuva sob diferentes tipos de substrato verificou que os tratamentos
não diferiram entre si para o comprimento radicular, obtendo uma média de 2,61 com substrato de Bagaço de
Cana + Esterco e 2,11 com Bagaço de Cana + Esterco + Cinzas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Não houve efeito significativo para as variáveis analisadas das sementes do tama-
rindo cultivadas em diferentes combinações de solo + bagaço de cana-de-açúcar como substrato.
3º SIMPIF

PALAVRAS-CHAVE: Resíduo agroindustrial. bagaço de cana-de-açúcar. tamarindo.

Referências
ALMEIDA, M.S. de. Desenvolvimento de mudas de tamarindeiro: tamanhos de recipiente, substratos, peso
de sementes e profundidades de semeadura. 2008. 40f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Universidade
Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia-MG, 2008.

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em substrato constituído de resíduos agroindustriais. Revista Arvore, Viçosa, v. 22, n. 4, p. 433-441, 1998.
CASTRO, R. D.; BRADFORD, K. J.; HILHORST, H. W. M. Desenvolvimento de sementes e conteúdo de água. In:
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CUNHA, A.O. et al. Efeitos de substratos e das dimensões dos recipientes na qualidade das mudas de Tabebuia
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FREITAS, J. J. S. de; MELO, D. A. de; BANDEIRA, L. B.; REIS, I. T. Produção de mudas de tamboril em substrato
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Yasmin Da Silva Costa


Mulheres assentadas: situação atual
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Tecnologia da Paraíba

Vivian Maria Dos Santos Silva


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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Desde o início da civilização a mulher vêm lutando
Juciane De Lima Barros para conquistar seu espaço nas mais diversas aéreas da sociedade e
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durante esta trajetória sofre diversos tipos de preconceito e desvalo-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba rização. Na área rural este preconceito é ainda mais marcante, tendo
em vista ser tão evidente a divisão sexual do trabalho que tem por ca-
Adriana Guedes de Castilho
[email protected] racterísticas a destinação prioritária dos homens à esfera produtiva
Instituto Federal de Educação, Ciência e e das mulheres à esfera reprodutiva. Essa forma de divisão social do
Tecnologia da Paraíba
trabalho tem dois princípios organizadores, segundo Kergoat (2006):
o princípio de separação (existem trabalhos de homens e trabalhos
de mulheres) e o princípio de hierarquização (um trabalho de homem
“vale” mais do que um trabalho de mulher). Essa divisão sexual per-
manece além do trabalho, sendo o objetivo desta pesquisa analisar a
titularidade dos contratos de assentamentos decorrentes da reforma
agrária. De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA, 1998) a reforma agrá-
ria é o conjunto de medidas para promover a melhor distribuição da terra mediante modificações no regime de
posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social, desenvolvimento rural sustentável e aumento de
produção. O INCRA é o órgão incumbido pela formulação e execução da política fundiária nacional, desapro-
pria terras que não tem produtividade formam-se os assentamentos. O assentamento existe quando o Incra,
depois dos trâmites legais, destina a terra aos trabalhadores rurais, com finalidade de cultivar e promover
desenvolvimento econômico. Surgindo uma comunidade de agricultores inovadores. A Constituição Federal
de 1988 estabelece que os beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária receberão contratos de
concessão de uso ou títulos de domínio, instrumentos que asseguram o acesso à terra. O Contrato de Conces-
são de Uso (CCU) transfere o imóvel rural ao beneficiário da reforma agrária em caráter provisório e assegura
aos assentados o acesso à terra, aos créditos disponibilizados pelo Incra e a outros programas do Governo
Federal de apoio à agricultura familiar. O Título de Domínio (TD) é o instrumento que transfere o imóvel rural ao
beneficiário da reforma agrária em caráter definitivo. É garantido pela Lei 8.629/93, quando verificado que fo-
ram cumpridas as cláusulas do contrato de concessão de uso e que o assentado tenha condições de cultivar a
terra e de pagar o título de domínio. Com a Constituição de 1988, a primeira vez, a mulher pôde ser titular dos
lotes de reforma agrária, independentemente do Estado civil. Mesmo com uma aparente igualdade de gênero,
o Censo Agropecuário de 2017 apontou que apenas 11% dos lotes de reforma agrária estavam no nome das
mulheres. Um outro dado importante para compreender essa primeira informação é que a maioria das mulhe-
res titulares da terra vive em união estável ou são casadas, enquanto que a maioria das mulheres solteiras,
viúvas ou divorciadas não são titulares da terra onde moram (DEERE,2002). A pesquisa versa sobre a desi-
gualdade de gênero dentro dos assentamentos do estado da Paraíba. O objetivo geral é analisar a titularidade
dos contratos de assentamentos de reforma agrária, verificando em nome de quem está a posse dos títulos de
domínio (posse do terreno). O município analisado foi Alagoa Grande que tem 49 beneficiários com os lotes.

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MATERIAIS E MÉTODOS. A metodologia se divide em duas etapas principais. Numa primeira etapa foi realizada
revisão bibliográfica dos textos das diversas áreas abrangidas pela temática, a fim de capacitar os discentes
integrantes do projeto. Saliente-se que, embora a ênfase na formação se dê, sobretudo, no início da vigência
do projeto, esta será contínua até o seu momento final. Na etapa seguinte, a pesquisa voltar-se-á para o seu
campo empírico que é a análise nos contratos de reforma agrária do município de Alagoa Grande. Os dados
foram colhidos do sítio do INCRA que contém 49 beneficiários com os lotes de terra. De cada contrato é ana-
lisado o gênero do titular e o estado civil. Posteriormente, foi realizada uma visita ao assentamento Maria da
Penha II, localizado no município de Alagoa Grande, para posteriormente ser aplicado um questionário com
perguntas sobre o trabalho realizado pelas mulheres no assentamento (questionário ainda não aplicado).

RESULTADOS. Foram analisados os 49 contratos de titularidade dos lotes. Dos 49, 44 estão em nome de
homens e 5 em nome de mulheres. Desses cinco, apenas 01 a mulher é casada. Como resultado também foi
realizada uma visita técnica no assentamento Maria da Penha II em Guarabira, sendo realizada uma conversa
informal com os moradores. As mulheres relataram dificuldade no processo de aposentadoria e quando inda-
gadas sobre seu trabalho no assentamento, foi respondido que “ajudava o marido na roça”; “cuidava da casa e
criança”; “fazia comida e cuidava da roupa”. A pesquisa encontra-se em andamento e até o presente momento
ainda não foi aplicado o questionário, por isso os resultados dos questionários não puderam ser catalogados,
todavia os dados empíricos corroboram com o que afirma Butto e Hora (2009) em que o trabalho nas comu-
nidades rurais organiza-se a partir da divisão sexual do trabalho. As mulheres responsáveis pelo trabalho
reprodutivo e pelos cuidados doméstico, os homens no trabalho gerador de rendas monetárias, apenas este
reconhecido como produtivo. Acompanham estas distinções valorações e representações da desigualdade
que sustentam por exemplo a noção de ajuda dos homens em casa e de ajuda das mulheres na roça.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Toda a questão da desigualdade de gênero é histórica. Silva e Schneider (2010)
destacam que mesmo com a separação entre o espaço doméstico e o espaço de trabalho, e apesar da grande
utilização da mão de obra feminina durante a formação da sociedade industrial, permaneceu a ideia deque as
tarefas relativas às mulheres eram as reprodutivas, no âmbito doméstico. Essa afirmação dos autores pode ser
confirmada na análise dos dados relativos à posse dos assentamentos. Dos 49 contratos, apenas 5 (cinco) es-
tão em nome de mulheres. Dos cinco, somente 01 (um) a mulher é casada, o que sugere que a posse do título
vai para o nome da mulher se a mesma não tiver cônjuge. A pesquisa se apresenta no início com resultados,
apenas, parciais, mas já sugere uma grave desigualdade de gênero mesmo com a conquista do direito ao título
da posse desde 1988 com a Constituição Federal, podendo confirmar os dizeres de Butto e Hora (2009) que
destacam que as mulheres pertencentes a populações que usam de forma coletiva a terra e guardam nela re-
ferências cosmológicas próprias, vêm sua condição com a terra determinada por prescrições sobre casamento
que definem a moradia das mulheres, e a sua relação com o território.

PALAVRAS-CHAVE: Assentamento. Desigualdade. Gênero

AGRADECIMENTOS: Agradecimento ao IFPB – campus Guarabira e a Pró-reitora de pesquisa por todo o apoio
3º SIMPIF

no desenvolvimento deste projeto.

Referências
DEERE,Carmen.“Diferençasregionaisnareformaagráriabrasileira:gênero,direitos à terra e movimentos sociais
rurais”. E
​ studos Sociedade e Agricultura​, nº18, pp. 112-146, 2002.
INCRA – Instituto Nacional de Colonização e reforma agrária. Mudanças legais que melhoraram e apressaram
as ações da reforma agrária. Brasília: INCRA, 1998.

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Silva e SCHNEIDER, S.G. Masculinidade na História: A Construção Cultural da Diferença entre os Sexos. Revista
Psicologia, Ciência e Profissão, 3 (ano 20).
BUTTO, Andrea; HORA, Karla Emmanuela. Mulheres e reforma agrária no Brasil. In BUTTO, Andrea; LOPES, A.L.
(Org.) ​Mulheres na reforma agrária: a experiência recente. ​Brasília: NEAD, 2009, pp, 21-37.

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Lília Lhais Lima Costa


Subproduto da indústria arrozeira
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
na produção de mudas de Mulungu
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí (Erythrina velutina)
Djair Alves de Melo
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí
INTRODUÇÃO. O mulungu Erythrina velutina, também conhecida
Cosma Layssa Santos Gomes como mulungu, suinã, bico-de-papagaio, canivete, entre outros, per-
[email protected]
tencente à família Fabaceae (Leguminosae -Papilionoidae), é uma es-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí pécie de grande resistência à seca, apresentando rusticidade, rápido
crescimento e propriedades medicinais. A planta é decídua, heliófita,
Andreza Lima Cunha
[email protected] característica de várzeas úmidas e beira de rios da caatinga da região
Instituto Federal de Educação, Ciência e semiárida do Nordeste brasileiro, onde ocorre com elevada frequência
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí
e irregular dispersão (LORENZI, 2009). O gênero é composto aproxi-
madamente de 120 espécies, 70 ocorrendo nas Américas, com ape-
nas uma espécie ocorrendo na caatinga (QUEIROZ, 2009). O mulungu
é uma árvore com característica ornamental, principalmente quando
em flor. Isto tem estimulado seu uso no paisagismo, principalmente
na arborização de ruas, jardins e alamedas. Possui uma madeira leve,
macia e pouco resistente aos agentes decompositores, sendo empregada na confecção de tamancos, janga-
das, brinquedos e em caixotaria (VIRTUOSO, 2005). Portanto, o uso de técnicas alternativas de para produção
de mudas de espécies nativas devem ser levadas em consideração. A busca de sustentabilidade nos sistemas
agrícolas de produção representa atualmente uma importante demanda sócial – econômica. Ao utilizar in-
sumos de origem local, de baixo impacto ambiental e custo reduzido, pode-se aumentar a rentabilidade e a
independência do produtor rural, além de contribuir para a redução do consumo dos recursos naturais não
renováveis (TERRA, et al., 2007). Assim, o trabalho objetivou avaliar o uso da casca de arroz na produção de
substrato na produção de mudas de mulungu.

MATERIAIS E MÉTODOS. O experimento foi conduzido em viveiro telado com sombrite, com 50% de sombrea-
mento, do Setor de Produção Vegetal da Coordenação de Agroecologia e análises realizadas no Laboratório
de Sementes do Instituto Federal de Educação da Paraíba, campus Picuí. Este está localizado na mesorregião
da Borborema e microrregiões do Curimataú Ocidental e Seridó Oriental Paraibano, sendo georreferenciado
pelas coordenadas geográficas de 6o 33’ 18‖ de latitude Sul e 36o 20’ 56‖ de longitude Oeste, a 439 m de
altitude (PICUÍ, 2016). O clima é semiárido, com verão seco. O delineamento experimental utilizado foi em
inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 5x2, com quatro repetições. Foram analisados os efeitos de cinco
tipos de substratos com dois tipos de quebra de dormência. As mudas de mulungum foram produzidas em em
120 tubetes polipropileno atóxico, preto, fotoestabilizado com aditivo antiultravioleta, EPDM, possuindo 8 es-
trias internas, comprimento de 16 cm e diâmetro superior de 6,5 cm com capacidade é de 290 cm³, os tubetes
foram distribuídos em bandejas plásticas com 54 células. Cerca de noventa dias após a emergência, os dados
de diâmetro, altura e número de folhas foram aferidos. O diâmetro caulinar foi determinado com o uso de um
paquímetro digital com resolução 0,1 mm colocado no coleto da planta. A altura das plantas foi determinada
com o auxílio de uma régua graduada em centímetros, colocada no nível do solo até a inserção da última folha
e o número de folhas foi determinado manualmente contando-se todas as folhas das plantas. Os dados foram
analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote estatístico SAS (SAS Institute, 1993). Os dados foram

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submetidos à análise de variância pelo teste F (p≤0,05) e a comparação de médias das variáveis analisadas
será feita pelo teste de Tukey (p≤0,05).

RESULTADOS. De acordo com a análise de variância verificou-se efeito significativo para interação entre os
fatores estudados sobre os aspectos de crescimento de mudas de mulungu, para as variáveis analisadas:
diâmetro de coleto, altura de plantas e número de folha/planta, respectivamente, (p≤0,01). Pela sua facilida-
de de medição e pelo fato de se tratar de uma medição não destrutiva, faz com que esta característica seja
bastante utilizada na avaliação da qualidade das mudas (GOMES et al., 2002). Se tornando um dos métodos
de avaliação não destrutivos para a avaliação de crescimento de plantas florestais. Portanto, observa-se um
efeito significativo na interação dos fatores quebra de dormência e substratos para à variável diâmetro do
colo. Trabalhando com diferentes quebras de dormência Matheus e Lopes (2007) com a espécie E. variegata,
constataram que não houve diferença significa entre os tratamentos estudados para o diâmetro desta espé-
cie, comportamento distinto ocorreu para E. velutina Willd, submetida aos substratos testados neste estudo.
Os valores obtidos para diâmetro estão de acordo com Gonçalves et al., (2000), que para a ida ao campo, o
diâmetro de coleto da muda deve ser de ao menos 5 mm. Em relação à altura das plantas, observa-se com-
portamento similar a variável diâmetro, onde os dados mostram-se significativo para a interação entre os
fatores quebra de dormência e substratos. Para Guimarães et al., (2011) avaliando diferentes substratos na
emergência de plântulas mulungu, verificou que o substrato com Areia + Vermiculita + Hortimix na proporção
1:1 apresentaram altura média de 32,94 cm de altura, resultados estes superiores aos obtidos no presente es-
tudo. O número de folhas se torna um fator muito importante, em virtude das folhas a assimilarem da luz solar
com o objetivo de fornecer energia planta através da fotossíntese. De acordo com as regras para análise de
sementes (BRASIL, 2009), além da luz, temperatura e oxigênio, o substrato tem fundamental importância nos
resultados do teste de germinação. Segundo Guimarães et al., (2011) na produção de mudas de mulungu com
substratos à base de areia, vermiculita e hortimix obtiveram número máximo de folha quando se aplicou-se
a junção dos três substratos. Resultado semelhante foi obtido quando houve a adição dos estercos bovinos e
ovinos, respectivamente, independentemente do tipo de quebra de dormência utilizada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Todos os substratos testados apresentaram efeitos estatísticos independentemen-


te do tipo de quebra de dormência testados;

A utilização do rejeito da indústria arrozeira mostra viável na produção de substratos para a produção de mu-
das quando associada a fonte com o esterco.

PALAVRAS-CHAVE: Reúso, cascas de arroz, quebra de dormência

Referências
GOMES, J. M.; COUTO, L.; LEITE, H. G.; XAVIER, A.; GARCIA, S. L. R. Parâmetros morfológicos na avaliação da
qualidade de mudas de Eucalyptus grandis. Revista Árvore, v. 26, n. 6, 2002.
GONÇALVES, J. L. M.; SANTARELLI, E. G.; MORAES NETO, S. P. Produção de mudas de espécies nativas: subs-
3º SIMPIF

trato, nutrição, sombreamento e fertilização. In: GONÇALVES, J. L. M; BENEDETI, V. Nutrição e fertilização


florestal. 1 ed. Piracicaba: IPEF, 2000. cap. 11, p. 309-350.
GUIMARÃES, I. P.; COELHO, M. F. B; BENEDITO, C. P; MAIA, S. S. S.; NOGUEIRA, C. S. R.; BATISTA, P. F. Efeito de
diferentes substratos na emergência e vigor de plântulas de mulungú. Biosci. J. v. 27, n. 6, p. 932-938, 2011.
LORENZI, H. Árvore brasileira: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 2 .ed.
Nova Odessa: Instituto Plantarum. 368 p, 2002.
MATHEUS, M. T.; LOPES, J. C. Morfologia de frutos, sementes e plântulas e germinação de sementes de Eryth-
rinavariegata L. Revista Brasileira de Sementes, v.29, n.3. 2007.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
AGRICULTURA FAMILIAR | CANA-DE-AÇUCAR E SEUS
DERIVADOS | AGROECOLOGIA

PICUÍ. PB, Coordenadas Geográficas, 2016, disponível em: <http://www.geografos.com.br/cidadesparaiba/


picui.php> Acesso em: 7 de ago. de 2019.
QUEIROZ LP. 2009. Leguminosas da Caatinga. Feira de Santana: Editora Universitária da UEFS, 443p.
VIRTUOSO S. 2005.Estudo fitoquímico e biológico das cascas de Erythrina velutina Willd. - Fabaceae (Legu-
minosae - Papilionoideae).Curitiba: Universidade Federal do Paraná. 103p (Dissertação mestrado).
SAS Institute. SAS/STAT. User’s guide statistics.Versão 6, 4ª ed. Cary, USA, 1993.
TERRA, S. B.; GONÇALVES, M.; MEDEIROS, C. A. B. PRODUÇÃO DE MUDAS DE JACARANDÁ MIMOSO (Jacaranda
mimosaefolia D. Don.) Em substratos formulados a partir de resíduos agroindustriais. Revista Brasileira de
Agroecologia, v.2, n.1, 2007.

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Lucas Henrique Bandeira do Nascimento


A cultura nos processos pedagógicos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
do Campus avançado Cabedelo Centro
Tecnologia da Paraíba

Victor Martins da Silva Cipriano


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. A observância dos fatos nos possibilita afirmar que o
George Glauber Félix Severo campus avançado Cabedelo Centro (CACC) tem a cultura como di-
[email protected]
mensão cara aos processos político-educacionais, desenvolvendo
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba variadas atividades culturais vinculadas em grande medida ao calen-
dário acadêmico. Isto nos faz questionar acerca da ausência de um
plano e sobre o que se pretende alcançar com a dimensão cultural
integrada aos processos educacionais. Questões essas que se tornam
mais emergentes quando no âmbito sistêmico inexiste um documento
norteador que consiga dar clareza e condições de implementação do
próprio marco regulatório da cultura. Este trabalho apresenta resulta-
dos parciais da pesquisa em andamento “O lugar da cultura nos pro-
cessos pedagógicos do campus avançado Cabedelo Centro: políticas
culturais e construção participativa”. Sabe-se que o fortalecimento
da agenda cultura e educação entre 2003 e 2016, no âmbito do Governo Federal, possibilitou o desenvolvi-
mento de ações e políticas de cultura para a educação e de educação para cultura. Isto fez desencadear no
interior das Instituições de Educação Superior (IES) o aumento no apoio ao desenvolvimento de atividades
culturais, impactando positivamente o cotidiano de docentes, de técnicos da educação, de estudantes e das
comunidades circunvizinhas às instituições educacionais. O estímulo às demandas culturais emergentes tanto
na seara política quanto em questões de fomento, somados aos acúmulos das atividades artísticas e culturais
desenvolvidas pelos realizadores da comunidade acadêmica em projetos de ensino, extensão ou em ações
pontuais de interesse institucional, considerando as várias transposições institucionais, avivaram a realidade
do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), a partir de 2014. Foi neste período que se iniciou um movimento de
avanços político-institucionais até hoje em processo de consolidação. Os arte-educadores estiveram formu-
lando em profícua parceria com a Pró-reitoria de Extensão (PROEXT), atual Pró-reitoria de Extensão e Cultura
(PROEXC), à época dirigida pela docente Vania Medeiros que também integrara no Fórum de Pró-reitores
de Extensão da Rede Federal de Educação Profissional, Científico e Tecnológico (FORPROEXT), o Grupo de
Trabalho Cultura (GT-Cultura) que exercia relevante papel para o desenvolvimento da dimensão cultural na
Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (EPCT), seja na formulação de itinerários
educacionais da cultura, a partir da extensão, ou mesmo na articulação política entre os pares, e com o MinC,
através da Secretaria de Educação e Formação Artística e Cultural (SEFAC) que despontava como um impor-
tante espaço de formulação e gestão das políticas de cultura e educação (SOUZA et al., 2019). É fato que de
2014 aos dias atuais, o IFPB avançou na construção de um espaço de gestão sistêmica com a transformação
PROEXT - PROEXC; na criação da Diretoria de Cultura (DCULT-PROEXC); na formulação e desenvolvimento da
sua Política Cultural (Resolução CS nº140/2015); e na concretização de ações em diálogo com os diversos
campi (SOUZA et al., 2019). Acredita-se que assegurar o lugar da arte e da cultura em uma instituição que “em
sua concepção, [amálgama] trabalho-ciência-tecnologia-cultura” (PACHECO, 2010, p. 25) é imprescindível
garantir espaços e oportunidades para o exercício da criatividade. Torna-se necessário diagnosticar a realida-

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de, formular com ampla participação dos sujeitos da comunidade acadêmica e do território de abrangência.
Ou seja, é necessário refletir sobre os processos instituídos e planejar estrategicamente os que deverão ser
implementados, traçando metas e princípios que busquem direcionar a gestão a longo e médio prazo. É neste
sentido que Cláudia Leitão (2014) afirma que “um plano é um mapa, um roteiro, um indicador de caminhos”,
portanto, “não há gestão estratégica sem planejamento”. Atualmente temos um quadro em que as ações
arregimentadas pela DCULT-PROEXC, somado ao efusivo protagonismo dos agentes culturais, vêm estimulan-
do e fortalecendo a dimensão cultural nos campi, muito embora esses impactos têm sidos tímidos devido a
inexistência de um norte político. Portanto, posiciona a gestão cultural em linhas tênues dadas as incertezas
em relação aos processos de gestão e de formulação. Foi neste sentido que, diante o aspecto da ausência,
propusemo-nos refletir como deve operar e qual seria o lugar da cultura nos processos pedagógicos. Ou
seja, ao considerar o redimensionamento da cultura nos processos educacionais, e a Resolução CS-IFPB nº
140/2015, quais seriam os princípios, objetivos, diretrizes, estratégias e metas que deveriam constar no pla-
no de cultura do campus avançado Cabedelo Centro.

MATERIAIS E MÉTODOS. O trabalho em questão está vinculado ao programa de incentivo à pesquisa voltada
ao desenvolvimento de soluções institucionais (Edital 01/2019 - PRPIPG). Com vistas ao alcance dos seus
objetivos, envida-se esforços no levantamento bibliográfico de caráter interdisciplinar que já contempla obras
das áreas da educação, direito, gestão e política pública. Levantamento documental considerando relatórios
de atividades acadêmicas e vídeos da TV IFPB, e as normativas sistêmicas e do campus, visando o mapeamen-
to das ações realizadas entre 2014-2019. Encontros de aprofundamento teórico que fora realizado em cinco
encontros de estudos, entre os membros da equipe, contemplando textos basilares advindos da pesquisa
bibliográfica. O ciclo de debates temáticos contemplando os eixos prioritários estabelecidos, com participa-
ção de pesquisadores e discentes convidados além da comunidade acadêmica, objetivando conhecer expe-
riências, novas concepções e colher contribuições dos pares acerca da organização da cultura no campus. A
análise dos dados que assim como a redação vêm ocorrendo concomitante ao desenvolvimento da pesquisa.

RESULTADOS. Os resultados parciais dão conta que a unidade do IFPB de Cabedelo Centro é eminentemente
um campus cultural, com quantidade significativa de atividades culturais realizadas nas diversas temáticas
que perpassam as artes (teatro, dança, música e visuais); a formação em arte e cultura por meio de oficinas
livres de ocorrência pontuais; as culturas populares e identitárias; a diversidade cultural e os direitos huma-
nos; o patrimônio e o intercâmbio culturais. Constata-se que as atividades ocorrem em grande medida para o
público interno. Ou seja, a partir das demandas do ensino (multi-inter-transdisciplinares). Há significativa au-
sência de registro em audiovisual (TV IFPB) dessas atividades e até mesmo no site institucional (comunicação
institucional), o que reflete a falta de profissional da comunicação no campus. Percebe-se ainda que a falta de
regularidade em se debater cultura e políticas culturais no cotidiano de vida dos discentes e da comunidade
acadêmica, reflete diretamente no interesse em participar do ciclo de debates. Por fim, destaca-se os eixos
prioritários da cultura que foram definidos para o CACC: protagonismo estudantil e cidadania cultural; livro,
leitura, literatura e biblioteca; produção artística e comunicação; extensão, patrimônio e diversidade cultural;
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pesquisa e formação em arte e cultura.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O presente estudo em andamento tem potencial de contribuir tanto com a gestão
sistêmica da cultura, como também pode incentivar semelhantes ações nas outras unidades da instituição,
fazendo com que se fortaleça a cultura do planejamento estratégico e o aperfeiçoamento dos processos edu-
cacionais. Apresentou-se aqui resultados parciais de uma pesquisa que abarca a participação social na cons-

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trução de seus sentidos. Por fim, destaca-se que análise de documentos ainda não visitados e o completo
desenvolvimento da pesquisa pode nos apresentar caminhos e sentidos ainda não vistos.

PALAVRAS-CHAVE: Cultura e Educação. Políticas Culturais. Plano de Cultura.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba, por meio da Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-
-Graduação e Inovação e do campus avançado Cabedelo Centro, pelo apoio no desenvolvimento desta pes-
quisa.

Referências
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA. Conselho Superior. Resolução nº
140/2015, de 2 de outubro de 2015. Dispõe sobre a Política de Produção e Promoção da Diversidade Artís-
tico-Cultural no âmbito do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba. Paraíba: Conselho
Superior, 2015.
LEITÃO, Cláudia Sousa. Cultura em movimento: memórias e reflexões sobre políticas públicas e práticas de
gestão. Fortaleza: Armazém da Cultura, 2014.
PACHECO, Eliezer. Os Institutos Federais: uma revolução na educação profissional e tecnológica. Natal: IFRN,
2010. 28p.
SOUZA, Alexandre. S. Arantes. de et al. Cultura e universidade: panorama das políticas e da gestão cultural nas
IES públicas da Paraíba. In: ENCONTRO DE ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES EM CULTURA, XV.; 2019, Salvador.
Anais [...]. Bahia: UFBA, 2019.

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Antônio José de Souza Luna,


Dança oriental na escola pública: um
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
despertar para a consciência corporal
Tecnologia da Paraíba - Campus Santa Rita

Bianca Whemelly Lima de Abreu


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Santa Rita
INTRODUÇÃO. A princípio, o projeto, em execução desde 2018 no
Ellen Correia Fonseca de Oliveira campus Santa Rita, do IFPB, se apresenta como um resultado de um
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e longo processo de discussões entre os professores de Educação Físi-
Tecnologia da Paraíba - Campus Santa Rita
ca, História e Artes a respeito da Dança na Escola, nas quais se faziam
Jhullyêne Ellen Paulino de Oliveira presentes também os interesses das alunas envolvidas. O objetivo
jhullyê[email protected]
maior do projeto é propiciar à escola pública um estudo que atenda,
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Santa Rita de forma interdisciplinar, a cultura universal da dança, concomitan-
temente a uma perspectiva pedagógica. Neste sentido, a razão para
a criação deste projeto decorre de duas metas. A primeira é fortale-
cer a articulação entre a Rede Rizoma IFPB e a comunidade local e a
segunda, despertar o interesse por projetos culturais na escola, em
que a arte da dança possa contribuir para dinamizar a comunicação,
o trabalho coletivo, autoestima, postura corporal e cidadania. Assim,
como proposta interdisciplinar, o projeto consiste em orientações das disciplina História, Artes e Educação Fí-
sica e suas peculiaridades de conhecimento, a fim de realizar o resgate da história dos povos que cultuavam a
dança como parte de sua educação bem como dos fenômenos sociais e suas manifestações étnicas culturais.

A importância pedagógica desse projeto se dá em função dele proporcionar uma maior democracia cultural
no Campus Santa Rita e na comunidade, por realizar e despertar a pesquisa aplicada, a produção cultural e a
arte da dança na escola pública. Isso porque pode-se pesquisar e conhecer a história de um lugar de diversas
maneiras, e, neste trabalho, busca-se compreender a história da dança no Ocidente-Oriente, ao mesmo tempo
em que se detecta suas peculiaridades geográficas e culturais. Assim, oportuniza-se às alunas um estudo mais
acurado de identificação das expressões corporais a partir da noção de espaço, ritmo e fluência.

Segundo Chauí (1996, p. 319), “as duas primeiras manifestações culturais foram historicamente: o trabalho e
a religião”. Ambas instituíram as primeiras formas de sociabilidade, de vida comunitária e da autoridade. Nes-
se sentido, o homem passa a sacralizar não só coisas inanimadas, mas também, o tempo, o espaço e a dança.
Ao longo da história da humanidade, as danças sempre estiveram presentes em celebrações ou manifesta-
ções, seja em seus estados de espírito, nas emoções e formas de comunicação, já que tudo isso é inerente
ao ser humano. Historicamente, desde as primeiras civilizações, o “domínio do movimento” (LABAN, 1978, p.
19-155) se constitui em um dos principais meios de interação entre o homem e o mundo a sua volta, desde
as ações mais simples até o conjunto de ações simbólicas e complexas que compõem a arte da dança. Nesse
sentido, conforme defende Cenci (2001, p. 12), a “A Dança é um caminho que, quando percorrido, satisfaz
nossa necessidade de nos expressar, de entender nossa existência e principalmente de nos encontrar com o
divino”. Outro fator condizente com expressividade da dança é seu ritmo. Segundo Mendes (1987, p. 6), “a
ideia da indissolúvel união entre ritmo e a dança, são elementos responsável pela socialização dos homens,
uma expressão da cultura humana”. Assim, nas celebrações e rituais, imitava-se os sons e fenômenos da Na-
tureza e, com isso, despertava-se um sentimento de comunhão ou separação entre os humanos e a Natureza.

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Então, música e dança foram encontradas em todas as celebrações feitas em homenagem às deusas da fertili-
dade. Contudo, hoje, a perda de contato com a vida intuitiva dificulta a compreensão da antiga crença de que
a sexualidade é parte da espiritualidade.

Além disso, chamamos atenção para dois aspectos históricos sobre a dança oriental (dança do ventre). O
primeiro está relacionado à falta de documentação, segundo apontam estudiosos, o que dificulta assegurar
sua origem. Os registros existentes são a partir das antigas civilizações, como a sumeriana, a babilônica, a
acádia e a egípcia, até então aperfeiçoada ao longo de sucessivas ondas migratórias pelos povos árabes, com
ressalva ao monoteísmo desses últimos povos islamizados. Os demais realizavam rituais em homenagem a
divindades femininas evocando seus poderes para trazer fertilidade às mulheres

e à terra. O segundo aspecto diz respeito ao histórico ocidental da dança. Segundo Boucier (2001), podemos
detectar duas perspectivas que são importantes no que diz respeito à arte da dança: um sentido pedagógico,
a partir do pensamento de Platão e Aristóteles, colocando a dança e a música como disciplinas fundamentais
na formação do corpo e da alma e outra, como expressão, transformando num fim aquilo que, para as outras
atividades humanas, é um meio. De acordo com Penna (1993, p. 9), “Essa dança antiga é sagrada e seu sim-
bolismo aviva a serpente, moradora dos espaços subterrâneos da psique”. O importante hoje é que, mesmo
estando distante dessas culturas, de alguma forma, nos unimos a elas nesse ritual, dando-lhes continuidade
histórica. Por isso, busca-se, com este projeto, dar uma importância fundamental ao ensino da linguagem da
dança na escola pública.

MATERIAIS E MÉTODOS. A leitura e análise das atividades estão sendo acompanhadas pelos docentes envol-
vidos de forma contínua para suscitar um aprimoramento das alunas como multiplicadoras em outras escolas
públicas da comunidade. Sendo assim, o conjunto dessas atividades consiste em dois desdobramentos: (i)
atividades direcionada para as alunas do Campus Santa Rita em aulas teóricas (História da Dança, Histó-
ria do Movimento e História da Música), concomitante às aulas práticas (alongamento, exercícios posturais,
exercícios respiratórios, consciência corporal e fundamentos básicos da dança oriental) e (ii) estão sendo
desenvolvidas atividades coreográficas com abordagem teórico-prática de diversos estilos de Dança Oriental,
partindo da experiência das alunas envolvidas no que diz respeito aos conhecimentos básicos da dança. Uma
vez consolidada essas etapas no campus, as alunas darão seguimento em atividades da dança, em outras
escolas públicas da comunidade, previamente selecionadas para tal trabalho.

RESULTADOS. O projeto, ainda em andamento, apresenta como resultados parciais experiências já existentes
no campus, com execução e desempenho de coreografia pelas alunas, além de apresentação em dois eventos,
ambos em 2018, a saber, SECITEC – ocorrido no Campus Santa Rita – e Fest-Artes-IFPB, realizado no Teatro
Lima Penante, em João Pessoa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com o projeto, espera-se um crescimento individual e intelectual das alunas en-
volvidas e que estas possam contribuir com uma nova forma de aprendizagem e de conhecimentos. Enquanto
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proposta cultural, a expectativa é de que o projeto possibilite um impacto social decorrente da reflexão/atua-
ção dos envolvidos com a arte da dança. Por outro lado, espera-se, a curto, médio e longo prazo, uma política
de fomento ao estudo da dança de forma sistematizada e que esta possa estar presente nas atividades de
ensino, pesquisa e extensão. Enfim, trata-se de uma proposta que promove a produção e circulação do conhe-
cimento sobre a arte da dança oriental na escola pública.

PALAVRAS-CHAVE: Dança Oriental. Escola Pública. Consciência corporal. Cultura.

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AGRADECIMENTOS: A Direção Geral e Coordenação de Extensão do Campus Santa Rita do IFPB.

Referências
BOUCIER, Paul. História da Dança no Ocidente. Tradução. Marina Appenzeller. São Paulo: Martins Fontes: 2001.
CENCI, Claudia. A dança da libertação. São Paulo: Vitória Regia, 2001.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática. 1996.
LABAN, Rudolf. Domínio do Movimento. Tradução: Anna Maria Barros De Vecchi. São Paulo: Summus. 1978.
MENDES, Miriam Garcia. A Dança. São Paulo: Editora Ática. 1987.
PENNA, Lucy. Dance e Recrie o Mundo: a força criativa de ventre. São Paulo: Summus. 1993.

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João Paulo França


Histórias e memórias das ruas: um
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
estudo da cidade de Areial-PB
Tecnologia da Paraíba – Campus Esperança

Bruna Vitoria Lyra de Souza


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Esperança
INTRODUÇÃO. O mundo contemporâneo é essencialmente urbano.
Maria Eduarda Pereira de Souza Melo Esta é uma das constatações básicas que podemos observar em nos-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e so cotidiano. Todavia, viver nas cidades demanda ritos e regras de
Tecnologia da Paraíba – Campus Esperança
convivência que foram historicamente estabelecidos, mas que muitas
João Victor Alves Ribeiro da Silva vezes são vivenciados de maneira mecânica e sem uma reflexão bá-
[email protected]
sica.
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Esperança
Neste sentido, o projeto de pesquisa “As cidades e as ruas: histó-
rias e memórias no agreste paraibano” procura voltar sua atenção
para o ambiente das ruas, microcosmo urbano carregado de memó-
rias e histórias vivenciadas por moradores, transeuntes e autoridades
municipais. Compreender o processo de nomeação e renomeação,
as memórias contadas por distintos moradores sobre os territórios
construídos geográfica e historicamente, bem como a construção de certa memória dominante sobre os per-
sonagens homenageados nas nomenclaturas de determinadas ruas das cidades do agreste paraibano, em
especial da cidade de Areial, foi um dos objetivos desta pesquisa.

Distante cerca de 165 km da capital do estado, João Pessoa, o município de Areial localiza-se na mesorregião
do agreste, fazendo parte da região metropolitana de Esperança (Lei 106/2012). De acordo com o IBGE – Ins-
tituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2018 sua população estava estimada em 6.935 habitantes, com
a zona urbana sendo cortada por mais de 50 ruas.

Partindo da compreensão que a história é construída no cotidiano pelos diferentes atores sociais que, por
meio da apropriação e representação da cultura produzem e dão significado a sua passagem terrena (CER-
TEAU, 2009), lançamos mão dos métodos da chamada Nova História Cultural para compreendermos como o
conhecimento histórico é produzido. Assim, “marcada pela interdisciplinaridade, a “nova História” inventa, re-
inventa ou recicla as fontes documentais”. (SAMARA; TUPY, 2010, p. 127). No caso específico desta pesquisa,
utilizamos fontes escritas, visuais e orais.

Desta maneira, voltamos nossa atenção para a construção da história regional. O cotidiano está a nossa volta
e dele podemos extrair importantes contribuições. Neste sentido, mencionamos: “Nossa rememoração do
passado é informada pelo presente, pelas novas experiências acumuladas, pelas novas memórias. Como afir-
ma Bergson (1990), não há percepção pura, assim como não há memória pura. Nossa percepção do presente
e as lembranças do passado estão marcadas pelas nossas histórias cotidianas, que são sempre individuais e
coletivas”. (MONTENEGRO, 2010, p. 64). Esta compreensão é importante para refletirmos sobre os meios que
construímos as memórias coletivas urbanas, em especial nas ruas modernas.

A cidade não deve ser vista meramente a partir do víeis político-administrativo ou econômico. O espaço pú-
blico está carregado de vivências e de territorialidades. Tendo em mente a observação feita por Silva Filho

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
ARTE E CULTURA | ARTESANATO | TURISMO
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(2001), podemos fazer algumas considerações a respeito dos estudos sobre a cidade, em especial, a dita mo-
derna: “A cidade não se permite apreender de forma integral e universalizante, torna-se cognoscível em suas
múltiplas facetas – ritmos, aspirações, logradouros, monumentos, conflitos, sonhos, edificações, representa-
ções culturais, movimentos, identidades, utopias, territórios, memórias, imagens... e, por que não, objetos”
(SILVA FILHO, 2001, p. 15-16). Neste sentido, uma das facetas de investigação do passado é o estudo das
nomenclaturas urbanas, que empreendemos no caso concreto na cidade de Areial-PB.

Destacamos assim, que o objetivo central do projeto foi conhecer memórias sociais urbanas, bem como a
construção de vivencias dos moradores da cidade de Areial-PB, procurando compreender o processo de no-
meação e renomeação das ruas, difundindo os conhecimentos com as comunidades envolvidas, por meios de
tecnologias da informação, com a produção de sites e/ou portais.

MATERIAIS E MÉTODOS. Entre os vários caminhos pertinentes para a investigação do objeto de estudo, as no-
menclaturas e memórias das ruas da cidade de Areial-PB, optamos pela pesquisa bibliográfica e em arquivos
públicos e privados, bem como o uso da tecnologia da informação, como sites e portais locais. Tendo em vista
o grande volume de informações disponíveis, realizamos uma pesquisa qualitativa, com a definição de campo
de estudos a partir de ferramentas online, como o google maps.

De início, as leituras e debates realizados pelos pesquisadores tinham por objetivo a sensibilização dos edu-
candos para a importância do estudo da história e geografia local, ou seja, por meio de pesquisa bibliográfica
abordamos técnicas e conceitos das ciências humanas que foram aplicados à pesquisa de campo.

Em seguida, foram realizadas diversas visitas ao recorte urbano da pesquisa, Areial-PB, onde se produziu es-
boços iniciais das hipóteses de locais de análises, fontes, arquivos, etc.

Na terceira fase, os educandos passaram a fazer o levantamento de documentos, pesquisa de dados oficiais
ou não, realização de entrevistas, com os métodos da história oral, pesquisa em meios eletrônicos e arquivos,
públicos e privados, na busca por fontes para a produção do sites e/ou portal por onde os resultados seriam
apresentados ao público da cidade e região.

Por fim, os dados e documentos levantados foram analisados e subsidiaram a produção de artigos, bem como
o relatório final do projeto, produzindo assim uma interessante cartografia das nomenclaturas das ruas de
Areial-PB, bem como da memória coletiva construída entorno dos nomes dos ambientes públicos.

RESULTADOS. Inicialmente o principal resultado produzido por este projeto de pesquisa foi a realização de
uma pesquisa de fôlego acerca da nomenclatura oficial das principais ruas da zona urbana do município de
Areial-PB. Neste sentido, lançou-se luz sobre inúmeros topônimos da cidade cujos moradores, muitas vezes
ignoravam sua origem.

Tendo em vista que se trata de uma pesquisa qualitativa, desenvolvemos um questionário que foi aplicado por
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intermédio dos métodos da história oral, com moradores de distintas ruas da cidade pesquisada. Os referidos
habitantes foram selecionados de maneira aleatória, porém, observando-se seu tempo de moradia na rua
analisada. Assim, foi possível captar vivências, memórias, bem como o processo de conhecimento (ou não)
acerca dos nomes dos personagens homenageados nos logradouros urbanos. Neste sentido, as percepções
acerca do microcosmo urbano foram pesquisadas, com levantamento de biografias dos principais nomes das
ruas de Areia-PB. De posse destas informações, passamos a fase seguinte, de compilação das informações e
divulgação por meio da produção de artigos e relatórios da pesquisa.

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Outro resultado visível trata-se do aprimoramento da formação dos educandos participantes do projeto. A lei-
tura de artigos, a pesquisa em arquivos físicos, a exemplo da Câmara Municipal de Areial, bem como a intensa
pesquisa nos ambientes virtuais de sites e portais da história local, certamente contribui para criar uma maior
compreensão por parte dos estudantes para a forma como as ciências humanas produzem o seu conhecimento.

Destaco ainda a contribuição que o projeto proporcionou para a história e geografia regional, ao estudar o mi-
crocosmo das ruas de um município do agreste paraibano. Este trabalho, junto a outros de cunho semelhante,
certamente tem o mérito de criar uma interessante teia de conhecimento acerca desta região.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O caminho que trilhamos é a pesquisa a partir dos métodos das ciências humanas e
suas tecnologias, com o desenvolvimento de sites e portais, voltados para a história e a geografia local. Desta
maneira, acreditamos que as tecnologias da informação são importantes ferramentas de compartilhamento
do conhecimento e da pesquisa, contribuindo de maneira significativa para a difusão das memórias coletivas,
das ruas e espaços urbanos, elevando a participação cidadã dos moradores, por meio do entendimento de seu
passado vivido e da ocupação socioespacial da região.

PALAVRAS-CHAVE: História. Memória. Cidade. Areial.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba pelo


apoio financeiro no desenvolvimento desta pesquisa, bem como à Câmara Municipal de Vereadores de Areial,
pelo acesso ao bem organizado arquivo; e toda população da cidade pelo apoio, incentivo e contribuições com
as histórias e memórias captadas pela pesquisa.

Referências
CERTEAU, Michel de. A invenção do Cotidiano: 1. Artes de fazer. 16 ed. Tradução: ALVES, Efhraim Ferreira.
Petrópolis-RJ, Vozes, 2009.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Areial-PB. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/
brasil/pb/areial/panorama. Acesso em 13 ago. 2019.
MATOS, Maria Izilda S. Prefácio In: A cidade em debate. MATOS, Maria Izilda S. e SOLLER, Maria Angélica
(orgs). São Paulo: Ed. Olho d’água, 1999
MONTENEGRO, Antônio Torres. História, metodologia, memória. 1ª Ed. São Paulo: Contexto, 2010.
SAMARA, Eni de Mesquita e TUPY, Ismênia Spínola Silveira. História & Documento e metodologia de pesquisa
2ª Ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010. 3º SIMPIF

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Marcos Felicio Vieira


Reaproveitamento da Fibra do Coco
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
como Matéria-Prima Alternativa para
Tecnologia da Paraíba – Campus Santa Rita Confecção de Vasos para Hortas
Ana Clara Leite Gomes
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Santa Rita
INTRODUÇÃO. O Brasil produz cerca de um milhão e oitocentos mil
Gabrielle da Silva Oliveira toneladas de coco verde (IBGE, 2017). Do peso total do coco verde,
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e cerca de 85% é constituído por fibra. Segundo a FAO-Organização
Tecnologia da Paraíba – Campus Santa Rita
das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (2016, apud CA-
Soenia Marques Timoteo Sousa TUNDA et al., 2019) para cada mil cocos utilizados na fabricação de
[email protected]
produtos são extraídos 10 kg de fibras de coco.  Muitas vezes, por não
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Santa Rita terem, os resíduos destinação específica, as fibras acabam se trans-
formando em problemas de ordem ambiental, como se pode observar
nas praias brasileiras, o grande volume de lixo proveniente do coco
verde (LINHARES JUNIOR, 2016) e o volume crescente de aterros e
lixões nas cidades, principalmente litorâneas, criando problemas de
serviços municipais de coleta de lixo.

No Brasil, apenas cerca de sete mil toneladas de fibras são beneficiadas, enquanto dois milhões de toneladas
de coco são produzidas anualmente, sendo dispensadas por não apresentarem alternativa viável para seu
consumo. Segundo Martins et al. (2016) não há gestão adequada destes subprodutos gerados. Associar o
consumo do coco in natura ao gerenciamento dos resíduos provenientes de sua comercialização ainda é um
desafio. Conforme Rosa et al. (2002) a não reutilização dessa fibra se deve, em parte, a ausência de conheci-
mento de suas propriedades.

As fibras ocorrem em abundância na natureza e por serem renováveis, biodegradáveis, disponíveis a baixo
custo e apresentarem propriedades físico-químicas adequadas às diversas finalidades de uso, estão sendo
desenvolvidas várias pesquisas com o objetivo de reutiliza-las: Silva et al. (2013) estudou a eficácia da fibra na
produção de argamassa, Monteiro et al. (2019) utilizou a fibra na biossorção de chumbo em água residuárias
industriais e Machado et al. (2009) reutilizou até na produção de gabinetes ecológicos para computadores.

Na Paraíba, no município de Lucena, encontra-se a Empresa Coco do Vale que se destaca na produção de água
de coco com 300 milhões de litros mensais e processa mais de 2.200 toneladas de coco in natura por mês
(COCO DO VALE, 2019), gerando uma grande quantidade de resíduo sólido, a fibra de coco. Contudo, esse
resíduo constitui-se num promissor material para ser reutilizado pela comunidade local.

O trabalho proposto teve como objetivo reutilizar as fibras de coco, que são descartadas pela indústria e re-
gião local, na produção de vasos para hortas.

MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa está sendo realizada no Campus da IFPB, na cidade de Santa Rita, onde
se conta com um laboratório para manipular e analisar as propriedades das fibras de coco, bem como, para
fazer a confecção de vasos. Conta-se também com um laboratório no Campus de João Pessoa para a realiza-
ção das análises químicas.

1. Materiais utilizados: 100 cocos verdes e secos, trama de galinheiro, triturador de coco e equipamentos de EPI.

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2. A metodologia utilizada na pesquisa:


3. Revisão bibliográfica sobre o assunto em publicações cientificas, livros e internet.
4. Visita às instalações da indústria alimentícia Coco do Vale,
5. Realização de palestra para os discentes do IFPB/Campus Santa Rita.
6. Visitar locais de descarte do coco verde/seco para concretizar parcerias com possíveis colaboradores.
7. Coleta do insumo
8. Desfibrilação do coco através do triturador
9. Produção de vasos com a fibra do coco entrelaçada na trama de galinheiro.
10. Análise da qualidade dos vasos fabricados.

RESULTADOS. A realização de estudo bibliográfico indicou que as propriedades físico-químicas das fibras têm
despertado nos pesquisadores para o potencial desse material. Está se reutilizando a fibra na produção de ar-
tefatos cada vez mais intrigantes como na fabricação gabinetes para computadores, produção de argamassas,
biossorção de chumbo, dentre outros.

A fibra de coco apresenta-se promissora para ser utilizada como matéria-prima para produtos sustentáveis,
como a produção de vasos para plantas, podendo gerar renda para a população dos municípios que ficam no
entorno da Industria Alimentícia Coco do Vale e regiões praieiras.

A reutilização da fibra de coco reduziu consideravelmente os descartes no meio ambiente.

As palestras realizadas no âmbito do IFPB/Campus Santa Rita despertaram a conscientização para reutiliza-
ção não só das fibras de coco, mas também para outros materiais que são descartados inadequadamente e
que podem ser reutilizados de forma mais rentável e criativa.

Espera-se que até o final desta pesquisa a qualidade dos vasos com a interação do substrato seja comprovada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. As fibras têm um grande potencial para serem usadas como alternativa para con-
fecção de vasos de plantas. Além disso, as fibras com menor comprimento podem ser utilizadas como subs-
tratos agrícola (CARRIJO et al., 2002) aumentando a utilização do insumo trabalhado e reduzindo os possí-
veis resíduos que seriam descartados no ambiente. Sugere-se que sejam feitas pesquisas com materiais que
forneçam aderência às fibras, reforçando a estrutura do vaso. A eliminação da necessidade de uma trama
formada por arame diminui o custo da produção do vaso.

PALAVRAS-CHAVE: Vasos. Fibras. Coco. Reutilização. Produção.

AGRADECIMENTOS: IFPB/Santa Rita pela ajuda financeira.

REFERÊNCIAS
CARRIJO, O.A.; LIZ, R.S.; MAKISHIMA, N. Fibra da casca do coco verde como substrato agrícola. Horticultura
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Brasileira, Brasília, v. 20, n. 4, p. 533-535, dezembro 2002.


CATUNDA, T.; AMAZONAS, M. e MATOS, T. Potencial Tecnológico da da Fibra de Coco como Matéria-prima Al-
ternativa ao Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis. Disponível em: http://www.revistaea.org/pf.php?i-
dartigo=2454. Acesso em: 09/03/2019.
COCO DO VALE. Disponível em: http://www.cocodovale.net.br/page/exportacao/9. Acesso em: 09/03/2019.

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IBGE.  Levantamento Sistemático da Produção Agrícola: pesquisa mensal de previsão e  acompanhamento


das safras agrícolas no ano civil. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Pesquisa Estatística, 2017. 108 p. v.
30, n. 01.
LINHARES JÚNIOR, J. A. Estudo da Fibra de Coco para Confecção de Recipientes Biodegradáveis. Trabalho
de Conclusão de Curso para Graduação no Curso de Engenharia Florestal. Universidade do Recôncavo Baiano.
Cruz das Almas, jul. 2016.
MACHADO, K. C.; DAMM, D. D.; FORNARI JUNIOR, C. C. M. Reaproveitamento Tecnológico de Resíduo Orgânico:
Casca de Coco Verde na Produção de Gabinetes Ecológicos de Computadores. In: 2º Forum Internacional de
Resíduos Sólidos, 2009, Porto Alegre. Anais. Porto Alegre. 2009.
MARTINS, A. P.; SILVA, P.L.R.; WATANABE, T. O problema do pós consumo do coco no Brasil: Alternativas e
Sustentabilidade. Revista Sustentabilidade em Debate. v. 7, n. 1, p. 44-57, abr. 2016
MONTEIRO, R. A; BONIOLO, M. R.; YAMAURA, M. Uso de Fibras de Coco na Biossorção de Chumbo em Águas
Residuárias Industriais. Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares. São Paulo. Disponivel em: www.ipen.
br. Acesso em: 7 de setembro de 2019.
ROSA, M. de F.; BEZERRA, F. C.; CORREIA, D.; SANTOS, F. J. de S.; ABREU, F. A. P. de; FURTADO, A. A. L.; BRIGI-
DO, A. K. L.; NOROES, E. R. de V. Utilização da Casca de Coco como Substrato Agrícola. Fortaleza: Embrapa,
2002. 22 p. Documentos 52.
SILVA, E. J.; SILVA, P. D; MARQUES, M. L; FORNARI JUNIOR, C. C. M; GARCIA, F. C.; LUZARDO, F. H. M. Resistên-
cia à compressão de argamassas em função da adição de fibras de coco. Revista Brasileira de Engenharia
Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.18, n.12, p.1268-1273, 6 nov. 2013.

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Franklin Medeiros Galvão


Resíduos sólidos têxteis e os processos
franklin.galvã[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de reciclagem na cadeia produtiva do
Tecnologia da Paraíba – Campus Itaporanga município de Itaporanga/PB
Anaíze Anália de Oliveira
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Itaporanga
INTRODUÇÃO. A indústria têxtil é uma atividade de grande importân-
Maria Vitória Leite Nazário cia para o município de Itaporanga, pois promove o desenvolvimento
[email protected]
econômico e social da região. Atualmente Itaporanga desponta como
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Itaporanga um polo do setor, onde existem mais de 80 micros e pequenas em-
presas formais e informais, empregando cerca de duas mil pessoas
Gabriela Soares Braz de Farias
[email protected] (IFPB, 2015). Por outro lado, comporta-se como uma geradora de
Instituto Federal de Educação, Ciência e resíduos sólidos, que são originários dos seus processos fabris.
Tecnologia da Paraíba – Campus Itaporanga

De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e


de Confecção (ABIT, 2013), o Brasil tem o quarto maior parque pro-
dutivo de confecção do mundo e quinto maior produtor têxtil. Conse-
quentemente, emerge como um dos grandes responsáveis na gera-
ção de resíduos nocivos ao ambiente, pois o material utilizado para
a produção dos produtos está ligado a diversos tipos de impacto ambiental. Resíduos sólidos são resíduos
nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola, de serviços e de varrição (ABNT, 2004). Deste modo, a crescente preocupação com a
preservação ambiental tem levado muitas empresas do setor têxtil do município de Itaporanga a adotar tec-
nologias e processos produtivos que utilizam os recursos naturais de maneira mais econômica, consciente e
menos destruidora. Por este motivo, a busca por soluções que minimizem os impactos ambientais industriais
tornam-se cada vez mais importantes.

A Cadeia Produtiva Têxtil utiliza muitas matérias primas e insumos que estão associados a alguma forma de
impacto ambiental. Este estudo apresenta uma revisão sistemática da literatura com o objetivo principal em
analisar formas de utilizações que envolvam a gestão de resíduos sólidos e os processos de reciclagem. A im-
plementação de técnicas integradas para reduzir o desperdício ou mesmo evitá-lo, pode minimizar a ocorrên-
cia de tais eventos e os danos a eles associados. A presente pesquisa se justifica, por um lado, pelo segmento
têxtil ser uma atividade de grande importância social para a região, por outro, pelos riscos socioambientais
gerados ao longo de cada etapa de produção industrial deste setor. Trata-se, ainda, de um campo de estudo
carente de material de pesquisa que direcionem questões relacionadas ao tema proposto. A classificação de
resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu origem e de seus constituintes e carac-
terísticas e a comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde
e ao meio ambiente é conhecido (ABNT, 2004). Os resíduos existentes ou gerados pela atividade industrial
serão objeto de controle específico, como parte integrante do processo de licenciamento ambiental. O Inven-
tário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais: é o conjunto de informações sobre a geração, características,
armazenamento, transporte, tratamento, reutilização, reciclagem, recuperação e disposição final dos resíduos
sólidos gerados pelas indústrias do país (BRASIL, 2002).

No momento em que as indústrias passam a considerar os benefícios que podem obter com a preservação
ambiental, utilizando-se do reaproveitamento e reciclagem dos seus resíduos, tornam-se mais competitivas

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no mercado. Diante da escassez de trabalhos publicados e poucas informações nessa área, este estudo teve
como objetivo estudar as formas de utilização dos resíduos sólidos provenientes da cadeia têxtil do município
de Itaporanga e as principais técnicas de reciclagem e reaproveitamento.

MÉTODOS. A metodologia utilizada para o diagnóstico foi de caráter exploratório, através de observação direta
nas indústrias de tecelagem da região para se conhecer o tipo de gerenciamento dinâmico dos descartes e as
normas ambientais vigentes, com visitas técnicas semanais programadas, a fim de caracterizar as etapas dos
processos produtivos e determinar os tipos, os procedimentos de armazenamento, transporte, reutilização e
reciclagem dos resíduos gerados.

RESULTADOS. Por meio das visitas os discentes puderam ter um conhecimento mais aprofundado dos proces-
sos produtivos de uma indústria têxtil, a distribuição do layout dos maquinários utilizados na fabricação, suas
finalidades e os tipos resíduos sólidos gerados através de cada processo produtivo. A matéria prima utilizada
na fabricação dos produtos são os fios de algodão adquiridos de empresas têxteis da Paraíba e estados vizi-
nhos, como: Pernambuco e Ceará.

Os produtos mais comuns originários do processo de manufatura das empresas da região de Itaporanga são
pano de chão, pano de prato, flanelas e toalhas. Consequentemente os resíduos gerados são comuns entre as
indústrias. Para um melhor entendimento, os resíduos sólidos foram divididos em dois tipos: os provenientes
de embalagens dos produtos e os que resultam do processo de manufatura. No primeiro caso, os principais
resíduos sólidos encontrados foram caixas de papelão, sacos plásticos e tubos, provenientes tanto das em-
balagens de linhas de costura, como de embalagem de fios de tecer; e no segundo caso, são os restos de
fios e retalhos que provém da matéria prima com defeito ou da atividade operacional. No setor produtivo foi
notório uma grande quantidade de pó de varrição, proveniente das fibras que flutuam durante o processo de
fabricação e são originárias dos fios de algodão. No setor de expedição foram encontrados tecidos defeituosos
devido falha no processo de tecelagem, corte e finalização dos produtos fabricados. Os resíduos que não são
reaproveitados no processo são separados e acondicionados para serem vendidos posteriormente. Uma forma
encontrada de utilização dos tubos de papelão, evitando o descarte em aterro sanitário, foi a confecção de pal-
lets construídos a partir do agrupamento de fileiras de tubos amarrados, não sendo necessário utilizar recur-
sos financeiros para comprar suportes de madeira, obtendo uma boa economia. Numa das empresas visitadas
o papelão era usado para fechar as laterais dos fardos, na expedição. O controle quantitativo e qualitativo dos
resíduos provenientes do processo produtivo são realizados após o enfardamento e separação por cada tipo
de resíduos. Nessa dinâmica diária eles são reutilizados ou levados à expedição para venda. Após um certo
volume, uma empresa da região compra os fardos de resíduos e classificam por tipo, cor ou segmento, sendo
posteriormente vendidos para uma empresa na cidade de Cajazeiras, também localizada no Sertão Paraibano,
para serem reciclados. Nesse caso, o processo de reciclagem têxtil empregado é a reciclagem mecânica, deno-
minada “desfibragem”. Nesse processo de produção são utilizados retalhos e sobras de tecidos de diferentes
composições. Os materiais são expostos numa esteira rolante que direciona o material através de cilindros
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com pontas de aço. A massa de fibra resultante da desfibragem mecânica pode ser encaminhada diretamente
para a produção de fios ou outros artigos têxteis.

Na cidade de Itaporanga e região não existe um processo para reciclar os resíduos provenientes das indústrias
têxteis, mas verificou-se que estes não são descartados em aterros sanitários, havendo uma certa conscienti-
zação por parte das empresas locais. Os fios de algodão defeituosos, resultantes do processo de urdissagem
ou provenientes do processo operacional são separados e vendidos para posteriormente serem transforma-
dos em buchas de limpeza para polimento de automóveis.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS. É importante um controle quantitativo dos resíduos gerados em cada setor, para
que se possa identificar onde ocorre uma maior incidência de desperdício e fazer um comparativo mês a mês.
Este procedimento visa à possibilidade de promover uma ação preventiva para diminuição da sua geração
usando indicadores comparativos. Reciclagem é o processo que visa a transformação de materiais em maté-
ria-prima utilizáveis novamente pelo mercado. No entanto, a reciclagem coloca o material em um novo ciclo
de produção, transformando-o em outro produto com nova utilidade. Esse processo evita o desperdício e
reduz impactos ambientais. De forma prática, este estudo servirá como base e incentivo para outras empresas
têxteis da região desenvolver um sistema de gerenciamento de resíduos de forma adequada e responsável,
obedecendo às normas ambientais, além de contribuir para formação acadêmica dos estudantes do ensino
médio, possibilitando a oportunidade de ingressarem na pesquisa científica.

PALAVRAS-CHAVE: Indústria têxtil. Resíduos sólidos. Normas ambientais.

Referências
ABIT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÃO. Indústria Têxtil e de Confecção
Brasileira. Brasília, p.14, 2013. Disponível em: http://www.abit.org.br/conteudo/links/publicacoes/cartilha_
rtcc.pdf . Acesso em: 24 fev. 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos Sólidos - Classificação. Rio de
Janeiro, 2004. 71 p. Disponível em: http://www.suape.pe.gov.br/images/publicacoes/normas/ABNT_
NBR_n_10004_2004.pdf. Acesso em: 23 ago. 2017.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 313, de 29 de outubro de 2002. Dispõe sobre o
Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais. Publicada no DOU nº 226, de 22 de novembro de 2002,
Seção 1, páginas 85-91. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=335.
Acesso em: 23 ago. 2017.
IFPB - Projeto Pedagógico do Curso: Técnico em Edificações. Autorização/Resolução CS/IFPB Nº 116, de
22/07/2015. Disponível em: https://estudante.ifpb.edu.br/media/cursos/81/documentos/PPC_Curso_T%-
C3%A9cnico_Integrado_em_Edifica%C3%A7%C3%B5es.pdf. Acesso em: 20 fev. 2018.

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DESENVOLVIMENTO DE SOLUÇÕES INSTITUCIONAIS

1.

Rodolfo Bolconte Donato


Aperfeiçoando a previsão automática
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de evasão estudantil no IFPB
Tecnologia da Paraíba – Campus Campina
Grande

Gustavo Wagner Diniz Mendes


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa INTRODUÇÃO. A evasão estudantil, ou evasão escolar, é a desistência
de um aluno de seu curso em uma instituição de qualquer categoria,
seja ela pública ou privada, acarretando diversos problemas, tanto
em termos sociais – em que as expectativas dos alunos, como tam-
bém dos familiares e os demais que os cercam, são diminuídas quan-
do os mesmos desistem dos estudos – quanto econômicos – quando
um aluno desiste dos estudos, as instituições sofrem com a baixa ex-
pectativa criada pelos altos investimentos por parte dos governos e
também de empresas, em certos casos.

Com relação às causas que levam os estudantes a desistirem de seus


cursos, podem ser divididas em fatores inerentes ao ensino e fato-
res extra instituição. Fatores inerentes ao ensino ocorrem dentro da
instituição, sendo os mais comuns como causas de evasão: notas baixas obtidas pelos alunos, aulas mal
ministradas pelos professores e disciplinas com didáticas inapropriadas que faz o aluno perder o interesse
em seu curso. Os fatores extra instituição são aqueles encontrados no âmbito socioeconômico do aluno, dos
quais é possível destacar: problemas familiares que atrapalham o desempenho do aluno, aluno estudando e
trabalhando ao mesmo tempo, não conseguindo conciliar as duas atividades, e a falta de aptidão na área, que
muitas vezes é descoberta muito depois do aluno começar o curso (GILIOLI, 2016).

Por meio de um levantamento feito à diretoria geral do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da
Paraíba (IFPB) Campus Campina Grande em dezembro de 2017, foi informado que um aluno custa em média
3,7 mil reais mensais para a instituição. Em se tratando de evasões estudantis no IFPB Campus Campina Gran-
de, e mais precisamente no Curso Superior de Tecnologia em Telemática da instituição, foi constatado que o
número de evasões no curso de 2007 à 2016 é maior que a metade do número de matrículas realizadas, em
que, das 839 matrículas já realizadas, 439 vieram a evadir, representando 52% de evasões no curso. Estas
informações foram obtidas a partir do acesso ao banco de dados do QAcadêmico, antigo sistema de gestão
acadêmica da instituição. Se considerarmos que desde o início do curso, datado em 2007, até 2016, um alu-
no custa para a instituição os mesmos 3,7 mil reais mensais estipulado no levantamento feito em 2017, 439
evasões representam um prejuízo de mais de R$ 9,7 milhões de reais, isto se todos estes alunos evadiram do
curso após seis meses dentro da instituição.

A partir dos dados apresentados, é perceptível que a evasão estudantil representa um grande problema na
parte financeira das instituições, e que é preciso a execução de medidas para prevenir ou até mesmo diminuir
a ocorrência destas. Porém, métodos convencionais como a análise do histórico dos alunos podem ser com-
plexos para os profissionais chegarem ao consenso da evasão e até mesmo demorados, com a possibilidade
de uma evasão ser detectada já depois de sua ocorrência. O ideal é que a instituição, bem como seus profes-
sores, coordenadores e diretores, tenham um conhecimento prévio dos possíveis evasores, sendo assim, uma

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 71


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
DESENVOLVIMENTO DE SOLUÇÕES INSTITUCIONAIS

solução prática é a utilização de métodos computacionais que analisam as informações acadêmicas do aluno
e conseguem prever, através da classificação de dados, se ele virá a evadir ou não de seu curso.

Com o avanço tecnológico ao longo dos anos, sistemas computacionais já são capazes de classificar objetos
com introspecção similar à dos seres humanos. Porém, para que a classificação computacional seja possível,
são utilizadas técnicas de Aprendizagem de Máquina, uma área da Inteligência Artificial na qual sistemas são
capazes de assimilar informações sozinhos, a partir do reconhecimento de padrões de dados, com o propósi-
to de classificar objetos (SUTTON, 1998). Ou seja, pode-se considerar que um sistema tem a capacidade de
“aprender”, se o mesmo consegue melhorar sua performance em determinada tarefa, na medida em que é
estimulado com dados de experiências passadas (GEITGEY, 2014).

Este trabalho tem como principais contribuições: 1) Análise dos atributos mais preditivos para evasão; 2)
Definição de uma metodologia sistemática para análise de evasores no âmbito do IFPB; 3) Indiretamente,
este trabalho poderá reduzir a quantidade de evasores a partir dos alertas que podem ser gerados sobre um
determinado estudante.

METODOLOGIA. Com a obtenção das informações presentes no Sistema Unificado de Administração Pública
(SUAP), foi feita uma mesclagem com os dados do QAcadêmico utilizados em 2017, totalizando um conjunto
de 4174 dados de alunos de todos os 13 cursos presenciais ofertados atualmente, tanto de nível Técnico
quanto Superior. Com a adição dos atributos socioeconômicos no conjunto, foram utilizados 13 atributos para
que os algoritmos de Aprendizagem de Máquina pudessem realizar as previsões, dos quais 9 são atributos
acadêmicos: a porcentagem que o aluno completou no curso desde a sua matrícula, o Coeficiente de Rendi-
mento Escolar, a quantidade de períodos letivos cursados, a quantidade total de disciplinas obrigatórias do
curso, a quantidade de disciplinas em que o aluno obteve aprovação, reprovação por nota, reprovação por
falta, disciplinas matriculadas pelo aluno mas canceladas pela instituição e a quantidade de disciplinas que
o aluno trancou; os outros 4 atributos são socioeconômicos, sendo eles: a faixa de renda do aluno e seus fa-
miliares, a cor/raça do aluno, o tipo de cota (quando utilizada pelo aluno para ingresso no curso) e o tipo de
escola frequentada antes do ingresso na instituição.

Com os dados organizados, foi utilizado o algoritmo de Aprendizagem de Máquina Aumento de Gradiente, que
cria várias Árvores de Decisão (Algoritmo de Classificação), onde cada modelo criado recebe distribuições
ponderadas com o propósito de o próximo modelo obter melhores resultados na classificação dos dados
com relação ao modelo anterior criado (JULIAN, 2016). O Aumento de Gradiente foi executado 10 vezes e o
conjunto de dados foi dividido utilizando a estratégia Holdout, que pressupõe a criação de dois subconjun-
tos de dados distintos, sendo o primeiro subconjunto com 70% dos dados a serem utilizados no treino dos
algoritmos e os 30% restantes dos dados utilizados para o teste e validação dos modelos (SILVA; PERES e
BOSCARIOLI, 2017). Essas técnicas foram empregadas para que o Aumento de Gradiente seja o mais genérico
possível, sem um viés classificatório em suas execuções.
3º SIMPIF

Para comparação dos resultados das previsões, foram utilizadas 3 métricas de classificadores binários, sendo
elas: 1) Acurácia, proporção de previsões corretas, sem levar em consideração se são positivas ou negativas;
2) Precisão, proporção de previsões positivas verdadeiras para o total de previsões positivas elaboradas; e 3)
Sensibilidade, proporção de previsões positivas verdadeiras para o total de amostras positivas do conjunto.

RESULTADOS. Os resultados são divididos em 4 grupos de acordo com a utilização dos conjuntos de dados e
combinações de atributos, sendo eles: 1) Dados do SUAP sem atributos Socioeconômicos, obtendo Acurácia

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de 92,7%, Precisão de 85,2% e Sensibilidade de 72,2%; 2) Dados do SUAP com atributos Socioeconômicos,
obtendo Acurácia de 92,6%, Precisão de 88,1% e Sensibilidade de 69,2%; 3) Dados do SUAP e QAcadêmico
sem atributos Socioeconômicos, obtendo Acurácia de 91,5%, Precisão de 89% e Sensibilidade de 78%; e
4) Dados do SUAP e QAcadêmico com atributos Socioeconômicos, obtendo Acurácia de 92,2%, Precisão de
88,9% e Sensibilidade de 79,9%.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Ao compararmos os resultados dos grupos de acordo com a divisão dos dados,
pode-se observar que a não utilização dos atributos socioeconômicos para as previsões utilizando somente
os dados do SUAP, tem melhores resultados para as métricas Acurácia e Sensibilidade. Já ao ser feita uma
comparação dos resultados quando utilizando os dados do SUAP em conjunto com os dados do QAcadêmico,
o Aumento de Gradiente se sai melhor na Acurácia e Sensibilidade mais uma vez, porém utilizando os atribu-
tos socioeconômicos. O fato de num grupo de dados não utilizando atributos socioeconômicos ter melhores
resultados nas previsões e no outro grupo o contrário, isto é, utilizando atributos socioeconômicos para obter
melhores resultados, é peculiar, uma vez que o esperado seria que a utilização destes atributos obtivesse
melhores resultados em ambos os conjuntos de dados. O acréscimo destes atributos no conjunto de dados
ocasiona diferentes decisões para classificar os dados de acordo com as informações, em que dependendo
do tamanho do conjunto de dados, a inserção de novos atributos pode atrapalhar ou aperfeiçoar o poder
preditivo do algoritmo.

Este trabalho conseguiu, através de técnicas de classificação computacional, detectar evasões estudantis
ocorridas no IFPB Campus Campina Grande, atingindo valores métricos de mais de 90% em determinados
casos, mostrando que as técnicas utilizadas podem ser aproveitadas no combate à evasão estudantil, a partir
da observação e identificação de alunos apontados como possíveis evasores, que ao serem computados pe-
los órgãos de apoio acadêmico da instituição, podem realizar medidas de prevenção de evasões para com os
alunos, reduzindo os números de desistências nos cursos. É importante salientar também que a utilização do
Aumento de Gradiente para a classificação de dados, bem como as técnicas empregadas em sua execução,
podem ser consideradas em trabalhos futuros no âmbito de detecção de evasões estudantis.

PALAVRAS-CHAVE: Evasão Estudantil. Aprendizagem de Máquina. Classificação de Dados.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao CNPq por proporcionarem a oportunidade e o incentivo para


a realização deste trabalho, como também ao IFPB e seus administradores por terem disponibilizados dados
cruciais para o andar da pesquisa.

Referências
SUTTON, R. S.; BARTO, A. G. Reinforcement Learning: An Intro-duction. MIT Press, 1998.
GEITGEY, A. Machine Learning is Fun! Medium, 2014.
GILIOLI, R. S. P. Evasão em instituições federais de ensino superior no brasil: Expansão da rede, sisu e desa-
fios. Consultoria Legislativa: Câmara dos Deputados, Maio 2016.
3º SIMPIF

JULIAN, D. Designing Machine Learning Systems with Python. [S.l.]: PacktPublishing, 2016.
SILVA, L. A.; PERES, S. M.; BOSCARIOLI, C. Introdução à mineração de dados: Com Aplicações em R. [S.l.]:
Elsevier Academic, 2017.

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1.

Profª. Drª. Raphaela Cristhina Claudino


Projeto de Interior para a
Moreira brinquedoteca da creche Obra Prima
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e utilizando elementos da pedagogia
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa
Waldorf
Ananda Silva Maciel
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa INTRODUÇÃO. As creches são consideradas atualmente como insti-
tuições educacionais de grande importância na formação infantil; um
dos motivos se deve ao crescimento da presença da mulher no mer-
cado de trabalho, que tem como consequência uma menor perma-
nência em casa, diferente do que ocorria em tempos remotos, onde a
responsabilidade de cuidar da casa e dos filhos era dela e o papel de
provedor era normalmente do marido. Atualmente, após engravidar,
e com o fim da licença maternidade, as mães precisam voltar ao tra-
balho, surgindo então a dúvida de onde deixar a criança para que ela
seja devidamente cuidada no período de ausência da família.

Nesse contexto, as creches entram com o papel de auxiliar nos cui-


dados e no desenvolvimento das crianças durante o período de 0 – 4
anos de idade, oferecendo um ambiente saudável e seguro, além de lúdico, contribuindo com o desenvolvi-
mento da criatividade, imaginação e intelecto da criança. Entretanto, em muitos casos as instituições não dis-
põem de uma estrutura física adequada para os serviços prestados, afetando diretamente em seus usuários.

Deve-se evidenciar também os métodos pedagógicos de ensino que auxiliam no desenvolvimento infantil,
destacando-se dentre eles a pedagogia Waldorf, desenvolvida por Rudolf Steiner. Sua aplicação no jardim de
infância objetiva retirar a criança do âmbito tecnológico tão presente no dia-a-dia e imergi-la em um ambiente
mais puro, que permita o desenvolvimento dos seus aspectos físico, anímico e intelectual através de brinca-
deiras, histórias, arte, pelo contato com a natureza, música, entre outros. Segundo Lanz (1979), a organização
espacial da instituição deve se assemelhar a uma residência, visto que nessa idade, primeira infância (0 – 7
anos), a criança deveria estar sendo criada em casa pelos pais, tornando o ambiente mais acolhedor por ser
familiar à criança. Nos interiores das instituições, a especificação de materiais naturais deve ser priorizada,
evitando o uso de materiais sintéticos, o que vale tanto para os materiais utilizados nas atividades, bem como
nos mobiliários, decoração e brinquedos, tornando o ambiente bastante característico, o que garante também
que a criança tenha contato com os materiais em sua forma verdadeira.

Com isso, o objetivo da presente pesquisa é propor um projeto de interior para a brinquedoteca da creche
Obra Prima, localizada na cidade de João Pessoa – PB, utilizando elementos da pedagogia Waldorf, e obje-
tivando a qualidade do ambiente construído considerando os aspectos físicos e psicológicos, compondo um
espaço adequado para o desenvolvimento infantil, contribuindo para uma melhor estadia dos usuários.

MATERIAIS E MÉTODOS. O objeto de estudo dessa pesquisa, a creche Obra Prima, faz parte de um projeto
social apoiado pela igreja Betel Brasileiro e se localiza na Rua Ednaldo da Silva Souza, S/N, no bairro do Portal
do Sol em João Pessoa- PB. Tem como objetivo auxiliar mães/responsáveis da comunidade Santa Bárbara,
localizada no mesmo bairro, cuidando de suas crianças para que elas possam trabalhar. A creche conta com
5 voluntários, além da coordenadora da instituição, e atendem cerca de 13 crianças de 0 – 5 anos em período

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integral. A estrutura conta com brinquedoteca, área do soninho e refeitório, os quais são integrados, além de
contar com dois banheiros, um berçário, um quarto, um escritório, cozinha e lavanderia integradas, totalizan-
do 122,81 m² de área. Entretanto não apresenta incidência de iluminação solar suficiente nem área externa
para recreação das crianças. Ademais, foi observada uma setorização pouco adequada, fazendo necessária a
inserção/delimitação de ambientes, além de apresentar pouca ludicidade em seu espaço.

Deste modo, é notório que a instituição necessita de intervenções; sendo assim, para o desenvolvimento da
proposta projetual da brinquedoteca, foi proposto inserir no espaço onde se localizam as áreas de descanso e
vivência, com 44,71 m² de área, um quarto de descanso para as crianças maiores de 2 anos, a brinquedoteca,
que seria utilizada pelos mesmos usuários, e um hall, garantindo a devida setorização, segurança e privacida-
de para estes ambientes.

Assim, a metodologia utilizada para o desenvolvimento da presente pesquisa se deu a partir do levantamen-
to documental e bibliográfico tratando-se da aquisição de informações acerca do tema tratado e acerca da
caracterização da pedagogia Waldorf, bem como por meio do Manual Técnico de Arquitetura e Engenharia de
Orientação para Elaboração de Projetos de Construção de Centros de Educação Infantil (2009) e o Código de
Obras de João Pessoa (2001); além de fontes sobre dimensionamento e antropometria infantil. Em seguida
foram coletadas informações acerca dos usuários por meio de aplicação de briefing com a coordenadora da
creche, bem como registro de medidas da edificação e registro fotográfico. Na etapa seguinte, os dados ad-
quiridos foram devidamente sistematizados e por meio deles foram desenvolvidas planilhas de pré-dimensio-
namento, resultando na área mínima de cada ambiente inserido no projeto, cartas de proximidade e diagramas
de inter-relação. Após isso, foi desenvolvido o conceito projetual baseado em características observadas nas
diretrizes da pedagogia Waldorf, bem como com o objetivo de promover um adequado desenvolvimento in-
fantil. A seguir, foi desenvolvida uma proposta de layout geral para os ambientes que seriam inseridos na área
trabalhada e três propostas distintas voltadas unicamente para a brinquedoteca. Em seguida, foi elaborado o
projeto da brinquedoteca, representado através de maquete eletrônica, planta baixa e elevações, com o auxílio
das ferramentas Sketchup 2017, Vray 3.4 e Autocad 2018; posteriormente foi desenvolvido o projeto executi-
vo abrangendo todos os detalhamentos do projeto, elaborados com subvenção da ferramenta Autocad 2018.
Por fim, foi concebido o memorial descritivo e justificativo, que tem por objetivo explanar e justificar de forma
minuciosa as soluções projetuais e o conceito aplicado no ambiente por meio de texto e imagens.

RESULTADOS. Ao finalizar o trabalho, verificou-se que os objetivos foram alcançados, tendo como resultado
a elaboração de um projeto de design de interior para a brinquedoteca da creche Obra Prima, propondo um
ambiente lúdico e que poderá contribuir para o devido desenvolvimento infantil nas áreas intelectual, física
e interpessoal, voltado para crianças de 2 a 5 anos de idade que são atendidas pela creche. O conceito pro-
posto para o projeto da brinquedoteca se baseou em um jardim encantado, devido à importância dada pela
pedagogia Waldorf aos contos de fadas, sendo este, parte do método pedagógico de aprendizado voltado
para crianças que se encontram na primeira infância auxiliando-as, segundo Lanz (1979), a enfrentar seus
3º SIMPIF

próprios conflitos internos por meio da compreensão das situações vivenciadas pelos personagens das his-
tórias. Para a brinquedoteca foi proposto o uso de piso laminado madeirado de cor clara em mescla com piso
revestido de grama sintética, promovendo uma setorização na sala como se o usuário possuísse acesso à área
externa da instituição; ademais, a mescla de pisos promove desenvolvimento tátil pela diferença de texturas.
Nas paredes, a intenção foi remeter a outro método pedagógico utilizado pela pedagogia Waldorf, a aquarela,
fazendo uso desta nas paredes por meio das cores azul, rosa, amarelo, laranja e verde, remetendo ao céu ao
entardecer, contribuindo na formação de uma atmosfera lúdica ao ambiente. Ademais, em uma das paredes

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foi utilizada a cor branca em conjunto com rasgos em formas orgânicas remetendo a pássaros, permitindo
entrada de luz natural e a circulação do ar no ambiente.

Quanto aos mobiliários, foi proposto o uso de um playground projetado em madeira pinus localizado sobre a
área de grama, enfatizando que a atividade é realizada em área externa, bem como de uma mini cozinha dis-
ponível no mercado composta por geladeira, bancada e fogão, também em madeira, localizada na área de piso
laminado, além de uma pequena mesa juntamente com pequenos bancos feitos a partir de toras de madeira
em acabamento natural e adequados à antropometria dos usuários em questão. Foram propostas também
pequenas prateleiras para armazenar livros em alturas acessíveis as crianças e uma árvore em papel machê,
também localizada sobre a área de grama. Ademais, foram utilizadas duas mesas em madeira pinus acompa-
nhadas por cadeiras na cor branca, juntamente com um suporte para bobina de papel, também na cor bran-
ca, para que as crianças possam desenhar. Para armazenamento, foram indicadas duas estantes na cor mel
com caixotes na cor branca disponíveis no mercado para armazenamento, bem como um cavalete projetado
também em madeira pinus indicado tanto para armazenamento quanto para compor as próprias brincadeiras
infantis de forma flexível. Por fim, para iluminação e ventilação foram propostos dois ventiladores de teto em
fibra natural na cor tabaco com luminárias acopladas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Assim, pode-se concluir por meio das pesquisas bibliográficas realizadas, que os
ambientes internos de uma creche devidamente projetados, podem influenciar diretamente em diversas áreas
do desenvolvimento infantil, através de soluções que promovam o estimulo necessário para tal. A aplicação
das diretrizes da pedagogia Waldorf nas soluções de projeto da proposta apresentada, juntamente com o
atendimento às necessidades projetuais, buscou apresentar um ambiente que quando implantado possa con-
tribuir para o desenvolvimento dos usuários da creche Obra Prima.

PALAVRAS-CHAVE: Brinquedoteca; Pedagogia Waldorf; Desenvolvimento Infantil; Projeto de Interiores.

Referências
LANZ, Rudolf. A pedagogia waldorf: Caminho para um ensino mias humano. 3 ed. São Paulo: Summus Edito-
rial, 1979. 93 p.
MÜLLER, Karen Gama; FILHO, Luiz Paulo Ferrero; DINIZ, Débora Carvalho. Manual técnico de arquitetura e
engenharia de orientação para: Elaboração de projetos de construção de centros de educação infantil. Bra-
sília: [s.n.], 2009. 94 p.
BRASIL. Código de obras de João Pessoa. Prefeitura municipal de João Pessoa – Secretaria de planejamento.
João Pessoa, PB – Brasil, agosto de 2001.
3º SIMPIF

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1.

Italan Carneiro
Reflexões sobre a compreensão
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência
discente e docente acerca do Currículo
e Tecnologia da Paraíba – Campus João
Pessoa - CCTMUS/JP
Técnico Integrado

Gabriel Filipe Daher Areño


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia da Paraíba – Campus João INTRODUÇÃO. Este resumo apresenta os encaminhamentos do pro-
Pessoa - CCTMUS/JP
jeto de pesquisa intitulado “Reflexões sobre a compreensão discen-
te e docente acerca do Currículo Técnico Integrado”, financiado pelo
Carlos Eduardo dos Santos Ferreira
[email protected] Edital “Chamada 01/2019 - Interconecta” fomentado pela Pró-Rei-
Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia da Paraíba – Campus João toria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (PRPIPG) do Instituto
Pessoa - CCTMUS/JP Federal da Paraíba (IFPB). O projeto pretende refletir acerca da pro-
posta integrada, a partir do contexto do Curso Técnico Integrado em
Instrumento Musical ofertado no Campus João Pessoa, respondendo
à seguinte pergunta de pesquisa: “Qual a compreensão dos docentes
e discentes do Curso Integrado em Instrumento Musical do IFPB/JP
acerca das concepções do Currículo Integrado e quais ações (indivi-
duais e/ou institucionais) ambos vislumbram como necessárias para
a efetivação dessa proposta?”.

MATERIAIS E MÉTODOS. Com o desenvolvimento do projeto, pretendemos investigar as concepções dos do-
centes e discentes do Curso de Instrumento Musical do IFPB/JP acerca da proposta Integrada, compreenden-
do quais ações ambos vislumbram como necessárias para sua efetivação. Para alcançar os resultados do ob-
jetivo geral, serão realizados ainda as seguintes ações: 1. Realizar diagnóstico da apropriação dos conceitos
da proposta integrada pelo corpo docente e discente, buscando compreender seus avanços e limitações; 2.
Delinear as práticas docentes atualmente desenvolvidas voltadas à integração curricular; 3. Traçar o perfil dos
jovens que buscam a formação técnica em Instrumento Musical realizada na forma Integrada com o Ensino
Médio; 4. Mapear as dificuldades existentes para a implantação e efetivação do currículo integrado no âmbito
do Curso de Instrumento Musical do IFPB/JP. Após concluídas as etapas da pesquisa, esperamos elaborar
diagnóstico que possa servir de subsídio para futuras ações institucionais voltadas ao fortalecimento da pro-
posta educacional Técnica Integrada ao Ensino Médio.

Para atingir os objetivos propostos, realizaremos pesquisa de campo cujo universo será constituído pela to-
talidade dos corpos docente e discente do Curso Técnico Integrado em Instrumento Musical do IFPB/JP.
Abordando a totalidade dos sujeitos envolvidos no Curso, o trabalho constituirá uma pesquisa do tipo censo,
não sendo necessário portanto o trabalho com amostragem. Para o desenvolvimento do estudo, adotaremos
os seguintes encaminhamentos:

- Pesquisa Bibliográfica: Acompanhará todo o desenvolvimento da pesquisa, abarcando trabalhos das áreas
de Educação, Educação Musical e áreas afins, como Sociologia, História, etc., na medida em se mostrarem
necessários para a compreensão dos dados coletados;

- Pesquisa Documental: Utilizaremos fontes documentais, contemplando leis, decretos, instrumentos, por-
tarias documentos do Ministério da Educação, etc., bem como documentos pertencentes ao curso, o Projeto

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Pedagógico Curricular (PPC), além de documentos da instituição, como o Projeto Desenvolvimento Institucio-
nal (PDI);

- Pesquisa de Campo: Será dividida em duas etapas, sendo o primeiro momento voltado à compreensão do
perfil e concepções do corpo discente, através da realização de um survey (levantamento), no qual, como
instrumento de coleta de dados, optamos pela utilização do questionário. Será realizada uma aplicação-piloto
do questionário com o objetivo de aperfeiçoar o instrumento definitivo. O segundo momento, voltado à com-
preensão das concepções docentes acerca da proposta Integrada, será desenvolvido a partir da realização de
entrevistas semi-estruturadas com a totalidade dos professores atuantes no Curso Integrado em Instrumento
Musical com número estimado em 30 (trinta).

- Análise dos dados: Realizará a categorização e interpretação dos dados norteada pelo caráter quali-quali-
tativo da pesquisa. O processo de análise vai procurar, ainda, de forma sistemática, comparar e entrecruzar
os dados coletados através dos questionários e entrevistas, buscando compreender a realidade examinada.

RESULTADOS. Devido ao contingenciamento de recursos definido pelo Governo Federal, anunciado pouco an-
tes do início das ações do projeto, o Instituto Federal da Paraíba optou pelo cancelamento do pagamento dos
apoios financeiros previstos no Edital da Chamada Interconecta. Diante desse cenário, tivemos que repensar
algumas das atividades propostas inicialmente que demandariam recursos financeiros, de modo que grande
parte do cronograma inicial do projeto sofreu alterações.

A partir do processo de readequação, após realização da aplicação piloto do questionário, o projeto encontra-
-se atualmente no momento da pesquisa de campo voltado à aplicação do questionário definitivo, que deve
ser finalizado na última semana do mês de agosto/2019 (etapa quantitativa) para dar início à etapa de cate-
gorização e análise dos dados obtidos.

No período compreendido entre os meses de abril e julho/2019, enquanto aguardávamos a confirmação do


cancelamento de recursos (que viabilizariam o formato inicial da entrada em campo), trabalhamos no aprofun-
damento da revisão de literatura e referencial teórico do trabalho. A partir da pesquisa bibliográfica realizada,
confirmamos a dificuldade de implantação da proposta integrada no contexto brasileiro (o que confirma a
necessidade de realização de novos estudos que reflitam sobre suas concepções e obstáculos encontrados
para sua efetivação). Foram identificados trabalhos que investigaram o desenvolvimento do Currículo Inte-
grado em variados contextos educacionais brasileiros, tais quais a dissertação de Nessralla (2010), realizada
a partir de pesquisa de campo no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), que
constatou uma significativa pluralidade de concepções divergentes sobre a proposta integrada entre o corpo
docente do Curso de Química. Nessa mesma perspectiva, apontamos o trabalho de mestrado de Coura (2012),
desenvolvido no contexto do IF Baiano a partir da análise do curso Técnico Integrado em Agropecuária, que
concluiu que “da forma como entendemos a integração curricular, ela não se manifesta no curso estudado,
fato evidenciado, principalmente, pela falta do entendimento dos docentes sobre uma concepção de ensino
3º SIMPIF

integrado” (COURA, 2012, p. 128). A pesquisa de doutorado desenvolvida por Pontes (2012) investigou a
implantação do Currículo Integrado no Campus João Pessoa do IFPB, local de desenvolvimento desse projeto,
acerca do qual a pesquisadora aponta que “um dos elementos que mais comprometeram o desenvolvimento
do EMI no Instituto foi o desconhecimento da proposta em seus aspectos político-ideológicos, filosóficos e
pedagógico-curricular, aliado à falta de investimento na formação e no apoio técnico-pedagógico aos profes-
sores” (PONTES, 2012, p. 188). Destacamos ainda a dissertação de Leite (2014), também realizada no IFPB,

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Campus João Pessoa, na qual a autora indica que “em cada discurso, o currículo integrado é entendido de
forma diferente” (LEITE, 2014, p. 66), o que inviabiliza a plena materialização das suas propostas.

A partir do recorte de trabalhos apresentados, concluímos que a implementação da proposta Integrada ainda
encontra-se permeada por dificuldades associadas principalmente à falta de clareza institucional dos objeti-
vos e práticas necessárias à sua materialização.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A configuração do Currículo Integrado adquirida no ano de 2004 trouxe consigo
uma vasta gama de complexas questões a serem solucionadas pelas instituições da Rede Federal de Educação
Profissional, que podem ser expressas em questionamentos tais quais: Qual o perfil do ingressante e do egres-
so o Currículo Integrado almeja? Como promover efetivamente a formação omnilateral dos sujeitos? Qual a
proposta de ser humano e sociedade pretende-se alcançar? Quais ações formativas, de caráter continuado,
as instituições podem adotar para promover a adequada capacitação do seu corpo docente?. Diante desse ce-
nário, ao final da execução desse projeto, pretendemos levantar dados que possam contribuir para uma maior
contextualização dos conteúdos e metodologias desenvolvidas no Curso, de acordo com o perfil dos profes-
sores e estudantes, e podendo ainda servir de subsídio para a elaboração de novas estratégias institucionais
voltadas à efetivação da proposta integrada.

PALAVRAS-CHAVE: Currículo Integrado. Ensino Médio Integrado. Técnico em Música.

AGRADECIMENTOS: Campus João Pessoa e Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (PRPIPG) do


Instituto Federal da Paraíba (IFPB).

Referências
COURA, Helena Luiza Oliveira. A possível integração curricular no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Baiano: análise do Curso Técnico em Agropecuária. 2012. 161f. Dissertação (Mestrado em Educa-
ção), Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2012.
LEITE, Jocileide Bidô Carvalho. Sentidos da política de currículo da Educação Profissional Técnica Integrada
ao Ensino Médio do IFPB - Campus João Pessoa. 2014. 203f. Dissertação (Mestrado em Educação), Progra-
ma de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2014.
NESSRALLA, Marília Ramalho Domingues. Currículo integrado do ensino médio com a educação profissio-
nal e tecnológica: da utopia à concretização do currículo possível. 2010. 208 f. Dissertação (Mestrado em
Educação Tecnológica). Programa de Pós-Graduação em Educação Tecnológica, Centro Federal de Educação
Tecnológica de Minas Gerais, 2010.
PONTES, Ana Paula Furtado Soares. Ensino Médio Integrado: formação politécnica como horizonte?. 2012.
256f. Tese (Doutorado em Educação), Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, 2012.
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1.

Giuseppe Anthony Nascimento de Lima


Viabilizando as práticas
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
diagnosticadora e apropriadora da CPA
Tecnologia da Paraíba com a informatização dos instrumentos
Luciano Ferreira de Azevedo autoavaliativos do IFPB
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. As Instituições de Ensino Superior (IES), de acordo
Francisco Fernandes de Araújo Neto3 com a lei do SINAES – Sistema Nacional de Avaliação da Educação
[email protected]
Superior (BRASIL, 2004), devem possuir as suas respectivas Comis-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba sões Próprias de Avaliação (CPAs), que são responsáveis por realizar
as avaliações internas, subsidiadoras de aprimoramentos. A boa ope-
racionalidade técnica e política dessas avaliações é periodicamente
verificada em avaliações externas de cursos e de recredenciamento
da IES, em que se busca uma equidistante representatividade e legi-
timidade entre os segmentos de pessoas ligadas à instituição, consi-
derando desde a obtenção de dados avaliativos até a composição de
tomadas de ações de melhorias. Inevitavelmente, a rede de colabora-
ção de uma CPA precisa se capilarizar também nos cursos, por meio
de seus coordenadores e Núcleos Docentes Estruturantes (NDEs); e,
organizacionalmente, por meio de seus gestores, no que se refere à divulgação dos processos avaliativos e
apropriação de seus resultados. Em um projeto de avaliação são aplicados os respectivos instrumentos de
coleta de dados, os quais podem ser dotados de uma carga metodológica mais racional-objetivista ou con-
textual-participativa (GOMES; SILVA; ARRUDA, 2017). Independentemente da abordagem, faz-se necessário
que haja o acompanhamento da participação de cada segmento e que ocorra uma obtenção contextualizada
de indicadores e respectivos diagnósticos de resultados, permitindo que as instâncias organizacionais da IES
intuitivamente envolvam os segmentos a que estão ligadas, periódica e participativamente. Dessa forma, a
ausência de uma instrumentalização avaliativa informatizada pode resultar em uma grande lacuna de tempo
entre a sua elaboração/aplicação e o diagnóstico/apropriação de resultados e tomadas de ações de melho-
rias, especialmente em uma IES com o porte do IFPB. Portanto, quaisquer ferramentas de software apoiado-
ras devem ser capazes de integrar dados para facilitar a visualização de resultados que reflitam fragilidades
ou potencialidades, assim como devem permitir que se apensem as análises sobre os fatos e causas que
contribuíram para os mesmos. A nota técnica nº 65 (INEP, 2014) agrega algumas diretrizes para obtenção
de relatórios de CPAs, a qual reiterou a necessidade de pleno atendimento às dez dimensões avaliativas do
SINAES, que foram agrupadas em cinco grandes eixos, preconizando-se um atendimento convergente com
os três grandes pilares autoavaliativos, fontes de informação: o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI),
as percepções dos segmentos da IES e o plano de tomadas de ações de melhorias. Assim, espera-se que um
relatório de avaliação institucional possua uma adequada organização, objetividade e contextualização na
prestação de informações. Ainda, dependendo do formato e do grau de contextualização da instrumentaliza-
ção, incorre-se em um grande esforço para consolidação da avaliação de maneira capilarizada, embora isso
seja fundamental para um eficaz aproveitamento dos dados e de sua apropriação por toda a IES. Este trabalho
buscou reduzir esse esforço, por meio da concepção de uma plataforma de software para a CPA do IFPB e de
sua rede de colaboradores.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
DESENVOLVIMENTO DE SOLUÇÕES INSTITUCIONAIS

MATERIAIS E MÉTODOS. Foi considerado o metamodelo proposto por Lima et al. (2017), o qual se baseou em
relatórios de outras IES e nas últimas experiências da CPA do IFPB, considerando quatro instrumentos avalia-
tivos básicos (painéis de PDI, questionários, assembleias e painéis de tomadas de ações de melhorias). Esse
metamodelo buscou facilitar a elaboração/aplicação e o diagnóstico/apropriação de resultados de instrumen-
tos, em macro (dimensões SINAES) e microcontextos (segmentos e níveis organizacionais), incluindo a proto-
tipação da interface gráfica com o usuário da plataforma proposta, em alta-fidelidade. Para cada instrumento,
foi concebido o seu respectivo projeto de visualização e de análise/diagnóstico de dados de resultados, em
que se buscou as nove recomendações para um o bom êxito na análise colaborativa de dados (compartilha-
mento, especialização de tarefas, reconhecimento autoral, acesso e privacidade, expertise, concorrência em
modificações, usabilidade, flexibilidade semântica e motivação para colaboração), discutidos no trabalho de
Noël e Lemire (2010), que se basearam em exemplos presentes em diversos software de análise colaborativa
de dados. Um catálogo de componentes de visualização gráfica de resultados foi desenvolvido, considerando
visões tabulares e sobre gráficos, com respectivos tipos, categorias e séries de dados, incluindo aqueles com
marcação temporal. Também foram agregados recursos de ajuda contextual multimídia na construção da pla-
taforma, considerando as recomendações de Yeh et al. (2011), para que colaboradores da CPA inexperientes
possam aprender a montar e acessar os instrumentos autoavaliativos básicos mais facilmente.

RESULTADOS. Os quatro instrumentos avaliativos básicos obtiveram uma boa aceitação por representantes
da CPA, considerando sua conformidade com a metodologia avaliativa do IFPB e a sua facilidade de uso. As
visualizações dos resultados das avaliações já permitem que haja uma hierarquização interativa da informa-
ção, para cada instrumento, sobre cada um de seus aspectos/fatores de mensuração avaliativos, quer seja
por macrocontextos (resultados do instrumento dispostos sobre cada uma das dimensões SINAES, em gráfico
radial) ou por microcontextos (resultados filtrados sobre segmentos institucionais e níveis organizacionais,
respectivamente: um sendo com aplicação cumulativa sobre um ou mais segmentos; e o outro sendo com
aplicação recursiva, partindo da instituição como um todo, determinado campus, curso e até de uma dada
disciplina), em conformidade com o metamodelo autoavaliativo referenciado. Há também uma visão tabular
dos dados de resultados, baseada nos macrocontextos presentes em cada instrumento, com critérios de
análise configuráveis que são capazes de destacar os itens avaliados que exijam maior atenção, sobre quais
podem ser realizados comentários analítico-diagnósticos colaborativamente, proporcionando examinações
mais rápidas. É possível aplicar esses comentários referenciando-se um ou mais resultados, inclusive entre
instrumentos diferentes. Também é possível fazer com o que os instrumentos apropriadores (painéis de ações
de melhorias) possam ter a elicitação de ações referenciada em resultados dos demais instrumentos (que são
diagnosticadores) ou associada aos comentários analítico-diagnósticos já realizados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A expectativa é a de que a plataforma de software proposta, já em estágio inicial


de homologação, auxilie, de forma inovadora, no projeto e condução das avaliações internas de uma CPA.
Assim, de forma simples e baseada em princípios de interação colaborativos, poderão ser produzidas coletas,
resultados e diagnósticos de dados avaliativos com mais integração, segurança e rapidez. Ajustes solicitados
3º SIMPIF

na versão informatizada dos instrumentos básicos do metamodelo autoavaliativo prosseguem em andamento,


considerando que o desenvolvimento vinha sendo realizado como um módulo de software a ser disponibili-
zado no principal sistema de informação do IFPB, o SUAP. Entretanto, outras IES já manifestaram interesse
em adotar a ferramenta, em que se procede com uma mudança de plataforma da aplicação web (de Django/
Python, enquanto no SUAP; para Angular e Springboot/Java com microsserviços). Foi disponibilizada uma in-
terface padronizada de programação para viabilizar a integração no consumo de dados oriundos de sistemas
de informação diferentes (discentes, docentes, cursos, etc), bastando que a IES preliminarmente realize a sua

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DESENVOLVIMENTO DE SOLUÇÕES INSTITUCIONAIS

implementação, em que aquela que consome dados do IFPB já está sendo desenvolvida. Os recursos de aná-
lise colaborativa de dados e de ajuda contextual multimídia prosseguem em desenvolvimento e homologação,
com um grupo controlado de usuários, de forma incremental.

PALAVRAS-CHAVE: Avaliação da Educação Superior. Avaliação Institucional. Sistema de Informação. Análise


Colaborativa de Dados.

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB, pelo fomento ao projeto, realizado por meio da Chamada Interconecta 2019.

Referências
BRASIL. Lei Nº 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Supe-
rior – SINAES e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 15 abr. 2004. Seção 1, no 72, p. 3-4.
GOMES, A. M.; SILVA, A. L. da.; ARRUDA, A. L. B de. Avaliação da Educação Superior no Brasil: discursos,
práticas e disputas. In: Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 12, n. 3, set./dez. 2017. DOI: <http://dx.doi.
org/10.5212/PraxEduc.v.12i3.012>.
INEP. Nota Técnica INEP/DAES/CONAES Nº 65, de 9 de outubro de 2014. Assunto: Roteiro para Relatório
de Autoavaliação Institucional. Brasília, 2014a. Disponível em <http://download.inep.gov.br/educacao_supe-
rior/avaliacao_institucional/nota_tecnica/2014/nota_tecnica_n65_roteiro_relatorio_de_autoavaliacao_insti-
tucional.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2019.
LIMA et al. Um metamodelo para elaboração, aplicação e análise de autoavaliações institucionais em confor-
midade com o SINAES. Revista Principia - Divulgação Científica e Tecnológica do IFPB, [S.l.], n. 44, p. 122-
131, abr. 2019. ISSN 2447-9187. Disponível em: <http://periodicos.ifpb.edu.br/index.php/principia/article/
view/1979>. Acesso em: 13 ago. 2019.
NOËL, S.; LEMIRE, D. On the challenges of collaborative data processing. In: FOSTER, J (Ed.). Collaborative
Information Behavior: User Engagement and Communication Sharing. Hershey–PA: IGI Global, pp. 55-71,
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YEH et al. Creating contextual help for GUIs using screenshots. In: Proceedings of the 24th annual ACM sym-
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DOI: <https://doi.org/10.1145/2047196.2047214>.

3º SIMPIF

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EDUCAÇÃO E ENSINO

Icaro Arcênio de Alencar Rodrigues


A família e a gestão do uso das redes
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
sociais digitais de estudantes de cursos
Tecnologia da Paraíba – Campus Campina
Grande
técnico integrados do IFPB – Câmpus
Campina Grande
Hozana dos Santos Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Campina INTRODUÇÃO. Comportar-se de modo diferente das regras de convi-
Grande
vência e pedagógicas é um fato comum nas instituições de ensino e
exerce influência sobre a vida educacional dos estudantes. Na Rede
de Ensino Técnico e Tecnológico, uma investigação com 68 professo-
res de Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio do IFPB – Câmpus
Campina Grande identificou que a maioria destes profissionais perce-
be a interferência da indisciplina no trabalho que executam (97%)
e, como principais consequências, destacam a falta de concentração
(36%), a redução do tempo da aula (27%), a desmotivação (28%),
e conflitos entre docentes e estudantes, sendo as agressões verbais
(13%) o fator mais citado (RODRIGUES; MARQUES; GOMES, 2012).

Observa-se também que não somente de modo presencial ocorrem


dificuldades de ordem disciplinar, mas também na distância física que os ambientes virtuais propiciam, como
no caso das redes sociais digitais. O progresso tecnológico da telefonia móvel que propiciou o desenvolvimen-
to dos smartsphones e a popularização da internet, além da gratuidade do acesso às redes sociais, permitiram
que estes espaços virtuais reunissem muitos usuários e se tornassem um ambiente de socialização.

Neste sentido, as Redes Sociais se apresentam como espaços informais nos quais também podem ocorrer
agressões, ameaças e intimidações que presumivelmente interferem nas relações que ocorrem nos espaços
escolares seja com estudantes, funcionários ou educadores, assim como nas relações familiares. Além disso,
percebe-se que estes ambientes são mais atrativos que o ambiente escolar, pois o uso deles compete com o
tempo de estudo.

Do mesmo modo, nota-se que não é somente a instituição de ensino a quem se atribui a gestão disciplinar, mas
também ao primeiro grupo de vínculo social: a família. Assim, a pesquisa de revisão de Newman et al. (2008),
sobre a relação entre os modelos comportamentais de pais e os reflexos destes sobre o desenvolvimento de
comportamentos de risco à saúde em adolescentes, mostra que os filhos, cujos pais utilizavam disciplina com
autoridade, demonstraram de modo consistente mais comportamentos seguros e menos comportamentos
de risco quando comparados a adolescentes provenientes de famílias que exerciam menos controle sobre os
filhos.

Em face às considerações aqui apresentadas, emergem inquietações necessárias à condução desse estudo, a
saber: Qual a interferência do uso das redes sociais na rotina estudantil e no rendimento acadêmico dos dis-
centes na percepção dos pais/responsáveis? Quais as ações de gerenciamento do uso da internet dos filhos/
dependentes são realizadas pelos pais ou responsáveis por discentes do IFPB – câmpus Campina Grande?
Quais são os resultados destas ações gerenciais? Como o IFPB – câmpus Campina Grande pode contribuir
para esse gerenciamento dos pais sobre o uso das redes sociais dos seus filhos/dependentes?

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EDUCAÇÃO E ENSINO

Neste sentido, esta pesquisa tem como objeto de estudo o gerenciamento do uso das redes sociais dos estu-
dantes de cursos técnicos-integrados pelos seus pais/responsáveis e apresenta como elemento norteador o
seguinte problema: como os pais/responsáveis de estudantes de cursos técnico-integrados do IFPB – Câmpus
Campina Grande gerenciam o uso das redes sociais dos seus filhos/dependentes?

Ante ao desafio de contribuir para o desenvolvimento intelectual dos estudantes e para um ambiente ade-
quado para um convívio saudável no ambiente escolar, emerge o papel da instituição de ensino, que precisa
investigar os eventos que interferem no processo de ensino-aprendizagem.

MATERIAIS E MÉTODOS. Como esta pesquisa busca investigar como os pais/responsáveis de estudantes ma-
triculados em cursos técnicos-integrados ao ensino médio do IFPB - Câmpus Campina Grande gerenciam o
uso das redes sociais dos seus filhos/dependentes, um tema com poucos estudos, pode-se defini-la como
exploratória. Sobre à abordagem do problema, essa pesquisa é caracterizada como qualitativa e quantitativa.

Quanto aos procedimentos, definiu-se metodologicamente como uma pesquisa de campo. Neste tipo de pes-
quisa, o objeto é abordado nas condições naturais em que os fenômenos ocorrem (SEVERINO, 2007). O cam-
po de estudo desse trabalho foi o IFPB – Câmpus Campina Grande.

A população de estudo foram os pais/responsáveis de estudantes de cursos técnicos integrados ao ensino


médio do IFPB - Câmpus Campina Grande no ano letivo de 2019. Neste ano letivo contabilizam 26 turmas de
cursos técnico-integrados, com uma média de 37 alunos por turma, totalizando aproximadamente 962 estu-
dantes. Destes, conseguiu-se uma amostragem de 47 pais/responsáveis.

O instrumento de coleta de dados foi um questionário com perguntas abertas, aplicado durante os Plantões
Pedagógicos e nos atendimentos a pais na Coordenação de Assistência Estudantil. As questões versavam so-
bre o grau de conhecimento sobre a internet; como usam o tempo livre; se consideravam que seu(sua) filho(a)
usam bem as redes sociais; se as redes sociais interferiam o rendimento acadêmico.

A apuração dos dados ocorreu por meio da soma e de processamento estatísticos. Utilizou-se como método
para analisar os dados foi a Análise de Conteúdo, que consiste num conjunto de técnicas de análise de comu-
nicações que usa procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens (indica-
dores), sejam eles quantitativos ou não, que permitam a dedução de conhecimentos referentes às condições
de produção ou recepção dessas mensagens, permitindo a identificação de categorias de análise compostas
por elementos do conteúdo dos questionários organizados por parentesco (BARDIN, 2016).

Esta pesquisa foi aprovada pelo Programa Interconecta, Edital 01/2019, da Pró-Reitoria de Pesquisa do IFPB
e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 84608718.0.0000.5185) e está em desenvolvimento
desde abril de 2019.

RESULTADOS. A análise da questão 1 identificou que as mães foram as que mais responderam ao questionário
3º SIMPIF

com 82,9% de frequência. Na segunda questão, 53,3% responderam que tinham conhecimento razoável so-
bre informática e internet. A terceira pergunta indagou quais redes sociais os pais/responsáveis mais usavam
e com percentual de 40,2% o Whatsapp foi a mais citada. Já a questão quatro sondou sobre como os pais
usavam o tempo livre e nesta 30,5% dos participantes responderam que faziam o uso de mídias. A quinta
pergunta do questionário objetivou sondar se os pais/responsáveis avaliavam que seus filhos usam bem as
redes sociais. Para os que avaliavam que os filhos usavam bem (78,7%), a categoria mais citada estava re-
lacionada ao uso monitorado (23,4%); já em relação aos que não usam bem (21,3%), destacou-se pelo uso

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inconsequente e excessivo (17,2%). Na questão 6, indagou-se se o uso das redes sociais interferiam na rotina
estudantil e no rendimento acadêmico dos filhos, com isso, a maioria dos participantes avaliou que não havia
a interferência cogitada (64,15%), pois para seus filhos as redes sociais eram espaços de estudo (26,47%),
assim como os filhos estavam sob constante monitoramento (26,47%). A questão de número 7, na qual foi
perguntado se os pais/responsáveis acompanhavam seus filhos no uso do computador/redes sociais desta-
cou que, para os 70,90% que faziam esse acompanhamento, a ação mais aplicada é o monitoramento do uso
das redes sociais (20,50%). As respostas referentes a questão 8, que indagou saber se os pais responsáveis
conseguiam obter êxito no acompanhamento, revelou que o maior número de pesquisados confirma que ob-
têm êxito no acompanhamento (80%) e apresentou como ação mais citada o acompanhamento atento do uso
de mídias (27,5%). A última questão buscou saber se os pais/dependentes precisavam de ajuda para gerir o
uso das redes sociais, e em que o IFPB – Campus Campina Grande poderia ajudar sobre o assunto. Dentre os
participantes 68,09% disseram que não precisavam de ajuda.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com a popularidade do mundo virtual, as redes sociais digitais estão se tornando
elementos inerentes na vida dos jovens, podendo contribuir negativamente ou positivamente no processo
educacional. A partir do estudo realizado, nota-se que é de extrema importância o acompanhamento e o di-
recionamento dos pais para que os filhos usem as redes sociais com responsabilidade e, consequentemente,
tenham desempenho escolar satisfatório. Os resultados desta pesquisa também apontam que o tema redes
sociais é bastante amplo e que se faz necessário mais estudos acerca dele, por exemplo, sobre como o IFPB
gerencia o uso das redes sociais dos estudantes de cursos técnicos integrados.

PALAVRAS-CHAVE: Redes sociais. Gestão. Família. Estudantes.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – Câm-


pus Campina Grande, à Pró-Reitoria de Pesquisa e à Coordenação de Pesquisa do Câmpus Campina Grande
pela oportunidade de contribuir para o desenvolvimento da ciência.

Referências
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. 3. reimp. da 1. ed. de 2016. Lisboa: Edições 70, 2016.
NEWMAN, Kathy et al. Relações entre modelos de pais e comportamentos de risco na saúde do adolescente:
uma revisão integrativa da literatura. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 16, n. 1, p. 142-150,
Fev. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&
pid=S0104-11692008000100022&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 17 Set. 2015.
RODRIGUES, Icaro Arcênio de Alencar; MARQUES, Larissa Carvalho; GOMES, Márcia Maria Costa. Como a In-
disciplina em Sala de Aula Interfere no Trabalho Docente. Revista Principia: divulgação científica e tecnológica
do IFPB. Ano 14, nº 20, dez. 2012. João Pessoa: IFPB, 2012. ISSN: 1517-0306.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23 ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007.
3º SIMPIF

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Francisco Aureliano Vidal


A história da matemática utilizada nos livros
[email protected] didáticos do ensino médio: Uma análise da
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Cajazeiras obra adotada em uma escola pública da cidade
de São João do Rio do Peixe-PB
Francisca Natália Alves Pinheiro
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Cajazeiras
INTRODUÇÃO. O nosso interesse por investigar a presença da HM no
livro didático surgiu a partir da leitura de trabalhos sobre o tema,
sendo assim o trabalho de Gasperi e Pacheco (2007, p. 6) que afir-
ma: “Recorrer à História da Matemática no ensino, serve para situá-la
como uma manifestação cultural de vários povos em tempos diver-
sos” nos inspirou a realizar uma investigação acerca da presença da
HM no livro didático. Para esta pesquisa realizamos uma análise da
obra: Matemática: Contexto & Aplicações do autor Luiz Roberto Dan-
te (2013), esta obra foi escolhida por ser, das seis obras aprovadas
no PNLD (2015), a que é adotada pela escola de Ensino Médio na
cidade de São João do Rio do Peixe-PB, locus de nossa pesquisa. O
objetivo principal é analisar o quanto esta obra aborda o contexto
histórico dos conteúdos, e como valoriza e utiliza a HM como ins-
trumento de aprendizagem e enquanto ferramenta útil na aprendi-
zagem, pois a HM é um recurso que auxilia na interdisciplinaridade e
contextualização da matemática, para isso fizemos uma análise dos
3 (três) volumes desta obra que é utilizada na escola estadual do município de São João do Rio do Peixe-PB.
Esta pesquisa se justifica diante da relevância de trabalhar o ensino de Matemática através de sua história,
pois os alunos conseguiriam compreender a importância dos conteúdos a partir da contagem de sua história e
seus percursos, contribuindo no processo de ensino aprendizagem dos alunos. Desta forma, acreditamos que
esta pesquisa pode trazer contribuições significativas visto que a História da Matemática enquanto tendência
pedagógica para o ensino desta disciplina contribui para o entendimento da Matemática como uma criação
humana e pode sim ser compreendida por todos. Segundo os PCNEM (1999), a história da matemática me-
diante um processo de transposição didática e juntamente com outras recursos didáticos e metodológicos,
pode oferecer uma importante contribuição ao processo de ensino e aprendizagem em Matemática. Com isso
o professor terá um recurso didático que o auxiliará o ensino da Matemática na sala de aula, e que contribuirá
na aprendizagem do educando.

MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi de cunho qualitativa já que tem por finalidade analisar e compreender
como o livro didático aborda a História da Matemática e como pode auxiliar na aprendizagem, fizemos um
levantamento para obter informações de como a História da Matemática é abordada no referido livro e como
pode ajudar na compreensão de alguns conceitos Matemáticos. Para esta análise elaboramos dois critérios e,
para isto, nos baseamos no trabalho de Vidal (2016) em que o mesmo realizou uma análise de alguns livros
didáticos de Matemática para identificar a história da Estatística nestes livros. Os critérios a serem utilizados
foram: Verificar a importância da História da Matemática utilizados nos livros didáticos no ensino médio (cri-
tério 1) e Investigar como é apresentada a História da Matemática nestes livros (critério 2). O critério 1 serve
para sabermos o quanto a obra apresenta e valoriza a História da Matemática e se a mesma tem a preocu-
pação de informar o quanto cada conteúdo evoluiu ao longo dos tempos desde os seus primórdios até sua
caracterização atuais. O critério 2 serve para analisar se tais livros apresentam a História da Matemática como
ferramenta útil e como os mesmos estão distribuídos nos capítulos. Aqui a intenção é saber até que ponto esta
obra auxilia o professor a motivar o aluno a se interessar pelos conteúdos por meio da HM.

RESULTADOS. Da obra analisada os três volumes abordam a HM enquanto ferramenta motivadora para a
aprendizagem. Na obra L1 (volume 1 da coleção), o autor utiliza a HM e mostra que a mesma pode ser utili-
zada como recurso pedagógico com a finalidade de auxiliar o professor e ajudar os alunos na compreensão
dos conteúdos. Esta obra faz uma significativa abordagem da HM, pois alguns capítulos abordam o conteúdo
histórico seja ela em pequenos textos complementares, curiosidades de alguns autores, e também como sur-

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giram alguns conceitos matemáticos, todos esses fatores podem contribuir e auxiliar no processo de apren-
dizagem dos conteúdos. Com relação aos critérios adotados esta obra utiliza a HM em alguns capítulos e que
isso poderia auxiliar na compreensão. A obra L2 (volume 2 da coleção), também faz uso da HM em diferentes
situações que podem ser utilizados pelos professores como uma ferramenta útil na aprendizagem dos alunos
na sala de aula. Nesta obra, o autor faz uma abordagem da HM, na qual traz textos com poucos contextos his-
tóricos e quando tem, são relativos a alguns autores que contribuíram no desenvolvimento matemático, e que
não vai contribuir muito na aprendizagem do aluno através da história. Com relação aos critérios adotados
esta obra utiliza a HM em poucos capítulos dando pouca importância ao contexto histórico que poderiam con-
tribuir significativamente na compreensão e aprendizagem dos conteúdos. Na obra L3 (volume 3 da coleção),
a HM é utilizada em diversas situações na qual podem colaborar com aprendizagem. A obra faz uma aborda-
gem regular da HM e alguns conteúdos exploram melhor o contexto histórico, que pode auxiliar na compreen-
são dos assuntos, pois com o auxílio da história o aluno pode entender o conteúdo no sentido mais amplo.
Com relação aos critérios adotados esta obra utiliza a HM como ferramenta auxiliadora na aprendizagem dos
conteúdos, pois podem contribuir para uma compreensão mais significativa através do seu contexto histórico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A História da Matemática tem a possibilidade de buscar uma nova maneira de ver e
entender a matemática, em que pode ser feita a integração dos conteúdos matemáticos com outras discipli-
nas, tornando-a mais criativa, contextualizada e humanizada, que podem contribuir na hora da compreensão
e aprendizagem dos conteúdos. Os três volumes analisados utilizam de alguma forma a HM, seja ela através de
leituras complementares ou relatando algo sobre sua origem e evolução ao longo dos tempos, e o professor
pode utilizar esse recurso para enriquecer a metodologia, trazendo à baila discussões e questionamentos que
despertem o interesse dos alunos.

PALAVRAS-CHAVE: História da Matemática. Contexto histórico. Livro didático.

Referências
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Médio: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnolo-
gias. PCNEM, 3. Brasília: Ministério da Educação; Secretaria da Educação Média e Tecnológica, 1999.
_____. Guia de livros didáticos: PNLD 2015: Matemática. Brasília: Ministério da Educação; Secretaria da Edu-
cação Básica, 2014.
DANTE, L. R., Matemática: Contexto & aplicações, 2ª edição, vol. 1, São Paulo: Ática, 2013.
_____. Matemática: Contexto & aplicações, 2ª edição, vol. 2, São Paulo: Ática, 2013.
_____. Matemática: Contexto & aplicações, 2ª edição, vol. 3, São Paulo: Ática, 2013.
GASPERI W. N. H.; PACHECO, E. R. A história da matemática como instrumento para a interdisciplinaridade
na Educação Básica. PDE: Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria da Educação do Estado
do Paraná. 2007.
VIDAL, F. A. A História da Matemática presente nos livros didáticos: Uma análise sobre o conteúdo Estatística.
In: II Seminário Cearense de História da Matemática, 2016. Disponível em: <https://drive.google.com/file/
d/0B_Z20PM5ckRjWkdzX2V1Mmw2YzA/view?pref=2&pli=1>. Acessado dia 24 de outubro de 2016.
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Evellyn Francisca Marinho Ferreira


A prática do xadrez e suas contribuições
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus Patos
para o Instituto Federal da Paraíba -
Campus Patos (IFPB)
Gabriel Victor Ribeiro de Sousa
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus Patos

Leila Maria Simplicio Rodrigues INTRODUÇÃO. Ao acompanhar as vivências diárias de colegas dis-
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus Patos centes do Instituto Federal da Paraíba - Campus Patos (IFPB), pôde-
-se observar que o estresse ocasionado pelas diversas atribuições e
Mateus Alves Leite
[email protected]
complicações diárias, incluindo pressão psicológica por falta de tem-
Instituto Federal da Paraíba - Campus Patos po, prejudicam o aluno diretamente em classe. Isso vem acarretando
notas baixas, mau humor, discórdia e em alguns casos, depressão.
Davi de Sousa Silva
[email protected] Procurou-se então uma forma de tentar auxiliar a redução desse
Instituto Federal da Paraíba - Campus Patos estresse percebido em alguns alunos, e foi visto no jogo de xadrez,
essa possibilidade. Existe uma gama de jogos tradicionais atrelados a
culturas, assim contemplando o Patrimônio Cultural da humanidade,
sendo pilar de uma identidade a partir da infância (FREIRE; GUERRI-
NI, 2017). Tendo em vista que o ramo do xadrez vêm tendo um cons-
tante desenvolvimento nas escolas mas não tendo apoio e estímulo
da forma que deveria ser, deixando de lado os benefícios na constituição de oportunidades de conhecimento
integral (DA SILVA, 2018), buscou-se com a criação de um Clube de Xadrez no Campus, desenvolver não so-
mente a prática desse esporte, mas também proporcionar aos participantes a possibilidade de experimentar
todos os benefícios que a prática desta modalidade proporciona. O xadrez acaba ajudando nas disciplinas,
pois, desperta o raciocínio rápido, mas de maneira geral, é fundamental para poder jogar, saber as técnicas
adequadas para aplicar na vida, ajudando a manter a atenção na atividade que está sendo feita, sem dispersar
ou desviar o pensamento (GESSI; DA SILVA, 2014). Desta forma, trabalhando a concentração e aderindo o
verdadeiro sentido de ter objetivos. Este esporte contempla inúmeros benefícios, tendo objetivo educacional,
de entretenimento e desenvolvimento intelectual. Nesta perspectiva, este trabalho tem por finalidade mostrar
a importância do jogo de xadrez na vida escolar e social dos alunos do instituto.

MATERIAIS E MÉTODOS. O método de pesquisa utilizado é de natureza qualitativa e visa estimular diretamente
a criatividade e o desempenho, são observados aspectos específicos em cada indivíduo envolvido. Com a me-
todologia dinâmica é possível a construção de um ser atuante, com uma visão própria de tudo, se moldando e
mudando o mundo ao passar do tempo, absorvendo de maneira crescente aprendizagem (DA SILVA; ROMÃO,
2018). A partir disso a pesquisa foi realizada no IFPB da cidade de Patos no estado da Paraíba, no ano de
2019. A partir da criação do “Clube de Xadrez”, com a participação de doze alunos e sendo coordenados por
três alunos veteranos, onde ministraram oficinas que tiveram apoio do próprio campus, o qual providenciou
equipamentos como: peças, tabuleiros e relógios. Todos os discentes, docentes e servidores foram convidados
a participar semanalmente, às segundas, pelo período da manhã. Com os avanços tecnológicos, novos jogos
foram criados e/ou modernizados, e o Xadrez não ficou afastado desta realidade, neste sentido, trabalhou-se
os meios tradicionais da prática do Xadrez, atrelados ao meio tecnológico através de plataformas como sites
que disponibilizam partidas online com qualquer pessoa do planeta, e até mesmo através de aplicativos que
concedem material didático. Os integrantes receberam ainda, via aplicativo de mensagens, apostilas, vídeos e
dicas de estratégia. Durante este processo, foram ensinados todos os objetivos e regras do jogo, alguns sites

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EDUCAÇÃO E ENSINO

também auxiliaram neste processo como por exemplo, o Lichess.org, o qual contribuiu muito para o aprendi-
zado e controle do tempo, além de proporcionar partidas online com amigos, enxadristas mundiais ou mesmo
com o próprio algoritmo. Para análise de mudanças individuais dos participantes do grupo foi aplicado um
questionário com seis perguntas de múltiplas escolhas aos participantes do Clube e praticantes da modalida-
de no Campus.

RESULTADOS. A prática do Xadrez tem grande importância na área do ensino, tendo em vista que exercita a
socialização, o cognitivo, a memorização, autoconfiança, o planejamento metódico e o conhecimento (RODRI-
GUES; SARRAPIO, 2018). Para esta comprovação, o grupo realizou um questionário e foi possível observar
que o clube de xadrez trouxe uma melhora significativa para os participantes, eles responderam às seguintes
perguntas: 1° Qual o seu nível de contato com o xadrez? 53,6% respondeu Intermediária, 30,8% respondeu
Muita, 15,4% respondeu Pouca e 0% respondeu Nenhuma. 2° Você percebeu melhorias em seu rendimento
escolar depois que começou a jogar Xadrez? 76,9% respondeu que Sim, melhorou parcialmente, 23,1%
respondeu que Sim, melhorou muito e 0% respondeu Não, não houve nenhuma melhora. 3° Em relação a con-
vivência com os seus colegas, percebeu-se que: 53,8% respondeu que Houve melhorias, 38,5% respondeu
que Houve melhorias parciais e 7,7% respondeu que Não houve melhorias. 4° Como você caracteriza o xadrez
em relação a vivência no instituto? 53,8% respondeu que Ótima, sempre deveria existir, 46,8% respondeu
Legal, embora pouco utilizado, 0% respondeu Indiferente e 0% respondeu Péssima. 5° Seu comportamen-
to especificamente na questão de escolhas decisivas e paciência, percebeu-se que: 53,8% respondeu que
Houve bastante melhora, 30,8% respondeu que Houve melhora parcial, 15,4% respondeu que Houve pouca
melhora e 0% respondeu que Não houve nenhuma melhora. 6° Ao seu ver, o Clube de Xadrez influencia o de-
senvolvimento do IFPB-Campus Patos? 69,2% respondeu que Sim, 30,8% respondeu Talvez e 0% respondeu
Não. Com esses resultados, foi visto melhorias não só no âmbito de rendimento acadêmico, mas também em
aspectos perceptíveis na vida de cada sujeito individualmente, tais como aprimoramento de algumas habilida-
des como: planejamento, aumento de paciência e autocontrole, respeito aos oponentes, o que diz respeito ao
caráter do próprio indivíduo. Para os jovens, o esporte faz com que haja um maior engajamento social devido
às competições onde abrem possibilidades de conhecer novas pessoas (OLIVEIRA; CARVALHO, 2011). Sendo
assim, aconteceram alguns torneios internos, um destes de maior importância realizado pelo clube foi uma
seletiva para decidir os representantes do IFPB Campus Patos nos Jogos Intercampi dos Institutos Federais da
Paraíba 2019, também houve a participação de alguns integrantes do Clube de Xadrez na seletiva que ocorreu
em Campina Grande para os Jogos dos Institutos Federais etapa final (JIF), dois integrantes foram classifica-
dos e representaram o Estado da Paraíba em Guarapari, Espírito Santo. O Clube acabou criando uma interface
não somente de conhecimento sobre o jogo em si, mas sim, uma forma de diversão e crescimento humano
em sociedade. Tendo como conclusão também a abordagem significativa do aspecto cultural entrelaçado ao
tradicionalismo do esporte em questão, sendo importante esclarecer que Xadrez também é ciência, ao buscar
pelos melhores movimentos de maneira lógica e com embasamento teórico, contribuindo com a exercitação
intelectual, melhor reflexão, análise e síntese do praticante, assim tornando um trabalho científico (KANZLER;
3º SIMPIF

KIECKHOEFEL, 2019).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O esporte tratado tem vários pontos que merecem sua devida importância. A ini-
ciativa deste trabalho objetiva mostrar esta relevância e que o xadrez pode proporcionar melhorias para a
vida acadêmica e pessoal do aluno. Além de motivar outras instituições para que utilizem desta metodologia,
elevando assim o conhecimento dos discentes e abrindo novas portas com possibilidades no futuro acadêmico
destes. A pesquisa também buscou compreender o xadrez em embasamento teórico e colocá-lo em prática,
respeitando todas as regras. Fica evidente que não só o xadrez mas outros jogos tradicionais que carregam

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conceitos culturais e acrescentam de forma educativa e metodológica devem ser apresentados à escola de
modo eficaz, assim solucionando o baixo rendimento escolar. O Lichess.org e redes sociais se mostraram
ferramentas essenciais como meio tecnológico para desenvolvimento do clube, resultando nesse estudo. É
importante relatar que o jogo estabelece um sistema de competitividade saudável, estimulando o respeito e
compreensão, enriquecendo as experiências vivenciadas pelos alunos dentro da instituição, incentivando o ra-
ciocínio rápido e lógico, o amadurecimento enquanto ser social e uma postura ética. Conclui-se que, projetos
como este, dentro do âmbito acadêmico são bastante proveitosos tendo em vista a busca de metodologias que
funcionem como solução para a diminuição do estresse dos alunos, acarretando em melhoria do rendimento
escolar, e auxiliando também e principalmente as disciplinas escolares que envolvem a lógica.

PALAVRAS-CHAVE: Xadrez. Vida Escolar. Rendimento Escolar.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Campus, por disponibilizar todo o material e o local e ao Professor de


Educação Física, por toda paciência e apoio moral.

Referências
DA SILVA, D. F.; ROMÃO, E. C. Algumas Contribuições do Jogo Xadrez no Âmbito Escolar. Revista Ciências
Humanas - Educação e Desenvolvimento Humano - UNITAU, Taubaté , v. 11, p. 72-80, 2 jun 2018.
FREIRE, G. G.; GUERRINI, D. Jogos tradicionais: As aulas de educação física e um site como espaços de pre-
servação cultural. In: CONGRESSO NORTE PARANAENSE DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR, 8. 2017.
GESSI, F. J. S.; DA SILVA, M. S. Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE:
A importância e benefícios do xadrez no processo de formação. Paraná: Cadernos PDE, v.1, 2014. 15 p.
KANZLER, C. O.; KIECKHOEFEL, L. Quais as habilidades adquiridas na prática do xadrez?. Revista HÚMUS,
São Luís-MA, v. 9, n. 26, p. 2-18, 2019.
OLIVEIRA, V. D. de; CARVALHO, J. E. Xadrez nas escolas: esporte, ciência ou arte. In: X CONGRESSO NACIONAL
DE EDUCAÇÃO - EDUCERE, nov/2011.
RODRIGUES, C. R.; SARRAPIO, L. P. As contribuições do xadrez para o processo de ensino aprendizagem:
aspectos sociais e pedagógicos do jogo na escola. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações-
-MG, v. 16, n. 1, p. 1-12, jul./2018.
SILVA, J. S. O xadrez na escola: possibilidades para a interdisciplinaridade. Vitória de Santo Antão, Pernambu-
co, 2018. Disponível em: <https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/27584>

3º SIMPIF

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Bruno Galdino Lopes


Abordagem interdisciplinar no ensino
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de Química por meio de palestras
Tecnologia da Paraíba

Ândello Mychael Ferreira Soares da Silva


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. A Química é uma disciplina da área das Ciências Exa-
Joselito Alves de Medeiros Filho tas que estuda as transformações da matéria, o que exige dos discen-
[email protected]
tes um nível de abstração muito alto, tornando o processo de ensino e
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba aprendizagem difícil e ‘maçante’. Diante disso, a abordagem multidis-
ciplinar é um recurso que faz o discente utilizar e desenvolver a sua
Alessandra Marcone Tavares Alves de
epistemologia. Em vista disso, o Programa de Educação Tutorial – PET
Figueirêdo
[email protected] Química, do Instituto Federal da Paraíba – IFPB, Campus João Pessoa,
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
desenvolve uma atividade de ensino denominada “Ciclo de Palestras”
nas turmas do Curso superior de Licenciatura em Química, a qual
busca abordar temáticas diversificadas como as descritas nesse tra-
balho: 1) “O ciclo de vida estelar”; 2) “A Química do corpo humano”,
entre outros temas que estão totalmente relacionados com a Química.

Tal atividade procura abordar temas os quais não são vistos com frequência durante a graduação. Em concer-
nência a primeira temática abordada, o ciclo de vida das estrelas, além de fazer parte da astronomia, apresen-
ta interdisciplinaridade com as disciplinas de Física e Química. A segunda temática, Química do corpo humano,
trabalha a interdisciplinaridade com as Ciências Biológicas.

Portanto, as temáticas abordadas dentro do “Ciclo de Palestras” objetivaram estimular e aprimorar a visão
dos educandos de Licenciatura em Química, mostrando que a disciplina está presente em vários aspectos do
universo que os rodeia e no seu próprio corpo, na tentativa de aumentar o seu desenvolvimento cognitivo e
sua melhor qualificação profissional.

MATERIAIS E MÉTODOS. As palestras foram desenvolvidas no Instituto Federal da Paraíba, Campus João Pes-
soa, em turmas do 1º (primeiro) e 2º (segundo) períodos do Curso de Licenciatura em Química. Cada palestra
teve duração de 50 (cinquenta) minutos cada. Para a aplicação da proposta, contou-se com a participação de
10 (dez) discentes, apresentando uma faixa etária entre 18 (dezoito) e 41 (quarenta e um) anos. A apresen-
tação das palestras ocorreu de forma similar a uma aula de caráter expositivo-dialogada e foi empregado o
uso da metodologia qualitativa e participante. A metodologia qualitativa ocorre por meio da análise dos dados,
tanto em amplitude quanto em profundidade, visando tratar o grupo que está sendo investigado como a parte
mais importante do processo de pesquisa (MARTINS, 2004). Enquanto que a participante ocorre por meio da
inserção de um pesquisador num campo de investigação onde será levada em conta a vida social e cultural da
pessoa a ser investigada, que por sua vez é convocada a participar da investigação na qualidade de informan-
te, colaborador ou interlocutor (SCHMIDT, 2006).

A princípio, foi entregue o Questionários de Sondagem (QS) aos licenciandos, composto por três questões
abertas, com o intuito de sondar os conhecimentos prévios dos ouvintes/participantes sobre os assuntos a
serem abordados. Sequencialmente, foram apresentadas as palestras sobre as temáticas: I) “O ciclo de vida
estelar” e a II) “A Química do Corpo Humano”. E por fim, foi aplicado um Questionário Final (QF), que foi com-

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posto por duas questões, uma configurando um ‘Caça Palavras’ sobre a palestra I contendo seis tópicos a
serem respondidos e a outra questão alusiva à palestra II a qual pedia para que os discentes redigissem um
pequeno texto argumentativo sobre o que eles compreendiam sobre a Química do corpo.

RESULTADOS. A primeira e a segunda questão do QS se referiam à palestra do “O ciclo de vida estelar”. O


primeiro questionamento discorria: No decorrer da sua vida acadêmica, você já ouviu ou leu algo sobre ciclo
estelar e sua relação com a Química? 40% dos educandos afirmaram já ter tido contato com o tema, enquan-
to 60% afirmaram nunca ter ouvido falar sobre. As respostas obtidas neste questionamento evidenciaram
a carência da abordagem de assuntos que envolvam a Química e a astronomia na graduação. No entanto,
Dias e Santa Rita (2008) afirmam que os conteúdos de Astronomia e Química possibilitam aos alunos uma
visão menos precária do conhecimento científico, podendo atuar com os assuntos de forma integradora. No
segundo questionamento indagou-se: Você acha importante que durante a graduação, sejam abordados as-
suntos que envolvam a Química com o universo? 100% dos licenciandos responderam que sim, evidenciando
a importância de trabalhar esse tema na graduação de Licenciatura em Química, pois proporciona ao discente
o entendimento do mundo a sua volta, como também possibilita uma melhor qualificação em sala de aula. A
terceira questão do QS referiu-se à palestra “A Química do corpo humano”. Tal questão procurava esboçar a
visão preliminar dos discentes sobre o tema supracitado. O alunado demonstrou uma boa noção do conteúdo
que seria abordado, por exemplo, fizeram citações de assuntos na área da Química relacionados ao corpo,
como: reações químicas, estruturas e ciclos de transformações. Portanto, a investigação da primeira etapa
(QS) culminou em dados que norteiam a importância de abordagens, de tais temáticas, no ensino superior.

No segundo momento, houve a apresentação das palestras, as quais foram realizadas de forma contextualiza-
da, mostrando a importância de cada tema no cotidiano dos estudantes e suas relações com a Química. Cor-
roborando com Almeida et al (2008, p.2): “[...] se faz necessário a prática de um ensino mais contextualizado,
onde se pretende relacionar os conteúdos de química com o cotidiano dos meninos e das meninas, visando à
formação do cidadão, e o exercício de seu senso crítico”.

Por fim, foi aplicado um Questionário Final, com propósito de avaliar o que foi agregado ao conhecimento
dos estudantes. Vale frisar que para elaboração do QF foram utilizadas metodologias diferenciadas, a fim de
tornar esse momento mais prazeroso e mais livre para explanação das ideias dos ouvintes. O primeiro ques-
tionamento se tratava de um ‘Caça Palavras’ tradicional, em que os discentes teriam que achar as palavras
correspondentes às respostas dos seis tópicos, os quais indagavam sobre os eventos que deram origem ao
universo e as estrelas, como e onde esses corpos celestes nascem, de quais elementos são constituídos ao
nascer, como os elementos químicos são produzidos no núcleo e a incapacidade do sol fundir elementos mais
pesados. 100% do alunado respondeu aos questionamentos de forma correta. O segundo questionamento
pedia para que os discentes redigissem um pequeno texto argumentativo sobre a Química do corpo humano,
relatando os pontos que foram abordados durante a palestra. Os resultados obtidos foram excelentes, 90%
do alunado conseguiu ligar todos os tópicos e apenas 10% deixou em branco. Observando esses resultados,
3º SIMPIF

é possível perceber que os temas em questão por se tratarem de algo pouco ou nunca abordado ao longo
da trajetória acadêmica dos discentes, é capaz de situar os estudantes sobre os processos químicos e físicos
que acontecem no universo e no seu corpo humano e, com isso, despertar o interesse dos discentes. Como
afirmam os Parâmetros Curriculares Nacionais + (PCN+):

Para que todo o processo de conhecimento possa fazer sentido para os jovens, é imprescindível que ele seja
instaurado por meio de um diálogo constante entre alunos e professores, mediado pelo conhecimento. E isso
somente será possível se estiverem sendo considerados objetos, coisas e fenômenos que façam parte do

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 92


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universo vivencial do aluno, seja próximo, como carros, lâmpadas ou televisões, seja parte de seu imaginário,
como viagens espaciais, naves, estrelas ou o Universo (BRASIL, 2002, p. 83).

Portanto, os dois temas foram trabalhados possuindo como assunto em comum os elementos químicos, e
como as reações entre eles dão origem as estrelas, que por sua vez, dão origem ao ser humano. Dessa forma,
o “Ciclo de Palestras” colaborou para formação de cidadãos críticos, para uma construção da aprendizagem
e para o desenvolvimento de profissionais mais capacitados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com base nos resultados, foi possível constatar a importância de metodologias
que facilitam e auxiliam na difusão do ensino de assuntos considerados mais complexos, que estão ligados às
competências e habilidades, nos quais não foram trabalhados de forma mais compreensiva ou até não desen-
volvidos anteriormente pelos indivíduos durante o Ensino Médio ou, até mesmo, no Ensino Superior.

Tal atividade possibilitou uma melhor visão e compreensão de temas ligados ao corpo humano e ao ciclo de
vida estelar, mostrando a inserção da Química em nossas vidas, trabalhando na construção do conhecimento.
Além disso, abordagens de temáticas como essas, facilita e estimula tanto a busca por mais assuntos refe-
rentes à área, quanto a criticidade dos discentes, facilitando assim, suas futuras ações para a melhora do
processo de ensino e aprendizagem.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Química, Interdisciplinaridade, Ciclo de Palestras.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Fundo Nacional de Desenvolvimento para a Educação (FNDE) pela bolsa
concedida e ao Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Campus João Pessoa.

Referências
ALMEIDA, E. C. S. et al. Contextualização do ensino de química: motivando alunos de ensino médio. XVI En-
contro Nacional de Ensino de Química (XVI ENEQ) e X Encontro de Educação Química da Bahia (X EDUQUI),
Salvador, BA, Brasil–17 a, v. 20, 2008.
BRASIL. MEC. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCNs+ Ensino Médio: orientações educacionais
complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 2002.
DIAS, C. A. C.M; SANTA RITA, J. R. Inserção da astronomia como disciplina curricular do ensino médio. Revista
Latino-americana de educação em astronomia, n. 6, p. 55-65, 2008.
MARTINS, H. H. T de S. Metodologia qualitativa de pesquisa. Educação e Pesquisa, v. 30, n. 2, p. 289-
300, maio/ago. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/%0D/ep/v30n2/v30n2a07.pdf. Acesso em:
25/08/2019.
SCHMIDT, M. L. S. Pesquisa participante: alteridade e comunidades interpretativas. Psicologia USP, 2006,
17 (2): 11 – 41. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-65642006000200002&script=-
sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 25/08/2019.
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Almir da Silva Santos


Alternativas de Aprendizagem para a
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Disciplina Transmissão e Distribuição de
Tecnologia da Paraíba Energia do Curso de Engenharia Elétrica
Franklin Martins Pereira Pamplona do IFPB
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. A disciplina Transmissão e Distribuição de Energia
Frederico Victor Scoralick Santiago Elétrica está incluída no núcleo de conteúdos profissionalizantes da
[email protected]
estrutura curricular do Curso de Engenharia Elétrica do IFPB, tendo
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba caráter optativo para os alunos da ênfase de habilitação em Eletro-
técnica.
Rubya de Souza Soares
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
A disciplina é lecionada a partir do sétimo período letivo do aconse-
Tecnologia da Paraíba lhamento curricular e versa sobre os assuntos diretamente relaciona-
dos ao projeto e operação de sistemas de transmissão e distribuição
de energia elétrica, tais como: conceitos e configurações dos sistemas
de transmissão e distribuição de energia elétrica, regulação de ten-
são, operação ótima de transmissão, cálculo de parâmetros de linhas,
transmissão em corrente alternada e corrente contínua, dentre outros.

A atividade docente, na disciplina em questão, tem provocado muitas inquietações no docente por ela respon-
sável, em razão, principalmente, das seguintes dificuldades continuamente evidenciadas:

a. conteúdo programático complexo e extenso, diante de reduzida carga horária (cinco tempos de aulas de
50 min semanais, destinados à parte teórica e prática), durante um único semestre letivo;

b. permanente desafio diante do contínuo surgimento de novas técnicas utilizadas na área da engenharia
elétrica;

c. baixa motivação dos alunos diante da metodologia rotineiramente empregada, que se resumia mais em
aulas expositivas, com projeções de transparências e uso do quadro de escrever e algumas poucas ativi-
dades práticas específicas.

Diversos trabalhos demonstram a importância e os benefícios da aprendizagem ativa e comprovam que as au-
las práticas estimulam os alunos em seu processo de ensino aprendizagem (DELATORE et al., 2012; ESTEVES
et al., 2015; VILLAS-BOAS & NETO, 2011).

Este trabalho tem por objetivo propor uma metodologia que reformule a aprendizagem na referida matéria, de
maneira a torná-la ativa e consiga otimizar o processo de aprendizado dos discentes, fornecendo aos mesmos
um melhor desenvolvimento de habilidades, competências e atitudes. Assim como incorporar os atuais para-
digmas educacionais e propostas para a educação superior, expressas na literatura atualizada e nas recentes
Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos Superiores de Engenharia (BRASIL, 2019). Através da implemen-
tação de conceitos como mapa conceitual, roteiros para aprendizado cognitivo e montagens práticas em labo-
ratório. Espera-se atingir os alunos de forma positiva, de maneira a melhorar o seu processo de aprendizagem.

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MATERIAIS E MÉTODOS. Por meio de reuniões semanais realizadas entre os meses de Maio e Junho, a equipe
responsável pelo projeto pôde definir com clareza quais seriam os objetivos a serem alcançados. Através de
revisão bibliográfica dos conteúdos da ementa da disciplina, da avaliação dos recursos disponíveis (equipa-
mentos) e da montagem prática de diversos experimentos utilizando a bancada didática, foi possível traçar as
atividades possíveis de serem realizadas durante o semestre letivo com a turma.

Em seguida, foi desenvolvido um mapa conceitual com o intuito de identificar quais as competências, habilida-
des e atitudes necessárias a serem desenvolvidas pelos alunos. Após o desenvolvimento do mapa conceitual,
que direcionou as abordagens e os temas necessários, os professores e alunos se dedicaram à criação de pro-
postas de roteiros para o desenvolvimento de projetos correlacionados com a disciplina em questão, por meio
das atividades de montagem das bancadas e da própria montagem dos módulos didáticos disponíveis. Esses
roteiros tem por objetivo informar aos alunos quais são os procedimentos necessários para que as montagens
práticas funcionem, e também o que se espera como resultado de cada uma dessas atividades.

De posse dos roteiros, algumas montagens práticas iniciais foram executadas na bancada didática, com a
participação dos membros do projeto, de maneira que todos adquirissem experiência e habilidade com os
componentes e equipamentos, de modo que todos tenham capacidade de auxiliar os alunos no momento das
aulas. Como plataformas experimentais para implementação dos ensaios foram utilizadas as bancadas Smart
Grid De Lorenzo® e a Smart Grid Lucas Nülle®, disponíveis no LABSEP do IFPB Campus João Pessoa.

As bancadas de simulação Smart Grid são compostas por diversos módulos de simulação de componen-
tes típicos de sistemas elétricos de potência, tais como geradores, transformadores, linhas de transmissão,
medidores, cargas elétricas, relés, disjuntores, dentre outros. Essas plataformas permitem simular diversas
configurações de sistemas elétricos de potência, desde a geração (utilizando máquinas que simulam o com-
portamento de geração hidrelétrica ou eólica), etapas de transformação de nível de tensão (subestações
elevadoras ou abaixadoras), transmissão da energia por meio de linhas médias e longas, até a alimentação
de cargas resistivas, indutivas e capacitivas. Para avaliar os parâmetros elétricos e o comportamento de cada
um desses módulos, foram utilizados os sistemas supervisórios SCADA de cada uma das bancadas. Após as
montagens de experiências elementares, as quais comprovaram a eficiência de todos os equipamentos, foram
elaborados experimentos mais complexos e que abrangessem boa parte das teorias abordadas na disciplina
de Distribuição e Transmissão. Dessa maneira, foi possível proporcionar aos alunos a visualização de um sis-
tema elétrico, de modo que eles pudessem realizar a montagem e observar todos os parâmetros e comporta-
mentos de interesse da disciplina.

RESULTADOS. Fundamentado pelas análises teóricas contidas na literatura, obteve-se toda estrutura de apoio
para analisar e reformular a ementa da disciplina, de maneira a adequá-la com a metodologia proposta. Com
o auxílio de um mapa conceitual, foi possível organizar os tópicos principais de cada assunto da disciplina, de
maneira a garantir que o cronograma de assuntos fosse disposto com a melhor configuração.
3º SIMPIF

A etapa seguinte consistiu na criação de roteiros para a realização de práticas em laboratório, de acordo com
os assuntos abordados no mapa conceitual. Para a conclusão desses roteiros, foram efetuados diversos testes
e ajustes nas bancadas didáticas do laboratório e no software SCADA presente nas mesmas.

Experimentos práticos foram realizados com a turma da disciplina de Distribuição e Transmissão de Energia
Elétrica, em que todos os alunos utilizaram as bancadas didáticas e os roteiros elaborados. As práticas têm

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sido efetuadas em paralelo com o assunto abordado em aula, de maneira a proporcionar ao aluno uma melhor
compreensão e aplicação da teoria.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Tendo em vista os argumentos apresentados, conclui-se que a pesquisa apresenta
resultados satisfatórios. O mapa conceitual e os roteiros de desenvolvimento de projetos, além do excelente
laboratório disponível, garantiram uma boa elaboração das experiências práticas, de maneira que impactaram
e agregaram na formação técnica dos alunos.

Até a presente etapa do projeto se comprovou que a utilização de recursos didáticos das bancadas e dos
roteiros elaborados, puderam incentivar e cativar os alunos de forma satisfatória. Além disso, foi observado
que essa nova estrutura de ensino proporcionou uma maior demanda de alunos na disciplina, aliada a um
índice nulo de desistências até o presente momento. Ao final do projeto será realizada uma avaliação com
os alunos que passaram pela metodologia proposta, a fim de comprovar se o aprendizado foi alcançado da
maneira esperada. Com a utilização dos métodos de aprendizagem ativa se espera comprovar que as técnicas
desenvolvidas nesse projeto garantiram uma melhoria significativa na metodologia de ensino da disciplina de
Distribuição e Transmissão de Energia Elétrica.

PALAVRAS-CHAVE: Distribuição. Transmissão. Aprendizagem. Metodologias ativas.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia.
Publicado no Diário Oficial da União de 23/04/2019.
DELATORE, F.; TRESSINO, A.; LEONARDI, F. Técnicas de Ensino para Projeto de Sistemas de Controle Meca-
trônicos Baseados no Conceito de Aprendizagem Ativa. In: XL Congresso Brasileiro de Educação em Enge-
nharia, Belém/PA, 2012.
ESTEVES, M.A.S. et al. Reestruturação da Disciplina Introdução à Engenharia na Faculdade de Engenharia
de Resende: Uma proposta com base nas Metodologias Ativas de Aprendizagem. In Anais do XII SEGeT. 28 a
30 de Outubro de 2015.
VILLAS-BOAS, V.; NETO, O. M. Aprendizagem Ativa na Educação em Engenharia. In: XXXIX Congresso Brasi-
leiro de Educação em Engenharia, Sessão Dirigida, Blumenau/SC, 2011.

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EDUCAÇÃO E ENSINO

Eloiza Barbosa Silva


Análise dos hábitos leitores dos alunos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de Agroecologia do Instituto Federal da
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí Paraíba - Campus Picuí.
Débora Helen da Silva Dantas
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí
INTRODUÇÃO. Os estudantes dos Institutos Federais (IF’s) obtêm
Weber Firmino Alves resultados mais eficientes em exames seletivos e destacam-se na
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e participação em diversos eventos e atividades de caráter nacional e
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí
internacional, a exemplo do ranking do ENEM 2018, em que os estu-
dantes do IFPB - Campus Picuí obtiveram a média 568, enquanto os
alunos de escolas públicas da mesma cidade lograram médias meno-
res: a Escola Estadual Felipe Tiago Gomes obteve uma média de 459;
a Escola Cidadã Integral Professor Lordão obteve uma média de 516.
Diante disso, o trabalho proposto nesta pesquisa pretende comparar
um grupo de estudantes do IFPB com resultados nacionais relaciona-
dos à leitura.

A presente pesquisa é a terceira fase de um projeto maior que preten-


de investigar o perfil do leitor de todos os estudantes do IFPB, Campus Picuí. A primeira etapa foi realizada
entre os anos de 2016 e 2017, focando, respectivamente, os alunos dos cursos técnicos integrados ao ensino
médio e os cursos técnicos subsequentes ao ensino médio. Esta etapa atual analisou os estudantes do Curso
Superior em Agroecologia. Nesse contexto, a presente pesquisa tem o objetivo central de investigar o perfil
do leitor dos alunos do Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia do referido campus do IFPB, medindo
a intensidade, forma, motivação e limitações do comportamento leitor deste público. Ainda visa entender as
prováveis causas da falta de leitura entre o público não leitor, identificar problemas nos indicadores de leitura
dos estudantes do curso e conhecer os principais canais de acesso aos livros por parte dos alunos.

Desde sua primeira fase, a pesquisa tem como parâmetro a investigação nacional quadrienal realizada pelo
Instituto Pró-Livro, através da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, cujos resultados são tomados como
referência para comparar com o perfil local, com vistas a conhecer o público leitor e não leitor, conforme ca-
tegorização do referido instituto que tem autoridade na investigação do sociedade brasileira, no que tange à
leitura. Além disso, a pesquisa foi desenvolvida com uma reflexão a partir da contribuição de diversos estudio-
sos que consideram a leitura como um elemento essencial no processo de desenvolvimento cognitivo humano
e na construção de uma sociedade letrada. Ressalta-se a necessidade desse trabalho, uma vez que no ensino
superior a leitura é de suma importância para o desenvolvimento de cada estudante e, de acordo com Santos
(2006), neste nível, ela é imprescindível para a sólida formação acadêmica dos alunos.

Dentre os pesquisadores estudados estão: Failla, que trouxe grande contribuição para o projeto, por meio
da pesquisa “Retratos da leitura no Brasil; Leahy-Dios, com seu livro “A educação literária de jovens leitores:
motivos e desmotivos”; Lajolo e Zilberman, com “A formação da leitura no Brasil”; Zilberman, por meio do
livro ”A Leitura no Brasil: Sua História e Suas Instituições”. Entre outros grandes autores que foram de grande
importância para a pesquisa. 

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 97


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa é de natureza quantitativa, visto que analisa dados objetivos coletados
através de entrevista. Porém, possui também um viés qualitativo, pois correlaciona dados objetivos, com-
parando com respostas subjetivas oferecidas pelos estudantes do curso de agroecologia. O curso Superior
de Agroecologia possui um universo de 132 alunos, dos quais obteve-se uma amostra de 52 entrevistados,
representando 39,4% da população total. O trabalho seguiu as seguintes etapas:

●   Adaptação de questionário:

O questionário utilizado na edição anterior da pesquisa foi adaptado à realidade do público atual. Deste modo,
o questionário teve 40 perguntas, as quais foram registradas num formulário online do google.forms, conten-
do 10 perguntas subjetivas (abertas) e 30 objetivas (de única ou múltipla escolha).

●   Coleta de dados:

A participação da pesquisa ocorreu de forma livre e voluntária. Os entrevistados assinaram o Termo de Con-
sentimento Livre e Esclarecido e, no caso dos estudantes de menor idade, os pais tiveram de assinar o do-
cumento. A amostragem foi obtida de forma aleatória entre as turmas do curso, o que explica um percentual
diferente de participação de entrevistados entre as turmas, uma vez que somente os alunos que se prontifica-
ram a responder foram levados aos laboratórios de informática. As turmas foram conduzidas separadamente
aos laboratórios, sob a supervisão dos pesquisadores, respondendo ao questionário em aproximadamente 30
minutos. Em seguida, os dados foram extraídos automaticamente numa planilha do programa Microsoft Excel
2016. 

●   Interpretação dos Dados:

A partir dos dados catalogados na planilha do Microsoft Excel, foram produzidos gráficos para interpretação
do fenômeno leitor nos referidos cursos. 

RESULTADOS. De acordo com a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, entende-se que “leitor é aquele que
leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últimos 3 meses” e “não leitor é aquele que declarou não
ter lido nenhum livro nos últimos três meses, mesmo que tenha lido nos últimos 12 meses”. Com base nos
resultados, observou-se que 94,3% dos alunos são considerados leitores e 5,7% não leitores. Quanto aos
livros inteiros que foram lidos nos últimos três meses, obteve-se os seguinte dados: 36,53% dos alunos leram
pelo menos 1 livro; 25% leu 2 livros; 13,46% leu três livros; 3,86% leram quatro livros nos últimos três meses;
15,38% dos alunos leram 5 ou mais livros; e 5,77% dos alunos não leram livros. Com relação ao quesito “Gos-
taria de ter lido nos últimos três meses”, 94% dos alunos respondeu “sim” e 6% dos alunos respondeu “não”,
o que demonstra um certo interesse em ler mais futuramente. Os alunos que responderam positivamente
apontaram as suas razões para não terem lido mais livros durante os últimos 3 meses, conforme segue: 38,8%
dos alunos afirmaram que não leram mais por falta de tempo; 49% afirmaram que as ocupações escolares e
da Instituição Federal os sobrecarregavam; 8,14% alunos afirmaram que preferem outras atividades; 2,03%
3º SIMPIF

afirmaram que se sentia muito cansado para ler; e 2,03% afirmaram não ter paciência para ler. 

A principal razão para leitura foi mensurada pela pergunta: “Qual a principal razão para você ler?”. Diante dis-
so, 40,38% afirmou que lê devido às exigências escolares ou da faculdade, 23,08% alegou que lê por motivos
de atualização cultural, 9,60% alegam que gostam; 7,70% por crescimento pessoal, 7,70% por distração,
7,70% por outros motivo, 1,92% por motivos religiosos, 1,92% não sabe. Também foi constatado, a partir

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dos dados coletados, que o livro “Sejamos Todos Feministas”, da autora Chimamanda Ngozi teve uma resposta
recorrente, tendo sido lido por 16,6% dos respondentes, sendo então, o mais lido nos últimos três meses. 

Na pergunta “Com que frequência você lê livros de literatura por vontade própria, como contos, romances
ou poesias?”, foram obtidas as seguintes respostas: 50% lê menos de uma vez por mês; 31% não lê; 13%
lê pelo menos uma vez na semana; 4% lê todos os dias ou quase todos os dias; 2% lê pelo menos uma vez
na semana. No quesito que abordava a frequência em que os alunos liam livros técnicos ou livros de trabalho
que acrescentariam na formação profissional, foram levantadas as seguintes respostas, provando que esses
estudantes são adeptos da leitura técnica, própria do curso que frequentam: 35% lê pelo menos uma vez na
semana; 27% lê pelo menos uma vez por mês; 19% lê menos que uma vez no mês; 15% lê todos os dias ou
quase todos os dias; enquanto que, na contramão, 4% não quer lê. 

Dezenas de outros dados foram coletados na pesquisa, mas, em função da limitação de páginas do resumo,
não foi possível apresentá-los.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise da relação dos
alunos de Agroecologia do Campus Picuí com a leitura e, a partir disso, permitiu aos pesquisadores traçar um
perfil do comportamento leitor dos discentes do curso objeto da análise. Além disso, também permitiu uma
pesquisa feita minuciosamente com gráficos para obter dados mais consistentes sobre os hábitos leitores
dos alunos e contribui altamente para o entendimento do público-alvo que, de acordo com o conceito de do
Instituto Pró-Livro são, em sua maioria, leitores. A referida pesquisa tem uma importância significativa para a
instituição e os discentes e até mesmo para a comunidade, pois contribuiu para a compreensão do perfil do
alunado do curso Superior em Agroecologia, servindo de extrema relevância para o trabalho do corpo docente
da instituição, bem como para a equipe técnico pedagógica, no sentido de apontar dificuldades e propostas
no acompanhamento dos discentes.

PALAVRAS-CHAVE: Leitura. Agroecologia. Pesquisa. Estudantes. Livros.

AGRADECIMENTOS: A Deus, pelo amor grandioso que tem por nós. As nossas famílias pelo apoio e por serem
exemplos. Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí e toda a equipe,
por nos acolher e acrescentar em nossa formação pessoal e profissional. Ao CNPq, por financiar a bolsa que
possibilitou a execução da pesquisa. A nosso orientador, Prof. Weber Firmino Alves, por nos guiar na iniciação
científica. Aos nossos amigos, por todo apoio e torcida; por fim, agradecemos uma a outra, pela parceria e
união em todo o processo.

Agradecemos!

Referências
Ranking Enem, 2018. Disponível em : <https://www.elitecampinas.com.br/vestibulares/enem/ranking/index.
asp> Acesso em: 29 de Agosto de 2019.
3º SIMPIF

Retratos da Leitura no Brasil 4. São Paulo: Instituto Pró-Livro, 2016. Disponível em: <http://prolivro.org.
br/home/images/2016/Pesquisa_Retratos_da_Leitura_no_Brasil_-_2015.pdf> Acesso em: 29 de Agosto de
2019.
SANTOS, Silmara de Jesus Bignardi dos. A importância da leitura no Ensino Superior. Revista de Educação.
v. 9, n.9, p. 77-83, 2006.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Leandro José Santos


Análise dos PPC’s do curso técnico em
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
contabilidade do IFPB - Campus João
Tecnologia da Paraíba Pessoa
Josali do Amaral
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. No contexto de sua criação, os Institutos Federais de
Pedro Henrique de Lima Lourenço Educação Ciência e Tecnologia (IF’s) apontavam para um novo tipo
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e de instituição, identificada e pactuada com um novo projeto de so-
Tecnologia da Paraíba
ciedade. Um projeto que entende a “educação como compromisso
de transformação e de enriquecimento de conhecimentos objetivos
capazes de modificar a vida social e de atribuir-lhe maior sentido e
alcance no conjunto da experiência humana, proposta incompatível
com uma visão conservadora de sociedade” (PACHECO, 2012, p. 4).

A Lei de criação dos IF’s atribui à Rede Federal de Educação Profissio-


nal, Científica e Tecnológica papel de articuladora de princípios que
convergem para a emergência de uma concepção de educação sinto-
nizada com os valores universais, daí a importância de assegurar, nos
Institutos Federais, o lugar da arte e da cultura.

No contexto do Instituto Federal Paraíba, esse debate se torna ainda mais complexo. Pois, ao deixar a alcunha
de Escola Técnica e assumir o status de Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, o IFPB assume
uma responsabilidade ainda maior no processo educacional: ele deixa de ser um espaço de reprodução de
conteúdos com finalidade imediatamente prática para se tornar um lócus de saber, um lugar de produção de
ciência e tecnologia, efetivadas através da indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Como um lugar de ciência e tecnologia, o IFPB precisa recusar orientações pedagógicas pautadas no conheci-
mento exclusivamente tecnicista. Devendo assentar as suas bases também na reflexão e no pensamento analítico.

Em virtude disso, o IF não deve ser visto nem pensado como simples formador de força de trabalho, ele deve
estar visceralmente ligado às pedagogias que consigam conciliar a preparação para o trabalho e a formação
cultural de seus alunos.

A partir dos elementos postos acima, este projeto se propôs analisar como os preceitos da educação humanís-
tica, baseada na conjugação de conhecimentos científicos, técnicos e tecnológicos, se conectam com as pos-
turas pedagógicas mais amplas, preocupadas com o ensino de qualidade e com a formação integral e como
esses elementos se articulam de modo a promover a conciliação entre a educação profissional e a formação
cultural dos estudantes.

Especificamente, este projeto pretendeu verificar como os alunos dos cursos técnicos integrados compreen-
dem o papel da educação profissional e tecnológica e como se apropriam dessa compreensão para o fortale-
cimento e desenvolvimento de suas práticas de cidadania. Devido a extensão e complexidade de uma pesquisa
como esta envolvendo todos os campi e cursos do IFPB, optou-se realizar um recorte. Assim as discussões
aqui realizadas ocorreram através da análise comparativa dos Projetos Pedagógicos do Curso Técnico Integra-
do ao Ensino Médio em Contabilidade do Instituto Federal da Paraíba - Campus João Pessoa.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 100


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Escolhemos o Curso de Contabilidade por três razões: em primeiro lugar porque uma análise mais ampla,
envolvendo uma quantidade maior de cursos demandaria muito tempo e uma equipe de trabalho maior. Em
segundo lugar, porque o Curso Técnico em Contabilidade é relativamente novo e, em virtude disso, acredita-se
nele não haver “certos vícios” que, eventualmente, possam ser encontrados noutros cursos mais antigos da
instituição. A terceira razão, relacionada a esta última, tem a ver com a recente alteração na estrutura do cur-
so, que deixou de ser ofertado em 8 semestres para ter uma duração de 6 semestres.

MATERIAIS E MÉTODOS. O trabalho de campo pautou-se na análise documental e na aplicação de questio-


nários junto aos alunos do curso, o que o integra como uma pesquisa qualitativa e quantitativa combinada a
uma análise documental.

Durante a análise documental, atenção especial deu-se à Lei Federal 11.892/2008, que institui a Rede Federal
de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e cria os IF’s; Resolução 246, de dezembro de 2015, que
dispõe sobre o Estatuto do Instituto Federal da Paraíba; e aos PPC’s relativos ao Curso Técnico em questão.
Nessa fase da pesquisa, procedeu-se uma análise comparativa dos dois Projetos Pedagógicos do Curso Técni-
co em Contabilidade Integrado ao Médio do Campus João Pessoa.

Além da análise documental, a pesquisa utilizou a aplicação de dois questionários junto aos alunos regulares
do Curso de Contabilidade do Campus João Pessoa. As questões foram elaboradas a partir dos elementos
encontrados no primeiro Projeto Pedagógico do Curso em questão. Os questionários foram apresentados a
todos os estudantes do Curso Técnico em Contabilidade.

RESULTADOS. A análise dos PPC’s do Curso Técnico em Contabilidade do IFPB-Campus João Pessoa permitiu
verificar certa “evolução” dos conceitos relativos à inclusão social, aos direitos humanos e à diversidade nos
documentos norteadores do curso. Entre os dois PPC’s do curso, percebeu-se uma preocupação em pautar
não somente o perfil técnico do egresso, mas a inclusão de temas relativos à promoção da cidadania e a va-
lorização do estudante como agente de transformação social, conforme assegura a Lei de criação dos IF ‘s e
os documentos da instituição.

Mas, apesar de os PPC’s do curso terem apresentado uma evolução conceitual, na prática, os estudantes os
estudantes do curso técnico em contabilidade sentem que a instituição não os prepara para transformar o
lugar onde vivem. Através dos dados do obtidos com a aplicação do questionário, percebeu-se que, mesmo
adotando elementos de uma educação integral em seu PPC, o Curso Técnico em Contabilidade não propicia
aos alunos a competência de serem agentes de transformação social.

Os resultados de pesquisa indicam que há um distanciamento entre a concepção do curso, proposta pelos
documentos oficiais do Instituto e a realidade vivida pelos estudantes. Isso fica claro quando se analisa o grau
de satisfação e nível de preparo oferecido pela instituição. Nesse quesito, a média geral das turmas foi de ≅
6,38 pontos (numa escala de 0-10).
3º SIMPIF

Entretanto, um ponto mais preocupante foi quando perguntamos se os alunos concordavam se a proposta
pedagógica do Curso Técnico em Contabilidade Integrado ao Ensino Médio, do IFPB – Campus João Pessoa,
valoriza a participação de seus alunos no processo de transformação do lugar onde vivem e atuam. Nessa
questão, a nota geral obtida foi de ≅ 5,02. Isso revela um cenário preocupante, tendo em vista que a pers-
pectiva de transformação do lugar onde se vive e atua é um dos objetivos principais do IFPB. Os resultados
obtidos com este item evidenciam a deficiência do curso em prover tais instrumentos de emancipação.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 101


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EDUCAÇÃO E ENSINO

Tomando como base as respostas obtidas, a pesquisa identificou que há uma diminuição considerável da ex-
pectativa dos alunos com o seu futuro profissional. A tabulação dos dados revela que, conforme o aluno avan-
ça do primeiro ao último ano do curso, diminui a sua percepção de que o Curso poderá capacitá-lo transformar
o lugar em que vive. Dessa “perda de esperança”, percebe-se certo distanciamento do IFPB-Campus João
Pessoa, representado aqui pelo Curso Técnico em Contabilidade Integrado ao Médio, para atingir os preceitos
da educação integral, aqui entendida com o sentido de completude, de compreensão das partes no seu todo
ou da unidade no diverso, o que implica tratar a educação como uma totalidade social, isto é, nas múltiplas
mediações históricas que concretizam os processos educativos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A pesquisa mostrou que para a realização de uma educação integral e integrada,
não basta o registro dessas ideias nos planos pedagógicos dos cursos, é preciso que a ideia de integração se
torne parte inseparável dos cursos e da própria instituição escolar. Nos Institutos Federais, isso significa aco-
lher a categoria trabalho como princípio educativo, no sentido, inclusive, de superação da dicotomia trabalho
manual versus trabalho intelectual, e de incorporar a dimensão intelectual ao trabalho produtivo, de formar
trabalhadores capazes de atuar como dirigentes e cidadãos.

Durante a pesquisa, verificou-se também certa “evolução” dos conceitos relativos à inclusão social, aos di-
reitos humanos e à diversidade nos documentos norteadores do curso. Entre os PPC’s do curso, percebeu-se
uma preocupação em pautar não somente o perfil técnico do egresso, mas a inclusão de temas relativos à pro-
moção da cidadania e a valorização do estudante como agente de transformação social, conforme assegura a
Lei de criação dos IF ‘s e os documentos da instituição.

Apesar de os PPC’s do curso terem apresentado uma evolução conceitual, na prática, os estudantes do Curso
Técnico em Contabilidade sentem que a instituição não os prepara para transformar o lugar onde vivem. A
pesquisa indica que há um distanciamento entre a concepção do curso, proposta pelos documentos oficiais
do Instituto e a realidade vivida pelos estudantes.

PALAVRAS-CHAVE: Educação Integral. Curso Técnico em Contabilidade. Projeto Pedagógico de Curso. IFPB.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB e ao CNPq pela concessão de bolsa de pesquisa de iniciação cien-
tífica (Ensino Médio), que permitiu o desenvolvimento da pesquisa.

Referências
PACHECO, E. Os Institutos Federais: uma revolução na educação profissional e tecnológica. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/insti_evolucao.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2012.
BRASIL. Lei nº. 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Cien-
tífica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Seção 1, p. 1, 30/12/2008.
IFPB. Plano de curso: técnico em contabilidade – integrado. João Pessoa, IFPB, 2018.
IFPB. Plano de Curso: Técnico em Contabilidade Integrado ao Ensino Médio. João Pessoa, IFPB, 2011.
3º SIMPIF

APPLE, Michael, W. Educação e poder. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.


GENTILI, P. Neoliberalismo e educação: manual do usuário. Disponível em: <http://firgoa.usc.es/drupal/
node/3036>. Acesso em: 03 jun. 2012.
GIROUX, H. Professores como intelectuais transformadores. Disponível em: <http://www.serprofessoruni-
versitario.pro.br/m%C3%B3dulos/capacita%C3%A7%C3%A3o-de-professores/professores-como-intelec-
tuais-transformadores>. Acesso em: 03 jun. 2012.
LIMA JUNIOR, Luiz Pereira. Sociedade de controle, educação e currículo. In, PEREIRA, Maria Zuleide Costa. et
all. Diferenças nas políticas de currículo. João Pessoa: UFPB, 2010, p. 341-359.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 102


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Igor Kleyton Souza de Pontes


Análise e identificação de coleópteros
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
do Parque Natural Municipal de
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo Cabedelo para construção de coleções
Maria Eduarda Santos de Souza biológicas didáticas
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo
INTRODUÇÃO. O Parque Natural Municipal de Cabedelo (PNMC) é um
Dr. Thiago Leite de Melo Ruffo fragmento de restinga, fitofisionomia encontrada na Mata Atlântica.
[email protected]
Este bioma possui a segunda maior biodiversidade em âmbito na-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo cional e distingue-se dos outros por ser extremamente heterogêneo,
apresentando zonas climáticas e formações vegetais diversificadas
Msc. Jefferson de Barros Batista
[email protected] (SANTOS, 2010). Dentre os animais encontrados na Mata Atlântica,
Instituto Federal de Educação, Ciência e os artrópodes são aqueles que representam 85% de todas as espé-
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo
cies descritas, apresentando alta abundância e diversidade (BRUSCA
& BRUSCA, 2002). Uma importante classe de artrópodes são os inse-
tos. “O estudo dos insetos faz parte do conteúdo abordado em diver-
sas disciplinas presentes na matriz curricular do ensino fundamen-
tal, médio e cursos superiores (SANTOS; SOUTO, 2011).”. Os autores
apontam ainda que, além de se estudar sua importância ecológica, a
utilização de insetos em aulas pode diminuir ideias repulsivas a seu respeito. Dentre os insetos, a ordem dos
coleópteros (besouros, escaravelhos, joaninhas etc.) apresenta alta biodiversidade no reino animal e ocupam
quase todos os nichos ecológicos dentro do ecossistema de armazenamento (PEREIRA; ALMEIDA, 2001).
Além disso, possuem grande importância ecológica, podendo ser vetores de doenças, predadores, pragas etc.
(PEREIRA; ALMEIDA, 2001 apud HAINES, 1991). Tendo em vista a importância desses animais, sua presença
no nosso cotidiano e a sua abordagem em sala de aula, faz-se necessário explicar o porquê da elaboração de
coleções biológicas didáticas para o ensino de Ciências e Biologia. A tendência pedagógica tradicional ainda
é realidade na maioria das escolas de educação básica. Embora seja necessária em alguns momentos, o seu
uso prolongado pode trazer problemas na aprendizagem. Ferreira et al. (2013) diz que o uso dessas estraté-
gias pode acarretar problemas na aprendizagem dos alunos devido à dificuldade de encontrar significado nas
aulas que os menos são obrigados a frequentar todos os dias. Vasconcellos (2001) explica que a significação
está relacionada ao processo de construção de sentido e que esse sentido se dá a partir do conhecimento das
relações que aquele objeto de estudo estabelece, ou seja, entender que o conteúdo estudado está relacionado
com diversas áreas do conhecimento. Portanto, o professor precisa trabalhar com metodologias diferencia-
das, proporcionando aulas que agucem o interesse e a curiosidade dos alunos, haja vista que os processos
de ensino aprendizagem têm de ser dinâmicos e multidirecionais (FERREIRA et al., 2013). A Base Nacional
Comum Curricular (2018), em seu tópico sobre competências gerais da educação básica para o ensino de
ciências, afirma que é fundamental que seja exercitado a curiosidade intelectual, a investigação, reflexão,
análise crítica etc., a fim de formular e solucionar problemas com o conhecimento das diversas áreas do co-
nhecimento. Um dos diversos modos de sair do tradicionalismo nas aulas de Ciências e Biologia é trabalhar
com coleções biológicas didáticas. “As coleções científicas constituem, de fato, uma fonte crucial de informa-
ção para todos os que, por sua atividade, têm contato com seres vivos (ZAHER; YOUNG, 2003).” Além disso,
são materiais de baixo custo e que têm a potencialidade de tornarem as aulas mais atraentes e motivadoras
(SANTOS; SOUTO, 2011). As coleções biológicas constituem uma importante fonte de informações sobre a

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 103


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composição, distribuição espacial e temporal da biodiversidade de uma região, além de representarem uma
excelente ferramenta didática que visa diminuir a distância didática entre o teórico e o prático para o ensino
prático das ciências biológicas (Brandão, 1998). Logo, este trabalho objetiva identificar coleópteros, até o me-
nor nível taxonômico possível, encontrados no PNMC, com o intuito de melhorar a coleção biológica didática
do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, além de poder servir de material de apoio para professores
em suas aulas e alunos em seus estudos.

MATERIAIS E MÉTODOS. O estudo foi realizado no PNMC, Cabedelo – PB. Ao todo foram realizadas três coletas
no decorrer de um ano (2016 – 2017). Os pontos de coleta foram escolhidos de forma aleatória, abrangendo
áreas de mata fechada e áreas de mata aberta. A coleta foi feita utilizando os métodos de quadrante – um
quadrado com área de 2m², onde toda o conteúdo contido naquela área foi recolhido e levado para o labo-
ratório – e o método de pitfall, que consiste em colocar uma garrafa enterrada, com a abertura no nível do
solo, para que, ao passar por ali, os artrópodes caiam dentro. O material coletado foi triado no laboratório de
Biologia do Instituto Federal da Paraíba, campus Cabedelo. Depois da separação, todos os artrópodes foram
armazenados em potes de vidro com tampa de rosca, contendo formol a 4%. Posteriormente, os coleópteros
foram triados e identificados, seguindo chaves taxonômicas (PEREIRA; ALMEIDA, 2001; SOUZA, 2007), até o
menor nível taxonômico possível.

RESULTADOS. Foram encontradas cinco famílias (menor nível taxonômico identificado) de coleópteros, sendo
elas Chrysomelidae, Curculionidae, Elateridae, Scarabaeidae e Tenebrionidae. As mais abundantes foram a
dos escaravelhos (Scarabaeidae) e dos tenebrionídeos (Tenebrionidae) com 24 e 31 espécimes, respectiva-
mente. Os escaravelhos têm alta importância ecológica, pois atuam no ciclo de decomposição da matéria or-
gânica e os tenebrionídeos, em sua maioria, são tidos como pragas de grãos e são popularmente conhecidos
como besouros de farinha.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O presente trabalho foi de grande importância para os discentes participantes, pois
os mesmos se encontram debruçados na identificação de invertebrados, bem como na construção e aperfei-
çoamento das coleções didáticas, que poderão servir como base para futuras pesquisas e como materiais di-
dáticos. Além disso, mostra o quanto o Parque Natural Municipal de Cabedelo apresenta uma artropodofauna
rica, ressaltando a importância para sua preservação.

PALAVRAS-CHAVE: Coleções didáticas. Coleópteras. Artrópodes. Invertebrados. Entomologia. Mata Atlântica.


PNMC.

AGRADECIMENTOS: ao Instituto Federal da Paraíba campus Cabedelo, por ter nos proporcionado tamanha
experiência, e aos professores orientadores envolvidos, pelo apoio e dedicação.

Referências
BRANDÃO, C.R.F.; KURY, A.; MAGALHÃES, C.; MIELKE, O. 1998. Coleções Zoológicas do Brasil.
3º SIMPIF

BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/12/BNCC_19dez2018_site.pdf. Acesso
em: 01 jul. 2019.
BRUSCA, R., BRUSCA, G. Invertebrates. 2. ed. Massachusetts, Sinauer Associates, 2002.
FERREIRA, Gram; LIMA, M.M. da C.; JESUS, R.S. de. Paródias como estratégia no ensino de biologia com inter-
mediação tecnológica. Salvador: EMITEC/SEC, 2013.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

PEREIRA, Paulo Roberto Valle da Silva; ALMEIDA, Lúcia Massutti de. Chaves para a identificação dos principais
Coleoptera (Insecta) associados com produtos armazenados. Revista Brasileira de Zoologia, v. 18, n. 1, p.
271-283, 2001.
SANTOS, Danielle Caroline de Jesus; SOUTO, Leandro de Sousa. Coleção entomológica como ferramenta faci-
litadora para a aprendizagem de Ciências no ensino fundamental. Scientia Plena, v. 7, n. 5, 2011.
SANTOS, R. C. M. Mata Atlântica: Características, Biodiversidade e a História de um dos Biomas de Maior
Prioridade para Preservação e Conservação de seus Ecossistemas. Tese (Doutorado) – Curso de Ciências
Biológicas, Centro Universitário Metodista – IzabelaEndrix, Belo Horizonte. 2010.
SOUZA, Brígida. Chaves para algumas ordens e famílias de Insecta. Minas Gerais: Universidade Federal de
Lavras–Campus Lavras, 2007. Disponível em: http://www.den.ufla.br/attachments/article/70/apostila_
GET101_completa.pdf. Acesso em: 20 jun. 2019
Vasconcellos, Celso dos Santos. Para onde vai o Professor? Resgate do Professor como Sujeito de Transforma-
ção. 8. ed. São Paulo: Libertad, 2001. (Coleção Subsídios Pedagógicos do Libertad; v. 1). 205 p.
ZAHER, Hussam; YOUNG, Paulo S. As coleções zoológicas brasileiras: panorama e desafios. Ciência e Cultura,
v. 55, n. 3, p. 24-26, 2003.

3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 105


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Maria Gracilene Marques Pereira


Aprendendo matemática pelo método
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
criativo MAKER
Tecnologia da Paraíba – Campus Areia

Geane dos Santos Ferreira


Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Areia

Fabiana Balbino dos Santos Gadelha INTRODUÇÃO. É inegável a importância da Matemática para a vida
Instituto Federal de Educação, Ciência e
humana; suas regras, fórmulas e formas geométricas fazem parte
Tecnologia da Paraíba – Campus Areia
do nosso cotidiano. Quanto mais a conhecemos, percebemos sua
extrema relevância para as mais diversas atividades exercidas pela
sociedade. O que não é diferente para os alunos do curso de Restau-
rante e Bar do IFPB, Campus em implantação, na cidade de Areia. O
problema é que o ensino da matemática esteve por muito tempo vin-
culado a simples memorização destas regras, fórmulas e formas da
geometria, o que tornava a aprendizagem cansativa, desmotivadora
para boa parte dos alunos. No curso de Restaurante e Bar do IFPB –
Areia, matemática é uma disciplina pouco apreciada por mais de 40%
dos alunos, dada a deficiência básica no aprendizado, mesmo o curso
sendo técnico subsequente, o que exige o segundo grau completo,
observamos que vários alunos passaram muito tempo longe da escola dificultando, ainda mais o ritmo do
aprendizado da disciplina. Diante da dificuldade de apreensão do conteúdo por quase 50% da turma, surge a
busca por uma metodologia que use a matemática no cotidiano e nas habilidades e competências do mundo
do trabalho, pois percebemos que não basta, apenas, aplicar os conceitos matemáticos. A situação exige a
busca de novas formas metodológicas para que o aluno tenha a oportunidade, não só de compreender a
matemática como elemento indispensável em sua vida, precisa, também, aplicá-la e vivenciá-la de forma pra-
zerosa e criativa; pois nos deparamos muitas vezes com tal questionamento dos alunos: “o que esse conteúdo
vai de fato agregar para minha vida?” Para tal problema resolvemos adotar os fundamentos da aprendizagem
MAKER! Desenvolvê-la ao longo dos semestres 2019.2 e 2020.1. A proposta é: aprender fazendo, pôr a mão na
massa! Este é o princípio do chamado movimento MAKER! Aplicar uma aprendizagem criativa, vivenciada, que
possa ser reproduzida e vista na vida real, concreta, cotidiana do mundo do trabalho. Acreditando na afirma-
ção de Dewey, “toda experiência vive e se perpetua nas experiências que a sucedem” (2010, p. 29). A partir
desta prática pedagógica vivenciada, os alunos podem melhorar seus desempenhos nas aulas de matemática,
desenvolvendo não só o raciocínio lógico, irão, também, desenvolver habilidades motoras, cognitivas e sócio-
-afetivas, pois todas as ações são realizadas em grupo. O objetivo principal é desmistificar a disciplina como
aquela que tem um aprendizado difícil, que envolve somente a memorização de regras, fórmulas e formas
geométricas. Através das aulas vivenciadas e práticas, buscaremos desenvolver a valorização dos conteúdos.
Criar ambientes que o discente possa enxergar o assunto no cotidiano. E assim perceber que a teoria é apli-
cada nas atividades desenvolvidas na cozinha e nos salões dos restaures e bares.

MATERIAIS E MÉTODOS. O campus em implantação do IFPB em Areia, ainda não dispõe de uma infraestrutura
adequada, em sua totalmente que corresponda a um espeço MAKER. Assim, utilizamos o que termos dispo-
nível, procuramos desenvolver estratégias e técnicas a partir das quais os alunos possam amadurecer seu
pensamento lógico, buscando despertar a sua curiosidade, criatividade e, principalmente: dar um sentido ao
que está aprendendo. O conteúdo ministrado através do método MAKER, podemos aprender as operações com

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frações e números decimais nas receitas, na produção de drinks, ver e dimensionar as formas geométricas no
salão, na montagem das mesas, no layout do ambiente! Esta metodologia é essencial para despertar a auto-
nomia e iniciativa do aluno! Acreditamos que a partir daí, aparecem em cadeia a curiosidade, a criatividade e
o protagonismo. A valorização da prática, leva à criação de situações de aprendizagem variadas, com aulas
mais diversificadas, atraentes e interessantes para os discentes. O processo de aprendizagem da matemática
através de aulas práticas MAKERs na cozinha e no salão, apresenta-se como uma possibilidade de aplicação e
construção das formas, fórmulas e conceitos matemáticos. O aluno não só escuta e ver, ele também executa
e aplica a teoria! Deste modo aumenta o aprendizado.

RESULTADOS ESPERADOS. Com o uso do método MAKER, desenvolvendo aulas práticas seja na cozinha ou no
salão de um restaurante ou bar, os alunos podem conectar conceitos, teorias, regras, fórmulas e formas da
geometria a objetos reais do mundo técnico, assim desmistificamos a disciplina como um aprendizado difícil,
entediante que envolve somente a memorização que prepara o aluno, simplesmente para provas! Com proces-
so de ensino do conteúdo programático da matemática pelo método criativo MAKER, esperamos desenvolver
habilidades e competências nos alunos que lhe serão úteis, não só para o processo avaliativo, mais, também
para a vida cotidiana, e principalmente, técnica profissional.

CONCLUSÃO. Percebemos que a maior dificuldade no aprendizado das regras, fórmulas e formas matemáticas
vem, além de uma deficiência escolar, da falta de percepção da aplicação da matemática no cotidiano. Ob-
servamos que a desvalorização dos conteúdos matemáticos é resultado de um prognóstico de não ver o uso
da disciplina na vida técnica profissional. O que cria uma realidade onde há uma urgente necessidade de que
a matemática seja trabalhada dentro do contexto de vida cotidiana e técnica dos alunos. Desenvolver aulas
práticas fundamentadas no método MAKER: aprender fazendo, é essencial para a desmistificação da disciplina
como vilã e desnecessária! É a prática pedagógica vivenciada que será reproduzida! Diante das necessidades
e limitações, fica evidente que só a memorização das regras, fórmulas e formas da geometria para as provas
não prepara e estimula o aluno para o uso da matemática no cotidiano e na sua vida profissional. É preciso
aulas práticas e dinâmicas como as propostas pelo método MAKER.

PALAVRAS CHAVES: Matemática. Aprendizagem. Método MAKER

AGRADECIMENTOS: Agradecemos às pessoas que fazem parte do IFPB/Areia, principalmente os discentes,


que diante das dificuldades não desistem, buscam superá-las! Procuram apoio seja entre os próprios colegas
de curso, seja ao corpo docente, apresentam foco, força e vontade de aprender. O que inspira a busca de novos
métodos, como a aplicação do método inovador: MAKER.

Referências
ALENCAR, E. S. de; FLEITH, D. de S. Contribuições recentes ao estudo da criatividade. Psicologia: teoria e
pesquisa, Brasília, v. 19, n. 1, jan./abr. 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ptp/v19n1/a02v19n1.
pdf . Acesso em: setembro. 2019.
3º SIMPIF

DEWEY, John. Experiência e educação: textos fundantes de educação. Petrópolis: Vozes, 2010.
http://www.sbem.com.br/enem2016/anais/pdf/8040_3907_ID.pdf Acesso em: setembro. 2019.
http://www.pe.senac.br/congresso/anais/2018/senac/pdf/comunicacaooral/CULTURA%20MAKER%20
E%20EDUCAÇÃO%20PARA%20O%20SÉCULO%20XXI%20RELATO%20DA%20APRENDIZAGEM%20
MÃO%20NA%20MASSA%20NO%206º%20ANO%20DO%20ENSINO%20FUNDAMENTALINTEGRAL%20
DO%20SESC%20LER%20GOIANA.pdf Acesso em: setembro. 2019.

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Ana Caroline Pereira da Silva


Aprendizagem em tandem como
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
possibilidade para repensar as crenças
Tecnologia da Paraíba dos professores de línguas em Patos-PB
Ana Flávia Sousa Lemos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. O nosso trabalho tem por objetivo apresentar os pri-
Bianca Letícia Brandão de Sousa Farias meiros resultados de um projeto de pesquisa que propõe uma busca
[email protected]
para despertar uma dinâmica que promova o engajamento do apren-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba diz de línguas adicionais/estrangeiras e um maior desenvolvimento
das habilidades linguísticas necessárias à comunicação.
Emilly Gabrielly de Lima Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Ao longo da nossa pesquisa que ainda está em andamento, buscamos
Tecnologia da Paraíba trazer ao conhecimento da sociedade e de pesquisadores interessa-
dos, questões referentes às crenças dos professores de línguas adi-
cionais/estrangeiras da cidade de Patos-PB, sobre o uso das TDIC em
sala de aula, ancorados teoricamente em Barcelos (2006). Além dis-
so, nas próximas etapas da pesquisa mostraremos como possibilida-
de para os professores a prática interativa do teletandem que ocorre
através de videoconferência e que pode contribuir para a divulgação de uma forma de intercâmbio que ainda
não se popularizou nas instituições do Nordeste brasileiro, muito embora já existam meios para que ela seja
realizada, pelos alunos, nas escolas e em casa, com a mediação de um professor ou usuário mais competente
da língua a ser adquirida/aprendida.

Ao mesmo tempo em que iremos sugerir uma possibilidade, buscaremos também o feedback dos professores
envolvidos na pesquisa para sabermos se a proposta é válida e ouvir deles possíveis contribuições para me-
lhoramento do material a eles apresentado. Deste modo, divulgaremos e poderemos aperfeiçoar o material
que foi desenvolvido no projeto de extensão “INTERCULT: aprendizagem colaborativa e intercultural de línguas
via teletandem” que foi desenvolvido no Campus Patos do IFPB nos anos de 2016 e 2017, consolidando a
tríade entre ensino, pesquisa de extensão, conforme recomendam as Diretrizes para a gestão das atividades
de ensino, pesquisa e extensão do IFPB.

MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa proposta tem caráter descritivo e quali-quantitativo, pois pretendemos
mostrar quais são as crenças dos professores de espanhol nas escolas de Patos de sem fazer generalizações
e assim apresentamos uma realidade de aprendizagem que muitos professores de línguas não conhecem. Se-
gundo Leffa (2006, p.18), “o estudo de caso descritivo tem por objetivo mostrar ao leitor uma realidade que
ele não conhece”, o autor também afirma que, em um momento posterior, seus resultados podem ser usados
para formulação de hipóteses e para estabelecer relações de causa e efeito.

Este estudo além de descritivo consiste em uma pesquisa aplicada, já que apresentaremos procedimentos
que acreditamos poderem possibilitar aos professores de Língua Espanhola outra forma de proporcionar aos
seus alunos contato com a língua-alvo, além da sala de aula. Esta pesquisa funcionará como um estudo para
avaliar o Guia de aprendizagem colaborativa para professores e estudantes de línguas adicionais: Espanhol
e Português produzido ao longo de um projeto de extensão já realizado na nossa instituição. Nossa proposta

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consiste em um primeiro passo experimental para realização de uma forma de aprendizagem que pode ser
posta em prática ao ser conhecida pelos professores.

Em conformidade com Leffa (2006), para gerar dados que possibilitem uma melhor exploração e descrição de
processos educativos devem ser usados vários instrumentos, tais como as filmagens, aplicação de questioná-
rios, filmagens do ambiente pelos interagentes etc. Uma vez gerados os dados, será preciso buscarmos uma
forma coerente de analisá-los. Para as considerações sobre o tipo de pesquisa realizada, tomamos por base
Leffa (2006) e foi também a partir dele que buscamos compreender de que forma devemos tratar os dados do
estudo. Para este autor, análise holística é uma das formas de analisar dados de maneira completa.

De acordo com Leffa (2006, p. 21), “na análise holística, a preocupação é interpretar os dados em sua to-
talidade, fazendo inferências, deduções ou associações com teorias existentes”. Além de proporcionar uma
análise detalhada para categorizar e codificar as ações isoladas e ao mesmo tempo identificar traços que são
comuns a um grupo de pesquisados.

RESULTADOS. Como resultado da primeira etapa da pesquisa, a saber aplicação dos questionários para os
professores de escolas estaduais e municipais de Patos-PB, precisamente no bairro Jatobá, foi possível ve-
rificar que dos 13 professores que responderam o questionário por nós elaborado foi possível verificar três
questões que consideramos importantes para visualizar quais são as crenças dos professores sobre o uso das
tecnologias digitais de informação e comunicação.

O primeiro ponto que destacamos é o fato de que todos os professores entrevistados acreditam que um inter-
câmbio pode ajudar os alunos a desenvolver competência comunicativa em língua adicional/estrangeira. Po-
demos considerar esta crença nos termos de Barcelos (2006) como sendo questões sobre as quais não temos
certeza, porém fazem parte da nossa compreensão sobre determinados temas. A afirmação dos professores
não é feita com base na vivência deles como intercambistas, mas pela ideia que permeia a aprendizagem de
línguas de que o intercâmbio possibilita a aprendizagem da língua, porém é preciso considerar as individuali-
dades e o fato de que na escola também é possível aprender outra língua.

A segunda questão é o fato de que quase metade dos professores que responderam as perguntas não sabe
que é possível realizar intercâmbio linguístico e cultural, usando a internet, por isso nossos próximos passos
na pesquisa consistem em apresentar o teletandem como forma de intercâmbio linguístico e cultural.

O terceiro ponto é a disparidade que existe entre o conhecimento das TDIC e o seu uso, pois apenas uma
pequena parte dos pesquisados afirma não conhecer as TDIC, porém quase metade dos professores pesqui-
sados não usa as TDIC em suas aulas. Sobre este ponto é preciso destacar que a visita às escolas mostrou que
parte delas não dispõe de computadores e/ou internet, por isso a primeira etapa da pesquisa gerou inquieta-
ções nos pesquisadores e reflexões sobre quais ações podem ser desenvolvidas junto aos órgãos competentes
para que essa necessidade seja suprida, porém como este não é o objetivo do nosso trabalho pretendemos dar
3º SIMPIF

continuidade ao nosso plano de atividades e posteriormente elaborar outro projeto que contemple a solução
deste problema detectado no campo de pesquisa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Pretendemos que nas próximas etapas da pesquisa seja possível apresentarmos a
prática em teletandem para ensino-aprendizagem de línguas adicionais como algo que pode ser incorporado
nas escolas de Patos-PB, servindo como um meio para estimular o engajamento do aluno através da colabora-
ção. Porém, como já mencionamos, é preciso que existam as ferramentas necessárias para isso e a mediação
adequada.

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Por fim, esperamos que, com este trabalho possamos contribuir para fomentar práticas e pesquisas sobre
os processos de ensino-aprendizagem que acontecem como complemento das aulas de línguas adicionais.
Aguardamos que, na condição de pesquisadores, possamos compreender que é possível mostrar caminhos de
independência e conquista de novos horizontes nos quais predomina a consciência colaborativa.

PALAVRAS-CHAVE: Crenças. Ensino-aprendizagem de língua adicionais. TDIC. teletandem.

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB pelo fomento concedido através da Chamada Interconecta IFPB - N º 01/2019 –
Apoio a projetos de Pesquisa, Inovação, Desenvolvimento Tecnológico e Social

Referências
BARCELOS, A. M. F. Cognição de professores e alunos: tendências recentes na pesquisa de crenças sobre
ensino e aprendizagem de línguas. In: Barcelos, A. M. F. e VIEIRA-ABRAHÃO,
M. H. (Orgs.) Crenças e ensino de línguas: foco no professor, no aluno e na formação de professores. Campi-
nas: Pontes, 2006, p. 15-42.
DEMO, P. Olhar do educador e novas tecnologias. B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 37, n. 2, p.
15-26, mai./ago. 2011.
LEFFA, V.J. Pesquisa em Linguística Aplicada: temas e métodos. Pelotas: Educat, 2006.
RAMMÉ, V. Tandem: guia para uma aprendizagem solidária = TÁNDEM: guía para un aprendizaje solidario.
Curitiba: Valdilena Rammé, 2014.
RODRIGUES, D. G. A articulação língua-cultura na coconstrução da competência intercultural em uma par-
ceria de Teletandem (Português Espanhol). 187 f., (Dissertação). IEL/UNICAMP, 2013.
SOUZA, F.M. Tecnologias digitais como mediadoras do processo de ensino aprendizagem numa perspectiva
sociocultural. Relatório final (Estágio de pós-doutorado em Educação Contemporânea). Centro Acadêmico do
Agreste. Universidade Federal de Pernambuco: UFPE, 2016.
TELLES, J.A. Teletandem: um contexto virtual, autônomo e colaborativo para aprendizagem de línguas estran-
geiras no Século XXI. Campinas, SP: Pontes Editores, 2009.

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Fernanda Pereira Calisto


Atletismo na escola: um relato de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
experiência
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa

Rebeka Martins Florêncio de Sousa


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
INTRODUÇÃO. Convictos de que a educação é um dos melhores cami-
Mariana Beatriz Gomes da Silva nhos e, se não, o principal meio de enlace para rompermos definitiva-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e mente com as mazelas sociais que nos acometem, a mesma, em con-
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
sonância e harmonização perfeita com a educação física, que detém
Margysa T. B. Rosas caráter transformador e é abastada de oportunidades, tens oferecido
[email protected]
entusiasmo, confiança e esperança ao homem atual que almeja um
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa futuro melhor do que o presente, com uma vida mais saudável e ativa.
Nesta perspectiva, o atletismo, com as suas modalidades e provas
milenares, adentram em um dos campos de maior carência na nossa
sociedade, o campo escolar, atuando de forma acentuada na preven-
ção e diminuição dos índices elevados de sobrepeso e obesidade de
crianças e adolescentes no meio educacional.

Matthiesen (2014) relata que o atletismo, apesar de ser considerado um dos conteúdos clássicos da educação
física, ainda é muito pouco difundido no Brasil. Infelizmente, ainda é notório a pouca difusão dessa modalida-
de nos âmbitos institucionais, excluindo assim, oportunidades de que os educandos detenham uma munição
de conhecimento acerca das modalidades do atletismo restringindo esse conhecimento apenas pelos meios
televisivos que por muitas vezes são centradas em algumas poucas provas.

De acordo com Gallahue (1989) a criança deve ser exposta, gradativamente a experiências que exijam gran-
des responsabilidades e deve ser encorajada a participar dessas atividades, desde que lhe seja proporcionada
a oportunidade de estar em eventos apropriados às suas necessidades e interesses, promovendo o desenvol-
vimento da autoconfiança e, consequentemente, aumentando seus níveis de motivação. Por isso se faz neces-
sário que os professores de Educação Física se dediquem e procurem firmemente por novas metodologias de
ensino para que o conteúdo Atletismo desperte nos alunos a vontade de participar e o envolvimento nas aulas.

Dessa maneira, delineou-se o presente trabalho tendo como objetivo proporcionar as vivências práticas de
ensino e aprendizagem do atletismo junto à uma escola pública municipal da cidade de Sousa- PB; e primor-
dialmente provar que o atletismo pode sim ser bem trabalhado nas aulas de educação física, sem a perspec-
tiva competitiva nem restritas a eventos mundiais e, principalmente com a produção de materiais recicláveis
adaptados às capacidades de cada discente, promulgando assim a presença dessa modalidade no ambiente
escolar.

Com propósito de justificar e dar importância a este trabalho, o mesmo constitui-se por momentos em que foi
possível pensar sobre a prática docente no contexto da escola pública, refletindo sobre os desafios encontra-
dos na educação básica no real lócus da prática educativa. Permite-nos refletir, a partir da experiência, sobre
o desafio de atuar como professor de Educação Física nos espaços de sala de aula e quadra, no qual a síntese
das experiências nos permite adquirir saberes docentes, pela prática e no exercício pedagógico, que enrique-
ce nosso conhecimento permitindo uma qualificação da formação inicial.

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MATERIAIS E MÉTODOS. A intervenção deu-se em uma turma de 1° ano do fundamental I que continha 15
alunos, com faixa etária de 6 a 7 anos sendo 4 meninas e 9 meninos, e uma turma da educação infantil III que
continha 15 alunos, sendo 10 meninas e 5 meninos, com faixa etária de 5 a 6 anos, da Escola Municipal de
Educação Fundamental José Reis, localizada no bairro Alto do Cruzeiro, na cidade de Sousa-PB.

A intervenção pedagógica ocorreu em dois dias sendo dividido o conteúdo de Atletismo em dois blocos: (1°
dia - corridas e saltos), (2° dia- arremessos e lançamentos). As práticas das atividades foram realizadas em
um clube público ao lado da escola onde ocorrem todas as aulas de Educação Física da instituição.

Baseando-se nos conceitos da pedagogia do esporte e educação física escolar, as aulas foram desenvolvidas
com os princípios da inclusão, através da diversificação de atividades, em que todos os alunos, independente
de biótipo e diferenças de habilidade físicas, pudessem realizar. O sistema de rodízios de estações foi utilizado,
de forma que em uma mesma aula, cada aluno teve a possibilidade de executar tarefas envolvendo diferentes
habilidades e capacidades físicas.

Utilizamos como recursos didáticos lençóis, bolas, aparelho de som, arcos, e materiais recicláveis, como por
exemplo: latas de margarina de 3 kg, bolinhas de papel para as atividades de arremessos e lançamentos.

RESULTADOS. No primeiro dia a aula teve duração de 90 minutos onde proporcionamos atividades que de-
senvolviam de forma recreativa o atletismo em uma turma de 1° ano do fundamental I, iniciamos a aula com
um alongamento com música para animar as crianças, em seguida os alunos foram separados em dois grupos
para a primeira brincadeira onde o aluno do começo da fila, ao sinal, corria entre os companheiros fazendo um
ziguezague, contornando-os até chegar novamente em seu lugar.

Como atividades lúdicas pré-desportivas fizemos: uma corrida de obstáculos, o “Pique cola americano”, e uma
última brincadeira onde os alunos formavam uma fila única para que todos passassem a bola por um túnel
construído com as pernas bem abertas deles mesmos. Na volta á calma todos deitavam no chão e ao som de
uma música bem calma foi passado pequenas bolinhas no corpo de cada um.

No segundo dia, foi a vez dos alunos da educação infantil III, a aula foi iniciada com um alongamento lúdico
por meio de uma história contada pelos professores e na sequência foi feita a primeira brincadeira de “Atire
as bolinhas”, onde foi colocado a uma pequena distância um balde (reciclado) e os demais terão que lançar
as bolinhas dentro dele; em seguida, foi feito o “Arremesso de bambolê”, um tipo arremesso de argolas, mas
com bambolê, e o “lençolbol”. Também foi feito a brincadeira “Acerte a torre”, onde formamos uma fila e um
aluno ficava na frente protegendo a torre (feita de copos). Todos os alunos da fila tinham uma bola em mãos,
procurando o melhor momento para arremessar a bola na torre, que estava sendo protegida. Como volta a
calma, usamos da história contada e cantada, a “história da cobrinha”.

Analisando as intervenções, o objetivo foi concluído com as crianças do 1° ano, observando-se o desempenho
com atividades que representem de uma forma lúdica a vivência com o atletismo, uma maneira de avaliar o
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interesse, interação com meio e com os colegas e a participação nas brincadeiras. Outro ponto observável é
o repertório motor dessas crianças, maior parte dos movimentos eles reproduziram, mas houve um pouco de
dificuldade em alguns.

Com os alunos do Infantil III, observamos que o repertório motor deles, está nitidamente bem trabalhado de
acordo com sua faixa etária, todavia foi perceptível a dificuldade de algumas crianças em realizar algumas

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atividades ofertadas, porém tudo dentro do esperado, pois os elementos básicos do atletismo, como correr,
saltar, arremessar, estão sendo vivenciados em seu desenvolvimento.

Ambas as turmas, eram bastante participativas e não houve uma rejeição notável as atividades ofertadas, uma
vez que todos aparentavam gostar das aulas de Educação Física. As turmas, apesar de serem de pouca idade,
foram bem comportados e atentos as brincadeiras oferecidas, houveram poucos momentos de dispersão. No
geral, observamos que o objetivo foi atingido, de repassar movimentos do atletismo de forma lúdica, assim
adequados as séries, para os alunos da escola municipal, das turmas de Infantil III e 1° ano.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A Educação Física na Educação Infantil tem buscado refletir sobre a maneira de
organizar as aulas, o tempo de duração e os conteúdos a serem trabalhados, como também a forma de os
apresentar às crianças, considerando seus saberes. Entendemos, com Ayoub (2001), que a Educação Física
nesta etapa da Educação Básica pode se configurar como um espaço em que a criança brinque com a lingua-
gem corporal, com o corpo, com o movimento, alfabetizando-se nessa linguagem.

Consideramos, através do trabalho da Prática Curricular que com a utilização das brincadeiras com funda-
mentos do Atletismo as crianças se divertiram muito e ao mesmo tempo aprenderam e aperfeiçoaram seus
movimentos a partir das práticas e exercícios que foram propostos. É na fase do ensino infantil e fundamental
que as crianças estão se desenvolvendo fisicamente, sendo assim é importante o profissional de educação
física trabalhar atividades que estimulem o aperfeiçoamento dessas habilidades básicas, além de que inserir
o atletismo para essas crianças pode colaborar significativamente no seu desenvolvimento para a prática de
outras modalidades esportivas futuramente.

O profissional de Educação Física, apesar de muitas vezes não possuir material e espaço físico para a prática
do atletismo pode utilizar a criatividade e criar ambientes e recursos adaptados para a inserção deste esporte
nas escolas; e foi a partir disso que percebemos que mesmo com materiais reutilizados e o uso de coisas sim-
ples os alunos se sentem motivados e interessados, pois é algo novo em seu dia-a-dia.

Sem dúvida, há alguns fatores que poderiam ser modificados, principalmente em nossa postura como profes-
sores. Porém, temos a consciência de que as crianças não são as únicas que estão em fase de aprendizado e
cada momento se torna valioso quando visto com olhos de quem anseia por novos conhecimentos.

PALAVRAS-CHAVE: Atletismo. Educação Física Escolar. Ensino.

Referências
MATTHIESEN, S. Q. Atletismo: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
Apostila: 100 planos de aula + 100 atividades diversas. Educação Física Escolar.
KUNZ, Elenor. Educação Física ensino e mudanças. Ijui: Unijuí, 1991.
AYOUB, E. Reflexões sobre a educação física na educação infantil. Revista Paulista de Educação Física, São
Paulo, v.4, p. 53-60, 2001.
3º SIMPIF

ROSE JUNIOR, Dante de; VASCONCELLOS, Esdras Guerreiro. Ansiedade-traço competitiva e atletismo: um
estudo com atletas infanto-juvenis. Ver. Paul. Educação fís. São Paulo. Jun./dez.
GALLAHUE, D. Understanding motor Development: infants, children, adolescents. 2.ed. Indianópolis, Ben-
chmark. 1989.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 113


Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB | João Pessoa - PB, 27 a 29 de novembro de 2019
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Tainara Aparecida Correia Dantas


Avaliação do uso de metodologias
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de aprendizagem ativa na educação
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras profissional e tecnológica
Roneide Martins de Andrade
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras
INTRODUÇÃO. As estratégias de aprendizagem ativa podem ser de-
Larisse Ferreira do Nascimento
[email protected]
finidas como aquelas que promovem a realização de atividades que
Instituto Federal de Educação, Ciência e ocupem o aluno em fazer alguma coisa, enquanto o leva a pensar
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras
sobre o que está fazendo (SILBERMAN, 1996). Em essência, aprender
Eva Maria Campos Pereira ativamente está diretamente relacionado ao engajamento dos estu-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
dantes com o seu próprio processo de aprendizado. Prince (2004)
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras apresenta uma revisão acerca da efetividade de metodologias de
aprendizagem ativa, concluindo que embora haja variação na efi-
Leandro Honorato de Souza Silva
[email protected] ciência para algumas competências, há evidências que sustentam a
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras
prática de todas as estratégias metodológicas de aprendizagem ativa
examinada. Partindo do princípio que a Educação Profissional Tec-
nológica (EPT) apresenta várias oportunidades de aplicação das me-
todologias ativas de aprendizagem (BARBOSA, 2013), este trabalho
objetivou avaliar a efetividade das metodologias de aprendizagem ativa no processo de ensino-aprendizagem
em disciplinas dos cursos de Engenharia Civil e Técnico Integrado em Informática. Esta pesquisa também
pretendeu desenvolver uma metodologia para implementação da prática de melhoria contínua nos planos
de disciplina (KREGUEL, 2019), por meio de um instrumento de planejamento que possibilita o processo de
aprimoramento dos planos ao longo dos semestres por meio de feedback dos alunos e do próprio docente.
Trata-se de uma proposta modelo que, uma vez validada, pode ser expandida para outras disciplinas, trazen-
do assim um potencial ganho de qualidade no processo de ensino-aprendizagem. Sendo assim, dentro de um
planejamento semestral, priorizou-se a adoção de uma proposta pedagógica fundamentada nas metodologias
de aprendizagem ativa Sala de Aula Invertida e Peer Instruction. Em momentos definidos no cronograma do
planejamento de cada disciplina foram aplicados questionários com os alunos, com o objetivo de verificar a
efetividade da aplicação destas metodologias para a aprendizagem dos discentes. Esta pesquisa ainda con-
tinua em execução e os resultados finais apenas serão coletados ao térmico do semestre. Entretanto, resul-
tados preliminares indicam que 76,3% dos alunos preferem a adoção das estratégias de aprendizagem ativa e
89,5% avaliam que conseguiram entender grande parte do conteúdo desenvolvido nas disciplinas.

MATERIAIS E MÉTODOS. A primeira ação metodológica foi o levantamento de técnicas de metodologias de


aprendizagem ativa. A partir das estratégias adotadas, os planos de curso das disciplinas foram construídos.
Para esse planejamento, propõe-se uma planilha eletrônica, na qual constam os conteúdos, a metodologia, os
recursos, avaliação e feedback do professor para cada aula. No percurso do semestre letivo 2019.1, as aulas
das referidas disciplinas foram ministradas tendo como proposta pedagógica os fundamentos teóricos meto-
dológicos das metodologias de aprendizagem ativa. Em momentos definidos no cronograma do planejamento
de cada disciplina foram aplicados questionários com os alunos, para que se possa verificar a efetividade da
aplicação destas metodologias para a aprendizagem dos discentes.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 114


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

RESULTADOS. Conforme reportado na literatura, a adoção de estratégias de aprendizagem ativa requer um


mais esforço de preparação por parte do professor nos momentos iniciais. Entretanto, os resultados parciais
indicam um maior envolvimento e satisfação dos alunos. Dos 38 alunos que responderam ao questionário de
avaliação, 89,5% afirmaram estar confortável durante as aulas. Em relação à conexão entre os conhecimentos
prévios e os conteúdos da disciplina, 71,1% afirmaram que a metodologia utilizada permitiu a completa as-
sociação enquanto que 21,1% afirmaram que essa conexão foi realizada em partes. Apenas 7,9% dos alunos
reportaram não conseguir relacionar o conteúdo novo com algum conhecimento prévio. Por fim, 76,3% dos
alunos preferem a adoção das estratégias de aprendizagem ativa e 89,5% avaliam que conseguiram entender
grande parte do conteúdo desenvolvido nas disciplinas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Trata-se de uma pesquisa ainda em desenvolvimento, cujos resultados ainda serão
consolidados. Entretanto, resultados preliminares indicam um maior nível de satisfação dos alunos. Para mi-
tigar a problemática do esforço de preparação por parte do docente, propõe-se o uso de uma ferramenta de
planejamento que promova a melhoria continuada do plano da disciplina ao longo dos semestres, de forma
que paulatinamente um percentual maior da disciplina seja ministrado com base em estratégias de aprendi-
zagem ativa.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem Ativa. Ensino Profissional e Tecnológico. Sala de Aula Invertida.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem à PRPIP e ao IFPB pelo apoio financeiro (Edital Inovação IFPB - Nº
28/2018) e bolsa de estudos para a primeira autora. Também agradecemos ao IFPB Campus Cajazeiras pela
utilização de toda infraestrutura para o desenvolvimento deste trabalho.

Referências
BARBOSA, Eduardo Fernandes; MOURA, Dácio Guimarães de. Metodologias ativas de aprendizagem na edu-
cação profissional e tecnológica. B. Tec. Senac, v. 39, n. 2, p. 48- 67, 2013.
KREGEL, Ingo. Kaizen in university teaching: continuous course improvement. International Journal Of Lean
Six Sigma, [s.l.], p.1-21, 14 maio 2019. Emerald. http://dx.doi.org/10.1108/ijlss-08-2018-0090.
SILBERMAN, M. Active learning: 101 strategies do teach any subject. Massachusetts: Ed. Allynand Bacon, 1996.
PRINCE, M. Does Active Learning Work? A Review of the Research. Journal of Engineering Education, v. 93, n.
July, p. 223–231, 2004.

3º SIMPIF

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Joab dos Santos Lima


Construção de um pHmetro para ensino
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de Química contextualizado
Tecnologia da Paraíba

Victor da Silva Almeida


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Atualmente, a sala de aula é um ambiente misto, onde
Maria das Graças Negreiros de Medeiros encontra-se diversos tipos de alunos, por consequência, envolver a
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e todos em sala de aula para uma eficaz aprendizagem torna-se difícil.
Tecnologia da Paraíba
Os alunos apresentam dificuldade em compreender, de maneira clara,
Anderson Sávio de Medeiros Simões os assuntos relacionados à disciplina de Química, seja por sua com-
[email protected] plexidade e quantidade de teorias ou por falta de contextualização.
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
Com isso, é de suma importância que o professor de Química tenha
como prioridade a busca de métodos inovadores que auxiliem a didá-
tica de ensino de modo a atender as necessidades de cada aluno em
suas dificuldades de aprendizado, visando assim, instigar o interesse
pela ciência, bem como solucionar alguns problemas relacionados à
aprendizagem, uma vez que a prática regular do ensino de Química
nas escolas públicas (metodologia tradicional) não é eficaz, por tornar o papel do discente passivo em sala de
aula, dificultando a construção de um conhecimento químico significativo para cada indivíduo presente nas
salas de aula.

O tradicionalismo tem suas contribuições para o ensino, porém torna-o limitado a métodos que muitas vezes
não são prazerosos para o discente criando resistência ao ensino.

O trabalho do docente é garantir como facilitador da aprendizagem um melhor acesso ao ensino de excelên-
cia utilizando métodos diversificados, porém muitas vezes a estrutura em que ocorre esta dinamização não é
favorável para atingir este objetivo. Sabe-se que muitas vezes as escolas públicas encontram-se em situações
desfavoráveis ao ensino diversificado de excelência por conta de sua estrutura. Adquirir um equipamento
(instrumento de análise) para trabalhar em conjunto com o ensino de Química é quase um luxo, desta forma,
é uma alternativa a construção dos próprios equipamentos para análise de conceitos científicos utilizando
materiais mais acessíveis, mas que ofereça uma boa precisão.

Ao oferecer essas ferramentas o docente além de fugir das aulas somente expositivas, a construção de um
equipamento com a turma engajará aos alunos estudarem sobre o tema para que os mesmos validem a efi-
cácia do instrumento através da prática experimental, sendo assim, esse ambiente agregará valor de signifi-
cados reais, uma vez que os alunos podem enxergar aplicação de um conceito científico de forma concreta.

Segundo Araújo e Abid (2003), no espaço do laboratório, o aluno se defronta com verdadeiros problemas,
assim, ele pensa, reflete e analisa as teorias científicas à luz de questões concretas. Fora isso, as atividades
experimentais criam em sala de aula um espaço lúdico, capaz de motivar os alunos ao estudo das ciências
(ARAÚJO; ABID, 2003).

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EDUCAÇÃO E ENSINO

Segundo Silva (2016), “a experimentação pode ser uma estratégia eficiente para a produção de explicações
para problemas reais que permitam uma contextualização, e dessa maneira estimular questionamentos que
encaminhem à investigação”.

MATERIAIS E MÉTODOS. O primeiro encontro com a turma foi realizado com o objetivo de apresentar a pro-
posta e a organização dos processos que envolveriam a construção deste equipamento com os alunos (dia-
grama esquemático, testes em software, programação do equipamento, testes em protoboard, confecção da
placa de circuito e testes finais).

Neste projeto utilizamos uma placa controladora ARDUINO MEGA 2560 que será responsável em analisar os
sinais digitais e analógicos obtidos pelas placas auxiliares do instrumento de medição (pHmetro) e converter
em informações visuais descritas em um display digital. Este aparato oferecerá as informações necessárias
para se discutir fenômenos ligados as propriedades de soluções.

O diagrama esquemático foi feito com ajuda dos alunos durante duas reuniões em sala de aula. Nele consta
todos os componentes eletrônicos necessários para o teste do protótipo nos softwares. Após a construção
do diagrama no CAD, simulou-se as etapas do projeto no software Protheus, sendo as etapas: circuito de
alimentação simétrica de +5v e -5v para operação dos amplificadores operacionais TL 081 na configuração
de não-inversor e LM358 na função de substrator do inversor , amplificador de sinal obtido pela sonda BNC
e ajuste da leitura pelo CI LM 358, programação da IDE do Arduino, circuito para calibração e visualização.

A programação dos Sketches é baseada na aquisição de dados através do pino A0 do Arduino Mega obtidos
pelas duas operações do circuito inversor, sinal este, entre 0-4V que pertence a valores pH 0 e 14, respecti-
vamente.

A placa de circuito impresso foi modelada segundo uma Shields de Arduino, a transferência das trilhas e ilhas
ocorreram por meio do processo de transferência térmica e corrosão em substância de FeCl3 padrão comer-
cial. Após a confecção da placa soldou-se os componentes de forma que todos eles ficassem em uma única
placa para melhor agrupamento e estética do projeto.

O último passo foi realizar os últimos testes em sala de aula, para calibrar o instrumento utilizou-se três so-
luções tampões comerciais para calibração de pH, solução de pH 4, 10 e 7. Logo após o processo utilizamos
soluções e reagentes encontrados no cotidiano dos alunos, seja na casa deles ou em qualquer outro lugar, e
alguns reagentes puros de laboratório para comparação de fenômenos relacionados as características dos ti-
pos de soluções: acidez, basicidade e neutralidade, dissociação, diluição, concentração, soluções eletrolíticas
e não eletrolíticas.

RESULTADOS. Ao promover um ensino diferencial sobre soluções, através da contextualização, experimenta-


ção e instrumentação, este trabalho teve maior atratividade da turma de eletrônica e isto possibilitou uma me-
lhor compreensão e internalização dos conteúdos referente à disciplina de Química, promovendo uma melhor
3º SIMPIF

dinamização na explicação do conteúdo em estudo, bem como estimulou a participação mais ativa da turma
em todos os processos desta pesquisa (construção e experimentação final), sendo assim, destacou-se a noto-
riedade da interação dos alunos interagiram entre si, trocando ideias e conhecimentos sobre o tema exposto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Conforme o que foi exposto, houve benefícios na adoção deste projeto na turma
de eletrônica do Ensino Médio, visto que, eles se encontram inseridos em um contexto tecnológico, com isso,
a construção desse equipamento trouxe maior envolvimento da turma com a eletrônica de seu cotidiano de

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curso e a Química abordado em sala. Tendo em vista que este é um instrumento eficaz por auxiliar na repre-
sentação em qualidade de descrições cientificas, possibilitando uma melhoria na capacidade cognitiva-asso-
ciativa dos discentes, desenvolvendo cada vez mais as habilidades de resolução de problemas associados aos
conteúdos de química.

PALAVRAS-CHAVE: Instrumentação, pHmetro, Ensino de Química, Contextualização.

AGRADECIMENTOS: Agradeço a CAPES por financiar esta pesquisa por meio do programa de Iniciação à do-
cência – PIDIB, a supervisora do projeto institucional Maria das Graças Negreiros de Medeiro e ao orientador
Anderson Savio de Medeiros Simões. Agradeço ao Instituto Federal da Paraíba por proporcionar uma prepara-
ção de excelência muito produtiva na vida acadêmica.

Referências
ARAÚJO, M. S. T.; ABID, M. L. V. S. Atividades experimentais no ensino de física: diferentes enfoques, diferen-
tes finalidades. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 25, n. 2, p. 176-194, 2003.
SILVA, V. G. A importância da experimentação no ensino de química e ciências. Trabalho de Conclusão de
Curso – TCC. Universidade Estadual Paulista. Bauru, 2016.

3º SIMPIF

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Lucas Cavalcanti Cruz


Cosmos: Como tudo começou? – Uma
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
breve história sobre o Universo
Tecnologia da Paraíba

Everton de Souza da Silva


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Desde tempos imemoriais, quando o ser humano co-
Samuel Medeiros de Aquino meçou a pensar sua participação dentro de um todo mais comple-
[email protected]
xo, maior que ele, surgem grandes questões que até hoje nos impul-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba sionam a refletir sobre nosso papel neste grande cenário chamado
Universo. Tais questões mexem não apenas com o nosso intelecto
Maria Ayslanne Ramos
[email protected] de maneira racional, mas influenciam nossos valores e crenças e nos
Instituto Federal de Educação, Ciência e norteiam a seguir a vida de uma maneira ou de outra. “Como tudo co-
Tecnologia da Paraíba
meçou?”. Essa é uma das grandes perguntas que a humanidade ainda
tenta explicar e que será o grande problema motivador desse projeto.
A partir dessa pergunta, várias outras também surgiram provocando
assim, muita reflexão a respeito de grandes temas que mudaram de
maneira ímpar a história da Mitologia, Filosofia, Religião e Ciência.

Grandes civilizações como as Egípcia, Romana e Grega tiveram suas chances de responder a essa e outras
perguntas e nos deixaram um grande legado mitológico a esse respeito. Encontramos explicações mitológicas
em quase todas as civilizações, além das já citadas também existe mitologia indígena, chinesa, japonesa, etc.,
porém tais histórias, infelizmente, não são muito conhecidas aqui no Brasil.

Pons (2006), traz em seu Diccionario De Mitología, elementos pouco conhecidos da mitologia de diversas
culturas ao redor do mundo.

A Filosofia, por sua vez, lança luz sobre esta questão indo mais além, trazendo novos questionamentos: “Será
que houve um começo ou será que tudo sempre existiu?”, “Como surgem os seres vivos e sua evolução até os
seres humanos?”, “DEUS existe e criou tudo ou Ele é criação humana?”.

Dessa maneira novas linhas de pensamento e conhecimento surgem trazendo uma nova explicação, diferente
da explicação mitológica. Assim o papel da Religião é de extrema importância para o conhecimento humano,
visto que o ser humano não é apenas um animal racional, mas também, sentimental, emotivo e que busca uma
compreensão ou, pelo menos, explicação metafísica para sua breve experiência terrena.

Finalmente, a Ciência busca compreender e explicar essa e outras questões a partir do ponto de vista racional,
lógico, sistemático, palpável e experimental trazendo razão ao conhecimento humano. Para dar essas explica-
ções fará uso de uma ferramenta conhecida como Método Científico. Seu papel hoje em dia é tão importante
que muitos dizem que vivemos a era do Mito da Ciência.

É difícil imaginar que exista alguém no mundo que nunca tenha se perguntado: “Como foi que o mundo co-
meçou? De onde viemos?”. Esse desejo de compreender nossas origens é tão antigo quanto a história da
humanidade.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Pelos quatro cantos do mundo, todas as culturas já tentaram de alguma forma explicar a origem de tudo, a
origem do universo. Todos já se fizeram a grande pergunta: “Como tudo começou?”. A vontade de saber quem
somos e de conhecer nossa origem e a origem do mundo nasceu quando o primeiro homem olhou para o céu
e se viu só, a mercê de uma natureza que tanto cria quanto destrói. Essa curiosidade, hoje, está mais viva que
nunca, alimentando a imaginação dos cientistas que tentam desvendar as nossas origens.

Quando os seres humanos começaram a ficar de pé, alguns milhões de anos atrás, mudamos nossa postura,
liberando nossas mãos para diversas outras atividades que até então não podíamos desenvolver. O mais im-
portante foi o fato de elevarmos nossas cabeças. Nós ficamos de pé e isso nos fez superar os demais animais,
visto que pusemos nossa mente e pensamentos para o alto e nos tornamos animais pensantes, capazes de
produzir curiosidade, raciocínio, ciência e tecnologia.

A ciência é a base da tecnologia moderna, das civilizações modernas. Ela apoia muitas das questões políticas,
religiosas e éticas de nossos dias, e suas questões subjacentes transformam nossa sociedade em um ritmo
cada vez mais frenético. A curiosidade, elemento ímpar presente no intelecto humano, está por traz de toda
essa conquista tecnológica. Nossa curiosidade nos faz questionar e tentar buscar a verdade sobre a natureza
que nos rodeia. Após milhares de anos impulsionados pela vontade de saber, conseguimos, pouco a pouco,
montar o grande quebra-cabeça do universo.

Se algum de nossos antepassados visse um micro-ondas em funcionamento, poderia imaginar que ali dentro
haveria muitos minúsculos homenzinhos fazendo uma fogueira que logo desapareciam ao abrir da porta. Mas
as novas explicações baseadas em leis abstratas e muita Matemática e Física, também são igualmente singu-
lares, quase milagres da mente humana. À medida que conseguimos compreender mais sobre os mistérios da
natureza, deixamos de acreditar que as marés são regidas por uma deusa e passamos a acreditar que sofrem
influência da Lua. Deixamos de acreditar em explicações mitológicas ou religiosas, e criamos (e acreditamos)
o mito pós-moderno: O Mito da Ciência.

Dessa maneira, este trabalho justifica-se pela relevância do tema, não apenas de maneira acadêmica, mas
sobretudo para a formação do indivíduo (pesquisador) como ser humano pensante, que reflete a respeito das
grandes questões que norteiam o conhecimento humano e assim, fazendo novos questionamentos que neces-
sitam de novas respostas. Tais respostas vêm de diversas maneiras – mitologia, religião e ciência – ao longo
da história da humanidade em busca da verdade.

A odisseia das descobertas da humanidade se estende ao longo de muitas eras, mas os temas da nossa busca
para entender o mundo nunca variam, pois surgem a partir de nossa própria natureza humana. Um de seus
aspectos é familiar a qualquer pessoa que trabalhe em algum campo dedicado à inovação e à descoberta: a
dificuldade em conceber um mundo ou uma ideia diferente do mundo ou das ideias que já conhecemos. (MLO-
DINOW, 2015).
3º SIMPIF

Assim, esse trabalho não pretende solucionar estes grandes mistérios, mas apresentar aos pesquisadores
um pouco sobre a vasta história do conhecimento humano em busca dessa verdade, para que cada um deles
também se sinta inquieto com a falta de resposta e tenha cada vez mais vontade e curiosidade de questionar,
pesquisar e responder.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para se alcançar os objetivos da pesquisa será utilizada uma metodologia que inte-
gra apresentação de documentários, pesquisa direcionada sobre o tema em questão, apresentações e expo-
sições orais, bem como discussões em grupo.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 120


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Como deseja-se criar uma evolução na construção do conhecimento, iniciaremos com o estudo do papel da
Mitologia. Assim serão utilizados alguns documentários, bem como pesquisa nos livros apresentados nas Re-
ferências Bibliográficas para em seguida fazermos as exposições orais sobre o que foi apresentado e estudado
e finalizarmos com os debates em grupo para que cada participante possa expor seus argumentos, questiona-
mentos, etc. Em seguida, da mesma maneira trataremos sobre o papel da Religião.

Para finalizar, trataremos sobre o que a Ciência nos apresenta. Hart-Davis (2014) nos apresenta em seu livro
a ideia de que a Ciência evolui quando propõe novas ideias para corrigir ideias antigas. Assim, serão apresen-
tados dois documentários muito famosos: Poeira das Estrelas, documentário nacional, dividido em doze capí-
tulos, apresentados no Programa Fantástico da Rede Globo, e o documentário Cosmos: Odisseia no espaço,
de Neil deGrasse Tyson, dividido em treze episódios. Em cada encontro, será apresentado um episódio que
nos expõe um tópico para ser pesquisado e discutido no encontro seguinte. Para a pesquisa serão utilizados,
principalmente, os livros indicados.

RESULTADOS. O presente trabalho é o resumo de um projeto PIBIC EM (PIBIC Ensino Médio). Dessa forma é
necessário levar em consideração a idade e a maturidade dos participantes em relação ao trabalho de pesqui-
sa científica. Assim, cremos que o mais desejado em termos de resultados é o despertar da curiosidade, da
indagação e do questionamento, por parte dos estudantes integrantes do projeto para que desenvolvam um
espírito crítico e científico. É possível destacar que obtivemos excelentes resultados visto que os estudantes
pesquisaram bastante sobre os temas inquietantes do conhecimento humano: mito, religião e ciência. Houve
muitos encontros e debates, leituras de muitos livros e apresentações. Os estudantes desenvolveram habili-
dades de pesquisadores, investigando, tendo curiosidade, pesquisando, lendo e discutindo. Os depoimentos
dos estudantes ao final do projeto foram emocionantes e pode-se perceber o quanto foi importante para eles.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Levando-se em consideração o objetivo geral do projeto de pesquisa, no nível de


ensino médio, que é a participação e envolvimento dos estudantes para despertar o interesse pelo conheci-
mento através da pesquisa de maneira orientada, porém, autodidata (em certo nível), concluímos, a partir das
análises, dos resultados e discussões, que o projeto foi muito bem aceito pelos estudantes. Eles gostaram
muito do tema e das discussões, empenhando-se dentro de seus limites para desenvolverem as atividades
propostas. A maior conclusão que se pode destacar é o desejo e a curiosidade dos estudantes pelo conheci-
mento e que se for explorado de maneira correta, com temas interessantes e pertinentes à suas faixas etárias
seremos capazes de desenvolver grandes pesquisadores.

PALAVRAS-CHAVE: Universo. Origem. Cosmos.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB e ao CNPq pelo apoio e suporte financeiro destinados ao desen-
volvimento desse projeto.

Referências
PONS, P. P.; ROIG, O. Diccionario de Mitología. 1. Ed. Madrid: EDIMAT Libros. 2006
3º SIMPIF

HART-DAVIS, A. O livro da Ciência. 1. Ed. São Paulo: Globo Livros. 2014.


MLODINOW, L. De primatas a astronautas: a jornada do homem em busca do conhecimento. 1. Ed. Rio de Ja-
neiro: Zahar. 2015.
TYSSON, N. Origens: catorze bilhões de anos de evolução cósmica. 9 ed. São Paulo: Planeta. 2015

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Maria Eduarda Coelho da Silva


Desenvolvimento de software para
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atividades educacionais com ênfase em
Tecnologia da Paraíba química do ensino médio
Hanniman Denizard Cosme Barbosa
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Em pesquisas realizadas nos últimos anos, observa-se
uma preocupação crescente com o processo de ensino/aprendizagem
de programação. Tais estudos são motivados, sobretudo, pela impor-
tância dos conceitos de programação na vida acadêmica dos cursos
de computação(Pereira, 2004). Em particular no ensino da química,
percebe-se que os alunos, muitas vezes, não conseguem aprender,
não são capazes de associar o conteúdo estudado com seu cotidiano,
tornando-se desinteressados pelo tema. Isto indica que este ensino
está sendo feito de forma descontextualizada e não interdisciplinar
(Nunes e Adorni, 2010). O ensino de química e programação apre-
sentam várias possibilidades de origem das dificuldades no ensino,
seja pela exigência lógico matemática predominante nas disciplinas,
ou mesmo pela dificuldade de apreensão e ritmo de aprendizagem
de cada aluno. No que diz respeito ao ritmo de aprendizagem é importante destacar que o andamento das
disciplinas não necessariamente são conduzidas no ritmo de assimilação de cada discente, fator que pode
acarretar dificuldades na apropriação dos conceitos fundamentais, podendo ocorrer como consequência o
desinteresse pelo conteúdo ministrado, ou até mesmo certa aversão às disciplinas. É importante ainda ressal-
tar enfaticamente que a apropriação ou não dos conceitos iniciais de programação tem relação direta com o
desempenho do aluno no decorrer de todo o curso, já que disciplinas avançadas dependem fortemente desses
conceitos (Rocha, 2010). Entretanto no ensino de química há a necessidade de priorizar o processo ensino-
-aprendizagem de forma contextualizada, ligando o ensino aos acontecimentos do cotidiano do aluno, para
que estes possam perceber a importância socioeconômica da química, numa sociedade avançada, no sentido
tecnológico (TREVISAN e MARTINS, 2006). Um fator limitante é a difícil tarefa do docente em identificar, em
uma turma, as dificuldades individuais de cada discente, tornando o aprendizado passível de falhas. A não
identificação dos níveis de dificuldade dos discentes pode implicar em muitas dificuldades futuras, pois à me-
dida que se iniciam atividades mais complexas envolvendo química ou programação, ou conteúdos de alguma
forma relacionados, a dependência de boa desenvoltura nos conceitos básicos aumenta significativamente.
Outro fator relevante na dificuldade dos discentes é falta de interdisciplinaridade, não contextualização dos te-
mas e a falta de aplicabilidade dos conteúdos ministrados, que levam a uma desmotivação para aprendizagem.
Portanto, através da realização do projeto, fez-se possível o aprimoramento das práticas de programação, e
química, sendo assim, um desenvolvimento de área interdisciplinar(multidisciplinar). As principais atividades
realizadas foram: o desenvolvimento de aplicativos para maior conhecimento da plataforma MIT App Inventor,
divulgação da mesma plataforma e apresentação do projeto através da III Semana de Ciência e Tecnologia,
Pesquisa, Extensão e Inovação, a estimulação da interdisciplinaridade entre a área da programação e química
através da criação do software, artigos e relatórios de pesquisa.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 122


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MATERIAIS E MÉTODOS. Antecedentemente da elaboração do aplicativo com ênfase em química de ensino


médio, fez-se necessário toda uma pesquisa e aprimoramento sobre os assuntos abordados no projeto. Para
isso foram realizadas pesquisas, revisões, reuniões e aplicativos de teste para maior conhecimento da plata-
forma MIT App Inventor. O desenvolvimento do software foi norteado pelo Personalized System of Instruction
(PSI) e embasada em princípios da Análise do Comportamento. A flexibilidade do método possibilitou o uso de
uma diversidade de recursos. O ambiente de programação utilizado foi o MIT App Inventor. Os conteúdos de
química do ensino médio explorados foram pesos moleculares e concentração de soluções. Através da dispo-
nibilização de materiais; organização em níveis; disponibilização permanente a orientação e monitoramento e
encontros periódicos de estudo assistido, realizamos o desenvolvimento do software com ênfase em química
do ensino médio.

RESULTADOS. O projeto resultou na elaboração do aplicativo de intuitivo e fácil manuseio voltado para química
do ensino médio, elaborado com base em pesquisas e anteriormente, foram feitos aplicativos para três das
operações matemáticas básicas, por fim, uma calculadora na qual continha as respectivas operações juntas,
tendo como principal intuito aumentar o domínio e conhecimento sobre a utilização da plataforma MIT App
Inventor. A interface foi efetuada e testada diversas vezes na procura de melhorias, com o objetivo de trazer
um software de intuitivo e fácil manuseio aos usuários. Além disso, exercemos a apresentação na III Semana
de Ciência e Tecnologia, Pesquisa, Extensão e Informação, na mesma, tivemos a possibilidade de divulgar a
plataforma usada e o trabalho efetuado durante o projeto desenvolvido.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O presente projeto encerrou-se com sucesso em suas metas, tanto no desenvolvi-
mento do software, na apresentação durante a III Semana de Ciência e Tecnologia, Pesquisa, Extensão e In-
formação, no incentivo a interdisciplinaridade, divulgação da plataforma MIT App Inventor, na ministração da
carga horária etc. Trouxe grandes importâncias, contribuindo para melhor desenvolvimento no âmbito escolar,
além disso, no desenvolvimento de softwares e aprendizado na área de informática e química. O desenvolvi-
mento do aplicativo para celular de intuitivo e fácil manuseio para resolução de problemas envolvendo química
do ensino médio foi concluído com êxito.

PALAVRAS-CHAVE: Programação. Química. MIT App Inventor. Aplicativo.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos à Instituição IFPB e a Instituição CNPq pelo apoio no desenvolvimento des-
ta pesquisa, possibilitando a elaboração e desenvolvimento do projeto com eficiência.

Referências
INUNES, A. S. ; Adorni, D.S . O ensino de química nas escolas da rede pública de ensino fundamental e médio
do município de Itapetinga-BA: O olhar dos alunos.. In: Encontro Dialógico Transdisciplinar - Enditrans, 2010,
Vitória da Conquista, BA. - Educação e conhecimento científico, 2010.
Pereira, J.C.R., Rapkiewicz, C. O Processo de Ensino-Aprendizagem de Fundamentos de Programação: Uma
Visão Crítica da pesquisa no Brasil, WEIRJES, 2004.
3º SIMPIF

Raabe, A. L. A., Silva, J. M. C. Um Ambiente para Atendimento as Dificuldades de Aprendizagem de Algoritmos.


XXV Congresso da Sociedade Brasileira de Computação. São Leopoldo/RS. 2005.
Rocha, P.S. Ferreira, B. Monteiro, D. Nunes, D. S. C. Goes, H. C. N. Ensino e Aprendizagem de Programação:
Análise da Aplicação de Proposta Metodológica Baseada no Sistema Personalizado de Ensino. Novas Tecnolo-
gias na Educação, V. 8 No 3, dezembro, 2010.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 123


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Vyctória Palheta Henriques


Do conto à tela: adaptações de contos
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus Picuí
brasileiros para vídeos em curta-
metragem
Thalys Wilker de Alcântara Silva
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus Picuí

Alana Brena Costa dos Santos INTRODUÇÃO. No cenário atual, é possível dizer que nenhuma arte
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus Picuí caiu tanto no gosto popular quanto o cinema, independentemente
do gênero admirado pelo público, da classe socioeconômica, etc. Se-
Vitória Eloisa Costa dos Santos
[email protected]
gundo Flávia Cesarino (2005, p. 12), “o cinema surgiu nos Estados
Instituto Federal da Paraíba - Campus Picuí Unidos e na Europa, no final do século XIX, em plena vigência de uma
cultura racionalista e de crença nas vantagens da modernidade” Na-
Weber Firmino Alves
[email protected] quela época, o cinema possuía apenas filmes em preto e branco, com
Instituto Federal da Paraíba - Campus Picuí música de fundo e sem a fala dos personagens, era o famoso cinema
mudo; hoje, o cinema está evoluindo e busca cada vez mais novos
métodos de deixar o público impressionado com os avanços tecno-
lógicos.

Entretanto, nem todos percebem a profícua relação entre o cinema e


a literatura. A arte literária é uma expressão da cultura humana produzida pelo homem desde os tempos mais
remotos. Com o surgimento da sétima arte, a saber, o cinema, romances, novelas, peças teatrais e contos da
literatura universal foram adaptados para as telas, chamando a atenção dos mais diversos públicos para suas
narrativas. Nas últimas décadas, têm ocorrido diversas adaptações, voltando os olhares daqueles que, embora
não leiam as obras, não hesitam em assisti-las diante da tela. Assim, muitos clássicos da literatura têm se
tornado objeto da atenção pela adaptação cinematográfica. 

Diante disso, este projeto de pesquisa tem como objetivo apresentar a interação entre a Literatura e a Arte
do Cinema, visando relacionar o valor textual com a arte visual. O trabalho tem sido realizado na proposta
de adaptar contos brasileiros em forma de curta-metragem para servirem de ponte entre o leitor e o texto. A
pesquisa teve início em março de 2019, sob a orientação do professor de Língua Portuguesa e Literatura Bra-
sileira do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí, com a participação
de estudantes dos cursos técnicos em edificações e informática integrados ao ensino médio. Para tanto, os
pesquisadores envolvidos empreenderam esforços para ler, interpretar, adaptar, construir roteiros de cinema,
filmar - com equipamentos básicos, e editar - através de aplicativos gratuitos, de modo a servir de estímulo no
processo de construção da leitura e aquisição das linguagens lítero-cinematográficas.

Obviamente, nas traduções cinematográficas, o texto “verbo-visual” não é idêntico ao literário, pois nenhuma
tradução é plenamente fiel, pelas próprias condições de produção.  A nova representação do real (cinema)
não se faz apenas com palavras, mas com imagens em movimento. Na literatura, a ficção se restringe ao tex-
to escrito ou oral, exigindo a plena imaginação do leitor, sem a disponibilidade da imagem que se identifica
diretamente com a visualidade da tela; o cinema, porém, é produto da leitura e imaginação de uma equipe
produtora (roteirista, diretor, etc.) e, neste caso, as palavras se estendem e ganham os efeitos tecnológicos
sonoros e visuais. A utilização e a semelhança da linguagem, bem como seus respectivos códigos, permitem
proporcionar uma nova forma de percepção estético-expressiva, por meio de adaptações de obras literárias
para o cinema.

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Na execução do trabalho, as adaptações estão sendo realizadas pelos pesquisadores a partir do gênero “con-
to”, a saber, um texto curto e ficcional. Gotlib (2006, p. 8) define o conto assim: “o conto [...] não se refere só
ao acontecido. Não tem compromisso com o evento real. Nele, realidade e ficção não têm limites precisos”.
O conto não precisa fundamentar-se na realidade; ele é uma ficção e, como tal, embora possa refletir a rea-
lidade, não precisa ser confundido com o mundo real, pois ele não pretende registrar eventos históricos com
total firmeza. Neste sentido, ele é como o romance ou a novela, diferindo-se deles quanto ao tamanho, o fluxo
das ações, na significativa redução de personagens, espaço, tempo de ação, conflitos, clímax, etc. No conto,
o importante é ganhar a concentração do leitor, produzindo a sua imaginação em torno da estória contada.
Esse gênero é bastante promissor para adaptações cinematográficas, ainda mais quando se pensa num pro-
cesso de ensino e aprendizagem na escola, conduzido pelos alunos enquanto protagonistas do novo texto
verbo-visual.

MATERIAIS E MÉTODOS. Quanto ao aspecto metodológico, esta pesquisa tem a finalidade básica, é de nature-
za qualitativa e do tipo descritiva, conforme conceitos de Appolinário (2010, p. 70). É básica porque pretende
colaborar para o conhecimento da relação litero-cinematográfica; qualitativa, porque lida com fenômenos,
fazendo a interpretação dos dados coletados; e é descritiva porque não tem a intenção de interferir na reali-
dade, mas descrever o processo de produção de um curta-metragem a partir de um conto literário brasileiro.
Além disso, a pesquisa realiza uma revisão bibliográfica, visto que conduziu os pesquisadores a lerem sobre a
relação entre cinema e literatura, com vistas a produzir um referencial adequado para a produção do resultado
final.

O trabalho está sendo executado com as seguintes fases: compreensão do projeto de pesquisa; construção
da fundamentação teórica; leitura de contos; seleção de contos; montagem de roteiros; filmagem dos contos;
edição com softwares gratuitos. A construção da fundamentação teórica foi concluída, bem como as fases
de leitura e seleção dos contos, que foram selecionados depois da análise de 21 contos de diversos autores
brasileiros. Diante disso, foram selecionados três contos para serem produzidos em forma de curta metragem,
a saber: “Teoria do Medalhão” (Machado de Assis); “O espelho” (Machado de Assis); “Felicidade Clandestina”
(Clarice Lispector). 

Atualmente, os pesquisadores estão estudando o gênero roteiro com vistas à montagem do roteiro de cinema
dos referidos contos. O roteiro faz parte do processo de adaptações literária e permite diferentes interpreta-
ções da obra original. Esse trabalho, portanto, possibilita explorar a imaginação do leitor, além de proporcio-
nar uma visão ampliada sobre a obra primária. Já se sabe que “um roteiro é uma história narrada/contada por
meio de imagens, cenas, diálogos, descrições. A palavra, no roteiro, está a serviço da imagem e da ação, e não
a serviço da narração escrita” (ANDRÉ, 2012, p.17). Como o gênero conto é puramente narrativo, no processo
de adaptação cinematográfica, é preciso reescrever o texto no formato do gênero “roteiro de cinema” que, por
sua vez, se aproxima muito mais dos textos dramáticos, à semelhança do teatro. 

Para a filmagem, a equipe utilizará uma câmera da marca Canon, modelo Canon EOS Rebel SL2, com lente
3º SIMPIF

18-55 mm, um microfone direcional acoplado nesse equipamento de filmagem; para o processo de edição, a
equipe está estudando três aplicativos de edição de vídeo, a saber: Filmora Vídeo Editor; e Davinci Resolve 16.
Estes softwares foram instalados em um computador do laboratório de EAD, e outro na coordenação de EAD,
ambos no IFPB - Campus Picuí, onde serão testados pela equipe.

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Os métodos que serão utilizados para produção, inicialmente será a seleção de alunos para representar os
atores das tramas, sendo utilizados vestimentas e utensílios característicos da época, de acordo com os per-
sonagens presente nos contos adaptados.

RESULTADOS. Considerando que a pesquisa está em desenvolvimento, até o presente momento os resultados
obtidos foram: a construção da fundamentação teórica; a montagem e produção de dois filmes: o primeiro
será objeto de uma junção entre os dois contos de Machado de Assis, “Teoria do Medalhão” e “O Espelho”, pois
é possível fazer uma intercessão entre eles no que diz respeito a fatos semelhantes; o segundo filme será pro-
duzido com o conto “Felicidade Clandestina”, de Clarice Lispector. Ao final, pretende-se obter como produto
final dois filmes que serão lançados como curtas para a comunidade acadêmica do campus.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O objetivo deste trabalho foi produzir vídeos em curtas-metragens a partir de con-
tos clássicos brasileiros. Espera-se que esse trabalho possa contribuir para a divulgação do texto literário em
sua direta relação cinematográfica, aproximando a comunidade acadêmica entre outros espectadores do texto
literário e do cinema. 

PALAVRAS-CHAVE: Conto.Adaptações.Curta-metragem.Tela.

AGRADECIMENTOS: Primeiramente agradecemos à instituição IFPB - Campus Picuí pelo apoio no desenvol-
vimento desta pesquisa, bem como ao CNPq e à CAPES, por ofertar aos integrantes duas bolsas de auxílio
financeiro.

Referências.
ANDRÉ, Ricardo Ferreira Martins. Cinema e literatura: algumas reflexões e considerações sobre o roteiro como
gênero intersemiótico. 20 fl, Doutor em Teoria e História Literária, Universidade Estadual do Centro-Oeste,
2012.
APPOLINÁRIO, Fábio. Metodologia da Ciência: Filosofia e Prática da Pesquisa. 2.ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2012.
ASSIS, Machado. O espelho. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/ texto/bv000240.
pdf>. Acesso em: 15 de ago. de 2019.
ASSIS, Machado. Teoria do medalhão. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa /Deta-
lheObraForm.do?select_action=&co_obra=1940>. Acesso em: 15 de ago. de 2019.
CESARINO, Flávia Costa. O Primeiro Cinema: Espetáculo, narração, domesticação. Rio de Janeiro: Azougue
Editorial, 2005. p. 127.
GOTLIB, Nádia Battela. A Teoria do Conto. São Paulo: Editora Ática, 2006. 8 p.
LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina. Disponível em <http://www.dominiopublico.gov.br/ pesquisa/
DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=86858>. Acesso em: 15 de ago. de 2019.
3º SIMPIF

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Dayane Gomes da Silva Rodrigues


Educação política e cidadania: uma
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
conversa com jovens alunos sobre o
Tecnologia da Paraíba - Campus Itaporanga universo da política
Ismael Ferreira do Nascimento
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Itaporanga
INTRODUÇÃO. Este artigo promove uma discussão a respeito da for-
Isaiane Rosado Pereira ma como jovens discentes ingressos e “quase” egressos, do Instituto
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFPB, campus Itaporan-
Tecnologia da Paraíba - Campus Itaporanga
ga, pensam as questões do mundo político, sobretudo em relação à
João Viturino dos Santos Gonçalo democracia, cidadania e participação política. A ideia é entender se o
[email protected]
processo de educação política formal ao qual estão submetidos gera
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Itaporanga rebatimentos nessa “visão de mundo”. Assim, o bjetivo desse estudo,
que é fruto do projeto de pesquisa, é analisar, de forma comparativa,
as percepções políticas sobre democracia, cidadania e participação
política dos discentes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tec-
nologia - IFPB, campus Itaporanga- PB, em estágio inicial e avançado
de seus cursos, que possuem entre 15-19 anos, a fim de perceber se a
educação política escolar tem influenciado à visão política dos alunos.

MATERIAIS E MÉTODOS. Dado o objetivo desse estudo, optou-se por efetuar um recorte dentre o universo
total de alunos do Instituto (que é de 193 discentes), de modo que fosse possível perceber a visão política dos
alunos ingressos (1º ano), e dos em estágio mais avançados (3º ano). Assim, apenas os alunos dessas duas
turmas foram abordados.

Inicialmente, foram aplicados questionários a fim de aferir o perfil sócio econômico dos discentes. Os resulta-
dos obtidos serviram para selecionar 20 discentes, numa amostra de 10 de cada série escolar, para participar
da segunda etapa da investigação, quando foram aplicados novos questionários, agora com perguntas liga-
das às percepções políticas dos alunos. O intuito norteador dessa seleção foi o de garantir que cada amostra
contivesse alunos de diferentes perfis de renda familiar, sendo parte dos alunos representantes das menores
rendas e outra parte das maiores rendas de cada série.

A pesquisa foi desenvolvida entre os meses de junho e agosto de 2018 e contou com o apoio de dois alunos
bolsistas e dois voluntários do projeto de pesquisa ao qual está vinculado, cursantes dos 2º e 3º anos. Eles
conversaram com cada um dos dez selecionados de modo individual e enquanto os interrogavam também
esclareceram eventuais dúvidas sobre os conceitos utilizados nas questões, a fim de sanar ou diminuir consi-
deravelmente o risco da má interpretação das perguntas.

RESULTADOS. De modo geral, pode-se dizer que os alunos do IFPB/Itaporanga são oriundos de família com
baixa renda e baixa escolaridade (ensino fundamental e ensino médio).

Foi perguntado aos alunos se eles se consideravam bem informados. Sete dos alunos do 1º ano afirmaram
que “sim”, enquanto três disseram “talvez”. Já dentre os discentes do 3º ano, dois reconheceram que não são
bem informados, quatro responderam “talvez” e os outros quatro que “sim”. Em cada uma das turmas, oito
disseram que buscam suas informações através das redes sociais e dois por meio de sites e blogs.

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Duas perguntas foram feitas com o intuito de verificar em que medida esses alunos são realmente bem infor-
mados sobre a política: quem é o governador do estado da Paraíba e o nome de um dos atuais senadores da
região. Entende-se que se tratam de informações triviais. Apenas sete dos discentes investigados indicou o
nome de Ricardo Coutinho como governador da Paraíba, os outros três mostraram que o desconhecem. Em
relação aos senadores paraibanos, os alunos do 3º ano mostraram que são ainda mais desinformados do que
os do 1º ano. Apenas três alunos lembram de pelo menos um dos senadores. Observe-se que, de acordo com
o tipo de informação solicitada, o nível de conhecimento apresentado pelos alunos é baixo nas duas séries.

Os alunos também foram interrogados se consideram que seus pais são envolvidos politicamente. Nenhum
dos alunos do 1º ano considerou que sim, contra apenas quatro do 3º ano. Essa situação sugere que, grosso
modo, certamente não é no núcleo familiar que os discentes estão recebendo de forma direta uma formação
política ativa.

Outra questão foi sobre a representação escolar, que na idade dos entrevistados é uma das principais formas
de atuação política. Os alunos mostraram que, em sua expressiva maioria, não participaram de nenhuma das
formas de atuação política e tampouco tem interesse em participar. Apenas um discente em cada turma já foi
representante escolar e somente um discente do 1º ano afirmou que participa de um grupo político externo à
escola, o mesmo que já atuou como representante de sala.

Mesmo com o baixo envolvimento político, a maioria dos alunos disse que pretendem votar ao atingir a meno-
ridade eleitoral, os do 1º ano (9 alunos) ainda mais do que os do 3º (7 alunos). Eles disseram que não confiam
nos políticos, ou que confiam pouco (todos do 3º ano e nove do 1º), o que condiz com o “sentimento nacional”
atual, já aferido por pesquisas de grande porte e que evidenciam uma suposta crise da representação política
em decorrência da baixo confiança dos brasileiros em seus parlamentares.

Os alunos também foram questionados em relação a sua orientação política. Nos últimos tempos, muito em
face do golpe político de 2016 e a corrida eleitoral de 2018, as definições de “direita” e “esquerda”, embora
muitas vezes utilizadas de forma quase que aleatória, tem sido amplamente divulgadas. O objetivo dessa ques-
tão, mais do que entender a real posição dos alunos, era verificar se ao menos eles mostram conhecimento a
respeito da temática. E ainda que três alunos do 3º ano tenho se declarado de centro-esquerda, e um do 1º
ano, a maioria disse que não sabia ou que não possuía nenhuma orientação.

Quando perguntados sobre o principal problema do país, dois problemas foram citados: corrupção e educa-
ção. Os mesmos, quando questionados sobre suas preferencias acerca do regime democrático, deixaram cla-
ro que apenas 50% concordam em absoluto que a democracia é a melhor forma de governo e que a ditadura
não pode ser uma alternativa em relação à democracia. Metade dos entrevistados dessa turma, relatou que
tanto faz se o governo é uma ditadura ou uma democracia.

Os alunos do 3º ano apontaram a corrupção como o grande problema do país. Somente 30% deles concorda-
3º SIMPIF

ram completamente que a democracia é sempre a melhor forma de governo, embora 70% tenha discordado
que em algumas situações a ditadura é melhor que a democracia e que todos tenham discordado de que não
há diferenças substanciais entre ditadura e democracia.

Nota-se que o valor democrático ainda não está plenamente consolidado entre os discentes, nem mesmo
entre os do 3º ano que já vivenciaram em sala de aula diversas discussões a respeito da temática, sobretudo
na disciplina de sociologia, lecionada por mim. O conhecimento adquirido que parece ter surtido efeito na

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diferenciação entre democracia e ditadura, não foi suficiente para produzir neles a defesa incondicional à de-
mocracia, ainda que se reconheça os problemas que a democracia brasileira tem passado.

Todos os entrevistados do 3º ano concordam com a existência das manifestações públicas, oito com as greves
e paralisações, enquanto que os da série inicial, apenas seis são favoráveis às manifestações e quatro às gre-
ves, o que mostra que os entrevistados do 3º ano são mais simpáticos aos mecanismos de “democratização
da democracia” do que os demais.

, em relação às políticas para reinserção dos presos, os entrevistados do 3º ano mostraram consideravelmente
maior apoio. Estes também discordaram com maior veemência da ideia do “bolsa família como um programa
injusto”. Quando o assunto foram as cotas universitárias, para negros e pessoas de baixa renda, as respostas
das duas séries foram semelhantes, ao ponto de uma concordância total do 1º com as cotas para pobres.
Acredita-se que essa perspectiva, possa estar atrelada a uma questão da vida prática: a maioria desses alu-
nos são de baixa renda e negros, ainda que no primeiro questionário aplicado na pesquisa, grande parte dos
discentes do 1º visivelmente negros, não tenham se autodeclarado enquanto tal. É possível que, justamente
pela problemática da reinserção dos presos, estar distante do atual cotidiano deles, tenha despertado baixa
aceitação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os três anos de formação escolar não produziu jovens com mais informações sobre
política, nem em seus aspectos mais corriqueiros. Nas duas turmas, acredita-se que o valor democrático ain-
da não está completamente constituído, entretanto, é relevante frisar que os alunos do 3º impuseram maior
valorização aos instrumentos para ampliação e consolidação democrática (como manifestações) e para os
elementos de reconhecimento da cidadania (políticas prisionais e de transferência de renda).

Há que se considerar que a baixa escolaridade dos pais e seu baixo envolvimento político são elementos de
entrave à constituição de alunos dispostos ao viver democrático. O processo de formação política escolar não
tem sido um elemento decisivo para a existência de jovens melhores informados sobre política e com maior
disposição em participar.

PALAVRAS-CHAVE: Jovens discentes; Percepções políticas; Democracia: Cidadania.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao campus Itaporanga pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
CREMONESE, Djalma. 2009. A difícil construção da cidadania no Brasil. Desenvolvimento em questão, Ed.
Unijuí, ano 4, n. 9, jan-jun., pp. 59-84.
FUKS, Mario. 2012. Atitudes, cognição e participação política: padrões de influência dos ambientes de socia-
lização sobre o perfil político dos jovens. Opinião Pública, v. 18, n. 1, pp 88-108.
3º SIMPIF

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João Paulo França


EducaEsperança: Desenvolvimento de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
software educacional sobre aspectos
Tecnologia da Paraíba – Campus Esperança históricos e geográficos do município de
Josias Silvano de Barros Esperança-PB
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Esperança
INTRODUÇÃO. O projeto de pesquisa “Ciências humanas e suas tec-
Joel Santos Pereira Nobre nologias relacionadas à informática: Desenvolvimento de softwares
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e acerca de aspectos multidisciplinares nos municípios paraibanos”
Tecnologia da Paraíba – Campus Esperança
se insere no conjunto de ações desenvolvidas pelo Instituto Federal
Matheus Teófilo Gomes de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – IFPB – Campus Espe-
[email protected] rança, pelo fato de que esta instituição pública volta sua atenção para
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Esperança a realidade vigente de alguns municípios paraibanos, considerando
o fato de que tal aproximação poderia contribuir no processo de de-
senvolvimento e uso de ferramentas da informática que ainda são de
pouca proximidade com as comunidades locais, em especial no que
diz respeito a facilitação da aprendizagem da história e geografia des-
tes rincões do interior do estado.

Como nos alerta Castells (1999), vivemos em uma sociedade informacional, onde há pouco espaço para os
não iniciados em computadores, para aqueles grupos que consomem menos e para os territórios que não
estão atualizados com a comunicação. Apesar de vivermos em uma sociedade tida como em rede, em que o
Ser individual e coletivo se conecta, há a produção de significados com referência global. Partindo desta con-
cepção, a ideia é de não perdermos o foco das localidades paraibanas e repartir suas potencialidades junto às
redes desta sociedade informacional.

A partir destas perspectivas, compreendemos que podemos estudar a história, a geografia, a cultura e mesmo
as potencialidades turísticas dos pequenos núcleos populacionais, os municípios, de forma que a informática
se torne um elo entre os saberes e os avanços da informação que, por sua vez, levam a busca da socialização
dos mesmos, contribuindo assim com as comunidades pesquisadas. Como afirma Correia et all (2010, p. 4):
“A informação deve ser vista como um bem social e, portanto, coletivo, interligada com a universalização das
tecnologias de informação e comunicação, a qualificação dos indivíduos e o processo educativo como forma
de ‘’aprender a aprender’’”.

Neste sentido, entendemos que o processo de globalização acaba por exigir dos indivíduos e das nações que
repensem suas identidades. “Neste momento, reaparecem as regiões, de mãos dadas com a memória. Ao
olharem ao redor, as pessoas buscam encontrar elementos de continuidade, alguma quantidade de símbolos
de permanência, certo legado do passado” (MARTINS, 2018, p. 139).

Tal consideração é uma realidade nos municípios paraibanos, como no caso de Esperança, a cerca de 146
km da capital do estado, João Pessoa. O município possuí 163,781 km², localizando-se na mesorregião do
agreste, fazendo parte da recém-criada região metropolitana de Esperança (Lei 106/2012). De acordo com
o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2018 possui uma população estimada de 33.003
habitantes, um bom contingente que ao longo do tempo desenvolveu e criou sua história e inserção espacial
na região. Segundo os dados educacionais, os docentes na cidade de Esperança somavam o número de 378

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
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profissionais, no ensino fundamental e médio. Nas citadas redes de ensino se encontravam matriculados
6.083 estudantes.

Percebemos pelos dados apresentados que há um grande contingente de docentes e educandos que cotidia-
namente atuam na educação local. Assim, conhecer a trajetória histórica da região, bem como as peculiarida-
des geográficas locais certamente é um desafio intrínseco do ato de educar e de estudar. Por isso, desenvol-
vemos este projeto de pesquisa, cujo objetivo central é compreender a importância das ciências humanas e
suas tecnologias e aplicá-las no estudo e na pesquisa de distintos municípios paraibanos, desenvolvendo uma
visão multidisciplinar e propiciando a criação de softwares com temáticas voltadas para a realidade local dos
educandos. Dentro desta linha de atuação, procuramos pesquisar a história e geografia geral do município de
Esperança e em seguida elaborar questões pertinentes, produzindo por fim um aplicativo de estudos, o qual
denominamos de “EducaEsperança”. Por meio do software educacional desenvolvido, esperamos contribuir
com a pesquisa, divulgação e aprendizagem de temáticas da história e geografia regional, atendendo aos an-
seios das novas gerações de profissionais da educação e estudantes locais.

MATERIAIS E MÉTODOS. A presente pesquisa é de cunho bibliográfico e qualitativa, e está em andamento.


Inicialmente, os participantes se debruçaram sobre leituras que apontam para a importância do estudo da
história regional, partindo a seguir para a análise de obras da história e geografia local.

Feitas as leituras iniciais, passamos para a segunda fase de pesquisa, diante de levantamento de documentos,
dados oficiais, assim como a busca em meios eletrônicos e arquivos, no sentido de produzir um grande banco
de dados para os objetivos que o projeto se propõe.

A terceira etapa do processo constituiu-se no estudo e prática de conhecimentos tecnológicos, em especial no


campo da informática que embasaram a criação do software “EducaEsperança”, um aplicativo para dispositi-
vos móveis que foi o meio que empregamos para difundir os resultados da pesquisa.

Por fim, os dados e documentos levantados subsidiaram a produção de artigos acerca da temática estudada,
bem como foi utilizado para produção do relatório final do projeto de pesquisa.

RESULTADOS. Partindo do princípio que a educação deve ser democratizada no cotidiano, por meio do desen-
volvimento de caminhos que auxiliem os estudantes a compreenderem seu lugar no mundo contemporâneo,
utilizando em especial a tecnologia para auxiliá-los não só a conhecer mundos distantes, mas a realidade em
que o mesmo está inserido, compreendemos que um dos principais resultados alcançados por meio deste
projeto de pesquisa foi o olhar e a pesquisa para a história e geografia local, no caso específico, do município
de Esperança, ao passo que os estudantes envolvidos no projeto estão conseguindo se perceber como sujeitos
históricos que experienciam espaços e tempos heterogêneos.

Por meio do projeto de pesquisa, obras de autores esperancenses, a exemplo de Rau Ferreira, foram exaus-
tivamente analisadas pelos estudantes, que passaram a compreender inúmeros aspectos sociais, políticos e
3º SIMPIF

econômicos do desenvolvimento histórico desta região. Destaco ainda a análise de inúmeros dados geográfi-
cos do município, por intermédio de fontes oficiais, a exemplo do IBGE. Nestas leituras, aprofundaram-se me-
lhor o conhecimento da realidade vivida pelos discentes participantes da pesquisa e moradores da localidade.

Tendo em vista que o caminho trilhado pelas fontes históricas e geográficas tinham por objetivo não só o estu-
do da realidade vivida pelos educandos, mas também a divulgação para um público mais amplo dos resultados
alcançados, o desenvolvimento de um software educacional, no caso o aplicativo “EducaEsperança”, foi uma

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EDUCAÇÃO E ENSINO

importante tecnologia educacional desenvolvida pelos pesquisadores. Percebe-se assim mais um resultado
da presente pesquisa: a interdisciplinaridade entre os conhecimentos técnicos do curso de informática e os
estudos históricos e geográficos locais.

Por fim, percebemos que o projeto está revelando resultados satisfatórios, cuja contribuição perpassa uma
educação de escala local, pois é ampliada por intermédio dos meios de estudos por parte dos docentes e dis-
centes das diversas redes de ensino de aspectos históricos e geográficos do município de Esperança, Paraíba,
ao terem acesso ao conteúdo disponibilizado em rede como forma de problematização socioespacial de modo
interescalar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O presente projeto tem atingido os objetivos propostos inicialmente e se tornou
uma importante contribuição do IFPB, Campus Esperança, para a realidade educacional da sua região de lo-
calização. O estudo e o desenvolvimento esperado dos educandos no tocante a sua inserção com a tecnologia,
representada por meio do acesso a um software de aprendizado com conteúdo voltado para a educação, com
foco na história e na geografia local, com potencial de contribuir para auxiliar os docentes a dinamizar e ofere-
cer novas abordagens nas aulas ministradas. Por sua vez, os educandos das diferentes redes de ensino podem
ampliar seu conhecimento por meio de uma aprendizagem lúdica e voltada para a realidade local.

PALAVRAS-CHAVE: História. Geografia. Software. Esperança.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal de Educação da Paraíba pelo apoio financeiro no de-
senvolvimento desta pesquisa.

Referências
CASTELLS, Manuel. A era da informação: economia, sociedade e cultura’- ‘a sociedade em rede’ – Volume 1.
Editora Paz e Terra, São Paulo, 1999
CORREIA, Anna Elizabeth Galvão Coutinho; LIMA, Izabel França de Lima; SILVA, Alzira Karla Araújo da. O co-
nhecimento e as tecnologias na sociedade da informação. Rev. Interamericana Bibliotecologia, vol.33 no.1
Medellín Jan./June 2010.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Esperança-PB. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.
br/brasil/pb/esperanca/panorama. Acesso em 13 ago. 2019.
FERREIRA, Rau.
MARTINS, Marcos Lobato. História Regional In: Novos temas nas aulas de História. São Paulo: Contexto, 2018. 3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 132


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Isabella Oliveira de Lima


Eletrofloculação como Recurso Didático
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
no Ensino de Química
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa

Mileny Ferreira Nascimento


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. A proposta de trabalhar o tema escolhido, Eletroflo-
Thiago Ronny Batista Bezerra culação, em sala de aula e em laboratório surgiu da necessidade de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e envolver os estudantes em discussões que cercam a humanidade em
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa
sua relação com o meio ambiente e em práticas que se combinem
Gesivaldo Jesus Alves de Figueiredo com sua conservação. Atividades que estimulem o desenvolvimento
[email protected]
de uma consciência ambiental, visando não apenas o ponto de vista
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa ecológico, mas questões econômicas e sociais, contribuem positiva-
mente para a construção de uma sociedade mais limpa e ambiental-
mente avançada.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, existem vários conceitos


para a educação ambiental. Entre elas, pode-se citar:

“Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos


quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e compe-
tências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia quali-
dade de vida e sua sustentabilidade.” (Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/1999, Art 1º).

É fundamental tratar sobre esse tema com adolescentes de 3º ano do ensino médio de uma escola pública
estadual, pois, a educação ambiental escolar é uma forma de refletir os conceitos culturais de forma interdis-
ciplinar e contextualizada. Educar cidadãos mais responsáveis com o consumo, produção de lixo e descarte é
uma necessidade do mundo atual e permite que se verifique e constate a capacidade que adolescentes tem de
reflexionar, conduzir suas palavras e aplicar seus conhecimentos mais diversos.

“Processo em que se busca despertar a preocupação individual e coletiva para a questão ambiental, garantin-
do o acesso à informação em linguagem adequada, contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência
crítica e estimulando o enfrentamento das questões ambientais e sociais. Desenvolve-se num contexto de
complexidade, procurando trabalhar não apenas a mudança cultural, mas também a transformação social,
assumindo a crise ambiental como uma questão ética e política.” (MOUSINHO, P. Glossário. In: Trigueiro, A.
(Coord.) Meio ambiente no século 21. Rio de Janeiro: Sextante. 2003).

Inserir a educação ambiental no contexto de ensino de Química é uma estratégia que promove a expansão
dos conhecimentos com aplicabilidades práticas. Uma das formas utilizadas para abordar o tema de estudo
foi a exploração dos métodos de tratamentos da água que se destina ao consumo humano desenvolvido em
Estações de Tratamento de Água (ETA´S) e, incorporado a esses métodos, a Eletrofloculação. Esse processo
é o mais empregado atualmente pela sua eficiência na remoção de poluentes orgânicos, rapidez no processo
de reação físico-química e clareza na análise das informações. O processo, ainda, pode ser empregado em
situações que incluem as atividades de refinarias de petróleo, indústrias químicas e agricultura. (NETO 2011).

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O processo da Eletrofloculação baseia-se, fundamentalmente, em estudos sobre eletroquímica e, especifica-


mente, a eletrólise, que consiste em utilizar a técnica de reação não espontânea de oxirredução, impelindo
a ação das forças de atração entre as moléculas para aglutinar partículas pequenas de impurezas presentes
na água e formar flóculos maiores que fiquem suspensos na superfície aquosa, possibilitando a captura mais
facilmente por meio de filtração simples sem a necessidade de adicionar reagentes coagulantes. (BAIA; RA-
FAEL; BAIA; SENA; DA SILVA; DOS SANTOS). A visualização do processo permite o reforço no estudo da área
de físico-química e química geral básica tratando de eletroquímica e métodos de separações de misturas.

Os principais objetivos desse trabalho foram, além de trabalhar os conteúdos de classe de forma contextua-
lizada dentro do estudo de eletrofloculação, oferecer aplicabilidades práticas aos conhecimentos científicos
decorridos no exercício de sala. Analogamente, um estudo voltado à contemplação das questões ambientais
mais urgentes com participação ativa de estudantes.

MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi realizada por 3 (três) discentes e residentes do Programa de Resi-
dência Pedagógica (RP), pertencentes ao Curso Superior de Licenciatura em Química do Instituo Federal de
Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB, Campus João Pessoa sob a supervisão do professor titular e
preceptor do projeto na escola. Tais residentes desenvolveram uma aula contextualizada sobre o processo de
eletrofloculação relacionado ao conteúdo de eletroquímica.

O uso de uma metodologia diferenciada foi essencial para proporcionar aos estudantes uma aprendizagem
exitosa. Em relação aos objetivos citados anteriormente, esta pesquisa abordou em sua metodologia a prática
experimental e contextualização que se complementaram e se relacionaram estreitamente como partes fun-
damentais no processo de ensino-aprendizagem.

Obteve-se uma metodologia de caráter qualitativa, que estuda detalhadamente um grupo de pessoas ou ato
social (OLIVEIRA, 2008). A fim de realizar uma sondagem a respeito do conhecimento comum ou específico
dos estudantes acerca do tema proposto, foram levados em consideração os seus questionamentos e comen-
tários que funcionaram como elementos importantes no desenvolvimento do estudo. Portanto, participaram
da pesquisa 30 (trinta) alunos numa faixa etária entre 15 (quinze) e 17 (dezessete) anos de idade de uma
turma do 3º ano do ensino médio, integrantes da Escola Cidadã Integral Técnica Professor Antônio Gomes,
localizada no Município de Bayeux, bairro de Mário Andreazza, região metropolitana de João Pessoa, PB.

Para desenvolver a proposta do estudo foram disponibilizadas duas aulas de 50 (cinquenta) minutos cada que
se sucederam na seguinte ordem: No primeiro momento, houve a aplicação do Questionário Diagnóstico com
4 (quatro) questões sendo 3 (três) sobre os processos eletroquímicos e 1 (uma) de resposta pessoal sobre o
meio ambiente e ação humana. Em sua sequência, iniciou-se um debate sucinto sobre as respostas elaboradas
por cada um, momento em que todos foram convidados a participar e expor suas opiniões.

A continuação dessa metodologia deu-se através de uma aula teórica objetiva, relembrando os conceitos
3º SIMPIF

básicos de uma reação de oxirredução, espontânea ou não espontânea, explicação sobre o processo de ele-
trofloculação e suas mais variadas aplicações dentro do cotidiano.

No segundo momento, os discentes seguiram a montagem do equipamento da prática com imagens disponibi-
lizadas em um roteiro experimental pragmático e realizaram a atividade com o auxílio dos residentes. Por fim,
foram feitas as considerações sobre a experiência elaborada na aula.

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RESULTADOS. Uma reflexão preliminar sobre os dados obtidos nesse trabalho é que a atuação dos estudantes
foi desempenhada com êxito e os métodos empregados mostraram-se competentes. Foi possível remover
as impurezas de uma água contaminada com corantes e torná-la transparente, provando que as reações
ocorreram corretamente. A comunicação estabelecida permitiu que se observasse a organização mental dos
estudantes além de proporcionar um debate saudável, participativo e reflexionado.

O principal resultado obtido por essa pesquisa foi a compreensão de um conteúdo sujeito a equívocos. O ques-
tionário inicial mostrou que a eletroquímica é mal avaliada entre os discentes que a consideram complicada e
com aplicabilidades desconhecidas, mas a prática permitiu a visualização dos processos químicos e atestam
que teoria e experimentação devem caminhar paralelamente na melhoria e construção do conhecimento em
Química. A perspectiva dos discentes na compreensão dos objetivos e do conteúdo apenas reafirma a impor-
tância da contextualização.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A interação entre os estudantes e residentes durante as discussões foi crucial na
elaboração desse projeto e na construção de uma base para o conhecimento científico. Observou-se que a
compreensão do conteúdo foi bastante significativa devido a visualização do processo eletroquímico em se
comparado ao início da aula e levantamento dos questionários.

Para os princípios ligados ao desenvolvimento de consciência crítica frente aos problemas ambientais cau-
sados pelo alto consumo, desperdício e poluição das águas dos rios, as discussões foram valiosas para o
fechamento desse projeto e permitiram que se observasse a forma como os jovens conseguem compreender,
se responsabilizar por questão sociais e se colocar em papéis ativos dentro da sociedade.

PALAVRAS-CHAVE: Eletrofloculação; Ensino de Química; Eletroquímica.

AGRADECIMENTOS: Agradecimento ao Instituto Federal da Paraíba pela excelente qualidade de ensino, pro-
fessores qualificados e oportunidades.

Agradecimento à CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Instituição fomen-


tadora do projeto que deu origem a esse trabalho.

Agradecimento ao Programa de Residência Pedagógica, fomentado pela CAPES, pela oportunidade do exercí-
cio da profissão pelo grupo.

Referências
BAIA, A.C.F. et al. Aplicação Da Técnica De Eletrofloculação Para Remoção De Corante Presente Em Solução
Aquosa. Publicada no 58º Congresso Brasileiro de Química. 2018. Disponível em: http://www.abq.org.br/
cbq/2018/trabalhos/3/1885-26561.html Acesso em: 06.09.2019.
BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Conceitos de Educação Ambiental. Educação Ambiental. Disponível em:
https://mma.gov.br/educacao-ambiental/politica-de-educacao-ambiental. Acesso em: 05.09.2019.
MOUSINHO, P. Glossário. In: Trigueiro, A. (Coord.) Meio ambiente no século 21. Rio de Janeiro: Sextante.
3º SIMPIF

2003).
NETO, Sidney de Aquino; MAGRI, Thiago Calheiros; et al. Tratamento de resíduos de corante por eletrofloculação:
um experimento para cursos de graduação em química. Educação. Química Nova, vol.34, nº8.São Paulo, 2011.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422011000800030.
Acesso em: 08.09.2019.
OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer pesquisa qualitativa. 2. ed. Petrópolis RJ: Vozes 2008.

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Ana Carolina Torres Araújo Augusto


Ensino de física utilizando eletrônica e
dos Anjos
[email protected]
desenvolvimento web: medição de vazão
Instituição Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba

Iasmim da Silva Albuquerque


[email protected]
Instituição Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba INTRODUÇÃO. Ao proporcionar formação tecnológica e profissional
para um jovem, espera-se que os egressos desta modalidade de en-
Hugo Feitosa de Figueirêdo sino sejam capazes de transitar com desenvoltura e segurança em
[email protected]
um mundo cada vez mais complexo e repleto de tecnologias inova-
Instituição Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba doras (Moura e Barbosa, 2013). Analisando a realidade do discente
que está em formação no curso técnico integrado em Informática no
Karina Soares Farias do Nascimento Campus IFPB Esperança, percebe-se que muitos desses jovens apre-
Cunha sentam dificuldades em abstrair os conceitos e os fenômenos Físicos
[email protected] apenas com os recursos metodológicos utilizados em sala de aula,
Instituição Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba pois o torna passivo no processo de ensino e aprendizagem. Utilizan-
do a oferta de componentes curriculares voltados para a área de for-
mação profissional as quais eles já tem acesso, é possível propor um
modelo de integração que proporcione aos mesmos um envolvimento
maior, através desse ensino híbrido, com a resolução de problemas
através da criação de modelos físicos que possam ser utilizados no
próprio Campus. Fazer uso de protótipos eletrônicos e construir um
controle de medidas e informações via android e/ou web, seria a forma de aplicar os conhecimentos físicos de
forma prática e funcional. Fazer uso das metodologias ativas é uma forma de tentar resolver os problemas que
são enfrentados no dia a dia de um docente no que concerne o desenvolvimento cognitivo do seu aluno. Além
dos aspectos cognitivos, existem também o desenvolvimento do aluno no âmbito das relações intersociais,
dado que trabalhos dessa natureza exigem trabalho em grupo, preparando para o mundo do trabalho. Nesse
contexto, o objetivo deste trabalho foi proporcionar aos alunos a oportunidade de resolver problemas de seu
cotidiano usando conceitos de Física para, em uma perspectiva multidisciplinar, assisti-los na construção das
competências trabalhadas nessa disciplina.

MATERIAIS E MÉTODOS. Os seguintes materiais foram utilizados para o desenvolvimentos do projeto: Arduino
Uno R3 mais cabo USB; Sensor de Fluxo de Água G 1/2 1-30 l/min; Jumper Premium para Protoboard Ma-
cho-Macho; Display LCD; Resistor 330R 1/4W; sensor YF-S201. Inicialmente, foram realizados estudos pelos
alunos por meio de treinamento de Arduino e conteúdos das disciplinas do curso técnico de informática. Em
seguida, foram fornecidos os materiais necessários para desenvolver um equipamento de medição de vazão
pelos alunos participantes do projeto. A partir disse, os alunos foram direcionados para elaborar um equipa-
mentos que medisse a vazão de um fluxo de água e desenvolvesse um website para apresentar os resultados
das medições realizadas no equipamento.

RESULTADOS. Os alunos conseguiram desenvolver um medidor de vazão dos líquidos que tem como objetivo
levantar dados do consumo de água a cada segundo, acumulando essa informação para obter dados em in-
tervalos de tempo de uma hora em um determinado ponto. Os dados são mostrados através de um website. Os
alunos acharam sua utilização fácil quanto a sua conexão simplificada de apenas três fios sendo destes, dois
fios para a alimentação do produto e um para comunicação de dados. Além disso, a programação que eles
realizaram conta com variáveis simples de fácil compreensão, todas as conversões já estabelecidas e todas as
linhas comentadas a fim de melhorar a legibilidade do código Para desenvolver o equipamento, os alunos ti-
veram que obter conhecimentos sobre vazão, utilidade de equipamentos que medem a vazão e funcionamento
de um sensor que realiza essa medição. Essa busca por um conhecimento que extrapola os obtidos em sala de
aula foi essencial para o entendimento de outros conceitos físicos vistos em sala de aula.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O Sensor de Fluxo de Água é um produto que possibilita uma gama de aplicações
bastante diversificada, podendo ser utilizado tanto em projetos de automação residencial quanto em proje-

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tos industriais. O ensino de física por meio da criação deste equipamento mostra-se promissor. Entretanto, a
utilização de eletrônica e arduino, que são conhecimentos não previstos no curso de informática, dificultaram
a execução do projeto e ensino. Assim, a implantação futura da construção de equipamentos similares para
o ensino de física se torna mais promissor para o Curso Técnico Integrado em Energias Renováveis, que foi
iniciado em 2019 no Campus Esperança.

PALAVRAS-CHAVE: Física; Metodologias Ativas; Arduino.

Referências
MOURA, D. G. D.; BARBOSA, E. F. Metodologias ativas de aprendizagem na educação profissional e Tecnológica.
Boletim Técnico do Senac - A revista da educação profissional, p. 48-67, 2013.

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João Henrique de Araújo Pereira


Entropia de Hawking-Bekenstein: uma
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
introdução à física dos buracos negros
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa

Wellington Caetano
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa INTRODUÇÃO. O conceito de buraco negro foi apresentado pela pri-
meira ainda no século XVIII, quando o reverendo inglês Jonh Michell[1]
formulou a hipótese de existência de uma esfera de massa compará-
vel àquela das estrelas, mas com raios de apenas poucos quilômetros,
consequentemente esses corpos apresentariam campo gravitacional
tão intenso que nem mesmo a luz conseguiria escapar do seu interior,
pois a velocidade de escape seria superior a própria velocidade da
luz. Por isso o nome buraco negro, em analogia ao conceito de corpo
negro empregado em termodinâmica para descrever um corpo que
absorve toda luz incidente e, como nenhuma forma de radiação ele-
tromagnética é refletida, em tese o corpo não poderia ser visto.

No entanto em abril de 2019 foi divulgada pela colaboração EHT [2]

(Event Horizon Telescope) a foto de buraco negro, isto é, uma imagem atribuída ao buraco no centro da galáxia M87,
distante cerca de 50 milhões de anos-luz da Terra. A imagem contudo mostra o que pode-se chamar de periferia do
buraco negro, que corresponde, na verdade, a luz emitida pelos objetos astrofísicos que circulam ao redor do buraco
negro. De acordo com a Teoria da Relatividade Geral (TRG) de Einstein, buracos negros são deformações no espaço-
-tempo oriundas do colapso gravitacional de estrelas massivas de pelo menos 30 vezes a massa do Sol. A essa defor-
mação no espaço-tempo credita-se a origem do intenso campo gravitacional atribuído ao buraco negro.

Do ponto de vista técnico da TRG, buracos negros são singularidades causadas pela alta concentração de massa, e,
por consequência, da elevada densidade de matéria associada ao campo gravitacional. Esta singularidade ainda seria
circundada por uma região limite a partir da qual a força gravitacional se torna tão intensa que qualquer corpo, inclusive
a luz, não consegue mais retornar, por isso também são chamados de pontos de não-retorno. A partir das equações de
Einstein, foi o físico alemão Karl Schwarzchild [3] que em 1916, no trabalho “Sobre o campo gravitacional de uma massa
puntual de acordo com a teoria de Einstein”, demonstrou que a curvatura do espaço, devido a uma grande concentra-
ção de massa M, em um região limitada por uma esfera de raio RS, seria infinita. Nesse contexto, o limite da região ao
redor do buraco negro a partir da qual os corpos nas imediações passam a sofrer a influência de uma intensa interação
gravitacional foi denominado, a partir de então, raio de Schwarzchild ou horizonte de eventos de um buraco negro.
Contudo, vale dizer que longe desse horizonte o movimento de qualquer corpo é limitado, como o de um cometa, ou
mesmo de um planeta ao redor do Sol.

A física dos buracos negros chegaria ainda no século XX ao físico Stephen Hawking [4] que, em 1970, postulou a
existência de mini buracos negros, que teriam se formado logo após o início do Universo, com o chamando Big Bang.
Estes buracos negros primordiais teriam seu raio de Schwarzchild da ordem de 10-15 m, comparáveis, portanto, às
dimensões de um próton. Ainda segundo Hawking, o horizonte de eventos destes buracos negros seria aumentado pela
incorporação de massa, logo apresentaria um aumento na área a ele associada proporcional ao quadrado do raio de
Schwarzchild.

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Em continuidade às ideias de Hawking, o físico israelense Jacob Bekenstein [5] estabeleceu uma analogia entre a área do
horizonte de eventos de um buraco negro e sua entropia (função que caracteriza a desordem de um sistema) ao propor
que esta poderia ser expressa como uma função da área.

Usado a já chamada entropia de Bekenstein, Hawking estabelece o conceito de temperatura de um buraco negro. Cal-
culada a partir da entropia, a temperatura de Hawking estabelece a relação inversa de dependência entre a temperatura
e a massa de um buraco negro.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para o desenvolvimento deste trabalho foram realizadas reuniões semanais do nos-
so grupo de trabalho, GeaFís (Grupo de Estudos Avançados em Física), uma das ações do NPEF (Núcleo de
Pesquisa e Ensino de Física) do IFPB – Campus João Pessoa. Nestas reuniões, a leitura de artigos científicos
e livros de revisão do assunto é sempre realizada, bem como a prática de resolução de alguns problemas. Por
fim, obtenção de resultados numéricos e gráficos foi feita utilizando o software Mathematica.

RESULTADOS. Inicialmente através de uma abordagem de mecânica clássica, reproduzimos o resultado de


John Michel e calculamos o raio de Schwarzchild, RS. A abordagem clássica é capaz de prever, ainda de que
maneira inesperada e apenas coincidente, a expressão exata para calcular a singularidade. Isto é, a partir de
argumentos de conservação de energia, é possível chegar ao mesmo resultado que viria a ser descoberto por
Schwarzchild mais de um século depois. A expressão para RS tem como principal variável a massa M do corpo
candidato a buraco negro. Em um cenário físico com velocidade de escape sempre igual a velocidade da luz,
encontramos um raio da ordem de 1 cm para a massa da Terra e igual a 3 km para a massa do Sol.

A partir da área dos buracos negros foi feita para obter uma expressão para a entropia de Bekenstein, o resul-
tado sugere uma expressão que é função da área, que, por sua vez, depende do quadrado da massa do buraco
negro, sugerindo, portanto, uma desordem maior de sistemas mais massivos, isto é, sistema que absorveram
matéria.

Em última análise, através de uma abordagem termodinâmica, uma função para a temperatura é obtida da
derivada da entropia. A temperatura de Hawking é inversamente proporcional a massa do buraco negro, con-
sequentemente um buraco negro de massa igual à do Sol tem uma temperatura de Hawking extremamente
baixa (10-7 K), quando comparada àquela de um buraco negro primordial, com massa da ordem de 1011 Kg,
que é da ordem de 1012 K. A principal consequência física é que buracos negros primordiais acabam emitindo
partículas a uma taxa mais elevada do que aquela de absorção, ficando cada vez mais quentes e acelerando o
processo de perda de massa e energia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Neste trabalho fizemos uma revisão da física de buracos negros com ênfase na ob-
tenção de expressões para o raio do horizonte de eventos, entropia de Bekenstein e temperatura de Hawking.
A partir de análise de cenários comparativos para massas da Terra, Sol e outras estrelas, obtivemos valores
para o raio de Schwarzchild num intervalo de cm a Km, evidenciando a dependência direta com a massa can-
3º SIMPIF

didata. A função da entropia foi obtida a partir de argumentos envolvendo a área do buraco. Por fim, a análise
da temperatura de Hawking indicou uma maior atividade dos mini buracos negros primordiais.

Ressalta-se ainda que o trabalho foi desenvolvido linguagem matemática acessível ao estudante de iniciação
que é aluno do ensino médio.

PALAVRAS-CHAVE: Buraco negro. Raio de Schwarzchild. Entropia de Bekenstein. Temperatura de Hawking.

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AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao NPEF (Núcleo de Pesquisa e Ensino de Física) pelo apoio realizado du-
rante a realização deste trabalho.

Referências
[1] J. Michell, Phil. Trans. Royal Soc. London 74, p. 35 (1793).
[2] Event Horizon Telescope collaboration Akiyama K., et al., The Astrophysical Journal Letters, 875, (2019).
[3] K. Schwarzschild, Sitzungsber. Preuss. Akad. Wiss. Berlin (Math. Phys.) 189 (1916). Tradução para o inglês
disponível em http://arxiv.org/ abs/physics/9905030.
[4] S. Hawking, Buracos negros, Universos-bêbes e outros ensaios, Rio de Janeiro: Rocco (2000).

[5] J.D. Bekenstein, “Black Holes and Entropy”, Phys. Ver. D 7, 2333 (1973).

3º SIMPIF

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Jessica Gomes Mota


Esportes da natureza no Ensino Médio:
[email protected] realização de práticas interdisciplinares a
Jean Rodrigues da Silva partir de uma trilha ecológica
[email protected] Myller

Gomes Machado
[email protected]

João Paulo Almeida Pires INTRODUÇÃO. Os conteúdos da cultura corporal de movimento


[email protected] no ensino médio são diversos e enriquecedores que proporcionam

Instituto Federal de Educação, Ciência e ao discente aprofundar seus conhecimentos e desenvolver habilidades
Tecnologia da Paraíba – Campus Itaporanga e competências durante as aulas. No entanto, a Educação Física Escolar
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Ceará – Campus Juazeiro do não possui uma sistematização dos conteúdos no ensino médio, apenas
Norte orientações curriculares para que os docentes realize seu planejamento.
Assim, essa lacuna no currículo dificulta o processo de ensino-aprendiza-
gem seja pelo professor ter que realizar uma tarefa árdua no planejamen-
to de escolher, sistematizar, diversificar e aprofundar os conteúdos para
as turmas do ensino médio seja pelo discente que vem de práticas tradi-
cionais do ensino fundamental, com baixo desempenho motor, inativos
fisicamente e desmotivados em praticar esportes ou outros conteúdos.

Dentro do currículo da educação física, os esportes da natureza têm se tornado como conteúdos inovado-
res e proporcionado práticas interdisciplinares com ciências da natureza e humanas. Assim, a diversificação dos
conhecimentos e novas estratégias de aprendizagem consideradas importantes para o crescimento intelectual e
com isso proporcionam à prática de esportes que não exija do aluno as habilidades esportivas. Oportunizar prá-
ticas interdisciplinares é desafios pertinentes no cotidiano escolar, os esportes da natureza é um tema que trata
das modalidades praticadas no meio ambiente (DARIDO, 2005; BRASIL, 2017). O ensino dos esportes da natureza
além da execução da prática tem a reflexão dos cuidados com a natureza, das implicações do impacto ambiental,
com isso construção de valores e estimulando a reflexão nos discentes.

Pertinente às práticas de atividades didáticas no meio ambiente, a Trilha Ecológica é um instrumento importante
para o desenvolvimento da Educação Ambiental, como forma de despertar a consciência, trazendo à tona a im-
portância de se conservar, por meio de atividades ou dinâmicas que aproximam o público das realidades sobre as
questões ambientais, sociais, culturais, históricas e artísticas (MAMEDE, 2003). Sendo assim, o presente trabalho
teve como objetivo desvelar experiências de ensino-aprendizagem na perspectiva da trilha ecológica com uma
turma de 3° ano do ensino médio do Instituto Federal da Paraíba - Campus Itaporanga.

MATERIAIS E MÉTODOS. Trata-se de um estudo de caráter qualitativo e descritivo no qual são analisadas expe-
riências na aula de campo de esportes da natureza realizadas na Chapada do Araripe, em Barbalha-CE.

Participaram 39 discentes com idade entre 14 e 18 anos de uma trilha ecológica do Riacho do Meio. Após o tér-
mino foi pedido um relatório de campo e discussões sobre a importância daquele momento de aprendizagem, os
valores, a importância das técnicas de segurança e entre outros.

Na Pesquisa Qualitativa, segundo Moreira (2004), apresenta como características: um foco na interpretação que
os próprios participantes têm da situação sob estudo, em vez de na quantificação; enfatiza aspectos da subjetivi-

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 141


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dade, demonstra uma flexibilidade no processo de conduzir a pesquisa; preocupa-se com o contexto, no sentido
de que o comportamento das pessoas e a situação ligam-se intimamente na formação da experiência.

Para a análise dos dados, foi utilizado a análise do conteúdo. As fases de análise do conteúdo são: 1. Fase de pré-
-exploração do material ou de leituras flutuantes do corpus das entrevistas. 2. A seleção das unidades de análise,
o investigador nessa fase é orientado pelas questões de pesquisa que necessitam ser respondidas. 3. O processo
de categorização e subcategorização, uma operação de classificação de elementos por categorias que possam
através de sua análise exprimirem significados e elaborações importantes que atendam aos objetivos do estudo
(CAMPOS, 2004).

RESULTADOS. Os discentes obtiveram aprendizagens relevantes a cerca dos conteúdos de esportes da


natureza, pois se sentiram desafiados a praticar e se mantiveram motivados ao tentar resolver os desafios relacio-
nados a dificuldades de movimentos durante a trilha. É notório que conteúdos chamados de “inovadores”
poderiam está presentes na prática escolar, no entanto, os alunos pouco ter tido contato com outros conteúdos
além dos esportes de quadra (DARIDO, 2005; MOTA; NOBRE, 2018).

Nos relatos, os discentes expõem suas aprendizagens em relação aos conceitos, histórico e procedimentos dos
esportes da natureza como também descreve a construção de valores. A maioria dos discentes relataram à proxi-
midade entre colegas e de como perceberam que o local da aula não era deles, então deviam agir com respeito e
cuidado para com a trilha, além de se atentarem para sua segurança, superação de seus medos e limites físicos,
podendo contribuir ainda com algumas sugestões, a fala dos alunos representam essas afirmações: “A trilha
foi importante também para aumentar a afinidade e proximidade entre alunos de turmas diferentes melhorando a
convivência e ensinando todos a trabalhar em equipe” (Aluno 01). “Aprendemos a ter auto responsabilidade, de
que somos responsáveis pela nossa própria segurança e a importância de preservarmos a natureza” (Aluno 02).

Outro discente acrescenta a aprendizagem a cerca dos cuidados com a natureza “Com relação ao cuidado com o
meio ambiente, foi um dos pontos mais falados durante a viagem, isso fez com que todos os alunos respeitassem
a natureza, um exemplo bem visível foi algumas medidas de preservação que aprendemos lá com relação ao lixo,
o respeito pelos animais e por toda a flora local” (Aluno 08).

Percebe-se os sentimentos e superações no decorrer da trilha nas seguintes falas: “Essa aula trouxe bastantes
benefícios para o meu conhecimento e até mesmo para a vida, aprendi particularmente a superar meus
medos, a desenvolver atividades físicas, aprendi que existem vários esportes que nos oferecem não só dores mus-
culares, mas sim, prazeres e sensações nunca vividas” (Aluno 06). E como também, “As expectativas esperadas
para a viagem para o Geopark Araripe foram superadas, uma viagem marcada de aprendizado e conhecimento,
que partiu de uma simples aula que poderia ter sido teórica e ter entediado toda a turma, mas foi uma aula prática
o que cativou muitos alunos, até mesmo aqueles sedentários, que não gostam de andar, que não gosta de estar
na natureza, foi uma aula que possibilitou os alunos enxergarem a educação física com outros olhares.” (Aluno
04). Antes da trilha, durante as teóricas muitos discentes ficaram com receio de não conseguir e do contato com
3º SIMPIF

algo não realizado antes, nota-se nas seguintes falas: “Eu achei muito interessante, mas eu achava que a trilha iria
ser mais longa e mais cansativa, principalmente para mim que sou uma pessoa sedentária, que apesar de tudo foi
maravilhoso. (...) foi uma experiência incrível, gostosa, que se tivesse outra oportunidade eu iria de novo.” (Aluno
05). E outro discente complementa: “Aprender praticando gera muito mais conhecimento, principalmente, se for
de forma prazerosa como essa viagem foi.” (Aluno 09).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS. É de grande significância para o processo de aprendizagem discente a realização de


atividades práticas, uma vez que a variação de estímulos por parte dos docentes no processo de ensino
potencializa as possibilidades do aprender.

Outrossim, neste mundo tão individualista, em que o humano, a cada dia que passa, se distancia ainda mais
da natureza, atividades deste magnitude são de grande relevância, uma vez que aproxima o humano da natureza,
sendo que este distanciamento e a dominação (como posse) desta relação (humano-natureza) trouxe e traz con-
sequências irreversíveis para o planeta Terra, como é o caso do aquecimento global. Portanto, esta atividade
foi de suma importância para docentes e discentes envolvidos, uma vez que proporcionou relações do aprender
com a diversão, alegria, superação de medos, como relatado nos resultados. Sendo que este processo é o que se
busca no currículo e nos conteúdos ensinados.

PALAVRAS-CHAVE: Esportes na natureza. Ensino médio. Interdisciplinaridade. Trilhas ecológicas.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos a direção do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba –


Campus Itaporanga pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa e da aula de campo de esportes da natureza
em Barbalha-Ce.

Referências
BRASIL. Fundamentos pedagógicos e estrutura geral da BNCC. Brasília, DF, 2017. Disponível em:http://
portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=56621- bnccapresentacao-fun-
damentos-pedagogicos-estrutura-pdf&category_slug=janeiro-2017- pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 8 jul.
2019.
MAMEDE, S. B. Interpretando a natureza: subsídios para a educação ambiental. Campo Grande: UNIDERP,
2003.
MOREIRA, D.A. O Método Fenomenológico na Pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson Learnig, 2004.
CAMPOS, C. J. G. Método de Análise de conteúdo: ferramenta para a análise de dados qualitativos no campo
da saúde. Rev. Brasileira de enfermagem, Brasília. 2004, set/ out, n. 57, v. 5, p. 611- 614.
DARIDO, S. C. Os conteúdos da educação física na escola. In: DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. (Org.). Educação
física no ensino superior: educação física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2005. p. 64-79.

3º SIMPIF

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Lucas Cavalcanti Cruz


Física e experiência: reproduzindo a vida
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
real
Tecnologia da Paraíba

Júlia Dias Lins de Albuquerque


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Física, palavra com origem no grego antigo (φύσις),
Marcela Silvério Leite depois traduzida para o latim (nature) e depois para o português (na-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e tureza). Portanto, pode-se compreender a Física como a área do co-
Tecnologia da Paraíba
nhecimento humano que estuda a natureza e seus fenômenos. Dessa
Samuel Medeiros de Aquino maneira, não há como escapar dessa ciência.
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e Vivemos em um mundo físico, estamos envoltos na natureza e a cada
Tecnologia da Paraíba
instante fenômenos acontecem: o Sol surge no horizonte, a Lua in-
fluencia as marés, a brisa do mar nos refresca em um dia quente,
observamos objetos caírem em direção ao solo, carros passam nas
ruas, paramos no semáforo ao ver uma luz vermelha, enxergamos um
lindo arco-íris em um dia de chuva, etc.

Todos esses fenômenos são estudados de maneira simples desde os


anos iniciais do Ensino Fundamental na disciplina normalmente chamada de Ciências e depois são mais apro-
fundados no Ensino Médio em disciplinas como Física, Química e Biologia.

A prática como professor de Física nos revela que uma grande parte dos estudantes não tem interesse e, mui-
tas vezes, prazer em estudar tais fenômenos porque não conseguem perceber que suas vidas estão imersas
neles, pensam que tais fenômenos aparecem de maneira tão natural e assim, não é mais necessário refletir
sobre eles.

Walker (2015) nos conta que sua grande motivação para escrever um de seus maiores sucessos foi um diá-
logo com uma estudante:

“Eu era monitor em tempo integral e durante o dia havia submetido uma de minhas alunas, Sharon, a um
exame rápido.

Ela errou quase tudo; ao concluir a prova, perguntou:

- O que isto tem a ver com a minha vida?

Respondi prontamente:

- Sharon, isto é física! Tem tudo a ver com a sua vida!

Ela se virou, olhou diretamente para mim e disse devagar, com o olhar e a voz tensos:

- Dê-me alguns exemplos.

Dei tratos à bola, mas não consegui encontrar um único exemplo. Havia passado pelo menos seis anos estu-
dando física e não era capaz de pensar em um exemplo sequer.”

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 144


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Com essa mesma motivação e vendo a realidade dos estudantes do campus do IFPB – Princesa Isabel­somos
chamados a fazer alguma intervenção. Dessa forma o problema que se pretende investigar é: Como transfor-
mar o conhecimento de Física estudado em sala de aula em conhecimento aplicado na vida real?

Um foguete espacial parado em relação à Terra, que gira em seu movimento de rotação com velocidade apro-
ximadamente igual a 1666 km/h é lançado e atravessa a estratosfera após 5 minutos. Calcule a velocidade
do foguete.

A situação anterior exemplifica um problema que pode ser discutido sob o ponto de vista da Mecânica (ramo
da Física que estuda o movimento), assunto em geral abordado no 1º Ano do Ensino Médio.

A questão a ser discutida é a relação do problema com a realidade do estudante. Os estudantes do campus
em questão nunca viram um foguete espacial, grande parte não sabe o que é a estratosfera, nem conseguem
imaginar o que significa uma velocidade de 1666 km/h. Em outras palavras, como o estudante pode fazer a
relação do conteúdo de Mecânica com os fatos que acontecem em seu cotidiano?

Problemas como esse mais afastam do que aproximam os estudantes do estudo da Física. Dessa forma é de
extrema importância a contextualização do conhecimento aprendido em sala de aula com realidade vivida fora
dela. Assim, a Professora Doutora Regina Pinto de Carvalho nos conta:

Procuramos abordar fenômenos que ocorrem na vida diária das pessoas e explica-los usando princípios fí-
sicos conhecidos, em linguagem acessível a um leitor leigo ou iniciante no estudo da Física. [...] O objetivo
principal é mostrar que muitos eventos da vida cotidiana são facilmente explicados pela ciência, e que muitas
vezes utilizamos o resultado do pensamento científico sem sabê-lo.

Cremos que se pode estudar Mecânica com situações mais próximas da realidade experimentada por todos
nós:

Correr ou andar na chuva?

Uma pessoa deve correr ou andar ao atravessar a rua debaixo de chuva sem guarda-chuva? Correndo, a
pessoa passa menos tempo na chuva, mas provavelmente encontra um número maior de gotas de chuva. A
resposta muda se um vento soprar as gotas de chuva na direção da pessoa ou na direção oposta?

Ao dirigir na chuva, que velocidade uma pessoa deve manter para minimizar a quantidade de água que cai no
para-brisa dianteiro e, assim, manter uma visibilidade razoável? (WALKER, 2015)

A Física é uma das ciências mais antigas e se propõe a compreender desde a escala micro atômica até a imen-
sidão e origem de todo o universo. Os princípios da Física permitem explicar uma gama enorme de fenômenos,
quer sejam do nosso cotidiano (Física Clássica) ou fenômenos que pensamos não fazerem parte da nossa
realidade (Física Quântica e Relativística).
3º SIMPIF

Assim, esse projeto justifica-se pela importância de mostrar ao estudante de nível médio que inicia seu apren-
dizado mais profundo nas ciências naturais que eles lidam diariamente com esses fenômenos quando, por
exemplo, assistem à televisão, utilizam o smartphone ou internet wi-fi, quando se deslocam de suas cidades
até o campus do IFPB para estudar, quando escutam música.

Aprender física é necessário, uma vez que ela é uma ciência da natureza. Para muitos estudantes aprender físi-
ca não é fácil, porém ela possibilita um grande enriquecimento nas mais variadas áreas, como na matemática

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e na química. Então se deve procurar situações cotidianas que exemplifiquem ou justifiquem a importância do
estudo da Física.

O projeto tem por objetivo mostrar aos estudantes que existe relação entre a Física estudada em sala de aula
com a Física vivida fora dela. Serão aprofundados assuntos que auxiliem a explicar e entender de maneira mais
completa uma diversidade de fenômenos comuns aos estudantes, como a transmissão do sinal de TV, celular,
Internet, etc.

Paralelamente serão realizadas experiências no laboratório para que os conteúdos saiam da abstração e do
papel e tomem lugar na realidade concreta.

MATERIAIS E MÉTODOS. O projeto foi desenvolvido a partir de dois pontos principais:

O primeiro ponto é a utilização de um documentário muito famoso sobre ciências apresentado na TV brasileira
entre os anos de 1994 e 2002, conhecido como O Mundo de Beakman:

Beakman’s World (O Mundo de Beakman no Brasil) foi um programa de televisão educativo estrelado pelo ator
americano Paul Zaloom no papel do Professor Beakman. O programa foi baseado na tira de jornal You Can with
Beakman and Jax, de Jok Church. No programa original de Beakman, eram lidas cartas de tele-espectadores
reais, dos EUA, porém com a tradução para português e exibição no Brasil foi utilizado nomes fictícios, o que
era o gancho para a realização de experiências (que ensinava como reproduzi-las em casa) e a abordagem
divertida de conceitos científicos. Ocasionalmente interpretava cientistas já falecidos, como Albert Einstein,
Isaac Newton, Bernoulli, Alexander Graham Bell, Charles Darwin e Benjamin Franklin. (WIKIPEDIA, 2019).

O documentário apresenta várias situações reais em que se pode aplicar conceitos físicos, bem como curiosi-
dades e experiências intrigantes e fáceis de serem reproduzidas.

Em cada encontro foi exibido um episódio e os temas discutidos foram aprofundados com estudos em casa de
maneira individual e depois em grupo. Quando reunidos em grupos também eram feitas algumas experiências
para mostrar o que fora estudado.

O segundo ponto foi baseado na bibliografia sugerida. Utilizamos dois livros da professora Regina Pinto de
Carvalho nos quais são apresentadas mais de 300 situações da Física fora da sala de aula e que trazem su-
gestões de experimentos simples, com uma didática bem acessível aos estudantes.

Serão utilizados também os livros de Walker e Halliday.

RESULTADOS. É possível destacar que obtivemos excelentes resultados visto que os estudantes pesquisaram
bastante sobre vários conteúdos de física, pesquisaram e estudaram experimentos clássicos que revoluciona-
ram o pensamento científico de suas épocas, bem como compreenderam que a física está presente nas mais
diversas situações do dia a dia de maneira que muitas vezes nem conseguimos imaginar.
3º SIMPIF

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A partir das análises, dos resultados e discussões, concluímos que o projeto foi
muito bem aceito pelos estudantes, que gostaram muito do tema e das discussões propostas, empenharam-se
dentro de seus limites para desenvolverem as atividades propostas. A maior conclusão que se pode destacar é
o desejo e a curiosidade dos estudantes pelo conhecimento e que se for explorado de maneira correta, com te-
mas interessantes e pertinentes à suas faixas etárias seremos capazes de desenvolver grandes pesquisadores.

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PALAVRAS-CHAVE: Física. Experiências. Ensino

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB e ao CNPq pelo apoio e suporte financeiro destinados ao desen-
volvimento desse projeto.

Referências
CARVALHO, R. P. de. Física do dia a dia – 105 perguntas e respostas sobre física fora da sala de aula. Volume
1. 3. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.
CARVALHO, R. P. de. Física do dia a dia – + 104 perguntas e respostas sobre física fora da sala de aula... e uma
na sala de aula! Volume 2. 1. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
CHERMAN, A.; RAINHO, B. Por que as coisas caem? Uma história da gravidade. 1 Ed. Rio de Janeiro: Zahar,
2009.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física 1: Mecânica. 6 Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002.
WALKER, J. O circo voador da Física. 1. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.
Beakman’s World. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Bea-
kman%27s_World> Acesso em: 20 maio 2019.

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Hermano Silva Junior


Introdução à física das partículas
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
elementares: do elétron ao bóson de
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa Higgs
João Pedro Romagnoli
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. O Modelo Padrão (MP) das partículas elementares é
Ulisses Ferreira Silva Neto uma das mais bem sucedidas teorias físicas. Capaz de descrever o
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e conteúdo de matéria (partículas elementares) e os carregadores da
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa
força (bóson de gauge), o MP apresenta consistência matemática e
Wellington Caetano grande compatibilidade com resultados experimentais.
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e Do ponto de vista conceitual, uma partícula é dita elementar se ela
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa
não apresenta estrutura interna, assim a primeira partícula descober-
ta e que ainda hoje é considerada elementar é o elétron, descoberto
em 1897, por J. J. Thomson. Nessa mesma lógica, o próton e nêutron
que foram descobertos no início do século XX já não são mais consi-
derados como partículas elementares, pois possuem uma estrutura
interna composta (e complexa) formada por outras partículas – os
quarks e suas partículas mediadoras de força, os glúons.

Assim, ao longo do século XX, com a descobertas de novas partículas, o campo da física das partículas ele-
mentares foi ganhando corpo e, mesmo que depois várias destas partículas tenham sido “rebaixadas” à ca-
tegoria de partículas compostas, criou-se um espécie de tabela periódica das partículas elementares – que a
partir das décadas de 60, 70 ganhou o status de modelo, Modelo Padrão das Partículas Elementares.

Hoje o MP apresenta dois grandes grupos de partículas: férmions e bósons. Os férmions se dividem em quarks
e léptons. Os bósons estão representados pelas partículas carregadoras de força.

No setor leptônico destaca-se a presença das partículas eletricamente carregada com carga negativa (elétron,
múon e tau) e também dos respectivos neutrinos, totalizando seis partículas. Os quarks também estão em
seis unidades (up, dowm, charm, strange, top e bottom), com destaque para o fato de possuírem carga elétrica
fracionária [1,2].

Os bósons carregadores de força do MP manifestam três das quatro interações fundamentais: força eletro-
magnética, força nuclear fraca e força forte. Apenas a força gravitacional não está contida no escopo do MP.

Contudo a maior predição teórica do MP, a existência de uma partícula capaz de fornecer massa às outras, o
chamado bóson de Higgs, ficou sem resposta por quase 50 anos, até sua descoberta, em 2012, no LHC (Gran-
de Colisor de Hádrons, em português).

Paralelamente à história do bóson de Higgs, os neutrinos formam a outra parte intrigante na história da física
de partículas. Estas partículas sem carga elétrica, e de massa extremamente pequena, por isso chamados neu-
trinos, foram descobertos na metade do século XX, contudo a mais fascinante de suas características ainda
estava por vir, uma vez que suas três espécies (“sabores”) existentes “transmutam” entre si durante a viagem

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entre a fonte e o detector, num fenômeno conhecido como “oscilação de sabores dos neutrinos”, descoberto
apenas no final do século [3,4].

Neste trabalho vamos fazer um tour pelo conteúdo das partículas do MP, evidenciando suas principais proprie-
dades, bem como o tipo de interação entre elas. As principais questões abordadas são em relação à origem
das massas das partículas. Em especial, como o bóson de Higgs adquire sua massa e é capaz de fornecer
massa para as outras partículas. Em relação aos neutrinos, estudamos uma alternativa a obtenção de massa,
visto que estas partículas não interagem com o Higgs.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para o desenvolvimento deste trabalho foram realizadas reuniões semanais do nos-
so grupo de trabalho, GeaFís (Grupo de Estudos Avançados em Física), uma das ações do NPEF (Núcleo de
Pesquisa e Ensino de Física) do IFPB – Campus João Pessoa. Nestas reuniões, a leitura de artigos científicos
e livros de revisão do assunto é sempre realizada, bem como a prática de resolução de alguns problemas. Por
fim, obtenção de resultados numéricos e gráficos foi feita utilizando o software Mathematica.

RESULTADOS. A partir de uma abordagem atômica, conseguimos estudar propriedades dos quarks up e down
responsáveis pela estrutura nuclear do próton e nêutron. Ainda no escopo nuclear, abordamos o decaimento
beta e a origem dos neutrinos, completando assim a primeira coluna de férmions da tabela do Modelo Padrão,
a saber, (up, down, elétron e neutrino). A estabilidade do próton foi abordada, uma vez que trata-se de uma
partícula que não tem decaimento nuclear.

Do ponto de vista estrutural do modelo, reproduzimos os vértices das interações fundamentais em uma ana-
logia ao conceito de corrente elétrica, amplamente discutido no ensino médio, assim temos como explicar que
número quânticos se comportam como carga elétricas que “chegam e saem de um nó” como em um circuito
elétrico.

No setor de Higgs foi estudado foi estudado o cenário físico que se revelou quando da descoberta desta par-
tícula no LHC, isto é, a partir do valor descoberto para a massa, calculamos o valor esperado para a principal
constante de acoplamento, λ, do modelo padrão.

No que concerne aos neutrinos, uma proposta de extensão ao modelo capaz de acomodar os termos de mas-
sa é apresentada, contudo a implicação é a existência de outras partículas, também neutras, mas que teriam
massa de valores altíssimos, longe de qualquer verificação experimental, tornando essa alternativa não inte-
ressante sob o ponto de vista experimental.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Neste trabalho fizemos uma introdução à física das partículas elementares com
destaque na descoberta das partículas, desde o elétron no final do século XIX, até a descoberta do bóson
de Higgs no LHC, no início do século XXI. Foi interessante notar como é possível aplicar estes conteúdos aos
estudantes do ensino médio.
3º SIMPIF

No campo prático, os estudantes puderam fazer cálculos específicos sobre como determinar a massa das
partículas bóson de Higgs e neutrinos, em um exercício que não se encontra nos textos desse nível de ensino,
mas sempre em linguagem matemática acessível aos estudantes de iniciação.

PALAVRAS-CHAVE: Física das Partículas. Modelo Padrão. Bóson de Higgs. Ensino. Física.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao NPEF (Núcleo de Pesquisa e Ensino de Física) pelo apoio realizado du-
rante a realização deste trabalho.

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Referências
[1] M. A. Moreira, Revista Brasileira de Ensino de Física 31, 1306 (2009).
[2] D. Griffiths, Introduction to Elementary Particles, John Wiley & Sons (1987).
[3] Gustavo do A. Valdiviesso e Marcelo M. Guzzo, Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 27, n. 4, p. 495 -
506, (2005).

[4] Super-Kamiokande, Y. Fukuda et al., Phys. Rev. Lett. 81, 1562, (1998).

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Lucas Cavalcanti Cruz


Matemática e Malba Tahan: Um novo
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
olhar sobre o ensino
Tecnologia da Paraíba

Tatiany Kellen Silvério Severiano


tatiany.kellen@acadêmico.ifpb.edu.br
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. O projeto teve como objetivo estimular o estudo e a
Vanessa Medeiros da Silva disseminação dos conhecimentos matemáticos a partir de uma abor-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e dagem não tradicional. Essa abordagem deu-se através da leitura de
Tecnologia da Paraíba
alguns contos dos livros do famoso autor brasileiro Júlio César de
Samuel Medeiros de Aquino Melo e Souza, internacionalmente conhecido como Malba Tahan, com
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mais de 100 livros publicados.
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
Foi professor de Matemática durante muitos anos de sua vida, dentre
os quais se dedicou também a publicações na área de educação e
contos matemáticos. Grande parte de seus livros ambienta-se na Ará-
bia, local que apesar de nunca ter visitado, teve a cultura, geografia
e história muito bem estudadas por Melo e Souza. Dessa forma, ele
escreve sobre matemática de uma maneira diferente, que atrai pes-
soas de todas as idades até os dias de hoje. A partir de seus contos, ele mostra que a matemática pode ser
encarada de uma maneira diferente da que normalmente é ensinada nas escolas e que ela pode ser divertida
e prazerosa.

O projeto teve duração de um ano e nesse curto intervalo de tempo foram analisados diversas histórias de um
dos seus mais famosos livros: “O Homem que Calculava”. Através de suas histórias, Malba Tahan mostra como
Beremiz (personagem principal) resolve problemas matemáticos em diversas situações. O projeto é extrema-
mente recomendado para o nível de Ensino Médio uma vez que aborda assuntos como frações, proporções, ju-
ros, divisibilidade, lógica, aritmética, métodos de contagem, equações de 1º e 2º graus, equações diofantinas,
etc. Todos esses temas foram abordados de uma maneira lúdica, mostrando que a matemática encontra-se em
diversas situações cotidianas e que as soluções para seus problemas às vezes são muito inesperadas e exigem
o mais alto grau de criatividade em oposição à capacidade de fazer contas ou operar com muitos símbolos e
elementos matemáticos avançados.

A matemática quando analisada sob o ponto de vista formal, de conceitos e definições, sendo uma ciência exa-
ta, torna-se muito complexa. Não complexa no sentido de difícil, mas complexa, pois possui uma linguagem e
símbolos próprios que requerem grande atenção e disciplina para seu estudo e aprendizado. A prática diária
como professor, revela que muitos estudantes têm dificuldade, pois não relacionam os aspectos formais da
matemática com suas realidades e seus problemas cotidianos, não dão a devida atenção ao seu estudo e aca-
bam se desinteressando pelo seu aprendizado perdendo a oportunidade de conhecerem como a matemática
está inserida em todos os momentos de sua vida e como ela é capaz de aumentar a criatividade e raciocínio.
Assim, é preciso modificar a maneira de ensinar matemática, uma vez que se deve fazer com que os estudantes
sintam prazer e vontade de aprender. Por isso a importância da matemática através da resolução de proble-
mas, da criatividade, da curiosidade, de histórias, etc.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 151


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Atualmente, muitos recursos e novas metodologias são estudados e aplicados em sala de aula com o intuito de
modificar a situação da matemática no Brasil, que é de conhecimento geral, um país com péssimos rendimen-
tos em todos os testes e avaliações internacionais. O processo de adaptação ao ensino com novos métodos
é bastante delicado, uma vez que, sendo uma ciência exata, seus resultados não podem diferir em razão do
método utilizado.

A aprendizagem da matemática torna-se muito mais interessante através de aplicações práticas e da resolu-
ção de problemas vivenciados no dia a dia, em situações nas quais o estudante percebe a utilização daquilo
que foi ensinado. Dessa maneira, sente-se estimulado a aprender cada vez mais não apenas para conseguir
um bom resultado na prova da escola, mas porque ele percebeu que precisou daquilo e, assim, ele cria o gosto
pelo estudo. O conteúdo do Ensino Básico têm grande relevância e através de uma matemática recreativa,
pautada na resolução de problemas e contos é possível ter um aprendizado intenso e significativo, gerando
criatividade e prazer pelo estudo dessa ciência tão fascinante.

Malba Tahan em seu livro O Mundo Precisa de Ti, Professor (1966) escreve sobre a importância da educação:
“A educação e a instrução são conceitos profundamente distintos. A educação desenvolve as faculdades; a
instrução dá conhecimentos. A educação eleva a alma; a instrução provê o espírito. A educação faz homens;
a instrução faz sábios. A educação é o fim; a instrução é apenas um dos meios. A educação é, portanto, mais
alta, mais profunda e mais extensa do que a instrução.”

Malba Tahan sempre foi um ativista na defesa de uma matemática atrativa e menos algebrizada de maneira
que facilitasse uma maior compreensão e despertasse maior interesse pelo seu estudo. Em seu texto Antolo-
gia da matemática (1959) ele faz duras críticas aos professores que abusam da linguagem algébrica em de-
trimento das faculdades criativas e de raciocínio: “O professor de Matemática, quando é algebrista contumaz,
afasta-se por completo da realidade e parece inspirado pela preocupação constante de torturar seus alunos
com problemas absurdos, trabalhosos, ou com equações dificílimas, atulhadas de denominadores e com largo
sortimento de radicais, sem utilidade alguma.”

Sobre a formação do professor, Malba Tahan não privilegiava a formação técnica (específica da área) em lugar
da formação didática, mas colocava ambas no mesmo nível:

“(...) as escolas devem exigir três coisas na qualificação de um professor:

a) que conheça aquilo que vai ensinar;

b) que saiba mais do que aquilo que vai ensinar;

c) que saiba como ensinar.

O professor, sendo antes de tudo um educador, deve agir sob constante impulso idealista. A ação do professor
imediatista deforma inteiramente a obra educacional.”
3º SIMPIF

MATERIAIS E MÉTODOS. O projeto foi pensado para será executado seguindo a proposta do professor Melo e
Souza (Malba Tahan): apresentar a matemática a partir de problemas intrigantes e curiosos, muitos dos quais
descritos em suas obras e para isso, a leitura das histórias era imprescindível. Os estudantes reuniam-se para
discutir os problemas apresentados e tentar resolvê-los, só então iriam avaliar e comparar suas respostas
com as respostas apresentadas no livro.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 152


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

A partir de cada problema, percebia-se a necessidade de se aprofundar em um determinado assunto da ma-


temática para se alcançar o objetivo desejado.

RESULTADOS. É possível destacar que obtivemos excelentes resultados visto que os estudantes pesquisaram
bastante sobre a vida e obra de Malba Tahna, compreenderam um pouco mais sobre o que é e como funciona
a tarefa de ensinar matemática, entenderam como houve mudanças no ensino da matemática ao longo do
tempo e se depararam com novas propostas pedagógicas, principalmente a resolução de problemas. Debru-
çaram-se sobre os problemas do livro “O Homem que Calculava”, que foi a base do projeto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A partir das análises, dos resultados e discussões, concluímos que o projeto foi
muito bem aceito pelos estudantes, que gostaram muito do tema e das discussões propostas, empenharam-se
dentro de seus limites para desenvolverem as atividades propostas. A maior conclusão que se pode destacar é
o desejo e a curiosidade dos estudantes pelo conhecimento e que se for explorado de maneira correta, com te-
mas interessantes e pertinentes à suas faixas etárias seremos capazes de desenvolver grandes pesquisadores.

PALAVRAS-CHAVE: Educação. Matemática. Resolução de problemas

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB e ao CNPq pelo apoio e suporte financeiro destinados ao desen-
volvimento desse projeto.

Referências
TAHAN, M.; O Homem que Calculava. 40 Ed. Rio de Janeiro: Record, 1995
TAHAN, M.; O Mundo precisa de ti, Professor. 1 Ed. Rio de Janeiro: Vecchi, 1966
TAHAN, M.; Antologia da Matemática. 1 Ed. São Paulo: Saraiva, 1959

3º SIMPIF

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Maria Eduarda Santos de Souza


Montagem de Coleção Biológica
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Didática de Invertebrados para o IFPB –
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo Cabedelo
Igor Kleyton Souza de Pontes
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo
INTRODUÇÃO. As coleções biológicas constituem uma importante
Jefferson de Barros Batista fonte de informações sobre a composição, distribuição espacial e
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e temporal da biodiversidade de uma região, além de representarem
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo
uma excelente ferramenta didática que visa diminuir a distância di-
Thiago Leite de Melo Ruffo dática entre o teórico e o prático para o ensino prático das ciências
[email protected]
biológicas (Brandão, 1998). 
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo
Os aspectos didáticos positivos na inclusão de alunos na montagem
de coleções e na identificação de organismos, foram discutidos de
forma abrangente por Fonseca et al. (2002), onde os mesmos veri-
ficaram principalmente um aumento na interesse dos alunos na par-
ticipação do processo ensino aprendizado e do nível conhecimento
técnico sobre a biodiversidade local. Estes autores também enfatizam
que, com o crescimento do impacto e das perspectivas econômicas dos ramos produtivos dedicados ao extra-
tivismo animal, tornam-se cada vez mais necessárias estratégias de desenvolvimento de acervos biológicos
que visem à conservação da biodiversidade e o aumento do conhecimento técnico que valorizem o uso sus-
tentável da biodiversidade.

Também é válido salientar que aulas práticas em laboratório permitem a criação de novos modelos meto-
dológico-educativos fundamentados no diálogo educador e educando. Dessa forma, há a necessidade do
desenvolvimento de instrumentos capazes de estimular a construção do saber e o desenvolvimento do poder
imaginativo-criativo de cada aluno (PEREIRA, 2010). Como conseqüência, os conteúdos aplicados na confec-
ção de instrumentos práticos como coleções didáticas fazem parte da construção de um aprendizado técnico
e científico que promovem não apenas o crescimento institucional como também o crescimento pessoal e
cultural do aluno.

A cada dia, cresce a necessidade de se explorar todos os aspectos práticos e educacionais dos instrumentos
didáticos, voltando o aluno a um mundo de descobertas além do horizonte tradicional de ensino empregado
em sala de aula. Neste contexto, torna-se indispensável que o educando entenda a potencialidade dos recur-
sos didáticos de uma coleção biológica (PEREIRA, 2010).

Segundo Cohen & Cressey (1969), Fonseca et al. (2002) e Zaher & Young (2003) diversos outros aspectos
sobre a importância de formar, manter e incrementar coleções biológicas também devem ser considerados
como: (i)  um registro permanente da herança natural de uma região; (ii) base para aulas práticas e pes-
quisa em muitas disciplinas científicas; (iii) a preservação dos elementos para a comprovação de pesquisas
pregressas, possibilitando a verificação da validade da informação científica; (iv) uma fonte de informações
críticas para diversos campos da Ciência, como Biologia, Agricultura, Biologia Pesqueira, Conservação e Ma-
nejo de Recursos Naturais, Bioquímica, Biotecnologia, Ecologia, Epidemiologia, Evolução, Genética, Medicina,
Toxicologia, Legislação, etc. e (v) um recurso de grande valor didático, ao dar suporte a atividades de ensino

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 154


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EDUCAÇÃO E ENSINO

secundário, universitário e pós-graduação, bem como apoio a programas de educação ambiental, auxiliando
a promover a conscientização do público para as questões ambientais e de preservação da biodiversidade.

Outro aspecto importante da coleção didática é a exposição do discente a fauna local de sua região, já que
muitos dos materiais biológicos expostos nos livros didáticos das escolas brasileiras são baseados em mo-
delos de materiais biológicos de outros estados, ou mesmo de outros países, portanto, desconectados da
realidade do estudante (Fonseca et al. 2002).

Assim, o presente trabalho objetivou preservar e identificar invertebrados marinhos e terrestres coletados em
projetos desenvolvidos no IFPB Cabedelo e preparar o material didático teórico-prático da coleção didática
de invertebrados para serem utilizados pelos alunos dos Cursos Técnico Integrado, Técnico Subsequente e
Superior do IFPB Cabedelo.

MATERIAL E MÉTODOS. Para o IFPB Cabedelo, a coleção didática vem se configurando em uma excelente fer-
ramenta didática e de pesquisa, pois desde a sua criação até o presente momento, a mesma se tornou o prin-
cipal destino do material biológico coletado nos projetos de pesquisa do Campus de Cabedelo, acreditamos
portanto, que as coleções biológicas neontológicas, sejam elas didáticas ou científicas, representam o destino
final mais adequado para o material biológico utilizado como fontes de informação científica em projetos de
pesquisa, nesse contexto, este trabalho visou, através da montagem de uma coleção didática, maximizar a
utilização do material biológico contido como acervo científico em nosso campus, através da identificação,
preservação e utilização do material biológico como instrumento didático.

O projeto teve início em agosto de 2018 e foi finalizado em agosto de 2019. O mesmo contou com análise e
identificação de invertebrados marinhos e terrestre e com a sua devida montagem em coleções secas, como
é o caso das caixas entomológicas, e coleções molhadas, em que os indivíduos são preservados em potes
de vidro com formol ou álcool. Ambas as coleções (secas e molhadas) contam com a devida identificação do
indivíduo trabalho, com o intuito de organizar e facilitar o uso daquelas coleções por professores, alunos e/ou
pesquisadores da área. Todos os espécimes foram identificados até o menor nível taxonômico possível com o
auxílio de livros e chaves taxonômicas.

RESULTADOS. Como benefícios das ações do projeto, podemos citar a melhoria estrutural do acervo de in-
vertebrados já presentes na coleção didáticas do campus, com a identificação específica dos espécimes e a
revisão e substituição do líquido de preservação contido nos frascos. Além disso, novos exemplares de outros
projetos foram doados para o acervo, necessitando de identificação e sua devida preservação.

Dentro da coleção podemos encontrar caixas entomológicas de Lepdopteras (popularmente conhecidas como
borboletas), insetos e aracnídeos. Na coleção molhada, podemos encontrar alguns filos: exemplares de equi-
nodermos, poliquetas, além de uma grande diversidade de artrópodes, terrestres e aquáticos. Na coleção tam-
bém é possível encontrar, além de invertebrados, macroalgas de espécies encontradas no litoral paraibano.
3º SIMPIF

Outra contribuição do projeto foi para os alunos atuantes, uma vez que foram introduzidos nas práticas la-
boratoriais e na redação científica para divulgação e disponibilização dos resultados das identificações dos
invertebrados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O presente trabalho mostrou-se extremamente significativo para os participantes,


uma vez que os mesmos vivenciaram as práticas laboratoriais, bem como as técnicas de identificação, fixação

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e montagem de coleções biológicas didáticas, fundamentais para determinadas disciplinas dos cursos inte-
grados, subseqüente e superior do IFPB campus Cabedelo.

PALAVRAS-CHAVE: Coleções biológicas didáticas. Invertebrados. Recursos didáticos.

AGRADECIMENTOS: Deixamos nossos sinceros agradecimentos aos alunos participantes de projetos no IFPB
campus Cabedelo, os quais coletaram muitas das espécies contidas nas coleções biológicas, bem como aos
professores participantes desses projetos, como também aos que doaram itens para a coleção.

Referências
BRANDÃO, C.R.F.; KURY, A.; MAGALHÃES, C.; MIELKE, O. Coleções Zoológicas do Brasil. 1998.
COHEN, D.M. & CRESSEY, R.F. (Eds.) Natural History Collections. Past. Present. Future. Proc. Biol. Soc. Wash.
vol. 82, p. 559-762, 1969.
FONSECA, C.R. V. DA; SALEM, J.I.; WEIGEL, P. Bioacervos em Instituições da Amazônia. 2002.
PEREIRA, M. L. A Arte de Ensinar/Aprender Ciências Naturais: inovação lúdico-criativa. In: ABÍLIO, F. J. P. (Org.)
Educação Ambiental e Ensino de Ciências. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2010. p. 83-101.
ZAHER, H.; YOUNG, P.S. As coleções zoológicas brasileiras: panorama e desafios. Ciência e Cultura, vol. 55,
n.3, p. 24-26, 2003.

3º SIMPIF

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José Alessandro Dantas Dias Novo


Musicografia Braille no Instituto Federal
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
da Paraíba/Campus João Pessoa:
Tecnologia da Paraíba relatos de uma práxis inclusiva
Adriano Caçula Mendes
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. O objetivo dessa comunicação é relatar sobre um
Vinícius Lucena Fernandes projeto de pesquisa desenvolvido no Instituto Federal de Educação,
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) – Campus João Pessoa, volta-
Tecnologia da Paraíba
do para a educação musical de pessoas com deficiência visual (DV).
O projeto teve início em julho de 2014, motivado pela existência de
duas alunas de piano, cegas, que tinham bastante dificuldade em
seus estudos, devido a falta de material em braille na Instituição.

Em 2015 o projeto teve sua segunda edição e tem se renovado a cada


ano, tendo em vista a necessidade de expandir essa produção até que
se tenha o programa completo do Curso Técnico Integrado de Instru-
mento Musical do IFPB.

A pesquisa tem como objetivo geral promover a inclusão de Deficien-


tes Visuais no âmbito do Curso Técnico em Instrumento Musical do IFPB, para tanto, os objetivos específicos
são: 1) Possibilitar aos deficientes visuais vivências e práticas musicais no ambiente de ensino regular, esti-
mulando-os através da Musicografia Braille; 2) Fomentar a utilização da Musicografia Braille potencializando
o ensino da música para os Deficientes Visuais; 3) Produzir materiais pedagógicos que subsidiem a formação
musical de pessoas com deficiência visual.

A Educação Musical vem desenvolvendo trabalhos e pesquisas nos mais diversificados campos de atuação,
objetivando oportunizar as práticas musicais nos mais diferentes contextos da música (popular, religiosa,
clássica, contemporânea, entre outras). O foco está no desenvolvimento do conhecimento musical, com vistas
ao estabelecimento de oportunidades de estudo para todos. Atualmente, a Educação Musical vem atuando em
diversas áreas, uma delas é a Educação Especial. Esse campo de ensino é bastante amplo por conta da diver-
sidade de categorias existentes tais como: deficiências mentais, deficiências visuais, deficiências auditivas,
deficiências múltiplas etc.

A Educação Especial é uma área de conhecimento que tem como objetivo o desenvolvimento de práticas pe-
dagógicas direcionadas para alunos com necessidades específicas. O assunto está dentro de outra área mais
abrangente conhecida como Inclusão Social que é caracterizada pela luta dos grupos minoritários por seus
direitos na sociedade. O principal objetivo da Inclusão Social é a construção de uma escola democrática que
assegure os direitos às pessoas com necessidades educacionais específicas.

A Educação Inclusiva tem como marco atual a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994) – promulgada na
Espanha – que estabelece como princípio que as escolas regulares dos sistemas de ensino devem ser o lócus
da inclusão. Estas acolherão todas as crianças, independente de suas condições físicas, intelectuais, sociais,
emocionais e linguísticas.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 157


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

A Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI 2016-2022) prevê a elaboração, pela Se-
cretaria de Desenvolvimento Tecnologia e Inovação (SETEC), de um Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e
Inovação em Ciências e Tecnologias Sociais que promova a inclusão social. Cabe ressaltar que:

[…] as novas tecnologias e sua disseminação contribuem significativamente para a inclusão


social e para a redução das desigualdades de oportunidade e de inserção ocupacional. As
tecnologias assistivas, por exemplo, são essenciais para a inclusão de pessoas portadoras
de necessidades especiais e para a criação de oportunidades iguais para todos. Este tem
sido um campo novo e estratégico de atuação do MCTIC, que participa do Plano Nacional
dos Direitos da Pessoa com Deficiência: Viver sem Limite, em parceria com a Secretaria de
Direitos Humanos, o Ministério do Desenvolvimento Social, o Ministério da Educação e o
Instituto Nacional de Seguridade Social. (ENCTI 2016-2022, p. 98).

Convêm destacar, ainda, que as Ciências e Tecnologias Sociais têm como objetivo “desenvolver e difundir
conhecimento e soluções criativas para a inclusão produtiva e social, a melhoria da qualidade de vida e o
exercício da cidadania” (ENCTI 2016-2022,p. 100). E dentre as suas estratégias associadas está o fomento à
P&D na área de Tecnologia Assistiva, voltada para pessoas com necessidades específicas.

Na Educação Musical Especial, em relação ao acesso à Musicografia Braille, um dos poucos projetos de-
senvolvidos no país para o melhoramento do acesso à grafia musical é Projeto Musibraille, desenvolvido na
Universidade de Brasília-UNB. Atividade que surgiu com a intenção de preparar pessoas que possam ensinar
música aos deficientes visuais. A Musicografia Braille é uma área do estudo da música que está focada em
prover o acesso de deficientes visuais e pessoas de visão reduzida ao material musical escrito em tinta através
do sistema de grafia braille. Toda partitura pode ser escrita com os 63 símbolos Braille, indicando inúmeros
detalhes das partituras escritas com tinta. Apesar disso, há pouco material e softwares que possibilitem o tra-
balho nesta área. Muitas vezes este fato é agravado pela falta de experiência dos professores de música para
lecionar aos deficientes visuais alegando que é impossível passar o conteúdo das partituras, efetivamente.
Isso dificulta a inclusão de músicos deficientes nas escolas e faculdades de música. As partituras em Braille
proporcionam autonomia e independência, abrindo ainda novas possibilidades de trabalho. O uso de software
específico proporciona ao músico deficiente a possibilidade de escrever suas próprias composições e ainda
imprimi-las em tinta.

Existe um número significativo na produção de materiais didáticos direcionados para o ensino mais efetivo e
abrangente da música. Apesar de haver esse conjunto de métodos e materiais didáticos de educação musical
produzidos no Brasil, percebe-se uma necessidade de aumentar a produção de material na área da educação
especial, especificamente, na educação de pessoas com deficiência visual. De acordo com Tomé (2003) a edu-
cação de deficientes musicais no Brasil surgiu no século XX, em regime de internato, tendo a música como um
dos componentes curriculares e como oportunidade de trabalho para os deficientes visuais.

Tendo em vista a importância e benefícios que a música é capaz de proporcionar na formação humana, o foco
3º SIMPIF

principal dessa pesquisa é dar apoio na área da Musicografia Braille, produzindo partituras e auxiliando no
processo de aprendizagem musical dos deficientes visuais, como também na capacitação de professores.

MATERIAIS E MÉTODOS. Durante os meses de abril e maio de 2018 a equipe envolvida no projeto esteve
empenhada em pesquisar o material disponível sobre Musicografia Braille, com o objetivo de conhecer as
possíveis carências e, assim planejar como poderia contribuir de forma mais efetiva na produção, não só de
partituras, mas, também, de apostilas sobre Teoria Musical. Para tanto, foram realizados 02 (dois) encontros
semanais, com duração de 03 (três) horas cada encontro.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 158


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Nos meses de junho a novembro, o plano de ação esteve voltado para a produção de partituras em braille, sen-
do utilizados neste processo computadores com os programas Musibraille e Braille Fácil, que tornam possível
a elaboração desse material, além de uma impressora braille. Paralelo a essa etapa da pesquisa, foi ministrado
um curso sobre como operar o software Musibraille. Essa capacitação ocorreu no IFPB – Campus João Pessoa,
com o objetivo de capacitar estudantes e professores e interessados a utilizarem esta ferramenta.

Entre os meses de outubro a dezembro, seriam ministradas aulas de teclado aos alunos do Instituto dos Ce-
gos, utilizando todo o material de partituras produzido durante a pesquisa mas por motivo de força maior não
foi possível a realização dessa etapa.

No primeiro semestre de 2019, com a entrada de estudante cego na área de violão do Curso Técnico, houve a
necessidade de capacitação do docente responsável pela área acerca dos softwares já mencionados, ampliado
as possibilidades de atendimento de demandas específicas no campus João Pessoa do IFPB. Foram produzi-
das partituras em braille do Método de Iniciação ao Violão, de Henrique Pinto (PINTO, 1996), além de arranjos
autorais de canções populares para atender as demandas técnicas e pedagógicas do estudante.

RESULTADOS. Através da pesquisa foi possível elaborar a transcrição de um material de Teoria Musical e par-
tituras que foram/serão usadas com os alunos do segundo ano do Curso Técnico em Instrumento Musical,
isto foi de fundamental importância para o crescimento musical dos alunos com deficiência visual, tendo em
vista que essa é uma importante iniciativa para proporcionar acessibilidade aos conhecimentos musicais a
esse público específico. Houve, no âmbito das transcrições para violão, dificuldades pontuais na conversão
das partituras em tinta para o braille, uma vez que as características idiomáticas e idiossincráticas da técnica
e escrita violonística comporta diversas abordagens para a realização de tal processo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O projeto tem se mostrado relevante no âmbito do Curso Técnico em Instrumento
Musical do IFPB – Campus João Pessoa, uma vez que esta é uma iniciativa pioneira no sentido da inclusão de
pessoas com deficiência visual no referido curso. Através do contato com o Instituo dos Cegos da Paraíba, em
versões anteriores deste projeto, o interesse pelo curso de música oferecido pelo IFPB tem aumentado por
parte das pessoas com deficiência visual, estimulando assim a motivação dos participantes do projeto Musico-
grafia Braille a prosseguir na transcrição e produção desses materiais. Dentre os resultados obtidos até aqui
se destaca a transcrição do primeiro modulo do livro “Aprenda a Tocar Órgão e Teclado”, de Cristine Prado.

PALAVRAS-CHAVE: Musicografia Braille. Educação Musical. Deficiência Visual.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB/campus João Pessoa, pelo apoio dado a equipe que tem desenvol-
vido o trabalho de Musicografia Braille, também gostaríamos de agradecer a Coordenação de Assistência às
Pessoas com Necessidades Específicas - COAPNE, pelo seu empenho e parceria na realização deste Projeto.

Referências
BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: UNES-
3º SIMPIF

CO, 1994.
BRASIL. MINISTÉRO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÕES E COMUNICAÇÕES. Estratégia nacional de ciên-
cia, tecnologia e inovação. MCTIC: Brasília, 2016.
PRADO, C. Aprenda a tocar órgão e teclado. São Paulo: Irmãos Vitale Editores Brasil, 1995.
PINTO, H. Iniciação ao violão. São Paulo: Ricordi Brasileira,1996.
TOMÉ,D. Introdução a musicografia braille. São Paulo: Global, 2003.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
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Diego Gomes de Sousa


O fenômeno da fluorescência no ensino
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
de química
Tecnologia da Paraíba

Jonatas Mateus da Silva Rodrigues


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Em seus estudos GALIAZZI (2001) e GIORDAN (1999)
Priscila Farias de Oliveira defendem que as práticas experimentais conseguem facilitar o pro-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e cesso de aprendizagem dos alunos, pois, auxiliam na visualização dos
Tecnologia da Paraíba
fenômenos ocorridos, aumentando assim o interesse dos discentes
Keliana Dantas Santos pela disciplina de Química. Logo, objetivo das atividades experimen-
[email protected]
tais nas escolas, é melhorar o conhecimento cientifico e aprendiza-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba gem, pois, a experimentação é um fator interdisciplinar muito im-
portante no processo de ensino. Com isso, fica claro que um ensino
com experimentos, a disciplina Química pode melhorar o processo de
aprendizagem, também estimula o desenvolvimento do senso crítico
dos envolvidos.

O processo de ensino aprendizagem envolvendo modelos atômicos


pode ser facilitado com a abordagem do tema de fluorescência, sendo o modelo atômico de Bohr utilizado
para explicar os fenômenos ocorridos em nível atômico (BEZERRA, 2016). A fluorescência é a emissão de luz
devido a interação dos elétrons e a eletrosfera, onde, o elétron que sai da camada de maior energia para a de
menor energia libera energia em forma de luz. Podendo ser explicada com base no modelo atômico de Bohr,
em que a luz emitida

pelo deslocamento do elétron é um fóton de radiação eletromagnética. Porém só é possível a visualização


dessa luz onde os comprimentos de onda atingidos serão no intervalo de 400 à 700 nm, ou seja no espectro
visivel. O processo de excitação de elétrons pode ser muito curto que é denominado fluorescência, ocorrendo
em segundos, ou longo que podem durar horas que é conhecido como fosforescência (NERY, 2004).

Sendo assim, este trabalho teve como objetivo a realização de experimentos abordando a fluorescência na
temática do modelo atômico de Bohr, pois, com base no exposto, fica claro que o uso da experimentação no
ensino de Química é uma ferramenta capaz de tornar essa disciplina atraente (SILVA et al., 2009).

MATERIAIS E MÉTODOS. A atividade foi realizada por um grupo de estudantes do Programa Despertando Vo-
cações para as Licenciaturas (PDVL) no laboratório de Química do Instituto Federal da Paraíba - campus João
Pessoa, com a participação de 30 estudantes do 1º ano de ensino médio da Escola Estadual Normal Anísio
Pereira Borges. A atividade teve duração de 40 minutos.

Para abordagem inicial do tema realizou-se uma apresentação em slides Power Point, com imagens, explican-
do os modelos atômicos, e imagens de onde existe o fenômeno da fluorescência no cotidiano.

A explanação foi baseada no fato de os elétrons possuírem valores definidos de energia. Isso quer dizer que no
estado fundamental os elétrons no átomo de determinado elemento possuem valores característicos. E para
existir uma transição eletrônica do elétron de uma camada de energia menor para uma camada de energia
maior, esses devem absorver uma quantidade de energia.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 160


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Num segundo momento, foi realizado um experimento utilizando uma câmara escura portátil com lâmpada
ultravioleta (UV). A aula experimental foi realizada através da análise ultravioleta. Assim sendo, uma câmara
escura com lâmpada UV portátil foi empregada, este dispositivo foi cedido pelo laboratório de Química do
IFPB. O experimento consistiu em colocar os materiais de testes, ( água tônica e uma cédula de dinheiro) den-
tro da caixa negra e sob a luz UV, para exemplificar o efeito da emissão da luz sobre os materiais em estudo, e
assim explicar o fenômeno da fluorescência.

RESULTADOS. Os alunos mostraram-se muito interessados quando foram informados que seria realizado um
experimento abordando o tema de fluorescência. Conseguimos motivar os alunos com nossa atividade, e a
motivação é capaz de despertar o interesse, a curiosidade, a atenção, sendo assim, uma estimulação para
todos. Nessa atividade podemos perceber que a aprendizagem se deu de forma eficiente com base no que diz
Santos (2008), ao afirmar que a aprendizagem ocorre quando os alunos se mantem motivados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O objetivo proposto foi alcançado através da identificação do despertar da motiva-
ção dos estudantes na participação na aula, principalmente ao se trabalhar um assunto envolvendo modelos
atômicos, de alto teor abstrato.

Assim a contextualização exerceu um papel de grande importância, envolvendo mudanças de comportamen-


tos dos estudantes, que deixaram de ser ouvintes/observadores e passaram a ser questionadores/argumen-
tativos, participando mais da aula e dinamizando o ensino, através da conexão entre o fenômeno da fluores-
cência e o conteúdo de atomicidade.

De modo geral, esta atividade também foi de extrema importância para os discentes do curso de Licenciatura
em Química, pois, mostrou que os temas considerados difíceis, podem ser melhor compreendidos quando
trazidos para o âmbito do concreto.

PALAVRAS-CHAVE: Modelos atômicos. Fluorescência. Experimentação química.

AGRADECIMENTOS: IFPB

Referências

BEZERRA, 2016. Oficina de Luminescência: Promoção do saber científico baseado ematividades experimentais.
Disponivel em: http://www.eneq2016.ufsc.br/anais/resumos/R0834-1.pdf. Acesso em: 09/JULHO/2019.

GALIAZZI, M. C. et al. Objetivos das atividades experimentais no ensino médio: a pesquisa coletiva como modo
de formação de professores de ciências. Ciência &amp;amp; Educação, v.7,n.2, p.249-263, 2001. Acesso em:
20/JULHO/2019.

GIORDAN, M. O papel da experimentação no ensino de ciências. Química Nova na Escola, n.10, p.43-49, 1999.
Acesso em: 20/JULHO/2019MACÊDO, J. A. B. Métodos laboratoriais de análises físico-químicas e microbioló-
3º SIMPIF

gicas. 2.ed. Belo Horizonte: Conselho Regional de Química, 2003. 450p.

Nery e Fernandez, 2004. Fluorescência e Estrutura Atômica: Experimentos Simples para Abordar o Tema. Dis-
ponível em:http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc19/19-a12.pdf&gt;. Acesso em: 20/JULHO/2019.

SANTOS, J. C. F. dos. Aprendizagem Significativa: modalidades de aprendizagem e o papel do professor. Porto


Alegre: Mediação, 2008. Acesso em: 20/JULHO/2019.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 161


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Thamires Borges de Lima


O Golpe civil e militar de 1964 e o
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
movimento estudantil da Paraíba
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa

Rosylaine Pereira da Silva


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo
INTRODUÇÃO. Este trabalho objetiva apresentar os resultados do
Dimas Brasileiro Veras projeto de pesquisa “O golpe civil e militar de 1964 e o movimen-
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Instituto Federal de Educação, Ciência e to estudantil da Paraíba”, aprovado na Chamada Interconecta IFPB,
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo
Edital 09/2018. Tal projeto, embasado na postura combativa do mo-
Lício Romero Costar vimento estudantil que o tornou alvo de repressão e de cooptação,
[email protected]
visou à busca de informações sobre quem eram e como se posicio-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo navam as lideranças e as principais entidades e qual o impacto do
Golpe de 1964 no movimento estudantil e no campo da educação
no Estado da Paraíba. Para tanto, buscou-se construir uma biografia
geral (BOURDIEU, 2007; 2013) do movimento estudantil com ênfase
nas trajetórias individuais, coletivas e institucionais que destacassem
os principais atores envolvidos (lideranças estudantis, organizações
e instituições - MÜLLER, 2016;) e suas respectivas posições políticas
de resistência, de acomodação e de adesão à ditadura (MOTTA, 2014). Após o golpe de Estado, as organiza-
ções de esquerda, sobretudo o movimento estudantil, foram alvos centrais dos expurgos políticos que ficaram
conhecidos como “operação limpeza”. Tais ações repressivas amparadas no Ato Institucional (1964) se des-
dobraram naqueles primeiros anos, por meio das sindicâncias administrativas, dos inquéritos sumários e dos
inquéritos policiais-militares (IPMs - PERNAMBUCO, 2017; VERAS, 2018). O problema do movimento estudan-
til paraibano no contexto do golpe de Estado de 1964 suscitou a leitura de fontes bibliográficas relacionadas
ao movimento estudantil e à ditadura no Brasil. A literatura consultada foi decisiva para responder às questões
propostas. Há toda uma historiografia no Brasil dedicada ao movimento estudantil nos anos de ditadura com
foco nas lutas políticas desiguais, nas resistências pacífica e armada, nos jogos de memórias, nas trajetórias
dos atores, dentre outros (POERNER, 2005; MÜLLER, 2016; CRUZ, 2012; FERREIRA, 2014; VERAS, 2018). Ao
levantar as informações almejadas, fez-se possível a formulação de reflexões sobre as memórias e a história,
bem como sobre a contemporaneidade educativa brasileira, contribuindo com a produção do arcabouço do-
cumental e historiográfico do movimento estudantil paraibano.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para o desenvolvimento deste trabalho, foram realizadas pesquisas na historiogra-
fia referente ao golpe de 1964 a partir de um recorte transversal que abarcasse a ditadura sob o prisma da
educação. O método de pesquisa empregado remete inicialmente aos trabalhos de Veras (2012; 2018) que
utilizou a história sociocultural e a biografia de grupo como instrumento de investigação das transformações
e das permanências do ambiente educacional e político do Brasil em meados do século XX. Os trabalhos de
Bourdieu (2007; 2013) sobre educação e cultura marcaram significativamente estes estudos, sobretudo a
partir do conceito de “campo”, pensado, pois, como território sócio-histórico no qual os agentes se posicio-
nam, se munem de capital simbólico (conhecimento, prestígio, influência, posição, dentre outros recursos) e
se confrontam, isto é, inscrevem suas trajetórias individuais e coletivas na disputa pela hegemonia de produ-
ção e pelo reconhecimento dos seus pares. A pesquisa propriamente dita constituiu-se por cinco etapas com
o objetivo geral de investigar a história do movimento estudantil paraibano no contexto do golpe civil e militar

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de 1964. A primeira etapa consistiu na formação em iniciação científica e histórica dos estudantes bolsistas
a partir da pesquisa bibliográfica. Este momento foi dedicado ao exame da historiografia sobre o movimento
estudantil e sobre o golpe civil e militar de 1964 e textos de cunho teórico, metodológico e técnico (CUNHA,
2007; VERAS, 2012; 2018; MULLER, 2016, NAPOLITANO, 2016). O trabalho de investigação científica prosse-
guiu em segundo lugar pela pesquisa da documentação produzida pela Comissão Nacional de Verdade (BRA-
SIL, 2014a; 2014b; 2014c) e pela Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória da Paraíba
(PARAÍBA, 2017). Compõem o referido acervo os relatórios destas Comissões, assim como os documentos
históricos disponibilizados de forma digital no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN). A terceira
etapa da pesquisa foi destinada ao exame do acervo de jornais da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional,
cujo portal de periódicos nacionais oferece vasto acesso, pela internet, à coletânea de jornais, revistas, anuá-
rios, boletins, publicações seriadas, etc. Numa quarta frente de atividades os documentos levantados foram
devidamente analisados com base nos pressupostos da história sociocultural e política. Por fim compôs a últi-
ma parte a construção dos resultados no que concernem aos dados sobre lideranças, organizações, posições
políticas e impactos do golpe de Estado.

RESULTADOS. Dentre os resultados obtidos que embasam a formulação do acervo historiográfico, encontram-
-se informações sobre: os levantamentos acerca das mudanças no sistema educacional universitário entre
o Estado Novo e o Golpe de 1964 influenciado por fatores socioculturais e econômicos; as disputas e redes
de sociabilidades no campo universitário e sociocultural; a desigualdade sociocultural marcante no campo
educacional apoiada num discurso de ascensão social mediante a conquista de um diploma universitário; a
resistência do movimento estudantil e a repressão do governo contra as organizações estudantis existentes, a
exemplo da União Nacional dos Estudantes a qual foi extinta pela Lei Suplicy de Lacerda (lei n° 4.464/64); a
criação da Lei Suplicy de Lacerda (lei n° 4.464/64) e do decreto Aragão (decreto-lei n° 288/67) como dispo-
sitivos para controlar e reprimir o movimento estudantil; os meios de resistência não armados do movimento
estudantil contra o sistema, através de bandeiras educacionais, culturais e artísticas; a expansão das univer-
sidades e manutenção das desigualdades e perseguições existentes; a utilização da “operação Limpeza” para
identificar e retirar os opositores das instituições; a arte e cultura sendo utilizados também como forma de
resistir ao regime e unir indivíduos, grupos e instituições de diferentes posições sociais; a adesão paraibana ao
golpe e retaliações da ditadura aos discentes, docentes e tecno-burocratas. Como resultado geral, ocorreu a
construção de três tabelas: a primeira com os nomes e o histórico de atuação de oito estudantes do movimen-
to estudantil da Paraíba no ano de 1964 a partir da leitura da tese de Ribeiro (2017); em seguida, a concepção
de uma tabela indicando sete locais utilizados para tortura no estado da paraíba; por último, a tabela sobre
três militantes camponeses, ambas alicerçadas na leitura dos relatórios da comissão nacional da verdade e do
relatório final da comissão estadual da verdade do estado da Paraíba.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Embasando as problemáticas levantadas com o estudo da conjuntura existente e


os atores da época, é possível entender as características e as transformações que o campo educacional vi-
venciou. Tais levantamentos contribuem de forma edificadora para a resolução das interrogações levantadas
3º SIMPIF

inicialmente, com a perpetuação da memória histórica local e na colaboração para o desenvolvimento no meio
acadêmico.

PALAVRAS-CHAVE: Golpe Civil-militar. Movimento estudantil. Paraíba. 1964.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba por fo-
mentar esta pesquisa por intermédio da Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação.

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Referências
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. 6ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2007.
_________________. Homo Academicus. 2ª ed. Florianópolis: UFSC, 2013
BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Vol. 1. Brasília: CNV, 2014a.
_______. Comissão Nacional da Verdade. Vol. 2. Brasília: CNV, 2014b.
_______. Comissão Nacional da Verdade. Vol. 3. Brasília: CNV, 2014c.
CRUZ, José Vieira. Da autonomia à resistência democrática: movimento estudantil, ensino superior e a socie-
dade em Sergipe, 1950-1985. Tese (Doutorado) –UFBA, 2012.
CUNHA, Luiz Antônio. A Universidade reformanda: o golpe de 1964 e a modernização do ensino superior. 2ª
Ed. São Paulo: UNESP, 2007.
FERREIRA, Jorge. GOMES, Ângela de Castro. 1964: o golpe que derrubou um presidente, pôs fim ao regime
democrático e instituiu a ditadura no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.
MOTTA, Rodrigo Patto Sá. As universidades e o regime militar. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
MÜLLER, Angélica. O movimento estudantil na resistência à Ditadura Militar (1969 – 1979). Rio de Janeiro:
Garamond, 2016.
NAPOLITANO, Marcos. 1964: História do regime militar brasileiro. São Paulo: Contexto, 2016.
PARAÍBA. Relatório Final: Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória do Estado da Paraíba.
João Pessoa: A União, 2017.
PERNAMBUCO. Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara: relatório final. V. I. Recife:
CEPE, 2017.
POERNER, Arthur José. Poder Jovem: história da participação política de estudantes brasileiros. 5ª Ed. Rio de
Janeiro: Booklink, 2005.
RIBEIRO, Luís Augusto de Mendonça. O educacional no discurso político: história e memória do movimento
estudantil da UFPB (1964-1969). Dissertação (Mestrado) – UFPB, João Pessoa, 2017.
VERAS, Dimas Brasileiro.  Sociabilidades letradas no Recife:  a revista Estudos Universitários (1962-1964).
Recife: UFPE, 2012.
_____________________. Palácios Cariados: a elite universitária e a ditadura militar – o caso da Universidade
Federal de Pernambuco (1964-1975). Tese (Doutorado) – UFPE, 2018.

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Evellyn Delgado Pereira de Araújo


O lixão e seus impactos ambientais
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
como forma de metodologia para
Tecnologia da Paraíba alunos do Ensino Médio
Adiel Henrique de Oliveira Pontes
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Diante da sociedade em que vivemos, que é majorita-
Zacarias Gomes Vieira riamente industrial e capitalista, a busca pelo aumento econômico tem
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Instituto Federal de Educação, Ciência e sido a prioridade para maioria da população mundial. O investimento
Tecnologia da Paraíba
alto na indústria, gera problemas de cunho ambiental, e interfere di-
Joalysson Rodrigues da Silva retamente nas relações naturais, destruindo grande parte da fauna e
[email protected]
da flora de todo o mundo. O conhecimento das relações ambientais é
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba uma das partes mais importantes da formação humana, e portanto a
abordagem a assuntos que construam nos discentes brasileiros uma
visão concreta sobre o meio ambiente, deve ser prioridade. Segundo
a Lei N° 9.795 Art. 2°, publicada em Abril de 1999, “ A educação am-
biental é um componente essencial e permanente da educação nacio-
nal, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e
modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal”.

Diante disso, o projeto surgiu na perspectiva de gerar um impacto, ou seja, uma espécie de choque de reali-
dade na perspectiva dos alunos em relação ao determinado assunto, buscando assim uma conscientização e
acima de tudo que os alunos pudessem ter o desejo de aplicar os conhecimentos obtidos durante a aplicação,
no decorrer de suas vidas sociais. Foi aplicado na Escola Estadual Prof Maria Geny de Sousa Timóteo locali-
zada na Cidade de João Pessoa-PB, Brasil, no bairro Tambiá, o objeto de estudo foi uma turma do 1° ano do
Ensino Médio.

Dentro dessa perspectiva encontram-se os resíduos sólidos (lixo), que quando não descartados corretamen-
te, geram problemas ambientais grandíssimos, que interferem totalmente na qualidade de vida da sociedade
como um todo. A abordagem desse conteúdo no ensino médio no Brasil, muitas vezes é feita de forma su-
perficial, e por consequência os discentes não dão a devida importância a esse assunto. É notório também
que existem falhas no processo de ensino como um todo, afinal o incentivo a um sistema ultrapassado ainda
é gigantesco, é necessário que os docentes também entendam as mudanças ocorridas na sociedade com o
passar dos anos. Na sociedade atual a tecnologia da informação tem grande peso em todas as áreas, e as in-
formações são infinitas e constantes no cotidiano de cada um dos discentes que se encontram em uma sala de
aula por exemplo. De acordo com Pierre Lèvy (1993), as tecnologias da inteligência “... reorganizam, de uma
forma ou de outra, a visão de mundo de seus usuários e modificam seus reflexos mentais. (...) Na medida em
que a informatização avança, certas funções são eliminadas, novas habilidades aparecem, a ecologia cognitiva
se transforma…”

Tendo em vista os fatos citados, é perceptível que a abordagem de uma forma geral no ensino deve ser dife-
rente, ela deve conter elementos que dinamizam e que sejam capazes de construir no aluno um conhecimento
real, que possa ser utilizado em seu cotidiano de forma significativa.

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MATERIAIS E MÉTODOS. O presente trabalho é um tipo de pesquisa de um estudo de caso (MARTINS, 2008)
de natureza qualitativa, visto que pretende observar, registrar e analisar as diversas interações de um deter-
minado grupo com o ambiente e os recursos utilizados durante a realização da atividade.

O projeto foi desenvolvido e aplicado na Escola Estadual Prof Maria Geny de Sousa Timóteo localizada na Cida-
de de João Pessoa-PB, Brasil, no bairro Tambiá, o objeto de estudo foi uma turma do 1° ano do Ensino Médio
com um total de 22 alunos, porém presentes só se encontravam 10 alunos.

O assunto tratado foi sobre os lixões, com isso o primeiro contato com a turma foi uma breve conversa de
como iríamos trabalhar com eles, utilizou-se o método de questionários para sondagem de alguns tópicos de
conhecimentos, um aplicado no início e outro no final da aplicação.Dessa forma foi aplicado um questionário
inicial antes do assunto ser abordado, com objetivo de conhecer qual o nível de conhecimento dos discentes
sobre o assunto, e o segundo foi aplicado após a discussão sobre o tema, para analisar qual foi o ganho infor-
macional obtido através da aplicação

Conforme o assunto ia sendo abordado, foram apresentados alguns materiais que fazem parte do cotidiano
dos discentes, como garrafas PET, latas de alumínio,sacolas plásticas e pilhas para facilitar a associação do
assunto, com o dia a dia dos discentes. O intuito foi de mostrar aos alunos o quanto esses materiais são pre-
judiciais ao meio ambiente quando descartados de forma errada, e também de chamar atenção para o tempo
de decomposição de cada um deles na natureza, que no caso das latinhas de refrigerante, chega a ser de 500
anos por exemplo.

Houve também uma discussão aberta sobre o assunto, que também auxiliou no processo de sondagem e
captação de dados avaliativos mediante aos alunos. Após isso os alunos responderam o segundo questionário
(questionário final) para encerrar a abordagem.

RESULTADOS. Através da aplicação, nota-se que dos 10 alunos presentes em sala de aula, todos eles já
ouviram falar sobre o assunto em que foi abordado, lixo e a educação ambiental, até porque a expressão
“Educação Ambiental” (E.A) é recorrente desde os anos 70, sobretudo quando surge a preocupação com
a problemática ambiental. De acordo com os questionários e durante conversas, foi levantado que nenhum
deles fazem práticas que possam ajudar a vida ambiental, como por exemplo uma coleta seletiva de lixo, ou o
descarte correto de lixos eletroeletrônicos, nem sabiam o tempo de decomposição das matérias primas mais
utilizadas por eles, que no caso era o papel, plástico, alumínio, vidro e eletrônicos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Por fim, foi observado que assuntos dessa natureza são sim abordados no ensino
médio, porém de forma superficial. Pois os alunos relataram que já tinham ouvido falar em assuntos que
envolvem os resíduos sólidos, porém nunca tinham entendido qual era a real importância de uma coleta se-
letiva, ou até mesmo a construção de um aterro sanitário. Portanto é necessário que ocorra uma abordagem
mais concreta e mais atenciosa sobre este determinado conteúdo, para que os alunos consigam enxergar a
3º SIMPIF

necessidade de processos que otimizem esses impactos, como por exemplo, a coleta seletiva do lixo urbano.

Podendo assim concluir que a Educação Ambiental não é desenvolvida como deveria, pois não há efetiva-
mente práticas que possam envolver os alunos com a questão em destaque, diante disso e após a análise de
dados foi proposto para os alunos realizarem um trabalho em equipe, juntamente com o grupo de aplicação,
para desenvolver na escola latões de lixo, com suas determinadas cores e classificações, pois na escola não
apresenta coleta seletiva.Assim podendo ajudar no hábito sustentável e conscientizador, porém o trabalho
proposto ainda está em fase de construção.

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PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Química. Lixo. Educação Ambiental. Metodologia de Ensino.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba e ao Programa Despertando Vocações para


Licenciaturas (PDVL). 

Referências
Art. 2 da Lei da Educação Ambiental - Lei 9795/99, disponível em, https://www.jusbrasil.com.br/topi-
cos/11751060/artigo-2-da-lei-n-9795-de-27-de-abril-de-1999;
Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias / Secretaria de Educação Básica. – Brasília : Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. 135 p. (Orientações curriculares para o ensino médio ; volume 2);
MARTINS, G. de A. Estudo de caso. São Paulo: Atlas, 2008

LÈVY, P. Tecnologias da Inteligência, 1993, pág. 54

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Marconi Francisco dos Santos Filho


O uso de jogos como recurso didático
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
no ensino de Biologia
Tecnologia da Paraíba – Campus Itabaiana

Maria Klévia da Silva Freitas


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Itabaiana
INTRODUÇÃO. Por ter um valor educacional intrínseco, os jogos
Maurício Miranda Sarmet podem ser utilizados como recursos didáticos. Os jogos funcionam
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Instituto Federal de Educação, Ciência e como uma motivação a mais, que une a vontade e o prazer na realiza-
Tecnologia da Paraíba – Campus Itabaiana
ção de uma atividade; desta forma, o ensino utilizando meios lúdicos
Dandara Monalisa Mariz Bezerra cria um ambiente gratificante e atraente para o desenvolvimento inte-
[email protected]
gral do educando (SILVA et al., 2008). Cabe ressaltar que, a simples
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Itabaiana implementação de jogos didáticos não garante a aprendizagem. Para
os jogos atingirem seu real potencial didático como recurso na sala
de aula da Educação Básica, especialmente, nas disciplinas das Ciên-
cias Naturais, não deve ser apenas “lúdico”, mas também “educativo”
(PEDROSO, 2009). O termo lúdico tem sua origem na palavra lati-
na ludus, relativo a jogos, brinquedos, brincadeiras e divertimentos
(JANN; LEITE, 2010). Os jogos podem ser considerados educativos
se desenvolverem habilidades cognitivas importantes para o processo de aprendizagem: resolução de proble-
mas, percepção, criatividade, raciocínio rápido, dentre outras habilidades (ZANON et al., 2008). O ensino de
Ciências e Biologia no ensino fundamental e médio, respectivamente, envolvem conteúdos abstratos e, muitas
vezes, de difícil compreensão. Em paralelo a isso, sofre forte influência da abordagem tradicional, em que
prevalecem a transmissão-recepção de informações, a memorização e a dissociação da relação entre o con-
teúdo e a vida cotidiana (LONGO, 2012). Assim, no ensino de biologia, os jogos didáticos podem ser utilizados
em sala de aula para apresentar um conteúdo, ilustrar aspectos importantes ou revisar pontos-chave (SILVA
et al., 2008). Neste contexto, o objetivo geral desta pesquisa consistiu em realizar uma revisão da literatura
sobre tipos de jogos utilizados como recurso didático no ensino de biologia no Brasil, buscando evidenciar um
panorama geral da diversidade de jogos e dos conteúdos trabalhados.

MATERIAIS E MÉTODOS. Os métodos incluíram a pesquisa bibliográfica e a documental, na qual a coleta de


dados foi realizada a partir de uma revisão bibliográfica. Foram analisadas referências disponíveis que aborda-
vam o uso de jogos didáticos no ensino de Biologia no Brasil. As informações foram coletadas a partir da análi-
se de artigos publicados, livros e capítulos de livros disponíveis em bases de dados nacionais e internacionais
online, como: Periódicos CAPES, Google Acadêmico, Scopus, Web of Science e sites de periódicos científicos.
Com isso, um banco de dados foi criado contendo informações sobre o formato dos jogos educativos (físico
ou digital), disponibilidade (gratuito ou pago), quantidade de jogadores (single player: um jogador; multipla-
yer: mais de um jogador), características de desenvolvimento (original ou modificado), estilo do jogo (quiz,
estratégia, aventura, puzzle, simulação, etc) e também sobre os conteúdos de Biologia abordados nos jogos.
Também foi realizada uma análise dos jogos educativos relacionando com o ano adequado para sua aplicação
no ensino médio, baseando-se nos conteúdos de Biologia contidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais.

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RESULTADOS. Foi encontrado um total de 54 referências voltadas diretamente para a área de Biologia. A partir
da análise do formato dos jogos de Biologia, obtivemos que 85% dos jogos analisados no referencial biblio-
gráfico possuíam o formato físico, especificadamente, na forma de tabuleiros. A menor parcela (20,3%) dos
jogos analisados correspondeu ao formato digital, incluindo jogos para computador e celular. Ressaltamos
ainda, que alguns jogos estavam disponíveis tanto no formato físico como digital. Quanto ao estilo dos jogos, a
maior porcentagem (33%) correspondeu aos jogos classificados como “mistos” que incluíram jogos que pos-
suíam mais de um estilo, seguido desse, tivemos o estilo “quiz” (30%). Em relação à quantidade de jogadores,
observamos que 87% dos jogos analisados foram elaborados para mais de um jogador (Multiplayer). Quanto
à disponibilidade, classificamos os jogos em disponíveis, quando tinham informações no artigo que permitiam
o acesso ao jogo, e também classificamos em gratuito quando não era necessário o pagamento de licença
para o uso do jogo, e pago quando o pagamento era necessário. Nossos resultados evidenciaram que em
87% das referências analisadas, os jogos estavam disponíveis e eram gratuitos. Em relação à característica de
desenvolvimento dos jogos, obtivemos: os jogos originais (81%), aqueles criados ou organizados para uma
determinada finalidade. No caso de nossa pesquisa, são aqueles que foram elaborados para auxiliar no ensino
de biologia. Encontramos também jogos modificados (MODs) que apareceram em 15% de nossa pesquisa,
MODs são modificações no conteúdo de um jogo, desde pequenas alterações como textura de um objeto até
conteúdos exclusivos. Eles costumam ser feitos com base em um jogo pré-existente, usando todas as funcio-
nalidades desse jogo para criar novas possibilidades aos seus jogadores. Além dos jogos modificados, encon-
tramos os jogos não modificados, aqueles criados com outro objetivo, mas que também podem ser utilizado
como recursos pedagógicos no ensino de biologia, sendo assim, a aplicação do jogo nativo (desenvolvido
e distribuído pela própria empresa do game) na sala de aula. Nas referências analisadas, observamos uma
diversidade de conteúdos de biologia abordados em jogos, sendo que o conteúdo que mais se destacou foi
Citologia com 19 jogos, seguido do conteúdo de Genética com 10 jogos encontrados nos artigos analisados.
Os jogos encontrados nos artigos pesquisados podem ser trabalhados nos três anos do ensino médio. Alguns
conteúdos corresponderam a temas relacionados à saúde, como por exemplo, doenças sexualmente trans-
missíveis, os quais podem ser trabalhados nos três anos, já que se trata de um tema transversal. No entanto,
outros conteúdos de Biologia (exemplo: Botânica, Citologia, Zoologia, Genética, entre outros) são abordados
em séries específicas, como recomendado nos Parâmetros Curriculares Nacionais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Esta breve revisão bibliográfica sobre jogos utilizados como recurso didático no
ensino de Biologia evidenciou uma diversidade de jogos com características, estilos, formatos e conteúdos
abordados, os quais a maioria estão disponíveis gratuitamente aos professores e podem ser utilizados para
auxiliar no ensino-aprendizagem desta disciplina. Conteúdos de Biologia, tais como genética, citologia, bo-
tânica, fisiologia, os quais muitas vezes possuem um nível de detalhes elevado, podem ser trabalhados em
sala de aula, de forma mais prática com auxílio de jogos, como observado nas várias referências analisadas
nesta pesquisa. Visto que os jogos podem produzir uma dinamicidade diferente em sala de aula, motivando
os estudantes a compreenderem os conteúdos ensinados e também estimulando outras habilidades no pro-
3º SIMPIF

cesso de ensino aprendizagem. Portanto o uso de jogos no ensino da disciplina biologia pode ser um recurso
didático interessante para o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes. Entretanto, ressaltamos que
o uso de jogos como recurso didático no ensino de biologia também deve ser uma ferramenta em avaliação
pelo professor, a fim de verificar sua eficiência no processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos. Assim
torna-se importante que pesquisas que avaliem a eficiência no uso de jogos em sala de aula sejam estimuladas
e desenvolvidas.

PALAVRAS-CHAVE: Conteúdos de Biologia. Jogos educacionais. Jogos lúdicos na Biologia.

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AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)


pelo financiamento da bolsa de iniciação científica.

Referências
JANN, P. N.; LEITE, M. F. Jogo do DNA: um instrumento pedagógico para o ensino de ciências e biologia. Ciên-
cias & Cognição, v. 15, n. 1, p. 282- 293, 2010.
LONGO, V. C. C. Vamos jogar? Jogos como recursos didáticos no ensino de ciências e biologia. Prêmio Pro-
fessor Rubens Marillo Marques–Incentivo a quem ensina a ensinar, 2012.
PEDROSO, C. V. Jogos didáticos no ensino de biologia: uma proposta metodológica baseada em módulo
didático. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, IX. 2009.
SILVA, T. D. et al. Jogos virtuais no ensino: usando a dengue como modelo. Revista Brasileira de Ensino de
Ciência e Tecnologia, v. 1, n. 2, 2008.
ZANON, D.A.V.; GUERREIRO, M.A.S.; OLIVEIRA, R.C. Jogo didático ludo químico para o ensino de nomenclatura dos
compostos orgânicos: projeto, produção, aplicação e avaliação. Ciências & Cognição, v. 13, n. 1, p. 72-81. 2008.

3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 170


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Andreza da Silva Nascimento


Oficina de produção de terrário fechado:
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
contribuições do Pibid Biologia/IFPB
Tecnologia da Paraíba – Campus Cabedelo para a Semana do Meio Ambiente
Maria Eduarda Santos de Souza
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Cabedelo
INTRODUÇÃO. Atualmente as políticas de formação de professores
Anna Raquel Vieira da Silva vêm conquistando espaço na educação brasileira, com a inclusão de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e programas para a formação, valorização e qualificação de professores
Tecnologia da Paraíba – Campus Cabedelo (MONTANDON, 2012). Nessa perspectiva, a Coordenação de Aperfei-
çoamento  de Pessoal de Nível Superior (CAPES) atua no fomento a
Thiago Leite de Melo Ruffo
[email protected] programas que visem a qualificação docente, seja na formação inicial
Instituto Federal de Educação, Ciência e
ou continuada. 
Tecnologia da Paraíba – Campus Cabedelo

Um dos programas criados é o chamado Programa Institucional de


Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). Por meio deste, alunos dos
cursos de licenciatura podem atuar no ensino regular, articulando co-
nhecimentos e experiências entre as instituições de ensino superior
(IES) e as instituições de ensino básico, no intuito de aproximar a prá-
tica docente com o cotidiano das escolas públicas de educação básica, tendo uma vivência ainda na primeira
metade do curso (FERREIRA, et al., 2015).

Este programa foi recebido no Instituto Federal da Paraíba – Campus Cabedelo (IFPB), no curso de licenciatu-
ra de Ciências Biológicas, caracterizando dessa forma o Pibid subprojeto Biologia. Este engloba três escolas-
-campo (IFPB- Campus Cabedelo, Rosa Figueiredo e Aníbal Moura), cada escola com um professor supervisor
e um grupo de licenciandos, contando ainda com o coordenador de área e o coordenador institucional. O IFPB
– Campus Cabedelo foi uma das escolas-campo a executar o programa, sendo esta a instituição de ensino da
autoria do presente trabalho.

Partindo disto, sabendo que o ensino de Biologia deve oferecer aos estudantes a capacidade de desenvolver
e/ou despertar a curiosidade por algo inexplorado, criando hipóteses e as testando, conduzindo os alunos a
um pensamento crítico (HAYASHI et al., 2006), com base em atividades experimentais, as pibidianas minis-
traram uma oficina sobre terrários fechados para os alunos e servidores da instituição durante a Semana do
Meio Ambiente.

O terrário fechado é um modelo didático de um miniecossistema autossustentável. Este ecossistema pode de-
senvolver-se por meses ou até anos em ambiente fechado. O modelo permite a visualização do ciclo da água,
tão presente em nosso dia-a-dia-, bem como a observação de tipos de solo, plantas e animais. O terrário ainda
favorece o manuseio e mobilidade pelos alunos (ALBUQUERQUE, FORTES; SCHIMPL, 2011). Dessa forma, a
oficina ministrada teve como objetivo proporcionar uma prática ativa para aos participantes da oficina, apro-
veitando conhecimentos prévios sobre Ecologia e Botânica, além de trabalhar o letramento científico como
discutido no estudo de Afonso (2002), no qual é um dos objetivos do Pibid IFPB subprojeto Biologia.

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MATERIAIS E MÉTODOS. No dia 05 de maio comemora-se o dia Mundial do Meio Ambiente. O IFPB campus
Cabedelo anualmente propõe a execução da Semana do Meio Ambiente, evento que envolve a comunidade
interna do campus. No atual ano de 2019, a temática trabalhada foi sustentabilidade no cotidiano. 

Buscando contribuir para o desenvolvimento do evento, as pibidianas da escola-campo IFPB realizaram uma
oficina para a produção de terrários fechados. A oficina contou com a participação de 25 pessoas, entre eles
alunos e servidores do campus. 

O desenvolvimento da oficina contou com uma parte teórica, falando sobre o seu surgimento, importância,
materiais necessários, como a planta pode sobreviver em um ambiente fechado e como produzi-lo. Foram
construídos terrários, colocando em prática a teoria da oficina. Por fim, as oficineiras proporcionaram um
momento para sanar dúvidas sobre o material produzido. Cada participante da oficina pôde levar para casa o
terrário que produziu, podendo acompanhar o desenvolvimento da planta.

RESULTADOS. A oficina trabalhou conteúdos de ecologia, como o ciclo da água que acontece em nosso pla-
neta, facilitando a visualização do aluno. Também foi possível trabalhar conteúdos de botânica, como classi-
ficação das plantas e adaptação das espécies, explicando quais resistiriam ao ambiente do terrário fechado
(espécies resistentes ao clima quente e úmido), além do entendimento da sobrevivência dos vegetais através
da fotossíntese que também acontece naquele miniecossistema.

A oficina foi de extrema importância para as pibidianas oficineiras, uma vez que as mesmas puderam ter con-
tato com os alunos, instruindo-os em algo que a maioria afirmou não conhecer até então ou conhecer apenas
de forma teórica. Os alunos e servidores mostraram-se bastante participativos ao responderem questiona-
mentos levantados e também ao questionarem para sanar suas dúvidas.

O produto da oficina foi o terrário fechado, que cada participante confeccionou e pôde levar para casa, com
o intuito de observar o desenvolvimento das espécies vegetais colocadas naquele miniecossistema. A possi-
bilidade de cada pessoa poder levar o seu terrário é de grande valia para que os mesmos possam ter essa
realidade aproximada do ciclo da água e dos ecossistemas.

A oficina de produção de terrários fechados foi uma forma de introduzir o contexto da Semana do Meio Am-
biente de forma prática no cotidiano dos participantes. A metodologia mostrou-se muito útil na área da edu-
cação por se tratar de uma metodologia capaz de fazer com que o aluno participe ativamente da sua constru-
ção, utilizando informações e reflexões, trabalhando significados e vivências relacionadas ao tema discutido
(AFONSO, 2002).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A oficina mostrou-se importante para o contato prévio com a prática docente por
parte das pibidianas oficineiras, bem como fomentou a participação ativa dos alunos, além de utilizar-se do
letramento científico para contextualizar o conteúdo da oficina ao cotidiano dos alunos fazendo assimilações
com a experiência do terrário fechado e os ecossistemas do planeta, discutindo sobre o ciclo da água, nu-
3º SIMPIF

trientes do solo e de que forma estamos envolvidos neste processo. Tal prática está diretamente ligada aos
objetivos do subprojeto Pibid IFPB Biologia, ou seja, contextualizando o conteúdo ministrado com o cotidiano
dos participantes. Acreditamos que a proposta da oficina cumpriu com o tema da Semana do Meio Ambiente
(sustentabilidade no cotidiano), gerando um produto que é um miniecossistema que estará se desenvolvendo
perto daquele determinado participante da oficina.

PALAVRAS-CHAVE: Terrários fechados. Oficina. Semana do Meio Ambiente. Pibid. Formação de professores.

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AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB pela oportunidade que nos foi concedia para a ministração da ofi-
cina, bem como aos alunos e servidores que participaram ativamente na construção dos terrários.

Referências
AFONSO, L. Oficinas em dinâmica de grupo: um método de intervenção psicossocial. Belo Horizonte: Edições
do Campo Social, 2002.
ALBUQUERQUE, A. R.; FORTES, M. R.; SCHIMPL, A. L. M. Terrários: metodologia alternativa para o ensino de
Geografia física. 2011.
FERREIRA, F. S.; VASCONCELOS, C. R. A.; COLARES, M. L. I. S. Política de formação docente: da implementação
do PIBID como incentivo à prática docente à aproximação universidade e escola. Revista Educação e Emanci-
pação, São Luiz, v. 8, n.2, p. 11-35, 2015.
HAYASHI, A. M.; PORFIRIO, N. L. S.; FAVETTA, L. R. A. A importância da experimentação na construção do co-
nhecimento científico nas séries iniciais do ensino fundamental. Simpósio de Ensino de Graduação, v. 4, p.
1-4, 2006.
MONTANDON, M. I. Políticas públicas para a formação de professores no Brasil: os programas Pibid e Prodo-
cência. Revista da Abem. v.20, n28, p. 47-60, 2012.

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Jamilly Witoria de Oliveira


Origem, história e oscilação: uma
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
introdução à física dos neutrinos
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa

Mariana Cristina Maximino da Silva


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. Originalmente propostos na década de 1930[1] para
Wellington Caetano garantir a conservação da energia no decaimento beta, os neutrinos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e são partículas fascinantes. Desde a ausência de carga elétrica, até seu
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa
diminuto (quase nulo) valor de massa, por isso neutrinos, diversas
propriedades intrigam no universo dessas partículas que interagem
fracamente com a matéria e podem atravessar longínquas distâncias
sem interagir com um átomo sequer – revelando um comportamento
fantasmagórico.

Por outro lado, neutrinos são, juntamente com os fóton, as partículas


mais abundantes no universo. Existem diversas fontes de neutrinos
no Universo, então somos “atingidos” por neutrinos solares, atmos-
féricos, de reatores nucleares e até de estrelas supernova. No caso
particular do Sol, estima-se um fluxo de neutrinos solares na Terra da ordem de 1010 cm-2 s-1[2]. Isto é,
recebemos 60 bilhões de neutrinos em cada centímetro quadrado de área do planeta – a cada segundo! – seja
durante o dia, ou durante a noite, pois, como dissemos, essas partículas interagem tão fracamente com a ma-
téria que podem atravessar o planeta e estabelecer um fluxo noturno no sentido oposto.

Até aqui nós dissemos de onde vêm os neutrinos, mas afinal que são essas partículas fascinante, abundantes
e interessantes? Segundo a proposta inicial, neutrinos são produzidos no processo de desintegração nuclear,
quando um nêutron se “transforma” em um próton mais um elétron. No entanto, essa reação apresentava um
déficit de energia – o problema da energia faltante – e, numa aposta ousada, Pauli postulou a necessidade da
existência de uma partícula para carregar a energia que não se observava. Estava assim lançado outro pro-
blema, pois, para resolver o problema da energia faltante, Pauli acabara de propor a busca por essa partícula
que só foi detectada em 1956[3].

Além do neutrino associado ao elétron, o neutrino eletrônico νe, existem outros dois neutrinos leves asso-
ciados às partículas eletricamente carregadas (os chamados léptons) múon e tau - o neutrino do múon (ou
muônico, νµ) e neutrino do tau, (tauônico, ντ). Assim como o múon e tau são partículas que apresentam
propriedades semelhantes àquelas dos elétrons, a exceção das massa que são maiores, o neutrinos muônicos
e tauônicos apresentam propriedades semelhantes (carga elétrica, spin, número quântico leptônico), porém
valores mais elevados de massa. A essa estrutura composta por três léptons carregados (elétron, múon e tau)
e seus respectivos neutrinos damos o nome de famílias ou sabores leptônicos.

Nesse contexto apresentamos o fato mais intrigante no comportamento destas partículas: o fenômeno da
oscilação quântica dos sabores quando, durante sua viagem entre a fonte e o detector, por exemplo entre o
Sol e à Terra, os neutrinos inicialmente em um sabor (digamos do elétron) se transmutam a outro sabor (no
caso do múon ou do tau).

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Curiosamente o fenômeno da oscilação também foi postulado para explicar um déficit – desta vez o número
de neutrinos observados na Terra era sempre menor que o valor teórico predito pela modelo padrão das par-
tículas elementares. Assim foi postulada a existência de um fenômeno de oscilação entre os sabores e quando
observada pela primeira vez em 1998[4] trouxe consigo a confirmação de que essas partículas possuem mas-
sas que são cerca de cinco ordens de grandeza menores que a massa do lépton eletricamente carregado mais
leve, que é o elétron.

Neste trabalho nós fizemos uma viagem através da história dos neutrinos, desde a concepção da ideia de sua
existência, da descoberta dessas partículas, até o fenômeno da oscilação de sabores quânticos que confirmou
a existência de uma massa não nula para estas fascinantes partículas. Em paralelo aos fatos históricos, tam-
bém estudamos a expressão matemática para calcular a probabilidade de oscilação de sabores, bem como um
modelo capaz de fornecer a massa para estas partículas.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para o desenvolvimento deste trabalho foram realizadas reuniões semanais do nos-
so grupo de trabalho, GeaFís (Grupo de Estudos Avançados em Física), uma das ações do NPEF (Núcleo de
Pesquisa e Ensino de Física) do IFPB – Campus João Pessoa. Nestas reuniões, a leitura de artigos científicos
e livros de revisão do assunto é sempre realizada, bem como a prática de resolução de alguns problemas. Por
fim, obtenção de resultados numéricos e gráficos foi feita utilizando o software Mathematica.

RESULTADOS. Inicialmente através de uma abordagem histórica estudamos a necessidade de existência dos
neutrinos como partículas que carregam a energia faltante no decaimento beta (um nêutron que se trans-
forma em próton e elétron). Para tanto, obtivemos uma equação para a conservação da energia envolvendo
as partículas neste processo. Claramente nota-se que a expressão para a energia cinética do elétron emitido
no decaimento fornece um valor que a priori é constante, em desacordo com o espectro contínuo de energia
observado, contudo ao adicionar uma quarta partícula (o neutrino) a princípio de conservação de energia é
garantido.

O modelo padrão de física das partículas elementares foi estudado no que concerne sua composição de ma-
téria e conteúdo de partículas, em especial no setor de leptóns, com ênfase nos neutrinos e suas propriedade
como massa e carga elétrica.

A expressão para a probabilidade de oscilação de sabores, dependente da diferença do quadrado das massas
dos estados de neutrinos físicos, foi estudada para diferentes cenários de massa e ângulos de “mistura” entre
os neutrinos que se combinam durante a propagação. Em particular, o caso com dois neutrinos foi estudado
em detalhes, pois, além de mais simples, apresenta ótima aproximação. Para a oscilação de neutrinos at-
mosféricos, temos a transição de νµ para ντ, uma vez que efetivamente os neutrinos elétrons não contribuem
nesse processo. Por fim, consideramos um cenário com neutrinos solares, numa transição de dois nível, agora
entre νe para νx, visto que o próprio estado final nesse caso, x, é uma superposição de dois estados. Em todos
os casos, a aproximação entre dois níveis se justifica pois o ângulo de mistura é baixo e dois estados (aqueles
3º SIMPIF

associados a νµ e ντ) têm valores de massa bem próximos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Neste trabalho fizemos uma revisão da física de neutrinos com ênfase na proposta
de Pauli para garantir a conservação da energia no decaimento beta de um nêutron em próton e elétron. Com-
preendida a necessidade de uma nova partícula, estudamos suas propriedades física, em especial a massa e
carga elétrica, que permitiu aos estudantes verificar o princípio de conservação da energia.

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A partir de análise de cenários com neutrinos solares, calculamos a probabilidade de transição do neutrino
do elétron nos outros estados. Nesse caso, a conclusão é que, embora seja uma aproximação ao caso real
que envolve os três auto-estados físicos, foi possível reproduzir com boa precisão os resultados envolvendo
os três sabores.

Ressalta-se ainda que o trabalho foi desenvolvido linguagem matemática acessível as estudantes de iniciação
que são alunas do ensino médio.

PALAVRAS-CHAVE: Neutrinos. Oscilação de sabor. Física.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao NPEF (Núcleo de Pesquisa e Ensino de Física) pelo apoio realizado du-
rante a realização deste trabalho.

Referências
[1] N. Solomey, The Elusive Neutrino, Scientific American Library, New York, (1997).
[2] Gustavo do A. Valdiviesso e Marcelo M. Guzzo, Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 27, n. 4, p. 495 -
506, (2005).
[3] D. Griffiths, Introduction to Elementary Particles, John Wiley & Sons (1987).

[4] Super-Kamiokande, Y. Fukuda et al., Phys. Rev. Lett. 81, 1562, (1998).

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EDUCAÇÃO E ENSINO

Dayane Gomes da Silva Rodrigues


Os alunos do IFPB-Itaporanga e suas
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba – Campus Itaporanga
perspectivas políticas
Livia Vitória do Nascimento Alves
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba – Campus Itaporanga

Vitor Vieira Juvino


[email protected] INTRODUÇÃO. Tendo como base a democracia brasileira e a temá-
Instituto Federal da Paraíba – Campus Itaporanga
tica da cidadania, esse artigo tem como finalidade analisar a visão
Andrade Guthierri Soares da Silva dos jovens discentes do Instituto Federal da Paraíba, campus Ita-
[email protected] poranga, em estágios diferenciados do Curso Técnico Integrado em
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Itaporanga Edificações, único em vigor na instituição, sobre o “mundo político”.
Pretende-se identificar o modo como pensam algumas questões de
Ana Rosa da Silva Rodrigues
[email protected] cunho político e social, refletindo sobre que tipo de concepção sobre
Instituto Federal da Paraíba – Campus Itaporanga aspectos fundamentais como democracia, cidadania, participação

Leonardo Barboza da Costa política e justiça social, esses jovens possuem. Acredita-se que ao
[email protected] compreender esse universo é possível traçar um panorama sobre o
Instituto Federal da Paraíba – Campus Itaporanga
tipo de cidadania que está em jogo nesse processo.

MATERIAIS E MÉTODOS. As percepções políticas dos alunos, bem


como alguns dados de suas realidades socioeconômicas, foram obtidos a partir de entrevista estruturada,
com alunos das quatro séries escolares (1º, 2º 3º e 4º anos) do IFPB/Itaporanga, do curso Técnico Integrado
em Edificações, único existente no campus.

As reflexões presentes neste artigo possuem caráter preliminar, pois são fruto de um projeto de pesquisa de
recorte mais amplo, ainda em andamento. Por isso mesmo, foram examinadas aqui, 10 das entrevistas realiza-
das em cada uma das séries escolares, sem discriminação de turno, num total de 40 entrevistas. Vale lembrar
que a média de alunos por série escolar é de 58 alunos. O intuito norteador dessa seleção foi o de garantir que
cada amostra contivesse alunos de diferentes perfis de renda familiar, sendo parte dos alunos representantes
das menores rendas da sua respectiva turma e outra parte das maiores rendas de cada série.

A pesquisa ainda em curso, teve seu início em julho e conta com o apoio de dois alunos bolsistas e dois vo-
luntários do projeto de pesquisa ao qual está vinculado, todos discentes do 2º ano (matutino e vespertino).

RESULTADOS. Grosso modo, os alunos possuem baixa renda. A maior parte dos pais dos alunos envolvidos
nesta pesquisa possuem ensino fundamental ou médio, situação educacional de 75 % dos pais e 73% das
mães.

A maioria dos alunos (20 discentes) afirmou que “talvez” sejam bem informados. 14 que “sim”, são bem infor-
mados, e apenas 6 contaram que não são. Quase todos os alunos, mais precisamente 92,5 %, relataram que
obtém suas informações a partir de sites de notícias e das redes sociais.

Quando a pergunta foi sobre quem é o atual governador da Paraíba, se considerarmos as respostas dos 40
entrevistados, apenas 52,5%, pouco mais da metade, sabe quem é o representante da mais alta função exe-
cutiva do Estado. Em relação aos senadores paraibanos o nível de desinformação é ainda mais alarmante.
Apenas 12,5 % dos discentes sabem informar o nome de um dos senadores do Estado. Observando-se as

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respostas a esses dois questionamentos, não é possível perceber diferenças significativas em relação ao nível
de conhecimento dos alunos que estão mais avançados no curso.

Para tentar compreender o nível de interesse dos discentes sobre o campo da política, eles foram interrogados
se consideram que seus pais são envolvidos politicamente. A exceção dos discentes do 1º ano, cuja metade
respondeu que “sim”, os demais alunos ou responderam de forma negativa ou disseram que “talvez”.

Quando os discentes foram perguntados se já exerceram representação escolar, ou se tem interesse em fazê-
-la, é interessante perceber que entre os das séries iniciais, ainda que timidamente, foi mais presente o “sim”
ou mesmo o “não, mas tenho interesse”, enquanto que nas séries mais avançadas prevaleceu o “não e não te-
nho interesse”. Entretanto, quando considerados os dados gerais, 57, 5% dos alunos não só nunca exerceram
tal atividade, mas não demostraram interesse algum no processo, o que é ainda mais significativo.

Os alunos também foram questionados em relação a sua orientação política. O objetivo desse questionamento
foi verificar se ao menos eles mostram conhecimento a respeito da temática. Esperava-se que a grande con-
centração de respostas estivesse entre as opções de “direita” ou “esquerda”, que são terminologias ampla-
mente utilizadas no contexto atual. No entanto, 65 % dos alunos não souberam responder ou afirmaram não
ter qualquer predileção. Vale salientar que esse percentual não sofre alteração significativa entre os alunos
das diferentes séries escolares.

Quando o assunto foi como os alunos enxergam os principais problemas do país, a maior parte dos alunos
elencou a corrupção como sendo o grande problema nacional, o que já era esperado, dado a imensa veicula-
ção midiática de casos comprovados ou não de crimes de corrupção praticados por políticos brasileiros.

A fim de perceber como os alunos valoram a democracia, eles foram questionados sobre suas preferencias
entre regimes democráticos e regimes autoritários. Embora a maioria tenha concordado com a afirmação “a
democracia é sempre a melhor forma de governo” e discordado da frase “a ditadura é sempre a melhor forma
de governo”, existência de alunos que responderam algo diferente disso é preocupante. A conjectura de que a
democracia é a melhor forma de governo não deveria suscitar nenhuma resposta contrária nem nenhum tipo
de dúvida (11 “talvez” e 1 “não sei”).

42,5 % de todos os alunos entrevistados concordaram totalmente ou em partes com a afirmação de que as
urnas eleitorais são fraudadas. A desconfiança de instrumentos democráticos é perigosa, porque sugere a
ilegitimidade dos representantes eleitos e com isso os pressupostos base da própria democracia.

37,5% dos alunos concordam totalmente ou em partes que as greves e manifestações servem para gerar
discórdia entre a população e desordem social e 30% corroboram com a retirada dos manifestantes dos pré-
dios públicos sob força policial. Isso mostra que parte importante dos discentes não entende ou não aceita as
regras do jogo democrático nem a radicalização da participação política.
3º SIMPIF

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os alunos do IFPB/Itaporanga possuem condições socioeconômicas semelhantes,


não existindo grandes disparidades e a maioria possui baixa renda familiar e pais com pouca escolaridade.

No geral, não acredita-se que os anos de formação escolar produziram jovens com mais informações sobre
política, nem em seus aspectos mais corriqueiros (os nomes dos representantes), nem tampouco em relação
à indicação de uma orientação política.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
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Pelo que foi exposto, percebe-se que o valor democrático ainda não está completamente constituído entre
os alunos de nenhuma das séries escolares, pois não há apoio massivo e incondicional à democracia, mesmo
entre os discentes que já tiveram acesso a várias discussões em sala sobre tal assunto. Há que se considerar,
evidentemente, que a baixa escolaridade dos pais e seu baixo envolvimento político, conforme relatado pelos
próprios discentes, são elementos de entrave à constituição de alunos dispostos ao viver democrático, à par-
ticipação política.

Acredita-se que o processo de formação política escolar, no caso em questão, não tem sido um elemento de-
cisivo para a existência de jovens melhores informados sobre política e com maior disposição em participar

PALAVRAS-CHAVE: Jovens discentes; Percepções políticas; Democracia: Cidadania.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao campus Itaporanga pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
CARVALHO, José Murilo de. 2012. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 15ª ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira.
CREMONESE, Djalma. 2009. A difícil construção da cidadania no Brasil. Desenvolvimento em questão, Ed.
Unijuí, ano 4, n. 9, jan-jun., pp. 59-84.
FUKS, Mario. 2012. Atitudes, cognição e participação política: padrões de influência dos ambientes de socia-
lização sobre o perfil político dos jovens. Opinião Pública, v. 18, n. 1, pp 88-108.
TELLES, Vera da Silva. 1993. Pobreza e Cidadania: dilemas do Brasil contemporâneo. Salvador: Caderno CRH 19.

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Victor da Silva Almeida


Perfil químico: uma abordagem lúdica
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
para o ensino de química
Tecnologia da Paraíba

Joab dos Santos Lima


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. No ensino de Química, o educador precisa buscar ma-
Anderson Savio de Medeiros Simões teriais alternativos para motivar o interesse dos discente durante o
[email protected]
processo de ensino e aprendizagem. As alternativas geralmente uti-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba lizadas, nem por todos os professores, são: experimentos simples,
jogos ou vídeos. Segundo Maldaner (2000, p. 279), “Na elaboração
Maria das Graças Negreiros de Medeiros
[email protected] de um plano de ensino é necessário pensar como fazer para que os
Instituto Federal de Educação, Ciência e alunos se tornem participativos, sendo um dos aspectos fundamen-
Tecnologia da Paraíba
tais para aquisição do conhecimento”.

A adoção de atividades lúdicas em sala de aula como um jogo didá-


tico, pode ter nos alunos um impacto maior que uma aula tradicional
puramente expositiva. Segundo Soares (2008), o jogo possui duas
funções: a lúdica e a educativa, onde deve predominar o equilíbrio
entre elas, pois se a função lúdica prevalecer, não passará de um jogo para recreação dos discentes e se a
função educativa for dominante será apenas mais um material didático. A aplicação de jogos no Ensino de
Química se apresenta como umas das ferramentas auxiliares que podem ser utilizados durante o processo de
ensino-aprendizagem. Segundo Kishimoto (1994), “os jogos didáticos tornam-se uma importante ferramenta
quando cativa a atenção do aluno para um determinado assunto em que ele oferece resistência, pois, a partir
do momento em que ele encara o jogo como uma brincadeira, aprende o conteúdo sem perceber”.

O estudo do conteúdo de Soluções é de grande relevância, pois aproximadamente 90% das reações químicas
acontecem com os reagentes dissolvidos em algum líquido. Daí a importância de entendermos os conceitos
que envolvem soluções químicas e por intermédio do jogo Perfil Químico trabalhar as dificuldades apresenta-
das pelos alunos devido à falta relação entre os conceitos teóricos e prático.

MATERIAIS E MÉTODOS. Segundo Soares (2008), “no ensino de Química quando se propõe jogos e atividades
lúdicas, propõe-se uma forma de divertimento junto com a aprendizagem, para também quebrar aquela for-
malidade entre alunos e professores além de socializá-los e fazê-los construir conjuntamente o ensino”. O jogo
aplicado foi baseado no jogo de tabuleiro Perfil®, marca registrada da companhia de brinquedos Grow. Esse
jogo combina tabuleiro, cartas e dados e a capacidade de dedução dos jogadores. O tabuleiro do jogo original
foi parcialmente modificado para uma melhor jogabilidade.

Materiais

• Cartas com as dicas;

• 4 peões coloridos

• 12 fichas vermelhas

• 1 ficha amarela

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• 5 fichas azuis

• 1 tabuleiro

Como jogar?

No modo de jogo do Perfil, quatro jogadores decidem jogando o dado quem começará o jogo. O participante
que obter no dado o maior valor passará a ser o mediador. Depois de escolhido, o mediador deve pegar a
primeira carta da pilha e dizer qual a sua categoria sobre o conteúdo de Soluções, colocando a ficha amarela
sobre a respectiva casa do tabuleiro. O jogador a esquerda do mediador escolhe um número de 1 a 12 e, em
seguida, coloca uma ficha vermelha sobre a casa no tabuleiro de mesmo número. O mediador lê em voz alta a
dica com o número escolhido pelo participante. Após a leitura da dica, o jogador que escolheu tem o direito de
dar um palpite sobre a identidade da cartela, dizendo em voz alta o que ele pensa estar retratado nela. Caso o
jogador não queira dar seu palpite, ele passa a vez ao jogador à sua esquerda. Se ao dar o palpite, o jogador
acertar, o mediador devolve a carta ao fim da pilha, avança os peões (veja o item pontuação) e retira as fichas
vermelhas que estiverem sobre o tabuleiro.

O jogador à esquerda, então, passa a ser o mediador. Se por acaso, o jogador errar o palpite e vez passa para
o próximo participante a esquerda, que fará o mesmo que o anterior, o mesmo escolherá um número de 1 a 12
(dentre os que ainda não foram escolhidos) colocará na respectiva casa numerada a ficha vermelha, receberá
a dica, dará um palpite, e assim por diante. Vence o jogo o primeiro jogador ou a primeira equipe que levar o
respectivo peão até o espaço marcado “FIM”.

Pontuação

Cada cartela do Perfil vale 12 pontos, que são distribuídos entre o mediador e o jogador que acerta o palpite.
O mediador recebe um ponto para cada dica revelada. O jogador que acertar o item da cartela com seu palpite
receberá um ponto para dica não revelada. Tanto o mediador quanto o jogador que acertar o palpite registra
seus pontos avançando seus peões o número de espaços igual ao número de pontos recebidos.

Depois de reveladas 11 dicas quaisquer da cartela, sem que o palpite certo seja dado, o próximo jogador deve-
rá pôr a última ficha vermelha sobre o número restante e ouvir a última dica. Nesse momento, já não importa
se esse jogador acertará ou não seu palpite, pois, o mediador terá marcado sozinho os 12 pontos (12 dicas
reveladas). Porém será preciso ler a última dica de qualquer modo, pois ela poderá ser uma instrução (veja o
item seguinte).

As instruções

De vez em quando, ao escolher um número, o jogador pode receber uma instrução em vez de uma dica. As
instruções são:

(I) Perca a sua vez: O jogador perde o direito de dar um palpite, e a jogada passa para o próximo jogador à
3º SIMPIF

sua esquerda.

(II) Avance (ou volte) “x” espaço(s): o peão do jogador avança (ou recua) o número de espaços mencionados,
mas não perde o direito de dar um palpite naquela jogada.

(III) Perca a sua vez: o jogador perde o direito de dar um palpite naquela jogada.

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(IV) Um palpite a qualquer hora: o jogador recebe uma ficha azul, que lhe permite dar um palpite imediata-
mente antes da jogada de qualquer outro participante ao longo de todo o jogo

(V) Escolha um jogador para avançar (ou voltar) “x” espaço(s): a escolha é livre, e não é permitido escolher
a si mesmo.

RESULTADOS. Para a discussão dos resultados obtidos com a atividade, escolhemos os seguintes aspectos a
relação aluno-professor e o interesse dos discentes no jogo para avaliar a utilização da atividade lúdica. Com
o desenvolvimento da atividade lúdica, observamos uma aproximação da turma com o professor que esteve
presente em todas as etapas da aplicação, nos auxiliando na divisão das equipes e na montagem do tabuleiro.
Esses momentos possibilitaram a oportunidade de discussões acerca dos conceitos de soluções que seriam
propostos no jogo. Além de que, também, pode ser utilizado como um recurso avaliativo a partir do momento
em que o professor observa competências que foram desenvolvidas pelos discente na elaboração das estra-
tégias para resolver os problemas do jogo. Uma sugestão levantada pelos alunos foi a falta de exercícios de
resolução de cálculos nas cartas, uma vez que focamos mais na parte teórica do conteúdo.

A ideia da aplicação da atividade lúdica em vez de uma aula expositiva já despertou o interesse da turma, até
os que estavam mais dispersos nas regiões periféricas da sala de aula, participaram das etapas de execução
do jogo. A turma de trinta alunos foi dividida em quatro grupos, que variavam entre sete ou oito membros
cada, e seguiu conforme a descrição do item: Como Jogar mencionado anteriormente.

O jogo perfil Químico foi um recurso importante no aprimoramento do conteúdo ministrado e atingiu seu
objetivo durante sua aplicação demostrando a capacidade de dedução dos conceitos propostos aos partici-
pantes, bem como a intenção de debater o conteúdo proposto com uma abordagem divertida de fixação dos
conteúdos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A aplicação do projeto fez perceber que pequenas ações que fujam do padrão de
aula encontrados diariamente pelos alunos trazem resultados muito significantes. Contudo, é válido refletir
sobre as condições impostas pelo modelo de educação vigente no país, a medida que cobram conteúdos, não
oferecem meios para que esses objetivos sejam alcançados.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Química. Jogo. Didático

AGRADECIMENTOS: Aos professores M.a Maria das Graças N. de Medeiros e ao Dr. Anderson S. de M. Simões
(IFPB), pela colaboração e sugestões, à CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Supe-
rior) pelo financiamento e ao Programa Pibid (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência).

Referências
KISHIMOTO, T.M. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 1995.
MALDANER.O. A. A formação inicial e continuada de professores de química. Ijuí : Ed.UNIJUÍ, 2000.
3º SIMPIF

SOARES, M. Jogos para o ensino de química: teoria, métodos e aplicações. Guarapari-ES. Ex libris, 2008.

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Rita de Cássia Silva Di Pace


pH dos cabelos: uma contextualização
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
significativa no ensino de Química
Tecnologia da Paraíba

Henrique Guedes Formiga


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. No momento atual, tem sido desafiador para os pro-
Andrea de Lucena Lira fessores de Química transpor de forma apropriada os conteúdos re-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e ferentes ao currículo escolar de sua instituição. Por isso, é preciso
Tecnologia da Paraíba
que o professor, enquanto mediador do conhecimento, se abstenha
Gesivaldo Jesus Alves de Figueiredo da metodologia de ensino obsoleta e se adeque com o contexto atual,
[email protected] utilizando novos materiais e estratégias de ensino para que se tenha
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba uma melhor compreensão nos conteúdos químicos. A contextuali-
zação no ensino vem sendo adotada por diversos educadores como
um recurso motivador e que, portanto, tem potencial para incentivar
a participação tão esperada e fundamental dos alunos. Segundo os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNEM), “[...] utilizando-se a vi-
vência dos alunos e os fatos do dia-a-dia, a tradição cultural, a mídia
e a vida escolar, busca-se construir os conhecimentos químicos que
permitam refazer essas leituras de mundo, agora com fundamentação também na ciência” (OLIVEIRA, 2013).
Na educação básica, o ensino da Química é destacado pela utilização de regras, formulas e nomenclaturas,
o que pode tornar a disciplina pouco atrativa e motivadora. Falta de atividades experimentais, memorização
excessiva e conteúdos extensos são apontados como fatores que tornam o ensino dessa ciência complexo. Po-
dendo assumir um caráter construtivista, as atividades experimentais dependem do incentivo dos professores
sobre os alunos, na percepção dos conflitos cognitivos, que são fundamentais no processo de aprendizagem,
pois, conduzem os estudantes na busca e comparação de informações, gerando assim, ideias e métodos que
podem explicar os problemas. A experimentação é uma maneira de contextualizar, capaz de estimular os alu-
nos e melhorar o processo de ensino-aprendizado, pois essa ferramenta é capaz de motivar e despertar nos
alunos o interesse pela disciplina. Dependendo do conteúdo abordado, essa prática pode ser apresentada de
várias formas, ou seja, existindo uma articulação entre as atividades teóricas que são abordadas em sala e
as atividades experimentais, os conteúdos serão absorvidos de forma mais eficaz, contribuindo para o de-
senvolvimento cognitivo do aluno. A fibra de cabelo é uma proteína, ou seja, um polímero biológico composto
de aminoácidos unidos por ligações peptídicas e possui o pH entre 4,5 e 5,5. O fio capilar é formado por três
partes: cutícula, córtex e medula. Grande parte da sujeira do nosso cabelo se adere nas glândulas sebáceas,
situadas na cutícula, por isso, a melhor maneira de se lavar os cabelos é removendo a camada de gordura.
Quem realiza esse papel é o xampu. Como nosso cabelo é levemente ácido, torna-se interessante e recomen-
dado o uso de xampus básicos para satisfazer diferentes requerimentos para a manutenção do cabelo. Já para
os condicionadores, é aconselhado que se use produtos levemente ácidos para que ocorra o fechamento da
cutícula e proporcione maciez e brilho para os cabelos. Dessa forma, ter o pH do seu cabelo sob controle, vai
facilitar com que o seu cabelo fique mais saudável e menos quebradiço. Nesse contexto, o presente artigo faz
uso do tema “pH dos Cabelos” utilizando a prática experimental como uma estratégia de ensino na aprendi-
zagem conceitual referente ao conteúdo de química: Funções Inorgânicas, enfatizando a acidez e basicidade

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dos xampus e condicionadores, com o uso de um indicador alternativo feito à base de açaí, pois o açaí contém
antocianinas, substância que muda de coloração ao entrar em contato com substâncias ácidas ou básicas.

MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi desenvolvida por uma discente bolsista que faz parte do projeto per-
tencente ao curso de Licenciatura em Química do IFPB, Residência Pedagógica, a qual teve o acompanha-
mento da professora regente da turma do 1º ano do ensino técnico integrado ao médio de Informática, do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, localizado na cidade de João Pessoa. Foram
necessárias 2 (duas) aulas para aplicação das práxis, contendo 50 (cinquenta) minutos cada aula com trinta
e cinto (35) estudantes participantes. Para tal, foram aplicados além da prática experimental, uma Aula de
Revisão (AR), e um Questionário Final (QF), contendo 5 (cinco) questões cada. O estudo foi desenvolvido com
base em uma pesquisa qualitativa, incentivando a interação aluno-professor, norteando o rumo da pesquisa,
na qual uma abordagem qualitativa “trabalha com valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e opi-
niões. Ela aprofunda a complexidade de fenômenos, fatos e processos; passa pelo observável e vai além dele
ao estabelecer inferências e atribuir significados ao comportamento” (SILVA, 2010). No primeiro contato, foi
realizada uma revisão sobre o assunto de Funções Inorgânicas (ácidos, bases, sais e óxidos). Em seguida,
partimos para a parte experimental, utilizando béckers, espátulas, bastão de vidro, pHmetro portátil, fita de
pH, amostras de xampu e condicionador de marcas diferentes e o indicador natural de açaí. Através da prática
pôde-se observar que cada indicador tem a sua função e uso apropriado, verificando-se a inviabilidade da
medição de pH de soluções de produtos de uso doméstico coloridos com o uso de alguns indicadores, devido
a coloração próxima ao ponto de viragem.

RESULTADOS. A singularidade da parte experimental, com a utilização de materiais simples de fácil acesso
torna a proposta viável para escolas sem infraestrutura laboratorial, podendo ser realizada na própria sala
de aula. Além disso, a preparação da atividade é rápida, estimulando sua aplicação sem comprometimento
da carga horária de trabalho do professor que, geralmente, é bastante intensa. Foi feito um questionário de
avaliação (pós-experimento) que constavam perguntas sobre o experimento realizado em sala, como: “Por
que utilizamos o shampoo primeiro e em seguida passamos o condicionador no cabelo?”, “Por que depois
de adicionar o indicador de açaí o shampoo ficou com a coloração avermelhada e o condicionador ficou com
uma coloração verde?” e também, “Qual o instrumento mais eficaz para medir o pH?” e uma pergunta pessoal
englobando a satisfação do aluno quanto à experimentação. Todos souberam responder de forma correta as
perguntas abordadas no questionário, utilizando os conceitos explanados em sala, como também, associando
com seu cotidiano.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A interdisciplinaridade deste experimento consiste nos procedimentos e conceitos


da química e da biologia, relacionando uma grande quantidade de informações relevantes aos alunos de um
modo interessante, atraente e contextualizado. Foi possível observar, que os experimentos promoveram a
construção do conhecimento de forma motivadora, de fácil compreensão, favorecendo de forma significa-
tiva o processo de ensino. Portanto, os objetivos foram alcançados, uma vez que a experimentação exerceu
3º SIMPIF

um papel de grande importância, envolvendo mudanças de comportamentos dos alunos, que deixaram de
ser ouvintes/observadores e passaram a ser questionadores/argumentativos, participando mais da aula e
dinamizando o ensino. Por último, também foi possível associar o conteúdo da disciplina com o cotidiano,
estimulando todos os envolvidos e despertando o interesse para a realização de outras aulas experimentais.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Química. Experimentação. Interdisciplinaridade.

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AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba e tam-


bém a Residência Pedagógica, programa que faz parte do curso de Licenciatura em Química do IFPB – Campus
João Pessoa.

Referências
ABRAHAM, Leonardo Spagnol. Et al. Tratamentos estéticos e cuidados dos cabelos: uma visão médica (parte
2). Disponível em: <http://www.surgicalcosmetic.org.br/public/artigo/artigo.aspx?id=40.> Acesso em 07 set
2019.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacio-
nais: ensino médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 2000.
KÖHLER, Rita de Cassia Oliveira. A química da estética capilar como temática no ensino de química e na
capacitação dos profissionais da beleza. UFSM, 2011, 112F. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós –
Graduação. Universidade Federal de Santa Maria, 2011.
OLIVEIRA, Vicente Gomes. Cabelos: uma contextualização no ensino de química. UNICAMP, 2013, 11F. Sub-
projeto –Química. Pibid Unicamp, 2013.
SILVA, G. C. R. F. O Método Científico na Psicologia: Abordagem qualitativa e quantitativa, 2010. Disponível
em: <http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0539.pdf>. Acesso em: 12 set 2017.

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Denilson Ferreira Soares


Possibilidades de um olhar histórico-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
cultural sobre os saberes matemáticos
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras no campo e nas feiras livres
Ana Paula Cruz
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras
INTRODUÇÃO. As atividades populares do campo e da cidade estão
Valéria Roberto da Silva repletas de saberes matemáticos, por isso o presente trabalho, que
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e faz parte de uma pesquisa monográfica tem por fim, aprimorar co-
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras
nhecimentos, dentro de um prisma historiográfico cultural, acerca
Francisco Aureliano Vidal dos saberes matemáticos produzidos e praticados pelos agricultores
[email protected]
da zona rural da comunidade do Sitio Timbaúba, pertencente à cidade
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras de São João do Rio do Peixe, localizada no alto sertão paraibano; e
pelos comerciantes da feira livre popular da cidade de São José de
Piranhas, PB. Será possível problematizar a relação existem entre as
diferentes formas de aplicação do conhecimento, por meio de técni-
cas adquiridas ao longo do tempo e que representa a transição de
geração em geração. Como base teórico-metodológica baseamo-nos
nos conceitos de Etnomatemática, buscando a linguagem matemática
no contexto das vivências do mundo rural e popular da cidade, envolvendo vivências e ações de lida com a
terra e comércio como meio de subsistência de homens e mulheres no tempo. Ressaltando que o trabalho tem
um caráter bibliográfico, abordando as questões de modo conceitual acerca do conhecimento matemático em
diferentes culturas, dando ênfase para a matemática na zona rural e na feira urbana popular. Como conclusão
até o momento, pode-se afirmar que a matemática se constrói dentro de experiências históricas, portanto, es-
paciais e temporais, dos sujeitos, de modo diretamente ligado às necessidades cotidianas de cada comunida-
de. Portanto, faz-se necessário elencar e analisar os autores que contribuem para esta base de conhecimento.
Partindo do conhecimento Etnomatemática, vertente da pesquisa em torno da matemática, inspirada no autor
Ubiratan D’Ambrósio, idealizador deste termo, e trazendo como suporte teórico pesquisadores com trabalhos
desenvolvidos nesta linha de pesquisa, como Knijnik (2006) com trabalho desenvolvido em um assentamento
junto ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no Rio Grande do Sul, no qual ela capta as
práticas individuais dos agricultores quanto à aplicação da matemática em seu cotidiano. Campos (2012),
refletindo sobre os saberes matemáticos produzidos pelos produtores rurais em uma comunidade camponesa
em suas práticas cotidianas. Também lançamos o olhar sobre o trabalho de Silva (2005), que se debruça sobre
os saberes matemáticos produzidos por mulheres em suas atividades profissionais de compra e venda, bem
como à utilização de cálculos domésticos.

MATERIAIS E MÉTODOS. As análises foram feitas com base nos princípios teóricos, levando em considera-
ção princípios da Etnomatemática. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa e vem confirmar a
riqueza de saberes que tem o homem do campo e das feiras, cujo conhecimento é importante na resolução
dos problemas de sua comunidade ou grupo cultural. A pesquisa também se caracteriza pelo uso, enquanto
método, da História Oral, que permite o registro de testemunhos e acesso a “história dentro da história”. Para
o levantamento de dados, foram aplicados questionários a uma amostra aleatória de participantes da feira
e agricultores, procurando registrar uma análise sobre o perfil socioeconômico desses sujeitos. Bem como
entrevista semiestruturada aplicada a sujeitos históricos que fazem parte da feira e do campo há muitos anos.

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RESULTADOS. Em síntese, esse estudo possibilita compreender que saberes matemáticos são produzidos em
situações de práticas sendo construídos de acordo com as necessidades e os interesses de grupos sociais,
de modo que, muitas vezes, são revelados por familiares em suas lembranças, nas alternativas de resolução
das situações do cotidiano que exigem habilidades para medir, classificar, ordenar, entre outras tarefas que
utilizam a matemática, além daquelas relacionadas à necessidade de subsistência na sociedade e no trabalho.
Partindo desse prisma, o trabalho contribui diretamente para o modo como é possível problematizar e perce-
ber os detalhes da experiência histórica através de memórias do homem do campo e como esses lidam com o
saber matemático nas suas práticas cotidianas. Sendo interessante observar como ele desenvolve saberes a
partir de um fazer e como ele aplica a partir de uma astúcia, de uma esperteza própria, lógicas matemáticas a
começar de um improviso amparado nas circunstâncias que lhe aparece, além das práticas solidárias a ideia
de divisão e organização do espaço. Como destaca Certeau (1994), “o homem ordinário” inventa o cotidiano,
graças ao que ele chama de “artes de fazer”, “astúcias sutis”, “táticas de resistência” que vão alterando os
objetos e os códigos, e estabelecendo uma (re)apropriação do espaço e do uso ao jeito de cada um.Portanto,
uma matemática experimentada de modo empírico, isto é, a partir do arcabouço que lhe confere uma capaci-
dade de construir algo com base nas tradições dos próprios sujeitos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os saberes cotidianos são base para a construção de diversas estratégias de lin-
guagem matemática. A complexidade e dinamicidade das atividades cotidianas tornam necessário um novo
repensar sobre a Matemática Ordinária, fora dos muros da escola e como a mesma se dá no tempo e no espa-
ço. Conhecer outros modos de matematizar pode nos oportunizar a reflexão mais profunda sobre nossa forma
de conceber a Matemática e de ampliarmos nossas possibilidades de explicar, conhecer e resolver problemas
com estratégias pessoais novas, em situações novas ou naquelas já vivenciadas em nosso cotidiano. Tanto o
trabalho do campo quanto a feira livre são espaços que se transformam em um grande espetáculo cultural de
trocas sociais e saberes, sejam saberes voltados para aspectos culinários e afetivos, sejam saberes voltados
para a geometrização do espaço, esses perpassam intensamente a materialização dos elementos formais da
matemática a partir do mundo existem e seus elementos físicos e epistemológicos. Nesse sentido, corrobora-
mos com a comprovação da máxima de que a matemática está em toda a parte, nas diversas situações do dia
a dia, expressas de maneira particular de acordo com o povo, grupo ou nação, no tempo e no espaço.

PALAVRAS-CHAVE: História do Conhecimento. Etnomatemática. Saberes matemáticos.

Referências
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano - artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.
D’AMBRÓSIO, Ubiratan. As matemáticas e seu entorno sócio-cultural. Memorias del Primer CongresoIberoa-
mericano de Educación Matemática, Paris, 1991.
________. Etnomatemática- arte ou técnica de explicar e conhecer. São Paulo: Editora Ática,1990.
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Lucas Cavalcanti Cruz


Poupar ou investir: Eis a questão
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
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Alexandre Casusão de Sousa


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. O objetivo geral da pesquisa foi tornar o estudante ca-
Maria Eduarda Marques Braga paz de decidir, a partir do raciocínio matemático, qual a melhor solu-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e ção a ser tomada avaliando as alternativas possíveis de investimentos
Tecnologia da Paraíba
ou poupança, através da manipulação das fórmulas da Matemática
Samuel Medeiros de Aquino Financeira. Mostrar introdutoriamente o mercado financeiro ao estu-
[email protected]
dante e apresentar alternativas financeiras à caderneta de poupança.
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba Permitir que os estudantes tornem-se aptos a avaliar e decidir de ma-
neira correta sobre qual a melhor opção em uma situação que envolve
a Matemática Financeira.

A Matemática Financeira, historicamente, surge com o comércio, fi-


cando conhecida, inicialmente por Matemática Comercial e Financei-
ra. Vários autores chegam a dizer que “a história do comércio é a
própria história da civilização”. A Matemática Financeira é um ramo da matemática que está ligado direta-
mente ao cotidiano da maioria das pessoas uma vez que vivemos em um mundo globalizado e capitalista e
que nele, estamos envolvidos em relações comerciais (de compra e venda, de produtos ou serviços) quase
todos os dias. Dessa maneira torna-se extremamente necessário e importante sabermos lidar com o dinheiro
de maneira correta e avaliar seu valor ao longo do tempo, sabendo que este pode aumentar ou diminuir seu
poder de compra.

Mlodinow (2015) nos conta que na sociedade pré-histórica, os grupos humanos eram em geral pequenos (até
10 pessoas), quantidade máxima para se manter. Não havia comércio, toda a produção era consumida pelo
próprio grupo. Sem excedentes não havia troca de produtos com outros grupos. Com o passar do tempo tais
grupos fixam-se, aumentando a população, necessitando uma maior produção de bens, o que gera exceden-
tes, a base para as primeiras trocas iniciando o desenvolvimento do comércio. Incialmente as trocas eram
feitas na forma de escambo. Surgiram outras necessidades e a criação de um elemento de troca intermediário,
a moeda. Versignassi (2015) escreve que vários produtos, por terem uma alta procura, serviram como moeda,
a exemplo do sal, o gado, fumo, etc. Depois, o governo intermedia as trocas, cunhando uma moeda oficial,
geralmente de metal, como objeto de troca oficial. Aparecem as pessoas especializadas nessas trocas, os ban-
queiros, e depois os bancos. Os bancos começam a cobrar por seus serviços (principalmente de empréstimo
de dinheiro) e surgem os juros. A Matemática Financeira desenvolve-se rapidamente para, principalmente,
calcular tais juros e desenvolver técnicas de utilização do dinheiro para obter o máximo de lucros.

A evolução não para por aí, o mercado financeiro torna-se mais complexo a cada dia. São novas modalidades
de operações financeiras, mercado de ações, bolsa de valores, derivativos e futuros, que podem assustar qual-
quer pessoa que esteja despreparada para entender esse novo modelo de relações comercias e novas formas
de lidar com o dinheiro. Felizmente, a Matemática Financeira é a ferramenta que nos auxilia na tentativa de
compreensão de todas essas questões para que consigamos utilizar as regras do jogo ao nosso favor. Ou seja,
não ser enganado quando um gerente de banco nos diz que essa ou aquela aplicação é excelente ou quando

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nossos amigos dizem que devemos colocar dinheiro na poupança na esperança de utilizá-lo no futuro. A Ma-
temática Financeira vem para acabar com essas dúvidas e mostrar todo o poder dos juros, sua capacidade de
multiplicação do dinheiro investido e, por outro lado, a capacidade de tornar enormes as pequenas dívidas. A
Matemática Financeira vem nos tirar da ignorância para que o órgão mais importante do ser humano não seja
afetado: o bolso. Lima (2010) discute o seguinte problema:

Um comprador tem a opção de fazer a compra de um produto da seguinte forma:

I – à vista, com desconto de 10%.

II – em três vezes, com o primeiro pagamento no ato da compra.

III – em duas vezes, com o primeiro pagamento para um mês após a compra.

Se o dinheiro vale 1,2% a.m. para comprador, qual a melhor forma de compra?

Problemas como o apresentado, representam situações nas quais a maioria das pessoas já presenciou e,
muitas vezes não soube responder. A partir do estudo da relação do dinheiro com o tempo e das fórmulas
matemáticas relacionadas, é possível chegar à resposta do problema sem muitas dificuldades.

Como os bancos ganham dinheiro? Essa também é uma pergunta que faz parte do dia a dia de muitas pessoas,
mas não poucas vezes, não sabem responder. Como pode haver empréstimos ou parcelamentos de compras
sem juros? Quais as diferenças entre empréstimos e financiamentos? Empréstimos consignados? Porque o
governo não aumenta de maneira significativa o salário mínimo? Como isso afetaria a inflação do país? O que
é inflação?

Essas e muitas outras perguntas foram discutidas entre o grupo para que esses conceitos ficassem claros e
assim, permitissem que os participantes pudessem ter um novo olhar sobre o dinheiro, tendo uma nova re-
lação com ele. De maneira didática, o livro indicado (Crash – Uma breve história da Economia) discute esses
temas a partir de várias situações reais ocorridas na história da humanidade, como a quebra da bolsa em 29,
a hiperinflação na Alemanha no pós Guerra, etc. Dessa maneira, foram estudadas situações reais para que os
estudantes percebessem a importância de todos esses conceitos.

MATERIAIS E MÉTODOS. A metodologia proposta foi baseada na leitura do material indicado, principalmente
os livros. Discussão e debates em grupos, além das pesquisas individuais. Apresentação de orais sobre os
temas estudados também fizeram parte do projeto.

RESULTADOS. Os estudantes desenvolveram habilidades para estudarem e pesquisarem de maneira indepen-


dente, buscando fontes para sanar suas dúvidas. Tornaram-se pesquisadores iniciantes. Estudaram e apro-
fundaram bastante sobre todo o histórico da revolução que o capitalismo (e a matemática financeira) trouxe
para o mundo. Entenderam como funcionam as trocas comerciais através do uso das moedas, pesquisaram e
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aprofundaram sobre conceitos como inflação, juros, etc.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A partir das análises, dos resultados e discussões, concluímos que o projeto foi
muito bem aceito pelos estudantes, que gostaram muito do tema e das discussões propostas, empenharam-se
dentro de seus limites para desenvolverem as atividades propostas. A maior conclusão que se pode destacar é
o desejo e a curiosidade dos estudantes pelo conhecimento e que se for explorado de maneira correta, com te-
mas interessantes e pertinentes à suas faixas etárias seremos capazes de desenvolver grandes pesquisadores.

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EDUCAÇÃO E ENSINO

PALAVRAS-CHAVE: Investimento. Capital. Matemática Financeira

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB e ao CNPq pelo apoio e suporte financeiro destinados ao desen-
volvimento desse projeto.

Referências
LIMA, E. L.; CARVALHO, P. C. P.; WAGNER, E.; MORGADO, A. C. A Temas e Problemas (Coleção do Professor de
Matemática). 3. Ed. Rio de Janeiro: SBM, 2010. 225 p.
VERSIGNASSI, A. Crash: Uma Breve História da Economia: Da Grécia Antiga ao século XXI. 2. Ed. São Paulo:
Editora Leia, 2015. 352 p.
MILODINOW, L. De primatas a astronautas: a jornada do homem em busca do conhecimento. 1. Ed. Rio de
Janeiro: Zahar. 2015.

3º SIMPIF

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Bianka Barbosa Ferreira


Produção de material didático de leitura
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
em língua inglesa através de provérbios
Tecnologia da Paraíba - Campus Catolé do
Rocha

Daniel de Sá Rodrigues
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Catolé do INTRODUÇÃO. Como um grande auxiliar pedagógico, o material di-
Rocha
dático elaborado para o ensino de leitura em língua inglesa deve in-
centivar o aprendiz a aprimorar a habilidade leitora. Uma das formas
de promover essa motivação é a aprendizagem de leitura em inglês
através de provérbios. Por serem curtos e de uso amplo, os provér-
bios podem ser úteis no processo de ensino-aprendizagem de inglês,
especialmente para alunos do Ensino Médio, que necessitam desen-
volver a habilidade de leitura. Desse modo, o presente trabalho tem
como objetivo descrever o processo de organização de um material
didático de leitura em língua inglesa através de provérbios. Para uma
leitura eficiente é necessária a capacidade de reconhecimento, com-
preensão, interpretação e utilização de diversos gêneros textuais,
sendo o provérbio um desses gêneros. O provérbio é considerado
como uma unidade léxica fraseológica, fixa, materializada e convalidada por determinada comunidade linguís-
tica. Essa comunidade reúne experiências vivenciadas em comum e formula um provérbio como um enunciado
conotativo, breve e completo, com a finalidade de aconselhar, ensinar, persuadir, enfatizar, advertir, consolar,
repreender, incentivar e outros objetivos fixados pelo contexto em que são utilizados. (AZEVEDO e FERNAN-
DES, 2009; LIMA, 2011; XATARA e SUCCI, 2008). Como objeto de aprendizagem de língua estrangeira, con-
forme Lima (2011), a utilização de provérbios permite que o estudante aprenda, ao mesmo tempo, aspectos
linguísticos (como vocabulário e gramática) e valores pessoais, lições de vida. O trabalho com provérbios no
ambiente escolar pode ser explorado com materiais didáticos. Salas (2004, apud VILAÇA, 2009) define mate-
riais didáticos como tudo que os professores e alunos utilizam para facilitar a aprendizagem, tais como livros,
apostilas, CDs, DVDs etc. Quanto à produção de materiais didáticos, vários autores tem se dedicado a esta
área, entre os quais, Leffa (2007), para quem a produção de um material deve passar por quatro momentos:
análise (observação das necessidades de aprendizagem dos estudantes), desenvolvimento (definição, dentre
outras coisas, do conteúdo), implementação (utilização do material pelo aluno) e avaliação (verificação da
necessidade de melhoria no material). A produção do material didático descrito nesta pesquisa seguiu o pro-
cesso recomendado por Leffa.

MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa relatada neste trabalho é descritiva, de natureza qualitativa. No primeiro
momento, foram analisados quatro livros didáticos de língua inglesa do primeiro ano do Ensino Médio para
identificar os conteúdos gramaticais e as respectivas sequências estabelecidos nesses livros. Com base na
comparação dessas sequências, foi elaborada uma sequência gramatical básica que serviu de parâmetro para
a seleção e ordenação sequencial de dez provérbios extraídos de fontes escritas. Com os provérbios selecio-
nados e organizados, partiu-se para a elaboração do material didático de leitura em língua inglesa com base
nesses provérbios. Para cada provérbio foram elaborados atividades de tradução do vocabulário, explicações
dos tópicos gramaticais envolvidos no provérbio com exercícios, e atividades relacionadas ao significado do
provérbio. Com o material finalizado, foi realizada a aplicação e observação da eficácia desse material com

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discentes do Ensino Médio e Técnico em uma instituição. No final da aplicação do material, os estudantes en-
volvidos foram consultados sobre a eficácia do material.

RESULTADOS. Através de sucessivas aulas de língua inglesa, percebeu-se que uma grande parte dos estu-
dantes apresentava a necessidade de desenvolver a habilidade de leitura. Com esta análise prévia, decidiu-se
por estabelecer um parâmetro básico de sequências gramaticais que fundamentaria a construção do material
didático de leitura em língua inglesa através de provérbios. Esta decisão justifica-se pelo fato de que, mui-
tas vezes, a gramática define a ordem do conteúdo a ser ministrado nas aulas de inglês. Por exemplo, para
abordar expressões linguísticas envolvendo presente perfeito é necessário conhecer, entre outros tópicos, o
passado simples e a conjugação do verbo have no presente. Na fase de desenvolvimento, especificamente na
escolha de conteúdos, foram selecionados quatro livros didáticos de língua inglesa do primeiro ano do Ensino
Médio para verificar quais tópicos gramaticais são abordados e qual a ordem destes tópicos. Com base nessa
análise, foi elaborada uma sequência gramatical básica. Em seguida, foram coletados de fontes escritas dez
provérbios, que posteriormente foram ordenados conforme o parâmetro básico de sequências gramaticais
mencionado anteriormente. Como exemplo, foram selecionadas e ordenadas como o primeiro e segundo pro-
vérbio do material didático, respectivamente, as seguintes frases: No man is an island e There’s no time like
the present. Os tópicos gramaticais expressos no primeiro provérbio são: adjetivo quantitativo, verbo be e
artigo indefinido an; já os tópicos no segundo provérbio são: there is/there are e artigo definido. Note-se que,
no âmbito do verbo, optou-se selecionar como primeiro provérbio o que apresenta o verbo be antecedido de
sujeito (No man is), com o sentido de “ser” e, na sequência, o segundo provérbio, apresentando o verbo be
antecedido de there (There’s no time), com o sentido de “existir”, seguindo a tendência dos materiais didáticos
de abordar o verbo be primeiro no sentido de “ser” ou “estar” e depois a expressão “there be”. O material é
composto de dez unidades didáticas, sendo que cada unidade aborda cada um dos dez provérbios. A estrutura
de cada unidade apresenta a seguinte composição: uma página de abertura, com o provérbio em destaque;
uma página contendo uma questão sobre o conhecimento prévio do provérbio e uma atividade com palavras e
expressões do provérbio para o estudante traduzir para o português, contemplando o trabalho com o vocabu-
lário; de duas a quatro páginas com tópicos gramaticais constantes no provérbio; e uma página contendo uma
questão sobre o significado do provérbio e exemplo de como o provérbio pode ser aplicado na prática, além
de uma questão solicitando que o estudante compare a sua resposta da questão anterior, contida na mesma
página, com a resposta dada por ele sobre o conhecimento prévio do provérbio, no início da unidade didática.
A próxima fase da pesquisa foi a implementação, realizada com os discentes do Ensino Médio e Técnico em
uma instituição. Durante a implementação, os estudantes receberam o material didático impresso e folhas em
branco para responder as questões solicitadas. Tanto o material didático quanto as folhas com as respostas
deveriam ser devolvidas pelos alunos para uma posterior observação. A fase final da pesquisa consiste na ava-
liação do material. No final do último encontro da implementação do material, solicitou-se dos discentes que
dessem sua opinião sobre o material didático. Eles relataram que o material é produtivo, ajudando a aprender
várias palavras e expressões em inglês, que foi uma forma de ensino diferente da que estavam acostumados
3º SIMPIF

e que o material ajudou a refletir sobre o significado dos provérbios, aprendendo lições de vida expressas por
estas frases.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O material didático de leitura em língua inglesa através de provérbios pretende ser
uma opção para preencher uma lacuna existente entre o limitado conhecimento que muitos estudantes oriun-
dos do Ensino Fundamental tem do idioma e a habilidade de leitura esperada desses alunos no Ensino Médio.
A construção do material didático, objeto de descrição desta pesquisa, seguiu as etapas propostas por Leffa
(2007), que são: análise, desenvolvimento, implementação e avaliação. Conclui-se que o material didático

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descrito nesta pesquisa tem o potencial de ajudar os estudantes a desenvolverem a habilidade de leitura em
língua inglesa, auxiliando no aprendizado tanto de língua quanto de lições de vida que os provérbios ensinam.

PALAVRAS-CHAVE: Material didático. Provérbios. Leitura.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq


e ao Instituto Federal da Paraíba - IFPB pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
AZEVEDO, P. P.; FERNANDES, L. C. A dupla função do provérbio: reiteração do mesmo e a imposição da subje-
tividade em gêneros discursivos do cotidiano. In: CELLI – COLÓQUIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LITERÁ-
RIOS. 3, 2007, Maringá. Anais. Maringá, 2009, p. 1965- 1973.
LEFFA, V. J. Como produzir materiais para o ensino de línguas. In: _____. Produção de materiais de ensino:
teoria e prática. 2. ed. rev. Pelotas: Educat, 2007. cap. 1.
LIMA, D. C. de. O uso de provérbios no ensino de língua estrangeira: uma
análise contrastiva. In: Fólio – Revista de Letras. V. 3, n. 2, 2011, Vitória da Conquista.
Ensaios, Vitória da Conquista, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. jul./dez. 2011, p. 237-250.
VILAÇA, M. L. C. O material didático no ensino de língua estrangeira: definições,
modalidades papéis. Revista Eletrônica do Instituto de Humanidades da Unigranrio. Vol. VII. N. XXX, jul.-set./2009.
Disponível em: <http://publicacoes.unigranrio.edu.br/index.php/reihm/article/view/653/538>. Acesso em:
11 jul. 2019.
XATARA, C. M.; SUCCI, T. M. Revisitando o conceito de provérbio. Juiz
de Fora: Veredas, 2008.

3º SIMPIF

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Rebeka Martins Florêncio de Sousa


Programa Saúde na Escola (PSE): O
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
olhar sobre a participação da Educação
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa Física Escolar
Fernanda Pereira Calisto
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
INTRODUÇÃO. A partir do século XX, a saúde escolar, no Brasil, co-
Mariana Beatriz Gomes da Silva meçou a ter avanços em sintonia com a evolução técnico-científica,
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e deslocando o discurso tradicional de biomédica para a estratégia Ini-
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
ciativa Regional Escolas Promotoras de Saúde (IREPS), um discurso
Margysa T. B. Rosas de múltiplos olhares. Conceito fundado a partir da Carta de Ottawa
[email protected]
como o processo destinado a capacitar os indivíduos para exercerem
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa um maior controle sobre sua saúde e sobre os fatores que podem
afetá-la, reduzindo os fatores que podem resultar risco e favorecendo
os que são protetores e saudáveis.

Nesse sentido, foi instituído em todo o território nacional o Decreto


de nº 6.286, 5 de dezembro de 2007, que criou o Programa Saúde na
Escola (PSE). É importante frisar que este programa tem por finalida-
de contribuir com a formação integral dos estudantes da rede pública de educação básica por meio de ações
de prevenção, promoção e atenção à saúde, o qual deverá ser implementado, nas escolas, com a participação
efetiva das equipes de Estratégia em Saúde da Família, respeitando-se todos os princípios do SUS (BRASIL,
2011). No que diz respeito à educação em saúde na escola, é necessário ao profissional de saúde à arte de
planejar, avaliar tais ações junto com os educadores, além do domínio da IREPS enquanto estratégia, tendo
um olhar crítico da estrutura e funcionamento do ensino básico (FIGUEIREDO; MACHADO; ABREU, 2010).

A Educação Física é um meio eficaz de promover a atividade física, no entanto, a concepção que se espera
ao inclui-la na Educação Física escolar é contrária da compreensão do que é ou pode ser a Educação Física
na escola. Contudo, a mesma ao trabalhar esses conteúdos em uma perspectiva ampliada, ela pode facilitar
aos alunos um entendimento da realidade social e contribuir para uma formação mais humana e emancipada
(KNUTH; LOCH, 2014).

A Educação Física se caracteriza como a disciplina que possui as melhores condições para a proposição de
estratégias de intervenção. Os Professores de Educação Física podem contribuir de maneira relevante para a
educação e a promoção da saúde. O importante é que essas ações pedagógicas estimulem os alunos a pensar
o corpo, a Educação Física, escola, sociedade e os elementos da cultura corporal em uma perspectiva histórica
e cultural.

Portanto, o presente estudo teve como objetivo de analisar as intervenções da Educação Física Escolar atra-
vés do Programa Saúde na Escola numa escola pública do município de Sousa-PB, de maneira a identificar as
práticas de promoção da saúde existentes na escola através da Educação Física e investigar a percepção do
Professor de Educação Física acerca da atuação do PSE.

MATERIAIS E MÉTODOS. Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva de corte transversal, e
abordagem qualitativa. É importante frisar que na abordagem qualitativa o pesquisador procura entender os

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fenômenos, segundo as perspectivas dos participantes da situação e de sua interpretação dos fenômenos
estudados.

Fizeram parte desse estudo os seguintes sujeitos: 02 (dois) professores os quais possuem formação em Edu-
cação Física. Além do professor, os outros sujeitos que fizeram parte da pesquisa, foram: 01 (uma) Vice-dire-
tora, 01 (um) Diretor e 01 (um) supervisor escolar.

A pesquisa teve como instrumento a entrevista semiestruturada. As observações procederam nas turmas do
7º e 8° anos do Ensino Fundamental II da Escola Municipal de Ensino Fundamental José Reis.

Desta forma, foi obtido o termo de consentimento e esclarecimento (TCLE) de todos que fizeram parte da
amostra, assim como também o termo da carta de anuência assinada pela diretora da escola. Para a análise
da entrevista, foi utilizada a análise de conteúdo, a qual compreende procedimentos especiais para o proces-
samento de dados científicos.

RESULTADOS. Assim, tomando por base a escola a qual foi realizada a pesquisa, o Programa Saúde na Escola
(PSE) não está sendo implementado, visto que a disciplina de Educação Física é vista como um item importan-
te apenas para realizar as ações, mas que na verdade não há intervenções sendo realizadas através da disci-
plina por meio do programa. Contudo, de acordo com os dados obtidos durante esse processo de pesquisa,
identificou-se que ainda é fato a realidade de existir a falta de conhecimento do PSE e sua implementação nas
escolas. Porém, mesmo ainda sendo uma política pública recente, torna-se capaz de melhorar a qualidade de
vida dos estudantes.

Os resultados desta pesquisa evidenciam que a prática de promoção de saúde ainda é muito restrita, pois a
escola se coloca presa diante da disciplina de Educação Física. Não são realizadas atividades alusivas onde
possam envolver todo o corpo docente da escola e alunos para alguma prática direcionada a promoção da
saúde em momentos extras além das aulas, ou seja, a escola ainda não se enquadra dentro dos requisitos de
uma escola promotora de saúde.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Mediante a construção e o desenvolvimento deste trabalho, concluiu-se que na


escola a qual procedeu à pesquisa ainda não houve uma alusão para se adotar uma política pública com o
intuito de promover a prevenção e promoção da saúde dos educandos. Pois, apesar da saúde ser vista de
forma complexa por ambos os entrevistados, assim como também considerada como um conteúdo de grande
importância para ser debatido do ambiente escolar, a mesma só é mais trabalhada na questão de palestras e
práticas esportivas.

No que diz respeito às práticas realizadas por parte da disciplina de Educação Física direcionadas à promoção
da saúde, ainda estão muito fragmentadas, pois o tema saúde não é visto como prioridade a ser trabalhado
dentro da disciplina. Porém, não são desenvolvidas atividades associadas à promoção da saúde, permitindo
assim que os alunos adotem uma vida ativa e mais saudável.
3º SIMPIF

Como forma para se buscar estratégias inovadoras para quebrar barreiras que ainda existem, a educação é
um fator determinante da saúde. Assim, o PSE e Educação Física precisam estar juntos nesse processo de
formação dos alunos, cabendo ao professor se colocar diante das suas mais nobres missões que é formar
cidadãos críticos, reflexivos e autônomos.

PALAVRAS-CHAVE: Educação Física. Promoção da saúde. PSE.

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EDUCAÇÃO E ENSINO

Referências
BRASIL, M. S. Passo a passo-PSE Programa Saúde na Escola. Brasília: MS – OS, ed.01, 2011, p.272.
FIGUEIREDO, T. A. M; MACHADO, V. L. T; ABREU, M. M. S. A saúde na escola: um breve resgate histórico. Ciência
e saúde coletiva, Espírito Santo, nov. 2008.
KNUTH, A. G; LOCH, M. R. “Saúde é o que interessa o resto não tem pressa’’! um ensaio sobre Educação Física
e saúde na escola. Rev. Bras. Ativ. Fís. Saúde. Pelotas/RS, v.19, n.4, p. 429-440, julho/2014.

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Karine Heloise Felix de Sousa


Relato de experiência na disciplina
[email protected]
Universidade Federal da Paraíba
de português utilizando a ferramenta
online Kahoot!!

INTRODUÇÃO. A informática se tornou uma importante ferramenta


pedagógica, por essa razão, a escola deve utilizar o computador e
objetos digitais de aprendizagem como um meio para facilitar o pro-
cesso de ensino-aprendizagem dentro da sala de aula. Moran (2013),
demonstra que as novas tecnologias na educação são múltiplas e
com isso o docente depara-se com o desafio de ensinar e aprender.
Sendo assim, a inclusão das tecnologias pode trazer ao ensino de lín-
gua portuguesa grandes contribuições para os discentes onde pode-
-se trabalhar de maneira criativa, tendo em mente que o uso desses
recursos pode melhora significativamente a sua formação. Para isso
os objetivos deste trabalho foi estabelecer processos para promover
a construção de conhecimentos interdisciplinares e informáticos que
abordavam sobre tópicos de português.

MATERIAIS E MÉTODOS. A intervenção foi realizada com a turma do 8º (oitavo) ano do Ensino Fundamental
II, de acordo com a elaboração do projeto, realizamos um quiz gamificado utilizando a plataforma Kahoot!
que é uma plataforma de ensino gratuita que funciona como um gameshow é indicado para a utilização em
sala de aula, pois permite a união dos discentes por meio dos smartphones, tablets e computadores, que
lhes dão o dom da ubiquidade deixando, dessa forma, o ambiente mais interativo. (MATTAR, 2013; COELHO,
2013; FRASCA, 2003). Dessa forma, o docente gerará código de acesso (Game PIN), que será distribuído aos
discente, para que estes possam se conectar ao ambiente virtual, iniciando, assim, o processo gamificado de
aprendizado de português, por meio de Quiz. Conforme Carvalho (2009), o Quiz tem o propósito de avaliar o
conhecimento por meio de um sistema de respostas a perguntas de múltiplas escolhas, dando o resultado de
imediato. O objetivo central do projeto era revisar sobre o tema “Tipos de sujeitos”, então foi elaborado 10
(dez) perguntas, cada pergunta tinha 04 (quatro) alternativas de resposta, em um tempo de 02 (dois) minu-
tos, o qual alunos tinham que identificar qual era a resposta certa relacionando a frase ao tipo do sujeito, a
cada pergunta o professor da disciplina explicava que tipo de sujeito era aquele, assim adentrando ao assunto
proposto da aula.

RESULTADOS. As questões são estruturadas dentro de uma proposta de gamificação, na qual dentro das qua-
tro respostas de múltipla escolha pode ser selecionada uma como correta, devendo ser respondidas no prazo
até 02 (dois) minutos. Cada resposta apresenta uma distinta cor - vermelha, verde, azul e laranja - e quatro
diferentes figuras geométricas - quadrado (vermelho), círculo (azul), triângulo (vermelho) e losango (laranja)
-, as quais ao serem clicadas geram as respostas na tela do computador do discente, criando um contexto
gamificado de avaliação interativa e visual com um ranking posicionando cada discente em relação aos nú-
meros de acertos. Quando o discente utiliza a plataforma respondendo às perguntas criadas pelo docente
houve um grande aproveitamento com a turma nas primeiras perguntas, após entenderem a gamificação do
jogo, perceberam que, ao responderem certo e em curto tempo, maior seria sua pontuação no ranking, como

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também puderam aprender melhor o tema da aula já que estavam com bastante dificuldade em sala de aula
na resolução de questões.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O trabalho com quizzes juntamente com a disciplina de português foi possível notar
um maior interesse dos alunos no que se diz em realizar as atividades, pois a disciplina é considerada chata,
e foi possível com utilização da informática deixar o conteúdo atrativo e com maior aproveitamento de apren-
dizagem. Com isto, verificamos que após a utilização das atividades os discentes puderam revisar o conteúdo
que foi aplicado na sala de aula pelo docente, o qual seria aplicado em suas avalições de aprendizagem, e
também notamos que houve um aprendizado efetivo de todo conteúdo ministrado e sem dúvidas, o que geral-
mente não acontece em sala de aula convencional.

PALAVRAS-CHAVE: Português, Informática, Tecnologia.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos à Universidade Federal da Paraíba pelo apoio no desenvolvimento desta


pesquisa.

Referências
CARVALHO, Carla Joana. Ensino e a aprendizagem das Ciências Naturais através da aprendizagem baseada
na resolução de problemas: um estudo com alunos de 9º ano, centrado no tema sistema digestivo. Tese de
Mestrado. Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia, 2009.
COELHO, P. M. F.; COSTA, Marcos. Entre o game educativo e a obra literária: a educação inserida nas novas
mídias. Educaonline. Rio de Janeiro, v. 7, n. 3, p. 91-111, 2013.
FRASCA, Gonzalo. Simulation versus narrative: introduction to ludology.Video/Game/Theory. Edited by
Mark J.P. Wolf and Bernard Perron. Routledge, 2003.
MATTAR, J. Games em educação: como os nativos digitais aprendem. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2013.
MORAN, J. M. A Contribuição das tecnologias para uma educação inovadora. In ESPÍRITO SANTO, J. A; ANDRÉ,
B. P. O. Uso das Tecnologias da Informação e Comunicação - TIC’s no Ensino de Língua Portuguesa. II CO-
NINTER – Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades Belo Horizonte, de 8 a 11 de
outubro de 2013.

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Maria Dayanne Monteiro de Araújo


Tabelítio, uma forma lúdica e divertida
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
para o ensino de química
Tecnologia da Paraíba

Joab dos Santos Lima


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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Não é hoje que o educador se depara com problemas
Maria das Graças Negreiros de Medeiros para o processo de ensino–aprendizagem na sala de aula. Onde se
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e encontra uma diversidade de alunos, é difícil fazê-los se envolver com
Tecnologia da Paraíba
os conteúdos ministrados em aula, não é diferente com o professor de
Vanúbia Pontes dos Santos química. Por ser uma disciplina relacionada as ciências exatas repleta
[email protected]
de teorias e significados, sendo assim, acaba sendo menos atrativa
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba para o aluno por conta da complexidade.

Segundo Freire (2001) o educador precisa estar à altura do seu tem-


po. Dessa maneira é necessário que o professor faça uma reflexão
crítica sobre sua prática docente e ao mesmo tempo articule métodos
que venham romper estereótipo que estudar química é algo difícil,
monótono e repetitivo.

Além da falta de interesse na disciplina de Química em parte dos alunos, infelizmente, o professor se depara
com a falta de estrutura nas escolas para abordar sua aula de forma dinâmica, atrativa e contextualizada. As
escolas públicas muitas vezes se encontram em situações desfavoráveis para esse ensino. Ferramentas para
um ensino contextualizado de química, não são encontrados na escola, como o exemplo de lúdicos, modelos
3D, uso de TIC’s e equipamentos de laboratório. Sendo assim, o professor tem que partir para própria confec-
ção de ferramentas para aprendizagem.

Vale salientar que dependendo da metodologia de ensino escolhido para ministrar os assuntos de Química,
as aulas acabam deixando os alunos dispersos por não conseguirem entender de forma clara o que foi posto,
visto que, os métodos frequentes usados em sala de aula (ensino tradicional) traduzem exclusivamente do uso
de decorebas. Freire (2011, p. 80) denomina essa prática como modelo bancário, no qual “a única margem
de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los”. Quando o
aprendizado assume esta função de ser meramente reproduzidas as informações acarretam baixa qualidade
de ensino e dificuldades básicas desde o ensino fundamental até o nível médio, desse modo não só professor
terá que de alguma forma identificar tal dificuldade, como também supri-la seja com formas diferenciadas ou
em conjunto com a equipe multidisciplinar da escola.

Conforme descrito nos parâmetros curriculares Nacionais para o Ensino Médio – PCNEM, Brasil (2016).Os
conteúdos abordados no ensino de química não devem se resumir à mera transmissão de informações, a qual
não apresenta qualquer relação com o cotidiano do aluno, seus interesses e suas vivências.

Corroborando com os parâmetros em partes, seria de enorme eficiência se as aulas ministradas fossem ela-
boradas de acordo com o contexto de cada aluno, porém sabendo se da realidade das escolas públicas que
na maioria das vezes nem materiais possuem se torna um pouco improvável que aconteça diariamente, mas
competem buscar alternativas, neste caso deste projeto é a forma lúdica com materiais de baixo custo.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 199


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A aprendizagem com o lúdico traz uma maneira mais eficiente e divertida de desenvolver o ensino, onde não
existe um método específico, ensina regras e limites, os socializa, os ensinam a fazer descobertas e os deixam
atentos para construir conhecimentos e perceber sua forma de aprender. Cunha (2012, pag,92-98):

No ensino de ciências e, mais especificamente, no ensino de química, os jogos didáticos podem e devem ser
utilizados como recurso didático na aprendizagem de conceitos. Alguns objetivos são considerados quando
da utilização destes no ensino de química. Dentre (os muitos objetivos relacionados ao ensino, podemos des-
tacar: a) proporcionar aprendizagem e revisão de conceitos, buscando sua construção mediante a experiência
e atividade desenvolvida pelo próprio estudante; b) motivar os estudantes para aprendizagem de conceitos
químicos, melhorando o seu rendimento na disciplina; c) desenvolver habilidades de busca e problematização
de conceitos; d) contribuir para formação social do estudante, pois os jogos promovem o debate e a comuni-
cação em sala de aula; e) representar situações e conceitos químicos de forma esquemática ou por meio de
modelos que possam representá-los.

O referente projeto é um jogo de cartas da tabela periódica, cada carta contém um elemento químico seu
nome, símbolo e família. Além de cartas adicionais como bloqueio, inversão e cartas contendo apenas a família
da tabela.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para confecção do lúdico foi utilizado materiais de baixo custo e de fácil reprodução,
tendo em vista a situação carente de alguns centros educacionais. Os materiais são: impressão em folha A4
para as cartas e perguntas do quiz, cola e fita adesiva para revestimento e melhor durabilidade das cartas.

Inicialmente foi feita uma revisão dos temas de ligações químicas e tabela periódica e suas características
com duração de 50m (uma aula) na turma 2ºE do ensino médio na escola CPDAC localizada no Valentina em
João Pessoa.

A turma tinha 25 alunos e foram divididos em grupos de 5. Foi colocado no quadro o nome de cada equipe
para pontuação, também próximo ao quadro, foi colocado uma mesa com as cartas e as perguntas em uma
caixa. Foi feito um sorteio com os alunos para decidir quem iniciaria e a ordem que se prosseguiria o jogo.
Após decidido primeira equipe teve que tirar um papel contendo uma pergunta e/ou ação e assim respondê-la
corretamente. Desta forma prosseguiu-se o jogo durante toda a aula, também de 50 minutos. É importante
ressaltar que as perguntas que foram respondidas erradas ou que as equipes não souberam responder, foi
passada para a equipe seguinte e os pontos para resposta certa teve o dobro da pontuação normal. Ao final
da aplicação, foi feita uma premiação a todos os alunos pela participação e uma premiação especifica a equipe
vencedora.

RESULTADOS. Como resultado observou-se uma maior participação da turma com a aula, além de uma melhor
fixação dos assuntos, visto que as aulas foram dadas com o intervalo de uma semana, fazendo-os revisar os
assuntos em casa ou entre si. Também foi observado uma melhor interação entre eles mesmos e a professo-
3º SIMPIF

ra. O trabalho aplicado teve bons resultados, pois percebeu-se uma grande quantidade de respostas certas,
indicando uma boa aprendizagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A referente aplicação fez perceber que pequenas mudanças no cotidiano escolar,
tem um impacto diretamente na aprendizagem do aluno. Infelizmente, vale lembrar que as condições postas
de aprendizagem atualmente no nosso país, não são meios totalmente viáveis para alcançar bons resultados.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 200


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

PALAVRAS-CHAVE: Lúdico – Ensino de Química - Contextualização

AGRADECIMENTOS: Agradeço a CAPES por financiar esta pesquisa por meio do programa de Iniciação à do-
cência – PIDIB, a supervisora do projeto institucional Maria das Graças Negreiros de Medeiro e a orientadora
Vanúbia Pontes dos Santos. Agradeço ao Instituto Federal da Paraíba por proporcionar uma preparação de
excelência muito produtiva na vida acadêmica.

Referências
Brasil, Ministério da Educação (1998). Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio - PCNEM,
Adaptações Curriculares. Disponível em: http: //www.educacaoonline.pro.br/adaptaçoes_curriculares.asp.
Acessado em 08/09/2019.
CUNHA B. M., Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula.
Vol. 34, N° 2, química nova na escola2012http://www.qnesc.sbq.org.br/online/qnesc34_2/07-PE-53-11.pdf.
Acessado em: 08/09/2019.
FREIRE, Paulo Pedagogia do oprimido 30 anos depois. In: FREIRE A. A.F. Pedagogia dos sonhos possíveis.
São Paulo; Unesp, 2001.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 50ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011

3º SIMPIF

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EDUCAÇÃO E ENSINO

Raquel Ferreira Dantas


Utilização de metodologias ativas de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
ensino e desenvolvimento de materiais
Tecnologia da Paraíba - Campus Catolé do
Rocha
didáticos para o ensino de solos em sala
de aula
Misael Warly Maia Pereira
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Catolé do INTRODUÇÃO. O solo desempenha um papel importante em nosso
Rocha
meio. Responsável por abrigar a flora terrestre, manter a estabilidade
Péricles Alves Batista dos ecossistemas além de contribuir para o desenvolvimento de uma
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
série de atividades humanas. Entretanto, com o advento do modo de
Tecnologia da Paraíba - Campus Catolé do produção capitalista e, consequentemente, do consumo elevado da
Rocha
sociedade, começou a sofrer com a exploração indiscriminada dos
seus recursos.

O solo é moldado a partir da pedogênese — processo de formação


e evolução do solo — que o acaba dividindo-o em diversas seções,
denominadas horizontes, que podem ser constituídas de minerais ou
de matéria orgânica. A partir da seleção desses horizontes, são dife-
renciados os solos, de onde podemos analisar suas características
físico-químicas, como a cor, textura, consistência, reação, porosidade e drenagem (IBGE, 2007). Conforme
essas informações, é notável que o solo é um ambiente complexo e dotado de inúmeras características. Desse
modo, são divididos e organizados a partir de suas funções, propriedades e aspectos morfológicos.

Por existir pouca abrangência da sua discussão no ambiente escolar, se faz necessário uma melhor transmis-
são da temática dos solos na relação ensino-aprendizagem. Dentro dessa concepção, indagamos: é possível
evitar a degradação do solo a partir de uma educação ambiental nas escolas?

Dessa forma, o projeto tem como objetivo geral a elaboração e aplicação metodologias didático-pedagógicas
sobre a ciência do solo em sala de aula, com intuito informativo, de conscientizar e facilitar o processo de
ensino-aprendizagem na utilização do ensino de Geografia física.

A compreensão desse tema por parte dos alunos mostra a relevância do solo para a existência dos seres vivos.
Com isso, para auxiliar o educador na transmissão do conhecimento, os materiais didáticos se caracterizam
como instrumentos que dão suporte ao professor para fundamentar o conteúdo ministrado, de modo a tor-
na-se essencial para despertar no aluno o interesse de buscar mais conhecimento. Outrossim, a utilização
desses materiais didáticos, servem como auxiliadores no processo de ensino e aprendizagem, ampliando a
visão do aluno sobre o objeto estudado, ocasionando uma relação mais próxima que possibilita e facilita o
entendimento das questões relacionadas aos solos.

Através do uso de metodologias ativas, os discentes são colocados como protagonistas no processo de apren-
dizagem, de modo que são incentivados a procurar novas informações e a promoverem o pensamento crítico.
Com isso, a motivação para estudar aumenta, pois a responsabilidade de aprender sobre o conteúdo está
nos discentes, enquanto o professor serve apenas como mediador e incentivador desse processo. As meto-
dologias ativas produzem o efeito de contextualizar o conteúdo, propiciando a absorção de informações de
maneira descontraída.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 202


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Nesse sentido, haja vista o baixo índice de evolução no quadro educacional brasileiro, vê-se essencial a neces-
sidade de trazer ao aluno formas de melhor absorção do que é visto em sala de aula (PINHEIRO et al., 2013).
Sob essa ótica, de acordo com Santos (2010), a utilização do lúdico no processo de ensino é fundamental
para estimular o interesse dos alunos em uma temática, propiciando-os ao enfrentamento de desafios que
sugerirem. Essa ferramenta pode ser usada pelos educadores como uma forma de provocar uma aprendiza-
gem mais significativa e prazerosa. Com isso, é por meio de jogos e brincadeiras que é possível desenvolver
as potencialidades do estudante acerca do conteúdo aplicado.

MATERIAIS E MÉTODOS. Inicialmente foi realizado no laboratório de informática do Instituto Federal da Paraí-
ba do Campus Catolé do Rocha uma atividade nas turmas do 3º e 1º matutino e vespertino do ensino médio
integrado do Curso Técnico em Edificações. Na primeira etapa, as turmas foram divididas em duplas e, logo
após, houve um sorteio para retirar uma cidade-tema, incluindo os municípios da microrregião de Catolé do
Rocha. Posteriormente, as duplas fizeram uma pesquisa bibliográfica sobre os solos do município sorteado.
Dessa forma, através de seminários, os alunos realizaram uma breve exposição oral em sala de aula sobre as
características dos tipos de solos presentes em cada município.

Já em outro trabalho realizado no laboratório de solos, foram divididas 8 equipes para desenvolver experi-
mentos relacionados ao estudo de solos, entre eles estavam: erosão do solo; o pH do solo; a expansão do
solo; as cargas do solo e a produção de húmus. Diante disso, colocamos em prática a técnica de metodologia
ativa problem based learning (PBL), que tem o intuito de proporcionar aos alunos o conhecimento por meio da
solução colaborativa de desafios.

Foram confeccionados em gráfica, a partir da plataforma CorelDRAW, 8 tabuleiros de PVC, cada um com 30
perguntas e o gabarito das respostas. Os tabuleiros apresentavam 25 casas e os integrantes avançavam con-
forme o acerto das questões. As perguntas foram elaboradas de acordo com o assunto de solos discutido ao
longo do ano na disciplina de Geografia. Esse procedimento se baseia na técnica team based learning (TBL),
na qual é realizada a formação de equipes dentro de determinada turma para que o aprendizado seja feito
em conjunto e ocorra a difusão das ideias. Os tabuleiros foram aplicados nas turmas dos 1º anos matutino
e vespertino da instituição com equipes de 5 a 4 pessoas, em que 4 ou 3 alunos executam o jogo e o outro
integrante restante é responsável pelo gabarito das questões.

Por fim, foi criado no editor CorelDRAW um jogo com 30 cartas baseadas nos conteúdos de conservação
do solo através de variadas paisagens. Assim, selecionamos imagens de locais que possuem características
como o nível de poluição, vegetação, ação do homem, conservação e biodiversidade e os avaliamos por cada
um desses fatores. O jogo foi planejado e aplicado com equipes de 4 a 6 participantes. Vencia a rodada quem
acumulasse um maior número de pontos.

RESULTADOS. A partir do que já foi realizado, o projeto possibilitou que os alunos se envolvessem com a temá-
tica e através dessa metodologia ativa de ensino, em que os discentes foram colocados como protagonistas no
3º SIMPIF

processo de aprendizagem. Diante disso, os alunos foram incentivados a procurar novas informações e assim
promoverem o pensamento crítico. A motivação para estudar aumenta, pois, a responsabilidade de aprender
sobre o conteúdo está nos discentes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Tendo em vista a necessidade e a importância da divulgação de metodologias


de ensino sobre o solo, o desenvolvimento de um projeto que promova o interesse dos discentes para esse
conteúdo se mostra como uma ferramenta viável e significativa. A difusão do conteúdo de solos nas turmas

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do ensino médio é de grande relevância, já que suas características e propriedades estão relacionadas com
diversas áreas do conhecimento, como também influenciam para o bom funcionamento do meio ambiente.

PALAVRAS-CHAVE: Solos; Ensino-aprendizagem; Jogos didáticos; Metodologias Ativas.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos o apoio do programa de incentivo a pesquisa voltada ao desenvolvimento


de soluções institucionais ofertado pelo Instituto Federal da Paraíba (IFPB).

Referências
IBGE. Manual Técnico de Pedologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Diretoria de Geociências. Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Manuais Técnicos em
Geociências, n. 4, 2007.
PINHEIRO, I. A.; SANTOS, V. S.; RIBEIRO FILHO, F. G. Brincar na Geografia: o lúdico no processo de ensino e
aprendizagem. Revista Equador, Teresina, vol. 2, n. 2, p. 25-41, jul./dez. 2013.
SANTOS, S. C. A Importância do Lúdico no Processo de Ensino Aprendizagem. 50 f. Monografia (Especializa-
ção em Gestão Educacional) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2010.

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Daniel de Lima Ribeiro


Utilização de recursos lúdicos no
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
ensino de Biologia como ferramenta
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo facilitadora da aprendizagem
Andreza da Silva Nascimento
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo
INTRODUÇÃO. O presente trabalho trata-se da utilização de recursos
Thiago Leite de Melo Ruffo lúdicos, mais especificamente da “dinâmica” no ensino de Biologia. 
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e A palavra “lúdico” provém do latim ‘’ludus’’ que significa brincadeira,
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo
divertimento em forma de dinâmicas ou jogos. O conceito da ativi-
dade lúdica é proporcionar entretenimento e entrosamento entre as
pessoas que estão envolvidas.

A utilização do lúdico pode se tornar um recurso fundamental no pro-


cesso de ensino-aprendizagem do estudante, visto que, quando em-
pregado de forma correta, auxilia na agregação e fixação de novos
conhecimentos. O professor neste processo se torna responsável por
mediar os alunos na construção de seu próprio conhecimento, não
sendo apenas um transmissor do conhecimento, mas sim, adotar uma
postura democrática e de mediação no processo de ensino e aprendizagem em sala de aula, desenvolvendo as
inter-relações e a dialogicidade (PEREIRA, 2009).

Em se tratando dos alunos, eles não podem ser considerados como uma folha em branco, dado que o mes-
mo já possui conhecimentos prévios sobre aquele determinado assunto, e que ainda devem ser levados em
conta durante o fazer pedagógico. Os alunos precisam ser estimulados a participar ativamente no processo
de aprendizagem, expressando suas ideias e interpretações, atuando na construção do próprio conhecimento
(REZENDE, 2000; PEREIRA, 2003).

Entretanto, mesmo que as escolas apresentem mudanças em termos de espaço, ainda não é o necessário,
pois ainda há problemas, como apenas memorização do conteúdo para passar nas provas, por parte dos alu-
nos, isso acontece possivelmente por conta das aulas serem dadas muitas vezes como um simples repasse
de conhecimentos por parte dos professores. Entre as alternativas que podem ser usadas para tentar mudar
essa problemática, é a utilização de recursos lúdicos em sala de aula, como estratégia metodológica a mais na
construção e socialização dos conhecimentos em sala de aula, além dos tradicionais quadro e giz. Segundo
Pereira (2009), o lúdico auxilia diretamente na construção do saber, proporcionando autonomia, curiosidades,
desenvolvimento de linguagem e pensamento.

Dessa forma, com base na problemática do ensino de Biologia objetivamos avaliar a aplicação do lúdico e a
eficiência do mesmo no processo da construção do conhecimento do alunado, e validar se essa ferramenta
pode ser agente facilitador da aprendizagem por parte dos mesmos.

MATERIAIS E MÉTODOS. O presente estudo é fruto de um projeto de pesquisa do Programa Institucional de


Voluntários de Iniciação Científica (Pivic). A área de estudo foi a Escola Estadual de Ensino Fundamental e
Médio Professor Aníbal Moura, situada no município de Cabedelo, onde o público alvo foram as duas turmas
da 1ª série do ensino médio e seu respectivo professor da área de Biologia.

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O estudo durou o período de 01 de julho de 2019 à 12 de agosto do mesmo ano. Iniciou-se com a visitação
à escola, às turmas e com contato com o professor de Biologia. Ressaltamos que todos os aspectos éticos
(Aprovação junto ao Comitê de Ética, aplicação de Termo de Anuência à escola, TCLE para a docente, TCLE
para os responsáveis dos alunos menores de idade e Termo de Assentimento para os alunos) foram respeita-
dos para que a pesquisa pudesse acontecer.

Uma das turmas funcionou como a turma controle, onde continuou com as aulas normais da professora, aula
está expositiva dialogada, fazendo uso de recurso digital e/ou analógico. A turma experimental teve somado
a aula normal, aplicações de recursos lúdicos que foram planejados em conjunto com a professora para as
aulas do conteúdo de divisão celular, mitose e meiose. A partir disso, foram desenvolvidas algumas dinâmicas
temáticas, que abordaram conteúdos como identificação de organelas, estruturas e das fases da divisão celu-
lar.  Elas foram utilizadas como um recurso interativo para fixar/agregar conhecimento após a aula expositiva
da professora.

A partir de dinâmicas já existentes, inclusive de outras áreas, adaptamos duas para serem trabalhadas em
sala de aula, em um período de duas semanas, assim auxiliando a professora nas aulas de Biologia, são elas:
(1) Jogo colaborativo da mitose, aplicado na primeira aula, com duração de 40 minutos, onde em duplas os
alunos tiveram que montar um combo de três cartas sobre as quatro fases da mitose celular, tendo as cartas
conceitos, imagens e nomenclatura e (2) um bingo da divisão celular, aplicado na segunda aula, com duração
de 40 minutos, está sobre meiose, na qual os alunos possuíam cartelas 4X4 e a medida que a professora fosse
sorteando as palavras chaves, era explicado cada uma delas, fazendo uma revisão do conteúdo até que um
dos alunos marcassem toda a cartela.

Na terceira aula foi aplicado um questionário com oito questões entre elas abertas e fechadas, sobre a divisão
celular, sendo este um questionário avaliativo aplicado em ambas as turmas (controle e experimental). Os
questionários foram corridos e tabulado o número de respostas certas e erradas para organizar e quantificar
as respostas dos alunos, posteriormente foi feita uma comparação entre o resultado das duas turmas, a fim
de verificar se o lúdico interferiu no processo de fixação do conteúdo lecionado.

RESULTADOS. Com base nos resultados dos questionários analisados, foi possível fazer uma comparação
quali-quantitativa entre as duas turmas participantes da pesquisa com base na avaliação conjunta com a
professora regente.

O resultado foi razoável, visto que os dados obtidos através da aplicação dos questionários foram parecidos,
já que a turma na qual foi utilizada o recurso lúdico era considerada, segundo a professora regente, a mais
dispersa e complicada, diferentemente da turma controle na qual permaneceu nas aulas normais, que são
considerados aplicados, ativos e participativos.

Ainda mencionou que em avaliações anteriores da disciplina a diferença das notas entre as turmas eram gran-
3º SIMPIF

des e agora, nesta última a diferença foi pequena. Onde a turma controle obteve um acerto de 60% das ques-
tões com 13 alunos participantes e a turma experimental obteve 57% de acertos no questionário avaliativo,
participando desta 12 alunos. Como dito foi observado uma melhora no rendimento da turma experimental.
Além do rendimento positivo, também influenciou na inter-relação em sala de aula.

Com a aplicação dos jogos que foram posteriores à aula teórica, os alunos passaram a interagir ativamente,
questionando a professora acerca do conteúdo, conversando com o colega sobre o assunto no decorrer da ati-
vidade. Observou-se também o trabalho em equipe durante o jogo, a autonomia em desenvolver a criatividade

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 206


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e até mesmo o divertimento deles em aprender um conteúdo considerado por alguns dos alunos complicado.
Dessa forma eles passaram a ser o centro da aprendizagem, participando ativamente da atividade proposta,
construindo assim seu próprio conhecimento, além de melhorar o rendimento acadêmico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Diante dos resultados, observou-se que o recurso lúdico utilizado nesta pesquisa
teve um bom desempenho no processo de aprendizagem, já que a avaliação dos questionários de uma turma
considera com um certo grau de dificuldade em prestar atenção e participar das aulas tivesse um resultado
levemente superior a turma controle. O que corrobora que o recurso lúdico influencia positivamente na apren-
dizagem dos alunos, como no fato do melhoramento do rendimento da turma, qual foi nosso campo de estudo,
atingindo o objetivo da presente pesquisa de validação do recurso lúdico como facilitador da aprendizagem.
Espera-se que este trabalho possa servir como embasamento para futuras pesquisas na área e que ainda sirva
de inspiração para professores implementem este suporte de ensino em suas aulas.

PALAVRAS-CHAVE: Recursos Lúdicos. Aprendizagem. Ensino de Biologia.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB - Campus Cabedelo pela oportunidade de participar do projeto.


Ao nosso orientador Thiago Ruffo, que nos guiou no decorrer da pesquisa, pela sua dedicação e atenção para
conosco. À direção da escola Aníbal Moura, que nos acolheu com carinho na escola. À professora regente das
turmas, Rafaela Oliveira, que aceitou participar da pesquisa e sempre nos foi acessível. Aos alunos participan-
tes da pesquisa pelo o apoio.

Referências
PEREIRA, M. L. Inovações para o ensino de ciências naturais: Método lúdico criativo experimental. Univer-
sitária da UFPB, João Pessoa. 2003.
PEREIRA, M. L. Sugestões metodológicas para o ensino de ciências naturais. Universitária da UFPB, João
Pessoa. 2009.
REZENDE, F. As novas tecnologias na prática pedagógica sob a perspectiva construtivista. Ensaio – Pesquisa
em Educação em Ciências, Belo Horizonte, v. 2, n. 1, p.70-87, 2000.

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ENGENHARIA ELÉTRICA | AUTOMAÇÃO
ROBÓTICA | BIOTECNOLOGIA

Mateus Lucas de Campos e Silva


Análise numérica de arranjo de antenas
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de microfita para aplicação em sistemas
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa de comunicação 5G na faixa de 3,5 GHz
Jefferson Costa e Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. Este trabalho tem como objetivo mostrar o processo
Gabryel Jerônimo de Morais
[email protected]
de desenvolvimento de um arranjo de antenas de microfita para apli-
Instituto Federal de Educação, Ciência e cação de sistemas de comunicação 5G na faixa de 3,5 GHz. O objetivo
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa
principal do projeto de pesquisa que derivou este trabalho é realizar a
Álef Huan Pereira Souto análise numérica e experimental de um arranjo de antenas de micro-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
fita para aplicação em sistemas de comunicação 5G (quinta geração),
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa especificamente, pretende-se encontrar a melhor configuração da
disposição espacial dos elementos irradiantes de modo a atender os
parâmetros do futuro sistema, além de avaliar o espaçamento entre
eles de forma à minimizar a perca de eficiência através do acopla-
mento mútuo entre os elementos. Nos últimos anos, a demanda pelos
serviços de comunicação móveis tem sido uma grande preocupação
tanto para o mercado consumidor quanto para a indústria. Dessa
preocupação advém o desenvolvimento de diversas tecnologias de comunicações móveis, como o 4G LTE
(Long Term Evolution) que foi desenvolvida para suplantar a antiga tecnologia que admitia baixas velocidades
de transmissão. Recentemente, chegamos novamente à um gargalo de velocidade de conexão, latência e uma
característica que notadamente faz parte do nosso cotidiano, vários dispositivos funcionam dependendo de
conexão de alta velocidade. A principal diferença entre a tecnologia 5G e suas antecessoras é a velocidade
de transmissão, que possibilita uma menor latência ao usuário, podendo ser utilizada para aplicações em IoT
(Internet of Things), transmissão de vídeos em tempo real, já sua principal desvantagem em relação às de-
mais é justamente a necessidade de mais antenas para uma mesma área de cobertura. Daí surgiu a proposta
de avançar mais uma geração, partindo para os sistemas de comunicação móvel de quinta geração ou 5G.
Para cada avanço feito na tecnologia de transmissão de dados sem fio, é necessária a definição de sua banda
específica, modulação digital e entre outras configurações, o que chamamos de padrão desta tecnologia. Na
tecnologia 5G, alguns países já se adiantaram e definiram seus padrões de comunicação, como exemplo, no
WRC-15 (World Radio Communication Conference 2015) foi atribuída a banda C (3400 MHz à 3600 MHz),
mais especificamente a frequência de 3,5 GHz, para comunicação da tecnologia 5G. Historicamente esse pode
ser considerado o marco inicial do estabelecimento do padrão de configuração do 5G. Diante desta primeira
atribuição, já é possível se pensar em que tipo de antenas pode-se usar para um sistema de comunicação 5G,
considerando que a alta frequência utilizada possibilita o uso de arranjos de antena, pois, devido à esta alta
frequência, temos um menor comprimento de onda que é mais susceptível à perda de propagação. Através
dos arranjos pode ser obtido um incremento em alguns parâmetros da antena, tal como o ganho. O arranjo
de antenas utilizado fica à cargo do projetista e do tipo de ambiente pensado para este conjunto atuar, que
pode variar desde conjunto de dipolos até antenas de microfita no formato de patchs, que será debatido mais
a frente na seção a seguir. Nas futuras redes implantadas com a tecnologia de quinta geração, o recurso MIMO
(multiple input multiple output) será amplamente utilizado, necessitando de um baixo acoplamento entre os
dos elementos irradiantes do conjunto, diante do fato que se o acoplamento entre estes for muito forte, pode

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ROBÓTICA | BIOTECNOLOGIA

haver baixa eficiência de todo o sistema além de causar uma interferência no elemento vizinho, no caso do re-
curso MIMO. Diante das justificativas apresentadas anteriormente, a partir da simulação de um único elemento
patch foi dado prosseguimento à construção dos arranjos, com objetivo de otimizar ganho e banda.

MATERIAIS E MÉTODOS. Na elaboração e desenvolvimento da antena, primeiro foi pensado na utilização de


um arranjo de 4 antenas patch de microfita sintonizadas na frequência de 3,5 GHz. Para isto, foi realizado ini-
cialmente uma revisão bibliográfica e posteriormente foram calculados todos os parâmetros da antena. Sua
simulação e os consequentes resultados numéricos foram obtidos através do software proprietário ANSYS
HFSS 18.0, que permite a construção 3D do modelo da antena utilizando o MoM (Method of Moments). Este
software consegue resolver as equações diferenciais parciais da teoria eletromagnética e assim entregar aos
projetistas dados aproximados de coeficiente de reflexão, ganho, diretividade, gráfico de irradiação 3D, SWR
(Standing Wave Ratio) entre tantos mais parâmetros indispensáveis para avaliação da antena. Diante deste
primeiro objetivo, foi construída a primeira antena simples, sem arranjo, com apenas um único elemento, devi-
do à complexidade do cálculo da impedância de uma antena de microfita do tipo patch, para casar a impedân-
cia da antena com a da linha de transmissão de 50Ω, foi utilizado um casador do tipo quarto-de-onda, como
para o cálculo deste é necessário a impedância da antena também, utilizamos um valor inicial para o cálculo e
depois foi solicitado ao software de simulação diversas iterações variando o valor inicial da largura do casador,
até conseguir o melhor casamento possível., assim então, foi possível casar a impedância da antena com a da
linha de transmissão, de modo à obter um SWR de apenas 1,08. Após a sintonização e avaliação dos dados
de simulação do elemento único, foram construídos os modelos dos arranjos de 2 elementos, sendo este a
primeira tentativa para um resultado de arranjo de antena. Utilizando um divisor de potência do tipo T-junction
para dividir a potência em parcelas iguais para cada um dos elementos irradiantes, continuou-se a utilizar o
mesmo modelo construído para o elemento único agora acoplado ao divisor. O espaçamento entre os dois
elementos é ponto fundamental do resultado, pois ele deve ser de tal modo à garantir um baixo acoplamento
mútuo, a fim de não interferir na eficiência do conjunto. Para obter o melhor valor, foi utilizada a mesma es-
tratégia que fora usada anteriormente para o casador de impedâncias, o valor do espaçamento surge a partir
de um valor inicial e o software de simulação itera esse valor em passos pré-definidos até chegar num valor
razoavelmente baixo do coeficiente de reflexão, esse é o indicativo que há também um baixo acoplamento
entre os elementos, após pronto este modelo de 2 elementos, partimos para o arranjo de 4 elementos. Para
este novo modelo de arranjo, aumenta-se um pouco o tamanho do arranjo para mais elementos em busca
de um maior ganho do sistema, novamente foi utilizado um divisor T-junction e o mesmo modelo de antena
simples construído na simulação original, agora com quatro elementos, há um número maior de possibilidade
de espaçamentos, pois há três espaços entre os elementos e cada um pode ser iterado de forma diferente,
mas para manter uma padronização dos resultados foi escolhido que este espaçamento seria equidistante
entre os elementos, isso tanto facilitaria em tempo de simulação, pois diminui a quantidade de combinações
de diferentes espaçamentos e também torna mais fácil obter uma curva que descreva o comportamento da
distância entre os elementos e os outros parâmetros funcionais da antena (coeficiente de reflexão, ganho, e
3º SIMPIF

SWR), após a otimização da distância entre os elementos, foi possível descrever uma comparação entre os
resultados numéricos.

RESULTADOS. Os resultados são de grau comparativo entre as respectivas simulações descritas na seção an-
terior, como amplamente conhecido na literatura, a diretividade do arranjo foi bem superior à diretividade do
elemento isolado. Já na comparação entre os dois arranjos, de primeiro momento há um aumento crucial na
largura da banda de transmissão, no arranjo de 2 elementos temos uma banda de aproximadamente 150 MHz
e já no arranjo de 4 elementos a banda subiu para 230 MHz, um aumento de 53,33% na largura de banda na

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comparação com os dois elementos. Já em termos de diretividade temos que esse parâmetro possui valor de
13,0 dB para o arranjo de 2 elementos e 13,5 dB para o arranjo de 4 elementos Os resultados experimentais
mostraram-se condizentes com o esperado, o arranjo de 4 elementos obteve uma banda de 220 MHz enquan-
to o arranjo com dois elementos obteve uma banda de 144 MHz, corroborando os resultados numéricos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Neste trabalho foi realizado o projeto de um arranjo de antenas de microfita com
patch retangular para a frequência de 3,5 GHz, a mesma designada para ser utilizada pelo sistema de comu-
nicação móvel de 5ª geração (5G). Os resultados numéricos mostraram-se promissores, com um aumento no
ganho e largura de banda, quando comparado com a antena isolada. Os arranjos aqui desenvolvidos podem
ser de grande utilidade no desenvolvimento da tecnologia 5G, pois utiliza um tipo de antena patch que é am-
plamente conhecida e pode ser desenvolvida à baixo custo.

PALAVRAS-CHAVE: arranjo de antenas, patch, acoplamento mútuo.

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB – Campus João Pessoa, como instituição financiadora deste projeto.

Referências
ANATEL. Tecnologia 5G e satélites são abordados no Futurecom. acessado em 15 de Novembro, 2018. [Onli-
ne]. Disponível em: http://www.anatel.gov.br/institucional/ultimasnoticiass/2102-tecnologia-5g-e-satelites-
-sao-abordados-no-futurecom.
RAPPAPORT, T. S.; MACCARTNEY, G. R.; SAMIMI, M. K. e SUN, S., Wideband millimeter-wave propagation
measurements and channel models for future wireless communication system design. IEEE Transaction on
Communications, vol. 63, n. 9, pp. 3029–3056, Setembro 2015.
BIGLARBEGIAN, B.; FAKHARZADEH, M.; BUSUIOC, D.; AHMADI, M.-R. N.; NAEINI, S. S. Optimized microstrip
antenna arrays for emerging millimeterwave wireless applications. IEEE Trans. on Ant. and Prop., vol. 59, no.
5, pp. 1742–1747, maio 2011.

3º SIMPIF

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Kijartan Alencar Barros de Vasconcelos


Chuveiro ecológico inteligente
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
controlado por sistema automatizado
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa

Villeneve de Oliveira Soares


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. Ao longo das últimas décadas, diversos eventos têm
Alexandre Fonseca D’Andrea sido realizados e promovidos em escala mundial para discutir o pro-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e blema de escassez de água e apontar soluções para o uso sustentável
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa
desse recurso, como a Conferência das Nações Unidas para a Água
(1977), a Década Internacional de Abastecimento de Água Potável e
Saneamento (1981-1990), a Conferência Internacional sobre Água
e Meio Ambiente (1992) e a Cúpula da Terra (1992) (ONU, 2018).
Diante dessa importância, o dia 22 de março foi declarado em 1992
pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas como o Dia
Mundial da Água por meio da Resolução A/RES/47/193 (ONU, 1992).
Um relatório recente da UNESCO (Organização das Nações Unidas
para a Educação, Ciência e Cultura) indica que o consumo de água em
escala mundial aumentou seis vezes nos últimos 100 anos e continua
crescendo atualmente a uma taxa anual de 1% (WWAP, 2018). A mesma publicação aponta a distribuição
mundial do consumo de água em 70% para a agricultura, 20% para a indústria e 10% para uso doméstico e,
embora tenha a menor participação, a proporção do uso doméstico de água deve sofrer um aumento signifi-
cativo no período entre 2010 e 2050. Numa residência, o percentual de consumo de água em diversos pontos
de utilização (como lavatórios, pias, máquinas de lavar) é variável, mas o chuveiro elétrico é frequentemente
apontado como o ponto de maior consumo (BARRETO, 2008). Estudos como o de Kulay, Viñas & Hespanhol
(2015) têm procurado estabelecer comparações entre diversos sistemas para fornecimento de água aque-
cida para uso residencial, tendo por base a modelagem dos sistemas de aquecimento e a avaliação do ciclo
de vida do aquecimento de água. O presente trabalho busca avaliar meios de promover a economia de água
e de energia elétrica nas residências com o uso de um chuveiro automatizado, com a finalidade de reduzir as
despesas do usuário e de contribuir para o uso correto dos recursos naturais, colaborando para evitar ou adiar
situações críticas relacionadas à falta de abastecimento de água no meio urbano. O protótipo desenvolvido
neste estudo é um chuveiro inteligente que utiliza sensores para detectar a presença de um usuário e pro-
mover o funcionamento do fluxo da água do chuveiro, visando limitar o seu consumo e reduzir o desperdício
de água. De forma otimizada e econômica, o protótipo desenvolvido busca prevenir gastos desnecessários de
água, além de contribuir com a diminuição da quantidade de energia elétrica utilizada durante o processo. O
protótipo mostrou grande potencial de uso e aplicação, tendo sido bem-sucedidos os testes realizados com
o aplicativo. No entanto, são necessárias melhorias no sistema para sua adaptação a condições de alta lumi-
nosidade ou luz solar direta. Além do ponto de vista da economia financeira, a presente proposta também é
relevante do ponto de vista ambiental e educacional, colaborando para a economia de água e energia em uma
operação básica do cotidiano moderno.

MATERIAIS E MÉTODOS. O presente projeto consiste no aprimoramento de um protótipo de um chuveiro inte-


ligente autônomo. Para tal, foram utilizados materiais de consumo como: válvula solenoide, placa de circuitos,
jumpers para ligações entre os componentes, Arduino Uno com entrada USB e conectores de alimentação,

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sensor Bluetooth, LED infravermelho para leitura do estado de ligado ou desligado do chuveiro, diodo recep-
tor infravermelho e amplificador operacional. Além dos componentes eletrônicos, foram utilizados materiais
hidráulicos como canos, juntas, materiais plásticos e registros para controle da vazão de água. Para o fun-
cionamento do sistema e programação do microcontrolador, foi adotado um fluxograma simples, contendo
comandos de ligar e desligar conforme seja ou não detectada a presença do usuário sob o chuveiro. Uma ver-
são inicial de um aplicativo para dispositivos móveis (smartphones) foi aprimorada, visando oferecer melhor
facilidade de utilização e aumentando as possibilidades de configuração do chuveiro inteligente.

RESULTADOS. O chuveiro inteligente desenvolvido e aprimorado neste trabalho foi adaptado de modo a me-
lhorar a localização dos componentes do sistema de fornecimento de água. O protótipo é constituído por
uma base de sustentação, tubulação de água e registro, componentes eletrônicos e ducha. Funciona com a
utilização de um aplicativo que permite ligar e desligar o sistema, de modo a utilizá-lo somente em situações
de interesse. No caso da necessidade de fluxo de água contínuo mesmo sem a presença do usuário, o aplica-
tivo permite desligar o sistema, como no caso de situações que exigem operações de limpeza do ambiente.
A interface do aplicativo utilizado foi aprimorada no presente projeto, com a finalidade de unir simplicidade
com um maior número de possibilidades de configuração de uso. Com a finalização do protótipo, foi possível
testar os limites de sua utilização. Nesta etapa, foi verificado que o sensor infravermelho foi capaz de detec-
tar adequadamente a presença de um usuário abaixo do chuveiro, acionando o seu funcionamento somente
nesta condição. No entanto, em condições com muita iluminação ou iluminação direta do sol (que possui raios
infravermelhos), o sensor infravermelho tem dificuldade de realizar a detecção do usuário abaixo do chuveiro,
já que o processo depende da reflexão dos raios do emissor infravermelho na superfície do usuário. Nessa
condição, o detector sofre interferência externa, condição que requer aprimoramento futuro. Neste sentido, o
sensor infravermelho inicialmente utilizado para a detecção da presença do usuário do chuveiro foi substituído
por um sensor ultrassônico, com o intuito de melhorar o funcionamento do sistema.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O aplicativo para operação do chuveiro inteligente tem interface simples e permite
configurações por parte do usuário, facilitando o seu uso. O protótipo desenvolvido funcionou bem em con-
dições de luz interior ou iluminação externa indireta, mas sofreu interferências quando localizado em áreas
com iluminação solar direta. Para tal, o sensor infravermelho foi substituído por um sensor ultrassônico. A
partir dos testes realizados, foi possível constatar a boa qualidade do protótipo desenvolvido e promover o seu
aprimoramento para ser aproveitado mesmo em condições de luminosidade alta ou iluminação solar direta.

PALAVRAS-CHAVE: Sustentabilidade. Inovação. Economia. Água. Otimização.

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB - Instituto Federal da Paraíba, pelo suporte financeiro do Edital 06/2018 – Pro-
grama Institucional de Bolsas do IFPB – campus João Pessoa, e a todos aqueles que nos instruíram sobre os
princípios básicos do conhecimento utilizado no desenvolvimento da ideia.

Referências
3º SIMPIF

BARRETO, D. (2008). Perfil do consumo residencial e usos finais da água. Ambiente Construído, Porto Alegre,
v. 8, n. 2, p. 23-40.
KULAY, L.A.; VIÑAS, R.S.; HESPANHOL, I. (2015). Avaliação de desempenho ambiental de sistemas para forne-
cimento de água quente para uso doméstico. Revista Ambiente & Água. Vol. 10, n. 2, p. 386-401.
ONU. Organização das Nações Unidas (1992). General Assembly. Observance of World Day for Water. Dispo-
nível em <http://www.un.org/documents/ga/res/47/a47r193.htm>. Acesso em 02/04/2018.

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ROBÓTICA | BIOTECNOLOGIA

ONU. Organização das Nações Unidas (2018). A ONU e a água. Nações Unidas Brasil. Disponível em <https://
nacoesunidas.org/acao/agua/>. Acesso em 02/04/2018.
WWAP (United Nations World Water Assessment Programme)/UN-Water (2018). The United Nations World
Water Development Report 2018: Nature-Based Solutions for Water. Paris, UNESCO. Disponível em <http://
unesdoc.unesco.org/images/0026/002614/261424e.pdf>. Acesso em 02/04/2018.

3º SIMPIF

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Jonas Saraiva da Silva


Construção e Funcionamento de um
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Protótipo de Motor de Bedini de Baixo
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa Custo
Paulo Henrique da Fonseca Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. Os motores elétricos representam a maior parte do
Rafael do Ramo Pereira consumo de energia nas indústrias. Dados do Ministério de Minas e
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e Energia (MME) revelam que a indústria consome 43,7% de toda ener-
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa
gia elétrica do país e a força motriz em operação representa 68%
Yuri da Fontoura Nascimento desse consumo (MME,2018). Neste contexto, a busca por motores
[email protected]
mais eficientes e econômicos torna-se uma necessidade no setor in-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa dustrial.

Este resumo descreve a construção e funcionamento de um protótipo


de motor de Bedini, que tem como característica a utilização de ímãs
permanentes em seu rotor. O rotor possui 4 ímãs permanentes posi-
cionados em forma de cruz, formando um ângulo de 90º entre eles.
Um sensor de efeito Hall é usado para controlar o acionamento de
uma bobina de torque no estator.

O movimento do rotor depende do posicionamento do sensor de efeito Hall, cuja função é detectar o campo
magnético e, portanto, a posição de cada ímã do rotor. Este sensor envia um sinal de tensão ao circuito ele-
trônico de potência para que este alimente uma corrente elétrica através da bobina de torque, que gera um
campo magnético contrário ao do ímã. Desta forma, a força magnética de repulsão produz um torque que mo-
vimenta o rotor. Este funcionamento se repete para cada ímã presente no rotor. Em regime de funcionamento,
uma corrente contínua pulsante, que circula pela bobina de torque, mantém a velocidade do rotor.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para a fabricação do protótipo de motor de Bedini foram necessárias três etapas:
construção da bobina de torque, do circuito eletrônico de potência e do rotor. Para construção da bobina de
torque com 2100 espiras foram utilizados: um carretel plástico e fio de cobre esmaltado número 20 AWG. O
circuito eletrônico de potência contém os seguintes componentes: um transistor NPN TIP31, um transistor
PNP BC558, um resistor de 220 Ω e 1/4 W, dois resistores de 10 kΩ e 1/4 W, um sensor de efeito Hall KY-003.

Com a aproximação do ímã do rotor ao sensor de efeito Hall, este vai responder com um sinal de tensão, sen-
do máximo esse sinal quando o sensor estiver a 90° do campo magnético gerado pelo ímã. O sinal enviado
pelo sensor excita a base do transistor BC558. Como o transistor TIP31C está com a sua base conectada
ao coletor do BC558, quando o sinal enviado pelo sensor polarizar o BC558, este polariza a base do TIP31C
que ao conduzir fornece um pulso de corrente elétrica à bobina de torque. Por sua vez, o campo magnético
produzido pela bobina de torque é contrário ao do ímã do rotor, fazendo com que o rotor se movimente por
repulsão magnética.

Na construção do rotor foram utilizados dois discos e um eixo de HD (disco rígido) e 20 imãs de neodímio. Os
discos foram sobrepostos, colados e fixados ao eixo de HD. Em seguida, os imãs foram divididos de forma a
construir quatro pólos para o motor, cada um com cinco ímãs. Estes pólos foram separados de 90° entre si.

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RESULTADOS. Com esse projeto foi possível verificar uma boa eficiência no consumo do motor. Verificou-se
um consumo aproximado de 480 mW com uma alimentação de 12V e uma corrente próxima de 40 mA. Cons-
tatou-se que o motor de Bedini possui vantagens construtivas em relação a outros motores elétricos, pois não
necessita de circuitos magnéticos no rotor.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Este modelo de motor elétrico é bem adequado para demonstrar os princípios do
eletromagnetismo na prática. A montagem utiliza apenas materiais que podem ser facilmente encontrados,
podendo, desta forma, ser construído até pelos próprios alunos, ajudando-os a compreender e a verificar a
teoria apresentada em sala de aula.

O uso do sensor de efeito Hall possibilitou uma maior economia de energia, uma vez que a bobina de torque só
será alimentada quando o sensor detectar a presença do campo magnético gerado pelo ímã. Os discos utiliza-
dos para fixação dos imãs em conjunto com o eixo de HD possibilitaram uma maior leveza ao rotor, um menor
nível de ruído, pois o atrito no eixo é muito baixo, resultando em um menor consumo de energia. Consideran-
do-se o protótipo de motor de Bedini de baixo custo construído, os objetivos deste estudo foram alcançados
e verificados nos testes e funcionamento do motor.

PALAVRAS-CHAVE: Motores elétricos; Motor de Bedini. Economia de energia; Baixo custo.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a colaboração do Docente Dr. Paulo Henrique da Fonseca Silva pelo
conhecimento adquirido na disciplina Eletromagnetismo e pela orientação no desenvolvimento do projeto e ao
discente Guilherme Leite Maia por participar da construção do motor de Bebini, ambos do curso bacharelado
em engenharia elétrica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Campus João Pessoa.

Referências
BEDINI, John. A tribute to the legacy of john bedini’s work in he energy sciences. Disponível em < http://
johnbedini.net.>. Acesso em 26 de Agosto de 2019.
CABRAL, R. F.;CASTRO, R. M.; GONÇALVES, F. S.; TAVARES, F. C. L. Geração de energia elétrica por meio do
uso do motor bedini. Disponível em:<https://www.researchgate.net/publication/329599119_Geracao_de_
energia_eletrica_por_meio_do_uso_do_motor_Bedini.>. Acesso em 26 de Agosto de 2019.
HALLIDAY; RESNICK; WALKER. Fundamentos da Física vol. 3 (Eletromagnetismo).9°. ed. Rio de Janeiro.  Li-
vros Técnicos e Científicos Editora S.A. 30 de Junho de 2016.
HAYT, JR; William, H; BUCK, John A. Eletromagnetismo. Tradução Marco Aurélio de Oliveira Schroeder. 8. ed.
Porto Alegre: AMGH, 2013. Tradução de: Engineering Electromagnetics.
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA.Consumo de energia industrial cresce 2,6% em 2017. Disponível em:
<http://www.mme.gov.br/web/guest/pagina-inicial/outras-noticas/-/asset_publisher/32hLrOzMKwWb/
content/consumo-de-energia-industrial-cresce-2-6-em-2017/ >. Acesso em 26 de Agosto de 2019.
PARAÍSO DAS BOMBAS. Avanço tecnológico em motores elétricos e a economia de energia. Disponível em:
<https://blog.paraisodasbombas.com.br/avanco-tecnologico-em-motores-eletricos-e-a-economia-de-ener-
gia/.>. Acesso em 26 de Agosto de 2019.
3º SIMPIF

UNITED STATES PATENT (United States Of America (usa)). John C. Bedini. Device and method for utilizing a
monopole motor to create back emf to charge batteries. EUA n. US 6545444 B2, 13 mar. 2001, 08 abr. 2003.

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Marcelo Alves da Silva Filho


Controle Remoto de Miniatura de Carro
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Usando Bluetooth e Flutter
Tecnologia da Paraíba – Campus Campina
Grande

Lucas Matheus Torres Costa


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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Campina INTRODUÇÃO. A experimentação é um recurso que fundamenta a
Grande
ciência. Por meio dos experimentos é possível proporcionar o proce-
Mozart Lima do Nascimento dimento da investigação e da observação (GALIAZZI, 2004). Nesse
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
sentido, a realização de atividades práticas para complementar os
Tecnologia da Paraíba – Campus Campina conteúdos teóricos adquiridos em sala de aula enriquecem e solidifi-
Grande
cam o conhecimento do aluno. Esse trabalho apresenta o desenvolvi-
Jefferson Maximiliano O. das Mercês mento de um experimento de complexidade média e baixo custo, que
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
pode ser aplicado como atividade prática em disciplinas de cursos
Tecnologia da Paraíba – Campus Campina de engenharia ou tecnologia das áreas de elétrica, mecânica e com-
Grande
putação. Trata-se do controle remoto de um carro em miniatura, por
meio da tecnologia bluetooth. Esse tipo de aplicação não é necessa-
riamente nova, tendo sido implementada por outros autores, como
Fracarolli (2012). O diferencial desse trabalho é o uso do framework
Flutter (desenvolvido e atualizado pela equipe da Google), usado para desenvolvimento híbrido de aplicativos.
Ou seja: é possível, utilizando apenas uma base de código, o desenvolvimento de aplicações web e desktop.

MATERIAIS E MÉTODOS. Na prática, o Arduino vem a ser uma plataforma de computação embarcada ou fí-
sica, que permite através de hardware e software a interação entre máquina e meio ambiente (MCROBERTS,
2011). Por se mostrar uma plataforma muito flexível, que atende às demandas da proposta, o Arduino foi o
microcontrolador adotado. Para o envio de sinais do aplicativo desenvolvido para o Arduino Mega, foi utilizado
o módulo bluetooth HC-05. Esse módulo permite a conversão de sinais recebidos via interface serial para in-
terface bluetooth (VIEIRA, 2014), possuindo fácil implementação para Arduino, pois já existe uma biblioteca,
SoftwareSerial.h, no ambiente de desenvolvimento que permite a comunicação. No aspecto de comunicação,
vale ressaltar o método que foi adotado no desenvolvimento do aplicativo, pois durante a pesquisa para a
realização do projeto surgiu a ideia de utilizar o framework Flutter (NERY, 2019). O Flutter se destaca por
oferecer melhor desenvolvimento no que se refere a desempenho e integração de plataformas móveis, sendo
ágil na abertura do aplicativo, pois seu código é compilado em ARM, além de usar um renderizador Mobile First
acelerado pela placa de vídeo (Abranches, 2018). Trata-se de um framework híbrido que utiliza a linguagem
Dart como base para a criação dos aplicativos. Trata-se de uma linguagem de programação orientada a objeto,
e pode ser usada tanto lado cliente como lado servidor (DIAS,2018). O controle dos motores que realizam a
movimentação do carro foi feito com o auxílio do driver Ponte H L298. Este drive regula a tensão aplicada aos
motores e permite o controle da velocidade dos motores através de sinal de modulação de largura de pulso,
PWM (CARDOSO, 2017). O carro possui um sensor ultrassônico HC-SR04, que é responsável por informar a
distância do carro a algum obstáculo. O Sensor HC-SR04 emite um pulso ultrassônico que ecoa em determi-
nado objeto e retorna para o sonar, de acordo com o tempo entre o envio e a recepção do pulso, é possível
mensurar a distância do objeto (SMIDT, 2013), e um potenciômetro que é responsável por regular a velocidade
dos motores que estão no carro. O carro também possui tratamentos de segurança em sua composição com
o auxílio de um sensor ultrassônico para não permitir a colisão em objetos a sua frente, além também de um

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potenciômetro, na porta analógica do Arduino, para fazer o controle do sinal PWM que definirá a velocidade
dos motores. Em relação à alimentação do circuito, foram utilizados dois power banks que fornecem carga
para o Arduino e para os motores. A estrutura do carro é feita de Acrílico, responsável por ser a base do carro;
foi utilizada uma roda boba na parte frontal para sustentação e controle na movimentação do carro e para
a conexão de alguns componentes eletrônicos utilizamos placas protoboards. O controle do carro possui o
seguinte princípio de funcionamento: o aplicativo contém em sua interface gráfica alguns botões que são res-
ponsáveis pelo controle e locomoção do veículo e um dado com valor inteiro que informa a distância, captada
pelo sensor ultrassônico, entre o carro e algum obstáculo. O veículo é capaz de se movimentar em todos os
sentidos no plano e essa movimentação é feita a partir do comando do aplicativo. Na estrutura do carro, existe
um potenciômetro que oferece a possibilidade de controle da velocidade dos motores de forma manual, sem
a necessidade de utilização do aplicativo.

RESULTADOS. O deslocamento do carro ocorreu de forma satisfatória, onde o veículo se apresentou estável
até mesmo em percursos com uma presença maior de obstáculos. Os comandos dados através do aplicativo
ocorreram de forma satisfatória com o módulo bluetooth no Arduino e o controle do sinal PWM sendo bem-su-
cedidos. De acordo com a configuração estipulada no potenciômetro, o motor trabalha com maior ou menor
velocidade. O código na plataforma Arduino não foi de difícil implementação, tendo em vista que as bibliotecas
tornaram simples a programação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS.Este trabalho apresentou o desenvolvimento do controle remoto de um carro de mi-


niatura, através do uso da tecnologia bluetooth, por meio do framework Flutter. Por meio desse experimento,
será possível apresentar uma atividade prática que contempla conceitos de automação, eletrônica e progra-
mação, abrangendo o uso de um novo tipo de framework, presente no mercado.

PALAVRAS-CHAVE: Controle Remoto. Arduino. Bluetooth. Flutter.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB Campus Campina Grande, por todo apoio e suporte.

Referências
ABRANCHES, J. iMasters. Conhecendo Um Pouco Mais o Flutter. Disponível em: <https://imasters.com.br/
framework/conhecendo-um-pouco-mais-flutter>. Acesso em: 8.9.2019.
CARDOSO,D. Vidadesilicio. Controlando a velocidade de um motor DC com PWM. Disponível em:<https://por-
tal.vidadesilicio.com.br/ponte-h-l298n-controle-velocidade-motor/>. Acesso em: 8.9.2019.
DIAS, D. Flutter Brasil. Dart Iniciante: Conhecendo a Linguagem Dart. Disponível em: <https://www.flutterbra-
sil.com/read-blog/11_1-2-dart-iniciante-conhecendo-a-linguagem.html>. Acesso em: 8.9.2019.
FRACAROLLI, J. P. V. Implementação do controle remoto de uma miniatura de carro operado via computador
utilizando comunicação wireless. 2012. Tese de Doutorado. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO.
NERY, F. G. P. Desenvolvimento de sistema especialista em aplicativo móvel para gerenciamento de dano da
lagarta cartucho em monoculturas de milho. 2019.
3º SIMPIF

GALIAZZI, M. C; GONÇALVES, F. P. A natureza pedagógica das atividades experimentais: uma pesquisa no cur-
so de licenciatura em química. 2004.
MCROBERTS, M. Arduino Básico. Novatec Editora. 2011.
SMIDT, A. C. G. Implementação de Uma Plataforma Robótica Controlada Remotamente Utilizando Arduino.
Trabalho de Conclusão de Curso- Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, SP, 2014.
VIEIRA,E.B; VIEIRA, L. B. Sistema Autônomo de Vigilância Baseado em Dados Biológicos Com Registro de
Dados na nuvem via Smartphone. Trabalho de Conclusão de Curso - Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo, SP, 2014.

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Rafael Duarte de Sousar


D-station: desenvolvimento de uma
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
aplicação para o pós-processamento de
Tecnologia da Paraíba curvas de deformação cardíaca
Carlos Danilo Miranda Regis
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. A técnica de ecocardiografia por rastreamento de
Renato de Aguiar Hortegal pontos (Speckle Tracking) tem se mostrado útil para a análise da de-
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Hospital Beneficência Portuguesa de São formação cardíaca regional ou global tanto na prática clínica como na
Paulo
pesquisa científica devido à menor variabilidade intra e interexamina-
dor nas aferições. As aplicações oferecidas no mercado para extração
de dados obtidos por essa técnica, além de possuírem alto custo, ofe-
recem um conjunto predeterminado de parâmetros e de visualizações,
sem incluir a visualização simultânea de duas câmaras, o que limita a
extração de outros dados que podem ser relevantes para o usuário.
Ademais, devido à demora de padronização, diversos softwares calcu-
lam um mesmo parâmetro de forma diferente, retornando diferentes
valores e, assim, dificultando a prática clínica em situações em que
mais de um tipo de software está disponível. O coração possui quatro
câmaras: dois ventrículos, responsáveis pela ejeção de sangue e os átrios, responsáveis pelo recebimento. Por
ser a câmara responsável pela ejeção de sangue para o restante do corpo, o ventrículo esquerdo é a câmara
que possui mais estudos acerca da deformação. No entanto, a deformação do ventrículo direito também é
avaliada, especialmente em estudos sobre as interações interventriculares. Seu batimento possui duas fases:
a sístole, fase de contração, e a diástole, fase de relaxamento. Dentro dessas duas fases existem, no total, sete
subfases. A deformação cardíaca é dada pelo Strain (%) e pelo Strain Rate (1/s), sendo o primeiro o resultado
da divisão da diferença da medida do coração em um eixo por um valor de referência por esse valor de refe-
rência, e o segundo é a taxa de variação do Strain no tempo. A referência é o comprimento no fim da diástole.
No presente trabalho foram tratados apenas os valores no eixo longitudinal, isto é, o Strain longitudinal. Um
dos parâmetros utilizados na avaliação da deformação é o valor de Strain longitudinal global, do inglês Global
Longitudinal Strain (GLS). Sendo ele a média dos valores de Strain nos pontos de maior contração, ou seja, os
valores mais negativos, que ocorrem durante a sístole. Após um exame de ecocardiografia as imagens obtidas
vão para a etapa de pós processamento, as imagens realizadas em certos cortes do coração são submetidas à
uma etapa de rastreamento de pontos, chamados de speckles, que são resultado da interação do feixe de ul-
trassom com o tecido cardíaco. Sendo a deformação do músculo cardíaco obtida a partir do movimento deles,
além de obter os tempos de abertura e fechamento das válvulas que controlam o fluxo de sangue entre as câ-
maras. Entre os softwares utilizados nessa etapa está o EchoPAC (GE Healthcare). A partir dele pode se obter
e exibir até seis curvas de Strain ou Strain Rate de uma mesma região de uma única câmara. As curvas obtidas
podem ser exportadas em arquivos TSV (Tab Separated Values, do inglês, valores separados por tabulação)
contendo até as seis curvas de uma mesma região e uma onda de eletrocardiografia correspondente. Com
base nos problemas citados anteriormente, foi proposta a criação de um software gratuito para cálculo do GLS
e visualização das curvas de deformação com a separação em subfases, batizado de D-Station, que atuasse
como complemento aos softwares encontrados no mercado, mas que oferecesse maior flexibilidade quanto

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aos parâmetros e visualizações para a prática clínica e para o uso em pesquisa, sendo o desenvolvimento de
aplicações desse tipo comum em centros de pesquisa sobre a deformação cardíaca pelo mundo.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para o desenvolvimento e validação do programa foi utilizado um conjunto de 48


exames obtidos pelo EchoPAC. Deles foram exportados os arquivos contendo as curvas de deformação e os
tempos correspondentes das valvas cardíacas. Os arquivos foram lidos em grupos de três, a fim obter toda a
informação sobre a deformação de uma câmara, utilizando a linguagem de programação Python 3, sendo eles
selecionados com base no nome do paciente e na visualização desejada pelo usuário, podendo ser realizada a
exibição simultânea de combinações de conjuntos de curvas de Strain e Strain Rate de diferentes câmaras. O
programa também possui como entrada uma planilha que deve ser alimentada com as informações relativas
às aberturas e fechamento das valvas cardíacas de cada paciente, podendo receber outros dados como idade,
peso ou parâmetros já calculados por um software proprietário. Realiza-se então uma sincronização das cur-
vas dos diferentes arquivos com base no tempo de fim de sístole. Caso as curvas de Strain Rate não estejam
disponíveis, elas podem ser determinadas por meio da derivação das curvas de Strain. Para a determinação
das subfases são necessários tempos de certos pontos da onda do eletrocardiograma. Assim ela é exibida
para a marcação desses pontos pelo usuário. São então exibidos os tempos de início de cada fase, o valor de
GLS calculado para o ventrículo esquerdo e opção de exibir as curvas escolhidas no início do programa. Todos
esses valores calculados são salvos na planilha com os dados do paciente. A implementação do programa foi
realizada seguindo as diretrizes para a padronização do Speckle Tracking, dois documentos elaborado por
pesquisadores e representantes da indústria para a padronização dos métodos relacionados à essa técnica,
como cálculo de parâmetros. Além disso, sua construção à nível de código facilita o trabalho de pesquisado-
res, que podem implementar facilmente seus próprios parâmetros como uma função e adicionar como opção
no código do programa principal. Para avaliar a exibição das curvas e sua divisão em fases, uma análise quali-
tativa das curvas exibidas no EchoPAC com as curvas exibidas no D-Station foi realizada por um cardiologista
com experiência na área de ecocardiografia. Já para avaliação do cálculo do GLS foram realizados testes
estatísticos com os valores de GLS dos 48 pacientes obtidos pelo D-Station e pelo EchoPAC. Primeiramente,
avaliou-se a diferença entre os valores obtidos pelos dois softwares utilizando o método gráfico Gráfico Q-Q e
o Teste de Shapiro-Wilk para confirmação (se seu p-value for maior que seu nível de significância, 5%), caso
apontada pelo método gráfico. Em seguida avaliou-se as correlação entre as medidas apresentadas num grá-
fico frente à linha de igualdade, sendo necessário um coeficiente de correlação maior ou igual a 0.95, depois
foi realizado um teste de hipótese das diferenças das medidas, e, por fim, foi feito teste de Bland-Altman que
teria que ter um viés e dispersão de no máximo 1% e 2%, respectivamente.

RESULTADOS. A maioria dos pontos no Gráfico Q-Q se apresentou-se próxima ou acima da linha de referên-
cia, indicando que a diferença entre as medidas tende a se distribuir normalmente. O Teste de Shapiro-Wilk
indicou um p-value de 0.1293, sendo ele maior que 0.05, o que confirma a normalidade da diferença entre as
medidas. Assim, o coeficiente de correlação calculado no gráfico das medidas frente à linha de igualdade é o
Coeficiente de Correlação de Spearman, o qual indicou uma forte correlação entre as medidas dos dois méto-
3º SIMPIF

dos (r = 0.99). No gráfico, os pontos mantiveram-se próximos aos dois lados da linha de igualdade, indicando
um baixo viés. Como as diferenças das medidas distribui-se normalmente, realizou-se um Teste t de Student
com os dados emparelhados e nível de significância de 5%, onde se obteve um p-value de 0.6798, apontando
para aceitação da hipótese nulo (equivalência entre os métodos). Já o gráfico de Bland-Altman indicou um
bias de 0.03% e uma dispersão de 1.96%, satisfazendo também o critério de validação. Assim, mostrou-se
que os métodos podem ser considerados equivalentes. Validando assim o D-Station como uma alternativa ao
EchoPAC no cálculo do GLS.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com a validação do D-Station para o cálculo do GLS e para exibição das curvas,
espera-se que novos parâmetros relacionados à outras câmaras possam ser implementados e validados. Pre-
tende-se também facilitar o cadastro de novos pacientes e elaborar uma interface gráfica para o usuário.
Com isso, o D-Station pode atuar como uma ferramenta adicional à um software proprietário no cálculo dos
parâmetros relativos à deformação e ser incluído na prática clínica. É necessário, no entanto, que mais testes
sejam feitos a fim de encontrar eventuais erros e para que os usuários relatem as dificuldades encontradas
no seu uso para que esses problemas sejam corrigidos.

PALAVRAS-CHAVE: Programa de computador. Ecocardiografia. Speckle Tracking. Processamento de dados.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB e ao Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo pelo apoio no
desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
Almeida ALC, Gjesdal O, Newton N, Choi EY, Tura-Teixido G, Yoneyama K, et al. Speckle-Tracking pela eco-
cardiografia bidimensional: aplicações clínicas. Rev bras ecocardiogr imagem cardiovasc. 2013 Jan-
-Mar;26(1):38-49.
D’hooge J, Bijnens B, Thoen J, Van de Werf F, Sutherland GR and Suetens P.Echocardiographic Strain and
Strain-Rate Imaging: A New Tool to Study Regional Myocardial Function. IEEE Trans Med Imaging. 2002
Sep;21(9):1022–30.
Voigt JU, Pedrizzetti G, Lysyansky P, Marwick TH, Houle H, Baumann R, et al. Definitions for a common stan-
dard for 2D speckle tracking echocardiography: consensus document of the EACVI/ASE/Industry Task For-
ce to standardize deformation imaging. Eur Heart J Cardiovasc Imaging. 2015 Jan; 16(1):1–11.

3º SIMPIF

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Adriano Júnio de Souza Soares


Desenvolvimento de ambiente de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
co-simulação voltado para robótica
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa móvel
Ramon Leonn Victor Medeiros
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. Um sistema robótico móvel pode ser definido como
um veículo dotado de um conjunto de componentes responsáveis
pela locomoção (rodas, membros, esteiras, etc), um sistema capaz de
obter informações do meio que o cerca (sensores) e um sistema de
navegação, podendo ser controlado por um computador embarcado
ou manipulado de forma remota (Santos, 2015).

Romero et al (2014) avalia que a maior dificuldade no desenvolvimen-


to e implementação de um sistema robótico móvel é a capacidade de
interação com o ambiente que o cerca, tomando as decisões ideais
para que seu objetivo seja concluído com sucesso. Santos (2015) cita
a importância da utilização dos robôs móveis de acordo com o ambien-
te em que irão atuar. Podem ser classificados como terrestres, aquá-
ticos ou aéreos e cada robô possui características únicas que variam de acordo com a aplicação empregada.

No entanto há sistemas robóticos de alto custo, o que restringe assim a sua utilização em determinadas apli-
cações. Pensando dessa forma, simulações através de softwares desses sistemas robóticos móveis poderiam
auxiliar na predição de movimentação e interação dos robôs com o ambiente físico. Segundo Heineck et al
(2016), o desenvolvimento desse tipo de ferramenta tem sido um desafio, uma vez que esses sistemas ro-
bóticos apresentam cada vez mais complexidade em suas estruturas físicas tais como sensores, atuadores e
junções entre suas partes móveis.

Schlegel (2011) utiliza a engenharia de software aplicada a robótica executando técnicas como component
based approaches para dividir o sistema em diversos segmentos independentes menores, tendo assim como
objetivo principal a diminuição da complexidade do sistema. Para isso, ainda segundo Schlegel (2011), passos
são seguidos para a criação e execução da aplicação. O primeiro passo trata da descrição e representação
física do sistema trabalhado. Nesta fase as tarefas e serviços proporcionados pelo sistema robótico é assimi-
lado e abstraído para que possa ser incorporado no software por meio do sistema operacional e linguagens
de programação. O segundo passo visa unir todas as abstrações criadas de formas individuais no primeiro
passo, ou seja, cada segmento do sistema deve estar de acordo com as tarefas e serviços ofertados por cada
componente, sem conflitos com quaisquer outras partes do sistema robótico. Assim códigos são gerados para
simular esta ligação entre as diferentes partes do robô. O terceiro passo trata da substituição do meta-modelo
criado nos passos anteriores. Ou seja, ao final deste passo os algoritmos e bibliotecas utilizadas para a criação
do modelo do sistema robótico devem estar devidamente implementados e funcionais. Por fim, trata da cria-
ção e execução dos procedimentos de funções e serviços devidamente otimizados pela aplicação.

Diante deste cenário, este tem como objetivo criar um ambiente para co-simulação de sistemas robóticos
móveis, utilizando softwares livres como Blender e programação para computadores de placa única de tama-
nho reduzido. Um software capaz de gerar atualizações do estado do sistema robótico físico em tempo real,

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juntamente com características críticas tais como segurança, confiabilidade e tolerância a erros, poderá servir
de grande auxílio para projetos futuros envolvendo sistemas robóticos móveis contribuindo para a formação
de mão de obra qualificada no estado da Paraíba, além do aumento da qualificação de pesquisas e desenvol-
vimento nessa área.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para a realização do projeto de pesquisa, será utilizado um sistema robótico móvel
de seis membros com três graus de liberdade para cada membro (hexapod).

Tipicamente, os robôs hexapods (robôs munidos de seis membros com articulações), podem ser classificados
entre retangulares e hexagonais. Os retangulares são bio-inspirados em insetos com três pares de membros
distribuídos simetricamente ao longo do seu corpo. Já os hexagonais têm seus membros em cada vértice do
hexágono que compõe sua principal estrutura.

Além disso, o sistema robótico adotado neste trabalho contra com 3 graus de liberdade. Ou seja, há três
articulações ao longo de cada membro que o compõe. A Figura 2 ilustra de forma simplificada as variáveis e
ângulos que cada articulação fornece ao robô.

O sistema robótico em questão consiste em um chassi composto de peças em alumínio, servo-motores capa-
zes de dar sustentação e realizarem a ação de locomoção do sistema robótico, bateria para alimentação dos
sistemas eletrônicos e computadores de placa única de tamanho reduzido. O trabalho de Siradjuddin (2015)
exemplifica bem a capacidade de obtenção e processamento de informação que essas placas podem executar.
Podendo inclusive processar grandes volumes de dados vindos de câmeras e informações de telemetria em
tempo real.

O controle de posição e movimentação do sistema robótico móvel ficará a cargo do software Blender em um
computador utilizando sistema operacional GNU/Linux (distribuição Ubuntu), que fará a modelagem física do
robô, bem como a simulação de movimentação e envio de comandos via rede sem fio para o computador de
tamanho reduzido instalado no chassi do sistema robótico.

Kitanov (2007) define a ferramenta Blender como um software opensource para modelagem 3D, animação
renderização e interação criativa e multiplataforma, ou seja, roda em sistemas Windows e Linux. Além disso,
podem ser implementadas diferentes características inerentes através de códigos em linguagem de progra-
mação Python. Pode ser utilizado também como limitador do espaço de trabalho do sistema robótico, bem
como ferramenta de testes tais como teste de colisão e teste de detecção de objetos.

O conjunto de softwares resultantes desse projeto viabilizarão a execução de quaisquer projetos futuros que
se utilizarão de técnicas de co-simulação para sistemas robóticos móveis, auxiliando assim no desenvolvimen-
to e produção de mais trabalhos relacionados com o escopo deste projeto.

RESULTADOS. Até a presente data, os resultados obtidos nesse trabalho contam com a elaboração e execu-
3º SIMPIF

ção da montagem do sistema robótico, instalação dos softwares Ubuntu, Blender e Ptolemy. Na montagem do
sistema robótico, vale ressaltar que o chassis utilizado para a montagem dos aparatos físicos do sistema foi
o Linxmotion Phoenix, que conta com um corpo de 3 graus de liberdade para cada membro. Inicialmente foi
empregado o uso do computador de placa única BeagleBoard black, porém, essa última demonstrou incom-
patibilidades funcionais. Por conta disso, encontrou-se a solução com a substituição desse dispositivo por
outro com funcionalidades similares e maior compatibilidade com os softwares relacionados nesse trabalho,
a Raspberry Pi.

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O sistema operacional nativo proposto para a realização desse projeto é uma distribuição GNU/Linux. Além
disso, a facilidade na comunicação entre o sistema operacional citado e o sistema operacional nativo da placa
Raspberry demonstra uma maior compatibilidade na execução de tarefas e obtenção de dados.

A versão do software Blender empregada foi a 2.8, mais recente até a data de publicação desse trabalho. Ela
conta com funcionalidades extras que até então não existiam, como a renderização em tempo real das simu-
lações, função essa que impacta diretamente na funcionalidade dos resultados desse artigo. A atualização
do software também auxilia na utilização desse projeto como fonte bibliográfica significativa para trabalhos
futuros, uma vez que essa versão não se tornará obsoleta em um curto espaço de tempo.

A versão do Ptolemy empregada foi a 7.0.1, pelo fato de ter uma boa gama de trabalhos utilizando essa versão,
e pela compatibilidade com os sistemas e softwares previamente citados.

Diante do exposto, as próximas fases do trabalho tratam-se da ligação entre o sistema físico e o sistema digital
e o emprego de sensor para obtenção da localização em tempo real do sistema robótico está sendo implemen-
tado para uma maior precisão nos resultados esperados nesse projeto. Uma vez realizadas essas etapas, o
projeto estará pronto para testes de maior performance e resultados concretos de sua funcionalidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Atualmente o projeto consiste em partes que funcionam de forma isolada. Em ou-
tras palavras, há a distinção entre os dados obtidos via software e os dados obtidos via hardware. A próxima
etapa desse trabalho visa a integração entre as duas interfaces citadas. Além disso, a animação gerada pelo
software encontra-se em estado embrionário, isso é, a animação é pobre em recursos articulados, o que pode
causar estranheza e confusão na hora da co-simulação do sistema. Algumas dificuldades estão relacionadas
ao desenvolvimento do ambiente virtual, utilização energética eficiente do sistema robótico e animação fluida.
Todos os aspectos mencionados aqui estão em fase de desenvolvimento e melhorias estão sendo implemen-
tadas no decorrer do projeto.

PALAVRAS-CHAVE: Co-simulação. Hexapod. Blender. Raspberry Pi. Ubuntu,

AGRADECIMENTOS: Agradecimentos ao Instituto Federal da Paraíba, pelo fomento da pesquisa apresentada


nesse artigo, bem com a disponibilidade Laboratório de Instrumentação, Sistemas de Controle e Automação
(LINSCA) para realização das simulações.

Referências
BROENINK, J. F.; NI, Y. Model-Driven Robot-Software Design using integrated Models and Co-Simulation. In:
International Conference on Embedded Computer Systems (SAMOS), p. 339-344, 2012.
DING, X. et al. Locomotion analysis of hexapod robot. In: InTechOpen, 2010.
HEINECK, T. et al. Model-Driven Development in Robotics Domain. In: Brazilian Symposium on Software Com-
ponents, Architectures and Reuse, p. 152-160, 2016.
KITANOV, A.; BISEVAC, S.; PETROVIC, I. Mobile robot self-localization in complex indoor environments using
monocular vision and 3D model. In: IEEE/ASME international conference on advance intelligent mechatronics,
3º SIMPIF

2007.
ROMERO, R. et al. Robótica Móvel, Rio de Janeiro (Brasil): LTC, 2014.
SANTOS, A. J. V. Análise e Controle de um Veículo Robótico Tracionado por Esteiras, Universidade Federal da
Paraíba, Brasil, 2015.
SCHLEGEL, C.; Steck, A.; Lotz, A. Model-Driven Software Development in Robotics: Communication Patterns as
Key for Robotics Component Model, University of Applied Sciences Ulm, Germany, 2011.
SIRADJUDDIN, I. et al. A Real-Time Model Based Visual Servoing Application for a Differential Drive Mobile Ro-
bot Using Beaglebone Black Embedded System, In: IEEE International Symposium on Robotics and Intelligent
Sensors, 2015.

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Humberto Ruffo Bisneto


Desenvolvimento de primers para
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
detecção molecular do Bos Taurus
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa Papilomavirus (BPV)
Thaynara do Nascimento Clementino
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mun-
Maria Angélica Ramos da Silva
[email protected] do, exportando cerca de 1,6 milhões de toneladas em 2018, segun-
Instituto Federal de Educação, Ciência e do a Segundo a Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de
Tecnologia da Paraíba – Campus Cabedelo
Carnes (ABIEC). Tendo isso em mente, é preciso assegurar a saúde
e a qualidade dos animais diante inúmeras doenças infectocontagio-
sas que assolam os rebanhos e ameaçam a produtividade deste setor,
como a Papilomatose Bovina, causada pelo Bos Taurus Papilomavírus
(BPV). Diante disso, o projeto “Desenvolvimento de primers para de-
tecção molecular do Bos Taurus Papilomavírus (BPV)” foi idealizado
com o objetivo de facilitar e baratear a detecção dos 24 tipos de BPV
catalogados em bancos de dados mundiais. O Bos Taurus Papiloma-
vírus é um vírus pertencente à família dos Papilomavírus (PV), que
constitui uma extensa família de vírus de DNA que causam tumores
benignos, que podem, com o tempo, podem se tornar malignos ou regredir naturalmente. São vírus de peque-
no porte, com aproximadamente 8.000 pares de bases nitrogenadas e DNA fita dupla circular não-segmenta-
do e normalmente infectam as camadas basais do epitélio. O genoma do vírus apresenta simetria icosaédrica,
e consiste em três regiões principais: uma precoce (E – Early), uma tardia (L – Late) e uma longa região não
codificante chamada de região de controle (LCR – Long Control Region), além de ser desprovido do envelope
lipoprotéico, o que facilita sua admissão na célula hospedeira. A partir da infecção, se inicia a transcrição e
a replicação do vírus no núcleo da célula hospedeira. Uma das maneiras de detecção do BPV é a reação em
cadeia da polimerase (PCR – Polymerase Chain Reaction). Os primers, sequências de genes comuns a todos os
tipos do vírus, otimizam a detecção por PCR e podem ser úteis para estudos epidemiológicos, como também
para a aplicação clínica. O aprimoramento dessa técnica é imprescindível para a difusão do conhecimento e
controle da papilomatose bovina nos rebanhos bovinos brasileiros.

MATERIAIS E MÉTODOS. As etapas de desenvolvimento do projeto foram realizadas entre o período de Agosto
de 2018 a Julho de 2019, pelo grupo de alunos do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) – Campus João Pessoa,
tendo como orientadora a Prof. Dra. Maria Angélica Ramos da Silva. Durante todo o projeto, juntamente a
orientadora, o grupo reuniu e compartilhou informações sobre o tema em questão, por meio de artigos aca-
dêmicos e outras fontes de pesquisa reconhecidas pela área.  Foram selecionadas sequências genéticas dos
diferentes tipos de Bos Taurus Papilomavírus (BPV) disponíveis nos bancos de dados públicos National Cen-
ter for Biotechnology Information (NCBI) (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/) e PapillomaVirus Episteme (PaVE)
(https://pave.niaid.nih.gov/). Através de leituras e pesquisas, constatou-se a existência de 24 tipos de BPV
já catalogados e disponíveis nos bancos de dados citados anteriormente.  Após esse levantamento, o grupo
pesquisou e encontrou a filogenia dos Papilomavírus (PV) e assim, identificou os gêneros de BPV ao qual cada
tipo pertence, sendo separados em: Deltapapillomavirus (1, 2, 13 e 14), Epsilonpapillomavirus (5 e 8), Xipa-
pillomavirus (3, 4, 6, 9, 10, 11, 12, 15, 17, 20, 23 e 24), Dyoxipapillomavirus (7) e Dyokappapapillomavirus
(16, 18, 19, 21 e 22). Em seguida, as sequências genéticas dos tipos de BPVs, que já haviam sido coletadas,

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foram alinhadas utilizando o software Molecular Evolutionary Genetics Analysis 7.0 (MEGA 7.0) (https://www.
megasoftware.net/) para o reconhecimento de sequências comuns entre todos os tipos de BPV e assim, pro-
piciar a construção dos primers. Após o alinhamento verificou-se que a melhor região para desenvolver esses
primers seria a tardia 1 (Late 1 – L1), por ser a região mais conservada no genoma dos PV e ser mais longa
do que as demais, o que aumenta a probabilidade de construir primers mais eficazes. Para facilitar o alinha-
mento da região L1 foi utilizada a ferramenta Multiple Sequence Comparison by Log-Expectation (MUSCLE)
(https://www.ebi.ac.uk/), disponível no MEGA 7.0, que insere espaços para ocupar o lugar de alguma base
nitrogenada que a região analisada pode ter perdido. Assim pudemos criar os nossos primers. A última etapa
do projeto foi o levantamento das enzimas de restrição que cortam a região L1. Para isso, as sequências de L1
dos 24 tipos de BPV foram inseridas na plataforma virtual Nebcutter (http://nc2.neb.com/NEBcutter2/), que
informa quais enzimas de restrição fragmentam a sequência e qual sua a posição do fragmento. Dessa forma,
poderemos futuramente utilizar o primer e as enzimas de restrição para realizar a técnica de reação em cadeia
da polimerase (PCR – Polymerase Chain Reaction).

RESULTADOS. Com base nas etapas realizadas durante o projeto, pudemos absorver os conhecimentos ne-
cessários sobre o Bos Taurus Papilomavírus (BPV), suas particularidades e criar os primers Gemasha1-BPV e
Gemasha2-BPV. O primer inicial (forward) Gemasha1-BPV começa na posição 344 e vai até a posição 364, o
que corresponde a uma sequência de 21 pares de bases nitrogenadas. O primer final (reverse) Gemasha2-BPV
inicia na posição 1157 e termina na posição 1176, equivalente a uma sequência de 20 pares de bases nitroge-
nadas. Os primers precisam obedecer a um protocolo e alguns parâmetros, como temperatura de anelamento,
quantidade de pares de bases nitrogenadas guanina e citosina, tamanho, entre outras. Para saber se os pri-
mers desenvolvidos satisfazem tais critérios, suas sequências foram submetidas à plataforma virtual Primer3.
O resultado foi positivo, conforme esperado, confirmando, assim,  a qualidade dos primers. Os critérios de
escolha das enzimas de restrição, para que seja possível realizar a técnica de reação em cadeia da polimerase
(PCR – Polymerase Chain Reaction), foram: a distância entres os fragmentos, que deve ser de, no mínimo, 50
pares de bases nitrogenadas; fragmentar o maior número de tipos de BPV, respeitando o critério anterior; e
o custo. Para isso, foram desenvolvidos os mapas da eletroforese correspondente a cada enzima de restrição
identificadas na plataforma Nebcutter. Assim, após analisar todas as enzimas de restrição dos 24 tipos de
BPV, foram selecionadas as seguintes: BaeGI que corta os BPV tipo 1, 7, 8, 9, 11, 19 e 21; BccI que consegue
cortar apenas o BPV 15; BceAI que diferencia os BPV tipo 6, 11, 14, 18 e 20; Bsp1286I que corta os BPV 17,
18 e 20; EcoP15I que consegue diferenciar os BPV tipo 1, 2, 4, 8, 19, 22 e 23; FauI que é capaz de cortar os
BPV tipo 3, 10, 12, 16 e 19; FspI que corta apenas o BPV 13; e a enzima MwoI que corta os BPV tipo 5, 9 e 24.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Espera-se que este projeto de pesquisa seja útil para futuras aplicações práticas
na detecção dos diferentes tipos de Bos Taurus Papilomavírus (BPV), utilizando os primers Gemasha1-BPV,
Gemasha2-BPV e as enzimas de restrição selecionadas para realizar a técnica de reação em cadeia da polime-
rase (PCR - Polymerase Chain Reaction).
3º SIMPIF

PALAVRAS-CHAVE: Bovino. Primer. BPV. Enzimas. Papilomatose.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba – Campus João Pessoa e a Pró-Reitoria de


Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS EXPORTADORAS DE CARNES. Exportações Brasileiras de Car-
ne Bovina. São Paulo, 2018. Disponível em: <http://www.abiec.com.br/download/estatisticas-mar18.pdf>.
Acesso em: 3 jun. 2019.

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BATISTA, Marcus Vinicius de Aragão. Uso de novas ferramentas computacionais no estudo da diversidade


genética de papilomavírus bovino associado à epidemiologia molecular da papilomatose bovina cutânea.
2013. Tese (Doutorado em Genética) - Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Recife, 2013. Disponível
em: <https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/13179/1/Tese_Final_Vers%C3%A3o_Digital.com-
pressed.pdf>. Acesso em: 5 jun. 2019.
PRADO, Márcia Helena Jorgens. Caracterização genética de papilomavírus abrangendo três diferentes gêne-
ros identificados em uma lesão epitelial de bovino. 2017. Tese (Mestrado em Medicina Veterinária) - Univer-
sidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre, 2017. Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.
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SEPÚLVEDA, Goreti. Primer (ou Iniciador Molecular). 2019. Disponível em: <https://knoow.net/ciencterravi-
da/biologia/primer-ou-iniciador-molecular/>. Acesso em: 5 jun. 2019.
TESSELE, Bianca; BARROS, Claudio S.L.  Tumores em bovinos encontrados em abatedouros frigoríficos.
2016. Tese (Doutorado em Medicina Veterinária) - Universidade Federal de Santa Maria -
UFSM, Santa Maria, 2015. Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/142179/1/
Tumores-em-bovinos-encontrados.pdf>. Acesso em: 3 jun. 2019.

3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 226


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ROBÓTICA | BIOTECNOLOGIA

Gabriel Aragão Batista


Detecção de objetos sobre rodovias
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
para sistemas de auxílio ao motorista
Tecnologia da Paraíba

Amanda Kelly Cordeiro Accioly


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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Sistemas de Auxílio ao Motorista (SAM) são ferramen-
Julierme Silva de Araujo tas que buscam diminuir ou eliminar, os riscos inerentes à tarefa de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e condução de um veículo. Muitos destes sistemas fundamentam-se em
Tecnologia da Paraíba
analises de vídeo que aplicam técnicas de Processamento Digital de
Roberto Ranniere Cavalcante de Franca Imagens (PDI) para gerar informações necessárias que alimentam
[email protected]
o sistema. Com foco em uma abordagem que influencie diretamente
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba em causas de acidentes e seja capaz de reduzir ou eliminar tais ris-
co, este trabalho propõe um SAM baseado em vídeo, que monitora a
rodovia com o propósito de detectar e rastrear objetos que possam
oferecer riscos de acidentes, A solução apresentada utilizará um
sistema embarcado de baixo custo, com o poder computacional ade-
quado e de fácil harmonização para com os hardwares essenciais à
implementação do SAM. A abordagem escolhida para as situações
de risco busca auxiliar o motorista em ocorrências que implicam na falta de atenção, fator que remete a uma
das principais causas de acidentes em rodovias. Os resultados apresentados neste trabalho são referentes à
detecção de objetos sobre a rodovia.

MATERIAIS E MÉTODOS. Primeiramente foi estabelecida uma base de dados de teste contendo vídeos que
capturaram imagens de um cenário real, gravadas em trechos das rodovias BR 230 e BR412. Os vídeos têm
aproximadamente dois minutos, resolução de 1280x720 pixels e foram gravados com uma taxa de velocidade
de 30 frames por segundo (FPS). Na etapa de Pré-processamento definiu-se um kernel com nove pixels de
tamanho na parte central da metade inferior da imagem. Assumisse que, de acordo com o posicionamento da
câmera, esse segmento da imagem estará sempre posicionado sobre a região de interesse (ROI), ou seja, a
rodovia. A partir desse kernel são obtidos os valores medianos de cada intensidade de cor BGR azul (B -Blue),
verde (G -Green) e vermelho (R -Red), esses valores são usados como base de intensidade de cor da rodovia.
Na fase de Segmentação é criada uma máscara com os valores medianos de intensidade obtidos no kernel,
com uma tolerância de 35 (trinta e cinco) de intensidade para cada um dos canais. Esta máscara é a segmen-
tação da rodovia, onde a maior parte dos ruídos podem ser retirados com sucesso. Com o intuito de realizar
a detecção das linhas que delimitam a faixa de trabalho do carro, uma sequência de filtros e máscaras foram
aplicadas no resultado da segmentação, a começar por um Filtro de Mediana que retira boa parte dos ruídos
do tipo salt and pepper, Após esse processo foi realizada uma erosão na imagem, utilizando um kernel 5x5
e aplicando-o por cinco iterações. Com boa parte dos ruídos retirados foi utilizado posteriormente a detecção
de Bordas de Canny (CANNY, 1986). Na ação seguinte aplicou-se uma máscara, com formato poligonal, res-
ponsável por recortar e isolar a região da rodovia a ser analisada. Em seguida foi aplicada uma dilatação na
imagem resultante, utilizando um kernel 5x5, sob uma iteração. Na imagem resultante do processamento an-
terior foi utilizada a técnica de detecção de linhas probabilísticas de Hough, onde as linhas encontradas foram
classificadas em dois grupos (esquerda e direita). Levando em consideração suas inclinações, cada grupo de
linhas passou por um ajuste de curva polinomial como objetivo de unificar representativamente estes grupos,

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estabelecendo assim, aquelas linhas ideais para representar a faixa do veículo. As linhas encontradas foram
estendidas desde o canto inferior do vídeo até o encontro das linhas, determinando assim a região de trabalho
do automóvel e também a região de trabalho do algoritmo de detecção. Ao final as linhas passam por um pro-
cesso de suavização onde a cada frame a linha plotada é calculada a partir da média das linhas encontradas
nos dez últimos frames. Na região de interesse encontrada é aplicada na máscara inicial, onde é realizada uma
busca por qualquer ruído no padrão da pista e destacado no frame original um bounding box que determina a
existência de um objeto sobre a rodovia.

RESULTADOS. As técnicas de PDI utilizadas, foram aplicadas levando em consideração uma ordem de execu-
ção em que cada etapa melhore a performance e o resultado dos processos seguintes, e apresentam um resul-
tado final satisfatório. A detecção dos objetos sobre a rodovia pode levar a construção de um SAM de alerta,
estimando a distância entre o veículo e o objeto encontrado, bem como oferecer uma base para algoritmos de
classificação capazes de determinar a que classe pertence o objeto sobre a rodovia, dotando o SAM de inteli-
gência computacional. Também é possível realizar avanços na área de sistemas ne navegação,

CONSIDERAÇÕES FINAIS. No que se refere a abordagem escolhida para o SAM as funcionalidades de ras-
trear objetos sobre a rodovia, estabelecer a distância entre eles e alertar o condutor em situações de risco
de colisão, estabelecem aproximadamente metade das causas de acidentes automotivos. A abordagem de
segmentação de rodovia mostrou resultados promissores. Assim como os filtros e máscaras aplicados em
sequência, as detecções de linhas, as técnicas de suavização e de detecção de objetos requerem um poder
de processamento considerável. Para trabalhos futuros a aplicação de técnicas de Inteligência Computacio-
nal será cogitada, como por exemplo, Redes Neurais Convolucionais (CNN), visando auxiliar o processo de
detecção de classes de objetos que gerem risco ao motorista. Técnicas de detecção de objetos em tempo real
serão comparadas para estabelecer a necessidade mínima de processamento e buscar melhorias em relação
ao custo dos processos realizados, com foco em sistemas embarcados de última geração.

PALAVRAS-CHAVE: Sistemas de Auxílio ao Motorista. Visão Computacional. Processamento Digital de Ima-


gens. Segmentação de Rodovias.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos à Pró-Reitoria de Pesquisa Inovação e Pós-Graduação (PRPIPG) do IFPB por


viabilizar o estudo necessário para o desenvolvimento do Sistema de Auxílio ao Motorista proposto neste trabalho.

Referências
BROOKHUIS, K. A.; WAARD, D. de; JANSSEN, W. H. Behavioural impacts of advanced driver assistance
systems an overview. European Journal of Transport and Infrastructure Research,v.1,n.3,p.245–253,2001.
CANNY, J. A Computational Approach to Edge Detection. IEEE Transactions on Pattern Analysis and Machine
Intelligence, PAMI-8, n. 6, p. 679–698, 1986. ISSN 01628828.
Filho, Ogê Marques ; Neto, H. V. Processamento Digital de Imagens. [S.l.: s.n.], 1999.171–180 p. ISBN
8574520098.GÁSPÁR, P. et al. Robust Control Design for Active Driver Assistance Systems. [S.l.: s.n.],2017.
ISBN 9783319461243.
3º SIMPIF

GONZALEZ, R. C.; WOODS, R. E. Digital image processing. [s.n.], 2008. 976 p. ISSN10833668.

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Allysson Macário de Araújo Caldas


Dispositivo remoto de gerenciamento
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
de consumo elétrico em tempo real com
Tecnologia da Paraíba tecnologia IoT
Everton Júnior da Silva Arruda
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Sempre foram presentes duas principais preocupa-
Gabriel Maia Fernandes ções em relação à utilização de energia elétrica nos processos de-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e senvolvidos no cotidiano de uma residência: economia e eficiência
Tecnologia da Paraíba
no consumo mensal. A evolução tecnológica propagada ao longo da
Victor Emmanuel da Silva Batista última década possibilitou a criação de dispositivos eletrodomésti-
[email protected]
cos cada vez mais avançados, dispositivos capazes de alcançar estes
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba objetivos pontuais, sendo exemplo, aparelhos domésticos de baixo
consumo energético e alta eficiência em seus processos de execução
eletromecânicos. Estes novos equipamentos lançados no mercado,
associados às facilidades de compra, criaram novos hábitos de uso de
aparelhos eletrodomésticos e levaram o consumo de energia elétrica
residencial no Brasil a crescer algo em torno de 166% entre os anos
de 1983 e 1998, de acordo com o Balanço Energético Nacional (1999,
p. 43). Entretanto, um impeditivo pontual no desenvolvimento perfeito desse cenário há pouco apresentado
é este: quando os aparelhos domésticos não funcionam como deveriam e provocam gastos exorbitantes em
relação ao consumo de energia elétrica advindo de seu funcionamento. De acordo com o Diário do Nordeste,
com base no estudo do Banco Mundial (BID), em números absolutos, a economia poderia chegar a US$ 2,5
bilhões (cerca de R$ 4 bilhões) por ano se o Brasil usasse todo o seu potencial de utilização eficiente de ener-
gia elétrica, considerando o consumo residencial, que representa uma parcela significativa do gasto nacional.
Para gestores de uma residência em que os aparelhos domésticos desempenham papel de vilão no consumo
energético total, a solução desse impasse é mais que importante, é necessária à harmonização do bloco dual
“consumo energético versos custo energético” de cada dispositivo em estado de mal funcionamento. Além
disso, possibilitar a identificação do problema; uma correção futura pelo próprio gestor, e a descontinuidade
dos gastos energéticos excessivos provenientes de um aparelho específico, de forma acessível e rápida, por
meio de um dispositivo eletrônico embarcado desenvolvido com uma interface amigável e direta de utilização
é o objetivo deste presente estudo.

MATERIAIS E MÉTODOS. A partir da problematização e consequente levantamento bibliográfico acerca do


tema foram feitas as primeiras tentativas de solucionar, de forma inovadora, o problema do desperdício e da
má gestão do gasto de energia elétrica residencial. Definiu-se então como se daria a conexão entre o hardware
e o software que compõem o dispositivo, bem como a utilidade dos dados coletados de cada consumidor pelo
programa. Com essas informações, pretendeu-se criar um banco de dados que detenha o perfil médio atuali-
zado do consumidor brasileiro de energia elétrica. Num primeiro momento, planejou-se aplicar essa estratégia
a nível regional e estudar sua viabilidade quando aplicada nacionalmente. Pode-se, por exemplo, gerenciar
o consumo elétrico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) campus João
Pessoa, considerando as salas e laboratórios como unidades consumidoras dentro do campus (região a ser
analisada). Toda essa parte virtual do dispositivo foi programada nas linguagens de programação C++, Ja-
vaScript e Python, devido à sua versatilidade e aplicabilidade no objetivo em questão. O aplicativo para smart-

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phones e PC dependeu do uso de outro software, o QT Creator. Pretende-se, ainda, junto ao Instituto Nacional
da Propriedade Industrial (INPI) registrar futuramente o software desenvolvido. Definidas as características
do software, o hardware foi construído a partir de um microcontrolador NodeMCU ESP8266, que possui já
instalado em seu chip o módulo necessário à comunicação via Wi-Fi e foi comportado numa placa de circuito
impresso a fim de proporcionar um melhor acabamento ao dispositivo. A partir disso, o programa é enviado à
placa e o servidor, já ativo, para armazenar qualquer informação coletada do usuário pelo aparelho. Com base
nesse processo metodológico, os primeiros testes de funcionamento e rentabilidade foram feitos com o intuito
de identificar possíveis falhas e melhorias para que o dispositivo possa ser devidamente aplicado na região
a ser estudada. Seu impacto na economia e na eficiência dos gastos elétricos foi avaliado e será utilizado o
banco de dados construído para o planejamento nos meses seguintes. A depender do êxito dos testes futuros,
será analisada a possibilidade de registrar uma patente de invenção do hardware junto ao INPI. A invenção
será apresentada aos eventos da área que se interessarem pela ideia, objetivando divulgar o conhecimento
científico produzido.

RESULTADOS. Inicialmente, por meio de projeções realistas notou-se que o projeto funciona bem quando
aplicado em ambientes industriais. Devido ao consumo expressivo de energia elétrica pelas máquinas e equi-
pamentos em geral desses lugares, o dispositivo pode detectar algum equipamento com consumo anormal,
tornando mais fácil identificar e consertá-lo. Normalmente, essas falhas só são identificadas e corrigidas após
um longo período de tempo, o que causa um desperdício exorbitante de energia, já que uma única máquina
industrial, dependendo do seu tipo, é capaz de alterar drasticamente o valor final da fatura de energia elétrica.
No caso das indústrias eletrointensivas, por exemplo, os custos com energia elétrica podem representar até
40% dos custos de produção, segundo dados divulgados pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado
do Rio de Janeiro). Estes números fazem com que as empresas procurem gastar cada vez menos energia em
suas operações através de iniciativas de eficiência energética, que vão desde a adoção de energias renová-
veis, aquisição de novas tecnologias à melhoria no planejamento e gestão como um todo (VIRIDIS, 2019).
Verificou-se também que as residências que utilizaram o dispositivo por até dois meses tiveram uma melhoria
considerável no controle de gastos com energia elétrica. Foi possível traçar um perfil detalhado do consumo
dessas residências, além de planejar o consumo para os próximos meses. Por fim, pretende-se estudar os re-
sultados finais ainda não alcançados do projeto com o intuito de ampliar as possibilidades de uso do aparelho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Neste resumo expandido foi apresentado o projeto de desenvolvimento de um dis-
positivo embarcado que usa tecnologias amplamente difundidas na área da Engenharia Elétrica e que visa
resolver um problema comum no dia a dia dos consumidores de energia elétrica. Desde o início, sua criação
teve bons resultados nos testes de funcionamento. Foi constatada sua funcionalidade e percebida o possível
impacto de sua utilização em larga escala e a médio prazo. Apesar disso, a acessibilidade ainda é um obstá-
culo a ser superado em versões futuras do projeto. Desde a aquisição dos sensores e todos os elementos que
compõem o circuito do hardware até sua hospedagem virtual, o produto final ainda não está com um preço
acessível a todos que pretendam utilizá-lo. É de interesse da equipe continuar a pesquisa a fim de aprimorar
3º SIMPIF

o dispositivo com base em extensivos testes, além de torna-lo acessível a todos utilizando materiais que se
adequem a esse objetivo.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão de energia. Energia Elétrica. IoT. Dispositivo de monitoramento energético. Con-
sumo.

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB - Campus João Pessoa pelo apoio substancial ao desenvolvimento deste projeto
de pesquisa; ao nosso orientador, professor Allysson Macário, por todo amparo e participação neste trabalho.

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Referências
BRASIL, MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Balanço energético nacional 1999, Brasília, 1999, 153p. ilus-
tradas. 29,7 cm. p.43. ISS0101-6636.
Desperdício de Energia no Brasil. disponível em: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codi-
go=558404. Acesso em: mai. 2019.
Infográfico: Consumo de energia na indústria. disponível em: https://viridis.energy/pt/blog/infografico-con-
sumo-de-energia-na-industria. Acesso em: set. 2019.

3º SIMPIF

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Franklin Martins Pereira Pamplona


Estudo de Aplicabilidade e
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Implementação de um Sistema de
Tecnologia da Paraíba Gestão de Energia no Campus João
Thamyres de Andrade Silva Pessoa
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. O uso racional da energia elétrica é um fator de ele-
Matheus Lima Torres vada importância face aos altos custos da energia elétrica para os
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e consumidores finais. Para o Governo e a sociedade de um modo ge-
Tecnologia da Paraíba
ral, a eficiência energética interessa também sob o ponto de vista
Gabriel Barbosa Nascimento ambiental e da redução dos investimentos em infraestrutura, geração
[email protected]
e transmissão, por exemplo. E, no caso específico de uma instituição
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba de ensino, o aspecto educacional é também fator motivador. A gestão
energética é pauta de grande importância para a Administração local
do Campus João Pessoa, frente às crescentes restrições financeiras,
aliadas a expansão prevista para o Campus. Com a crescente expan-
são do Campus, a gestão energética se tornou uma importante pauta
da Administração local do Campus João Pessoa. Desde 2015 ações
foram intensificadas, buscando a diminuição mais efetiva do consumo
e das despesas, não apenas com energia elétrica, mas também com água e telefonia. Destarte as ações para
redução do consumo de energia elétrica já serem recomendadas desde o ano 2000, pelo Decreto Federal Nº
3.330 (BRASIL, 2000), foi observado que a redução de consumo, gerada pelas ações desarticuladas já imple-
mentadas no Campus, já foi ultrapassada pelo crescimento de novas cargas advindas da crescente expansão
do campus, conforme aponta o recente estudo de Carvalho (2019).

As ações necessárias para efetiva redução do consumo de energia elétrica, recomendadas desde o ano 2000
pelo Governo Federal necessitam de uma abordagem sistemática e estruturada que contemple ferramentas
adequadas e necessárias para uma efetiva gestão de eficiência energética. Tudo isso motivou o presente
trabalho, que foi proposto com o objetivo de avaliar a aplicabilidade e definição das bases necessárias para
implementação de um Sistema de Gestão de Energia no Campus João Pessoa. A partir da caracterização do
consumo energético atual, da avaliação do desempenho energético, e da identificação das ineficiências, serão
propostas medidas ou alterações que conduzam ao aumento da eficiência energética no campus, e assim se
tornará possível a redução dos custos com energia elétrica do Campus. A pesquisa de eficiência energética se
justifica não só pela questão econômica, mas também por servir como ferramenta para conscientizar toda a
comunidade do campus, sobre a importância da eficiência energética no ambiente escolar e no dia-a-dia de
toda a comunidade escolar.

MATERIAIS E MÉTODOS. A parte inicial do projeto abordou uma introdução à pesquisa e revisão bibliográfica
de livros e artigos da literatura técnica, que versam sobre estudos de eficiência energética, com ênfase em
instituições de ensino. Além da elaboração de resenhas críticas para maior entendimento e embasamento do
presente estudo, houve também um levantamento de guias técnicos com temática sobre fatores que propõem
as bases necessárias para implementação de um Sistema de Gestão de Energia e projetos de eficiência ener-
gética.

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Em seguida foram realizados os procedimentos de coleta e tratamento de dados de consumo energético,


para que seja feita uma caracterização deste consumo e em seguida seja elaborado o diagnostico preliminar.
Especificamente, na determinação dos usos significativos de energia nos diversos ambientes do campus. Para
a coleta de dados foi realizado um levantamento global das informações disponíveis nos diversos setores da
administração relacionados ao estudo. Foram coletadas e avaliadas 30 plantas baixas (projetos digitais) de
todos os ambientes do campus, em que se contabilizou uma área acima de 25.000 m² a ser vistoriada na
etapa de levantamento dos dados específicos. Foi constatado que diversas plantas se encontram desatualiza-
das, necessitando ajustes no momento das vistorias e um futuro procedimento de elaboração de plantas “as
built”. Até o presente momento foram criadas 67 planilhas e formulários, empregadas no levantamento dos
consumos e usos específicos em cada ambiente. Inicialmente, os ambientes vinculados à unidade acadêmica
de processos industriais – área em que o projeto foi proposto. Os formulários e planilhas sofreram modifica-
ções e ajustes durante a coleta de dados, para proporcionar uma melhor análise dos consumos energéticos.
Dessa forma, espera-se que o procedimento seja mais célere nas próximas áreas de estudo. Também foram
coletados os registros de consumo energético do Campus relativos aos últimos 24 meses de consumo. Esses
dados serão analisados em conjunto com os levantamentos de uso específico nas próximas etapas do proje-
to, servindo de base para as análises estatísticas previstas, sendo assim possível traçar um plano de gestão
energética, sabendo em quais pontos críticos agir para contribuir com a eficiência energética do campus e a
sustentabilidade do meio ambiente.

RESULTADOS. Na presente etapa de desenvolvimento do projeto ainda não há resultados suficientes para con-
clusão dos processos resultantes da pesquisa. Além disso, alguns objetivos e metas do projeto tiveram de ser
replanejados para compensar a indisponibilidade dos recursos previstos para a aquisição do material neces-
sário aos desenvolvimentos experimentais e construção de protótipo de equipamento de medição inicialmente
proposto no projeto. Além da participação ativa dos alunos e professor orientador elencados no projeto, houve
colaboração da administração do campus, seja no fornecimento de informações de consumo, das plantas de
situação de todas as instalações do campus, bem como auxílio no acesso aos ambientes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Até a presente etapa de desenvolvimento do projeto os resultados parciais se mos-
tram promissores para o desenvolvimento e conclusão do projeto conforme planejado. Destaca-se que apesar
da impossibilidade de aquisição do material necessário aos desenvolvimentos experimentais e construção de
protótipo de equipamento de medição inicialmente proposto no projeto, por falta de recursos financeiros, o
replanejamento de alguns objetivos e metas do projeto possibilitaram sua continuidade e desenvolvimento.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão de Energia. Eficiência Energética. Sustentabilidade. Consumo.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba pelo apoio no desenvolvimento desta pes-
quisa e o suporte financeiro na concessão de bolsa de pesquisa para aluno discente de graduação.

Referências
3º SIMPIF

ABNT NBR ISO 50001. Sistemas de gestão da energia - Requisitos com orientações para uso. ABNT - Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas. 2018.
BRASIL. Decreto Nº 3.330 de 06 de janeiro de 2000. Dispõe sobre a redução do consumo de energia elétrica
em prédios públicos da Administração Pública Federal, e dá outras providências. Publicado no Diário Oficial
da União de 07.01.2000.
CARVALHO, G. I. F. Análise do Impacto da Geração Fotovoltaica na Redução do Consumo de Energia Elétrica
Fora de Ponta no IFPB Campus João Pessoa. Trabalho de Conclusão de Curso Superior de Bacharelado em
Engenharia Elétrica do IFPB. Janeiro de 2019.
PROCEL Indústria. Eficiência Energética na Indústria. Disponível no site https:\\www.cni.org.br. 2013.

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Amanda Gomes Barboza


FSS rejeita faixa sintonizável por
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
varactor baseada na geometria estrela
Tecnologia da Paraíba de quatro com circuito de polarização
Alfredo Gomes Neto muito simples
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Superfícies seletivas de frequência, FSS, têm atraído
a atenção da comunidade científica por suas diversas aplicações, in-
cluindo radomes, sistemas de antena de banda dupla (MUNK, 2000;
VARDAXOGLOU, 1997), antenas reconfiguráveis (GU et al., 2017;
HENTHORN et al., 2017), paredes inteligentes (DEWANI et al., 2018),
entre outras. Essencialmente, a FSS consiste de elementos periódi-
cos impressos em um substrato, geralmente dielétrico, que se com-
portam como filtros. A polarização da onda incidente, a geometria,
o espaçamento entre os elementos dentro da estrutura, espessura
do substrato e permissividade (MUNK, 2000; VARDAXOGLOU, 1997)
são algumas das características que definem a resposta em frequên-
cia da FSS. Quando a FSS é reconfigurável, RFSS, geralmente duas
abordagens são consideradas: ajuste mecânico e eletrônico. Na FSS
sintonizável mecanicamente exploram-se modificações mecânicas, como alongamento, dobragem ou rotação
do elemento básico para obter o ajuste de frequência (AZEMI et al., 2013; FERREIRA et al., 2017). Na sintoni-
zação eletrônica, componentes discretos, diodos PIN e varactores, são inseridos na geometria básica da FSS
(MAMEDES et al., 2018; ZHANG et al., 2017). Essa é uma técnica mais flexível para se obter o ajuste de fre-
quência, apesar do circuito de polarização e / ou da geometria parecer um desafio no projeto do RFSS. Nesse
estudo, uma FSS com geometria baseada na estrela de quatro braços sintonizável por um varactor é apre-
sentada. Praticamente nenhum circuito de polarização é necessário se resumindo a apenas um resistor para
limitar a corrente elétrica, o que é muito simples. A inserção do varactor na geometria básica do FSS pode ser
simulada sem esforço, substituindo o varactor pelo seu modelo RLC, aqui reduzido à capacitância equivalente.

MATERIAIS E MÉTODOS. A geometria da estrela de quatro braços foi introduzida em (NETO et al., 2013), com
características muito interessantes, tais como miniaturização e comutação. Para obter esta geometria, ini-
cialmente é desenhado um FSS com elementos retangulares convencionais e são determinadas as dimensões
básicas das células Wx, Wy, Lx e Ly. Além deste patch retangular, é introduzido um ponto de comutação. Das
bordas, as linhas cruzam o remendo retangular e a geometria da estrela de quatro braços é obtida. Finalmen-
te, os quatro braços da parte externa são destacados da superfície metálica e a estrela dos quatro braços
está completa. Um gap é introduzido no ponto de comutação separando os braços superior e inferior, onde o
varactor é inserido. Após a obtenção da geometria da célula básica são adicionadas linhas de alimentação in-
terligando as células, para que seja possível polarizar os varactores. Em geral, a determinação das dimensões
da FSS baseia-se na experiência do engenheiro de micro-ondas juntamente com um processo de otimização
numérica. Contudo, expressões para obtenção das dimensões iniciais e estimativa das frequências de resso-
nância podem auxiliar no projeto, como no caso da geometria estrela de quatro braços que fornece uma boa
aproximação para a frequência de ressonância, especialmente quando ℎ ≪ (NETO, 2019).

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RESULTADOS. Inicialmente a célula unitária foi caracterizada contendo as seguintes dimensões: Wx = Wy =


30mm, Lx = Ly = 20mm, Sx = Sy = dx = dy = 3mm, msx = msy = g = 1mm. Os resultados numéricos foram
obtidos utilizando o software de simulação ANSYS HFSS, sendo considerado um substrato de baixo custo FR4,
com 1,2 mm de espessura, constante dielétrica εr = 4,4 e tangente de perdas 0,02. Considerando a geometria
da célula unitária sem o gap, o resultado obtido para resposta em frequência nas polarizações x e y foram
semelhantes, 4,1 GHz, como esperado. Em seguida o gap foi adicionado, afetando somente a polarização y,
variando para 7,1 GHz na primeira frequência e mantendo a mesma frequência de ressonância na polarização
x, 4,1 GHz. Na sequência foi considerada a inserção das linhas de polarização, produzindo o quase desapare-
cimento da ressonância na polarização x. A presença das linhas de polarização aumenta os efeitos indutivos
e capacitivos, reduzindo a frequência de ressonância para a polarização y na razão de entre 0,7 e 0,9. Após a
caracterização, a RFSS com varactor foi projetada e fabricada usando um substrato de fibra de vidro de baixo
custo, FR4. A FSS tem 36 células básicas dispostas em 6 linhas. Apesar das linhas poderem ser controladas
individualmente, neste trabalho elas serão ativadas simultaneamente. O resistor R, de 150 Ω, foi introduzido
como proteção apenas para evitar qualquer dano devido a uma conexão incorreta. O varactor usado é um
SMV1234-079LF (SKYWORKS, 2016). Os resultados numéricos e medidos para a resposta em frequência
considerando diferentes tensões reversas, 1 V (6,28 pF), 6 V (2,02 pF) e 11 V (1,42 pF), são apresentados. O
modelo do varactor simplificado foi utilizado, onde cada voltagem reversa está associada a uma capacitância.
Em relação a capacitância foi usado o lumped RLC boundary, no ANSYS HFSS, para determinar numericamente
a resposta de frequência da FSS. A frequência de ressonância do FSS é apresentada em função da tensão
reversa. Outro aspecto interessante é a relação entre a capacitância do varactor e a frequência de ressonân-
cia do FSS. Quando a capacitância atinge o valor mínimo de saturação, em torno de 11 V, pode-se observar
um comportamento semelhante da frequência de ressonância, limitando a ressonância do FSS a 3,80 GHz,
medida, 4,08 GHz numérica. De acordo com a resposta em frequência para as diferentes tensões, é possível
verificar que a RFSS com varactor alcançou uma frequência variando de 3,6 GHz à 4,05 GHz.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A implementação de um FSS baseado na geometria estrela de braços sintonizável


por um varactor é detalhada neste documento. Além do ajuste da frequência ressonante, o FSS proposto pra-
ticamente não requer um circuito de polarização, uma característica muito interessante. Um protótipo de FSS
sintonizável por varactor foi projetado e caracterizado numericamente e experimentalmente. As respostas de
frequência do FSS são apresentadas para diferentes tensões de polarização, que correspondem a diferentes
valores de capacitância, e uma boa concordância entre os resultados numéricos e experimentais é verificada.
A curva da frequência de ressonância em função da tensão reversa confirma o comportamento esperado do
FSS. A diferença de cerca de 6,5% dos resultados medidos quando comparados aos valores numéricos pode
ser facilmente reduzida ajustando o valor de capacitância, mas este ajuste fino não foi o objetivo do trabalho.
O protótipo FSS sintonizável por varactor alcançou uma frequência ressonante variando de 3,4 GHz a 3,8 GHz.
Com o FSS aqui proposto, usando varactores apropriados e dimensões celulares básicas, diferentes faixas
de frequência de ressonância podem ser obtidas, uma característica muito atraente, com muitas aplicações
3º SIMPIF

potenciais nos atuais sistemas de telecomunicações.

PALAVRAS-CHAVE: FSS. Varactor. Circuito de polarização. Estrela de quatro braços.

AGRADECIMENTOS: Esse trabalho foi apoiado em parte pelo CNPq (Projeto 407028 / 2016-1) e CAPES, Agên-
cias Federais do Brasil, e pelo Instituto Federal da Paraíba (PPgEE, PRPIP 06/2018).

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Referências
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Antennas Wireless Propag. Lett. , vol. 12, pp. 781-784, 2013.
DEWANI, A. A.; S. G. O’Keefe; D. V. Thiel; A. Galehdar, “Window RF shielding film using printed FSS,” in IEEE
Trans. Antennas Propag., vol. 66, no. 2, pp. 790-796, Feb. 2018.
FERREIRA, D.; I. Cuiñas; R. F. S. Caldeirinha; T. R. Fernandes, “3-D mechanically tunable square slot FSS,” in
IEEE Trans. Antennas Propag., vol. 65, no. 1, pp. 242-250, Jan. 2017.
GU, C.; S. Gao; B. Sanz-Izquierdo; E. A. Parker, W. Li; X. Yang; Z. Cheng, “Frequency-agile beam-Switchable
antenna,” IEEE Trans. Antennas Propag., vol. 65, no.8, pp. 3819–3826, August 2017.
HENTHORN, S.; K. L. Ford; T. O’Farrell, “Frequency selective surface loaded antenna for direct antenna modu-
lation,” 2017 11th European Conference on Antennas and Propagation (EUCAP), Paris, 2017, pp. 731-734.
MAMEDES, D. F.; A. Gomes Neto; J. C. e Silva; J. Bornemann, “Design of reconfigurable frequency-selective
surfaces including the PIN diode threshold region,” in IET Microwaves, Antennas & Propagation, vol. 12, no.
9, pp. 1483-1486, 25 7 2018.
MUNK, B. A., Frequency Selective Surfaces - Theory and Design, New York: Wiley, 2000.
NETO, A. G.; J. N. de Carvalho; A. N. da Silva; H. de Paiva A. Ferreira; I. S. S. Lima; J. I. Fernandes, “Four arms
star: An useful geometry for switchable FSS,” 2013 SBMO/IEEE MTT-S International Microwave & Optoelec-
tronics Conference (IMOC), Rio de Janeiro, Aug. 2013, pp. 1-5.
NETO, Alfrêdo Gomes; Jeferson. C. e Silva, Amanda G. Barboza, Deyse F. Mamedes, I. B. G. Coutinho and Marina
de O. Alencar, “Varactor-Tunable Four Arms Star Bandstop FSS With a Very Simple Bias Circuit,” 201913th
European Conference on Antennas and Propagation (EuCAP), Krakow, Poland, 2019, pp. 1-5.
SKYWORKS Solutions, Inc., Varactor SPICE Models for RF VCO Applications – Application Note, August 5,
2015.
SKYWORKS Solutions, Inc., SMV123x Series: Hyperabrupt Junction Tuning Varactors – Data Sheet, Note, July
28, 2016.
VARDAXOGLOU, John C., Frequency Selective Surfaces – Analysis and Design, Research Studies Press, En-
gland, 1997.
ZHANG, L.; T. Ding; T. Zhao, “Design of a single layer broadband tunable frequency selective surface,” 2017 In-
ternational Conference on Electromagnetics in Advanced Applications (ICEAA), Verona, 2017, pp. 988-990.

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Maísa Lauriane Ferreira dos Santos


Identificação de modelos matemáticos
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
utilizando métodos de identificação por
Tecnologia da Paraíba predição do erro aplicados a uma planta
Ademar Gonçalves Costa Junior piloto de instrumentação industrial
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. As plantas pilotos interligam o mercado e os centros
Flávio Silva Vitorino Gomes de pesquisa, uma vez que são plataformas didáticas tecnológicas,
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Universidade Federal da Paraíba compondo uma importante ferramenta de ensino e de pesquisa. Elas
possibilitam a criação de ambientes e situações controladas para o
desenvolvimento de soluções de problemas reais existentes no setor
industrial (SERBEZOV; CUMMINGS, 2016, SUNIL et al, 2017). Uma
das atividades da Engenharia consiste em obter modelos matemá-
ticos que possam representar sistemas físicos. Para isso, existem
duas áreas de estudo para que se possam obter tais modelos, que
são: a modelagem pela física do sistema dinâmico – modelagem caixa
branca (GARCIA, 2009); a identificação de sistemas dinâmicos – mo-
delagem caixa preta e caixa cinza (LJUNG, 1999; COELHO; COELHO,
2004; AGUIRRE, 2007). Na primeira técnica, a modelagem consiste
no equacionamento dos fenômenos envolvidos nos sistemas dinâmicos. Porém, nem sempre há viabilidade no
procedimento da modelagem caixa branca, por falta de conhecimento e de tempo necessário para a realiza-
ção. Na segunda técnica, a identificação de sistemas estuda alternativas para a modelagem matemática, no
qual pouco, ou nenhum, conhecimento prévio do sistema é necessário (AGUIRRE, 2007). A identificação pa-
ramétrica consiste na elaboração de modelos matemáticos para sistemas dinâmicos, com base nas variáveis
observadas do sistema, de acordo com algum critério predefinido. A análise dessa identificação baseia-se em
um modelo de regressão linear (LJUNG, 1999). Segundo Coelho (2007), o objetivo é determinar um modelo
paramétrico que descreva o comportamento dinâmico de um sistema, com uma estrutura simples e precisa
que se ajuste às medidas, com base no erro entre a saída real e a saída do modelo, no universo das observa-
ções de dados do sistema. Este trabalho tem como objetivo criar um arcabouço de ferramentas computacio-
nais para o uso da identificação de sistemas por predição do erro, utilizando algoritmos recursivos baseados
em modelos ARX (AutoRegressive eXogenous) e ARMAX (AutoRegressive Moving Average with auXiliary input),
aplicadas em uma planta piloto de instrumentação industrial, para as malhas de nível e vazão, que representa
um sistema dinâmico não-linear, estimando um modelo linear aproximado.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para a realização do projeto de pesquisa, a planta piloto de instrumentação indus-
trial, modelo DLB CP003-HT da De Lorenzo, presente no Laboratório de Instrumentação, Sistemas de Controle
e Automação (LINSCA) foi utilizada. Essa planta piloto contém dois tanques com capacidade de 110 e 90 litros
cada, um CLP (Controlador Lógico Programável) da Siemens S7-1200, duas válvulas pneumáticas, aquecedor
elétrico, transmissor indicador da Siemens para variáveis de pressão, nível e vazão, sensor de temperatura PT
100, bomba hidráulica entre outros componentes. As malhas de nível e de vazão presentes no sistema foram
escolhidas para a análise. Os sensores e atuadores existentes foram calibrados, segundo seus manuais, e con-
figurados no CLP. Para a supervisão e a aquisição de dados, o sistema SCADA da Indusoft foi utilizado. Após a
etapa de configuração do sistema envolvido, o algoritmo de aquisição de dados utilizando o OPC (Open Plat-
form Communications) como protocolo de comunicação foi desenvolvido em linguagem Python por ser uma

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linguagem de alto nível, de código aberto, possuir diversas bibliotecas disponíveis, orientada a objetos e ser
bem difundida entre os programadores objetivando aplicações. Para a obter os modelos matemáticos que re-
gem o comportamento dinâmico da planta piloto, técnicas de identificação de sistemas baseadas na predição
do erro foram utilizadas. Diversos testes com sinais típicos de identificação de sistemas, como sinais do tipo
degrau, PRBS (Pseudo Random Binary Sequence) foram realizados de modo que o comportamento da saída
do sistema fosse modificado. Na malha de nível, por definição de projeto: i) a bomba atuou com uma potência
constante de 30%; ii) a faixa de operação do reservatório entre 40 e 80 litros; iii) a válvula pneumática atuan-
do na faixa de 40% a 60%. Na malha de vazão, a faixa de operação ficou estabelecida entre 280 l/h e 340
l/h, com a válvula de saída constante em 80 %. Após a aquisição dos dados de entrada e de saída do sistema,
os modelos polinomiais ARX e ARMAX foram aplicados baseados no algoritmo dos mínimos quadrados para a
estimação dos parâmetros. A ordem da estrutura de modelos é testada entre modelos de primeira, segunda,
terceira quinta e décima ordem, em que são calculados os índices RMSE para cada ordem. A escolha do melhor
modelo foi obtida por parcimônia, um modelo de menor ordem com elevado índice RMSE foi escolhido, pois
reproduz a dinâmica de maneira semelhante a um de maior ordem.

RESULTADOS. A malha de nível para entrada ao degrau, apresentou uma melhor representação matemática
pelo modelo ARX de primeira ordem, considerando que seu índice RMSE foi de 95% em uma ordem tão baixa
quando comparado com a vigésima ordem desse mesmo modelo que apresentou RMSE de 97%, Nesse caso,
por parcimônia, um modelo de menor ordem foi escolhido reproduzindo de maneira semelhante a um de maior
ordem. Para entrada do sinal PRBS, um sistema de primeira ordem do modelo ARX apresentou índice RMSE
de 71%, porém a vigésima ordem do ARX apresentou 80% de RMSE, mostrando que esse tipo de sinal não
foi o ideal para este estudo. Isso deve-se ao fato que possíveis não linearidades causadas pela dinâmica que
esse sinal cria no sistema tenham contribuído para que o modelo ARX tivesse um índice RMSE menor. Para o
modelo ARMAX na malha de nível, os índices RMSE para um sistema de primeira e de vigésima ordem foram
de, respectivamente, 86 % e 91 %, onde a parcela do ruído contribui para o aprimoramento do modelo. Na
malha de vazão, o sinal PRBS aplicado na entrada conseguiu representar melhor a dinâmica do sistema em
relação ao sinal degrau. A modelagem ARMAX para o sinal PRBS de primeira ordem apresentou um RMSE de
92 % o modelo de ARMAX de terceira ordem para todos os polinômios (3x3x3) apresentou um RMSE bem
próximo diferindo algumas casas decimais. Desse modo o ARMAX de ordem menor foi escolhido reproduzindo
de maneira semelhante a um de maior ordem. Entretanto, para a entrada degrau com o sistema partindo
do repouso, o sistema apresenta nos instantes iniciais atrasos para percorrer a tubulação o que dificultou a
modelagem desses instantes e gerou erro o que diminuiu o índice RMSE em algumas ordens. A melhor ordem
encontrada para o modelo ARMAX foi de terceira ordem (3x3x3) com RMSE de 78 %. Submetendo os mesmos
testes agora para a modelagem ARX a melhor estrutura foi a de quarta ordem (4x3) com RMSE de 78% para
uma entrada do tipo degrau. Para a entrada do sinal PRBS, a ordem do modelo ARX que melhor representou o
sistema foi o de primeira ordem, com índice RMSE de 93%.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O desenvolvimento de modelos matemáticos embasados por equações fenomeno-


3º SIMPIF

lógicas de processos industriais, muitas vezes, é complexo e demorado. Como alternativa, técnicas de iden-
tificação de sistemas permitem a obtenção de modelos matemáticos com alta representatividade do sistema
real baseado em dados experimentais. Os resultados obtidos com o desenvolvimento da pesquisa permitem
indicar que as técnicas de identificação de sistemas podem ser utilizadas para obter modelos matemáticos
que possam representar o comportamento dinâmico de um sistema, em um ou vários pontos de operação.
Posteriormente, o projeto de controladores baseados em modelos matemáticos será desenvolvido para o con-
trole das variáveis envolvidas (nível e vazão).

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PALAVRAS-CHAVE: Identificação de sistemas dinâmicos, Python, modelos lineares.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba


(IFPB) pela disponibilização da infraestrutura e o apoio técnico e financeiro do Conselho Nacional de Desen-
volvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Referências
AGUIRRE, L. A. Introdução à identificação de sistemas: técnicas lineares e não-lineares aplicadas a sistemas
reais, 3ª edição. Belo Horizonte (Brasil): UFMG, 2007.
COELHO, A. A. R.; COELHO, L. D. S. Identificação de sistemas dinâmicos lineares. Florianópolis (Brasil):
EDUFSC, 2004.
COELHO, A. A. R. Algoritmos para estimação paramétrica de sistemas lineares. In: AGUIRRE, L. A. (org.). Enci-
clopédia de Automática, v. 3. São Paulo (Brasil): Blucher, 2007.
GARCIA, C. Modelagem e simulação de processos industriais e de sistemas eletromecânicos. São Paulo
(Brasil): USP, 2009.
LJUNG, L. System identification: theory for the user. Englewood Cliffs (United States): Prentice-Hall, 1999.
SERBEZOV, A.; CUMMINGS, D. University-industry co-operation to promote industrial relevance in the field
instrumentation component of control education. IFAC-PapersOnLine, v. 49, n. 6, 309–313, 2016.
SUNIL, P. U. et al. Lab scale boiler setup for process control research and education. IFAC-PapersOnLine, v.
50, n. 1, 2373–2378, 2017.

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Felipe Ferreira Bezerra da Silva


Manipulação de Braço Robótico Usando
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Acelerômetro e Microcontrolador ESP32
Tecnologia da Paraíba – Campus Campina
Grande.
Aplicado ao Ensino da Robótica
Diego Miranda Medeiros
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Campina INTRODUÇÃO. Estudantes dos níveis de ensino fundamental e mé-
Grande.
dio estão inseridos em um contexto onde a tecnologia está presente
Daniel Ádonis dos Santos Carlos em seu dia a dia – seja no uso do celular, nos jogos de videogame,
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
ou mesmo ao fazer um trabalho no computador. Contudo, em sala
Tecnologia da Paraíba – Campus Campina de aula, aprendem conceitos (como nas disciplinas de matemática e
Grande.
física) que lhes parecem distantes. Esse cenário se torna ainda mais
Bruno Jácome Cavalcanti complicado quando o conteúdo é repassado de maneira somente
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
teórica, sem a realização de aulas práticas. Nesse contexto, o ensino
Tecnologia da Paraíba – Campus Campina da robótica pode ser uma forma eficiente transmitir o conhecimento
Grande.
científico-tecnológico, capaz de estimular a criatividade e a experi-
mentação, além de ter um forte apelo lúdico (BENITTI et. al., 2009),
principalmente quando se trata de alunos mais novos. O estudante
entra em contato com novas tecnologias, trabalhando em soluções
que envolvem aplicações práticas ligadas a assuntos que fazem parte do seu cotidiano. Também existe o
potencial de se trabalhar com conceitos transmitidos em sala de aula, seja nas disciplinas tradicionais (como
nas já citadas física e matemática), ou mesmo nas de caráter técnico (como eletrônica e programação). Este
trabalho de pesquisa apresenta o desenvolvimento de um sistema de manipulação de um braço robótico, mo-
vido por meio de acelerômetro, para ser aplicado no ensino da robótica em classes dos ensinos fundamental
e médio. Pesquisas envolvendo o movimento de um braço robótico fazendo uso de acelerômetro não são ne-
cessariamente inéditas. Contudo, a maioria delas faz uso do micro controlador Arduíno, como a de Costa et.
al. (2014), que emprega modelo UNO R3 Mega328p, ou mesmo controladores RISC, como Bajerski e Abella
(2010), com o modelo MSP430. Neste trabalho, o movimento do braço é realizado utilizando três servos mo-
tores, onde todo o processo é gerenciado por um micro controlador ESP32. Aliado ao uso do braço, também
é aplicada uma metodologia que aborda conceitos de lógica e programação, mecânica, física e eletrônica,
incentivando o aluno a participar de todas as etapas: desde a montagem do braço e do circuito, passando pela
interação com o código desenvolvido e , por fim, participação nas atividades práticas que envolvem a captura
dos movimentos executados. O objetivo é desenvolver um sistema de baixo custo capaz de repassar aos alu-
nos – do ensino fundamental e médio, de forma prática, conhecimentos presentes em sala de aula.

MATERIAIS E MÉTODOS. Os sinais gerados pelo acelerômetro são responsáveis pelos movimentos do braço
robótico. Este possui seu material feito de acrílico, sendo suas articulações controladas por três servos mo-
tores. No que se refere à movimentação, o braço robótico possui quatro conjuntos de movimentos indepen-
dentes, com capacidade de realizar giro lateral, dois níveis de elevação, além do controle da garra. Todas as
movimentações são efetuadas pelos servos motores, que podem variar seu ângulo de 0° a 180°. Os dados são
recebidos pelo ESP32 e utilizados como parâmetros pelo programa, que é escrito na linguagem Arduíno IDE,
baseada em C/C++. Já o ESP32 é uma plataforma de hardware livre com grande potencial na a criação de
dispositivos que permitam interação com um determinado ambiente, utilizando sensores como entrada, sendo
recomendado para aplicações no campo da Internet das Coisas, por possuir módulo WiFi integrado e tamanho

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reduzido (MAIER et. al., 2017). O acelerômetro faz parte do módulo MPU-9250, um dispositivo de rastreamen-
to de movimento de 9 eixos que combina um giroscópio de 3 eixos, acelerômetro de 3 eixos e magnetômetro
de 3 eixos. O acelerômetro age como um sensor eletrônico que mede a aceleração gravitacional ao longo de
três eixos e, utilizando cálculos trigonométricos, consegue calcular o ângulo ao qual o sensor está posiciona-
do. O MPU9250 possui um acelerômetro que já integra um processador digital que já retorna valores de mais
fácil leitura e em conjunto com o software utilizado é apresentado em forma de valores de ponto flutuante que
variam entre -1 e 1. Os servos motores são máquinas mecânicas que apresentam um movimento proporcional
a um comando. Eles recebem um sinal de controle, verificam a posição atual e atuam no sistema indo para
a posição desejada. Diferentemente dos motores contínuos (que giram indefinidamente), o eixo dos servos
motores possui uma liberdade limitada a 180º (FERREIRA, 2013). O micro controlador ESP32 é responsável
por toda a lógica do sistema. Ele define um valor em ângulo para que o servo saia da posição inicial vá até o
valor definido e então permaneça lá estagnado até ocorrer uma outra mudança nesta angulação. Os dados
posicionais gerados pelo acelerômetro são capturados e tratados pelo ESP32. O micro controlador então envia
aos servos motores um ângulo entre 0 e 180 graus que indica qual a posição que o servo deve estar. Sendo
assim, o ESP32 traduz a posição do acelerômetro em movimento do braço. Desse modo, o acelerômetro (mó-
dulo MPU-9250) atua como controlador de três servos motores presentes no braço robótico. Para utilizar um
dos eixos do acelerômetro para controlar um servo motor, foi necessário fazer a correlação entre o valor -1
do eixo para o valor 0º servo motor e o valor de 1 do eixo para o valor 180º do servo motor. Assim, cada valor
retornado pelo acelerômetro corresponde a um valor entre 0 e 180º do servo motor. O braço robótico possui 3
servo motores, cada um relacionado a um movimento do mesmo elevação, alcance e rotação. Para controlar a
elevação foi alocado um servo motor relacionado ao eixo Y do acelerômetro. Enquanto que para o controle do
alcance do braço, foi alocado um servo motor referente ao eixo X do acelerômetro do módulo. Por fim, para o
controle da rotação, foi alocado um servo motor ligado ao eixo Z. No que se refere à metodologia de aprendi-
zagem, os alunos serão incentivados a participar de todas as etapas do processo: começando pela montagem
da garra robótica e do projeto do circuito, estímulo à interação com o código, seja na mudança de parâmetros
ou mesmo na implementação de novos programas. Por fim, os alunos poderão interagir diretamente com o
braço, recebendo e manipulando os dados do acelerômetro, ampliando ainda mais o conhecimento adquirido.

RESULTADOS. O braço robótico foi capaz de reproduzir, com boa fidelidade e baixa latência, os movimentos
realizados pelo acelerômetro, dentro dos três eixos (elevação, alcance e rotação), não apresentando nenhuma
falha ou travamento, dentro do cenário de testes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A utilização do micro controlador ESP32, o módulo MPU-9250, um conjunto de


servos motores e o braço robótico, apresenta alta potencialidade na aplicação em diferentes disciplinas, como
no ensino da física, pois é necessário entender o funcionamento de um acelerômetro e como ele retorna os va-
lores de posicionamento 3D; matemática, pois é necessário o uso de trigonometria para o cálculo dos ângulos;
programação, aplicando também conhecimentos de programação básica e avançada na plataforma Arduíno
IDE, para colher os dados do acelerômetro, tratá-los e transformá-los em movimento do braço robótico; além
3º SIMPIF

de aplicar conceitos de eletrônica, para a montagem do circuito que irá interligar e alimentar os componentes.
Espera-se que a aplicação do uso do braço, aliado à metodologia de ensino proposta, possa trazer uma maior
capacitação dentro da área de robótica e de Internet das Coisas para os estudantes envolvidos.

PALAVRAS-CHAVE: Braço robótico. Robótica educacional. Acelerômetro. ESP32.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB Campus Campina Grande, por todo apoio e suporte.

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Referências
BENITTI, Fabiane Barreto Vavassori et al. Experimentação com Robótica Educativa no Ensino Médio: ambiente,
atividades e resultados. In: Anais do Workshop de Informática na Escola. 2009. p. 1811-1820.
COSTA, L. C. et al. Controle de um braço mecânico por meio de movimentos reais de um braço humano. In:
Anais do XXIV Congress Brasileiro de Engenharia Biomédica–CBEB. 2014. p. 2560-2563.
BAJERSKI, Igor; ABELLA, Vinicius Dal Bó. Braço Robótico Com Controle Remoto Bluetooth. Revista da Gradua-
ção, v. 3, n. 2, 2010.
MAIER, Alexander; SHARP, Andrew; VAGAPOV, Yuriy. Comparative analysis and practical implementation of
the ESP32 microcontroller module for the internet of things. In: 2017 Internet Technologies and Applications
(ITA). IEEE, 2017. p. 143-148.
FERREIRA, EDP; ALVES, NDLA. Braço articulado com controle proporcional de movimento comandado via blue-
tooth por um aplicativo desenvolvido para plataformas android. São José dos Campos: São Paulo, 2013.

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Elaine Rafaelly Costa Farias


Prospecção de microrganismos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
produtores de celulases por
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí fermentação submersa (FS)
Francinaldo Leite da Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí
INTRODUÇÃO. Nos últimos anos, o interesse pela busca de fontes re-
José Wellington Silva Costa nováveis de energia tem aumentado, por consequência do alto custo
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e de combustíveis de fontes fósseis e dos impactos ambientais causa-
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí
dos pelo seu uso exacerbado.  Neste sentido, um dos interesses da
biotecnologia moderna é o emprego de resíduos urbanos, industriais
e agrícolas para despoluir o ambiente e instituir produtos e tecnolo-
gias alternativos adjuntas à produção de etanol (BARROS, 2011). Um
dos caminhos para a conversão desses resíduos em combustíveis é
a utilização da hidrólise enzimática. Todavia, a fabricação de etanol
de segunda geração, em escala comercial, é presentemente limitada
pelo elevado custo das celulases, enzimas empregadas na hidrólise da
celulose para obtenção de açúcares fermentescíveis (SIQUEIRA et al.,
2010). Nessa perspectiva, os custos na obtenção das celulases po-
dem ser diminuídos por meio do aprimoramento genético dos microrganismos e da utilização de resíduos celu-
lósicos como matéria prima, com a consequente ampliação da especificidade enzimática (MAEDA et al., 2011).

Sendo assim, a redução do custo na produção das celulases tem se mantido como prioridade de organizações
que estudam a produção de bioetanol e diversos métodos têm sido utilizados em tais estudos. O uso de ma-
téria-prima barata e a utilização de enzimas na sua forma crua e concentrada sem necessitar de purificações
estão sendo analisados para que, futuramente, haja uma redução no custo da produção de enzimas que hidro-
lisam biomassa, principalmente as celulases.

Neste sentido, existe uma carência de prospecção de microrganismos produtores de celulases com maior
eficiência. Além disso, é necessário o desenvolvimento de tecnologias capaz unir a capacidades de produção
de celulases pelos microrganismos à um processo de obtenção das enzimas em maior quantidade. Uma alter-
nativa é o estudo de microrganismo produtores em sistema de fermentação submersa, do qual essa pesquisa
pretende investigar.

As enzimas celulases podem ser produzidas, basicamente, por fermentação em estado sólido (FES) e fermen-
tação submersa (FS). Atualmente, cerca de 90% das preparações enzimáticas no meio comercial são alcan-
çados por meio dos processos de fermentação submersa (FS) e, na maioria das vezes, com microrganismos
geneticamente modificados (SINGHANIA et al., 2010).

 Esse processo de fermentação consiste na utilização de um meio fermentativo líquido e sob agitação para o
desenvolvimento de micro-organismos. Onde além de um melhor controle do processo, a retirada de enzimas
extracelulares e a determinação de biomassa são facilitadas. Essa retirada das enzimas pode ser realizada
pelo processo de filtração simples ou centrifugação. O sobrenadante da cultura é utilizado para os estudos
enzimáticos e o crescimento dos microrganismos é quantificado após a secagem da biomassa, por gravime-
tria, podendo ainda ser realizado por densidade ótica no caso de cultivos com bactérias (LIMA et al., 2003).

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As enzimas que hidrolisam a celulose atuam de modo eficiente, transformando-a em açúcares fermentáveis.
Entre o grupo dessas enzimas, três grupos se destacam:

• Endoglucanase: Atacam as regiões de baixa cristalinidade do material lignocelulósico, tendo como resul-
tado cadeias de extremidades livres;

• Exoglucanase: Se ligam nas extremidades das cadeias e formam, majoritariamente, glicose e celobiose.

• β-glicosidase: Fragmentam a celobiose gerada pelas exoglucanase e produzem duas moléculas de glicose.

Neste sentido, o presente projeto buscou prospectar microrganismos capazes de produzir celulases de forma
eficiente por meio de fermentação submersa.

MATERIAIS E MÉTODOS.

Coleta de material para seleção de microrganismos produtores de celulases

Para obtenção dos microrganismos, foram coletadas 18g de amostras de curral e 18g de lagartas de mara-
cujazeiros (Dione Juno Juno) em frascos estéreis e identificados. O material coletado foi levado ao Laboratório
de Microbiologia do IFPB campus Picuí para processamento.

Processamento do material coletado

As amostras foram processadas de diferentes maneiras. Para solo, foram diluídas em 20 mLde água destilada
autoclavada por 15 minutos 1 atm 121 °C. Após isso foi filtrada em papel de filtro esterilizado. Já as lagartas
foram trituradas, misturadas em 20 mL de água destilada e, posteriormente, filtradas em papel de filtro estéril.
Decorrido esse processo os filtrados foram utilizados para inoculação.

Inoculação em meio de cultura BHI

Para a primeira inoculação, foi colocado 100 μLde cada cultura armazenada, em Erlenmeyers distintos, junta-
mente com 50 ml do meio BHI (Brain Heart Infusion Agar) a 160 rpm por 24h. Seguidamente, esse processo
de inoculação foi repetido, desta vez adicionando 100 μL da primeira inoculação em 50 mL do meio.

Preparo dos meios de cultivos e condição de cultivo

O meio basal para a produção das enzimas celulolíticas por fermentação submersa (FS) foi composto por 0,3
g ureia; 1,0 g triptona; 2,0 g KH2PO4; 1,4 g (NH4)2SO4; 0,4 g CaCl2-2H2O; 0,3 g MgSO4-7H2O; 7,5 mg Fe-
SO4-7H2O; 2,5 mg MnSO4-H2O; 2,0 mg ZnSO4; e 3,0 mg CoCl2 em 1,0 L de água destilada. O meio basal foi
autoclavado por 15 minutos 121 °C a 1 atm. A fermentação submersa foi conduzida em frascos Erlenmeyers
de 250 mL contendo 100 mL de meio basal e suplementado com 2% de uma das seguintes fontes de carbono
em cada frasco: celulose microcristalina, resíduo de carnaúba in natura, resíduo sisal pré-tratado com 4,35 %
3º SIMPIF

peróxido de hidrogênio alcalino. Ao meio preparado foi adicionado 100 μL da segunda inoculação que contém
microrganismos. A fermentação foi realizada em uma incubadora rotatória a 160 rpm por 6 dias. Decorrido o
tempo de incubação, as amostras foram centrifugadas a 4 °C a 4000 rpm por 15 minutos. Por fim, o sobrena-
dante foi armazenado em freezer -20 °C para uma futura análise da atividade enzimática.

RESULTADOS. Na busca de obter celulases em quantidades significantes, amostras de curral e de largadas


foram utilizadas para prospecção de microrganismos produtores dessas enzimas. Neste estudo, foi observa-
do que para todas as fontes de carbono utilizadas como indutoras de síntese de enzimas celulases (celulose

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microcristalina, resíduo de carnaúba in natura e resíduo sisal pré-tratado com 4,35 % peróxido de hidrogênio
alcalino) obteve-se crescimento de microrganismos. Esse crescimento significa que o microrganismo presente
ao crescer nesse meio, sintetiza celulases que degradam a celulose e consequentemente, libera glicose para
manter seu metabolismo. Esse fato foi observado tanto para as amostras de curral, quando para as de lagar-
tas, indicando que nessas amostras existe um consórcio microbiano capaz de produzir celulases.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Espera-se a partir dos resultados obtidos induzir a produção de enzimas celulases
e desenvolver uma metodologia de purificação enzimática para aplicação comercial.

PALAVRAS-CHAVE: Hidrólise. Celulases. Fermentação Submersa. Biotecnologia.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao CNPq pelo financiamento da pesquisa e ao IFPB Campus Picuí pelo apoio.

Referências
BARROS, Maria Aparecida. Produção de celulase por fermentação submersa empregando resíduos agroin-
dustriais para produção de etanol. 2011. 92 f. Dissertação (Mestrado em Engenharias) - Universidade Fede-
ral de Uberlândia, Uberlândia, 2011.
LIMA, V. M. G.; KRIEGER, N.; SARQUIS, M.I.M.; MITCHELL, D.A.; RAMOS, L.P.; FONTANA, J.D., Effect of the nitro-
gen and carbon sources on lipase production by Penicillium aurantiogriseum. Food Technology and Biotech-
nology, v.41, p.105-110, 2003.
MAEDA, R. N.; SERPA, V. I.; ROCHA, V. A. L.; MESQUITA, R. A. A.; SANTA ANNA, L. M. M.; CASTRO, A. M. de;
DRIEMEIER, C. E.; PEREIRA JUNIOR, N.; POLIKARPOV, I. Enzymatic hydrolysis of pretreated sugar cane ba-
gasse using Penicillium funiculosum and Trichoderma harzianum cellulases.Process Biochemistry, v.46,
p.11961201, 2011.
SINGHANIA, R. R.; SUKUMARAN, R. K.; PATEL, A. K.; LARROCHE, C.; PANDEY, A. Advancement and comparative
profiles in the production technologies using solid-state and submerged fermentation for microbial cellulases.
Enzyme and Microbial Technology, v. 46, n. 7, p. 541 – 549, 2010.
SIQUEIRA, F. G. de; SIQUEIRA, L. G. de; JARAMILLO, P. M. D.; SILVEIRA, M. H. L.; ANDREAUS, J.; COUTO, F. A.;
BATISTA, L. R.; FERREIRA FILHO, E. X. The potential of agro‑industrial residues for production of holocellulase
from filamentous fungi. International Biodeterioration and Biodegradation, v.64, p.20‑26, 2010.

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Marcos Antonio de Castro Amorim


Protótipo chocadeira automatizada
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
microcontrolada
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Bruno de Sousa Lacerda


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras
INTRODUÇÃO. A prática da criação de aves por pessoas que se de-
Leandro Honorato de Souza Silva dicam ao cultivo de seu próprio alimento ou à venda desses animais
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e em pequena escala é bastante comum nas zonas rurais brasileiras,
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especialmente no nordeste brasileiro (ALBUQUERQUE, 2013). Esse
Alberto Grangeiro de Albuquerque Neto processo de criação, venda de ovos e abate de aves para venda ou
[email protected]
consumo próprio requer alguns cuidados específicos. No processo de
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras desenvolvimento do embrião o produtor precisa ter a preocupação de
regular a temperatura ambiente e a movimentação dos ovos. O fato
desse processo ser realizada de forma manual, pode acarretar na per-
da de muitos ovos, no prolongamento do tempo de produção e até no
desgaste do produtor (NETO; OLIVEIRA; SILVA, 2015). Este trabalho
propõe o desenvolvimento de uma chocadeira automatizada simples
e de baixo custo, a fim de beneficiar o produtor de pequeno porte.
Uma chocadeira automatizada é um produto já presente no mercado, mas possui um custo considerável tendo
em vista a realidade de alguns pequenos produtores (cerca de R$400). A chocadeira automatizada proposta
deve ser capaz de fornecer ao ovo a temperatura, umidade, ventilação e proteção ideais, além de garantir a
manutenção das mesmas durante o tempo de incubação. Como requisito não funcional, o problema deveria
ser solucionado utilizando materiais de fácil acesso, com o objetivo de tornar o custo da solução mais acessí-
vel para o produtor. Outra característica diferencial da chocadeira proposta é a capacidade de programação.
Como diferentes espécies de aves tem diferentes parâmetros de temperatura e umidade para incubação, a
chocadeira proposta está apta a uma reprogramação que pode adaptá-la facilmente às novas condições de
trabalho. Este projeto foi desenvolvido como uma experiência da estratégia Aprendizagem Baseada em Proble-
mas (PBL – Problem Based Learning), uma das alternativas às metodologias tradicionais de ensino-aprendiza-
gem capazes de promover uma aprendizagem ativa (RIBEIRO, 2005)como parte dos requisitos para obtenção
do título de Doutor em Educação.”,”author”:[{“dropping-particle”:””,”family”:”Ribeiro”,”given”:”Luis Roberto
de Camargo”,”non-dropping-particle”:””,”parse-names”:false,”suffix”:””}],”container-title”:”Tese”,”id”:”ITEM-
-1”,”issued”:{“date-parts”:[[“2005”]]},”number-of-pages”:”0-209”,”title”:”A Aprendizagem Baseada em Pro-
blemas (PBL, na disciplina de Microcontroladores do Curso Superior em Tecnologia em Automação Industrial.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para esse projeto foram utilizados os seguintes componentes eletrônicos: Ardui-
no Uno, Sensores de temperatura LM35, Micro Servo Motor Tower Pro 9g Sg90, Displays de 7 segmentos,
Cooler 12V, Potenciômetro 100KΩ, transistores CB337, resistores 10KΩ, LED’s, resistência de chuveiro e
MOSFET IRFN54M. Para a estrutura mecânica, foram utilizados os seguintes materiais: 1 caixa de papelão
13,5x10,5x10,5 (cm); 2 barras de madeira 17cm; 1 barra de madeira 9cm; 1 base de ferro 2x1 (cm). O escopo
da solução foi restringido para apenas um único ovo, podendo ser expandida posteriormente. O ovo a ser cho-
cado fica posicionado entre duas hastes de madeira, as quais são deslocadas com o auxílio do servo motor.

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RESULTADOS. Foi possível obter um protótipo de uma chocadeira capaz de realizar, em teoria, todo o processo
de choco, de forma automática, regulando a sua temperatura por meio do acionamento de uma resistência e
realizando o deslocamento dos ovos através do acionamento do servomotor. Como interface humano máquina,
após o termino do ciclo de formação no ovo, a chocadeira alerta o usuário através de uma sinalização em LED.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O custo do protótipo desenvolvido foi de cerca de R$50,00 (12,5% do valor de uma
chocadeira vendida em lojas). Este projeto poderá contar com melhorias futuras, tais como um ovoscópio (um
encaixe com uma lâmpada capaz de mostrar o desenvolvimento do embrião), um alerta sonoro capaz de avisar
ao usuário eventuais alterações e uma ampliação na sua capacidade.

PALAVRAS-CHAVE: Chocadeira automatizada. Microcontrolador. Sistemas Embarcados. Aprendizagem Ativa.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB Campus Cajazeiras pela utilização de toda infraestrutura para o
desenvolvimento deste trabalho.

Referências
ALBUQUERQUE, Renato dos Santos. et al. Capacitação em Avicultura Alternativa para os produtores do pro-
jeto PAIS no Cariri Paraibano. Cadernos de Agroecologia, 2013. ISSN 2236-7934. Disponível em: <http://
revistas.aba-agroecologia.org.br/index.php/cad/ article/view/14588>. Acesso em: 07 de agosto de 2019.
NETO, Raul da Rocha Bezerra; OLIVEIRA, Letícia Sousa; SILVA, Matheus Morais da Rocha e. Chocadeira Auto-
matizada. Mostra Nacional de Robótica, 2015. Disponível em: <http://200.145.27.212/MNR/mostravirtual/
interna.php?id=11214>. Acesso em: 07 de agosto de 2019.
RIBEIRO, L. R. de C. (2005). A Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL): Uma Implementação na Educa-
ção em Engenharia na Voz dos Atores. Disponível em <http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado/
tde_arquivos/8/TDE-2005-05-16T12:29:32Z-668/Publico/TeseLRCR.pdf>. Acesso em: 07 de agosto de 2019.

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Luana Rodrigues Barros


Semáforo inteligente controlado por
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba – Campus João
lógica fuzzy
Pessoa

Alexandre Ribeiro Andrade


[email protected]
Instituto Federal da Paraíba – Campus João
Pessoa
INTRODUÇÃO. Em todo o mundo as pessoas obedecem a um sistema
Tiago Daltro Duarte de controle de tráfego composto em sua grande maioria por elemen-
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba – Campus João tos visíveis de infraestrutura urbana. Com milhares de pessoas utili-
Pessoa
zando a infraestrutura de tráfego e transporte, e com o aumento do
Gabriel Daltro Duarte número de veículos a cada dia, a qualidade do tráfego tem diminuído
[email protected]
relativamente. Deste então, o desafio de melhorar a mobilidade urba-
Universidade Federal de Campina Grande –
Campus Campina Grande na pode envolver investimentos em diversos campos e elementos do
transporte urbano. Além da necessidade de investimentos no trans-
porte público, o avanço da tecnologia digital pode ser evidenciado
como uma das formas de colaborar com a recuperação da qualidade
do trânsito.

O Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) e o Registro Na-


cional de Veículos Automotores (RENAVAM), afirmam que em meado de 2018, cerca de 98,2 milhões de veícu-
los circulam por todo o Brasil. Esse número é 8,3% maior do que o registrado em dezembro de 2015. Ainda de
acordo com o DENATRAN e RENAVAM (2018), o Sudeste, Sul e Nordeste, nessa ordem, são as regiões do país
com as maiores frotas, possuindo respectivamente 47,8 milhões, 19,3 milhões e 16,9 milhões de veículos. O
estado de São Paulo é o que possui o maior índice de veículos trafegando de toda a região Sudeste, alcançan-
do também o primeiro lugar nacional, com 28,4 milhões de veículos.

É evidente que a problemática gerada com o aumento do trânsito nas grandes cidades necessita de soluções
que ao menos ajudem a minimizar os efeitos colaterais causados pela circulação deste excesso de veículos,
como o aumento da poluição do ar em consequência dos gases expelidos pelos motores de combustão inter-
na, além do estresse causado aos motoristas devido à quantidade de tempo gasto em congestionamentos.
Segundo Ploeg e Poelhekke (2008) o aumento dos congestionamentos implica em emissões adicionais de
poluentes na atmosfera, excesso de ruídos devido ao trânsito lento e até mesmo risco por conta do transporte
de cargas perigosas.

Um dos fatores que influenciam diretamente essa condição é a falta de otimização da temporização dos semá-
foros, ocasionando em muitos casos a perda de fluidez no trânsito. Um notável exemplo disso é o aumento do
fluxo de veículos em determinadas vias durante os horários de pico. O escoamento do trânsito torna-se com-
prometido durante esse período, principalmente devido à permanência da mesma temporização das luzes dos
semáforos durante todo o dia, quando seria mais viável priorizar o curso do trânsito em uma determinada via.
Dado esse cenário, a implantação de sistemas de controle inteligente possibilita maximizar a eficiência do fun-
cionamento dos semáforos, permitindo um melhor escoamento do tráfego nas vias com maior fluxo de veículos.

Os sistemas de controle inteligentes são capazes de fornecer respostas apropriadas às situações específicas
de um determinado problema, mesmo que sejam exclusivas ou inesperadas, tornando tal comportamento
único para cada situação (SIMÕES e SHAW, 2007). Dessa forma, os sistemas inteligentes que utilizam fuzzy

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adaptativo, por exemplo, podem se adaptar às mudanças que ocorrem no ambiente, de maneira que respon-
derá de forma singular a essas alterações, e ainda podem ser reconfigurados se necessário.

Nesse contexto, a implementação de controle inteligente através da lógica fuzzy se destaca como uma solução
para o problema gerado pela temporização não eficiente das luzes dos semáforos nas vias públicas. A lógica
fuzzy por sua vez, possibilita que a experiência humana seja de certa forma assimilada pelos computadores. A
sua principal característica é a capacidade de traduzir expressões verbais, que muitas vezes são vagas e sem
precisão, atribuídas à comunicação humana, em valores numéricos (SIMÕES e SHAW, 2007). Por exemplo,
uma pessoa pensaria: “Se o fluxo de carros está maior na via norte, as luzes do semáforo devem permanecer
verde mais tempo para esta via.” Essa regra pode facilmente ser adaptada pela lógica fuzzy. Nessa situação, a
lógica fuzzy tem o papel de converter a expressão “mais tempo” em uma quantidade bem definida, que pode
ser compreendida pelo computador.

Esse estudo propõe a aplicação de um controlador baseado em lógica fuzzy em um cenário virtual que simula
o cruzamento de duas vias cujo fluxo de veículos é controlado por semáforos. Os resultados obtidos, por fim,
são comparados aos dados adquiridos de uma simulação executada sem a intervenção de um controlador.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para averiguar a eficácia do simulador baseado em lógica fuzzy, foram conduzidas
duas simulações. O simulador utilizado para a validação do presente estudo foi desenvolvido e validado na
pesquisa realizada por Barros, Andrade e Duarte, (2018), onde é detalhado o funcionamento da versão alfa do
software, mesma utilizada neste estudo. Neste programa pode-se simular o cruzamento de duas vias controla-
das por sinalização semafórica, sendo possível criar cenários nos quais podem ser configuradas a quantidade
de faixas de cada via, o ciclo, a velocidade dos veículos, o tempo total de simulação e o fluxo de tráfego. O
cenário no qual foram conduzidas as simulações permaneceram iguais. Para a primeira simulação foi proposto
um tempo fixo de luz verde, enquanto na segunda esse tempo foi controlado por lógica fuzzy. Para validar a
eficácia do controlador inteligente em diminuir o congestionamento de veículos foram feitas duas simulações,
denotadas por A e B. A simulação A utilizou um controlador de tempo fixo enquanto a simulação B utilizou o
controlador por demanda de tráfego baseado em lógica fuzzy. Para ambas simulações, o fluxo de tráfego da
Via 1 foi configurado para a chegada de um novo carro em no máximo 2 segundos e o fluxo na Via 2 foi confi-
gurado para a chegada de um novo carro em no máximo 20 segundos.

RESULTADOS. Durante as simulações foi constatado que o fluxo de veículos na Via 1 se manteve próximo de 50
veículos/minuto, enquanto o da Via 2 se conservou próximo a 10 veículos/minuto, fazendo com que houvesse
um fluxo muito maior em uma das vias.

Para a simulação A, a diferença de intensidade do fluxo de tráfego nas vias gerou, consequentemente, um
aumento na fila de veículos na via de maior fluxo, haja visto que não há variação no controle das luzes do
semáforo de acordo com a demanda de tráfego. Para a simulação B, Diferentemente da A, foi utilizado um
controlador fuzzy por demanda de tráfego. Foram observadas mudanças significativas no comportamento das
3º SIMPIF

filas formadas em ambas as vias. Enquanto o semáforo da Via 1 apresentava luz vermelha, houve crescimento
da fila nesta via. Contudo, ao exibir luz verde, permitindo o escoamento do fluxo, a fila decrescia rapidamente.
Esse comportamento se manteve em todos os ciclos, e em nenhum momento a fila indicou um número maior
que 28 veículos. O comportamento da fila da Via 2 também deve ser evidenciado, já que houve formação de
uma pequena fila, sempre abaixo de 10 veículos, quando o escoamento do fluxo era barrado, começando a
diminuir assim que a luz verde era exibida.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS. Quando se compara o tamanho da fila de veículos nas simulações A e B apresen-
tadas na seção de Resultados, fica extremamente evidente o quanto o uso do controlador fuzzy é eficaz em
minimizar o tempo de espera dos veículos em um cenário de congestionamento. Na simulação A, o tamanho
da fila de veículos chegou ao valor de 225 veículos, enquanto na simulação B, onde o número de veículos que
chega nas vias a cada minuto é o mesmo ou maior, a fila de veículos não ultrapassou o número de 30 veículos.
Isso representa uma redução de no mínimo 86% no tamanho da fila de veículos. Além do mais, na simulação
B, constata-se o melhor equilíbrio do escoamento do fluxo em ambas as vias e o compartilhamento ótimo
da interseção do cruzamento. A redução de veículos parados no trânsito possivelmente beneficia a saúde da
população por reduzir as emissões de gases poluentes, além de contribuir para a redução do efeito do stress,
devido a uma possível percepção dos motoristas de permanecer menos tempo em um tráfego de fluxo intenso.

Uma evolução natural deste projeto, que será implementada em trabalhos futuros, é utilizar algoritmos de
machine learning juntamente com o controlador fuzzy. Desse modo, a predição do fluxo de veículos pode au-
xiliar o controlador fuzzy em uma solução ainda mais eficaz para a otimização da fila de veículos em cenários
de congestionamento.

PALAVRAS-CHAVE: Tráfego. Lógica fuzzy. Semáforo. controle inteligente. trânsito.

AGRADECIMENTOS: Todos os integrantes agradecem ao IFPB por fomentar esta pesquisa através do Interco-
necta. Agradecemos também ao Laboratório de Instrumentação, Sistemas de Controle e Automação (LINSCA)
do IFPB pelo incentivo e disponibilização do laboratório para o desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
BARROS, L. R.; DUARTE, T. D.; ANDRADE, A. R. Desenvolvimento de um ambiente virtual para simulação do
controle de semáforos entre vias para o tráfego veícular. Congresso Norte-Nordeste de Pesquisa e Inovação,
2018.
DENATRAN; RENAVAM. Frota de veículos, por tipo e com placa, segundo as Grandes Regiões e Unidades da
Federação - ABR/2018. Brasil: DENATRAN, 2018. Disponível em: <https://www.denatran.gov.br/estatistica/
635-frota-2018>. Acesso em: 20 de junho de 2018.
PLOEG, F. V. D.; POELHEKKE, S. Globalization and the rise of mega- cities in the developing world. Cesifo Wor-
king Paper, 2208 n. 2008.
SIMOES, M. G.; SHAW, I. S. Controle e Modelagem Fuzzy. São Paulo: Blucher, 2. Ed, p. 2-53, 2007.
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Edson dos Santos Bandeira Junior


Sensores ópticos de pH baseados no
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
princípio da ressonância de plásmons
Tecnologia da Paraíba de superfície
Cleumar da Silva Moreira
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. A capacidade de medir com precisão o parâmetro quí-
Rossana Moreno SantaCruz mico pH é de alto valor em muitas áreas (por exemplo, práticas indus-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e triais, fisiológicas e clínicas) e atua como uma importante ferramenta
Tecnologia da Paraíba
ou parâmetro de diagnóstico. Os eletrodos de vidro e o papel sensível
têm sido as formas mais comuns de medir o pH, no entanto, apresen-
tam algumas desvantagens, pois são frágeis e difíceis de miniaturizar
e exigem frequentes calibrações. Essas desvantagens, juntamente
com novas regulamentações governamentais e novas exigências do
mercado, estimularam novas pesquisas sobre sensores de pH (GUP-
TA; KANT, 2018). Novas tecnologias de sensores podem ser usadas
para medir o pH, nesses novos sensores, ocorre o uso de hidrogéis
como material de detecção, como no caso de sensores baseados no
fenômeno da Ressonância de Plásmons de Superfície (Surface Plas-
mon Resonance, SPR). Sensores baseados em fibra óptica têm sido amplamente estudados devido às suas
vantagens, tais como, imunidade à interferência eletromagnética, custo- benefício, tamanho pequeno, flexi-
bilidade, robustez, inércia química, peso leve, capacidade de detecção remota, dentre outras (GUPTA; SRI-
VASTAVA; VERMA, 2015). A Ressonância de Plásmons de Superfície é um fenômeno físico onde a oscilação
ressonante de elétrons de condução na interface entre materiais de permissividade negativa e positiva, por
exemplo, um dielétrico e um metal, é estimulada por luz incidente com um comprimento de onda específico.
Tais ondas envolvem tanto o movimento de carga no metal, quanto as ondas eletromagnéticas no ar ou dielé-
trico; subsequentemente, o campo eletromagnético atinge um máximo na interface metal- dielétrico, sendo
este efeito chamado de ressonância (MELO et al., 2018). Os polímeros responsivos (hidrogéis) podem alterar
de forma reversível ou irreversível suas propriedades físico- químicas rapidamente em resposta ao estímulo
ao redor, como pH, força iônica, umidade, gás, orgânico e moléculas. As propriedades físicas alteradas podem
ser volume, arranjo de cadeias, solubilidade e configuração molecular (ALAM et al., 2018). Os hidrogéis que
respondem aos estímulos podem responder ao pH em termos de variação de volume (expansão/contração);O
objetivo deste trabalho é analisar as principais propostas de sensoriamento de pH através da técnica de SPR
e buscar por novas soluções ainda não testadas naliteratura.

MATERIAIS E MÉTODOS. Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema nas revistas acadêmicas cientí-
ficas disponíveis on-line e impressas, reunindo e comparando os diferentes dados encontrados nas fontes de
consulta e listando os principais fatores e técnicas envolvendo sensores de pH baseados na técnica SPR, assim
como suas vantagens, desvantagens, materiais e desempenho.

SENSORES SPR PARA MEDIÇÃO DE PH COM O USO DE HIDROGEL. Os trabalhos sobre o uso da técnica SPR
em sensores de pH ainda são escassos, por isso, o interesse em novas soluções nesse campo. Dentre esses
trabalhos, pode ser citado um sensor que utiliza três camadas consecutivas de hidrogel inteligente de prata,
silício e sensível ao pH (SINGH;GUPTA, 2012). A alteração no pH de uma solução aquosa à volta da sonda sen-

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sora causa o aumento de volume/contração da camada, alterando, o índice de refração do hidrogel. De acordo
com o princípio do sensoriamento baseado em SPR, uma mudança no índice de refração do meio dielétrico,
em interface com a camada de metal, desloca o mínimo da curva SPR e, consequentemente, o comprimento
de onda de ressonância. Um deslocamento para valores de comprimentos de onda mais curtos dentro do
espectro de luz visível (blueshift) foi observado nas curvas SPR com o aumento do pH do fluido. Um aumento
no pH provoca o inchaço do hidrogel, o que diminui o índice de refração do hidrogel/camada sensora, uma
vez que o índice de refração da água é menor que o do hidrogel (GUPTA; KANT, 2018). Em outro trabalho, foi
proposto depositar camadas de prata, óxido de índio e estanho (ITO), alumínio e hidrogel em parte de uma
fibra óptica multimodo sem a casca (MISHRA; GUPTA, 2013). O núcleo da fibra, foi revestido com prata, óxido
de índio e estanho (ITO), alumínio e, em seguida, hidrogel sensível ao pH. No entanto, a resposta não foi linear,
limitando suas aplicações. A sensibilidade é baixa para a sonda com camadas de prata e hidrogel, enquanto
é comparada para as sondas com camadas de prata/ITO/hidrogel e prata/ITO/alumínio/hidrogel, esta última
tendo uma sensibilidade ligeiramente maior. Em trabalhos mais recentes, um sensor de pH em fibra óptica
utilizando SPR foi desenvolvido, utilizando uma estrutura de fibra multimodo em conjunto com uma monomodo
(ZHAO et al., 2018). As camadas de prata de poliacrilamida foram depositadas em uma porção do sensor para
realizar a detecção de pH. O sensor de pH mostrou um amplo intervalo de medição na faixa de 1 a 12 e uma
alta sensibilidade, assim como uma resposta rápida (YIN et al.,2018). Em outro trabalho, foi apresentado
um sensor utilizando polianilina como camada de sensoriamento trabalhando na faixa de pH de 3 a 11
(SEMWAL; GUPTA, 2018). Uma fibra óptica revestida de nanopartículas com base no princípio da Ressonância
de Plásmons de Superfície Localizada (Localized Surface Plasmon Resonance, LSPR) também foi proposta, utili-
zando nanopartículas de prata e um diodo emissor de luz azul (SAIKIA et al.,2009).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Este trabalho buscou por alternativas e soluções para uma abordagem mais prática
e econômica para o sensoriamento remoto de pH. Embora grandes progressos tenham sido feitos, algumas di-
ficuldades precisam ser resolvidas para algumas aplicações práticas no sensor de pH, usando o princípio SPR
em fibras ópticas. O primeiro é o alcance de detecção, que geralmente é estreito. Os sensores de pH de fibra
óptica relatados geralmente podem medir valores de pH entre 2 e 12, devido a limitações nas propriedades de
estabilidade dos filmes sensores. Em segundo lugar, a monotonicidade e linearidade da resposta, assim como
a estabilidade a longo prazo, também precisam ser melhoradas (GUPTA; KANT, 2018).É essencial melhorar a
estabilidade da película sensora. Além disso, a otimização das técnicas de revestimento da superfície ou mi-
cro/nanofabricação é fundamental. A busca por materiais novos, mais baratos e de simples fabricação, como
quitosana e gelatina, na questão do hidrogel, são opções pouco abordadas (MIR et al., 2019). Diferentes
materiais na construção do próprio sensor também devem ser investigados, assim como diferentes configura-
ções para a estrutura sensora que, na maior parte dos casos, está localizada na porção central da fibra, muitas
vezes, trazendo a necessidade de imergir a fibra em uma célula defluxo.

PALAVRAS-CHAVE: Ressonância de Plásmons de Superfície. Hidrogel. Sensores. pH. Fibra Óptica.


3º SIMPIF

AGRADECIMENTOS: Os Autores agradecem a CAPES, ao CNPQ e ao Instituto Federal da Paraíba pelo apoio
financeiro.

Referências
ALAM, A. U. et al. Polymers and organic materials-based ph sensors for healthcare applications.
Progress in Materials Science, v. 96, p. 174 – 216, 2018. ISSN 0079-6425.

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GUPTA, B. D.; KANT, R. Recent advances in surface plasmon resonance based fiber optic chemical and bio-
sensors utilizing bulk and nanostructures. Optics and Laser Technology, v. 101, p. 144 – 161, 2018. ISSN
0030-3992.
GUPTA, B. D.; SRIVASTAVA, S. K.; VERMA, R. Fiber Optic Sensors Based on Plasmonics.
WORLD SCIENTIFIC, 2015.
MELO, A. A. de et al. Theoretical analysis of sensitivity enhancement by graphene usage in optical fiber surface
plasmon resonance sensors. IEEE Transactions on Instrumentation and Measurement, PP, p. 1554–1560,
May 2019.
MIR, M. et al. Aqua-gel ph sensor: intelligent engineering and evaluation of ph sensor based on multi-factorial
testing regimes. Sensor Review, v. 39, n. 2, p. 178–189, 2019.
MISHRA, S. K.; GUPTA, B. D. Surface plasmon resonance based fiber optic ph sensor utilizing ag/ito/al/hydro-
gel layers. Analyst, The Royal Society of Chemistry, v. 138, p.2640–2646,2013.
SEMWAL, V.; GUPTA, B. D. SPR based fiber optic ph sensor using polyaniline as a sensing layer. In: Frontiers in
Optics / Laser Science. Optical Society of America, 2018.p.JW4A.102.
SINGH, S.; GUPTA, B. D. Fabrication and characterization of a highly sensitive sur-face plasmon resonance ba-
sed fiber optic ph sensor utilizing high index layer and smart hydrogel. Sensors and Actuators B: Chemical,
v. 173, p. 268 – 273, 2012.ISSN0925-4005.
TAVAKOLI, J.; TANG, Y. Hydrogel based sensors for biomedical applications: An updated review. Polymers, v.
9, n. 8, 2017. ISSN 2073-4360.
ZHAO, Y. et al. Smart hydrogel-based optical fiber spr sensor for ph measurements. Sensors and Actuators B:
Chemical, v. 261, p. 226 – 232, 2018. ISSN 0925-4005.

3º SIMPIF

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Raphaell Maciel de Sousa


Sistema de controle de velocidade
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de um veículo autônomo em escala
Tecnologia da Paraíba utilizando o ROS
Gerberson Felix da Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. A tecnologia de carros autônomos é, de modo geral,
multidisciplinar, visto que envolve um conjunto extenso de áreas do
conhecimento, que compreende o hardware utilizado, o qual precisa
processar uma grande quantidade de dados em tempo real de forma
segura, com capacidade de redundância e consumo de energia re-
duzido, já com relação ao software, este precisa resolver diferentes
tipos de problemas, tais como, detecção de pedestres, sinais de trân-
sito, velocidade máxima permitida, detecção e desvio de obstáculos,
mapeamento, localização, entre diferentes possibilidades e situações
que podem ocorrer no mundo real. Além disso, existe a preocupação
com a integração social destas tecnologias (KHOOBAN; NIKNAM; SA-
DEGUI, 2016). A capacidade de veículos trafegarem com o mínimo de
interferência de um condutor pode reduzir acidentes causados por
erros humanos, porém, suprimir totalmente ou parcialmente a necessidade de um condutor humano não
é uma tarefa simples, exige a utilização de diversos algoritmos de inteligência computacional e hardwares
capazes de processar uma grande quantidade de dados em tempo real. Por essa razão, diferentes áreas do
conhecimento devem ser integradas, além do ponto de vista tecnológico, que diz respeito ao hardware e soft-
ware, existe também a preocupação com a interação humana, que está diretamente ligada à aceitação social
e confiabilidade (KOOPMAN; WAGNER, 2017). Ainda segundo Koopman e Wagner (2017), existe uma tendên-
cia de difusão da tecnologia de veículos autônomos em uma janela de tempo de cerca de 10 anos. Portanto,
este trabalho propõe a aplicação de técnicas de teoria de controle para regular a velocidade de um protótipo
de carro elétrico autônomo em escala piloto usando o Robot Operating System (ROS). Desta forma, realizar a
modelagem matemática do comportamento dinâmico de um veículo autônomo em escala piloto, em seguida
estimar os parâmetros do referido modelo e por fim, propor um sistema de controle em malha fechada para
manter a velocidade do carro autônomo nos valores de referência desejados utilizado o ROS, visto que este é
um framework de código aberto e bastante flexível para escrita de softwares para robôs, em que se tem um
conjunto de bibliotecas e ferramentas que visam simplificar e de certa forma facilitar a tarefa de criação de
robôs complexos e robustos, logo, é a escolha ideal para prototipagem (JOSEPH, 2018).

MATERIAIS E MÉTODOS. Inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica com relação aos modelos mate-
máticos propostos para carros autônomos e a partir deste modelo realizou-se uma pesquisa com relação aos
métodos de estimação de parâmetros que foram usados. Para tanto, foi utilizada a base de dados do IEEEx-
plorer. E com base nisto, foi proposto um modelo matemático que representa o comportamento dinâmico da
plataforma experimental utilizada neste trabalho. Em seguida, foram realizados ensaios experimentais para
obtenção/estimação dos parâmetros do modelo de controle proposto. E então, a partir das definições de
projeto realizadas anteriormente, foi proposto um sistema de controle em malha fechada para a regulagem da
velocidade do protótipo, no qual foram utilizados dois encoders incrementais para fazer a medição da veloci-
dade do protótipo estudado nesta proposta e através de um Arduino Due, os dados de velocidade do veículo

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foram disponibilizados via conexão serial por um publisher, isto quer dizer que as medições de velocidade rea-
lizadas ficam acessíveis a quaisquer subscribers conectados a ele, por meio do protocolo de comunicação do
ROS publisher/subscriber, um tipo de comunicação cliente/servidor. Logo, os sinais de velocidade publicados
são lidos por um subscriber na placa de desenvolvimento Jetson TX2 e utilizados para realimentar a malha de
controle de velocidade composta por reguladores proporcionais-integrativos-derivativos (PID). Assim, resul-
tados experimentais foram obtidos para prova de conceito a partir de ensaios com referências de velocidade
fixas, degraus de velocidade entre outros. Verificando seus tempos de acomodação, máximo sobressinal, entre
outros parâmetros de desempenho.

RESULTADOS. O objetivo deste trabalho foi projetar uma malha de controle capaz de regular a velocidade dos
motores de um protótipo de carro autônomo desenvolvido no IFPB Campus Cajazeiras. A estrutura proposta
consiste em uma malha de regulação que utiliza controladores PID para fornecer o duty cycle capaz de regular
o valor médio da tensão aplicada nos motores. Consequentemente, é possível se obter uma velocidade média
variável, a partir da referência de velocidade. Nesta direção, foram obtidos resultados experimentais para
validação da estrutura proposta que consistiram em referências constantes de velocidade, de modo que fosse
possível observar, de modo gráfico, a velocidade real se aproximando da referência com erro nulo em regime
permanente. Além disso, foram realizadas variações de tensão em degraus de referência, a fim de observar se
o controlador era capaz de regular a velocidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Muitas vezes, a robótica móvel é praticada no IFPB com o foco em competições
nas quais as equipes constroem protótipos capazes de resolverem determinados problemas. Porém, pensando
na robótica de um modo mais científico, o grupo de pesquisa em automação, controle e robótica (GPCAR) do
campus Cajazeiras tem desenvolvido protótipos que agregam conhecimento científico e são baseados nas
aplicações do estado da arte da robótica móvel. Assim sendo, este trabalho propôs a aplicação de técnicas de
controle clássicas para desenvolver uma malha de regulação de velocidade dos motores de corrente contínua
de um protótipo de carro autônomo desenvolvido na instituição. Nesta direção, a partir dos resultados expe-
rimentais, foi possível conseguir a referida regulagem em diversas condições, todo o sistema de visualização
gráfica das variáveis controladas também foi desenvolvido no escopo deste trabalho. Isto torna o protótipo
uma ferramenta didática que também pode ser utilizada para fins didáticos no ensino de controle clássico nos
cursos regulares de engenharia e de robótica móvel.

PALAVRAS-CHAVE: Controle de velocidade. ROS. Sistema de controle. Veículo autônomo.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao CNPq pelo apoio financeiro e ao IFPB – Campus Cajazeiras por
nos disponibilizar toda a estrutura necessária para realização da pesquisa.

Referências
JOSEPH, L. Robot Operating System for Absolute Beginners: Robotics Programming Made Easy. New York:
Apress, 2018. 282 p.
3º SIMPIF

KHOOBAN, M. H.; NIKNAM, T.; SHA-SADEGUI, M. Speed control of electrical vehicles: a time-varying propor-
tional–integral controller-based type-2 fuzzy logic. Measurement & Technology, IET Science, v. 10, n. 3, p.
185-192, 2016.
KOOPMAN, P.; WAGNER, M. Autonomous Vehicle Safety: An Interdisciplinary Challenge. Intelligent Transpor-
tation Systems Magazine, IEEE, v. 9, n. 1, p. 90-96, 2017.

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Thamyris da Silva Evangelista


Sistema de monitoramento de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
temperatura, umidade e luminosidade
Tecnologia da Paraíba - Campus Patos para uso em pequenas plantações no
Michelle Ferreira Leite sertão paraibano
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Patos

José Diego Ferreira da Silva INTRODUÇÃO. A cidade de Patos é um município brasileiro no esta-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
do da Paraíba, localizado na mesorregião do Sertão Paraibano. Dis-
Tecnologia da Paraíba - Campus Patos
tante 307 km de João Pessoa é a terceira cidade polo do estado da
Natanael Cruz de Souza Paraíba, considerando sua importância socioeconômica e a sua po-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Patos pulação, conforme estimativas do (IBGE, 2017). O clima de Patos é
semiárido quente e seco, com poucas chuvas. A temperatura média
compensada anual é de 27,6 ºC e o índice pluviométrico de 764 milí-
metros (mm), com chuvas concentradas entre janeiro e abril Patos se
encontra na 18ª colocação no ranking das 20 cidades mais quentes
do Brasil. A vegetação predominante na cidade é a Caatinga, bioma
ambiental, exclusivamente brasileiro, perfeitamente adaptado ao cli-
ma quente e seco, bastante sofrido pela degradação e intempéries
(LUCENA, 2015).

Com um clima seco e poucas chuvas, usar a tecnologia para que os agricultores possam implantar recursos
de forma mais eficiente e monitorar toda sua plantação torna-se essencial. O monitoramento das plantações,
que podem incluir diversos fatores como, temperatura, umidade relativa do ar, umidade do solo entre outros
é muito importante para que se possam tomar ações preventivas a fim de evitar perdas nas plantações, bem
como aumentar a qualidade do alimento. Muitas vezes, o agricultor não consegue monitorar alguns destes
fatores climáticos, para saber em que momento e em que quantidades utilizar agrotóxicos que combatam
algumas pragas e doenças, ou mesmo realizar as irrigações.

A constante evolução tecnológica possibilita o uso da eletrônica para melhorar as condições de trabalho, no
campo e em grandes industriais, a fim de evitar desperdício, prejuízos e aumentar a produtividade. Na área de
agricultura, a eletrônica pode ser usada para obter as informações necessárias que uma planta necessita para
crescer, como temperatura e umidade do ar, umidade da terra, luminosidade, entre outros. Esse controle é fei-
to utilizando os sensores. Com o uso da tecnologia é possível ter inúmeras vantagens, como o monitoramento
dos dados 24 horas por dia, maximização da produtividade e qualidade dos produtos.

Os sensores são muito utilizados nas indústrias e para várias funções como: verificar presença de objetos,
movimentos, capacidade de reservatórios, umidade, temperatura etc. Sensor é um termo empregado para
designar dispositivos sensíveis a alguma forma de energia ambiente, que pode ser luminosa, cinética, tér-
mica; relacionando informações sobre uma grandeza que precisa ser medida, como: temperatura, pressão,
velocidade, corrente, aceleração, posição etc. (THOMAZINI e ALBUQUERQUE, 2005). O Arduino é uma placa
de prototipagem eletrônica de software e hardware livres que oferece uma variedade de ferramentas, permi-
tindo que qualquer pessoa use a tecnologia. Iniciou-se como um projeto de pesquisa de Massimo Banzi, David
Cuartielles, Tom Igoe, Gianluca Martino e David Mellis no Interaction Design Institute de Ivrea, na Itália, em
2000. A primeira placa de Arduino foi introduzido em 2005 para ajudar os estudantes de design, os quais não
tinham experiência prévia em eletrônicos ou microcontroladores a criar protótipos de trabalho que conectam

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o mundo físico ao mundo digital. Desde então, tornou-se a ferramenta de prototipagem eletrônica mais popu-
lar (ARDUINO, 2019).

MATERIAIS E MÉTODOS. O objetivo do trabalho foi desenvolver um sistema de automação utilizando sensores
e Arduino, que facilite as tarefas nas pequenas plantações, como o controle de umidade, de temperatura e
de luminosidade e registre os dados coletados através dos sensores. A relevância deste projeto, além da sua
importância tecnológica e social está vinculada a aliar os conhecimentos adquiridos em sala de aula com
a prática, pois uma das grandes dificuldades na educação é fazer a ponte entre o conhecimento ensinado
em sala de aula com a prática, gerando, muitas vezes, a apatia do aluno com o assunto abordado. Os con-
ceitos que, se vistos somente textualmente, não são plenamente compreendidos pelos discentes, surgindo,
fatalmente, lacunas de conhecimento na formação educacional dos mesmos. Desse modo, a realização de
atividades experimentais, como as propostas nesse projeto é extremamente importante no processo de en-
sino-aprendizagem, contribuindo, significativamente, para o crescimento do ensino e, consequentemente, da
ciência (EVANGELISTA, et al., 2016)

Neste sentido, foi feito um estudo das bibliografias relativas ao projeto. Avaliou-se quais os melhores sensores
a serem utilizados para a obtenção dos dados de luminosidade, temperatura e umidade de solo com base no
custo, disponibilidade, simplicidade na utilização, facilidade na integração com o Arduino. Em seguida estu-
dou-se o modo de aquisição do sinal com o Arduino e os sensores. As simulações foram realizadas no site
Tinkercad, ferramenta online e gratuita de simulação de circuitos elétricos. Essas simulações foram realizadas
com base no custo, disponibilidade, simplicidade na utilização e facilidade na integração com o Arduino.

RESULTADOS. Inicialmente, foi feita a simulação usando o sensor de temperatura TMP36. Elaboramos um có-
digo capaz de realizar a leitura do sensor e exibir na porta serial do Arduino, fizemos o mesmo processo para
o sensor fotoresistor para luminosidade. Em seguida, criamos um outro código capaz de lê e transformar essa
linguagem para a forma de graus Celsius (temperatura) e porcentagem (luminosidade). Utilizamos um display
LCD de 16x2 capaz de apresentar esses dados recebidos para que o agricultor tenha a visualização em tempo
real do que está acontecendo com as plantações. Com esses dados coletados e convertidos também adicio-
namos portas que reagem a esses sensores. Por exemplo, quando o sensor de umidade (com módulo Lm393)
detectar um nível abaixo do estimado (necessário) ele irá ligar um relé no qual por sua vez ligará uma bomba
de água que irá regar a plantação. Também estamos trabalhando no o desenvolvimento de um aplicativo para
celular de modo que o agricultor consiga monitorar as plantações a distância.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Este trabalho apresentou um sistema de baixo custo para monitoramento de tem-
peratura, umidade e luminosidade para uso em pequenas plantações no sertão paraibano. Os resultados obti-
dos foram bastante satisfatórios. Pretende-se com a continuidade do projeto de pesquisa, efetuar a montagem
do circuito de monitoramento e realizar uma comparação entre resultados simulados e medidos. Esperamos
ainda implementar mais funções ao sistema tais como modos de cultivo para determinados tipos de plan-
tações como arroz, feijão entre outros, pois esses necessitam de um controle mais sensível para terem um
3º SIMPIF

melhor nível de qualidade.

PALAVRAS-CHAVE: Arduino. Automação na agricultura. Monitoramento.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba (IFPB) pelo suporte técnico e financeiro.

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Referências
ARDUINO. Introdução ao Arduino. arduino.cc, 2019. Disponível em: https://www.arduino.cc/en/Guide/Intro-
duction. Acesso em: setembro 2019.
EVANGELISTA, T. S., SOUZA, D. J. G., NUNES, J. S., COSTA, A. G., Protótipo de um dinamômetro usando Arduino
e material de sucata para aulas de laboratório de física como estudo de caso da ABP. XLIV Congresso Brasi-
leiro de Educação em Engenharia (COBENGE 2016), Natal (Brasil), 2016.
IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2017. Disponível em: https://cidades.ibge.
gov.br/brasil/pb/patos/panorama.
LUCENA, D. Patos de todos os tempos A Capital do Sertão da Paraíba. Patos: UNIÃO, 2015. 27-28 p.
THOMAZINI, D.; ALBUQUERQUE, P. U. B. Sensores Industriais - Fundamentos e Aplicações. [S.l.]. 2005.

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Luana Rodrigues Barros


Um estudo sobre deep learning para
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
análise de textura
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Gabriel Gutierrez Pereira Soares


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. Nos seres humanos, a visão desempenha inúmeros
Adriano Júnio de Souza Soares papéis, estando entre uma das mais importantes capacidades sen-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e soriais de percepção do ambiente. Por outro lado, há fatores naturais
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que limitam essa capacidade sensorial, como exaustão, e a impos-
Suzete Élida Nóbrega Correia sibilidade de analisar grande quantidade de dados. Desse ponto de
[email protected]
vista, a visão computacional obtém um grande destaque como um
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa campo interdisciplinar que lida com o modo como os computadores
são utilizados para aquisição, processamento e análise de imagens
e vídeos digitais. Do ponto de vista da engenharia, tal área procura
automatizar tarefas que o sistema visual humano pode fazer. Sob tais
circunstâncias, nas últimas décadas foi possível observar um cres-
cente interesse na extração de informações quantitativas de imagens
utilizando técnicas de visão computacional, com aplicações relevan-
tes principalmente em imagens médicas, imagens de satélites e classificação da morfologia de materiais. A
análise de textura desempenha um papel importante na caracterização estatística e matemática do aspecto
de uma superfície e é, portanto, utilizada na maioria dos estudos no qual se deseja identificar a composição
de uma região. Entretanto, como indicado por Andrearczyk (2017), os recursos clássicos de processamento
de dados não acompanham a variação dos impasses impostos pelas inúmeras aplicações, por serem proje-
tados especificamente para problemas individuais. Em outros termos, fazer a classificação de dados muito
complexos utilizando algoritmos clássicos de processamento de imagens torna-se uma atividade custosa,
exigindo um trabalho manual de implementar uma solução exclusiva para cada problema. O deep learning é
um subconjunto de um campo mais genérico da inteligência artificial conhecido como machine learning, que
se baseia na ideia de aprender com exemplos. Portanto, explorar o uso de métodos de deep learning adap-
tados para a análise de textura pode promover uma melhoria na acurácia das análises para classificação de
regiões de interesse. Este resumo apresenta como resultado o estudo dos conceitos relativos à aplicação de
deep learning na análise de textura, buscando identificar técnicas relevantes e ferramentas mais empregadas
na sua implementação.

MATERIAIS E MÉTODOS. A metodologia para a execução desta pesquisa consiste em algumas etapas bem
definidas. A primeira consistiu, principalmente, em uma consulta aprofundada da fundamentação teórica e do
estado da arte. Além disso, foi executada uma investigação com a finalidade de averiguar qual linguagem de
programação possui os melhores recursos para atender a demanda da pesquisa, que necessita de funcionali-
dades para tratamento de imagens e implementação de técnicas de classificação com deep learning.

RESULTADOS. A principal referência de trabalhos desenvolvidos no campo de pesquisa é de Andrearczyk


(2017), que descreve o uso de deep learning para análise de textura e textura dinâmica. A tese de Andrearczyk
(2017) explora o uso de Redes Neurais Convolucionais (RNCs) na análise de textura e textura dinâmica (TD),
substituindo filtros clássicos (implementados manualmente) por filtros profundos treináveis. Uma introdução

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à aprendizagem profunda é fornecida na tese, bem como uma revisão completa dos métodos de análise de
textura e TD. Embora as RNCs apresentem características interessantes para a análise de texturas, como uma
densa extração de respostas de filtro treinadas de ponta a ponta, as camadas mais profundas usadas nas
regras de decisão geralmente aprendem a detectar formas grandes e layout de imagem em vez de padrões de
textura locais.

Acerca de deep learning, constatou-se que é um subconjunto de métodos dentro das ferramentas disponí-
veis de machine learning, as quais são dedicadas ao estudo e desenvolvimento de algoritmos que possuem
a capacidade de aprender. As técnicas de machine learning, por sua vez, alavancam principalmente o campo
das Redes Neurais Artificiais (RNAs), que são uma classe de algoritmos ligeiramente inspiradas no cérebro
humano. A principal característica que diferencia o deep learning de outras técnicas concerne à abstração da
extração de características, dispensando a utilização de técnicas de pré-processamento dos dados. Tal etapa
se faz necessária quando empregada para os casos anteriormente mencionados, como em RNAs dos tipos
perceptron ou perceptron multilayer.

Foi averiguada a linguagem de programação que mais se enquadra para a utilização e implementação de
algoritmos de machine learning. Observou-se que Python apresenta a maior quantidade de ferramentas para
este propósito, sendo esta linguagem estabelecida como uma das mais populares para machine learning. Ape-
sar da performance de linguagens interpretadas serem inferiores quando comparadas àquelas de mais baixo
nível, bibliotecas de extensão disponíveis para Python tais como a NumPy e SciPy possuem suas camadas
inferiores implementadas em linguagens de nível mais baixo, tais como Fortran e C, utilizadas na execução de
operações rápidas e vetoriais entre matrizes multidimensionais (RASCHKA; MIRJALILI, 2017).

Uma ferramenta que pode ser destacada para o desenvolvimento de algoritmos de machine learning é o Ten-
sorFlow. Este framework consiste em uma plataforma de código aberto para aprendizado de máquina. Ele pos-
sui um ecossistema abrangente e flexível de ferramentas, bibliotecas e recursos da comunidade que permite
que os pesquisadores promovam o estado da arte em machine learning. O TensorFlow oferece vários níveis de
abstração, que podem ser escolhidos de acordo com a necessidade da pesquisa. É possível construir e treinar
modelos usando a API Keras de alto nível, o que facilita a compreensão durante a utilização. Para grandes
tarefas de treinamento também é possível utilizar a API de Estratégia de Distribuição, que permite o treina-
mento distribuído em diferentes configurações de hardware sem alterar a definição do modelo. Para melhorar
o desempenho do treinamento de modelos de machine learning, o framework TensorFlow também oferece
suporte à CUDA, uma biblioteca desenvolvida pela Nvidia que permite que funções primitivas de aprendizagem
de máquina façam uso das capacidades de processamento de placas de vídeo (RASCHKA; MIRJALILI, 2017).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. As pesquisas executadas neste estudo mostraram que Python é a linguagem de
programação que mais se enquadra para a utilização e implementação de algoritmos de machine learning,
mais especificamente de deep learning. Sendo assim, esta linguagem pode ser utilizada na construção de
modelos para a análise de texturas. Para auxiliar no desenvolvimento dos modelos, pode-se empregar a Ten-
3º SIMPIF

sorFlow, que disponibiliza inúmeras bibliotecas e recursos.

PALAVRAS-CHAVE: Textura. Deep learning. Processamento de imagens. Inteligência artificial. Classificação.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
ENGENHARIA ELÉTRICA | AUTOMAÇÃO
ROBÓTICA | BIOTECNOLOGIA

Referências
ANDREARCZYK, Vincent. Deep Learning for Texture and Dynamic Texture Analysis. 2017. 164 f. Tese (Douto-
rado em Engenharia Eletrônica) – Dublin City College, Dublin.
RASCHKA, Sebastian. MIRJALILI, Vahid. Python Machine Learning. 2. ed. Birmingham: Pack Publishing, 2017.

3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 261


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
MECÂNICA | MATERIAIS

Danielly Vieira De Lucena


Análise do desempenho reológico de
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba- Campus
fluidos poliméricos com controladores
Campina Grande de expansão
Clarice Oliveira da Rocha
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba- Campus
Campina Grande
INTRODUÇÃO. Os fluidos de perfuração são, de uma maneira geral,
Kamila de Paula Aires Queiroz complexas misturas de sólidos, líquidos e, por vezes, gases que po-
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba- Campus dem assumir aspecto de suspensão coloidal ou emulsão, do ponto de
Campina Grande
vista químico (TERAMOTO, 2014). Também conhecido como lama de
Maria Heloise Ferreira Ramos perfuração, é o único componente que permanece em contato com
[email protected]
o reservatório durante toda a operação de estruturação do poço e
Instituto Federal da Paraíba- Campus
Campina Grande pode ser definido como sendo composição frequentemente líquida
designada a auxiliar o processo de perfuração de poços de petróleo
Islane Porto Severo
[email protected] e depende das exigências particulares de cada perfuração (AMORIM,
Instituto Federal da Paraíba- Campus
2006; MELO, 2013).
Campina Grande

Os fluidos de perfuração demostram diversas propriedades físico-quí-


micas que devem ser levadas em consideração durante sua aplicação.
Como alternativa para driblar desafios estabelecidos durante a exploração de petróleo – mais notadamente
nas etapas de perfuração, colocam-se as soluções poliméricas. Com a finalidade de se reduzir a filtração, flo-
culação de sólidos perfurados, aumentar a viscosidade, utiliza-se os polímeros. Geralmente, uma combinação
de polímeros é adicionada ao fluido para suprir os requisitos mencionados, mesmo quando um único polímero
satisfaça, simultaneamente, várias funções (LUCENA, 2014).

Deste modo, o presente trabalho se dedica a estudar as propriedades reológicas de fluidos de perfuração
poliméricos, usados nas atividades de perfuração de poços com altas temperaturas e pressões, a fim de iden-
tificar qual a melhor formulação para compor este tipo de fluido, usando os aditivos viscosificante, espumante,
redutor de filtrado lubrificante.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para a preparação dos fluidos de perfuração poliméricos, foram utilizados os se-
guintes aditivos: antiespumante (líquido à base de silicone), viscosificante (goma xantana), redutor de filtrado
(carboximetilcelulose de baixa viscosidade) e lubrificante (óleo vegetal de alta lubricidade tratado quimica-
mente com ácidos e neutralizantes alcalinos).

Foram preparadas sete amostras de fluidos de perfuração à base de água, compostos pelos aditivos: espu-
mante, viscosificante, redutor de filtrado e lubrificante em agitador mecânico Hamilton Beach, modelo 936.

Os fluidos de perfuração foram preparados de acordo com a prática de campo, que consiste em adicionar
os aditivos, um a um, sob agitação a uma velocidade constante de 13.000rpm em agitador Hamilton Beach,
modelo 936, obedecendo a ordem descrita acima permanecendo 5 minutos sob agitação a cada acréscimo
de aditivo, com exceção do viscosificante, do redutor de filtrado e do selante, que permanecerão 10 minutos
sob agitação.

Para determinação das propriedades reológicas os fluidos desenvolvidos foram agitados durante 5 minutos
em agitador mecânico Hamilton Beach, modelo 936, na velocidade de 17.000rpm. Após a agitação, o fluido foi

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
MECÂNICA | MATERIAIS

transferido para o recipiente do viscosímetro Fann modelo 35A. O viscosímetro foi acionado na velocidade de
600rpm durante 2 minutos e efetuada a leitura. Logo após, a velocidade foi mudada para 300rpm, efetuando
a leitura após 15 segundos. Novamente, foi mudada a velocidade para 200 rpm. Após a estabilização do siste-
ma, realizou-se a leitura. O mesmo procedimento foi utilizado para as velocidades de 100, 6 e 3 rpm, a partir
desde dados será traçada a curva de fluxo dos fluidos desenvolvidos.

A viscosidade aparente (VA) é dada pelo valor obtido na leitura a 600rpm dividido por 2, dada em cP, e a vis-
cosidade plástica (VP) é a diferença das leituras obtidas a 600 rpm e a 300rpm, dada também em cP. O limite
de escoamento (LE) é a diferença entre a leitura obtida a 300 rpm e a viscosidade plástica (VP) de acordo com
a norma 13 B-1 da API (2003).

RESULTADOS. As curvas de fluxo dos fluidos preparados indicam que os mesmos apresentam comportamento
pseudoplástico. Vários fatores podem causar esse tipo de comportamento, tais como as características físi-
cas das partículas – área superficial, formato e dimensão, tipo de interação entre as partículas (repulsão ou
atração), a concentração, peso molecular e a conformação de moléculas de dispersante no meio líquido. O
fenômeno de pseudoplasticidade pode ter como principal causador a presença de aglomerados relativamente
fracos na suspensão, originados pela atuação de forças de interação atrativas entre partículas (SILVA, 2008).

A variação das concentrações estudadas dos aditivos, bem como a variação do tipo de inibidor de argilas
expansivas nas formulações dos fluidos de perfuração não apresentaram influências no seu comportamento
reológico, como dito anteriormente, os fluidos têm comportamento pseudoplástico.

De acordo com estudos desenvolvidos por Leal (2012) obtemos uma faixa de valores para as propriedades
reológicas dos fluidos de perfuração aquosos poliméricos que garantam um bom desempenho dos mesmos
durante a atividade de perfuração e assim, lista-se abaixo as faixas de tais valores para as viscosidades (apa-
rente e plástica), limite de escoamento e força gel:

• Viscosidade Aparente (VA): 44,5 – 60,0 cP;

• Viscosidade Plástica (VP): 20,0 – 35,0 cP;

• Limite de Escoamento (LE): 29,0 – 48,0 cP;

• Força Gel (FG): 0,5 – 2,5 cP.

As viscosidades aparentes dos fluidos preparados mostram que o fator decisivo para determinar o valor desta
propriedade é a quantidade de viscosificante e lubrificante, e que quanto maior for a concentração dos mes-
mos, maior será o valor de VA. De acordo com os valores estabelecidos pelos estudos de Leal (2012), podemos
verificar que todos os fluidos produzidos possuem viscosidade aparente (VA) dentro do padrão estabelecido,
tendo F1 o menor valor de VA (48,5 cP) e F4 o maior (54,0 cP). Provavelmente, o valor de VA para o fluido F4
foi o preponderante devido ao maior uso de lubrificante e viscosificante. Similar ocorreu com o fluido 1, que
3º SIMPIF

possui os menores valores dos mesmos aditivos já mencionados.

Dos fluidos com as maiores concentrações de lubrificante, o que contém a menor quantidade de viscosificante
é o que tem o maior valor de VP; de modo análogo ocorre com os fluidos com menores concentrações de lubri-
ficante, em que possuídos da menor quantidade de viscosificante é o que tem o maior valor de VP. Percebe-se,
portanto, a influência do aditivo viscosificante na propriedade reológica do fluido.

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MECÂNICA | MATERIAIS

A viscosidade plástica (VP) dos fluidos F2, F5, F6 e F7 são as menores, correspondendo a um valor de 21 cP.
A formulação de F2 é de 2g de viscosificante, 0,5% de lubrificante, 1 gota de antiespumante e 2 gramas de
redutor de filtrado, enquanto os fluidos de F5 a F7 têm formulações iguais, com 1,5g de viscosificante, 0,75%
de lubrificante, 1 gota de antiespumante e 2 gramas de redutor de filtrado. Todos os fluidos preparados pos-
suem valores de VP dentro do padrão estudado por Leal (2012). Esse fato pode ser atribuído à concentração
de viscosificante

Os fluidos F3 e F4 possuem em sua composição a mesma quantidade de lubrificante (1%), porém, a quantida-
de de viscosificante é diferente, sendo a do fluido F3 menor que a de F4 e seus valores são, respectivamente,
1g e 2g. Ambos, os fluidos, nesta ordem, apresentaram menor e maior valores para LE. Deste modo, torna-se
notável a influência que o viscosificante exerce sobre a propriedade reológica do fluido e que, na medida em
que se aumenta a quantidade de viscosificante, a propriedade limite de escoamento também aumenta. Porém,
conforme o arquétipo desenvolvido por Leal (2012), que estabelece para LE valores entre 29 cP e 48 cP, ape-
nas o fluido F3 se encontra dentro do padrão.

Todas as amostras de fluidos desenvolvidas possuem valores de força gel (FG) dentro do padrão mencionado
anteriormente. Os maiores e menores valores de FG são 1 cP e 0,5 cP, pertencentes aos fluidos F1, F5, F6, F7
e F2, F3, F4, nesta ordem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com o objetivo de estudar as propriedades reológicas de fluidos poliméricos inibi-
dos e a partir dos resultados obtidos, podemos concluir que:

• todos os fluidos desenvolvidos contêm valores de viscosidade plástica dentro do que é estabelecido pelos
fluidos desenvolvidos por Leal (2012);

• os fluidos desenvolvidos possuem valores de viscosidade plástica dentro do padrão;

• apenas o fluido F3 atende às especificações descritas por Leal (2012) para fluidos poliméricos, quanto
ao limite de escoamento; e

• todas as amostras demostraram valores de força gel dentro do estabelecido pela norma e, apenas o fluido
F3 contém todas as propriedades analisadas dentro da norma padrão para fluidos poliméricos, com 1
gota de antiespumante, 2 gramas de redutor de filtrado, 1 grama de viscosificante e 1% de lubrificante.

PALAVRAS-CHAVE: fluidos poliméricos; reologia, inibidor de expansão.

AGRADECIMENTOS: Ao Programa de Apoio Institucional à Pesquisa –Chamada Interconecta 2019 do IFPB


pelo suporte financeiro.

Referências
AMORIM, L.V., CAMPOS, L. F. A., FERREIRA, H. C. Utilização do planejamento experimental no estudo do
efeito da composição de misturas de bentonitas na reologia de fluidos de perfuração. Parte I: composições
3º SIMPIF

binárias. Cerâmica (São Paulo. Impresso), São Paulo, v. 52, n.321, p. 69-75, 2006.
LEAL, C. A. Avaliação das propriedades de fluidos de perfuração aquosos sob condições térmicas variáveis.
Monografia (graduação em Engenharia de Materiais) – Universidade Federal de Campina Grande/PB, 2012
LUCENA, D. V. Fluidos inibidores para perfurações de folhelos. Tese (Doutorado em Ciência e Engenharia de
Materiais) – Universidade Federal de Campina Grande/ PB, 2014.
MELO, K. C., DANTAS, T. N. C., NETTO BARROS, E. L. Influência da temperatura na reologia de fluidos prepa-
rados com carboximetilcelulose, goma xantana e bentonita. Holos, Vol. 5, 2013.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
MECÂNICA | MATERIAIS

SILVA, A. R. V., FARIAS, K. V., AMORIM, L. V., PEREIRA, E. Fluidos aquosos ambientalmente corretos para per-
furação de poços artesianos e de petróleo. XV Congresso brasileiro de águas subterrâneas, 2008.
TERAMOTO, E. H, OLIVEIRA, E., KIANG, C.H., WALDMANN, A. T. A., VAQUEIRO, R.L.C., SANTOS, H. Simulação
numérica multifásica de fluidos de perfuração e de transporte benzeno em poço de petróleo na Bahia, Bra-
sil. Congresso brasileiro de Águas Subterrâneas, p. 47-61, 2014.

3º SIMPIF

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MECÂNICA | MATERIAIS

Islane Porto Severo


Avaliação reológica de argilas
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba- Campus
organofilicas para uso em fluidos de
Campina Grande perfuração de base orgânica
SyaneMarcelle Mendes Miranda
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba- Campus
Campina Grande
INTRODUÇÃO. Nas operações de perfuração de poços de petróleo a
Danielly Vieira de Lucena harmonia entre o fluido de perfuração escolhido e a formação a ser
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba- Campus perfurada é um fator primordial para garantir eficiência na atividade
Campina Grande
petrolífera (Caennet al., 2016). Assim para evitar possíveis proble-
Clarice Oliveira da Rocha mas no que tange a expansão da formação em perfurações sensíveis
[email protected]
ao contato com água (folhelhos) e águas ultra profundas como no
Instituto Federal da Paraíba- Campus
Campina Grande Pré-Sal,os fluidos aquosos não apresentam desempenho satisfatório
o que torna necessária à utilização de fluidos de perfuração base óleo
(Mahto&Sharma, 2004).

Para desenvolver os fluidos de perfuração vários aditivos são empre-


gados dentre eles estão às argilas que conferem ao fluido viscosidade
e tixotropia. As argilas mais utilizadas são as bentoníticasdevido às
suas excelentes propriedades reológicas, mas em meio orgânico ela perde sua propriedade tixotrópica não po-
dendo ser utilizada no fluido base óleo sem um prévio tratamento de organofilização (Silva & Ferreira, 2008).

Assim, a proposta desse trabalho se justifica por estudar a modificação superficial de diferentes tipos de
argilas bentoníticas possibilitando uma amplificação da aplicação de diferentes tipos de argilas como com-
ponentes do fluido de perfuração de base não aquosa. Ademais, a pesquisa teve como base para seu estudo
matérias primas oriundas do mercado brasileiro evitando assim a importação dessas argilas e garantindo um
custo mais acessível para o desenvolvimento de pesquisas nessa área.

MATERIAIS. Amostras de argilas bentoníticassódicas utilizadas comercialmente (S, DS, F e PA) provenientes
de jazidas da região de Boa Vista-PB. Tensoativos: sal quaternário de amônio, conhecido comercialmente
como Cetremide e Hexa T, fornecido pela empresa AnImdexlimitedCompany, e ainda óleo diesel, querosene e
etanol;

MÉTODOS.

-Inchamento de Foster: O procedimento consiste em: adicionar 90mL de água a uma proveta de capacidade
100mL, adicionando 1g de folhelho seco e deixadas em repouso por 10 minutos. Em seguida, foi adicionada
0,1g de massa de folhelho na solução a cada 10 minutos até ter uma massa total de 2g. Depois as laterais da
proveta foram lavadas, até atingir-se 100mL de volume da proveta. As soluções foram deixadas em repouso
durante 16h.

- Preparação dos fluidos argilosos:Os fluidos foram preparados segundo a norma N-2605 (Petrobras,1998a),
que consiste em adicionar 24,3 g de argila, em 500 mL de água deionizada e agitar durante 20 min a uma
velocidade entre 16.000 rpm e 19.000 rpm, em agitador mecânico da marca Hamilton Beach, modelo 936. Em
seguida, o fluido permanece em repouso durante 24 h.

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MECÂNICA | MATERIAIS

- Estudo reológico: Os fluidos desenvolvidos serão agitados durante 5 minutos em agitador mecânico Hamilton
Beach, modelo 936, na velocidade de 17.000rpm. Após a agitação, o fluido será transferido para o viscosíme-
tro Fann modelo 35A. O viscosímetro vai ser acionado na velocidade de 600rpm e após 2 minutos se efetua
a leitura. Logo após, a velocidade será mudada para 300rpm, e após 15 segundos efetua-se a leitura. Nova-
mente, mudaremos a velocidade para 200 rpm quando se tem a estabilização do sistema, realiza-se a leitura.
O mesmo procedimento é utilizado para as velocidades de 100, 6 e 3rpm.

-Organofilização: Com sal quaternário de amônio: Em 768 mL de água destilada é adicionada aos poucos 32
g com agitação mecânica concomitante e após isso a agitação será mantida por 20 minutos. Em seguida, é
adicionada uma solução com 20mL de água destilada e 20,4 g do sal. A agitação é mantida durante 20 minu-
tos e em seguida o sistema fica em repouso por 24 h. A lavagem das partículas é feita com 2.000 mL de água
destilada, sendo depois secas em estufa à temperatura de 60 °C +/- 5 °C , em um período de 48 h.

Com tensoativo: Em 3,615L de água destilada é adicionada 150g da argila, em seguida a dispersão será agita-
da por 20min e então adicionado o tensoativo não iônico o qual será ajustado o pH até 7.0, com uma solução
de HCl a 2N. A agitação será mantida por mais 20min e depois será levada a estufa a 60°C, onde permanecerá
entre 24h á 96h, por fim, a argila organofilizada será beneficiada em o moinho de bolas e em peneira ABNT
nº200 (0,074mm).

RESULTADOS. Os resultados óbitos para o teste de inchamento indicaram que todas as amostras apresentam
grau de inchamento alto, isso tendo como base a classificação de Foster (1953), tal resultado é típico ao
apresentado por argilas bentoníticas usuais, já que as mesmas apresentam grande sensibilidade à hidratação.
Como comprovação temos o grau de inchamento da Brasgel PA que foi de 17mL.

De acordo com as normas da Petrobras (2011), os fluidos hidroargilosos devem apresentar viscosidade apa-
rente (VA) igual ou superior a 15 cP, viscosidade plástica (VP) maior ou igual a 4,0 cP e o limite de escoamento
(LE) igual ou menor a 1,5 x VP.

S-> VA: 17,50 VP: 4,0 LE: 16,5 Ph: 9,5 DS-> VA: 18,50 VP: 5,0 LE: 13,5 Ph: 9,5

F-> VA: 9,00 VP: 2,0 LE: 7,00 Ph: 8,5 PA-> VA: 9,50 VP: 4,5 LE: 5,0 Ph: 1,5

Em relação à propriedade de VA observa-se que apenas os fluidos S e DS apresentaram valores compatíveis com
o estabelecido pela norma e o intervalo obtido para esta propriedade de 9,0 cP (F) a 18,5 cP (DS), apresenta
respectivamente o menor e maior valor de inchamento o que pode levar a uma futura correlação entre sensibi-
lidade à hidratação e comportamento reológico. Já em relação à VP, pode-se apontar que os fluidos desenvol-
vidos S, DS e PA apresentaram-se dentro do padrão estabelecido pela norma. Por fim em relação ao LE, obser-
vou-se que apenas o PA apresentou valores fora da conformidade de acordo com o estabelecido por norma.

Com isso, podemos observar que apenas os fluidos desenvolvidos com as argilas S e DS estão dentro dos
3º SIMPIF

parâmetros de acordo com o normatizado pela Petrobras, deste modo, apenas duas amostras de argilas fo-
ram selecionadas para realização da organofilização com o tensoativo hexa t e o sal quaternário de amônio. A
organofilização através do uso de tensoativos visa adsorvê-lo na superfície da argila para então modificar sua
superfície, como por exemplo, os cátions orgânicos do sal quaternário de amônio substituíram os cátions que
são facilmente trocáveis da argila bentonítica [1,5] constituindo assim o objetivo principal do trabalho tornar
as superfície da argila hidrofóbica para posterior inserção em fluidos de perfuração de base orgânica.

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MECÂNICA | MATERIAIS

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os fluidos de perfuração preparados com a argila S e DS apresentaram melhores


comportamentos reológicos satisfazendo as especificações da Norma 13 B-1 da API (2003) quando compara-
dos com os fluidos preparados com as argilas F e PA. Ademais, foi possível obter argilas organofílicas a partir
dessas amostras tendo sua aplicação futura em fluidos de perfuração de base orgânica e apresentando um
potencial de inovação para o mercado petrolífero por essas argilas da região de Boa Vista-PB ainda não terem
sido aplicadas para este fim.

PALAVRAS-CHAVE: Argila bentonítica. Organofilização. Fluido de perfuração de base orgânica.

AGRADECIMENTOS: Ao Instituto Federal da Paraíba por oferecer toda estrutura essencial para a realização da
pesquisa e as empresas AMC- AnImdexlimitedCompany e Bentonit União por fornecerem os materiais para a
realização da metodologia do trabalho.

Referências

AMORIM, E. Adsorção de tensoativos em resina trocadora de cátions. Tese apresentada ao programa de pós-
-graduação do Instituto de Química, fev 1995.

CAENN, R; DARLEY, H; GRAY, G. Fluidos de Perfuração e Completação. 6.Ed. – Rio de Janeiro: Elseiver, 2016.

FOSTER, M. D. Geochemical Studies of Clay Minerals. (Ii) Relation Between Ionic Substitution and Swelling
in Montomorillonite, American Mineralogy 38, 1953, p. 994.

MAHTO, V; SHARMA, V.P. Rheological study of a water based oil well drilling fluid, Journal ofPetroleum Scien-
ce and Enginnering, 45 123 – 128, 2004.

MINATTI, E. Um novo modelo para interação entre polímeros neutros hidrossolúveis e surfactantes. Tese
apresentada ao programa de pós-graduação em química da Universidade Federal de Santa Catarina, 2005.

SILVA, A.R.V; FERREIRA, H.C. Argilas bentoníticas: conceitos, estruturas, propriedades, síntese, usos
industriais e produtos/fornecedores nacionais e internacionais. Revista Eletrônica deMateriais e Processos
(REMAP), 26-35, v.3, n.2, 2008.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
MEIO AMBIENTE | DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

Antonio Aldo Júnior Oliveira


A prospecção do ineditismo em projetos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciências e
sustentáveis e agroecológicos para
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí inovação
Maria Nazaré Dantas Sousa
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciências e
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí
INTRODUÇÃO. A demanda sobre assuntos e projetos sustentáveis
José Aliff Rozeno Silva vem sendo representado por um crescimento exponencial devido a
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciências e necessidade e o cuidado com o meio ambiente, as abordagens re-
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí
ferentes a estratégias, produção mais limpa, controle da poluição,
Frederico Campos Pereira ecoeficiência, gestão ambiental, responsabilidade social, ecologia
[email protected]
industrial, investimentos éticos, economia verde, ecodesign, reuso,
Instituto Federal de Educação, Ciências e
Tecnologia da Paraíba - Campus Pedras de consumo sustentável, resíduos zero (GLAVI; LUKMAN, 2007).
Fogo
As diferenciações dos trabalhos com caráter sustentáveis se dá a
partir das considerações e métodos prospectivos, onde as bases de
estudos são voltadas a pesquisa de estratégias para inovação, Porter
(1992) afirma que a elaboração de estudos prospectivos pode facili-
tar o desenvolvimento do pensamento estratégico e a definição das
estratégias , por sua vez proporciona melhor compreensão do ambiente de pesquisa e a integração entre
diversas áreas.

O método da busca de anterioridade serve para avaliar o estado da técnica, ou seja, buscar e analisar as deter-
minadas inovações de técnicas aplicadas em trabalhos já existentes, dessa forma, tornando a pesquisa mais
simplificada, visando o beneficiamento da inovação aplicada, com tudo, as análises de busca e a utilização dos
buscadores são responsabilidade do pesquisador ( QUINTELLA; TORRES, 2011).

A importância do ato de prospectar os trabalhos surge com a disponibilidade e a crescente produção dos pro-
jetos sustentáveis produzidos pelo Núcleo de Estudos em Agroecologia (NEA) do Instituto Federal de Educa-
ção, Ciências e Tecnologia Campus Picuí, onde se produz trabalhos remanejando entre as áreas da Agroecolo-
gia e Sustentável, produtos derivados do bioma caatinga, por sua vez faz necessário a proteção dos materiais
e métodos utilizados por esses projetos.

MATERIAIS E MÉTODOS. Seguindo as diretrizes empregadas na busca de anterioridade e voltadas a pesquisa


e desenvolvimento das análises dos projetos prospectados, se fez necessário analisar e contabilizar os re-
sultados apresentados nas buscas, por sua vez sofrendo influencia, pois, os resultados foram contabilizados
propondo uma análise formal com seleção básica dos resultados, onde, foram contabilizados, os trabalhos
relacionados com os projetos foram analisados e fixados em tabelas e gráficos para melhor compreensão e
valorização das buscas.

Uma vez prospectados os resultados foram divididos de acordo com a plataformas utilizadas na busca, a
divisão dos resultados foram empregadas para cada plataforma utilizada, as buscas foram concentradas nos
buscadores, Google Acadêmico, Periódico Capes e SciELO, com a eficiência de se obter resultados precisos de
trabalhos relacionados com os projetos e que influencie de forma concreta os métodos utilizados para cada
projeto do núcleo, logo, sendo utilizado como forma de melhoramento ou linha de inovação.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
MEIO AMBIENTE | DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

Os projetos foram listados como: Fábrica de Solos, Sabores da Caatinga, Cactáceas Ornamentais, Recupera-
ção de Área Degradada (RAD).

Foram utilizados como material de busca em meio as plataformas de prospecção, sendo os resultados conta-
bilizados e diferenciados com o uso estratégicos dos booleanos, para enfoque das buscas e fácil compreensão.

RESULTADOS. Os resultados foram contabilizados, proporcionando uma fácil compreensão, estabelecendo um


conceito de pesquisa elaborada e dividida de acordo com parâmetros de busca de anterioridade.

Deve-se enfatizar que, a busca é concentrada em trabalhos já existentes cujo mantém relação com os projetos,
logo, a influência desses trabalhos sejam aplicadas para melhoramento dos projetos e ações que visem inovar
no meio da sustentabilidade, de modo que, a representação do projeto “Fabrica de Solos” em meio as produ-
ções acadêmicas foi maior, em torno das buscas realizadas, isso indica a produção de trabalhos acadêmicos
em diferentes aspectos, enfatizando a hipótese que é necessário o melhoramento do projeto com a linha de
inovação e tecnologia na produção e aplicação desse projeto.

A minoria dos resultados contabilizados entre os outros projetos, como foi apresentado no gráfico, tem por
sua vez a característica inovadora representado pela baixa produção de trabalhos acadêmicos ou realização e
pouca divulgação do projeto, levando em consideração a temática sustentável e agroecológica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Conclui-se que, os aspectos empregados em meio aos projetos tem sua influência
positiva devido baixos resultados disponibilizados pela busca de anterioridade, por sua vez o Fabrica de Solos
apresentou uma gama considerável de trabalhos acadêmicos produzidos, logo, precisa de reformulação em
questão de produção e desenvolvimento do projeto, desse modo, a representação das buscas foi significativa
ao ponto de influenciar o andamento do projeto e abrir a hipótese para o desenvolvimento de uma linha de
inovação, com os princípios sustentáveis e agroecológicos, valorizando os preceitos do que já vem sendo fo-
mentado em todos os projetos.

Em continuidade, os outros projetos são de certa forma inovadores e por isso mantém sua base tecnológica
com a aplicação das atividades e valorização dos métodos científicos atribuídos a cada um deles, acompa-
nhando os parâmetros de busca de anterioridade para segurança do projeto e visibilidade em torno das ques-
tões sustentáveis e agroecológicas.

Dessa forma acarreta a valorização dos projetos que, por sua vez, apresentaram pouca representação nas
buscas nos casos de “Sabores da Caatinga” e “Cactáceas Ornamentais”, logo, é apresentado como uma inova-
ção sem sofrer influência das buscas para melhoramento e induzindo a sua produção como método inovador.

Com tudo é possível a aplicação de uma linha de inovação para melhoramento dos projetos em questão, viabi-
lizando a tecnologia como foco principal e desenvolvimento dos métodos já utilizados e empregados em cada
projeto por seus idealizadores.
3º SIMPIF

PALAVRAS-CHAVE: Inovação; Agroecologia; Tecnologia; Desenvolvimento

Referências
GLAVIC, P.; LUKMAN, R. Review of sustainability terms and their definitions. Journal of Cleaner Production,
v.15, p.1875-1885, 2007.
Google Acadêmico <https://scholar.google.com.br/schhp?hl=pt-BR&lr=lang_pt&as_sdt=1,5> Buscar goo-
gle, acadêmico Acesso em: 05 maio 2019.

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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

Periódico Capes <http://www.periodicos.capes.gov.br/> Buscar, Periódico Capes, Acesso em: 05 maio 2019.
PORTER, M. Vantagem Competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. 7. ed. Rio de Janeiro:
Campus, 1992. Disponível em: <file:///C:/Users/Antonio%20Aldo/Downloads/MATERIAL%20PROSPECÇÃO/
Livros%20PROFNIT/PROFNIT-Serie-Prospeccao-Tecnologica-Volume-1-1.pdf>
QUINTELLA, C. M.; TORRES, E. A. Gestão e Comercialização de Tecnologia. Capacitação de Inovação Tec-
nológica para Empresários. 1. ed. Aracaju, SE: Editora da UFS, 2011. v. 1, p. 225-242. Disponível em: <fi-
le:///C:/Users/Antonio%20Aldo/Downloads/MATERIAL%20PROSPECÇÃO/Livros%20PROFNIT/PROFNIT-
-Serie-Prospeccao-Tecnologica-Volume-1-1.pdf> Acesso em: 01 maio 2019.
REINIGER, Lia Rejane Silveira Princípios de agroecologia [recurso eletrônico] / Lia Rejane Silveira Reiniger,
José Geraldo Wizniewsky, Marielen Priscila Kaufmann. – 1. ed. – Santa Maria, RS: UFSM, NTE, UAB, 2017. 1
e-book Disponível em: <https://nte.ufsm.br/images/identidade_visual/PrincipiosAgroecologia.pdf> Acesso
em: 01 maio 2019.
SciELO <https://www.scielo.org/> Buscar scielo, Acesso em: 05 maio 2019.
Sustentabilidade e desenvolvimento sustentável uma taxonomia no campo da literatura Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/asoc/v17n1/v17n1a02.pdf> Acesso em: 04 maio de 2019.

3º SIMPIF

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Luanna Evelin Correia Nascimento


Análise dos impactos decorrentes da
Iglésias
[email protected]
implantação do Campus do IFPB nos
Instituto Federal de Educação, Ciências e usos do solo urbano no município de
Tecnologia da Paraíba - Campus Itabaiana
Itabaiana – PB
Ana Maria Silva Silveira
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciências e
Tecnologia da Paraíba - Campus Itabaiana INTRODUÇÃO. A implantação de Campi do Instituto Federal de Edu-
cação, Ciência e Tecnologia (IF doravante) em cidades pequenas
Paulo Tavares Muniz Filho
[email protected] normalmente é sucedida por mudanças nas dinâmicas intra e inte-
Instituto Federal de Educação, Ciências e
rurbanas das mesmas, posto que há a alteração e/ou surgimento de
Tecnologia da Paraíba - Campus Itabaiana
novos fluxos e impactos sócio espaciais e econômicos, com reflexos
na valorização diferenciada do solo urbano e atração de novos inves-
timentos. Mudanças estão ocorrendo no entorno do núcleo urbano de
Itabaiana com a expansão de loteamentos nessa área, substituindo o
uso agrícola dado as terras por usos urbanos vinculados à moradia.

A análise das implicações espaciais, culturais, econômicas e políti-


cas promovidas pela expansão da rede do IFPB foi a motivação para
elaboração e condução do presente estudo, com o intuito de com-
preender o impacto da construção de um Campus na dinâmica intraurbana de Itabaiana. O desenvolvimento
da pesquisa na fase de implantação – fase na qual os eventos ainda estão em processo de materialização
(SANTOS: 2002) e as mudanças nas dinâmicas pouco aparentes – é de suma relevância para que no futuro
tenha-se dados que evidenciem as transformações sócio espaciais e econômicas decorrentes da implantação
e da consolidação do IF ao contexto local.

Assim, ao retratar os usos do solo urbano na área central de Itabaiana, este estudo compõe-se num impor-
tante registro que servirá de base para comparações quando a consolidação das atividades do IF que podem
promover transformações nas formas espaciais, valorização do solo e alteração dos usos.

MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa fundamentou-se no levantamento primário de dados através de obser-


vações feitas durante trabalhos de campo sobre as formas espaciais e o uso das mesmas (SANTOS: 2002) e
dos processos sócio espaciais (CORRÊA: 1995) presentes nas avenidas principais do município (divididas em
três trechos para facilitar o levantamento dos dados e a comparação dos resultados); partindo-se do pres-
suposto que as atividades econômicas e os usos desse recorte sejam representativos do comportamento do
todo municipal.

O trabalho de campo foi antecedido por uma revisão bibliográfica especifica e concisa para que as partici-
pantes da pesquisa pudessem introjetar os conceitos e noções necessárias à pesquisa e compreendessem o
objeto estudado.

Foram realizadas também entrevista junto a empresários do setor imobiliário visando compreender a dinâmica
imobiliário de Itabaiana nos últimos 20 anos.

RESULTADOS. A partir dos levantamentos de campo foi traçado um perfil dos usos espaciais presentes no
Município de Itabaiana, obtendo-se com isso um quadro representativo das principais atividades econômicas

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presentes no mesmo. Este perfil ajuda na compreensão das bases sobre as quais está estruturada a atual
configuração espacial e em que contexto socioeconômico o IF está inserido.

Nos trechos selecionados para a pesquisa – localizados nas avenidas Prefeito Antônio Batista Santiago e Pre-
sidente João Pessoa – identificou-se a existência de 219 imóveis, sendo predominante o uso residencial, com
maior incidência no trecho 1 e 2. No trecho 3 está o centro comercial de Itabaiana, este fato fica evidente pela
concentração de imóveis comerciais e de serviços; é neste trecho que se localiza a feira nos dias de terça-feira.
O trecho 3 é o CBD (Central Business District) do município.

Através dos dados levantados identificou-se 18 usos distribuídos nas seguintes categorias: Residencial, Vare-
jo, Moda, Misto, Alimentício, Serviços Públicos, Indeterminado, Financeiro, Serviços, Ótica, Drogaria, Materiais
de Construção, Saúde, Veículos, Educacional, Religioso, Lazer e Cultura, Galeria

A distribuição espacial dos usos está de acordo, no que tange as funções, com os modelos clássicos dos
processos de centralização (CORRÊA: 1995), contudo, no que tange as características espaciais das formas,
expostas por Roberto Lobato Corrêa, em O Espaço Urbano, possui algumas discrepâncias por possui uma di-
nâmica econômica diferente das grandes cidades industriais que serviram de modelo para o desenvolvimento
da teoria de CBD.

Evidencia-se pelos dados levantados e pelas observações feitas que a área central de Itabaiana concentra o
fluxo de pessoas, mercadorias, capitais e serviços e em seu entorno, para dar suporte as demais atividades,
situam-se os bancos e demais prestadores de serviços financeiros. A localização de atividades complemen-
tares ou mesmo de natureza distinta na área central e no seu entono é assegurada pelo processo de coesão
espacial (CORRÊA: 1995).

O eixo central de penetração e circulação (fluxos de pessoas, mercadorias e capitais intra e interurbanos),
composto pelas avenidas objeto desta pesquisa, possui a paisagem composta por formas que remetem às dis-
tintas estruturas sociais das quais emergiram. A diversidade de tempos presentes na configuração territorial
(SANTOS: 2002) remete a uma economia mais dinâmica no passado.

Embora haja a predominância do uso residencial frente aos demais, quando se soma as variadas manifesta-
ções da atividade comercial em nossa área de estudo, há uma equivalência entre os usos (42% residencial e
40% comercial). Tal equivalência apenas denota a relevância que o comércio possui para a economia local e
como fator de atração de outsiders para o município que polariza a microrregião de Itabaiana.

Acreditamos, com bases em observações preliminares, que esteja ocorrendo uma mudança na dinâmica so-
cioeconômica do município. Identificamos a expansão da mancha urbana para novas áreas do município,
como as do entorno do campus do IF, com implantação de loteamentos e abertura de novos empreendimentos
comerciais. Contudo, não se encontrou dados disponíveis para poder estabelecer relação deste fenômeno
recente com o IF.
3º SIMPIF

A mancha urbana tradicional do município de Itabaiana encontrava-se limitada ao distrito de Campo Grande,
a oeste, e as margens do rio Paraíba e da PB-066. Nas duas últimas décadas, houve um processo de expansão
das áreas urbanizadas do município através da implantação de loteamentos em áreas do entorno do núcleo
urbano tradicional. No entanto, este processo de expansão urbana não se refletiu no crescimento populacio-
nal. Segundo dados retirados dos Censos de 2000 e 2010, a população era de 25.207 caiu para 24.481, ou
seja, apresentou no intervalo de dez anos um decréscimo de 2,88%.

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Como a prefeitura municipal e a Caixa Econômica Federal não responderam aos ofícios que solicitavam infor-
mações específicas acerca da movimentação econômica no setor imobiliário, recorreu-se ao empresariado
local, ligado a este setor, envolvido na venda, promoção e intermediação de financiamentos junto a bancos.
Estes empresários disseram que nos últimos oito anos a média de comercialização de imóveis gira em torno
de 500 unidades ano, sendo os compradores em sua maioria moradores de Itabaiana.

A ausência de dados precisos prejudica a real análise da dinâmica imobiliária dentro do município e a identi-
ficação de tendências de crescimento, estabilidade ou decadência, assim como inviabiliza a compreensão do
impacto desse setor na economia local.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O comércio é a principal atividade econômica do município de Itabaiana e principal


elemento de coesão espacial. Como cerne da economia local atrai fluxos e deflagra processos que variam
de intensidade e extensão ao longo do tempo e ao sabor das mudanças na conjuntura econômica e social.
Itabaiana, contudo, pode passar por algumas transformações com a materialização de novos eventos viabi-
lizados por e a partir da implantação do Campus do IF. Acreditamos, a exemplo de outras cidades pequenas
onde foram implantados Campi, que haja mudanças perceptíveis no valor do solo urbano e na qualidade dos
serviços, bem como a expansão de setores como o imobiliário.

PALAVRAS-CHAVE: Uso e ocupação do solo. Dinâmica intraurbana. IFPB. Itabaiana.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos à Instituição IFPB pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa através
do III - Programa Institucional de Iniciação Científica e Tecnológica – PIBICT.

Referências
CORRÊA, R. L. O Espaço Urbano. São Paulo: Editora Ática, 1995.
SANTOS, MIlton. A Natureza do Espaço. São Paulo: Edusp, 2002.

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Wilton Nicolas de Lima Lopes


Aprimoramento do aplicativo Android
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciências e
para fiscalização ambiental das aves
Tecnologia da Paraíba - Campus Itabaiana silvestres da Caatinga
Juliana Jordane dos Santos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciências e
Tecnologia da Paraíba - Campus Itabaiana
INTRODUÇÃO. O Brasil possui uma das mais diversificadas avifau-
Felipe Targino do Nascimento nas do mundo, com 1.919 espécies conhecidas (PIACENTINI et al.,
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciências e 2015), mas possui também o maior número de espécies de aves
Tecnologia da Paraíba - Campus Itabaiana
ameaçadas da região neotropical (COLLAR et al., 1997), com 164 es-
Dandara Monalisa Mariz Bezerra pécies listadas como ameaçadas em nível mundial (IUCN 2015) e 234
[email protected]
em nível nacional (MMA 2014). Marini e Garcia (2005) apontam que
Instituto Federal de Educação, Ciências e
Tecnologia da Paraíba - Campus Itabaiana as principais ameaças para as aves brasileiras consistem na perda e
degradação de habitats, bem como a captura excessiva. A Caatinga
é um dos domínios mais ameaçados e alterados pela ação antrópica,
principalmente pelo desmatamento com uso de queimadas, ativida-
de comumente relacionada à pecuária e às práticas agrícolas (CAS-
TELLETTI et al., 2003). A caça de animais é, sem dúvida, a segunda
grande ameaça que aflige diretamente a biodiversidade da Caatinga,
especialmente as aves (LEAL et al., 2005; MARINI; GARCIA, 2005; OLMOS et al., 2005), as quais são caçadas
ou capturadas vivas, seja por questões culturais ou econômicas (FERNANDES-FERREIRA et al., 2012; ALVES et
al., 2013; BEZERRA et al., 2013). Diante dessa realidade, é clara a necessidade de traçar novas estratégias de
conservação para a avifauna da Caatinga, considerando o elemento humano e os impactos decorrentes do uso
dos recursos naturais na região (ALVES, et al., 2009). Além da educação ambiental, torna-se cada vez mais
necessárias estratégias de fiscalização ambiental que utilizem recursos tecnológicos para facilitar as ações
de proteção e conservação da fauna, com destaque para as espécies ameaçadas de extinção. Um recurso
tecnológico acessível pode ser o uso de aplicativos para tonar as atividades de fiscalização ambiental mais
eficientes e os fiscalizadores mais capacitados para agir e coibir atividades ilegais, como a caça e comércio
ilegal de aves silvestres. De acordo com Vieira (2015), há inúmeras aplicações Android destinadas ao tema
ambiental, desde a reciclagem até informações sobre a biodiversidade e gestão ambiental, evidenciando que
a proliferação das tecnologias como meio de difusão da mensagem ambiental está cada vez mais inserida no
cotidiano de todos. Neste contexto, o presente projeto de pesquisa teve como objetivo principal aprimorar re-
quisitos e funcionalidades do aplicativo elaborado durante o projeto de pesquisa intitulado “Desenvolvimento
de um aplicativo Android para auxiliar na fiscalização ambiental de aves silvestres da Caatinga” e aprovado
pelo Edital 22/2017 do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio – PIBI-
CEM/CNPq. O aprimoramento deste aplicativo torna-se importante para potencializar funcionalidades e ca-
racterísticas que poderão fomentar ações de fiscalização e gestão ambiental em relação às espécies de aves
silvestres capturadas e comercializadas ilegalmente.

MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi desenvolvida seguindo etapas, nas quais foram elencados os conheci-
mentos necessários para o aprimoramento do aplicativo para fiscalização ambiental de aves silvestres da Caa-
tinga, dentre outras características relevantes para sua estruturação, conforme descrito a seguir: Etapa 1 -
Pesquisa: análise e leitura de referências bibliográficas sobre o tema da pesquisa. Nesta etapa, foi pesquisado
e definidos os requisitos e funcionalidades para aperfeiçoar o aplicativo. (exemplo: adição de novas espécies

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de aves no banco de dados do aplicativo, estruturação do banco de imagens, etc). Etapa 2 - Arquitetura: os
requisitos e funcionalidades foram utilizados no aperfeiçoamento da estruturação do aplicativo com o auxílio
da plataforma on-line App Inventor. Etapa 3 - Revisão: nesta etapa consistiu na revisão para verificar possíveis
falhas no aplicativo, apontando onde e como o aplicativo pode ser corrigido ou adaptado. Nesta etapa, tam-
bém foram realizados testes no aplicativo aprimorado junto a especialista e outros usuários.

RESULTADOS. No mês de outubro de 2018, foi realizada uma reunião com os profissionais do Centro Nacional
de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE), com a finalidade de obter sugestões importantes
para o aprimoramento do aplicativo em desenvolvimento sobre as aves da Caatinga. Assim, nesta reunião foi
sugerido que fossem acrescentadas outras características das aves, além das cores utilizadas no protótipo
anterior. Foram sugeridos o acréscimo do tamanho da ave, tamanho do bico e também o tipo de silhueta da
ave como características a serem adicionadas nesta versão aprimorada do aplicativo. Baseando-se no artigo
intitulado “Espécies de Aves Traficadas no Brasil: Uma Meta-Análise com Ênfase nas Espécies Ameaçadas”
(COSTA, et al. 2018) foram escolhidas 80 espécies de aves silvestres traficadas em áreas de Caatinga, per-
tencentes a 22 famílias. Foram compilados em uma tabela no excel os dados sobre o tamanho da ave (cm),
suas cores, sua família, tipo de silhueta e seu grau de ameaça referente às 80 espécies de aves. Também foi
organizado um banco de dados que apresenta no mínimo três fotos de cada espécie em ângulos diferentes
visando maiores possibilidades de identificação correta da espécie desejada. Todos os dados sobre as espé-
cies de aves foram obtidos no site Wiki Aves e em outras bibliografias especializadas (GRANTSAU, 2010; SICK,
2001, entre outros), após finalizarmos essa etapa demos início à construção do banco de dados do aplicativo,
possuindo sistemas de pesquisas através de cores das aves, tamanho, tipo de silhueta, além da busca por
nome científicos e populares, incluindo uma variedade de 80 espécies de aves da Caatinga disponíveis para
o usuário.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Ao final deste projeto conseguimos reunir as ideias principais para o aprimoramen-
to do aplicativo, pois o mesmo está com uma boa estrutura e funcionalidade, possuindo sistemas de pesquisas
através de cores das aves, tamanho, tipo de silhueta, além da busca por nome científicos e populares, incluin-
do uma variedade de 80 espécies da caatinga disponíveis para o usuário

Pretendemos continuar o desenvolvimento deste aplicativo a partir projeto pesquisa aprovado no edital 16/2019
PIBIC/CNPq que visará a atualização deste aplicativo. Visto que almejamos acrescentar outras funcionalida-
des e requisitos neste aplicativo, os quais não foram possíveis adicionar durante a presente pesquisa, com o
objetivo de torná-lo uma importante ferramenta a ser utilizada para fomentar ações de fiscalização e gestão
ambiental em relação às espécies de aves silvestres da Caatinga capturadas e comercializadas ilegalmente.

PALAVRAS-CHAVE: App Inventor; Biodiversidade; Conservação das Aves.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos o apoio financeiro das duas bolsas de iniciação científica financiado pelo
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
3º SIMPIF

Referências
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ethnobiology and ethnomedicine, v. 5, n. 1, p. 12, 2009.
ALVES, Rômulo Romeu Nóbrega et al. Ethno-ornithology and conservation of wild birds in the semi-arid Caa-
tinga of northeastern Brazil. Journal of ethnobiology and ethnomedicine, v. 9, n. 1, p. 14, 2013a.
BEZERRA, Dandara Monalisa Mariz et al. Birds and people in semiarid northeastern Brazil: symbolic and medi-
cinal relationships. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, v. 9, n. 1, p. 3, 2013.

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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

CASTELLETTI, C. H. M. et al. Quanto ainda resta da Caatinga? Uma estimativa preliminar. Ecologia e conserva-
ção da caatinga, p. 777-796, 2003.
COLLAR, Nigel J.; WEGE, David C.; LONG, Adrian J. Patterns and causes of endangerment in the New World
avifauna. Ornithological monographs, p. 237-260, 1997.
COSTA, Fábio José Viana; RIBEIRO, Renata Esteves; SOUZA, Carla Albuquerque; NAVARRO, Rodrigo, Diana. Es-
pécies de aves traficadas no Brasil: Uma meta-análise com ênfase nas espécies ameaçadas. Journal of Social,
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FERNANDES-FERREIRA, Hugo et al. Hunting, use and conservation of birds in Northeast Brazil. Biodiversity
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GAMA, Taciana P.; SASSI, Roberto. Aspectos do comércio ilegal de pássaros silvestres na cidade de João Pes-
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GRANTSAU, Rolf Karl Heinz. Guia completo para identificação das aves do Brasil. p. 656. São Carlos: Vento
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International Union for Conservation of Nature (IUCN). Threatened species in each country (totals by taxo-
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Summary_Stats_Page_Documents/2015_2_RL_Stats_Table_5.pdf>. Acesso em 30 de julho. 2015.
LEAL, Inara R. et al. Changing the course of biodiversity conservation in the Caatinga of northeastern Brazil.
Conservation Biology, v. 19, n. 3, p. 701-706, 2005.
MARINI, Miguel Angelo; GARCIA, Frederico Innecco. Bird conservation in Brazil. Conservation Biology, v. 19,
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Ministério do Meio Ambiente (MMA) Portaria do Ministério do Meio Ambiente nº 444, de 17 de dezembro de
2014. Reconhece as espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção aquelas constantes da “Lista Nacio-
nal Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção”. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil],
Brasília, DF, n. 245, 18 dez. 2014.Seção I: 121-126. 2014.
OLMOS, Fábio; SILVA, Weber Andrade de Girão; ALBANO, Ciro Ginez. Aves em oito áreas de Caatinga no sul
do Ceará e oeste de Pernambuco, Nordeste do Brasil: composição, riqueza e similaridade. Papéis Avulsos de
Zoologia (São Paulo), v. 45, n. 14, p. 179-199, 2005.
PIACENTINI, Vítor de Q. et al. Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records
Committee/Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Revista
Brasileira de Ornitologia-Brazilian Journal of Ornithology, v. 23, n. 2, p. 90-298, 2015.
ROCHA, Michele Silva Pimentel.et al. Aspectos da comercialização ilegal de aves nas feiras livres de Campina
Grande, Paraíba, Brasil. Revista de Biologia e Ciências da Terra, v. 6, n. 2, 2006.
SICK, Helmut. Ornitologia Brasileira. p. 912. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
VIEIRA, Luís Carlos do Calvário Estevens et al. Guia móvel de biodiversidade para trilhos pedestres. 2015.
Dissertação de Mestrado.

Wiki Aves. Disponível em: https://www.wikiaves.com.br/. Acesso em: 25 de fevereiro de 2018.


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Marcos Felicio Vieira


Avaliação da aplicabilidade das
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Instituto Federal de Educação, Ciências e
sementes de Moringa oleífera (Lam.)
Tecnologia da Paraíba – Campus Santa Rita como alternativa para remoção da
Maria Luiza Freire de Oliveira turbidez da água
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciências e
Tecnologia da Paraíba – Campus Santa Rita
INTRODUÇÃO. Um dos importantes aspectos do saneamento básico é
Luzidelson Baracho Ribeiro a potabilização da água de abastecimento público, com vistas a uma
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciências e sadia qualidade de vida e bem estar humano. Nos grandes centros
Tecnologia da Paraíba – Campus Santa Rita urbanos, especialmente no Nordeste do Brasil, este serviço ainda é
realizado de forma precária e, muitas vezes, intuitiva. A situação é
Gustavo Correia de Moura
[email protected] ainda pior nas comunidades difusas, as quais não contam com siste-
Universidade Estadual da Paraíba
mas públicos de abastecimento de água. Nessas localidades, muitas
vezes, o abastecimento só é realizado graças aos carros-pipa e, na
falta destes, lança-se mão de águas provenientes de barreiros, cacim-
bas, poços e pequenos açudes.

As águas provenientes desses tipos de mananciais representam gran-


de risco à população por elas abastecida, pois, muitas vezes, apre-
sentam elevada turbidez e cor aparente, especialmente em períodos chuvosos, devido à grande quantidade
de partículas em suspensão e coloidais e matéria orgânica dissolvida (ARANTES et al., 2012). Muitas vezes,
esse recurso não se apresenta em conformidade com o padrão de potabilidade estabelecido pela Portaria
2.914/2011 do Ministério da Saúde, o que representa uma ameaça à saúde dos moradores que fazem uso
dessas águas.

Em condições ambientais favoráveis pode ocorrer a proliferação exorbitante de microrganismos conhecidos


como cianobactérias, evento conhecido como floração e que fez com que elas se destacassem no cenário de
saúde pública mundial. As florescências cianobacterianas resultam da versatilidade metabólica e fisiológica
das cianobactérias (FONSECA, 2014). Uma das grandes preocupações, no que concerne à estas bactérias,
está na capacidade destes microrganismos em biossintetizar e liberar alguns metabólitos secundários conhe-
cidos como cianotoxinas (RESENDE, 2011). Muitas vezes, a liberação das toxinas ocorre durante a lise celular,
assim, as toxinas podem permanecerem na água e representar um risco para a biota e o homem.

Normalmente, o tratamento é obtido pela adição de coagulantes químicos, dentro de uma sequência de tra-
tamento controlado em Estações de Tratamento de Água (ETAs). Nessas estações são utilizados coagulantes
químicos, tais como o sulfato de alumínio, que muitas vezes não estão disponíveis a um preço razoável e já
foram indicadas como causadoras de problemas de saúde (CRAPPER et al., 1973). Assim, uma alternativa
para estas comunidades é fazer uso de coagulantes naturais, em geral de origem vegetal, para promover a
coagulação de tais partículas.

O coagulante à base de sementes de moringa, por ser de origem natural, possui significativa vantagem, quan-
do comparado ao coagulante químico, sulfato de alumínio, principalmente para pequenas comunidades uma
vez que pode ser preparado no próprio local de uso. Além de melhorar os parâmetros químicos para o consu-
mo de água, extratos da M. oleífera também são eficientes na eliminação de contaminantes microbiológicos.

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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

Diante do exposto o presente estudo teve como objetivo avaliar a aplicabilidade da semente da M. oleífera
como alternativa de baixo custo na diminuição da turbidez orgânica da água composta de cianobactérias para
uso das comunidades sem acesso a água potável.

MATERIAIS E MÉTODOS. A linhagem produtora de microcistinas Microcystis aeruginosa foi obtida do Labo-
ratório de Ecologia Aquática da Universidade Estadual da Paraíba e cultivada em meio líquido ASM-1 pH 7.4
(GORHAM et al. 1964) sob condições ambientais controladas de temperatura (22 ± 1ºC), fotoperíodo (12:12h;
claro, escuro) e intensidade luminosa (30 ± 1,0 μmol m-2 s-1).

As sementes previamente descascadas foram colocadas em estufa em temperatura de 45°C por aproximada-
mente 12 horas, para reduzir a umidade, facilitando assim sua trituração; em seguida foram pesados 5g da
semente para posterior trituração, a qual foi realizada com auxílio de um gral com pistilo. Foram adicionadas
poucas quantidades de água destilada no triturado com a finalidade de preparar uma pasta; esta foi homoge-
neizada e, posteriormente, vertida para um Erlenmeyer de 1000 mL, no qual foram adicionados um volume de
aproximadamente 500 mL da solução de NaCl 1M, a suspensão foi homogeneizada com vistas à liberação do
princípio ativo contido nas sementes de M. oleífera em uma mesa agitadora à 200 rpm durante 15 min. Após
a mistura, alíquotas foram transferidas para Erlenmyers de 1000 mL preenchidos com 800 mL de água Mili-Q
de modo a obter concentrações finais do coagulante de 50, 100, 150 e 200mg/L e em seguida foi realizada a
homogeneização com cepas de M. aeruginosa (~1x106 cel/mL) para preparo de soluções com concentrações
maiores do que o permitido pela Portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde. O experimento foi conduzido
com etapas prévias de coagulação/floculação/sedimentação (C/F/S) onde todos os frascos passaram por um
gradiente rápido de mistura (200rpm) em mesa agitadora por 2 min, um gradiente lento de mistura (20rpm)
por 15 min e subsequente sedimentação. Cada tratamento foi realizado em triplicatas. As análises para ve-
rificar o potencial de remoção da turbidez (NTU) e pH foram realizadas com auxílio do Turbidímetro Q279P e
Phmetro Q400hm.

Os resultados dos parâmetros analisados foram submetidos a uma análise descritiva básica (média e desvio
padrão) para observar o efeito das sementes em função das concentrações e tempos de coagulação. Todas
as análises serão realizadas com auxílio do pacote “vegan” (OKSANEM et al., 2015) do software R Core Team
(2015).

RESULTADOS. De acordo com os resultados obtidos não foi possível observar grandes variações no pH (7.36
± 0.86) da água durante os experimentos nas diferentes concentrações e tempos de coagulação.

Em geral é possível observar que as melhoras taxas de remoção da turbidez são encontradas com quatro e
cinco horas de experimento. Além disso, a maior concentração (200mg/L) de extrato de M. oleífera testado foi
a que apresentou melhor resultado na remoção da turbidez.

A remoção de cianobactérias por coagulação/floculação é direcionada pelos mesmos princípios aplicados na


3º SIMPIF

remoção de coloides em partículas suspensas. As cianobactérias com estruturas essencialmente esféricas e


superfícies lisas podem ser desestabilizadas pelo mecanismo de neutralização de cargas e agregadas pelo
princípio da coagulação. Em nosso estudo a turbidez foi elevada pela utilização de cepas de M. aeruginosa e
a extração das proteínas foi feita a partir de solução salina. De acordo com Camacho et al. (2017), em baixas
turbidez a remoção da clorofila-a e turbidez necessita da extração do composto coagulante ativo enquanto
que a utilização apenas com água não é suficiente. Assim, a remoção da turbidez observada no nosso estudo
indica uma potencial remoção destas cianobactérias.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 279


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CONSIDERAÇÕES FINAIS. As seguintes conclusões puderam ser obtidas com o presente estudo: O composto
ativo extraído pode ser aplicado de forma eficiente em técnicas de coagulação e floculação da água. A extra-
ção utilizando NaCl (1M) mostrou eficiência na remoção da turbidez da água. O uso de extratos das sementes
de M. oleífera não altera o pH da água. O uso de M. oleífera pode ser considerado vantajoso e um passo pro-
missor para avanços no processo de coagulação e floculação. Estudos futuros são necessários para aprimorar
o potencial de redução dos extratos de moringa em águas com baixa turbidez. Além disso, avaliar o potencial
de redução de cianotoxinas também se faz necessário.

PALAVRAS-CHAVE: Cianobactérias. Coagulação. Tratamento de água. Tecnologia verde.

AGRADECIMENTOS: Instituto federal e também ao Laboratório de Ecologia Aquática por fornecer as cepas de
M. aeruginosa e os recursos físicos para execução dos experimentos.

Referências
ARANTES, C. C.; RIBEIRO, T. A.; PATERNIANI, J. E. S. Processamento de sementes de Moringa oleífera utili-
zando-se diferentes equipamentos para obtenção de solução coagulante. Revista Brasileira de Engenharia
Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 16, n. 6, p. 661–666, 2012. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-
43662012000600011.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria 2.914. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância
da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Brasília, DF: Ministério da Saúde,
[2011]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html.
Acesso em: 17 mar. 2019.
CAMACHO, F. P., SOUSA, V. S., BERGAMASCO, R., TEIXEIRA, M. R. The use of Moringa oleifera as a natural
coagulant in surface water treatment. Chemical Engineering Journal, v. 313, p. 226-237, 2017. https://doi.
org/10.1016/j.cej.2016.12.031.
CRAPPER, D. R.; KRISHNAN, S. S.; DALTON, A. J. Brain aluminum distribution in Alzheimer’s disease and expe-
rimental neurofibrillary degeneration. Science, v. 180, n. 4085, p. 511–513, 1973. https://doi.org/10.1126/
science.180.4085.511.
FONSECA, A. M. Cianobactérias e cianotoxinas em Áreas Recreacionais do Reservatório de Salto Grande, Ame-
ricana – SP. 2014. 113f. Dissertação de Mestrado - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, America-
na, 2014. https://doi.org/10.11606/D.11.2014.tde-12082014-083903.
RESENDE, R. M. S. Produção e caracterização de carvão ativado obtido a partir da borracha de pneu e avalia-
ção da eficiência de remoção de saxitoxinas. 2011. 91f. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Gradua-
ção em Engenharia Ambiental. Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2011. http://www.repositorio.
ufop.br/handle/123456789/2307.
3º SIMPIF

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Priscila Farias de Oliveira


Avaliação da Aromaticidade dos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Produtos da Fotólise Direta do
Tecnologia da Paraíba Diclofenaco de Potássio, em Solução
Anderson Savio de Medeiros Simões Aquosa, na presença de Íons
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e Inorgânicos
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. O uso inadequado e sua contaminação, por fontes
Diego Gomes de Sousa naturais ou antropogênicas, dos recursos hídricos tem afetado  di-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e retamente a qualidade de vida da população. Durante décadas, as
Tecnologia da Paraíba
pesquisas focaram a presença e a remoção dos contaminantes con-
Andrea Lucena de Lira vencionais dos corpos hídricos. Nos últimos anos, a preocupação da
[email protected]
contaminação ambiental por desreguladores endócrinos, vem sendo
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba amplamente discutida por pesquisadores, devido ao crescimento do
consumo destes produtos por parte da população (OLIVEIRA et al,
2019).  Segundo Bila e Dezotti (2007, p.652), 

As substâncias denominadas desreguladores endócrinos são


uma categoria recente de poluentes ambientais que interfe-
rem nas funções do sistema endócrino. Essas substâncias são
encontradas no meio ambiente em concentrações da ordem
de µg L-1 e ng L-1 e são suspeitas de causarem efeitos adversos
à saúde humana e animal.

Estudos sobre estes contaminantes tem dado atenção especial aos fármacos, os quais são permanentemente
liberados para o meio ambiente, tendo sido desenvolvidos vários estudos do seu impacto ambiental em nível
mundial (GAFFNEY et al, 2014). Podem atingir os corpos hídricos na forma não metabolizada, onde processos
de hidrólise e de fotólise promovem alterações na estrutura da molécula no ambiente aquático (ANDREOZZI;
RAFFAELE; NICKLAS, 2003). 

Desta forma, discutir e investigar a problemática ambiental e, mais concretamente, os recursos hídricos, con-
tinua a ser um tema bastante explorado em diversos países (GAFFNEY et al, 2014). Dentre estes contaminan-
tes, os anti-inflamatórios não-esteroidais, classe de medicamentos que são mais comercializados em todo o
mundo e dos quais faz parte o Diclofenaco de Potássio, tem têm sido amplamente encontrados nas matrizes
aquáticas (KRAMER et al, 2015).

A radiação UV vem sendo usada com sucesso no tratamento da água em processos de desinfecção e para de-
gradar contaminantes orgânicos por fotólise direta (DANTAS, 2010). Entretanto, existem poucos estudos que
retratam a contribuição da Fotólise com luz solar na remoção de fármacos e de seus metabólitos de efluentes,
pois, a maioria das pesquisas são restritas ao processo de fotodegradação artificial, utilizando lâmpadas fluo-
rescentes para simular a luz solar natural (AQUINNO: BRANDT; CHERNICARO, 2013).

Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi analisar o processo de Fotólise Direta usando luz solar do Diclo-
fenaco de Potássio, em solução aquosa, na presença de íons cloreto e de íons nitrato, em diferentes concen-
trações. Kiwi, Lopez e Nadtochenko (2000) afirmam que a presença do íon cloreto, em processos oxidativos
avançados, promove uma inibição na degradação, como também, pode provocar a formação de subprodutos

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 281


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clorados. Segundo Richard et al (2007), íons nitratos presentes em concentração nas águas superficiais po-
dem ser uma importante fonte de radicais hidroxilas, um intermediário altamente reativo, capazes de degradar
diversos tipos de contaminantes orgânicos. 

MATERIAIS E MÉTODOS. As amostras utilizadas no estudo foram preparadas pela dissolução direta do fárma-
co, em água destilada, na concentração de 50 mg.L-1. Em seguida, as amostras foram fortificadas com íons
cloreto e íons nitrato, separadamente, nas concentrações: 5 mg.L-1 e 10 mg.L-1.

   A fim de avaliar a Fotólise por Luz Solar do Diclofenaco de Potássio, 2,0 L da solução do fármaco foi colocado
em um béquer, sem agitação, e submetido à irradiação pela luz solar. O experimento teve início às 08:00 horas
(horário local). Durante o experimento, alíquotas da amostra foram coletadas para avaliação da aromaticida-
de, nos intervalos 1, 4 e 8 horas, de modo que o volume total das alíquotas retiradas fossem inferior a 100 mL.

Para o estudo, os experimentos foram realizados, nas dependências do Instituto Federal da Paraíba – Campus
João Pessoa, cidade de João Pessoa-Brasil, onde a média da radiação solar global varia de 17-20 MJ.m-2 (TIBA
et al., 2004). A quantificação do fármaco foi realizada através do acompanhamento de sua aromaticidade por
Espectometria no Ultravioleta (UV), usando um comprimento de onda de 254 nm. As medições forem realiza-
das no Laboratório Interdisciplinar de Caracterização e Desenvolvimento de Nanomateriais (Lanano) do IFPB
– Campus João Pessoa.

RESULTADOS. No processo, o Diclofenaco degradou rapidamente após a fotólise direta, devido à sua quanti-
dade significativa de absorção na região da radiação ultravioleta solar. A análise da evolução da aromaticidade
durante o processo mostrou que após 1 hora, praticamente todo o conteúdo aromático foi removido, cerca de
96% de degradação, o que permaneceu neste patamar após 8 h de tratamento, para as duas concentrações
(5 e 10 mg.L-1) de íons cloretos utilizadas. Os valores obtidos no trabalho se apresentam similares aos estudos
realizados por Bartels e von Tumpling (2007) que obtiveram 83% de degradação por Fotólise Solar do Diclo-
fenaco em águas superficiais e por Pinto (2013) que obteve cerca de 99% de degradação por Fotocatálise
TiO2/UV. Este resultado ratificou a grande fotossensibilidade do Diclofenaco de Potássio e a baixa influência
dos íons cloretos no processo estudado.

Para a Fotólise na presença dos íons nitratos, a degradação se mostra inibida pela presença destes íons, atin-
gindo em torno de 46% de degradação após 1 h de tratamento. No tempo de 8 h de tratamento, o efeito de
inibição da presença dos íons nitrato se mostra pronunciado, pois o experimento realizado com 5 mg.L-1 do
íon atinge 89 % de degradação, enquanto que para a concentração de 10  mg.L-1 do nitrato, a degradação é
de apenas 48%. Este resultado pode estar relacionado com o fato de que o íon nitrato absorve a radiação UV
na mesma faixa que o diclofenaco. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A partir dos dados obtidos, pode-se concluir que a Fotólise Direta com luz solar, em
solução aquosa, promove a degradação de praticamente todo o Diclofenaco de Potássio e que mudança na
3º SIMPIF

concentração de íons cloretos não potencializam o processo. Também foi verificado, no estudo, que a presença
de íons nitrato interferem no processo de degradação do fármaco em solução aquosa.

Sugerimos para trabalhos futuros uma análise mais detalhada do mecanismo de Fotólise do Diclofenaco de
Potássio na presença do íon nitrato, para certificar os fatores que estão influenciando na inibição da degra-
dação do contaminante.

PALAVRAS-CHAVE: Diclofenaco. Fotólise Solar. Íons Nitrato. Íons Cloreto

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AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB Campus João Pessoa e ao CNPq pelo apoio financeiro no desen-
volvimento desta pesquisa.

Referências

ANDREOZZI, R.; RAFFAELE, M.; NICKLAS, P. Pharmaceuticals in STP effluents and their solar photodegradation
in aquatic environment. Chemosphere. v. 50, n. 10, 2003, p. 1319-1330.

AQUINO, S. F.; BRANDT, E. M. F., ; CHERNICARO, C. A. L. Remoção de fármacos e desreguladores endócrinos


em estações de tratamento de esgoto: revisão da literatura. Engenharia Sanitária e Ambiental. [online]. v.18,
n.3, 2013, p.187–204.

BARTELS, P.; von TUMPLING, W. Solar radiation influence on the decomposition process of diclofenac in surfa-
ce waters. Science of the Total Environment. v.374, 2007, p.143–155.

BILA, D. M.; DEZOTTI, M.. Desreguladores endócrinos no meio ambiente: efeitos e conseqüências. Quím. Nova. 
v. 30, n. 3, 2007, p. 651–666. 

DANTAS, R. F.; ROSSITER, O.; TEIXEIRA, A. K. R.; SIMÕES, A. S. M.; SILVA, V. L Direct UV photolysis of propra-
nolol and metronidazole in aqueous solution. Chemical Engineering Journal. v. 158, n. 2, 2010, p.143-147.

OLIVEIRA, C.; LIMA, D. L. D.; SILVA, C. P.; CALISTO, V.; OTERO, M.; ESTEVES, V. I. Photodegradation of sul-
famethoxazole in environmental samples: The role of pH, organic matter and salinity. Science of The Total
Environment.v. 648, 2019, p. 1403–1410.

GAFFNEY, V. J.; CARDOSO, V. V.; RODRIGUES, A.; FERREIRA, E.; BERNOLIEL, M.J.; ALMEIDA, C. M. M. Análise de
Fármacos em Àguas por SPE-UPLC-ESI-MS/MS. Química Nova. v.37, n.1, 2014, p.138–149.

KIWI, J.; LOPEZ, a.; NADTOCHENKO, V. Mechanism and Kinetics of the OH-Radical Intervention during Fenton
Oxidation in the Presence of a Significant Amount of Radical Scavenger (Cl-). Environmental Science & Tech-
nology. v. 34, n. 11, 2000, p.2162–2168.

KRAMER, R. D.; MIZUKAWA, A.; IDE, A. H.; MARCANTE, L. O.; SANTOS, M. M.; AZEVEDO, J. R. Determinação de
anti-inflamatórios na água e sedimento e suas relações com a qualidade da água na bacia do Alto Iguaçu,
Curitiba-PR. Revista Brasileira de Recursos Hídricos [On-line]. v.20, n.3, 2015, p.657-667.

PINTO, L. K. A., Estudo da Degradação do Diclofenaco em Meio Aquoso: Fotólise x Fotocatálise Heterogênea
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RICHARD, C.; TER HALLE, A.; BRAHMIA, O.; MALOUKI, M.; HALLADJA, S. Auto-remediation of surface waters by
solar-light: Photolysis of 1-naphthol, and two herbicides in pure and synthetic. Waters Catalysis Today. v.124,
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TIBA, C.; FRAIDENRAICH, N.; GROSSI-GALLEGOS, H.; LYRA, F. J. M. CD ROM Atlas Solarimétrico do Brazil. Re-
newable Energy. v. 29, n. 6, 2004, p. 991-1001.

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Caracterização socioambiental de área com potencial para


Felipe Wielewski do Carmo criação de unidade de conservação de proteção integral,
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e na categoria Monumento Natural, voltada ao Mirante do
Tecnologia da Paraíba Rio Miriri (MIRARIM) na faixa costeira compreendida entre
a praia de Camaçari e a foz do Rio Miriri do município de
Marcel Retondario Lucena, PB.
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Este projeto visa apresentar a caracterização socioe-
Ailton Henrique Justino de Farias conômica, ambiental e fisiográfica de uma área com potencial para
[email protected]
criação de uma Unidade de Conservação (UC) da categoria Monu-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba mento Natural, na região do Mirante do Rio Miriri, porção norte do
litoral de Lucena, PB. Trata-se de uma região contígua à Área de Pro-
Cláudio Dybas da Natividade
[email protected] teção Ambiental (APA) da Barra do Rio Mamanguape, favorecendo a
Instituto Federal de Educação, Ciência e formação de um corredor ecológico no ambiente costeiro-marinho.
Tecnologia da Paraíba
Além da caracterização, estão previstas ações de educação ambien-
tal e capacitação a fim de potencializar a conservação da região. A
área preliminarmente proposta é predominantemente constituída
de Áreas de Preservação Permanente (falésias, estuários, restingas,
mangues e praias arenosas – com exígua ocupação humana no en-
torno) e possui grande beleza cênica, sobretudo no platô mais alto
da cadeia de falésias (Mirante do Rio Miriri). Encravada no centro da região há a famosa igreja Carmelita de
Bom Sucesso, construída em 1789 e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da
Paraíba (IPHAEP). Estes atrativos representam talvez o mais importante roteiro turístico, histórico e natural
do município de Lucena e litoral da Paraíba. Contudo, a área não recebe qualquer atenção do poder público,
estando sujeita a um uso totalmente predatório e insustentável. Moradores das redondezas relatam que a
situação tem se agravado nos últimos tempos. Os problemas inicialmente identificados em visitas técnicas
referem-se ao aumento do já descontrolado fluxo de turistas, trânsito de veículos off-road, depredação do
patrimônio histórico-cultural, deposição irregular de lixo, poluição sonora e dos corpos hídricos, e ações in-
tencionais de desmatamento. Todas estas situações descritas são crimes ambientais de vários tipos, mas não
há fiscalização ou medidas concretas de conservação, pois não há Secretaria de Meio Ambiente em Lucena e a
Superintendência de Administração do Meio Ambiente (SUDEMA) da Paraíba, polícia ambiental ou IBAMA não
se fazem presentes para coibir tais ações. Caso nada seja feito provavelmente a região, a biodiversidade e os
atrativos históricos e paisagísticos serão totalmente descaracterizados, representando uma perda incalculável
para toda sociedade. Lucena possui 88,549 km² (IBGE, 2018), tendo mais da metade de sua área ocupada por
monoculturas, onde os remanescentes de Mata Atlântica representam apenas cerca de 10% da área original
(SOS Mata Atlântica, 2018). Na cidade também não há nenhuma UC municipal, estadual ou federal. A criação
de uma UC Monumento Natural em Lucena permitirá a conservação da biodiversidade e favorecerá a conec-
tividade entre outras áreas protegidos da região costeira, alinhando-se às metas do Plano Nacional de Áreas
Protegidas (BRASIL, 2006). Além disso, espécies ameaçadas como o Trichechus manatus (peixe-boi marinho)
serão diretamente beneficiadas. Na categoria da UC proposta a visitação não será impedida, mas sim ordena-
da e agregada à ações de sensibilização e educação ambiental.

MATERIAIS E MÉTODOS. As ações previstas neste projeto dividem-se em sete metas principais, a saber: a)
Consulta de dados oficiais: Visita e levantamento de informações junto a autarquias municipais (secr. munici-
pais de Lucena e cartórios), estaduais (IPHAEP e SUDEMA) e federais (INCRA e SPU) que detém competência/

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domínio efetivo ou potencial na região, a fim de verificar a situação fundiária, instrumentos legais de conserva-
ção do patrimônio cultural material e imaterial, projetos turísticos, etc.; b) Caracterização socioeconômica da
região: Serão feitos levantamentos de dados e indicadores populacionais, educacionais, de desenvolvimento
humano, trabalho, saúde, economia, saneamento, comércio, turismo, etc., através de dados secundários (le-
vantamento oficiais e bibliografia especializada) e primários (aplicação de questionários com a população do
entorno); c) Avaliação Ecológica Rápida: Serão realizadas duas campanhas (verão/inverno) de levantamento
de informações temáticas da área proposta, a fim de produzir o contorno ecológico-biológico-geográfico da
área de estudo em escala semidetalhada, focando em grupos indicadores de diversidade de fácil identificação
e aerolevantamentos. Serão utilizadas técnicas de observação direta e vestigial, dispensando a obtenção de
licenças de coleta. Também serão feitos levantamentos de dados secundários, através de bibliografia espe-
cializada. d) Caracterização fisiográfica da região: Serão definidas unidades de paisagem a partir de seus atri-
butos geográficos físicos, tais como relevo, hidrologia, geomorfologia, geologia, solos e clima, destacando as
fisionomias vegetais, a partir de dados secundários, através de bibliografia especializada, e observação direta
a partir de análise espacial e aerolevantamentos; e) Levantamento de características de uso atuais: Serão de-
marcadas as trilhas, residências do entorno, patrimônio histórico material e imaterial, grupamentos humanos,
comércio itinerante, deposição de resíduos sólidos, lançamento de efluentes, cultos religiosos, etc., através de
incursão na região, demarcação de pontos com GPS, entrevistas com visitantes, fotografias digitais ao nível
do solo e aéreas; f) Caracterização da pesca e biodiversidade marinha/estuarina: Serão acompanhadas e ava-
liadas as capturas de uma arte de pesca artesanal denominada “arrastão de praia”, presente em dois pontos
do estuário/praia arenosa englobada pela UC; g) Ações de capacitação e educação ambiental: Em conjunto
com o terceiro setor serão realizadas palestras e debates sobre o tema da criação da UC a fim de promover
a educação ambiental com a população de Lucena e visitantes, sensibilizando-os em relação à importância
de garantir a conservação da biodiversidade e do significativo compartimento paisagístico do Mirante do Rio
Miriri, potencializando as ações de conservação. A capacitação refere-se aos recursos humanos que já estão
sendo formados em Lucena pelo IFPB através do curso técnico subsequente de Guia de Turismo. Trata-se de
uma contrapartida ao projeto.

RESULTADOS. Foi elaborada a identidade visual do projeto através de um concurso de logomarca ofertado
aos estudantes do IFPB, sendo a proposta ganhadora de um aluno do Curso Superior de Design Gráfico do
Campus Cabedelo. Esta ação foi importante para a confecção de camisetas que auxiliam a identificação de
membros do projeto nas atividades de campo e em eventos. Foram iniciados os levantamentos de dados
oficiais sobre a questão fundiária da região e gerada uma planta contendo os domínios públicos e privados
da área preliminarmente proposta. Foram elaborados dois modelos de questionários, um voltado ao uso tu-
rístico da região e outro para os levantamentos socioeconômicos. As entrevistas estão sendo realizadas em
momentos de alto fluxo turístico (finais de semana e feriados) e baixo fluxo turístico (durante a semana). Foi
efetuado o mapeamento das trilhas e pontos de interesse da região e entorno, gerando uma carta temática.
Foram realizadas 5 (cinco) palestras/mesas redondas a fim de divulgar o projeto e realizar as ações de educa-
3º SIMPIF

ção ambiental. Além disso, a fim de garantir suporte técnico-científico e respaldo legal às ações do MIRARIM,
foi estabelecida parceria com Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), através de
um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) celebrado em dezembro de 2018 e orientado através de um plano
de trabalho específico. Também foram estabelecidas parcerias com a sociedade civil organizada (Instituto de
Meio Ambiente e Ações Sociais – IMMAS, Associação de Apoio ao Trabalho Cultural, Histórico e Ambiental –
APÔITCHÁ e Arquidiocese da Paraíba), a fim de promover as ações de educação ambiental, articulação social
e divulgação do projeto.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS. O MIRARIM está em desenvolvimento, desta forma algumas metas ainda não foram
iniciadas e outras se encontram em execução. Destaca-se que o MIRARIM está sendo executado concomi-
tantemente à principal ação de conservação na região, o projeto “Mangue Vivo”, desenvolvimento pela Coor-
denação Regional 6 do ICMBio. Desde 2017 este projeto está empregando esforços para realizar um amplo
diagnóstico socioeconômico e ambiental na região do estuário do Rio Paraíba, com a finalidade de criar um
a Reserva Extrativista (RESEX) associada aos manguezais da região. O Mangue Vivo está em fase avançada
de execução, tendo contemplado 9 (nove) comunidades em cinco municípios lindeiros ao estuário, incluindo
Lucena. Caso a RESEX e o MIRARIM sejam decretados, será dado um grande salto na conservação das áreas
costeiras da Paraíba, incluindo a sustentabilidade da pesca artesanal costeira e o turismo sustentável. Res-
salta-se que parte da equipe desta proposta constitui ambos projetos, facilitando o diálogo e a sinergia entre
as iniciativas.

PALAVRAS-CHAVE: Unidade de Conservação; Lucena; turismo; caracterização socioambiental; zona costeira.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos o apoio técnico-científico do Instituto Chico Mendes de Conservação da


Biodiversidade (ICMBio) e o aporte financeiro para de bolsas de pesquisa, consumo e capital da Chamada
01/2019 – Interconecta da Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do IFPB.

Referências
BRASIL. Decreto nº 5.758, de 13 de abril de 2006. Institui o Plano Estratégico Nacional de Áreas Prote-
gidas - PNAP, seus princípios, diretrizes, objetivos e estratégias, e dá outras providências. Disponível em <
http://www.mma.gov.br/estruturas/240/_arquivos/decreto_5758_2006_pnap_240.pdf>. Consultado em
23/03/2018.
SOS MATA ATLÂNTICA. Atlas da Mata Atlântica: Município de Lucena. 2018. Disponível em <https://www.
sosma.org.br/projeto/atlas-da-mata-atlantica/>. Consultado em 23/03/2018.
IBGE. Cidades: Município de Lucena. 2018. Disponível em < https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/lucena/
panorama>. Consultado em 23/03/2018.

3º SIMPIF

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Joelson Souza Isidro dos Santos


Classificação das águas quanto a sua
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
salinidade em duas cidades do Estado
Tecnologia da Paraíba - Campus Campina
Grande
da Paraíba
Pedro Lucas Nunes Silveira
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Campina INTRODUÇÃO. Conforme o Instituto Nacional do Semiárido (INSA,
Grande
2012), 20,4% dos municípios do Brasil são integrantes do Semiárido.
Francisco de Assis da Silveira Gonzaga O Nordeste lidera o quantitativo, contendo 1050 dos 1135 municí-
[email protected]
pios a âmbito nacional inseridos no espaço geográfico do semiárido.
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Campina Essa região é caraterizada pelas suas chuvas irregulares sujeita a pe-
Grande
ríodos prolongados de estiagem, provocando entrave no desenvolvi-
Edmilson Dantas Silva Filho mento socioeconômico e, inclusive, à subsistência da população local
[email protected] (CPRM, 2011). No entanto, o fator seca decorrente desses eventos
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Campina climáticos da região influenciam e desfavorecem a produção agrícola
Grande convencionais em sequeiro, mas ao mesmo tempo existem nesta re-
gião reservas subterrâneas que poderiam ser uma saída das longas
estiagens da região (Santos et al. 2010).

A água é uma substância quimicamente muito ativa, tendo facilidade em dissolver e reagir com outras subs-
tâncias orgânicas ou inorgânicas (Feitosa, 2000). O conteúdo químico das águas subterrâneas depende da
disponibilidade dos agentes mineralizantes, como CO2, concentração, condições redox e tipos de complexos
adsorventes (Birke et al. 2010), da mineralogia/litologia do aquífero e do tempo de residência dessas águas
(Grošelj et al. 2010), clima, distância do oceano, profundidade de circulação das águas dentro do aquífero e,
eventualmente, contaminação antrópica (Bertolo et al. 2007). O presente estudo foi desenvolvido em duas
cidades paraibanas em Remígio – PB e Soledade – PB que estão localizadas na região Semiárida Nordestina.
O objetivo da presente pesquisa foi relacionar a qualidade da água subterrânea com os indicies de chuvas em
diferentes cidades em relação a sua classificação de salinidade.

Remígio apresenta uma área territorial de 180,897 km², altitude média de 535 metros, apresentando uma
população estimada em 19.368 habitantes, densidade demográfica de 98,77 hab/km2 (IBGE, 2016), e coor-
denadas geográficas de S 06°53’30” e W 35°49’51” (CIDADE BRASIL, 2017). O município de Soledade - PB
está localizado às margens da rodovia transamazônica no estado da Paraíba a cerca de 190 km da capital João
Pessoa, possui coordenadas geográficas de S 7°03’24.4’’ W 36°22’00.3’’ com uma população estimada em
14.987 habitantes e sua área é de 560 km2, apresentando uma densidade demográfica de 24,5 habitantes por
km2 segundo dados do IBGE (2010).

MATERIAIS E MÉTODOS. O presente trabalho trata-se de uma análise comparativa dos valores encontrados
em pesquisas realizadas sobre a qualidade de águas em duas cidades no Estado da Paraíba localizadas no
Curimataú Ocidental. Foram reunidos trabalhos realizados sobre a qualidade de água em poços na cidade de
Remígio – PB e Soledade- PB, elaborados por dois autores: Silva Filho e Santos, que desempenharam analisem
da água das referidas cidades no começo do ano de 2017. Esses autores realizaram a pesquisa sobre a pota-
bilidade da água, em relação a nossa comparação o parâmetro utilizado foi o de condutividade elétrica, que
nos dois trabalhos foram analisados seguido o método de imersão para a determinação dos valores conforme

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as determinações do instituto Adolf Lutz. Posteriormente com os valores obtidos nas pesquisas foi possível
classificar os valores das pesquisas conforme os autores Richards (1954) e Ayers e Westcot (1999).

RESULTADOS. Em pesquisa na cidade de Remígio Silva et al. (2017) analisando a potabilidade de três poços
localizados em granitóides 439,8 – 531,1 – 557,1 μS/cm2 a 25°C resultando numa média de 509,33 μS/
cm2 a 25°C. A região de Remígio segundo o Climate - data apresenta uma pluviosidade média anual de 1083
mm, isso faz que os aquíferos tenham uma recarga considerável nas suas águas. Quanto a sua classificação
Richards (1954) classificaria essa água sendo C2 (risco de salinidade média) quanto a classificação de Ayers
e Westcot (1999) essa água estaria na classe C1 (nenhum grau de restrição de uso).

Em relação a cidade de Soledade – PB Santos et al. (2017) pesquisando sobre um poço locado na escola EMEF
Profº Luiz Gonzaga Burity no primeiro semestre do ano encontrou uma média de valores de 2.092,15 μS/cm2
a 25°C. Segundo o Climate – data o município de Soledade -PB apresenta uma Pluviosidade média anual de
406 mm. Quanto a sua classificação Richards (1954) classificaria essa água sendo C4 (risco de salinidade
muito alta) quanto a classificação de Ayers e Westcot (1999) essa água estaria na classe C2 (problemas de
salinidade moderado).

Os principais sais que contribuem para a condutividade elétrica da água natural são os sais de potássio, sódio,
cálcio, magnésio na forma de sulfatos, cloretos, carbonatos e bicarbonatos. As águas subterrâneas em con-
tato com as rochas hospedeiras lixiviam os minerais presentes e estas reações são favorecidas pelas baixas
velocidades de circulação dessas águas e maiores pressão e temperatura a que estão submetidas (Feitosa,
2000).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Pela observação dos aspectos analisados existe uma relação direta entre a quali-
dade da água subterrânea e os aspectos geográficos como a rocha e o clima da região onde estar alocado o
poço. A quantidade de chuva em uma região determina o tempo de residência da água na rocha e a mineralo-
gia dessa rocha determinar as características da lixiviação dos minerais.

PALAVRAS-CHAVE: Água; Poço; Agricultura.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba


campus Campina Grande pelo constante incentivo às práticas de pesquisa e extensão. Às Coordenações dos
Cursos Técnicos em Química e Mineração e à Coordenação da Área de Ciências Exatas do campus pelas con-
tribuições prestadas durante a elaboração deste trabalho.

Referências
AYRES, R. S.; WESTCOT, D. W. A qualidade da água na agricultura. 2º. ed. Campina Grande: UFPB, 1999. 153p.
(Estudos FAO, irrigação e Drenagem 29, revisado 1).
BERTOLO, R.A.; HIRATA, R.C.A.; FERNANDES, A.J. Hidrogeoquímica das águas minerais envasadas do Brasil.
Revista Brasileira de Geociências, v. 37, p. 515-529, 2007.
3º SIMPIF

CPRM. Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea, Estado do Maranhão: Relatório
diagnóstico do município de Coelho Neto. Teresina: CPRM – Serviço Geológico do Brasil, 2011.
CLIMATE-DATA.ORG. Clima: Soledade-PB. Disponível em: < https://pt.climate-data.org/america-do-sul/bra-
sil/paraiba/soledade-42620/ > Acesso em: 22 de agosto de 2019.
CLIMATE-DATA.ORG. Clima: Remigío - PB. Disponível em: < https://pt.climate-data.org/america-do-sul/bra-
sil/paraiba/remigio-42677/ > Acesso em: 10 de outubro de 2016

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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

BIRKE, M.; RAUCH, U.; HARAZIM, B.; LORENZ, H.; GLATTE, W. Major and trace elements in German bottled
water, their regional distribution, and accordance with national and international standards. Journal of Geo-
chemical Exploration, v. 107, p. 245-271, 2010.
DA SILVA, ALDENI BARBOSA; DE BRITO, JANAINA MOREIRA; SILVA, RONALDO DE ARAÚJO; BRAZ, AIRTON
SILVA; DA SILVA FILHO, EDMILSON DANTAS. Parâmetros físico-químicos da água utilizada para consumo em
poços artesianos na cidade de Remígio-PB. Águas Subterrâneas, v. 31, p. 109-118, 2017.
RICHARDS, L. A. (ed). Diagnosis and improviment of saline and alkali soils. Washington DC, US Department
of Agriculture, 1954.160 p. (USDA Agricultural Handook, 60).
MADUREIRA, I. A.; SANTOS, J. S. I.; SOUZA, Y. B.; SILVA, S. L. L.; SILVA FILHO, E.D,.Avaliação dos parâmetros
físicos-químicos de água fornecida para a comunidade escolar através de poço tubular no município de
Soledade-PB. In: XX Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas - CABAS 2018, 2018, Campinas-SP. Ava-
liação dos parâmetros físico-quícos de água fornecida para a comunidade escolar atráves de poço tubular no
município de Soledade-PB, 2018. p. 1-6
GROŠELJ, N.; VAN DER VEER, G.; TUŠAR, M.; VRACˇKO, M.; NOVICˇ, M. Verification of the geological origin of
bottled mineral water using artificial neural networks. Food Chem, v. 118, p. 941-947, 2010.
FEITOSA, F.A.C.; MANOEL FILHO, J. Hidrologia: conceitos e aplicações. 2. ed., Fortaleza: CPRM: REFO, LABHI-
D-UFPE, 812p. 2000.
ZENEBON. O, PASCUET, N.S TIGLEA.P (Coordenadores) Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz: métodos
químicos e físicos para análise de alimentos. 5.ed. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008. v.1

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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

Mirella Leoncio Motta e Costa


Demandas hídricas das bacias
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
hidrográficas dos rios Paraíba,
Tecnologia da Paraíba Mamanguape e Camaratuba sob
Luan Cardoso de Oliveira Pereira influência do Canal das Vertentes
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e Litorâneas: resultados iniciais
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Os problemas crescentes de escassez de água, viven-
Cybelle Frazão Costa Braga ciados na atualidade, conduzem a necessidade do desenvolvimento
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e de estratégias pela busca de uma maior eficiência no uso dos recur-
Tecnologia da Paraíba
sos hídricos. Tradicionalmente, tem-se que o grande conflito nos sis-
Jamila Alcoforado Mendonça de Lima temas de recursos hídricos ocorre quando a oferta de água é inferior
[email protected]
à demanda. Esta tem sido a situação vivenciada tanto nos centros
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba urbanos como rurais.

A demanda por água no Brasil é crescente, tendo um aumento esti-


mado de aproximadamente 80% no total retirado nas últimas duas
décadas. A previsão é de que ocorra um aumento de 24% na deman-
da hídrica até 2030 (ANA, 2019).

O cômputo das demandas hídricas em uma bacia hidrográfica permite


avaliar, mediante o balanço hídrico, as situações de atendimento ou não atendimento das demandas hídricas.
Segundo ANA (2019), atualmente no Brasil a irrigação é responsável por 52% das retiradas de água, seguida
pelo abastecimento urbano (23,8%), indústria de transformação (9,1%) e abastecimento animal (8%).

Nesse sentido, é oportuno investigar o atendimento das demandas hídricas planejadas diante do aumento
da oferta hídrica proporcionada pelo Canal Acauã Araçagi, considerando a infraestrutura hídrica existente e
planejada e adoção de medidas de gestão da demanda.

Foram analisados os municípios inseridos nas bacias hidrográficas dos rios Camaratuba, Mamanguape e Paraí-
ba. Foram identificados os usos da água através do banco de dados de outorgas da AESA. Foram calculadas as
demandas hídricas de abastecimento humano e dessedentação animal por município e por bacia hidrográfica.

MATERIAIS E MÉTODOS. As demandas hídricas foram calculadas usando planilhas, de acordo com as meto-
dologias apresentadas a seguir:

Abastecimento Humano

Para o cálculo das demandas de abastecimento humano, foi necessário realizar a projeção das populações
urbana e rural dos municípios inseridos nas bacias hidrográficas estudadas neste Projeto de Pesquisa. A pro-
jeção da população foi feita para o ano de 2018, a partir dos dados disponíveis nos censos demográficos de
2000 e 2010, utilizando o Método Matemático Aritmético.

A demanda hídrica de abastecimento humano foi calculada com base nas populações estimadas (urbanas
e rurais) e nos dados constantes no Manual de Usos Consuntivos da Água no Brasil da Agência Nacional de
Águas – ANA (2019). Para as parcelas das populações residentes em área urbana, foram utilizados os coefi-
cientes de consumo per capita e índices de perdas por faixa populacional de ANA (2019).

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 290


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Para as populações rurais foi adotado o coeficiente de consumo per capita igual a 100 L/hab.dia, conforme
ANA (2019).

Dessedentação Animal (pecuária)

Para o cálculo das demandas hídricas para abastecimento dos rebanhos foram utilizados os dados da Pesqui-
sa Pecuária Municipal (IBGE, 2017) que fornece o número efetivo de rebanhos, por tipo de rebanho, distribuí-
dos por municípios. Os tipos de rebanhos presentes nos municípios da bacia são: bovino, bubalino, equino,
suíno, caprino, ovino, galináceos e codornas.

A demanda hídrica foi calculada pela metodologia disponibilizada em ANA (2019), que calcula o produto do
efetivo dos rebanhos e os coeficientes de consumo per capita.

RESULTADOS. Os resultados parciais deste projeto de pesquisa tiveram início com a caracterização das bacias
hidrográficas Camaratuba, Mamanguape e Paraíba, identificando assim, os municípios pertencentes a cada
uma delas. Foi identificado um total de 120 municípios do estado da Paraíba que estão distribuídos de forma
total e parcial em uma, duas ou mais bacias hidrográficas.

Dessa forma, foi observado que 99 das cidades detêm de 100% de sua área total (km²) localizada dentro de
apenas uma bacia hidrográfica, enquanto os demais fazem divisa com duas ou mais bacias. Foram identifica-
dos 4 municípios com área total pertencente à bacia Camaratuba, 23 municípios com área total pertencente à
bacia Mamanguape e 72 municípios com área total pertencente à bacia Paraíba.

Identificação dos usos da água

O uso da água em uma bacia hidrográfica depende da oferta (disponibilidade), localização espacial, manan-
cial, realidade socioeconômica da população e empresas locais, qualidade da água, tratamento e distribuição.
Cada um desse fatores influenciam de alguma forma o aumento ou a diminuição do uso e consumo da água.

Um exemplo de estrutura hídrica que favorece o uso da água são os canais, pois facilitam a captação de a
água por usuário localizados mais distantes do manancial. Nas bacias hidrográficas estudadas (Paraíba, Ma-
manguape e Camaratuba), a construção do Canal das Vertentes Litorâneas (Canal Acauã-Araçagi) tende a
atrair novos usuários de recursos hídricos, acarretando o aumento da demanda hídrica inicialmente projetada.

Através do banco de dados de outorgas da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba
(AESA, 2018) foram identificados os usos da água nestas bacias. Entretanto, outros usos, que não precisam
de outorga podem também existir nas referidas bacias.

Na bacia hidrográfica do rio Paraíba foram identificados os seguintes usos da água: abastecimento humano,
agroindustrial, aquicultura, comercial, industrial, irrigação, lançamento de efluentes e lazer. Na bacia hidro-
gráfica do rio Mamanguape foram identificados: abastecimento humano, aquicultura, comercial, industrial,
3º SIMPIF

irrigação e lançamento de efluentes. Na bacia hidrográfica do rio Camaratuba foram identificados: abasteci-
mento humano, aquicultura, comercial, industrial e irrigação.

Identificação das demandas hídricas

As demandas hídricas dos municípios nas bacias hidrográficas estudadas foram calculadas conforme a meto-
dologia citada.

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Em relação a demanda hídrica de abastecimento humano, a bacia hidrográfica do rio Paraíba totalizou
3.343,60 L/s de demanda hídrica urbana e 472,99 L/s de demanda hídrica rural. A bacia hidrográfica do rio
Mamanguape totalizou 463,54 L/s de demanda hídrica urbana e 220,61 L/s de demanda hídrica rural. A ba-
cia hidrográfica do rio Camaratuba totalizou 21,23 L/s de demanda hídrica urbana e 32,45 L/s de demanda
hídrica rural.

Diante dos resultados, observa-se que a bacia hidrográfica do rio Paraíba tem a maior demanda hídrica urba-
na, em função da presença das duas cidades mais populosas do estado, João Pessoa e Campina Grande, com
807.730 e 405.252 habitantes, respectivamente.

Em termos de demanda hídrica humana urbana e rural, a distribuição nas bacias foram: bacia hidrográfica
do rio Paraíba, 88% urbana e 12% rural; bacia hidrográfica do rio Mamanguape, 68% urbana e 32% rural; e
bacia hidrográfica do rio Camaratuba, 40% urbana e 60% rural. Apenas a bacia do rio Camaratuba obteve um
maior percentual de demanda hídrica humana rural.

Ao analisar apenas as demandas de abastecimento humano urbano e rural, constatou-se que 85% da deman-
da hídrica, nas bacias estudadas, é de abastecimento humano urbano, enquanto 15% da demanda hídrica,
nas bacias estudadas, é de abastecimento humano rural.

Em relação à demanda hídrica de dessedentação animal, a bacia hidrográfica do rio Paraíba totalizou 312,49
L/s (72% do total), a bacia hidrográfica do rio Mamanguape totalizou 106,69 L/s (24% do total) e a bacia
hidrográfica do rio Camaratuba totalizou 17,35 L/s (4% do total).

Em termos de tipos de rebanhos, a maior demanda hídrica é relativa ao rebanho de bovinos com 388,4 L/s, o
que corresponde 58% do total.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O projeto de pesquisa encontra-se em andamento. Com relação aos objetivos pro-
postos, conseguiu-se calcular as demandas hídricas de abastecimento humano e rural e de dessedentação
animal dos municípios da bacia. A estimativa de demanda hídrica para o uso industrial está em elaboração.

Em relação ao abastecimento humano, a bacia hidrográfica do rio Paraíba tem a maior demanda hídrica urba-
na, em função da presença das duas cidades mais populosas do estado, João Pessoa e Campina Grande, com
807.730 e 405.252 habitantes, respectivamente.

Ao analisar apenas as demandas de abastecimento humano urbano e rural, constatou-se que 85% da deman-
da hídrica, nas bacias estudadas, é de abastecimento humano urbano, enquanto 15% da demanda hídrica,
nas bacias estudadas, é de abastecimento humano rural. Em relação a dessedentação animal, a bacia hidro-
gráfica do rio Paraíba obteve a maior demanda hídrica com 72% do total.

PALAVRAS-CHAVE: recursos hídricos; demandas hídricas; abastecimento humano; dessedentação animal.


3º SIMPIF

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao IFPB – Campus João Pessoa e Guarabira pelo apoio na realiza-
ção da pesquisa, através do edital Chamada Interconecta/2019.

Referências
AESA - Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba. Banco de dados de outorga. 2018.
ANA - Agência Nacional de Águas. Manual de Usos Consultivos da Água no Brasil. Ministério do Desenvol-
vimento Regional (MDR). Superintendência de Planejamento de Recursos Hídricos (SPR). Brasília - DF. 2019.
74p.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 292


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IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico de 2000 e 2010.


IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Pecuária Municipal. Efetivo dos rebanhos, por
tipo de rebanho. 2017.

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Giovanna Andrade Fernandes


Diagnóstico do tratamento do resíduo
sólido em cidade de pequeno porte
Karolyne Suassuna de Andrade
frente à PNRS: estudo de caso
Thomas Willames da Cunha Moura

Yonara Cardoso Suassuna

José de Arimatéia Augusto de Lima INTRODUÇÃO. Este trabalho teve por objetivo levantar como algumas
cidades da microrregião de Catolé do Rocha-PB estavam aderindo à
proposta da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10),
instituída em 2010. Problemas como descarte e acúmulo de lixo são
recorrentes na atualidade, pois diariamente uma grande quantidade
de lixo, orgânico e não orgânico, é produzida, seja como subproduto
de nosso estilo de vida baseado no consumo, seja como resultado da
poda de árvores urbanas, e muitas vezes esses resíduos não são des-
cartados adequadamente. Segundo dados preliminares que levanta-
mos para a cidade de Catolé do Rocha – PB e considerando apenas o
volume de poda, desprezando assim todo o restante do lixo que não
é biomassa, diariamente se recolhe na zona urbana uma quantidade
que varia de 1 a 5 toneladas.

É preciso considerar ainda que a microrregião de Catolé do Rocha é composta de onze municípios e todos,
ainda segundo dados de alguns secretários municipais de agricultura com os quais nos reunimos para discutir
o tema, possuem os mesmos problemas que os já citados de Catolé do Rocha. Em nossa avaliação, o cenário
fica ainda mais crítico quando levantamos dados sobre a destinação do lixo e descobrimos que em nenhum
deles existem destinação e tratamento adequados, apesar de a Lei nº 12.305/10 instituir a responsabilidade
compartilhada dos geradores de resíduos. A lei avança em especial quando preconiza a prevenção e a redução
na geração de resíduos e propõe a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos
para estimular a reciclagem e reuso de materiais sólidos com potencial valor econômico e a destinação ade-
quada dos rejeitos, ou seja, o que não pode ser reciclado ou reutilizado.

A pesquisa teve por objetivo discutir a questão dos resíduos à luz Lei nº 12.305/10 identificando o destino
dado atualmente aos resíduos sólidos nas cidades de Belém do Brejo do Cruz, Brejo do Cruz, Brejo dos Santos,
Catolé do Rocha e Riacho dos Cavalos, e, se possível, propor sugestões para adequação à lei.

MATERIAIS E MÉTODOS. Trata-se de uma pesquisa exploratória, do tipo estudo de caso, no qual com base na
Política Nacional de Resíduos Sólidos identificamos alguns critérios orientadores da destinação dos resíduos
urbanos e se algum esforço é feito nas cidades alvos da pesquisa para cumprir o que está previsto na Lei
12.305/2010. Dada a natureza do problema, a investigação se aproximou das pesquisas quali quantitativa,
cujo universo, em sentido amplo, é formado pelas pequenas cidades brasileiras, mas que por razões de con-
veniência fizemos uma restrição geográfica limitando a avaliação às cidades da microrregião de Catolé do
Rocha, sertão paraibano.

O processo de pesquisa teve três momentos: primeiro, fizemos uma leitura da lei 12.305/10, envolvendo uma
compreensão das orientações legais; segundo, buscamos, por meio de levantamento simples, compreender
como se deu esse mesmo processo em outras regiões do país e, finalmente, realizamos visita aos lixões das

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cidades alvos, com registro fotográfico e em Formulário de Registro das condições considerando as seguintes
variáveis: 1) existência no município de um padrão de descarte e tratamento dos RS; 2) eliminação do lixão; 3)
problemas percebidos dado as condições existentes; 4) existência no município de algum programa de coleta
seletiva; 5) existência no município de algum programa de consumo consciente; 6) existência de programa de
educação nas escolas para coleta seletiva; 7) existência de lei de incentivo às empresas à coleta seletiva e à
reciclagem, práticas de educação sanitária e ambiental, incentivos fiscais e à logística reversa; 8) existência de
programa com foco na coleta seletiva, reciclagem ou educação sanitária e ambiental em alguma comunidade,
bairro, instituição social ou empresa.

RESULTADOS. A pesquisa revelou que nenhuma das cidades-alvo se enquadra às condições previstas em
lei. Na cidade de Belém do Brejo do Cruz foi observado que o município descarta seus resíduos sólidos em
uma área destinada para esta finalidade, porém a coleta é indistinta por caminhões abertos, e não acontece
nenhum tratamento aos materiais após a chegada ao local, além da separação que os trabalhadores fazem,
colocando cada tipo de material em lugares separados. O município ainda possui lixão e, na observação in
loco, foi possível perceber que havia lixo espalhado pela região e forte mau cheiro. Em nossa pesquisa, não
conseguimos encontrar nada que evidencie que o município promova programa de coleta seletiva, consumo
consciente, educação ambiental, ou que tenha lei que incentive às empresas à coleta seletiva e programas
internos que foquem na resolução desses problemas.

Na cidade de Brejo do Cruz vimos que o município tem sua área de descarte nos arredores da cidade, próximo
à PB-323, com coleta indistinta por caminhões abertos três vezes por semana. O município ainda possui lixão
e, em entrevista com o prefeito, verificou-se que, apesar de ele conhecer a Lei, nenhum projeto para eliminar
o lixão foi iniciado. Na visita ao lixão, conseguimos observar que os catadores trabalhavam em condições de-
sumanas, havia lixo hospitalar no mesmo local dos demais tipos de resíduos, porcos estavam sendo criados
no local, havia lixo espalhado pela região levado pelos ventos e mau cheiro, além do fácil acesso para animais
e quaisquer moradores. Não conseguimos encontrar nenhum indício que aponte que o município desenvolve
programas de coleta seletiva, consumo consciente, educação ambiental, leis destinadas às empresas e pro-
gramas internos para resolver os problemas citados.

Na cidade de Brejo dos Santos vimos que o município tem sua área de descarte sendo um lixão, localizado um
pouco mais afastado da cidade, porém ainda com coleta indistinta por caminhões abertos. Os problemas que
conseguimos identificar na visita foram: vários tipos de materiais aglomerados juntos, sem separação por tipo,
havia lixo espalhado no caminho para o lixão e forte mau cheiro, um pouco abaixo do terreno do lixão havia
um açude que provavelmente estava contaminado pelo lixo e vimos também moradores chegando ao local
para depositar seu lixo, sem qualquer fiscalização. Não encontramos nenhum programa de coleta seletiva,
consumo consciente, educação ambiental, lei destinada às empresas ou programas internos para resolver tais
problemas.

Na cidade de Catolé do Rocha foi observado que o lixão do município, local de descarte utilizado, era um
3º SIMPIF

pouco mais afastado da cidade, com coleta indistinta por caminhões abertos. Os problemas identificados
foram catadores em condições desumanas, lixo espalhado pela região e forte mau cheiro. Não descobrimos
nenhum programa de coleta seletiva, programa de consumo consciente, educação ambiental e leis destinadas
às empresas, mas chegou ao nosso conhecimento que algumas escolas tinham programas internos de coleta
seletiva.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 295


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Na cidade de Riacho dos Cavalos vimos que o município descarta seus resíduos sólidos em uma área na estra-
da para a zona rural, com coleta indistinta por caminhões. O município ainda possui lixão, mas, em entrevista
com o prefeito, verificou-se que havia planos de destinar o lixo da cidade para o lixão de Sousa-PB. Na visita
vimos que os catadores trabalham em condições desumanas, com lixo espalhado pela região e forte mau
cheiro, fácil acesso para quaisquer moradores, além de que a fumaça proveniente da incineração dos materiais
atingia moradores próximos, causando diversos problemas de saúde. Não identificamos programas de coleta
seletiva, consumo consciente, educação ambiental, leis de incentivo às empresas ou programas internos para
solucionar os problemas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Ao final do projeto é possível afirmar que todos os municípios estão fora do padrão
previsto em lei e que nenhum esforço em andamento existe para que se possa resolver em médio ou curto
prazo o problema do descarte do lixo. O projeto também teve grande relevância no processo de educar os
pesquisadores sobre o assunto, que não possuíam conhecimento sobre a PNRS nem sobre as condições dos
lixões das cidades ao redor. Uma possível solução que ajudaria a resolver os problemas observados seria a
uma conscientização das autoridades sobre a PNRS, o que eventualmente os levaria a procurar descartes mais
adequados para o lixo, eliminando os lixões, promovendo mais qualidade de vida para os moradores e traba-
lhadores ao redor, além da criação de programas municipais de coleta seletiva, consumo consciente, educação
ambiental, leis de incentivo às empresas e programas internos para solucionar os problemas anteriormente
citados.

PALAVRAS-CHAVE: Resíduo sólido. Lixões. Política Nacional dos Resíduos Sólidos.

Referências

BRASIL. Lei nº 12.305/2010, de 02 de ago de 2010. Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Percentual da população atendida com serviços de coleta de lixo domiciliar – Disponível em <http://app4.
cidades.gov.br/serieHistorica/ - acesso em 08/09/2019.

3º SIMPIF

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Caroline Muñoz Cevada Jeronymo


Discussão sobre teleférico como meio
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de transporte coletivo complementar:
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras possibilidade de acesso ao monumento
Erick Salviano Lima Cristo Rei em Cajazeiras-PB
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras
INTRODUÇÃO. O crescimento acelerado da demanda nacional por
Nathaniele Alves Ricarte rodovias, associada a uma má gestão política, entre outros fatores,
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e resultou em uma infraestrutura problemática, onde muitas estradas
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras
oferecem péssimas condições para o transporte, e as cidades foram
Tiere Oliveira Simão construídas priorizando os automóveis. Não obstante, esse ainda é o
[email protected]
meio de transporte mais utilizado no Brasil.
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras
As diversas problemáticas relacionadas ao transporte brasileiro, es-
pecialmente o transporte público, incentivou o surgimento de pesqui-
sas em busca de meios alternativos que visam melhorar os já exis-
tentes ou inovar, de forma que possam garantir a mobilidade urbana,
a acessibilidade e o bem-estar com um preço justo e acessível. Des-
sa forma, observou-se o teleférico como uma alternativa viável para
amenizar os problemas causados pelo uso exagerado do automóvel ou até para ser acesso quando não há
viabilidade por outros meios.

O objetivo deste estudo é discutir, a partir de investigação bibliográfica, a viabilidade de implantação de um


teleférico dando acesso ao monumento Cristo Rei, localizado no alto de um acidente geográfico na cidade de
Cajazeiras, Paraíba. Justifica-se pelo interesse de revitalizar o morro do Cristo Rei, área que já foi o principal
ponto turístico da cidade desde meados do século XX, atraindo visitantes devido à bela vista que pode ser con-
templada do alto do morro. Porém, a falta de uma gestão pública adequada que vise ao desenvolvimento sócio
econômico da região e a formação de construções irregulares ao longo dos anos diminuíram a atratividade
da região e consequentemente o número de pessoas que se aventuram a subir ao local, além da condição de
difícil acesso, que inibe atividades turísticas locais.

MATERIAIS E MÉTODOS. Foi realizada uma revisão bibliográfica com a finalidade de obter informações acerca
da viabilidade do teleférico, usando como base artigos que analisam os resultados obtidos em cidades onde
o teleférico já foi implantando. Para obter os resultados e respostas acerca da problematização apresentada,
foram discutidas as características do local tais como acesso, topografia e importância sociocultural da re-
gião, que evidenciam a viabilidade ou não viabilidade da implantação do teleférico na cidade de Cajazeiras-PB.

RESULTADOS. De acordo com a pesquisa, em relação ao impacto ambiental, tal meio de transporte mostra-se
um tipo de transporte coletivo sustentável por não emitir poluentes, pois funciona a base de energia elétri-
ca. Além disso, também é uma boa solução para a mobilidade urbana em locais como o morro, objeto desse
estudo, pois não utiliza as vias convencionais, que por sua vez possuem alta declividade, dificultando ou até
impedindo a utilização de meios de transporte coletivos comuns, como o ônibus.

Assim como na maioria das periferias e morros brasileiros, as ruas que dão acesso ao monumento Cristo Rei
em Cajazeiras-PB, importante ponto turístico da região e patrimônio histórico da cidade, são estreitas e de di-

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fícil acesso, sendo um dos principais fatores que impedem o desenvolvimento socioeconômico da região. Além
disso, a alta declividade da região estudada é outro ponto a ser destacado, visto que os veículos automotores,
tais como carros e motos, necessitam de alta propulsão para vencer a topografia local, apresentando alta pe-
riculosidade para aqueles que se utilizam desses meios para terem acesso ao monumento. Logo, a existência
de um mecanismo que possibilite a população se deslocar por essas zonas de modo rápido, seguro e eficiente
é de extrema importância, uma vez que veículos de maior porte, como as ambulâncias, dificilmente conse-
guem chegar até essas áreas com a rapidez necessária para aparar a população local em casos de urgência.
Nesse sentido, a inserção de um teleférico é um meio viável para lidar com essas singularidades das zonas
periféricas, possibilitando um deslocamento mais rápido e seguro, em relação aos outros modais usados pela
população local.

Além disso, apesar de a região ser um dos bens patrimoniais da cidade, tombada pelo IPHAEP, o morro Cristo
Rei encontra-se em degradação, visto que a construção de antenas e casas irregulares no local e a falta de fis-
calização do patrimônio pela administração do município e pelo IPHAEP têm gerado desvalorização da região
(ROLIM, 2010), a qual, se fosse preservada e planejada, seria um importante ponto estratégico para alavancar
o desenvolvimento socioeconômico do município, pois melhoraria a qualidade de vida da população local e
haveria maior atração de turistas, que impulsionaria o comercial na região. Nesse sentido, a construção de um
teleférico aliada a execução de políticas públicas de preservação possibilitaria a existência desses aspectos
abordados anteriormente.

Peters (2012) apresenta que quando comparados com os outros sistemas de transporte alternativo, os telefé-
ricos apresentam baixo custo de implantação, enquanto os novos sistemas sobre trilhos custam cerca de US$
35 milhões por quilômetro para serem implantados e o metrô US$ 400 milhões por quilômetro, os teleféricos
custam cerca de US$ 3 milhões por quilômetro. Além disso, eles podem transportar até 10 mil pessoas por
hora, isso seria equivalente a 100 viagens de ônibus ou 2.000 de automóveis. Outros pontos positivos são a
sua fácil instalação, não gera muitos impactos, é altamente sustentável e podem ser facilmente expandidos.
Além disso, diferentes dos outros meios usados, é um transporte confortável e diminui os congestionamentos
na região em que é implantado. Sendo assim, os teleféricos oferecem, segundo Meirelles, Moreira e Borin
(2012), “um serviço de transporte eficiente e capaz de vencer as altitudes acentuadas da geografia local”. Os
autores ainda destacam que, para os críticos, o ponto negativo desse meio de transporte é que ele não é ade-
quado para regiões que são assoladas por grande quantidade de ventos fortes. O custo total da implantação
de um meio de transporte é influenciado por uma grande variedade de fatores físicos, como a topografia da
região, a distância entre os locais que pretende interligar e as construções já existentes. No que diz respeito
à operação e taxa, os fatores que influenciam estão relacionados principalmente à segurança e a situação
financeira da população que será atendida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os resultados apresentados evidenciam que o teleférico possui um baixo custo
de implantação em regiões de terreno acidentado, pois as barreiras topográficas, que quando relacionadas
3º SIMPIF

a modais convencionais acarretam uma infraestrutura de alto custo, no caso dos teleféricos ocasionam uma
interferência mínima, reduzindo os custos de implantação. E ainda, por se tratar de um transporte aéreo, pode
ser implantado com maior facilidade em áreas já urbanizadas. Somado a isso, quando se compara o sistema
sobre gôndolas com os transportes coletivos usais nos centros urbanos como o ônibus, trem, metro, etc., e
aqueles utilizados no interior de favelas e morros como as kombis e os mototáxis, percebe-se que, de acordo
com a pesquisa, os custos de implantação, manutenção e deslocamento dos teleféricos são inferiores a esses
meios citados. Além de ser um meio de transporte completamente acessível, é implantado, na maioria das

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vezes em bairros pobres, despertando na população o sentimento de inclusão e valorizando áreas de grande
potencial turístico que se encontravam desvalorizados devido à dificuldade de acesso.

Essa discussão é pertinente pois atualmente há a Associação de Moradores do Cristo Rei, o grupo de arquite-
tos local (PETRA Arquitetura), instituições de ensino (IFPB, UFCG e FSM), além de setores da Prefeitura Muni-
cipal envolvidos com objetivo de revitalizar e requalificar o local com fins de turismo religioso e cabe investigar,
em trabalhos futuros, toda a questão de transporte e acessibilidade local, conforme iniciadas nesta pesquisa,
ainda em andamento. Espera-se que a continuação desenvolva propostas de engenharia urbana que atendam
o teleférico como meio de acesso local, considerando toda a problemática discutida no texto.

PALAVRAS-CHAVE: Teleférico. Transporte coletivo complementar. Mobilidade urbana.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB Cajazeiras por nos contemplar com recursos do Edital da Chamada
01/2019 – Interconecta., que possibilitou investigarmos paralelamente outras áreas dentro de sistemas de
transporte, além do pedestrianismo.

Referências
MEIRELLES, Sérgio Lucio Gomes; MOREIRA, Mariana de Alcantara; BORIN, Elaine Cavalcante Peixoto. Telefé-
rico – uma solução para a questão da dificuldade de mobilidade no complexo do alemão/rj. Polêm!ca, Rio
de Janeiro, v. 11, n. 4, p.612-619, ago. 2012. Disponível em: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/
polemica/article/view/4328/3143>. Acesso em: 09 ago. 2019.
PETERS, Adele. As gôndolas poderiam fazer parte do futuro do transporte público?  Good, dez. 2012. Diá-
rio. Disponível em: <https://www.good.is/articles/could-gondolas-be-part-of-the-future-of-public-transit>.
Acesso em: 10 ago. 2019.
ROLIM, Eliana de Souza. Patrimônio Arquitetônico de Cajazeiras - PB: memória, políticas públicas e educa-
ção patrimonial. 2010. 146 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de História, Centro de Ciências Humanas, Letras
e Artes, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2010.

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Willame Justino Ferreira da Silva


Efeito do pré-tratamento alcalino
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
sobre as fibras de Agave sisalana para
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí aplicação na hidrólise da lignocelulose
Gislayne Kayne Gomes da Cruz
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
INTRODUÇÃO. Mediante da redução de reservas de combustíveis fós-
Francinaldo Leite da Silva seis em concorrente ao aumento do consumo de energia e emissões
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e de gases estufa, estudos têm mostrado o potencial fontes de ener-
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
gia sustentáveis e renováveis. A biomassa lignocelulósica destaca-se
neste cenário por ser o material orgânico mais abundante do planeta,
sendo encontrado em resíduos florestais e agrícolas, o que o torna
uma fonte viável para a produção de biocombustíveis e produtos quí-
micos através de bioprocessos diante da sua viabilidade econômica e
de infraestrutura. Entretanto a biomassa lignocelulósica possui natu-
reza recalcitrante que diminui a eficiência dos processos de hidrólise.
O estudo e aplicação de pré-tratamentos de biomassas têm sido uma
alternativa para diminuir a recalcitrância e aumentar a eficiência da
hidrólise enzimática. Este estudo avaliou o efeito do pré-tratamento
alcalino em diferentes concentrações sobre as fibras de Agave sisalana (agave) visando a sua aplicação na
obtenção de etanol celulósico.

MATERIAIS E MÉTODOS.

Coleta do agave e processamento

O agave será coletado na Vila de Santa Luzia município de Picuí, junto aos produtores da localidade. O material
coletado será levado para o IFPB campus Picuí. As folhas do agave foram inicialmente trituradas em máquina
tipo forrageira (Laboremus). Em seguida, foram secas em estufa a 60 °C por 48 horas. Decorrido esse tempo,
o agave triturado foi moído em moinho de facas tipo Moinho tipo Wiley TE-680 (Tecnal). O material foi em
seguida peneirado em peneira de 20 Mesh. O material foi armazenado em recipiente hermeticamente fechado
para posterior uso.

Pré-tratamento alcalino com NaOH

O pré-tratamento alcalino foi realizado a partir da mistura de 20 % (m/v) do agave in natura com solução de
NaOH na concentração de 2% (m/v) e 4% (m/v). A mistura foi submetida a tratamento térmico em autoclave
a uma temperatura de 121 °C por 30 minutos e, posteriormente, o resíduo sólido resultante foi lavado até a
água de lavagem atingir a um pH próximo ao neutro (pH 7,0). O material pré-tratado foi seco em estufa a 50
°C por 24 horas e armazenado (LEITE-SILVA et al., 2017).

Caracterização química dos materiais lignocelulósicos in natura e pré-tratado

Na determinação da umidade ou sólidos totais, extraíveis, cinzas totais, lignina, celulose e hemicelulose do
material em estudo, foram empregadas as metodologias da National Renewable Energy Laboratory (NREL)
(SLUITER et al., 2008ª; SLUITER et al. 2008b; .SLUITER et al.¸2005ª; SLUITER et al., 2005b).

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Caracterização física dos materiais lignocelulósicos in natura e pré-tratado

Espectroscopia de Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR) - O objetivo da análise FTIR é detectar
a presença dos grupos orgânicos de maior importância presentes na biomassa e também verificar a redução
desses mesmos componentes após os pré-tratamentos. Nesta análise, serão utilizados espectros de absorção,
na faixa 8 espectral de 400-4000 cm1 usando a Transformada de Fourier no espectrofotômetro de infraver-
melho (65 Espectro de FT-IR, Perkin Elmer, EUA) em parceria com o Laboratório de Engenharia Bioquímica
–LEB/UFRN.

Análise de difração de raio-x (DRX) e cristalinidade

Nesta técnica será analisada a cristalinidade dos resíduos de agave in natura e prétratados. Na espectrosco-
pia de DRX (XRD-6000, Shimadzu, Japão) será utilizado Kα de cobre de radiação, 30kV de tensão e 15 mA de
corrente elétrica, a uma taxa de 2.0 graus por minuto para uma varredura contínua de 2θ com intervalo de 4.0
– 70.0° aplicados. Esta técnica será realizada em parceria com o Laboratório de Engenharia Bioquímica – LEB/
UFRN. A partir disso, o índice de cristalinidade (IC) das fibras será calculado a partir da Equação 1, conforme
Gabhane (2014)

Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

Para analisar a superfície dos resíduos lignocelulósicos in natura, pré-tratado foi utilizado um microscópio
Hitachi, modelo TM3000, disponível através de parceria, no Departamento de Engenharia de Materiais da
UFRN. Essas análises foram realizadas para que fosse possível analisar a degradação da fibra em cada uma
das amostras e, desse modo, analisar o efeito do pré-tratamento e comparar com a amostra in natura.

RESULTADOS. Conforme analise feita do pré-tratamento alcalino a partir do resíduo de Agave sisalana (aga-
ve), foram realizados pré-tratamentos aplicando soluções de NaOH com concentrações diferentes (concentra-
ções de NaOH 2% e NaOH 4%). O pré-tratamento alcalino geralmente é utilizado para remoção de lignina por
quebrar as ligações entre este componente e os demais carboidratos, melhorando o processo de degradação
da celulose (JÖNSSON & MARTÍN, 2016). Após a realização deste processo, observou-se uma perda de massa
devido à lavagem do material, a solubilização e a remoção dos componentes ligados à celulose, extraíveis,
proteínas e até mesmo a própria celulose. Foi observado através das análises de DRX que o resíduo de agave
in natura apresentou cristalinidade de 55%, já o pré-tratamento que apresentou maior índice de cristalinida-
de foi o que utilizou NaOH 4% acondicionado por 24 horas antes do processo de autoclavagem, sendo essa
cristalinidade de 67,33%. Já as análises de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) mostraram diferenças
significativas na remoção de lignina e na exposição das fibras após o pré-tratamento. Os resultados permitem,
por fim afirmar, que o NaOH 4% foi mais eficiente na exposição das fibras de agave e que essa metodologia
pode ser aplicada em trabalhos futuros utilizando esse resíduo para a produção de etanol celulósico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os estudos demonstram a viabilidade do pré-tratamento alcalino na disposição de


3º SIMPIF

fibras lignocelulósicas para a hidrólise enzimática. No entanto, estudos mais aprofundados estão em anda-
mento.

PALAVRAS-CHAVE: Agave sisalana, lignocelulose e pré-tratamento alcalino.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao CNPq e ao IFPB por disponibilizar recursos na forma de Bolsa PIBIC
para a realização desse projeto.

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Referências
GABHANE, J.; PRINCE WILLIAM, S. P. M.; VAIDYA, A. N.; MAHAPATRA, K.; CHAKRABARTI, T. Influence of heating
source on the efficacy of lignocellulosic pretreatment: a cellulosic ethanol perspective. Biomass & Bioenergy,
v. 35, p. 96-102, 2011.
JÖNSSON, L. J; MARTÍN, C. Pretreatment of lignocellulose: Formation of inhibitory by-products and strategies
for minimizing their effects. Bioresource Technology, v. 199, p. 103-112, 2016.
LEITE-SILVA, F. et al. Pretreatments of Carnauba (Copernicia prunifera) straw residue for production of cellu-
lolytic enzymes by Trichorderma reesei CCT-2768 by solid state fermentation. Renewable Energy, 2017.
SLUITER, A.; HAMES, B.; HYMAN, D.; PAYNE, C.; RUIZ, R.; SCARLATA, C.; SLUITER, J.; TEMPLETON, D.; AND WOL-
FE, J. Determination of total solids in Biomass and total dissolved solids in liquid process sample. Technical
Report NREL/TP-510-42621. National Renewable Energy Laboratory, Golden, Colorado, 2008a.
SLUITER, A.; HAMES, B.; RUIZ, R.; SCARLATA, C.; SLUITER, J.; AND TEMPLETON, D. Determination of ash in
biomass. Technical Report NREL/TP-510-42622. National Renewable Energy Laboratory, Golden, Colorado,
2005b.
SLUITER, A.; HAMES, B.; RUIZ, R.; SCARLATA, C.; SLUITER, J.; AND TEMPLETON, D. Determination of Structu-
ral Carbohydrates and Lignin in Biomass. Technical Report NREL/TP-510-42618. National Renewable Energy
Laboratory, Golden, Colorado, 2008b.
SLUITER, A.; RUIZ, R.; SCARLATA, C.; SLUITER, J.; AND TEMPLETON, D. Determination of extractives in biomass.
Technical Report NREL/TP-510-42619. National Renewable Energy Laboratory, Golden, Colorado, 2005a.

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Dayana Lima e Silva


Elaboração de um livro de receitas
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
inovadoras a base de cactáceas:
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí valorizando os sabores da Caatinga
Maria Nazaré Dantas de Sousa
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
INTRODUÇÃO. A Caatinga é a vegetação predominante na zona se-
Valter Silva Ferreira miárida do Nordeste brasileiro, onde ao contrário o que se pensava,
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e abriga uma grande biodiversidade de espécies, entre elas as cactá-
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
ceas, das quais muitas são utilizadas pela população, principalmente
Frederico Campos Pereira para a alimentação animal. Existe uma gama de possibilidades para o
[email protected]
uso e reaproveitamento dos frutos dessas cactáceas para a alimenta-
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí ção humana, efetuando a sua incorporação a alimentos tradicionais,
de confecção caseira, ou mesmo para a agroindústria alimentícia,
principalmente na forma in natura, tendo em vista que os mesmos
possuem um considerável teor de sacarose, entre outras proprieda-
des nutricionais, nutracêuticas e organolépticas. Bastos et al., (2009)
afirma que os alimentos de origem vegetal são fontes de energia, pro-
teína, vitaminas, minerais, folato, fibras e compostos bioativos (CBAs).

O grupo “Sabores da Caatinga” que é parte integrante do NEA (Núcleo de Estudos em Agroecologia) do
IFPB Campus Picuí, bem como Associações de pequenos produtores regionais e comunidades quilombolas
podem apropriar-se dessas e outras receitas para agregar valor aos seus produtos. Adaptando os conceitos
já conhecidos e os estendendo a todas as plantas que não são convencionais em nossos cardápios ou não
são produzidas em sistemas convencionais (agricultura industrial ou convencional), temos a designação de
plantas alimentícias da agrobiodiversidade (BRAK, 2016). O registro físico e eletrônico através da descrição
dessas receitas e do modo como prepara-las, se faz mister principalmente por inserir-se no universos social
de uma região que encontra-se em processo de desertificação e com baixíssimos índices de IDH (Índice de De-
senvolvimento Humano), fundamental para que esses valores imateriais não se percam no tempo nem sejam
“engolidos” pelo avanço do fastfood globalizante dos grandes centros.

A construção desse livro irá direcionando essas ações para o olhar Agroecológico da recuperação ambiental
através do estímulo a geração de renda através de novos produtos que podem ser plenamente desenvolvidos
pelas comunidades locais. Ações transversais de cunho agroecológico que de alguma forma contribuam no
processo de geração de alguns dos produtos que farão parte das receitas serão registradas como: Adubação
orgânica; Quintais produtivos; Fundos rotativos solidários; ações comunitárias de plantio e colheita; Recu-
peração de áreas degradadas; curvas de nível, etc. A segurança alimentar será também alvo principal dessa
experiência que se utilizará de metodologias endógenas e participativas nas comunidades inseridas nessa
frágil ambiente de vulnerabilidade social. A utilização do alimento, de forma sustentável, reduz a produção
de lixo orgânico, prolonga a vida útil do alimento, promove a segurança alimentar e beneficia a renda familiar
(SILVA; RAMOS,2009)

A formulação desse estudo prospectivo entre marcas, patentes e a busca de anterioridade faz crer em um novo
parâmetro voltado a novas tecnologias, diante disso a elaboração desse estudo se torna viável, enaltecendo
o método e produção das receitas como inovação gastronômica. Segundo (QUINTELLA; TORRES, 2011), a

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busca de anterioridade é utilizada de forma introdutória em pesquisas de dados sendo considerada como base
para fontes de informação e proteção de propriedade industrial e inovações de serviços, produtos e métodos
de pesquisa, sendo influenciado de forma negativa ou positiva pelos dados coletados. Diante disso, a pros-
pecção das receitas elaboradas facilitaram a hipótese de que, a relação poderá confirmar o ineditismo das
receitas, desse modo, para que sejam consideradas inovadoras as receitas foram prospectadas utilizando os
parâmetros de busca usados na busca de anterioridade, com a perspectiva de que, as buscas não influencie
a elaboração das receitas e o método de preparo, uma vez que as diretrizes de buscas são realizadas pela
nomenclatura das receitas, uma vez já registradas as buscas conforme o projeto citado acima. O presente tra-
balho tem o intuito de apresentar como se deu a produção do livro “Sabores da Caatinga”, desde a elaboração
de receitas até suas prospecções.

MATERIAIS E MÉTODOS. A elaboração do Livro de Receitas; “SABORES DA CAATINGA: Valorização gastro-


nômica das espécies de nosso Bioma” seguirá os passos normais da elaboração de um livro como qualquer
outro, porém observados alguns detalhes.

Cada receita será um capítulo do referido livro. O roteiro a ser seguido obedecerá a seguinte ordem: A) Título
do Prato/Receita; B) Descrição dos ingredientes; C) Quantidade; porção e de que forma o ingrediente vai ser
inserido na receita (calda, polpa, pedaços, etc.); D) descrição dos Ingredientes acessórios (originários do bio-
ma Caatinga, ou não) inclusive temperos; E)Passo a passo da mistura dos ingredientes e desenvolvimento da
receita citando tempos e movimentos; F) Histórico e descrição botânica e nutricional de cada espécies oriunda
do bioma Caatinga envolvida na receita; G) Registro fotográfico das espécies em três etapas: 1- In loco, ou
seja, na forma como foi coletada no campo, 2 – Sendo preparada para ser incorporada a receita; 3 – Imagem
do prato final pronto para degustação e consumo.

Caso haja por trás de cada receita um adicional que ligue o prato a uma ação sustentável no âmbito da Agroe-
cologia, essa ação também será relatada, seja ela um ingrediente que faça parte de um quintal agroecológico,
ou seja, oriunda de uma área degradada em processo de regeneração, ou que foi utilizado composto orgânico
derivado da parceria de projetos do NEA com agentes públicos ou comunitários etc.

Com relação a estrutura do livro ele terá: Capa; Contracapa; Ficha catalográfica; Sumário; Apresentação;
Prefácio; Capítulos; e outro dispositivo se assim os organizadores acharem necessário. O livro será editado
em Word, porém pode-se adotar um editor de textos diferenciado se assim facilitar o trabalho dos editores,
porém sempre de forma legal e autorizada. O mesmo terá ISBN que deverá ser solicitado pela Editora do IFPB.

Após o resultado final, ou seja, depois do livro elaborado o mesmo será encaminhado para Editora d para que
possa novamente passar por todos os trâmites técnicos e legais para que possa ser editado e publicado como
resultado deste trabalho inédito, inovador e sustentável. Desde já a equipe deixa claro que seguirá todas as
correções e indicações que os revisores da referida Editora assim indicar.
3º SIMPIF

RESULTADOS. Quebrando os paradigmas existentes na sociedade como uma forma de inclusão para os ali-
mentos já existentes no próprio Bioma Caatinga uma vez que, a segurança para se alimentar com qualidade e
em quantidades suficientes é um direito social a ser assegurado pelo Estado, ou seja, um direito do cidadão em
não sentir medo de viver sob a ameaça de fome (FREITAS & PENA, 2007). Os produtos oriundos da caatinga
é uma das maneiras de suprir com a escassez relacionado a produção de alimentos visando o que a natureza
tem em abundancia, exemplos disso são a palma doce, os frutos do facheiro, frutos da palma de espinho, co-

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roa de frade, frutos do mandacaru e a gogoia. No entanto, com práticas inovadoras esses mesmos produtos
podem ser acrescentados em receitas culinárias visando seu valor nutricional ricos em vitaminas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Há a necessidade de se promover o bioma Caatinga e valorizá-lo a partir do olhar


de seus próprios moradores possibilitando ações que os mesmos reproduzam e promovam essa valorização.
Ao passo que os mesmos descobrem o potencial inovador gastronômico de suas espécies que sempre esti-
veram ali e nunca foram exploradas gastronômica, econômica e nutricionalmente. Resgatar e registrar essas
receitas, e principalmente descrever o passo a passo de sua elaboração, descrever aspectos Agroecológicos e
orgânicos, bem como o apelo nutricional dessas receitas é o ponto chave do projeto. Finalmente teremos um
livro como proposta final de registro dessas receitas inovadoras. Cada receita é patenteável potencialmente.
Estamos trabalhando em algumas já.

Já há o produto final – “Livro intitulado: Sabores da Caatinga: Receitas inovadoras com xerófitas”. Com ISBN
em parceria com o Mestrado PROFNIT do IFPB Campus Campina Grande.

PALAVRAS-CHAVE: Culinária. Plantas xerófilas. Agricultura. Caatinga.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos a todos os contribuintes que ajudaram direto e indiretamente, em especial


ao CNPQ, ao núcleo de estudos em Agroecologia (NEA) e ao IFPB , que deram suporte durante o desenvolvi-
mento do projeto.

Referências
Sabores da Caatinga: receitas inovadoras com xerófitas/ Frederico Campos Pereira... {et.al.} Organizadores.
Campina grande/PB.RgEditora:2019.108p.il.color. ISBN: 978-85-94349-09-5.

3º SIMPIF

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Dreyciele Pereira Barbosa


Escapa escola de marcenaria: uma
[email protected],
Instituto Federal de Educação Ciência e
abordagem prática de oficinas criativas
Tecnologia da Paraíba – Campus Cabedelo

Breno Vidal Miranda


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. O conhecimento tornou-se o recurso principal da
Kaio Kaique Pereira da Silva nossa sociedade e está organizado em torno das áreas de aplicação,
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e esperando-se que as instituições de ensino o utilizem em ações rea-
Tecnologia da Paraíba – Campus Cabedelo
lizadas na sociedade e construindo o conhecimento vinculado a reali-
Thyago de Almeida Silveira dade (WALL, 2008). Pensando-se nesse trânsito de conhecimento, a
[email protected]
construções de espaços para prática aplicada pode ser uma boa al-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Cabedelo ternativa no processo de ensino-aprendizagem, acontecendo através
de minicursos, oficinas ou aulas práticas.

Ao buscar a necessidade desconstruir a ideia de que o ensino deve


ser monótono obedecendo as características das metodologias tradi-
cionais e eruditas, depara-se com o surgimento de metodologias ati-
vas que vêm tomando grande espaço nas esferas educacionais, sen-
do elas uma ferramenta importante no processo de ensino-aprendizagem, dando ao sujeito uma posição ativa
como participante, tendo maior contato e interação com a prática vivenciada muitas vezes na teoria em sala
(WALL, 2008). O aluno passa, então, a ser o protagonista e transformador do processo de ensino, enquanto
o educador assume o papel de um orientador, abrindo espaço para a interação e participação dos estudantes
na construção do conhecimento.

É verídico que instituições como o IFPB que integra ensino médio, ensino técnico e superior, tem necessidades
especificas de acordo com cada curso ministrado. Existindo demandas de produção ou criação de produtos,
ferramentas, equipamentos ou ofertas de aulas práticas, minicursos e oficinas com teor pratico, que poderá
surgir por motivações distintas, partindo de professores ou pelos próprios alunos.

Pensando-se nessa necessidade, que o ESCAPA Ecodesign (Núcleo de Criatividade Prática Aplicada) trouxe
para o IFPB Campus Cabedelo o contexto da marcenaria escola, buscando estreitar a relação entre discentes e
docentes com a oficina montada para benefício comum, facilitando contato direto do público com o ambiente
da oficina. O projeto tem como pilar principal o Ecodesign que se apresenta como um agente de transfor-
mação, somando práticas de uma gestão ambiental proativa, buscando o desenvolvimento de produtos e a
minimização dos impactos ambientais durante todo ciclo de vida do produto, visando o incentivo da criativi-
dade e inovação (PAZMINO, 2007). O Ecodesign pretende integrar considerações ambientais na confecção
de produtos e como tal, pode ser utilizado como termo geral para todas as abordagens relacionadas com a
sustentabilidade ambiental no design. Segundo Almeida (2017), discute a função do design com foco no ser
humano, na ética e nos estudos de ecologia.

Para que essas práticas sejam assimiladas pelos alunos, a marcenaria escola abraçou como metodologia o Lear-
ning by Doing ou aprender fazendo (DE LA HOZ e DE BLAS, 2009). Onde se entende-se a necessidade da prática
aplicada e do exercício da criatividade como objetos fundamentais do processo de educação, estando de acor-

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do com as modalidades formativas que possuem um caráter mais integrador, baseado no respeito às capaci-
dades e habilidades naturais de cada jovem além da intensificação do relacionamento humano (SOUZA, 2009).

Nas Oficinas-Escola espalhadas pelo Brasil busca-se promover um contexto de aprendizado através da prática
aplicada e do trabalho (CAÑAS, 2013); dando aos jovens que não se ajustam ao modelo padrão de aprendi-
zado ou que necessitam quebrar o contexto massificante da sala de aula que se baseia no sedentarismo e na
assimilação de conhecimentos puramente abstratos, a oportunidade de trabalhar com ações práticas, explo-
rando o seu saber empírico, muitas vezes absorvidas por atividades realizadas no cotidiano familiar, dando a
oportunidade desse aluno apresentar seus pontos positivos e instigar sua liberdade criativa, para produção
e desenvolvimentos de produtos que tenham o Ecodesign como princípio, sendo eles inovadores, estéticos,
úteis e diversos.

Nesse sentido, proporcionar a iniciação de alunos do IFPB Campus Cabedelo na prática da marcenaria e do
Ecodesign, pode-se proporcionar a criação de uma consciência ambiental sustentável apresentando projetos
concretos para a solução de problemas sociais e ambientais, de uma forma sustentável e eco-inovadora. As-
sim, o objetivo deste trabalho foi relatar a realização do minicurso de Ecodesign ocorrido na Semana do Meio
Ambiente – IFPB Campus Cabedelo- PB.

MATERIAIS E MÉTODOS. O minicurso de Ecodesign e marcenaria criativa, intensivo e prático, com carga ho-
rária de 10 horas, ocorreu durante os dias 05 e 06 de junho de 2019, na Semana do Meio Ambiente – IFPB
Campus Cabedelo- PB. E foi ministrado pela equipe do Projeto ESCAPA-Ecodesign para cerca de 50 alunos,
foram impelidos a desenvolver objetos funcionais ou estéticos, encarando a produção como uma atividade
prática, sendo o próprio participante agente ativo do processo de ensino-aprendizado.

Foram utilizados placas de madeira reaproveitadas encontrados descartados pelo campus, pela indústria au-
tomobilística e até descartado pela própria marcenaria, ferramentas elétricas para corte, furação e lixamento,
como serra circular, de esquadria e de bancada, serra tico-tico, furadeira, lixadeira orbital e de cinta, além de
pregos, parafusos, cola, pincéis e tintas.

RESULTADOS. O resultados foram a produção de 15 peças e objetos decorativos, como porta-vinho, molduras
e quadros, base para celular, porta carteira, tamburetes, entre outros. No fim do minicurso foi solicitado que
os participantes presentes respondessem um questionário de satisfação, com intensão de colher informações
referente ao vivido na prática dentro da marcenaria escola.

50 alunos participaram das aulas práticas, no entanto apenas 23 responderam o questionário, sendo estes todos
alunos do IFPB Campus Cabedelo, dos cursos de Design Gráfico, Licenciatura em Ciências Biológicas e Técnico
em Meio Ambiente. O questionário possuía 8 perguntas, tendo 4 abertas e 4 fechadas. Perguntas referentes
ao perfil pessoal e ao nível de satisfação com os ministrantes, espaço, maquinários e a metodologia aplicada.

Em seguida, os dados foram tabulados e foram gerados gráficos. Quando questionados se antes do minicurso
3º SIMPIF

os participantes tiveram contatos anteriormente com marcenaria, 26% deles responderam que sim, e assi-
milaram esse contato com práticas familiares, e outros haviam presenciado ações do projeto ESCAPA dentro
do Campus, e 74% afirmaram que nunca haviam tido contato. A maioria escolheu realizar o minicurso porque
achou a proposta interessante, despertou a curiosidade e alguns dos alunos de Design Gráfico afirmaram ter
habilidades com trabalhos manuais.

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Quanto ao nível de satisfação, tendo como parâmetro Ótimo, Bom, Mediano, Ruim e Péssimo, considerando as
práticas e o uso da metodologia, 96% marcaram o nível ótimo, que corresponde ao maior nível de satisfação,
e 4% marcaram a opção “Bom”, refletindo que a metodologia do aprender fazendo proporcionou um maior
dinamismo que agradou a maioria dos participantes, e proporcionou aos ministrantes o desejo de explorar
mais a metodologia e aprimorá-las nas práticas da marcenaria escola.

No campo das sugestões, críticas e elogios pode-se destacaram-se como elogios a valorização da interação
dos ministrantes que estavam em posição de auxiliares nas ações feitas pelos alunos, pelas quais as práticas
ministradas despertaram o interesse por trabalhos manuais. Como sugestões e críticas, pode-se destacar a
necessidade de um espaço maior, a segurança das máquinas, e um tempo maior de minicurso com mais dias
disponíveis e maior carga horária. Alguns participantes citaram que deveria surgir uma disciplina optativa que
envolva as práticas da marcenaria.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. As práticas executadas na semana do meio ambiente do IFPB-Cabedelo, tiveram


como intensão retirar o aluno da sala de aula normal, e trazê-los para o universo prático da marcenaria, fazen-
do uso da metodologia do aprender fazendo, dando ao aluno participante o papel de protagonista das ações
executadas, valorizando o trabalho coletivo, e a liberdade criativa de cada aluno.

Os resultados foram satisfatórios tanto de modo quantitativo quanto qualitativo, tendo um total de 15 peças
produzidas, e em torno de 50 participantes, onde a grande maioria assumiu uma posição ativa, reversando
maquinários, cortando, pintando e finalizando as peças por eles idealizadas ou escolhidas por meio de uma
pesquisa rápida.

O retorno que obtivemos dos alunos expressados nas respostas dos questionários foi positivo, onde apresen-
taram a prática da marcenaria escola como algo inovador e de grande valia para sua vida acadêmica. Perante
os resultados, o projeto pretende propor outras oficinas, minicursos ou intervenções que venha novamente
abraçar o Learning by Doing, aprimorando a novas práticas.

PALAVRAS-CHAVE: Marcenaria. Oficina Escola. Ecodesign

AGRADECIMENTOS: Gratidão ao Instituto Federal da Paraíba campus Cabedelo por oferecer a oportunidade
de realizar o minicurso com abundancia de materiais usufruindo de um espaço adequado e bem equipado.
Gratidão aos alunos que compareceram e participaram ativamente de toda ação.

Referências

CAÑAS, Rocío Serrano. O princípio formativo do aprender fazendo no Programa de Oficinas-Escola. Revista
Eletrônica de Educação, v. 7, n. 3, p.110-128.

DE LA HOZ, J.; DE BLAS, A. (2009). Learning by doing’ methodology applied to the practical teaching of elec-
trical machines. International Journal of Electrical Engineering Education. Vol 46, Issue 2, pp. 133 – 149.
3º SIMPIF

Espanha, 2009.

PAZMINO, Ana Verónica. Uma reflexão sobre Design Social, Eco Design e Design Sustentável. In Simpósio
Brasileiro de Design Sustentável, n. 1, 2007, Curitiba.

SOUZA, Rodrigo Augusto de. John Dewey e a formação de professores: Aspectos da influência sobre a for-
mação docente no Brasil. In Congresso Nacional de Educação, n. 9, 2009, PUCPR.

WALL, Marilene Loewen. A experiência de realizar um Estágio Docência aplicando metodologias ativas. Acta
Paul Enferm, v. 21, n. 3, p. 515-51.

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Joevelly Vitória Alves da Silva


Estudo da avifauna urbana no município
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de Itabaiana – PB
Tecnologia da Paraíba – Campus Itabaiana

Joseane Clemente da Silva


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Itabaiana
INTRODUÇÃO. Segundo Ribon (2010), a composição (quais espécies
Maria Fernanda Alves Santos ocorrem em determinando local) e a riqueza (quantas espécies ocor-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e rem no local) são a essência de muitos estudos sobre ecologia de
Tecnologia da Paraíba – Campus Itabaiana comunidades. Tais informações são usadas para, de forma simples,
se caracterizar, por exemplo, um grupo de aves em uma determinada
Dandara Monalisa Mariz Bezerra
[email protected] área, sendo esses trabalhos denominados comumente “levantamen-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
to” ou “inventário” de espécies. O processo de urbanização ocorre
Tecnologia da Paraíba – Campus Itabaiana
de forma acelerada e como consequências têm-se efeitos intensivos
e localizados que provocam profundas alterações nos sistemas na-
turais e na paisagem original das cidades e, consequentemente, nos
padrões de qualidade ambiental do meio urbano (AMÂNCIO; SOUZA;
MELO, 2008). No caso das aves, muitas populações podem declinar
e até se extinguir (ex.: Mitu mitu) devido à escassez de habitats natu-
rais, aumento de predadores e intolerância à atividade humana. Outras espécies, no entanto, conseguem se
beneficiar com as alterações do habitat e aumentar suas populações (ex.: Athene cunicularia, Furnarius rufus
e Pitangus sulphuratus) (MARINI; GARCIA, 2005; PEREIRA et al. 2009). A diversidade de aves em um ecos-
sistema urbano pode ser elevada com a presença de áreas arborizadas e florestais, como também a presença
de árvores frugívoras, insetos, mamíferos o que compõe a dieta alimentar das espécies, pois atuam como
atrativos e possibilitam a permanência das aves nesse ecossistema (BECKER; POVALUK, 2013). Neste contex-
to, o presente trabalho teve como objetivo determinar a composição e a riqueza avifaunística da área urbana
no município de Itabaiana – PB, contribuindo para um maior conhecimento da avifauna dessa região, além
de fornecer subsídios para futuros projetos de educação ambiental e manejo de áreas urbanas arborizadas.

MATERIAIS E MÉTODOS. Foram utilizadas técnicas usuais em inventários da avifauna, como observações
diretas com o auxílio de binóculo, registros fotográficos e identificação de vocalizações, sendo listadas todas
as espécies registradas durante os dias de amostragem em lista simples (RIBON, 2010). Foi realizado moni-
toramento bioacústico, com o auxílio do gravador de voz digital Sony ICD-PX240, para identificar a avifauna
noturna através da gravação de suas vocalizações. As observações da avifauna urbana na cidade de Itabaiana
incluíram amostragens nos períodos seco (meses de setembro a novembro) e chuvoso (meses de junho a
agosto), como forma de avaliar se há diferença na composição das aves entre esses períodos do ano. As co-
letas de dados foram realizadas em duas avenidas principais da cidade de Itabaiana: AV1 (Avenida Presidente
João Pessoa) e AV2 (Avenida Deputado Adauto Pereira de Lima), onde ambas foram anteriormente demarca-
das, com auxílio de GPS, em uma distância média de 1,6 Km. O período de tempo de cada coleta de dados foi
de, aproximadamente, uma hora, tendo início pela manhã às 07h:15min e finalizando às 08h:15min. As coletas
iniciaram no mês de junho e finalizaram no mês de novembro de 2018. Cada avenida foi amostrada uma vez a
cada mês, totalizando 12 unidades amostrais. Todas as aves registradas foram identificadas em nível especí-
fico com auxílio da bibliografia especializada (ex.: PERLO, 2009; RIDGELY; TUDOR, 2009; SIGRIST, 2013). As
vocalizações das aves não identificadas em campo eram gravadas e posteriormente comparadas com arquivos

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sonoros (ex.: MAJOR et al., 2004; MINNS et al., 2010). A nomenclatura científica seguiu a taxonomia sugeri-
da pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (PIACENTINI et al., 2015). Foi construída uma curva de
acumulação de espécies para avaliar o resultado do esforço amostral com auxílio do programa R (R Core Team
2016). Uma estimativa para a riqueza foi calculada a partir dos dados de ocorrência/abundância das espécies
de aves, através de estimadores não-paramétricos (ex.: Jacknife 1, Chao 1). Esta análise foi realizada também
no programa R. As espécies foram classificadas com base em suas categorias de frequência de ocorrência
(fr), conforme a relação: fr= Ni / Nt , sendo Ni o número de visitas em que a espécie “i” foi registrada, e Nt o
número total de visitas. De acordo com a frequência, as espécies são agrupadas em três categorias distintas
(adaptado de MENDONÇA-LIMA; FONTANA,2000): residentes (R: fr ≥ 0,60); prováveis residentes (P: 0,15 ≤
fr< 0,60) e ocasionais (O: fr< 0,15).

RESULTADOS. Ao longo de toda a pesquisa foram registradas 52 espécies de aves silvestres na cidade de Ita-
baiana, pertencentes a 29 famílias. Destas, as mais representativas em número de espécies foram: Tyrannidae
(7 espécies), Ardeidae (4 espécies) e Traupidae (4 espécies). Os estimadores de riqueza Chao 1 e Jack 1 es-
timaram, respectivamente, uma riqueza de 66,7 ± 10,1 e 65,7 ± 5,3 espécies. As espécies Passer domesticus
(468 espécimes), Progne chalybea (143 espécimes), Cathartes burrovianus (137 espécimes) e Columbina tal-
pacoti (98 espécimes) foram as que apresentaram maior número de visualizações nesta pesquisa. Na avenida
Presidente João Pessoa (AV1) foram registradas 42 espécies, enquanto que na Avenida Deputado Adauto Pe-
reira de Lima (AV2) foram registradas 40 espécies. Entre as avenidas (AV1) e (AV2) foram encontradas 30 es-
pécies em comum. Quanto à frequência de ocorrência, 50% das espécies de aves registradas nesta pesquisa
são prováveis residentes, 25% são ocasionais e 25% são residentes. As espécies Pitangus sulphuratus, Passer
domesticus, Cathartes burrovianus, Certhiaxis cinnamomeus, Columbina talpacoti, Progne chalybea e Tyrannus
melancholicus apresentaram os maiores valores de frequência de ocorrência. Durante os meses chuvosos que
foram contemplados nesta pesquisa, observamos 37 espécies de aves silvestres, sendo que destas seis espé-
cies (Egretta thula, Gallinula galeata, Myiozetetes similis, Tangara cayana, Sporophila albogularis e Euphonia
chlorotica) foram observadas apenas no período chuvoso. Enquanto no período com ausência de chuvas,
registramos 46 espécies, sendo que 15 espécies foram observadas apenas nos meses mais secos do ano e
31 espécies de aves foram registradas em ambos os períodos do ano. No período noturno foram registradas
apenas as vocalizações das espécies Vanellus chilensis (Téteu) e Athene cunicularia (Coruja-buraqueira).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os objetivos da presente pesquisa foram alcançados, visto que foram listadas a
riqueza e composição avifaunística cidade de Itabaiana- PB. A riqueza de espécies de aves registradas repre-
senta uma parcela significativa da avifauna urbana de Itabaiana, refletindo as diferenças observadas entres as
avenidas amostradas, como a presença do Rio Paraíba e a variação no grau de urbanização. As informações
obtidas sobre a avifauna urbana representam uma investigação pioneira para a cidade, cujos resultados po-
derão servir de parâmetro para novas pesquisas na área. Constatamos uma presença significava de indivíduos
das espécies Passer domesticus e Progne chalybea em áreas centrais amostradas na cidade de Itabaiana-PB.
Sendo necessárias pesquisas futuras para melhor caracterizar aspectos antropogênicos, ambientais e ecoló-
3º SIMPIF

gicos que favorecem a presença das aves nas cidades. Por fim, ressaltamos que as áreas pesquisadas parecem
favorecer espécies menos exigentes quanto à qualidade ambiental e à oferta de recursos.

PALAVRAS-CHAVE: Aves. Cidade. Frequência de ocorrência. Riqueza de espécies.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos o apoio financeiro da bolsa de iniciação científica financiado pelo Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Campus Itabaiana.

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Referências
AMÂNCIO, Suélen; SOUZA, VB de; MELO, Celine. Columba livia e Pitangus sulphuratus como indicadoras de
qualidade ambiental em área urbana. Revista Brasileira de Ornitologia, v. 16, n. 1, p. 32-37, 2008.
BECKER, Andressa Minikovski; POVALUK, Maristela. Levantamento das espécies de aves da área denominada
Zona de Preservação Ambiental e Lazer 1 (ZPAL1), situada no perímetro urbano de Mafra–SC. Saúde e meio
ambiente: revista interdisciplinar, v. 2, n. 1, p. 3-15, 2013.
MAJOR I., SALES L. G. JR. & CASTRO R. 2004. Aves da caatinga. Fortaleza: Demócrito Rocha, Associação
Caatinga, CD ROM.
MARINI, Miguel Angelo; GARCIA, Frederico I. Conservação de aves no Brasil. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p.
95-102, 2005.
MENDONÇA-LIMA, A.; FONTANA, C. S. Composição, frequência e aspectos biológicos da avifauna no Porto
Alegre Country Clube, Rio Grande do Sul. Ararajuba, v. 8, p. 1-8, 2000.
MINNS J., BUZZETTI D., ALBANO C., GROSSET A., WHITTAKER A. & PARRINI R. 2010. Floresta Atlântica, Cer-
rado, Caatinga, Pantanal, Campos Sulinos e Costa. V. 1.DVD-ROM
PEREIRA, Zélia Paz et al. Monitoramento de ninhos de aves em um parque urbano. Revista Brasileira de Zoo-
ciências, v. 11, n. 1, 2009.
PERLO, Ber. A field guide to the birds of Brazil. Oxford University Press, 2009.
PIACENTINI, Vítor de Q. et al. Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records
Committee/Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Revista
Brasileira de Ornitologia-Brazilian Journal of Ornithology, v. 23, n. 2, p. 90-298, 2015.
R Core Team. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Compu-
ting, Vienna, Austria. Disponível em: <http://www.R-project.org/>. 2014.
RIBON, Rômulo. Amostragem de aves pelo método de listas de Mackinnon. In: MATTER, S.,
RIDGELY, Robert S.; TUDOR, Guy. Field guide to the songbirds of South America: the passerines. University
of Texas Press, 2009.
SIGRIST, Tomas. Avifauna brasileira: Guia de campo avis brasilis. Avis Brasilis Editora, 2013.
STRAUBE, F. C., QUEIROZ PIACENTINI, V., ACCORDI, I. A., CÂNDIDO JR, J. F. Ornitologia e conservação: ciên-
cia aplicada, técnicas de pesquisa e levantamento. Technical Books Editora, p. 33-44. 2010.

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Diego Gomes Da Silva


Estudo de adsorção em coluna de fluxo
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
contínuo empregado na remoção do
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa íons prata de efluentes de laboratório
Jonatas Mateus da Silva Rodrigues de química
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. Atualmente, os resíduos químicos provenientes de la-
Antônio Cícero De Sousa boratórios dos cursos de química das modalidades, a saber, licencia-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e tura, bacharelado, engenharia química, dentre outros, gerados das
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
atividades de pesquisa e/ou de ensino em Universidades e Institui-
Gesivaldo Jesus Alves de Figueirêdo ções Federais de Ensino Superior tem sido motivo de preocupação
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para os gestores de todo Brasil, tendo em vista a ausência de um
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa plano gerenciamento adequado para esse tipo de resíduo. Essa te-
mática tem despertado por parte dos gestores não apenas à imple-
mentação de práticas que visem à minimização e rotas de tratamento
de resíduos produzidos nas atividades laboratoriais, mas também a
conscientização e treinamento dos atores (professores, técnicos es-
tudantes, servidores do setor de limpeza, dentre outros) envolvidos
no processo. Contudo, a execução do plano perpassa pelo descarte
correto, logística reversa e o tratamento dos resíduos, propósito desse trabalho.

A literatura reporta diversos trabalhos envolvendo a temática resíduos químicos de laboratório, nesta direção,
os trabalhos apontam os que se enquadram em duas vertentes básicas: o estabelecimento

de rotas de gestão que trata do tratamento dos efluentes residuais, dentre os quais encontram-se os trata-
mentos alternativos, para um descarte final adequado e/ou a recuperação de elementos, como no caso dos
metais tóxicos de elevado valor agregado ( UNE, 2009; ARVANITI, 2015; ZHAO et al. 1998), e a avaliação do
impacto desses programas de gestão sobre os atores envolvidos nos mesmos, com ênfase na percepção e as-
similação de uma nova cultura comprometida com a proteção do meio ambiente e saúde da população (UNE,
2009; ARVANITI, 2015; ZHAO et al. 1998).

Os laboratórios de química do curso de licenciatura em química situado na unidade acadêmica IV geram


resíduos em termos de metais tóxicos nos componentes curriculares, a saber, química inorgânica, química
analítica qualitativa e quantitativa, físico-química, dentre outras.

A ausência de um tratamento e/ou destino correto desses resíduos de forma sustentável contribuirá para o
aporte de metais tóxicos, no meio ambiente. Para que esses efluentes possam ser descartados em corpos
d’águas, a legislação ambiental, Resolução do conselho nacional do meio ambiente (CONAMA) 430 (BRASIL,
2011) exigem que os mesmos sejam adequadamente tratados, de modo que a concentração desses metais
dissolvidos não ultrapasse os limites toleráveis legais estabelecidos para o efluente, e o seu descarte não
ultrapasse os padrões de qualidade de água do corpo receptor. Diante deste cenário, faz-se necessário o cum-
primento do estabelecimento das normas para o lançamento de efluentes nos corpos d’água.

Neste sentido, é imprescindível o desenvolvimento de técnicas de tratamento de efluente líquido que empre-
gue material adsorvente argilomineral (caulinita), natural, de baixo custo, abundante na natureza, de fácil

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 312


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obtenção, capaz de remover íons prata para ser aplicado no tratamento de efluente gerados dos laboratórios
química do IFPB, Campus, João Pessoa, antes de serem descartados no meio ambiente.

MATERIAIS E MÉTODOS. A coleta dos efluentes líquidos gerados nas aulas do curso de Licenciatura em Quími-
ca do IFPB – Campus João Pessoa, foram armazenados em bombonas de 5 litros, identificadas de acordo com
os resíduos gerados, em seguida foram coletadas e filtradas em papel de filtro quantitativo antes de serem
processadas.

O material adsorvente utilizado nesse trabalho, o caulim bruto, foi disponibilizado pela UFRN, já completa-
mente processada. O material adsorvente foi submetido ao peneiramento empregando uma malha granulo-
métrica #200 (mesh), no Laboratório de Tecnologia em Química Ambiental no campus João Pessoa – PB. Em
seguida o material foi analisado e caracterizado a partir do equipamento difratômetro de raios-X (DFRX) da
marca Shimadzu modelo XRD-6100 com fonte de Cu e monocromador de cristal de grafite no modo passo na
amplitude angular de 3° a 60° 2θ, a cada 0,5°2θ por passo nas frações.

A coluna de adsorção usada no trabalho foi confeccionada em escala de laboratório empregando uma camada
de brita com altura de 3cm, uma de cascalho com altura de 2cm, uma de areia grossa de 2 cm, uma de areia
fina de 2cm, outra contendo a fase adsorvente (2 cm) e uma última camada de areia fina de 2 cm. Para evitar a
perda de material adicionou-se por último uma camada de brita. O fluxo contínuo ocorreu de baixo para cima
no sentido da brita para areia fina.

Os ensaios da cinética de adsorção foram processados em curtos intervalos de tempo entre 0 e 60 min (1,
5, 15, 30, 45 e 60 min). Os experimentos foram processados a partir de amostras sintéticas preparadas em
laboratório na concentração de 150 mgL-1 de íons prata e em condições reais (efluentes gerados das aulas
práticas do curso de licenciatura em química, IFPB, Campus–João Pessoa), variando o tempo de contato e
mantendo fixos a vazão (18 mL/min) e a massa do adsorvente (2,0056 g). Finalmente as concentrações dos
íons prata das amostras sintéticas e dos efluentes, foram analisadas antes e depois dos processos de adsor-
ção empregando o método titulométrico de Volhard (VOGEL, 2000).

RESULTADOS. Os resultados dos difratogramas de raios-X do caulim bruto indicam que a fase do caulim é a
caulinita, esta conclusão foi obtida após comparação com fichas cristalográficas em manuais de mineralogia.

Os resultados da cinética de adsorção dos íons de prata obtidos a partir de uma solução sintética preparada
em laboratório (150 mg L-1) em função do tempo de contato sinalizam que a interação entre a fase adsor-
vente e os íons prata é de natureza química, tendo em vista que não apresenta um comportamento reversível.

No que diz respeito a eficiência, os resultados mostram um grande potencial adsortivo do caulim bruto (ad-
sorvente) quando em contato com o adsovato (íon prata), evidenciando ainda mais o caráter promissor do
material bruto. Tais resultados indicam que o tempo de contato de 5 min, já é suficiente para reduzir conside-
ravelmente a concentração do adsorvato da amostra. Contudo, os resultados indicam que uma melhor remo-
3º SIMPIF

ção desses íons, empregando uma concentração de 150 mg.L-1, ocorre no tempo de contato de 45 minutos.

Os resultados da cinética de adsorção da prata a partir de uma amostra real de efluente gerado do laboratório
do curso de Licenciatura em Química no IFPB – Campus João Pessoa em função do tempo de contato mostram
o mesmo padrão comportamento das amostras sintéticas. Esse comportamento indica que caulim bruto pode
ser usado em processos de adsorção (tratamento) de prata em efluentes gerados de laboratório.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os resultados indicam que tanto os processos de adsorção em coluna para as
amostras sintéticas empregando concentrações de 150 mg de prata quanto os efluentes gerados das aulas
práticas do curso de Licenciatura em Química do IFPB – campus João Pessoa, apresentam o mesmo padrão
comportamento. Esse comportamento indica que caulim bruto pode ser usado em processos de adsorção
(tratamento) de prata em efluentes gerados de laboratório.

Tais resultados sinalizam o caulim bruto, como uma perspectiva promissora no tratamento de efluentes líqui-
dos gerados nos laboratórios de química.

PALAVRAS-CHAVE: Processos adsortivos. Efluentes. Qualidade de água. Metais tóxicos.

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB pela execução, ao CNPq pelo apoio financeiro e ao LANAO-IFPB pelo apoio técnico.

Referências
ARVANITI, Eleni C. et al. Determination of particle size, surface area, and shape of supplementary cementitious
materials by different techniques. Materials and Structures, v. 48, n. 11, p. 3687-3701, 2015.
BRASIL, Resolução N. 430, de 13 de maio de 2011. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Ministério do Meio
Ambiente, 2011.
UNE-ISO 9277-2009: Determinación del área superficial específica de los sólidos mediante la adsorción de
gas utilizando el método BET (Traducción literal de la norma ISO-1995). 2009.
VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa. 6 ed. Editora LTC, Rio de Janeiro, 2000. 488p.
ZHAO, D. et al. Nonionic Triblock and star diblock copolymer and oligomeric surfactant syntheses of highly
ordered hydrothermally stable mesoporous silica structures. J. Am. Chem. Soc., v. 120, p. 024-6036, 1998.

3º SIMPIF

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Severino Pereira de Sousa Junior


Evolução da Qualidade de água dos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
corpos hídricos na bacia hidrográfica do
Tecnologia da Paraíba – Campus Itaporanga Rio Piancó-Piranhas-Açú
José Carlos Freire Cardoso Júnior
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Itaporanga
INTRODUÇÃO. A água é um insumo de uso múltiplo cada vez mais
Raiane Mikele Gomes Davi escasso, tanto em termos qualitativos como quantitativos. Pois, o
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e crescimento urbano, industrial e agrícola está diretamente ligado à
Tecnologia da Paraíba – Campus Itaporanga
demanda crescente de água, à produção de resíduos. O conhecimen-
Maria Clerya Alvino Leite to sobre a qualidade dos cursos d´água de uma bacia é de extre-
[email protected]
ma importância, uma vez que a partir dessas informações é possível
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Itaporanga mensurar o potencial da degradação das condições ambientais da
bacia hidrográfica como um todo. A Bacia hidrográfica do Piranhas
contempla 147 municípios, sendo 45 municípios no Estado do Rio
Grande do Norte e 102 municípios no Estado da Paraíba e conta com
uma população total de 1.363.802 habitantes, sendo que 914.343
habitantes (67%) no Estado da Paraíba e 449.459 habitantes (33%)
no Estado do Rio Grande do Norte (AESA, 2016). O Rio Piancó-Pi-
ranhas-Açu, principal corpo hídrico da área em estudo, que é de domínio federal, uma vez que nasce no
município de Bonito de Santa Fé, no Estado da Paraíba, e segue seu curso natural pelo Estado do Rio Grande
do Norte, desaguando no Oceano Atlântico, na Costa Potiguar. O regime hidrológico desse Rio sofre forte in-
fluência das condições climáticas do semiárido. Notadamente, no curto período chuvoso, ocorrido anualmente,
onde as variações de vazões, da qualidade da água e da quantidade de sedimentos são decorrentes dos volumes
de água superficiais, associadas às formas de uso do solo, às características fisiográficas das bacias e ao tipo de
cobertura vegetal predominante da caatinga.

MATERIAIS E MÉTODOS. O presente estudo foi realizado na bacia hidrográfica do Rio Piancó-Piranhas-Açú (Figura 1),
município de Itaporanga-PB. O monitoramento da quantidade e qualidade da água foi realizado em 5 pontos (P1 a
P5), da secção transversal do Rio Piancó-Piranhas-açú (Figura 2), sendo 3 na zona rural e 2 na zona urbana. Além des-
ses, foram coletadas amostras em poço artesiano (P7), usados para consumo humano e na Estação de tratamento da
Cagepa (P8), que retira água do açude Cachoeira dos Alves, localizado entre as coordenadas geográficas: 7º19’22” e
7º15’51,23” de latitude Sul e 38º15’02,19” e 38º13’09,02” de longitude Oeste (GUIMARÃES; MORAES NETO; SOUSA,
2008). Os parâmetros, que foram utilizados nas análises de água, para esta pesquisa, foram: Cor, Turbidez, Dureza To-
tal, Cloretos, Alcalinidade, Acidez Total, pH (Físico-químicos), Coliformes Totais e Termotolerantes (Bacteriológicos),
demanda química de oxigênio (DQO). Tais análises foram realizadas utilizando a estrutura física do Laboratório de
Química do IFPB Campus-João Pessoa (PB), seguindo as metodologias qualificadas e adotadas da Portaria Nº 518 de
25 de março de 2004 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004) e a Resolução CONAMA n° 357 (BRASIL, 2005).

Campanhas de monitoramento e análise da qualidade da água. As campanhas de monitoramento da quali-


dade da água foram feitas em dois períodos, seca e inverno, sendo as coletas de água para análise realizadas
em mananciais da Bacia Hidrográfica do Rio Piancó-piranhas-açú, em um total de sete estações de controle,
ou pontos de coleta (P1 a P5- leito do Rio Piancó-Piranhas-açú do município de Itaporanga e P6- Estação de
tratamento da Cagepa do município de Itaporanga/PB, P7- Poço artesiano). Os parâmetros que foram utiliza-

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dos nas análises de água para esta pesquisa serão: Cor, Turbidez, Dureza Total, Cloretos, Alcalinidade, Acidez
Total, pH (Físico-químicos) e Coliformes Totais e Termotolerantes (Bacteriológicos), os quais foram analisados
por métodos laboratoriais, utilizando a estrutura física do Laboratório de Química do Campus IFPB-João Pes-
soa (PB). Os dados de cada parâmetro foram determinados pela determinação da média aritmética mensal dos
valores obtidos em seu respectivo ponto de monitoramento; esta análise também consiste de produto gráfico
individual de cada parâmetro ilustrando conjuntamente o comportamento deste em todos os sete pontos de
amostragem (P1, P2, P3, P4, P5, P6 e P7).

RESULTADOS. A variável pH mostrou valor mínimo e máximo igual a 6,3 e 7,7, respectivamente, não demonstrando
grande variação e indicando valores aceitáveis com a legislação pertinente, a qual estipula valores de pH entre 6 e
9 para Rios de Classe 2. Estudos anteriores (DONADIO; GALBIATTI; PAULA, 2005; GONÇALVES et al., 2005), que
também visaram avaliar a qualidade da água de rios de bacias hidrográficas agrícolas, alcançaram valores de pH
semelhantes. Este bom resultado pode estar relacionado ao fato de que o uso e a ocupação do solo da bacia é es-
sencialmente agrícola, pois conforme Derísio (2000), maiores alterações referentes ao potencial hidrogeniônico são
provocadas por despejos de origem industrial. Nota-se que na maioria das campanhas, o pH teve um comportamento
inverso à vazão, ou seja, com o aumento da vazão o pH diminuiu. Resultado semelhante foram obtidos por Fritzons
et al. (2003), onde concluíram que o pH do rio monitorado diminuiu com valores maiores de vazão. Os resultados
apresentados de condutividade elétrica, entre 154 e 1132 µs.cm-1, apresentaram uma variação considerável, a Re-
solução CONAMA n° 357 não estabelece padrões relativos à condutividade elétrica de águas. Porém, para a irrigação
a mesma se apresenta variação de salinidade moderada a salina. Quanto a concentração de sólidos totais dissolvi-
dos. As amostras apresentaram valores entre 77 e 556 que indica presença de aporte de sedimentos ao
Rio. Nos pontos onde essa concentração é mais eleva coincide com pontos de descarga de esgoto
bruto da cidade. Os parâmetros analisados mostram que as atividades antrópicas ocorridas estão
afetando a qualidade da água do Rio, que se mantém semelhante a do reservatório, decorrente da
não ocorrência de chuvas e ausência de escoamento superficial na bacia, que introduz sedimentos
e contaminantes no rio.

Quadro 1- Resumos dos parâmetros físico-químicos das amostras de água

Amostra STD Turbidez pH Dureza Total Cloretos Alcalinidade CE


CAGEPA 77 0,5 7,6 70 17,5 40 154
Rio 1 144 0,5 7,1 110 61,25 40 288
Rio 2 361 0,5 6,3 170 140 90 722
Rio 3 556 0,9 7,7 260 280 90 1132
Rio 4 160 0,5 7,2 130 70 45 320
Rio 5 157 0,5 6,7 120 35 80 314
Poço 447 0,5 7,3 170 105 80 894
Unidade mg/L mg/L ou UT - mg/L mg/L mg/L µS/cm
3º SIMPIF

Potabilidade da água. A análise de potabilidade das amostras de água ao longo do leito do Rio Piancó-Pira-
nhas-açú revela que a água está impropria para o consumo humano e animal, apresentando de 960 a 6400 Ud
de coliformes totais nas amostras analisadas, sendo impróprias para o consumo humano, conforme a Portaria
nº 05/2017 do Ministério da Saúde. No entanto, a água do poço artesiano não apresentou contaminação por
coliformes.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS. O pH variou independente da vazão na faixa de neutralidade; A CE variou


entre 154 e 1132 µs.cm-1, mostrando-se a tendência de aporte de sais ao Rio Piancó- Piranhas-Açú; Quanto à
concentração de sólidos totais dissolvidos. As amostras apresentaram valores entre 77 e 556 que indica pre-
sença de aporte de sedimentos ao Rio; A análise de potabilidade das amostras de água ao longo do leito do Rio
Piancó-Piranhas-açú revelam que a água está impropria para o consumo humano.

PALAVRAS-CHAVE: Potabilidade. Poluição. Hidrologia.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos à Instituição XYZ pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
AESA. Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba. Comitê Piranhas-Açu. Disponível em:
http://www.aesa.pb.gov.br/comites/piranhasacu. Acesso em: 08 maio. 2016.
2016.
BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria Nº. 518. Brasília, DF: 25 de março de 2004.
______. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONAMA Nº 357, de 17 de março de 2005. Classifi-
cação de águas, doces, salobras e salinas do Território Nacional. Brasília: MMA, 2005.
DERISIO, J. C. Introdução ao controle da poluição ambiental. São Paulo: Signus, 2000.   
DONADIO, N. M. M.; GALBIATTI, J. A.; PAULA, R. C. Qualidade da água de nascentes com diferentes usos do
solo na bacia hidrográfica do Córrego Rico, São Paulo, Brasil. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 25, n. 1, p.
115-125, 2005.
FRITZSONS, E.; HINDI, E. C.; MANTOVANI, L. E. RIZZI, N. E. As alterações da qualidade da água do rio Capivari
com o deflúvio: um instrumento de diagnóstico de qualidade ambiental. Revista Engenharia Sanitária e Am-
biental, Rio de Janeiro, v. 8, n. 4, p. 239-248, 2003.
GONÇALVES, C. S et al. Qualidade da água numa microbacia hidrográfica de cabeceira situada em região pro-
dutora de fumo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.9, n.3, p.391-399, 2005.
GUIMARÃES, C. L; MORAES NETO, J. M; SOUSA, R. F. Uso de Geotecnologias para análise da bacia hidrográfica
do açude Cachoeira dos Alves. Engenharia Ambiental, v.5, n.1, p. 65-76, 2008.
IBICT. Manual de normas de editoração do IBICT. 2. ed. Brasília, DF, 1993. 41 p.

3º SIMPIF

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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

Samuel Andrade de Araújo


Heliossauro: aproveitamento de energia
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
solar em sistemas off-grid
Tecnologia da Paraíba – IFPB Campus Sousa

Natan Alves dos Santos.


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – IFPB Campus Sousa
INTRODUÇÃO. A energia elétrica é uma das formas de energia que
Mauricio Rabello Silva a humanidade mais utiliza na atualidade, apresentando facilidade de
[email protected]
transporte e baixo índice de perda energética durante as conversões
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – IFPB Campus Sousa em outras formas úteis. Representa, assim, uma das principais mani-
festações da energia utilizada no cotidiano das pessoas. Tal fato se
George Alexandre da Silva Franco
[email protected] prova real visto que, mesmo em comunidades distantes de centros
Instituto Federal de Educação, Ciência e urbanos, onde se julgava haver maior dificuldade ao acesso desta, a
Tecnologia da Paraíba – IFPB Campus Sousa
energia elétrica se torna elemento chave na subsistência.

Este é um recurso com demanda crescente na sociedade contempo-


rânea, seja para fins residenciais, comerciais ou industriais. Este cres-
cimento gera a necessidade de fontes que possam suprir o mercado
consumidor.

As energias renováveis são aquelas originadas em ciclos naturais de conversão da radiação solar e, por isso,
são praticamente inesgotáveis, de outro modo, são formas de energia que se transformam ciclicamente, em
uma escala de tempo reduzida (PACHECO, 2006).

Para um desenvolvimento duradouro de uma sociedade é necessário que os recursos renováveis sejam utiliza-
dos de forma sustentável, ou seja, que possa atender às necessidades atuais sem comprometer a possibilida-
de de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades e que os recursos não renováveis sejam
utilizados de forma racional, evitando desperdícios. Desse modo, conjugamos crescimento econômico com
atitudes capazes de garantir que os recursos não sejam exauridos (DELUIZ & NOVICKI, 2018). Faz-se evidente
então a necessidade social de mudar certos hábitos e costumes, tanto para consumo quanto para geração de
energia no Brasil, a começar por situações pontuais, que possam pouco a pouco mudar o âmbito da sociedade
brasileira, adaptando-a para o modelo de desenvolvimento sustentável.

A matriz energética brasileira, por exemplo, é composta majoritariamente por hidrelétricas, forma de gera-
ção de energia considerada renovável, que estações que precedem a ideia de grandes fontes de água, o que
diverge da situação de determinadas regiões brasileiras, onde há escassez desse recurso. O Brasil, devido a
sua localização próxima ao equador, conta com altos níveis de insolação, além de altas reservas naturais de
quartzo, é um país considerado ideal para a implementação de outras matrizes energéticas, tal qual a energia
solar (BRASIL, 2017).

Ainda no tocante ao potencial energético brasileiro a energia solar merece um destaque especial, temos, por
exemplo, a cidade de Sousa - PB, onde está sendo realizado o presente trabalho. Localizada a 438 quilômetros
a oeste de João Pessoa, em pleno sertão paraibano, situada no centro de uma vasta planície. Estas caracte-
rística formam um cenário ideal para o aproveitamento da energia proveniente do Sol. A cidade conta com
iniciativas privadas que investem no aproveitamento do alto potencial energético. É comum a utilização de

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áreas destinadas para abrigarem usinas solares, ou mesmo estruturas de prédios e casas que contam com
placas fotovoltaicas na matriz energética, provenientes das supracitadas iniciativas privadas (DUQUE, 2018).

O presente trabalho propõe então uma reflexão sobre o uso da energia solar e da viabilidade da utilização em
situações do nosso cotidiano, mais especificamente com a construção de um carregador de celular alimenta-
do por painéis fotovoltaicos.

MATERIAIS E MÉTODOS. As atividades desta pesquisa estão sendo executadas seguindo a metodologia de pro-
jetos de ensino que basicamente consiste na identificação de uma situação real que precisa da intervenção de
um grupo em busca de uma solução, caso seja possível, ou no mínimo uma melhoria desta realidade. Para isso
os envolvidos se identificaram com o problema em estudo e tiveram interesse em resolvê-lo. (FRANCO, 2018).

Os objetivos iniciais do projetos foram determinados como os seguintes:

• Estudo qualitativo do efeito fotovoltaico a partir da visão da Física e da Química.


• Estudo do movimento aparente do Sol no céu.
• Análise da demanda de energia elétrica de uma residência típica da comunidade local.
• Determinação do custo do uso da energia elétrica pelos aparelhos eletroeletrônicos nas atividades típicas
da comunidade.
• Dimensionamento da energia necessária elétrica que o Heliossauro deve fornecer.
• Definição dos parâmetros dos elementos que constituirão o Heliossauro: Placas fotovoltaicas, baterias,
controlador de carga e inversor.
• Desenvolvimento de um sistema de monitoração de carga e descarga das baterias via Arduino e sensores
adequados.
• Construção de ferramentas para acompanhamento remoto do Heliossauro.

Realizamos reuniões semanais para o estudo da energia solar e para montarmos circuitos em série e em pa-
ralelo utilizando painéis fotovoltaicos que nos permitiram analisar o comportamento da tensão elétrica, da
corrente elétrica, potência elétrica, a influência do ângulo relativo entre a placa fotovoltaica e os raios solares.
A partir da consolidação destes conhecimentos, decidimos enfrentar um problema real: desenvolver um pro-
tótipo de carregador para dispositivos móveis.

A razão para nossa escolha reside no fato da quase onipresença dos dispositivos móveis nas sociedades con-
temporâneas e da constante necessidade de recarregar as baterias destes dispositivos. Por isso, desenvolve-
mos um circuito simples com base em um regulador de tensão de 5V alimentado por uma placa fotovoltaica.
Os materiais utilizados na construção, foram utilizados:

• Placa Fotovoltaica;
• Regulador de tensão 7805;
• Capacitor eletrolítico de 100uF x 50V (C1);
3º SIMPIF

• Capacitor de poliéster de 100nF x 100V (C2);


• Conector USB fêmea;
• Fio 1mm.

RESULTADOS. Este trabalho está em fase inicial de desenvolvimento, portanto, ainda não foram obtidos todos
os resultados que desejamos, mas podemos ressaltar que um primeiro protótipo de carregador móvel funcio-
nal já foi construído. Além disso, os alunos puderam ter um contato com o os avanços tecnológicos possibili-
tados pela ciência e os relacionar com os conteúdos abordados em sala de aula.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS. Esperamos que este projeto possa contribuir para a aproximar os alunos dos avan-
ços tecnológicos atuais possibilitados pela ciência, em especial a Física e para o desenvolvimento de práticas
sustentáveis em relacionadas ao consumo de energia elétrica carregador móvel que aproveita a energia solar
possa contribuir positivamente no dia a dia de proprietários de celulares móveis. Espera se também, que os
alunos possam obter informações e aprendizados sobre avanços tecnológicos, energias renováveis e física.

PALAVRAS-CHAVE: Carregador solar, energia solar, necessidade social, Potencial energético, recursos reno-
váveis, desenvolvimento sustentável.

AGRADECIMENTOS: agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba campus Sousa, por nos disponibilizar labo-
ratórios e materiais para pesquisa e ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológi-
co) e a Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do IPFB pelas bolsas de estudos aos alunos de
iniciação científica. .

Referências
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matriz-energetica>. Acesso em: 28 jun. 2017.
DELUIZ, Neise; NOVICKI, Victor. Trabalho, meio ambiente e desenvolvimento sustentável: implicações para
uma proposta de formação crítica. Boletim Técnico do SENAC, v. 30, n. 2, p. 18-29, 2018.
DUQUE, Abdias. Sousa: a capital da energia solar da Paraíba - Diário do Sertão. Disponível em: <https://
www.diariodosertao.com.br/noticias/cidades/269259/sousa-a-capital-da-energia-solar-da-paraiba.html>.
Acesso em: 8 jun 2019.
FRANCO, George Alexandre da Silva. Carregador solar para smartphones/celulares: aprendizagem mediada
por projetos. 2018. 119 f. Dissertação (Mestrado) - Mestrado de ensino de Física, Instituto Federal do Rio
Grande do Norte, Natal, 2018.
PACHECO, Fabiana. Energias Renováveis: breves conceitos. Conjuntura e Planejamento, v. 149, p. 4-11, 2006.

3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 320


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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

Euline Melo Sales


Reaproveitamento de águas cinzas a
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
partir do uso de filtros ecológicos
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí

Alice Santana de Moura


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
INTRODUÇÃO. A falta de chuvas, especialmente em determinadas re-
Thamyres Dantas Magno giões do Brasil, tem acarretado diversos problemas ao país. A crise
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e hídrica conduz a sérias consequências econômicas e sociais. Em vá-
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
rios campos, como na geração de energia elétrica, no abastecimento
Camila Campos Gómez Famá das cidades, e na agricultura, vivem-se muitas dificuldades decorren-
[email protected]
tes da falta de chuvas (CERQUEIRA et al., 2015).
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
Embora o Brasil detenha cerca de 12% da água de todo planeta, o
Nordeste sofre impactos referente a suas peculiaridades climáticas
que afetam a escassez hídrica na região. Neste sentido, já existem
intervenções públicas que buscam solucionar o problema do abas-
tecimento de água em questão, entretanto ainda não são suficientes
(ANDRADE e NUNES, 2014).

Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA, 2007), a região Nordeste possui em torno de 30% da população
brasileira, porém conta com apenas 2,3% de água, sendo que 63% desse percentual está localizado na bacia
hidrográfica do rio São Francisco e 15% na bacia do rio Parnaíba, que juntos correspondem a 78% da água
da região.

Moura et al. (2007) ressaltam que o Nordeste é caracterizado pelo clima semiárido, tal qual é denotado pela
baixa precipitação anual e pouco volume pluviométrico. A região tem passado por períodos de estiagem, o
mais recente foi o de 2012 a 2016. A região possui também elevadas taxas de temperatura, chegando a uma
média de 25ºC e 800 milímetros de chuva anuais.

A escassez hídrica associada ao crescente consumo de água tem feito do reuso planejado uma necessidade
primordial. De acordo com Morelli (2005), essa prática deve ser considerada parte de uma atividade mais
abrangente que é o uso racional da água, o qual inclui também, o controle de perdas, redução do consumo de
água e a minimização da geração de efluentes.

Conforme   Rapoport e Roque (2004) a água de reuso é uma opção correta do ponto de vista ambiental, já que
contribui para diminuição da captação e consequente redução nas vazões de lançamento de efluentes. Mas
sempre levando em conta a saúde da população que irá utilizar aquela água.

Um dos benefícios do reaproveitamento de águas cinzas é que essas com um tratamento adequado para tra-
zer uma limpeza, purificação pode ser utilizadas em atividades que não necessitam uso de água totalmente
potável, podendo economizar água potável para alimentação e hidratação.

Uma das formas para que torne possível o reaproveitamento das águas cinzas é realizando um tratamento
desta (FRANCO, 2010). Tendo como base esses fatos o projeto teve como objetivo buscar formas para a

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reutilização das águas cinzas através de filtros com materiais ecológicos e recicláveis amenizando assim os
impactos causados na região do nordeste brasileiro.

MATERIAIS E MÉTODOS. Nesse estudo utilizou-se a metodologia de pesquisa experimental que pode ser defi-
nida como uma sequência de ensaios estruturada a qual permite estabelecer uma relação de causa e efeito de
um determinado fenômeno. Esta metodologia se baseia em conceitos estatísticos e busca otimizar o planeja-
mento, a execução e a análise dos resultados de um experimento (CERVO, BERVIAN, 2002).

A pesquisa se deu a partir de estudos realizados pelos pesquisadores para o conhecimento de materiais eco-
lógicos de fácil acesso para a comunidade, posteriormente, a próxima etapa foi montar diferentes filtros com
composições diversas para a realização dos testes com as águas cinzas, observando características como as
etapas da filtragem, a disposição das camadas de materiais utilizados para a realização da mesma e a espes-
sura destas camadas, incluindo elementos já utilizados, como os materiais recicláveis e ecológicos, também
elementos não convencionais que possam inovar o tipo de filtro elaborado.

Logo após, a próxima fase do projeto é a de realização dos ensaios com a água visando a identificação dos
seus índices de qualidade antes e depois da filtragem e por fim buscar meios para divulgação dos resultados
a comunidade para que possa ser reutilizado.

RESULTADOS. Primordialmente foram realizados estudos para análise de materiais ecológicos e recicláveis
para utilização nos filtros ecológicos, os principais materiais encontrados acessivelmente que foram utilizados
nos filtros produzidos foram ecológicos como: carvão e algodão naturais, casca de coco verde, areia, cascalho
e brita além dos recicláveis como a garrafa pet e espumas de colchões.

Logo após a escolha dos materiais foram criados os filtros atentando-se para as diferentes composições e es-
pessura das camadas em que se colocavam os materiais, além da forma em que seriam colocadas nas garrafas
PETs que foram usadas como suporte para esses filtros.

E por fim, já com os diferentes filtros concluídos foram realizados ensaios para observar-se quais alcançaram
mais melhorias quanto aos índices de qualidade da água cinza após a filtragem, e também a procura de meios
para levar os resultados obtidos a comunidade, para que melhore a qualidade de vida dos mesmos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Espera-se com essa pesquisa que encontre-se novos meios de reutilização das
águas residuais de forma simplificada mas também eficaz juntamente com uma fácil acessibilidade para que
esses filtros possam ser utilizados de maneira adequada e conscientizada para amenizar os impactos causa-
dos pela crise hídrica na região Seridó Oriental Paraibano.

PALAVRAS-CHAVE: Reaproveitamento. Águas Cinzas. Filtros ecológicos.

AGRADECIMENTOS: Tem-se gratidão imensa ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e tecnoló-


gico (CNPQ) e ao Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia (IFPB) pelo apoio no desenvolvimento
3º SIMPIF

desta pesquisa.

Referências
ANA - Agência Nacional de Águas.  GEO Brasil: recursos hídricos: resumo executivo. Brasília: MMA; ANA,
2007.
ANDRADE, J. A; NUNES, NUNES, M. A. Acesso à água no Semiárido Brasileiro: uma análise das políticas públi-
cas implementadas na região. Revista Espinhaço, 2014, 3 (2): 28-39.

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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

BAZARELLA. B. B;  Caracterização e aproveitamento de água cinza para uso não potável em edifica-
ções. UFES- Vitória, 2005.
CERQUEIRA, G. A. et al. A Crise Hídrica e suas Consequências. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CON-
LEG/Senado, abril/2015 (Boletim do Legislativo nº 27, de 2015). Disponível em: www.senado.leg.br/estudos.
Acesso em 16 de abril de 2015.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 5. Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
MANCUSO PL. C; SANTOS, H. F; Reuso de água, Barueri-SP, Manole 2003.
MORELLI, E. B. Reuso de água na lavagem de veículos. Dissertação. 107 fls. São Paulo, 2005. Disponível em:
<http://www.tratamentodeagua.com.br/r10/Lib/Image/art_1120048943_reuso_de_agua_de_lavagem_de_
veiculos.pdf>. Acesso: 05/10/13.
MOURA, M. S. B. et al. Clima e água de chuva no semi-árido. 2007. Disponível em: <https://www.alice.cnptia.
embrapa.br/bitstream/doc/159649/1/OPB1515.pdf>. Acesso em: 08 de junho de 2019.

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Esdras Moreira Monteiro do Nascimento


Reaproveitamento de resíduos sólidos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciências e
como suporte educacional na educação
Tecnologia da Paraíba ambiental em contexto escolar
Joyce Duarte da Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciências e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Os impactos ambientais causados por falta de sen-
José Felipe Vitor da Silva so ambiental e educacional são enormes, um dos maiores proble-
josé[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciências e mas desse impacto no meio ambiente é a produção de resíduos só-
Tecnologia da Paraíba
lidos. Anualmente são produzidos milhões de toneladas de resíduos,
Alexandra Rafaela da Silva Freire contendo materiais recicláveis. Se antes de descartar, esse lixo for
[email protected]
reaproveitado ou reciclado, o acúmulo desses resíduos no ambiente
Instituto Federal de Educação, Ciências e
Tecnologia da Paraíba diminuirá e com isso a poluição ambiental poderá ser minimizada,
consequentemente melhorando a qualidade de vida da população
(FADINI; FADINI, 2001). O Brasil é um país de grande volume de re-
síduos sólidos que provém de descarte incorreto. De acordo com An-
tqueves et. al., (2015) faz-se necessário mudar os hábitos de consu-
mo, de modo que, a população passe a recusar produtos prejudiciais
ao meio ambiente e à saúde, reduzindo assim o consumo desneces-
sário. Além disso, também é possível solucionar parte desse problema reciclando, pois, muitos dos problemas
são gerados pela disposição inadequada de resíduos e pela quantidade gerada que às vezes é excessiva
(JACOBI, 2005). Existem diversas maneiras de reutilizar os resíduos sólidos. De acordo com Siqueira e Arrial
(2018) os brinquedos elaborados a partir de resíduos sólidos apontam para a educação visando o ambiente.
Além disso, têm caráter educativo e podem despertar nas crianças capacidades emocionais, sociais e cog-
nitivas. Diante deste pensamento, a confecção de brinquedos através da utilização de material reutilizável é
uma maneira de dizer não ao consumismo exagerado e também de educar as crianças para um futuro melhor.
Diante disso, foi elaborado um projeto de reaproveitamento com alunos de uma escola da rede estadual de
Cabedelo, na Paraíba. O projeto tem como objetivo realizar oficinas de elaboração de brinquedos com resíduos
sólidos, como garrafa pet, tampas de garrafa pet, papelão, caixas de ovos e palitos de picolé. A dinâmica é
fazer com que seja promovida uma sensibilização sobre a educação ambiental no contexto escolar junto a
parceiros sociais do IFPB campus Cabedelo.

MATERIAIS E MÉTODOS. O local em que o projeto foi iniciado é a Escola Estadual de Ensino Fundamental São
Judas Tadeu. A escola trabalha com o ensino Fundamental I e Educação para Jovens e Adultos (EJA). A escola
está localizada no bairro de Jardim Camboinha, no município de Cabedelo – PB. Para a escolha da turma em
que seriam trabalhadas as oficinas foram feitas reuniões com a gestão da escola e corpo docente. Durante a
reunião com a gestão e corpo docente, foi explicado do que se trataria o projeto, como ele seria abordado e
o que seria utilizado durante todo o processo. Diante disso, foi escolhida a turma do 2º ano do fundamental I
(faixa etária entre 7 a 9 anos de idade) e a professora responsável, que tem acompanhado e apoiado a reali-
zação de atividades. Posteriormente, iniciou-se o contato com a turma, e foram feitos questionamentos sobre
o conhecimento dos alunos em relação à poluição. Diante disso, foi passado um vídeo da Turma da Mônica
sobre a poluição e suas conseqüências. Em seguida, iniciou-se as oficinas semanais para elaboração dos
brinquedos com materiais de resíduos sólidos.

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RESULTADOS. No primeiro contato realizado com os alunos da turma houve abordagens de questionamentos
sobre o conhecimento deles com relação à EA. Os resultados foram surpreendentes, por se tratar de crianças
de 7 a 9 anos, pois a turma mostrou que tinha um excelente conhecimento sobre os resíduos descartados de
forma incorreta que poderiam causar diversos impactos ambientais, como a morte de espécies aquáticas e
terrestres, águas poluídas, além de causar poluição e problemas de saúde. Além disso, possuíam conhecimen-
tos de como realizar o descarte adequado. Após obter resultados sobre o conhecimento prévio dos alunos,
realizou-se uma atividade com a turma utilizando técnicas em forma de desenho, para através disso descobrir
quais os brinquedos mais utilizados por eles. De forma ampla e clara as crianças fizeram desenhos de brinque-
dos. Através da visualização desses desenhos foi possível identificar a criatividade incrível deles. Tendo isso
em vista, iniciou-se a realização das oficinas de confecção de brinquedo. Os desenhos mostraram brinquedos
como piões, carrinhos, árvores, casas e bonecos. Esses desenhos serão transformados em brinquedos duran-
te o andamento do projeto. Nos dois primeiros encontros, foi desenvolvido o primeiro brinquedo - um jogo de
tabuleiro matemático. Para a construção dele foram utilizadas caixas de ovos, tampas e garrafa pet, pedaços
de emborrachado e papelão. Esses materiais poderiam estar presentes no meio ambiente, poluindo-o, mas
encontram-se em processo de reaproveitamento, sendo utilizados para as crianças elaborarem e brincarem.
De acordo com Vitorino e Sabione (1999), um projeto sobre Educação Ambiental (EA) deve promover de
maneira simultânea o desenvolvimento de conhecimentos, atitudes e habilidades que visem à preservação e
melhoria do meio ambiente. Isso desenvolve uma mentalidade nas pessoas, levando-as a se envolverem na
busca por melhorias das questões ambientais. O projeto, além de estimular a conservação do meio ambiente,
cria a possibilidade de construir o próprio brinquedo, contribuindo com a diminuição de impactos ambientais
e o desenvolvimento de habilidades cognitivas e motoras nessas crianças. É de extrema importância, como
estudantes do curso técnico em meio ambiente-subsequente, reutilizar os materiais citados anteriormente,
tendo em vista uma contribuição no censo educacional dos alunos no contexto ambiental.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O projeto encontra-se em processo de andamento, no entanto, parte dos objetivos
já foram alcançados por meio das observações realizadas na criatividade da turma e as ações na criação do
jogo de tabuleiro. Dessa forma, não está contribuindo apenas para preservar o meio ambiente, mas também
para sua própria diversão e desenvolvimento da capacidade social e cognitiva das crianças.

PALAVRAS-CHAVE: Reciclagem. Reaproveitamento. Brinquedos. Ensino Fundamental. Educação Ambiental.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos a toda coordenação da Escola E. São Judas Tadeu, localizada em Cabede-
lo – PB, especialmente à professora Juliane responsável pelo 2º ano, à PROEXC/IFPB e a professora Rafaela
Freire do IFPB- campus Cabedelo que coordena o projeto.

Referências
ANTQUEVES, L.M., BOSA, C. R., SILVA, J. D. A Educação Ambiental e atividades lúdicas: um incentivo na mu-
dança de hábitos na geração de lixo. Revista Monografias Ambientais, 14 (2), 192p. 2015. Disponível em:
https://periodicos.ufsm.br/remoa/%20article/view/18806. Acesso em: 04 de ago. 2019.
3º SIMPIF

FADINI, P. S.; FADINI, A. A. B. Lixo: desafios e compromissos. 2001. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/
online/cadernos/01/lixo.pdf. Acesso em: 04 ago. 2019.
JACOBI, Pedro Roberto. Educação ambiental: o desafio da construção de um pensamento crítico, complexo
e reflexivo. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 233-250, maio/ago. 2005. Disponível em: http://
www.scielo.br/pdf/%0D/ep/v31n2/a07v31n2.pdf Acesso em: 04 ago. 2019.
SIQUEIRA,Vitoria Schuller; DE ARRIAL, Luciana Roso. Educação ambiental através da reutilização de resíduos
sólidos para a elaboração de brinquedos. Revista Thema, v. 15, n. 3, p. 927-942, 2018. Disponível em: http://
revistathema.ifsul.edu.br/index.php/thema/article/view/865. Acesso em: 04 ago. 2019.

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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

VITORINO, K. M. N., SABIONI, S. C. O núcleo de reciclagem como forma de promover a educação ambiental
numa instituição educacional. Associação brasileira de engenharia sanitária e ambiental. Rio de Janeiro: ABES,
1999 Disponível em: http://www.bvsde.paho.org//bvsaidis//brasil20//vi-009.pdf . Acesso em: 04 ago. 2019.

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Josefa Fabrisia Dantas dos Santos


Rejeito ceramista na produção de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
mudas de Moringa oleífera no Seridó
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí oriental da Paraíba
Djair Alves de Melo
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
INTRODUÇÃO. A degradação ambiental é consequência do processo
Maria da Guia dos Santos Oliveira evolutivo do homem e do seu crescimento populacional desenfreado.
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e À medida que a expectativa da vida aumenta é exigido cada vez mais
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
dos recursos naturais, muitas vezes levando-os a exaustão, antes
Cosma Layssa Santos Gomes mesmo de terem seu verdadeiro potencial descoberto (RESENDE et
[email protected]
al., 2007). Nas áreas do Seridó paraibano, a degradação antrópica
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí é cada vez mais intensa, levando a degradação do solo sob explo-
ração agrícola devido ao desmatamento desenfreado que alimenta
a atividade ceramista local (PEREIRA et al., 2012). Para Silva et al.
(2005) a atividade ceramista acarreta vários problemas ambientais
como: desmatamento, degradação dos solos, aumento geral da tem-
peratura, desertificação. Os principais rejeitos gerados pela indústria
ceramista são oriundos de peças quebradas ou danificadas que ocor-
rem na etapa de cozimento do material argiloso, que por sua vez, não apresentam valor comercial (MARCOS;
GALVÃO, 2011). De acordo com Rodrigues (2011) dentre os fatores que exercem influência na produção de
mudas, o substrato assume papel fundamental, pois é o meio onde as raízes se desenvolvem, dando suporte
e fornecendo água, oxigênio e nutrientes para as plantas. A Moringa oleífera é uma espécie de origem indiana
que se tem adaptado satisfatoriamente às condições edafoclimáticas do Semiárido do Nordeste brasileiro.
Pode ser explorada tanto em condições irrigadas quanto de sequeiro, apresentando grande potencial em face
de sua multiplicidade de usos alimentares, agrícola, medicinal e industrial (LORENZI; MATOS, 2002). Portanto,
objetivou-se avaliar a influência do uso de rejeito do pó de telha cerâmica no crescimento da moringa.

MATERIAIS E MÉTODOS. O presente trabalho foi desenvolvido no Instituto Federal de Ciências e Tecnologia
da Paraíba, IFPB localizado na cidade de Picuí – PB, em um viveiro telado. Para a composição do substrato
foram utilizados esterco bovino curtido, solo e pó de telha de cerâmica. O esterco bovino foi obtido do Sítio
Caraibeira, pertencente ao município de Picuí – PB, localizado na Rodovia Picuí/Nova Palmeira. O solo utilizado
foi obtido do Sítio Novo Horizonte, próximo ao Distrito Santa Luzia do Seridó, 13 km da sede do município de
Picuí – PB. Sendo classificado como Neosolo. As sementes foram provenientes da matriz localizada no pátio
da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Felipe Tiago Gomes, localizado no município de Picuí –
PB. O delineamento experimental realizado foi inteiramente casualizado sendo constituído por 5 tratamentos
e 5 repetições. Os tratamentos foram distribuídos da seguinte maneira: T1= 0% de pó de telha + 100% da
mistura solo: esterco (1:1); T2= 25% de pó de telha + 75% da mistura solo: esterco (1:1); T3=50% de pó de
telha + 50 % da mistura solo: esterco (1:1); T4=75% de pó de telha + 25% da mistura solo: esterco (1:1) e
T5=100% de pó de telha. As variáveis avaliadas foram: fitomassa seca do caule, fitomassa seca das folhas,
fitomassa seca da raiz, comprimento de raiz e número de folhas. Os dados foram analisados utilizando-se o
procedimento GLM do pacote estatístico SAS (SAS Institute, 2004). Sendo submetidos à análise de variância
pelo teste F (p≤0,01) e análise de regressão.

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RESULTADOS. De acordo com a análise de variância verificou-se efeito significativo dos tratamentos sobre
os aspectos de crescimento de mudas de moringa, para as variáveis analisadas: peso seco da fitomassa do
caule (p≤0,05), peso seco da fitomassa das folhas (p≤0,01), peso seco da fitomassa de raiz (p≤0,01). Em
relação à fitomassa do caule da planta moringa nota-se que houve uma regressão quadrática negativa onde
a melhor produção de fitomassa correspondeu a 28,33% de pó de telha de cerâmica para um peso máximo
de 0,44g. A produção de matéria seca tem sido considerada um dos melhores parâmetros para caracterizar a
qualidade de mudas, apresentando, porém, o inconveniente de não ser viável a sua determinação em muitos
viveiros, principalmente por envolver a destruição completa da muda. (AZEVEDO, 2003) Para Albuquerque et
al. (2009) o acúmulo de fitomassa em folhas, caule e raízes são informações imprescindíveis para se conhe-
cer o crescimento e o desenvolvimento de uma planta e essas informações podem servir como subsídio para
compreender suas fenofases. Artur et al. (2007), trabalhando com esterco bovino e calagem para formação
de mudas de guanandi (Calophyllum brasiliense), verificaram que, a matéria seca da parte aérea apresentou
comportamento linear decrescente para as porcentagens de esterco adicionadas. Diferente do que ocorreu
nesse trabalho com o incremento do pó de telha de cerâmica, na dosagem de 28,33 % de pó de telha ocorreu
um aumento significativo para a fitomassa do caule. Pode-se verificar que houve uma regressão quadrática
negativa para o peso seco da folha da planta moringa sendo a porcentagem de pó de telha 35 % para um peso
de 0,49. Substratos que contém maior teor de matéria orgânica apresentam boa capacidade de retenção de
água e aeração, além da quantidade de nutrientes disponíveis para a planta (ARAÚJO NETO et al., 2002). Esses
mesmo autores afirmam que os substratos formulados com esterco de curral propiciam maior desenvolvimen-
to das mudas. Fonseca (2000) comenta que os parâmetros morfológicos são atributos determinados física
ou visualmente, devendo ser ressaltado que algumas pesquisas têm sido realizadas com o intuito de mostrar
que os critérios que adotam essas características são importantes para o sucesso do desempenho das mudas
após o plantio no campo. Para a fitomassa seca da raiz verifica-se que a dosagem de pó de telha de cerâmica
teve um maior desenvolvimento nas mudas de moringa de acordo com a regressão quadrática com a dosagem
de 75% atingindo um peso máximo de 6 g. Em estudos realizados por Araújo (2011), o peso seco de raiz va-
riou entre 1,21 a 2,15g para Enterolobium contortisiliquum, no período de 120 dias e como substrato usou-se
casca de arroz carbonizada, valores esses menores que os encontrados nesse trabalho que variaram de 1,98
g a 2,68 g, respectivamente, para os tratamentos com 0 % e 75 % de pó de telha de cerâmica. A massa seca
das raízes tem sido reconhecida por diferentes autores como um dos mais importantes e melhores parâmetros
para se estimar a sobrevivência e o crescimento inicial das mudas no campo (GOMES, 2001). Farias Júnior
(2011) enfatizou, em seu estudo, que o substrato rejeito de vermiculita teve um desempenho superior em
todas as variáveis estudadas, influenciando significativamente a produção de massa seca radicular da fave-
leira, mostrando a importância como substrato alternativo para a produção de mudas, sobretudo pela fácil
aquisição e baixo custo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Nas condições de execução da pesquisa os substratos provenientes de esterco


bovino e solo com a adição de porcentagens crescentes do pó de telha de cerâmica o desenvolvimento das
3º SIMPIF

mudas de moringa foi satisfatório para as variáveis estudadas.

PALAVRAS-CHAVE: Reúso, semiárido, crescimento de planta

Referências
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ARAÚJO, A. P.; SOBRINHO, S. P. Germinação e produção de mudas de Tamboril (Enterolobium contortiliquum


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III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 329


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

Rosa Karolina Barros Aragão


Remoção de nitrato de efluentes de
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus João
laboratório de qualidade de água
Pessoa empregando HDLs como adsorvente
Paulo Henrique Almeida da Hora
[email protected]
Universidade Estadual de Alagoas - Campus III

Antônio Cícero de Sousa INTRODUÇÃO. É notório que a explosão demográfica já é considera-


[email protected] da um problema mundial, visto que com maior ou menor incidência
Instituto Federal da Paraíba - Campus João
Pessoa afeta o planeta em sua totalidade. Para tanto, iniciou-se a busca pelo
desenvolvimento e por novas tecnologias, como consequência ala-
Gesivaldo Jesus Alves de Figueirêdo
[email protected] vancou o consumismo acarretando graves problemas sociais e, prin-
Instituto Federal da Paraíba - Campus João cipalmente, ambientais. Dessa forma, cresceu a geração, em larga
Pessoa
escala, de resíduos e de efluentes líquidos, que, na maioria das vezes,
não são tratados, bem como menos destinados de forma adequada,
retornando para o meio ambiente sem o mínimo de cuidado.

Os laboratórios de análises físico-químicas de instituições de ensi-


no superior, são grandes geradores de efluentes líquidos no qual a
maioria não possui um sistema de descarte adequado ou tratamento
desses efluentes trazendo sérios problemas ambientais para os ecossistemas aquáticos. Para tanto, faz-se ne-
cessário um descarte correto, bem como um tratamento adequado contribuindo para os programas de gestão
ambiental sustentável destas instituições.

Nesta dimensão, encontra-se os resíduos de compostos de nitrogênio armazenados no laboratório do pro-


grama de qualidade de água (PMA) do IFPB-Campus João Pessoa, gerados das aulas práticas dos cursos de
Controle e Gestão Ambiental. Para tanto, o emprego de materiais adsorventes de baixo custo, bem como com
potencial sustentável, por se tratar de materiais que podem ser regenerados e reutilizados em processos
sucessivos, torna-se bastante útil na adsorção de compostos nitrogenados. O trabalho tem como objetivo
estudar a remoção de compostos nitrogênio em efluentes gerados do laboratório de qualidade de água do
IFPB campus João Pessoa por processos de adsorção em batelada empregando hidróxidos duplos lamelares.

MATERIAIS E MÉTODOS. As amostras de argilas aniônicas de três sistemas M2+-M3+ -A-y, cuja proporção, M2+/
M3+=2:1, foram sintetizadas através do método de coprecipitação a pH variável, que consiste na adição de uma
solução salina, contendo os dois cátions a serem introduzidos nas lamelas em equivalência molar de valor 2:1,
em outra solução, contendo o ânion a ser intercalado (no caso o carbonato) em solução 2,0 mol.L de NaOH.
A mistura foi submetida a um banho hidrotérmico de 24h (Daute et. al, 2002), em seguida, os materiais foram
submetidos à maturação durante 72h e posterior filtração com lavagem dos cristais até pH=7,0. Os sistemas de
HDLs sintetizadados foram Mg-Al-CO3, Mg-Fe-CO3 e Zn-Al-CO3 (REIS, 2009; RODRIGUES, 2007; TRONTO, 2006).

Os materiais adsorventes foram caracterizados empregando as técnicas de DRX e TGA. As análises de DRX
foram processadas através de difratômetro Shimadzu, com step size = 0,05 e 2ɵ na faixa de 1,5°-60º. Os
dados de raios X obtidos foram processados e os parâmetros desejados para elucidação deste estudo foram
calculados com auxílio do software H’pert HighScore Plus® de propriedade da Panalytical©.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 330


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O efluente foi analisado em duplicatas em temos da concentração de nitrato, antes e depois dos processos de
adsorção, empregando um espectrofotômetro da marca Bel na região do ultravioleta.

Os processos de adsorção empregando os HDLs como adsorvente foram realizados de batelada. Para tanto, foi
realizada uma cinética de adsorção, variando o tempo de exposição do material (5 min, 15 min, 30 min, 45min,
60min), mantendo constante a massa do adsorvente e a concentração inicial do efluente.

A aplicação do processo de adsorção foi realizada em amostras sintéticas de nitrato a uma concentração inicial
de 50 mg.L-1 preparadas no Laboratório de Tecnologia em Química Ambiental-IFPB, Campus, João Pessoa-PB.

RESULTADOS. Os resultados dos perfis dos picos de difração para as amostras dos HDLs, a saber, Mg-Al-CO3,
Mg-Fe-CO3 e Zn-Al-CO3, abordados nesse trabalho indicam que eles apresentam uma boa cristalinidade. Tal
conclusão é atribuído à largura dos picos de difração e ao perfil dos difratogramas conforme visualizados nos
difratogramas. Entretanto, os valores de intensidade de difração revelam que poucos cristais foram obtidos
para o HDL Mg-Fe, esses resultados foram concluídos a partir da plotagem de todos os difratogramas em um
único gráfico. O HDL Zn-Al apresentou uma intensidade de difração bastante alta, devido ao fato de terem sido
formados muitos cristais de menor tamanho.

Os resultados da curva de DTG para o HDL Mg-Al, indicam que na dinâmica de temperatura a qual as amostras
foram submetidas, 2,5°C/min até 470°C, praticamente o material adquiriu a condição de óxido duplo carac-
terístico quando hidróxidos duplos lamelares são submetidos à altas temperaturas. Uma análise precisa da
curva DTG, evidenciou que a desoxidrilação do material nessa dinâmica de temperatura na qual ocorreu em
uma temperatura aproximada de 495,62 °C. Entre 470°C e 495,62°C há uma perda de massa de 0,002%.

Foi observado na curva de TG/DTG para o HDL Zn-Al que, embora a resolução da derivada não seja adequada
para fazer uma análise mais precisa, a faixa de temperatura onde se observa a perda total das hidroxilas do
material foi indicada no ponto da curva onde dw/dt=constante apresenta maior repetição. Dessa forma, foi
deduzido que a perda total de hidroxilas presentes na estrutura do material foi alcançada em aproximada-
mente 381,41°C. Considerando que o material foi calcinado a uma temperatura de 470°C, observa-se que a
formação da metáfase de duplo óxido foi atingida pelo material nessa faixa de temperatura.

Tendo em vista a dinâmica de temperatura empreendida, aquecimento à 470°C a 20°C/min, observou-se que
a fase óxido decorrente da exposição do material a altas temperatura foi adquirida em uma faixa de tempera-
tura de aproximadamente 493,03°C. Neste sentido, a amostra utilizada nos ensaios de cinética de adsorção
do ânion nitrato, não atingirá completamente a fase de óxido duplo.

Os resultados da adsorção empregando os HDLs (Mg-Al-CO3) como adsorvente indicam que em 30 min de
exposição para todos os HDLs estudados foram adsorvidos cerca de 94% do adsorvato (nitrato).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os resultados de difratometria de raios x revelam para todas as amostras aborda-
3º SIMPIF

das nesse trabalho que os HDLs obtidos apresentam uma boa cristalinidade. Neste sentido, a amostra utilizada
nos ensaios de cinética de adsorção do ânion nitrato, não atingirá completamente a fase de óxido duplo. Desta
forma, é possível concluir que a amostra utilizada como adsorvente nos ensaios de cinética de adsorção do
ânion nitrato apresenta-se na fase de óxido duplo.

Os resultados da cinética de adsorção empregando os HDLs como adsorvente mostraram satisfatório para
remoção de nitrato de efluentes gerados de laboratório de qualidade de água (PMA).

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PALAVRAS-CHAVE: Processos adsortivos. Efluentes de laboratório. Compostos de nitrogênio.

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB pela execução, ao CNPq pelo apoio financeiro e ao LANAO-IFPB pelo apoio técnico.

Referências
DAUTE, P.; FOELL, J.; LANGE, I.; KUEPPER, S; WEDL, P.; KLAMANN, JD. Us Patent 6.362.261, 2002.
REIS, Márcio José. Síntese e caracterização de hidróxido duplos lamelares preparados na presença de políme-
ros orgânicos ou com macromoléculas intercaladas. 2009. 111f. (Tese de Doutorado em Ciências). Programa
de Pós-Graduação em Química, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2009.
RODRIGUES, Jaqueline Cavalheiro. Síntese, caracterização e aplicação de argilas aniônicas do tipo hidrotalci-
ta. 2007. 112f. (Dissertação de Mestrado em Química) – Programa de Pós-Graduação em Química, Universi-
dade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.
TRONTO, Jairo. Síntese, caracterização e estudo das propriedades de Hidróxidos Duplos Lamelares Intercala-
dos com Polímeros Condutores. 2006. 242f. (Tese de Doutorado em Química) – Programa de Pós-Graduação
em Química, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

3º SIMPIF

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José Leonardo dos Santos Gomes


Testando a Produtividade de um Modelo
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de Cultivo Agroecológico no Ambiente
Tecnologia da Paraíba - Campus Areia Escolar
Luciana Andrade da Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Areia
INTRODUÇÃO. O sistema de produção agroecológico enquadra-se no
Amanda Kaline Bezerra Gomes conceito de agricultura sustentável, que para Gliessman (2001), é
[email protected]
Universidade Federal da Paraíba UFPB um processo que reconhece a natureza sistêmica da produção de ali-
mentos de forma equilibrada com as questões de justiça social, saúde
Fabio Junior da Silva Santos
[email protected] ambiental. O ambiente sustentável incorpora a dimensão do desen-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
volvimento e o caráter participativo e solidário, e que faz da diversi-
Tecnologia da Paraíba - Campus Areia
dade a chave da sua existência e o seu principal sinal de identidade
(BURDALO, 1995).

Para Leff (2002) a agroecologia traz um diálogo de saberes e inter-


câmbio de experiências, potencializando a capacidade dos sujeitos a
uma interdisciplinaridade para articular os conhecimentos pedagógi-
co, ecológicos, econômicos e tecnológicos, do qual se convergem na
dinâmica de uma produção agroecológica sustentável, por fim encontramos no ambiente escolar um espaço
propício para o desenvolvimento da agroecologia.

Vários estudos/pesquisas foram desenvolvidos no âmbito do cultivo de hortaliças contribuindo notoriamen-


te para a inserção dos conhecimentos reais pertinentes a produção de alimentos. Um modelo de produção
sustentável vem desenvolver tecnologias alternativas viáveis para potencializar a produtividade no cultivo de
alimentos (ALTIERI, 2004). A produção agrícola na cidade enfrenta dificuldades para atingir o desenvolvimen-
to produtivo. Isso se deve principalmente a falta de espaços e solos adequados. Para Castro (2012), as condi-
ções naturais do solo e a ausência de tecnologias e práticas sustentáveis adequadas estão entre os principais
desafios que limitam a capacidade produtiva no ambiente escolar e urbano.

A Escola Estadual Carlota Barreira fica no ambiente urbano do município de Areia PB, o município está inserido
na unidade geoambiental do Planalto da Borborema, seu relevo é geralmente movimentado atingindo 600m
de altitude, com vales profundos e estreitos dissecados.

A caracterização química dos solos é bastante variada, com certa predominância de média para alta fertili-
dade. A área do município é recortada por rios perenes, porém de pequena vazão e o potencial de água sub-
terrânea é baixo. O clima é do tipo Tropical Chuvoso, com verão seco. A estação chuvosa se inicia em janeiro/
fevereiro com término em setembro, podendo se adiantar até outubro.

Um modelo de produção agroecológica sustentável consiste no aproveitamento dos resíduos gerados na pro-
dução sem uso de agrotóxicos, considerando assim, um modelo agroecológico de produção de alimentos de
forma sustentável, que visa à segurança alimentar em quantidade e qualidade, atrelado ao uso dos recursos
naturais e a busca do equilíbrio ambiental.

Os modelos tradicionais na agricultura nacional elevam os custos de produção agrícola, uma vez que a ma-
nutenção do alto nível produtivo é altamente dependente dos “Pacotes Tecnológicos” e trazem impactos

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negativos consideráveis ao meio ambiente (ALTIERI, 2004). Para Nair (1993) e Young (1990), os sistemas
agroecológicos podem otimizar os efeitos benéficos das interações que ocorrerá nos cultivos agrícolas, dimi-
nuindo a dependência por insumos externos e amenizando os impactos ambientais danosos promovidos pela
agricultura convencional. Padovan (2006) enfatiza que a produção com base agroecológica diferencia-se dos
sistemas convencionais, pelo seu apelo social e ambiental, uma vez que estreita as relações tanto da huma-
nidade, quanto a relação com o meio ambiente. Silveira e Ferraz (2004) afirmam que sob um ponto de vista
sistêmico, os estudos sobre a produção sustentável na agricultura, de forma geral apontam a necessidade de
uma discussão ambiental, econômica e social, além de haver um apelo social a esta questão. Para os autores
as várias definições agroecológicas apontam para a necessidade de a mesma apresentar viabilidade em longo
prazo, de forma que supra a necessidade humana por alimentos ao mesmo tempo em que otimize o uso dos
recursos naturais não renováveis, trazendo renda e melhorias socioeconômicas as famílias rurais.

Diante desta problemática testamos com a ajuda dos aluno da escola a produtividade no cultivo de hortaliças
(coentro e alface) de forma agroecológica, pois a agricultura no ambiente escolar pode trazer várias benesses
a comunidade: melhorar a segurança alimentar; reduzir custos; melhorar o aspecto do ambiente; desenvolver
uma gestão mais participativa; e proteger a biodiversidade urbana.

MATERIAIS E MÉTODOS. O experimento foi desenvolvido em uma área de 100m² situada na Escola Estadual
Carlota Barreira que fica em um ambiente urbano do município de Areia PB. Nesta pesquisa foi realizada a
coleta de dados (g/m²) para mensurar a produtividade de um modelo de cultivo agroecológico. O sistema de
produção de hortaliças (coentro e alface) sustentável foi construído a partir de um modelo padrão já pré-esta-
belecido para sua utilização, com a construção de canteiros atrelados a um sistema de irrigação, neles foram
feitos adubações com esterco bovino e caprino. Após 44 dias foi realizada a colheita.

RESULTADOS. Após 44 dias da semeadura o coentro atingiu uma produtividade de 1201 g/m². Uma produtivi-
dade considerada boa como relatada por SOUSA et al. (2011) que com o uso de adubo químico chegou a uma
produtividade de 1800g/m². Já a alface atingiu uma produtividade 600g/planta.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com base na produtividade pode-se concluir que o cultivo de hortaliças é viável,
sendo que as melhores respostas foram obtidas 44 dias após a semeadura.

PALAVRAS-CHAVE: Agroecologia; Horta Escolar; Produtividade.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos apoio financeiro da PRPIPG do IFPB.

Referências
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sidade – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2004. 110p.
BURDALO, S. La Ciudade como Ambito Sostenible de Conveniencia Una Utopia Posible, Revista MOPTMA, N.º
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3º SIMPIF

CASTRO, C. A agricultura no nordeste brasileiro: oportunidades e limitações ao desenvolvimento. Brasília, Rio


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GLIESSMAN, S. Agroecologia: processos ecológicos em agricultura sustentável. 2 ed. Porto Alegre: Ed. Univer-
sidade/UFRGS, 2001. 653p.
LEFF, E. Agroecologia e saber ambiental. Tradução: Francisco Roberto Caporal. In: Revista Agroecologia e
desenvolvimento rural sustentável. Porto Alegre, v. 3, n.1, p.36-5,1, 2002.
NAIR, P. Agroforestry systems inventory. Agroforestry Systems, v. 5, p. 301-317, 2003.

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PADOVAN, M. Bases para a conversão de sistemas de produção convencionais para agroecológicos. In: PA-
DOVAN, M. (Ed.) Conversão de Sistemas de Produção Convencionais para Agroecológicos: Novos Rumos à
Agricultura Familiar. Dourados- MS: Edição do Autor, v. 1, p. 37-50, 2006.
SILVEIRA, M. FERRAZ, J. M. G. Sustentabilidade, pesquisa interdisciplinar e agricultura familiar: uma discussão
crítica. Separata de: ENCONTRO DA ANPPAS, 2., 2004, Indaiatuba. [Anais...] Indaiatuba: ANPPAS, p. 1-19,
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SOUSA, T.V.; ALKIMIM, E.R.A; DAVID, A.M.S.S.; SÁ, J.R.; PEREIRA, G.A.; AMARO, H.T.R.; MOTA, W.F. Época de
colheita e qualidade fisiológica de sementes de coentro produzidas no Norte de Minas Gerais Revista Bra-
sileira Plantas Medicinais, Botucatu, v.13, especial, p.591-597, 2011. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-
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3º SIMPIF

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Nathália Flôres Lima


Urbanização como influência na
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
mortalidade da fauna: espacialização de
Tecnologia da Paraíba atropelamentos ferroviário na FLONA de
Carlos Alberto Cavalcanti Soares Cabedelo-PB e medidas mitigadoras
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. A partir da Revolução Industrial, o processo de urba-
Prof. Dr. Arilde Franco Alves nização trouxe progressos científicos e tecnológicos. Apesar desses
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e avanços, a situação de vida das populações urbanas ainda apresen-
Tecnologia da Paraíba
ta numerosos problemas resultantes, sobretudo, das desproporções
socioeconômicas e dos problemas ambientais que crescem cada vez
mais nos espaços urbanos.

No Brasil, a urbanização ocorreu de forma rápida e desorganizada.


No século XX, a mesma ganhou força graças à industrialização, e só
depois da metade desse século o Brasil passou a ser considerado um
país urbano. Hoje o país está entre ao mais urbanizados do mundo,
com mais de 80% dos habitantes morando nas mais de 5,5 mil cida-
des brasileiras.

Juntamente com a urbanização, surgiram diversos problemas, tanto no âmbito ambiental, como no social e
econômico. Para Borelli (2007, s/p) “a crescente degradação dos ecossistemas é provocada pela expansão
urbana desordenada, em função dos interesses do capital”. No Brasil, a evolução da extensão da malha ferro-
viária foi de 14,5 km a 13.980,60 km em apenas 45 anos (NATAL, 1991).

O crescimento urbano desordenado atinge não somente a sociedade humana, como fauna e flora que habitam
em nosso meio. Uma grande organização que sofre com isto são as Unidades de Conservação (UC). Construí-
das com o propósito de cuidar e preservar a vida animal e vegetal de um meio, as UCs também sofrem com
o processo desordenado da urbanização, principalmente quando próximas dos centros urbanos. Na presente
pesquisa, o alvo do estudo é a fauna silvestre (dentro de uma UC), uma vítima indefesa da poluição, do des-
matamento, da degradação ambiental, das rodoviárias, das ferroviárias e de tantos outros meios globalizados,
incluindo o desordenado crescimento demográfico.

De acordo com Silva et al. (2011, s/p), “é necessário um maior aprofundamento dos estudos sobre a questão
da urbanização”. Então, a questão é saber como ocorre o atropelamento da fauna silvestre e quais as medi-
das mitigatórias para diminuição do impacto ambiental causado pelo modal ferroviário na Floresta Nacional
(FLONA) de Cabedelo-PB.

É perceptível a grande proporção de áreas de preservação atingidas pelos modais ferroviários. Dentre esses
efeitos, há o atropelamento de fauna. Assim, a análise ambiental se faz necessária, pois com o desenvolvi-
mento e utilização intensiva dos meios de transporte, há fortes indícios da existência de efeitos colaterais
negativos ainda pouco conhecidos (ELLER; SOUSA JUNIOR; CURI, 2011).

Nessa concepção, essa pesquisa, tendo como base os estudos já realizados sobre essa problemática ambien-
tal, investigará padrões espaciais de travessia de fauna silvestre dentro da referida FLONA. Isto é, evidenciar
os problemas ambientais causados pela ferrovia que corta a UC, dando ênfase no impacto ambiental que ocor-

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 336


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re sobre a fauna silvestre e nas possíveis medidas de mitigação capazes de reduzirem os abalos ambientais
– que, no caso, se tratam da morte dos animais por atropelamentos causados pelo trem.

De acordo com Trombulak e Frissel (2000), os atropelamentos estão entre as principais causas de morte de
vertebrados silvestres da atualidade, superando os impactos causados pela caça (FORMAN & ALEXANDER,
1998), e até mesmo as taxas de mortalidade por causas naturais (FERRERAS et al, 1992), apud (VALADÃO;
BASTOS; CASTRO, 2018, p.62).

Ainda, em meio a todas as formas de morte de animais terrestres, a morte por atropelamento se destaca,
afetando desde animais de pequeno porte até os de grande porte (FREITAS, 2012). Segundo o mesmo autor,
pode-se dizer que o atropelamento pode ser definido como a maior ou uma das maiores causas de morte de
espécies silvestres. Logo, é constatada que a morte de animais por meio de atropelamento é uma grande cau-
sa ambiental que precisa de atenção e relevância, tais como procuramos oferecer na vigente pesquisa.

Objetivamente, a investigação busca apontar padrões espaciais de atropelamentos de fauna silvestre na FLO-
NA de Cabedelo-PB, causados pelo trem de passageiros da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU),
bem como o estabelecimento medidas de mitigação para a travessia de fauna, visando diminuir o impacto
ambiental negativo. Especificamente, ir-se-á: i) analisar, contabilizar e estabelecer um padrão espacial de
travessias de animais ao longo da linha ferroviária que corta a FLONA; ii) averiguar os impactos causados pela
urbanização dando ênfase no trem da CBTU; iii) registrar e contabilizar as mortes de animais causados por
atropelamentos provenientes do sistema ferroviário que atravessa a FLONA, confirmando o impacto na fauna
local; e, iv) estabelecer medidas de mitigação para a travessia de fauna, visando diminuir o impacto ambiental
negativo.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para cada pesquisa, há um planejamento metodológico específico adequado a rea-
lidade pesquisada. Nesse caso, por se tratar de um estabelecimento de padrões espaciais de travessias de
animais, será realizada uma pesquisa de levantamento de dados. Portanto, uma pesquisa de cunho quali-
-quantitativo, que descreverá os tipos e quantidade de travessias animais sobre a linha férrea.

A Floresta da Restinga de Cabedelo (FLONA) localizada às margens da BR-230, no município de Cabedelo-PB,


na região metropolitana de João Pessoa-PB, é uma UC vinculada ao Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio), e abrange os municípios de Cabedelo e João Pessoa. A FLONA possui 114,34 ha
de Mata Atlântica em restinga e 0,860 km de trilhos que a cortam de ponta a ponta.

O estudo de campo foi realizado entre os meses de junho a setembro de 2019, durante a estação chuvosa
(Weathers Park), onde há mais disponibilidade de frutos e procura por parceiros para o acasalamento (CARVA-
LHO, 2014), estendendo-se até meados de 2020, quando se fará toda a compilação dos dados e mapeamento
desses procedimentos. Nesse aspecto, o processo de coleta de dados e informações complementares dar-se-
-á ao longo de pelo menos 6 (seis) meses de pesquisa.
3º SIMPIF

Primeiramente, foram coletados dados de travessias de animais em campo, conhecendo todo percurso ferro-
viário que corta a FLONA e contabilizando carcaças de animais, rastros naturais e animais observados junto
aos trilhos. Em seguida, houve a implantação de 10 (dez) esquadros de areia, de 1m larg x 40cm alt, postos
às margens dos trilhos, seguindo a lógica prévia de quais locais poderiam apresentar mais casos de travessia
- como em locais mais abertos, com árvores frutíferas, com passagens aparentemente feitas pelos próprios
animais e etc. Assim, se torna possível averiguar, por meio das pegadas deixadas pelos animais nesses esqua-

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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

dros de areia, quantos, quais e onde os animais atravessam, estabelecendo-se, assim, um padrão espacial de
lugares onde há maior número de travessias.

O julgamento dessas informações obtidas durante a contabilização de pegadas será realizada através do mé-
todo de estudo individualista sobre cada espécie e qual a melhor forma de medida de mitigação para a mesma.

RESULTADOS. A pesquisa encontra-se em andamento, iniciada em Julho/2019 e se estenderá até Junho/2020.


Dados coletados em um mês de coletas de campo já indicam algumas tendências relacionadas aos padrões
espaciais não aleatórios de travessias de animais. Neste instante, nos encontramos na etapa de contabilização
e análise das pegadas catalogadas, para que a partir disto haja o estabelecimento da versão final do padrão
de travessias e o estabelecimento de medidas de mitigação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Como a investigação ainda não está concluída, situando-se na avaliação dos dados
coletados, não há um resultado final concreto, mas, já se pode observar de antemão que existe, de fato, uma
grande problemática ambiental a cerca da passagem do trem de passageiros da CBTU ao longo da FLONA de
Cabedelo-PB.

PALAVRAS-CHAVE: Mortalidade da fauna silvestre. Atropelamento ferroviário. Flona de Cabedelo-PB. Medidas


mitigadoras.

AGRADECIMENTOS: A PRPIPG, através do Edital nº 16/2019 do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação


Científica para o Ensino Médio – PIBIC-EM/CNPq e PIVIC-EM/IFPB.

Referências
BORELLI, E. Urbanização e qualidade ambiental: o processo de produção do espaço da costa brasileira. Revis-
ta Internacional Interdisciplinar Interthesis, v.4, n.1, p.1-27, 2007.
CARVALHO, C. F. Atropelamento de vertebrados, hotspots de atropelamentos e parâmetros associados, BR-
050, trecho Uberlândia-Uberaba. 2014.
ELLER, R. de A. G.; SOUSA JUNIOR, W. C.; CURI, M. L. C. Custos do transporte de carga no Brasil: rodoviário
versus ferroviário. Journal of Transport Literature, v.5, n.1, p.50-64, 2011.
FERRERAS, P.; ALMADA, J. J., BELTRÁN, J. F.; DELIBES, M. Rates and causes of mortality in fragmented popula-
tion of Iberian linx Felis pardina (Temminck). Biological Conservation, 61, 197-202, 1992.
FORMAN, R.T.T.; ALEXANDER, L. E. Roads and Their Major Ecological Effects. Annual Review Ecology and Sys-
tematics, 29, 207-231,1998.
FREITAS, L. E. A influência dos padrões de paisagens no atropelamento de fauna: O caso da BR - 040, Rio de
Janeiro e Minas Gerais, Brasil. 2012.
GUMIER-COSTA, F.; SPERBER, C. F. Atropelamentos de vertebrados na Floresta Nacional de Carajás, Pará, Bra-
sil. Acta Amazonica, v.39, n.2, p.459-466, 2009.
HASSLER, M. L. A importância das Unidades de Conservação no Brasil. Sociedade & Natureza, v. 17, n.33,
2005.
3º SIMPIF

NATAL, J. L. A. Transporte, ocupação do espaço e desenvolvimento capitalista no Brasil: história e perspecti-


vas. Ensaios FEE, v.12, n.2, p.293-307, 1991.
SILVA, J. A. B. et al. Á urbanização no mundo contemporâneo e os problemas ambientais. Caderno de Gradua-
ção - Ciências Humanas e Sociais -UNIT, v. 2, n. 2, p. 197-207, 2014.
TROMBULAK, S.C.; FRISSELL, C. A. Review of Ecological Effects of Roads on Terrestrial and Aquatic Commnu-
nities. Conservation Biology, 14(1), 18-30, 2000.
VALADÃO, R. M.; BASTOS, L. F.; DE CASTRO, C. P. Atropelamentos de vertebrados silvestres em quatro rodovias
no cerrado, Mato Grosso, Brasil. Multi-Science Journal, v.1, n.12, p.62-74, 2018.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 338


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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

Severino Pereira de Sousa Junior


Uso da energia solar em sistemas de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
irrigação na agricultura familiar
Tecnologia da Paraíba – Campus Itaporanga

Paloma Maria Felismino de Sales Nunes


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Itaporanga
INTRODUÇÃO. A agricultura familiar é responsável pela produção
Camila Vitória Dantas de Souza de 70% dos alimentos consumidos no Brasil. Sendo esse modelo de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e produção muito importante para a segurança alimentar e nutricional
Tecnologia da Paraíba – Campus Itaporanga
da comunidade, além da geração de renda e do desenvolvimento ru-
Maria Clerya Alvino Leite ral sustentável. De acordo com o último censo agropecuário do IBGE
[email protected]
(2006), 84,4% das propriedades rurais realizam agricultura familiar
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Itaporanga e ocupam empregando cerca de 74,4% da mão de obra rural. A agri-
cultura utiliza 72% do consumo de água no Brasil, principalmente na
irrigação de uma área superior a 29 milhões de hectares. A Paraíba
tem sofrido muito com a estiagem, pois possui cerca de 198 municí-
pios que, em 2017, declararam ter problemas com a seca. Portanto,
o agricultor e o sistema de produção em regiões semiáridas estão
dependentes da otimização do uso da água para consumo e irrigação.
A eficiência da irrigação está relacionada com a redução do desperdício de água e do consumo de energia
elétrica, reduzindo o custo da produção. Dessa forma, nossa proposta trata no desenvolvimento de um sis-
tema de bombeamento solar que otimiza a irrigação de acordo com a necessidade hídrica das culturas. A ra-
diação solar como fonte de energia é uma tecnologia limpa e sustentável. Além disso, os impactos ambientais
dos sistemas geradores de energia solar em operação são muito baixos e se trata de uma fonte inesgotável
(ABU-ALIGAH, 2011). O estudo e utilização de fontes de energia renováveis se constituem em uma alternativa
economicamente viável e ecologicamente sustentável para a utilização racional da água no semiárido.

MATERIAIS E MÉTODOS. O presente estudo foi desenvolvido na Comunidade Rural do Sítio São Pedro, na ci-
dade de Itaporanga/PB, cujas coordenadas geográficas, são: Latitude: 07º 18’ 16” S Longitude: 38º 09’ 01”
W. O sistema de bombeamento de água por energia solar fotovoltaica a ser instalado é do tipo alimentação
direta, ou seja, não terá baterias. Para montagem do sistema de bombeamento solar fotovoltaico foram ad-
quiridos os equipamentos necessários através de recursos próprios e de taxa de bancada do autor. No quadro
1 tem-se os principais componentes do sistema. Inicialmente foram obtidas as curvas características das
bombas individualmente. Para determinar a altura manométrica total de bombeamento (H) foi medido o nível
de água do reservatório de sucção, mantendo-o constante, e a pressão na saída da bomba com o manômetro
após o registro de gaveta. Para obtenção de pontos de trabalho diferentes da bomba e construção da curva
característica foi utilizado o procedimento de fechamento gradual do registro de gaveta, o que possibilitará a
obtenção de valores vazão (Q) e altura total de bombeamento (H). As vazões foram obtidas através do método
direto. A equação da energia é definida pela carga no ponto inicial do escoamento (H1), carga manométrica
da máquina (HM), carga no ponto final do escoamento (H2) e a carga perdida entre os pontos 1 e 2 (HP1;2).

H1 + HM = H2 + HP1,2 (1)

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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

A equação da continuidade afirma que a vazão (Q) em qualquer trecho de conduto fechado deve se manter
constante por todo ele, assim:

Q1 = Q2 v1A1 = v2A2 (2)

As cargas no ponto inicial e final, H1 e H2, são definidas pela soma das carga de pressão (P=), carga cinética
(v2=(2g)) e carga potencial (z), como visto na Equação 3.

H = v2=(2g) + P= + z

Após a verificação das perdas de carga e da vazão disponível em relação à quantidade de energia gerada pelo
sistema, calculamos a área de cultivo e o número de planta que foram cultivadas nessa área. Além do volume
de água que foi bombeado para atender as necessidades básicas de uma família composta por 5 pessoas.

RESULTADOS. Os resultados obtidos a partir da avaliação da radiação solar no município de Itaporanga/PB,


avaliação da geração de energia elétrica a partir da instalação do painel fotovoltaico e a correlação entre os
dados de geração e os dados obtidos para o cálculo da radiação solar, incidente sobre a área do painel, a partir
dos dados da radiação incidente em Itaporanga. A radiação solar que incide na superfície da Terra é composta
de uma parcela direta e de uma parcela difusa, originada pelo espalhamento da radiação causado pela at-
mosfera. Para a avaliação do potencial de energia solar fotovoltaica, quantifica-se a radiação global que pode
incidir no painel fotovoltaico, tendo em vista que ambas as parcelas de radiação colaboram para a geração
fotovoltaica. Com o objetivo de levantar o potencial solar fotovoltaico para utilização na agricultura familiar do
município de Itaporanga/PB, foram adquiridos dados relativos à radiação solar global horizontal, na unidade
de W/m², por meio de medições realizadas, a cada 60 minutos, durante 5 horas diárias, pelo Datalog montado
na plataforma Arduino. O período de levantamento de dados, por meio do piranômetro, foi de Junho de 2018
a Novembro de 2018. Foi realizada uma média dos dados de radiação instantâneos, dados em W/m², para a
obtenção de dados de radiação diária média (em Wh/dia e Wh/m²/dia) para cada mês estudado, realizou-se
a integração em relação ao tempo dos dados obtidos para cada dia, fazendo-se, posteriormente, a média dos
valores de radiação acumulados por dia (energia solar acumulada durante o dia completo sobre determinada
área) para todos os meses do ano. Percebe-se que em Itaporanga o mês com maior radiação global incidente
é Novembro, com 1,37 kWh/m²/dia, e o de menor incidência é Junho, com 0,55 kWh/m²/dia. A média anual
de radiação solar incidente é de 0,82 kWh/m²/dia. Também se pode verificar que a curva de radiação solar ao
longo dos meses do ano comporta-se em sentido parabólico, com as menores médias ocorrendo nos meses de
Junho, Julho e Agosto. Os meses de maior radiação solar são os meses de Setembro, Outubro e novembro, que
oferecem um potencial energético duas vezes maior que nos meses de inverno. Resultados semelhantes foram
encontrados por Mokeddem et al. (2011), os quais observaram que o rendimento do conjunto motor-bomba
varia de acordo com as condições climáticas e da radiação solar. A radiação global dos painéis solares ao
longo do dia foi de 18,69 KWh/dia. O volume de água bombeado diariamente teve um comportamento similar
ao da irradiação solar. Nos dias em que houve aumento da irradiação solar média também houve aumento
3º SIMPIF

no volume de água bombeado no sistema xique-xique. Sendo o maior volume bombeado, 3.238L/dia no Mês
de Novembro, coincidindo com o período de maior radiação solar, tornando viável o acionamento do sistema
de irrigação com energia solar em comparação com sistemas a diesel, também observados por Glasnovic e
Margeta (2009). Outros autores também observaram que utilização o uso da energia fotovoltaica na irrigação
aumenta a eficiência e reduz os custos de operação dos sistemas (DURSUN; OZDEN, 2012; ODEH; YOHANIS;
NORTON, 2006).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS. A média anual de radiação solar incidente é de 0,82 kWh/m²/dia. O mês com maior
radiação global incidente é novembro, com 1,37 kWh/m²/dia. A radiação global dos painéis solares ao longo
do dia foi de 18,69 KWh/dia. O volume médio diário de água bombeada pelo sistema de irrigação variou entre
2.526,23 e 3.238,55 litros, sendo suficiente para atender as necessidades básicas para consumo humano,
animal e horticultura de uma pequena propriedade rural. A vazão de água bombeada é função dos níveis de
irradiação solar e também da energia consumida pela motobomba.

PALAVRAS-CHAVE: Agricultura irrigada. Energia renovável. Sustentabilidade.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
ABU-ALIGAH, M. Design of Photovoltaic Water Pumping System and Compare it with Diesel Powered Pump.
Jordan Journal of Mechanical and Industrial Engineering, v. 5, n. 3, 2011. p. 273 – 280.
IBGE. Censo Agropecuário. 2006. Disponível em: https://goo.gl/9SsjWM. Acesso em: 29 abr. 2018.
DURSUN, M; OZDEN S. Application of Solar Powered Automatic Water Pumping in Turkey. International Jour-
nal of Computer and Electrical Engineering, v. 4, n. 2, p.161-164, 2012.
GLASNOVIC, Z; MARGETA, J. Maximum Area That Can Be Economically Irrigated by Solar Photovoltaic Pumping
System. Journal of the Irrigation and Drainage Engineering, v.135, n.1, p. 44-49, 2009.
MOKEDDEM, A; MIDOUN, A; KADRI, D; HIADSI, S; RAJA, I. A. Performance of a directly-coupled PV water pum-
ping system. Energy Conversion and Management, v.52, n.10, p. 3089-3095, 2011.
ODEH, I; YOHANIS, Y.G; NORTON, B. Economic viability of photovoltaic water pumping systems. Solar Energy,
v. 80, n.7, p. 850-860, 2006.

3º SIMPIF

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MINERAIS INDUSTRIAIS | ORNAMENTAIS

João Batista de SousaSantos


Inovação e conhecimento de práticas
[email protected] agroecológicas que envolvem materiais
Maria Nazaré Dantas de Sousa utilizados na mineração
[email protected]

INTRODUÇÃO. A Agroecologia ela não é apenas um conjunto de téc-


nicas e práticas menos agressivas ao meio ambiente,nãoéapenastam-
bémumaproduçãodealimentosmaislimposelivresdeagrotóxicos,ela
éumaagriculturaecológica,orgânicaebiológica.Éumainovaçãoquetra-
zconhecimentosdecaráter multidisciplinar que oferece princípios e
conceitos ecológicos para o manejo e desenho de agroecossistemas-
sustentáveis.

Observa-se que o fator de maior impacto ambiental da mineração é


a quantidade de carga que é movimentada incluindo também o volu-
me de resíduos gerados que irão constituírem em riscos a diversas
regiões e populações, que podem ser afetadas por acidentes e me-
canismos ineficientes de deposição de rejeitos, em especial na ação
mineradora do minério de ferro, que no Brasil representa o maior volume de produção entre os bens minerais
beneficiados. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o Brasil exportou um volume de mais de
394 milhões de toneladas de bens minerais, gerando divisas de US$ FOB 21,6 bilhões (IBRAM,2017).

Segundo Donaire (1999), o desenvolvimento sustentável além de apresentar equilíbrio ecológico tem como
uma vertente principal a questão do desenvolvimento econômico. Em que irá induzir um espírito de respon-
sabilidade comum como processo de mudança no qual exploração de recursos materiais, os investimentos
financeiros e as rotas do desenvolvimento tecnológico deverão adquirir sentidos harmoniosos.

Existem resultados de práticas agroecológicas em utilizam alguns materiais da mineração em seus desem-
penhos segundo santos (2017) O uso da mica como alternativa na adubação de fundação para o cultivo da
palma forrageira, pode ser uma ferramenta de baixo custo e de fácil acesso aos agricultores. Na agricultura
a mica também é utilizada como isolante térmico quando dividida em palheta finas e soltas, a umidade retida
entre as placas permite o desenvolvimento de raízes e germinação de sementes e mudas, pode ser utilizada
também como inseticida e defensivo agrícolas. Em vista que a mineração e a agroecologia podem entrar em
uma parceria e desenvolver práticas para ter um desenvolvimento sustentável para a agricultura, foi aplicado
um questionário com os alunos do curso técnico em mineração do IFPB – campus Picuí, em que eles respon-
deram algumas perguntas relacionadas a essa temática.

MATERIAIS E MÉTODOS. Foi aplicado um questionário com os alunos do IFPB - campus Picuí, do curso técnico
em mineração, em que participaram 40 alunos, no qual foram submetidos a três perguntas relacionadas à
integração dos dois cursos. As seguintes perguntas foram:

a) Na sua opinião, agroecologia e mineração poderiam desenvolver práticas em parceria?;

b) Você já pensou que a mica poderia ser utilizada como adubação para algumas culturas?;

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MINERAIS INDUSTRIAIS | ORNAMENTAIS

c) Sabia que em um método de prática agroecológica e utilizar o pó de mica como isolante térmico na agri-
cultura?.

RESULTADOS. Quanto aos resultados da primeira pergunta que falava sobre se na opinião deles como alunos
de mineração, se agroecologia e mineração poderiam desenvolver práticas sustentáveis, os resultados foram-
satisfatóriosemque37dosalunosresponderamquesimpoderiamexistire3responderamque não.

Jáexistempráticasdaagroecologiaemqueutilizaopódemicacomoisolantetérmicoecomoadubo, emvistadesses-
relatos,asoutrasduasperguntasdestequestionáriofoireferenteaissoeosresultados mostraram que minoria dos
alunos conheciam essas práticas , isso mostra que ainda a uma necessidade de se conhecer mais essa área
que ainda e tão pouco explorada, entre as áreas de agroecologiaeademineraçãoqueaindatem-seumaideiade-
queelasnãopodemandaremconjunto, entãotem–seumanecessidadedesemudarestepensamentosatravésdeno-
vaspráticasinovadoras.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Nos questionamentos feitos das três perguntas mostraram que ainda a necessi-
dade de se ter mais discussões de como implantar práticas de mineração na agroecologia, mas já existem
bastantes relatos sobre essas técnicas são bastante eficientes para ter ótimas praticas agroecológicas que
futuramente podem ser passadas aos agricultores familiares.

PALAVRAS-CHAVE: Agroecologia, Práticas sustentáveis e mineração

Referências
DONAIRE, D. Gestão ambiental na empresa. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999. Disponível em: Acesso em:07 mai. 2016.
IBRAM – INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO. II Inventário de Gases Estufa do Setor Mineral. Brasília,
2014. Disponível em: https://portaldamineracao.com.br/wp-content/uploads/2017/06/00005153.pdf.

3º SIMPIF

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Gustavo Félix
Alterações na temperatura corporal
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
ao longo de uma temporada de
Tecnologia da Paraíba treinamento em atletas de basquetebol
Ana Neves
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. O controle da temperatura corporal tem sido apontada
Neucilane Silva como uma alternativa para detecção do estado fisiológico de atletas,
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e já que parece ser sensível ao processo inflamatório, pois geralmente,
Tecnologia da Paraíba
estes estão acompanhados do aumento da temperatura local ou sis-
Clarisse Santos têmica (SILLERO-QUINTANA et al., 2015).
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e A técnica de termografia infravermelha (TI) é uma técnica de mensu-
Tecnologia da Paraíba
ração da temperatura corporal da pele que vem sendo utilizada com
bastante propriedade na área médica há bastante tempo, sobretudo
na detecção de anormalidades em mamas, podendo indicar, preco-
cemente, um câncer (RING; AMMER, 2000). Na área de fisioterapia
esportiva, já existe um volume de trabalhos onde a TI tem sido usada
para a detecção de lesão muscular (BADZA et al., 2012) e para acom-
panhar a evolução da cura de lesões (MARINS et al., 2014).

Até o momento, os estudos que utilizaram a TI no contexto esportivo apresentam aplicações realizadas após
exercícios agudos ou testes específicos. Sampedro; Piñonosa e Fernandez (2012) identificaram o perfil térmi-
co de um jogador profissional de basquetebol e verificaram assimetria térmica bilateral nos membros superio-
res e inferiores em repouso, e em determinadas regiões chegando a 0,5oC, o que pode ser indício de possível
desequilíbrio térmico. Recentemente, foi utilizada por Fernandes et al. (2017), para verificar modificações
na temperatura de vários segmentos corporais, em atletas submetidos a uma sequência de duas partidas,
separadas por três dias de intervalo. Eles perceberam que os maiores valores de temperatura se deram 24h
pós-jogo e, principalmente, nas regiões da coxa.

Desse modo, o acompanhamento da temperatura corporal durante uma temporada de treinamento pode ser
utilizada para acompanhar alterações no estado fisiológico de atletas.

MATERIAIS E MÉTODOS. Trata-se de um estudo transversal de característica longitudinal, ao longo de 12 se-


manas (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2012). Sendo realizado com 13 atletas adultos do sexo masculino de
uma equipe de basquetebol da Paraíba, que disputa competições em nível regional (Campeonato Paraibano,
Copa Nordeste, Liga Paraibana) e nacional (Copa Brasil). A seleção dos participantes foi feita de modo não-
-probabilístico, na qual os sujeitos foram selecionados de forma intencional (THOMAS; NELSON; SILVERMAN,
2012). Todos os atletas possuíam mais de seis anos de prática da modalidade, o que caracteriza um grupo
com boa experiência na modalidade, com passagens por categorias de base.

Antes da realização da termografia, os atletas permaneceram em repouso no Laboratório de Termografia


(LabTerm) do Núcleo de Pesquisas nas Ciências do Movimento Humano (NPCMH) da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB), o qual possui um ambiente totalmente preparado para esse fim, com temperatura ambiente
mantida entre 18 e 25°C (FERNÁNDEZ-CUEVAS et al., 2014) para aclimatação por 15 minutos, sem que as

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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

regiões analisadas estivessem em contato com qualquer objeto que permutasse calor por radiação, atenden-
do às recomendações de um período mínimo proposto por Fernández-Cuevas et al. (2014). Os atletas foram
orientados a ir vestidos com roupa de banho, não consumir tabaco, álcool ou drogas que afetem a termogê-
nese corporal, não realizar atividade física de moderada a intensa e se alimentar até 2 horas antes do exame
termográfico e não utilizar óleos ou cremes hidratantes nas regiões a serem examinadas, conforme recomen-
dações de Gomes da Silva et al. (2017).

Para obtenção dos termogramas, foi utilizada uma câmera T-360 (FLIR® Systems, USA), com resolução tér-
mica de alta qualidade de 320 x 240 pixels, visor LCD colorido de 3.5 polegadas, faixa de temperatura de -20
a 120 ° C, sensibilidade térmica de 0,05°C, acurácia de ± 2%, banda de espectral dos infravermelhos de 7,5
μm a 13 μm, taxa de atualização de 60 Hz, com regulagem da escala de temperatura entre 22°C e 34°C.

A câmera foi fixada a uma distância de 2,6 metros do sujeito, em um tripé com altura de 1,35 metro do solo
para avaliar os membros superiores e a 70 cm do solo para os membros inferiores, assim proporcionando o
melhor enquadramento para obtenção dos termogramas. Em cada atleta foram feitas imagens da vista ante-
rior e posterior. Para esse estudo, foram determinadas 34 Regiões Corporais de Interesse (RCI).

De posse dos termogramas, as imagens foram analisadas através do software FLIR® Thermacam Reporter,
versão 8.2, com emissividade de 0,98. Todos os procedimentos de captura das imagens termográficas e pos-
terior análise foram desempenhados pelo mesmo profissional, treinado e com experiência para essa função.
Apesar do equipamento permitir a obtenção de temperaturas mínimas, máximas e médias, para esse estudo
optou-se por utilizar a média das temperaturas por ser mais representativa da região analisada.

Para verificar comportamentos de maiores regiões, foram criadas algumas incidências termográficas utili-
zando a média aritmética de determinadas RCIs: coxa anterior (RCIs 25 e 26), coxa posterior (RCIs 33 e 34),
braço anterior (RCIs 4 e 5), braço posterior (RCIs 12 e 13), média geral do corpo inteiro (médias de todas às
RCIs).

RESULTADOS. As alterações na temperatura da pela ao longo da temporada mostra que até a 4a semana de
treinamento não houveram alterações significativas na temperatura da pela em nenhumas das variáveis estu-
dadas. Na 8a semana houve um aumento significativo em comparação aos valores iniciais, nas temperaturas
de corpo inteiro 31,3 ± 0,5 ºC para 32,0 ± 0,5 ºC, Braço posterior de 31,1 ± 0,4 ºC para 31,3 ± 0,5 ºC e coxa
posterior de 31,1 ± 0,3 ºC para 31,5 ± 0,4 ºC. Três regiões Tronco posterior 32,5 ± 0,4 ºC, Braço anterior
32,5 ± 0,5 ºC e Coxa anterior 31,0 ± 0,6 ºC, aumentaram seus valores de temperatura da 4a para a 8a semana
para 32,9 ± 0,5 ºC, 32,8 ± 0,3 ºC e 31,4 ± 0,5 ºC, respectivamente. Pôde-se observar ainda que em todas as
variáveis termográficas avaliadas após 12 semanas de treinamento os valores de temperatura da pele esta-
vam compatíveis aos iniciais. Outro dado importante é que apenas uma variável não apresentou modificação
durante todo o período de treinamento a de tronco anterior, provavelmente por ser a região muscular menos
exigida durante a prática da modalidade.
3º SIMPIF

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Como base nos resultados analisados pode-se observar que os atletas tiveram
maior desgaste fisiológico na oitava semana de treinamento, provavelmente gerado por um desgaste acumu-
lado as semanas anteriores.

PALAVRAS-CHAVE: Basquetebol, temperatura corporal, treinamento desportivo.

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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

AGRADECIMENTOS: Laboratório de Termografia (LabTerm) e Laboratório de Estudos do Treinamento Físico


Aplicado ao Desempenho e a Saúde - (LETFADS), ambos da UFPB.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
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Vinicius Duarte Carvalho


Análise da qualidade de vida dos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
motoristas de ônibus no transporte
Tecnologia do Maranhão público coletivo em Imperatriz - MA
Rebeca Pereira Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Maranhão
INTRODUÇÃO. O motorista de transporte coletivo é um ser que tem
Victor Erick Lucena Nobre problemas, alegrias, tristezas, paixões, metas e objetivos de vida
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e como qualquer um de nós e, quando você junta isso em um pacote
Tecnologia do Maranhão
mais legível, percebe-se que, mais do que levar e trazer passageiros,
Raimundo Amorim Duarte Neto ele precisa ter atenção redobrada quanto a sua qualidade de vida.
[email protected]
Passar horas em um ônibus que na maioria das vezes está lotado,
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Maranhão para não dizer superlotado (se deve permitir que mais gente entre ou
não no transporte, correndo o risco de ser “linchado” verbalmente,
caso o usuário em questão não puder embarcar), com um entra e
sai de gente dos mais variados tipos, atenção nas cobranças do va-
lor da passagem e no trajeto a ser percorrido, quem realmente tem
passe livre ou não, quem pode entrar por uma porta em específico
ou não, dominar a “arte” de dirigir um ônibus que oscila em conforto
por ruas que, em sua grande maioria, tem problemas de infraestrutura, faz com que o nosso motorista fique
sobrecarregado no decorrer e/ou ao final do dia de trabalho. No município de Imperatriz/MA, a mobilidade
urbana tem procurado se desenvolver de forma que atenda às necessidades da população. Portanto, é de se
esperar que as empresas de transporte público coletivo, apesar de suas limitações, têm procurado trazer mais
comodidade e conforto, tanto para seus passageiros, como para seus funcionários que operam o transporte.
De uma forma geral, os ônibus devem, ou pelo menos deveriam ser projetados para transportar operadores
e passageiros com segurança e conforto. A NR 17, explica que para avaliar a adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergo-
nômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho (BRASIL 1978). Diante
do exposto, este artigo procurou levantar a opinião dos motoristas do transporte coletivo (ônibus) da cidade
de Imperatriz, Maranhão, com relação a rotina de trabalho a que estão submetidos, e como isso pode afetar
a sua qualidade de vida.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para a coleta das informações da pesquisa descritiva exploratória, utilizou-se de
um questionário com perguntas relevantes sobre a atividade laboral dos entrevistados e, a partir daí, fazer
uma análise criteriosa dos dados, pois segundo GIL (2008), a pesquisa exploratória tem por objetivo familia-
rizar-se com um assunto ainda pouco conhecido, pouco explorado e que no final, você conhecerá mais sobre
aquele assunto e estará apto a construir hipóteses.

RESULTADOS. Foi evidenciado que 39% dos motoristas trabalham em um regime normal (44 horas/semana),
no que tange a sua jornada de trabalho, recebendo um destaque àqueles que trabalham entre 48 a 72 horas
por semana (26%). Neste caso, o trabalho se torna mais desgastante, e portanto, merece uma atenção a mais
quanto à sua qualidade de vida na hora de operar as linhas de ônibus pela cidade de Imperatriz. Em matéria
de conforto, (47,82%) afirma que a cadeira/poltrona onde se sentam para dirigir o veículo é confortável
enquanto que há uma igualdade nos demais dados. 26,08% afirmaram que não se sentem confortáveis ao

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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

dirigir o veículo independente de qual seja o ônibus a ser pilotado, enquanto a outra parcela de motoristas
(26,08%) afirmou que em alguns ônibus eles se sentiam confortáveis ao dirigir e em outros não. Da parte
negativa, existe até um certo incômodo no decorrer da jornada. No início da jornada não sentem nada, mas
depois o desconforto aparece, os obrigando a, por diversas vezes, fazer movimentos leves na cadeira/poltrona
até conseguirem achar uma posição que mais se adeque as suas necessidades naquele momento. Outro dado
muito importante, revela que 57% dos entrevistados admitiram que, por conta da profissão, apresentaram
problemas de saúde como dores musculares, por exemplo, e que mesmo após o período de descanso ainda
assim sentiam que algo não estava bem consigo mesmos. Os outros 43% relatam que exercem sua atividade
sem ter apresentado qualquer problema de saúde que estivesse ligada ao seu trabalho. A pesquisa também
procurou verificar o índice de satisfação em dirigir nas ruas de Imperatriz. A grande maioria se mostrou in-
satisfeito com o estado das ruas por onde transitam diariamente. A insatisfação salta aos olhos de quem vê
os números. 56% dos entrevistados avaliam como péssima o estado de conservação das ruas da cidade, en-
quanto 32% classificaram como ruim. Por mais que se tenha falado de um modo geral, como um todo, tivemos
aqueles que acharam a conservação das ruas boa (8%), um número muito, baixo diga-se de passagem. Por
fim, os entrevistados deram seu ponto de vista a respeito de sua vida profissional, levando em consideração a
rotina de trabalho, o tipo de pessoas que usam o transporte coletivo com quem ele tem que lidar diariamente
somado com o reconhecimento ou não por exercer um bom trabalho, apesar das dificuldades encontradas.
O otimismo fala mais alto. 13% dos entrevistados consideram sua vida profissional ótima, 52% consideram
boa, 31% consideram regular e 4% acham ela ruim. Não houve registros que avaliassem sua vida profissional
como péssima.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Pode-se concluir que muitos dos trabalhadores entrevistados estão sujeitos a ad-
quirirem doenças musculoesqueléticas ou psicológicas, como estresse profissional, por exemplo, devido ao
excesso de trabalho que pode chegar até a 72h semanais. Acreditamos que esta pesquisa possa servir como
referência para novos assuntos sobre o tema em questão, e que o trabalho realizado pelo profissional pesqui-
sado possa ser de fato e de direito valorizado no que diz respeito ao conforto, respeito e segurança.

PALAVRAS-CHAVE: Qualidade de vida. Motorista de ônibus. Transporte público.

AGRADECIMENTOS: As trabalhadores que se dispuseram a contribuir para o desenvolvimento da pesquisa.

Referências:

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Comissão Nacional de Ergonomia. Manual de aplicação da Norma
Regulamentadora nº 17. 2. ed. Brasília, 2002. Disponível em: <www.mte.gov.br/seg_sau/pub_cne_manual_
nr17.pdf > Acesso em: 18 mar. 2019.

GIL, ANTÔNIO CARLOS. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6ª ed. p. 27-28. São Paulo, 2008.
3º SIMPIF

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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Rebeca de Cássia da Silva Sousa


Análise do perfil profissional dos alunos
[email protected] do Curso Técnico em Cuidados de
Erico José Cruz Souza Júnior Idosos do IFPB
[email protected]

Gilmara Henriques Araujo


[email protected]

Vilson Lacerda Brasileiro Junior INTRODUÇÃO. O envelhecimento da população é um fenômeno ob-


[email protected] servado nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Todavia, no
Brasil, o processo de envelhecimento da população vem ocorrendo de
modo mais rápido do que ocorreu na maioria dos outros países. Alia-
do a isso, a formação de profissionais técnicos no cuidado de idosos
ainda é um fato relativamente novo no Brasil e vem crescendo grada-
tivamente nos últimos anos. Esse contexto, desafia o poder público e
a sociedade como um todo, principalmente porque exige uma cres-
cente demanda por serviços de saúde, solicita maior capacitação de
profissionais para que estejam aptos a atuar no cuidado dos idosos,
bem como demanda que sejam realizadas adaptações nos ambientes
que assegurem ao máximo a autonomia e a independência a esses
indivíduos (CAMPOS et al., 2016; DEBERT; OLIVEIRA, 2015).

Diante desse cenário, espera-se que as instituições de ensino aumentem gradativamente a oferta de capacita-
ções na área de cuidado aos idosos e que as pessoas sejam atraídas para esse mercado de trabalho. Porém,
ainda há carência de dados relativos a profissionais que buscam a capacitação técnica para trabalhar com
idosos, bem como são escassas as informações que revelem as expectativas profissionais dos estudantes que
optaram por essa área de trabalho (ALVARES; POLARO; GONÇAVES, 2015). Cabe destacar que essas informa-
ções são valiosas para o planejamento dos cursos que envolvem essa área e estão em pleno desenvolvimento.

Além disso, é digno de nota que a necessidade atual por profissionais da área de cuidados de idosos é tama-
nha que, na maioria dos empregos disponíveis, os sujeitos responsáveis por cuidar de idosos não receberam
nenhuma formação específica. Muitos dos cuidadores são técnicos de enfermagem, com formação básica e
generalista, considerada insuficiente para lidar com o público idoso. Essa limitação pode resultar em situações
conflituosas e que colocam em risco a qualidade de vida dos idosos (REIS et al., 2015).

Considerando essas informações, o objetivo do presente trabalho foi identificar o perfil dos alunos do Curso
Técnico em Cuidados de Idosos do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) – Campus Avançado João Pessoa Man-
gabeira. Em adição, o trabalho buscou analisar a expectativa profissional desses indivíduos. Vale ressaltar
que, atualmente, esse campus é o único a ofertar o Curso Técnico em Cuidados de Idosos de forma regular
no IFPB.

MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi iniciada após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pes-
quisa do IFPB (Parecer no 3.268.960). O universo do estudo foi composto por todos os alunos regulamente
matriculados no semestre letivo 2019.1 no Campus Avançado João Pessoa Mangabeira do IFPB e que estavam
frequentando as aulas. De acordo com instituição, 107 alunos se encontravam nessa situação.

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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Para o cálculo da amostra foi considerado um nível de confiança do estudo de 95% e erro amostral de 5%. As-
sim, tomando por base os dados do universo do estudo, foi identificado a necessidade de coletar informações
de pelo menos 75 alunos. Todavia, ao final da fase coleta de dados obteve-se uma amostra de 81 participantes
do estudo.

Os critérios de inclusão no estudo foram: indivíduos que estivessem de acordo em participar da pesquisa
por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os critérios de exclusão da
amostra foram: alunos com matrícula inativa, que não estão frequentando regulamente as aulas e aqueles que
integralizaram todos os créditos das disciplinas, mas que estão com pendência na instituição para a emissão
do diploma.

O instrumento de coleta dos dados foi um questionário, baseado no estudo de Faht; Sandri (2016), com adap-
tações para o presente estudo. O questionário possui perguntas objetivas e dissertativas que abordam o perfil
dos alunos matriculados e a percepção deles acerca do mercado de trabalho.

Antes de iniciar a pesquisa, foi realizada a aplicação de um questionário piloto, com 10% dos participantes,
com a finalidade de verificar a clareza e aplicabilidade das questões propostas e validar o instrumento de
coleta de dados adaptado.

Para a coleta de dados dos alunos regulamente matriculados, foram realizadas pelo menos duas visitas a to-
das as turmas do Campus Avançado João Pessoa Mangabeira, com a finalidade de aplicar o questionário ao
número máximo de indivíduos.

RESULTADOS. A análise dos dados coletados revelou que dos 81 participantes do estudo, 27 (33,33%) alunos
estavam cursando o primeiro período do curso, 24 (29,6%) o segundo período, 18 (22,2%) o terceiro período
e 12 (14,8%) o quarto período.

A maioria dos alunos pertencia ao gênero feminino (n=68 / 84%), apresentava o estado civil de solteiro (n=36
/44,4%) e renda familiar de até um salário mínimo (n=67 / 82,7%). A média de idade deles foi de 37,5 anos.

Em relação a atual colocação dos alunos no mercado de trabalho, foi visto que 46 alunos (56%) estavam de-
sempregados, enquanto que 5 (6,2%) alunos atuavam como cuidadores de idosos em domicílio e 30 (37%)
trabalhavam em outra área. Dentre os alunos que trabalhavam como cuidador de idoso, 60% estava empre-
gado a mais de 2 anos.

Os participantes foram questionados se tinham concluído outro curso antes de ingressar no IFPB e os dados
revelaram resposta positiva para a maioria (n=47/ 58%) dos participantes. O curso mais comumente cursado
foi o Técnico em Enfermagem, relatado por 27,1% dos alunos.

As expectativas profissionais dos alunos também foram analisadas e obteve-se que a maioria dos alunos
(95%) acredita que a formação no Curso Técnico em Cuidados de Idosos vai contribuir para o aumento da
3º SIMPIF

renda familiar. Ademais, 56 alunos (69,1%) avaliaram o mercado de trabalho como “muito bom”, por estar em
expansão, 93,8% dos discentes pretendem atuar na área após a finalização do curso e 85,20% manifestaram
interesse de continuar estudando nessa área.

Por fim, foi visto que 88,9% dos alunos acreditam que terão facilidade de conseguir emprego na área, 98,9%
recomendariam o curso para outra pessoa e 84% consideram que o curso oferece uma formação completa
voltada para o mercado de trabalho.

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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Diante do exposto, pode-se concluir que a maioria dos alunos do Curso Técnico em
Cuidados de Idosos do IFPB pertence ao gênero feminino, com média de idade de 37,5 anos, de estado civil
solteiro e que não está inserido no mercado de trabalho.

Todavia, os alunos acreditam que após a finalização do curso terão facilidade para conseguir um emprego,
contribuindo para aumentar a renda familiar.

PALAVRAS-CHAVE: Saúde. Idosos. Profissional. Mercado de trabalho.

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB – Campus Avançado João Pessoa Mangabeira, por apoiar e financiar a realização
do projeto de pesquisa.

Referências
ALVARES, A. M.; POLARO, S. H. I.; GONÇALVES, L. H. T. Cuidadores de idosos – quem são? Rev. Enferm. UFSM,
v. 5, n. 4, 2015.
CAMPOS, A. C. V. et al. Healthy aging profile in octogenarians in Brazil. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v. 24,
2016.
DEBERT, G. G.; OLIVEIRA, A. M. A profissionalização da atividade de cuidar de idosos no Brasil. Revista Brasi-
leira de Ciência Política, n. 18, p. 7-41, 2015.
FAHT, G.; SANDRI, J. V. A. Cuidador de idosos: formação e perfil dos egressos de uma instituição de ensino. O
mundo da saúde, São Paulo, v. 40, n. 1, p. 21-27, 2016.
REIS, L. A. et al. Qualidade de vida de cuidadoras formais de idosos. Revista Baiana de Enfermagem, Salvador,
v. 29, n. 2, p. 156-163, 2015.

3º SIMPIF

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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Daniel Rodrigues dos Santos


Análise físico-química da água de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
bebedouros das escolas públicas da
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança cidade de Esperança-PB
Aldeni Barbosa da Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança
INTRODUÇÃO. A água é o constituinte inorgânico mais abundante
Josikleio da Costa Silva na matéria viva, integrando aproximadamente dois terços do corpo
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e humano e atingindo até 98% para certos animais aquáticos, legu-
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança
mes, frutas e verduras. Constitui-se também no solvente universal da
Edmilson Dantas da Silva Filho maioria das substâncias, modificando-as e modificando-se em função
[email protected] destas (LIBÂNIO, 2010).
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Campina
Grande Embora seja considerada uma das substâncias mais presentes na na-
tureza, é imprescindível que haja determinados cuidados no tocante
à quantidade de uso, qualidade e distribuição da água (ALVES et al.,
2018).

As caracterizações físico-químicas da água e de soluções aquosas


têm como objetivo identificar e quantificar os elementos e espécies
iônicas presentes nesses compostos e associar os efeitos de suas propriedades às questões ambientais, per-
mitindo a compreensão dos processos naturais ou alterações no meio ambiente. O conhecimento das proprie-
dades físicas e químicas de átomos e moléculas, e de suas interações, permitem responder a questões como,
quais e em que níveis eles podem ser adversos aos ecossistemas e à saúde humana. Os teores determinados
nas amostras analisadas são comparados aos padrões conhecidos, os quais são especificados em portarias
e resoluções legais, que dão subsídios aos laboratórios na expedição de seus laudos (PARRON et al., 2011).

No Brasil, as legislações vigentes que tratam de potabilidade da água para consumo humano são, respecti-
vamente, a portaria de consolidação de nº 5, de 28 de setembro de 2017, do Ministério da Saúde (BRASIL,
2017) e a resolução nº 396, de 3 de abril de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 2005).

Diante disso, esse trabalho teve como objetivo verificar os parâmetros físico-químicos da água de bebedouros
das escolas públicas da cidade de Esperança-PB.

MATERIAIS E MÉTODOS. O estudo foi desenvolvido em cinco escolas municipais de Esperança, no estado da
Paraíba, cidade localizada na mesorregião do Agreste Paraibano.

Amostras para as análises físico-químicas

As amostras de água destinadas para as análises físico-químicas foram coletadas em garrafas plásticas de 2
litros diretamente dos bebedouros e foram encaminhadas ao Laboratório do Programa de Pesquisa em Sanea-
mento Básico (PROSAB), em Campina Grande, para a realização das análises.

Os parâmetros físico-químicos das águas foram determinados seguindo-se as metodologias do manual do


Standard Methods - For the Examination of Water and Wastewater (APHA, 2012). Os valores foram avaliados
conforme as recomendações da portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2017).

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Os parâmetros analisados e os métodos de análises foram os seguintes: pH, temperatura, cor aparente, con-
dutividade elétrica, alcalinidade, dureza total, cloreto, nitrito e nitrato.

RESULTADOS.

Potencial hidrogeniônico, temperatura, cor aparente e condutividade

Com relação ao pH encontrado para esse estudo, todas as amostras atenderam aos padrões estipulados, pois
os valores variaram de 7,74 a 8,07 a uma temperatura média de 26,4 oC. De acordo com a portaria de conso-
lidação No 05/2017 do Ministério da Saúde, o pH é padrão de potabilidade, devendo as águas para consumo
humano apresentarem valores entre 6,00 e 9,5 (BRASIL, 2017).

A temperatura é o parâmetro que faz a medição da intensidade de calor, refletindo o grau de aquecimento das
águas e da radiação solar, e depende de fatores como clima, composição geológica, condutividade elétrica
das rochas, dentre outras (MATIC et al., 2013). Os teores médios da temperatura neste estudo variaram de
25,6 a 27 °C.

Com relação a cor aparente, todas as amostras apresentaram um valor bem elevado, que variaram de 27,3 a
47,1. A portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde estabelece para cor aparente o Valor
Máximo Permitido de 15 uH como padrão de aceitação para consumo humano.

A condutividade elétrica das águas resultou numa média de 380,6 μS/Cm a uma temperatura média de 26,4
o
C. De acordo com Libânio (2010), águas naturais apresentam usualmente condutividade elétrica inferior a
100 μS/cm, podendo atingir 1000 μS/cm em corpos d’água receptores de elevadas cargas de efluentes do-
mésticos e industriais.

Alcalinidade total, Dureza total, Cloreto, Nitrito e Nitrato

As amostras de água apresentaram uma alcalinidade média de 79,18 mg/L de CaCO3, isso devido a presença
de bicarbonatos. A alcalinidade é a medida da capacidade que a água tem de neutralizar ácidos, isto é, a quan-
tidade de substâncias na água que atuam como tampão (CLESCERI et al, 1998). Os compostos responsáveis
pela alcalinidade total são sais que contém carbonatos (CO3-2), bicarbonatos (HCO3-), hidróxidos (OH-) e, se-
cundariamente, aos íons hidróxidos, como cálcio e magnésio, silicatos, boratos, fosfatos e amônia.

A dureza da água é expressa em mg/L de equivalente em carbonato de cálcio (CaCO3) e pode ser classificada
em mole ou branda: < 50 mg/L de CaCO3; dureza moderada: entre 50 mg/L e 150 mg/L de CaCO3; dura: entre
150 mg/L e 300 mg/L de CaCO3; e muito dura: >300 mg/L de CaCO3 (BRASIL, 2014). De acordo com essa
classificação, convém ressaltar que as referidas amostras estão dentro dos padrões de potabilidade brasileiro,
americano e da Organização Mundial de Saúde (OMS), que estabelecem o limite de 500 mg/L CaCO3, idêntico
ao adotado no Canadá (HEALTH CANADA, 2004).
3º SIMPIF

Baseando-se na classificação citada anteriormente, as amostras 1, 2, 3, 4 e 5 apresentaram dureza mole ou


branda, pois os resultados variaram de 18,8 a 46,3 mg/L de CaCO3.

Verificou-se que o teor de cloreto foi em média de 57,26 mg/L de Cl-, estando dentro dos padrões permitidos
pela portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde que estabelece um teor de 250 mg/L de
Cl- como valor máximo permitido para água potável.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 358


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Com relação ao nitrito, as amostras apresentaram valores menor que 1, com média de 4,62 x 10-3, corrobo-
rando com a portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde que preconiza um Valor Máximo
Permitido (VMP) igual a 1.

Com relação ao nitrato, verificou-se valores que variaram de 0,15 a 1,03 mg/L, estando, portanto, de acordo
com a portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde que estabelece um valor máximo permi-
tido de 10 mg/L.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com base nos resultados obtidos e analisando a luz da Portaria de Consolidação
Nº 5/2017 do Ministério da Saúde, as referidas amostras encontram-se dentro dos padrões exigidos para po-
tabilidade, exceto para o parâmetro Cor Aparente, que se encontra acima do valor máximo permitido (15 uH).

PALAVRAS-CHAVE: Qualidade da água, Água Potável, Saúde Pública.

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB Campus Esperança pela concessão da taxa de bancada para o desenvolvimento
dessa pesquisa.

Referências
ALVES, S. G. S.; ATAIDE, C. D. G.; SILVA, J. X. Análise microbiológica de coliformes totais e termotolerantes em
água de bebedouros de um parque público de Brasília, Distrito Federal. Rev. Cient. Sena Aires, v. 7, n. 1, p.
12-17, 2018.
APHA, AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard Methods for the examination of water and was-
tewater. 22nd ed. Washington: American Public Health Association; 1360 pp, 2012.
BRASIL. Resolução nº 396 de 3 de abril de 2005. Brasília: Conselho Nacional do Meio Ambiente, 2005.
BRASIL. Manual de Controle da Qualidade da Água para Técnicos que Trabalham em ETAS. Ministério da
Saúde, Fundação Nacional de Saúde. Brasília: Funasa, 112 p., 2014.
BRASIL. Portaria de consolidação de nº de 28 de setembro de 2017 do Ministério da Saúde. Dispõe sobre
os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.
CLESCERI, L. S.; GREENBERG, A. E.; EATON, A. D. Standard methods for the examination of water and was-
tewater. 20 th. ed. Washington, DC: American Public Health Association; American Water Works Association;
Water Environment Federation, 1325p., 1998.
HEALTH CANADA. Guidelines for Canadian drinking water quality. 2004. Disponível em:<www.hc-sc.gc.ca/
ewh-semt/pubs/water-eau/enteric-enterovirus/index-eng.php>. Acesso em: 21 nov. 2018.
LIBÂNIO, M. Fundamentos de Qualidade e Tratamento de Água. 3. ed. Campinas: Editora Átomo, 2010. 494p.
MATIC, N.; MIKLAVCIC, I.; MALDINI, K.; DAMIR, T.; CUCULIC, V.; CARDELLINI, C.; FRANCISKOVIC-BILINSKI, S.
Geochemical and isotopic characteristics of karstic springs in coastal mountains (Southern Croatia). Journal
of Geochemical Exploration, n. 132, p. 90–110, 2013.
PARRON, L. M.; MUNIZ, D. H. F.; PEREIRA, C. M. Manual de procedimentos de amostragem e análise físico-
-química de água. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Colombo, PR, Documentos 232/Embrapa
3º SIMPIF

Florestas, 69 p., 2011.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 359


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

George Carlos dos Santos Anselmo


Avaliação da exposição ao ruído
[email protected]
Colégio Estadual Adalgisa Teodulo da
ocupacional no setor de tecelagem
Fonseca/MediotecPB numa indústria têxtil
Rafaela Patricia Inocencio da Silva
[email protected]
Colégio Estadual Adalgisa Teodulo da
Fonseca/MediotecPB
INTRODUÇÃO. O trabalho desenvolvido teve como finalidade deter-
Kayllanny Siqueira Lunguinho minar se incidem nas tarefas atribuídas aos funcionários do setor de
[email protected]
Colégio Estadual Adalgisa Teodulo da tecelagem da indústria têxtil avaliada, condições que imprimam in-
Fonseca/MediotecPB
salubridade, devido à exposição acima dos limites de tolerância ao
Nathan Nunes da Silva ruído, como tal estabelecido na Norma NR-15, no anexo I (BRASIL/
[email protected] MTE/NR-15, 2019). O ruído ocupacional impõe ao trabalhador fa-
Colégio Estadual Adalgisa Teodulo da
Fonseca/MediotecPB tores sabidamente envolvidos na gênese de acidentes do trabalho.
São eles: dificuldades de comunicação (na detecção, discriminação,
localização e identificação das fontes sonoras, assim como na inte-
ligibilidade de fala), de manutenção da atenção e concentração, de
memória, além do estresse e fadiga excessiva (FERREIRA, 2000). O
ruído excessivo acima da tolerância pode causar a Perda Induzida
por Ruído (PAIR), levando o trabalhador a surdez parcial ou total (SA-
LIBA, 2014). Assim, a medição do ruído possibilita um mapeamento das áreas de maior risco, permitindo uma
avaliação do local em questão. Deve-se, ainda, observar alguns fatores, tais como: nível de exposição indivi-
dual, tipo de ruído, tipo de exposição e características do local (FERNANDES, 1999). Com todas as avaliações
realizadas medidas de controle podem ser tomadas, de forma a minimizar ou eliminar os riscos.

MATERIAIS E MÉTODOS. A avaliação de exposição ocupacional ao ruído se encontra regulamentada no Brasil


pela Portaria n.3.214, NR-15, ANEXOS 1 e 2, sendo também aplicadas NR-09, que exige nível de ação quando
a dose de ruído for >0,5 (Leq=80 dB(A)). O presente trabalho adotou os limites de tolerância, prescritos no
item 15.1.5 da Portaria n.3214 que define como limite de tolerância a concentração ou intensidade máxima
ou mínima relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do
trabalhador durante sua vida laboral. Durante todas as avaliações foi constatado que o ruído possuía carac-
terísticas contínuas ou intermitentes. A NR-15 define como ruído contínuo ou intermitente aquele que não
seja de impacto, e a mesma em seu Anexo 1, fixa os valores de NPS por tempo diário máximo permitido. Neste
estudo as medições de nível de pressão sonora foram realizadas no setor de tecelagem. O setor possui turno
de: 07h30min às 11h40min e 12h40min às 17h18min (de segunda-feira a sexta-feira), e conta com17 fun-
cionários. Foram utilizados instrumentos de medição de nível de pressão sonora Marca: Instrutherm, Modelo:
ITDEC – 4000, Faixa de Medição: 30 a 130 dB, Curvas de Ponderação: A, C, Respostas: Fast e Slow, precisão:
1,5 dB (1Khz a 94 dB). Para a presente avaliação, utilizou-se a metodologia descrita para exposição de ruído
contínuo ou intermitente, descrita na NR-15, ANEXO 1, que estabelece os níveis de ruídos devem ser avaliados
em dB, com instrumentos de pressão sonora operando no curva de compensação “A”, circuito de resposta
“Slow” (lenta) e fator de duplicidade q=5. O tipo de medidor escolhido (Tipo 2) foi conforme estabelecido
pela ANSI (American National Standards Institute) 123 e ANSI (American National Standards) S1-4-1971. O
aparelho medidor de pressão sonora apresenta os resultados em Leq(Equivalent Sound Level) ou Lavg (Level
Average) (FUNDACENTRO, 1999). Apesar de ser caracterizado como contínuo, o ruído apresenta pequenas
flutuações e, portanto deve ser apresentado como Leq - Nível Médio de Som Contínuo Equivalente. Nesse

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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

método de medição foi obtido um nível de ruído contínuo que possui a mesma energia acústica que os níveis
flutuantes originais, durante um período de tempo, conforme as normas da ACGIH (American Conference of
Governmental Industrial Hygienists) (ASTESTE et al, 1993; BISTAFA, 2006) O princípio da mesma energia
assegura a precisão do método para avaliação dos efeitos do ruído sobre o aparelho auditivo sendo adotado
pela norma ISO e muitas normas nacionais. Preveniu-se o efeito de ventos sobre o microfone com o uso de
protetor, conforme instruções do fabricante. As medições foram em pontos afastados aproximadamente 1,2 m
do piso e pelo menos 2 m do limite da propriedade e de quaisquer outras superfícies refletoras como muros,
paredes, etc, recomendados pela ABNT NBR 10151:2000 Versão Corrigida: 2003. Para cada equipamento fo-
ram feitas 5 medidas no espaçamento de 10 segundos, numa distância próxima ao operador, e como também
nos pontos estratégicos de medição foram feitas 5 medidas por ponto, utilizando mesmo espaçamento de 10
segundos para cada medida efetuada.

RESULTADOS. Foram tomadas várias medidas de NPS no setor de tecelagem, e foi obtido o NPS médio de 94
dB (A) e a Dose ou efeito combinado (D) para 8 horas de trabalho foi de 3,49. E assik fica evidenciado que os
valores alcançados superaram o limite de 85 dB por 8 horas, conforme recomendações estabelecidas pelas
Normas Regulamentadoras – NR15 (BRASIL, 1978). Ainda, observou-se que, apesar dos profissionais estarem
expostos a um ruído superior a 90 dB(A), tanto no corredor do setor quanto nas extremidades, todos eles
usavam proteção auditiva. No entanto, se faz necessário um estudo mais aprofundado, garantido assim, a con-
servação auditiva. Como consequência, estudos realizados por Palma (1999) referiram que os níveis elevados
de pressão sonora danificam as estruturas da cóclea, comprometendo a compreensão de fala do indivíduo,
principalmente em ambientes com ruído competitivo. Além disso, outro sintoma pode ser apresentado pelo
indivíduo exposto ao ruído, o zumbido. Assim, no local analisado por essa pesquisa, pode-se concluir que os
profissionais, independente do local em que atuam, estão expostos a elevados níveis de pressão sonora, po-
dendo este ser desastroso para o sistema auditivo, já que a tolerância para o NPS obtido é de no máxima uma
exposição de 2h15min e se faz necessário uma atenuação de 14dB.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Verificados os resultados obtidos conclui-se: 1- Foi verificado que os funcionários
do setor de tecelagem estão expostos a níveis de ruído de 94 dB(A) durante toda jornada de trabalho, impli-
cando que o ambiente é insalubre, conforme previsto na NR-15, anexo I, onde se tem a tolerância máxima para
94 dB (A) de 2h15min. 2- A principal fonte de ruído do setor são as máquinas de tecer, que funcionam durante
as 8 horas/dia durante toda semana. 3- A Dose ou efeito combinado (D) para 8 horas de trabalho foi de 3,49;
Com o nível equivalente de ruído (Leq) ou (TWA) de 94 dB(A) e a atenuação (NRRsf) necessária apresentados
nos grupos homogêneos do setor tecelagem foi de 14 dB (A). 4- Os funcionários do setor utilizam equipamen-
tos de proteção individual do tipo protetores auditivos plugs e conchas para proteção ao ruído.

PALAVRAS-CHAVE: Ruído. Indústria têxtil. Insalubridade.

AGRADECIMENTOS: Secretaria de Educação de Estado da Paraíba pelo apoio ao grupo de trabalho do curso
Técnico em Segurança do Trabalho.
3º SIMPIF

Referências
ASTETE, M. W.;GIAMPOLLI, E.; ZIDAN, L. N. Riscos físicos; SÃO PAULO: FUNDACENTRO, 1993.
BISTAFA, S. R. Acústica aplicada ao controle de ruído. São Paulo: Edgard Blucher, 2006.
BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego, Normas Regulamentadora NR-15, anexo 1. Site: http://portal.mte.
gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-15-1.htm, acesso em 30 de abril de 2019.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

FERREIRA Jr M. Perda auditiva induzida pelo ruído. In: Ferreira Jr M, editor. Saúde no trabalho. São Paulo:
Roca; 2000. p. 262-85.
FERNANDES, J. Apostila sobre ruído e seus efeitos. Bauru: [s.n.], 1999.
FUNDACENTRO, Norma de Higiene Ocupacional – Procedimentos Técnico-Avaliação da exposição ocupacional
ao Ruído–NHO-01. São Paulo, 1999.
PALMA, D. C. Quando o ruído atinge a audição.
Monografia (Especialização em Audiologia Clínica). 1999. Disponível em: http://www.cefac.br/library/teses/
eec6828d182c8b34af8bdc403d26c989.pdf. Acesso em: 02 de outubro de 2019.
SALIBA, T. M., Manual Prático de avaliação e controle de ruído:PPRA/Tuffi Messias Saliba, 8.ed, São Paulo,
LTr, 2014.

3º SIMPIF

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Bianca Feliciano de Melo


Avaliação físico-química da água dos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
reservatórios em escolas municipais de
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança Esperança-PB
Aldeni Barbosa da Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança
INTRODUÇÃO. A oferta da água para o abastecimento tem sido apon-
Josikleio da Costa Silva tada como um dos grandes problemas do século XXI, ressaltando-se
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e que a abundância do elemento líquido causa uma falsa sensação de
Tecnologia da Paraíba, Campus Esperança
recurso inesgotável. Entretanto, 97,5% da água disponível na Terra é
Edmilson Dantas da Silva Filho salgada, sendo imprópria para o consumo humano. Apenas 2,493%
[email protected] é doce, mas encontra-se inacessível em geleiras ou regiões subterrâ-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Campina neas (aquíferos), restando somente 0,007% da água encontrada em
Grande rios, lagos e na atmosfera disponível para o consumo (VENDRAMEL;
KOHLER, 2002; YAMAGUCHI et al. 2013).

As caracterizações físico-químicas da água e de soluções aquosas


têm como objetivo identificar e quantificar os elementos e espécies
iônicas presentes nesses compostos e associar os efeitos de suas
propriedades às questões ambientais, permitindo a compreensão dos processos naturais ou alterações no
meio ambiente. O conhecimento das propriedades físicas e químicas de átomos e moléculas, e de suas intera-
ções, permitem responder a questões como, quais e em que níveis eles podem ser adversos aos ecossistemas
e à saúde humana. Os teores determinados nas amostras analisadas são comparados aos padrões conheci-
dos, os quais são especificados em portarias e resoluções legais, que dão subsídios aos laboratórios na expe-
dição de seus laudos (PARRON et al. 2011).

Manter a água potável e constantemente disponível ao homem é um dos deveres dos órgãos governamentais
fiscalizadores, não sendo apenas responsabilidade pública, mas da sociedade, por se tratar de bem essencial
e comum (SILVA, 2004). A água fornecida para uso público ou privada deve ser potável, livre de microrga-
nismos patogênicos, substâncias químicas em concentrações tóxicas, apresentando características que não
provoquem a deterioração do sistema de abastecimento (ALVES, 2010).

Diante disso, esse trabalho teve o objetivo de avaliar os parâmetros físico-químicos das águas dos reservató-
rios em escolas municipais de Esperança/PB.

MATERIAIS E MÉTODOS. O estudo foi desenvolvido em cinco escolas municipais de Esperança no estado da
Paraíba, cidade localizada na mesorregião do Agreste Paraibano.

Amostras para as análises físico-químicas

As amostras de água destinadas para as análises físico-químicas foram coletadas em garrafas plásticas de 2
litros diretamente dos reservatórios e foram encaminhadas ao Laboratório do Programa de Pesquisa em Sa-
neamento Básico (PROSAB), em Campina Grande, para a realização das análises.

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Os parâmetros físico-químicos das águas foram determinados seguindo-se as metodologias do manual do


Standard Methods – For the Examination of Water and Wastewater (APHA, 2012). Os valores foram avaliados
conforme as recomendações da portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2017).

Os parâmetros analisados e os métodos de análises foram os seguintes: pH, temperatura, cor aparente, con-
dutividade elétrica, alcalinidade, dureza total, cloreto, nitrito e nitrato.

RESULTADOS.

Alcalinidade, Dureza total, Cloreto, Nitrito e Nitrato

As amostras da água apresentaram uma alcalinidade média de 72,19 mg/L de CaCO3, isso devido a presença
de bicarbonatos. A alcalinidade indica a quantidade de íons na água que reagem para neutralizar os íons hi-
drogênio. Constitui-se, portanto, em uma medição da capacidade da água de neutralizar os ácidos, servindo,
assim, para expressar a capacidade de tamponamento da água, isto é, sua condição de resistir a mudanças
do pH (BRASIL, 2014).

A dureza total variou de 32,5 a 40,0 mg/L de CaCO3, estando em conformidade com a Portaria de consoli-
dação No 05/2017 do Ministério da Saúde (Brasil, 2017), que estabelece um valor máximo permitido de 500
mg/L de CaCO3. A água apresentou uma dureza mole ou branda. A dureza indica a concentração de cátions
multivalentes em solução na água. Os cátions mais frequentemente associados à dureza são os de cálcio e
magnésio (Ca+2, Mg+2) e, em menor escala, ferro (Fe+2), manganês (Mn+2), estrôncio (Sr+2) e alumínio (Al+3)
(BRASIL, 2014).

Verificou-se que o teor de cloreto foi em média de 58,62 mg/L de Cl-, estando dentro dos padrões permitidos
pela portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde que estabelece um teor de 250 mg/L de
Cl- como valor máximo permitido para água potável.

Com relação ao nitrito, as amostras apresentaram valores menor que 1, com média de 4,05 x 10-3, corrobo-
rando com a portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde que preconiza um Valor Máximo
Permitido (VMP) igual a 1.

Com relação ao nitrato, verificou-se valores que variaram de 0,12 a 0,60 mg/L, estando, portanto, de acordo
com a portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde que estabelece um valor máximo permi-
tido de 10 mg/L

pH, Temperatura, Cor aparente e Condutividade

Com relação ao pH encontrado para esse estudo, todas as amostras atenderam aos padrões estipulados, pois
os valores variaram de 7,71 a 8,06 a uma temperatura média de 26,48 oC. De acordo com a portaria de conso-
lidação No 05/2017 do Ministério da Saúde, o pH é padrão de potabilidade, devendo as águas para consumo
3º SIMPIF

humano apresentarem valores entre 6,00 e 9,5 (BRASIL, 2017).

Os valores da temperatura neste estudo variaram de 26,3 a 26,8 °C. De acordo com Libânio (2010), a tem-
peratura da água e dos fluidos em geral, indica a magnitude da energia cinética do movimento aleatório das
moléculas e sintetiza o fenômeno de transferência de calor à massa líquida.

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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Com relação a cor aparente, todas as amostras apresentaram um valor bem elevado, que variaram de 30,1
a 50,9. A portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde estabelece para cor aparente o Valor
Máximo Permitido de 15 uH (Unidade Hazen) como padrão de aceitação para consumo humano.

A condutividade elétrica das águas resultou numa média de 388,8 μs/cm. De acordo com Libânio (2010),
águas naturais apresentam usualmente condutividade elétrica inferior a 100 μs/cm, podendo atingir 1000
μs/cm em corpos d’água receptores de elevadas cargas de efluentes domésticos e industriais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com base nos resultados obtidos e analisando a luz da Portaria de Consolidação Nº
5/2017 do Ministério da Saúde, as amostras de água provenientes dos reservatórios escolares encontram-se
dentro dos padrões físico-químicos exigidos para potabilidade, exceto para o parâmetro Cor Aparente, que se
encontra acima do valor máximo permitido (15 uH).

PALAVRAS-CHAVE: Qualidade da água, Água Potável, cisterna.

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB Campus Esperança pela concessão da taxa de bancada para o desenvolvimento
dessa pesquisa.

Referências
APHA. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard Methods for the examination of water and was-
tewater. 22nd ed. Washington: American Public Health Association. 1360 p. 2012.
ALVES, C. Tratamento de águas de abastecimento. 3ª ed. Porto: Publindústria. 382 p. 2010.
BRASIL. Manual de Controle da Qualidade da Água para Técnicos que Trabalham em ETAS. Ministério da
Saúde, Fundação Nacional de Saúde. Brasília: Funasa. 112 p. 2014.
BRASIL. Portaria de consolidação de nº de 28 de setembro de 2017 do Ministério da Saúde. Dispõe sobre
os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.
LIBÂNIO, M. Fundamentos de Qualidade e Tratamento de Água. 3. ed. Campinas: Editora Átomo. 494p. 2010.
PARRON, L. M.; MUNIZ, D. H. F.; PEREIRA, C. M. Manual de procedimentos de amostragem e análise físico-
-química de água. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Colombo, PR, Documentos 232/Embrapa
Florestas. 69 p. 2011.
SILVA, D. L. O direito sanitário e a água para consumo humano. Monografia (Especialização em Direito Sani-
tário) – Fundação Oswaldo Cruz, Brasília. 24 p. 2004.
VENDRAMEL, E.; KÖHLER, V. B. A história do abastecimento de água em Maringá, Estado do Paraná. Acta
Scientiarum, v. 24, n. 1, p. 253-260, 2002.
YAMAGUCHI, M. U., CORTEZ, L. E. R.; OTTONI, L. C. C.; OYAMA, J. Qualidade microbiológica da água para con-
sumo humano em instituição de ensino de Maringá-PR. O Mundo da Saúde, v. 37, n. 3, p. 312-320, 2013.
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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Osvaldo Pereira da Silva Filho


Caracterização do pH em bebidas
[email protected] comumente consumidas e seus efeitos
Joelson Souza Isidro dos Santos para saúde humana
[email protected]

Edmilson Dantas da Silva Filho


[email protected]

INTRODUÇÃO. O pH, conceito proposto pelo dinamarquês Sörensen,


em 1909, que significa literalmente potência (p) de hidrogénio (H),
permite-nos descrever o carácter ácido ou base que predomina em
meio aquoso, tendo em conta o seu valor determinado numa escala
de 0 a 14. Para a temperatura de 25ºC, um meio aquoso será ácido se
tiver pH de 0 a 7, será básico se o pH for de 7 a 14 e será neutro para
pH igual a 7 (MORAIS, 2016).

A industrialização mudou o estilo de vida e os hábitos alimentares


da sociedade, o que provocou maior busca por alimentos industria-
lizados, sendo eles mais calóricos e pouco saudáveis. Os avanços
tecnológicos na indústria de alimentos modificaram as práticas ali-
mentares, ocasionando a procura pela praticidade e facilidade na ali-
mentação (REINALDO et al., 2015)

O consumo de bebidas industrializadas têm contribuído para ocorrência de cárie e erosão dental devido ao
elevado teor de sacarose e a sua alta acidez (Nunn et al., 2003), sendo que é o ataque ácido que promove a
desmineralização do esmalte do dente (Claudino et al., 2006) e a alta concentração de sacarose contribui para
a instalação da cárie dentária (Pereira; Gonçalves, 2003). As bebidas industrializadas têm causado apreensão
aos profissionais da saúde, pelo fato de os indivíduos substituírem a água por sucos industrializados e refrige-
rantes (Rosa; Cosenza; Leão, 2006).

O ácido presente na maioria dos sucos de frutas industrializados e naturais é o ácido cítrico, nos refrigerantes
é o ácido fosfórico, nos iogurtes e bebidas lácteas, o ácido lático. Segundo West, Hughes e Addy (2001) o
ácido cítrico apresenta maior potencial para o surgimento de erosão dentário. O Acidulante utilizado na fabri-
cação das bebidas regula a doçura do açúcar, realça o paladar e baixa o pH da bebida, inibindo a proliferação
de microorganismos. Todos os refrigerantes possuem pH ácido com um pH entre 2,7 a 3,5 de acordo com a
bebida (PALHA, 2005).

MATERIAIS E MÉTODOS. Selecionou-se algumas classes de bebidas industrializadas mais disponíveis no mer-
cado e mais consumidas pela sociedade quando falamos em refeições fast food, sendo estas: refrigerante de
laranja, refrigerante de cola, suco industrializado de laranja. Adquiridos em um supermercado localizado na
cidade de Campina Grande – PB. Após a seleção das amostras procedeu-se com a análise dos pH. Utilizan-
do-se o pHmetro de bancada da marca Tecnopon - versão 8.0, previamente calibrado com soluções tampões
de pH 4 e pH 7. Realizou-se o cálculo da média simples dos resultados obtidos das amostras, a fim de obter
dados acerca do grau de acidez.

RESULTADOS. No refrigerante a base de cola o valor médio encontrado foi de 2,59. Texeira et.al (2016) em
pesquisa sobre a mesma substância acho valores entre 2,48 – 2,60. O refrigerante de laranja apresentou um

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

valor de médio de 3,36. Verona et. al (2011) achou valores que corroboram com os encontrados na pesquisa
para o mesmo refrigerante o valor encontrado foi de 3,65. O suco industrializado de laranja apresentou um
valor médio de 3,14. Cardoso et.al (2013) pesquisando sobre o mesmo parâmetro acho o valor de pH de 3,52.

A acidez presente em bebidas contribui para diminuição do pH da saliva e com isso acarreta a diminuição de
sua função como tampão, que é responsável pela proteção da arcada dentária contra desmineralização (AL-
MEIDA et al., 2016). O consumo de bebidas com pH ácido, especialmente abaixo de 4,5 é considerado como
um fator de risco para o desenvolvimento de lesões de erosão dental.

Contudo as necessidades de uma vida saudável vêm fazendo com que o mercado brasileiro de sucos prontos
para beber esteja em franca expansão, acompanhando a tendência mundial de consumo de bebidas saudá-
veis, convenientes e saborosas. Sucos de fruta prontos para beber são considerados bebidas refrescantes, ca-
pazes de saciar a sede, ao mesmo tempo que respondem ao apelo por produtos naturais e agregam vantagens
nutricionais, o que contribui para sua grande aceitação (FERRAREZI, 2008; FERREIRA e ALCÂNTARA, 2013).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Diante dos resultados obtidos a partir do método potenciométrico, foi possível
determinar que os valores de pH, pois a composição do preparado sólido é composta por vários ingredientes
artificiais. Conclui-se que o consumo excessivo dessas bebidas, pode vir a causar o desgaste dos tecidos den-
tários. Além disso, as bebidas artificiais podem acarretar problemas como cáries e alergias.

PALAVRAS-CHAVE: pH. Bebidas. Saúde.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba


campus Campina Grande pelo constante incentivo às práticas de pesquisa e extensão. Às Coordenações dos
Cursos Técnicos em Química e Mineração e à Coordenação da Área de Ciências Exatas do campus pelas con-
tribuições prestadas durante a elaboração deste trabalho.

Referências
ALMEIDA, D.K.C; ALMEIDA, C.A.F; FERREIRA, C.C; SILVA, G.N; XAVIER, A.D.C.S; CARDOSO, A.S Análise de
sólidos solúveis totais e ph em bebidas industrializadas e a relação com a cárie dental e erosão ácida. XXV
Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos (CBCTA). FAURGS, Gramado/RS 2016.
CARDOSO, A. M. R; SANTOS, A.M.S.; ALMEIDA, F.W. B.; ALBUQUERQUE, T.P; XAVIER, A. F. C.; CAVALCANTI, A.L.
Características físico-químicas de sucos de frutas industrializados: estudo in vitro. Odonto, Paraíba, v.21,
n.41-42, p.9-17, 2013.
CLAUDINO, L.V.; VALENÇA, A.M.G.; MEDEIROS, M.I.D.; MEDEIROS, L.A.D.M.; LIMA, S.J.G..Análise em microsco-
pia eletrônica de varredura da superfície do esmalte dentário submetido à ação de sucos de frutas cítricas.
Revista Odonto Ciência, Rio Grande do Sul, v.21, n.52, p.139-145, 2006.
MORAIS, J; Departamento de Química e Instituto de Ciências Agrárias Mediterrânicas (ICAM). Universidade
de Évora. 2016. Disponivel em http://www.videos.uevora.pt/quimica_para_todos/valor_ph.pdf
NUNN, J. H.; GORDON, P. H.; MORRIS, A. J.; PINE, C. M.; WARKER, A. Dental erosion- changing prevalence? A
review of British national children’s surveys. International Journal of Paediatric Dentistry,Ireland,v.13, p.98-
3º SIMPIF

105, 2003.
REINALDO, F; Mudanças de hábitos alimentares em comunidades rurais do semiárido da região nordeste do
Brasil. Interciência, vol. 40, n. 5, p. 330-336, Venezuela, 2015.
ROSA, S.E.S.; COSENZA, J.P.; LEÃO, L.T.S. Panorama do setor de bebidas no brasil. BNDES Setorial, Rio de
Janeiro, n.23, p.101-105, 2006.
VERONA A; OLIVEIRA A.S.T; RODRIGUES J.A; LIMA-ARSATI Y.B.O; Avaliação do ph e da titrabilidade ácida de
refrigerantes. Revista da saúde. v.5, n.1, 2011
WEST, N.X; HUNHES, J.A, ADDY, M. The effect of pH on erosion dentin and enamel by dietary acids in vitro. J
Oral Rehabil 2001; 28(9):860-4.
III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 367
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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Deyse Morgana das Neves Correia


Esgotamento profissional em docentes
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
atuantes em educação de tempo integral
Tecnologia da Paraíba - Campus Patos

Amanda Dias Araújo


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Patos
INTRODUÇÃO. A Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento
Maisa Alves Fernandes Oliveira Profissional é uma condição médica em decorrência da exposição a
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e prolongados níveis de estresse no trabalho. Neste estudo, é abordado
Tecnologia da Paraíba - Campus Patos o tema da Síndrome de Burnout, remetendo a atenção para o espaço
escolar e a atuação de professores em tempo integral.
Paula Marina Souza Lima
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e Ao observar as mudanças que estão ocorrendo no âmbito educacio-
Tecnologia da Paraíba - Campus Patos nal no sentido de incentivar a adoção do currículo em tempo integral,
com o curso de 1400 horas anuais no Ensino Médio (BRASIL, 2017),
tem-se uma média de sete horas diárias de atividades acadêmicas, o
que implica no aumento de exigências físicas, mentais e temporais,
demandando esforços e provocando realizações e ou frustrações em
alunos e docentes.

O ambiente educacional, em paralelo aos conteúdos, deve propiciar conhecimentos que visem a dar condições
de enfrentamento à vida fora dos muros da escola, incluindo a vivência de hábitos para alcançar o maior grau
possível de saúde física, mental e social. Associa-se a isso, o fato de que o sucesso dos alunos está diretamen-
te ligado ao bem-estar dos docentes. Nesse sentido, faz-se o recorte deste tema para estudo.

Dentre os problemas psicossociais que atingem a saúde dos professores, a Síndrome de Burnout vem ganhan-
do destaque (GARCIA; BENEVIDES-PEREIRA, 2003; CARLOTTO, CÂMARA, 2008). No trabalho, Burnout supõe
falta de motivação, ausência de força, apatia, desilusão e desesperança, decorrentes do ambiente social de
trabalho, como uma resposta prolongada no tempo a estressores interpessoais crônicos. Compõe-se, sobre-
tudo, por 3 dimensões principais: exaustão emocional, despersonalização e perda da realização profissional
(JUNCÁ, 2012).

Diante deste contexto, o objetivo deste trabalho resume-se em analisar a relação entre ambiente educacional
e saúde, abordando condições de realização de trabalho e explorando a presença da Síndrome de Burnout
entre professores de cursos técnicos de Ensino Médio em tempo integral.

MATERIAIS E MÉTODOS. A metodologia desta pesquisa segue a tendência da triangulação, a qual articula di-
versos métodos qualitativos e quantitativos, que operam simultaneamente ou um após outro, desempenhando
papéis complementares e de igual relevância para obter um quadro mais completo na análise do problema
(FLICK, 2009). De tal modo, utiliza-se: pesquisa bibliográfica, levantamento de dados junto aos professores e
a análise numérica e literária dos resultados da pesquisa.

A coleta de informações junto aos sujeitos da pesquisa foi realizada por meio de dois instrumentos de pesqui-
sa: 1. questionário descritivo das condições e organização do trabalho educativo de professores no processo
de ensino na educação em tempo integral; e 2. questionário preliminar de identificação de Burnout, o Maslach
Burnout Inventory (MBI), traduzido para a língua portuguesa e validado por Benevides-Pereira (2001).

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 368


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

De um universo de 51 professores que ensinam em tempo integral, 40 questionários foram aplicados entre os
meses de outubro e novembro de 2018. A coleta de dados foi realizada por meio de aplicação individual no
Instituto Federal da Paraíba, Campus de Patos, contando com a participação mediante consentimento livre e
esclarecido.

A análise dos dados foi realizada utilizando estatística descritiva simples e o questionário de identificação de
Burnout foi analisado segundo protocolo próprio (BENEVIDES-PEREIRA, 2010; VASQUES-MENEZES, 2005;
SILVA, 2012).

RESULTADOS. Como resultado, 75% dos professores trabalham exclusivamente na função docente, com uma
quantidade de aulas semanais variando de 6 a 10 aulas (15%) até 16 a 20 aulas (22,5%). No entanto, esta
função não se limita à ministração de aulas, o que se pode perceber pelo exercício de atividades extraclasse:
42,5% realizam orientação de projetos dos alunos, 35% desenvolvem pesquisas, 30% destinam horário de
trabalho no núcleo de aprendizagem1.

É importante destacar que muitas atividades docentes são realizadas em casa e, portanto, ultrapassam a car-
ga horária de trabalho na instituição. São exemplos dessas atividades desenvolvidas fora do espaço escolar:
preparar e corrigir provas e trabalhos, planejamento de aulas e resolução de conflitos (ROCHA; SARRIERA,
2006).

Todos os professores (100%) afirmam sentir satisfação com o trabalho que exercem, 70% consideram sa-
tisfatório o tempo para planejamento e a quantidade de aulas por dia. Outros itens considerados satisfatórios
são: a relação interpessoal com os colegas de trabalho, assim como o empenho pessoal e o reconhecimento
dentro da instituição (65%); a rotina de trabalho (57,5%); a recompensa financeira e a qualidade do acesso à
internet no trabalho (55%) e os afazeres técnicos da profissão (52,5%). Os aspectos avaliados como insatis-
fatórios são: descanso após o almoço (57,5%) e deslocamento até o local de trabalho (40%).

No tocante à identificação preliminar de Burnout, 80% dos professores apresentam risco elevado para o de-
senvolvimento da Síndrome (pelo menos duas dimensões alteradas). Dentre estes, 12,5% apresentam todas
as dimensões alteradas (alta exaustão emocional, alta despersonalização e alta perda da realização pessoal
no trabalho); 78,1% apresentam alta despersonalização e alta perda de realização pessoal no trabalho; 6,3%
apresentam alta exaustão emocional e alta perda de realização pessoal no trabalho; e, 3,1% apresentam
alta exaustão emocional e alta despersonalização. Dentre os que apresentam risco moderado (apenas uma
dimensão alterada) (17,5%), a dimensão “perda da realização pessoal” revela-se unânime, com 100% dos
profissionais apresentando baixos escores neste item.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os dados da pesquisa revelam que, no trabalho docente em tempo integral, não é
o tempo em sala de aula que pode causar problemas de sobrecarga nos professores, mas sim o conjunto das
atividades realizadas intra e extraclasse.
3º SIMPIF

Verifica-se que os docentes da educação em tempo integral pesquisados apresentam boas condições de
trabalho sendo consideradas satisfatórias para a saúde, apresentando boas relações com os colegas. Porém,
em contraposição à satisfação com o trabalho, o questionário de identificação preliminar de Burnout revela
indícios de alto risco para desenvolvimento da Síndrome na maioria dos professores.

1 Atividade desenvolvida no contraturno para complementação de estudos e ou recuperação de conteúdos com os alunos.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 369


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Em um ambiente de trabalho que exige um olhar holístico e empático com alunos, pais, colegas, onde presen-
ciam, muitas vezes, histórias de vulnerabilidade social, conflitos, problemas com desempenho dos alunos, en-
tre outras, a Síndrome de Burnout torna-se um grave problema de saúde possível de acometer os profissionais
da educação, prejudicando seu bem estar e sua produtividade.

Compreende-se que a relação entre saúde e trabalho é complexa e necessária, merecendo análise apro-
fundada de variáveis que expliquem a contradição identificada entre satisfação no trabalho e esgotamento
profissional.

PALAVRAS-CHAVE: Educação. Saúde docente. Burnout.

AGRADECIMENTOS: Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e à Pró-Reitoria de


Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do Instituto Federal da Paraíba, que, por meio do PIBIC-EM, oportuniza-
ram condições para a execução da pesquisa.

Referências
BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. Burnout: quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador. São Paulo:
Casa do Psicólogo, 2010.
BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. MBI - Maslach Burnout Inventory e suas adaptações para o Brasil. In: Reunião
Anual de Psicologia, 32. 2001, Rio de Janeiro. Anais. Rio de Janeiro: UFRJ, 2001.
BRASIL. Lei n. 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera as Leis n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o
FUNDEB, a CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943, e o Decreto-Lei n. 236, de 28 de
fevereiro de 1967; revoga a Lei n. 11.161, de 5 de agosto de 2005; e institui a Política de Fomento à Implemen-
tação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Diário Oficial da União. Brasília, 17 de fevereiro de 2017.
CARLOTTO, M. S.; CÂMARA, S. G. Análise da produção científica sobre a Síndrome de Burnout no Brasil. Psico,
Porto Alegre, v. 39, n. 2, p. 152-158, abr./jun. 2008.
FLICK, U. Introdução à Pesquisa Qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2009.
GARCIA, L. P.; BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. Investigando o Burnout em professores universitários. Revista
Eletrônica InterAção Psy, Maringá, v. 1, n. 1, p. 76-89, ago. 2003.
JUNCÁ, D. C. M. Entre brasas e cinzas? Notas introdutórias sobre a saúde no cenário universitário. Vértices,
Campos dos Goytacazes, v. 14, n. Especial 1, p. 199-218, 2012.
ROCHA, K. B.; SARRIERA, J. C. Saúde percebida em professores universitários: gênero, religião e condições de
trabalho. Psicologia Escolar e Educacional, v. 10, n. 2, p. 187-196, 2006.
SILVA, S. P. C. S. A Síndrome de Burnout em profissionais da rede de atenção primária em saúde de Aracaju.
2012. Dissertação – Universidade Tiradentes, Aracaju, 2012.
VASQUES-MENEZES, I. A contribuição da Psicologia clínica na compreensão do Burnout – um estudo com
professores. 2005. Tese – Universidade de Brasília, Brasília, 2005.
3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 370


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

John Carlos Silva Câmara


Fiscalização microbiológica da água
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de cisternas nas escolas públicas da
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança cidade de Esperança-PB
Aldeni Barbosa da Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança
INTRODUÇÃO. A água é o constituinte inorgânico mais abundante
Josikleio da Costa Silva na matéria viva, integrando aproximadamente dois terços do corpo
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e humano e atingindo até 98% para certos animais aquáticos, legu-
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança
mes, frutas e verduras. Constitui-se também no solvente universal da
Edmilson Dantas da Silva Filho maioria das substâncias, modificando-as e modificando-se em função
[email protected] destas (LIBÂNIO, 2010).
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Campina
Grande De acordo com Amorim & Porto (2001), a qualidade da água pode ser
afetada por fatores como a poluição atmosférica, pelo sistema de coleta
da água pluvial, pela manutenção inadequada da cisterna, utilização e
manuseio da água, e por fatores ligados à origem da água, transporta-
da por carros-pipa, e à vulnerabilidade a que está exposta, sendo que
a grande meta da sociedade e do poder público é o estabelecimento
de políticas de qualidade de água associadas às políticas de águas, a fim de assegurar a qualidade da mesma.

Independente da fonte (superficial ou subterrânea), a água pode servir de veículo para vários agentes bioló-
gicos e químicos, sendo necessário observar os fatores que podem interferir negativamente na sua qualidade
(SILVA et al., 2017). A análise bacteriológica da água é uma importante ferramenta para a determinação da
qualidade da água de consumo. As técnicas bacteriológicas são específicas e sensíveis ao microrganismo pa-
togênico de alimentos e água para consumo humano (YAMAGUCHI et al., 2013).

Como a qualidade da água é um fator imprescindível à manutenção da saúde humana, o objetivo deste tra-
balho foi de analisar a qualidade microbiológica da água de cisternas que são utilizadas para consumo nas
escolas públicas da cidade de Esperança/PB.

MATERIAIS E MÉTODOS.

O estudo foi desenvolvido em cinco escolas municipais de Esperança no estado da Paraíba, cidade localizada
na mesorregião do Agreste Paraibano.

Amostras para as análises microbiológicas

As amostras de água destinadas para as análises microbiológicas foram coletadas diretamente das cisternas
em garrafas de vidro (500 ml) com boca larga, protegidas com papel laminado, previamente esterilizadas em
autoclave a 121 oC, por 30 minutos, e foram encaminhadas para o Laboratório do Centro de Formação Profis-
sional do Instituto Albano Franco em Campina Grande. As amostras ficaram conservadas à temperatura de 4
a 8 oC pelo tempo máximo de quatro horas, até o momento da semeadura.

Os parâmetros analisados foram: coliformes totais, coliformes termotolerantes, Escherichia coli e bactérias
heterotróficas. Os parâmetros microbiológicos das águas foram determinados seguindo-se as metodologias

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 371


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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Os valores foram avaliados conforme as recomen-
dações da portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2017).

Contagem de Bactérias Heterotróficas: método de ensaio

A técnica de inoculação em profundidade para contagem de bactérias heterotróficas baseou-se na inoculação


de volumes adequados da amostra em placas de Petri, com posterior adição do meio de cultura triptona gli-
cose extrato de levedura (“plate count agar”). Após 48 horas de incubação a 35 ± 0,5°C, as bactérias viáveis
presentes na amostra, que puderam se desenvolver nessas condições, formaram colônias que foram contadas
com o auxílio de um contador tipo Quebec ou similar (CETESB, 2006).

Coliformes totais, coliformes termotolerantes e Escherichia coli - determinação pela técnica de tubos múltiplos

A determinação do número mais provável (NMP) de coliformes em uma amostra foi efetuada a partir de apli-
cação da técnica de tubos múltiplos. A técnica consiste na inoculação de volumes decrescentes da amostra
em meio de cultura adequado ao crescimento dos microrganismos pesquisados, sendo cada volume inoculado
em uma série de tubos. Por meio de diluições sucessivas da amostra, são obtidos inóculos, cuja semeadura
fornece resultados negativos em pelo menos um tubo da série em que os mesmos foram inoculados; e a com-
binação de resultados positivos e negativos permite a obtenção de uma estimativa de densidade das bactérias
pesquisadas pela aplicação de cálculos de probabilidade (CETESB, 2018). A densidade de coliformes termoto-
lerantes ou E. coli é obtida a partir de um exame específico, aplicado paralelamente ao teste para confirmação
de coliformes totais.

Ensaio para diferenciação de coliformes termotolerantes ou E. coli

Consiste na transferência de inóculo de cada cultura com resultado positivo em Caldo laurel triptose (CLT)
com púrpura de bromocresol para tubos contendo meio EC (coliformes termotolerantes) ou EC MUG (E. coli),
que serão incubados durante 24 ± 2 horas em banho-maria ou incubadora a 44,5 ± 0,2°C. O resultado para
coliformes termotolerantes será positivo quando houver produção de gás a partir da fermentação da lactose
contida no meio E.C ou para E. coli, quando houver fluorescência azul sob lâmpada ultravioleta de comprimen-
to de onda 365 - 366 nm em ambiente escuro.

RESULTADOS. Todas as amostras apresentaram resultados positivos com relação aos coliformes totais e coli-
formes termotolerantes. Os níveis estão acima do limite permitido como satisfatório. A Portaria de Consolida-
ção Nº 5/2017 do Ministério da Saúde determina ausência de coliformes totais em cada 100 mL de amostra
de águas destinadas ao consumo e, por essa razão, nenhuma dessas amostras pode ser considerada própria
para consumo humano.

Com relação a bactéria E. coli, apenas as amostras 3 e 4 apresentaram resultados insatisfatórios. A presença
de E. coli nas cisternas indica contaminação fecal recente e pode estar relacionada com o manejo dos usuários
3º SIMPIF

na retirada da água armazenada, realizada com baldes (MORAIS et al., 2017).

Com relação as bactérias heterotróficas, quatro amostras apresentaram quantidade de bactérias heterotrófi-
cas, totalmente fora dos limites estabelecidos pela portaria vigente, que determina um valor de até 500 UFC
mL-1, e apenas uma amostra dentro dos padrões estipulados.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 372


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Conclui-se que todas as amostras estão em desacordo com as recomendações
estipuladas pela Portaria do Ministério da Saúde de nº 5, de 28 de setembro de 2017, pois apresentaram
coliformes totais, coliformes termotolerantes, Escherichia coli e/ou Bactérias heterotróficas, necessitando,
portanto, de tratamento prévio antes de serem fornecidas para consumo humano.

PALAVRAS-CHAVE: Bactérias heterotróficas, coliformes totais, coliformes termotolerantes, Escherichia coli.

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB Campus Esperança pela concessão da taxa de bancada para o desenvolvimento
dessa pesquisa.

Referências
AMORIM, M. C. C.; PORTO, E. R. Avaliação da Qualidade Bacteriológica das Águas de Cisternas: Estudo de
Caso no Município de Petrolina - PE. Anais do 3º Simpósio Brasileiro de Captação de Água de Chuva no Se-
miárido. Campina Grande – PB, ABCMAC, 2001.
BRASIL. Portaria de consolidação de nº de 28 de setembro de 2017 do Ministério da Saúde. Dispõe sobre
os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMETO AMBIENTAL DE SÃO PAULO (CETESB). 2006. Norma técnica L5 201,
de janeiro de 2006. Contagem de bactérias heterotróficas: método de ensaio. São Paulo: CETESB. 14 p. 2006.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMETO AMBIENTAL DE SÃO PAULO (CETESB). 2018. Norma técnica L5
202, de janeiro de 2018. Coliformes totais, coliformes termotolerantes e Escherichia coli - Determinação
pela técnica de tubos múltiplos. 5ª Edição. São Paulo: CETESB. 29 p. 2018.
LIBÂNIO, M. Fundamentos de Qualidade e Tratamento de Água. 3. ed. Campinas: Editora Átomo, 2010. 494p.
MORAIS, G. F. O.; SANTOS, N. A.; VASCO, A. N.; BRITTO, F. B. Manejo, aspectos sanitários e qualidade da água
de cisternas em comunidades do semiárido sergipano. GAIA SCIENTIA, v. 11, n. 2, p. 218-230, 2017.
SILVA, A. B; BRITO, J. M.; DUARTE, J. S.; ALMEIDA, O. E. L. Análise microbiológica da água utilizada para con-
sumo nas escolas de Esperança, Paraíba. Revista Principia, n. 37, p. 11-17, 2017.
YAMAGUCHI, M. U., CORTEZ, L. E. R.; OTTONI, L. C. C.; OYAMA, J. Qualidade microbiológica da água para con-
sumo humano em instituição de ensino de Maringá-PR. O Mundo da Saúde, v. 37, n. 3, p. 312-320, 2013.

3º SIMPIF

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Martha Lisboa Oliveira dos Santos


Parâmetros microbiológicos da água
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de torneiras nas escolas públicas da
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança cidade de Esperança-PB
Aldeni Barbosa da Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança
INTRODUÇÃO. A água é um recurso vital e limitado para a existên-
Josikleio da Costa Silva cia humana. A disponibilidade adequada de água potável se relaciona
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e fortemente com conceitos de desenvolvimento sustentável. A água
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança
desempenha um papel preponderante no crescimento econômico, na
Edmilson Dantas da Silva Filho redução da pobreza, no acesso à alimentação segura e na proteção
[email protected] do ecossistema. Adicionalmente, a água é um componente crítico da
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Campina saúde pública e a sua falta impõe uma pesada carga as populações
Grande (MASSOUD et al., 2010; SILVA et al., 2018).

O controle da qualidade da água é uma necessidade universal, que


exige atenção por parte das autoridades sanitárias e dos consumido-
res em geral, sobretudo no que se refere à água destinada ao consu-
mo humano, visto que ela pode se tornar um veículo capaz de trans-
mitir uma série de agentes patogênicos e substâncias nocivas influenciando diretamente no bem-estar e na
saúde da população (MENDONÇA et al., 2017).

As doenças de veiculação hídrica são caracterizadas principalmente pela ingestão de água contaminada por
microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou humana, transmitidos basicamente pela rota fe-
cal-oral (TORTORA et al., 2005). Segundo dados da Organização mundial da Saúde (OMS), 80% das doenças
que ocorrem em países em desenvolvimento são ocasionados pela contaminação da água (GUERRA et al.,
2006).

Diante disso, esse trabalho teve como objetivo avaliar os parâmetros microbiológicos da água das torneiras
que são utilizadas para consumo nas escolas públicas da cidade de Esperança/PB.

MATERIAIS E MÉTODOS. O estudo foi desenvolvido em cinco escolas municipais de Esperança no estado da
Paraíba, cidade localizada na mesorregião do Agreste Paraibano.

Amostras para as análises microbiológicas

As amostras de água destinadas para as análises microbiológicas foram coletadas diretamente das torneiras
em garrafas de vidro (500 ml) com boca larga, protegidas com papel laminado, previamente esterilizadas em
autoclave a 121 oC, por 30 minutos, e foram encaminhadas para o Laboratório do Centro de Formação Profis-
sional do Instituto Albano Franco em Campina Grande. As amostras ficaram conservadas à temperatura de 4
a 8 oC pelo tempo máximo de quatro horas, até o momento da semeadura.

Os parâmetros analisados foram: coliformes totais, coliformes termotolerantes, Escherichia coli e bactérias
heterotróficas.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 374


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Os parâmetros microbiológicos das águas foram determinados seguindo-se as metodologias da CETESB


(Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Os valores foram avaliados conforme as recomendações da
portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2017).

Contagem de Bactérias Heterotróficas: método de ensaio

A técnica de inoculação em profundidade para contagem de bactérias heterotróficas baseou-se na inoculação


de volumes adequados da amostra em placas de Petri, com posterior adição do meio de cultura triptona gli-
cose extrato de levedura (“plate count agar”). Após 48 horas de incubação a 35 ± 0,5°C, as bactérias viáveis
presentes na amostra, que puderam se desenvolver nessas condições, formaram colônias que foram contadas
com o auxílio de um contador tipo Quebec ou similar (CETESB, 2006).

Coliformes totais, coliformes termotolerantes e Escherichia coli - determinação pela técnica de tubos múl-
tiplos

A determinação do número mais provável (NMP) de coliformes em uma amostra foi efetuada a partir de apli-
cação da técnica de tubos múltiplos. A técnica consiste na inoculação de volumes decrescentes da amostra
em meio de cultura adequado ao crescimento dos microrganismos pesquisados, sendo cada volume inoculado
em uma série de tubos. Por meio de diluições sucessivas da amostra, são obtidos inóculos, cuja semeadura
fornece resultados negativos em pelo menos um tubo da série em que os mesmos foram inoculados; e a com-
binação de resultados positivos e negativos permite a obtenção de uma estimativa de densidade das bactérias
pesquisadas pela aplicação de cálculos de probabilidade (CETESB, 2018). A densidade de coliformes termoto-
lerantes ou E. coli é obtida a partir de um exame específico, aplicado paralelamente ao teste para confirmação
de coliformes totais.

Ensaio para diferenciação de coliformes termotolerantes ou E. coli

Consiste na transferência de inóculo de cada cultura com resultado positivo em Caldo laurel triptose (CLT)
com púrpura de bromocresol para tubos contendo meio EC (coliformes termotolerantes) ou EC MUG (E. coli),
que serão incubados durante 24 ± 2 horas em banho-maria ou incubadora a 44,5 ± 0,2°C. O resultado para
coliformes termotolerantes será positivo quando houver produção de gás a partir da fermentação da lactose
contida no meio E.C ou para E. coli, quando houver fluorescência azul sob lâmpada ultravioleta de comprimen-
to de onda 365 - 366 nm em ambiente escuro.

RESULTADOS. Com relação as bactérias E. coli, foram encontrados resultados positivos apenas nas amostras
4 e 5, apontando contaminação recente, uma vez que essa espécie sobrevive pouco tempo no ambiente.

Com relação as bactérias heterotróficas, todas as amostras apresentaram resultados positivos bem acima do
permitido pela legislação vigente. Apenas a água da torneira da escola 5 está em conformidade com o que
estipula a Portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde, que determina um valor de até 500
3º SIMPIF

UFC mL-1 (BRASIL, 2017). Isso pode estar relacionado a má higienização das caixas d’água e tubulações com
um tempo já considerável de funcionamento.

De acordo com as análises realizadas, detectou-se a presença coliformes totais e termotolerantes em todas
as amostras coletadas. A Portaria de Consolidação Nº 5/2017 do Ministério da Saúde determina ausência de
coliformes totais em cada 100 mL de amostra de águas destinadas ao consumo e, por essa razão, nenhuma
dessas amostras pode ser considerada própria para consumo humano.

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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Conclui-se que todas as amostras estão em desacordo com as recomendações
estipuladas pela Portaria do Ministério da Saúde de nº 5, de 28 de setembro de 2017, pois apresentaram
coliformes totais, coliformes termotolerantes, Escherichia coli e/ou Bactérias heterotróficas, necessitando,
portanto, de tratamento prévio antes de serem fornecidas para consumo humano.

PALAVRAS-CHAVE: Qualidade da água, bactérias heterotróficas, coliformes totais, coliformes termotolerantes,


Escherichia coli.

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB Campus Esperança pela concessão da taxa de bancada para o desenvolvimento
dessa pesquisa.

Referências
BRASIL. Portaria de consolidação de nº de 28 de setembro de 2017 do Ministério da Saúde. Dispõe sobre
os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMETO AMBIENTAL DE SÃO PAULO (CETESB). 2006. Norma técnica L5
201, de janeiro de 2006. Contagem de bactérias heterotróficas: método de ensaio. São Paulo: CETESB. 14
p. 2006.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMETO AMBIENTAL DE SÃO PAULO (CETESB). 2018. Norma técnica L5
202, de janeiro de 2018. Coliformes totais, coliformes termotolerantes e Escherichia coli - Determinação
pela técnica de tubos múltiplos. 5ª Edição. São Paulo: CETESB. 29 p. 2018.
GUERRA, N. M. M.; OTENIO, M. H.; SILVA, M. E. Z.; GUILHERMETTI, M.; NAKAMURA, C. V.; NAKAMURA, T. U.;
DIAS FILHO, B. P. Ocorrência de Pseudomonas aeruginosa em água potável. Acta Scientiarum Biological
Sciences, v. 28, n. 1, p. 13-18, 2006.
MASSOUD, M. A.; ABDOLMONIM, A. A.; JURDI, M.; NUWAYHID, I. The challenges of sustainable access to safe
drinking water in rural areas of developing countries: Case of Zawtar El-Charkieh, Southern Lebanon. Journal
of Environmental Health, v. 72, n. 10, p. 24-30, 2010.
MENDONÇA, M. H. M.; ROSENO, S. A. M.; CACHOEIRA, T. R. L.; SILVA, A. F. S.; JÁCOME, P. R. L. A.; JÁCOME JÚ-
NIOR, A. T. Análise bacteriológica da água de consumo comercializada por caminhões-pipa. Revista Ambiente
e Água, v. 12, n. 3, p. 468-475, 2017.
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 8ª Edição, Editora Artmed, 2005.
SILVA, A. B; BRITO, J. M.; DUARTE, J. S.; BRAZ, A. S.; SILVA, R. A.; SILVA FILHO, E. D. Análise físico-química
da água utilizada para consumo nas escolas municipais da zona urbana de Esperança/PB. Biota Amazônia,
Macapá, v. 8, n. 3, p. 49-52, 2018.
3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 376


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Debora Costa da Luz


Perfil termográfico de atletas de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
basquetebol
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo

Nathalia Alves da Silva


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo
INTRODUÇÃO. A termografia infravermelha (TI) tem sido apontada
Sarah Alessandra Santos Luna Batista como uma ferramenta alternativa, para detecçãodoestadofisiológico-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e deatletas,poisésensívelaoprocessoinflamatório,jáqueelessãosempre
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo
acompanhados do aumento da temperatura local ou sistêmica (SIL-
Valbério Candido de Araújo LERO-QUINTANA et al., 2015). Trata-se de uma técnica que registra a
[email protected]
radiação infravermelha emitida pelo corpo, permitindo a identificação
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo de áreas de hiper ou hiporradiação que podem ser associadas a pro-
cessos fisiológicos relativos ao exercício ou a mecanismos inflama-
tórios e patológicos diversos (FERNANDES et al., 2012). Apresenta
vantagens que estimulam o seu uso, como: baixo custo por exame,
não invasiva, boa reprodutibilidade, diagnostico rápido, sem contato
físico e nem radiação (FERNANDES et al.,2015).

Essatécnicavemsendoutilizadacompropriedadenaáreamédicahábastantetempo,comopor exemplo na detec-


ção de anormalidades em mamas, podendo se tornar um indicador precoce de câncer (RING, AMMER, 2000).
No contexto esportivo, a TI ainda vem sendo pouco investigada, sobretudo nobasquetebolnoqualapenasu-
mestudonaliteraturafoiencontradoatéomomento,sendoumestudo de caso com um único atleta (SAMPEDRO,
PIÑONOSA & FERNADES,2012).

Diantedoexpostoopresenteestudotemporobjetivoapontarumperfiltermográficoematletas de basquetebol utili-


zando a técnica de termografia infravermelha e diversas partes docorpo.

MATERIAS E MÉTODOS. A seleção dos participantes foi feita de modo não-probabilístico, na qual os sujeitos
foram selecionadosdeformaintencional(THOMAS;NELSON;SILVERMAN,2012).Ogrupofoicomposto por 17 atle-
tas adultos do sexo masculino de uma equipe de basquetebol da Paraíba, que disputa competições em nível
regional (Campeonato Paraibano, Copa Nordeste, Liga Paraibana) e nacional (Copa Brasil) com média de 20,9
± 3,2 anos e índice de massa corporal de 23,7 ± 1,7 kg/m2. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde, UniversidadeFederal da Paraíba (UFPB), Brasil, sob o CAAE núme-
ro:58593416.6.0000.5188/16.

Os atletas foram orientados a ir vestidos com roupa de banho, não consumir tabaco, álcool ou drogas que
afetem a termogênese corporal, não realizar atividade física de moderada a intensa e se alimentaraté2horasan-
tesdoexametermográficoenãoutilizaróleosoucremeshidratantesnasregiões a serem examinadas, conforme reco-
mendações de Gomes da Silva et al.(2017).

O registro dos termogramas foi a última etapa da coleta de dados em cada avaliação. No total, cada atleta
foi avaliado seis vezes no estudo agudo e a cada 30 dias no estudo crônico (três coletas), totalizando nove
coletas. As avaliações termográficas foram realizadas sempre no Laboratório de Termografia (LabTerm) do

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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Núcleo de Pesquisas nas Ciências do Movimento Humano (NPCMH) da UFPB, os atletas ficaram posicionados
em frente a uma parede de fundo preto, em cima de um step à 15cm do piso.

Para obtenção dos termogramas, foi utilizada uma câmera T-360 (FLIR® Systems, USA), em cada atleta foram
feitas imagens da vista anterior e posterior. Para esse estudo, foram determinadas 34 RegiõesCorporaisdeIn-
teresse(RCI).Depossedostermogramas,asimagensforamanalisadasatravés dosoftwareFLIR®ThermacamRe-
porter,versão8.2,comemissividadede0,98.Paraisso,foiutilizado a média dastemperaturas.

RESULTADOS. Os 17 atletas avaliados apresentavam índice de massa corporal, percentual de gordura, massa
corporal magra e relação cintura-quadril compatíveis com eutrofia.

Osavaliadosapresentaramvaloresmédiosdetemperaturasuperficialcorporaldecorpointeiro de 31,3 ± 0,4 ºC.


Como essa temperatura foi avaliada usando a média aritmética de todas as áreas avaliadasnocorpo,pode-
-seobservarqueseusvaloressãosemelhantesaosdealgumasregiõesisoladas, mas diferem um pouco deoutras.

AregiãoAnteriordeTronco32,4±0,8ºC,apresentouvaloressemelhantesanaregiãoPosterior de Tronco 32,2 ± 0,9


ºC, demostrando que ambas as regiões apresentam estresse metabólicos semelhantes. A Região Anterior de
Braço 32,4 ± 0,5 ºC apresentou valores diferentes da Região PosteriordeBraço31,1±0,5ºC.RegiãoAnteriorde-
Coxa30,9±0,5ºCenaRegiãoPosteriordeCoxa 31,2 ± 0,6ºC.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Por fim, diante do exposto, pode-se constantat que o perfil termográfico dos atleta-
sapresentou consistência na maioria das temperaturas avaliadas com exceção das regiões anterior e posterior
do braço o que pode implicar em um maior estresse metabólico na região anterior que apresentou diferenças
térmica superior a um grau, considerada uma diferença bastanteacentuada.

PALAVRAS-CHAVE: atletas, basquete, termograma, análise.

AGRADECIMENTOS: À participação dos atletas e a colaboração dos profissionais da área técnica envolvidos
no trabalho, ao laboratório de Termografia (LabTerm) e Laboratório de Estudos do TreinamentoFísicoAplica-
doaoDesempenhoeaSaúde-(LETFADS),ambosdaUniversidadeFederal da Paraíba(UFPB).

Referências
FERNANDES,A.A.etal.Avaliaçãodatemperaturadapeleduranteoexercícioatravésdatermografia infravermelha:
Uma revisão sistemática. Revista Andaluza de Medicina del Deporte, v. 5, n. 3, p. 113–117, 2012.
FERNANDES, A. A. et al,. Applications of Infrared Thermography in Sports. a Review. Revista internacional de
medicina y ciencias de la actividad física y del deporte, v. 15, n. 60, p. 805–824, 2015.
GOMES DA SILVA, A. et al. Resposta térmica da pele ao exercício em remoergômetro de alta versus moderada
intensidade em homens fisicamente ativos. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 2017.
RING, E. F. J.; AMMER, K. The Technique of Infra Red Imaging in Medicine. p. 7–14, 2000
SAMPEDRO, J.; PIÑONOSA, S.; FERNANDEZ, I. La termografía como nueva herramienta de evaluaciónenba-
loncesto:EstudiopilotorealizadoaunjugadorprofesionaldelaACB.Cuadernosde Psicología del Deporte, v. 12, p.
3º SIMPIF

51-56,2012.
SILLERO-QUINTANA, M. et al. Infrared thermography as a support tool for screening and early diagnosis in
emergencies. Journal of Medical Imaging and Health Informatics, v. 5, n. 6, p. 1223- 1228, 2015.
THOMAS, J. R.; NELSON, J. K.; SILVERMAN, S. J. Métodos de pesquisa em atividade física. Artmed Editora, 2012.

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Andreza Santos de Santana


Psicologando – desenvolvimento de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
um aplicativo voltado para auxiliar
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança pessoas com depressão e transtorno de
Brenda Ismirna Calixto de Oliveira ansiedade
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança
INTRODUÇÃO. A adolescência se caracteriza como uma etapa de
Maria Clara Rufino dos Santos múltiplas transformações físicas, psíquicas, afetivas e sociais capazes
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e de provocar um sentimento de inquietação e estranheza em relação
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança
a si próprio. A ligação estabelecida com os adultos, especialmente
André Atanasio Maranhão Almeida com seus pais, neste período de transformações torna-se essencial
[email protected]
para a construção de identidade do adolescente. Esse, por sua vez,
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança sente-se ameaçado pelas alterações que lhe são submetidas e busca
descarregar a ansiedade em ações: rebelar-se à mínima contrarieda-
de, afastar-se, discutir, fugir. Nesse contexto, é válido ressaltar que o
sentimento de inquietação propiciado pela juventude representa um
cenário ideal para a ansiedade emergir. A perturbação de ansiedade
representa um sinal de alarme às situações ameaçadoras e, em sua
maioria, essa é a atribuição concedida pelos jovens. Para um diag-
nóstico eficaz é de suma importância considerar a história clínica do paciente, a existência de outras doenças
e/ou o uso de fármacos. O tratamento inclui tanto a medicação, quanto psicoterapia, considerando os tipos
de ansiedade propostos pelos manuais de classificação diagnóstica. Outrossim, bem como a ansiedade, a
depressão é considerada um fator de risco para os adolescentes. Averiguar a história clínica e familiar do pa-
ciente, a presença de co-morbidades ou outros quadros clínicos, bem como o uso de medicações. A prevenção
da depressão engloba a observação de possíveis histórias com a doença na família, atentando-se também a
evidência que a perturbação ansiosa pode ser precursora de um quadro depressivo. O diagnóstico de ambas
patologias - ansiedade e depressão - é solicitado quando se nota interferência com o funcionamento diário do
adolescente e da família. No tratamento de tais perturbações é fundamental que haja participação do médico
psiquiatra, do psicólogo e, sobretudo o auxílio da família e amigos.

Existem diversos modelos teóricos que buscam explicar as causas e os mecanismos inerentes à depressão,
focando em aspectos comportamentais, cognitivos ou interpessoais. Por exemplo, o mais aceito na atualidade
é o modelo que reconhece a influência de fatores biológicos e ambientais (DALGALARRONDO, 2019). Assim, a
depressão constitui-se em uma condição clínica formada pela interação de múltiplas causalidades, sejam elas
internas ou externas ao ser humano. É capaz de afetar pessoas em todas as fases do desenvolvimento (PA-
PALIA E FELDMAN, 2013) apresentando formas de manifestação variadas, podendo ser caracterizada como
sintoma de muitos transtornos orgânicos, psicológicos ou psiquiátricos ou ainda, como uma doença específica
(CALDEIRA, 2013). Trata-se de um problema de saúde pública, tendo em vista sua proliferação entre a po-
pulação mundial, o comprometimento da qualidade de vida, o avanço da mortalidade, o uso exacerbado dos
serviços de saúde, os crescentes investimentos nesse setor, bem como o alto potencial para incapacitar as
pessoas nas diferentes esferas da vida, como: familiar, escolar, social e laborativa (GASPAR, 2012). Segundo
a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2018) estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofram de de-
pressão, sendo uma doença que, dependendo da gravidade e/ou falta de tratamento, pode levar ao suicídio.

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No que diz respeito à ansiedade, cada vertente de psicopatologia apresenta uma diversidade de classificações
(DALGALARRONDO, 2019). Conforme Rosolen (2012), a ansiedade pode ser interpretada de duas formas: a)
como uma reação normal, constitutiva da existência humana e com caráter protetor, ao evitar exposição ao
perigo ou medo e; b) como elemento capaz de desencadear transtornos ansiosos, ao provocar uma reação
desproporcional do indivíduo, aliado com alterações somáticas (taquicardia e/ou sudorese, por exemplo) e
que trazem algum prejuízo à vida diária da pessoa. Para Dalgalarrondo (2019), a ansiedade refere-se a um
“estado de humor desconfortável, apreensão negativa em relação ao futuro, inquietação interna desagradá-
vel” (p.166), envolvendo manifestações somáticas e fisiológicas (falta de ar, tremores, tontura, dentre outros),
bem como manifestações psíquicas (apreensão e desconforto mental, por exemplo).

A Estratégia Saúde da Família (ESF), enquanto reorganização da Atenção primária e básica vinculada ao Sis-
tema Único de Saúde - SUS, tornou-se fundamental para a atenção das pessoas portadoras de transtornos
mentais e seus familiares, que favorecem a inclusão social no território onde vivem. No entanto, diante das
crescentes demandas em saúde mental, o SUS tem se mostrado incapaz de responder a esses desafios, ain-
da que haja o matriciamento como uma importante ferramenta das equipes de apoio ao Programa Saúde da
Família através do NASF1. O apoio matricial é uma estratégia para aumentar a resolutividade da atenção pri-
mária no manejo dos transtornos mentais no Brasil, já que o NASF abriga equipe multidisciplinar (psicólogos,
psiquiatras e terapeutas ocupacionais), dando suporte a equipes de saúde da família no território adscrito,
sendo assim o matriciamento:

(...) é uma troca de saberes sincrônica, em que as equipes de saúde da família compartilham
os casos de saúde mental com os especialistas por meio de discussões de casos, consultas
ou visitas compartilhadas com membros dessas equipes, consultas e visitas especializadas e
grupos terapêuticos (eixo assistencial). Outra possibilidade é que o matriciamento ocorra por
meio de discussões de temas elencados pelas equipes de saúde da família, que podem surgir da
discussão de um caso específico, como manejo farmacológico da depressão (eixo pedagógi-
co). Esses encontros visam à ampliação e à qualificação das ações das equipes de atenção pri-
mária no manejo do sofrimento psíquico e dos transtornos mentais. (CREPALDI, 2016, p.227)

Sendo assim, é importante se pensar sobre novas ferramentas de intervir nas necessidades desses usuários
em saúde mental, dirimindo dúvidas, encorajando-os ao tratamento, combatendo os preconceitos (incluindo
os próprios), e abrindo espaços de comunicação e pertencimento através da inclusão social e digital.

O objetivo geral do projeto é PRODUZIR um aplicativo para possíveis usuários que tenham a saúde mental
como interesse, delimitando como escopo a depressão e transtornos de ansiedade. Com este objetivo (ge-
ral), definimos os seguintes objetivos específicos: 1) POSSIBILITAR a construção de um mural com relatos e
experiências dos usuários no tratamento a fim de dar voz às subjetividades e pertencimento dos usuários; 2)
CRIAR E/OU DISPONIBILIZAR material de apoio ou didático, com características pedagógicas, promovendo a
educação em saúde contínua; 3) DISPONIBILIZAR alarme para a administração de psicotrópicos, devidamente
prescrito por profissional em saúde; 4) ABORDAR as terapias adjuvantes ou alternativas como possibilidades
3º SIMPIF

sinérgicas ao tratamento medicamentoso; e 5) MAPEAR os profissionais e serviços especializados no atendi-


mento a pacientes com transtornos mentais.

MATERIAIS E MÉTODOS. A metodologia que vem sendo empregada no desenvolvimento deste trabalho con-
siste: 1) Revisão bibliográfica a respeito de depressão e transtornos de ansiedade; 2) Desenvolvimento do

1 Núcleo de Atenção à Saúde da Família.

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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

aplicativo; e 3) Avaliação do aplicativo por pesquisadores e profissionais das áreas de informática, psicologia
e psiquiatria.

Estamos em fase de finalização da etapa 1, revisão bibliográfica, e demos início a fase 2, desenvolvimento do
aplicativo. Para esta segunda etapa do trabalho estamos adotando uma metodologia de trabalho inspirada na
metodologia ágil de desenvolvimento SCRUM, que consiste de ciclos de desenvolvimento, onde a cada itera-
ção teremos fase de análise de requisitos, projeto, implementação e testes. Em um ciclo inicial revisamos as
funcionalidades que deveriam estar presentes no aplicativo e definimos a interface gráfica deste. No segundo
ciclo estamos desenvolvendo em si a primeira funcionalidade do aplicativo, que chamamos de Painel Motiva-
cional, correspondente ao objetivo específico número 1.

RESULTADOS. O principal produto deste trabalho será o aplicativo, que esperamos submeter ainda este ano a
avaliação por profissionais, tanto da área de saúde mental quanto de Informática. O aplicativo encontra-se em
fase inicial de desenvolvimento, com as primeiras funcionalidades ainda não concluídas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Acreditamos que o aplicativo possa contribuir enquanto uma ferramenta informa-
tiva e de apoio às pessoas com depressão e/ou transtorno de ansiedade, assim como seus familiares. Auxi-
liando ambos a entender efetivamente o que se passa, onde buscar ajuda, como organizar o seu tratamento,
bem como propor sugestões de atividades e condutas que possam minimizar os efeitos destes transtornos.

PALAVRAS-CHAVE: Aplicativo Mobile. Depressão. Transtorno de Ansiedade

AGRADECIMENTOS: Este projeto foi financiado pela Chamada Interconecta, Edital nº 14/2019. Estão traba-
lhando também neste projeto os servidores Berttony da Silva Nino e Izak Alves dos Santos.

Referências
CALDEIRA, G. A depressão na prática clínica. In: CALDEIRA, G.; MARTINS, J. D. Psicossomática: teoria e práti-
ca. 3 ed. Belo Horizonte: Artesã Editora, 2013.
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.
GASPAR, K. C. Depressão, ideação suicida e etilismo na oncologia. In: ANGERAMI-CAMON, V. A. (Org.). Psi-
cossomática e suas interfaces: o processo silencioso do adoecimento. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
OMS. Organização Mundial de Saúde. Organização Pan-Americana de Saúde. Folha informativa: depressão.
Atualizada em março de 2018. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&-
view=article&id=5635:folha-informativa-depressao&Itemid=1095. Acessado em 03/03/2019.
PAPALIA, D. E; FELDMAN, R.D. Desenvolvimento Humano. 12 ed. [trad: Carla Filomena Marques Pinto Vercesi
et al] Porto Alegre : AMGH, 2013.
ROSOLEN, D.E.B. Da ansiedade intrínseca à existência à psicopatologia da ansiedade: Considerações sobre a
ansiedade embasadas na prática clínica. In: ANGERAMI-CAMON, V. A. (Org.). Psicossomática e suas interfaces:
o processo silencioso do adoecimento. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
3º SIMPIF

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Marjorye Lavigne Alves de Freitas


Qualidade físico-química da água das
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
torneiras nas escolas públicas da zona
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança urbana de Esperança-PB
Aldeni Barbosa da Silva
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança
INTRODUÇÃO. A água é um recurso vital e limitado para a existên-
Josikleio da Costa Silva cia humana. A disponibilidade adequada de água potável se relaciona
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e fortemente com conceitos de desenvolvimento sustentável. A água
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança desempenha um papel preponderante no crescimento econômico, na
redução da pobreza, no acesso à alimentação segura e na proteção
Edmilson Dantas da Silva Filho
[email protected] do ecossistema. Adicionalmente, a água é um componente crítico da
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Campina saúde pública e a sua falta impõe uma pesada carga as populações
Grande (MASSOUD et al., 2010).

A água ocupa aproximadamente 75% da superfície da Terra e é o


constituinte inorgânico mais abundante da matéria viva, integrando
aproximadamente dois terços do corpo humano e atingindo até́ 98%
para certos animais aquáticos, assim como, legumes, frutas e ver-
duras. Constitui-se no solvente universal da maioria das substâncias, modificando-as e modificando-se em
função destas (LIBÂNIO, 2010).

Por ser um recurso de fundamental importância para a vida, torna-se imprescindível controlar e exigir sua
qualidade, por meio de regulamentos técnicos específicos e legislações que garantem saúde e bem-estar à
população humana e animal (MORAIS et al., 2016).

No Brasil, as legislações vigentes que tratam de potabilidade da água para consumo humano e de águas sub-
terrâneas são, respectivamente, a portaria de consolidação de nº 5, de 28 de setembro de 2017, do Ministério
da Saúde (BRASIL, 2017) e a resolução nº 396, de 3 de abril de 2008, do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(BRASIL, 2008).

As análises dos parâmetros físico-químicos são uma tentativa de levantar informações a respeito da qualidade
da água, para identificar e monitorar possíveis efeitos negativos para a saúde humana ou aos organismos que
utilizam este recurso (TOZZO; GONÇALVES, 2014). Diante disso, esse trabalho teve o objetivo de avaliar alguns
parâmetros físico-químicos da água das torneiras nas escolas públicas da zona urbana de Esperança-PB.

MATERIAIS E MÉTODOS. O estudo foi desenvolvido em cinco escolas municipais de Esperança no estado da
Paraíba, cidade localizada na mesorregião do Agreste Paraibano.

Amostras para as análises físico-químicas

As amostras de água destinadas para as análises físico-químicas foram coletadas em garrafas plásticas de 2
litros diretamente das torneiras e foram encaminhadas ao Laboratório do Programa de Pesquisa em Sanea-
mento Básico (PROSAB), em Campina Grande, para a realização das análises.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 382


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Os parâmetros físico-químicos das águas foram determinados seguindo-se as metodologias do manual do


Standard Methods – For the Examination of Water and Wastewater (APHA, 2012). Os valores foram avaliados
conforme as recomendações da portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2017).

Os parâmetros analisados foram os seguintes: condutividade elétrica, Sólidos Totais Dissolvidos, cor aparente,
cloreto, nitrito e nitrato.

RESULTADOS.

Condutividade elétrica, Sólidos Totais Dissolvidos e Cor aparente

As amostras de água apresentaram uma condutividade elétrica que variou de 181 a 444 µS/cm. De acordo
com Esteves (2011), a condutividade elétrica é um parâmetro que pode mostrar modificações na composição
dos corpos d’água, mas não especifica quantidades e componentes. Nas regiões tropicais a condutividade
está relacionada com as características geoquímicas da região e condições climáticas (periodicidade de pre-
cipitações).

Com relação aos Sólidos Totais Dissolvidos, as amostras apresentaram valores que variaram de 82 a 306 mg L-1.

A entrada de sólidos na água pode ocorrer de forma natural (processos erosivos, organismos e detritos orgâ-
nicos) ou antropogênica (lançamento de lixo e esgotos). O padrão de potabilidade refere-se apenas aos sóli-
dos totais dissolvidos (limite: 1000 mg L-1), já que esta parcela reflete a influência de lançamento de esgotos,
além de afetar a qualidade organoléptica da água (BRASIL, 2014).

De acordo com Esteves (2011), os sólidos totais dissolvidos (STD) estão relacionados diretamente com a con-
dutividade elétrica e é usada em laboratório de rotina como medida da salinidade da água e/ ou dos efeitos
causados por alguma atividade antrópica que afete um corpo d’água.

Em relação a cor aparente, todas as amostras não atenderam ao padrão vigente, apresentando valores que
variaram de 29,3 a 42,6 uH. A Portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde estabelece para
cor aparente o Valor Máximo Permitido de 15 uH como padrão de aceitação para consumo humano.

Cloreto, Nitrito e Nitrato

Verificou-se que o teor de cloreto foi em média de 56,68 mg/L de Cl-, estando dentro dos padrões permitidos
pela portaria No 05/2017 que estabelece um teor de 250 mg/L de Cl como valor máximo permitido para água
potável.

Com relação ao nitrito, as amostras apresentaram valores menor que 1, com média de 4,34 x 10-3, corrobo-
rando com a portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde que preconiza um Valor Máximo
Permitido (VMP) igual a 1.
3º SIMPIF

O nitrito é um estado de oxidação intermediário de nitrogênio, e ocorre tanto pela oxidação do amônio, como
pela redução do nitrato (BRASIL, 2011). Se o nitrito for ingerido diretamente, pode ocasionar metemoglobi-
nemia independente da faixa etária do consumidor (BATALHA; PARLATORE, 1993).

Com relação ao nitrato, verificou-se valores que variaram de 0,17 a 0,73 mg/L, estando, portanto, de acordo
com a portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde que estabelece um valor máximo permi-
tido de 10 mg/L.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS. As amostras de água coletadas não estão adequadas para o consumo humano,
pois a cor aparente está com um valor acima do permitido pela legislação Brasileira. De acordo com Libânio
(2010), a cor da água é produzida por partículas dispersas de origem orgânica, podendo também ser resulta-
do da presença de compostos de ferro e manganês ou do lançamento de diversos tipos de resíduos industriais,
o que pode trazer consequências negativas quando consumida pelo ser humano.

PALAVRAS-CHAVE: Potabilidade, indicadores, qualidade da água.

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB Campus Esperança pela concessão da taxa de bancada para o desenvolvimento
dessa pesquisa.

Referências
APHA. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard Methods for the examination of water and was-
tewater. 22nd ed. Washington: American Public Health Association. 1360 p. 2012.
BATALHA, B. L.; PARLATORE, A. C. Controle da qualidade da água para consumo humano: bases conceituais
e operacionais. São Paulo: Cetesb, 1993.
BRASIL. Resolução nº 396 de 3 de abril de 2008. Brasília: Conselho Nacional do Meio Ambiente, 2008.
BRASIL. Portaria nº 2914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde. Dispõe sobre os procedimen-
tos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.
BRASIL. Manual de Controle da Qualidade da Água para Técnicos que Trabalham em ETAS. Ministério da
Saúde, Fundação Nacional de Saúde. Brasília: Funasa, 112 p., 2014.
BRASIL. Portaria de consolidação de nº de 28 de setembro de 2017 do Ministério da Saúde. Dispõe sobre
os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.
ESTEVES, F. Fundamentos de limnologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2011. 826 p.
LIBÂNIO, M. Fundamentos de Qualidade e Tratamento de Água. Campinas/SP. 3ª Edição, Editora Átomo,
494p., 2010.
MASSOUD, M. A.; ABDOLMONIM, A. A.; JURDI, M.; NUWAYHID, I. The challenges of sustainable access to safe
drinking water in rural areas of developing countries: Case of Zawtar El-Charkieh, Southern Lebanon. Journal
of Environmental Health, v. 72, n. 10, p. 24-30, 2010.
MORAIS, W. A.; SALEH, B. B.; ALVES, W. S.; AQUINO, D. S. Qualidade sanitária da água distribuída para abaste-
cimento público em Rio Verde, Goiás. Brasil, Caderno de Saúde Coletiva, n. 24, v. 3, p. 361-367, 2016.
TOZZO, R. A.; GONÇALVES, E. A. Análise Físico-química da água do Riacho Japira, Localizado no Município de
Apucarana-PR. Revista Meio Ambiente e Sustentabilidade, v. 6, n. 3, p. 296-307, 2014.
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Rodrigo Félix do Nascimento


Supervisão microbiológica da água de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
bebedouros nas escolas públicas da
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança zona urbana da cidade de Esperança-PB
Aldeni Barbosa da Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança
INTRODUÇÃO. A oferta da água para o abastecimento tem sido aponta-
Josikleio da Costa Silva da como um dos grandes problemas do século XXI, ressaltando-se que
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e a abundancia do elemento liquido causa uma falsa sensação de recur-
Tecnologia da Paraíba - Campus Esperança so inesgotável (VENDRAMEL; KOHLER, 2002; YAMAGUCHI et al. 2013).

Edmilson Dantas da Silva Filho Independente da fonte (superficial ou subterrânea), a água pode ser-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e vir de veículo para vários agentes biológicos e químicos, sendo ne-
Tecnologia da Paraíba - Campus Campina
cessário observar os fatores que podem interferir negativamente na
Grande
sua qualidade (CUNHA et al., 2012).

A qualidade microbiológica é uma das características mais impor-


tantes da água de consumo, principalmente por que a mesma está
diretamente ligada com doenças de origem hídrica. As doenças de
veiculação hídrica são aquelas em que a água atua como veículo,
transportando o agente infeccioso até a fonte de consumo. Dentre as doenças mais frequentes estão as diar-
reias e infecções intestinais causadas principalmente por microrganismos patogênicos de origem entérica,
animal ou humana, transmitidos basicamente pela rota fecal-oral. Estes microrganismos são excretados nas
fezes de indivíduos infectados e ingeridos na forma de água ou alimento contaminado por água poluída com
fezes (FRANCO; LANDGRAF, 2008).

Os bebedouros podem ser fontes favoráveis de contaminação se não devidamente higienizados, pois há conta-
to direto entre pessoas com hábitos de higiene desconhecidos e se estes aparelhos não passarem por todas as
etapas de tratamento que garantem o controle, qualidade e boas condições de uso, podem transmitir doenças
causadas pelo consumo de água (OLIVEIRA et al., 2018)

Diante disso, este trabalho teve o objetivo de supervisionar a qualidade microbiológica da água dos bebedou-
ros das escolas públicas da zona urbana do município de Esperança/PB.

MATERIAIS E MÉTODOS. O estudo foi desenvolvido em cinco escolas municipais da zona urbana de Esperança
no estado da Paraíba, cidade localizada na mesorregião do Agreste Paraibano.

Amostras para as análises microbiológicas

As amostras de água destinadas para as análises microbiológicas foram coletadas diretamente dos bebedou-
ros em garrafas de vidro (500 ml) com boca larga, protegidas com papel laminado, previamente esterilizadas
em autoclave a 121 oC, por 30 minutos, e foram encaminhadas para o Laboratório do Centro de Formação
Profissional do Instituto Albano Franco em Campina Grande. As amostras ficaram conservadas à temperatura
de 4 a 8 oC pelo tempo máximo de quatro horas, até o momento da semeadura.

Os parâmetros analisados foram: coliformes totais, coliformes termotolerantes, Escherichia coli e bactérias
heterotróficas.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 385


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Os parâmetros microbiológicos das águas foram determinados seguindo-se as metodologias da CETESB


(Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Os valores foram avaliados conforme as recomendações da
portaria de consolidação No 05/2017 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2017).

Contagem de Bactérias Heterotróficas: método de ensaio

A técnica de inoculação em profundidade para contagem de bactérias heterotróficas baseou-se na inoculação


de volumes adequados da amostra em placas de Petri, com posterior adição do meio de cultura triptona gli-
cose extrato de levedura (“plate count agar”). Após 48 horas de incubação a 35 ± 0,5°C, as bactérias viáveis
presentes na amostra, que puderam se desenvolver nessas condições, formaram colônias que foram contadas
com o auxílio de um contador tipo Quebec ou similar (CETESB, 2006).

Coliformes totais, coliformes termotolerantes e Escherichia coli - determinação pela técnica de tubos múl-
tiplos

A determinação do número mais provável (NMP) de coliformes em uma amostra foi efetuada a partir de apli-
cação da técnica de tubos múltiplos. A técnica consiste na inoculação de volumes decrescentes da amostra
em meio de cultura adequado ao crescimento dos microrganismos pesquisados, sendo cada volume inoculado
em uma série de tubos. Por meio de diluições sucessivas da amostra, são obtidos inóculos, cuja semeadu-
ra fornece resultados negativos em pelo menos um tubo da série em que os mesmos foram inoculados; e a
combinação de resultados positivos e negativos permite a obtenção de uma estimativa de densidade das bac-
térias pesquisadas pela aplicação de cálculos de probabilidade (CETESB, 2018). A densidade de coliformes
termotolerantes ou E. coli foi obtida a partir de um exame específico, aplicado paralelamente ao teste para
confirmação de coliformes totais.

Ensaio para diferenciação de coliformes termotolerantes ou E. coli

Consiste na transferência de inóculo de cada cultura com resultado positivo em Caldo laurel triptose (CLT)
com púrpura de bromocresol para tubos contendo meio EC (coliformes termotolerantes) ou EC MUG (E. coli),
que serão incubados durante 24 ± 2 horas em banho-maria ou incubadora a 44,5 ± 0,2°C. O resultado para
coliformes termotolerantes será positivo quando houver produção de gás a partir da fermentação da lactose
contida no meio E.C ou para E. coli, quando houver fluorescência azul sob lâmpada ultravioleta de comprimen-
to de onda 365 - 366 nm em ambiente escuro.

RESULTADOS. Com base no critério de potabilidade estabelecido pela Portaria de Consolidação Nº 5/2017 do
Ministério da Saúde, observou-se que, entre as amostras analisadas, quatro delas (1, 2, 3 e 4) apresentaram
quantidade de bactérias heterotróficas, totalmente fora dos limites estabelecidos pela portaria vigente (até
500 UFC mL-1), e apenas uma dentro dos padrões determinados.

Em relação a coliformes totais, quatro amostras apresentaram resultados positivos. A Portaria de Consolida-
3º SIMPIF

ção Nº 5/2017 do Ministério da Saúde determina ausência de coliformes totais em cada 100 mL de amostra
de águas destinadas ao consumo e, por essa razão, nenhuma dessas amostras pode ser considerada própria
para consumo humano. Enquanto que em três amostras foram detectadas presença de coliformes termoto-
lerantes.

A presença da bactéria E. coli, considerada indicativo de contaminação fecal, foi evidenciada em apenas uma
amostra, apontando contaminação recente, uma vez que essa espécie sobrevive pouco tempo no ambiente

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 386


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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Conclui-se que todas as amostras estão em desacordo com as recomendações
estipuladas pela Portaria do Ministério da Saúde de nº 5, de 28 de setembro de 2017, pois apresentaram
coliformes totais, coliformes termotolerantes, Escherichia coli e/ou Bactérias heterotróficas, necessitando,
portanto, de tratamento prévio antes de serem fornecidas para consumo humano.

PALAVRAS-CHAVE: Água potável, Escherichia coli, Coliformes.

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB Campus Esperança pela concessão da taxa de bancada para o desenvolvimento
dessa pesquisa.

Referências
BRASIL. Portaria de consolidação de nº de 28 de setembro de 2017 do Ministério da Saúde. Dispõe sobre
os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMETO AMBIENTAL DE SÃO PAULO (CETESB). 2006. Norma técnica L5
201, de janeiro de 2006. Contagem de bactérias heterotróficas: método de ensaio. São Paulo: CETESB. 14
p. 2006.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMETO AMBIENTAL DE SÃO PAULO (CETESB). 2018. Norma técnica L5
202, de janeiro de 2018. Coliformes totais, coliformes termotolerantes e Escherichia coli - Determinação
pela técnica de tubos múltiplos. 5ª Edição. São Paulo: CETESB. 29 p. 2018.
CUNHA, H. F. A.; LIMA, D. C. I.; BRITO, P. N. F.; CUNHA, A. C.; SILVEIRA JÚNIOR, A. M.; BRITO, D. C. Qualidade
Físico-química e microbiológica de água mineral e padrões da legislação. Revista Ambiente & Água - An In-
terdisciplinary Journal of Applied Science, v. 7, n. 3, p. 155-165, 2012.
FRANCO, B. D. G. M; LANDGRAF, M. Microbiologia dos alimentos. São Paulo: Atheneu, 2008.
OLIVEIRA, E. M.; RIBEIRO, D. M.; CRONEMBERGER, M. G. O.; CARVALHO, W. F.; LIMA, M. D. P; SOUSA, K. R. F.
Análises físico-químicas e microbiológicas da água de bebedouros em escolas públicas da cidade de Timon-
-MA. PUBVET, v. 12, n. 5, p. 1-6, 2018.
VENDRAMEL, E.; KÖHLER, V. B. A história do abastecimento de água em Maringá, Estado do Paraná. Acta
Scientiarum, v. 24, n. 1, p. 253-260, 2002.
YAMAGUCHI, M. U., CORTEZ, L. E. R.; OTTONI, L. C. C.; OYAMA, J. Qualidade microbiológica da água para con-
sumo humano em instituição de ensino de Maringá-PR. O Mundo da Saúde, v. 37, n. 3, p. 312-320, 2013.

3º SIMPIF

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SETOR DE ALIMENTOS
PROCESSAMENTO DE LEITE E DERIVADOS

Maria Nazaré Dantas de Sousa


Aceitação do brigadeiro de xique-xique
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
com coroa de frade pelos alunos de
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí Agroecologia do IFPB Campus Picuí
Valter Silva Ferreira
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
INTRODUÇÃO. Os cactos são plantas suculentas revestidas de espi-
Antonio Aldo de Oliveira Junior nhos que pertencentes à família das cactáceas (CACTACEAE). Con-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e seguem sobreviver em ambientes extremos de altas temperaturas e
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
umidade bastante relativas como é o caso da Caatinga, região ao qual
Frederico Campos Pereira se tem altas temperaturas anuais e registros de secas prolongadas,
[email protected]
devido ao fato de possuírem tecidos de reserva possuem a capacida-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí de de acumular água em tempos escassez, além de terem grande im-
portância para a alimentação animal quando se tem longos períodos
de estiagem, pois servem como um suplemento para a alimentação
dos mesmos.

Desde a infância nos é ensinado pela sociedade e dentro do âmbito


familiar que só devemos a comer determinados alimentos, passando
a vida ignorando as riquezas que existem em outros alimentos que são grandes fontes de vitaminas, nutrien-
tes e proteínas que são bem aceitas pelo corpo humano como por exemplo as cactáceas que na região do
Semiárido se tem em bastante abundancia. As cactáceas são grandes fontes de nutrientes que podem fazer
parte e ser incrementadas na alimentação humana, mas ainda existe o costume e o preconceito de observar
tais plantas com a finalidade de ornamentação de casas ou alimentação animal, deixando de lado a opção de
usa-las na alimentação humana.

O Xique-xique (Pilosocereusgounellei) se desenvolve em áreas mais secas da região semiárida, nos solos
rasos, entre rochas, essas cactáceas cobrem extensas áreas da Caatinga. Tem uma altura que não ultrapassa
os 4 metros, tem espinhos rígidos e pontiagudos. É conhecido também por alastrado, pois seus galhos se
alastram e se desenvolvem em forma de candelabro.

A Coroa de frade (Melocactusbahiensis) este cacto ocorre com muita frequência em todo semiárido. Tem um
formato globoso, cônico, de centro definido, podendo chegar até 12 cm de altura; possuindo arestas, suas
flores são vermelhas; e seu fruto é uma baga rósea. Diferente das outras cactáceas o nordestino tem muito
apresso por essa cactácea na alimentação humana, em que muitos fabricam doces, cocadas e licores, pois
são de um sabor exuberante, além de seus pequenos frutos que são comestíveis e poder se produzir sucos
deliciosos com os mesmos.

Em vista que essas cactáceas ainda não são tão reconhecidas tanto no ponto de vista de seu consumo e de
seus valores nutritivos e proteicos tem-se uma grande necessidade de inovar na sua utilização, este trabalho
tem como objetivo testar a aceitação da sobremesa com os alunos de Agroecologia do IFPB, como uma alter-
nativa viável para uma sobremesa na alimentação humana.

MATERIAIS E MÉTODOS. A área que foi feita a colheita da Coroa de Frade e do fruto do Xique-xique, se en-
contra na zona rural do município de Nova Palmeira, estado da Paraíba, inserida territorialmente na área do

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SETOR DE ALIMENTOS
PROCESSAMENTO DE LEITE E DERIVADOS

Semiárido Brasileiro, com sua população de 4.365 habitantes e área física de 310 km², contendo uma latitude
de 6° 40′ 44″ Sul, longitude de 36° 24′ 57″ Oeste. Limita-se entre os municípios de Pedra Lavrada, Baraúna e
Picuí, todos da Paraíba. As cactáceas e os frutos colhidos foram coletados da comunidade rural sitio corujinha,
após colhidos foram levados ao Laboratório de Processamento de Alimentos do IFPB – campus Picuí onde
foram feitas as análises.Foram aplicados 17 questionários com 4 perguntas para alunos do curso superior em
agroecologia do IFPB - campus Picuí, onde degustaram e responderam as respectivas perguntas: a) Em que
o brigadeiro mais agradou?; b) qual a probabilidade de indicar a sobremesa?; c) a aceitação do produto? d)
intenção de compra do produto?.

RESULTADOS. Nos resultados do questionamento em que perguntava sobre a opinião do produto 15 alunos
responderam que a sobremesa estava ótima e 2 responderam que estava boa, isso mostra que a sobremesa
poderá ser uma inovação para o mercado de alimentos, e que poderá sim ser comercializada, pois teve uma
grande aceitação. Não teve comparativos a outros resultados, pois não foi encontrado na literatura discussões
relacionadas a este trabalho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Todos os resultados da pesquisa realizada mostram grande satisfação sobre a
sobremesa, então pode ser uma boa alternativa como fonte de alimentação pois agregaria um valor gastronô-
mico que valorizariam essas cactáceas nativas do Semiárido, como também a traria uma nova visão para essa
região que muitas das vezes são subvalorizadas, mas que tem uma grande riqueza em sua biodiversidade,
embora essas espécies não sejam muito exploradas gastronomicamente.

PALAVRAS-CHAVE: Semiárido, Agroecologia e cactáceas

AGRADECIMENTOS: Agradecer ao professor Frederico campos pereira por todo apoio colocado neste trabalho.

Referências
SITE INFO ESCOLA: https://www.infoescola.com/plantas/cactos/ acessado em 1 de abril de 2019.
DESBRAVANDOTUDO: http://desbravandotudo.blogspot.com/2012/09/especialidade-de-cactos.html Aces-
sado em 2 de abril de 2019.

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Fernanda Raquel da Costa Agra


Análise da produção da cocada
Amaral
[email protected]
na quenga: medidas de otimização
Instituto Federal de Educação, Ciência e produtiva
Tecnologia da Paraíba

José Diêgo Silva Nunes


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba INTRODUÇÃO. A cocada é um doce típico do Brasil, comum na culi-
nária nordestina, tendo passado por várias adições em seu preparo,
Willian França Martins
[email protected] surgindo as cocadas saborizadas, nas quais podem ser acrescenta-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
das leite condensado, amendoim, frutas, entre outros ingredientes,
Tecnologia da Paraíba
possuindo um novo aroma, sabor, aparência e conquistando o paladar
Andréa de Lucena Lira da população (LODY, 2011). Sendo assim a cocada tem grande papel
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e econômico e cultural em nossa comunidade, e através deste projeto
Tecnologia da Paraíba
pôde-se notar a importância desse doce nas vidas das cocadeiras da
Associação Mãos que se Ajudam, e também no ciclo econômico de
Lucena. Com esse estudo constatamos que a produção do doce na
Associação Mãos que se Ajudam está sendo efetuada em um ou dois
dias por semana e ainda verificamos muita devolução de produtos por
conta da data de validade ultrapassada, em consequência do curto
prazo de vida de prateleira do produto, que é de apenas 15 dias. Esses produtos devolvidos são destinados
ao lixo, gerando prejuízos a cooperativa. Sendo assim, acreditamos na viabilidade de iniciarmos um estudo
para o desenvolvimento de melhorias no sistema produtivo dessa comunidade, no sentido de efetuarmos a
otimização da produção, com a alteração de algumas etapas do processamento, além de efetuar um levanta-
mento de possíveis alterações na etapa de envase de forma a prolongar o tempo de vida útil do produto, pois
a produção artesanal de alimentos, muitas vezes, é seguida da ausência de boas práticas de fabricação que
são necessárias para que se tenha uma contaminação mínima do produto final (VENQUIARUTO et al., 2013).O
objetivo do presente estudo foi identificar a sustentabilidade econômica do grupo das mulheres que trabalham
na Associação Mãos Que Se Ajudam do município de Lucena/PB, com o intuito de identificar os dados econô-
micos provenientes da venda dos produtos desenvolvidos na comunidade e realizar o estudo de viabilidade de
adequação de produtos a base de coco.

MATERIAIS E MÉTODOS. Em visita à cidade de Lucena, mais precisamente na Associação Mãos que se Ajudam,
descobrimos que, quatro dias por semana, cerca de doze mulheres, cocadeiras, acordam cedo para cumprirem
jornada de 8 horas de trabalho, que tem início com a lavagem dos cocos in natura, higienização de panelas e
outros acessórios que vão ajudar na produção das cocadas. O grupo se dividia: enquanto uma parte prepara
o doce, a outra já cuida de lavar e serrar os cocos, esterilizar as quengas e outros itens. Nos outros dias da
semana sobrava tempo para cuidar da casa, ou ajudar nas vendas e entregas. Durante o verão, considerada
como época de pique, a produção aumentava para cinco dias por semana para atender a clientela. Atualmente
houve uma diminuição dos dias de produção, efetuando-se agora em apenas um ou dois dias na semana. Para
o início deste trabalho nossa equipe, composta por estudantes do curso técnico em Controle Ambiental, Me-
cânica e Instrumento Musical, junto com a professora de química do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba, realizou uma primeira visita a Associação Mãos que se Ajudam, local onde ocorre a pro-
dução da “cocada na Kenga”, para acompanhar os procedimentos de raspagem do coco, escolha das quengas
e cozimento do doce do coco, envase, armazenamento, e verificar, por meio de observação e perguntas, o tipo

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 390


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de maquinário que elas utilizavam. Assim que o doce ficou pronto, acompanhamos o pós-cozimento, já que
as mulheres deixavam a cocada esfriar, para começar o método de embalo. Em seguida, houve a verificação
da máquina de embalagem à vácuo que a associação possuía, foi relatado que ela não era utilizada, e assim
testamos seu funcionamento embalando algumas cocadas, pois a embalagem selada a vácuo geralmente
permite uma maior durabilidade do produto. As bactérias que mais facilmente acometem alimentos de origem
animal são, na maioria das vezes, aeróbicas e por causarem reações oxidativas requerem oxigênio para sua
sobrevivência. (NEVES et. al., 2013). Dessa forma, uma vez que diminuindo ou eliminando o contato do produ-
to com o ar atmosférico permite-se um prolongamento da vida útil, já que diminui a sobrevivência da maioria
dos microrganismos deteriorantes. Por fim, dessa primeira visita, foram levadas as amostras, provenientes
do produto final, ao laboratório do IFPB cocadas embaladas à vácuo e outras sem vácuo, com a finalidade de
comparar, através de análises microbiológicas, a melhoria do tempo de estocagem do produto.

RESULTADOS. Uma das primeiras problemáticas que encontramos na produção foi a abominação, relatada
pelas cocadeiras, em fazer uso do maquinário que a associação possuía, como os tachos automáticos, e
principalmente as máquinas de ralar o coco, fazendo com que as cocadeiras fizessem a remoção do coco
manualmente, método mais trabalhoso e que demanda mais tempo e disposição das trabalhadoras. Além
disso, observamos que não há uma quantificação dos ingredientes usados, que é extremamente importante
para o controle e rendimento da produção. Por não possuir treinamentos sobre cálculo e gerenciamento de
rendimento, o que ocorre é a medida através do olhar, por causa do tempo e da experiência no preparo, o que
acaba desencaminhando uma medida padrão para os ingredientes, influenciando de forma negativa na logís-
tica da empresa, pois não sabem ao certo o quanto de cada material precisam. Outro fator relevante é o fato
de o armazenamento da cocada na quenga ser feito apenas após o resfriamento do doce, fato que faz com que
a possibilidade de contaminação do produto seja maior, pois o correto é que o envase seja ainda quente para
diminuir as chances de crescimento e proliferação de microorganismos. Os dados citados acima são dados
obtidos até agora pois a pesquisa ainda está em andamento. Ademais, um dos principais fatores que vão ao
encontro desses problemas encontrados é a falta de conhecimentos técnicos com o maquinário, e de elabo-
ração da qualidade alimentícia, e assim acabam influenciando negativamente toda cadeia de produtividade,
pois, de acordo com Zaffari et al. (2007), as falhas no controle da qualidade da matéria-prima, produção e
estocagem dos alimentos podem resultar em um produto de má qualidade desencadeando risco de infecções
e intoxicações aos consumidores. É relevante ressaltar que a falta de conhecimento do uso do maquinário
faz com que a produção fique mais lenta e pesada para as cocadeiras, e isso pode ser melhorado através de
instruções de uso seguro e de orientações com exemplificação da correta utilização dos equipamentos. O
mesmo ocorre quando citamos a falta de controle com os ingredientes usados e inabilidade com técnicas que
prolonguem a vida do produto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O acompanhamento da produção das cocadas está sendo bastante importante
para poder começarmos o processo de otimização da produção da Cocada na Kenga, pois assim conseguimos
visualizar os principais fatores que dificultam, e impedem o crescimento da produção. Portanto, tendo em vis-
3º SIMPIF

ta os principais pontos abordados, acreditamos que o mais importante a ser feito é iniciarmos uma série de
orientações técnicas com as trabalhadoras, sobre produtividade alimentícia, e utilização das máquinas, pois
é a partir desse conhecimento, que se inicia o processo de otimização, e assim poderemos avaliar se houve
mudanças na qualidade e na durabilidade da cocada.

PALAVRAS-CHAVE: Cocada. Otimização. Análise de Produção. Alimentos. Qualidade Produtiva.

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AGRADECIMENTOS: Agradecemos a Instituição Federal da Paraíba, Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-


-Graduação, e juntamente ao o CNPq, pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
DA SILVA NEVES, Débora et al. Inativação microbiana de alimentos embalados a vácuo.
LODY, R. Coco: comida, cultura e patrimônio. São Paulo: Editora Senac, 2011
MELLOII, Cristina Bergman ZaffariI Jozi Fagundes; DA COSTAIII, Marisa. Qualidade bacteriológica de queijos
artesanais comercializados em estradas do litoral norte do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência Rural, v. 37, n.
3, 2007.
SANTOS JUNIOR, Josué dos; REBOUÇAS, Lucas de Oliveira; FIGUEIREDO, Julianna Paula do Vale; BESSA JU-
NIOR, Ambrósio Paula; MAIA, Ivanilson de Souza. Viabilidade econômica de um produto a base de algas em
uma associação de maricultoras do litoral Norte Potiguar. PUBVET - Medicina Veterinária e Zootecnia. v. 11
No. 04 p. 313-423 (2017)
VENQUIARUTO, L. D. et al. Avaliação microbiológica de manteigas artesanais comercializadas na cidade de
Tapejara/RS. Revista Perspectiva, v. 37, n. 139, p. 19-25, 2013.

3º SIMPIF

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Marilia Fernanda Pereira Sales Gabriel


Caracterização do pH de diversas
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
substâncias químicas
Tecnologia da Paraíba - Campus Campina
Grande

Joelson Souza Isidro dos Santos


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Campina INTRODUÇÃO. O pH, conceito proposto pelo dinamarquês Sörensen,
Grande
em 1909, que significa literalmente potência (p) de hidrogénio (H),
Osvaldo Pereira da Silva Filho permite-nos descrever o carácter ácido ou base que predomina em
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
meio aquoso, tendo em conta o seu valor determinado numa escala
Tecnologia da Paraíba - Campus Campina de 0 a 14. Para a temperatura de 25ºC, um meio aquoso será ácido se
Grande
tiver pH de 0 a 7, será básico se o pH for de 7 a 14 e será neutro para
Edmilson Dantas Silva Filho pH igual a 7 (MORAIS, 2016).
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Segundo Oliveira  (2014), o pH pode influenciar em diversos equilí-
Tecnologia da Paraíba - Campus Campina
Grande brios químicos que ocorrem naturalmente ou em processos unitários
na água, vindo a se tornar um parâmetro importante em muitos estu-
dos no campo do saneamento ambiental. Mas não é só para os organis-
mos aquáticos que o pH é importante, ele é importante também para
a nossa saúde. Especialistas determinam que para consumo humano é recomendado a faixa de pH entre 6 a 9.

Os alimentos são os responsáveis pelo equilíbrio do pH do nosso sangue. O ácido ascórbico é usado como
índice de qualidade nutricional dos produtos derivados de frutas e vegetais porque, comparado a outros
nutrientes, esta vitamina é mais sensível à degradação por exposição ao calor, além de sofrer alterações ace-
leradas pela presença de oxigênio e pelo pH do meio, entre outras condições (ÖZKAN et al., 2004; SPINOLA
et al., 2013). Visando essas problemáticas que engloba o valor do pH objetivou-se com a presente pesquisa
verificar o pH de várias substâncias.

MATERIAIS E MÉTODOS. Os procedimentos experimentais foram realizados no Instituto Federal de Educação,


Ciência e Tecnologia da Paraíba, campus Campina Grande (IFPB). As amostras de alimentos utilizados foram
adquiridas em um supermercado na cidade de Campina Grande - PB, e as substâncias químicas foram as uti-
lizadas em aulas experimentais do laboratório de química analítica do instituto. As amostras utilizadas foram:
água potável, água destilada, ácido clorídrico 0,1% (HCl), detergente, hidróxido de sódio 0,01% (NaOH), leite
de magnésio, limão, refrigerante de cola, refrigerante de laranja, suco de laranja e vinagre.

As amostram compostas com gás carbônico, como os refrigerantes, foram submetidas à agitação mecânica
antes de se tomar a medida de pH. Uma vez que o CO2 pode reagir formando ácidos carbônicos na solução
e baixar o pH. O limão sofreu a extração mecânica do seu sumo que foi diluída em 10 mL de água destilada.
As amostras foram preparadas para analises, algumas como os refrigerantes, vinagre, água da torneira foram
verificadas diretamente, porém outras com NaOH, HCl, Leite de magnésio e limão sofreram diluição em água
destilada.

A técnica usada para obtenção do valor médio de pH foi à imersão direta. Que seguiram as normas do APHA
(2012). O pH foi medido com pHmetro de bancada da marca tecnapom (Versão 8.0), que foi previamente ca-
librado com soluções tampões de pH 4,0,7,0 e 10. Posteriormente foram adicionadas em béqueres de 50 mL,

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 393


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para a imersão direta do elétrodo. Em seguida, foi comparado o valor do pH encontrado nas análises, com o
pH que foi identificado no rótulo dos produtos ou em estudos já realizados, para que dessa forma houvesse a
conclusão da pesquisa.

RESULTADOS.

Leite de magnésio – O hidróxido de magnésio Mg(OH)2 quando disperso em água, numa concentração apro-
ximada de 7%, dá origem a um líquido branco e espesso, muito conhecido como leite de magnésia (Cardoso,
2006). Na presente pesquisa o valor médio encontrado foi de 9,5. Cardoso (2006) diz que os valores do pH
para essa substância está próximo de 10,5.

Vinagre – Quando falamos de vinagres acidez deles geralmente está em torno de 5%, espera-se intervalos de pH em torno de
2,46 a 3,18. Os valores dependem do tipo de vinagre a ser analisado, como vinagres provenientes de destilados, vinagres de
vinho, vinagre de maçã, etc. (WHITE, 1971). Na nossa amostra o pH do vinagre demostrou um valor de 2,5.

Detergente – De acordo com a Resolução RDC nº 13/07 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2007),
detergente é “um produto destinado à limpeza de superfícies e tecidos através da diminuição da tensão superficial”.
Segundo PENTEADO et al. (2006), detergente é um produto formulado para promover o fenômeno da detergência, com-
preendendo um composto básico ativo (agente tensoativo) e componentes complementares (coadjuvantes, sinergistas,
aditivos e produtos auxiliares). Pela legislação sanitária brasileira o pH dos detergentes devem estar dentro da faixa 5,5
- 9,5. A nossa amostra demostrou-se ácida com um pH de 5,5, mas dentro dos valores permito pela portaria.

Refrigerantes – A pesquisa contou com duas variações de refrigerante (cola e laranja). Acidulante adicionado
no processo de fabricação dos refrigerantes regula a doçura do açúcar, realça o paladar e baixa o pH da bebida,
inibindo a proliferação de microrganismos. Todos os refrigerantes possuem pH ácido 2,7 a 3,5 de acordo com a
bebida (SOUTO et., al 2011). Nas amostras analisas os refrigerantes de cola e laranja apresentaram valores de pH
respectivamente de 3 e 4. Alertando para uma revisão bibliográfica na literata sobre essas bebidas.

Água destilada – A água destilada é considerada uma água pura, porém no processo de destilação da água. A
água entra em contato com o ar da atmosfera que possui gás carbônico que reage formando ácido carbônico,
o que dá um caráter ácido a água. Na amostra coletada no laboratório a água apresentou um caráter ácido
com o pH de 6,0.

Água da torneira – A água oriunda da rede de distribuição já passou por tratamento. Santos et.al (2018) em
pesquisa na região do município de Massaranduba – PB verificou que o pH da água distribuída nas escolas
era de 6,66 em média. Na amostra coletada na torneira do campus onde foi realizada a análise o valor médio
encontrado foi de 6,5.

Ácido clorídrico – É um ácido inorgânico forte, seu pKa é de -6,3. Isso significa que, em solução, o H+ dele é facil-
mente ionizável ficando livre na solução, fazendo com que o pH desta seja muito baixo (LORENA, 2006). O valor de
pH encontrado na nossa amostra de HCl 0,1% foi de 0,5.
3º SIMPIF

Hidróxido de sódio – Segundo Ferreira (2019) Essa substância é considerada uma substância química muito perigosa por ser
tóxica e reagir exotermicamente (liberando calor) com água, ácido e solventes polares, liberando vapor sufocante e corrosivo
e formando soluções fortemente alcalinas. A solução de NaOH 0,01 % demostrou ser uma solução fortemente alcalina com
um pH médio em 12.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 394


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Suco industrializado de laranja – O valor encontrado foi de 3. Este valor encontra-se dentro da faixa de pH
característica de frutas cítricas, que varia de 3,40 a 4,00. Sadler, Parish & Wicker encontraram valores de pH
de 3,52 e 3,78 em duas amostras de suco de laranja industrializado.

Limão - O resultado de pH obtido foi de 3,0. Pesquisa em polpa in natura de limão Tahiti apresentaram valores
próximos ao encontrado. Viana (2010) e Brighenti et al. (2011), que obtiveram resultados de 2,70 e 2,23
respectivamente, para sucos de limão.

Todos os resultados obtidos foram compatíveis com os expressos no rótulo, ou com valores encontrados na
literatura. Os refrigerantes empregados na pesquisa, demostraram um índice de pH ácido bastante elevado, o
que implica dizer que são altamente ofensivos para o funcionamento regular do organismo humano.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Após a conclusão das análises, considerou-se que o pH de todos os alimentos e
substâncias foi compatível com o que estava explicito no rótulo ou em pesquisas sobre as amostras. A partir
do estudo feito, tornou-se possível a comprovação de que alguns alimentos como o refrigerante de cola são
ofensivos a nossa saúde e outros como o leite de magnésio podem ser benéficos.

PALAVRAS-CHAVE: Análise. pH. Alimentos. Substâncias.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba


campus Campina Grande pelo constante incentivo às práticas de pesquisa e extensão. Às Coordenações dos
Cursos Técnicos em Química e Mineração e à Coordenação da Área de Ciências Exatas do campus pelas con-
tribuições prestadas durante a elaboração deste trabalho.

Referências
APHA. American Public Health Association. Standard methods for the examination ofwater and watwater,
21st ed. Washington, 2012.
BRASIL, Resolução RDC nº 13 do Ministério da Saúde. 2007. Diário Oficial da União, Brasília, 28 de fevereiro
de 2007.
BRIGHENTI, D. M. et al. Inversão da sacarose utilizando ácido cítrico e suco de limão para preparo de dieta
energética de Apis mellifera LINNAEUS, 1758. Ciência Agrotécnica, Lavras, v. 35, n. 2, p. 297-304, mar./abr.
2011.
CARDOSO, M; Leite de magnésia. Infoescola navegando e aprendendo. 2006. Disponível em https://www.
infoescola.com/compostos-quimicos/leite-de-magnesia. acessado em 14 de julho de 2019.
FERRIRA, V.R; Soda cáustica. Infoescola navegando e aprendendo. 2006. Disponível em https://www.infoes-
cola.com/compostos-quimicos/soda-caustica/. acessado em 14 de julho de 2019.
LORENA. S; ácido clorídrico. Infoescola navegando e aprendendo. 2006. Disponível em https://www.infoesco-
la.com/quimica/acido-cloridrico/ acessado em 14 de julho de 2019.
MORAIS, J; Departamento de Química e Instituto de Ciências Agrárias Mediterrânicas (ICAM). U n i v e r s i -
dade de Évora. 2016. Disponivel em http://www.videos.uevora.pt/quimica_para_todos/
3º SIMPIF

valor_ph.pdf
PENTEADO, J. C.; EL SEOUD, O. A.; CARVALHO, L. R. F. 2006. Alquilbenzeno sulfonato linear: uma abordagem
ambiental e analítica. Quim. Nova, 29:1038-1046.
SADLER, G.D.; PARISH, M.E.; WICKER, L. Microbial, enzymatic, and chemical changes during storage of fresh
and processed orange juice. Journal of Food Science, v. 57, n. 5, p. 1187-1191, 1992
SANTOS, J,S,I; SOUZA,G.R; SANTOS, J.E.V; SILVA FILHO,E.D; MADUREIRA,I.A;

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Desenvolvimento laboratorial através das análises físico-química de água das principais escolas da zona urba-
na do município de massaranduba – PB. V Conedu. Olinda – PE. 2018.
SOUTO, Y.S.M; LIMA, F.F; SILVA, G.A.S; NETO, J.F.S; ARAÚJO, A.S; Análises físico-
químicas de refrigerantes de cola e guaraná tradicionais e tipo zero. I Semana Acadêmica da Engenharia de
Alimentos de Pombal. UFCG, Pombal. 2011.
VIANA, D. S. Lima ácida (Citrus latifólia, Tanaka), cv. Tahiti, de cultivos convencional e orgânico biodinâmico:
avaliação da capacidade antioxidante dos sucos in natura e clarificados por membranas de microfiltração.
Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.
WHITE, J. Vinegar quality: legal and commercial standards. Process Biochemistry, London, p. 21 – 25, 1971.
YOUNG, R.T. O; The pH miracle (O Milagre do ph). 5 ed., New York, Editora New York, NY : Warner Books, 2002.

3º SIMPIF

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Caracterização físico-química da folha, das


Kássia Raffaela Roque Silva
[email protected] vagens verde e madura e da amêndoa madura de
Instituto Federal de Educação, Ciência e moringa para a elaboração de bebida de extrato
Tecnologia da Paraíba
hidrossolúvel de moringa com polpa de acerola
Edsania Princelânia Xavier Nezio
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. A Moringa oleifera é considerada uma planta de amplo
Bruno Alexandre Araújo Sousa espectro de ação e com grande potencial de uso múltiplo. Nos últimos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e anos, esta planta vem sendo alvo de estudos para sua utilização, par-
Tecnologia da Paraíba
tes ou o seu todo, por possuírem um alto valor nutricional, sobretudo
Dalany Menezes Oliveira como fonte de proteínas no suprimento alimentar humano (FRIGHET-
[email protected]
TO et al., 2007).
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Ao passo que, a acerola é um fruto tropical de grande potencial eco-
nômico e nutricional, principalmente, devido ao seu alto conteúdo de
vitamina C, associado à presença dos carotenóides e antocianinas,
destacando este fruto no campo dos alimentos funcionais. Além dis-
so, possui ainda, o sabor e aroma agradáveis (FREITAS et al., 2006).

A comparação dos extratos hidrossolúveis dos frutos e folhas da mo-


ringa ainda não é conhecida, se fazendo necessário o estudo de suas características e também dos benefícios
dos produtos derivados desse tipo de vegetal quando comparado aos extratos hidrossolúveis comerciais.

A saborização dos extratos hidrossolúveis dos frutos e folhas da moringa é necessária também para agregar
valor e melhorar as características sensoriais e nutricionais da bebida. A adição de frutos como a acerola que
apresenta uma alta produtividade e um não aproveitamento eficiente.

MATERIAIS E MÉTODOS. As folhas verdes, vagens verdes, vagens maduras e as amêndoas maduras de Mo-
ringa oleífera, provenientes de plantas da arborização do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
da Paraíba-Campus Sousa (IFPB-Campus Sousa), foram colhidas aleatoriamente pela manhã e encaminhadas
para o laboratório de Análise Físico-Química de Alimentos do referido Campus, para a realização dos testes
físico-químicos. Para a realização das análises, a folha verde e vagem verde (sem as amêndoas) foram secas
em temperatura de 65°C por 15 dias. Já a vagem madura (sem amêndoas) e as amêndoas maduras, as análi-
ses foram realizadas. Inicialmente, as amostras foram trituradas separadamente em liquidificador industrial.
As determinações umidade, proteína, lipídeos, cinzas, acidez total e Aw foram determinadas, conforme as
normas estabelecidas pelo Instituto Adolf Lutz (IAL, 2008). O teor de carboidratos foi obtido por diferença,
subtraindo-se de 100 o somatório das porcentagens de umidade, proteína, cinzas e lipídios.

Foram utilizados para a elaboração das bebidas seguintes insumos: Extrato do fruto e folha; Água destilada;
Açúcar cristal e Polpa de acerola. As etapas de elaboração estão descritas a seguir: Extratos da folha/fruto.
Os extratos foram desenvolvidos a partir da seguinte formulação 100g de folha para 200 ml água destilada, os
extratos das amêndoas foram desenvolvidos de 100g amêndoa para 500 ml agua destilada. Já a formulação
da bebida, para 450 ml do extrato da folha foram utilizados 54g de açúcar, 112,5g de polpa de acerola. Para
a bebida com adição do extrato da amêndoa forma utilizados 450 ml do extrato da amêndoa, 30g de açúcar,
62,5g de polpa de acerola.

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As análises relacionadas abaixo foram realizadas nos extratos da Moringa com polpa de acerola; nos dois
melhores ensaios das bebidas dos extratos hidrossolúveis dos frutos e folhas da Moringa, assim como nas
bebidas comercializadas. Umidade; Cinzas; Lipídios e Proteínas (IAL, 2008); pH: (AOAC, 1998); Acidez Total;
Sólidos Solúveis Totais (CARVALHO et al., 1990).

RESULTADOS. Uma baixa umidade foi observado, independente da parte estudada da planta, com o maior
valor em torno de 6,10% da vargem verde seca. De acordo com a literatura, para que não haja perda de quali-
dade nas folhas de Moringa estocadas num período superior a 5 meses, seu teor de umidade deve ser inferior
a 6%, o que pode ser estendido as outras partes da planta. Com relação a isso, existem vários métodos de
secagem, naturais ou artificiais, por alguma fonte de calor.

A determinação de proteínas nas 4 partes estudadas da moringa apresentou valores expressivos para a vagem
verde seca (11,92%), para a folha verde seca (12,90) e principalmente para a amêndoa madura, chegando
quase ao triplo das anteriores (35,89%). O teor de proteínas da vagem verde seca é bem superior ao da
vagem madura, indicando que o maior potencial proteico está na composição da vargem verde. A despeito
disso, Moura et al., (2010) reiteram que o conteúdo proteico das folhas pode variar de acordo com a idade
fisiológica e a origem botânica, com teores entre 20 a 25% da matéria seca. Além disso, o alto conteúdo de
proteínas (35,89%) encontrado nas amêndoas da Moringa oleifera as tornam uma excelente fonte proteica.
Possibilitando sua utilização como substitutos proteicos.

Quanto ao teor de lipídeos, os valores de 16,20 e 17,24% obtidos para as folhas verdes secas e amêndoas,
respectivamente, são próximos e superam os valores de 3,35 e 1,41% das vargens maduras e vargens verdes
secas, respectivamente.

Nos valores de cinzas, destaca-se o conteúdo das folhas verdes secas (18,40g/100g) obtendo um alto teor
de matéria inorgânica.

Os percentuais de carboidratos para as diversas partes da planta estudadas apontaram valores de 39,76%
a 80,90%, apresentando uma diferença de pouco mais de 100% entre a amêndoa e a vargem madura seca.
Segundo Marinelli (2016) quando há um alto teor de carboidratos, significa a possibilidade de a planta ser
potencialmente energética.

Nos resultados obtidos para a acidez, observou-se que nas vagens verdes secas e maduras secas e folhas
secas, esse parâmetro foi maior que na amêndoa madura. Quanto ao pH, os valores das vagens sejam verdes
secas (5,37) ou maduras secas (5,74), apresentam-se inferiores ao da folha verde seca (5,93) e, principal-
mente a amêndoa madura (6,04).

Os resultados da atividade de água (Aw), estão dentro da faixa estabelecida para alimentos seco. Estes valores
de atividade de água foram mais altos nas análises “in natura” (0,48 e 0,53) do que nas análises das amostras
secas (0,30) por causa do teor de água existente na amostra que não sofreu desidratação, com exceção da
3º SIMPIF

folha verde seca com valor de 0,48.

Já com relação aos valores de pH encontrados das bebidas com adição do extrato hidrossolúvel da folha e da
amêndoa variam de 4,71 a 3,51, respectivamente, ficando abaixo dos extratos puros, possivelmente pela bai-
xa acidez da polpa de acerola. A acidez variou de 4,23 a 6,59%, sendo maior na bebida com adição do extrato
da amêndoa, quando comparado com o extrato puro da folha apresenta uma acidez maior. Avalia-se que esse
valor tenha aumentado por conta da adição da polpa de acerola.

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Os valores de proteínas tiveram uma variação de 1,25 a 4,09, sendo o com extrato da amêndoa apresentando
maior teor. Este valor se deve ao alto teor de proteínas existente na amêndoa pura não havendo alteração com
a adição da polpa de acerola.

Os carboidratos foram da ordem de 7,18 a 10,58 %, com maior concentração na bebida com o extrato da
folha, a decorrência dessa diferença está na própria folha que apresenta um valor de carboidratos maior que
o da amêndoa.

Os valores de lipídios de 0,061 a 2,16%, sendo maior na bebida com extrato da amêndoa, em função da
própria amêndoa apresentar um valor maior de lipídios do que a folha, não havendo interferência da polpa
de acerola. Os valores descritos para as bebidas com adição do extrato da folha e extrato da amêndoa foram
menores comparados ao extrato puro, isso pode ter acontecido com a adição da polpa de acerola, indicando
que com a adição da polpa os valores nutricionais da Moringa oleífera tendem a diminuir. Na caracterização
físico-química de bebidas com adição de extratos de soja.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. As folhas, vagens verdes e maduras e as amêndoas da moringa, por apresentarem
alto valor nutricional podem ser aproveitadas para o desenvolvimento de novos produtos, como a sua utiliza-
ção como matéria-prima para formulação de bebidas, como por exemplo, o extrato hidrossolúvel de folhas e/
ou amêndoas.

PALAVRAS-CHAVE: Vegetal; valor nutricional; folhas; aproveitamento.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal de Ciência e Tecnologia, pelo apoio financeiro.

Referências
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS - AOAC. Association of Official Analytical Chemists. Offi-
cial method of analysis of AOAC international. 16. ed. Arlington. v. 1, 1998.
CARVALHO, C. R. L. et al., Análises químicas de alimentos. Campinas, Instituto de Tecnologia de Alimentos,
1990. 9p.
FREITAS, C. A. S.; MAIA, G. A.; COSTA, J. M. C.; FIGUEIREDO, R. W.; SOUSA, P. H. M. Acerola: produção, compo-
sição, aspectos nutricionais e produtos acerola: production, composition, nutritional aspects and products. R.
Bras. Agrociência, Pelotas, v. 12, n. 4, p. 395-400, 2006.
FRIGHETTO, R. T. S.; FRIGHETTO, N.; SCHNEIDER, R. P.; FERNANDES LIMA, P. C. O Potencial da Espécie Moringa
oleifera (Moringaceae). I. A Planta como Fonte de Coagulante Natural no Saneamento de Águas e como Su-
plemento Alimentar. Revista Fitos, Vol.3, Nº02, 2007.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. IAL.Métodos físico-químicos para análise de alimentos. ed. 5. MS: Brasília, ANVISA.
2008, p. 1018.
MARINELLI, P. S. Flours Moringa (Moringa Oleífera Lam) and Ora-pro-nobis (Pereskica aculeata Mill): Functio-
nal Biomaterials. 2016. 59f. Thesis (Graduate Program in Science and Technology of Mateials). UNESP, Faculty
of Sciences Bauru, 2016.
3º SIMPIF

MOURA, A. S.; FARIAS, V.; SOUZA, A. L. G.; OLIVEIRA JUNIOR. A. M.; SILVA, G.F. Estudo da eficiência de méto-
dos de obtenção de concentrados protéicos a partir de Moringa (Moringa oleifera Lamarck). In: ENCONTRO
NACIONAL DE MORINGA, 2010, Aracaju. Resumos... Aracaju, 2010.

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Maria Cecília dos Santos Gomes


Determinação das propriedades
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
físico-químicas de águas saborizadas
Tecnologia da Paraìba preparadas com suco de frutas do
Maria Eduarda Câmara Soares agreste paraibano
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraìba
INTRODUÇÃO. O interesse por produtos alimentícios saudáveis e
Patrícia Santos Cunha nutritivos tem aumentado mundialmente. O uso dos alimentos como
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e promoção do bem-estar e saúde e, ao mesmo tempo, como redutor
Tecnologia da Paraìba
dos riscos de algumas doenças, tem incentivado as pesquisas de no-
Hanniman Denizard Cosme Barbosa vos componentes naturais e o desenvolvimento de novos ingredien-
[email protected]
tes, possibilitando a inovação em produtos alimentícios e a criação
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraìba de novos nichos de mercado (MATSUBARA, 2001).Os benefícios da
ingestão de água saborizada são muitos e estão associados ao ali-
mento escolhido para acrescentar à bebida(ENDO et al., 2009). É
neste contexto que se verifica o aumento do consumo de bebidas
não alcoólicas e não carbonatadas, tais como sucos (prontos, con-
centrados, entre outros), chás e águas. Esta última categoria, ape-
sar da simplicidade do sabor, demonstra um surpreendente mercado
consumidor, com o volume consumido pelos brasileiros (FOLLAK et al., 2017).Tendo em vista a importância
da ingestão de água, e levando em consideração as modificações que ocorrem durante o envelhecimento no
organismo humano, torna-se interessante utilizar diferentes metodologias que incentivem o consumo desta,
como por exemplo, as águas saborizadas (FOLLAK et al., 2017). As águas aromatizadas, ou saborizadas, como
também podem ser chamadas, constituem-se em uma alternativa para hidratação do organismo que combina
água com o frescor e os nutrientes de frutas, legumes, ervas e condimentos utilizados em seu preparo. É uma
bebida refrescante e pode ser consumida ao longo do dia, tornando-se uma ótima alternativa para quem tem
dificuldade de beber água pura. Tendo como objetivo principal a determinação das propriedades fisico-quimi-
cas das bebidas preparadas nesta pesquisa.

MATERIAIS E MÉTODOS. Os materiais utilizados para a preparação das águas saborizadas foram águas gasei-
ficadas disponíveis no mercado local, polpas de sucos naturais de maracujá, uva e acerola, as mesmas foram
obtidas através de mercados na cidade de Esperança/PB. As proporções de cada suco, empregadas na ela-
boração das misturas foram de 5% de suco de Maracujá ( 5 ml de suco de maracujá/100ml de gaseificada);
2,5% de suco de Uva (2,5mL de suco de uva/100ml gaseificada); e 2,5% de suco de Acerola (2,5ml de suco de
acerola/100ml de gaseificada). Tais proporções foram determinadas através de ensaios preliminares, toman-
do-se como critérios as quantidades que normalmente são adicionadas às águas comercializadas atualmente.

Determinação do pH

Para determinação do pH foram utilizados béqueres de 50 e 150 mL, proveta de 100 mL, pHmetro, e agitador
magnético. Os reagentes para calibração do equipamento foram soluções-tampão de pH 4,7 e 10. A calibra-
ção do equipamento e determinação do pH, ocorreu á de acordo com as instruções do manual do fabricante.

Determinação da densidade

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Para determinação da densidade foram utilizados picnômetros de vidro Gay-Lussac sem termômetro, com
volume de calibração de 100 mL da marca Prolab.

Determinação das cinza

Para determinação das cinzas foram utilizadas provetas de 100 mL para medição dos volumes e cápsulas de
porcelana de 150 mL para evaporação e ignição em mufla. A temperatura de evaporação foi de 95 ºC por 24
horas e ignição foi de 550ºC por 24 horas.

Determinação da acidez

Para determinação da acidez foram utilizadas proveta de 50 mL, frasco Erlenmeyer de 125 mL, bureta de 25
mL, balança analítica, espátula metálica e pipetas volumétricas de 1 e 10 mL. Para titulação foi utilizado o
indicador fenolftaleína e titulante uma solução solução de hidróxido de sódio 0,1 M. Foram tituladas amostra
de bebidas de 10 mL para cada amostra acrescida de 50 mL de água destilada, e 4 gotas de fenolftaleína. A
titulação ocorreu com solução de hidróxido de sódio 0,1 até coloração rósea.

RESULTADOS. Os resultados que foram obtidos através das análises, correspondente ao pH foram aproxima-
damente 6,4 para o maracujá, 6,8 para uva e 6,6 para acerola, o que vale ressaltar que a diferença existente
entre os valores das amostras se dá por causa do nível de acidez da fruta utilizada no dia.

No caso das análises correspondente a acidez, que foram aproximadamente 0,94 g/100g de ácido para o
maracujá, 0,64 g/100g de ácido para uva, e 1 g/100g de ácido para a acerola além do nível médio da acidez
de cada fruta, vale ressaltar que a diferença existente entre os valores das amostras se dá por causa do nível
de acidez da fruta utilizada no dia.

Em relação aos resultados das cinzas, foram obtidas equivalente 34 mg/L para o maracujá, 38 mg/L para uva,
e 40 mg/L para a acerola. Pode-se observar que as cinzas da bebida feita com a fruta acerola foi mais alta em
relação às demais frutas analisadas.

Para finalizar, foram obtidos os resultados da densidade, na qual equivale 1,01g/ml para o maracujá, 1g/ml
para uva, e 1g/ml para a acerola. vale ressaltar que o valor da densidade aumentou por causa do suco de
fruta que foi adicionado dentro da água, consequentemente aumentando sua densidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Este projeto de pesquisa teve o intuito de determinar os parâmetros físico-químicos
das águas saborizadas feitas a partir dos sucos das frutas encontradas na nossa região, se tornando uma al-
ternativa saudável e refrescante para ser ingerida no decorrer do dia. Pode ser observar que o níveis de acidez
das bebidas feitas com a polpa de acerola e maracujá se mostraram superiores ao da feita com a polpa de uva,
pois o nível de acidez da mesma é inferior aos das demais, entretanto vale ressaltar que os nível de cinzas da
mesma se mostra superior aos das outras. Contudo o valor da densidade das bebidas se altera no caso do
maracujá, onde sua densidade se mostra um pouco superior ao das outras frutas utilizadas nesta pesquisa, já
3º SIMPIF

que suas densidades se mostram iguais, todavia os níveis do pH das bebidas se mostra quase neutro, tendo
poucas variações, sendo assim, a bebida é própria para o consumo.

PALAVRAS-CHAVE: Água Saborizadas. Frutas. Saudáveis.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal de Ciência, Tecnologia e Educação da Paraíba(IFPB),


Campus Esperança, e ao seu corpo docente por nos ter dado a oportunidade de iniciar esta pesquisa, arcando
com metade dos custos do nosso projeto, assim como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 401


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Tecnológico(CNPq), que bem como o IFPB, arcou com a outra metade dos custos tornando este projeto de
pesquisa possível. Queremos agradecer também ao nosso coordenador, Hanniman Denizard Cosme Barbosa
pelo seu apoio, confiança e dedicação, pois sem ele esta pesquisa não seria possível.

Referências
ENDO, É. et al. Caracterização do mercado consumidor de “água aromatizada”: hábitos e motivações para o
consumo. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 29, n. 2, 2009. ISSN 0101-2061.
FOLLAK, N. C. et al. ÁGUAS AROMATIZADAS COMO ALTERNATIVA SAUDÁVEL: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Salão
do Conhecimento, v. 3, n. 3, 2017. ISSN 2318-2385.
MATSUBARA, S. Alimentos Funcionais: uma tendência que abre perspectivas aos laticínios. Revista Indústria
de Laticínios, São Paulo, v. 6, n. 34, p. 10-18, 2001.

3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 402


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
SETOR DE ALIMENTOS
PROCESSAMENTO DE LEITE E DERIVADOS

Patrícia Santos Cunha


Determinação dos parâmetros físico-
[email protected]
Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da
químicos de bebida de soja saborizada
Paraíba - Campus Esperança com suco de frutas
Hanniman Denizard Cosme Barbosa
[email protected]
Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da
Paraíba - Campus Esperança
INTRODUÇÃO. O interesse por produtos alimentícios saudáveis e nu-
Maria Eduarda Câmara Soares tritivos tem aumentado mundialmente. O uso dos alimentos como
[email protected]
Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da promoção do bem-estar e saúde e, ao mesmo tempo, como redutor
Paraíba - Campus Esperança
dos riscos de algumas doenças, tem incentivado as pesquisas de no-
Maria Cecília dos Santos Gomes vos componentes naturais e o desenvolvimento de novos ingredien-
[email protected]
tes, possibilitando a inovação em produtos alimentícios e a criação
Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da
Paraíba - Campus Esperança de novos nichos de mercado (Matsubara, 2001). Outro aspecto im-
portante é o alto valor nutricional e que apresentem benefícios para
a saúde humana a curto, médio e longo prazo têm sido usados como
matéria-prima no desenvolvimento de novos produtos alimentícios
(Bicudo et al., 2012). Dentre os produtos de origem vegetal com po-
tencial no desenvolvimento de novas bebidas destaca-se o extrato
hidrossolúvel de soja, popularmente denominado de leite de soja, de-
vido às suas características químicas e nutricionais que o qualificam como um alimento funcional. Além da
qualidade de sua proteína, a soja e seus derivados podem ser utilizados de forma preventiva e terapêutica no
tratamento de doenças cardiovasculares, câncer, osteoporose e sintomas da menopausa(Pereira et al., 2009).
O projeto elaborou as bebidas a base do extrato hidrossolúvel de soja da marca ades juntamente a polpas de
fruta adquiridas no mercado local. Além de determinar os parâmetros equivalentes a densidade, acidez, cinzas
e o pH de todas.

MATERIAIS E MÉTODOS. Foram elaboradas três bebidas a base do extrato hidrossolúvel de soja com polpas
de frutas variadas (Goiaba, maracujá e uva), todas adquiridas em mercado local. Em seguida foram realizados
diversos testes nos quais as quantidades de cada item foram exploradas, buscando as medidas que conside-
raríamos adequadas para cada uma.

Além disso o projeto determinou os parâmetros físico-químicos de três bebidas de soja saborizadas com fru-
tas. A metodologia consistiu na apresentação de certos parâmetros contidos nos líquidos, tais como o pH, a
densidade, as cinzas e a acidez. Para a execução dessa atividade foi necessário a seleção de três tipos distin-
tos de frutas, como também do extrato hidrossolúvel de soja.

As proporções de cada suco, empregadas na elaboração das misturas foram de 20 (vinte) gramas de polpa
de fruta para cada 150 (cento e cinquenta) ml do extrato hidrossolúvel de soja. Tais proporções foram deter-
minadas através de ensaios preliminares, tomando-se como critérios as quantidades que normalmente são
adicionadas às bebidas de soja comercializadas atualmente.

Após a produção das bebidas, realizamos o segundo objetivo do projeto, a determinação das propriedades
físico-químicas das mesmas. Para isso, foram realizados experimentos em laboratório para obter resultados
equivalentes ao pH, acidez, densidade e cinzas.

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Para a determinação do pH foram utilizados béqueres de 50 e 150 mL, proveta de 100 mL, pHmetro, e agita-
dor magnético. Os reagentes para calibração do equipamento foram soluções-tampão de pH 4,7 e 10. A cali-
bração do equipamento e determinação do pH, ocorreu de acordo com as instruções do manual do fabricante.

Na determinação da densidade foi-se necessário a utilização de picnômetros de vidro Gay-Lussac sem termô-
metro, com volume de calibração de 100 mL da marca Prolab.

Para o caso da determinação das cinzas foram utilizadas provetas de 100 mL para medição dos volumes e
cápsulas de porcelana de 150 mL para evaporação e ignição em mufla. A temperatura de evaporação será de
95 ºC por 24 horas e ignição será de 550ºC por 24 horas.

Já para a determinação da acidez utilizamos proveta de 50 mL, frasco Erlenmeyer de 125 mL, bureta de 25
mL, balança analítica, espátula metálica e pipetas volumétricas de 1 e 10 mL. Para titulação foi necessário o
indicador fenolftaleína e titulante uma solução solução de hidróxido de sódio 0,1 M. Foram tituladas amostra
de bebidas de 10 mL para cada amostra acrescida de 50 mL de água destilada.e 4 gotas de fenolftaleína. A
titulação ocorreu com solução de hidróxido de sódio 0,1 até coloração rósea.

RESULTADOS. Os resultados obtidos nas análises equivalentes ao pH foram aproximadamente 6.9 para a goia-
ba, 6.6 para a uva e 6.5 para o maracujá.Como percebe-se a goiaba mostrou-se mais ácida que a uva e que o
maracujá. Todas as três frutas apresentam um um nível de pH levemente ácido.

Já os resultados equivalentes as cinzas foram de aproximadamente 45 mg/l para a goiaba, 60 mg/l para a
uva e 40 mg/l para o maracujá. Nota-se que a amostra de bebida de soja realizada com a polpa de uva apre-
sentou mais cinzas do que as amostras de bebida de soja realizadas com as polpas de maracujá e de goiaba.

Os dados referentes a acidez das bebidas foram de aproximadamente 1 g/100g, tanto para a goiaba como
para a uva e de 0.94 g/100g para o maracujá. Podemos notar que todas as amostras mostraram-se ácidas,
contendo um nível muito semelhante entre as amostras compostas de polpa de uva e polpa de goiaba, con-
tendo uma diferença maior apenas com a amostra feita com a polpa de maracujá.

Por fim temos os resultados referentes a densidade de todas as bebidas, sendo eles aproximadamente 1 g/
ml para a goiaba e para a uva, e 1.01 g/ml para o maracujá. Percebe-se que as três amostras apresentadas
possuem um grau de densidade muito semelhante, destacando-se o maracujá que apresenta uma densidade
maior em relação às demais frutas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A bebida de soja produzida juntamente com a polpa de uva apresentou um resul-
tado maior de cinzas em relação às demais bebidas, além de possuir um nível superior de acidez, juntamente
com a goiaba, em comparação com a bebida feita com polpa de maracujá. Em contrapartida temos o maracujá
que mostrou-se superior somente ao compararmos as densidades, na qual apresentou um nível maior em re-
lação às outras bebidas. Por fim temos a goiaba, a qual apresentou um nível maior na comparação do pH, além
3º SIMPIF

da comparação entre o grau de acidez, na qual apresentou o mesmo resultado que a uva, como já foi citado.
Esse foi o único resultado em que obtivemos valores iguais.

PALAVRAS-CHAVE: Bebida de soja. Frutas. Parâmetros.

AGRADECIMENTOS: A todos os funcionários do IFPB - Campus Esperança por todo apoio e por proporciona-
ram um ambiente propício para o desenvolvimento do meu trabalho. Ao meu orientador Hanniman Denizard
Cosme Barbosa por todo apoio e paciência ao longo da elaboração desse projeto. Agradeço aos meus pais

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PROCESSAMENTO DE LEITE E DERIVADOS

Maria das Neves Santos Cunha e José Benício da Cunha, que me deram apoio e incentivo nas horas difíceis.
Também gostaria de deixar um agradecimento especial ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico por possibilitar a execução deste trabalho científico.

Referências
BICUDO, M. O. P. et al. Elaboração e caracterização de bebida fermentada à base de extrato hidrossolúvel de
quinoa com polpa de frutas. Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos, v. 30, n. 1, 2012.
ISSN 1983-9774.
MATSUBARA, S. Alimentos Funcionais: uma tendência que abre perspectivas aos laticínios. Revista Indústria
de Laticínios, São Paulo, v. 6, n. 34, p. 10-18, 2001.
PEREIRA, M. O. et al. Elaboração de uma bebida probiótica fermentada a partir de extrato hidrossolúvel de
soja com sabor de frutas The making of a probiotical fermented drink from soybean water soluble extract with
fruit flavor. Ambiência, v. 5, n. 3, p. 475-487, 2009. ISSN 2175-9405.

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PROCESSAMENTO DE LEITE E DERIVADOS

Antonio Aldo de Oliveira Junior


Indicação Geográfica como
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
fortalecimento para cultura da “Carne
Tecnologia da Paraíba de sol de Picui-PB”
Frederico Campos Pereira
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. O Brasil com seu tamanho continental, tem uma poten-
Everton Pereira Pontes cial cultura e produtivo gigantesco, com isso gera uma gama de pos-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e sibilidades de negócios e desenvolvimento. Em algumas regiões do
Tecnologia da Paraíba
Brasil é possível identificar potencialidades na fabricação de alguns
produtos e prestação de serviços, produtos estes que tem sua origem
geralmente em arranjos familiares que são tradicionais em sua locali-
dade e região, produtos diferenciados que muitas vezes são típicos de
sua localidade e sua qualidade está enraizada aquela região específica.

Modos de preservação e proteção dessa cultura e desse mercado


são buscados cotidianamente através das mais diversas estratégias,
entre elas a Indicação Geográfica (IG) vem sendo uma ferramenta
importante quanto a proteção do produto e da cultura da região. Pro-
dutos que sejam diferenciados pela sua qualidade e territorialidade encontram aporte em produtos regionais
e de tradição, combinando a cultura e a natureza expressada nestes (WILKINSON, 2006).

O modo de busca de anterioridade tem por objetivo antecipar e influenciar a prospecção e transferência de
tecnologia para inovação, logo a busca se detém a métodos desenvolvidos de maneira inovadora garantindo
a forma de produção e idealização da tecnologia, tornando-se assim a busca como um ato mais simples de
fomentar a prospecção (ALICE, 2017).

Sua importância se dá pelo auxílio aos pesquisadores da área, a fim de suprir a demanda de registros, auxilia
também a contabilizar trabalhos de forma mais simples e clara, facilitando a análise dos dados e influenciando
nos moldes de registros seja de marca ou de patentes (RUSSO et al, 2012).

As formas de buscas de anterioridade se baseiam em análises de patentes, registros de marca, trabalhos aca-
dêmicos e técnico científicos, pois são fontes principais das buscas, sendo considerado de grande importância
para o acesso aos registros sobre a presente inovação ou trabalhos realizados de forma inovadora (INPI, 2017).

Segundo Quintella; Torres (2011), O processo de prospecção é fundamental quando requer o registro de uma
patente ou uma marca, logo, ele é iniciado pela busca de anterioridade, para ter acesso as tecnologias ou ati-
vidades já existentes, com tudo, se tratam de um modo simples, mas importante, seja ele no meio acadêmico
ou empresarial.

Com tudo, a definição das hipóteses se trata da aplicação da indicação geográfica da carne de sol e sua im-
portância ao fator econômico e social, de maneira simples, o registro implica na valorização mercadológica e
cultural do produto como uma fonte de reconhecimento e patrimônio imaterial de Picuí-PB, para garantir essa
simbologia perante aos parâmetros de registro se fez necessário a busca, atentando-se à hipóteses justifica-
das como métodos para elaboração do registro da carne de sol de Picuí-PB.

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MATERIAL E MÉTODO. Respeitando os parâmetros de busca regidos pelo INPI a pesquisa dos registros de IG
foi feita nos buscadores e plataformas registradas. A pesquisa estende aos trabalhos acadêmicos e históricos
de registros relacionados ao patrimônio imaterial, uma vez que prospectados, a análise dos resultados foi
contabilizada e registrada em tabelas. De modo simples as tabelas se detêm aos registros de marca, traba-
lhos acadêmicos e registros relacionado a IG, desse modo a pesquisa se torna mais objetiva em relação a sua
prioridade.

Obedecendo aos métodos utilizados em registros da busca de anterioridade as pesquisas foram realizadas nos
seguintes buscadores e obedecendo a seguinte ordem: Os buscadores que utilizam as formas de registro com
trabalhos acadêmicos foram os Periódico Capes, Google Acadêmico e a plataforma SciELO, já os registros de
IG foram contabilizados apenas pelo INPI devido a objetividade da busca.

A fim de valorização das buscas utilizou-se o método de diferenciação conhecido como booleano, logo, a pes-
quisa por sua vez deverá ser influenciada fazendo parte da pesquisa como fonte de afunilamento e referência
para novas buscas, diante disso ocasiona uma redução no número de resultados, fazendo com que a pesquisa
melhore suas hipóteses.

RESULTADOS. Os resultados foram Caracterizados da seguinte forma: no buscador Periódico Capes as pala-
vras-chave: carne de sol 5 resultados, regionalismo nenhum resultado, tecnologia 48 resultados e inovação 1
resultado, de acordo com o Google acadêmico os resultados foram: Carne de Sol 1.400 resultados, Regiona-
lismo 417, Tecnologia 8, Inovação 6 e na plataforma SciELO onde se estabelece os resultados de artigos e pe-
riódicos foram obtidos os seguintes resultados: Carne de Sol 12, Regionalismo 209, Tecnologia 1 e Inovação
56, demonstrando uma gama de resultado que causa pouca influência com o propósito do trabalho, conside-
rando a introdução dos booleanos na forma de pesquisa, influenciando a busca de forma relativa, sendo con-
siderada a hipótese de influência do trabalho nos moldes de registros estabelecido pela indicação geográfica.

Os resultados apresentados acima tiveram como objetivo analisar as buscas referente as palavras chaves des-
tacando a sua ligação com o tema de indicação geográfica, influenciando o registro de maneira simples, com
tudo, não sofrendo alterações independentemente dos resultados, aumentando assim a chance de um novo
registro e contabilizando as palavras em relação com o tema.

De acordo com a busca realizada no buscador INPI não apresentou nenhum resultado pela (IG) Indicação
Geográfica Carne de sol de Picuí-PB, uma vez que utilizado apenas essa plataforma para realização da bus-
ca não apresentando resultados, o valor significativo da pesquisa foi direcionada a questão geográfica, não
sofrendo nenhuma influência sobre a pesquisa deve-se ressaltar a importância dos booleanos, por sua vez
levantando a hipótese de que não houve resultado sendo a busca significativa para o tema proposto e viabili-
zando o registro de indicação geografia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Conclui-se que a Indicação Geográfica da “Carne de Sol de Picuí” pode ser subme-
3º SIMPIF

tida à registro considerando a marca e a produção, com isso a proteção da origem e representação regional
poderá ser defendida como um patrimônio imaterial da cidade de Picuí-PB, tendo sua produção em evidencia
para comemorações regionais, nomeação do trabalho e consumo da carne de sol, tudo isso é representado
quanto a conclusão do registro de Indicação Geográfica, a busca de anterioridade teve sua representação
significativa levando em consideração as diretrizes e parâmetros estabelecidos pela a mesma, a indicação
geográfica da carne de sol representa um passo importante tendo como base o regionalismo e a origem da
procedência do produto afim de estabelecer o interesse comum em relação as condições de produção e via-

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bilizar as festividades tradicionais da comunidade com isso reivindicando a base da importância regional da
carne de sol de Picuí-PB.

PALAVRAS-CHAVE: Palavras-chave: Carne de Sol. Regionalismo. Tecnologia. Inovação.

Referências
ALICE – Sistema de Análise de Informações de Comércio Exterior (Alice Web) [2017]. Disponível em: & lt;ht-
tp://aliceweb.mdic.gov.br&gt ;.Acesso em: 20. mar. 2019.
GOOGLE ACADEMICO Buscar, gooogle acadêmico, Disponível em: <https://scholar.google.com.br> Acesso
em: 21. mar. 2019.
Indicação Geográfica, Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) Disponível em: https://gru.inpi.gov.
br, Acesso em: 21. mar. 2019
PERIODICO CAPES Buscar, periódico capes, Disponível em: <http://www.periodicos.capes.gov.br> Acesso em
20.mar. 2019.
Prospecção tecnológica [Recurso eletrônico on-line] / organizadora Núbia Moura Ribeiro. – Salvador (BA):
IFBA, 2018. 194 p., grafs., figs., tabs. – (PROFNIT, Prospecção tecnológica; V.1) Disponível em: http://www.
profnit.org.br/pt/livros-profnit/ Acesso em 20. mar. 2019.
QUINTELLA, C. M.; TORRES, E. A. Gestão e Comercialização de Tecnologia. Capacitação de Inovação Tecno-
lógica para Empresários. 1. ed. Aracaju, SE: Editora da UFS, 2011. v. 1, p. 225-242.
RUSSO, S. L. et al. Propriedade Intelectual. In: RUSSO, Suzana. Leitão; SILVA, Gabriel Francisco da; NUNES,
Maria Augusta Silveira Neto. (Org.), Propriedade Intelectual. 2 ed.São.
SciELO Busca, scielo, Disponível em: <http://www.scielo.org>, Acesso em: 21. mar. 2019.
WILKINSON, John. A renegociação do espaço rural por atores tradicionais, movimen-
tos sociais e ONG’s. In: Seminário Reformas del Estado, Movimientos Sociales y Mundo
Rural en el Siglo XXI en América Latina. México, nov. 2006.

3º SIMPIF

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SOLUÇÕES CIENTÍFICAS E TECNOLÓGICAS
VOLTADAS À EAD

Fábio de Albuquerque Silva


Aumentando a acessibilidade em
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
ambientes virtuais de aprendizagem
Tecnologia da Paraíba para pessoas com necessidades
Natanael Guedes da Silva Neto específicas
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Cada vez mais os alunos estão motivados para as tec-
nologias da informação e comunicação e menos motivados para os
métodos tradicionais de ensino. Por isso, para conseguir cumprir a
missão de formar os alunos, o professor deve adaptar os seus méto-
dos de ensino para o uso das novas tecnologias (Vilatte, 2005 apud
CARVALHO, 2008, p.17). Ainda que não fosse pelo potencial que
oferece para uso em atividades educacionais, a Web 2.0 chegaria à
sala de aula de qualquer maneira, trazida pelos próprios estudantes
nativos digitais. Marc Prensky (2001, p.1, apud TORI, 2010, p.218)
é o criador dos conceitos “nativos digitais” e “imigrantes digitais”.
Para ele, os atuais estudantes, nativos digitais, são ensinados por
imigrantes digitais que possuem “sotaque” e cultura trazidos da era
pré-internet. Neste sentido, a sala de aula pode se utilizar do espaço
virtual proporcionado pelos ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) para promover a socialização do co-
nhecimento e ultrapassar de vez as barreiras físicas, sociais, étnicas, espaciais e temporais que podem limitar
o alcance da Educação dentro de uma sala de aula presencial. Sua utilização – AVAs – tem o potencial de
expandir a sala de aula tradicional para além dos limites físicos e temporais das aulas presenciais, tornando
o conhecimento compartilhado disponível a qualquer pessoa, inclusive às que possuem necessidades espe-
cíficas, em qualquer hora e lugar, com acesso à Internet. Desta forma, aumentando a acessibilidade em AVAs
através do uso de aplicações da Web2.0 voltado para auxiliar pessoas com necessidades específicas, pode
contribuir fortemente para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem deste grupo de alunos, tanto na
Educação Presencial quanto a Distância. Neste sentido, nossa pesquisa tem como objetivo principal desenvol-
ver um guia de boas práticas, em formato de minicurso a distância, para utilização das aplicações da Web2.0
em Ambientes Virtuais de Aprendizagem, com foco no aumento da inclusão e interatividade entre conteúdo,
professor e alunos, principalmente, pessoas com necessidades específicas (PNEs), como: deficientes visuais,
auditivos ou com dificuldades de mobilidade nos membros superiores.

MATERIAIS E MÉTODOS. No período de Junho a Setembro de 2019, realizamos uma pesquisa sobre Acessibi-
lidade Digital na internet em busca de periódicos, artigos, sites, eventos, aplicativos e software relacionados à
acessibilidade. Dessa pesquisa, foi derivado um mapa mental que nos deu uma visão mais abrangente sobre
a área de interesse da nossa pesquisa, o que nos levou a estruturá-la nas seguintes categorias: Normas de
Acessibilidade, Deficiência Auditiva, Deficiência Visual e Mobilidade Reduzida. Em relação às normas de Aces-
sibilidade, estudamos as Diretrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web (WCAG, do inglês Web Content
Accessibility Guideline) e o Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico- eMAG.

Na categoria Deficiência Auditiva, avaliamos os softwares Vlibras, Handtalk, Aprendizado Acessível – Lead.
Já na categoria Deficiência Visual, utilizamos o NVDA (NonVisual Desktop Access), o Aprendizado Acessível
– Lead e o TalkBack; e, para Mobilidade Reduzida avaliamos o Essential Accessibility, HeadMouse e o Virtual

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VOLTADAS À EAD

Keyboard. A partir do conhecimento das normas de acessibilidade (WCAG e eMAG), dos softwares disponíveis
e das necessidades das pessoas com alguma deficiência (auditiva, visual ou motora), em especial ao utilizar
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs), elaboramos uma guia de boas práticas, voltados a professores e
tutores da EaD, visando a conscientização destes profissionais para tornar os cursos nos AVAs mais acessíveis
para as Pessoas com Necessidades Específicas (PNEs).

RESULTADOS. Como resultado da execução do projeto foi desenvolvido um guia de boas práticas para melho-
rar a cessibilidade em Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) para pessoas com necessidades específi-
cas – PNEs. O guia possui 19 recomendações para tornar os AVAs mais acessíveis. Entretanto, devido à limi-
tação de laudas deste resumo expandido, apresentamos abaixo apenas as 7 (sete) principais recomendações
do guia, conforme segue:

• Oferecer um título descritivo e informativo à página

O título da página deve ser descritivo e informativo, devendo representar o conteúdo principal da página já
que essa informação é a primeira lida pelo leitor de tela. O título é informado pelo elemento TITLE e deve
preferencialmente seguir a estrutura [assunto principal da página] – [nome do sítio ou sistema] sem palavras
extras, ou recursos estilísticos.

• Descrever links clara e sucintamente

O destino de cada link deve ser identificado claramente, informando se o link remete a outro sítio. Além disso,
é preciso que o texto do link faça sentido mesmo sem o contexto da página. É preciso tomar cuidado para não
utilizar a mesma descrição para dois ou mais links com destinos diferentes, assim como, links para o mesmo
destino devem ter a mesma descrição.

• Fornecer alternativa em texto para as imagens do site

Uma descrição para as imagens da página deve ser fornecida, utilizando-se o atributo ALT da tag IMG do
HTML. No caso de banners e outras imagens que reproduzam informação textual, o ideal é reproduzir o texto,
explicitamente, e a descrição deve ser adaptada ao contexto em que a imagem se encontra.

• Fornecer alternativa para vídeo

Uma alternativa sonora ou textual deve acompanhar vídeos que não incluem faixas de áudio. Para vídeos que
contêm áudio falado, devem ser fornecidas legendas e, desejável, alternativa na Língua Brasileira de Sinais
(Libras). Além de essencial para pessoas com deficiência visual, a alternativa em texto também é importante
para usuários que não possuem equipamento de som ou que desejam apenas realizar a leitura do material.

• Fornecer alternativa para áudio

É ideal que todo áudio gravado tenha uma transcrição descritiva e suporte em libras para os surdos, dispo-
3º SIMPIF

nibilizado através de um link, como alternativa de texto, que deve aparecer logo após o conteúdo em áudio.

• Oferecer audiodescrição para vídeo pré-gravado

Vídeos que transmitem informação visual não disponível na faixa de áudio devem ter uma audiodescrição, que
consiste na descrição clara e objetiva de todas as informações apresentadas de forma visual e que não fazem
parte dos diálogos.

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• Fornecer instruções para entrada de dados

Para conteúdo que exigir entrada de dados por parte do usuário, instruções de preenchimento juntamente
com as etiquetas (elemento LABEL) facilitam a vida do usuário. Para quem enxerga, é mais fácil visualizar os
campos obrigatórios, já para os usuários que necessitam de leitores de telas, o atributo ALT do HTML é indis-
pensável, visto que, é por meio dele que os leitores de telas realizam a leitura para o usuário.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A partir do guia de boas práticas, foi disponibilizado um minicurso de 4 horas vol-
tado a professores da educação a distância e tutores da EaD, internos e da comunidade, para divulgação das
boas práticas para utilização das aplicações da Web2.0 em AVAs para pessoas com necessidades específicas
(PNEs). Tornar a aprendizagem prazerosa é uma tarefa difícil com os métodos tradicionais. Prover um guia de
boas práticas para utilização de recursos e ferramentas de acessibilidade digital em ambientes virtuais pode
ser um início ou mesmo um fôlego novo na tarefa de tornar o processo de ensino- aprendizagem mais leve,
dinâmico e inclusivo.

PALAVRAS-CHAVE: Acessibilidade digital. WCAG. eMAG. Pessoas com necessidades especiais. Deficiente vi-
sual. Deficiente auditivo. Pessoa com mobilidade reduzida.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos à PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, INOVAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO e à DIRE-


TORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E PROJETOS ESPECIAIS do IFPB pelo apoio no desenvolvimento desta pes-
quisa através do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica para Projetos de Pesquisa, Inovação,
Desenvolvimento Tecnológico e Social voltados para a Educação a Distância.

Referências
1. Prensky, M. “Digital Natives, Digital Immigrants”, em On The Horizon, 9 (5), NCB University Press, 2001, p. 1.
2. Villate, J. E-learning na Universidade do Porto Caso de Estudo: Física dos Sistemas Dinâmicos 2004/2005.
II Workshop E-learning da Universidade do Porto, 2005.
3. (W3C), World Wide Web Consortium. Recomendações de acessibilidade WCAG 2.0. Disponível em: <http://
emag.governoeletronico.gov.br/cursoconteudista/desenvolvimento-web/ recomendacoes-de-acessibilidade-
-wcag2.html>. Acesso em: 13 set. 2019.
4. (eMAG), Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico. Recomendações de acessibilidade / eMAG. Dis-
ponível em: <http://emag.governoeletronico.gov.br/cursoconteudista/desenvolvimento- web/recomenda-
coes-de-acessibilidade-emag.html>. Acesso em: 13 set. 2019.
5. Batista, Michel Vieira et al. (2017) “Acessibilidade em Ambientes Virtuais de Aprendizagem para Pessoas
com Deficiência Visual Através do uso de Softwares Leitores de Tela”, Anais do WCF, Vol 4 , pp 47 – 54.
3º SIMPIF

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

André Luiz Firmino Alves


Aplicando técnicas de processamento
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de linguagem natural em textos de
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí mídias sociais relacionados ao Instituto
Danielly Rayanne Macedo Lima Federal da Paraíba
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
INTRODUÇÃO. O crescente uso dos serviços oferecidos na internet e
Raissa Ohana Fernandes Oliveira e Silva os seus usuários geram uma enorme quantidade de informação. Os
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e usuários contribuem ativamente com o seu conteúdo por meio das
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí
aplicações, colaborando assim para a formação de uma inteligência
Álvaro Getúlio Lima Medeiros coletiva (O’REILLY, 2007). Essa Web 2.0 proporcionou uma prolifera-
[email protected]
ção de informação não estruturada utilizando principalmente as redes
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Picuí sociais, trazendo assim novos desafios e oportunidades na busca e na
recuperação da informação (EIRINAKI ET AL., 2012). Compreender o
que as pessoas estão pensando ou suas opiniões é fundamental para
a tomada de decisões, principalmente no contexto em que as pessoas
expressam seus comentários de forma voluntária no intuito de coo-
perar umas com as outras. A análise de sentimentos ou mineração
de opinião, é o campo de estudo que a partir de textos em linguagem
natural, analisa opiniões, sentimentos, avaliações, atitudes e emoções de pessoas em relação à  produtos,
serviços, organizações, entre outros (LIU, 2015). Aplicações de análise de sentimentos no ramo dos negócios
buscam analisar os pontos positivos e negativos das empresas ou de seus produtos relatados pelos clientes
(LIU e HU, 2004). Atualmente no Brasil, predomina-se uma discussão quanto aos investimentos do governo
na educação, em especial, com a anunciação do contingenciamento de recursos financeiros pelo Ministério da
Educação, atingindo todo o sistema federal de ensino e elevando os discursos favoráveis ou não ao modelo do
ensino gratuito. Nas mídias sociais, esses discursos são igualmente propagados através das temáticas abor-
dadas nos movimentos sociais com surgimentos de “hashtags”, a exemplo de #TiraAMaoDoMeuIF, em que evi-
dencia o discurso favorável a investimentos na educação, contrapondo com #MeuFilhoNaoVai, que defende o
contingenciamento de recursos financeiros do Governo Federal na rede pública de ensino. Tais temas acabam
dominando as mídias sociais, tornando-se os assuntos mais comentados durante os movimentos sociais. Ana-
lisar individualmente cada uma das opiniões emitidas nas mídias sociais é uma tarefa demorada. Assim, diante
da importância de compreender as opiniões das pessoas, esta pesquisa busca analisar as reações da popu-
lação referente à atuação dos Institutos Federais de Educação.  O norte da pesquisa é a coleta e análise das
opiniões das pessoas nas mídias sociais de forma automática para responder às seguintes problemáticas: É
possível construir um classificador de sentimentos capaz de distinguir um texto da mídia social em positivo
e negativo? Se sim, como é a distribuição de sentimentos positivos e sentimentos negativos propagados nas
mídias sociais? Há mais interações (“likes”, respostas e compartilhamentos) nas mensagens com sentimentos
positivos ou negativos? Considerando as interações nessas mensagens há mais concordâncias ou discordân-
cias de sentimentos com a mensagem postada? As respostas a esses questionamentos possibilitam uma com-
preensão mais precisa das opiniões dos cidadãos nas mídias sociais, especificamente verificando a opinião da
população sobre os Institutos Federais. 

MATERIAIS E MÉTODOS. Esta pesquisa é de natureza quantitativa, visto que pretende quantificar os senti-
mentos da população expressos através de textos em mídias sociais, mas também perpassa por uma pesquisa

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

qualitativa, ao passo que análise de sentimentos em textos apresenta um viés subjetivo. O trabalho iniciou
com coletas de textos de mídias sociais, a exemplo do Twitter (www.twitter.com), contendo informações cor-
relatas com a temática da educação e em particular ao Instituto Federal da Paraíba. Esta busca de textos
está sendo realizada de forma automática através de um crawler (que é um robô rastreador de rede capaz de
coletar dados da rede mundial, no caso da pesquisa, coletando os tweets de forma automática) desenvolvido
para coletar as informações textuais por um período de 6 meses. Para desenvolver o crawler foi utilizado lin-
guagem de programação Python juntamente com as bibliotecas tweepy e selenium. Em paralelo com a coleta
de dados a equipe está estudando algoritmos de aprendizagem de máquina, com o objetivo de implementar
classificadores de textos. A análise qualitativa iniciará após o término da coleta dos textos, a fim da rotulação
de uma base de treinamento que será utilizada para a análise do sentimento na base de testes. Uma com-
paração dos resultados dos diversos classificadores implementados deverá ser realizada e o que obtiver os
melhores resultados, segundo as métricas de avaliação escolhidas, serão utilizados para classificar os demais
textos coletados com o objetivo de analisar e sumarizar as opiniões da população em relação ao IFPB. Uma
vez que todos os textos estejam classificados (rotulados) com os devidos sentimentos, a equipe irá analisar os
resultados para obter as respostas das perguntas-problemas desta pesquisa.

RESULTADOS. A pesquisa encontra-se no início de sua execução e os pesquisadores já se depararam com


desafios inerentes à arte da pesquisa. O desenvolvimento do crawler foi o primeiro resultado obtido pela
equipe e, dessa forma, os dados oriundos de mídias sociais, especificamente do Twitter, já estão sendo cole-
tados. Houve uma tentativa na utilização da API do Twitter para facilitar a obtenção dos tweets, no entanto,
as opções de pesquisa da API não permitem localizar tweets após 7 (sete) dias da data de envio. Então, foi
necessário a utilização das bibliotecas tweepy e selenium para criação de um crawler que realiza a navegação
automática da página de pesquisa do Twitter e coleta os dados segundo os critérios de pesquisa desejados.
Os critérios de busca dos tweets utilizados foram: 1) tweets enviados desde o dia 14 de maio de 2019 até
o dia 13 de agosto de 2019; e 2) tweets que contêm pelo menos um dos seguintes termos: “#TiraAMaoDo-
MeuIF”, “#MeuFilhoNaoVai”, “#TsunamiDaEducação”, “#30M” “#Marolinha13Agosto”, “Tsunami13Agosto”,
etc. Outros critérios de busca estão sendo analisados pela equipe de pesquisadores com o objetivo de obter o
máximo de dados relevantes para a pesquisa. Todos os dados coletados até o presente momento estão em um
arquivo JSON, onde os identificadores dos tweets estão sendo armazenados em um arquivo csv para análise.
O crawler desenvolvido tem também a funcionalidade de obter todas informações contidas em cada tweet,
tais como usuário, data de criação, quantidade de retweets e respostas, etc. Até o momento o crawler coletou
aproximadamente 100.000 tweets. A partir dos tweets já coletados, foram selecionados, de forma aleatória,
2.000 tweets para rotulação manual dos sentimentos com o objetivo de criar a base de treinamento e testes
dos algoritmos de classificação. Atualmente a equipe está estudando algoritmos de classificação de texto e a
próxima etapa é a implementação desses algoritmos utilizando a base de treinamento rotulada para avaliação
e comparação dos desempenhos dos algoritmos. Definido o melhor classificador de sentimento para os dados
coletados, todos os sentimentos contidos nos tweets serão identificados e sumarizados para responder às
3º SIMPIF

questões problemas da pesquisa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O objetivo da análise de sentimentos é extrair a opinião e o conhecimento subjeti-


vo de textos online, formalizar esse conhecimento descoberto e analisá-lo para uso específico. O estudo em
questão visa uma análise do Instituto Federal da Paraíba, comparando os sentimentos que expressam as opi-
niões dos usuários. A primeira etapa da pesquisa, que está associada com o desenvolvimento de um crawler
para a coleta automática de dados foi finalizada. Os próximos passos seguem com análise qualitativa dos da-
dos para então estudar e desenvolver algoritmos de aprendizagem de máquina capaz de analisar e classificar

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os sentimentos expressos pelo usuário. Com esta pesquisa, espera-se possibilitar uma análise automática dos
textos em mídias sociais para a compreensão dos sentimentos da sociedade relativos à educação e especifi-
camente ao Instituto Federal da Paraíba.

PALAVRAS-CHAVE: Análise de sentimentos. Aprendizagem de máquina. Processamento de Linguagem Natural.

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB e ao CNPq/PIBIC-M pelo apoio a esta pesquisa de iniciação científica.

Referências 
EIRINAKI, Magdalini, PISAL, Shamit, SINGH, Japinder. Feature-based opinion mining and ranking. Journal of
Computer and System Sciences, Vol 78, Issue 4, 1175–1184, 2012 .
HU, Minging, LIU, Bing. Mining and summarizing customer reviews. In: Proceedings of the Tenth ACM SIGK-
DD International Conference on Knowledge Discovery and Data Mining, KDD ’04, ACM, New York, NY, USA,
2004,pp. 168–177.
LIU, Bing. Sentiment Analysis: Mining Opinions, Sentiments, and Emotions. Cambridge University Press,
2015, 384p.
O’REILLY, Tim. What Is Web 2.0: Design Patterns and Business Models for the Next Generation of Software.
Communications & Strategies, Vol 1, Issue 65, Pages 17-37, 2007.

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Taysa Tamara Viana Machado


Aplicativo e website como auxílio no
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
processo de ensino e aprendizagem no
Tecnologia da Paraíba curso de edificações
Joyce da Silva Pinheiro
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. A rápida e expressiva expansão e propagação do Ins-
Jhuan Vinicius Alves Costa tituto Federal da Paraíba (IFPB) beneficiou muitos municípios parai-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e banos com a qualidade do ensino, porém um conjunto de dificuldades
Tecnologia da Paraíba
financeiras também fez parte desse processo. Assim, a falta equipa-
Vinícius Santos de Oliveira mentos e materiais necessários para a execução das atividades ex-
[email protected]
perimentais no ambiente de laboratório é uma realidade no campus
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba Guarabira e em outros campi. Nessa perspectiva, os laboratórios de
aprendizagem apresentam-se como ambientes de ensino das disci-
plinas de ciências e possuem grande potencial para a introdução de
tecnologias. Diversos estudos exploram esses espaços que se mos-
tram importantes para despertar o interesse no desenvolvimento de
pesquisas. A falta de recursos para a construção desses laboratórios
é um impedimento para a realização das aulas práticas, entretanto é
uma motivação para a criação de novas ferramentas didáticas (AMARAL et al., 2011). Nesse contexto, a mo-
tivação para a estruturação desta pesquisa surge a partir das experiências de aulas práticas com turmas do
ensino técnico integrado ao médio de edificações no IFPB, no laboratório de materiais de construção civil. Ve-
rifica-se que existe uma ausência de pesquisas voltadas para o desenvolvimento de ferramentas pedagógicas,
Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC), que auxiliem o processo de ensino e aprendizagem
para alunos do ensino médio na área da construção civil, assim tem-se como consequência a dificuldade para
a elucidação dos conhecimentos científicos teóricos e a prática experimental. O processo de ensino e aprendi-
zagem pode ser aperfeiçoado através de várias maneiras, tanto com a formação de professores como através
da utilização de tecnologias. Embora as ferramentas tecnológicas não sejam a solução de todos os problemas
educacionais, elas têm importância por contribuir como auxílio no caminho de aprendizagem do indivíduo
(MASETTO, 2000). Desse modo, com o intuito de complementar a ação docente e a estratégia de ensino no
laboratório de materiais de construção civil, surge, pois, o seguinte questionamento: quais ferramentas edu-
cativas digitais podem ser aplicadas nos laboratórios de materiais de construção civil? Como levar este conhe-
cimento aos estudantes de ensino médio e atraí-los na continuação dos estudos na área da construção civil?
Propõe-se o desenvolvimento de um website e um aplicativo interativo para dispositivos móveis, com diversas
funções que reproduzam o ambiente do laboratório real, possibilitando o acesso aos mais diversos conteúdos
relacionados a área da construção civil e ao laboratório de materiais de construção, podendo ser acessado
em qualquer localidade e ser uma ferramenta de apoio para as aulas práticas realizadas no decorrer do curso.

MATERIAIS E MÉTODOS. O caminho metodológico seguido iniciou investigando as Tecnologias Digitais da


Informação e Comunicação (TDIC) disponíveis e aplicadas na educação. Em especial ao ensino médio inte-
grado em edificações, no processo de ensino e aprendizagem da disciplina de materiais de construção civil.
Nesse contexto, a importância de estudos sobre o uso de TDIC como ferramenta educacional e auxílio na
aprendizagem revela a necessidade de se ampliarem as pesquisas sobre esse tema. Está sendo pesquisado
a relação entre as TDIC com o despertar da crítica científica e o estímulo para percepção para a resolução

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de problemas da prática profissional. Além disso, está sendo feita a análise dos experimentos realizados no
laboratório de materiais de construção civil, assim como as informações técnicas de cada material através de
seus fabricantes, representantes e bibliografias. Os materiais, serão submetidos aos ensaios de caracteriza-
ção e padronização de qualidade normatizados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Como
também é realizado um estudo sobre os conteúdos abordados na disciplina de materiais de construção civil,
ofertada no curso técnico de edificações. Durante o projeto está sendo desenvolvido um website e um aplica-
tivo para dispositivos móveis como uma ferramenta de laboratório de aprendizagem, que contenham recursos
digitais como, acesso às normas analíticas da ABNT, padrões exigidos pela legislação brasileira, bibliografias
gratuitas da área da construção civil, simuladores de experimentos, vídeos, roteiros das análises relativas
aos ensaios com materiais de construção, materiais didáticos, vídeos relacionados com os temas das aulas,
opção de interatividade entre alunos, monitores e professores, links interessantes ligados à área, opiniões,
busca de palavras-chave e a equipe de criação e desenvolvimento. Os estudantes vão ter uma ferramenta para
desenvolver ações de descrição, reflexão e depuração de ideias. Esta ferramenta está sendo elaborada por
uma engenheira civil, técnica em laboratório, ex-aluna da instituição, orientada por uma docente que ministra
aulas nessa área e em parceria com estudantes de cursos técnicos em informática e edificações do próprio
campus Guarabira. Este aplicativo oferecerá flexibilidade, uma vez que o aluno poderá utilizá-lo em casa, no
ambiente de trabalho ou mesmo na unidade acadêmica nas horas vagas. O aplicativo é codificado em blocos,
por ser uma maneira fácil de rápido desenvolvimento para pequenos projetos. Para a criação da interface grá-
fica e dos códigos, é necessário um computador com uma boa configuração e placa de vídeo. Para a criação
do aplicativo é utilizado o Android Studio, por possuir um ambiente de desenvolvimento completo, bastando
apenas que o computador esteja conectado à internet, sendo sua implementação totalmente feita através do
navegador web. O website é desenvolvido com auxílio de ferramentas gratuitas disponíveis.

RESULTADOS. A pesquisa complementa a ação docente na disciplina técnica e contribui para minimizar pro-
blemas relativos à falta de alguns equipamentos no laboratório de materiais de construção civil que dificultam
a prática dos experimentos. A execução do projeto beneficia os estudantes através do contato direto com fer-
ramentas digitais e com as práticas de laboratório que despertam interesse pelo desenvolvimento da ciência e
tecnologia bem como no conhecimento sobre os materiais de construção civil e nos estudos para caracteriza-
ção e descoberta de novos materiais. São as práticas experimentais tecnológicas que auxiliam na caracteriza-
ção dos materiais, através de investigações nas suas propriedades físicas, químicas e mecânicas. Os materiais
de construção podem ser caracterizados de diversas formas, o conhecimento das suas propriedades permite
a escolha do material que corresponda as condições exigidas em cada situação de aplicação, conhecendo-se
as suas limitações e vantagens. Nesse contexto, a observação da necessidade de novas propostas didáticas
para o ensino no laboratório de materiais de construção possuindo como diferencial no projeto a possibilidade
do acesso em qualquer localidade por meio do website e do aplicativo, através de smartphones, tablets ou
computador, aos conteúdos discutidos no laboratório da Instituição.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A princípio, se beneficiarão do projeto, o campus de Guarabira, porém todos os


3º SIMPIF

campi do IFPB que ofertam o curso técnico integrado ao médio em edificações, como Campina Grande, Caja-
zeiras, Catolé do Rocha, Guarabira, Itaporanga, João Pessoa, Monteiro, Patos, Picuí, Princesa Isabel, poderão
ser beneficiados. Contudo, participam ativamente na execução do projeto o campus Guarabira, através da
composição da equipe com a professora e a técnica de laboratório que elaboram este projeto com a participa-
ção de discentes de cursos técnicos em edificações e informática. Além disso, tanto os alunos como a institui-
ção serão beneficiados com publicações científicas na área. A divulgação dos resultados deve ter abrangência
local, regional e até nacional por meio de publicação de artigos em periódicos.

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PALAVRAS-CHAVE: TDIC. Aplicativo. Website. Materiais de Construção.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos a Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (PRPIPG) do Insti-


tuto Federal da Paraíba (IFPB), que através da Chamada Interconecta nº 01/2019, apoia no desenvolvimento
desta pesquisa.

Referências
AMARAL, Érico M. H.; et al. Laboratório virtual de aprendizagem: uma proposta taxonômica. Renote – Revista
Novas Tecnologias na Educação. Porto Alegre, v. 9, n. 2, jul. 2011. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/index.
php/renote/article/view/24821/14771>. Acesso em: 22 jun. 2019.
MASETTO, Marcos T. Mediação pedagógica e o uso da tecnologia. In: MORAN, José Manuel; BEHRENS, Marilda
Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 19. ed. São Paulo: Papirus, 2000. P. 133-173.

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Daniel Santos Silva Júnior


Calibração de potência recebida em
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
rádios definidos por software
Tecnologia da Paraíba

Wanderson Hermirio dos Santos


[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Dispositivos de rádio desenvolvidos com hardware
Jeronimo Silva Rocha tradicional limitam a funcionalidade interativa e só podem ser modi-
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e ficados através de intervenção física dos dispositivos, o que resulta
Tecnologia da Paraíba
em maiores custos de produção e baixa flexibilidade no suporte de
Paulo Ribeiro Lins Júnior múltiplas formas de onda. Uma solução para esse problema é o uso
[email protected]
de Rádios Definidos por Software (Software Defined Radio - SDR), que
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba permitem que dispositivos sem fio possam ser aprimorados aplicando
upgrades de software (CABRAL; LINS JÚNIOR; ROCHA, 2019). Os SDR
processam sinais por meio de um software, permitindo o desenvolvi-
mento de várias soluções envolvendo algoritmos de decisão (ORO-
FINO, 2017). Porém, nas aplicações de SDR, levanta-se um ques-
tionamento em relação à confiabilidade dos valores coletados pelos
dispositivos e, por esse motivo, em algumas situações é necessário
fazer a calibração de medidas no SDR, como a sua potência de transmissão ou de recepção.

MATERIAIS E MÉTODOS. Os SDR apresentam uma arquitetura geral simples, composta por uma antena, o
front-end de Rádio Frequência (RF), conversores analógico-digital (CAD) e digital-analógico (CDA), e um am-
biente de processamento que pode ser um computador ou, por exemplo, um FPGA (Field Programmable Gate
Array ) (BIMBI; OLIVEIRA; BEDICKS, 2015). O front-end de rádio usado neste trabalho foi o HackRF (OSS-
MANN, 2017), que é um front-end capaz de transmitir ou receber sinais de rádio na faixa de 1MHz a 6GHz. A
plataforma de software usada para o desenvolvimento do SDR foi o GNU Radio, que consiste em um frame-
work de código aberto. Com o objetivo de permitir ao usuário criar aplicações de forma simplificada, o GNU
Radio conta com um ambiente gráfico GNU Radio Companion (GRC), que possui blocos de processamento
que garantem total compatibilidade com o HackRF (GURJÃO, 2013). Para avaliar os valores reais de potên-
cia medidos no conjunto formado pelo HackRF e GNU Radio, é necessário ter uma estimativa das perdas do
conjunto experimental. Para isso, conectou-se a saída de um gerador de sinais Agilent N9310A, por meio de
um cabo coaxial, com a entrada de um analisador de espectro Agilent N9320B. Gerou-se um sinal senoidal
com -60dBm de potência. Esse conjunto permitiu observar os valores de perda de potência provenientes do
cabo e conectores usados, variando os valores de frequência na faixa de 100MHz a 2GHz. Para as medições
dos valores de potência recebida, foi criado um fluxograma usando o GRC, para observar os valores em cada
frequência. O gerador de sinais foi conectado à entrada do HackRF. No GRC foram configurados os ganhos de
RF e IF (Frequência Intermediária) em 20 e 10 dB, respectivamente, totalizando um ganho de 30 dB.

RESULTADOS. Observou-se nos resultados a necessidade do uso de um fator de correção nas medidas de po-
tência recebida, de modo que a partir da medida observada no GNU Radio, possa se obter uma medida apro-
ximada do valor real de potência. De posse dos valores observados no SDR e no analisador, foi calculada sua
diferença, chamada neste texto de fator de correção, para cada frequência estudada. A partir desses dados,
por meio de uma regressão linear foi possível aproximar esse fator para uma função linear da frequência. Des-

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sa forma é possível aplicar o fator de correção da potência recebida adequado, somando o fator encontrado
ao valor medido por meio do SDR.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os valores de potência observados mostram a necessidade de um fator de correção


para medidas de potência recebida. Os dados obtidos permitiram, aproximar uma função linear com o objetivo
de calcular o fator de correção necessário para obtenção do valor real de potência, permitindo desenvolver
rádios definidos por software com maior grau de confiança. É necessário testar, ainda, se essa correção é rela-
tiva ao front-end ou ao software usado e se, em outros casos desses componentes do SDR, o fator de correção
também varia com a frequência.

PALAVRAS-CHAVE: Rádios Definidos por Software. Calibração de Medidas de Potência. GNU Radio.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem pelo fomento provido pela Chamada Interconecta 2019, que pro-
piciou a realização deste trabalho. Também ao grupo de pesquisa GComPI por fornecer a estrutura técnica e
apoio na realização dos experimentos.

Referências
BIMBI, J. S.; OLIVEIRA, V. C. de; BEDICKS, J. G. Rádios Definidos por Software com Aplicações GNU Radio.
Revista de Radiodifusão, v. 9, n. 10, 2015.
CABRAL, Y. K. S; LINS JÚNIOR, P. R.; ROCHA, J. S. Proposta de Arcabouço Experimental para Rede de Sensoria-
mento Espectral usando Rádio Definido por Software. Revista Principia - Divulgação Científica e Tecnológica
do IFPB, [S.l.], n. 44, p. 88-99, abr. 2019. ISSN 2447-9187. Disponível em: <http://periodicos.ifpb.edu.br/
index.php/principia/article/view/1946>. Acesso em: 04 set. 2019.
GURJÃO. E.C. Introdução ao GNU Radio. Revista de Tecnologia da Informação e Codificação, v.3, n.1, 2013.
OROFINO, G. B. A. Implementação de um analisador de espectro utilizando o conceito rádio definido por
software (SDR). Monografia (Bacharelado em Engenharia de Telecomunicações), Universidade Federal Flumi-
nense - UFF, 2017.
OSSMANN. M. HackRF One. 2017. Disponível em: <https://github.com/mossmann/hackrf/wiki/HackRF-O-
ne>. Acesso em: ago. 2019.

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Amanda Kelly Cordeiro Accioly


Desenvolvimento de um algoritmo para
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
detecção de região de interesse dotada
Tecnologia da Paraíba – Campus Monteiro de eflorescência em blocos cerâmicos
Gabriel Aragão Batista
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Monteiro
INTRODUÇÃO. O bloco cerâmico, apesar de ser vulnerável a ações
Julierme Silva de Araujo tanto externas, quanto internas, como é o caso da eflorescência, é
[email protected]
atualmente um dos principais materiais utilizados na construção civil.
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Monteiro Essa manifestação patológica dá-se por meio de sais solúveis presen-
tes no interior das peças que podem afetar desde a estética, até a es-
Gardênia Marinho Cordeiro
[email protected] trutura da edificação causando desconforto, aceleração do processo
Instituto Federal de Educação Ciência e de deterioração de materiais, diminuição das condições de habitabili-
Tecnologia da Paraíba – Campus Monteiro
dade, condições insalubres, perda de vestígios históricos ou redução
da segurança estrutural (GONZAGA et al.,2016). Causada em geral,
no processo de fabricação, as eflorescências sucedem dos compostos
salinos que possuem a capacidade da sua cristalização ou dissolução
quando expostos à água (BEZERRA et al., 2012). Seja essa exposição
oriunda da variação do nível de umidade do ar, ou mesmo derivada do
solo, onde por capilaridade, penetra o bloco e a solução aquosa ao evaporar, faz com que os sais cristalizem
em seu exterior, formando assim, manchas esbranquiçadas com aparência empoeirada ou semelhante a cros-
tas rígidas e de difícil remoção. Mesmo a construção civil sendo uma da área que absorve grande parte dos
trabalhadores no Brasil, algumas tarefas podem ser inviáveis para serem feitas por humanos, apesar de ter
experiência na área. É assim com o diagnóstico referente a ensaios feitos de acordo com a norma ASTM C67-
13. A análise feita por humanos após o ensaio não possui precisão com relação a presença, tampouco a por-
centagem de eflorescência nas amostras, já que as informações obtidas são de caráter não-quantitativo, ou
seja, a avaliação está propensa a falhas colocando em risco seus resultados (ASTM, 2013). O desenvolvimento
de um algoritmo capaz de detectar a presença e a região da eflorescência nos blocos, além de determinar sua
porcentagem, fornece um grande aperfeiçoamento no diagnóstico das amostras. Para mais, a elaboração do
mesmo acarreta em uma boa base para projetos futuros envolvendo inteligência computacional buscando pa-
drões relacionados a possíveis causas da eflorescência, auxiliando os fabricantes na solução desse problema.

MATERIAIS E MÉTODOS. O Processamento Digital de Imagens (PDI) é um conjunto de técnicas e métodos


que têm a finalidade de tornar sistemas computacionais aptos a identificar e extrair informações a partir de
imagens, podendo ser dividido em cinco principais etapas: aquisição (obtenção da imagem usando algum
dispositivo); pré-processamento (melhoramento da imagem); segmentação (identificação de objetos e/ou
região de interesse); pós-processamento (correção de possíveis falhas na etapa anterior); extração de carac-
terísticas (parte quantitativa do processo, extração de dados) e classificação(baseia-se no reconhecimento
de padrões, atribuindo um significado para um conjunto de objetos reconhecidos). A importância da análise
digital da imagem por um algoritmo de PDI é dada em muitas situações, visto que o sistema de visão humana
é falho, já que normalmente não possui a capacidade de processar todo o volume de informações contidas em
uma imagem. A OpenCV (Open Source Computer Vision Library) é uma biblioteca multiplataforma de código
aberto voltada para o desenvolvimento de softwares na área de PDI, Visão Computacional e Aprendizagem de
Máquina. Com ela é possível executar processos de PDI, por exemplo, a segmentação (OPENCV, 2019). O ob-

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 420


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jetivo da etapa de segmentação é distinguir a área de interesse da imagem, que tem como saída uma imagem
binária subdividida em múltiplas regiões a partir de pixels contíguos seguindo um critério, onde a precisão dos
resultados dessa fase, implica diretamente no sucesso ou falha do procedimento (OPENCV, 2019). A aborda-
gem de segmentação utilizada neste trabalho, e uma das principais técnicas de distinção de objetos do fundo
da imagem na qual se encontram, é denominada de Binarização ou Limiarização. Fundamentada na análise de
similaridade, uma das propriedades básicas de valores de níveis de cinza, permite a separação de grupos de
pixels representando regiões de interesse (pixels brancos de valor 0) e regiões de desinteresse, por exemplo,
o fundo da imagem (pixels pretos de valor 1) usando a seleção de um ou mais limiares (GONZALEZ;WOODS,
2008). Observa-se a aplicação desta técnica como áreas dotadas de eflorescência na cor branca e o restante
da face do tijolo na cor preta. O primeiro passo foi realizar um levantamento de documentos relevantes já
publicados na área, elaborando um acervo bibliográfico composto de livros, artigos, documentações e demais
materiais que componham o estado da arte, destacando os principais temas: Python; Visão Computacional;
Processamento de Imagens; e OpenCV. Após isso, foram elaboradas técnicas para o desenvolvimento de algo-
ritmos em uma plataforma desktop, na qual foram efetuados os primeiros testes com as técnicas de PDI. O uso
da linguagem Python que é multiplataforma faz com que o sistema possa ser adaptado a qualquer ambiente.
Os algoritmos foram desenvolvidos em uma IDE (Integrated Development Environment) propícia para a lingua-
gem de programação Python utilizando a biblioteca do OpenCV que conta com funções de tratamento de ima-
gens, processamento e visão computacional. Metodologias desenvolvidas para a elaboração de sistemas de
visão baseiam-se em sua maioria na premissa de que inicialmente necessita-se realizar o reconhecimento de
objetos existentes em imagens para que em seguida ocorram transformações destes objetos em informações
que serão processadas e utilizadas pelo controlador. Em seguida, foi a aquisição da imagem a partir de uma
câmera, onde os pixels de cada imagem colorida capturada em RGB são formados pela intensidade de cores
primárias aditivas, como o azul (B - Blue), verde (G - Green) e vermelho (R - Red). Sucessivamente realiza-
mos operações matemáticas de técnicas de pré-processamento. O pré-processamento consiste na aplicação
de métodos específicos que facilitam a detecção de um objeto como, por exemplo, destaque de contornos,
bordas ou formas geométricas. A detecção da região dotada de compostos salinos é uma fase importante da
metodologia que será realizada após o estudo das técnicas de PDI, sendo o passo seguinte ao pré-processa-
mento. Na fase de segmentação, a técnica de binarização foi usada para gerar uma imagem binarizada, com
conjuntos de pixels referentes à área de interesse e outros, ao fundo da imagem. Mas, a imagem resultante
da segmentação não foi a mais adequada quando comparada ao mundo real. Por isso, a etapa de pós-pro-
cessamento será realizada em seguida, corrigindo quaisquer possíveis defeitos e gerando uma imagem apta
a fornecer informações mediante a fase de extração de características que dará início a parte quantitativa de
todo o processo que será finalizada com a fase de classificação dos dados obtidos, baseando-se na busca por
padrões nos mesmos.

RESULTADOS. A aplicação de técnicas de PDI diretamente na imagem fruto do espectro visível mostrou-se
uma abordagem ineficiente e não aconselhável, pois não foi possível estabelecer um limiar que definisse com
3º SIMPIF

exatidão a região de interesse, Com pequenas alterações no limiar, a área de eflorescência se expandía ou
contraía. Ainda não foi definido qual espectro eletromagnético será utilizado ou se será realizada uma aná-
lise multiespectral. Atualmente testes então sendo realizados em imagens oriundas da eflorescência sendo
exposta a radiação UV, onde observou-se que o comportamento fluorescente da eflorescência diante do UV,
favorecerá a definição da região com patologia. Quanto mais destacada a região de interesse estiver no ato
da captura, maior será a acurácia na definição desta. O próximo passo é analisar o comportamento da eflo-
rescência diante da radiação Infravermelha Próxima (NIR). Talvez a absorção da radiação NIR, pela patologia,

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promova uma disseminação energética que favoreça a captação desta por meio de uma câmera sensível ao
IR, o que poderia contribuir com o aumento da precisão do algoritmo de detecção de eflorescência em faces
de corpos cerâmicos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. É evidente a presença da eflorescência nos blocos cerâmicos fabricados no muni-
cípio de Monteiro-PB. Esta patologia coloca em risco edificações e os respectivos moradores da região. Com
o avanço do algoritmo, a detecção dessa patologia toma um nível quantitativo capaz de atualizar a forma de
análise atual.

PALAVRAS-CHAVE: Eflorescência. Binarização. Processamento Digital de Imagens. Região de Interesse.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos à Pró-Reitoria de Pesquisa Inovação e Pós-Graduação (PRPIPG) do IFPB


por viabilizar o estudo necessário para o desenvolvimento do Sistema de Auxílio ao Motorista proposto neste
trabalho.

Referências
ASTM. ASTM C 67-13. 2013.
BEZERRA, A. P. L. et al. Ensaio de Eflorescência Baseado na norma da ASTM C 67-92a.p. 1–5, 2012.
GONZAGA, L. B. T. et al. Análise das Composições dos Blocos Cerâmicos Influentes na Eflorescência. n. 1382,
p. 1382–1393, 2016.
GONZALEZ, R. C.; WOODS, R. E. Digital image processing. [s.n.], 2008. 976 p. ISSN10833668. ISBN 0132345633.
Disponível em: <https://books.google.com/books?id=lDojQwAACAAJ{\&}pgi>.
OPENCV. OpenCV. 2019. Disponível em: <https://opencv.org/about.html>.

3º SIMPIF

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Gesoaldo Oliveira Guimarães


Desenvolvimento de um sistema para a
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
gestão arquivística de documentos do
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa campus João Pessoa
Fausto Véras Maranhão Ayres
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. De uma maneira geral, o Instituto Federal de Edu-
Mardônio Lacet dos Santos Junior cação Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB)/Campus João Pessoa
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e tem produzido muitos documentos acadêmicos no formato impres-
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
so, oriundos das atividades de ensino, pesquisa, extensão e assis-
tência estudantil de alunos e ex-alunos, através, principalmente, de
processos protocolados e arquivados, o que os tornam documentos
arquivísticos da instituição, segundo (CONSELHO NACIONAL, 2006,
pg. 9). Eventualmente, esses documentos são consultados para aten-
der demandas internas e externas, como é o caso de ex-alunos que
buscam uma segunda via do diploma ou de alunos que buscam decla-
rações sobre participação em projetos de pesquisa ou de extensão.
Em alguns casos, a consulta ao acervo pode demorar várias semanas
devido a fatores como acessibilidade física deficiente. Neste sentido,
a permanência do acervo no formato impresso resulta na dificuldade de busca que está limitada a ação física
de procurar centenas de processos em dezenas de caixas, contrariando a prerrogativa de fácil acesso e pronta
consulta da Portaria MEC nº 1.224/2013 (BRASIL, 2013) e da Resolução CONSUPER 177/2015 (INSTITUTO
FEDERAL..., 2015), que institui normas sobre a manutenção e guarda do acervo acadêmico das Instituições
de Educação Superior (IES) do sistema federal de ensino e regulamenta a política de manutenção e guarda
do acervo acadêmico no âmbito do IFPB, respectivamente. Assim como, possa contrariar o Decreto nº 7.724,
de 16 de maio de 2012, que regulamenta a Lei nº 12.527 de 2011 de Acesso à Informação, quando assegura
“[...] às pessoas naturais e jurídicas, o direito de acesso à informação, que será proporcionado mediante pro-
cedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara [...]” (BRASIL, Decreto nº 7.724). Outro aspecto é a
preservação física do acervo. Por apresentar conteúdo histórico e comprobatório da vida acadêmica, o tempo
de guarda de muitos desses documentos é de 100 (cem) anos de acordo com o Código de Classificação e a
Tabela de Temporalidade e Destinação de Documentos de Arquivo relativos às atividades-fim das Instituições
Federais de Ensino Superior (BRASIL, Portaria NA/MJ nº 92) e sendo assim, as buscas aos documentos no
formato impresso podem gerar problemas de desgaste e destruição permanente, impossibilitando a preser-
vação documental. Segundo o Modelo de Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de
Documentos e-ARQ Brasil (CONSELHO NACIONAL..., 2006), a Gestão Arquivística de Documentos é um con-
junto de procedimentos e operações técnicas referentes à produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamen-
to de documentos arquivísticos em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento
para guarda permanente. Este trabalho apresenta o sistema Dossiê Digital, como uma solução para a Gestão
Arquivística de Documentos do Campus João Pessoa baseada no modelo e-ARQ Brasil, compreendendo as
funcionalidades de Armazenamento, Busca, Visualização e Aplicação do Plano de Classificação de documen-
tos arquivísticos digitalizados. O Dossiê Digital foi desenvolvido como parte do projeto de pesquisa intitulado
“Implantação do Sistema Dossiê Digital no Campus João Pessoa” e aprovado no Programa Gestão Sustentável

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do edital Nº 06/2018/Campus João Pessoa. O sistema encontra-se na fase de teste no Campus João Pessoa,
visando a sua implantação.

MATERIAIS E MÉTODOS. A elaboração deste trabalho seguiu as etapas de: (a) realização de uma análise
documental do acervo impresso para identificar os metadados que indexarão os documentos no sistema; (b)
desenvolvimento do sistema; (c) realização de testes para a implantação do sistema em setores selecionados
pela Direção do Campus João Pessoa e (d) treinamento dos usuários. O sistema foi desenvolvido na plataforma
web PHP com gerenciador de banco de dados MySQL/MariaDB, O acervo documental utilizado como base para
este trabalho encontra-se distribuído nos três setores do Campus João Pessoa: (i) Coordenação do Arquivo
Central (CAC) que possui dossiês acadêmicos impressos do período de 1933 a 1987, contendo 363 caixas
com 16.500 dossiês (pastas); (ii) Departamento de Inovação, Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Desafios
Acadêmicos (DIPPED) com dossiês formados, na sua maioria, por processos referentes a submissão de proje-
tos em editais internos de pesquisa e de extensão de 2009 a 2018 que foram digitalizados para arquivos pdf e
(iii) Departamento de Assistência Estudantil (DAEST) com dossiês formados por processos desde a época do
início da assistência estudantil (1960), atingindo os períodos 1980 a 2019.

RESULTADOS. O sistema Dossiê Digital permite o armazenamento, busca e visualização de documentos aca-
dêmicos digitalizados por vários setores administrativos do Campus João Pessoa. O armazenamento de um
dossiê requer a digitação dos metadados e do upload das imagens (em formato pdf) dos seus documentos. Os
metadados que indexam um dossiê são identificados a partir dos documentos do dossiê, como por exemplo,
dados pessoais (cpf, nome da mãe, etc), dados acadêmicos (matricula, curso, instituição, etc) e dados de
pesquisa (nome, coordenador, orientador, voluntários, edital de projeto, etc). Outro metadado exigido é o Có-
digo de Classificação do dossiê, que será usado para determinar o tempo de guarda dos dossiês. A busca aos
dossiês é feita pelos metadados de forma bastante flexível. Quanto mais metadados fornecidos na busca mais
preciso será o resultado exibido, na forma de listagem, a partir do qual podem ser visualizadas as imagens
dos documentos listados. O sistema classifica usuários de acordo com as permissões de acesso e de edição
de dossiês, permitindo que apenas usuários autorizados possam editar e excluir documentos produzidos por
um determinado setor cadastrado. As imagens armazenadas pelo sistema passam por um processo de auten-
ticidade e de compactação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Espera-se, como resultado deste trabalho, uma solução para o atendimento aos
requisitos legais para manutenção e guarda, facilidade de acesso e pronta consulta do acervo acadêmico do
campus João Pessoa. Ressalta-se que este trabalho promove a interdisciplinaridade entre as áreas da Ciência
da Computação e da Ciência da Informação.

PALAVRAS-CHAVE: Sistemas informatizados de gestão arquivística de documentos. E-Arq Brasil. Documentos


arquivísticos. Desenvolvimento de software para web.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB/Campus João Pessoa pelo apoio financeiro no desenvolvimento


3º SIMPIF

desta pesquisa.

Referências
BRASIL. Portaria NA/MJ nº 92, de 23 de setembro de 2011. Disponível em: <http://www.siga.arquivonacio-
nal.gov.br/index.php/legislacao-e-normas/legislacao-portarias/337-portaria-an-mj-n-92-de-23-de-setem-
bro-de-2011>. Acesso em: 1 set. 2019.
_________. Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCI-
VIL_03/_Ato2011-2014/2012/Decreto/D7724.htm>. Acesso em: 1 set. 2019.

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_________. Portaria MEC nº 1.224, de 18 de dezembro de 2013. Disponível em: <http://www.siga.arquivo-


nacional.gov.br/index.php/legislacao-e-normas/legislacao-portarias/341-portaria-mec-n-1-224-de-18-de-
-dezembro-de-2013>. Acesso em: 1 set. 2019.
CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS. Modelo de requisitos para sistemas informatizados de gestão arqui-
vística de documentos e-ARQ Brasil. dez. 2006. p. 32-46.
INSTITUTO FEDERAL DA PARAÍBA. Resolução nº 177, de 13 de dezembro de 2015. Disponível em:<http://www.
ifpb.edu.br/orgaoscolegiados/consuper/resolucoes/2015/resolucao-no-177-1>. Acesso em: 1 set. 2019.

3º SIMPIF

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João Paulo França


DivulgAreia: caminhos para criação
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
de software com aspectos históricos,
Tecnologia da Paraíba – Campus Esperança geográficos e turísticos do município de
André Atanasio Maranhão Almeida Areia-PB
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Esperança
INTRODUÇÃO. Com o objetivo de realizar estudos sobre a história,
Hugo Vinicius Gomes Dutra geografia e potenciais turísticos do município de Areia-PB e desenvol-
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e ver aplicativo para dispositivos móveis (que passaremos a chamar de
Tecnologia da Paraíba – Campus Esperança
app), o presente trabalho fez parte do projeto de pesquisa intitulado
Lucas José Elias Bezerra “Ciências humanas e suas tecnologias relacionadas à informática:
[email protected]
Desenvolvimento de softwares acerca de aspectos multidisciplina-
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Esperança res nos municípios paraibanos”, uma das atividades desenvolvidas
pelo IFPB – Campus Esperança. Tendo em vista a disposição para a
pesquisa e o grande campo de atuação que os discentes de cursos
técnicos de Informática em nível médio integrado podem se inserir,
vislumbramos por meio desta pesquisa a possibilidade de observar
problemas dos municípios, a exemplo de Areia-PB, que em sua gêne-
se podem ser vistos a partir da problemática: como integrar o estudo
da história, geografia e demais ciências humanas, com a economia, as potencialidades turísticas e outros
olhares da localidade, com as técnicas aprendidas com o curso de Informática? Como levar o regional para o
universo virtual, de forma que o estudo das distintas realidades possa fazer uma grande teia de conhecimento
a ser utilizada por docentes, discentes, pesquisadores, turistas, enfim, sujeitos que pretendam conhecer as
microrrealidades municipais? É importante destacar que, segundo Castells (1999), tanto o espaço quanto o
tempo estão sendo alterados. Os espaços de lugares, tradicional e fixo, está sendo substituído pelo espaço de
fluxos, e quem opera esta transformação são as tecnologias da informação. Os novos paradigmas apontam
para a sociedade em rede, todavia, há peculiaridades não inseridas, por isto procuramos conectar e aproximar
as realidades de municípios, como Areia-PB, desta teia informacional da sociedade contemporânea. Neste
sentido, partindo do princípio que vivemos uma era da informação, devemos nos instrumentalizarmos com os
conhecimentos e as técnicas deste campo de saber, aliando nossos saberes a esta área. Como nos diz Correia
et al (2010): “a informação concorre para o exercício da cidadania, à medida que possibilita ao indivíduo a
compreensão das mudanças tecnológicas e sociais e oferece os meios de (re)ação individual e coletiva. É
veículo de bens de produção e consumo no mercado globalizado e geradora de relações interpessoais e de
conhecimento”. Ainda como nos esclarece Takahashi (2000, p. 23), a criação de softwares contribui bastante
para o desenvolvimento de certa região. Desta forma, o caminho que trilhamos foi o desenvolvimento do app
“DivulgAreia”, com o olhar para as marcas históricas e geográficas, não só materiais, mas também simbólicas,
que foram nossa fonte de análise do munícipio, tão bem decantado na obra de Horácio de Almeida (1980).
Também buscamos prover informações às pessoas que procuram a cidade de Areia-PB. Neste contexto, o
visitante frequentemente dispõe de um smartphone, pois cerca de 92% dos brasileiros possuem ou usam
esta tecnologia com frequência e, desta forma, optamos por uma solução mobile. Dentre as plataformas para
desenvolvimento mobile, Android mostra-se como uma boa opção, já que está presente em 86,7% dos smar-
tphones ativos no mundo (IDC, 2019). Em essência, o aplicativo apresenta informações sobre hospedagem,
bares e restaurantes, pontos turísticos e um calendário de eventos. A respeito da hospedagem, listamos os

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hotéis e pousadas, trazendo informações sobre eles e permitindo reservas através de ferramentas como Tri-
vago, Booking.com ou Hoteis.com. Esta funcionalidade pode ser utilizada em um planejamento prévio de uma
viagem ou mesmo facilitar a vida do turista que decide se hospedar de última hora. De forma semelhante, o
visitante terá uma funcionalidade para listar as opções para sua alimentação e os pontos turísticos, integrado
com ferramentas de GPS para que chegue facilmente aos lugares que deseje. No Calendário de Eventos são
apresentadas atrações com suas datas, para que os visitantes possam se programar e preparar sua estadia
na cidade. Enfim, a partir destas premissas fizemos o presente projeto de pesquisa com o objetivo geral de
alinhar o desenvolvimento de uma tecnologia educacional, o software, com a pesquisa acerca da história, geo-
grafia e potencialidade turística, contribuindo dessa forma com o acesso ao conhecimento da memória local e
o desenvolvimento econômico da região.

MATERIAIS E MÉTODOS. Inicialmente, destacamos que esta pesquisa é de cunho bibliográfico, qualitativa e
ainda está em andamento. Os estudos desenvolveram-se com leituras e debates de bibliografia recomendada
acerca da história, geografia e turismo da cidade de Areia-PB, para instrumentalização acerca das peculiari-
dades e características específicas da realidade vivenciada pelos educandos. O passo seguinte da pesquisa
foi buscar conhecer as distintas possibilidades para construção de apps para a plataforma Android, uma vez
que já havíamos tomado a decisão por esta devido ao predomínio no uso dela pelos usuários. Nesta fase, os
conhecimentos técnicos de informática foram aprimorados para desenvolver possibilidades futuras de criação
de softwares. Em seguida, de posse de múltiplas visões da realidade local, passamos a fase de definição do
aplicativo a ser desenvolvido e, então, iniciamos o desenvolvimento do app “DivulgAreia”, procurando atender
aos objetivos propostos. Para a etapa de construção estamos fazendo uso da metodologia ágil de desenvol-
vimento SCRUM, que se caracteriza pelo desenvolvimento em ciclos iterativos, chamados sprints, e a cada
um deles se tenta implementar uma nova funcionalidade. Iniciamos o desenvolvimento em 11/09/2019 com
sprints de 2 semanas. No primeiro trabalhamos na construção da interface com o usuário com um menu na
tela principal para dar acesso às diversas funcionalidades e no desenvolvimento da funcionalidade de hospe-
dagem, onde há uma tela com a lista dos estabelecimentos e outra que detalha aquele que for selecionado. No
sprint seguinte foram desenvolvidas as funcionalidades referentes a alimentação e pontos turísticos. Para o 3º
sprint o grupo optou por trocar o banco de dados SQLite, que se limita ao armazenamento das informações no
dispositivo onde está instalado, pelo Firebase Cloud Firestore, um banco de dados disponível na nuvem (web)
e que permitirá uma atualização muito mais simplificada das informações no futuro. O grupo não conseguiu
concluir esta conversão no 3º sprint e, desta forma, está dando continuidade no atual. Para a conclusão do
aplicativo precisamos ainda refinar as funcionalidades implementadas. Por exemplo, falta manipular imagens
no banco de dados e implementar a integração com as ferramentas para reserva em hotéis e pousadas. Pre-
cisamos também implementar a funcionalidade de calendário de eventos e a tela inicial.

RESULTADOS. A pesquisa empreendida trouxe conhecimentos técnicos que podem e devem ser utilizados para
realizar aproximações da realidade dos educandos, com as questões educacionais, seja por meio de ferramen-
tas on-line de informação, softwares, apps, enfim, meios de levar o cotidiano do “interior” geográfico paraiba-
3º SIMPIF

no, para o mundo virtual. Destaca-se assim, a importância que a pesquisa obteve, ao estimular o estudo multi-
disciplinar dos microcosmos dos municípios, que muitas vezes não dispõem de condições técnicas ou mesmo
suporte de pesquisa para realizar as empreitadas de terem suas informações disponibilizadas por meio de
aplicativos para dispositivos móveis. Outro aspecto interessante é que a pesquisa proporcionou a aprendi-
zagem de conteúdos concretos relacionados a tecnologia, objeto do curso Técnico Integrado em Informática
do IFPB com o estudo e a pesquisa em componentes curriculares de formação das ciências humanas e suas
tecnologias, no caso específico, história e geografia. Acrescente-se que os métodos, as técnicas e objetos das

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citadas disciplinas foram vistos por meio da realidade local. Por fim, o projeto foi uma importante contribuição
do Instituto Federal para a realidade educacional da sua região geográfica. O estudo e o desenvolvimento
esperado dos educandos no tocante a sua inserção com a tecnologia, representada por meio do acesso a um
software com conteúdo voltado para a região, poderá servir para múltiplos usos, desde a acesso em sala de
aula das diferentes redes de ensino, auxiliando os docentes a dinamizar e oferecer novas abordagens em suas
aulas ministradas, passando pela contribuição ao turismo e a economia local, por proporcionar a facilidade de
acesso de dados acerca do município de Areia-PB.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Conhecer a trajetória histórica de uma região, bem como as peculiaridades geo-
gráficas e as potencialidades econômicas e turísticas locais certamente é um desafio do ato de estudar e edu-
car no mundo globalizante. Compreendemos que por meio desta pesquisa e da construção das ferramentas
pretendidas, quais sejam, os aplicativos para dispositivos móveis, podemos auxiliar na formação de cidadãos
e cidadãs mais conscientes de seu papel cotidiano, com o conhecimento adequado de suas histórias e da
construção material do município, um feito desenvolvido por inúmeras gerações. Todavia, esta construção
é permanente e se apresenta no dia-a-dia por intermédio do conhecimento e desenvolvimento do potencial
turístico e econômico da região. Neste sentido, aproximar as atrações locais do público externo, canalizando
pessoas e recursos para o município de Areia também foi um objetivo alcançado pela pesquisa, que não se
esgota em si, mas abre janelas de oportunidades para que novos estudos possam contribuir com o desenvol-
vimento local.

PALAVRAS-CHAVE: História. Geografia. Turismo. Software. Areia.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB pelo apoio financeiro no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
ALMEIDA, Horácio de. Brejo de Areia: memórias de um município. João Pessoa: Ed. Universitária UFPB, 1980.
CASTELLS, Manuel. A era da informação: economia, sociedade e cultura’- ‘a sociedade em rede’ – Volume 1.
Editora Paz e Terra, São Paulo, 1999
CORREIA, Anna Elizabeth Galvão Coutinho; LIMA, Izabel França de Lima; SILVA, Alzira Karla Araújo da. O co-
nhecimento e as tecnologias na sociedade da informação. Rev. Interamericana Bibliotecologia, vol.33 no.1
Medellín Jan./June 2010.
IDC. Smartphone Market Share. Disponível em: https://www.idc.com/promo/smartphone-market-share/os.
Acesso em 14 ago. 2019.
TAKAHASHI, Tadao. Sociedade da informação no Brasil: livro verde. Brasília: Ministério da Ciência e Tecnolo-
gia, 2000.
3º SIMPIF

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Mateus de Morais Lima


Gerenciamento ágil de projetos no
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
GPES-IFPB
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa

Gustavo Sousa Galisa Albuquerque


[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. Segundo o PMI (2013), um projeto é um esforço tem-
Eliabe Leal de Oliveira
[email protected]
porário, com início e fim bem definidos, empreendido com o objetivo
Instituto Federal de Educação Ciência e de criar um produto, serviço ou resultado único. Nesse sentido, um
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
projeto de software é aquele cujo objetivo final é a criação de um
Heremita Brasileiro Lira software e sua implantação, podendo ter equipes dos mais variados
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
tamanhos e ser composto ainda de várias equipes trabalhando em
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa conjunto. Existem grandes desafios no gerenciamento de desenvol-
vimento de software, já que, além de conduzir equipes, é necessário
também coordenar e manter padrões de escopo de projeto, quali-
dade, produtividade, prazos e recursos (CAMPOS e LIMA, 2009). De
acordo com Sotille (2014), ao se analisar as diferentes referências
relativas a gerenciamento de projetos de software, é verificado que há
diferentes visões sobre como estes projetos devem ser gerenciados
e estas são centradas em alguns modelos. Existe um grande número de práticas de gerenciamento e proces-
so de desenvolvimento de software aplicadas amplamente no mercado. Dentre essas práticas, os métodos
ágeis têm se destacado, tendo como objetivo manter a qualidade do produto com flexibilidade a mudanças
e capacidade de adaptação. Com isto, as empresas têm gradualmente buscado desenvolver seus próprios
processos de gerenciamento baseados nas boas práticas do mercado e do meio acadêmico. Mas quando
falamos de gerenciamento ágil de projetos software, será mesmo que temos que ficar presos a metodologias
que implicam certas desvantagens para as partes interessadas? Pensando nesse cenário, foi criado o Grupo
de Pesquisa em Engenharia de Software do Instituto Federal da Paraíba (GPES-IFPB) que tem como objetivo
a pesquisa, a estratificação e a disponibilização na web de boas práticas em gerência e desenvolvimento de
software. No GPES estão em execução três projetos de pesquisa: O Repositório de Boas Prática em Gerência
de Projetos (RBPGPS), com foco na pesquisa de boas práticas em gerenciamento de projetos; o Repositório de
Boas Prática em Processo de Desenvolvimento de Software (RBPPDS) com foco nas boas práticas em proces-
sos de desenvolvimento e o Ambiente de Boas Práticas Reconfiguráveis em Engenharia de Software (ABPRES)
(DE ALMEIDA et al., 2019), com foco no desenvolvimento da plataforma que irá disponibilizar na Internet as
boas práticas catalogadas pelos projetos anteriores. O GPES possui atualmente um framework de gerencia-
mento denominado Framework de Gerenciamento Ágil de Projetos (FGAP) (MORAIS et al., 2017) que define
o processo de gerência das atividades de desenvolvimento do projeto ABPRES e foi elaborado com o objetivo
de tornar o processo de gerenciamento mais eficaz e com maior nível de qualidade. A fase atual do projeto é
de aprimoramento e pesquisa, com o FGAP sendo utilizado. Atualmente a equipe se concentra em aplicar e
melhorar o mesmo, através da pesquisa de novas boas práticas e referências em gerenciamento de pesquisa.

MATERIAIS E MÉTODOS. Do ponto de vista de execução, o projeto é desenvolvido em etapas. A primeira etapa
é a de Levantamento de Informações: Nesta etapa é realizada a pesquisa e identificação dos principais mode-
los de gerência e desenvolvimento de software, e a partir deles, os fundamentos e boas práticas de Engenharia
de Software, definidos na literatura e utilizados nas empresas. Na segunda etapa, é executada a estratificação

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 429


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das informações, onde as informações levantadas na etapa anterior são analisadas e estudadas pela equipe,
aplicadas em uma equipe de desenvolvimento real e tem seus resultados coletados para disponibilização. Na
terceira etapa, as boas práticas levantadas são preparadas para posterior disponibilização na internet em
um Ambiente de Boas Práticas Reconfiguráveis em Engenharia de Software (DE ALMEIDA et al., 2019), que
está sendo desenvolvido em um projeto colaborativo do GPES-IFPB. A quarta etapa é uma etapa de execução
contínua, que consiste na qualificação dos pesquisadores, onde os pesquisadores (docentes e discentes)
fazem reuniões e apresentações dos principais conteúdos estudados pelo grupo de pesquisa, como forma de
disseminar conhecimento, qualificar e desenvolver os seus membros. Por fim, na quinta etapa os principais
resultados do projeto geram materiais que são submetidos para publicação em eventos ou periódicos, e nos
relatórios institucionais, os resultados parciais e final do projeto.

RESULTADOS. Entre os principais resultados, estão o engajamento dos estudantes em atividades de pesquisa,
com foco em publicações científicas e estudos de caso aplicado. Isso devido ao fato do GPES-IFPB possuir
uma equipe de desenvolvimento, na qual boas práticas identificadas pela equipe de pesquisa podem ser apli-
cadas em um cenário real e ter seus resultados avaliados. Como fruto dessa interatividade, foram escritos 3
trabalhos de conclusão de curso baseados nas atividades da equipe, assim como a submissão de um artigo
para o 6º ENCompIF com o título: “Utilização de Behavior Driven Development no GPES: Uma análise compa-
rativa através de cenários e paradigmas”. Outro resultado obtido pela equipe, foi a definição de um modelo
de gerenciamento ágil baseado em SCRUM, que foi publicado em um site didático para divulgação e utilização
pelos membros da equipe. Por fim, como parte da etapa de qualificação dos pesquisadores, estes passaram
por uma capacitação em Revisão Sistemática da Literatura. Capacitação esta que, gerou um minicurso presen-
cial em revisão sistemática da literatura, oferecida pelos orientadores do GPES e ocorreu nas dependências
do IFPB - Campus João Pessoa. O minicurso contou com a presença do time do GPES, alunos da graduação
em Sistemas para Internet no IFPB, alunos do mestrado em Tecnologia da Informação do IFPB e membros do
TJ-PB, organização com a qual está sendo discutida uma parceria com o GPES-IFPB.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O GPES-IFPB possui o objetivo principal de pesquisar, definir e disponibilizar as


boas práticas de Engenharia de Software na literatura, além de aplicar as práticas pesquisadas no desenvolvi-
mento do repositório no projeto ABPRES e no projeto RBPPDS. Para atingir esse objetivo, foi definido o FGAP
baseado no framework ágil SCRUM para efetuar o gerenciamento das atividades do projeto ABPRES. Além da
definição do FGAP, foi definido o processo de desenvolvimento de software do ABPRES utilizando Behavior
Driven Development para acompanhamento do processo de desenvolvimento do projeto. As atividades dos
projetos de pesquisa RBPPDS e RBPGPS também utilizaram o FGAP para cumprir os objetivos de pesquisa,
estratificação e disponibilização das boas práticas de Engenharia de Software presentes na literatura, pois
utilizando essa metodologia ágil o processo de pesquisa se tornou mais dinâmico, permitindo que as entre-
gas das atividades do projeto ocorram num menor espaço de tempo em relação aos métodos tradicionais de
pesquisa. Por fim, é esperado que as boas práticas pesquisadas sejam continuamente aprimoradas, fazendo
com que as metodologias ágeis pesquisadas sejam incorporadas aos projetos pertencentes ao GPES-IFPB,
3º SIMPIF

permitindo que os mesmos se tornem mais produtivos.

PALAVRAS-CHAVE: Engenharia de Software, Gerência de Projetos de Software, Processo de Desenvolvimento


de Software, Boas Práticas, Metodologia Ágil, SCRUM.

AGRADECIMENTOS. Agradecemos ao IFPB - Campus João Pessoa que, através da Chamada Interconecta IFPB
Nº 01/2019, possibilitou a execução do projeto BOAS PRÁTICAS DE QUALIDADE EM PROCESSO DE DESEN-
VOLVIMENTO ÁGIL.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 430


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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Referências
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Software com o RUP e o PMBOK. In: Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, nº IV, 2009, Rezende,
RJ. Anais. Disponível em: https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos09/163_seget_2009.pdf. Acesso em:
13 ago. 2019.
DE ALMEIDA, J. A.; RANGEL, H. J. L.; COSTA, M. A. C; DE LIRA FILHO, M. B.; DE MEDEIROS, F. P. A.; LIRA, H. B.
Guia interativo de boas práticas em Engenharia de Software. Revista Principia - Divulgação Científica e Tec-
nológica do IFPB, [S.l.], n. 44, p. 23-30, mar. 2019. ISSN 2447-9187. Disponível em: <http://periodicos.ifpb.
edu.br/index.php/principia/article/view/1818/1031>. Acesso em: 20 jul. 2019.
MORAIS, A. D. S.; LIMA, C. D. Q.; RANGEL, H. J. L.; LIRA, H. B.; RODRIGUES,​​N. N.; ALMEIDA, S. L. F.; BARBOSA,
T. C. Proposta de Framework de Gerenciamento Ágil de Projetos do Grupo de Pesquisa em Engenharia de Soft-
ware do IFPB. In: CSBC, nº XXXVII, 2017, São Paulo, SP. Anais. Disponível em: http://csbc2017.mackenzie.br/
public/files/4-encompif/2.pdf. Acesso em: 13 ago. 2019.
PMI, Project Management Institute. Um Guia para o Corpo de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos
(Guia PMBOK®) – 5ª Edição, 2013.
SOTILLE, Mauro. Gerenciamento de Projetos na Engenharia de Software. PMTech, abr. 2014. Disponível em:
https://www.pmtech.com.br/artigos/Gerenciamento_Projetos_Software.pdf. Acesso em: 13 ago. 2019.

3º SIMPIF

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Lucas Antonino de Sousa


Investigação do uso de SRR com
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
geometria de espiras quadradas
Tecnologia da Paraíba abertas em antenas de microfita para
Jefferson Costa e Silva aplicação na faixa de 2,4 GHz
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Com o rápido crescimento das aplicações dos sistemas
Alef Huan Pereira Souto de comunicação sem fio, torna-se cada vez mais necessária a utiliza-
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e ção de dispositivos irradiantes que operem em mais de uma faixa de
Tecnologia da Paraíba
frequência, possuam tamanho reduzido, pequeno volume, baixo custo
e apresentem desempenho satisfatório. Entretanto, considerando a
popularização cada vez maior da cultura de portabilidade dos equipa-
mentos que se utilizam desses tipos de sistema, apresentar soluções
tecnológicas que permitam incorporar todas essas características em
um mesmo dispositivo assume um papel de fundamental importân-
cia. Nessa conjuntura, a utilização de estruturas metamateriais vem
sendo intensamente investigada para se obter novas funções das an-
tenas e dispositivos de micro-ondas. Particularmente os SRR (Split
RingResonator) têm sido cada vez mais incorporados aos projetos de
antenas nos últimos anos. Dessa forma, a pesquisa se deu com a investigação do uso de estruturas SRR com
geometria de espiras quadradas abertas em antenas de microfita para aplicação na faixa de 2,4 GHz, a mes-
ma utilizada pelos padrões IEEE 802.11b/g/n (Wi-Fi) e IEEE 802.15 (Bluetooth). O intuito, inicialmente, foi
obter o domínio no projeto de estruturas SSRR (Split Square RingResonator) e CSSRR (Complementary Split
Square RingResonator) a serem acopladas em antenas de microfitas. Some-se a isso, a verificação de como
essas estruturas alterariam os parâmetros básicos de funcionamento das antenas, tais como: frequência de
ressonância, largura de faixa e diagrama de irradiação. Por fim, que tipos de melhorias se poderia conseguir
no desempenho dos sistemas irradiantes, através dessa nova configuração.

MATERIAIS E MÉTODOS.Primeiramente, além de uma revisão bibliográfica acerca do tema, foram dimensiona-
das as antenas de microfita que operem em 2,4 GHz e as estruturas CSRR (ComplementarySplitRingResonator)
com geometria quadrada (denominadas CSSRR –ComplementarySplit Square RingResonator) no plano de ter-
ra das mesmas.Por conseguinte, o software comercial ANSYS DESIGN foi utilizado nas simulações envolvendo
as estruturas SSRR no plano de terra das antenas de microfita eanalisou-se quais parâmetros foram afetados,
bem como, elesforam alterados. Especificamente, foram observadas as alterações na frequência de ressonân-
cia, largura de faixa e diagrama de irradiação das antenas em questão.

RESULTADOS. Dentre todas as simulações realizadas, dois resultados merecem ser destacados: o primeiro
corresponde à antena de microfitacom patch retangular operando em 2,4 GHz com 8elementos CSSRR im-
pressos em seu plano de terra, perfilados em forma de matriz 3x3, porém sem um elemento CSRR central na
primeira linha, tendo assim duas ressonâncias próximas com uma boa perda relativa e recuada em relação
a frequência de ressonância. O outro resultado foi obtido para uma antena de microfita com patch circular,
também operando em 2,4 GHz, e desta vez, os ressoadores CSRR foram impressos no plano de terra de forma
diagonal com 3 elementos (superior esquerda para inferior direita), tendo assim duas ressonâncias próximas

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e recuadas em relação a de 2,4 GHz. As respostas em frequências bem como suas distribuições de correntes
serão apresentadas no banner.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os resultados se mostraram positivos, uma vez que após a inserção dos CCSRR
houve uma redução no valor dos modos ressonantes das antenas de microfita projetadas, caracterizando o
processo de miniaturização, baseando-se nas distribuições de correntes da antena e variando as configura-
ções de acordo com os pontos quentes da mesma. Isto foi feito tanto para antenas circulares como retangula-
res, sempre utilizando elementos CCSRR com geometria quadrada. Ainda foi possível verificar a possibilidade
de utilização de diferentes configurações de ressoadores no plano de terra das antenas, que podem ser ana-
lisados em trabalhos futuros.

PALAVRAS-CHAVE:SRR (Split RingResonator).Metamateriais. SSRR (Split Square Ring Resonator). CSSRR


(Complementary Split Square RingResonator). Microfita.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba (IFPB) pelo apoio financeiro no desenvol-
vimento desta pesquisa.

Referências.
BILOTTI, F., ALU, A., e VEGNI, L. Design of miniaturized metamaterial patch antennas with m-negative loa-
ding. IEEE Transactons on Antennas and Propagation, vol. 56, no. 6, pp. 1640–1647, Junho 2008.
CALOZ, C. e ITOH, T. Electromagnetic metamaterials: transmission line theory and microwave applications.
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ELEFTHERIADES, G. V. Enabling RF/microwave devices using negativerefrative-index transmission line (NRI-
-TL) metamaterials. IEEE Antennas and Propagation Magazine, vol. 49, no 2, pp 34-51, Abril 2007.
HWANG, J.-N., e CHEN, F.-C. Study of SAR reduction with split ring resonators. IEEE AP-S International Sym-
posium Digest, Vol. 2B, pp. 780–783, 2005.
IKONEN, P. M. T., MASLOVSKI, S. I., SIMOVSKI, C. R., e TRETYKOV, S. A., On artificial magnetodielectric loading
for improving the impedance bandwidth properties of microstrip antennas. IEEE Transactons on Antennas and
Propagation, vol. 54, no. 6, pp. 1654–1662, Junho 2006.
KERKHOFF, A., e LING, H.: Design of a planar monopole antenna for use with ultra-wideband (UWB) having a
band-notched characteristic. IEEE AP-S International Symposium Digest, Vol. 1, pp. 830–833, 2003.
KIM, I. K. e VARADAN, V. V. Millimeter wave dual-band microstrip antennas with metamaterial substrates using
the LTCC process. Metamaterials 2007, pp. 242–245, Outubro 2007.
KIM, J., et al. 5.2 GHz notched ultra-wideband antenna using slot-type SRR. Electronic Letters, 42, pp. 315–
316, 2006.
MAO, S.-G., e CHEN, S.-L. Characterization and modeling of lefthandedmicrostrip lines with application to loop
antennas.  IEEE Transactons on Antennas and Propagation, vol 54, pp. 1084–1091, 2006
MARQUE’S, R., et al. Comparative analysis of edge- and broad side coupled split ring resonators for metamate-
rial design – theory and experiments. IEEE Transactons on Antennas and Propagation, vol 51, pp. 2572–2581,
2003.
3º SIMPIF

MARQUE’S, R., et al. Role of bianisotropy in negative permeability and lefthanded metamaterials. Physics. Rev.
B, 65, pp. 144 440(1)–144 440(6), 2002.
PENDRY, J. B.; HOLDEN, A. J.; ROBBINS, D. J.; STEWART, W. J. Magnetism from conductors and enhanced nonli-
near phenomena. IEEE Transactions on Microwave Theory and Techniques, v.47, p. 2075, 1999.
QURESHI, F. ANTONIADES, M. A. e ELEFTHERIADES, G. V. A compact and low-profile metamaterial ring antenna
with vertical polarization. IEEE Antennas and Wireless Propagation Letters, vol. 4, pp 34-51, 2005.

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SMITH, D. R.; PADILLA, W. J.; VIER, D. C.; NEMAT-NASSER, S. C.; SCHULTZ, S. Composite medium with simul-
taneously negative permeability and permittivity. Physical Review Letters, v.84, n.18, p. 4184-4187, 2000.
VARADAN, V. V. e KIM, I. K. Compact, multi band plasmonic resonator antenna.  Antennas and Propagation
Society International Symposium, Junho 2009.
VESELAGO, V. G. The eletrodynamics of substances with simultaneosly negative values of “ε” and “μ”. Soviet-
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YANG, X., Yu, Z., SHI, Q. e TAO, R., Design of novel ultra-wideband antenna with individual SRR.  IEEE Electro-
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ZIOLKOWSKI, R.W., e ERENTOK, A. Metamaterial-based efficient electrically small antennas. IEEE Transactons
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ZHANG, C., LI, G. e GAO, P., Study on the resonance properties of combinations of different split ring resonator
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Rafael Figueredo Guimarães


Propagação de Sinais Bluetooth Low
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
Energy em Ambientes Indoor
Tecnologia da Paraíba

Jerônimo Silva Rocha


[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. No campus Campina Grande do IFPB é utilizada a si-
Anderson Fabiano Batista Ferreira da nalização tátil nos pisos para auxílio a pessoas com deficiência visual.
Costa
[email protected] Porém esse método de interação se mostra ineficaz para que uma
Instituto Federal de Educação Ciência e
pessoa com deficiência visual possa definir no campus uma rota para
Tecnologia da Paraíba
se dirigir até um ambiente em que tenha que chegar. Um complemen-
to da informação fornecida pela sinalização tátil, por meio de um sis-
tema eletrônico de localização, amplia a capacidade desses usuários
de se localizar em tempo real, facilitando sua locomoção e ampliando
sua independência (MARTINEZ-SALA et al., 2015).

Para desenvolver um sistema de localização indoor no campus Cam-


pina Grande do IFPB, propôs-se em um projeto de pesquisa a utiliza-
ção de dispositivos de transmissão de sinais por meio da tecnologia
Bluetooth Low Energy (BLE) (JEON,2018). Instalando tais dispositivos em pontos estratégicos do ambiente
campus, é possível estimar a localização por meio do indicador de potência do sinal recebido ou RSSI (Recei-
ved Signal Strength Indication), disponível em dispositivos da tecnologia BLE.

À medida que os sinais se propagam no espaço, perdem potência proporcional à distância percorrida. É im-
portante que se estabeleça um modelo de cálculo dessa perda de potência para que se estabeleça a posição
em que os dispositivos devem ser instalados para que a localização possa ser determinada com precisão.

MATERIAIS E MÉTODOS. Os dispositivos BLE difundem pacotes de dados periodicamente, permitindo que
dispositivos da mesma tecnologia, como smartphones, próximos do transmissor possam receber os pacotes
chamados Advertisings, por meio do bluetooth scanner. É possível configurar dispositivos BLE para se comuni-
carem com smartphones, por exemplo, sem necessidade de pareamento. Desse modo o dispositivo permanece
no modo sleep até que uma conexão, com alguns milissegundos (ms) de duração, seja iniciada. Esse tempo é
suficiente para que o dispositivo receptor possa receber o sinal e medir sua potência, guardando também o
pacote Advertising contendo dados de identificação do dispositivo transmissor (COMPUTER, 2014).

RESULTADOS. Foram feitas medidas da potência do sinal recebido em um sistema de comunicações usando
dispositivos BLE em um ambiente do campus Campina Grande, em que o dispositivo BLE transmissor foi fixado
na extremidade de um corredor e o receptor foi posicionado a distâncias variáveis de 1 a 10 m, variando de
meio em meio metro. Os valores de perda de propagação foram medidos usando a mediana de 100 medidas
em cada distância, com ambos os dispositivos posicionados a 1 m do chão. Foram feitas comparações entre
os valores medidos e os valores calculados com o modelo adotado. Nesse procedimento, o coeficiente de
perdas calculado usando regressão linear foi . Esse resultado ficou próximo dos resultados obtidos por San-
tos (2016), indicando que o modelo Log-distância pode ser utilizado para estimar a perda de propagação nos
ambientes de interesse no campus Campina Grande.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS. Neste trabalho foi analisado o comportamento da perda de propagação em am-
biente indoor usando dispositivos Bluetooth Low Energy. Aplicando o modelo de perdas de propagação Log-
-distância, com o expoente de perdas determinado por meio de regressão linear, é possível modelar as perdas
no ambiente com precisão comparável a de outros trabalhos encontrados na literatura. A próxima etapa do
trabalho é aplicar o modelo na determinação de perdas de forma a posicionar, adequadamente, dispositivos
transmissores que possam ser usados em um sistema de localização para pessoas com deficiência visual.

PALAVRAS-CHAVE: Bluetooth Low Energy. Perda de Propagação. Modelo Log-normal.

AGRADECIMENTOS: Este trabalho foi financiado por meio do Programa PIBITI/CNPq, com realização nas ins-
talações do Laboratório do Grupo de Pesquisas GComPI, no IFPB campus Campina Grande.

Referências
COMPUTER, I. A. Getting Started With iBeacon Overview. 2014. Disponível em:<https://developer.apple.com/
ibeacon/Getting-Started-with-iBeacon.pdf>.
JEON, K. E. et al. BLE Beacons for Internet-of-Things Applications: Survey, Challenges and Opportunities. IEEE
Internet of Things Journal, 2018.
MARTINEZ-SALA, A. S. et al. Design, Implementation and Evaluation of an Indoor Navigation System for Vi-
sually Impaired People. Sensors – Open Access Journal, v. 15, n. 12, p. 32168?32187, 2015. ISSN 1424-8220.
RAPPAPORT, T. Comunicações Sem Fio: Princípios e Práticas. Prentice Hall do Brasil, 2009. ISBN 9788576051985.
SANTOS, A. F. dos. Caracterização de Cobertura de Sinais em Ambientes Internos com mais de um Pavimento
na Faixa de 700 MHz. Dissertação (Mestrado) — Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraí-
ba, 2016.
ZHU, X.; FENG, Y. RSSI-based Algorithm for Indoor Localization. Scientific Research, 2013.

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Angelo Johnson Ferreira de Souza


Sistema inteligente para controle de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
presença em ambientes de estudo
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa

Luciana Pereira Oliveira


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. O IFPB é um dos polos de inovação e capacitação em
Mateus Gomes Correia tecnologia que mais cresce no país, vinculados ao Ministério da Edu-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e cação com cursos de diferentes níveis: ensino médio, técnico, gradua-
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
ção e mestrado. Possui uma média de 1185 vagas abertas por semes-
Rafaela Gomes Gonçalves de Carvalho tre, considerando apenas os cursos de graduação, no ano de 2018,
[email protected]
para o campus João Pessoa. Considerando esse cenário específico, é
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa de se esperar que nos campuses institucionais haja um grande fluxo
de pessoas, estes tendo acesso às bibliotecas disponíveis. Sabendo
que atualmente o fator tempo tem se tornado algo valioso na vida
dos estudantes, o problema central a ser investigado é a dificuldade
no controle de fluxo de pessoas. Sendo assim, este projeto tem como
objetivo propor um sistema de auxílio aos processos gerenciais de
uma biblioteca, o qual incluirá o mapeamento do local onde serão
apresentados os lugares ocupados na biblioteca, estatísticas de fluxo, assim como horários reservados para
a sala de estudo em grupo. Estas informações seriam adquiridas através de uma câmera, utilizando visão
computacional, e exibidas em um monitor no hall de entrada da biblioteca e em um sistema Web, para que não
seja necessário o indivíduo se dirigir ao local para averiguar a disponibilidade. Muitas bibliotecas não pos-
suem um sistema inteligente capaz de controlar o fluxo de usuários, contando apenas com os bibliotecários
para fazê-lo. Assim como a Biblioteca Nilo Peçanha, localizada no Campus - João Pessoa, a qual este projeto
propõe implementar o seu protótipo. Um dos diferenciais desta proposta é a sua exclusividade, pois trata-se
de um sistema inovador de automatização para uma biblioteca, uma vez que as pesquisas e trabalhos sobre o
tema, em sua maioria, tratam da automatização do acervo e gerenciamento dos livros (Texeira et al., 2017).
O projeto em questão busca tornar a experiência dos estudantes e funcionários, que frequentam a biblioteca,
mais agradável, evitando problemas como a superlotação. Com o sistema implementado, será possível saber e
exibir a quantidade de pessoas que estão na biblioteca e suas áreas de estudo em tempo real, permitindo aos
estudantes um melhor planejamento de suas atividades. Além disso, será possível determinar os horários de
pico, comparar dados em diferentes períodos e gerenciar melhor o espaço como um todo.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para o desenvolvimento desta pesquisa, foram feitos estudos bibliográficos acerca
dos elementos do projeto e testes a fim de obter o sensor que melhor se adequa ao local, sendo definido a
partir destes uma câmera de vídeo, por atender bem os requisitos necessários para alcançar os objetivos por
nós propostos. Esta escolha, obteve destaque no quesito das características do local (entrada ou corredor da
biblioteca), tornando o tratamento de possíveis erros de certa forma simplificado, pelo fato da câmera abran-
ger uma área maior do que o sensor infravermelho LM393. E em comparação no sentido econômico, atingiu o
melhor aproveitamento devido ao menor custo de implementação, visto que a quantidade de sensores LM393
precisaria ser bem maior para obter a eficiência dos resultados alcançados da visão computacional. Foram
feitas buscas sobre algoritmos de visão computacional para verificar as suas eficiências em relação aos alvos
deste projeto. Dentre as aplicações desses algoritmos, têm-se o “contador de pessoas’ e o “contador de veí-

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culos”, os quais utilizaram a subtração em segundo plano, baseada no trabalho de Zivkovic e Heijden (2006)
para a identificação dos indivíduos. Após a aquisição das imagens com a câmera e o processamento dessas
imagens, os dados adquiridos (quantidade de pessoas) são armazenados e enviados para um banco de dados.
Estes procedimentos são realizados por um microcontrolador, o qual é responsável pelo tratamento do algorit-
mo e pela comunicação com o banco de dados, configurado previamente para o recebimento das informações
de data, hora, localização, status, e contagem de iterações. Em seguida, esses dados são lidos e tratados para
exibição adequada em uma aplicação Web, considerando como fatores importantes para o usuário o índice de
lotação, quantidade de lugares, cabines disponíveis e horários com maior movimentação.

RESULTADOS. Como resultado podemos citar o estudo bibliográfico acerca dos elementos do projeto e testes
com o sensor que melhor se adequar a aplicação. Após a definição do tipo de sensor (câmera de vídeo), foram
feitos estudos do ambiente para que estes obtivessem os posicionados da melhor forma possível no protótipo.
Tendo em vista o custo a implementação de diversos sensores nos assentos, na entrada e corredor da bibliote-
ca, o valor seria alto. Com isso, optamos pela câmera por cobrir uma área relativamente grande com um custo
baixo em relação a aquisição de muitos sensores necessário para uma mesma área. Desta forma, tornando o
sistema mais robusto e moderadamente fácil instalação. Foram analisadas as seguintes aplicações do algo-
ritmo de subtração de segundo plano: contador de alevinos, o contador de pessoas e contador de veículos. O
contador de alevinos funcionando basicamente por meio de detecção de cores na passagem no local definido
na posição (x,y) do frame do vídeo. Enquanto os contadores de pessoas e veículos, têm uma lógica e funcio-
namento similares as quais se diferem por meio de da quantidade de parâmetros necessários para contagem,
velocidade dos objetos detectados pelos algoritmos no vídeo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Visto a necessidade de conhecer o ambiente de aplicação desta pesquisa, os in-
tegrantes do projeto foram estudar, observar e investigar o interior da biblioteca Nilo Peçanha. As questões
consideradas para essa visita foram: locais estratégicos para o posicionamento de uma ou mais câmeras, o
posicionamento do sensor interligado com o microcontrolador, a possível utilização das câmeras já instaladas
na biblioteca e as opiniões dos servidores bibliotecários em relação a esta pesquisa. Para o melhor resultado
da aplicação de visão computacional, locais onde se encontram os alvos da pesquisa (estudantes) são essen-
ciais e para incluir todos os estudantes, sem exceção, que entram e saem da biblioteca ou do local de estudos.
Concluiu-se que próximo à entrada da biblioteca é a melhor opção. Porém, a instalação de um protótipo na
entrada não é viável, por não ter um local de apoio ao protótipo. Logo, um outro local de mesma eficácia da
entrada da biblioteca é o corredor que prossegue tanto para entrada da área de estudo, quanto para sua saí-
da. Neste corredor, o manuseio do protótipo é facilitado e aplicável. As opiniões dos bibliotecários presentes
no horário da visita foram favoráveis para o prosseguimento do projeto, visto que beneficiaria no melhor ge-
renciamento do espaço, acrescentando mais praticidade no controle dos estudantes durante a utilização das
áreas de estudo da Biblioteca Nilo Peçanha.

PALAVRAS-CHAVE: Controle de fluxo. Ambientes de estudo. Biblioteca. Fluxo de pessoas. Automação de am-
3º SIMPIF

biente.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos à Chamada INTERCONECTA 2019 pelo apoio financeiro para o desenvol-
vimento desta pesquisa. E, também, aos funcionários da Biblioteca Nilo Peçanha por serem sempre solícitos
durante os nossos estudos de campo.

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Referências
TEXEIRA, M. V. et al. Controle no fluxo de processos na catalogação: um estudo de caso na Biblioteca Cen-
tral Ir. José Otão, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. In:CONGRESSO BRASILEIRO DE
BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO-FEBAB, 26., 2017, Fortaleza. Anais… For-
taleza: CBBD, 2017.
ZIVKOVIC, Zoran; HEIJDEN, Ferdinand van der. Efficient adaptive density estimation per image pixel for the
task of background subtraction. Pattern Recognition Letters. 27, 7 (May 2006), 773-780. DOI=http://dx.doi.
org/10.1016/j.patrec.2005.11.005

3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 439


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Giuseppe Anthony Nascimento de Lima


Usability Box: Uma ferramenta integrada
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
para planejamento e aplicação de
Tecnologia da Paraíba - Campus Monteiro ensaios de usabilidade de produtos de
Janeide Estandeslau da Silva software
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Monteiro
INTRODUÇÃO. Antes de sua disponibilização final, podem ser realiza-
Ernando Ferreira Viana Junior dos testes ou ensaios de usabilidade em produtos de software, espe-
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e cialmente quando há um conjunto diversificado de perfis de usuários
Tecnologia da Paraíba - Campus Monteiro
a se satisfazer, ou, estilos de interação novos e complexos. Nesses
Jaindson Valentim Santana ensaios é estudado o grau de facilidade de uso pela interação com o
[email protected]
software e operação de suas funcionalidades, contextualizáveis em
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Monteiro cenários de utilização de um conjunto de tarefas a serem desem-
penhadas. Em cada sessão de teste, os avaliadores de usabilidade
tendem a capturar grandes e diversificados volumes de dados, via
registros multimídias (vídeos, capturas de tela, etc), anotações sobre
reações ao longo do uso, opiniões de usuários e a caracterização de
situações que confundem ou induzem o usuário ao erro, dado que
todo o conhecimento para realização de aprimoramentos na apre-
sentação e interação do software pode se consolidar com a análise dos esforços perceptuais, cognitivos e
motores. Rohrer (2014) sugere que podem ser combinados métodos de caráter mais atitudinal (opiniões
de possíveis utilizadores) ou mais comportamental (observações ao longo do uso). Em ambos os casos os
dados podem ser quantitativos (indicadores sob critérios predeterminados) ou qualitativos (justificação de
problemas e identificação de melhorias). Dessa forma, os ensaios de usabilidade podem combinar técnicas
para perfilhamento de usuários, aferição de sua satisfação e observações no uso, cujo esforço é impactado
pela quantidade de usuários, de seus grupos de perfis, de tarefas a serem observadas e de métodos de inves-
tigação aplicados. Aguiar (2012) encoraja o uso de um protocolo para realização de ensaios de usabilidade,
envolvendo o planejamento dos experimentos de usabilidade, com a sua elaboração e prévia validação; a ro-
teirização das tarefas dos usuários de teste; documentações de aceite e sigilo de participação; execução das
sessões de teste; coleta de dados e a apresentação dos resultados. Para isso são necessários artefatos que
registrem e cataloguem os dados de usabilidade, podendo serem baseados em modelos (templates) reusáveis.
O eventual tratamento humano dos dados pode resultar na descentralização e proliferação de artefatos im-
pressos ou eletrônicos, como planilhas, documentos de texto e formulários, dificultando a operacionalização
das sessões de teste e suas análises. Este trabalho objetiva disponibilizar a plataforma Usability Box que visa
apoiar os processos de registro e de análises de dados oriundos das técnicas de usabilidade mais comuns, por
meio de modelos configuráveis e reusáveis, com cômputo e rastreio dos dados focada na fácil caracterização
de grupos de perfis de usuários. Assim, espera-se prover uma alternativa ferramental que agregue mais efi-
ciência na condução dessas técnicas, para rápida obtenção de resultados contextualizada nos grupos alvo e
de recomendações de melhorias para o produto de software testado.

MATERIAIS E MÉTODOS. O projeto da plataforma Usability Box foi referenciado na aplicação parcial de técni-
cas de mapeamento sistemático para verificação de quais métodos empíricos de mensuração da usabilidade
estavam sendo recorrentemente utilizados em trabalhos científicos, considerando 5 bases (IEEE Xplore, ACM
Digital Library, Science Direct, Scopus, Google Acadêmico). Também se intencionou a identificação e caracte-

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

rização dos artefatos mais frequentemente utilizados em ensaios de usabilidade, almejado o colecionamento
de templates, em todo ou em parte, ou de possíveis soluções informatizadas sobre eles (aplicativos e platafor-
mas). Posteriormente, foi iniciada uma revisão bibliográfica, em que foram analisadas 4 dissertações (COSTA,
2017; BARBOSA, 2009; OLIVEIRA, 2008; OLIVEIRA, 2005), 1 tese (AGUIAR, 2012) e 4 livros (RUBIN, 1994;
BARNUM, 2010; DUMAS e LORING, 2008; BANK e CAO, 2016) que tratavam da temática de ensaios de usa-
bilidade e aplicação de suas técnicas. Também foram verificadas as recomendações da norma ISO 9241-210
(ABNT, 2011), a qual indica que uma avaliação centrada no usuário costuma ser amplamente empregada por
meio de testes baseados no usuário, ou, de inspeções referenciadas em requisitos ou guias de usabilidade e
acessibilidade. Ainda, considerou-se o relatório técnico ISO/TR 16982 (ABNT, 2014), o qual orienta sobre a
adequada seleção de métodos de avaliação da usabilidade ou de combinações deles. Esse conhecimento foi
empregado como fonte de requisitos para o Usability Box, em que foram aplicadas técnicas de engenharia de
requisitos de software (inspeção de documentos, experimentação de produtos similares, modelagem concei-
tual de classes e definição de casos de uso em alto nível), seguida da modelagem comportamental e estru-
tural da plataforma (em UML) e da prototipação de sua interface (em alta-fidelidade). A fase de construção
da plataforma considerou uma arquitetura compatível com software em nuvem, baseada em microsserviços e
tecnologias padrão da Web.

RESULTADOS. O Usability Box teve a sua fase de concepção e prototipação concluída com base na revisão de
literatura e num consistente referencial de artefatos de usabilidade mais usados, aplicáveis antes, durante ou
após as sessões de teste. Foi possível caracterizá-los de forma que possam ser configuráveis, destacando-se
a elaboração de roteiros de tarefas (com cenários e respectivas tarefas), de termos de consentimento, sigilo
e direitos de imagem, de questionários para sondagem da satisfação subjetiva (USEr, UMUX e SUS) e para
perfilhamento de usuários (USE). Ressalta-se o suporte temporal no registro de dados de cada ensaio, com
reuso de catalogações de erros, de recomendações de melhorias, de verbalizações e sentimentos de usuários
e de rótulos aplicáveis às sessões de teste de cada um deles, desde que possuam configurações similares de
condução ou ambientação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O desenho conceitual da plataforma já obtido se demonstrou bastante promissor,


considerando a compatibilidade dos artefatos pré, in e pós teste obtidos com os mecanismos pretendidos de
sumarização de análises de resultados, contextualizados em grupos de usuários de igual perfil (considerando
respostas em comum no questionário de perfilhamento), facilitando o processo avaliativo. Também há a inten-
ção de se incorporar mais modelos de perfilhamento de usuários. As fases de construção da plataforma e de
concepção do projeto de visualização dos dados ainda se encontram em estágio inicial.

PALAVRAS-CHAVE: Sistemas de Informação. Usabilidade. Avaliação de Produtos.

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB, pelo fomento financeiro proporcionado a este projeto através da Chamada
01/2019 Interconecta.
3º SIMPIF

Referências
ABNT. NBR ISO 9241-210: Ergonomia da interação humano-sistema, Parte 210: Projeto centrado no ser
humano para sistemas interativos. Rio de Janeiro – RJ, 2011.
ABNT. NBR ISO/TR 16982: Ergonomia da interação humano-sistema - Métodos de usabilidade que apoiam
o projeto centrado no usuário. Rio de Janeiro – RJ, 2014.
AGUIAR, Y. P. C. Protocolo experimental para observação da interação um arcabouço para o estudo do
comportamento humano. 2012. Tese (Doutorado em Engenharia Elétrica) - Centro de Engenharia Elétrica e
Informática, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande-PB.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

BANK, C; CAO, J. The guide to usability testing. UXPin, 2016.


BARBOSA, A. E. V. Abordagem híbrida para a avaliação de interfaces multimodais. 2009. Dissertação (Mes-
trado em Ciência da Computação) - Centro de Engenharia Elétrica e Informática, Universidade Federal de
Campina Grande, Campina Grande-PB.
BARNUM, C. Usability testing essentials. Elsevier, 2010. ISBN: 9780123785534
COSTA, D. L. Avaliação semântica do design de interfaces humano-computador em jogos digitais funda-
mentada em uma abordagem multimétodos. 2017. Dissertação (Mestrado em Design) – Centro de Ciências
e Tecnologias, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande-PB.
DUMAS J; LORING, B. Moderating usability tests: principles & practices for interacting. Burlington: Morgan
kaufmann, 2008. ISBN: 9780080558271
OLIVEIRA, K. M. A. Abordagem de Desenvolvimento Evolutivo de Interface do Usuário Baseada em Modelos
e Múltipla Prototipagem: FastInterface. 2008. Dissertação (Mestrado em Informática) - Centro de Engenha-
ria Elétrica e Informática, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande-PB.
OLIVEIRA, R. C. Webquest: uma ferramenta web configurável para a sondagem da satisfação subjetiva do
usuário. 2005. Dissertação (Mestrado em Informática) - Centro de Ciência e tecnologia, Universidade Federal
de Campina Grande, Campina Grande, 2005.
ROHRER, C. When to Use Which User-Experience Research Methods. Nielsen Norman Group. 12 out. 2014.
Disponível em: <https://www.nngroup.com/articles/which-ux-research-methods/>. Acesso em: 28 fev. 2019.
RUBIN, J. The handbook of usability Testing: How to plan, design, and conduct effective tests. New York:
Wiley, 1994. ISBN: 9780470185483.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
CONSTRUÇÃO CIVIL

Annabell Karyna Barros Ferreira


Acessibilidade: o papel de construtoras
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
no cumprimento do Decreto 9296/2018
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa

Paulo Gomes da Cunha Neto


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. Na  busca por cidades inclusivas, é importante com-
Alexsandra Rocha Meira preender a acessibilidade como um processo. E nesse processo, o Es-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e tado entra como um dos eixos de destaque, com seu papel de regular
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa e propor políticas públicas (MAMEDE; SOBRINHA, 2014).

Nelma Mirian Chagas de Araújo


Nesse sentido, é importante compreender o que tem sido feito no
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e Brasil para proporcionar acessibilidade a todos, na sua máxima ex-
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
tensão possível, sem a necessidade de adaptações ou projetos espe-
cializados para pessoas com deficiências.

Em termos de leis e decretos, destaca-se, mais recentemente a Lei nº.


13.146, de julho de 2015 BRASIL, 2015), que institui a Lei Brasileira
de Inclusão da Pessoa com Deficiência e o Decreto nº. 9.296, de mar-
ço de 2018, que regulamenta o art. 45 da lei supracitada, no tocante
à concepção e implementação dos projetos arquitetônicos de hotéis, pousadas e estruturas similares, para
que atendam aos princípios do desenho universal, das normas brasileiras e legislações específicas.

No tocante especificamente ao Decreto nº. 9.296, que entrou em vigor no ano passado (BRASIL, 2018), as
construtoras estão cientes de suas atribuições para que efetivamente este seja cumprido?

Buscou-se responder a essa pergunta realizando um diagnóstico das atitudes e ações desenvolvidas pelas
construtoras, para que efetivamente os projetos sejam acessíveis a todos os cidadãos. Isso porque as cons-
trutoras têm o papel de exigir o cumprimento das diretrizes normativas por parte dos projetistas por elas
contratados

Ressalta-se que, com base no decreto, a pesquisa foi voltada às edificações do tipo hotéis, pousadas, flats e
estruturas similares.

MATERIAIS E MÉTODOS. Inicialmente, dedicou-se certo tempo para realizar uma ampla pesquisa bibliográfica,
buscando atingir o conhecimento necessário sobre o tema abordado no projeto de pesquisa. Posteriormente,
procedeu-se o levantamento do universo da pesquisa. Em um primeiro instante, foi pensado em definir como
amostra os hotéis, pousadas e estruturas similares da área litorânea da cidade de João Pessoa, construídos
entre 2018 e 2019, tendo em vista que, por ser uma região mais procurada por turistas, haveria mais opções
e, portanto, seria mais acessível para o desenvolvimento da pesquisa que nos bairros adjacentes. No entanto,
constatou-se que não é construído com muita frequência esse tipo de edificação na cidade. Então, ampliou-se
o universo temporal para os últimos três anos, com vistas a incluir mais elementos na pesquisa.

Após diversas tentativas de acesso a construtoras voltadas para o perfil necessário a pesquisa, a partir de
dados obtidos nos sites de busca, chegou-se a uma relação contendo 12 construtoras, escolhidas de forma
aleatória. Tais estabelecimentos foram contatados e, a partir dos critérios de seleção, obteve-se um quanti-

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
CONSTRUÇÃO CIVIL

tativo de três construtoras que aceitaram fazer parte da pesquisa. Estas foram identificadas na pesquisa da
seguinte forma: Construtoras “A”, “B” e “C”.

Após a conclusão da coleta de dados, procedeu-se a tabulação e análise destes. Ressalta-se que as avaliações
foram prioritariamente qualitativas.

RESULTADOS. A partir dos resultados obtidos em campo, foi desenvolvida a visão das construtoras sobre aces-
sibilidade, conforme a NBR 9050 (ABNT, 2015), em relação à temática abordada no Decreto nº. 9.296/2018
(BRASIL, 2018).

As empresas “A”, “B” e “C” têm visões similares sobre o entendimento de projeto acessível, descrevendo como
sendo construções que podem ser adaptadas para incluir pessoas com algum tipo de dificuldade de mobili-
dade.

Desse modo, para garantir acessibilidade ou facilidade de mobilidade ao usuário do empreendimento, as cons-
trutoras se baseiam na NBR 9050 (ABNT, 2015) e seguem os requisitos necessários, conforme o tipo do em-
preendimento.

Quando perguntou-se quem faz as exigências no tocante à acessibilidade, apenas a construtora “C” afirmou
solicitar aos projetistas que façam os projetos baseados na NBR 9050 (ABNT, 2015). As demais empresas
relataram não exigir dos projetistas, justificando que estes sabem que devem cumprir a legislação. Porém, a
construtora “B” ressaltou que nos casos de identificação de não conformidades nos projetos, entram em con-
tato com os projetistas para informá-los e solicitar os devidos ajustes. Já a construtora “A”, respondeu que o
projetista acompanha todos os projetos, além de projetar para a empresa há um tempo considerável.

Com relação à postura das construtoras diante de possíveis manifestações do cliente em fazer alterações
relativas à acessibilidade, as três empresas afirmaram que procuram atender às solicitações, desde que não
prejudiquem a estrutura e nem causem problemas futuros, como a ocorrência de manifestações patológicas,
por exemplo.

Outro ponto a destacar, em relação ao conhecimento do decreto, é que as construtoras costumam ser orien-
tadas pelos projetistas, por conta de uma visão ainda limitada a respeito de acessibilidade, que só enxergam
o seguimento da NBR 9050 (ABNT, 2015). Por mais que não seja, de certa forma, o papel das construtoras,
se faz necessário que elas também tenham conhecimento mínimo do decreto, a fim de se posicionarem, não
como sugere um projetista, e sim com a sua própria interpretação, opinião, reconhecendo seus limites e sua
forma de trabalhar, cumprindo o que preconiza o decreto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A pesquisa que deu origem a este resumo expandido teve o intuito de avaliar o olhar
das construtoras com relação à acessibilidade, a fim de concluir qual o conhecimento a respeito do decreto.

Nesse sentido, observou-se que as construtoras têm conhecimento moderado do decreto, são por vezes
3º SIMPIF

orientadas pelos projetistas contratados e mantêm um olhar ainda considerado limitado a respeito da aces-
sibilidade.

Espera-se que os resultados da pesquisa possam ser utilizados nos próximos projetos construtivos em prol da
melhoria da qualidade de vida dos portadores de deficiências.

PALAVRAS-CHAVE: Acessibilidade; Construtoras; Decreto nº. 9.296.

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CONSTRUÇÃO CIVIL

AGRADECIMENTOS. Agradecemos ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – Cam-


pus João Pessoa e ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), pelo incentivo à pes-
quisa e pela oportunidade de podermos submeter à publicação este trabalho.

Por fim, agradecemos também às construtoras que nos permitiram usá-las como amostra para o desenvolvi-
mento desta presente pesquisa.

Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espa-
ços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015.
BRASIL. Decreto-lei nº 13146, de 6 de julho de 2015. Brasília, DF, mar. 2018. Institui a Lei Brasileira de Inclu-
são da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF, jul. 2015.
BRASIL. Decreto-lei nº 9296, de 1 de março de 2018. Regulamenta o art. 45 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de
2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência - Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Lex: 55ª legislatura – 3ªsessão legislativa ordinária. Brasília, DF, mar. 2018.
MAMEDE, L C.; SOBRINHA, M. D. P. B. Visitabilidade-vivenciabilidade limites e perspectivas relativas à política
pública de acessibilidade em assentamentos informais. In: COSTA, A.; ARAÚJO, N. (org.). Acessibilidade no
Ambiente Construído: questões contemporâneas. 2. ed. João Pessoa: Editora IFPB, 2014, p.11-31.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
CONSTRUÇÃO CIVIL

Monaliza Araújo Parnaíba


Análise da estabilidade de colunas com
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
variação da seção transversal e/ou
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras módulo de elasticidade via método das
Patrício Luiz de Andrade diferenças finitas
patrí[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras
INTRODUÇÃO. Os elementos estruturais podem ser classificados em
lineares, bidimensionais e tridimensionais. As colunas são elementos
estruturais lineares submetidos predominantemente a carregamentos
axiais de compressão. A carga aplicada nas colunas pode provocar
um deslocamento ou uma oscilação lateral, denominada flambagem.

A carga axial máxima que uma coluna pode suportar quando está na
iminência de sofrer flambagem é denominada carga crítica . A expres-
são da carga crítica de Euler é comumente usada para colunas cuja
seção transversal e material não variam ao longo do comprimento.

Segundo Bastos et al. (2017), para calcular a carga crítica de uma


coluna cuja seção transversal e material variam ao longo do compri-
mento, é preciso resolver uma equação diferencial ordinária (EDO)
demasiadamente complicada. Este cálculo pode ser realizado com auxílio de métodos numéricos, encontran-
do, assim, uma solução aproximada para a EDO de interesse.

Portanto, este artigo trata da análise da estabilidade de colunas que apresentam variação de seção transver-
sal e/ou módulo de elasticidade ao longo do comprimento, através de um código desenvolvido na linguagem
de programação PYTHON, baseado no método das diferenças finitas, capaz de fornecer o valor da carga crítica
de flambagem.

MATERIAIS E MÉTODOS. Trata-se de uma pesquisa descritiva, envolvendo um levantamento bibliográfico so-
bre o fenômeno de flambagem, o Método das Diferenças Finitas e a linguagem de programação PYTHON, se-
gundo os autores: Arbabi e Asce (1991), Bastos et al. (2017), Gilat e Subramaniam (2008), Rossum (2005),
entre outros.

Após a construção de um arcabouço bibliográfico, foi possível aproximar a EDO em estudo via Método das
Diferenças Finitas e desenvolver o código capaz de calcular a carga crítica de flambagem de colunas que apre-
sentem variação de momento de inércia e/ou módulo de elasticidade.

A formulação numérica do Método das Diferenças Finitas (MDF) na solução de equações diferenciais gover-
nantes de fenômenos físicos segue uma ótica sistêmica, na qual é possível notar uma ligação entre inúmeros
conhecimentos, como de modelagem e técnicas matemáticas, implementação de algoritmos computacionais,
formas otimizadas de processamento e solução, entre outras (GILAT; SUBRAMANIAM, 2008).

Pensando nisso, pode-se dividir a aplicação do MDF em três estágios: formulação matemática e escolha do
método; solução do sistema linear e análises; interpretação de resultados.

O primeiro estágio é destinado a todo processo de formulação e escolha apropriada do método numérico
ao problema estudado. Assim, para iniciar o processo de aplicação numérica, é necessário conhecer e com-

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preender o modelo teórico diferencial, pois isto é crucial para realizar o entendimento correto dos resultados.
Somente a partir disso, é realizada a aproximação da equação diferencial por expressões discretas.

No segundo estágio, por sua vez, aplica-se a equação de diferenças finitas (EDF) em cada ponto contido no
domínio discreto, gerando, assim, um sistema algébrico matricial. A solução deste sistema pode ser feita com
métodos diretos ou iterativos, como método de Gauss ou decomposição LU e Gauss-Seidel ou SOR. Esse es-
tágio está ligado diretamente com o processo de otimização e desempenho computacional na resolução do
sistema linear, acentuando ainda que, para problemas que possuem matrizes de alta ordem, a implementação
de técnicas de otimização numérica são imprescindíveis (FORTUNA, 2000).

Por fim, o terceiro estágio é o momento em que ocorre todo o processo de tratamento de resultados, isto é,
uma análise e validação dos dados obtidos em comparação com valores de referência, como soluções analíti-
cas, valores experimentais ou até mesmo simulações numéricas já validadas.

Nessa linha, todo o processo de validação e interpretação dos resultados é de competência de um profissional
tecnicamente capacitado, a fim de distinguir e analisar os valores obtidos na simulação, para, então, poder
expor o fenômeno de forma correta (MALISKA, 2017).

RESULTADOS. Foram utilizadas três colunas de configurações distintas para a validação do código. A primeira
foi uma coluna de seção circular de dois tramos com variação de módulo de elasticidade (E) e momento de
inércia (I), a segunda uma coluna com seção transversal cônica e módulo de elasticidade (E) constante e a
terceira uma coluna de seção quadrada de três tramos com variação do momento de inércia (I).

Para a obtenção do valor da carga crítica de flambagem, foi obedecido o seguinte roteiro: inserir os dados de
entrada; dividir o comprimento da coluna , em partes segundo a sua configuração; aplicar a fórmula da dife-
rença central nos pontos da divisão, obtendo um sistema de equações algébricas lineares que relacionam os
valores da EDO com os pontos da divisão; aplicar as condições de contorno do problema no sistema montado;
resolver o sistema de equações algébricas obtido, determinando o valor da carga crítica.

Para Gonçalves et al. (2016), quanto maior o valor de e, consequentemente, menor o valor do passo , mais
próximo do valor exato estará a solução do problema. Para checar a convergência dos resultados, pode-se
calcular a carga crítica de cada configuração para diferentes números de subintervalos e plotar o gráfico ().

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os métodos numéricos computacionais são ferramentas de enorme importância


na prática da engenharia civil. O MDF mostrou-se efetivo para a determinação das cargas de flambagem de
pilares com variação do módulo de elasticidade e/ou momento de inércia. Pode-se afirmar que todos os re-
sultados foram condizentes com os valores esperados da literatura.

Além disso, após a obtenção dos dados, foi possível construir gráficos de cargas críticas.

Diante desses resultados, percebe-se que a aplicação da experimentação numérica via Método das Diferenças
3º SIMPIF

Finitas nos modelos diferenciais clássicos de pilares apresentou um excelente desempenho, com um baixo
custo computacional associado e geração de resultados com erros diminutos no que tange à ordem de gran-
deza.

PALAVRAS-CHAVE: Colunas. Flambagem. Método de Diferenças Finitas. PYTHON.

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CONSTRUÇÃO CIVIL

Referências
ARBABI, B. F.; ASCE, M. Buckling of variable cross-section columns: Ntegral-equation approach. Journal of
Structural Enginnering, v. 117, n. 8, p. 2426-2441, 1991.
BASTOS, F. S, et al. Apostila de Resistência dos Materiais II. Departamento de Mecânica Aplicada e Compu-
tacional Faculdade de Engenharia. Juiz de Fora: UFJF, 2017.
FORTUNA, A. O. Técnicas computacionais para dinâmica dos fluidos: conceitos básicos e aplicações. São
Paulo: USP, 2000.
GILAT, A.; SUBRAMANIAM, V. Métodos numéricos para engenheiros e cientistas: uma introdução usando o
MATLAB. Porto Alegre: Bookman, 2008.
MALISKA, C., R. Transferência de calor e mecânica dos fluidos computacional. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
ROSSUM, G. Tutorial Python. 2005. 188p.
GONÇALVES, V. F. et al. uso pedagógico do Método das Diferenças Finitas em flambagem de pilares. In: CON-
GRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA, 44., 2016, Natal. Anais [...] Natal: UFRN, 2016.

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CONSTRUÇÃO CIVIL

Milena de Lima Pimenta


Análise documental e histórica do
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
santuário do Lima e seu impacto
Tecnologia da Paraíba - Campus Catolé do
Rocha
sociocultural para a cidade de Patu-RN

Deborah Kamilly Dutra de Oliveira


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Catolé do INTRODUÇÃO. Os monumentos religiosos, segundo Aragão (2016),
Rocha
constituem papel de suma importância na sociedade, tornando-se
assim marcos do patrimônio histórico-cultural do país, sendo os san-
Raquel Ferreira Dantas
[email protected] tuários, não apenas devido à exuberância e história envolvida, assim
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Catolé do como pelas feiras, eventos e entretenimento disponíveis; detentores
Rocha de viagens prazerosas e de enriquecimento cultural.

Misael Warly Maia Pereira A cidade de Patu se localiza no interior do Rio Grande do Norte, a
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e 321 km da capital do estado, Natal. De acordo com o censo de 2010,
Tecnologia da Paraíba - Campus Catolé do segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a ci-
Rocha
dade possui 11.664 habitantes. Entre as atrações turísticas do muni-
cípio temos a Serra do Lima, que é sede do monumental de Nossa Se-
nhora dos Impossíveis. Essa obra foi eleita uma das sete maravilhas
do Rio Grande do Norte e um dos locais de religiosidade mais acentuada do Nordeste.

O Santuário foi inicialmente formado em meados de 1758 a partir da construção de uma capela que tinha
Nossa Senhora dos Impossíveis como padroeira, segundo Santos (2018), e possui uma igreja de arquitetura
alemã em forma de cone, projetada pelo arquiteto Alberto Reithler, sendo um local onde os turistas e os ro-
meiros podem usufruir de belas paisagens naturais, conforto espiritual e também de uma organizada gestão
e infraestrutura.

Até o campo atual, o monumento vem sendo visitado frequentemente por turistas de diversas cidades e esta-
dos do Brasil. No entanto, apesar de ser uma importante fonte religiosa e econômica para a região, o acervo
documental sobre a história do Santuário do Lima é um pouco escasso. Sendo assim, o presente projeto teve
como objetivo a coleta de mais informações e a elaboração de um artigo sobre o mesmo, visando contribuir
para a historiografia regional.

MATERIAIS E MÉTODOS. Inicialmente, realizamos uma pesquisa documental com as fontes disponibilizadas
pela organização do Santuário e por historiadores locais que produziram documentos sobre o monumento. Para
isso, foi realizada uma visita exploratória ao monumento e organizadas as informações obtidas sobre o mesmo.

Posteriormente, foi executada uma pesquisa com os moradores da cidade de Patu-RN, visando discutir os
impactos socioculturais do Santuário no contexto regional do oeste potiguar e descobrir um pouco mais sobre
sua história. As entrevistas foram feitas a partir da aplicação de um formulário on-line, no qual os habitantes
responderam perguntas relacionadas à importância do monumento para a economia e turismo patuense,
como também sobre alguns fatos históricos de conhecimento dos mesmos. Nesse formulário, constaram-se
as seguintes perguntas:

1. Você acredita que a presença do Santuário do Lima em Patu trouxe algum impacto para a economia local?
2. Em que setores você acha que o santuário mais influencia economicamente?

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CONSTRUÇÃO CIVIL

3. O que você pensa sobre a influência do santuário do Lima para a religiosidade local?
4. Você acha que existe certa escassez de documentos acerca do santuário do Lima na internet?
5. Você tem algum fato histórico importante do Santuário do Lima que possa nos informar?
Por fim, a partir dessas indagações, formulamos um documento com todas as informações obtidas tanto pela
coleta de documentos, quanto pelo formulário. Após isso, foi produzido um artigo contendo os principais de-
talhes da importância do santuário do Lima perante o cenário regional do oeste potiguar.

RESULTADOS. Com as informações obtidas através da análise documental histórica do lima, foi possível pro-
duzir uma coletânea com os acervos apurados do monumento, servindo como uma fonte histórica sobre desde
o processo inicial até a situação hodierna do Santuário. Além disso, com as respostas que foram obtidas pela
pesquisa online, por meio do formulário que foi aplicado para os moradores locais, e com a adição de informa-
ções obtidas por meio dos documentos foi realizado o processo de elaboração de um artigo que reúne esses
resultados. Assim, esse artigo contém as respostas acerca da influência do monumento no desenvolvimento
econômico e sociocultural da cidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Conforme o que foi realizado, foi possível suceder o propósito de analisar os im-
pactos socioculturais e o contexto histórico do Santuário do Lima. Com isso, a pesquisa demonstrou a impor-
tância do reconhecimento da memória da população como uma fonte de informação e intensificou a ideia de
preservar os monumentos sagrados que representam não só um patrimônio religioso, mas também o aparato
cultural de uma população. Por fim, esse projeto ajudou a ampliar e difundir a história e cultura do Santuário
do Lima, promovendo a memória desse patrimônio reconhecido como marco de um povo.

PALAVRAS-CHAVE: Santuário do Lima; Turismo Religioso; Patrimônio Histórico; Impacto Sociocultural.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos à equipe organizadora do Santuário do Lima pela disponibilidade, ao Se-


nhor Aluísio Dutra por ter cedido grande parte do acervo histórico utilizado no projeto, aos moradores locais
pelo interesse na realização das entrevistas e à Professora Ludmila Patriota pela orientação do projeto.

Referências
ARAGÃO, I. R. Reflexões acerca do Turismo Cultural-Religioso e Festa Católica no Brasil. Revista Grifos, v. 23,
n. 36/37, p. 53-67, 2016.
SANTOS, M. F. J. “Perto do céu... numa nave espacial”: reforma devocional e turismo religioso no Santuário
do Lima (Patu-RN, 1936- 1979). Horizonte, Belo Horizonte, 2018. 3º SIMPIF

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CONSTRUÇÃO CIVIL

Amandio Pereira Dias Araújo1


Aplicação da realidade virtual e
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
aumentada no ensino de disciplinas
Tecnologia da Paraíba - Campus Guarabira técnicas do curso de edificações do
Cleani Figueredo Fideles2 campus Guarabira
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Guarabira
INTRODUÇÃO. Parte das dificuldades dos alunos de disciplinas técni-
Julia da Silva Tavares3 cas no curso de edificações é conseguir associar a teoria ministrada
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e em sala de aula com a prática da rotina de um profissional da área de
Tecnologia da Paraíba - Campus Guarabira
construção civil. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnolo-
Vinícius Santos de Oliveira4 gia da Paraíba - Campus Guarabira, vem enfrentando esse problema
[email protected]
no curso Técnico em Edificações visto que muitos alunos apresen-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Guarabira tam dificuldades na compreensão, de maneira interdisciplinar, sobre
técnicas de representação gráfica e tecnologias construtivas. Se faz
necessário um instrumento que possibilite no ambiente acadêmico a
visão global da construção civil, de forma mais dinâmica que o labo-
ratório de práticas, para que o aluno consiga sanar todas as dúvidas
ainda na etapa projetual. Esse tipo de problema é facilmente identifi-
cado nas disciplinas de representação gráfica, onde o aluno na maio-
ria dos casos não consegue ter uma percepção espacial perfeita apenas com desenhos em duas dimensões.

A Realidade Virtual (RV) e a Realidade Aumentada (RA) permitem que o estudante tenha uma percepção apri-
morada do objeto de estudo, concordando com a afirmação de Braga (2001) “O grande potencial da Realidade
Virtual está exatamente nessas possibilidades [...]”, de descobrir, explorar e construir, ”[...] não só através
de aulas ou objetos físicos, mas também através da manipulação virtual do alvo a ser explorado, analisado
e estudado”. Sendo assim, esta é uma ótima ferramenta a ser utilizada nas áreas de Arquitetura, Engenharia
e Construção (AEC) que, por sua relevância, não pode ser tratada apenas como mais uma ferramenta, e sim
como algo inovador e de extrema importância para o ensino.

A sala de aula interativa seria o ambiente em que professor interrompe a tradição do ditar, deixando de
identificar-se com o contador de histórias, e adota uma postura semelhante a dos designers de software
interativo. Ele constrói um conjunto de territórios a serem explorados pelos alunos e disponibiliza co-autoria
e múltiplas conexões, permitindo que o aluno também faça por si mesmo. Isto significa muito mais do que
ser um conselheiro, uma ponte entre a informação e o entendimento, [...]. (SILVA, 2000, p.23)

A Realidade Virtual e Aumentada tem a capacidade de dinamizar a educação no âmbito da construção civil
de forma criativa, colocando o aluno no centro dos processos de instrução visando o desenvolvimento de
um ser crítico, profissional, independente e construtor de seu conhecimento. Desta forma, torna-se notável
a relevância da aplicação da Realidade Virtual e Aumentada no ensino, visto que ela possibilita a criação de
profissionais recém-formados com uma visão mais aguçada e crítica a respeito dos objetos que foram estuda-
dos, pois obtiveram experiências similares à realidade e geraram conhecimento a partir da introdução desta
ferramenta.

MATERIAIS E MÉTODOS. Foi criado um questionário virtual para consultar os professores das disciplinas De-
senho arquitetônico, Projeto Arquitetônico, Instalações Hidráulicas e Elétricas, Tecnologia das Construções,
Mecânica dos Solos, Materiais de Construção, Estabilidade, Projeto de Design de Interiores Residenciais e

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Computação Gráfica para iniciar as atividades. O propósito do questionário foi identificar se os professores
têm conhecimento sobre essas novas tecnologias (RA e RV), e de que forma elas podem ser inseridas na me-
todologia das disciplinas e qual o interesse por parte deles em adaptar o conteúdo.

Com base nos resultados do questionário e em pesquisas bibliográficas, foram definidos os softwares e aplica-
tivos que seriam utilizados para a modelagem dos elementos, bem como os demais equipamentos que podem
auxiliar neste processo, a exemplo dos óculos de realidade virtual e de impressoras 3D. 

A partir da escolha do software, foram definidas as plantas baixas para modelagem dos seguintes ambientes:
um canteiro de obras (para a disciplina de Tecnologia das Construções) e uma residência unifamiliar (para a
disciplina de Projeto Arquitetônico).

A próxima etapa será composta pela finalização da modelagem, bem como a elaboração de vídeos demons-
trando os objetos modelados. O uso dos óculos de RV é imprescindível e estamos buscando soluções para
sanar o problema da falta de recursos financeiros.

Após a obtenção dos resultados previstos, uma reunião com os professores das demais disciplinas deverá
ocorrer para que seja possível desenvolver protótipos específicos, de acordo com a ementa de cada disciplina.
Em conjunto com esse processo, deverão ser apresentados orientações básicas de como utilizar os equipa-
mentos e aplicativos.

RESULTADOS. Com relação ao questionário virtual aplicado para os professores da área de edificações, 92%
afirmaram que essas tecnologias seriam relevantes para a sua disciplina. Desses 92%, 90% são da área de
representação gráfica e semelhantes. Segundo 50% dos professores entrevistados, os assuntos que mais
geram dificuldades são os de Vistas Ortogonais, Planta Baixa, Cortes e Representação Gráfica. As modelagens
produzidas para teste foram um canteiro de obras e uma residência unifamiliar. Após as modelagens, foi no-
tória a diferença de uma representação bidimensional para uma tridimensional e tudo está ocorrendo como
esperado. É claramente perceptível a eficácia da aplicação da Modelagem 3D no processo de ensino-aprendi-
zagem do aluno que pretende seguir na área da construção civil.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Para a realização desta pesquisa, é fundamental a utilização de instrumentos e


softwares especializados em modelagem. Diante da ausência de alguns destes recursos, foram utilizados os
computadores e softwares disponíveis no laboratório do Campus. Nesta etapa não houve grandes prejuízos
ao processo de modelagem, visto que os softwares disponíveis atenderam a demanda. Porém, nas próximas
etapas que abrangem a Realidade Virtual e Aumentada propriamente dita, a pesquisa poderia ter sido preju-
dicada uma vez que faltavam os equipamentos necessários (óculos de realidade virtual e tablet). Para sanar
esse problema, foram feitas parcerias com outros projetos.

PALAVRAS-CHAVE: Realidade Virtual e Aumentada. Modelagem 3D. Ensino. Disciplinas Técnicas.


3º SIMPIF

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
BRAGA, Mariluci. Realidade Virtual e Educação. Revista de Biologia e Ciências da Terra, Sergipe, v.1, n.1,
2001. Disponível em: http://joaootavio.com.br/bioterra/ workspace/uploads/artigos/realidadevirtual-
-5155c805d3801.pdf. Acesso em 28 de fevereiro de 2019. ISSN 1519-5228.
SILVA, Marco. Sala de Aula Interativa. Rio de janeiro: Quarteto, 2000.

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Janaína Anne Mota Melo


Estudo da pozolanicidade do resíduo
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba
cerâmico
Leonardo do Nascimento Dias
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba

Vamberto Monteiro da Silva INTRODUÇÃO. Nas últimas décadas do século XX, diversas entidades
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba e empresas foram submetidas a enorme pressão de vários segmentos
sociais e das modificações apresentadas pela legislação ambiental,
Wilson Acchar
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
visando à elaboração de processos e produtos que necessitem na sua
implementação e fabricação de menor quantidade de energia e que
possam, ao final do seu ciclo de vida, serem reaproveitados, recicla-
dos e ocasionem menores impactos ambientais.

A indústria da construção civil ainda é responsável pela geração de


um volume significativo de resíduos oriundos das argamassas, con-
cretos e materiais cerâmicos. Destacando-se as perdas verificadas no
transporte, armazenamento e uso dos tijolos cerâmicos na execução
de alvenarias de vedação em edifícios e residências, que contribuem
para a formação de entulhos e, às vezes, são descartados de forma inadequada no meio ambiente. No entanto,
algumas empresas de reciclagem utilizam esse material como agregado reciclado para formulação de concre-
tos sem fins estruturais.

Nesse contexto, inúmeras pesquisas foram e estão sendo realizadas nas Universidades e Institutos nacionais
e estrangeiros objetivando o aproveitamento de resíduos da agroindústria, da indústria ceramista e da cons-
trução civil. Para que estes possibilitem a melhoria das propriedades físicas e mecânicas de novos materiais
produzidos, com custo reduzido quando comparados aos similares sem adições e que contribuam para a
preservação dos recursos naturais.

A avaliação tecnológica do resíduo que será aplicada na fabricação do novo produto exige uma caracteriza-
ção química prévia do mesmo, a qual possibilitará o direcionamento do aproveitamento de suas qualificações
como fundente, pozolânico, isolante, condutor elétrico ou térmico, etc. A investigação da atividade pozolânica
requer a existência de percentuais significativos de sílica (SiO2) e alumina (Al2O3) em uma forma desorga-
nizada no resíduo estudado, possibilitando a formação de silicatos e aluminatos de cálcio hidratados, decor-
rentes da recombinação dos óxidos anteriormente citados com a fase portlandita gerada no processo de
hidratação do cimento e da cal.

Segundo Garcia et al., 2015, os resíduos da cerâmica vermelha produzidos na faixa de temperatura entre
700° a 900°, apresentam na sua microestrutura a desidroxilação e amorfismo dos argilominerais semelhantes
aqueles constatados nas metacaulinitas produzidas industrialmente. Quando devidamente cominuídos repre-
sentam uma boa alternativa como material substituto de parte do cimento Portland usado na fabricação do
concreto ou na aplicação de solo-cimento em pavimentação e em tijolos, reduzindo a emissão de dióxido de
carbono na atmosfera resultante da produção do clínquer.

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A mensuração do potencial pozolânico no resíduo é bastante discutida nos meios acadêmicos, gerando muita
polêmica, sendo contestadas algumas medidas indiretas. Entre estas, podemos citar o índice de pozolanici-
dade com o cimento (NBR-5752/2014) e a cal (NBR-5751/2015), que analisam o desempenho de corpos
de prova através de ensaios mecânicos de resistência à compressão simples. O aumento ou a redução desta
propriedade pode estar relacionada ao fenômeno físico oriundo do grau de empacotamento das partículas ou
o efeito microfiller, proporcionado pelo refinamento dos poros da microestrutura formada.

Essa pesquisa objetiva a formulação de uma metodologia científica que possibilite uma avaliação mais precisa
da potencialidade pozolânica existente no resíduo cerâmico, oriundo da quebra do tijolo cerâmico usado na
edificação de alvenarias de vedação. Por isso, além da análise dos resultados referentes às propriedades físi-
cas, mecânicas e às técnicas micro estruturais aplicadas a cal e/ou cimento com adição de RC, faz-se neces-
sária uma avaliação estequiométrica que ateste ou não o consumo mínimo (330 mg de Ca (OH)/g pozolana)
de hidróxido de cálcio em presença da pozolana em estudo (resíduo cerâmico). Dessa forma, será confirmada
a existência da atividade pozolânica no sistema silício-alumina-hidróxido de cálcio do composto resíduo(s)-
-aglomerante(s).

MATERIAIS E MÉTODOS. A metodologia de trabalho, preliminarmente, consistiu na caracterização da matéria-


-prima (RC) através das seguintes técnicas: Análise granulométrica (NBR 7181/2016), Limites de Atterberg
(limite de liquidez e limite de plasticidade/NBR 6459/2016 e NBR 7180/2016), ensaio de análise mineralógica
por Difração de Raios X (DRX), análise química por Fluorescência de Raios X (FRX).

A parte experimental do estudo científico continuou com a preparação das seguintes soluções padrões: solu-
ção alcoólica de fenolftaleína-1g/L, solução alcoólica vermelho-demetila-1g/L, solução de sacarose-240 g/L
e solução padronizada de ácido clorídrico (HCl)-0,1 M. Em seguida, as amostras do resíduo cerâmico usadas
foram finamente pulverizadas, secas e ensaiadas de acordo com as exigências da NBR 15895/2010.

A etapa de caracterização física do RC foi realizada nos Laboratórios de Mecânica dos solos e Materiais de
construção do IFPB e da UFRN. As análises químicas e térmicas foram realizadas nos laboratórios da Pós-Gra-
duação em Ciências e Engenharia de Materiais (PPGCEM), no laboratório de Metrologia do Centro de Tecnolo-
gia do Gás (CTGAS) e no laboratório de nanomateriais (LANANO) do IFPB.

RESULTADOS. Não foi possível realizar os ensaios para determinação dos limites de Atterberg, devido a redu-
zida plasticidade apresentada pelo resíduo cerâmico e na análise granulométrica verificou-se que o percentual
de RC que passa na peneira N° 4 (4,8mm) atingiu o valor de 99,92%, na de N° 40 (0,42mm) foi 90,93% e na
peneira N° 200 (0.075mm) o teor foi 66,43%. Além disso, o resíduo cerâmico apresentou um percentual de
32,75% retido na peneira N° 325 (0,045mm).

A composição química do RC constatou a presença predominante dos seguintes óxidos, SiO2 , (45,59%),
Al2O3 (35,69%) e Fe2O3 (7,82%), Na2O (0,97% ) e SO3 (0,59%) sendo confirmado pelas fases mineraló-
3º SIMPIF

gicas quartzo, Phlogopita e Anortita constatadas no ensaio de Difração de Raios-X. Finalmente, a amostra
em estudo apresentou um consumo de 589 mg (Ca (OH)2/ g amostra) no ensaio realizado pelo método de
Chapelle modificado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O resíduo cerâmico apresentou um elevado grau de finura constatado na análise
granulométrica realizada, possibilitando maior reatividade com as partículas de cal e/ou cimento, contribuin-
do para a formação de silicatos e aluminatos de cálcio hidratados, devido a recombinação da fase portlandita
gerada no processo de hidratação do cimento e da cal com a estrutura desorganizada de silicatos e aluminatos

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 454


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existentes no RC. Esse processo foi possível devido aos elevados percentuais verificados na composição quí-
mica do resíduo cerâmico de sílica, alumina e óxido de ferro que somados atingiram um valor total de 89,1%,
superando os valores mínimos estabelecidos pela NBR-12653/2014, para a classificação desse material como
pozolana. Enquanto os teores de Na2O (0,97%) e SO3 (0,59%) ficaram abaixo dos parâmetros da citada
norma técnica. No ensaio Chapelle modificado, o consumo de 589 mg (Ca (OH)2/ g amostra) ficou acima de
330 mg (Ca (OH)2/ g amostra), confirmando a ocorrência do consumo de hidróxido de cálcio durante o ensaio
citado e a potencialidade pozolânica do RC.

PALAVRAS-CHAVE: Pozolanicidade. Resíduo cerâmico. Chapelle modificado.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba e à Universidade Federal do Rio Grande do


Norte pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5751: Materiais pozolânicos-Determinação de ativida-
de pozolânica – Índice de atividade pozolãnica com cal. Rio de Janeiro, 2015.
ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5752: Materiais pozolânicos-Determinação de ativida-
de pozolânica – Índice de atividade pozolãnica com cimento. Rio de Janeiro,2014.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6459: Solo – determinação do limite de liquidez. Rio
de Janeiro, RJ, 2016.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7180: Solo – determinação do limite de plasticidade.
Rio de Janeiro, RJ, 2016.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 7181: Solo – análise granulométrica. Rio de Janeiro, RJ, 2016.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12653: Materiais Pozolânicos. Rio de Janeiro, RJ, 2014.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15895: Materiais Pozolânicos- Determinação do teor
de cálcio fixado-Método Chapelle modificado. Rio de Janeiro, RJ, 2010.
GARCIA, E. et al. Avaliação da atividade pozolânica dos resíduos de cerâmica vermelha produzidos nos princi-
pais polos ceramistas do Estado de S. Paulo. Revista Cerâmica, n◦ 61, p. 251-258, 2015.

3º SIMPIF

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Kassandra Christiny Silva Mendes


Estudo e caracterização das cinzas de
Soares biomassa vegetal para aplicação como
[email protected]
aditivo mineral na construção civil
Ana Clara Pereira de Oliveira Costa
[email protected]

Alefe da Cunha Farias de Barros


[email protected] INTRODUÇÃO. Biomassa, segundo a ANEEL (Agência Nacional de
Energia Elétrica), é definida como “todo recurso renovável oriundo
de matéria orgânica (de origem animal ou vegetal), que pode ser uti-
lizada na produção de energia” (BRASIL, 2005), sendo considerada
um recurso energético com alto potencial de valorização e grande
disponibilidade. Atualmente muitas biomassas, assim como seus
componentes e suas cinzas, tem sido objeto de estudo e várias apli-
cações estão surgindo seja na área de geração de energia, como na
de obtenção de produtos de alto valor agregado, bem como na cons-
trução civil. Estudos de aplicação das biomassas e suas cinzas irão
ajudar a diminuir problemas ambientais gerados por não existir uma
adequada destinação dessas cinzas quando obtidas nas indústrias,
principalmente as cinzas de cana-de-açúcar (GONZALEZ, 2014), ou
mesmo no sentido de valorizar algumas biomassas que são tratadas como resíduos de agricultura ou agroin-
dústria. Estudos mostram que a aplicação dessas cinzas possuem importância econômica e potenciais usos
como fertilizantes, conforme informações disponibilizadas por Santos et al (1995) e Prado et al(2003), adi-
tivos em cimento, argamassa e concreto (SALES e LIMA, 2009), trazendo benefícios tanto para a agricultura
como para a área de construção civil. Realizar a caracterização das biomassas consiste em proceder com
uma série de análises experimentais que permite saber as suas composições imediata, de matéria orgânica
e inorgânica. Neste trabalho as biomassas que serão estudadas com relação à composição de suas cinzas
serão: fibra de coco verde, palma forrageira, palha de cana-de-açúcar, bagaço de cana-de-açúcar e coroa de
abacaxi. Será realizada a caracterização das cinzas dessas biomassas e uma análise comparativa feita para
verificar a potencial aplicação de suas cinzas como aditivo mineral na construção civil de forma a promover o
aproveitamento desse resíduo.

MATERIAIS E MÉTODOS. Inicialmente as biomassas utilizadas no projeto (Coroa de abacaxi, Palha da cana de
açúcar, Palma orelha de elefante e Fibra de coco) foram lavadas com água, de forma que não ficasse nenhuma
sujeira, em uma pia com água da torneira, menos a Palha da cana de açúcar, que foi lavada de dois modos, com
água fria (temperatura ambiente) e água quente (80°C). Logo em seguida, todas as biomassas foram cortadas
em pedaços de mesmo tamanho usando tesoura de corte. O corte foi feito normalmente nos materiais exceto
na Coroa de abacaxi que foi cortada em três granulometrias diferentes (P, M e G). Em seguida, os materiais
foram submetidos ao processo de secagem, para isso, foram colocados na estufa à uma temperatura de 105°
por um período de 48h. Após esses processos foi realizada a moagem das biomassas em um moinho de facas
com os materiais totalmente secos. Foi feita a análise granulométrica com as biomassas, para isso foram uti-
lizadas as peneiras de 2,00 mm; 1,20 mm; 600m; 420m; 300m; 150m; 75m e o agitador de peneiras a uma
vibração de 70rpm por um tempo de 6 min. Para obtenção das cinzas os materiais foram colocado na mufla a
uma temperatura de 300° e, posteriormente a 800°.

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RESULTADOS. Para a realização da etapa de moagem foi utilizado o método de determinação granulométrica
por peneiramento, foram utilizadas peneiras e foram anotadas em seguida a fração retida em cada uma delas
a fim de se conhecer a faixa granulométrica da coroa de abacaxi tamanho M.Usando a peneira de 2,00 mm
ficaram retidos 0,008g do material que corresponde a 0,22 % da massa total usada no peneiramento.Usando
a peneira de 1,20 mm ficaram retidos 0,006g do material que corresponde a 0,16 % da massa total usada no
peneiramento. Usando a peneira de 600m ficaram retidos 0,667g do material que corresponde a 18,1 % da
massa total usada no peneiramento. Usando a peneira de 420m ficaram retidos 0,861g do material que cor-
responde a 23,4 % da massa total usada no peneiramento. Usando a peneira de 300m ficaram retidos 0,663g
do material que corresponde a 18,0 % da massa total usada no peneiramento. Usando a peneira de 150m
ficaram retidos 1,334g do material que corresponde a 36,3 % da massa total usada no peneiramento. Usando
a peneira de 75m ficaram retidos 0,069g do material que corresponde a 1,9 % da massa total usada no pe-
neiramento. E no fundo ficaram retidos 0,069g do material que corresponde a 1,9 % da massa total usada no
peneiramento. No total foram utilizados 3,677g de coroa de abacaxi tamanho M para a análise granulométrica
dando um tamanho de partículas médio de 0,290mm.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. As determinações realizadas mostraram que as biomassas possuem grande po-
tencial para utilização de suas cinzas na construção civil. Análises mais aprofundadas serão realizadas em
trabalhos posteriores assim como o estudo da aplicação dessas cinzas na construção civil. Dificuldades foram
encontradas na obtenção das cinzas de forma satisfatória, pois o equipamento disponível e utilizado para
queima da biomassa não forneceu bons resultados de cinzas.

PALAVRAS-CHAVE: Biomassa. Cinzas. Construção civil.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB e ao CNPQ pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
Brasil. Atlas de energia elétrica do Brasil / Agência Nacional de Energia Elétrica. 2°ed. – Brasília: ANEEL,
243p. 2005.
CBE- Centro da Biomassa para a Energia. Disponível em http://www.centrodabiomassa.pt/. Acesso em 07 de
junho de 2018.
CORDEIRO, C.C.; FAIRBAIRN, M.E.R.; FILHO, R.T. Caracterização de cinza do bagaço de cana-de-açúcar para
emprego como pozolana em materiais cimentícios. Química Nova, Vol. 32, No. 1, 2009.
GONZALEZ,  A. D.  Caracterização e análise comparativa de cinzas provenientes da queima de biomas-
sa. 2014. 70f. Dissertação de mestrado. UNICAMP, São Paulo. 2014.
PRADO, R. M.; CORRÊA, M. C. M.; PEREIRA, L.; CINTRA, A.C.O.; NATALE, W. Cinza da indústria de cerâmica na
produção de goiabeira: Efeito no crescimento e na produção de matéria seca. Revista de Agricultura, Piracica-
ba, V.78, fasc.1, 2003.
SALES, A.; LIMA, S.A. Concretos com cinza do bagaço da cana-de-açúcar: avaliação da durabilidade por meio
de ensaios de carbonatação e abrasão. Ambiente Construído. Porto Alegre, v.11, n. 2, p. 201-212, 2011.
3º SIMPIF

SANTOS, J. A. G. Avaliação do potencial corretivo da cinza, oriunda de biomassa vegetal, comparada ao calcá-
rio. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 1995, Viçosa. Resumos Expandidos. Viçosa: Socieda-
de Brasileira de Ciência do Solo/UFV, 1995.
ZARDO, A. M.; BEZERRA, E. M.; MARTELLO, L. S.; SAVASTANO JÚNIOR, H. Utilização da cinza de bagaço cana-
-de-açúcar como “filler” em compostos de fibrocimento. I Conferência Latino-americana de Construção Sus-
tentável e X Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, São Paulo, jul. 2004.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 457


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
CONSTRUÇÃO CIVIL

Brenda Ferreira Cordeiro


Importância e benefícios do jardim
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
vertical no IFPB – campus Patos
Tecnologia da Paraíba – Campus Patos

José Herculano Filho


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Patos
INTRODUÇÃO. O ser humano necessita de uma série de recursos na-
Mateus Figueiredo de Almeida turais para a manutenção de sua sobrevivência por meio da realiza-
[email protected]
ção de várias atividades. Viver em uma sociedade capitalista onde
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Patos as pessoas são levadas a consumir de forma desordenada, onde os
produtos estão cada vez mais descartáveis, onde os grandes empre-
Pablo de Moraes Lucena
[email protected] sários visam apenas o lucro, faz com que o meio ambiente de modo
Instituto Federal de Educação, Ciência e geral fique refém das suas “necessidades ambiciosas”. O crescimento
Tecnologia da Paraíba – Campus Patos
desenfreado dos centros urbanos, a emissão de poluentes por veí-
culos, os resíduos industriais e os impactos gerados pela constru-
ção civil, são fatores que impactam diretamente na poluição do meio
ambiente. Mudanças no clima, alterações nos biomas, assim como
problemas relacionados à poluição, desertificação e crise energéti-
ca, tornaram-se fatores relevantes que levaram a repensar sobre a
intervenção cada vez mais frequente nos ecossistemas, criando uma reflexão sobre quais seriam os maiores
vilões do desequilíbrio ambiental. Esses mesmos fatores, implicam no aumento da temperatura nesses centros
urbanos, fenômeno esse denominado de ‘Ilha de calor’. Devido a esses fatores e unindo o útil ao agradável,
a presente pesquisa tem como objetivo principal construir um jardim vertical através de pallet, garrafa pet
e plantas ornamentais, onde a irrigação para o jardim será feita através do reaproveitamento dos condicio-
nadores de ar do IFPB – Campus Patos, o projeto ainda busca favorecer o meio ambiente e melhorar o con-
forto térmico dos servidores do campus, onde procuramos estudar os diferentes tipos de jardins verticais,
as plantas adaptadas para o uso do jardim vertical no sertão e seus benefícios, levando em consideração as
vantagens e desvantagens de sua aplicabilidade no semiárido do sertão paraibano. Esperamos que o uso da
vegetação traga uma grande contribuição para que as edificações urbanas tenham menos impacto ao meio
ambiente, por se tratar de um elemento natural capaz de auxiliar em benefícios naturais ao controle térmico
das construções, diminuindo a radiação solar através de sombreamento, controlando a temperatura por meio
da transpiração do vegetal, deixando os ambientes mais confortáveis. Junto com o processo também foram
coletados dados sobre a redução do efeito ilha de calor, aumento da biodiversidade, melhoria na qualidade do
ar exterior e estética do edifício.

MATERIAIS E MÉTODOS. Na pesquisa foram utilizados métodos de investigação quantitativos, especificações


formais, e métodos qualitativos para avaliar, através de inquéritos, mapeando quais as plantas são adaptadas
para o uso do jardim vertical no semiárido. A pesquisa foi dividida em 3 etapas, a primeira delas consistia em
uma pesquisa teórica dos principais elementos que compõem um jardim vertical e a melhor forma de execu-
tá-lo. A segunda etapa foi a implantação de um protótipo em uma das paredes da biblioteca do IFPB Campus
Patos, onde foi plantado pés de maracujá e montado uma estrutura em arames para que os galhos das plantas
pudessem crescer. Por fim, na terceira etapa, quando as plantas já tinham crescido e ganhado a forma espe-
rada, foi analisado os benefícios trazidos pelo jardim vertical.

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CONSTRUÇÃO CIVIL

RESULTADOS. A cidade de Patos, localizada no sertão da Paraíba, é famosa por suas altas temperaturas du-
rante todo ano. Partindo desta situação, este projeto teve como objetivo a construção de um jardim vertical
no campus Patos do IFPB, visto que o jardim vertical proporcionaria controle térmico no ambiente; economia
de energia, visto que diminuiria a utilização de condicionadores de ar, contribuição para a biodiversidade local, com
a criação de um habitat para insetos e pequenos pássaros e uma melhoria da qualidade do ar e diminuição do efeito estufa.
O local escolhido foi a parede da biblioteca do campus, local bastante frequentado por docentes e discentes. A vegetação
escolhida, por suas características adequadas ao local, foi o pé de maracujá.

Como era esperado, os resultados obtidos mostram que o local escolhido apresenta grande incidência solar e temperaturas
elevadas. Após o término do crescimento do jardim, foi notado o efeito do jardim no controle da temperatura. Os resultados
trouxeram impactos nas principais problemáticas do projeto, sendo elas: controle térmico; melhoria na qualidade do ar e
diminuição do efeito estufa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O ser humano necessita de uma série de recursos naturais para a manutenção de
sua sobrevivência por meio da realização de várias atividades. Viver em uma sociedade capitalista onde as
pessoas são levadas a consumir de forma desordenada, onde os produtos são cada vez mais descartáveis,
onde os grandes empresários visam apenas o lucro faz com que o meio ambiente de modo geral fique refém
das suas “necessidades ambiciosas”.

Uma alternativa para a preservação ou conservação dos recursos disponíveis no meio ambiente passa pela
formação dos cidadãos, sobretudo, aqueles que estão no ensino fundamental e médio, pois crescerão com
uma nova mentalidade voltada para a preservação do meio ambiente, em busca de uma sociedade cada vez
mais justa e equilibrada.

Tendo em vista o clima quente, seco e a grande incidência da radiação solar campus Patos do IFPB trazemos
uma pesquisa inovadora a fim de melhorar o ambiente da instituição (biblioteca), onde os rumores de alunos
e servidores quanto ao clima e o conforto térmico de onde trabalham e estudam não era tão agradável. Com
isso, o nosso objetivo geral partiu da idéia de construir um protótipo de um jardim vertical, a fim de minimi-
zar esse problema. No decorrer da pesquisa, ao ser aplicado, esse prótotipo proporcionou uma melhora e
continua melhorando o conforto térmico do ambiente no qual foi aplicado, sendo um fator contribuinte para
arquitetura sustentável, servindo também como elemento decorativo para o Campus, influenciando os discen-
tes a cooperar com o meio ambiente e incentivando também a olharem com outros olhos, sabendo a devida
importância da natureza para o ser humano e o bem que ela nos faz.

PALAVRAS-CHAVE: Construção Civil. Jardins Verticais. Arquitetura. Sustentabilidade. Conforto Térmico.

AGRADECIMENTOS: Deixamos aqui nossos sinceros agradecimentos e respeito ao CNPq, agradecemos pelo
apoio no desenvolvimento desta pesquisa, por ter aprovado e financiado a mesma nos incentivando a iniciação
cientifica, nos dando a oportunidade de sermos jovens pesquisadores e de certa forma contribuindo também
para o crescimento mútuo.
3º SIMPIF

Pesquisa finalizada através do NUPEDI/IFPB e financiada pelo CNPq Edital n° 10-2018/PIBIC EM.

Referências
MOUSINHO, P. Glossário. In: Trigueiro, A. (Coord.) Meio ambiente no século 21. Rio de Janeiro: Sextante. 2003.
SATTLER, M. A. Edificações sustentáveis: Interface com a natureza do lugar. Porto Alegre: UFRGS, 2004.
SÁ, António Pedro Pacheco de. Jardins Verticais como Elemento Artístico e Ambiental no Espaço Urbano.
Lisboa: Dissertação (Mestrado) Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa, 2016.
ARAGÃO, A. C. G. de. Coberturas verdes: Um passo para a sustentabilidade. São Paulo: Dissertação (Mestra-
do), FAUUSP, 2011.

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CONSTRUÇÃO CIVIL

Nelma Mirian Chagas de Araújo


Programa Cidade Madura – um
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
diagnóstico relativo à acessibilidade e ao
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa desempenho das edificações sob a ótica
Inara Beatriz Rodrigues Soares das NBRs 9050 e 15575
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. A temática abordada no projeto de pesquisa, base para
a elaboração deste resumo, é a arquitetura residencial para a terceira
idade independente, com o intuito de elaborar um diagnóstico relativo
à acessibilidade e ao desempenho do Programa Cidade Madura, loca-
lizado nas cidades paraibanas de Campina Grande e João Pessoa, sob
a ótica das NBRs 9050 (ABNT, 2015) e 15575 (2013).

O aumento da expectativa de vida da população tem sido uma reali-


dade presente no mundo todo, inclusive no Brasil, devido a diversos
fatores, como avanço tecnológico, evolução científica, mudança de
hábitos etc. “Diversos estudiosos têm se preocupado com essa ques-
tão e estima-se que em 2025 o Brasil será o sexto país com a maior
população de idosos no mundo” (BRUM; TOCANTINS e SILVA, 2005
apud QUEIROZ, 2010).

De acordo com o Estatuto do Idoso, Art. 37: “O idoso tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou
substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública
ou privada”; vale ressaltar também o Art. 38, que garante, entre outras coisas, a “eliminação de barreiras
arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de acessibilidade ao idoso”.

Entretanto, boa parte do mercado da construção civil não tem acompanhando tal mudança e, como conse-
quência disso, a população sofre com a falta de edifícios residenciais adaptados às suas necessidades. O Brasil
tem cerca de 13 milhões de pessoas com mais de 60 anos, que são responsáveis por um terço dos atendi-
mentos de lesões traumáticas nos hospitais, segundo o SUS – Sistema Único de Saúde. Aproximadamente
75% dessas lesões acontecem nas próprias casas dos pacientes, em quedas que poderiam ser evitadas em
ambientes mais favoráveis, com um índice de melhoria da qualidade de vida bastante apreciável, já que 34%
das quedas gera algum tipo de fratura (BARROS, 2000 apud VINAGRE, 2016).

O acesso à habitação é fundamental para a qualidade de vida de uma pessoa. A moradia é considerada uma
necessidade básica ou fisiológica, ou seja, está diretamente ligada à existência e à sobrevivência do ser hu-
mano.

A primeira versão da NBR 9050, foi elaborada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em 1985
e ao longo dos anos passou por três revisões: em 1994, em 2004 e, a mais recente delas, em 2015. “Por se
tratar de uma norma que pretende assegurar qualidade ao meio construído em todo o território nacional, é
notório o seu alcance e importância social” (MORAES, 2007).

De acordo com a ABNT (2015), “esta Norma visa proporcionar a utilização de maneira autônoma, indepen-
dente e segura do ambiente, edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos à maior quantidade
possível de pessoas, independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção”.

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CONSTRUÇÃO CIVIL

Segundo a NBR 9050 (ABNT, 2015), acessibilidade é a “possibilidade e condição de alcance, percepção e
entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento
urbano e elementos”.

A necessidade de estabelecimento de parâmetros de qualidade para as obras de edificações tem sido uma
demanda dos intervenientes do setor da construção civil. O foco no desempenho vem de encontro a essa
necessidade, com o estabelecimento de exigências a serem atendidas, bem como a forma de mensurá-las.

O desempenho deve ser considerado desde a fase de concepção do edifício e ao longo do ciclo de vida da
edificação. Em alguns países, como França, Canadá e Japão, o desempenho do produto-edifício e dos seus
subsistemas é inicialmente definido para posteriormente serem definidas as tecnologias construtivas a serem
adotadas (OLIVEIRA e MITIDIERI, 2012).

A NBR 15575 (ABNT, 2013) traz em seu escopo a clara atribuição da responsabilidade da manutenção da edi-
ficação ao usuário, desde que este receba da construtora e/ou incorporadora um manual que o oriente nesse
sentido. Os itens referentes à manutenção contidos nessa norma representam um incremento ao conteúdo do
manual, especificamente voltado para a garantia da vida útil de projeto da edificação.

O Programa Cidade Madura, desenvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento Humano (SEDH) do Governo do
Estado da Paraíba, é o primeiro no Brasil a oferecer um condomínio público exclusivo para idosos e inteira-
mente projetado para suas necessidades específicas.

Ao todo o programa conta com seis unidades distribuídas pelo estado, a saber: Cajazeiras, Campina Grande,
Guarabira, João Pessoa, Patos e Sousa. As primeiras unidades a serem construídas, em 2014, foram as de
João Pessoa e de Campina Grande, as quais representarão a amostra desta pesquisa.

Construir uma sociedade mais justa e igualitária também passa por pensar e realizar projetos e obras que tra-
gam mais qualidade de vida e inclusão a diversas pessoas, inclusive as pessoas que se encontram na terceira
idade.

Assim, a relevância desse tema pode ser justificada tanto pelo resultado da pesquisa em si (elaboração do
diagnóstico), que poderá ser utilizado pelos gestores públicos na melhoria do programa em tela, bem como
na construção/reforma de outras habitações voltadas para a terceira idade e, ainda, pela geração de conhe-
cimento, através da publicação de artigos em periódicos e/ou eventos técnico-científicos sobre um tema
relevante mas pouco explorado, até o momento.

São objetivos específicos do projeto de pesquisa: conhecer as limitações e necessidades da terceira idade;
analisar o projeto arquitetônico das habitações do Programa Cidade Madura à luz da NBR 9050; analisar as
especificações técnicas das habitações do Programa Cidade Madura à luz da NBR 15575; identificar possíveis
incompatibilidades entre as habitações construídas no Programa Cidade Madura de João Pessoa e Campina
3º SIMPIF

Grande e os seus respectivos projetos e especificações técnicas

MATERIAIS E MÉTODOS. Considerando-se o critério de classificação de pesquisa proposto por Vergara


(2009), quanto aos fins e quanto aos meios, a pesquisa em andamento classifica-se em exploratória e descri-
tiva, quanto aos fins, e de campo, bibliográfica e participante, quanto aos meios de investigação.

O universo da pesquisa é composto por todas as unidades do Programa Cidade Madura do Governo do Esta-
do da Paraíba, a saber: Cajazeiras, Campina Grande, Guarabira, João Pessoa, Patos e Sousa. Já a amostra, é

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composta pelas unidades do Programa Cidade Madura localizadas nas cidades paraibanas de Campina Grande
e João Pessoa.

A coleta de dados se deu em dois momentos: no primeiro momento, com relação à pesquisa bibliográfica; no
segundo, com relação à pesquisa documental e de campo.

Na pesquisa bibliográfica, os dados foram coletados através de fichas resumo oriundas de teses, dissertações,
monografias, artigos e livros que tinham relação com o tema da pesquisa.

Já na pesquisa documental, houve a análise dos projetos arquitetônicos e das especificações técnicas do
Programa Cidade Madura do Governo do Estado da Paraíba, enquanto que, na pesquisa de campo, os dados
foram coletados por meio de formulários e roteiros de observação, os quais foram elaborados a partir da pes-
quisa bibliográfica, e registros fotográficos in loco.

Os formulários serão aplicados junto a gestores da Companhia Estadual de Habitação Popular (Cehap) do Es-
tado da Paraíba. Já os roteiros de observação foram utilizados pelas pesquisadoras quando da visita in loco às
edificações relacionadas às unidades de Campina Grande e João Pessoa. Essas ferramentas buscaram iden-
tificar as possíveis causas relativas às incompatibilidades entre os projetos arquitetônicos, as especificações
técnicas e as NBRs 9050 e 15575, bem como as possíveis incompatibilidades existentes, também, entre os
projetos arquitetônicos, as especificações técnicas e as habitações construídas no programa.

Os dados serão tratados de forma quantitativa, utilizando-se procedimentos estatísticos, e qualitativa, através
da estruturação e análise destes.

RESULTADOS. Como resultados diretos da pesquisa, até o momento, tem-se: realização de Pesquisa Biblio-
gráfica, com o fichamento de fontes que versam sobre o tema da pesquisa, totalizando 17 fontes, incluindo as
NBRs 9050 e 15575; elaboração das ferramentas de coleta de dados (Formulário e Roteiro de Observação);
execução de Pesquisa Documental, realizada nos projetos e especificações do Projeto Cidade Madura (João
Pessoa e Campina Grande), e de campo (apenas a unidade de João Pessoa, faltando a unidade de Campina
Grande).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Após o tratamento e análise dos dados, espera-se concluir a pesquisa com a ela-
boração de um diagnóstico relativo à acessibilidade e ao desempenho das edificações do Programa Cidade
Madura, sob a ótica das NBRs 9050 e 15575.

PALAVRAS-CHAVE: Terceira idade. Acessibilidade. Desempenho das edificações.

AGRADECIMENTOS: As autoras agradecem ao IFPB, Campus João Pessoa, pela bolsa concedida à discente.

Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15575: Edificações Habitacionais – Desem-
penho. Rio de Janeiro, 2013.
3º SIMPIF

______. NBR 9050: Acessibilidade a Edificações, Mobiliário e Equipamentos Urbanos. Rio de Janeiro: 2015.
MORAES, M. C. Acessibilidade no Brasil: análise da NBR 9050. 2007. Dissertação de Mestrado – Universidade
Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura, Florianópolis.
OLIVEIRA, L. A.; MITIDIERI FILHO, C. V. O projeto de edifícios habitacionais considerando a norma brasileira
de desempenho: análise aplicada para as vedações verticais. Gestão e Tecnologia de Projetos, v. 7, n. 1, p.
90-100, Mai. 2012.

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CONSTRUÇÃO CIVIL

QUEIROZ, G. A. Qualidade de vida em instituições de longa permanência para idosos: considerações a partir
de um modelo alternativo de assistência. 2010. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal de São João
Del Rei, Departamento de Psicologia, São João Del Rei.
VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
VINAGRE, A. P. Residência para a Terceira Idade. Instituto de Pós-Graduação e Graduação. Revista Especia-
lize, Goiânia, v. 01/2016, n. 12. Disponível em: <https://www.ipog.edu.br/revista-especialize-online/edicao-
-n12-2016/residencia-para-a-terceira-idade/>. Acesso em: 25 jan. 2019.

3º SIMPIF

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MEDICINA VETERINÁRIA | RECURSOS PESQUEIROS

Marcelo Helder Medeiros Santana


Caracterização bioclimática de um
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
aviário de postura no sertão paraibano
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa

Francisco Daniel Fernandes da Silveira


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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
INTRODUÇÃO. O conhecimento da influência das variáveis climáti-
Wesley Victor Silva de Andrade cas sobre a produtividade dos animais de interesse zootécnico tem
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e se tornado um dos grandes pilares da ciência animal. O avanço do
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
melhoramento genético, possibilitou a geração de animais com maior
José Mateus Rocha Sousa velocidade de ganho de peso, de produção de ovos e eficiência ali-
[email protected]
mentar, elevando assim a taxa metabólica e a produção de calor en-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa dógena. Nesse sentido, as adequações no ambiente são cruciais, a
fim de manter as principais variáveis climáticas controladas e reduzir
os gastos energéticos com a manutenção da temperatura corporal
dos animais.

Em situações de estresse por calor, além da redução do consumo de


ração pelas aves, o que reduz o fluxo de nutrientes no organismo, há
relevante perda na produtividade e qualidade de todos os componentes do ovo, compreendendo a casca, bem
como seus componentes internos (albúmen e gema). Essa situação de estresse por calor é bem comum em
aviários de postura localizados no Nordeste do Brasil, tendo em vista que as médias de temperatura durante
quase todos os meses do ano, estão sempre acima da zona de conforto térmico das aves. Ademais, grande
parte dos galpões de postura da região não possuem sistema de climatização artificial, o que dificulta a remo-
ção do excesso de calor no interior do galpão, elevando o estresse pelas aves.

Dessa forma, é importante caracterizar nas instalações, nas diferentes épocas do ano, os índices bioclimá-
ticos, sendo um dos pontos de partida para a tomada de decisão, tanto para adequações ambientais, assim
como modificações no perfil de ingredientes e na composição das dietas de galinhas poedeiras.

MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi realizada em um galpão experimental de galinhas poedeiras, em sis-
tema de criação em gaiolas, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Campus Sou-
sa-PB, distrito de São Gonçalo. O município fica localizado a uma altitude de 220 m, a uma latitude 06º 45’
33” S e longitude de 38º 13’ 41” W. O clima da região é classificado como tropical semiárido (tipo Bsh), com
temperatura média anual de 26,7ºC e média de precipitação de 872 mm/ano. Para a medição da temperatura
ambiental (TA), umidade relativa do ar (UR) e temperatura de ponto de orvalho (TPO) foram realizadas leituras
diárias, nos horários das 01:00; 03:00; 05:00; 07:00; 09:00; 11:00; 13:00; 15:00; 17:00; 19:00; 21:00 e
23:00; já para a medição da temperatura de globo negro (TGN) foram realizadas leituras diárias, nos horários
das 07:00; 09:00; 11:00; 13:00; 15:00 e 17:00, durante 38 dias de avaliação. Os equipamentos foram ins-
talados na altura da linha das gaiolas, posicionando-os na direção das aves. Foram realizadas as seguintes
medições: temperatura ambiente, temperatura de globo negro, umidade relativa do ar, temperatura de ponto
de orvalho, índice de temperatura e umidade (ITU) e índice de termômetro de globo e umidade (ITGU). Para a
leitura da TA, UR e TPO foi utilizado data logger. A temperatura de globo negro foi mensurada a partir de um
termômetro convencional inserido em uma esfera oca, negra e fosca. Ademais, foi realizada a mensuração da

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temperatura de superfície das aves e da temperatura da água de bebida, a partir da utilização de um termôme-
tro digital de infravermelho. A análise dos dados obtidos nesta pesquisa foi por meio de estatística descritiva.

RESULTADOS. Após análise dos dados, os horários das 11, 13, 15 e 17 estão acima da zona de conforto térmi-
co das aves, sendo caracterizada, conforme Rosenberg et al. (1983), como situação de perigo para os animais,
sendo o ITU verificado de 80,38; 81,77; 82,29 e 81,76, respectivamente. Comportamento similar foi também
observado na mensuração do ITGU, verificando-se valores de 80,57; 81,60; 81,19 e 80,31. De acordo com Buf-
fington et al. (1981), valores de ITGU entre 79 a 84 são considerados como perigosos e medidas ambientais e
nutricionais devem ser realizadas, a fim de evitar maiores prejuízos produtivos no plantel. Ademais, observa-se
elevação da temperatura de superfície corporal das aves da 09 às 17:00, bem como aumento da temperatura
da água de bebida. De acordo com Macari; Furlan (2001), para promover redução na temperatura corporal,
a temperatura da água deve estar em torno de 20º C, o que explica os resultados encontrados neste estudo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Para o galpão avaliado neste estudo, observa-se a necessidade de realização de
modificações ambientais, bem como nutricionais, com o intuito de reduzir os efeitos do estresse por calor ao
longo do dia. Destaca-se que os horários da 11; 13; 15 e 17:00 são os mais estressantes, conforme estimado
pelos índices bioclimáticos de ITU e ITGU.

PALAVRAS-CHAVE: Bioclimatologia. Estresse térmico. Índice de temperatura e umidade.

AGRADECIMENTOS: Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pela concessão da


bolsa de iniciação científica ao discente.

Referências

BUFFINGTON, D.E.; COLLAZO AROCHO, A.; CANTON, G.H. PITT, D. Black globe humidity index (BGHI) as a com-
fort equation for dairy cows. Transactions of the ASAE. v.24, n. 3, p. 711-714, 1981. 

MACARI, M.; FURLAN, R.L. Ambiência na produção de aves em clima tropical. In: Silva, I.J.O. (Ed.). Ambiência
na produção de aves em clima tropical. Jaboticabal: SBEA, 2001, p.31-87.

ROSENBERG, L. J.; BIAD, B. L.; VERNS, S. B. Human and animal biometeorology. In: Microclimate, the biologi-
cal environment. New York: Wiley- Interscience Publication, 1983. p.423-467.
3º SIMPIF

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Mikaele Oliveira Costa


Controle de qualidade de produtos
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
pesqueiros congelados preparados nas
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo aulas práticas de tecnologia do pescado
João Victor da Silva
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo
INTRODUÇÃO. Segundo FERNANDES & TOMASI (2006), pescado é
Lenietti Galiza Gama todo animal que vive normalmente em água doce ou salgada e que
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e serve para a alimentação humana, sendo que essa denominação é
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo
abrangente aos crustáceos, moluscos, anfíbios e mamíferos de água
Luciana Trigueiro de Andrade doce ou salgada. Os valores de mercado dos pescados dependem da
[email protected]
textura da carne, da composição química, do rendimento e dos méto-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo dos de captura e de beneficiamento. É fundamental o conhecimento
da composição química e o controle de qualidade dos pescados para
a padronização dos produtos alimentares baseados nos critérios nu-
tricionais com a finalidade de oferecer auxílios para deliberações de
caráter dietário, bem como as providências a serem tomadas durante
os processos industriais, como a estocagem adequada, por exemplo,
que garantirá uma maior vida de prateleira e segurança alimentar, ou
a seleção de equipamentos para otimização econômico tecnológica (LIMA el al., 2012; SIMÕES et al., 2007).
A qualidade em Alimentos consiste em avaliar, constantemente, as características do produto quanto à micro-
biota, à composição físico-química e às características sensoriais do produto, padronizando de acordo com as
exigências do mercado, aceitando ou recusando, considerando-se os limites estabelecidos em lei. Tendo em
vista o processamento de produtos pesqueiros nas aulas do curso técnico regular oferecido pelo IFPB Cam-
pus Cabedelo, viu-se a necessidade em realizar o controle de qualidade dos produtos a fim de averiguar se
amostras cruas de bolinho, linguiça frescal e hambúrguer de peixe, elaboradas durante as aulas da disciplina
de Tecnologia do Pescado, da grade curricular do Curso Técnico em Recursos Pesqueiros, estavam de acordo
com os padrões de qualidade físico-químicos (pH, umidade, cinzas e lipídios) estabelecidos pela legislação
vigente (BRASIL, 2017) e com os encontrados na literatura.

MATERIAIS E MÉTODOS. Obtenção das amostras: As amostras produzidas durante as aulas de Tecnologia
de Pescados foram identificadas e transportadas em embalagens próprias, até o Laboratório de Controle de
Qualidade de Pescados. As amostras foram armazenadas sob temperatura de refrigeração a ± 18 ºC até o mo-
mento das análises. Análises Físico-químicas: Foram realizadas análises físico-químicas em 3 (três) produtos
pesqueiros crus produzidos nas aulas entre os meses de agosto e novembro do ano de 2018. As amostras
escolhidas foram o bolinho, a linguiça frescal e o hambúrguer de peixe. Pesaram-se aproximadamente 100 g
de cada amostra para viabilizar as análises físico-químicas, de acordo com a legislação vigente (INSTRUÇÃO
NORMATIVA No 25, DE 2 DE JUNHO DE 2011). Foram realizadas análises de teores de umidade total, minerais
totais e lipídeos totais além da medição do pH das amostras, obtido através de leitura em medidor de pH ou
pHmetro de bancada. Toda a metodologia das análises foi conforme os procedimentos da AOAC (2000). Deli-
neamento experimental: As análises físico-químicas foram realizadas em triplicata com delineamento inteira-
mente casualizado (DIC). Tratamento de dados: Para a construção de tabelas com média e desvios-padrão,
foi usado o programa EXCELL 2010 do Microsoft Office10.

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RESULTADOS. Foram obtidos os resultados dos parâmetros da qualidade físico-química das amostras cruas de
bolinho, linguiça e hambúrguer. São as médias de cada parâmetro em triplicata e seus respectivos desvios-pa-
drão. O valor médio do pH da amostra do bolinho, da linguiça e do hambúrguer de peixe foram 6,47±0,13,
7,14±0,16 e 6,99±0,14 respectivamente. Os teores médios de umidade, cinzas e de lipídios nas amostras de
bolinho foram 65,70±0,32, 1,67±0,07 e 1,37±0,26; linguiça frescal 77,00±0,08, 2,54±0,04 e 1,37±0,26
e hambúrguer 69,89±0,13, 2,78±0,06 e 0,18±0,15 respectivamente. Em almôndega de tilápia sem aditivos,
Oliveira et al. encontraram um valor de pH semelhante, 5,2±0,7, lipídeos 4,6±0,9, umidade 74,1±1,4. BARBO-
SA et. al., (2015) em suas pesquisas sobre desenvolvimento de linguiça frescal de peixe barbado, em amostra
cujo tratamento era sem adição de farinha de aveia, constataram que os teores de umidade obtidos de 60,41,
cinzas de 2,06 e de lipídio 20,54. Em amostra controle de fishburguer de biquara RAÚL et. al. (2018) encon-
traram valores teores de umidade 78,8±0,4, cinzas 2,1±0,1 e lipídios 0,07±0,0.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A legislação brasileira (BRASIL, 2000a) prevê que bolinhos de variadas carnes te-
nham teor máximo de lipídeos de 18%, para hambúrgueres de variadas matrizes, a determinação para teores
máximos de lipídeos é de 23% e, para linguiça frescal, o máximo de teores de umidade e lipídeos são de 70
e 30% (BRASIL, 2000b), respectivamente. Para as demais características físico-químicas como umidade em
bolinho e hambúrguer e pH e cinzas não há previsão de valores na legislação, porém existem vários estudos
sobre esses parâmetros de qualidade que são usados para fins de comparação. Os bolinhos de peixe produ-
zidos durante as aulas, apresentaram teor de lipídios (1,37±0,26), a amostra de hambúrguer resultou em
0,19% e de linguiça frescal 1,37% de lipídeos constatando-se assim que as amostras de bolinho, hambúrguer
e linguiça tem teores de lipídeos muito inferiores ao recomendado pela legislação que rege o regulamento
técnico das características de composição centesimal de bolinhos de carne, confirmando que esses produtos
são de baixo valor lipídico e dentro dos padrões perante a legislação. Todavia, os valores de umidade da lin-
guiça frescal foram um pouco elevados àquele recomendado pois sabe-se que a umidade é um dos principais
parâmetros da qualidade de Alimentos, uma vez que teores mais elevados causam instabilidade química,
favorecem o desenvolvimento de microrganismos e, consequentemente a diminuição da vida de prateleira
do produto. A pesquisa de controle de produtos elaborados em aula é importante, pois estuda as técnicas de
análises dos produtos, identificando parâmetros importantes que influenciam na qualidade, além de formar
profissionais especialistas em Laboratório de Controle de Qualidade de Pescados/Alimentos e ainda colabora
com dados importantes para a Área de Tecnologia de Pescados, vendo-se a necessidade de continuidade da
pesquisa estendendo-se para outros produtos derivados da pesca.

PALAVRAS-CHAVE: Composição química. Derivados de peixe. Análise. Alimento.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao CNPq e à Pró-reitoria de pesquisa, inovação e pós-graduação pelas bol-


sas concedidas, ao IFPB Campus Cabedelo, à professora Fátima Lacerda pela elaboração dos produtos e aos
discentes do 3º ano de Recursos Pesqueiros do ano de 2018.

Referências
3º SIMPIF

A.O.A.C. Official methods of analysis of the Association of Official Analytical Chemists International, 2000.
17th ed. Arlington: AOAC, 937 p.
BARBOSA, R. D.; RIBEIRO, K. DE P.; PINTO, D. M.; CASSOL, L. A. Desenvolvimento de linguiça frescal de peixe
barbado com adição farinha de aveia: características físico-química e sensorial. Conection Online – Revista
eletrônica do UNIVAG. n. 12. 2015. Disponível em: http://www.periodicos.univag.com.br/index.php/CON-
NECTIONLINE/article/view/203

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BRASIL. Instrução Normativa N º 4, De 31 de Março de 2000a. Regulamentos Técnicos de Identidade e Qua-


lidade de Carne Mecanicamente Separada, de Mortadela, de Linguiça e de Salsicha. MINISTÉRIO AGROPE-
CUÁRIA DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
BRASIL. Instrução normativa nº 20, de 31 de julho de 2000b. Regulamentos Técnicos de Identidade e Qua-
lidade de Almôndega, de Apresuntado, de Fiambre, de Hamburguer, de Kibe, de Presunto Cozido e de Pre-
sunto. MINISTÉRIO AGROPECUÁRIA DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
BRASIL. Instrução normativa no 25, de 2 de junho de 2011. Métodos Analíticos Oficiais Físico-químicos para
Controle de Pescado e seus Derivados. MINISTÉRIO AGROPECUÁRIA DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PE-
CUÁRIA E ABASTECIMENTO
BRASIL, Decreto nº 9.013, de 29 de março de 2017. Regulamenta a Lei nº 1.283, de 18 de dezembro de
1950, e a Lei nº 7.889, de 23 de novembro de 1989, que dispõem sobre a inspeção- industrial e sanitária de
produtos de origem animal. Brasília, mar. 2017.
LIMA, M de M.; MUJICA, P. I. C.; LIMA, A. M. Caracterização química e avaliação do rendimento em filés de
caranha (Piaractus mesopotamicus) Chemical characterization and evaluation of yield in caranha fillets (Pia-
ractus mesopotamicus). Braz. J. Food, Braz. J Technol Food Technol., IV SSA, maio 2012, p. 41-46.
OLIVEIRA, M. C. de; CRUZ, G. B. da; ALMEIDA, N. M. Características Microbiológicas, Físico-Químicas e Sen-
soriais de “Almôndegas” à Base dePolpa de Tilápia (Oreochromis niloticus. Microbiological, Physicochemi-
cal and Sensory Characteristics of Pulp-of-Tilapia-Based (Oreochromis niloticus) Meatballs. UNOPAR Cient
Ciênc Biol Saúde 2012;14(1):37-44.
RAÚL, L. J..; ARAÚJO, I. B., BARBOSA, R. C., MACIEL, M. I. S., , SHINOHA, N. K.. S., OLIVEIRA FILHO, P. R. C. Ma-
nufacture of Biquara (Haemulon Plumierii - Lacepède, 1801) Fishburger with Addition of Wheat Bran. Journal
of Aquatic Food Product Technology. 2018, VOL. 27, NO. 5, 544–556

3º SIMPIF

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Isabela Calixto Matias


Fibrossarcoma em cães
Maria Gabriela Sousa Ernesto

Édipo Moreira Campos

Lisanka Ângelo Maia

INTRODUÇÃO. As neoplasias de origem mesenquimal são frequente-


mente diagnosticadas em pequenos animais na rotina clínica veteri-
nária, sendo estas classificadas de acordo com seu componente pri-
mário, que pode ser tecido fibroso, tecido adiposo, musculatura lisa,
nervos, vasos sanguíneos ou vasos linfáticos (HENDRICK, 2017). Os
fibrossarcomas consistem em neoplasias do tecido conjuntivo fibro-
so, derivadas de fibroblastos presentes na derme e subcutâneo, tendo
como sítios principais de localização a região de membros e tronco
e menos frequentemente trato digestório (MAGALHÃES et al., 2015;
GOMES et al., 2009; ANDRADE et al., 2012) e periósteo (FLORENTINO
et al., 2005). Em cães, são considerados incomuns, representando
apenas cerca de 1,5% dos tumores de pele e subcutâneo nessa es-
pécie. Já nos gatos é considerada a neoplasia mesenquimal de maior
ocorrência. Cães das raças Golden Retriever, Gordon Setter, Doberman Pinscher, Brittany Spaniel e Wolfhound
Irlandês, com idade superior a oito anos são considerados mais predisponentes a ocorrência dessa neoplasia
(GOLDSCHIMIDT & SHOFER, 1992). Não há predisposição quanto ao sexo. O diagnóstico de fibrossarcoma
pode ser realizado baseado nos achados clínicos e epidemiológicos apresentados pelo animal associado ao
exame histopatológico confirmatório. Entre os aspectos macroscópicos da neoplasia pode-se observar uma
única ou múltiplas massas de coloração esbranquiçada, firme, infiltrativa, por vezes circunscrita, de tamanho
variável, não encapsulada, com superfície de corte esbranquiçada a acinzentada, brilhante, com padrão fasci-
cular entrelaçado. Os achados histopatológicos incluem presença de células neoplásicas de formato fusiforme
entrelaçadas entre si ou formando um padrão de “espinha de peixe”, chamado assim devido a semelhança
com o arranjo das espinhas deste animal. O citoplasma dessas células é considerado escasso quando a neo-
plasia é bem diferenciada, e os núcleos são de formato ovais a fusiforme, com nucléolos pouco evidentes. A
ocorrência de mitoses depende da agressividade do tumor (HENDRICK, 2017). O tratamento pode ser realiza-
do através de nodulectomia completa durante o procedimento de biópsia, se possível com margens cirúrgicas
amplas e seguras para que se evite a ocorrência de recidivas, consideradas comuns nessa neoplasia (RIBEIRO
et al., 2011; HENDRICK, 2017). O grau de malignidade varia de baixo a moderado, sendo notável pelo nível
de infiltração no tecido observada durante a realização da nodulectomia. Nesses casos, metástases apesar
de serem incomuns, podem ocorrer (GROSS et al., 2009), tendo relatos descritos em linfonodos regionais
(MATOS et al., 2010), coração e pulmão (MARTINATO, 2017). Portanto, objetiva-se descrever os aspectos
epidemiológicos, clínicos e patológicos de dois casos de fibrossarcoma em cães diagnosticados no Hospital
Veterinário Adílio Santos de Azevedo (HV-ASA) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da
Paraíba (IFPB), campus Sousa.

MATERIAIS E MÉTODOS. Os dados epidemiológicos e clínicos foram coletados da ficha de atendimento da


Clínica Médica de Pequenos Animais (CMPA) do HV-ASA, IFPB. Após a avaliação clínica, os animais foram
encaminhados para procedimento cirúrgico de nodulectomia. Os nódulos coletados foram enviados para o

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Laboratório de Patologia Animal (LPA) do IFPB para avaliação histopatológica. Os materiais recebidos foram
avaliados macroscopicamente, fixados em formol tamponado a 10% e em seguida processados rotineiramen-
te, seccionados em 3µm, coradas por hematoxilina e eosina (HE).

RESULTADOS. O cão A era um macho, da raça poodle, com 10 anos de idade, que apresentava há aproximada-
mente três meses um nódulo no espelho nasal com aproximadamente sete centímetros de diâmetro, que obs-
truía a narina. Esse nódulo possuía superfície irregular com secreção purulenta. A tutora relatou que a lesão
teve início após um trauma. Macroscopicamente, o nódulo apresentava superfície irregular, branco amarelado,
firme, que ao corte exibia superfície lisa e branco acinzentada. O cão B era uma fêmea, também da raça poo-
dle, com 11 anos de idade, que apresentou recidiva de um nódulo retirado anteriormente, localizado na base
da orelha. Esse nódulo media aproximadamente quatro centímetros de diâmetro, era recoberto por pele com
área focal ulcerada medindo 1,5 cm de diâmetro e de consistência firme. Ao corte, era não encapsulado, bem
delimitado, com superfície lisa e esbranquiçada, com área central amarronzada. Microscopicamente, ambas as
peças apresentavam características histopatológicas semelhantes, descritas como massas neoplásicas infil-
trativas, não encapsuladas que se estendiam para a derme profunda. As células neoplásicas eram fusiformes
e estavam arranjadas em ninhos ou em feixes entrelaçadas entre si (ziguezague). Apresentavam citoplasma
escasso, pálido e pobremente definido e núcleos variando entre fusiforme a ovoide, de cromatina frouxa, com
um ou mais nucléolos proeminentes. Em meio as células neoplásicas, havia presença de escasso a modera-
do estroma de fibras colágenos maduras e discreta neovascularização. Áreas multifocais a coalescentes de
necrose intratumoral associadas a infiltrado inflamatório misto caracterizado pela presença de plasmócitos,
linfócitos, neutrófilos e alguns macrófagos também foram observados em meio a neoplasia. O diagnóstico de
fibrossarcoma foi realizado baseado nas características macroscópicas e confirmadas através da avaliação
histopatológica. Os aspectos macroscópicos em ambos casos foram semelhantes ao descrito na literatura,
que retratam essa neoplasia como massas de formato irregular, de consistência firme, com tamanho variado
e coloração branco acinzentado, podendo conter áreas de alopecia e ulceração (GROSS et al., 2009; RIBEIRO
et al., 2011). Fibrossarcomas têm sido descritos afetando principalmente pele e tecido subcutâneo da região
de membros e tronco e menos frequentemente trato digestório e periósteo (MAGALHÃES et al., 2015; FLOREN-
TINO et al., 2005). Portanto, sugere-se que em ambos os casos desse relato os sítios de localização obser-
vados são incomuns. A ocorrência de recidivas, observada no caso B, são consideradas comuns nos casos de
fibrossarcoma, devido ao alto grau de infiltração dos fibroblastos neoplásicos. Entretanto, podem ser evitadas
com a realização de procedimentos cirúrgicos mais radicais e sofisticados (GROSS et al., 2009). As caracte-
rísticas microscópicas de células formando feixes entrelaçados entre si associados a áreas de necrose, com
ulceração e hemorragia devido a neovascularização, permitiram o diagnóstico e são consideradas comuns nos
casos de fibrossarcoma. Leiomiossarcoma e tumores de bainha neural devem ser incluídos como principais
diagnósticos diferenciais. A coloração Tricômio de Masson pode ser utilizado em casos que não foi possível a
identificação das fibras colágenas (GROSS et al., 2009; HENDRICK, 2017).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O fibrossarcoma é uma neoplasia de células mesenquimais que acomete cães em
3º SIMPIF

sítios de localização distintos e que as vezes são de difícil acesso para realização da excisão cirúrgica total.
Diante desse fato, a realização do exame histopatológico através de biópsia é imprescindível, pois, além de
determinar o tipo neoplásico em questão, indica o grau de malignidade, contribuindo para a elaboração do
prognóstico do animal e colaborando com o médico veterinário clínico para que se reveja outras possibilida-
des terapêuticas, como a quimioterapia e radioterapia.

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PALAVRAS-CHAVE: Neoplasia mesenquimal maligna. Fibroblastos. Histopatologia.

AGRADECIMENTOS. Agradecemos ao PIBICT da Chamada Interconecta IFPB – Nº 01/2016 pelo apoio finan-
ceiro e incentivo para o desenvolvimento dessa pesquisa.

Referências
ANDRADE, R. L. F. S., OLIVEIRA, D. M., DANTAS, A. F. M., SOUZA, A. P. D., NÓBREGA NETO, P. I. D., RIET-CORREA,
F. Tumores de cães e gatos diagnosticados no semiárido da Paraíba. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 32, n.
10, p. 1037-1040, 2012.
FLORENTINO, K. C., BATISTA, J. C., BRUSK, F. J., PENA, S. B. Fibrossarcoma Canino – Relato de Caso. Anais da
III SEPAVET – Semana de Patologia Veterinária – e do II Simpósio de Patologia Veterinária do Centro Oeste
Paulista, FAMED – Faculdade de Medicina Veterinária da FAEF, 2005.
GOLDSCHIMIDT, M. H. & SHOFER, F. S. Skin Tumors in the Dog and Cat, Pergamo Press. Oxford. v. 67., n. 158.
pp. 2-3, 1992.
GOMES, C., OLIVEIRA, L., ELIZEIRE, M., OLIVEIRA, M., FERREIRA, K. C., OLIVEIRA, R., CAVALCANTI, R., CON-
TESINI, E. A. Avaliação epidemiológica de cães com neoplasias orais atendidos no Hospital de Clínicas Veteri-
nárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ciência Animal Brasileira, v. 10, n. 3, p. 835-839, 2009.
GROSS, Thelma Lee, IHRKE, Peter J., WALDER, Emily J., AFFOLTER, Verena K. Doenças de Pele do Cão e do
Gato - Diagnóstico Clínico e Histopatológico. Roca. 2ª ed., p. 706-711, 2009.
HENDRICK, Mattie J. Mesenchymal Tumors of the Skin and Soft Tissues. In: MEUTEN, Donald J. Tumors in
Domestic Animals. John Wiley & Sons, 5ª ed., p. 142-146. 2017.
MAGALHÃES, G. M., SANTILLI, J., CALAZANS, S. G., NISHIMURA, L. T., DE AMORIM CEREJO, S., DIAS, F. G. G.
Fibrossarcoma primário em intestino delgado de cão-Relato de caso. Brazilian Journal of Veterinary Medicine,
v. 37, n. 2, p. 145-148, 2015.
MARTINATO, Fernanda. Fibrossarcoma com metástase em coração e pulmão de cão – relato de caso. Mono-
grafia do Programa de Aprimoramento Profissional – SES-SP, UNESP – Jaboticabal. 22f., 2017.
MATOS, P. C. M., OLIVEIRA, A., PRIEBE, A. P. S., ALMEIDA, M. B. Fibrossarcoma com metástase em linfonodo
regional em cão. Anais do 31° Congresso Brasileiro da ANCLIVEPA, IV Congresso Brasileiro de Odontologia
Veterinária, Belém-PA. 2010.
RIBEIRO, F. P. et al. Fibrossarcoma em cão – relato de caso. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veteri-
nária, ano IX, n. 16, 2011.

3º SIMPIF

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Rômulo Fylipe Silva


Frequência de brucelose em equídeos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de tração no Alto Sertão Paraibano
Tecnologia da Paraíba

Jossiara Abrante Rodrigues


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. A brucelose é uma doença infectocontagiosa crônica
Vinicius Longo Ribeiro Vilela comum em variadas espécies animais, promovendo prejuízos na pro-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e dução de lã, carne, leite e fertilidade dos rebanhos, sendo causada
Tecnologia da Paraíba
por bactérias gram-negativas do gênero Brucella (MORIYON, 1988).
Thais Ferreira Feitosa É uma zoonose caracterizada pela infecção das células do sistema
[email protected]
mononuclear fagocitário e compromete especialmente o sistema re-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba produtivo ocasionando, frequentemente, abortamento em bovinos
(METCALF et al., 1994).

Dentre as doenças infecciosas que acometem os equídeos, a bruce-


lose é reconhecida como uma enfermidade de evolução crônica, de
caráter zoonótico, ocasionada principalmente pela Brucella abortus
(ACHA; SZYFRES, 2003). Nestes animais, B. abortus tem sido relacio-
nada à infecção generalizada, laminites, inflamação nas bolsas sinoviais interescapulares e atlantal, tenossi-
novites, osteomilites, infertilidade e abortos (MACMILLAN, 1985; CARRIGAN; COCKRAM, 1987).

Os equídeos representam uma importância na epidemiologia da brucelose bovina, quando convivem com bo-
vinos infectados, podem apresentar lesões articulares crônicas, no entanto, dificilmente as fêmeas abortam
(RIBEIRO et al., 2003; LAGE et al., 2008). A transmissão ocorre pela ingestão de água e alimentos contami-
nados por descargas vaginais, restos placentários e restos de abortos de fêmeas infectadas (LANGENEGGER;
SZECHY, 1961; CASTRO et al., 2005).

No semiárido nordestino, os equídeos tem papel de destaque participando da geração de renda através da
realização de trabalho de tração, sendo necessários estudos que demonstrem a situação sanitária desses ani-
mais que estão em contato direto com os seres humanos. Desta forma, este estudo teve como objetivo estimar
a prevalência de brucelose em equídeos de tração, no município de Sousa, Alto Sertão do Estado da Paraíba.

MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi realizada no período de 2016 a 2018, que compreende tanto as cole-
tas de sangue, quanto a realização dos testes sorológicos. Foram utilizadas amostras de sangue de 116 equí-
deos, sendo eles equinos, asininos e muares, de diferentes faixas etárias, ambos os sexos e diferentes raças,
que prestavam serviço de tração, provenientes da região de Sousa-PB.

Para a obtenção de soro sanguíneo, foram colhidas amostras de 5 mL de sangue pela punção da veia jugular
externa, em tubo de ensaio sem anticoagulante, acondicionadas em isopor com gelo e encaminhadas para
análises no Laboratório de Imunologia e Doenças Infectocontagiosas (LIDIC) do Instituto Federal da Paraíba
(IFPB), campus Sousa-PB. As amostras de soro foram armazenadas individualmente em microtubos, e poste-
riormente, congeladas à -20ºC, até o momento da realização dos testes sorológicos.

Em todas as amostras foi realizado o teste do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT), como triagem, utili-
zando como antígeno B. abortus, como preconizado pelo Programa Nacional de Controle e Erradicação da

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Brucelose e da Tuberculose Animal - PNCEBT (BRASIL, 2006). As amostras soro-positivas pelo AAT foram
submetidas ao teste confirmatório 2- Mercaptoetanol (2-ME).

No momento da coleta do sangue dos animais, foi aplicado um formulário epidemiológico aos proprietários
dos equinos, para a coleta de informações referentes ao manejo dos animais, como forma de caracterizar os
meios de infecção dos equídeos por B. abortus, bem como, a perpetuação da brucelose na região.

RESULTADOS. Do total de 116 soros sanguíneos analisados pelo teste AAT, 13 (11,2%) foram positivos, de-
monstrando uma alta frequência de brucelose na região. Arruda et al. (2012), ao verificar a presença de
anticorpos anti-B. abortus em equinos do Estado da Paraíba, observaram a presença de equinos positivos,
porém em baixa frequência (3,7%).

Em relação à espécie, 24 eram asininos, 67 muares e 25 equinos. Nos animais positivos, um (7,6%) era asini-
no, oito (61,5%) muares e quatro (30,7 %) equinos.

Nos animais coletados, nove apresentaram até dois anos de idade, 33 animais de três a cinco anos e 74 mais
de cinco anos. Dentre os positivos, três apresentaram até dois anos de idade, um de três a cinco anos e nove
mais de cinco anos.

Com relação ao sexo, observaram-se 49 machos e 67 fêmeas, cujos animais positivos, eram dez (76,9%)
fêmeas e três (23%) machos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluiu-se que a brucelose está presente no rebanho de equídeos carroceiros no
semiárido paraibano, necessitando de medidas adequadas de controle e profilaxia, além da adoção de estra-
tégias de erradicação da enfermidade na região.

PALAVRAS-CHAVE: Brucella. Equídeos. Zoonose.

AGRADECIMENTOS. Agradecemos o apoio concedido pelo programa PIBIC/CNPq pela concessão de bolsa de
iniciação científica, como fomento para a realização da pesquisa.

Referências
ACHA, P.N.; SZYFRES, B. Zoonosis y enfermidades transmisibles comunes al hombre y a los animales. 3. ed.
Washington: Organización Panamericana de la Salud, 2003. p. 28-56.
ARRUDA, F.R.; SILVA, M.H.; FILHO, P.M.S.; CAMPOS, A.C.; AZEVEDO, E.O. Brucelose equina no Estado da Paraí-
ba. Medicina Veterinária, Recife, v.6, n.1, p.7-10, jan.-mar, 2012.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretária de Defesa AgropecuáriaDepartamen-
to de Saúde Animal. Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal
(Pncebt). Brasília: MAPA/SDA/ DSA, 2006, 188p.
CARRIGAN, M. J.; COCKRAM, F. A. Brucella Abortus biotype 1 arthritis in a horse. Aust vet J, v. 64, n. 6, p.190,
1987.
3º SIMPIF

CASTRO, A.C.; GONZÁLEZ, R.S.; PRAT, I.M. Brucellosis: uma revision practica. Acta Bioq Clín Latinoam, v.39,
p.203- 216, 2005.
LAGE, A. P.; POESTER, F. P.; PAIXÃO, T. A.; SILVA, T. A.; XAVIER, M. N.; MINHARRO, S.; MIRANDA, K. L.; ALVES, C.
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Belo Horizonte, [online], v. 32, p. 202-212, 2008.
LANGENEGGER, J.; SZECHY, A.M. Brucelose dos equídeos domésticos: isolamento de Brucella abortus de bur-
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III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 473


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MACMILLAN, A.P. A retretrospective study of the serology of brucellosis in horse. Vet Record, v. 117,
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MORIYON, I. Estructura antigênica del gênero Brucella. Instituto Agronômico Mediterrâneo de Zaragoza, p.
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3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 474


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Cidinei Trajano Silva


Identificação de animais vítimas de
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
atropelamentos na BR-230 no alto
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa sertão da paraíba
ayelllyson alberto da silva
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
INTRODUÇÃO. Dentre alguns dos fatores que mais influenciam os
Amelia Lizziane Leite Duarte atropelamentos de animais nas estradas, citam-se: a velocidade dos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e veículos e volume de tráfego, características da paisagem e compor-
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
tamento das espécies, má sinalização e as condições atmosféricas
Isabela Calixto Matias como chuva, a escuridão que afetam a visibilidade ou a capacidade
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de condução do veículo (FORMAN et al., 2003). A maioria dos aci-
Universidade Federal de Campina Grande -
Campus Sousa dentes ocorrem no período da noite, relacionados com a desatenção,
fadiga e baixa visibilidade dos motoristas e pilotos, como também
com os aspectos fisiológicos de algumas espécies, a locomoção, o
comportamento que os tornam vulneráveis e o efeito que os faróis
dos veículos causam aos olhos deixando-os cegos momentaneamen-
te, sem reação de defesa pela vida (LAURANCE et al., 2009). Ocorre
escassez e má distribuição dos dados obtidos em monitoramentos de
animais atropelados nas rodovias brasileiras, se dados mais completos fossem obtidos por monitoramentos
e constantes, e depois disponibilizados, seria possível ter uma estimativa das colisões entre veículo e animal
em escala nacional, tanto sob a perspectiva da segurança quanto, preservação da vida e conservação da bio-
diversidade. (GOMES et al., 2013; ANDERY, 2011).

Dessa forma, objetiva-se identificar as principais espécies vitimas de atropelamento (entre os quilômetros 443
e 506 da BR-230) entre os municípios de Aparecida-PB à Cajazeiras-PB.

MATERIAIS E MÉTODOS. A área de abrangência do estudo compreendeu o trecho entre os km-443 e km-506
da BR–230, no alto sertão, entre os municípios de Aparecida e Cajazeiras.

Para tanto, o processo de monitoramento compreendeu os meses de agosto de 2017 a janeiro de 2018, no
horário das 06:00 às 09:00 da manhã, perfazendo 3 horas diárias, e um total global de 450 horas de ativida-
des ao longo dos 6 meses de pesquisa. Houve flexibilidade quanto a situações extraordinárias, que poderiam
contribuir para o melhor dimensionamento do problema, como em ocasiões em que a coleta foi realizada atra-
vés de informações de moradores locais sobre a ocorrência de atropelamentos em horário diverso ao estabe-
lecido. Nestes casos, visando valorizar a amplitude da coleta de dados e compreender o fator “atropelamento
de fauna“ amplamente, havia o deslocamento imediato da equipe ao local para iniciar os procedimentos de
fotografia, georeferenciamento, preenchimento de ficha.

Em cada coleta foi registrado a coordenada geográfica específica do local do atropelamento com a ajuda de
um sistema de posicionamento global – GPS (Global Positioning System) (Test Plus) e foi medida por uma es-
cala métrica de 10 cm a distância da margem da rodovia até o animal atropelado. Assim, as ocorrências eram
registradas em planilha, para posterior tabulação dos dados, que se concentraram em variáveis como espécie,
posição geográfica, sexo e conservação da pista nas redondezas.

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Os dados coletados foram registrados em planilhas e organizados em forma de tabelas e gráficos, utilizando o
software Excel® (2016), perfazendo uma distribuição de frequência e compilando os dados obtidos na tabela
seguinte, através de análise descritiva que considerou variável qualitativa como sexo, data, hora, coordenadas
geográficas, idade estimada, dentre outras. As médias de atropelamento foram obtidas dividindo-se o número
total de animais atropelados pelas horas totais de estudo. O trabalho foi submetido e aprovado ao Comitê de
ética (CEUA) do IFPB Campus Sousa sob protocolo 23000.000799.2018-77.

RESULTADOS. Foram registrados um total de 196 animais atropelados, de 16 diferentes espécies, em 9.900
km percorridos de algumas não foram identificadas. A taxa de mortalidade foi em média um animal a cada
43.88 km percorrido. O grupo dos anfíbios foi mais atingido (144 indivíduos), e os répteis apresentaram a
maior diversidade de espécies encontradas (7 espécies). Ocorreu uma grande variação no número de ver-
tebrados atropelados entre as classes, com maior registro para Amphibia (n = 114; 58,16%), seguida de
Mammalia (n=62; 31.63%), Reptilia (n=12; 6.12%) e por fim Aves (n= 8; 4.09%).

Os cães (Canis familiares) foram o segundo mais afetado durante o período da amostragem, e obteve registros
ao longo de todos os meses do monitoramento, esse número pode ser atribuído ao fato da grande quanti-
dade de animais abandonados nos municípios estudados, onde a BR-230 corta essas cidades, tornando a
probabilidade ao impacto maior, Prada (2004) afirma que o fato dos carnívoros terem grandes áreas de vida
a percorrer os expõe a várias travessias de estradas, o que torna maior a chance de colisão, por possuírem o
olfato e atraídos por carcaças de outros animais devido ao habito de necrofagia.

Outra espécie de mamíferos que se destacou foi o Cerdocyon thous, conhecida popularmente como raposa,
espécie bastante comum na região. Estudos em diferentes rodovias no Brasil obtiveram um elevado número
de atropelamento para tal espécie (aumentando o risco de extinção), como por exemplo, no Cerrado do Brasil
Central (VIEIRA, 1996), no Parque Nacional das Emas (GO) (SILVEIRA, 1999) o comportamento da espécie é
típico de um mamífero silvestre de médio porte, ou seja, percorre longas distancias por alimentos, aumentan-
do a probabilidade de ocorrência de atropelamento.

A espécie mais abundante desse grupo foi Mauremys leprosa (n= 5; 6,2%), por possuírem uma locomoção
mais lenta, assim como as serpentes, são particularmente vulneráveis à mortalidade por veículos automotivos
(RUDOLPH et al. 1999).

A sazonalidade foi baseada nos índices pluviométricos da região, considerando acima de 50 mm/mês para o
período chuvoso julho e janeiro e 00mm/mês para os meses de agosto, setembro e outubro. Os dados refe-
rentes à pluviosidade foram retirados do site do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET, 2018), do posto
de monitoramento do município de Sousa-PB, local no município de São Gonçalo (área de estudo).

A quantidade animais atropelados ao longo dos meses da pesquisa (julho 2017 à janeiro de 2018), levando
em conta a pluviosidade mensal.
3º SIMPIF

De acordo com os dados pluviométricos fornecidos pelo INMET, algumas espécies sofreram grande influên-
cia nos períodos mais chuvosos, para os anfíbios (Rhinella jimi), os registros de atropelamento se deram
principalmente no período chuvoso, em destaque o mês de janeiro de 2018, onde foi registrado maior índice
pluviômetro (65mm) época chuvosa corresponde ao período reprodutivo da espécies citada, que migram em
direção a poças de água sendo muito atropelado nessa época (RODRIGUES et al., 2002), confirmando assim a
influência da sazonalidade no grupo, para os répteis, o maior registro de mortes foi no mês de janeiro de 2017,
considerado chuvoso. Foram registrados mamíferos atropelados em todos os períodos tanto seco como chu-

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voso, porém no período de agosto à novembro de 2017, que é considerado período seco os atropelamentos
ocorreram com maior frequência, estas proporções certamente indicam que os animais têm maior necessida-
de de locomoção no período de seca, por conta da escassez de alimento e água.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O impacto sobre as populações atingidas é difícil de avaliar, uma vez que pouco se
conhece sobre seu tamanho populacional. A uma alta frequência de atropelamentos de vertebrados em rodo-
vias, onde a pluviosidade é um determinante sobre quais serão as espécies mais atingidas.

PALAVRAS-CHAVE: Acidentes. Impactos Ambientais. Lesões. Rodovias.

Referências
FORMAN, R. T. T.; SPERLING, D.; BISSONETTE, J. Road ecology: science and solutions. Washington: Island
Press, 2003.
GOMES, D.; SILVA, C. Registo de atropelamento de animais silvestres entre as cidades de Palmeiras de
Goiás e Edealina - GO. Interdisciplinar: Revista Eletrônica da Univar (2013), n.º10 Vol – 1 p. 19 - 34. 2013.
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia | Eixo Monumental Sul Via S1 - Sudoeste - Brasília-DF. 2018.
LAURANCE, W. F.;GOOSEM, M; LAURANCE, S. G. W. Impacts of roads and linear clearings on tropical forests.
Trends in Ecology and Evolution, 24(12), 659-669, 2009.
RODRIGUES, F.H.G.; HASS, A.; REZENDE, L.M. et al. Impacto de rodovias sobre a fauna da Estação Ecológica
de Água Emendadas-DF. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, 3., 2002. Fortale-
za, Anais... Fortaleza [s.n.] 2002. p.585-593. 
SILVEIRA, L. Ecologia e conservação dos mamíferos carnívoros do Parque Nacional das Emas. Dissertação
de mestrado. Universidade Federal de Goiás, Goiânia. 1999.
VIEIRA, E. M. Highway mortality of mammals in Central Brazil. Ciência e Cultura, v. 48, n.4, p. 270-272.1996.

3º SIMPIF

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Brendo Andrade Lima


Impactos da implantação da
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Instituto Federal da Paraíba - Campus Sousa
Especialização em Medicina Veterinária
no IFPB, campus Sousa
Jossiara Abrante Rodrigues
[email protected]
Universidade Federal de Campina Grande -
Campus Patos

Vinícius Longo Ribeiro Vilela INTRODUÇÃO. Nos últimos anos houve um crescente contato entre os
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animais domésticos e os seres humanos, favorecendo a propagação
Instituto Federal da Paraíba - Campus Sousa
de agentes parasitários e infecciosos no ambiente e para novos hos-
Thais Ferreira Feitosa pedeiros, tornando a atuação do médico veterinário uma importante
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Instituto Federal da Paraíba - Campus Sousa ferramenta na promoção da saúde dos animais e na saúde pública
(MENEZES, 2005). O médico veterinário é um importante dissemina-
dor na educação em saúde humana e animal ao informar e incentivar
os tutores sobre a adoção de cuidados para garantir o bem-estar dos
seus animais, promovendo melhorias nas condições de vida dos mes-
mos (CLEFF et. al., 2013; BORTOLOTI; D’AGOSTINO, 2007).

A introdução de programas de especializações na área de Medicina


Veterinária em hospitais veterinários universitários proporciona in-
contáveis contribuições, tanto no ganho de conhecimento aos alunos na busca de maior aperfeiçoamento,
quanto para a sociedade, que se beneficia com serviços prestados gratuitos e de boa qualidade. Além disso,
proporciona aos tutores sem condições financeiras um atendimento digno para os seus animais (TATIBANA,
2009; OLIVEIRA BOTTII, 2010).

O Hospital Veterinário do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), campus Sousa-PB, oferece variados serviços, os
quais favorecem a sociedade carente presente tanto na cidade quanto em regiões circunvizinhas, auxiliando
na difusão dos conhecimentos básicos sobre saúde e doença dos animais, além dos benefícios em serviços
médico-veterinários gratuitos.

Em 12 abril de 2019, começou a primeira turma do Curso Especialização em Medicina Veterinária (CEMV)
no IFPB Campus Sousa. A CEMV teve como objetivo oferecer a possibilidade da verticalização do ensino na
própria intuição ao termino da graduação em Medicina Veterinária. O Médico Veterinário recém-formado tem
a possibilidade de exercer a profissão mediante supervisão contínua dos professores e técnicos, oferecendo-
-lhes maior segurança na tomada de decisão. A CEMV proporciona ao aluno o contato diário com as diferentes
áreas da medicina veterinária, por ser uma especialização nos moldes de uma residência os alunos participam
da rotina clínica do Hospital Veterinário diariamente oito horas por semana.

O CEMV na seleção de 2019, ficou composto por uma turma de dez discentes, atuando nas diversas áreas do
Hospital Veterinário. Nas áreas de Clínica Médica de Pequenos Clínica Médica de Grandes Animais, com um
especializando; Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais, com dois especializandos, sendo que dois destes na
área de Cirurgia de Pequenos Animais; Área de Anestesiologia Veterinária, com um especializando; Patologia
Animal, com dois especializandos; Análises Clínicas Veterinárias, com dois especializandos.

Com a participação dos Discentes do CEMV na rotina clínica, o Hospital Veterinário do IFPB, campus Sousa,
passou a oferecer atendimento ao público todos os dias da semana. Com isso, espera-se que a quantidade

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de animais atendimentos e exames realizados aumente. Portanto, este trabalho teve como objetivo a realizar
um levantamento de dados dos atendimentos realizados de todos os setores do Hospital Veterinário, campus
Sousa-PB, comparando os dados obtidos durante o período de abril a julho de 2018, com o mesmo período
de 2019, após a inserção do curso de Especialização em Medicina Veterinária.

MATERIAIS E MÉTODOS. Foi realizado um levantamento dos atendimentos efetuados nos setores de Clínica
Médica de Pequenos Animais, Clínica Médica de Grandes Animais, Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais, Pa-
tologia Animal e Análises Clínicas Veterinárias, do Hospital Veterinário do Instituto Federal da Paraíba (IFPB),
campus Sousa-PB.

O levantamento dos dados foi obtido através da observação dos registros nos livros dos atendimentos de cada
setor, no período de abril a julho de 2018, onde técnicos e professores realizavam os atendimentos, e no mes-
mo período de 2019, com a presença de dez especializandos selecionados mediante a implantação do curso
de Especialização em Medicina Veterinária.

Para avaliar os resultados da pesquisa foi utilizado o método de descrição analítica, sendo os valores numé-
ricos expressos em porcentagem e, posteriormente, realizado a comparação dos dados em relação a cada
período estudado.

RESULTADOS. Observou-se que no setor de Clínica Médica de Pequenos Animais, no período de abril a julho
de 2018, foram realizados 182 atendimentos, já no mesmo período em 2019, foram 485 atendimentos, um
aumento de 303 atendimentos, crescimento de 166%. Na Clínica Médica de Grandes Animais, foram 40 aten-
dimentos no período de 2018, onde no mesmo período em 2019, foram 77 atendimentos, um aumento de 37
atendimentos, crescimento de 92%. Na Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais, foram realizadas 31 cirurgias
no período de 2018, baixo valor quando comparado com o período de 2019 com 90 cirurgias, aumento de 59
cirurgias, crescimento de 190%. Na Patologia Animal, foram realizadas 30 necropsias no período de 2018, já
no período de 2019 foram 33 necropsias, aumento de 3 necropsias, crescimento de 9%.

No setor de Análises Clínicas Veterinárias, houve a introdução de especializandos na área de Patologia Clínica
e no Laboratório de Parasitologia Veterinária. Na Patologia Clínica, no período de abril a julho de 2018 foram
realizados 54 exames, já no mesmo período de 2019, foram realizados 329 exames, aumento de 275 exames,
crescimento de 509%. No Laboratório de Parasitologia Veterinária, no período de 2018, foram realizados
30 exames, baixo valor quando comparado com o período de 2019 que foram 263 exames, aumento de 233
exames, crescimento de 776%.

Considerando os dados obtidos, quando se compara todas as atividades realizadas no hospital veterinário
do IFPB campus Sousa, nos períodos de abril a julho dos anos de 2018/2019, obteve-se um crescimento de
290% em sua totalidade e rotina. Observou-se aumento dos atendimentos de todos os setores analisados.
Além disso, o aumento na rotina no hospital veterinário favoreceu o contato dos dos estudantes do curso de
3º SIMPIF

Medicina Veterinária com mais atendimentos clínicos, tratamentos e exames deste campus, pois os mesmos
ao realizar estágios, podem observar os casos da rotina diária nas mais diversas áreas, onde se encontram os
especializandos. O HV se tornou um potente disseminador de conhecimentos para os discentes da graduação
e especialização, além dos técnicos e professores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluiu-se que houve crescimento dos atendimentos no período de abril a julho
de 2019 em todos os setores, decorrente da presença dos especializandos no Hospital Veterinário. Isso pro-
porcionou ganho para a população da região com o acesso a esses serviços e melhoria na qualidade de vida

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dos seus animais e para os alunos e professores que tiveram a possibilidade de aprender com cada atendi-
mento que ocorreu durante o período.

PALAVRAS-CHAVE: Consultas. Rotina. Sociedade.

Referências
BORTOLOTI, R.; D’AGOSTINO, R.G. Ações pelo controle reprodutivo e posse responsável de animais domésticos
interpretadas à luz do conceito de metacontigência. Revista Brasileira de Análise do Comportamento, São
Carlos, v. 3, n. 1, p. 17-28, 2007.
BOTTII, S.H.O.; REGOII, S. Processo ensino-aprendizagem na residência médica. Revista Brasileira de Educa-
ção Médica, v. 34, n. 1, p. 132-140, 2010.
CLEFF, M.B; MORAES.; T.B.; CAPELLA, G.A.; ANANA, D.C.; ROSA JÚNIOR, A.S.; SILVA, C.C.; ATHAIDE, C.; ROSA,
C.S. Saúde e bem estar humano e animal: ações em comunidades carentes combatendo a desigualdade social.
31º Seminário de Extensão Universitária da Região Sul, 2013.
MENEZES, C. C. F. A importância do Médico Veterinário na Saúde Pública. 2005. 54f. Monografia (Graduação
em Medicina Veterinária) – Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2005.
TATIBANA, L.S.; COSTA-VAL, A.P. Relação homem-animal de companhia e o papel do médico veterinário. Pro-
jeto de Educação Continuada. É o CRMV-MG investindo no seu potencial, p. 11, 2009.

3º SIMPIF

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Caroline Gomes da Silva


Melanoma perineal em um caprino
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Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa

Diego Rubens Santos Garcia


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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
INTRODUÇÃO. O melanoma é uma neoplasia caracterizada pelo cres-
Amanda de Carvalho Gurgel cimento de massa de superfície irregular e enegrecida, exceto nos
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Instituto Federal de Educação, Ciência e casos de tumores amelanócitos, com eventuais sangramentos (ME-
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
NEZES, 2017). Embora a ocorrência dessa neoplasia em caprinos
Natália Ingrid Souto da Silva seja considerada rara, no Nordeste, onde a radiação solar é inten-
[email protected]
sa em praticamente todo o ano, os casos são considerados comuns
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa (CARVALHO et al., 2014). Pode ocorrer em qualquer região da pele,
entretanto, é mais comum em locais desprovidos de pelos (MENEZES,
2017) e o sistema reprodutor feminino o local de maior ocorrência
(CARVALHO et al., 2014).

No âmbito da medicina veterinária, o tumor de melanócitos podem


ser classificados em benignos ou maligno, sendo denominados de
melanocitoma ou melanoma, respectivamente (ROLIM et al., 2012). Histologicamente, o melanocitoma é ca-
racterizado por células grandes, uniformes, arredondadas ou poligonais, citoplasma pigmentado com melani-
na e núcleo pequeno. Melanoma possui principalmente células arredondadas, com escassez de melanina do
citoplasma e abundantes figuras de mitoses, sendo esta última, a característica mais crucial para a diferencia-
ção entre as duas neoplasias, onde quatro figuras de mitoses por 10 campos de grande aumento já conside-
ra-se o melanoma (PERLMANN, 2015).

A metástase do melanoma pode acarretar em sinais clínicos específicos, e dependendo do prognóstico, pode
ser indicado a eutanásia ou mesmo cursar em morte por decorrência da enfermidade dependendo do local
acometido (MENEZES, 2017). Para o diagnóstico diferencial pode ser considerado o carcinoma, linfoma pouco
diferenciado, sarcomas e outras neoplasias, principalmente nos casos de melanomas amelanócitos (ROLIM et
al., 2012).

Existem poucos estudos relacionando essa neoplasia com a espécie caprina no Nordeste brasileiro. Com isso,
objetiva-se relatar os aspectos clínicos, epidemiológicos e patológicos de um caso de melanoma na região
perianal de um caprino no semiárido da Paraíba.

MATERIAIS E MÉTODOS. Os dados clínicos e epidemiológicos foram coletados da ficha de solicitação biópsia
do caso. Foi realizada uma nodulectomia parcial e o material coletado foi fixado em formol tamponado a 10%,
e em seguida encaminhado para o Laboratório de Patologia Animal (LPA) do Hospital Veterinário Adílio Santos
de Azevedo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (HVASA-IFPB), Campus Sousa,
para avaliação histopatológica.

RESULTADOS. Um caprino, fêmea, quatro anos de idade, sem raça definida, foi atendido por médica veteri-
nária autônoma, apresentando um nódulo na região perianal há aproximadamente três meses. Esse animal
era proveniente do Sítio Gangorra, no município Rafael Fernandes, Rio Grande do Norte, convivia com outros

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caprinos e ovinos e era criado em sistema semiextensivo. Na avaliação clínica foi observado nódulo na região
perianal com desconforto à palpação e quando em contato com a cauda, drenava secreção sanguinolenta. Foi
instituído tratamento cirúrgico, com nodulectomia parcial. Os fragmentos de biópsia, caracterizaram-se por
nódulos variando entre 1,3x1,6x0,8 cm e 2x1,6x0,7 cm de diâmetro, ambos de superfície ulcerada, irregular,
de consistência firme elástica, amarronzado entremeado com áreas enegrecidas. Ao corte, exibia tecido amar-
ronzado entremeado a áreas irregulares enegrecidas. Histologicamente, observou-se massa difusa acentuada
de células neoplásicas, não encapsulada, infiltrando desde a derme superficial a profunda, composta por
células fusiformes a ovais agrupadas em mantos. As células possuem formato arredondado a alongado, com
citoplasma moderado a escasso, eosinofílico, e que por vezes apresenta múltiplos grânulos pigmentados de
marrom-escuro, característicos de melanina. Os núcleos eram grandes, com cromatina vesiculosa, com até
dois nucléolos evidentes. O pleomorfismo foi acentuado, com raras figuras de mitose atípicas. Essas células
eram sustentadas por um moderado estroma fibrovascular. Associado, observaram-se áreas multifocais mo-
deradas de infiltrado inflamatório mononuclear, composto predominantemente de linfócitos, plasmócitos e ra-
ros macrófagos. Observou-se também áreas multifocais a coalescentes moderadas de necrose e hemorragia.
Havia perda acentuada da camada epitelial com necrose adjacente, caracterizando tecido ulcerado, além de
acantose moderada das células epiteliais.

O diagnóstico de melanoma foi estabelecido com base nos dados epidemiológicos, clínicos e os achados
anatomopatológicos. A presença de massa pigmentada, de cor preta-amarronzada associada a presença de
melanócitos neoplásicos permitiram o diagnóstico dessa neoplasia. Características semelhantes foram descri-
tas por outros autores (MENEZES, 2017; MACEDO, 2008; PERLMANN, 2015; ZACHARY, 2018). A idade deste
animal se enquadra em estudo realizado por Menezes (2017) e Macedo et al. (2008), que indicaram idade
entre 2 e 5 anos. A localização perineal é de acordo com o descrito por Carvalho et al. (2014), onde o mes-
mo indicou prevalência desse tipo de tumor em áreas ausentes de pelo nos caprinos. Entre os diagnósticos
diferenciais devemos citar o melanocitoma, carcinomas epidermóides, fibrossarcoma, hemangiopericitoma
(MENEZES, 2017) e carcinoma de células escamosas (CCE) (CARVALHO et al., 2014).

Deve-se levar em consideração o fato do animal ser criado em sistema semiextensivo, ele passava o dia pas-
tejando exposto a luz solar e só a noite retornava para o curral, o que possibilita a exposição do mesmo à
radiação solar sendo um fator de risco para melanoma como foi descrito por Carvalho et al. (2014).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O melanoma é uma neoplasia que cursa com metástase, o diagnóstico precoce é
essencial para aumentar a sobrevida do animal.

PALAVRAS-CHAVE: Neoplasia. Melanócitos. Pequenos ruminantes.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao PIBICT da Chamada Interconecta IFPB – Nº 01/2017 pelo apoio finan-
ceiro e incentivo para o desenvolvimento dessa pesquisa.
3º SIMPIF

Referências
CARVALHO, F. K. de L.; DANTAS, A. F. M.; RIET-CORREA, F.; ANDRADE, R. L. F. S. de; NETO, P. I. da N.; NETO, E.
G. de M.; SIMÕES, S. V. D.; AZEVEDO, S. S. Estudo retrospectivo das neoplasias em ruminantes e equinos no
semiárido do Nordeste Brasileiro. Pesquisa Veterinária Brasileira. vol. 34. n 3. p 211-216. 2014.
MACEDO, J. T. S. A.; RIET-CORREA, F.; DANTAS, A. F. M.; SIMÕES, S. V. D. Doenças de pele em caprinos e ovinos
no semiárido brasileiro. Pesquisa Veterinária Brasileira. vol. 28. n 12. p 633-642. 2008.
MENEZES, A. L. A. Caracterização epidemiológica, clínica e patológica de melanoma em caprinos. Monografia.
p 23. Universidade Federal de Campina Grande. 2017.

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PERLMANN, E. Estudo imunoistoquímico das neoplasias melanocíticas uveais em cães. Tese. (Doutorado em
clínica cirúrgica veterinária). p 72. Universidade de São Paulo. 2015.
ROLIM, V. M.; CASAGRANDE, R. A.; WATANABE, T. T.; WOUTERS, A. T.; WOUTERS, F.; SONNE, L. DRIEMEIER, D.
Melanoma amelanótico em cães: estudo retrospectivo de 35 casos (2004-2010) e caracterização imuno-his-
toquímica. Pesquisa Veterinária Brasileira. vol. 32. n 4. p 340-346. 2012.
ZACHARY, J.F. Bases da Patologia em Veterinária. Elsevier. 6ªed. 2018.

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Juliana Trajano Silva


Ocorrência de Pulex irritans em
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Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa
Tamanduá mirim (Tamandua tetradactyla)
no semiárido da Paraíba, Brasil
Larissa Claudino Ferreira
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa

Francisco Fredson Sousa INTRODUÇÃO. O avanço da agricultura e pecuária próximo às áreas


[email protected]
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa naturais, proporcionou um contato entre as populações humanas e de
seus animais domésticos com a de animais exóticos nos seus habi-
Vinícius Longo Ribeiro Vilela
[email protected]
tats (SILVA, 2001), denotando a possível importância da participação
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa desses na manutenção de doenças na natureza. Dentre os agentes
causadores dessas doenças, diversos são os ectoparasitas e endo-
parasitas, atingindo de maneira direta ou indireta a populaçãoanimal
ou humano.

Os tamanduás são conhecidos como portadores de agentes zoonó-


ticos e constituem um grupo ecológico economicamente importan-
te, tanto do ponto de vista da abundância e diversidade de espécies,
quanto por serem encontrados como componentes fundamentais em
quase todos os ecossistemas terrestres (Oliveira & Vilella, 2003).

Dentre os tamanduás, a espécie Tamandua tetradactyla Linnaeus, 1758, (Myrmecophagidae, Xenartra) conhe-
cida também por tamanduá-mirim, distribui-se da Venezuela ao Brasil, podendo neste último ser encontrado
em todos os seus biomas, nos mais diversos habitats, pastagens e florestas (Hayssen,2011). Nestes ambien-
tes, observa-se a diminuição deste animal por fatores como a caça, predação e doenças desencadeadas por
diversos agentes patogênicos, dentre eles, os ectoparasitos (Dantas-Torreset al.,2010).

Os tamanduás têm recebido uma maior atenção da saúde pública, e isso se justificadevido ao aumento desses
animais encontrados fora de seus habitats naturais, o que resulta em um frequente manuseio, e consequente-
mente, o consumo desses animais pelo homem (Miranda, 2014).

Considerando os parasitos vetoriais que podem acometer T. tetradactyla, mencionam-se os carrapatos e as


pulgas, que causam doenças de grande importância. No Brasil, a pesquisa desenvolvida por Linardi & Gui-
marães (2000), relata a ocorrência do ectoparasitismo por pulgas em tamanduás.Em relação as espécies de
pulgas existentes, destaca-se a Pulex irritans,é conhecida como ectoparasita que acomete diversos hospedei-
ros da Região Nordeste do Brasil. Entretanto, noEstado da Paraíba (PB), não há registros da ocorrência desta
espécie parasitando T. tetradactyla. Com base no exposto, o presente estudo teve como objetivo notificar
pela primeira vez a ocorrência de infestação por P. irritansem T. tetradactyla, no município de Nazarezinho,
semiárido da Paraíba, Brasil.

MATERIAIS E MÉTODOS. Em abril de 2019, no munícipio de Nazarezinho, PB, um tamanduá-mirim (T. te-
tradactyla), adulto, macho, foi capturado pelo corpo de bombeiros por estar alojado em uma residência da
referida cidade. Na ocasião, foi detectada a presença de ectoparasitos e realizou-se contenção física para
posterior coleta dos mesmos. Após coletados, foram transferidos para frascos identificados contendo álcool

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70º e encaminhados para o Laboratório de Parasitologia Veterinária do Hospital Veterinário do IFPB – Campus
Sousa.O animal foi encaminhado para a Polícia Militar Ambiental da cidade de Patos/Paraíba.

Realizou-se a identificação dos ectoparasitos, mediante o clareamento em solução de hidróxido de potássio a


10%. Em seguida foi feita a montagem das amostras entre lâmina e lamínula. Posteriormente, com auxílio da
estereomicroscopia (SMZ800) Nikon, com aumento de 20 x, classificou-se os mesmos através da morfologia
e seguindo as descriçõesde Linardi &Guimarães (2000).

RESULTADOS. Mediante as identificações foram vistos cinco exemplares de P. irritans, sendo duas fêmeas
e três machos. Com relação as características morfológicas, foram identificadas: fronte arredondada, com
margem genal sem ctenídeo; olho grande e escuro; uma cerda pré-ocular e outra genal. Uma única cerda
longa na região pós-antenal e espermateca com bulga arredondada.

Em relação a ordem Monotremata, Xenarthra, na qual estão inseridos os tamanduás, pulgas tem ocorrência
em menos de 1% dos animais, tendo sido descritos outros registros de ectoparasitas, como: Tunga bondari
Wagner, 1932 (Linardi, 2011); Xenopsylla cheopis Rothschild, 1903, Echidnophaga sp. e Rhopalopsyllus lutzi
lutzi, Baker, 1904 (Linardi & Guimarães,2000).

Apesar da ocorrência da pulga, o animal não apresentava nenhuma alteração clínica. O que torna a ressaltar
que a ocorrência deste ectoparasita,ocorreu devido ao estreito contato com os animais domésticos e o ho-
mem, se tornando, assim, hospedeiro do parasito.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Relatou-se a ocorrência de P. irritans em T. tedractylapela primeira vez no semiá-


rido da Paraíba. Relatos desta natureza contribuem para o conhecimento da fauna parasitária de animais
silvestres, ao tempo em que permitem estabelecer novas áreas de ocorrência e distribuição geográfica de ec-
toparasitos, especialmente em locais pouco estudados como o estado da Paraíba. De igual forma, oportunizam
conhecer os potenciais vetores de zoonoses.

PALAVRAS-CHAVE: Ectoparasitas, Parasita, Semiárido, Exóticos.

Referências
Dantas-Torres F., Siqueira D.B., Rameh-De-Albuquerque L.C., Da Silva E Souza D., Zanotti A.P., Ferreira D.R.,
Martins T.F., De Senna M.B., Wagner P.G., Da Silva M.A., Marvulo M.F., Labruna M.B. Ticks infesting wildlife spe-
cies in northeastern Brazil with new host and locality records. Journal of Medical Entomology. 47(6):1243-6.
2010.
Hayssen V. Tamandua tetradactyla (Pilosa: Myrmecophagidae). Mammal Species. 43:64 – 74.
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Journal of Medical Entomologyv.47(6). p-1243-6. 2011
Lewinsohn T.M. & Prado P.I. 2002. Biodiversidade Brasileira: síntese do estado atual do conhecimento. Ed.
Contexto, São Paulo. 176p.
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Linard P.M. & Guimarães L.R. 2000. Sifonápteros do Brasil. FAPESP, São Paulo, p.291.
Linardi, P.M. 2011. Checklist of Siphonaptera (Insecta) from São Paulo State, Brazil. Biota Neotropical.
11(1a). Disponível em: www.biotaneotropica.org.br. Aceso em: 03 Ago. 2019.
MIRANDA, F. Cingulata (tatus) e Pilosa (Preguiçase tamanduás). In: CUBAS, Z. S.; SILVA, J. C. R.;
CATÃO-DIAS, J. L. Tratado de animais selvagens. 2.ed. São Paulo: Roca, 2014. Cap.33,p.707-722.
Oliveira, E. V. & VILELLA, F. S.Xenarthros p. 487-492. 2003. In Livro Vermelho da fauna ameaçada de extinção
no Rio Grande do Sul. EDIPUCRS, Porto Alegre,Brasil. 632 p.

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Silva, J.C.R; OGASSAWARA, S.; ADANIA, C.H.; FERREIRA, F.; GENNARI, S.M.; DUBEY, J.P.; FERREIRA NETO, J.S.
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Torres-Mejía A.M. & De La Fuente J. Risks associated with ectoparasites of wild mammals in the Department
of Quindío, Colombia. The International Journal of Applied Research in Veterinary Medicine. 4(3): 187-192.
2006.

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Larissa Claudino Ferreira


Parasitismo por Amblyomma
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
cajennense (Acari: Ixodidae) em
Tecnologia da Paraíba caprinos no Alto Sertão da Paraíba
Wlysse Ferreira Sarmento
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Os carrapatos são artrópodes da ordem Acari, subor-
Thaís Ferreira Feitosa dem Metastigmata e somam aproximadamente 879 espécies descri-
[email protected]
tas na ordem Ixodida (Nava et al. 2009). Cerca de 10% dessas es-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba pécies não possuem hospedeiros específicos, cujo hábito alimentar
pode incluir o homem e/ou animais domésticos (Oliver, 1989; Hoogs-
Vinícius Longo Ribeiro Vilela
[email protected] traal e Aeschlimann, 1982). Ectoparasitos hematófagos obrigatórios,
Instituto Federal de Educação, Ciência e os carrapatos carreiam o maior número de agentes infecciosos den-
Tecnologia da Paraíba
tre os artrópodes (ESTRADA-PENÃ e JONGEJAN, 1999; SONENSHINE,
1993).

O carrapato Amblyomma cajennense (Fabricius, 1787), pertence à fa-


mília Ixodidae, subfamília Amblyomminae e gênero Amblyomma (Oli-
ver, 1989), tendo sido primeiramente encontrado em Cayenna (Guia-
na Francesa) e descrito por Fabricius em 1787. A. cajennense possui um papel de maior destaque, sendo sua
área de distribuição a América do Sul, América Central, Sul da América do Norte e Caribe, mais frequente nas
regiões quentes do que nas frias (Aragão, 1936).

No Brasil, A. cajennense apresenta elevada prevalência e vasta área de distribuição, causando sérios transtor-
nos à produção animal e à saúde pública, tais como: anemia, transmissão de patógenos nocivos ao homem e
aos animais, gastos com honorários veterinários, medicamentos e demais medidas de controle, que na maioria
das vezes, mostram-se ineficazes (Moreno, 1984). Ainda, este carrapato é vetor de Rickettsia rickettsii, agente
etiológico da febre maculosa, uma zoonose de grande importância para a saúde pública (Guedes et al., 2005).

Uma das características importantes de A. cajennense é a baixa especificidade parasitária, podendo infestar
diversas espécies, no entanto, tem os equinos como hospedeiros preferenciais (Lopes et al., 1998).

São raros os relatos de infestação espontânea por Amblyomma spp., em caprinos, principalmente por A. ca-
jennense, pois as espécies que têm esses ruminantes como hospedeiros preferenciais são A. pomposum e A.
lepidium que ocorrem principalmente na África.

Ectoparasitoses acarretam em significativas perdas econômicas na exploração caprina, seja devido à mortali-
dade decorrente de altas infestações, ou indiretamente, por meio da irritação causada nos animais, levando-
-os a queda da produtividade e predisposição a infecções secundárias. (MACIEL et al., 2006).

Portanto, objetivou-se descrever o parasitismo por A. cajennense em caprinos atendidos no Hospital Veteriná-
rio Adílio Santos de Azevedo (HVASA), do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), campus Sousa.

MATERIAIS E MÉTODOS. Foram atendidos no HVASA-IFPB campus Sousa, dois caprinos, fêmeas, raça Boer,
seis meses de idade, provenientes do munícipio de Nazarezinho-PB. Os animais conviviam com bovinos e equi-

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nos, não eram vermifugados, apresentavam quadro de apatia, palidez de mucosas, secreção nasal e presença
de ectoparasitos.

Após a realização dos exames clínicos de rotina, foram coletadas amostras de fezes diretamente da ampola
retal dos animais, para que fossem realizados exames coproparasitológicos. Paralelamente, foram coletados
ectoparasitos para a identificação da espécie parasitária, sendo ambos as amostras remetidas ao Laboratório
de Parasitologia Veterinária (LPV) do IFPB.

RESULTADOS. Os ixodídeos identificados foram da espécie A. cajennense, sendo incomum o parasitismo es-
pontâneo em caprinos. Nesse caso, esta identificação torna-se ainda mais atípica, principalmente, pelo fato
de que a propriedade que o animal era proveniente havia equinos, seu hospedeiro preferencial. Foram iden-
tificados ectoparasitos tanto machos, quanto fêmeas, estando suas características morfológicas de acordo
com Taylor (2017), sendo grandes, altamente ornamentados, pernas longas e listradas. As fêmeas não ali-
mentadas têm até 8 mm de comprimento, mas as coletadas apresentavam-se ingurgitadas chegando a apro-
ximadamente 20 mm de comprimento. Os olhos e festões estavam presentes. Observou-se que machos eram
ausentes de placas ventrais.

Após realização da técnica de contagem de Ovos por Gramas de fezes (OPG) e Oocistos Por Grama de fe-
zes (OoPG), de acordo com Gordon e Whitlock (1939), um dos animais apresentou alto grau de parasitismo
(20700 OPG), sendo positivo para ovos da Superfamília Trichostrongyloidea e para Trichuris spp., ainda apre-
sentava-se parasitado por oocistos de Eimeria spp. (1400 OoPG). O segundo animal apresentou-se positivo
para Trichuris spp. (300 OPG) e para Eimeria spp. (1200 OoPG).

O caso atípico de parasitismo por A. cajennense pode ter ocorrido devido o animal apresentar-se altamente po-
sitivo para endoparasitos, que implica em diversos prejuízos para os animais, tornando-os mais fracos, e con-
sequentemente, mais susceptíveis para infestações oportunistas devido à baixa na imunidade geral do animal.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluiu-se que caprinos da mesma Região do Sertão Paraibano podem estar aco-
metidos por Amblyomma cajennense, principalmente se estiverem com alto endoparasitismo por nematódeos
da superfamília Trichostongyloidea e Eimeria spp., o que pode favorecer a imunossupressão e ocorrência
desse ectoparasito como oportunista.

PALAVRAS-CHAVE: Ixodidae; carrapato; ruminante.

Referências
ARAGÃO, H.B. Ixodidas brasileiros e de alguns países limítrofes. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v.31,
n.4, p.759-843, 1936.
ESTRADA-PENÃ, A.; JONGEJAN, F. Ticks feeding on humans: a review of records on human-biting Ixodoidea
with special reference to pathogen transmission. Experimental and Applied Acarology, v. 23, p. 685-715,
1999.
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GUEDES, E.; LEITE, R.C.; PRATA, M.C.A.; PACHECO, R.C.; WALKER, D.H.; LABRUNA, M.B. Detection of Rickettsia
rickettisii in the tick Amblyomma cajennense in a new Brazilian spotted fever-endemic area in the state of
Minas Gerais. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. v.100, n.8, p.841-845, 2005.
HOOGSTRAAL, H., AESCHLIMANN, A. Tick-host specificity. Bulletin de la Société Entomologique Suisse. v. 55,
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KETTLE, D.S. Medical and veterinary entomology. Sydney: Croom Helm, 1996, p.441-481.
LOPES, C.M.L.; LEITE, R.C., LABRUNA, M.B.; OLIVEIRA, P.R.; BORGES, L.M.F.; RODRIGUES, Z.B.; CARVALHO,
H.A.; FREITAS, C.M.V.; VIEIRA Jr., C.R. Host specificity of Amblyomma cajennense (Fabricius, 1787) (Acari:

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Ixodidae) with comments on the drop-off rhythm. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v.93, n.3, p.347-351,
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MORENO, E.C. Incidência de ixodídeos em bovinos de leite e prevalência em animais domésticos da região
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ROHR, C.J. Estudos sobre Ixodidae do Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Oswaldo Cruz, p. 200, 1909.
SONENSHINE, D. E. Biology of ticks. New York: Oxford University Press, 1993. v. 2. p. 465.
TAYLOR, M. A. COOP, R. L. WALL, R. L. Parasitologia Veterinária. 4. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
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Juliana Trajano da Silva


Parasitos gastrintestinais de suínos
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
criados em sistema de produção de
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa agricultura familiar no semiárido
Hosaneide Gomes de Araújo paraibano, Nordeste do Brasil
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
INTRODUÇÃO. O Brasil se manteve em 4º lugar como maior produ-
Samara dos Santos Silva tor e exportador, pois segue exigências determinadas pelos países
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e de destino, além das missões de auditorias que esses países realizam
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
objetivando a averiguação das empresas como garantia de segurança
Vinícius Longo Ribeiro Vilela na produção da carne comprada (CONAB, 2017; ABPA, 2017).
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e No Nordeste, a suinocultura é, na sua maior parte, caracterizada pela
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
agricultura familiar, sendo o rebanho composto por um total de qua-
tro milhões de suínos, distribuídos em mais de 500 mil propriedades.
No Estado da Paraíba o abate de suínos teve um aumento expressivo
de 2.664 cabeças em 2014 para 3.149 em 2015, o que representou
um aumento de 18.20% (IBGE, 2015).

Os suínos das criações de subsistência agregam riquezas e são pio-


neiros no desenvolvimento local, pois se adaptam facilmente ao meio e transformam alimentos oferecidos pelo
ecossistema natural em proteína animal de excelente qualidade (SILVA FILHA, 2007). Os parasitos represen-
tam um obstáculo na suinocultura; portanto, é necessário um maior conhecimento da epidemiologia das vá-
rias espécies que afetam esses animais (GÓES et al., 2009). Suínos infectados com parasitos gastrintestinais
apresentam baixas taxas de conversão alimentar e atrasos no ganho de peso para o mercado. Infecções por
alguns parasitas resultam na condenação de órgãos inteiros ou carcaças, causando perdas econômicas na
indústria suína (TOMASS et al., 2013).

Na região Nordeste, trabalhos relacionados à frequência e a epidemiologia de parasitos em suínos são es-
cassos. Portanto, esta pesquisa teve o como objetivo determinar a prevalência de parasitas gastrintestinais,
caracterizando o tipo de produção, manejo e fatores de risco associados às infecções em rebanhos suínos da
microrregião de Sousa Paraíba, Nordeste do Brasil.

MATERIAIS E MÉTODOS.

Local de realização do estudo e coleta de amostras

O estudo foi conduzido no período de fevereiro a dezembro de 2018, na microrregião de Sousa, Sertão parai-
bano. Foram selecionados aleatoriamente onze dos dezessete municípios que compõem a microrregião. O sor-
teio aleatório para a escolha das unidades primárias e secundarias foi de acordo com dados da Secretaria de
Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca – SEDAP/PB, utilizando a fórmula de Thrusfield (2007).

As amostras de fezes foram coletadas diretamente da ampola retal de cada animal e encaminhadas para o
Laboratório de Parasitologia Veterinária – LPV, do Instituto Federal da Paraíba - IFPB, Campus de Sousa. Fo-
ram realizadas, individualmente, a contagem de OPG e de OoPG, de acordo com Gordon e Whitlock (1939). As

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amostras positivas para helmintos no OPG foram utilizadas para a realização de Coproculturas, de acordo com
Roberts e O’Sullivan (1950).

Nas propriedades visitadas foi aplicado questionário epidemiológico e as informações obtidas foram utiliza-
das para a análise de fatores de risco. Na análise univariável, cada variável independente foi cruzada com a
variável dependente, e aquelas que apresentaram valor de p≤0,20 pelo teste de (x2) foram selecionadas para
a análise multivariável, utilizando-se a regressão logística múltipla (HOSMER e LEMESHOW, 2000). O nível de
significância adotado na análise múltipla foi de 5%. Todas as análises foram realizadas com o programa SPSS
20.0 para Windows.

RESULTADOS. A prevalência de parasitos gastrointestinais em suínos na microrregião de Sousa-PB foi de


79,6% (149/187) nas amostras analisadas. Verificou-se também que pelo menos um animal foi positivo para
esses parasitos em 84,3% (43/51) das propriedades avaliadas.

No OPG e OoPG, respectivamente, os parasitas gastrintestinais encontrados foram nematódeos, com 22,9%
(43/187), e coccídeos, presentes em 56,6% (106/187) das amostras. O nível de infecção por nematódeos e
coccídeos está presente na Tabela 1. Foi observado que a maioria dos animais positivos apresentava infecção
leve tanto para nematódeos (60,4%) quanto para coccídeos (85,8%).

Através do OPG foi possível identificar Trichuris spp. em 13 amostras e Ascaris spp. em uma e 29 coprocul-
turas foram realizadas para identificação das larvas de terceiro estágio com as amostras que foram positivas
para nematódeos sem a possibilidade de identificação do gênero pelo exame de OPG, 29 (100%) apresenta-
ram-se positivas para larvas, identificando-se os gêneros Oesophagostomum 82,2% (25/29), Strongyloides
62,0% (18/29), Hyostrongylus 27,5% (8/29) e infecção mista em 72,4% (21/29) das amostras.

Foram analisadas informações dos proprietários e características das propriedades quanto ao manejo dos
suínos associadas ao desenvolvimento de nematódeos e coccídeos.

Os fatores de risco relevantes para a infecção por nematódeos foram o baixo nível de escolaridade dos pro-
prietários, a não vermifugação dos animais e a não separação dos suínos por idade. Para coccídeos, os fatores
de risco foram a presença de baias maternidade e contato de suínos com bovinos.

CONSIDERÇÕES FINAIS. Concluiu-se que é elevada a prevalência de parasitos gastrintestinais em suínos


criados em sistema de agricultura familiar na microrregião de Sousa-PB, com destaque para a presença de
coccídeos e nematódeos. Os fatores de risco relevantes para nematódeos foram o baixo nível de escolaridade
dos proprietários, a não vermifugação dos animais a não separação dos suínos por idade e para coccídeos, a
presença de baias maternidade na propriedade e o contato de suínos com bovinos.

A alta diversidade e elevada prevalência de parasitos gastrintestinais encontrada nessa pesquisa identifica
um problema que está comprometendo a lucratividade inerente à produção desses animais. A identificação
3º SIMPIF

dessas espécies de parasitos é importante para subsidiar estratégias de vermifugação mais assertivas.

PALAVRAS-CHAVE: Coccídeos, Estrongilídeos, Prevalência, Suinocultura

AGRADECIMENTOS: Agradecemos o apoio concedido pelo programa PIBIC/CNPq para realização e fomento
da pesquisa.

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Referências
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3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 492


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Isabela Calixto Matias


Pitiose Cutânea em um Equino no
[email protected]
Universidade Federal de Campina Grande
Semiárido Paraibano: Relato de Caso
- Campus Patos

Laynaslan Abreu SoareS


[email protected]
Universidade Federal de Campina Grande
- Campus Patos
INTRODUÇÃO. Pitiose é causada pelo Pythium insidiosum, um oo-
Antônio Flávio Medeiros Dantas miceto aquático do reino Straminipila que afeta várias espécies de
Universidade Federal de Campina Grande
animais domésticos, silvestres e o homem (GAASTRA et al., 2010;
- Campus Patos
SANTURIO et al., 2006). A ocorrência da doença está relacionada
Gerôncio com o contato dos animais com águas contaminadas por zoósporos
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa móveis que constitui a forma infectante do agente (GAASTRA et al.,
2010; SANTURIO et al., 2006). A forma de apresentação clínica da
doença pode variar de acordo com a espécie afetada (SANTURIO &
FERREIRO, 2008). Em animais, a infecção pode se desenvolver sob
a forma cutânea ou subcutânea, gastrointestinal, nasal, pulmonar e
óssea (GAASTRA et al., 2010). A forma cutânea é considerada a apre-
sentação mais comum e tem sido relatada frequentemente em equi-
nos. A principal característica da lesão nessa espécie é a presença
de kunkers (SANTURIO et al., 2006; GAASTRA et al., 2010). Casos esporádicos com envolvimento cutâneo e
ausência de kunkers também foram descritos em bovinos (PÉREZ et al., 2005), ovinos (TABOSA et al., 2004),
cães e gatos (THOMAS & LEWIS, 1998; GROOTERS, 2003), dromedário (WELLEHAN et al., 2004) e ave (PE-
SAVENTO et al., 2008). Na região semiárida da Paraíba, em estudos realizados sobre as doenças de pele em
equinos, a pitiose representou 24,38% dos casos diagnosticados (PESSOA et al., 2014). Os principais locais
de ocorrência são pele da região inferior de membros, região abdominal ventral, peito, pescoço, face, lábios,
mama e órgãos genitais, devido ao maior contato dessas áreas com a água contaminada com os zoósporos
móveis (BECEGATTO et al., 2017; RIET-CORREA et al., 2007). O diagnóstico pode ser realizado com base nas
evidencias clínicas e epidemiológicas, além da realização do exame histopatológico com a visualização de
imagens negativas de estruturas tubuliformes associada a dermatite eosinofílica (BECEGATTO et al., 2017;
RIET-CORREA et al., 2007). Adicionalmente, para característica morfológica do agente deve ser realizado
colorações histoquímicas especiais como metenamina nitrato de Grocott (GMS) que coram as paredes em
marrom. A imuno-histoquímica também pode ser realizada nos casos em que não foi possível a visualização
de hifas ou para diferenciação de tipos de zigomicetos (BECEGATTO et al., 2017), uma vez que os kunkers são
considerados patognomônicos das lesões cutâneas em equídeos. O tratamento pode ser realizado através da
remoção cirúrgica da ferida com margens amplas ou a utilização de imunoterápicos, sendo o uso de fármacos
antifúngicos ineficaz (ZACHARY, 2018). Devido a semelhança macroscópica com outras lesões granuloma-
tosas comuns em equinos, os gastos com medicamentos e tratamentos ineficazes pelo diagnóstico errôneo,
além dos gastos com processos cirúrgicos, a pitiose é considerada uma doença importância podendo gerar
gastos econômicos significativos (BECEGATTO et al., 2017). Portanto, descreve-se um caso de pitiose cutânea
em um equino atendido no Hospital Veterinário Adílio Santos de Azevedo (HV-ASA) do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), campus Sousa.

MATERIAIS E MÉTODOS. Os dados epidemiológicos e clínicos foram coletados das fichas de atendimento na
Clínica Médica de Grandes Animais (CMGA) do HV-ASA do IFPB. Foi realizado procedimento cirúrgico para

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exérese da lesão cutânea. O material coletado foi encaminhado para Laboratório de Patologia Animal (LPA) do
IFPB para avaliação histopatológica. O material recebido foi fixado em formol a 10%, processados rotineira-
mente, seccionados em 3µm e corados por hematoxilina e eosina (HE).

RESULTADOS. Um equino, macho, mestiço de Manga Larga, com 10 anos de idade foi atendido no HV-ASA
apresentando há aproximadamente 15 dias um ferimento na parte ventral do abdômen que drenava secreção
serosanguinolenta. O proprietário relatou que era comum observar o animal pastejando dentro de um açude
contendo vegetação aquática abundante na superfície. O material coletado caracterizou-se por elipse de pele
medindo aproximadamente 15x9x4,5 centímetros de diâmetro, com área central ulcerada e deprimida medin-
do 7x5 centímetros de diâmetro, de superfície avermelhada, irregular, drenando secreção serosanguinolenta,
circundada por bordos elevados. Na superfície de corte, observou-se trajetos fistulosos com secreção aver-
melhada e cavitações com material coraloide, firme, amareloacinzentado (kunkers), circundados por tecido
abundante, esbranquiçado e liso. Microscopicamente a lesão caracterizou-se por dermatite eosinofilica e ne-
crosante associada a imagens negativas de estruturas tubuliformes. Na derme superficial e profunda obser-
varam-se áreas multifocais de necrose eosinofílica central, associada a imagens negativas de hifas em cor-
tes transversais e longitudinais, as vezes circundas por material de Splendore-Hoeppli. Essas áreas estavam
circundadas por macrófagos, eosinófilos, linfócitos e plasmócitos, delimitados por tecido conjuntivo fibroso.
Na epiderme havia área focalmente extensa ulcerada, caracteriza por perda parcial do epitélio associada a
infiltrado de neutrófilos e miríades de bactérias intralesionais. O diagnóstico de pitiose cutânea foi realizado
baseado nos aspectos epidemiológicos, clínicos e patológicos. O pastejo do animal em açude foi considerado
o principal fator predisponente para a ocorrência da doença, uma vez que, traumas pré-existentes não foram
relatados. No semiárido nordestino consideram-se como fatores predisponentes da pitiose a presença de água
estagnada em reservatórios utilizados nos períodos de estiagem, a alta temperatura da água, que favorece a
proliferação da forma infectante do agente e a escassez de forragens na estação seca, o que leva os animais
a intensificar a permanência e o pastoreio ao redor e dentro de açudes, em busca de alimentação (CARMO
et al., 2015; PESSOA et al., 2014). Nesse animal a presença de pequenos kunkers associados a imagens ne-
gativas de hifas intralesionais foram indícios que permitiram o diagnóstico pitiose cutânea. Os kunkers são
considerados patognomônicos dos equídeos. Essas lesões também permitem realizar o diagnóstico diferencial
com outras patologias que afetam a pele de equinos, a exemplo da habronemose cutânea, também comum
na região semiárida da Paraíba. Apesar da habronemose cursar com lesões cutâneas ulcerativas e dermatite
eosinofilica, não apresentam os kunkers, representados microscopicamente por necrose de eosinófilos asso-
ciados a imagens negativas de estruturas tubuliformes. O tratamento de pitiose cutânea em equídeos tem sido
realizado principalmente através da exérese cirúrgica das lesões, utilizando margens cirúrgicas amplas, a fim
de remover todos os kunkers e evitar a invasão de sítios adjacentes, uma vez que, o agente possui caracterís-
tica de formar galerias ou tratos fistulosos. Portanto, nesse caso a utilização de margens cirúrgicas amplas foi
essencial para a cura efetiva da lesão. Nos casos de negligência no tratamento, pode haver desenvolvimento
excessivo de tecido de granulação, agravando o quadro clínico do animal que pode apresentar debilidade
3º SIMPIF

acentuada, caquexia e morte (BECEGATTO et al., 2017).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Pitiose é uma doença frequente na região semiárida da Paraíba. A identificação dos
kunkers foi essencial para o diagnóstico da doença e possibilitou a instituição efetiva do tratamento cirúrgico
com margens amplas e completa recuperação da lesão.

PALAVRAS-CHAVE: Pythium insidiosum. Tecido de granulação. Kunkers.

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AGRADECIMENTOS. Agradecemos ao PIBICT da Chamada Interconecta IFPB – Nº 01/2017 pelo apoio finan-
ceiro e incentivo para o desenvolvimento dessa pesquisa.

Referências
BECEGATTO, D. B. et al. Pitiose equina: revisão de literatura. Arq. Ciênc. Vet. Zool. UNIPAR, Umuarama, v. 20,
n. 2, p. 87-92, abr./jun. 2017.
GAASTRA, W. et al. Pythium insidiosum: an overview. Veterinary Microbiology, Holanda, v. 146, n. 1-2, p. 1-16,
2010.
DO CARMO, P. M. S. et al. Cutaneous pythiosis in a goat. Journal of comparative pathology, v. 152, n. 2-3, p.
103-105, 2015.
GROOTERS, A. M. Pythiosis, lagenidiosis, and zygomycosis in small animals. The veterinary Clinics of North
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PÉREZ, R.C. et al. Epizootic cutaneous pythiosis in beef calves. Veterinary Microbiology, Holanda, v. 109, p.
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PESSOA, A. F. A. et al. Skin disease of equidae in the Brazilian semiarid region. Pesquisa Veterinária Brasileira,
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RIET-CORREA, F. R. et al. Doenças de ruminantes e equídeos. 3ª ed. Santa Maria: Pallotti, 2007.
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SANTURIO, J.M.; FERREIRO, L. Pitiose: uma abordagem micológica e terapêutica. Porto Alegre: UFRGS Edi-
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TABOSA, I. M. et al. Outbreaks of pythiosis in two flocks of sheep in northeastern Brazil. Veterinary Pathology,
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THOMAS, R.; LEWIS, D. Pythiosis. Selecciones Veterinarias, Estados Unidos, v. 8, n. 3, p. 313-319, 1998.
WELLEHAN, J. F. X. et al. Pythiosis in a dromedary camel (Camelus dromedarius). Journal of Zoo and Wildlife
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ZACHARY, J. F. Bases da Patologia Veterinária. 6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier. p. 1083, 2018.

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Antonielson dos Santos


Situação dos equinos no semiárido
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
brasileiro
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
Unidade São Gonçalo

Luana Priscilla Barbosa Gomes


[email protected]
Universidade Estadual da Paraíba -Campus
Campina Grande INTRODUÇÃO. Os equinos, como as demais espécies, foram introdu-
zidos nas Américas pelos colonizadores, sendo o principal meio de
Patricy de Andrade Salles
[email protected] transporte durante este período (EGITO et al, 2002). Muitas das ra-
Instituto Federal de Educação Ciência e
ças de cavalos, especialmente aquelas localizadas no Nordeste, fo-
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
Unidade São Gonçalo ram abatidos de forma intensiva para exportação, foram castrados e
outros acasalados indiscriminadamente com outras raças e animais
Vera Lúcia Ayres Gonçalves Martins
[email protected] sem padrão racial (PIRES et al, 2012). Dentre as principais raças
Instituto Federal de Educação Ciência e
criadas no Brasil estão a: Árabe, Apalusa, Bretão, Campeiro, Criou-
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
Unidade São Gonçalo lo, Lavradeiro, Lusitano, Mangalarga, Marajoara, Marchador, Morgan,
Nordestino, Pantaneiro e Quarto de milha. Entre estas raças citadas,
se destaca o Cavalo Nordestino, uma raça que segundo Melo (2011)
é nativa do Brasil originada das primeiras raças de cavalos ibéricos,
introduzidos no Nordeste do Brasil pelos colonizadores portugueses.
O habitat do Cavalo Nordestino é a região nordeste. Neste ambiente seco este animal presta os mais relevan-
tes serviços á economia da região, não só no transporte de cargas, como também no transporte de homens,
bem como a lida com o gado, sendo muito utilizados pelos vaqueiros, vencendo longas estradas e veredas
sinuosas, por terrenos sempre ásperos, onde pisa firme e aprumado, sobre cascos rígidos e pequenos, des-
providos de ferraduras, regularmente adaptados á dureza da terra. Representa uma das poucas raças tão bem
adaptadas as difíceis condições da caatinga nordestina. Em termos de rebanho efetivo a situação desta raça
é crítica apesar de esforço de alguns criadores e pesquisadores para a preservação da raça (MELO, 2011). A
Associação Equestre e de Preservação do Cavalo Nordestino (AEPCN) por exemplo, registrou apenas 16 exem-
plares no último ano que atendem os padrões genealógicos da raça na região do Cariri, no Ceará. O presente
estudo objetivou Caracterizar a situação populacional dos equídeos no Semiárido brasileiro entre os anos de
2004 – 2010.

MATERIAIS E MÉTODOS. Tomou-se como amostra os nove estados brasileiros que são abrangidos pelo clima
Semiárido bem como seus municípios. Esses 1.135 municípios foram agrupados e assim analisados, em 34
mesorregiões. Realizou-se uma pesquisa tipo quantitativa documental, na qual se comparou as mesorregiões
dos estados considerados. Os dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e
Associação Equestre e de Preservação do Cavalo Nordestino (AEPCN). Analisou-se o efetivo de equinos, asini-
nos e muares no período de 2004 e 2010. Elaborou-se um banco de dados no programa Microsoft Excel (v. 2007)
e organizados em planilhas individuais para cada grupo de animais por mesorregiões. Essa mesma plataforma foi
utilizada para realizar somatório e também para a inserção de gráficos. Os dados foram analisados com o programa
de software PRISM vers. 6 (GraphPad, Califórnia, EUA). Usou-se “Box blots” para a estatística descritiva. O teste U
de Whitney-Mann foi aplicado para analisar diferenças populacionais entre 2004 e 2010, sendo o valor de P = 5%.

RESULTADOS. Comparando os anos de 2004 e 2010 observou-se de um modo geral, que houve decréscimo
na maioria dos estados estudados .Considerando o número total de equinos no Semiárido, houve um decrés-

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cimo de 3,8% no período estudado, sendo o Estado do Piauí o único que apresentou uma variação significante
no número de cabeças no período estudado, um decréscimo de quase 26% . Quando analisadas as mesor-
regiões do único estado do Semiárido brasileiro que apresentou uma variação significante, o estado do Piauí
foi possível notar no período estudado, um decréscimo em todas as quatro mesorregiões. De modo geral, os
equinos sofreram perdas no seu efetivo na região Semiárida brasileira entre os anos de 2004 e 2010. No que
diz respeito a sua distribuição é possível notar que as perdas são mais acentuadas nas tropas referentes ao
Estado do Piauí. Os estado da Paraíba, Bahia, Minas Gerais, Ceará e Rio Grande do Norte também sofreram
decréscimo no seu efetivo. Apenas os estados de Alagoas, Pernambuco e Sergipe não sofreram decréscimo no
seu número total de equídeos no período estudado. O último estado citado não apresentou decréscimo no seu
efetivo equino, fato este único no Semiárido brasileiro. Vários fatores atuando em conjunto podem ser respon-
sáveis pela perda de grande parcela dos recursos genéticos animais. Talvez o maior deles seja a interferência
do homem no meio ambiente e no manejo desses animais. Vários autores descrevem que os equídeos foram
utilizados como o primeiro meio de transporte em várias civilizações, e em outras foram utilizados também
em serviços de carga e tração. No entanto, nota-se que houve uma diminuição da utilização desses animais
para esses fins, o que pode ser um fator significativo para o notório decréscimo no número desses animais.
Um indicativo desta constatação são os dados do Departamento Nacional de Trânsito referente à evolução da
frota de veículos automotores no período em questão. Em 2010 o número de veículos, na maioria dos estados
estudados, quase que duplicou com relação ao ano de 2004. Em 2010 houve um crescimento de 5.973,378
veículos na frota dos estados pertencentes ao Semiárido brasileiro (DENATRAN, 2013). Observa-se a possível
troca da força animal por meios mecânicos, o que em parte permite a redução da lotação animal nas pasta-
gens nativas e cultivadas do Semiárido e também uma menor competição por forragens e outros produtos
para a pecuária. A substituição leva também ao abandono, o que pode ser outro indicativo da redução no nú-
mero desses animais, já que a pesquisa realizada pelo IBGE não contabiliza os animais que foram abandona-
dos pelos seus proprietários. Quando este abandono ocorre em vias públicas resultam no aumento do número
de acidentes envolvendo veículos e equídeos. Segundo dados do Departamento de Polícia Rodoviária Federal,
em 2007, nos Estados do Semiárido brasileiro, ocorreram 1.776 acidentes ocasionados por animais soltos
nas rodovias, acidentes estes que resultaram em 42 mortes (DPRF, 2013). Esses dados mostram claramente
o grande problema ocasionado pelo abandono desses animais. Outro fator importante a ser considerado que
pode ter contribuído para o decréscimo no número de cabeças equídeas no período estudado é o abate desses
animais para utilização de sua carne como alimento humano. No Brasil a produção de carne de equídeos afas-
tados do trabalho tem por destino a exportação, já que, existe o preconceito contra este tipo de carne o que
torna o mercado interno inexpressivo mesmo a venda sendo permitida para consumo público (RODRIGUES et.
al., 2004). Mesmo com o consumo interno muito pequeno, o Brasil é um dos maiores exportadores deste tipo
de carne no mundo. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2013),
em 2012 o país exportou 2.375,9 toneladas de carne de equídeos, resultando em US$ 6,7 milhões em vendas
para Bélgica (principal comprador), África do Sul, Espanha, Finlândia, Itália, Japão e Países Baixos.
3º SIMPIF

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Foi possível observar que a situação da população de eqüinos apresentou um
saldo negativo do efetivo total de 2010 com relação ao efetivo de 2004. Esse estudo possibilita o acesso a
informações importantes para o diagnóstico de problemas que interferem na variação do efetivo de equí-
nos nessa região. É também uma pesquisa que permite desenvolver e colocar em ação o planejamento de
programas de preservação desses animais. Revela a variação da importância social desses animais para a
região ao longo do tempo. A quantidade de informações torna esse tipo de estudo rico para os mais variados
tipos de análise.

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PALAVRAS-CHAVE: Recurso genético. Animais. Estado.

AGRADECIMENTOS: UEPB. IFPB. CAPES.

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gov.br/frota.htm>. Acesso em: 17 Maio 2013.
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<http://www.dprf.gov.br/PortalInternet/estatistica.faces>. Acesso em 21 Maio 2013.
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MELO, J. B.; et al. Zoometric Study of Nordestino Horse Breed From Floresta City in Pernambuco State (Bra-
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PIRES, D. A. F; et al. Diversidade Genética de Remanescentes do Cavalo Nordestino em 2 mesorregiões
Norte e Centro-Norte do Estado do Piauí Através de Marcadores de Microssatélites. IX Simpósio Brasileiro
de Melhoramento Animal: João Pessoa, 2012.
RODRIGUES, T.P.; SILVA, T.J.P.; CARVALHO, E.C.Q.; FREITAS, M.Q.; PAULINO, F.O.Caracterização do processo
de rigor mortis em músculos de equinos e maciez da carne. Ciência Rural: Santa Maria, 2004, p. 1225-1230

3º SIMPIF

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Wlysse Ferreira Sarmento


Surto de Argas miniatus em galinhas
[email protected]
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caipiras no semiárido da Paraíba, Brasil
Larissa Claudino Ferreira Ferreira
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus Sousa

Thais Ferreira Feitosa


[email protected] INTRODUÇÃO. A família Argasidae é formada a partir de carrapatos
Instituto Federal da Paraíba - Campus Sousa
hematófagos que parasitam inúmeras espécies, como répteis, aves,
Vinícius Longo Vilela anfíbios e mamíferos. Esta família é constituída pelos gêneros Orni-
[email protected] thodorus, Otobius, Antricola, Carius e Argas, sendo este último cons-
Instituto Federal da Paraíba - Campus Sousa
tituído de espécies que parasitam exclusivamente aves domésticas
e silvestres, podendo também parasitar morcegos (SANTOS, 2009).

Argas (Persicargas) miniatus identificado por Kock, 1844, é a única


espécie do gênero de ocorrência no Brasil, tendo as aves domésti-
cas (Gallus gallus) como hospedeiros. Não há conhecimentos sobre a
existência de hospedeiros silvestres de A. (P.) miniatus. Esta espécie
de argasídeo se mantém na natureza principalmente em pequenas
criações domésticas de G. gallus, e sua importância se deve às per-
das na produtividade, decorrente do hematofagismo, da transmissão de agentes patogênicos (MARCHOUX;
SALIMBENI, 1903; LISBOA, 2006) e está associado a quadros de anemia profunda, processos alérgicos, toxi-
coses, espiroquetoses, borrelioses de aves e, eventualmente, óbito. Possui como particularidade a adaptação
e especificidade ao hospedeiro e ambiente (LOROSA et al, 2007) ou da paresia induzida pelas larvas em aves
jovens, conhecida como paralisia por carrapatos (GOTHE et al., 1979; MAGALHÃES et al., 1989), cuja ocorrên-
cia e gravidade dependem da quantidade de neurotoxina que é liberada nos tecidos da ave, principalmente no
final de seu ingurgitamento (MANS et al., 2004).

Argas miniatus é um ectoparasito de ciclo heteróxeno e possui hábitos alimentares noturnos. Durante o pro-
cesso de alimentação, a larva permanece sobre o hospedeiro durante dias enquanto as fases de ninfa e os
adultos realizam seus repastos sanguíneos em poucos minutos. Durante a fase de vida livre este carrapato
se encontra em abrigos e ninhos de seus hospedeiros, onde realizam muda e cópula. Dentro de uma mesma
população do carrapato, o ciclo biológico pode variar. Essa variação é dependente de diversos fatores, tais
como: temperatura, umidade relativa, grau de ingurgitamento, espécie de hospedeiro e composição genética
da população (SANTOS, 2009).

A criação de galinhas caipiras vem crescendo consideravelmente, principalmente devido a demanda dos con-
sumidores por alimentos mais saudáveis, com menores concentrações de resíduos químicos e por possuírem
alta rusticidade, tornando-se relevante na produtividade e no desempenho desses animais precoce (CARVA-
LHO, 2015).

O presente trabalho objetivou relatar um surto por A. miniatus em criação de galinhas caipiras provenientes
de rebanho avícola de criação doméstica, localizado no Município de Bom Sucesso, no Alto Sertão da Paraíba.

MATERIAIS E MÉTODOS. Em junho de 2019, foi realizada uma visita técnica a uma propriedade no município
de Bom Sucesso, interior da Paraíba, para averiguar as possíveis causas de mortalidade em aves domésticas.

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A propriedade apresentava 40 galinhas, criadas em condições semiextensivas. Ao longo de 15 dias, dez ani-
mais (25%) vieram a óbito, o que motivou a visita técnica.

Durante a inspeção ambiental, foi observada elevada infestação das instalações avícolas por carrapatos, que
foram coletados, acondicionados em tubos coletores e enviados para identificação morfológica no Laborató-
rio de Parasitologia Veterinária (LPV) do Hospital Veterinário Adílio Santos de Azevedo (HV-ASA) do Instituto
Federal da Paraíba (IFPB), campus Sousa-PB.

RESULTADOS. A partir do exame clínico e físico realizados na propriedade, constatou-se a presença de inten-
sa infestação de ectoparasitas nas aves e no ambiente. Após a observação das características morfológicas
em Estereomicroscópio, os carrapatos foram identificados como A. miniatus, de acordo com o descrito por
Muñoz-Leal (2018).

Antes do surto de mortalidade, o rebanho avícola era composto por 30 fêmeas e dez machos. Dentre esses,
dez apresentaram sinais clínicos, como anorexia, apatia, diarreia intensa e redução da ingestão de água.
Destas aves com sinais clínicos intensos (8 fêmeas e 2 machos), todos vieram a óbito, totalizando 25% de
mortalidade e 100% de letalidade.

Este parasito se mantém na natureza principalmente em pequenas criações domésticas avícolas de G. gallus
e sua importância se deve às perdas na produtividade, principalmente na produção de ovos, em decorrência
do hematofagismo e da transmissão de agentes patogênicos (MARCHOUX; SALIMBENI, 1903; HOOGSTRAAL,
1979; LISBÔA, 2006). Seu hábito alimentar é principalmente noturno, apresentando em seu ciclo de vida
características biológicas de estágio larval, que permanecem sobre as aves pelo período de 3 a 7 dias para se
alimentar, ninfas que realizam de 3 a 5 mudas ou até 7 estágios ninfas dependendo da espécie, estágios ninfas
e adultos que se alimentam entre 10 e 45 minutos, preferencialmente à noite (KOHLS et al., 1970).

Indicou-se a retirada das aves do ambiente da infestação, queimando toda a instalação, além de realizar a
pulverização do inseticida Barrage©, a base de Cipermetrina 15%, que é uma molécula sintética pertencente
ao grupo dos piretróides. Foi recomendada a diluição de 20 ml do produto em 20 litros de água (1mL/1L),
para a realização de cinco aplicações, com intervalos de oito dias, seguido da confecção de novas instalações
para poleiros e comedouros.

No ambiente onde os animais viviam, dez dias após o início do protocolo de pulverização, uma nova visita foi
realizada, onde constatou-se melhora significativa da infestação do ambiente e retomada da produtividade
dos animais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluiu-se que A. miniatus pode infestar rebanhos avícolas da região semiárida
da Paraíba, acarretando graves prejuízos econômicos em casos de graves infestações, resultando em alta
mortalidade e queda na produção.
3º SIMPIF

Para a prevenção dessas infestações, recomenda-se a inspeção visual periódica das instalações, com objetivo
de identificar a presença de possíveis ectoparasitos, a retirada de entulhos e lixos no galinheiro, utilizados como
abrigos pelos carrapatos. Indica-se ainda, em caso de altas infestações, o protocolo com a utilização de pulve-
rizações com cipermetrina e substituição das instalações de poleiros e comedouros, eficaz no presente surto.

PALAVRAS CHAVES: Argasídeos. Avicultura. Ectoparasitos. Infestações.

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ropédica, 2006. CARVALHO, F. L. de A.; GOMES, A. da S.; COSTA, A. J. de S. R.; BARBOSA, F. J. V.; et al. Inclusão
de produtos alternativos em dietas de pintos naturalizados na fase inicial de criação. X Congresso Nordestino
de Produção Animal. Teresina, Piauí. 2015.
LOROSA, E. S.; ANDRADE, R.E.; VALENTE, M.V.M.; FARIA, M. S.; CRUZ, J.R.; GAZETA, G. S. Inespecificidade
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MAGALHÃES, F. E. P.; Novos Aspectos morfológicos, biológicos e tóxicos de Argas (Persicargas) miniatus
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versidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Itaguaí, 1979.
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MARCHOUX, E.; SALIMBENI, A. La spirillose des poules. Annales de I’Institut Pasteur Lille, v. 17, n. 1, p. 569-
580, 1903.
MUÑOZ-LEAL, S.; VENZAL, J. M.; NAVA, S.; REYES, M.; MARTINS, T. F.; LEITE, R.C. et al. The geographic distri-
bution of Argas (Persicargas) miniatus and Argas (Persicargas) persicus (Acari: Argasidae) in America, with
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Jan 9(1): p.44-56.
SANTOS, H. A. Ciclo Biológico Comparado de Argas (Persicargas) miniatus Koch, 1844 (Acari: Argasidae) ali-
mentados em Gallus gallus. Dissertação de mestrado. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Instituto
de Veterinária. Curso de Pós-graduação em Ciências Veterinárias. Soropédica –RJ, 2009.
3º SIMPIF

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Ciro Gomes da Silva Júnior


SwiftDic Parasitic – Aplicativo para
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
auxiliar em técnicas de diagnóstico em
Tecnologia da Paraíba – Campus Sousa parasitologia veterinária de cães e gatos
Igor Carlos Alves da Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Sousa
INTRODUÇÃO. A Medicina Veterinária é um dos ramos da ciência que
Edyfran de Medeiros Fernandes abrange diversas áreas de conhecimento e atuação, seja na saúde
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e animal, reprodução, melhoramento genético, inspeção, tecnologia e
Tecnologia da Paraíba – Campus Sousa
controle de produtos de origem animal, como também está intima-
Maurício Rabello Silva mente ligada a saúde pública, com os ramos de medicina preventiva e
[email protected]
no controle de zoonoses (CFMV, 2018). Ao decorrer da graduação em
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – Campus Sousa medicina veterinária são ministradas diversas disciplinas, e podendo-
-se destacar a parasitologia devido a sua irrefutável importância para
uma boa formação médico-veterinária.

A parasitologia pode ser definida como um ramo da biologia que estu-


da os parasitos e o parasitismo no geral. Na parasitologia veterinária
destacam-se os estudos das mais variadas classes, gêneros e espé-
cies de helmintos, protozoários, ectoparasitos e insetos, pois possuem grande importância tanto na medicina
veterinária, como também para os seres humanos. Por isso, é essencial que existam conhecimentos a respeito
do diagnóstico laboratorial, para que seja realizado o tratamento e prevenção de diversas doenças de forma
adequada. Para isso, é necessário e extremamente importante que haja sempre a execução de técnicas de
forma laboriosa, para que os resultados sejam fidedignos ao que está ocorrendo com aquele animal.

 Dessa forma, torna-se extremamente importante o domínio das técnicas utilizadas na detecção e identifica-
ção de parasitos. Há uma extensa quantidade de técnicas laboratoriais utilizadas, sendo necessário tempo e
treino para que as mesmas sejam assimiladas e fixadas de forma correta. Por isso, é interessante que hajam
formas de ensino-aprendizagem de uma maneira não convencional, visando auxiliar na execução das técnicas,
estimular a busca por conhecimentos, assim como facilitar o aprendizado.

Com o avanço das tecnologias e a crescente participação dos eletroeletrônicos no  dia a dia, torna-se fácil a
compreensão dos aplicativos educacionais para uma geração que cresceu rodeada das facilidades proporcio-
nadas através da utilização da tecnologia,  por isso, fazer o uso dos recursos tecnológicos atualmente exis-
tentes, pode ser mais produtivo e eficiente, uma vez que, existe uma praticidade e uma facilidade de acesso
(PEREIRA, et al. 2014).

A inserção de novas tecnologias nas mais variadas áreas de ensino está cada vez mais frequente, seja pela
praticidade, bem como na facilitação do aprendizado. O acesso à informação de forma eletrônica é fácil, por
isso, muitas vezes é preferível utilizar desses meios para incentivar o processo educacional (RODRIGUES,
2015).

Atualmente, não existem aplicativos no mercado digital que sejam voltados para o ensino das técnicas co-
mumente utilizadas em laboratórios de parasitologia veterinária, por isso, faz-se necessária a criação de uma
aplicação para essa área, tendo em vista a dificuldade dos alunos no aprendizado de detalhes, como propor-

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ções utilizadas, o tipo de técnica a ser aplicada, a quantidade de material que deve ser utilizado, quantidade
de tempo necessário até a leitura do exame, assim como com imagens dos principais parasitos que podem
ser diagnosticadas por determinada técnica, detalhes importantes para garantir a fidedignidade do exame.

MATERIAIS E MÉTODOS. Como uma forma alternativa ao modelo de ensino convencional, a utilização do
aplicativo facilitará o processo Ensino-Aprendizagem dos graduandos em medicina veterinária do IFPB, como
também dos demais cursos do Brasil, podendo também ser utilizado por médicos veterinários graduados,
tendo em vista que será um aplicativo gratuito disponibilizado no Google Play Store para sistema operacional
Android. Assim, pode contribuir para o estímulo de forma dinâmica para o aprendizado dos graduandos e
graduados em medicina veterinária, permitindo uma melhor execução nas técnicas de rotina, bem como uma
melhor eficiência e confiabilidade na realização dos exames laboratoriais, servindo como um guia rápido,
prático e eficiente.

O processo de desenvolvimento de aplicativo digital é um conjunto de atividades relacionadas que levam à


produção de um produto de software (SOMMERVILLE, 2011). Um modelo amplamente utilizado na engenharia
de desenvolvimento de software é chamado de modelo em cascata que possui uma abordagem sistemática,
sequencial e cíclica para o desenvolvimento de software, onde o resultado de uma fase se constitui na início
de outra. As fases do modelo em cascatas são: Engenharia de Sistemas (Informação e Modelagem); Análise
de Requisitos de Software; Projeto; Codificação; Testes; Manutenção. As fases do modelo de desenvolvimento
de software em cascata sequencial e uma breve descrição de cada etapa:

Engenharia de Sistemas, nesta fase é feito a coleta de informações, análise do problema, com a coleta e mo-
delagem de requisitos, esta visão é essencial para se entender a interface do software com outros elementos
como pessoas, hardware e sistema de armazenamento que será utilizado. Análise de Requisitos de Software
é o processo de coleta de requisitos, onde se deve compreender o domínio da informação, a função, desem-
penho e interfaces exigidas. O Projeto é a representação significativa de alguma coisa que será construída, ou
seja, é a tradução dos requisitos do software para um conjunto de representações que podem ser avaliadas
quanto à qualidade, antes que a codificação se inicie. Codificação tradução das representações do projeto
para uma linguagem “artificial” resultando em instruções executáveis pelo computador. Testes concentram-se
nos aspectos lógicos internos do software, garantindo que todas as instruções tenham sido testadas e nos
aspectos funcionais externos, para descobrir erros e garantir que a entrada definida produza resultados que
concordam com os esperados. A Manutenção ocorre porque provavelmente o software deverá sofrer mudan-
ças depois que for entregue ao cliente (PRESSMAN, 2016).

No mundo real projetos raramente seguem o fluxo sequencial que o modelo propõe, pois logo de início é difícil
estabelecer todos os requisitos, sendo assim é comum acontecer que antes da fase de manutenção do softwa-
re, volte para a fase anterior de modo que se refine e aprimore detalhes do problema abordado.

O SwiftDic Parasitic está sendo desenvolvido com as ferramentas de programação livres:


3º SIMPIF

• Framework Ionic 4 um SDK (Software development kit), ou seja, é um kit para desenvolvimento de aplica-
ções para celulares (mobiles) e web.

• PHP linguagem de programação web, interpretada, livre, baseada no modelo de aplicações web cliente e
servidor.

• MySQL SGBD, sistema de gerenciamento de banco de dados, utilizado para armazenar dados.

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• Adobe XD, Adobe Experience Design, é um aplicativo da Adobe Systems para organizar o fluxo de traba-
lho na criação de aplicativos móveis e desktop, auxilia desde a concepção do projeto até visualização de
protótipos e compartilhamento.

RESULTADOS. Este projeto permite a integração de alunos do curso técnico de informática com alunos gra-
duandos em medicina veterinária do IFPB, onde a engenharia de software com técnicas de análise, projeto e
desenvolvimento de sistemas serão vivenciados pelos alunos. Ao final pretende-se ter o aplicativo “SwiftDic
Parasitic - Guia Parasitário – Cães e Gatos” como guia metodológico para técnicas de diagnóstico em parasi-
tologia veterinária, para ser utilizado por graduados e graduandos do curso de Medicina Veterinária.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O SwiftDic Paracsitic é um projeto em fase inicial de desenvolvimento. O sistema


está sendo programado com a ferramenta IONIC 4 e o XD da Adobe está sendo utilizado para manipular ima-
gens e objetos na prototipação de telas e Design.

Ao finalizar o aplicativo, este será disponibilizado no Google Play Store para download em dispositivos móveis
e que este seja reconhecido como um guia prático, onde reúna as técnicas comumente utilizadas no laborató-
rio de parasitologia veterinária, tendo como foco o auxílio nos processos educacionais e o incentivo à apren-
dizagem de forma dinâmica, assim como um material para consulta de forma rápida e prática.

PALAVRAS-CHAVE: Diagnóstico Parasitologia Veterinária; Aplicativo Mobile; Engenharia Software.

AGRADECIMENTOS: agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba campus Sousa, por nos disponibilizar labo-
ratórios e materiais para pesquisa e ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológi-
co) e a Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do IPFB pelas bolsas de estudos aos alunos de
iniciação científica.

Referências
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. Portal CFMV/CRMVs. Disponível em:http://www.cfmv.org.
br/portal/ensino_frm_exibir_opcao.php. Acesso em: 2 Mai 2019.
PASSOS, Clayton K. N. O que é o IONIC ?. [S. l.]: A Medium Corporation, 14 fev. 2018. Disponível em: https://
medium.com/codigorefinado/oque-%C3%A9-o-ionic-4f8c7b94c51b. Acesso em: 15 ago. 2019.
PEREIRA,  L. R. SCHUHMACHER, V. R. N. SCHUHMACHER, E. DALFOVO, O. O uso da tecnologia na educação,
priorizando a tecnologia móvel. Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2014.
PRESSMAN, Roger; MAXIM, Bruce. Engenharia de Software - 8ª Edição. McGraw Hill Brasil, 2016.
RODRIGUES, D. M. S.A.:O  Uso do Celular Como Ferramenta Pedagógica.  Trabalho de Dissertação. Centro
Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação da Universidade Federal na Educação da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (CINTED/UFRGS). Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2015.
SOMMERVILLE, I. Engenharia De Software. 9ª Edição. 568p. Pearson Education. 2011.
URQUHART, G. M. ARMOUR, J. DUNCAN, J. L. Parasitologia Veterinária, 3ª Edição. Guanabara Koogan, 2009.
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Clarisse Silva de Menezes Oliveira


Utilização de Testes Rápidos
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa
Imunocromatográficos para o
diagnóstico decinomosecanina no Alto
Juliana Trajano Silva
[email protected] Sertão Paraibano
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa

Larissa Claudino Ferreira


[email protected] INTRODUÇÃO. A cinomose canina é uma doença cosmopolita provo-
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa
cada por um Morbilivirus da Família Pararmyxoviridae. É uma doença
Vinícius Longo Ribeiro Vilela infecciosa, altamente contagiosa que acomete cães, felinos silvestres
[email protected] e canídeos silvestres, com predileção por induzir a doença em filho-
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa
tes, mas também podendo acometer adultos e idosos não imunizados
pela vacina (Sherding. 2003; Nelson; Couto, 2006). É uma das prin-
cipais doenças que acometem cães, causando sérios danos à saúde
animal, refletindo no aumento da rotina dos Hospitais Veterinários.

Nos caninos, a doença pode sertransmitida por contato direto e co-


lostro materno, o que dificulta o controle de seu agente etiológico. A
transmissão viral se estabelece através dos aerossóis e gotículas in-
fectantes oriundas das excreções e secreções corpóreas dos animais
infectados (Headleyet al., 2012), embora também possa ocorrer por meio de fezes e urina. O número de casos
tem aumentado nas últimas décadas, mesmo em populações de animais vacinados, com inúmeros surtos de
proporções alarmantes (Van De Bilt et al., 2002; Martella et al., 2008). Sabe-se, entretanto, que o vírus pode
acometer animais em qualquer faixa etária e que não há predileção por raça ou sexo, de modo que a imunos-
supressão pode ser observada em qualquer idade, raça e sexo (FreitasFilho et al., 2014).

Para realização do diagnóstico dessa enfermidade, podem ser utilizadas diversas técnicas laboratoriais como,
Reação de imunofluorescência direta (RIFD), Enzyme-LinkedImmunosorbentAssay (ELISA), Isolamento viral,
Reação em cadeia da polimerase (PCR), assim como Testes Rápidos Imunocromatográficos para detecção
qualitativa a Ag (Antígeno) em amostras de conjuntiva ocular, nasal, soro, plasma e líquor. Devido à ausência
de laboratórios específicos que realizem testes mais laboriosos como PCR, além da relação destes com o
custo-benefício, tem-se optado pelos testes rápidos imunocromatográficos em decorrência de sua elevada
sensibilidade e especificidade, que traz resultados extremamente eficientes e ainda com a vantagem de não
apresentar altos custos para sua realização.

O teste rápido imunocromatográficoAlereCinomose Ag Test Kit® realiza testes com rapidez nos resultados, na
conveniência e na facilidade de uso, na confiabilidade, alta sensibilidade e especificidade. Os diagnósticos
rápidos do Teste Alere tornam o poder de decisão clínica mais efetivo e seguro em um curto espaço de tempo.
Ainda que esse teste seja preciso na detecção do Ag do vírus da cinomose, apresentando 98,8% de sensibili-
dade e 97,7% de especificidade, há a possibilidade de resultados falsos, sendo então necessário outros testes
quando os resultados obtidos forem questionáveis.

Diante dessa perspectiva, objetivou-se com esse trabalhorealizar um levantamento de casos de cinomose que fo-
ram detectados através de testes rápidos imunocromatográficos realizados em cães atendidos na Clínica Médica
de Pequenos Animais (CMPA) do Hospital Veterinário (HV) do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Campus Sousa.

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MATERIAIS E MÉTODOS. No período de Janeiro à Agosto de 2019, foram analisadas as fichas clínicas dos
caninos que foram atendidos na CMPA/ HV/ IFPB, Campus Sousa, que tiveram suas amostras coletadas e
enviadas para o Laboratório de Imunologia e Doenças Infectocontagiosas (LIDIC)/ HV/ IFPB, para realização
de testes rápidos imunocromatográficos.

As amostras eram coletadas por swab ocular ou nasal, para a realizaçãodos testes imunocromatográficosA-
lereCinomose Ag Test Kit®.Após a coleta da amostra, erainseridoo swab no tubo de amostra contendo300μl
de tampão diluente, logo em seguida era agitado o swab por dez segundos na parede do tubo da amostra,
removendo-se o dispositivo de teste da embalagem de alumínio e posteriormente colocando-o em um local
plano, para que fosse feita a pipetagem de uma pequena quantidade da solução da amostra, adicionando-se
quatro gotas da amostra e o diluente no orifício do teste. Quando o teste começou a reagir,foi possível verificar,
após decorrido o tempo entre cinco e dez minutosuma cor rosada se movendo através da janela do resultado
no centro do dispositivo do teste. Depois do tempo estimado, visualizou-se uma linha colorida na parte es-
querda da janela (C) de resultado demonstrando que o teste estava funcionando devidamente, sendo esta a
linha controle.Para resultados positivos, foi identificada uma linha colorida a direita da janela de resultado do
teste, enquanto que, nos resultados negativos não houve a presença de reação não acendendo a linha (T) na
janela de resultado.

RESULTADOS. Durante o período avaliado, foram coletadas amostras nasais e oculares de 20 animais, semra-
çadefinida, idades variadas e ambos sexos. Das amostras coletadas,40% (8/20) foram positivas para a pre-
sença de antígeno. Frequência maior foi observada por Lúcio et al. (2014) realizada no município de Gara-
nhuns, Pernambuco, em que, dentre as 104 amostras analisadas, 90,38% foram positivas.

Dentre os animais positivos, 50% (4/8) eram machos e 50% (4/8) eram fêmeas. O vírus da cinomose canina
afeta cães sem predileção por sexo e de todas as idades, porém, os animais imunocomprometidos ou filho-
tes entre três e quatro meses, não vacinados, são mais susceptíveis à infecção (BIAZONNO et al., 2001). Em
países subdesenvolvidos como no Brasil, há uma grande ocorrência da enfermidade devido a negligência da
campanha de vacinação na população canina (NEGRÃO, 2006).

Embora a razão exata para predominância em cães SRD à infecção pelo vírus da cinomose seja desconhecida,
este grupo pode receber menos atenção, haja visto que no Brasil cães SRD são menos rigorosamente vaci-
nados comparado aos cães de raça pura. Estando mais aptos para vaguear, os cães SRD transportam com
maior frequência às partículas virais, apresentando ainda maior chance de entrar em contato com o patógeno
proveniente de outros cães já contaminados (BORBA et al., 2002; HEADLEY et al., 2012; FUNG et al., 2014). É
considerada como uma das principais causas de morte e razão para eutanásia entre os cães, representando
12,4% dos casos (SILVA et al., 2007;FIGHERA et al., 2008;).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluiu-se que é elevada a frequência de cães positivos para o vírus da cinomose
canina no Alto Sertão da Paraíba. O trabalho realizado se mostrou relevante ao permitir o conhecimento sobre
3º SIMPIF

a doença na região estudada, importante para a adoção de critérios preventivos contra a doença, tais como a
correta vacinação dos susceptíveis.

PALAVRAS-CHAVE: Vírus, Infectocontagiosa, Imunossupressão.

Referências
ALERE. Alerecinomose Ag test kit. 2013. Disponível em: http://www.alere.com.br; Acesso em: 15 de nov de
2018.

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MARTELLA V., Elia G. &Buonavoglia C. 2008. Canine distemper virus. Vet. Clin. North Am. Small Anim. Pract.
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NEGRÃO et al. Perfil de restrição de um fragmento do gene da hemaglutinina amplificado pela RT-PCR a partir
de estirpes vacinais e selvagens do vírus da cinomose canina. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e
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NELSON, R.W. Distúrbios do pâncreas endócrino. In: NELSON, R.W.; COUTO, C.G. Medicina interna de peque-
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tbreak and its effect on African wild dog conservation. Emerg. Infect. Dis. 8:211-213.
3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 507


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MOSTRA TECNOLÓGICA

Jeanne Elizabeth de Paula Braquehais


Aerogerador de Eixo Vertical de Baixo
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
Custo
Marcelo Magalhães Avila Paz
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba

Leonardo Marçal da Silva,


Instituto Federal de Educação, Ciência e RESUMO. o presente trabalho trata das estratégias e recursos utiliza-
Tecnologia da Paraíba
dos na construção de um aerogerador de eixo vertical de baixo custo.
Mariah Xavier Brito Foram utilizados dois pedaços de cano de PVC de 40 cm de altura e
Instituto Federal de Educação, Ciência e 10 cm de diâmetro formando as pás. A estrutura maior contendo um
Tecnologia da Paraíba
arranjo de três pás côncavas está conectada a um eixo vertical, que
Nadhábya da Conceição Silva é composto por uma barra roscada dentro de um cano de eletroduto
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba rígido e encaixada em dois rolamentos. Este eixo principal está en-
caixado numa polia de 70,32 mm de diâmetro que através de uma
corrente transmite o movimento para uma polia menor de 8,76 mm de
diâmetro. Acoplado a polia menor tem-se um gerador CC de 36 V que
foi utilizado como conversor de energia mecânica em energia elétrica.
O conversor de energia eólica em energia elétrica (aerogerador) tem a
capacidade para gerar 3 mW, com uma velocidade do vento de 1,2 m/s.

PALAVRAS-CHAVE: Aerogerador. Energia eólica. Eixo vertical.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. Conceitos básicos sobre conversão de Energia Eólica

De acordo com HAU (2006) há três tipos basicamente de aerogeradores com eixo vertical. O rotor do tipo Sa-
vonius, Darrieus e o tipo H. Dos três o mais simples é o tipo Savonius. No entanto são utilizados em aplicações
que demandam menos energia como, por exemplo, bombas d’água. Conforme HAU (2006) a equação utilizada
para a obtenção da quantidade de energia incidente nas pás de um aerogerador do tipo Savonious é dada por:
P=(ρv3A)/2 Eq. 1

Onde P é a potência incidente na pá; ρ é a densidade do ar; v é a velocidade do vento; A é a área da pá.

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DE UM GERADOR ELÉTRICO. O princípio de funcionamento de um gerador


elétrico é explicado pela Lei de Faraday da indução eletromagnética. Essa lei revelou uma relação fundamental
entre tensão e fluxo magnético num circuito elétrico. De acordo com WILDE (2000) a Lei de Faraday estabele-
ce que o valor da tensão induzida é proporcional à taxa de variação do fluxo magnético. Por definição:

Onde: E é a tensão induzida (V); N é o número de voltas da bobina; Δφ é a variação do fluxo que passa através
do núcleo da bobina (Wb); t é o intervalo de tempo durante o qual o fluxo varia (s).

A conversão de energia mecânica proveniente do movimento das pás da turbina para energia elétrica é feita
por geradores (C.C. ou C.A.). Nesta conversão também ocorrem perdas, como pode ser visto na figura abaixo:

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Figura 1 - Conversão de Energia Eólica em Energia Elétrica.

Fonte: Autores, 2019

A potência elétrica de um aerogerador cujas pás descrevem uma área de seção é dada por: Pe=(ηCpρAv3)/2. Eq. 3

Onde Cp é a eficiência aerodinâmica e η é o rendimento do gerador responsável pela conversão de energia


mecânica em energia elétrica.

METODOLOGIA E RESULTADOS. Após a construção do aerogerador foram feitos alguns testes:

• Com uma resistência de 100Ω foi possível calcular a resistência interna do gerador. A resistência interna
obtida foi de 28Ω.
• Com o auxilio de um voltímetro e um anemômetro foi medido valores de tensões para diferentes veloci-
dades do vento.

Quadro 1 - Relação tensão (em aberto) x Velocidade do vento no aerogerador

Velocidade Tensão
1,4 m/s 621 mV
4,2 m/s 736 mV
4,6 m/s 621 mV
Fonte: Autores: 2019.

• Com uma resistência de 100Ω como carga foi possível medir a potência gerada para uma velocidade do
vento de 1,2 m/s. A potência calculada foi de aproximadamente 3 mW.
• A potência incidente no aerogerador para uma velocidade do vento de 1,2 m/s pode ser obtida pela equação
1. Pv= 38,25 mW. Portanto a eficiência do aerogerador ηCp= 3mW/38,25mw é de aproximadamente 7%.

Figura 2 - Aerogerador de eixo vertical

Fonte: Autores, 2019


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CONCLUSÃO. A partir da construção e testes com o aerogerador foi possível verificar que o gerador utilizado
não é o mais adequado, pois a sua tensão nominal é de 36 V, uma tensão muita além daquelas obtidas para
valores de velocidade do vento mais comuns, em torno de 4,0 m/s. Outro aspecto importante foi o fato de que
é possível melhorar a eficiência do sistema abrindo mais as pás com o intuito de aumentar o torque. O trabalho
proporcionou uma experiência não tão exitosa do ponto de vista da eficiência, mas foi bastante satisfatório do
ponto de vista metodológico, pois agora já é possível fazer uma aerogerador mais eficiente a partir do projeto
desenvolvido.

Referências
E. HAU, Wind Turbines.Springer 2006.

T.WILDI, Electrical Machines, Drives, and Power Systems. Prentice Hall - Fourth Edition, 2000.

BRAQUEHAIS, J.E.P. Sensor inteligente e energeticamente autônomo para medição da velocidade do vento.
Dissertação (Mestrado em Engenharia), UFPB – PPGEE, 2014.

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MOSTRA TECNOLÓGICA

José Aliff Rozeno da Silva


Compostagem: Produção e distribuição
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí
de composto orgânico oriundo do lixo
verde
Noatan dos Santos Azevedo
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí

Valter Silva Ferreira


Instituto Federal de Educação, Ciência e RESUMO. O homem sempre se idealizou como um ser centralizador
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí
do Universo, tendo o meio ambiente a sua disposição, adequando
Gislayne Kayne Gomes da Cruz seus processos, modificando seus ciclos e seus espaços. Por isso,
Instituto Federal de Educação, Ciência e encontra-se atualmente diante de uma crise ambiental, colocando em
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí
risco a vida humana e da Terra (BRASIL, MEC, 2001). Hoje, a crise
Frederico Campos Pereira ambiental causada pelo lixo urbano e rural representa considerável
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Pedras de perturbação ao equilíbrio da biosfera no planeta. Uma das principais
Fogo razões deste fenômeno está constituída pela irresponsabilidade hu-
mana, que podemos observar, por exemplo, no lançamento de resí-
duos sólidos e orgânicos em mananciais (como rios e lagos) por in-
dústrias e pelas residências (ALMEIDA; RIGOLIN, 2005). Além disso,
essa situação agrava-se ainda mais pela falta de fiscalização e pela
ingerência de alguns órgãos fiscalizadores ambientais e dos gover-
nos. Alguns estudiosos definem compostagem como um processo biológico aeróbico utilizado no tratamento
e na estabilização de resíduos orgânicos para produção do composto. A técnica da compostagem foi desen-
volvida com a finalidade de acelerar com qualidade a estabilização da matéria orgânica. O composto orgânico
é o material obtido através da compostagem, é considerado um adubo orgânico. Para obtenção do adubo ou
composto, nas condições do Semiárido, em média, leva-se de 90 a 120 dias. Os resíduos orgânicos (também
conhecido como lixo verde), representam cerca de 50% dos resíduos urbanos, gerados no Brasil. Esses resí-
duos podem ser reciclados através de processos como o da compostagem. Um exemplo é a cidade de Picuí-
-PB, localizada no Seridó Oriental Paraibano, em que, por meio da parceria entre a Prefeitura Municipal e o
Instituto Federal da Paraíba, possui um projeto de tratamento específico dos resíduos orgânicos do município.
O projeto é desenvolvido pelo NEA (Núcleo de Estudos em Agroecologia) do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí. O objetivo do trabalho é analisar a atividade da composta-
gem no município, como produção e distribuição e seus benefícios causados na região. Já foram feitas 44
pilhas, das quais 17 foram peneiradas com produção de 2.300 Kg de composto orgânico. Toda produção foi
destinada para projetos, TCCs e relatórios dos próprios alunos IFPB e da Prefeitura de Picuí, onde a mesma
distribui o composto em pequenas comunidades e para alguns agricultores da região, que usam em suas pró-
prias culturas do Curimataú e Seridó Paraibano. O Semiárido necessita de Núcleos de pesquisa que incentive
a práticas de projetos de Extensão, Pesquisa e Inovação que possibilitem, por meios de técnicas sustentáveis
uma melhor produção na região aos agricultores. A atividade da compostagem é viável no Semiárido e pode
ser implantada em qualquer região do Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Compostagem. Produção. Lixo verde. Semiárido.

APRESENTAÇÃO. A mostra propõe a trabalhar a questão do lixo verde a partir da compostagem dos resíduos
orgânicos. A compostagem é uma boa solução para cuidar do lixo orgânico de forma fácil, limpa e segura,
além disso gerando ainda o composto orgânico – excelente para adubar plantas. Além de aprender a compos-

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tar, iremos conversar sobre como é possível fazer o processo em casa e até mesmo se é possível organizar uma
compostagem comunitária. Além disso será colocado em pauta assuntos como:

1. Compostagem: conceito e importância.


2. Escolha da área: acesso; disponibilidade de água.
3. Tipos de compostagem.
4. Materiais utilizados; tipos de materiais; propriedades dos materiais; proporção de materiais para a mistura.
5. Montagem e manejo da pilha, leira ou composteira.
6. Características e formas de utilização do composto orgânico.
7. Biofertilizantes líquidos.

O caminho metodológico utilizado para a realização desta oficina sobre compostagem, vem por meio da abor-
dagem teórica dialógica e audiovisual sobre uma temática citada, em que os participantes poderão construir
conhecimentos científicos, e da abordagem prática, na qual irá ocorrer a construção da pilha ou leira de com-
postagem, em que os envolvidos na atividade poderão analisar as informações teóricas através da prática. Na
construção da atividade foram utilizados resíduos orgânicos como: podas de árvores urbanas, esterco bovino
curtido, fibra de coco e água.

Nesta oficina, também vão ser distribuídos materiais informativos sobre a compostagem, com informações so-
bre definição, importância, materiais que podem ser utilizados na compostagem substâncias geradas durante
a transformação dos resíduos em composto orgânico, etc.

CONCLUSÃO. Com esse tipo de trabalho, é possível analisar que a compostagem é um importante alternativa
para a preservação do meio ambiente. Além disso, se aplicada na agricultura, pode tornar-se um mecanismo
para a recuperação de áreas degradadas e da fertilização dos solos, prejudicados por práticas agrícolas ina-
dequadas. Para tanto, as oficinas e mostras tecnológicas ministradas contribuem de maneira reflexiva para
a formação dos envolvidos, ajudando na confirmação de que todos nós fazemos parte da natureza e de que
também somos capazes de melhorar nossas ações, colaborando para uma convivência sadia e de qualidade
entre ser humano e meio ambiente.

Referências
ALMEIDA, L. M. de; RIGOLIN, T. B. Geografia: volume único. 2. ed. São Paulo: Ática, 2005.

BRASIL. MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais de Ciências Naturais: Ensino de quinta a oitava séries.
Brasília: MEC /SEF, 2001.
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Larissa Claudino Ferreira


Desenvolvimento e utilização do
Instituto Federal da Paraíba aplicativo VetParasitoQuiz como
Juliana Trajano da Silva ferramenta metodológica para o ensino
Instituto Federal da Paraíba
de Parasitologia Veterinária
Thaís Ferreira Feitosa
Instituto Federal da Paraíba

Vinícius Longo Ribeiro Vilela RESUMO: A parasitologia pode ser definida como um ramo da bio-
Instituto Federal da Paraíba logia que estuda os parasitos e o parasitismo no geral, abordando
diversas áreas, abrangendo assuntos sobre helmintologia, protozoo-
logia, ectoparasitologia e entomologia. Devido a utilização de méto-
dos tradicionais no ensino e pela grande complexidade dos nomes
científicos, geralmente encontra-se dificuldade pelos estudantes para
a fixação do conteúdo ministrado ao decorrer da disciplina. Objeti-
vou-se desenvolver uma forma alternativa para auxiliar o processo
de ensino-aprendizagem através do desenvolvimento de um aplica-
tivo em forma de “quiz” voltado para a parasitologia veterinária. O
aplicativo foi denominado VetParasitoQuiz, tendo sido disponibilizado
na loja virtual do Google para downloads em dispositivos Android.
Em seguida, foi testado e avaliado pelos discentes matriculados na
disciplina de Parasitologia Veterinária (2018.1) e da disciplina de Doenças Parasitárias (2018.2) do curso
de Medicina Veterinária do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) - Campus Sousa, onde os mesmos avaliaram
a eficácia de métodos alternativos no ensino-aprendizagem, que mostraram-se positivos, contribuindo para
fixação dos assuntos e comprovando que através de aplicativo há um estímulo à aprendizagem de maneira não
convencional, permitindo maior memorização dos conteúdos.

PALAVRAS-CHAVE: Lúdico. Parasito. Celular

APRESENTAÇÃO. A Medicina Veterinária é um dos ramos da ciência que abrange diversas áreas de conheci-
mento e atuação, por isso, a grade curricular do curso de Medicina Veterinária é consideravelmente extensa, e
dentre a grande quantidade de disciplinas que são ministradas na graduação, pode-se destacar a parasitolo-
gia, uma área da ciência que é de extrema importância para uma boa formação do médico veterinário.

A parasitologia pode ser definida como um ramo da biologia que estuda os parasitos e o parasitismo no ge-
ral. Na parasitologia veterinária destacam-se os estudos da helmintologia, protozoologia, ectoparasitologia e
entomologia. Nessas áreas são estudadas um grande número de parasitos, seus nomes científicos, ciclos de
vida, métodos de diagnóstico e as doenças parasitárias, incluindo as zoonoses, que são de grande importân-
cia para a saúde pública, por isso, é comum a dificuldade de aprendizado no estudo dessa disciplina.

A implantação de novas tecnologias nas diversas áreas de ensino está cada vez mais frequente, seja pela
praticidade, como na facilitação do aprendizado. O acesso à informação de forma eletrônica é fácil, por isso,
muitas vezes é preferível utilizar desses meios para incentivar o processo educacional (RODRIGUES, 2015).

Diante do exposto, o propósito foi utilizar a tecnologia em prol do enriquecimento educacional, e dessa forma,
elaborar um aplicativo em forma de “quiz” voltado para a parasitologia veterinária, desenvolvido para o siste-
ma operacional Android, e disponibilizado no Google Play Store para download em dispositivos móveis, com o

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intuito de contribuir para o estimulo de forma dinâmica para o aprendizado dos graduandos e graduados em
medicina veterinária.

MATERIAIS E MÉTODOS. Foi realizada uma pesquisa para coletar informações sobre os principais helmintos,
protozoários, ácaros, insetos e sua relação com os bovinos, equídeos, caprinos, ovinos, suínos, caninos, lago-
morfos, felinos e aves domésticas, tendo como intuito a elaboração dos questionamentos sobre os principais
parasitos dos animais domésticos, considerando informações como: taxonomia, morfologia, ciclo evolutivo,
sinais clínicos e diagnósticos, que, ao final, foram dispostos no aplicativo.

Pela necessidade de envolver seres humanos em seus testes, o projeto foi submetido a Plataforma Brasil, sen-
do aprovado pelo CAAE nº 91227418.4.0000.5185.

Após a fase de coleta dos materiais, foi iniciado o desenvolvimento da aplicação, que ocorreu por meio do
software on-line AppsGeyser, que permitiu a criação de perguntas em forma de “quiz” de múltipla escolha para
dispositivos móveis que utilizem o sistema operacional Android. A aplicação foi projetada para operar com as
funcionalidades básicas de um game de perguntas e respostas (VetParasitoQuiz).

O acervo de parasitos do Laboratórios de Parasitologia Veterinária/ IFPB e do Laboratório de Doenças Para-


sitárias dos Animais Domésticos/ UFCG foram fotografados e catalogados, para a inclusão de fotos autorais
no aplicativo, para que o mesmo pudesse possibilitar uma melhor compreensão do conteúdo abordado no
aplicativo.

Livros e artigos científicos foram consultados na busca de informações para a elaboração dos questionários
que foram disponibilizados no aplicativo. Após o levantamento de informações, elaboração dos questionários
e registro fotográfico, foi iniciada a fase de construção do aplicativo, onde as perguntas começaram a serem
dispostas (Figura 1).

Figura 1 - Área do software onde foram adicionadas as perguntas do aplicativo

3º SIMPIF

Fonte: www.appsgeyser.com, 2018.

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RESULTADOS DA PESQUISA. Depois da fase de construção do aplicativo, teve início a fase de testes, onde
foram utilizados para a primeira e segunda fase, respectivamente, questionários sobre a jogabilidade do apli-
cativo, assim como avaliação qualitativa e aplicabilidade como ferramenta metodológica de ensino na turma
de Parasitologia Veterinária (2018.1), e questionários do aplicativo, sendo direcionado para avaliação dos
conhecimentos da turma de Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos (2018.2), do curso de Bacharelado
em Medicina Veterinária do IFPB, campus Sousa.

Na terceira fase de testes, os alunos foram convidados a baixar pela plataforma de downloads Google Play o
aplicativo “VetParasitoQuiz” e responder as questões no mesmo, sendo avaliados de acordo com sua agilidade
e capacidade de responder às perguntas.

A princípio, foram dispostos no aplicativo 100 quetionamentos que continham textos introdutórios e/ou infor-
mativos sobre helmintologia, protozoologia, acarologia e entomologia, sendo distribuídos em dez diferentes
níveis de dificuldade (Figura 2). Foram alocadas dez questões para cada nível, contendo também imagens
provenientes do acervo da Parasitoteca do LPV/ IFPB e LDPAD/ UFCG. Cada questionamento apresentava
quatro alternativas como opções de resposta (Figura 3), para que, dessa forma, possa instigar o pensamento
de quem o utilize, promovendo um aprendizado mais dinâmico.

Figura 2 - Interface do aplicativo, mostrando os níveis presentes no mesmo

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Fonte: VetParasitoQuiz, 2018.

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Figura 3 - Exemplo de pergunta que está disposta no aplicativo

Fonte: VetParasitoQuiz, 2018.

Após o desenvolvimento do aplicativo, o mesmo foi disponibilizado para download na plataforma PlayStore,
para que os alunos da Turma de Parasitologia Veterinária (2018.1) pudessem baixá-lo e testá-lo, e assim ava-
liar a aplicabilidade do quiz como forma de estudo e também sugerir alguma mudança no mesmo.

A critério dos alunos, poderiam ser realizadas sugestões de melhorias, assim como responder um questio-
nário pós-aplicação, avaliando quesitos para serem marcadas de forma objetiva. Como forma de melhorar o
aplicativo, foram consideradas sugestões feitas pelos alunos que participaram do teste, fazendo com que o
aplicativo passasse por uma reformulação, onde os níveis e perguntas foram melhor redistribuídos, havendo
acréscimo e melhoria de imagens (Tabela 1).

Tabela 1 - Resultado das perguntas aplicadas na primeira fase de teste do aplicativo “VetParasitoQuiz” a discentes de
graduação em Medicina Veterinária do IFPB, campus Sousa

CONCORDO DISCORDO
CONCORDO INDECISO DISCORDO
FORTEMENTE FORTEMENTE

O aplicativo é de fácil manuseio. 21 2 - - -


Gostei dessa forma de exercício. 18 5 - - -
3º SIMPIF

O conteúdo do aplicativo é de fácil com- 13 9 1 - -


preensão.
Achei as perguntas complexas. 2 7 3 11 -
Esse aplicativo me ajudou a memorizar 16 7 - - -
melhor o conteúdo sobre parasitologia
veterinária.
As imagens facilitaram a compreensão e 9 14 - - -
interpretação das perguntas.

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CONCORDO DISCORDO
CONCORDO INDECISO DISCORDO
FORTEMENTE FORTEMENTE

O aplicativo estimula a busca por bibliogra- 7 10 6 - -


fia complementar.
Gostei dessa forma de exercício. 18 5 - - -
Recomendarei para um amigo. 15 8 - - -

Após o período de avaliação por parte dos discentes da disciplina, percebeu-se que seria mais proveitoso di-
minuir os níveis, rearranjar a ordem de algumas perguntas, acrescentar mais imagens e melhorar a qualidade
das existentes. Então, foi necessário realizar tais mudanças, deixando o aplicativo de acordo com as sugestões
recebidas.

Na segunda fase do teste de aplicabilidade e jogabilidade, alunos da disciplina de Doenças Parasitárias dos
Animais Domésticos (2018.2) foram convidados a responder as questões de múltipla escolha do aplicativo,
mas não no mesmo, e sim de forma impressa. Ao aplicar este tipo de avaliação, observou-se que os alunos
não conseguiram responder todas as perguntas de forma correta, tendo em média os acertos de 25 perguntas
do total de 46.

Na terceira fase do teste, os mesmos participantes foram convidados a baixar o aplicativo e responderem as
questões, onde observou-se que 100% dos participantes conseguiram responder de forma correta todas as
questões e assim completar o jogo no período máximo de duas horas.

A partir dos resultados obtidos por meio da implantação do aplicativo, pode-se observar que houve um melhor
aproveitamento do conteúdo de Parasitologia Veterinária. Esses resultados tornaram-se claros quando os da-
dos obtidos foram observados, pois na primeira fase de testes, na turma de Parasitologia Veterinária (2018.1)
todos os participantes conseguiram responder 100% das perguntas do aplicativo, e de acordo com os dados
da tabela 1, todos os participantes concordaram que o aplicativo estimulava e auxiliava no aprendizado. No-
tou-se, também, que houve bom rendimento com a implantação do aplicativo na segunda e terceira fase de
testes, pois enquanto que as mesmas perguntas presentes no aplicativo foram aplicadas de forma impressa,
o desempenho dos participantes foi inferior ao obtido após a instalação do aplicativo, pois a média de acertos
foi de 25 perguntas do total de 46, e após a instalação do mesmo, as mesmas pessoas que responderam às
perguntas conseguiram finalizar o quiz em até duas horas com o total de 100% de acertos das perguntas.

Após o seu desenvolvimento, o jogo foi publicado na plataforma de downloads do Google para Android (PlayS-
tore), onde o mesmo obteve cerca de 100 downloads em apenas um mês após ser disponibilizado (Figura 4),
estratificados em vários países, sendo o Brasil responsável por 73% dos mesmos, e os 27% restantes ocorre-
ram em diversos outros países, como Espanha, México, Peru, Argentina, entre outros. E quanto as avaliações
recebidas na plataforma de download, o mesmo obteve 5/5 estrelas em todas (Figura 5), mostrando que
100% dos avaliadores julgaram o mesmo com nota máxima.
3º SIMPIF

Figura 4 - Instalações realizadas do aplicativo “VetParasitoQuiz” em percentuais por países

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Fonte: Google Play Console, 2018.

Figura 5 - Avaliações realizadas pelos usuários do aplicativo “VetParasitoQuiz”

Fonte: Google Play Console, 2018.

3º SIMPIF

CONCLUSÃO. Através do desenvolvimento e utilização do VetParasitoQuiz pode-se utilizar o meio tecnológico


como uma forma alternativa para auxiliar no ensino-aprendizagem da parasitologia veterinária, demonstrando
ser uma ótima forma de estímulo à aprendizagem de maneira não convencional, uma vez que possibilita testar

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conhecimentos, estimular a busca por bibliografia complementar, e ao mesmo tempo ser uma forma lúdica
de memorizar o conteúdo existente nas perguntas, possibilitando a utilização dos mesmos posteriormente.

Referências
RODRIGUES, D. M. S.A.: O Uso do Celular Como Ferramenta Pedagógica. Trabalho de Dissertação. Centro
Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação da Universidade Federal na Educação da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2015.

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Giuseppe Anthony Nascimento de Lima


GeoVANT: Uma plataforma escalável
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
e extensível para colecionamento de
Tecnologia da Paraíba dados no sensoriamento remoto de baixa
Julierme Silva de Araújo altitude
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Nos estudos de agricultura de precisão (JORGE; INA-
Marcos Fábio de Souza Júnior MASU, 2014), monitoramento ambiental (MOURA; FARACO JÚNIOR,
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e 2017) ou em terrenos diversos (setor militar, industrial, de transpor-
Tecnologia da Paraíba
te, entre outros), os VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados) têm se
Gabriel Aragão Batista demonstrado eficazes e com baixo custo. Seus dispositivos senso-
[email protected]
res, como acelerômetros, giroscópios, bússolas, barômetros, termô-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba metros e câmeras multiespectrais (visível, térmico ou infravermelho)
permitem a varredura de terrenos e de dados diversos de forma geor-
referenciada. O seu custo de voo também é mais baixo, permitindo
coletas de dados com maior detalhamento sobre um terreno e com
maior frequência do que em relação aos estudos de monitoramento
realizados com satélites ou aeronaves tradicionais. Entretanto, o for-
necimento de meios que integrem o armazenamento dos dados de
imagens de terrenos e de sensores e de análises poderia ser melhor facilitado. Costuma-se empregar sobre
uma mesma imagem capturada um ou mais software (proprietários ou gratuitos) para o seu pós-processa-
mento, assim como para a transformação e combinação de dados de sensores. Complementarmente, dados
de sensores (acoplados ou não ao veículo) podem ser manejados por outras ferramentas de visualização (em
gráficos, tabular, ou para comparações), aplicando-se ou não processamento estatístico. O emprego de quais-
quer dessas ferramentas pode exigir bastante esforço de aprendizagem até que sejam utilizadas plenamen-
te,em que, muitas vezes, os profissionais, organizações privadas e de pesquisa precisam realizar treinamentos
e cursos para implantá-las e operá-las. Este projeto de inovação foi desenvolvido considerando a indústria
de monitoramento por VANTs, objetivando a disponibilização de uma plataforma com baixo custo de implan-
tação,capaz de prover o compartilhamento de kits de dados (caracterizados pelos estudos realizados) de
imagens ou de sensores, de forma que colaboradores possam catalogá-los,pós processá-los, armazená-los,
compartilhá-los e consultá-los mais fácil e colaborativamente. Essa plataforma, denominada como GeoVANT,
foi concebida para também suportar recursos de análise colaborativa de dados, presentes nos kits mantidos
por seus usuários.

MATERIAIS E MÉTODOS. Foram realizados estudos com os dados de imagens e de sensores com veículos usa-
dos pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA/UFCG). Dada a necessidade de esca-
labilidade da infraestrutura de implantação da plataforma, em nuvem, todos os seus dados são armazenados
por meio de um banco de dados orientado à documentos, com suporte asharding e replicação (MONGODB,
2019a) e com uma arquitetura distribuída em camadas, a qual também inclui um servidor de aplicações
(backend principal) desenvolvido com Spring HATEOAS (SPRING, 2019) e um servidor de processamento de
imagens (backend encapsulado, em Django/Python), ambos acessíveis como serviços RESTFul. O frontend da
aplicação é isolado das demais camadas,feito com a plataforma Angular (GOOGLE, 2019) e um componente
para disposição de mapas (OPEN LAYERS, 2019). Uma metodologia evolucionária baseada na prototipação da
interface em alta-fidelidade foi empregada, em conjunto com o desenvolvimento de especificações textuais de

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MOSTRA TECNOLÓGICA

requisitos e de regras de negócio de software, assim como a modelagem dos dados orientados à agregados
(SALADAGE; FOWLER, 2019), considerando a persistência dos kits de dados para desempenho em consultas
e futuros recursos de visualização dos mesmos. Para o processamento de imagens foram empregadas as bi-
bliotecas de software de computação científica (NUMPY, 2019), de dados geoespaciais em raster (RASTERIO,
2019) e de plotagem em mapas de cores (CMAPY, 2019).

RESULTADOS. Foi implementado um modelo de dados orientado a agregados e um outro de mapeamento de


dados de sensores para fácil importação pela plataforma. Acerca, dos recursos de processamento de imagens,
eles incluem a obtenção de imagens (GeoTIFF) derivadas a partir de versões brutas oriundas de um VANT
(formato DNG, RAW e GeoTIFF), em que se focou em aplicações sobre a vegetação, para a disponibilização
de forma integrada do NVDI (Índice de Vegetação da Diferença Normalizada), VARI (Índice Resistente à At-
mosfera na Região Visível), TGI (Índice de Verde Triangular); e para obtenção do DEM (Modelo e Elevação
Digital), similar à ferramenta Pix4D (2018). Foi concebido um outro modelo de processamento que compara
duas entradas de imagens com dados em comum, gerando-se uma terceira imagem que contém a diferença de
valores, categorizada por faixas de valores de cores. As imagens tem sido gravadas na infraestrutura escalável
por meio do recurso GridFS (MONGODB, 2019b). Os kits de dados foram implementados para colecionarem
dados de sensores e de imagens, os quais possuem rótulos baseados na localização ou no propósito das
capturas obtidas. Uma interface de consulta geográfica foi desenvolvida, sendo possível consultar os kits de
dados por área poligonal, tipo de dado, rótulos e data de captura. Recursos de visualização de dados foram
projetados com protótipos de interfaces de alta-fidelidade, considerando apresentações gráficas e tabulares
para dados de sensores, com mecanismos de consulta flexíveis, compondo as implementações da segunda
versão do GeoVANT. Ainda, dados ou subconjuntos dos mesmos podem ser comentados ou interpretados co-
laborativamente entre os usuários pesquisadores que os compartilharem na plataforma.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A verificação da adequação do GeoVANT já foi convalidada por alguns pesquisa-
dores especialistas em agricultura de precisão. Diversos casos de aplicação já foram discutidos, inclusive
considerando veículos básicos (sem sensores e restritos ao espectro visível), incluindo-se situações de fora
do contexto de monitoramento ambiental ou de agricultura 4.0. Testes integradores entre as camadas da
arquitetura ainda estão em curso, pois a plataforma está em fase de homologação e ajustes de construção.
Entretanto, ressalta-se que o conjunto de funcionalidades básicas tem se demonstrado promissor, escalável
(volume de dados), extensível e fácil de usar, já que integra e simplifica diversas soluções para contextos de
aplicação de estudos de terrenos. Uma terceira versão da plataforma está prevista, a qual acrescentará à
camada de processamento de imagens as extensões de tratamento de forma catalogável (por seu tipo de apli-
cabilidade), como, por exemplo, para a realização de inspeções de fachadas em edificações, monitoramento
de águas, aterros, espaços urbanos, entre outros.

PALAVRAS-CHAVE: Sensoriamento de Baixa Altitude. Veículos Aéreos Não Tripulados. Sistema de Informação.
Visualização de dados.
3º SIMPIF

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB, pelo fomento via os editais 06/2018 e 28/2018 de inovação.

Referências
CMAPY. cmapy · PyPI.Disponível em: <https://pypi.org/project/cmapy/>. Acesso em: 05 ago. 2019.

GOOGLE. Angular – Features and Benefits. Disponível em: <https://angular.io/features>. Acesso em: 09 ago.
2019.

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MOSTRA TECNOLÓGICA

JORGE, L. A. C., INAMASU, R. Y. Uso de veículos aéreos não tripulados (VANT) em Agricultura de Precisão. In:
Agricultura de precisão: resultados de um novo olhar. Brasília, 1ª ed, 2014., cap. 8, pp. 109-134.

MONGODB. 2019a. Shard Keys – MongoDB Manual. Disponível em: <https://docs.mongodb.com/manual/


core/sharding-shard-key/ > Acesso em: 09 ago. 2019.

MONGODB. 2019b. GridFS – MongoDb Manual. MongoDB Manual 3.6. Disponível em <https://docs.mongodb.
com/manual/core/gridfs/>. Acesso em 05 ago. 2019.

MOURA, C. M. M; FARACO JÚNIOR, J. H. Adoção de VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados) no contexto ins-
titucional do ICMBio com aplicações na gestão e proteção ambiental. 2017. 26f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Especialização) – Curso de Pós-Graduação em VANTs e DRONEs em Aplicações Civis e Comerciais. Pon-
tifícia Universidade Católica do Paraná. Pró-Reitoria de Graduação, Pesquisa e Pós-Graduação, Curitiba – PR.

NUMPY. Quickstart tutorial — NumPy v1.18.dev0 Manual. Disponível em: <https://numpy.org/>. Acesso em:
05 ago. 2019.

OPEN LAYERS. Open Layers Examples. Disponível em: <https://openlayers.org/en/latest/examples/>. Aces-


so em: 25 jul. 2019.

PIX4D. Vegetation indices: a key tool in precision agriculture. 19 jun. 2018. Disponível em: <https://www.
pix4d.com/blog/pix4dfields-vegetation-indices-for-precision-agriculture>. Acesso em: 06 ago. 2019.

RASTERIO. Rasterio: access to geospatial raster data — rasterio documentation. Disponível em: < https://
rasterio.readthedocs.io/en/stable/>. Acesso em: 05 ago. 2019.

SALADAGE, P.; FOWLER, M. NoSQL Essencial: Um Guia Conciso para o Mundo Emergente da Persistência
Poliglota. 1ª Edição. Novatec, 2013. ISBN 978-8575223383.

SPRING. Spring HATEOAS. Disponível em: <https://spring.io/projects/spring-hateoas>. Acesso em: 25 jul. 2019.

3º SIMPIF

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José Augusto Figueiredo de Oliveira


IMic - Mictório inteligente capaz de
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa
auxiliar a detectar precocemente o
câncer de próstata e outras doenças
Ramon Alves Patrício de Souza
[email protected] renais no homem
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa

Emmilly Raianny Bezerra Ferreira


[email protected] INTRODUÇÃO. O Projeto Mictório inteligente (IMic) capaz de auxiliar
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa
a detectar precocemente o câncer de próstata e outras doenças re-
Mariana Marques Ferreira nais no homem,surge da necessidade de detectar indícios de doenças
[email protected]
precocemente que em muitas delas se manifestam primeiramente de
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa
maneira silenciosa, sem que o paciente possa notar a sua existência,
Marcos José do Nascimento Junior e depois com o seu avanço, os sinais são cada vez mais notáveis. Mas
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa nessa primeira fase, a enfermidade pode apresentar seus sintomas
através do sistema urinário que passa despercebido, alterando as-
Maurício Rabello Silva
[email protected] sim o volume, o fluxo, a frequência de micções e a cor da urina. E as
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa
doenças enfatizadas pelo Projeto são: Câncer de Próstata, Diabetes
Melittus, Cálculo Renal entre outras por apresentar dados alarmantes
de modo que o Brasil ocupa a quarta posição com maior número de
pessoas que desconhecem seu diagnóstico de Diabetes Melittus.

MATERIAIS E MÉTODOS. A partir do momento que o IMic entrou em ação, a primeira atividade foi estudar
quais doenças apresentam seus sinais através do sistema urinário e qual a sua incidência. Logo, constatamos
que a lista de patologia seria enorme e cada uma delas interage de modo diferente com o organismo, porém
em todos os quesitos modificaria os fatores que foram citados na introdução como é o caso do Câncer de
Próstata, o segundo câncer mais comum nos homens ficando atrás somente do câncer de pele não melanoma
(INCA, 2016), caracterizada pelo crescimento exagerado da próstata, com consequente diminuição do calibre
e intensidade do jato urinário.

Posteriormente, foi realizada uma pesquisa em relação à singularidade do projeto ou até mesmo de um pro-
duto comercial que possuísse alguma semelhança com o IMic e totalizamos que só uma ideia se aproxima da
nossa. Sendo o E-Urinal do designer chinês Royce Zhang, tendo como finalidade avaliar a saúde do usuário
analisando o nível de açúcar no sangue e o número de glóbulos brancos e vermelhos por meio da urina que
não veio a sair do papel. Comparando o E-Urinal com IMic, observa-se uma clara diferença já que o IMic vem
com a intenção de analisar o volume, o fluxo, a frequência e a coloração da urina e após, dar uma orientação
ou um conselho e não avaliar a saúde como propôs o designer.

Coletando esses dados, começamos a planejar a estrutura do mictório para que atendesse os nossos obje-
tivos, ou seja, fosse simples e ao mesmo tempo acessível capaz de atingir as expectativas do público-alvo,
indivíduos do sexo masculino de 14 a 65 anos. Com isso desenhamos o esquema do nosso projeto com o dis-
play, na parte superior do mictório, com intuito de apresentar informações ao usuário e os sensores na parte
inferior (representado com um caixinha em que dentro dela está escrita C1), os responsáveis para analisar a
urina, e todos conectados ao Arduino, uma plataforma open-source de prototipagem eletrônica.

Após esse estudo, partimos para o desenvolvimento do software que tem como base o Arduíno, o display, o
sensor de Fluxo Urinárioe o sensor de Cor RGB 34725.Esse último sensor, RGB 34725, tem a funcionalidade

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de examinar a coloração da urina por meio da leitura de percentuais de tonalidades de vermelho, azul e verde,
já o sensor de Fluxo Urinário foi confeccionado pela própria equipe inspirado a partir de um aparelho meteo-
rológico, funciona através de uma chave óptica CTK C860TP, que opera detectando a mudança de posição da
báscula e assim esvaziando o conteúdo de cada lado, em média, 3 (três) ml de urina.

Iniciamos primeiro com o sensor de Fluxo Urinário, conectando a chave óptica ao microcontrolador com o
auxílio da protoboard. Junto com a chave óptica, onde existe uma haste que é capaz de mudar o estado do
componente de modo que em algumas situações interrompem a passagem de luz de um ponto da chave óptica
para outro e já em outros momentos, a passagem de luz é permitida. Então, o software foi projetado para qual-
quer mudança de estado do sensor de Fluxo Urinário seria adicionado um valor a variável que corresponde
ao volume.

Com essa primeira parte da eletrônica funcionando, partimos para o display – o componente que terá maior
interação com o usuário – exibindo mensagens conforme a análise do volume da urina, do fluxo, e dá colora-
ção. Nesta atividade, utilizamos a biblioteca LiquidCrystal a fim de que mensagens como “Usuário Normal”,
“Usuário Desidratado. Bebeu uma quantidade suficiente de água hoje?”, “Aconteceu alguma alteração na sua
alimentação?” ou “Vem fazendo uso de medicamentos nos últimos dias” ou até mesmo informações como “O
volume e fluxo da urina está normal”.

Esses são alguns exemplos de mensagem a ser exibida para a pessoa que esteja utilizando o mictório com o
intuito de que a mesma pare um instante e possa refletir sobre sua saúde e se sentir necessário até procurar
um especialista. Enfim, chegamos à etapa com o sensor de Fluxo Urinário e o display funcionando simulta-
neamente.

Por último, o sensor de cor RGB 34725 que é bastante sensível à luz ambiente, logo este fator externo torna
imprecisa a sua leitura e a fim de contornar esse obstáculo, fez-se necessário à criação de ambiente padrão
para que a sua leitura não fosse afetada por nenhum agente externo. Para ativar o sensor foi preciso a bibliote-
ca Adafruit_TCS34725 e por fim nosso software foi criado com a funcionalidade de detectar até cinco padrões
de urina que são soluções de água com corantes artificiais utilizados para fins de testes.

Os padrões identificados pelo IMic parte desde a mais clara – bem próxima à cor da urina de uma pessoa con-
siderada saudável – até a mais escura com aspecto de avermelhada, representado uma urina com quantidades
de hemoglobina. Concluindo a parte da eletrônica, começamos a construção do protótipo que abrigará todos
os componentes.

Enfim, chegamos à fase da construção do protótipo e por uma decisão da equipe, decidimos que seriam uti-
lizados materiais reciclados, não só por serem bastante acessível, mas também por temos um curto prazo
para concluímos, pois já tínhamos um evento para expor o projeto. Papelão, jornal, garrafas Pet, tinta foram
basicamente os materiais que precisamos para desenvolver o primeiro protótipo do IMic.
3º SIMPIF

RESULTADOS. Com a apresentação do IMic em diversos eventos desde o ano de 2017. Neste ano o IMic foi
apresentado na Mostra Tecnologia do “II Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (II SIMPIF)” que
aconteceu de nos dias 20 a 23 de novembro do ano de 2017 no Centro de Convenções de João Pessoa. 

Já no ano de 2018, um artigo do IMic foi aceito para publicação no  “XXXVIII Congresso da Sociedade Brasi-
leira de Computação (CSBC 2018)” e apresentado no evento satélite  “Encontro Nacional de Computação dos
Institutos Federais (5º ENCompIF)”, a produção científica está disponível na internet. 

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Nesse mesmo ano, o projeto foi selecionado no “Desafio de Ideias”, um evento que aconteceu no “XII Con-
gresso Norte-Nordeste de Pesquisa e Inovação (XII CONNEPI)”. As equipes selecionadas tinham como objeti-
vo apresentar suas ideias e defendê-la mostrando seus aspectos inovadores e empreendedores, enfim, no final
do evento foi divulgado as melhores ideias onde o IMic, ficou em Segundo Lugar.)..

O IMic além de ser apresentado em  congressos e simpósios nacionais, participou de diversos eventos do
IFPB no Campus Sousa-PB, onde o IMic participou da Infotec, consequentemente atingimos um público que
abraçou o projeto, pois se mostraram bastante interessado em ter uma tecnologia inovadora de baixo custo
no mercado. Uma vez que a contribuição do mictório é de suma importância para a nossa sociedade que está
deixando a saúde em segundo plano. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O Mictório Inteligente pode ser uma solução para a desatenção com a saúde ser-
vindo para conscientizar de que precisamos de consultas médicas periódicas já que a partir do momento que
o usuário o utilizar, este pode receber informações de como está sua saúde por meio da urina. E essas infor-
mações vêm com o objetivo de que a pessoa que esteja utilizando possa parar um momento e fazer uma re-
flexão sobre o que está acontecendo para que fatores da urina sejam alterados e posteriormente, se ele achar
necessário procurar um acompanhamento médico facilitando a descoberta de doenças em estágios iniciais.

PALAVRAS-CHAVE: Mictório Inteligente. Câncer Próstata. Diagnóstico Doenças Urinárias.  Arduino.  

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao CNPq, a Pró-reitora de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação e ao Ins-


tituto Federal da Paraíba - Campus Sousa pela ajuda financeira através do edital PIBIC-EM/CNPq e apoio no
desenvolvimento desta pesquisa proporcionando o acesso ao universo da pesquisa científica a alunos do en-
sino médio. Ao Laboratório de Pesquisa, Inovação e Tecnologia Aplicada (INTEGRA).

Referências
EVANS M., NOBLE J. e HOCHENBAUM J. Arduino em Ação. Primeira Edição, Editora Novatec, p.25, 2013. Dispo-
nível em: < http://www.novatec.com.br/livros/arduino-emacao/capitulo9788575 223734.pdf >. Acessado
em: 13 de março de 2018.

INCA. Próstata. Disponível em: <http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer /site/home/


prostata>. Acesso em: 13 de março de 2018.

SOUZA, A. R. A.; ALMEIDA, S. S.; OLIVEIRA, D. C. Análise estatística do câncer de próstata por meio da re-
gressão logística. Rev. Bras. Biom., São Paulo, v.31, n.3, p.441-448, 2013.
3º SIMPIF

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Andréa de Lucena Lira


Laboratório Virtual: A integração
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
pedagógica na elaboração de um jogo
digital
Jhuan Vinicius Alves
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba

Victor Herbert Ferreira de Sousa


Instituto Federal de Educação, Ciência e RESUMO. A presente comunicação tem como objetivo apresentar o
Tecnologia da Paraíba
desenvolvimento do plano de elaboração de um jogo digital que per-
Rayanne Oliveira Medeiros de Lima mite a observação ampla dos conhecimentos necessários para a rea-
Instituto Federal de Educação, Ciência e lização das atividades pedagógicas num laboratório virtual voltado
Tecnologia da Paraíba
para a área da construção civil. Desse modo, o plano permite sistema-
tizar a integração e desenvolvimento do jogo em uma concepção pe-
dagógica de extensão da sala de aula e ampliação dos conhecimentos
expostos. Apesar das limitações em relação ao início do planejamento
do jogo, a proposta se mostra viável no complemento dos conteúdos.

PALAVRAS-CHAVE: Jogos digitais. Educação. Laboratório virtual.


Aprendizagem virtual. Jogos educativos.

APRESENTAÇÃO. Para facilitar o desenvolvimento de jogos, surgiu o


Unity 3D, um game engine (motor de jogo) genérico, ou seja, um programa para computador ou conjunto de
bibliotecas capazes de juntar e construir todos os elementos de um jogo em tempo real. Este permite que
os projetos desenvolvidos sejam compilados para diversas plataformas como Android e Web. Nesta engine é
possível a criação de jogos tanto 2D quanto 3D o que gera liberdade de escolha da dimensão a ser utilizada.
Além de uma ferramenta extremamente poderosa para criação de games de todos os tipos. Essa ferramenta
permite a utilização de todo tipo de scripts, tanto na linguagem C# como em JavaScript, para adicionar lógica
ao seu game. O desenvolvimento com o Unity possibilita produzir o jogo uma vez e publicá-lo em mais de dez
plataformas (iPhones, iPads, Blackberry, celulares e tablets com Android, PC, Mac, Linux, Windows Phone,
Nintendo Wii, Xbox 360, Playstation 3, etc.).

Segundo Machado (2014), o grande diferencial da ferramenta é apostar no que já está pronto. Facilita assim
para o desenvolvedor que em vez de começar do zero, ele nos dá a possibilidade de utilizar elementos criados
por outros desenvolvedores no nosso game, pode ser realizado o download de inúmeros elementos gráficos
para a criação do game na loja.

Outra grande vantagem do Unity é a disponibilização de ferramentas de aprendizado para o desenvolvedor. No


site da ferramenta estão disponíveis vários tutoriais, além de toda a documentação necessária para o desen-
volvedor utilizar as classes do Unity em seus scripts. Existem tutoriais em diversos tópicos, como animação,
áudio, navegação e scripts. Além disso, o Unity também fornece a oportunidade de treinamentos ao vivo, em
algum tópico recente da ferramenta. Todas estas características fizeram com que escolhêssemos o Unity
como plataforma para programação e modelagem do nosso jogo.

Por fim, este projeto tem como objetivo a criação de um jogo eletrônico 3D para desktop, um laboratório virtual
que possui elementos interativos, para isso será utilizado a plataforma Unity para programação e animação
dos elementos, além desse, será utilizado outra ferramenta de modelagem e texturização, o software SketchUp.

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REFERENCIAL TEÓRICO. A aprendizagem virtual ganha a cada dia mais espaço na educação escolar, na pas-
sagem revolucionária para a construção e alta habilidade na aprendizagem. Para o aluno, a aprendizagem
virtual deve ser tão alegre quanto um jogo de computador. Esta aprendizagem deve incorporar os objetivos
e interesses do aluno e além disso verificar qual a melhor forma deste assimilar o conteúdo a ser aprendido,
levando em consideração as diferentes inteligências existentes (Gardner, 1995), isto é, acompanhar as dife-
rentes personalidades.

Os jogos, para Cailois (1990), fazem parte da história da humanidade, enchendo de significado atividades
lúdicas que são pensadas com uma vocação social, capazes de interação, com um sentido e contribuem para
a socialização de temas e pessoas. A design de jogos Mcgonial (2012), afirma que os jogos afetam a realidade
de seus participantes pois oferecem: metas que geram um senso de objetivo claro, regras que estimulam os
participantes a explorar criativamente possibilidades, trazem um sistema de feedback claro, que demonstram
o progresso para se atingir a meta, e tudo isso possibilitado por meio da participação voluntária. Atingir
satisfatoriamente estes pontos seria de difícil acesso metodológico, por isso, nos interessamos em jogos,
digitais ou analógicos, e em atividades cooperativas por meio destes, visto que, os pontos apresentados são
complexos a nossa realidade, mas quando oportunizados através destas atividades lúdicas provocam o que a
psicologia positiva chama de fluxo, uma forma endógena de se produzir satisfação (Mcgonial, 2012), estando
esta, inerente a proposta da atividade através da interação lúdica.

MÉTODO DA PESQUISA. Ao pensar no desenvolvimento da pesquisa (figura 1) e construção das ferramentas


digitais, se planejou construir um simulador que será disponível através de aplicativo para dispositivos móveis
e website, como uma ferramenta de laboratório de aprendizagem virtual, que contenha recursos digitais como,
acesso às normas técnicas da ABNT, padrões exigidos pela legislação brasileira, bibliografias gratuitas da área
da construção civil, vídeos, roteiros das análises relativas aos ensaios com materiais de construção, materiais
didáticos, vídeos relacionados com os temas das aulas, opção de interatividade entre alunos, monitores e
professores, links interessantes ligados à área, opiniões, busca de palavras-chave e a equipe de criação e de-
senvolvimento formada por profissionais e estudantes da área engenharia civil, elétrica, química e processos.

Esta ferramenta é elaborada com o auxílio do programa de modelagem 3D, o SketchUp, e do programa que se
utiliza para construção de jogos, o Unity 3D. A metodologia de elaboração do simulador segue a organização
estruturada abaixo:

Figura 1 - Estrutura de elaboração do jogo

Revisão Objetivos Definição


bibliográfica do jogo do ambiente

Revisão das Escolha da


3º SIMPIF

metas/regras plataforma

Realização Definição Definição


de testes das regras dos conteúdos

Fonte: Autor, 2019.

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RESULTADOS DA PESQUISA. Desenvolve-se um laboratório virtual interativo que simula uma aprendizagem
por meio de testes de diversas matérias primas da construção civil que quando combinadas resultam em
novos materiais devido a variação de suas combinações. Por não possuírem linearidade na construção, o
ambiente de aprendizado é livre e dinâmico, pois as possibilidades de combinação utilizam lógica para gerar
novas combinações e abrir outros elementos no menu lateral. A construção é feita com imagens e ilustrações
3D (figura 2) e o visual é bastante simples, para melhor atenção e clareza aos testes.

O laboratório pode ser considerado um adventure game em primeira pessoa, dotado de momentos de ex-
ploração, simulação e resolução de problemas. O jogo mantém o aluno focado nos experimentos e nos pro-
cedimentos corretos que deverá seguir com o intuito de cumprir as tarefas pré-determinadas em cada fase/
ambiente. O Público alvo são estudantes e professores do ensino técnico, tecnológico ou graduação na área
da construção civil.

Figura 2 - Cenário em 3D

Fonte: Autor, 2019.

O estilo visual 3D também possibilita a interação com os equipamentos modelados de acordo com seus forma-
tos reais (figura 3). Foi realizado um estudo para o design da interação do jogador com os objetos disponíveis
no laboratório virtual (equipamentos, armários, vidrarias e reagentes) criando possibilidades de transporte,
enchimento, esvaziamento e resultados de análises. A proposta de design foi elaborada tendo como objetivo
proporcionar ao jogador/aprendiz uma experiência pela qual ele possa estar engajado com o gameplay, en-
quanto aprende os conceitos da disciplina de materiais de construção.

Figura 3 - Equipamentos modelados


3º SIMPIF

Fonte: Autor, 2019.

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CONCLUSÃO. Como resultado de todo processo de design e desenvolvimento do laboratório, assim como
apresentado neste trabalho, um protótipo da primeira fase do jogo desenvolvido está sendo avaliado cons-
tantemente pela equipe de professores especialistas da área de construção civil, estudantes de engenharia,
técnicos em edificações, a qual interage com uma versão de PC em nosso laboratório e faz uma análise dos
elementos educacionais do jogo.

O jogo apresentado em construção, conta com a socialização de domínio de conhecimento de profissionais


de várias áreas que, trabalhando isoladamente, não conseguiriam evoluir na produção de qualquer uma das
etapas do planejamento. Eis que então, torna-se importante o trabalho de cooperação técnica de todos da
equipe, com trocas de experiências e conhecimentos.

Referências
CAILOIS, Roger. Os jogos e os homens. Lisboa – Portugal: Editora Cotovia, 1990.

GARDNER, John. MCNALLY, Helena. Supporting School-Based Initial Teacher Training with Interative Video.
British Journal of Educational Technology. v.26, n.1, p.30-41, Jan 1995, 95.

MACHADO, Henrique. Unity 3D: Introdução ao desenvolvimento de games. Devmedia, 2014. Disponível em: <
https://www.devmedia.com.br/unity-3d-introducao-ao-desenvolvimento-de-games/30653>. Acesso em: 20
abri. 2019.

MCGONIAL, Jane. A realidade em jogo: Por que os games nos tornam melhores e como eles podem mudar o
mundo. Rio de Janeiro, RJ: Editora Bestseller, 2012.

3º SIMPIF

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Emanuelly Cosme Quaresma Domingos


Produção de rampas de acesso
Instituto Federal da Paraíba – Campus
Guarabira.
a equipamentos urbanos com a
reutilização de paletes
Maysa Paula Rodrigues Cavalcante
Instituto Federal da Paraíba – Campus
Guarabira.

Lindemberg Soares de Oliveira Filho


Instituto Federal da Paraíba – Campus RESUMO. A iniciativa de buscar formas de aplicação do conhecimento
Guarabira. adquirido em sala de aula através da adoção de práticas de inclu-
são, permite ao aluno ampliar seu papel na sociedade. Identificou-
Brunna Almeida Medeiros
Instituto Federal da Paraíba – Campus -se, no município de Guarabira e Alagoa Grande, uma necessidade de
Guarabira.
adaptações às calçadas, praças, igrejas, com o objetivo de garantir
José Augusto Gomes Neto o acesso de pessoas com deficiência através de rampas. A pesquisa
Instituto Federal da Paraíba – Campus teve como objetivo geral projetar rampas de acesso a equipamentos
Guarabira.
urbanos para os municípios da região com a reutilização de paletes
oriundos do comercio local. Possibilitar melhorias na qualidade de
vida de pessoas com mobilidade reduzida, conscientizar a população
sobre a importância dessa temática e viabilizar aos alunos envolvidos
a vivência de praticar conteúdo visto em sala de aula são alguns dos
principais resultados esperados. 

PALAVRAS-CHAVE: Paletes. Acessibilidade. Sustentabilidade.

APRESENTAÇÃO. É direito fundamental de todo cidadão transitar livremente. Porém o direito de ir e vir de
pessoas com algum tipo de deficiência nem sempre é respeitado. Deslocar-se de um lugar para outro torna-
se um obstáculo a mais nas vidas dessas pessoas. Pensando nesse aspecto identificou-se, no município de
Guarabira e Alagoa Grande, uma necessidade de adaptações às calçadas, praças, igrejas, com o objetivo de
garantir o acesso de pessoas com deficiência através de rampas. Associando esta problemática com o concei-
to de sustentabilidade, apresenta-se a reutilização de paletes oriundos do comercio local para assumirem uma
nova função. Adotando-se assim, o princípio de reutilizar objetos que tornar-se-iam descarte.

OBJETIVOS. A pesquisa teve como objetivo geral projetar rampas de acesso a equipamentos urbanos para os
municípios da região com a reutilização de paletes oriundos do comercio local. Dentre os objetivos específicos
destacam-se: levantar os principais equipamentos urbanos do município que demandem adaptações com
rampas para permitir o acesso de deficientes; elaborar, com a utilização de software específico de represen-
tação gráfica, modelos tridimensionais de rampas; adaptar a estrutura dos paletes para compor as rampas
projetadas; avaliar a utilização das rampas após instalação e conscientizar a população local sobre a impor-
tância do tema.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. Considerado ainda recente no Brasil, o conceito de acessibilidade vem tomando
evidência nas duas últimas décadas, a medida que se intensificam os grupos de pesquisas voltados para este
assunto. Segundo Villarouco (2011), acessibilidade é um tema que vem despertando o interesse de uma par-
cela significativa da população cientifica do Brasil.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 530


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Ainda evidenciando o embasamento legal deste projeto de extensão, destaca-se a norma técnica número
9050/2004 estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2004) que trata da acessibili-
dade de pessoas portadoras de deficiência a edificações, espaço, mobiliário e equipamento urbano. 

Do ponto de vista da sustentabilidade, a busca pela reutilização ou reciclagem de materiais destinados ao


descarte é o ponto fundamental para muitas pesquisas e projetos que buscam minimizar os danos ambientais
causados por eles. A partir desta conscientização, surgiu o conceito de Ecodesign. De acordo com Ribeiro e
Panont (2014) a definição de Ecodesign atinge os objetivos de reaproveitamento, reduzindo o consumo e os
danos ao meio ambiente e estendendo a vida-útil do produto no reúso, na remanufatura e na reciclagem.

RESULTADOS PARCIAIS. São esperados resultados positivos no tocante ao avanço da conscientização da co-
munidade interna e externa do Campus com relação a temas associados à acessibilidade e sustentabilidade.

Possibilitar melhorias na qualidade de vida de pessoas com mobilidade reduzida, conscientizar a população
sobre a importância dessa temática e viabilizar aos alunos envolvidos a vivência de praticar conteúdo visto em
sala de aula são alguns dos principais resultados esperados. 

Na última etapa do projeto são realizadas as divulgações com a comunidade e, um dos instrumentos utilizados
para isso deve trazer os resultados obtidos com relação à eficiência do produto e a aceitação por parte do
público alvo.

Figura 1 - Acesso principal da Escola José Ferreira de Paiva (CAIC), localizada no município de Alagoa Grande

3º SIMPIF

Fonte: autores, 2019.

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Figura 2 - Acesso da Rodoviária municipal, localizada no município de Alagoa Grande

Fonte: autores, 2019.

Figura 3 - Modelo tridimensional da rampa proposta para Escola José Ferreira de Paiva (CAIC)

Fonte: autores, 2019.

Figura 4 - Modelo tridimensional dos paletes

3º SIMPIF

Fonte: autores, 2019.

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CONCLUSÃO. Sendo assim, foi possível vivenciar que ainda a acessibilidade não foi muito inclusa como a so-
ciedade mostra. Embora em diversas propagandas abordem a

inclusão de todos é algo que deve ser implantado ainda mais nas cidades, para que cada vez mais rápido a
inclusão de todos seja feita. Muitas vezes não se sabe a dificuldade que se encontra em quem necessita desses
feitos.

Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equi-
pamentos urbanos: NBR 9050. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, Brasília, DF: Senado Federal, 1988.

RIBEIRO, Jayne Cunha Barreira; PANONT, Vanessa. Ecodesign: Aplicação do palete em projeto de design
de interiores. 2014. Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/31855  5668/ Ecodesign-Paletes>.
Acesso em: 24 jun. 2018.

VILLAROUCO, V. Desenho universal: caminhos da acessibilidade no Brasil. Pós: Revista do Programa de Pós-
-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, 01 June 2011, v.18 (29), pp.290-292.

3º SIMPIF

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Antonio Goncalves de Farias Junior


Protótipo com suporte nas tecnologias
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
BIM e GIS para consulta automática
a códigos urbanos de João Pessoa e
Cajazeiras

RESUMO. A escolha de um terreno para o desenvolvimento de um


projeto arquitetônico situado num espaço urbano poderá passar pela
consulta a um conjunto de diferentes leis para que se possa com-
preender quais dos aspectos descritos nesses documentos irão inter-
ferir no projeto. Surge assim, a tecnologia Building Information Mode-
ling (BIM) como um sistema parametrizável capaz de armazenar uma
estrutura de dados de informações do edifício (Eastman et al., 2014),
e a tecnologia Geographic Information System (GIS) para suporte a
banco de dados de mapas cartográficos. Delimitando o objeto de es-
tudo ao processo de consulta aos índices urbanísticos do Código de
Urbanismo da cidade de João Pessoa, essa pesquisa se propõe ao de-
senvolvimento de um protótipo capaz de gerar consultas automáticas
a partir da localização de terrenos em ambiente GIS/Web e cálculo
de estimativa do potencial construtivo em ambiente BIM, a partir da topografia planimétrica de terrenos com
geometria poligonal convexa. A metodologia de desenvolvimento foi finalizada com a aplicação de um questio-
nário como instrumento de coleta de dados para sua validação com a participação de estudantes de arquite-
tura matriculados em disciplinas de projeto. Os resultados apresentaram diferenças entre as tecnologias GIS e
BIM quanto a capacidade de otimização do tempo de consulta utilizando o protótipo e consistência na entrega
de resultados. Apesar das limitações encontradas na sua implantação as tecnologias apontaram diversas
potencialidades quanto às ferramentas de suporte na tomada de decisões projetuais a partir da visualização
e compreensão das restrições construtivas em seus ambientes digitais propostos.

PALAVRAS-CHAVE: BIM. GIS. Índices urbanísticos.

APRESENTAÇÃO. Por se tratar essencialmente de textos legislativos, os conteúdos são acessados individual-
mente em consultas manuais. No entanto, apesar de já se encontrar municípios que disponibilizam alguns
bancos de dados digitalmente, não há uma integração entre estes permitindo uma otimização da sua consulta.
Tem se ampliado os estudos que direcionam esforços na criação de sistemas com verificações automáticas em
busca de uma diminuição do tempo dessas tarefas e consistência nos resultados encontrados.

Na direção do desenvolvimento de um protótipo essa poderá ser uma alternativa a ser verificada quanto a ca-
pacidade de armazenamento de mapas temáticos referentes ao zoneamento urbano na perspectiva de tornar
o acesso possível a qualquer publico e passível de aplicação ao banco de dados de varias cidades num mesmo
tempo.

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METODOLOGIA. Considerada como uma pesquisa aplicada quanto a sua natureza, definiu-se quanto a seu ob-
jetivo como uma pesquisa de caráter exploratório uma vez que pretende tornar visível o problema apresentado
a fim de ampliar a compreensão de alguns de seus aspectos (GIL, 2002, p. 41). Dentro dessa classificação
compreende-se quanto o tipo de procedimento metodológico como experimental uma vez determinado um
objeto de estudo onde foram selecionadas variáveis e definidas suas formas de controle e observação na in-
tenção de caracterizar os seus efeitos produzidos sobre o objeto. Visto que há objetivos específicos definidos
nessa pesquisa, essas classificações apresentam-se com algumas variações para se adaptar aos diferentes
métodos e técnicas propostas como mais adequadas para alcança-los.

Quadro 1. Procedimentos metodológicos

Objetivo Procedimentos Coleta de dados Análise

Descrever Pesquisa Descritiva Análise documental Avaliação quantitativa


Exploratória

Pesquisa
Propor Observações sistemáticas Avaliação Qualitativa
Experimental

Pesquisa
Validar Questionários Avaliação quantitativa
Experimental

Fonte: Acervo do autor, 2019

RESULTADOS. O conceito de prototipagem norteou o desenvolvimento do sistema partindo da construção de


pequenas aplicações permitindo que sua evolução se de num processo repetitivo e interativo onde a participa-
ção pode não se limitar somente aos de pesquisadores que estão envolvidos na sua criação mais também aos
usuários finais (O’BRIEN, 2011, p. 326). A partir da análise do modelo de consulta atual, definiu-se a estraté-
gia para o desenvolvimento onde a tecnologia GIS em ambiente web e a tecnologia BIM através do software
Revit architecture ficaram cada uma com uma das atividades a fim de testar suas capacidades de automação.
Figura 1 - Fluxograma do protótipo par ao sistema proposto

3º SIMPIF

Fonte: acervo do autor, 2019.

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SISTEMA BIM. Através de uma analise combinatória e possível demonstrar os resultados possíveis a partir da
associação das variáveis dos lados com os afastamentos. A Figura 2 o ambiente de parametrização em que
foi definidas as relações entre lote e edifício tendo com referencia o uso para qualquer terreno de 4 lados com
um formato poligonal convexo.

Figura 2 - Ambiente de parametrização da tecnologia BIM

Fonte: acervo do autor, 2019.

SISTEMA WEBGIS.

Figura 3. Regra de validação – Identificação do terreno

3º SIMPIF

Fonte: acervo do autor, 2019.

Foi possível identificar a normalização através de tabelas existentes que consistem em: Terreno, Zona, Setor,
Usuário e também a tabela Código de Urbanismo. Essas tabelas são referenciadas uma nas outras com obje-
tivo de complementar a informação necessária pelo usuário. Como exemplo, ao selecionar um Terreno e pos-

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sível saber qual o Setor ele faz parte, assim como qual a Zona ele se encontra e através desse relacionamento
e possível saber o que o código de urbanismo informa a respeito desse terreno e finalmente qual usuário que
cadastrou este terreno.

Figura 4. Interface do usuário do sistema webGIS

Fonte: acervo do autor, 2019.

CONCLUSÃO. A hipótese quanto ao desempenho do sistema do protótipo paramétrico era de que ele otimi-
zasse o processo de consulta ao código de urbanismo. Essa otimização seria caracterizada por uma redução
no tempo de duração dessa tarefa. Através dos resultados obtidos na sua validação, ao comparar o método
manual com o paramétrico percebeu-se diferentes resultados em cada uma das duas tarefas que foram ca-
racterizadas dentro do seu processo, Localizar a zona urbana (LU) e cálculo de áreas estimadas (AE). Para a
tarefa de localização urbana (ZU) tivemos uma redução para um maior grupo de participantes, 82,1% do que
na tarefa de cálculo de áreas (AE), 43,6%. Com isso, percebe-se uma maior eficiência do protótipo em reduzir
o tempo, através da estrutura com suporte na tecnologia GIS, que permitiu o desenvolvimento da tarefa ZU,
em relação a tecnologia BIM que ficou responsável pela tarefa AE.

Referências
EASTMAN, C. et al. Manual do BIM - Um guia de modelagem da informação da construção para arquitetos,
engenheiros, gerentes, construtores e incorporadores. Porto Alegre: Boolkman, 2014.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4° ed. Sao Paulo: Editora Atlas S. A., 2002.

O’BRIEN, J. A. Sistemas de informações e as decisões gerenciais na era da internet. 3° ed. Sao Paulo: Editora
Saraiva, 2011.
3º SIMPIF

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Henrique do Nascimento Silva


Recirculação de água como ferramenta
Instituto Federal da Paraíba – Campus Cabedelo de ensino em Aquicultura
Gabriel Duarte da Cruz
Instituto Federal da Paraíba – Campus Cabedelo

Rafael Davi Alves Soares


Instituto Federal da Paraíba – Campus Cabedelo

Phelipe Gomes Guedes da Silva RESUMO. Foram realizados testes em relação ao posicionamento e o
Instituto Federal da Paraíba – Campus Cabedelo dimensionamento dos equipamentos, buscando determinar a melhor
eficiência na utilização da água e manutenção dos parâmetros dese-
Severino Soares do Nascimento
Instituto Federal da Paraíba – Campus Cabedelo jados para a maioria dos organismos aquáticos. O posicionamento e o
dimensionamento dos componentes foram avaliados pela disposição
Victor Andrade da Silva
Instituto Federal da Paraíba – Campus Cabedelo dos itens que compõem o sistema, por meio dos parâmetros de quali-
dade de água como: fluxo de água (taxas de renovação); temperatura;
Janaina Sales Holanda
Instituto Federal da Paraíba – Campus Cabedelo salinidade; e vazão. Os resultados obtidos foram de 1,82 ± 0,35; 28,7
± 1,3; 30,1 ± 0,9; e 282,09 ± 6,69 para os fatores avaliados. Com a
Ricardo Luís Mendes de Oliveira
Instituto Federal da Paraíba – Campus Cabedelo execução desta pesquisa determinarmos o melhor layout/disposição
dos equipamentos do sistema de recirculação, visando a eficiência do
sistema para as atividades de ensino. As melhores opções de substra-
tos para o filtro biológico ainda serão analisadas.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino. Organismos aquáticos. Qualidade de água.

APRESENTAÇÃO. Dentre as mais diversas modalidades didáticas existentes como forma de vivenciar o método
científico, as aulas práticas e os projetos são os mais indicados KRASILCHIK (2008). Esta mesma autora cita
como as principais funções das aulas práticas: despertar e manter o interesse dos alunos; envolver os estu-
dantes em investigações científicas; desenvolver a capacidade de resolver problemas; compreender conceitos
básicos; e desenvolver habilidades.

O Curso Técnico em Recursos Pesqueiros apresenta uma gama de conhecimentos que permitem que os egres-
sos atuem nas mais variadas áreas. Destacando o ambiente aquático e especificamente a área de aquicultura,
é crescente a demanda por sistemas de criação que permitam um maior controle das variáveis físico-químicas,
que sejam ambientalmente corretos e economicamente viáveis. Estes sistemas são conhecidos como sistemas
de recirculação em aquicultura (SRA) que permitem ser aplicados com relativo baixo custo quando comparada
a instalação de unidades comerciais de criação, com o próprio ambiente natural onde vivem os organismos
aquáticos e com o ganho educacional de permitir a aproximação com as atividades práticas dentro da própria
instituição.

Os principais problemas apontados para manutenção da qualidade de água destes sistemas de recirculação
de água são os compostos nitrogenados. Estes sólidos devem ser removidos, pois podem prejudicar o filtro
biológico e impedirem a circulação de água (CORSO, 2010). Desta forma, os principais fatores que afetam o
funcionamento do sistema são o posicionamento e dimensionamento dos equipamentos e o tipo de substrato
adotado para o filtro biológico. Consequentemente construir e definir um sistema de recirculação de água para
aquicultura marinha a fim de viabilizar a manutenção da maior parte dos organismos aquáticos em laboratório
para as práticas de ensino é necessário.

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MATERIAIS E MÉTODOS. Foram realizados testes em relação ao posicionamento e o dimensionamento dos


equipamentos (1-tanques de cultivo; 2-filtros mecânicos; 3-filtro biológico; 4-skimmer; 5-lâmpadas ultraviole-
tas; 6-sistema de aeração; e 7-sistema de bombas), buscando determinar a melhor eficiência na utilização da
água (figuras 1 e 2) e manutenção dos parâmetros desejados para a maioria das espécies. O posicionamento
e o dimensionamento foram avaliados pela disposição dos itens que compõem o sistema, por meio dos parâ-
metros de qualidade de água, fluxo de água (taxas de renovação), temperatura, salinidade e vazão (quadro 1).

Figura 1 - Layout final do sistema de recirculação em aquicultura

Fonte: Autores, 2019.

Figura 2 - Diferentes substratos utilizados para filtragem biológica (cerâmica, conchas, bioballs, cascalho)

Fonte: Autores, 2019.

RESULTADOS. Os parâmetros de qualidade de água para definição do layout mais adequado para o sistema
de recirculação em aquicultura são apresentados no quadro 1. Em relação as melhores opções de substratos
para o filtro biológico estes ainda serão analisados.

Quadro 1 - Parâmetros de qualidade de água do sistema de recirculação para aquicultura


Parâmetros Resultados (média + DP)
Taxas de renovação (ciclos/h) 1,82 ± 0,35
Temperatura (°C) 28,7 ± 1,3
Salinidade 30,1 ± 0,9
Vazão (L/h) 282,09 ± 6,69
3º SIMPIF

Fonte: Autor, 2019.

CONCLUSÃO. Com a execução desta pesquisa determinarmos o melhor layout/disposição dos equipamentos
do sistema de recirculação, visando a eficiência do sistema para as atividades de ensino. As melhores opções
de substratos para o filtro biológico ainda serão analisadas e ambas as atividades poderão futuramente faci-
litar a manutenção dos organismos aquáticos em laboratório.

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Referências
AZEVEDO V. G.; GALLO NETO H.; ALMEIDA, H. L. P.; SANCHES E. G.Sistemas de Recirculação para Cultivo de
Peixes Marinhos – Procedimento Operacional Padrão (POP). São Paulo: Instituto de Pesca, 2014. Disponível
em: < ftp://ftp.sp.gov.br/ftppesca/Sist_RecirculacaoCultivodePeixesMarinhos14.pdf>. Acesso em: 04 de abril
de 2019.

CORSO, M. N. Uso de sistemas com recirculação em aquicultura. Monografia apresentada ao curso de Me-
dicina Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRS. Porto Alegre, 2010. Diponivel em:
<http://hdl.handle.net/10183/39031> Acesso em: 04 de abril de 2019.

KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. São Paulo: Edusp, 2008.

SILVA S. P. A.; SILVA NETO, N.G.; SILVA, F. S; MELATTI, E.; SANTOS, L. B. G.; OLIVEIRA, R. L. M.; ANDRADE, C.
M.; CAVALLI, R. O. SISTEMA DE RECIRCULAÇÃO DE ÁGUA NA PISCICULTURA MARINHA. VII Congresso da So-
ciedade Brasileira de Aquicultura e Biologia Aquática - AQUACIÊNCIA. Minas Gerais. 2016.

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Railson dos Santos Silva


Sistema baseado em Internet das
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Coisas para Auxílio à Coleta Seletiva
Tecnologia da Paraíba

Ruan Delgado Gomes


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. As boas práticas de gestão de resíduos sólidos no Bra-
sil ainda são incipientes, sendo essa uma problemática que enseja
importantes debates no cenário nacional e internacional (MEIRELES,
2015). O descarte do lixo em locais a céu aberto, sem infraestrutu-
ra adequada ao suporte e contenção do que vai ser degradado pela
natureza, somado à política nacional deficitária de educação para o
consumo, são complexidades atuais enfrentadas pelas cidades brasi-
leiras, que crescem rapidamente sem um plano eficaz de saneamento
básico.

De acordo com Gerber (2017), as tecnologias de internet das coisas


tem um papel importante na resolução de problemas relacionados ao
gerenciamento, em escala metropolitana, de aplicações de diversas
plataformas. A partir dessa análise, o presente trabalho apresenta uma tecnologia desenvolvida para enga-
jar a sociedade e os agentes de limpeza pública às práticas de reciclagem. De acordo com Gerber (2017),
as tecnologias de internet das coisas tem um papel importante na resolução de problemas relacionados ao
gerenciamento, em escala metropolitana, de aplicações de diversas plataformas. Uma das partes do siste-
ma consiste em um aplicativo móvel, que auxilia no processo de destinação dos resíduos recicláveis e não
recicláveis e conta ainda com a possibilidade de implantação conjunta de lixeiras inteligentes, que facilita e
aperfeiçoa a dinâmica da coleta seletiva de lixo nas cidades. São objetivos do sistema descrito neste artigo:
impulsionar as cidades a adotar boas práticas de gestão do lixo; engajar o cidadão ativamente nesse plano
de responsabilidade socioambiental; e acompanhar como o compartilhamento de responsabilidades entre as
cidades e os munícipes pode ter reflexos, também, no fomento da economia local.

MATERIAIS E MÉTODOS. Foram realizadas pesquisas de trabalhos correlatos para ajudar na construção desse
sistema. Foi feito um estudo aprofundado nas plataformas de programação Java e Python, para desenvolver o
aplicativo e o site, ferramentas essenciais na execução do projeto; em seguida foi realizado um estudo sobre
a possibilidade de construir e implantar lixeiras inteligentes para auxiliar no processo da coleta seletiva do
lixo. No protótipo da lixeira foi integrado o Arduino acoplado com módulos de comunicação e sensores, para
realizar o monitoramento da sua capacidade, levando em consideração o baixo custo e o baixo consumo de
energia. Entre esses componentes estão: Arduino UNO, que controla os dados dos módulos integrados na li-
xeira; o módulo célula de carga que obtém o peso da lixeira; o sensor de distância que obtém a capacidade da
lixeira; os módulos de radiofrequência, RF433, que fazem a comunicação com outro módulo, o LoRa Dragino.
O LoRa é uma tecnologia de redes sem fio, que usa frequência não licenciada, possui baixo consumo, baixo
custo e provê alcance de até alguns quilômetros (MANFROI, 2018).

RESULTADOS. O aplicativo foi desenvolvido pensando em ajudar os usuários a se desfazerem de materiais ou


objetivos que pode possibilitar a reutilização e reciclagem. Segundo Batista (2015) o Brasil chegou a vender
em 2014 uma estimativa de 71 milhões de dispositivos móveis. Dentro dessa perspectiva o aplicativo é a me-

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lhor alternativa utilizada. O aplicativo proporciona aos usuários a comunicação com os agentes de limpeza pú-
blica da região específica, para fazer um pedido de coleta, com isso é feito o compartilhamento de dados onde
pode inserir sua localização automática utilizando o GPS do celular e outros dados: nome do usuário, descri-
ção do objeto e telefone celular para confirmar a existência do pedido. Existem alguns critérios descritos no
aplicativo para os agentes de limpeza realizarem a coleta, são eles: a quantidade e o peso mínimo dos objetos.

No sistema ora apresentado, um sistema web é usado para monitorar e atender as demandas vindas das li-
xeiras e do aplicativo, sendo ele a central responsável pelo gerenciamento do tráfego das coletas. No sistema
web é possível listar pedidos em espera e confirmá-los, caso seu atendimento tenha sido realizado, listar os
pedidos já realizados para ter ciência dos mesmos, visualizar infográficos sobre as coletas mensais, os tipos
de resíduos coletados, monitorar a capacidade das lixeiras e o comportamento dos módulos sensoriais são,
também, funcionalidades desse sistema.

Conforme afirma Manfroi (2018), com o crescimento da população urbana, o desenvolvimento de infraestrutu-
ra e serviços tornam-se indispensáveis para atender as necessidades dos residentes da cidade. A lixeira inteli-
gente foi construída para otimizar e criar pontos de coletas pela região, facilitando o processo de coleta pelos
agentes de limpeza pública. Na lixeira é possível monitorar o nível e também a quantidade de lixo (peso). Outro
papel é o envio de alertas para o sistema quando atingirem suas capacidades máxima. Um protótipo funcional
foi desenvolvido e está em fase de testes para validação e identificação de possíveis aprimoramentos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com o avanço da tecnologia e internet das coisas foi possível desenvolver e criar
um projeto sustentável para auxiliar no processo da coleta seletiva, com isso é possível também configurar
uma nova fonte de renda para os catadores, pois o lixo vai ficar centralizado sem dificuldade de separação
que muitas das vezes não compensa. O desenvolvimento do aplicativo é de grande importância para os dias
atuais, levando em consideração o grande número de usuário de smartphone, sendo de fácil acesso e flexível
para outras demandas. O sistema web consegue receber e gerenciar os dados que são enviados pelo o aplica-
tivo gerando gráficos para visualizar a demanda das coletas; a lixeira inteligente foi construída e testes iniciais
foram realizados, o que mostrou a viabilidade do se uso e sua comunicação com as demais partes do sistema.

PALAVRAS-CHAVE: Aplicativo.Web. Lixeira. Agente de limpeza pública.

AGRADECIMENTOS: Agradeço ao Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba pelo apoio
técnico e financeiro.

Referências
BATISTA, André Luiz França. Questões contemporâneas e desenvolvimento de aplicativos móveis: onde está
a conexão?. 2015. 12 p. Disponível em: file:///home/seven/Downloads/2792-11221-1-PB.pdf. Acesso em:
13 Ago. 2019.

MANFROI, Diogo. COLETA DE LIXO COM LoRa E TTN. The Things Network.Caixias do Sul, 2018. Disponível
3º SIMPIF

em:https://www.thethingsnetwork.org/community/caxias-do-sul/post/coleta-de-lixo-com-lora-e-ttn. Aces-
so em: 13 Ago. 2019.

GERBER, Anna. Criando cidades conectadas com tecnologias de IoT novas e existentes: Lições aprendidas
com os desafios de conectar pessoas, serviços e infraestruturas em escala. IBM. 2017. Disponível em: ht-
tps://www.ibm.com/developerworks/br/library/iot-lp201-iot-connected-cities/index.html. Acesso em: 13
Ago. 2019.

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MEIRELES, Sara . Sistema Municipal de Informação Sobre Resíduos Sólidos como Instrumento de Gestão
e Gerenciamento. Florianópolis, v. 1, f. 305, 2015. 278 p. Trabalho de Conclusão de Curso () - UNIVERSI-
DADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, 2015. Disponível em: http://gestaoderesiduos.ufsc.br/files/2016/04/
DISSERTACAO_SARA-MEIRELES_A5_final3-1.pdf. Acesso em: 13 Ago. 2019.

3º SIMPIF

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Edmila Macedo,
Sistema de acionamento com número
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
reduzido de componentes: aplicação em
veículos elétricos
Edgard Luiz Lopes Fabrício
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba

Alvaro de Medeiros Maciel


Instituto Federal de Educação, Ciência e RESUMO. Esse projeto atuou no estudo de topologias de conversores
Tecnologia da Paraíba
e metodologias de controle de velocidade utilizados na tração de veí-
culos elétricos. Uma bancada com 16 braços (portanto, com diversas
configurações de topologia) foi montada, assim como um método de
medição indireta de velocidade foi aperfeiçoado.

PALAVRAS-CHAVE: Veículos elétricos. Redução de componentes.


Sensores e chaves de potência.

APRESENTAÇÃO. Os veículos elétricos são constituídos, basicamente,


pelo dispositivo de armazenamento de energia, pelo sistema de re-
gulação do barramento, pelo inversor, pelos motores e, por fim, pelo
sistema de transmissão de velocidade. Para a redução dos custos, é
essencial desenvolver metodologias de redução do número de com-
ponentes dos subsistemas que constituem tais veículos. Isto posto, reduzir a quantidade de componentes
ativos e de elementos sensores é fundamental para alcançar o objetivo da redução de custos.

Figura 1 - Sistema geral dos veículos elétricos (a), inversor com número reduzido de componentes para o acionamento de
duas máquinas CA (b), sistema de controle para a velocidade das máquinas (c)

(A) (B) (C)

Fonte: Autores, 2018.

SISTEMA DE CONVERSORES COM 16 BRAÇOS PARA TESTES DE TOPOLOGIAS DESTINADAS AO ACIONAMEN-


TO DAS MÁQUINAS CA EMPREGADAS EM VEÍCULOS ELÉTRICOS. Para testes futuros de sistemas mais abran-
gentes de acionamentos destinados aos veículos elétricos, foi construída uma bancada, tal como mostrada
na Figura 2.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 544


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MOSTRA TECNOLÓGICA

Figura 2 - Bancada experimental multifunção construída

Conversor generalista de 16 braços

Sistema de condicionamento de sinais – sensores de tensão e


corrente

Sistema de carga e filtragem

Fonte: Autores – 2018.

CONTROLE DE VELOCIDADE INDIRETO.

Figura3 - Conversor alimentando um motor de indução e o algoritmo de controle vetorial orientado segundo o fluxo rotórico

Fonte: Autores, 2019.

Figura 4 - Resposta do controle vetorial orientado segundo o fluxo rotórico

Fonte: Autores, 2019.


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MOSTRA TECNOLÓGICA

CONCLUSÃO. Levando em consideração os testes e simulações apresentadas, o controle vetorial da máquina


de indução baseada no modelo onde são conhecidos os parâmetros da máquina e temos o eixo dq do rotor
alinhados, foi possível gerar correntes e tensões de referência para máquina à partir do controle de torque e
velocidade baseados na estimação do fluxo. Essa metodologia atende ao propósito geral do trabalho, que é
reduzir custos, considerando não ser mais necessária a utilização do encoder.

Referências
MACÊDO, J. A. B. Métodos laboratoriais de análises físico-químicas e microbiológicas. 2.ed. Belo

Honda. 2017 clarity electric. https://automobiles.honda.com/clarity-electric, 2018. Acesso: 15 de março de


2018

Chevrolet. 2017 clarity electric. http://www.chevrolet.com/electric/bolt-ev-electric-car, 2018. Acesso: 15


março de 2018

Alan T. Electric vehicles to cost the same as conventional cars by 2018. https://www.telegraph.co.uk/busi-
ness/2017/05/19/electric-vehicles-cost-conventionalcars- 2018/, 2017. Acesso: 15 de março de 2018

B. Bilgin and A. Emadi. Electric motors in electrified transportation: A step toward achieving a sustainable
and highly efficient transportation system. IEEE Power Electronics Magazine, 1(2):10–17, Junho 2014.

A. M. Saleque, A. M. A. Khan, S. H. Khan, E. Islam, and M. N. Chowdhury. Variable speed pmsm drive with dc
link voltage controller for light weight electric vehicle. In 2017 International Conference on Electrical, Com-
puter and Communication Engineering (ECCE), pages 145–151.

3º SIMPIF

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Lucas Rocha do Ó Lira Lins


Sistema embarcado para análise da
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
qualidade de enlace em Redes de
Tecnologia da Paraíba Sensores Sem Fio Industriais
Theo Moura Portela Sousa
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Com a evolução da tecnologia, as indústrias também
Ruan Delgado Gomes passaram por um processo de modernização, no qual a presença de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e máquinas se torna cada vez mais comum, todavia essas máquinas
Tecnologia da Paraíba
podem quebrar ou apresentar defeitos, e o conserto delas pode ser
custoso e muitas das vezes até demorado, e esse período em que o
equipamento se apresenta inativo a produção dentro dessa indústria
diminui, acarretando ainda mais custos, por isso uma maneira de di-
minuir os custos causados por esses problemas é fazer o constante
monitoramento dessas máquinas através de sensores, para que na
ocorrência de qualquer eventualidade os supervisores sejam notifi-
cados e as medidas sejam tomadas mais rapidamente, diminuindo
esse tempo em que o equipamento se encontra inativo. Contudo, nos
ambientes industriais são utilizadas as redes cabeadas, que garantem
comunicação e confiabilidade, porém apresentam alto custo de implementação, em reparos e em espaço,
ao considerar que possam haver cabos em grandes quantidades tendo que percorrer grandes distâncias.
Na Indústria 4.0 surge a necessidade de comunicação de baixo custo e eficiente e, nesse contexto, surgem
as Redes de Sensores sem Fio Industriais (RSSFI), que têm se tornado uma alternativa para implementação
de sistemas que requerem baixo custo, considerando que estas apresentam vantagens como facilidade de
instalação, flexibilidade, economia de energia, baixo custo de implementação e reparo, em comparação com
as redes cabeadas [1]. Em contrapartida, o meio industrial costuma apresentar grandes quantidades de su-
perfícies reflexivas, móveis e outras redes sem fio que podem causar interferência, gerando a necessidade da
implementação de protocolos adaptativos para as RSSFI. Outra limitação é a utilização de microcontroladores
com baixo poder de processamento e consumo de energia, se faz necessário um protocolo otimizado e de
baixo custo de processamento.

Neste trabalho, é proposto um novo tipo de dispositivo para ser usado em uma RSSFI, denominado LQE
node, para dar suporte ao desenvolvimento de protocolos adaptativos. O LQE node estima, em tempo real, a
qualidade dos enlaces da RSSFI [2]. Com hardware dedicado a análise de qualidade de enlace, auxilia no fun-
cionamento de protocolos adaptativos sem interferir no processamento do sensor ou controlador industrial,
podendo cumprir a função de analisar em tempo real a qualidade do enlace. O LQE node informa a qualidade
do enlace sem fio identificando os canais mais instáveis e evitando-os.

A partir de uma análise das necessidades citadas, neste trabalho apresenta-se uma alternativa de sistema
embarcado para avaliação da qualidade dos enlaces em uma RSSFI, possibilitando uma análise precisa do
estado do enlace da rede e a implementação de protocolos mais eficientes, que permitem aos nós se adap-
tarem, somente em casos de necessidade, e mapearem os canais que apresentam melhor qualidade para a
comunicação sem fio.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 547


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MATERIAIS E MÉTODOS. Foram realizadas simulações com protocolos que utilizam o LQE node proposto em
[2] como forma de aprimorar o desempenho, comparando os resultados com demais protocolos que adap-
tam a técnica de salto em frequência, sem a análise de qualidade dos canais efetuada pelo LQE node. Nas
simulações foram adaptadas diferentes topologias visando levar em consideração mudanças e alterações no
ambiente onde as redes são implementadas. As simulações foram feitas no simulador de redes Castalia, es-
colhido pela capacidade de configuração do ambiente, possibilitando a inserção de efeitos do ambiente sobre
a rede como sombreamento e multi-percurso. Para comparação de resultados desenvolvidos softwares para
tratamento de dados e automação das simulações, instalações e configurações necessárias (incluindo o Om-
net++, IT++, Castalia e pacotes necessários) para devido funcionamento do simulador devido a complexidade
para aqueles que estão iniciando os estudos com o simulador.

RESULTADOS. Com auxílio dos softwares desenvolvidos em Python 3 para tratamento de dados, foram analisa-
dos e comparados os resultados de diferentes simulações, com foco nos protocolos TSCH e ABMP [3], onde o
protocolo ABMP se utilizava dos LQE nodes. Após a análise de diferentes configurações, percebeu-se uma di-
ferença significativa no protocolo que utiliza LQE nos nós intermediários e principal. Outro benefício que o LQE
node apresentou em relação a outros estimadores é a não interferência no processamento do sensor, graças
a utilização de hardware próprio. Um protótipo do LQE node foi desenvolvido e a implementação do protocolo
ABMP no protótipo está em andamento, para a realização de estudos experimentais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A implementação de um dispositivo dedicado à análise de qualidade do link se mos-


tra eficaz na implementação de protocolos a serem implementados em ambientes que interferem na qualidade
da comunicação sem fio, gerando uma troca de canais mais eficiente em relação a protocolos que utilizam
salto em frequência.

PALAVRAS-CHAVE: Rede de Sensores Sem Fio Industriais (RSSFI). Enlaces de redes sem fio. Protocolo adap-
tativo. Qualidade de comunicação sem fio.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao IFPB e ao CNPq pelo apoio técnico e financeiro.

Referências
D. V. Queiroz, M. S. Alencar, R. D. Gomes, I. E. Fonseca, and C. Benavente-Peces, “Survey and systematic
mapping of industrial wireless sensor networks,” Journal of Network and Computer Applications, vol. 97, pp.
96–125,2017.

R. D. Gomes, D. V. Queiroz, A. C, Lima, I. E. Fonseca, M. S. Alencar, “Real-time link quality estimation for indus-
trial wireless sensor networks using dedicated nodes” Ad Hoc Networks, 1 May2017

R. D. Gomes, C. Benavente-Peces, I. E. Fonseca, and M. S. Alencar, “Adaptiveand

Beacon-based multi-channel protocol for industrial wireless sensor networks,” Journal of Network and Compu-
ter Applications, vol. 132, pp. 22 – 39, 20
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Danielle Silva Ferreira


Capacidade tecnológica dos Arranjos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Produtivos Locais (APL’S): um estudo
Tecnologia da Paraíba prospectivo nos municípios de Pedras de
Emanoel Araújo de Farias Fogo, Paraíba e Itambé, Pernambuco
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. As mudanças no mercado de trabalho e as transfor-
Prof. Dr. Frederico Campos Pereira mações sociais delas decorrentes, tornaram-se o centro das preocu-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e pações em todos os âmbitos da sociedade. Frente aos obstáculos dos
Tecnologia da Paraíba
mercados globalizados, surgem novas exigências a serem desempe-
Prof. Dra. Ana Cristina Alves de Oliveira nhadas pelos profissionais das mais variadas áreas. As dificuldades
Dantas de estabelecimento no mercado são ainda maiores para pequenos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e produtores que não possuem recursos disponíveis, mão-de-obra es-
Tecnologia da Paraíba
pecializada e conhecimento das novas tecnologias.

O desafio a ser enfrentado por esses pequenos produtores diz res-


peito ao desenvolvimento de novas habilidades, a aquisição de novos
conhecimentos, da troca de saberes e experiências, favorecendo o
aprendizado desses agentes. “Esse conhecimento tem de acontecer
em um processo coletivo e interativo entre os diversos atores, ou seja, organizações, centros de pesquisa,
instituições, governo, entre outros” (Kachba; Hatakeyama, 2012). Nessa perspectiva, Saraceni et al. (2015)
constata que:

Os APLs são crescentemente apontados por estudiosos de diferentes disciplinas como a


configuração territorial de maior probabilidade de fortalecer o processo de aprendizagem.
Esses aspectos também favorecem a capacidade de criar conhecimento e inovação devido
a uma profunda variação e divisão de trabalho (MASKELL, 2001) (Saraceni et al., 2015).

Os APL’s necessitam da interdisciplinaridade para o seu completo estudo e entendimento. É imprescindível


a participação dos mais diversos profissionais atuando em um somatório de expertises para haver um real
entendimento da sua estrutura de funcionamento e de suas perspectivas futuras de otimizar seus setores pro-
dutivos. Há a necessidade de uma configuração territorial que implique em uma maior probabilidade de for-
talecer o processo de aprendizagem. Esses aspectos também favorecem a capacidade de criar conhecimento
e inovação devido a uma profunda variação, fortalecimento e divisão de trabalho que esteja prontamente
capacitado e entendendo os cenários os quais estão inseridos para melhorar as suas performances.

Há uma grande dificuldade econômica e social dos pequenos produtores de se adequarem as demandas da
sociedade e de fortalecerem suas próprias comunidades, acompanhando as transformações do mercado.
Nesse contexto, se apresenta como ferramenta econômica os Arranjos Produtivos Locais (APL’s) que possuem
como estratégia de funcionamento a integração de diversos atores envoltos em diferentes questões políticas,
sociais e ambientais. “O objetivo dos arranjos produtivos só é alcançado com o esforço da associação entre
esses atores a favor da localidade em que está presente e da visibilidade do produto final em um mercado de
maior competitividade” (FERRO, 2015, pág. 70).

Assim, o presente trabalho propõe um estudo no município paraibano de Pedras de Fogo, na Paraíba, e de
Itambé, em Pernambuco, com o objetivo de prospectar APL’s viáveis, em diferentes setores da economia, e

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analisar como esses APL’s podem contribuir para gerar conhecimento, aprendizado e transferência de tecno-
logia aos pequenos produtores locais e, assim, ganhar evidência no mercado competitivo, desenvolvendo as
competências econômicas, sociais e fortalecendo a história e a identidade do local.

MATERIAIS E MÉTODOS. Este trabalho busca uma visão detalhada da variedade de potenciais arranjos pro-
dutivos locais no município de Pedras de Fogo, localizado na Região Metropolitana de João Pessoa, Paraíba,
e em Itambé, município da Zona da Mata pernambucana, no estado de Pernambuco, buscando conhecer as
características e as condições da área, através de levantamento de dados.

A metodologia a ser utilizada no projeto consiste nas seguintes etapas: 1) Levantamento Bibliográfico: A
realização de estudo bibliográfico capaz de identificar o conceito, fundamentos, benefícios dos arranjos pro-
dutivos locais e sua ligação com o desenvolvimento local, proporciona parâmetros para avaliar as potenciali-
dades locais na criação e fortalecimento dos APL’s. Assim, o estudo será conduzido sobre fontes nacionais e
internacionais, como publicações em livros, revistas, periódicos e em publicações especializadas no assunto,
buscando identificar as tendências tecnológicas e inovativas dos potenciais dos APL’s; 2) Realização de Pes-
quisas de Campo: A coleta de dados também deverá ser realizada através de visitas sistemáticas na região
de Pedras de Fogo com o intuito de observar os aspectos estruturais da cidade, estabelecendo um vínculo
com os potenciais arranjos produtivos. Essas pesquisas devem proporcionar fundamentos essenciais ao pro-
cesso de prospecção; 3) Estudo Setorial; Prospectar os setores com potencial econômico, desenvolvendo um
quadro analítico a partir dos dados coletados na pesquisa bibliográfica e nas pesquisas de campo, tais como
os recursos ambientais, recursos econômicos, o mercado de trabalho e a renda, principais atividades locais,
questões culturais, ou seja, dados ligados à qualidade de vida da população, infraestrutura local, culturais e
sociais pertinentes à pesquisa. A partir daí trabalhar o quarto passo: 4) Identificação das Potencialidades
e Gargalos da Região: Através de pesquisas de campo extrair dados que apoiam a definição das potenciali-
dades e gargalos locais. Nesse sentido, o objetivo é correlaciona-los com os dados encontrados na pesquisa
bibliográfica e, dessa forma, projetar uma percepção real da associação dos arranjos produtivos com o desen-
volvimento local; 5) Análise dos Resultados: Nesse momento, ocorrerá a estruturação, organização, análise
crítica dos dados obtidos por meio de gráficos e planilhas que irão focar na identificação das potencialidades
e gargalos da região. Com isso, se identificam os resultados e o trabalho é finalizado com a publicação de
relatórios e trabalhos científicos e planejamento de ações que visem à melhoria das condições dos APLs nos
municípios em estudo.

RESULTADOS ESPERADOS. O presente trabalho visa atingir o objetivo de prospectar de fato o leque de APL’s
viáveis nos municípios de Pedras de Fogo e Itambé. Que através dos estudos bibliográficos e de campo, indi-
quem de fato as potencialidades locais e apontem na busca de gerar conhecimento para que a população local
possa se apropriar e desenvolvê-las. Que o mesmo mostre de forma objetiva os pontos fortes e as ameaças,
aprimorando suas capacidades, resgatando e fortalecendo sua identidade econômica, histórica, ambiental e
cultural, para participar de forma mais organizada e competitiva no mercado. Que se tenha ao final o propos-
3º SIMPIF

to leque de APL’s bem definido e estruturado. Que surjam publicações e relatórios e que o projeto possa ser
replicado em outras regiões.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Observa-se nos municípios de Pedras de Fogo e Itambé um certo caos nos arran-
jos produtivos locais que operam de maneira individual, isolada, desorganizada e sem a mínima qualificação
profissional e técnica. Diante desse caos organizacional e operacional é que se insere o estudo prospectivo
demonstrando aos mais diversos atores a fotografia atual da desordem que o segmento produtivo se encontra
e mostrando-lhes que o mundo hoje não permite mais uma atividade realizada de forma isolada por seus ato-

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res. O fortalecimento do arranjo produtivo funciona com a criação de cluster’s que aprimorem a participação
dos diversos setores da cadeia e que qualifiquem tecnicamente, compondo, assim, os fatores determinantes
para o sucesso de qualquer empreendimento.

PALAVRAS-CHAVE: Capacidade Tecnológica. Arranjos Produtivos Locais. Prospecção.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao orientador Frederico Campos Pereira pelo incentivo e à Pró-Reitoria de


Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (PRPIPG) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Pa-
raíba (IFPB), por meio da Diretoria de Inovação Tecnológica (DIT) e da Diretoria de Pós-Graduação (DPG) pelo
Programa Institucional de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento Tecnológico para Inovação na Pós-Gradua-
ção Stricto Sensu (InovaPós) pela oportunidade de desenvolvimento deste projeto.

Referências
FERRO, Rafael Cunha. Arranjos produtivos locais (APL’s) das agriculturas familiares: estudo para uma nova
gestão sustentável no setor gastronômico. Revista de Comportamento, Cultura e Sociedade, Vol. 3, n. 2, São
Paulo, 2015. Disponível em:

<http://www3.sp.senac.br/hotsites/blogs/revistacontextos/wp-content/uploads/2015/05/49_artigo_Con-
textos_ed-vol-3-n-2-ano-14.pdf>. Acesso em 10 de junho de 2019.

SARACENI, Adriana V.; RESENDE, Luis Maurício; ANDRADE, Pedro Paulo de; ROSA, Marcos Paulo. Estudo téori-
co-empírico do processo de aprendizagem e Prospecção tecnológica em redes de empresas. XXXV Encontro
Nacional De Engenharia De Produção Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção. Fortaleza/CE,
2015. Disponível em:

<http://www.ipardes.pr.gov.br/ojs/index.php/revistaparanaense/article/view/988>. Acesso em 10 de junho


de 2019.

KACHBA, Yslene Rocha; HATAKEYAMA, Kazuo. Estratégias de inovação em APLs: viés para o desenvolvimento
de produtos de moda. Production, v. 23, n. 4, p. 751-761, 2013. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65132013000400007>. Acesso em 09 de
junho de 2019.

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EDUCAÇÃO E ENSINO

Paula Maria Nunes da Silva


 Inteligência
emocional no contexto
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
educacional: um relato de experiência
Tecnologia da Paraíba

Amanda Nunes Gomes Meira


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Inteligência Emocional é um tema a ser difundido e
Niedja de Freitas Pereira mais explorado no âmbito educacional que, em sua maioria, privilegia
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e mais os aspectos cognitivos durante o processo escolar. Apesar dis-
Tecnologia da Paraíba
so, várias pesquisas na área da Inteligência Emocional revelam que
o coeficiente de inteligência (QI) representa apenas 20% do neces-
sário para o sucesso dos indivíduos e o coeficiente emocional (QE)
representa 80%, ou seja, um resultado expressivo que deve ser ob-
servado. Embora filósofos e estudiosos, no decorrer do tempo, de-
monstrassem seu interesse relacionado à compreensão das questões
que envolvem as emoções humanas, somente em 1920 o psicólogo
Edward Lee Thorndike fez uso da expressão “inteligência social” para
referir-se à habilidade humana de relacionar-se com os demais. Em
1983, Howard Gardner (psicólogo cognitivo e educacional) desenvol-
ve sua teoria a respeito das “inteligências múltiplas”, em que afirma a divisão da inteligência humana em sete
áreas, dentre elas, a inteligência interpessoal e a inteligência intrapessoal, estas diretamente conectadas ao
contexto emocional. No entanto, em 1995, com o lançamento do livro Inteligência Emocional, do psicólogo e
jornalista norte-americano Daniel Goleman, ocorre a popularização dos estudos sobre o assunto. De acordo
com Goleman (2012), a Inteligência Emocional compreende quatro domínios genéricos: autoconhecimento,
consciência social, autogestão e gerenciamento de relacionamentos. Esses domínios podem representar um
importante instrumento no processo de aprendizagem dos educandos. O presente trabalho relata uma expe-
riência realizada em uma abordagem pedagógica, utilizando na prática os conceitos da Inteligência Emocional
no contexto escolar e tendo como metodologia ativa o “Gallery Walk”. O trabalho desenvolvido decorreu-se de
uma atividade proposta pelo componente curricular “Práticas Educativas em Educação Profissional e Tecnoló-
gica”, do programa de mestrado em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT/IFPB). A abordagem peda-
gógica apresentou como objetivo tratar com a comunidade discente aspectos relacionados ao gerenciamento
das emoções individuais e em suas relações com o outro, uma vez que este é um tema incipiente no contexto
das instituições de ensino e na formação de professores.

MATERIAIS E MÉTODOS. A elaboração deste trabalho iniciou-se com a pesquisa bibliográfica, em torno da
temática Inteligência Emocional, uma pesquisa realizada principalmente a partir dos pesquisadores mais re-
levantes sobre o assunto. Alicerçado nas informações teóricas, elaborou-se a estratégia/abordagem mais
adequada para sensibilizar o público alvo (alunos do mestrado ProfEPT). A experiência prática foi desenvol-
vida com um público de 17 pessoas durante uma aula do mestrado, a organização da aula buscou a máxima
interação e participação do público. A metodologia proposta utilizou a ferramenta mentimeter através de
enquetes via internet, que possibilitou a obtenção de dados sobre a percepção inicial dos(as) mestrandos(as)
quanto à temática sobre inteligência emocional. No segundo momento, foi realizado uma breve reflexão teóri-
ca a partir de uma explanação dialogada com a turma. Por fim, utilizou-se da metodologia ativa “Gallery Walk”,
onde os(as) alunos(as) puderam trocar experiências entre si, deixando suas impressões e contribuições ao

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 552


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tema, envolvendo os(as) alunos(as) no processo de construção do conhecimento. A análise dos dados obtidos
resultou no presente trabalho.

RESULTADOS. Conforme a análise das informações obtidas pela enquete no programa mentimeter, aplicado
virtualmente, com socialização dos resultados de forma simultânea entre os envolvidos na pesquisa, obser-
vou-se que, dos 17 participantes, 13 destes afirmaram que, em um contexto de “tomada de decisão ou reso-
lução de problema”, fazem uso tanto da “razão” quanto da “emoção” e somente 4 participantes responderam
que utilizam apenas da “razão”. Questionou-se se os participantes acreditavam ser possível “dominar as emo-
ções”: 82% responderam que sim e 18% responderam que não. Ao serem convidados a pensar a “definição
de emoção” em palavras, de acordo com sua percepção, os participantes atribuíram os seguintes significados:
sensibilidade, impulso, amor, sentimentos e sensação; estas apareceram com maior evidência. E, em menor
indício entre as respostas, a emoção foi definida como: espiritual, afeto, incerteza, surpresa, maturidade, ins-
tinto e montanha russa. Por intermédio da metodologia ativa “Gallery Walk”, foram abordadas quatro dimen-
sões das emoções: autocontrole emocional, autodomínio, educação emocional e gerenciamento de relaciona-
mentos. Os participantes foram convidados a contribuir com as dimensões das emoções através da indicação
de atitudes, estas deveriam fomentar o desenvolvimento emocional em cada uma delas. Os integrantes dos
grupos participantes da metodologia ativa construíram e socializaram os conhecimentos apreendidos durante
a atividade. Na produção do conhecimento nos grupos, observou-se que, na dimensão “autocontrole emo-
cional” em uma resolução de conflitos, as contribuições foram associadas à empatia, à autoconsciência e ao
monitorar dos próprios sentimentos. Na dimensão “autodomínio”, as contribuições versaram sobre: atenção
aos detalhes, bom humor, criatividade, menor probabilidade de arrependimentos, coerência e melhor reso-
lução de problemas. Na dimensão “educação emocional”, ou seja, o educar para as emoções, no intuito de
prevenir a depressão infanto-juvenil e na adolescência, os aspectos levantados pelo grupo foram: combate ao
isolamento, combate a rejeição, discordar e expor, contestar pensamentos pessimistas, interagir e a capaci-
dade de mudar. Na dimensão “gerenciamentos de relacionamentos”, o grupo socializou seus conhecimentos
por meio da produção artística de um desenho, sendo esta uma representação do cérebro social em interação
com outro cérebro, simbolizando a compreensão e tolerância nos relacionamentos com o outro. Os resultados
do trabalho foram satisfatórios e indicam que a Inteligência Emocional em uma abordagem pedagógica pode
contribuir significativamente para a educação das emoções no âmbito educacional, favorecendo o desenvol-
vimento do processo de ensino-aprendizagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O presente relato de experiência tem a finalidade de estimular a percepção dos
docentes quanto à importância de se trabalhar com a educação das emoções para o sucesso dos alunos,
espera-se que, além disto, a pesquisa possa trazer uma contribuição metodológica e prática, apresentando
uma possibilidade de como a temática das emoções podem ser trabalhadas em sala de aula com alunos de
qualquer faixa etária. Consideramos que a estratégia metodológica adotada no trabalho pode ser adaptada
conforme a necessidade específica de cada turma.  
3º SIMPIF

PALAVRAS-CHAVE: Inteligência emocional. Contexto escolar. Abordagem pedagógica. Metodologia ativa. Re-
lato de experiência.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao programa de mestrado ProfEPT/IFPB e aos professores Gilcean Silva


Alves e Rafael Jose Alves do Rego Barros pelo apoio no componente curricular de Práticas Educativas em Edu-
cação Profissional e Tecnológica, no qual foi possível o desenvolvimento desta pesquisa.

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EDUCAÇÃO E ENSINO

Referências
ARAÚJO, João Roberto de. Educação emocional e social: um diálogo sobre arte, violência e paz. 2. ed. Ribei-
rão Preto: Inteligência Relacional, 2015.

CARNEIRO, Eliane Gerk; ZIVIANI, Cilio Rosa. A pessoa inteligente no mundo social. Psicol. Esc. Educ. 1998, vol. 2, n.
2, p.135-152. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-85571998000200008&script=-
sci_abstract&tlng=pt> Acesso em: 10 jun. 2019.

GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Rio
de Janeiro: Editora Objetiva, 1996.

GOLEMAN, Daniel. O cérebro e a inteligência emocional: novas perspectivas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

GOLEMAN, Daniel. Foco: a atenção e seu papel fundamental para o sucesso. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva,
2013. Disponível em: <http://www.profdoni.pro.br/home/images/sampledata/2015/livros/Foco_Daniel_Go-
leman.pdf> Acesso em: 03. jun. 2019.

3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 554


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Rúbia Quaresma de Freitas


A educação inclusiva e o uso da
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
tecnologia assistiva em sala de aula:
Tecnologia da Paraíba uma proposta de divulgação
Andréa de Lucena Lira
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Este resumo pretende apresentar os resultados par-
Mateus Fernandes Martins ciais da pesquisa “Formação continuada de professores: A importân-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e cia da tecnologia assistiva na autonomia escolar de pessoas com de-
Tecnologia da Paraíba
ficiência” que faz parte do Programa de Pós-Graduação em Educação
Nicoly dos Anjos Martins Profissional e Tecnológica (ProfEPT) do Instituto Federal da Paraíba
[email protected]
(IFPB). O processo de inclusão visa a uma educação de qualidade não
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba só para os alunos com necessidades educacionais especiais (NEE),
mas para todos. Em 2001, as Diretrizes Nacionais para a Educação
Especial na Educação Básica (Resolução Conselho Nacional de Edu-
cação/Câmara de Educação Básica nº 2/2001), determinou que os
sistemas de ensino teriam o dever de matricular todos os estudan-
tes, cabendo as escolas organizarem-se para o atendimento aos es-
tudantes com necessidades educacionais especiais, fornecendo as
condições necessárias para a sua aprendizagem com qualidade. Nesse momento, destaca-se a importância
do professor como ator principal no processo de mediação dos alunos especiais com a educação. Espera-se
que o professor esteja preparado e tenha suportes para atendê-los em suas especificidades. E no que tange
ao suporte e à formação de professores para um atendimento especializado aos alunos com necessidades
educacionais especiais, o Ministério da Educação (MEC) disponibilizou para as redes públicas municipal e es-
tadual, por meio de políticas públicas de inclusão, Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) com recursos de
Tecnologia Assistiva (TA) e orientação para utilizá-las no processo de aprendizagem desses alunos. Porém, as
escolas públicas de ensino médio integrado não obtiveram esse “apoio”, logo não foram contempladas com as
SRM. Os Institutos Federais de Educação hoje atendem a um número considerável de alunos com necessida-
des especiais e dispõem em sua estrutura, os Núcleos de Atendimento a Pessoas com Necessidades Especiais
(NAPNE) com recursos limitados de TA e profissionais para acompanhamento dos alunos. Nesse contexto,
profissionais da educação e principalmente da educação especial em uma perspectiva inclusiva, necessitam
conhecer a existência da TA e sua aplicabilidade pedagógica, logo estas vêm se tornando, cada vez mais, um
caminho para abertura de novos horizontes nos processos de ensino, aprendizagem e desenvolvimento de
alunos com limitações físicas, sensoriais ou cognitivas. Conforme BERSCH (2008), a aplicação da Tecnologia
Assistiva na educação vai além do simples auxílio ao aluno na realização das tarefas pretendidas. Através da
TA é possível encontrar meios de o aluno ser e atuar de forma construtiva e ativa no seu processo de desenvol-
vimento escolar. De acordo com GALVÃO FILHO (2009) a T.A, como área educacional, vem se tornando, cada
vez mais, uma ponte para a abertura de novos horizontes nos processos de ensino/aprendizagem e desen-
volvimento de alunos com deficiência. Atualmente existe uma grande variedade de TA que vai desde artefatos
simples até objetos ou softwares mais sofisticados e específicos. Diversos recursos são industrializados, mas
grande parte deles acaba sendo criados pelos próprios educadores com o objetivo de suprir uma necessidade
específica no decorrer das atividades educacionais. Por isso, ao se abordar a educação inclusiva, nada mais
relevante do que destacar a preocupação com a formação e qualificação de profissionais no desempenho,

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 555


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EDUCAÇÃO E ENSINO

com competência, de uma educação de qualidade. E, dessa forma, justifica-se o objetivo geral deste estudo:
Desenvolver um curso para divulgar o uso da Tecnologia Assistiva aos profissionais da rede de ensino bási-
co e técnico como recurso pedagógico no processo de ensino e aprendizagem de alunos com necessidades
educacionais especiais. Para respaldar o objetivo geral da pesquisa, já que este estudo pretende apresentar
resultados parciais, elencamos como objetivos específicos para este resumo: a) Avaliar o conhecimento pré-
vio dos professores sobre tecnologia assistiva (TA); b) Identificar a concepção e atitudes do professor em
relação a TA; c) Identificar dados sobre as necessidades de formação dos professores em relação às TA; e, d)
Pesquisar uma plataforma gratuita e montar um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) sobre TA. Por fim,
o desafio consiste em proporcionar uma formação sobre o uso da TA aos profissionais da educação de forma
que atenda às especificidades e habilidades dos alunos com NEE aos princípios da equidade, proporcionando
mais inclusão a emancipação social. Neste sentido, vislumbra-se a TA como área de conhecimento favorável
na promoção da acessibilidade e inclusão do aluno com deficiência.

MATERIAIS E MÉTODOS. A princípio procuramos compreender a implementação da proposta educacional


inclusiva no Instituto Federal da Paraíba (IFPB) - Campus de Monteiro sobre o uso da TA enquanto recurso
pedagógico. Para tanto, a pesquisa optou por utilizar um procedimento metodológico de natureza empírica
classificada pela pesquisa aplicada, com abordagem qualitativa, tipificada pelo estudo de caso com a aplica-
ção de questionário enquanto instrumento de coleta de dados. As perguntas formuladas responderam aos
objetivos específicos da pesquisa. O questionário foi elaborado no Google forms e enviado para o e-mail de to-
dos os professores do Campus Monteiro, que mantém em seu quadro o total de 60 (sessenta) docentes dentre
os quais 42 (quarenta e dois) responderam ao instrumento. Em relação ao ambiente virtual para hospedagem
do curso, foram realizadas várias pesquisas e identificadas algumas plataformas gratuitas e pagas. Entretan-
to, a maioria tinha limite de participantes, o que não atendia à nossa proposta, bem como tempo curto para
permanência na rede e, além da burocracia, muitas não eram didáticas. A plataforma do moodle do IFPB foi a
escolhida para ofertar o curso e, para isso, um dos pesquisadores participou de uma capacitação para criar
e ministrar a sala virtual no próprio IFPB. Uma parte do conteúdo que irá compor os módulos do AVA já está
pronta e a outra encontra-se em fase de construção.

RESULTADOS. Após a análise dos dados, concluímos que o grupo pesquisado tem predominância do gênero
masculino com a maioria dos docentes entre 20 e 40 anos, que os participantes são basicamente bacharéis
e licenciados das mais diversas áreas do conhecimento e, entre eles, 61,9% são mestres. Quanto ao tempo
de docência, dos 42 respondentes, 36 lecionam no IFPB há menos de 7 anos. Nas perguntas que indagaram
sobre inclusão escolar e, especificamente, sobre os recursos de TA, os respondentes demonstraram não te-
rem conhecimento sobre o tema. Ainda, 83,8% dos docentes do Campus Monteiro não tiveram contato com
qualquer curso ou disciplina sobre educação especial durante a sua formação acadêmica e 66,7% afirmaram
que nunca participaram de algum curso ou capacitação relativo ao tema da TA. Em um dos questionamentos,
a maioria dos respondentes não souberam identificar os recursos e equipamentos de tecnologia assistiva e,
por conseguinte, afirmar se já utilizaram ou não a TA em sala de aula. Nesse ínterim, constatamos que muitos
3º SIMPIF

professores relacionam a TA com a tecnologia da informação (TI). E quando questionados sobre a importância
do conhecimento da TA para o uso em sala de aula, quase a totalidade dos docentes, 90,5%, afirmaram que
é importante e necessário saber sobre a TA para poder utilizá-la como recurso pedagógico. E, dentre as op-
ções ofertadas, os participantes elegeram um curso de formação continuada na modalidade EAD sobre TA no
intuito de se apropriarem do tema e conhecerem a tecnologia assistiva como recurso facilitador no processo
de ensino e aprendizagem dos alunos com NEE. A princípio, será ofertado o curso sobre TA na modalidade
EaD por meio do AVA do IFPB terá a duração de 30 horas com quatro módulos, a aplicação de exame final e a

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emissão de certificado digital. A sala virtual já foi autorizada e liberada pelo IFPB. A alimentação desta será o
próximo passo da pesquisa. Cabe destacar que uma parte do conteúdo já está elaborada e a outra encontra-se
em fase de pesquisa/elaboração/seleção.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluímos que os resultados obtidos na pesquisa evidenciaram que a tecnologia
assistiva é um tema recente e pouco explorado na área da educação, principalmente no Campus de Monteiro
do IFPB. Por isso, a pesquisa procederá com a proposta de um curso de formação continuada para docentes
da rede de ensino básico, técnico e tecnológico do IFPB – Campus Monteiro, sobre o uso da TA como re-
curso pedagógico no processo de ensino e aprendizagem de alunos com NEE. Entretanto, cabe destacar
que este resumo demonstra o resultado parcial de um projeto de pesquisa do Programa de Pós-Graduação
em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) do IFPB em que o objetivo geral culmina na elaboração de
um produto educacional, nesse caso, um curso de formação sobre TA. E esperamos que o curso pretendido
além de contribuir para a prática dos professores, possa contribuir também para o conhecimento acadêmi-
co-científico de futuras pesquisas e na propagação deste projeto com a aplicação em outros campi, escolas e
institutos federais.

PALAVRAS-CHAVE: Inclusão escolar. Pessoa com deficiência. Formação de professores. Necessidade Educa-
cionais Especiais.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba (IFPB) e ao Conselho Nacional de Desenvol-


vimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências

BERSCH, Rita. Introdução à Tecnologia Assistiva. Porto Alegre, 2018. Disponível em: <http://www.assistiva.
com.br/Introducao_Tecnologia_Assistiva.pdf>. Acesso em: 7 jul. 2019.

BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº 2 CNE/CEB de 11 de setembro de 2001. Institui Diretrizes


Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC, 2001. Disponível em: <http://portal.
mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2019.

GALVÃO FILHO, T. A. Tecnologia Assistiva para uma escola inclusiva: apropriação, demanda e perspectivas.
2009. 346 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salva-
dor. Disponível em: <http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/10563>. Acesso em: 11 jul. 2019.
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Joséphine Correia Cardoso


Internacionalização e intercompreensão:
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
articular políticas educativas e
Tecnologia da Paraíba linguísticas a favor do plurilinguísmo e da
interculturalidade nos IES

INTRODUÇÃO. É a partir de uma perspectiva sócio-construtivista que


desejamos demonstrar a realidade sociolinguística brasileira: uma
alta diversidade cultural enxergada através do prisma do monolin-
guísmo imposto por anos de colonização linguística (Mariani 2003).
A pesquisa aponta o papel de línguas globais como norma, causan-
do efeitos negativos de etnocentrismo e exclusão social. Busca-se as
causas dessas hegemonias nas políticas educativas vinculadas às lín-
guas e, especificamente, no processo de internacionalização dos IES.
Doyé menciona três inconvenientes do fortalecimento de uma língua
global: o perigo de um imperialismo linguístico, o uso da língua franca
desvinculada das suas raízes culturais e uma depreciação das outras
línguas. É a hierarquia das práticas linguísticas nas representações
socioculturais que precisamos desconstruir para “mitigar efeitos ne-
gativos da internacionalização, tal como o fortalecimento do inglês como língua franca acadêmica” (Guimaraes
e Finardi 2018). Constatamos que essa internacionalização até hoje foi passiva, participando da propagação
de estereótipos e desentendimentos culturais, e vemos como torná-la ativa ou crítica, proporcionando inclu-
são social através de uma educação plurilíngue. No campo das práticas linguísticas, a imposição de uma nor-
ma provoca sentimentos de insegurança, no qual é importante conscientizar para desalentá-las com politicas
educativas e linguísticas apropriadas, e práticas sociolinguísticas e didáticas implicadas, como as Abordagens
Plurais (AP) das línguas e culturas. É a partir da análise realizada pelos Assessores de Relações Internacionais
da região Norte, a respeito das estratégias para internacionalização dos Institutos Federais, que pretendemos
pautar políticas linguísticas favoráveis ao plurilinguísmo e a interculturalidade, introduzindo à Didática da In-
tercompreensão entre línguas românicas. Essa pesquisa pretende reverter os paradigmas, não só no contexto
da cooperação internacional, de uma internacionalização passiva para uma internacionalização ativa, mas
também no contexto do ensino/aprendizagem das línguas, o tornando inclusivo e intercompreensivo.

MATERIAIS E MÉTODOS. Essa pesquisa se destaca em dois eixos distintos de políticas educativas e linguísti-
cas, porém, complementares: o processo de internacionalização do IFPB, definido pela Resolução Normativa
n°19, e o Quadro de Referência para Abordagens Plurais de Línguas e Culturas (CARAP, 2015), no âmbito do
ensino de línguas. Através da análise dos objetivos da política de internacionalização vemos como enquadram-
-se com a promoção das competências plurilíngues e pluriculturais propostas pelas Abordagens Plurais e
especificamente pela didática da intercompreensão (IC). Dessa forma, definimos e desenvolvemos estratégias
para a abordagem intercompreensiva do ensino/aprendizagem das línguas e vemos o quanto os IES e o Brasil
são um terreno fértil para implementação da didática a favor do plurilinguísmo. Para a coleta de dados utiliza-
mos um questionário, a fim de medir as competências em línguas e definir o perfil linguístico dos estudantes
do ensino superior, docentes e funcionários públicos do IFPB, o público-alvo. Desejávamos medir as represen-
tações quanto à internacionalização dos Institutos de Ensino Superior e avaliar o interesse pelo desenvolvimen-
to da didática da intercompreensão entre línguas parentes no IFPB.

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RESULTADOS. Os resultados confirmam as apostas da didática da IC, afirmando que ela já é uma realidade
(Doyé 2005), pois constatamos que intuitivamente os respondentes ao questionário usam estratégias de in-
tercompreensão, tais quais as transferências de conhecimento linguístico e pragmático, validando conceitos
fundamentais das Abordagens Plurais como a visão das línguas românicas como continuum. A intercompreen-
são estimula as competências interlinguísticas, intralinguísticas, proativas e retroativas, revelando as suas
potencialidades em termo de construção do conhecimento. Essas estratégias, ou competências latentes do
repertório plurilíngue do individuo, devem ser incentivadas através de uma postura reflexiva sobre o ensino/
aprendizagem das línguas proposta pelas Abordagens Plurais das línguas e das culturas, participando tam-
bém da formação do cidadão. Porém, algumas respostas comprovam as representações tradicionalmente
marcadas por estruturas que estudam as línguas separadamente e confortam a necessidade de oferecer a um
nível acadêmico outra metodologia a respeito da aquisição de habilidades linguísticas e um padrão alternativo
ao ensino/aprendizagem das línguas. Os resultados confirmam as correlações entre a política de internaciona-
lização e intercompreensão e a necessidade de articulá-las através de políticas educativas a favor do desempe-
nho do plurilinguísmo. Os resultados apontam para caminhos reflexivos e investigativos que podem contribuir
para a inserção curricular da didática da intercompreensão entre línguas parentes e, principalmente, entre
línguas românicas no contexto particular do Instituto Federal da Paraíba.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Dessa reflexão teórica nasce um questionamento prático perante à transversalida-
de do terreno para a aplicação da Didática da Intercompreensão no IFPB. Por um lado, apostamos na inclusão
curricular, na modalidade à distância, a fim de ampliar o acesso à educação/informação da IC como Projeto
de Extensão na Licenciatura em Letras, formando professores para o ensino fundamental, médio e profissiona-
lizante, visamos propor um complemento atualizado e dinâmico aos Fundamentos da Linguística Românica e
sensibilizar ao conceito de Intercompreensão como prática social, linguística e cultural. Pela postura reflexiva
“a intercompreensão pode constituir um meio de se introduzir dimensões fundamentais no âmbito da edu-
cação geral da criança” (Martins 2014), além de proporcionar o aprimoramento das competências em língua
materna. Por outro lado, sugere-se também incluí-la no curso de Especialização em Línguas Estrangeiras
Modernas e abrir o curso para a formação contínua, promovendo a capacitação dos docentes que já atuam no
ensino de línguas. A formação contínua é um aspecto essencial da motivação do profissional, permitindo a
atualização dos padrões de ensino e renovação das práticas. Repara-se que a IC não pretende substituir-se ao
ensino “convencional” ou “tradicional” das línguas estrangeiras, apenas oferece uma ampliação dos métodos
fomentando novas práticas plurilíngues e interculturais. O objetivo pragmático do curso pretende inserir me-
todologias plurilíngues e interculturais nas práticas e incentivar a criação de material didático. A perspectiva a
longo prazo é de desenvolver competências plurilíngues e promover novas sinergias nos ambientes de trabalho
dos profissionais em línguas. O propósito é de alinhar o ensino, a pesquisa e a extensão a fim de propor uma
internacionalização ativa e crítica dos IES, promovendo a inclusão social e a interculturalidade através de
práticas pedagógicas inovadoras. Os currículos envolvidos na Didática da Língua devem orientar-se no de-
senvolvimento dos comportamentos e competências favoráveis à diversidade, à inclusão e à sensibilidade
3º SIMPIF

linguística e cultural através de uma visão holística, integrando em dimensões humanas, sociais e culturais
inclusivas.

PALAVRAS-CHAVE: Internacionalização, Intercompreensão, Políticas educativas e linguísticas, IES, Sociolin-


guística

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EDUCAÇÃO E ENSINO

AGRADECIMENTOS: Agradeço a Assessoria de Relações Institucionais e Internacionais do Instituto Federal da


Paraíba, ao Núcleo de Línguas e Estudos Culturais e a Coordenação de Letras do Campus de João Pessoa pelo
apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
CARAP. Quadro de Referências para Abordagens Plurais. Conseil de l’Europe 2015. Disponível em : http://
carap.ecml.at/.

CAVALCANTE, R., SAID, A.C., BOTELHO, S., ROMANOWSKI, A., STEVES, M., MACEDO,

R., SILVA, S. Estratégias para internacionalização dos institutos federais: cultura e língua. Nexus Revista de
Extensão do IFAM Vol.1 Nº1 abril 2015 p.95-101 Disponível em : http://www.ifpb.edu.br/relacoes-internacio-
nais/assuntos/Documentos/ri- internacinalizacao/estrategias-para-internacionalizacao-dos-ifs.pdf

DOYE, P. Guide pour l’élaboration de politiques linguistiques éducatives en Europe - de la diversité linguisti-
que à l’éducation plurilingue. Conseil de l’Europe, 2005. Disponível em: https://rm.coe.int/CoERMPublicCom-
monSearchServices/DisplayDCTMContent?documentId=090 00016802fc3ab

GUIMARÃES, F.F. et FINARDI, K.R. Interculturalidade, internacionalização e intercompreensão: qual a rela-


ção ? Ilha do Desterro v.71, nº3, p.15-37, Florianópolis, set/dez 2018 Disponível em : http://www.scielo.br/pdf/
ides/v71n3/2175-8026-ides-71-03-15.pdf

INSTITUTO FEDERAL DA PARAIBA. Resolução Ad Referendum n°19, DE 24 DE ABRIL DE

2018 Disponível em: https://www.ifpb.edu.br/orgaoscolegiados/consuper/resolucoes/2018/


ad- referendum/resolucao-no-19

MARIANI, B. Políticas de Colonização Linguística - Revista do Programa de pós-graduação em Letras, n.27


p.73-82 - Universidade Federal de Santa Maria 2003. Disponível em: https://www. periodicos.ufsm.br/letras/
article/11900-51769-1-SM.pdf

MARTINS, S.A. A intercompreensão de línguas românicas: proposta propulsora de uma educação plurilín-
gue. MOARA – Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Letras ISSN: 0104-0944, [S.l.], n. 42,
p. 117-126, fev. 2015. ISSN 0104-0944. Disponível em:

https://periodicos.ufpa.br/index.php/moara/article/view/2059
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Degmar Francisca dos Anjos


“Isso não é coisa de mulher”: dados
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
da participação feminina na educação
Tecnologia da Paraíba profissional e tecnológica
Niedja de Freitas Pereira
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Este estudo nasceu do propósito de analisar os senti-
dos e desafios da participação feminina no contexto da educação pro-
fissional, especificamente no âmbito do Instituto Federal da Paraíba,
enquanto pesquisa vinculada ao programa de Mestrado em Educação
Profissional e Tecnológica (Profept). Para melhor compreensão desse
cenário, apresenta-se como de fundamental importância conhecer os
dados referentes ao ingresso, permanência e êxito do público femi-
nino na referida modalidade de ensino, bem como os fundamentos
e constructos sociais que originaram e naturalizaram desigualdades
fundamentadas no gênero. O papel social da mulher na sociedade,
construído culturalmente ao longo da história, resultou na naturali-
zação de desigualdades fundamentadas no gênero, assim, trata-se
de uma concepção cultural, respaldada em práticas e experiências
vivenciadas e perpetuadas. Beauvoir (1967) considera que a concepção do ser mulher, do feminino, se cons-
truiu a partir da negação, desse modo, significa o não-homem, a versão contrária de todos os aspectos e
atributos relacionados ao macho. Assim, embora o critério biológico seja determinado, não é este o fator que
define essencialmente o ser mulher, que lhe impõe limitações ou proibições, tais circunstâncias são fruto de
elaborações culturais. Nesse sentido, é possível compreender a condição de subordinação feminina construí-
da e naturalizada na sociedade enquanto uma relação de poder exercida em diferentes contextos entre eles a
família, a escola e o trabalho. Especificamente, com relação ao contexto laboral, conforme assevera Antunes
(2009), a divisão sexual do trabalho evidencia a face da desigualdade entre homens e mulheres no mundo do
trabalho, esta se manifesta principalmente pela destinação de atividades laborais tendo como fator determi-
nante o gênero, bem como pela desigualdade salarial a partir do mesmo critério. Este cenário de desigualdade
é construído e naturalizado na sociedade, enquanto uma relação de poder exercida em diferentes contextos,
entre estes a família, a escola e o trabalho. Nesse sentido, os Institutos Federais, enquanto instituições de edu-
cação superior, básica e profissional, especializados na oferta de educação profissional e tecnológica, estando
inseridos no contexto social já mencionado, não estão imunes às práticas sociais estruturadas pelo sistema.

MATERIAIS E MÉTODOS. O presente estudo teve por base a análise de dados disponíveis na Plataforma Nilo
Peçanha, tendo como indicadores: taxa de evasão, sexo e os eixos tecnológicos de controle e processos in-
dustriais, gestão de negócios, infraestrutura, produção industrial, ambiente e saúde, desenvolvimento edu-
cacional e social, produção cultural e design, turismo e hospitalidade e lazer. Além da análise de dados do
Resumo Técnico do Censo da Educação Básica 2018, disponível no portal do Inep e do Sistema Unificado de
Administração Pública – Suap Edu.

RESULTADOS. De acordo com dados da Plataforma Nilo Peçanha, ambiente virtual de coleta, disseminação e
validação das estatísticas oficias da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (SETEC/
MEC), ano referência 2018, as mulheres representam 46,6% do número de discentes matriculados nos cur-

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 561


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EDUCAÇÃO E ENSINO

sos técnicos de nível médio nos Institutos Federais, no âmbito do IFPB, estas representam 45,6% do total
de matrículas em tal modalidade de ensino. Tais números evidenciam que embora as mulheres sejam maioria
quando considerados os números gerais de matrículas efetuadas na educação profissional, conforme dados
do Censo Escolar 2018, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP,
2019), ao considerarmos somente os Institutos Federais tal cenário mostra-se diferente, prevalecendo em
maior número a participação masculina. Ao considerarmos os cursos do eixo tecnológico controle e proces-
sos industriais, culturalmente tidos como mais compatíveis com o perfil masculino, a participação feminina
tende a diminuir drasticamente. Ainda considerando o ano referência 2018, nos Institutos Federais, do total
de discentes matriculados nos cursos do referido eixo, apenas 22,7% eram mulheres, no IFPB as mulheres
representavam 23,9% do total de matrículas no referido eixo e período. Ao lançarmos o olhar sobre a reali-
dade específica do campus João Pessoa - IFPB, tendo como recorte os discentes matriculados nos anos de
2018 e 2019, nos cursos técnicos subsequentes ao ensino médio, do eixo tecnológico de controle e processos
industriais, constatamos que do total geral de matrículas efetuadas nos cursos técnicos da referida área, que
equivale ao total de 382 (trezentos e oitenta e dois) discentes, apenas 50 (cinquenta) são discentes do sexo
feminino, o que equivale a 13,08% desse número. Entre os cursos do referido eixo tecnológico o curso técnico
em mecânica é o que apresenta o menor número de mulheres matriculadas, no período mencionado, apenas
08 (oito), das 130 (cento e trinta) vagas ocupadas no mencionado curso, foram preenchidas por discentes do
sexo feminino. Cabe ressaltar que nos semestres 2018.1 e 2019.1, ainda no que se refere ao curso técnico
em mecânica, não foi registrada nenhuma matrícula de discente do sexo feminino, desta forma, as turmas
que ingressaram nos períodos mencionados são compostas exclusivamente por discentes do sexo masculino.
Desse modo, os dados revelam a discrepância entre o número de discentes do sexo feminino e masculino
matriculados nos cursos técnicos subsequentes ao ensino médio, do eixo tecnológico controle e processos
industriais, evidenciando a interferência do contexto cultural na escolha das profissões, a crença de que existe
determinadas áreas e profissões mais ou menos adequadas para a mulher. Nesse sentido, é importante com-
preender a educação profissional enquanto modalidade de ensino que visa a inserção do indivíduo no mundo
do trabalho através da formação técnica, bem como que os cursos apresentados preparam os discentes para
ingresso em áreas de atuação profissional, culturalmente associadas ao perfil masculino. Nesse sentido, o
pequeno número de mulheres matriculadas em tais cursos evidencia a interferência da concepção de que
existem profissões para homens, outras para as mulheres no contexto da educação profissional. Tal constata-
ção demonstra a necessidade de melhor compreender a trajetória de formação profissional dessas mulheres,
desvendando os desafios a que estão sujeitas ao contrariar o senso comum e ingressar em áreas que “não
são coisa de mulher”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Exatamente por ser a escola um espaço destinado à formação e reflexão, é que
diálogos sobre questões que impactam diretamente na concretização de direitos precisam ser estabelecidos.
Sendo assim, é a partir da educação que se operam as grandes mudanças sociais e culturais, para tanto, tor-
na-se preciso repensar as práticas educacionais no sentido de fortalecer valores que assegurem a igualdade
3º SIMPIF

de oportunidades e o respeito às diferenças. Diante do quadro apresentado, considerando que o ambiente


escolar não está imune às questões que permeiam a sociedade, dentre elas as inerentes às desigualdades
fundamentadas no gênero, conclui-se pela necessidade de estudos sobre questões voltadas às práticas de
discriminação de gênero no âmbito dos cursos técnicos, principalmente daqueles culturalmente associados
ao perfil masculino, objetivando melhor compreender os sentidos e desafios da participação feminina nesse
cenário.

PALAVRAS-CHAVE: Mulher. Desigualdade. Educação profissional.

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AGRADECIMENTOS: Agradecemos a todos que fazem parte do programa de mestrado PROFEPT/IFPB.

Referências
ANTUNES, Ricardo. Os Sentidos do Trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 2.ed., rev. e
ampl.. São Paulo: Boitempo, 2009.

BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo: a experiência vivida. 2. ed. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1967.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Resumo Técnico do
Censo Escolar da Educação Básica de 2018. Brasília: Inep, 2019.

. Ministério da Educação. Plataforma Nilo Peçanha (Ano base 2018). 2019. Disponível em: <https://
www.plataformanilopecanha.org/>. Acesso em: 10 abr. 2019.

3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 563


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PÓS-GRADUAÇÃO
EDUCAÇÃO E ENSINO

Fernanda Soares Lima


Modelo didático para estudo de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
algoritmo bioinspirado
Tecnologia da Paraíba

Igor Forcelli Silva


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. O estudo a ser apresentado tem caráter didático para
os alunos da disciplina de Inteligência Computacional da pós-gra-
duação em Engenharia Elétrica do IFPB. Em uma das atividades a ser
aprendida na disciplina, é necessário simular o comportamento de
boids (Birds Like Object) a partir de trabalhos existentes.

Animais na natureza frequentemente exibem uma forma de compor-


tamento coletivo emergente conhecido como flocking, que seria o
andar em bando. O trabalho clássico de objetos parecidos com pás-
saros de Reynolds simula o movimento polarizado de grupos de par-
tículas orientadas, objetos parecidos com pássaros ou simplesmente
boids. Para fazer isso, três vetores de direção são introduzidos [1,2].
Coesão, que é a tendência dos boids de permanecerem no centro do
rebanho, o alinhamento, que suaviza suas velocidades para valores similares, e a separação, que os ajuda a
evitar colisões mútuas. Se nenhum obstáculo for introduzido, os boids vagueiam um pouco aleatoriamente [3].

Por ser uma matéria que envolve linguagem de programação, foi desenvolvida uma rotina detalhada do passo
a passo de como criar um conjunto, seus movimentos, com toda uma simulação ao vivo. A rotina contém de-
talhes do próximo passo a ser dado, e além de poder ser introduzido um obstáculo, é possível colocar o que
é chamado de “predador”, por exemplo, um cardume seria o conjunto onde seu obstáculo poderia ser uma
pedra, e o predador pode ser um tubarão, ou algum outro animal que caçaria os elementos do cardume. Neste
caso, a rotina é guiada também por um código escrito pelo programa Matlab®.

Esse sistema permite a solução de muitos problemas numéricos em apenas uma fração do tempo que se
gastaria para escrever um programa semelhante em linguagem Fortran, Basic ou C. Além de ser comumente
utilizada na disciplina de Inteligência Computacional, a qual a partir da mesma foi inspiradora pelos autores
para criar uma rotina detalhada para os alunos, com objetivo de guia-los para construir o próprio código de
programação.

MATERIAIS E MÉTODOS. Como pode ser observado, o conteúdo criado pelos autores é exclusivamente um
instrumento para as pessoas que desejam criar ou simular um conjunto de boids, não restringindo apenas
para os alunos da pós-graduação em Engenharia Elétrica do IFPB.

A partir de que o aluno têm uma rotina para seguir com seus estudos, as coisas fluem melhor. O cérebro
trabalha por associações. Às vezes não se está com fome até se sentir um cheiro agradável de comida, que
abre o apetite. No entanto, isso não se restringe apenas aos cheiros e ao paladar. O cérebro associa tudo:
lugares, horários, sensações.

Sabendo que se há uma rotina a qual pode ajudar nos passos do que fazer, o aluno não verá o pedido de fazer
um código do qual nunca viu, ou não tem nenhum exemplo em mãos como uma tarefa difícil. O usuário que ti-

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ver a rotina vai saber que tem uma ajuda, e que foi criada exatamente por outro aluno que passou pelo mesmo
caminho e obteve sucesso, neste caso, o cérebro irá associar aquela situação à necessidade de concentração,
e o aluno irá se dedicar com calma e terá mais clareza sobre como e o que fazer.

O código que será exposto para os alunos tem como objetivo, fácil interação para escolher a quantidade de
boids para o conjunto, fazendo com que o discente possa testar com diferentes valores de boids no sistema, ao
mesmo tempo será possível o acadêmico identificar a relação da velocidade com a quantidade de elementos
que está no ambiente de simulação. No código haverá comentários básicos, para que serventia a linha de códi-
go terá, e a programação feita estará dividida em partes, seguindo os passos da rotina, para fácil visualização.

RESULTADOS. A metódica realizada obteve êxito, a rotina foi criada pensando na dificuldade existente pela
falta de materiais didáticos que sirvam como guia, não apenas onde sejam citados cálculos e tradução das
forças existentes para simular um conjunto de modelo flocking.

O código escrito no programa Matlab®, o qual é uma complementação da rotina, servindo perfeitamente de
exemplo para o aluno, assim como, mostra que é possível criar tanto um código para simulação de boids com
obstáculo, como um conjunto de boids com predador.

São utilizados vários parâmetros da física importantes que estão concatenados internamente, direção,
velocidade, entre outros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. É esperado que com a divulgação tanto da rotina quanto do código, todas a pes-
soas que desejem aprender sobre o conjunto de modelo flocking possam a partir do guia, criar incentivo em
mais programas didáticos, neste caso, procurar por assuntos e temas fora dos estudos habituais. O guia cria-
do é de fácil entendimento, e está dividido em passos para estimular a leitura. Além disso, proporcionando a
produção e busca por modelos com carácter bioinspirado, ou baseados em comportamento animal.

PALAVRAS-CHAVE: Rotina didática boids. Simulação de bando. Código boids com predador. Algoritmo bioins-
pirado.

Referências
HARTMAN, Christopher; BENES, Bedrich. Autonomous boids. Computer Animation and Virtual Worlds, v. 17,
n. 3‐4, p. 199-206, 2006.

CUI, Xiaohui; GAO, Jinzhu; POTOK, Thomas E. A flocking based algorithm for document clustering analysis.
Journal of systems architecture, v. 52, n. 8-9, p. 505-515, 2006.

REYNOLDS, Craig W. Flocks, herds and schools: A distributed behavioral model. ACM, p. 25-34, 1987.
3º SIMPIF

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Rosejane Cristina de Almeida Costa


Processos formativos na educação
[email protected] profissional de jovens e adultos:
Maria da Conceição Monteiro perspectivas pedagógicas para o curso
Cavalcanti
[email protected] técnico em eventos do IFPB
Girlene Marques Formiga
[email protected]
INTRODUÇÃO. A pesquisa ora apresentada encontra-se em curso e
Patricia Kelly da Costa visa a discutir um processo educacional integral e humanístico ad-
[email protected]
verso a um modelo fragmentado e excludente que atende a protótipo
de sistema sócio-político-econômico vigente. Tal paradigma instiga
a necessidade de romper com protótipo de uma educação dual, uma
vez que esse movimento possibilita questionar uma ordem estabele-
cida pelo modo de produção capitalista responsável por classificar
tudo sempre quantitativamente para aferir a melhor maneira de pro-
duzir lucro aos que detêm o poder. A ideia encontra respaldo em Ra-
mos (2007, p.2) quando defende que a história da dualidade educa-
cional “coincide com a história da luta de classes no capitalismo. Por
isso permanece dividida entre aquela destinada aos que produzem a
vida e riqueza da sociedade usando a força de trabalho destinada aos
dirigentes, às elites, aos grupos segmentados que dão orientação e direção à sociedade”.

A concepção descrita por Ramos (2007) se aplica ao modelo de educação de jovens e adultos no Brasil por
constituir um segmento educacional mais complexo em razão de suas diversidades quanto a diferenças de
idade, sexo, gênero, embora quase sempre semelhantes em suas condições socioeconômicas. Em síntese, a
educação de jovens e adultos, conforme expõe o documento base do Programa Nacional de Integração da
Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA,
2007. p. 11), “trabalha com sujeitos marginais ao sistema, com atributos sempre acentuados em consequên-
cia de alguns fatores adicionais como raça/etnia, cor, gênero, entre outros.” O documento acrescenta que
esse grupo representante de minorias constitutivas da sociedade brasileira se enquadra em grande parte da
população desfavorecida econômica, social e culturalmente.

O cenário nos coloca alerta à observância quanto ao cumprimento de políticas públicas responsáveis pela
inclusão desses cidadãos. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP),
segundo a Lei 13.005/2014, deverá publicar a cada 2 (dois) anos durante a vigência do Plano Nacional de
Educação relatórios para aferir a evolução no cumprimento das metas estabelecidas. O PNE 2014-2024,
especificamente na Meta 10, voltada para a educação de jovens e adultos integrada à educação profissional,
estabeleceu atingir 25% das matrículas neste segmento, mas o relatório bienal publicado no ano de 2018
no indicativo 10A demonstrou que, a partir do ano de 2015, essa modalidade educacional vem decrescendo.

Com base nos dados apresentados e na meta proposta pelo Plano Nacional de Educação para este segmento,
faz-se necessária pensar alternativas pedagógicas que ampliem o número de matrículas para estes cursos
como também promover condições que garantam a permanência do aluno no curso até sua conclusão. Face
ao exposto e sua contextualização, esta pesquisa busca analisar a possibilidade de implantação de carga
horária na modalidade de educação a distância nas turmas do Proeja no Curso Técnico em Eventos no IFPB -
Campus João Pessoa.

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O curso Técnico em Eventos Proeja ofertado pelo IFPB no Campus de João Pessoa se insere na modalidade da
educação de jovens e adultos e, no contexto proposto pelo Decreto 5.840/2006 (IFPB), vem sendo estrutu-
rado em seis períodos semestrais (3 anos) com entrada anual. A exemplo dos dados expostos no relatório do
PNE, o IFPB também esbarra em problemas quanto ao acesso e permanência no curso de Eventos, ofertado
em atendimento à formação profissional do cidadão. “Mesmo com o reconhecimento deste direito, do ponto
de vista formal, a realidade ainda nos aponta desafios para a concretização do mesmo, não só no tocante ao
acesso à educação, como as condições de permanência do alunado na escola, refletiva em evasão” (ARRUDA,
2013, p. 5).

Considerando o contexto de oferta do curso Técnico em Eventos Proeja – IFPB Campus João Pessoa, o uso
das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) configura um procedimento pedagógico/me-
todológico capaz de promover e ou ampliar a formação profissional desses futuros profissionais? Tal questio-
namento possibilita reflexão acerca dos direcionamentos do processo de formação do técnico em eventos do
IFPB - Campus João Pessoa, com vistas à implementação de ações capazes de provê-lo, de maneira eficaz, ao
processo educativo voltado para a formação do cidadão e para o trabalho.

MATERIAIS E MÉTODOS. Analisando a possibilidade de implantação de carga horária na Educação a Distância


no Curso Técnico em Eventos Proeja IFPB campus João Pessoa, de acordo com os objetivos, a presente pes-
quisa pode apresentar caminhos que viabilizem ampliar o número de matrículas, de modo a tentar diminuir
a distância entre os dados apresentados no relatório 2018 10 A e a meta estabelecida pelo PNE 2014-2024,
que a Meta 10 deveria atingindo 25% das matrículas na educação de jovens e adultos integrados à educação
profissional. Para o desenvolvimento deste estudo, adotamos um enfoque qualitativo com base documental
e exploratório para conhecer, analisar e interpretar os fenômenos relativos à educação de jovens e adultos e
o impacto da implantação de programas voltados a esse grupo, assim como das políticas públicas que dão
suporte para atuação na educação profissional. Procedemos também a uma pesquisa exploratória “cuja fina-
lidade é descortinar o tema, reunir informações gerais a respeito do objeto” (RODRIGUES, 2007 p. 28), Neste
sentido, por estar ligada à linha de pesquisa Gestão e Organização de Espaços Pedagógicos na Educação
Profissional e Tecnológica, impulsionou-nos a realizar um estudo “minucioso, detalhado que busca a inter-re-
lações entre o objeto de estudo com outros estudos e objeto a ele relacionados” (RODRIGUES, 2007, p.28), ou
seja, investigar questões envolvendo a organização e planejamento do curso do PROEJA com a EPT no espaço
do IFPB e as suas interlocuções com o mundo do trabalho. Por meio da Educação a distância. Acreditamos que
EaD possibilitará a flexibilização necessária ao processo de ensino e aprendizagem destes alunos bem como
ampliação do número de vagas ofertadas. Esta não é uma ideia isolada, tendo sido inclusive regulamentada
pela Resolução CNE/CEB no 3/2010.

O Artigo 9o dessa resolução estabelece como deverá ser organizado os ambientes virtuais de aprendizagem
virtual, definindo que somente o ensino fundamental anos finais e o ensino médio podem ter aulas na moda-
lidade de Educação a Distância, estabelecendo respectivamente como carga horária mínima 1.600 e 1.200
3º SIMPIF

horas.

Seguindo esta orientação, para a implantação de uma carga horária da educação à distância nas turmas do
Curso Técnico em Eventos PROEJA, é necessário seguir três etapas iniciais: A primeira consiste no levanta-
mento bibliográfico do arcabouço da legislação brasileira focando na EJA, PROEJA e EAD, para a aplicação do
nosso produto e escolha de uma disciplina técnica do referido curso. Concomitante a pesquisa documental,
se faz necessário conhecer o questionário do SUAP e analisar se nele é possível obter informações sobre o
acesso dos alunos aos artefatos digitais e sua utilização; bem como conhecer o ambiente escolar destinado

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a estas turmas e averiguar se no laboratórios de informática existem computadores conectados à rede de


internet e se são suficientes para atender aos alunos nos horários preestabelecidos para o acesso dos alunos
acompanhados por tutores em informática. Após o levantamento inicial dos dados buscaremos conhecer os
alunos e sua heterogeneidade, por meio das entrevistas e questionários respondidos no processo seletivo do
curso, que pode apresentar dois grupos distintos: os “nativos digitais”, que seriam aqueles que nasceram a
partir da década de 1990, que apresentam facilidades em utilizar os artefatos digitais.

O termo “nativos digitais” foi adotado por Palfrey e Gasser no livro Nascidos na
era digital. Refere-se àqueles nascidos após 1980 e que tem habilidade para usar
as tecnologias digitais. Eles se relacionam com as pessoas através das novas mí-
dias, por meio de blogs, redes sociais, e nelas se surpreendem com as novas pos-
sibilidades que encontram e são possibilitadas pelas novas tecnologia (SANTOS
et al, 2011, p. 15841).

“Porém, aqueles que não se enquadram nesse grupo precisam conviver e interagir com esses nativos e, além
disso, precisam aprender a conviver em meio a tantas inovações tecnológicas, são os chamados imigrantes
digitais”. (PALFREY; GASSER, 2011 apud SANTOS et al, 2011 p. 15841). nascidos antes da década de 1990,
que supostamente apresentariam maiores dificuldades no acesso e na utilização das tecnologias da informa-
ção. Mas, a presença do tutor deve mediar este processo de conhecimento dos artefatos digitais e suas formas
de utilização.

Desta forma o gradativo domínio na utilização das TDIC no processo de aprendizagem constitui uma das
etapas para a inserção dos alunos no universo da cibercultura e consequentemente lhes conferir uma maior
autonomia no seu processo de ensino e aprendizagem.

RESULTADOS. Mediante mecanismos formais de pesquisa citados, para fins de coleta de dados, dividimos a
investigação em fases. A primeira compreendeu o levantamento bibliográfico sobre a legislação educacional
vigente para Educação de Jovens e Adultos, Proeja, Educação à Distância, PNE 2014-2024, Relatório do 2o
Ciclo de Monitoramento das Metas do Plano Nacional de Educação – 2018 bienal do PNE, documentos referen-
tes ao Curso Técnico em Eventos do IFPB, tais como Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e Proposta
Pedagógica Curricular (PPC).

Realizadas as leituras que concorrem para compreendermos o contexto de oferta do curso do Proeja, adentra-
mos na segunda fase, qual seja: o exame dos questionários do Sistema Único da Administração Pública (SUAP)
disponibilizados no ato da matrícula para os estudantes e constatamos que as informações estão organizadas
em um questionário subdividido em blocos: Alunos, Documentos a imprimir e Serviço Social, Aspectos gerais
que atendem às necessidades da gestão institucional.

Para fins desta pesquisa, especificamente, interessa-nos a análise do bloco Alunos – Meus dados – Caracteri-
3º SIMPIF

zação socioeconômica – Acesso a tecnologias da informação e comunicação. A segunda fase também se situa
em andamento, haja vista não termos o processamento final dos elementos que se aplicam aos propósitos de-
terminados no projeto. Nele encontramos dados meramente quantitativos e descritivos o que não nos permite
conhecer o potencial de uso das TDIC pelos alunos.

Convém ressaltar que saber quantos computadores, celulares e onde o aluno teria acesso, não correspon-
dem às questões levantadas por estas pesquisas e por isso, se faz necessário rever a forma de obter estas
informações para que sejam mais amplas e dentro dos critérios teóricos e metodológicos em torno do tema

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pesquisado, sobretudo por parte dos especialistas na área. Por meio dos resultados a serem obtidos, espera-
mos construir um cenário crítico na área, capaz de provocar reflexão sobre o processo formativo na educação
profissional no que se refere ao uso das TDIC e o seu papel no desempenho do exercício prático.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Considerando os aspectos mencionados, esta pesquisa tem capacidade de discutir
viabilidades de implantação de uso das tecnologias da informação e comunicação como forma de ampliar a
educação de jovens e adultos integrados à educação profissional dos discentes do Curso Técnico em Eventos
Proeja IFPB – Campus João Pessoa. Portanto, é uma investigação capaz de gerar impacto quanto ao desenvol-
vimento científico, tecnológico e de inovação ao possibilitar construir novos processos para o aprimoramento
da atuação do profissional técnico em eventos no mercado de trabalho.

É importante esclarecer que se trata de resultados preliminares de um estudo oriundo de uma pesquisa mais
ampla do Mestrado Profissional do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica (Pro-
fep) que, circunscrita a objetivos mais específicos, originou-se uma investigação inserido no Programa Insti-
tucional de Bolsa de Iniciação Científica para Projetos de Pesquisa, Inovação, Desenvolvimento Tecnológico
e Social voltados para a Educação a Distância, ambos programas ofertados pelo Instituto Federal da Paraíba.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino em Educação de Jovens e Adultos. Educação Profissional e Tecnológica. PROEJA.


Educação a distância.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos a Pró-reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do IFPB que, por


meio do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica para Projetos de Pesquisa, Inovação, Desen-
volvimento Tecnológico e Social voltados para a Educação a Distância, contribuiu com o desenvolvimento
desta pesquisa, e ao Mestrado Profissional do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tec-
nológica (Profept) do IFPB - Campus João Pessoa, que nos proporcionou ampliação das discussões quanto ao
ensino no PROEJA em contextos de Educação Profissional e Tecnológica.

Referências
ARRUDA, Zoraide. O Proeja no IFPB Campus João Pessoa - Pelo Olhar dos Alunos: expectativas no acesso em
fatores de permanência. Disponível em: https://memoria.ifrn.edu.br/handle/1044/1352, Acesso em: 08 out.
2018.

BRASIL. LEI No 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera as Leis nos 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação,
a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, provada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e o
Decreto- Lei no 236, de 28 de Fevereiro de 1967; revoga a Lei no 11.161, de 5 de agosto de 2005; e institui a
Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Disponível em:<www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13415.htm>. Acesso em: 17 agosto2019
3º SIMPIF

___.Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Plano Nacional de Educação PNE
2014-2024: Linha de Base. – Brasília, DF: Inep, 2015.

___.BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Relatório do 2o Ciclo de
Monitoramento das Metas do Plano Nacional de Educação – 2018. – Brasília, DF: Inep, 2018.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. (Trad. Carlos Irineu da Costa). São Paulo: Editora 34, 2009

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RAMOS, Marise. Concepção do Ensino Médio Integrado. Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do
Norte: Mossoró. 2007

RODRIGUES, Rui Martinho. Pesquisa acadêmica; como facilitar o processo de preparação de suas etapas. São
Paulo: Atlas, 2007.

O PROEJA E A REFORMA DO ENSINO MÉDIO (LEI No 13.415/2017) A. L. S. HENRIQUE Instituto


Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte [email protected] Sub-
metido 27/02/2018 - Aceito 26/03/2018

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Lucas dos Santos Silvério


Química Forense como Alternativa para
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
um Ensino Atrativo de Química
Tecnologia da Paraíba

Anderson Savio de Medeiros Simões


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. A Química tem um papel fundamental na vida dos se-
Maria das Graças Negreiros de Medeiros res humanos, estando presente no corpo humano e em tudo que pro-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e porciona um bem-estar, desde alimentos até a mais alta tecnologia.
Tecnologia da Paraíba
Portanto, entender Ciência é fundamental para formação do cidadão
crítico e participativo no ambiente em que vive.

Muitos alunos não conseguem perceber essa importância da Química.


Um dos motivos é a forma descontextualiza com que o conteúdo é
passado em sala de aula, já que, a maioria dos professores não con-
seguem relacionar os conteúdos ministrados com o cotidiano do alu-
no, dificultando ainda mais a compreensão e gerando desmotivação
por parte do mesmo (PONTES etal., 2008).

Diante de tais dificuldades, fortalece a ideia de que se faz necessário


o ensino dialógico e contextualizado, para que, desta forma, haja a compreensão da presença e importância
socioeconômica da Química no cotidiano do aluno (ROCHA; VASCONCELOS, 2016), causando um maior inte-
resse pela disciplina, facilitando o processo de aprendizagem.

As aulas experimentais é uma das principais ferramentas que o professor de Química pode utilizar para a con-
textualização do conteúdo e promover a motivação dos alunos. Segundo Salesse (2012, p. 11), “a utilização
de métodos diversificados com aulas práticas bem planejadas facilita muito a compreensão da produção do
conhecimento em química, podemos incluir demonstrações feitas pelo professor e experimentos realizados
pelo próprio aluno [...]”.

Estando a Química Forense presente no cotidiano de maioria dos alunos, através de filmes e seriados de televi-
são, que simulam o trabalho de peritos criminais, podemos encontrar na Ciência Forense a interdisciplinarida-
de necessária para contextualizar o ensino da química de forma atrativa, despertando o interesse dos alunos
pelos conteúdos de Química (NUNES, 2017).

Neste contexto, este trabalho consiste num relato das experiências que foram desenvolvidas com uma turma
do Ensino Técnico Integrado ao Médio do IFPB. A atividade consistiu na realização de uma aula experimental,
usando a Química Forense, apresentada nos seriados de televisão, como tema gerador, através da atuação
dos peritos criminais na elucidação de casos, enfatizando a importância e presença da Química no cotidiano.

MATERIAIS E MÉTODOS. O trabalho foi aplicado numa turma de 1º ano do Ensino Técnico Integrado ao Médio
do IFPB Campus João Pessoa, onde foi feita uma apresentação dialógica do conteúdo, seguida de uma son-
dagem sobre o interesse dos alunos pela Química, como também, sobre o conhecimento da química forense
presente nos seriados de TV.

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Como agente motivador, foi apresentada uma proposta para realização de uma aula prática experimental no
laboratório de Química da própria instituição, na qual os discentes poderiam atuar como “peritos”, ajudando
na elucidação de um caso, por intermédio de uma prática de identificação de sangue presente em um cenário
(ficção) criado para prática da atividade.

No laboratório, a atividade foi executada em 3 grupos de 15 alunos. Foram entregues, para cada aluno, Equi-
pamentos de Proteção Individual (EPI), obrigatórios para atividades em laboratório, seguido das orientações
sobre normas de segurança. Foram, também, distribuídos nas bancadas os regentes e as vidrarias necessárias
para prática: vidro de relógio, conta-gotas, bastão de vidro, hastes flexíveis, pisseta, béqueres, peróxido de
hidrogênio (água oxigenada 5%) e a solução de Kastler-Meyer (fenolftaleína, pó de zinco metálico, hidróxido
de sódio, etanol), apresentando sua finalidade e forma adequada de utilização.

O cenário da aula foi criado em um segundo laboratório, no qual foi gotejado sangue bovino (comprado no
mercado) e cercado por uma fita zebrada, para simular a cena de um crime. Após toda explicação no primeiro
laboratório os alunos se dirigiam até a cenário para fazer a coleta das amostras do material, que foi o suposto
sangue encontrado, o qual serviria como prova no processo de investigação feito por eles.

Após a coleta, e já de volta a suas bancadas, cada aluno utilizando os materiais e reagentes disponibilizados
e aplicando o conhecimento previamente adquirido, foi executado o procedimento de identificação de sangue,
até chegarem a uma conclusão individual: o material coletado seria ou não sangue?

RESULTADOS. A aplicação deste trabalho, mostrou a eficácia de uma aula experimental contextualizada, na
qual os alunos puderam interagir diretamente com o conteúdo proposto, relacionando com o seu cotidiano de
forma menos abstrata.

Ao serem questionados sobre o conhecimento da Ciência Forense, as respostas foram diretamente direcio-
nadas a seriados de TV, o que facilitou a comunicação já esperada, sendo notório o interesse na atividade
proposta a eles.

Por ser o primeiro contato direto da turma com um laboratório de química, foi despertada a curiosidade ime-
diata sobre a funcionalidade dos materiais disponibilizados nas bancadas, o que tornou a explicação partici-
pativa, dialógica e de fácil compreensão. Este resultado está de acordo com Rosa, Silva e Galvan (2015, p.42),
que em seu trabalho verificaram que “a ciência forense representou um forte instrumento metodológico, o
qual visou promover a educação científica aliada à formação crítica e consciente dos estudantes”.

Foi também possível observar que o simples fato da utilização de um jaleco e o ambiente diferente da sala de
aula, elevou o nível de comprometimento e seriedade dos estudantes durante toda a atividade, o que mostra
que as atividades práticas e experimentais, atingem de forma positiva o comportamento individual e coletivo
da turma, o que está diretamente relacionado ao processo de aprendizagem do aluno.
3º SIMPIF

A autonomia dada aos alunos assumindo o papel de peritos, semelhante ao que veem na TV, trouxe um maior
entusiasmo na execução da atividade, e permitiu uma discussão sobre a importância da química na área cri-
minalista. Na execução da proposta, buscou-se sempre uma abordagem interdisciplinar, presente na Ciência
Forense. Como por exemplo, a participação da Biologia no experimento executado, pois para identificação do
sangue, as soluções utilizadas reagem com as hemoglobinas presentes no sangue mudando a coloração da
amostra, o que não conclui se o sangue é humano ou animal sendo necessário uma avaliação mais minuciosa
de DNA, curiosidade que foi levantada durante atividade.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS. Na conclusão da atividade, os alunos demonstraram um olhar mais amplo sobre
a Química e em como ela é fundamental para a sociedade de modo geral. É fato que atividades práticas e
experimentais, é a ferramenta ideal, para o professor que deseja sair do modo tradicional de ensino conteudis-
ta da Química nas escolas, fato este que tem ocasionado um déficit de interesse pelas ciências exatas. Portan-
to, se faz necessário a execução de práticas pedagógicas motivadoras, interativas e diferenciadas, nas quais
seja possível contextualizar com o meio em que o discente vive, tornando ao conhecimento mais concreto, e
levando os alunos a um nível de interesse pela disciplina.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino da Química, Aulas Experimentais, Química Forense.

AGRADECIMENTOS: Agradeço à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), ao


Instituto Federal da Paraíba (IFPB) campus João Pessoa, a Coordenação do curso de Licenciatura em Química,
ao Coordenador institucional, orientador de área e supervisor do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação
à Docência (PIBID) Química no IFPB campus João Pessoa.

Referências
NUNES, Pamela Pereira. Contextualização e abordagem de conceitos químicos por meio da química forense:
uma sequência didática para o Ensino Médio no Ensino da Química. 2017. 140 f. Dissertação (Mestrado em
Ensino de Ciências e Matemática) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2017. Disponível em: https://
tede.ufam.edu.br/handle/tede/6388. Acesso em: 30 ago. 2019.

PONTES, Altem Nascimento et al. O ensino de química no nível médio: um olhar a respeito da motivação. XIV
Encontro Nacional de Ensino de Química. Curitiba, PR, 2008. Disponível em: http://www.cienciamao.usp.br/
dados/eneq/_oensinodequimicanonivelm.trabalho.pdf. Acesso em: 30 ago. 2019.

ROCHA, Joselayne Silva; VASCONCELOS, Tatiana Cristina. Dificuldades de aprendizagem no ensino de química:
algumas reflexões. XVIII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVIII ENEQ), p. 1-10, 2016. Disponível
em: http://www.eneq2016.ufsc.br/anais/resumos/R0145-2.pdf. Acesso em: 30 ago. 2019.

ROSA, M. F.; SILVA, P. S.; GALVAN, F. B. Ciência Forense no Ensino de Química por meio da Experimenta-
ção. Química Nova na Escola, vol. 37, n. 1, p. 35-43, 2015. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/
qnesc37_1/07-RSA-40-13.pdf . Acesso em: 02 set. 2019.

SALESSE, Anna Maria Teixeira. A Experimentação no Ensino de Química: importância das aulas práticas no
processo de ensino aprendizagem. 2012. 39 f. Monografia (Especialização em Educação: Métodos e Técnicas
de Ensino). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2012. Disponível em: http://repositorio.
roca.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/4724. Acesso em: 31 ago. 2019.
3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 573


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PÓS-GRADUAÇÃO
EDUCAÇÃO E ENSINO

Amanda Nunes Gomes Meira


Tecnologia e ensino de Artes: Caminhos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
que se cruzam
Tecnologia da Paraíba

Girlene Marques Formiga


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. A ciência tecnológica avança rapidamente suscitando
Letícia de Sousa Soares a cada dia o surgimento de novas descobertas capazes de facilitar
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e atividades humanas e transformar as relações sociais. A imersão nes-
Tecnologia da Paraíba
se universo das novas tecnologias da informação e comunicação com
Jamill Candido Bernardo a utilização dos mais inovadores artefatos tem se alargado entre a
[email protected]
geração contemporânea tanto para fins de atendimento a instituições
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba ou mercados quanto para vínculos mais afetivos.

Em se tratando de contexto educacional, a cultura tecnológica traz


implicações diretas e indiretamente, haja vista ter influência no perfil
dos alunos da contemporaneidade que vivem cercados por variados
elementos tecnológicos. Em consequência disso, a escola tem senti-
do necessidade de se inserir nesse terreno com vistas a aproximar o
contexto dos alunos ao conhecimento escolar, de modo a retornar o saber conforme exigência de formação
humanística e necessidade mercadológica.

Nessa seara de inovações, temos a internet que, embora seja utilizada, muitas vezes inadvertidamente, como
forma de entretenimento através de vídeos, redes sociais e jogos, disponibiliza farta informação e conheci-
mento em diversas áreas, possíveis de contribuir bastante nas práticas pedagógicas. Não é à toa que a utili-
zação de ferramentas digitais faz parte de discussões de diversos pesquisadores que atentam para a inclusão
de metodologias, mediante uso desses recursos, nas práticas pedagógicas efetivas que conduzam à qualidade
no processo de ensino e aprendizagem.

O mundo na rede é também espaço para expressão e cultura, uma vez que por meio da internet surgem novas
formas de acesso às artes visuais, à música, ao cinema, ao teatro, à dança, ao circo, entre outras, responsável
por favorecer o acesso do público a exposições, não apenas a acervos a obras clássicas, mas também a de ar-
tistas em contextos de minorias, com novas formas de atuações poéticas. Nessa pluralidade de artes, por que
não utilizar as interações com a tecnologia em favor da educação e, mais especificamente, do ensino de arte?

Nessa perspectiva, no presente trabalho voltaremos ao ensino artístico, delimitando-nos ao objetivo de dis-
cutir a utilização de ferramentas tecnológicas no âmbito do ensino de artes visuais do Instituto Federal da
Paraíba. Ressaltamos que se trata de resultados preliminares de um estudo oriundo de uma pesquisa mais
ampla do Mestrado Profissional do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica (Pro-
fEPT) que, circunscrita a objetivos mais específicos, originou-se uma investigação no programa Interconecta
IFPB. Em se tratando do objeto de investigação proposto, situado nas artes visuais, o problema se assenta em
como se estabelece as relações entre as novas tecnologias e o ensino da disciplina arte nos cursos técnicos
integrados ao Ensino Médio do IFPB.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 574


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PÓS-GRADUAÇÃO
EDUCAÇÃO E ENSINO

Para tanto, optou-se por uma abordagem metodológica qualitativa, visando a atender aos objetivos propostos
pela equipe da pesquisa que contará com a participação de alunos do curso técnico de Informática do Campus
Santa Rita. Com base em vivências na docência da área de Arte, em pesquisadores da área, como BARBOSA
(1989), Castro (2006), e em análises de documentos prescritivos curriculares do IFPB, a discussão deste
trabalho gira em torno do estabelecimento das relações entre a área tecnológica e a área de ensino artístico,
dialogando sobre como as artes e as tecnologias cruzam seus caminhos.

MATERIAIS E MÉTODOS. O presente trabalho, conforme elucidado, é parte de uma pesquisa de iniciação cien-
tífica, iniciada em meados no primeiro semestre de 2019; logo, uma pesquisa em andamento, o que justifica
resultados inaugurais. Encetado com revisão bibliográfica em torno de ensino de arte e tecnologias, o estudo
encontra-se em trajetos de compreensão do contexto e das relações existentes entre o ensino de artes e as
tecnologias da informação, tanto em conjuntura mais ampla da educação quanto em contexto mais restrito do
IFPB, notadamente no espaço da educação profissional e tecnológica.

Além disso, para elaboração dos resultados deste trabalho em fase preliminar, iniciamos a pesquisa e análise
de algumas ementas de ensino de arte no IFPB, observando se as tecnologias estão inseridas no planejamen-
to dos professores de artes visuais dessa instituição. O acesso ao planejamento dos professores aconteceu a
partir de informações públicas, publicadas no site oficial da instituição. Para fins de delimitação deste traba-
lho, foram consideradas apenas as ementas de artes visuais/plásticas dos cursos integrados de nível médio,
sendo retirada uma amostra aleatória simples, selecionando 7 (sete) propostas de ementas de cursos no
IFPB, observada a partir das informações contidas nos documentos quanto à inserção das tecnologias nas
aulas de arte como conteúdo ou recurso didático.

Tendo em vista a amplitude dessa investigação, que certamente merece continuidade de outros estudos, os
resultados aqui apresentados estão em consonância com o período de desenvolvimento da pesquisa, que
pretende se aprofundar no cumprimento dos objetivos planejados.

RESULTADOS. Apesar de serem objetos distintos, arte e tecnologia possuem características que os fazem se-
melhantes e os aproximam. Castro (2006, p. 30) destaca as semelhanças que contribuem para a formação do
sujeito social, observando que a arte e a informática podem ser entendidas “como linguagens dinâmicas e fle-
xíveis [que] atendem, em contextos educacionais, tanto aos aspectos ligados à racionalidade humana quanto
à criatividade, sendo significativo, portanto, legitimá-las como instrumento de formação do sujeito social.”
Por meio desse entendimento, percebe-se quão o desenvolvimento tecnológico tem se integrado aos proces-
sos sociais, econômicos e comunicacionais. Tal ideia é corroborada por Barbosa (1989, p.178), ao defender
que “a arte não está separada da economia, política e dos padrões sociais que operam na sociedade. Idéias,
emoções, linguagens diferem de tempos em tempos e de lugar para lugar e não existe visão desinfluenciada
e isolada.”

Pensando no ensino de arte e sua relação com as tecnologias, é possível encontrar múltiplas formas de as-
3º SIMPIF

sociação. Uma possibilidade está na tecnologia como meio de comunicação e divulgação que proporciona
o acesso a obras de arte. A esse respeito, Rossi e Zamperetti (2015, p. 6) consideram que tal procedimento
trouxe muitas possibilidades para “que os estudantes vivenciem o mínimo de experiência com a arte produ-
zida, possibilitando a fruição estética e o conhecimento de diversas culturas e contextos históricos.” Assim
sendo, através da internet, “a tecnologia contribui para que muitas das obras, antes distantes, possam ser
acessadas de forma simples e até interativa, como um passeio virtual a museus de Arte, algo já disponível na
rede.” (Sabino, 2016, p. 18).

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EDUCAÇÃO E ENSINO

Ainda sobre o assunto, Venturelli (2009) apresenta o ponto de vista da tecnologia como ferramenta de criação
artística, considerando que, para as artes, o conhecimento informático aumenta as possibilidades e potencia-
liza as técnicas tradicionais de criação quanto à produção de trabalhos artísticos. Seguindo igual julgamento,
Oliveira e Falcão (2016, p.31) reiteram que “nesse novo contexto as tecnologias computacionais em parceria
com técnicas gráficas tornaram possível trabalhos cada vez mais criativos.” Diante do cenário exposto, os
softwares e aplicativos podem ser poderosas ferramentas de criação, com muitas possibilidades na produção
de trabalhos no contexto escolar.

Nesse sentido, analisando os planejamentos de ementas elaboradas pelos professores de arte do IFPB, per-
cebemos, a priori, que é comum aos professores de arte do preverem a utilização dos recursos tecnológicos,
como datashow, computador, aparelhos de áudio e música, câmera fotográfica, câmera de vídeo, internet.
Certamente que apenas a observação preliminar das ementas não nos possibilita identificar e descrever a for-
ma como estes recursos são inseridos nas aulas, mas se verificou que, em alguns casos, o uso das tecnologias
está inserido na ementa da disciplina de outras formas. Nas 7 (sete) ementas observadas, foram identificadas
casos em que o planejamento se propõe a trabalhar com informática no desenvolvimento de projetos, forman-
do grupos de inserção digital; outros se referiam a objetivos que propunham o reconhecimento da importância
e de novas tecnologias em arte, ou que colocaram entre os objetivos desenvolver trabalhos, fazendo uso de
equipamentos tecnológicos, como computador, projetores, câmeras e softwares.

Os resultados já apontam que o acesso às ferramentas tecnológicas em si não é o suficiente para o sucesso
do professor no ensino de arte ou de qualquer disciplina, mas reconhecemos que cabe ao professor planejar
o desenvolvimento dos conhecimentos de modo a tirar o maior proveito possível das ferramentas disponíveis
para serem aplicadas ao processo de ensino e aprendizagem na instituição.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Arte e tecnologia se encontram na vida e na educação, fato que aponta para as
associações em vários aspectos das relações sociais. As tecnologias, em geral, proporcionam facilidades na
vida cotidiana, porém, a sua utilização no contexto educacional requer reflexão quando se pretende práticas
educativas que agreguem mais conhecimento com vistas a uma aprendizagem mais significativa, produtiva
e dinâmica, facilitando a problematização dos conteúdos e a sua aplicação em situações concretas. Em vista
disso, é importante que os professores estejam abertos a aproveitarem os recursos disponíveis nas ferramen-
tas informacionais, considerando o poder de criarem um elo entre o público jovem de nível médio com assun-
tos tratados na disciplina Artes Visuais.

Por se encontrar em andamento, a presente pesquisa apresenta informações preliminares obtidas através de
pesquisa bibliográfica e por meio de documentos oficiais da disciplina Artes Visuais ministrada no IFPB. Ao
final do projeto, espera-se avançar com novas informações que possam difundir opções e possibilidades de
utilização de ferramentas tecnológicas para que sejam usadas além do contexto educacional do IFPB, tendo
em vista a proposição de contribuir na reflexão dos docentes que buscam a interação e engajamento com a
formação profissional do seu público, mediante utilização de artefatos digitais.
3º SIMPIF

É certo que a simples utilização de tecnologias no ambiente educacional não garante o sucesso da aprendiza-
gem, mas, cabe ao professor refletir sobre sua própria prática para aproveitar da melhor forma as possibilida-
des que surgem no encontro entre as artes e as tecnologias.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Arte. Tecnologias. Artes Visuais.

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AGRADECIMENTOS: Agradecemos a PRPG-IFPB que, por meio da Chamada Interconecta IFPB, contribui com
o desenvolvimento desta pesquisa, e ao Mestrado Profissional do Programa de Pós-Graduação em Educa-
ção Profissional e Tecnológica (ProfEPT) - Campus João Pessoa, que proporcionou ampliação das discussões
quanto ao ensino de Artes em contextos de Educação Profissional e Tecnológica.

Referências
BARBOSA, Ana Mae. Arte-Educação no Brasil: realidade hoje e expectativas futuras. Estud. av., São Paulo,
v. 3, n. 7, p. 170-182, Dec. 1989 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S010340141989000300010&lng=en&nrm=iso> Acesso em 17 set. de 2018.

CASTRO, Andrea de Farias. Informática, Arte e Cultura Escolar: resgatando espaços na civilização científica.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação.
Tese de Doutorado em Educação. Rio de Janeiro, 19 de maio de 2006. Disponível em: <https://bit.ly/2k5B-
DoD> Acesso em 08 de mar. de 2019.

OLIVEIRA, Maria José Negromonte de; FALCÃO, Taciana Pontual. Arte e Tecnologia: possibilidades de fazeres
artísticos com dispositivos móveis. #15.ART. Encontro Internacional de Arte e Tecnologia. 2016. Disponível
em: <https://bit.ly/2lFDj8Z> Acesso em 10 de jun. de 2019.

ROSSI, Flávia Demke; ZAMPERETTI, Maristani Polidori. O Ensino de Artes Visuais e as Tic – Pesquisando os
docentes e sua atuação em sala de aula. XVI Seminário de História da Arte. Centro de Artes, Universida-
de Federal de Pelotas. 2014. disponível em: <https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/ index.php/Arte/article/
view/4902> Acesso em 08 de mar. de 2019.

SABINO, Denise B. Pinto. Tecnologias Possíveis Para O Ensino De Arte: Uma Análise das tecnologias utiliza-
das por alunos de colégios de Londrina/PR. 2016. UTFPR - Depto. Acadêmico de Ciências Humanas, 2016.
Disponível em: <https://bit.ly/2m1VPZa> Acesso em: 10 jun. de 2019.

VENTURELLI, Suzete Lúcio Teles. Informática aplicada às artes. Brasília: Universidade de Brasília, 2009. Dis-
ponível em: <https://bit.ly/2kyIlDO> Acesso em 08 de ago. de 2019.

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Júnio Cândido dos Santos


Uso da História da Matemática para
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
elaboração de materiais didáticos
Tecnologia da Paraíba de geometria plana para Educação
Rafael José Alves do Rego Barros Profissional e Tecnológica
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Formas de trazer melhorias ao ensino de Matemática
e de como tornar a sua aprendizagem mais eficaz e atraente para o
aluno vêm, há muito tempo, motivando a realização de estudos. Desta
forma, dentro da perspectiva de formação integral do Homem, a que
se propõe a Educação Profissional e Tecnológica (EPT), este trabalho,
ao pensar a Matemática com instituição social, agente de cognição e
agente de formação cultural, se configura dentro das formas diferen-
tes de pensar os conteúdos necessários à formação dos estudantes,
para que estes sejam capazes de desenvolver suas capacidades de,
autonomamente, interpretar e agir sobre a realidade. Segundo Barros
(2016) o desenvolvimento de novas estratégias metodológicas para
o ensino da matemática se torna um desafio para os professores, e
dentro desta perspectiva, utilizar a história da matemática como fator
mobilizador amplia os conhecimentos de alunos e professores, pois utilizando a história da matemática como
ferramenta de aprendizagem, estaremos sempre aprendendo uma coisa nova que pode ser reelaborada e
introduzida em sala de aula, fazendo com que as aulas sejam mais interessantes. Como atestado por Barros
(2016), Fossa (2012), Mendes (2009) e Miguel e Miorim (2011), nos últimos anos, nas mais diversas modali-
dades da produção científica e escolar brasileira, tem-se verificado o aumento da fala relativa ao uso dos as-
pectos históricos na Educação Matemática escolar. Por exemplo, a utilização de informações históricas como
fonte geradora da aprendizagem matemática, em raras vezes, ocorre, seja através de seu uso pelo professor,
na sua ação pedagógica, seja pela presença em livros didáticos, por este mesmo professor, adotado. Como
bem colocado, essa aceitação traz consigo não apenas a necessidade de competência por parte de seu imple-
mentador, mas também a necessidade do conhecimento de seus usos possíveis e limites, que são inerentes
aos mesmos. Através do conhecimento destes fatos, propomos este trabalho que objetiva o desenvolvimento
de produto educacional, que se materializará na forma de material didático, para subsidiar as aulas de Geo-
metria Plana, fazendo uso da história no ensino da Matemática. Nosso produto educacional, requisito para a
conclusão do mestrado profissional, está, segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES), inserido na área quatro, isto é, onde estão situados os materiais textuais e, mais especifica-
mente, os materiais didáticos. Partindo desta definição, escolhemos como produto educacional confeccionar
um material didático, pois, “conhecidos como ‘recursos’ ou ‘tecnologias educacionais’, os materiais e equipa-
mentos didáticos são todo e qualquer recurso utilizado em um procedimento de ensino, visando à estimulação
do aluno e à sua aproximação do conteúdo.” (FREITAS, 2009, p.21).

MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa é classificada como pesquisa aplicada. Resolvemos abordá-la através de
uma ótica qualitativa. Sendo nosso universo o Campus João Pessoa do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia – IFPB e definimos nossa amostragem como sendo não probabilística. Pois, como amostra deste
universo, escolhemos alunos do Curso Técnico de Edificações Integrado ao Ensino Médio. Utilizaremos, para
isto, como instrumentos de coleta de dados duas técnicas: o questionário e a observação. A primeira fase

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da pesquisa foi a escolha do tema, que se seguiu ao levantamento da bibliografia pertinente ao desenvolvi-
mento da pesquisa. A fase seguinte compreende a elaboração dos textos e atividades do material didático,
já trabalhando, nesta fase, na confecção do produto educacional. Após isto, será realizada a validação das
sugestões, que será de suma importância para aprimoramento do produto educacional. Também, é nesta fase
que serão coletados os dados através da aplicação de questionários e de observação. A fase seguinte é a de
análise e interpretação dos dados obtidos. E por fim, a redação do texto com o relato dos resultados obtidos.
Durante todas as fases de desenvolvimento da pesquisa, procuraremos fazer a articulação pedagógica com o
ensino. Para isso, nos apoiaremos no referencial teórico. Em todas as fases de desenvolvimento da pesquisa,
procuraremos fazer a articulação pedagógica com o ensino. Onde salientamos que devemos buscar implantar
inovações no ensino que causem sua melhoria e que, consequentemente, tragam novas formas de motivar
os alunos. Buscamos, então, num contínuo processo de construção do conhecimento fazer a integração dos
aspectos cotidiano, escolar e científico do conhecimento matemático, tomando como base Mendes (2009).
Considerando, com isto, que o ser humano carrega consigo uma bagagem de conhecimento que deve ser
respeitada e usada. Por esta razão, abordaremos o uso da história no Ensino da Matemática como agente de
formação cognitiva e cultural, buscando utilizar de todas suas potencialidades didáticas para o uso no Ensino
Médio das dissertações, dentro das perspectivas teóricas defendidas. Pois, o matemático desenvolve uma ati-
vidade racional, portanto, inerente ao Homem, desenvolvida, nas suas origens, para suprir suas necessidades
de sobrevivência. O uso da história da Matemática como agente cognitivo considera que a aprendizagem é
efetivada da melhor forma quando o ser humano participa como agente ativo da construção do seu conheci-
mento. Para os construtivistas, “o processo cognitivo não é um acontecimento passivo e dependente, confor-
me o modelo da transmissão do conhecimento, mas um procedimento ativo em que o sujeito cognoscitivo, de
fato, constrói seu próprio conhecimento.” (FOSSA, 2012, p. 85). Por fim utilizaremos do uso ponderativo da
História da Matemática para, através dela, ensinar conceitos matemáticos ligados à Geometria Plana, nas suas
vertentes de uso episódico e novelesco, introduzidos por Fossa (2012), com o objetivo de fazer o uso mani-
pulativo do produto educacional. A manipulação do material didático tira o aluno da condição de expectador
passivo, ou seja, como pontua Mendes (2009), torna o aluno ator na construção do seu próprio conhecimento.

RESULTADOS. Desta forma, levando em conta a proposta do currículo para o Ensino Médio Integrado, confor-
me Frigotto, Ciavatta e Ramos (2005), e considerando os usos da história no ensino da matemática, referen-
ciado por Mendes (2009) e Fossa (2012), que desenvolvemos como produto educacional um material didático
que se subdivide em duas partes, a saber: o material didático do aluno e o material didático do professor.
Para o material de uso do aluno são abordados a construção do número π, a área do círculo e o Perímetro da
circunferência e a aplicação dos conceitos de polígonos regulares. No material destinado ao uso do professor
temos tudo que consta no material destinado aos alunos somados a um guia de utilização, ressaltando as
potencialidades e argumentos reforçadores para o uso da historia da matemática. Complementado o material
destinado aos professores temos um CD contendo uma sequência didática apresentada na forma de Slides.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Deve ser uma constante a busca por inovações que tragam melhorias para o ensi-
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no, num contínuo processo de construção do conhecimento pela integração dos aspectos cotidiano, escolar e
científico dele. A utilização de informações históricas como fonte geradora da aprendizagem matemática, em
raras vezes, ocorre, seja através de seu uso pelo professor, na sua ação pedagógica, seja pela presença em li-
vros didáticos, por este mesmo professor, adotado. Nos estudos conduzidos por Barros (2016), Fossa (2012),
Mendes (2009) e Miguel e Miorim (2011) são encontradas referências que atestam que o uso da história para
se ensinar matemática é uma rica fonte de geradores da aprendizagem. Foi, então, dentro deste pensamento
que propomos, como produto educacional, um material didático fundamentado no uso da história no Ensino

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da Matemática para o ensino de Geometria Plana, que venha a subsidiar alunos e professores no processo de
ensino e aprendizagem nesta área.

PALAVRAS-CHAVE: História e Epistemologia da Matemática. Materiais didáticos. Geometria plana. Educação


Profissional e Tecnológica.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba pelo


apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
BARROS, Rafael José Alves do Rego. Pesquisas Sobre História e Epistemologia da Matemática: contribuições
para abordagem da matemática no Ensino Médio. 2016. 243f. Tese (Doutorado em Educação) – Centro de
Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2016.

FOSSA, John Andrew. Ensaios sobre a Educação Matemática. 2. ed. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2012.

FREITAS, Olga. Equipamentos e materiais didáticos. Brasília : Universidade de Brasília, 2009. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=614-equipamentos-e-ma-
teriais-didaticos&Itemid=30192. Acesso em: 29 nov. 2018.

FRIGOTTO, Gaudêncio; CIAVATTA, Maria; RAMOS, Marise. Ensino médio integrado: concepção e contradições.
São Paulo: Cortez, 2005.

MENDES, Iran Abreu. Investigação histórica no ensino de Matemática. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moder-
na Ltda., 2009.

MIGUEL, Antônio; MIORIM, Maria Ângela. História na Educação Matemática: propostas e desafios. 2. ed. Belo
Horizonte: Autêntica Editora, 2011.

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ENGENHARIA ELÉTRICA | AUTOMAÇÃO
ROBÓTICA | BIOTECNOLOGIA

Gustavo Pereira Bruno


Análise de defeitos no rolamento de um
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
motor de indução Trifásico
Tecnologia da Paraíba

Silvana Luciene Cunha Costa


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Por apresentarem alta confiabilidade e elevado rendi-
André Fellipe Cavalcante Silva mento energético, os motores de indução trifásicos (MIT) são, atual-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e mente, responsáveis por 90% da fonte primária de energia mecânica
Tecnologia da Paraíba
utilizada nas indústrias. No entanto, para garantir estes elevados e
desejados níveis de disponibilidade e desempenho, tornou-se impres-
cindível a adoção de planos e práticas de manutenção. Dentre os tipos
de manutenção contemplados pela Norma Técnica NBR 5462, aplicá-
veis aos MIT, destaca-se a manutenção preditiva, a qual, utilizando
técnicas sistematizadas de análise, supervisão e amostragem de da-
dos, visa, entre outras coisas, prolongar a vida útil do MIT e dos seus
componentes, reduzir as ações de manutenção preventiva e corretiva
e, elevar os níveis de produtividade e de disponibilidade operacional.
Neste sentido, este trabalho objetivou o desenvolvimento de uma fer-
ramenta de monitoramento preditivo dos rolamentos dos MIT, por meio da técnica de Emissão Acústica (EA). A
opção pela EA baseou-se no fato desta técnica ser considerada pouco invasiva, apresentar alta confiabilidade
e ser de fácil implementação. Além disto, a ferramenta se caracterizou como um projeto de baixo custo, uma
vez que o valor total dos componentes, utilizados na montagem do protótipo, representou apenas uma fração
do atual valor de um equipamento de monitoramento convencional.

MATERIAIS E MÉTODOS. Comumente, a análise de defeitos em rolamento, é realizada utilizando-se a trans-


formada rápida de Fourier (FFT). Este método transporta um sinal do domínio do tempo para o domínio da
frequência, possibilitando enxergar características, que antes estavam ocultas, dentro do sinal analisado.
Conforme Mello (2011 apud Silva 2018), a transformada de Fourier permite uma ampla análise de diferentes
tipos de sinais, pelo fato de lidar bem com as não linearidades dos sinais não periódicos. Permite visualizar
características intrínsecas de um sinal, que não poderiam ser identificadas a partir da observação de apenas
um único domínio. Para Al-ghamd (2006), que estudou as relações entre RMS, amplitude e curtose, em dife-
rentes tipos de defeitos em rolamentos, ao estabelecer-se um paralelo entre as técnicas de Emissão Acústica
e de vibração, observou-se que, em relação aos parâmetros citados (RMS, amplitude e curtose), a técnica de
EA foi a que apresentou os melhores resultados.

A pesquisa empregou a FFT no tratamento do sinal capturado, via EA, para então executar a análise e super-
visão dos dados, conforme proposto por Salazar-villanueva (2013), Nóbrega (2015) e Grebenik (2016).

A análise no domínio da frequência foi realizada utilizando-se três equações, conforme a literatura, as quais
possibilitaram identificar as frequências de falha dos principais componentes do rolamento (pista interna,
pista externa e elemento rolante).

Na ferramenta elaborada por esta pesquisa, estes cálculos foram realizados por uma técnica especificamente
desenvolvido para esta finalidade. Conforme Silva (2018), com o uso desta técnica, a velocidade de um ro-

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ENGENHARIA ELÉTRICA | AUTOMAÇÃO
ROBÓTICA | BIOTECNOLOGIA

tor pode ser estimada com precisão. Em suma, o protótipo (Software + Hardware) captura, por meio de um
transdutor de entrada (microfone unidirecional) o sinal acústico proveniente do MIT, realiza o tratamento do
sinal, extraindo os dados de interesse e produz, como saída, gráficos no domínio da frequência, que apontam
as frequências de falha, com as suas respectivas amplitudes. A constituição do protótipo é detalhada a seguir.

Dispositivo (Hardware). Como transdutor, para aquisição das emissões acústicas do MIT, utilizou-se um mi-
crofone condensador Samson, modelo C01. Foi escolhido este modelo, por conta da sua alta sensibilidade,
adequada faixa de frequência (18Hz a 20 kHz)e do seu padrão de captação unidirecional (polar cardióide).
Para converter a saída analógica, proveniente do microfone, em saída digital e amplificar o sinal, foi utilizada
uma interface de áudio Behringer modelo UMC22, a qual possibilitou a digitalização do sinal, com uma taxa
de amostragem de 4100 Hz e 16 Bits de resolução. Esta interface foi conectada, por via Serial, a uma placa
Raspberry Pi 3+, que executou as funções de identificar e receber via WiFi o pedido de aquisição de sinal,
gravar a aquisição executada e enviá-la de volta via WiFi ao módulo solicitante, para sofrer as ações de pro-
cessamento do sinal.

Dispositivo (Software). O sistema de Software da ferramenta foi todo desenvolvido em linguagem python,
sendo composto por dois módulos. O módulo principal ficou hospedado na Workstation (computador) do
operador e continha as funcionalidades necessárias ao tratamento do sinal capturado, como a execução dos
cálculos matemáticos e dos gráficos indicadores das frequências de defeitos, com as suas respectivas ampli-
tudes. É por meio deste módulo que o operador o inicia o processo de monitoramento, enviando para a placa
Raspberry, via WiFi, uma solicitação de captura da emissão acústica do MIT. O módulo passa a aguardar a res-
posta da Raspberry, com os sinais de áudio digitalizados, para então processar os dados recebidos. O segundo
módulo do software é executado na placa Raspberry e tem a função de receber a solicitação da Workstation,
executar a gravação do áudio digitalizado e enviá-lo de volta ao módulo principal. Esta arquitetura garantiu
uma aquisição de sinal livre de ruídos eletromagnéticos, uma vez que a placa Raspberry ficou isolada da rede
elétrica. Contribuiu também, para caracterizar a mobilidade como uma das principais características da solu-
ção, haja vista que o protótipo desenvolvido, além de compacto, operou com bateria própria.

Rolamento de testes. Para os testes, foi utilizado um rolamento, do tipo 6206 da SKF com o Pitch (D) de
46mm, número de elementos rolantes igual a 9 (n), contato angular de 0° (Φ) e diâmetro dos elementos ro-
lantes de 9.52mm (d), com defeito nas pistas interna e externa. Este rolamento foi montado em um rotor de
um motor WEG W22 (2CV), instalado na bancada de testes do Grupo de Instrumentação e Controle em Estudo
de Energia e Meio Ambiente (GPICEEMA) da UFPB, Campus João Pessoa.

RESULTADOS. Com o protótipo construído, foi possível determinar de forma precisa e não invasiva a veloci-
dade do rotor e executar os cálculos matemáticos e os gráficos indicativos das frequências de falhas do rola-
mento do MIT. O sistema também foi validado em testes adicionais, na bancada de testes da UFPB, nos quais
foi possível auferir a velocidade do rotor por um tacômetro devidamente calibrado. Nos gráficos produzidos
pela ferramenta, foi possível observar os picos significantes nas frequências de falha, constatando, assim, a
3º SIMPIF

presença de defeito no rolamento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Neste estudo foi possível constatar a utilidade da técnica de Emissão Acústica para
detecção de falhas no rolamento de um motor de indução trifásico. Nesta pesquisa, o protótipo desenvolvido
mostrou-se satisfatório para aquisição dos sinais acústicos provenientes de um MIT. O protótipo pode ser
considerado de baixo custo, uma vez que teve um custo de produção de aproximadamente setecentos e cin-
quenta reais, o qual é muito inferior ao custo de aquisição de equipamentos de funcionalidade semelhante,

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disponíveis no mercado. Propõe-se para pesquisa futura, o aprofundamento do estudo sobre demais picos que
se manifestam no espectro do sinal, além do projeto e implementação de uma Rede Neural Artificial (RNA),
visando à identificação e classificação automatizadas dos defeitos encontrados.

PALAVRAS-CHAVE: Emissão Acústica. Análise de falhas. Rolamentos. MIT.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB, Campus João Pessoa, pelo apoio ao desenvolvimento desta pes-
quisa; Agradecemos também à UFPB, Campus João Pessoa, pelo apoio e disponibilização da bancada de
testes.

Referências.
AL-GHAMD, Abdullah M.; MBA, David. A comparative experimental study on the use of acoustic emission and
vibration analysis for bearing defect identification and estimation of defect size. Mechanical systems and sig-
nal processing, v. 20, n. 7, p. 1537-1571, 2006.

GREBENIK, Jarek et al. Roller element bearing acoustic fault detection using smartphone and consumer micro-
phones. 2016. NÓBREGA SOBRINHO, Carlos Alberto et al. Estudo comparativo de técnicas para Diagnóstico
de falhas em motores de Indução trifásicos. Tese de Doutorado submetida à Universidade Federal da Paraíba
2015.

SALAZAR-VILLANUEVA, Fernando; IBARRA-MANZANO, Oscar G. Spectral analysis for identifying faults in in-
duction motors by means of sound. In: CONIELECOMP 2013, 23rd International Conference on Electronics,
Communications and Computing. IEEE, 2013. p. 149-153.

SILVA, Júlio Cesar da. Sistema totalmente não-invasivo para determinação da velocidade de rotação do eixo,
torque e rendimento em motores de indução em operação. 2018. 111 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Engenharia Mecânica, Centro de Tecnologia (ct) - Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica, Uni-
versidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2018

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Tales Augusto Barros


Antenas patch fractal quadrangular
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de Riemann-Koch para aplicação em
Tecnologia da Paraíba comunicações sem fio
Paulo Henrique Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. As antenas de microfita fractais quadrangulares foram
Lamarks Tiburtino Cavalcanti desenvolvidas neste trabalho para aplicações em sistemas de comu-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e nicações sem fio. Em geral, as antenas patch apresentam uma largura
Tecnologia da Paraíba
de banda estreita, com valor situado entre 1% e 3% da frequência de
Rodrigo Cézar Silva ressonância central. Esta característica é indesejável para aplicações
[email protected] em sistemas de comunicações sem fio. O uso de formatos geométri-
Universidade Estadual da Paraíba
cos convencionais é um dos motivos pela largura de banda estreita
das antenas de microfita do tipo patch apresentadas na literatura1.
Tendo em vista esta limitação, as figuras dos fractais quadrangulares
são propostas como elementos irradiantes das antenas de microfi-
ta do tipo patch1, buscando desenvolver antenas de banda larga e/
ou multibanda que satisfaçam os requisitos exigidos pelos padrões
de comunicações sem fio. Os fractais quadrangulares apresentados
neste trabalho são figuras planas fechadas com lados curvos, que tem como princípio as mesmas caracte-
rísticas dos fractais definidos por Benoit Mandelbrot2. As figuras dos fractais quadrangulares são obtidas a
partir da aplicação do sistema de Lindenmayer ou sistema-L3. Este sistema é utilizado para gerar o fractal de
Koch no plano de Argand-Gauss em conjunto com uma transformação conforme de Riemann4. A transforma-
ção conforme preserva os ângulos internos dos fractais gerados pelo sistema-L no plano de Argand-Gauss.
A geração das figuras fractais quadrangulares é feita com o uso do software MATLAB®, através de algoritmos
computacionais que tem implementados as seguintes funções: sistema-L, mapeamento conforme e “turtle
geometry”5. O algoritmo “turtle geometry” converte a “string” (cadeia de caracteres) gerada pelo sistema-L na
figura delineada no plano de Argand-Gauss. Para caracterização das antenas de microfita do tipo patch, com a
geometria dos fractais quadrangulares de Riemann-Koch foi utilizado o software ANSYS Designer™ – um simu-
lador de onda completa que tem implementado em sua base programadora o método dos momentos (MoM)6.
A definição matemática dos elementos fractais, bem como o processamento de imagens entre programas de
CAD (Computer Aided Design), aprimoraram a metodologia adotada nas etapas do projeto, análise e fabrica-
ção das antenas. Aplicadas em conjunto, as ferramentas desenvolvidas viabilizam o projeto rápido e preciso
de protótipos das antenas abordadas.

MATERIAIS E MÉTODOS. Os leiautes das antenas de microfita fractais quadrangulares de Riemann-Koch são
elaborados por meio da modelagem matemática da geometria do patch irradiante, ou seja, da geometria do
fractal quadrangular, da linha de transmissão e do plano de terra. A figura do fractal quadrangular é feita no
MATLAB®, e exportada em arquivo de formato DXF (Drawing Exchange Format), em seguida o arquivo DXF é
importado para o ambiente do ANSYS Designer™. O material FR-4 (fibra de vidro) com permissividade elé-
trica relativa de 4,4 e espessura de 1,5 mm foi selecionado para o desenvolvimento das antenas propostas.
A alimentação das antenas é feita por linha de transmissão de microfita. Para o casamento de impedâncias
entre a linha de microfita de entrada de 50 Ω e do elemento patch irradiante foi utilizado um transformador de
quarto de onda. Para as antenas patch fractais quadrangulares de Riemann-Koch, as simulações são realiza-

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das na faixa de frequências de 1,0 – 7,0 GHz. Após as etapas de projeto e análise de onda completa, algumas
antenas são selecionadas para fabricação de protótipos. Em seguida, os protótipos são medidos com o uso
de um analisador de redes vetorial. Os resultados simulados e medidos são comparados para validação da
metodologia proposta.

RESULTADOS. As antenas patch fractais quadrangulares de Riemann-Koch apresentaram respostas em banda


larga e dual-band. Os resultados obtidos para a faixa de frequências de 1,0 – 7,0 GHz são apresentados. Para
a primeira antena de microfita do tipo patch projetada com o fractal quadrangular de Riemann-Koch de nível
0, a largura de banda simulada na frequência central de 2,44 GHz foi de 112,0 MHz com uma perda de retorno
de 42,4 dB. Na análise experimental a largura de banda medida foi de 143,2 MHz na frequência de 2,47 GHz,
com um desvio de 1,2% em relação à frequência de ressonância simulada. A segunda antena patch fractal
quadrangular de Riemann-Koch de nível 1, teve sua área total reduzida em 5,9% em relação à antena de nível
0. Neste caso, os resultados obtidos foram duas frequências de ressonância: uma em 2,44 GHz, com uma
largura de banda de 50,0 MHz, e outra em 5,77 GHz, com uma largura de banda de 180,0 MHz. Um bom casa-
mento de impedâncias foi observado nestas frequências de ressonância com perdas de retorno abaixo de 30,0
dB. Para a terceira antena patch fractal quadrangular de Riemann-Koch de nível 2, foi obtido uma redução de
área total de 48,2% em relação à antena de nível 0. A partir dos resultados simulados, duas frequências de
ressonância foram verificadas: uma em 2,44 GHz com uma largura de banda de 41,0 MHz e outra em 6,04 GHz
com uma largura de banda de 135,0 MHz. As perdas de retorno nas respectivas frequências de ressonância
foram de 37,3 dB e 24,7 dB. Para a quarta antena patch fractal quadrangular de Riemann-Koch de nível 3
foram observadas duas ressonâncias: uma em 2,44 GHz, com uma banda de 40,0 MHz, e outra em 5,73 GHz,
com uma banda de 102,0 MHz. As perdas de retorno nas respectivas frequências de ressonância foram de
23,3 dB e 19,2 dB. A quarta antena apresentou uma redução de área de 45,1% em relação à antena de nível 0.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Neste trabalho uma nova classe de figuras fractais são abordadas e aplicadas como
elementos irradiantes em antenas patch de microfita. Inicialmente foram projetadas quatro antenas do tipo
patch com os fractais quadrangulares de Riemann-Koch até o nível três. Com a aplicação dos fractais, a área
das antenas patch de microfita foram reduzidas em até 48,2%. Nas análises computacionais foram observa-
das respostas em banda larga e dual-band nas frequências de ressonâncias utilizadas em sistemas de comu-
nicações sem fio. As características de autossimilaridade e preenchimento de espaço presentes nas figuras
fractais são notáveis nas antenas desenvolvidas neste trabalho. Estas características associadas às antenas
de microfita do tipo patch proporcionaram larguras de bandas percentuais de até 6%. As geometrias das figu-
ras dos fractais quadrangulares podem ser utilizadas como elementos irradiantes de outros tipos de antenas
de microfita. O tipo de fractal produzido através do sistema-L pode ser alterado junto com a transformação
conforme, formando assim, outros tipos de figuras fractais quadrangulares.

PALAVRAS-CHAVE: Antenas patch. Fractais quadrangulares. Banda larga. Dual-band. Comunicações sem fio.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao suporte recebido do Programa de Pós-graduação em Enge-


3º SIMPIF

nharia Elétrica, PPGEE-IFPB, ao incentivo financeiro da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba
FAPESQ, ao Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do IFPB. Ao Prof. Dr. Paulo Henrique da Fonseca
Silva, pela orientação, apoio e confiança.

Referências
C. A. BALANIS. Teoria de Antenas – Análise e Síntese. vol.2, 3rd ed., LTC-Editora S.A., Rio de Janeiro, 2009.

B. B. MANDELBROT. The Fractal Geometry of Nature. W. H. Freeman and Company, New York, 1975.

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A. LINDENMAYER, PRUSINKIEWICZ, P. et al: The algorithmic beauty of plants, Springer-Verlag. New York, 1990.

T. K. DELILLO. The accuracy of numerical conformal mapping methods: a survey of examples and results,
SIAM J. Number. Anal. 31 (1994), 788-812.

H. ABELSON; A. DISESSA. Turtle Geometry. 1981.

C. A. BALANIS. Teoria de Antenas – Análise e Síntese. vol.1, 3rd ed., LTC-Editora S.A., Rio de Janeiro, 2009.

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Arthur Medeiros Guimarães


Avaliação de um acelerômetro
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
capacitivo de baixo custo no
Tecnologia da Paraíba monitoramento da saúde vocal
Igor Forcelli Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. No âmbito da saúde vocal, técnicas como a eletroglo-
Suzete Élida Nóbrega Correia tografia são utilizadas para a avaliação do estado das pregas vocais.
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e Entretanto, este exame retorna apenas informações resultantes do
Tecnologia da Paraíba
uso diário, ou seja, apenas as consequências do uso inadequado da
Silvana Luciene do Nascimento Cunha voz e não suas causas. Diante disto, são utilizadas técnicas como au-
Costa tomonitoramento e autorrelato. No entanto, são abordagens subjeti-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e vas e não possuem confiabilidade (HILLMAN, MEHTA, 2011). Nesse
Tecnologia da Paraíba contexto, o monitoramento móvel da saúde vocal tem sido apresen-
tado como uma ferramenta de auxílio a detecção/diagnóstico de
anormalidades provenientes de maus hábitos vocais. Na universidade
de Harvard (METHA et al., 2017) foi explorado o uso do acelerôme-
tro piezoelétrico, no monitoramento móvel da saúde vocal. Nos seus
primeiros trabalhos, os dados do acelerômetro são armazenados em
um smartphone pela entrada de áudio do celular, posteriormente substituída pela comunicação bluetooth. O
acelerômetro baseado no efeito piezo elétrico, produz sinal de corrente alternada à medida que ocorre uma
vibração ou choque mecânico. Acelerômetros baseados no efeito capacitivo utilizam a capacitância para de-
tectar a variação da posição de uma massa e calcular sua aceleração. Esse tipo de acelerômetro possui alta
precisão e estabilidade, além de serem resistentes a ruídos oriundos da variação de temperatura ambiente
(ELWENSPOEK e WIEGERINK, 1993). Entretanto, o acelerômetro é desenvolvido para ser um sensor de deslo-
camento. Isso significa que a movimentação do usuário altera significativamente a resposta do sensor. Portan-
to, é necessário realizar uma calibração no sinal do acelerômetro, para que a resposta do mesmo não possua
ruídos oriundos das ações realizadas nas atividades diárias do portador. Isto possibilita uma análise acústica
da vibração das pregas vocais, utilizando o sinal do sensor. Diante do exposto, este trabalho visa elaborar um
método de calibração eficiente para um acelerômetro capacitivo, com o intuito de realizar a extração de ca-
racterísticas de sinais comumente utilizados na literatura acerca da saúde vocal, além de avaliar a viabilidade
dessas medições para futuras implementações em sistemas de monitoramento móvel.

MATERIAIS E MÉTODOS. Devido ao fato desta pesquisa utilizar humanos como voluntários, este projeto foi
submetido ao comitê de ética e pesquisa do IFPB, com parecer de no 3.577.570, autorizando este estudo.
Escolheu-se a ponta do osso esterno, na região do pescoço, como referência para o posicionamento do ace-
lerômetro, pois é uma região sensível as vibrações das pregas vocais (NOLAN, MADDEN e BURKE, 2009). A
plataforma de aquisição de dados utilizada, Esp32, é um microcontrolador de baixo custo desenvolvido pela
empresa Espressif. O dispositivo pode ser programado pela IDE (Ambiente Integral de Desenvolvimento) do
Arduino. O acelerômetro proposto neste projeto é o MPU-6050. Sua frequência máxima de amostragem é de 1
kHz. Os dados são salvos na porta serial da IDE do Arduino em um arquivo “txt”, posteriormente processados
no Matlab, gerando um arquivo “WAV” com o sinal do acelerômetro normalizado [- 1,1] e centralizado. Neste
trabalho, a análise acústica é realizada no software Praat. De acordo com Švec, Titze e Popolo (2005), a fre-
quência de vibração das pregas vocais varia entre 50 e 1000 Hz, e as atividades diárias de uma pessoa não

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ultrapassam a frequência dos 20 Hz (BOUTEN, et al., 1997). Diante disto, foi utilizado um filtro FIR passa alta
de 50 Hz. A normalização do sinal é dividida em duas etapas: centralização e normalização do sinal. Para cen-
tralizar o sinal, é utilizada a técnica da tendência central. Essa técnica permite encontrar o valor que centralize
todo o sinal tendo o ponto 0 como referência. A tendência pode ser encontrada ao somar todas as amostras
do sinal e dividir pelo número de amostras presentes no sinal (CRAWLEY, 2014). Para normalizar o sinal de
[-1,1], todas as amostras do sinal são divididas pela amostra de maior amplitude. As medidas extraídas são
referentes a frequência de vibração das pregas vocais, como: frequência fundamental (F0), o desvio padrão da
frequência fundamental (F0), jitter e shimmer percentual. A F0 é uma medida resultante da vibração das pregas
vocais e reflete a eficiência do sistema fonatório. O shimmer é o parâmetro relativo à variação período-a-pe-
ríodo, de curta duração, da amplitude pico-a-pico (TEIXEIRA, FERREIRA e CARNEIRO, 2011). O jitter é um dos
índices que reflete anomalias das dobras vocais (PARRAGA, 2002).

RESULTADOS. Para averiguar o impacto da movimentação do usuário na captura do sinal, foi realizado uma
aquisição de dados com o usuário deslocando o tronco do corpo durante o processo de fonação da vogal
/a/. A aquisição de dados durou 10 segundos. A movimentação do corpo foi suficiente para descentralizar o
sinal mesmo utilizando a técnica da tendência central. Entretanto, a aplicação do filtro foi eficiente de modo
que o sinal ficou centralizado novamente. Foram eliminados os ruídos provenientes de pequenos movimentos
como respiração e piscar dos olhos, por exemplo. Para averiguar a eficácia da plataforma, foram utilizados
04 locutores (três homens e uma mulher) sustentando a vogal /a/ durante 10 segundos. O áudio foi gravado
por um microfone simultaneamente à gravação do acelerômetro. As medidas de F0 obtidas entre microfone
e o acelerômetro foram análogas. Entretanto o desvio padrão do microfone foi menor que acelerômetro e o
desvio máximo obtido pelo sensor foi de 3 Hz. Este desvio não é expressivo o suficiente para representar uma
alteração significativa na leitura da frequência fundamental do sinal. Deste modo, pode ser considerado que
o sensor acelerômetro possui uma boa aplicação na análise de vibração das pregas vocais. Em relação aos
valores de shimmer e jitter obtidos pelo acelerômetro, houve pouca correlação entre os parâmetros obtidos
pelo sinal de áudio. Entretanto, este resultado é esperado pois o trato vocal modifica a produção do sinal de
voz na frequência (no caso do sinal capturado com o microfone), influenciando diretamente os valores de
shimmer e jitter.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A implementação do filtro passa-alta foi bastante efetivo para eliminar os efeitos
do deslocamento do tronco no sinal obtido. Entretanto, faz-se necessário testar os efeitos do filtro em outras
atividades como caminhar, por exemplo. O acelerômetro é menos suscetível a ruído ambiente do que um mi-
crofone. Portanto, a variação da frequência fundamental

do acelerômetro tende a ser menor do que quando se usa um do microfone, que capta o ruído ambiente. A
plataforma obteve êxito em extrair valores acerca das vibrações das pregas vocais. Deste modo, é possível
concluir que o uso de um acelerômetro capacitivo é viável para a aplicação no monitoramento móvel. O cus-
to dos equipamentos utilizados neste projeto (sensor e placa de aquisição de dados) é 44,3% menor que o
3º SIMPIF

sensor comumente utilizado na literatura (CHEYNE, et al., 2003; METHA, et al., 2017). Devido a frequência de
amostragem máxima do módulo MPU- 6050 ser 1000 Hz, como continuação deste trabalho, está sendo estu-
dada a implementação de um sensor acelerômetro de baixo custo da mesma família, o MPU-9250, que possui
uma frequência de amostragem máxima de 4000 Hz.

PALAVRAS-CHAVE: Analise acústica. Monitoramento móvel da voz. Esp32. Processamento Digital de Sinais.

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AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba pelo


apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
BOUTEN, C.V.; et al. A Triaxial Accelerometer and Portable Data Processing Unit for the Assessment of Daily
Physical Activity. IEEE Transactions on Bio-Medical Engineering, 44(3):136–47, 1997.

CRAWLEY, M.J.; Statistics: An Introduction Using R. John Wiley & Sons. 2nd Edition. 2014.

CHEYNE, H. A.; et al. Development and Testing of a Portable Vocal Accumulator. Journal of Speech, Language,
and Hearing Research, 46(6), 1457- 67. 2003.

ELWENSPOEK, M.; WIEGERINK, R. Mechanical Microsensors. New York: Springer, pag 132- 145, 1993.

HILLMAN, R.E.; MEHTA, D.D. Ambulatory Monitoring of Daily Voice Use. Perspectives on Voice and Voice Di-
sorders, 21(2):56-51, 2011.

MEHTA, D.D.; et al. Wireless Neck-surface Accelerometer and Microphone on Flex Circuit with Application to
Noise-robust Monitoring of Lombard Speech. INTERSPEECH, 2017.

PARRAGA, A. Aplicação da Transformada Wavelet Packet na Análise e Classificação de Sinais de Vozes Pato-
lógicas. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2002.

ŠVEC, J. G.; TITZE, I. R.; POPOLO, P. S. Estimation of sound pressure levels of voiced speech from skin vibration
of the neck. The Journal of the Acoustical Society of America, 117(3):1386– 1394, 2005.

TEIXEIRA, J. P.; FERREIRA, D.; CARNEIRO, S.M. Análise acústica vocal-determinação do Jitter e Shimmer para
diagnóstico de patalogias da fala. Anais do 6o Congresso Luso- Moçambicano de Engenharia, 3o Congresso
de Engenharia de Moçambique. INEGI, 2011.

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Edgard de Macedo Silva


Caracterização de uma onda emissora que
[email protected] gere ruído de Barkhausen capaz de detectar a
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba presença da ase sigma utilizando métodos de
processamento de sinais
Cássio Ramon Moura Lima
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. A análise do Ruído Magnético de Barkhausen (RMB)
Silvana Luciene do Nascimento Cunha vem sendo estudada para acompanhar o aparecimento das fases que
Costa
[email protected] precipitam em Aços Inoxidáveis Duplex (AID) através do estudo da
Instituto Federal de Educação, Ciência e
interação entre onda e microestrutura do material. O RMB é gerado
Tecnologia da Paraíba
pela interação entre o movimento das paredes dos domínios magnéti-
cos e os pontos de ancoragem do material como contornos de grãos,
impurezas, novas fases, por exemplo. Esse ruído traz informações so-
bre a microestrutura do material e vem sendo utilizado em ensaios
eletromagnéticos para detectar fases que venham comprometer as
propriedades mecânicas e de resistência à corrosão (HUALLPA et
al., 2016)it is important to understand its microstructural evolution,
due to the formation of intermetallic phases such as sigma (σ(LEITE,
2014)(CARVALHO FILHO, 2018).Alguns métodos são utilizados para
fazer a mensuração dos parâmetros de análises como o espectro de potência e curtose, porem o método mais
utilizado para fazer a mensuração dos parâmetros do ruído é o RMS (Root Mean Square, ou em português,
Valor Quadrático Médio). Neste trabalho propõe-se uma nova abordagem baseada em técnicas de processa-
mento de sinais, aplicando as medidas energia segmental e taxa de cruzamento por zero (TCZ) segmental, e
comparar com o RMS segmental. Elas são bastante utilizadas na análise de sinais de voz, por apresentarem
aplicações com uma boa taxa de exatidão na diferenciação entre sons surdos e sonoros (SHETE; PATIL, 2014)
(FRAZÃO; COSTA; CORREIA, 2013).

MATERIAIS E MÉTODOS. Serão utilizadas 4amostras de um aço inoxidável duplex SAF 2205 de forma cir-
culares com 24 mm de diâmetro e 8 mm de espessura: uma sem tratamento térmico e outrastrês expostas
a temperatura de 850°C (1123K) por 15, 60 e 120 minutos.A exposição da amostra durante 15 minutos a
esta temperatura é suficiente para a formação de aproximadamente 3% de fase sigma(σ) (NORMANDO et al.,
2010), porcentagem capaz de iniciar o comprometimento de todo material. Serão estudadas inicialmente as
condições ótimas de frequência e amplitude para as amostras sem precipitados e com 15 minutos de enve-
lhecimento. Os resultados encontrados serão aplicados também para as amostras tratadas por 60 e 120 min,
para fazer o acompanhamento da evolução da fase sigma. Utilizou-se para as ondas emitidas frequências de
5, 25, 50, 75 e 100 Hz, para amplitudes de 1, 3, 5, 7 e 9 V. Um filtro passa altas de 3 kHz será aplicado para
garantir-se que apenas o ruído seja analisado. Intervalo de confiança de 95% e onda senoidal. As amostras
tratadas serão submetidas ao processo de metalografia com a finalidade de observar a microestrutura das
amostras em estudo.

RESULTADOS. Um aumento nos valores de RMS tanto para as amostras sem e com fase sigma e tem-se uma
tendência de intercessão para valores acima de 9 V. A diferença entre as duas condições apresentadas é a
presença de 5% de fase sigma. Ondas emissoras com frequência de 5 Hz e amplitudes abaixo de 9 V apre-
sentam diferença de sinal entre as condições estudadas capazes de acompanhar a formação da porcentagem

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de precipitado estudado. Os maiores valores da condição com precipitados devem-se a fase sigma funcionar
como ponto de ancoragem para o movimento das paredes dos domínios magnéticos e a geração do ruído
de Barkhausen. Contudo, o precipitado sigma é paramagnético e o aumento da amplitude da onda emissora
indica detectar o efeito paramagnético dessa fase levando a uma taxa de redução dos valores de RMS, que
leva ao cruzamento dos valores obtidos. Ao aumentar a frequência e a amplitude a diferença entre as duas
amostras aumenta, porem os valores da amostra sem precipitados são maiores. Apresenta-se uma diferença
de 37% entre as amostras sem e com precipitados para o RMS, para a frequência de 5 Hz e amplitude de 1
V. Já para a energia segmental essa diferença alcançou 60%. A TCZ também alcançou diferenças acima de
50%. O comportamento da TCZ segmental mostrou-se ser inverso ao comportamento da energia segmental
e do RMS segmental.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O ensaio eletromagnético mostrou ser capaz de detectar pequenas quantidades
de fase sigma, que já são suficientes para fragilizar o aço inoxidável duplex estudado. Com os resultados é
possível concluir que para se trabalhar com o ruído de Barkhausen a onda emissora deve ter frequência até 25
Hz e amplitudes de 1 V. No entanto, ondas com frequência de até 5 Hz e amplitudes de 3 V apresentaram os
melhores resultados entre as ondas estudadas. A energia segmental e a TCZ segmental apresentaram maiores
diferenças entre a amostra com e sem precipitados em relação ao RMS segmental.

PALAVRAS-CHAVE: Ruído de Barkhausen. Energia segmental. RMS segmental. Aço inoxidável duplex.

AGRADECIMENTOS: Ao grupo de Simulação e Comportamento de Materiais (GSCMat)do Instituto Federal da


Paraíba.

Referências
CARVALHO FILHO, Jose Adeilton. Ensaio eletromagnético baseado no ruído de Barkhausen para acompa-
nhamento de formação de transformações microestruturais. Dissertação (Mestrado em Engenharia Eletrica)
Instituto Federal da Paraíba (IFPB), João Pessoa, Paraíba, 2018. 61f.

FRAZÃO, Maria do Carmo de Luna Malheiros; COSTA, Silvana Luciene do Nascimento Cunha; CORREIA, Suzete
Élida Nóbrega. Análise acústica de sinais de vozes patológicas por meio de características temporais. Revista
Principia, n. 22. 2013. p. 28–34.

HUALLPA, Edgar Apaza et al. Use of Magnetic Barkhausen Noise (MBN) to Follow Up the Formation of Sigma
Phase in Saf2205 (UNS S31803) Duplex Stainless Steel. Materials Research, v. 19, n. 5, 2016, p. 1008–1016.

LEITE, João Pereira. Técnica não destrutiva para análise da interação de linhas de campo magnético e material.
Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2014. 155f.

NORMANDO, P. G. et al. Ultrasound, eddy current and magnetic Barkhausen noise as tools for sigma phase
detection on a UNS S31803 duplex stainless steel. Materials Science and Engineering A, v. 527, n. 12, 2010,
p. 2886–2891.
3º SIMPIF

SHETE, Deepak; PATIL, Snehal. P. Zero crossing rate and Energy of the Speech Signal of Devanagari Script.
IOSR journal of VLSI and Signal Processing, v. 4, n. 1, 2014, p. 01–05.

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Lamarks Tiburtino Campos Cavalcanti


Desenvolvimento de antenas patch
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
cardióide dual-band com fendas
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa catacáusticas para aplicações em
Paulo Henrique da Fonseca Silva comunicações sem fio
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. Neste resumo descreve-se o desenvolvimento de ante-
Tales Augusto de Carvalho de Barros nas patch de microfita com elementos irradiantes do tipo cardióide e
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e fendas catacáusticas, que apresentam respostas dual-band para apli-
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa cações em comunicações sem fio: Wi-Fi e WiMAX1-4. A introdução de

Rômulo Rodrigues de Morais Bezerra fendas nos patches irradiantes teve motivação no princípio óptico de
[email protected] curvas cáusticas geradas por reflexão (catacáusticas) em curvas car-
Universidade Estadual da Paraíba - Campus
VII - Patos dióides. Na década de 80, as normas de redes locais sem fio (WLAN)
foram desenvolvidas para as bandas ISM, Industrial, Scientific and
Medical, nas faixas de 900 MHz, 2,4 GHz e 5GHz. No entanto, apenas
a partir da década de 2000, o uso de WLAN tem aumentado, conside-
ravelmente, para uso cotidiano, tanto para uso residencial, como para
comercial e industrial5. Esse processo foi motivado por melhorias e
redução de custos de infraestruturas das redes de comunicações.
Desse modo, houve um aumento da conectividade e da mobilidade dos usuários. Do mesmo modo, as redes
metropolitanas sem fio (WMAN) pretendem disponibilizar acessos sem fio à rede mundial de computadores,
mas para grandes áreas6-8. O termo WiMAX foi desenvolvido por um grupo de empresas, cujo objetivo foi
promover interoperabilidade e compatibilidade entre os equipamentos que usam o padrão IEEE 802.166-8. Ao
mesmo tempo que as tecnologias de comunicações sem fio são melhoradas, os aparelhos portáteis sem fio se
tornam mais leves e compactos, são multifuncionais e utilizam múltiplas frequências de operação. Por exem-
plo, os smartphones atuais oferecem diversas funções para comunicações sem fio: 3G, 4G, Wi-Fi, Bluetooth,
GPS, NFC, entre outros. Desse modo, torna-se necessário que as antenas internas utilizadas em aparelhos
portáteis sem fio atendam a requisitos de projeto cada vez mais exigentes em termos de custo, dimensões,
peso, facilidade de integração com circuitos eletrônicos, operação multibanda e eficiência de irradiação.

MATERIAIS E MÉTODOS. Na etapa de projeto, os leiautes das antenas patch cardióide abordadas são elabora-
dos por meio de modelagem matemática da geometria de todas as partes constituintes da antena, com o auxí-
lio do software MATLAB®. Em particular, o programa escrito em MATLAB® gera arquivos de imagens no formato
dxf (drawing exchange format) das seguintes partes da antena: o patch irradiante, a fenda catacáustica (ne-
fróide) da curva cardióide, o transformador de quarto de onda, a linha de transmissão para 50 Ω e o plano de
terra. Na etapa de análise, os arquivos de imagem dxf são exportados para o software ANSYS Designer® para
realização de análise de onda completa de cada antena patch cardióide projetada. Para as antenas patch car-
dióide, as simulações são realizadas na faixa de frequências de 1,0 a 7,0 GHz. Após o procedimento de análise,
os resultados simulados são verificados em termos das especificações desejadas de projeto para os seguintes
parâmetros ressonantes e de irradiação da antena patch cardióide: frequências de ressonâncias, larguras de
banda, diagramas de irradiação, ganhos, entre outros. Na etapa de fabricação de protótipos, para uma antena
selecionada nas etapas anteriores, é realizada a exportação dos arquivos de imagem dxf contendo o leiaute da
antena para o software CorelDRAW®. O arquivo de desenho do CorelDRAW® é usado para produção de adesivo
em gráficas de João Pessoa. Este adesivo, que corresponde ao leiaute da antena projetada, são colados em

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substratos dielétricos laminados de fibra de vidro com dupla face de cobre. O adesivo protege o cobre na fase
final de fabricação, que consiste de um processo de corrosão com uso de solução de percloreto de ferro. Na
etapa de medição, os parâmetros ressonantes e de irradiação dos protótipos de antena patch cardióide fabri-
cados são medidos. Os resultados medidos são usados para validação da metodologia utilizada.

RESULTADOS. As antenas patch cardióide apresentam, predominantemente, comportamento dual- band. O


efeito da introdução da fenda catacáustica é a sintonização da primeira frequência ressonante da antena dual-
-band: quanto maior o comprimento da fenda catacáustica menor o valor da primeira ressonância, enquanto a
segunda ressonância da antena permanece fixa. Verificou-se que a segunda ressonância depende apenas da
área do patch irradiante. Foram fabricados duas antenas patch cardióide chamadas de Projeto 1 e Projeto 2.
No Projeto 1, foi possível a sintonia para as bandas de 3,5 e 5,4 GHz sem a necessidade de aplicação de fenda.
No Projeto 2, a fenda catacáustica (nefróide) foi aplicada no elemento irradiante. Desse modo, foi possível
a sintonia para as bandas de 2,4 e 5,4 GHz com a redução da frequência de ressonância da banda inferior,
mantendo a frequência de ressonância superior.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Este arquivo descreve o desenvolvimento de antenas patch de microfita com ele-
mentos radiantes definidos em coordenadas polares (curvas cardióides) e fendas catacáusticas (arcos de cur-
vas nefróides). As quais apresentam respostas multibandas para aplicações em comunicações sem fio: Wi-Fi
e WiMAX como esperado. O princípio óptico de curvas cáusticas geradas por reflexão em curvas polares, as
fendas catacáusticas que foram introduzidas em antenas patch gerou resultados satisfatórios no controle de
frequência de ressonância. Obtendo, com facilidade, a configuração desejada para os projetos desenvolvidos.

PALAVRAS-CHAVE: Antenas patch cardióide. Antenas dual-band. Fendas catacaústicas. Comunicações sem fio.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba pela oportunidade de aproveitar um am-


biente criativo e amigável que me levou ao êxito de concluir mais uma etapa na minha vida. À direção e admi-
nistração que me oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior, pela acendrada confiança
no mérito e ética aqui presentes. Ao Prof. Dr. Paulo Henrique da Fonseca Silva, pela orientação, apoio e con-
fiança. Além do corpo docente pelo incentivo e conhecimento passado, que foram de suma importância para
a elaboração desta pesquisa.

Referências
FERRÉOL, R. CAUSTIC. 2017. Disponível em: <www.mathcurve.com/courbes2d.gb/caustic/caustic.htm>.
Acesso em: 25 Mai. 2019.

WEISSTEIN, E. W. Cardioid. Disponível em: <mathworld.wolfram.com/Cardioid.html>. Acesso em: 3 Dez. 2018.

WEISSTEIN, E. W. Nephroid. Disponível em: <mathworld.wolfram.com/Nephroid.html>. Acesso em: 3 Dez.


2018.

WEISSTEIN, E. W. Cardioid Catacaustic. Disponível em: <mathworld.wolfram.com/CardioidCatacaustic.html>.


3º SIMPIF

Acesso em: 3 Dez. 2018.

DALMIA, S. et al. A compact single band 802.11n front-end module for MIMO applications using multi-layer
organic technology. In: 2008 IEEE Radio and Wireless Symposium. Orlando, FL, Estados Unidos: IEEE, 2008.
p.863–866. ISSN 2164-2958.

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LIMA, L. dos S.; SOARES, L. F. G.; ENDLER, M. WiMAX: Padrão IEEE 802.16 para Banda Larga Sem Fio. Disser-
tação (Mestrado) — Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Set. 2004. Acesso em:
1 Fev. 2019.

IEEE. IEEE Standard for Air Interface for Broadband Wireless Access Systems. IEEE Std 802.16-2017 (Revi-
sion of IEEE Std 802.16-2012), Mar. 2018.

GUAINELLA, E. et al. WiMAX technology support for applications in environmental monitoring, fire preven-
tion and telemedicine. In: 2007 IEEE Mobile WiMAX Symposium. Orlando, FL, Estados Unidos: IEEE, 2007.
p.125–131.

3º SIMPIF

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Ianes Barbosa Grécia Coutinho


Desenvolvimento de superfícies
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba
seletivas em frequência associando as
geometrias dipolo cruzado e matrioska
Alfredo Gomes Neto;
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba

Jefferson Costa e Silva


[email protected] INTRODUÇÃO. Nos últimos anos observa-se um grande crescimento
Instituto Federal da Paraíba
no uso de serviços móveis de telecomunicações. Um dos principais
Marina de Oliveira Alencar fatores desse crescimento é o desenvolvimento massivo e diverso de
[email protected] dispositivos portáteis, como, por exemplo, smartphones, tablets, no-
Instituto Federal da Paraíba
tebooks, laptops, e-books readers, consoles para jogos eletrônicos,
entre outros. Esse desenvolvimento tem proporcionado uma verda-
deira revolução em diversas áreas da atuação humana, citando-se as
interações sociais, educação, saúde, comércio, entre outros. A maior
parte dessas aplicações faz uso de conexões via Internet, provocan-
do um aumento da demanda por taxas de transmissão. Considere-se
ainda serviços como vídeo streaming, comunicação máquina a má-
quina (M2M, Machine-to-machine) e a diversificação da Internet das
Coisas (IoT, Internet of Things), fatores que efetivamente contribuem
para o crescimento da demanda por taxas de transmissão cada vez mais elevadas.

Essa proliferação de redes sem fio tem provocado novas demandas para os sistemas de comunicação, pois
proporciona uma maior competição pela utilização do espectro de frequência com diversas aplicações em
diferentes faixas de frequência, algumas das quais intensivamente utilizadas, como 2,4 GHz e 5,8GHz. Neste
contexto, impõe-se a necessidade de desenvolver dispositivos que operem em múltiplas faixas de frequência,
assim como otimizar a utilização das faixas de frequência disponíveis. Com essas demandas, a disponibilidade
de torres e áreas de instalação de antenas é uma limitação e vários sistemas de telecomunicações são obri-
gados a compartilhar o mesmo espaço, mesmo tendo potências e frequências distintas que possam causar
interferência entre os sinais3-4.

Além da disponibilidade de espaço para instalar equipamentos relacionados aos enlaces de alta capacidade,
existem ainda ambientes específicos (hospitais, presídios, embaixadas, etc.) que impõem restrições aos servi-
ços de telecomunicações. Por outro, ambientes com uso intensivo de serviços de telecomunicações (Centros
comerciais, prédios de escritórios, etc.) também requerem estratégias para limitar as interferências.

Para limitar essas interferências e maximizar a utilização do espaço e antenas, uma das opções que vêm sendo
adotada é a utilização de superfícies seletivas em frequência, FSS (Frequency Selective Surfaces), o que vem
sendo investigado por diversos grupos de pesquisa, e é abordado neste trabalho.

MATERIAIS E MÉTODOS. Na parte inicial deste trabalho, as simulações foram realizadas através da utilização
do software comercial ANSYS Designer, ferramenta CAD (Projeto Assistido por Computador) para circuitos
e simulações de micro-ondas, que utiliza como princípio de funcionamento o Método dos Momentos (MoM).

A geometria do dipolo cruzado utilizada é bastante simples, com uma fita horizontal e outra vertical fazendo a
forma de uma cruz e para a qual a frequência de ressonância ocorre quando o seu comprimento é aproxima-

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damente a metade do comprimento de onda guiado. É uma estrutura do tipo patch e terá as características
de um filtro rejeita-faixa.

A geometria matrioska utilizada é uma variação das utilizadas em trabalhos anteriores do GTEMA-IFPB, exibin-
do as vantagens de tamanho reduzido e operação de multibanda, além da independência da polarização. Dife-
rentemente dos anéis concêntricos, na geometria matrioska os anéis permanecem interligados, aumentando
o seu comprimento efetivo, apresentando, consequentemente, características de miniaturização e operação
multibanda.

Para o projeto da FSS foi utilizada uma placa de 20 cm x 20 cm, com espessura de 1,6 mm, um substrato
dielétrico de FR-4, cuja constante dielétrica é de 4,4. A FSS tem uma matriz de 5x5 células, cada uma com
dimensão de 40 mm x 40 mm com um espaçamento de 1mm separando os dipolos. A proposta é aproveitar o
fato dessas geometrias serem fracamente acopladas, o que permite manter as características de ressonância
de cada geometria individualmente.

A caracterização experimental foi realizada no Laboratório de Micro-ondas do GTEMA-IFPB, utilizando duas


antenas cornetas banda larga SAS-571, um analisador de redes vetorial de duas portas Agilent E5071C e uma
janela de medição.

RESULTADOS. A simulação da geometria dipolos cruzados, sendo o comprimento do dipolo de Ldip=39,0 mm


e a largura de w=1,5 mm, observou-se uma frequência de ressonância em 2,46 GHz.

Na simulação da geometria matrioska, sendo a largura w=1,5 mm, o espaçamento g=1,0 mm, e os lados ex-
ternos de L1=24,0 mm, L2=19,0 mm, L3=14,0 mm, com distâncias das aberturas de d1=15,0 mm, d2=8,5
mm, d3=6,0 mm, são observadas duas frequências de ressonância, uma em 1,82 GHz e a outra 3,18 GHz.

Na simulação feita para as duas geometrias associadas. São observadas três frequências de ressonâncias,
1,81 GHz, 2,43 GHz e 3,19 GHz, sendo que a primeira e a terceira ressonâncias estão associadas à geometria
matrioska e a segunda aos dipolos cruzados. Verifica-se ainda que essas frequências de ressonância pratica-
mente não se deslocaram em relação aos valores das geometrias isoladas, indicando um baixo acoplamento
entre as geometrias associadas.

Para verificar experimentalmente o comportamento da associação das geometrias proposta, foi projetada, fa-
bricada e caracterizada experimentalmente uma placa FSS com 5 x 5 células unitárias o que corresponde a 20
cm x 20 cm. São comparados os resultados numéricos e experimentais, verificando-se uma boa concordância.
A medição foi realizada na faixa de frequência de 1,0 GHz a 5,0 GHz e a maior diferença entre os resultados
experimentais e simulados observada no início dessa faixa de frequência decorre das limitações do setup de
medição. São confirmadas as três frequências de ressonância.

Os resultados obtidos em medição para as frequências de ressonância foram de 1,88 GHz, 2,43 GHz e 3,25
3º SIMPIF

GHz. Assim, entre o calculado e medido foi encontrado na primeira frequência de ressonância a maior diferen-
ça com 3,7%, confirmando uma boa concordância.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Como essas geometrias são praticamente desacopladas, a principal vantagem
alcançada foi a manutenção das frequências de ressonâncias de cada geometria, possibilitando a obtenção de
uma FSS com três bandas de rejeição, sendo a banda central aplicada à faixa de 2,4 GHz.

PALAVRAS-CHAVE: FSS, Matrioska, Dipolos cruzados, Wi-Fi.

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AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao suporte parcial recebido do IFPB, através do Programa de


Pós-graduação em Engenharia Elétrica, PPGEE-IFPB e ao Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação
do IFPB.

Referências
CABLEFREE, “5G Frequency bands: Spectrum Allocations for Next-Gen LTE”. Disponível em <https://www.
cablefree.net/wirelesstechnology/4glte/5g-frequency-bands-lte/>. Acesso em: 12 Mar. 2019.

CISCO Visual Networking, “Global Mobile Data Traffic Forecast Update 2017–2022”. Disponível em <https://
www.cisco.com/c/en/us/solutions/collateral/service-provider/visual-networking-index-vni/white-paper-
-c11-738429.html>. Acesso em: 6 Mar. 2019.

GRENOBLE (Alpes). Activity Report. PROJECT-TEAM SOCRATE Software and Cognitive radio for telecommuni-
cations in collaboration with: Centre of Innovation in Telecommunications and Integration of services. Alpes,
2017.

MOURA, L. C. M.. Caracterização de FSS com Geometria Estrela de Quatro Braços Tipo Fenda. Dissertação
(Mestrado) — Instituto Federal da Paraíba, João Pessoa, Jul. 2015. Acesso em: 17 Mar. 2019.

Q. ZENG, J. Li, T. Denidni. Solution for Overcoming Interference - Radiation Pattern Reconfigurable Antennas.
In: 2018 INTERNACIONAL CONFERENCE ON ELECTROMAGNETICS IN ADVANCED APPLICATIONS (ICEAA),
Cartagena des Indias, 2018, pp. 961-965.

SHAVEA, I.; BIN AZMI, M.; ABD RAHMAN, T.; ERGEN, M.; CHUA, T. H.; ARSAD, A. et al. Analysis of Technolo-
gy Trends, Future Needs and Demands for Mobile Broadband Spectrum in Malaysia. IEEE Access. PP. 1-23.
10.1109/ACCESS.2018.2890302.

S. HABIB, G. I. KIANI, M. F. U. BUTT, et al. Interference mitigation and WLAN efficiency in modern buildings
using energy saving techniques and FSS. In: 2016 IEEE International Symposium on Antennas and Propaga-
tion (APSURSI). Fajardo, Puerto Rico, July, 1, 2016, pp. 965–966.

T. R. DE SOUSA. Desenvolvimento de Superfície Seletiva em Frequência Baseada na Geometria Matrioska


Independente da Polarização. Dissertação (Mestrado) — Instituto Federal da Paraíba, João Pessoa, Jan.
2019. Acesso em: 12 Mar. 2019.

UNIVERSITY OF SHEFFIELD. Design of a Secure Electromagnetic Building, 2014. PhD Thesis, UK, June, 2014. 3º SIMPIF

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Maria Eduarda Noberto dos Santos


Detecção de Arritmias em Sinais ECG
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba
por meio da Decomposição Empírica de
Modos
Josué da Silva Souza
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba

Cleumar da Silva Moreira


[email protected] INTRODUÇÃO. A análise computadorizada automática de sinais fisio-
Instituto Federal da Paraíba
lógicos é um grande campo de interesse desde as últimas décadas.
Suzete Elida N. Correia O objetivo da automação é reduzir o esforço humano e o tempo ne-
[email protected]
cessário para análise e interpretação. Isso ajuda no manuseio de um
Instituto Federal da Paraíba
grande número de dados, para processamento rápido e tomada de
decisão pela parte médica. Em alguns casos, os dados biomédicos
de longa duração são compactados e armazenados em elementos de
armazenamento e processados e analisados posteriormente por es-
pecialistas para detectar anormalidades, se houver (PAL, 2012). O
procedimento automático baseado em computador ajuda muito na
medicina preventiva e assistiva como uma ferramenta de diagnóstico
e monitoramento de diversas partes do corpo humano. Willen Eintho-
ven (1902), idealizou um aparelho para registrar as correntes elétri-
cas que se originavam no coração. Surgia o eletrocardiógrafo e o eletrocardiograma O sinal do eletrocardio-
grama representa a atividade elétrica do coração e é caracterizada por um comportamento periódico ou quase
periódico (SAHOO, 2016). Os aparelhos e a própria metodologia de interpretação se modernizaram ao passar
dos anos. Surgiram novas aplicações, fazendo com que o eletrocardiograma se modernizasse e mesmo assim
continue sendo um exame muito relevante na medicina moderna. O estudo minucioso e a análise metódica
das ondas, dos intervalos e dos segmentos é tipicamente composto por três ondas significantes chamadas;
onda P, complexo QRS e onda T. Essas ondas são registros do comportamento do coração e são estudadas,
analisadas e interpretadas para diagnóstico de anormalidades cardíacas. As patologias cardíacas mais diag-
nosticadas em eletrocardiogramas são as arritmias, estas doenças são definidas por perturbações que alte-
ram a frequência dos batimentos cardíacos. As arritmias podem levar à morte e constituir, por isso, um caso
de emergência médica. Podem ocorrer por diversas razões, na grande maioria das vezes, uma anormalidade
única ou uma combinação das anormalidades seguintes no sistema de ritmicidade do coração (MANIKANDAN,
2012). São classificadas em taquicardia e bradicardia. O termo taquicardia significa uma frequência cardíaca
rápida, usualmente definida como a taxa acima de 100 batimentos por minuto e o termo bradicardia significa
uma frequência cardíaca lenta, usualmente definida como sendo uma taxa menor que 60 batimentos por mi-
nuto, desse modo os saudáveis entre 60 e 100 batimentos por minuto. Baseado no que vem sendo realizado
como ferramenta de diagnóstico e monitoramento em eletrocardiogramas. Será apresentada uma proposta
utilizando a técnica para decomposição de séries temporais não lineares e não estacionária: Decomposição
Empírica de Modos (EMD), do inglês Empirical Mode Decomposition. E sendo assim, o desempenho do método
é avaliado em sinais ECGs reais, sinais biológicos (FLANDRIM, 2004). Desse modo de acordo com o princípio
da EMD, ele decompõe um sinal em uma soma de funções oscilatórias, ou seja, Funções do Modo Intrínseco
(IMFs), do inglês Intrinsecal Mode Function. Se todas as IMFs são somadas, incluindo o resíduo, que é o que
resta do sinal após a remoção de todas as IMFs, o sinal original é recuperado (SLIMANE, 2010). As IMFS de-

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vem ter duas características, a primeira é apresentar o mesmo número de cruzamentos extremos e zero ou
diferirem no máximo por um e a segunda é serem simétricos em relação à média local zero (HUANG, 1998).

MATERIAIS E MÉTODOS. O trabalho foi realizado conforme as seguintes etapas: aquisição dos sinais ECG do
banco de dados de arritmias MIT-BIH, pré-processamento dos sinais utilizando um filtro passa faixa Butter-
worth, decomposição empírica de modo (EMD), detecção dos picos R do complexo QRS e determinação da fre-
quência cardíaca. Primeiramente foi realizada a aquisição dos sinais do banco de dados de arritmias MIT-BIH,
sendo utilizados todos os sinais ECG de pacientes que sofrem ou não com algum tipo de arritmia. Existem 48
sinais no banco de dados e cada sinal contém 21600 amostras, entretanto, neste trabalho foi utilizada uma
janela com 3600 amostras e frequência de amostragem (Fs) de 360 Hz. Em seguida, os sinais foram pré-pro-
cessados por meio de um filtro passa faixa Butterworth de quinta ordem (composta de filtro passa-alta e filtro
passa-baixa). O filtro passa-alta remove ruídos de alta frequência como interseções e ruído muscular, com fre-
quência de corte de 1 Hz. Já o filtro passa baixa é aplicada com finalidade de suprimir informações desneces-
sárias de alta frequência, a frequência de corte aplicada foi de 30 Hz. Em seguida foi realizado o método EMD,
onde foi utilizado para a detecção do sinal R, a soma das três primeiras IMFs. Uma IMF representa um modo
oscilatório simples, sua contraparte na análise de Fourier seria um harmônico simples. No sinal ECG, o pico
R do complexo QRS corresponde a soma das IMFs, podendo ser utilizado para calcular a frequência cardíaca
através do intervalo R-R. E assim, foi implementado um algoritmo para detectar os picos e comprimentos dos
intervalos R- R, identificando as frequências cardíacas a fim de detectar a presença ou ausência de arritmia, e
caso detectado alguma, classificando – a.

RESULTADOS. Embora tenha sido usado todo banco de dados do MIT-BIH, que contém sinais com arritmias
e saudáveis, como exemplo, cita-se o sinal nomeado de 232 desse banco. Ao aplicar a fórmula da frequência
cardíaca no intervalo R-R foi obtido o seguinte resultado de 32,14 bpm no sinal mencionado. Logo, o paciente
apresenta Bradicardia, uma arritmia, pois f (frequência cardíaca) < 60 bpm. O algoritmo desenvolvido e imple-
mentado obteve um resultado promissor para identificação dos 48 sinais do banco de dados sendo: 28 sinais
saudáveis, 18 sinais com taquicardia e 2 com bradicardia. Logo, o percentual de detecção foi de 92,85% para
sinais saudáveis, 50% com taquicardia e 100% bradicardia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O sistema proposto consegue identificar o sinal R através da soma das três primei-
ras IMF. Pode-se observar que os intervalo de frequência cardíaca de alguns sinais diferenciaram-se pouco
dos intervalos contidos no banco de dados o que mostra a eficácia do método. Além do que não foi necessário
utilizar todo sinal que contêm 21600 amostras. Dessas, apenas 3600 amostras foram empregadas, ou seja,
usando apenas 1/6 do sinal. Como parte deste trabalho, uma abordagem baseada na decomposição empírica
de modos (EMD) foi descrita, implementada e avaliada para a detecção do complexo QRS. As abordagens
estudadas confirmam a capacidade da decomposição empírica de modos para análise e processamento de
sinais não lineares e não estacionários. O método se mostrou eficaz e todos os sinais foram classificados cor-
retamente. Além de que é simples e de fácil implementação. Como proposta futura visa-se extrair os sinais Q
3º SIMPIF

e S assim como outras ondas para classificar outras patologias cardíacas.

PALAVRAS-CHAVE: ECG. EMD. Arritimias.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB e a CAPES pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 599


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Referências
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tion.” Digital Signal Processing 20.4 (2010): 1221-1228.

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decomposition.” Global Journal of Computer Science and Technology (1965).

3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 600


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Lucas Cardoso Dias


Detecção de patologias laríngeas
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
por meio da análise de sinais de voz
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa utilizando Deep Neural Networks
Suzete Élida Nóbrega Correia
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. Dentre os principais mecanismos naturais de comuni-
Silvana L. do N. C. Costa cação utilizados pelo ser humano, a voz é o que mais apresenta in-
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Instituto Federal de Educação, Ciência e formações socioemocionais do indivíduo (CIELO; RIBEIRO; SHILLING,
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
2015). Diferentes tipos de disfunções vocais podem ser provocados
por efeitos patológicos. Os distúrbios originados de patologias la-
ríngeas alteram o padrão da vibração das pregas vocais provocando
modificações no timbre, na frequência, na amplitude e na composição
dos harmônicos presentes na voz. Consequentemente, estas mudan-
ças afetam a qualidade vocal do indivíduo, comprometendo tanto os
aspectos comunicativos por meio da fala, como também a sua quali-
dade de vida devido aos desconfortos causados pela doença (QUEI-
ROZ et al., 2018).

O diagnóstico de patologias laríngeas é realizado por meio de exames médicos aplicados na inspeção direta
das pregas vocais por meio de endoscopia laríngea ou por videoendoscopia. Tais exames apresentam um
resultado acurado no diagnóstico, pois investigam as lesões estruturais, neoplastias e os distúrbios neuro-
gênicos relacionados com a origem dos distúrbios vocais. Entretanto, trata-se de exames invasivos que ne-
cessitam de especialistas treinados e equipamentos caros para efetuar o diagnóstico correto, bem como para
definir o tratamento subsequente (CHUANG et al, 2018).

O desenvolvimento de sistemas inteligentes capazes de auxiliar no diagnóstico de patologias laríngeas pode


influenciar significativamente na redução da quantidade de exames invasivos realizados pelo paciente. Algorit-
mos robustos, como Redes Neurais Profundas (Deep Neural Networks - DNNs), apresentam potencial na cria-
ção de modelos computacionais capazes de solucionar problemas complexos. Diversos trabalhos apresenta-
dos na literatura investigam o uso de DNNs na detecção de patologias por meio da análise de bancos de dados
médicos de alta complexidade. Dentre as aplicações, tem-se a detecção de câncer (TURAN; BILGIN, 2019),
afecções torácicas (BAR et al., 2015), doenças encefálicas (ALHUSSEIN; MUHAMMAD; HOSSAIN, 2019) e,
mais recentemente, patologias vocais (CHUANG et al., 2018) (FANG et al., 2018).

O uso de DNNs na detecção automática de patologias laríngeas pode ser empregado como uma ferramenta
útil para auxiliar no diagnóstico médico, apresentando-se como uma técnica complementar. Além disso, a
aplicação pode proporcionar a análise vocal de forma remota para possíveis acompanhamentos médicos rea-
lizados a distância ou em regiões onde o acesso clínico seja mais complicado.

Nesta pesquisa, é investigado o potencial de classificadores baseados em DNNs aplicados na discriminação


entre vozes saudáveis e afetadas pelas patologias laríngeas: edema de Reinke, paralisia das pregas vocais e
nódulos vocais. São avaliadas tanto a classificação entre a classe de vozes saudáveis e patológicas, como
também a distinção entre os tipos de patologias analisadas.

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MATERIAIS E MÉTODOS. Neste trabalho, foram analisados 111 sinais de vozes, oriundos da base de dados
Disordered Voice Database, Model 4337, desenvolvida pelo Massachusetts Eye and Ear Infirmary (MEEI) Voice
and Speech Lab e comercializada pela Kay Pentax. Da base, foram selecionados 31 sinais de vozes saudáveis.
30 sinais de vozes afetadas por paralisia das pregas vocais, 33 sinais de vozes afetadas por edema de Reinke
e 17 sinais de vozes afetadas por nódulos vocais. Todos os sinais são da vogal sustentada /a/, sendo coleta-
dos em uma frequência de 50 kHz para as vozes saudáveis e 25 kHz para as vozes patológicas. No entanto, os
sinais de vozes saudáveis foram re-amostrados em 25 kHz para equiparar a frequência de amostragem dos
sinais patológicos. Para todos os sinais aplicou-se o filtro de pré-ênfase para compensar as perdas ocorren-
tes durante a passagem do sinal de voz pelo trato vocal. Todos os sinais foram particionados em segmentos
estacionários de 16ms (quadros com 400 amostras) com sobreposição de 75% aplicando janela retangular.

A densidade de probabilidade da distribuição normal foi aplicada em todos os dados antes das etapas de
treinamento e validação da DNN. Por sua vez, a DNN empregada nesta pesquisa teve sua arquitetura definida
com base em ensaios experimentais. Após os experimentos, a rede foi estruturada com 03 camadas ocultas,
cada uma composta por 200 neurônios ativados pela função de ativação Relu e uma camada de saída com
dois neurônios ocultos ativados pela função softmax. A primeira camada oculta recebe em sua entrada as 400
amostras referentes ao segmento analisado. A DNN foi implementada por meio da biblioteca de computação
científica TensorFlow e programada utilizando a biblioteca Keras para a linguagem de programação Python.

O algoritmo de aprendizagem Nadam foi aplicado no treinamento da rede neural, sendo utilizadas as configu-
rações padrões do TensorFlow referentes a computação dos pesos sinápticos pelo algoritmo Nadam. São in-
vestigados 07 casos de classificação: saudável patológica (SDL PTL), saudável paralisia (SDL PRL), saudável
edema (SDL EDM), saudável nódulo (SDL NDL), paralisia edema (PRL EDM), paralisia nódulo (PRL NDL), ede-
ma nódulo (EDM NDL). Para cada caso o desempenho do classificador foi mensurado pelas métricas acurácia
(taxa de classificação correta de todos os sinais), sensibilidade (classificação correta da patologia) e espe-
cificidade (classificação correta da ausência de patologia). O treinamento e validação foi realizado aplicando
validação cruzada pelo método K-fold, na qual consiste em subdividir os dados em n partições semelhantes,
em que n – 1 são usadas para treino e a enésima para teste. O procedimento é efetuado n vezes até que todas
as partições tenham sido empregadas no teste. O resultado é mensurado pela média e desvio padrão dos ín-
dices aplicados na avaliação do classificador. Nesta pesquisa, foram aplicadas 100 épocas de treinamento e
utilizou-se n = 10 para validação cruzada.

RESULTADOS. A classificação entre sinais de vozes saudáveis e sinais de vozes patológicas obteve taxas de
acurácia e de especificidade em torno de 98% e, para taxa de sensibilidade, obteve 97%. O desempenho na
discriminação entre vozes saudáveis e cada uma das patologias individualmente apresenta o seu melhor re-
sultado na classificação SDL NDL, no qual foram obtidas taxas de acurácia, sensibilidade e especificidade em
torno de 99%. Na etapa de investigação do potencial do classificador em discriminar as diferentes patologias
laríngeas analisadas os melhores resultados foram obtidos na classificação PRL NDL, sendo mensuradas ta-
3º SIMPIF

xas de acurácia, sensibilidade e especificidade em torno de 96%.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Diante dos resultados obtidos pode-se considerar que o método investigado uti-
lizando DNN na discriminação entre vozes saudáveis e patológicas da base de dados é bastante promissor,
podendo ser empregados numa triagem médica. Uma pré-classificação objetiva pode auxiliar no diagnóstico
médico, sugerindo acompanhamento especializado. O método pode, ainda, ser empregado na distinção entre
patologias. Além disso, a metodologia proposta não necessita de extração de medidas objetivas referentes

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ao sinal de voz, realizando uma análise direta da voz para efetuar a detecção da presença de uma patologia
laríngea.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem profunda. Análise da saúde vocal. Processamento de Sinais de Voz. Redes
Neurais Artificiais.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba – Campus João Pessoa pela disponibiliza-
ção de materiais, laboratórios e apoio financeiro ao desenvolvimento da pesquisa.

Referências.
ALHUSSEIN, M; MUHAMMAD, G.; HOSSAIN, M. S. Eeg pathology detection based on deep learning. IEEE Ac-
cess, v. 6, p. 41034-41041, 2018.

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COELHO, C. A., RIBEIRO, V. V., BASTILHA, G. R., SCHILLING, N. O. Qualidade de vida em voz, avaliação per-
ceptivoauditiva e análise acústica da voz de professores com queixas vocais. Audiology – Communication
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FANG, S, H. et al., Detection of pathological coice using cepstrum vectors: A deep learning approach. Journal
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QUEIROZ, G. K. L. P et al. Classificação de disfonias por meio da análise de medidas não lineares e quantifica-
ção de recorrência. Revista Principia, v. 38, n. 1, p. 148-160, 2018.

TURAN, S.; BILGIN, G. Semantic nuclei segmentation with deep learning on breast pathology images. In: 2019
Scientific Meeting on Electrical-Eletronics Biomedical Engineering and Computer Science (ISBI 2018).
[S.l.:s.n], 2019. p. 1-4.

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Edgard de Macedo Silva


Ensaio eletromagnético para análise do
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba
ruído de Barkhausen por meio de um
sensor de campo magnético
Rayssa Sousa de Andrade Toscano Lins
[email protected]
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Alysson Marques Rufino Paula Leite


[email protected] INTRODUÇÃO. Os materiais ferromagnéticos possuem domínios
Instituto Federal da Paraíba
magnéticos, que são regiões com orientação magnética uniforme.
Ao aplicar um campo magnético variável no material, as paredes
dos domínios se movimentam, gerando deslocamentos que tendem
a formar domínios maiores, orientados segundo a direção do cam-
po aplicado. Esta movimentação não é contínua, mas realizada aos
saltos, dependendo de uma série de fatores micro e macro-estrutu-
rais (Faria & Lima, 2005). É possível relacionar os saltos magnéticos
gerados pelas movimentações das paredes a picos de tensão que
geram ruídos no sinal. Estes são conhecidos por Ruídos Magnéticos
de Barkhausen (RMB), fenômeno magnético que tem sido considera-
do como um parâmetro útil em diversas aplicações (Ghanei, Alam, &
Kashefi, 2014; Samimi, Krause, & Clapham, 2016; Vega, Columbié,
Isla, & Herrera, 2018). O RMB é medido com o auxílio de um Yoke eletromagnético e uma bobina receptora.
Os parâmetros do RMB dependem da frequência e da forma de onda do campo magnético de excitação. As
frequências utilizadas são na faixa de 0,1 Hz a 1 kHz e as formas de ondas mais usadas na excitação magné-
tica do material são senoidais e triangulares (Araújo, 2019; Carvalho Filho, 2018; Chukwuchekwa, 2011). Os
Aços Inoxidáveis Duplex (AID) têm um comportamento mecânico diferenciado dos demais aços inoxidáveis,
devido a sua microestrutura, que é formada por duas fases (por isso a denominação “duplex”) em proporções
semelhantes, austenita e ferrita (Badji et al., 2008; Martins & Luiz Carlos, 2009). Este aço possui excelente
desempenho quando submetido a condições severas de pressão e corrosão, chegando a ter uma durabilidade
até quatro vezes superior aos outros aços inoxidáveis (Silva et al., 2009). Os AID apresentam boa resistência
a fadiga, boa tenacidade e resistência a impacto, o que viabiliza seu uso em aplicações cujo risco de falha do
equipamento pode gerar danos ambientais, custos e até perdas humanas. Entretanto, quanto estes são sub-
metidos a ciclos térmicos acima de 550 °C, sofrem fragilização, em consequência da formação de precipitados
grosseiros nos contornos, proveniente de uma fase denominada sigma (σ), que é rica em Cromo (Cr) e extre-
mamente dura, o que compromete a resistência à corrosão e tenacidade do material (Huallpa et al., 2016; Nor-
mando, Moura, Souza, Tavares, & Padovese, 2010; Tavares, Pardal, Guerreiro, Gomes, & Silva, 2010). Sensores
de efeito Hall têm sido utilizados em ensaios eletromagnéticos para detecção de variações microestruturais
em diversos materiais. Como este sensor é muito sensível à variação do fluxo magnético, seu sinal de saída é
potencializado com a aproximação da superfície magnética. Por possuírem baixo custo e simples utilização,
são usados em indústrias nas mais variadas aplicações, podendo ser desde sensoriamento, tacômetros, me-
didores de posição, campo magnético entre outras (Kosmas, Sargentis, Tsamakis, & Hristoforou, 2005; Silva,
Leite, Leite, et al., 2016; Silva, Leite, Neto, et al., 2016). Este trabalho fez um estudo preliminar da capacidade
de um ensaio eletromagnético, baseado na análise do RMB, detectar a presença da fase σ em um AID. A onda
emitida percorreu o material e um sensor de efeito Hall posicionado depois do material captou a onda resul-

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tante da interação. Esse sensor é o diferencial na nova configuração de ensaio desenvolvida, pois ele substitui
a bobina receptora dos métodos tradicionais, que utilizam duas bobinas.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para a realização deste trabalho foram utilizadas duas amostras do AID SAF 2205,
adquiridas em formato circular, com diâmetro de 24 mm e espessuras de 8 mm cada, uma tratada na tempera-
tura de 850 °C, envelhecida a 15 min, que apresenta a fase sigma (σ), e outra na condição como recebida, que
não apresenta precipitados e serviu como parâmetro de comparação. Essas amostras fazem parte do Grupo
de Simulação de Comportamento dos Materiais (GSCMat) do Instituto Federal da Paraíba (IFPB). O equipa-
mento de teste foi desenvolvido no laboratório do GSCMat do IFPB. A bancada é constituída de dois módulos:
módulo de emissão e módulo de aquisição. O módulo de emissão é composto por um gerador de função e a
bobina emissora. O módulo de aquisição é composto por um sensor de efeito Hall, uma placa de aquisição e
um computador. O sensor foi posicionado no centro da outra face da amostra, com a finalidade de detectar o
campo resultante da interação entre a onda emissora e o material. Foi aplicado um sinal de onda senoidal na
bobina emissora, com frequência de 5 Hz, uma das frequências analisadas e recomendadas por (Araújo, 2019)
para trabalhar com o Ruído Magnético de Barkhausen (RMB), e amplitude de 5 V. Um estudo da quantidade de
sinais a serem adquiridos foi realizado com a finalidade de se obter medidas com o menor intervalo de erro,
sem sobreposição de dados. Foram analisadas aquisições de 10, 20 e 30 sinais, com 500 pontos a cada 1 ms,
através do sensor de efeito Hall, com intervalo de confiança de 95%. O parâmetro utilizado para a análise da
onda foi o RMS da onda. Este parâmetro foi escolhido devido a sua simplicidade e uso sucessivo na literatura
para interpretar o RMB. Os RMS dos sinais foram obtidos após aplicação da Transformada de Fourier dos mes-
mos, com a utilização de um filtro passa altas digital de 200 Hz.

RESULTADOS. A etapa descrita neste trabalho consistiu na construção de uma bancada de medições confor-
me a nova configuração proposta de ensaio eletromagnético para análise do Ruído Magnético de Barkhausen
(RMB). Testes preliminares foram realizados a fim de verificar a funcionalidade da mesma. Um aço inoxidável
duplex foi escolhido para esse estudo. A amostra com tratamento apresentou valores menores de RMS do sinal
em relação a amostra sem tratamento, comprovando a influência da presença de precipitados no material em
estudo devido a formação da fase σ. Essa redução se deveu ao fato de o paramagnetismo da fase σ diminuir a
permeabilidade do material. Aquisições com 30 sinais apresentaram a menor faixa de erro sem sobreposição
de dados, com intervalo de confiança de 95%.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O presente trabalho apresentou um ensaio eletromagnético para análise do Ruído
Magnético de Barkhausen (RMB) com a substituição da bobina receptora por um sensor de efeito Hall, che-
gando-se as seguintes considerações: o sensor de efeito Hall foi capaz de substituir a bobina receptora, de
modo a poder captar o RMB, sendo necessária a aquisição de 30 sinais, por apresentar a menor faixa de erro
sem sobreposição de dados, com intervalo de confiança de 95%; e o ensaio proposto foi capaz de identificar
a presença da fase paramagnética sigma (σ) no início da sua formação.

PALAVRAS-CHAVE: Ruído de Barkhausen. Sensor Hall. Aço Inoxidável Duplex.


3º SIMPIF

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
Araújo, B. R. de. (2019). Caracterização da Onda Emissora para Geração do Efeito de Barkhausen para Detec-
ção de Precipitados Nanométricos em um Ensaio Eletromagnético. Instituto Federal da Paraíba.

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Badji, R., Bouabdallah, M., Bacroix, B., Kahloun, C., Bettahar, K., & Kherrouba, N. (2008). Effect of solution
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Silva, E. de M., Leite, J. P., Neto, F. A. de F., Leite, J. P., Fialho, W. M. L., Albuquerque, V. H. C. de, & Tavares, J.
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3º SIMPIF

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Tavares, S. S. M., Pardal, J. M., Guerreiro, J. L., Gomes, A. M., & Silva, M. R. da. (2010). Magnetic detection of sig-
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Alysson Marques Rufino Paula Leite


Ensaio eletromagnético para detecção
[email protected] da anisotropia magnética por meio da
Edgard de Macedo Silva análise do ruído Barkhausen
[email protected]

Rayssa Sousa de Andrade Toscano Lins


[email protected]

INTRODUÇÃO. O projeto dos componentes mecânicos e estruturais


na engenharia está limitado pelas propriedades mecânicas dos ma-
teriais, assim como pelos métodos usados na sua fabricação. Quan-
do utilizado em serviço os componentes sofrerão processos que irão
alterar as suas características e afetarão a vida útil projetada. Para
acompanhar a evolução da vida útil, é importante inspecionar os com-
ponentes, de preferência sem retirar a peça, sem alterá-la, buscando
sinais de desgaste ou degradação. O conjunto de técnicas que cumpre
essas condições é conhecido como Ensaios não Destrutivos (END), às
vezes chamados também de Inspeção não Destrutiva (IND) ou Ava-
liação não Destrutiva (AND). As técnicas END possibilitam o controle
contínuo do comportamento do aço, sem a necessidade de perda do
material estudado, evitando-se a desmontagem dos sistemas quando
em uso e com isso reduzindo as perdas de horas produtivas. Podem também ser utilizadas na detecção de
anomalias mecânica, física e química de equipamentos, evitando quebras ou falhas catastróficas que possam
levar desde a perda de horas a danos de valor imensurável, como mortes e catástrofes ambientais, princi-
palmente em indústrias do ramo naval, de petróleo e gás, energia nuclear e aeronáutica, cuja ocorrência de
falhas geralmente é onerosa e de impactos ambientais irreversíveis. Nestes casos, essas técnicas podem ser
utilizadas para a criação de sensores de monitoramento contínuo de propriedades críticas em equipamentos e
materiais em serviço, o que possibilita um acompanhamento integral e progressivo de sua condição (ABENDI,
2012). Existem diferentes tipos de técnicas de END que vêm sendo utilizadas para o acompanhamento da vida
útil do aço. Dentro das quais, podem-se mencionar: a Ultrassom, Termografia, Métodos Magnéticos, Técnicas
Radiográficas e as baseadas no ruído magnético de Barkhausen (MORGAN; PADOVESE, 2012). Os processos
convencionais de fabricação, como forjamento, trefilação e laminação, provocam deformações plásticas que
criam anisotropia magnética no material. Por isso, a necessidade de obter a direção de fácil magnetização, ou
seja, de melhor facilidade de alinhamento de domínios magnéticos para a redução de perdas por histerese.
Os testes normatizados, para análise de anisotropia, são realizados para determinação do ângulo magnético
de menor perda, utilizando-se campos magnéticos da ordem 1,5 T, o que promove modificação dos domínios
magnéticos dos materiais. Isto provoca histerese no material, que dependendo do tipo magnético, pode con-
tinuar magnetizado com maior ou menor intensidade, em alguns casos para o material retornar ao seu nível
de magnetização original, faz-se necessário a desmagnetização (LI-HONG; DONG, 2004; PRAXEDES, 2012).
Usualmente os grãos dos materiais policristalinos encontram-se orientados de uma maneira não-aleatória,
apresentando uma orientação preferencial denominada textura metalográfica, a qual estar definida pela fun-
ção de distribuição das células unitárias, independentemente do seu tamanho e forma (BUNGE, 1989). Este
trabalho usa uma técnica não-destrutiva que pertence à família dos métodos magnéticos, baseada no ruído
magnético de Barkhausen (RMB) para a determinação da anisotropia magnética. A onda emitida percorreu
o material e um sensor de efeito Hall posicionado entre a solenoide e amostra captou a onda resultante da
interação. O material utilizado foi rotacionado de 0° a 360° com um passo de 45°.

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MATERIAIS E MÉTODOS. Para a realização deste trabalho foi utilizada uma amostra do AID SAF 2205 na
condição como recebida, que não apresenta nenhum tipo de envelhecimento, adquiridas em forma de chapa
e cortada em formato circular por eletroerosão a frio, com diâmetro de 24 mm e espessura de 6 mm. Essas
amostras fazem parte do Grupo de Simulação de Comportamento dos Materiais (GSCMat) do Instituto Federal
da Paraíba (IFPB). O equipamento de teste foi desenvolvido no laboratório do GSCMat do IFPB. A bancada é
constituída de dois módulos: módulo de emissão e módulo de aquisição. O módulo de emissão é composto por
um gerador de função e a bobina emissora. O módulo de aquisição é constituído por um sensor de efeito Hall,
uma placa de aquisição e um computador. O sensor foi posicionado no centro da face da amostra, com a finali-
dade de detectar o campo resultante da interação entre a onda emissora e o material. Foi aplicado um sinal de
onda senoidal na bobina emissora, com frequência de 15 Hz e amplitude de 5 V. Foram analisadas aquisições
de 10 sinais com 1000 pontos a cada 1 ms, através do sensor de efeito Hall. O parâmetro utilizado para a aná-
lise da onda foi o RMS (do inglês Root Mean Square) da onda. Os RMS dos sinais foram obtidos após aplicação
da Transformada de Fourier dos mesmos, com a utilização de um filtro passa faixas digital de 150 a 400 Hz.

RESULTADOS. Testes preliminares foram realizados por meio de uma bancada de medições de ensaio eletro-
magnético para análise do Ruído Magnético de Barkhausen (RMB) para determinar a anisotropia magnética,
conforme a configuração proposta, a fim de verificar a funcionalidade do experimento. Um aço inoxidável
duplex foi escolhido para esse estudo devido a suas características, pois possui um grão achatado com uma
direção de laminação bem definida. Por meio dos valores de RMS do sinal obtidos, observou-se que ocorrer
anisotropia magnética, devido a variação dos valores para cada ângulo analisado. Notou-se que do ângulo 0°
a 180° a uma redução seguida de um crescimento até 360°. O maior valor de RMS ocorreu no ângulo de 0°,
indicando que nesse ponto é a direção de fácil magnetização.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O presente trabalho apresentou um ensaio eletromagnético para análise do Ruído
Magnético de Barkhausen (RMB) para a determinação da anisotropia magnética, chegando-se as seguintes
considerações: O ensaio proposto é capaz de detectar a anisotropia magnética do material estudado e a pre-
sença de uma direção de deformação, devido ao processo de fabricação, leva a formação de uma direção de
fácil magnetização que foi determinada como a de laminação.

PALAVRAS-CHAVE: Ruído de Barkhausen. Anisotropia Magnética. Sensor Hall. Aço Inoxidável Duplex.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IFPB pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
ABENDI - NA001. Qualificação e Certificação de Pessoas em Ensaios Não Destrutivos. Verificação das Pro-
priedades. [s.1] São Paulo, 2012.

BUNGE, H. “Texture and magnetic properties”. Textures and Microstructures, v. 11, pp. 75–91, 1989.

LI-HONG; DONG. Metal magnetic memory signals from surface of low-carbon alloyed steel. [s.l.] SPRINGER
3º SIMPIF

J. Cent South Uni, Technol, 2004.

MORGAN, M. C; PADOVESE, L. R. Fast detection of the magnetic easy axis on steel sheet using the continuous
rotational Barkhausen method. NDT&E Int., v. 45, pp. 148-155, 2012.

PRAXEDES, T. O Sistema experimental para realização de ensaios não-destrutivos magnéticos e sua aplicação
na avaliação da degradação microestrutuyral do aço A516 grau 60. [s.1] Universidade Federal do Ceará, 2012.

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Izaura Luiz Viegas


Estudo do uso de onda emissora
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba
senoidal para geração do ruído de
Barkhausen com amostras circulares de
Edgard de Macedo Silva
[email protected] diferentes espessuras
Instituto Federal da Paraíba

INTRODUÇÃO. O Ruído Magnético de Barkhausen (RMB) é um fenô-


meno magnético originado dos choques entre as paredes dos domí-
nios magnéticos com pontos de ancoragem como: os contornos de
grãos, precipitados e lacunas existentes na microestrutura do mate-
rial. O RMB é utilizado em técnicas de ensaios não destrutivos (END)
e servem como base quantitativa, ao se analisar os picos de tensões
gerados. São usados em vários estudos que tratam da análise do
comportamento de tensões mecânicas em microestruturas de mate-
riais ferromagnéticos, análise de anisotropia e detecção de direção
de mais fácil magnetização como também, há a sinalização de alguns
estudos (CARVALHO FILHO,2018; ARAÚJO, 2019) da sua aplicação
em análise de comportamento de outros tipos de materiais, como os
paramagnéticos. A geração do Ruído de Barkhausen depende de ge-
ração de uma onda em uma bobina emissora e detecção dela, após interagir com o material, em uma bobina
receptora. Nos sistemas descritos nas literaturas, geralmente frequências na faixa de 0,1Hz a 1kHz com
sinais de ondas de formato triangular e senoidal são utilizadas. Estes tipos de onda são comumente utiliza-
dos e apresentam picos de tensões que caracterizam o RMB de forma satisfatória e ajudam a correlacionar
os ruídos às características ou propriedades da microestrutura de um material estudado (CALDAS MORGAN,
2012).Através da captação dos RMB é possível traçar uma correlação entre as propriedades microestruturais
e macroscópicas de um material sujeitado aos mais diversos processos termomecânicos. Como por exemplo,
com a observação dos RMB é possível analisar comportamento de materiais que passaram por processo de
envelhecimento térmico, traçar o perfil da concentração de precipitados na microestrutura do material e a sua
influência sobre as propriedades mecânicas de materiais, analisar as fragilidades do material em relação a sua
dureza, analisar como se comportam os materiais que passaram por variações de esforços mecânicos e se
essas variações geraram algum tipo de estresse mecânico ou fadiga (GHANEI et al,2014).

No presente trabalho é realizado um estudo da geração do Ruído Magnético de Barkhausen, através de ondas
emissoras de forma senoidal, em um aço inoxidável duplex, com a presença da fase fragilizante sigma. Será
analisado a capacidade de uma bobina receptora posicionada, na superfície oposta do material, detectar a
presença da fase paramagnética sigma em função da mudança de espessura.

MATERIAIS E MÉTODOS. Neste trabalho foram utilizadas amostras de um aço inoxidável duplex SAF 2205
(UNS S31803), pertencentes ao Grupo de Simulação de Comportamento dos Materiais IFPB (GSCMat),amos-
tras sem presença dos precipitados fragilizantes(fase sigma) com seção transversal em formato circular com
diâmetro 24mm e espessuras de 4 e 8 mm. Além de amostras com o mesmo diâmetro e espessuras que foram
tratadas termicamente na temperatura de 850 oC com tempos de tratamentos de 15 min, 60 min e 120 min,
afim de obter diferentes quantidades da fase sigma.Para o desenvolvimento experimental foi utilizada uma
bancada composta por uma bobina emissora e uma bobina recptora posicionadas em superfícies opostas de

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uma amostra.Cabos blindados fazem parte do dispositivo para minimizar a influência de sinais externos que
gerem ruídos ao sistema de emissão e aquisição dos sinais. O Bloco de emissão contém um gerador de sinais
ou de funções, conectado a uma bobina emissora cuja função é gerar um campo magnético que atravesse o
material da amostra de aço em estudo. Após a seleção do formato da onda no gerador de sinais, o mesmo
transmite para a bobina emissora uma onda do formato escolhido. A bobina receptora está associada a um
osciloscópio. Neste se encontra um computador que associado ao osciloscópio fará a aquisição e a devida de-
tecção da onda induzida. Para a realização do ensaio,ondas emissoras de formatos senoidais com frequências
de 5Hz, 25 Hz, 50 Hz, 75 Hz e 100 Hz e amplitudes de 1, 3, 5, 7 e 9 Volts foram aplicadas em amostras sem
precipitados e com 15 min de tratamentos, de modo a determinar as características da onda emissora capaz
de detectar a presença da fase sigma em amostras com diferentes espessuras.O tratamento de envelhecimen-
to de 15 min na temperatura de 850 oC foi escolhido para corresponder a formação de 5 % de fase sigma.
Quantidade esta suficiente para a fragilização do aço inoxidável duplex SAF 2205. A onda com características
capaz de detectar a presença da fase sigma foi aplicada nas amostras com tempo de tratamento de 60 e 120
min. Os sinais foram captados dez vezes em cada amplitude aplicada na frequência selecionada com um tempo
de aquisição de 5s de intermitência entre as medidas amostradas em 20.000 pontos com a intenção de prover
a melhor confiabilidade possível dos resultados, sendo esse procedimento realizado de forma comum para as
amostras com e sem tratamento térmico. De posse dos valores medidos e com estes foi feita a FFT através
de um programa específico que permite selecionar e aplicar um filtro, neste caso, um passa-altas de 3kHz e
na etapa seguinte obteve-se os valores médios RMS do sinal e o respectivo intervalo de confiança,para cada
frequência utilizada e a faixa de amplitude em que foi aplicada.

RESULTADOS. Este trabalho foi concretizado a partir da utilização de uma bancada para medições de Ruído
Magnético de Barkhausen (RMB), desenvolvida e construída pelo Grupo de Simulação de Comportamento dos
Materiais IFPB (GSCMat). A bancada em teste proporcionou a medição de RMB a partir da seleção de parâ-
metros como amplitude, frequência e formato da onda emissora, necessários para a detecção dos ruídos que
puderam ser captados numa bobina receptora do sinal posicionada na superfície oposta da bobina emissora
o que permitiu um maior grau de liberdade em relação ao estudo de amostras com diferentes espessuras e
propiciando a escolha do formato das amostras, o que se tornou um diferencial em relação a bancadas de
medições de RMB usadas em outros estudos que envolvem medições de RMB. Neste estudo, foram utilizadas
dois tipos de amostras de um aço inoxidável duplex. Uma tratada termicamente e que apresenta a formação
da fase microestrutural e fragilizante ao material chamada de fase sigma e amostras sem tratamento térmico
e consequentemente sem a presença da fase sigma em sua microestrutura. Os resultados das medições dos
ruídos, em valores RMS, para as amostras tratadas termicamente apresentaram valores dos sinais inferiores
em relação a amostra sem tratamento térmico o que levou a correlação de que a presença da fase fragilizante
sigma no aço inoxidável duplex impacta na diminuição dos valores dos ruídos por ser formada a partir da de-
composição da ferrita ferromagnética em austenita paramagnética, o quer reduz a permeabilidade magnética
do material. Os sinais foram captados dez vezes em cada amplitude aplicada na frequência selecionada com
3º SIMPIF

um tempo de aquisição de 5s de intermitência entre as medidas amostradas em 20.000 pontos com a intenção
de prover a melhor confiabilidade possível dos resultados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Este trabalho mostrou a construção de um ensaio eletromagnético não destrutivo
que analisa o Ruído Magnético de Barkhausen (RMB) onde se tem na configuração de bancada uma bobina
receptora posicionada na superfície oposta da bobina emissora. Com esta configuração é possível selecionar
as características de uma onda senoidal capaz de detectar a presença da fase fragilizante sigma em amostras
circulares de diferentes espessuras através da captação dos ruídos.

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PALAVRAS-CHAVE: Aço Inoxidável Duplex. Onda Emissora Senoidal. Ruído Magnético de Barkhausen.

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB por proporcionar o apoio fundamental ao desenvolvimento deste estudo.

Referências
ARAÚJO, Bruno Ribeiro. Caracterização da onda emissora para geração do efeito de Barkhausen para detec-
ção de precipitados nanométricos em um ensaio eletromagnético. 2019. Dissertação de Mestrado.

CALDAS-MORGAN, M.; PADOVESE, Linilson Rodrigues. Fast detection of the magnetic easy axis on steel
sheet using the continuous rotational Barkhausen method.  Ndt & E International, v. 45, n. 1, p. 148-155,
2012.

CARVALHO FILHO, José Adeilton. ENSAIO ELETROMAGNÉTICO BASEADO NO RUÍDO DE BARKHAUSEN PARA


ACOMPANHAMENTO DE FORMAÇÃO DE FASE. 2018. Dissertação de Mestrado.

GHANEI, Sadegh et al. Nondestructive characterization of microstructure and mechanical properties of inter-
critically annealed dual-phase steel by magnetic Barkhausen noise technique. Materials Science and Enginee-
ring: A, v. 607, p. 253-260, 2014.

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Marília Gabriela Santos


Investigação do uso de ressoadores
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba
com geometria matrioska em antenas
planares
Jefferson Costa e Silva
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba

Alfredo Gomes Neto


[email protected] INTRODUÇÃO. Nas últimas décadas, tem crescido expressivamente
Instituto Federal da Paraíba
o setor de comunicação sem fio (wireless communication systems),
devido as várias vantagens oferecidas por esses tipos de sistemas
de comunicação, tais como: facilidade de acesso, diversidade de ser-
viços e aplicações, e mobilidade do usuário para conectar com uma
rede local (NAYAK e SINGH, 2017). Com todo esse crescimento na
área de telecomunicações com o uso das tecnologias de comunica-
ção sem fio, passou-se a investir cada vez mais em dispositivos com-
pactos, leves, com um custo acessível e sem perda de desempenho
(HUSSAIN et al., 2017).

Nos sistemas de comunicações atuais as antenas são dispositivos que


estão cada vez mais sendo usados, por serem essenciais na comuni-
cação sem fio, onde a portabilidade passou a ser um requisito padrão nos mais diversos equipamentos ele-
trônicos de consumo (PATEL e UPADHYAYA, 2019). Devido todo o crescimento dos sistemas de comunicações
sem fio, existe um grande interesse prático que as antenas apresentem pequenas dimensões, banda larga e
alta eficiência de radiação (SEKO, 2013).

As antenas planares permitem a união de diferentes tecnologias sem fio em um único dispositivo móvel, sem
que haja um acréscimo na dimensão, volume e custo dos sistemas de comunicação. As antenas de microfita
fazem parte da classe de antenas planares e podem ser utilizadas em diversas aplicações devido a sua fácil
adequação a superfícies não planas, técnica de produção de circuito com tecnologia elementar e robustez
mecânica (BALANIS, 1997).

As antenas de microfita são adequadas para a transmissão e a recepção na faixa de micro-ondas, e devido a
necessidade atual dos equipamentos de comunicações serem cada vez mais compactos, um aspecto dese-
jável para esse tipo de antena tem sido a miniaturização, com isso tem sido desenvolvida técnicas capazes
de alterar a sua estrutura de maneira que resulte na redução do tamanho. Uma dessas técnicas tem sido a
incorporação de metamateriais em sua estrutura de modo a tornar possível sua utilização em outros sistemas
(AQUINO, 2008).

O material Left Handed Metamaterials (LHM), que também é nomeado como metamaterial, possui índice de
refração negativo, sendo constituído por materiais artificialmente estruturados que podem interagir com as
ondas eletromagnéticas e controlá-las (SILVA, 2015). O Split Ring Resonator (SRR), sugerido por (PENDRY,
1999), é um dos tipos desse metamaterial e consiste em dois anéis concêntricos repartidos, que podem apre-
sentar de forma simultânea a permissividade elétrica e a permeabilidade magnética negativas.

Uma proposta de geometria que tem sido desenvolvida em trabalhos recentes no GTEMA/IFPB, Grupo de Tele-
comunicações e Eletromagnetismo Aplicado, tem sido a geometria matrioska, que foi desenvolvida aplicando

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a ideia das bonecas matrioska (SOUSA, 2018), as quais são constituídas por uma série de bonecas colocadas
umas dentro das outras, expandindo-se da mais externa (maior) até a mais interna (menor) ocupando apenas
o volume da boneca mais externa (CRUZ, 2015).

Na geometria matrioska, diferente dos anéis concêntricos, os anéis permanecem interligados, formando um
único anel, aumentando o seu comprimento efetivo e, consequentemente, reduzindo a frequência de resso-
nância. A matrioska com uma fenda em um determinado ponto da geometria, desenvolvida por (CRUZ, 2015),
denominada de matrioska aberta e se comporta como um dipolo. Sua primeira frequência de ressonância será
aproximadamente metade do valor obtido para a matrioska fechada, o que é uma característica muito interes-
sante em aplicações onde são necessárias estruturas com menores dimensões.

Este projeto se propõe a investigar os efeitos causados pela inserção de ressoadores baseados na geometria
matrioska no plano de terra de antenas de microfita com patch retangular. Analisando a possibilidade da mi-
niaturização das antenas de microfita, que operam na faixa de 2,5 GHz, através desses elementos no plano
terra. quais parâmetros são afetados e de que forma são alterados.

MATERIAIS E MÉTODOS. Inicialmente foi projetada uma antena de microfita para a frequência de ressonância
de 3,5 GHz, utilizando o software ANSYS Designer para a caracterização numérica dessa antena. Também fo-
ram projetados e simulados os ressoadores com: geometria matrioska aberta e SRR circular para a frequência
de ressonância de 2,6 GHz.

Em seguida foram realizadas as simulações da antena de microfita com patch retangular com a inserção das
estruturas com geometria matrioska e circular em seus respectivos planos de terra, de modo que o conjunto
ressoe na frequência de 2,5 GHz, que é uma frequência menor que a obtida com a antena convencional e assim
ocorre a miniaturização da antena.

RESULTADOS. Foi projetada uma antena de microfita com elementos, de geometria matrioska e SRR circular,
distribuídos no plano de terra de modo que o conjunto final (antena mais elementos ressoadores) estejam
sintonizados na frequência de ressonância de 2,5 GHz.

Neste caso, os ressoadores com geometria matrioska utilizados tem abertura no anel mais interno repre-
sentando uma geometria matrioska aberta. Esse modelo torna possível obter uma redução da frequência de
ressonância utilizando um elemento de comprimento reduzido, ou seja, a antena ressoará em uma frequência
mais baixa através de um elemento que ocupa uma área menor. A antena de microfita retangular utilizada
tem uma frequência de ressonância de 3,5 GHz e dimensões de 28x20mm, o plano de terra tem dimensão de
38x45mm e contém ressoadores projetados para uma frequência de ressonância de 2,6 GHz, com dimensões
de 9,5x9,5mm.

Várias distribuições com os elementos ressoadores foram testadas e as que apresentaram os melhores resul-
tados foram com apenas um elemento centralizado e com nove elementos. Sendo os resultados obtidos do
3º SIMPIF

conjunto, da antena com um elemento centrado, tanto para a geometria matrioska aberta como para a SRR
circular a frequência de ressonância do conjunto foi de 2,5 GHz, sendo os ganhos obtidos de 4,93 dB para a
matrioska aberta e de 4,58 dB para a SRR. Para o teste com nove elementos, para a geometria matrioska aber-
ta o conjunto ressoa em 2,05 GHz e tem ganho igual a 4,26 dB, e para a geometria SRR circular a frequência
de ressonância do conjunto é de 2,65 GHz e tem ganho de 3,63 dB.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS. De todos os testes realizados, o que apresentou melhor resultado considerando a
frequência, casamento de impedância e ganho foi a configuração do plano terra que contém apenas um res-
soador de geometria matrioska aberta centralizado no plano de terra da antena de microfita. Em comparação
com as antenas que utilizam elementos SRRs de geometria circular no plano de terra, geralmente nos testes
realizados a geometria matrioska aberta apresentou melhor casamento de impedância, maior ganho e menor
área ocupada do plano terra. Sendo que ambas as geometrias, matrioska aberta e circular, realizaram o recuo
das frequências de ressonâncias.

PALAVRAS-CHAVE: Antenas de microfita, Matrioska, SRR e Miniaturização.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica do IFPB (PPGEE-I-


FPB) pelo suporte recebido no desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
AQUINO, M. B. L. Antenas de Microfita Com Substrato Metamaterial. Dissertação, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal, RN, Brasil, 2008.

BALANIS, C. A. Antenna Theory: Analysis and Design. John Wiley, 1997.

CRUZ, J. N. Caracterização de FSS com Geometria Matrioska Aberta. Dissertação, Instituto Federal da Paraí-
ba, João Pessoa, PB, Brasil, 2015.

HUSSAIN, R.; ALRESHAID, A. T.; PODILCHAK, S. K.; SHARAWI, M. S. A Compact 4G MIMO Antenna Integrated
with a 5G Array for Current and Future Mobile Handsets. IET Microwaves, Antennas Propagation, vol. 11,
2017.

NAYAK, R. S.; SINGH, Dr. R. P. Performance and Improvement of Various Antennas in Modern Wireless
Communication System. International Journal of Advance Research in Science and Engineering, vol. 6, 2017.

PATEL, U.; UPADHYAYA, T. K. Design and Analysis of Compact -Negative Material Loaded Wideband Electri-
cally Compact Antenna for WLAN/WiMAX Applications. Progress In Electromagnetics Research M, vol. 79,
2019.

PENDRY, J. B. Magnetism from conductors and enhanced nonlinear phenomena. IEEE Trans. Microw, Theory
Tech, vol. 47, 2075- 2084, 1999.

SEKO, M. H. Antenas Planares de Micro-ondas multibandas para terminais móveis de sistemas de comuni-
cação sem fio. Dissertação, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil, 2013.

SILVA, J. L. Estudo do Comportamento de Antena de Microfita com Substrato Metamaterial. Dissertação,


Universidade Federal Rural do Semiárido, RN, Brasil, 2015.

SOUSA, T. R. Desenvolvimento de Superfície Seletiva em Frequência Baseada na Geometria Matrioska Inde-


pendente da Polarização. Dissertação, Instituto Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil, 2018.
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Cristiano Correia Lima


Medição da constante dielétrica de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
solos pelo método perturbação da
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa cavidade ressonante
Joabson Nogueira Carvalho
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. As propriedades do solo são de grande importância
em muitas atividades humanas, como a agricultura, silvicultura, pai-
sagismo, proteção ambiental, recreação e engenharia civil. Levanta-
mento de solos para aplicações diferentes requerem estimativas de
numerosas propriedades do solo, como salinidade, textura, pedrego-
sidade, profundidade do lençol freático e sequência de horizontes de
solos. Muitas dessas propriedades são altamente variáveis espacial-
mente, mas algumas também são temporalmente instáveis. Uma ava-
liação precisa das propriedades do solo é complicada pela natureza
de sua variabilidade, bem como, onerosa (POZDNYAKOVA, 1999).

Materiais do solo, como rochas ou argila, possuem propriedades elé-


tricas e mecânicas, além de outras substâncias. Eles geralmente têm
isolantes e pequenas propriedades condutivas que são identificadas como materiais “dielétricos”, e são ca-
racterizados por sua constante dielétrica ou sua permissividade. Medindo as propriedades elétricas, pode-se
determinar a resistência mecânica, teor de umidade e o estado de ligação das moléculas ou partículas de água
(SANTOS et al, 2010).

O parâmetro principal das propriedades dielétricas de um material é permissividade relativa ou constante


dielétrica. No domínio da frequência, a permissividade elétrica do material assume um valor complexo (. Cuja
parte real representa a capacidade do material de armazenar energia, em resposta a um campo elétrico
externo aplicado, e a parte imaginária indica a dissipação de energia em forma de calor. A medida da per-
missividade dielétrica ganhou muito interesse por fornecer informações valiosas que ajudam pesquisadores e
engenheiros a utilizar esses dados em seus projetos, para fins de caracterização de material ou monitoramen-
to da qualidade de um processo (KAATZE, 2010).

Diversas técnicas são usadas para a medição de permissividade, contudo, nenhuma consegue caracterizar
todos os materiais em todo o espectro de frequência. A escolha de uma técnica específica depende de pa-
râmetros como frequência, tamanho e forma das amostras, precisão exigida, processo destrutivo / não des-
trutivo, custo. Entre as técnicas mais aplicadas estão: os métodos não-ressonantes (Espaço livre; Linhas de
transmissão e Ponta de prova coaxial): e os métodos ressonantes (Cavidade ressonante; e Ressoadores em
microfitas) (KHAN, 2012).

Dentro desse contexto, este trabalho estudou a variabilidade da constante dielétrica de camadas superficiais
(profundidade até 50cm) de solos encontrados na Floresta Nacional Restinga de Cabedelo (Flona de Cabede-
lo). A área de estudo, parte da Flona de Cabedelo, localiza-se nos municípios de Cabedelo e João Pessoa, PB.
Sua extensão é de 114,34 ha, sendo que 63,49 ha foram objeto de estudo do levantamento de solos (COELHO
et al, 2017). O dispositivo proposto para a mensuração da permissividade é uma cavidade ressonante, com
uma frequência de ressonância de 2,6 GHz, pela alta sensibilidade, estabilidade e precisão que possui.

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MATERIAIS E MÉTODOS. Para medir a permissividade elétrica do solo, foi construída uma cavidade ressonante
retangular de dimensões 86 x 43 x 74 mm. A cavidade consiste em um cubo retangular fechado, oco, com es-
trutura longitudinal constituída em perfil de cobre e tampas nas extremidades em latão. A cavidade foi unida a
uma transição de guia de onda para cabo coaxial, de tamanho 58 x 28 x 62 mm, de fabricação industrial, com
conector N-fêmea, para possibilitar o fornecimento de energia eletromagnética à cavidade; e a medição das
ondas refletidas. Em uma das faces longitudinais da cavidade foi feito um orifício de 12 mm para viabilizar a
inserção das amostras a serem analisadas, no interior da cavidade.

Na interface entre a cavidade e o guia de onda foi implementado uma fenda retangular, denominada íris de
dimensões 30 x 6 mm. O tamanho da íris foi otimizado por simulação, utilizando o software High Frequency
Structure Simulator (ANSYS HFSS), a fim de fornecer uma frequência de ressonância adequada a medição A
implementação de uma íris é extremamente importante, pois propicia a eliminação de modos de propagação
do guia de onda. Na simulação, três materiais foram usados como amostras de teste da cavidade: polyte-
trafluoroethylene (teflon), poliéster e poliamida. Os dados eletromagnéticos desses materiais constavam na
biblioteca do HFSS.

A cavidade construída tem uma frequência de ressonância de 2,61 GHz e foi calibrada com uma amostra física
de politetrafluoroetileno (teflon), que tem uma permissividade elétrica conhecida de 2.1. As amostras de
solos foram coletadas em três mini trincheiras onde o solo característico é o Neossolo Quartzarênico Típico
(>95% de areia de quartzo), em diferentes profundidades 0-10 e 30-50 cm. Um Analisador de Rede Vetorial
C3443 (VNA) foi usado para medir as frequências de ressonância.

O procedimento de medição compreende medir a frequência de ressonância da cavidade vazia e posteriormen-


te medir a variação dessa frequência quando as amostras a serem analisadas são inseridas gradualmente no
interior da cavidade. Para inserir paulatinamente as amostras de solos no interior da cavidade foi usado um
recipiente, plástico, cilíndrico, graduado. O tamanho da amostra é fator determinante na precisão da medição.
Se o volume da amostra for muito pequeno em relação ao volume da cavidade, a mudança da frequência de
ressonância não é percebida, em contrapartida, amostras de volumes maiores podem produzir uma perturba-
ção excessiva do campo eletromagnético dentro da cavidade, também implicando erro na medição. O cálculo
da permissividade é conseguido por meio de uma equação que relaciona a frequência de ressonância da ca-
vidade vazia, frequência de ressonância da cavidade com a amostra inserida e os volumes da cavidade e da
amostra sob análise.

RESULTADOS. Os resultados da permissividade elétrica obtidos com a simulação foram: teflon – 2,09 (2,1);
poliéster -3,12 (3,2) e poliamida – 4,21 (4,3) _ os valores entre parentes são relativos aos encontrados na
literatura. A medição da permissividade da amostra física de teflon teve valor 2,08.

Para as amostras de solos, os resultados das constantes dielétricas conseguidos foram: profundidade 0-10cm
– 2,02; profundidade 30-50cm – 2,08.
3º SIMPIF

CONSIDERAÇÕES FINAIS. As medições de permissividade elétrica deste trabalho utilizaram o “método per-
turbação da cavidade ressonante” na frequência de ressonância de 2,61GHz; e foram realizados no laboratório
de medidas em telecomunicações do IFPB, com temperatura ambiente de 23ºC.

A diferença entre o valor da constante dielétrica obtido com a amostra física de teflon e o valor encontrado
na literatura apresentaram uma diferença abaixo de 1%, confirmando a precisão do dispositivo utilizado. Os

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resultados revelam uma pequena variação na permissividade do solo com a profundidade. Ressalta-se que o
solo analisado é drenado e tem pouca capacidade de retenção de água e materiais orgânicos.

A cavidade ressonante construída se mostrou eficiente para medição de materiais granulados, tipo solos,
oportunizando trabalhos futuros com materiais em estado de grãos.

PALAVRAS-CHAVE: Permissividade elétrica, solos, frequência de ressonância.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Grupo de Telecomunicações e Eletromagnetismo Aplicado - GTEMA e a


Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica do Instituto Federal da Paraíba (PPGEE)
- Campus João Pessoa pela disponibilidade dos equipamentos e instalações que permitiram a execução deste
trabalho.

Referências
COELHO, M., D’ANDREA, A., da SILVA, O., VASQUES, G. d. M., and de OLIVEIRA, A. Levantamento pedológico
detalhado (escala 1: 5.000) e estoque de carbono orgânico do solo da floresta nacional restinga de cabedelo,
municípios cabedelo e joão pessoa, pb. Embrapa Solos-Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento (INFOTECA-E)
(2017).

KAATZE, U. Techniques for measuring the microwave dielectric properties of materials. Metrologia 47, 2
(2010), S91.

KHAN, M. T., and Ali, S. M. A brief review of measuring techniques for characterization of dielectric materials.
International Journal of Information Technology and Electrical Engineering 1, 1 (2012).

POZDNYAKOVA, L. A. Electrical properties of soils. University of Wyoming, 1999.

SANTOS, T., JOHANSSON, A. J., and TUFVESSON, F. Dielectric characterization of soil samples by microwave
measurements. Series of Technical Reports, Department of Electrical and Information Technology, 10 (2009).

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Igor José Caravalho


Plataforma de testes para sensores
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
baseados na ressonância de plásmons
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa de superfície em fibra óptica
Rossana Moreno Santa Cruz
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. A busca por sensores que indicam resultados preci-
Cleumar da Silva Moreira sos, confiáveis e de maneira mais rápida, continua de forma intensa.
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e Quando é discutido o uso de sensores na área biomédica, só é possí-
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
vel imaginar a construção de sensores pequenos e de alta sensibili-
dade; pequenas mudanças no analito devem gerar grandes mudanças
na resposta do sensor. Não só na área de biomedicina, mas em mui-
tas outras áreas, é procurado um equipamento que possa detectar o
meio ou grandeza que interesse para o processo, seja ele industrial
ou biomédico. Os sensores ópticos que utilizam o fenômeno da resso-
nância de plásmons de superfície (Surface Plasmon Resonance, SPR)
têm atraído uma maior atenção dos pesquisadores nos últimos anos,
devido as suas vantagens em relação a outros sensores, tais como,
miniaturização, imunidade a interferências eletromagnéticas, medi-
ção em tempo real do analito, descartabilidade, portabilidade, dentre outras (HOMOLA; SINCLAIR; GAUGLITZ,
1999). A procura por diminuição de custos e, simultaneamente, o melhoramento dos métodos já existentes,
seja em qualquer área, são estudos que nunca vão cessar. Quando utilizada a fibra óptica como substrato
desses sensores, juntamente com o fenômeno SPR, é obtido um sensor potente que percebe variações nas es-
calas nanométricas, além de ser possível construir um dispositivo de baixo custo, em comparação com outros
sensores. O sensor óptico SPR pode ser utilizado em várias aplicações, como: monitoramento em contaminan-
tes de alimentos, detecção de herbicidas e bactérias, detecção de biomarcadores de câncer, análise sanguí-
nea, aferição de temperatura, umidade e pH (LEONARD; et al., 2003; AGRAWAL; SHRIVASTAV; GUPTA, 2016).

MATERIAIS E MÉTODOS. A ressonância de plásmons de superfície é um fenômeno que ocorre na superfície da


fibra óptica junto ao material condutor depositado na mesma. Os elétrons desse material sofrem oscilações
devido à interação com uma onda p-polarizada. Uma parte da onda é absorvida pelo material condutor, depen-
dendo do índice de refração do analito, gerando, assim, uma onda evanescente na interface metal-dielétrico.
Para que ocorra este fenômeno, é necessário que a constante de propagação da onda de plásmons de super-
fície (OPS) seja igual à componente tangencial do vetor de onda kx da luz incidente que está sendo confinada
e propagada no substrato óptico (KANSO; CUENOT; LOUARN, 2008). Este trabalho representa a continuidade
dos trabalhos desenvolvidos pelo Grupo de Sensores e Biossensores Ópticos (GSBiO) do IFPB, em que é de-
senvolvida uma plataforma de testes para sensores de fibra óptica baseados em SPR. Esta plataforma contem-
pla os dois modos de interrogação, o espectral (Wavelength Interrogation Mode, WIM) e o angular (Angular
Interrogaton Mode, AIM) (OLIVEIRA; et al., 2012). A plataforma foi fabricada a base de acrílico, com uma es-
trutura para fixação da luz policromática, e foi desenvolvida, também, uma célula de fluxo para o sensor, visto
que, o sensor deve estar isolado em uma estrutura que seja possível o analito fluir constantemente. A célula de
fluxo é colocada em um suporte, também de acrílico, e todos esses componentes são fixados através de ros-
cas, em uma plataforma retangular com dimensões 60 cm x 35 cm. Para o modo WIM, foi feito o suporte para
a lâmpada ou LED, em que pode ser ajustada a altura em relação à célula de fluxo. No modo AIM, é necessário

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um laser de comprimento de onda fixo, sendo variado o ângulo de incidência na fibra. Para isso, foi usinada
uma estrutura que meça o ângulo de incidência a partir de um transferidor metálico acoplado nesta estrutura.
Ainda no modo AIM, a plataforma utiliza uma câmera CCD (Charge-Coupled Device ou dispositivo de carga
acoplada) para analisar o feixe de luz; já no modo WIM, é utilizado um espectrômetro da Aseq Instruments que
consegue ler um espectro de 300 nm a 1000 nm. Os sensores antes de serem fabricados são estudados com-
putacionalmente. Um algoritmo que utiliza as equações de Fresnel e o método da matriz para sistemas multi-
camadas foi implementado para a realização de simulações. Também são estudados os parâmetros de desem-
penho do sensor, tais como: largura total à meia altura (Full Width at Half Maximum, FWHM), figura de mérito
(Figure of Merit, FOM), relação sinal-ruído (Signal-to-Noise Ratio, SNR) e sensibilidade. A partir dos valores ob-
tidos, é possível fabricar um sensor otimizado (DWIVEDI; SHARMA; GUPTA, 2008; TABASSUM; GUPTA, 2016).

RESULTADOS. Foram estudados sensores de ouro, prata e cobre, com espessuras de 40 a 65 nm. Foram en-
contradas sensibilidades de 2280 nm/RIU, 3500 nm/RIU e 2280 nm/RIU, respectivamente. Os sensores de
prata apresentam os melhores resultados para os parâmetros de desempenho, no entanto, são os que têm
menor tempo de vida útil, pois a prata é altamente instável e oxidável (SOUZA; et al., 2013). Para diminuir a
degradação da prata, aumentando a vida útil do sensor e ao mesmo tempo preservando os parâmetros de
desempenho dos sensores de prata, foi analisado um sensor bicamada, com prata + ouro, onde o ouro serve
de escudo para a prata. Neste estudo, foi encontrada uma sensibilidade de 3360 nm/RIU para um sensor de
40 nm de prata + 10 nm de ouro, sendo um resultado considerado satisfatório.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A proposta deste trabalho foi fabricar uma plataforma de testes de fácil utiliza-
ção para sensores de fibra óptica que utilizam SPR. Estes sensores foram estudados previamente a partir de
algoritmos que simulam seu funcionamento, através da mudança de suas características físicas como, por
exemplo, espessura e material do filme fino metálico. A plataforma foi fabricada e cumpriu com os objetivos
propostos para ela, funcionando no modo AIM e WIM. Os sensores estudados previamente estão obtendo
resultados interessantes, por exemplo, o sensor bicamada chega a valores de desempenho próximos aos sen-
sores de prata. A continuidade deste projeto será a fabricação e a obtenção dos resultados experimentais dos
sensores otimizados, através da plataforma de testes.

PALAVRAS-CHAVE: Ressonância de plásmons de superfície. Fibra óptica. Equações de Fresnel. Plataforma de


testes. Sensor bicamada.

AGRADECIMENTOS: Os autores gostariam de agradecer à CAPES, ao CNPq e ao Instituto


Federal da Paraíba pelo apoio financeiro.

Referências:
HOMOLA, Jin; SINCLAIR, S. Yee; GAUGLITZ, Gunter. Surface plasmon resonance sensors: review, Sens. Actua-
tors B, vol. 54, p. 3–15, 1999.

LEONARD, Paul et al. Advances in biosensors for detection of pathogens in food and water. Enzyme and Micro-
3º SIMPIF

bial Technology, v. 32, n. 1, p. 3-13, 2003.

AGRAWAL, Harshit; SHRIVASTAV, Anand M.; GUPTA, Banshi D. Surface plasmon resonance based optical fiber
sensor for atrazine detection using molecular imprinting technique. Sensors and Actuators B: Chemical, v.
227, p. 204-211, 2016.

KANSO, M.; CUENOT, Stéphane; LOUARN, G. Sensitivity of optical fiber sensor based on surface plasmon reso-
nance: modeling and experiments. Plasmonics, v. 3, n. 2-3, p. 49-57, 2008.

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OLIVEIRA, Cleumar; et al., Biosensor SPR, com substrato polimérico, usando fontes monocromáticas e policro-
máticas para aplicações biológicas.” Congresso Brasileiro de Automática, 19ed, 2012.

DWIVEDI, Yogendra S.; SHARMA, Anuj K.; GUPTA, B. D. Influence of design parameters on the performance of
a surface plasmon sensor based fiber optic sensor. Plasmonics, v. 3, n. 2-3, p. 79-86, 2008.

TABASSUM, Rana; GUPTA, Banshi D. SPR based fiber-optic sensor with enhanced electric field intensity and figu-
re of merit using different single and bimetallic configurations. Optics Communications, v. 367, p. 23-34, 2016.

SOUZA, Gustavo Duarte de et al. Prata: breve histórico, propriedades e aplicações. Educación química, v. 24,
n. 1, p. 14-16, 2013.

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Leandro Honorato de Souza Silva


Protótipo de sistema embarcado para
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
automação de salas de aula
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Hiarley Martins Lira


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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras
INTRODUÇÃO. O campo da automação residencial (Smart Homes),
Luis Felipe da Silva Moureira surgido em meados da década de 80, vem crescendo rapidamente,
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e constituindo um dos avanços tecnológicos promissores no campo
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da automação e sistemas de gestão (SURESH; SRUTHI, 2016). Utili-
Vinícios dos Santos Mangueira zando conceitos de Internet das Coisas (WOLLSCHLAEGER; SAUTER;
[email protected]
JASPERNEITE, 2017), os ambientes escolares têm sido alvo de pes-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras quisas para que se possa trazer a automação para dentro da sala de
aula, surgindo assim o conceito de Salas de Aula Inteligentes (AGUI-
Gustavo Soares Vieira
[email protected] LAR, 2016). Há evidência que a automação de equipamentos elétri-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
cos em ambientes escolares pode promover reduções significativas
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no consumo de energia elétrica (GUPTA; GUPTA; CHHABRA, 2015),
além de que um ambiente escolar automatizado tem o potencial de
motivar alunos ao aprendizado (SHRYOCK, 2015). Sendo assim, foi
desenvolvido um protótipo escalável de um sistema sem fio não invasivo para automatizar uma sala de aula e
monitorar seu consumo elétrico utilizando sensores, atuadores e banco de dados em rede, a fim de proporcio-
nar um ambiente cômodo e energeticamente eficiente. O protótipo desenvolvido é capaz de acionar e medir
o consumo do aparelho de ar-condicionado, desligar as lâmpadas, identificar lâmpadas acesas e a presença
de pessoas no ambiente e medir a temperatura e umidade da sala. Os dados coletados são armazenadosem
um banco de dados. Com uma base de dados históricos do consumo elétrico e dos padrões de uso das salas
de aula é possível desenvolver sistemas de classificação para detectar anomalias nos equipamentos, sistemas
de regressão para prever o consumo de energia elétrica e realizar análises estatísticas do consumo elétrico,
proporcionando um melhor uso dos equipamentos elétricos.

MATERIAIS E MÉTODOS. Diferentes sistemas embarcados foram utilizados, mas todos comunicando entre
si através do protocolo MQTT. Como servidor Broker, foi utilizado o Mosquitto, um Broker de código aberto
eficiente no processamento das mensagens e consumo de memória. Para o monitoramento dos sensores
e controle dos atuadores, foi utilizado o SoC ESP8266, um microcontrolador de 32 bits com clock de até 160
MHz e com Wi-Fi integrado. Todo o sistema foi implantado em uma VLAN utilizando a infraestrutura de rede do
Campus. O mecanismo mais básico das VLAN consiste na atribuição de cada uma das portas do comutador a
uma dada VLAN, de modo a que haja comunicação direta apenas entre portas pertencentes à mesma VLAN,
no caso Broker e o SGBD foram hospedados utilizando a infraestrutura da rede disponível no Campus. Para
acomodar todos componentes do sistema, foi desenvolvida e confeccionada uma placa decircuito impresso,
utilizando o software CAD Circuit Maker.

RESULTADOS. A sala de aula selecionada para receber o sistema possui três conjuntos de luz e um equipamen-
to refrigerador. Ainstalação das placas foi feita dentro de caixas de acrílio. Para o usuário se comunicar com o
sistema, foi desenvolvido um sistema web que disponibiliza informações instantâneas, como: estado das luzes
e corrente do ar- condicionado. Além de disponibilizar estas informações para o usuário, a interface também

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possibilita alterar o set pointdo ar-condicionado e ligar/desligar as luzes da sala remotamente (permitindo
acesso por smartphone).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O protótipo da Smart Classroom foi capaz de fornecer em tempo real informações
sobre o estado de funcionamento das cargas de uma sala de aula, no caso as luzes e os condicionadores de
ar, além de permitir o controle a distância dos mesmos. Ele também é capaz de fornecer informações com-
plementares como umidadedo ar e temperatura do ambiente, informações estas que por sua vez estão sendo
armazenadas em um banco de dados. O custo do protótipo desenvolvido foi de aproximadamente R$148.

PALAVRAS-CHAVE: Smart Classroom. Internet das Coisas. Eficiência Energética.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem à PRPIP e ao IFPB pelo apoio financeiro (Edital Interconecta IFPB
- Nº 01/2018) e bolsa de estudos para o primeiro autor. Também agradecemos ao IFPB Campus Cajazeiras
pela utilização de toda infraestrutura para o desenvolvimento deste trabalho.

Referências
SURESH, S.; SRUTHI, P. V. A review on smart home technology. IC-GET 2015 - Proceedings of 2015 Online
International Conference on Green Engineering and Technologies, p. 1–3, 2016.

WOLLSCHLAEGER, M.; SAUTER, T.; JASPERNEITE, J. The Future of Industrial

Communication: Automation Networks in the Era of the Internet of Things and Industry 4.0. IEEE Industrial
Electronics Magazine, v. 11, n. 1, p. 17–27, mar. 2017.

AGUILAR, J. The smart classrooms at the universities as one of the pillars of the e- society. 2016 3rd Inter-
national Conference on eDemocracy and eGovernment, ICEDEG 2016, p. 138–144, 2016.

GUPTA, A.; GUPTA, P.; CHHABRA, J. IoT based power efficient system design using automation for class-
rooms. 2015 Third International Conference on Image Information Processing (ICIIP). Anais...IEEE,
dez. 2015Disponível em: <http://ieeexplore.ieee.org/document/7414782/>

SHRYOCK, K. J. Engaging students inside the classroom to increase learning. 2015 IEEE Frontiers in Education
Conference (FIE). Anais...IEEE, out. 2015Disponível em: <http://ieeexplore.ieee.org/document/7344076/>

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Igor Forcelli Silva


Sistema embarcado para análise
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
de parâmetros da saúde vocal pela
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa vibração das pregas vocais
Arthur Medeiros Guimarães
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
INTRODUÇÃO. A comunicação oral é extremamente utilizada no co-
Suzete Élida Nobrega Correia tidiano, seja para o cumprimento de atividades profissionais ou lazer
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e (ABORL-CCF, 2004). O processo de fonação consiste no efeito com-
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
binado entre a movimentação dos pulmões, a estrutura formada pe-
Silvana Luciene do Nascimento Cunha las cavidades laríngea, oral e nasal, em conjunto com a vibração das
Costa pregas vocais, resultando na criação das ondas sonoras e formando a
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e voz (TORTORA e DERRICKSON, 2010).
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Atualmente, um terço das ocupações profissionais necessitam do uso
da voz (VILKMAN, 2004). No Brasil, entre os anos de 2002 a 2015,
ocorreu um aumento de 34,5% de pessoas que utilizam a voz como
instrumento de trabalho (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018). Dentre os
profissionais que fazem uso da voz exaustivamente é possível desta-
car os professores, cantores, ambulantes, atendentes de telemarketing e radialistas. Diante do exposto, é de
se esperar o aumento de distúrbios relacionados a voz.

Os distúrbios vocais afetam a produção da voz, causando disfonia (dificuldade na emissão da voz) e afonia
(perda parcial ou total da voz). As causas para surgimento desses distúrbios podem ser: o uso inadequado da
voz, o abuso vocal, o uso de drogas e as patologias na laringe (BIREME, 2019).

Alguns exames são utilizados para detecção desses distúrbios como: a laringoscopia e a eletroglotografia
(EGG), que necessitam de local especializado, equipamentos de custo elevado e têm caráter periódico. Por
conta desses fatores, a análise acústica tem sido empregada com frequência, consistindo na caracterização
de um sinal sonoro e determinando de forma não invasiva a qualidade vocal do indivíduo (QUATIERI, 2001;
RUFINER, 2009). O principal problema é que essa análise é sensível a ruídos acústicos (LOIZOU, 2007; RUFI-
NER, 2009).

Atualmente diversos estudos promovem o desenvolvimento de dispositivos que permitam a avaliação contí-
nua das atividades vocais do paciente, como a detecção da vibração da pele do pescoço (VPP), que por sua
vez, causa o mínimo de desconforto ao paciente, o sinal adquirido é robusto a ruídos acústicos e tem grande
utilidade no estudo da atividade glótica. Em comparação a análise acústica e eletroglotografia, a VPP com a
utilização de sensores de vibração (acelerômetro, piezo resistivo e piezoelétrico), apresenta custo mais baixo
e condicionamento de sinal mais simples (ALZAMENDI, 2016).

Diante disto, é proposto neste trabalho o desenvolvimento de uma plataforma de baixo custo para aquisição
dos sinais de vibração da pele do pescoço por intermédio do sensor de vibração piezoelétrico. Durante o pro-
cesso de fonação, serão analisados parâmetros referentes a saúde vocal, como: frequência fundamental (f0),
jitter e shimmer.

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MATERIAIS E MÉTODOS. O sistema desenvolvido neste trabalho é composto por um colar, que será vestido
no pescoço, contendo o sensor piezoelétrico, que por sua vez é conectado a um circuito de condicionamento
e a um micro controlador que ficam alocados na cintura. Foi desenvolvido um circuito de alimentação para
garantir o funcionamento de todo sistema.

O sinal de vibração da pele do pescoço é captado pelo colar, onde se encontra o sensor piezoelétrico. Para ser
utilizado no pescoço o sensor deve ser fino, leve, além de não poder causar desconforto ao usuário. O sinal
obtido pela vibração é submetido a um circuito de condicionamento feito com amplificadores operacionais.
Com o sinal amplificado, é feita a conexão pela entrada analógica da placa ESP32, que se comunicará com o
computador via cabo USB (Universal Serial Bus) e apresentará no monitor serial os valores referentes ao sinal
adquirido. Adicionalmente foi utilizado um microfone que possui conexão P2 com o computador, que possui a
função de validar o sinal adquirido pelo sensor de vibração. O sinal do sensor de vibração e do microfone são
capturados simultaneamente, com intuito de extrair as medidas de frequência fundamental, jitter e shimmer.

Foi desenvolvido um filtro digital passa baixas, com frequência de corte de 60 Hz, para eliminar o ruído ele-
tromagnético identificado durante os testes. Para o processamento dos sinais foram utilizados os programas:
PRAAT e Matlab. O sinal de áudio foi capturado com auxílio do programa Audacity.

RESULTADOS. Foram realizados testes, com a sustentação da vogal /a/ durante 10 segundos.

A principal componente de frequência nos dois sinais (áudio e vibração) tem a mesma fonte de origem, que é
a vibração das pregas vocais. Diante disto, é esperado que os filtros nasais não modificassem o f0 do sinal de
áudio. Assim, é constado que os valores de f0 encontrados pelo piezoelétrico e pelo microfone são análogos.

As diferenças dos valores de jitter e shimmer durante a comparação entre o sinal de áudio e vibração era es-
perada, pois a voz no sinal de áudio ocorre com a passagem pelos filtros nasais e todo trato vocal, o que não
ocorre com o sinal de vibração, que está diretamente ligado a região glótica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Sendo assim, foi desenvolvida uma plataforma de baixo custo que consegue extrair
características de sinais referentes as pregas vocais, possibilitando a avaliação contínua da voz, ou seja, o mo-
nitoramento do sinal de voz sem prejudicar as atividades diárias do paciente. O dispositivo permite a extração
de características temporais da voz como: frequência fundamental (f0), jitter e shimmer. Diferente do micro-
fone, o piezoelétrico possui um ruído menor na captura do sinal e extrai características referentes especifica-
mente da glote, sem a influência de outros elementos que compõe a voz como os filtros nasais e orofaciais.

PALAVRAS-CHAVE: Sistemas embarcados. ESP32. Análise da saúde vocal. Sensor de vibração. Piezoelétrico.

AGRADECIMENTOS: Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB - Campus João
Pessoa) e referente ao Termo no 283/18 a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ) pelo
apoio financeiro para o desenvolvimento desta pesquisa.
3º SIMPIF

Referências
ALZAMENDI, Gabriel Alejandro. Modelado Estocástico de la Fonación y Señales Biomédicas Relacionadas:
Métodos en Espacio de Estados Aplicados al Análisis Estructural, al Modelado de la Fonación y al Filtrado In-
verso. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica). Universidad Nacional Del Litoral, 2016.

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ENGENHARIA ELÉTRICA | AUTOMAÇÃO
ROBÓTICA | BIOTECNOLOGIA

ASSOCIAÇÃO brasileira de otorrinolaringologia e cirurgia cérvico-facial (ABORL-CCF). Consenso Nacional de


Voz Profissional. 2004. Disponível em: <http://www.aborlccf.org.br/secao.asp?id=278&s=51>. Acesso em:
2 de maio 2019.

BIREME. Decs - descritores em ciências da saúde. Disponível em:< http://decs.bvs.br/>. Acesso em 30 de


julho de 2019.

LOIZOU, Philipos C. Speech Enhancement: Theory and Practice. CRC Press, 1 edition, 2007.

MINISTÉRIO da Saúde. Distúrbio de Voz Relacionado ao Trabalho – DVRT. Secretaria de Vigilância em Saú-
de. Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Disponível em:< http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/disturbio_voz_relacionado_trabalho_dvrt.pdf.>. Acesso em: 01 de maio 2019.

QUATIERI, Thomas F. Discrete-time speech signal processing: principles and practice. Prentice Hall, Upper
Saddle River, NJ, 1 edition edition, Nov. 2001.

RUFINER, H. L. Análisis y modelado digital de la voz: técnicas recientes y aplicaciones. Ediciones UNL, Colec-
ción Ciencia y Técnica, v. 284, 2009.

TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 12ª edição. Rio de Janeiro: Ed. 2010.

VILKMAN, Erkki. Occupational safety and health aspects of voice and speech professions. Folia Phoniatrica
et Logopaedica, v. 56, n. 4, p. 220-253, 2004.

3º SIMPIF

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Amanda Gomes Barboza


Superfícies seletivas em frequência
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Instituto Federal da Paraíba
reconfiguráveis utilizando varactores
Alfredo Gomes Neto
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba

INTRODUÇÃO. Em face as atuais demandas dos sistemas de teleco-


municações, as superfícies seletivas em frequência, FSS, vêm sen-
do investigadas devido à sua vasta gama de aplicações, como, por
exemplo: antenas refletoras de banda dupla (PASIAN, 2010), rado-
mes (LEE, 2008), antenas reconfiguráveis (CHAO, 2017), edifícios
eletromagneticamente inteligentes (electromagnetic smart buildings)
(RASPOPOULOS, 2011), (SUBRT, 2014), entre outras. Basicamente,
as FSS funcionam como filtros, minimizando sinais indesejáveis, ou
redirecionando a onda eletromagnética de maneira a otimizar os pa-
râmetros de radiação (YUAN, 2013).

As FSS podem ser classificadas em passiva e reconfigurável, RFSS.


Na forma passiva, apresentam uma resposta em frequência fixa, onde
a resposta em frequência é obtida através dos parâmetros de projeto, características do dielétrico, periodici-
dade da estrutura, geometria, etc. Para a forma reconfigurável, a modificação da resposta em frequência da
RFSS pode ser realizada a partir da mudança da sua geometria, que pode ser obtido tanto de forma eletrônica,
com a inserção de elementos ativos (diodos PIN, chaves MEMs, varactores, etc.), como pelo controle mecânico
(FERREIRA, 2011), (BOUSLAMA, 2016).

O Grupo de Telecomunicações e Eletromagnetismo Aplicado do Instituto Federal da Paraíba, GTEMA-IFPB, têm


contribuído para a assimilação e o desenvolvimento da tecnologia associada às FSS e RFSS. Além de propor
novas geometrias para as FSS, essas pesquisas também incluem as RFSS, sendo dado destaque, até então,
à reconfiguração eletrônica, utilizando diodos PIN. Embora os resultados obtidos com os diodos PIN sejam
satisfatórios, o que justifica a continuidade das pesquisas nessa linha, não é possível realizar uma variação
contínua da frequência de ressonância da RFSS. Sabendo-se que a capacitância do varactor pode ser variada
de maneira contínua, a inserção desse dispositivo na célula unitária da RFSS, tem a capacidade de produzir
uma variação contínua da resposta em frequência da RFSS, o que é bastante atrativo para aplicações como,
por exemplo, as antenas definidas por software (REIS, 2017).

Assim, neste trabalho é proposto o desenvolvimento de uma RFSS tendo como elemento ativo o varactor, uti-
lizando a geometria estrela de quatro braços. Os varactores são diodos de capacitância variável, que operam
na região de polarização reversa, sendo muito utilizado em circuitos de sintonia e osciladores controlados por
tensão, VCO (voltage controlled oscilator) (HANSEN, 2011).

MATERIAIS E MÉTODOS. Incialmente, a geometria da estrela de quatro braços é obtida a partir de um patch
retangular convencional, com dimensões Lx e Ly, impresso em uma célula unitária com dimensões Wx e Wy,
e um ponto de comutação com dimensões Sx e Sy, localizado no centro do patch. Os braços da estrela são
definidos com dimensões iguais a do patch (Lx e Ly) e por dx1 e dy1. Posteriormente, são traçadas diagonais
das extremidades dos braços da estrela até o canto oposto ao ponto de comutação. Por fim, a camada de

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metalização que não constitui os quatro braços é retirada e estrela dos quatro braços é obtida (NETO, 2013),
(NETO, 2019).

Em geral, a determinação das dimensões da FSS baseia-se na experiência do engenheiro de micro-ondas,


juntamente com um processo de otimização numérica. Contudo, expressões para obtenção das dimensões
iniciais e estimativa das frequências de ressonância podem auxiliar no projeto, como no caso da geometria
estrela de quatro braços, que fornece uma boa aproximação para a frequência de ressonância, especialmente
quando h«λ0 (NETO, 2019).

Para possibilitar a inserção do varactor como elemento de comutação é inserida uma fenda no ponto de comu-
tação, separando os braços superior e inferior. Após a obtenção da geometria do patch são adicionadas linhas
de alimentação interligando as células, para que seja possível polarizar os varactores. Será utilizado um arran-
jo linear com N-células, que pode ser ativado individualmente. A RFSS será composta por um arranjo de linhas
independentes. Embora possam ser controladas individualmente, as linhas serão ativadas simultaneamente.

RESULTADOS. Os resultados numéricos foram obtidos utilizando o software de simulação ANSYS HFSS. Na
caracterização numérica da FSS é considerado o substrato de baixo custo FR4, com 1,2 mm de espessura,
constante dielétrica εr = 4,4 e tangente de perdas 0,02. Considerando a célula unitária com as seguintes di-
mensões: Wx = Wy = 30mm, Lx = Ly = 20mm, Sx = Sy = dx = dy = 3mm, msx = msy = g = 1 mm.

Inicialmente, a geometria foi simulada sem o gap, apresentando, como esperado, praticamente a mesma
resposta em frequência ressonância, 4,1 GHz, nas polarizações x e y. Em seguida o gap foi adicionado, o que
afetou somente a polarização y (NETO, 2019), apresentando uma frequência de ressonância de 4,1 GHz para
polarização x e 7,1 GHz para a primeira frequência e ressonância na polarização y. Na sequência são adicio-
nadas as linhas de polarização, produzindo o quase desaparecimento da ressonância na polarização x. Com
a presença das linhas de polarização aumenta os efeitos indutivos e capacitivos, reduzindo a frequência de
ressonância para a polarização y na razão de entre 0,7 e 0,9.

Uma vez caracterizada a geometria, a FSS com varactor foi projetada e caracterizada numericamente. As res-
postas em frequência são apresentadas para diferentes tensões de polarização, que correspondem a diferen-
tes valores de capacitância. Os resultados numéricos para a resposta em frequência, considerando diferentes
tensões reversas, 1 V (6,28 pF), 6 V (2,02 pF) e 11 V (1,42 pF), foram obtidos utilizado o modelo do varactor
simplificado, onde cada voltagem reversa está associada a uma capacitância. Em relação a capacitância foi
usado o lumped RLC boundary, no ANSYS HFSS, para determinar numericamente a resposta de frequência da
FSS. De acordo com a resposta em frequência para as diferentes tensões, é possível verificar que a RFSS com
varactor alcançou uma frequência variando de 3,6 GHz à 4,05 GHz.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Uma FSS com geometria estrela de quatro braços reconfigurada por varactor é de-
talhada e implementada. A FSS proposta praticamente não exige um circuito de polarização. Um protótipo de
3º SIMPIF

FSS sintonizável por varactor foi projetado e caracterizado numericamente e experimentalmente. A resposta
em frequência da FSS é apresentada para diferentes tensões de polarização, que equivalem a diferentes va-
lores de capacitância. A diferença de cerca de 6,5% entre os resultados medidos e numéricos, pode ser facil-
mente reduzida ajustando o valor da capacitância, mas esse não era o objetivo deste trabalho. O protótipo da
FSS alcançou uma frequência ressonante que varia 450 MHz. A curva da frequência de ressonância da tensão
reversa confirma o comportamento esperado da FSS.

PALAVRAS-CHAVE: Superfícies seletivas em frequência. RFSS. Varactores.

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AGRADECIMENTOS: Esse trabalho foi apoiado em parte pelo CNPq (Projeto 407028 / 2016-1) e CAPES, Agên-
cias Federais do Brasil, e pelo Instituto Federal da Paraíba (PPgEE, PRPIP 06/2018).

Referências
PASIAN, M.;S. Monni; M. Ettorre; A. Neto; G. Gerini, “Frequency selective surfaces for extended bandwidth
backing reflector functions,” IEEE Transactions on Antennas and Propagation, vol.58 (1), pp.43-50, January,
2010.

LEE, D. G.; Kim, P. C.; I. S. Seo; G. H. Kim, “Nanocomposite stealth radomes with frequency selective surfaces,”
Composite Structures, 2008, vol.86 (1), pp.299-305.

CHAO Gu; Benedito S. Izquierdo; S. Gao; J. C. Batchelor; E. A. Parker; F. Qin; J. G. Wei; Jiadong X, “Dual-band
Electronically beam-switched antenna using slot active frequency selective surface,” IEEE Transactions on
Antennas and Propagation, vol. 65, no. 3, March 2017.

RASPOPOULOS, M.; S., Stavrou, “Frequency selective buildings through frequency selective surfaces”, IEEE
Transactions on Antenas e Propagação, vol. 59, no. 8, pp. 2998-3005, Agosto de 2011.

SUBRT, L.; P. Pechac; A. Vallecchi; L. Ford; R. Langley; J. Rigelsford, “Advanced modelling of intelligent walls for
indoor smart environments,” in The 8th European Conference on Antennas and Propagation (EUCAP 2014),
Hague, Netherlands, April 6–11, 2014, pp. 620–622.

YUAN, J.; S. Liu; X. Kong, and H. Yang, “A reconfigurable frequency selective surface for tuning multi-band
frequency response separately,” in Antennas & Propagation (ISAP), 2013 Proceedings of the International
Symposium on. IEEE. vol. 2, pp. 1288-1290, Nanjing, October 2013.

FERREIRA, D.; Iñigo Cuiñas; Rafael F. S. Caldeirinha; Telmo R. Fernandes, “3-D Mechanically tunable square
slot FSS”, IEEE Trans. Antennas Propag., vol. 65, no. 1, Jan., pp. 242-250, 2017.

BOUSLAMA, M.; M. Traii, Tayeb A. Denidni, and Ali Gharsallah, “Beam-switching antenna with a new reconfigu-
rable frequency selective surface,” IEEE Antennas Wireless Propag. Lett. vol. 15, no. 16, Jan., pp. 1159-1162,
2016.

REIS, J. R.; R. F. S. Caldeirinha; A. Hammoudeh and N. Copner, “Electronically reconfigurable FSS-inspired


transmitarray for 2-D beamsteering,” in IEEE Transactions on Antennas and Propagation, vol. 65, no. 9, pp.
4880-4885, Sept. 2017.

HANSEN, R.C.; R.E. Colin, Smal Antenna Handbook, Wiley, 2011.

NETO, Alfrêdo G.; Joabson N. de Carvalho, André N. da Silva, Hillner de PA Ferreira, Isaac SS Lima, Jefferson I.
Fernandes, “Four arms star: Geometry is an useful switchable FSS”, 2013 SBMO / IEEE MTT-S Optoelectronics
and Microwave Conference (IMOC), Rio de Janeiro, pp. 1-5, Aug. 2013.

NETO, Alfrêdo G.; Jeferson. Costa e Silva; Amanda G. Barboza; Deyse F. Mamedes; I. B. G. Coutinho and Marina
3º SIMPIF

de O. Alencar, “Varactor-Tunable Four Arms Star Bandstop FSS With a Very Simple Bias Circuit,” 201913th
European Conference on Antennas and Propagation (EuCAP), Krakow, Poland, 2019, pp. 1-5.

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Felype Lucena Silva


Mapeamento e Localização Simultâneos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de um Carro Autônomo em Escala Piloto
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras via LIDAR
Raphaell Maciel de Sousa
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras
INTRODUÇÃO.Atualmente, a inteligência computacional(IC) tem sido
uma das abordagens para o desenvolvimento de VAs, nestes casos,
redes neurais profundas(Deep Learning) são utilizadas para análise
de dados obtidos por câmeras e sensores, a partir destas informa-
ções, estas redes são treinadas, permitindo que o veículo trafegue
sem a necessidade de um condutor humano. A expectativa é que a
popularização desta tecnologia ocorra dentro dos próximos 10 anos
(KOOPMAN; WAGNER, 2017).Suprimir totalmente ou parcialmente
a necessidade de um condutor humano não é uma tarefa simples,
exige a utilização de diversos algoritmos de IC e hardwares capazes
de processar uma grande quantidade de dados em tempo real. Para
tanto, diferentes áreas do conhecimento devem ser integradas, além
do ponto de vista tecnológico, que diz respeito ao hardware e softwa-
re, existe também a preocupação com a interação humana, que está diretamente ligada à aceitação social e
confiabilidade (KOOPMAN; WAGNER, 2017). Quanto à segurança, alguns autores têm proposto metodologias
para se determinar o quão confiável é um carro autônomo (LI et al., 2016).A navegação autônoma de carros
autônomos e robôs móveis requer o conhecimento do ambiente que o cerca. É necessário ter percepção do
espaço livre e localizar obstáculos móveis ou dinâmicos. Para tanto, alguns sensores são necessários para
promover tal percepção. Isto pode ser feito por meio de câmeras, radares e LIDARs (Light DetectionandRan-
ging) (GALLANT, M. J.; MARSHALL, 2016).Nesta direção, este trabalho propõe a implementação de um sistema
de percepção e mapeamento de ambiente utilizando um LIDAR. O referido sensor será incorporado à estrutura
de um protótipo de carro autônomo desenvolvido com recursos do IFPB, CNPQ e NVIDIA. A referida platafor-
ma será utilizada para fins de ensino e pesquisa na área de robótica móvel, possibilitando o treinamento de
docentes e discentes nas mais modernas tecnologias de navegação autônoma.

MATERIAIS E MÉTODOS. Para o desenvolvimento deste estudo foi definido etapas. A primeira etapa foi rea-
lizada a aquisição do sensor RPLIDAR A1. O referido LIDAR possui um range de cerca de 12 m. A segunda
etapa foi arevisão bibliográfica das técnicas de SLAM. A partir da base de dados do IEEExplorerfoi feito um
levantamento bibliográfico acerca do estado da arte de algoritmos utilizado para mapeamento e localização
com aplicações em robótica móvel e carros autônomos. A terceira etapa foi aleitura dos dados do sensor.
Nesta etapa foi criado no ROS o nó para leitura dos dados do LIDAR. Os dados obtidos serão disponibilizados
no barramento via os comandos publish e subscribe. Na etapa seguinte foi o mapeamento e localização. Os
dados obtidos do LIDAR foram utilizados para gerar mapas bidimensionais dos ambientes nos quais o carro
autônomo deverá navegar;Para o mapeamento foi utilizado o pacote Hector do ROS;Para localização, foi im-
plementado o algoritmo particlefilter (LUO; QIN, 2018). Por último a avaliação dos mapas. Nesta etapa foram
realizadas várias rodadas de mapeamento nos mesmos ambientes. A ideia aqui foi obter um modelo estatístico
com o desvio padrão para se determinar a precisão do mapa comparado às medidas reais.

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RESULTADOS. O mapeamento é uma das ferramentas utilizadas para a navegação autônoma. Neste caso, sen-
sores são utilizados para mensurar o espaço no qual o robô deverá navegar. Com relação aos sensores para
mapeamento, neste trabalho foi o utilizado o LIDAR (Light DetectionandRangin). O referido sensor é o estado
da arte para robótica móvel e carros autônomos. Nesta direção, foram realizados testes de mapeamento com
o LIDAR embarcado na plataforma Jetson Tx2 da NVIDIA. Para tanto, foi utilizado o ROS (Robot System Ope-
ration) para desenvolvimento da infraestrutura de sotware utilizada para comunicação com o LIDAR e para a
aquisição de dados de medição. Para a realização do mapeamento, foi utilizado o pacote Hector Slam do ROS.
Este pacote é uma abordagem SLAM que pode ser usada sem odometria e até mesmo em plataformas que
exibem movimento de rotação ou inclinação (do sensor, da plataforma ou de ambos). Ele lê o laser do rover e
retorna a estimativa de pose 2D.Para visualizar o mapa que o nó está publicando, pode ser usadorviz, uma vez
foi lançadoo mapa parcial é gerado pelo nó do SLAM.A partir disso, foram realizados testes de mapeamento
de alguns ambientes do IFPB Campus Cajazeiras. Os mapas obtidos serão utilizados como referência para a
navegação autônoma de um protótipo de robô móvel desenvolvido pelo grupo de pesquisa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O Potencial de Inovação apresentado toma por base o que é dito no projeto intitu-
lado “Mapeamento e Localização Simultâneos de um Carro Autônomo em Escala Piloto via LIDAR” creditaram
a competência inovadora do trabalho à utilização do sensor pertencente ao grupo LIDAR. Com relação às con-
tribuições propostas neste trabalho, após a adição do sensor à plataforma, pretende-se realizar a navegação
e mapeamento simultâneos implementando o algoritmo de ParticleFilter para localização e o Hector do ROS
para o mapeamento. Em seguida será realizado um estudo com relação à precisão do mapeamento realizado,
bem como a localização no referido mapa. Espera-se que após o desenvolvimento deste trabalho o GPCAR(-
Grupo de Pesquisa em Controle, Automação e Robótica) adquira os fundamentos e resultados suficientes para
pleito de financiamento da construção de um protótipo em escala real.

PALAVRAS-CHAVE: LIDAR. Mapa. Carros autônomo. SLAM. ROS.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal da Paraíba pelo apoio no desenvolvimento desta pes-
quisa que implementa o que existe de mais moderno na área, possibilitando o treinamento de docentes e
discente nas técnicas de navegação autônoma.

Referências
ABOUT ROS. ROS, 2018. Disponível em: <http://www.ros.org/about-ros/>. Acesso em: 18 nov. 2018.

DE SOUSA, Raphaell Maciel et al. Desenvolvimento de um protótipo de robô móvel de baixo custo para práticas
de ensino e pesquisa. Revista Principia - Divulgação Científica e Tecnológica do IFPB, [S.l.], n. 38, p. 77-86,
fev. 2018.

GALLANT, M. J.; MARSHALL, J. A. Two-Dimensional Axis Mapping Using LiDAR.  IEEE Xplore, IEEE Transactions
on Robotics, vol. 32, no. 1, p. 150-160, Feb. 2016.
3º SIMPIF

KHOOBAN, M. H.; NIKNAM, T.; SHA-SADEGUI, M. Speed control of electrical vehicles: a time-varying propor-
tional–integral controller-based type-2 fuzzy logic. Measurement & Technology, IET Science, v. 10, n. 3, p.
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KOOPMAN, P.; WAGNER, M.  Autonomous Vehicle Safety: An Interdisciplinary Challenge.  Intelligent
Transportation Systems Magazine, IEEE, v. 9, n. 1, p. 90-96, 2017.

LAM, A. Y. S.; LEUNG, Y.; CHU, X. Autonomous-Vehicle Public Transportation System: Scheduling and Admis-
sion Control.Intelligent Transportation Systems, IEEE Transactions on, v. 17, n. 5, p. 1210-1226, 2016.

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PÓS-GRADUAÇÃO
MECÂNICA | MATERIAIS

LI, L.; HUANG, W.; LIU, Y., ZHENG, N.; WANG, F.  Intelligence Testing for Autonomous Vehicles: A New Ap-
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MEIO AMBIENTE | DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

Ricássio Alves de Sousa


Avaliação sazonal da abundância
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
de Chironomidae (Diptera) em um
Tecnologia da Paraíba reservatório urbano e implicação sobre
Tágina Isabel Abrantes de Assis a qualidade ambiental
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. A avaliação da abundância de organismos é reconhe-
Evaldo de Lira Azevêdo cida como uma das maneiras de analisar a qualidade ambiental de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e ecossistemas. Os ambientes aquáticos estão sujeitos a uma dinâmica
Tecnologia da Paraíba
sazonal, o que influencia na distribuição da abundância de organis-
Wilza Carla Moreira Silva mos. Nesse sentido, para um monitoramento ambiental adequado é
[email protected]
essencial avaliar as variações das comunidades aquáticas conside-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba rando a sazonalidade a que os ecossistemas estão submetidos. Entre
os diversos organismos aquáticos utilizadas no biomonitoramento
(ex.: peixes, fitoplâncton, zooplâncton, macrófitas), registra-se a fa-
mília Chironomidae (Diptera). Estes desempenham papel importante
nas cadeias tróficas aquáticas, sendo o maior elo entre os produtores
e consumidores secundários (TOKESHI, 1995). O sucesso dessa fa-
mília na exploração de uma vasta gama de condições tróficas é con-
sequência da sua grande capacidade de adaptação fisiológica, permitindo que os indivíduos vivam em am-
bientes onde temperatura, pH, oxigênio dissolvido, poluição, salinidade, profundidade e produtividade variam
amplamente (HELSON et al., 2006). Alguns gêneros são considerados indicadores de condições ambientais, e
a abundância que apresentam pode ser utilizada em estudos de avaliação do ecossistema e no biomonitora-
mento (ex.: MOLOZZI et al., 2012). A abundância dos gêneros também varia fortemente com os extremos de
seca e cheia mesmo em ecossistemas alterados. Ecossistemas urbanos, geralmente encontram-se altamente
impactados, caso do açude Epitácio Pessoa, localizado em Cajazeiras, PB – Brasil. O crescimento da cidade
ao entorno do açude não foi acompanhado pela preocupação de conservar a qualidade ambiental. Assim, o
reservatório começou a ser poluído principalmente por esgotos (ARRUDA, 2014). Mesmo estando altamente
poluído, o reservatório é considerado um dos principais cartões postais da cidade. Nesse contexto, o objetivo
deste trabalho foi avaliar a abundância de gêneros da família Chironomidae (Diptera) e inferir sobre a quali-
dade ambiental do Açude Grande, Cajazeiras - PB, considerando a variação sazonal (período de seca e cheia).

MATERIAIS E MÉTODOS. O estudo foi realizado no reservatório urbano Senador Epitácio Pessoa - Açude Gran-
de (6°53’16.98”S, 38°34’3.25”O) localizado no município de Cajazeiras, Paraíba – Brasil. Este reservatório é
receptor de diversos impactos ambientais. Foram realizadas duas amostragens sazonais, sendo uma no mês
de novembro de 2018 (período de seca) e outra no mês de abril de 2019 (período de cheia). Vinte amostras
foram obtidas, sendo dez amostras em cada períodos. Amostras de sedimento foram coletadas, com auxílio de
um corer (1000 ml) para acesso às larvas de Chironomidae. Em campo, o sedimento foi transferido para sa-
cos plásticos e conservado em formaldeído a 4%. Em laboratório, as amostras foram lavadas em peneiras de
malha de 500μm e armazenadas em álcool a 70%. O procedimento de identificação foi realizado com auxílio
de estereoscópio de luz e microscópio. As larvas foram identificadas ao nível de gênero com auxílio de chave
de identificação especializada (TRIVINHO-STRIXINO, 2011). Para avaliação dos gêneros mais abundantes em
cada período (seca e cheia) foi realizada uma análise de Similarity Percentage (porcentagem de silimilaridade
- SIMPER). Os dados biológicos foram transformados em raiz quadrada e o coeficiente Bray-Curtis foi consi-

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MEIO AMBIENTE | DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

derado. Para avaliar a existência de diferença da abundância de gêneros de Chironomidae entre os períodos
foi realizada uma análise de significância (“Permutational Analysis of Variance Univariate” - PERMANOVA) com
9999 permutações, p ≤ 0,05. Todas as análises estatísticas foram realizadas programa PRIMER-6 + PERMA-
NOVA (Systat Software, Cranes Software InternationalLtd., ANDERSON et al., 2008).

RESULTADOS. Durante os dois períodos sazonais (seca e cheia) foram registrados 189 espécimes, agrupados
em sete gêneros. Os gêneros identificados e suas respectivas abundância absolutas foram: Chironomus (170),
Polypedililum (9), Aedokritus (2), Cladopelma (2), Dicrotendipes (2), Larsia (2) e Tanytarsus (2). Houve di-
ferença significativa da abundância dos gêneros entre os períodos de seca e cheia (PERMANOVA: Pseudo F 1,19
= 1,79, P = 0,02). No período de seca foram registrados: 01 Aedokritus, 2 Cladopelma, 6 Polypedilum, 2 Tany-
tarsus e 1 Larsia. Já no período de cheia foram registrados: 1 Aedokritus, 170 Chironomus, 2 Dicrotendipes,
3 Polypedilum e 1 Larsia. Por meio da análise de Percentagem de Similaridade (SIMPER) foi possível verificar
que os gêneros mais abundantes no período de seca foram Polypedilum (50%), Cladopelama (16.7%) e Tany-
tarsus (16,17%). Já no período de cheia houve dominância do gênero Chironomus, com 96% de contribuição
para formação da comunidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Larvas de Polypedilum são registradas em alta abundância em ecossistemas de


águas mornas, rasas, eutrofizados, sujeitas à secagem e ambientes artificiais (JACOBSON; PERRY, 2007). O
gênero Cladopelma é relacionado a ambientes com concentrações elevadas de matéria orgânica e ocorre em
maiores abundâncias em períodos de estiagem (LIMA et al., 2013). Diferente dos dois gêneros anteriores, o
Tanytarsus tem sido relacionado, mais frequentemente, a ambientes com menores cargas de poluição, tendo
em vista que apresentam pouca hemoglobina em sua linfa o que os torna mais sensíveis à degradação am-
biental (KUZMANOVIC et al., 2017). O gênero Chironomus também tem sido associado a ambientes altamente
degradados. É o gênero de Chironomidae que possui maior tolerância à poluição orgânica, sendo relacionado
a altas concentrações de nitrogênio e fósforo, e baixas concentrações de oxigênio; isso se deve às elevadas
concentrações de hemoglobina em sua linfa, fazendo com que consigam manter o metabolismo aeróbio mes-
mo em condições de baixas concentrações de oxigênio (BARBOUR et al, 1996; MACHADO et al., 2015; AZE-
VÊDO et al., 2017). A alternância dos gêneros de Chironomidae e as suas diferentes abundâncias refletiram
a flutuação do gradiente ambiental no reservatório Senador Epitácio Pessoa. Mesmo apresentando elevado
grau de poluição, existe mudanças do nível de degradação ambiental entre os períodos de seca e cheia. Assim,
a qualidade ambiental entre os períodos, avaliada com bases nos gêneros identificados, permite afirmar que
durante a seca a poluição orgânica é menor que no período de cheia, o que promovendo dominância do gênero
Chironomus. Estudos futuros podem realizar a avaliação de variáveis físicas e químicas da água para fornecer
maior robustez aos resultados, o que não foi possíveis nesse trabalho devido as limitações para a realização
de análises.

PALAVRAS-CHAVE: Bioindicadores. Qualidade de Água. Reservatórios.

AGRADECIMENTOS: os autores agradem ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba


3º SIMPIF

– IFPB e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq pela viabilização do projeto
Macroinvertebrados bentônicos como bioindicadores de qualidade ambiental do Açude Grande, Cajazeiras –
PB, aprovado no Edital n° 16/2018 – PIBIC/EM.

Referências
ANDERSON, M.; GORLEY, R.; CLARKE, K. PERMANOVA. for PRIMER: guide to software and statistical meth-
ods. PRIMER-E, Plymouth, UK, 2008.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 633


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MEIO AMBIENTE | DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

ARRUDA, M. S. M. O espaço em construção: ocupação e usos das áreas no entorno do Açude grande na cida-
de de Cajazeiras, PB. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Federal de Campina Grande, Cajazeiras,
2014.

AZEVÊDO, E. L. et al. Application of a statistical model for the assessment of environmental quality in neotrop-
ical semi-arid reservoirs. Environmental monitoring and assessment, v. 189, n. 2, p. 65, 2017.

BARBOUR, M. T. et al. A framework for biological criteria for Florida streams using benthic macroinverte-
brates. Journal of the North American Benthological Society, v. 15, n. 2, p. 185-211, 1996.

HELSON, J. E. et al. Larval chironomid community organization in four tropical rivers: human impacts and lon-
gitudinal zonation. Hydrobiologia, v. 559, n. 1, p. 413-431, 2006.

JACOBSEN, Richard E.; PERRY, Sue A. Polypedilum nubifer, a chironomid midge (Diptera: Chironomidae) new to
Florida that has nuisance potential. Florida Entomologist, v. 90, n. 1, p. 264-268, 2007.

KUZMANOVIC, Maja et al. Environmental stressors as a driver of the trait composition of benthic macroinverte-
brate assemblages in polluted Iberian rivers. Environmental research, v. 156, p. 485-493, 2017.

LIMA, F. B. Diversity and spatial and temporal variation of benthic macroinvertebrates with respect to the tro-
phic state of Lake Figueira in the South of Brazil. Acta Limnologica Brasiliensia, v. 25, n. 4, p. 429-441, 2013.

MACHADO, Nadja Gomes et al. Chironomus larvae (Chironomidae: Diptera) as water quality indicators along
an environmental gradient in a neotropical urban stream. Revista Ambiente & Água, v. 10, n. 2, p. 298-309,
2015.

MOLOZZI, J. et al. Development and test of a statistical model for the ecological assessment of tropical reser-
voirs based on benthic macroinvertebrates. Ecological Indicators, v. 23, p. 155-165, 2012.

TRIVINHO, S.; STRIXINO, G. Larvas de Chironomidae (Diptera) do estado de São Paulo: Guia de identificação
e diagnose dos gêneros. São Carlos. PPG-ERN/UFSCAR, 2011.

TOKESHI, M. Species interactions and community structure. In: The Chironomidae. Springer, Dordrecht, 1995.
p. 297-335.

3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 634


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Kátia Davi Brito


Processo de clarificação de óleos
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus
residuais de frituras para reutilização
Campina Grande na produção de sabão artesanal
Josenildo Isidro dos Santos Filho
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus
Campina Grande
INTRODUÇÃO. A discussão acerca da correta disposição dos resíduos
Emmanuel da Paixão Neto urbanos está presente em todas as principais atividades de proteção
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus ambiental. Em se tratando de óleos e gorduras residuais de fritura,
Campina Grande
também chamados de OGR, quando descartados inadequadamente
Helder Lucas Amaral Dias no meio ambiente, geram problemas de ordem econômica e ambien-
[email protected]
tal, como a contaminação do solo e lençóis freáticos, bem como o
Instituto Federal da Paraíba - Campus
Campina Grande entupimento de encanamentos e da rede de esgotamento sanitário
(MIGUEL & FRANCO, 2014). Muitos estabelecimentos comerciais
Christianne da Cunha Farias de Melo
Meireles (restaurantes, bares, pastelarias, hotéis, entre outros) e residências
[email protected] domésticas depositam o óleo de cozinha usado diretamente na rede
Instituto Federal da Paraíba - Campus
Campina Grande de esgoto, acarretando o entupimento e o mau funcionamento das
estações de tratamento. Para retirar o óleo e desentupir os encana-
mentos são empregados produtos químicos tóxicos, com efeitos ne-
gativos ao ambiente (MUNDO VERTICAL, 2008).

Segundo Gomes (2009), os OGR configuram um amplo e consolidado mercado pós-consumo, devido a sua
fácil reutilização. Embora a reutilização dos óleos residuais de fritura seja comumente associada à fabricação
de sabão caseiro, Novaes et al. (2014), salientam que estes resíduos também podem ser utilizados em diver-
sos outros produtos como resina para tintas, detergentes, amaciantes, sabonetes, glicerina, ração animal,
biodiesel, lubrificante para máquinas, entre outros.

Ainda que os OGR sirvam como base para diversos outros produtos, a alternativa mais simples e barata para o
reaproveitamento destes resíduos continua sendo a fabricação de sabão, por parte dos moradores de comu-
nidades mais pobres, que buscam algum tipo de complementação na renda familiar. No entanto, o processo
é realizado de forma completamente artesanal, sem nenhum estudo de otimização da prática, muitas vezes
prejudicando a qualidade do produto final. Para que haja o melhor aproveitamento deste resíduo, se faz neces-
sário o estudo detalhado de processos de beneficiamento do óleo residual para adequá-lo aos mais diversos
fins.

Logo, este trabalho trata da aplicação do processo de clarificação em óleos residuais de frituras que foi utilizado
como matéria prima na elaboração do sabão caseiro e avaliação de seus efeitos na qualidade do produto final.

MATERIAIS E MÉTODOS. A amostragem foi feita através de três pontos de coletas localizados na cidade de
Campina Grande – Paraíba, como: uma pastelaria, localizada no bairro do Catolé; um restaurante, localizado
no centro da cidade e uma lanchonete localizada na comunidade acadêmica do IFPB campus Campina Grande
(IFPB-CG). Os óleos residuais de frituras foram armazenados em bobonas plásticas e transportados para o
Laboratório de Química Experimental do IFPB-CG. Por meio de estudos qualitativos e quantitativos segundo a
legislação vigente (ANVISA) estes foram classificados de acordo com a cor, quantidade de sólidos presentes e
tempo de uso de fritura. Inicialmente, foi procedida uma filtração com filtros de lã para retirada das impurezas

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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

em suspensão. Em seguida, foram procedidas quatro etapas do processo de clarificação com adição de 1% de
argila bentonítica, montmorillonita, no estado natural, que foi previamente seca em estufa a 110 ± 5º C por 2
horas, triturada e peneirada em malha de 200 mesh.

O óleo residual adicionado da argila foi colocado em uma proveta de 1000 mL onde permaneceu por 24h na
temperatura ambiente, para que houvesse a sedimentação dos resíduos solúveis ainda presentes nas amos-
tras. Após a clarificação estes foram utilizados como matéria prima na produção de sabão em barra, que foi
obtido através de uma metodologia simples e aplicável em qualquer residência. Para atestar a qualidade do
sabão produzido foram realizados testes laboratoriais para avaliar alguns critérios de qualidade como, cor,
odor, formação de espuma e pH do produto final. A avaliação da cor e odor foram procedidos por ensaios sen-
soriais. Para o teste de espuma, caracterizado pela variação da altura da espuma em relação ao tempo, fez-se
a reação da solução de sabão (0,5g para 10mL de água) com ácido acético e bicarbonato de sódio. Já o pH
foi determinado por potenciometria em um pHmetro de bancada, onde foi utilizada 1g da amostra do sabão
diluído em 100 mL de água destilada.

RESULTADOS. Os sabões obtidos com óleo clarificado apresentaram características de qualidade nos aspec-
tos relacionados à cor, odor, pH e teste de espuma. Pôde-se verificar que o óleo clarificado apresentou melhor
desempenho durante o processo de saponificação, permitindo menor tempo de reação durante a mistura e
menor tempo de maturação. Também foi observada uma considerável melhoria nos parâmetros de cor e odor
característico e agradável, sem resquícios de cheiro de frituras. Quanto ao teste de formação de espuma, o
sabão clarificado apresentou substancial densidade de bolhas com um volume menor e de curta duração, o
que garante menor tempo de degradação da espuma no meio ambiente.

Segundo Malagoli & Lima (2012), a formação de espuma e a sua consistência estão associadas, muitas vezes, ao
poder de limpeza, condições consideradas pelas donas de casa quando avaliam a qualidade do produto. Quan-
to à medida de pH, obteve-se um valor de 9,02 estando o mesmo dentro do estabelecido pela ANVISA, que es-
tipula valores dentro da faixa de 8,5 a 11 para o pH de sabões para limpeza. Além disso, o sabão obtido com óleo
clarificado apresentou maior maciez, permitindo modelagem de forma e melhor sensação ao toque do usuário.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A reciclagem de óleos residuais de fritura representa um importante segmento das
práticas de educação ambiental e na questão socioeconômica em pequenas comunidades carentes. Através
das condições experimentais realizadas neste estudo, constatou-se que o processo de clarificação, ainda em
testes, pôde proporcionar uma melhor qualidade do sabão obtido de maneira simples e sustentável, além de
ser uma forma mais precisa de agregar valor, possibilitando o aumento do incentivo a reutilização destes resí-
duos na fabricação de produtos artesanais.

Faz-se então necessária uma maior divulgação sobre como descartar o óleo residual de frituras, bem como,
a constante coleta para o processo de reciclagem do mesmo, a fim de possibilitar um melhor aproveitamento
pelos diversos segmentos da sociedade, principalmente as residências domésticas, que ainda não possuem
3º SIMPIF

um programa constante e organizado de descarte e coleta deste tipo de resíduo. Afinal, muito mais que reco-
nhecer o que precisa ser modificado, é importante compreender o motivo da adequação e propor alternativas
de mudança. Por isso, é imprescindível que este exercício seja realizado coletivamente entre instituição e
comunidade.

PALAVRAS-CHAVE: Óleo Residual, Clarificação, Saponificação, Produtos Artesanais.

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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

AGRADECIMENTOS: Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – Campus Campina


Grande.

Referências
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/ saneantes>
Acesso em: 11 out. 2019.

GOMES, D. C. H. Gestão de óleos e gorduras residuais de fritura em Campinas, SP. 2009. 91 f. Dissertação
- (Mestrado em Análise Ambiental e Sistemas de Informação Geográfica) - Universidade Estadual Paulista,
Instituto de Geociências e Ciências Exatas, São Paulo, 2009.

MALAGOLI, A. A. T.; LIMA, A. C. Ação umectante de PG e PD em sabonetes em barra. Cosmetics & Toiletries, v.
24, nov-dez., p.60-71. 2012.

MIGUEL, A. C.; FRANCO, D. M. B. Logística Reversa do óleo de cozinha usado. Revista Científica, FAESP, v.
9, n. 1, p.3-13, abr. 2014. Disponível em: <http://www.faculdadeanchieta.ed u.br/wpcontent/uploads/revis-
ta_cientifica_faesp_09.pdf>. Acesso em: 01 set. 2019.

MUNDO VERTICAL. Utilidades Reciclagem. Disponível em: <www.mundovertical. com>. Acesso em: 28 jul.
2019.

NOVAES, P. C.; MACHADO, A.M. B.; LACERDA, F. V. Consumo e Descarte do Óleo Comestível em um Município
do sul de Minas Gerais. Revista Ciências em Saúde, v. 4, n. 3, p. 33-40, 2014.

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PÓS-GRADUAÇÃO
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Ramon Pontes Araújo


Análise das Técnicas de Elicitação
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba
e Especificação de Requisitos no
Processo de Engenharia de Software
Educacional.

INTRODUÇÃO. Softwares educativos estão sendo construídos há bas-


tante tempo, no entanto nem todos seguem o mesmo processo, isso
porque a natureza da construção desses softwares, além de resolver
problemas, deve contribuir para um processo de ensino aprendiza-
gem eficaz. A informática na educação trouxe uma série de benefí-
cios, permitindo múltiplos caminhos para a aprendizagem (PRIHAR-
TINI; SOEMITRO; RENDRADJAYA, 2016): (a) aspectos pedagógicos
que explicam o propósito de ensinar de forma digital; (b) tecnologias
de apoio à aprendizagem e comunicação; (c) compartilhamento do
conhecimento com atividades on-line; (d) fóruns de discussão e (e)
atividades colaborativas entre usuários. As técnicas de elicitação e
especificação de requisitos são importantes nesse momento, pois a
partir delas é possível ir ao encontro do objetivo principal, ou seja,
contribuir para que o aprendiz obtenha novos conhecimentos. O presente trabalho tem como objetivo analisar
as diversas técnicas e metodologias utilizadas nesse processo de construção de um software educativo.

MATERIAIS E MÉTODOS. O presente trabalho visa realizar uma ampla análise dos estudos primários existen-
tes no campo de pesquisa científica disponível nos últimos dez anos, possibilitando identificar lacunas nesta
área, capazes de propor pesquisas e geração de novas formas de trabalho no desenvolvimento de sistemas
educacionais. Esse tipo de estudo permite que as evidências apresentadas a partir do domínio objeto de es-
tudo sejam plotadas em um nível de granularidade menor, evidenciando possíveis descobertas, direcionando
o foco para futuros estudos primários a serem realizados (KITCHENHAM, 2007). A metodologia seguiu com o
planejamento, onde foram definidos os objetivos, protocolo e a análise sobre os trabalhos selecionados. Essa
atividade foi realizada por um estudante de mestrado e um professor doutor pesquisador, através da análise
dos estudos primários no período compreendido entre 03/05/2019 à 10/07/2019, no qual 173 artigos
foram identificados resultado da string de busca. Na condução, foram aplicados quatro critérios de inclusão
e quatro de exclusão definidos no protocolo de pesquisa resultando 34 artigos, estes foram submetidos à
seleção a partir da leitura resumida concentrada nas questões de pesquisa e extração de dados. Na etapa de
resultados 2 artigos foram excluídos por não apresentarem resultados completos resultando um total de 32
artigos que foram incluídos na pesquisa.

RESULTADOS. Esta pesquisa, que tem característica metodológica exploratória, analisou diversas técnicas
utilizadas na engenharia de requisitos para construção de softwares educacionais, buscando evidências que
comprovem a relevância da pesquisa no processo de construção destes softwares de qualidade. As técnicas
de elicitação e especificação são atividades que precedem a fase de análise e projeto de sistemas, no entan-
to alguns trabalhos evidenciaram resultados concretos após o uso das técnicas, gerando produtos a serem
consumidos em fases futuras. Como principais resultados na área educacional, pode-se destacar as técnicas
de elicitação de requisitos análise documental (VILELA; VALLE, 2015) e pesquisas bibliográficas (SOAD; FIO-

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

RAVANTI, 2017), uma vez que a construção de softwares educacionais exige do desenvolvedor um tipo de
conhecimento mais humano com características sociais essas técnicas apresentam meios que permitem essa
relação, já na especificação de requisitos, destacam-se modelo conceitual e cenários, não só sendo elenca-
das como as mais utilizadas durante processo de desenvolvimento de softwares dessa natureza, mas as que
identificam melhor o domínio do problema, permitindo a personalização e indicando um caminho eficaz para
construção de softwares educacionais que atendam a diferentes práticas de aprendizagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Esta pesquisa nos trouxe muitas informações acerca da diversidade de técnicas da
engenharia de software utilizadas na busca de identificar as funcionalidades de um sistema educacional, mas
também uma grande certeza, a de que não existe uma única técnica que traga total efetividade e que seja
considerada como a mais eficiente, pelo menos ao se considerar os fenômenos relacionados à prática peda-
gógica desenvolvida pelo docente em sala de aula e até mesmo fora dela, no entanto, as técnicas da análise
documental, pesquisas bibliográficas, modelo conceitual e cenários, uma vez combinadas, se mostram mais
assertivas no propósito da construção de softwares com melhor qualidade na promoção do ensino aprendiza-
gem, ampliação do conhecimento, motivação e desempenho dos alunos para o aprendizado.

PALAVRAS-CHAVE: Elicitação de requisitos; Especificação de requisitos; Engenharia de Software Educacional.

AGRADECIMENTOS: Gostaria de agradecer ao apoio do Instituto Federal da Paraíba -IFPB pelo fomento ao
ambiente de pesquisa.

Referências
PRIHARTINI, N.; SOEMITRO, R. L.; RENDRADJAYA, B. Identifying Aspects of Web e-Leaming in LMS-based for
Requirement Engineering Process. Indonésia, 2016.

KITCHENHAM, B. Guidelines for performing Systematic Literature Reviews in Software Engineering. EBSE
Technical Report, EBSE- v. 2.3, 2007.

VILELA, R. F; VALLE, P. H. D. et al,. ERJED - Uma Tecnica de Elicitação de Requisitos Para Jogos Educacionais
Digitais. Brasil, 2015.

SOAD, G. W.; FIORAVANTI, M. L. ReqML-Catalog: The Road to a Requirements Catalog for Mobile Learning
Applications. Brasil, 2017.
3º SIMPIF

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Bruna Alice Taveira de Lima


Entre o lúdico e a lógica: um mergulho
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Reitoria
na cultura popular através do Scratch
José Robson do Nascimento Santiago
[email protected]
Escola Municipal de Ensino Fundamental
Ministro José Américo de Almeida

Katucha Kamilla Marques Pereira INTRODUÇÃO. As Tecnologias Digitais de Informação e Comunica-


[email protected]
ção (TDICs) são ferramentas robustas para viabilizar o ensino de di-
Instituto Federal da Paraíba - Campus
Cabedelo Centro versas matérias escolares. Não apenas no ensino à distância, onde
sua construção se faz através de plataformas digitais, mas no ensino
Thais Chianca Machado
[email protected] presencial, onde estes recursos podem ser lançados como alternativa
Instituto Federal da Paraíba - Campus
ao ensino tradicional baseado em dispositivos convencionais e
Cabedelo Centro
mecânicos. Capazes de inovar, facilitar e modificar as relações com o
mundo, essas tecnologias não se limitam a pacotes de software para
escritório, redes sociais ou acesso à internet (MARQUESI, 2015).

É neste contexto que se insere o construcionismo - termo derivado


do construtivismo de Piaget - criado por Seymour Papert, que prevê
a interação com ferramentas, inclusive o computador, como forma de
construção do conhecimento do aluno. Ao invés de um modelo instrucionista – onde o computador é utilizado
como mais um recurso, visto que o formato das aulas permanece antiquado e o aluno continua apenas como
expectador do conteúdo exposto –, o modelo proposto por Papert apresenta a programação como um espaço
que permite ao aluno refletir, investigar, pensar em possíveis hipóteses para solucionar problemas, testar e apri-
morar suas ideias, se tornando protagonista na construção do seu próprio conhecimento. Nesta abordagem,
erros são tentativas de acerto; portanto, parte imprescindível do desenvolvimento cognitivo (CASTRO, 2017).

Além disso, Resnick (2009) destaca que, nas décadas de 1970 e 1980, quando os primeiros computadores
começaram a ser introduzidos no cotidiano do cidadão comum, estudantes e professores empolgaram-se com
as várias possibilidades de transformação nos processos de ensino e aprendizagem e no uso do dispositivo.
Aliado a isso, havia o entusiasmo com a programação nas linguagens LOGO e Basic. Contudo, apesar do uso
do computador ter se tornado cada vez mais imprescindível, a programação em si ficou restrita a alguns seg-
mentos da população.

No intuito de retomar a aproximação com a programação a partir do cotidiano infantil e inspirada na lingua-
gem LOGO, o software livre Scratch foi desenvolvido pelo grupo Lifelong Kindergarten, liderado por Mitchel
Resnick, no Media Lab do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Com uma interface gráfica facilitada
para crianças, sua programação acontece através de blocos pré-programados. Estes, quando interconec-
tados, geram certo tipo de reação em atores, cenários e sons. A plataforma Scratch é uma alternativa que
possibilita o aprendizado através da criação de jogos e histórias utilizando programação sem a necessidade
de que o usuário conheça de fato alguma linguagem de programação. Através de blocos pré-programados, é
possível construir roteiros dos mais simples aos mais complexos, incluir imagens e sons externos e acessar
produtos de outros usuários, bem como compartilhar seus próprios projetos (AONO, 2017) (BATISTA, 2015)
(ELOY, 2017) (MIT, 2016) (RIBEIRO, 2014) (SÁPIRAS, 2015).

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 640


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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Ministro José Américo de Almeida, a vida e a obra de Jackson do
Pandeiro são tema central de um projeto interdisciplinar para o prêmio Escola Nota 10, em 2019. Como parte
complementar dessa ideia pré-existente, surgiu a demanda da comunidade escolar, na figura de um professor
de Língua Portuguesa, para que fossem ministradas oficinas sobre o Scratch para estudantes do 6º ao 9º
ano do Ensino Fundamental. Crianças e adolescentes são capazes de, sob estímulo e exposição adequada,
desenvolver suas múltiplas inteligências com interação com o meio. Por isso, a intenção é que a ferramenta
possibilite um processo de ensino-aprendizagem ativo (FERREIRA, 2017) (GAROFALO, 2018) (GOBBO, 2016)
através de seus atores, palco/cenário, sons e blocos de comandos, utilizados na criação de um jogo temático
que amplie neles a valorização de sua terra e de sua linguagem, além do interesse genuíno visto que eles são
os protagonistas do processo. Como Jackson não é contemporâneo das crianças e adolescentes da escola,
faz-se necessário motivá-los com atividades e ferramentas modernas, desafiadoras e alinhadas com as pre-
ferências dos envolvidos. Neste sentido, julgou-se oportuno propor oficinas que aproximem este público do
lúdico presente nos jogos digitais, possibilitando a criação própria e colaborativa de um jogo que brinque
com as palavras, a história, o contexto geográfico e a obra do artista homenageado. São, portanto, objetivos
do trabalho oferecer oficinas sobre o programa Scratch para alunos da E.M.E.F. José Américo de Almeida, de
maneira que estes acessem recursos imateriais que os possibilitem criar um jogo sobre Jackson do Pandeiro
e, assim, protagonizarem ações do projeto interdisciplinar naquela escola para o prêmio Escola Nota 10 de
2019.

MATERIAIS E MÉTODOS. Após seleção de 20 (vinte) estudantes de turmas do 6º, 7º, 8º e 9º anos, que consi-
derou habilidade com computador, conhecimento sobre Jackson do Pandeiro e competências afetivas, foram
construídos momentos nos quais estes pudessem ampliar sua compreensão acerca de raciocínio lógico e
desenvolver habilidades de trabalho colaborativo e habilidades de programação na plataforma definida. Acon-
teceram quatro oficinas, todas aplicadas no laboratório de informática da própria escola demandante, entre
os meses de junho e agosto de 2019. Visto que os computadores não possibilitavam a instalação da versão
desktop do Scratch, foi utilizada a plataforma online, através do navegador. As oficinas foram expositivas e
práticas e a aprendizagem foi sendo construída na solução para desafios apresentados por cartões Scratch,
permitindo adaptações para utilizar sons e imagens fornecidos a eles sobre a temática de Jackson (imagens
do artista, do pandeiro, da entrada da cidade).

RESULTADOS. Os resultados foram deveras motivadores e o objetivo principal foi alcançado. Foi possível de-
tectar que, dentre os participantes, muitos já tinham conhecimento sobre jogos. Alguns, inclusive, disse-
ram ter noção sobre lógica de programação. De forma geral, a turma recebeu com entusiasmo os conceitos
expostos e se mostraram empolgados em construir o objeto final: o jogo digital com imagens e músicas
relativas à história de Jackson do Pandeiro. Os produtos finais foram apresentados em evento de culminância
do projeto em comemoração aos 100 anos de Jackson do Pandeiro como forma de estimular os participantes
e outros estudantes a criar e construir seu próprio conhecimento, valorando também a cultura popular e os
diversos caminhos que podem ser trilhados no processo de ensino-aprendizagem.
3º SIMPIF

CONSIDERAÇÕES FINAIS. De maneira exitosa, o projeto conseguiu desenvolver as atividades previstas com
os estudantes. Foram disponibilizados recursos necessários para provocar neles curiosidade e interesse em
conhecer e se apropriar da história e obra de Jackson do Pandeiro, além de formar um arcabouço conceitual
para que, de posse dessa matéria-prima voltada à cultura popular, construíssem jogos digitais de maneira
colaborativa com os colegas de grupo.

PALAVRAS-CHAVE: Scratch, cultura popular, metodologias ativas.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 641


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PÓS-GRADUAÇÃO
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

AGRADECIMENTOS: Agradecemos à Esc. Mun. de Ens. Fund. Min. José Américo de Almeida e ao Campus Avan-
çado Cabedelo Centro pelo apoio ao desenvolvimento desta pesquisa.

Referências
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cional para Crianças. 25º WEI – Workshop sobre Educação em Computação. XXXVII Congresso da Sociedade
Brasileira de Computação. São Paulo: 2017, p. 2169-2178. Disponível em: http://csbc2017.mackenzie.br/
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3º SIMPIF

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Acesso em: 09 abr. 2019.

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PÓS-GRADUAÇÃO
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

RESNICK et al. Scratch: Programming for All. Communications of the ACM, vol. 52, n. 11,
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RIBEIRO, Andrea da Silva Marques, RODRIGUES, Fernando de Barros Vasconcelos, PEREIRA, Valentina Magno
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SÁPIRAS, Fernanda Schuck, VECCHIA, Rodrigo Dalla, MALTEMPI, Marcus Vinicius. Utilização do Scratch em
sala de aula. Educ. Matem. Pesq., São Paulo, v.17, n.5, pp. 973 – 988, 2015. Disponível em: https://dadospdf.
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3º SIMPIF

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Giuseppe Anthony Nascimento de Lima


Usability Box: Uma ferramenta integrada
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
para planejamento e aplicação de
Tecnologia da Paraíba - Campus Monteiro ensaios de usabilidade de produtos de
Janeide Estandeslau da Silva software
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Monteiro
INTRODUÇÃO. Antes de sua disponibilização final, podem ser realiza-
Ernando Ferreira Viana Junior dos testes ou ensaios de usabilidade em produtos de software, espe-
[email protected]
Instituto Federal de Educação Ciência e cialmente quando há um conjunto diversificado de perfis de usuários
Tecnologia da Paraíba - Campus Monteiro
a se satisfazer, ou, estilos de interação novos e complexos. Nesses
Jaindson Valentim Santana ensaios é estudado o grau de facilidade de uso pela interação com o
[email protected]
software e operação de suas funcionalidades, contextualizáveis em
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Monteiro cenários de utilização de um conjunto de tarefas a serem desem-
penhadas. Em cada sessão de teste, os avaliadores de usabilidade
tendem a capturar grandes e diversificados volumes de dados, via
registros multimídias (vídeos, capturas de tela, etc), anotações sobre
reações ao longo do uso, opiniões de usuários e a caracterização de
situações que confundem ou induzem o usuário ao erro, dado que
todo o conhecimento para realização de aprimoramentos na apre-
sentação e interação do software pode se consolidar com a análise dos esforços perceptuais, cognitivos e
motores. Rohrer (2014) sugere que podem ser combinados métodos de caráter mais atitudinal (opiniões
de possíveis utilizadores) ou mais comportamental (observações ao longo do uso). Em ambos os casos os
dados podem ser quantitativos (indicadores sob critérios predeterminados) ou qualitativos (justificação de
problemas e identificação de melhorias). Dessa forma, os ensaios de usabilidade podem combinar técnicas
para perfilhamento de usuários, aferição de sua satisfação e observações no uso, cujo esforço é impactado
pela quantidade de usuários, de seus grupos de perfis, de tarefas a serem observadas e de métodos de inves-
tigação aplicados. Aguiar (2012) encoraja o uso de um protocolo para realização de ensaios de usabilidade,
envolvendo o planejamento dos experimentos de usabilidade, com a sua elaboração e prévia validação; a ro-
teirização das tarefas dos usuários de teste; documentações de aceite e sigilo de participação; execução das
sessões de teste; coleta de dados e a apresentação dos resultados. Para isso são necessários artefatos que
registrem e cataloguem os dados de usabilidade, podendo serem baseados em modelos (templates) reusáveis.
O eventual tratamento humano dos dados pode resultar na descentralização e proliferação de artefatos im-
pressos ou eletrônicos, como planilhas, documentos de texto e formulários, dificultando a operacionalização
das sessões de teste e suas análises. Este trabalho objetiva disponibilizar a plataforma Usability Box que visa
apoiar os processos de registro e de análises de dados oriundos das técnicas de usabilidade mais comuns, por
meio de modelos configuráveis e reusáveis, com cômputo e rastreio dos dados focada na fácil caracterização
de grupos de perfis de usuários. Assim, espera-se prover uma alternativa ferramental que agregue mais efi-
ciência na condução dessas técnicas, para rápida obtenção de resultados contextualizada nos grupos alvo e
de recomendações de melhorias para o produto de software testado.

MATERIAIS E MÉTODOS. O projeto da plataforma Usability Box foi referenciado na aplicação parcial de técni-
cas de mapeamento sistemático para verificação de quais métodos empíricos de mensuração da usabilidade
estavam sendo recorrentemente utilizados em trabalhos científicos, considerando 5 bases (IEEE Xplore, ACM
Digital Library, Science Direct, Scopus, Google Acadêmico). Também se intencionou a identificação e caracte-

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

rização dos artefatos mais frequentemente utilizados em ensaios de usabilidade, almejado o colecionamento
de templates, em todo ou em parte, ou de possíveis soluções informatizadas sobre eles (aplicativos e platafor-
mas). Posteriormente, foi iniciada uma revisão bibliográfica, em que foram analisadas 4 dissertações (COSTA,
2017; BARBOSA, 2009; OLIVEIRA, 2008; OLIVEIRA, 2005), 1 tese (AGUIAR, 2012) e 4 livros (RUBIN, 1994;
BARNUM, 2010; DUMAS e LORING, 2008; BANK e CAO, 2016) que tratavam da temática de ensaios de usa-
bilidade e aplicação de suas técnicas. Também foram verificadas as recomendações da norma ISO 9241-210
(ABNT, 2011), a qual indica que uma avaliação centrada no usuário costuma ser amplamente empregada por
meio de testes baseados no usuário, ou, de inspeções referenciadas em requisitos ou guias de usabilidade e
acessibilidade. Ainda, considerou-se o relatório técnico ISO/TR 16982 (ABNT, 2014), o qual orienta sobre a
adequada seleção de métodos de avaliação da usabilidade ou de combinações deles. Esse conhecimento foi
empregado como fonte de requisitos para o Usability Box, em que foram aplicadas técnicas de engenharia de
requisitos de software (inspeção de documentos, experimentação de produtos similares, modelagem concei-
tual de classes e definição de casos de uso em alto nível), seguida da modelagem comportamental e estru-
tural da plataforma (em UML) e da prototipação de sua interface (em alta-fidelidade). A fase de construção
da plataforma considerou uma arquitetura compatível com software em nuvem, baseada em microsserviços e
tecnologias padrão da Web.

RESULTADOS. O Usability Box teve a sua fase de concepção e prototipação concluída com base na revisão de
literatura e num consistente referencial de artefatos de usabilidade mais usados, aplicáveis antes, durante ou
após as sessões de teste. Foi possível caracterizá-los de forma que possam ser configuráveis, destacando-se
a elaboração de roteiros de tarefas (com cenários e respectivas tarefas), de termos de consentimento, sigilo
e direitos de imagem, de questionários para sondagem da satisfação subjetiva (USEr, UMUX e SUS) e para
perfilhamento de usuários (USE). Ressalta-se o suporte temporal no registro de dados de cada ensaio, com
reuso de catalogações de erros, de recomendações de melhorias, de verbalizações e sentimentos de usuários
e de rótulos aplicáveis às sessões de teste de cada um deles, desde que possuam configurações similares de
condução ou ambientação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. O desenho conceitual da plataforma já obtido se demonstrou bastante promissor,


considerando a compatibilidade dos artefatos pré, in e pós teste obtidos com os mecanismos pretendidos de
sumarização de análises de resultados, contextualizados em grupos de usuários de igual perfil (consideran-
do respostas em comum no questionário de perfilhamento), facilitando o processo avaliativo. Também há a
intenção de se incorporar mais modelos de perfilhamento de usuários. As fases de construção da plataforma
e de concepção do projeto de visualização dos dados ainda se encontram em estágio inicial.

PALAVRAS-CHAVE: Sistemas de Informação. Usabilidade. Avaliação de Produtos.

AGRADECIMENTOS: Ao IFPB, pelo fomento financeiro proporcionado a este projeto através da Chamada
01/2019 Interconecta.
3º SIMPIF

Referências
ABNT. NBR ISO 9241-210: Ergonomia da interação humano-sistema, Parte 210: Projeto centrado no ser
humano para sistemas interativos. Rio de Janeiro – RJ, 2011.

ABNT. NBR ISO/TR 16982: Ergonomia da interação humano-sistema - Métodos de usabilidade que apoiam
o projeto centrado no usuário. Rio de Janeiro – RJ, 2014.

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

AGUIAR, Y. P. C. Protocolo experimental para observação da interação um arcabouço para o estudo do


comportamento humano. 2012. Tese (Doutorado em Engenharia Elétrica) - Centro de Engenharia Elétrica e
Informática, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande-PB.

BANK, C; CAO, J. The guide to usability testing. UXPin, 2016.

BARBOSA, A. E. V. Abordagem híbrida para a avaliação de interfaces multimodais. 2009. Dissertação (Mes-
trado em Ciência da Computação) - Centro de Engenharia Elétrica e Informática, Universidade Federal de
Campina Grande, Campina Grande-PB.

BARNUM, C. Usability testing essentials. Elsevier, 2010. ISBN: 9780123785534

COSTA, D. L. Avaliação semântica do design de interfaces humano-computador em jogos digitais funda-


mentada em uma abordagem multimétodos. 2017. Dissertação (Mestrado em Design) – Centro de Ciências
e Tecnologias, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande-PB.

DUMAS J; LORING, B. Moderating usability tests: principles & practices for interacting. Burlington: Morgan
kaufmann, 2008. ISBN: 9780080558271

OLIVEIRA, K. M. A. Abordagem de Desenvolvimento Evolutivo de Interface do Usuário Baseada em Modelos


e Múltipla Prototipagem: FastInterface. 2008. Dissertação (Mestrado em Informática) - Centro de Engenha-
ria Elétrica e Informática, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande-PB.

OLIVEIRA, R. C. Webquest: uma ferramenta web configurável para a sondagem da satisfação subjetiva do
usuário. 2005. Dissertação (Mestrado em Informática) - Centro de Ciência e tecnologia, Universidade Federal
de Campina Grande, Campina Grande, 2005.

ROHRER, C. When to Use Which User-Experience Research Methods. Nielsen Norman Group. 12 out. 2014.
Disponível em: <https://www.nngroup.com/articles/which-ux-research-methods/>. Acesso em: 28 fev. 2019.

RUBIN, J. The handbook of usability Testing: How to plan, design, and conduct effective tests. New York:
Wiley, 1994. ISBN: 9780470185483

3º SIMPIF

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MEDICINA VETERINÁRIA | RECURSOS PESQUEIROS

Amanda Estefanir Cordeiro


Aborto seguido de mastite gangrenosa
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus Sousa
bilateral em uma cabra
Gerôncio Sucupira Junior
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus Sousa

Rodrigo Formiga Leite


[email protected] INTRODUÇÃO. A Região Nordeste concentra 92% do rebanho capri-
Instituto Federal da Paraíba - Campus Sousa no brasileiro, no entanto o desenvolvimento da caprinocultura é se-
veramente afetado por inúmeros fatores como a alta incidência de
Gustavo Meneses Arrais
[email protected] problemas sanitários decorrente de práticas de manejo inadequadas,
Instituto Federal da Paraíba - Campus Sousa
predispondo a criação a diversas patologias que acarretam prejuízos
(CORDEIRO, 2006). A prevalência da mastite em caprinos varia entre
22 e 75%, sendo que os casos de mastite subclínica são os mais
frequentes. Observa-se uma carência de trabalhos voltados para os
aspectos epidemiológicos da enfermidade no nosso país (PEIXOTO,
2010).

A mastite gangrenosa é a mais radical das formas de mastite, que leva


a perda do úbere acometido, podendo ser necessário à realização de
tratamento cirúrgico para retirada do tecido necrosado (RIZZO, 2015). Resulta na maioria das vezes na perda
parcial ou total do úbere, podendo levar o animal a óbito, acometendo principalmente as raças de aptidão
leiteira no período pós-parto. É causada principalmente por Staphylococcus aureus, Mannheimia haemolytica,
Escherichia coli e Clostridium perfringens de forma isolada ou em associação, levando o animal ao quadro de
anorexia, desidratação, depressão, febre e toxemia. O úbere se torna quente, edemaciado e dolorido no início
da infecção, contudo, dentro de algumas horas o mesmo se torna frio, e as secreções aquosas e sanguinolen-
tas. A pele logo exibe uma área de necrose, seguida por infecção bacteriana secundária, nitidamente demar-
cada na região que se estende da teta até porções diversas da glândula, que se esfacelará dentro de 10 a 14
dias, sendo necessário o tratamento cirúrgico (BURGOS, 2008).

O diagnóstico da mastite gangrenosa pode ser realizado pelo exame clinico criterioso da glândula, assim como
através da cultura bacteriológica do leite, contagem de células somáticas e hemograma (MOTA, 2008).

MATERIAL E MÉTODOS. Os dados epidemiológicos e clínicos foram colhidos da ficha de atendimento da Clínica
Médica e Cirúrgica de Grandes Animais (CMCGA) do Hospital Adílio Santos de Azevedo - HV ASA, do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Campus Sousa – IFPB.

RESULTADOS. Um caprino, fêmea, Dorper, um ano de idade, pesando 55kg, deu entrada no HV ASA no mês
de agosto de 2019. De acordo com o proprietário, a paciente havia parido há dois dias, um feto a termo e
natimorto, o úbere não havia sido esgotado e no dia seguinte ao parto observou que o úbere estava cheio,
com secreção sanguinolenta. O animal vivia em regime semi-intensivo, tendo acesso a uma pastagem nativa
que continha também cabacinha e jurema preta. O animal deu entrada na clínica em decúbito esterno lateral,
apática, com escore corporal 2,5, temperatura 38,8ºC, frequência cardíaca de 92bpm, frequência respiratória
de 28mrpm, exsicose GI, rúmen moderadamente cheio, com dinâmica de um movimento completo de baixa
amplitude em dois minutos, linfadenite caseosa parotídea, no linfonodo esquerdo e edema extenso em toda
a região ventral do abdômen, da porção cranial ao úbere até a região xifoide. O úbere se apresentava edema-

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 647


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MEDICINA VETERINÁRIA | RECURSOS PESQUEIROS

ciado, com coloração azul-arroxeada, friável, sensibilidade dolorosa à palpação e com secreção sanguinolenta
aquosa.

Foram coletadas amostras de sangue para realização de hemograma que revelou série vermelha inalterada
e série branca apresentando leucocitose por neutrofilia, observando-se um total de leucócitos de (16.650/
uL), 5.499/uL de linfócitos (33%), 11.155/uL de segmentados (67%) e bastonetes (0%). Observou-se ain-
da hiperfibrinogênico (600mg/dL), anisocitose, poiquilocitose e plasma levemente amarelado. O tratamento
instituído foi associação de antibióticos, com o intuito de diminuir os efeitos sistêmicos do tecido necrosado
e reduzir a proliferação bacteriana, sendo de escolha a Gentamicina (Gentatec®) e Benzilpenicilina/Estrepto-
micina/Piroxicam (Pencivet Plus PPU®), ambos na seguinte dosagem e frequência de aplicação 1mL/10kg/
IM/SID/5 dias. E anti-inflamatório Flunixina meglumina (Flumax®), na dosagem de 1mL/22,5kg/IV/SID/5
dias. Ordenha diária, ducha fria por dez minutos e massagem com DM Gel® na região edemaciada, realizadas
durante sete dias. No segundo dia de internamento foi realizada Fluidoterapia em complemento ao tratamento
da paciente com dois litros de Solução de NaCl 0,9% e 500mL de Solução de glicose 5%. A partir do sétimo
dia de internamento observou-se a evolução do processo de necrose da glândula mamária, apresentando se-
creção exsudativa, de odor fétido, úbere friável e pele com coloração amarronzada, diariamente era realizada
a limpeza da região perineal e do úbere do animal. No 20º dia de internamento a porção de tecido necrosado
aumentava progressivamente, associada ao aparecimento de fissuras na pele da base do úbere e no mesmo
dia iniciou-se então a limpeza do mesmo com solução antisséptica de dakin, com posterior aplicação de Spray
cicatrizante e repelente (Top line®). No 28º dia de internamento foi realizada a ablação de todo o parênquima
necrosado do úbere, de forma manual e com fácil remoção, seguida por tratamento tópico com o spray men-
cionado, até a cicatrização completa.

No nordeste do Brasil, a planta Mimosa tenuiflora (conhecida como “jurema preta”) foi comprovada como te-
ratogênica por induzir abortos e malformações em caprinos e ovinos (PIMENTEL et al., 2007). A Luffa acutan-
gula (cabacinha), foi mencionada por três entrevistados como causa de abortos em bovinos e ovinos (SILVA et
al., 2006). Por estar sendo mantida em uma área de pastejo onde estas plantas estavam presentes, pode-se
sugerir que tenha sido um dos fatores que influenciou o aborto por parte da cabra relada neste trabalho.

Água, material fecal e fômites contaminados podem abrigar e criar populações bacterianas capazes de cau-
sar quadros de mastite, se introduzidos na glândula mamária (SMITH, 1993). O animal aqui descrito vivia em
sistema de criação semi-intensivo, quando mantida em ambiente cercado, não havia divisão do lote por faixa
etária, podendo haver animais sadios e enfermos, caracterizando um cenário propício ao aparecimento da
enfermidade.

A mastite clínica pode ser aguda, crônica ou gangrenosa. Felizmente a mastite gangrenosa não é considerada
comum. O animal apresenta anorexia, desidratação, depressão, febre e sintomas de toxemia (SMITH, 1993).
Burgos et al., (2008), ressalta alguns sinais clínicos semelhantes, uma cabra com mastite gangrenosa unila-
teral, que apresentou glândula mamária friável, endurecida, com extensa área de necrose, aproximadamente
3º SIMPIF

3 a 10 dias após a parição.

O sucesso do tratamento da mastite envolve uma série de fatores incluindo a escolha do antimicrobiano, sus-
ceptibilidade do microrganismo, duração do tratamento, dosagem empregada e o estado imunológico do ani-
mal (MOTA, 2008). Rizzo et. al., (2015), em relato de uma cabra com mastite gangrenosa unilateral, optaram
pelo tratamento clínico-cirúrgico, consistindo em mastectomia parcial, já que a glândula ainda se encontrava
intacta sem desprendimento do tecido necrosado. Foi realizado tratamento durante os cinco dias prévios a

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 648


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MEDICINA VETERINÁRIA | RECURSOS PESQUEIROS

cirurgia com a administração de gentamicina sistêmica e intramamária na glândula esquerda, flunixina meglu-
mina, no segundo dia de internação realizou-se também fluidoterapia intravenosa (500 mL de glicose 10%,
um litro de solução fisiológica e 1,5 L de Ringer com lactato).

Neste relato não se optou pelo tratamento cirúrgico inicialmente devido à característica da mastite, que era
bilateral, com edema difuso e que não possibilitava delimitar a extensão completa de tecido da glândula ma-
mária comprometida, mas que viria a necrosar posteriormente. Além de que a fragilidade tecidual ocorreu ra-
pidamente, nos primeiros dias de internamento, permitindo maior drenagem do conteúdo sanguinolento, está
já constituía uma porta de entrada para microrganismos, mas, a correção cirúrgica poderia representar neste
caso uma porta de entrada ainda mais relevante com comprometimento pós-cirúrgico. Desta forma, optou-se
pelo tratamento prolongado como ferida aberta, com remoção manual do tecido necrosado e cicatrização por
segunda intensão. Durante este período a mesma foi mantida em baia com cama de maravalha a fim de dimi-
nuir as chances de recontaminação da glândula mamária, realizou-se remoção diária das fezes, assim como
limpeza dos recipientes da água e do alimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Apesar da intervenção cirúrgica ser uma das técnicas recomendadas em casos de
mastite gangrenosa, observou-se neste relato que o tratamento clínico, unida ao uso tópico de substâncias
debridantes como a solução de dakin e cicatrizantes podem ser eficazes e permitir uma cicatrização por se-
gunda intenção satisfatória da glândula mamária afetada.

PALAVRAS-CHAVE: Ablação. Inflamação. Necrose. Sangue.

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III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 649


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Larissa do Nascimento Sousa


Avaliação da percepção sobre zoonoses
com agentes comunitários de saúde do
Roberto Alves Bezerra
município de Santa Cruz -PB
Vinicius Longo Ribeiro Vilela

Thais Ferreira Feitosa

INTRODUÇÃO. O termo zoonose foi introduzido na literatura médica


pelo médico alemão Rudolf Wirchow, como uma forma de nomear as
doenças que podiam ser transmitidas dos animais aos seres huma-
nos. E apenas, em 1966, as zoonoses foram definidas como “doenças
e infecções naturalmente transmissíveis entre hospedeiros vertebra-
dos e o homem” (VASCONCELOS, 2003).

No Brasil, embora predominem as doenças crônico-degenerativas,


as enfermidades transmissíveis, como as zoonoses, ocupam posição
importante entre as causas de adoecimento (SCHRAMM et al., 2004).
Diversos municípios brasileiros enfrentam problemas relacionados a
animais errantes ou domiciliados, que tem acesso aos locais públi-
cos, sem que tenham passado por cuidados básicos de saúde e dessa
forma podem contaminar o solo ou vetores mecânicos, disseminando assim as enfermidades entre pessoas e
animais (GUIMARÃES et al., 2005).

A população que mais está susceptível aos riscos de contrair zoonoses muitas vezes são leigas sobre o tema,
sendo necessário a presença de pessoas capacitadas com o objetivo de passar informações sobre os riscos
e cuidados necessários (BECKER, 2015). Sendo assim o médico veterinário dentro da Saúde Pública atua na
Educação em Saúde, que permite sua ação na difusão de informações e na conscientização das pessoas sobre
os temas ligados à saúde humana e animal (Souza et al., 2011).

Tendo em vista a importância da integração das saúdes humana, animal e ambiental, e da necessidade da
propagação de informações importantes sobre o tema para a população em geral, buscou-se uma saúde
unificada, termo que surgiu como “One Health”, no século XIX, que pode ser traduzido como “Saúde Única”
(KAHN et al., 2007). Dessa forma, essa iniciativa busca a união entre médicos, médicos veterinários, agentes
comunitários de saúde, entre outros profissionais da área, tendo em mente o fato de que não existe separação
entre homens, animais e meio ambiente (SOUSA et al., 2011).

Portanto o objetivo deste trabalho foi avaliar o conhecimento dos agentes comunitários de saúde do município
de Santa Cruz sobre as principais zoonoses, buscando assim posteriormente elaborar ações educativas que
os possibilitem tornarem-se disseminadores de conhecimento sobre zoonoses nas populações em que atuam.

MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi realizada durante uma reunião com 22 agentes comunitários de saúde
(ACS) do município de Santa Cruz -PB, que aconteceu na programação do “Projeto Interdisciplinar Cidade”
com a parceria entre o Instituto Federal da Paraíba (IFPB) e a prefeitura.

Com intuito de obter dados para a avaliação do conhecimento dos ACS sobre o conceito e a cadeia epide-
miológica das principais zoonoses (toxoplasmose, leishmaniose, raiva, cisticercose e teníase), aplicou-se um

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questionário contendo 23 questões de múltipla escolha, sendo 8 questões sobre conceitos e 15 questões
sobre epidemiologia das principais doenças.

A análise dos dados foi qualitativa e descritiva, avaliando o nível de conhecimento sobre cada uma das princi-
pais zoonoses entre os agentes comunitários de saúde.

RESULTADOS. Dos agentes comunitários de saúde participantes 95,4% eram do sexo feminino e 50 % (11/22)
tinham idade acima de 40 anos.

Sobre o conceito de zoonose 95,4% (21/22) responderam que sabiam o conceito de zoonose, mas quando
solicitados a identificar as principais zoonoses entre demais enfermidades, apenas 4,5% (1/22) marcaram
corretamente todas as zoonoses sugeridas no questionário.

Sobre a toxoplasmose, obteve-se que 13,6% (3/22) marcaram que a toxoplasmose não pode ser transmitida
pela urina de animais, mas apenas 4,5% (1/22) sabia que a transmissão ocorre através das fezes do gato
contaminado; 54,5% (12/22) marcaram corretamente sobre as formas de adquirir toxoplasmose e sobre o
conhecimento da ocorrência de aborto após infecção e apenas 22,7% (5/22) tinham ciência das formas de
prevenção.

Sobre Leishmaniose 22,7% (5/22) dos ACS reconhecem o mosquito palha como vetor; 59% (13/22) respon-
deram sobre as apresentações clínicas como cutânea e visceral e 18,2% (4/22) identificaram corretamente
os fatores de risco para a ocorrência de leishmaniose.

Quando questionados sobre a raiva, 86,4% (19/22) reconhecem as formas de transmissão e 95,5% (21/22)
identificaram a vacina como principal prevenção contra raiva, mas apenas 13,6% (3/22) reconheceram a
raiva como uma doença incurável.

Sobre o conhecimento relacionado a cisticercose e teníase, pode-se observar que 59% (13/22) reconheciam
a classificação do cisticerco e 68,2% (15/22) classificaram a taenia como verme; sobre as formas de adquirir
as doenças 54,5% (12/22) responderam corretamente sobre cisticercose e 22,7% (5/22) sobre Teníase; já
sobre prevenção da neurocisticercose, apenas 45,4% (10/22) dos ACS conheciam as formas de prevenção.

A partir destes resultados, pode-se observar que o conhecimento sobre algumas zoonoses entre os agentes
comunitários de saúde é mais abrangente como é o caso da raiva e da leishmaniose, quando comparados aos
conhecimentos sobre cisticercose e teníase. Mas mesmo com maior desenvoltura nestas enfermidades mais
discutidas no âmbito da saúde pública, ainda é possível observar lacunas importantes entre os ACS, que tem
o papel fundamental de orientar a população principalmente no que diz respeito a profilaxia eficiente destas
zoonoses.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Ao avaliar o conhecimento dos ACS sobre as zoonoses é importante salientar que
existe uma deficiência no conhecimento de fatores importantes como meios de transmissão e principalmen-
3º SIMPIF

te profilaxia das zoonoses. Desta forma torna-se importante o planejamento de ações educativas sobre as
zoonoses, que possibilitem aos agentes comunitários de saúde se tornarem disseminadores de informação e
desta forma agirem ativamente na saúde pública, contribuindo assim para o controle das zoonoses.

PALAVRAS-CHAVE: Leishmaniose. Raiva. Saúde Pública. Saúde única. Toxoplasmose.

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Referências
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Na Saúde Pública. 2015. 67p.Monografia (Especialização) Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Dire-
toria de Pesquisa e Pós-Graduação. Especialização Em Gestão Ambiental Em Municípios.

GUIMARÃES, A. M.; ALVES, E. G. L.; REZENDE, G.F.; RODRIGUES, M. C. Ovos de Toxocara sp. e larvas de Ancylos-
toma sp. em praça pública de Lavras, MG. Revista de Saúde Pública, São Paulo, SP, v.39, n.2, p.293-295,2005.

KAHN L. H., KAPLA N. B., STEELE J.H. Confronting Zoonosis Through Closer Collaboration Between Medicine
and Veterinary Medicine as ‘One Medicine’. Veterinaria Italiana. 2007;43(1):5-19.

SCHRAMM, J. et al. Transição epidemiológica e o estudo de carga de doença no Brasil. Ciência & Saúde Cole-
tiva, Rio de Janeiro, RJ, v. 9, n. 4, p. 897-908, 2004.

SOUZA P. C. A, AMÓRA S. S. A., LUCENA R. F., FIGUEIREDO NETO A. B., VALANDRO M. J., ANJOS C. B., PEREIRA
L. R. M. A Saúde Pública e a Medicina Veterinária. Revista CFMV.2011;54:19-23

VASCONCELOS, C. G. C. Zoonoses ocupacionais: inquérito soro- epidemiológico em estudantes de Medicina


Veterinária, e análise de risco para Leptospirose, Brucelose e Toxoplasmose. 2003. 105p. Tese (Doutorado).
Faculdade de Medicina de Botucatu. Universidade Estadual Paulista.

3º SIMPIF

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Flávia Tereza Ribeiro da Costa


Avaliação da transmissão vertical
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Universidade Federal de Campina Grande –
de Toxoplasma gondii em ovinos
Campus Patos naturalmente infectados no semiárido
Samara dos Santos Silva brasileiro
[email protected]
Universidade Federal de Campina Grande –
Campus Patos
INTRODUÇÃO. O rebanho ovino brasileiro conta com um efetivo de
Denise Batista Nogueira aproximadamente 18 milhões de cabeças, e a região Nordeste detém
[email protected]
Universidade Federal de Campina Grande – cerca de 64,2% do rebanho nacional, sendo a criação dessa espécie
Campus Patos
considerada uma importante atividade econômica da região (IBGE,
Maria Andressa Gadelha de Oliveira 2017). Dentre os principais fatores que garantem adequada produ-
[email protected]
ção e prolificidade, a eficiência reprodutiva é um dos primordiais. As
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus de Sousa enfermidades que ocasionam problemas reprodutivos nos animais
devem ter suas causas investigadas e controladas. Em meio a estas
enfermidades, destaca-se a toxoplasmose, que representa causa
importante de falhas reprodutivas em ovinos, relacionada a aborta-
mentos, natimortos e nascimento de animais fracos (PINHEIRO et al.,
2000; CHIEBAO, 2015).

A toxoplasmose é uma doença de caráter zoonótico de distribuição mundial, causada pelo Toxoplasma gondii,
que é um protozoário capaz de parasitar o homem, animais domésticos e silvestres como hospedeiros inter-
mediários e apenas os membros da Família Felidae, principalmente os felinos domésticos e selvagens como
hospedeiros definitivos. Os animais podem se infectar pelo T. gondii através da ingestão de oocistos esporula-
dos ao consumir alimentos e água contaminados, ingestão de tecidos de animais contendo cistos infectantes
e por transmissão transplacentária (DUBEY e BEATTIE, 1988; MARTINS e VIANA, 1998).

A capacidade de T. gondii afetar o sistema reprodutivo de ovelhas se dá em decorrência da modulação do


sistema imune da fêmea durante a gestação. Visando prevenir a rejeição do feto, durante esse período ocorre
diminuição da síntese de mediadores pró-inflamatórios, tal alteração favorece o estabelecimento e multiplica-
ção do parasito (INNES; VERMEULEN, 2006).

A grande maioria dos estudos publicados relacionados ao T. gondii como causador de enfermidades relaciona-
das a danos reprodutivas foram realizados de forma experimental. Segundo Azevedo et al. (2017), estudos de
observação da dinâmica natural das infecções são de estrema importância, por mostrarem sem interferência
os reais parâmetros relacionados a capacidade de virulência do protozoário. Neste contexto, este trabalho
teve como objetivo avaliar a transmissão vertical do T. gondii em matrizes ovinas naturalmente infectadas no
semiárido brasileiro, monitorando a recrudescência parasitária durante a gestação e a consequente infecção
da progênie.

MATERIAIS E MÉTODOS. Foram selecionadas e coletadas amostras de sangue de 55 matrizes no estágio final
de gestação. Todas as fêmeas, independente do resultado, foram encaminhadas ao setor de Ovinocultura do
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba. Essas matrizes tiveram seu parto acompanha-
do para que no momento do nascimento fossem coletados os soros das suas crias e avaliada a transmissão
vertical do T. gondii.

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Imediatamente após o nascimento dos cordeiros, antes da ingestão do colostro, foram coletados 5ml de san-
gue por venopunção jugular. O material foi encaminhado ao Laboratório de Imunologia e Doenças Infectocon-
tagiosas LIDIC – IFPB para a obtenção do soro. Neste momento, as amostras eram alíquotadas em microtubos
e mantidos a -20° C até a realização da RIFI.

Após obtenção do soro, realizou-se a Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) para a pesquisa de anti-
corpos anti-T. gondii. O ponto de corte utilizado foi 1:64, tanto para as matrizes como para os filhotes (GARCIA
et al., 1999). A diluição dos soros foi realizada em microplaca de 96 poços, utilizando 3µL do soro a ser testa-
do e 189µL de solução salina tamponada (PBS) pH 7,2. Após a diluição, foram colocados 20µL sobre lâmina
previamente fixada com taquizoítas e incubados na estufa (37°C por 30 minutos). Após incubação, as lâminas
foram submetidas a três lavagens por imersão em PBS, sendo 10 minutos cada lavagem. Após secagem, a
lâmina foi recoberta por 20µL de conjugado anti-IgG de ovino (molécula inteira, SIGMA, St. Louis, MO, EUA).
O material foi incubado por mais 30 minutos a 37°C em estufa. Após as três lavagens e secagem, as lâminas
foram avaliadas por microscopia de fluorescência com emissão de luz ultravioleta. Sendo consideradas po-
sitivas as amostras que apresentavam fluorescência periférica total dos taquizoítas nas diluições maiores ou
iguais a 1:64.

RESULTADOS. Foram acompanhadas as parições de 55 matrizes ovinas, destas, 30 (54,5%) foram positivas
na RIFI, ponto de corte 1:64. Essas matrizes geraram 69 filhotes, sendo 41 (59,4%) provenientes de mães
positivas e 28 (40,6%) gerados de mães negativas.

Das 41 crias nascidas de matrizes positivas, quatro (9,7%) foram sororeagentes na coleta pré-colostral com
titulação final variando de 1:64 a 1:8128.

A taxa de transmissão vertical observada neste trabalho é considerada baixa quando comparada com o resul-
tado obtido por Azevedo Filho (2016) que em um estudo semelhante, acompanhou a parição de 17 matrizes
ovinas soropositivas para anticorpos anti-T. gondii. Dos cordeiros gerados, observou-se presença de anti-
corpos anti-T. gondii em 38,9% (7/18) no momento pré-colostral, com titulação variando de 1:16 a 1:164,
predominando o título 1: 32 em 57,1% (4/7) dos animais soropositivos. Tal discrepância pode ser justificada
pelo ponto de corte utilizado durante as análises, visto que no trabalho citado adotou-se o ponto de corte 1:8,
ocorrendo assim maior concentração de anticorpos, podendo ter ocorrido reações cruzadas.

A ocorrência da transmissão vertical pode ser fundamentada em duas hipóteses. A infecção das matrizes
pode ter ocorrido no terço final da gestação, visto que as progênies nasceram infectados, mas clinicamente
saudáveis, e infecções no início ou meio da gestação resultam em abortos, natimortalidade e nascimento de
animais debilitados, respectivamente (BUXTON et al., 2006). Outra hipótese aceita é de que as fêmeas já eram
soropositivas antes da concepção, e com a gestação ocorreu recrudescência da infecção latente, levando a
reativação da infecção, permitindo a ocorrência da infecção transplacentária (INNES et al., 2009).
3º SIMPIF

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A detecção de anticorpos anti-T. gondii em conceptos indica que a transmissão
vertical é uma importante via de transmissão e manutenção de T. gondii em rebanhos ovinos no semiárido
brasileiro.

PALAVRAS-CHAVE: Cordeiros. Infecção intrauterina. Toxoplasmose.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba pelo


apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

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Referências
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pora caninum em ovinos. 83f. Dissertação [Pós-Graduação em Ciência Animal Tropical] – Universidade Fede-
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W. J. N.; MOTA, R. A. Incidence and vertical transmission rate of Neospora caninum in sheep. Comparative
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CHIEBAO, D.P. Estudo da infecção oral por Toxoplasma gondii em ovinos: avaliação da transmissão congê-
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DUBEY, J. P.; BEATTIE, C. P. Toxoplasmosis of animals and man. Boca Raton, Florida: CRC Press, p. 220, 1988.

GARCIA, G. Soroepidemiologia da toxoplasmose caprina na Mesorregião Metropolitana de Curitiba, Paraná,


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PINHEIRO, R. R. GOUVEIA, A.M.G.; ALVES, F.S.F.; HADDAD, J.P.A. Aspectos epidemiológicos da caprinocultura
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2000.
3º SIMPIF

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Amaíra Casimiro do Nascimento Garrido


Avaliação de anemias em cães quanto à
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
severidade
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa

Igor Porfírio de Mendonça


[email protected], Instituto
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
INTRODUÇÃO. As anemias resultam da diminuição da massa eritroci-
Jéssica Vieira Dantas tária que leva à redução da oxigenação tecidual, ocasionando sinais
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e clínicos, como letargia e palidez das mucosas em todas as espécies
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa animais. É considerada um distúrbio secundário, devido à associa-
ção a alguma enfermidade que é responsável por destruição ou dimi-
Amélia Lizziane Leite Duarte
[email protected] nuição de eritrócitos, como perdas de sangue devido à hemorragias,
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa parasitas, deficiência de ferro, doenças imunomediadas, podendo fa-
zer com que o animal tenha sinais clínicos inespecíficos, como febre,
perda de peso e/ou anorexia (THRALL, 2015). É importante ao clínico
o auxílio de exames laboratoriais para averiguar a condição atual do
animal, para assim, junto da história clínica, chegar ao diagnóstico
correto, pois algumas alterações significativas não são possíveis de
visualizar no exame físico. O diagnóstico de anemia é realizado atra-
vés de exames complementares, como o hemograma, no qual podemos avaliar determinadas particularidades
eritrocitárias e a partir de resultados desta avaliação, classificá-la. De maneira geral a avaliação da anemia
pode ser realizada, dentre outras classificações, através da severidade, com a determinação do volume globu-
lar, que é uma classificação rápida, apresentada por Drummond (2013), obtida pela porcentagem do volume
de hemácias presentes na corrente sanguínea. Segundo Lopez et al. (2007) através desse método é possível
determinar a mensuração exata dessas hemácias através da sedimentação pós centrifugação. Animais com
VG entre 37% a 26%, possuem anemia leve, 25% a 13% anemia moderada e <13% anemia grave e pode
ser utilizado devido à praticidade em se determinar a gravidade da anemia, sendo necessário, porém a com-
plementação de informações laboratoriais para conhecer a natureza da disfunção. É imprescindível a classifi-
cação das anemias, devido as diferentes causas patológicas que esse distúrbio pode ocasionar. O clínico, ao
receber o resultado do hemograma, avaliará melhor o estado patológico em questão, auxiliando para a correta
terapêutica empregada ao paciente. O objetivo deste trabalho foi avaliar e classificar a anemia quanto à seve-
ridade em cães atendidos no Hospital Veterinário Adílio Santos de Azevedo, do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia da Paraíba (HV-ASA-IFPB), campus Sousa.

MATERIAIS E MÉTODOS. Foram avaliadas amostras de sangue total de 50 cães anêmicos atendidos na Clínica
Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário Adílio Santos de Azevedo do Instituto Federal de Educa-
ção, Ciência e Tecnologia da Paraíba (CMPA/HV-ASA/IFPB), campus Sousa, no período de Maio a Agosto de
2019. De acordo com metodologia descrita por Thrall (2015), procedeu-se a realização da contagem total de
eritrócitos através da diluição de 20µL de sangue em 4mL de solução fisiológica e contagem na câmara de
Neubauer no microscópio (objetiva de 40x). Os animais considerados anêmicos foram os que obtiveram resul-
tados inferiores a 5,5x106 céls/µL e volume globular (VG) inferior a 37%, obtidos através do preenchimento
de um capilar sanguíneo e determinado pelo método de microhematócrito, a 1.200 rpm a 5 minutos e obser-
vando o resultado através de um leitor próprio de acordo com metodologia descrita por Drummond (2013).
As amostras dos cães foram avaliadas independentemente de sexo, raça e idade.

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RESULTADOS. Após avaliação hematológica, os animais com VG entre 37% e 26% foram considerados com
anemia leve; 25% a 13% anemia moderada e inferior a 13% anemia grave. Entre os 50 cães avaliados, os
resultados hematológicos obtidos revelaram que 66% (33/50) possuíam anemia leve; 32% (16/50) anemia
moderada e 2% (1/50) anemia grave. Os animais utilizados por Araújo et al. (2015), D’Avila (2011), Gonçal-
ves et al. (2014) e Ugá (2018) também mostraram grande percentual de animais com anemias leve, possivel-
mente pelo fato de os mecanismos compensatórios para falta de oxigenação tecidual serem suficientes para
o animal não desenvolver a sintomatologia clínica de anemia. Em trabalho realizado por Paes et al. (2014)
avaliando cadelas com piometra, 80% apresentaram anemias leve e moderada. Bogartz (2014) em sua pes-
quisa também teve resultados maiores de anemia leve, e esse fato se deve normalmente a estarem associadas
a neoplasias, infecções, traumatismos ou doenças inflamatórias. A autora ainda sugere que pacientes com
anemia moderada podem estar relacionados a neoplasias ulceradas ou fraturas expostas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluiu-se que os animais atendidos no Hospital Veterinário do Instituto Fede-
ral, campus Sousa, em sua maioria, possuem anemia classificada de acordo com a severidade em grau leve
(66%), provavelmente devido à compensação do organismo em combater a hipóxia, fazendo com que os
animais não desenvolvam sintomatologia clínica de enfermidades. A mensuração do Volume Globular é uma
técnica rápida e prática ao clínico, para tratamento emergencial, porém recomenda-se realizar em paralelo
outras avaliações hematológicas possibilitando o diagnóstico específico da doença base para assim estabe-
lecer a correta conduta diante do paciente, mostrando assim a importância da solicitação de hemogramas
complementares a rotina clínica.

PALAVRAS-CHAVE: Hematócrito. Anemia. Hipóxia. Hemograma.

Referências
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DRUMMOND, Mariana Resende Soares. Ocorrência, classificação e fatores de risco de anemias em cães.
2013. 84p. (Dissertação de Mestrado) - Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, Minas Gerais, 2013.

GONÇALVES, D. S. Variação da distribuição do diâmetro eritrocitário e do volume corpuscular médio em cães


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3º SIMPIF

LOPES, S. T. A. et al. Manual de patologia clínica veterinária. 3. ed. UFSM/ Departamento de Clínica de Peque-
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PAES, P. R. O. Desvio para a esquerda associado a compartimento medular de reserva dos neutrófilos não
esgotado em cadelas portadoras de piometra. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.66, n.5, p.1611-1614, 2014.

THRALL, Mary Anna. Hematologia e bioquímica clínica veterinária. 2a ed. Editora Roca, 1590p. 2015.

UGÁ, Cristina Tavares. Avaliação de índices eritrocitários e contagem de reticulócitos na classificação de


anemias em cães. 2018. 17p. (Trabalho de Conclusão de Curso). Centro Universitário CESMAC, 2018.

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Hodias Sousa de Oliveira Filho


Carcinoma cribiforme metastático em
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
felino
Tecnologia da Paraíba

Amanda de Carvalho Gurgel


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Tumores mamários são considerados o segundo tipo
Flaviane Neri Lima de Oliveira de neoplasia mais frequente na espécie felina, seguidos das neopla-
[email protected]
Universidade Federal de Campina Grande sias hematopoiéticas (TOGNI et al., 2013). Podem ser classificados
morfologicamente em neoplasmas benignas, malignas ou não-neo-
Lisanka Ângelo Maia
[email protected] plásicas. Em gatas, os neoplasmas malignos são mais prevalentes, e
Instituto Federal de Educação, Ciência e
desses os carcinomas são os mais frequentemente diagnosticados,
Tecnologia da Paraíba
com prevalência variando entre 80 e 96% dos casos (MINOVICH,
2002; NELSON & COUTO, 2006; ZACHARY, 2007). Esses carcinomas
podem ser classificados em tubular, papilar, sólido ou cribiforme e,
alguns mostram uma combinação destes tipos histológicos (MINOVI-
CH, 2002; MORRIS, 2007).

A ocorrência dessas neoplasias está associada principalmente a ida-


de, raça e influência hormonal, seguidas de obesidade. Com relação a raça, gatos siameses são mais acome-
tidos. A influência hormonal advém principalmente da exposição aos hormônios ovarianos naturais em gatas
não castradas e ao uso de progestágenos externos (anticoncepcional), que induz mudanças nas glândulas
mamárias, predispondo o animal ao desenvolvimento de processos neoplásicos. (DALECK & DE NARDI, 2016).

Carcinoma cribiforme é descrito como tipo histológico frequente na espécie felina (COSTA, 2010) e geralmen-
te está associado a um prognóstico desfavorável, devido a característica infiltrativa, elevada taxa mitótica e
alto percentual de metástase. Em virtude dessas características, o diagnóstico precoce é fundamental para o
tempo de sobrevida do paciente (GIMÉNEZ et al., 2010). Portanto, objetiva-se descrever os aspectos clínicos,
epidemiológicos e anatomopatológicos de um caso de carcinoma cribriforme metastático emfelino, diagnosti-
cado no Hospital Veterinário Adílio Santos de Azevedo do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia
da Paraíba, Campus Sousa-PB.  

MATERIAL E MÉTODOS. Os dados epidemiológicos e clínicos foram retirados da ficha de atendimento da Clí-
nica Médica de Pequenos (CMPA) e da Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais (CCPA) do HV ASA. Foi reali-
zado tratamento clínico e cirúrgico para retirada da cadeia mamária, mas o animal não resistiu e morreu. O
mesmo foi encaminhado para o Laboratório de Patologia Animal do HV ASA para realização da necropsia. Na
necropsia foram coletados fragmentos de todos os órgãos e sistema nervoso central, fixados em formol 10
% tamponado e em seguida processados rotineiramente para avaliação histopatológica e as lâminas coradas
em Hematoxilina e Eosina.

RESULTADOS. Um gato, fêmea, sem raça definida (SRD), 12 anos de idade, foi atendido no HV ASA apresen-
tando aumento de volume na glândula mamária há aproximadamente três anos. Na avaliação clínica observou-
-se nódulos na cadeia mamária, acometendo bilateralmente as mamas torácicas, abdominais e inguinais. Na
glândula mamária inguinal havia um nódulo com área ulcerada que drenava secreção purulenta. O proprietário
informou que utilizava, há cerca de oito anos contraceptivos. O diagnóstico clínico foi neoplasia mamária. Foi

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instituído o tratamento inicialmente com cetoprofeno e cloridrato de tramadol, suplemento vitamínico e lim-
peza da área ulcerada com soro fisiológico, além de aplicação de pomada cicatrizante. Em seguida o animal
foi encaminhado para cirurgia para remoção dos nódulos. O animal foi pré-medicado e logo após a intubação,
apresentou apnéia e edema pulmonar, com grande produção de secreção, e em seguida teve parada cardior-
respiratória. Para reanimação foi realizada massagem cardíaca, ventilação mecânica e cinco aplicações de
adrenalina, mas não obteve-se sucesso e o animal morreu.  Na necropsia, as principais lesões macroscópicas
eram na glândula mamária, que apresentou múltiplos nódulos variando de 0,1 a 3 cm de diâmetro, firmes,
esbranquiçados e, às vezes, amarelados, que infiltravam ao tecido subcutâneo adjacente e o útero estava
aumentados de tamanho com vasos congestos. No baço e fígado também foram observados nódulos multi-
focais esbranquiçados e elevados da superfície capsular que ao corte, aprofundavam-se ao parênquima he-
pático e esplênico. . Histologicamente, observou-se na glândula mamária massa tumoral densamente celular,
parcialmente encapsulada por fina cápsula de tecido conjuntivo, composta por células epiteliais disposta em
ninhos ou túbulos apoiadas em moderado estroma fibrovascular. As células neoplásicas variavam de cúbicas
a ovaladas com citoplasma escasso, eosinofílico e pouco delimitado. Os núcleos eram grandes variavam de
redondo a ovalado com cromatina pontilha e um ou mais nucléolos grandes e centrais evidentes. O pleomor-
fismo era moderado caracterizado por anisocitose. As mitoses eram frequentes, cerca de duas a cinco mitoses
por campo de maior aumento (400x). No centro de alguns ninhos neoplásicos foram vistas áreas de necrose.
Na luz de vasos sanguíneos havia células neoplásicas (êmbolos tumorais). Observou-se também, acentuado
infiltrado inflamatório constituído por plasmócitos, linfócitos e macrófagos em meio à massa tumoral. No
baço, observou-se áreas multifocais aleatórias de células neoplásicas, formando túbulos, por vezes ninhos,e
no fígado, células neoplásicas formando grandes ninhos, por vezes, associados a extensas áreas de necrose
central, lesões semelhantes ao encontrado na glândula mamária. O diagnóstico de carcinoma cribiforme me-
tástico foi realizado com base nos achados clínicos e anatomopatológicos. Os múltiplos nódulos brancacentos
são semelhantes aos descritos por Togni et al. (2013), entretanto no caso em questão a consistência difere do
encontrado pelo referido trabalho, onde se verificou a presença de áreas friáveis ao invés de firmes. Nódulos
de tamanho igual ou superior a 2 cm geralmente apresentam prognóstico mais desfavorável quando compa-
rado a neoplasias de menor dimensão (ALVES, 2014) e a invasão estromal e possíveis metástases na hora da
cirurgia (MINOVICH et al., 2002). Histologicamente, no padrão cribiforme há formação de múltiplos lúmens
de tamanho reduzido, delimitados por células epiteliais neoplásicos, que se dispõe segundo um padrão sóli-
do, formando pequenas aberturas que conferem ao tumor aparência de peneira ou crivo (SANTOS & ALESSI,
2011; COSTA, 2010). A administração de contraceptivos é um fator crucial para o desenvolvimento de neopla-
sia mamárias, tendo em vista que a progesterona exógena em cães e gatos estimula a síntese de hormônio do
crescimento na glândula mamária, com isso gera a proliferação lóbulo-alveolar e consequente hiperplasia de
elementos mioepiteliais e secretórios (TOGNI, 2013). Com relação a metástase, diversos autores descrevem
linfonodos e pulmão como principais sítios, mas pele, encéfalo, pleura, fígado, adrenal, coração, diafragma,
rins e baço como órgãos acometidos (TOGNI et al., 2013). De acordo com Costa (2010), os carcinomas cri-
biformes são mais comuns em gatos e, geralmente, acomete animais de idade adulta e idosa, entre 5 a 16
3º SIMPIF

anos de idade (TOGNI et al., 2013), a faixa etária do presente caso está dentro desse intervalo. As neoplasias
mamárias podem acometer qualquer raça, entretanto os felinos da raça siamês são mais predispostos a for-
mação de tumores mamários (DALECK e DE NARDI, 2016; ALVES, 2014), o que difere do caso relatado. Gatas
inteiras são mais predispostas a tumores mamários, sendo a ovariohisterectomia é uma importante medida
de prevenção de neoplasias mamárias nas diferentes espécies. Nesse caso, acredita-se que o uso contínuo de
contraceptivos, a idade e a não adesão à técnica cirúrgica de ovariohisterectomia possam ter contribuído para
a formação do carcinoma cribiforme.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS. A utilização de progestágenos sintéticos apresenta-se como importante causa de


desenvolvimento de neoplasias mamárias como o carcinoma cribiforme. A castração eletiva é o principal pre-
ventivo para neoplasia. Logo, o conhecimento de suas características clínicas e anatomopatológicas é impor-
tante para que se realize o diagnóstico precoce, aumentando a sobrevida do paciente. 

PALAVRAS CHAVES. Glândula mamária. Neoplasia em felinos. Tumor mamário.

AGRADECIMENTOS. Agradecemos ao PIBICT da Chamada Interconecta IFPB – Nº 01/2016 pelo apoio finan-
ceiro e incentivo para o desenvolvimento dessa pesquisa. 

Referências  
ALVES, M. M. A. C. Estudo anatomopatológico de tumores mamários da gata – perspectivas e enquadramento
clínico. 2014. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) - Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias, Lisboa.

COSTA, M. M. Estudo epidemiológico e anatomo-patológico de tumores mamários na cadela e na gata.


2010. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Medicina Veterinária) - Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa.

MINOVICH, F. G.; PALUDI, A. E.; ROSSANO, M. J. Libro de Medicina Felina Práctica,vol 1, 1. ed. Paris: Aniwa
Publishing, 2002.

NELSON, R. W.; COUTO, C. G. Medicina Interna de Pequenos Animais, 3ª edição. Elsevier, 1512 p. 2006.

NISHIMURA, R. et al. Invasive cribriform carcinoma with extensive microcalcifications in the male breast.
Breast Cancer, v. 12, n. 2, p. 145-148, 2005. 

SANTOS, R. L.; ALESSI, A. C. Patologia veterinária. São Paulo: Roca, 2011. 

TOGNI, M. et al. Estudo retrospectivo de 207 casos de tumores mamários em gatas. Pesquisa Veterinária
Brasileira,  v. 33, n. 3, p. 353-358, 2013. 

ZACHARY, J. F. Bases da Patologia em Veterinária. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1389 p. 2018.

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Alyne Cristina Batista


Dermatofitose em felino causada por
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba
Microsporumgypseum – relato de caso
Welitânia Inácia Silva
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba

Vinícius Longo Ribeiro Vilela


[email protected] INTRODUÇÃO. As dermatopatias estão entre as principais enfermi-
Instituto Federal da Paraíba
dades que acometem cães e gatos na rotina da clínica médica de pe-
Jossiara Abrante Rodrigues quenos animais, dentre elas estão as dermatopatias parasitárias e as
[email protected] dermatopatiasfúngicas, denominadas dermatofitoses (MEGID et al.,
Universidade Federal da Paraíba
2016). A dermatofitose é uma doença fúngica causada por agentes
queratinofílicos que ocorre na haste de pelos ou estrato córneo, muito
comum em cães e gatos jovens, felinos de pelo longo ou que apresen-
tam algum tipo de imunosupressão (MEDLEAU, 2019). Os principais
fungos envolvidos em micoses cutâneas de cães e gatos pertencem
aos gêneros Microsporumspp., Trichosphytonspp. eEpidermophytons-
pp., sendo intitulados coletivamente de dermatofitose (DEBOER e MO-
RIELLO, 2006; OUTERBRIDE, 2006).

Partel e Forsythe (2010) relatam que esses fungos utilizam a queratina presente em estrato córneo, como pe-
los, unhas e cascos para seu desenvolvimento.Microsporumgypseum pode ser transmitido por contato direto
com animais ou seres humanos susceptíveis, sendo considerado zoonótico, porém, apresentam alta infectibi-
lidade com baixa virulência e patogenicidade (CABNES et al 1997).Os felinos são os principais carreadores de
fungos dermatófitos, por serem assintomáticos, demonstrando sintomatologia clínica em casos de redução de
imunidade (SOUSA et al 2003).

Os sinais clínicos encontrados em animais que apresentam dermatofitose são hipotricose, alopecia, desca-
mação e presença de crostas (DEBOER e MORIELLO, 2006). Para se chegar a um diagnóstico é necessário
associar os sinais clínicos que o animal apresenta com exames complementares através de cultura fúngica
(BRILHANTE et al., 2003). O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de dermatofitose em um felino, causa-
do pelo fungo M. gypseum no Hospital Veterinário (HV) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
da Paraíba (IFPB), campus Sousa-PB.

MATERIAL E MÉTODOS. Foi atendido no HV/ IFPB, um felino, fêmea, adulto, sem raça definida. Animal foi
resgatado da rua e conduzido para atendimento clínico apresentando lesões crostosas em região nasal e
auricular. Optou-se por realizar coleta de material através de raspado cutâneo sobre o local lesionado, com
auxílio de bisturi e coletor estéril devidamente identificado, solicitando posterior pesquisa de ácaros. O ma-
terial para a pesquisa de ácaros foi submetido ao Laboratório de Parasitologia Veterinária (LPV), e o material
para o isolamento fúngico foi submetido ao Laboratório de Imunologia e Doenças Infectocontagiosas (LIDIC),
ambos do HV/ IFPB, campus Sousa.

A pesquisa para ácaros foi realizada com material sobreposto em lâmina e observado em microscópio e, pos-
teriormente, submetido a cultivo fúngico. O cultivo fúngico foi realizado em placa de Petri em meio de cultura
ágar saboraud, sendo encubado por 21 dias a 25 ºC, com observação diária para avaliar crescimento de colô-
nias fúngicas e suas características morfológicas, de acordo com Sidrim e Rocha(2004).

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RESULTADOS. Não foi observada a presença de ácaros causadores de sarna no exame microscópico direto.
Em cultivo fúngico foi possível observar textura, topografia e crescimento de colônias caracterizadas por uma
superfície plana, com bordas irregulares e extremidades granulares, conferindo aspecto semelhante a areia
de praia, de coloração amarelo rosado e crescimento radial.Foi possível observar também macroconídeos em
forma de canoa em grande número, de formado fusiforme, simétricos, com parede fina e pontas são arredon-
dadas.

O material do cultivo fúngico foi disposto em lâminas e encaminhado para posterior leitura em microscopia,
onde, foi possível observar hifas septadas e microconídios de parede fina com presença de macronídeos su-
gestivos para a espécie M.gypseum. Em pesquisa avaliando a frequência de dermatopatias fúngicas e parasi-
tárias em pequenos animais atendidos no HV/ IFPB, Valêncio et al. (2018) observaram que, dentre os felinos
avaliados, apenas três (17,6%; 3/17) apresentaram positividade para fungos, sendo que dois (66,6%;2/3)
apresentaram M. gypseum, sendo um ocorrendo em associação ao ácaro de sarna Notoedrescati. O outro fe-
line apresentou infecção por Microsporum canis. Estes resultados não corroboram com os apresentados por
Nweze (2011), que avaliaram 47 felinos, e 53,2% foram positivos por M. canis. Os dados podem ter divergido
devido ao número de animais avaliados em ambos os estudos.

Após o diagnóstico foi prescrita a medicação a base de cetoconazol pomada, uso diário por 15 dias. O animal
retornou para a consulta 15 dias após o tratamento prescrito e apresentava recuperação clínica das lesões
cutâneas.

CONCLUSÃO. Concluiu-se que felinos podem ser acometidos por M. gypseumno no Alto Sertão Paraibano, com
características clínicas semelhantes a outras dermatopatias. É importante a identificação correta do agente
por tratar-se de uma zoonose, para um eficaz tratamento e combate ao agente, proporcionando higidez ao
paciente e eliminação do foco de infecção, protegendo população humana e animal.

PALAVRAS CHAVES:Felinos. Fungo. Dermatite.

Referências
BRILHANTE, R. S. N.; CAVALCANTE, C. S. P.; SOARES-JUNIOR, F. A.; CORDEIRO, R. A.; SIDRIM, J. J. C.; ROCHA,
M. F. G. High rate ofMicrosporum canis felineandcaninedermatophytes in Northeast Brasil: Epidemiologicalan-
ddiagnosticfeatures. Mycopathologia, Netherlands, v. 152, n. 4, p. 303-308, 2003.

CABAÑES, F. J.; ABARCA, M. L.; BRAGULAT, M. R. Dermatophytes isolated from domestic animals in Barcelona,
Spain. Mycopathologia, v. 137, n. 2, p. 107-113, 1997.

DEBOER, D. J.; MORIELLO, K. A. Cutaneous fungal infections. In: GREENE, C. E. Infectious Diseases of the Dog
and Cat. 3ª edição. St. Louis: Saunders, Elsevier, Cap. 58, 2006, p. 550-569.

MEDLEAU, L.; HNILICA, K. A. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico. 2ª edição.
São Paulo: Roca, 2009.
3º SIMPIF

MEGID, J.; RIBEIRO, M. A.; PAES, A. C. Doenças infecciosas de animais de produção e de companhia. 1ª ed.
Rio de Janeiro: Roca, 2016. 887p.

NWEZE, E. I. Dermatophytoses in domesticated animals. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São


Paulo, v. 53, n. 2, p. 94-99, 2011.

OUTERBRIDGE, C. A. Mycologic Disorders of the Skin. Clinical techniques in Small Arnimal Practice. Elsevier,
2006, p. 128-134.

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PATEL, A.; FORSYTHE, P. Dermatologia em pequenos animais. 1ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

SIDRIM, J. J. C.; ROCHA, M. F. G. Micologia médica à luz de autores contemporâneos. 1ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2004. 408p.

VALENCIO, B.A.; VILELA, V.L.R.; FEITOSA, T.F.; SALES, I.C.; SILVA, S.S.; ARAÚJO, A.L.A.

Diagnosis of fungal and parasitic dermatopathies in dogs and cats of Paraíba State, Brazil. ARS Veterinária, v.
34, n. 2, 77-92, 2018.

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Welitânia Inácia Silva


Dermatofitose por Trichophyton
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
verrucosum em equino: relato de caso
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa

Clarisse Silva de Menezes Oliveira


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Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
INTRODUÇÃO. A dermatofitose é uma doença contagiosa causada por
Brendo Andrade Lima um grupo de fungos patogênicos denomidados dermatófitos que
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e afeta tanto equinos, quanto outras espécies como cães, gatos, bovi-
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
nos, suínos, e o ser humano. É conhecida popularmente por “tinha”,
Vinícius Longo Ribeiro Vilela tinea ou roído de traça, causando lesões de alopecia e descamações
[email protected]
pelo corpo, podendo afetar a algumas atividades, como o transporte
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa de animais e suas participações em provas esportivas. São enfermi-
dades com elevado potencial zoonótico, sendo de grande importância
sua compreensão para implementação de medidas de saúde pública
para prevenção e tratamento adqueado (SILVA, 2016).

Os principais dermatófitos envolvidos em micoses superficiais em


grandes animais são do gênero Trichophyton sp. e Microsporum spp.
(CABAÑES, 2000). São classificados como zoofílicos, antropofílicos ou geofílicos, dependendo da sua adapta-
ção ao hospedeiro ou ambiente. (SILVA, 2016). Trichophyton verrucosum é um dermatófito de origem zoofílica
adaptado em bovinos e ocasionalmente encontrado em equinos. Fatores como aglomerações, umidade, calor,
estresse e imunodeficiência do animal, predispõem o desenvolvimento das lesões (SILVEIRA, et al., 2003).

Em cavalos e bovinos, as lesões mais comuns se localizam na cabeça, pescoço, lombo, paleta e garupa, po-
dendo ainda estarem limitadas à face caudal da região da quartela, porém com menos frequência. Em algumas
situações, a manifestação inicial da enfermidade ocorre de maneira similar à urticária, com os pêlos nas re-
giões afetadas permanecendo eretos. Este quadro pode, em alguns casos, ser acompanhado por contamina-
ção bacteriana secundária. Contudo, muito rapidamente as lesões criam áreas definidamente demarcadas de
perda de pêlos, descamação e formação de crostas (SMITH, 2006). As lesões progridem quando há condições
ambientais favoráveis ao crescimento micelial, como atmosfera quente e úmida e pH da pele ligeiramente
alcalino (LOPES, et al., 2009).

Para que a doença se manifeste, geralmente é necessária agressão prévia à pele, mesmo que seja de baixa
intensidade (PILSWORTH e KNOTTENBELT, 2007). Além disso, o estabelecimento da doença é dependente
da capacidade do dermatófitos em superar as barreiras imunes inatas da pele e se ligar ao hospedeiro, para
obtenção dos nutrientes necessários para sua sobrevivência (PERES et al., 2010).

As dermatopatias em equinos são consideradas um desafio diagnóstico, devido à limitada capacidade da pele
em responder de diferentes formas aos diversos estímulos a que é submetida, e assim, apresentar sinais clí-
nicos similares (KNOTTENBELT, 2012). Portanto, para a realização do diagnóstico definitivo é imprescindível a
realização de exames complementares.

Os exames complementares utilizados para diagnóstico definitivo das dermatofitoses são a avaliação da fluo-
rescência do pêlo com auxílio da lâmpada de Wood; a tricografia, para a realização dos exames parasitoló-

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gico e micológico diretos; a cultura fúngica do pelame e, mais raramente, o exame histopatológico mediante
biópsia cutânea. Nos equinos, a avaliação micológica direta e a cultura fúngica possuem maior indicação de
utilização, pois as principais espécies fúngicas que acometem esses animais não apresentam fluorescência
sob a incidência da luz ultravioleta (KNOTTEMBELT, 2012).

O presente trabalho teve por objetivo relatar um caso de dermatofitose em um equino no município de Sousa,
Paraíba, diagnosticado através de achados clínicos e laboratoriais de isolamento fúngico.

MATERIAIS E MÉTODOS. Foi atendido no Hospital Veterinário (HV) do Instituto Federal da Paraíba (IFPB),
campus Sousa-PB, um animal da espécie equina, fêmea, nove anos de idade, sem padrão de raça definido. O
animal foi ao atendimento para avaliação de prenhez. Porém, foi informado no momento da anamnese pelo
proprietário que há aproximadamente um ano, logo após a aquisição do animal, ele iniciou a observação
de áreas de alopecia na região do dorso, que nunca regrediram. Foi feito a coleta do material através do
raspado cutâneo das bordas das lesões (pêlos e crostas), com o auxilio de uma lâmina de bisturi, e acon-
dicionados em um recipiente identificado e mandado para análise no Laboratório de Imunologia e Doenças
Infectocontagiosas (LIDIC).

Foi feita a pesquisa de ácaros de sarnas, em concomitância ao exame micológico direto, com a utilização do
material em uma lâmina sobreposta com uma lamínula e observado no microscópio. Em seguida, o material
foi submetido ao isolamento fúngico em placas de petri com agár sabouraud, incubadas durante 21 dias a 25
°C, sendo feita a inspeção diária para avaliação das características de crescimento das colônias. Após o pe-
ríodo de incubação, as colônias crescidas foram analisadas quanto a suas características macromorfológicas
e micromorfológicas.

RESULTADOS. No exame de pesquisa de sarnas a amostra foi negativa. No exame micológico direto, os pelos
apresentaram lesões características de dermatófitos, como a presença de endotrix. A amostra foi sugestiva
para dermatófitos. No cultivo fúngico, após o período de incubação de 21 dias, houve o crescimento de cultura
de colônias aveludadas de coloração esbranquiçada. Na micromorfologia foram observadas escassas estru-
turas de microconídeos, clamidósporos em cadeia e macroconídeos, confimando se tratar de T. verrucosum.

Silveira (2003), trabalhando com a verificação de T. verrucosum em bovinos com peles hígidas relacionando
com a sazonalidade, sexo, e idade, verificou também no isolamento estruturas semelhante de T. verrucosum,
nos quais houve crescimento de colônias de cor branca ou ocre, cerebriforme ou pregueada, cérea e glabrosa
e no exame micromorfológico foi observada a presença de grande quantidade de clamidósporos em cadeia.

Após o resultado, o animal recebeu o tratamento com antifúngico a base de cetoconazol, em pomada, aplica-
ção diária por 30 dias. O proprietário relatou que o animal obteve recuperação dos sinais após o tratamento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluiu-se que equinos no Sertão Paraibano podem ser infectados por T. verru-
cosum, sendo que, para o seu diagnóstico, é necessário a correta colheita de informações na anamnese, bem
3º SIMPIF

como achados clínicos de lesões em pele que não cicatrizam, associado a corretos métodos de diagnóstico,
como a análise micológica direta, como triagem, e o cultivo fúngico, como confirmatório para a determinação
da espécie de dermatófito atuante na infecção.

O diagnóstico preciso foi essencial para o correto protocolo terapêutico com cetoconazol pomada, resultando
em cura das lesões no paciente.

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PALAVRAS-CHAVE: Dermatofitose. Dermatologia. Dermatófitos. Fungos.

Referências
CABAÑES, F.J. Dermatophytes in domestic animals. Revista Iberoamericana de Micologia, v.17, p.104-108,
2000.

KNOTTEMBELT, D.C. The approach to the equine dermatology case in practice. Vet Clin North Am Equine Pract.
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3º SIMPIF

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Laynaslan Abreu Soares


Diagnóstico e graduação de
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Instituto Federal de Educação, Ciência e
mastocitoma cutâneo em cães
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa diagnosticados no Hospital Veterinário-
Isabela Calixto Matias ASA do IFPB, Campus Sousa
[email protected]
Universidade Federal de Campina Grande -
Campus Patos
INTRODUÇÃO. O mastocitoma é uma das neoplasias de células re-
Higor Gabriel Figueiredo de Sousa dondas mais comuns em cães, correspondendo entre 10 e 15% dos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e tumores cutâneos nessa espécie. Caracteriza-se pela proliferação
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
anormal de mastócitos (GROSS et al., 2009). Os mastócitos podem
Ícaro Costa de Sales ser encontrados comumente nos pulmões, no trato gastrintestinal e
[email protected]
em outros órgãos, contudo, a maior parte está presente na derme
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa e no tecido subcutâneo e, por essa razão, o local mais acometido
pelo mastocitoma é a pele (DALECK; DE NARDI, 2016). Também fo-
ram ocasionalmente descritos em felinos e equinos, e raramente em
bovinos e suínos, nas formas benigna e maligna, respectivamente
(SANTOS; ALESSI, 2016). Apesar da realização de diversos estudos
com mastocitomas caninos, sua etiologia ainda é desconhecida. En-
tretanto, fatores genéticos, infecções virais, carcinógenos tópicos e
desenvolvimento secundário a inflamações crônicas foram apontados como os principais fatores relacionados
a ocorrência dessa neoplasia (DALECK; DE NARDI, 2016). Os cães de meia idade das raças Boxer, Pug, Boston
Terrier, Weimaraner e Labrador também são considerados mais predispostos ao desenvolvimento destes tu-
mores cutâneos (MEUTEN, 2017). Em cães, o mastocitoma cutâneo ocorre principalmente na região do tron-
co (50-60%), nas extremidades (25-40%), na cabeça e no pescoço (10%), seguidos pelo escroto, períneo,
dorso e cauda (WELLE et al., 2008; SOUZA et al., 2018). Possuem características macroscópicas variadas,
podendo apresentar-se solitários e, menos comumente, múltiplos. Geralmente são alopécicos, eritematosos,
macios ou firmes, papulares ou nodulares, sésseis ou pedunculados, ulcerados ou não, afetando a derme ou
o tecido subcutâneo (GROSS et al., 2009; SANTOS; ALESSI, 2016). Além das manifestações cutâneas, esse
tumor pode estar associado a síndromes paraneoplásicas, responsáveis por alterações sistêmicas graves
(PALMA et al., 2009). O diagnóstico do mastocitoma pode ser realizado através dos exames citológico e his-
topatológico, associados aos achados clínicos e epidemiológicos. A graduação histopatológica é considerada
um fator prognóstico importante para o mastocitoma canino, pois fornece informações pertinentes ao esta-
diamento, tratamento e prognóstico (DALECK; DE NARDI, 2016). A graduação histopatológica do mastocitoma
pode ser realizada pelos sistemas de Patnaik et al. (1984) e Kiupel et al. (2011), em grau I, II e III, e em alto e
baixo grau, respectivamente. O grau III e o alto grau são classificados como tendo maior grau de malignidade,
entretanto, possuem menor ocorrência em cães, perfazendo entre 14,5% e 35,2% dos mastocitomas cutâ-
neos, respectivamente (SOUZA et al., 2018). Na Paraíba e no Ceará há poucos trabalhos sobre essa neoplasia
em cães. Em um estudo realizado sobre tumores cutâneos de cães diagnosticados na Universidade Federal de
Campina Grande, campus Patos, mastocitomas representaram 13,2% (18/136) das neoplasias diagnostica-
das (ANDRADE et al., 2012). Portanto, objetiva-se descrever os aspectos clínicos e patológicos de dois casos
de mastocitoma cutâneo em cães diagnosticados no Hospital Veterinário Adílio Santos de Azevedo (HVASA)
do IFPB, campus Sousa.

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MATERIAIS E MÉTODOS. Os dados epidemiológicos e clínicos foram coletados das fichas de biópsias de am-
bos os animais. Fragmentos de pele fixados em formol tamponado a 10% de dois cães, foram encaminhados
para o LPA do HV-ASA, do IFPB, Campus Sousa, Paraíba para avaliação histopatológica. As amostras foram
clivadas, processadas rotineiramente, seccionadas em 3µm, coradas por hematoxilina e eosina (HE). Em se-
guida, secções histológicas das amostras foram selecionadas e submetidas à coloração especial de Azul de
Toluidina.

RESULTADOS. Foram recebidos dois fragmentos de biópsia de cães atendidos em clínica particular do mu-
nicípio de Ipaumirim, Ceará. O Fragmento A era de um cão macho, com um ano idade, sem raça definida
(SRD), que apresentava nódulo cutâneo, em face medial do membro pélvico direito, com evolução de apro-
ximadamente dois meses. Segundo o tutor, esse nódulo possuía inicialmente superfície lisa e brilhante e,
posteriormente, ulcerou após tratamento com iodo antisséptico, deixando fluir conteúdo purulento. Macros-
copicamente, verificou-se placa de 1,5 x 1,2 x 0,5 cm, com área focal ulcerada de 0,8 x 0,7 cm, de superfície
irregular, com áreas amareladas intercaladas por áreas multifocais avermelhadas. Ao corte, era firme, elástica
e com superfície de corte difusamente esbranquiçada. O Fragmento B era de um cão macho, de 10 anos de
idade, sem raça definida, que há 20 dias apresentava nódulo cutâneo adjacente ao prepúcio. Na avaliação
macroscópica observou-se placa, de 4,5 x 4,5 x 3 cm, com área central ulcerada e protrusa, de 2,5 x 2,5 x
1,3 cm. Ao corte, era firme, elástica, com superfície de corte esbranquiçada, lisa e pouco delimitada. Micros-
copicamente, as lesões foram semelhantes em ambos os fragmentos e caracterizaram-se por massa tumoral
densamente celular, não encapsulada, infiltrativa e ulcerada. As células eram redondas a ovais, dispostas em
manto ou cordões, sustentadas por discreto a moderado estroma fibrovascular, estendendo-se desde a derme
superficial até a derme profunda. Essas células eram compostas por citoplasma escasso, eosinofílico e pouco
delimitado. Os núcleos eram médios, redondos a ovalados, formados por cromatina frouxa a condensada,
contendo um nucléolo evidente (Cão A) ou múltiplos nucléolos proeminentes (Cão B). O pleomorfismo era
moderado. No Cão A observaram-se raras mitoses (0 a 1 por campo de maior aumento [400x]) e ocasionais
eosinófilos, enquanto que no Cão B havia numerosas mitoses atípicas (1 a 13 por campo de maior aumento
[400x]), com moderada colagenólise. Ambos os fragmentos demonstraram área focalmente extensa na epi-
derme adjacente a neoplasia, recoberta por material necrótico associado a áreas de congestão e hemorragia.
Na coloração histoquímica de Azul de Toluidina observavam-se moderada (Cão A) a pequena quantidade (Cão
B) de células neoplásicas, com citoplasma repleto por variados grânulos anfofílicos. Com base nos achados
clínicos, epidemiológicos, macroscópicos e microscópicos realizou-se o diagnóstico de mastocitoma grau II/
alto grau no Cão A e grau III/alto grau no Cão B. A graduação histopatológica dos mastocitomas foi realizada
baseada na classificação de Patnaik et al. (1984) e Kiupel et al. (2011). As células moderadamente diferen-
ciadas, com pouca granulação citoplasmática e baixa taxa mitótica, observadas no fragmento A, permitiram
classificá-lo como tendo moderada malignidade. No fragmento B, foram observadas células pobremente dife-
renciadas, contendo nucléolos proeminentes e rara granulação citoplasmática junto a moderada quantidade
de mitoses atípicas, caracterizando essa neoplasia como tendo alta malignidade. Fatores como localização,
3º SIMPIF

idade, raça, sexo, período de evolução, sinais clínicos associados à neoplasia, tamanho do tumor, presença de
síndromes paraneoplásicas e estadiamento clínico, podem influenciar o prognóstico. Entretanto, a graduação
histopatológica é considerada o fator de maior precisão (WELLE et al., 2008; SOUZA et al., 2018). Desse modo,
o diagnóstico precoce torna-se ainda mais importante, pois poderá determinar o sucesso terapêutico, con-
forme ocorreram nesses dois casos. Segundo Souza et al. (2018), de 192 mastocitomas estudados, os cães
SRD e com idade variando entre sete e 11 anos foram os mais acometidos. Embora ambos os animais desse
relato sejam SRD, a raça não foi considerada como um fator predisponente, pois a mesma é muito prevalente

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em nossa região. Todavia, para o Cão B, a idade foi considerada um fator relevante para o desenvolvimento
da neoplasia. Adicionalmente, segundo Melo et al. (2013), os mastocitomas de crescimento em leito un-
gueal, escroto, prepúcio e focinho são mais agressivos, como observado no Cão B. É importante incluir como
diagnósticos diferenciais para mastocitoma, outras neoplasias que apresentam características macroscópicas
semelhantes, como linfoma, plasmocitoma, histiocitoma, tumor venéreo transmissível, sarcoma histiocítico,
tumor de células de Merkel e melanoma (GROSS et al., 2009).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Conclui-se que a graduação histológica dos mastocitomas cutâneos em cães é
uma importante ferramenta para a determinação do prognóstico, auxiliando médicos veterinários clínicos na
condução de seus pacientes.

PALAVRAS-CHAVE: Azul de Toluidina. Mastócitos. Neoplasia.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao PIBICT da Chamada Interconecta IFPB – Nº 01/2016 pelo apoio finan-
ceiro e incentivo para o desenvolvimento dessa pesquisa.

Referências
ANDRADE, R.L.F.S. Tumores de cães e gatos diagnosticados no semiárido da Paraíba. Pesquisa Veterinária
Brasileira, n.32, v.10, p.1037-1040, 2012.

DALECK, C.R.; DE NARDI, A.B. Oncologia em cães e gatos. 2 ed. Editora Roca Ltda. Rio de Janeiro, p.766, 2016.

GROSS, T.L et al. Doenças de pele do cão e do gato: Diagnóstico clínico e histopatológico. 2 ed. Editora Roca
Ltda. São Paulo, p.889, 2009.

KIUPEL, M. et al. Proposal of a 2-tier histologic grading system for canine cutaneous mast cell tumors to more
accurately predict biological behavior. Veterinary Pathology, n.48, p.147, 2011.

MELO, I.H.S. et al. Mastocitoma cutâneo em cães: uma breve revisão. Revista de Educação Continuada em
Medicina Veterinária, n.11, p.38-43, 2013.

MEUTEN, D.J. Tumors in domestic animals. 5 ed. Editorial John Wiley & Sons. 2017.

PALMA, H.E. et al. Mastocitoma cutâneo canino – Revisão. Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária
- Pequenos Animais e Animais de Estimação, n.7, v.23, p.523-528, 2009.

PATNAIK, A.K.; EHLER, W.J.; MACEWEN, E.G. Canine Cutaneous Mast Cell Tumor: Morphologic Grading and
Survival Time in 83 dogs. Veterinary Pathology, n.21, 1984. p. 469-474.

SANTOS, R.L.; ALESSI, A.C. Patologia Veterinária. 2 ed. Editora Roca Ltda. Rio de Janeiro, p.856, 2016.

SOUZA, A.C. et al. Mastocitoma cutâneo canino: estudo retrospectivo dos casos atendidos pelo Serviço de
Oncologia do Hospital Veterinário da FCAV-Unesp, Campus Jaboticabal, de 2005 a 2015. Pesquisa Veterinária
Brasileira, n.38, v.9, p.1808-1817, 2018.
3º SIMPIF

WELLE, M.M. et al. Canine mast cell tumours: a review of the pathogenesis, clinical features, pathology and
treatment. Veterinary Dermatology, n.19, v.6, p.321-339, 2008.

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Jossiara Abrante Rodrigues


Infecção por Cystoisospora spp.
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Universidade Federal de Campina Grande -
em veados-catingueiros (Mazama
Campus Patos gouazoubira) no alto Sertão Paraibano
Claudia Soares Dantas Barbosa
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Instituto Federal da Paraíba - Sousa

Thais Ferreira Feitosa INTRODUÇÃO. Os cervídeos (família Cervidae), assim como os demais
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus Sousa
representantes da subordem Ruminatia, apresentam estômagos com-
plexos, divididos em quatro câmaras (rúmen, retículo, omaso e abo-
Vinícius Longo Ribeiro Vilela maso), que possibilitam a digestão da celulose (VOGLIOTTI, 2008).
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Instituto Federal da Paraíba - Campus Sousa
O veado-catingueiro (Mazama gouazoubira) é uma pequena espécie
de cervídeo, pertencente à ordem Artiodactyla, pesando em torno de
20 kg, com altura média na cernelha de 50 cm. A coloração geral dos
indivíduos é extremamente variável, podendo ir do cinza escuro até
o marrom avermelhado (DUARTE et al., 2012). Os machos possuem
chifres pequenos e simples, com cerca de sete centímetros de altura
(MARQUES et al., 2007). É o cervídeo mais abundante na América do
Sul, presente em uma vasta diversidade de habitats. No Brasil, pode
ser encontrado desde áreas antropizadas, até cerrado fechado, ou áreas ocupadas pela agricultura, sendo
uma espécie que se adapta a ambientes modificados (VOGLIOTTI, 2003; DUARTE et al., 2006).

O gênero Cystoisospora pertence à família Sarcocystidae da ordem Eucoccidiorina e a infecção ocorre após a
ingestão de oocistos esporulados contidos nas fezes ou através da ingestão de tecidos infectados, seus hos-
pedeiros definitivos compreedem os cães, gatos e porcos (URQUHART et al., 1998).

O conhecimento relacionado aos microrganismos infecciosos é importante para que cervídeos mantidos em
cativeiro não sejam portadores, nem carreadores de patógenos, no que diz respeito ao trânsito de animais
entre zoológicos e estações de reprodução (SILVEIRA et al., 2011). Desta forma, o objetivo deste estudo foi
relatar infecções por Cystoisospora spp. em veados-catingueiros (M. gouazoubira) mantidos em reserva con-
servacionista no município de Sousa, Paraíba.

MATERIAIS E MÉTODOS. Esta pesquisa recebeu autorização de execução pelo Sistema de Autorização e Infor-
mação em Biodiversidade - SISBIO (Registro nº 68549-1) para a coleta de material biológico e para a realiza-
ção de pesquisa em unidade fora de conservação federal.

Foram colhidas amostras de fezes diretamente da ampola retal de sete veados-catingueiros (M. gouazoubira),
sendo um macho adulto, três fêmeas adultas e três filhotes, oriundos de uma propriedade conservacionista
localizada no Município de Sousa, Paraíba. Estas amostras foram armazenadas em sacos coletores, acondicio-
nadas em caixa térmica com gelo e submetidas para análises no Laboratório de Parasitologia Veterinária (LPV)
do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), campus Sousa-PB.

Foram realizados os métodos de sedimentação espontânea, de acordo com Hoffmann, Pons e Janer (1934),
contagem de ovos por grama de fezes (OPG) e contagem de oocistos por grama de fezes (OoPG), de acordo
com Gordon e Whitlock (1939).

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Para a esporulação de coccídios, adicionou-se dicromato de potássio 2,5%, sendo as amostras acondiciona-
das em estufa B.O.D. a 28ºC, por 72 horas. Após esse período, foram realizadas novas análises fecais para a
busca de protozoários entéricos, procedendo-se a técnica de centrífugo-flutuação em solução de sacarose
(BOWMAN et al., 2010).

Foi preenchido um formulário epidemiológico para a coleta de informações referentes ao manejo sanitário e
alimentar dos animais, a fim de traçar estratégias de controle e profilaxia para a correção dos casos de diarreia.

RESULTADOS. As amostras fecais de todos os animais foram positivas para a Superfamília Trichostrongy-
loidea, com média de OPG de 200 ± 100. Pelo OoPG, foi observada a presença de oocistos de coccídios em
todas as amostras, com infecção média de 1500 ± 300. Após a esporulação dos oocistos, foi constatada
microscopicamente a presença do gênero Cystoisospora, com a utilização de objetiva de 40 X, observaram-se
coccídeos cuja morfologia apresentava dois esporocistos, cada qual com quatro esporozoítos em seu interior.

Em um animal, fêmea, adulta, aproximadamente dois anos de idade, foi observada magreza, apatia, inapetên-
cia, desidratação e histórico de diarreia intermitente há dez dias, sinais clínicos condizentes com coccidioses.
O animal vinha sendo medicado com cloridrato de levamisol 5% (5mg/ kg, duas doses), sem melhora do
seu quadro clínico. O animal estava em uma área de 0,2 ha, juntamente com outros animais da mesma es-
pécie, além de animais de espécies tanto silvestres como também animais domésticos, a exemplo de ovinos,
caprinos e bovinos, não havendo corredor de isolamento entre eles. Sua alimentação baseava-se em ração
industrializada para equino em cochos improvisados, frutas em decomposição eram ofertadas no chão, e o
bebedouro era inapropriado e sem higienização. Foi separada dos demais para realização da avaliação clínica
específica, onde se verificou que não havia sinais de ectoparasitos e mucosas pouco coradas.

Desta forma, por apresentar alta infecção por este parasito (OoPG 1800) e sintomatologia condizente, este
animal foi diagnosticado com Cistoisosporose. Vilela et al. (2017) relataram pela primeira vez o parasitismo
por Cystoisospora spp. em búfalos, no Brasil. Entretanto, não há relatos em pequenos ruminantes, tão pouco
em cervídeos silvestres, sendo este o primeiro relato da infecção por Cystoisospora spp. em M. gouazoubira.

Com o resultado dos exames, nova visita foi efetuada na propriedade para sugestão das correções dos erros
no manejo sanitário e alimentar, de acordo com as orientações de Duarte et al. (2006). Foi instituído o trata-
mento para coccidiose, utilizando sulfametoxazol com trimetoprim (50g/ 50L), diluído em água, durante sete
dias. Após dez dias da instituição do tratamento outra visita foi feita e o animal apresentava-se recuperado de
sua sintomatologia clínica, amostras foram coletadas de todos os animais, para realização da OoPG e todos
apresentavam-se negativos para coccídios, resultando em um tratamento efetivo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluiu-se que os veados-catingueiros (M. gouazoubira) apresentaram modera-


das infecções por coccídeos do gênero Cystoisospora, em que um animal demonstrou manifestações clínicas
para Cistoisosporose, sendo o primeiro relato descrito desta enfermidade nestes animais. O tratamento com
3º SIMPIF

Sulfametoxazol e Trimetoprim (50g/ 50L), administrado via oral, por sete dias, aliado ao correto manejo ali-
mentar e recintos adequados foi efetivo no controle dessa enfermidade.

PALAVRAS-CHAVE: Cervídeos. Cistoisosporose. Coccidiose

Referências
BOWMAN, D.D.; LYNN, R.C.; EBERHARD, M.L. Parasitologia Veterinária de Georgis. 9 ed. São Paulo: Manole,
2010, p. 115-201.

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DUARTE, J.M.B. Artiodactyla – Cervidae (Veados e Cervos). In: CUBAS, Z.S.; SILVA, J.C.R.; CATÃO-DIAS, J.L.
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DUARTE, J.M.B.; VOGLIOTTI, A.; ZANETTI, E.S.; OLIVEIRA, M.L.; TIEPOLO, L.M.; RODRIGUES, L. F.; ALMEIDA, L.B.
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HOFFMANN, W.A.; PONS, J.A.; JANER, J.L. Sedimentation concentration method in schistosome. Puerto Rico,
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MARQUES, S.M.T.; QUADROS, R.M.; MAZZOLLI, M.; JESUS, J.R. Parasitos gastrintestinais em veados (Mazama
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SILVEIRA, J.A.G.; RABELO, E.M.L.; RIBEIRO, M.F.B. Detection of Theileria and Babesia in brown brocket deer
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URQUHART, G. M.; ARMOUR, J.; DUNN, A. M., et al. Parasitologia Veterinária. 2ª ed. Guanabara Koogan, 1998.

VILELA, V.L.R.; FEITOSA, T.F.; BRASIL, A.W.L.; PARENTONI, R.N.; R. A. BEZERRA, R.A.; AZEVÊDO, S.S.. Preva-
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VOGLIOTT, A. História natural de Mazama bororo (Artiodactyla; Cervidae) através de etnozoologia, moni-
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VOGLIOTTI, A. Partição de habitats entre os cervídeos do Parque Nacional do Iguaçu. Tese de Doutorado.
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 69 p, 2008.

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Samara dos Santos Silva


Pediculose por Felicola subrostratus e
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Universidade Federal de Campina Grande –
Menacanthus stramineus em animais de
Campus Patos companhia no Alto Sertão Paraibano
Jossiara Abrante Rodrigues
[email protected]
Universidade Federal de Campina Grande –
Campus Patos
INTRODUÇÃO. A pediculose trata-se da infestação por piolhos e pode
Juliana Trajano da Silva ser causada por dois tipos distintos, piolhos sugadores (Anoplura),
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa que se alimentam de sangue, ou mastigadores (Malophaga) que se
alimentam de restos celulares da pele e pelo dos animais (BOWMAN,
Vinícius Longo Ribeiro Vilela
[email protected] 2010). Os sinais clínicos incluem prurido, seborreia, áreas de alopecia
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa ou hipotricose e/ou escoriações secundárias. Pode-se observar ainda
pelos emaranhados, presença de pequenas pápulas, crostas e, em
casos de infestações graves, pode levar a quadros de anemia e debili-
dade. É uma enfermidade incomum em cães e gatos, no entanto, altas
infestações por piolhos podem ser observadas em animais jovens,
negligenciados e subnutridos (MEDLEAU et al., 2013).

Apesar de sua grande capacidade de proliferação, os piolhos sobre-


vivem poucos dias no ambiente longe do hospedeiro, e podem ser transmitidos através do contato direto
entre animais infestados, assim como por meio do compartilhamento de objetos, tais como escovas e cama
(FRANCO et al., 2012).

Felicola subrostratus faz parte da família Trichodectidae, possui aparelho bucal mastigador e tem sido descri-
to como um ectoparasita específico de felinos domésticos (Felis catus), no entanto é incomum a ocorrência
de infestações por esse ectoparasita (URQUHART, 1996). Menacanthus stramineus é considerado um piolho
mastigador que parasita a galinha doméstica (Gallus gallus), considerado a espécie de piolho que causa maio-
res danos à avicultura (GUIMARÃES et al., 2001).

São insipientes os trabalhos referentes ao parasitismo de felinos por F. subrostratus, e ao parasitismo de cães
por M. stramineus. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo relatar a ocorrência de infestação por
F. subrostratus em um felino doméstico, e duas infestações atípicas por M. stramineus em cães domésticos,
contribuindo, assim, para o estudo da epidemiologia dessa ectoparasitose.

MATERIAIS E MÉTODOS. Foram coletados exemplares de piolhos de três animais atendidos no Hospital Vete-
rinário do Instituto Federal da Paraíba (HV-IFPB) Campus Sousa, para identificação morfológica e realizados
raspados cutâneos para pesquisa de ácaros de todos os animais. As amostras foram encaminhadas ao La-
boratório de Parasitologia Veterinária (LPV) do HV-IFPB, as quais foram observados ao exame microscópico
direto entre lâmina e lamínula (aumento de 100x).

Um felino (Animal 1) e os dois cães (Animais 2 e 3) foram atendidos no HV-IFPB Campus Sousa. O animal 1
era macho, sem raça definida (SRD), 1,5kg, com aproximadamente 6 meses de idade, havia sido resgatado
da rua há 20 dias e apresentava áreas de hipotricose em região abdominal e membro pélvico esquerdo. O
animal 2 era uma cadela, SRD, fêmea, 1kg, com idade aproximada de 30 dias, e ao exame físico, apresentava
mucosas pálidas, pústulas e lesões crostosas na região ventral, áreas de hipotricose e presença de piolhos por

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toda extensão corporal. O animal 3 era SRD, macho, com aproximadamente três meses de idade, havia sido
resgatado da rua, apresentava apatia, anorexia, mucosas pálidas, prurido e grande quantidade de piolhos por
todo o corpo.

RESULTADOS. No raspado cutâneo do animal 1 foi possível observar a presença de piolhos da espécie F.
subrostratus e presença de ovos aderidos aos pelos. Todos os piolhos identificados pertenciam a classe de
piolhos Malophaga, que se tratam de parasitos com peça bucal adaptadas à mastigação. Neste caso espe-
cificamente, a identificação do ectoparasito foi um achado laboratorial, pois não foi observado a presença
de piolhos durante a avaliação clínica, assim como o tutor não mencionava alterações dermatológicas. Isso
provavelmente ocorreu devido ao fato do animal apresentar um nível baixo de infestação ou estar recém-pa-
rasitado (ARGUS et al., 2016). A infestação de felinos por esse piolho pode estar relacionada com o manejo
inadequado no que se refere às condições higiênico-sanitárias (CAPÁRI et al., 2013), tal fator, corrobora com
os dados epidemiológicos obtidos desse animal, pois se tratava de um animal errante, recém resgatado.

Após a observação dos exemplares de piolhos dos animais 2 e 3, identificou-se a espécie M. stramineus,
cujo hospedeiro definitivo é a galinha doméstica. Não existem dados na literatura sobre o parasitismo por
essa espécie em cães. Na avicultura, esse ectoparasito causa severa irritação e inflamação da pele das aves,
quando ocorre infestação de maior intensidade, é observado perda de peso, atraso no desenvolvimento,
queda na taxa de postura e até mesmo a morte, além disso a debicagem é um fator que favorece à ocorrência
desse ectoparasito em galinhas pois os animais perdem a capacidade de retirar o parasito do corpo com o
bico (MULLENS et al., 2010). M. stramineus é considerado um piolho mastigador, ainda assim, é capaz de
causar anemia em galinhas, conforme observado por Prelezov et al. (2002) em galinhas experimentalmente
infestadas, detectando valores indicativos de anemia normocrômica. Tal alteração nos cães podem ser justi-
ficados pelo estresse que o ectoparasito causa, levando assim à diminuição na ingestão de nutrientes, mais
especificamente, deficiência de ácido fólico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. De acordo com os dados epidemiológicos obtidos neste estudo, a infestação por F.
subrostratus em gato e M. stramineus em cães, ocorre em animais jovens, expostos a deficientes condições
sanitárias. O diagnóstico de pediculose é realizado de forma simples e rápida através da identificação dos
agentes em microscopia.

Apesar dos piolhos apresentarem hospedeiros específicos, este trabalho mostrou que esse ectoparasita pode
parasitar outras espécies animais de forma acidental. A pediculose é uma afecção incomum e que muitas
vezes passa despercebida pelos clínicos veterinários, no entanto, deve-se manter a atenção nessa ectoparasi-
tose, visto que as manifestações clínicas podem ser confundidas com outras dermatopatias.

PALAVRAS-CHAVE: Cães. Gatos. Piolho. Prurido. Raspado cutâneo.

Referências
3º SIMPIF

ARGUS, A. P. V.; CLAUS, M. P.; CAOVILA, J. J.; CAMARGO, K. S.; SOARES, E. B.; MILCZEWSKI, V. Presença de
Felicola subrostratus em Felis catus no município de Jinville-SC. In: I Semana de Ensino Pesquisa e Extensão.
IFC, Araquari, 2019.

BOWMAN, D. D. Parasitologia Veterinária de Georgis. 9. Ed. Elsevier, 2010, 448p.

FRANCO, M.; LIMA, F. M.; MARTINS, D. B.; OLIVEIRA, E.Z.; REOLON, M.; SOUZA, J. Pediculose em cão – Relato
de caso. In: XVII Seminário Interinstitucional de Ensino, Pesquisa e Extensão. Unicruz, Rio Grande do Sul,
2012.

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GUIMARÃES, J. H.; TUCCI, E. C.; BARROS-BATTESTI, D. M. Ectoparasitos de importância veterinária. São


Paulo: Plêiade/FAPESP, 2001, 218p.

MEDLEAU, L. Dermatologia de pequenos animais: atlas colorido e guia terapêutico. 3. Ed. São Paulo: Roca,
2012, 632p.

MULLENS, B. A.; CHEN, B. L.; OWEN, J. P. Beak condition and cage density determine abundance and spatial
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PRELEZOV, P.; GUNDASHEVA, D.; GROSEVA, N. Haematological changes in chickens, experimentally infected
biting lice (Phthiraptera, Insecta). Bulgarian Journal of Veterinary Medicine. v. 5, n. 1, p. 29-38, 2002.

URQUHART, G. M. Parasitologia Veterinária. 3. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009, 768p.

3º SIMPIF

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Amanda de Carvalho Gurgel


Pneumonia broncointerticial em bovino
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
jovem
Tecnologia da Paraíba

Samila Mabelle Camelo de Almeida


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
INTRODUÇÃO. Pneumonia é o termo utilizado para designar lesão in-
Amanda Estefanir Cordeiro flamatória nos pulmões e pode ser classificada em broncopneumonia,
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e pneumonia intersticial, pneumonia granulomatosa, pneumonia embó-
Tecnologia da Paraíba
lica e pneumonia broncointersticial (ZACHARY, 2018). São respon-
Lisanka Ângelo Maia sáveis por perdas recorrentes na produção de bovinos e podem ser
[email protected] provocadas por agentes químicos, físicos ou biológicos (RADOSTITS
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba et al., 1995). A imunidade do animal, ambiente e manejo a que são
submetidos, associados a anatomia do trato respiratório dos bovinos,
tem sido apontados como os principais fatores de risco que contri-
buem para a ocorrência de afecções do trato respiratório (RADOS-
TITS et al., 1995, RADOSTITS et al, 2002; GONÇALVES, 2009).

Pneumonia intersticial caracteriza-se pelo processo inflamatório afe-


tando endotélio, membrana basal, epitélio alveolar e interstício bronquiolar contiguo e estão associadas prin-
cipalmente a infecções virais (GONÇALVES, 2001). Macroscopicamente é difícil identificá-la, entretanto, em
alguns casos pode ser observado pulmões não colapsados com impressão das costelas na superfície pleural,
coloração cinza-pálida, que pode ocorrer em todos os lobos pulmonares (ZACHARY, 2018). A confirmação
desse tipo de pneumonia ocorre através do exame histopatológico que cursa com hiperplasia de pneumócitos
tipo II, espessamento dos septos alveolares e edema (ZACHARY, 2018). Broncopneumonia ocorre principal-
mente associadas a infecções bacterianas e pode ser caracterizada macroscopicamente pela consolidação
cranioventral dos pulmões (ZACHARY, 2018). Essa alteração possivelmente ocorre devido a sedimentação
gravitacional do exsudato, maior deposição de agentes infecciosos, mecanismos de defesa inadequados, per-
fusão vascular diminuída e vias aéreas curtas com ramificação abrupta (ZACHARY, 2018). Histologicamente
caracteriza-se por infiltrado inflamatório supurativo no lúmen de brônquios, bronquíolos e alvéolos (RADOS-
TITS et al., 1995; ZACHARY, 2018). O termo pneumonia broncointersticial é utilizando quando há o compar-
tilhamento das características histológicas de pneumonia intersticial e broncopneumonia (ZACHARY, 2018).

Em estudo realizado por Goncalves et al (2001), pneumonia intersticial e broncopneumonias foram respon-
sáveis por 8,7% e 9,8% das doenças do sistema respiratório de bovinos, respectivamente. Considerando a
importância dessa patologia, objetiva-se descrever os aspectos epidemiológicos, clínicos e patológicos de um
caso de pneumonia broncointersticial em um bovino jovem diagnosticado no Hospital Veterinário Adílio Santos
Azevedo (HVASA).

MATERIAL E MÉTODOS. Os dados epidemiológicos e clínicos foram retirados da ficha de atendimento da Clíni-
ca Médica e Cirúrgica de Grandes Animais (CMGA) do HVASA. Foi realizado tratamento terapêutico, mas não
se obteve sucesso e o animal morreu. O mesmo foi encaminhado para o Laboratório de Patologia Animal do
HVASA para realização da necropsia. Na necropsia foram coletados fragmentos de órgãos da cavidade torá-
cica abdominal e sistema nervoso central, fixados em formol a 10 % tamponado e em seguida processados
rotineiramente para avaliação histopatológica e lâminas coradas com Hematoxilina e Eosina.

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RESULTADOS. Um bovino, fêmea, sem raça definida, três meses de idade, deu entrado no HV ASA apresentan-
do tosse e dificuldade respiratória há aproximadamente cinco dias. Esse animal era proveniente do município
de Nazarezinho-PB, e pertencia a um rebanho de aproximadamente 16 bovinos, criados em regime semi-ex-
tensivo. Alimentava-se de farelo de milho e trigo e pasto nativo. Na avaliação clínica foi observado mucosa oral
pálida, enolftalmia, dificuldade de manter-se em estação e narinas dilatas. Na ausculta respiratória verificou-
-se crepitação seca e dispneia expiratória. O diagnóstico clínico foi pneumonia. Foi instituído o tratamento
com enrofloxacina, dipirona e penicilina por 24 horas, entretanto, o animal chegou em quadro clínico grave e
após um dia de internação morreu. Na necropsia, as principais lesões macroscópicas observadas foram pul-
mões com consolidação da porção crânio ventral dos lobos direito e esquerdo, que se caracterizavam por tex-
tura firme e superfície avermelhada. Havia também nos lobos adjacentes impressão das costelas na superfície
pleural e presença de conteúdo espumoso no lúmen da traqueia. Os linfonodos submandibulares e o fígado
estavam aumentados de volume. Histologicamente, verificou-se pneumonia broncointersticial mista multifo-
cal moderada associada a congestão e edema. Nos pulmões observaram-se áreas multifocais de moderado
infiltrado inflamatório misto, constituído principalmente por neutrófilos, macrófagos espumosos, seguidos
de linfócitos e plasmócitos na luz de bronquíolos, brônquios e alvéolos. Esse infiltrado, por vezes, estava
associado a material eosinofílico e fibrilar (fibrina). Havia também esfoliação das células do epitélio dos bron-
quíolos. Adicionalmente, foram observadas áreas multifocais de espessamento dos septos alveolares por infil-
trado inflamatório misto, por vezes associado a proliferação discreta de tecido conjuntivo fibroso. Observou-se
também discreta hiperplasia de pneumócitos tipo II e áreas multifocais com discreta edema caracterizadas
por material eosinofílico amorfo e homogêneo na luz de alvéolos. Os capilares alveolares estavam congestos.
O diagnóstico de pneumonia broncointeristical foi realizado baseado nas características histopatológicas da
lesão. A consolidação pulmonar na porção cranioventral dos pulmões observadas nesse caso são caracterís-
ticas de broncopneumonia. Entretanto, microscopicamente foram identificados além de exsudato misto na luz
de brônquio, bronquíolos e alvéolos característico de broncopneumonia, o espessamento dos septos alveola-
res, descrito na pneumonia intersticial. De acordo com Zachary (2018), o termo pneumonia broncointersticial
deve ser utilizado nos casos em que as lesões microscópicas compartilham algumas características histoló-
gicas tanto da broncopneumonia quanto da pneumonia intersticial, conforme identificado nesse caso. Esse
tipo combinado de pneumonia pode ser observado em infecções virais, em que os vírus se replicam e causam
necrose das células bronquiais, bronquiolares e alveolares. A lesão ao epitélio brônquico causa um influxo de
neutrófilos semelhantes ao observado na broncopneumonia, enquanto a lesão das paredes alveolares causa
proliferação de pneumócitos tipo II. Embora nesse bovino não tenha sido realizado exames para identificação
viral como isolamento viral e reação em cadeia de polimerase (PCR), acredita-se que primariamente ocorreu
infecção viral e secundariamente houve infecção bacterina ocasionando a broncopneumonia. Em bovinos,
os principais vírus associados a pneumonia intersticial são o vírus sincicial respiratório bovino, vírus da pa-
rainfluenza 3 e em menor proporção, o herpesvírus bovino tipo I (RADOSTITS et al., 1995). A infecção por
bactérias como Pasteurella multocida e Manhemia haemolytica tem sido apontada como principal causa de
broncopneumonia em bovinos (ZACHARY, 2018). Infecção por esses agentes patogênicos ocorrem tanto em
3º SIMPIF

bovinos de corte quanto em animais destinados à produção leiteira, envolvendo animais alojados tanto em
criações extensivas quanto em semiextensivas (RADOSTITS et al., 2002). Entretanto, animais jovens, em con-
dições de superlotação, falha na transferência da imunidade passiva e submetidos a condições de estresse
são considerados mais predisponentes (RADOSTITS, 1995). Nesse caso, acredita-se que a idade e a criação
conjunta de animais com diferentes faixas etárias podem ter contribuído para ocorrência da doença.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS. Pneumonia broncointersticial ocorre em bovinos na região semiárida da Paraíba,


sugerindo a presença da infecção por agentes patogênicos importantes nos rebanhos, sendo importante a
instituição de medidas efetivas de manejo, afim de diminuir as perdas econômicas causadas por tais infecções.

PALAVRAS-CHAVE: Bovinos. Broncopneumonia. Dificuldade respiratória.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao PIBICT da Chamada Interconecta IFPB – N° 01/2017 pelo apoio finan-
ceiro e incentivo para o desenvolvimento dessa pesquisa.

Referências.
COUTINHO, A.S. Mannheimiose Pneumônica Experimentalmente Induzida em Bezerros pela Mannheimia
(Pasteurella) Haemolytica A1- Cepa D153: Achados do exame físico, hemograma e swabs nasal e nasofa-
ringeano. 2004. 186p. Tese (Doutorado)- Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia-Universidade Estado
Paulista, Botucatu.

GONÇALVES, R. C., KUCHEMBUCK, M. R. G., CURI, P. R., CHIACCHIO, S. B., ALMEIDA, C. T., BORGES, A. S. Dife-
renciação clínica da broncopneumonia moderada e grave em bezerros. Ciência Rural. v. 31, n. 2. 2001.

GONÇALVES, R. C. O sistema respiratório na sanidade de bezerros. Ciência Animal Brasileira, 2009.

MARGARIDO, R. S., LIMA NETO, D., FERREIRA, F. V. Doenças respiratórias dos bovinos. Revista Científica Ele-
trônica de Medicina Veterinária. Ano 6., n. 10., 2008.

LÓPEZ. A., MARTINSON, S. A. Sistema Respiratório, mediastino e pleuras. In: Bases da Patologia Veterinária.
ZACHARY, J. F. 6 ed, Elsevier, Rio de Janeiro, 2018.

RADOSTITS, O. M.; BLOOD, D. C.; GAY, C. C. Clínica Veterinária: um tratado de doenças dos bovinos, ovinos,
suínos, caprinos e equinos. 9 ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2002.

3º SIMPIF

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Francisca Flávia Silva


Prevalência de ixodidiose em cães do
[email protected]
Universidade Federal da Paraíba
Alto Sertão Paraibano
Leonardo Vinícius Silva de Oliveira
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba

Radabley Rith Almeida de Oliveira


[email protected] INTRODUÇÃO. O cão doméstico vive em total contato com o ser hu-
Instituto Federal da Paraíba
mano, com isso a saúde destes animais de estimação deve ser avalia-
Vinícius Longo Ribeiro Vilela da para que não sirva de reservatório de patógenos e ectoparasitos,
[email protected] uma vez que eles podem ser responsáveis pela transmissão de várias
Instituto Federal da Paraíba
doenças ao homem, como a babesiose, doença de Lyme, anaplasmo-
se e febre maculosa.

No Brasil, diversos estudos demonstram elevada frequência de ecto-


parasitismo em cães domiciliados e errantes, com destaque para os
carrapatos (TORRES, FIGUEIREDO e FAUSTINO, 2004; CASTRO e RA-
FAEL, 2006; RODRIGUES, DAEMON e RODRIGUES, 2008; STALLIVIERE
et al., 2009). Durante a hematofagia, além de causarem lesões aos
seus hospedeiros, podem transmitir agentes infecciosos aos animais
e aos seus tutores, apresentando, portanto, importância também para a saúde pública (BARROS-BATTESTI,
2006).

Os ixodídeos são acarinos conhecidos vulgarmente como carrapatos. A subordem Metastigmata dos carra-
patos verdadeiros corresponde a duas famílias que são: Ixodidae (carrapatos duros) e Argasidae (carrapatos
moles). Os cães podem ser parasitados por várias espécies de carrapatos e dependendo da região, uma ou
mais espécies podem ser mais comuns (DIPEOLU, 1975; RIVOSECCHI et al., 1980; MASSARD et al., 1981;
ENCINAS GRANDES, 1986; HORAK et al., 1987; CORNACK & O’ROURKE, 1991; MUMCUOGLU et al., 1993a).

Dentre os parasitas artrópodes de cães, Rhipicephalus sanguineus (LATREILLE, 1806), comumente chamado
de carrapato vermelho do cão é considerado um eficiente vetor de um diversificado grupo de patógenos, e é
provavelmente a espécie de Ixodídeo mais amplamente distribuída no mundo (DANTAS-TORRES et al., 2012),
sendo no Brasil introduzida durante a colonização.

A prevalência em cães já foi descrita em vários estados brasileiros, todavia na região Nordeste os estudos
ainda são escassos. Baseado nessa realidade, o presente estudo objetivou avaliar a ocorrência de carrapatos
em cães de zona rural do município de Sousa, Alto Sertão Paraibano.

MATERIAIS E MÉTODOS. A pesquisa foi realizada em animais na zona rural do município de Sousa-PB, com-
preendendo os distritos de São Gonçalo, Núcleo I, Núcleo II, Núcleo III, Sítio Serrote, Assentamento Emiliano
Zapata e Massapê dos Dias. A região apresenta um clima semiárido, com uma estação chuvosa de janeiro a
maio, onde ocorre mais de 90% das chuvas e uma estação seca. A temperatura média anual é de 30,6°C (mí-
nima de 28,7°C e máxima de 32,5°C), havendo pouca variação durante o ano (IBGE, 2010).

Foram selecionados 98 cães de área rural do município de Sousa PB, independente da raça e sexo, que tinham
no mínimo 4 meses de idade. Durante as visitas os cães foram examinados clinicamente, e os ectoparasitos
foram obtidos através da inspeção visual e táctil do corpo dos animais.

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No momento das visitas um questionário epidemiológico foi aplicado junto aos tutores, com informações so-
bre o manejo alimentar e sanitário dos animais, a fim de traçar estratégias de controle para a infestação dos
ectoparasitas.

A identificação dos diferentes ectoparasitos foi feita através da visualização em estereomicroscópio no Labo-
ratório de Parasitologia Veterinária (LPV), do Hospital Veterinário (HV) do Instituto Federal da Paraíba (IFPB).

Os dados foram submetidos ao teste de Qui-quadrado, seguido do teste de Fisher em nível de 5%, analisados
pelo programa BioEstat 5.0 (AYRES et al., 2007).

RESULTADOS. Dentre os 98 animais avaliados, 41,8% (41/98) foram positivas para ixodídeos, sendo 40,81%
(40/98) para Rhipicephalus sanguineus e 0,9 % (1/98) para Amblyomma cajennense.

Observou-se alta prevalência da infestação por carrapatos em cães, mesmo em zona rural. Apesar de não
haver tanto contato entre animais, quando comparado a animais mantidos em zona urbana, os carrapatos po-
dem migrar por longas distâncias a procura de seus hospedeiros, o que possibilitaria a transmissão de animais
de uma propriedade para outra.

Amblyomma cajennense foi a segunda espécie encontrada, em menor frequência, o que pode ser atribuída
ao menor número de equinos presentes nestes locais ou o distanciamento das instalações dos cães ao pasto
utilizado pelos equinos, seus principais hospedeiros.

As altas infestações por carrapatos observadas podem ser devido aos cães, em sua maioria (81,6%; 80/98),
não receberem tratamentos carrapaticidas pelos proprietários, não existindo um controle para a ixodidiose,
permitindo a permanência e infestação pelos ectoparasitos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Concluiu-se que é alta a prevalência de infestação por carrapatos em cães da zona
rural do município de Sousa-PB, principalmente por R. sanguineus. A falta de controle carrapaticida nos ani-
mais infestados pode ser o responsável pelas infestações e permanência dos carrapatos nos animais.

PALAVRAS-CHAVE: Ectoparasitos. Ixodídeos. Prevalência. Semiárido.

Referências
BARROS-BATTESTI, D.M. Introdução. In: BARROS-BATTESTI, D.M., Arzua, M., Bechara, G.H. Carrapatos de Im-
portância Medico-Veterinária da Região Neotropical: Um guia ilustrado para identificação de espécies. São
Paulo, Vox/ ICTTD-3/ Butantan, 2006.

CORNACK, K.M., O’ROURKE, P.K. Parasites of sheep dogs in the Charville District, Queensland. Aust Vet J, v. 68,
n. 4, p. 149, 1991.

DANTAS-TORRES, F.; GIANELLI, A.; OTRANTO, D. Starvation and overwinter do not affect the reproductive fit-
ness of Rhipicephalus sanguineus. Veterinary Parasitology., 185, p.260-264, 2012.
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DIPEOLU, O.O. A Survey of the ectoparasitic infestations of dogs in Nigeria. J Small Anim Pract, v. 16, p. 123-
129, 1975.

ENCINAS GRANDES, A. Ticks of the province of Salamanca (Central/ NW Spain). Prevalence and parasitization
intensity in dogs and domestic ungulates. Ann Parasitol Hum Comp, v. 61, n. 1, p. 95-107, 1986.

HORAK, I.G., GUILLARMOD, A.J., MOOLMAN, L.C. et al. Parasites of domestic and wild carnivores. Onderstpoort
J Vet Res, v. 54, p. 573-580, 1987.

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MASSARD, C.A., MASSARD, C.L., REZENDE, H.E.B. et al. Carrapatos de cães em áreas urbanas e rurais de
alguns estados brasileiros. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PARASITOLOGIA, 6, 1981, Belo Horizonte, MG.
Resumos... Belo Horizonte: Sociedade Brasileira de Parasitologia, p. 201, 1981.

MUMCUOGLU, K.Y., BURGAN, I., IOFFE-USPENSKY, I. et al. Rhipicephalus sanguineus: Observations on the par-
asitic stage on dogs in the Negev Desert of Israel. Experim Appl Acarol, v. 17, p. 793-798, 1993a.

RIVOSECCHI, L., KHOURI, C., LEZZERINI, C. et al. Observazioni su Rhipicephalus sanguineus (Ixodidae) nella
periferia di Roma. Riv Parass, v. 41, n. 2, p. 273-276,1980.

RODRIGUES, D.F.; DAEMON, E.; RODRIGUES, A.F.S.F. Caracterização da população de ectoparasitos de cães de
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STALLIVIERE, F.M.; BELLATO, V.; SOUZA, A.P.; SARTOR, A.A.; MOURA, A.B.; NEIDERMAIER, L. Ectoparasitos em
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proprietários dos animais. Revista de Ciências Agroveterinárias. Lages, v.8, v.2, p.179-183, 2009.

TORRES, F.D.; FIGUEIREDO, L.A.; FAUSTINO, M.A.G. Ectoparasitos de cães provenientes de alguns municípios
da região metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária , Vet.,
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Diego Rubens Santos Garcia


Tumor Venéreo Transmissível (TVT)
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
com metástase esplênica em cão: relato
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa de caso
Isabela Calixto Matias
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa
INTRODUÇÃO. O tumor venéreo transmissível (TVT) é uma neoplasia
Glauco José Nogueira de Galiza de células redondas, de origem incerta, que acomete principalmente
[email protected]
Universidade Federal de Campina Grande - a genitália externa e, com menor frequência, as regiões extrageni-
Campus Patos
tais de cães. A célula neoplásica é transmitida de indivíduo para in-
Lisanka Ângelo Maia divíduo, principalmente durante a cópula, mas pode ser transmitida
[email protected] também pelo hábito de cheirar ou lamber. Portanto, os cães errantes
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Sousa ou domiciliados que possuem acesso à rua, que vivem em condições
de superpopulação, subnutrição ou com doenças concomitantes são
considerados mais suscetíveis ao desenvolvimento dessa neoplasia
(DABUS et al., 2008). Os sinais clínicos variam de acordo com a lo-
calização da neoplasia e caracterizam-se por corrimento vaginal ou
prepucial sanguinolento, com odor anormal, deformação ou aumento
da genitália, além de disúria, cistite, prostatite, fimose e parafimose
(BLACKWOOD & DOBSON, 2004). Na pele as lesões são massas ulceradas, distribuídas por todo o corpo e
associadas, na maioria das vezes, a exsudado purulento (DOBSON, 2001). O diagnóstico de TVT pode ser
realizado com base nas características citológicas ou histológicas junto à epidemiologia e os sinais clínicos. O
exame citológico pode ser feito através de esfoliação ou por punção com agulha fina (PAF) (DOBSON, 2001).
Histologicamente observa-se células ovais, arredondadas ou poliédricas, de limites indistintos, que se asse-
melham a células linfoides. Essas células são organizadas em manto, cachos e, menos comumente, em forma
de cordões. No tratamento do TVT é preconizada cirurgia, quimioterapia e radioterapia (NETO & POLEGALO,
2009). A quimioterapia, usando sulfato de vincristina ou sulfato de vimblastina, como alternativo, é o trata-
mento mais usado atualmente, sendo efetiva em 90% a 95% dos casos (NETO & POLEGALO, 2009), exceto
quando o tumor se encontra alojado no olho ou no cérebro. No Brasil, o TVT compreende cerca de 20% das
neoplasias que afetam os cães. Entretanto, apesar de apresentar incidência alta de transmissão de um animal
para outro, a ocorrência de metástase é baixa, porém quando ocorre, é geralmente observada na pele, nos
linfonodos regionais, no útero, no baço, no fígado e no sistema nervoso central (MOSTACHIO et al., 2007). O
objetivo deste trabalho é descrever os aspectos epidemiológicos, clínicos e anatomopatológicos de um caso
de TVT com metástase esplênica em um cão, diagnosticado no Hospital Veterinário Adílio Santos de Azevedo
(HV-ASA), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), Campus Sousa – PB.

MATERIAIS E MÉTODOS. Os dados epidemiológicos e clínicos foram obtidos da ficha de atendimento da Clí-
nica Médica de Pequenos Animais (CMPA) do HV-ASA, IFPB. Após a avaliação clínica do animal, foram soli-
citados hemograma e ultrassonografia abdominal. O animal foi encaminhado para laparotomia exploratória,
mas durante a medicação pré-anestésica teve parada cardiorrespiratória, que após várias tentativas de rea-
nimação, morreu. O cadáver foi então encaminhado para o Laboratório de Patologia Animal (LPA) do IFPB
para realização da necropsia. Na necropsia foram coletados fragmentos de todos os órgãos e sistema nervoso
central, fixados em formol a 10% tamponado e processados rotineiramente para avaliação histopatológica e
lâminas coradas com Hematoxilina e Eosina (HE).

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RESULTADOS. Um cão macho, Poodle, três anos de idade, não castrado, chegou para atendimento na CMPA
do HV-ASA do IFPB apresentando abdômen distendido, apatia e dificuldade para se alimentar há aproxima-
damente uma semana. Segundo o tutor, o animal havia sido resgatado no Pará e trazido para a cidade de
Sousa há cerca de um mês. Desde esse período apresentava nódulos no pênis que drenavam secreção
sanguinolenta. Na avaliação clínica, à palpação, notou-se abdômen rígido e sensível, e uma massa na região
do baço. No hemograma, observou-se acantócitos, linfopenia, neutrofilia e trombocitopenia acompanhada de
macroplaquetas. No exame ultrassonográfico verificou-se baço aumentado de volume, com múltiplas massas,
conferindo ecogenicidade mista, incluindo áreas hipoecogênicas e anecogênicas. O animal foi encaminhado
para a cirurgia, mas morreu previamente à medicação pré-anestésica. Na necropsia observou-se mucosa pe-
niana levemente ictérica, com massa focal multilobulada, medindo 5 cm de diâmetro, de superfície irregular e
avermelhada, semelhante à “couve-flor”. Na cavidade abdominal havia aproximadamente 500 mL de sangue
livre, caracterizando hemoperitônio. O baço estava aumentado de volume, com presença de nódulos e/ou
massas multifocais, esbranquiçadas, elevadas da superfície capsular e que variavam de 3 a 12 cm de diâme-
tro. Uma dessas massas era formada por uma área central de ruptura, com bordas irregulares e enegrecidas.
Ao corte, eram firmes, com superfície de corte esbranquiçada, lisa ou multilobulada, contendo ou não cavita-
ções repletas por líquido amarelado. Essas massas também estavam aderidas ao omento. Nos demais órgãos,
não foram observadas lesões macroscópicas. Microscopicamente as lesões no baço caracterizaram-se por
perda da arquitetura normal do órgão, com substituição da polpa branca e vermelha por células arredondadas
dispostas, predominantemente, em cordões e, mais raramente em mantos, sustentados por escasso estroma
fibrovascular. A massa era pouco delimitada, não encapsulada, constituída por células contendo citoplasma
escasso, eosinofílico, pouco delimitado e, por vezes, contendo vacúolos intracitoplasmáticos. Os núcleos eram
redondos ou ovais, compostos por cromatina frouxa, com um ou dois nucléolos evidentes. O pleomorfismo va-
riava de moderado a acentuado, caracterizado por anisocitose e anisocariose. Foram visualizadas 1 a 2 figuras
mitose por 10 campos de grande aumento (CGA [40x]). Em meio à massa havia áreas multifocais de discreto
infiltrado inflamatório linfoplasmocitário. Adjacente à massa, foram notadas áreas aleatórias de congestão e
hemorragia. As células neoplásicas descritas anteriormente, foram também foram observadas formando as
massas aderidas ao omento e à mucosa peniana. O diagnóstico presuntivo de TVT foi realizado baseado nas
características epidemiológicas e clínicas, e confirmado através do exame histopatológico.

As alterações em baço já eram notáveis através do hemograma realizado na clínica, quando foram observadas
hemácias irregulares e macroplaquetas. Essas duas alterações do hemograma podem ser explicadas tanto
pela perda da capacidade esplênica em remodelar e remover as células danificadas, como pela perda da re-
serva de plaquetas, ocasionando trombocitopenia e o recrutamento de plaquetas jovens/imaturas (macropla-
quetas) da medula óssea (DIONÍSIO, 2016). O aumento de volume do baço observado durante a palpação e
confirmado ao exame ultrassonográfico, foi fundamental para a suspeita clínica de neoplasia no órgão. Apesar
de o TVT apresentar incidência alta de transmissão de um animal para outro, a ocorrência de metástase é
baixa e geralmente ocorre em cães jovens ou que apresentam subnutrição e doenças concomitantes (YANG,
3º SIMPIF

1988), entretanto, neste caso não foram diagnosticadas doenças associadas. O hemoperitônio associado à
ruptura de um dos nódulos esplênicos resultou choque hipovolêmico e, por conseguinte, parada cardiorres-
piratória durante o procedimento pré-anestésico, considerada esta sua causa mortis. Em um estudo realizado
por Campo (2012), o hemoperitônio em decorrência de ruptura esplênica também estava em grande parte
relacionado à metástase de neoplasias. O diagnóstico de TVT realizado pelo exame histopatológico foi impres-
cindível para a identificação do tipo neoplásico, descartando outras doenças que afetam a genitália externa e

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que podem ser considerados como diagnósticos diferenciais, incluindo mastocitoma, histiocitoma, linfoma e
outras lesões não neoplásicas (MOSTACHIO et al., 2007).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Apesar do TVT ser comum na espécie canina, metástases são consideradas raras e
podem acometer o baço. As lesões esplênicas neste caso eram graves, romperam e desencadearam o quadro
de hemotórax no animal. A prevenção, diagnóstico e tratamento precoce do TVT canino são de suma impor-
tância para evitar a disseminação da doença. Além da avaliação clínica, os exames de citologia e histopatolo-
gia são indispensáveis para o diagnóstico conclusivo da doença.

PALAVRAS-CHAVE: Neoplasia. Células redondas. Doenças do trato reprodutor.

AGRADECIMENTOS. Agradecemos ao PIBICT da Chamada Interconecta IFPB – Nº 01/2016 pelo apoio finan-
ceiro e incentivo para o desenvolvimento dessa pesquisa.

Referências
BLACKWOOD I.; DOBSON, J. Radiotherapy in small animal oncology. In Practice. n 38. p 1771-1783. 2004.

CAMPO, A. G. Esplenomegalias em cães: estudo retrospectivo e análise imunohistoquímica do Fator de


Crescimento do Endotélio Vascular (VEGF). 74 p. Dissertação (Mestrado em Clínica Cirúrgica Veterinária).
Universidade Federal de São Paulo. 2012.

DABUS, D. M. M. et al. Estudo epidemiológico do tumor venéreo transmissível baseado nos padrões plasmoci-
tóide e linfocitóide em cães atendidos no hospital veterinário da faculdade de medicina veterinária e zootecnia
de Garça. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. v. 6. n. 11. p. 1-7. 2008.

DIONÍSIO, M. I M. Prevalência da doença esplênica em cães e sobrevivência após esplenectomia: estudo


retrospectivo. 83 p. Dissertação. (Mestrado em Medicina Veterinária). Universidade de Lisboa. Lisboa. 2016.

DOBSON, J. Options for the use ofchemotherapy in SmallAnimals. AnticancerDrugs. In Practice. n.35. p 809-
818. 2001.

MOSTACHIO, G. Q. et al. Tumor venéreo transmissível (TVT) canino no útero: relato de caso. Revista Ars Vete-
rinária. Jaboticabal. vol. 23. n. 2. p. 71-74. 2007.

NETO, L. Z.; POLEGALO, E. P. Tratamento do Tumor de Sticker com Oncovin (sulfato de vincristina). Monogra-
fia (Graduação em Medicina Veterinária). São Paulo. Universidade de Marília. 2004.

YANG, T. J. Immunobiologyof a spontaneouslyregressive tumor, thecaninetransmissiblevenereal sarcoma (Re-


view). Anticancer Research, v.8, p.93-96, 1988.
3º SIMPIF

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SIMPÓSIO DE PESQUISA
INOVAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO
DO IFPB

ARTIGOS
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
ADMINISTRAÇÃO | GESTÃO

João Lucas Medeiros Araújo


Análise do desempenho financeiro
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
dos três maiores clubes de futebol da
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa cidade de São Paulo
Rebeca Cordeiro da Cunha Araújo
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
Resumo

O trabalho objetiva analisar o desempenho financeiro dos três maio-


res clubes de futebol da cidade de São Paulo, sob o aspecto da li-
quidez. Para isso, realizou-se uma análise das fontes de receita e da
composição e capacidade de quitação das dívidas, por meio dos indi-
cadores de liquidez. Adicionalmente, buscou-se relacionar o desem-
penho financeiro ao rendimento esportivo desses clubes. A pesqui-
sa utilizou dados secundários, no período de 2013 a 2017, os quais
foram analisados por meio de indicadores financeiros e estatística
descritiva. Os resultados mostram que, em termos desse tipo de de-
sempenho financeiro, o Palmeiras se sobressai, consideravelmente,
em relação aos outros clubes. O São Paulo apresentou desempenho
financeiro mediano, mas com perspectiva de mudança nos próximos anos. Por outro lado, observou-se que a
situação financeira do Corinthians é alarmante, com altas dívidas e índices de liquidez abaixo do ideal. Por fim,
observou-se que, apesar da importância do desempenho financeiro, existem outros fatores que influenciam
diretamente o rendimento esportivo dos clubes, uma vez que, mesmo diante das dificuldades financeiras, o
Corinthians foi o clube que mais conquistou títulos no período analisado.

Palavras-chave: Desempenho Financeiro, Futebol, Receita, Dívidas, Rendimento Esportivo.

Abstract

The work aimed to analyze the financial performance of football clubs in the city of São Paulo. For this purpose,
we performed an analysis of revenue sources and composition and capacity for discharge of debts, through
liquidity indicators. In addition, we sought to relate the financial performance and the sporting performance
of the clubs. The research used the following data, from 2013 to 2017, which were analyzed through financial
indicators and descriptive analysis. The results show that, in terms of financial performance, Palmeiras stands
out considerably from other clubs. São Paulo presented a median financial performance, but with the prospects
of coming years. On the other hand, it was observed that the financial situation of Corinthians is alarming, with
high debts and liquidity indices below the ideal. It was observed that, despite the importance of financial perfor-
mance, there are other factors that directly influence the sporting performance of the clubs, since, even in the
face of difficulties, Corinthians was the club that won most titles in the analyzed period.

Keywords: Financial performance, Football, Revenue, Debts, Sporting Performance.

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1. Introdução No século XXI, as transações financeiras pas-


saram a crescer ainda mais: clubes contratam jo-
O futebol brasileiro teve seu início no fim do
gadores por valores milionários, a todo o momento,
século XIX, onde o seu propulsor foi Charles Miller,
patrocínios já chegam à casa de centenas de milhões
um inglês que praticava o esporte na Inglaterra. Ini-
de reais, dando aos clubes brasileiros uma vanta-
cialmente, o esporte era praticado apenas pela elite
gem financeira sobre os clubes de países vizinhos
branca do país, por cerca de 20 anos, os negros ape-
(“Transfermarkt”, 2018)
nas poderiam assistir aos jogos. Na década de 1920,
Diante do exposto, esta pesquisa tem como
com a massificação do futebol pelo país, os negros
objetivo analisar o desempenho financeiro sob o as-
começaram a ser aceitos em clubes de futebol (MÁ-
pecto da liquidez de três grandes clubes brasileiros
XIMO, 1999).
de futebol, especificamente, os três clubes de maior
No Brasil, entre os primeiros 20 anos do sé-
torcida em São Paulo. Para tanto, verificou-se a ori-
culo passado, foram criados os primeiros campeo-
gem dos recursos, isto é, quais as fontes da receita
natos entre clubes. O primeiro torneio entre clubes
gerada pelos clubes analisados, bem como o com-
foi o Campeonato Paulista de Futebol de 1903 que
prometimento financeiro dos clubes, por meio do vo-
foi disputado entre clubes do estado de São Paulo e
lume e capacidade de quitação das dívidas. Por fim,
foi vencido pelo já extinto clube São Paulo Athletic
analisou-se a relação entre desempenho financeiro e
Club, que também foi o primeiro clube a ser criado
rendimento esportivo dos clubes.
no Brasil. Ao passar desses 20 anos, foram criados
Como contribuições da pesquisa, destaca-se
os mais tradicionais e importantes clubes do país,
a possibilidade de evidenciar como ocorre o controle
como o Fluminense (1902), Botafogo (1904), Amé-
financeiro nesse tipo de organização, tendo em vista
rica-RJ (1904), Corinthians (1910), Santos (1912),
a popularidade do futebol, no Brasil, cuja expressiva
Flamengo (1912), Palmeiras (1914) e Vasco da
torcida contribui diretamente para o desenvolvimen-
Gama (1915) (MÁXIMO, 1999).
to e expansão desse mercado.
Na década de 1920, se deu início à profissio-
nalização do futebol no Brasil. O primeiro clube a se 2. Referencial Teórico
profissionalizar foi o Vasco da Gama, no ano de 1923.
No mercado esportivo nacional e mundial
Na década de 1930, começaram a ocorrer torneios
atual, receitas de clubes chegam à casa de bilhões
interestaduais. O mais famoso deles era o Torneio
e crescem ano após ano (“Deloitte Fooball Money
Rio-São Paulo, que, como o nome já propõe, era dis-
League 2018.”, 2018) Para se chegar a esses núme-
putado pelos grandes clubes dos estados do Rio de
ros, é necessário um controle financeiro atrelado a
Janeiro e São Paulo. Assim, iniciou o processo de na-
planejamentos de curto, médio e longo prazos. As
cionalização do futebol como um todo (IANNI, 2008).
finanças são fundamentais para a sobrevivência de
No tocante a área financeira, os grandes con-
qualquer organização. Finanças é a arte e a ciência
tratos com jogadores e patrocinadores começaram a
da gestão do dinheiro. Praticamente todos os indiví-
ser firmados nos anos 80, aqui no Brasil. Em 1982,
duos e organizações recebem ou levantam, gastam
o CND (Conselho Nacional de Desportos), autorizou
ou investem dinheiro (GITMAN, 2004)
3º SIMPIF

as publicidades em camisas, o que proporcionou um


Atualmente, o maior problema que os clubes
incremento nas receitas obtidas até então. Os gran-
enfrentam são as dívidas de gestões passadas, em
des clubes do país, em menos de 3 anos, já tinham
que os gestores pouco se importavam com o ren-
patrocinadores em suas camisas das variadas mar-
dimento financeiro, ou seja, o foco era apenas o
cas e ramos, desde Coca-Cola, Lubrax (lubrificantes
rendimento esportivo. Algumas dessas dívidas che-
automotivos) e até mesmo bancos (BEAGÁ, 2017)
garam a R$ 800 milhões (“Análise Itaú BBA mostra
faturamento recorde de brasileiros, mas prevê pro-

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blemas.”, 2018). Nesse sentido, é importante que a de giro. O cálculo para se encontrar a liquidez cor-
gestão analise, periodicamente, os indicadores fi- rente é:
nanceiros, a fim de verificar, com mais clareza, qual a (Ativo Circulante)
Liquidez corrente = (2)
(Passivo Circulante)
situação dos clubes.
Os indicadores financeiros podem ser classifi-
O indicador de Liquidez geral revela a liquidez
cados em quatro grupos: (1) índices de liquidez, que
tanto a curto como a longo prazo. Para cada $ 1 que
demonstram quais as condições financeiras de tal
a empresa tem de dívida, quanto existe em dinheiro,
organização, indicando também o potencial de pa-
bens e direitos realizáveis a curto e longo prazo. O
gamento de suas dívidas; (2) índices de estrutura de
cálculo para se encontrar a liquidez geral é:
capital, que evidenciam onde e como o capital está
sendo alocado; (3) índices de rotação, que consti-
(Ativo Circulante + Ativo Não
tuem uma ferramenta que mostra o giro da empresa, Circulante Realizavel a Longo Prazo)
Liquidez geral = (3)
isto é, até que ponto a organização depende apenas (Passivo Circulante + Passivo
de suas forças para se manter bem; (4) índices de Não Circulante)
rentabilidade, onde é analisado o retorno financeiro
Tendo em vista o alcance dos objetivos pre-
de todos os investimentos feitos pela organização
viamente estabelecidos, essa pesquisa irá analisar
(HOJI, 2004).
os indicadores de liquidez dos clubes de futebol se-
Os índices de liquidez são razões entre de-
lecionados, a fim de evidenciar a capacidade de qui-
terminadas variáveis contábeis de uma empresa que
tação das dívidas desses clubes, fronte ao volume
visam fornecer um indicador da capacidade da em-
financeiro transacionado.
presa de pagar suas dívidas, a partir da comparação
entre os direitos realizáveis e as exigibilidades. Este 3. Método da Pesquisa
índice não pode ser confundido com índice de ca-
A pesquisa em questão caracteriza-se como
pacidade de pagamento, pois os índices de liquidez
descritiva, uma vez que foram utilizados indicado-
não são extraídos do fluxo de caixa que comparam
res para evidenciar a situação financeira de clubes
as entradas com as saídas de dinheiro (MATARAZZO,
de futebol. Quanto aos procedimentos, a pesquisa
2003). Os índices de liquidez, são divididos em qua-
é documental, pois os dados secundários foram co-
tro: liquidez imediata, liquidez corrente, liquidez seca
letados de relatórios e balanços anuais divulgados,
e a liquidez geral.
oficialmente, pelos clubes de futebol. De maneira
Liquidez imediata é o índice que revela a por-
complementar à análise, foram utilizadas informa-
centagem das dívidas a curto prazo (passivo circu-
ções divulgadas na imprensa esportiva.
lante) em condições se serem liquidadas imediata-
A pesquisa tem abordagem quantitativa, pois
mente (NETO, 2010). O cálculo para se encontrar a
as informações financeiras são analisadas por meio
liquidez imediata é:
de indicadores técnicos estabelecidos pela literatu-
(Caixa e Equivalentes) (1)
Liquidez imediata = ra, bem como estatística descritiva.
(Passivo Circulante)
O universo da pesquisa é composto por todos
3º SIMPIF

os clubes de futebol brasileiros. A amostra caracte-


A liquidez corrente mostra quanto existe em
riza-se como não aleatória e intencional, pois foram
dinheiro mais bens realizáveis, em comparação às
selecionados apenas os grandes clubes que expuse-
obrigações, sendo pagas no mesmo período da aná-
ram seus balanços anuais em seus websites oficiais.
lise de dinheiro (NETO, 2010). Quanto maior a liqui-
Para fins de comparação, foram selecionados os três
dez corrente, mais alta se apresenta a capacidade da
maiores clubes, em termos de torcida, finanças e es-
empresa em financiar suas necessidades de capital
trutura, situados na cidade de São Paulo, quais se-

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jam: Palmeiras, São Paulo e Corinthians. O período Gráfico 1: Fonte de receitas do Palmeiras entre 2013 e 2017
analisado é de 2013 e 2017.

4. Resultados da Pesquisa

4.1 Fonte de Receitas

Nessa seção, são abordadas as fontes de re-


ceita dos três clubes paulistanos, buscando-se en-
tender quais os pontos fortes de cada clube, na sua
arrecadação anual. Os três clubes analisados têm
grande torcida, em números absolutos, entre todos Fonte: PALMEIRAS (2018)

os clubes do país, e estão entre os quatro clubes com


Figura 1: Dois dos maiores valores de receita entre os sub-
maiores torcidas no país. Segundo o Instituto Brasi-
grupos do Palmeiras
leiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE, 2018),
a soma de todos os torcedores dos clubes analisa-
dos chega a 42,2 milhões de torcedores ou 38% do
total de torcedores do país, o que indica uma receita
alta, advinda de seus torcedores. De maneira geral,
o torcedor é peça fundamental no aumento ou dimi-
nuição das receitas de um clube, uma vez que, tudo
que se constrói dentro e fora do campo, é para levar
satisfação ao torcedor. Em outras palavras, a torcida
é parte fundamental da receita dos clubes, seja por
meio da arrecadação das bilheterias dos jogos, das
Fonte: PALMEIRAS (2018)
cotas de televisão, ou até mesmo dos patrocínios. No
gráfico 10, são apresentadas as receitas dos clubes Com esses valores de patrocínio, aumentando
paulistanos, juntamente com suas composições. de R$ 69 milhões em 2015 para R$ 130 milhões em
O primeiro clube analisado foi o Palmei- 2017, o Palmeiras se tornou o clube que mais arre-
ras. De acordo com os resultados, suas receitas, cada em patrocínio, no Brasil, e com uma larga mar-
no período, extrapolaram a casa dos bilhões, mui- gem sobre o segundo colocado, o Flamengo. Os altos
to por conta de todo o investimento expressivo da valores nos direitos de transmissões de jogos do al-
empresa Crefisa, entre 2015 e 2017, em que Leila viverde aumentando de R$ 76 milhões em 2013 para
Pereira, proprietária da financeira, é declaradamente R$ 137 milhões, são explicados pela grande torcida
palmeirense e busca, de certa forma, injetar valores do clube, conforme comentado anteriormente.
mais altos, buscando rendimento dentro de campo. No gráfico 2 e na figura 2 são apresentados
Mesmo com todo o investimento da Crefisa, ainda se os resultados do São Paulo, onde se destacam, além
dá destaque ao poder dos direitos de transmissões,
3º SIMPIF

dos direitos de transmissões referentes aos seus mi-


que, em todos os anos, tiveram destaque nas recei- lhões de torcedores, os valores com venda de joga-
tas alviverdes. O gráfico 1 e a figura 1 apresentam, dores, que, em 4 dos 5 anos analisados, extrapolou
em números, as receitas do Palmeiras. a casa dos R$ 100 milhões. Assim, o São Paulo é
o clube que melhor vende seus jogadores, que são
oriundos, em sua grande maioria, da base do São
Paulo, em Cotia-SP. Assim como no Palmeiras, a

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grande parte de suas receitas é oriunda do futebol palmente no início, que, em média foram injetados
profissional, no caso do tricolor do Morumbi, a por- R$ 63 milhões por ano. Entretanto, os valores ainda
centagem chega a 91%, mais de 9 vezes o que é foram baixos para a realidade de seu maior rival, o
gasto com o clube social. Palmeiras. O gráfico 3 e a Figura 3 apresentam todos

Gráfico 2: Fonte de receitas do São Paulo entre 2013 e 2017 esses resultados.7

Gráfico 3: Fonte de receitas do Corinthians entre 2013 e 2017

Fonte: SÃO PAULO (2018)


Fonte: CORINTHIANS (2018)
Figura 2: Dois dos maiores valores de receita entre os
subgrupos do São Paulo Figura 3: Dois dos maiores valores de receita entre os
subgrupos do Corinthians.

Fonte: SÃO PAULO (2019)


Fonte: CORINTHIANS (2018)
O terceiro e último clube analisado é o Co-
rinthians, onde sua grande fonte de receita são os 4.2 Composição e Capacidade de Quitação de
contratos de direitos de transmissões, já que o clu- Dívidas
be tem, em números absolutos, segundo o (IBOPE,
2018) cerca de 21 milhões de torcedores, espalha- O Palmeiras, vem buscando, ao longo dos
dos por todo o Brasil. Por esse motivo, o clube, jun- anos, quitar suas dívidas, com uma gestão compro-
tamente com o Flamengo, possui uma maior renda metida e de austeridade. Conforme evidenciado no
3º SIMPIF

de TV que os demais. Nas contas alvinegras, os va- gráfico 4, a partir de 2015, o clube alviverde iniciou
lores chegam a mais de R$ 710 milhões, na soma um intenso trabalho para quitar suas dívidas, com
dos 5 anos analisados. Também se destaca, entre auxílio de patrocinadores que, inicialmente, investi-
os anos de 2016 e 2017, um alto valor de venda de ram no clube “por amor”, como é o caso da Crefisa
jogadores, somando mais de R$ 240 milhões. Os pa- e da FAM, empresas da atual conselheira do clube,
trocínios, pela sua grandeza e quantidade de torce- Leila Pereira, que vem colaborando para o aumento
dores, também têm valores altos no período, princi-

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das receitas do clube, com mais de 100 milhões de Gráfico 6: Valores da dívida entre 2013 e 2017 do São Paulo
reais investidos, anualmente.

Gráfico 4: Valores da dívida do Palmeiras entre 2013 e 2017

Fonte: SÃO PAULO (2018)

Gráfico 7: Composição das dívidas do São Paulo entre


Fonte: PALMERAS (2018) 2013

O crescimento das dívidas do Palmeiras, no


período de análise (2013-2017), foi de cerca de
9,3% ou, em números absolutos, um aumento de R$
26 milhões. Mesmo com esse aumento, há uma boa
perspectiva de queda do endividamento, uma vez
que esse aumento foi muito causado nos primeiros
três anos analisados (2013-2015), crescendo em
torno de 17,6%.

Gráfico 5: Composição das dívidas do Palmeiras entre


2013 e 2017 Fonte: SÃO PAULO (2018)

Percebe-se, em comparação com o Palmei-


ras, que, inclusive na composição das dívidas, os
valores do São Paulo são muito próximos, com uma
variação máxima de 2% nas variáveis. O aumento
da dívida no período total analisado fica em torno
de 62,6%, uma porcentagem considerada alta pelo
contexto atual dos clubes, mas, que historicamente
é algo normal. Em números absolutos, o valor gira
em torno de R$ 121 milhões. No último ano analisa-
Fonte: PALMEIRAS (2018) do, a cultura do período foi mudada com uma queda
em relação ao ano anterior de 7,4%, que representa
No que se refere ao clube São Paulo, de
cerca de R$ 25 milhões. Percebesse que, assim como
maneira semelhante ao Palmeiras, no último ano
o Palmeiras, o São Paulo tem como maior dívida a
do período, houve uma diminuição considerável das
3º SIMPIF

bancária, que é proveniente de empréstimos feitos


dívidas, mas, diferentemente do clube alviverde, as
para compra de jogadores e também para o paga-
quedas começaram com um ano de atraso, apenas
mento de outras dívidas de maior risco.
em 2017. Em números absolutos, a situação finan-
O alvinegro paulistano, o Corinthians, apre-
ceira das duas equipes é semelhante, como pode ser
senta números alarmantes e sem uma perspectiva
evidenciado nos gráficos 6 e 7:
de mudança por parte de sua diretoria, no que se
refere ao pagamento de suas dívidas, como pode ser

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 691


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
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visto nos gráficos 8 e 9. Os referidos gráficos mos- 4.2.1 Índices De Liquidez


tram um aumento expressivo do endividamento do
Considerando o comprometimento financeiro
clube, apenas com um pequeno decréscimo de R$ 1
dos clubes de futebol analisados, discutido na seção
milhão entre 2015 e 2016, mas que, em suma, mos-
anterior, esta seção apresenta a análise da capaci-
tra um aumento muito característico dos clubes nas
dade de pagamento das dívidas dos clubes, por meio
décadas anteriores.
dos indicadores de liquidez.
Gráfico 8: Valores da dívida entre 2013 e 2017 do Corin-
De maneira geral, a situação dos clubes difere
thians
bastante no tocante à liquidez. O primeiro indicador
analisado é o de liquidez corrente, que está exposto
no gráfico 10.

Gráfico 10: Liquidez corrente (comparativo) entre 2013 e


2017

Fonte: CORINTHIANS (2018)

Gráfico 9: Composição das dívidas do Corinthians entre


2013 e 2017

Fonte: PALMEIRAS, CORINTHIANS E SÃO PAULO (2018)

Quanto à liquidez corrente, os valores reco-


mendados para esse índice é que sejam acima de
1,0. Apenas o Palmeiras conseguiu, no ano de 2017,
atingir esse indicador e com uma boa margem. A
situação do Corinthians é a mais delicada, uma vez
que, em 5 anos, os valores diminuíram em um terço,
Fonte: CORINTHIANS (2018)
saindo de aproximadamente 0,8 para pouco menos
O que mais chama a atenção, nos valores de 0,5. Já o São Paulo, mesmo sem atingir o valor
referentes ao Corinthians, é o fato de que mais da aceitável, mostra que está seguindo em uma boa
metade da sua dívida, 55%, está concentrada em crescente, que indica que, no ano de 2019 (conside-
impostos e encargos (INSS, IRRF e FGTS), isto é, rando o aumento dos últimos anos de maneira cons-
trata-se notadamente de encargos trabalhistas de tante), ele atingirá a marca de 1,0, o que lhe colo-
seus funcionários e ex-funcionários, mostrando as- caria em outro patamar, entre os clubes analisados.
3º SIMPIF

sim, que o clube possui dificuldades em honrar com Esse índice indica que, para cada R$ 1,00 de dívida
esse tipo de compromisso, pelo menos aos seus fun- de curto prazo, existem recursos também de curto
cionários. O aumento da dívida alvinegra no período prazo em torno de R$ 3,00, R$ 0,50 e 0,80 para Pal-
analisado (2013-2017) foi de 78,3% ou, em valores meiras, Corinthians e São Paulo, respectivamente,
absolutos, R$ 158 milhões, o maior entre os grandes ou seja, Corinthians e São Paulo não possuem re-
clubes paulistanos analisados. cursos que possam arcar completamente com seu
endividamento de curto prazo.

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Já quando o quesito é a liquidez imediata, que analisado, um bom aumento, que mostra uma boa
expõe qual o valor disponível para cada real de obri- estabilidade a longo prazo para o clube.
gação da empresa, a situação é muito ruim, uma vez Gráfico 12: Liquidez geral (comparativo) entre 2013 e 2017
que os valores de todos os clubes, nos cinco anos,
não ultrapassam 0,5. Diante do exposto no gráfico
11, acredita-se que a situação do Corinthians não
tende a melhorar, já que a variação foi baixa e de-
crescente. Já a situação do Palmeiras tende a ficar
confortável, uma vez que, entre 2013 e 2017, o cres-
cimento do índice o fez atingir, em 2017, um valor
quase 37 vezes maior que o encontrado em 2013. Já
a situação do São Paulo se alterna anualmente, mas
vem com uma tendência de melhora, ainda com va-
lores próximos de 0, como pode ser visto no gráfico Fonte: PALMEIRAS, CORINTHIANS E SÃO PAULO (2018)

8. A cada real de dívida, o Palmeiras tem em torno de


R$ 0,50, o São Paulo tem R$ 0,05 e o Corinthians R$ 4.3 Rendimento esportivo versus Rendimento
0,01, para quitarem essa dívida de forma imediata, Financeiro
como pode ser visto no gráfico 8.
Nessa seção, é apresentada uma análise com-
Gráfico 11: Liquidez imediata (comparativo) entre 2013 e parativa do desempenho esportivo com o desempe-
2017
nho financeiro dos clubes analisados. O Palmeiras,
que entre os 3 clubes é o que está com a situação
financeira mais equilibrada, ao final de 2017, venceu
3 torneios nacionais, no período, e foi protagonista
da grande maioria que participou, O gráfico 13 mos-
tra a porcentagem de pontos conquistados ao longo
dos anos.
Apenas em 2014, onde foi quase rebaixado,
o Palmeiras teve um rendimento menor que 55% e
esse ano também foi o único que o clube não brigou

Fonte: PALMEIRAS, CORINTHIANS E SÃO PAULO (2018) por títulos. Em 2013, disputou o título da Série B, em
2015, foi campeão da Copa do Brasil, em 2016 foi
Buscando analisar os clubes e suas obriga-
campeão da Série A e, em 2017, foi vice-campeão da
ções a longo prazo, foi desenvolvido o gráfico 12,
Série A. Considerando o Ranking da Confederação
que explana a situação de todos os clubes analisa-
Brasileira de Futebol (CBF), que leva em conta os
dos. Os valores são os melhores até o momento, uma
últimos 5 anos de desempenho dos clubes, eviden-
vez que os três clubes atingiram o valor aceitável
cia-se que o Palmeiras se destacou, de acordo com
de 1,0, mas de forma específica e mais minuciosa,
3º SIMPIF

suas finanças, uma vez que em 2017 ele ocupava o


percebemos uma boa queda do São Paulo, nos cinco
1º lugar do ranking nacional.
anos analisados, chegando a quase 1,0, e um bom
aumento do Palmeiras, que em 2013, era o único
clube com seu índice abaixo do aceitável e, ao fi-
nal de 2017, se tornou o clube com o maior valor,
chegando quase na casa de 2,0. Já o Corinthians,
oscilou positivamente em torno de 0,3, no período

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Gráfico 13: Rendimento esportivo do Palmeiras entre Gráfico 15: Rendimento esportivo do Corinthians entre
2013 e 2017 2013 e 2017

Fonte: PALMEIRAS (2018) Fonte: CORINTHIANS (2018)

O São Paulo, ao longo dos anos, variou o seu O destaque do gráfico, fica por conta do ren-
rendimento financeiro, ficando sempre entre o Pal- dimento do ano de 2015, onde o Corinthians atingiu
meiras e o Corinthians, tendo desempenhos abaixo o recorde de maior pontuação em um único ano do
do aceitável. Dentro de campo, o tricolor paulistano Campeonato Brasileiro, onde conquistou 81 dos 114
não teve desempenho satisfatório, não conquistando pontos possíveis.
nenhum dos títulos em que disputou, entre 2013 e
5. Conclusão
2017. Com três dos cinco anos com a taxa de rendi-
mento menor que 50% e a posição no ranking sendo Essa pesquisa objetivou analisar o desem-
a pior do século atual, chegando a 11ª posição. penho financeiro sob o aspecto da liquidez dos três
Gráfico 14: Rendimento esportivo do São Paulo entre maiores clubes de futebol de São Paulo: Palmeiras,
2013 e 2017
São Paulo e Corinthians. No que se refere à origem
dos recursos, pelo fato de estarem entre os quatro
clubes com maior torcida, do Brasil, os três clubes
analisados apresentam receitas expressivas. Desta-
ca-se que o Palmeiras é o clube que mais arrecada
com patrocínio, no Brasil, ao passo que o São Paulo foi
aquele que apresentou maior receita proveniente da
venda de jogadores. Já o Corinthians foi o que apre-
sentou maior receita advinda de direitos de televisão,
dentre os três clubes analisados. Ficou evidenciado
Fonte: SÃO PAULO (2018) que a receita com o futebol é o que mantém os clu-
O Corinthians, entre os clubes analisados, é bes na ativa e participando de campeonatos de elite,
o que apresenta resultado surpreendente, uma vez uma vez que a receita dos clubes sociais dos clubes
que vive uma situação complicada financeiramen- não chega a 15% do total arrecadado no período.
Quanto à composição do endividamento, o
3º SIMPIF

te, como foi evidenciado nas seções 4.1 e 4.2, mas


que não se refletiu dentro de campo, uma vez que Palmeiras foi o clube que apresentou maior austeri-
foi campeão da Recopa Sulamericana (2013), cam- dade e comprometimento com o equilíbrio financeiro.
peão brasileiro da Série A em 2015 e 2017 e, ain- As dívidas do Palmeiras foram decrescentes, entre
da, campeão paulista em 2017, atingindo assim a 6ª 2015 e 2017. Os resultados do São Paulo, em valo-
posição do ranking nacional. O gráfico 15 mostra o res absolutos, foram semelhantes aos do Palmeiras,
rendimento anual do alvinegro paulistano. porém, com redução do nível de endividamento um
pouco tardio, ocorrido de 2016 para 2017. Em con-

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trapartida, o Corinthians apresentou resultados alar- trocinios-dos-grandes-times-brasileiros/. Aceso em:


mantes, com aumento de 78,3% do nível de endivida- 2018
mento, no período analisado, e composição de mais Clube de Regatas do Flamengo. Transparência.
de 55% de impostos e encargos sociais atrasados. (s.d.). Rio de Janeiro. Disponível em: https://www.
A fim de analisar a capacidade de quitação flamengo.com.br/transparencia/demonstracoes-fi-
nanceiras. Acesso em: 2018
de dívidas dos clubes, foram analisados seus indi-
cadores de liquidez. Quanto à liquidez corrente, que Deloitte Fooball Money League 2018. Disponível
envolve as obrigações e disponibilidades de curto em: https://www2.deloitte.com/us/en/pages/con-
sumer-business/articles/deloitte-football-money-
prazo, apenas o Palmeiras, em 2017, apresentou
-league.html. Acesso em: 2018
índice superior a 1,0. Os resultados apontam que
nenhum dos três clubes teria capacidade de honrar GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financei-
ra. São Paulo: Pearson, 2010.
seus compromissos imediatamente, no que se refere
à liquidez imediata, assim, o Palmeiras teria em tor- HOJI, M. Administração financeira: uma abordagem
prática. São Paulo: Atlas, 2004.
no de R$ 0,50, o São Paulo teria R$ 0,05 e, o Corin-
thians, R$ 0,01. O índice de liquidez geral contempla IANNI, F. O profissionalismo do futebol brasileiro:
as obrigações e disponibilidades de curto e longo uma abordagem histórica. Disponível em: https://
universidadedofutebol.com.br/o-profissionalismo-
prazos. Os resultados desse indicador são mais ani-
-do-futebol-brasileiro-uma-abordagem-historica/.
madores. Em média, os três clubes apresentaram ín- Aceso em: 2018
dices superiores a 1,0.
IBOPE. De cada 100 brasileiros que acompanham
Os resultados dessa pesquisa possibilitam
futebol de perto, 23 são flamenguistas. Disponí-
tecer comentários acerca de uma possível relação vel em: http://www.espn.com.br/futebol/artigo/_/
entre desempenho financeiro e rendimento esporti- id/4294359/de-cada-100-brasileiros-que-acom-
vo dos clubes. De maneira geral, observou-se que, panham-futebol-de-perto-23-sao-flamenguistas.
Acesso em: 2018
embora o bom desempenho financeiro possibilite in-
vestimentos nos clubes, inclusive a contratação de MATARAZZO, D. C. Análise Financeira de Balanço,
bons jogadores, existem outros fatores que influen- Abordagem Básica e Gerencial. São Paulo: Atlas,
2010.
ciam diretamente no rendimento esportivo, como
a motivação e o desempenho físico individual dos MÁXIMO, J. Memórias do futebol brasileiro. Dis-
jogadores. Por outro lado, apesar de não ser possí- ponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pi-
d=S0103-40141999000300009&script=sci_art-
vel afirmar que o desempenho esportivo está dire-
text. Acesso em: 2018
tamente ligado ao desempenho financeiro do clube,
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 5.
questiona-se por quanto tempo essas agremiações
ed. São Paulo: Atlas, 2012.
esportivas conseguirão administrar desequilíbrios
tão grandes em suas contas. Sociedade Esportiva Palmeiras. Balanço e Balance-
tes do Palmeiras (s.d.). São Paulo. Disponível em:
Referências http://www.palmeiras.com.br/clube/balanco. Aces-
so em: 2018
Análise Itaú BBA mostra faturamento recorde de
3º SIMPIF

brasileiros, mas prevê problemas. Disponível em: Sport Club Corinthians Paulista. Transparência. São
https://globoesporte.globo.com/futebol/brasilei- Paulo. Disponível em: https://www.corinthians.com.
rao-serie-a/noticia/analise-itau-bba-mostra-fatu- br/clube/transparencia. Acesso em: 2018
ramento-recorde-de-brasileiros-mas-preve-proble-
Transfermarkt. Disponível em: https://www.trans-
mas.ghtml. Acesso em: 2018
fermarkt.pt/. Acesso em: 2018.
BEAGÁ, F. Memória: os primeiros patrocínios dos
grandes times brasileiros. Disponível em: https://
veja.abril.com.br/placar/memoria-os-primeiros-pa-

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Lívia Vitória Rodrigues dos Santos


Fatores que influenciam a rotatividade
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de pessoal em um ambiente de
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa trabalho de uma escola no município de
Elienir Fidelis Gomes Condado-PE  
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
Resumo 
Mariana Nascimento Rocha
[email protected] O presente estudo teve como objetivo identificar os fatores que in-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa fluenciam na rotatividade de funcionários em uma escola particular
direcionada à educação infantil no município de Condado-PE, além
Ruãn Batista Silva
[email protected]. de constatar as percepções dos colaboradores em relação à organi-
Instituto Federal de Educação, Ciência e zação onde trabalham. Este estudo fez uso da pesquisa bibliográfica,
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
exploratória e da técnica de estudo de caso. Os dados foram obtidos
através da aplicação de um questionário aos colaboradores da ins-
tituição. O nível de satisfação diagnosticado nesta pesquisa revelou
que os funcionários ocasionalmente pensam em deixar a empresa
para trabalhar em uma concorrente e valorizam o clima organizacio-
nal positivo, de forma que este pode vir a tornar-se um fator decisivo
para a permanência na empresa. Por outro lado, a pesquisa revela que os funcionários estão insatisfeitos com
sua remuneração, com as instalações do ambiente de trabalho e apresentam uma visão negativa quanto às
perspectivas de crescimento dentro da organização. Mesmo não havendo um índice elevado de funcionários
insatisfeitos, o estudo revelou que a empresa deve procurar dar maior atenção ao seu quadro de pessoal,
pois qualidade e produtividade só podem ser conseguidas com pessoas satisfeitas nos respectivos cargos, de
acordo com as suas capacidades e potencialidades. 

Palavras-chave: Rotatividade. Fatores. Capital Humano.

Abstract 

The present study aimed to identify the factors that influence employee turnover in a private school directed
to early childhood education in the municipality of Condado-PE, besides noting the employees’ perceptions
regarding the organization where they work. This study used bibliographic, exploratory and case study tech-
nique. Data were obtained by applying a questionnaire to the institution’s employees. The level of satisfaction
diagnosed in this survey revealed that employees occasionally think about leaving the company to work with a
competitor and value the positive organizational climate, so that this can become a decisive factor for staying
in the company. On the other hand, the survey reveals that employees are dissatisfied with their pay, work fa-
cilities, and have a negative view of growth prospects within the organization. Even though there is not a high
rate of dissatisfied employees, the study found that the company should seek to pay more attention to its staff,
because quality and productivity can only be achieved with people who are satisfied in their positions, according
to their capabilities and potential.

Keywords: Rotativity. Factors. Human Capital.

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1. Introdução  zes de acarretar a insatisfação de um colaborador,


no qual foi realizado através da observação de sua
  A competitividade no âmbito empresarial,
rotina de trabalho, por meio da identificação e con-
cada vez mais intensificada, e o crescimento da glo-
textualização dos fatores indesejáveis percebidos
balização têm levado a uma maior análise de ques-
por parte dos colaboradores e da correlação destes
tões relacionadas aos recursos humanos no cenário
mesmos fatores com as possibilidades de impulsio-
organizacional, no que se refere ao relacionamento
nar a demissão voluntária de um funcionário.  
entre empresa e colaborador. Levando em conside-
O referente estudo justifica-se pelo fato da
ração estes aspectos, pode-se deduzir que o suces-
rotatividade não ser apenas um desafio da área de
so ou o fracasso de uma organização estão forte-
recursos humanos, pois ela possui impactos sobre
mente atrelados ao desempenho do seu quadro de
todo o resultado da empresa, sendo esta, um dos
funcionários. Atendendo a isto, algumas organiza-
principais indicadores para o diagnóstico da saúde
ções estão investindo demasiadamente em seu capi-
organizacional. Chiavenato (2014) enfatiza que a
tal humano, destacando sua importância para o seu
rotatividade não é uma causa, mas o efeito, a con-
aperfeiçoamento como um todo.  
sequência de certos fenômenos localizados interna
Para atingir seus objetivos, as organizações
ou externamente às empresas. Quando se perde um
devem estar atentas à administração de recursos
funcionário a produtividade tende a cair, afetando
humanos, pois são as pessoas que trabalham na
diretamente a sua equipe.  Para repor esse colabo-
empresa que contribuem para o crescimento e gera-
rador a empresa precisa recrutar, selecionar e trei-
ção dos resultados. Chiavenato (2009) destaca que
nar outra pessoa e todas estas etapas levam certo
a administração de pessoal constitui a maneira de
tempo, até o novo funcionário se adaptar a organi-
fazer com que as coisas sejam exercidas da melhor
zação. A burocracia contratual, benefícios, encargos,
maneira possível, por meio dos recursos disponíveis,
integração e de desligamento e outros gastos opera-
a fim de traçar e alcançar a meta desejada. Quan-
cionais, podendo concluir que, de uma forma ou de
do os colaboradores não estão satisfeitos, estes não
outra, a empresa sempre sai perdendo nesses casos,
possuem a mesma capacidade de produção que de-
como enfatiza Fernandez (2003). Em um mercado
tinham anteriormente, além do mais, muitas vezes
altamente competitivo no qual vivemos, conservar
os mesmos acabam se afastando da organização,
um quadro de pessoal estável e motivado contribui
até o ponto de pedir sua demissão. De acordo com
consideravelmente para um melhor desempenho
Chiavenato (2014) quando isto acontece com fre-
da organização, proporcionando assim, um maior
quência em um ambiente organizacional, podemos
alcance das metas estabelecidas. Um ambiente or-
chamar de rotatividade ou Turnover - como também
ganizacional em que o fator da rotatividade está pre-
é bastante conhecida, esta refere-se à relação entre
sente, o mesmo encontra-se estreitamente sujeito a
admissões e demissões ou à taxa de substituição de
riscos, quer sejam internos como externos. 
trabalhadores antigos por novos de uma organiza-
Considerando tudo o que foi menciona-
ção, sendo, normalmente expressa em termos per-
do, principalmente as consequências que poderão
centuais.
emergir devido à existência de uma rotatividade den-
3º SIMPIF

Este trabalho apresenta um estudo sobre os


tro de uma estrutura organizacional, como também,
possíveis fatores que possam levar um funcionário a
a importância de conhecer os fatores que podem vir
querer desligar-se definitivamente de uma empresa,
a contribuir com o surgimento da mesma, o presente
especificamente uma instituição direcionada à edu-
estudo tem a finalidade de abordar a seguinte inda-
cação infantil, situada no município de Condado-PE.  
gação: Quais os fatores que podem levar os funcio-
Tem como principal objetivo investigar de for-
nários a pedirem a sua demissão, causando assim,
ma sistêmica as principais variáveis que sejam capa-

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um elevado índice de rotatividade no ambiente inter- fluenciam nas decisões tomadas pela organização e,
no da instituição? essas decisões, por sua vez, influenciam as circuns-
A metodologia adotada foi à pesquisa de tâncias externas.
campo, juntamente com a aplicação de um questio- Para Chiavenato (2014) a Administração de
nário com todos os funcionários de uma escola par- Recursos Humanos constitui-se em planejar, orga-
ticular infantil, na busca de informações para auxi- nizar, desenvolver, coordenar e controlar técnicas
liar na proposta de elaboração de alternativas para capazes de promover tanto o desempenho eficiente
a solução estratégica dos fatores analisados com o dos colaboradores, como também, o aumento dos
término da referente pesquisa. níveis de produtividade da organização.
Para Bohlander et al (2003) competir por
2. Referencial teórico 
meio de pessoas é apenas um suporte às ações ge-
O mercado de trabalho está cada vez mais renciais. A gestão de Recursos Humanos (RH) ver-
dinâmico e competitivo. Essa exigência presente dadeira deve ajudar a mesclar vários aspectos no
nas relações trabalhistas tem submetido às organi- gerenciamento organizacional, equilibrando suas
zações a ofertar serviços cada vez melhores e com forças para atender às diversas demandas competi-
algum destaque em relação aos seus concorrentes. tivas. Desta forma, fica nítida a importância da área
Em meio a toda essa mudança de pensamento e pre- de RH, tendo em vista que, ela funciona como uma
tensão por parte dos consumidores, as empresas ponte para a organização e o desenvolvimento da
necessitam, cada vez mais, trabalhar a retenção de mesma perante o mercado em que atua.
talentos. 
2.1.2 Indicadores de desempenhos utilizados pela
2.1 Conceito e importância da área de Recursos Gestão de Pessoas 
Humanos  
Uma das maneiras de saber do andamento
No decorrer de sua evolução, a Administra- dos processos da empresa é através do uso de in-
ção de Recursos Humanos passou a dar ênfase às dicadores de desempenho, no qual são ferramentas
organizações como um todo, integrando essa área utilizadas para mensurar o nível da performance em
as demais atividades da empresa, buscando obter que a empresa se encontra, de modo que facilite a
melhoria contínua, contribuindo, assim, para o seu visualização dos processos que estão sendo execu-
desenvolvimento e sucesso. Nesse sentindo, Gestão tados e se o seu andamento está de acordo para o
de Pessoas é a função gerencial que visa à coopera- cumprimento das metas estabelecidas. Para Carpi-
ção das pessoas que atuam nas organizações para o netti (2010), o uso de indicadores de desempenho é
alcance dos objetivos, tanto organizacionais, quanto uma prática de gestão que permite às organizações
individuais (GIL, 2006, p. 17).  chegarem onde tanto almejam, planejando melhor
Em concordância com o autor anterior, La- seus recursos e, assim, contribuindo de forma inten-
combe (2011) diz que as organizações possuem em sa no controle do processo produtivo, fornecendo
mente a importância do capital humano e da forma oportunidades de proporcionar melhorias, para as-
como estes são coordenados, ao contrário, do que sim, utilizar-se de seus benefícios como um fator de
3º SIMPIF

ocorria no passado, quando a preocupação se res- vantagem competitiva.  


tringia apenas aos meios tecnológicos para a pro- Assim, pode-se entender que indicadores de
dução do produto ou a finalização do processo, no desempenho de processos são usados para o moni-
ambiente mercadológico, financeiro e econômico. toramento das atividades da empresa, ou seja, para
Todavia, para Milkovich e Boudreau (2000) as cir- rastrear e seguir o andamento do processo, cole-
cunstâncias externas à empresa criam o ambiente tando informações relevantes e disponibilizando-as
para a administração de recursos humanos. Elas in- de forma acessível para que os gestores estudem e

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tomem as decisões corretas, trazendo eficiência e é regido pelo mercado, é aquele em que os funcio-
eficácia aos procedimentos e, consequentemente, nários se desvinculam voluntariamente e passam a
resultados positivos para a empresa. prestar serviços à concorrência. Isto acontece, nor-
Portanto, o uso de indicadores é extrema- malmente, quando a empresa em que atuavam não
mente importante para a gestão de um processo. desenvolvia políticas e critérios para permanecerem
Eles trazem à tona as informações necessárias para motivados.
que se possa analisar o mesmo, com o objetivo de Segundo Chiavenato (2014), o termo rotativi-
melhorá-los continuamente para atingir os objetivos dade de pessoal é usado para definir a flutuação de
corporativos estratégicos. Dentre os tantos indica- pessoal entre uma organização e seu ambiente, em
dores de desempenhos existentes para o contexto outras palavras, o intercâmbio de pessoas entre a
organizacional, podemos destacar taxa de absen- organização e o ambiente é definido pelo número de
teísmo, produtividade, índice de retenção por talen- pessoas que ingressam e que saem da organização.
tos, índice de satisfação dos colaboradores, índice A variação da frequência e da durabilidade destes
de rotatividade (Turnover) e o custo de rotatividade.    vínculos constituem elementos da rotatividade de
pessoal nas empresas.
2.2 Rotatividade  
2.2.1 Cálculo do índice de rotatividade 
O turnover ou rotatividade de funcionários é
expresso por meio de uma relação percentual en-  Para calcular o índice de rotatividade de pes-
tre admissões (entradas) e desligamentos (saídas) soal, pode ser utilizada a seguinte fórmula:
com relação ao número médio de participantes de
A+D
uma organização, no decorrer de um determinado x 100 (1)
2
Índice de rotatividade =
período de tempo (RIBAS; SALIM, 2016). Conforme EM

Bohlander, Snell e Sherman (2003), a rotatividade


Em que:  
de funcionários refere-se simplesmente à saída de
A = admissões de pessoal dentro do período consi-
funcionários de uma empresa. A mesma trata do re-
derado (entradas);  
sultado da saída dos colaboradores, seja por desli-
D = desligamentos de pessoal (tanto por iniciativa da
gamento por iniciativa do empregado ou da organi-
empresa como por iniciativa dos empregados) den-
zação, e a entrada de outros para substituí-los nas
tro do período considerado (saídas);  
funções laborais.
EM = efeito médio dentro do período considerado,
As empresas, como um todo, sofrem um pro-
obtido pela soma dos efeitos existentes no início e
cesso contínuo e dinâmico de incertezas em um mer-
no final do período. 
cado de trabalho, para poder manter sua integridade
Utilizando o cálculo da rotatividade, podemos
e sobreviver no mercado, como afirma Chiavenato
obter a porcentagem de colaboradores que desem-
(2014). Para Robbins (2005) a constante entrada e
penharam funções na organização em determinado
saída de pessoas gera um alto índice de rotatividade,
período, com o uso deste cálculo não se consegue
trazendo consigo aumento de custos para recruta-
compreender a identificação das razões que levaram
mento, seleção e treinamento.
3º SIMPIF

a este percentual, para tanto, é necessário à apli-


Lucena (1995) afirma que há dois tipos de ro-
cação de outras ferramentas, como por exemplo, a
tatividade, aquele que a empresa conduz — aconte-
entrevista de desligamento. 
ce quando a organização retém e motiva os seus co-
Para analisar as causas das perdas de co-
laboradores que possuem uma melhor desenvoltura,
laboradores, não levando em conta as admissões,
maior qualificação e potencial para sua ascensão
apenas os desligamentos, utiliza-se a seguinte fór-
profissional, contribuindo assim, para o crescimento
da empresa como um todo. E, o outro tipo, o qual

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mula para o cálculo do índice de rotatividade (ape- um dos principais motivos que influenciam na rota-
nas demissões): tividade, por essa razão é fundamental elaborar es-
D x 100 tratégias que reduzam a insatisfação. De acordo com
Índice de rotatividade de pessoal = (2)
EM Vieira (2011), a insatisfação causada através do es-
Por esta equação considerar apenas os des- tado emocional, onde o ambiente organizacional é
ligamentos e não contabilizar também o ingresso na um fator fundamental para determinar se a influên-
organização termina não gerando dados precisos. cia deste desconforto é positiva ou negativa, sendo
Segundo Chiavenato (2004) a análise ocorre para de grande relevância para o surgimento da rotativi-
verificar os motivos que ocasionaram os colabora- dade. No ambiente onde ocorre insatisfação, os fun-
dores a se desligarem da empresa, ou seja, obser- cionários se desmotivam ocasionando a diminuição
vam-se apenas os desligamentos por iniciativa dos da produtividade e consequentemente aumentando
empregados. a rotatividade.
A necessidade de compreender a mesma
2.2.2 Possíveis fatores que causam a rotatividade 
acaba por se tornar um fator de competitividade em
Diversos são os fatores que impactam no ín- todos os mercados, pois ela envolve a perda de ca-
dice de rotatividade de uma organização, e as perdas pital intelectual, fuga de conhecimento e memória
deste capital intelectual podem resultar em prejuízos organizacional, além de riscos financeiros diretos e
para as empresas. Para Spers e Cremonezi (2015), indiretos. De acordo com Quége (2008), o Turnover
as causas relacionadas aos fatores de rotatividade pode ser ocasionado por vários fatores, no entanto,
podem encorajar as pessoas a pedirem demissão. o mesmo atribui ênfase aos seguintes pontos: Plano
Assim, a busca por melhores salários, oportunida- de Carreira; Clima organizacional e Motivação – para
de de crescimento e satisfação no trabalho, podem o intuito deste estudo, será concedido destaque a
estar relacionados e presentes em diversos eventos estes três fatores.  
de rotatividade. Segundo Chiavenato (2009) variá-
2.2.2.1 Plano de Carreira 
veis internas e externas contribuem para o aumento
desse índice, o que caracteriza a condição circuns- Com um mercado cada vez mais competi-
tancial da rotatividade. tivo, as empresas devem cada vez mais pensar em
Luz (2008) aponta como principais variáveis oferecer capacitação e perspectiva de crescimento
internas os baixos salários, a ausência de benefícios, para os seus funcionários, de forma a mantê-los
a falta de oportunidade de florescimento na carreira, motivados por um longo período de tempo e con-
o relacionamento com os colegas e com a chefia, as sequentemente melhorarem a produtividade da em-
condições no ambiente de trabalho e a localização presa. Para que isso ocorra, uma alternativa que as
da empresa. Já como variáveis externas, as princi- empresas têm encontrado é oferecer um plano de
pais variáveis dizem respeito à conjuntura econô- carreira para os seus colaboradores. De acordo com
mica, a instalação de novas empresas, a expansão Greenhaus (1999) a gestão de carreira é um proces-
e redução dos negócios e outras oportunidades de so pelo qual indivíduos desenvolvem, programam e
emprego.   monitoram metas e estratégias de carreira. Através
3º SIMPIF

Para Wagner III e Hollenbeck (2006) o des- de uma gestão estruturada de carreira, os indivíduos
contentamento contribui para a rotatividade empre- podem se tornar mais produtivos e autorrealizados.
sarial, a mudança de funcionários não é favorável Schein (1978) aborda que as fases da vida de um
para as organizações, visto que estão perdendo fun- indivíduo podem influenciar suas expectativas, mo-
cionários com grande potencial para o mercado, pro- tivações, necessidades e prioridades e representar
vocando despesas para a empresa.  De acordo com componentes das “âncoras de carreira”, orientando
Ferreira e Siqueira (2005) a satisfação no trabalho é as trajetórias profissionais dos indivíduos. 

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Para Bohlander, Snell e Sherman (2003) o tude, direção e perseverança que uma pessoa tem
planejamento de carreira recebe mais atenção das para alcançar uma determinada finalidade, onde se
organizações à proporção que se vive um momento procura definir as características pessoais, o papel
de ascensão econômica. A mesma situação acontece e o ambiente do trabalho e explicar a influência que
em um cenário onde os profissionais não mantem-se afeta a motivação sobre o desempenho. Observan-
muito tempo dentro da mesma organização seja em do os conceitos retratados anteriormente, é possível
busca de novos estímulos e possibilidades de avanço perceber que a motivação é aquilo que impulsiona
ou por qualquer outro motivo. Assim, tendo estas va- alguém a se comportar de um determinado modo a
riáveis em mente, torna-se ainda mais imprescindível fim de cumprir um propósito, algo que se almeja. 
a oferta de uma perspectiva de crescimento na car- Para Vergara (2011), os indivíduos são dife-
reira como forma de conter os funcionários.  rentes e suas motivações também. Alguns se sentem
motivados por fatores econômicos e todas as van-
2.2.2.2 Clima Organizacional 
tagens de aquisições de bens e serviços. Outros se
Luz (2005) conceitua o clima organizacional sentem predominantemente motivados pelo desejo
como sendo a qualidade ou propriedade do ambien- de sentir-se competente, reconhecido, de participar
te organizacional, que é percebida ou experimenta- das decisões, de realizar tarefas intrinsecamente
da pelos membros da organização e influencia o seu desafiadoras e instigadoras. Por ser assim, algo que
comportamento. O mesmo autor ainda ressalta que provoca a motivação de uma pessoa, pode não ter
o clima organizacional é a representação do estado efeito sobre outra. 
de ânimo ou do grau de satisfação dos funcionários Inúmeras foram as teorias desenvolvidas
de uma empresa em um dado momento. Um clima para explicar a motivação humana e sua influência
organizacional influencia muito a performance de no que tange o desempenho dos indivíduos nas or-
uma empresa e, a partir de como os colaboradores ganizações. Em nível de exemplos, podemos citar
compreendem o clima no dia a dia de trabalho, eles a Hierarquia de Necessidades de Maslow; Herzberg
desempenham suas funções de maneiras diferentes.   com a Teoria de dois fatores; e McGregor com a Teo-
O conceito de clima organizacional para Chia- ria X e Y.  
venato (2009) caracteriza-se pela influência do am-
2.2.4 Custos da Rotatividade 
biente da organização sobre os diferentes graus de
motivação por ele provocados nas pessoas. Desta O excesso de rotatividade pode vir a gerar
forma, o mesmo será favorável ou desfavorável, na para a organização efeitos negativos, ocasionando
medida em que proporcione satisfação ou frustração aumento dos custos com treinamento de novos fun-
das necessidades pessoais dos empregados.   cionários, horas extras e perda de produtividade. Es-
O conjunto dos vários sentimentos vividos tes fatores contribuem para o aumento de perda de
pelos colaboradores e suas consequências no am- capital e tempo, além de outros fatores que podem
biente de trabalho, compõe o que denominamos encarecer o processo.  Para Chiavenato (2006) os
clima organizacional. Para Graça (1999), quando o custos da rotatividade são divididos em primários,
administrador compreende o conceito de clima or- secundários e terciários. Para ele, a rotatividade de
3º SIMPIF

ganizacional, pode manejar a motivação de seus co- pessoal envolve estas três categorias de custos ci-
laboradores, aumentando a eficiência de sua equipe.  tadas anteriormente, na qual estão distribuídos da
seguinte forma: 
2.2.2.3 Motivação 
I - Custos primários da rotatividade de pessoal: são
Segundo Gil (2009) motivação é a força que os custos diretamente ligados com o desligamento
estimula as pessoas a agir. Para Maximiano (2006), de cada colaborador e sua substituição por outro.
a motivação é o processo responsável pela magni-

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II - Custos secundários da rotatividade de pessoal: objeto de estudo, destacando aspectos que não fo-
abrange assuntos difíceis de serem contabilizados e ram observados em um estudo quantitativo. Fonseca
assuntos intangíveis com características qualitati- (2002) esclarece que diferentemente da pesquisa
vas. Aspectos estes relacionados indiretamente com qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa
o desligamento e consequência da substituição dos podem ser quantificados. A pesquisa quantitativa,
funcionários. que tem suas raízes no pensamento positivista lógi-
III - Custos terciários da rotatividade de pessoal: co, tende a enfatizar o raciocínio dedutivo, as regras
estão relacionados com os efeitos que a rotatividade da lógica e os atributos mensuráveis da experiên-
pode causar que são geralmente constatados a mé- cia humana. “Por outro lado, a pesquisa qualitativa
dio e a longo prazos. tende a salientar os aspectos dinâmicos, holísticos
Logo, não há dúvidas quanto ao impacto fi- e individuais da experiência humana, para apreen-
nanceiro da rotatividade de funcionários em uma der a totalidade no contexto daqueles que estão vi-
empresa. Entretanto, muitos gestores ainda não sa- venciando o fenômeno” (POLIT; BECKER; HUNGLER,
bem a dimensão disto sobre uma organização, prin- 2004, p. 201). 
cipalmente porque nem todos se lembram de que, Quanto aos procedimentos, a pesquisa é do
além dos custos óbvios com rescisão, multas, férias, tipo estudo de caso, caracterizada por estudar ape-
impostos, entre outros, a empresa também tem que nas um único evento, de forma a aprofundar os co-
arcar com a substituição deste profissional. nhecimentos de um acontecimento específico (BEU-
REN, 2012). 
3. Método da pesquisa
Levando em consideração a abordagem quan-
Neste tópico a abordagem consiste em carac- titativa e qualitativa do presente estudo, o método
terizar o estudo, envolvendo a natureza da pesquisa, utilizado para a coleta de dados foi o questionário,
determinar os parâmetros para a seleção dos sujei- que consiste num dos procedimentos mais utilizados
tos, as técnicas que serão aplicadas para a coleta nas pesquisas para a coleta de informações. Para
das informações, bem como a forma que será utili- Barbosa (1998) é uma técnica de custo razoável, ga-
zada para o tratamento dos dados apurados, como rante o anonimato dos participantes, apresenta as
também demais delimitações metodológicas.   mesmas questões para todos e atende a finalidade
específica de cada pesquisa. 
3.1 Caracterização da pesquisa 
Segundo Cooper e Schindler (2016) amos-

Segundo Yin (1994, p. 19), “a escolha da tragem é a ação de selecionar os elementos de uma

técnica mais apropriada para a investigação que se população para podermos extrair conclusões sobre

deseja realizar vai depender basicamente de três a mesma. Para o desenvolvimento deste trabalho,

condições: a) do tipo de questão de pesquisa; b) do utilizou-se uma amostragem com 17 profissionais da

nível de controle que o investigador possui sobre os instituição, todas do sexo feminino (na qual foram 15

eventos comportamentais reais; c) do grau de foco professoras, 01 auxiliar da secretaria e 01 auxiliar

em eventos contemporâneos ou históricos”. De acor- de professora do maternal), com idades entre 31 a

do com os propósitos deste trabalho, denominamos 40 anos, na qual já possuem entre 03 a 09 anos de
3º SIMPIF

que o estudo é classificado como uma pesquisa ex- tempo de trabalho na organização e que possuem

ploratória. em sua maioria nível superior completo. As partici-

No que tange os aspectos relacionados à pantes foram escolhidas de forma aleatória, de acor-

abordagem, podemos afirmar que a presente pes- do com a disponibilidade das colaboradoras em res-

quisa é considerada tanto qualitativa como quanti- ponder o questionário. 

tativa. Para Beuren (2012) a pesquisa é qualitativa, Para tratamento e análise dos dados foi uti-

quando permite analisar de forma mais detalhada o lizado o software Microsoft Excel (versão 2010). Os

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resultados foram analisados um a um, primeiramen- com sua chefia (o líder) pode ser um fator gerador
te de forma manual, para uma pré-seleção de nível de satisfação. 
de qualidade/importância para a pesquisa. O gráfico 2 constata que 64,71% (“sempre”
e “quase sempre”) apresentam uma visão positiva
4. Resultados da pesquisa 
em relação a sua perspectiva de crescimento dentro
Por meio dos resultados do questionário apli- da organização. Uma das possibilidades deste resul-
cado a 17 funcionárias da escola onde foi feito o es- tado pode ser em virtude do alto grau de escolari-
tudo, pôde-se discorrer sobre os dados abaixo.  dade das participantes. Entretanto, 35,3% (“nunca”
Foram questionadas as participantes como as e “quase nunca”) demonstram uma visão negativa
mesmas se sentiam na função que ocupam hoje den- em relação à possibilidade de ascensão dentro da
tro da organização (Gráfico 1) e, mediante a análise empresa.
dos dados, foi possível perceber que 14 funcionárias Gráfico 2 – Perspectiva de visualização de crescimento na
sentem-se satisfeitas com o trabalho que realizam, empresa perante às funcionárias

totalizando 82,35% das respostas. Este resultado


é bastante significativo para a empresa, pois o fato
de um profissional se sentir bem com o seu traba-
lho é um fator de grande importância para a decisão
da permanência em um ambiente organizacional.
No entanto, não podemos deixar de observar que
11,76% responderam que se encontram muito in-
satisfeitas, demonstrando certo descontentamento,
algo que deve ser investigado pela instituição. 
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
Gráfico 1 – Como as participantes sentem-se em sua atual
função Em concordância com o que diz Bergamini
(1997), a diversidade de interesses percebida entre
os indivíduos permite aceitar, de forma razoavelmen-
te clara, que as pessoas não fazem as mesmas coi-
sas pelas mesmas razões, o que justifica as diferen-
tes opiniões referentes à pergunta do questionário
que foi aplicado. 
Em virtude das análises das respostas do
questionário, foi observado que se a empresa ofe-
recesse o benefício do plano de carreira, isto seria
Fonte: Dados da pesquisa (2019). 
considerado um importante fator motivacional para
Para Spector (2005), satisfação no trabalho as funcionárias (Gráfico 3), totalizando um alto nível
é uma variável de atitude que demonstra como uma de motivação de 52,94% e um grau muito alto de
3º SIMPIF

pessoa se sente em relação ao seu trabalho de forma motivação de 11,76%, totalizando 64,7% das res-
geral e em seus vários aspectos. Ou seja, é o quanto postas positivas. Vale ressaltar que a ideia do plano
uma pessoa gosta do que faz. De acordo com Ber- de carreira está estreitamente ligada ao crescimen-
gamini (2008) o fracasso da maioria das empresas, to do colaborador dentro da organização, como foi
não está na falta de conhecimento técnico e sim na abordado anteriormente. 
maneira como lida com as pessoas. Estar motivado,
gostar de seu trabalho e ter um bom relacionamento

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Gráfico 3 – Grau de motivação das participantes em rela- desempenho insatisfatório e traduzem seu descon-
ção ao plano de carreira
tentamento em atitudes de revolta, que ocasionam
demissões e despesas e, consequentemente, preju-
dicando os resultados organizacionais. 
Através do gráfico 5, percebe-se que a insti-
tuição de ensino não oferece nenhum tipo de benefí-
cio a seus funcionários, no entanto, mais da metade
das participantes (52,94%) responderam que não
se importam muito em receber ou não algum tipo de
benefício. Entretanto, 47,06% responderam que a
ausência de algum tipo de benefício a desmotivam –
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
fato que deve ser observado pela empresa, já que o
Para Bulgacov (1999), quando uma empresa percentual é bastante próximo de 50%. 
possui um planejamento de carreira coerente com Gráfico 5 – Se a empresa oferece algum tipo de benefício
sua realidade, proporciona condições que levam as aos funcionários 
pessoas a se motivarem, pois conseguem perceber
quais são as chances de crescimento dentro da car-
reira. 
Conforme o gráfico 4 fica nítida a importân-
cia de um bom clima organizacional, principalmente
no que diz respeito às relações com os colegas de
trabalhos e seus superiores. Na pesquisa foi obser-
vado que um bom clima dentro da empresa ajuda a
manter as participantes na instituição (praticamen-
te 100%, considerando respostas como “sempre” e Fonte: Dados da pesquisa (2019).

“quase sempre”).  Para Marras (2005) o benefício é um conjunto


Gráfico 4 – Se um relacionamento amigável e agradá- de programas ou planos disponibilizados pela orga-
vel com os colegas e superiores ajudam a mantê-las na
nização como um complemento aos salários. Muitas
empresa
vezes, as pessoas são atraídas e participam da orga-
nização não somente em função do cargo, do salá-
rio, das oportunidades, do clima organizacional, mas
também em função das expectativas de serviços e
benefícios sociais que poderão desfrutar. 
Conforme o gráfico 6, 52,94% das entrevis-
tadas mencionaram que às vezes pensam em tro-
car a empresa da qual fazem parte hoje por outra
do mesmo ramo, entretanto, 41,18% afirmaram que
3º SIMPIF

Fonte: Dados da pesquisa (2019). não trocariam, pois estão satisfeitas. Todavia, ape-
nas 5,88% afirmaram que nunca pensaram em dei-
Abbas et al. (2010) relatam que a causa dos
xar a empresa.
altos níveis de rotatividade de algumas organiza-
ções é a existência de um clima organizacional ruim,
à medida que os funcionários, quando trabalham
em um ambiente negativo e hostil, apresentam um

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Gráfico 6 – Se as funcionárias pensam em trocar esta sarem em mudar de atividade e função, tendo em vista,
empresa da qual você faz parte hoje por outra do mesmo
ramo
que representam quase a maioria das participantes.
Grande parte da população nacional está in-
satisfeita com sua ocupação atual e desejam mudar
de emprego. Geralmente, a insatisfação é devido à
desmotivação e falta de engajamento tanto com a
empresa, funcionários e também no serviço em ge-
ral (GIOVANELLI, 2018).
Outra variável essencial investigada nesse
estudo entre empresa e funcionário foi o ambiente
físico da empresa e como as participantes se sentem
em relação às instalações deste ambiente. Por exem-
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
plo, com o gráfico 8 podemos perceber que 29,41%
É válido relembrar que, quando as pessoas (“muito insatisfeito(a)”, “satisfeito(a)” e “pouco sa-
abandonam seu trabalho, as organizações perdem tisfeito(a)”) das funcionárias acreditam que poderiam
o investimento que fizeram no desenvolvimento do desfrutar de um ambiente de trabalho mais agradá-
funcionário, e como ressalta Chiavenato (2009) a vel. Enquanto que, 70,59% mostram-se satisfeitas. 
rotatividade de pessoal não é uma causa, mas o efei- Gráfico 8 – Como as funcionárias se sentem com as insta-
to, a consequência de certos fenômenos localizados lações de seu ambiente de trabalho 
interna ou externamente à organização que moti-
vam a atitude e o comportamento do pessoal. Para o
mesmo, os reflexos mais significativos causados pela
rotatividade de pessoal são os custos, diminuição da
produção, entre outros. 
É possível identificar, através do gráfico 7,
que 47,06% das colaboradoras às vezes pensam em
mudar de atividade e função, caso tenham oportuni-
dade. Já 41,18%, responderam que estão satisfei-
tas, enquanto que, apenas 11,76% trocariam com Fonte: Dados da pesquisa (2019)

toda a certeza, se tivessem oportunidade.  Vários dados documentados demonstram que


Gráfico 7 – Se as funcionárias pensam em mudar de ramo algumas características físicas do local de trabalho
de atividade e função caso tenham oportunidade 
podem estimular reações emocionais negativas nos
trabalhadores (WAGNER III; HOLLENBECK, 1999).
Neste estudo de caso, no questionário utilizado, não
foi pontuado quais seriam os fatores considerados
negativos no ambiente físico. 
Algo que, sem dúvida, impacta na vida de
3º SIMPIF

um trabalhador e tem forte poder de decisão sobre


o mesmo é a remuneração que ele irá receber. No
gráfico abaixo, é perceptível que 47,05% (“Insatis-
feito(a)” e “Pouco satisfeito(a)”) das funcionárias
Fonte: Dados da pesquisa (2019). não possuem uma visão positiva em relação à remu-

O gráfico 7 demonstra algo que deve servir de neração ofertada pela empresa, algo que deverá ser

alerta para a instituição, na qual é o fato de muitos pen- aprimorado pela mesma. 

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Gráfico 9 – Percepção das participantes quanto à remune- Para Bergamini (1994), a liderança pode-se
ração que recebem hoje na organização
definir a partir de quatro grandes funções estreita-
mente interligadas entre si: o funcionamento de uma
política, de uma estratégia, a mobilização de equi-
pes e o estabelecimento de alianças, de modo a criar
uma cultura de empresa que seja motivadora. As
pessoas carecem de um líder para combinar e de-
senvolver seu potencial energético. É imprescindível
a importância do líder no desenrolar da psicodinâ-
mica motivacional dos seus seguidores. Portanto,
liderar é ser capaz de administrar o sentido que as
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
pessoas dão àquilo que estão fazendo.  
Wood (2011) explica que a modernização da
5. Conclusão 
gestão empresarial e adoção de novos modelos de
organizações do trabalho obrigam os gestores a im- Através dos conceitos abordados ficou nítida
plantarem modelos de remuneração mais modernos. a importância da área de Gestão de Pessoas e como
É preciso pensar na remuneração, isto é, no conjunto a mesma desempenha um papel relevante em uma
de recompensas (inclusive o salário), como uma fer- organização. Também foi visto os principais fatores
ramenta estratégica da empresa, constituindo assim que podem vir a ocasionar a rotatividade de pessoal
uma variável de equilíbrio de interesses, auxiliando e como esta traz consequências e custos expressi-
a gerar consensos e atuando como impulsionadora vos em um ambiente interno de uma instituição.
de resultados.   O presente estudo teve como objetivo identi-
A forma como o gestor se relaciona com seus ficar os possíveis fatores que podem influenciar na
colaboradores também possui forte impacto na ro- rotatividade de funcionários em uma escola parti-
tina de trabalho de qualquer profissional. Ao inda- cular direcionada à educação infantil no município
gar as participantes como as mesmas se sentem em de Condado-PE, além de constatar, através de um
relação ao estilo gerencial existente na organização estudo de caso, as percepções das funcionárias em
(Gráfico 10), as respostas foram variadas. A maioria relação à organização onde trabalham. Por meio da
afirmou que estão satisfeitas, todavia, 23,53% de- investigação realizada no presente trabalho, o pro-
clararam que a forma gerencial ainda deixa a desejar pósito deste estudo foi alcançado mediante a análise
– “Insatisfeito(a)” e “Pouco satisfeito(a)”. qualitativa e quantitativa dos dados coletados por

Gráfico 10 – Como as funcionárias se sentem em relação meio da aplicação de um questionário.


ao estilo gerencial No decorrer da análise, foi verificado que
mais de 80% das participantes sentem-se satisfeitas
com a função que ocupam hoje na instituição e este
resultado é algo de grande valia em um contexto or-
ganizacional. Todavia, no que se refere a manter-se
3º SIMPIF

no emprego, foi observado que grande parte das


funcionárias consideram um clima organizacional
agradável e harmonioso fator fundamental no pro-
cesso de decisão em permanecer na empresa.
Em contrapartida, o estudo revelou que a
Fonte: Dados da pesquisa (2019). maioria das participantes às vezes pensam em trocar
a organização que estão hoje por outra do mesmo

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 706


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ramo, ou ainda, se tivessem oportunidade também radores são aqueles que vivem o dia-a-dia da em-
mudariam de função (apresentando um total de presa de perto mais do que qualquer outra pessoa.
mais de 47% das respostas). Outra variável obser- Por mais que o gestor esteja sempre presente, ele
vada foi à percepção das participantes em relação não vivencia os processos da área operacional, que
às instalações do seu ambiente de trabalho, na qual é onde tudo acontece. Estar atento e saber ouvir o
verificou-se que mais de 29%  das respostas apre- que essas pessoas têm a dizer pode ser muito enri-
sentavam uma insatisfação, ou seja, uma parte das quecedor e benéfico para o negócio como um todo. 
funcionárias ainda acreditam que podem desfrutar
Referências 
de um ambiente de trabalho melhor.
No que tange aos aspectos relacionados com ABBAS, K.; LEONCINE, M.; OTA, E. M.; TAKAKURA, M.
a remuneração recebida atualmente por parte das A influência do clima organizacional nos ativos in-
tangíveis: proposta de uma sistemática para melho-
funcionárias, foi evidenciado que mais de 47% das
ria do valor das empresas. In: Encontro da ANPAD,
respostas apresentaram uma visão negativa, algo 34, 2010, Rio de Janeiro.
que deve ser percebido com mais atenção por parte
BARBOSA, E. F. Instrumentos de coleta de dados
da gestão.
em pesquisas educacionais. SEE CEFET. Minas Ge-
Portanto, as variáveis aqui apresentadas (na rais, 1999.
qual foram percebidas com o término da pesquisa)
BERGAMINI, C. W. Liderança, Administração do
demonstram o nível de percepção das participantes Sentido. São Paulo: Atlas, 1994. 
com a empresa onde trabalham e, evidentemente,
BERGAMINI, C. W. Motivação nas organizações. 4.
ficou visível alguns pontos que a gestão da institui-
ed. São Paulo: Atlas, 1997.
ção objeto de estudo necessite aprimorar mais um
pouco em seu ambiente de trabalho, para assim, po- BERGAMINI, C. W. Motivação nas organizações. 5.
ed. São Paulo: Atlas, 2008. 
der agregar uma maior satisfação dos seus colabo-
radores em geral e, consequente, fazer com que os BEUREN, I. M. Como Elaborar Trabalhos Monográfi-
mesmos permaneçam na empresa, evitando a rota- cos em Contabilidade: Teoria e Prática. São Paulo:
Atlas, 2012. 
tividade.
Ter um quadro de pessoal motivado é um fator BULGACOV, S. Manual de Gestão Empresarial. São
imprescindível para o sucesso de qualquer empresa. Paulo: Atlas, 1999. 

Profissionais que estão desanimados dificilmente BOHLANDER, G.; SNELL, S.; SHERMAN, A. Adminis-
vão se empenhar para realizar um trabalho de quali- tração de recursos humanos. São Paulo: Thomson,
dade. Motivar os funcionários envolve, basicamente, 2003. 

reconhecer os seus esforços, remunerá-los de forma CARPINETTI, L. C. R. Gestão da qualidade: conceitos


justa, dar espaço para que eles opinem e deem su- e técnicas. São Paulo: Atlas, 2010. 
gestões, além de, oferecer um ambiente de trabalho CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel
agradável e seguro. É assim que um verdadeiro líder dos recursos humanos nas organizações. 4. ed. Ba-
realiza a gestão dos seus recursos humanos, reco- rueri: Manole, 2014.
nhecendo o seu valor. CHIAVENATO, I. Planejamento, recrutamento e se-
3º SIMPIF

Assim, tendo isso em mente, não só para a leção de pessoas: como agregar talentos à empresa.
empresa na qual foi realizado o estudo, como tam- São Paulo: Atlas, 2006. 

bém, para qualquer empresa inserida no mercado, CHIAVENATO, I. Planejamento, recrutamento e se-
os gestores devem estar atentos ao que acontece na leção de pessoal: como agregar talentos à empresa.
sua organização, não apenas no que tange ao capital São Paulo: Manole, 2009. 

financeiro, aos insumos e à concorrência mas, prin-


cipalmente, ao seu capital humano. Pois, os colabo-

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 707


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
ADMINISTRAÇÃO | GESTÃO

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III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 708


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Amélia Catarina Batista Tavares


Identificação do impacto dos canais
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de comunicação utilizados pelo IFPB
Tecnologia da Paraíba campus João Pessoa
Samara da Silva Sousa
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
Resumo
Ramon Leonn Victor Medeiros
[email protected] O presente estudo visa identificar o panorama atual dos canais de
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba comunicação utilizados pelo Instituto Federal da Paraíba (IFPB) cam-
pus João Pessoa. Isso será realizado através de uma pesquisa com os
discentes que fazem parte da instituição, buscando assim, constatar
quais são os canais de comunicação mais utilizados e quais os estu-
dantes consideram mais eficazes. O referencial teórico que embasou
a pesquisa envolve diversos temas, dentre eles: sistemas de informa-
ção, internet, tecnologia da informação, comunicação organizacional,
marketing, mídias sociais, redes sociais e gestão de mídias, métricas
e ferramentas. Visando um melhor entendimento, utilizou-se diversos
gráficos para representar os dados obtidos durante a pesquisa.

Palavras-chave: Mídias Sociais. Sistemas de informação. Comunicação. Redes Sociais.

Abstract

This study aims to identify the current panorama of the communication channels used by the Federal Institute
of Paraíba (IFPB) João Pessoa campus. This will be done through a survey with the students who are part of
the institution, seeking to find out which are the most used communication channels and which students find
most effective. The theoretical framework that supported the research involves several themes, including: in-
formation systems, internet, information technology, organizational communication, marketing, social media,
social networks and media management, metrics and tools. For better understanding, we used several graphs
to represent the data obtained during the research.

Keywords: Social media. Information systems. Communication. Social networks

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1. Introdução midiáticos convencionados como redes sociais, pas-


sando a ampliar suas possibilidades de comunicação
No mundo, é nítido o movimento percorrido
por meio de perfil no Instagram e de Fanpage no Fa-
por todas as organizações e instituições, mesmo as
cebook, possibilidades que surgiram a partir do de-
tradicionais, quanto a corrida pela ressignificação e
senvolvimento tecnológico difundido na sociedade. 
atualização tecnológica como metodologia de van-
Assim, a pergunta central que subsidiará a
tagem na ampla concorrência, destacadamente no
pesquisa é: Qual o canal de comunicação que pos-
campo das mídias da comunicação.
sui o maior acesso e maior assertividade entre os
No Brasil, não somente o setor privado, mas
estudantes de ensino superior  do IFPB campus
também o setor público tem buscado aderir as tec-
João Pessoa?
nologias consolidadas no século XXI. A exemplo dis-
A ideia para o desenvolvimento do estudo se
so, lembramos o IFPB quando adota mecanismos
deu a partir da necessidade de qualificar as formas
virtuais por meio da internet como estratégia para
mais utilizadas de comunicação online adotada pela
melhorar o serviço prestado à sociedade, como por
comunidade do ensino superior do IFPB campus
exemplo, o SUAP (Sistema Unificado de Administra-
João Pessoa, assim como, de identificar as formas
ção Pública). Esse sistema interno tem por objetivo
mais recomendadas quanto aos critérios eficiência
facilitar o acesso da rotina institucional administrati-
e eficácia por meio dos dispositivos de comunicação
va e acadêmica, bem como permitir a transparência
difundidos entre a instituição e os discentes.
institucional para a sociedade.
A relevância da pesquisa se relaciona com a
O campus João Pessoa do IFPB, uma autar-
possível contribuição que se desdobrará para o se-
quia da rede federal de instituições na Paraíba, é re-
tor de comunicação do campus na medida em que
ferência quando se trata da utilização de tecnologia
apontará a forma mais usual de comunicação eletrô-
aliada a internet para a ampla comunicação da vida
nica que tem sido adotada pelos estudantes, forta-
institucional. A rede federal da Paraíba possui um
lecendo assim as oportunidades do setor de comu-
portal (www.ifpb.edu.br) em que publica cotidiana-
nicação.
mente notícias e conteúdos relevantes sobre todos
Para o campo da Administração e para a
os campi da rede federal existentes no estado. Em
sociedade, a pesquisa demonstrará como as re-
extensão a esse portal, o campus do IFPB João Pes-
des sociais e portais online são tendências para a
soa possui um site (www.ifpb.edu.br/joaopessoa),
assertividade da comunicação atual aproximando as
acomodado junto ao referido portal, em que também
empresas/instituições e seus integrantes. Ademais,
publica cotidianamente notícias e conteúdos especí-
demonstrará quais canais são mais utilizados na
ficos sobre a diversidade da sua rotina.
comunicação social vigente.
Dentre os vários desafios cotidianos ineren-
Para cumprir o objetivo geral, que visa iden-
tes à gestão de empresas, seja pública ou privada,
tificar o impacto dos canais de comunicação utiliza-
e de qualquer finalidade, está a definição de boas
dos pelo IFPB campus João Pessoa, se faz necessá-
estratégias de comunicação organizacional. Cardo-
rio perseguir os seguintes objetivos específicos:
so (2006) afirma que a importância da informação e
3º SIMPIF

comunicação como instrumentos e processos pode- a. Identificar o panorama atual dos canais de co-
rosos para a realização das potencialidades estraté- municação;
gicas e para a ampliação e integração das estruturas b. Elencar as ferramentas de avaliação de Social
organizacionais. Media;
Como estratégia de ampliação da comunica- c. Avaliar os canais de comunicação.
ção online, difundida socialmente na última década,
o campus João Pessoa aderiu ao uso de ambientes

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2. Referencial teórico vos da comunicação; (3) elaborar a mensagem; (4)


selecionar os canais de comunicação; (5) estabele-
Para dar continuidade a pesquisa, é neces-
cer o orçamento total de comunicação; (6) decidir
sário expor os temas que vão ser utilizados para
sobre o mix de comunicação; (7) medir os resulta-
construir a análise e alcançar o objetivo do referido
dos da comunicação e (8) gerenciar o processo de
artigo. As mídias sociais se tornam um ambiente de
comunicação integrada de marketing. Assim o autor
estudo amplo, pois são capazes de causar grandes
esclarece os passos para a criação de uma comu-
impactos com as informações nela contidas, assim
nicação eficiente e, por consequência, evidência a
como foi há décadas atrás com a internet.
importância de alocarmos recursos.
Para isso, é necessário falar sobre a comu-
Outro ponto importante quando se trata da
nicação organizacional e o marketing aplicado nas
integração entre a comunicação e o marketing, é a
instituições, saber sobre os sistemas de informações
seleção de uma boa mídia para veiculação. Fato que
e afunilar o assunto para as mídias sociais, que são:
abrange a decisão sobre a cobertura, a frequência
o Instagram e o Facebook, e finalizar a parte teórica
e o impacto; a escolha entre os tipos principais de
com as gestões de mídias, métricas e ferramentas.
mídia e a seleção dos veículos de comunicação es-
2.1 Comunicação organizacional e marketing pecíficos e, após isso, os resultados dessas escolhas
precisam ser avaliados (KOTLER, 2000).
Atualmente, a comunicação assume uma
A escolha da mídia envolve encontrar a mais
valiosa importância, sobretudo devido à presença
eficaz em termos de custos. O efeito das exposições
constante dos meios de comunicação social na vida
sobre a conscientização do público depende da co-
pessoal e profissional das pessoas.
bertura, da frequência e do impacto, como já citado
Para Pimenta (2004) a comunicação é mul-
anteriormente. A cobertura indicará o número de
tidisciplinar, envolvendo métodos e técnicas de re-
pessoas atingidas pelo que foi exposto na mídia, pelo
lações públicas, jornalismo, assessoria de imprensa,
menos uma vez. A frequência indicará o número de
propaganda, promoções, pesquisa e marketing.
vezes durante determinado período de tempo em que
Uma boa organização deve possuir um sis-
uma pessoa é exposta à mensagem. E, por último, o
tema de comunicação interno eficiente, já que os
impacto indicará o valor da qualidade de uma expo-
principais erros e distorções cometidos dentro das
sição através de determinado meio (KOTLER, 2000).
empresas são resultados de comunicações inábeis. 
Antigamente, o marketing clássico era asso-
Flatley, Rentz e Lentz (2015) afirmam que as
ciado principalmente a veiculação através de televi-
atividades de comunicação devem ocorrer na se-
são e rádio. Hoje, é necessária uma integração com
guinte ordem: (1) percepção de necessidade de se
novos meios digitais de comunicação na internet, já
comunicar, (2) definição da situação, (3) avaliação
que a maioria da população possui acesso a algum
das possíveis estratégias de comunicação, (4) esco-
desses meios.
lha da forma de ação, (5) redação da mensagem e
Quase todas as grandes empresas se encon-
(6) envio da mensagem.
tram conectadas à internet, através de redes sociais,
No que tange a comunicação externa, o
e-commerce, portais, entre outros. Isso faz com que
3º SIMPIF

marketing pode ser um forte aliado para auxiliar as


os clientes tenham um maior acesso às informações
organizações a identificar as preferências do públi-
da empresa e se transformem mais facilmente em
co-alvo, buscando atingi-los por meio de canais de
potenciais consumidores.
comunicação cada vez mais direcionados a eles.
Para Kotler (2000, p. 572), ao se definir uma 2.2 Sistemas de informação
comunicação para ação de marketing é preciso (1)
Para Stair e Reynolds (2011, p.3) “um Siste-
identificar o público-alvo; (2) determinar os objeti-
ma de Informação é um conjunto de componentes

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inter-relacionados que coleta, manipula, armazena e ção de dados, níveis e controle de acesso das infor-
dissemina dados e informações e fornece um meca- mações (REZENDE E ABREU, 2010).
nismo de realimentação para atingir um objetivo”. Os A Tecnologia da Informação traz recursos
componentes desse sistema podem ser observados que mudam o dia-a-dia das pessoas, facilitando o
na Figura 1. trabalho, o entretenimento e a interação social. A

Figura 1 - Componentes de um sistema de informação. internet vem como uma de suas principais ferramen-
tas, revolucionando as formas de relacionamento e
favorecendo as empresas em redução de custos, já
que essa ferramenta aproxima as pessoas e facilita
a comunicação.

2.2.1 A internet

Fonte: Adaptado de Stair e Reynolds (2011).


A internet começou a ser utilizada em 1964,
Os Sistemas de Informação são utilizados em plena Guerra Fria. Para fins comerciais, sua uti-
nas mais variadas profissões, na busca de alcançar lização partiu dos anos 1990 e começou a impactar
clientes em diversos locais do mundo, auxílio para fortemente essa área. Hoje, independente da carrei-
tomada de decisões gerenciais, anúncio de produtos, ra profissional seguida, a internet é indispensável
redução de custos, entre outros, ou seja, são ferra- para a execução das atividades.
mentas indispensáveis para alcançar determinados Ela pode ser definida como a maior rede de
objetivos profissionais (STAIR E REYNOLDS, 2011). computadores do mundo, sendo um conjunto de
Entende-se que os Sistemas de Informação redes interconectadas, que transmite dados de um
se traduzem em tecnologias benéficas tanto para as computador (servidor) para outro (STAIR E REY-
empresas como para as pessoas a ela vinculadas, NOLDS, 2011).
melhorando o desempenho do serviço prestado e Sua aplicação transpassa as mais diversas
trazendo um controle assertivo das operações. áreas, podendo ser utilizada para: enviar e-mails,
Aliado a isso, é essencial citar a Tecnologia serviços de atendimento ao consumidor, jogos, edu-
da Informação (TI), que segundo Rezende e Abreu cação à distância e treinamento, música, pesquisas,
(2010, p.54) “são recursos tecnológicos e computa- e-commerce, portais de notícias, entre outros (MAT-
cionais para geração e uso da informação”. Essa tec- TOS, 2010).
nologia é indispensável para desenvolver Sistemas Seu surgimento provocou transformações na
de Informação eficientes e eficazes, que auxiliem a maneira como as empresas operam e como a socie-
empresa em seus diversos setores. dade evolui, ela mudou a forma como as pessoas se
As Tecnologias da Informação possuem di- relacionam e o jeito de enxergar o mundo, que está
versos componentes, sendo eles: hardware, softwa- cada vez mais globalizado.
re, sistemas de telecomunicações e gestão de dados Para Kotler (2000, p. 397), a capacidade de
e informações. O hardware é um conjunto integrado alcance das empresas, independente do tamanho,
de dispositivos físicos, como por exemplo, o mouse. foi ampliada com a popularização da Internet. Ain-
3º SIMPIF

Já o software pode ser definido de forma rasa como da segundo o autor, a Internet se tornou um instru-
os programas de computador, como por exemplo, o mento desde para obter gratuitamente informações
Excel. Os sistemas de telecomunicações se referem e diretrizes para exportação e realizar pesquisas de
a comunicação eletrônica, seja ela através de rádio, mercado, até para oferecer a clientes de áreas dis-
televisão ou computador. E, por último, a gestão de tantes um processo seguro para solicitar produtos e
dados e informações envolve a guarda e recupera- efetuar o pagamento.

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A internet possibilita um fácil e ágil acesso à 2.3.1 Instagram


informação, tendo em vista que é um meio onde as
O Instagram, desde 2010, é uma das redes
notícias se disseminam rapidamente. Esse aspecto é
sociais que permitiu transformar as antigas formas
valioso, já que as pessoas podem ter acesso às infor-
de armazenar fotografias em uma moderna platafor-
mações em tempo real, de qualquer lugar do mundo.
ma virtual de compartilhamento de imagens e vídeos,
Além disso, pode ser muito útil para a comunicação
além de proporcionar todas as ferramentas de comu-
empresarial, integrando as pessoas de dentro e de
nicação de uma rede social. Para Silva (2012, p.2), o
fora das organizações.
Instagram “é um meio permeado de subjetividades
2.3 Mídias sociais que se constroem narrativamente”, permitindo
assim, a construção de uma persona, que pode ser
As mídias sociais são frutos da internet que
visualizada e analisada por pessoas de todo o mundo.
surgiram com o intuito de possibilitar a interação e
O Instagram, segundo Kotler, Kartajay e Se-
participação entre os usuários. Para Kotler, Karta-
tiawan (2017, p. 36) “faculta aos usuários mostrar
jay e Setiawan (2017, p. 24) “no mundo on-line, as
e compartilhar suas experiências como clientes,
mídias sociais redefiniram o modo como as pessoas
inspirando outros consumidores da mesma classe,
interagem entre si, permitindo que desenvolvam re-
ou de uma classe inferior, a buscar uma experiência
lacionamentos sem barreiras geográficas e demo-
semelhante”.
gráficas”. Exemplos delas são as que Quintanilha
Com o aumento de usuários, o Instagram
(2012) cita em seu site: “blogs, microblogs (Twit-
inovou para que as pessoas jurídicas pudessem ter
ter), redes sociais (Facebook e Instagram), fóruns,
um melhor aproveitamento do aplicativo na busca de
e-groups, instant messengers, wikis, sites de com-
atrair mais consumidores, juntamente com suas es-
partilhamento de conteúdo multimidia (YouTube,
tratégias de marketing. Ele desenvolveu linguagens,
Flickr, SlideShare, Vimeo).” 
conceitos e processos da comunicação publicitária
Até o começo do século XXI, as viagens tu-
para atrair o público-alvo (OLIVEIRA, 2014).
rísticas duravam dias, hoje, só se faz necessário um
O ato de comentar e “curtir” algumas ima-
clique para conhecer a França, os Estados Unidos
gens, que podem vir com legendas informativas ou
da América, a Índia, a Austria, e o Egito, sem pre-
frases criativas, ao se tornar constante, cria apro-
cisar sair do lugar. Essa viagem aos cinco continen-
ximação e confiança entre os indivíduos e, também
tes pode servir para proporcionar bons exemplos de
causa a fidelização dos clientes, principalmente
inclusão social e colaborações globais inovadoras
aqueles que trazem um feedback sobre alguma dúvi-
(Kotler, Kartajay e Setiawan, 2017).
da, por exemplo (OLIVEIRA, 2014).
Com a possibilidade de interação entre usuá-
rios, muitas empresas viram espaço para usar suas 2.3.2 Facebook
publicidades e atingir mais clientes, além de estrei-
O Facebook surgiu em 2004 e, desde então,
tar as relações clientes-marca. 
sofre atualizações advindas das necessidades cres-
A partir da intensificação da participação das
centes dos usuários. Ao longo dos anos, a populari-
empresas nas mídias sociais surgiram vários estu-
3º SIMPIF

dade foi aumentando e surgiu a interação entre pes-


dos, principalmente na área de marketing, para des-
soa física e pessoa jurídica.
vendar as melhores estratégias para chamar aten-
Kotler, Kartajay e Setiawan (2017, p.64) afir-
ção, motivar o interesse e gerar necessidade para as
mam que em um breve estudo se percebeu que “no
pessoas (Kotler, Kartajay e Setiawan, 2017). 
Facebook, os consumidores tomaram a decisão de
‘confirmar’ ou ‘ignorar’ os pedidos desses ‘amigos’

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virtuais. Isso demonstra o relacionamento horizontal ser dinâmico, personalizado, permitir mensuração e
entre marcas e consumidores.” também engajamento (REDAÇÃO MENTALIDADE EM-
Houve então o surgimento das Fanpages, PREENDEDORA , 2015). Esse tipo de gestão já é um
que são páginas utilizadas como vitrine para expor dos serviços vendidos em empresas de assessoria
a marca ou empresa, uma boa estratégia de vendas de marketing.
já que “segundo o IBOPE, o Facebook responde por O segundo termo a ser comentado é a mé-
73,5% da audiência das redes sociais no país.” (Sil- trica, para Kotler, Kartajay e Setiawan (2017, p. 94)
va et al 2015, apud Rocha, 2013) esse método “deve ser introduzido para resolver os
Uma das estratégias conhecidas no marke- problemas das medições atuais.”  e Ribeiro (2018,
ting é o boca a boca, no mundo da internet não po- p.1) coloca as métricas como “formas de mensura-
deria ser diferente e como constata Kotler, Kartajay ção que permitem saber se suas estratégias estão
e Setiawan (2017, p. 27) “pesquisas recentes em alcançando os resultados esperados.”. As métricas
diferentes setores mostram que a maioria dos con- estão no Facebook e no Instagram de forma gratuita,
sumidores acreditam mais no fator social (amigos, são informações que as páginas empresariais dispo-
família, seguidores do Facebook e do Twitter) do que nibilizam para aqueles que gerenciam.
nas comunicações de marketing”. O Google disponibiliza um serviço conhecido
Levando para o ambiente público, verificou-se como Google Analytics, que é “uma importante fer-
através de um estudo da Universidade de Illinois que ramenta de análise para monitorar, com eficiência,
em quase nove das dez maiores cidades dos Estados sua atuação online e traçar estratégias consisten-
Unidos, o Facebook e o Twitter foram utilizados pelos tes” (MACHADO, 2018, p.1).
poderes públicos locais no ano de 2011 (Silva et al E por último, as ferramentas são usadas além
2015, apud Govtec, 2012). dos aplicativos de mídias sociais, “possibilitando oti-
No Brasil, os poderes públicos não seguiram mizar, melhorar e até mesmo automatizar processos
os mesmos passos, tendo em vista que esse setor que, até então, levariam horas para ser concluídos.”
passa por processos bastante burocráticos, no (Automação de vendas, 2018)
entanto, “a popularidade do Facebook entre os bra- As empresas que não tem conhecimento so-
sileiros têm tornado a participação das instituições bre esses assuntos podem contratar tanto serviços
públicas nesta rede social digital uma necessidade como também ferramentas que expõem as métricas.
e até uma obrigação para se estabelecer relaciona- Associando as mídias sociais citadas ante-
mentos bidirecionais.” (NASCIMENTO, 2013, p. 950)  riormente com o Facebook vê-se que as ferramentas
Outro argumento para embasar a necessida- presentes são ‘curtir‘, ‘compartilhar‘ e ‘comentar‘
de de integrar a gestão pública no Facebook é o fato (Recuero, 2014); No Instagram tem o curtir, comen-
dos órgãos públicos estarem aceitando e procuran- tar, hastags (#), rt e @, além de aplicativos e sites
do adentrar as redes sociais, pesquisas do Mapa da que podem auxiliar no alcance das postagens.
Comunicação de 2011 apontaram um crescimento
3. Método da pesquisa
nos órgãos públicos (NASCIMENTO, 2013).
O trabalho tem o intuito de identificar o im-
3º SIMPIF

2.3.3 Gestão de mídias, métricas e ferramentas


pacto dos canais de comunicação utilizados pelo
Os termos a seguir são novos no mundo IFPB campus João Pessoa. E, para isso, a pesquisa
acadêmico e foram métodos que começaram a ser segue diretrizes metodológicas como: classificação,
utilizados para futuramente se tornarem um conteú- abordagem, tipo de pesquisa, universo, amostragem
do a ser estudado, o primeiro é a gestão de mídias, e amostra, além dos instrumentos utilizados para a
derivado de um dos métodos do marketing, que é coleta de dados.
o online, que tem como importantes características

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No que tange a classificação da pesquisa, ela ou fechado, nesse caso, utilizou-se o questionário
é definida como de campo, já que visa a geração de disponibilizado gratuitamente pelo Google, conten-
conhecimentos úteis através da coleta de dados jun- do em sua maioria perguntas fechadas.
to a pessoas, e depois, realizar a análise e a interpre-
4. Resultados da pesquisa
tação desses dados (PEREIRA, 2007).
No que diz respeito à abordagem do proble- Com a disseminação do questionário, obteve-
ma, a pesquisa é definida como quali quantitativa, -se um total de 149 respondentes, sendo eles dis-
já que há uma mensuração numérica para cumprir centes de dez cursos do ensino superior diferentes
os objetivos do trabalho, que são traços de pesquisa oferecidos pelo IFPB, demonstrados no Gráfico 1.
quantitativa e, há também a busca pelo entendimen-
Gráfico 1 - Total de respondentes e respectivos cursos
to detalhado de certos acontecimentos, que seriam superiores.
traços de pesquisa qualitativa (PEREIRA, 2007).
O método empregado na pesquisa foi o indu-
tivo, que segundo Markoni e Lakatos (2010), parte
de planos mais abrangentes para questões particu-
lares, como por exemplo a teoria (conexão ascen-
dente).
Segundo seus propósitos mais gerais, a pes-
quisa foi classificada como descritiva, já que tem por
objetivo verificar relações entre variáveis e, além dis-
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
so, também possui traços de pesquisa explicativa,
já que busca identificar os fatores que determinam Através do Gráfico 1, observa-se que a maio-
para a ocorrência de alguns fenômenos (GIL, 2017). ria das respostas obtidas foram provenientes dos
Os tipos de pesquisa utilizados foram a cursos de Administração (47,7%), Engenharia Elé-
pesquisa bibliográfica e o levantamento. Para Gil trica (20,8%), Designer de Interiores (11,4%) e Au-
(2017), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com tomação Industrial (7,4%).
base em materiais já publicados, incluindo livros e A primeira e a segunda pergunta do questio-
revistas, por exemplo. E, o levantamento envolve  a nário visavam descobrir, respectivamente, qual o pri-
solicitação de informações a um grupo de pessoas, meiro e o segundo equipamento ou dispositivo mais
acerca do problema estudado, para chegar a conclu- utilizado pelos discentes. Através disso, obteve-se
sões mediante dados obtidos. um percentual de 87,9% para celular ou smartphone
Quanto ao universo, a pesquisa considerou próprio como primeiro equipamento, e um percen-
o Instituto Federal da Paraíba campus João Pessoa tual de 63,1% para computador ou notebook pró-
e, para calcular a amostra, utilizou-se a calculadora prio como segundo equipamento.
de tamanho de amostra do site Survey Monkey (ht- Como a internet é um meio bastante utiliza-
tps://pt.surveymonkey.com/mp/sample-size-cal- do para disseminação de informações, buscou-se
culator/), chegando ao valor de 132 respondentes averiguar quantas vezes por semana os discentes
3º SIMPIF

numa população de 3.000 pessoas, com 90% de ní- pesquisados possuem acesso à internet. Dos 149
vel de confiança e 7% de margem de erro. respondentes, 96,6% afirmaram que acessam a in-
Para a reunião das informações no campo da ternet mais de 4 vezes por semana, o que se configu-
pesquisa, o instrumento de coleta de dados utilizado ra como ponto positivo, já que a internet é um meio
foi o questionário. Segundo Santos (2002), o ques- de fácil e ágil propagação de notícias e informações.
tionário se caracteriza por um conjunto de itens or- Com o intuito de abranger o principal objetivo
denados e bem apresentados, podendo ser aberto deste trabalho, questionou-se sobre a primeira e a

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 715


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
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segunda mídia social mais utilizada pelos discentes Com o intuito de conhecer a confiabilidade
para obter informações sobre o Instituto, respectiva- dos estudantes nas mídias sociais utilizadas pelo
mente, e os resultados obtidos podem ser observa- Instituto, questionou-se sobre o grau de confiabili-
dos no Gráfico 2. dade no site, Instagram e Fanpage, e obteve-se os

Gráfico 2 - Primeira e segunda mídia social mais acessadas. resultados demonstrados no Gráfico 4.

Gráfico 4 - Grau de confiabilidade das mídias sociais.

Fonte: Dados da pesquisa (2019).


Fonte: Dados da pesquisa (2019).

Observa-se que a mídia social mais utilizada Mais uma vez observa-se o cruzamento das
pelos respondentes é o site do IFPB, tendo ficado respostas, demonstrando que os respondentes con-
em primeiro lugar nas duas perguntas. E a segunda fiam muito no site, confiam muito no Instagram e
mídia é o Instagram, demonstrando que o Instituto confiam um pouco menos na Fanpage, mostrando
pode focar a distribuição de suas informações nes- mais uma vez a importância de o Instituto Fede-
ses dois meios, principalmente. ral vincular informações através desses dois meios
Com a intenção de confirmar as informações principais elencados pelos respondentes.
fornecidas pelos estudantes nas perguntas anterio- Buscou-se descobrir se os discentes disse-
res, questionou-se sobre a quantidade de vezes que minam informações que recebem sobre o IFPB. A
os mesmos acessam o Site, o Instagram e a Fanpage resposta “sim” foi dada por 63 estudantes e a res-
do IFPB campus João Pessoa, as respostas obtidas posta “não” foi dada por 86 estudantes. Os percen-
podem ser observadas no Gráfico 3. tuais das respostas obtidas podem ser observados
Gráfico 3 - Mídias sociais e número de acessos por semana. no Gráfico 5.

Gráfico 5 - Disseminação de informações através dos


discentes.
3º SIMPIF

Fonte: Dados da pesquisa (2019).

De fato, observa-se que o site é a mídia mais


acessada, seguida pelo Instagram e em terceiro lu-
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
gar, a Fanpage. Tais resultados combinam com os
resultados obtidos no Gráfico 2, demonstrando fun- Através do gráfico, percebe-se que a maioria
damento e confiabilidade nas respostas obtidas. dos estudantes não compartilham as informações

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 716


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
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que recebem sobre o campus João Pessoa. Para os Gráfico 7 - Whatsapp institucional.
estudantes que responderam “sim”, foi feita uma
pergunta aberta adicional questionando o meio uti-
lizado para vincular a informação. Entre os que res-
ponderam “sim”, 61 informaram o meio utilizado
para disseminar as informações e apenas 2 optaram
por não responder. Alguns estudantes citaram mais
de um meio. As formas de divulgar informações mais
utilizadas pelos estudantes podem ser observadas
no Gráfico 6.

Gráfico 6 - Meios que os estudantes disseminam informa-


ções sobre o campus. Fonte: Dados da pesquisa (2019).

A última pergunta aberta do formulário foi


desenvolvida com o intuito de coletar sugestões dos
discentes de como melhorar a comunicação no IFPB.
As principais respostas obtidas podem ser observa-
das no Quadro 1.

Quadro 1 - Respostas obtidas pelos discentes.

“A comunicação no Instituto apresenta


muitas falhas, não apenas pela má utili-
zação das mídias digitais na internet, mas
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
também pela falta de atenção dos gestores
para com o corpo discente, as informações
Como pôde ser visto, o meio mais utilizado Resposta 1 chegam a não serem divulgadas em tempo
pelos estudantes é o Whatsapp, ficando com 34 res- hábil, muitas informações importantes aca-
bam não chegando aos alunos, os quadros
postas, seguido do Instagram com 18 respostas e de aviso não são bem utilizados... Ou seja,
não adianta investir em rede social na inter-
em terceiro o Facebook com 7 respostas. Houveram
net e não gerir de forma correta.”
ainda respondentes que citaram que divulgam as “Comunicado sobre assuntos específicos
informações por “todos os meios possíveis”, “rede Resposta 2 via e-mail, principalmente, assuntos de re-
cessos e dias não letivos.”
social” e “fontes confiáveis”.
“O site do IFPB às vezes é muito difícil de
Além disso, foi indagado se os estudantes encontrar o que se procura, por exemplo eu
possuíam conhecimento do Whatsapp institucional, Resposta 3 nunca achei os resultados da monitoria por
lá através da UAG, e por acidente encontrei
e obteve-se um percentual de 96,6% para “não” e no Instagram do IFPB.”
apenas 3,4% para “sim”. Resposta 4 “Totens informativos no campus.”
Resposta 5 “Deixar mais intuitivo o site do IFPB.”
Ademais, perguntou-se se os estudantes uti-
Resposta 6 “Melhora de informações no site do IFPB.”
lizam o Whatsapp institucional caso fosse disponibi- “Realizar comunicação com grande pe-
lizado para os mesmos, as respostas obtidas podem ríodo de antecedência de fatos, reuniões,
cancelamentos e inscrições Seja através
ser vistas no Gráfico 7. de caixas acústicas, impressos ou e-mails.
3º SIMPIF

A instituição restringe de início algumas.


comunicações a determinado público,
Resposta 7 quando deveria ser amplamente divulgado
a comunidade acadêmica (principalmente
de docentes para discentes) onde muitos
docentes aumentam a divulgação da infor-
mação quando próximo a encerramentos
ou simplesmente restringe a informação.
Absurdo.”

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“Ser mais divulgado oportunidades diver- aproveitada para disseminar informações de forma
Resposta 8
sas disponíveis para o estudante.” rápida e eficiente.
“Criar um espaço no site para tirar dúvidas
Resposta 9 Outro ponto a se destacar é sobre o What-
referentes as notícias postadas.”
Resposta 10 “Twitter.” sapp institucional, que a maioria do corpo discente
Resposta 11 “Poderia ter um chat no próprio site do IFPB.”
afirmou que não conhecia o recurso e que caso fosse
Resposta 12 “Whatsapp institucional para discentes.”
“Um re-layout na aparência do site seria in-
disponibilizado, fariam uso do mesmo. Tal aspecto é
Resposta 13 teressante para que se encontre mais facil- bastante positivo pois o Whatsapp é um aplicativo
mente as informações.”
de fácil utilização e disseminação e que atualmente
“Além do grupo no Whatsapp, sugiro um
grupo no Telegram, apesar de menos pes- o número de usuários é relativamente grande, o que
Resposta 14 soas utilizarem, o aplicativo permite a inser-
ção de muito mais pessoas, milhares, num facilita para divulgação de notícias e também para
mesmo grupo.” atingir um público maior e em menos tempo.
“Não tenho certeza se já existe (se existe,
não tenho conhecimento até então), mas
Além disso, outro aspecto importante foram
irei sugerir que: seria interessante se o IFPB as sugestões dos respondentes para melhorar a
possuísse um canal no YouTube e produzis-
se um conteúdo atual a respeito do(s) Cam- comunicação no campus João Pessoa, sendo a de
pus e dos cursos. Embora seja necessário a maior destaque com relação ao site. Os discentes al-
mobilização de pessoas (alunos ou funcio-
nários) e de equipamentos (câmera - para mejam um site com navegação mais intuitiva, maior
ter uma boa qualidade de imagem e gra- facilidade na localização de informações e local para
vação -, microfone, etc) para isso, entendo
que pode não ser possível, mas supriria a tirar dúvidas disponível no site.
Resposta 15 curiosidade de pessoas que: são novatas ou
Outra sugestão importante foi a de colocar
que possuem interesse em estudar na insti-
tuição. Por exemplo: gravar um vídeo explo- totens informativos dispostos pelo Instituto, no in-
rando os espaços da biblioteca (as seções
de livros; os espaços para estudo; a impres- tuito de melhorar a comunicação e a divulgação de
sora antiga e sua história, vulgo: “a última notícias e recados importantes, evitando assim, cho-
impressão é a que fica”; etc) e explicando
como funciona o processo de pegar um livro que de informações diferentes.
emprestado ou esclarecer o funcionamen- Em virtude do que foi exposto, constata-se
to do SUAP, realizando entrevistas sobre as
primeiras impressões das pessoas com o que este estudo foi significativo pois trouxe para a
sistema.”
instituição informações sobre a preferência dos alu-
Fonte: Dados da pesquisa (2019).
nos e os meios que eles mais utilizam para obter in-
Ao observar o Quadro 1, vê-se com as 15 res- formações sobre o campus, fornecendo apoio para
postas selecionadas que houve diversas sugestões a tomada de decisões da instituição no que tange
por parte dos alunos, desde detalhes pequenos a aspectos comunicativos. Além disso, trouxe também
serem acrescentados aos meios já existentes, até a sugestões de melhorias advindas dos discentes, que
criação de outras formas de comunicação como pro- utilizam diariamente os serviços da instituição.
posição de melhorias para o campus.
Referências
5. Conclusão/Considerações
AUTOMAÇÃO DE VENDAS. 7 ferramentas de gestão
de Redes Sociais que você precisa conhecer (pagas
Através do que foi exposto, conclui-se que a
e gratuitas). Disponível em: <https://automacaode-
mídia que causa o maior impacto e a mais utilizada
3º SIMPIF

vendas.com/gestao-de-redes-sociais/>. Acesso em:


pelos alunos é o site do Instituto Federal da Paraí- 5 mai 2019.
ba, tendo ficado em primeiro lugar tanto na primeira
CARDOSO, Onésimo de Oliveira. Comunicação em-
quanto na segunda mídia social mais utilizada. presarial versus comunicação organizacional:
Destaca-se também a importância do Insta- novos desafios teóricos. Revista de Administra-
gram, que é uma rede social com crescimento diário ção Pública,  Rio de Janeiro,  v. 40,  n. 6,  p. 1123-
1144, Dez. 2006.
e bastante utilizada, e é a segunda rede social mais
utilizada pelos estudantes do campus, podendo ser

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ADMINISTRAÇÃO | GESTÃO

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RECUERO, Raquel. Curtir, compartilhar, comen-


tar: trabalho de face, conversação e redes sociais

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 719


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
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Camila da Silva Paula


Planejamento financeiro pessoal,
[email protected] educação financeira, hábitos de consumo
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa e propensão ao endividamento de
Ester Cristina Dos Santos Silva
servidores públicos de João Pessoa
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
Resumo
Rayara Valéria Sales Neves
[email protected] O presente estudo tem como objetivo analisar a situação financeira
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa de servidores públicos da Paraíba. Especificamente, buscou-se ca-
racterizar o perfil sociodemográfico, investigar como os servidores
Yanick Ramos de Oliveira Silva
[email protected] realizam planejamento financeiro e analisar o nível de educação fi-
Instituto Federal de Educação, Ciência e nanceira, os hábitos de consumo e a propensão ao endividamento
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
desses servidores públicos. A coleta dos dados foi realizada por meio
Rebeca Cordeiro da Cunha Araújo de questionário de perguntas fechadas, aplicado a uma amostra de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e 120 servidores de quatro instituições públicas da Paraíba: Instituto
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Tribunal de
Contas do Estado da Paraíba, Tribunal Regional Eleitoral do Estado
da Paraíba e Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado
da Paraíba. Os resultados apontam que os respondentes possuem um bom nível de praticabilidade de plane-
jamento financeiro pessoal e apresentam um nível de educação financeira tendendo a padrões satisfatórios.
Os participantes raramente têm o hábito de consumir além da necessidade e, a maior parte deles, nunca ou
raramente possuem dívidas em atraso.

Palavras-chave: Finanças Pessoais. Educação Financeira. Planejamento financeiro. Endividamento. Servidores


Públicos.

Abstract

This study aims to analyze the financial situation of public servants of Paraíba. Specifically, we sought to cha-
racterize the sociodemographic profile, investigate how servants perform financial planning and analyze the
level of financial education, consumption habits and propensity for debt of these public servants. Data collec-
tion was performed through a closed question questionnaire, applied to a sample of 120 employees from four
public institutions in Paraíba: The Paraíba Federal Council of Education, Science and Technology, Paraíba State
Court of Auditors, Paraíba State Electoral Court and Paraíba State Regional Council of Veterinary Medicine. The
results indicate that the respondents have a good level of practicality of personal financial planning and have
a level of financial education tending to satisfactory standards. Participants rarely have a habit of consuming
beyond necessity, and most never or rarely have arrears.

Keywords: Personal Finance. Financial Education. Financial Planning. Indebtedness. Public Servants.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 720


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1. Introdução cargo público parece ser visto pelas empresas for-


necedoras de crédito como renda garantida, é um
Administrar e entender a importância de um
aspecto relevante que deve ser considerado na ela-
planejamento financeiro pessoal apresenta-se como
boração de estudos voltados a essa temática.
um desafio constante para boa parte da população
Diante disso, o presente estudo tem como ob-
brasileira. Dentro do cenário econômico brasileiro,
jetivo geral analisar a situação financeira dos ser-
seis em cada dez pessoas admitem que nunca, ou
vidores públicos de algumas instituições públicas
pelo menos às vezes, dedicam tempo para controlar
localizadas no estado da Paraíba, são elas: Instituto
sua vida financeira. Além disso, 17% dos consumi-
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraí-
dores precisam usar cartão de crédito, cheque espe-
ba - Campus João Pessoa, Tribunal Regional Eleitoral
cial ou fazer empréstimos para conseguir pagar as
da Paraíba, Tribunal de Contas do Estado da Paraíba
contas do mês. (AGÊNCIA BRASIL, 2018)
e Conselho Regional de Medicina Veterinária. Como
Já o levantamento da Confederação Nacional
objetivos específicos, pretende-se: caracterizar o
de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Prote-
perfil sociodemográfico dos servidores; investigar
ção ao Crédito (SPC Brasil), feito em parceria com
se os servidores realizam planejamento financeiro;
o Banco Central do Brasil (BCB), constatou que o
analisar o nível de educação financeira e o impacto
número de brasileiros que acompanham e analisam
nas transações financeiras pessoais; e verificar o há-
seus ganhos e gastos por meio de um orçamento
bito de consumo e o endividamento dos servidores
cresceu, passando de 55% em 2017 para 63% ao
públicos.
final de 2018. Entretanto, apesar do crescimento de
Segundo Pires (2007, p. 13) “as finanças
pessoas que analisam e controlam seus gastos, mais
pessoais têm por objeto de estudo e análise as con-
de um terço (36%) dos brasileiros não administram
dições de financiamento das aquisições de bens e
as próprias finanças.
serviços necessários à satisfação das necessidades
Nesse contexto, de acordo com a pesquisa
e desejos individuais”. Sendo assim, o estudo irá de-
desenvolvida pela Serasa Experian (2018), o índice
monstrar a importância de se analisar questões que
de consumidores inadimplentes no país teve aumen-
englobam a administração de finanças pessoais na
to de 1,98%, de junho de 2017 para junho de 2018.
perspectiva dos servidores públicos situados na ci-
Em relação ao montante, foi constatado uma média
dade de João Pessoa - PB, a fim de contribuir e apri-
de quatro dívidas por CPF, totalizando R$ 4.426 por
morar o conhecimento dos servidores em relação a
pessoa.
essa temática tão complexa e que pode vir a se tor-
A propensão ao endividamento se faz presen-
nar um grande problema a esses indivíduos.
te em todas as classes trabalhistas, tendo sua re-
levância evidente também no âmbito dos servidores 2. Referencial teórico
públicos. Diante disso, dentre os vários fatores que
Esse tópico aborda o embasamento teórico
podem causar este problema, a falta de um plane-
em que se referencia esta presente pesquisa, sen-
jamento financeiro pode ser um dos principais res-
do subdividido em quatro temáticas: Planejamento
ponsáveis pelo endividamento desses indivíduos.
Financeiro Pessoal, Educação Financeira, Hábitos de
3º SIMPIF

Além disso, os servidores públicos devem lutar con-


Consumo e Propensão ao Endividamento.
tra comportamentos excessivos de consumo muitas
vezes provocados pela estabilidade financeira que 2.1.1 Planejamento financeiro pessoal
é proporcionada a esse segmento. Nesse contexto,
de acordo com Furlan (2009 apud Silva, Silva Neto Planejar consiste em organizar ou elaborar

e Araújo, 2017) a facilidade que servidores públicos um plano para que se possa realizar ações progra-

possuem para obter crédito, tendo em vista que o madas e mais assertivas acerca de algo. Para Hor-
ngren, Foster e Datar (2000, p. 3 apud Lavarda e

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 721


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
ADMINISTRAÇÃO | GESTÃO

Pereira, 2011, p. 42) planejamento é definido como 2.1.2 Educação financeira


“a escolha de metas, a previsão de resultados sobre
Saber gerenciar a situação financeira é um
vários caminhos de obtenção dessas metas e, por
passo importante para tomar decisões conscientes,
conseguinte, a decisão de como atingir as metas
baseando em sua capacidade de honrar os compro-
desejadas”. Diante disso, o planejamento financeiro
missos sem necessitar comprometer o orçamento
pessoal tem por finalidade promover ações progra-
futuro, priorizando a segurança no que tange as pro-
madas que contribuam positivamente com o uso dos
jeções financeiras. Para isso, é preciso aprender e
recursos financeiros de cada indivíduo.
colocar em prática o mais breve possível, técnicas
De acordo com Gitman (2001, p.434) o pla-
que auxiliem o processo de educação financeira.
nejamento financeiro “é um aspecto importante das
Segundo o Banco Central do Brasil, educa-
operações das empresas e famílias, pois ele ma-
ção financeira é “o processo mediante o ​qual con-
peia os caminhos para guiar, coordenar e controlar
sumidores e investidores financeiros melhoram a
as ações das empresas e famílias para atingir seus
sua compreensão sobre produtos, conceitos e riscos
objetivos”. Além disso, Gitman (2001, p.434) acres-
financeiros e, por meio de informação, instrução ou
centa que “o processo de planejamento financeiro
aconselhamento objetivo, desenvolvem as habilida-
começa com planos financeiros de longo prazo, ou
des e a confiança necessárias para se tornarem mais
estratégicos, que por sua vez guiam a formulação de
cientes dos riscos e oportunidades financeiras, para
planos em curto prazo ou operacionais”. Nesse con-
fazer escolhas baseadas em informação, saber onde
texto, o planejamento financeiro pessoal não é algo
procurar aju​da e realizar outras ações efetivas que
intangível, trata-se de um plano que pode ser reali-
melhorem o seu bem-estar financeiro.”
zado por cada indivíduo tomando como base seus
Em outras palavras, a educação financeira é
próprios valores e objetivos, a fim de alcançá-los,
um tema de fundamental importância que precisa
sendo eles de curto, médio ou longo prazo (FRAN-
ser discutido frequentemente, demonstrando princi-
KENBERG, 1999 apud LEAL E NASCIMENTO, 2013).
palmente a importância do dinheiro, e uma série de
Realizar um planejamento financeiro pessoal
variáveis que o envolve como por exemplo, como ad-
não é fácil, tendo em vista que para colocá-lo em
ministrá-lo, ganhar, gastar, poupar e consumi-lo de
prática é necessário que o indivíduo tenha cons-
forma consciente (Lelis 2006, Medeiros 2003, apud
ciência do quanto a elaboração do planejamento fi-
CLAUDINO et al., 2015).
nanceiro é importante, pois através dele é possível
Educar financeiramente, sobretudo servido-
possuir um maior controle dos recursos financeiros
res públicos que possuem renda estável, é uma ta-
e administrá-los de modo que as necessidades bási-
refa bastante complicada tendo em vista além das
cas de cada um sejam atendidas.
facilidades de créditos, a resistência em mudar seus
Através de pesquisas realizadas pela Organi-
hábitos de consumo. Pesquisas realizadas pelo Ser-
zação para Cooperação e Desenvolvimento Econô-
viço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Con-
mico (OCDE), foram estabelecidos alguns princípios
federação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)
e recomendações de educação financeira que, em
reforçam esse pensamento ao revelar que 45% dos
se tratando do planejamento financeiro, foi definido
3º SIMPIF

brasileiros admitem não fazer um controle efetivo do


que para se realizar um planejamento financeiro é
próprio orçamento, como também que a maioria dos
preciso que o indivíduo tenha acesso a uma educa-
brasileiros vivem no limite do orçamento.
ção financeira que o auxilie a tomar decisões em re-
Matta (2007), ressalta que diante do cená-
lação a poupança, endividamento, contratação de
rio nacional atual é crescente a necessidade de uma
seguros, bem como conceitos elementares de mate-
atenção imediata por parte do governo e da socie-
mática e economia (OCDE, 2005 apud SAVOIA; SAI-
TO,SANTANA, 2007).

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dade organizada em relação a informação financeira indiscutível. O que inspira no discurso adotado pelos
ofertada para a população. consumidores nas ações de compra visando uma
Por fim, Lucci, Zerrenner, Verrone e Santos, economia em função dos gastos realizados (CORTI-
(p. 5) reforçam que a conscientização da população NA, 2002, apud GONÇALVES, 2012, p. 67).
é necessária e a educação financeira pode ajudar as Passos (2012), relata que Keynes, em sua
pessoas a terem consciência de todas as variáveis obra “A teoria geral do emprego, juro e da moeda”,
envolvidas numa decisão e fornecer instrumentos traz o termo “função de consumo” se tratando da
para uma tomada de decisão eficiente. Com isso, é relação existente entre consumo e renda, o consumo
notório a importância da educação financeira, ten- das pessoas se expandem à medida que a renda de-
do em vista que as consequências de sua ausência las aumentam (apud GUIMARÃES et al., 2015).
podem determinar uma vida de instabilidades eco- Para Slomp (2008, apud GUIMARÃES et al.,
nômicas, com repercussões significativas em dife- 2015), o endividamento pode ser considerado uma
rentes esferas, podendo causar problemas de ordem “doença de consumo”, consequente do consumo de
emocional, por exemplo. bens e serviços ocasionados pelo sistema mercado-
lógico das sociedades modernas. Esse endividamen-
2.1.3 Hábitos de consumo
to compromete a renda até chegar a uma situação de
Em se tratando de consumo, Bauman (2011) complicações na quitação das contas.
levanta: Katona (1975) aponta três razões que escla-
recem o porquê de um indivíduo gastar mais do que
Um “consumidor tradicional”, aquele que
receber: 1º) baixa renda, onde não é possível pagar
faz compras apenas para satisfazer suas
“necessidades” e cessa de consumir quando
ao menos as despesas básicas; 2º) alta renda, que
elas estão satisfeitas, não é o maior perigo traz a vontade de gastar cada vez mais; e 3º) uma
para o mercado de consumo? Não é o incre- falta da prática de economizar, independentemente
mento de demanda, e não a satisfação de da renda (RIBEIRO et al. 2009).
necessidades, o propósito primeiro e o parâ- Considerando estas condições, as pessoas
metro da prosperidade consumista? (p. 152)
aderem ao crédito visando encontrar soluções. O
Os seres humanos são inclinados a consumir consumidor tem diferentes formas de crédito: pró-
em função da necessidade até satisfazê-las. Segun- prio, de instituições financeiras e uso de cartão de
do Kotler e Keller (2012), o comportamento de con- crédito; também é possível antecipar 13º salário e a
sumo do indivíduo é influenciado por fatores cultu- restituição do imposto de renda, usar o cheque espe-
rais, sociais e pessoais, onde dentre esses os fatores cial, entre outras opções ofertadas. Porém, a adesão
culturais têm mais força. desse hábito leva o indivíduo ao endividamento em
Conforme Silva (2014), no ato de consumir, maior proporção (GUIMARÃES et al, 2015).
em primeiro momento, nasce um estado de alegria De acordo com Matsumoto et al. (2013), o
ou euforia momentânea libertando parte da nossa servidor público possui vantagens perante emprega-
ansiedade, com o tempo essa sensação induz as dos de empresas privadas, das quais são: estabilida-
pessoas a comprar mais e mais gerando um ciclo de, ou seja, a garantia de emprego; salários fixos, em
3º SIMPIF

vicioso que aprisiona as pessoas. O nosso sistema média, maiores; flexibilidade de folgas; entre outras.
econômico dá prioridade a produção excessiva e o Entretanto, ele não é descartado do endividamento.
consumo irresponsável que conduz a ideia de que o
desperdício é algo normal.
A palavra ‘novo’ tem tornado sinônimo de ‘de-
sejável’ sem necessidade de justificativa para o con-
sumo, pois a novidade tem em si mesma um valor

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2.1.4 Propensão ao endividamento Partindo desse pressuposto, Block-Lieb e


Janger (2006, p. 1537 apud SILVA E SANTOS 2017
Amancio (2014) afirma que:
p. 9), “Com o pagamento em dinheiro o limite de
O número de endividados cresce a cada ano poder de compra é tangível, ao contrário do cartão
no Brasil e a falta de planejamento financei- de crédito”. Outro fator que leva a propensão ao en-
ro e de um conhecimento mínimo sobre ad-
dividamento é não possuir uma conta reserva para
ministração de recursos financeiros, aliados
situações inesperadas. Uma pesquisa da Confede-
à facilidade de crédito e suas diversas moda-
ração Nacional de Dirigentes Lojistas e o SPC Brasil
lidades disponíveis no mercado financeiro,
são os principais fatores que alavancam o indicou que apenas 19% dos brasileiros conseguem
número de endividados por todo o país. (p.2) poupar dinheiro.
Tendo em vista estes fatores, como surgimen-
O consumismo é característica marcante da
to de gastos inesperados, a facilidade imposta pelo
atual sociedade, o que estimula muitos a passarem
uso do cartão de crédito, devido o pagamento não
por situações de endividamento (SLOMP, 2008 apud
ser em espécie e o consumidor ter em mente a pos-
AMANCIO, 2014). O endividamento é descrito por
sibilidade de pagar o valor mínimo da fatura no mês
Borzekowski, Kiser e Ahmed (2007), como o saldo
seguinte, levam os usuários a um endividamento ain-
devedor de um consumidor, resultante de uma ou
da maior por não terem o controle das suas finanças
mais dívidas, além da falta de comprometimento de
e ficarem sujeitos a juros impostos pelas operadoras.
assumir os débitos financeiros.
Com relação ao perfil dos inadimplentes
Segundo a Pesquisa de Endividamento e Ina-
brasileiros, segundo o SPC BRASIL, 9 em cada 10
dimplência do Consumidor (PEIC,2019) realizada
inadimplentes são das classes C, D e E, além de
no mês de Março de 2019, em comparação com o
possuírem uma idade média de 36 anos. Destes 10
mesmo período do ano passado houve alta de 1,2%
inadimplentes, 6 são mulheres e 4 são do sexo mas-
no percentual de famílias com dívidas, subindo para
culino. No âmbito nacional, o Nordeste aparece com
62,4% de famílias endividadas em Março de 2019. A
percentual de 24% dos inadimplentes, ficando atrás
pesquisa destaca que deve ser levado em considera-
apenas da região Sudeste com 46%.
ção a incidência dos gastos extras de início de ano,
Quando o consumidor não consegue arcar
que ocasiona uma maior demanda por empréstimos.
com todos os compromissos do período cabe a ele
Entretanto, o percentual que relata não ter condi-
priorizar as contas que são indispensáveis para se-
ções de pagar suas contas em atraso apresentou
rem pagas. Entretanto, as contas que ficam em se-
redução de 0,6% na comparação anual.
gunda ordem poderão trazer problemas futuros de-
A mesma pesquisa aponta o cartão de cré-
vido às altas taxas de juros cobradas por atraso. Os
dito em primeiro lugar como um dos principais ti-
compromissos financeiros que os consumidores ina-
pos de dívida, sendo citado por 78,0% das famílias
dimplentes mantêm em dia o pagamento são: o pla-
endividadas, seguido por carnês, com 14,4%, e, em
no de saúde (89,4%), o condomínio (86,1%), o alu-
terceiro, por financiamento de carro, com 10,0%.
guel (82,1%), a despesa de água e/ou luz (79,0%),
(PEIC, 2019). Dentre os produtos e serviços com-
TV por assinatura/internet (75,0) e de telefone fixo
3º SIMPIF

prados no crédito que ocasionaram a inadimplência


ou celular (65,1%). Em contrapartida, as dívidas em
em 2018, os mais comuns são roupas, calçados e
atraso mais frequentes são o empréstimo com pa-
acessórios (42,0%), as compras no supermercado
rentes e/ou amigos (37,8%) as parcelas a pagar no
(20,5%), às compras de eletrônicos (20,3%), o ce-
cartão de crédito - banco, loja ou alguma outra ins-
lular/ smartphone (15,2%) e os eletrodomésticos
tituição (19,9%), o crediário – carnê, boleto a pra-
(15,2%) (SPC BRASIL, 2018).
zo ou cartão para compras exclusivas em uma loja
(19,8%), o cheque especial (19,6%) e o empréstimo

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pessoal em banco ou financeira (19,3%) (SPC BRA- é composto por perguntas e respostas de múltipla
SIL, 2018). escolha que buscam identificar o perfil sociodemo-
Nos casos em que o consumidor não conse- gráfico da amostra.
gue quitar as suas dívidas em um curto prazo, o nome Posteriormente, no tratamento dos temas:
do consumidor é inserido em cadastros de restrição Planejamento Financeiro Pessoal, Educação Finan-
ao crédito, como é o caso do SPC. O crediário apare- ceira, Hábitos de Consumo e Propensão ao Endi-
ce no topo da lista do SPC BRASIL no ano de 2018, vidamento, o modelo do instrumento é alterado,
com 65,4% como o principal compromisso que leva passando a ser constituído por assertivas contendo
a negativação, seguido pelas parcelas a pagar no uma escala com números de 1 a 5 (Escala Likert),
cartão de crédito (62,8%), o empréstimo pessoal em que apresentam respostas fixas como “Nunca”, “Ra-
banco ou financeira (61,4%) e o empréstimo consig- ramente”, “Algumas Vezes”, “Frequentemente” e
nado em banco ou financeira (60,5%). “Sempre”, respectivamente.

Quadro 1: Detalhamento do instrumento de pesquisa.


3. Metodologia

Este estudo objetivou analisar a situação fi- CATEGORIA QUESTÕES DO


REFERÊNCIAS
DE ANÁLISE INSTRUMENTO
nanceira de servidores de instituições públicas no
estado da Paraíba, caracterizando o perfil econômi- CAMARGO, C. (2007)
Perfil sociode-
1a9 FERREIRA, M. T. L.
co, seus hábitos e planejamento financeiro. Para tal, mográfico
(2017)
foi aplicado um questionário adaptado que abrange
Planejamento CAMARGO, C. (2007)
as temáticas de planejamento financeiro pessoal,
Financeiro 10 a 13 FERREIRA, M. T. L.
educação financeira, hábitos de consumo, propen- Pessoal (2017)
são ao endividamento e perfil sociodemográfico dos
AMADEU, J. R. (2009)
Educação
participantes. Portanto, a pesquisa caracteriza-se 14 a 18 MATTA, R. O. B.
Financeira
(2007)
como sendo do tipo quantitativa e de caráter des-
critivo. Hábitos de OLIVEIRA, G. C. de.
19 a 23
consumo (2015)
A população da pesquisa estende-se aos
FLORES, S. VIEIRA,
servidores públicos do Instituto Federal de Educa- K. CORONEL, Daniel.
(2012)
ção, Ciência e Tecnologia da Paraíba - Campus João FLORES, Silvia. VIEI-
Propensão
Pessoa (IFPB), Tribunal Regional Eleitoral da Paraí- 24 a 30 RA, Kelmara. CAMPA-
ao Endivida-
RA, J. (2014)
ba (TRE), Tribunal de Contas do Estado da Paraíba mento
GUIMARÃES, S.
(TCE) e Conselho Regional de Medicina Veterinária GONÇALVES, R. M,
L. MIRANDA, I, A.
(CRMV). A amostra da pesquisa, não probabilística e (2015)
intencional, totalizou 120 participantes, sendo 45 do Fonte: Dados da Pesquisa (2019).

IFPB, 35 do TCE, 34 do TRE e 6 do CRMV.


Para finalizar, o questionário conta com uma
Para o levantamento das informações, foi ela-
questão aberta tendo o intuito de identificar o nível
borado pelos autores desta pesquisa um questioná-
de comprometimento da renda dos respondentes a
rio baseado em instrumentos de artigos específicos
3º SIMPIF

partir da enumeração de contas em uma escala de 1


das temáticas abordadas. O Quadro 1 apresenta as
a 9, sendo 1 a de maior impacto, e 9 a de menor im-
dimensões levantadas no questionário e suas res-
pacto. Com a aplicação dos questionários realizada
pectivas referências.
em todas as instituições, os resultados serão anali-
Com a devida autorização para a realização
sados de forma quantitativa, aplicando a média arit-
da pesquisa, procedeu-se a aplicação dos questio-
mética, frequência, desvio padrão e porcentagem.
nários, salientando-se que as identidades dos par-
ticipantes foram preservadas. O mesmo, a princípio,

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4. Resultados da pesquisa 4.2 Análise do planejamento financeiro pessoal


dos servidores
Nesse momento, expressam-se a análise e in-
terpretação dos dados coletados através dos ques- Em se tratando do objetivo específico “verifi-
tionários. Na apuração e contabilidade dos dados foi car se os servidores realizam um planejamento finan-
utilizado o programa Excel do pacote Microsoft Offi- ceiro pessoal.”, foram realizadas quatro afirmativas
ce Professional Plus 2016, com o intuito de facilitar aos respondentes referentes ao tema “Planejamento
a mensuração, organização e elaboração de gráficos Financeiro Pessoal”, como mostra a tabela 1:
e tabelas de demonstração dos resultados. Tabela 1: Média e desvio padrão da escala Likert: Planeja-
Procurando atender os objetivos específi- mento Financeiro Pessoal

cos desta presente pesquisa, que são: caracterizar


PLAN. FINANCEIRO PESSOAL
o perfil sociodemográfico dos servidores; investigar
DESVIO
se os servidores realizam planejamento financeiro; QUESTÃO MÉDIA
PADRÃO
analisar o nível de educação financeira e o impacto 10: Eu planejo como irei utili-
4,0 1,03
nas transações financeiras pessoais; e verificar o há- zar o meu dinheiro.

bito de consumo e o endividamento dos servidores 11: Pesquiso preços e planejo


3,9 1,00
minhas compras.
públicos, esta parte é dividida em cinco tópicos, a
12: Tenho o hábito de poupar
fim de tratar das análises dos respectivos objetivos 3,5 1,13
dinheiro.
citados acima. 13: Posso dizer que tenho um
rígido controle de meus gastos 3,5 1,10
4.1 Análise do perfil sociodemográfico dos servi- pessoais.
dores MÉDIA TOTAL 3,7 -
Fonte: Dados da Pesquisa (2019)
Quanto ao perfil sociodemográfico dos servi-
dores participantes da pesquisa, a apuração dos da- De modo geral, é possível verificar que a
dos apresentou os seguintes resultados: a amostra média apresentada para medir o nível de praticabi-
foi composta por 55,83% homens e 44,17% mulhe- lidade do planejamento financeiro pessoal dos ser-
res, na data da pesquisa declararam características vidores públicos paraibanos é de 3,7. Diante disso,
das quais se destacam: 16% com a faixa etária entre é possível inferir que os respondentes possuem um
38,2 a 42,5 anos e 16% entre 42,6 a 46,9 anos. No bom nível de praticabilidade de um planejamento fi-
estado civil, 63,33% são casados e 20,83% soltei- nanceiro pessoal e que esse resultado reforça os da-
ros; acerca da quantidade de filhos 32,5% afirmam dos levantados pela CNDL e do SPC Brasil de que “o
ter dois, 25% somente um e 23,33% nenhum; já nos número de brasileiros que acompanham e analisam
dependentes, 30,83% não possuem, 26,67% têm seus ganhos e gastos por meio de um orçamento
dois e 25% apenas um dependente. cresceu, passando de 55% em 2017 para 63% ao
No que tange os cargos 36,66% são técnicos final de 2018”.
administrativos, 15,83% técnico judiciário e 14,17% Dentre as afirmativas, destacam-se o item
auditor de contas públicas; quanto ao grau de esco- 10 “Planejo como irei utilizar o meu dinheiro”, com
3º SIMPIF

laridade, 36,67% têm especialização e 26,67% ensi- média de 4, e o item 11 “Pesquiso preços e plane-
no superior completo. Observando o tempo de servi- jo minhas compras”, com média 3.9. Estes resulta-
ço, 25% alegam ter 17,5 a 22,9 anos e 23% com 6,5 dos demonstram que os servidores públicos estão
a 11,9 anos de trabalho. Em relação a média salarial frequentemente controlando os seus gastos e reali-
27,5% possuem entre R$ 3.000,00 a R$ 9.000,00 e zando um planejamento financeiro pessoal antes de
25% entre R$ 9.000,00 a R$ 12.000,00. realizarem uma aquisição de bens ou serviços. As-
sim, conforme Frankenberg (1999 apud LEAL E NAS-

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CIMENTO, 2013) “o planejamento financeiro pessoal Tabela 2: Média e desvio padrão da escala Likert: Educa-
ção Financeira
não é algo intangível, trata-se de um plano que pode
ser realizado por cada indivíduo tomando como base EDUCAÇÃO FINANCEIRA
seus próprios valores e objetivos, a fim de alcançá- QUESTÃO MÉDIA DESVIO PADRÃO
-los, sendo eles de curto, médio ou longo prazo”. 14: Sinto-me seguro acer-
Por fim, destacam-se as afirmativas 12 “Te- ca dos meus conhecimen-
3,7 1,00
tos para gerenciar meu
nho hábito de poupar dinheiro” e 13 “Posso dizer próprio dinheiro.
que tenho um rígido controle de meus gastos pes- 15: Procuro informações
3,0 1,13
soais”, que obtiveram as menores médias da tabela, sobre finanças pessoais.

3,5 cada. Diante disso, entende-se que existe uma 16: Anoto e controlo os
meus gastos pessoais.
pequena dificuldade em poupar recursos e contro- (ex.:planilhas, caderno 3,4 1,37
lar rigidamente os gastos pessoais entre os respon- de anotações financeiras,
entre outros.)
dentes, porém, esta média obtida nesses itens é sa-
17: Sigo um orçamento ou
tisfatória, ou seja, o nível de praticabilidade de um plano de gastos semanal 3,1 1,36
planejamento financeiro pessoal entre os servidores ou mensal.

públicos é bom. 18: Prefiro comprar um


produto financiado a
3,0 1,07
juntar dinheiro para com-
4.3 Análise da educação financeira dos servidores prá-lo à vista.

A Tabela 2 demonstrada abaixo apresenta MÉDIA TOTAL 3,3 -


Fonte: Dados da Pesquisa (2019)
a média geral bem como os resultados obtidos em
cada pergunta direcionada aos respondentes no que A questão 15, somada a questão 18, apre-
tange ao nível de educação financeira dos servidores sentou a menor média nessa variável, 3,0. Diante
públicos. desse resultado, analisa-se que os servidores ainda
De maneira geral, o nível da variável educação apresentam um gargalo no que tange ao interesse de
financeira apresentou uma média de 3,3. Esse resul- informações que possam somar e aperfeiçoar seus
tado pressupõe diante dos indicadores da escala li- conhecimentos, o que pode vir a causar situações in-
kert, que os respondentes apresentam um nível de desejáveis decorrentes de uma má gestão financeira.
educação financeira tendendo a níveis satisfatórios, Em relação ao controle dos gastos pessoais,
a partir dos cinco pontos estabelecidos pela Escala abordada na questão 16, obteve uma média de 3,4.
e da análise das perguntas abordadas, o que indica, Esse resultado mostra que, apesar de “algumas ve-
portanto, que os respondentes apresentam certo ní- zes”, os servidores deveriam estar executando esse
vel de preocupação com sua gestão financeira. controle de forma mais rígida para que possa contri-
Ao analisar as questões em separado, evi- buir para um maior nível de percepção e seguranças
dencia-se de forma mais específica os resultados de dos seus gastos.
cada questão. Com isso, observa-se que a questão A questão 17 obteve uma média de 3,1 de-
14 obteve a maior média da variável educação finan- monstrando o déficit de utilização de ferramentas
ceira. O resultado de 3,7 demonstra que os servido- que visam auxiliar a administração dos recursos fi-
3º SIMPIF

res tendem a frequentemente se sentirem seguros nanceiros de forma eficiente e que em longo prazo,
em relação aos seus conhecimentos financeiros. sua ausência poderá causar desordenamento das
finanças pessoais.
Por fim, como comentado acima, a questão
18 apresentou a segunda menor média dessa variá-
vel. A média 3,0 permite analisar que boa parte dos
respondentes opta por quando necessário, compro-

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meter o orçamento com financiamento ao invés de 21: Eu gosto de gastar


2,1 0,97
poupar por certo período, o que pode ser justificado dinheiro com coisas caras.
22: Comprar coisas me dá
pela estabilidade salarial característica de servido- 2,8 1,05
muito prazer.
res públicos, além da facilidade de crédito que é for- 23: Incomoda-me quando
não posso comprar tudo o 2,4 1,02
necido a essa classe devido as maiores chances de que quero.
se quitar uma dívida a longo prazo. MÉDIA TOTAL 2,2 -
Ainda, após análise das perguntas vale res- Fonte: Dados da Pesquisa (2019)

saltar que a média geral obtida representa um de-


sempenho que poderia ter sido mais satisfatório, 4.5 Análise da propensão ao endividamento dos
tendo em vista o nível intelectual dos respondentes servidores
e a facilidade de obter informações acerca do tema
Na tabela 4, podemos observar a apuração
abordado.
dos resultados em relação à análise da propensão
4.4 Análise dos hábitos de consumo dos servidores ao endividamento dos servidores respondentes da
pesquisa.
Na Tabela 3, apresenta a apuração dos resul- Através do resultado obtido na questão de n°
tados em relação aos hábitos de consumo dos servi- 24, onde os servidores respondiam se possuem dí-
dores participantes desta presente pesquisa. vidas em atraso, a média de 1,5 nos permite aferir
É possível observar nos dados expostos uma que a maior parte dos respondentes nunca ou rara-
média total 2,2, onde de acordo com a escala Likert mente possuem dívidas a serem pagas após o seu
estabelecida neste estudo, esse valor indica que os vencimento.
participantes raramente têm o hábito de consumir Já ao observamos a média 3,7 obtida na
além da sua necessidade. Embora sejam servidores questão de n°25 demonstra que com frequência os
públicos e possuam garantias de emprego e salário, servidores utilizam do cartão de crédito para pagar
uma irreparável vantagem sob os empregados de os seus gastos. Entretanto, com a resposta apre-
empresas privadas (MATSUMOTO ET AL., 2013), sentada na questão seguinte, uma média de 4,1,
eles não portam de uma atitude consumista ao se observamos que mesmo aderindo o cartão de cré-
depararem com os desejos que levam ao ato da dito como forma de pagamento estes também con-
compra excessiva e desnecessária. seguem manter as suas contas pagas em dia sem
Dentre as questões analisadas, pode-se des- quaisquer dificuldades.
tacar a questão 20: “Eu gosto de possuir coisas que
Tabela 4: Média e desvio padrão da escala Likert: Propen-
impressionam as pessoas” que obteve a menor mé- são ao Endividamento
dia individual de 1,7, e, a questão 22: “Comprar coi-
PROPENSÃO AO ENDIVIDAMENTO
sas me dá muito prazer” com a maior de 2,8, esta é
DESVIO
QUESTÃO MÉDIA
a que se aproxima mais do índice 3 (algumas vezes). PADRÃO
24: Eu possuo dívidas em
Tabela 3: Média e desvio padrão da escala Likert: Hábitos 1,5 0,84
atraso.
de Consumo 25: Utilizo o cartão de crédito
com frequência para pagar 3,7 1,03
3º SIMPIF

HÁBITOS DE CONSUMO meus gastos.


DESVIO PA- 26: Estou pagando todas as
QUESTÃO MÉDIA
DRÃO contas, sem quaisquer dificul- 4,1 0,89
19: Eu admiro pessoas que dades.
possuem casas, carros e 2,0 1,12 27: Eu vivo dentro dos limites
roupas caras. 3,6 1,22
do meu orçamento.
20: Eu gosto de possuir 28: Precisei realizar emprésti-
coisas que impressionam 1,7 0,95 mos para pagar contas de alto 2,0 0,92
as pessoas. valor.

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29: Comprar com cartão cartão de crédito em primeiro lugar como um dos
de crédito e pagar a fatura principais tipos de dívida, sendo citado por 78,0%
3,3 1,07
mensalmente é uma forma inte-
ligente de gerir meu dinheiro. das famílias endividadas. Entretanto, os servidores
MÉDIA TOTAL 3,0 - analisados não demonstraram ser inadimplentes.
Fonte: Dados da Pesquisa (2019)
5. Conclusão
Com a média de 3,6 apresentada na questão
de n°27, podemos aferir que os servidores respon- Conforme objetivo geral elencado, a presente
dentes vivem frequentemente dentro dos limites de pesquisa analisou a situação financeira dos servido-
seu orçamento. Além disso, estes afirmam na ques- res públicos de algumas instituições públicas loca-
tão seguinte, que raramente precisam realizar em- lizadas no estado da Paraíba. Para isso, caracteri-
préstimos para pagar contas de alto valor, apresen- zou o perfil econômico dos servidores, verificou se
tando uma média de 2,0. os servidores realizam um planejamento financeiro
Por fim, os respondentes afirmam através da pessoal, analisou o nível de educação financeira e o
média de 3,3, que o ato de realizar as compras com o impacto nas transações financeiras pessoais, o há-
cartão de crédito e pagar a fatura mensalmente é al- bito de consumo e o endividamento dos servidores
gumas vez a maneira correta de gerir o seu dinheiro. públicos.
A tabela 5 que será apresentada a seguir, de- Analisando de modo geral, foi possível identi-
monstra as três principais contas que aparecem com ficar que os participantes apresentam uma situação
maior frequência como as que mais comprometem a financeira tendendo a níveis satisfatórios. Apesar de
renda dos respondentes. demonstrarem que realizam a manutenção do con-
Tabela 5: Frequência da primeira colocação dentre as trole de suas finanças, os servidores não reconhe-
contas: Propensão ao Endividamento cem a importância em buscar outros meios de infor-

FREQUÊNCIA (QUESTÃO 30) mações para melhor gerenciá-la.


CONTAS 1º LUGAR Com isso, é necessária uma maior propaga-
Aluguel/Financiamento 26 ção das ferramentas que visam auxiliar o desem-
Cartão de Crédito 39 penho financeiro pessoal ao aderir tal prática bem
Plano de Saúde 16 como a iniciativa das instituições em promover cur-
Carro 10 sos de finanças pessoais que visem agregar conhe-
Condomínio 5
cimentos no âmbito da gerência financeira pessoal.
Alimentação 14
No que tange às limitações, a amostra com-
Escola dos Filhos 13
posta por 120 servidores públicos restringe os re-
Empréstimos 7
sultados encontrados a classe na qual pertencem ao
Crediário 8
considerar as características obtidas para análise do
Fonte: Dados da Pesquisa (2019)
questionário, uma vez que a população de servido-
Os servidores foram convidados a enume- res públicos da Paraíba é bem maior que a amostra
rar as contas que mais comprometem a sua renda. obtida.
Através do resultado apresentado, observamos que Tendo em vista a relevância do tema aborda-
3º SIMPIF

o cartão de crédito aparece com maior frequência do para a área financeira, ressalta-se a importância
sendo considerado o 1° colocado, como a conta que da presente pesquisa em razão de sua contribuição
mais compromete a renda dos servidores. Seguido ao analisar variáveis que envolvem decisões de ca-
pelo aluguel/financiamento aparecendo em 2º co- ráter financeiro. Ademais, é essencial o desenvolvi-
locado e o plano de saúde em 3º. Assim, observa- mento de trabalhos futuros que possam aprofundar
mos conformidade do que foi coletado com os da- a temática no que concerne a finanças pessoais, em
dos apurados pelo SPC BRASIL 2019, que aponta o busca de enfatizar e entender os impactos que a

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Rodrigo Ribeiro de Oliveira Pinto


Potencializando a operação carro-pipa:
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
a pesquisa operacional como ferramenta
Tecnologia da Paraíba de otimização e apoio à decisão em
Edlaine Correia Sinézio Martins ações contra a seca
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
Resumo
Larissa Hellen Morais de Medeiros
[email protected] A sociedade brasileira, cada vez mais, vem acompanhando a ela-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba boração e funcionamento das políticas e ações públicas de seus
representantes de governo. Assim, a Gestão Pública, em crescente
Carlo Reillen Lima Martin
[email protected] profissionalização, cada vez mais precisa entender os métodos e co-
Instituto Federal de Educação, Ciência e nhecimentos já sedimentados e estabelecidos, bem como se utilizar
Tecnologia da Paraíba
de ferramentas de apoio à decisão, na intenção de obter a eficiência,
eficácia e efetividade de seus atos, mitigando o desperdício de di-
nheiro público. Nesse sentido, este estudo se fiou em apresentar a
Programação Linear (PL) como elemento de planejamento estratégi-
co, bem como ferramenta de apoio à decisão durante a definição dos
caminhões que atendem aos pontos de atendimento cadastrados na
Operação Carro Pipa (OCP), no Estado da Paraíba, buscando a otimização da utilização dos recursos públicos.
Nesse sentido, o presente trabalho se valeu da pesquisa bibliográfica e documental como alicerce de seu de-
senvolvimento, através do acesso à toda rotina e documentação produzida que rege a OCP no 16º Regimento
de Cavalaria Mecanizado. Na solução do problema, utilizando o suplemento SOLVER do Microsoft EXCEL, foi
determinada a solução ótima com a definição do melhor caminhão para o atendimento da demanda de água
potável nas comunidades atingidas pela seca, levando em consideração o custo de transporte e a economia
de recursos públicos.

Palavras Chaves: Programação Linear. Operação Carro Pipa. Gestão Pública.

Abstract

The Brazilian society, increasingly, has accompanied the development and operation of public policies and
actions of their government representatives. Thus, Public Management, in increasing professionalization, in-
creasingly needs to understand the methods and knowledge already settled and established, as well as use
decision support tools, in order to obtain the efficiency, effectiveness and effectiveness of their actions, mitiga-
ting the waste of public money. In this sense, this study was based on presenting the Linear Programming (PL)
as a strategic planning element, as well as a decision support tool during the definition of the trucks that meet
the service points registered in the Car Pipa Operation (OCP), in the state of Paraíba, seeking to optimize the
use of public resources. In this sense, the present work used bibliographic and documentary research as the
foundation of its development, through access to all routine, documentation produced and governing the OCP in
the 16th Mechanized Cavalry Regiment. In solving the problem, using the Microsoft EXCEL SOLVER add-in, the
optimal solution was determined by defining the best truck to deal with the potable water demand in drought-
-affected communities, taking into account transportation costs and public funds.

Keywords: Linear Programming; Car Pipa Operation. Public management.

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1. Introdução da Defesa (MD), tendo como elemento instrumental


a Portaria Interministerial 1/MI/MD, de 25 de julho
Considerando a região Nordeste do Brasil,
de 2012, e como responsável por sua execução o
desde os idos do século XVI, tivemos registradas em
Exército Brasileiro (EB).
torno de 124 secas na zona acometida pelo clima
Dito isto, é notória a importância e relevân-
semiárido. Tais registros se iniciaram com narrati-
cia social da Operação Carro-Pipa (OCP), sobretudo
vas contidas em livros publicados nos séculos XVII,
quando considerado o crescente agravamento do
XVIII e XIX, e somente nos séculos XX e XXI encon-
problema da seca e estiagem nas regiões atingidas,
traremos registros de organizações públicas volta-
somado à “cronicidade” da falta de precipitações em
das para o controle do clima, o Instituto de Meteoro-
não raras áreas do semiárido brasileiro, e o grande
logia - INMET e o Departamento Nacional de Obras
contingente populacional que pode ter aliviado os
Contra a Seca – DNOCS (JANAINA, 2015).
impactos oriundos de tal situação. Sendo assim, a
A seca sempre teve ligação intrínseca às
cada ano percebe-se que investimentos vultosos são
questões econômicas na Região Nordeste. O desa-
destinados à OCP para que os gastos sejam suplan-
fio constante de produzir em um local onde a aridez
tados.
é companheira de todo dia, dificultou sobremaneira
A propositura do presente estudo, da Opera-
o desenvolvimento da Região. A escassez de chuvas
ção Carro Pipa, no âmbito do Estado da Paraíba, se
sempre contribuiu para a diminuição, para não dizer
baseia na observação da utilização de métodos ba-
dizimação total das safras dos produtores rurais, as
sicamente empíricos para a contratação dos presta-
quais inclusive tinham como destino a mesa do povo
dores de serviço, pipeiros, os quais são responsáveis
sertanejo, sem falar dos rebanhos que também se
pela captação, cloração e distribuição de água potá-
viam assolados pela falta de alimentos (BARRETO,
vel nas comunidades cadastradas pela Organização
2009).
Militar Executora (OME) responsável.
Com o início dos registros da seca no Nor-
Neste panorama, considerando que a Pesqui-
deste brasileiro, foi possível observar que sazonal-
sa Operacional proporciona tomar decisões lastrea-
mente ocorriam momentos de maior intensidade,
das pela lógica e racionalidade, verificasse a possibi-
sem qualquer ação do poder público, fazendo com
lidade de utilização de ferramentas da programação
que o sertanejo tivesse de se contentar em conviver
linear como elemento de otimização e economia dos
com a situação. Desde então, o que se viu foram se-
recursos públicos destinados ao funcionamento da
guidas ações e programas emergenciais de governo,
OCP no Estado da Paraíba.
os quais mais serviam de propaganda política que
Desta forma, a implementação de processos
denotavam efeitos que pudessem amenizar o sofri-
e procedimentos, referenciados pela Pesquisa Ope-
mento da população, sendo verdadeiros paliativos
racional, reservam importante oportunidade de veri-
(BARRETO, 2009).
ficar se os métodos empíricos utilizados têm o poder
O Acórdão do Tribunal de Contas da União
de gerar gastos desnecessários ao erário público,
1722-24/13-P definiu Operação Carro-Pipa (OCP)
com o auxílio da Programação Linear.
como a realização de ações de um Programa Emer-
Diante de todo esse contexto, a questão que
3º SIMPIF

gencial de Distribuição de Água para as regiões em


embasa este estudo se origina da seguinte pergunta:
que a população é atingida pela estiagem e seca,
Como reduzir os custos da Operação Carro Pipa, no
preponderantemente na região do semiárido nor-
Estado da Paraíba, utilizando a Programação Linear?
destino, mas também com abrangência sobre o Nor-
O foco deste estudo é voltado para verificar
te dos Estados do Espírito Santo e Minas Gerais. O
se é possível minimizar custos referentes à distribui-
referido programa se realiza através da cooperação
ção de água potável pela OCP, e tem como escopo as
entre o Ministério da Integração (MI) e o Ministério
comunidades assistidas pelo Programa em comento,

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mais especificamente no Estado da Paraíba, na área a utilização do termo Pesquisa Operacional é deriva-
de responsabilidade do Décimo Sexto Regimento de do das atividades militares, durante o início da Se-
Cavalaria Mecanizado (16º R C MEC), considerando gunda Guerra Mundial. Nesta ocasião o mundo pas-
que a possível adoção de procedimentos, referentes sava por escassez de recursos, e a alocação eficiente
ao planejamento, execução e fiscalização, estribados destes era uma necessidade considerável durante o
em conceitos científicos e acadêmicos já sedimenta- planejamento das operações militares. Assim, os co-
dos podem trazer significativa economia de recursos mandantes militares da época, dos Estados Unidos
do Governo Federal e aumentar a eficiência, eficácia e Grã-Bretanha, lançaram mão dos conhecimentos
e efetividade da Operação Carro-Pipa. dos cientistas, visando obter uma abordagem cientí-
Tal possibilidade encontra respaldo em “ca- fica na solução de seus problemas táticos e estraté-
sos” de sucesso tanto na iniciativa privada, assim gicos. Desta forma, materializando as ações citadas,
como em órgãos públicos, o que pode ser visto no de forma sintética podemos dizer que os estudiosos
estudo da Aplicação da Programação Linear na Oti- foram contratados para realizar pesquisas em face
mização do Agronegócio, onde Santos e Silva (2016) das operações militares (Pesquisas Operacionais).
relatam que a Pesquisa Operacional dispõe de ferra- Com base nas palavras de Hillier e Lieberman
mentas que tem o “poder” de otimizar qualquer ati- (2010), podemos perceber que com o desenvolvi-
vidade produtiva. E nesse estudo em específico, que mento da programação linear, foram inegáveis os
teve foco a redução dos custos com alimentação dos avanços científicos, sobretudo a partir do século XX,
animais, os autores utilizando a ferramenta solver, impactando de forma consistente desde os anos de
do EXCEL, conseguiram otimizar a produção de uma 1950, constituindo-se comum uma forma de padro-
fazenda produtora de leite, reduzindo o custo de pro- nização na busca pela economia de milhões de re-
dução do litro de leite, por dia, de R$ 0,44 para R$ cursos monetários, seja nas empresas ou em outras
0,38, representado um aumento significativo dos lu- áreas da sociedade em todo o planeta, culminando
cros da propriedade em uma grande reserva dos esforços direcionados à
Sendo assim, esta pesquisa tem como objeti- computação científica ser destinada e dedicada ao
vo geral apresentar soluções, baseadas na Pesquisa uso em programação linear (PL).
Operacional, que possuam a potencialidade de redu- Hillier e Lieberman (2010) nos trazem que a
zir os custos da Operação Carro-pipa no Estado da PL se vale de um modelo matemático para decompor
Paraíba, na área de responsabilidade do 16º Regi- o problema encontrado. Assim, quando utilizamos a
mento de Cavalaria Mecanizado. Para alcançar o ob- palavra linear significa dizer que as funções mate-
jetivo geral foram delimitados os seguintes objetivos máticas utilizadas nessa ferramenta mantêm carac-
específicos: Descrever como funciona o processo de terísticas de função linear, e o termo programação
credenciamento do Carro Pipa; desenvolver modelo remota ao uso de programas de computadores, com
matemático baseado nas condicionantes atuais da enfoque principal no planejamento. Os autores sin-
OCP; resolver o modelo com a utilização da ferra- tetizam tais ideias dizendo que: “[...]a programação
menta SOLVER do EXCEL; e analisar o resultado obti- linear envolve o planejamento de atividades para
do em relação aos caminhões ora contratados. obter um resultado ótimo, isto é, um resultado que
3º SIMPIF

atinja o melhor objetivo especificado (de acordo com


2. Fundamentação teórica
o modelo matemático) entre todas as alternativas
Hilier e Liberman (2010) esclarecem que a viáveis. ” (HILLIER, LIEBERMAN 2010, p. 25).
Pesquisa Operacional teve suas origens há décadas Colin (2007) corrobora essas ideias narran-
passadas, quando se tentava dar uma abordagem do que Dantizig alavancou seus avanços com o de-
científica à condução das organizações. Os mesmos senvolvimento de um problema de minimização de
autores dizem ainda que, o marco factual que denota funções lineares sujeitas a inequações com mesmas

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 734


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características, ou seja, também lineares. O autor os modelos matemáticos estabelecidos, pela forma
ainda conta que Dantizig tentou se valer de conhe- canônica da programação linear para o Microsoft Ex-
cimentos advindos de economistas matemáticos, cel, onde este último através de sua ferramenta SOL-
pois se tratara da busca pela melhor alocação de VER, contribui para uma análise em tempo menor.
recursos escassos, e após a consultas a especialis- O mesmo autor, diante do cenário delineado, deixa
tas nessa área, descobriu que tais problemas ainda claro que após habilitada a ferramenta passamos
não tinham soluções conhecidas até o ano de 1947. para a inclusão, nas diversas células do Excel, dos
O mesmo autor nos diz ainda que, com a negativa parâmetros do modelo matemático preconizado pela
quanto à existência de um método, Dantizig decidiu programação linear: Variáveis dos Problemas; Fun-
encontrar sozinho uma solução, culminado na “des- ção Objetivo; Restrições.
coberta” do Algoritmo Simplex, o qual se configura De acordo com Marques (2013), o SOLVER
como um mecanismo matemático para a solução de é comumente chamado de Solucionador, pois so-
problemas de programação linear. bre este repousa a possibilidade de encontrar uma
Passos (2008, p. 4) nos diz que o estudo da solução ótima, a qual estará definida na célula que
Pesquisa Operacional mantém um número indefinido contém a função objetivo. O autor aduz ainda que
de fases, a depender do quão complexo é o problema o Solver ajusta os valores nas células das variáveis,
a ser solucionado. Desta forma, de forma genérica, considerando as restrições parametrizadas, tendo
podemos descrever seu estudo com as seguintes fa- como produto final a solução ótima na célula destino
ses: identificação ou determinação do problema; es- que está a função objetivo.
tudo do problema; construção do modelo; resolução Além da comodidade e velocidade de so-
do modelo; validação do modelo; implementação do lução, o SOLVER ainda pode nos trazer importan-
modelo. tes informações através da produção de relatórios.
As citadas fases não representam um fim em Neste aspecto, Lachtermacher (2007) nos traz que
si próprias, ou seja, não são nítidos o fim de uma e o é possível a geração de três relatórios, que tem a
início de outra, pois as mesmas, por interação, são condição de servir de importante elemento de aná-
dependentes entre elas. O autor delineia a fase da lise: o relatório de respostas, o de sensibilidade e o
identificação ou determinação do problema como a de limites. É evidente que todos os relatórios têm
busca em determinar de forma exata o que se quer, grande importância, sobretudo se considerarmos
definindo de forma clara o que será estudado. Na cenários futuros, porém, considerando o relatório de
fase do estudo dos problemas o autor nos traz que sensibilidade como principal definidor dos resulta-
nesse momento se busca uma gama de propostas dos na perseguição ao objetivo geral desta pesqui-
em face do problema, com a reunião do máximo de sa, bem como a objetividade, simplicidade e riqueza
dados disponíveis. Diz que na construção do modelo, de dados de interpretação de seus resultados, este
a qual depende de forma solidária da fase do estudo se mostra como o mais adequado, merecendo maior
do problema, é chegada a hora da busca dos dados exploração.
técnicos e outros dados do setor econômico de atua- A análise do relatório de sensibilidade pode
ção da empresa, buscando uma reprodução da reali- nos trazer importantes benefícios, pois este tem
3º SIMPIF

dade vivida (PASSOS, 2008). como principal finalidade a representação, ou uma


Em um mundo cada vez mais digital, onde a maior aproximação com o que acontece de fato, no
velocidade do processamento das informações pode mundo real, decompondo a solução do modelo ma-
se constituir em diferencial competitivo, no caso da temático previamente estabelecido e resolvido (CO-
iniciativa privada, e em otimização da utilização dos LIN, 2007).
recursos públicos em tempo e oportunidades opor-
tunos, segundo Monteiro (2017) podemos transpor

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 735


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3. Metodologia da pesquisa tudado, aumentando a perceptividade das individua-


lidades e seus significados diversos. O mesmo autor,
Quanto aos objetivos, o presente estudo pos-
na mesma obra, cita também Mattar (2001), o qual
sui natureza exploratória e bibliográfica, uma vez
entende que a pesquisa quantitativa tem a intenção
que visa analisar e disseminar a sistemática de con-
de ratificar hipóteses através de dados estrutura-
tratação dos caminhões da Operação Carro-Pipa e,
dos e estatísticos, promovendo um detalhamento de
por conseguinte, explicitar novas ideias e compreen-
ocorrências representativas quantificando os dados,
sões sobre o tema, ressalte-se que é um tema pouco
obtendo resultados gerais em relação à amostra.
explorado e de conhecimento reduzido por parte da
Desta forma, com vistas a atingir o objetivo geral, a
população em geral, bem como se utilizada da litera-
presente pesquisa é caracterizada como quali-quan-
tura disponível, ainda que em pequena quantidade,
titativa, pois buscou associar as fórmulas matemáti-
e com vieses técnico e legal. Esses pontos de vista
cas descritas na literatura com as práticas adotadas
decorrem dos ensinamentos de Cervo, Bervian e Da
pela Coordenação do 16º RCMec, presentes na ex-
Silva (2007), os quais definem que a pesquisa des-
tensa documentação pesquisada, com o intuito de
critiva e exploratória realiza descrições precisas da
entender melhor o processo de contratação, através
situação, e quer descobrir as relações existentes en-
do necessário e oportuno aprofundamento da ques-
tre seus elementos. Afirmam ainda que tal pesquisa
tão, com o compromisso de obter resultados gerais
visa “[...] definir objetivos e buscar mais informações
que possam servir de apoio à decisão institucional.
sobre determinado assunto de estudo [...]”. Além do
Em suas convicções Marconi e Lakatos (2003)
entendimento de Gil (2010), o qual diz que a pes-
apontam que o autor tem o poder de decidir pelo
quisa bibliográfica é feita com base em material já
estudo de todo o universo ou de parte deste, uma
existente, com o objetivo de fornecer bases teóricas
amostra. Assim, aquele conjunto de informações
à realização dos estudos.
permite a retirada de uma amostra, levando em con-
Gil (2010) também nos traz que em seu de-
sideração sua representatividade ou significância.
lineamento a pesquisa documental reserva muitas
As mesmas autoras consideram ainda que
semelhanças com a pesquisa bibliográfica, porque
quando não é possível estudar todo grupo ou comu-
ambas as modalidades se repousam em dados que
nidade, seja por poucos recursos ou tempo, é apli-
já existem, restando como diferença a amplitude das
cável o método da amostragem, examinando apenas
fontes de dados, pois a bibliográfica tem propósito e
parte, chamada de amostra, observando os procedi-
público específicos, ao passo que a documental se
mentos científicos.
vale de uma gama maior de documentos e fins. As-
Desta forma, o universo desta pesquisa são
sim, a abordagem metodológica aplicada nesse es-
os 63 municípios da Paraíba que recebem água da
tudo é a documental, pois além da grande variedade
OCP coordenados pelo 16º RCMec. Utilizou-se a
de documentos analisados (Constituição, Leis, Por-
amostragem não probabilística por acessibilidade
tarias, Editais e Publicações Internas), busca tam-
na qual a amostra é representada pelo município de
bém a otimização da contratação dos pipeiros para
Carrapateira onde estão localizadas 10 cisternas.
a OCP, bem como trazer ao maior conhecimento da
Marconi e Lakatos (2003) ainda nos trazem
3º SIMPIF

sociedade brasileira as atividades desenvolvidas du-


que a pesquisa bibliográfica abarca todo material de
rante o transcurso da Operação Carro-Pipa.
alcance público que tenha relação com o tema estu-
Gil (2010) diz ainda que a pesquisa qualitati-
dado. Assim, quem pesquisa pode se dispor de tudo
va tem a intenção de entregar um maior aprofunda-
que já foi feito, seja escrito, dito ou filmado acerca
mento da coisa pesquisada em relação às questões
do assunto.
ligadas ao fenômeno estudado, bem como suas rela-
Com base nisso, e com a intenção de reunir
ções, maximizando as lides diretas com o objeto es-
dados que possam subsidiar o adimplemento dos

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objetivos intermediários, e por conseguinte o obje- interessado procura a OME ou vai aos postos avan-
tivo geral, respondendo à principal dúvida do pre- çados de credenciamento em Patos-PB, Pombal-PB,
sente trabalho, este tem como técnica de coleta de Cajazeiras-PB e Princesa Isabel-PB, para realizar
dados a pesquisa bibliográfica, oportunizando a revi- sua inscrição e comprovar com cópias autenticadas
são de todos os documentos afetos ao Planejamen- sua regularidade fiscal e jurídica, atestar sua capa-
to, Execução e Fiscalização da Operação Carro-Pipa, cidade técnica, apresentar laudo válido de inspeção
no tocante ao atendimento a todas as comunidades sanitária, realizada pelo poder público municipal da
atendidas pela OCP, na área de responsabilidade do cidade a qual pleiteia se credenciar para prestar o
Décimo Sexto Regimento de Cavalaria Mecanizado, a serviço ora necessário, atestando as condições do
saber: Portaria Interministerial nº 1, de 25 de julho caminhão previstas em legislação do Ministério da
de 2012 e Portaria Interministerial nº 2, de 27 de Saúde, para o transporte de água potável, além de
março de 2015, do Ministério da Integração Nacio- passar por vistorias por equipes do Exército, das
nal em convênio com o Ministério da Defesa, Diretriz condições de trafegabilidade e situação do licencia-
de Planejamento de Ações Subsidiárias Nr 01/2009, mento do caminhão junto aos órgãos estaduais de
do Comando de Operações Terrestres, Diretriz NR trânsito, DETRANS, e cadastro na Agência Nacional
001-Esc Op C Pipa/CMNE e Ordem de Serviço Nr de Transporte Terrestres, as quais devem ser manti-
008 – EscOp C Pipa/CMNE, do Comando Militar do das durante todo a vigência do contrato com a União
Nordeste, planilhas de distribuição de água potável e Federal. Não havendo qualquer impeditivo o interes-
planilhas de cadastramento de comunidades atendi- sado é considerado credenciado para participar da
das pela Operação Carro-Pipa no Estado da Paraíba, OCP como prestador de serviços, pipeiro.
na área de responsabilidade do 16º RC Mec. Após essa fase de inscrição, onde o interessa-
Uma vez coletados, os dados passaram por do inclusive já declara em qual município deseja tra-
análise no tocante à perseguição da solução ótima, balhar, como em todos os anos há um número maior
ou próxima disso, com relação à contratação dos de interessados que número de vagas disponíveis,
prestadores de serviço de entrega de água potável ocorre o sorteio dos que irão iniciar os trabalhos
na área coordenada pela OME pesquisada. Levan- para os municípios para os quais se credenciaram.
do em consideração a capacidade do tanque dos
4.2 Desenvolvimento do modelo matemático ba-
pipeiros credenciados para o município constante
seado nas condicionantes atuais da OCP
da amostra, frente às necessidades e demanda das
comunidades que são ou serão atendidas pelos con- Os contratados no ano de 2018, segundo as
tratados, utilizando com ferramenta de apoio a deci- diretrizes da ORDEM DE SERVIÇO Nr 008 – EscOp C
são o complemento SOLVER do Microsoft Excel 365, Pipa/CMNE, do Comando Militar do Nordeste, fazem
versão 1807 (build 10325.20082). jus ao pagamento baseado na quantidade de água
transportada, multiplicada pela distância percorrida
4. Análise de dados
do manancial até ao ponto de abastecimento, tudo
isso multiplicado por um momento pré-definido pela
4.1 Descrição do funcionamento do processo de
legislação vigente, resultando no montante a ser re-
3º SIMPIF

credenciamento do carro pipa


cebido pelo pipeiro findo um mês inteiro de trabalho.
O edital de credenciamento publicado no ano O pagamento mensal está diretamente ligado
de 2018 prevê que os prestadores de serviço inte- ao volume transportado, ou seja, a capacidade de
ressados em participar da OCP no âmbito do 16º transporte do caminhão pipa, o número de viagens
Regimento de Cavalaria Mecanizado devem realizar realizadas e a distância percorrida. Baseado nesses
sua inscrição no período e locais estabelecidos na- parâmetros o presente estudo buscou estabelecer
quele documento de convocação. Neste momento o um modelo matemático que abarca essas condicio-

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nantes, buscando a melhor solução para o problema Figura 1 – Viagens necessárias, custos e distância manan-
cial
ora apresentado.
Após o seu lançamento dos dados das co-
munidades atendidas no sistema GPIPA, bem como
a vinculação do caminhão à determinado ponto de
atendimento, o sistema realiza de forma automática
a programação das viagens necessárias para suprir
as necessidades mensais de cada comunidade inse-
rida no programa, determinando os dias e as viagens
a serem realizados pelos pipeiros, definindo suas
Fonte: Autoria própria, 2018.
planilhas de trabalho mensal.
Objetivando otimizar o conhecimento táci- Ainda cabe comento as viagens necessárias,
to dos militares, o presente estudo realizou modelo as quais tiveram valores estabelecidos realizando a
matemático utilizando o SOLVER para determinar a divisão da demanda mensal das comunidades, explí-
melhor solução para o problema, e se fiou em fazer citas na Figura 1, pela capacidade do tanque do ca-
os cálculos baseados no custo do quilômetro rodado minhão. Assim o valor de 9,186813187, lançado na
levando em consideração a carga transportada. célula B3, foi obtido dividindo 83,6 (demanda mensal
Como já descrito, os valores a serem pagos da Comunidade I) por 9,10 (capacidade de trans-
aos pipeiros são a resultante de uma fórmula prees- porte em cada viagem do caminhão). Dessa forma, a
tabelecida, a qual leva em consideração a quantida- Comunidade II teve o valor de 54,12, a Comunidade
de de quilômetros rodados, considerando a carga III o valor de 10,12, a Comunidade IV, 37,84 e a Co-
transportada, de certa forma desconsiderando as munidade V, 84,04, todos divididos pela capacidade
práticas atuais de mercado para atividades dessa do tanque, 9,10.
natureza. De forma análoga na linha 4, os valores obti-
Em consulta ao site do GUIA DO TRC, formam dos no intervalo B4:F4, seguiram a mesma linha de
observadas a publicação de três dicas práticas para raciocínio, somente tendo como divisor o valor de
fazer o cálculo do frete. Entre elas está o seguinte 12,4, que é a capacidade do outro caminhão.
cálculo: (Diárias X Tempo Serviço + Quilômetro X Km Dito isto, nos atendo ao custo por metro cú-
rodado + Despesas de Viagem) X Markup, e a divisão bico, a célula B8 retrata o valor que o caminhão de
do valor encontrado pela capacidade transportada, capacidade 9,10 M3 gasta para atender à demanda
chegando ao valor de cada tonelada levada de um mensal da Comunidade I.
ponto ao outro. Para se chegar ao valor da célula B8 houve a
Assim para estabelecer um modelo matemá- multiplicação de 0,49, que é a constante de multipli-
tico que considera o custo do M3 transportado por cação de estradas com maioria de “chão” no trajeto
quilômetro rodado foram levantados os custos de considerado, o qual consta da Ordem de Serviço Nr
cada caminhão que atende ao município de Carra- 008, do Comando Militar do Nordeste, pelo valor da
pateira-PB, tendo como referencial sua capacidade célula B3, que retrata o número de viagens necessá-
3º SIMPIF

máxima de transporte do tanque. Exemplificando rias para o atendimento da demanda mensal de água
esta sentença tomemos como base os custos do potável da Comunidade I, pelo valor da célula B11,
prestador de serviço que tem como capacidade de que representa a distância do manancial até o ponto
seu tanque 9,10 M3 de acordo com os dados cons- de atendimento, tudo isso dividido por 9,10, que é a
tantes da Figura 1: capacidade de transporte do tanque do caminhão,
resultando no custo por metro cúbico transportado,
no período por viagem realizada.

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De igual modo, as células do intervalo B9:F9 Dessa forma seguindo na montagem do mo-
utilizam a mesma forma de cálculo, diferindo apenas delo de forma canônica as restrições tem a seguinte
no divisor, que nesse caso é 12,4, a capacidade do representação:
tanque do segundo caminhão. Restrições dos caminhões:
De posse da determinação dos valores dos X11 + X12 + X13 + X14 + X15<= 200,2
custos de transporte de cada caminhão até as comu- X21 + X22 + X23 + X24 + X 25<= 272,8
nidades cadastradas, retratadas no intervalo B8:F9, Restrições dos dias:
se reúnem as condições de estabelecer um modelo, X11+X12+X13+X14+X15+ X21+X22+X23+X24+X25<= 44
com vistas a mitigar os custos envolvidos no paga- Restrições orçamentárias:
mento mensal dos pipeiros. X11 + X12 + X13 + X14 + X15<= 15000
Assim, para que se tenha o caminhão mais in- X21 + X22 + X23 + X24 + X 25<= 15000
dicado para a execução do transporte para as comu- Restrições das demandas:
nidades cadastradas, é preciso observar qual reúne X11 + X21 = 83,60
melhores condições para desempenhar o serviço X12 + X22 = 54,12
com o menor custo, impelindo este estudo a uma X13 + X23 = 10,12
função-objetivo de minimização. X14 + X24 = 37,84
Nesse sentido, consideramos as variáveis X15 + X25 = 84,04
de decisão (Xij) a possibilidade de cada caminhão É importante ressaltar que a unidade de
(i) atender a determinada comunidade (j), onde os medida usada para determinar a capacidade do
coeficientes das variáveis, da função-objetivo, são tanque dos caminhões bem como a demanda mensal
representados pelos custos apurados. das comunidades, foi o metro cúbico.
Dessa forma, considerando os dados anterio-
4.3 Implementação da solução usando o SOLVER
res a função-objetivo que melhor retrata o problema
é: Com o modelo matemático estabelecido, foi
Minimizar Z= 41,84.X11 + 28,56.X12 + 5,31.X13 utilizado a ferramenta SOLVER, complemento do Mi-
+ 18,58.X14 + 42,75.X15 + 22,53.X21 + 15,38.X22 + crosoft EXCEL, para buscar a solução ótima, ferra-
2,86.X23 + 10,00.X24 + 23,03.X25 menta na qual ocorreu o lançamento da função ob-
Como todo modelo de Programação Linear, o jetivo, das células das variáveis, das restrições, das
presente problema também leva em consideração as condições de não negatividade, bem como se definiu
restrições que normalmente servem de limites para um método de solução, que no caso em destaque, foi
a obtenção da solução ótima: o SIMPLEX, conforme descrito no presente estudo.

1. Restrições dos caminhões: cada caminhão Como já ventilado, o SOLVER apresenta facili-

transporta quantidade limitada pela capacida- dades para que determinado problema, baseado em

de de seu tanque. programação linear, seja resolvido de forma segura,

2. Restrições dos dias: cada caminhão pode fazer com a utilização do algoritmo SIMPLEX, nos ofere-

até duas viagens por dia ou os dois no mesmo cendo a melhor solução possível e viável.
Assim nossa função objetivo, de minimização
3º SIMPIF

dia, considerando uma média de 22 dias úteis


no mês. dos custos de transporte se traduziu na multiplica-

3. Restrições orçamentárias: cada contrato tem ção do volume transportado, variáveis, pelo custo de

um teto de R$ 15.000,00 transporte para cada comunidade, levando em con-

4. Restrições das demandas: cada comunidade sideração a capacidade do caminhão. De igual forma

dever ter atendida sua demanda mensal. as restrições também são lançadas na ferramenta,
as quais neste caso se referem ao número de via-
gens por mês, ao teto de quinze mil reais mensais

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a ser pago ao pipeiro, o limite máximo de carga a Aproveitando as potencialidades do SOLVER,


ser transportada em 22 dias de trabalho, levando em através da verificação do relatório de sensibilidade,
consideração a capacidade dos tanques dos cami- este veio ratificar a solução ótima através do deta-
nhões e o atendimento integral das demandas por lhamento de todos os valores descritos na planilha.
água potável das comunidades do município de Car- Nessa senda, analisando a primeira parte, na coluna
rapateira-PB. Reduzido Custo, é possível verificar que o caminhão
Ao inserir os dados no SOLVER, utilizando o de capacidade de 9,10 M3 apresenta o valor 19,31
algoritmo do método SIMPLEX, realizou-se a com- em sua primeira linha, referente à célula D4, apre-
binação de acordo com a determinação da função sentando valor zero na planilha de soluções. Em
objetivo, buscando uma solução que coubesse nas coadunação com as referências literárias, fica então
condições impostas pelas restrições, nos apresen- demonstrado que, para que este caminhão esteja
tando na célula A1 o valor de 5060,147374 equiva- inserido na solução ótima, deve haver uma redução
lendo ao custo envolvido em toda a operação, agora de igual valor no seu custo mensal, o inserindo na
otimizado. solução relativa à comunidade I.

Figura 2 - Coluna custo reduzido


4.4 Análise do resultado obtido em relação aos
caminhões ora contratados

De acordo com a documentação referente ao


mês de abril de 2018, podemos perceber que os pi-
peiros ao terem sua designação de rotas e comuni-
dades atendidas, baseada em conhecimento tácito e
realizada de forma empírica, vimos que esta não se
calcou em conhecimentos técnicos ou acadêmicos, Fonte: Autoria própria, 2018.

nem tampouco de ferramentas de apoio a decisão Da mesma forma, as linhas subsequentes,


para sua consecução. também referentes ao caminhão de 9,10 M3, células
Assim, no citado período, foi possível anali- E4, F4, G4 e H4, que também tem a coluna Final Valor
sar, através da planilha de trabalho dos pipeiros, que 0, apresentam na coluna Reduzido Custo os valores
para que os pontos de atendimento tivessem suas de 13,18, de 2,45, de 8,57 e de 19,73 respetivamen-
demandas suplantadas foram dispensados conside- te, as quais demonstram os valores que representam
ráveis recursos públicos, da ordem R$ 13.788,32, o que deve ser diminuído do custo mensal para que
com a contratação de dois caminhões para atender o caminhão em comento esteja na solução ótima re-
às cinco comunidades cadastradas no município de lativa às comunidades II, III, IV e V.
Carrapateira-PB. De forma inversa o caminhão de 12,40 M3
De igual forma, ao verificar a solução apre- apresenta em todas as linhas da coluna Reduzido
sentada pelo SOLVER, considerando o custo do qui- Custo o valor zero. Isso significa dizer, com base na
lômetro rodado, pelo metro cúbico transportado, literatura, que por ele já estar inserido na solução
objeto desse estudo, observou-se considerável di-
3º SIMPIF

ótima, não há necessidade de redução de custos,


ferença, pois como opção, com custos minimizados, considerando o modelo estabelecido. Vale salientar
a ferramenta nos retornou valores da ordem de R$ que qualquer alternância dentro do intervalo de-
5.060,14, e da mesma forma contemplando toda a monstrado, não haverá mudança na solução ótima,
demanda por água potável das comunidades cadas- alterando somente o valor dos custos totais na célu-
tradas, além de alocar somente um caminhão para la da função objetivo.
atender toda a demanda de água potável daquele Analisando a coluna Permitido Aumentar ve-
município. rifica-se que na sexta linha, referente ao caminhão

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de 12,40 M3, apresenta o valor de 19,31. Com base Assim, com base nos dados ora apresenta-
nos fundamentos teóricos, o citado valor representa dos, é possível considerar que houve uma redução
o quanto se pode aumentar no custo mensal do ca- em torno de 64% dos custos com pagamento dos
minhão em epígrafe mantendo-se a solução ótima da contratados, bem como se evidenciou a necessidade
planilha de resultados. de contratação de somente um caminhão para aten-
Do mesmo modo as linhas D5, E5, F5 e G5, der todos os pontos de atendimento daquele municí-
da coluna Permitido Aumentar, denotam o valor de pio atendido pela OCP.
13,18, de 2,45, de 8,57 e de 19,73, respectivamen-
5. Considerações finais
te, representando o quanto se pode aumentar nos
custos, mantendo o caminhão de 12,40 M3, para o Considerando que o presente estudo anali-
atendimento às comunidades II, III, IV e V sem alte- sou a utilização de recursos públicos, e também o
rar a solução ótima. atendimento de demandas em relação à mitigação
Ainda de posse dos resultados do relatório dos efeitos da seca sobre a população que vive na
de sensibilidade, na segunda parte, foi possível ve- zona rural do semiárido brasileiro, resta evidenciado
rificar que os valores constantes das colunas Per- que o tema é de grande relevância para a socieda-
mitido Aumentar e Permitido Reduzir nos trazem a de brasileira, pois suas considerações podem trazer
quantificação do valor que será modificada a solu- economia considerável do erário público, bem como
ção ótima se alterarmos a quantidade de recursos é capaz de otimizar o estabelecimento de políticas
disponíveis, da demanda de água potável ou o valor públicas em prol do povo brasileiro.
do teto dos contratos. Dessa forma, exemplificando, Com a utilização da programação linear, com
o valor de 3,08, na coluna Permitido Aumentar da enfoque no método simplex e utilização da ferramen-
linha 1, este representa o valor máximo que pode ser ta SOLVER, do Microsoft EXCEL, foi possível analisar
aumentado no lado direito da restrição, se mantendo todo o processo de definição de rotas e comunida-
o preço sombra. Isso significa dizer que se aumen- des a serem atendidas por determinado caminhão,
tarmos a demanda de água até o valor de 86,16 na levando em consideração sua capacidade de trans-
comunidade I, o valor da coluna Sombra Preço não porte, e os custos envolvidos nessa operação, com
sofre alteração. Dessa forma resta evidenciado que a possibilidade de buscar a solução com o menor
para cada unidade que aumentarmos na demanda custo possível para a fazenda pública. E por se tra-
de água da comunidade I, ocorre um incremento tar de uma ferramenta de apoio à decisão ampla-
de 22,58 no valor final da célula da função objetivo. mente utilizada no mundo empresarial e acadêmico,
Comportamento inverso ocorre se diminuirmos até o e pela utilização de conhecimentos já sedimentados
valor de 0,00, pois nesse caso ocorre um decremen- nos mesmos ambientes, fica garantido a exatidão e
to no valor de 22,58 no valor final da célula da fun- plausibilidade dos resultados obtidos, pois estes se
ção objetivo. Comportamento idêntico acontece com traduzem na melhor solução possível, considerando
os valores inscritos nas linhas da mesma coluna. cenário do mês de abril de 2018.
Figura 3 - Segunda parte relatório sensibilidade Com isso, o relatório de sensibilidade do
SOLVER, além de ratificar as proposições da pla-
3º SIMPIF

nilha com a solução ótima em sua primeira parte,


com o estabelecimento dos intervalos de variação
dos custos mensais dos caminhões, que os mantem
como a melhor solução, levando em consideração o
modelo matemático estabelecido, em sua segunda
Fonte: Autoria própria, 2018. parte, restou evidenciado quanto se altera o valor
dos custos mensais, se alterarmos em uma unidade

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cada uma das restrições. Assim o relatório de sensi- tribuição de Água Potável no semiárido brasileiro –
bilidade pode servir de importante ferramenta para Operação Carro-Pipa.Recife,2015. 10 p.
determinar e quantificar gastos e economias futuras _______. Portaria Interministerial nº 1, de 25 de julho
quando houver mudança de cenário que evolva as de 2012. Diário Oficial da União, Brasília, 2012.
restrições do modelo matemático ora estabelecido.
_______. Portaria Interministerial nº 2, de 27 de mar-
Com a análise dos resultados obtidos, foi ço de 2015. Diário Oficial da União, Brasília, 2015.
possível observar que houve impacto extremamente
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Rober-
positivo se consideramos a possibilidade de otimiza- to da. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pear-
ção das ações da OCP, principalmente a economia de son Prentice Hall, 2007.
recursos públicos, bem como também se evidenciou
COLIN, Emerson Carlos. Pesquisa operacional: 170
a importância da utilização de ferramentas que po- aplicações em estratégia, finanças, logística, pro-
dem ajudar ao gestor público em sua tomada de de- dução, marketing e vendas/Emerson Carlos Colin. –
cisão, baseada em critérios técnicos e conhecimen- [Reimpr]. – Rio de Janeiro: LTC, 2011.
tos já sedimentados pela literatura envolta no tema. DOS SANTOS, M. M., DA SILVA, D. M. Aplicação da
Por fim, é preciso considerar que o tema da Programação Linear na Otimização do Agronegó-
pesquisa em tela se traduz em um conteúdo de difícil cio: 2017 Disponível em: <http://http://http://
http://www.unirv.edu.br/conteudos/fckfiles/files/
acesso, por se tratar de um programa praticamente
Aplica%C3%A7%C3%A3o%20da%20Progra-
desconhecido pela sociedade brasileira. Também é ma%C3%A7%C3%A3o%20Linear%20na%20oti-
importante ressaltar suas limitações, visto que fo- miza%C3%A7%C3%A3o%20do%20Agroneg%-
ram considerados somente os custos de transporte C3%B3cio.pdf>. Acesso em: 06 jun. 2018.
para a determinação da solução ótima, sem consi- GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pes-
derar fatores geográficos, sociais e relações traba- quisa/Antonio Carlos Gil. – 5. Ed. – São Paulo: Atlas,
lhistas, deixando espaço para seu aprofundamento 2010.

se travestindo de possível base para estudos futuros. HILLIER, Frederick S. Introdução à pesquisa opera-
cional/Frederick S. Hillier, Gerald J. Liberman; tradu-
Referências ção: Ariovaldo Griesi. – 8. Ed. – Porto Alegre: AMGH,
2010.
BARRETO, Pedro Henrique. História - Seca, fenôme-
no secular na vida dos nordestinos. Revista Desafios JANAINA.1583/2012: Histórico de Secas no Nordes-
do Desenvolvimento. 2009 Ano 6. Ed.48. Disponível te do Brasil. [S. l.: s. n.], 13 ago. 2015. Disponível em:
em: http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?op- http://www.ceped.ufsc.br/author/jana/page/2/.
tion=com_content&view=article&id=1214:repo rta- Acesso em: 08 jun. 2018.
gens-materias&Itemid=39. Acesso em: 09 jun. 2018
LACHTERMACHER, Gerson. Pesquisa Operacional na
BRASIL. Advocacia Geral da União. Parecer Nr 19. tomada de decisões: modelagem em Excel. 5. ed. Rio
Contratação de Pessoas para Prestação de Serviços de Janeiro: Elsevier, 2007.
de Coleta, Transporte e Distribuição de Água Potá-
vel. Brasília, 2012. Disponível em: <www.agu.gov.br/ LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia
page/download/index/id/11683892>. Acesso em: científica/Marina de Andrade Marconi, Eva Maria La-
16 jun. 2018. katos - 5.ed.-SãoPaulo: Atlas, 2003.
3º SIMPIF

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Nordeste (CMNE) no Programa Emergencial de Dis-

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MONTEIRO, Celso. Utilizando o Solver para resolver


problemas de otimização em sua empresa. Dispo-
nível em: https://www.nomus.com.br/blog-indus-
trial/2017/01/como-usar-o-solver-2/. Acesso em:
28 jun. 2018.

PASSOS, Eduardo José Pereira Franco dos. Progra-


mação linear como instrumento de pesquisa opera-
cional. – São Paulo: Atlas, 2008.

3º SIMPIF

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Jéssica Mayara Vieira de Araújo


Uma abordagem de corantes e
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
aromatizantes no ensino de Química
Tecnologia da Paraíba Orgânica
Maria Helena Monteiro do nascimento
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
Resumo
Gesivaldo Jesus Alves de Figueiredo
[email protected]
Este artigo visa apresentar os resultados da aplicação de uma propos-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba ta de aula contextualizada sobre corantes e aromatizantes no ensino
de Química Orgânica. O local de realização foram duas escolas públi-
cas da rede estadual de ensino, localizadas na cidade de João Pessoa.
Participaram da pesquisa uma turma do 3º ano do Ensino Médio de
cada uma das duas escolas. Com base na perspectiva qualitativa, pro-
curou-se realizar uma proposta de aula problematizadora, contextua-
lizada e experimental. Para tanto, inicialmente, aplicou-se um levan-
tamento exploratório oralizado com os estudantes para detectar seus
conhecimentos prévios acerca dos assuntos a serem estudado. Depois
foi ministrada uma aula de funções orgânicas para que os alunos, ao
verem suas fórmulas estruturais, conseguissem identificá-las nos corantes e aromatizantes presentes nos ali-
mentos industrializados. Posteriormente, realizou-se, por meio da experimentação, a extração de corantes de
refrigerantes. Por fim, conseguiu-se, por meio do aplicativo “Ingred”, analisar rótulos de embalagens em que
os aditivos encontram-se listados. A partir da proposta desenvolvida, os alunos puderam ser alertados sobre
os riscos a que estão expostos ao consumirem alimentos industrializados e lembrados do fato de que detêm o
poder de escolha de ingeri-los ou não, cientes dos perigos.

Palavras-chave: Corantes, Aromatizantes, Contextualização.

Abstract

This article intend to present the application results of a contextualized class proposal about colorants and fla-
vorings in the teaching of Organic Chemistry. The place where it was realized were two public schools, located in
the city of João Pessoa. A 3rd Year of High School class were part of the research from each of the two schools.
Based on the qualitative perspective, we tried to develop a problematic, contextualized and experimental class
proposal. To do so, initially, an oralized exploratory survey was applied with the students in order to detect their
previous knowledge about the subjects about to be studied. Then a class of organic functions was taught with
the proposal to make the students, while seeing their structural formulas, could identify them through the dyes
and flavorings present in processed foods. Subsequently, through the experimentation, the extraction of dyes
from soft drinks was performed. Finally, it was possible, through the “Ingred” software, to analyze packaging
labels where the additives are listed. From the proposal developed, students could be alerted to the risks they
are exposed during the consuming of processed foods and reminded of the fact that they own the power to
choose to eat them or not, being aware of the danger.

Keywords: Dyes, Flavorings, Contextualization.

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1. Introdução de custo de produção relativamente baixo. Alguns


dos corantes permitidos no Brasil são: o amarelo
A ausência de informação é um dos fatores
crepúsculo, azul brilhante FCF, amaranto, ponceau
para que adolescentes e crianças se alimentem de
4R, tartrazina e o vermelho 40. Por exemplo, o ama-
maneira inadequada, ingerindo, em seu cotidiano,
ranto apresenta estudos contraditórios quanto á sua
lanches entre refeições, os quais costumam ser ali-
inocuidade cancerígena, e seu uso é banido nos Es-
mentos sem qualquer valor nutricional, cheios de
tados Unidos há mais de 40 anos por medida de
açúcar, sódio, corantes, aromatizantes e conservan-
segurança, outros países o utilizam. Um outro coran-
tes. Sem saberem que, por trás dessas “refeições”,
te é a Tartrazina, que é apontada pelos profissionais
existem substâncias químicas que, a longo prazo,
toxicológicos e alergistas como prejudicial à saúde
podem acarretar problemas para sua saúde, os jo-
em virtude de suas reações alérgicas. (FOOD INGRE-
vens consomem esses produtos demasiadamente.
DIENTS BRASIL, 2016).
Um exemplo claro é o refrigerante, normalmente in-
Sabe-se que os aromatizantes são substân-
gerido pela maioria das pessoas que desconhecem
cias que dão cheiro e sabor aos alimentos, melho-
as informações maléficas que tem para sua vida.
rando seu aspecto. Existem dois tipos de aromati-
Conte (2016), em sua contribuição literária revisou
zantes, os naturais, criados com base em produtos
vários trabalhos que tratavam dos aditivos presentes
extraídos de vegetais, e os artificiais, sintetizados
nos alimentos industrializados, entre eles os corante
em laboratório. O uso destes pode causar alergia,
e aromatizantes, e destacou que eles provocam aler-
coceira e tonturas por ser uma junção de compos-
gias, são potenciais cancerígenos, percussores da
tos químicos (FOOD INGREDIENTS BRASIL, 2016).
doença de Parkinson, da doença de Alzheimer, além
Muitos produtos que utilizam os aromatizantes arti-
de resistentes insulínicos, e hipertensivos. e também
ficiais não possuem qualquer vestígio dos alimentos
hipertensivos.
que tentam representar, como as jujubas, que são
Os alimentam existem de forma natural e
apenas guloseimas.
artificial, respectivamente, o primeiro é extraído de
Por isso, é essencial discutir essas substân-
substâncias naturais, o segundo é produzido a partir
cias com os alunos do 3º ano do Ensino Médio, pois se
do processo de síntese, não tem qualquer valor nu-
considera que este público tem conhecimento prévio
tritivo, mas encontra-se bem visíveis nos estabeleci-
para compreender os riscos aos quis estão expostos,
mentos para atrair a visão do consumidor. A título de
aos componentes prejudiciais que são adicionados
informação, os órgãos do corpo humano captam cer-
aos alimentos. Dessa forma, é fundamental intro-
ca de 87% de suas percepções pela visão, 9% pela
duzir esse assunto em aulas de Química Orgânica,
audição e os 4% restantes por meio do olfato, do
contextualizando a problemática com os principais
paladar e do tato (CONSTANT, STRINGHTA e SANDI,
lanches que esses alunos consomem no seu cotidia-
2002). Os corantes, por exemplo, são substâncias
no. Assim, haverá uma aula participativa e dialogada
que dão cor aos alimentos industrializados para que
protagonizando os estudantes e alertando para que
sua aparência atraia os consumidores. Essas subs-
fiquem informados e se sensibilizem aos riscos aos
tâncias artificiais podem ocasionar reações alérgi-
quais estão propícios ao consumirem tais comidas.
3º SIMPIF

cas, como sintomas que podem surgir na pele, no


sistema gastrintestinal e respiratório.(CONTE, 2016). 2. Referencial teórico
Algumas das características desse tipo de
aditivo são: apresentam alta estabilidade (luz, 2.1 Corantes
oxigênio, calor e pH), possuem uniformidade na
Segundo Dantas (2017), os corantes estão
cor conferida, contêm alto poder tintorial, detêm
presentes em quase todos os tipos de alimentos
isenção de contaminação microbiológica e dispõem
consumidos, sendo eles de aspecto natural ou artifi-

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cial, levando em consideração os produtos caseiros guns desses aditivos alimentares são os corantes:
e industrializados. amaranto, eritrosina e tartrazina. Esta última tem
Estudos passaram a referenciar a presença potencial para causar distúrbios de hipersensibilida-
dessas substâncias como um dos indicadores do au- de, e afeta de 0,6 a 2,9% da população. Todos esses
mento de déficit de atenção, câncer, alergias, proble- corantes são permitidos por lei no Brasil, além de
mas respiratórios, entre outras consequências nega- outros (ANASTÁCIO et al, 2016).
tivas (CONTE, 2016). Observa-se, repetidamente, que O amaranto é um corante artificial de cor aver-
o propósito dos conservantes e aromatizantes não é melhada que está presente em balas, sorvetes, ce-
auxiliar na alimentação, mas modificar as caracte- reais e outros alimentos. Ele possui boa estabilidade
rísticas físicas, químicas, biológicas e sensoriais dos a luz, calor e ácido, entretanto reage na presença de
alimentos consumidos. (POLÔNIO e PERES, 2009). agentes redutores, como o ácido ascórbico. Por es-
Segundo a Resolução –nº. 44 de 1977, reali- tudos indicarem possível aditivo cancerígeno, ele foi
zada pela Comissão Nacional de Normas e Padrões proibido nos Estados Unidos e Japão. (FOOD INGRE-
para Alimentos (CNNPA), considera-se corante a DIENTS BRASIL, 2016). Outro corante sintético é a
substância ou a mistura de substâncias que pos- eritrosina de coloração rósea, que está presente em
suem a propriedade de conferir, intensificar ou res- pós de gelatina e é legalizada para uso industrial no
taurar a coloração de um alimento. Brasil. Existem estudos de uma possível associação
São três as categorias de corantes permitidas dos tumores na tiroide com o seu uso, pela provável
pela legislação do país para uso em alimentos: os liberação de iodo no organismo, porém esses estu-
corantes naturais, o corante caramelo e os coran- dos não foram conclusivos (PRADO E GODOY, 2003).
tes artificiais. Conceitua-se, como corante natural, o A tartrazina é um corante sintético de colo-
corante ou pigmento inócuo extraído de substância ração amarelo-alaranjado que está presente em re-
vegetal ou animal; como corante caramelo, o obtido frigerantes, confeitos, balas e outros, possui exce-
a partir da caramelização de açúcares; e como co- lente estabilidade a luz, calor e ácido e é associado
rante artificial, a substância obtida por processo de a reações adversas como asma, hiperatividade e ur-
síntese. (FOOD INGREDIENTS BRASIL, 2016). ticarias, em quem os ingere (PIASINI et al, 2014).
O aspecto visual dos alimentos chama bas- Por essa razão, para que ele possa ser utilizado, são
tante atenção para o paladar, pois o nosso cérebro necessárias avaliações de sua toxicidade e suas pro-
associa a cor diretamente ao sabor. Assim, são adi- priedades, permitidas no país. Este aditivo vem sen-
cionadas cores aos alimentos industrializados para do estudado desde os anos 70. Pelo seu “potencial
eles serem mais chamativos e atraírem mais o indiví- negativo para a saúde”, a Food and Drug Administra-
duo que irá consumi-lo. Há os que são feitos natural- tion - Administração de Comidas e Remédios - (FDA)
mente e os sintéticos. São poucas as quantidades de exige que o dito corante esteja listado no rótulo de
corantes artificiais inofensivos à saúde. Por essa ra- quaisquer produtos que o tenham em sua compo-
zão, são feitos estudos para viabilizarem a ação dos sição, desde o início dos anos 2000, aqui no Brasil.
corantes naturais e barrar os prejudiciais, diminuin- Mesmo assim, é um dos corantes mais utilizados in-
do seus possíveis malefícios a saúde. CONSTANT, dustrialmente. Graças a isso, estima-se que 1 a cada
3º SIMPIF

STRINGHETA e SANDI 2002). 10 mil pessoas apresenta má reação a esse corante,


Na atualidade, os corantes sintéticos têm algumas das pessoas sensíveis à aspirina também são
sido os mais utilizados para atender às demandas sensíveis a ele. (FOOD INGREDIENTS BRASIL, 2016).
da indústria, melhorando a aparência de alimentos.
2.2 Aromatizantes
Contudo, eles acabam causando efeitos na saúde
dos seres humanos, como alergias, rinite, hiperati- Conforme Sales et al (2016), ao analisar a li-
vidade, danificação cromossômica ou tumores. Al- teratura, alguns autores constataram que o uso de

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aditivos alimentares presentes em alimentos indus- no alunato o interesse e a participação nas aulas.
trializados compete em 40% de iniciação ou poten- Entre os recursos que são mais utilizados, desta-
cialização de diversos tipos de câncer. Em seu estudo, cam-se: a experimentação, o uso de filme, atividades
analisou-se os aromatizantes sintéticos de biscoito lúdicas e oficinas.
e baunilha e detectou-se a sua possível capacida- Oliveira (2018) também cita, em sua colabo-
de citotóxica e genotóxica ao aplicar doses de 0,3 ração literária, que a curiosidade também é um fator
mL, 0,6 mL e 0,9 mL de ambos os aromas em amos- que desperta o interesse nas aulas, por isso a rele-
tras de bulbos de cebolas para associá-los entre si. vância de utilizar experimentações para ativar esse
Para a Agência Nacional de Vigilância Sani- gatilho em aulas de química.
tária (ANVISA), o grupo dos aromatizantes possui Em seu trabalho Mortimer (2002) discutiu a
duas classificações: naturais, obtidos a partir de ve- relevância das interações dos estudantes nas aulas
getais ou de animais; e artificiais, produzidos através de ciências, como os docentes poderiam gerar pa-
do processo de síntese. Os aromatizantes são obti- drões de interação trazendo diálogo para as aulas
dos a partir de dois processos, pela síntese química e discussão de conteúdos por meio de estratégias
e por meio de extração de fontes naturais (PAROUL, discursivas de aulas entre professor-aluno. Apesar
2011). Eles são relevantes no ramo alimentício in- da discussão verbal não ser a única ferramenta no
dustrial por adicionar ao alimento propriedades sen- desenvolvimento do ensino, tem fundamental rele-
soriais que lhe conferem aroma e sabor. Seu uso in- vância nesse processo.
fluencia institivamente o indivíduo e, por meio disto, É indispensável que o professor considere a
seu uso é demasiadamente utilizado para a aceita- importância de colocar os alunos frente a situações-
ção do produto no mercado alimentício problema adequadas, propiciando a eles a constru-
Diversos são os produtos que acusam na em- ção do próprio conhecimento. Para viabilizar isso é
balagem possuírem sabores de frutas, entretanto indispensável trazer um fato real com um problema
não há, em sua composição, qualquer vestígio delas, atual para contextualizar. Em sua pesquisa, Ferreira,
há apenas aromatizantes sintéticos que cumprem Hartwig e Oliveira (2009) realizaram uma atividade
esse papel. Segundo Tonetto et al (2008), os aroma- experimental com 58 alunos para a determinação da
tizantes sintéticos vieram proporcionar uma eficácia quantidade de álcool na gasolina. De início, um dos
quantitativa e uma validade prolongada às matérias docentes trabalhou a parte teórica do assunto, sem
primas que seriam deslocadas para longa distância. dar muitos detalhes da situação problema que seria
Além disso, são de baixo custo e possuem aromas levantada. Ao notar o domínio dos conteúdos traba-
concentrados que conferem o mesmo sabor e aroma lhados, entregou aos alunos um texto curto, com in-
idêntico aos aromatizantes naturais, colaborando formações referentes à gasolina, tais como: as suas
para a sua durabilidade e proporcionando lucro aos vantagens e desvantagens em relação aos outros
seus fabricantes. Encontrou-se, no consumo desse combustíveis e outros aspectos relevantes. Além dis-
aditivo a doses mais elevadas, o aumento da irritabi- so, o texto apresentava um resumo das informações
lidade e efeitos narcóticos em seus usuários. teóricas e procedimentais e uma situação-problema a
ser resolvida experimentalmente por eles. Ao final da
3º SIMPIF

2.3 Contextualização
atividade, observou o desenvolvimento dos estudan-
Conforme Oliveira (2018), as metodologias tes na resolução do problema, através de um relatório
tradicionais não vêm contribuindo para o envolvi- que tinha a finalidade de verificar o desenvolvimento
mento do aluno e o interesse para aprender os con- deles com a ausência de um roteiro experimental.
teúdos de químicas. Por essa razão, surgiu a neces- Ao final, constatou que os alunos mostraram capa-
sidade de desenvolver estratégias metodológicas cidade de utilizar o conteúdo conceitual e procedi-
relevantes para o ensino de Química, que fomentem

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mental em busca da resolução do problema mesmo Vale ressaltar que contextualizar não é ape-
na ausência de um roteiro proposto pelo professor. nas relacionar o conteúdo com o cotidiano dos alu-
Trazer problemas reais para sala de aula que nos, mas problematizá-los para desenvolver neles
contribuam para a vida do aluno faz total diferença habilidades, como o pensamento crítico, opinião e
para a significância de seu envolvimento em apren- ideias. (OLIVEIRA, 2018).
der e interagir na aula. Por esta razão, é fundamen-
3. Método da pesquisa
tal trazer aulas desafiadoras, essas aulas podem ser
através de tecnologias, jogos, estudos de casos e A proposta desse trabalho é qualitativa e bus-
projetos. Com a orientação do docente, o discente ca obter dados que auxiliem a desenvolver uma aula
consegue desenvolver atividades que contribuam contextualizada no ensino de Química Orgânica por
de forma significativa para sua aprendizagem. Por meio de uma pesquisa de campo, que pressupõe a
isso, são essenciais técnicas que possibilitem essa obtenção de dados descritivos construídos a partir
instrução, como a experimentação, que permite ao das propostas desenvolvidas na ação com os sujei-
professor desenvolver no aluno estímulo para bus- tos participantes.
car sua aprendizagem. É indispensável surpreender Conforme Hora, Monteiro e Arica (2010), são
aos estudantes, deixando o ensino menos monótono pertinentes o levantamento de dados para avaliar as
e mais produtivo, sempre utilizando a contextualiza- propostas de pesquisa a serem trabalhadas nos in-
ção para alavancar ainda mais a relevância do co- divíduos, bem para trazer confiabilidade ao estudo,
nhecimento. (MORAN, 2018). assim trazendo importância ao trabalho ali desen-
Ausubel, Novak e Hanesian (1983) salientam volvido.
que a instrução significativa cria uma aprendizagem A pesquisa qualitativa pode ser utilizada para
interessante para o sujeito, sendo o educando o pro- colher as causas e razões até então não discutidos
tagonista do seu estudo, pegando o conhecimento em trabalhos qualitativos, gerando maior compreen-
que ele tem e aprimorando-o com novos conteúdos, são e questionando soluções para as dificuldades
pois, assim, ele busca sua aprendizagem assimilando até então desconhecidos no estudo. É fundamental
com assuntos que ele já tem uma certa perspectiva. saber o que se quer obter ao longo da investigação
Para Wartha, Silva e Bejarano (2013), a con- para optar pelo melhor método a direcionar sua pes-
textualização é recente e relaciona conteúdo com quisa, para saber a técnica principal dela. (CHAER,
a experiência social dos estudantes. Estes auto- DINIZ e RIBEIRO, 2010).
res, ao analisarem a eficácia da contextualização Conforme Godoy (1995), o estudo qualitativo
no cotidiano do ensino de Química, explicitaram as preocupa-se em avaliar o ambiente natural do indi-
concepções de autores que abordaram esse tema víduo, de acordo com a proposta ali aplicada, obten-
utilizando-o como ferramenta para a aplicação dos do dados por anotações e experiências registradas
conhecimentos científicos, referenciando a exempli- e permitindo ao pesquisador autonomia na análi-
ficações, e não para fazer com que o indivíduo com- se para realizar a comparação dos dados auferidos.
preenda sobre o seu papel na sociedade. Nesse tipo de investigação, o estudioso preocupa-se
Os corantes e aromatizantes, por estarem com o processo e não apenas com o resultado, pois
3º SIMPIF

presentes no cotidiano desses estudantes, são ex- seu principal interesse é entender o fenômeno como
celentes assuntos para explorar a contextualização, um todo.
pois esta temática desperta a curiosidade do aluno A proposta tem por finalidade aplicar uma
para que ele sinta-se motivado a questionar o que aula contextualizada no ensino de Química Orgâni-
ocorre nas observações, além do mais provoca um ca sobre corantes e aromatizantes em duas escolas
maior diálogo e discussão do conteúdo entre o dis- públicas, localizadas na cidade de João Pessoa. Foi
cente e o docente. aplicada uma aula para realizar o levantamento ex-

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ploratório do conhecimento dos estudantes a res- de baixo custo, já que a aula prática é uma maneira
peito do tema. Após isso, foi ministrada uma aula clara e eficiente de fazer com que o discente com-
discursiva para tratar de alguns alimentos industria- preenda conceitos de Química, despertando um inte-
lizados. Posteriormente, realizamos experimenta- resse pela área. Por isso, a importância de dinamizar
ções e demonstrações desses aditivos nos refrige- as aulas, tornando-as mais interativas. Uma forma
rantes, extraindo-o por meio de papel toalha. disto acontecer é por meio da contextualização, já
que são de extrema importância para construção de
4. Resultados
conhecimento, pois ela se baseia em fazer com que
O primeiro passo, antes de aplicar uma aula o aluno desenvolva seu senso crítico (ALMEIDA et al,
contextualizada sobre corantes e aromatizantes no 2008).
ensino de Química Orgânica, foi levantar dados para Wartha, Silva e Bejarano (2013), em seu tra-
direcionar o trabalho. Com esse intuito, foi aplicado balho, discutiram a visão de diversos autores sobre o
uma aula exploratória oralizada com os alunos para conceito de contextualização e cotidiano e constata-
levantar informações para elaborar uma proposta de ram que, apesar de os teóricos estudados trazerem
aula e identificar os alimentos industrializados que abordagens diferentes, sempre voltavam ao mesmo
os estudantes consumiam. Nesse primeiro momento ponto ao conceitua-las e assemelhavam-se dos se-
eles foram questionados sobre os conceitos de aro- guintes significados: contextualização é relacionar
matizantes e corantes e, nas duas escolas, os alunos o conteúdo com assuntos sociais dando significado
arriscaram-se a conceituá-los, afirmando que coran- a eles além do conceitual e cotidiano é relacionar o
tes eram substâncias que davam cor aos alimentos conteúdo com o dia a dia dos discentes, sem se preo-
e os aromatizantes eram substâncias que adiciona- cupar com o seu significado. Em outras palavras, o
vam cheiro aos alimentos. Ao serem questionados a cotidiano viria com os exemplos corriqueiros diários.
respeito de efeitos que já sofreram ao ingerir essas Após os dados coletados, foi elaborada e
comidas, do total de 44 alunos que participaram nas aplicada uma proposta de aula sobre funções orgâ-
duas escolas, 5 deles disseram já terem sofrido com nicas, um assunto trabalhado nas turmas do 3º ano
reações alérgicas. Ao serem perguntados sobre o do ensino médio. Nas duas escolas, as funções or-
consumo de refrigerantes, 38, afirmaram ingeri-lo, 6 gânicas foram apresentadas aos estudantes e foram
alunos revelou não tomar. Com relação à quantidade mostrados também exemplos de algumas de suas
de vezes que isso acontecia, as respostas variaram aplicações no cotidiano que estão presentes nos co-
de uma vez por semana até cinco vezes, 8 disseram rantes e aromatizantes, usou-se de exemplos como
consumir apenas em datas especiais, como aniver- a tartrazina e eritrosina.
sários. Ficou evidenciado que o consumo de alimen- Posteriormente foi o dia da aplicação final da
tos industrializados era regular pelos discentes, pois proposta, por meio da aula contextualizada de co-
todos os participantes disseram ingeri-los no seu dia rantes e aromatizantes, o envolvimento dos estudan-
a dia. Ao serem pedidos exemplos destes, eles men- tes em cada escola teve suas peculiaridades, confor-
cionaram ingerir, em geral, bolacha recheada, macar- me analisados a seguir.
rão instantâneo, suco, pipocas, batatinhas e doces. No dia de discutir com a turma da escola1
3º SIMPIF

Há alguns fatores que animam os alunos a es- sobre corantes e aromatizantes, foi pedido aos es-
tudarem e interessarem-se pelo ensino de Química, tudantes para formarem um “u”. Em seguida, foi
uma delas é a aula prática. Mas há obstáculos para perguntado a eles o que entendiam do conceito de
realizar essa proposta de instrução nas escolas pú- corantes e aromatizantes e de prontidão eles res-
blicas, como a dificuldades de materiais, como rea- ponderam. Depois os classificamos em seus devidos
gentes. Por essa razão, são necessárias estratégias grupos, naturais e artificiais. Após um tempo foi co-
para burlar isso, como o desenvolvimento de aulas

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locada a questão do uso desses alimentos nos lan- a contextualizando com sua realidade, que é funda-
ches das escolas e no cotidiano deles. mental para a compreensão da disciplina. Outra for-
Como a intenção da proposta não era apenas ma de realizar essa instrução é usando ferramentas
discutir, mas sim executar a análise, convidou- de software, que é um meio usado para despertar
se alguns alunos para se voluntariar a fazer um o interesse dos alunos para as ciências naturais,
experimento da extração de corantes em refrigeran- com jogos ou aplicativos que se mostram eficientes
tes. Observou-se que a cor do refrigerante alterava em estimular o interesse no ensino de química, por
a medida que o seu corante era extraído, e nenhum ser fator motivador para os estudantes, os fazendo
dos alunos quis toma-los pela ausência da cor aprender dinamicamente. (VIEIRA, MEIRELES e RO-
Após todo esse processo, também feito na es- DRIGUES, 2011).
cola 2, os estudantes dessa instituição perguntaram Dessa maneira, é indispensável estudar a
entusiasmados se o sabor do refrigerante permane- parte teórica dos conteúdos e praticá-las através
cia e explicou-se a turma que a única coisa que tinha de ferramentas tecnológicas. Elas não substituem o
sido feita era a extração do corante ali presente e professor, apenas é um utensilio facilitador.
que continuaria sendo refrigerante. Abriu-se uma Soares et al (2018) discutiu, em seu trabalho,
discussão sobre o poder do corante para atrair as o uso de aplicativos no ensino de química e obteve
vendas dos alimentos industrializados, pois, ao ve- como resultado que os estudantes sentem dificulda-
rem que não tinham mais a cor característica da be- des em manipular essa ferramenta tecnológica por
bida, se recusaram a tomá-la. Já na escola 1, não faltarem conceitos de outras áreas fundamentais,
houve questionamento sobre o sabor do refrigeran- como gramática. Em contrapartida, o modelo de en-
te, apenas observaram atentos o que ocorria. sino atual contribui para isso por ainda não fazer o
O uso de celulares como forma de aprendiza- aluno protagonista do seu ensino, este que, muitas
gem tem gerado uma mudança na maneira de ensi- vezes, permanece mais centrado no processo e em
nar e aprender, contribuindo estrategicamente nas números do que no desenvolvimento social e intelec-
aulas ao possibilitar interação com os alunos e as tual do estudante.
tecnologias. Uma das formas de seu uso é por meio Dando sequência às atividades, na turma da
de aplicativos interativos em sala de aula. (NICHELE escola 1, pediu-se que a os alunos se dividissem em
e SCHLEMMER, 2014). De acordo com Moran (2007), três grupos e foram distribuídas embalagens de bo-
o uso das tecnologias influencia na fixação do con- lachas recheadas, refrigerantes, batatinhas, salga-
teúdo, além de permitir um menor número de estu- dinhos e doces a eles. Em seguida, solicitou-se que
dantes dispersos, tornando as aulas mais flexíveis e utilizassem o aplicativo “Ingred” para analisar os
menos monótonas, elevando o desempenho dos do- rótulos, através do escaneamento dos ingredientes
centes nas disciplinas. Além de que, na atualidade, a presentes na embalagem. O aplicativo analisava os
implementação de jogos, aplicativos e outros meios ingredientes e media os toleráveis, os que traziam
tecnológicos são facilitadores da aprendizagem, pois certo risco a saúde e os perigosos para a saúde.
beneficiam a criatividade e o desenrolar de discipli- Nesse momento, os grupos começaram a verificar
nas consideradas complexas como Química e Física. os aditivos presentes nos alimentos industrializados
3º SIMPIF

Sendo grande o desafio de construir metodo- que eles consumiam corriqueiramente. Foram apre-
logias que minimizem os défices que os alunos têm sentadas algumas dificuldades que prejudicaram um
com a matéria de Química, é relevante a integração pouco a utilização do aplicativo, uma delas foi a falta
da Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS). Esta que de internet da escola e os alunos não terem o apli-
relaciona as questões entre ciência, tecnologia e so- cativo disponível no celular, assim teve-se apenas o
ciedade para gerar, no processo de ensino, um estí- uso de dois aparelhos para os três grupos que foram
mulo e interesse com um único fim, a aprendizagem, revezados durante todo o processo.

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Na escola 2, o processo da verificação dos ró- Com base nas aulas ministradas e no enga-
tulos foi similar, a diferença era que nela a turma foi jamento da turma com o projeto, percebeu-se que
dividida em dois grupos, pois só havia dois aparelhos este modelo de aula interativa traz a atenção do
celulares e apenas um aluno tinha baixado o apli- aluno, pois gera curiosidade do tema. Nas duas tur-
cativo “Ingred”. Entretanto, havia internet disponível mas houve a aplicação da abordagem interagiram
para analisar as embalagens e os alunos analisaram- de forma similar, mas a turma da escola 2 foi mais
-nas descobrindo os aditivos ali presentes. questionadora.
No final do processo, nas duas escolas, foi
Referências
discutido sobre os males desses aditivos para a saú-
de e informou-se aos estudantes que o consumo ex- ALMEIDA. E.C.S. et al. Contextualização do Ensino
cessivo poderia levar a complicações a longo prazo de Química: Motivando Alunos de Ensino Médio. X
Encontro de Extensão. João Pessoa, (2008).
em seu organismo, sempre argumentando a partir
dos aditivos perigosos de corantes e aromatizantes ANASTÁCIO, L. B.; et al. Corantes Alimentícios
detectados no aplicativo, alguns que indicavam o Amaranto, Eritrosina B e Tartrazina, e seus possí-
veis Efeitos Maléficos à Saúde Humana. Journal of
potencial cancerígeno dessas substâncias e reações
Applied Pharmaceutical Sciences – JAPHAC, 2(3):
alérgicas, por exemplo. p 16-30, 2015.
Alguns obstáculos dificultaram o melhor de-
AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D.; HANESIAN, H. Psicolo-
senvolvimento do projeto, um deles foi à ausência de gía Educativa: un punto de vista cognoscitivo. Méxi-
internet na escola 1, outro foi, nas duas escolas, a co: Trillas, 1983.
indisponibilidade dos alunos de baixarem o aplica-
CHEAR, G.; DINIZ, R.R.P.; RIBEIRO, E.A. A técnica do
tivo. questionário na pesquisa educacional. Evidência,
Araxá, v. 7, n. 7, p. 251-266, 2011. Disponível em:
5. Conclusão <https://www.uniaraxa.edu.br/ojs/index.php/evi-
dencia/article/view/201/187>. Acesso em: 13 de
Fica evidente que a estratégia de aula contex-
Agosto de 2019.
tualizada no ensino de Química é um fator motivador
CONSTANT, P. B. L.; STRINCHETA, P. C.; SANDI, D. Co-
para que os alunos queiram interagir e participar
rantes alimentícios. Curitiba, 2002.
com argumentos e perguntas em sala de aula, cons-
truindo seu conhecimento através de problemáticas, CONTE, F. A. Efeitos do consumo de aditivos quími-
cos alimentares na saúde humana. Revista Espaço
como o uso de aditivos aplicados nos alimentos in-
Acadêmico – n 181. p.69-78, 2016.
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Adjair Fernandes Gomes


Valores, atitudes e satisfação no
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
trabalho: um estudo de caso em uma
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa microempresa de João Pessoa
Aurora das M. Duarte Pereira
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
Resumo
Brenno de Morais e Silva
[email protected] Este estudo surgiu com a intenção de conhecer os valores e as atitu-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa des que permeiam o ambiente organizacional e compreender como
eles influenciam o comportamento humano. Teve como objetivo geral
Djanice Silva de Santana
[email protected] analisar a relação entre os valores, atitudes e satisfação dos colabo-
Instituto Federal de Educação, Ciência e radores em uma microempresa, do ramo de vendas e locações de má-
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
quinas e equipamentos para a construção civil, em João Pessoa-PB.
Maria Luiza da Costa Santos Para isso foi realizada uma pesquisa exploratória e descritiva, que
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e fez uso de um questionário, com variáveis qualitativas, aplicado aos
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa colaboradores da empresa. Os resultados indicam que os valores que

Rosane Suêli Cantalice dos Santos norteiam o comportamento dos empregados são valores instrumen-
[email protected] tais que estão relacionados com visão ampla, competência, honesti-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa dade, obediência, responsabilidade e valores terminais como igualda-
de e reconhecimento, os quais parecem influenciar positivamente nas
atitudes e nos comportamentos dos colaboradores, principalmente
no que se relaciona com a orientação aos clientes sobre os produtos e serviços da empresa. Fatores como
treinamento, conhecimento, liberdade, reconhecimento, relacionamento e remuneração são primordiais para
a manutenção de um elevado grau de satisfação.

Palavras-chave: Valores. Atitudes. Satisfação.

Abstract

This study came up with the intention of knowing the values ​​and attitudes that permeate the organizational
environment and understanding how they influence human behavior. The purpose of this study was to analyze
the relationship between values, attitudes and employee satisfaction in a microenterprise, in the field of sales
and leasing of machinery and equipment for civil construction, in João Pessoa-PB. For this, an exploratory and
descriptive research was carried out, using a questionnaire, with qualitative variables, applied to company
employees. The results indicate that the values ​​that guide employees behavior are instrumental values ​​that are
related to broad vision, competence, honesty, obedience, responsibility and terminal values ​​such as equality
and recognition., which seem to positively influence the attitudes and behaviors of the employees, especially in
relation to customer orientation on the company’s products and services. Factors such as training, knowledge,
freedom, recognition, relationship and pay are paramount to maintaining a high degree of satisfaction.

Keywords: Values. Attitudes. Satisfaction.

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1. Introdução questionário como instrumento de coleta de dados,


com variáveis qualitativas. O objetivo geral do estudo
A cultura organizacional expressa os valores
foi analisar a relação entre os valores, atitudes e sa-
compartilhados pelos membros que compõem uma
tisfação dos colaboradores em uma microempresa,
organização. Segundo Robbins (2005), os valores
do ramo de vendas e locações de máquinas e equi-
são importantes no estudo do comportamento or-
pamentos para a construção civil, em João Pessoa-
ganizacional, pois estabelecem a base para enten-
-PB. E os objetivos específicos foram os seguintes:
der as atitudes e a motivação, além de influenciarem
identificar o nível de satisfação dos colaboradores;
nossa compreensão sobre o que nos cerca. As pes-
verificar as implicações das atitudes sobre as ações
soas carregam noções predeterminadas das coisas
no ambiente laboral; descrever os valores predomi-
que devem ou não devem ser feitas. Evidentemente,
nantes na rotina organizacional.
essas noções não são carentes de valores.
Conforme Lacombe (2011), os valores são 2. Fundamentação teórica
fatores relevantes na cultura organizacional de uma
Essa pesquisa se fundamenta em estudos que
empresa, pois exercem grande influência nas atitu-
tratam dos valores humanos, atitudes e satisfação
des e comportamentos de seus membros. Chatman
com o trabalho. A relevância dos valores no setor
citado por Tamayo e Porto (2005), diz que a combi-
empresarial e sua influência na satisfação com o tra-
nação de valores individuais com os organizacionais
balho têm sido abordadas por diversos pesquisado-
parece ser melhor preditor de satisfação com o tra-
res (GOUVEIA et al., 2009; TAMAYO e PORTO, 2005;
balho do que os valores individuais e valores organi-
TAMAYO, 1998; ROBBINS, 2005).
zacionais isoladamente.
De acordo com Xavier (2006), as atitudes 2.1 Compreendendo o significado de valores:
antecedem a ação e podem ser positivas ou negati- fatores históricos
vas. Quando é positiva, implica ação com aprovação,
aceitação, motivação, quando o objeto se apresenta. Segundo Gouveia et al. (2011) os valores se

Quando é negativa, a ação toma um rumo inadequa- fizeram imprescindíveis a partir do momento em que

do, com rejeição, barreira emocional, desconforto, o homem se percebeu como indivíduo, tendo cons-

quando o objeto se apresenta. Corroborando essas ciência de suas ações e viu, no outro, sua possibili-

informações, Robbins (2005) diz que as atitudes re- dade de existir. A partir do estudo de Thomas e Zna-

fletem de forma positiva ou negativa, o sentimento nieck, citados por Gouveia et al. (2011), destaca-se

de um indivíduo em relação a alguma coisa. Uma que as atitudes e os valores estão relacionados, em-

pessoa pode apresentar diversas atitudes, e relacio- bora tenham conceitos diferentes, as atitudes têm

nadas ao ambiente de trabalho merecem destaque: natureza intrassubjetiva, enquanto os valores são

a satisfação com o trabalho, o envolvimento com o intersubjetivos, pois necessitam ter seu significado

trabalho e o comprometimento organizacional. compartilhado pelos demais.

Tendo em vista que os valores compartilhados Rokeach (1973), tornou-se referência nos

influenciam fortemente as atitudes dos indivíduos, estudos sobre valores. Apesar dele não ter elabo-
rado propriamente uma teoria sobre o tema, foi in-
3º SIMPIF

formulou-se a seguinte questão: quais os valores do-


minantes e sua relação com as atitudes e satisfação no titulado pai dessa área. Alguns fatores o levaram a

ambiente de trabalho em uma microempresa do ramo esse mérito, como o fato de ter proposto o primeiro

de vendas e locações de máquinas e equipamentos instrumento elaborado especificamente para medir

para a construção civil, da cidade de João Pessoa? valores e apresentado uma definição específica dos

Definida a problemática, foi realizada uma in- valores e sistemas de valores.

vestigação exploratória e descritiva, utilizando um Gouveia et al. (2009) realizaram estudos para
analisar a influência dos valores no comprometimen-

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to e no bem-estar afetivo organizacional, com base ne sistema de valores como um conjunto de cren-
na teoria funcionalista dos valores humanos, que re- ças duradouras, relacionadas a modos de conduta
presenta uma proposta integradora e mais cautelo- ou estados de existência preferíveis ao longo de um
sa, com quatro suposições teóricas principais: 1 os contínuo de relativa importância.
seres humanos têm uma natureza boa ou positiva; Na concepção de Robbins (2005), os valores
2 os valores são princípios que guiam o comporta- representam convicções, eles contêm um elemento
mento humano; 3 os valores apresentam uma base de julgamento, conforme a crença do que seja cer-
motivacional; e, 4 apenas os valores terminais, por to ou errado para o indivíduo. Os valores possuem
serem menor em número e de fácil definição, são características de conteúdo e de intensidade. O con-
considerados. teúdo determina que um modo de conduta é impor-
Já Tamayo, citado por Gouveia et al. (2009) tante, enquanto a intensidade descreve o quanto ele
estuda a influência dos valores humanos no ambien- é importante. Quando classificamos os valores de
te laboral por meio de um modelo teórico, mostran- uma pessoa de acordo com sua intensidade, temos o
do uma influência causal que pode ser esclarecida sistema de valores dela. Esse sistema (hierarquia de
pelo seguinte esquema: valores humanos - vida or- valores) é reconhecido pela importância relativa que
ganizacional - valores organizacionais - imagem da atribuímos aos valores que possuímos. Os valores
empresa - comportamento. Segundo esse modelo, costumam ser estáveis e duradouros, o processo de
o empregado traz para a organização seus valores questionamento de nossos valores, evidentemente,
decorrentes de interações sociais anteriores a sua pode causar uma mudança, porém, geralmente esse
entrada na empresa. A vida organizacional informa questionamento serve apenas para fortalecer os va-
os valores organizacionais ao empregado, e as inte- lores que já temos.
rações sociais com os demais membros da empresa Por valores organizacionais, Tamayo (1998)
também podem induzir os valores organizacionais. entende que são os percebidos pelos empregados
Esses valores, sejam antigos ou modificados, pos- como sendo efetivamente característicos da organi-
sibilitam ao empregado a definição de uma imagem zação. São princípios compartilhados pelos empre-
mental da empresa, e essa imagem interfere na sa- gados que guiam o funcionamento da organização.
tisfação com o trabalho e no comprometimento or- Eles são expressados pela empresa por meio de sua
ganizacional. história, estrutura, estratégias de gestão etc. Os va-
Tamayo e Porto (2005) citam a Teoria dos lores organizacionais não devem ser confundidos
Valores de Schwartz, que deriva tipos motivacionais com os valores pessoais dos membros que a com-
como resposta às necessidades básicas da socieda- põem.
de. As três necessidades identificadas por ele são: No entanto, é interessante avaliar candidatos
(1) definir a natureza da relação entre indivíduo e so- a emprego a fim de determinar se seus valores são
ciedade; (2) garantir comportamentos responsáveis compatíveis com os da organização, pois o desem-
que preservem a fábrica social; (3) estabelecer a re- penho e a satisfação com o trabalho tendem a ser
lação entre a humanidade e o mundo físico e social. maiores quando os valores dos funcionários coinci-
Os valores podem motivar o indivíduo a agir, atri- dem com os da organização (ROBBINS, 2005).
3º SIMPIF

buindo direção e intensidade emocional a sua ação. Rokeach (1973), fez um levantamento de va-
lores e os classificou em dois conjuntos: os terminais,
2.2 Conceitos e tipos de valores
que se referem a condições existenciais desejáveis,
Rokeach (1973), conceitua valor como uma às metas que as pessoas pretendem atingir durante
crença duradoura de um modo próprio de conduta sua vida, e os instrumentais, que estão ligados aos
ou estado final de existência preferível a um outro meios que levam às metas dos valores terminais. O
estado que geralmente se opõe. Ele também defi- Quadro 1 traz essa classificação.

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Quadro 1 - Classificação dos valores segundo o levanta-


mento de Rokeach

VALORES TERMINAIS VALORES INSTRUMENTAIS


Uma vida confortável (uma vida próspera) Ambição (esforço no trabalho, vontade)
Uma vida emocionante (ativa, estimulante) Visão ampla (mente aberta)
Um sentido de realização (contribuição duradoura) Capacidade (competência, eficácia)
Um mundo em paz (livre de guerras ou conflitos) Animação (alegria, contentamento)
Um mundo de beleza (beleza da natureza e das artes) Limpeza (asseio, arrumação)
Igualdade (fraternidade, oportunidades iguais para todos) Coragem (defesa de seus ideais)
Segurança familiar (cuidado com os entes queridos) Perdão (capacidade de perdoar os outros)
Liberdade (independência, liberdade de escolha) Ser prestativo (trabalhar pelo bem-estar dos demais)
Felicidade (contentamento) Honestidade (sinceridade, ser verdadeiro)
Harmonia interior (liberação de conflitos interiores) Imaginação (ousadia, criatividade)
Amor maduro (intimidade espiritual e sexual) Independência (autoconfiança, autossuficiência)
Segurança nacional (proteção contra-ataques) Intelectualidade (inteligência, capacidade de reflexão)
Prazer (uma vida com alegria e lazer) Lógica (coerência. racionalidade)
Salvação (salvaguarda, vida eterna) Afetividade (carinho, ternura)
Respeito por si próprio (autoestima) Obediência (ser respeitável, cumpridor dos deveres)
Reconhecimento social (respeito, admiração) Polidez (cortesia, boas maneiras)
Amizade verdadeira (forte companheirismo) Responsabilidade (compromisso, ser confiável)
Sabedoria (compreensão madura da vida) Autocontrole (limites, autodisciplina)

Fonte: Robbins (2005, p. 55)

Robbins (2005) cita um estudo baseado na próximas décadas, uma elevação dos padrões éticos
classificação de Rokeach, com três grupos de ca- nos negócios, provocada por essa mudança de va-
tegorias ocupacionais distintas para identificar os lores dos responsáveis pela gestão organizacional
principais valores desses grupos. Apesar das varia- (ROBBINS, 2005).
ções de valores de um grupo para outro, a pesquisa
2.3 Atitudes
identificou seis valores principais comuns aos três
grupos: segurança familiar, liberdade e respeito por As atitudes são afirmações avaliadoras, favo-
si próprio entre os valores terminais, e capacidade, ráveis ou desfavoráveis, em relação a objetos, pes-
honestidade e responsabilidade entre os instrumen- soas ou eventos. Estão relacionadas aos valores que
tais. A compreensão dos valores enfatizados por as pessoas possuem e demonstram os sentimentos
pessoas de uma determinada sociedade ou grupo é em relação a algo. São compostas por cognição, afe-
fundamental para explicar e prever atitudes e com- to e comportamento, mas o termo atitude geralmen-
portamentos diante do contexto organizacional. te se refere essencialmente à parte afetiva dos três
No final dos anos 70, iniciou-se um processo componentes (ROBBINS, 2005).
de declínio dos padrões éticos no mundo empresa- Robbins (2005) explica que as atitudes dos
rial. No começo dessa década, a geração de empre- colaboradores estão ligadas diretamente aos valo-
gados era leal aos empregadores, agiam em termos res a eles apresentados dentro de cada organização,
do que seria melhor para a empresa, quando con- assim como a satisfação com o trabalho. O mesmo
frontados por dilemas éticos. No fim dos anos 90 a autor identifica os três componentes que formam as
lealdade era com a carreira, com foco em si próprio. atitudes: cognição, afeto e comportamento. O com-
3º SIMPIF

A partir dos anos 2000, com a chamada geração X, ponente cognitivo é uma atitude na forma de des-
indivíduos que valorizam a flexibilidade, satisfação crição ou crença acerca de como as coisas são. Ele
no trabalho, uma vida equilibrada com mais tempo estabelece a base para a parte mais crítica de uma
para o lazer, têm menos disposição para se sacrificar atitude: seu componente afetivo. O afeto é a dimen-
por seus empregadores do que as gerações ante- são emocional ou sensível da atitude, capaz de pro-
riores. No entanto, como a lealdade dessas pessoas vocar determinado comportamento. O componente
é voltada para os relacionamentos, pode haver nas comportamental de uma atitude refere-se a intenção

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de se comportar de determinada maneira com rela- Segundo Robbins (2005), as abordagens


ção a alguém ou alguma situação. mais utilizadas para mensurar a satisfação com o
Robbins (2005) ainda relata que a maior par- trabalho são a classificação única global e a soma
te das pesquisas na área de comportamento orga- das facetas. A primeira faz perguntas aos funcioná-
nizacional tem como principal foco os três tipos de rios com questionamentos do tipo “Levando tudo em
atitudes: satisfação com o trabalho, envolvimento consideração, o quanto você está satisfeito com seu
com o trabalho e comprometimento organizacional. trabalho?”. Já a soma das facetas identifica elemen-
Nesse projeto de pesquisa, o foco do estudo se vol- tos-chave no trabalho (natureza do trabalho, supervi-
ta à satisfação com o trabalho, que revela a postura são, remuneração atual, oportunidades de promoção,
positiva ou negativa dos funcionários em relação ao relacionamento com colegas) e pergunta ao funcio-
ambiente de trabalho. nário qual sua opinião sobre cada um deles, para
verificar o nível da satisfação no ambiente laboral.
2.4 Satisfação com o trabalho
3. Metodologia
O termo satisfação com o trabalho se refere à
atitude, de um modo geral, de uma pessoa em rela- Com a finalidade de alcançar os objetivos es-
ção ao trabalho realizado por ela. Quando o nível de tabelecidos, a metodologia utilizada nesta pesquisa
satisfação com o trabalho é alto, o funcionário apre- seguiu as classificações propostas por Rodrigues
senta atitudes positivas em relação a ele, enquanto (2007) e Gil (2010). Foi adotado o método Indutivo
a insatisfação traz atitudes negativas. As atitudes que, segundo Gil (2008), tem um procedimento in-
do trabalhador são tão ligadas à satisfação com o verso ao dedutivo: parte do particular para a genera-
trabalho que as duas expressões são frequentemen- lização. De acordo com o raciocínio indutivo, a gene-
te usadas como termos equivalentes. Funcionários ralização não deve ser buscada por suposições, mas
satisfeitos e comprometidos, apresentam índices constatada a partir da observação de casos concre-
mais baixos de rotatividade e absenteísmo. Por isso tos suficientemente confirmadores dessa realidade.
é importante que os gestores saibam o que pode ge- A classificação escolhida foi a pesquisa apli-
rar atitudes positivas no trabalho (ROBBINS, 2005). cada. De acordo com a concepção de Gil (2010) esse
Fernandes (1996) ressalta que outro ponto que pode tipo de pesquisa compreende estudos elaborados
trazer satisfação para os funcionários é a valoriza- com o objetivo de resolver problemas identificados
ção da sua capacidade intelectual, implementando no contexto das sociedades em que os pesquisado-
suas ideias, e conhecimento prático e criativo para res vivem.
os processos da empresa. O estudo utilizou a abordagem qualitativa que
Antes de mensurar a satisfação com o tra- de acordo com Rodrigues (2007, p. 38) “é a pesqui-
balho deve-se compreender que o conceito de sa que, predominantemente - pondera, sopesa, ana-
trabalho vai muito além das atividades operacio- lisa e interpreta dados relativos à natureza dos fenô-
nais rotineiras, como redigir um documento, ope- menos, sem que os aspectos quantitativos sejam a
rar uma máquina, atender clientes. O trabalho sua preocupação precípua [...]”.
inclui a convivência com colegas e superiores, a Já em relação ao método de procedimento, a
3º SIMPIF

obediência às normas e políticas organizacionais, pesquisa foi exploratória e descritiva. A descritiva,


o alcance de padrões de desempenho, a aceita- segundo o ponto de vista de Gil (2008), tem como
ção de condições de trabalho geralmente abaixo objetivo principal descrever características de deter-
do ideal. Por isso, a avaliação que um emprega- minada população ou fenômeno e estabelecer rela-
do faz de sua satisfação com o trabalho resulta da ções entre as variáveis. Quanto à pesquisa explora-
soma de diferentes elementos (ROBBINS, 2005). tória, Rodrigues (2007) traduz como uma pesquisa
cuja finalidade é revelar o tema, reunir informações

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gerais a respeito do objeto. Não pretende solucionar Gráfico 1 - Satisfação com o trabalho
problemas.
Na concepção de Gil (2008), população re-
fere-se à totalidade de habitantes de determinada
região, enquanto que amostra é um subconjunto da
população. No caso deste estudo, a população da
empresa é de 7 colaboradores, e foi escolhida uma
amostra com 4 colaboradores, por meio de uma
amostragem não probabilística. Este tipo de amos-
tragem, de acordo com Gil (2008, p 91), “não apre-
senta fundamentação matemática ou estatística,
dependendo unicamente de critérios do pesquisador
[...] apresenta algumas vantagens, sobretudo no que
se refere ao custo e ao tempo despendido”.
A coleta de dados teve como instrumento de Fonte: Dados da pesquisa (2017).

pesquisa um questionário, aplicado aos colaborado- Face ao resultado apurado, pôde-se obser-
res pelos próprios pesquisadores. Em relação ao ins- var que o nível de satisfação com o trabalho, de um
trumento de pesquisa escolhido, Gil (2008) explica modo geral, é bastante elevado. Paladini (apud FER-
que construir um questionário consiste em traduzir NANDES, 1996, p. 21) diz que “para obter um suces-
os objetivos da pesquisa em questões específicas, so contínuo, a empresa tem de ser ‘expert’ na bus-
cujas respostas irão propiciar os dados requeri- ca de resultados (qualidade de produtos/serviços),
dos, para descrever as características da população na manutenção de um clima interno motivador e na
pesquisada ou testar as hipóteses que foram cons- abertura para a inovação e a flexibilidade”. Conside-
truídas durante o planejamento da pesquisa. Nesse rando essa afirmação, pode se inferir que existe um
sentido, foi elaborada uma questão sobre valores, clima organizacional favorável à manutenção de um
baseada no modelo proposto por Rokeach (1973); bom nível de satisfação com o trabalho e que motiva
cinco questões sobre atitudes e cinco sobre satisfa- as pessoas a serem mais produtivas, agregando va-
ção no trabalho. lor e competitividade ao negócio.

4. Apresentação e análise dos resultados Gráfico 2 - Satisfação com as atividades que desempenha

Neste tópico apresentamos os resultados


apurados, os quais foram analisados à luz das teo-
rias que fundamentaram o estudo. Para identificar o
nível de satisfação dos colaboradores, foram inves-
tigadas as seguintes variáveis: satisfação com o tra-
balho e com as atividades desempenhadas, incenti-
vos, benefícios e treinamentos oferecidos.
3º SIMPIF

No tocante ao nível de satisfação com o tra-


balho, as respostas dos colaboradores permitiram
chegar ao resultado expresso no Gráfico 1.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

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O resultado expressa um excelente nível de com isso mobilizar suas energias em busca da exce-
satisfação em relação às atividades desempenha- lência nos negócios, pois, o fator humano é o grande
das. Segundo Robbins (2005, p.68) “[...] embora diferencial na busca por competitividade e sucesso.
não podemos dizer que um funcionário feliz é mais No intuito de identificar a satisfação relacio-
produtivo, podemos afirmar que as organizações fe- nada aos treinamentos oferecidos, os dados mos-
lizes são mais produtivas”. Nesse contexto é possível tram um mesmo entendimento dos funcionários,
deduzir que há uma relação adequada entre satisfa- como pode ser observado no Gráfico 4.
ção e produtividade, como possível consequência da Gráfico 4 - Satisfação em relação aos treinamentos ofere-
preocupação que a empresa demonstra com os fun- cidos

cionários, por meio de uma distribuição de tarefas


coerente com a capacidade e o perfil do empregado,
revelando uma atitude sagaz dos gestores para man-
ter a produtividade e a motivação em alta.
Diante do impacto que os incentivos e benefí-
cios podem causar na motivação e consequente sa-
tisfação dos colaboradores, abaixo se encontram os
resultados obtidos em relação a esses fatores.

Gráfico 3 - Satisfação quanto aos benefícios e incentivos

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Verifica-se que existe indiferença ou pouca


satisfação em relação à variável pesquisada. Robbins
(2005) afirma que o interesse dos gestores quanto
à satisfação no trabalho tem foco nos seus efeitos
sobre o desempenho das pessoas. Dessa forma, é
preciso que a gestão da empresa considere a ne-
cessidade de melhorar a capacitação e de criar mais
oportunidades de cursos e treinamentos para aten-
Fonte: Dados da pesquisa (2017). der às expectativas dos colaboradores, visando o au-
mento do desempenho e da satisfação no ambiente
O Gráfico 3 nos traz um indicador de que 50%
organizacional. Afinal, o conhecimento adquirido vai
do pessoal consultado apresentou uma regular sa-
otimizar o potencial intelectual e será aplicado para
tisfação quanto aos benefícios e incentivos, enquan-
garantir qualidade, competitividade e produtividade.
to os outros 50% possuem um bom nível de satisfa-
Além disso, foi possível identificar o que os
3º SIMPIF

ção. De acordo com Tamayo (1998), a satisfação no


respondentes compreendem por satisfação no am-
trabalho é uma variável que envolve diversos fatores,
biente de trabalho e foram obtidas as respostas con-
e os benefícios e incentivos compõem os fatores uti-
tidas no Quadro 2.
lizados para mensurar o grau de satisfação com o
trabalho. Entendemos que essas variáveis são pon-
tos que a empresa pode trabalhar para implementar
melhorias, aumentar a satisfação dos funcionários e

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Quadro 2 - Definição de satisfação no ambiente de trabalho Gráfico 5 - Grau de relacionamento entre os funcionários

“Poder executar novas ideias, fazer mais


Colaborador 1 cursos e ter mais conhecimento em rela-
ção aos produtos novos no mercado”
“Um ambiente em que todos se relacio-
nassem bem, que tivesse uma boa estru-
Colaborador 2 tura de conforto, além de ser reconhecido
pelas suas atividades e fosse bem remu-
nerado”
Obs.: Os demais colaboradores optaram por não respon-
der à questão.
Fonte: Dados da pesquisa (2017).

O Quadro 2 revela uma percepção diferente


dos colaboradores sobre o conceito de satisfação no
ambiente de trabalho. Conforme Robbins (2005), a
satisfação com o trabalho é refletida na atitude ge- Fonte: Dados da pesquisa (2017).

ral do colaborador em relação às atividades por ele Verifica-se que os funcionários têm uma ati-
exercidas, o que pode influenciar na definição que tude positiva quanto ao relacionamento interpessoal
cada um possui sobre o tema. Entendemos que es- no ambiente de trabalho. Robbins (2005) sugere que
sas definições mostram o que os funcionários al- as atitudes refletem a identificação com indivíduos
mejam para obter satisfação. Tendo ciência disso, a ou grupos que são valorizados pela pessoa, mos-
empresa pode trabalhar fatores como treinamento, trando um elo com o comportamento apresentado
conhecimento, liberdade para inovar e participar, re- no ambiente laboral. Pode ser deduzido que as ati-
conhecimento, relacionamento e remuneração, para tudes nessa empresa possibilitam uma boa relação
manter o grau de satisfação sempre elevado. entre os funcionários, transmitindo um sentimento
Em relação às atitudes, buscando verificar de pertencimento e contribuindo para um clima or-
suas implicações sobre as ações no ambiente labo- ganizacional favorável à resolução dos conflitos.
ral, foi investigada a avaliação que os funcionários Pertinente ao reconhecimento interno e ex-
fazem quanto ao grau de relacionamento interpes- terno pelas atividades exercidas, as respostas foram
soal, o reconhecimento interno e externo pelas ati- diversificadas, como pode ser visto no Gráfico 6.
vidades exercidas, informações fornecidas aos clien-
Gráfico 6 - Reconhecimento interno e externo pelas ativi-
tes sobre os produtos e serviços e a liberdade de dades exercidas
iniciativa.
No tocante ao grau do relacionamento en-
tre os colaboradores, a pesquisa obteve o resultado
apresentado no Gráfico 5.
3º SIMPIF

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Observa-se que não há conformidade na per-


cepção dos funcionários em relação ao reconheci-

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mento pelo trabalho exercido, na medida em que ligados ao compromisso, honestidade, competência,
cada um selecionou uma alternativa diferente. Ro- dever cumprido, responsabilidade e reconhecimen-
bbins (2010) diz que o reconhecimento faz parte da to, corroborando a afirmação sobre a influência dos
motivação e satisfação do colaborador, pois um fun- valores nas atitudes das pessoas.
cionário reconhecido tende a ficar motivado por mui- Quanto à liberdade para executar outras ati-
to mais tempo, implicando atitudes positivas. Desse vidades, foram obtidos os dados expressos no Grá-
modo, pode inferir-se que o reconhecimento nesse fico 8.
ambiente pode trazer atitudes negativas e desmo- Gráfico 8 - Liberdade para executar outras atividades
tivação, tornando-se um fator de improdutividade.
Para que isso seja evitado, os gestores precisam
tomar medidas a fim de melhorar tanto o reconhe-
cimento externo quanto o interno em relação às ati-
vidades executadas pelos funcionários.
A fim de medir a atitude dos colaboradores
em relação ao repasse de informações para os clien-
tes sobre os produtos e serviços da empresa, se che-
gou ao resultado expresso no Gráfico 7.

Gráfico 7 - Informações sobre produtos e serviços para os


clientes

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

O resultado mostra que a maioria dos funcio-


nários apresentou indiferença em relação à liberdade
para executar outras atividades. Segundo Fernandes
(1996), em grande parte das organizações os cola-
boradores não costumam participar e as chefias nem
sempre são receptivas à participação deles. Nesse
sentido, para evitar essa limitação, os gestores pre-
cisam compreender a participação como algo que
precisa de treinamento, qualificação e conscientiza-
ção para acontecer e contribuir com o alcance dos
objetivos e metas organizacionais, proporcionando
Fonte: Dados da pesquisa (2017). maior qualidade aos produtos e serviços oferecidos
e mais qualidade de vida no trabalho. No tocante à
É possível verificar um nível positivo na ati-
liberdade para apresentar melhorias ou ideias, o es-
tude de orientação aos clientes sobre os produtos e
tudo obteve o resultado expresso no Gráfico 9.
serviços da empresa. Robbins (2005, p.54) diz que
“os valores geralmente influenciam as atitudes e o
3º SIMPIF

comportamento”. Os dados deste gráfico contradi-


zem o Gráfico 4, onde é demonstrado que a empresa
não tem tido êxito em relação a satisfação dos cola-
boradores sobre os cursos e treinamentos oferecidos
por ela. O resultado deste gráfico pode ser melhor
compreendido ao analisar o Gráfico 10, em que os
colaboradores consideram importantes os valores

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Gráfico 9 - Liberdade para apresentar melhorias ou ideias Gráfico 10 - Valores humanos considerados mais impor-
para a empresa tantes

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

As respostas demonstram discordância na


percepção dos funcionários quanto à liberdade re-
lacionada a melhorias ou ideias, uma vez que cada
respondente selecionou uma alternativa diferente.
De acordo com Fernandes (1996), é de fundamen-
tal importância a participação dos funcionários nos
processos decisórios e na oportunidade de expres-
são para a melhoria dos métodos de trabalho, da
qualidade dos produtos e redução de custos. É uma
forma de reconhecimento do trabalhador, que além Fonte: Dados da pesquisa (2017).
de trazer benefícios para empresa, melhora a quali-
Os resultados mostram que valores instru-
dade de vida e acrescenta ganhos para todos.
mentais como visão ampla, capacidade, honestida-
Para descrever os valores predominantes na
de, obediência, responsabilidade, são os mais rele-
rotina organizacional foram elencados valores termi-
vantes para os funcionários que colaboraram com
nais e instrumentais, a fim de obter os mais impor-
a pesquisa, além da importância atribuída a valores
tantes na concepção dos colaboradores.
terminais como a igualdade e o reconhecimento.
Conforme Rokeach (1973), os valores instrumentais
expressam os modos ou os meios para o alcance dos
valores terminais, referentes às condições de exis-
tência desejáveis. Dessa afirmação, podemos inferir
que os funcionários praticam os valores instrumen-
3º SIMPIF

tais encontrados para alcançar a igualdade e o reco-


nhecimento almejado. Os gestores precisam obser-
var se os valores individuais compartilhados pelos
funcionários estão alinhados aos organizacionais,
para otimizar os resultados e a qualidade de vida no
trabalho.

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Por fim, cabe destacar que em relação a pro- to, relacionamento e remuneração, os quais são pri-
posta de verificar a relação entre valores, atitudes e mordiais para a manutenção de um elevado grau de
satisfação no trabalho, pode concluir-se que existe satisfação.
uma relação sim entre estas variáveis, especialmente Assim, considerando os resultados obtidos
no que se relaciona com a satisfação no trabalho e pode-se afirmar que houve êxito quanto ao alcan-
as atitudes dos colaboradores frente ao relaciona- ce do objetivo geral, na medida em que foi possível
mento interpessoal. Entretanto, apesar de ter sido identificar os valores que norteiam o comportamen-
verificado no ambiente de trabalho valores como to dos funcionários, verificar as atitudes e o nível de
visão ampla, capacidade, honestidade, obediência, satisfação no ambiente organizacional. Por outro
responsabilidade e atitudes consideradas positivas lado, não se pode afirmar que exista uma relação
não pode-se afirmar que existe uma relação signi- significativa entre as três variáveis: valores, atitudes
ficativa com a satisfação no trabalho, uma vez que, e satisfação no trabalho.
apesar de ter sido constatado que existe satisfação Uma das pretensões futuras é a realização de
no que se refere ao trabalho e ao desempenho das outra pesquisa que venha dar continuidade a este
tarefas profissionais, existem outros aspectos que estudo, pois se faz necessário validar esses resulta-
parecem interferir negativamente na satisfação dos dos em organizações de outras naturezas e portes.
colaboradores que estão relacionados a falta de Esta perspectiva se fundamenta no interesse de-
oportunidades para executar novas ideias, partici- monstrado pelos pesquisados em conhecer os re-
par de novos cursos, conhecer produtos novos no sultados da pesquisa, como também vale registrar a
mercado, além de questões básicas como conforto, acessibilidade à empresa, que se mostrou bastante
reconhecimento e melhor remuneração. receptiva e disposta a colaborar com a investigação.
Por fim, cabe destacar que pesquisas desta
5. Considerações finais
natureza trazem contribuições para a Administração
Esse estudo foi realizado com a finalidade de e gestores, uma vez que ajudam a compreender me-
analisar a relação entre os valores, atitudes e satis- lhor as pessoas, principalmente no ambiente de tra-
fação dos colaboradores em uma microempresa do balho, no que tange à forma como agem, o porquê
ramo de vendas e locações de máquinas e equipa- de suas ações e o que as motiva, e a aplicar o conhe-
mentos para a construção civil, em João Pessoa-PB, cimento adquirido para aperfeiçoar as práticas de
com fundamentação teórica baseada em obras re- gestão de pessoas e proporcionar maior qualidade
lacionadas ao tema. E, quanto a isso, pode-se afir- de vida ao contexto organizacional. Para a socieda-
mar que os valores norteiam o comportamento dos de, o estudo contribui com o conhecimento e a com-
empregados e são por eles considerados importan- preensão dos valores que orientam o comportamen-
tes para execução de suas tarefas, os valores instru- to humano, para ajudar a entender as atitudes das
mentais encontrados estão relacionados com visão pessoas e como provocar a satisfação no trabalho.
ampla, competência, honestidade, obediência, res-
Referências
ponsabilidade, e os valores terminais são relativos
à igualdade e ao reconhecimento. Esses valores pa- FERNANDES, Eda. A gestão da qualidade total e os
3º SIMPIF

recursos humanos. In______. Qualidade de vida no


recem influenciar positivamente nas atitudes e nos
trabalho: como medir para melhorar. Salvador: Casa
comportamentos dos colaboradores, principalmente da qualidade, 1996.
no que se relaciona com a orientação aos clientes
GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed.
sobre os produtos e serviços da empresa. No que
São Paulo: Atlas, 2010.
se refere à satisfação no trabalho, os pesquisados
apontaram fatores como treinamento, conhecimen- ______. Métodos e técnicas de pesquisa social.
6.ed. São Paulo: Atlas, 2008.
to, liberdade para inovar e participar, reconhecimen-

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AGRICULTURA FAMILIAR | CANA-DE-AÇUCAR E SEUS
DERIVADOS | AGROECOLOGIA

Jonas Saraiva
Sistema monitorado de gotejamento e
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
fertirrigação automatizados na cultura
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa de batata doce
Pedro Soares
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
Resumo
Rafael do Ramo
[email protected] Através da globalização e intensificação das mídias é possível acom-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa panhar claramente o processo de escassez da água em todo o plane-
ta, o que antes se caracterizava mais em áreas de clima árido. A admi-
Yuri da Fontoura
[email protected] nistração ineficiente da água tem sido uma das grandes causas dessa
Instituto Federal de Educação, Ciência e escassez, principalmente nas atividades agrícolas de todo o mundo. É
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
diante disso que o presente artigo tem como objetivo apresentar um
modelo de irrigação automatizado que diminui consideravelmente a
quantidade de água utilizada na agricultura, através do monitoramen-
to e automatização da cultura da batata doce, utilizando um sistema
de gotejamento. Com respeito à metodologia inicial, foram realizadas
pesquisas em literaturas da área e entrevistas com agricultores da
região para uma melhor compreensão do processo de plantio até a colheita usada na região. Seguido da cria-
ção do protótipo composto pela caixa d’água, sensores, sistema embarcado e programação. Ao longo deste
trabalho foi observado que não só o desperdício de água é um fator negativo, mas também os diferentes danos
que são causados à plantação e ao solo.

Palavra-chave: Água. Irrigação. Desperdício. Agricultura. Automatizado.

Abstract

Through globalization and media intensification, it is possible to follow the process of water scarcity around the
planet, what was once characterized more in arid areas. Inefficient water management has been a major cause
of this scarcity, especially in agricultural activities around the world. This article aims to present an automated
irrigation model that considerably reduces the amount of water used in agriculture, through the monitoring and
automation of sweet potato crop, using a drip system. With respect to the initial methodology, research was
conducted in the area literature and interviews with farmers in the region to better understand the planting pro-
cess until the harvest used in the region. Followed by the creation of the prototype composed by the water box,
sensors, embedded system and programming. Throughout this work it was observed that not only water waste
is a negative factor, but also the different damages that are caused to the crop and soil.

Keywords: Water. Irrigation. wastage. Agriculture. automated.

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1. Introdução “Embora a agricultura irrigada seja geral-


mente associada a um elevado nível tecnológico, é
A água é um elemento de extrema necessi-
consenso que a irrigação no Brasil é ainda praticada
dade para a manutenção da vida no planeta terra,
de forma inadequada, com grande desperdício de
tendo sua importância numa perspectiva macro e
água” (MANTOVANI et al., 2006, apud MAROUELLI
microscópica, pois é um bem universal e crucial no
et al., 2008c).
equilíbrio do ecossistema. Apesar de seus aspectos
Nos sistemas de irrigação por superfície, as
físicos, químicos e bacteriológicos, no âmbito quan-
perdas são bem maiores. Segundo Mantovani et al.
titativo e qualitativo serem finitos, a natureza faz
(2006), tal problema ocorre em razão de três fatores
essa substância ser devolvida à humanidade através
principais: a pequena utilização de critérios técnicos
do ciclo hidrológico.
de manejo de água na maioria das áreas irrigadas;
O passar do século XX para o XXI foi marcado
informações escassas e incompletas de parâmetros
por um crescimento populacional incomum. Segun-
para manejo de água; uso de sistemas de irrigação
do dados da Organização das Nações Unidas (ONU),
com baixa eficiência de aplicação de água.
a população mundial cresceu cerca de 5 bilhões
O método de irrigação por gotejamento re-
entre os anos de 1950 a 2020, e com projeção de
duz bastante esse desperdício em cerca de 70%,
crescimento para mais 2,2 bilhões até 2050. Dian-
juntamente com a fertirrigação, que possibilita uma
te desse contexto, surge a preocupação da possível
melhor adubação do solo, devido a aplicação e dis-
falta de água para agricultura irrigada na produção
tribuição da água e fertilizante aplicado diretamente
de alimentos, para atender a demanda populacional
na planta, uma maior economia de energia já que os
emergente.
fertilizantes serão aplicados juntamente com a água
A quantidade de água usada na agricultura
da irrigação, uma maior conservação do solo, pois
é altíssima , pois segundo a Empresa Brasileira de
reduz o tráfego de máquinas e pessoas, evitando a
Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), cerca de 70%
compactação do solo, um menor custo para o agri-
das reservas globais de água doce são para fins
cultor, uma vez que o processo é automatizado.
agrícolas utilizando modelos de irrigação de maior
A adoção da tecnologia à irrigação e um bom
consumo. No sistema de irrigação tradicional parte
manejo da água, traz várias vantagens ao produtor e à
dessa água é desperdiçada antes de ser absorvida
cultura, tanto do ponto de vista econômico quanto do
pelas raízes das plantas, pois uma parcela fica nas
ambiental, visto que haverá uma maior economia de
folhagens e evapora, outra cai em áreas do solo não
água, a produção terá uma maior qualidade e os cus-
cultivadas, o que leva a justificativa desse alto con-
tos com energia e agroquímicos serão amenizados.
sumo de água. Outro problema causado pelo sistema
A inovação se trata da automatização do pro-
de irrigação convencional que pode ser citado é a
cesso por meio de um sistema digital, reduzindo o
lixiviação, a qual empobrece o solo e causa a morte
trabalho que o proprietário da plantação teria. Bus-
dos vegetais.
cando uma maior produtividade do cultivo e uma
É sabido que a água tem sua fundamental
fertirrigação localizada com o uso de microcontro-
importância na sustentação da vida, porém seu uso
ladores. O protótipo do projeto envolverá uma pe-
3º SIMPIF

indiscriminado somado ao desperdício contribuem


quena plantação de batata doce e levará em conta
para a escassez hídrica que permeia por todo o mun-
o momento adequado para a irrigação da plantação,
do, esta fato ocorre intensamente tanto em meios
analisando a temperatura e umidade do solo e adi-
urbanos como rurais. “Estima-se que de toda a água
cionando alguns nutrientes necessários para um
captada para fins de irrigação, não mais que 50%
melhor desenvolvimento do tubérculo.
são utilizados pelas plantas efetivamente” (CHRIS-
TOFIDIS, 2004).

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2. Referencial teórico Fotografía 2- Sistema de irrigação por gotejamento

2.1. Sistema de irrigação por gotejamento

O gotejamento é um dos diversos sistemas de


irrigação existentes. De acordo com Hidro Sistemas,
é uma irrigação localizada, em que a água é disper-
sada pelos gotejadores ao longo de uma mangueira
disposta acima ou abaixo da superfície.

Fotografía 1- Sistema de irrigação por gotejamento

Fonte: Próprio autor (2018)

Em regiões com chuvas regulares deve-se


usar dois gotejadores por planta e três para os de
grande porte, como em bananeira, mamoeiro, laran-
jeira e mangueira. Necessitando apenas de uma linha
lateral que acompanha a fileira de plantas, porém em
climas do sertão deve ser usadas duas fileiras late-
rais, fazendo com que haja quatro gotejadores por
Fonte: Próprio autor (2018) planta. A pressão da água nos tubos pode ser adqui-
Segundo a Coelho et al. (2014), o goteja- rida através de uma bomba ou pela força da gravi-
mento é o sistema que mais economiza água, pois dade, que para um bom funcionamento necessita de
esta é aplicada diretamente nas raízes das plantas. uma pressão semelhante à 7 metros de diferença de
Plantações de café, pimenta e fruteiras se encaixam nível entre o reservatório e a superfície.
perfeitamente nesse tipo de irrigação, sendo
2.2. Fertirrigação
desnecessário molhar todo o solo. Dependendo do
tipo, gotejam de 1 a 8 litros por hora. Outro benefício A fertirrigação é uma técnica usada na agri-
está no fato da água não entrar em contato com as cultura, a qual envolve a junção da fertilização e ir-
folhas da planta, o que geraria doenças em horta- rigação do solo. Segundo Coelho et al (2010, p.58),
liças. Apesar disso tudo, o agricultor deve sempre essa técnica aumenta a eficiência do uso de ferti-
andar pela plantação e verificar se há algum entu- lizantes, acaba reduzindo a mão de obra e o custo
pimento dos emissores, atenção que deve ser dada com máquinas. Método aplicado de acordo com a
devido à sujeiras presentes na água. necessidade da plantação. A eficiência do uso de fer-
tilizantes se torna maior devido à solução, contendo
água e fertilizante sólido ou líquido, chegar na raiz
3º SIMPIF

do vegetal em menor tempo. O método tradicional de


fertilização possui suas deficiências. Depositados na
superfície do solo, o produto só terá contato com a
raiz através da chuva ou irrigação, o que demandará
tempo. “...esses fertilizantes sólidos são depositados
em posições que podem não corresponder à região

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do solo de maior concentração de raízes.” (COELHO Fotografía 3- Ipomoea Batatas


et al., 2010, p.58).
Segundo Bresler (1977, apud COELHO et al,
2010), a fertirrigação é mais apropriada para siste-
mas de irrigação por gotejamento, pois o volume do
solo que apenas um gotejador molha, coincide com
a região onde está o sistema radicular do vegetal.
Apesar do volume de solo molhado ser menor, com-
parado à irrigação localizada por microaspersores,
os níveis de umidade internos que podem chegar
próximo ou à saturação temporária. Assim, maior
concentração de nutrientes numa pequena área,
Fonte: Próprio autor (2018)
suficiente para atender a adsorção no interior das
plantas. A vantagem de seu cultivo está no fato de não
O fertilizante dissolvido ou soluto na solução exigir muita água ou nutrientes, acarretando num
para fertirrigação é geralmente composto por nu- baixo custo na produção. Apesar disso, necessita
trientes como nitrogênio (N), potássio (K) e fósforo de um solo bem preparado e clima quente. O solo
(P), dependendo da necessidade da cultura, outros arenoso é o que fornece um melhor desenvolvimento
nutrientes podem ser aderidos à solução. Segundo para a planta, apesar de ser possível em solo argilo-
Coelho et al (2010, p.58), todo esse soluto é movi- so. As ramas de batata-doce possuem grande quan-
mentado pela água no solo, através da convecção, tidade de proteína bruta, e assim são usadas para
difusão ou dispersão. alimentar o gado. Mas outra e mais importante fun-
ção é o plantio, em que a ponta com folhas do ramo
2.3. Batata doce (Ipomoea Batatas)
fica acima da superfície enquanto a outra ponta é
A batata-doce é um tipo de verdura altamente enterrada na leira.
empregada como alimentação para animais e seres Embora não necessite de uma quantidade
humanos. Além de ser utilizada na indústria de teci- grande de água em relação aos outros legumes, o
dos e cosméticos. No Brasil, segundo IBGE(2013), manejo dessa substância do começo ao fim do culti-
no ano de 2013 foram produzidas cerca de 505.350 vo, geralmente entre 120 à 150 dias após o plantio,
toneladas de batata-doce, com rendimento de é um dos fatores mais importantes para produções
13.091 Kg/ha. Provando que é esta matéria-prima é elevadas e de qualidade de acordo com Oliveira e Va-
uma das hortaliças mais consumidas no Brasil. Ape- ladão (1997).
sar do plantio ser feito em todo o brasil, as colheitas O início do plantio se dá na formação de lei-
no norte e nordeste são satisfatórias no ano todo. ras de 20 a 40 cm de altura. De acordo com Mathias
e Montes(2017), o espaçamento varia de 80 a 100
cm entre as leiras, e 25 a 40 entre as plantas. Na
parte superior da leira é onde são enterradas os ra-
3º SIMPIF

mos de uma colheita anterior. A adubação deve ser


feita visando prover nutrientes como potássio(K), ni-
trogênio(N), fósforo(P), cálcio(Ca) e magnésio(Mg).
Podendo ser feita tanto a adubação química, como a
orgânica. O momento de irrigação está mais associa-
do mais à umidade do solo, no caso quando estiver
seco, do que ao tempo.

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É importante deixar claro que o excesso de 2.5. Arduino Mega2560


água durante o cultivo potencializa a ocorrência
Numa linguagem simples, um Arduino é
de erosão do solo, contaminação de mananciais
uma placa com um microcontrolador que possibilita
hídricos, favorece a incidência de doenças em toda a
ao usuário manipular entradas e saídas, por meio de
planta, gerando má formação e necrose, má aeração
uma linguagem de programação padrão. Segundo
das raízes e desperdício de água, ou seja, impactos
Michael McRoberts (2011, p.22), é um sistema, que
ambientais negativos. Dependendo do ambiente de
através de hardware e software, pode interagir com
cultivo, Oliveira e Valadão(1997) afirmam que as
o ambiente. A comunicação com o ambiente é feita
plantas de batatas podem consumir entre 300 a 800
através de dispositivos externos, como atuadores e
mm de água durante todo o ciclo de cultivo.
sensores. “O Arduino pode ser utilizado para desen-
2.4. Fertilização da batata doce volver objetos interativos independentes, ou pode
ser conectado a um computador, a uma rede, ou até
A eficiência do uso de fertilizantes se torna
mesmo à Internet para recuperar e enviar dados do
maior devido à solução, contendo água e fertilizante
Arduino e atuar sobre eles.” (ROBERTS, 2011, p.22).
sólido ou líquido, chegar na raiz do vegetal em me-
Fotografía 4 - Arduino Mega2560 conectado a um display
nor tempo. O método tradicional de fertilização pos-
LCD 16x2
sui suas deficiências. Depositados na superfície do
solo, o produto só terá contato com a raiz através
da chuva ou irrigação, o que demandará tempo. “...
esses fertilizantes sólidos são depositados em posi-
ções que podem não corresponder à região do solo
de maior concentração de raízes.” (COELHO et al.,
2010, p.58).
Segundo Bresler (1977, apud COELHO et al,
2010), a fertirrigação é mais apropriada para siste-
mas de irrigação por gotejamento, pois o volume do
solo que apenas um gotejador molha, coincide com
a região onde está o sistema radicular do vegetal. Fonte: Próprio autor (2018)
Apesar do volume de solo molhado ser menor, com-
Dentre os modelos de arduino, o Mega é o
parado à irrigação localizada por microaspersores,
que possui alta performance. Utiliza um processador
os níveis de umidade internos que podem chegar
ATmega1280, possui 54 pinos de entrada e saída,
próximo ou à saturação temporária. Assim, maior
128KB de memória flash (tais valores são superiores
concentração de nutrientes numa pequena área,
em relação aos modelos Uno e Nano), 8KB de RAM e
suficiente para atender a adsorção no interior das
4KB de EEPROM.
plantas.
O fertilizante dissolvido ou soluto na so- 2.6. Sensores
lução para fertirrigação é geralmente composto
3º SIMPIF

O DS18B20 é um sensor inteligente fabrica-


por nutrientes como nitrogênio (N), potássio (K) e
do pela Dallas Instruments com saída digital progra-
fósforo (P), dependendo da necessidade da cultura,
mável de 9 a 12 bits que pode medir temperaturas
outros nutrientes podem ser aderidos à solução. Se-
entre -55 ºC e 125 ºC com uma precisão de cerca de
gundo Coelho et al (2010, p.58), todo esse soluto é
0,5 ºC na faixa de -10 ºC e +85 ºC.
movimentado pela água no solo, através da convec-
Este sensor ler a temperatura, interpretá-a
ção, difusão ou dispersão.
e enviar a informação do valor de temperatura em

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graus Celsius para o microcontrolador usando um Segundo Nise(2017, p.7), os sistemas de


barramento de apenas um fio do qual pode-se de- controle em malha fechada possuem a vantagem
rivar sua alimentação (parasitic power).A conversão óbvia de apresentar uma exatidão maior que os sis-
de temperatura em 12 bits é realizada em 750 ms, tema em malha aberta. Eles são menos sensíveis a
enquanto a medição em 9 bits acontece em menos ruídos, perturbações e alterações do ambiente.
de 94 ms. Este projeto está em malha fechada, pois é
O higrômetro faz a aferição da umidade atra- um sistema de controle que depende de realimenta-
vés da condutividade elétrica do solo, para isso é ção entre saída e entrada. A partir da realimentação
fornecida uma corrente nos condutores e é averigua- é possível observar as características do solo para
do a corrente entre eles. Quando o solo estiver úmi- que as necessidades da plantação sejam atendidas.
do, a condutividade é maior devido a absorção de Figura 2- controle de malha fechada
água e isso resultará em um fluxo maior de corrente
entre os dois eletrodos. Entretanto se o solo estiver
seco, há uma corrente menor entre os eletrodos . É
fornecido pelo sensor um valor de 0 a 1023, onde o
valor 1023 representa um solo seco e o valor 0, um
solo encharcado. Fonte: NISE (2012)

2.7. Sistemas de Controle


3. Método da pesquisa
“Um sistema de controle consiste em sub-
-sistemas e processos construídos com o objetivo 3.1. Pesquisa bibliográfica
de se obter uma saída desejada, com desempenho
A metodologia aplicada para o desenvolvi-
desejado para uma entrada específica fornecida.”(-
mento deste trabalho se iniciou com o levantamen-
Nise,2017,p.2).
to de informações sobre o manuseio da cultura de
2.7.1. Sistemas de Controle em Malha Aberta batata-doce, nas proporções físicas das plantações,
no consumo de água, no uso de fertilizantes e en-
“Os sistemas de controle em malha aberta
tre outras características da agricultura, através de
são aqueles que o sinal de saída não exerce nenhu-
artigos, livros e periódicos. Tal processo com intui-
ma ação de controle no sistema.” (OGATA, 2010).
to de obter maior compreensão na área que traba-
Segundo Nise(2017, p.6) esse tipo de siste-
lhamos. Este trabalho foi implementado na zona da
ma não pode realizar compensações para quaisquer
mata Paraibana, mais precisamente no município de
que sejam as perturbações adicionadas ao sinal de
sobrado-PB Brasil, próximo a BR-230 km 62, onde
acionamento do controlador.
de acordo com dados do climate-data a temperatura
Figura 1- controle de malha aberta
média anual em Sobrado é de 25.4 °C e tem uma plu-
viosidade média anual de 1040 mm (Climate-Data.
org, 2017).
3º SIMPIF

Dentro da etapa de pesquisa foi observada a


Fonte: NISE (2012)
necessidade de entender o comportamento do solo
na recepção da água. Dependendo do tipo de solo
2.7.1. Sistemas de Controle em Malha Fechada
trabalhado, a infiltração da água, considerando tem-
“Os sistemas de controle com realimentação po e profundidade, se comportaria de modo caracte-
são, com frequência, denominados também sistemas rístico. Diante disso, foram coletadas, da área onde
de controle de malha fechada.” (OGATA, 2010). se estabeleceu o protótipo do projeto, três amostras

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de terra em cilindros com mesma medição volumé- Gráfico 2- Umidade do solo durante 24 horas
trica. Tais amostras foram colocadas na estufa (equi-
pamento do IFPB) para retirar toda umidade da por-
ção de terra, possibilitando a pesagem adequada e
obtenção das densidades das amostras.
Para a construção do sistema de controle
foram necessários um arduino mega2560 (para pro-
cessamento e obtenção dos dados), um display LCD
16x2 (para visualização dos dados obtidos pelos
sensores), uma válvula solenóide (atuador do siste-
Fonte: Elaborada pelo autor
ma para controle do fluxo de água no cultivo), um
módulo relé (controle da válvula), um módulo reló- Foi então desenvolvido um raciocínio lógico

gio (para controle do horário de irrigação), dois sen- do sistema. Caso a temperatura do solo seja favorá-

sores, um de umidade e outro de temperatura (para vel à irrigação, e com uma umidade baixa e no perío-

análise do solo), um módulo cartão micro sd (para do irrigatório (todas as condições foram pré-estabe-

armazenamento dos dados processados). lecida de acordo com a plantação), a eletroválvula


solenóide é automaticamente acionada, liberando a
Figura 3- Esquema de montagem.
passagem de água para que a umidade do solo seja
corrigida. Durante todo o cultivo, a vazão da água
em cada planta foi controlada pelo gotejador para
que os estágios de desenvolvimento dos tubérculos
fossem aproximadamente o mesmo.
Para controlar automaticamente o forneci-
mento de água ao sistema de gotejamento, foi usado
o Arduino Mega2560. Os dados colhidos no moni-
toramento foram armazenados e analisados com o
intuito de se ter uma maior compreensão do com-
portamento da temperatura e da umidade do solo,
Fonte: Elaborada pelo autor
para que houvesse uma tomada de medidas cabíveis
Através dos sensores DS18B20 e higrômetro ao manejo da cultura. A figura 2 mostra o fluxograma
foi possível monitorar o comportamento da tempe- que se baseia o projeto.
ratura e da umidade do solo ao longo do dia, possi-
Fotografía 5- Placa final conectada a todos os sensores
bilitando definir o melhor horário e condições para
se irrigar.

Gráfico 1- Temperatura do solo durante 24 horas


3º SIMPIF

Fonte: Próprio autor (2018)


Fonte: Elaborada pelo autor

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Foi instalado um reservatório para armazenar a Fonte: Elaborada pelo autor

água recebida e fornecê-la à plantação através de uma O tipo de solo encontrado favorece muito a
mangueira gotejadora, fabricada para esta aplicação. cultura de batata-doce , visto que esta hortaliça tem
Um cano de PVC fez a ligação entre o reservatório e o preferência por solos arenosos. estes tipos de solos
restante da estrutura. Entre o cano e a mangueira go- favorecem a construção das leiras, o plantio das mu-
tejadora, foi introduzido a eletroválvula solenóide das,o crescimento lateral das raízes, evitando a má for-
Figura 4- Fluxograma do sistema de irrigação mação, e facilitam a colheita, diminuindo o índice de
danos ao produto e o esforço físico na hora da colheita.

4.2. Economia de água

O método de irrigação mais comumente utili-


zado no cultivo da batata doce é o por aspersão con-
vencional. Pelas pesquisas em literaturas e em campo
pode-se observar que este sistema torna as plantas
mais suscetíveis a doenças devido a umidade nas fo-
lhagens; pode provocar danos ao solo, pelo escoa-
mento nas áreas próximas; possui custos iniciais de
energia e manutenção elevados, e um gasto de água
considerável por não conseguir focar diretamen-
Fonte: Elaborada pelo autor te nas plantas, atingindo, assim, áreas sem plantio.

Fotografía 6- Projeto em funcionamento


Com toda a estrutura finalizada foi observa-
do o funcionamento do sistema, reparando possíveis
falhas e realizando as devidas manutenções. Ao tér-
mino foi feita uma avaliação sobre a quantidade de
água e energia elétrica usada e a eficiência do desen-
volvimento da batata. Tais dados foram comparados
à uma propriedade próxima que realiza o manuseio
da mesma cultura, e que utiliza o sistema de asper-
são e com os outros tipos mais usuais de irrigação.

4. Resultados da pesquisa

4.1. Solo

De acordo com as medições feitas das amos-


tras do solo, apresentadas na tabela 1, juntamente
com o estudo de algumas biografias sobre o mesmo,
3º SIMPIF

chegou-se ao resultado de que o solo é arenoso de-


vido a sua densidade média ser de 1,7660g/cm³.

Tabela 1- Densidade do Solo

Solo Densidade g/cm³ Fonte: Próprio autor (2018)


1ª recipiente 1,74277
2ª recipiente 1,72632 O sistema de irrigação por gotejamento auto-
3ª recipiente 1,82905 matizado, proporciona: uma boa economia de água,

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pois esta será direcionada para a planta pelos go- vidades agrícolas é ponto fundamental para se obter
tejadores, uma boa economia energia, pois não será novamente o equilíbrio no ciclo biológico da água.
necessário motor de alto consumo na hora de irrigar, Durante a construção das leiras para o plantio
uma vez que a água será levada aos gotejadores por da batata, foi observado que seria interessante e até
gravidade, o gasto com mão de obra também será necessário se fazer um estudo da densidade do solo,
diminuído e a produção será mais eficiente, visto no qual está sendo trabalhado. Entender a facilidade
que o sistema de controle é em malha fechada, logo com que a água se infiltra no terreno é de grande
a irrigação e a correção da umidade serão realizadas influência para uma maior eficiência no uso da água.
automaticamente. A tabela de comparação do consu- Com respeito aos dados colhidos, foi com-
mo de água no sistema por gotejamento em relação provado que o sistema de irrigação por gotejamento
ao sistema de irrigação por aspersão, segue abaixo: é mais eficiente que os adotados na região onde se

Tabela 2- Consumo de água construiu o protótipo. A análise do sistema de irri-


gação predominante, no município de sobrado-PB,
Sistema \ Semanas 1º 2º
por meio de pesquisas com um dos responsáveis da
Aspersão (L/m²) 160,21 320,42
Gotejamento (L/m²) 77,48 154.96 plantação de batata, foi fundamental para que hou-
Fonte: Elaborada pelo autor vesse a comparação devida. Com uma análise final, o
sistema de irrigação por gotejamento automatizado
Tabela 3- Consumo de água
obteve uma economia de aproximadamente 51,65
Sistema \ Semanas 3º 4º % de água em relação à irrigação por aspersão. Por
Aspersão (L/m²) 480,63 640,84 fim, a substituição do sistema de irrigação por asper-
Gotejamento (L/m²) 232,44 309,9
são pelo de gotejamento, nas atividades agrícolas do
Fonte: Elaborada pelo autor
mundo iria reduzir em grande escala o desperdício de
água. E acompanhado do sistema automatizado, au-
5. Conclusão
mentaria a eficiência e eficácia da produção agrícola.
Diante do apresentado, pode-se concluir que
Referências
a valorização da água em todo o mundo tem sido
desprezada desde muito tempo. A abundância exis- ALBUQUERQUE , Paulo Emílio Pereira de Albuquer-
tente deste recurso no planeta causa a ilusão de que; DURÃES, Frederico Ozanan Machado Durães.
Uso e Manejo da Irrigação. 1. ed. [S. l.]: Editora UFV,
que nunca irá acabar. Infelizmente esse pensamento
2008. 528 p. ISBN 9788573833492.
é ilusório, já que a porcentagem de água útil para
consumo é extremamente pequena. A preocupação ALLDATASHEET .DS18B20 Ficha técnica.Disponível
em: <https://pdf1.alldatasheet.com/datasheet-p-
que surge principalmente nos dias atuais é devido
df/view/58557/DALLAS/DS18B20.html>.Acesso
ao crescente populacional, juntamente à péssima em:22 de Junho de 2019.
administração que faz esse recurso se tornar menos
ARDUINO E CIA. Ligando um Sensor de Nível de Lí-
acessível ainda.
quidos ao Arduino. Disponível em: <
Além disso, já são de conhecimento, pela pu-
blicação de artigos, as várias consequências da ad- https://www.arduinoecia.com.br/arduino-sensor-
3º SIMPIF

-de-nivel-de-liquidos/>. Acesso em: 14 de Agosto


ministração ineficiente da água sobre as plantações.
de 2018.
Como já foi mencionando, as enormes quantias de
água ou são inúteis ou são exageradas. A falta do Arduino E Nodemcu. 1. ed. [S. l.]: Érica, 2018. 224
p. ISBN 9788536526072.
equilíbrio na distribuição pelos grandes hectares vem
sendo o grande fator de desperdício e irresponsabi- BAÚ DA ELETRÔNICA. Sistema de Irrigação com Ar-
duino Uno. Disponível em: <http://blog.baudaele-
lidade. É diante disso que a análise e discussão para
tronica.com.br/sistema-de-irrigacao-com-ardui-
diminuir consideravelmente esse desperdício nas ati- no/>. Acesso em: 14 de Agosto de 2018.

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ARTE E CULTURA | ARTESANATO | TURISMO
COUROS E CALÇADOS | PRODUÇÃO TÊXTIL

Cosma Layssa Santos Gomes


Percepção de Impactos Ambientais
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba
do Turismo nas Pinturas Rupestre de
Carnaúba dos Dantas – RN
Beatriz Rufino da Silva
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba

Jonatas Soares Hortins


[email protected] Resumo
Instituto Federal da Paraíba
O objetivo do trabalho foi avaliar as características dos turistas e a
Andreza Lima Cunha
[email protected] sua percepção sobre os impactos ambientais do turismo no sitio ar-
Instituto Federal da Paraíba queológico, onde se encontra as pinturas rupestres da cidade de Car-
naúba dos Dantas – RN. A metodologia abrangeu pesquisa bibliográ-
Joab Josemar Vitor Ribeiro do
Nascimento fica, questionário e visita ao local. Foram entrevistadas 20 pessoas.
[email protected]
Foi constatado que há impactos ambientais, riscos permanentes de
Instituto Federal da Paraíba
degradação por fatores antrópicos, naturais e também por fatores de
transformação humana ocasionada pelo turismo presente naquele
meio. Dentre os principais impactos foram citados: pichação, des-
matamento, acúmulo de lixo e resíduos sólidos. Estes fatores podem
ocasionar o desaparecimento de algumas pinturas. Os impactos são
associados principalmente às práticas de visitação dos próprios turistas.

Palavras-chave: Arqueologia, turismo, visitante.

Abstract

The objective of this work was to evaluate the characteristics of tourists and their perception about the envi-
ronmental impacts of tourism in the archaeological site, where the cave paintings of the city of Carnaúba dos
Dantas - RN. The methodology included bibliographic research, questionnaire and site visit. Twenty people
were interviewed. It was found that there are environmental impacts, permanent risks of degradation by an-
thropic factors, natural and also human transformation factors caused by tourism present in that environment.
Among the main impacts were cited: graffiti, deforestation, garbage accumulation and solid waste. These
factors may cause the disappearance of some paintings. Impacts are mainly associated with tourists’ own
visitation practices.

Keywords: Archeology, tourism, visitor.

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ARTE E CULTURA | ARTESANATO | TURISMO
COUROS E CALÇADOS | PRODUÇÃO TÊXTIL

1. Introdução to e da permanência de visitantes a locais denomi-


nados sítios arque turísticos, onde são encontrados
O turismo ao decorrer do tempo vem se apre-
os vestígios remanescentes de antigas sociedades,
sentando como uma atividade financeira e social que
sejam elas pré-históricas e/ou históricas, passíveis
pode trazer muitos benefícios para uma determina-
de visitação terrestre ou aquática.
da localidade, por se tratar de uma atividade muito
Sendo assim, o objetivo do trabalho foi ava-
complexa que abrange diferentes tipos de interes-
liar as características dos turistas e a sua percepção
ses, houve a necessidade de segmentação, dentre
sobre os impactos ambientais do turismo no sitio ar-
muitos segmentos do turismo está o cultural.
queológico da cidade de carnaúba dos Dantas – RN,
O Brasil é um país com grande potencial para
pinturas essas que são arqueológicas e que chama
o desenvolvimento do turismo arqueológico, pois
atenção da população em geral e turistas.
possui uma diversidade de patrimônio arqueológico
representado pelos inúmeros sítios arqueológicos 2. Referencial teórico
existentes. De acordo com o Instituto do Patrimônio
O turismo cultural pode ser apresentado de
Histórico e Artístico Nacional, IPHAN (2011), atual-
diversas formas, seja por meio de patrimônio histó-
mente cerca de 19 mil sítios arqueológicos já foram
rico cultural material ou imaterial e pode ser consi-
identificados no país.
derado uma forma de manter a identidade local, po-
A lógica do desenvolvimento regional, alia-
dendo trazer benefícios para a população e também
da ao estímulo de uma nova atividade econômica,
impulsionar a conservação do patrimônio cultural
o turismo, tem dado a diferentes regiões brasileiras
(BARRETO, 2006). Desse modo, o turismo cultural
e seus municípios novos arranjos e configurações
pode beneficiar uma localidade, a partir do momen-
socioeconômico-espaciais. Diante disso, o poder
to em que há uma maior valorização dos seus pa-
público vem planejando e gerenciando o setor a
trimônios históricos culturais, além de resgatar uma
fim de proporcionar o desenvolvimento de diferen-
identidade local.
tes regiões, dado as particularidades paisagísticas,
Existem vários tipos de Sítios que podem de-
climáticas, da demanda de visitantes, no intuito de
senvolver o turismo arqueológico, assim pode ser
garantir melhoria na qualidade de vida, tanto para
implantado aonde existe algum desses fatores na
residentes quanto para visitantes, e a tessitura urba-
localidade, e que possa ser apresentada ao público
na, também influenciada por esta atividade, vem ga-
de modo sustentável e seguro, por esse motivo é im-
nhado conformações diferentes dos seus originais, e
portante o envolvimento dos órgãos públicos, pois é
inversão de valores econômicos e espaciais também
assim que será feito um turismo planejado de modo
diferentes dos construídos anteriormente, sobretudo
que não degrade o meio onde ocorre a atividade, e
com a entrada da dimensão estética e infra estrutu-
ainda beneficie a localidade e a comunidade local.
ral no planejamento (NÓBREGA, 2012).
A comunidade local é fator importante a ser
A arqueologia, por meio de suas pesquisas
considerado, de acordo com Funari e Pinsky (2007),
gera o conhecimento sobre os achados arqueoló-
A sensibilização da comunidade na interação do pla-
gicos, matéria-prima para o desenvolvimento do
nejamento e das políticas públicas, determinará o su-
3º SIMPIF

segmento denominado turismo arqueológico. Con-


cesso ou o fracasso do desenvolvimento do turismo.
sequentemente, esse tipo de turismo promove por
Com isso, entende-se que para que haja um turismo
meio da visitação, o acesso a esses bens, constituin-
arqueológico realizado de forma adequada e sus-
do-se assim meio eficaz para a divulgação do conhe-
tentável, depende da interação da comunidade local
cimento produzido pela arqueologia. Para Manzato
com os órgãos públicos visando o bem do atrativo.
(2005, p.44), o turismo arqueológico ou arque turis-
Nesse aspecto o turismo pode ser uma ati-
mo consiste no processo decorrente de deslocamen-
vidade positiva que ajuda na reconstrução de um

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lugar, fazendo com que a comunidade local valorize 4. Resultados da pesquisa


sua cultura de modo que interaja com os visitantes
representando assim sua identidade e a memória Gráfico1 - Idade

local, repassando-a para outros povos. “A cultura é


encenada para o turismo, mas a encenação provoca
o resgate da cultura” (BARRETO, 2006, p.14).

3. Método da pesquisa

O local de pesquisa escolhido foi o sitio ar-


queológico, localizado na cidade de Carnaúba dos
Dantas- RN, localizado na região do Seridó, conhe-
cida regionalmente pela peregrinação ao Monte do
Galo, Castelo Di Bivar e pela existência de sítios ar-
De acordo com os dados, os visitantes das
queológicos. Apresenta um território 245  km², no
Pinturas Rupestres têm entre 15 e 46 anos, o que
ano  2010 sua população era de 7.429 habitantes;
demonstra que é um ambiente aprovado por faixas
apresenta densidade demográfica de 30,24 habitan-
etárias distintas, entre jovens e adultos. Mesmo com
tes por km² (IBGE, 2010).
uma faixa etária diversificada, nota-se que há visi-
Imagem 1- Localização Geográfica da Cidade
tantes com renda de mais de dois salários mínimos
(58,3%), enquanto 41,7% tem renda familiar em
torno de um salário mínimo, é um número notável e
demonstra o quanto os Sítios Arqueológicos onde as
Pinturas são encontradas é um lugar de fácil acesso
e, que não precisa ter um alto poder aquisitivo para
visitar o local.

Gráfico 2 - escolaridade

Fonte: Google Imagens

A primeira etapa da pesquisa teve foco na


elaboração do questionário que seria aplicado com
os turistas e como fazer essa aplicação, após a ela-
boração, a escolha vencedora foi o uso de questio-
A maior parte dos visitantes possui o nível su-
nário online do Google, onde foi enviado via internet
perior completo (61,9%), isso reflete na importância
para pessoas que já visitaram o sitio arqueológico de
das Pinturas Rupestres, tendo em vista que 28,6%
Carnaúba dos Dantas.
dos entrevistados com nível superior são professo-
No dia 12 de junho de 2019, foi realizada a
3º SIMPIF

res da área de história e geografia e escolheram os


visita de campo ao local da pesquisa para o conheci-
Sítios Arqueológicos para realizar suas aulas de for-
mento e visualização do mesmo.
ma pratica, onde eles podem exemplificar as fazes
Por fim foi realizada a tabulação dos dados
histórica e importância do local, além disso, expor
obtidos na aplicação online do questionário.
alguns conceitos como lugar, paisagem, território
e região, sendo assim, obtém-se um melhor apren-
dizado dos alunos. As demais pessoas com ensino

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superior completo (33,3%), não apresentam uma Gráfico 4 - Principal motivação para conhecer as Pinturas
Rupestres.
profissão dominante, algumas citadas foram: nutri-
cionista, empresário. Outrossim, são os estudantes
de ensino médio (28,6%), que ratifica a relevância
das Pinturas para o meio estudantil. Uma supremacia
de pessoas com maior nível de escolaridade pode
levar a aspectos positivos neste tipo de turismo,
levando em consideração os estudos de Barros &
Dines (2000) e Wearing & Neil (2000), os ecotu-
ristas apresentam um bom nível de escolaridade,
são normalmente mais receptivos e conscientes
das necessidades de conservação ambiental e das 81% dos entrevistados relataram que, a prin-
atratividades eco turísticas e, se orientados, podem cipal motivação para conhecer as pinturas rupestres
apresentar alto grau de comprometimento para a é pelo seu valor histórico, 47,6 % acha importante
conservação destes local. o convívio com a natureza que tem uma parcela po-
Gráfico 3 - Pessoas que só conhecem as Pinturas do sitiva fundamental junto com o valor histórico, 33%
município de Carnaúba dos Dantas
dos entrevistados vão ao local pela beleza cênica e
por motivos de estudos, é notória também a curio-
sidade sobre o local para a realização de pesquisas
e estudo, sendo assim o local pode ser considerado
um verdadeiro laboratório vivo. Como uma grande
parte dos sítios arqueológicos se encontra em área
de paisagem natural, pode-se considerá-los como

O predomínio das pessoas que conhecem ex- legítimos representantes do patrimônio cultural e

clusivamente as Pinturas Rupestres do município de natural da humanidade. Afirma-se que através das

Carnaúba dos Dantas (81%) demonstra em outros pinturas e gravuras rupestres que o homem pode

aspectos a relevância deste ambiente para o turismo adquirir conhecimento do modo de vida dos seus

do município. De acordo com GUIDON, 1998; MAR- antepassados, ou seja, da cultura, do cotidiano, das

TIN, 1999; GASPAR, 2003; Carnaúba dos Dantas é crenças e comportamentos, mas também da sua in-

considerada um dos municípios da região do Seri- teração com o meio.

dó norte-rio-grandense com maior quantidade de Gráfico 5 - Percepção de mudança na paisagem interna e


externa ocasionada em função do turismo.
sítios arqueológicos conhecidos, razão pela qual é
frequentemente citado em publicações científicas de
circulação nacional, e mesmo em meios de comuni-
cação como jornais, revistas e mesmo a televisão.
Diante disso, pode-se afirmar também que, a forma
3º SIMPIF

em que o turista descobre o Sítio Arqueológico é re-


levante para o turismo local, considerando-se que
52,4% dos entrevistados souberam da existência
Dos entrevistados 95% relataram que sim, é
das Pinturas através de fontes alternativas, enquan-
perceptível mudanças, pois os sítios com Pinturas
to 47,6% tiveram conhecimento do local por meio
Rupestres correm riscos permanentes de degrada-
de visitas escolares.
ção por fatores antrópicos, naturais e também por
fatores de transformação humana ocasionada pelo

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turismo presente naquele meio citando entre eles: obras mínimas de reconstrução ou adaptação que
pichação, desmatamento, acumulo de lixo e resíduos atendam às necessidades e exigências práticas. [...].
sólidos. Estes fatores podem ocasionar o desapare- De acordo com Brunet, Vidal e Vouvé (1985a,
cimento de algumas pinturas. Apenas 5% acha que p54), “Os monumentos rupestres ornados, [...] e os
não é perceptível, o que se torna contraditório, tendo sítios naturais aos quais são associados, formam
em vista que para o acontecimento da visita no Sí- um conjunto [...] indissociável”, e qualquer ação de
tio Arqueológico é necessário à criação de trilhas e proteção sobre eles deverá atingir tanto o domínio
adaptação de estrutura para uma visitação de forma cultural como o natural. Nesse sentido, as regras
adequada, de acordo com a figura 1. que regem a conservação dos sítios arqueológicos

Figura 1: Passarela suspensa no Sítio Xique Xique 1. estão diretamente vinculadas às regras que regem a
conservação do patrimônio cultural e natural. Além
da legislação nacional específica, e de outros instru-
mentos legais, tais como a legislação ambiental, de
arqueologia e de turismo cultural, a preservação de
bens culturais é orientada por Cartas, Declarações e
Tratados Nacionais e Internacionais.

5. Conclusão/Considerações

Segundo o relato dos entrevistados, tem


Fonte: http://dicanordeste.com.br/dnviaja-sitio-arqueologico-xi-
que-xique-rn/ presença notável de impactos ambientais no que
se refere à presença de incontáveis turistas no si-
Outro ponto do questionário é sobre os im-
tio arqueológico e a fatores como pichação, desma-
pactos ambientais perceptíveis no local e nas proxi-
tamento, acúmulo de lixo e resíduos sólidos. Estes
midades das pinturas, e dentro das respostas mais
fatores podem ocasionar o desaparecimento de al-
apresentadas: Lixo, modificação das rochas, desma-
gumas pinturas.
tamento dentro de todas citadas são as mais que se
A alternativa apresentada pelos entrevista-
repete nas respostas, levando em consideração que
dos foi à conscientização dos visitantes no que se
são impactos ambientais ocasionados pela ação hu-
refere à preservação do sitio arqueológico, onde as
mana.
pinturas rupestres se encontram.
As alternativas apresentadas pelos entrevis-
tados sobre o que fazer para amenizar os impactos Referências
ambientais ocasionados pelo turismo nas proximida-
BARROS, M.I.A.; DINES, M. Mínimo impacto em áreas
des das pinturas rupestres, a opção mais utilizada é naturais: uma mudança de atitude. In: SERRANO, C.
conscientização dos turistas que visitam o parque e (Org.). A educação pelas pedras: ecoturismo e edu-
a preservação do cenário natural. cação ambiental. São Paulo: Chronos, 2000. p.47-
84. (Tours).
Segundo o Artigo 1º da Carta de Burra (Aus-
trália), redigida em 1980 através do Conselho In- BRUNET, J., VIDAL, P. & VOUVÉ, J. Conservation de
3º SIMPIF

ternacional de Monumentos e Sítios – ICOMOS, O l’art rupestre – deux études, glossaire illustré. Unes-
co, Études et documents sur le patrimoine culturel,
termo conservação designará os cuidados a serem
nº 7, 1985.
dispensados a um bem para preservar as caracterís-
ticas que apresentem uma significação cultural. De CUNHA, Manuela Carneiro da Cunha. (Org.). História
dos Índios no Brasil. 2. ed. São Paulo: Companhia
acordo com as circunstâncias, a conservação impli-
das Letras/Secretaria Municipal de Cultura/FAPESP,
cará ou não a preservação ou a restauração, além da 1998. p. 37-52.
manutenção; ela poderá, igualmente, compreender

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ARTE E CULTURA | ARTESANATO | TURISMO
COUROS E CALÇADOS | PRODUÇÃO TÊXTIL

FIDELES, Lucimara de Araújo. TURISMO ARQUEOLÓ-


GICO EM PARELHAS/RN: UMA ANÁLISE COMPARA-
TIVA COM O DESENVOLVIMENTO DO SEGMENTO NO
MUNICÍPIO DE CARNAÚBA DOS DANTAS/RN. 2015.
76 f. TCC (Graduação) - Curso de Turismo, Universi-
dade Federal do Rio Grande do Norte, Currais Novos,
2015.

FUNARI, Pedro P.; PINSKY, Jaime (Org.). Turismo


e Patrimônio Cultural. 4. Ed. São Paulo: Contexto,
2007.

GASPAR, Madu. A arte rupestre no Brasil. Rio de Ja-


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TÍSTICA. 2010. Disponível em http://cidades.ibge.
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Acesso em 16 de outubro. 2019.

NÓBREGA, W.R.M. Turismo e políticas públicas na


Amazônia brasileira: instâncias de governança e de-
senvolvimento nos municípios de Santarém e Belter-
ra, oeste do estado do Pará. Tese de doutoramento
do programa de Pós- Graduação em Desenvolvi-
mento Sustentável do Trópico Úmido. Belém: UFPA/
PPGDSTU/NAEA, 2012.Graduação em Desenvolvi-
mento Sustentável do Trópico Úmido. Belém: UFPA/
PPGDSTU/NAEA, 2012.

MANZATO, F.; REJOWSKI, M. Turismo Arqueológico


no estado de São Paulo. Revista patrimônio (onli-
ne), nov.2005.

MARTIN, Gabriela. Pré-História do Nordeste do Bra-


sil. 3. ed. atual. Recife: Editora Universitária da UFPE,
1999. 440 p.

SCATAMACCHIA, Maria Cristina Mineiro. Turismo e


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WEARING, S.; NEIL, J. Ecotourism: impacts, poten-


tials and possibibles. Boston: Butter Worth-Heine-
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EDUCAÇÃO E ENSINO

Matheus Pinto Melo Barbosa


A alvorada das geometrias não
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
euclidianas
Tecnologia da Paraíba

Francisco Aureliano Vidal


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
Resumo
Ana Paula Cruz
[email protected] O presente trabalho tem como objetivo aprofundar o entendimento
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba sobre a inserção da geometria não euclidiana como componente cur-
ricular do curso de graduação em matemática, tendo em vista o fato
de que a geometria que ocorre no espaço hiperbólico ou elíptico é
tão importante quanto a geometria euclidiana, o qual iremos mostrar
nesse documento. Afim de alcançar esse objetivo traz-se aqui, a his-
tória da geometria não euclidiana desde as primeiras axiomatizações
por Euclides e seu polêmico postulado das paralelas, marco inicial
das outras geometrias, até o surgimento e aplicações das não eucli-
dianas, com uso de experimentos e exemplos. Através da perspecti-
va teórica-metodológica da linha descritiva e narrativa advindas das
áreas da História da Matemática e da História do Conhecimento, esta pesquisa aponta para as geometrias não
euclidianas e como é basilar abordá-la como matéria de ensino no curso superior, contribuindo para melhoria
do processo de formação discente e docente na área da matemática.

Palavras-chave: História da Matemática. Geometrias não euclidianas. Novos parâmetros curriculares nacio-
nais. Metodologias de Ensino.

Abstract

This paper aims to deepen the understanding of the insertion of non euclidean geometry as a curricular
component of the undergraduate mathematics course, considering the fact that geometry that occurs in the
hyperbolic or elliptical space is as important as Euclidean geometry. , which we will show in this document. In
order to achieve this objective, we bring here the history of non euclidean geometry from the earliest Euclid
axiomatizations and their postulated polemics of parallels, starting point of other geometries, to the emergen-
ce and applications of non euclidean ones, using experiments and examples. Through the theoretical-metho-
dological perspective of the descriptive and narrative line coming from the areas of the History of Mathematics
and the History of Knowledge, this research points to the non euclidean geometries and how to approach it as
a teaching subject in higher education, contributing to improving the process of student and teacher training
in mathematics.

Keywords: Mathematics history. Non-Euclidean geometries. New national curriculum parameters. Teaching Me-
thodologies.

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1. Introdução em suas aulas, noções sobre essas geometrias, a fim


de, despertar interesse dos alunos para essa área,
A importância do conhecimento matemático
contribuindo não só para a formação do professor
na formação do cidadão atualmente é observada
como também do aluno.
com a mesma importância da língua materna, bas-
ta comparar sua carga horária no currículo escolar 2. Referencial teórico
com esta e com outras áreas do conhecimento. As-
A geometria hoje aprendida nas escolas teve
sim, a necessidade de um cuidado com o ensino-
origem a partir dos trabalhos de Euclides, matemá-
-aprendizagem dessa área do conhecimento se faz
tico grego que viveu por volta de 300 a.C. em Ale-
necessária, pois é possível identificar obstáculos que
xandria, local da maior biblioteca da antiguidade.
dificultam o aprendizado da linguagem matemática
Euclides ficou muito famoso devido sua obra célebre
ao longo dos anos escolares. Este cuidado começa
na matemática, Elementos, composto por 13 volu-
com a formação inicial do professor e vai até a sua
mes que cobrem a geometria euclidiana e a versão
prática em sala de aula com os valores e métodos
grega antiga da teoria dos números elementar. Para
para ensinar matemática.
Lintz (1999), a obra de Euclides se compara ao estu-
Nesse sentido, a História da Matemática vem
do da obra de Johann Sebastian Bach na história da
trazer elementos de compreensão da importância
música no Ocidente ou da arte de Leonardo da Vinci
de determinados conteúdos dentro dos cursos de
na pintura. O mesmo afirma que é em Euclides que
formação de professores, especialmente, pois, de-
se cristalizou definitivamente a geometria como um
monstram o quão são singulares a construção de
organismo no estágio de arte, com seus princípios
ideias matemáticas e como estas estão relacionadas
básicos claramente enunciados e seu método de tra-
à história social e cultural de um povo ou mesmo de
balho rigorosamente exposto e utilizado. Parece que
um sujeito em particular. Tornando o conhecimento
Euclides pretendia reunir três grandes descobertas
matemático como algo ligado intrinsecamente às di-
do seu tempo: a teoria das proporções de Eudoxo, a
nâmicas de vida da sociedade e não como algo apar-
teoria dos irracionais de Teeteto e a teoria dos cinco
tado dos sujeitos e suas necessidades.
sólidos regulares, que ocupava um lugar importan-
Na sala de aula, local da sua prática de ensino
te na cosmologia de Platão. Segundo Boyer (1996),
e aprendizagem, a escolha dos conteúdos e a for-
Elementos de Euclides é o livro didático mais bem-
ma de trabalhar com os conteúdos podem contribuir
-sucedido e influente já escrito e perde somente para
para que os alunos desenvolvam habilidades relacio-
a Bíblia em número de edições publicadas, chegando
nadas à representação, compreensão, comunicação
a quase mil edições. O que o tornou tão famoso foi o
e investigação. Para alcançar tais objetivos, a for-
método inovador do uso de dedução lógica de teo-
mação dos professores de matemática deve conter
remas a partir de nove noções comuns e de cinco
conhecimentos específicos sobre o mundo a fim de
postulados, hoje conhecidos como axiomas, esses
contextualizar os conhecimentos. As geometrias não
5 axiomas foram capazes de demonstrar 465 pro-
euclidianas surgem na matemática como tão impor-
priedades, o que mais uma vez mostra porque é um
tantes quanto a geometria euclidiana, não podendo
trabalho tão grandioso. São esses postulados:
3º SIMPIF

ser deixada de fora de sua formação.


Veremos que, a partir de múltiplas negações 1. Fique postulado traçar uma reta a partir de todo
de um postulado pode se chegar a diferentes formas ponto até todo ponto.
de geometria tão sólidas e aplicáveis quanto a geo- 2. Também prolongar uma reta limitada, continua-
metria desenvolvida por Euclides. A partir disso, é mente, sobre uma reta.
construída sua importância ao longo da história e 3. E, com todo centro e distância, descrever um cír-
para a formação do professor, que poderá até trazer culo.

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4. E serem iguais entre si todos os ângulos retos. tando nas primeiras concepções de novas geome-
5. “E, caso uma reta, caindo sobre duas retas, faça trias.
os ângulos interiores e do mesmo lado menores
3. O quinto postulado
do que dois retos, sendo prolongadas as duas
retas, ilimitadamente, encontram-se no lado no Na pesquisa das geometrias não euclidianas
qual estão os menores que dois retos.” (EUCLI- foram usados diversos métodos a fim de embasar
DES, 2009, p. 98). a razão pela qual ela deveria ser introduzida como

Estes postulados vistos atualmente no que uma disciplina obrigatória no ensino superior. Foi

seria equivalente a nossa linguagem: O primeiro, diz traçado uma linha histórica desde Euclides até o

que por dois pontos distintos é possível traçar uma atual momento que mostra como ela surgiu a partir

única reta, o segundo, dado um segmento qualquer de negações de um mesmo postulado e como ela se

de reta, é possível prolongá-lo de maneira única, in- tornou tão sólida quanto a geometria de Euclides,

finitamente, sobre uma reta, em qualquer direção, o além de apresentar aplicações de grande utilidade.

terceiro, diz que sempre é possível traçar um círcu- Um postulado deve ser uma sentença óbvia,

lo, dado um ponto como centro e uma distância que que não é provada ou demonstrada, e por isso se

servirá de raio. Como Euclides não usava instrumen- torna um consenso universal, que é usado para a

tos de medição, o quarto postulado foi usado para dedução de uma determinada teoria. Para que um

designar o ângulo que é igual ao seu suplementar, conjunto de postulados seja consistente, de acordo

Euclides estabeleceu que todos os ângulos com essa com Braz (2009).

propriedade são iguais, ou seja, o ângulo de 90º. A matemática assim como outras ciências

Ninguém duvida que por dois pontos pode-se traçar tem como objetivo descobrir verdades e prová-las,

uma reta, nem que dados dois ângulos retos, eles Euclides utilizou do método axiomático para que

são iguais. Porém, o quinto postulado merece mais pudesse solidificar sua geometria. De acordo com

atenção. Durante séculos, vários matemáticos fica- Raggio e Stival (2003), as características principais

ram intrigados com este postulado, que não é tão da noção clássico aristotélica de um sistema axio-

óbvio quanto os anteriores. mático são as seguintes:

A figura 1 a seguir ilustra este postulado que 1. Uma ciência no sentido aristotélico é um conjun-
será discutido de modo mais específico ao longo to de enunciados relativos a um mesmo domínio,
deste trabalho. que possui as seguintes propriedades:
Figura 1 - Quinto Postulado • Os enunciados se dividem em axiomas e teore-
mas.
• Os conceitos que compõem os enunciados se di-
videm em conceitos fundamentais e derivados.
2. Os axiomas devem ser:
• Imediatamente evidentes, e por essa razão não
carecem de demonstração.
3º SIMPIF

• Suficientes para que se possa deduzir a partir


deles, utilizando unicamente as regras da lógica,
todos os teoremas.
Fonte: Autor
3. Os conceitos fundamentais devem ser:
Veremos mais adiante no que implicou as inú- • Imediatamente compreensíveis e, por essa ra-
meras formas de negação do quinto postulado de zão, não carecem de definição.
Euclides e as consequências a que isso levou, resul-

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• Suficientes para que se possa definir a partir de- tradição com uma das 28 primeiras propo-
les, segundo as regras da lógica, todos os con- sições  dos  Elementos de Euclides (BRAZ,
2009, p.19).
ceitos derivados.

Além disso Braz (2009, p.13) afirmava que Após uma série de demonstrações, utilizando
um conjunto de postulados deveria ser consistente, desses métodos, Saccheri conseguiu provar que a
e que deveria seguir três propriedades: soma da medida dos ângulos não retos de seu qua-
drilátero era menor ou igual a 180°. De acordo com
a) Completude: tudo que será usado
Barbosa (1995), ao procurar uma contradição para
na teoria  está  apropriadamente  conti-
do  nos  axiomas, de maneira que não
a teoria de que a soma dos ângulos era inferior a
haja hipóteses implícitas. 180°, Saccheri demonstrou diversos resultados con-
b) Consistência: é impossível deduzir dois dizentes com todos os postulados da Geometria de
teoremas contraditórios dos axiomas. Euclides, com excessão do quinto.
c)  Independência:  nenhum  axioma é con- Braz (2009) dizia que apesar de todos os re-
sequência de alguma combinação dos de-
sultados encontrados, Saccheri negava a existência
mais. (Braz, 2009, p.13).
de uma outra geometria, porém ainda assim contri-
Dessa forma podemos entender que um buiu grandiosamente para a criação das geometrias
postulado trata-se de uma sentença óbvia que não não Euclidianas. Atitudes como essa levavam cada
é provada ou demonstrada, e por isso se torna um vez mais matemáticos a aumentarem suas curiosida-
consenso universal, que é usado para demonstrar des se instigarem atrás de resultados.
outras propriedades. Assim o quinto postulado cau- Um jovem matemático da Hungria, Johann
sou muita polêmica, por parecer mais um teorema Bolyai, vinha se dedicando fortemente para solu-
do que um postulado, logo vários matemáticos acre- cionar o problema das paralelas, enquanto seu pai
ditaram que o conjunto de postulados de Euclides Wolfgang Bolyai, outro grande matemático da época,
não era independente, pois acreditavam que fosse tentava desestimulá-lo a continuar, dizia ele:
possível demonstrar o quinto postulado a partir dos
Você não deve tentar esta abordagem das
quatro primeiros. Alguns autores acreditam que o paralelas. Conheço este caminho em toda
próprio Euclides não era muito convicto do seu quin- sua extensão. Atravessei esta noite sem
to postulado pois em suas primeiras 28 proprieda- fim, que extinguiu toda a luz a alegria da
des apenas se utilizou os quatro primeiros para de- minha vida. Suplico-lhe, esqueça a ciên-
cia das paralelas [...] Pensei que me sa-
monstrá-las, tendo usado o quinto somente na 29.
crificaria  em  benefício da verdade. Estava
Vários matemáticos tentaram encontrar de-
pronto para me tornar o mártir que remo-
monstrações para o quinto postulado, mas nenhum
veria a falha da Geometria e a devolveria
que trouxesse contribuições significativas exceto purificada à humanidade. Tive um trabalho
pelo padre jesuíta Girolamo Saccheri (1667-1733). monstruoso, enorme; minhas  criações são
Ele utilizou uma forma diferente em sua tentativa de muito melhores do que as dos outros, mas

prova, utilizando do método mais usado por Euclides, ainda assim não atingi completa satisfação
[...]. Eu desisti quando vi que nenhum ho-
a redução ao absurdo. De acordo com Braz (2009), o
3º SIMPIF

mem pode chegar ao fim desta noite. De-


trabalho de Saccheri consistia em três passos:
sisti, inconsolável,  compadecido por mim
I. Provar que os ângulos A e D são con- e por toda a humanidade. [...] Admito que
gruentes. esperei pouco do desvio de suas linhas.
II. Provar que o quinto postulado equivale Parece-me que estive nessas regiões; que
com a hipótese do ângulo reto. viajei passando por todos os recifes deste
III. Provar que o fato dos ângulos A e D Mar Morto infernal e que sempre voltei com
serem agudos ou obtusos entra em con- o mastro quebrado e a vela rasgada. (ME-

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CHKOWSKI, 1964, p. 32 e 33 apud GAZIRE, elogiado o trabalho do jovem Johann, Bolyai ainda
2000). acreditava que seu pai havia informado Gauss se-
cretamente, facilitando uma suposta apropriação de
Apesar do esforço do seu pai, Johann não
suas descobertas. Talvez por esse motivo, Johann
desanimou. Ele continuou estudando o problema
nunca publicou sua pesquisa.
das paralelas com o mesmo raciocínio de Saccheri,
usando uma das negações do quinto postulado, ten- Figura 2 - Johann Bolyai

tando chegar a uma contradição, assumiu contra-


riando o substituto dado pro Playfair, que dada uma
reta e um ponto fora dela, passam pelo menos duas
retas paralelas.
Exausto de procurar por contradições, Bolyai
foi o primeiro a suspeitar de uma nova geometria,
mais tarde desenvolvendo a geometria hiperbólica,
utilizando como base os 4 primeiros postulados de
Euclides, e no lugar do quinto assumiu a existên-
cia de pelo menos duas retas paralelas. Mostrou
que essa sua nova geometria era tão sólida quan-
to a geometria desenvolvida por Euclides. “Do nada Fonte: ResearchGate1
eu criei um novo e estranho universo”. (BARBOSA,
Segundo Eves (1995), Gauss nasceu em
1995, p. 42).
Brunswick, Alemanha, em 1777 e seu pai era um
Essa nova geometria demorou até que fosse
trabalhador braçal que era pouco favorável à edu-
aceita pela comunidade matemática, realmente não
cação, e sua mãe lhe encorajava apesar de não ter
havia nenhuma aplicação até o momento e nem mes-
o menor conhecimento da matemática. Gauss é uni-
mo uma superfície que fosse possível estudar as pro-
versalmente considerado como o maior matemático
priedades como era feito na geometria Euclidiana,
do século XIX e, ao lado de Arquimedes e Isaac Ne-
era uma geometria imaginária que ia de total contra-
wton, como um dos maiores matemáticos de todos
riedade ao raciocínio matemático da época. Afinal,
os tempos.
como pode existir mais de uma paralela se sabemos
que existe apenas uma? E como a soma dos ângulos Figura 3 - Carl Friedrich Gauss

internos pode ser inferior a 180° se sempre foi estu-


dado que a soma destes ângulos é 180°?
De acordo com Greenberg (1993), Johann
Bolyai tinha 13 anos quando dominou o cálculo di-
ferencial e integral. Seu pai, escreveu ao seu ami-
go, Carl Friedrich Gauss, um pedido para levar o seu
filho prodígio para passar algum tempo com sua
3º SIMPIF

família como um aprendiz, contudo Gauss nunca


respondeu a este pedido. Quinze anos depois, seu
pai, enviou seu livro para Gauss, o Tentamen (1831),
Fonte: ResearchGate2
onde Johann havia publicado suas descobertas. Po-
rém Johann entristeceu-se ao ler que Gauss já ha- 1   Disponível  em:  https://www.researchgate.net/fi-
gure/Janos-Bolyai-1802-1860_fig12_324165188. Acesso em
via descoberto resultados muito semelhantes ante-
11/04/2019.
riormente. E mesmo esse grande matemático tendo 2   Disponível  em:  https://www.researchgate.net/figure/
Sir-Carl-FriedrichGauss_fig1_239591799. Acesso em 11/04/2019.

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Ele foi chamado de “o príncipe dos matemáticos” curvatura positiva, enquanto na geometria hiperbóli-
por causa da variedade e profundidade de sua obra. ca são válidas nas superfícies de curvatura negativa.

Figura 4 - Bernhard Riemann Quando falamos de curva, lembra-se de uma


parábola ou circunferência, porém existe outra for-
ma de se pensar em curvas, o caminho que um ponto
percorre no espaço por exemplo.
Para encontrarmos a curvatura em um ponto,
possuímos a curvatura de Gauss definida como:

C(P)=1/R(P)

Dessa forma, podemos medir a curvatura de


qualquer ponto de qualquer curva, basta encontrar
o raio da maior circunferência que tangencia a curva
no ponto P em seu lado côncavo e encontrar o in-
Fonte: Wikipédia3
verso do raio desta circunferência. Ela vale para um
Anos depois Georg Friedrich Bernhard Rie-
ponto da superfície, para sabermos também a curva-
mann (1826 – 1866), estudou uma variação de que
tura em toda uma superfície ou, pelo menos de uma
dada uma reta e um ponto fora dela, não há reta pa-
parte dela, deve-se seguir outro procedimento.
ralela à reta dada que passe pelo ponto. Essa teoria
Imagina uma superfície qualquer S que não
é contraditória a alguns dos postulados criados por
tenha furos, traçando sobre ela uma curva de tal
Euclides, como por exemplo o conceito de que en-
forma que delimite uma região fechada M na super-
tre dois pontos distintos passa uma única reta e que
fície podemos calcular a curvatura de Gauss dessa
a reta pode ser prolongada infinitamente. Contudo,
região. Tomando uma seta perpendicular à superfí-
segundo Eves (2011), Riemann provou que se fosse
cie em cada um dos pontos dessa curva M, de com-
descartada a infinidade da reta, mas admitindo que
primento 1 e, sendo a superfície curva, apontarão
a reta é ilimitada, esta nova geometria tornaria–se
para direções variadas, podemos chamar essa seta
tão sólida e útil quanto a geometria Euclidiana. Anos
de vetor normal. Juntando todas as setas pela ex-
depois essa outra geometria ficou conhecida como
tremidade terá se formado um “buquê” de setas,
Geometria Elíptica.
e como todas têm o mesmo comprimento unitário,
A geometria Hiperbólica ou Elíptica, como já
suas pontas estarão sobre uma parte da superfície
foi mencionado trata-se de geometrias imaginárias,
de uma esfera de raio unitário que é mostrada com
difícil de serem analisadas em uma superfície, porém
cor amarela na figura, vendo de outra forma foi feito
vamos ver que elas fazem sentindo quando analisa-
um mapeamento da região M sobre a esfera unitária.
da em um plano de curvatura negativa no caso da
Foi estudando mapas e globos terrestres que Gauss
Hiperbólica e em um plano de curvatura positiva no
começou tudo isso.
caso da Elíptica.

4. À curvatura de curvas e superfícies


3º SIMPIF

Para que seja possível entender as geome-


trias não euclidianas, precisamos primeiro entender
as superfícies que cada uma delas possui suas pro-
priedades válidas. Já falamos que na geometria elíp-
tica as propriedades são válidas em superfícies de
3  Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bernhard_
Riemann. Acesso em 11/04/2019.

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Figura 5 - Mapeamento da região M

É uma tarefa simples encontrar a curvatura


de planos e esferas, mas isso nem sempre acontece,
observando um caso mais elaborado de uma pirâmide
com 3 lados que possui “bicos” ou “vértices” todas
as setas apoiadas na face P «mapeiam» em um único
ponto (P) sobre a esfera unitária. Do mesmo modo,
as setas sobre o lado R mapeiam no ponto R e as
setas no lado Q, no ponto Q. Mas, ao passar por uma
aresta uma seta faz um giro de 90° e o mapeamento
desses giros sobre a esfera unitária são os arcos que
Fonte: Seara4
vão de P a Q, de P a R e de R a Q. De acordo com
Gauss mostrou que a área dessa região ama- Gauss a curvatura da superfície da pirâmide é a área
rela mede a curvatura da região M da superfície da amarela vista na esfera unitária. Essa área mede 1/8
curva, definimos dessa forma como podemos achar da área total da esfera, logo, vale 4/8 = /2.
a curvatura total de qualquer superfície, aberta ou Figura 7 - Área de uma pirâmide triangular
fechada. Vamos ver um exemplo:
Exemplo 1 (Seara): Um plano (superfície
aberta) e uma esfera (superfície fechada). Traçando
qualquer curva sobre o plano e juntando todas as
setas normais no centro da esfera unitária o resul-
tado é apenas um ponto nessa esfera unitária. Isto
é, a região “mapeia” sobre um único ponto na esfe-
ra unitária (o “buquê” é só uma haste). E, como um
ponto não tem área, isso significa que a curvatura
Fonte: Seara6
do plano é zero, o que já sabemos de longas datas.
Na outra figura, vemos que todos os vetores normais
4.1 Geometria Elíptica
à superfície da esfera “mapeiam” sobre toda a su-
perfície da esfera unitária. Portanto, como a área da Segundo Coutinho (1989), através das subs-
esfera unitária é 4.(1)² = 4, essa é a curvatura total tituições que se fazem no postulado das parale-
da esfera (qualquer esfera). las surgem dois tipos clássicos de geometrias não

Figura 6 - Exemplo 1 euclidianas: a geometria hiperbólica e a geometria


elíptica. Na primeira o postulado de Euclides é subs-
tituído pelo que afirma que, por um ponto dado P,
fora de uma reta r, existe mais de uma reta paralela
a essa reta r, enquanto na segunda postula-se que
não existe nenhuma, porém a partir disso entra-se
3º SIMPIF

em uma contradição com a geometria neutra, que


Fonte: Seara5 garante a existência de paralelas como uma conse-
quência imediata do teorema dos ângulos internos e
4  Disponível em: http://www.seara.ufc.br/donafifi/gaus- alternos, juntamente com o axioma da congruência.
seeuler/gausseuler4.htm. Acesso em 14/04/2019.
5  Disponível em: http://www.seara.ufc.br/donafifi/gaus- 6  Disponível em: http://www.seara.ufc.br/donafifi/gaus-
seeuler/gausseuler4.htm. Acesso em 14/04/2019. seeuler/gausseuler4.htm. Acesso em14/04/2019.

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Dessa forma a geometria Elíptica vai mais adiante e Esta geometria como já foi mencionado é boa
faz outras substituições nos axiomas. para resolver problemas do globo terrestre, vamos
Bernhard Riemann, um dos estudantes de ver uma experiência feita que está disponível no site
Gauss, inventou com grande perspicácia o conceito do Atractor9, que simula a intersecção de uma esfera
de uma superfície abstrata que não precisa estar no de raio 6.371 km, aproximadamente o raio da terra,
espaço tridimensional euclidiano, onde as retas po- com um plano que passa por dois pontos quaisquer
dem ser vistas como geodésicas e a curvatura pode A e B pode-se criar várias circunferências que pas-
ser definida com precisão. Coutinho (1989) afirma sam pelo ponto A e B.
que nessa geometria de Riemann abandona-se essa Na primeira intersecção como na figura a se-
noção de “estar entre” e a reta não é mais infinita, guir, o plano que intersecta a esfera está muito dis-
mas sim ilimitada. tante do centro O da esfera, e comprimento do menor
Postulado de Riemann: Quaisquer duas retas arco entre A e B tem o comprimento de 6.966,51 km.
em um plano têm um ponto em comum. Figura 9 - Experimento das Geodésicas I
Um ótimo modelo que possa ser utilizado é
a superfície esférica de Euclides, onde as retas são
os círculos máximos, chamados de geodésicas da
superfície esférica. Uma excelente geometria para
resolver problemas que envolvam o globo terrestre,
onde se pode observar um conjunto de geodésicas7
com pontos comuns nos polos norte e sul, os meri-
dianos. Fonte: Autor
Desenhando duas geodésicas quaisquer na
Na segunda intersecção, o plano intersecta a
esfera, elas sempre se intersectarão em dois pon-
esfera um pouco mais próximo do centro, o compri-
tos, chamados pontos antipodais pertencentes a
mento do menor arco entre A e B tem o comprimento
um diâmetro da esfera, isso satisfaz o postulado de
de 4.824,04 km.
Riemann que consiste em uma forma de negação
Figura 10 - Experimento das Geodésicas II
do postulado dado por Playfar e traz também uma
consequência direta de que, não existem paralelas
nessa geometria, pode-se observar isso na figura a
seguir.

Figura 8 - Intersecção de Geodésicas

Fonte: Autor

Na terceira intersecção, usando o plano que


passa pelo centro da esfera. Observa-se que o com-
3º SIMPIF

primento do menor arco que passa pelos pontos A e


Fonte: Atractor8 B diminuiu para 4.648,39 km.
7 Num plano, a geodésica é a menor distância que une
dois pontos tal que, para pequenas variações da forma da curva, o
seu comprimento é estacionário. A representação da geodésica em
um plano representa a projeção de um círculo máximo sobre uma
esfera.
8   Disponível  em:  www.atractor.pt/mat/GeomEsf/rectas_ 9   Disponível  em:  http://www.atractor.pt/mat/GeomEsf/
paralelas.htm. Acesso em 15/04/2019. MateriaisEnsino/index.htm. Acesso em 15/04/2019.

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Figura 11 - Experimento das Geodésicas III Área = (/2).4r² = 2r²

Na geometria elíptica os triângulos são clas-


sificados de forma diferente, quanto a medida de
seus ângulos sendo classificados em retângulo,
birretângulo ou trirretângulo, caso possuam um,
dois ou três ângulos retos, respectivamente. Ainda
podem ser classificados a partir da medida de seus
Fonte: Autor lados, sendo chamados de birretilátero e trirretiláte-
A experiência é ótima para que se possa ro, caso possuam dois ou três lados com o mesmo
observar que a menor distância entre dois pontos comprimento, respectivamente.
numa esfera é dada pelo comprimento do arco da
4.2 Geometria Hiperbólica
circunferência que passa por esses dois pontos e
pelo centro da esfera. De acordo com Andrade (2013), geometria hi-
É interessante abordar um problema comum perbólica é, por definição, a geometria a qual se utiliza
que se vê em atividades no ensino médio no uso de todos os axiomas da geometria neutra e substitui
do Teorema de Pitágoras, alguns alunos ao tentar o postulado das paralelas por uma de suas nega-
encontrar a distância entre duas cidades, sabendo ções que iremos chamar de “axioma hiperbólico”.
a distância delas a uma terceira, tal que forme um Axioma Hiperbólico ou Postulado de Loba-
triângulo retângulo, obtém valores que não corres- chevsky diz que na geometria hiperbólica existe uma
pondem a escala geométrica do mapa, isso acontece reta s e um ponto P não pertencente a s de tal modo
devido ao Teorema de Pitágoras ter sido mostrado que existem, pelo menos, duas retas distintas para-
em uma superfície plana, ela não se aplica as geo- lelas a s que contém P.
metrias não Euclidianas. Com tudo que se conhece pode-se notar que
Ao traçar geodésicas na esfera, as intersec- a geometria hiperbólica é um tanto diferente que a
ções determinam figuras que não estão presentes na geometria euclidana. Segundo Greenberg (1993),
geometria euclidiana. A intersecção de duas geodé- em um mundo hiperbólico é impossível ampliar ou
sicas formas o biângulo ou diedro: reduzir um triângulo sem distorção, isto é, uma foto

Figura 12 - Diedro seria certamente surreal.


Pelo teorema que diz que “Dados dois triângu-
los quaisquer, se esses triângulos são semelhantes,
então os mesmos são congruentes”, com o auxílio de
um ângulo é possível determinar um segmento. Por
exemplo no triângulo equilátero os ângulos determi-
nam as medidas dos seus lados de forma única, seria
equivalente dizer que no espaço hiperbólico, a uni-

Fonte: Atractor10
dade de medida é absoluta, assim dizendo, não con-
3º SIMPIF

seguimos medir qualquer polígono que seja toman-


O ângulo formado entre os planos que deter-
do outro polígono como semelhante. A partir disso o
minam o diedro é conhecido como ângulo esférico.
conceito de defeito do triângulo11 se torna bastante
Desta forma o biângulo determina uma fração da
importante, no cálculo de áreas hiperbólicas.
área da superfície esférica. Seja o ângulo entre es-
ses planos, temos a seguinte relação: 11 Teorema: A soma das medidas dos ângulos de um tri-
ângulo é estritamente menor que (dois ângulos retos, também
10   Disponível  em:  www.atractor.pt/mat/GeomEsf/sa- chamado de ângulo raso). Se ABC é um triângulo qualquer, então
ber_2-1.htm Acesso em 16/04/2019 menos a soma angular de ABC é um número positivo. Este número

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4.3 Geometria Fractal Figura 14 - Construção do Tapete de Sierpinski

Benoît Mandelbrot, é o nome do matemático


francês responsável em 1975 por criar essa geome-
tria, nesse estudo não iremos entrar em detalhes
essa geometria, porém a geometria fractal é o ramo
da matemática responsável por estudar o comporta-
mento dos fractais e descreve muitas situações que
Fonte: Blog do matematicadorenato13
não podem ser explicadas facilmente pela geometria
clássica e foram aplicadas em ciência, tecnologia e Os fractais representam aqueles objetos em
arte gerada por computador. As raízes conceituais que as partes, em separado, são semelhantes à es-
dos fractais remontam as tentativas de medir o ta- trutura geral do objeto. De forma mais simples: é
manho de objetos para os quais as definições tra- quando a parte repete os traços do “todo”. O padrão
dicionais baseadas na geometria euclidiana falham. específico de uma figura vai se repetir em cada parte
Os fractais descobertos mais comuns é o ta- dela. O interessante está no fato dessa repetição ser
pete de Sierpinski descoberto pelo matemático polo- sempre em escalas menores de tamanho.
nês Waclaw Sierpinski e a curva de Koch de autoria Uma utilidade desse tipo de figura é quanto
do matemático sueco Helge von Koch, usualmente ao uso criptográfico. Nesse caso, para questões de
conhecido como “floco de neve de Koch” (ou estrela segurança, na codificação de senhas. Você já deve
de Koch) que se inicia sua construção a partir de um ter observado alguns desenhos que, na verdade, re-
triângulo equilátero da seguinte forma: presentam um código de acesso. Como não depende
de letras ou números, esse tipo de elemento cripto-
1. Divide-se o segmento de reta em três segmentos
gráfico é considerado bem seguro.
de igual comprimento.
2. Desenha-se um triângulo equilátero (fazendo 5. A geometria não euclidiana como componente
um ângulo de π/3 radianos (60 graus)), em que curricular
o segmento central, referido no primeiro passo,
servirá de base. Este trabalho traz a sugestão da inserção da

3. Apaga-se o segmento que serviu de base ao disciplina nos cursos de graduação em matemática,

triângulo do segundo passo. pois “muitos problemas do cotidiano e do mundo


científico só são resolvidos pelas geometrias não
Figura 13 - Construção da estrela de Koch
euclidianas”. (PARANÁ, 2008, p. 56). Por exemplo
que é inviável calcular a distância entre duas cidades
utilizando do Teorema de Pitágoras, construído com
base na geometria euclidiana, afinal o planeta terra
não é euclidiano, até porque essa “reta” que liga as
cidades não é.
Paraná (2008), traz em sua obra componen-
3º SIMPIF

Fonte: Futura Sciencies 12 tes interessantes que podem ser abordados no ensi-
no dessa disciplina, componentes que trazem bem a
é chamado o defeito do triângulo. história do surgimento dessas geometrias e as no-

12 Disponível em: https://forums.futura-sciences.com/


mathematiques-college-lycee/76213-flocon-de-koch.html. Acesso 13   Disponivel  em:  http://matematicadorenato.blogs-
em 17/04/2019. pot.com/2016/04/fractais-tapete-desierpinski.html. Acesso em
17/04/2019.

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ções mais importantes de cada um, veremos a seguir O físico Hermann Minkowski em 1905, logo após a
quais são eles: teoria da relatividade restrita ter sido mostrada por
Para a geometria elíptica, deve-se abordar os Poincaré e Einstein, mostrou que era possível falar de
temas: uma “geometria do espaço-tempo” da mesma forma
que falamos de uma geometria somente do espaço.
Postulado de Riemann; curva na superfície
esférica e discutir o conceito de geodesia;
Segundo Cherman (2004), Einstein precisava avan-
círculos máximos e círculos  menores;  dis- çar em seu trabalho, porém não tinha conhecimento
tância na superfície esférica; ângulo esféri- matemático suficiente para isso, isso foi evidencia-
co; triângulo esférico e a soma das medidas do em um apelo de Einstein por carta a seu amigo
de seus  ângulos  internos;  classificação  do Marcel Grossman (1878-1936), o qual Einstein pede
s triângulos esféricos quanto à medida dos
desesperado: “Grosmann, você tem que me ajudar,
lados e dos ângulos; os conceitos referentes
senão fico louco!”.
à superfície da Terra: polos, equador, meri-
dianos, paralelos e  as  direções  de  movi- A teoria da relatividade de Einstein previa a
mento. (PARANÁ, 2008, p. 57). existência de uma curvatura no espaço-tempo, do
qual necessariamente utilizasse da geometria não
Na geometria hiperbólica, deve se abordar
euclidiana. Desta forma a geometria do espaço é
“postulado de Lobachevsky (partindo do conceito de
de fundamental importância na cosmologia já que
pseudoesfera, pontos ideais, triângulo hiperbólico e a
a teoria relativista se fundamenta inteiramente na
soma de seus ângulos internos”, (PARANÁ, 2008, p. 57).
ideia de que o espaço está relacionado com a inten-
Para a geometria fractal, deve-se abordar: “o
sidade do campo magnético no local, onde quanto
floco de neve e a curva de Koch; triângulo e tapete
maior a sua intensidade, maior será a curvatura do
de Sierpinski, conduzindo o aluno a refletir e obser-
espaço.
var o senso estético presente nessas entidades geo-
De acordo com Veiga (2015), existem três ti-
métricas, estendendo para as suas propriedades”,
pos de curvaturas possíveis no espaço:
(PARANÁ, 2008, p. 57).
• O universo de curvatura positiva, chamado uni-
5.1 As geometrias não euclidianas aplicadas à física verso fechado, corresponde a um universo que
se expandirá até uma certa separação entre as
Coutinho (1989) traz um grande questiona-
galáxias e então contrairá de volta até um espa-
mento que muda a percepção da nossa realidade:
ço zero;
seria o universo euclidiano? Se de alguma forma
• O universo de curvatura zero, chamado universo
conseguíssemos medir através de instrumentos ade-
espacialmente plano, corresponde a um univer-
quados os ângulos de um triângulo talvez soubés-
so que se expande para sempre, diminuindo sua
semos a verdade, afinal se a medida fosse inferior a
velocidade à medida que faz isso;
180°, concluiríamos que o universo é hiperbólico, se
• O universo de curvatura negativa, chamado uni-
fosse superior a 180°, teríamos um universo elíptico
verso aberto, corresponde a um universo que se
e, se fosse exatamente 180°, estaríamos num uni-
expandirá para sempre.
verso euclidiano. Contudo não há indícios de que tal
3º SIMPIF

experimento seja possível, dessa forma uma outra Independente de qual seja nosso universo,
maneira de determinar isso seria saber a sua cur- a pequenas distâncias, as diferenças angulares são
vatura. desprezíveis. Poincaré afirma que “nenhuma geo-
Durante muitos séculos os físicos falaram da metria é mais correta do que qualquer outra”, cada
criação de uma física que fosse aplicada somente ao uma existe de acordo com sua conveniência. Couti-
universo. Porém isso veio mudar com o surgimen- nho (1989) complementa dizendo que para ativida-
to da relatividade restrita em 1905 (VEIGA, 2015). des como engenharia ou carpintaria a mais eficiente

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seria a euclidiana, enquanto para a navegação é a a física. Além disso estudantes de matemática en-
elíptica levando em conta nosso planeta “esférico”, trando em contato com as geometrias não euclidia-
quem sabe uma das geometrias não euclidianas seja nas podem desmistificar a ideia de que a matemática
a responsável por levar o homem a grandes viagens pura é complexa demais e inacessível. Ainda hoje no-
intergalácticas. vas teorias ainda estão sendo descobertas na geo-
metria, como é o caso da geometria analítica hiper-
6. Resultados e considerações finais
bólica, um assunto relativamente recente publicado
As dinâmicas de construção de conceitos em 2005 pelo matemático Ungar, que traz o aspecto
matemáticas são permeadas pelas marcas do tem- vetorial a geometria hiperbólica.
po. Quando as teorias cosmológicas platônicas são Por fim, esse trabalho limitou se a história e
levadas em consideração por Euclides em suas cria- algumas noções da geometria elíptica e hiperbólica,
ções e quando do surgimento de um geometria não além de uma leve explanação da geometria fractal.
euclidiana, o que se vê são formas diversas do saber
Referências
se reelaborar a partir dos contextos sociais e cultu-
rais de uma época. ANDRADE, P. Introdução à Geometria Hiperbólica:
O modelo de poincaré. Rio de Janeiro: SBM, 2013.
Nesse sentido, percebe-se o quanto é neces-
(Primeira Edição).
sária a exploração das ações humanas voltadas para
a constituição das ciências, nesse caso, da matemá- BARBOSA, J. L. M. Geometria Hiperbólica. 1. Ed. –
Rio de Janeiro: IMPA, 1995.
tica, para a formação de professores de matemática
de modo que consigam ter entendimento sobre o BRAZ, F. M. História da Geometria Hiperbólica.
tempo e possam levar seus alunos a compreensão da 2009. Monografia (Curso de Especialização em Ma-
temática para Professores) – UFMG, Belo Horizonte
matemática como parte de suas dinâmicas de vida.
MG, 2009. Disponível em: https://docplayer.com.br/
Logo, este trabalho acaba por contribuir com 33337859-Historia-da-geometria-hiperbolica.html
as discussões atuais que envolvem a introdução das Acesso em: 15/04/2019.
geometrias não euclidianas como componente cur-
CHERMAN, A. Sobre os ombros de gigantes – Uma
ricular dos cursos de graduação do ensino superior história da física. Rio de Janeiro (RJ), 2004.
através de uma apresentação destas geometrias
COUTINHO, L. Convite às geometrias não-euclidia-
para os professores. nas. Rio de Janeiro: Interciência,1989.
Como foi observado, existe toda uma trama
EUCLIDES, Os elementos; tradução e introdução de
social e cultural dentro da história do surgimento
Irineu Bicudo. 1. Ed. – São Paulo: UNESP, 2009.
das geometrias não euclidianas, seus principais pos-
tulados e teoremas além de algumas aplicações a fim EVES, H. W. Introdução à história da matemática.
[S.l.]: Unicamp, 1995.
de enaltecer essas geometrias para que possam ser
vistas como tão importantes quanto a geometria de EVES, H. Introdução à História da Matemática; tra-
Euclides e ganharem lugar nos cursos de ensino su- dução Hygino H. Domingues. 5ª Ed. – Campinas – SP:
Editora da Unicamp, 2011.
perior em matemática.
Podemos também identificar como a mate- GAZIRE, E. S. O não resgate das geometrias. Tese de
3º SIMPIF

mática percorreu um longo percurso para chegar ao doutorado (Faculdade de

que é hoje, chegando muitas vezes à descrença por Educação). UNICAMP, Campinas – SP, 2000. Dispo-
parte de seus próprios pensadores. Os matemáticos nível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.
através da persistência trouxeram um mundo de no- br/document/?code=vtls000218945>. Acesso em
15/10/2013.
vas possibilidades que trouxe diversas aplicações
práticas importantes para o desenvolvimento não só
da matemática como também de outras áreas como

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

GREENBERG, M. J. Euclidean and non-Euclidean ge-


ometries: Development and history. New York, US:
W. H. Freeman and Company, 1993. (Third Edition).

LINTZ, R. G. História da Matemática. Blumenau, SC:


Ed, da FURB, 1999. um. (Primeira Edição, um).

PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Bási-


ca de Matemática. Curitiba – PR: SEED, 2008. Dispo-
nível em: <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.
br/arquivos/File/producoes_pde/artigo_antonio_
osny_gaiowski.pdf >. Acesso em: 16/04/2019.

RAGGIO, A.; STIVAL, S. D. A evolução da noção de


sistema axiomático [l’évolution de la notion de sys-
tème axiomatique]. Philósophos - Revista de Filoso-
fia, v. 8, n. 1, 2003.

VEIGA, C. H. Cosmologia - Da origem ao fim do uni-


verso. Rio de Janeiro: Observatório Nacional, 2015.
Módulo 5, O novo conceito de Espaço e Tempo e a
Teoria Relativística da Gravitação.

3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 793


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Márcio Jean Fernandes Tavares


A utilização contextualizada da
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
experimentação e das tecnologias da
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa informação e comunicação numa turma
Alessandra M. T. Alves de Figueirêdo inclusiva composta por um surdo
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
Resumo
Fernanda Rodrigues de Lima
[email protected] O ensino de Química é considerado, por grande parte dos discen-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa tes, abstrato e de alta subjeção, muitas vezes, devido à metodolo-
gia obsoleta utilizada pela maioria dos docentes. Este cenário é mais
Davi Vieira Correia
[email protected] agravante para esses alunos que possuem deficiência, pois existem
Instituto Federal de Educação, Ciência e limitações no seu processo cognitivo que dificultam a aquisição do
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
conhecimento. Dessa maneira, o objetivo da presente pesquisa foi de-
Niely Silva de Souza senvolver uma metodologia diversificada, com o uso contextualizado
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e das Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs, e da experi-
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa mentação, numa turma inclusiva, composta por onze alunos jovens e
adultos, de um Curso Técnico Profissionalizante, do Instituto Federal
da Paraíba - IFPB, Campus Cabedelo, Paraíba, Brasil. A temática do
trabalho discorreu no descarte dos Resíduos Sólidos Urbanos, como forma de despertar a conscientização
ambiental. A metodologia da pesquisa teve como pressuposto as abordagens qualitativa e participante. As
atividades aplicadas durante a ação foram contextualizadas e interativas, o que facilitou a construção do co-
nhecimento. A utilização dos diferentes recursos didáticos mencionados foi de suma importância na evolução
do processo de ensino e na aprendizagem, tendo em vista a diversidade da sala de aula, na qual continha um
aluno surdo, usuário da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).

Palavras-chave: Turma Inclusiva; Ensino de Química; Recursos Didáticos.

Abstract

Chemistry teaching is considered by most students to be abstract and high-subjected, often due to the obsolete
methodology used by most teachers. This scenario is more aggravating for these students who have disabilities,
because there are limitations in their cognitive process that make the acquisition of knowledge difficult. Thus,
the objective of the present research was to develop a diversified methodology, with the contextualized use of
Information and Communication Technologies (ICTs), and experimentation, in an inclusive class, composed of
eleven young and adult students, from a Vocational Technical Course, from the Federal Institute of Paraíba -
IFPB, Campus Cabedelo, Paraíba, Brazil. The theme of the work discussed the disposal of solid urban waste, as
a way to raise environmental awareness. The research methodology was based on the qualitative and participa-
tory approaches. The activities applied during the action were contextualized and interactive, which facilitated
the construction of knowledge. The use of the different didactic resources mentioned was very important in the
evolution of the teaching and learning process, considering the diversity of the classroom, which contained a
deaf student, user of the Brazilian Sign Language (LIBRAS).

Keywords: Inclusive class; youth and adults; Teaching Resources.

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1. Introdução lidade Educação de Jovens e Adultos - PROEJA, é um


programa na área da educação vinculado ao mundo
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)
do trabalho, no qual abarca jovens e adultos mar-
no Brasil enaltece que todo cidadão que apresenta
cados pelas múltiplas segregações, são indivíduos
ou não alguma deficiência tem direito ao acesso às
historicamente excluídos pela sociedade, que apre-
escolas regulares públicas e privadas (Brasil, 1996).
sentam um passado de repetências, reprovações e
Para discentes com deficiência, isto é ratificado na
evasões. Em 2006, o Decreto nº 5.840 instituiu tal
Lei Brasileira de Inclusão (LBI), no seu artigo 27, que
programa, proporcionando aos indivíduos jovens e
destaca: “A educação constitui direito da pessoa com
adultos um retorno à educação, aliada à formação
deficiência, assegurados sistema educacional inclu-
para a capacitação profissional, com acolhimento a
sivo [...], de forma a alcançar o máximo desenvol-
este público marcado por trajetórias escolares des-
vimento possível [...], segundo suas características,
contínuas (Brasil, 2009).
interesses e necessidades de aprendizagem” (Brasil,
Portanto, como pode ser vislumbrado, o direi-
2015). Todavia, a evasão escolar tem superado as
to a educação e ao trabalho estão garantidos por lei,
taxas de permanência e conclusão, primordialmente,
entretanto, o caráter inclusivo que esse programa
quando se concerne a estudantes com deficiência.
possui, não pode se resumir ao acesso dessa clien-
Em relação à comunidade surda brasileira,
tela nas escolas, pois se deve possibilitar a perma-
esta é contemplada pela Lei no 10.436/2002 que en-
nência e o êxito, bem como no mundo do trabalho.
tende a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como
Romão (2011) defende que, para que essa perma-
“a forma de comunicação e expressão, em que o
nência exista, a modalidade de Educação de Jovens
sistema linguístico de natureza visual-motora, com
e Adultos – EJA, deve ser revista com qualidade, ela
estrutura gramatical própria, constitui um sistema
não pode existir como forma compensatória e nem
linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos
como forma complementar, todavia, como modalida-
de comunidades de pessoas surdas do Brasil” (Bra-
de de ensino voltada para um público específico.
sil, 2002). Todavia, a priorização da Língua Portu-
O sucesso e o insucesso desses jovens e
guesa em detrimento da LIBRAS, a ínfima mudança
adultos na escola devem-se muito, ao currículo in-
no planejamento no cotidiano da sala de aula e nos
tegrado, pois este, indubitavelmente, corresponde a
recursos de ensino e de avaliação, demonstram que
um dos maiores desafios pedagógicos do PROEJA,
os espaços educacionais inclusivos não estão sendo
visto que se deveria aliar os conteúdos curriculares
coerentes, pois a maioria dos professores não alte-
tradicionais da Educação Básica, com os conheci-
ram sua prática e pouco contribuem com a inclusão
mentos específicos da área profissional, juntamente
cultural dos educandos surdos (Padilha, 2009).
com uma série de adaptações didáticas, que respei-
Além de considerar a LIBRAS na educação de
tassem os conhecimentos prévios destes discentes.
surdos, deve-se ter atenção na produção/adaptação
Para Freire (2015), o professor deve respei-
de materiais voltados para as necessidades desse
tar os saberes com que os educandos, sobretudo, os
público. Deve-se efetuar um planejamento diferen-
das classes populares chegam à escola, saberes so-
ciado onde os “recursos didáticos e documentais en-
cialmente construídos na prática comunitária, como
3º SIMPIF

volvem a língua de sinais e a visualidade” (Quadros,


também, discutir com os estudantes a razão de ser
1997, p. 33). Tais ações são extremamente impor-
de alguns desses saberes em relação ao ensino dos
tantes para um efetivo aprendizado desse público..
conteúdos.
2. Referencial teórico Em menção ao currículo integrado, destaca-
-se a disciplina Química considerada por muitos, de
O Programa Nacional de Integração da Edu-
alta subjeção. A metodologia mecanicista, anacrôni-
cação Profissional com a Educação Básica na Moda-
ca e fragmentada, as aulas unidirecionais (retórica

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EDUCAÇÃO E ENSINO

do professor, quadro e giz), a falta de contextualiza- Nesse sentido, as OCEM sublinham que a re-
ção, não contribuem para uma aprendizagem signifi- lação entre teoria e prática no ensino, implica des-
cativa, especialmente, de jovens e adultos. mistificar o laboratório e incorporá-lo com o ensino
Diante disso, deve-se trabalhar o conteúdo concernente a vivências sociais da vida cotidiana
químico pedagogicamente voltado para esse tipo de fora da escola, aproximando saberes químicos/cien-
alunado, especialmente, os que apresentam alguma tíficos com realidades próximas vividas pelos estu-
deficiência, e não simplesmente ‘abarrotá-los’ com dantes, dentro e fora da sala de aula (Brasil, 2006).
a simples transferência de conteúdos teóricos. Se- Tal recurso metodológico é importante para
gundo Freire (2014), não se pode tratar o educan- os ouvintes e, principalmente, para os surdos, pois
do como depósito de conteúdo, mas devem-se criar esses, conforme Miner, Nieman, Swanson, Woods
oportunidades para a problematização deste para as (2011), quando recebem e compreendem as instru-
relações com o mundo daquele. ções para procedimentos no laboratório, apresentam
Dessa forma, deve-se diversificar a atual me- ótimos resultados na execução de experimentos, os
todologia de ensino, para se alcançar um conheci- quais são genuinamente visuais.
mento eficaz e crítico, o que fortalecerá o aprendiza- Destarte, a inserção das Tecnologias da In-
do. Para tanto, a contextualização é um dos recursos formação e Comunicação (TICs) como alternativas
que favorecem o aprendizado, esta deve se relacio- didáticas ao processo pedagógico também é bem
nar com a vivência dos estudantes, primordialmente eficiente quando aplicada a estudantes ouvintes e
os da EJA, respeitando os conhecimentos trazidos surdos. Segundo Leite (2015), as TICs consistem em
por eles, só desta maneira, terá significância a sua ferramentas informáticas e telecomunicativas como:
aprendizagem. Conforme as Orientações Curricula- televisão, rádio, vídeo, computador-internet. Essas,
res para o Ensino Médio (OCEM), a contextualização a cada dia mais, são incorporadas como hábeis re-
assume um papel central na formação da cidadania, cursos didáticos ao processo pedagógico.
pela reflexão crítica e interativa sobre situações reais Portanto, essa pesquisa tem por finalidade
e existenciais para os estudantes (Brasil, 2006). desenvolver uma intervenção didático-pedagógica
A experimentação é outro recurso quão im- sobre a problemática ambiental decorrente do “Efei-
portante no aprendizado de Química, pois tal ciên- to estufa e a chuva ácida” atrelada aos Conceitos da
cia é, incontestavelmente, experimental. A atividade Matéria. Esta foi baseada na contextualização, na
experimental desde que não seja executada com experimentação, no uso de TICs, na acessibilidade
roteiro pronto e acabado, deve aguçar o interes- linguística de cada recurso e nos instrumentos de
se e despertar o raciocínio crítico dos discentes. coleta de dados produzidos/adaptados, durante as
De acordo com Azevedo (2015), a experimentação vivências da equipe do trabalho em tela, numa turma
realizada com base nos conhecimentos que os estu- inclusiva de jovens e adultos, surdos e ouvintes, ob-
dantes já possuem do seu cotidiano com o mundo, jetivando o acesso com permanência exitosa desse
desperta o raciocínio e o interesse deles, estimula público em escola regular, assim como numa cons-
a sua participação e gera discussões para uma efe- trução efetiva do aprendizado em Química.
tiva construção do saber. E esse resultado se torna
3º SIMPIF

3. Método da pesquisa
mais eficiente, quando se coaduna a teoria e a práti-
ca, corroborando para uma vivência de mundo mais O trabalho foi desenvolvido e aplicado no Ins-
real, primordialmente, quando trata-se do universo tituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da
da EJA, em que o saber científico deve estar conec- Paraíba (IFPB), Campus Cabedelo, Brasil. O universo
tado ao saber popular, o que, potencializa uma edifi- da pesquisa discorreu numa turma de 5o semestre
cação da aprendizagem. (composta por um discente surdo e 10 ouvintes) do
PROEJA do Curso Técnico em Recursos Pesqueiros.

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Além desses estudantes, o trabalho contou com o conhecimento popular dessa turma da EJA, utilizan-
docente da disciplina de Química que atua nessa tur- do o bilinguismo de forma interativa.
ma, o qual também é intérprete de LIBRAS, membro Por conseguinte, nas 2 (duas) últimas aulas
da presente propositura e, ainda, com o profissio- houve a realização da atividade experimental como
nal Tradutor Intérprete de LIBRAS - TILS do alusivo forma de complementar a vivência didática apre-
Campus. sentada para os discentes. Esta fundamentou-se na
A metodologia dessa investigação se baseou execução de um experimento que simula a ocorrên-
nas pesquisas quantitativa e qualitativa, enquan- cia da chuva ácida em cidades com elevada concen-
to que, “a pesquisa quantitativa lida com números, tração de gases poluentes na atmosfera que reagem
usa modelos estatísticos para explicar os dados [...]. com água, tornando-a ácida.
Em contraste, a pesquisa qualitativa evita números, Para a realização da experimentação foram
lida com interpretações das realidades sociais [...]” produzidos e/ou adaptados recursos inclusivos de
(Bauer & Gaskell, 2014, p. 22-23). baixo custeio, tomando como base os conceitos quí-
Neste trabalho, também foi efetuada uma pes- micos referenciados. Vale ressaltar que a aplicação
quisa participante, esta se constitui na interação en- desse experimento foi realizada, de forma contex-
tre investigador e comunidades, visando coletar mo- tualizada com a vivência do discente, no laborató-
dos de vida sistemáticos, diretamente do contexto ou rio de Química do IFPB Campus Cabedelo e foi de-
situação específica da comunidade. A pesquisa parti- senvolvida sob a supervisão da equipe de pesquisa
cipante é uma das técnicas mais utilizadas pelos pes- juntamente aos estudantes jovens e adultos, surdos
quisadores qualitativos (Marconi & Lakatos, 2011). e ouvintes, em todos os momentos, seguindo todas
A equipe planejou, junto ao docente do refe- normas de segurança de laboratório com o uso de
rido alunado e deliberou um cronograma de 6 (seis) Equipamento de Proteção Individual (EPI).
aulas de 50 minutos cada, sendo divididas em apli- Ao término das ações, foi entregue um Instru-
cação do TCLE, aulas contextualizadas e aulas expe- mento Investigativo composto por 5 (cinco) indaga-
rimentais. A priori, nas duas primeiras aulas, em que ções, objetivas e subjetivas, pertinentes ao conteúdo
ocorreu o primeiro contato da equipe de pesquisa explanado, com o propósito de averiguar a progres-
com os estudantes, foi aplicado o Termo de Consen- são cognitiva dos discentes, frente a metodologia
timento Livre e Esclarecido (TCLE) na forma bilíngue proposta.
(português e LIBRAS), para respaldar a participação
4. Resultados da pesquisa
dos discentes surdos e ouvintes da EJA, garantindo o
sigilo deles na pesquisa. Posteriormente, na terceira No primeiro momento (duas aulas), houve
e quarta aula, foram desenvolvidas as aulas contex- adesão total dos ouvintes, ao Termo de Consen-
tualizadas acerca dos conteúdos: Impactos Ambien- timento Livre e Esclarecido. Para a discente surda,
tais acarretados pelo Efeito Estufa e a Chuva Ácida, ocorreu a tradução/interpretação em LIBRAS do
bem como, os Conceitos da Matéria. Essas alusivas termo, e a mesma, aderiu também à participação na
aulas foram dedicadas a exposição dialogada con- pesquisa, de forma voluntária.
textualizada do contéudo teórico sobre as temáticas No segundo momento da ação (duas aulas),
3º SIMPIF

supramencionadas. Tal abordagem foi desenvolvi- foram desenvolvidas aulas com a explanação geral
da com o auxílio das Tecnologias da Informação e sobre o conteúdo a ser ministrado, recorrendo a me-
Comunicação, como vídeos inclusivos, computador, todologias diversificadas como a contextualização,
slides inclusivos, dentre outros recursos gráficos/ as TICs e a inserção de dinâmicas em sala, objeti-
audiovisuais, com o propósito de promover a pro- vando facilitar a busca e a construção de um saber
blematização e debates entre discentes surdos e ou- efetivo nos discentes. Exemplos do cotidiano foram
vintes, correlacionando o conhecimento científico ao

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 797


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propostos, sendo usados amplamente com dialogici- da Central Globo de produções, houve uma grande
dade. Para Cauduro.: incidência de chuva ácida, a qual causou grandes
danos às plantações e às plantas domésticas. Antes
O diálogo é um instrumento que permite
a construção de novas relações entre as
que fosse explanado tal fato, Eva afirmou que um pé
hipóteses prévias do sujeito e as ideias e de goiabeira presente em sua casa estava com as
os pensamentos dos demais. O resulta- mesmas características das fotos apresentadas na
do dessa interação é o aumento da com- sala, e que não sabia do que se tratava. Prontamente
plexidade da rede cognitiva do indivíduo. a equipe de pesquisa sugeriu, que de acordo com as
É a partir do momento em que há a par-
características por ela relatadas, havia indícios que
tilha de experiências e a valorização do
a sua goiabeira tivera recebido uma grande incidên-
conhecimento prévio, que o sujeito pas-
sa a exercer um papel ativo, interagin- cia de chuva ácida, entretanto, não se podia afirmar
do, elaborando hipóteses e criando so- categoricamente se a sua goiabeira estava naquele
luções para problemas, desenvolvendo, estado, devido exclusivamente à chuva ácida, pois
assim, certas capacidades como questio- poderia ter outros fatores influindo. Isto poderia ser
nar, refletir e argumentar (2016, p. 17).
posteriormente provado, por meio de análises expe-

Durante a explicação do conteúdo: Conceitos rimentais.

da Matéria, foi realizada uma dinâmica com todos os No terceiro momento (duas aulas), a turma

discentes, pedindo que os mesmos enchessem uma foi para o laboratório de Química do Campus Cabe-

luva com ar, na intenção de explicar que este é maté- delo, para a realização da parte experimental. Com o

ria e ocupa lugar no espaço. Vale ressaltar que, para intuito de apresentar um exemplo prático mais pró-

preservar a identidade dos discentes, estes serão ximo da realidade do alunado, foi desenvolvido um

nomeados com nomes fictícios ao longo do trabalho. experimento que simula a ocorrência da chuva ácida.

Após ver e ouvir a aplicação e explicação da dinâ- Para isto, utilizou-se um instrumento/equipamento

mica, a discente Claúdia, indagou: “Minha nossa eu construído com materiais alternativos de baixo cus-

nem sonhava que o ar era matéria, pra mim ele não to. Tal instrumento foi constituído apenas por uma

ocupava espaço não”, o comentário dessa estudan- garrafa de vidro e dois arames (com formatos espe-

te foi bastante pertinente e prova que sua atenção cíficos) presos no lado inferior da tampa (Figura 1).

estava fixada na dinâmica, o que abriu preceden- Figura 1 - Instrumento utilizado no experimento.
te para que outras discentes passassem a intera-
gir mais durante a aula. Ainda durante a dinâmica
exemplificada, a discente surda se animou ao saber
que iria poder participar, externando sua felicidade,
possivelmente ela jamais tivera um contato como tal,
que a aproximasse dessa maneira da Química. Logo,
a participação dela foi bastante satisfatória, mesmo
com limitações motoras a mesma conseguiu realizar
ações pedidas sem maiores dificuldades, demons-
3º SIMPIF

trando sempre um forte interesse e entusiasmo.


No decorrer do conteúdo referente à Chuva
Ácida, a estudante Eva fez um comparativo inespe-
rado, no momento da aula em que ocorreu o seu co-
mentário, estava sendo explicado um fato ocorrido
Fonte: Elaboração própria.
na cidade de Santos, no Estado de São Paulo. Em tal
cidade, segundo a matéria do portal de notícias “G1”,

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 798


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Para a realização do experimento, colocou-se mencionar que: “Agora eu compreendo que um dos
uma flor de Vinca Rósea (Catharanthus Roseus) em motivos que deixam as folhas da minha goiabeira
um dos arames do equipamento, no outro arame, de preta ou marrom, pode ser a chuva ácida”. Outras es-
formato cônico, foi acrescentado enxofre em pó. Em tudantes também ficaram bastante impressionadas,
seguida, essa substância foi submetida à chama de alegando que: “Eu nunca tinha visto isso, é muito le-
um isqueiro até entrar em estado de fusão e, na se- gal poder ver essas coisas em sala de aula” (Raquel,
quência, o simulador de chuva ácida foi fechado para Alice, Bruna).
que os discentes pudessem visualizar a formação de Nesse sentindo, Bueno & et al (2008) escla-
uma névoa branca no interior da garrafa. Finalmen- rece que, quando o professor desenvolve atividades
te, adicionou-se 30mL de água no recipiente, finali- práticas, seja em sala de aula ou no laboratório, ele
zando com a aferição do pH dessa mistura, utilizan- estará colaborando para que o discente consiga
do um papel indicador, em que, os próprios discentes observar a relevância do conteúdo estudado e pos-
constataram a presença de uma substância ácida. sa atribuir sentido a este, o que o incentiva a uma
As equações químicas para esta reação se- edificação da aprendizagem e, portanto, duradoura.
guem descritas: Durante toda a experimentação, todos educandos
foram incentivados a participar ativamente da mon-
S(s) + O2(g) → SO2(g) (equação 1) tagem e execução do experimento, como se observa
SO2(g) + 1/2O2(g) → SO3(g) (equação 2) nas Figuras 2 e 3, respectivamente.
SO3(g) + H2O(l) → H2SO4(aq) (equação 3) Figuras 2 e 3 - Estudantes participando do preparo e exe-
cução do experimento.

A névoa branca é formada quando o enxofre


em pó reage com o gás oxigênio durante a queima,
formando dióxido e trióxido de enxofre e, posterior-
mente, com água adicionada no recipiente originan-
do ácido sulfúrico (H2SO4). A formação da substância
ácida pôde ser comprovada pela coloração eviden-
ciada no papel indicador de pH.
Os educandos também perceberam que as
pétalas da flor utilizadas no experimento sofreram
descoloração. De acordo com Honório, Weber, Ho-
mem-de-Melo, Gambardella, Silva (2006), esse é um Fonte: Elaboração própria.

dos efeitos acarretados pela chuva ácida sobre a ve- Essa autonomia dos discentes em contribuir
getação. com a realização da aula experimental é de funda-
Desse modo, os alunos conseguiram visuali- mental importância, pois demonstra que eles tam-
zar, por intermédio da atividade experimental, como bém são capazes de contribuir com a construção
o fenômeno ilustrado pode afetar prejudicialmente do conhecimento, e que o docente possui apenas o
as plantações, além de outros problemas discutidos papel de mediador. Dessa forma, Silva (2011) enfa-
3º SIMPIF

durante a explanação do conteúdo teórico. tiza que a participação do alunado no processo edu-
Pôde-se constatar ainda que, a coadunação cacional se faz necessária, pois, assim, ele aprende
do conhecimento teórico com o prático, contribui e se desenvolve, formando-se como sujeito ativo de
para uma melhor compreensão dos conceitos quími- sua própria história pessoal, quanto da história hu-
cos, como pode ser percebido no discurso da dis- mana. Sendo assim, “compreende-se que o educan-
cente Paula, quando esta correlacionou a atividade do é um sujeito capaz de interpretar, problematizar,
experimental ao um exemplo de seu cotidiano, ao

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 799


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dialogar, compreender e construir o conhecimento” SO3 e perguntava justamente quais gases eram res-
(Silva, 2011, p. 9). ponsáveis por originar uma chuva ácida. É válido co-
Assim como os estudantes ouvintes, a dis- mentar que, todas alternativas apresentavam diver-
cente surda também demonstrou bastante partici- sos óxidos, dificultando assim a questão, no entanto,
pativa e motivada com a aula experimental e, apesar 100% dos estudantes responderam corretamente a
de suas limitações na coordenação motora, a mesma esta indagação.
participou efetivamente na realização do experimen- Em relação à segunda questão, esta indagava
to, como evidenciado nas Figuras 4 e 5, respectiva- quais as causas da chuva ácida. 75% dos discentes
mente. responderam corretamente e 25% responderam par-

Figuras 4 e 5 - Discente surda participando do preparo e cialmente correto. Em concernência a esta questão,
execução do experimento. a discente Maria destacou que: “são causadas pela
queimação do enxofre e pela poluição dos carros”.
Na terceira indagação, foi solicitado aos dis-
centes que assinalassem as figuras que representa-
vam as consequências da chuva ácida, sendo utili-
zadas imagens como, paisagem destruída, geleira
derretendo e estátua danificada (Figura 6). 87% dos
estudantes responderam corretamente e 13% res-
ponderam parcialmente correto.

Figura 6 - Questão 3 do instrumento investigativo aplicado


aos discentes.
Fonte: Elaboração própria.

Pereira, Benite e Benite (2011), destacam


que a adoção de metodologias que explorem os
aspectos visuais, é uma excelente estratégia para
a apresentação do conhecimento e pode represen-
tar uma alternativa para estabelecer um elo entre o
pensamento concreto e o pensamento abstrato, ou
seja, uma alternativa para a aquisição e internaliza-
ção de conceitos químicos para discentes com essas
especificidades. Nessa perspectiva, observa-se que Fonte: Elaboração própria.
os professores de Química dispõem de um excelente
Em alusão ao quarto questionamento, este
recurso para a educação de surdos, pois esta disci-
indagava aos discentes a reação de formação da
plina, é inequivocamente uma ciência experimental.
chuva ácida através do enxofre, que foi vista e expla-
Portanto, quando aplicada de maneira apropriada, a
nada durante o experimento, de modo didático. Des-
experimentação emana de resultados satisfatórios
se modo, a estudante Rute assinalou que a reação
no ensino (Brasil, 2006).
acontecia do mesmo modo ao descrito anteriormen-
3º SIMPIF

Em continuidade à aplicação, foi entregue um


te nas equações 1, 2 e 3, respectivamente.
Instrumento Investigativo contendo 5 (cinco) ques-
O resultado foi surpreendente, 87% do alu-
tões para os discentes, no intuito de evidenciar a
nado soube responder corretamente, confirmando
evolução dos mesmos referente ao conteúdo minis-
a evolução para o conteúdo ministrado. Na quinta
trado. Na primeira indagação, explanou-se a chuva
e última questão, pedia-se para os discentes indicar
ácida pela dissolução, na água da chuva, de óxidos
os dois possíveis esquemas do efeito estufa, um oca-
ácidos presentes na atmosfera, tais como o CO2 e o
sionado pelas ações humanas e o outro de ocorrên-

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 800


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

cia natural, por meio das duas imagens fornecidas as diferenças de idade e de linguística, desse público
(Figura 7). Nessa questão, 100% dos discentes res- diversificado.
ponderam corretamente.
Referências
Figura 7 - Questão 5 do instrumento investigativo aplicado
aos discentes. AGUIAR, Jessana Patel dos Passos et al. Campeo-
nato químico-um jogo lúdico aplicado às proprida-
des da matéria. Cadernos Acadêmicos, v. 7, n. 1, p.
34-44, 2015. Disponivel em: < http://portaldeperio-
dicos.unisul.br/index.php/Cadernos_Academicos/
article/view/3075> Acesso em: 27/08/2019.

AZEVEDO, Maria Cristina P. Stella de. Ensino por in-


Fonte: Elaboração própria.
vestigação: problematizando as atividades em sala
de aula. In: CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. et al.
Portanto, a contextualização e a experimen- Ensino de ciências: unindo a pesquisa e a prática.
tação tornam-se excelentes estratégias metodo- São Paulo: Cengage Learning, 2015, p. 19 – 34.

lógicas, pois facilitam a compreensão do alunado, BAUER, Martin W.; GASKELL, George. Pesquisa qua-
como observado nos resultados desse Instrumento litativa com texto, imagem e som: um manual práti-
co. 12ª ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
Investigativo, em que os assuntos foram bem quistos
e as questões foram respondidas com criticidade e BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-
dialogicidade, obtendo assim, um bom desempenho cional nº 9.394/96. Brasília, 20 dez. 1996.
cognoscível dos estudantes. BRASIL. Secretaria de Eduaçao Médio e Tecnológica.
Parâmetro curriculares nacionais (Ensino Médio) -
5. Conclusão/Considerações Linguagens, Códigos e suasTecnologias. Brasília,
1999.
Todos (surdos e ouvintes) cidadãos têm direi-
to a uma Educação Básica de qualidade. Entretanto, BRASIL. Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002.
Disponível em: http:// http://www.planalto.gov.
já no início desta pesquisa, confirmou-se que o en-
br/ccivil_03/Leis/2002/L10436.htm. Acesso em:
sino de Química na Educação de Jovens e Adultos 18/09/2019.
tem sido problemático e que precisa urgentemente
BRASIL. Orientações Curriculares para o Ensino
de uma abordagem mais voltada para o perfil dessa
Médio: Ciências da Natureza, Matemática e suas
modalidade. Desse modo, ao se adaptar a metodo- Tecnologias. Secretaria de Educação Básica. – Bra-
logia, jovens e adultos surdos e ouvintes participam sília: Ministério da Educação, Secretaria de Educa-
ativamente do processo pedagógico, construindo ção Básica, 2006.
conceitos químicos de forma crítica e cooperativa. BRASIL. Programa Nacional de Integração Da Edu-
Destarte, os recursos didáticos como as TICs, cação Profissional Com a Educação Básica na Mo-
as aulas experimentais, a contextualização, a ade- dalidade De Educação de Jovens e Adultos. Edu-
cação Profissional Técnica de Nível Médio, Ensino
quação do material para enunciação em LIBRAS,
Médio: Documento Base. Brasília: MEC: 2009.
mostram-se eficientes na disciplina Química, facili-
tando assim, o processo de ensino e aprendizagem. BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Dis-
3º SIMPIF

ponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_


Além das metodologias ativas, houve uma adaptação
ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm. Acesso em:
curricular agregando a vivência dos estudantes, aos 18/08/2019.
conceitos científicos, como a identificação de pH.
BUENO, Lígia; MOREIA, Kática de Cássia; SOARES,
Sendo assim, a presente práxis contribuiu
Marília; DANSTAS, Denise J.; WIEZZEL, Andréia C. S.;
para uma educação com criticidade, corroborando TEXEIRA, Marcos F. S. O ensino de Química por meio
na formação de cidadãos conscientes, respeitando de atividades experimentais: a realidade do ensino
nas escolas. São Paulo: Presidente Prudente, 2008.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 801


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3º SIMPIF

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III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 802


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EDUCAÇÃO E ENSINO

João Maik de Medeiros Batista


A utilização de diferentes softwares
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus
educacionais no ensino de biologia
Cabedelo

Jamylle Rebouças Ouverney-King


[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus
Cabedelo
Resumo

A história da educação vem sendo moldada desde seu primórdio,


sempre se flexibilizando em relação a uma aprendizagem que real-
mente seja significativa e de qualidade, e tem passado por diferentes
abordagens teóricas ao longo do tempo, em que se busca sempre o
aprendizado dos alunos da forma mais agradável possível. Este arti-
go buscou demonstrar através da vivência em sala de aula baseada
na experiencias em sala de aula por quatro estudantes de graduação
em ciências biológicas, em três turmas distintas a utilização de novas
tecnologias educacionais e metodologias, utilizadas, onde estes por
sua vez podem contribuir efetivamente no ensino de ciências. A expe-
riencia aqui descrita tem como objetivo contribuir positivamente no
ramo da educação, onde sirva de suporte para uma prática docente de outros professores, seja qual for a área
ou nível de atuação. Pode ser verificado através deste trabalho a importância do uso de diferentes metodo-
logias, além da inclusão dos recursos tecnológicos em sala de aula, tendo uma melhor utilização de todos os
recursos disponíveis em sala de aula e melhor capacitação dos nossos estudantes e suas habilidades.

Palavras-chave: Tecnologia educacional. Software educacional. Metodologias ativas. 

Abstract

Education history has been shaped ever since its beginning, always making use of flexible tools towards a really
meaningful and qualitative learning strategy, which has made it go through different approaches throughout
the years and through which it has been searched to help learners achieve knowledge through the most
enjoyable way. This paper aims at showing through a real classroom experience the use of up to date edu-
cational technologies and methodologies by four Biology undergraduates with three different classrooms in
two different schools and how such educational improvements can contribute to an effective Biology teaching
experience. This paper also aims at aiding future practitioners in different teaching levels. It was verified that
the use of such technologies and methodologies is important in order to add digital tools into the learning
environment and making better use of the available resources and learners’ skills.

Key words: Educational technology. Educational software. Active methodologies.

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EDUCAÇÃO E ENSINO

1. Introdução deles surgem de outras demandas, a exemplo do uso


de tecnologia, que ainda é bastante escassa, seja
O século XXI torna notória a evolução da so-
pela falta de recursos ou até mesmo pelo próprio de-
ciedade e, com ela, as tecnologias também mudaram
sinteresse do docente, já que o discente faz uso de
as relações entre os usuários e os ambientes em que
celulares inteligentes sempre que possível.
estas são aplicadas, transformando assim as rela-
Pierre Levy (2008, p.172) questiona “como
ções em sociedade e ampliando facilidades em inú-
manter as práticas pedagógicas atualizadas com
meros aspectos como comércio, saúde, segurança,
esses novos processos de transação de conheci-
relações pessoais e culturais. Para Silveira e Bazzo
mento?” Não se trata aqui de usar as tecnologias a
(2009, p. 682):
qualquer custo, mas sim de acompanhar consciente
a tecnologia tem se apresentado como o e deliberadamente uma mudança de civilização que
principal fator de progresso e de desenvol- questiona profundamente as formas institucionais,
vimento. No paradigma econômico vigen-
as mentalidades e a cultura dos sistemas educacio-
te, ela é assumida como um bem social e,
nais tradicionais e, sobretudo os papéis de professor
juntamente com a ciência, é o meio para
e de aluno.
a agregação de valores aos mais diversos
produtos, tornando-se a chave para a com- Para essa geração Z¹, a educação tradicional
petitividade estratégica e para o desenvol- comumente utilizada não tem mais sentido, ela não é
vimento social e econômico de uma região.  mais atraente, para eles é necessário mudar.
Nesse contexto, se faz de extrema importân-
Ao transpormos tal contexto para a educação
cia incorporar à educação a proposta de Jacques De-
observamos que nem tudo evoluiu, a exemplo dos
lors (1998), que considera fundamental aprender a
aspectos inicialmente citados, principalmente nas
conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos
escolas do segmento público responsável pela edu-
e aprender a ser, via essencial que integra os três
cação básica de níveis fundamental I e II. 
precedentes.
Nestes espaços, majoritariamente, as aulas
Sendo assim, o professor deve se posicionar
são ministradas da mesma maneira que nos séculos
enquanto sujeito de transformação colaborativa e
XIX e XX, com carteiras enfileiradas na vertical, pro-
inserir no cotidiano educacional as vivências do seu
fessor localizado à frente para que tenha – teorica-
aluno, tornando-o protagonista do seu próprio co-
mente – toda a atenção dos alunos, transformando o
nhecimento, possibilitando que o processo de edu-
ambiente de ensino e aprendizagem em uma compo-
cação seja transformador, eficaz e colaborativo, já
sição autoritária, onde somente o professor detém a
que é construindo com todos os agentes participa-
palavra e todo conhecimento, e as relações interpes-
tivos. 
soais entre professores e alunos ficam prejudicadas.
Para Celso Vasconcellos (2001, p.51):
Entretanto, nem todos os professores man-
tém essa composição em sala de aula, pois solici- a busca de sentido é algo que, em diferen-

tam que a sala tenha a organização das carteiras em tes medidas, acompanha a pessoa o tempo
todo, estando, pois, articulada à atividade
forma de círculo ou semicírculo, assim descentrali-
do homem se autoproduzir, às suas diferen-
3º SIMPIF

zando o poder e possibilitando uma maior interação


tes formas de relação e/ou intervenção no
da turma. Nessa nova configuração do ambiente de mundo. A significação vai implicar, pois, em
ensino e aprendizagem, o professor promove o que se fazer relações do objeto ou situação com
Bruno Latour (2000) exalta: trazer para o centro os a existência, tanto passada (experiências,
que ficam à margem. Todavia, apenas alterar a mo- representações prévias), quanto presente
(situação de conhecimento) e futura (aspi-
bília na sala de aula e as posições não soluciona os
rações, desejos, expectativas); não é possí-
problemas enfrentados na atualidade, já que muitos

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 804


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EDUCAÇÃO E ENSINO

vel, portanto, separar o sujeito epistêmico Sendo assim, Sanmya Tajra (2008) men-
do sujeito concreto. ciona aspectos que garantem o sucesso no século
XXI, quanto à utilização dos computadores na edu-
A citação de Vasconcellos (2001) pode ser
cação: utilização de software para desenvolvimento
compreendida como uma ressignificação da educa-
da escrita e leitura, promovendo diferentes tipos de
ção onde só se aprende quando criamos um sentido
produções; software de simulações para trabalhar
para aquilo que está sendo estudado. Questiona-
habilidades lógicas matemáticas e resolução de pro-
mentos como: para que isso irá me servir? Porque
blemas; o computador como interação com o meio,
estudar isso? Onde poderei aplicar isso futuramen-
entre outros. 
te? São constantemente utilizados como ferramen-
Além disso, cada software educacional tem
tas direcionadas para as competências que serão
uma específica forma de aplicação, objetivos a se-
desenvolvidas pelos alunos. Perguntas como estas
rem alcançados, conteúdos e competências a serem
devem ser feitas coletivamente, tanto no âmbito
desenvolvidas, assim como cada turma tem um nú-
daquele que facilita o processo de ensino e apren-
mero distinto de alunos e dinâmicas intra e interpes-
dizagem – o professor – quanto por aquele que se
soais, então nem todo software educacional poderá
beneficia e se apropria do conhecimento – o aluno
ser aplicado em toda turma, devido às idiossincra-
–, pois juntos constroem um ambiente de aprendi-
sias que cada uma possui. Dado um determinado
zagem significativa e para a vida (SOUZA, GOMES,
contexto baseado em número de alunos por sala,
OUVERNEY-KING, 2018).
os recursos de internet, folhas, tempo dentre outras
Sendo assim, o professor precisa criar um
exigências especificas de cada software educacional
novo sentido no seu lecionar, não ensinar somente
que tenha a escola oferecer, quais são as vantagens
por ensinar, mas buscar inovar-se e permitir traba-
– e ou desvantagens – do uso de softwares educacio-
lhar novas metodologias com seus alunos, transfor-
nais no ensino de ciências?
mando a educação para todos atores do processo de
ensino e aprendizagem. 2. Referencial Teórico
No contexto de uma sociedade que a cada
dia recebe mais e mais tecnologia, a utilização de Na busca por uma educação mais significa-

softwares educacionais, doravante SE, torna-se um tiva surge então um ensino flexível, em que o aluno

diferencial em sala de aula, que se torna dinamizada se torna o principal precursor do conhecimento mi-

quando comparada ao ensino tradicional. nistrado em sala de aula, pois é através dele que se

Para otimizar a qualidade na educação é ne- pode avançar com a transmissão de conhecimentos

cessário articular e contemplar as dimensões do mais preocupada com o aprendizado e não somen-

intelecto, a consciência e a vontade, ou o saber, a te em absorver conteúdo ou atingir boas notas, mas

ética e a virtude para fazer do “homem” um sujeito aprender, essa educação mais significativa conta

mais autônomo e crítico (LOMBARDI, 2003). Contu- com o suporte das chama metodologias ativas (MA).

do, não se pode utilizar os softwares educacionais Entretanto, com a educação os processos

de qualquer forma, é necessário que o professor te- passam por ajustes em velocidade inferior à necessi-
dade que se apresenta Ouverney-King.; Cotrim-Gui-
3º SIMPIF

nha domínio suficiente sobre a tecnologia que deseja


aplicar e que saiba solucionar eventuais problemas marães e Conde. (2019)

caso surjam, compreender que o ensino não se dá Atualmente, é necessário se pensar em um

somente com a aplicação dos softwares educaionais, currículo que contemple e priorize o aprendizado

mas que através deles pode-se compreender e al- dos alunos e não metas fictícias que não são alcan-

cançar objetivos novos e maiores com a sua turma. çadas, assim junto às, MAs, trabalhar conteúdos de
forma transversal e interdisciplinar se faz necessário

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 805


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EDUCAÇÃO E ENSINO

e mais eficaz, pois não estamos ensinando máqui- prática, não tentando memorizar, porque a maioria
nas, mas pessoas. dos alunos esquece o que tentou decorar. 
A geração atual possui informações de todos Segundo a pirâmide de aprendizagem de Wil-
os lugares do mundo, é uma geração mais preocu- liam, aprende-se:
pada com causas ambientais, tem em sua essência a Figura 1 - Pirâmide da aprendizagem baseada em Glasser
necessidade do novo. (2001)

Assim, mesmo com inúmeras dificuldades en-


frentadas pelos professores, a exemplo de poucos
recursos e estrutura física deficitária, dentre outros,
e, muitas vezes, sem o preparo necessário, observa-
mos mudanças no setor educacional.
Isso se dá pelo fato de que na contempora-
neidade os aprendizes estão mais propensos a não
aceitar um modelo vertical, autoritário e uniforme de
aprender. 
A MA tem uma concepção de educação crí- Fonte: Autoria própria

tico-reflexiva com base em estimular o processo de Portanto, trabalhar com MA, no caso em aná-
ensino-aprendizagem, resultando em envolvimento lise utilizando os softwares educacionais, ganha uma
por parte do educando na busca pelo conhecimento significância para os alunos, pois a partir desse mo-
(Kelly Macedo et al, 2018). Desta maneira, o docente mento eles criam significado para o que estão estu-
apresenta o objetivo de aprendizagem – que tem em dando, pesquisam, solucionam e participam.
seu escopo conteúdo e competência a serem absor- Segundo Berbel (2011, p. 29):
vidos e desenvolvidos na aula e dialoga com os alu-
O engajamento do aluno em relação a no-
nos, envolvendo-os e promovendo questionamentos,
vas aprendizagens, pela compreensão, pela
pesquisas, debates, tudo conduzido naturalmente.
escolha e pelo interesse, é condição essen-
A sala de aula se torna um ambiente mais
cial para ampliar suas possibilidades de
prazeroso, os alunos se sentem mais envolvidos com exercitar a liberdade e a autonomia na to-
a disciplina, interagem mais, discutem entre si, opi- mada de decisões em diferentes momentos
nam e o mais importante aprendem. do processo que vivencia, preparando-se
para o exercício profissional futuro.
[...] assegurar um ambiente dentro do qual
os alunos possam reconhecer e refletir so-
bre suas próprias ideias; aceitar que outras 3. Materiais e Métodos
pessoas expressem pontos de vista dife-
O estudo foi realizado em uma instituição da
rentes dos seus, mas igualmente válidos e
possam avaliar a utilidade dessas ideias em
rede federal de ensino localizada no bairro de Cam-
comparação com as teorias apresentadas boinha II, Cabedelo – Paraíba e em uma instituição
pelo professor. De fato, desenvolver o res- da rede municipal de ensino localizada no bairro do
3º SIMPIF

peito pelos outros e a capacidade de dia- Alto do Mateus – João Pessoa – PB


logar é um dos aspectos fundamentais do Para realização deste estudo, tiveram um to-
pensamento Freireano (Jófili, 2002, p. 196).
tal de 4 (quatro) alunos-professores, onde estes são
O psiquiatra americano William Glasser estudantes de ciências biológicas licenciatura no
(2001) pôs em prática a teoria da escolha para a IFPB Campus Cabedelo.
educação, propondo que o aluno aprenda através da As turmas que participaram desse estudo fo-
ram a turma do 8°A da escola municipal de João Pes-

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 806


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

soa, doravante 8A, e os alunos do ensino integrado entre uma questão e outra surgiram os momentos
ao médio do 2° de Recursos Pesqueiros, doravante de reflexão proposto pelo professor, para que os alu-
2RP, e 2° de Meio Ambiente, doravante 2MA, durante nos tirassem dúvidas, discutissem o fato de terem
o período de agosto e setembro de 2018, que cor- escolhido determinada questão, assim ajudando os a
responde ao ano acadêmico de 2018. Cada turma compreender ainda mais o conteúdo e refletir sobre
dispõe de 45min de hora/aula, com turmas que tem o processo de ensino e aprendizagem.
em média 25 alunos. As aulas ministradas nas turmas de 2RP e
Na turma do 8A foi ministrado o conteúdo de 2MA tiveram como ponto de partida o cumprimento
sistema respiratório e utilizado o software educacio- de uma atividade avaliativa na disciplina de Práticas
nal Kahoot, esse software é bastante atraente tanto do Componente Curricular (PCC) III e IV.
para os professores como aos alunos, pelo fato dele A pesquisa, de caráter quali-quantitativo, fez
ter um modelo de Quiz gamificado, onde o professor uso da análise documental e de conteúdo para discu-
pode criar inúmeros questionários definir quantas tir esse trabalho assim avaliando a interação dos alu-
perguntas terão e quantas alternativas cada questão nos na atividade avaliativa pelos diferentes softwa-
possuirá, variando entre  2 (duas) alternativas até 4 res educacionais: Plickers, Renderforest e PlayPosit.
(quatro), podendo ser aplicado de modo individual e O Renderforest é uma plataforma de criação
também em grupo. de vídeo e animação, com cenas pré-definidas em
O questionário pode conter uma imagem que que é possível escolher suas sequências e preencher
ajude a ficar mais compreensível a questão para os caixas de textos, definidas pelo usuário, sendo pos-
alunos, além de possuir um tempo limite para dis- sível ter uma maior flexibilidade de criação e abran-
cussão e tempo para finalizar a questão, caso o alu- gência dos mais diversos conteúdo. 
no não responda a tempo ele automaticamente per- Seguindo o mesmo fluxo digital de utiliza-
de a questão, assim fazendo com que ele tenha que ção de vídeos existe ainda o PlayPosit, um softwa-
escolher no tempo correto a alternativa que mais lhe res educacionais baseado na utilização de vídeos
agradar ou seja a correta. já prontos podendo ser da própria galeria do autor,
O Kahoot, traz na sua configuração um mode- como vindos de outras plataformas de streaming de
lo de ranqueamento e pontuação bastante atraente, vídeo, nele você adiciona o arquivo do vídeo ou seu
quanto mais rápido responder com a alternativa cor- link e pode fazer com que seus alunos interajam com
reta o aluno ganha mais pontos, assim no final de ele de diferentes formas, como delimitar um ponto
cada questão acertada ou errada, surge um podium do vídeo para fazer uma pausa reflexiva, fazer uma
contendo as 5 (cinco) melhores pontuações. pergunta de múltipla escolha entre 2 (duas) ou mais
O Kahoot, libera um código Pin toda vez que alternativas, fazer perguntas de resposta livre, sendo
ele inicia um questionário, assim o mesmo nunca se assim um software bastante completo para aplica-
repete e garante que só aquela turma ali presente ções diversas.
estará dentro do Quiz. Desta forma, é possível definir momentos
O painel do aluno seja ele no computador específicos para algumas ações que o software pro-
ou no smartphone, ele só possui as respostas onde porciona, como uma pausa reflexiva, para que no
3º SIMPIF

cada uma possui uma cor e uma forma, na tela do decorrer do vídeo em um momento o professor pos-
professor fica localizado a questão e as possíveis al- sa debater com os alunos um determinado ponto ou
ternativas corretas, assim fazendo com que os alu- conteúdo abordado no vídeo; questões de múltiplas
nos interajam ainda mais entre si e com o professor. escolhas com 2 (duas) ou mais alternativas, ou ainda
Esta turma em específico, somente um aluno questões dissertativas de preenchimento livre.
já tinha experimentado o software educacional Kah- O Picklers é um softwares educacionais, onde
oot, o restante da turma nunca tinha ouvido falar, fica a disposição do professor criar uma sala virtual

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EDUCAÇÃO E ENSINO

com a atividade proposta e o número de alunos pre- Figura 2 — Utilização do Kahoot


sentes na atividade, assim é possível vincular o nú-
mero da chamada com o nome do aluno, onde no fi-
nal da atividade o SE disponibiliza um balanço com a
quantidade de respostas corretas e erradas de cada
aluno  para que a atividade ocorre-se foi utilizando
um QR code que possuía uma numeração (referente
ao número da chamada de cala aluno) e letras (a,
b, c, d) em suas faces, que são utilizados como os Fonte: Autoria Própria

campos de respostas. Para a atividade aplicada, con-


No 2RP (Figura 3 e 4) foi ministrada pelos
tinha questões de múltipla escolha que variaram de
alunos-professores em agosto de 2018 uma aula so-
‘a’ a ‘d’ e questões de verdadeiro ou falso contendo
bre animais marinhos perigosos, como atividade foi
apenas ‘a’ e ‘b’. 
utilizado o software educacional Plickers.
Os alunos não sabiam se acertaram ou erra-
Foi entregue a cada um dos alunos ali pre-
ram a questão até que seja finalizada a ação para a
sentes um cartão com QR code que é disponibilizado
pergunta, mas o professor assim que executa a lei-
pelo próprio softwares educacionais.
tura visualiza em seu smartphone quando a opção
Ao iniciar a atividade os alunos tinham um
escolhida pelo aluno está correta, pois a cor verde
tempo pré-determinado para lerem as perguntas e
aparece ao lado do nome do aluno, ou incorreta,
responderem individualmente levantando o lado com
neste caso a cor vermelha aparecerá.
a letra para cima do cartão com o QR code.
4. Resultados Figura 3 — Utilização do Plicklers

Na turma do 8A (figura 2), foi ministrada uma


aula sobre sistema respiratório, afim de ter um parâ-
metro melhor do conhecimento prévio da turma, foi
utilizado o Kahoot, assim foi solicitado que os alunos
formarem times a fim de dar procedência a aula.
No primeiro momento as perguntas eram dis-
postas em uma tela que ficava exposta a todos os
alunos, assim fazendo com que tivessem uma visão
ampla e conseguissem visualizar e responder sem
maiores dificuldades.
Através de relatos verbais alguns alunos elo- Fonte: Autoria Própria
giaram a metodologia diferenciada utilizada dentro
de sala de aula, assim como perguntaram quando
teriam novamente uma aula daquela novamente.
3º SIMPIF

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Figura 4 — Utilização do Plicklers Figura 5 — Utilização do PlayPosit

Fonte: Autoria Própria Fonte: Autoria Própria

Na turma do 2MA (Figura 5), para auxiliar e


5. Conclusão
dinamizar a aula os professores criaram quadrinhos
feitos de um material emborrachado não tóxico onde É necessário promover investimentos em uma
na sua composição contém Etil, Vinil e Acetato (EVA) educação de qualidade sendo assim investir em bus-
e canetas hidrocor, e para finalizar a aula foi utilizado cas de novas maneiras de se ensinar e estimular os
o SE PlayPosit. alunos se torna uma tarefa crucial no planejamento
Os quadrinhos foram aplicados como um di- docente, onde se dá início no ano letivo, através das
ferencial a parte, buscando intensificar ainda mais reuniões da semana pedagógica, nestas e neces-
a atividade cognitiva e lúdica dos alunos, que eles sário se atentar exclusivamente ao Plano Político
demonstraram ter apreciado a forma diferente da Pedagógico (PPP) da escola e fazer as mudanças
aplicação da aula. Normalmente, não se usam qua- necessárias com base no ano letivo anterior.
drinhos quando o assunto se trata de ciências e bio- Desta maneira, o presente nos softwares edu-
logia, então ao apresenta- lós em sala de aula existe cacionais, obteve-se uma interação e mais recep-
o despertar de interesse pelo novo, dinamizando ain- tividade dos anos nos assuntos ligados à ciências
da mais a aprendizagem. transformando o ambiente da sala de aula mais di-
Além disso, é importante considerar, MAs di- nâmico e interativo.
gitais (usando softwares educacionais) e analógicas Vale salientar que o que faz uma aula ser boa
(usando materiais como cartolina, hidrocor e etc.) não é realizada somente pelos recursos utilizados,
pois assim o docente não fica ‘refém’ de tecnologias mas a forma que são utilizados, de acordo com os
e pode se valer de outras ferramentas caso as tecno- recursos ofertados e a participação de todos atores
lógicas não estejam disponíveis. do conhecimento.
Sendo assim, com a utilização das, MAs busca-
-se um distanciamento da concepção da sala de aula
3º SIMPIF

tradicional e seu autoritarismo, e uma aproximação


da vivência do aluno por meio de uma educação não
voltada para o professor, mas para o aluno promoven-
do maior liberdade de ação e espaço de colaboração
e explanação dúvidas e posicionamento intelectual.

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EDUCAÇÃO E ENSINO

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EDUCAÇÃO E ENSINO

Maria Elaine Silva dos Santos


Análises das metodologias e ferramentas
[email protected] utilizadas na melhoria do ensino-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Monteiro aprendizagem em processos de
desenvolvimento de software: uma breve
Tamires Siqueira Rocha
[email protected] revisão da literatura
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Monteiro
Resumo
Mirko Barbosa Perkusich
[email protected] Estudos comprovam que a taxa de sucesso dos projetos é menor que
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Monteiro 50%. Muitos dos problemas enfrentados pelos os projetos de siste-
mas estão relacionados à problemas no gerenciamento de projetos e
na correta aplicação dos processos de desenvolvimento de software.
Com isso, vêm aumentando significativamente o interesse da acade-
mia e da indústria na melhoria da formação dos novos profissionais.
Essa preocupação tem se refletido no desenvolvimento de metodo-
logias e ferramentas facilitadoras e incrementadoras do processo de
ensino-aprendizagem em processos de desenvolvimento de software.
O presente artigo apresenta os resultados de uma pesquisa bibliográ-
fica que buscou analisar a literatura referente a referida temática. As
análises demonstram que os autores vêm apostando no uso de abordagens voltadas à prática, além do uso de
ferramentas aliadas à modificações na apresentação dos conteúdos tradicionais.

Palavras-chave: Ensino. Processos de desenvolvimento de software. Engenharia de Software. Aprendizagem.


Ferramentas.

Abstract

Studies show that the success rate of projects is less than 50%. Many of the problems that system designs
face are related to problems in project management and the proper application of software development pro-
cesses. This has significantly increased the interest of academia and industry in improving the training of new
professionals. This concern has been reflected in the development of methodologies and tools that facilitate
and enhance the teaching-learning process in software development processes. This article presents the re-
sults of a bibliographic research that sought to analyze the literature on this subject. The analyzes show that
the authors are betting on the use of practical approaches, besides the use of tools combined with modifica-
tions in the presentation of traditional contents.

Keywords: Teaching. Software development processes. Software Engineering. Learning. Tools.

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1. Introdução Dentre os principais problemas elencados pe-


las as empresas estão a baixa capacidade dos pro-
A engenharia de software é amplamente utili-
fissionais em se adaptarem e seguirem o processo
zada na academia e na indústria e surgiu com intuito
de desenvolvimentos institucionalmente adotado, a
de fornecer diretrizes para a produção e gerencia-
baixa capacidade de lidar com intercorrências e as
mento de projetos de software diante dos problemas
altas taxas de falhas em projetos de desenvolvimen-
enfrentados desde a década de 1960, após a popu-
to. Com isso, a preocupação com a formação que os
larização dos sistemas computacionais. ACM/IEEE
estudantes recebem enquanto alunos tem aumenta-
(2015) afirma que desde então, os sistemas vêm so-
do consideravelmente. Ferramentas e metodologias
frendo mudanças constantes decorrentes do natural
têm surgido, entretanto, suas aplicabilidades, níveis
avanço tecnológico e das exigências de mercado,
de sucesso e lacunas existentes entre elas não são
com isso, os currículos dos cursos e os conteúdos
inteiramente conhecidos.
abordados nas disciplinas ligadas à engenharia de
Soma-se a isso, não apenas as diferentes
software vêm evoluindo conjuntamente.
abordagens elaboradas para o ensino em processos
Existe uma grande preocupação da indústria
de software, mas a variedade de modos como esses
e da academia na formação de profissionais compro-
resultados foram quantificados, dificultando assim,
metidos com as boas práticas do desenvolvimento
uma comparação uniforme da aplicação desses es-
de projetos de software e com os conhecimentos ne-
tudos. Diante da diversidade de materiais disponí-
cessários acerca dos principais processos e da sua
veis, a presente pesquisa bibliográfica centrou-se
importância para o sucesso dos empreendimentos.
em analisar estudos no que concerne a referida te-
De acordo com Barros (2015), as falhas no desen-
mática objetivando identificar as especificidades de
volvimento de projetos de software ocorrem por dois
cada um, suas contribuições e resultados, além de
motivos principais: o primeiro relaciona-se ao levan-
avaliar seus pontos negativos e traçar comparativos
tamento e análise dos requisitos; e o segundo aos
entre essas metodologias e ferramentas a fim de
profissionais que atuam nos projetos de desenvolvi-
propiciar um melhor entendimento acerca do que já
mento de software (BARROS, 2015, p. 2).
foi proposto.
Processos de desenvolvimento de software
são tópicos frequentemente abordados nos currícu- 2. Referencial teórico
los dos cursos de computação. Geralmente, a disci-
Para Pressman (2011), projeto é um esforço
plina de engenharia de software é tratada no ensino
temporário cuja finalidade é a produção sistemática
formal no nível de graduação e/ou pós-graduação
de um produto, neste caso, software. De acordo com
ou por meio de treinamentos profissionais de curta
o autor, os processos por sua vez, têm a finalidade de
duração e, neste contexto, diversas teorias discutem
proporcionar uma organização maior nas atividades
a forma como a engenharia de software deve ser
de desenvolvimento de projetos através do emprego
abordada por professores (KUHRMANN; FERNÁN-
de metodologias adequadas a essa finalidade. Pres-
DEZ; MÜNCH, 2013, p. 1).
sman afirma que os processos de desenvolvimento
Kuhrmann, Fernández e Münch (2013) ques-
configuram a base da engenharia de software.
3º SIMPIF

tionam o tipo de aprofundamento em que os con-


teúdos da referida temática são transmitidos, res- Uma metodologia (framework) de processo
saltando a falta de homogeneidade na forma como estabelece o alicerce para um processo de
engenharia de software completo, por meio
os conteúdos relativos aos processos de desenvolvi-
da identificação de um pequeno número de
mento são repassados aos alunos e a diversidade de
atividades estruturais aplicáveis a todos
meios utilizados para delinear as melhores formas
os projetos de software, independente do
abordagem dos conteúdos em questão. tamanho e da complexidade. Além disso,

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a metodologia de processo engloba um isso não basta apena conhecê-lo, é preciso entender
conjunto de atividades de apoio (umbre- como funcionam e como definir, implantar, geren-
la activities - abertas) aplicáveis em todo
ciar, monitorar, avaliar e melhorar esses processos
processo de desenvolvimento. (PRESSMAN,
continuamente de acordo com o ambiente em que
2011, p. 40).
serão efetivamente aplicados. Kuhrmann, Fernández
Entretanto, de acordo com Kuhrmann (2012), e Münch (2013) afirmam que existe uma discrepân-
os processos são também, uma das principais fontes cia entre os conhecimentos abordados na academia
de falhas em projetos de software. Segundo o autor, com os vivenciados nos ambientes de trabalho.
os estudantes chegam ao mercado de trabalho, na
Como os alunos trabalharão normalmente
maioria das vezes despreparados para lidar com as
após a formatura no contexto de grandes
práticas organizacionais, mesmo aqueles que pos- projetos coordenados por processos signi-
suem vasto domínio de linguagens de programa- ficativamente complexos (definidos explici-
ção, além disso, Gonçalves e Wangenheim (2015) tamente ou não), eles precisam ter um co-

afirmam que uma parcela significativamente alta de nhecimento fundamental sobre modelos de
processos e gerenciamento de processos
projetos falham por deficiências no gerenciamento
(por exemplo, como os processos podem
de processos.
ser usados para coordenar equipes), bem
Kuhrmann (2012) afirma que o ensino de en- como dos desafios e riscos associados aos
genharia é um desafio decorrente da natureza dos processos de software e sua implantação
conteúdos abordados nesse tipo de disciplina, que, ou melhoria. (KUHRMANN; FERNÁNDEZ;
na maioria das vezes pode ser considerado ente- MÜNCH, 2013, p. 1).

diante para o aluno uma vez que seu foco é diferente


Levantamentos realizados de acordo com pu-
daqueles de interesse dos estudantes que, geral-
blicações da área em questão, mostram que existe
mente, envolvem codificação.
uma grande variedade de estudos referentes à novas
No ensino de Engenharia de Software, no metodologias e ferramentas com o intuito de propi-
entanto, nos concentramos em fundamen- ciar melhorias no processo de ensino e aprendiza-
tos teóricos, arquitetura, engenharia de gem em processos de desenvolvimento.
requisitos, programação ou outros tópicos
Gonçalves e Wangenheim (2015) mostram
avançados (técnicos). Quando se trata de
que os indivíduos possuem dificuldade de aplicar os
tópicos mais abstratos ou metódicos, en-
frentamos o problema de que os alunos conhecimentos recebidos durante a graduação em
estão “entediados além da crença.” (KUHR- seu trabalho depois de formado. Estudos têm mos-
MANN, 2012, p.1). trado que é possível reverter esse quadro ao forne-
cer meios alternativos e metodologias diferenciadas
Meireles e Bonifácio (2015) afirmam que
tanto para motivar o engajamento dos estudantes
o surgimento de novas metodologias de ensino de
nas aulas desses conteúdos quanto para potencia-
engenharia de software tem buscado acompanhar o
lizar a transmissão e a absorção dos conhecimentos
progresso inerente à área de tecnologia. Entretanto,
teóricos e práticos dos estudantes.
faz-se necessário a criação de ambientes amigáveis,
3º SIMPIF

A elaboração de mecanismos auxiliares na


onde o estudante seja motivado a aprender, visando
formação dos estudantes vai além das ferramentas
sempre a formação de profissionais para o exigente
de uso em sala de aula. Alguns autores justificam
mercado de tecnologia.
que o ensino de processos de desenvolvimento aca-
A formação de profissionais com conheci-
dêmico deve ter o suporte de ferramentas especiali-
mentos necessários em processos de desenvolvi-
zadas tanto para o gerenciamento de projetos em si,
mento não é algo trivial. Como afirma Münch et.al
(2012), os processos são modelos abstratos e por

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como devem ser amigáveis ao ambiente acadêmico e Com base na importância de se obter co-
ao baixo nível de conhecimento dos estudantes. nhecimentos consistentes acerca de processos de
Soares, Brandão e Parreiras (2018) sugerem desenvolvimento de software para a formação pro-
o uso de ferramentas que façam uso de tecnologias fissional dos estudantes de computação, da impor-
relacionadas à inteligência artificial para auxiliar no tância das metodologias de ensino na abordagem
ensino de processos. Há ainda produções que defen- dos conteúdos referentes a essa área e da variedade
dem a criação de metodologias como é o caso de de trabalhos desenvolvidos mundo afora com o pro-
Gannod, Burge e Helmick (2008) que propuseram a pósito de facilitar a disseminação e assimilação dos
metodologia de classe invertida e Meireles e Bonifá- conteúdos entre os alunos, a referida pesquisa obje-
cio (2015) que abordam a Aprendizagem Baseada em tivou debruçar-se sobre diversos pontos.
Problema para o ensino de engenharia de software. De acordo com o que foi levantados, buscou-
Existem estudos que exploram a aborda- -se traçar uma análise das diferentes metodologias e
gem dos conteúdos direcionados aos estudantes ferramenta existentes. Em se tratando de ferramen-
como abordado por Kuhrmann, Fernandez e Münch ta, qual o tipo empregado (software, jogo manual,
(2013), Kuhrmann (2012) e Igaki et al. (2014). Há jogo eletrônico)? Características da metodologia/
ainda estudos que exploram o ensino em subáreas ferramenta (gratuidade, código aberto)? Qual tipo o
dos processos de desenvolvimento como visto em de estímulo trabalhado (ludicidade, competitividade,
Szabo (2014) que propôs uma abordagem voltada simulação de atividades práticas)? Quais os resulta-
a prática no que se refere ao ensino de manutenção dos alcançados por esses estudos?
de código.
3. Método da pesquisa
Alguns autores defendem que os estudantes
devem ter conhecimentos práticos, inclusive, com Realizou-se uma pesquisa de caráter explora-
ferramentas utilizadas na indústria para o gerencia- tório a partir de um levantamento bibliográfico utili-
mento dos projetos de software. Gonçalves, Wange- zando-se de artigos publicados em periódicos. Para
nheim e Hauck (2017), Salas-Morera et al. (2013) Gil (2002), a pesquisa bibliográfica não é uma sim-
propõem a criação de ferramentas de software que ples repetição de materiais já publicados, mas uma
possam auxiliar a prática em processos de desen- pesquisa com o potencial de fornecer novos conhe-
volvimento. Outros são ainda mais específicos ao cimento uma vez que integra materiais diversos re-
defender a criação de ferramentas que possam in- lacionados a mesma temática de forma abrangente.
tegrar tanto o ensino quanto a prática em ambientes
A principal vantagem da pesquisa biblio-
de produção de software.
gráfica reside no fato de permitir ao inves-
Existem os autores que propõem uma abor- tigador a cobertura de uma gama de fe-
dagem lúdica dos conteúdos, visando motivar os nômenos muito mais ampla do que aquela
estudantes, bem como, aproximá-los da vivência que poderia pesquisar diretamente. Essa
profissional. Com esse intuito, outros defendem o vantagem torna-se particularmente impor-

uso de games que possam simular as etapas de de- tante quando o problema de pesquisa re-
quer dados, muito dispersos pelo espaço.
senvolvimento de projetos de software, explorando,
3º SIMPIF

(GIL, 2002,p. 45).


inclusive, as consequências dos problemas que a fal-
ta ou o mau gerenciamento das atividades podem O processo de busca adotado na presente
ocasionar como é o caso de Navarro, Baker e Hoek pesquisa foi um processo manual. Os artigos utili-
(2004) que desenvolveram dois jogos com essa fina- zados são oriundos dos repositórios digitais através
lidade, um jogo físico e um que faz uso de um siste- de buscas feitas no Google Scholar. A busca pelos
ma computacional. materiais de interesse da pesquisa, foi realizada uti-
lizando os seguintes descritores: “Project Manage-

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ment”, “Development Process”, “Software Enginee- ficação considerada pertinente diz respeito ao modo
ring”, “Tools”, “Learning”, “Teaching” e “Teach”. como os conteúdos não apresentados aos aluno
Os descritores utilizados foram selecionados nesses estudos, ou seja, qual a prática pedagógica
em comum acordo entre os membros da pesquisa a adotada (voltada à prática/voltada ao lúdico). Além
fim de aprimorar os resultados da busca, além dis- disso, identificou-se as ferramentas quanto ao uso
so, a escolha dos descritores em inglês baseou-se de ferramentas computacionais para o ensino do tó-
no intuito de promover uma diversidade maior nos pico de gerenciamento de processos como detalha-
estudos utilizados. A seleção inicial foi realizada com do no Quadro 2.
base no título. Quadro 2 - Classificações dos estudos quanto ao tipo,
As exclusões se deram em virtude do conteú- abordagem utilizada e uso de recursos computacionais

do abordado nesses artigos desviarem-se da temáti-


Tipo de abordagem
ca da presente pesquisa ou de não abordar a temá-
tica de processos de desenvolvimento de software ID do Tipo Aborda- Uso de recurso
Artigo gem computacional
e desenvolvimento e o uso de práticas relacionadas
1 Metodologia Prática Não
ao ensino/aprendizagem. A classificação dos arti-
2 Ferramenta Prática Sim
gos obtidos obedeceu os seguintes critérios: tipo de
3 Ferramenta Lúdica Sim
ferramenta/abordagem utilizada, pontos positivos e
4 Ferramenta Lúdica Utilizou um jogo
resultados obtidos e possíveis problemas.
físico e um jogo
computacional
4. Resultados da pesquisa
5 Metodologia Prática Sim

Decorrente das buscas realizadas nas bases 6 Ferramenta Prática Sim


de dados online, foram selecionados 15 artigos. Fonte: Elaboração própria.

Entretanto, após uma leitura mais aprofundada dos


Como aponta o Quadro 2, a maioria dos tra-
seus conteúdos, procedeu-se com as exclusões per-
balhos analisados abordou o uso de ferramentas
tinentes. Com isso, obteve-se um quantitativo de 6
sendo que, um ligeira maioria dos que reportaram o
artigos aptos a participar do processo de análise
uso de ferramentas, é possível distinguir inicialmen-
apresentado no presente trabalho tal qual apresen-
te entre elas como sendo de dois tipos principais:
tado no Quadro 1.
ferramentas de softwares próprios para o geren-
Quadro 1 - Artigos analisados pelo o presente trabalho ciamento de projetos (abordagem de softwares de
uso industrial e softwares de uso educacional) e de
Artigo selecionados
softwares auxiliares no aprendizado como os games.
ID Referência
Ainda no que se refere às ferramentas, destaca-se
1 Kuhrmann, Fernández e Münch (2013)
que apenas o estudo elaborado por Navarro, Baker
2 Teel, Schweitzer e Fulton (2012)
e Hoek (2004) fizeram uso de um jogo físico o qual
3 Szabo (2014)
consistia num jogo de cartas como instrumento au-
4 Navarro, Baker e Hoek (2004)
xiliador na aprendizagem.
5 Car, Belani Pripužić (2007)
3º SIMPIF

Quanto aos tipos de estímulos utilizados para


6 Salas-Morera et al (2013) atingir a melhoria no aprendizado dos estudantes. A
Fonte: Elaboração própria. motivação principal dos trabalhos analisados cen-
A análise inicial de cada artigo buscou classi- trou-se explicitamente em alinhar os conhecimentos
ficar os artigos no que se refere ao tipo de aborda- obtidos na acadêmia com as habilidades práticas
gem utilizada. Para isso, optou-se por subclassificar necessárias ao mercado de trabalho em tecnologia.
em: ferramentas e metodologias. Uma outra classi- Uma minoria dos trabalhos focou-se na utilização de

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abordagens lúdicas, estas últimas utilizadas como obter um conjunto adequado aos interesses dos pes-
coadjuvante no aprendizado dos estudantes. quisadores levando em consideração o requisito de
Ainda no que se refere ao Quadro 2, na ava- serem open sources.
liação dos trabalhos quanto ao uso de recursos Na análise principal dos artigos selecionados
computacionais no desenvolvimento do estudo, buscou-se identificar o contexto do estudo realizado
constatou-se fortemente o uso de ferramentas com- e caracterizando as contribuições do trabalho e seus
putacionais nesses estudos. Isso ficou explícito em fatores positivos além das possíveis deficiências
Teel, Schweitzer e Fulton (2012) que não apenas fez presentes em cada um. As observações apontadas
uso de ferramentas computacionais como buscou pela presente pesquisa encontram-se dispostas no
integrar um conjunto delas de modo que pudesse Quadro 3.

Quadro 3 - Estudos acerca das metodologias e ferramentas empregadas na melhoria do processo ensino-aprendizagem
em gerenciamento de projetos de software

ID Campo da pesquisa Resultados e pontos positivos Pontos negativos


Foi implementado e avaliado inte- Registrou melhora significativa na Baixa abrangência na aplicação da me-
gralmente na Technische Univer- qualidade dos exercícios dos estu- todologia. Além disso, poucos dados
sität München (Universidade de dantes com a aplicação do novo for- de feedback dos participantes. Os re-
Munique - Alemanha) no período mato. Alguns tópicos da nova abor- sultados da comparação entre a apre-
de inverno 2011/2012. O intuito dagem também foram avaliados sentação clássica dos conteúdos ver-
da nova abordagem na disciplina positivamente tais como a estrutura sus a nova modalidade não apresentou
1
concentrou-se em apresentar a da classe, os tópicos selecionados, melhorias significativas. Outra queixa
importância dos modelos de pro- a combinação entre teoria e práti- dos participantes diz respeito ao cro-
cessos e as atividades que envol- ca, avaliação contínua do trabalho nograma das atividades considerado
vem esses processos. e notas finais, com destaque para como inadequado para alocação das
os projetos práticos e o trabalho em atividades.
equipe no oficinas.
Relata os resultados de um estudo O uso de ferramentas de código Resultados não são tratados quan-
de caso cujo propósito. O traba- aberto em conjunto a fim de aliar titativamente. Algumas ferramentas
lho propõe o uso de um conjunto desafios do mundo corporativo num apresentaram problemas no funcio-
de ferramentas de código livre e ambiente EDUCACIONAL. Relata-se namento, além disso, com a aplicação,
com ampla documentação para melhoria na comunicação dos mem- evidenciou-se a ausência de funciona-
o uso em equipes de projetos da bros das equipes de projetos, maior lidades importantes como no uso de
2
disciplina ligada ao gerenciamen- atenção dos instrutores com os es- fóruns.
to de projetos com estudantes de tudantes e melhoria na consistência
dois cursos diferentes - Ciência da entre os membros da equipe.
Computação e Engenharia de Sis-
temas da United States Air Force
Academy. Colorado - USA
Analisa a adequação de um jogo O jogo busca educar os estudantes A aplicação do jogo a a avaliação es-
ao propósito de melhorar o apren- para três áreas do gerenciamento colhida não são de fácil entendimento
dizado dos estudantes na discipli- de projetos. para os estudantes. Estudantes tive-
3 na de Projeto de Grupo de Enge- ram dificuldade em responder o ques-
nharia de Software em um curso tionário exigido a cada fase do jogo.
de Engenharia de Software da
University of Adelaide - Austrália.
Auxiliou os estudantes em ques- Uma vantagem distinta da natureza Na avaliação dos estudantes partici-
tões de noção de responsabilida- competitiva dos Problemas e pro- pante, o jogo físico não se mostrou tão
des e suas consequências, além gramadores é o fato de estimular a fácil de jogar (avaliação 3,5 numa es-
3º SIMPIF

disso, foi bem indicado pelos estu- interação. Como diferentes jogado- cala de 5). Além disso, os jogos foram
dantes que o avaliaram. Proposto res seguirão estratégias diferentes, aplicados a um público restrito (28
4 como um coadjuvante no ensino mais de uma abordagem será de- participantes) e fora do ambiente real.
de engenharia de software da monstrada em um jogo. Isso per-
University of California - USA. mite que os jogadores não apenas
avaliem sua própria estratégia, mas
também comparem e discutam es-
tratégias seguidas por outras.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 816


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

ID Campo da pesquisa Resultados e pontos positivos Pontos negativos


Implementou uma ferramenta de Obteve resultados satisfatórios no Apresenta pequenos problemas no
software que busca aliar ensino que diz respeito ao fornecimento que se refere a atribuição de tarefas
teórico ao ensino prático de modo de feedback para os estudantes, uma vez que a disciplina foi aplicada
equilibrado num curso para alu- além disso buscou aliar o uso de a estudantes de áreas diferentes num
nos de diferentes curso dentro da ferramentas de gerenciamento, com mesmo contexto.
5
disciplina de Gerenciamento de aproximação de aproximação dos
Projetos do estudantes com as experiências de
programa de estudos de gradua- profissionais do mercado de tecno-
ção superior University of Zagreb logia e gerenciamento de projetos.
- Croácia, no ano de 2006.
Desenvolveu-se uma ferramenta Através do teste não-paramétrico Para os alunos, houve uma dificuldade
alternativa ao MSProject, dessa Wilcoxon, determinou-se que a fer- da ferramenta desenvolvida no quesito
vez, direcionada ao ambiente de ramenta produzida apresenta me- atribuir recursos às atividades.
ensino para dois grupos de 27 lhores resultados que a Microsoft
alunos de um curso graduação Project na avaliação dos estudan-
em engenharia de Software da tes. Além disso, os alunos avaliaram
Universidad de Córdoba - Espa- a ferramenta como sendo de fácil
6 nha. entendimento e que a resolução dos
problemas se tornou mais simples
com a utilização da mesma. Soma-
-se a isso, os fato de que as notas
dos estudantes com o uso da ferra-
menta desenvolvida aumentou em
relação à ferramenta utilizada ante-
riormente.
Fonte: Elaboração própria.

No que se refere ao campo das pesquisas, Hoek (2009). Ambos os estudos analisados abordam
constata-se que houve uma boa variedade dos tra- o uso do game SimSE em seus escopos de trabalho.
balhos uma vez que foi possível analisar trabalhos de Szabo fez uso deste game ao realizar comparações
diferentes países e instituições de ensino. Tendo em entre o game utilizado como objeto do seus estudo,
vista a implementação das diferentes metodologias o GameDevTycoon. Similarmente, Navarro, Baker e
e ferramentas utilizadas identificou-se alguns trans- Hoek fizeram uso do mesmo game, entretanto, com
tornos na utilização práticas principalmente das fer- o intuito de comparar os resultados de sua aplicação
ramentas, como identificado em Szabo (2014), Teel, em relação a um jogo físico denominado “Problems
Schweitzer e Fulton (2012), Car, Belani e Pripužić and Programmers” com esta mesma finalidade.
(2007) e em Salas-Morera et al (2013). No que se refere aos resultados obtidos nos
No trabalho desenvolvido por Car, Belani e referidos estudos, verifica-se um certo diferencia-
Pripužić, por exemplo, os autores promoveram além mento em relação ao resultados obtidos. Em Szabo,
de modificações no modo como os conteúdos são o game SimSE obteve resultados inferiores Game-
apresentados aos alunos durante as aulas expositi- DevTycoon, enquanto que Navarro, Baker e Hoek
vas, mas também dedicou-se ao trabalho prático e aferiram resultados melhores do referido game em
ao reforço no uso de ferramentas de gerenciamento relação ao jogo físico uma vez que o jogo de cartas
de projetos, abordando portanto, um estudo mais não se mostrou de fácil usabilidade.
3º SIMPIF

amplo. Essa mesma característica foi observada em Todos os estudos avaliados constataram me-
outros estudos como em Teel, Schweitzer e Fulton lhoras no ensino-aprendizagem dos estudantes. As
(2012). avaliações dessas melhorias se deram, na maioria
Os estudos desenvolvidos por Szabo (2014) dos casos, através da coleta do feedback dos pró-
e por Navarro, Baker e Hoek (2004) relatam o uso prios estudantes. Os principais pontos favoráveis di-
do SimSE - um game muito utilizado no ensino de zem respeito a interação dos estudantes durantes as
gerenciamento de projetos como afirmam Navarro e atividades, a facilidade no uso da implementação na

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

ferramentas/metodologia adotada e da aproximação ricula Association for Computing Machinery (ACM)


dos conteúdos da abordagem prática. IEEE Computer Society. 2014.

5. Conclusão/Considerações BARROS, C. E. L. ANÁLISE DAS DEFICIÊNCIAS NA


EXECUÇÃO DOS PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO
A formação de profissionais com conheci-
DE SOFTWARE QUE ORIGINAM ATRASOS NA EN-
mentos consistentes em gerenciamentos de projetos
TREGA DO PRODUTO. Revista Gestão e Desenvolvi-
e em processos de desenvolvimento configuram uma
mento em Contexto. v.3, n. 02, 2015. Disponível em:
preocupação constante da acadêmia e da indústria
http://revistaeletronica.unicruz.edu.br/index.php/
principalmente com a atualização dos currículos
GEDECON/article/view/874. Acesso em: 3 jul. 2019.
de Engenharia de Software. Isso ficou constatado
em todos os trabalhos analisados através do CAR, Z., BELANI, H., PRIPUZIC, K. . Teaching Pro-
emprego e, em alguns casos, do desenvolvimento ject Management in Academic ICT Environments.
de ferramentas/metodologias com esse intuito. Em In: EUROCON 2007 - The International Conferen-
todos os casos, buscando maximizar o conhecimento ce on “Computer as a Tool.”. DOI:10.1109/eur-
dos estudantes. con.2007.4400500. Disponível em: https://ieeex-
Os resultados demonstram que ao longo dos plore.ieee.org/document/4400500. Acesso em: 9
anos os autores vêm apostando cada vez mais no jul. 2019.
emprego de ferramentas computacionais para me-
GANNOD, G., BURGE, J., HELMICK, M. T. Using
lhorar o processo de ensino-aprendizagem dos es-
the inverted classroom to teach software engi-
tudantes em gerenciamento de projetos e tópicos
neering. Proceedings [...] of International Con-
relacionados à processos de desenvolvimento de
ference on Software Engineering. 2007. DOI:
software. Uma outra característica dessas ferramen-
10.1145/1368088.1368198. Disponível em: https://
tas é a exploração de abordagens voltadas à prática
www.researchgate.net/publication/221554491.
do que é vivenciado nas empresas e os conhecimen-
Acesso em: 9 jul. 2019.
tos que a indústria espera que os futuros profissio-
nais obtenham durante a sua formação. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed.
Em todos os casos analisados, apesar das in- São Paulo: Atlas, 2002.
tempéries já esperadas para o emprego inicial des-
sas abordagens novas em contraposição aos mode- GONÇALVES, R. Q.; WANGENHEIM, C. G.. “How to

los de apresentação de conteúdos convencionais em Teach the Usage of Project Management Tools in

Engenharia de Software, todas se mostraram mais Computer Courses: A Systematic Literature Re-

eficazes que as abordagens tradicionais. Além disso, view.” Proceedings [...] of 27th International Con-

considera-se que, as estratégias multidisciplinares ference on Software Engineering and Knowledge

como elaborado por Car, Belani e Pripužić (2016) Engineering. DOI:10.18293/SEKE2015-19. Dispo-

figuram como a estratégia mais ampla e eventual- nível em: https://www.researchgate.net/publica-

mente mais eficaz para o aprendizados dos alunos tion/279860978. Acesso em: 07 jul. 2019.

nos tópicos elencados.


3º SIMPIF

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III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 818


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

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3º SIMPIF

PRESSMAN, R. S. Engenharia de software: uma


abordagem profissional – 7ª Ed – AMGH Editora Ltda.
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EDUCAÇÃO E ENSINO

Sérgio R. B. Santos
Aplicação de uma sequência
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
didática para o ensino de Química e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa disseminação de Ciência e Tecnologia
Adriana P. Ferreira em escolas públicas de nível médio
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa

Mayzza M. A. Nascimento Resumo


Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa Uma das maiores dificuldades para a disseminação dos conhecimen-

Clarissa G. C. Maia tos de Ciência e Tecnologia de laboratórios de ensino e pesquisa de


Instituto Federal de Educação, Ciência e instituições de nível superior é a escassez de trabalhos colaborativos
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
com relação às escolas públicas de nível médio que permitam uma
formação contínua dos professores e o desenvolvimento de pesqui-
sas em educação dentro destas escolas. Neste sentido, o presente
trabalho tem o objetivo de desenvolver estratégias para disseminar,
em escolas públicas de nível médio, a linguagem científica e a tec-
nologia utilizadas em laboratórios de Química de nível superior. Para
tanto, uma sequência didática foi elaborada, explorando os conheci-
mentos sobre misturas e preparo de soluções utilizando um espec-
trofotômetro alternativo construído em laboratório. O instrumento foi utilizado como fator lúdico e motivador
para o ensino de procedimentos de preparo de soluções em laboratório e como um método de avaliação do
uso correto dos procedimentos. Com esta estratégias os alunos se tornaram os próprios avaliadores de seus
procedimentos, os reavaliavam, discutiam em grupo e refletiam sobre como realizar as correções necessárias
para o preparo de soluções em laboratório. A estratégia se mostrou adequada como forma de disseminação de
conhecimentos científicos e tecnológicos de uma forma lúdica, interdisciplinar e contextualizada.

Palavras-chave: Ensino de Química. Disseminação de Ciência e Tecnologia. Espectrofotômetro. Materiais Alternativos.

Abstract

One of the greatest difficulties for the dissemination of science and technology knowledge in teaching and
research laboratories of higher level in education institutions is the lack of collaborative work in relation to
the public high schools that allow continuous formation of teachers and development of research in education
within these schools. In this sense, the present work aims to develop strategies to disseminate, in public high
schools, the scientific language and technology used in higher level chemistry laboratories. For this, a didactic
sequence was elaborated, exploring the knowledge about mixtures and preparation of solutions using an alter-
native spectrophotometer built in the laboratory. The instrument was used as a playful and motivating factor
for the teaching of solution preparation procedures in laboratory and as a method for evaluating the correct use
of the procedures. With this strategy the students became the evaluators of their own procedures, reassessed
them, discussed in groups and reflected on how to make the necessary corrections for the preparation of labo-
ratory solutions. The strategy proved to be appropriate as a way of disseminating scientific and technological
knowledge in a playful, interdisciplinary and contextualized sense.

Keywords: Chemistry Teaching. Dissemination of Science and Technology. Spectrophotometer. Alternative Materials.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 820


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1. Introdução uma IF, para ser aplicado em aulas de Química de


nível médio. A sequência didática objetivou dissemi-
O conhecimento Científico e Tecnológico pro-
nar conhecimentos de Ciência e Tecnologia que nor-
duzido nas salas e laboratórios de pesquisas das
malmente ficam restritos a instituições de pesquisa,
universidades e institutos federais de ensino supe-
apresentar conhecimentos químicos sobre misturas
rior (IFs), alcançam as salas de aula do ensino bási-
e preparo de soluções de forma contextualizada, in-
co com muita dificuldade. Diversos fatores se somam
terdisciplinar e lúdica, além de criar, para os alunos
para criar esta realidade. Pode-se citar, por exemplo,
de nível médio, um ambiente de criatividade, reflexão
a distância que ainda existe entre as instituições de
e autoavaliação dos procedimentos utilizados no de-
nível superior e as escolas públicas de nível básico
senvolvimento das atividades de laboratório.
em termos de colaboração científica e tecnológica; a
A espectroscopia foi escolhida como suporte
formação continuada de professores de nível básico
para as aulas experimentais pelo fascínio e mistério
e a sua efetiva participação na produção de novos
inerentes à existência das cores da luz. É notório o
conhecimentos ainda é deficiente; a incipiente pro-
interesse dos alunos de Química em trabalhar com
dução de estratégias ou meios para a divulgação e
procedimentos que envolvam a transformação das
ensino da linguagem científica e das novas e com-
cores dos materiais. Desta forma, o espectrofotôme-
plexas tecnologias nas escolas públicas de forma
tro alternativo foi utilizado como um objeto lúdico
simples, preferencialmente lúdica, interdisciplinar e
pois seria ele o instrumento que, ao ser manipula-
contextualizada.
do pelos próprios alunos, desvendaria as falhas ou
Uma estratégia que pode ser utilizada para
acertos nos procedimentos de preparo das soluções
a disseminação de Ciência e Tecnologia em escolas
coloridas.
públicas de nível médio é a utilização de sequencias
A sequência didática compreendeu uma aula
didáticas que orientem as ações dos alunos para
expositivo dialogada em laboratório sobre os con-
discussões e reflexões sobre os fenômenos do co-
ceitos de misturas e preparo de soluções, a apre-
tidiano e a utilização da pesquisa de instrumentos
sentação do espectrofotômetro alternativo e a sua
alternativos que explorem as tecnologias e lingua-
função para a análises de soluções, uma prática
gens científicas, normalmente restritas a ambientes
sobre o preparo de soluções, utilizando-se corantes
acadêmicos.
alimentícios, e a análise das soluções preparadas
A Química exige do aluno, por ser uma Ciência
pelos próprios alunos com o espectrofotômetro al-
intrinsecamente experimental, o aprendizado da ob-
ternativo.
servação dos fenômenos naturais para uma melhor
A estratégia de ensino se mostrou um meio
compreensão dos modelos abstratos utilizados para
adequado de divulgação do conhecimento acadêmi-
a descrição da natureza. O ambiente utilizado para a
co de nível superior na escola pública de nível médio.
realização destas observações de forma controlada,
Com a sequência didática utilizada conhecimentos
segura e normalmente instigante para questiona-
de Química relativos ao conteúdo soluções puderam
mentos e reflexões é o laboratório. A inexistência de
ser apresentados de forma motivadora, interdisci-
locais apropriados para a realização de observações
plinar e contextualizada tornando possível criar um
3º SIMPIF

dos fenômenos químicos, restringem o aprendizado


ambiente saudável para o exercício da criatividade,
de Química às salas de aulas com recursos pouco
do trabalho em grupo, do debate construtivo e da
motivadores aos alunos e consequentemente, de
autoavaliação.
baixo rendimento acadêmico.
Neste trabalho foi desenvolvida uma sequên-
cia didática que explora um espectrofotômetro alter-
nativo, construído em um laboratório de Química de

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 821


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

2. Referencial teórico so de interiorização de conceitos que é promovido


pela aprendizagem social. Efetivamente, é possível
2.1 Ensino de Química e os Parâmetros Curricula- observar que o estudante é um ser pensante e a es-
res Nacionais (PCNs) cola na qual está inserido é o espaço onde acontece
o processo (VYGOTSKY, 1989 apud PINO, 2000).
De acordo com os Parâmetros Curriculares
Então, é possível compreender por meio da
Nacionais (PCNs) do Ensino Médio, a área de ciên-
teoria vygotskiana que o conhecimento desenvolvi-
cias da natureza, matemática e suas tecnologias
do pelo indivíduo é construído através da história
fazem parte de uma etapa final da educação básica
de vida, incluindo valores e experiências. Assim,
(BRASIL, 1999). Desta forma, o ensino de Química é
ressalta-se o processo histórico-social, além da lin-
aprofundado normalmente no nível médio de ensino.
guagem, como pontos facilitadores desse desenvol-
É na sala de aula e em ambientes diversifi-
vimento. O professor deve então, enquanto media-
cados de ensino como os laboratórios e bibliotecas,
dor, estabelecer esse desenvolvimento proximal. É
que o indivíduo aprende a ter condições de questio-
a partir desse momento que se tem a oportunidade
nar, pesquisar, observar o mundo real. Da observa-
de ensinar, estimulando a inteligência de uma forma
ção de mundo e no enfrentamento de dificuldades
que se leve a aprendizagem.
e problemas o ser humano tenta refletir e descobrir
Leontiev e sua teoria sociocultural dá conti-
meios de demover ou contornar os obstáculos en-
nuidade ao pensamento de Vygotsky, enfatizando o
contrados. Esse é um dos objetivos dos PCNs, tor-
conceito de atividade. Em outras palavras, é preciso
nar os estudantes capazes e transformadores do
saber o histórico, a cultura e o local onde o indivíduo
ambiente, identificando e interagindo com o mundo
vive, para que assim, seja possível entender o ponto
de modo a desenvolver a criatividade, intuição, pen-
de desenvolvimento, cujo conceito para compreen-
samento lógico, exercendo a sua cidadania de ma-
der esse ponto é chamado de atividade. Com base
neira plena (BRASIL, 1999).
nisso, o professor precisa organizar seu trabalho
Para que os PCNs sejam aplicados, institui-
educativo com foco na intencionalidade do indiví-
ções, sociedade civil organizada, pais e responsá-
duo, em resumo, guiando seu desenvolvimento (VY-
veis, alunos e professores devem estar engajados
GOTSKY, 1989 apud PINO, 2000). Em virtude dessa
no sentido de perceber a sua função e participação
formação, os fundamentos teóricos e procedimen-
neste processo. Ao professor cabe o desafio de bus-
tos metodológicos vêm sendo analisados de forma
car novas metodologias para facilitar o processo de
que se possa afirmar qual o melhor caminho para o
ensino-aprendizagem, aprimorando o interesse e a
aprendizado do aluno em relação aos conceitos de
busca pelo aperfeiçoamento. Entretanto, segundo
Química.
Maldaner (2000):
O uso da experimentação, de jogos e a per-
[...] até aqui, na maioria das salas de aula, cepção da Química no contexto social em que o in-
mantêm-se as mesmas sequências de au- divíduo está inserido, desenvolvem o vínculo neces-
las e matérias, com os mesmos profes- sário do conteúdo que está sendo abordado com o
sores, com as mesmas ideias básicas de
entendimento e a vivência do aluno. O indivíduo pas-
3º SIMPIF

currículo, aluno e professor, que vêm man-


sa a ser o investigador e aplicador dos processos,
tendo-se historicamente e produzem o que
saindo da deriva de apenas ser mais um receptor de
denominamos baixa qualidade educativa.
informações.
Para Vygotsky, o sujeito é interativo, constrói
seus conhecimentos a partir de trocas com o meio e
a partir do processo de mediação. Deste modo, o de-
senvolvimento e a aprendizagem partem do proces-

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 822


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EDUCAÇÃO E ENSINO

2.2 Interdisciplinaridade e contextualização no gentes. Aprender ciências pede que crianças e ado-
ensino de química lescentes sejam inseridos numa nova/distinta forma
de pensar sobre o mundo natural e de explicá-lo
No processo de ensino e aprendizagem de
(DRIVER et al., 1999).
Química, questões sobre contextualização e interdis-
ciplinaridade são muito debatidas, entretanto, perce- 2.3 A importância da experimentação no ensino de
be-se que um dos desafios encontrados no contexto química
escolar é como trabalhar com esses conceitos, se
A Química é considerada uma disciplina de
os professores não têm, visivelmente, conhecimen-
difícil entendimento por conter um vasto número de
to dos significados dos termos e das metodologias
fórmulas, regras, cálculos que não são introduzidos
inerentes (SÁ & SILVA, 2008). Dessa forma, a prática
na realidade em que o indivíduo se encontra. Diante
docente de muitos professores pode ser comprome-
disto, é necessário que sejam criadas estratégias de
tida por uso de currículos rígidos, que prestigiam
ensino que motivem e despertem a curiosidade so-
conteúdos desconectados entre si (ausência de in-
bre determinado conceito aplicado em sala de aula.
terdisciplinaridade) e, sobretudo, da realidade dos
No processo de ensino e aprendizagem de Química,
alunos (STRACK, 2009).
um método que pode ser usado é a aplicação de au-
Com relação aos termos contextualização
las experimentais.
e cotidiano, muito relevantes na área de ensino de
As atividades experimentais surgiram nas es-
química e que são utilizados por professores, pes-
colas, devido à forte influência de trabalhos desen-
quisadores da área e elaboradores de currículos,
volvidos nas universidades que tinham o objetivo de
observa-se que o termo contextualização passou a
melhorar a aprendizagem do conhecimento científi-
ser utilizado após os PCNEM (BRASIL, 1999) e os
co através da aplicação do que foi aprendido (GA-
PCN+ (BRASIL, 2002), enquanto o termo cotidiano
LIAZZI et al., 2001).
apareceu nos discursos curriculares da comunidade
Dessa forma, o uso da experimentação como
de educadores químicos (WARTHA, 2013).
ferramenta pedagógica tem sua importância na vida
Para SÁ e SILVA (2008), o isolamento da quí-
escolar, pois é através dela que o aluno conhece no-
mica com relação a outros conhecimentos disciplina-
vas técnicas, equipamentos, trabalha a socialização,
res pode ser um dos responsáveis pelas dificuldades
entre outras trocas de experiências, somando ao en-
de aprendizagem dos conteúdos gerando a enorme
riquecimento do conhecimento adquirido. Sabe-se
rejeição pelos alunos pela disciplina, tornando assim
que a experimentação tem a capacidade de desper-
mais difícil o processo de ensino-aprendizagem. Se-
tar o interesse dos alunos, além disso, é comum os
gundo os autores, um ensino de química interdisci-
professores relatarem que ela promove o aumento
plinar é promotor de uma aprendizagem ativa e sig-
da capacidade de aprendizagem, pois a construção
nificativa.
do conhecimento científico/formação do pensamen-
Pode-se observar que diversos trabalhos
to depende de uma abordagem experimental e se dá
nacionais e internacionais sobre ensino de Quími-
predominantemente no desenvolvimento de ativida-
ca demonstram que a aprendizagem dos alunos é
des investigativas (GIORDAN, 1999).
3º SIMPIF

marcada pela memorização de inúmeras informa-


A utilização de materiais alternativos em au-
ções, cobradas a fim de aprová-los em seus cursos,
las experimentais possibilita a minimização de cus-
constituindo assim um ensino distanciado do mundo
tos e torna desnecessário o uso de equipamentos
cultural e tecnológico no qual vivem (SCHNETZLER,
sofisticados. Eles possibilitam aulas práticas em
2004).
escolas que não possuem infraestrutura adequada
Aprender ciências requer mais do que desa-
para exploração de atividades experimentais com
fiar as ideias dos alunos, através de eventos diver-
metodologias diferenciadas.

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EDUCAÇÃO E ENSINO

Um exemplo de uso de materiais alternativos De acordo com Oliveira, o método quantitativo:


de modo eficaz para o ensino de Química foi o tra-
“Significa quantificar opiniões, dados, nas
balho de SILVA et al.,(2015), um kit confeccionado formas de coleta de informações, assim
com materiais recicláveis para realizar amostragem como também com o emprego de recursos
e quantificação gravimétrica de CO2 no ar ambiente e técnicas estatísticas desde a mais sim-
visando também a inclusão de deficientes visuais. ples, como percentagem, média, moda, me-

As adaptações, para a inclusão desses alunos, in- diana e desvio padrão, até as de uso mais
complexo, como coeficiente de correlação,
cluíram a elaboração de procedimentos, glossário,
análise de regressão etc. [...](2001, p.320).
legendas e identificações no kit em sistema braile.
O trabalho aqui apresentado foi desenvolvido Dentro deste contexto, com esta integração
com o objetivo de disseminar Ciência e Tecnologia metodológica é possível obter dados reais e cons-
em escolas públicas através de uma sequência didá- truir resultados que possam ser analisados poste-
tica. Com esta estratégia foram apresentados e dis- riormente, o que consequentemente, se apresenta
cutidos conceitos de misturas e preparo de soluções uma medida mais válida e autêntica do fenômeno
através de aulas expositivo-dialogadas, práticas em estudado (GRECA, 2002).
laboratório e aplicação da espectroscopia para a
3.1 Procedimento Metodológico
análise de soluções de corantes alimentícios com um
espectrofotômetro alternativo. Neste trabalho foi aplicada uma sequência di-
dática explorando: a. aulas expositivo-dialogadas; b.
3. Método da pesquisa
aulas práticas sobre preparo de soluções; c. utiliza-
Para o desenvolvimento e aplicação desse ção de um espectrofotômetro para avaliar os proce-
estudo, utilizou-se o espaço físico (laboratório) da dimentos de preparo de soluções coloridas e como
Escola Estadual João da Cunha Vinagre, localizada forma de disseminação de Ciência e Tecnologia; d.
no município do Conde, no estado da Paraíba. Neste tratamento matemático dos sinais registrados no
laboratório foram desenvolvidas aulas experimentais espectrofotômetro; e. elaboração de uma curva ana-
relacionadas aos temas e conceitos Misturas e pre- lítica para avaliação dos dados e dos procedimentos
paro de soluções, discutidos em sala de aula. O tra- de preparo de soluções; f. Discussões sobre os dados
balho foi desenvolvido e aplicado em duas turmas do apresentados nos gráficos e, se necessário, correção
2º ano do Ensino Médio Regular, do período noturno. dos procedimentos de preparo de soluções para ob-
Participaram da pesquisa 45 (quarenta e cinco) alu- tenção de melhores respostas.
nos, sendo 24 (vinte e quatro) da turma A e 21 (vinte Foram necessárias 6 (seis) aulas para aplica-
e um) da turma B. ção das práxis, contendo 30 (trinta) minutos cada
A metodologia utilizada apresentou aspec- aula. Para tanto, foram aplicadas duas aulas com o
tos quantitativos e qualitativos. Segundo Oliveira conteúdo de soluções, concentração e cálculo da
(2008), o primeiro aspecto se refere aos dados al- absorbância através da transmitância, e quatro au-
cançados por meio da utilização de recursos e pro- las para a análise experimental. As aulas foram do
cedimentos estatísticos. Por outro lado, o segundo tipo expositivo-dialogadas abordando com a utiliza-
3º SIMPIF

trabalha com observações, discussões relacionadas ção de quadro e data show.


ao tema proposto. Foi utilizada uma planilha eletrônica (Excel®)
para a construção dos gráficos de absorbância ver-
sus concentração das soluções dos corantes azul
anis, pink, amarelo damasco e verde folha.

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4. Resultados e Discussão aula experimental como estratégia efetiva para esti-


mular a aprendizagem, a assimilação de conceitos e
4.1 Aulas teóricas e aula experimental de preparo de habilidades para (re)conhecimento dos materiais
de soluções do cotidiano.
Nas aulas experimentais envolvendo o prepa-
Ensinar o conceito de solução no Ensino Mé-
ro de soluções, foi possível observar a importância
dio, com uma percepção microscópica do processo
da experimentação para uma aprendizagem signifi-
de dissolução, não tem se apresentado uma prática
cativa. No que diz respeito às atividades práticas, Bi-
pedagógica simples e mecanismos diferentes devem
zzo (1998) afirma que, na Ciência, ela [a experimen-
ser utilizados, como a exploração de aspectos ma-
tação] é de suma importância e deve proporcionar
croscópicos como os de química quantitativa. Neste
aos estudantes o despertar da curiosidade sobre um
sentido, considera-se como uma solução a mistura
fator desconhecido, fazendo-o buscar explicações,
homogênea que apresenta visualmente uma única
direcionando o discente a uma postura crítica capaz
fase e cujas características físicas e químicas anali-
de desenvolver respostas fundamentadas.
sadas são iguais para qualquer amostra obtida da so-
Para a realização da atividade de preparo de
lução. As soluções normalmente são representadas
soluções, os alunos foram separados em grupos de
expressando-se a sua concentração que é a quanti-
no máximo cinco (5) pessoas. Cada discente ficaria
dade de soluto dissolvida no volume total da solução.
responsável por uma parte do procediemnto, desde
Considerando-se esta definição, a primeira
a medição dos volumes com pipetas e micropipetas à
fase da sequência didática foi abrir um debate so-
aferição do volume da solução no balão volumétrico,
bre a compreensão por parte dos discentes sobre o
de uma forma que houvesse a participação de todos.
que eles compreendiam por misturas homogêneas e
A aprendizagem sobre o manuseio das pipetas volu-
soluções. Alguns relataram ter dificuldades em con-
métricas e das micropipetas foi uma atividade que
ciliar o cálculo com a descrição da mistura estudada.
exigiu muito foco pois os alunos compreenderam a
Com base nisso, para sondagem dos conhecimentos
importância destes instrumentos para o sucesso do
prévios, quatro questões foram elaboradas de modo
procedimento.
que o nível de conhecimento sobre o conteúdo abor-
O momento foi importante para informar que
dado fosse avaliado e os conceitos estudados refor-
o preparo de soluções é um procedimento que exi-
çados. O primeiro questionamento dirigido à turma
ge a utilização de diversos instrumentos laborato-
foi “O que seriam soluções e considerando o con-
riais os quais podem apresentar tecnologias simples
ceito de soluções, vocês poderiam citar exemplos de
como as pipetas volumétricas ou tecnologias mais
soluções que encontramos no dia-a-dia?
sofisticadas, quando se exige precisão na medida de
Os alunos se reuniram para discussão e al-
pequenos volumes, caso das micropipetas.
guns expressaram os seguintes pensamentos:
De acordo com Amaral (1996), cabe ao pro-
Discente A: - solução é quando vejo só uma fase.
fessor encontrar atividades que permitam demons-
Discente B: - o suco, café é uma solução, pois é uma
trar aos alunos, fenômenos químicos com a finalida-
mistura de substâncias solúveis.
de de incentivá-los, permitindo-lhes a participação
3º SIMPIF

Discente C: - uma mistura que só consigo ver a parte


na condução dos experimentos e a buscar alternati-
líquida.
vas para desenvolver suas habilidades e competên-
É perceptível que, apesar do aluno usar o
cias. A Química é uma ciência que apresenta essa es-
termo “mistura”, ele não domina o significado exato
sência de proporcionar ao aluno uma compreensão
do conceito químico sobre o conteúdo. Consideran-
mais clara e científica das transformações ocorridas
do-se esta situação, a segunda etapa da sequência
quando demonstradas por meio da experimentação.
didática foi aplicada, com o desenvolvimento de uma

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Estas concepções sobre a atividade experi- Na mesma direção, seguindo o pensamento


mental foram observadas na atividade em laborató- de CAPELLETO (1992) sobre métodos que substi-
rio, no desejo de compreender os procedimentos de tuam os equipamentos de alto custo, utilizar o es-
uso dos instrumentos e na vontade de realizar uma pectrofotômetro alternativo como uma ferramenta
medida experimental correta. Foi um momento de no ensino da Química foi uma das formas de abordar
despertar pela química e do aprender a respeito do o conteúdo trabalhado de maneira simples e de fácil
preparo da solução. Nesta etapa, todos, sem exce- assimilação para os alunos, principalmente, sobre o
ção, participaram e se envolveram diretamente com funcionamento do espectrofotômetro, preparação
a aula experimental. Fizeram anotações, questiona- de soluções e análises, permitindo atender as ne-
ram sobre os procedimentos e cuidaram para evitar cessidades básicas sem necessariamente precisar
possíveis erros no processo seguinte, das análises de equipamentos sofisticados para a realização das
das soluções preparadas por eles mesmos. aulas práticas.
A princípio houve muitos questionamentos
4.2 Análises de corantes por espectrofotometria
por parte dos alunos, pois esse seria o primeiro con-
Esta etapa consistiu no uso do espectrofotô- tato com o instrumento. Este momento foi gravado
metro alternativo para a realização das análises das em vídeo e, a partir deste, foram transcritas algumas
soluções preparadas. O objetivo foi mostrar a absor- falas dos discentes: “Para que serve o espectrofo-
ção de luz (radiação eletromagnética), fenômeno da tômetro?’’; “Professora, não posso errar na medida
interação da luz com a matéria que pode ser utili- da pipeta milimétrica [micrométrica] porque o es-
zado para realizar análises químicas. Foi explicado pectrofotômetro mostrará o erro?”; “Para que serve
que este fenômeno seria utilizado para avaliar a con- essa cubeta preta, já que colocamos a solução na
centração das soluções preparadas pela turma. Se outra que é transparente?’’; “Como faço para ana-
as soluções foram preparadas de modo correto, um lisar minha solução no espectrofotômetro?’’. Assim,
gráfico com uma reta seria obtido. Segundo OLIVEI- as respostas foram sendo apresentadas ao mes-
RA e LEITE (2016): mo tempo em que um mundo de curiosidades ia se
abrindo para os alunos. Este momento é icônico no
[...] o ensino da espectrofotometria no
sentido de mostrar que a insatisfação dos estudan-
ensino médio pode, além de levar a expe-
rimentação às salas de aula, estimular o
tes pela Química, como muitos estudiosos já pon-
interesse dos estudantes pela química. O tuaram, é basicamente uma rejeição à forma como
estudo desse tema também pode mostrar a a Ciência e a Tecnologia é apresentada aos alunos.
utilização prática dos princípios de intera- Guimarães (2009) enfatiza que a experi-
ção da luz com a matéria (2016, pag.181). mentação é utilizada como uma estratégia para a
construção de situações problemas que permitam a
Os alunos, então, transferiram alíquotas de
contextualização e, consequentemente, o estímulo à
suas soluções para a cubeta do espectrofotômetro e
investigação com base em questionamentos.
registraram os sinais do branco (sinal para a água)
As indagações mostram a falta de conheci-
e do padrão, solução preparada pelos mesmos. Os
mento específico sobre o espectrofotômetro utili-
3º SIMPIF

sinais registrados em termos de tensões em volts (V)


zado e sobre os instrumentos utilizados no preparo
com o multímetro foram transformados em sinais de
das soluções, mesmo algumas definições tenham
Transmitância, um cálculo simples, apresentado na
sido apresentadas antes da aula experimental. Um
Equação 1. Uma tabela com a conversão de sinal de
exemplo observado é que o aluno usa o termo pipeta
Transmitância em Absorbância foi elaborada pelo
milimétrica quando na realidade o termo é micropi-
professor, através de uma planilha eletrônica.
peta. Isto demonstra a dificuldade de assimilação
T = SinalPadrão/Sinalbranco (1)
de conteúdos de Química apresentados apenas de

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EDUCAÇÃO E ENSINO

forma teórica. Sendo perceptível que existe uma dis- curva analítica da figura 2, onde o coeficiente de cor-
tância grande entre realizar um experimento e falar relação se encontra mais próximos da unidade.
sobre ele. Com o desenvolvimento das análises os Figura 2 - Curva analítica obtida após as correções dos
alunos realizaram descobertas e associações que procedimentos experimentais.

levaram a uma compreensão e entendimento do


conteúdo abordado. Nesse sentido, de acordo com
MELO (2010), a utilização do equipamento alter-
nativo como meio para aulas laboratoriais se torna
indispensável para a compreensão dos conceitos
apresentados em sala de aula.
No que diz respeito aos resultados, curvas
analíticas das soluções dos corantes foram elabora-
das a partir das análises experimentais dos alunos. A Fonte: Elaboração própria.

figura 1 mostra a primeira curva analítica construída Na figura 3 são apresentadas curvas analíti-
que resultou em uma equação linear com coeficiente cas preparadas por outros grupos correspondendo
de correlação linear r = 0,846. Os alunos logo perce- aos corantes pink, azul e verde. Observando os grá-
beram que no preparo das soluções devem ter ocor- ficos, verifica-se que todas as soluções preparadas
rido falhas pois não obtiveram uma reta como havia pelos alunos produziram curvas analíticas com ca-
orientado o professor. racterísticas lineares atestadas por um coeficiente
Figura 1 - Curva analítica da solução do corante amarelo de correlação linear próximo da unidade, o que sig-
damasco no início das aulas práticas.
nifica que os procedimentos de preparo de soluções
foram adequadamente assimilados pela turma.

Figura 3 - Curvas analíticas construídas a partir das aná-


lises realizadas pelos alunos. Soluções dos corantes pink
(a), azul (b) e verde (c).

Fonte: Elaboração própria.

Os alunos foram questionados sobre os pos-


síveis erros experimentais que tornaram as medidas
um pouco distantes de um comportamento linear.
Eles debateram, refletiram sobre os procedimentos e
apontaram possíveis falhas, dentre eles: dificuldades
no preparo das soluções (especificamente no uso da
micropipeta), transferência e aferições inadequadas
3º SIMPIF

das soluções nos balões volumétricos. Sendo estas


as possíveis falhas e sabendo que no sistema de
ensino no método investigativo o erro é o elemen-
to diagnóstico dentro do processo, os alunos repe-
tiram as medidas com maior cuidado, minimizando
os erros experimentais. Isto pode ser confirmado na

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EDUCAÇÃO E ENSINO

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alunos compreenderam o significado dos conteúdos Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Apren-
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3º SIMPIF

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III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 828


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

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3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 829


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Tamires Siqueira Rocha


Características que contribuem para
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
evasão discente: uma revisão da
Tecnologia da Paraíba - Campus Monteiro literatura
Maria Elaine da Silva dos Santos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Monteiro
Resumo
Cleyton Caetano de Souza
[email protected] A evasão discente é um problema que atinge todas as Instituições de
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Monteiro Ensino Superior e, por essa razão, é motivo de diversos estudos a fim
de compreender suas causas e mitigar seus efeitos. Há uma série de
Mirko Barbosa Perkusich
[email protected] estudos correlatos a essa temática que propõem o desenvolvimento
Instituto Federal de Educação, Ciência e de modelos preditivos com a finalidade de identificar precocemente
Tecnologia da Paraíba - Campus Monteiro
estudantes com maiores chances de evasão, com base em caracte-
rísticas diversas. Dessa forma, a proposta desse estudo é realizar um
apanhado bibliográfico que possa enumerar os principais aspectos
relacionados à elaboração desses modelos. As análises sobre os tra-
balhos encontrados apontam que existe um consenso entre os pes-
quisadores acerca da importância de fatores socioeconômicos e que
existe um direcionamento dos pesquisadores para o uso de redes bayesianas na elaboração dos modelos
preditivos.

Palavras-chave: Evasão discente. Modelo Preditivo. Características. Ensino Superior.

Abstract

Student dropout is a problem that affects all Higher Education Institutions and, for this reason, it is the subject
of several studies that aim to understand its causes and mitigate its effects on university management. A set of
studies related to this theme proposes the development of predictive dropout models to early identification of
these students. Thus, in this study, we perform a bibliographical study that analyzed the main aspects related
to the elaboration of these models. The results indicate that there is a consensus among researchers about the
importance of socioeconomic factors as well as there is a direction of researchers for the use of Bayesian net-
works in the elaboration of the identified models.

Keywords: Student dropout. Predictive model. Characteristics. Higher education.

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1. Introdução para evasão é crucial para o próprio planejamento


institucional e para melhoria da eficiência dos cursos.
Nas últimas décadas, a evasão no Ensino Su-
Desse modo, o combate efetivo a evasão,
perior tornou-se alvo de diversos estudos em todo
através da análise de características dos alunos e
o mundo. Para Silva Filho et al. (2007), a evasão no
comportamentos, é uma das maneiras, que foram
Ensino Superior resulta em prejuízos no viés social,
encontradas pelos autores Santos. A, Santos. S e
uma vez que o evadido deixa de ser uma graduando,
Rissoli (2013); Vitelli e Fritsch. (2016) e Kantorski
refletindo negativamente nos índices de eficiência
et al. (2016) para modificar o cenário da Educação
dos cursos superiores; assim como traz perdas no
Superior do Brasil.
viés financeiro, tendo em vista que o investimento
Nesse contexto, o presente artigo apresenta
realizado pelo governo para que o aluno conclua o
uma breve revisão da literatura com o objetivo princi-
curso é desperdiçado quando o aluno evade.
pal concentrou-se em elencar as principais variáveis
De acordo com Balaniuk et al. (2011), o fe-
utilizadas em estudos cuja temática centrou-se no
nômeno da evasão envolve um conjunto de variáveis
desenvolvimento de modelos de predição de evasão
e, por esta razão, pode ser explicada por diversas
discente no Ensino Superior, além disso, identificar e
causas, as quais, se conhecidas, podem utilizadas
analisar comparativamente as técnicas e algoritmos
utilizados pelas Instituições de Ensino Superior
utilizados nesses estudos.
(IES) para elaboração de mecanismos para detecção
precoce da propensão que o aluno tem de evadir do 2. Materiais e Métodos
curso. Discorrendo a respeito da predição da evasão
A evasão é um fenômeno extenso e multiva-
Balaniuk et al. (2011) afirmam:
riado, como mostram a maioria dos estudos que são
[...] Instituições que são capazes de iden- desenvolvidos acerca da temática (ADACHI, 2009;
tificar alunos com alto risco de evasão, e
BAGGI, 2011; SILVA FILHO et al., 2007, DURSO;
conseguir superar as queixas dos alu-
CUNHA, 2018).
nos com antecedência, podem estabe-
É inegável como os estudos elaborados por
lecer um ambiente de cooperação entre
a escola e o aluno e promover os fato- Tinto de 1975 a 2012 influenciam as produções
res que promovem a lealdade do aluno acadêmicas mundo afora. Esse fato se deve ao ex-
e, ao fazê-lo, podem ganhar vantagem pressivo número de citações que as suas produções
significativa sobre as IES concorren- receberam ao longo de décadas que, de acordo com
tes.(BALANIUK et al., 2011, p. 144).
buscas em bases de dados online, somam mais de

Segundo Kantorski et al. (2016), para que o 10 mil citações. Esse número se torna especialmente

combate a evasão possa ser eficaz, as instituições importante quando se observa que ele corresponde,

de ensino devem identificar as causas ou motivos apenas, ao primeiro estudo de sua série sobre a eva-

que influenciam o aluno a desistir do curso, podendo são discente.

assim, contribuir para a elaboração e planejamento Em seu modelo conceitual inicial, Tinto

de medidas que ajudem na permanência do discente. (1975) afirma que a evasão é um fenômeno pode
ser visto como resultado de um processo longitudi-
3º SIMPIF

Embora existam diversos estudos que abor-


dem a evasão buscando elucidar suas causas e efei- nal. Um processo envolve o background pessoal, as

tos, Davok e Bernard (2016) afirmam que as infor- experiências anteriores e compromissos, ou seja, a

mações produzidas por estes estudos ainda não são evasão seria o resultado da interação entre as ca-

bem absorvidas pela gestão das universidades. Para racterísticas individuais e a integração acadêmica e

estes autores, a identificação das possíveis causas social dentro do ambiente acadêmico. Seu modelo
era baseado na Teoria do Suicídio, entretanto, como
apontado anos mais tarde em Bean (1980), o mo-

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EDUCAÇÃO E ENSINO

delo de Tinto apresentava problemas principalmente 4. Resultados da pesquisa


por não conseguir estabelecer uma distinção entre
Lanes e Alcântara (2018), em seu estudo so-
as variáveis analíticas e as variáveis demográficas
bre evasão, fizeram uso de variáveis demográficas e
dos estudantes do ensino superior.
acadêmicas para elaborar um modelo preditivo ca-
No decorrer dos anos, autores como Hatos e
paz de prever a ocorrência da evasão em cursos de
Suta (2011) também teceram críticas ao seu modelo
graduação da Universidade Federal do Rio Grande.
de Tinto. Segundo estes autores, do modo como foi
Os autores utilizaram técnicas de mineração de da-
proposto, ele é pouco aplicável à realidade brasilei-
dos para a elaboração do modelo e identificaram que
ra. No Brasil, os modelos elaborados por Tinto, em
os alunos que possuem o coeficiente de rendimento
sua sequência de estudos sobre a evasão, continuam
acadêmico baixo tendem a evadir do curso. Ademais,
inspirando produções acadêmicas na elaboração de
encontraram uma forte relação entre a idade dos dis-
modelos de predição para a evasão discente, tais
centes e a evasão, sendo os alunos com idade entre
como os elaborados por Andriola. W, Andriola. C e
15 e 20 anos mais propensos ao abandono do curso.
Moura (2006) e Tibola et al. (2012), por exemplo.
Em seu estudo sobre evasão Santos, A; San-
Essas pesquisas configuram um importante insumo
tos, S e Rissoli (2013), optaram pelo uso de algo-
para o combate à evasão discente. Esse conhecimen-
ritmos de clusterização e classificação, sendo eles
to, se bem aplicado à gestão universitária, pode ter
os algoritmos SimpleKMeans e Expectation-Maximi-
um efeito preventivo e mitigante. Nesse sentido, uma
zation (EM), para a criação de modelo preditivo de
das estratégias que mais vem sendo explorada é a
evasão dos cursos de Bacharelado em Ciência da
da elaboração de modelos preditivos que, através da
Computação, Bacharelado em Sistemas da Informa-
elicitação de variáveis de determinada importância,
ção e cursos livres. O estudo recebeu apoio de um
podem ser utilizados para identificar precocemente
Sistema de Apoio Educacional (SAE), o qual forne-
os estudantes com risco de incorrerem em abandono
ceu os dados necessários para a criação do modelo.
do sistema educacional ao qual estão inseridos (VI-
Os autores compararam os resultados obtidos pelos
TELLI; FRITSCH, 2016).
dois algoritmos e identificaram através da interação
3. Método da pesquisa do discente com o SAE, suas características e a sua
propensão em evadir do curso.
Tendo em vista a diversidade de estudos rea-
O estudo realizado por Balaniuk et al. (2011)
lizados com a finalidade de elaborar modelos pre-
fez uso de variáveis acadêmicas e socioeconômicas
ditivos, almejou-se a realização de um estudo que
para identificar os alunos propensos a evadir. Para
pudesse buscar, relacionar e caracterizar pesquisas
a construção do modelo preditivo os autores opta-
que abordam modelos preditivos de evasão discente
ram por algoritmos de regressão, árvore de decisão
de acordo as técnicas e variáveis utilizadas nestes
e rede neural. Além disso, os pesquisadores procu-
modelos para sua construção levando em conside-
raram obter a maior precisão possível ao identificar
ração, também, a sua importância para o modelo em
se o aluno estava de fato propenso a evadir, para isso
questão. Deste modo, o referido estudo trata-se de
combinaram esses algoritmos de mineração de da-
uma pesquisa bibliográfica produzida com base em
3º SIMPIF

dos em uma máquina de Comitê, em que consiste em


estudos cuja temática englobasse modelos prediti-
um método de união de algoritmos a fim de obter a
vos de evasão. Para tanto, foi levantada uma gama
maior precisão possível (LIMA, 2012).
de artigos em diferentes bases de dados e realizada
Os resultados obtidos pelo estudo de Bala-
uma seleção por meio de uma revisão individual.
niuk et al. (2011), indicaram que dentre os 8.437
alunos matriculados na IES, 3.250 evadiriam. Em-
bora o estudo não tenha verificado precisamente a

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EDUCAÇÃO E ENSINO

acurácia final do modelo, os autores constataram de de Vetor de Suporte (SVM), Rede Neural, k-Nearest
acordo com levantamentos prévios realizados pela Neighbors (kNN) e Regressão Logística. Após a se-
instituição que os graduandos identificados pelo leção dos métodos, o autor testou e comparou as
modelo como propensos a evadir de fato estavam técnicas pertencentes a cada modelo, avaliando-as
com esse risco. pelas seguintes métricas: acurácia, precisão e recall.
A pesquisa elaborada por Manhães et al. Ao fim dessa etapa, o pesquisador concluiu que o
(2012) adotou uma metodologia semelhante aos modelo de regressão logística foi o que obteve o me-
demais trabalhos, a diferenciação desse estudo se lhor desempenho, de acordo com os indicadores e
dá pelo fato dos autores optarem apenas pelo uso de comparado aos demais.
variáveis acadêmicas na construção de seu modelo O modelo preditivo desenvolvido por Kan-
preditivo, para tanto o estudo realizou a comparação torski et al. (2016), entretanto, fez uso de um con-
de classificadores de árvore de decisão, rede baye- junto de variáveis comportamentais e acadêmicas e
sianas e redes neurais de acordo com a acurácia ob- de técnicas de mineração de dados para predizer a
tida por cada um. evasão nos cursos de Zootecnia e Administração. O
Schreiber et al. (2017) também fizeram uso autor realizou uma adaptação da metodologia CRIS-
de variáveis socioeconômicas e acadêmicas para P-DM (CRoss Industry Standard Process for Data Mi-
construir um software capaz de predizer (indivi- ning), a qual concentra-se na padronização e busca
dualmente e coletivamente) a probabilidade de um de informações para tomada de decisão (PÁDUA e
ou mais alunos evadirem de seu curso. Ressalta-se SOUZA, 2018).
que esse estudo procurou atender a demanda de Para Kantorski et al, o modelo desenvolvido
três cursos de uma instituição de ensino superior, é considerado genérico e, por esta razão, pode ser
sendo eles: Administração, Ciência da Computação empregado em diversos cursos de graduação pre-
e Engenharia de Produção. Para tanto, os autores sencial. Tal constatação baseia-se no fato de que e
desenvolveram, para cada curso, um modelo prediti- os autores realizaram três simulações distintas, mo-
vo específico, procurando atender as necessidades e dificando em cada uma delas as variáveis conside-
especificidades de cada um. radas e os algoritmos de mineração de dados. Após
Os resultados encontrados por Schreiber et os testes, chegou-se à conclusão de que, dentre 23
al. (2017) demonstraram que o curso de Ciência da alunos que evadiram do curso de Zootecnia, 17 fo-
Computação possui taxa de evasão superior aos ou- ram identificados acertadamente pelo seu modelo.
tros dois cursos estudados, com uma taxa corres- De acordo com o levantamento de estudos
pondente a 76% enquanto que a taxa de evasão dos que abordavam modelos preditivos para prevenir a
cursos de Administração e Engenharia de Produção evasão estudantil, realizou-se uma análise crítica
equivalem a 52% e 53%, respectivamente. sob cada modelo buscando ressaltar suas principais
Em seu estudo sobre predição da evasão nos características, identificando quais são as variáveis
cursos de Educação a Distância, Ramos (2016) uti- utilizadas para a construção do modelo e como elas
lizou a técnica de mineração de dados para desen- são tipificadas, o tipo de técnica adotada, o nível de
volver um modelo preditivo baseado em classifica- confiança e os resultados observados. Os principais
3º SIMPIF

ção, isto é, na categorização de dados atribuindo-lhe estudos encontram-se dispostos no Quadro 1.


rótulos. Para tanto, o autor optou pela utilização de
diversos classificadores, a fim de desenvolver um
modelo e implantá-lo em um software para avaliação
da probabilidade do aluno evadir do curso.
Os métodos classificadores escolhidos por
Ramos (2016) foram: Árvore de Decisão, Máquina

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Quadro 1 – Modelos preditivos de evasão discente

Ref. Tipo & Discriminação das variáveis Técnicas utilizadas Resultados observados

Fez uso de variáveis socioeconômicas e Fez uso do SimpleKMeans Ambos os algoritmos classifica-
acadêmicas: Status e notas do aluno em e do algoritmo Expectation ram 45 alunos como evadidos,
Santos, A; Santos,
S; Rissoli (2013)

disciplinas já cursadas (incluindo aqui o to- Maximization (EM). entretanto, 7 foram classifica-
tal de reprovações que o aluno já teve e sua dos incorretamente.
frequência); Sexo; Estado civil; Idade; Profis-
são; Renda familiar; Endereço residencial.

Fez uso de informações pessoais, sociais, Fez uso dos algoritmos J48, O valor máximo de acurácia foi
econômicas, financeiras e acadêmicas: nearest neighbor (kNN), de 98% e a média entre as si-
Kantorski et al., (2016)

Reprovações em disciplinas; Sexo; Estado CART, Naïve Bayes, Multi- mulações alcançou 95%, além
civil; Idade; Coeficiente de Rendimento Aca- layer Perceptron e OneR na disso, 74% na previsão dos
dêmico; Cadeiras concluídas; Situação da etapa de modelagem. alunos que abandonaram o cur-
matrícula e Variáveis específicas. so. (Na primeira simulação o al-
goritmo de destaque foi o kNN,
na segunda KNN, J48 e Multi-
layer Perceptron e na terceira
J48 e CART).

Fez uso de variáveis demográficas e de Fez uso de árvore de decisão Para a aplicação dos algoritmo
desempenho acadêmico: Idade; (algoritmo J48) em questão, obteve-se uma
Lanes; Alcântara

Coeficiente de Rendimento Acadêmico; acurácia de 90,7%.


(2018)

Área do curso;
Atividades extraclasse;
Atributo classe (evadido/concluinte).

Fez uso de variáveis socioeconômicas e aca- Fez uso de Redes Bayesia- Como resultado dos testes de
dêmicas: Situação real do discente; nas (RB). diferentes métodos, selecio-
Schreiber et al.,

Sexo; Desistência de disciplina; Trabalhan- nou-se o Naive Bayes juntamen-


do; Nota do vestibular; Média aritmética de te com a Regressão Logística,
(2017)

todas as notas das disciplinas; Idade; Média que, conjuntamente, formaram


de cadeiras por semestre; Frequência em o método de geração de redes
aula; Cálculo matemático da relação entre as que obtive o melhor índice de
cadeiras concluídas (com as cadeiras onde acerto (cerca de 82%).
houve reprovações);
Fez uso de socioeconômicas e acadêmi- Fez uso de um classificador Como resultado do modelo ela-
Balaniuk et al., (2011)

cas: Faixa etária; Sexo; Bairro e residência; probabilístico bayesiano borado, aferiu-se que ele previu
Status de trabalho; Tipo de ensino médio (Average One-Dependency corretamente que 3.250 dos
frequentado; Renda familiar; Média das Estimator), uma árvore de 8.437 alunos matriculados eva-
notas para todas as turmas atendidas; Média decisão (algoritmo J48) e diram. Em valores percentuais,
das notas das turmas do segundo semes- uma rede neural (Multilayer isso corresponde a 38,5% dos
tre; Média geral de frequência; Média de Perceptron). alunos matriculados.
frequência nas turmas do segundo semestre;
Número de turmas falhadas nas duas turmas
iniciais semestres.
Usou apenas variáveis acadêmicas: Status Fez uso de classificadores A acurácia obtida para o algo-
3º SIMPIF

da matrícula; Ano de ingresso; Coeficiente J48 e SimpleCart, Support ritmo J48 (83%); para o SVM
Manhães et
al., (2012)

de Rendimento Acadêmico; Notas em disci- Vector machine (SVM), Ada- (86%); para o AdaBoost (70%);
plinas; Quantidade de disciplinas reprova- Boost, Naive Bayes e Multi- para o Naïve Bayes (80%); para
das; Quantidade de disciplinas cursadas por layerPerceptron o SimpleCart (82%); e para o
período; Média aritmética das disciplinas Multilayer Perceptron corres-
aprovadas; Situação da disciplina; pondeu a 85%.

Fonte: Elaboração própria.

Nota-se, como característica similar nos trabalhos analisados, o fato de que houve uma comparação
entre diversos tipos de classificadores, antes de se definir, de fato, qual a técnica preditiva a ser utilizado

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no estudo. Tal fato indica que existe, por parte dos identificado era condizente com o obtido uma vez
pesquisadores, uma cautela maior nesta etapa do que a instituição havia feito um levantamento prévio
processo de construção dos modelos, visando, em dessas informações, as quais acabaram sendo com-
todos os casos, selecionar o método que apresen- provadas pelos os números de seu estudo.
tasse melhor resultado. Com isso, em números, o trabalho de Kantor-
Ao observar a Quadro 1, foi possível identi- ski et al. (2016) , pelo menos em termos de acurácia,
ficar similaridades entre os estudos apresentados, foi o que obteve maior destaque, por ter apresentado
tanto na escolha das variáveis a serem utilizadas em um valor superior aos demais, bem como apresentou
seus modelos preditivos quanto no que se refere às uma taxa de assertividade consideravelmente gran-
técnicas de classificação escolhidas. Dentre os estu- de (acima de 70%) na predição dos estudantes que
dos, os classificadores mais recorrentes são Árvore evadiriam do curso. Ainda em termos de acurácia,
de Decisão, Redes Bayesianas e Redes Neurais, sen- o trabalho de Santos, A; Santos, S e Rissoli (2013)
do eles: J48, Naive Bayes e Multilayer Perceptron, obtém destaque ao obter um percentual superior a
respectivamente. 90%, o mesmo pode ser dito para o trabalho de La-
No que se refere aos resultados obtidos pelos nes e Alcântara (2018), com um resultado próximo.
os estudos analisados, destaca-se o fato de que to- No que se refere às variáveis utilizadas nos
dos os estudos que fizeram uso dos classificadores estudos analisados, no Quadro 2 é possível verificar
da classe de Naive Bayes, indicaram acurácia supe- que existe uma variabilidade considerável na distri-
rior a outras técnicas empregadas, predizendo com buição das variáveis utilizadas em cada tipo de estu-
mais precisão, inclusive, quais seriam os graduandos do, com destaque para o estudo 1 que utilizou ape-
que iriam evadir do curso. Esta peculiaridade se deve nas variáveis genéricas como variáveis acadêmicas,
aos autores se sentirem mais confortáveis ao apli- sociais e econômicas, comuns a todos os demais,
car o classificador de redes bayesianas, Naive Bayes, sendo o único que não fez uso de variáveis específi-
pois pra eles o modelo gerado pelo algoritmo é de cas. Além disso, destaca-se o estudo 2, desenvolvido
fácil interpretação (MANHÃES et al., 2012). por Kantorski et al. (2016), que além das 8 variáveis
O trabalho elaborado por Balaniuk et al. comuns, fez uso de um número considerável de va-
(2011), apesar de mostrar bons resultados, não ex- riáveis específicas, 26 ao todo, mais um atributo de
pressou a acurácia do algoritmo aplicado. No decor- classe elencado pelo o autor.
rer do trabalho, é relatado que o número de evadidos
Quadro 2 – Relação das variáveis utilizadas em cada estudo

Variáveis utilizadas Estudo 1 Estudo 2 Estudo 3 Estudo 4 Estudo 5 Estudo 6


Frequência X X X
Reprovações em disciplinas X X X
Sexo X X X X
Estado civil X X
Idade/ faixa etária X X X X X
Profissão X
Renda familiar X X
3º SIMPIF

Endereço residencial X X
(distância entre a IES e a residência do estudante)
Coeficiente de Rendimento Acadêmico (CRA) X X X X X
Número de disciplinas por semestre X X X
Número de disciplinas concluídas X X X
Situação da matrícula X X X
Variáveis específicas X X X X X
(variáveis não dispostas no presente quadro e utiliza-
das apenas no contexto do próprio estudo)
Fonte: Elaboração própria.

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É possível verificar que o uso de redes
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tipo. Acredita-se que isso se deva ao fato de ser um neering: First International Conference, MEDI 2011,
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observou-se que na maioria dos estudos analisados,
ter/10.1007/978-3-642-24443-8_16. Acesso em:
o uso de variáveis socioeconômicas configura um 08 ago. 2019.
conjunto de fatores importante na elaboração des-
BAGGI, C. A. S; LOPES, Doraci Alves. Evasão e ava-
ses tipos de modelos.
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Espera-se, posteriormente, que estudos são bibliográfica. Avaliação, Campinas; Sorocaba, v.
deste tipo sejam realizados por áreas temáticas do 16, n. 2, p. 355-374, jul. 2011. DOI: http://dx.doi.
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ponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pi-
analisados possuíam um foco, na maioria das vezes,
d=S1414-40772011000200007&script=sci_abs-
centrando-se na elaboração de modelos aplicáveis tract&tlng=pt. Acesso em: 13 ago. 2019.
a cursos específicos, o que dificulta a análise com-
BEAN, J. P. Dropout and turnover: The synthesis and
parativa de alguns aspectos. Entre os estudos ana-
test of a causal model of student attrition. Research
lisados, apenas o desenvolvido por Kantorski et al. in Higher Education. Annual Meeting of American
(2016) apresentava um modelo mais genérico cuja Educational Research Association, São Francisco,
abordagem se aplicava a qualquer curso superior. v. 12, ed. 2, p. 155-187, 1980. DOI: https://doi.
org/10.1007/BF00976194. Disponível em: https://
Por fim, outro ponto que se destaca nos es-
link.springer.com/article/10.1007/BF00976194#-
tudos analisados diz respeito ao fato de que, apesar citeas. Acesso em: 13 ago. 2019.
de abordarem modelos preditivos, não fica claro em
DAVOK, D. F; BERNARD, R. P. Avaliação dos ín-
todos eles sobre como os modelos desenvolvidos dices de evasão nos cursos de graduação da
foram aplicados nas realidades estudadas no intuito Universidade do Estado de Santa Catarina –
de mitigar a evasão discente. Com isso, outros estu- UDESC. Revista da Avaliação da Educação Su-
perior, Sorocaba, v.21, n. 2, p. 503-521, jul.
dos podem ser desenvolvidos apenas com o objetivo
2016. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1414-
de comparar a realidade pré e pós aplicação desses 40772016000200010. Disponível em: http://
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III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 837


Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB | João Pessoa - PB, 27 a 29 de novembro de 2019
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Samara Caroline de Oliveira Braiane


Concepção dos alunos sobre as
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
metodologias vivenciadas e desejadas
Tecnologia da Paraíba no ensino de Biologia em uma escola
Rebeka Moreira Monteiro do Nascimento estadual em Cabedelo – PB.
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
Resumo
Luana Chaves da Silva
[email protected] Esta pesquisa foi realizada por discentes do curso de Licenciatura em
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba Ciências Biológicas atuantes do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência (PIBID) e teve como objetivo analisar o cenário
Thiago Leite de Melo Ruffo
[email protected] da disciplina de Biologia na perspectiva dos alunos em uma turma
Instituto Federal de Educação, Ciência e do ensino médio em uma escola estadual, localizada no município de
Tecnologia da Paraíba
Cabedelo, na Paraíba. Foram analisados os conteúdos que os alunos
apresentam mais facilidade e mais dificuldade em aprender, as ações
que poderiam ajudar na compreensão do conteúdo, as metodologias
vivenciadas e desejadas e, por fim, os assuntos que gostariam que
fossem mais debatidos em sala de aula. Tratou-se de uma pesquisa
de abordagem qualitativa, onde foi utilizado um questionário como
instrumento de coleta de dados. Os resultados constataram que eles gostam da disciplina e associam sua
importância com a área da saúde, apresentaram maior facilidade no conteúdo de reprodução dos seres vivos
e maior dificuldade nos assuntos de sistema nervoso, vírus e bactérias, afirmaram que o excesso de conteúdo
e as palavras difíceis dificultam a aprendizagem, foi constatado que o método mais trabalhado no ensino de
Biologia é a leitura explicativa, porém, gostariam que fossem realizadas mais aulas de campo e aulas práticas.

Palavras-chave: Perspectiva dos alunos. Metodologias. PIBID. Ensino de Biologia. Cabedelo.

Abstract

This research was carried out by students of the Biological Sciences Degree course acting from the Institu-
tional Program for Teaching Initiation Scholarships (PIBID), the objective was to analyze the scenario of the
discipline of Biology from the perspective of the students in a state high school, located in the municipality
of Cabedelo, Paraíba. Thus, we analyzed the contents that the students have the easiest and most difficult to
learn, the actions that could help in understanding the content, the methodologies experienced and the de-
sired, finally, the subjects that would like to be discussed more in the classroom. This was qualitative approach
research, where a questionnaire was used as a data collection instrument. The results found that they like the
discipline and associate its importance with the health area, they presented more easily in the reproduction
content of the living beings and more difficulty in the subjects of nervous system, viruses, and bacteria, af-
firmed that the excess of content and the words difficult to make learning difficult, it was found that the most
worked method in the teaching of biology is explanatory reading, however, they would like to have more field
classes and practical classes.

Keywords: Students’ perspective. Methodologies. PIBID. Biology teaching. Cabedelo.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 838


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

1. Introdução A partir do objetivo geral, decorreram outros,


que de forma específica, direcionaram as etapas da
É notório que o atual cenário da educação
pesquisa. São eles: Investigar a concepção dos alu-
brasileira baseia-se em salas de aula superlotadas,
nos sobre o ensino de Biologia; Verificar os conteú-
ausência de uma boa infraestrutura e de inovações
dos de Biologia em que eles apresentam mais facili-
nas metodologias de ensino, além de uma grande
dade em aprender e aqueles que mais apresentam
desvalorização dos educadores nas escolas. Tais
dificuldade e as ações que podem lhe ajudar a com-
fatores desencadeiam questionamentos, como
preender o conteúdo; Identificar as metodologias
de que modo fazer educação em um ambiente
vivenciadas e desejadas pelos alunos nas aulas de
como esse, seguindo os parâmetros curriculares
Biologia e por fim, constatar os assuntos que gosta-
e as necessidades do mercado de trabalho.
riam que fossem debatidos em sala de aula.
Principalmente em escolas de rede pública, onde
há alunos majoritariamente heterogêneos, com 2. Método da pesquisa
questões culturais e sociais variadas, o que exige do
A pesquisa foi realizada numa escola públi-
professor de Ciências o uso maleável de conceitos
ca de rede estadual, no município de Cabedelo, na
e técnicas, de modo que se adeque à realidade da
Paraíba, em uma turma de 2ª série do Ensino Mé-
comunidade escolar (LIMA; VASCONCELOS, 2006).
dio. Optou-se por utilizar uma abordagem mista, que
Nesse sentido, é indispensável uma melhora
combina e associa as formas quantitativas e quali-
no ensino básico de ciências no Brasil. Segundo a
tativas. De acordo com Malhotra (2006), a pesqui-
Academia de Ciências Brasileira (2008), a disciplina
sa qualitativa é uma metodologia não-estruturada e
de ciências, quando trabalhada de forma correta, é
exploratória, fazendo o uso de pequenas amostras
capaz de estimular o pensamento lógico e a curiosi-
e proporcionando uma contextualização do proble-
dade, o que consequentemente favorece a vida em
ma, enquanto que a pesquisa quantitativa é uma
democracia através do letramento dos cidadãos, ca-
metodologia que procura quantificar os dados, que
pacitando-os para enfrentar os desafios da socieda-
na maioria das vezes, faz uma análise de forma es-
de vigente.
tatística.
Entretanto, os currículos escolares encon-
O instrumento de coleta de dados utilizado foi
tram-se fortemente embasados em uma visão frag-
o questionário (Figura 1) que teve sua aplicação no
mentada dos conteúdos, sobretudo nas disciplinas
dia 19 de fevereiro de 2019, no qual 15 alunos par-
da educação científica. Dessa forma, poucas vezes é
ticiparam (Figura 2). Essa é uma técnica que serve
discutido o contexto histórico desses saberes cien-
para coletar as informações da realidade, tanto do
tíficos, que por vezes são apresentados como sen-
empreendimento quanto do mercado que o cerca,
do verdades absolutas e imutáveis (BRITO; SOUZA;
apresentando grande aspecto positivo por ter um
FREITAS, 2008).
baixo custo, sendo um democratizador da pesquisa
Diante disso, as discentes do curso de Licen-
(CHAER; DINIZ; RIBEIRO, 2011). Com isso, os dados
ciatura em Ciências Biológicas atuantes no Progra-
coletados foram registrados em uma planilha do Ex-
ma Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência
cel e as respostas foram agrupadas em categorias
3º SIMPIF

(PIBID), ao vivenciar o cotidiano escolar em sala de


criadas pelos autores deste trabalho. Em seguida,
aula, tiveram como objetivo geral desta pesquisa
foram elaborados gráficos com o intuito de facilitar a
analisar o cenário da disciplina de Biologia na pers-
visualização dessas categorias.
pectiva dos alunos em uma turma do ensino médio,
na escola em que atuam, numa escola pública de
rede estadual, localizada no município de Cabedelo
na Paraíba.

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EDUCAÇÃO E ENSINO

Figura 1 – Questionário sobre o ensino de Biologia. uma das disciplinas mais relevantes e merecedoras
da atenção dos alunos ou uma das disciplinas mais
insignificantes e pouco atraentes.

Figura 3 - Respostas dos alunos sobre sua relação com a


disciplina de Biologia.

Fonte: Acervo pessoal, 2019.

Quanto à resposta sobre a opinião dos discen-


tes em relação a importância em aprender Biologia,
66% afirmaram ser importante, 20% não respondeu

Fonte: Dados da pesquisa. à pergunta, 7% afirmou não ser importante e 7%


declarou não saber responder à pergunta. Os 7%
Figura 2 – Aplicação do questionário. que disseram não ser importante não responderam
o porquê de não ser importante, nem as relações que
tem com o seu dia a dia, assim como os que dis-
seram não saber também não souberam responder
ambos os questionamentos. Isso se explica pelo fato
de que os conteúdos de Biologia trabalhados pelos
professores não têm sido vinculados ao cotidiano
dos alunos, o que indica a necessidade de dissemi-
nar práticas pedagógicas que valorizem esta abor-
dagem (MALAFAIA; BÁRBARA; RODRIGUES, 2010).
Os docentes devem expandir de forma mais ampla
o conhecimento sobre a ciência para os discentes,
Fonte: Acervo pessoal, 2019.
pois de acordo Santos et. al. (2011) é necessário es-
timular os alunos para esse campo do saber, já que
3. Resultados
o domínio do conhecimento científico é a alavanca

Foram coletados dados de um total de 15 para o desenvolvimento de um país.

alunos da 2ª série B do Ensino Médio, com idades Com relação à pergunta do porquê é impor-
3º SIMPIF

variadas entre 15 e 18 anos. A respeito da relação tante aprender Biologia (Figura 4), 20% do que

dos discentes com a disciplina de Biologia (Figura responderam disseram que serve para aprender so-

3), foi constatado que a maioria da turma gosta da bre os seres vivos e 20% não conseguiram indicar

disciplina. No estudo de Malafaia, Barbara e Rodri- a importância do ensino de Biologia. O restante dos

gues (2010), é afirmado que essa relação dos alunos discentes apresentaram opiniões diversas, como por

com a disciplina depende de como ela é ensinada, exemplo: importante para aprender mais sobre a Me-

pois, através disso a Biologia pode ser considerada dicina, para aprender coisas importantes, para co-

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nhecer o corpo humano, para conhecer a natureza, No tocante ao que eles enxergam entre os
para conhecer o planeta e crescimento para o futuro, conteúdos de Biologia e o seu dia-a-dia, 90% não
os respectivos apresentaram 10% em cada respos- responderam, demonstrando que os conteúdos não
ta. Existem diversas opiniões a respeito do porquê são voltados para a realidade desses alunos ou que
se estudar biologia, pois a questão é muito ampla eles não são capazes de fazer essa associação, des-
para ser respondida monossilabicamente. Santos et. conhecendo totalmente outros diversos assuntos da
al. (2011) afirmam que o ensino de Ciências evoluiu Biologia que podem ser associados ao seu cotidiano.
de acordo com as circunstâncias e a época, acompa- Enquanto que, apenas 10% dos alunos que conse-
nhando o desenvolvimento da sociedade, haja vista guiram fazer associação com seu cotidiano respon-
sua forte presença na vida do homem. A partir disso, deram que conseguem relacionar a disciplina com a
percebe-se que este campo do saber está ligado di- área da saúde. De acordo com Borges e Lima (2007)
retamente à vida cotidiana das pessoas e que mui- o ensino de Biologia se organiza ainda hoje de modo
tos discentes não sabem fazer esta correlação, isto a privilegiar o estudo de conceitos, linguagem e me-
ocorre porque muitas vezes os docentes explicam o todologias desse campo do conhecimento, tornando
conteúdo cientificamente esquecendo de relacioná- as aprendizagens pouco eficientes para interpreta-
-lo com o cotidiano dos alunos. ção e intervenção na realidade. Atender às deman-

Figura 4 – Opinião dos alunos sobre o porquê é importan- das atuais exige uma reflexão profunda sobre os
te aprender Biologia. conteúdos abordados e sobre os encaminhamentos
metodológicos propostos nas situações de ensino.
Ensinar Ciências é fazer com que o aluno contribua
para o seu próprio desenvolvimento, e que seja ca-
paz de questionar, refletir e raciocinar (SANTOS et.
al., 2011). Todos os discentes deveriam ser capazes
de relacionar questões biológicas com o cotidiano,
no entanto, isto não acontece, como pode-se ver nas
respostas deste questionário.
Sobre os conteúdos que eles apresentam
maior facilidade (Figura 5), 25% dos alunos não
souberam responder. Já o conteúdo mais citado pela
turma foi “reprodução dos seres vivos”, que ficou no
topo da lista como com 19%, sendo o conteúdo que
os alunos apresentam maior facilidade para apren-
der. Outros 13% responderam de forma desconexa.
Outros tantos conteúdos, tais como seres humanos,
animais, seres vivos, tudo, plantas, células e cadeia
alimentar, obtiveram menos de 10% de citação
cada, totalizando sua soma em 43%.
3º SIMPIF

Fonte: Dados da pesquisa.

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Figura 5 – Respostas dos alunos sobre os conteúdos de e 5% disseram ser outros, mas não especificaram
Biologia em que apresentam maior facilidade.
o que exatamente dificulta esse aprendizado. Ciên-
cias e Biologia são disciplinas que muitas vezes não
despertam interesse dos alunos, devido à utilização
de nomenclatura complexa para as mesmas. Isso
exige do professor que faça a transposição didáti-
ca de forma adequada e também faça uso diversas
estratégias e recursos. A utilização de jogos, filmes,
aulas em laboratório, saídas de campo são alguns
Fonte: Dados da pesquisa. recursos que podem ser utilizados, pois, podem pos-
sibilitar a compreensão dos alunos no sentido da
Quando perguntados sobre quais conteúdos
construção de conhecimentos relacionados à área
eles apresentavam maior dificuldade em aprender
(NICOLA; PANIZ, 2016).
(Figura 6), 26% dos alunos não responderam à per-
Figura 7 – Respostas dos alunos quando perguntados
gunta, quatro categorias foram representadas com
sobre o que dificulta o aprendizado em Biologia.
11%, que disseram ter dificuldade com os conteúdos
de sistema nervoso, vírus, bactérias e nenhum con-
teúdo. Houve cinco categorias representadas como
“outros” (menos de 10%), que juntos somam 30%.
Nesta, estão incluídos os conteúdos de plantas,
células, corpo humano, os que não souberam res-
ponder e os que responderam de forma desconexa.

Figura 6 – Respostas dos alunos sobre os conteúdos de Fonte: Dados da pesquisa.


Biologia em que apresentam maior dificuldade.
Em relação às metodologias que os discentes
já vivenciaram em sala de aula (Figura 8), foi possível
constatar que a leitura explicativa foi o método mais
trabalhado pelos professores (17%), a utilização
de vídeos/filmes/animações/desenhos foi indicada
com 14%, as aulas práticas com 12% assim como
os experimentos. Em seguida, 10% indicaram a aula
expositiva como metodologia vivenciada, por fim,
outras 6 categorias foram listadas pelos alunos, que
está indicada como “outros” (juntos somam 35%).
Fonte: Dados da pesquisa. Nela estão incluídos os seminários, a elaboração de
maquetes, aula de campo, estudo de caso, produção
Diante das dificuldades apresentadas nos
textual e jogos didáticos.
conteúdos da disciplina de Biologia os alunos foram
3º SIMPIF

questionados sobre o que dificulta esse aprendizado


(Figura 7), dentre os contextos abordados, o exces-
so de conteúdo foi constatado como o maior desafio
enfrentado por eles com 37%; as palavras difíceis
com 32%, a visualização do conteúdo com 16%
(por causa da falta de utilização de imagens, mode-
los didáticos e vídeos), aulas monótonas com 16%

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Figura 8 – Respostas dos alunos sobre as metodologias aulas práticas o desejo por aulas no laboratório de
que já vivenciaram nas aulas de Biologia.
informática também foi escolhido com 14%, a utili-
zação de tecnologias proporciona aos alunos todos
os tipos de ferramentas novas e altamente eficientes
para que conquistem suas autonomias podendo in-
clusive aprender sozinhos (PRENSKY, 2010).
A utilização de jogos didáticos obteve 11%,
a utilização de vídeos, filmes, animações e desenho
com 10%, outras 8 metodologias foram indicadas
pelos alunos, se encontram na categoria outros com
32%, dentre elas estão a realização de experimen-
tos, elaboração de maquetes, aula expositiva, estudo
dirigido, leitura explicativa, teatro e dramatização,
seminários e produção textual. Esses resultados
Fonte: Dados da pesquisa.
demonstram como o método tradicional de ensino,
A maior porcentagem na categoria de leitu- que baseia-se na memorização do conteúdo, ainda
ra explicativa se dá ao fato de que esse método é se encontra bastante presente na escola e como isso
o mais recorrente nas aulas de Biologia, isso pode pode afetar os processos de ensino e aprendizagem.
acontecer por falta de formação dos profissionais Com a utilização de recursos didático- pedagógicos,
da área para relacionar o ensino com metodologias pensa-se em preencher as lacunas que o ensino tra-
da atualidade. A incorporação das tecnologias como dicional geralmente deixa, e com isso, além de expor
conteúdos básicos comuns é um elemento que con- o conteúdo de uma forma diferenciada, fazer dos
tribui para uma maior vinculação entre os contextos alunos participantes do processo de aprendizagem
de ensino e as culturas que se desenvolvem fora do (CASTOLDI; POLINARSKI, 2009).
âmbito escolar. O objetivo de introduzir tecnologias Figura 9 – Respostas dos alunos sobre as metodologias
da informação e comunicação na escola é para ob- que gostariam que fossem mais utilizadas na disciplina de
Biologia.
ter êxito na inovação pedagógica, pois, o aprendiz ao
manusear tecnologias adequadas, poderá utilizá-las
na integração de matérias estanques. A escola passa
a ser um lugar mais interessante que prepararia o
aluno para o seu futuro (MERCADO, 1998).
Sobre as metodologias que os alunos gosta-
riam que fossem mais utilizadas (Figura 9), indica-
ram a aula de campo com 19% e isso é animador,
uma vez que, esse tipo de aula é um instrumento efi-
ciente para o estabelecimento de novas perspectivas
na relação entre o homem e a natureza (SENICIATO;
3º SIMPIF

CAVASSAN, 2004). Em seguida, estão as aulas prá-


ticas com 14%, essas aulas complementam as aulas
teóricas, é uma metodologia que permite aos alunos
uma visualização e entendimento de algo que antes
só estava presente no seu imaginário, isso desperta
o interesse dos discentes na disciplina e conteúdos
Fonte: Dados da pesquisa.
trabalhados (LIMA; GARCIA, 2011). Assim como as

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 843


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Com relação ao questionamento sobre que Figura 11 – Respostas dos alunos sobre as ações que
ajudariam com os conteúdos que apresentam maior difi-
assuntos os alunos gostariam que fossem mais de- culdade de aprender.
batidos na disciplina de Biologia (Figura 10), a maio-
ria (20%) não respondeu à questão, 14% indicara
o conteúdo de cadeia alimentar como desejado,
13% disseram não saber responder, com também
13% o conteúdo de Bactérias foi indicado. Outros 6
conteúdos foram listados, eles foram agrupados na
categoria “Outros”, com 40%, neles estão inclusos
os assuntos sobre DST’s, fotossíntese, seres vivos,
os que responderam de forma desconexa e os que
indicaram todos os conteúdos.

Figura 10 – Respostas dos alunos sobre os assuntos ou


temas que gostariam que fossem mais debatidos na disci-
plina de Biologia?

Fonte: Dados da pesquisa.

Levando em consideração os dados coleta-


dos, pode-se perceber que ainda há muito que se
modificar no ensino, os alunos já estão cansados
de aulas monótonas, necessitam de novos modelos
educativos como o uso de metodologias ativas e le-
tramento científico, onde o professor seja só o inter-
mediador do conhecimento e eles possam interagir
de forma prática para a busca de seu aprendizado.
Entre essas metodologias de ensino que es-
Fonte: Dados da pesquisa.
tão sendo apresentadas no mundo atual, as metodo-
Sobre as ações que ajudariam os alunos a logias ativas devem ser um ponto de partida. O mun-
compreender melhor o conteúdo (Figura 11), foi do está em uma evolução cada vez mais rápida e é
constatado que a maioria deseja fazer o uso de necessário que os alunos investiguem, questionem,
apostilas e vídeos (45%), a utilização dos vídeos construam conhecimentos, utilizem meios tecnológi-
contendo animações são considerados ótimo instru- cos disponíveis e, sobretudo, ganhem autonomia ao
mentos, pois possibilitam a flexibilidade cognitiva, longo da aprendizagem adquirindo, assim, a capaci-
além da transferência de conhecimento (MENDES, dade de resposta às situações novas que irão encon-
2010), desse modo, torna a associação do conteúdo trar no futuro (COSTA, 2000). Por isso, é importante
mais fácil. A lista de exercícios foi representada com que os professores se inteirem dos novos métodos
32%, o núcleo de aprendizagem foi representado educacionais para poder proporcionar aos alunos
com 14% e monitorias com 9%. aulas mais participativas.
3º SIMPIF

4. Conclusão/Considerações

Por meio dos resultados obtidos nessa pes-


quisa constatou-se que a maioria da turma gosta da
disciplina de Biologia, bem como reconhecem sua
importância, apesar de apresentarem dificuldades

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 844


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

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3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 846


Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB | João Pessoa - PB, 27 a 29 de novembro de 2019
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

João Vítor Nóbrega Vieira


Confecção de materiais de baixo custo
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
para alunos deficientes visuais no
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa ensino da termoquímica
Matheus Andrews dos Santos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
Resumo
Maria Fernanda Vital Ramalho
[email protected] O ensino da química para alunos deficientes visuais é um dever insti-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa tucional, e o seu desenvolvimento é importante em nossa sociedade.
Desta forma a educação inclusiva tem sido a principal solução para
João Andréa de Lucena Lira
[email protected] trabalhar a integração de deficientes visuais no âmbito escolar, tra-
Instituto Federal de Educação, Ciência e zendo para eles a mesma experiência de um aluno normovisual. Este
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
artigo tem o objetivo de relatar a confecção e aplicação de materiais
voltados para a educação inclusiva no ensino de química. A metodo-
logia constituiu-se de uma abordagem qualitativa de natureza partici-
pante, de caráter sugestivo para a elaboração de materiais didáticos.
Foram produzidos gráficos em alto relevo que são vistos em termo-
química, trazendo como benefício a exploração dos recursos táteis
do estudante deficiente e o baixo custo de produção e o transporte facilitado. Identifica-se a necessidade de
uma atualização na metodologia e na prática dos professores, permitindo a busca de novos conhecimentos e
incitando a percepção de cada aluno como sendo um ser individual, portador de suas próprias necessidades,
favorecendo assim o surgimento de uma prática pedagógica efetiva. O material utilizado resultou em uma
melhor compreensão do assunto por parte do estudante, que possui agora uma representação gráfica que
atenda suas necessidades de ensino.

Palavras-chave: deficiência visual, ensino inclusivo, termoquímica, recursos didáticos.

Abstract

Teaching chemistry to visually impaired students is an institutional duty, and its development is important in
our society. In this way inclusive education has been the main solution to work the integration of the visually
impaired in the school environment, bringing them the same experience as a normovisual student. This article
aims to report the making and application of materials for inclusive education in chemistry teaching. The me-
thodology consisted of a qualitative approach of participant nature, of suggestive character for the elaboration
of didactic materials. High relief graphics have been produced which are viewed in thermochemistry, bringing
as benefit the exploitation of tactile resources of the disabled student and the low cost of production and facili-
tated transportation. It identifies the need for an update in the methodology and practice of teachers, allowing
the search for new knowledge and encouraging the perception of each student as an individual being, bearer of
their own needs, thus favoring the emergence of an effective pedagogical practice. The material used resulted
in a better understanding of the subject by the student, who now has a graphic representation that meets his
teaching needs

Keywords: visual deficiency, inclusive education, thermochemistry, didactic resources.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 847


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

1. Introdução teriais que os auxiliem no processo de aprendizagem


da termoquímica, que possa servir como mais uma
O ensino da química para alunos deficientes
opção metodológica para o professor, tendo um bai-
visuais é um dever institucional, e o seu desenvol-
xo custo e simples confecção, facilitando assim sua
vimento é importante em nossa sociedade. Desta
confecção e seu uso, pontos essenciais para que
forma a educação inclusiva tem sido a melhor forma
haja uma inclusão mais facilitada dentro do ambien-
para se trabalhar no âmbito escolar, trazendo os de-
te acadêmico, permitindo que estudantes com algu-
ficientes visuais para dentro das salas de aula rece-
ma limitação física tenham sua aprendizagem mais
bendo a mesma experiência de aula que um aluno
facilitada por um processo simples, mas muito sig-
não deficiente visual.
nificativo.
Os desafios encontrados dentro dessa intera-
Estudantes com deficiência visual apresen-
ção são enormes e vem sendo objetos de debates
tam limitações e dificuldades que vão muito além do
nos últimos tempos, pois muitas vezes os professo-
cunho visual apenas, possuindo complicações tam-
res não recebem algum tipo de instrução pedagógica
bém nas áreas de comunicação, segregação, expe-
para saber como trabalhar melhor os assuntos com
rimental e de operacionalização matemática. Ao se
os discentes que possuem alguma deficiência visual
pensar em acessibilidade ao conhecimento por to-
(MÓL et al., 2005), graças a dependência do recurso
dos os alunos do ambiente estudantil de forma igua-
visual. Franco, Riço e Galésio (2002) enfatizaram que,
litária, se faz extremamente necessário viabilizar a
Para que o avanço teórico não se torne em apresentação e utilização de modelos metodológicos
obstáculo (por insuficiência inclusiva dos diferenciados dos usados no ensino regular, fazendo
contextos) há que fazer um esforço sério
uso também de materiais alternativos que possam
para a construção de contextos com ca-
ser impressos e/ ou estarem disponíveis em livros
racterísticas de fato inclusivas. Tais con-
e na internet, viabilizando o processo de inclusão e
textos não podem ser construídos a partir
da normalidade de um grupo, adaptando- igualdade, e garantindo uma troca de conhecimen-
-se posteriormente a outro, mas terão que tos mais abrangente acerca do assunto, permitindo
nascer de tal forma que todos aqueles que a evolução e propagação de materiais metodológi-
neles vão interagir e crescer o façam de cos alternativos em grande escala.
forma igualmente valiosa, mas diferenciada
A inclusão de alunos deficientes visuais em
(FRANCO, RIÇO E GALÉSIO, 2002).
salas de aula regular de ensino médio promove o
Um dos assuntos abordados pela química no surgimento repentino, para professores, de barreiras
ensino médio é a termoquímica, parcela da discipli- e de necessidades de criar alternativas de desenvol-
na que estuda, observa e explica as transformações ver materiais e métodos para atender as necessida-
ou trocas de calor ocorridas durante as reações quí- des e facilitar a aprendizagem dos seus alunos, per-
micas, nos mostrando as relações que podem haver mitindo a participação efetiva de todos os discentes
entre a quantidade de calor (energia) disposto em durante o processo. Pensando nisso, o objetivo deste
um ambiente e as possíveis reações que acontecerão artigo é apresentar um tipo de material que possa
naquele meio, analisando se houve perda ou ganho auxiliar os professores de química a ter novas op-
3º SIMPIF

de calor, classificando-as como reações exotérmicas ções metodológicas dentro de sala, preparando-o
ou endotérmicas respectivamente. Entretanto, para para atender a possíveis deficiências no processo de
que haja este processo, se faz necessário a análise aprendizagem de algum aluno, referindo-se em es-
de gráficos para compreender as questões e os ensi- pecífico ao assunto da termoquímica e as barreiras
namentos propostos. da acessibilidade ao conhecimento igualitário por
Pensando nisso, se torna extremamente ne- todos, indistintamente.
cessário trazer para a realidade desses alunos, ma-

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O objetivo principal da pesquisa é desenvol- Problemática do artigo: os estudantes com


ver material que possa auxiliar alunos e professores deficiência visual apresentam dificuldades não só vi-
de química a ter novas opções metodológicas den- suais, porém também de comunicação, segregação,
tro de sala, referindo-se em específico ao assunto experimental e de operacionalização matemática. Ao
da termoquímica, ao trabalhar os gráficos termo- se pensar em acessibilidade ao conhecimento por to-
químicos que nos livros didáticos são explorados dos os alunos de forma igualitária, viabilizamos a apre-
de forma visual. Os objetivos específicos são: De- sentação de modelos, utilizando materiais alternati-
senvolver estratégias criativas para a promoção da vos aos impressos e disponíveis em livros e internet.
aprendizagem; Compreender as diversas formas de
2. Referencial teórico
aprendizagem dos alunos; Produzir materiais didá-
ticos específicos da química; Planejar e executar a Segundo Paulo Freire, é observável que em
aplicação de roteiros para utilização de materiais di- primeiro lugar para se educar é necessário primei-
dáticos adaptados. ramente fazer com que o aluno perceba que ele
Fala-se muito, hoje em dia, sobre a cidada- tem espaço no mundo e que ele exerce uma função
nia da pessoa com necessidades educacionais espe- (FREIRE, 1967 apud SAMPAIO, 2018). É importante
ciais, seus direitos e deveres. É importante valorizar neste caso recuperar sua estima, ou muitas vezes
a diversidade, porém deve ser permitido ao profes- ajudar a construí-la. Quando o aluno começa a repa-
sor o tempo, espaço e disponibilidade de recursos rar esses detalhes, começa então a surgir a neces-
e conhecimento para desenvolver métodos especí- sidade, busca e admiração pelo aprendizado, sendo
ficos e adequados para alcançar o desenvolvimento incentivado por novas ideais que começam a surgir.
integral e realizar atividades voltadas para o que é Nesse momento o educador começa a trabalhar com
inerente à cada especificidade, de modo a potencia- esse aluno de forma diferente, fazendo uma relação
lizá-la. Neste contexto, apresentamos possibilidades direta do ensino com a realidade vivida pelo aluno.
de superação das dificuldades funcionais das pes- Desta forma, segundo experiências feitas por Pau-
soas com deficiência visual, no ambiente da sala de lo Freire, é possível se obter melhores resultados na
aula, em particular ao se deparar com conteúdo de educação.
química do ensino médio. Segundo Paulo, Borges e Delou (2018):
A Educação Especial e Inclusiva é uma rea-
Para um melhor entendimento de de-
lidade em nosso país. Hoje em dia, crianças e ado-
terminados conceitos, o deficiente visual
lescentes com necessidades especiais frequentam necessita de ferramentas que minimizem a
classes regulares de ensino e não mais ficam fora barreira do acesso à informação e assim,
da escola ou exclusivamente em escolas especializa- os auxilie a construir uma aprendizagem
das. No entanto, não há uma preparação dos docen- significativa.

tes para atender às necessidades desses discentes,


Estes pesquisadores desenvolveram mate-
nem tão pouco material especifico para auxiliar na
riais voltados para o processo de ensino-aprendiza-
orientação pedagógica desse alunado, o que torna
gem de química, nos conteúdos de química orgânica.
o sonho da integração um pouco distante. Investi-
3º SIMPIF

O processo de inclusão é um dever para as


gações sobre metodologias de ensino e a elabora-
instituições de educação básica, técnica e tecnológi-
ção de material didático com o intuito de suprir as
ca. Tal direito por parte dos estudantes com neces-
necessidades acarretadas pele deficiência visual no
sidades especiais está garantido na Lei de Diretrizes
processo de ensino-aprendizagem, torna-se cada
e Bases da Educação Nacional no 9.394/96 (Brasil,
vez mais necessária ao passo que o número desses
1996), esta deixa claro que os indivíduos com neces-
discentes incluídos no sistema educacional se torna
sidades especiais devem ser atendidos pela própria
a cada ano mais intenso.

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rede pública regular de ensino e que os sistemas de (2004, apud Marchi, 2016), ‘Aprender a Conhecer’,
ensino devem assegurar professores com especia­ ‘Aprender a Fazer’, ‘Aprender a Viver Juntos’ e ‘Apren-
lização adequada em nível médio ou superior para der a Ser’, destaca-se, principalmente o aprender a
atendimento especia­lizado, bem como professores conhecer, base que qualifica o fazer, o conviver e o
do ensino regular capacitados para a integração ser - síntese de uma educação que prepara o indi-
desses educandos nas classes comuns (art. 59). A víduo e a sociedade para os desafios futuros, como
Resolução CNE/CEB nº 2/2001 (Brasil, 2001), por o de aceitar e saber manusear as tecnologias assis-
sua vez, institui, em seu art. 1º, “as Diretrizes Na- tivas e preparar-se para as constantes e aceleradas
cionais para a educação de alunos que apre­sentem transformações e diferenças existente no mundo.
necessidades educacionais especiais, na Educação No último Censo Demográfico feito pelo IBGE,
Básica, em todas as suas etapas e suas modalida- em 2010, 45,6 milhões de pessoas declararam ter
des” (p. 1). Apesar da sua obrigatoriedade legal, o pelo menos um tipo de deficiência, seja do tipo visual,
atendimento inclusivo ainda se encontra em fase auditiva, motora ou intelectual. Entre as deficiências
embrionária. Pesquisas apontam a falta de preparo pronunciadas, a mais comum foi a visual, engloban-
dos sistemas, das escolas e, em especial, dos pro- do 3,5% da população. Apesar de representarem
fessores como as principais causas da insipiência 23,9% da população brasileira, estas pessoas não
da Educação Inclusiva (Bruno, 2007; Glat e Pletsch, vivem em uma sociedade adaptada, e muito menos
2004; Glat e Nogueira, 2002). tem acesso a um ensino que esteja pronto e saiba
Segundo Santos (2011), o aumento de alunos aproveitar suas delimitações. Por esta razão, há a
com deficiência visual no ensino regular, não garan- crescente carência de novos referenciais pedagógi-
te que a escola se torne um contexto inclusivo, que cos e teóricos para o firmamento e evidenciamento
reconheça a diversidade e responda com qualidade dos alunos no meio educacional e incentivo de seus
didático-pedagógica às necessidades de aprendiza- potenciais individuais, ou seja, da construção e de-
gens desses alunos. Os esforços de professores para senvolvimento de uma estrutura inclusiva. Se fazem
atender a esses alunos tornam-se ainda mais árduos necessários pensamentos progressistas por parte
quando se têm poucos estudos e materiais publica- daqueles que detém conhecimento e possuem a res-
dos sobre o tema. Apesar do empenho na questão ponsabilidade de passá-lo aos seus alunos.
apresentada, ainda podemos observar empecilhos De acordo com Marcelo Miranda:
na inserção de materiais teóricos e referenciais que
A produção, a confecção, o baixo custo,
visem o suporte ao aluno deficiente, esse aconteci- inclusive, revela uma curiosidade sobre o
mento se torna ainda mais claro em ambientes aca- povo. As pessoas, às vezes na pressa, na
dêmicos públicos. opção de aproveitar as coisas que já es-
Quando se fala em ensino de química o pro- tão prontas, acabam por não produzirem,

blema é ainda maior. Atualmente, existem poucos não adaptarem, não criarem coisas como
essa. Simples, mas de efeito muito intenso
materiais adaptados disponíveis para alunos com
na pessoa que está estudando, tem a de-
deficiência visual, principalmente os relacionados
ficiência visual e que precisa dessas infor-
ao ensino da química. A preparação de professores mações. (Camila Torres, G1,2018)
3º SIMPIF

para a educação especial é de suma importância na


concretização da inclusão educacional.
3. Método da pesquisa
A propagação e divulgação de metodologias
e materiais alternativos ajuda na superação das di- Pretendemos aprofundar aspectos da edu-
ficuldades por parte dos docentes ao enfrentar os cação de cegos, assumindo o sistema tátil como
problemas da inclusão. Dentre os quatro princípios fundamental no processo de mediação pedagógica.
propostos para a educação do século XXI de Delors Pautados em bases sócio-históricas e culturais apre-

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 850


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sentamos uma pesquisa sugestiva sobre o processo Desta forma, a equipe composta por discen-
ensino-aprendizagem de química. tes e docentes de química se reuniram em horários
Dentre os diversos tipos de pesquisas, acre- alternativos na própria escola para a montagem do
dita-se que a exploratória-qualitativa é a que mais material que foi pensado de forma que tivesse um
se enquadra neste trabalho. Exploratória, pois há baixo custo e fácil aplicação.
pouco conhecimento sobre o tema abordado. Quali- Utilizando o papel A4 como base, reprodu-
tativa, porque o pesquisador procura entender o fe- ziram o conteúdo dos gráficos, recortando o EVA e
nômeno segundo as perspectivas dos participantes colando-os com a cola bastão, também utilizando
da situação estudada. das colas 3D para a confecção de indicações em re-
Segundo Gil (1999), a pesquisa exploratória levo. As legendas das imagens foram passadas para
é desenvolvida no sentido de proporcionar uma vi- o braile.
são geral acerca de determinado fato. Portanto, esse Em um horário oposto ao das aulas, o discen-
tipo de pesquisa é realizado, sobretudo, quando o te deficiente visual recebeu uma aula de revisão do
tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil assunto de termoquímica passado em sala, porém
formular hipóteses precisas e operacionais. utilizando o material adaptado. Conduzido por um
Concordamos com Echeverria (1993) quan- dos alunos envolvidos na montagem, o discente de-
do afirma que, segundo o pensamento marxista, o ficiente visual pôde sentir o gráfico por meio do tato,
concreto é o ponto de partida da observação e da entendendo melhor como ocorria o processo de tro-
concepção. Portanto, a apropriação sensorial do ob- ca de calor, tanto em reações endotérmicas quanto
jeto de estudo, apesar de sempre imprecisa, pois não nas exotérmicas.
toma o objeto em suas conexões profundas, repre- Figura 1 - Representação dos gráficos termoquímicos.
senta o elo primeiro com a abstração. Por sua vez, a (Imagem do autor)

abstração é um meio de compreender o objeto, esta-


belecendo os nexos que permanecem ocultos para o
conhecimento empírico.
Portanto, o material tem o tato como eixo
central na mediação pedagógica, pois é necessário
que sejam utilizados outros recursos de ensino que
estimulem os vários sentidos do aluno.
A metodologia desenvolvida no presente tra-
balho surge a partir da observação da aplicação de
materiais alternativos com um discente deficiente Figura 2 - Discente com deficiência visual usando o mate-
rial didático (Imagem do autor)
visual, incluso em sala de aula regular de ensino
técnico integrado ao médio, em uma escola profis-
sionalizante situada na cidade de João Pessoa – PB.
Tendo num primeiro momento uma reunião dos par-
ticipantes da pesquisa na idealização de materiais
3º SIMPIF

adaptados, neste momento avaliou-se que a maior


dificuldade seria a análise e entendimento de grá-
ficos termoquímicos por parte do aluno deficiente
visual, uma vez que, esta prática é uma atividade ex-
Na pesquisa, utilizou-se a técnica da obser-
tremamente visual nos materiais didáticos utilizados
vação, na qual, segundo Oliveira (2010, p. 23) “é o
nas escolas regulares.
instrumento que mais fornece detalhes ao pesquisa-

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 851


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dor” devido “Possibilitar-nos ver o comportamento recursos didáticos adaptados que visem aproximar
dos participantes em uma nova luz e descobrir novos o estudante do assunto que está sendo exposto no
aspectos do contexto”. Para a técnica de observação ambiente educacional. Se faz necessário perspecti-
há vários instrumentos que podem ser utilizados para vas e visões inovadoras por parte daqueles que são
coletar os dados, nesta pesquisa empregou-se: ano- os maiores responsáveis de passar conhecimento:
tações, no qual foi realizada a análise das informações os professores.
e dos comentários durante a execução do trabalho. Os gráficos foram utilizados em aula abor-
dando conceitos de termoquímica. Os gráficos com
4. Resultados da pesquisa
exemplos de reações endotérmicas e exotérmicas
Ao atuar no aprendizado de um portador de ajudaram no entendimento dos conceitos abordados
deficiência visual, visando promover a ele um ensino durante o decorrer das aulas ministradas. O discente
de qualidade, devemos primeiramente analisar um deficiente visual apresentou ter entendido como se
fator primordial: adaptação. Adaptação esta que não dava os processos de liberação e absorção do calor
deve provir apenas do estudante, que por si só já dis- nas reações apresentadas pelos gráficos adaptados.
põem de diversas situações no dia-a-dia que o fazem Na confecção do recurso didático desenvolvido nes-
sentir a sensação de desencaixe social, mas sim de ta atividade, buscou-se utilizar materiais de baixo
seus docentes, que são responsáveis por garantir a custo, com facilidade de aquisição e priorizando a
ele um ensino de qualidade e que seja essencialmen- utilização de diferentes texturas e cores, contem-
te pautado para atender suas dificuldades, abrin- plando também alunos com baixa visão. A escolha
do espaço também para a necessidade de encarar dos elementos utilizados é uma perfeita demonstra-
cada aluno como um ser individual, respeitando e ção de como podemos abrir espaço para que novos
contornando suas limitações, propondo-o assim um materiais integradores adentrem no âmbito educa-
ambiente igualitário, onde o aluno possa desfrutar cional brasileiro, promovendo a igualdade e a chance
das mesmas chances dadas a estudantes normovi- igualitária de aprendizado entre estudantes que par-
suais. Vê-se a crescente emergência de produção ticipam de uma mesma sala, mas que quando vistos
de novos referenciais teóricos que ajudem a tornar de maneira individual e exclusiva, possuem cada um,
o ambiente acadêmico mais inclusivo, assim como suas próprias limitações. Considerando também o
o aprendizado, resultando na formação de uma es- fato de que a elaboração cognitiva se fundamenta na
trutura inclusiva, assim como a que foi mostrada no relação com o outro, observou-se que o desenvolvi-
presente trabalho. mento dos materiais pelos alunos normovisuais per-
Com fundamentação nas experiências vividas mitiu, também, promover a interação entre os alunos
durante o processo, que foi desde a formação, até de modo que a inclusão promoveu a socialização,
a utilização do material adaptado, nos foi permitido respeito e cidadania, é de grande significado que
ver caminhos que, se trilhados com determinação, tanto professores quanto alunos sejam engajados
engrandecem e aprimoram o aprendizado. É visível em temáticas como essa, pois abre os olhos para a
que conteúdos, de uma maneira geral, e não ape- possibilidade de inclusão e de acesso a uma educa-
nas na matéria de química, podem sim ser ministra- ção de qualidade para todos, e não só para aqueles
3º SIMPIF

dos de forma que a aprendizagem de um aluno com que não possuem algum tipo de limitação, seja ela
deficiência visual seja verdadeiramente efetiva, sem física ou mental.
deixar para trás conhecimentos que não puderam De fato, observamos que os materiais não fo-
ser passados devido às impossibilidades do aluno. ram somente utilizados pelo aluno deficiente visual,
O aprendizado se vê imensamente mais vantajoso mas muitos alunos normovisuais também quiseram
quando o professor toma a ação de modificar sua trabalhar com eles, considerando-os mais interes-
metodologia dentro de sala de aula, recorrendo a santes do que o livro didático. Além disso, os resulta-

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dos das provas demonstraram que houve uma apren- Embora o material didático tenha grande im-
dizagem dos conteúdos por parte do aluno, pois ele pacto social, visto que auxilia no processo de ensino-
teve desempenho semelhante aos dos melhores alu- -aprendizagem de estudantes com deficiência visual,
nos normovisuais. Isso acaba nos mostrando de ma- este não é passível de proteção industrial.
neira conclusiva que a interferência na camada da
6. Agradecimentos
educação, não só no ensino da química, mas nas ma-
térias escolares como um todo, se feita com a utili- Agradecemos ao IFPB e ao CNPq por todo
zação de materiais adaptados, acaba por auxiliar no apoio prestado.
aprendizado dos estudantes com algum tipo de defi-
ciência e ajudar a construir neles um maior desenvol- Referências

vimento de suas outras capacidades físicas e cogni- BRASIL (1996). Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
tivas, facilitando a compreensão e aprendizagem do cação Nacional. Lei n º 9.394/96, Brasília: DF. Lex:
Diário Oficial da União, de 23 de dezembro de 1996.
conteúdo e melhorando a autoestima e autonomia
desses alunos, abrindo portas tanto na esfera edu- DELORS, J. Educação, um tesouro a descobrir. São
cacional quanto em suas vidas pessoais, resultando Paulo: Brasília, DF: MEC: UNESCO, 2004.
em aprendizados que serão levados para toda a vida, ECHEVERRIA, A.R. Dimensão empírico-teórica no
promovendo também o desenvolvimento das compe- processo de ensino-aprendizagem do conceito
tências individuais e acarretando a autonomia. Des- soluções no ensino médio. Tese de Doutorado.
Universidade Estadual de Campinas, 1993.
sa forma o estudo e a confecção de novos recursos
metodológicos são vistos como fundamentais para FRANCO, Vítor; RIÇO, M. Céu; GALÉSIO, Mariana. In-
a concretização de ações inclusivas dentro das es- clusão e Construção de Contextos Inclusivos. In:
PATRÍCIO, M. F. (Org). Globalização e Diversidade - A
colas, mas que ultrapassem os muros da instituição.
escola cultural, uma resposta. Editora: Porto, 2002.

5. Conclusão/Considerações GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social.


São Paulo: Atlas, 1999.
O estudo apresentado permitiu verificar a
importância da formação continuada, assim como a GLAT, R. e NOGUEIRA, M.L.L. Políticas educacionais
e a formação de professores para a educação inclu-
divulgação de metodologias que permitam a supera-
siva no Brasil. Revista Integração, v. 24, p. 22-27,
ção das dificuldades apresentadas por professores 2002.
ao se depararem com a inclusão repentina de alu-
IBGE, Censo demográfico de 2010. Disponível
nos com necessidades especiais em salas de aula de
em: http://censo2010.ibge.gov.br/. Acessado em:
ensino regular. Percebeu-se que a profissão docente 05/08/2019.
requer uma atualização profissional e um repensar
MARCHI, Miriam Ines; SILVA, Tânia Núsia da Costa.
da própria prática, permitindo e buscando novos co- Formação Continuada de professores: buscando
nhecimentos que possibilite a troca de experiências, melhorar e facilitar o ensino para deficientes vi-
identificar as necessidades dos outros, favorecendo suais por meio de tecnologias assistivas. Revista
Educação Especial, Santa Maria, v.29, n.55, p. 457-
uma prática pedagógica adequada a cada especifici-
470, maio/ago, 2016.
dade.
3º SIMPIF

Após a aplicação do material, verificou-se que NEVES, P. R. (PQ), SANTOS, K. A. M. (PG) e MÓL, G. S.
(PQ), Grafia química braille: uma proposta de inclu-
o discente deficiente visual apresentou um melhor
são para alunos portadores de deficiência visual.
no entendimento do assunto, mostrando que com o SBQ, 2004.
estimulo de outros sentidos ele pode atingir um ní-
OLIVEIRA, A. A. de. Observação e entrevista em
vel de entendimento do assunto igual ou até mesmo
pesquisa qualitativa. Revista Científica da Faculda-
superior ao de um aluno que não possui nenhuma de Cenecista de Vila Velha/FACEVV. v. 2, n. 4, (jan./
deficiência visual. jun. 2010). Vila Velha: FACEVV, 2010.

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EDUCAÇÃO E ENSINO

PAULO, P. R. N. F.; BORGES, M. N.; DELOU, C. M. C.


Produção De Materiais Didáticos Acessíveis Para
O Ensino De Química Orgânica Inclusivo. Disponível
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3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 854


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Sérgio R. B. Santos
Construção de um espectrofotômetro
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
alternativo para análises químicas
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa na região visível do espectro
Adriana P. Ferreira eletromagnético.
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa

Mayzza M. A. Nascimento Resumo


Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa A análise química de materiais por procedimentos espectrofotométricos

Clarissa G. C. Maia explora a interação da radiação eletromagnética monocromática com


Instituto Federal de Educação, Ciência e a matéria sendo realizada corriqueiramente em laboratórios de quími-
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
ca através de fotocolorímetros ou espectrofotômetros. Os instrumentos
aplicados na região visível do espectro (400nm a 750nm), basicamen-
te apresentam uma fonte de radiação policromática, um sistema mo-
nocromador para selecionar um feixe de radiação monocromático, um
compartimento para amostra, um detector da radiação eletromagnética
e um sistema de conversão do sinal elétrico para apresentar uma lei-
tura da medida de forma analógica ou digital. Os espectrofotômetros
comerciais (EC) são mais caros pois são mais precisos e exploram toda
a faixa espectral, o que os fotocolorímetros não fazem. Neste trabalho foi desenvolvido um espectrofotômetro al-
ternativo (EA) que utiliza um LED branco como fonte de radiação policromática, uma lupa de relojoeiro como lente
focalizadora, um fragmento de mídia gravável (CD) como rede de difração, um fototransistor como detector e um
multímetro como leitor do sinal analítico. O EA foi comparado com um EC e apresentou resultados equivalentes
quanto à linearidade de resposta (r superior a 0,99) sendo possível registrar espectros moleculares com precisão
quanto à largura efetiva de banda de ±5nm, parâmetros indicadores de sua efetividade para aplicações analíticas.

Palavras-chave: Espectrofotômetro Alternativo. LED Branco. Mídia Gravável. Rede de Difração. Fototransistor.

Abstract

Chemical analysis of materials by spectrophotometric procedures explores the interaction of monochromatic elec-
tromagnetic radiation with matter being routinely performed in chemistry laboratories using photocolorimeters or
spectrophotometers. The instruments applied in the visible region of the spectrum (400nm to 750nm) basically fea-
ture a polychromatic radiation source, a monochromator system for selecting a monochromatic radiation beam, a
sample compartment, an electromagnetic radiation detector and a signal conversion system to display a reading of
the measurement in analog or digital form. Commercial spectrophotometers (CE) are more expensive because they
are more accurate and exploit the entire spectral range, which photocolorimeters do not. In this work we developed
an alternative spectrophotometer (AE) that uses a white LED as a source of polychromatic radiation, a watchmaker
magnifier as a focusing lens, a recordable media fragment (CD) as a diffraction grating, a phototransistor as a de-
tector and a multimeter as analytical signal reader. The AE was compared with an CE and showed equivalent results
regarding the linearity of response (r greater than 0.99). It is possible to record molecular spectra with precision in
the effective bandwidth of ± 5nm, parameters that indicate its effectiveness for analytical applications.

Keywords: Alternative Spectrophotometer. White LED. Recordable Media. Diffraction Grid. Phototransistor.

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1. Introdução que interage com a radiação. A lei que correlaciona


estes fatores é denominada Lei de Beer, sendo repre-
A radiação eletromagnética é uma onda
sentada matematicamente pela Equação 1.
composta de um campo elétrico perpendicular a
A = ε.b.C (1)
um campo magnético que se propagam de forma
Fotômetros e espectrofotômetros são os ins-
senoidal no espaço (como uma onda mecânica em
trumentos que normalmente se utilizam para análi-
uma corda que oscila). A direção da oscilação é per-
ses espectroscópicas na região visível. Mesmo com
pendicular à direção de propagação. A velocidade
suas complexidades, pode-se dizer que estes instru-
de propagação é de 300.000 km/s ou mais preci-
mentos apresentam em comum uma fonte de radia-
samente 2,9979x108m/s, no vácuo. Alguns fenôme-
ção policromática (luz branca); um seletor de com-
nos de interação da radiação eletromagnética com a
primentos de onda para selecionar um feixe estreito
matéria, como a refração e o espalhamento, podem
de radiação; um compartimento para adaptação do
ser melhor explicados por um modelo ondulatório da
recipiente da amostra (cubeta), um detector que é
radiação. Entretanto, para o fenômeno da absorção
um transdutor que transforma energia radiante em
de radiação eletromagnética pela matéria, uma visão
energia elétrica e um sistema de conversão do sinal
corpuscular da energia radiante é mais adequada.
elétrico em sistema de leitura analógico ou digital.
Neste caso, a radiação é compreendida como sen-
A radiação com faixa estreita de comprimen-
do formada por pacotes de energia, denominados de
tos de onda pode ser obtida por uso de filtros, LEDs
fótons, que ao interagirem com elétrons que ocupam
ou monocromadores. De um modo geral, quando os
orbitais atômicos ou moleculares no material podem
instrumentos utilizam LEDs com feixes com largura
ser absorvidos e provocar uma transição eletrôni-
efetiva de banda de ±20nm ou filtros, com larguras
ca para um orbital desocupado de energia superior.
efetivas de banda de ±10nm, eles são denominados
Para a transição eletrônica com a absorção de um
fotocolorímetros ou fotômetros. Normalmente tra-
fóton ocorrer, a energia do fóton deve ser equivalen-
balham em regiões espectrais específicas como as
te à diferença de energia entre o orbital ocupado de
regiões violeta, azul, verde, amarela, laranja e ver-
maior energia e o orbital desocupado de maior ener-
melha, num total de seis (6) regiões espectrais. Devi-
gia. Se a transição eletrônica ocorre por absorção
do a esta limitação espectral e ao uso de dispositivos
de fótons de radiação eletromagnética do espectro
monocromadores simples, os fotocolorímetros são
visível, os materiais onde ocorrem estas absorções
equipamentos mais baratos do que os espectrofo-
apresentam cor.
tômetros. Estes, por sua vez, podem explorar toda
Na Química, este processo de absorção de ra-
a faixa espectral do visível, normalmente cobrindo
diação do espectro visível produzindo materiais colo-
a faixa de 400 nm a 750 nm em passos de ±1nm.
ridos é explorado para realização de análises. Assim,
Para tanto, eles utilizam um sistema monocroma-
por exemplo, é possível determinar a concentração
dor a base de redes de difração que, com auxílio de
de proteínas em soro sanguíneo realizando-se a aná-
um conjunto de lentes e fendas para a separação
lise espectrofotométrica do produto da reação entre
do feixe monocromático desejado, conseguem uma
a proteína e íons cobre (reagente biureto) que ab-
boa resolução espectral. Como consequência da sua
3º SIMPIF

sorve a radiação monocromática verde do espectro


complexidade, estes equipamentos são bem mais
visível. Quanto maior a absorção de radiação maior a
caros, mas muito mais precisos que os fotocoloríme-
concentração de proteínas. A intensidade da absor-
tros.
ção (A) depende da capacidade de absorção de cada
Neste trabalho foi desenvolvido um espec-
material (absortividade molar, ε), do caminho óptico
trofotômetro alternativo que utiliza: a. Um diodo
(b), que é comprimento do trajeto da radiação den-
emissor de luz (Light Emmiting Diode - LED) branco
tro da amostra, e da concentração (C) do material
como fonte de radiação policromática; b. Um siste-

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ma monocromador construído com um conjunto de cos, estes dispositivos utilizam correntes contínuas
fendas a base de lâminas de estiletes, com uma lente de até 30 mA com picos de 100 mA, suportam ten-
de relojoeiro e com um fragmento de mídia digital sões reversas de 5V e dissipam apenas 100mW de
(CD) acoplado a uma escala milimetrada por meio potência. Além de todas estas vantagens são muito
de um cursor; C. Um compartimento para adapta- baratos com componentes podendo ser adquiridos
ção da amostra em uma cubeta de acrílico; d. Um com valores em torno de R$1,00. Devido a estas
fototransístor como transdutor da energia radiante características os LEDs apresentam atualmente as
em energia elétrica; e. Um multímetro digital para mais diversas aplicações, desde letreiros luminosos,
a realização das leituras analíticas através do sinal sinalização de trânsito, TVs, indicadores luminosos
elétrico gerado. em dispositivos eletrônicos e mesmo aplicação em
O instrumento foi desenvolvido com a inten- instrumentação científica como fotômetros e espec-
são de propagar conhecimentos de ciência e tecno- trofotômetros (SHIMAZAKI e colaboradores, 2000;
logia em aulas de Química de escolas públicas do GAIÃO e colaboradores, 2005).
Estado da Paraíba através de projetos integradores Figura 1 - Espectro de emissão do LED Branco.
e contextualizados com abordagem em Ciência, Tec-
nologia e Sociedade (CTS).

2. Referencial teórico

Fotocolorímetros e espectrofotômetros que


exploram a região espectral visível para a realização
de análises químicas qualitativas ou quantitativas
são instrumentos que utilizam, de uma forma geral,
uma fonte de radiação policromática, um sistema
monocromador para selecionar um feixe estreito de
radiação (radiação monocromática), um comparti-
mento para a interação da radiação monocromáti-
ca com a amostra, um detector para a radiação que Fonte: Everlight®

atravessa a amostra e um sistema de leitura que Para a obtenção de um feixe de radiação mo-
transforma o sinal elétrico produzido em leitura ana- nocromático a partir de um feixe de radiação branca,
lógica ou digital para o analista. é necessário um sistema monocromador. Prismas e
Dentre as possibilidades de fontes de radia- redes de difração são os dispositivos normalmente
ção podem ser utilizados LEDs brancos que emitem utilizados (SKOOG, 2002). Poucos trabalhos, entre-
radiação praticamente em toda a extensão do espec- tanto, são publicados explorando o uso de mídias
tro visível. Como pode ser observado do espectro de digitais (CDs ou DVDs) como redes de difração para
emissão apresentado na figura 1 para o LED branco sistemas monocromadores de espectrofotômetros.
(Everlight®), o LED emite radiação eletromagnética Um fragmento de CD pode ser utilizado para
do violeta ao vermelho, com máximos de emissão
3º SIMPIF

gerar um espectro eletromagnético devido ao fenô-


nas regiões espectrais azul e verde. Entre as vanta- meno de interferências construtivas e destrutivas
gens de seu uso, encontram-se a alta durabilidade, que ocorrem quando a luz branca atinge a mídia di-
mais de 100.000 horas, a alta intensidade do feixe gital e sofre difração.
emitido e o baixo consumo de energia, o que sig- SANTOS e colaboradores (2009) desenvol-
nifica baixa potência dissipada e, portanto, menor veram um espectrofotômetro portátil aplicado para
aquecimento. Segundo a folha de dados da (EVER- análises químicas utilizando um sistema monocro-
LIGHT, 2007), uma das fabricantes dos LEDS bran-

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mador microcontrolado cuja rede de difração era Os seguintes materiais foram utilizados para
um fragmento de CD. O instrumento apresentou ca- a construção do EA:
racterísticas semelhantes aos espectrofotômetros • Um LED branco de 5mm foi utilizado como fonte
comerciais e foi aplicado na análise de corantes ali- de radiação policromática;
mentícios com desvios padrão relativos médios infe- • Um fototransístor comum foi utilizado como de-
riores a 1%. tector;
XAVIER JR (2017) apresentou um trabalho • Um fragmento de CD retirado de uma mídia digi-
descrevendo esquemas para a utilização de mídias tal (CD) foi utilizado como rede de difração;
digitais (CDs e DVDs) na construção de espectroscó- • Um fragmento de seis (6) cm de uma régua mili-
pios ou para registros fotográficos ao ar livre ou em metrada foi utilizado como escala milimétrica do
laboratórios. instrumento desenvolvido;
Ludke (2010) descreveu um fotocolorímetro • Arame de ferro galvanizado foi utilizado como
que utilizava apenas um LED violeta centrado em suporte para o sistema de seleção do compri-
400nm e com largura efetiva de banda de ±10nm mento de ondas; suporte do fragmento de CD e
para estudos espectroscópicos. O autor informou, cursor mecânico;
entretanto, que outros LEDs poderiam substituir o • Folhas de isopor no 20 (20mm de espessura) fo-
LED violeta para explorar regiões espectrais diver- ram utilizadas para confecção das paredes das
sas, ou seja, o instrumento não foi construído para caixas internas e externas do instrumento;
ser utilizado em análises espectrofotométricas ex- • Micropipetas com capacidade de 100 µL foram
plorando todas as faixas espectrais da região visível. utilizadas nos preparos de soluções;
Neste trabalho foi desenvolvido um espectro- • Corantes alimentícios azul anis, verde folha,
fotômetro alternativo para explorar a região visível amarelo damasco e pink foram utilizados para
do espectro eletromagnético utilizando-se um LED preparo de soluções nas concentrações de 20;
branco como fonte de radiação policromática e um 40; 60; 80 e 100µL/100mL;
fragmento de mídia digital (CD) como elemento dis- • Água recém-destilada foi utilizada no preparo
persor da radiação visível em um sistema monocro- das soluções;
mador. O instrumento foi comparado com um espec- • Um Espectrofotômetro UV-Visível marca Hach
trofotômetro comercial para avaliar a sua efetividade modelo DR3900 foi utilizado para realização de
na realização de análises espectrais e aplicabilidade medidas de referência e calibração do EA;
para análises químicas. • Todas as colagens foram realizadas com cola
Araldite® hobby de secagem rápida (10 minu-
3. Método da pesquisa
tos).
Para a construção do EA foram seguidas as • Um multímetro digital Politerme modelo 9808
seguintes etapas: foi utilizado para as leituras digitais dos sinais
1. Elaborar um projeto considerando-se esquemas analógicos fornecidos pelo EA desenvolvido;
eletrônico, óptico e mecânico; • Papel camurça preto foi utilizado para recobrir
2. Construir e calibrar o EA desenvolvido utilizando externamente o equipamento e evitar entrada de
3º SIMPIF

um Espectrofotômetro Comercial (EC). radiação espúria no compartimento da amostra.


3. Aplicar o espectrofotômetro alternativo na análi-
3.2 Construção do Espectrofotômetro Alternativo - EA
se de soluções coloridas de modo a avaliar a obe-
diência das respostas do EA à Lei de Beer. A primeira etapa da construção do EA foi o
desenvolvimento do esquema eletrônico do instru-
3.1 Materiais e Reagentes
mento. O projeto eletrônico consistiu em dois circui-
tos. O primeiro foi uma fonte de alimentação simé-

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trica para aplicação em amplificadores operacionais A Figura 2 apresenta o esquema óptico-mecâ-


e circuitos de ajustes de zero do instrumento. O se- nico do EA e suas dimensões. Os componentes prin-
gundo foi o circuito do EA propriamente dito. cipais do instrumento são: a. Fonte de radiação visí-
A fonte de alimentação simétrica foi construí- vel policromática (LED Branco); b. Lupa de relojoeiro
da utilizando-se reguladores de tensão 7805 (+5V) no 1 como lente focalizadora; c. Fenda de entrada
e 7905 (-5V). Informações sobre a montagem foram para o sistema monocromador construída com lâmi-
obtidas na folha de dados dos reguladores forneci- nas de estilete e com abertura em torno de 500mm;
das pelo fabricante (STMICROELETRONICS, 2018). d. Suporte a base de um recipiente de acrílico para
Para o circuito do EA foi elaborado o esque- o fragmento de CD utilizado como rede de difração;
ma apresentado na figura 1. Um resistor de 100Ω e. Fragmento de CD usado como rede de difração; f.
foi utilizado para limitar a corrente no LED branco Fenda de saída; g. Compartimento para cubeta da
utilizado como fonte de radiação policromática de amostra; h. Detector de luz a base de fototransístor.
modo a produzir uma corrente no LED de cerca de Os sistemas elétrico e óptico-mecânico foram adap-
25 mA. Um fototransístor comum adaptado em uma tados a uma caixa de isopor no 20 coberta com papel
configuração Darlington com um transistor BC548 camurça preto para minimizar a entrada de radiação
foi utilizado como Um detector de luz. A corrente de do ambiente. A caixa apresentou as medidas 8cm,
base amplificada no BC548 gera no resistor de 33k 23cm e 30cm para as dimensões altura, largura e
uma tensão elétrica proporcional à intensidade luz comprimento, respectivamente. Outras medidas são
incidente na base do fototransistor. Este sinal elé- apresentadas na figura 2.
trico é então transmitido para o circuito de filtração Figura 2 - Esquema óptico-mecânico do Espectrofotôme-
a base de amplificador operacional. O circuito foi tro Alternativo.

idealizado com filtros ativos a base de amplificador


operacional, capacitores de polipropileno (33nF)
e resistores de 560kΩ com frequência de corte de
8,6Hz para minimização de ruídos no sinal analíti-
co. Os filtros permitiram um ajuste de ganho no sinal
analítico de até 11 vezes. Ajustes de zero (Branco) e
de ganho são permitidos, respectivamente, através
dos potenciômetros de 33K e 5,6M. Conectores do
tipo jacaré foram adaptados na saída do filtro ativo
para adaptação ao sistema de leitura à base de mul-
tímetro digital.
Fonte: elaboração própria.
Figura 1 - Projeto eletrônico do Espectrofotômetro Alter-
nativo. A figura 3 apresenta o sistema para movi-
mentação da rede de difração (fragmento de CD)
para selecionar a região espectral (seleção dos com-
primentos de onda) com o auxílio do cursor. Ao se
3º SIMPIF

deslocar o cursor sobre a escala milimetrada, a rede


de difração gira deslocando o espectro sobre a fenda
de saída (Figura 2) do sistema monocromador. Ape-
nas um feixe estreito de radiação monocromática en-
tra pela fenda e atinge a cubeta do compartimento
da amostra para gerar o sinal analítico no detector.

Fonte: elaboração própria.

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Figura 3 - Sistema para movimento da rede de difração eixo do cursor, onde se localiza a rede de difração, no
para seleção de feixe monocromático.
suporte de acrílico. Em d, pode-se verificar a imagem
da radiação policromática originada da fenda de en-
trada que foi projetada sobre a rede de difração. Em
e, observa-se a difração da radiação policromática
pelo fragmento de CD em seus componentes mono-
cromáticos. Finalmente, em f, observa-se a projeção
do espectro eletromagnético visível sobre a fenda
de saída do sistema monocromador e de entrada no
compartimento da amostra.

Figura 4 - Sequência de imagens do EA. Maiores informa-


ções no texto do artigo.
Fonte: elaboração própria.

4. Resultados da pesquisa

Os resultados apresentados a seguir foram


obtidos através de medidas de sinais analíticos uti-
lizando-se água destilada ou soluções de corantes
alimentícios nas concentrações indicadas na seção
3. Todas as medidas foram realizadas em triplicata.
Na figura 4 são apresentadas sequências de
imagens produzidas do EA que apresentam detalhes
Fonte: autoria própria.
da construção e dos componentes do instrumento.
Em a, tem-se a visão geral do instrumento que utiliza Inicialmente foi registrado com o EA o es-
um multímetro digital para registro dos sinais analí- pectro do LED branco em termos de tensão (V) em
ticos e potenciômetros de ajustes de zero e ganho. função do deslocamento em milímetros do cursor
Em sua parte superior, pode-se observar o cursor sobre a escala milimétrica para se avaliar a exten-
cuja extremidade apresenta uma pequena haste de são do espectro visível projetado no compartimen-
ferro galvanizado que se desloca sobre uma escala to da amostra e obtido utilizando-se o fragmento
milimetrada. Em b, uma visão interna do instrumen- de CD como rede de difração. Para tanto, água foi
to. Na pequena caixa preta superior direita foram adicionada à cubeta de 10mm de caminho óptico.
adaptados, em sua parede posterior, o LED branco Como pode ser verificado na figura 5, a radiação
e, logo à sua frente, os estiletes formando a fenda visível atinge o detector a partir de 10 mm de des-
de entrada de radiação policromática no sistema locamento do cursor com retorno ao zero após 50
monocromador. A lupa de relojoeiro fica na parte mm. Desta forma, o espectro registrado para o EA
frontal da caixa como sistema focalizador do feixe apresenta uma extensão de 40 mm. Consideran-
policromático criado pela fenda de entrada. Na cai- do-se que o espectro emitido pelo LED Branco se
3º SIMPIF

xa superior esquerda, em sua parte anterior, foram inicia em 400nm e finaliza em 750nm, numa exten-
adaptados estiletes para formar a fenda de saída da são de 350nm, pode-se esperar uma variação de
radiação monocromática do sistema monocromador. 350nm/40 mm, aproximadamente, ou seja, 9nm/
Na sua parte central foi adaptado o compartimento mm. Como a precisão na medida na escala milimé-
da cubeta da amostra e, em sua parte posterior, o trica é de 0,5mm, a precisão no registro dos com-
fototransistor para detectar a radiação monocromá- primentos de onda deve ficar em torno de 5nm.
tica. Em c, pode-se verificar o sistema de encaixe do

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Figura 5 - Registro do espectro do LED branco com o EA. cando-se o cursor sobre a escala milimétrica, hou-
ve um deslocamento proporcional no comprimento
de onda na escala nanométrica. Este resultado é
compreendido como indicativo de confiabilidade
no uso do cursor para seleção de comprimentos de
onda, utilizando-se a escala milimétrica do EA. Ob-
serve-se que as previsões iniciais para a precisão da
escala se confirmaram com estas medidas. Segundo
o modelo, uma variação de 1 mm na escala do EA
equivale a um deslocamento de 9,4nm do espectro
Fonte: elaboração própria.
eletromagnético e, como a precisão da escala do EA
Para confirmar estas hipóteses, foram reali- é de 0,5mm, uma precisão de 5nm no comprimento
zadas medidas para correlacionar o deslocamento de onda foi possível. Para se determinar, então, qual
milimétrico do cursor do EA com a escala nanomé- o comprimento de onda em nanômetro selecionado
trica do EC. Para tanto, os comprimentos de onda (λ, para um determinado deslocamento do cursor em
nm) dos picos de absorção nos espectros molecu- milímetros, basta se utilizar a equação 2.
lares de corantes alimentícios foram registrados no Após a calibração da escala do instrumento
EC e comparados com os picos obtidos por desloca- alternativo, foram realizados testes de linearidade de
mento da escala milimétrica (d, mm) no EA. Foram resposta com relação à Lei de Beer, ou seja, uma ava-
registrados picos de absorção em regiões espectrais liação de linearidade de respostas de absorbâncias
dos extremos e do centro do espectro visível. Na Fi- versus concentração. Os resultados se encontram na
gura 6 é apresentada a curva de calibração resultan- Tabela 1.
te destas medidas. Tabela 1 - Modelos lineares obtidos pelos EA e EC para a
comprovação de obediência à Lei de Beer.
Figura 6 - Curva de calibração para correlacionar a escala
milimétrica do EA com a nanométrica do EC.
EC
λpico
Corante Modelo Linear r
(nm)
Azul Anis 628 A=0,0201C+0,0130 0,9982
Pink 524 A=0,0147C+0,0198 0,9988
Amarelo
426 A=0,0102C+0,0614 0,9997
Damasco
EA
λpico
Corante Modelo Linear r
(mm)
Azul Anis 36,0 A=0,0066-0,0242 0,995
Pink 25,0 A=0,0034C-0,0550 0,999
Amarelo
14,5 A=0,0078C+0,0852 0,999
Damasco
Fonte: elaboração própria Fonte: autoria própria
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Com estes dados foi realizada uma calibração Para todos os corantes analisados, foi possí-
pelo método dos mínimos quadrados que resultou vel se determinar coeficientes de correlação próxi-
no seguinte modelo matemático (Equação 2): mos à unidade e boa linearidade de resposta como
λ(nm)= 9,4.d(mm) + 289,5 (2) pode ser avaliado pelos modelos matemáticos linea-
O coeficiente de correlação linear para estes res obtidos para as curvas de calibração e os valores
dados foi r = 0,994 indicando uma boa correlação de coeficientes de correlação linear para os corantes
entre os dois parâmetros o que significa que, deslo-

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analisados nos comprimentos de onda de pico de Referências


absorção.
EVERLIGHT ELECTRONICS CO., LTDA. Technical data
De acordo com os dados da tabela 1, é pos- sheet. 5 mm round white LED (T-13/4). Endereço
sível verificar que os valores de absorbância aumen- eletrônico: http://www1.futureelectronics.com/doc/
tam linearmente com a concentração das soluções, EVERLIGHT%C2%A0/334-15__T1C1-4WYA.pdf.
Acessado em 07/09/2019.
como descreve a lei de Beer. Assim, o EA pode ser
aplicado em práticas experimentais em escolas que GAIÃO, E.N.; MEDEIROS, E.P.; LYRA, W.S.; MOREIRA,
não possuem condições de obter o equipamento co- P.N.T.; VASCONCELOS, P.C.; SILVA, E.C.; ARAÚJO,
M.C.U. Um fotômetro multi-led microcontrolado,
mercial. O EA apresentou resultados equivalentes ao
portátil e de baixo custo. Química Nova, 28: 1102,
EC para todas as amostras de corantes utilizadas. 2005.

5. Conclusão/Considerações LUDKE, E. Um espectrofotômetro de baixo custo


para laboratórios de ensino: aplicações no ensino
Um Espectrofotômetro Alternativo (EA) foi da absorção eletrônica e emissão de fluorescên-
construído com materiais de baixo custo utilizando- cia. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 32. n.
1: 1506, 2010.
-se os seguintes elementos: uma fonte de radiação
policromática a base de LED branco; um sistema mo- SANTOS, R.B.S et al. A portable, inexpensive and
nocromador a base de um conjunto de fendas elabo- microcontrolled spectrophotometer based on
white LED as light source and CD media as diffrac-
radas com lâminas de estiletes, uma lupa de relojoei-
tion grid. Talanta 77(3):1155-1159, 2009.
ro como lente focalizadora e um fragmendo de mídia
(CD) como elemento dispersor da radiação eletro- SHIMAZAKI, Y; WATANABE, S.; TAKAHASHI, M.; IWAT-
SUKI, M. A portable spectrophotometer using a
magnética visível; um compartimento para adapta-
white-color light-emitting diode and a charge-cou-
ção de uma cubeta de 10mm para a amostra; um pled device and its application to on-site determi-
fototransístor como transdutor da energia radiante nation of iron. Analytical Sciences, 16: 1091, 2000.
em energia elétrica; um multímetro digital para a SKOOG, D.A.; WEST, D.M.; HOLLER, F.J.; CROUCH, S.R.
apresentação do sinal elétrico em leitura digital. Um Fundamentos de química analítica. 8. ed. São Paulo:
sistema mecânico utilizando um cursor adaptado a Pioneira Thomson Learning, 2006.
uma escala milimétrica e ao elemento dispersor foi STMICROELETRONICS. Datasheet L78. https://
responsável pela movimentação e focalização do es- www.st.com/resource/en/datasheet/l78.pdf . Aces-
pectro sobre a fenda de saída do sistema monocro- so em 06/09/2019.
mador para seleção da radiação monocromática de XAVIER JR, A.L. Máscara espectrográfica para re-
interesse. Para a calibração do EA foi utilizado um gistro digital de espectros de fontes brilhantes. Ca-
espectrofotômetro comercial (EC) e foram realizadas derno Brasileiro de Ensino de Física, v. 34. n. 2, 2017

medidas de picos de absorção da radiação visível em


ambos os instrumentos. Os resultados mostraram
uma boa correlação entre a escala milimétrica do EA
com a escala nanométrica do EC com coeficientes de
correlação linear semelhantes e com valores próxi-
3º SIMPIF

mos à unidade. O EA construído apresenta sistema


de ajustes de zero para medidas de branco e possi-
bilidades de ganho de sinal de até 11 vezes. Com as
medidas realizadas foi possível constatar a aplica-
bilidade do EA em aulas de Química em instituições
que não apresentem recursos para adquirir espec-
trofotômetros comerciais.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 862


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Sérgio R. B. Santos
Construção e aplicação de um sistema
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
sustentável para o tratamento de água
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa de chuvas como ferramenta didática no
Bruno S. Vasconcelos processo de ensino aprendizagem
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa

Daniel G. Silva Resumo


Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa Uma sequência didática foi aplicada ao ensino de Química numa abor-
dagem Ciência, Tecnologia, Sociedade e Meio Ambiente (CTSA), por uso
de um sistema de purificação de águas de chuva sustentável (SPACS)
no curso técnico em eletrotécnica. A sequência didática compreendeu
a apresentação de vídeos educativos (exploração de TICs) e de aula
expositivo-dialogada sobre misturas; experimentação em laboratório,
utilizando-se sistemas de destilação simples para explicar os fenôme-
nos físico-químicos relacionados à formação e condensação de vapo-
res de água; apresentação do SPACS por coleta da água naturalmente
evaporada e condensada em recipiente fechado; debate e proposição
de ideias por parte dos alunos aplicando os conhecimentos técnicos de
eletrotécnica para a melhoria do sistema. Com a abordagem CTSA foi possível: apresentar novos conhecimentos
à turma sobre responsabilidade social e ambiental; promover reflexões sobre a forma como a água se transforma
no meio ambiente elucidando a importância de biomas como a Floresta Amazônica e o Cerrado; promover de-
bates interdisciplinares onde os alunos do curso técnico de eletrotécnica utilizaram seus conhecimentos para a
proposição de ideias para a melhoria de um projeto de interesse químico-ambiental; utilizar um problema real de
modo a contextualizar a importância da coleta e uso de água de chuva como alternativa de consumo sustentável
de água.

Palavras-chave: Tratamento de água. Sustentabilidade. Água de chuva. Ensino de química. Experimentação.

Abstract

A didactic sequence was applied to Chemistry teaching in a Science, Technology, Society and Environment (STSE)
approach, applying a sustainable rainwater purification system (SRPS) in a technical course in electronics. The
didactic sequence included the presentation of educational videos (exploration of ICTs) and expository-dialogued
class on mixtures; laboratory experimentation using simple distillation systems to explain the physicochemical
phenomena related to the formation and condensation of water vapors; presentation of SRPS by collecting natu-
rally evaporated and condensed water in a closed container; debate and proposition of ideas for the improvement
of the system using the students’ technical knowledge. With the SRPS approach it was possible to: present new
knowledge to the class about social and environmental responsibility; promote reflections on how water trans-
forms into the environment by elucidating the importance of biomes such as the Amazon Rainforest and Cerrado;
promote interdisciplinary debates where students of the technical course in electronics used their knowledge to
propose ideas for the improvement of a project of chemical-environmental interest; use a real problem to contex-
tualize the importance of rainwater collection and use as an alternative to sustainable water consumption.

Keywords: Water treatment. Sustainability. Rain water. Chemistry teaching. Experimentation.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 863


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1. Introdução de Recursos Hídricos e atuação do Sistema


Nacional de Gerenciamento de Recursos
O uso da água potável é essencial e indiscu- Hídricos; a gestão dos recursos hídricos
tível para a manutenção da vida no planeta. Levan- deve ser descentralizada e contar com a
do-se em consideração que a densidade demográ- participação do Poder Público, dos usuá-
rios e das comunidades. (CUNHA, 2011)
fica do país vem crescendo a cada dia, ter acesso a
uma água de qualidade se torna algo difícil. Segundo Cerca de 13% das águas superficiais do pla-
BASTOS (2016), estima-se que o custo de todo o neta estão contidas no Brasil. As bacias mais próxi-
processo de tratamento da água, desde a retirada mas do Oceano Atlântico concentram apenas 2,7%
das fontes até a sua entrega ao consumidor final e das águas do país e, nesta região, 45,5% da popu-
depois devolvê-la tratada ao curso natural, gira em lação do país está concentrada. Já no Norte, é en-
torno de 400 bilhões de dólares ao ano. contrado aproximadamente 81% do volume total
Apesar de todo o dinheiro aplicado ao trata- onde se concentra apenas 5% da população brasi-
mento de águas, muitas cidades, e principalmente leira (SILVEIRA, 2016). Estes dados explicitam a má
comunidades rurais, não têm acesso a saneamento distribuição de recursos hídricos no país. A dispo-
básico nem a água de qualidade. Muitos moradores nibilidade per capita oscila de 1.460 m3 no Nordes-
rurais dependem de águas oriundas de rios, açudes te, enquanto na região da amazônica a estimativa
e poços artesanais que estão, em sua maioria, con- é de 634.887m3 por pessoa. Nas regiões Sudeste
taminadas por esgotos residenciais e industriais da e Centro-Oeste, a escassez é ocasionada por conta
zona urbana que despejam seus rejeitos no ambien- dos grandes pólos industriais que competem com a
te sem o tratamento adequado. A possibilidade de população pelo acesso à água (OECD, 2015). Faz-se
águas de poços estarem contaminadas por íons de necessário, portanto, o planejamento de ações, de
metais pesados que são extremamente nocivos à modo que as atividades econômicas cresçam sem
saúde humana é uma realidade (REBOUÇAS, 2003). prejudicar a população:
Segundo SILVA (2014), o aumento signifi-
É preciso implementar ações que assegu-
cativo da população juntamente com as mudanças
rem que a falta de água limpa não impedi-
climáticas provoca a diminuição da disponibilidade
rá o crescimento econômico, que as secas
hídrica em determinadas regiões. A região Nordeste
não bloquearão o caminho do combate à
é uma das mais afetadas com a escassez de água. fome e que as perdas e riscos à saúde devi-
Desta forma, é indispensável adotar políticas públi- do a inundação serão minimizados. (OECD,
cas que permitam esclarecer e educar a população 2015, p. 33)

sobre práticas responsáveis de uso de água. Neste


O Nordeste apresenta uma insuficiência
sentido, políticas públicas que alcancem a sociedade
quantitativa na disponibilidade hídrica. A região é
são muito importantes e a Lei Federal 9.433, de 8
conhecida pelos grandes períodos de seca e estia-
de janeiro de 1997, que institui a Política Nacional
gem, ocasionados por “problemas físicos que estão
de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de
ligados às variações climáticas, às oscilações do
Gerenciamento de Recursos Hídricos esclarece a im-
tempo e ao baixo índice pluviométrico” (OLIVEIRA,
3º SIMPIF

portância de descentralização da gestão dos recur-


2011). Isto ocorre devido a particularidades de sua
sos hídricos, contando com a participação dos usuá-
hidrografia, como afirma PIRES (2012):
rios, da comunidade e do poder público:
“Os índices pluviométricos variam entre
[…] a gestão dos recursos hídricos deve
300 e 800 mm anuais e a evapotranspira-
sempre proporcionar o uso múltiplo das
ção potencial chega a 2.500mm. As mas-
águas; a bacia hidrográfica e a unidade terri-
sas de ar Equatorial Atlântica e Equatorial
torial para implantação da Política Nacional
Continental Polar adentram o interior do

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Nordeste de forma branda, além da influên- se medidas de prevenção ou tratamento para pota-
cia do El Niño e da disposição para o sen- bilidade não forem adotados. Diversos métodos de
tido Norte-Sul, canalizando os ventos alí-
purificação de água existem e podem ser utilizados
sios, formando corredores, o que dificulta
para o tratamento da água da chuva como a filtra-
as precipitações no Semiárido Nordestino
e contribui para o volume e o espaçamento
ção, adsorção por carvão ativado, ultra filtragem,
temporal das chuvas (caracterizando real- esterilização e a destilação. Dentre esses métodos, a
mente a seca).” filtração e a esterilização são os mais presentes nas
casas dos brasileiros.
Na região, os estados mais afetados com a
A filtração é um método fácil, consiste na se-
longa estiagem compõem uma área chamada de po-
paração de um sólido de um líquido e pode ser fei-
lígono das secas, que abrange os estados do Piauí,
to com o auxílio de uma peneira, ou em casos mais
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
avançados por um filtro composto por uma parede
Alagoas, Sergipe e Bahia. Segundo a ANA (2010),
ou membrana composta por microporos, onde as
grande parte das águas que banham a região Nor-
partículas ficam retidas. “Essa operação visa ob-
deste deriva de fontes superficiais, porém não existe
ter como produto, o fluido introduzido em estado
uma distribuição igualitária entre as divisões territo-
de maior pureza, ou seja, mais livres de eventuais
riais devido às condições climáticas. Para efeito de
poluentes” (SOBRINHO, 2007 apud DI BERNARDI,
comparação, na região Hidrográfica Amazônica, a
1993).
disponibilidade hídrica é bastante elevada, com uma
Segundo SOBRINHO (2007) para eliminar mi-
vazão de cerca de 74.000m3s-1, ao mesmo tempo em
crorganismos, um dos processos mais utilizados é a
que, na região Hidrográfica do Atlântico Nordeste
esterilização, que consiste na adição de hipoclorito
Oriental a qual abrange os estados do Rio grande do
de sódio na água e que pode ser realizado em grande
Norte, Paraíba, Alagoas, Ceará, Pernambuco e Piauí,
ou pequena escala, promovendo a oxidação de qual-
a vazão corresponde a apenas 100m3s-3.
quer matéria orgânica existente viva. Outra forma de
Uma alternativa a ser utilizada é a água da
esterilização é a fervura da água.
chuva que é armazenada pela população em cister-
A filtração e a esterilização são métodos com-
nas ou caixas d’água. De acordo com BRITO (2007)
plementares no sentido de que a filtração elimina as
a água da chuva pode ser captada através de meca-
partículas solidas, mas não elimina os agentes bio-
nismos adequados, armazenada de forma segura e
lógicos. Já a esterilização por agente químico ou fer-
tratada de acordo com sua finalidade, sendo utiliza-
vura, elimina os agentes biológicos que se encon-
da para substituir ou suplementar outras fontes. Nos
tram livres mas pode nçao alcançar aqueles que se
períodos chuvosos, grande parte da região nordeste
encontram protegidos em partículas em suspensão
utiliza a água da chuva para uso geral, incluindo o
que só os filtros removem.
consumo humano que ocorre na maioria dos casos
A destilação se torna mais eficiente para o
sem nenhum tratamento. Este comportamento im-
tratamento da água. A água é aquecida até atingir
plica em contaminações por microrganismos diver-
seu ponto de ebulição que ocorre a 100°C e o vapor
sos facilitando assim a proliferação de doenças. A
é condensado e captado em um recipiente. De modo
3º SIMPIF

contaminação da água está normalmente associada


que apenas H2O é recuperada, e assim é possível
ao mecanismo de captação através de calhas aco-
obter água livre de contaminantes biológicos e tam-
pladas a telhados onde se concentram sujidades
bém de partículas solidas (SOBRINHO, 2007). A des-
como fezes ou urina de animais diversos, insetos em
vantagem desse processo é o alto gasto de energia
decomposição, poeira advinda de diversas fontes,
para o aquecimento da água. Neste sentido, o uso da
entre outras possibilidades. Em períodos chuvosos
energia solar é uma alternativa para a evaporação da
estes materiais são carreados para os reservatórios

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água por aquecimento, sendo uma energia abundan- 3.1. Materiais e Método
te, limpa e ecologicamente correta (FILHO, 2016).
Os materiais utilizados para a construção do
A sociedade vem se preocupando cada vez
sistema de purificação da água da chuva foram: Ter-
mais com questões socioculturais, ambientais, cien-
mômetro digital Incoterm 6132; balde de 8 litros;
tíficas e tecnológicas. Os trabalhos desenvolvidos
bacia de plástico de 3L; prato de vidro; fita adesiva;
com a intenção de estudar temas que correlacionam
fôrma de pudim plástica.
as demandas sociais, tecnológicas, científicas e am-
O trabalho foi desenvolvido em quatro (4)
bientais abordam a temática denominada Ciência,
etapas. A primeira consistiu em um estudo biblio-
Tecnologia, Sociedade e Meio Ambiente (CTSA). O
gráfico sobre processos de tratamento de água e
movimento CTSA no ensino de Ciências surgiu com
reuso da água da chuva. A Segunda etapa consistiu
o agravamento dos problemas ambientais e discus-
na construção de um sistema de tratamento da água
sões sobre o seu papel na sociedade em uma refle-
da chuva. Nessa etapa foram realizados os seguintes
xão crítica sobre as relações entre a ciência, tecno-
procedimentos:
logia e sociedade. Alguns objetivos propostos, como
• Aquisição do material;
por exemplo, o desenvolvimento da capacidade de
• Montagem do sistema;
tomar decisões com ênfase nas questões ambientais
• Avaliação da funcionalidade do sistema para a
promovendo uma educação ambiental (MONTEIRO,
produção de água limpa de impurezas a partir
2016), foram incorporados para o desenvolvimento
da água da chuva;
de valores vinculados a interesses coletivos para a
A terceira etapa consistiu em uma sequência
consciência de um compromisso social relacionada
didática apresentada aos alunos de uma escola pú-
às necessidades humanas.
blica. A sequência didática explorou o tema Mistu-
De acordo com o exposto, o presente trabalho
ras: tipos e processos de separação correlacionando
teve como objetivo desenvolver atividades didático-
o mesmo com a problemática da escassez de água
-pedagógicas em escolas públicas de nível médio
incentivando a turma a refletir sobre procedimentos
para disseminar ciência e tecnologia e despertar a
possíveis para a minimização desta problemática. A
consciência de jovens para a problemática da dispo-
sequência didática abordou as seguintes fases:
nibilidade hídrica da água numa abordagem CTSA. O
• Apresentação de um vídeo sobre a escassez de
trabalho consistiu na construção de um evaporador
água no Brasil;
de água de chuvas que utilizava a energia solar como
• Debate sobre a escassez de água;
fonte de calor. O sistema apresentava um comparti-
• Conceito de substâncias simples e compostas;
mento de coleta da água condensada após a evapo-
• Conceito de misturas homogênea e heterogê-
ração. O sistema foi utilizado para explicar conceitos
nea;
de química sobre mudanças de estado da matéria,
• Apresentação dos métodos de separação de
para desenvolver conceitos de ciência e a tecnologia
misturas;
de forma simples e para estimular a criatividade dos
• Experimentação sobre separação de misturas
alunos permitindo que os mesmos aplicassem os co-
homogêneas: solução de água, sal e corante ali-
nhecimentos de sua área para otimizar o sistema de
3º SIMPIF

mentício;
purificação de água desenvolvido.
• Apresentação do sistema para tratamento da
2. Método da pesquisa água;
• Momento de conscientização e reflexões sobre
O trabalho foi elaborado e aplicado em uma
importância da água;
escola pública da rede federal em uma turma com
• Momento de debate entre os alunos sobre tec-
29 discentes do 3º ano do ensino técnico em Eletro-
nologias possíveis para a melhoria de processos
técnica.

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de obtenção de água pura a partir de água da Figura 2 - Sistema de purificação de água da chuva por
aquecimento solar.
chuva;
A quarta etapa consistiu em avaliar os resul-
tados da sequência didática apresentada e observar
as reflexões dos alunos sobre os processos de se-
paração de misturas e as possíveis soluções para a
melhoria do sistema de tratamento de água de chuva
apresentado utilizando os conhecimentos específi-
cos da área dos mesmos (eletrotécnica).

3. Resultados da pesquisa

A primeira etapa do projeto foi desenvolver


Fonte própria
um sistema de evaporação da água da chuva por
meio do aquecimento por energia solar. Na Figura 1 O equipamento foi testado durante quatro
é apresentado o projeto do sistema desenvolvido. dias, variando-se o volume de água de chuva adicio-

Figura 3 - Esquema de funcionamento do sistema de puri- nada ao sistema, como destaca a Tabela 2.
ficação de água de chuva por coleta da água condensada
após evaporação.
Tabela 1- Volume de água de chuva tratado (VT) e volume
de água limpa (VL) obtidos no sistema.

Período VT (L) VL (mL).


1º dia 2,0 28
2º dia 2,5 32
3º dia 3.0 30
4º dia 3,5 31

Pode-se observar da tabela 1 que o rendi-


mento na produção de água limpa a partir da água
de chuva coletada foi baixo. Uma média próxima de
1% da água tratada foi captada limpa no reserva-
tório, após evaporação e condensação. Entretanto,
é importante informar que os dias nos quais foram
Fonte própria.
realizadas as medidas foram de chuva ou de céu
Os raios solares aquecem o equipamento e, nublado, o que somou para a efetividade do baixo
consequentemente, a água de chuva dentro do mes- rendimento. Desta forma, o que parece ser um dado
mo. O líquido ao aquecer evapora e seu vapor é con- desalentador é, de certa forma, um resultado posi-
densado no prato, escorrendo e se depositando no tivo pois, mesmo em tempos nublados ou de chuva,
reservatório de coleta. foi possível conseguir água limpa a partir da água
O sistema foi construído utilizando-se um bal- de chuva. Após a análise dos dados da Tabela 1, foi
3º SIMPIF

de com capacidade de 8L, uma forma de pudim, uma realizado um planejamento para desenvolver uma
bacia e um prato transparente para fechar o sistema, sequência didática para o ensino de Química explo-
como apresentado na Figura 2. rando o conteúdo Misturas e processos de separa-
ção de seus componentes. A sequência didática pla-
nejada consistiu na exposição de um vídeo de curta
duração, com pouco mais de três minutos intitulado
“Por que falta água no brasil?”. Após a apresentação

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do vídeo os alunos foram convidados a apresentar as é a associação direta dos problemas observados na
ideias que mais lhes chamaram a atenção quanto à Natureza com políticas públicas.
problemática do consumo de água apresentadas no Figura 5. Palavras elencadas por um dos alunos partici
vídeo. Para esta atividade foi solicitado que os mes- pantes das atividades didáticas iniciais e sua interpretação
sobre as mesmas.
mos apresentassem até 10 palavras que represen-
tassem a mensagem transmitida pelo vídeo. Estas
palavras foram ordenadas em frequência de citações
sendo a mais citada considerada a mais importan-
te e a menos citada a menos importante. A tabela 2
apresenta os resultados obtidos considerando-se as
5 palavras mais citadas. Na Figura 4 é apresentado o
momento do início desta atividade.

Figura 4 - Momento de reflexão da turma sobre a temática


apresentada no vídeo.

Fonte: Própria

Para o aluno, a mudança na legislação foi ne-


gativa pois pode minimizar a possibilidade de peque-
nos rios formarem rios maiores. Segundo os PCNEM
Fonte: Própria. (Brasil, 2006a apud Tomaz e colaboradores, 2019):

“A aprendizagem só se torna efetiva quan-


Tabela 4 - Resultado das atividades relativas à problema-
tização do uso responsável da água com recursos de TICs. do o aluno percebe a importância do con-
São apresentadas as 5 palavras mais citadas. teúdo estudado para a sua vida. No que
diz respeito à aprendizagem de Química,
é necessário que o aluno compreenda os
processos químicos, bem como a relação
dos mesmos com o seu meio cultural e na-
tural e as implicações ambientais, sociais,
econômicas, ético-políticas, científicas e
É interessante observar que a palavra evapo-
tecnológicas.”
ração foi uma das mais citadas ao lado de reserva.
É importante informar o contexto no qual a palavra Após estas atividades, foi apresentada uma
reserva aparece, pois, a mesma pode ter diversos aula prática sobre misturas e processos de separa-
3º SIMPIF

significados. A Figura 5 apresenta as palavras elen- ção visto que a teoria sobre o conteúdo já havia sido
cadas por um dos alunos e em seguida a interpre- apresentada em aulas anteriores. Para esta atividade
tação que o mesmo apresentou para as suas ideias. a turma foi levada ao laboratório para observar um
Como pode ser observado do texto do alu- processo de separação de uma mistura homogênea
no, a palavra reserva se refere a reserva de águas formada de sal, corante alimentício azul anil e água
doces e não, por exemplo, a reservas florestais. Um através de um sistema de destilação simples (Figura
fato muito importante do discurso do referido aluno 6). Neste momento, a turma foi questionada sobre o

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que ocorreria com aquela solução durante o aqueci- Realizada a atividade experimental, o evapo-
mento no balão de destilação e após a liquefação no rador construído para obtenção de água destilada a
condensador do sistema. partir de água da chuva foi apresentado (Figura 7).

Figura 6 - Sistema de destilação simples utilizado para O instrumento que havia sido deixado com água de
demonstração de um processo de separação de misturas chuva no dia anterior já apresentava água condensa-
homogêneas.
da no compartimento de coleta e era possível obser-
var a condensação no prato transparente superior. O
sistema foi aberto para que a turma observasse seu
funcionamento. Realizada esta atividade, foi solicita-
do que a turma se reunisse em grupos e propusesse,
com os conhecimentos que eles possuíam, eletrôni-
cos ou não, uma estratégia para otimizar o evapora-
dor elaborado para tratamento de água de chuvas.

Figura 7 - Momento de observação do sistema de evapo-


ração pela turma.

A resposta mais comum foi:


Aluno: - Ah, professor, como é um líquido, vai
sair azul do outro lado.
Quando um dos alunos falou que sairia água
do outro lado porque os solutos eram sólidos, a tur-
ma começou a refazer as suas colocações e inicia-
ram um debate em grupo. Após discussão, todos
chegaram à conclusão que sim, que a água sairia
Fonte: Própria
límpida do outro lado. Após esta resposta os alunos
foram questionados sobre o porquê de a água sair Os alunos rapidamente se reuniram em gru-
límpida. Um dos alunos respondeu pos e apresentaram suas ideias. A Figura 8 apresenta
- Porque os pontos de ebulição são diferentes uma das ideias da turma, apresentada pelo grupo E.
entre a água e os outros solutos. Figura 8 - Projeto para melhoria do sistema de evaporação
A turma concordou com a resposta que, ob- de água de chuva.

viamente, estava correta. Passou-se assim a se ob-


servar o processo de destilação e os alunos obser-
varam a condensação da água límpida nas paredes
do condensador. A turma ficou entusiasmada com o
fenômeno que nunca haviam observado. Segundo
GIORDAN (1999):
Fonte: Própria
“Tomar a experimentação como parte de
3º SIMPIF

um processo pleno de investigação é uma Para o grupo E, trocar os materiais plásticos


necessidade, reconhecida entre aqueles do reservatório por alumínio seria importante pois,
que pensam e fazem o ensino de ciências,
“é um material que esquenta mais ajudando a matar
pois a formação do pensamento e das ati-
um maior no de bactérias”. Também, “utilizar mini-
tudes do sujeito deve se dar preferencial-
bombas para a distribuição da água na casa, e essa
mente nos entremeios de atividades inves-
tigativas.” minibomba ajudaria a esquentar a água pois com seu
uso ela esquenta muito.” É muito importante obser-

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var aqui a interdisciplinaridade associada à sequên- nhecimentos e melhoria da linguagem científica de


cia didática empregada. Os alunos discutem sobre forma contextualizada e interdisciplinar.
meio ambiente, preservação e biologia quando com-
4. Conclusão/Considerações
preendem a problemática da presença de microrga-
nismos na água e como eliminá-los; compreendem O desenvolvimento de um sistema de purifi-
os processos físico-químicos úteis na purificação da cação de águas de chuvas por uso de energia solar
água; debatem sobre o uso da energia solar e corre- foi utilizado na aplicação de uma sequência didáti-
lacionando ao aumento de temperaturas e, por fim, ca com o objetivo de ensinar o conteúdo Misturas
aplicam os conhecimentos técnicos assimilados em e processos de separação de forma interdisciplinar
seu curso de eletrotécnica para melhoria do siste- e contextualizada dentro de uma abordagem CTSA.
mas de purificação de água. Esta é a essência da A proposta didática foi aplicada em uma turma de
abordagem CTSA, utilizada pelos alunos de modo um curso profissionalizante em eletrotécnica de uma
natural, devido à forma como a sequência didática escola pública da rede federal de ensino da cidade
foi pensada e aplicada. Segundo Zuin (2009): de João Pessoa. A sequência didática explorou re-

“A inclusão de temas relativos às ques-


cursos audiovisuais, debates em grupo, observa-
tões científicas, tecnológicas, sociais e ção do sistema de purificação de águas de chuva e
ambientais (enfoque CTSA) no conteúdo a problematização dos processos de separação de
programático do Ensino Fundamental e misturas, utilizando-se os conhecimentos técnicos
Médio pode colaborar sobremaneira para dos próprios alunos no sentido de otimizar o sistema
o desenvolvimento de conceitos químicos,
apresentado. Desta forma, o conteúdo de Química foi
pedagógicos e das condições e habilidades
apresentado com debates amplos sobre processos
básicas concernentes à cidadania.”“A in-
clusão de temas de separação de misturas, meio ambiente, responsa-
bilidade social, importância dos recursos hídricos e
Outras ideias foram apresentadas para a me- formas como a tecnologia e a ciência podem ser úteis
lhoria do sistema como, por exemplo, o uso de placas para a resolução de problemas sócio-ambientais.
solares para aquecimento e otimização do sistema
de evaporação, como propôs o grupo A (Figura 9). Referências

Figura 9 - Proposta do grupo A para o sistema de evapora- AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Atlas Bra-
ção de águas de chuva. sil: abastecimento urbano de água: panorama na-
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BASTOS, Fernanda Pereira. Tratamento de água de


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Fonte: Própria ção em Engenharia Ambiental. 2016.

Os alunos pensaram em um sistema de placas BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Edu-


solares formando baterias estacionárias que forne- cação Básica. Orientações curriculares para o ensi-
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3º SIMPIF

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III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 870


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III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 871


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Ana Izabel da Silva Macedo


Da visão do candidato a do Inep: quais
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
os problemas na redação
Tecnologia da Paraíba

Beatriz Araujo Costa


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
Resumo
Carolina Nicácia Oliveira da Rocha
[email protected] Nesta pesquisa, nosso foco são os alunos do ensino médio, pois eles
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba realizam a prova do Enem, com a redação. Esse trabalho procura in-
vestigar o(s) motivo(s) pelo(s) qual(is) os candidatos não estão atin-
gindo boas notas na prova de redação do Enem e averiguar o conhe-
cimento dos candidatos sobre as competências que são avaliadas na
prova de redação e sobre a cartilha do participante do Enem. Este é
um trabalho de natureza descritivo-interpretativa, de cunho quantita-
tivo-qualitativo O corpus desta pesquisa é composto por dois questio-
nários – aplicados antes e depois da prova do Enem – e pelo espelho
da redação que o Inep disponibiliza aos candidatos. A partir das aná-
lises desses dados, podemos evidenciar que as maiores dificuldades,
segundo os próprios alunos, estão relacionadas ao desconhecimento do tema, – competência 2 –, em fazer
uma boa proposta de intervenção – competência 5 – e na falta de interesse que alguns alunos possuem. Em re-
lação ao Inep, conclui-se que os alunos não conseguem atingir a nota máxima, porque eles não correlacionam
seus estudos e conhecimentos das variadas áreas com o tema da prova, assim, o tema passa a ser o terror
e se torna um problema, acarretando uma má argumentação e uma proposta de intervenção mal elaborada.

Palavras-chave: Escrita, ENEM, Tema.

Abstract

In this research, our focus are the high school students, because they take Enem (National High School Test)
test, and one of the steps is the writing of the essay. This essay aims to investigate the reason(s) why candidates
are not reaching good grades at the writing part of Enem and determine their knowledge about the competenc-
es that are evaluated in the test, and also about the Enem’s participant’s guidebook. This is a descriptive-inter-
pretative nature essay, quantitative-qualitative as well. This research has two questionnaires – applied before
and after Enem’s test – and through the writing part released to the candidates. Through the analysis of the
data, we were able to see that the most difficulties, according to the students themselves, are related to the
unawareness of the subject, - 2nd competence -, the writing of a good intervention proposition – 5th competence
– and in the lack of interest that some of them have. Related to the Inep, it’s concluded that the students can’t
reach the highest grade because the candidates don’t relate their studies and knowledge of the plenty areas of
life to the test’s theme, that way, the theme becomes a terror and a problem, occasioning a bad argumentation
and a bad elaborated intervention proposition.

Keywords: Writing, ENEM, Theme.

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1. Introdução tual. Logo, a nota adquirida é a mediana, a que fica


entre 500 e 700. 
A escrita é um dos três eixos da Língua Por-
tuguesa. Ela se torna objeto de estudo (PAIXÃO; 2. Referencial teórico
MAFRA, 2012 e SANTIAGO; SILVA, 2014) com fre-
quência devido às grandes dificuldades que as pes- Escrever não é uma tarefa fácil, visto que,
soas sentem ao redigir um texto. Porém, parece não para melhorar a escrita é necessário mui-
ta leitura, dedicação, estudo e prática. A
haver um estudo específico que mostre o ranking do
falta de esforço, a improvisação e a pressa
Brasil quanto a questão da escrita, o que temos é o
com que nossos alunos escrevem reflete a
resultado da prova de redação do Enem que retrata
realidade nas salas de aula. Assim, o texto
bem essa realidade, pois, fazendo um levantamen- que não é escrito com reflexão, esforço e
to dos últimos seis anos, as notas máximas foram, revisão, geralmente, é lido sem prazer. Para
respectivamente: 2013: 481, 2014: 250, 2015: 104. que ocorram mudanças nas práticas de

2016: 77, 2017: 53, 2018: 55. Já as notas zero, fo- produção textual adotadas pelos professo-
res, devem ser priorizadas as práticas de
ram: 2013: 106.742, 2014: 529.374, 2015: 53.034,
escrita, estimulando os alunos no exercício
2016: 291.806, 2017: 309.157 e 2018: 112.559.
diário. [...]. (ALVES et al, 2012, p.2 apud
Esses dados mostram nitidamente que a escrita é HOLANDA; FIGUEIREDO e CALAÇA, s/a, p.5)  
um eixo que necessita de estudos para diagnosticar
o problema, as causas e as possíveis soluções, pois Nesse ponto de vista, nota-se que a escrita
a educação brasileira não pode se arriscar chegar a não deve ser apenas reescrever algo, mas sim uma
um resultado em que nenhum aluno atinja o 1000 na forma de o aluno poder se posicionar de maneira
prova de redação e só aumente a quantidade de zero. crítica após interpretar algo que leu e estudou, por-
Esses dados também demonstram um pouco tanto, ele deve usar as experiências do seu cotidiano
da realidade da cidade de Picuí-PB e das circunvizi- para poder argumentar sobre qualquer assunto.  
nhas, pois, em conversas com estudantes, pudemos Nessa perspectiva, podemos mencionar um
detectar que nenhum aluno alcançou a nota máxima grande problema enfrentado pelos alunos quando se
nessa prova, mas também nenhum zerou. Por que deparam com a prova de redação do Enem (Exame
é tão difícil atingir o tão sonhado 1000? Será se os Nacional do Ensino Médio), o medo de ser julgado
alunos não sabem ou sabem parcialmente o que a por outra pessoa e a falta de hábito de escrever, mui-
prova irá solicitar? Será se eles não têm o conheci- tas vezes, causam a preocupação e frustração com
mento do gênero ou do que a banca requer de cada sua nota. Contudo, cabe ao professor fazer com que
texto? Ou o problema é o tema? A nossa primeira o aluno tenha mais confiança ao se deparar com uma
hipótese é a de que os alunos/candidatos não leem produção textual, como também o fazer melhorar e
a cartilha do participante do Enem por se preocupar aperfeiçoar cada vez mais os seus textos.   
apenas em tentar adivinhar o tema. Eles ainda pare- O Enem é hoje a principal porta de entrada
cem não produzir com frequência o texto dissertati- do ensino para o estudante poder ingressar na fa-
vo-argumentativo, por acreditarem que já possuem culdade que deseja, por meio do Sistema de Sele-
3º SIMPIF

o domínio. Isso se justifica pelo fato de, segundo o ção Unificada (SiSu), do Programa Universidade
Inep, 1,12% terem zerado a redação por deixarem para Todos (ProUni) – nas faculdades particulares
ela em branco, 0,77% fuga ao tema e 0,36% por –, ou através do Financiamento Estudantil (Fies). O
cópia do texto motivador. Assim, eles ficam preocu- Enem entre 1998 e 2008 possuía o primeiro mode-
pados com o tema e não estudam também em como lo, que tinha 63 questões e a redação, aplicadas em
articular os conhecimentos adquiridos durante a um único dia. Desde 2009, as questões objetivas
educação básica com o tema para a produção tex- aumentaram, mas manteve a redação, a qual ava-

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 873


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lia o conhecimento escolar adquirido, pelo aluno, e alguns deles. Alguns candidatos relatam que um dos
como ele articula com o mundo, construindo o seu maiores desafios na produção da redação é o tema.
pensamento crítico-reflexivo, vale salientar que o Muitos desses alunos não se preocupam em buscar
Enem desde esse ano era realizado em apenas um informações sobre temas do cotidiano, o que pode
fim de semana, no sábado e no domingo; no sábado acarretar em não ter argumentos suficientes na pro-
as questões versavam sobre Ciências da Natureza e dução do seu texto dissertativo-argumentativo. As-
suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecno- sim, a ideia é apresentar quais são as dificuldades
logias; já no domingo era a redação juntamente com apresentadas pelos alunos e saber o motivo real de
as questões de Linguagens, Códigos e suas Tecno- ser difícil atingir a tão desejada nota mil. 
logias e Matemática e suas Tecnologias. No ano de
3. Método da pesquisa
2017, ocorreram novas mudanças, a quantidade de
questões e a redação mantiveram, mas o Enem pas-            Segundo esclarece Fonseca (2002), no
sou a ser realizado em dois domingos consecutivos; âmbito da pesquisa, vários pesquisadores buscam
o primeiro é aplicada a prova objetiva sobre Ciências os métodos qualitativos e quantitativos.  A aborda-
Humanas e suas Tecnologias e Ciências da Natureza gem qualitativa é capaz de perceber e estudar dados
e suas Tecnologias; no segundo domingo, os candi- que não podem ser avaliados numericamente. Nesse
datos devem resolver as questões objetivas da área sentido, a pesquisa qualitativa tem uma característi-
de Linguagens, incluindo a prova de Língua Estran- ca específica por ser interpretativa e de abordagem
geira, como também as questões de Matemática e natural, ou seja, os pesquisadores estudam com o
produzir a redação.   intuito de compreender e interpretar os dados de
Desde o período em que o Enem foi criado, a maneira natural. O meio quantitativo é responsável
quantidade crescente de participantes vem aumen- por quantificar dados em um questionamento ou em
tando ao longo de cada ano. No que diz respeito à análises. Portanto, as informações por meio quanti-
escrita, resultados do Enem apontam que os textos tativo são precisas e úteis para decisões que tem a
de estudantes que passam a estudar na universidade porcentagem, por exemplo, como base.  
deixam muito a desejar. Algo de grande ocorrência Assim, a presente pesquisa está centrada
no Enem vem sendo as poucas notas que obtiveram nesses dois tipos de pesquisa: a qualitativa e quan-
pontuação máxima.     titativa.  Ela é considerada  qualitativa,  pois iremos
De acordo com o Inep, 4,1 milhões de reda- analisar e comparar opiniões e resultados, ou seja,
ções da aplicação regular do Enem 2018 foram cor- buscaremos encontrar dados que nos levem a res-
rigidas. Mais de 81 mil delas ficaram com nota entre ponder o porquê de ser tão difícil alcançar a nota
900 e mil, mas só 55 chegaram à pontuação máxi- máxima na redação do Enem. Como também quan-
ma. O número apresenta um pequeno aumento, pois titativa, pois é a recorrência que buscamos. Afinal,
no ano anterior foram 53 notas máximas obtidas. esse tipo de pesquisa fornece informações numéri-
Cerca de 112 mil participantes tiraram nota zero na cas, assim iremos mostrar em números o compor-
redação. Os principais motivos foram: fuga ao tema tamento e opiniões dos alunos, sobre nosso objeti-
(0,77%), cópia do texto motivador (0,36%), texto vo. Além do mais, será descritiva por considerarmos,
3º SIMPIF

insuficiente (0,18%), parte desconectada (0,12%), assim como Moreira e  Caleffe  (2008, p. 70), que a
não atendimento ao tipo textual (0,06%), redações descrição, a observação objetiva e minuciosa ajuda
em branco (1,12%), outros motivos (0,12%)    na resolução e melhor compreensão dos problemas.
Em relação a este assunto, podemos destacar E interpretativa, pois buscamos “identificar os fato-
a necessidade de encontrar os fatores que suscitam res que determinam ou que contribuem para a ocor-
o fracasso dos alunos na produção de redações e rência dos fenômenos” (p. 70). Esse tipo de pesqui-
descobrir quais são as dificuldades enfrentadas por sa nos ajudará a observar e descrever algumas das

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redações espelhos quando forem divulgadas pelo frentados por muitos alunos, através desses ques-
Inep, disponibilizadas pelos participantes da pesqui- tionários. 
sa.   Os questionários aplicados aos alunos antes
O  corpus  desta  pesquisa é composto por da prova do Enem foram elaborados da seguinte ma-
dois questionários, que foram respondidos por dis- neira: quatro perguntas objetivas e doze discursivas.
centes do 3º ano do ensino médio,  e pelo espelho Diferentemente dos questionários aplicados antes
da redação, o qual é disponibilizado, pelo Inep, para do Enem, os posteriores ao Enem tiveram o seguin-
os candidatos. Assim, buscaremos compreender em te formato: uma objetiva e seis discursivas, pois os
que o candidato foi bem – na sua própria concep- alunos reclamaram das questões discursivas do for-
ção e na do Inep – e no que deveria ter melhorado, mato anterior. 
por consequência de não ter atingido a nota máxima.
4. Resultados da pesquisa
A análise de dados será baseada na triangu-
lação dos dados (CANÇADO, 1994). Os resultados Apresentaremos neste tópico a análise dos
contribuirão com o foco em questão  –  que é des- motivos elencados pelos próprios candidatos e os
cobrir o(s) motivo(s) das poucas notas mil no Enem descritos no espelho da redação disponibilizados
–, com os dados qualitativos e quantitativos das pelo Inep. A análise dos dados está dividida em duas
descrições dos dois questionários e da avaliação do partes: na primeira, apresentamos os motivos dos
Inep em relação ao que foi descrito por cada aluno, alunos; e na segunda, a visão do Inep.
que disponibilizou seu espelho de redação.  
Os questionários têm perguntas objetivas e Motivos na visão dos candidatos

discursivas e foram respondidos pelos alunos em Antes de realizarem a prova aplicada no ano
dois momentos: antes e depois do Enem. O primeiro de 2018, questionamentos aos alunos se eles pos-
questionário foi sobre o processo de estudo, que foi suem alguma dificuldade em produzir o texto solici-
aplicado antes da prova de redação do Enem 2018; tado no Enem, e obtivemos as seguintes respostas:
e o segundo, aplicado depois da prova, sobre como Exemplo 1:
foi a produção do texto, se, por exemplo, ele con- A1: “[..], fazer uma boa estrutura e os argumentos” 
seguiu realizar tudo o que havia planejado nos seus A3: “Sim, por conta do tema inesperado e na produ-
estudos. Já o outro componente a ser analisado é o ção da tese.”
espelho de correção de cada candidato com as justi- A7: “Em produzir a proposta de intervenção e o início
ficativas das notas de cada competência que os cor- do texto,”
retores avaliaram.   A8: “Tenho em questão de textualizar os fatos ou ci-
Foram entregues ao todo 97 questionários, tações.” 
mas os alunos só devolveram 61. Nosso alvo foi es- A9: “Sim, a dificuldade de organizar os argumentos.” 
colas públicas, com ensino médio do interior da Pa- Ao serem questionados, após a realização da
raíba, sendo elas nos municípios de Frei Martinho, prova, sobre se houve alguma dificuldade em produ-
Barra de Santa Rosa e Picuí. A primeira escola é zir o texto dissertativo-argumentativo e quais foram,
composta somente pelo ensino médio com apenas 80,3% dos alunos afirmaram que sentiram dificul-
3º SIMPIF

um terceiro ano. Já segunda escola é formada pelo dades no texto e que seus maiores desafios na pro-
ensino fundamental e médio; este é composto por dução foram o tema inesperado, a tese, a falta de
três turmas de terceiros anos. Por fim, a última es- argumentos e em propor soluções para o problema
cola é constituída pelo ensino médio/técnico, tam- abordado.    Como podemos observar no exemplo a
bém com três turmas de terceiros. Vale salientar que seguir: 
nosso objetivo é observar quais problemas são en- Exemplo 2:

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 875


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A25: “Não tinha argumentos plausíveis para escrever complexo, o que dificultou o entendimento dos tex-
sobre o tema”.  tos motivadores. Como observamos a seguir:
A26: “Porque o tema é surpresa.” Exemplo 5:
A28: “A dificuldade foi escrever sobre o tema e produ- A14: “Um tema muito complexo e os textos motiva-
zir proposta de intervenção.”  dores não estavam claros.” 
A29: “Desenvolver a ideia sobre o tema.” A18: “Estava fácil para fugir do tema.” 
Esse exemplo nos mostra as principais difi- Nota-se com os exemplos que os alunos ex-
culdades apresentadas pelos alunos, porém já era pressam em quase todas as respostas que tiveram
algo esperado por alguns deles, pois foi essa a ideia problema com o tema. Isso é refletido no geral quan-
que os alunos do exemplo 1 nos passaram no ques- do em termos numéricos, 0,77% do número total de
tionário antes da prova do Enem. candidatos que fizeram a prova obtiveram nota igual
Ao serem questionados sobre qual foi a maior a zero por fuga ao tema.
dificuldade – escrever sobre o tema ou fazer o tex- Solicitamos ainda que os candidatos elencas-
to dissertativo-argumentativo, 48,9% dos alunos sem alguns motivos que fizeram com que eles pro-
sentem mais dificuldades quando se deparam com duzissem bons ou maus textos, e as respostas foram
o tema de redação e 40,8% dos alunos afirmaram as seguintes:
que o texto dissertativo-argumentativo ainda se tor- Exemplo 6:
na uma dificuldade recorrente entre eles e 10,3% A34: “A minha falta de preparação, ou seja, não es-
sentem dificuldade tanto no tema quanto no texto tudei o suficiente”
dissertativo-argumentativo. A35: “Não ter domínio na construção do texto, pouca
Em seguida, perguntamos se a prova de re- pesquisa e pouca leitura.”
dação estava de acordo com suas expectativas e A36: “O tema, argumentar, fazer a proposta de inter-
30% afirmaram que sim, enquanto que 70%, não. venção e os textos motivadores não ajudaram.”
Segundo os alunos que responderam não, os moti- Como podemos observar, os alunos nos res-
vos foram: tema inesperado e complicado, conforme ponderam que a leitura pode colaborar, a falta de
demonstra as seguintes respostas:  clareza nos textos motivadores fez com que alguns
Exemplo 3: tirassem notas ruins, o interesse do próprio aluno
A30: “Não, porque não esperava um tema como também pode cooperar para uma boa ou má escrita,
aquele.” e, por fim a falta de atenção.
A31: “Não, foi um tema que confundia muito.” Diante dos questionários aplicados nas três
Já para os candidatos que responderam sim, escolas já mencionadas, pudemos diagnosticar que
o motivo foi: já esperavam o tema abordado, pois fa- 40,8% dos alunos responderam que sentem dificul-
zia parte do cotidiano, como responderam os alunos dade ao produzir e que suas maiores dificuldades
A32 e A33: são na produção da tese, argumentação e na produ-
Exemplo 4: ção de uma proposta de intervenção.
A32: “Sim, um tema bem presente.”
Visão do Inep
A33: “Sim, o tema abordado era uma das minhas
3º SIMPIF

apostas para o tema desse ano.” De acordo com o Inep, ao contrário das ava-
Em outra questão, solicitamos que o aluno liações tradicionais, que exigem a memorização de
respondesse a opinião dele sobre a redação. Muitos conteúdo, o Enem estimula a escola a desenvolver
deles responderam que os textos motivadores não habilidades e competências com as quais os alunos
estavam claros, impedindo que eles soubessem fazer possam assimilar informações e utilizá-las em con-
uma boa argumentação, e dificuldades com o tema textos adequados, servindo-se dos conhecimentos

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 876


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adquiridos para tomar decisões autônomas e social-


mente relevantes. 
Desde o surgimento do Enem, o acesso ao en-
sino superior é sua principal meta, não há como ne-
gar a importância dessa avaliação. Uma das formas
que o Enem avalia o aluno é a partir das competên-
cias, em que irá observar se o candidato está seguin-
do corretamente o texto dissertativo-argumentativo.
Para que o aluno atinja a nota mil, ele deve alcançar
a excelência nas cincos competências de avaliação
do Inep, as redações são corrigidas por um modelo
padronizado de critérios, ou seja, não é sorte tirar
uma nota máxima, mas sim, a capacidade de cons- Fonte: Inep, disponibilizada ao candidato

truir um texto que se adeque ao que é solicitado. As


notas variam de 0 a 200 pontos, em 6 graus diferen-
tes de adequação, assim o aluno poderá tirar 200,
160, 120, 80, 40 ou 0 pontos. Esses graus possuem
características predefinidas para evitar que os exa-
minadores deem suas opiniões e não interfiram na
nota do aluno. 
A partir dos 22 espelhos que nos foram dis- Fonte: Inep, disponibilizada ao candidato.
ponibilizados, observamos que a competência em
Como podemos notar, alguns dos candidatos
que houve mais notas baixas é na 2, pois tal com-
não apresentam domínio em relação ao tema fazen-
petência exige do participante desenvolvimento da
do com que sua pontuação diminua.
temática, apresentando um vasto repertório socio-
Outra competência em que as notas não têm
cultural, bem como conhecimento profundo sobre
sido altas é a competência 3, na qual exige do parti-
a estrutura do texto dissertativo-argumentativo em
cipante que, na elaboração do seu texto, haja argu-
prosa, o qual deve conter introdução, desenvolvi-
mentos que correspondam a defesa do tema propos-
mento e conclusão, de maneira que os argumentos
to pela redação. O texto deve ser inteligível, ou seja,
sejam apresentados defendendo a situação-proble-
precisa conter total coerência em suas ideias expos-
ma da sociedade brasileira, proposta pelo tema da
tas. Será avaliado o modo como o candidato sele-
redação. Vale ressaltar que deve ser evitado apre-
ciona, relaciona, organiza e interpreta informações,
sentar apenas a descrição e característica do tema.
fatos, opiniões e argumentos. De maneira ideal, cada
Ou seja, é necessário demonstrar compreensão e
parágrafo deve exibir novas ideias, que consequen-
organização interna das ideias, para que o leitor se
temente leva a conclusão. Para o Inep, 63,7% dos
convença do que foi apresentado pelo escritor.
alunos estão argumentando de forma superficial e
De acordo com o Inep, nos textos de 59,9%
3º SIMPIF

incoerente, além de relacionados de forma pouco


dos candidatos que observamos o espelho, o tema
consistente ao ponto de vista defendido. Como ob-
é desenvolvido de forma tangenciada e mediada,
servamos nos exemplos abaixo:
sem muito acesso a outras áreas do conhecimento
e apresenta pouco domínio em relação ao texto dis-
sertativo-argumentativo. Como observamos abaixo:

Exemplo 7:

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Exemplo 8: Exemplo 10:

Fonte: Inep, disponibilizada ao candidato. Fonte: Inep, disponibilizada ao candidato.

Exemplo 9: Exemplo 11:

Fonte: Inep, disponibilizada ao candidato.

No exemplo 9, observamos que o Inep con-


Fonte: Inep, disponibilizada ao candidato.
siderou que o candidato não apresentou boa argu-
mentação, ou seja, suas opiniões e fatos não esta- Segundo o Inep, o participante elaborou de

vam relacionados ao tema e no segundo exemplo, forma mediana a sua proposta, fazendo com que o

como podemos ver o candidato não articulou seus detalhamento se tornasse insuficiente, ou seja, esta-

argumentos, fazendo com que eles se tornassem in- va pouco consistente não alcançando nota máxima.

consistentes. A partir das vistas pedagógicas disponibiliza-

Outra competência com notas baixas recor- dos pelo Inep, notamos que muitas notas em relação

rentes foi a 5, na qual o candidato é avaliado pela às competências apresentadas acima foram baixas

apresentação de uma proposta de intervenção para e estão diretamente relacionadas aos motivos elen-

a dificuldade abordada no tema, levando em consi- cados pelos alunos. O Inep mostra, em cada vista

deração os direitos humanos. O candidato deve le- pedagógica, os erros recorrentes de cada uma das

vantar alguns pontos voltados para problemática, redações, isso serve como exemplo para que, em

para que haja uma possível solução, a partir do que outras redações, o candidato não venha a realizar o

já foi discutido no texto. A redação deve conter o mesmo erro e consiga alcançar uma pontuação me-

detalhamento dos meios que possam realizar todas lhor.

as adversidades. A ideia da proposta de intervenção A partir dos 22 espelhos disponibilizados


pelos alunos, pudemos ver o que o Inep diz em re-
3º SIMPIF

não é solucionar todos os problemas do mundo em


poucas linhas, mas sim sugerir um caminho para o lação às redações feitas pelos candidatos. Nota-se

desenvolvido no texto. Segundo o Inep, 63,7% das que grande parte dos alunos obtiveram notas infe-

propostas de intervenção foram apresentadas de riores nas competências 2, 3 e 5 ao que se espera

forma precária, estavam pouco consistentes e não para alcançar uma boa pontuação, chegamos a tais

havia clareza em relação ao tema, como podemos números que apresentam de forma direta as dificul-

notar abaixo: dades mais recorrentes que o Inep considerou das


redações dos alunos, concluímos que:  59,9% dos

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candidatos não atingiram uma boa pontuação na MD1_SA8_ID5649_09092017212412.pdf > Acesso


competência 2, ou seja, desenvolveram o tema de em 03 de fevereiro 2019.
forma tangenciada e mediada, 63,7% dos alunos es- MOREIRA, H., CALEFFE, L. G. Metodologia da pesqui-
tão argumentando de forma superficial e incoerente sa para o professor pesquisador. 2. ed. Rio de Janei-
e 63,7% das propostas de intervenção foram apre- ro: Lamparina, 2008. 

sentadas de forma precária. Como ponto positivo, PAIXÃO, Sergio Vale da; MAFRA, Núbio Delanne Fer-
60% dos alunos obtiveram suas maiores notas na raz. A produção escrita nas redes sociais e o uso das
competência 1, a qual exigia deles um bom domínio tecnologias em sala de aula: possibilidades de traba-
lho. Pesquisas em Discurso Pedagógico. 2012. In.: ht-
da norma culta.
tps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/19984/19984.
PDF Acesso em junho de 2019.
5. Conclusão/Considerações

Quanto à baixa pontuação dos alunos con-


cluímos que suas maiores dificuldades estão ligadas
às competências 2, 3 e 5 que exigem, respectiva-
mente, um bom conhecimento do tema, elaboração
de bons argumentos e uma proposta de intervenção
seguindo todos os critérios de avaliação. É notório
que as dificuldades mencionadas pelos alunos es-
tão ligadas as baixas notas que o Inep considerou
das redações, ou seja, os alunos se queixaram do
desconhecimento do tema, a falta de uma boa ar-
gumentação e na elaboração de uma boa proposta
de intervenção. Portanto, tais dificuldades apresen-
tadas pelos candidatos, e comprovada nas vistas pe-
dagógicas disponibilizadas pelo Inep, resultam em
um texto mediano, os impedindo de alcançar a tão
esperada nota máxima.

Referências

BAUER, M. W.; AARTS, B. A construção do corpus: um


princípio para a coleta de dados qualitativos. In M.W.
Bauer & G. Gaskell (Eds.), Pesquisa qualitativa com
texto, imagem e som: um manual prático. (pp.39-63).
(Pedrinho A. Guareschi, trad.). Petrópolis, RJ: Vozes,
2002.

CANÇADO, M. ‘Um estudo sobre a pesquisa etnográ-


fica em sala de aula’. Trabalhos em Linguística Apli-
cada. Campinas, p. 55-56, 1994.
3º SIMPIF

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica.


Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.

HOLANDA, Driely Xavier de. Leitura e escrita: práticas


fundamentais para uma produção textuaL EFICIEN-
TE. Disponível em < ttps://www.editorarealize.com.
br/revistas/conedu/trabalhos/TRABALHO_EV073_

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 879


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Alberto da Silva Félix


Desenvolvimento de um processador
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
didático de uso geral implementado em
Tecnologia da Paraíba dispositivo configurável do tipo FPGA
Guilerme Pereira da Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
Resumo
Fagner de Araujo Pereira
[email protected] O processador é o principal componente dos computadores moder-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba nos, responsável por processar e direcionar todas as informações que
um computador é capaz de entender, utilizando-se do padrão binário.
Henrique do Nascimento Cunha
[email protected] Ele recebe os dados, processa e devolve as informações obtidas a
Instituto Federal de Educação, Ciência e partir destes, logo ele se torna essencial no ensino da computação. O
Tecnologia da Paraíba
estudo sobre este componente nos cursos de graduação é abordado
inicialmente na disciplina de Organização e Arquitetura de Computa-
dores e depois nas disciplinas que derivam dessa, como por exemplo
a de Microprocessadores e Microcontroladores do curso de Engenha-
ria de Computação no Instituto Federal da Paraíba(IFPB), mas os alu-
nos sentem bastante dificuldade para entender o funcionamento dos
processadores, devido a sua complexidade. Neste trabalho desenvolvemos um processador na linguagem de
descrição de hardware(HDL) SystemVerilog para prototipação em FPGA(Field Programmable Gate Array), o
que torna o ensinamento das disciplinas citadas anteriormente mais atrativo aos estudantes.

Palavras-chave: FPGA. HDL. Processador.

Abstract

The processor is the main component of modern computers, responsible for processing and directing all the
information that a computer can understand using the binary standard. He receives the data, processes and
returns the information obtained from it, so he becomes essential in the teaching of computing. The study of
this component in undergraduate courses is initially addressed in the discipline of Computer Organization and
Architecture and then in the disciplines that derive from it, such as the Microprocessors and Microcontrollers of
the Computer Engineering course at the Federal Institute of Paraíba (IFPB). But students find it hard to under-
stand how processors work because of their complexity. In this work we developed a SystemVerilog hardware
description language (HDL) processor for prototyping in Field Programmable Gate Array (FPGA), which makes
the teaching of the above disciplines more attractive to students.

Keywords: FPGA. HDL. Processor.

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1. Introdução Algumas fases são necessárias para o pro-


jetar e programar uma FPGA, são elas: estabelecer
A utilização de simuladores de processa-
o comportamento da FPGA que é desenvolvido por
dores é comum no ensino de disciplinas voltadas a
uma linguagem de descrição de hardware (HDL),
área de Arquitetura de Computadores, nos cursos
criação de uma netlist responsável por descrever as
de Computação das Universidades (BORGES;SILVA,
conexões do circuito, roteamento é a fase de ajus-
2017), com isso, vários simuladores foram desen-
te da anterior, confirmação do mapeamento esta é
volvidos no intuito de melhorar a qualidade das au-
a fase de simulação e análise, a partir dela é gerado
las e o entendimento dos alunos, pois o estudo dos
um arquivo binário, e daí é feita a prototipação do
processadores é de grande importância para Com-
circuito na FPGA (PÓVOA, 2010).
putação (SOARES, 2005). Tendo em vista a tamanha
importâcia que esse estudo tem para o aperfeiçoa- 2.2 Simuladores
mento dos alunos, percebe-se que a implementação
Existem diversos simuladores de processado-
em um dispositivo configurável do tipo FPGA tornará
res, em (DE JESUS; MORENO; CHELLA) desenvolve-
as disciplinas mais interessantes, suprindo lacunas
ram um simulador de processador de computador
que são deixadas pela simulação virtual, tornando-a
com propósito didático    na linguagem de progra-
física, pois agora existe um processador real, mani-
mação Java, em (FERREIRA; NACIF, 2009) apre-
pulando informações do mundo externo, como por
sentaram o simulador HADES que é utilizado para
exemplo o monitoramento de um sensor de presen-
o ensino de diversas disciplinas de engenharia de
ça, esse contato de próximidade física e visual faci-
computação, em (LACERDA, 2004) foi apresentado
lita o aprendizado tanto da arquitura como também
o desenvolvimento de uma CPU (Unidade Central de
do desenvolvimento de hardware que é feito por
Processamento) com uma arquitetura simples para
meio de uma HDL, cuja utilização possibilita progra-
fins didáticos. Além destes em (SOARES, 2005) é fei-
mação de vários níveis de abstração, desde a lógica
ta a apresentação de vários simuladores utilizados
programável até transistores(RAMALHO et al, 2013)
no ensino de processadores, como por exemplo o
e são amplamente utilizadas para facilitar a docu-
PCSpim e o WinDLX abordados por ele.
mentação e desenvolvimento de sistemas digitais
(PERRY, 2002). Assim, além de despertar um maior 2.3 Processador
interesse por parte dos alunos para disciplinas dessa
área, os deixam a par de como às fábricas constroem Um processador amplamente utilizado atual-

seus chips, sejam de próposito geral ou específico. mente, é o RISC-V que possui um conjunto de ins-
trução Instruction Set Architecture (ISA) aberto e
2. Referencial teórico livre desenvolvido por um grupo de pesquisa da Uni-
versidade da California – Berkeley. O ISA do proces-
2.1 FPGA sador RISC-V está disponível em versões de 32, 64
e 128 bits. O mesmo foi utilizado nas pesquisas de
Field Programmable Gate Array (FPGA) é
(DE CASTRO; AZEVEDO, 2017) e (LINS, 2017) este
um dispositivo lógico programável, que possui uma
último desenvolveu um modelo RTL configurável de
3º SIMPIF

matriz de células lógicas que são reprogramáveis e


memória cache genérico para agilizar o processo de
chaves programáveis que são responsáveis por in-
desenvolvimento e flexibilizar testes de várias confi-
terconectar as células de acordo com a descrição do
gurações diferentes de maneira simples e ágil otimi-
hardware. Células lógicas são desenvolvidas normal-
zando o tempo de projeto de um SoC assim como o
mente como uma tabela de busca (LUT), que é feita
RISC-V propõe.
com um circuito combinacional que possui um flip-
-flop tipo D (PÓVOA, 2010).

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3. Método da pesquisa Figura 1 – Unidade Lógica Aritmética desenvolvida em


SystemVerilog
Inicialmente realizamos um estudo da arte
para a atualização da base de referências bibliográ-
ficas, esse estudo é contínuo durante todo o período
de vigência do projeto, tendo em vista que novas tec-
nologias são desenvolvidas constantemente, assim
são feitas as melhores escolhas no desenvolvimento
do processador.
A definição de quais tecnologias serão utiliza-
das, a placa FPGA, entre outros componentes impor-
Fonte: Elaboração própria.
tantes, que melhor se adequem ao projeto, fazendo
assim escolhas acertadas para uma produção cons- Ela opera com duas entradas A e B de 8 bits,
ciente do objetivo geral deste projeto, isso acontece- uma entrada de seleção de operação SULA que ende-
rá após um estudo aprofundado sobre os processa- reça 14 diferentes operações e a saída S de 16 bits.
dores de propósito geral e específicos.
4.1 – Banco de registradores
O processador ao qual se refere este artigo
é didático de 8 bits, capaz de executar instruções Os dados armazenados nos registradores do
lógicas e aritméticas e operar sobre um conjunto de banco o qual vemos na Figura 2 são normalmente
dados em um banco de registradores, uma porta de usados como operandos da ULA. Dessa forma, o
entrada e uma porta de saída. banco deve ser capaz de fornecer à ULA os dados
Todas as atividades foram realizadas em con- armazenados em quaisquer dois registradores, con-
junto pelos autores deste trabalho, usando uma me- forme a necessidade. Os dados armazenados nos
todologia da engenharia de software chamada Ex- registradores podem ser externados a partir de dois
trem Program(XP) (SOMMERVILLE,2011). barramentos de 8 bits de saída do banco, A e B, cada
um com seus bits indexados de 0 a 7, sendo o 7 o bit
4. Resultados da pesquisa
mais significativo.

4.1 – ULA

A unidade lógica aritmética(ULA) é reponsável


por todas as operações de lógica como por exemplo
a operação A ou B, A e B, e também as operações
aritméticas como A + B, A x B, essas são algumas
das operações necessárias para o funcionamento do
processador. Vemos na Figura 1 o componente de-
senvolvido com suas entradas e saídas.
3º SIMPIF

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Figura 2 – Banco de Registradores desenvolvido em Sys- porta de saída do processador, estão representados
temVerilog
pelo barramento OUT, do lado direito do bloco mos-
trado na Figura 2, cujos bits são indexados de 0 a 7,
sendo o bit
OUT_0 o menos significativo e o bit OUT_7
o mais significativo. Qualquer escrita realizada no
registrador POUT é imediatamente refletido nesses
terminais.

4.3 – Datapath

Esse componente é de lógica sequencial o


qual depende dos pulsos de clock para o seu funcio-
namento, ele encapsula a ULA que vimos na Figura
1, o banco de registradores Figura 2, o muxCTE que
vemos na Figura 3, este é responsável por selecio-
nar os operandos que serão repassados para ULA
e também temos interno no datapath o comparador
de valores que vemos na Figura 4, que faz as com-
parações lógicas básicas entre os valores como por
exemplo informa se A > B, entre outras.

Figura 3 – MuxCTE desenvolvido em SystemVerilog


Fonte: Elaboração própria.

Cada barramento pode fornecer o dado ar-


mazenado em qualquer um dos 16 registradores
a partir do seu endereçamento, feito com 4 bits
de controle: SBA (Seleção do Barramento A), com
bits indexados de 0 a 3, sendo SBA_0 o bit menos
significativo e SBA_3 o bit mais significativo, e SBB
(Seleção do Barramento B), com bits também inde-
xados de 0 a 3, sendo SBB_0 o bit menos significa-
tivo e SBB_3 o bit mais significativo. Dessa forma,
por exemplo, fornecendo o código binário 0b0000
aos bits de endereçamento SBA faz com que o dado Fonte: Elaboração própria.
do registrador R0 seja fornecido ao barramento A,
e fornecendo o código 0b0001 aos bits de endere-
çamento SBB faz com que o dado do registrador R1
3º SIMPIF

seja fornecido ao barramento B.


Os bits de controle do endereçamento para
os barramentos A e B são mostrados na parte infe-
rior direita do bloco da Figura 1.
O dado armazenado no registrador da porta
de saída (POUT) é fornecido diretamente aos termi-
nais externos ao chip. Esses terminais, que formam a

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Figura 4 – Comparador de valores desenvolvido em Sys- essa leitura é controlada pelo contador de progra-
temVerilog
ma(PC) que funciona a partir dos pulsos de clock as-
sim como o Datapath, a cada pulso o PC passa para
uma nova instrução no set de instruções passados
pela memória. Na Figura 6 visualizamos o contador
de programa.

Figura 6 – Contador de programa desenvolvido em Sys-


temVerilog

Fonte: Elaboração própria.

Encapsulando esses módulos em um mesmo


módulo obtemos o Datapath, para uma melhor visua-
lização do todo desse componente temos a Figura 5.

Figura 5 – Datapath desenvolvido em SystemVerilog

Fonte: Elaboração própria.

A unidade de controle do processador aqui


desenvolvido recebe um total de 17 bits, sendo os 5
bits mais significativos responsáveis por endereçar
as 32 operações que o nosso processador é capaz
de entender e processar chamamos esses bits de
opcode, os demais bits nos informão de acordo com
a instrução, os valores das variáveis a serem usadas,
os endereços dos registradores do banco que devem
ser utilizados naquele momento seja para gravação
ou leitura de dados, a Figura 7 nos mostra a unidade
controle com suas entradas e saídas.

Fonte: Elaboração própria.

4.4 – Unidade de Controle


3º SIMPIF

Esse é o principal componente do processa-


dor pois ele é o responsável por fazer a leitura de um
arquivo binário enviado a ele por meio da memória
ram, decodificando essa informação e controlando
todo o fluxo de dados que deve ser executado por
cada um dos componentes que descrevemos a cima,

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Figura 7 – Unidade de controle desenvolvido em System- Figura 8 – Código Unidade de controle desenvolvido em
Verilog SystemVerilog

Fonte: Elaboração própria.

A seguir mostramos nas Figuras 8 e 9 o códi-


go de uma das partes que fazem a Unidade de Con-
trole chegar a esse resultado, mostrando a impor-
tância das HDLs.
Fonte: Elaboração própria.

Figura 9 – Código Contador de Programa desenvolvido em


SystemVerilog

3º SIMPIF

Fonte: Elaboração própria.

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5. Conclusão/Considerações Referências

Nosso processador foi construido a partir de SOARES, Sandro Neves. T&D-bench: explorando o
espaço de projeto de processadores em ensino e em
linhas de código em systemverilog que foi a lingua-
pesquisa. 2005.
gem de descrição de hardware(HDL) escolhida para
o desenvolvimento do mesmo, ao fim desse traba- BORGES, J. A. S.; SILVA, G. P. SimuS-Um Simulador
Para o Ensino de Arquitetura de Computadores. In-
lho obtemos um processador didático de 8bits com
ternational Journal of Computer Architecture Educa-
toda estrutura desenvolvida, desde a ULA que é o tion (IJCAE), p.7-12, 2017.
componente mais básico até a Unidade de Contro-
PERRY, D. L. VHDL: programming by example. 4.ed.
le que é o componente mais complexo que faz todo
New York: McGraw-Hill, 2002.
o processamento de dados, a partir daqui partimos
para o desenvolvimento de integração do processa- RAMALHO, Lucas Arruda et al. USO DE LINGUAGEM
DE DESCRIÇÃO DE HARDWARE E DISPOSITIVOS DE
dor com uma memória ram interna a FPGA DE1-SOC
ALTO DESEMPENHO NA EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA.
que é a placa que temos disponível em nosso la- In: Instituto Federal do Mato Grosso - IFMT Campus
boratório para realizar a prototipação, levamos em Cuiabá. Jornada de Pesquisa e Extensão. Cuiabá:
consideração todo o conhecimento adiquirido pelos 2013.

pesquisadores e desenvolvedores da pesquisa foco SOMMERVILLE, Ian. Engenharia de Software, 9ª Edi-


desde trabalho, passando pelo conhecimento em Ar- ção. Pearson Education, 2011. Cap. 3(Seção 3.3).
quitetura de computadores, com o estudo básico da DE CASTRO, Renan Camargo; AZEVEDO, Rodolfo.
computação e do hardware principal de todos os sis- Aprimoramento do modelo de processador RISC-V.
temas computacionais dos quais somos usuários e 2017. Projeto Final de Graduação. Universidade Es-
tadual de Campinas.
entusiastas da tecnologia no dia a dia da sociedade,
outro conhecimento valioso foi o da HDL SystemVeri- LINS, Ary Guedes. Um modelo RTL configurável de
log que fez os pesquisadores vivenciarem o ambien- memória cache sintetizável em FPGA. 2017. Traba-
lho de Graduação. Universidade Federal de Pernam-
te de uma fábrica de chips de propósito específico e
buco.
propósito geral.
Os próximos passos a serem desenvolvidos
são, a implemetação da memória ram que recebe-
rá a informação do código escrito na linguagem as-
sembly específica para o processador a qual tem o
compilador que gera um código binário que sera lido
pelo processador e as funções serão executadas no
protótipo da FPGA, fazendo assim uma apresenta-
ção do fluxo de dados visualmente no hardware que
um computador faz sem que percebamos e o enten-
dimento do hardware dos equipamentos compua-
tacionais se tornarão mais claros para aqueles que
3º SIMPIF

forem apresentados a esse processador didático de


propósito geral. Fica aqui o agradecimento a todos
que colaboraram com nossa pesquisa o nosso muito
obrigado.

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Bruno Vinicius da Silva Moreira


Educação empreendedora na Escola
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
pública: a utilização de jogo interativo
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa para alunos do ensino fundamental
Caio Abner Brito Nunes
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
Resumo
Pedro Rodrigues Araújo de Meneses
pedrorodriguesaraujodemeneses@gmail A educação empreendedora tem tomado dimensões cada vez maiores
Instituto Federal de Educação, Ciência e
a cada ano que passa. No entanto, um estudo realizado anteriormente
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
comprovou a inexistência de ações que promovam a educação em-
Diego Alves de Oliveira Ribeiro preendedora em escolas de ensino fundamental na Paraíba (SOARES,
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e 2017). Considerando isto e a importância de os alunos adquirirem
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo
habilidades e competências empreendedoras, o presente estudo tem
Maria de Fátima Silva Oliveira como objetivo criar um jogo interativo que ensine esses estudantes
[email protected] sobre o processo empreendedor, considerando suas 4 fases. Isto será
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba realizado com a utilização de uma pesquisa bibliográfica, e de campo.
O método utilizado na pesquisa de campo inclui um experimento, e
o levantamento de dados com uso de questionários aplicados a uma
amostra representativa dos alunos de uma escola de ensino fundamental II, objeto de estudo, antes e após a
utilização do jogo que está em fase de elaboração. A pesquisa se caracteriza quanto aos objetivos como explo-
ratória e descritiva, de natureza aplicada, com abordagem quanti-qualitativa para o tratamento e análise dos
dados, que incluem variáveis nominais e intervalar. Como o projeto ainda está em andamento, os resultados
já obtidos, incluem o protótipo do jogo, incluindo seus personagens e perfis, assim como o nível de conheci-
mento que os discentes possuem sobre o empreendedorismo.

Palavras-chave: Educação empreendedora 1. Ensino fundamental 2. Escolas públicas 3. Jogo interativo 4.

Abstract

Entrepreneurial education has taken on increasing dimensions with each passing year. However, a previous
study showed the lack of actions that promote entrepreneurial education in elementary schools in Paraíba
(SOARES, 2017). Considering this and the importance of students acquiring entrepreneurial skills and com-
petences, this study aims to create an interactive game that teaches these students about the entrepreneurial
process, considering its 4 phases. This will be done using a bibliographic and field search. The method used in
the field research includes an experiment, and data collection using questionnaires applied to a representative
sample of students from an elementary school, object of study, before and after the use of the game that is in
phase. of elaboration. The research is characterized as objectives as exploratory and descriptive, applied in
nature, with quantitative and qualitative approach to the treatment and analysis of data, which include nominal
and interval variables. As the project is still ongoing, the results already obtained include the prototype of the
game, including its characters and profiles, as well as the level of knowledge that students have about entre-
preneurship.

Keywords: Entrepreneurial Education 1. Elementary School 2. Public Schools 3. Interactive Game 4.

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1. Introdução O estímulo a educação empreendedora, pode


ocorrer de diversas formas, entre elas a inclusão de
A educação empreendedora tem tomando
disciplinas na grade curricular dos cursos, a reali-
proporções cada vez maiores a cada ano que pas-
zação de programas educacionais, ou ainda através
sa. Isto, porque o interesse no conhecimento sobre
de eventos, jogos e competições de conteúdos for-
o empreendedorismo e as competências empreen-
mativos voltados a capacitação empreendedora. Nas
dedoras vem se ampliando nos diversos níveis da
escolas públicas de ensino fundamental da Paraíba,
educação formal. No entanto, um estudo anterior
não há nenhuma modalidade de educação empreen-
realizado com 100 gestores escolares de escolas
dedora.
de ensino fundamental das 14 Gerências Regionais
Considerando isto, assim como a ausência
de Ensino do estado da Paraíba (SOARES, 2017),
de materiais instrucionais voltados para a prática
coletou dados quanto a situação da educação em-
da educação empreendedora em escolas públicas
preendedora nessas escolas e mostrou que há uma
de ensino fundamental na região de aplicação deste
ausência de ações educacionais que promovam a
estudo, é que este se propõe a desenvolver um mate-
formação empreendedora nos estudantes destas
rial instrucional lúdico a ser utilizado para formação
instituições.
e estímulo ao empreendedorismo dos estudantes
Foi observado que não há programas
destas escolas. O estudo pretende através da res-
que estimulem a formação empreendedora dos
posta da questão problema aqui levantada, auxiliar
estudantes, nem ao menos conteúdos voltados
as escolas públicas a aplicarem ações educacionais
ao estímulo de características empreendedoras,
que promovam o conhecimento e inclusive estímulo
comprovando a ausência do desenvolvimento dessas
a formação de características empreendedoras em
características e competências nos estudantes.
seus estudantes. Através da criação e desenvolvi-
Esse resultado demonstra a necessidade de ações
mento de material instrucional que envolve situa-
institucionais, assim como de políticas públicas
ções e tomadas de decisões próprias do indivíduo
que visem estimular e desenvolver a formação
empreendedor, que possa ser aplicado aos estudan-
empreendedora nesse nível de ensino e nessas
tes dessas escolas, certamente serão obtidos bene-
instituições.
fícios de curto e longo prazo, não apenas para esses
O termo formação empreendedora aqui uti-
pequenos cidadãos e futuros profissionais, mas tam-
lizado refere-se à formação de competências e/ou
bém para a sociedade de forma geral.
conhecimentos que desenvolvam o senso de opor-
O fato dessas crianças serem de escola públi-
tunidade, de criatividade, de inovação, de autonomia
ca torna o impacto desse projeto ainda mais interes-
e noções de mercado e empregabilidade, entre ou-
sante, uma vez que a escola pública atende grande
tras características próprias do comportamento em-
parte da população com recursos escassos e sem
preendedor nos indivíduos.
grandes oportunidades. Sendo assim, as ações de
Considerando essa realidade e a ausência de
pesquisas que atendam determinados extratos so-
práticas, assim como de materiais pedagógicos ins-
ciais desprovidos de recursos e novas oportunidade
trucionais lúdicos, voltadas à educação empreende-
de aprendizagem de conteúdo importantes para sua
3º SIMPIF

dora de estudantes em escolas de ensino fundamen-


formação como cidadãos e futuros profissionais am-
tal, o estudo proposto pretende responder a seguinte
plia o alcance desse projeto.
problemática: É possível com a criação e utilização
No mais, levando em conta que o projeto traz
de um jogo interativo, de conteúdo lúdico e voltado
como principal resultado a inovação por meio do
as 4 fases do processo empreendedor, desenvolver
desenvolvimento de um material instrucional total-
conhecimentos e estímulos as características em-
mente novo e original, que é o jogo a ser desenvolvi-
preendedoras em alunos do ensino fundamental II ?
do, os beneficiários serão não apenas os estudantes

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 888


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do ensino fundamental das escolas atendidas, mas empreendedora dificultando o surgimento de novos
também, a equipe idealizadora do projeto, os discen- empreendedores. Santos (2015), aponta como sen-
tes pesquisadores – levando em consideração que do uma das principais barreiras de aprendizagem
estes participarão de todas as etapas do projeto – e ao empreendedorismo a falta de fomento a valores
as demais escolas que, no futuro, venham a obter o como liderança, tolerância ao fracasso, a resiliência,
kit do jogo – após o registro e patente do modelo a iniciativa, e o trabalho em equipe, enfatizando a
proposto - com as instruções de utilização e reco- necessidade de fomentar a mentalidade empreende-
mendações para uso. dora desde o ensino básico ou fundamental compati-
O resultado desse projeto abrangerá, portan- bilizando o ensino de matérias de caráter instrumen-
to, benefícios educacionais e sociais que repercuti- tal com estímulos a criatividade, o gosto pelas artes,
rão não apenas na vida dos estudantes atendidos, o desejo de aprender e as competências digitais.
mas também a novos alunos com a reaplicação do Portanto, desenvolver ações que visem o estímulo a
modelo em outras escolas públicas. formação de indivíduos empreendedores através de
metodologias, materiais instrucionais e conteúdos
2. Referencial teórico
adequados, dentre outros aspectos, deve ser um dos
objetivos das escolas que pretendem educar de for-
2.1 Educação empreendedora
ma empreendedora desde a tenra idade.

De acordo com Correa (2018), o principal


2.2 Ensino fundamental e educação empreendedora
objetivo da educação empreendedora é desenvolver
qualidades e habilidades inerentes ao empreendedo- A LDB define o ensino fundamental (Brasil,
rismo como, por exemplo, a capacidade de enxergar 1996, art.32, p.27) “como obrigatório, com duração
oportunidades, a proatividade e o gerenciamento de de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, inician-
risco, entre outras. Ela lança as primeiras sementes do-se aos 6 (seis) anos de idade, tendo por objetivo
do empreendedorismo, induzindo e desenvolvendo a formação básica do cidadão”. A educação no en-
atitudes, técnicas e habilidades empreendedoras sino fundamental é um fator determinante para os
nos indivíduos (GUIMARÃES, 2002). futuros cidadãos, dado que, eles irão compor uma
Diversas ações educativas desenvolvidas por sociedade produtiva e criativa, por isso se torna ne-
instituições e organizações de ensino são geradoras cessário o fornecimento de uma educação de quali-
de um novo indivíduo profissionalmente capacitado dade abordando os vários temas e disciplinas con-
para o mercado de trabalho, ocasionando mudan- temporâneas (IOSIF, 2007).
ças no cenário socioeconômico do país (BARRETTO, Dentre os vários atributos do ensino funda-
2013). Portanto, as escolas têm uma função social mental tem-se: o desenvolvimento de habilidades,
de grande importância, para a produção de conheci- conhecimento e aquisição de atitudes e valores
mentos que levam a formação de novos empreende- (BRASIL, 1996). Sendo assim, a educação empreen-
dores. O empreendedor aqui é definido não apenas dedora começando no ensino fundamental favorece
como aquele indivíduo criador de novos negócios, uma gama de variáveis de competências, sustenta-
mas como aquele que cria o seu próprio futuro e do assim um desenvolvimento para enfrentamento
3º SIMPIF

oportunidades. dos futuros desafios da comunidade e sociedade, e


A educação empreendedora deve estar pau- principalmente com a perspectiva da formulação da
tada no desenvolvimento de competências que for- própria renda e trabalho (LOPES; TEIXEIRA, 2010).
mem pessoas para criar e inovar, já que a inovação De acordo com Dolabela e Filion (2013), o
é um dos elementos centrais do empreendedorismo ensino de empreendedorismo começando no ensino
(OLIVEIRA; IGLESIAS, 2015). Alguns fatores, entre- fundamental fomenta o aprendizado e a busca da
tanto, obstaculizam o desenvolvimento da educação capacitação para um futuro promissor dos jovens

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discentes. No nível do ensino fundamental, a edu- Segundo Rodrigues (2012, p.10), “o jogo é
cação empreendedora se faz necessário, destinado uma atividade que age no desenvolvimento de for-
a descoberta de habilidades, conhecimentos e com- ma integral e que possibilita a formação do homem
petências dos alunos (LOPES; TEIXEIRA, 2010). No na sua totalidade. Quando brinca, a criança utiliza a
mais, é notável o desenvolvimento de pessoas foca- imaginação, o raciocínio, a atenção, a memória e a
das na formação de novos empreendimentos, a par- criatividade”. Entretanto, cabe ao educador variar e
tir do contato com a temática do empreendedorismo adaptar o jogo de acordo com o que pretende traba-
desde os primeiros anos de ensino. lhar nos alunos, seja o desenvolvimento físico, social
e acuidade dos sentidos. Assim, é necessário que o
2.3 Uso de jogos na educação empreendedora
educador conheça a variedade de jogos que pode
Na prática a educação empreendedora pode utilizar e como aplicar os mesmos, planejando suas
ser desenvolvida através de diferentes formas e mo- atividades de forma clara e direcionando-as para as
delos, desde os que apelam as emoções e efetivida- áreas do desenvolvimento que pretende intervir ou
de (VERAS, 2013; LEAL, 2013) dos participantes até conhecimento que pretende construir com seu aluno
aqueles que desenvolvem modelos mais racionais. (RODRIGUES,2012).
Há modelos utilizados para capacitar indivíduos ao Na educação empreendedora, portanto, esse
empreendedorismo, ou inclusive destinados a indiví- deve ser o método. Onde o aluno deve ser um agen-
duos já empreendedores, que utilizam cursos, jogos, te ativo no processo de ensino aprendizagem. Nesse
simulações, modelos de empreendedores, relatos de modelo, a ideia central é de que os estudantes devem
histórias, dramaturgia, programa de rádio e TV e ma- ser participantes ativos, aprendendo de forma des-
teriais didáticos variados (VERAS,2013). Contudo, contraída, estimulando dessa forma, o aprendizado
independente do modelo a ser utilizado deve haver colaborativo. Portanto, a aplicação de jogos como
uma adequação ao público a ser atingido para que material instrucional auxiliando o processo de apren-
o processo de aprendizado seja efetivo. Basicamen- dizagem é uma das opções indicadas para a práti-
te, o método de ensino para adultos é considerado ca da educação empreendedora não apenas para
andragógico, onde a experiência vivida pelo aluno é crianças e adolescentes, mas também de adultos.
a base do aprendizado. Já no caso da educação de
3. Método da pesquisa
crianças, adolescentes ou jovens, são recomenda-
dos modelos participativos e interativos. A pesquisa quanto a natureza é aplica-
A educação através de atividades lúdicas, da. Quanto aos objetivos, se caracteriza por ser
propõe uma nova maneira de aprender brincando um estudo do tipo exploratório e explicativo, já
inspirada numa concepção de educação para além que levantará novas e originais informações ainda
da instrução. “Onde as atividades lúdicas ajudam a não obtidas em estudos anteriores, assim como
criança a formar conceitos, relacionar ideias, esta- explicará o nível de aprendizagem após a aplicação
belecer relações lógicas e desenvolver a expressão do material instrucional usado na pesquisa (jogo).
oral e corporal.” (RODRIGUES,2012). Ainda seguin- Os procedimentos técnicos, incluirão uma pesquisa
do a proposição de Rodrigues (2012) tanto Piaget bibliográfica e de campo com o uso do experimento
3º SIMPIF

como Vygotsky concebem a criança como um ser aplicado através da aplicação do jogo junto aos dis-
ativo, atento, que constantemente cria hipótese so- centes.
bre o seu ambiente. Logo, se deve promover a par- A população pesquisada é formada por 410
ticipação da criança ativamente na construção do alunos do ensino fundamental de uma escola pú-
conhecimento, o que pode ser alcançado facilmente blica, que participarão do jogo e responderão uma
através de atividades lúdicas e o uso de jogos nesse pesquisa direta aplicada com uso de questionários
processo favorece essa ludicidade. antes e após sua participação no jogo. Na primeira

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pesquisa de campo, se objetiva levantar informações o jogo em evento programado na escola de acordo
sobre as noções de empreendedorismo que os es- com o número de turmas e horários.
tudantes possuem, e ainda sobre suas preferencias
4. Resultados da pesquisa
com relação a tipos de jogos. Na segunda pesquisa
de campo, que ocorrerá após a participação no jogo, Diversos resultados são esperados para cada
se objetiva avaliar o nível de obtenção de conheci- uma das etapas do projeto que ainda está em desen-
mento sobre o conteúdo do empreendedorismo in- volvimento. Para a primeira fase, o resultado espera-
cluindo as quatro fases do processo empreendedor do é o protótipo do jogo (com suas diferentes fases
e características empreendedoras. Como critério de e instruções de utilização), assim como será obtido
inclusão de indivíduos na amostra tem-se: ser aluno ainda como resultado o desenvolvimento de novas
do ensino fundamental da escola pública seleciona- competências relacionadas a elaboração de material
da. Os alunos que não se adequarem a este crité- instrucional para educação empreendedora direcio-
rio estão, portanto, excluídos da amostra. O método nado a crianças e jovens, pelos membros da equipe
para tratamento e análise dos dados é quali-quanti- de projeto.
tativo já que as variáveis empregadas são do tipo no- Como o projeto se encontra nessa etapa, já
minal e intervalar, com uso de estatística descritiva foi obtido como resultado a criação dos personagens
com apoio do programa Excel e o Statistical Package com seus respectivos perfis e o modelo de moedas
for the Social Sciences (SPSS). que serão utilizadas no jogo. No quadro 1, a seguir, é
O projeto ocorrerá em cinco etapas seguindo possível observar os personagens elaborados.
os seguintes métodos: 1) Reuniões de estudo para
Quadro 1 - personagens do jogo.
elaboração e preparação do material instrucional a
ser criado e aplicado nas atividades educativas, que
Francisco, um garoto esperto e in-
nesse caso é o jogo. Nessas reuniões a equipe de-
teligente, mas muito tímido, tem
senhará o jogo que incluirá as etapas do processo 14 anos e adora tecnologia. Possui
restrições alimentares pois é alér-
empreendedor. O jogo ocorre, portanto, com quatro gico ao glúten e lactose. Ele quer
fases, onde o jogador vai avançando conforme su- solucionar seu problema de falta
de alimentos gostosos usando seu
perar adequadamente cada fase. 2) Reuniões com interesse pela tecnologia.
a equipe diretora da escola para explicação do pro-
jeto e etapas do mesmo, e ainda com a aplicação da
Vovô Otavio é um idoso muito ati-
primeira pesquisa de campo; 3) Confecção do ma- vo e preocupado com o bem-estar
dos animais e da natureza, com 75
terial instrucional (jogo) para aplicar nas atividades
anos, aposentado do exército, está
educativas; Essa confecção ocorrerá em uma orga- farto de “fazer nada”. Ele quer so-
lucionar o problema dos animais
nização gráfica que possua a tecnologia adequada abandonados do seu bairro fazen-
para confecção das etapas do jogo com as instru- do algo interessante para si e para
a sociedade.
ções; 4) Elaboração de cronograma de realização
das atividades educativas na escola a ser atendida;
Nesta etapa ocorrerão reuniões com a diretoria da Marineide, uma senhora divorciada
3º SIMPIF

escola para planejamento das ações de aplicação de 42 anos, separada, atualmente


desempregada, com dois filhos pe-
dos jogos após o recebimento do mesmo da em- quenos, tem um jardim com muitas
flores e plantas, e as cuida muito
presa contratada para confecção e, finalmente, 5)
bem. Ela quer solucionar o seu pro-
Aplicação do jogo e posterior verificação do nível de blema de renda.
aprendizagem obtido após a realização das ações
seguindo o cronograma; Nesta etapa será aplicado

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Observa-se, portanto, que mais da metade


Ana, é uma jovem de 17 anos que dos alunos (60,3% do total de alunos responden-
adora ver vídeos tutorias de ma-
quiagens e cuidados de cabelos. tes) nunca ouviu falar sobre empreendedorismo,
Esse seu interesse a levou a desen-
enquanto 38,7% dos alunos já ouviu falar sobre o
volver muito bem essas atividades,
a tal ponto que todas suas amigas tema. Apenas 1% dos respondentes não responde-
a procuram sempre que necessitam
desses serviços. Ela quer aprovei- ram ao questionamento.
tar seu potencial criativo. No gráfico 2, é possível observar a porcen-
tagem dos alunos que sabem o que é empreende-
Fonte: Autoria própria.
dorismo.
No quadro 2, são apresentadas as moedas a
Gráfico 2 - Alunos que sabem o que é empreendedorismo.
serem utilizadas durante o jogo.

Quadro 2 – moedas.

Fonte: Elaboração própria.

Assim, percebe-se que mais da metade do


total de alunos respondentes (85,3%) afirmam não
Fonte: Autoria própria.
saber o que é empreendedorismo, enquanto 11,7%
Além dos resultados já apresentados, tam- do total de respondentes afirmam saber o que é em-
bém já foram obtidos resultados com a aplicação preendedorismo. Enquanto apenas 3% do total de
da pesquisa de campo para a identificação dos co- alunos não responderam à questão.
nhecimentos dos alunos quanto ao empreendedo- Grande parte dos alunos que afirmaram sa-
rismo. No gráfico 1, a seguir, é possível observar a ber o que é empreendedorismo o definiram com ‘’
porcentagem de alunos que já ouviram falar sobre saber como desenvolver seu próprio negócio’’, ou até
empreendedorismo. mesmo, ‘’pessoas que criam empresas’’. Tais defini-
Gráfico 1 - Alunos que já ouviram falar de empreendedorismo ção estão corretas, em parte, pois a abertura de ne-
gócios faz parte do processo empreendedor, porém,
não é necessariamente o foco, sendo este a identi-
ficação de oportunidades em situações onde as de-
mais pessoas enxergam apenas problemas.
Tendo em vista as informações dos gráficos
3º SIMPIF

1 e 2, podemos notar que mesmo 38,7% dos alunos


tendo respondido que já ouviram falar sobre em-
preendedorismo, apenas 11,7% do total de alunos
afirma saber o que é empreendedorismo.
No gráfico 3, são apresentadas as
porcentagens de alunos que costumam jogar no seu
Fonte: Elaboração própria. dia-a-dia.

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Gráfico 3 – Alunos que costumam jogar. Finalmente, na última fase os resultados in-
cluem o número de alunos que participaram das
ações de aprendizagem com os jogos; o número de
partidas de jogos realizadas e encontros na escola,
e ainda o relatório de pesquisa de campo aplicada
através de questionários avaliativos respondidos pe-
los alunos para medir a satisfação e aprendizagem,
assim como a eficácia do jogo.

Fonte: Elaboração própria. 5. Conclusão/Considerações

Percebe-se, assim, que 92% do total de alu- Considerando que o projeto não foi
nos respondentes costumam jogar algum tipo de desenvolvido até a última fase, dado o
jogo no seu dia-a-dia, enquanto 5% do total de alu- seu cronograma de execução, assim como
nos não joga nenhum tipo de jogo no dia-a-dia. Ape- o próprio desafio de criar um jogo, esses
nas 3% do total de respondentes não respondeu à primeiros resultados são um estimulo para
questão. prosseguir evoluindo na construção desse
Sendo assim, é possível observar que a gran- instrumento educativo que acreditamos
de maioria dos alunos gosta de jogos, o que é deci- que trará diversos benefícios para a edu-
sivo para o projeto, pois o produto que está sendo cação empreendedora de crianças. A cria-
desenvolvido é um jogo e, o objetivo é que os alunos ção dos personagens juntamente com seus
se divirtam jogando enquanto adquirem conheci- esboços e das moedas presentes no jogo;
mentos sobre empreendedorismo. a elaboração do esboço da estrutura do
Ademais desses resultados, também foi de- jogo; seu título e a obtenção dos dados al-
senvolvido o primeiro esboço da estrutura do jogo, cançados por meio dos questionários, foram
onde já estão definidas as regras das quatro etapas resultados que consideramos bastantes
do mesmo. O projeto ainda apresentará diversos re- positivos e que promoveu a aprendizagem
sultados conforme forem desenvolvidas as etapas e o crescimento da própria equipe de pro-
seguintes. jeto. Também no primeiro contato com os
Na terceira fase, o resultado será o jogo já alunos da escola atendida pelo projeto, foi
confeccionado e pronto para aplicação pela equipe possível perceber o seu interesse e a curio-
de projeto junto aos alunos da escola a ser atendida sidade em participar do projeto, tendo in-
pelo projeto. Também deverá ser solicitado o regis- clusive alguns solicitados a equipe que não
tro de patente do jogo desenvolvido. Como a meta é demorassem em voltar.
atender os 410 alunos, esperamos produzir no mí- Entretanto, os principais impactos esperados
nimo cinco exemplares do jogo para aplicar por tur- com as ações do projeto são primeiramente o des-
mas em horários e dias diferentes, uma vez que são pertar dos alunos para o processo empreendedor, e
seis turmas pela manhã e seis no período da tarde. o desenvolvimento de atitudes e comportamentos
3º SIMPIF

Na quarta fase do projeto, o resultado será empreendedores ou inclusive por novos conheci-
o cronograma com todas as etapas da execução mentos relacionados a temática. Também espera-
da aplicação do jogo na escola com datas, ações, mos motivar a escola a ser atendida, assim como
turmas a serem atendidas, horários e locais. Assim futuras escolas, a buscar novas ações de educação
como também com as ações de verificação do nível empreendedora junto aos alunos e ainda divulgar
de aprendizagem em empreendedorismo obtido pe- junto a secretária de educação este novo método.
los participantes.

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EDUCAÇÃO E ENSINO

A elaboração de um novo e original material OLIVEIRA , M. F. S., IGLESIAS, J. C. Revisando el con-


instrucional a ser utilizado junto a alunos do ensino cepto de innovación y sus implicaciones en el Cam-
po del emprendedor. In: XXXIX Encontro da ANPAD.
fundamental para fomentar atitudes e pensamen-
Belo Horizonte, MG, 13 a 16 de Setembro,2015.
tos empreendedores, podendo inclusive, ser futu-
ramente utilizado em inúmeras escolas e ambien- RODRIGUES, J.N. Ludicidade: O Jogo como Ferra-
menta no Processo de Ensino Aprendizagem no 5
tes acadêmicos, com provável possibilidade de ser
Ano do Ensino Fundamental. Trabalho de Conclusão
transformado em aplicativo para smartphone, são de curso. Universidade de Brasília. Pólo Unifap/Ma-
importantes contribuições que esse estudo gerará a capá. Amapá, 2012.
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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
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Rodrigo de Oliveira Santos


Espaços não-formais como prática no
[email protected] ensino de educação ambiental: um relato
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo das ações vivenciadas com os alunos de
Priscila Santos da Silva
uma escola pública em lucena - PB
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo
Resumo
Jandra Lucia de Souza Lima
[email protected] Os ambientes não-formais muitas vezes são vistos como algo não
UVA - Campus João Pessoa
proveitoso, devido ao professorado não valorizar esses lugares como
uma prática de ensino, às vezes é taxado como um “passeio”, e aca-
bam não tendo um bom planejamento daquela ferramenta. Onde per-
cebemos a necessidade de compor um conjunto articulado e aberto
às possibilidades de educação ambiental em espaços de educação
não formal, visando uma educação voltada para a construção da ci-
dadania, por meio de uma aprendizagem crítica e reflexiva. A partir
disso, precisamos mudar de informadores para formadores e os es-
paços não formais aliados às escolas tornam-se um marco de cons-
trução científica e de produção de conhecimento. O presente estudo
ocorreu com alunos da rede pública de Lucena, município da Paraíba, resultante das ações educativas reali-
zadas em espaços não-formais. O objetivo é o de contribuir para as atuais discussões acerca de temas que
permeiam a EA. Com isso, os relatos de experiência que acontecem em espaços não formais podem surgir
como alternativas na sistematização e abordagem de futuras práticas nesse espaço, visando potencializar
essa perspectiva de ensino.

Palavras-chave: Espaços Não-formais, Ensino, Educação Ambiental.

Abstract

The non-formal environments are often seen as something useful, not because the faculty not to value these
places asa teaching practice, sometimes it is taxed as a “walk”, and end up not having a good planning of that
tool. Where we realize the need to compose a set articulate and open to possibilities of environmental education
in non-formal education, aiming at an education geared to the construction o citizenship, through a critical and
reflective learning. From this, we need to change the informers for trainers and the non-formal spaces allied to
schools, become a milestone of scientific and construction of knowledge production. This study took place with
students from public the Lucena, municipality of Paraíba, resulting from the educational activities conducted in
non-formal spaces. The objective is to contribute to the current discussion about themes that permeate the EA
with that, the reports from experience that happen in non-formal spaces may arise as alternatives on systema-
tization and future practices in this space, in order to enhance that perspective.

Keywords: Non-formal spaces; education; environmental education

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 895


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1. Introdução res com a escola, muitos dos quais são construídos,


a partir das teorias elaboradas pelas ciências da
Os ambientes não-formais muitas vezes são
educação (ROCHA & FACHÍN-TERÁN, 2010). Sendo
vistos como algo não proveitoso, devido ao profes-
imprescindível, a parceria da escola com outros es-
sorado não valorizar esses lugares como uma práti-
paços para se alcançar uma educação científica.
ca de ensino, às vezes é taxado como um “passeio”,
A Educação Ambiental (EA) emerge como
e acabam não tendo um bom planejamento daquela
um campo de saberes capaz de agir sobre a crise
ferramenta. Em contrapartida, as aulas campo são
civilizatória, mais ampla que a crise ambiental, enfo-
consideradas mais atrativas, despertam a parte cog-
cando a forma histórica com que viemos nos relacio-
nitiva dos alunos, ocorre a valorização das emoções
nando com o ambiente a fim de problematizar essa
e motivações, os discentes acabam tendo mais inte-
relação. A definição oficial de educação ambiental
resse pela aula, valorização dos conhecimentos pes-
promulgada pelo Ministério do Meio Ambiente (apud
soais e o desenvolvimento do Pensamento Crítico.
Adams, 2005) é a de que “Educação ambiental é um
Alcântara & Fachín-Terán (2010) consideram
processo permanente, no qual os indivíduos e a co-
que, na prática educativa podemos utilizar diversos
munidade tomam consciência do seu meio ambien-
meios que estão presentes no ecossistema amazôni-
te e adquirem conhecimentos, valores, habilidades,
co, como uma possibilidade a mais para o desenvol-
experiências e determinação que os tornam aptos a
vimento dos conceitos relacionados ao componente
agir – individual e coletivamente – e resolver proble-
curricular de Ciências Naturais.
mas ambientais presentes e futuros”
Elias, Amaral e Araújo (2007, p. 2), conside-
O presente estudo tem por objetivo contribuir
ram que “nas escolas, em geral, os conteúdos são
para as atuais discussões acerca de temas que per-
considerados prontos e acabados, desatualizados e
meiam a EA. Nesse sentido, os relatos de experiên-
desvinculados dos contextos de vida dos alunos, os
cia que acontecem em espaços não formais podem
quais são tratados como meros receptores de infor-
surgir como alternativas na sistematização e abor-
mações”, por dar muita ênfase aos conceitos de re-
dagem de futuras práticas nesse espaço, visando
produção científica destituídos de significados, sen-
potencializar essa perspectiva de ensino.
tido e aplicabilidade no seu contexto social.
Segundo Chassot (2010), hoje, o conheci- 2. Referencial teórico
mento chega às escolas de todas as maneiras e com
O termo “espaço não-formal” tem sido utili-
as mais diferentes qualidades, tornando evidente
zado atualmente por pesquisadores em Educação,
outras posturas por parte dos professores. O autor
professores de diversas áreas do conhecimento e
afirma que, o transmissor de conteúdo já era. Preci-
profissionais que trabalham com divulgação científi-
samos mudar de informadores para formadores e os
ca para descrever lugares, diferentes da escola, onde
espaços não formais aliados às escolas tornam-se
é possível desenvolver atividades educativas (JACO-
um marco de construção científica e de produção de
BUCCI, 2008). A partir dessa premissa, entendemos
conhecimento.
que é fundamental a diversificação dos ambientes de
Isso se dá devido, os espaços de educação
ensino, a fim de amplificar as possibilidades para a
3º SIMPIF

não-formais receberam e tem recebido muitas refle-


construção dos conhecimentos.
xões por parte dos profissionais da educação nos úl-
Logo, percebemos a necessidade de compor
timos tempos. Silva e Perrude (2013) descrevem que
um conjunto articulado e aberto às possibilidades de
o século XXI, pode ser destacado como um período
educação ambiental em espaços de educação não
de mudanças para as políticas educacionais.
formal, visando uma educação voltada para a cons-
Verificamos que a educação que acontece
trução da cidadania, por meio de uma aprendizagem
nos espaços não formais, compartilha muitos sabe-
crítica e reflexiva. Neste contexto, que se foi realiza-

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do um levantamento de algumas das possibilidades ensino de ensino e considerada componente urgen-


que os espaços alheios de educação não formal po- te e essencial da educação básica, técnica e supe-
dem contribuir neste processo educativo, para que rior. Neste sentido, é interessante apresentar que de
seja abordado de forma crítica e interdisciplinar. acordo com o Art. 1o da Lei Federal n° 9.795 de 27
É interessante ressaltar, que ainda em 1977, de abril de 1999:
em Tbilisi foi realizada a primeira Conferência Inter-
Entende-se por educação ambiental os
governamental dedicada especialmente à Educação processos por meio dos quais o indivíduo
Ambiental, traçando os seus princípios: a tomada de e a coletividade constroem valores sociais,
consciência, conhecimentos, atitudes, habilidades, conhecimentos, habilidades, atitudes e
capacidade de avaliação e participação (SORREN- competências voltadas para a conservação

TINO, 1998). Nesta Conferência, foi definido que a do meio ambiente, bem de uso comum do
povo, essencial à sadia qualidade de vida
Educação Ambiental fosse organizada em educação
e da sua sustentabilidade (BRASIL, 1999).
formal e não formal, como processo contínuo e per-
manente de ação no meio ambiente. Neste sentido, é interessante apresentar que
Dessa forma, se faz necessário observar a de acordo com a Lei Federal n° 9.795, em seu Art. 2o:
evolução que a Educação Ambiental - em especial “a educação ambiental é um componente essencial
a não-formal - sofreu ao longo do tempo, visto que e permanente da educação nacional, devendo estar
inicialmente era utilizada como forma de manifesto, presente, de forma articulada, em todos os níveis e
alertando sobre a escassez dos recursos naturais e modalidades do processo educativo, em caráter for-
indicando a necessidade de conservação da natu- mal e não formal” (BRASIL, 1999).
reza. É concebida inicialmente como preocupação De acordo com a Lei Federal no 9.795, em
dos movimentos ecológicos como uma prática de seu Art. 9o: “entende-se por educação ambiental
conscientização capaz de chamar a atenção para a na educação escolar, a desenvolvidas no âmbito dos
finitude e a má distribuição no acesso aos recursos currículos das instituições de ensino públicas e pri-
naturais (CARVALHO, 2004, p. 51-52). vadas, englobando a educação básica: educação in-
Neste sentido, é importante ressaltar que a fantil; ensino fundamental e ensino médio. Também
Política Nacional de Educação Ambiental foi implan- abarca os níveis de educação superior, educação es-
tada no Brasil em 1999 e regulamentada em 2002, pecial, educação profissional e educação de jovens e
como resultado de uma longa luta no âmbito o do adultos” (BRASIL, 1999).
Estado e da sociedade para expressar uma concep- A educação em ambientes extraescolares, tem
ção de melhoria do meio (SAITO, 2002). Além disto, grande importância uma vez que eles visualizem, por
Dias (2004) afirmou que o Brasil é o único outros ângulos, o processo de aprendizagem, tendo
país da América Latina que tem uma política o professor como mediador de ensino. Contudo, para
de educação ambiental, fato que se configura como que se tenham resultados relacionados à aprendiza-
uma grande conquista para o cenário ambiental do gem, é necessário que haja uma interação entre o
nosso país. Ainda que, esta norma jurídica não seja espaço não formal e o processo educativo, relação
aplicada na íntegra, a mesma é relevante, pois tem a entre os sujeitos envolvidos e uma boa utilidade da
3º SIMPIF

iniciativa de proteger o ambiente. metodologia empregada (REIGADA & REIS, 2004).


É interessante ressaltar que a Política Nacio- Diante do que já foi ressaltado nesta pesqui-
nal de Educação Ambiental/PNEA foi implantada no sa, podemos considerar então, que essa modalidade
Brasil em 1999, quando se deu início a uma intensa da educação se relaciona com a Teoria das Repre-
preocupação com as questões ambientais em nosso sentações Sociais. De acordo com Ferreira (2013,
país, fazendo com que esta prática educativa fosse p.4) as representações sociais vão ganhando a fun-
instituída como obrigatória em todos os níveis de ção de conectar o indivíduo ao coletivo, buscando

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uma articulação do individual com a ordem societal. adolescente, sendo uma experiência didática, orga-
Essas representações surgem a partir de conflitos nizada e sistematizada fora do contexto formal da
sociocognitivos suscitados pela interação social dos escola. Para Gohn (2006, p.2):
indivíduos em seus grupos na sociedade.
A educação não-formal designa um pro-
Contudo, da maneira em que os conhecimen- cesso com várias dimensões tais como: a
tos são adquiridos, se apropriando dos mesmos, es- aprendizagem política dos direitos dos in-
tes passam a constituir seu conjunto de saberes e divíduos enquanto cidadãos; a capacitação
a dar outros sentidos e redefinir modos de ação e dos indivíduos para o trabalho, por meio da

comportamentos cotidianos, tornando-se, gradati- aprendizagem de habilidades e/ou desen-


volvimento de potencialidades; a aprendi-
vamente, novos saberes do senso comum (LEMOS et
zagem e exercício de práticas que capaci-
al, 2013).
tam os indivíduos a se organizarem com
objetivos comunitários, voltadas para a
2.1. Discussões pertinente e necessárias
solução de problemas coletivos cotidianos;
Para Núñez (1990) ao definir a ação da edu- a aprendizagem de conteúdos que possibi-
litem aos indivíduos fazerem uma leitura do
cação não formal ou ainda educação social, há que se
mundo do ponto de vista de compreensão
pensar em dois aspectos, primeiro entender seus li-
do que se passa ao seu redor; a educação
mites e alcances através de sua ação social educativa desenvolvida na mídia e pela mídia, em es-
e em segundo lugar, o espaço desta ação educativa. pecial a eletrônica etc..
Entende-se que a educação não formal en-
globa uma gama de âmbitos de atuação educativa, No que se refere à importância, bem como o

suas possibilidades tornam-se, na realidade, o prin- desenvolvimento das ações de educação ambiental,

cípio de que a educação é uma atividade que prosse- Guimarães (2004) afirmou que estas práticas edu-

gue depois da escola e que afeta também, da mes- cativas devem ser desenvolvidas em uma perspec-

ma maneira a quem não pode frequentar os bancos tiva crítica, que transcendam a mera transmissão

escolares, de conhecimentos ecologicamente corretos. Neste

assumindo formas diversas, sendo seu con- sentido, devem ser realizadas as ações de sensibi-

teúdo funcional, ajustado a determinado ambien- lização, envolvendo afetivamente os atores sociais

te, como vemos é um processo educativo flexível, envolvidos com a causa ambiental, que transcendam

elástico e também seletivo em sua aplicação. Souza o espaço escolar. Por isso, reconhecemos a neces-

(2008, p.2) enfatiza que, sidade do desenvolvimento destas ações educativas


em espaços de educação formais e não formais.
A educação não-formal visa contribuir para
De acordo com Gaspar (2002) as instituições
o desenvolvimento de crianças e adoles-
de educação formal são bastante antigas, e a sua
centes, e ainda tem como um de seus obje-
tivos erradicar o trabalho infantil. Esse mo-
gênese está concomitante ligada ao desenvolvimen-
delo de educação é recente na história do to de nossas civilizações, bem como as legitimações
Brasil e vem se construindo. É um serviço e os conhecimentos por elas gerados. Neste senti-
que se entende por ser auxiliar no direito à do, é necessário entender do que se trata o termo
3º SIMPIF

educação e que contribui para inclusão do educação formal na contemporaneidade. Para Gohn
sujeito no âmbito educacional.
(2006) a educação formal é aquela desenvolvida nos
Dessa forma, a educação não formal visa espaços escolares, que por sua vez, são instituições
atender a população que se encontra em um estado regulamentadas legalmente, segundo diretrizes na-
financeiro vulnerável e com uma carência social. Os cionais e normas específicas.
espaços não formais oferecem atividades educacio- Além disto, é possível afirmar segundo Gadot-
nais no período inverso de estudo da criança ou do ti (2005, p. 2) que “a educação formal tem objetivos

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claros e específicos e é representada principalmente a serem capazes de levantar e reconhecer a situação


pelas escolas e universidades. Ela depende de uma do seu cotidiano, intervindo no meio ambiente com o
diretriz educacional centralizada como o currículo, propósito de melhorá-lo. O tópico que segue traz al-
com estruturas hierárquicas e burocráticas, determi- gumas das possibilidades que a educação ambiental
nadas em nível nacional, com órgãos fiscalizadores oferece em espaços não formais de ensino.
dos ministérios da educação”.
2.2. Uma descrição das ações educativas
Com isso, podemos afirmar que não são ape-
nas os espaços de educação formal que são capazes As ações educativas ocorreram em diversos
de contribuir no processo educativo dos indivíduos. espaços não-formais, em municípios da região metro-
Corroborando nesta afirmação, Jacobucci (2008, p. politana de João Pessoa, Paraíba, e foi uma proposta
55) explica que “o termo espaço não formal tem sido da professora de Ciências/Biologia regente da Escola
utilizado atualmente por pesquisadores em Educa- Izaura Falcão, interdisciplinarmente a outros docen-
ção, professores de diversas áreas do conhecimento tes com o apoio da gestão escolar e colaboradores.
e profissionais que trabalham com divulgação cien- Onde, a partir dessas ações analisar a poten-
tífica para descrever lugares, diferentes da escola, cialização desses espaços para o ensino.
onde é possível desenvolver atividades educativas”.
Além disto, devemos entender que este termo deve 3. Método da pesquisa

ser tratado e entendido a partir de um olhar mais Segundo Bassey (2003, apud André, 2005)
atento, pois é mais complexo do que aparenta a sua destaca três grandes métodos de coleta de dados na
mera justaposição ao termo educação formal. pesquisa educacional como: fazer perguntas, obser-
Onde, PEREIRA, E.S. et al (2015) aborda o var eventos e ler documentos.
trabalho de campo sendo um instrumento didático O presente trabalho, trata-se de um relato de
que pode ser usado pelos professores, como forma experiência sobre espaços não-formais, na perspec-
de complementar o conteúdo visto em sala de aula, tivas de Licenciandos em Ciências Biológicas duran-
uma vez que proporciona o enriquecimento de infor- te o Programa da Residência Pedagógica, que permi-
mações e consolidação do aprendizado por parte do te a inserção de alunos graduandos dos Institutos,
aluno. Dentro dessa perspectiva, o espaço fora da possibilitando sua vivências em escolas, onde possi-
escola se torna uma extensão da sala de aula, onde velmente atuarão como futuros professores. Assim,
permite que o aluno amplie sua visão entorno dos este estudo partiu de pesquisas referenciais de estu-
conteúdos visto em uma aula formal. dos já existentes nesta temática, entrevista informal
Dessa forma, se faz perceber que a “educação e levantamento documental das atividades junto a
não formal é mais difusa, menos hierárquica e menos professora regente da disciplina de Biologia, e das
burocrática. Os programas de educação não formal vivências nas ações da Escola Pública Estadual, lo-
não precisam necessariamente seguir um sistema calizada no município de Lucena com seus alunos,
sequencial e hierárquico de “progressão”. Podem ter envolvendo Educação Ambiental, durante o ano de
duração variável, e podem, ou não, conceder certifi- 2018. Tendo como objetivo a análise qualitativa da
cados de aprendizagem” (GADOTTI, 2005, p. 2, gri- potencialização desses espaços e sua importância
3º SIMPIF

fos do autor). para o ensino.


A partir disso, precisamos compreender que a As visitas ocorreram em vários espaços não
realização das práticas de educação ambiental deve formais, durante o ano letivo de 2018, o primeiro foi
ser adaptado de acordo com a realidade dos atores sobre energias renováveis, o segundo sobre a con-
sociais envolvidos, incluindo suas singularidades, ferência de robótica e o terceiro ocorreu na Praia de
assim possibilitando que os indivíduos interajam Lucena, Paraíba. Todas essas aulas tinham o intuito
com o meio ambiente de forma autônoma e passem da conscientização. Além disso, a ressignificação e

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EDUCAÇÃO E ENSINO

importância desses espaços de ensino não-formal As visitas ocorreram, como um contrapon-


na educação ambiental, tanto para os alunos como to às metodologias centradas no professor como
para os professores e a gestão. “dono” do conhecimento. A partir disso, a primeira
O universo estudado, foram alunos do ensi- visita foi ao Caminho das tecnologias Sociais-TS e
no médio das séries do 1o ano, foram cerca de 70 Energias Renováveis da Granja Escola Janaína em
alunos e no 3o ano o quantitativo de 30 alunos dos João Pessoa-PB, possibilitou a proximidade dos alu-
turnos da manhã e tarde, na supervisão da precep- nos com os conteúdos relacionadas às energias re-
tora/professora que fazia parte do programa de nováveis, e assim uma maior compreensão, de acor-
Residência Pedagógica citado acima. As visitas con- do com figura 1.
templadas para os alunos do 1o ano foram 2 (duas) Figura 2 - Conferência de robótica Brasil.
manhãs na visita LET’S e apenas uma tarde na Con-
ferência de Robótica Brasil, enquanto para a visita
da Prainha de Lucena levamos a turma do 3o ano. O
intuído destas visitas e da divisão de turmas foram
para diversificar os conhecimentos para torná-los
multiplicadores das experiências vivenciada nestes
espaços não formais.

4. Resultados da pesquisa

Fonte: Jandra Lucia De Souza Lima.


Segundo Quadra; D`ÁVILA (2016), a edu-
cação não-formal organiza o processo de ensino e A participação de atividades e eventos com
aprendizagem sem seguir os requisitos formais, pois intuito de buscar trabalhar uma robótica sustentá-
é realizada em ambiente diferente do escolar, que vel. No mês de novembro na Conferência de robótica
apresenta uma dinâmica diferente das aulas expo- Brasil, compartilhando saberes através dos espaços
sitivas, tornando-a mais interessantes. Dessa forma, não formais, o que permite a criação de novas redes
os espaços não-formais, visam uma abordagem co- de conhecimento, de acordo com a figura 2.
laborativa, reflexiva e centrada no protagonismo do A aula realizada em outubro, na Praia de Lu-
alunos, pois o professor contribui para a autonomia cena, Paraíba teve como objetivo principal sensibili-
e cooperação, tanto do aluno quanto do professor. zar a população sobre impactos que os lixos tem no
Figura 1- Espaço de aprendizagem fora da escola ambiente e, mostrar aos alunos que os espaços não-
-formais têm uma relevância muito importante no
processo de ensino e aprendizagem, como pode ser
observada na figura 3. Pois, este momento propiciou
o surgimento de questionamentos sobre as possíveis
causas de mortalidade entre os animais marinhos e
suas possíveis relações com o lixo presentes nas
praias e sobretudo as ações antrópicas.
3º SIMPIF

Para Quadros:

Antropocêntrica das gerações de jovens e


crianças, está cada dia mais acentuada, de
forma que, estes seres, já trazem enraiza-
Fonte: Jandra Lucia De Souza Lima dos em si a noção de natureza à disposição
do ser humano, e de comportamentos anti-
-ambientais.(QUA DROS, 2007, p 19)

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 900


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EDUCAÇÃO E ENSINO

Com isso, tais questões levantadas permitem bém profissional. Outrossim, o tradicional método
reflexões e aprendizado significativo por meio do es- de ensino, que “alimenta” diariamente os alunos
paço observado, o que possivelmente não seria al- com o conhecimento, tem seu espaço consolidado
cançado com tal impacto somente no espaço formal e reforçado por práticas como aulas centradas no
da sala de aula. professor (ANASTASIOU, 2001). Além disso, temos

Figura 3 - Carcaça de um animal professores com altas cargas horárias de trabalho,


ou múltiplas jornadas de trabalho – trabalhando
muitas vezes em escolas nos três turnos em dife-
rentes modalidades de ensino (a exemplo do ensino
fundamental, médio, técnico ou superior), escolas
desprovidas de infraestrutura mínima, alunos des-
motivados, e uma infinidade de outras característi-
cas cercam o ambiente de ensino e aprendizagem na
atualidade (GASPARINI et. al., 2005).
Com isso, o estudo comprova a importância
Fonte: Priscila Santos e a potencialidade que esses espaços possuem no

Dessa forma, todas essas práticas envolven- processo de ensino e aprendizagem e, que muitas

do espaços não -formais, corroboram com os es- vezes não são aproveitados devido diversos fatores,

tudos nos mostram que espaços fora do ambiente como: recursos, disponibilidade da escola, apoio da

escolar, podem proporcionar recursos pedagógicos gestão e formação inicial do docente.

complementares. Essas diferentes formas de ensino 5. Considerações Finais


possuem métodos didáticos diferentes do habitual
escolar, produzem arte, experimentos, desfrutam de Os espaços não-formais podem auxiliar na
diferentes projetos e atividades esportivas. Contu- construção de práticas que têm o potencial de adap-
do, ainda encontramos metodologias centradas no tar a sociedade para vislumbrar o panorama global,
professor, técnicas ultrapassadas de ensino e aulas que se encontra imerso numa lógica complexa. São
expositivas (ANASTASIOU, 2001). de fundamental importância para a efetiva imple-
Nesse sentido, os espaços são oferecidas e mentação da Educação Ambiental no cenário social,
disponibilizadas um espaço para que a criança e o visto que esta não é tratada como uma abordagem
adolescente, possam aprender e expressar os novos puramente disciplinar nas instituições de ensino for-
conhecimentos adquiridos por meio de uma nova lin- mais. Esses espaços refletem o caráter interdiscipli-
guagem. nar da EA levando em conta seus desafios contem-
porâneos.
Além disso, a educação não-formal socia-
liza os indivíduos, desenvolve hábitos, ati- Referências
tudes, comportamentos, modos de pensar
e de se expressar no uso da linguagem, ALCÂNTARA, Maria Inez Pereira de, FACHÍN-TERÁN,
Augusto. Elementos da floresta: recursos didáticos
segundo valores e crenças da comunidade.
3º SIMPIF

para o ensino de ciências na área rural amazônica.


Sua finalidade é abrir janelas de conheci-
Manaus: UEA EDIÇÕES, 2010, 84p.
mento sobre o mundo que circunda os in-
divíduos e suas relações sociais (BARRO; ANASTASIOU, L. G. C. Metodologia de Ensino na
SANTOS, 2010, p. 06). Universidade Brasileira: elementos de uma trajetó-
ria. Campinas: Papirus, 2001.
Poucos são os ambientes de aprendizagem
em que os alunos experimentam um ensino que os
prepara para a vida, não somente pessoal, mas tam-

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 901


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EDUCAÇÃO E ENSINO

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Fabiola Clementino da Silva Casado


Estudo comparativo sobre o perfil
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
do leitor dos cursos integrado e
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí subsequente do IFPB, campus Picuí
Karla Maysla Azevedo Silva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí
Resumo
Emilli Rakeline Lima Nobrega
[email protected] Nos dias atuais, uma pessoa que não tem prática de leitura enfren-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí ta dificuldades diante do nosso mundo. Contudo o hábito de leitura
entre estudantes possui grande importância nos aspectos da vida so-
Luana Cristina de Medeiros
[email protected] cial e profissional; notadamente, a leitura é um elemento essencial
Instituto Federal de Educação, Ciência e para construção de um ser conhecedor. Diante disso, este artigo tem
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí
a finalidade de avaliar discentes do IFPB/Campus Picuí, analisando
Weber Firmino Alves se fazem o uso da leitura correta e como ela acontece. Assim, esta
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e pesquisa compara os resultados de duas fases da pesquisa sobre “O
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí perfil do leitor do Instituto Federal da Paraíba, Campus Picuí”, en-
volvendo, respectivamente, os alunos do ensino técnico integrado
e o ensino técnico subsequente. Objetiva-se conhecer o perfil dos
estudantes, como leitores, medindo a intensidade, forma, motivação e limitações do comportamento da
leitura. A comparação ainda se estende ao âmbito nacional, a partir dos resultados de “Retratos da Leitura
no Brasil”, uma pesquisa que avalia o comportamento do leitor brasileiro. As análises fundamentam-se com
a contribuição de diversos estudiosos que consideram a leitura como um elemento essencial no processo de
desenvolvimento cognitivo humano e na construção de uma sociedade letrada, tais como Zilberman (2008),
Mafra (2013), Soares (2002), entre outros.

Palavras-Chave: IFPB. Picuí. Perfil. Estudantes. Leitor.

Abstract

Nowadays, a person who has no reading practice faces difficulties in the daily activities. However, the reading
habit among students has great importance in the social and professional aspects in their lives, notably, the
reading practice is an essential element for the construction of a good citizen. Given this, this article aims to
evaluate students of IFPB / Campus Picuí, analyzing whether they make the correct use of reading and how it
happens. Thus, comparing the results of two phases of the research on “The profile of the reader of the Feder-
al Institute of Paraíba, Campus Picuí”, involving, respectively, students of integrated technical education and
subsequent education. It aims to know the students’ profile as readers, measuring the intensity, form, motiva-
tion and limitations of their reading behavior. The comparison will also extend to the national level, based on
the results of the national research “Portraits of Reading in Brazil”, which aims to evaluate the behavior of the
Brazilian reader. The analyzes are based on the contribution of several scholars who consider reading as an
essential element in the process of human cognitive development and in the construction of a literate society,
such as Zilberman (2008), Mafra (2013), Soares (2002), entre outros.

Keywords: IFPB. Picuí. Profile. Students. Reader.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 904


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1. Introdução rias e significativas práticas de produção de textos”


(SOARES, 2000)
A leitura é um importante dote adquirido pelo
Diversas pesquisas têm constatado que, em
homem. Em nossa época, um indivíduo que não faz
sua maioria, os estudantes não desenvolvem hábi-
uso da leitura enfrenta bastantes dificuldades diante
tos saudáveis e constantes de leitura. Observa-se,
das demandas de um mundo letrado. Assim, não é
porém, que os estudantes dos Institutos Federais
à toa que o sonho de praticamente todos os anal-
(IF’s) obtêm resultados mais eficientes em exames
fabetos é aprender a ler, pois, na sua percepção, os
seletivos, entre outros fatores, por causa dos hábitos
estudantes são detentores do saber.
de leitura e escrita, incentivados no aprendizado. De
Todos sabem que o analfabetismo é um mal
acordo com a avaliação do PISA, realizada em 2015,
combatido por diversos programas do governo e tem
os alunos da Rede Federal apresentam maior de-
sido um problema paulatinamente sanado. Por ou-
sempenho nas médias referentes à leitura, ciências
tro lado, uma outra preocupação dos especialistas
e matemática, quando comparados com a média do
está relacionada à questão do letramento, isto é, a
Brasil como um todo, obtendo média 528 nos índices
competência linguística de ler, interpretar e produ-
de leitura, enquanto a média do país foi 407. A título
zir textos. Grande parte da comunidade alfabetizada
de exemplo, no ENEM de 2018, os alunos do IFPB-
não consegue fazer os devidos usos da leitura e da
-Campus Picuí, atingiram pontuação média de 611,6
escrita, seja por não desenvolver hábitos constantes
no exame, enquanto as escolas públicas do mesmo
e prazerosos de leitura, por não conseguir interpre-
município apresentaram 485,5.
tar adequadamente os textos lidos, ou mesmo por
Neste sentido, diante da importância da leitu-
não conseguir produzir novos textos.
ra para o desenvolvimento cognitivo, literário e aca-
A alfabetização equivale ao aprendizado do
dêmico, este artigo visa comparar o perfil do leitor-
alfabeto, das sílabas e da capacidade de leitura para
-aluno dos cursos técnicos integrados e dos cursos
fins de comunicação, seja pela escrita ou pela pró-
técnicos subsequentes do IFPB, Campus Picuí, a par-
pria leitura. Tal processo oferece a capacidade de ler,
tir da coleta de dados realizadas em projeto de pes-
compreender, escrever textos e operar números, es-
quisa a nível de PIBIC-EM, nos anos de 2016 e 2017.
timulando a socialização das pessoas, promovendo
Através dos questionários aplicados nas duas
um exercício pleno da cidadania e da sociedade em
modalidades de ensino pesquisadas foi possível ana-
geral. Nesse sentido, podemos considerá-la basica-
lisar e entender aspectos e características do perfil
mente como um processo de decodificação. O letra-
leitor do aluno do curso do integrado e subsequente
mento, por outro lado, é um trabalho mais complexo
do Campus Picuí. Assim, é possível avaliar se o há-
e versa sobre o uso pleno da língua, capacitando o
bito de leitura está presente no dia a dia desses es-
indivíduo a compreender o que lê e escreve, inserin-
tudantes, como também se existe alguma diferença
do-o na sociedade, e tornando-o sujeito ativo e par-
entre alunos do integrado e subsequente em relação
ticipativo. Assim, enquanto a alfabetização oferece
ao cadastro na biblioteca, aos gêneros mais lidos, ao
a capacidade de ler, o letramento torna o indivíduo
gosto pela leitura, ao ambiente em que costumam
um leitor ativo. “Alfabetizar letrando significa orien-
realizá-la, entre outros.
3º SIMPIF

tar a criança para que aprenda a ler e a escrever le-


vando-a a conviver com práticas reais de leitura e 2. Referencial teórico
de escrita; substituindo as tradicionais e artificiais
O embasamento desta pesquisa se dá por
cartilhas por livros, por revistas e de jornais, enfim,
meio de observações e discussões feitas por di-
pelo material de leitura que circula na escola e na
versos estudiosos que englobam à parte da leitura
sociedade, e criando situações que tornem necessá-
como sendo de suma importância para o meio social,
no contexto de uma sociedade letrada. Há muito que

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diversos estudos têm demonstrado a importância de para tentar conhecer e analisar o perfil leitor dos
discutir a leitura no âmbito escolar e seus benefícios. discentes do Campus Picuí em todas as modalida-
O letramento é um conceito mobilizador e motivador, des de ensino (Integrado, Subsequente, Superior,
pois, atualmente, é a teoria que melhor descreve o Pós-graduação e EAD). Esse artigo analisa e compa-
ensino de Língua Portuguesa, de modo a possibilitar ra os dados das fases que investigaram alunos dos
real e adequada capacidade do uso produtivo da lei- cursos integrados e subsequentes. De modo geral,
tura. O termo “letramento” não deriva seu significado todas as fases analisam cada público, pretendendo
do substantivo “letrado” que significa “versado em responder aos seguintes questionamentos: “O aluno
letras, erudito”; ao contrário, é oriundo da palavra do campus tem o hábito de leitura? Ele tem acesso
inglesa “literacy”, a qual é composta por dois mor- ao livro? O que ele gosta de ler? Como essa leitura
femas latinos, o radical littera (letra) e o sufixo -cy está presente na sua vida escolar? Quais as razões
(que expressa estado, condição de ser). Letramento, para a leitura?”
portanto, é a competência alfabética de um grupo Neste sentido, cada investigação e o produ-
social em decorrência da capacidade de ler e escre- to final, têm como referência o modelo do trabalho
ver com autonomia. Embora o dicionário registre al- desenvolvido pelo Instituto Pró-Livro, na pesquisa
fabetismo como o “estado ou qualidade de alfabeti- nacional “Retratos da Leitura no Brasil”, que a cada
zado” (apud SOARES, 2002, p. 18), esta palavra não quatro anos, desenvolve uma investigação de cará-
é corrente, diferente de sua negação, analfabetismo, ter nacional para aferir o comportamento do leitor
que é comumente usada, significando a condição brasileiro. A cada quatro anos, o Instituto Pró-Livro
de analfabeto ou de não alfabetizado. O letramento publica uma obra com os resultados de uma pesqui-
não é a mera decodificação ou produção de letras e sa sobre leitura no Brasil com a finalidade de ava-
palavras, por intermédio do aprendizado da leitura liar, promover melhorias (estudos, desenvolvimento
e escrita, mas o uso normal, constante e reflexivo de políticas públicas, etc.) e divulgar os resultados
desta competência. Neste sentido, o sujeito letrado obtidos. A quarta e última edição dessa pesquisa,
é aquele que lida bem na leitura e escrita com diver- publicada em 2016, entrevistou 5.012 brasileiros de
sas práticas sociais de várias instituições. Iniciativas todas as regiões e faixas-etárias do país, tendo os
que promovem a leitura desenvolvem o letramento seguintes objetivos principais: avaliar os impactos
pleno porque disponibiliza ao aluno a variante tex- dos livros nas pessoas; promover uma plena reflexão
tual padrão. Em entrevista concedida ao Jornal do sobre os hábitos de leitura do brasileiro a fim de
Brasil, no ano de 2000, Magda Soares afirma que o identificar ações mais eficazes para incentivar a prá-
conceito de alfabetização tornou-se insatisfatório. tica e o acesso ao livro.
Desde 1990, usa-se a expressão “analfabetismo Para fins de definição do conceito de leitor e
funcional” para se referir à pessoa que apenas sabe não leitor, RLB (Retratos da Leitura no Brasil) esta-
ler e escrever, sem saber fazer uso da leitura e da belece o seguinte critério: “Leitor é aquele que leu,
escrita. Ainda hoje, isso pode ser confirmado pelos inteiro ou em parte, pelo menos 1 livro nos últimos
dados coletados no Indicador de Alfabetismo Fun- 3 meses, em contrapartida, um Não leitor é aquele
cional, constatando que, apesar do percentual da que declarou não ter lido nenhum livro nos últimos 3
3º SIMPIF

população alfabetizada funcionalmente ter passado meses, mesmo que tenha lido nos últimos 12 meses”
de 61% em 2001 para 73% em 2011, “apenas um (ZOARA, 2016, p.184).
em cada 4 brasileiros domina plenamente as habi- A literatura tem papéis importantes na forma-
lidades de leitura, escrita e matemática” (EDUCAR ção de um bom leitor, tratando diversos sentimen-
PARA CRESCER, 2013). tos e situações que acontecem em nosso cotidiano
Assim, o projeto “O perfil do leitor do Insti- ao abordar o imaginário, sem a intenção de nos le-
tuto Federal da Paraíba, Campus Picuí” foi criado var a fugir da realidade. Zilberman (2008, p.37) diz

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que a literatura “socializa formas que permitem a Paraíba, Campus Picuí”, com alunos dos cursos in-
compreensão dos problemas, configura-se também tegrados e subsequentes. A pesquisa realizada é de
como ponto de partida para o conhecimento do real natureza quantitativa, visto que analisa dados obje-
e de uma atitude libertadora”. tivos coletados através de entrevista. Porém, possui
Teoricamente, as escolas têm o dever de também um viés qualitativo, correlacionando dados
manter a interação dos alunos com o livro, uma vez objetivos e comparando as respostas dos alunos dos
que este é o principal instrumento que na constru- respectivos cursos.
ção dos hábitos de leitura. “Normalmente, ao se usar Como dito anteriormente, este artigo tem o
o termo literatura, tende-se a associá-lo, imediata e objetivo analisar os dados anteriormente coletados
exatamente, às obras que marcaram, que foram re- nas turmas dos cursos técnicos integrados e sub-
conhecidas pela crítica especializada, ainda que tar- sequentes do IFPB - Campus Picuí, respectivamen-
diamente: os chamados clássicos” (MAFRA, 2013, p. te nos anos de 2016 e 2017, a partir dos diversos
23). Sabe-se que o uso de técnicas literárias tradi- recortes: modalidade, curso e turma. No que tange
cionais é indispensável no âmbito escolar devido à aos alunos dos cursos integrados, em 2016 foram
necessidade de que o aluno tenha acesso aos clás- analisados os cursos de Geologia, Edificações, In-
sicos literários para ter contato com uma leitura rica formática, quando possuíam uma população de 312
esteticamente e valorizada pelos profissionais da alunos, dos quais obteve-se uma amostra de 203
educação. entrevistados, representando 65,06% daquele total
Não se pode negar a grande importância dos que respondeu à entrevista); nos alunos dos cursos
textos literários clássicos na formação do leitor, mas técnicos subsequentes, os seguintes cursos existiam
deve-se destacar que entre os alunos, principalmen- no referido campus em 2017, quando ocorreu a co-
te os jovens, existe um encantamento e grande pro- leta de dados: Manutenção e Suporte em Informática
cura pelos livros que foram adaptados para filmes, (MSI) e Mineração. Esses cursos, por sua vez, pos-
que trazem histórias fantasiosas e românticas, com suem um universo de 82 alunos, dos quais obteve-se
uma linguagem mais popular e de fácil compreen- uma amostra de 43 entrevistados, representando
são. Essas obras, também chamadas de literatura 52% da população total.
de massa, estão cada vez mais presentes na vida do A entrevista foi conduzida com um questio-
aluno e não podemos excluí-la, nem minimizá-la. Por nário que possuía 40 perguntas que se baseavam no
esta razão, devemos aproveitar o acesso dos alunos questionário encaminhado pelo Instituto Pró-Livro,
para criar pontes com uma literatura de rigor esté- em sua 4ª edição de Retratos da Leitura no Brasil. Tal
tico mais elaborada, conforme instiga Mafra (2013, associação teve o intuito de permitir uma compara-
p. 18): “Questionamos os limites estabelecidos com ção entre os dados locais e nacionais. Deste modo,
relação à literatura clássica e a literatura de massa o questionário possuiu 40 perguntas, as quais foram
quando se leva em conta o processo de constituição registradas num formulário online do google.forms,
de leitores. Em um projeto consequente de leituriza- contendo 10 perguntas subjetivas (abertas) e 30
ção, faz-se necessário que assumamos pedagogica- objetivas (de única ou múltipla escolha) com o intui-
mente – e sem preconceitos – a literatura de massa to de definir o perfil do leitor do Campus, levando em
3º SIMPIF

como uma forma de iniciação à leitura.” consideração alguns pré-requisitos e fenômenos que
influenciam na formação leitora do indivíduo. Cabe
3. Método da pesquisa
informar que, as perguntas iniciais que eram espe-
O presente artigo tem como objetivo apresen- cíficas para cada modalidade foram adaptadas, con-
tar, de forma clara e concisa, um quadro comparativo siderando aspectos específicos de cada uma, como
realizado através dos dados coletados na pesquisa curso, faixa etária, etc., vez que, no que tange a isso,
do projeto “O perfil do leitor do Instituto Federal da havia nuances específicas. Ainda assim, essencial-

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mente, o questionário manteve estruturas iguais à 4. Resultados da pesquisa


fase anterior da pesquisa com o intuito de permitir
A seguir, apresentaremos alguns gráficos
uma comparação entre os dados locais das outras
com os resultados das duas pesquisas, selecionados
etapas da pesquisa, bem como com os dados nacio-
pelo parâmetro de importância para comparação e
nais da pesquisa RLB.
análise dos dados nas duas modalidades de ensino.
A participação da pesquisa ocorreu de forma
Os gráficos 1 e 2 mostram o percentual dos
livre e voluntária. Os entrevistados assinaram o Ter-
alunos que têm cadastro na biblioteca do Campus Pi-
mo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e,
cuí. Nos cursos subsequentes constata-se que 56%
no caso dos estudantes de menor idade, notadamen-
da amostra (24 alunos, de um total de 43) possui
te dos cursos integrados, os pais tiveram de assinar
cadastro com fim de empréstimos de livros na bi-
o referido termo. Assim sendo, a amostragem não
blioteca do campus. Já nos cursos integrados esse
foi escolhida, mas obtida de forma aleatória, o que
percentual é maior, pois 64% dos alunos (equivalen-
explica um percentual diferente de participação de
te a 129 alunos, de um total de 203) realizaram o
entrevistados entre as turmas, uma vez que apenas
cadastro na biblioteca. Assim, pode-se afirmar que
os alunos que se prontificaram a responder foram
o número de alunos sem cadastro na biblioteca é
levados aos laboratórios de informática. Dessa ma-
maior nos cursos subsequentes, totalizando 44%
neira, foi realizada uma coleta transversal dos dados
dos entrevistados.
a fim de comparar igualmente todos os cursos inde-
pendente da faixa-etária ou período dos estudantes. Gráfico 1- Cadastro na Biblioteca do Subsequente

A coleta de dados deu-se de maneira con-


trolada, pois os pesquisadores aplicaram o ques-
tionário online nos laboratórios de informática do
campus, durante, aproximadamente, um mês, para
cada modalidade, nos anos de 2016 e 2017, respec-
tivamente, no integrado e subsequente. As turmas
foram conduzidas separadamente aos laboratórios,
sob a supervisão dos pesquisadores, respondendo
ao questionário em aproximadamente 30 minutos.
Em seguida, os dados foram extraídos para uma pla-
Fonte: Acervo pessoal (2018)
nilha do Microsoft Excel 2016.
A partir dos dados catalogados no Microsoft Gráfico 2 - Cadastro na Biblioteca no Integrado
Excel, foram produzidos 40 gráficos, destacando
aqui aqueles que apresentavam mais ênfase e rele-
vância para a interpretação do fenômeno leitor nos
referidos cursos.
O relatório final de cada pesquisa foi apre-
sentado à coordenação de pesquisa do Campus nos
3º SIMPIF

anos de 2017 e 2018, respectivamente, para o in-


tegrado e para o subsequente, por ocasião do fim
de prazo da investigação. Assim, neste artigo, houve
um cruzamento de dados das duas modalidades com
Fonte: O perfil do leitor dos Cursos Integrados (2017).
vistas a compará-las, relacionando também com o
estrato nacional de RLB.

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Diante dos dados, buscou-se averiguar quais vistados, estimativa que supera a média brasileira
os motivos para o não cadastro dos estudantes na que foi 56% em 2015. Já nos cursos subsequentes,
biblioteca. Assim, através de uma pergunta subjeti- quando analisados os que são leitores com aqueles
va apenas para os que não possuem o cadastro, foi que não são, tem-se um percentual maior de leitores,
possível fazer um levantamento destes motivos. a saber 70%. Lembrando que este dado está rela-

Gráfico 3 - Razões para não ter cadastro no Integrado cionado à pesquisa nacional que considera “leitor”
aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos 1
livro nos últimos 3 meses. Diante disso, a média dos
considerados leitores, no campus Picuí, supera a
média nacional. Cabe ressaltar, contudo, que os da-
dos locais e representado por estudantes.

Gráfico 5 - Leitor X Não Leitor do Integrado

Fonte: O perfil do leitor dos Cursos Integrados (2017).

Gráfico 4 - Razões para não ter cadastro no Subsequente

Fonte: Acervo pessoal (2017)

Gráfico 6 - Leitor X Não Leitor do Subsequente

Fonte: Acervo pessoal(2018).

Nos gráficos 3 e 4 acima, percebemos que os


motivos apresentados são vários, destacando-se: a
falta de interesse pela leitura e a complicação que
há para a realização do cadastro. Nesse segundo
aspecto, a instituição exige a entrega de uma foto
3x4, o que desestimula os alunos, já que nem todos
Fonte: Acervo pessoal (2018).
possuem a foto e alguns admitem não ter recursos
para obtê-la. A partir disso, podemos analisar que Quando questionados sobre quais os livros
nos cursos subsequentes, os motivos citados estão mais lidos por eles, tem-se que os estudantes dos
3º SIMPIF

equiparados, já nos cursos integrados a parcela de cursos integrados tendem a uma prática de literatu-
alunos que admite não ter interesse pela leitura che- ra clássica, motivo este que pode estar relacionado
ga a 44.6% dos que não possuem o cadastro. com a exigência escolar da disciplina de Língua Por-
Já os gráficos 5 e 6 a seguir, mostram a di- tuguesa, em função de atividades propostas pelos
ferença entre leitores e não leitores. Os alunos dos professores.
cursos integrados que são leitores é bem maior que Podemos notar que um dos clássicos da li-
o público não leitor, uma média de 79% dos entre- teratura brasileira ocupa o topo do ranking. Essa

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é uma informação que condiz com a pesquisa RLB os cursos, que só lê sob demanda, de acordo com a
tendo em vista que, nela, o autor Machado de Assis exigência da escola. Este é um aspecto que diverge
aparece como um dos mais conhecidos. da pesquisa nacional, que apresentou como segun-
Já os alunos dos cursos subsequentes pos- do maior grupo (19%) o daqueles que anseiam por
suem uma prática de leitura dirigida à literatura de atualização cultural ou conhecimento geral. Sendo
massa, que já é uma tendência, principalmente entre assim, os alunos de ambos os cursos apresentaram
os jovens tendo em vista que os próprios alunos não a mesma razão para a leitura, primeiro pelo gosto de
possuem essa mesma exigência que os alunos do in- ler e, segundo, pela obrigação da escola.
tegrado, como mostra os gráficos 7 e 8 a seguir. Gráfico 9 - Razões para leitura no Subsequente
Gráfico 7 - Os 8 Livros Mais Lidos no Integrado

Fonte: O perfil do leitor dos Cursos Integrados (2017).

Gráfico 8 - Os 10 livros mais lidos no Subsequente Fonte: Acervo pessoal (2018).

Gráfico 10 - Razões para Leitura no Integrado

Fonte: Acervo pessoal (2018).

Os gráficos 9 e 10 a seguir, nos mostram as Fonte: O perfil do leitor dos Cursos Integrados (2017).

razões pelas quais os entrevistados leem. Observa-


Em relação ao tipo de livro lido nos últimos
-se que a maior razão pela leitura entre os entrevista-
6 meses, os gráficos 11 e 12 abaixo mostram que
dos tanto do integrado (73 respostas = 36%), como
os alunos do curso subsequente leem mais livros re-
do subsequente (13 respostas = 30%) é o próprio
lacionados à formação profissional. Embora grande
gosto pelo ato. Este é um dado bastante positivo,
parte dos alunos integrados leiam esses livros, a lei-
3º SIMPIF

atestando que boa parte dos alunos se apropriam


tura de literatura brasileira ocupa predileção entre
da leitura de forma espontânea e prazerosa. Esta
este público. Certamente, esse fenômeno está atre-
é uma informação semelhante à pesquisa nacional,
lado ao fato da literatura ser estimulada na disciplina
a qual também mostrou que o maior motivo para a
de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira.
leitura é o próprio gosto, representando 25% de um
total de 100%. Porém, o gráfico também apresenta
o segundo maior grupo de entrevistados, em ambos

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Gráfico 11- Tipos de livros lidos nos últimos 6 meses entre Gráfico 13 - Onde costuma ler - Subsequente
alunos dos cursos subsequentes.

Fonte: Acervo pessoal (2018).

Gráfico 12 - Tipos de livros lidos nos últimos 6 meses Fonte: Acervo pessoal (2018)
entre os alunos dos cursos integrado.
Gráfico 14 - Onde costuma ler - Integrado

Fonte: Acervo pessoal (2017)

Fonte: O perfil do leitor dos Cursos Integrados (2017). Quando questionados sobre as suas dificul-

Os gráficos 13 e 14, a seguir, trazem os dados dades para a leitura, os alunos dos cursos subse-

referentes aos lugares onde os entrevistados costu- quentes disseram que os problemas mais frequentes

mam ler. Como é possível observar, a maioria dos eram: leitura devagar (6); falta de paciência para ler

alunos do subsequente (74%) e do integrado (95%) (10); problemas de visão (6); falta de concentração

disseram que costumam ler em casa, tal como a RLB suficiente (11) e 16 estudantes disseram não ter ne-

mostrou em sua última edição a nível nacional. Des- nhuma dificuldade, como mostra o gráfico 15. Já os

taque para os 25% dos entrevistados do integrado alunos do integrado relataram, em sua maioria, não

que responderam que leem no ônibus, a saber pelo ter qualquer dificuldade relacionada à leitura, embo-

fato de boa parte dos alunos morarem em cidades cir- ra outros tenham marcado mais de uma dificuldade.

cunvizinhas. Tal dado é bem maior do que o resultado A tabela 1 apresenta o quadro de dificuldades dos

apresentado pela pesquisa nacional, em que o núme- alunos, tendo como principal dificuldade a falta de

ro de leitores em meios de transporte cai para 11%. paciência.


3º SIMPIF

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Gráfico 15 - Dificuldades para leitura no Subsequente Gráfico 16 - Gosto pela leitura no Subsequente

Fonte: Acervo pessoal (2018).


Fonte: Acervo pessoal(2018)

Tabela 1 - Dificuldades para Leitura no Integrado


Gráfico 17 - Classificação do Gosto pela Leitura no Integrado
Quantidade
Respostas de Percentual
respostas
Não tenho dificuldade
95 47%
nenhuma
Não tenho paciência para
46 23%
ler
Não tenho concentração
37 18%
suficiente para ler
Leio muito devagar 36 18%
Fonte: Acervo Pessoal (2017)
Não compreendo a maior
13 6%
parte do que leio Embora represente um público pequeno
Tenho problemas de visão, (3%), os agentes da instituição precisam definir
13 6%
ou outras limitações físicas
estratégias pelas quais se possa atingir este grupo.
Não sei ler corretamente. 2 1% Quando comparados com a pesquisa nacional, gráfi-
Fonte: Acervo Pessoal (2017) co 18, percebe-se que a média nacional em relação

O gosto do aluno pela leitura é um ponto mui- a quem não gosta de ler é bem maior, o que, por um

to importante na pesquisa realizada e o resultado foi lado dignifica a instituição local, e, por outro, torna

animador. Nos cursos subsequentes, 48,8% dos en- emergente atitudes capazes de formar estudantes

trevistados, que corresponde a 21 pessoas, afirma que realmente tem gosto pela leitura.

que gosta de ler; 7% (3 pessoas) diz que não gosta Gráfico 18 - Gosto pela Leitura no Brasil
de ler; 23,3% (10) alega gostar pouco e 20,9% (9)
gosta muito da leitura. Já nos cursos integrados, 3%
dos alunos mencionaram que não gostam de ler, en-
quanto 53% afirmam gostar, como mostram os grá-
ficos 16 e 17:
3º SIMPIF

Fonte: Instituto Pró-Livro (2015)

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5. Conclusão do Instituto Federal da Paraíba, no Campus Picuí –


Cursos Subsequentes. Picuí. IFPB, 2019.
Todos sabem da importância da leitura para
BRASIL. Brasil no PISA 2015: análises e reflexões
a formação de um sujeito consciente e crítico, que
sobre o desempenho dos estudantes brasileiros.
é capaz de entender e interpretar uma diversidade São Paulo : Fundação Santillana, 2016. Disponível
de textos e informações nos mais diversos meios de em: <http://download.inep.gov.br/ acoesinternacio-
comunicação. Por isso, é preciso que a leitura seja nais/pisa/resultados/2015/pisa2015_completo_fi-
nal_baixa.pdf>. Acesso em: 06 Nov.2018.
cada vez mais incentivada e estimulada no ambiente
escolar, já que é imprescindível para o desenvolvi- EDUCAR PARA CRESCER. Por Dentro do INAF. Dispo-
mento intelectual e social dos alunos. nível em: <http://educarparacrescer.abril.com.br/
indicadores/materias_295174.shtml> Acesso em:
O projeto “O Perfil do Leitor do Instituto Fede-
25 mai. 2016
ral da Paraíba, no Campus Picuí”, que serviu de em-
basamento para este artigo, é de suma importância MAFRA, Núbio Delanne Ferraz. “Literatura dentro,
fora e à revelia da escola”. In: Leitura: teoria e práti-
para percebermos o perfil leitor do aluno deste cam-
ca. Campinas: ALB, 1999.
pus e pode servir para sugerir intervenções efetivas
para melhorar os resultados. RAIOS X DAS ESCOLAS DO BRASIL. Disponí-
vel em: https://g1.globo.com/educacao/ noti-
Levando-se em conta o que foi observado
cia/2019/10/05/g1-lanca-ferramenta-com-in-
nesta pesquisa comparativa, observamos que o per- formacoes-de-todas-as-escolas-do-brasil.ghtml
fil leitor dos alunos dos cursos integrados e subse- Acesso em: 09 de out. 2019.
quentes do campus Picuí é bastante satisfatório, le- SOARES, Magda Becker. Letrar é mais que Alfabe-
vando-se como referência a pesquisa nacional, pois tizar: Entrevista concedida. [26 nov. 2000]. Jornal
percebe-se que o hábito de leitura está presente na do Brasil.
vida acadêmica e social da maioria dos entrevista- ZILBERMAN, Regina. “Mas por que não educa
dos, além de mostrar que eles gostam de ler e, em mais?” In: ZILBERMAN, Regina e SILVA, Ezequiel
sua maioria, não fazem por uma imposição da esco- Theodoro da Literatura e Pedagogia: ponto & con-
traponto. 2° ed. São Paulo: Global, 2008. p. 35-38.
la. O resultado mostra também que alguns pontos
precisam ser melhorados, como a questão do cadas- ZOARA, Failla (org.). Retratos da Leitura no Brasil 4.
tro na biblioteca, para que se tenha um maior nú- São Paulo: Instituto Pró-Livro, 2016. Disponível em:
http://prolivro.org.br/home/images/2016/Pesqui-
mero de alunos cadastrados. Portanto, percebe-se
sa_Retratos_da_Leitura_no_Brasil_-_2015.pdf Aces-
que os alunos dos cursos integrados e subsequentes so em: 05 de set 2019.
do campus Picuí, em sua maioria, têm o hábito de
leitura, seja em razão dos clássicos literários, da lite-
ratura de massa e o fazem com consciência e prazer.
No caso dos estudantes cursos subsequentes, é pos-
sível dizer que há uma tendência de supervalorizar
uma leitura técnica, voltada para a área do curso.

Referências
3º SIMPIF

ALVES, Carolina dos Santos; Silva, Josefa Maiara Di-


niz; ALVES, Weber Firmino. O perfil do leitor do Ins-
tituto Federal da Paraíba, no Campus Picuí. Picuí.
IFPB, 2018.

BARROS, Tiago Sales da Costa; SOUTO, Lavínia Ma-


ria Casado; ALVES, Weber Firmino. O perfil do leitor

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 913


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Francilda Araújo Inácio


Formação de leitores na Escola: um
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba
olhar sobre a abordagem do texto
literário
Girlene Marques Formiga
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba

Núbia Rafaela Alves de Medeiros


[email protected] Resumo
Instituto Federal da Paraíba
O presente artigo tem como objetivo central trazer à baila questões
Katyusca de Souza Maria Carlos
[email protected] relativas à Leitura literária na escola, através da observação de me-
Instituto Federal da Paraíba todologias propostas com fins de aproximar o estudante de produ-
ções literárias e promover efetivamente sua formação leitora. Quanto
Hellen Jacqueline Ferreira de Souza
Dantas de Aguiar aos aspectos metodológicos, optamos pela investigação de nature-
[email protected]
za qualitativo-interpretativa por ser adequada à análise do objeto
Instituto Federal da Paraíba
investigado, valendo-nos, para isso, de fontes bibliográficas para a
elaboração do referencial teórico, respaldado em estudiosos da área,
notadamente Bordini e Aguiar (1988), Cosson (2006a; 2006b; 2009;
2014), Martins (2006), Zilberman (2005, 2008a, 2008b; 2014), en-
tre outros, visando a assegurar respostas a nossa investigação. Como
resultados, espera-se que este trabalho, em função das discussões/apresentações de métodos voltados à for-
mação leitora – a exemplo dos métodos recepcional e criativo, principalmente –, possa suscitar mais estudos
e pesquisas dos quais decorram novas metodologias de abordagem literária que atendam as necessidades do
processo de formação leitora de nossos estudantes.

Palavras-chave: Leitura literária. Ensino. Metodologia. Literatura

Abstract

The present article aims at discussingsome questions related to the literary reading at school,observingsome
methodologies which were proposedboth as a way of bringing students closer to literary productionsas well as
forpromoting theirreading in an effective way. Regarding the methodological aspects, we opted for a qualitati-
ve-interpretative research, once it suits the investigated object analysis, using, for doing so, bibliographic sour-
ces in a way that we couldhave the theoretical background, supported by the area scholars, notably Bordini and
Aguiar (1988), Cosson (2006a; 2006b; 2009; 2014), Martins (2006), Zilberman (2005, 2008a, 2008b; 2014),
among others.We aimed, this way, at ensuring answers to ourinvestigation. As a result, it is expected that this
research, based on discussions/presentations concerning reading education and its related methods – mainly
the receptive and creative ones – may raise more studies and researches from which it can derive new literary
approach methodologies whichmay meet our students´reading education needs.

Key-words: Literary Reading. Teaching. Methodology. Literature.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

1. Introdução grandes contestações no que se refere à


organização do ensino das literatu-
Concebendo o Letramento literário como fon- ras em língua portuguesa no Brasil. E in-
te e principal função da literatura escolarizada, Rildo troduz a possibilidade de se trabalhar com
Cosson (2006) argumenta que a experiência literá- perspectivas múltiplas num espaço até en-
tão marcado pela unidirecionalidade. (ZIL-
ria não apenas nos permite saber da vida pela expe-
BERMAN, 2005, p. 244).
riência do outro como também vivenciar essa expe-
riência. Conforme o autor, “é por possuir essa função A partir da perspectiva da autora de que a
maior de tornar o mundo compreensível, transfor- literatura deve ser vista além de uma visão historio-
mando sua materialidade em palavras de cores, odo- gráfica – ou seja, enquanto expressão representati-
res, sabores e formas intensamente humanas, que va de uma poética, de aspirações artísticas e ideo-
a literatura tem e precisa manter um lugar especial lógicas de uma sociedade ou das camadas de que
nas escolas”. aquela se compõe –, é possível compreender que o
Para que a literatura cumpra esse papel, é modelo de Ensino de Literatura vigente até então nas
preciso mudar os rumos de sua escolarização, de instituições de ensino superior em Letras – conse-
maneira a promover o letramento literário. quentemente reproduzido nas escolas de Ensino Mé-
A leitura literária nos possibilita, desde sem- dio – pode ser um dos impasses para a falta de mo-
pre, reflexões e questionamentos acerca de tudo o tivação de leitura de textos literários por parte dos
que envolve o homem. A fim de explorar essa mul- alunos nessa idade escolar. Somado a este, acres-
tiplicidade de leituras, é necessária, pois, a media- cente-se o fato de que – conforme assinala a própria
ção do professor que, além de ser um leitor, deve Zilberman – as sucessivas reformas no ensino foram
desempenhar um papel relevante no despertar do “encolhendo o espaço de circulação da literatura em
gosto pela leitura literária. Nesta perspectiva, cons- sala de aula, a ponto de o ensino médio, hoje, poder,
titui-se missão de educadores buscar metodologias se assim o desejar, suprimi-la”.
que guiem sua prática, bem como selecionar textos Este viés historiográfico, como abordagem
de qualidade que desenvolvam em seus alunos a ca- exclusiva do texto literário na escola, reduz o acesso
pacidade da leitura crítica. à literatura por meio de trechos, descontextualiza-
Tendo em vista os últimos dados dos resulta- dos de suas condições de produção, constitui-se o
dos do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) que nosso “calcanhar de Aquiles”. À medida que a lite-
revelam, ainda, o baixo ratura passa a ser mais um componente curricular
desempenho de leitura entre os estudantes a ser aprendido tão somente em sua periodização,
brasileiros em formação escolar, é possível inferir ou mais: quando o contato não é feito mediante a
que o resultado desse desempenho pode ser con- leitura dos textos literários, mas por meio do acesso
sequência de uma metodologia marcada pela “uni- à crítica ou à teoria literária, perde-se outra manei-
direcionalidade” de que trata a pesquisadora Regina ra de conhecimento sobre a humanidade e sobre si
Zilberman (2005, p. 244), através de uma proposta mesma. Pensar em direitos humanos, segundo An-
de ensino que possibilite “o alargamento e expan- tonio Candido (1995, p. 239), pressupõe “reconhe-
3º SIMPIF

são do conhecimento da literatura em nosso país”. cer que aquilo que consideramos indispensável para
Vejamos, a título de esclarecimentos, o que afirma a nós é também indispensável para o próximo”. Para
pesquisadora acerca da proposta metodológica aci- o crítico literário brasileiro, a fabulação é necessi-
ma mencionada: dade humana, pois “não há povo e não há homem

substitui a noção de linearidade com que


que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade
foi pensada a história da literatura no sécu- de entrar em contato com alguma espécie de fabu-
lo XIX e que migrou para o século XX, sem lação” (p.242).

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Infelizmente, não é raro encontrar em escolas mo quando encontramos situações que não tenham
um trabalho de leitura apenas embasado em ativi- nada a ver com nossa vida, podem nos tocar, porque
dades de interpretação de textos do livro didático, nos mostram a relação do “outro” com o mundo. O
realizado com fragmentos de textos, em debates interesse pela leitura só surgirá a partir de obras que
com perguntas orais sobre o texto lido, em fichas de nos fazem chorar, rir e refletir sobre o nosso estar
leitura e resumos, com o intuito de recontar o texto no mundo.
lido e, ainda, esperando que os alunos aprendam, Em razão dos pressupostos acima apresenta-
dessa forma, a ler e a compreender um texto. Tais dos, este trabalho propõe-se a refletir sobre meto-
atividades certamente não contemplam a valoriza- dologias e concepções a respeito da abordagem da
ção do texto literário e dificilmente formarão leitores leitura literária em sala de aula, com vistas ao apri-
da arte literária. moramento da prática docente dos futuros profissio-
Para Cosson (2006), essas práticas são equi- nais formados em Letras.
vocadas, pois o aluno pode entender que ler significa As discussões aqui empreendidas contri-
responder a questões elaboradas pelo livro didático buem, certamente, para a discussão em torno de
ou pelo professor, procedimentos distantes de um concepções que defendem a formação de professo-
trabalho realmente voltado para a leitura do tex- res mediadores de leitura, subsídio importante para
to literário. Concordamos com Dalvi (2013, p.136) a tão sonhada constituição de futuros leitores. A vali-
quando afirma que: dade desse trabalho se justifica, pois, numa primeira
instância, em função da necessidade de discutirmos
[...] o leitor do livro didático, como leitor
em formação, vê-se em geral, constrangido
e aprofundarmos, cada vez mais, trabalhos de aná-
pelo discurso autoritário do especialista na lise e pesquisa em Literatura brasileira, visando não
área – o autor do livro didático, que sele- apenas a aprimorar a atuação em salas de aula dos
ciona, recorta e interpreta o “paideuma” li- estudantes do Curso de Letras, mas também fomen-
terário nacional −, legitimado, por sua vez, tar a pesquisa e a produção científica da área “Le-
seja pelo selo editorial, seja pela escolha
tras, Linguística e Artes”.
do professor em adotar tal ou qual manual.
A outra razão que justifica este estudo, não
Se sua compreensão ou percepção da obra
literária em questão diverge, só pode ser menos importante que a disposta acima, diz respeito
ele, leitor em formação, quem está inade- ao fato de as discussões postas até aqui, notada-
quadamente posto, quem não detém ou mente no que se refere ao acesso à
dispõe de todas as informações que deve- leitura propriamente dita de textos poéticos,
ria deter ou de que deveria dispor.
nos impelirem à necessidade de repensarmos a for-

Diante do contexto, a escola precisa repensar mação docente do profissional de Letras no tocante

suas práticas de leituras, a começar pelos fins pe- ao trabalho voltado à abordagem da Literatura na

dagogizantes que são estabelecidos para o ensino escola, com vistas à boa formação dos nossos estu-

de literatura. Daí a importância de utilizar metodo- dantes, tanto do ponto de vista profissional quanto

logias que contribuam para a inserção do leitor no acadêmico.

universo rico da literatura, de maneira a promover a


3º SIMPIF

2. Método da Pesquisa / Referencial teórico


individualidade e subjetividade do indivíduo em seu
campo social, histórico e cultural. Tomando como ponto de partida a relação
Assim, a melhor obra literária para fazer com Professor/Ensino de Literatura no Ensino Médio,
que surja o interesse pela leitura é aquela que faz este estudo volta-se para um trabalho sistemático
algum sentido na sua própria vida. Afinal, só nos de pesquisa e análise acerca do estado do Ensino de
identificamos com uma obra quando ela nos fala a Literatura no Ensino Médio no Brasil, de cuja inves-
nossa vida e traduz os anseios humanos. Até mes- tigação, análises e reflexões, valer-nos-emos para

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EDUCAÇÃO E ENSINO

buscar elaborar outras propostas. Nesse contexto, É passível de entendimento que, se a escola
o percurso metodológico, fundamentado sobretu- considerar o repertório de leitura de um estudante
do em ZILBERMANN (2005; 2008a; 2008b;2014), que está além dos muros da escola, e o seu conta-
COSSON (2006a; 2006b; 2009; 2014), BORDINI e to com as diferentes formas poéticas e ficcionais, as
AGUIAR (1988), MARTINS (2006), entre outros, nor- aulas de literatura poderão ser mais instigantes e os
teia etapas da pesquisa, assim configuradas: 1: pes- textos farão mais sentido a esse público. Pensando
quisa bibliográfica que versa sobre o Tema “Leitura como Lajolo (1988, p. 106), “o cidadão, para exer-
e Ensino de Literatura”; e 2: proposições metodoló- cer plenamente sua cidadania, precisa apossar-se
gicas relativas à formação literária de nossos estu- da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-
dantes. Após realização das etapas acima descritas, -se seu usuário competente, mesmo que nunca vá
podemos apresentar, a seguir, as discussões teóricas escrever um livro: mas porque precisam ler muitos”.
e descrição de metodologias de abordagem do texto Neste sentido, a Literatura proporciona ao leitor as
literário decorrentes dos nossos estudos. condições necessárias para interpretar, refletir, com-
preender e construir significados sobre sua realida-
2.1 A Formação do leitor: Discussões e caminhos
de, a partir da inclusão com as práticas sociais de
possíveis
sua vida cotidiana.
A linguagem literária, por vezes, pode pare- Por isso, trata-se ainda de uma atividade bas-
cer um obstáculo para muitos estudantes especial- tante completa, raramente substituída por outra,
mente para aqueles que não foram agraciados com mesmo as de ordem exis- tencial. Essas têm seu sen-
o um contato mais regular com a leitura. A prática tido aumentado, quando contrapostas às vivências
advinda da escola, com a mediação do professor, no transmitidas pelo texto, de modo que o leitor tende a
entanto, poderá se encarregar de formar sua auto- se enriquecer graças ao seu consumo (ZILBERMAN,
nomia como leitor. Logo, no exercício de questionar 2008b).
e refletir sobre o que é dito e como é dito nas obras, O letramento literário escolar não deve buscar
esse leitor se reconhecerá ou reconhecerá o outro, apenas formar leitores, mas leitores com condições
sendo capaz de entender o mundo da ficção. Des- de serem inseridos em uma comunidade, capazes de
sa maneira, quando nos deparemos com a leitura de atuarem junto as suas demandas e construírem um
uma obra literária, o aluno leitor necessita criar a sentido para si e para o mundo em que vive, como
sua própria relação de sentido com o texto. bem preconiza Cosson (2006). O autor amplia o seu
As práticas de leitura dentro do ambiente es- posicionamento com a seguinte afirmação:
colar merecem atenção por parte do docente. Para Cumpre enfatizar que o objetivo maior do
Solé (2009), referenciada por Souza; Girotto e Silva letramento literário escolar ou do ensino da
(2012, p. 171), há: literatura na escola é nos formar como lei-
tores, não como qualquer leitor ou um lei-
[...] pouco espaço na sala de aula para se
tor qualquer, mas um leitor capaz de se in-
‘ensinar estratégias adequadas para com-
serir em uma comunidade, manipular seus
preensão de textos’. Ademais essas práti-
instrumentos culturais e construir com eles
cas têm sido ‘categorizadas pelos manuais,
3º SIMPIF

um sentido para si e para o mundo em que


guias didáticos e pelos próprios professo-
vive [...] (COSSON e SOUSA, 2011, p. 106).
res como uma atividade de compreensão
leitora’. Com isso o ensino de leitura não se Nesse elo entre leitura, leitor e texto, o pro-
efetiva e com o passar da escolaridade a
fessor é fundamental, pois, como afirmam Brandão,
tendência dos alunos é deixar de ‘gostar’
Micheletti (1997) e Solé (2009) citados por Souza;
de ler.
Girotto e Silva (2012, p. 170):

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

A relação texto-leitor, necessária para a ção privilegiada no letramento, já que conduz ao do-
compreensão da leitura é quase ausente mínio da palavra a partir dela mesma.
na maioria das escolas. Um texto requer e
necessita de um leitor que o atualize, que o O letramento literário faz parte dessa ex-
faça funcionar, o ato de ler não pode se ca- pansão do uso do termo letramento, isto
racterizar como uma atividade passiva [...] é, integra o plural dos letramentos, sendo
ao contrário, necessita de uma atitude ati- um dos usos sociais da escrita. Todavia, ao
va por parte do leitor, que processa e exa- contrário dos outros letramentos e do em-
mina o texto, em contribuição à formação prego mais largo da palavra para designar
de leitores críticos. No entanto, para isso, a construção de sentido em uma determi-
o leitor precisa ter claro qual o objetivo da nada área de atividade ou conhecimento, o
sua leitura, para quê e o porquê de estar letramento literário tem uma relação dife-
lendo e o que quer aprender ou não com renciada com a escrita e, por consequên-
esta leitura. cia, é um tipo de letramento singular. (COS-
SON e SOUZA, 2011, p. 102)
Anterior a este processo de mediação, há o
do letramento, em que o professor atua diretamente, A partir dessa concepção da singularidade

já que não se constitui de uma habilidade nata do in- do Letramento literário em relação à linguagem, os

divíduo, tendo em vista tratar-se de um conjunto de autores compreendem que o letramento literário ne-

habilidades e competências adquiridas pela pessoa cessita da escola para se concretizar, haja vista so-

que lê, englobando uma série de capacidades que, licitar um processo educativo específico que a mera

não raras, não têm conexão com a leitura, mas sim prática de leitura de textos literários não consegue

com a percepção que o indivíduo tem no ambiente a sozinha efetivar.

sua volta. (FERREIRO, 2001, p. 198). A estudiosa da De acordo com Martins (2006), a relação

área ainda acrescenta que o letramento abrange o entre literatura e escola apresenta-se marcada por

processo de desenvolvimento e o uso dos sistemas concepções estigmatizadas, que precisam ser supe-

da escrita nas sociedades, ou seja, o desenvolvimen- radas para a valorização do texto literário em sua

to histórico da escrita refletindo outras mudanças pluralidade e em suas distintas dimensões, visando à

sociais e tecnológicas como alfabetização universal, integração de saberes. Para a autora, a primeira das

a democratização do ensino, o acesso à fonte apa- concepções estigmatizadas é que literatura é muito

rentemente ilimitadas de papel, o surgimento da in- difícil. A segunda, que é preciso ler obras literárias

ternet (FERREIRO, 2001, p. 201). para escrever bem. E a terceira, que a linguagem li-

Cosson e Souza (2011, p. 103), o Letramento terária é marcada pela especificidade em relação aos

literário: demais usos linguísticos (ressuscitando-se o concei-


to de “literariedade”, propugnado pelo Formalismo
é bem mais do que uma habilidade pronta e
Russo).
acabada de ler textos literários, pois requer
Ainda segundo esta autora, tais mitos dis-
uma atualização permanente do leitor em
relação ao universo literário. Também não
seminam perspectivas ideológicas preconceituosas
é apenas um saber que se adquire sobre a subjacentes à prática docente. Com sua perpetua-
3º SIMPIF

literatura ou os textos literários, mas sim ção, a escola contribuiria para a formação de leitores
uma experiência de dar sentido ao mundo acríticos, com visão reduzida e distorcida do fenô-
por meio de palavras que falam de pala- meno literário, cuja consequência mais imediata é a
vras, transcendendo os limites de tempo e
manutenção do status daqueles que encontram na
espaço.
leitura literária e nas habilidades que lhe são ineren-
Ampliando esse conceito, Cosson e Souza tes uma forma de poder. Martins (2006, p. 20) pro-
(2011) defendem que a literatura ocupa uma posi-

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

põe sugestões metodológicas que podem ser úteis ciam e, por meio da experiência da leitura, é pos-
às práticas docentes, tais como: sível que o indivíduo se torne mais preparado para
• Reavaliar os enfoques teóricos que orientam o enfrentar os desafios cotidianos. Essa ideia é funda-
trabalho com literatura em sala de aula; mentada por Freire (1981, p. 11), ao defender que
• Evitar centrar o trabalho com literatura em frag- “linguagem e realidade se prendem dinamicamente.
mentos ou em textos descontextualizados de A compreensão do texto a ser alcançada por sua lei-
sua situação de produção; tura crítica implica a percepção das relações entre
• Considerar a diversidade de leituras produzidas o texto e o contexto”. Como sabemos, o ensino de
pelos alunos em contextos não- escolares; literatura deve buscar formar leitores, deve buscar
• Diversificar o trabalho com textos do ponto de formar cidadãos críticos e pensantes. Nessa proble-
vista didático-pedagógico; mática, não podemos deixar de referenciar Bordini
• Desenvolver as análises comparativas; e Aguiar (1988), competentes estudiosas do ensino
• Dissociar a leitura do texto literário de análises de Literatura, que nos mostram relevantes métodos
gramaticais, estilísticas etc.; de ensino de literatura, cujo foco principal é formar
• Desvincular o ato de leitura de práticas exclusi- o leitor literário. Um dos métodos apresentados por
vamente ou prioritariamente escolares; tais pesquisadoras é o criativo, que consiste numa
• Considerar a diversidade de metodologia de leitura pautada na busca da criati-
textos pertencentes a gêneros e épocas diferen- vidade o do prazer de pensar. Neste, o estudante é
tes; levado a desenvolver suas capacidades de criar, de
• Comparar a leitura literária no espaço cibernéti- pensar e de enxergar as respostas nas entrelinhas, e
co à leitura do texto impresso (e outros suportes não prontas e à vista. Neste sentido, o método criati-
e materialidades); vo “apresenta a vantagem de encarar o aluno como
• Valorizar as histórias de leitura dos alunos, além indivíduo e ser social simultaneamente, sem atrofiar
de muitas outras. sua sensibilidade nem supervalorizar sua capacida-
Pensar a formação do leitor literário é ampliar de de raciocínio lógico”. (p.71)
os modos de ler com o propósito de desenvolver um A ideia do método criativo é aproximar a arte
trabalho com uma visão de leitura mais ampla, per- e a ciência, em busca de conhecer o que já existe e
mitindo a inserção ativa do leitor no diálogo com o aprimorar para transformar em algo novo. As artes
texto. Na conjuntura da orientação e da prática de são levadas em conta neste método, haja vista pro-
leitura, Cosson (2014, p. 65) defende que: porcionarem prazer e aprendizado ao mesmo tem-
po. Para as autoras, este método deve atender a 03
na escola é preciso compartilhar a inter-
pretação e ampliar os sentidos construídos
(três) fatores constituintes, a saber: a) o fator cultu-
individualmente. A razão disso é que, por ral e histórico (todo ser humano é determinado pelo
meio do compartilhamento de suas inter- mundo em que vive, toda a criação advém do que ele
pretações, os leitores ganham consciência conhece para construir o que ele pretende conhe-
de que são membros de uma coletividade e cer), b) o processo de criação (o trabalho criativo é
de que essa coletividade fortalece e amplia
individual, mas não individualista, visto que depende
3º SIMPIF

seus horizontes de leitura.


de outras questões para ser realizado, tais como: o
É fato que a literatura é influenciada pelos meio social, os valores adquiridos, mesmo que todos
acontecimentos, pelo modo de pensar e de agir, estes fatores estejam agindo de forma inconsciente
pelos princípios filosóficos e epistemológicos que na psique do criador) e c) o sujeito criador (com
orientam as sociedades. Como modalidade de co- seu aparato cognitivo, afetivo e motor). Neste senti-
nhecimento, a literatura permite a reflexão sobre os do, entendemos que o processo criativo é a conexão
diferentes problemas que os seres humanos viven-

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 919


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EDUCAÇÃO E ENSINO

do criador com o mundo e a cultura literária, confor- importante na conclusão do processo criativo é a ex-
me afirmam as pesquisadoras a seguir: periência do sujeito com a literatura. A divulgação do
projeto é muito importante: isto poderá ser realizado
A atitude criativa se pauta, pois, por duas
características: intuição e subjetividade, a
no meio escolar, na comunidade mais próxima ou até
primeira entendida como a capacidade de na cidade.
apreender o mundo, sem o crivo do pensa- Corroborando a assertiva acima, podemos
mento lógico, na sua originalidade, e a se- perceber a importância do método criativo para a
gunda como o predomínio do sujeito sobre formação leitora do aluno, é atraves dele que po-
o objeto, conformando-o a suas necessida-
demos ajudar nossos alunos a se encontrarem com
des. (BORDINI; AGUIAR, 1988, p. 64).
o texto literário e a dialogar com ele. Sendo assim
O processo de criação dá-se através da in- transformado e ajudando a transformar o mundo a
tuição do criador e o incentivo vem através de algo sua volta. O trabalho com o método criativo propor-
já vivido. A tensão causada na mente do criador se ciona não só a formação de um ser em criador, mas
resolve quando ele busca meios para superá-la e também de um ser capaz de se ajustar socialmente e
estabilizá-la. Depois do processo de superação, vem culturalmente, ao ponto de transformar o caos sen-
a motivação, a qual desencadeia o processo criativo tido em algo criativo e bom para o meio em que vive.
que o ajudará a superar a tensão inicial. É oportuna, nesse sentido, a observação a se-
Os principais objetivos do método criativo guir, de Bordini e Aguiar:
consistem em tentar levar o estudante a: conhecer-
Uma sala de aula em que se adote o método
-se e conhecer o mundo ao seu redor; perceber que criativo é um atelier de efervescência e tra-
a literatura pode fazer uma ponte de conhecimento balho, em que necessidades pessoais e co-
entre o mundo e o eu; aprender através da leitura letivas estão emergindo e buscando formas
literária as normas cultas e padronizadas da nossa concretas de satisfação. A ideia de projeto
criativo acarreta, para a ação educacio-
língua; e, por fim, ser capaz de formar seus próprios
nal. A tarefa de incitar à transformação, de
textos de maneira eficaz e consciente. Este texto não
modo que o aluno se veja sempre solicitado
precisa ser materializado ou escrito, pode ser con- a postar-se criticamente ante à realidade e
cretizado simplesmente pela voz do leitor. Este méto- a movimentar recursos próprios e alheios
do, em que os estudantes são considerados agentes para ajustá-la a si e à sociedade que ele
do conhecimento, é composto pelas seguintes eta- sonha. (BORDINI; AGUIAR, 1988, p. 71).

pas descritas a seguir:


Cabe à escola, nesse aspecto, criar condições
1. Constatação de uma carência:
para exercitar as práticas de leitura, de modo a pro-
2. Coleta desordenada de dados
porcionar práticas de leitura que propiciem expe-
3. Elaboração interna dos dados
riências de sentido por meio do texto literário.
4. Constituição do projeto criador
Seguindo ainda o filão de apresentarmos
5. Divulgação do trabalho
propostas de abordagem de leitura literária, traze-
Podemos dizer que a primeira e a segun-
mos à baila agora o método recepcional, também
da etapas podem ser elaboradas conjuntamente,
3º SIMPIF

elaborado pelas estudiosas da área Maria da Glória


a quarta etapa deve levar o criador a elaborar um
Bordini e Vera Teixeira de Aguiar (1988), que nos
projeto novo, a partir do texto e do diálogo com o
apresenta uma interessante proposta para a abor-
texto literário, não sendo necessariamente um texto
dagem do texto literário em sala de aula, considerar
como produto, mas qualquer outra forma de expres-
o estudante o centro da discussão frente ao texto
sar os sentimentos e conflitos presenciados no texto
lido. Não cabe mais aqui a autonomia majoritária
base. Esta etapa dar-se- á por erros e acertos até
do professor detentor do saber histórico em que se
encontrar algo que se encaixe com o texto lido. O

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concentra o texto literário; o historicismo também cando de acordo com os conhecimentos prévios já
não se sobressai nesse cenário metodológico. Neste apresentados e discutidos na etapa anterior. O hori-
método, o estudante pode emitir opiniões e debater zonte de expectativas dos estudantes relaciona-se a
abertamente sobre suas impressões sobre o texto: o suas crenças, valores , preferências, visões próprias,
texto é um complemento do conhecimento e não a interesses por tipos de leitura e afins. Segundo Bor-
parte autônoma. dini e Aguiar, (1988, p. 88), este horizonte pode ser
Segundo Bordini e Aguiar (1988, p.18), “a fa- levantado previamente por meio de alguns procedi-
miliaridade do leitor com a obra gera predisposição mentos, a saber:
para a leitura e consequentemente o desencadea-
observação direta do comportamento, pe-
mento do ato de ler”: O professor deve buscar me- las reações espontâneas a leituras realiza-
todologias para transformar seus alunos em leitores das, ou através da expressão dos próprios
participativos, críticos e amantes da literatura. alunos em debates, discussões, respostas
O método recepcional encontra-se sistemati- a entrevistas e questionários, papel em jo-

zado em 05 (cinco) etapas, que levam estudante e pro- gos, dramatizações e outras manifestações
quanto a sua experiência das obras.
fessor a questionarem paradigmas prescritos quanto
à escrita e irem além das entrelinhas até chegarem 3. Ruptura do horizonte de expectativa
a um novo conhecimento e entendimento do texto. Nesta etapa, deverão ser apresentados novos
Vejamos a seguir o detalhamento das etapas aci- textos, tanto para apoiar as certezas dos estudan-
ma referenciadas, constantes do método em questão: tes, quanto para “abalar” visões e percepções de
1. Determinação do horizonte de expectativas: mundo já existentes. Recomenda-se o trabalho com
Nesta etapa, o professor deve detectar as as relações intertextuais, de modo a incitar o estu-
aspirações, os interesses e a familiaridade dos es- dante a romper com o texto lido e ir em busca de
tudantes com leitura e literatura. É de fundamental outras e novas visões e de produções sobre o mesmo
importância que o professor tenha um prévio conhe- tema ou temas semelhantes.
cimento dos gostos dos estudantes, do seu mundo, Nesse sentido, Bordini e Aguiar (1988, p. 89) ainda
de suas crenças e valores, para que os textos esco- complementam:
lhidos sejam o mais próximo possível da realidade
“O importante é que os textos desta etapa
de cada um deles. Para fins de melhor percepção da
apresentem maiores exigências aos alunos,
etapa, Bordini e Aguiar (1988, p. 88) elencam alguns
seja por discutirem a realidade desauto-
procedimentos de sondagem de interesses que po- rizando as versões socialmente vigentes,
dem ser realizados em classe: seja por utilizarem técnicas compositivas
mais complexas.”
As características desse horizonte podem
ser constatadas pelo exame das obras an- 4. Questionamentos do horizonte de expectativas
teriormente lidas através de técnicas varia-
Neste momento, busca-se levar o estudante
das, tais como:observação direta do com-
a questionar e comparar o que ele já conhece com
portamento, pelas reações espontâneas a
leituras realizadas, ou através da expressão o que ficou conhecendo através das leituras realiza-
3º SIMPIF

dos próprios em debates, discussões, res- das. É importante levar o estudante a perceber que
postas a entrevistas e questionários, papel quanto mais se lê, mais é possível compreender o
em jogos, dramatizações e outras manifes- mundo ao seu redor. A leitura é, neste sentido, uma
tações quanto a sua experiência das obras.
porta escancarada para a ampliação do conheci-

2. Atendimento do horizonte de expectativas mento. Por esse ângulo, Bordini e Aguiar (1988,

Neste momento, o professor expõe a obra li- p.90) assinalam:

terária, com vistas a atender as expectativas do edu-

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Desse trabalho de autoexame surgirão tins (2006), além das valiosas contribuições teórico-
perspectivas sobre aspectos que ainda ofe- -metodológicas e Regina Zilbermann, vislumbramos
recem dificuldades, definições de preferên-
com o presente artigo trazer à discussão/reflexão o
cia quanto à temática e outros elementos
que consideramos uma necessária problemática li-
da literatura, assim como transposições
das situações narrativas ou líricas para a
gada ao ensino: a Leitura literária e sua eficácia na
órbita da vida real dos jovens leitores. Este formação de leitores. E, com isto, esperamos susci-
é o momento de os alunos verificarem que tar nos profissionais da área a necessidade de apro-
conhecimentos escolares ou vivências pes- fundamento em investigações do tema, bem como a
soais, em qualquer nível, do religioso ao proposição de novos métodos capazes de promover
político, proporcionaram a eles facilidade
melhorias no nosso imperioso trabalho com leitura
de entendimento do texto e/ou abriram
literária.
lhes caminhos para atacar os problemas
encontrados. Nesse contexto, reafirmamos o significativo
papel do professor para um bom desenvolvimento de
5. Ampliação do horizonte de expectativa. prática, a importância de uma formação docente que

Esta última etapa busca tornar o estudante reconheça a relevante função da leitura literária como
autônomo a ponto de ser capaz de desco- vetor de formação humanizadora e de autonomia e a
brir por si só novas leituras. Nela, os estu- necessidade do uso de metodologias que atendam
dantes deverão descobrir suas potenciali- as necessidades dos nossos estudantes. Seguindo
dades para trilharem novos desafios como
este filão, continuaremos nossa investigação com
leitores de textos literários, haja vista ter
vistas a possibilitar melhorias no relevante traba-
se expandido seu horizonte de expectati-
vas. Bordini e Aguiar (1988) recomendam,
lho de abordagem do texto literário em sala de aula.
nesta etapa, a promoção da autonomia do
Referências
estudante, evitando-se a intervenção direta
do professor, a quem caberá a promoção da AGUIAR, Vera Teixeira de. BORDINI, Maria da Gloria.
autoavaliação dos seus educandos diante Literatura: A formação do leitor: Alternativas meto-
de todo o processo de leitura. dológicas. Porto Alegre: mercado aberto, 1988.

O método recepcional, já reconhecido no CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In:

meio acadêmico, consiste, em essência, numa pro- . Vários escritos. 3. ed., São Paulo: Duas Ci-
posta que busca a formação de leitores de literatura, dades, 1995.
capazes de atribuir significados pessoais ao texto COSSON, R. Letramento literário: teoria e prática.
lido. É ainda um método que visa a dar ao estudante São Paulo: Cortez, 2006.
a autonomia necessária para se tornar um amante
COSSON, Rildo. Letramento literário: Educação para
da leitura literária sem que, com isto, ele se sinta vida. Vida e Educação, Fortaleza, v. 10, p. 14-16,
obrigado a ler. Por fim, objetiva-se a formação de lei- 2006.
tores críticos, conscientes e com uma visão de mun-
COSSON, Rildo; SOUZA, Renata Junqueira de. Letra-
do cada vez mais complexa e completa. mento literário: uma proposta para a sala de aula.
UNESP, agosto-2009. In Caderno de formação:
3º SIMPIF

3. Resultados da pesquisa/ Considerações formação de professores didática dos conteúdos /


Universidade Estadual Paulista. Pró-Reitoria de Gra-
A partir da exposição de sugestões metodoló- duação; Universidade Virtual do Estado de São Pau-
gicas de abordagens de obra/texto literário já expe- lo. – São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. v. 2 Dispo-
rimentados e validados pela comunidade acadêmica, nívelem:<http://www.acervodigital.unesp.br/bitstr
eam/123456789/40143/1/01d16t08.pdf>Acesso
a exemplo das propostas de Bordini e Aguiar (1988)
em: 30 jan. 2018.
– métodos criativo e recepcional – e outras também
relevantes apresentadas por Cosson (2006) e Mar-

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EDUCAÇÃO E ENSINO

______ . Círculos de leitura e letramento literários.


São Paulo: Contexto. 2014.

DALVI, Maria Amélia, RESENDE, Neide Luzia de, JO-


VER-FALEIROS, Rita. (Orgs) Leitura de literatura na
escola. São Paulo: Parábola, 2013.

FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. 5. ed.,


Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.

FERREIRO, E. Reflexões sobre alfabeti-


zação. 26. ed., São Paulo: Cortez, 2011.
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura
do mundo. São Paulo: Ática, 2006.

MARTINS, Ivanda. A Literatura no Ensino Médio:


Quais os desafios do Professor? . In BUNZEN, Cle-
cio; MENDONÇA, Márcia. (ORG.) Português no Ensino
Médio e Formação do Professor. São Paulo: Parábola,
2006.

SOUZA, Renata Junqueira de; GIROTTO, Cyntia Gra-


ziella Guizelim Simões e SILVA, Joice Ribeiro Macha-
do da. Educação literária e formação de leitores: da
leitura em si para leitura para si. Ensino em re-vista,
v. 19, n. 1, jan/jun de 2012. p. 167 – 179.

ZILBERMAN, Regina. A universidade brasileira e o


ensino das literaturas de língua portuguesa. In BOR-
DINI, Maria da Glória; REMÉDIOS, Maria Luiza e ZIL-
BERMAN, Regina. Crítica do tempo presente. Porto
Alegre: IEL, Nova Prova, 2005.

ZILBERMAN, Regina. A leitura no Brasil: sua história


e suas instituições. Revista USP, 2008.

______ . O papel da literatura na escola. Via Atlânti-


ca, n. 14, dez/2008. p. 11 – 22.

_________. Como e por que ler a literatura infantil


brasileira. Rio de Janeiro, Objetiva, 2014.

SILVA, Antonieta Mírian de Oliveira Carneiro; SILVEI-


RA, Maria Inez Matoso. Letramento Literário: desa-
fios e possibilidades na formação de leitores. Vol.
01, nº 01, Revista Eletrônica de Educação de Ala-
goas, 2013, p. 92-101. Disponível em: Acesso em:
07 ago.2017.
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Misael Warly Maia Pereira


FotopH: fotômetro para análise do pH da
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus Catolé
urina e determinação de concentração
do Rocha de soluções
Raquel Ferreira Dantas
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus Catolé
do Rocha
Resumo
Gabriel Soares da Costa
[email protected] O pH está associado a diversas funções do nosso corpo, como a do
Instituto Federal da Paraíba - Campus Catolé
do Rocha sistema urinário, estando seu equilíbrio diretamente atrelado a nos-
sa alimentação. Os indicadores naturais, obtidos de flores e folhas,
Alexsandro Trindade Sales da Silva
[email protected] podem ser utilizados como uma alternativa viável para sua análise.
Instituto Federal da Paraíba - Campus Catolé Uma forma de analisar a coloração de diferentes substâncias e rela-
do Rocha
cioná-las com sua concentração, é através da interação desta com a
Tainá Souza Silva radiação, utilizando equipamento como fotômetros. Dessa forma, o
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus Catolé fotômetro surge como uma ferramenta importante para análise do pH
do Rocha e para determinação de concentração de soluções, fortalecendo vín-
culos entre teoria e prática. Para a produção do fotopH foi utilizado o
sistema Arduino, programando-o para acender LEDs (vermelho, ama-
relo e verde) que correspondem, respectivamente, aos pHs ácido, básico e ideal, da urina, sendo essas faixas
de pH determinadas de acordo com testes realizados com o indicador natural de repolho roxo, em contato
com soluções de pH que variavam de 1 a 14 e com urina. Além disso, o fotopH também pode ser conectado
ao computador, mostrando valores LDR e permitindo determinar a concentração de uma solução através de
uma curva de calibração.

Palavras-chave: pH. Urina. Indicadores. Arduino. Soluções.

Abstract

The pH is associated with various functions of our body, such as the urinary system, and its balance is directly
linked to our diet. Natural indicators obtained from flowers and leaves can be used as a viable alternative for
their analysis. One way to analyze the coloration of different substances and to relate them to their concen-
tration is through their interaction with radiation, using equipment such as photometers. Thus, the photometer
emerges as an important tool for pH analysis and determination of solution concentration, strengthening links
between theory and practice. To produce photopH, the Arduino system was used, programming it to light LEDs
(red, yellow and green) that correspond, respectively, to the acidic, basic and ideal pHs of the urine, and these
pH ranges were determined according to tests. performed with the natural indicator of red cabbage, in contact
with pH solutions ranging from 1 to 14 and with urine. In addition, the fotopH can also be connected to the
computer, showing LDR values ​​and allowing the concentration of a solution to be determined using a calibration
curve.

Keywords: pH. Urine. Indicators. Arduino. Solutions.

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1. Introdução com materiais alternativos que possibilita a análise


do pH da urina, se mostra como ferramenta viável e
O equilíbrio ácido base é um exemplo de con-
importante de ser desenvolvida.
teúdo muitas vezes discutido apenas com teoria, en-
Diante disso, esse trabalho teve como obje-
tretanto muitas pessoas não sabem o que significa
tivo desenvolver um fotômetro de baixo custo, para
pH (potencial hidrogeniônico), não reconhecendo a
ser utilizado como material didático em sala de aula
importância e os possíveis desequilíbrios causados
e para análise do pH da urina.
devido a variações deste, para o corpo humano.
Devido a nossa dieta nutricional ser baseada 2. Fundamentação Teórica
essencialmente em alimentos ácidos como a carne
de vaca, ovos, refrigerantes; os problemas em rela- 2.1. O pH urinário e a importância dos indicadores
ção aos órgãos urinários estão cada vez mais pre- ácido-base
sentes na sociedade. Azia, flatulência, arrotos, insô-
O equilíbrio é a chave para tudo, nomeada-
nia, retenção de água, enxaquecas, prisão de ventre,
mente quando se trata da nossa alimentação e da
diarreia, cansaço, halitose, pedras nos rins, diabetes
nossa saúde e bem-estar. Para que encontremos
e desidratação são alguns dos vários sintomas trazi-
esse equilíbrio no nosso corpo precisamos conhecer
dos pelo desequilíbrio do pH no nosso corpo (BRA-
sobre pH.
SIL, 2016).
O pH (ou potencial de hidrogênio) é um tipo
Análises químicas são realizadas cotidiana-
de medida usada para distinguir substâncias ácidas
mente para determinação de uma grande variedade
e básicas através de uma escala de 0 a 14, no qual
de substâncias. Análises clínicas, nutricionais e con-
as medidas acima de 7 são consideradas básicas e
trole de qualidade são apenas algumas das aplica-
abaixo de 7 ácidas, sendo o próprio 7, neutro (BOA-
ções da química no nosso dia a dia.
VIDA, 2016).
Um conteúdo essencial para esse tipo de
O pH da urina pode variar entre 5,5 e 7,0,
análise é o estudo das soluções e suas unidades de
o que reflete a excreção renal dos ácidos produzi-
concentração. Entretanto, este ainda é discutido de
dos no metabolismo e que o sangue transporta. No
forma teórica e isolada, uma vez que são utilizadas
caso da acidose, há um aumento da excreção renal
apenas fórmulas, que os alunos devem decorar, sem
de ácidos e da retenção das bases, o que leva a um
entender o real significado desses cálculos.
aumento da acidez da urina, podendo o valor do seu
Uma das grandes dificuldades enfrentadas no
pH baixar até cerca de 4. Na alcalose, ocorre um au-
ensino de ciências é atrelar o conhecimento teórico
mento da excreção de bases e retenção de ácidos,
à prática. Os conteúdos quando vistos isoladamente
com o correspondente aumento da alcalinidade da
e de forma teórica, muitas vezes não são totalmen-
urina, podendo o seu pH subir até cerca de 8 (MO-
te compreendidos pelos alunos, tornando-se muitas
RAIS, 2016, p. 5).
vezes abstrato. Dessa forma, o desenvolvimento de
O uso de indicadores naturais de pH está pre-
atividades práticas se mostra como uma ferramenta
sente desde o século XVII, quando o químico Robert
muito significativa para o aprimoramento do método
Boyle (1663) decidiu preparar um licor de violeta,
3º SIMPIF

de ensino.
notando que em meio ácido, o extrato daquela flor
Tendo em vista a necessidade e importância
tornava-se vermelho, e em meio básico, verde. Na-
de desenvolvimento de metodologias que ajudem a
quela época, mesmo com a escassez de informações
mostrar a influência de acidez e basicidade para o
sobre ácidos e bases, Boyle afirmava ser ácida qual-
funcionamento do corpo e também demonstrar de
quer matéria que adquirisse uma cor avermelhada
forma prática análises químicas que são realizadas
em reação com o extrato de alguma planta (TERCI;
diariamente, o desenvolvimento de um fotômetro
ROSSI, 2002).

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A utilização de indicadores ácido-base sin- as transições eletrônicas nas moléculas, seja no es-
téticos é bastante comum atualmente, entretanto, a tado gasoso ou em solução (Mendham et al., 2002).
possibilidade de utilização de indicadores naturais Nesse contexto, para esses métodos, podem
faz com que estes se revelem como um providencial ser utilizados diversos dispositivos, como o fotôme-
recurso didático, uma vez que a interdisciplinaridade tro, o espectrofotômetro e espectrômetro. Todavia,
está contida neste caso desde os procedimentos de utilização do fotômetro torna-se uma mais alternati-
extração até a explicação da mudança de cor, envol- va viável, versátil e de baixo custo para a realização
vendo conceitos e procedimentos da química geral, de aulas experimentais, haja vista que os custos de
analítica, orgânica, de produtos naturais e físico-quí- confecção desses sistemas instrumentais são “bem
mica, oferecendo através destes aspectos grande inferiores ao valor de equipamentos equivalentes
quantidade de detalhes e informações. disponíveis no mercado, apresentando também faci-
lidades em manutenção e troca de peças mecânicas
2.3 A fotometria e suas aplicações
e eletrônicas” (MOTA, 2010).
A maneira mais comum de determinar a
2.4 A experimentação no ensino de ciências
concentração de uma substância colorida é através
do uso de fotômetros que operam nas regiões do ul- A experimentação é um meio fundamental
travioleta e visível do espectro eletromagnético, uma para incentivar os estudantes ao aprendizado de
vez que a percepção visual da cor de uma solução ciências, haja vista que muitas vezes esse caminho é
depende da absorção da radiação (Gomes et al., direcionado a cálculos e fórmulas, tornando a sala de
2008). aula em ambiente monótono. Além disso, a ausência
O uso da experimentação para a interação de atividades experimentais ainda é um impasse vi-
entre radiação e matéria é essencial para a análise venciado por diversas escolas que não podem reali-
das características microscópicas de diversas subs- zar tais procedimentos pela falta equipamentos e de
tâncias. Diante disso, são amplamente utilizados os laboratórios (Queiroz, 2004).
métodos espectrofotométricos, mecanismos funda- Segundo Silva Júnior e Parreira (2016), é
mentais que envolvem realização de procedimentos imprescindível que haja a utilização de práticas pe-
fornecem identificação de um componente de uma dagógicas a partir de atividades experimentais que
amostra a partir da uma emissão de uma radiação estimulem ao aluno a percepção de diversos fenô-
eletromagnética (Moreira; Santos; Costa Junior, menos. Dessa forma, é possível que o aluno veja,
2016). diante da manipulação de instrumentos e do contato
Na análise fotométrica, utiliza-se uma fonte com conceitos químicos, a correlação dessas expe-
que emite radiação na faixa de comprimento de onda riências ao seu cotidiano.
na região do UV-visível, escolhendo-se uma faixa de A utilização de métodos diversificados com
comprimento de onda bem definida. A principal faixa aulas práticas bem planejadas facilita muito a com-
de comprimento de onda utilizada está situada na preensão da produção do conhecimento em química,
região em que o olho humano é sensível, que está podemos incluir demonstrações feitas pelo profes-
localizada entre aproximadamente 400 nm e 800 sores e experimentos realizados pelo próprio aluno,
3º SIMPIF

nm no espectro eletromagnético e denominada de buscando a confirmação de informações já adquiri-


região do visível. Ainda é possível explorar a região das em aulas teóricas, cuja interpretação leve a ela-
entre 200 e 400 nm, pois a região entre 200 e 800 boração de conceitos, sendo importantes na forma-
nm (UV-visível) corresponde a uma faixa de energia ção de elos entre as concepções espontâneas e os
de fótons responsáveis pela excitação molecular, ou conceitos científicos, propiciando aos alunos opor-
seja, nessa faixa de comprimento de onda, ocorrem tunidades de confirmar suas ideias ou então reestru-
turá-las (Salesse, 2016)

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Sendo assim, é a partir da experimentação 3.2 Métodos


que há o aprimoramento do conhecimento científico
do aluno, instigando-o a compreender as mais di- 3.2.1 Análise do indicador natural de pH
versas situações que são contempladas pela relação
teoria-prática. Segundo Salesse (2016), há a neces- Partindo-se do princípio de que podem haver

sidade de superar os obstáculos enfrentados pelo modificações no pH da urina devido a diversos fato-

ensino da química, para que o torne interligado com res, que os indicadores naturais de pH mudam de co-

a prática social, tendo em vista que esse componen- loração ao entrarem em contato com soluções de pH

te curricular deve ser um simplificador da compreen- diferentes, e que as cores apresentam comprimentos

são de mundo dos estudantes. de onda diferentes, interagindo com a radiação de

Ademais, de acordo com Fonseca (2001), formas distintas, optamos por desenvolver um fotô-

a experimentação favorece ao aluno a criação de metro para análise da urina, utilizando um indicador

ideias e, por conseguinte, a analogia com o conhe- natural de pH.

cimento científico. Com isso, há a exploração e in- Inicialmente, uma amostra de repolho-roxo -

vestigação dos conteúdos, influenciando assim no Brassica oleracea foi seca ao sol e em seguida foi

desenvolvimento conceitual e cognitivo. triturada e colocada em contato com etanol 96%


para extração dos constituintes e obtenção da so-
3. Metodologia lução etanólica.
Em seguida, foram preparadas soluções de
3.1 Materiais pH entre 1 e 14, utilizando ácido clorídrico, ácido
acético e hidróxido de sódio, colocando-as em con-
Para construção do fotômetro, foram utiliza-
tato com as soluções etanólicas obtidas, a fim de
dos os seguintes materiais:
observar a mudança ou não de coloração do extrato.
• Placa de arduino;
Para confirmar a eficiência do indicador natu-
• 1 chave liga/desliga mini;
ral de pH com amostras de urina, realizamos testes
• 1 multímetro digital;
com urina real, uma vez que esta apresenta colora-
• 1 ponte para montagem dos componentes;
ção e poderia interferir no resultado. Em seguida, as
• 1 lanterna LED comum branca;
amostras de urina, foram colocadas em contato com
• Solda;
a solução etanólica, a fim de verificar a mudança na
• Ferro de soldar;
coloração. Os resultados foram comparados com
• Fios;
análise utilizando fita de pH.
• Recipiente de Vidro;
Para esses testes, foi coletada a primeira uri-
• Caixa escura de madeira.
na do dia, uma vez que, os rins trabalham durante
Para a obtenção e análise do indicador e da
o sono para extrair todo o excesso de ácidos ou de
urina, foram utilizados repolho-roxo, etanol 96% e
bases do organismo que não foram totalmente neu-
recipientes de coleta de urina.
tralizados.
Para a realização da aula prática sobre pre-
A coleta foi feita em recipiente descartável e
paro de soluções e determinação da concentração
3º SIMPIF

higienizado, sendo realizada a análise da amostra no


foram utilizados os seguintes materiais:
máximo até duas horas depois da coleta.
• Balão volumétrico de 100 mL
• Bastão de vidro 3.2.2 Desenvolvimento do fotômetro
• Funil
A plataforma de desenvolvimento Arduino
• Béquer
é uma plataforma de prototipagem eletrônica com
• Permanganato de potássio
sistemas digitais que quando conectados a senso-
• Água destilada

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res e a atuadores, são capazes de medir variáveis no


ambiente físico, realizar cálculos numéricos, e tomar
decisões lógicas no ambiente computacional geran-
do novas variáveis no ambiente físico (Araujo et al,
2012).
O Arduino faz parte do conceito de hardware
e de software livre, e está aberto para uso e contri-
buição por toda a sociedade. Pelo fato do Arduino
ser open source, e ser de fácil aquisição, existem di-
versos fóruns na Internet que oferecem suporte aos
usuários e aos projetistas, assim como, o comparti-
lhamento de ideias e de projetos com outros desen-
Fonte: Elaboração Própria.
volvedores.
Para o desenvolvimento do projeto, foi utili-
Figura 2 - Imagens do fotômetro construído.
zada a plataforma Arduino Uno, baseada no micro-
controlador ATmega328, possuindo 14 terminais de
entrada/saída (06 podem ser usados como saída
PWM), 06 entradas analógicas, um oscilador a cristal
de frequência de 16 MHz, uma conexão USB, entre
outros detalhes (ARDUINO, 2019).
Os materiais foram interconectados em um
circuito, estando este sistema, em um suporte preto
e opaco, que não permita entrada de luz externa, a
fim de evitar interferências. A metodologia utilizada
para montagem do equipamento foi baseada nos
trabalhos de Junior et al. (2009), Fagundes et al.
(2009) e Moreira et al. (2016).
Para a montagem da caixa utilizamos MDF,
uma vez que, materiais como o acrílico poderia re-
fletir a luz e influenciar na leitura do LDR. A tampa
contém um orifício para a parte superior do recipien-
te de vidro, e de fácil abertura, a fim facilitar a troca
de amostra.
Para indicar se o pH da urina estava normal,
muito ácido ou básico, foram inseridos LEDS, que
são programados para acender de acordo com a fai-
xa de valor LDR, que está relacionado com a faixa
3º SIMPIF

de pH da solução analisada. Além disso, foi colocada


uma chave liga-desliga do sistema que se localiza na
vista posterior do fotômetro (Figuras 1 e 2).

Fonte: Elaboração Própria.

Figura 1 - Vista superior e lateral direita da caixa.

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Sabendo que a incidência de luz sobre o LDR 4. Resultados


altera a corrente que circula no circuito e que com a
máxima incidência de luz será observada a máxima 4.1 Utilização do fotopH para análise de urina
corrente, ao inserirmos amostra no caminho ótico,
Ao colocar o extrato de repolho-roxo que
ocorreu variação do espectro luminoso, sendo ob-
apresenta cor roxa (5 ml), com soluções de pH 1 –
servadas valores LDR compatíveis para cada cor
14, foi observado que ele adquiriu coloração de rosa
analisada, em que programamos uma corrente para
avermelhada, em pH menor que 5, roxa em pH entre
cada um dos LEDs do fotômetro.
5 e 7, verde em pH entre 8 e 12, e amarelo em pH
Após determinar as faixas de valores LDR para
13 e 14.
cada cor, avaliamos a interferência da coloração da
Ao realizar o teste do indicador com a urina,
urina nesses valores e identificamos o pH desta utili-
foi observado que a concentração dela pode deixar
zando o equipamento construído.
a coloração da solução mais escura ou mais clara,
3.2.3 Utilização do fotômetro em sala de aula entretanto não interfere na leitura do fotômetro (Fi-
gura 3).
Além da análise do pH da urina, o fotômetro foi
aplicado em duas turmas do segundo ano do ensino Figura 3 - Amostras de urina antes e após o contato com o
extrato do repolho roxo.
médio integrado em Edificações, do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – Cam-
pus Catolé do Rocha, para determinação da concen-
tração de soluções. Cada turma continha 40 alunos,
em média, sendo estes divididos em grupos de 5.
Após aula teórica sobre soluções e unida-
des de concentração, os alunos foram levados para
laboratório, onde prepararam soluções de perman-
ganato de potássio (KMnO4), nas concentrações de
1,0; 0,6; 0,4; 0,2; 0,1 g/L.
Após o preparo das soluções, estas foram
analisadas no fotopH, observando os valores LDR
através da conexão do fotopH com o computador, uti-
lizando o software Arduino 1.8.9 Os valores obtidos
Fonte: Elaboração Própria.
para cada concentração, foram repassados para o MS-
-Excel, afim de obter o gráfico da curva de calibração. Diante dos resultados obtidos com as so-

Além das soluções preparadas pelos alunos, luções de diferentes pH e com a urina, foi possível

também foi realizada a análise de uma “solução pro- identificar que a coloração roxa é a ideal para urina

blema”, que havia sido preparada anteriormente pela com pH dentro do esperado (5 a 7), rosa ou averme-

professora, com a concentração no intervalo de 0,3 lhada significa que a urina está muito ácida e verde,

g/L, e que deveria ter sua concentração determinada que a urina está muito básica.
3º SIMPIF

através da equação da curva obtida no experimento. Após os testes realizados no fotômetro, com

Após a realização da aula prática, os alunos amostras de urinas em contato com o extrato, foi

elaboraram um relatório, afim de descrever o experi- possível determinar as faixas de valor de LDR para

mento e apresentar seus resultados. o pH considerado normal (5 a 7), pH com excesso


de acidez (< 5,0) e pH básico (> 7,0), e inserir na
programação do Arduíno do fotopH, programando-o

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 929


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

para acender o LED vermelho para urina ácida, ama- cançaram o objetivo desta, obtendo concentrações
relo para básica e verde para ideal. próximas de 0,3 g/L, para a solução padrão.
Dessa forma, através do preparo de soluções
4.2 Utilização do fotopH em sala de aula
e determinação da concentração de soluções utili-
Durante a aula prática os alunos prepararam zando o fotopH, os alunos tiveram a oportunidade de
todas as soluções requisitadas, tendo o primeiro assimilar a teoria e enxergá-la durante o processo de
contato e desenvolvendo a habilidade de manusear experimentação, tornando o conteúdo mais interes-
equipamentos e vidrarias, como balança analítica, sante e aplicado.
balão volumétrico, bastão de vidro e funil.
5. Conclusão/Considerações
Através do experimento os alunos puderam
colocar em prática a teoria sobre cálculo de concen- Sabendo da quantidade de problemas ocasio-
tração e diluição de soluções, e observar a influên- nados pelo desequilíbrio do pH da urina, a produção
cia da concentração de uma solução na absorção da de um fotômetro que informa o a acidez da urina
radiação. irá servir tanto como forma de divulgação do tema,
Foi possível também fazer um link do conteú- que é pouco discutido, como também para ajudar
do visto com informática básica e matemática, uma pessoas que sofrem com problemas desta nature-
vez que os discentes construíram o gráfico da curva za. Além disso, esse equipamento pode ser utilizado
de calibração utilizando o MS Excel e calcularam a tanto em aulas de química, física, biologia, matemá-
concentração da solução problema através da equa- tica e informática, auxiliando no processo de ensino
ção da reta. Um dos resultados obtidos, encontra-se aprendizagem.
abaixo, onde temos tabela e gráfico de concentração
Referências
x valor LDR (Tabela 1 e Gráfico 1).

Tabela 1- Valores de concentração versus valor LDR.


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

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Edilane Moisés do Nascimento


Integrando os empreendimentos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
econômicos solidários de Guarabira e
Tecnologia da Paraíba - Campus Guarabira região
Ana Adna Macedo do Nascimento
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Guarabira
Resumo
Patrício Lourenço da Silva
[email protected] A cidade de Guarabira/PB possui grande importância na região por
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Guarabira sua capacidade influenciadora tanto no âmbito social, como no polí-
tico e econômico. Nesse contexto, observamos a presença de inicia-
tivas econômicas que envolvem o movimento da Economia Solidária,
atuando de várias formas nos diversos municípios desta região, como:
associações, grupos de artesãs, agricultura familiar, feira de Econo-
mia Solidária, fundos rotativos, banco de desenvolvimento comunitá-
rio e moeda social. Percebendo a importância que essas modalidades
de organizações e negócio possuem para região, o Núcleo Catalisador
de Empreendimentos Solidários (NUCAES) vem realizando uma série
de ações no sentido de fortalecer o movimento da economia solidária
na região. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo relatar a experiência do NUCAES em relação
ao momento de integração dos grupos vinculados a economia solidária da cidade de Guarabira (PB) e região,
que culminou no Segundo Seminário de Integração de Empreendimentos Solidários (II INTEGRASOL). Como
aporte teórico desenvolveu-se o conceito de Economia Solidária e o diálogo entre conhecimento popular e
científico. Como metodologia, realizou-se o relato via pesquisa-ação. Como resultados, destaca-se o amplo
envolvimento dos empreendimentos no evento, assim como a avaliação de que esse espaço contribuiu para o
fortalecimento da Economia Solidária na região.

Palavras-chave: Economia Solidária. Seminário. Formação.

Abstract

The city of Guarabira / PB has great importance in the region for its influencing capacity in social, political
and economic terms. In this context, we observe the presence of economic initiatives involving the Solidarity
Economy movement, acting in various ways in the various municipalities of this region, such as: associations,
artisan groups, family agriculture, Solidarity Economy fair, revolving funds, community development bank and
social currency. Realizing the importance that these modalities of organizations and businesses have for the
region, the Catalan Nucleus of Solidarity Enterprises (NUCAES) has been carrying out a series of actions in
order to strengthen the solidarity economy movement in the region. The purpose of this study was to report the
experience of NUCAES in relation to the integration of the groups linked to the solidarity economy of the city of
Guarabira (PB) and region, which culminated in the Second Seminar on the Integration of Solidarity Enterprises
(II INTEGRASOL) . As a theoretical contribution, the concept of Solidary Economy and the dialogue between
popular and scientific knowledge were developed. As a methodology, the report was conducted via action re-
search. As a result, we highlight the wide involvement of the enterprises in the event, as well as the evaluation
that this space contributed to the strengthening of the Solidarity Economy in the region.

Keywords: Solidary Economy. Seminar. Formation

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1. Introdução surgiu a partir do projeto “Estratégias de fortaleci-


mento da Economia Solidária da região de Guarabi-
Ao lançar um olhar sobre a Economia Solidá-
ra-PB”, desenvolvido no decorrer do mesmo ano. A
ria compreendemos que é um modo de subsistên-
partir dessa ação, foram identificadas várias deman-
cia que se caracteriza pelas práticas de autogestão,
das que serviram para nortear os trabalhos do NU-
cooperação, solidariedade, visão multidimensional,
CAES no ano seguinte. Dentre os encaminhamentos,
autonomia, dimensão econômica e comércio justo,
foi destacada pelos participantes a importância de
que desenvolve atividades de produção, comerciali-
dar continuidade a esse evento que de fato, tem o
zação, consumo e créditos solidários além de trocas
potencial de fortalecimento da Economia Solidária
realizadas de forma coletiva por meio de grupos fa-
na região.
miliares, associações, cooperativas e empresas au-
O NUCAES, durante o ano de 2018, junta-
togestionárias.
mente com os empreendimentos e entidades de as-
Nesta perspectiva, a Economia Solidária - ES
sessoria ligadas à Economia Solidária, foi construin-
é uma atividade complexa, e seus conceitos e prin-
do pontos relacionados a infraestrutura, logística e
cípios não são de fácil apreensão pelos indivíduos
programação do segundo evento. Esses encontros
e grupos que praticam este tipo de economia. Além
foram realizados para planejar e buscar meios de
disso, os princípios da ES não condizem com as es-
viabilizar a realização do mesmo. Através de um pro-
truturas econômicas neoliberais as quais estamos
jeto submetido e aprovado na Pró- Reitoria de Exten-
habituados a conviver. Desta forma, a Economia So-
são e Cultura, o NUCAES conseguiu apoio financeiro
lidária busca despertar a consciência do cuidado, no
para custear despesas com o evento. Também con-
pensar coletivo sem deixar de refletir sobre o indivi-
tamos com a colaboração do IFPB campus Guarabira
duo buscando sempre relacionamentos baseados na
durante as atividades. Dessa forma, no dia 30 de no-
cooperação e no desenvolvimento de si e do outro.
vembro de 2018 foi realizado o segundo Seminário
Desta maneira se percebe que a criação de
de Integração dos Empreendimentos Solidários (II
espaços que permitam o diálogo sobre Economia
INTEGRASOL) que teve por objetivo promover espa-
Solidária é algo de fundamental importância, pois
ços de articulação, debates com atores sociais e po-
a partir deste encontro e da troca de experiências,
líticos envolvidos com a ES e oferecer capacitações
conseguimos compreender como acontece essa prá-
para auxiliar os empreendimentos solidários.
tica social.
O referente evento ocorreu no sítio Caboclo,
Na perspectiva de criação de espaços para
na cidade de Guarabira-Pb. E contou com a presen-
discussão e fortalecimento dos grupos que com-
ça dos empreendimentos econômicos solidários,
põem a Economia Solidária, o NUCAES- Núcleo Ca-
parceiros sociais, entidades de apoio, docentes e
talisador de Empreendimentos Solidários, grupo de
discentes do IFPB Campus Guarabira. Desta forma,
pesquisa e extensão vinculado ao Instituto Federal
abordaremos ao longo de nosso trabalho quais fo-
da Paraíba - campus Guarabira, tem por objetivo in-
ram as atividades desenvolvidas, as novas deman-
centivar o desenvolvimento de empreendimentos so-
das que surgiram ao longo do caminho e os avanços
lidários e promover a integração entre os grupos que
alcançados diante do trabalho realizado.
3º SIMPIF

vivem essa economia. Uma das ações que vem sendo


desenvolvida consiste na articulação e realização do 2. Referencial teórico
evento denominado de INTEGRASOL – Seminário de
Integração de Empreendimentos Solidários de Gua- 2.1 Economia Solidária
rabira e Região. A primeira edição do evento ocorreu
Ao lançar o olhar sobre o sistema econômico
no dia 07 de dezembro 2017 em um dos espaços ce-
mundial percebemos que o mesmo é caracterizado
didos pela Comunidade Talita. Este primeiro evento
por uma grande rede de trocas comerciais, realiza-

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das por grandes corporações capitalistas que ex- Tal acesso a esse conhecimento se dá pela
cluem grande parte da população de suas ativida- necessidade em compreender as novas possibilida-
des, pois o Capitalismo está bem mais preocupado des que a ES apresenta, como uma prática inovadora
com a geração de lucros, onde uns pertencem a base e uma alternativa de geração de trabalho e renda, no
e outros ao topo da pirâmide social. Nesta estrutura combate ao desemprego, a miséria e todas as for-
não há uma preocupação com o outro, mais sim com mas de exclusão social, tornando – se uma resposta
o lucro, diferentemente da Economia Solidária que a favor da inclusão.
visa a integração, o respeito, o fortalecimento de si e Nessa perspectiva, é de fundamental impor-
do próximo, a autogestão e não apenas o lucro mas tância compreendermos a existência de uma diver-
todo o contexto envolvido na realização de determi- sidade de práticas econômicas e sociais organizadas
nada atividade. sob a forma de cooperativas, associações, clubes de
Como suporte para as atividades desenvolvi- troca, empresas autogestionárias, redes de coope-
das pelo NUCAES com vistas no fortalecimento da ração, entre outras, que realizam atividades de pro-
ES, foi utilizado como principal referência as obras dução de bens, prestação de serviços, finanças so-
que fazem alusão a Economia Solidária notadamen- lidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário.
te a partir da perspectiva de Paul Singer, pois per-
2.2 Do Diálogo entre os Saberes
cebemos que esta contribuiu cientificamente para
a compreensão desta prática social. Neste sentido, A partir do desenvolvimento da ciência mo-
buscamos compreender a realidade sociocultural e derna que buscou aniquilar qualquer outra forma
os apoios sociais envolvidos nesse processo de luta, de conhecimento que não respeitasse a estrutura
contra o modelo hegemônico da economia capita- criada (observação, experimentação e objetividade),
lista que é responsável por gerar um grande nível que corresponde às bases sólidas da sua forma de
de competição e desigualdade onde uns acumulam verificação da realidade, criadas por ela mesma com
vitórias e outros derrotas. o objetivo de lhe conferir o caráter de única deten-
Ao dialogar com os cidadãos e cidadãs da re- tora da verdade em substituição a verdade religiosa
gião de Guarabira, que estão desenvolvendo o pro- e de outros saberes. O saber produzido pela ciência
cesso da Economia Solidária estaremos fazendo a se propõe a ser definitivo, exato, que exclui qualquer
relação entre teoria e prática, pois terão contato com outro saber ou qualquer forma de conhecimento que
concepções e valores próprios da cidadania, da auto- não seja submetida ao seu crivo ou sua comprova-
gestão e cooperativismo e suas interpelações e uso ção, percebendo-se: “Sobretudo nos três últimos
no cotidiano. Nesta perspectiva, abriremos espaço séculos, o pensamento crítico científico foi se espe-
para a teoria da ES, que dentre inúmeras definições cializando, purificando seus saberes e tornando cada
conceituais, pode ser compreendida enquanto uma vez mais difícil o intercâmbio com outros sistemas de
forma alternativa ao modelo de produção e gestão representação do mundo” (ALMEIDA, 2010, p. 69).
capitalista, sendo uma forma diferente de produzir, Desta maneira, o II INTEGRASOL aconteceu visan-
vender, comprar e trocar o que é preciso para viver, do reaproximar os saberes científicos produzidos no
com inclusão social, portanto: Para que tivéssemos âmbito do NUCAES/IFPB com os saberes da tradição
3º SIMPIF

uma sociedade em que predominasse a igualdade oriundos dos empreendimentos solidários da região
entre todos os seus membros, seria preciso que a de Guarabira.
economia fosse solidária em vez de competitiva. Isso O sistema educacional que tem por base o
significa que os participantes na atividade econômi- conhecimento científico é o responsável por difun-
ca deveriam cooperar entre si em vez de competir. dir a ideia de que é a única e verdadeira forma de
(SINGER, 2002, p.9) saber, de conhecimento verdadeiro que se pode ter
acesso, deve ser apreendido desde a infância até

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o fim da vida: a Ciência, a partir da comprovação, entre a unidade e a multiplicidade. (MORIN,


da experimentação que tudo se submete, que tudo 1999/2000, p. 38 apud VASCONCELOS,
2013, p. 62)
explica, que tudo pode e deve passar por sua “bên-
ção”, é a superação de outras formas de saberes: De Daí a importância do estabelecimento do
forma restrita, observa-se a divisão do mundo dos diálogo entre o cientista e o objeto de estudo, exige
saberes: de um a lado, a ciência institucionalizada, certa criatividade por parte da ciência quando bus-
de outro, os saberes da tradição. De forma ampliada, ca explicar alguns elementos, abrindo a necessidade
opera-se um exercício de disjunção e castração das do diálogo entre as diversas formas de pensamento
possibilidades cognitivas humanas (ALMEIDA, 2010, para desmitificar o que é objeto da análise científica.
p. 70). Esse diálogo entre o NUCAES/IFPB e os empreen-
Buscou-se a superação dessa separação com dimentos solidários que acontece por meio do IN-
a organização do II INTEGRASOL que, não só man- TEGRASOL possibilitou nascer um espaço em que
têm o diálogo entre os empreendimentos solidários, saberes da tradição e ciência se encontram e trocam
como diminui a distância entre os saberes da tradi- suas experiências visando avançar no processo de
ção e a ciência. integração dos saberes e que resultem em um co-
Assim, Almeida (2010) expressa que há ne- nhecimento acessível e transformador das realida-
cessidade de que tais pensamentos estabeleçam um des.
diálogo aberto e que consiga aproximar suas mani- Ao romper com o paradigma moderno e de-
festações sem precisar excluir ou aniquilar a outra senvolver o diálogo da complexidade, que não des-
forma de pensar. Todo fazer científico moderno orga- carta saberes, Almeida (2010) expressa a necessi-
nizou um conjunto estrutural que define todo seu mo- dade de resistência que busca enfrentar os dilemas e
dus operandi, criando assim uma diferenciação entre realizar um intercâmbio com os saberes da tradição.
o que é cientifico e o que não é, determinando ao não Não sendo possível definir um paradigma único para
cientifico um grau de inferioridade. Porém, esta ati- as análises realizadas, não sendo possível enquadrar
tude deve ser rompida pelos cientistas que evocam o o conhecimento: “[...] Encontra-se, de certa forma,
paradigma do pensamento complexo, que se torna o sinalizada a saturação do maniqueísmo, da unicida-
promotor de um fazer científico baseado no diálogo de paradigmática, da racionalização do conhecimen-
entre as diversas formas do pensamento humano, to” (ALMEIDA, 2010, p. 112).
conforme evidencia Almeida: “Possibilidade de mu- Neste sentido, ao refletir sobre a ciência mo-
dança e desejo de empreendê-la são qualidades do derna e o diálogo com os saberes da tradição, veri-
cientista a identificar e constituem pontos de par- ficamos que o espaço destinado a formação huma-
tida para religar saberes diversos” (2010, p. 101): na que é o IFPB, instituição social formatada com o
Esse paradigma complexo tem seu expoen- objetivo de transmitir a cultura e garantir aos indi-
te maior, Edgar Morin que ira desenvolver a víduos uma educação formal e profissional, que lhe
análise da realidade a partir dos fenômenos proporcione o acesso ao conhecimento por meio das
complexos, conforme define complexidade: ciências que lhe serão apresentadas, tem a possibi-
o que foi tecido junto; de fato, há comple-
lidade de realizar por meio do II INTEGRASOL uma
3º SIMPIF

xidade quando elementos diferentes são


ponte com os empreendimentos solidários.
inseparáveis constitutivos do todo(como o
econômico, o político, o sociológico, o psi- Assim, ao visualizar o INTEGRASOL no pro-
cológico, o afetivo, o mitológico), e há um cesso de formação dos empreendimentos solidários
tecido interdependente, interativo e inter- da região de Guarabira, mesmo sabendo que os indi-
-retroativo entre o objeto do conhecimento víduos não são uma “tábula rasa”, pois carregam em
e seu contexto, as partes e o todo, as parte
si experiências das mais variadas possíveis, conhe-
em si. Por isso, a complexidade é a união
cimentos sobre a natureza transmitidos muitas vezes

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de forma oral e apreendidos na prática diária, con- to que se aproxime da definição de Morin (1995, p.
forme nos lembra Almeida: “Entretanto, é necessário 176): “intelectual é todo aquele que trata de forma
ter consciência de que o conhecimento construído, especializada e para além do campo profissional es-
partilhado e transmitido pelas instituições de ensino trito, dos problemas humanos, morais, filosóficos e
se reduz, em grande parte, à cultura científica, a um políticos” (apud ALMEIDA, 2010, p. 113).
saber vitorioso” (ALMEIDA, 2012, p. 91).
3. Método da pesquisa
Sabemos que essa possibilidade de avançar
em um diálogo que considere os saberes apreendidos A metodologia utilizada neste trabalho se ca-
fora da academia possibilita de fato uma formação racteriza como uma pesquisa qualitativa, por repre-
mais sólida e concreta aos discentes do NUCAES/ sentar um estudo com vistas na melhor compreensão
IFPB, pois cada discente tem a capacidade de de- da sociedade sem preocupação com a quantidade
senvolver as teorias e práticas dos cursos, quebran- dos dados coletados, e sim a interpretação que se
do a dicotomia entre a teoria e a prática. Conforme faz dos dados (PRODANOV; FREITAS, 2013). “Nesse
expressa Almeida: “Em sua concepção complexa, o tipo de pesquisa, o pesquisador se propõe a parti-
conhecimento é o conjunto que abriga competência cipar, compreender e interpretar as informações”.
(aptidão para conhecer), atividade cognitiva (pensa- (FONSECA, 2012, p. 35).
mento, percepção corpórea) e saberes construídos Também podemos caracterizar este estudo
pelas sociedades humanas ao longo de sua trajetória como pesquisa-ação, visto que buscamos romper
como espécie” (ALMEIDA, 2012, p. 91). o distanciamento entre os pesquisadores e os pes-
Desta maneira, ao pensar sobre a ciência quisados. Na verdade, os pesquisadores do projeto
moderna e os saberes da tradição, vislumbramos a estavam diretamente envolvidos com a problemática
necessidade que uma nova cultura seja gestada no do evento, relacionada ao fortalecimento da Econo-
interior da educação, que conduza os indivíduos a mia Solidária da região. Segundo Prodanov e Freitas
uma real emancipação da forma de pensar, que não (2013, p. 65), pesquisa-ação ocorre “quando con-
esteja restrita a um modelo de educação, mas esteja cebida e realizada em estreita associação com uma
aberta a resgatar em cada indivíduo a capacidade de ação ou com a resolução de um problema coletivo.
uma formação autônoma e problematizadora, capaz Os pesquisadores e os participantes representati-
de articular os diversos saberes, conforme salienta vos da situação ou do problema estão envolvidos de
Almeida: “Longe de protagonizar o fim das discipli- modo cooperativo ou participativo”.
nas, uma reforma do pensamento e da educação Temos como orientação metodológica o Ma-
reconhece como um imperativo fazer dialogar as terialismo Histórico Dialético. Esta escolha se dá
estruturas de pensar, as competências, os saberes pelo fator de estarmos buscando a compreensão
produzidos” (ALMEIDA, 2012, p. 223). do mundo que não é linear, que está em transfor-
Por isso, ao visualizar o INTEGRASOL se per- mações. Desta forma, possibilita-se uma visão dos
cebe a possibilidade do desenvolvimento de uma fenômenos através da ação recíproca de forças con-
educação que supere a visão da ciência moderna que traditórias que são inerentes a eles (PIRES, 1997).
exclui saberes e que cria uniformidade. É pensar uma
3º SIMPIF

educação dialógica que supere as ideologias conser- 4. Resultados da pesquisa

vadoras e neoliberais, que conduza os indivíduos a


um desenvolvimento cognitivo exigindo um processo 4.1 Fortalecendo os empreendimentos de Guara-
de metamorfose, que reinvente a lógica do sistema bira e região a partir do II INTEGRASOL
educacional, principalmente nos Institutos Federais
Ao assumir o compromisso com integração
de Educação que devem permitir uma formação que
da comunidade local, foi dada continuidade às ativi-
lhe possibilite alcançar um cabedal de conhecimen-

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dades de extensão realizadas pelo NUCAES através com elementos da cultura de cada participante ou
da realização do II INTEGRASOL, visando garantir empreendimento, para socializar sua experiência
que os docentes, discentes (bolsistas e voluntários) com os demais expectadores. Em seguida foi rea-
e os cidadãos da região desenvolvessem uma vivên- lizada uma análise de conjuntura tendo em vista o
cia da realidade social. O trabalho foi realizado no cenário político e o campo ocupado pela Economia
período de julho a dezembro de 2018 na Cidade de Solidária como espaço de resistência. No perío-
Guarabira-PB, que está localizada na Mesorregião do do da tarde ocorreu à feira de Economia Solidária
Agreste Paraibano. e, para concluir, retornou-se aos trabalhos com os
A articulação para a realização do II INTE- encaminhamentos. É interessante perceber que to-
GRASOL nasceu no evento anterior, o I INTEGRASOL. das as atividades desenvolvidas tinham o propósito
Um dos encaminhamentos deste evento, ocorrido de formação e fortalecimento dos empreendimentos
em 2017, foi a garantia da continuidade deste es- solidários além disso, todas as atividades foram en-
paço de integração, pois os próprios participantes voltas de mística e animação e até mesmo o espaço
perceberam a necessidade da consolidação desse formativo foi organizado na perspectiva de constru-
espaço e da importância que o mesmo demonstrou ção coletiva horizontal. A Figura 1 traz um pouco do
ter. Diante desta demanda, o NUCAES, juntamente cenário de solidariedade presente no evento.
com seus parceiros sociais e colaboradores, promo- Figura 1- Registro de encerramento do II INTEGRASOL.
veu a articulação e organização do seminário. Como
os grupos de ES já haviam sido mapeados durante o
I INTEGRASOL, isso acabou possibilitando a criação
de redes de contato que facilitaram a comunicação
entre o NUCAES e os empreendimentos. Para os con-
vites foram realizadas ligações, divulgação nas redes
sociais e encontros presenciais.
O local escolhido como espaço para o desen-
volvimento das atividades foi o Sitio Caboclo, que
está localizada na zona rural de Guarabira e é um
dos empreendimentos solidários existentes na re-
gião. O II INTEGRASOL contou com a participação
Fonte: elaboração própria (2019)
de cerca de cem pessoas dentre eles grupos infor-
mais de Economia Solidária, parceiros sociais - pro- A seguir, mais informações sobre o momento
dutores Rurais dos Sítios Caboclo e Pedra Grande de instalação pedagógica, avaliado pelos participan-
e o Banco Comunitário de desenvolvimento (Banco tes como um dos momentos mais importantes do
lagoa) – além de entidades como o Serviço de Edu- evento.
cação Popular SEDUP), Caritas brasileira, Comissão
4.1 A Instalação pedagógica
Pastoral da Terra (CPT), Secretaria de Economia
Solidária do Estado (ECOSOL) , Incubadora de Em- Como citado anteriormente, a Instalação
3º SIMPIF

preendimentos Solidários (INCUBES) , bem como pedagógica foi uma das atividades desenvolvidas
docentes, discentes bolsistas e voluntários do cam- durante o evento objetivando a socialização de ex-
pus IFPB Guarabira. O evento teve iniciou no turno periências o que é de suma importância quando
da manhã terminando no fim da tarde. pensamos nos saberes científicos e da tradição. A
Dentre as atividades desenvolvidas durante mesma ocorreu da seguinte forma: as pessoas que
o evento destacamos a Instalação Pedagógica que ali estavam foram divididas em quatro grandes gru-
teve como finalidade construir um breve histórico pos, os mesmos foram orientados pelos facilitadores

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(alunos bolsistas e voluntários além de parceiros so- A atividade mencionada anteriormente me-
ciais) a utilizarem os materiais (papel, caneta, bar- rece destaque por incentivar os componentes do
bante, notas autoadesivas, entre outros) que foram grupo a partilharem suas experiências, a apresen-
disponibilizados pela organização do evento, além tarem seus trabalhos e demonstrarem o modo pelo
de elementos simbólicos trazidos pelos próprios qual conduziam as atividades no seu dia a dia. Desta
empreendedores. Por exemplo, o grupo de Mulhe- forma, a mesma acabou promovendo um espaço de
res do restaurante Sabor Camponês trouxeram uma articulação e formação de novas ideias. Neste pro-
galinha feita de cabaça (fruto da planta lagenaria e cesso, muitos relataram as dificuldades pelas quais
curcubita) que é um dos artesanatos produzidos por passaram e continuam a passar para viver a Eco-
elas, além de representar o principal produto ofere- nomia Solidária, mas também falaram sobre as ale-
cido por elas para consumo durante as refeições, a grias de conviver nesse meio, das oportunidades, da
galinha de capoeira. constante formação, do aprendizado adquirido e das
Os grupos eram compostos de forma hetero- portas que se abrem e que contribuem para o cres-
gênea e precisavam fazer uma apresentação sobre cimento e para abertura de espaços que favoreçam
“O que é a Economia Solidária” utilizando os mate- a esses grupos.
riais descritos acima. Desta forma, espaços que provocam a discus-

Figuras 2 e 3 - Registros da instalação pedagógica, ocorri- são como no caso do INTEGRASOL sempre geram
da no turno da manhã do II INTEGRASOL novas demandas e dentre elas apontamos a necessi-
dade por parte dos participantes de abrir o evento à
sociedade como um todo e não apenas aos próprios
empreendimentos e entidades que praticam a Eco-
nomia Solidária, objetivando assim a formação de
mais pessoas em relação a esta forma diferente de
economia, tendo em vista que o desconhecido gera
preconceitos e preconceitos podem gerar o afasta-
mento. Logo é necessário que o máximo de pessoas
conheçam e entendam a importância da Economia
Solidária para a economia local e para a vida de
tantas pessoas, pois a partir do conhecimento e da
aproximação, as práticas da Economia Solidária se-
Fonte: Elaboração Própria (2019) rão valorizadas desde o modo de viver, a consciên-
cia política, aos produtos produzidos, as relações de
troca e ao respeito de si e do outro.
E para o local de realização do terceiro evento
os participantes sugeriram que fosse escolhida uma
das feiras de Economia Solidária que acontecem na
região, já que esse é um dos espaços de comerciali-
3º SIMPIF

zação utilizados por boa parte dos produtores.

5. Conclusão/Considerações

Ao vislumbrar que o trabalho em grupo reali-


Fonte: elaboração própria (2019) zado de forma organizada é de fundamental impor-
tância para os indivíduos que praticam a Economia
Solidária, pois é a partir da união de práticas e ideias

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com o mesmo foco, que a ES consegue se fortalecer suma importância não acomodar-se e nem perma-
para enfrentar os desafios que se encontram no co- necer na zona de conforto, aprofundando as refle-
tidiano dos empreendimentos. xões sobre o que esta sendo realizado, conforme sa-
Desta maneira podemos perceber que o NU- lienta Freire: “A atitude crítica no estudo é a mesma
CAES/IFPB está conseguindo cumprir com o seu que deve ser tomada diante do mundo, da realidade,
papel de colaborador para formação das rede de da existência. Uma atitude de adestramento com a
Economia Solidária em nossa região, sendo o INTE- qual se vá alcançando a razão de ser dos fatos cada
GRASOL um dos elos dessa grande rede, tendo em vez mais ludicamente” (FREIRE, 1978).
vista o espaço de formação e articulação criado pelo A partir da percepção Freiriana, verifica-se a
projeto. necessidade de aprofundar o conhecimento em rela-
Conforme citado anteriormente, o local esco- ção a Economia Solidária, desenvolvendo uma atitu-
lhido para realização do evento, foi um dos empreen- de crítica diante da realidade do mundo da vida.
dimentos solidários da região de Guarabira, pois Enfim, a ES é uma prática antiga mas pouco
promoveu o fortalecimento dos empreendimentos conhecida, que em sua história tem como marcas a
e entidades pertencentes a rede, oferecendo assim luta pelo favorecimento de todos e não apenas da-
trocas de experiência que favoreçam a todos, como queles que acumulam vitórias sobre os outros, o Ca-
por exemplo, o conhecimento da realidade do outro pitalismo consegue ser esmagador ao contrário da
possibilitando assim o embasamento e desenvolvi- Economia Solidária que cresce ao lado, que cresce
mento de si e do próximo. junto e não a cima de algo ou alguém.
A participação no INTEGRASOL é um dos
Referências
pontos que merece destaque, pois entendê-lo como
espaço de discussão de políticas, formação, trocas ALMEIDA, M. da C. de. Complexidade, saberes cien-
e integração é compreender também que o envol- tíficos, saberes da tradição. São Paulo: Editora Li-
vraria da Física, 2010.
vimento dos indivíduos é preponderante. Ambientes
como esse favorecem o espírito de ajuda mutua sen- _________. Ciências da complexidade e educação:
do utilizados também como intercambio tanto entre razão apaixonada e politização do pensamento. - Na-
tal, RN: EDUFRN, 2012.
outros projetos desenvolvidos dentro do NUCAES
quanto entre entidades, parceiros sociais, empreen- FREIRE, P. Considerações em torno do ato de estu-
dar. In: ______. Ação cultural para a liberdade. 3.
dimentos e até mesmo entre outros institutos, além
ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
de promover a formação e a ligação entre os saberes
científicos e da tradição. FONSECA, R. C. V da. Metodologia do trabalho cien-
tífico. Curitiba: IESDE Brasil, 2012.
Desta forma, o II INTEGRASOL cumpriu com o
seu papel, mas o caminho a percorrer ainda é muito PIRES, M. F. C. O materialismo histórico dialético e a
longo, já que o processo de formação e discussão educação. Interface – Comunicação, Saúde, Educa-
ção, v.1, n. 1, 1997.
deve ser contínuo, pois é necessário entender o mo-
delo econômico que vigora na sociedade contem- PRODANOV, C. C, FREITAS, E. C de. Metodologia do
porânea, o que leva a compreender a necessidade trabalho científico: métodos e técnicas da pesqui-
3º SIMPIF

sa e do trabalho acadêmico. 2 ed. Novo Hamburgo:


da Economia Solidária até mesmo por uma questão
Feevale, 2013.
individual e não apenas coletiva. Mas para isso é pre-
ciso refletir como os indivíduos se comportam diante SINGER, P. Introdução à Economia Solidária. São
Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2002.
de tudo isso, e buscar responder: Onde se posicio-
nar? Como seguir com a atuação para o fortaleci- VASCONCELOS, E. M.. Complexidade e pesquisa in-
mento da Economia Solidária? Questionar-se é peça terdisciplinar: epistemologia e metodologia operati-
va. 6. ed. - Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
fundamental na formação do individuo, por isso é de

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Fernanda Rodrigues de Lima


O emprego do teatro como recurso
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
lúdico para despertar a conscientização
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa da importância da higienização bucal
Idaiane Ferreira de Lima em uma turma inclusiva
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
Resumo
Lucas Oliveira do Rosário
[email protected] O processo de aprendizagem no ensino de Química, considerado abs-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa trato por grande parte dos discentes, tem gerado diversas discussões
ao longo dos anos. Sob esse viés, ainda são persistentes práticas pe-
José Leonardo Alves Ferreira
[email protected] dagógicas tradicionais e descontextualizadas na educação regular, pois
Instituto Federal de Educação, Ciência e existem, lamentavelmente, grandes dificuldades nessa área de ensino,
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
dificuldades essas que são agravadas quando discorremos à educação
Alessandra Marcone Tavares Alves de inclusiva. Tal educação, tem provocado debates acerca dos discursos,
Figueirêdo
das práticas e processos sobre a educação das pessoas com necessi-
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e dades especiais, objetivando a desconstrução de velhos valores e uma
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
abertura à mudança. Nesse sentido, o intuito do presente trabalho foi
aplicar uma metodologia inclusiva diversificada, no ensino de Química,
com a temática “Saúde bucal” para discentes que apresentam defi-
ciência intelectual (DI). Para tanto, foi realizada uma atividade lúdica denominada “Show da Química Inclusivo”,
que consistiu em uma peça teatral contextualizada sobre o tema supramencionado. Além da peça, aplicaram-se
um Questionário de Sondagem e um Questionário Final. Foram utilizadas as metodologias qualitativa e a parti-
cipante. Verificou-se uma excelente aceitação da atividade por parte dos discentes que apresentam DI, em que
estes obtiveram ótimos resultados no Questionário Final aplicado, além de terem participado ativamente com
questionamentos e indagações durante a execução do teatro.

Palavras-Chaves: Saúde bucal, Ludicidade, Pessoas com deficiência intelectual, Ensino de Química.

Abstract

The learning process in chemistry teaching, considered abstract by most students, has generated several discus-
sions over the years. Under this bias, traditional and decontextualized pedagogical practices are still persistent in
regular education, because there are, unfortunately, great difficulties in this area of ​​education, which are aggra-
vated when we talk about inclusive education. Such education has provoked debates about discourses, practices
and processes about the education of people with special needs, aiming at the deconstruction of old values ​​and an
openness to change. In this sense, the aim of the present work was to apply a diversified inclusive methodology in
the teaching of chemistry, with the theme “Oral Health” for students with intellectual disabilities (ID). To this end,
a playful activity called “Show of Inclusive Chemistry” was performed, which consisted of a contextualized play
on the above-mentioned theme. In addition to the play, a Survey Questionnaire and a Final Questionnaire were
applied. Qualitative and participant methodologies were used. There was an excellent acceptance of the activity
by students who have ID, in which they obtained excellent results in the Final Questionnaire applied, in addition to
actively participating with questions and inquiries during the performance of the theater.

Keywords: Oral health 1. Playfulness 2. People with intellectual disabilities 3. Chemistry teaching 4.

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1. Introdução das aos impactos sociais, cidadania, meio ambiente e


economia que vieram através dos avanços industriais
As disciplinas da área das Ciências Exatas,
e tecnologias desenvolvidas nas últimas décadas.
particularmente a Química, possui um alto grau de
Todavia, em relação ao ensino de Química, o
abstração. As metodologias tradicionais de ensino,
seu grau de dificuldade aumenta, uma vez que, seu
com uso exclusivo da retórica do docente, em que o
estudo é trabalhado em nível macroscópico, micros-
discente é um mero receptor de informações, tor-
cópico e simbólico, tornando a disciplina extrema-
nam o processo de ensino e aprendizagem árduo e
mente abstrata e de difícil compreensão para muitos
obsoleto. Além disso, as salas de aulas atualmente
discentes.
possuem um caráter bastante diversificado, o que
Além disso, a maneira como o ensino é de-
dificulta a aplicação de metodologias que possam
senvolvido por alguns docentes, acaba tornando os
integrar todos os educandos, um exemplo disso,
conteúdos químicos totalmente desconexos com
são as pessoas que apresentam Deficiência Inte-
a realidade dos educandos, transformando-os em
lectual (DI). Estas possuem maiores dificuldades em
meros agentes passivos, enquanto o professor faz
compreender ideias abstratas, tal fato está atrelado
o papel de único detentor do conhecimento, o que
a um retardo no desenvolvimento do processo de
dificulta ainda mais o desenvolvimento cognitivo
cognição. Dessa forma, estes discentes necessitam
do alunado. Segundo Silva (2016 p. 16), “o ensino
de materiais adaptados e, por isso, a escola, a equi-
de Química permanece sendo trabalhado a partir
pe pedagógica e os docentes devem se empenhar
do modelo transmissão-recepção, onde se prioriza
e desenvolver novas metodologias pedagógicas, que
informações desvinculadas da realidade vivenciada
além de promover uma aprendizagem com significa-
pelos alunos”.
do, possibilitem uma inclusão eficaz e com perma-
O cenário torna-se ainda mais agravante,
nência efetiva nas escolas brasileiras.
quando o ensino de Química é ministrado para edu-
Dentro dessas premissas, o Programa de
candos com deficiência intelectual, pois é necessá-
Educação Tutorial - PET Química, do Instituto Fede-
rio uma maior qualificação profissional e materiais
ral da Paraíba, Campus João Pessoa, desenvolveu
adaptados que possam proporcionar a inclusão des-
uma peça teatral interdisciplinar com o tema saúde
ses discentes, tanto em sala de aula, como na socie-
bucal, uma atividade denominada “Show da Quími-
dade. Tal inclusão está assegurada em alguns do-
ca Inclusivo” (SQI), objetivando trabalhar conceitos
cumentos oficiais, como a Lei Brasileira de Inclusão
químicos, dentro da temática escolhida, bem como
(LBI) no 13.146/15 a qual sublinha em seu capítulo
trabalhar a aquisição do conhecimento de forma
IV, artigo 27:
atrativa e inclusiva com discentes que apresentam
deficiência intelectual. A educação constitui direito da pessoa com
deficiência, assegurados sistema educacio-
2. Referencial teórico nal inclusivo em todos os níveis e aprendi-
zado ao longo de toda a vida, de forma a
A Química é uma disciplina que estuda a ma- alcançar o máximo desenvolvimento possí-
téria e suas transformações, graças a isso a mes- vel de seus talentos e habilidades físicas,
3º SIMPIF

ma está presente em todos os aspectos da nossa sensoriais, intelectuais e sociais, segundo

vida com grande relevância em várias áreas, dentre suas características, interesses e necessi-
dades de aprendizagem (BRASIL, 2015).
elas, na economia e na educação. Meneses e Nunes
(2018) afirmam que, a Química é de fundamental im- Somando-se à LBI, Silva, Soares e Gonçalves
portância para todos os países dentro de seu setor destacam:
econômico, haja vista que por meio da sua aquisição,
Cabe à escola encontrar alternativas espe-
se torna possível entender características relaciona-
cíficas para suprir as necessidades de seus

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alunos propondo uma transformação edu- interação e participação dos discentes, despertando
cativa. A inclusão seria então, o processo um olhar mais lúdico.
pelo qual a própria escola passa, adaptan-
De acordo com Francisco Junior, Silva, Nas-
do-se e transformando-se para poder in-
cimento e Yamashita (2015), o teatro científico,
cluir crianças e jovens com deficiência em
classes regulares. (2019, p. 3)
tem a característica de ligar arte e ciência, consti-
tuindo uma interessante estratégia de disseminação
A educação inclusiva caracteriza-se como e construção científica. Além disso, o teatro lúdico
uma rede de acesso à educação de grupos de pes- contextualizado, promove a abordagem de temas
soas historicamente excluídas em função de sua sociais relevantes por intermédio de perspectivas di-
origem, deficiência ou classe social. Desde então, a ferentes, edificando os conteúdos já conhecidos por
inclusão no âmbito escolar constitui-se prioritaria- meio da apresentação, revisão ou reforço.
mente na legislação brasileira, com base nos princí- Dentro dessa conjuntura, as práticas de saú-
pios da Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994). de coletivas englobam as diversas áreas que estão
Há tempos, a UNESCO já sublinhava que: inseridas em um conceito amplo do meio social. No

Os objetivos da Educação Especial desti-


âmbito escolar, a promoção do ensino voltado à saú-
nada às crianças com deficiências mentais, de é um importante recurso para promover hábitos e
sensoriais, motoras ou afetivas são muito comportamentos que favoreçam a melhoria da saú-
similares aos da educação geral, quer di- de bucal.
zer: possibilitar ao máximo o desenvolvi- Diante dos fatos supramencionados, o de-
mento individual das aptidões intelectuais,
senvolvimento de atividades lúdicas e interdisci-
escolares e sociais. (UNESCO, 1968, p. 12)
plinares no ensino de Química para alunos com DI,
Dentro dessa perspectiva, o sistema educati- são essenciais para um melhor desenvolvimento
vo deve garantir acesso, permanência e participação cognitivo da turma, possibilitando uma maior in-
dos discentes por intermédio de mecanismos que clusão através da relação direta entre a ciência e o
promovam a inclusão. Logo, se faz necessário que teatro.
os docentes saibam tirar proveito dos diversificados
3. Metodologia
recursos de ensino e um deles é a interdisciplinarida-
de. De acordo com Gattás e Furegato (2016), o meio A pesquisa se baseou na metodologia qualita-
de ensino interdisciplinar é compreendido como um tiva, que de acordo com Creswell (2010, p. 43) é “um
meio de análise, apto para produzir conhecimentos meio para explorar e para entender o significado que
vastos, únicos ou universalizantes. os indivíduos ou os grupos atribuem a um problema
Ademais, o ensino interdisciplinar desperta social ou humano”. Também se usou a metodologia
nos estudantes uma visão epistemológica o que cor- participativa, na qual o pesquisador no ambiente
robora com o pensamento de Beltran (2013, p. 68): de investigação participa como um informante, co-
“a construção de interfaces entre campos do conhe- laborador ou interlocutor (SCHMIDT, 2006). Essas
cimento envolve intensa análise epistemológica a metodologias têm como enfoque a experiência das
qual aborda tanto a determinação do objeto de estu- pessoas e seus significados em relação às estruturas
3º SIMPIF

do, quanto das possibilidades de diálogo entre con- dos cenários sociais (SKINNER; TAGG; HOLLOWAY,
ceitos elaborados no âmbito das áreas de origem”. 2000).
Outro recurso pouco utilizado pelos educa- O trabalho em tela foi desenvolvido na Fun-
dores, mas muito importante, é o teatro científico, dação Centro Integrado de Apoio ao Portador de De-
ele é caracterizado pela composição de peças que ficiência (FUNAD), localizada no município de João
discutem conceitos científicos, possibilitando tanto Pessoa, no estado da Paraíba. Essa atividade foi de-
uma aprendizagem significativa, como também uma senvolvida pelos bolsistas do Programa de Educação

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Tutorial – PET Química concernente ao curso de Li- Figura 1- Demonstração de uma parte do Questionário de
Sondagem.
cenciatura em Química do Instituto Federal da Paraí-
ba, Campus João Pessoa. Tal atividade foi aplicada
em uma turma, da mencionada fundação, composta
por 13 (treze) discentes jovens e adultos, com uma
média de idade entre 22 (vinte e dois) a 40 (qua-
renta) anos, que apresentam deficiência intelectual
leve, como síndrome de Down, entre outras.
A priori, houve um planejamento do método
que seria utilizado para a realização dessa atividade,
nomeada “Show da Química Inclusivo”. Subsequen-
temente, foi aplicado um Questionário de Sondagem
Fonte: Própria (2019)
com o intuito de verificar o conhecimento prévio des-
se público inclusivo. Posteriormente, foi desenvolvi- Referente ao QS, a primeira indagação dis-
da e apresentada uma peça teatral contextualizada corria: Você já ouviu falar em Saúde Bucal? Todos os
com o tema “Saúde Bucal”. Posteriormente, foi apli- discentes já ouviram falar sobre a temática da saú-
cado um Questionário Lúdico Avaliativo (QLA), para de bucal, principalmente, pela instituição de ensino
averiguação da internalização dos conceitos por que os mesmos estão inseridos, a qual aborda ações
parte dos discentes com DI. Tanto o QS como o QLA sobre a temática supracitada e outras. Tal resultado
foram constituídos por 4 (quatro) questões objetivas ilustra a importância desse tema, uma vez que, exis-
e bem ilustrativas (com desenhos), intencionando tem diversas problemáticas quando não há cons-
favorecer uma melhor compreensão das alternativas. cientização do alunado. Segundo Narvai (2006), as
condições da saúde bucal e o estado dos dentes são,
4. Resultados e discussão sem dúvida, um dos mais significativos sinais de ex-

No primeiro momento da atividade, foi entre- clusão social. Por conseguinte, a segunda indagação

gue um Questionário de Sondagem para o público questionava sobre a importância de escovar os den-

participante, no intuito de verificar o seu conheci- tes após as refeições. De forma similar, 100% dos

mento prévio na perspectiva da temática abordada discentes afirmaram o quão é importante realizar a

durante a aplicação da aula teatral e, desse modo, escovação após as refeições.

favorecer a troca de saberes entre a plateia, compos- Sucintamente, a terceira interpelação ques-

ta por discentes da FUNAD e a equipe do PET Quí- tionava quais, dentre os objetos apresentados, eram

mica. Vale salientar que, o QS foi adaptado para os utilizados na higiene bucal. Apenas 38% dos discen-

discentes com deficiência, de tal forma que, se utili- tes faziam uso de todos os componentes para cuidar

zou de figuras, na intenção de facilitar todo o enten- da saúde bucal, e 62% não faziam uso do fio den-

dimento e proporcionar um melhor aproveitamento tal e do enxaguante bucal. Nesse sentido, Lisbôa e

da atividade, como evidenciado na Figura 1. Abegg (2006) afirmam que pessoas com estilos de
vida saudáveis, de forma frequente, escovam seus
3º SIMPIF

dentes e usam o fio dental, mantendo uma boa hi-


giene bucal.
Em alusão ao último questionamento: Marque
um X nos alimentos mais agressivos à saúde bucal.
A maioria dos discentes com DI (69%) teve êxito ao
selecionar os alimentos que prejudicavam toda área
bucal e (31%) se equivocaram nas respostas.

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O cenário averiguado no QS representa um in- sência dos devidos cuidados na escovação, podem
dicativo de que, um país em desenvolvimento, como contribuir para o processo de formação de cáries.
o Brasil, ainda não dispõe de uma prática definida Na sequência, contracenam as três perso-
de saúde bucal e, portanto, uma parcela considerá- nagens responsáveis por combater o surgimento
vel da população não possui acesso a cuidados clí- de cáries, as senhoras “Creme Dental, Escova e Fio
nicos e preventivos de maneira regular (CARVALHO, Dental”, estas expulsam os “Fura Dentes” e explicam
et al. 2010). Entretanto, apesar da ausência de tais detalhadamente a função de cada item correspon-
políticas públicas, é fundamental que esses conhe- dentes a elas, no que tange a manutenção da higiene
cimentos sejam disseminados no âmbito escolar, ob- bucal. Os dois primeiros, atuam na limpeza mecânica
jetivando a educação da saúde bucal, bem como, a dos dentes, todavia, apenas a escovação nem sem-
prevenção da saúde geral dos estudantes. pre é suficiente, já que por si mesma, não é capaz de
Nesse contexto, buscou-se abordar esta te- remover a placa bacteriana e pequenos resíduos que
mática de maneira lúdica, por meio de um teatro quí- se alojam entre os dentes (MACHADO et al, 2018).
mico para essa turma composta por discentes com Dando continuidade à encenação, o garoto
deficiência intelectual leve. Este recurso se destaca acorda de seu sonho e é levado ao odontólogo para
por ser atrativo e de possibilitar a constante inte- examinar sua condição bucal. Tal cena oportunizou
ração entre o professor e o discente, favorecendo o o aprofundamento da discussão sobre a composição
desenvolvimento de uma aula divertida, que difere dos dentes, destacando também que o creme dental
do processo de ensino tradicional (ALVES, 2010). possui flúor, um elemento químico tão importante
Após a aplicação do QS, iniciou-se a aula também para ser aplicado nos dentes e que evita
teatral encenada pelos bolsistas PETianos, com um cáries. Assim como, enfatizou os malefícios atrela-
breve diálogo entre dois garotos, em que um deles dos a má escovação e aos restos de alimentos que
fala sobre a importância de higienizar corretamente ficam presos entre os dentes, caso não faça uso do
a boca após cada refeição e sobre os males atrela- fio dental.
do ao consumo exagerado de doces, enquanto que, Ao longo da explanação, pôde-se constatar a
o segundo garoto ignora o conteúdo da conversa e relevância que está metodologia lúdica diversificada
segue consumindo seu doce, quando repentinamen- promoveu no processo de ensino e aprendizagem,
te, este sente uma dor muito forte em seu dente e visto que, apesar de se tratar de uma turma com-
se dirige rapidamente para casa dos seus pais em posta por discentes com DI, todos apresentaram
busca de ajuda. uma boa compreensão sobre a temática, conforme
Após receber um sermão e os primeiros cui- foi constatado. Isso se deve ao fato de que o conteú-
dados dos pais, o garoto dorme e se recorda dos do foi trabalhado em uma linguagem mais acessível
últimos acontecimentos. É quando que, em seu so- e de forma contextualizada com o cotidiano dos dis-
nho, surgem dois dentes extremamente saudáveis, centes. Nesse contexto, Falconi e Silva (2014), des-
conversando sobre a importância da higiene bucal crevem sobre a importância de recorrer a estratégias
para a saúde humana. Nesse contexto, Carvalho et de ensino diferenciadas, dado que o aluno com DI
al (2010) enfatizam sobre a relevância de promover aprende mais significativamente quando se estabe-
3º SIMPIF

debates reflexivos sobre ações que determinam um lece relações entre os conceitos existentes e o novo
bom nível de saúde bucal e, consequentemente, uma conteúdo.
melhor qualidade de vida para a população. Dessa forma, o teatro se apresenta como um
Com o intuito de aprofundar essa abordagem, recurso de ensino essencial, pois conforme relatam
entram em cena os “Fura Dentes”, que confrontam Medina e Braga (2010), por ser um instrumento de
os “Dentes Saudáveis”, estes explicam como a au- comunicação por excelência, o teatro pode ter um
papel muito importante no processo de aquisição do

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conhecimento científico, dado que, essa área do sa- e destroem a camada do dente e a dentina. Como
ber abrange uma imensidão de assuntos que podem consequência, o indivíduo pode sentir dores nessa
ser representados de uma maneira mais interessan- região, sensibilidade com comidas e bebidas doces
te, divertida e agradável. Portanto, a sala de aula e dor ao mastigar.
torna-se um espaço de possibilidades de ampliar Figura 2 - Demonstração e elucidação de como prevenir a cárie.
e cativar os discentes acerca de questionamentos,
provocações e reflexões sobre a natureza da ciência.
A partir do desenvolvimento da atividade lú-
dica, foi possível averiguar o progresso que a turma
obteve por intermédio da apresentação do teatro,
com a utilização de um Questionário Lúdico Avaliati-
vo para análise das informações. Os resultados obti-
dos foram avaliados e seguem discutidos.
A primeira questão do QLA perguntava se os
discentes conseguiram assimilar o que era saúde bu-
cal e a sua importância. Todos responderam que sim. Fonte: Própria (2019).

Na segunda pergunta, os discentes foram Além dos sintomas, a estética bucal pode
questionados sobre os materiais que são utilizados causar incômodo, uma vez que as cáries deixam
na higiene bucal. Existiam algumas alternativas, tan- “buracos” ou até mesmo pode ocasionar a extração,
to com itens necessários para uma boa saúde dos dependendo do acometimento do dente. Nesse con-
dentes como itens que continham produtos prejudi- texto, na terceira questão, foi solicitado para que os
ciais à saúde bucal, isto é, vistos como “vilões” para discentes circulassem figuras que apresentassem os
os dentes. Dessa maneira, os discentes observaram sinais de aparecimento da cárie. Foi constatado que
e responderam que alguns itens possuem o efei- 80% dos discentes conseguiram identificar o apare-
to contrário, trazendo complicações futuras, como cimento da doença, representada por aparecimento
por exemplo, os refrigerantes. Logo, observou-se de “furos” e imagens de dentes que necessitavam de
que 80% dos discentes conseguiram acertar cor- um cuidado mais aprofundado, pois não foram trata-
retamente os produtos para uma boa saúde bucal, dos inicialmente.
porém, os 20% não conheciam que além da escova A quarta e última questão também abordava
e creme dental, também haviam o fio dental e o en- o aparecimento da cárie, na qual trazia ilustrações
xaguante bucal. de sorrisos e solicitava a marcação de um “x” nos
É comum pensar que apenas a escova é que aparentavam um bem-estar com a aparência
fundamental para uma boa higienização, esquecendo dos dentes. Dessa maneira, todos os discentes con-
do fio dental. No entanto, a escovação não remove seguiram identificar as figuras que traziam um bem-
completamente a placa bacteriana das superfícies -estar devido a aparência dentária. Segundo Narvai
dos dentes, sendo necessário a utilização do fio den- (2000), a autoestima pode ser afetada com o não
tal antes, uma vez que as cerdas não conseguem al- tratamento dessa doença, uma vez que a estética do
3º SIMPIF

cançar em lugares menores nessa região. sorriso é modificada.


Durante a apresentação da peça teatral, Destarte, é de fundamental importância tratar
como exibido na Figura 2, foi mencionado o motivo a saúde bucal nas escolas, sendo primordial desde a
de adquirir esse hábito saudável, evitando doenças educação infantil. A união de temas geradores como
como a cárie. De acordo com Narvai (2000), a cárie o teatro, é uma alternativa válida que o docente pode
acarreta a desmineralização do dente por certos ti- se apropriar no processo de ensino, possibilitando a
pos específicos de bactérias, que produzem ácidos troca de experiência entre a equipe pesquisadora e

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EDUCAÇÃO E ENSINO

os participantes, criando situações do contexto so- BELTRAN, Maria Helena Roxo. História da Química e
cial (SOARES et al, 2011). Ensino: estabelecendo interfaces entre campos in-
terdisciplinares. Abakós, v. 1, n. 2, p. 67-77, 2013.
Desse modo, a utilização do teatro como re-
curso educacional lúdico favoreceu a edificação da CARVALHO, J. A.; et al. Educação em Saúde Bucal:
aprendizagem de uma turma de discentes que apre- uma abordagem reflexiva em prol da qualidade de
vida. Revista Práxis, ano II, n. 3, 2010. Disponível
sentam deficiência intelectual, uma vez que foi pos-
em: http://revistas.unifoa.edu.br/index.php/praxis/
sível coadunar o conteúdo científico com exemplifi- article/view/915. Acesso em: 23/08/2019. 
cações rotineiras, relacionadas ao cotidiano familiar,
CRESWELL, J. W. W. Projeto de pesquisa: métodos
escolar e social do alunado.
qualitativo, quantitativo e misto. 2. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2010.
5. Conclusão
FALCONI, E. R. M.; SILVA, N. A. S. Estratégias de tra-
Para uma aprendizagem substancial no en- balho para alunos com deficiência intelectual AEE:
sino de Química, deve-se realizar uma adaptação atendimento educacional especializado. 2014. Dis-
metodológica, com recursos didáticos que auxiliem ponível em: https://especialdeadamantina.files.wor-
dpress.com/2014/05/estratc3a9gias-de-trabalho-
o entendimento de conceitos científicos abordados.
-para-alunos-com-di.pdf. Acesso em: 27/08/2019.
Tais ações, devem ser práticas constantes na vida
do educador, concomitante com a vivência dos dis- FRANCISCO JUNIOR, W., Silva, D., Nascimento, R., &
Yamashita, M. (2015). O teatro científico como fer-
centes com DI. Principalmente, quando se aborda
ramenta para a formação docente: uma pesquisa no
questões de interesse social, como a referida temáti- âmbito do PIBID. Revista Brasileira De Pesquisa Em
ca, pois o aluno que se apropria eficazmente desses Educação Em Ciências,  14(3), 079-100. Disponível
conhecimentos desenvolve a capacidade de empre- em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbpec/
article/view/4294; Acesso em 31/08/2019.
gar os novos saberes em seu cotidiano de maneira
significativa. GATTÁS, Maria Lúcia Borges; FUREGATO, Antonia
Regina Ferreira. A interdisciplinaridade na educa-
Destarte, nessa pesquisa foi perceptível que a
ção.  Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste,
utilização de recursos metodológicos diferenciados v. 8, n. 1, 2016. Disponível em http://www.periodi-
como o teatro lúdico, contribuiu para o ensino inter- cos.ufc.br/rene/article/view/5286/3890 ;Acesso
disciplinar da Química, na temática da saúde bucal, em:31/08/2019
facilitando assim, a compreensão dos discentes com LISBÔA, Isabel Cristina; ABEGG, Claídes. Hábitos de
deficiência intelectual. Uma vez, que, essa estratégia higiene bucal e o uso de serviços odontológicos por
metodológica atribui ao processo de ensino e apren- adolescentes e adultos do Município de Canoas, Es-
tado do Rio Grande do Sul, Brasil. Epidemiologia e
dizagem um caráter mais dinâmico, divergindo do
Serviços de Saúde, v. 14, n. 4, out./dez. 2006.
ensino tradicional e possibilitando melhores condi-
ções de aquisição do conhecimento. MACHADO, G. S.; et al. A importância da higiene
correta para uma boa saúde bucal. In: Jornada
Referências Odontológica da Universidade Brasil, 10, 2018, Fer-
nandonópolis. Anais... JOU, 2018.
ALVES, E. C. Teatro: um olhar lúdico à face do de-
senvolvimento infantil. II Jornada Pedagógica do MEDINA, M.; BRAGA, M. O teatro como ferramen-
3º SIMPIF

LALUPE, Mato Grosso do Sul: Aquidauana, 2010. ta de aprendizagem da física e de problematiza-


Disponível em: ção da natureza da ciência. Cad. Bras. Ens. Fís., v.
27, n. 2, p. 313-333, 2010. Disponível em: https://
www.joped.uepg.br/2010/anais/oral/20003_1_FI- periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/
NAL.pdf . Acesso em: 22/08/2019.  2175-7941.2010v27n2p313/13531. Acesso em:
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ro Beltrán. Erros e dificuldades de aprendizagem

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EDUCAÇÃO E ENSINO

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3º SIMPIF

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Alex Fabiano Alves Oliveira


O estado da arte da leitura entre os
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
estudantes de Letras do ensino a
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa distância no IFPB - Polo Picuí.
Raniele Araújo Pontes
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí
Resumo
Weber Firmino Alves
[email protected] Este artigo tem o objetivo de analisar o perfil do leitor do estudante
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Picuí de Licenciatura em Letras, na modalidade EAD, do IFPB, no Pólo Picuí.
Como aporte teórico, conta com as contribuições de autores, como
Failla (2016), Carvalho (2002), Zilberman (1998), entre outros. Fo-
ram coletadas informações sobre leitura com 16,5% dos estudantes
matriculados no referido curso, descrevendo o perfil destes leitores.
Os resultados comprovam um total de 91% de leitores, em contraste
com 9% de não leitores. Diante disso, discute-se também algumas
nuances na leitura “lato sensu” entre os estudantes de nível superior,
em diversas pesquisas já realizadas nesse contexto.

Palavras-chave: Perfil. Leitor. Leitura. Letras. Estudante.

Abstract

This article aims to analyze the profile of the reader of the student of Bachelor in Letters, in the modality EAD, of
the IFPB, at Polo Picuí. As a theoretical contribution, it has the contributions of authors such as Failla (2016),
Carvalho (2002), Zilberman (1998), among others. Reading information was collected with 16.5% of the stu-
dents enrolled in the course, describing the profile of these readers. The results demonstrate a total of 91% of
readers, in contrast to 9% of non-readers. Therefore, we also discuss some nuances in the reading “Lato sensu”
among students of higher level, in several researches already carried out in this context.

Keywords: Profile. Reader. Reading. Portuguese Language. Student.

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1. Introdução De acordo com a pesquisa nacional, os pro-


blemas encontrados que motivam a falta de leitura
Esta pesquisa se propõe a traçar o perfil de
evidenciam o caráter pertinente de mais pesquisas
leitor dos estudantes do IFPB que estão matricula-
em torno do tema, não obstante a persistente bus-
dos no curso de Licenciatura em Letras na modali-
ca de soluções para a resolução desse problema já
dade EAD, no Polo Picuí. O artigo apresenta-se como
encontrada nos mais diversos centros acadêmicos
um resultado parcial da pesquisa “O Perfil do Leitor
do país, bem como em diversas pesquisas do gêne-
do IFPB, no Campus Picuí: Curso de Licenciatura em
ro. Dessa forma, a presente pesquisa vem contribuir
Letras – EAD”, a qual faz parte de um projeto local
com dados adicionais que podem apresentar pro-
maior que visa estabelecer o perfil de todos os es-
blemas e sugerir propostas de solução à ausência
tudantes do IFPB, Campus Picuí-PB, tendo sua fase
do hábito da leitura entre os acadêmicos do curso
final prevista para o ano de 2020. De modo geral, a
de Letras, na modalidade EAD. Se não solucionado
proposta afere variáveis relacionadas ao estimulo à
nesse período, a falta deste hábito pode se perpe-
leitura entre os estudantes.
tuar já que é durante o curso que o indivíduo tem
De posse dos dados já coletados da pesqui-
mais contato com a leitura do que em sua vida social
sa, pôde-se identificar problemas similares com os
pós-acadêmica. Após sua saída da universidade, o
problemas constatados na pesquisa nacional “Re-
estudante provavelmente terá menos contato com a
tratos da Leitura no Brasil”1, realizada pelo Institu-
leitura, caso não se habitue de forma prazerosa com
to Pró-Livro, em sua 4ª edição no ano de 2016. Tal
a prática. Por isso, é nesse momento oportuno que
investigação nacional serviu como base para este
se deve conhecer os problemas que impedem o hábi-
trabalho, já que sua metodologia foi adaptada para
to da leitura entre esses estudantes, pois não se tra-
esta aplicabilidade local. Com isso, a pesquisa pode-
ta apenas de manter o hábito da leitura obrigatória e
rá contribuir com dados pontuais, identificando um
didática na academia, isso é uma regra já estabele-
leitor específico, que difere dos demais leitores da
cida e necessária. O que se quer, e o que se busca, é
pesquisa nacional, bem como traçar paralelo com os
transformar essa obrigatoriedade em voluntarieda-
estudantes dos outros cursos ofertados pelo IFPB,
de. Ou seja, o estudante precisa manter o hábito da
Campus Picuí, pois
leitura por escolha e por prazer, tornando essa prá-
Essa diferença não se dá no âmbito mera-
tica em regra, e não em exceção como é visto hoje.
mente cultural, mas no fato de que regiões diferen-
Ao encontrar o perfil deste leitor específico,
tes podem influenciar de maneiras diferentes o modo
e compará-lo com o leitor identificado na pesquisa
como o leitor tem acesso ao livro e à leitura, mesmo
nacional, a probabilidade de isolar determinados
nos dias de hoje, em que a internet facilita o acesso
problemas e solucioná-los com maior facilidade é
aos meios diferenciados de leitura, à compra de de-
enorme. Nessa comparação de perfis, espera-se
terminados títulos que até então não eram disponibi-
harmonizar os dados e problemas similares, bem
lizados em bibliotecas e livrarias locais. Textos publi-
como isolar as discrepâncias, de maneira a propor
cados em determinadas regiões - como o cordel, por
soluções gerais e específicas.
exemplo, narrativas orais fundantes de determinado
Não há a pretensão de solucionar todos pro-
3º SIMPIF

local, entre outras formas de contato com a litera-


blemas relativos à falta de interesse na leitura. A
tura e a cultura acabam, por vezes, influenciando o
pesquisa vem exatamente problematizar, trazer à
acesso de determinados leitores a certas produções
tona o que se esconde nessa ilusória opção de esco-
artísticas e culturais. Isso, por si só, já demonstra a
lha de não ler por não querer. A falta de leitura é um
relevância de uma pesquisa focada em determinado
problema, e isso é inquestionável. Universalmente,
campus universitário.
todos concordam que a ausência do hábito da lei-
1 Site da pesquisa: http://plataforma.prolivro.org.br/re-
tura torna o indivíduo passível de ser manipulado e
tratos-da-leitura/

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de não obter o mínimo de conhecimento necessário somente prazer; traz reflexão, dúvida, crítica, proble-
para uma vida independente no sentido de escolher mas e respostas.
por si. Nesse contexto, as pesquisas levantam ques- Apesar de não haver mais proibição da leitura
tões importantes e demandam ações para diminuir de certas obras no Brasil, a proliferação de inverda-
esse problema tão comum em nosso país, nas uni- des por intermédio de fake news, sobretudo veicula-
versidades, entre os estudantes e entre todos os ci- das por redes sociais, por exemplo, acaba censuran-
dadãos afetados por esse problema. do o acesso à verdade e relativizando ainda mais as
informações. Isso torna o ato de ler ainda mais que
2. Referencial teórico
importante nos tempos de hoje, pois a manipulação
No Brasil diversas instituições e meios de co- de informações e a grande quantidade de oferta de
municação se utilizam da pesquisa Retratos da Lei- notícias, torna imprescindível um olhar crítico acerca
tura no Brasil para aferir dados pertinentes sobre do que está sendo dito e lido. E esse olhar crítico não
a leitura. Editoras encontram um suporte essencial é adquirido da noite para o dia; é com o hábito da
para atenuar as possíveis falhas editoriais e investir leitura de diversos autores e temas que torna o leitor
nos pontos fortes levantados pela pesquisa. É uma um crítico legítimo de sua própria dedução.
das pesquisas mais importantes sobre a leitura já O leitor que apenas lê por obrigação, não tem
feita no Brasil e continua sendo utilizada como um o costume de absorver as informações de forma crí-
termômetro para medir o nível e o interesse pela lei- tica e analítica. Ele simplesmente recebe a notícia, ou
tura no país. lê o livro que lhe indicarem com um viés ‘ideológico’
A leitura é um saber extremamente impor- impositivo, sem liberdade de escolha, e o pior, sem
tante na vida humana, mas os principais benefícios a capacidade de identificar tais práticas, tornando
só se manifestam com o usufruto dela como prática uma leitura deturpada. Ou melhor dizendo, não uma
e hábito, como um ato de prazer. E é nesse sentido leitura deturpada, mas uma interpretação deturpada
que o incentivo a essa prática é extremamente im- do que se lê.
portante para o desenvolvimento de um indivíduo e, No Brasil, a difusão da literatura foi censu-
consequentemente, de um país. Não é clichê afirmar rada em dois períodos: durante o Estado
que toda ideia por mais genial que seja, se não for Novo, no qual Getúlio Vargas era presiden-
colocada em prática, continua sendo nada mais do te, e durante os anos da Ditadura Militar.

que uma ideia. Por isso, para essa ideia ser posta Na história, movimentos como a Revolução
Francesa, o movimento juvenil de 1968 na
em prática, é preciso que ela seja escrita e lida por
França e o Iluminismo foram marcados pela
outros da mesma época, e por outros que virão, e
filosofia presente em algumas obras, como
disseminada ao longo do tempo. A desobediência civil, de Henry David Tho-
A leitura pode tornar um “simples” livro em reau (MARIA, 2017)
uma ferramenta tão poderosa que muitos podem se
Segundo a agência FAPESP, de 1970 a 1988,
sentir ameaçados com o que está escrito em deter-
o número de livros censurados ultrapassou a marca
minadas obras. Vale lembrar que, na recente ditadu-
de 140 títulos nacionais (CASTRO, 2011). De cer-
ra no Brasil, diversas obras foram censuradas, não
3º SIMPIF

ta forma, é possível admitir que o retrato do leitor


por acaso, livros que libertavam o pensamento, não
brasileiro é produto desta censura que atrasou ainda
induziam à homogeneidade de ideias, pelo contrário,
mais o desenvolvimento intelectual da nação. Pode
promoviam a reflexão. E isso era, e é extremamente
parecer exagero dizer que ainda hoje em dia, muitos
perigoso, ainda hoje em dia, pois o pensar pode ad-
herdaram a influência negativa e trouxeram resquí-
vir de uma leitura que desperte determinada ideia
cios que foram passados de geração em geração,
ou reforce determinada ideologia. A leitura não traz

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fazendo com que a leitura fosse algo irrelevante e gação e transparência dos dados, constata-se que
inútil, até mesmo perigosa. a leitura não tem apenas o prazer em sua prática,
Ao se falar do perfil do leitor e do incentivo nem o aprendizado e conhecimento através do que
à leitura, não se pode esquecer jamais o passado. E foi escrito. A autora demonstra que a leitura nesse
por esse motivo é necessária essa abordagem rápi- sentido, alerta e relembra fatos. E quando ela, a lei-
da desse fato que, na verdade, nunca saberemos se tura, dá essa permissão do indivíduo refletir sobre
influenciou em algo na leitura contemporânea, sem tais fatos, e se posicionar criticamente acerca deles,
mencionar na própria produção autoral em si. a importância desse ato de ler se torna imensurável.
Nunca é demais reforçar que esse ato de ler Ainda nesse sentido, quando se trata de po-
transformado em hábito resulta em uma paixão, e sicionamento crítico perante fatos, a leitura permite
essa paixão Descartes (1983, p. 221) expressou com que esse ato seja algo habitual no indivíduo:
maestria resumindo na seguinte frase: “A leitura de
A alfabetização de adultos enquanto ato
todos os bons livros é uma conversação com as mais político e ato de conhecimento, compro-
honestas pessoas dos séculos passados”. metida com o processo de aprendizagem
Essa leitura mencionada por Descartes des- da escrita e da feitura da palavra, simulta-
perta em nossos sentidos a genuína sensação pre- neamente com a “leitura” e a “reescrita” da

tendida pelos autores, que são denominados por ele realidade, e a pós-alfabetização, enquanto
continuidade aprofundada do mesmo ato
de pessoas honestas. Em outros termos, a leitura
de conhecimento iniciado na alfabetização,
por si só é a verdade escrita, não a verdade subjeti-
de um lado, são expressões da reconstru-
va, mas, a verdade que o autor transmite, seja uma ção nacional em marcha; de outro, práticas
ficção ou mesmo um alerta de libertação, o que cabe a impulsionadoras da reconstrução. Uma
ao leitor atento discernir e interpretar. A leitura des- alfabetização de adultos que, em lugar de
perta paixões das mais diversas possíveis, inclusive propor a discussão da realidade nacional e
de suas dificuldades, em lugar de colocar o
as que combatem a repressão. Talvez por isso obras
problema da participação política do povo
tão temerosas foram combatidas na ditadura.
na reinvenção da sua sociedade, estivesse
Com a ampliação do acesso público aos girando em volta dos ba-be-bi-bo-bu, a que
trabalhos da Comissão, cresceram ex- juntasse falsos discursos sobre o país -,
ponencialmente o número de relatos de como tem sido tão comum em tantas cam-
arbitrariedades, prisões, torturas... mas panhas -, estaria contribuindo para que o
também, pode-se romper o silêncio para povo fosse puramente representado na sua
ouvir centenas de depoimentos sobre re- História. (FREIRE, 1988, p.24)
sistência, coragem, bravura e luta. É neste
contexto que surge o projeto “Marcas da
É importante frisar que Freire ao usar o ter-
Memória”, que expande ainda mais a re- mo “alfabetização de adultos” não se refere em uma
paração individual em um processo de re- alfabetização do analfabeto, mas, como dito por ele,
flexão e aprendizado coletivo, fomentando na pós-alfabetização. Ou seja, em outras palavras, o
iniciativas locais, regionais e nacionais que indivíduo que passa ter a leitura como hábito, mes-
permitam àqueles que viveram um passado
mo já alfabetizado formalmente, passa a ter uma ca-
3º SIMPIF

sombrio, ou que a seu estudo se dedica-


pacidade melhor de representar a si mesmo e ao seu
ram, dividir leituras de mundo que permi-
tam a reflexão crítica sobre um tempo que povo na sociedade, e não ser apenas um ator passivo
precisa ser lembrado e abordado sob aus- na história
pícios democráticos. (REIMÃO, 2013)
2.1 Problemas para se criar um hábito de leitura
Através deste importante trabalho realizado
Segundo a pesquisa nacional, a falta de tem-
pela comissão mencionada pela a autora, e a divul-
po é o maior inimigo da leitura.

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A falta de tempo é o principal motivo alega- mos piorando? Mais brasileiros dizem, em
do por não leitores (32%), leitores (43%) 2015, que não leem porque têm alguma di-
e não estudantes (50%) – que gostariam ficuldade para ler. Entre eles, 17% indicam
de ter lido mais (3/4 dos leitores). Entre os algum problema físico (o que muitas vezes
não leitores, a falta de gosto pela leitura é é argumento para não confessar que não
mencionada por 28%. (FAILLA, 2016) sabe ler). Apesar dessa dificuldade ter sido
mais citada nesta edição, os demais (60%)
A pesquisa também atribui a preferência dos indicam dificuldade de compreensão ou ha-
leitores e não leitores pela TV. Na pesquisa de 2011 bilidade leitora. (FAILLA, 2016)
essa preferência era de 85%, e em 2015 baixou para
Apesar dessa complexidade e dificuldades
73%. Como visto, um índice bastante alto. Compete
entre esses leitores mencionados nos dados da pes-
também com esse meio de entretenimento as novas
quisa, é importante salientar que destes que mencio-
ferramentas online. Redes sociais (35%) e WhatsA-
nam diversas dificuldades, 60% indicam “dificuldade
pp (43%), especialmente no público entre 14 e 29
e compreensão ou habilidade leitora”. Diante desses
anos (FAILLA, 2016, p. 37).
dados, é importante mencionar que um dos maiores
Ao analisar esses dados, pode-se notar um
escritores do último século, Tolkien (1970), criador
imediatismo comum a essa faixa etária mencionada
das obras “Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”, já men-
na pesquisa, visto que os jovens de 14 a 29 anos
cionava que “Não se adquire um bom vocabulário
não conseguem passar muito tempo lendo qualquer
com a leitura de livros escritos conforme uma ideia
tipo de texto, inclusive nos próprios gadgets preferi-
do que seja o vocabulário da faixa etária do leitor. Ele
dos por eles. Muitos jovens que usam o WhatsApp e
vem da leitura de livros acima da sua capacidade.”
demais redes sociais, não estão habituados a lerem
(CARPENTER, 1992, p. 79)
textos longos. O imediatismo e a velocidade com que
Ou seja, Tolkien afirmava que não é preciso
querem acessar tal informação são gigantescos, não
limitar o leitor a determinada faixa etária ou cogni-
querem ficar presos a essa informação e preferem
tiva, pois é assim que ele adquire um bom vocabulá-
logo pular para a próxima. Tal urgência faz com que
rio e até mesmo o estimulo à capacidade de leitura.
mensagens longas sejam ignoradas, ou se tornem
Então, na lógica de Tolkien, esse percentual de 60%
objeto de reclamação pelo tamanho do texto, ou,
de leitores com dificuldade de compreensão não terá
como dizem, “textão”.
êxito com o mero incentivo à leitura de algo mais
A partir disso, é extremamente complexo in-
compreensível. Até porque, nesse sentido, a respos-
centivar esse público a ler mais, a aderir a uma leitu-
ta à pergunta do que seria mais fácil ou compreensí-
ra cotidiana e prazerosa. Se mal conseguem ler um
vel para um leitor passa por diversas subjetividades,
texto longo no WhatsApp, aplicativo tão utilizado por
assim como a tentativa de delimitar faixas etárias
eles, mais difícil ainda é motivá-los a ler um livro in-
para o público nas publicações.
teiro, ou mesmo algumas páginas.
Paulo Freire faz o seguinte comentário sobre
Retratos da Leitura no Brasil também aponta
a compreensão do texto a partir da leitura crítica:
um fato preocupante que tem se agravado ao longo
das pesquisas anteriores realizadas pelo Instituto [...] processo que envolvia uma compreen-
3º SIMPIF

Pró-Livro, no que tange às dificuldades para a leitura. são crítica do ato de ler, que não se esgota
na decodificação pura da palavra escrita ou
Quando comparamos com os resultados da linguagem escrita, mas que se antecipa
das edições anteriores, surge uma preocu- e se alonga na inteligência do mundo. A lei-
pação que coloca em suspenso a avaliação tura do mundo precede a leitura da palavra,
positiva sobre os indicadores de leitura: em daí que a posterior leitura desta não possa
2007, 48% dos não leitores disseram não prescindir da continuidade da leitura da-
ter dificuldades, e, em 2011, 43%. Esta- quele. Linguagem e realidade se prendem

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 952


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

dinamicamente. A compreensão do texto a obrigatória do curso. Obviamente que os dados da


ser alcançada por sua leitura crítica implica leitura exigida no curso superior devem ser mensu-
a percepção das relações entre o texto e o
rados em uma pesquisa, no intuito de definirmos até
contexto. (FREIRE, 1989, p.9)
que ponto esse fator pode contribuir no incentivo da
O entendimento prévio do mundo em que prática da leitura por si só e não como prática obri-
se vive, do seu cotidiano e de sua vida social, nas gatória, nem como parte de uma leitura espontânea.
palavras de Freire, correspondem a um maior en- Em artigo publicado na Revista Travessias, “A
tendimento da leitura da palavra em si, do que está Leitura no Ensino Superior”, publicado em 2017, os
escrito. Dessa forma, toda a dificuldade encontrada pesquisadores Miguel Rettenmaier da Silva e Marga-
por um leitor na interpretação de um texto, parte do rete Maria Soares Bin iniciaram um excelente traba-
conhecimento prévio deste mundo, segundo Freire. lho de pesquisa que nos ajuda a entender melhor os
Ou seja, não há como conhecer o que se lê, ou saber problemas da falta de motivação dos alunos dessa
interpretar o texto sem antes se situar na sociedade área, problema mais acentuados especialmente no
em que se vive, no sentido de conhecer seu eu como período logo após o ingresso dos alunos nos cursos
indivíduo participante desta sociedade. superiores. A finalidade maior de quase toda pesqui-
Para Freire (1982) não se pode fazer apenas sa sobre a leitura e o perfil do leitor, como a nossa
uma leitura mecânica do texto, na qual se memori- pesquisa por exemplo, é sempre a formação de lei-
za o conteúdo, sem compreendê-lo. É imprescindí- tores. Procurando com a pesquisa, destacar os pro-
vel ter postura crítica para que o estudo possa ser blemas que afetam os potenciais leitores na prática
produtivo. Essa postura crítica necessária ao ato de da leitura. Uma pesquisa qualitativa para identificar
estudar requer que se “assuma o papel de sujeito e obter as respostas a esses problemas, tem como
desse ato”. Logo, um determinado trecho de um tex- base primeiramente, definir a importância da leitura.
to pode suscitar reflexões no sujeito que o levem a Não faria sentido traçar o perfil de leitores de de-
novos caminhos, às novas descobertas. terminados setores, no nosso caso, estudantes do
curso superior de Letras EAD, sem antes, destacar
2.2 A leitura entre estudantes do ensino superior
a importância da leitura. E posteriormente, buscar e

Como nosso objeto de pesquisa engloba o sugerir soluções para a resolução do problema. Uma

público acadêmico inserido na graduação, é impor- das formas que a universidade de Passo Fundo bus-

tante ressaltar o estado da arte desse público e suas cou para o incentivo à leitura e a demonstração de

nuances concernentes à leitura e seu hábito como sua importância foi na própria pesquisa.

prática na academia e fora dela. Muitas pesquisas são realizadas pelos aca-
Há uma cultura alimentada pelo senso co- dêmicos para desenvolver o projeto Teórico
mum, de que estar inserido na universidade é si- Prático de uma Faculdade de Passo Fundo.

nônimo de erudição e, consequentemente, tem-se Para incentivar essas leituras e levar os


estudantes à compreensão da importância
a presunção de que a leitura é uma prática comum
de ler, entra em ação o professor de Lín-
entre os acadêmicos. Entretanto, as pesquisas nesse
gua Portuguesa, o qual torna-se mediador
âmbito demonstram algo preocupante. É fato que a
3º SIMPIF

do processo, tentando mostrar o quanto a


carga de leitura exigida em cursos superiores impõe atividade trará benefícios para a vida aca-
ao aluno deste, um hábito diferenciado em relação à dêmica, profissional e pessoal do discente.
prática da leitura em si. Mas não se trata disso. O direcionamento quanto às leituras conta
com a orientação dos professores do se-
Uma pesquisa com foco em definir um per-
mestre. (SILVA; BIN, 2017, p.363)
fil de leitor não pode admitir como único objeto de
análise em seus números, apenas o hábito inerente
ao estudante do ensino superior, ou seja, a leitura

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 953


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EDUCAÇÃO E ENSINO

Como exposto, toda a ação realizada pelos esse tipo de leitor poderá a vir ser um leitor fiel à
estudantes na pesquisa torna o trabalho de todos própria prática da leitura. Pois quando o leitor sabe
que dele participam, envolvimento interdisciplinar, o que está lendo e entende qual a razão daquele tex-
obrigando-os de forma benéfica e imperceptível, a to lido, a tendência é continuar a prática da leitura.
identificarem em si, o prazer pela leitura. A pesqui- Não se dá continuidade àquilo que não se consegue
sa do qual o artigo em questão se debruça salienta ser compreendido. Ou seja, a chance de um leitor se
a missão de um ensino superior, ou melhor, a lição tornar assíduo neste hábito é maior quando a com-
maior, resgatar leitores em um curto espaço de tem- preensão do que é lido é apreendido de forma habi-
po. Em especial, no ensino da Língua Portuguesa no tual. Isso explica a importância da imersão dos alu-
ensino superior. Quando o estudante termina o ensi- nos nos textos acadêmicos que neste ato terá como
no médio e ingressa o superior, não há uma leitura consequência, a continuidade do hábito da leitura
crítica desenvolvida, salienta o artigo. E nesse senti- pós-ensino superior, levando este, a uma maior faci-
do, a pesquisa-leitura é uma ferramenta comprova- lidade como já dito, na compreensão de diversos gê-
damente eficaz para o desenvolvimento dessa leitura neros do que se lê, bem como também, numa facili-
crítica no ensino superior, o que corrobora para uma dade na escolha dos livros e permanência no hábito.
necessária inserção deste tipo de pesquisa também Quando se trata de um curso superior onde
no ensino médio. Mas os atores nesse processo não serão formados docentes, mensurar a leitura e tra-
são apenas os estudantes. Os professores são coad- çar o perfil desses futuros professores é muito im-
juvantes importantíssimos nesses projetos, tanto na portante para o resultado de uma pesquisa. Princi-
orientação como em indicações específicas de onde palmente em se tratando do curso de Letras, onde há
a pesquisa pode ser mais eficiente. Tanto em termos uma responsabilidade maior na formação de leitores
de cruzamento de pesquisas já findadas, como ba- por estes futuros formados. Nesse artigo de CARVA-
ses essenciais de dados pertinentes à pesquisa. E a LHO (2002), são analisados os perfis de leitores dos
leitura crítica, tão importante como a própria leitura estudantes do curso de Pedagogia, não obstante, a
em si, também é aperfeiçoada nos estudantes com a Licenciatura é vista exatamente como um marco res-
ajuda dos docentes. “Ler é indagar a realidade para ponsável nesse sentido. Sendo assim, a Licenciatura
compreendê-la melhor, é se distanciar do texto e as- tem que assumir também esse papel de inserir a lei-
sumir uma postura crítica frente ao que se diz e ao tura no cotidiano de seus futuros alunos como parte
que se quer dizer, é tirar carta de cidadania no mun- de uma vida social ativa.
do da cultura escrita.” (LERNER, 2002, p.73, apud
Defendo que se desenvolva uma pedagogia
SILVA; BIN, 2017, p.364). da leitura nos currículos das licenciaturas,
Em artigo publicado na Revista Teias CARVA- pois os licenciandos de hoje, às voltas com
LHO (2002) coloca em pauta a leitura comum a to- suas próprias dificuldades, terão em breve
dos os alunos do ensino superior, a leitura de textos a responsabilidade de fazer com que as

acadêmicos. Necessária análise que tem como ob- crianças e jovens usem a leitura e a escrita
dentro e fora da escola para fins sociais de
jetivo descrever a prática da leitura nessa fase, que
comunicação, expressão pessoal, busca e
se inicia com uma leitura mais atenta aos detalhes
3º SIMPIF

registro de informações e ainda para a frui-


técnicos de um texto, a uma hermenêutica genuína ção da literatura como experiência estética.
e intelectual. Esse processo, considerado de máxima (CARVALHO, 2002, p.2)
importância na leitura dos alunos no ensino superior,
Mas por trás de todo sistema que funciona
terá forte influência na forma como esses futuros lei-
de forma perfeita há uma logística que igualmente
tores praticarão a leitura em suas vidas. E até mes-
precisa estar em perfeito funcionamento. De forma
mo, como poderão influenciar outros a terem uma
a harmonizar os objetivos e práticas. Para que seja
prática de leitura mais qualificada. Significando que

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EDUCAÇÃO E ENSINO

possível o funcionamento eficaz dessa formação de Dos dados coletados da pesquisa do referido
leitores atuais dentro de uma universidade, é preci- artigo, podemos destacar as dificuldades encontra-
so elementos importantes que contribuam para que das na leitura entre os universitários, e também as
isso ocorra. estratégias para contornar essas dificuldades. Pri-
meiramente a autora fez uma análise quantitativa:
Defendo, também, uma política de leitu-
ra para a universidade, a começar pela Das 25 alunas sujeitos da pesquisa, apenas
expansão e atualização das bibliotecas e quatro declararam não ter encontrado di-
laboratórios de informática, que deveriam ficuldades na leitura dos textos propostos
permanecer abertos à noite e nos fins de pelos professores. Das 21 que admitiram
semana, e instalação de salas de leitura dificuldades, duas não especificaram os
nas unidades acadêmicas, entre as medi- obstáculos encontrados. As demais identi-
das imediatas. A médio e a longo prazo, ficaram os problemas de leitura e descreve-
outras medidas incluiriam edições a preço ram a maneira pela qual os resolveram ou
de custo de livros para universitários, espe- tentaram resolvê-los; por vezes, indica-
cialmente os clássicos das várias áreas do ram também os textos considerados difí-
conhecimento, que comporiam uma biblio- ceis e as disciplinas em que foram objeto
teca de base; e a realização de seminários de estudo. Uma análise do conteúdo das
e encontros acadêmicos para discussão da respostas revelou que as alunas situam
problemática da leitura na universidade, a fonte de suas dificuldades nos pró-
com a participação de docentes, estudan- prios textos ou na sua condição de leito-
tes e bibliotecários. (CARVALHO, 2002, p.2) ras “despreparadas”. A falta de orientação
dos professores em relação à leitura é
Apesar de publicado há 17 anos, os dados mencionada raramente, em apenas duas
desse artigo são tão importantes hoje como na data respostas: O professor não fez esclareci-
de sua publicação. Já se tinha uma análise lúcida mentos suficientes. Os professores não
do impacto das mudanças na prática de leitura nas desenvolvem estratégias para orientar o

universidades, como bem menciona a autora em sua aluno. (CARVALHO, 2002, p.10)

vasta experiência:
As dificuldades encontradas pelas alunas gi-
“Há trinta anos sou participante e obser- ram essencialmente na linguagem do texto:
vadora atenta das práticas de leitura na
Quanto às dificuldades localizadas nos
universidade, registrando as mudanças
textos, a mais reconhecida é o desco-
que têm ocorrido, desde a época em que
nhecimento do léxico. É possível que as
imperava o livro-texto, ao tempo atual das
alunas, não obstante as informações so-
fotocópias e da internet.” (CARVALHO,
bre leitura que estão recebendo, ainda
2002, p.2).
considerem que a principal fonte de in-

E com toda essa experiência na observação compreensão dos textos seja, como di-
zem, a “nomenclatura desconhecida”,
da prática da leitura nas universidades, principal-
o “problema de vocabulário” e a “falta
mente concernente às licenciaturas, a autora admite
de conhecimento das palavras”. Em se-
a complexidade em conhecer o leitor real. Mas ela
3º SIMPIF

gundo lugar, algumas alunas consideram


atribui essa dificuldade à falta do conhecimento sis- que há uma dificuldade generalizada em
temático que se tem desse leitor. Já na época de seu compreender a linguagem de determi-
artigo, era comum que professores apontassem essa nados textos, que é chamada de “com-
plexa” ou “pesada”. Isto parece incluir
dificuldade. “No quadro universitário atual, é essen-
vocábulos desconhecidos, neologismos,
cial problematizar a questão e encontrar caminhos
expressões latinas etc. e particularidades
para o letramento dos futuros professores. ” (CAR- da sintaxe, como parágrafos com várias
VALHO, 2002, p.2) orações subordinadas, parágrafos muito

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longos, enfim, há um estranhamento da Diante desta indagação, apresenta-se o papel


sintaxe mais elaborada ou pouco familiar do professor, a saber, o de mediador entre o texto
dos textos acadêmicos. Outra fonte de
lido e este emaranhado de conhecimentos que o lei-
dificuldades foi a falta de conhecimen-
tor juvenil e, muitas vezes, inexperiente ainda não
tos prévios sobre o tema, sinalizada por
respostas como “os textos trazem refe-
possui.
rências a teorias e autores desconheci-
3. Método da pesquisa
dos”. O desconhecimento da organização
textual foi mencionado apenas uma vez, Seguindo as distinções acerca das dimensões
indicando que este aspecto é ainda pouco
da pesquisa, conforme propõe Appolinário (2012),
reconhecido como causa de incompreen-
esta pesquisa é de natureza quantitativa - uma vez
são. O despreparo para ler gráficos,
agravado pelo fato de o professor não que pretende avaliar informações obtidas mediante
os ter explicado, também mereceu uma entrevistas com o público-alvo, e qualitativa - vez
única citação. (CARVALHO, 2002, p.10) que interpretará o intercruzamento destes dados,
considerando seus desdobramentos. No que tange à
Não há um modo de ler que se possa trans-
técnica de coleta de dados, a pesquisa possui duas
formar em receita para que os universitários possam
fontes, a saber: a entrevista, mediante questionário
vir a ter menos dificuldade. Mas pode-se discutir o
encaminhado via google.forms, e a bibliográfica, a
que o leitor procura na leitura, afirma Marlene Car-
partir do suporte teórico de diversos autores que es-
valho (2002, p.16). No entanto, ela defende uma po-
tudam o fenômeno da leitura. Ainda de acordo com
lítica e uma pedagogia de leitura nas universidades.
as distinções taxonômicas propostas por Apoliná-
Reconheço a imprevisibilidade dos per- rio, é possível classificá-la como descritiva visto que
cursos de leitura e penso que para os “busca descrever uma realidade, sem nela interferir”.
grandes leitores uma das grandes aven-
O trabalho tem, como público-alvo, os alunos
turas intelectuais é descobrir autores e
do curso de Licenciatura em Letras EAD – Português,
livros que remetem a outros, formando
uma teia, um amálgama e não uma estrada
do IFPB, que estão matriculados no polo do campus
linear balizada por terceiros. Estes leito- Picuí no semestre 2019.1. Deste modo, excluiu-se
res não precisam de métodos pedagógi- os alunos dos outros três polos do curso em João
cos. A história de leitura de cada um deles Pessoa-PB, Campina Grande-PB e Souza-PB. Tal
– suas preferências, seus livros inesque- curso possui a seguinte duração: 4 anos, com duas
cíveis, suas rejeições – pode ser traçada
chamadas anuais. A pesquisa faz um levantamento
de trás para frente, nunca ao inverso. [...]
transversal simultâneo das oito turmas do curso de
Ainda assim, coloco-me a favor de uma
pedagogia da leitura devido à existência de Licenciatura em Letras EAD, do referido polo, com
outros tipos de leitores e, principalmen- questões acerca de dados do período dos últimos
te, por causa da necessidade de leituras seis meses da data de coleta. A realização da pes-
obrigatórias, não eleitas pelos estudan- quisa compreende 9 meses, entre abril de 2019 e
tes, contudo necessárias e importantes
dezembro de 2019. Deste modo, o presente relatório
para sua formação. [...] Mas como aju-
tem um caráter parcial, uma vez que outros dados
3º SIMPIF

dá-los a tirar partido do tempo empregado


em atividades de leitura realizadas dentro
ainda estão sendo analisados, dentro do cronogra-
e fora da sala de aula? Qual é a contri- ma do projeto submetido à Pro-reitoria de pesquisa
buição do professor universitário em favor do IFPB.
de percursos de leitura mais integrados? A pesquisa encontra-se em andamento e na
(CARVALHO, 2002, p.2) fase de análise de dados. Atualmente, obteve-se um
quantitativo de 33 respostas, num universo de preci-
samente 200 alunos matriculados, o que representa

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EDUCAÇÃO E ENSINO

uma amostra de 16,5%. Considerando que outros Como esperado, a maior porcentagem con-
dados ainda serão analisados, os resultados apre- templa o município de Picuí, por estar localizado o
sentados neste artigo ainda representam um teor de Polo do curso de Letras EAD, objeto da pesquisa.
relatório parcial, visto que se pretende aumentar as Quanto ao percentual de gênero da amostra,
análises antes da entrega do relatório final. foi possível constatar que o maior número de res-
Como mencionado anteriormente, a presente postas ocorreu com o gênero feminino, totalizando
investigação se constitui como uma das últimas fa- 88%, em contraste com 12% do gênero masculino.
ses de um projeto maior que pretende avaliar todos O número significativo de mulheres no curso, apenas
os alunos do IFPB, Campus Picuí. Como a pesquisa confirma que, desde muito, no Brasil, as licenciatu-
lida com seres humanos, o projeto de pesquisa foi ras foram predominantemente ocupadas por mulhe-
submetido à Plataforma Brasil e encaminhado para res. Assim, a predominância de mulheres na amostra
análise do Comitê de Ética em Pesquisa do IFPB, ten- da pesquisa foi construída aleatória e reflete o fato
do aprovação mediante parecer consubstanciado de de que o curso de Letras, no âmbito do IFPB, possui
nº 2.313.156. uma clientela majoritariamente feminina, visto que
Os pesquisadores estão seguindo rigorosa- há um número expressivamente menor de homens
mente as orientações do Comitê de Ética em Pesqui- matriculados.
sa do IFPB, no que tange às formalidades de coleta Gráfico 2 - Gênero dos Participantes
de dados, a exemplo do preenchimento prévio do
TCLE - O Termo de Consentimento Livre Esclarecido.
O TCLE foi preenchido pelos alunos de modo a au-
torizar o preenchimento do formulário da pesquisa.
Cabe ressaltar que a coleta de dados foi anônima
e, com isso, os participantes se sentiram à vontade
para responder às perguntas da forma que achasse
mais conveniente, inclusive sem ter ciência do que
os demais responderam.

4. Resultados da pesquisa Fonte: Acervo Pessoal (2019)

Quanto à residência dos participantes da pes- A pesquisa alcançou indivíduos de diferentes


quisa, a amostra permitiu descobrir que, de um total faixas etárias, conforme gráfico 3, pois foi destina-
de 100% dos respondentes, 48% reside na cidade da a estudantes de um curso superior na modalida-
de Picuí-PB. de EAD, o que possibilita o ingresso de jovens que
buscam entrar na academia pela primeira vez, assim
Gráfico 1 – Município e Estado de Residência dos Entre-
vistados como estudantes de outra graduação, e aqueles que
já estão inseridos no mercado de trabalho. Portanto,
a análise evidencia esse fato quando o maior público
está entre as faixas etárias de 19 a 35 anos.
3º SIMPIF

Fone: Acervo Pessoal (2019)

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 957


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Gráfico 3 – Faixa Etária Gráfico 5 - Escolaridade da Amostra

Fonte: Acervo Pessoal (2019) Fonte: Acervo Pessoal (2019)

A seguir, temos o gráfico que representa o Com base neste gráfico, pode-se constatar
período cursado pelos participantes no ato da en- que a modalidade EAD possibilita e facilita do acesso
trevista da pesquisa. Conforme se percebe, a cons- inicial à academia, como demonstrado no gráfico 3,
trução aleatória da amostra permitiu uma redução de faixa etária. Existe uma grande possibilidade do
na amostragem dos alunos do 2º e 8º período em ingresso de indivíduos que já trabalham e estão ten-
relação aos demais. do acesso, de certa forma tardio, ao ensino superior.
Gráfico 4 – Período cursado pelos participantes Além disso, o Gráfico 5, a seguir, constata a
experiência educacional dos estudantes antes de in-
gressarem no IFPB, revelando que 85% deles, são
oriundos de escola pública na sua formação do ensi-
no médio, o que revela o aspecto social que a insti-
tuição oferece a estes estudantes.

Gráfico 6 - Tipo de Escola em que Estudou o Ensino Médio

Fonte: Acervo Pessoal (2019)

Com relação a escolaridade dos voluntários,


é nítida a participação significativa daqueles que não
possuem outra graduação, conforme gráfico 4.

Fonte: Acervo Pessoal (2019)

Uma das perguntas fundamentais do questio-


3º SIMPIF

nário é a que investiga quantos livros foram lidos nos


últimos 3 meses pelos entrevistados. Esse dado diz
muito sobre o hábito dos alunos do curso superior
em Letras Português na modalidade EAD, objeto da
pesquisa. O dado também se reveste de importância,
considerando que o Instituto Pró-Livro, responsável
pela pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, distin-

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 958


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gui o leitor e o não leitor a partir da resposta a esta guinte, estimuladores (ou não) do hábito da leitura
pergunta, tal como segue: Leitor é aquele que leu, in- na próxima geração brasileira. Como podemos ver
teiro ou em partes, pelo menos 1 livro nos últimos 3 a seguir:
meses. Sendo assim, o não leitor é aquele que decla-
A justificativa para a presença do texto lite-
rou não ter lido nenhum livro nos últimos 3 meses, rário na sala de aula é a necessidade de co-
mesmo que tenha lido nos últimos 12 meses. Logo, nhecimento, por parte do aluno, da história
com a amostra que temos, apenas 9% dos entrevis- da literatura nacional, sua tradição e mem-
tados é considerado não leitor, contrapondo-se com bros mais ilustres [...]. Assim, o estímulo à

o percentual de 91% que se confirma como leitor, leitura e o desenvolvimento de hábitos e do


gosto de ler são alguns motivos a mais, que
tendo lido um ou mais livros (inteiros ou partes) nos
ajudam a fortalecer e assegurar definitiva-
últimos 3 meses.
mente o lugar da literatura no ensino de
Gráfico 7 – Leitor e Não Leitor Comunicação e Expressão ou Língua Portu-
guesa. (ZILBERMAN, 1988, p.116)

Merece destaque a impossibilidade de cru-


zamento do gráfico 2 com o gráfico 5. No IFPB, ao
menos, a clientela do curso de Letras é composta
majoritariamente por mulheres, o que efetivamen-
te impede-nos de cruzar o “gráfico 2 – Gênero dos
participantes”, com o “gráfico 6 – leitor e não lei-
tor”, de modo a aferir se as mulheres leem mais que
os homens. Neste sentido, porém, é possível averi-
guar alguns dados nacionais e internacionais no que
Fonte: Acervo Pessoal (2019) concerne ao gênero feminino na leitura. A própria

Apesar do número de não leitores ser baixo, pesquisa nacional demonstra que as mulheres leem

é preocupante por estarmos entrevistando alunos mais que os homens, o que também foi mencionado

de Letras. Sendo assim, é preciso uma investigação em artigo publicado em um dos maiores portais de

maior para sanar ou amenizar e identificar o proble- vendas de livros do Brasil, a Saraiva, senão vejamos:

ma, já que se trata de futuros docentes da língua ma- As mulheres leem mais no Brasil, como de-
terna do país. monstra a pesquisa Retratos da Leitura no
De outro modo, embora tais estudantes se- Brasil, do Instituto Pró-Livro. Os dados re-

jam considerados leitores pelo Instituto Pró-Livro, o velam que 55% dos leitores brasileiros são
mulheres – elas consomem, em média, 5,3
gráfico revela um dado preocupante no que tange
livros por ano contra os 4,7 livros anuais
ao perfil de profissional que o IFPB estará forman-
lidos pelos homens. (MAGALHÃES apud
do, visto que estamos diante de um curso de Licen- INSTITUTO PRÓ-LIVRO, 2017)
ciatura em Letras (Habilitação Língua Portuguesa),
em que a Literatura e o estímulo à leitura são con- Lourdes Magalhães, autora do artigo, é presi-
3º SIMPIF

dições “sine qua non” para o exercício da profissão dente da Primavera Editorial e, no seu artigo, men-

em foco. Assim, se considerarmos que esses alunos ciona também dados internacionais similares ao da

são de um curso que obrigatoriamente necessita de pesquisa nacional, em que se constata que as mu-

um consumo mais frequente e intenso de obras lite- lheres também leem mais.

rárias, entre outros gêneros, estamos diante de um Um outro estudo, conduzido pelo Instituto
número preocupante, visto que estes serão os futu- QualiBest, revelou que as mulheres inter-
ros professores de Língua Portuguesa e, por conse- nautas também leem mais: 55% leem pelo

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menos um livro por mês contra 42% dos do número hegemônico de leitores (em contraponto
homens. Nessa pesquisa, 65% afirmaram aos não leitores) na constituição do referido curso.
que leem por prazer, sendo ficção e roman-
Restam ainda a discussão de mais de 30 perguntas
ce os gêneros preferidos. Mas, como não
que foram submetidas aos estudantes e estão sendo
posso pecar pelo ufanismo, adianto que
esse não é um fenômeno brasileiro. Pes-
investigadas para trabalhos posteriores, de modo a
quisas internacionais comprovam que as retratar melhor e mais precisamente a amostra.
mulheres consomem mais cultura, ou seja, Como estamos lidando com o curso de Letras
leem mais literatura de qualidade; assis- com Licenciatura em Língua Portuguesa, uma pes-
tem mais peças teatrais e filmes; visitam quisa que traça o perfil do leitor nesse curso e na
museus e exposições; e são maioria nas
modalidade EAD é extremamente importante com
plateias de espetáculos de dança. Como se
vistas a oferecer dados à coordenação do curso e à
não bastasse, elas ocupam a maioria das
cadeiras nos cursos de humanidades. Na instituição, de modo geral, de modo a pensar políti-
Europa e Estados Unidos, por exemplo, su- cas educacionais que melhorem, ainda mais, a for-
peram os homens na leitura de ficção. (MA- mação destes futuros professores. Assim, ao expor
GALHÃES, 2017) neste artigo o estado da arte da leitura neste curso,
esperamos apresentar demandas que provoquem
Nessa pesquisa internacional, constatou-se
resoluções por parte dos agentes educacionais, no
também que as mulheres ocupam a maior parte dos
sentido de fomentar ainda mais a leitura, de modo a
cursos de humanidades. Na nossa pesquisa local,
construir hábitos que acompanhem a futura prática
percebeu-se também a mesma tendência, pois como
docente destes estudantes.
já mencionado, a predominância no curso de Letras
Polo Picuí, é feminino. Referências

5. Conclusão APPOLINÁRIO, Fábio. Metodologia da Ciência: Filo-


sofia e Prática da Pesquisa. 2.ed. São Paulo: Cenga-
Durante a coleta de dados, enfrentamos di- ge Leraning, 2012.
ficuldades relacionadas com a própria modalidade
CARPENTER, Humphrey. J. R. R. Tolkien: Uma Bio-
do curso EAD. Considerando a exigência ética do grafia. São Paulo: Martins Fontes, 1992
preenchimento do Termo de Consentimento Livre Es-
CARVALHO, Marlene. A Leitura dos Futuros Pro-
clarecido para poder preencher a pesquisa, muitos
fessores: Por Uma Pedagogia Da Leitura No Ensi-
alunos acabam eximindo-se de participar, visto que no Superior. Rio de Janeiro: UERJ, 2002. Disponível
julgam burocrático a impressão, assinatura, e envio em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/
do documento. Isso obrigou-nos a concentrar a co- revistateias/article/viewFile/23905/16878. Acesso
em: 16 jul. 2019.
leta nos encontros presenciais do curso ocorridos
esporadicamente aos sábados, para provas, semi- CASTRO, Fábio. Literatura Censurada Pela Ditadura.
nários interdisciplinares ou minicursos. Ainda assim, Agência FAPESP, 2011. Disponível em: http://agen-
cia.fapesp.br/literatura-censurada-pela-ditadura-e-
não tivemos uma adesão expressiva para aumentar
-tema-de-estudo/148 09/. Acesso em: 10 ago. 2019
o tamanho da amostra.
DESCARTES, René. As Paixões da Alma. São Paulo:
3º SIMPIF

O objeto de estudo ainda será analisado no


Abril Cultural, 1983.
que tange a outros dados obtidos, o que trará ainda
mais contribuições na compreensão do fenômeno FAILLA, Zoara (org.). Retratos da Leitura no Brasil
4. São Paulo: Instituto Pró-Livro, 2016. Disponível
leitura entre os estudantes do curso de Letras, do
em: http://prolivro.org.br/home/images/2016/Re-
IFPB. Os resultados analisados e publicados neste tratosDaLeitura2016_LIVRO_EM_PDF_FINAL_COM_
artigo compõem uma descrição inicial do perfil do CAPA.pdf. Acesso em: 11 ago. 2019
objeto de estudo, merecendo destaque a conclusão

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 960


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

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lo: Cortez, 1989.

FREIRE, Paulo. Considerações em torno do ato de


estudar. In: Ação cultural para a liberdade. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1982.

KLEIMAN, Angela. Texto e Leitor: Aspectos cogniti-


vos da leitura. Campinas: Pontes Editores, 2016.

LAGO, Davi. Retratos da leitura no brasil. Rio de Janei-


ro: G1 Política. Disponível em: https://g1.globo.com/
politica/blog/matheus-leitao/post/2019/01/06/
retratos-da-leitura-no-brasil.ghtml. Acesso em: 11
ago. 2019

MAGALHÃES, Lourdes. Por que as mulheres bra-


sileiras ou francesas leem mais que os homens?
Disponível em: https://blog.saraiva.com.br/por-
-que-as-mulheres-brasileiras-ou-francesas-leem-
-mais-que-os-homens/. Acesso em: 11 ago. 2019

MARIA, Thayane. O livro como instrumento de revo-


lução. Estante Virtual, 2017. Disponível em: https://
blog.estantevirtual.com.br/2017/11/24/10-cita-
coes-de-grandes-autores-sobre-a-leitura/. Acesso
em: 10 ago. 2019

REIMÃO, Sandra. Repressão e resistência: censura


a livros na ditadura militar. São Paulo: Anita Gari-
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Disponível em: http://erevista.unioeste.br/index.
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ZILBERMAN, Regina. A Leitura e o Ensino da Litera-


tura. São Paulo: Contexto, 1988. 3º SIMPIF

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 961


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Cristina Rothier Duarte


O leitor como foco do ensino de
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
literatura: uma proposta de leitura a
Tecnologia da Paraíba partir de “A infinita fiandeira”, de Mia
Maria Betânia Peixoto Monteiro da Couto
Rocha
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba Resumo

Girlene Marques Formiga A partir de perspectivas teóricas que reconhecem o lugar do leitor nos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e estudos literário, surgiu o interesse de pesquisarmos metodologias de
Tecnologia da Paraíba ensino da literatura sob o viés da recepção e do efeito estético, funda-
mentos da leitura subjetiva, cujo papel precípuo é aproximar o leitor
do texto literário. Desse modo, este trabalho, realizado durante inves-
tigações afeitas a projetos de pesquisa no IFPB, tem como objetivo
apresentar os principais conceitos teóricos da Teoria do Efeito Estético
pertinentes a este estudo, realizar um mapeamento da experiência es-
tética a partir da leitura do conto “A infinita fiandeira”, de Mia Couto,
e propor uma sequência didática para leitura literária. Nesse sentido,
utilizamos como aporte teórico Compagnon (2010), Santos (2009) e
Rouxel (2013a; 2013b). Metodologicamente, a pesquisa se classifica, quanto à abordagem, como qualitativa de
cunho analítico-interpretativo. Como resultados parciais, compreendemos que a efetiva formação do leitor lite-
rário – leitor para além do ambiente escolar e mesmo após o término do Ensino Básico – requer procedimentos
metodológicos que ultrapassem o estudo imanentista do texto literário, de modo que também se dê atenção à
experiência pessoal do leitor, enquanto sujeito ativo do processo de interação com texto.

Palavras-chave: Metodologia do ensino de literatura. Leitura literária. Teoria do efeito estético. Mapeamento da
experiência estética. Sequência didática.

Abstract

From the theoretical perspectives that recognize the place of the reader in the literary studies, the interest arose
to research methodologies of literature teaching under the reception bias and the aesthetic effect, foundations
of the subjective reading, whose primary role is to bring the reader closer to the literary text . Thus, this work,
carried out during investigations aimed at research projects at the IFPB, aims to present the main theoretical
concepts of the Theory of Aesthetic Effect pertinent to this study,to carry out a mapping of the aesthetic expe-
rience through the reading of Mia Couto’s short story “A infinita fiandeira” and to propose a didactic sequence for
literary reading. In this sense, we use as theoretical contribution Compagnon (2010), Santos (2009) and Rouxel
(2013a, 2013b). Methodologically, the research is classified, as regards the approach, as qualitative analytical-
-interpretative. As partial results, we understand that the effective training of the literary - reader reader beyond
the school environment and even after the end of Basic Education - requires methodological procedures that
go beyond the imanentista study of the literary text, so that attention is also paid to personal experience of the
reader, as the active subject of the interaction process with text.

Keywords: Methodology of literature teaching. Literary reading. Theory of aesthetic effect. Mapping the aesthetic
experience. Following teaching.

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EDUCAÇÃO E ENSINO

1. Introdução literatura como um instrumento que confere liberda-


de ao homem. Com efeito, à medida que o artista se
Ao relatar depoimentos de literatos consa-
expressa sem obrigatoriamente se submeter à estru-
grados que veem, em sua formação, a importância
tura da linguagem cotidiana – pois sua forma criativa
da Literatura para crianças, Zilberman (2005) apre-
de comunicação artística não está adstrita às regras
senta-nos que Manoel Bandeira “[...] recorda ter sido
da comunicação linguística –, podemos concluir que
apresentado à poesia por intermédio dos contos de
a literatura escapa do óbvio, constituindo-se, por-
fadas, guardando profunda saudade de seus primei-
tanto, como elemento libertador. Essa liberdade, no
ros livros de imagens [...].”, enfatizando, a partir da
entanto, não é restrita ao escritor, alcançando ainda
vivência leitora do escritor, a função que a leitura li-
o leitor, indivíduo que também participa desse pro-
terária desempenhou para a constituição do seu sa-
cesso emancipatório.
ber enquanto poeta que veio a se tornar mais tarde.
Dando continuidade ao tema, a fim de eviden- A riqueza polissêmica da literatura é um
campo de plena liberdade para o leitor, o
ciar a importância da leitura literária desde os pri-
que não ocorre em outros textos. Daí pro-
meiros anos de vida, a autora complementa:
vém o próprio prazer da leitura, uma vez
Reler obras que marcaram as lembranças que ela mobiliza mais intensa e inteira-
de leituras passadas é sinal de que aque- mente a consciência do leitor, sem obrigá-
les livros foram julgados bons. Não quer -lo a manter-se nas amarras do cotidiano.
dizer que isso só ocorra com os escritos (AGUIAR; BORDINI, 1993, p. 15).
que compõem a literatura infantil, pois,
por toda a vida, podemos ser convidados Ademais, a literatura tem a capacidade de
a retomar os textos que vieram a constituir despertar a criatividade, de aguçar o devaneio e de
nossa biblioteca interior, formada por aqui- suavizar a brutalidade do sofrimento diário do ho-
lo que as recordações armazenam. Aque- mem, dessa forma, como enuncia Candido (2011),
les que predominam na primeira década
a literatura é “o sonho acordado das civilizações”,
e meia de vida de cada um são chamados
é direito humano ao passo que “[...] confirma no
literatura infantil. Poder-se-iam definir os
homem aqueles traços que reputamos essenciais,
livros para crianças por essa característica:
são os que ouvimos ou lemos antes de che- como o exercício da reflexão, a aquisição do saber,
gar à idade adulta [...]. (ZILBERMAN, 2005, a boa disposição para com o próximo, o afinamento
p. 10-11). das emoções [...].” (CANDIDO, 2011, p.182).
Assim, negar a leitura literária, sonegar o
Diante das palavras de Zilberman, percebe-
acesso a essa fonte do que é próprio ao humano, é
mos que a autora aborda a literatura infantil de forma
ignorar o autorreconhecimento, é objetar a subjeti-
ampla, considerando-a como constituída por aque-
vidade. Nesse sentido, Colomer (2007) realça que
les livros “que ouvimos ou lemos antes de chegar à
“[o] texto literário ostenta a capacidade de recon-
idade adulta” (2005, p. 11) e nos marcam, contri-
figurar a atividade humana e oferece instrumentos
buindo fortemente para a nossa formação enquanto
para compreendê-la, posto que, ao verbalizá-la, cria
leitores literários, pois permanece em nós como boa
um espaço específico no qual se constroem e nego-
3º SIMPIF

memória, ensejando releituras e novas leituras.


ciam os valores e o sistema estético de uma cultura.”
Se ler literatura, tendo como fim o desenvol-
(COLOMER, 2007, p. 27).
vimento da criatividade e o estreitamento do vínculo
Notamos, diante das considerações da auto-
com obras literárias, não representa motivo sufi-
ra, que a literatura contribui para a compreensão do
ciente para lê-la, estudiosos como Barthes (1977)
lugar em que o homem se situa por essência, a so-
e Candido (2011), aprofundando-se mais no caráter
ciedade. Mediante sua função simbólica, a literatura
existencial que reside na leitura literária, entendem a
permite ao indivíduo a reflexão sobre sua existência

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 963


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EDUCAÇÃO E ENSINO

e sobre o conjunto de normas e de valores que nor- todológicas na formação docente”, que apresenta
teiam a sociedade, propiciando, por sua vez, o de- como um dos seus objetivos específicos a propositu-
senvolvimento da sua criticidade. ra de procedimentos metodológicos para o texto lite-
Nesse contexto, Colomer ainda acentua que rário como forma de ampliar abordagens adequadas
“[a] educação literária serve para que as novas ge- à formação de leitores da educação básica.
rações incursionem no campo do debate permanen- Diante disso, neste artigo, a fim de contribuir-
te sobre a cultura, na confrontação de como foram mos no sentido de trazer metodologias que busquem
construídas e interpretadas as ideias e os valores favorecer a criação de laços afetivos com a leitura –
que a configuram”. Por conseguinte, ensinar e es- meio efetivo de ser formar o leitor literário (ROUXEL,
tudar literatura consistem em “[...] desenvolver uma 2013a), visamos a apresentar os principais concei-
capacidade interpretativa, que permita tanto uma tos teóricos da Teoria do Efeito Estético pertinentes
socialização mais rica e lúcida dos indivíduos como a a este estudo, a realizar um mapeamento da expe-
experimentação de um prazer literário que se cons- riência estética a partir da leitura do conto “A infinita
trói ao longo do processo. O aprendizado, então, se fiandeira”, de Mia Couto, e a propor uma sequência
concebe centrado na leitura de obras.” (COLOMER, didática para leitura literária. Para tanto, utilizamos
2007, p. 29). como aporte teórico Compagnon (2010), Santos
Esses são apenas alguns dos inúmeros mo- (2009) e Rouxel (2013a, 2013b).
tivos que há para se ler literatura, mas, apesar de Metodologicamente, a pesquisa se classifi-
toda a importância que ela assume, o cenário da lei- ca, quanto à abordagem, como qualitativa de cunho
tura do Brasil ainda é insatisfatório. De acordo com analítico-interpretativo. Nosso percurso metodoló-
o PISA 20161 – Programme for International Student gico parte de uma revisão bibliográfica acerca do
Assessment (Programa Internacional de Avaliação aporte teórico que fundamenta a pesquisa, sobretu-
do Estudante), na área de leitura, entre os 70 paí- do, no que diz respeito a estudos da Teoria do Efei-
ses avaliados, o Brasil ficou na 59º posição, sinal de to Estético. Em um segundo momento, realizamos a
que há algo não está funcionando satisfatoriamente leitura do conto “A infinita fiandeira”, de Mia Couto,
no processo de formação de leitores em nosso país, com o fito de realizarmos o mapeamento da expe-
fato que suscita algumas indagações, como: Onde riência estética e registrá-lo de forma descritivo-
estaria a fonte desse problema? Na escola, que não -explicativa, mediante a apresentação dos eventos
garante o lugar da literatura dentro de seus muros? relacionados a essa experiência e seus respectivos
Nas metodologias empregadas pelos professores conceitos segundo Iser (apud SANTOS, 2009), para,
em sala de aula? Nas famílias, que não motivam as por fim, propormos a sequência didática, elaborada
crianças e jovens a lerem? tendo como norte os fenômenos materializados du-
Questões como essas nos impulsionam a rante a interação texto-leitor real.
buscas de respostas com vistas a minimizar esse
2. Concepções teórico-metodológicas
cenário. Para este trabalho especificamente, defini-
mos investigar metodologias que busquem a aproxi- A crítica literária, entendida como “um dis-
mação do leitor ao texto literário. Desse modo, esta curso sobre as obras literárias que acentua a expe-
3º SIMPIF

pesquisa está inserida no contexto da formação ini- riência da leitura, que descreve, interpreta, avalia
cial de professores do curso de licenciatura em Le- o sentido e o efeito que as obras exercem sobre os
tras, habilitação em Língua Portuguesa, modalidade (bons) leitores [...]” (COMPAGNON, 2010, p. 21),
EaD, do IFPB, por meio do projeto de pesquisa em tem um percurso marcado pela ênfase dada a um
execução, “Ensino de Literatura: implicações me- dos elementos do processo de comunicação em que
estão inseridos autor, texto, leitor e contexto.
1 Penúltimo PISA. O último, realizado em 2018, terá seus
resultados apresentados somente em dezembro de 2019.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 964


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Se em um dado momento histórico a crítica çou-se apenas sobre os elementos do texto literário
estava interessada em saber o que o “autor quis (e não sobre os do leitor) responsáveis por desenca-
dizer”, noutro era a materialidade textual a respon- dear o “acontecimento” (significação) liberado pela
sável por todas as respostas. Em “O demônio da referida interação.
teoria”, Compagnon (2010) discute as perspectivas Sendo assim o leitor fictício, “correspon-
analíticas adotadas pela crítica literária, assentadas dente ao leitor-modelo de Umberto Eco” (SANTOS,
na própria literatura, no autor ou no mundo. À tríade 2009, p. 96), e também o leitor real são orientados
literatura-autor-mundo (contexto) é acrescentado por quatro perspectivas textuais: a ficção do leitor, a
o leitor como perspectiva analítica, mas tal acrés- perspectiva do narrador, das personagens e do en-
cimo é visto como extremismo, assim como fora o redo. De acordo com Santos (2009, p. 105), “tais
formalismo, já que para Compagnon (2010, p. 137, perspectivas possuem pontos de interseção origina-
grifo nosso) há “de um lado, as abordagens que ig- dos da indeterminação semântica, os lugares vazios.
noram tudo do leitor, e do outro, as que o valorizam, Nenhuma perspectiva por si própria fornece o ponto
ou até o colocam em primeiro plano na literatura, de vista que o leitor deverá assumir”, mas o convida,
identificam a literatura à sua leitura”. É justamente à sua maneira, a preencher esses lugares.
no “lado” das abordagens responsáveis por colocar Wolfgang Iser não se ateve em projetar
o leitor “em primeiro plano na literatura” que está protocolos de leitura que desse conta da análise
a teoria do efeito estético de Wolfgang Iser (apud dos acontecimentos resultantes da interação leitor-
SANTOS, 2009) e, consequentemente, as consi- texto, no entanto, a sua teoria subsidiou pesquisas
derações sobre o leitor subjetivo de Annie Rouxel como as de Santos (2009) e Rouxel (2013a, 2013b),
(2013b). que centralizaram suas atenções nos produtos resul-
Entender a obra literária como resultado da tantes da referida interação. Annie Rouxel (2013b)
interação texto-leitor não é dispensar as peculiari- inquieta-se com as indicações do texto como con-
dades do texto, mas entender que elas se concreti- dutoras de sentido e, assim como Santos (2009),
zam na presença de um leitor implicado. Como tam- deseja saber o que acontece com o leitor real no ato
bém não é dispensar as particularidades do leitor, da leitura.
suas experiências e informações pré-existentes, mas Nas críticas direcionadas à leitura analítica
compreender como tais experiências e informações dos textos literários na escola, Rouxel (2013b, p.
são convocadas no ato da leitura. 195) oferece como alternativa a leitura cursiva, des-
Santos (2009, p. 92) explica que “para des- crita como forma livre, direta e corrente da leitura,
crever o efeito estético é necessário analisar o pro- diferindo da analítica por ser mais rápida e por não
cesso de leitura, uma vez que tal efeito é evidenciado se ater aos detalhes do texto. A leitura cursiva esta-
apenas ao se ler o texto. Descrever o processo de ria preocupada muito mais com a percepção do texto
leitura é, portanto, observar também os processos literário em sua totalidade.
provocados pelos textos literários”. Nesse sentido Santos (2009), por sua vez, parte da teo-
vemos que não há fixação em um dos polos – leitor ria iseriana de interação texto-leitor e a ultrapassa
e texto – mas na interseção entre eles. Quando se quando propõem sua articulação com a teoria vygot-
3º SIMPIF

fala em efeito estético faz-se necessário dois escla- skiana, como forma de alcançar o leitor real, con-
recimentos: 1) o efeito não é exclusivo nem do lei- forme passaremos a ver no mapeamento realizado
tor nem do texto e 2) “o adjetivo estético indica as mediante leitura literária.
propriedades imaginativas e perceptivas do leitor” Realizada revisão bibliográfica acerca da fun-
(SANTOS, 2009, p. 93). damentação teórica que embasa nossa pesquisa, a
Ainda que o processo de leitura se dê na inte- seguir apresentaremos o mapeamento da experiên-
ração texto-leitor, Iser (apud SANTOS, 2009) debru- cia estética realizada a partir da interação com o con-

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 965


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EDUCAÇÃO E ENSINO

to “A infinita fiandeira”, de Mia Couto. Por oportuno, mos, ao preencher o vazio, segundo Santos (2009)
sempre que necessário recorremos aos conceitos dos apoiada em Iser, a configuração da negatividade.
fenômenos estéticos vivenciados durante a leitura. Conforme descreve Santos (2009, p. 114-115), a
A escolha do conto “A infinita fiandeira”, de estrutura de negatividade presente nos textos ficcio-
Mia Couto, teve uma dupla motivação neste trabalho: nais possuem três aspectos fundamentais: 1) “por
demonstrar o resultado do mapeamento estético do ser o ‘nada’ entre as posições, a negatividade pode
texto, bem como revelar a polissemia de um texto assumir diversas tarefas simultaneamente, possi-
considerado literário de boa qualidade. bilitando a compreensão tais posições”; 2) a nega-
tividade pode determinar e superar deformações
3. Mapeamento estético do conto “A infinita
enquanto medeia a apresentação e a recepção; e 3)
fiandeira”, de Mia Couto
exige que o leitor posicione-se no texto e determine
De acordo com o que anunciamos anterior- um sentido para ele.
mente, nesta seção apresentamos um mapeamento A resposta ao vazio, como podemos observar,
da experiência estética vivenciada durante o pro- se dá mediante o movimento do processo protensão
cesso de interação do leitor com o texto literário, a e retenção. O leitor, à medida que vai lendo o texto,
partir do que foi proposto por Santos (2009). Consi- retém em sua memória, informações pertinentes à
deramos como mapeamento o detalhamento do pro- compreensão da leitura (retenção), e ao se deparar
cessamento da leitura em nível cognitivo realizado com a temática novamente (protensão), num proces-
mediante a utilização de conceitos desenvolvidos so de seleção, agrega tais informações, construindo
por Iser em seus estudos da Teoria do Efeito Estéti- sentido para sua leitura.
co. Com efeito, para este trabalho utilizamos os se- Ainda no primeiro parágrafo surge mais um
guintes fenômenos assentados na mencionada teo- vazio: suas teias eram “[...] de todos os tamanhos
ria: vazio, retenção e protensão, looping, e quebra da e formas. [...] mas não lhes dava utilidade.” (AIF,
good continuation, para o estudo do conto “A infinita 2009, p. 73),2 então, para que ela faz teias?
fiandeira”, de Mia Couto, objeto da nossa proposta A leitura do segundo e terceiro parágra-
de sequência didática. fos não nos permite a elaboração de uma resposta
Os vazios textuais, como descreve Santos para este vazio, mediante o mesmo movimento de
(2009, p. 111), “são constituintes do texto, deri- protensão e retenção, já mencionado. Em resposta
vados de pontos de indeterminação textual”, que à incompreensão da mãe, revela: “– Não faço teias
devem ser preenchidos pelos leitores. O leitor, ao por instinto./ – Então, faz porquê?/ – Faço por arte.”
preencher os vazios, conecta-se ao sentido dado (AIF, 2009, p. 73-74). Frente à resposta lacônica, a
pela interação texto-leitor. Nessa perspectiva, no reação da mãe e do pai é descrita na passagem se-
conto “A infinita fiandeira”, o título pode indicar um guinte:
vazio, que se processa em forma de especulação Benzia-se a mãe, rezava o pai. Mas nem
acerca do papel da fiandeira na narrativa, bem como com preces. A filha saiu pelo mundo em ofí-
de suas qualidades: seria uma mulher cujo trabalho cio de infinita teceloa. E em cantos e recan-
é artesanal? Seria ela a protagonista na narrativa? A tos deixava a sua marca, o engenho da sua
3º SIMPIF

presença do adjetivo “infinita” antes do substantivo seda. Os pais, após concertação, a manda-
ram chamar. A mãe: – Minha filha, quando é
“fiandeira” estaria apontando para a sua imortalida-
que assentas as patas na parede? E o pai:
de de modo particular, ou, de modo mais abrangen-
– Já eu me vejo em palpos de mim...
te, para a imortalidade da função de fiandeira?
Adiante, no parágrafo introdutório da narrati-
va, a resposta abrupta de que a fiandeira não é uma
2 Usamos como referência das citações do texto literário
mulher, mas uma aranha que confecciona teias. “Te- a forma abreviada AIF (A infinita fiandeira).

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 966


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EDUCAÇÃO E ENSINO

Em choro múltiplo, a mãe limpou as lágri- quebrar a expectativa do leitor, que o conto em aná-
mas dos muitos olhos enquanto disse: – Es- lise revela o seu potencial literário.
tamos recebendo queixas do aranhal.
Desiludidos com a atitude incomum ao mun-
– O que é que dizem, mãe? – Dizem que isso
do das aranhas, os pais tomam uma segunda atitu-
só pode ser doença apanhada de outras
criaturas. (AIF, 2009, p. 74).
de, reclamam do comportamento humano da filha,
e, consultando o Deus dos bichos, pedem que a tor-
Como podemos perceber, o fato de a aranha nasse humana.
não seguir os padrões da espécie era causa de des-
E assim sucedeu: num golpe divino, a ara-
gosto dos pais e discriminação da comunidade das
nha foi convertida em pessoa. Quando ela,
aranhas. Os pais, em busca de uma solução, suge-
já transfigurada, se apresentou no mundo
rem um namorado para aranhinha, certos de que aí dos humanos logo lhe exigiram a imediata
estava o seu problema. identificação. Quem era, o que fazia? – Faço
De acordo com o narrado anteriormente, às arte. (AIF, 2009, p. 75).

aranhas é dada a genética para construir teias que


A sequência lógica dos acontecimentos permi-
funcionam fatalmente como “lençóis de núpcias
te ao leitor elaborar um sentido consoante à adequa-
e armadilha de caçador” (AIF, 2009, p. 73). Nesse
ção da ex-aranha ao novo universo do qual agora fa-
momento, a narrativa dá ao leitor a possibilidade de
zia parte, mas ocorre a quebra da good continuation,
construir pelo menos duas sequências: de a aranha
posto a sua rejeição entre os humanos por ser artista:
acasalar e, após o ato, exterminar o parceiro ou não.
Caso a personagem siga o primeiro caminho, ocor- – Arte?

rerá, em experiência estética do leitor real, a quebra E os humanos se entreolharam, intriga-


dos. Desconheciam o que fosse arte. Em
da good continuation, pois é a segunda possibilidade
que consistia? Até que um, mais-velho, se
– a de não devorar o parceiro – que se configura:
lembrou. Que houvera um tempo, em tem-
[...], ao invés de devorar o singelo namora- pos de que já se perdera memória, em que
dor, a aranha namorou e ficou enamorada. alguns se ocupavam de tais improdutivos
Os dois deram-se os apêndices e dançaram afazeres. Felizmente, isso tinha acabado,
ao som de uma brisa que fazia vibrar a teia. e os poucos que teimavam em criar esses
Ou seria a teia que fabricava a brisa? pouco rentáveis produtos – chamados de
A aranhiça levou o namorado a visitar a obras de arte – tinham sido geneticamente
sua colecção de teias, ele que escolhesse transmutados em bichos. Não se lembrava
uma, ficaria prova de seu amor. (AIF, 2009, bem em que bichos. Aranhas, ao que pare-
p. 74) ce. (AIF, 2009, p. 75).

Como revela Santos (2009, p. 112) o concei- Esse desfecho inesperado possibilita o mo-
to de good continuation é retirado da gestalt e colo- vimento de looping ao leitor, levando-o ao início do
cado como sinônimo de concetabilidade, “indicando texto, permitindo a elaboração de um vazio final: se-
uma ligação consistente de dados da percepção já ria essa aranha um humano artista que foi transmu-
esperada pelo recebedor”. Desta forma, a quebra da tado em aranha devido a sua inadequação social?
3º SIMPIF

conectabilidade implica em suspenção das expecta- Até agora os vazios textuais estavam sendo
tivas da good continuation. Outrossim, “[s]e os va- apresentados no nível semântico do texto. Nesse
zios são responsáveis pela interrupção da good con- nível de análise, o leitor é capaz de gerar sentido
tinuation, originando uma condição para a formação para as imagens suscitadas por meio, por exemplo,
de uma nova imagem, então eles ganham relevância de metáforas e analogias. Um nível mais elevado de
estética” (SANTOS, 2009, p. 112). É também por apreensão da leitura é o pragmático, em que se in-
vestiga o dito nas entrelinhas do texto.

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No conto “A Infinita fiandeira”, o leitor se de- da leitura dá sentido aos textos de ficção.” (SANTOS,
para com o dito: a aranha é excluída do “aranhal” e 2009, p. 92). E como objetivo mediato dar voz ao lei-
passa a existir, ainda como artista, no mundo huma- tor, deixando de dar prioridade às análises imanen-
no. Mas, por debaixo do que está sendo apresenta- tistas, com o intuito de tornar a leitura literária mais
do, existem informações que precisam ser escava- atraente, haja vista as possibilidades de sentido que
das pelo leitor. Retomando a ideia de negatividade lhe confere o texto.
− que, de acordo com Santos (2009, p. 114), pode A proposta tem duração de 2 (duas) aulas,
ser compreendida como “a duplicação do texto for- em torno de 1(uma) hora cada uma, e utiliza como
mulado pelo que não está sendo formulado” ou, nas material o texto literário, post-it e caneta para os re-
palavras do próprio Iser (1999a, v.2, p. 191 apud gistros da experiência estética.
SANTOS, 2009, p. 114), “sendo o não dito, ela cons- Antes da leitura, o professor demonstrará,
titui o dito”, − ressaltamos a presença de um debate por meio de outro conto, como aconteceu sua ex-
que pode, ou não, ser vivenciado pelo leitor em posi- periência estética. Nessa fase, não há necessidade
ção de implicitude em relação ao texto. de conceitualização, como demonstramos na seção
Ao trazer a ideia de uma comunidade de ara- anterior. Cabe ao professor apenas demonstrar os
nhas, regida por regras rígidas, em que toda a ação fenômenos, de modo que os alunos possam perceber
– particular ou coletiva – deveria resultar em produ- como ele acessou os sentidos construídos durante
to útil e que em tal comunidade não haveria lugar sua leitura.
para expressões artísticas, o leitor passa a construir Em seguida, partindo para o conto “A infinita
um dito a partir do não dito: o sistema capitalista fiandeira”, o professor realizará a leitura em voz alta
não prevê espaço para a arte e para o artista. A afir- com os alunos acompanhando em leitura silenciosa,
mação extraída dessa inferência é logo confirmada e, posteriormente, os conduzirá com questionamen-
quando a aranha é transmutada para a forma hu- tos relacionados ao texto, concedendo-lhes pausa
mana e continua a se vê imersa numa sociedade que para os registros nos post-its:
igualmente rejeita a produção de “pouco rentáveis 1. (Ao ler o título) O título lhe permite saber quem é
produtos”. esta fiandeira? Para você, como é esta fiandeira?
Realizado o mapeamento, na próxima seção, 2. (Ao ler o primeiro parágrafo) Sua inferência foi
propomos uma sequência didática, elaborada tendo confirmada ou negada? Explique como você
como norte os fenômenos materializados durante a chegou a essa resposta?
interação texto-leitor real. 3. (Ao ler a passagem que os pais decidem que a
aranha precisa de um namorado). A protago-
4. Sequência didática: uma proposta de leitura
nista não se encaixa nos padrões de seu meio,
literária
então os pais lhe arrumam um namorado. O que
A partir do mapeamento da experiência es- você acha que vai acontecer com ele?
tética que elaboramos, trazemos uma sequência di- 4. (Ao ler a passagem seguinte) O que você imagi-
dática, que pode ser implementada tanto nos anos nou foi confirmado ou não? Como você chegou a
finais do Ensino Fundamental quanto no Ensino Mé- esse sentido? Quais informações você confron-
3º SIMPIF

dio. tou?
É importante ressaltarmos que esta sequência 5. (Ao ler o excerto em que o Deus transformou a
tem como objetivo imediato proporcionar aos alunos aranha em humana) A aranha foi transformada
o conhecimento acerca da construção de sentido do em humana. Você acha que ela agora será aceita
texto literário mediante sua experiência estética; em entre os seus?
outras palavras, por esta sequência o leitor poderá 6. (Após ler o desfecho do conto) Suas impressões
conhecer o que acontece consigo “quando através foram confirmadas? Descreva como ocorreu em

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sua mente ao saber o que aconteceu com a pro- duzir a uma leitura analítica, em que são ressaltados
tagonista. aspectos do texto literário como: tipologia do nar-
Após a leitura conduzida pelo professor, os rador, características dos personagens, intenção do
alunos compartilharão suas experiências, a fim de autor, tempo, espaço e demais categorias inerentes
fazer notar que pode existir múltiplas leituras do tex- à literatura. Tais questionamentos, por conseguinte,
to literário, cabendo ao professor, contudo, mediar facilitam a inscrição do sujeito no ato de leitura: seus
possíveis desvios na construção de sentido do texto pontos de vista são fundamentais para a realização
literário. do texto literário. Como dissemos, é o leitor quem
A avaliação consistirá em verificar se o obje- preenche os vazios textuais e dão sentido a ele.
tivo imediato da sequência foi alcançado, no intuito Priorizar o leitor não é o mesmo que des-
de aperfeiçoar o método de ensino de literatura em prezar a literatura, ou, de algum modo, distorcê-la.
próximas leituras. Com a reiteração da prática ao É promover uma relação de implicitude do leitor na
longo das aulas, o professor poderá perceber se os obra literária, em que passam a falar num único tem-
alunos se apropriaram do método, contribuindo para po-espaço: texto e leitor. É preciso entender que o
a aproximação dos alunos ao texto literário. texto literário (o polo artístico), apesar de convocar,
Como podemos perceber, a sequência é me- através de sua estrutura, a presença do leitor (polo
ramente exemplificativa, uma vez que decorre de estético) para que venha fazer sentido, não permi-
uma experiência pessoal de leitura. Não obstante a te que sejam geradas distorções significativas de
subjetividade que permeia os questionamentos des- sentido. Recorrendo à pesquisa de Santos (2009, p.
ta proposta, é possível perceber que toda os ques- 107), podemos refutar possíveis afirmações sobre
tionamentos têm amparo no texto literário, contudo devaneios interpretativos na abordagem defendida
é a perspectiva do leitor que é levada em considera- do texto literário quando ela diz que os fatores sub-
ção, e não a imanência do texto. jetivos influenciam significativamente a maneira de
perceber o elemento textual e o seu contexto, porém
5. Considerações finais
“as leituras meramente subjetivistas ou impressio-
Com o levantamento bibliográfico realizado, nistas, não ancoradas nas estruturas do texto, são
vimos que a teoria do efeito estético coloca-se como descartadas”.
uma inovação ao sugerir o leitor como protagonista Ao escolher um texto para ser lido em sala de
no processo de comunicação em que estão inseri- aula, o professor deve estar atento às possibilidades
dos, além dele, o texto literário, o autor e o contexto. interpretativas do texto. Ou seja, quanto mais vazios
Faz necessário dizer que, embora a teoria iseriana ele contém, maior é a exigência de um leitor impli-
seja a base para a elaboração e implementação de cado na leitura. Um texto sem vazios é um texto sem
práticas de leitura na escola, ela requer a partici- perguntas e sem respostas e, em sendo esse texto
pação de teorias e teóricos complementares, uma levado para a sala de aula, qual papel que teriam o
vez que não alcança o leitor real. No corrente tra- professor e o aluno diante dele? Que possíveis con-
balho, sugerimos o mapeamento estético proposto tribuições daria o leitor?
por Santos (2009), que, levado para a sala de aula,
3º SIMPIF

Referências
ganhou forma com a garantia da participação de
um aluno autônomo em seus processos de escolha, AGUIAR, Vera Teixeira de; BORDINI, Maria da Glória.
Literatura: a formação do leitor, alternativas meto-
como prevê Rouxel (2013a, 2013b).
dológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.
Embora as orientações de Rouxel (2013a,
2013b) não tenham sido marcadas na proposição da BARTHES, Roland. Aula. Tradução de Leyla Perrone-
-Moisés. São Paulo: Cultrix, 1977.
sequência didática, elas são inferidas a partir da per-
cepção de que os questionamentos não buscam con-

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EDUCAÇÃO E ENSINO

CANDIDO, Antonio. Vários escritos. 3. ed. rev. e


ampl. São Paulo: Duas Cidades, 1995.

COLOMER, Teresa. Andar entre livros: a leitura literá-


ria na escola. Tradução de Laura Sandroni. São Pau-
lo: global, 2007.

COMPAGNON, Antoine. O demônio da teoria: litera-


tura e senso comum. Belo Horizonte: Editora UFMG,
2010.

COUTO, Mia. A infinita fiandeira. In:______. O fio das


missangas. São Paulo: Companhia das letras, 2009.

ROUXEL, Annie. Práticas de leitura: quais rumos para


favorecer a expressão do sujeito leitor? Cadernos de
Pesquisa, v. 42, n. 145, p. 272-283, 2013a.

______. O advento dos autores reais. In: ______; LAN-


GLADE, Gérard; REZENDE, Neide Luiza de (Orgs).
Leitura Subjetiva e ensino de literatura. São Paulo,
Alameda, 2013b.

SANTOS, Carmen Sevilla Gonçalves dos. Teoria do


efeito estético e teoria histórico-cultural: o leitor
como interface. Recife: Bagaço, 2009.

ZILBERMAN, Regina. Como e por que ler a literatura


brasileira. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.

3º SIMPIF

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Ana Izabel da Silva Macedo


O perfil do escritor: do livro didático ao
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Enem
Tecnologia da Paraíba

Beatriz Araujo Costa


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba
Resumo
Carolina Nicácia Oliveira da Rocha
[email protected]
Neste trabalho, nosso foco é a prova de redação do ENEM e um livro
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba didático. O livro didático foi escolhido, pois é, às vezes, o único recur-
so utilizado em sala de aula por professores e material de estudo dos
alunos, um dos meios pelo qual discentes preparam-se para realizar
o ENEM. Entretanto, o número de zeros na redação aumenta a cada
ano, então, buscaremos analisar a concepção de escrita presente em
um livro didático e no exame do ENEM e identificar que tipo de escri-
tor o livro forma e qual o ENEM requer na sua prova. Esta pesquisa
é descritiva, de cunho interpretativo, uma vez que descreve e analisa
dados para obter resultados. O livro e a prova de redação do ENEM
2017 constituem o corpus desta pesquisa. A análise será respaldada
na teoria de concepção de escrita apresentada por Sercundes (1994) e por Bronckart (1999). Ao apresentar
características do gênero, estudo da temática e trabalho com reescritura, pode-se dizer que o livro cumpre
a função de buscar formar indivíduos capazes de elaborar o texto solicitado pelo exame, porém acredita-se
que apenas trabalhar com o gênero em uma única unidade é parece insuficiente para a aquisição de uma boa
nota do exame seletivo. Conclui-se ainda que, apesar de não trabalhar com a reescritura, próprio do evento
processo seletivo, o ENEM também aborda a concepção de escrita como processo.

Palavras-chave: ENEM, Livro didático, Escrita.

Abstract

In this research, our focus is the writing part of ENEM’s test and a textbook. The textbook was chosen because
it sometimes is the only resource used by teacher in the classroom and it also is the student’s study material,
one of the means which they prepare themselves for ENEM. However, the number of zeros in the writing part in-
creases every year, so, we’ll try to analyze the conception of write presented in school books and on ENEM exam,
we will also try to identify what kind of writer the book shapes and which one the ENEM is looking for. This is a
descriptive research, and also interpretative, once it describes and analyses data to obtain results. The book
and the writing part of 2017’s ENEM constitute this essay’s corpus. The analysis will base itself on the theory of
conception of writing presented by Sercundes (1994) and by Bronckart (1999). By presenting the characteristi-
cs of genre, study of the subject and rewriting work, we can tell that the book does its function of trying to create
individuals capable of elaborating a text requested by exam, but it’s believed that only working with the genre
in a unite only is insufficient to acquire a good grade on the exam. It’s concluded that, besides not interrupting
the rewriting, present in the selective process, the ENEM also approaches the conception of writing as process.

Key-words: ENEM. Textbook. Writing

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1. Introdução cujo produtor deveria expressar-se de maneira cria-


tiva (cf. B. MARCUSCHI & LEAL, 2009). Nos anos
Ensinar a escrever sempre foi um grande de-
de 1980, acredita-se que só se escreve bem sobre
safio e por isso sempre estão surgindo teorias/con-
aquilo de que se tem domínio; estabelece-se, partir
cepções para superar. A escrita já foi entendida como
de então, uma íntima relação entre bom texto e boa
dom – vista como produto –, como consequência e
reflexão. Na década de 1990, Geraldi publica o livro
como trabalho (cf. SERCUNDES, 1994) - vista como
O texto na sala de aula, e a partir dele começa ques-
processo. Nessa concepção de processo, estão pre-
tionamentos sobre a abordagem do texto em sala de
sentes os gêneros textuais. Este trabalho, decorren-
aula. Alguns desses questionamentos dizem respeito
te de um projeto de iniciação científica, dedica-se a
à importância do texto do aluno que, segundo Jesus
olhar para a seção de escrita do texto dissertativo de
(1998, p. 100-1), deveria ter um espaço de circu-
um livro didático, verificando a relação (se há) com a
lação que ultrapassasse a relação professor-aluno,
dissertação solicitada pelo Exame Nacional do Ensi-
uma vez que aquele só corrigia aspectos linguísticos
no Médio (ENEM). Assim, nosso objetivo é identificar
da produção do discente. Diante disso, o texto seria
e analisar a concepção de escrita presente no ENEM
escrito a partir de um projeto com o objetivo de cir-
e nas seções destinadas à escrita no livro didático de
cular, por exemplo, em algum jornal, revista, mural
3º ano do ensino médio, da escola pública estadual.
e, assim, a correção do professor passaria a consi-
Neste artigo, iremos considerar a dissertação
derar o objetivo e o público-alvo do texto. Portanto,
como um gênero escolarizado (KOCH, 2002), que é
foi nessa década que houve o primeiro avanço na
limitado ao contexto da escola, por isso sua desig-
discussão sobre a produção de textos, que só che-
nação como “dissertação escolar”, mas que ganhou
gou aos livros didáticos no século XXI quando essa
um novo espaço: a dos vestibulares. Essa prática se
nova concepção passou a ser critério de avaliação
justifica pelo entendimento de que, ao produzir uma
no Programa Nacional do Livro e do Material Didático
dissertação, o aluno deve exercitar algumas capaci-
(PNLD). 
dades fundamentais ao seu desenvolvimento como
No final do século XX, a noção de gêneros
produtor de textos em uma sociedade letrada e à
textuais vem à tona e com ela a ideia de que se ensi-
construção de uma postura crítica diante da realida-
na e se aprende através dos gêneros. A escrita passa
de. Pela leitura de uma dissertação, é possível ava-
a ter condições indispensáveis para sua produção
liar a capacidade do aluno de se posicionar diante
(BRONCKART, 1999).  Esse autor, por exemplo, nos
de um tema, de selecionar e expor argumentos con-
diz que os textos são materializações de um gênero
sistentes e coerentes com o ponto de vista definido,
e concretizam ações de linguagem. Estas, por sua
e de escrever de modo formal, usando, para isso, a
vez, ocorrem segundo um contexto de produção (o
norma culta da Língua Portuguesa.
lugar, o momento de produção, os interlocutores fí-
Sobre o gênero ter circulação restrita à esfera
sicos e os papéis sociais) e um conteúdo temático.
escolar e aos exames seletivos, essa particularidade
Esses conceitos, segundo Reinaldo (2001), apresen-
está relacionada ao fato de que, ao produzir uma dis-
tam-se como fundamentais para o ensino, a fim de
sertação, o estudante deve demonstrar domínio de al-
que o aluno escreva com noções claras de quem é o
3º SIMPIF

gumas competências linguísticas fundamentais, cujo


receptor do seu texto e em que ambiente e suporte
desenvolvimento deve ser feito ao longo dos anos
circulará. 
escolares, para o professor ou à banca avaliadora.
Essas noções para a dissertação escolar são
2. Referencial teórico o que problematiza a sua caraterização enquanto
gênero, pois, quando é produzida na escola, esse
Na década de 1970, o ato de escrever era
texto só é lido pelo professor e, quando é produzido
visto como um esforço individual de comunicação
nos exames de seleção para as universidades, ape-

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nas os avaliadores leem o texto. No entanto, isso não modifica e interpreta o mundo em que ele se encon-
o descaracteriza enquanto gênero, pois, segundo tra.” A pesquisa qualitativa está mais relacionada ao
Souza (2003, p. 73), atende a uma demanda social levantamento de dados e tenta compreender e inter-
e sua função é “fundamentalmente, comprovar a pretar comportamentos, opiniões dos indivíduos de
competência linguístico-discursiva do indivíduo, seja alguma população.
ele candidato a uma vaga na Universidade ou a uma Na nossa pesquisa, tentaremos compreender
empresa pública ou privada, que julgue essa com- e interpretar a concepção de escrita, e, através das
petência necessária ao desempenho profissional de análises necessárias, descobrir se o livro didático
seus funcionários.”. Além disso, segundo essa auto- está fazendo do aluno realmente um escritor, para
ra, a escola deve “valorizar o propósito comunicativo realizar a prova de redação do ENEM.
do gênero dissertação, mesmo que sua recepção se
4. Resultados da pesquisa
restrinja ao contexto da sala de aula ou da própria
instituição.” (p. 73)
Concepção de escrita adotada no livro didático e
No ENEM, a banca que elabora a produção
na prova de redação do ENEM
textual apresenta as seguintes condições de pro-
dução: definição do gênero – texto dissertativo-ar- A prova de redação do ENEM trabalha com a
gumentativo que deve ser estudado previamente, concepção de escrita enquanto processo. O gênero
seja na escola com o professor ou em casa com a a ser solicitado já é previamente sabido por todos os
cartilha do participante disponibilizada todo ano no candidatos, que deverão elaborar um texto disserta-
site do Inep –; o tema – a prova traz em média três tivo-argumentativo. Sua estrutura é definida na car-
textos que abordam o tema, pois acredita-se que o tilha do participante disponibilizada no site do Inep
candidato precisa ler sobre para ter o que escrever (2017) e contém as seguintes informações:
–; o público-alvo – professores da Língua Portuguesa
a proposta exige que o participante escre-
que irão avaliar seu texto –; o objetivo – demonstrar
va um texto dissertativo-argumentativo,
a competência linguístico-discursiva. 
que é o tipo de texto que demonstra, por
meio de argumentação, a assertividade de
3. Método da pesquisa
uma ideia ou de uma tese. É mais do que
Esta é uma pesquisa documental, pois está uma simples exposição de ideias; por isso,

limitada, principalmente, aos documentos escritos, você deve evitar elaborar um texto de ca-
ráter apenas expositivo, devendo assumir
que, no nosso caso, são o livro didático e a prova
claramente um ponto de vista. Além disso,
de redação do ENEM 2017. O critério de escolha do
é preciso que a tese que você irá defen-
livro didático foi o utilizado em escolas estaduais, e der esteja relacionada ao tema definido na
a prova ser do ano de 2017 foi devido ao projeto de proposta. (INEP, cartilha do participante,
pesquisa – ao qual este artigo está vinculado – esta- 2017, p. 13)
va em vigência.
Há ainda exemplares desse gênero na cartilha
Ela também é uma pesquisa descritiva, de
que o estudante pode ler e analisar como se apre-
cunho interpretativo (cf. ANDRÉ, 1995), e qualitati-
3º SIMPIF

senta o ponto de vista, os argumentos em defesa da


va por se preocupar com a descrição, interpretação
tese e a proposta de intervenção, que, embora a soli-
das informações e de como ela será assimilada pe-
citação dessa solução não esteja presente no trecho
las pessoas. Os pesquisadores que usufruem deste
apresentado, ela faz parte da dissertação solicitada
método procuram explicar o porquê das coisas. Na
pelo ENEM, conforme está presente na prova:
abordagem qualitativa, o pesquisador se preocupa,
segundo Moreira e Caleffe (2008, p. 44), “com um
entendimento da maneira pela qual o indivíduo cria,

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Figura 1- Proposta de redação (2017) vadores, quando o candidato deverá articulá-lo com
seu conhecimento prévio, demonstrando que possui
um vasto repertório sociocultural.
No livro didático Língua Portuguesa 31, de
Roberta Hernandes e Vima Lia Martin (2014), análise
que faremos a partir de agora, a concepção de escri-
Fonte: Prova de redação do ENEM 2017 (p. 19) ta presente na seção da produção textual, também é
Após esse estudo prévio sobre o gênero, o a de processo.
participante, no dia da prova, lerá textos sobre a te- Esse livro apresenta 18 capítulos, mas ape-
mática proposta e produzirá sua dissertação no dia nas 3, direcionados à produção textual, que serão
do evento. O estudo do tema, na prova do ENEM, é objeto de nossa análise. Nessa seção do livro, são
feito a partir de pelo menos 3 textos motivadores. O apresentadas estruturas, conceitos, linguagem e, no
candidato terá somente uma chance de escrever seu final, exemplares dos gêneros: conto, ensaio e texto
texto dissertativo-argumentativo, não poderá rees- dissertativo-argumentativo.
crever após a avaliação, pois o evento concurso não Os três capítulos seguem a mesma ordem
permite. No entanto, ele pode reescrever se o escri- de etapas para o estudo do gênero. Inicialmente, é
tor for um sujeito crítico que deixe seu texto “descan- apresentada a definição dos gêneros:
sando”, enquanto responde as questões do ENEM, e Conto:
depois volte para relê-lo com um novo olhar, para “o conto é uma narrativa curta, concentra-
então transcrever para a folha que será avaliado. da, que normalmente focaliza um único conflito.”
O texto motivador I, da prova do ano de 2017, (p.179)
é de área jurídica, em que o participante passará Ensaio:
a conhecer mais sobre as leis em relação ao tema “ o ensaio é um gênero argumentativo no qual
proposto. No texto II, o candidato terá conhecimen- o autor, embora não tenha uma tese pronta, fechada,
tos estatísticos, através de um gráfico do Inep que sobre um determinado assunto, dispõe-se a discu-
apresenta a quantidade de matrículas de surdos na ti-lo com o leitor, levantamento de hipóteses e lan-
educação básica brasileira e na educação especial. çando reflexões originais acerca do tema abordado.”
Com isso, o participante poderá elaborar hipóteses (p.258)
e suposições sobre o porquê dos decréscimos pre- Texto dissertativo-argumentativo:
sentes no gráfico. Já no texto motivador III, a esfera “A dissertação é considerada pelos estudio-
abordada será sobre as dificuldades no mercado de sos do texto como um gênero artificial, circunscrito
trabalho. ao contexto da escola, por isso sua designação como
Após a leitura dos textos motivadores, o can- dissertação escolar” (p.373)
didato deverá construir o seu texto de acordo com a Neste último, por exemplo, são explicadas as
proposta apresentada na prova, em que o aluno terá características de uma dissertação escolar, partindo
de fazer o seu texto seguindo a estrutura do texto da introdução, desenvolvimento e conclusão. A in-
dissertativo-argumentativo e seguir a escrita da mo- trodução é fundamental porque estabelece o primei-
3º SIMPIF

dalidade formal da língua portuguesa. ro contato do leitor com a tese. Já a argumentação


Portanto, a prova de redação do ENEM tra- desenvolvida nos parágrafos seguintes corresponde
balha com as seguintes ideias: definição do gênero a um processo crítico, em que um conjunto de dados
– texto dissertativo-argumentativo; o público-alvo; e é organizado de forma que haja uma reflexão sobre o
o objetivo. Todos esses são pré-conhecidos. O único
1 ALVES, Roberta Hernandes; MARTIN, Vima Lia.; Língua
elemento surpresa da prova é o tema, mesmo assim
Portuguesa 3. 1. Ed. Curitiba: Positivo, 2014.
há a apresentação do tema através dos textos moti-

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tema proposto. Quanto à conclusão, é recomendado Comando 2: Na página seguinte, são apre-
que o aluno retome as ideias mencionadas anterior- sentados três temas. Examine-os aten-
tamente, escolha um deles e elabore um
mente, mas não mencionam que deve ser apresenta-
texto dissertativo com 25 a 30 linhas, no
da uma proposta de intervenção, tal como requisita-
qual você exporá suas ideias a respeito do
do pela prova do ENEM. Assim, esse livro apresenta assunto. (p.376)
as características para qualquer dissertação-argu-
mentativa e não para a que o ENEM requer. Como podemos observar, a escrita é dada
Assim, percebemos que o discente, principal- como processo, pois há o estudo do gênero, do tema
mente o que ainda não conhece, passa a conhecer as e o roteiro avaliativo, sendo avaliado pelo professor
características do gênero estudado. e pelos colegas. Essas são as etapas que Roberta
Em seguida, são apresentados exemplares Alves e Vima Martin (2014) abordam na seção de
desses gêneros. Para o gênero literário, 3 exemplos; produção textual, o que caracteriza a concepção
para o ensaio, 6; e para a dissertação, 1. Com esses de escrita como processo. Vale ressaltar que não é
exemplos, os alunos conseguem visualizar como as possível publicar todos os gêneros produzidos na es-
características, anteriormente estudadas, são colo- cola, pensando no leitor além do professor, por isso
cadas em prática. executar o estudo do tema, do gênero e a rescrita já
Por fim, é sugerida a produção dos gêneros são, na nossa concepção, um processo.
com suas propostas e roteiro de avaliação. Nesses Faz parte do processo de aprendizagem de
roteiros, o aluno recebe orientações de como definir um determinado gênero o contato com outros textos
o que pode ser melhorado na escrita na versão final do mesmo gênero que sirvam de modelos, isso pode
do texto. Veja abaixo algumas dessas orientações: ajudá-lo a ter ideias, construir argumentos, posicio-
(p. 379) nar-se criticamente, mas é importante se familiarizar
• O texto contém introdução, desenvolvimento e com as características próprias da dissertação, len-
conclusão? do textos dessa natureza. Frisamos aqui a disserta-
• As informações apresentadas são suficientes e ção por ser o gênero solicitado no ENEM.
relevantes para a argumentação proposta? Esse exame costuma apresentar como pro-
• As ideias foram registradas de forma clara, coe- posta de escrita a reflexão sobre temas atuais e que
rente e coesa? mobilizam diferentes opiniões. Isso acaba tornando
• Foram observadas as regras da norma-padrão mais desafiadora a elaboração do texto dissertati-
da língua portuguesa? vo-argumentativo, já que o aluno deve analisar o
Há dois comandos para a produção da dis- que é proposto e definir uma posição, com base nos
sertação, que são os seguintes: textos motivadores presentes na prova e, também,
nos seus conhecimentos prévios. É necessário que o
Comando 1: “A quem me pergunta se sou
aluno pense de maneira ética e não preconceituosa.
pessimista ou otimista, respondo que meu
Para garantir a clareza e coerência do seu
conhecimento é de pessimista, mas minha
vontade e minha esperança são de otimis- texto, é necessário um planejamento de ideias que
ta.” (Albert Schweitzer.) serão abordadas. Esse procedimento ajuda a deter-
3º SIMPIF

Diante da atual realidade brasileira, seria minar mais facilmente os argumentos usados e tam-
justificado adotar-se um modo de pensar bém a melhor ordem para apresentá-los. É indicado
semelhante ao do autor da citação?
planejar ainda em detalhes como serão a introdução
Escreva uma redação de caráter disserta-
e a conclusão do texto.
tivo-argumentativo, na qual fique claro seu
ponto de vista sobre essa indagação. Para São apresentadas no livro apenas duas pro-
tanto, procure usar argumentos consisten- postas de dissertações: Proposta 1 - produção de
tes e coerentes. (p.376) dissertação com base em um único texto; Proposta 2

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 975


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- produção de dissertação pela seleção de um tema. e o sobre o gênero, sem desrespeitar os direitos
Nas duas são dados temas, em que o aluno poderá humanos. Por fim, ele tem o direito de citar os tex-
expor suas ideias em, no mínimo, 20 e, no máximo, tos motivadores como base, mas não os copiar, pode
30 linhas escritas. Acreditamos que, durante o ano parafrasear, refletindo sobre o que foi apresentado,
letivo, produzir apenas duas dissertações não torna- sempre indicando a fonte.
rá o aluno apto para produzir um texto nota 1000, No livro didático também são apresentados
tão desejado pelos candidatos. textos motivadores, semelhantes aos que são
A dissertação-argumentativa é um gênero apresentados na prova do ENEM.
que, segundo os autores desse livro didático, em ge- Figura 2 - Livro didático:
ral, tem circulação restrita ao ambiente escolar e aos
exames de seleção, como os vestibulares e o ENEM.
Esse gênero está relacionado ao fato de que, ao pro-
duzir uma dissertação, o estudante deve demonstrar
o domínio sobre a língua culta, cujo desenvolvimento
deve ser promovido ao longo dos anos escolares.
Na prova de redação do ENEM, pede-se aos
alunos que escrevam um texto em prosa, “do tipo
dissertativo-argumentativo”, ou seja, um gênero es-
colar.
Para que o aluno possa se preparar para a
prova do ENEM, esse livro didático apresenta as se-
guintes instruções, a fim de escrever uma redação de
acordo como é sugerido na cartilha do participante:
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço
apropriado.
• O texto definido deve ser escrito à tinta, na folha
própria, em até 30 linhas.
• A redação com até 7 (sete) linhas escritas será
Fonte: Língua Portuguesa, ALVES, Roberta; MARTIN, Vima Lia
considerada “insuficiente” e receberá nota zero. (2014, p.382)

• A redação que fugir ao tema ou não atender ao Figura 3 - Prova de redação (ENEM, 2017)
tipo dissertativo-argumentativo receberá nota
zero.
• A redação que apresentar proposta de interven-
ção que desrespeite os direitos humanos recebe-
rá nota zero.
• A redação que apresentar cópia dos textos da
Proposta de Redação ou do Caderno de Questões
3º SIMPIF

terá o número de linhas copiadas considerado


para efeito da correção. (p. 382-383)
O aluno tem o direito de elaborar o seu ras-
cunho em uma folha separada, para que possa haver
Fonte: Prova de redação do ENEM 2017 (p. 19)
modificações antes de transcrever na folha própria,
com no máximo 30 linhas. A fim de que não haja No final do capítulo do livro didático, na pá-

nota zero, ele deve ter conhecimento sobre o tema gina 383, é apresentado um Roteiro de avaliação, o

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 976


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EDUCAÇÃO E ENSINO

qual é notável o quanto se assemelha com a cartilha Depois de avaliados por um professor e pelos
do participante disponibilizada pelo MEC. colegas, os textos devem ser reescritos e é possível
ROTEIRO DE AVALIAÇÃO organizar uma simulação de banca de correção do
Depois de escrito o texto, troque-o com um ENEM, em que os próprios alunos estejam no lugar
colega. A ideia é utilizar os critérios apresentados, dos avaliadores e expliquem o porquê das notas apli-
a seguir, baseados naqueles usados pelos corretores cadas aos textos. Essa pode ser uma interessante
do ENEM, e analisar o texto recebido, fazendo obser- proposta de preparação para o exame.
vações que possam orientar a reescrita. Neste capítulo fica clara a ideia de escrita
• No texto, a linguagem usada obedece à norma- como processo, pois o aluno tem o contato com o
-padrão da língua portuguesa? gênero, suas características e instruções para escre-
• Houve atendimento à proposta de redação e ver uma redação coerente com o tema proposto e a
aplicação de conceitos das várias áreas de co- oportunidade de reescrever seu texto. No entanto, o
nhecimento para desenvolver o tema, dentro dos aluno deverá, após esse estudo, tentar produzir vá-
limites estruturais do texto dissertativo-argu- rios outros exemplares se almeja adquirir uma exce-
mentativo? lente nota no exame, uma vez que produzir apenas
• Informações, fatos, opiniões e argumentos em os solicitados pelo livro didático não o fará um escri-
defesa de um ponto de vista foram selecionados, tor proficiente.
relacionados, organizados e interpretados? Para toda produção de texto dissertativo-
• Demonstrou conhecimento dos mecanismos lin- -argumentativo, é necessário seguir um roteiro de
guísticos para a construção da argumentação avaliação para que os erros sejam corrigidos e sua
(paragrafação, uso de conectivos adequados, redação fique clara e coerente, é uma forma de se
etc.)? preparar para o ENEM e logo em seguida tentar al-
• Elaborou uma proposta de intervenção social cançar a nota máxima na prova de redação.
que demonstrou respeito aos direitos humanos e
5. Conclusão/Considerações
à diversidade cultural?
Na cartilha do participante (2017, p. 8) há o Podemos dizer que a concepção de escrita
seguinte texto: presente, tanto no ENEM quanto nos livros, é a da
Figura 4 - Competências avaliadas escrita como processo, uma vez que nosso corpus a
escrita é trabalhado com atividades prévias e, no li-
Competências avaliadas
vro didático, pós ao processo de escrever. Já a prova
Competência 1 Demonstrar domínio da modalidade es-
crita formal da Língua Portuguesa. do ENEM não é permitida reescrever, por ser próprio
Competência 2 Compreender a proposta de redação da situação.
e aplicar conceitos das várias áreas de
Em relação à concepção de escrita, concluí-
conhecimento para desenvolver o tema,
dentro dos limites estruturais do texto mos que o livro didático prepara, em parte, – pois é
dissertativo-argumentativo em prosa.
solicitado poucos exemplares – o aluno através do
Competência 3 Selecionar, relacionar, organizar e in-
terpretar informações, fatos, opiniões roteiro de avaliação e dos textos motivadores, pois
e argumentos em defesa de um ponto eles têm o objetivo de auxiliar o estudante a garan-
3º SIMPIF

de vista.
tir um texto articulado, claro e coerente. De acordo
Competência 4 Demonstrar conhecimento dos meca-
nismos linguísticos necessários para a com o que foi analisado, o que difere o livro didático
construção da argumentação.
da prova de redação do ENEM ou de qualquer outro
Competência 5 Elaborar proposta de intervenção para
o problema abordado, respeitando os exame de seleção é a reescritura.
direitos humanos O ENEM e os livros didáticos requerem um
Fonte: cartilha do participante Inep (2017, p. 8) sujeito crítico que sabe articular seus conhecimen-
tos adquiridos na escola e na vida (social e virtual)

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com o texto produzido em sala de aula e no dia da KOCH, Ingedore Villaça. Desvendando os segredos
prova. Essa articulação deve ser demonstrada com do texto. São Paulo: Cortez, 2002.
a utilização do vasto repertório sociocultural na ar-
MARCUSCHI, L.A. Produção Textual, análise de gê-
gumentação do texto dissertativo-argumentativo. O
neros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008
candidato também deve demonstrar outros conhe-
cimentos no momento de produzir a conclusão do MARCUSCHI, Elizabeth & LEAL, Telma Ferraz. Produ-
texto, pois o ENEM solicita que seja apresentada so- ção de textos escritos: o que ensinam os livros didá-
lução para o problema desenvolvido no decorrer da ticos do PNLD 2007. In: ROJO, R & COSTA VAL (orgs).
Os livros didáticos de Língua Portuguesa no PNLD
produção.
2007. Belo Horizonte: Autêntica, 2009, p. 127-150.
Seria didático e interessante que os profes-
sores, em sala de aula, trabalhassem as competên- MOREIRA, H.; CALEFFE, L. G. Metodologia para o pro-
cias exigidas pelo exame nacional, – as quais estão fessor pesquisador. 2ª. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2008.
presentes na cartilha do participante –, bem como
REINALDO, Mª.A.G.M. A orientação para Produção de
solicitassem mais exemplares do texto dissertati-
Texto. In: DIONISIO, A.; BEZERRA, Mª. A. O livro didá-
vo-argumentativo. Essas ações podem contribuir
tico de português: múltiplos olhares. Rio de Janeiro:
com a percepção do aluno sobre o que é avaliado no
Lucerna, 2001, p. 87-100.
exame e como eles podem avaliar seu próprio texto,
assim como dar mais confiança à escrita do próprio RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e
discente. técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

Referências SCHNEUWLY & DOLZ. Os gêneros escolares: das


práticas de linguagem aos objetos de ensino. In:
ALVES, Roberta Hernandes; MARTIN, Vima Lia.; Lín- _____ Gêneros orais e escritos na escola. Campinas,
gua Portuguesa 3. 1. Ed. Curitiba: Positivo, 2014. SP: Mercado de Letras,1999.

ANDRÉ, M. E. D. A. Fundamentos da pesquisa etno- SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia Cien-
gráfica. In.: ______ Etnografia da prática escolar. tífica: a construção do conhecimento. 3ª ed. Rio de
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BRONCKART, Jean-Paul. As condições de produção SERCUNDES, Maria Madalena Iwamoto. (1994). En-
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3º SIMPIF

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Paulo: Cortez, 1998.

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Igor Kleyton Souza de Pontes


O uso da realidade virtual como recurso
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
pedagógico para o ensino de biologia
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo numa escola pública em Cabedelo - PB
Eloyza Pontes Lima
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo
Resumo
Evelyn Moreira Dias Gonzalez
[email protected] Nos últimos anos, a utilização da Realidade Virtual (RV) como facili-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo tadora no processo da aprendizagem está se intensificando. Na edu-
cação, os recursos tecnológicos têm apresentado um crescimento
Rodrigo de Oliveira Santos
[email protected] significativo em práticas docentes, sendo o uso da RV um auxílio na
Instituto Federal de Educação, Ciência e construção do conhecimento dos estudantes, tornando-os sujeitos
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo
ativos. Logo, este trabalho objetivou analisar o uso dos Óculos de
Me. Lucyana Sobral de Souza RV para visualização do interior da célula animal e vegetal buscando
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e facilitar o processo de ensino-aprendizagem, em turmas do 1º e 2º
Tecnologia da Paraíba - Campus Cabedelo ano do ensino médio em uma escola pública localizada no município
de Cabedelo-PB. Com isso, utilizamos como instrumento de pesquisa
a utilização da RV e aplicamos um questionário para captar elementos
que subsidiassem um feedback sobre o uso da ferramenta no ensino de Biologia. Os resultados percebidos
foram extremamente satisfatórios, pois pudemos observar que o uso da RV permitiu uma maior participação,
interatividade e envolvimento dos alunos de forma ativa nas interações visuais aguçando a curiosidade em
relação aos conteúdos estudados e ao ensino da Biologia. Além disso, a RV permitiu a inovação em sala de aula
com novas abordagens pedagógicas e instigantes.

Palavras-chave: Realidade Virtual. Educação. Ensino de Biologia. Células. Aprendizagem.

Abstract

In recent years, the use of Virtual Reality (VR) as a facilitator in the learning process is intensifying. In educa-
tion, technological resources have shown significant growth in teaching practices, being a possibility of strategy
that assists the construction of students’ knowledge, making them active subjects. Therefore, this work aimed
to use the Virtual reality goggles to visualize the interior of the animal and plant cell seeking to facilitate the
process of teaching-learning, in classes of the 1st and 2nd year of high school in a public school located in the
municipality of Cabedelo-PB. With that, the results obtained through the application of VR was extremely satis-
factory, since it enabled participation, interactivity, the involvement of students actively, visual interactions and
sharpened curiosity in relation to the contents studied. Moreover, that VR allowed innovation in the classroom
with new pedagogical and instigating approaches.

Keywords: Virtual Reality. Education. Biology Teaching. Cells. Learning.

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1. Introdução exemplo. Outros autores que corroboram com esse


argumento são Linhares e Taschetto (2011) que di-
A tendência pedagógica tradicional ainda é
zem que, mesmo que a célula tenha dimensões ex-
realidade na maioria das escolas de educação bá-
tremamente pequenas, o que acaba fazendo com
sica. No entanto, estudos apontam para uma pers-
que o assunto dependa da abstração do aluno, são
pectiva de renovação das estratégias metodológicas
necessárias outras formas de apresentar o conteúdo
que possam viabilizar uma maior participação dos
para que o estudante possa se interessar e reconhe-
alunos, visto que um ensino focado apenas em quem
cer a importância desse estudo para o entendimento
ensina, desconsiderando quem aprende, pode tra-
da vida, haja vista a quantidade de organelas e fun-
zer sérios problemas à aprendizagem como afirmam
ções específicas de cada célula no nosso organismo.
Ferreira et al. (2013):
Nesse aspecto, o ensino de Biologia possui
este uso de estratégias tradicionais, por uma função social que amplia a compreensão dos
vezes, provocam uma série de problemas indivíduos sobre a organização biológica, uma vez
de aprendizagem agravados, na medida em
que cada pessoa ocupa um espaço na natureza e na
que os alunos, muitas vezes, não encon-
sociedade (KRASILCHIK, 2004).
tram significado nas aulas que são obriga-
Umas das estratégias para melhorar a com-
dos a frequentar diariamente.
preensão desse conteúdo é o uso da Realidade Virtual
Portanto, o professor precisa trabalhar com (RV) através dos Óculos de Realidade Virtual. A RV é,
metodologias diferenciadas, proporcionando aulas
uma técnica avançada de interface, na qual
que aguçam o interesse e a curiosidade dos alunos,
o usuário realiza imersão (estar dentro do
haja vista que os processos de ensino aprendizagem ambiente), navegação e interação em um
têm de ser dinâmicos e multidirecionais (FERREIRA ambiente resumidamente tridimensional
et al., 2013). (BRAGA, 2001).
Ao refletir sobre os processos de ensino e
A mesma autora afirma ainda que, devido ao
aprendizagem de Ciências e Biologia, Campos et al.
avanço tecnológico na área de comunicação e infor-
(2003) aponta que, ainda hoje, estes sofrem abor-
mação, houve ampliação da RV, beneficiando outras
dagens tradicionais do processo educativo, mesmo
áreas do conhecimento como a Educação. Na área
contendo conteúdos abstratos e, na maioria das ve-
da Educação, Mariluci Braga (2001) diz que a RV é
zes, de difícil compreensão. Um desses conteúdos é
um fantástico recurso pedagógico, pois nos permite,
o do estudo das células, que traz consigo:
através da imersão já mencionada, chegar a lugares
conceitos, hipóteses, fenômenos e teorias que jamais pensaríamos ir, proporcionando expe-
que são de difícil compreensão pelos alu-
riências fantásticas aos alunos.
nos por exigir uma capacidade de entendi-
Realidade virtual pode ser considerada como
mento complexa, o que necessita de maior
uma ferramenta para visualizar, manipular, explorar,
aprofundamento, e ainda, requerer um
grande poder de abstração dos mesmos. interagir e modificar, por meio do computador, dados
(DANTAS et al., 2016). complexos de uma forma natural, muito semelhante
3º SIMPIF

ao que se faria no caso da ação sobre o dado real


Os mesmos autores afirmam ainda que é ne-
(Kirner e Tori, 2004).
cessário que o professor desenvolva diferentes es-
A utilização da RV em sala de aula provo-
tratégias que tornem o ensino de Ciências e Biologia
ca aulas interativas, auxiliando a aprendizagem e
mais perceptível e de fácil entendimento, até porque
adaptação do ensino. Assim como, possibilitando o
a realidade presente na maioria das escolas públi-
desenvolvimento de habilidades cognitivas dos edu-
cas, em relação a recursos pedagógicos, é bastan-
candos, propiciando a reprodução de vivências e ex-
te frustrante e nem todas terão microscópios, por

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periências que facilitam a compreensão do conteúdo pelo conhecimento desenvolvido na escola ao longo
ministrado pelo educador, tornando atrativo, insti- do ensino fundamental até início do ensino médio,
gador, envolvente e significativo em qualquer com- previsto no currículo escolar e associado ao conhe-
ponente curricular. Braga (2001, p.4) afirma que a cimento permitido pelo acesso aos saberes científi-
realidade virtual une especialidades e atributos que cos.
a fazem uma ferramenta de múltiplas situações e Segundo Garcia (2012) o uso das tecnologias
contextos de pesquisa e aprendizagem. Além disso, em sala de aula é uma forma de proporcionar aos
é um instrumento que inova a prática do educador, educandos um ambiente de aprendizagem mais inte-
como um elemento no processo pedagógico, poden- ressante e diferente dos padrões tradicionais. Assim,
do fazer parte de todas as disciplinas sendo um re- os alunos podem desenvolver atividades diversifica-
curso mediador de aprendizagem fugindo de aulas das, explorar maneiras novas de resolver problemas,
tradicionais. Contudo, para a utilização de recursos discutir possíveis resultados com os colegas, enfim,
tecnológicos, exige mudanças de mentalidade e da vivenciar novas experiências e novos mundos.
prática dos professores. Logo, é necessário que os O termo Realidade Virtual (RV) foi inventado no
educadores estejam dispostos a aprender a lidar final da década de 1980 por Jaron Lanier, cientista da
com as novas ferramentas de ensino. computação e artista que conseguiu afluir dois con-
Logo este trabalho objetivou utilizar o Óculos ceitos antagônicos em um novo conceito diferencian-
de Realidade Virtual para visualização do interior da do assim as simulações tradicionais feitas por compu-
célula animal e vegetal buscando facilitar o processo tador de simulações envolvendo múltiplos usuários
de ensino-aprendizagem, em turmas do 1º e 2º ano em um ambiente compartilhado (ARAÚJO, 1996).
do ensino médio, numa escola estadual localizada no Devido ao fato de a RV ter sido criada há mais
município de Cabedelo-PB. de duas décadas, sua definição acabou sendo mo-
dernizada. Kirner e Kirner (2011) afirmam que este
2. Referencial teórico
fato se deve aos aspectos tecnológicos mais atuais,
Na construção do conhecimento no univer- como a multiplicidade de plataformas e a exequibili-
so educacional, as novas tecnologias têm evoluído dade de softwares capazes de tratar elementos mul-
com muita rapidez e desempenham um papel pre- tissensoriais. Os autores afirmam que, o que antes se
ponderante como elemento transformador do modo restringia a computadores de grande porte e a apli-
de acessar e organizar informações (Dowbor, 2001). cações de computação gráfica, foi expandido para
Nesse sentido, os antigos paradigmas que microcomputadores, plataformas móveis e Internet,
orientavam os processos de ensino aprendizagem, envolvendo aplicações gráficas, sonoras, gestuais
que consideravam o professor como transmissor dos e de reação de tato e força. Desta forma, Kirner e
conhecimentos e o aluno como mero receptor, estão Kirner (2011) definem a RV como uma técnica de
sendo rompidos e novas metodologias educativas interface computacional que considera o espaço
têm sido intensamente desenvolvidas. Na busca por tridimensional onde o usuário pode atuar de forma
propostas inovadoras, a informática vem ganhando multissensorial, explorando aspectos deste espaço
destaque como estratégia pedagógica alternativa à por meio da visão, audição e tato.
3º SIMPIF

construção do conhecimento por parte dos estudan- A partir disso, ao longo de toda a história
tes (Valente, 1999). humana, houve diversas mudanças e avanços tec-
Saviani (1980), ao tratar da socialização da nológicos, seja na dominação do fogo, na invenção
educação, comenta que a educação precisa mediar da roda, na construção de ferramentas ou mesmo,
o senso comum e a consciência crítica para possibi- e principalmente, na criação da internet. Tais mu-
litar ao educando o desenvolvimento da visão cientí- danças impactam também os processos de apren-
fica do mundo que o cerca. Esta mediação será feita

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 981


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dizagem e como o ser humano se relaciona com tais nador Marco Maciel (DEM/PE) em que admitiu ter-se
processos (SILVA, 2009). inspirado na residência médica, apontando-a como
Com isso, a RV surge no Brasil nos anos 90, um avanço na formação dessa categoria. 
dentro do contexto internacional, impulsionada pelo Além do mais, a Residência Pedagógica, tem
avanço tecnológico, exposição de pesquisadores a como objetivo a inserção dos discentes no ambien-
novas tecnologias e iniciativas individuais, integran- te escolar e na docência, durante a metade do cur-
do áreas multidisciplinares, envolvendo: computa- so em diante. Este programa fomenta o letramento
ção gráfica, sistemas distribuídos, computação de científico e discussões sobre metodologias ativas,
alto desempenho, sistemas de tempo real, intera- dessa forma, os residentes utilizam o conhecimen-
ção humano computador, periféricos, etc. (KIRNER, to adquirido durante a formação e aplica na prática
2008). Dentro desse período foi realizado o primeiro essas metodologias. Corroborando com os objetivos
evento nacional de Realidade Virtual (I Workshop de do artigo, a RV se mostra uma estratégia excelente
Realidade Virtual – WRV’97), em 1997, incentivado durante as aulas de Biologia, pois os discentes au-
por órgãos financiadores como o Conselho Nacional mentam seu nível de concentração, melhoram o de-
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), sempenho da aprendizagem, existe uma troca maior
onde, após esta iniciativa, foi criado o Symposium de conhecimento e, por último o conteúdo passa a
on Virtual and Augmented Reality, coordenado pelo ter significado para os alunos.
Prof. Claudio Kirner. (KIRNER, 2008). Por meio da Residência pedagógica propo-
mos experiências como o uso da RV. A proposta foi
2.1 A Residência Pedagógica e a aplicabilidade da
apresenta à supervisão do programa gerando uma
Realidade Virtual no ensino
série de temas, experiências, percepções e dúvidas
A residência pedagógica apresenta algumas a respeito da prática vivenciada nas escolas, sendo
características específicas, as quais lhe conferem um em seguida, compartilhado pelo grupo no momento
caráter diferenciado. Além da carga horária ampliada da supervisão.
para a realização das práticas nas instituições de en-
3. Método da pesquisa
sino, os alunos também dispõem de um horário quin-
zenal (duas horas) de supervisão da prática, a qual O trabalho ocorreu em uma escola pública lo-
ocorre em grupo, sob a orientação e a responsabili- calizada no Município de Cabedelo - PB e a prática
dade de um professor supervisor, o que reforça a ideia foi desenvolvida nas turmas do 1° ano e 2° ano, em
da importância da dimensão coletiva no processo ocasião do programa ofertado pela Coordenação de
de formação, tal como apontado por Nóvoa (1992). Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Ca-
De acordo com Silva (2015), o programa de pes), intitulado: Residência Pedagógica.
residência pedagógica, ainda apresenta discreto no Inicialmente, a aula teve uma abordagem
Brasil, assim tem como princípio norteador a imer- expositiva e dialogada, com perguntas para os dis-
são na realidade escolar, ou seja, o aluno residente é centes, com o objetivo de investigar previamente o
inserido diretamente no cotidiano da escola pública. conhecimento dos mesmos acerca do assunto minis-
Logo, o licenciando torna-se parte da realidade es- trado. Após esse primeiro contato com as turmas,
3º SIMPIF

colar, e não apenas um espectador, colocando os co- ocorreu a explicação sobre as estruturas celulares
nhecimentos apreendidos nas salas da universidade das células animais e vegetais. Na turma do 1° ano
na prática da docência. o assunto abordado foi células animais, no conteú-
A questão da residência na área da Educação do de citologia, e na turma do 2° ano o assunto foi
não é uma discussão nova no Brasil e tem surgido botânica, especificamente as estruturas das células
também sob diferentes nomenclaturas. A primeira vegetais. Posteriormente os alunos puderam obser-
discussão surgiu em 2007 com uma proposta do Se- var as células nos dois Óculos de Realidade Virtual,

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onde foram manuseados pelos residentes e foi pos- Figuras 3-4. Utilização dos Óculos de Realidade Virtual na
turma do 1°ano observando a célula animal.
sível auxiliarem a compreensão dos conteúdos nas
duas turmas.
3
Vale salientar que para utilização dos óculos,
faz-se necessário o uso de um smartphone e que o
mesmo esteja conectado à internet, pois os vídeos
utilizados estão disponíveis no YouTube e para uma
melhor visualização, é recomendado que o vídeo uti-
lizado não seja download.
Abaixo estão as imagens da aplicação do óculo nas
turmas.

Figuras 1-2. Utilização dos Óculos de Realidade Virtual na


turma do 2°ano observando a célula vegetal.
4
1

Fonte: acervo pessoal, 2019.

2 4. Resultados da pesquisa

Uma semana após a aplicação dos óculos, foi


aplicado um questionário estruturado com as tur-
mas, a fim de saber a opinião dos alunos a respeito
do recurso pedagógico utilizado.
Abaixo seguem os resultados deste questio-
nário, primeiramente os resultados do 1º ano (as
oito primeiras questões) e posteriormente os do 2º
ano (as oito questões posteriores).
Fonte: acervo pessoal, 2019.
3º SIMPIF

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Figura 5. Questão 1 do questionário de citologia. Figura 8. Questão 4 do questionário de citologia.

Fonte: autor, 2019. Fonte: autor, 2019.

Figura 6. Questão 2 do questionário de citologia. Figura 9. Questão 5 do questionário de citologia

Fonte: autor, 2019. Fonte: autor, 2019.

Figura 7. Questão 3 do questionário de citologia. Figura 10. Questão 6 do questionário de citologia.

3º SIMPIF

Fonte: autor, 2019. Fonte: autor, 2019.

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Figura 11. Questão 7 do questionário de citologia. Figura 14. Questão 2 do questionário de botânica.

Fonte: autor, 2019. Fonte: autor, 2019.

Figura 12. Questão 8 do questionário de citologia. Figura 15. Questão 3 do questionário de botânica.

Fonte: autor, 2019. Fonte: autor, 2019.

Figura 13. Questão 1 do questionário de botânica. Figura 16. Questão 4 do questionário de botânica.

3º SIMPIF

Fonte: autor, 2019. Fonte: autor, 2019.

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Figura 17. Questão 5 do questionário de botânica. Figura 20. Questão 8 do questionário de botânica.

Fonte: autor, 2019. Fonte: autor, 2019.

Figura 18. Questão 6 do questionário de botânica. Em relação ao conteúdo abordado na turma


do 1º ano, de acordo com as respostas obtidas, foi
possível observar que o Óculos de Realidade Virtual
serviu de forma bastante satisfatória para os alunos,
ajudando-os a compreender melhor o conteúdo, tor-
nando a aula mais dinâmica e atrativa. Nota-se que o
resultado obtido na sexta pergunta (figura 10) mos-
tra que quase metade dos alunos tiveram dificulda-
de de entender o conteúdo antes da utilização dos
óculos, e que, após sua utilização, a compreensão
melhorou bastante (figura 11).
O mesmo observa-se quando analisamos os
Fonte: autor, 2019.
resultados da turma do 2º ano, haja vista que mui-
tos não tiveram dificuldades de entender o conteúdo
Figura 19. Questão 7 do questionário de botânica.
sem o óculos (figura 18), quando comparados com a
turma do 1º ano, mas que após sua aplicação, o en-
tendimento melhorou para todos aqueles que antes
tiveram alguma dificuldade (figura 19).
De acordo com os resultados obtidos, é pos-
sível observar que a utilização do recurso foi extre-
mamente satisfatória para as duas turmas do 1° e 2°
ano confirmando-o como um recurso eficaz, instigan-
te e provocativo de uma maior atenção e compreen-
são de assuntos correlacionados com a Biologia ge-
3º SIMPIF

rando um ensino e uma aprendizagem mais efetiva.


Fonte: autor, 2019.
5. Considerações finais

Com os resultados obtidos, em relação ao uso


que o Óculos de Realidade Virtual teve no ensino de
biologia nas turmas citadas no trabalho, é possível
constatar que a utilização do recurso foi positiva,

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principalmente em torno da aprendizagem sobre os DOWBOR, Ladislau. Tecnologias do conhecimento:


conteúdos que são muitas vezes abstratos, especifi- os desafios da educação. Petrópolis, RJ: Vozes, v. 2,
2001.
camente sobre as células.
Observou-se que a aplicação da Realidade FERREIRA, Gram; LIMA, M.M. da C.; JESUS, R.S. de.
Virtual foi extremamente satisfatória e permitiu in- Paródias como estratégia no ensino de biologia
com intermediação tecnológica. Salvador: EMITEC/
teratividade, protagonismo do aluno, interações vi-
SEC, 2013.
suais, envolvimento dos mesmos de forma efetiva
e o professor tornou-se um facilitador no processo GARCIA, Paulo S. Alunos @ tecnologia: impactos so-
bre professores e escolas. São Paulo: Plêiade, 2012.
de ensino-aprendizagem. Dessa forma, a RV permite
uma quebra do tradicionalismo no ensino, pois a fer- KIRNER, C.; KIRNER, T. G. Evolução e Tendências
da Realidade Virtual e da Realidade Aumentada. In:
ramenta possibilita novas abordagens pedagógicas
RIBEIRO, M. ZORZAL, E. (Orgs). Realidade Virtual e
e instigantes. Aumentada: aplicações e tendências. Ed. SBC - So-
Com isso, o aperfeiçoamento deste dispo- ciedade Brasileira de Computação, Uberlândia-MG,
sitivo (óculos), a quebra de paradigmas quanto ao 2011, p. 10-25.
uso de novas ferramentas no processo de ensino KIRNER, Claudio; TORI, Romero. Introdução à rea-
e aprendizagem e o incentivo por parte dos gover- lidade virtual, realidade misturada e hiper-realida-
nantes, podem contribuir para a criação de diversas de. Realidade Virtual: Conceitos, Tecnologia e Ten-
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Davi Vieira Correia


Palestras com conteúdos
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
interdisciplinares no curso de
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa Licenciatura em Química
Kamilla Karoline Pereira Rodrigues
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
Resumo
Rhayane de Oliveira Santos
[email protected] A Ciência Química é impreterivelmente importante na compreensão
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa do mundo e nas suas transformações, como por exemplo, quando
se enfatiza o contexto histórico, as tecnologias e os fenômenos na-
Alessandra Marcone Tavares Alves de
Figueirêdo turais. Dentro dessa perspectiva, este trabalho objetivou apresentar
[email protected] uma atividade de ensino com temas diversificados interdisciplinares
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa que estão presentes no cotidiano dos discentes do curso de Licen-
ciatura em Química, do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Campus
João Pessoa, entretanto, que não fazem parte da matriz curricular do
referido curso. Sendo assim, tal atividade é denominada “Ciclo de Pa-
lestras” e é oferecida pelo Programa de Educação Tutorial – PET Quí-
mica, da supracitada Instituição. Sob esse viés, foram apresentadas
duas palestras com diferentes temáticas, pelos PETianos, licenciandos do curso de Química. A investigação se
deu no pressuposto de uma pesquisa qualitativa e de cunho participante. Para coleta de dados foram aplica-
dos dois questionários, um de sondagem e outro final. Os resultados indicaram que esta práxis proporcionou
um ganho na formação acadêmica dos participantes, como docentes em formação, devido a não se limitar à
matriz curricular do curso, despertando um senso crítico e uma compreensão de saberes científicos de forma
clara e consistente.

Palavras-chave: Interdisciplinaridade. Ensino de Química. Ciclo de palestras.

Abstract

Chemical science is vitally important in understanding the world and its transformations, such as when empha-
sizing the historical context, technologies and natural phenomena. Within this perspective, this paper aimed to
present a teaching activity with diverse interdisciplinary themes that are present in the daily lives of students of
the Degree in Chemistry course, Federal Institute of Paraíba (IFPB), Campus João Pessoa, however, are not part
of the matrix curriculum of that course. Therefore, this activity is called “Lecture Cycle” and is offered by the
Tutorial Education Program - PET Química, of the aforementioned Institution. Under this bias, two lectures with
different themes were presented by PETianos, graduates of the Chemistry course. The research was based on
the assumption of a qualitative and participant research. For data collection two questionnaires were applied,
one of survey and the other final. The results indicated that this practice provided a gain in the academic forma-
tion of the participants, as teachers in training, due to not being limited to the curricular matrix of the course,
arousing a critical sense and an understanding of scientific knowledge clearly and consistently.

Keywords: Interdisciplinarity. Chemistry teaching. Cycle of lectures

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1. Introdução substâncias são tão antigos, quanto a preocupação


com o seu uso e efeitos negativos no meio ambiente
A ausência e/ou a ínfima diversificação de
e na saúde humana. Tais preocupações são pertinen-
conteúdos químicos que deveriam ser abordados no
tes, pois o aumento da população elevou a produção
ensino básico e nos cursos de formação docente, cer-
alimentícia no planeta, trazendo para agricultura a
tamente, é um dos responsáveis pela desmotivação
presença dessas substâncias com propriedades fí-
dos discentes que se deparam com a disciplina Quí-
sico-químicas nocivas à saúde. Essas problemáticas
mica. Quando tais conteúdos são abordados, muitas
vislumbram o quão estes temas são importantes e
vezes, são explanados de forma descontextualizada,
devem ser explorados no ambiente acadêmico, com
conferindo aos discentes uma imensa dificuldade em
o intuito de conscientizar os estudantes acerca dos
atribuir um significado real a estes conceitos, conse-
riscos que essas substâncias podem causar para a
quentemente, dificultando sua compreensão. Posto
saúde humana e para o meio ambiente.
isso, se faz urgente e necessário promover a diversi-
Portanto, o presente trabalho teve como
ficação de conteúdos químicos nos cursos de forma-
objetivo apresentar um “Ciclo de Palestras” para
ção docente, de modo, a possibilitar a abordagem de
discentes do curso de Licenciatura em Química, do
temas de interesse social, correlacionando-os com
Instituto Federal da Paraíba – IFPB, Campus João
os conceitos da Ciência Química.
Pessoa, com temas diversificados presentes no co-
Para este trabalho, foram selecionadas duas
tidiano dos participantes, relacionando-os, princi-
temáticas para serem abordadas na forma de pales-
palmente com a Química. O desenvolvimento de tal
tras para discentes de um curso de Licenciatura em
atividade de ensino foi realizado pelos integrantes
Química, são elas: 1) “A Química da beleza: histórico
do Programa de Educação Tutorial – PET Química, da
e aplicações”; 2) “Impactos do uso de agrotóxicos no
referida Instituição.
meio ambiente e na saúde humana”.
Os dados coletados nessa pesquisa, deno-
A relevância do primeiro tema, dar-se-á de-
tam que a abordagem de temas de interesse social
vido à crescente demanda pela beleza que vêm pro-
é uma iniciativa fundamental para promover o envol-
vocando grandes avanços tecnológicos, pois as pes-
vimento e a participação ativa dos discentes com os
soas estão sempre em busca da melhor aparência,
conteúdos químicos. Além disso, foi evidenciado que
de sentir-se bem consigo mesmo, modificando aqui-
a contextualização é um recurso indispensável para
lo que não as agradam. Esses são alguns motivos
que o processo de ensino e aprendizagem discorra
que denotam a importância de se estudar a temática
com significância.
sobre cosméticos. Tais produtos atualmente são os
grandes responsáveis pela economia, visto que essa 2. Referencial teórico
busca por misturas, substâncias, formulações, que
De acordo com os Parâmetros Curriculares
tragam resultados positivos para os indivíduos, é
Nacionais (PCNs), “O conhecimento científico e tec-
procurada por todos, independente do sexo.
nológico é parte constituinte da cultura construída
Dentro desta temática, uma vastidão de con-
pela humanidade, consequentemente, é elementar
teúdos químicos pode ser trabalhados como: funções
para que o indivíduo possa ser formado criticamen-
3º SIMPIF

orgânicas, reações químicas, além da interdiscipli-


te e ativo no meio social que está inserido (BRASIL,
naridade entre as disciplinas de Biologia e Química,
2000). Entretanto, a maneira como a maioria dos
abordando o corpo humano e as consequências que
educadores ministra suas aulas, não contribui para
alguns cosméticos podem trazer à saúde.
formação da criticidade dos discentes. Assim sendo,
Outro assunto abordado, de suma importân-
levando em consideração o tradicionalismo metodo-
cia, foram os agrotóxicos. Tal tema se mostra pri-
lógico adotado por grande parte dos docentes, que
mordial, pois a produção e o desenvolvimento de tais
ainda insistem em um ensino obsoleto, acrítico e

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descontextualizado, ainda muito recorrente no con- em específico, na Amazônia. Além disso, a pesqui-
texto acadêmico, faz-se urgente e necessário rear- sa, o desenvolvimento, a produção e a comerciali-
ranjar a maneira como os conteúdos são expostos. zação de cosméticos disponibilizam e auxiliam uma
Tal modelo de ensino é encontrado, muitas ve- carreira promissora para alguns profissionais como
zes, de maneira fragmentada, nas disciplinas da área químicos, engenheiros e bioquímicos (GALEMBECK;
das Ciências Exatas. No entanto, para uma constru- CSORDAS, 2012).
ção do conhecimento, nestas devem ser utilizadas Os cosméticos quando não utilizados da for-
metodologias diferenciadas, que incluam a utiliza- ma correta, e com moderação, podem trazer impac-
ção de novos recursos didáticos durante o processo tos biológicos ao próprio ser humano, comprome-
de ensino e aprendizagem, no intuito de se afastar tendo assim a sua saúde. Há um controle rígido nos
do comodismo tradicional. Sob essa perspectiva, produtos utilizados na fabricação dos cosméticos,
em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases – como no batom, usado por grande parte da popu-
LDB 9.394/96, a interdisciplinaridade é qualificada lação. O decreto nº 79.094 aborda que não pode
como um recurso do eixo organizador do currículo conter mais do que 20 ppm de metais pesados em
que melhora a aprendizagem (BRASIL, 1996). Nesse chumbo (Pb), nem mais do que 2 ppm de arsênio
sentido, é imprescindível a interação de disciplinas (em As2O5) (BRASIL, 1997). Corroborando com isto,
diversas que agregam experiências cotidianas, ao Batista (2017, p. 12) destaca que:
conteúdo teórico explanado no ambiente escolar.
O Pb é tido como o contaminante mais co-
Dentro dessa conjuntura, a interação mú- mum encontrado em batons. Outros metais
tua entre Química e Biologia possibilita ao discente pesados como cádmio (Cd) e cromo (Cr)
uma formação geral das ciências naturais. Temas também são frequentes. Estes metais po-
relevantes envolvendo a saúde humana, questões dem apresentar um grave risco à saúde por

sociais e ambientais, são de extrema importância terem a característica de bioacumulação,


ou seja, os organismos não são capazes de
para o aumento da capacidade cognitiva por meio
eliminá-los.
da interdisciplinaridade. Dessa forma, temas como a
Química da beleza e a Química dos agrotóxicos, que Nessa perspectiva, é de fundamental impor-
relacionam tanto conteúdos químicos quanto, os im- tância o estudo da composição do batom, bem como
pactos no meio ambiente e na saúde humana, devem a conscientização do uso de cosméticos no cotidiano
ser trabalhados em sala de aula. do ser humano, trazendo à tona os seus riscos à saú-
Em referência a Química da beleza, o termo de e seus benefícios.
de maior destaque é o cosmético. A palavra cosmé- Por conseguinte, em alusão aos agrotóxicos,
tico vem da palavra grega Koméstikos, que significa estes são substâncias de natureza química, física
“hábil em adorar” (GALEMBECK; CSORDAS, 2012). ou biológica, utilizadas na prevenção, destruição ou
Os cosméticos são produtos aplicados no corpo para controle de doenças que prejudicam a cultura agríco-
limpeza, e embelezamento, como por exemplo, per- la (PERES e MOREIRA, 2003). Entretanto, o crescen-
fumes, desodorantes, sabonetes, nesse sentido, são te aumento da utilização de agrotóxicos na produção
produtos essenciais na vida do ser humano (VEIGA; de alimentos, acarreta uma série de modificações e
3º SIMPIF

SANTOS; LACERDA, 2006). transtornos ao ambiente, como a contaminação de


Atualmente, dentro da economia dos países seres vivos e a acumulação nos segmentos bióticos
mais desenvolvidos, a indústria dos cosméticos é e abióticos (BRAIBANTE e ZAPPE, 2013). Além disso,
de suma importância, incluindo até mesmo o Bra- o uso exacerbado de agrotóxicos, se torna um risco
sil, gerando empregos e a redução de desigualda- direto à saúde do ser humano, principal consumidor
des regionais, por meio de uma sustentabilidade em dos alimentos expostos a essas substâncias.
sua exploração de várias espécies do nosso bioma,

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Esta realidade se torna ainda mais preocu- pactos do uso de agrotóxicos no meio ambiente e na
pante quando se remete ao maior consumidor de saúde humana”.
agrotóxicos do mundo, o Brasil, pois, além do consu- Sendo assim, o “Ciclo de Palestras” foi reali-
mo excessivo e desnecessário desses produtos, há, zado no turno da manhã, com duas palestras de 50
ainda, a incorreta aplicação por aqueles que os ma- minutos cada. Os participantes da atividade foram
nuseiam. Isso ocorre porque, geralmente, aqueles os discentes do curso de Licenciatura em Química,
que os fazem têm nível de escolaridade restrito, não do IFPB, Campus João Pessoa, pertencentes a pe-
tendo noção dos riscos e ficando expostos a proble- ríodos aleatórios, totalizando 9 (nove) pessoas, sen-
mas de saúdes e, até mesmo, morte por intoxicação do 4 (quatro) do sexo masculino e 5 (cinco) do sexo
(GOMES e SERRAGLIO, 2017). feminino. A princípio, foi entregue um Questionário
Nesse contexto, trabalhar a temática sobre de Sondagem (QS) com indagações pertinentes às
agrotóxicos no contexto escolar, apresenta-se com temáticas abordadas, com 3 (três) questões, duas
uma iniciativa imprescindível, visto que sua aborda- abertas e uma fechada. Após isso, foram realizadas
gem contempla problemáticas ambientais e de saú- as palestras de forma contextualizada e interdisci-
de pública (BRAIBANTE e ZAPPE, 2013). E quando plinar.
se remete ao ensino de Química, essa explanação se Posteriormente, foi aplicado um Questionário
torna ainda mais importante, pois é possível relacio- Final (QF) com 2 (duas) questões abertas referentes
nar as implicações da utilização dos agrotóxicos com às palestras ministradas.
conceitos químicos, promovendo assim, a aproxima-
4. Resultados da pesquisa
ção desta disciplina com a realidade cotidiana.
No primeiro momento, foi entregue um Ques-
3. Método da pesquisa
tionário de Sondagem (QS) referente às duas pales-
O estudo embasou-se nas metodologias qua- tras, totalizando 3 (três) perguntas abertas, sendo
litativa e participante. Esta última caracteriza-se 1 (uma) sobre a palestra de cosméticos e 2 (duas)
pelo envolvimento do pesquisador pelos sujeitos in- relacionando a temática agrotóxicos. Tal questioná-
vestigados, por meio da combinação da análise do- rio foi empregado no intuito de averiguar o nível de
cumental e a participação e observação direta dos conhecimento prévio dos discentes sobre os conteú-
envolvidos (LUDKE e ANDRÉ, 1986). Já a pesquisa dos explorados.
qualitativa, visa compreender o campo de investiga- De acordo com os resultados obtidos, foi pos-
ção escolhido, a fim de explicar os seus fenômenos sível relatar, de maneira sucinta, a articulação dos
sociais de diversas maneiras (ANGROSINO, 2009). discentes. Para o tratamento e identificação dos
A atividade denominada “Ciclo de Palestras” dados no QS, descreveu-se a palavra Participante,
discorre de uma estratégia diferenciada de dissemi- acompanhada por letras chaves, a exemplo de A, B,
nação do conhecimento, nela busca-se a abordagem C, D, E, F, G e H, respectivamente.
de conteúdos e curiosidades da área de Química, que A primeira pergunta investigava o que os es-
muitas vezes, não são vistos durante a graduação. A tudantes compreendiam sobre a Química da beleza,
mesma é realizada pelos integrantes do PET Quími- e qual a importância de debater sobre o tema em
3º SIMPIF

ca, anualmente, e é destinada aos alunos do curso questão. Com as respostas obtidas, observou-se que
de Licenciatura em Química. 55% dos participantes tinham pouco conhecimento
Para o planejamento da atividade, houve a es- sobre o que seria abordado, e 45% não tinham ideia
colha das temáticas por 2 (dois) integrantes do gru- sobre a temática. Tal situação pode ser observada
po, os quais se disponibilizaram a participar como nas respostas do Participante A e do Participante B,
palestrantes. Com isso, os temas escolhidos foram: respectivamente: “Acho que é a parte da química que
“A Química da beleza: histórico e aplicações” e “Im- estuda o uso de substâncias com objetivo estético.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 992


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É imprescindível saber a consequência do seu uso, os elementos e substâncias químicas que estavam
além de saber sobre a sua composição e fabricação”; presentes nos mais diversos produtos.
“Não compreendo nada sobre o assunto, mas creio Ademais, foi exposto alguns componentes
que seja importante de ser abordado”. Por intermé- químicos que estão presentes em produtos utiliza-
dio das respostas coletadas, foi possível analisar o dos no cotidiano dos seres humanos, trazendo sua
nível de conhecimento em que o alunado encontra- função e o que os mesmos podem trazer para nossa
va-se. Tais afirmativas confirmam ideias pouco ali- saúde. E de forma a exemplificar o que foi explana-
nhadas com a temática. do na palestra, elucidou-se certos produtos que são
As duas últimas perguntas de análise qualita- utilizados pelos estudantes que estavam presentes
tiva abordadas no QS, eram alusivas ao tema agrotó- (sabão, sabonete, perfume, creme dental, batom) e
xico. A primeira indagação foi referente a relação dos explanado sua composição, cadeias, grupos funcio-
discentes com a temática durante a sua formação nais e a função de cada componente.
acadêmica. De acordo com as respostas, foi possível Além disso, foram discutidas as matérias-
analisar que, dentre os participantes, mais de 50% -primas que estão presentes nas composições dos
nunca haviam estudado sobre tal tema durante o cosméticos que podem trazer consequências para
Curso. Dentre os demais que discutiram brevemente a saúde dos humanos e, assim, foram apresentados
sobre a temática, o Participante C descreveu: “No os benefícios que acabam ocasionando no corpo e,
interior as escolas abordam muito esse tema por ser consequentemente, os malefícios que os mesmos
importante meio de renda na agricultura da região. podem trazer, riscos para a saúde, doenças, reações
Os agrotóxicos matam as pragas, mas aniquilam a alérgicas e toxidades.
rota natural no desenvolvimento de plantas e seres Posteriormente, a exposição do segundo
humanos”. tema foi realizada, levando em conta momentos ri-
A relação do conhecimento prévio sobre cos de interação entre os discentes e o ministrante,
agrotóxicos em conformidade com a Química foi por meio de debates e discussões pertinentes. De
correlacionada na segunda questão. O Participante modo sequenciado, abordou-se pontos elementares
D relatou que os agrotóxicos são utilizados: “Para envolvendo o contexto histórico dos agrotóxicos e
combater as pragas de plantações, grande parte suas aplicações. Concomitantemente, foi destacada
dos agricultores utilizam substâncias químicas, que a utilização dos agrotóxicos no meio agrícola e os
dependendo de sua composição, as mesmas podem impactos sofridos pela ação destes no meio ambien-
fazer mal ao ser humano”. O uso contínuo da referen- te e na saúde humana. Contudo, surgiram questiona-
ciada substância age diretamente em órgãos vitais mentos e comentários que promoveram a interação
do corpo humano, tornando a sua forma de ação ex- e agregaram conhecimento geral e específico de na-
tremamente nociva à vida humana (EPA, 1985). tureza social, ambiental e, particularmente, químico.
Após o recolhimento de todos os dados do Nas Figuras 1 e 2, estão ilustradas os dois
QS, prosseguiu-se com o segundo momento, por momentos de explanação das temáticas:
meio da ministração das palestras sobre cosméticos
e agrotóxicos, respectivamente. A priori, evidenciou-
3º SIMPIF

-se questionamentos sobre o primeiro tema, de for-


ma a obter a interação dos discentes. Prosseguindo,
explanou-se o conceito de cosmético, sua classi-
ficação, o contexto histórico, retratando exemplos
das primeiras evidências de povos que o utilizavam
e como eram confeccionados, relacionando-os com

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Figuras 1 e 2: Palestras sobre cosméticos e agrotóxicos, Química, pois os discentes conseguiram estabelecer
respectivamente.
relações e compreender a importância dessa Ciência
nos cosméticos.
A segunda questão demandava a escrita de
um breve texto, relacionando palavras-chave ex-
postas no enunciado com os agrotóxicos. A priori,
o Participante G descreveu que: “Os agrotóxicos
são substâncias aplicadas para proteger a lavoura,
aumentar a produtividade e controlar as pragas”.
O Participante H ressaltou que tal prática agrícola:
“Objetiva produzir e gerar capital físico para chamar
a atenção de grandes potências” e finalizou desta-
cando que mesmo sendo uma prática necessária, os
seres vivos acabam se tornando os mais prejudica-
dos através de impactos físicos e psicológicos. Sen-
do assim, os efeitos do uso indevido de tais substân-
cias podem acometer seres vivos de diversas formas,
através de sintomas agudos e crônicos. Segundo
dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), es-
tima-se que cerca de 20 mil mortes são registradas
anualmente devido ao consumo direto ou indireto
dos agrotóxicos.
Segundo Santos e Schnetzler (2003), o en-
sino de Química aliado a utilização de temas sociais
Fonte: Próprio Autor.
relevantes transfigura-se um influente mecanismo
Por fim, recorreu-se ao Questionário Final na formação cidadã e ética do indivíduo. Portanto,
(QF) como meio investigativo de análise. O mesmo as respostas colhidas no QS e QF evidenciaram o
foi dividido em 2 (duas) questões, referente a cada envolvimento dos discentes com as palestras. Deste
palestra ministrada. Com base nas temáticas, requi- modo, a referida abordagem agregou conhecimento
sitou-se a escrita de um breve texto argumentativo científico por meio de temáticas diversas da área da
em cada questão. Química.
O primeiro enunciado solicitava a correlação
da Química nos cosméticos e os impactos (positivos 5. Conclusão/Considerações

ou negativos) na vida dos seres humanos. Dentre


A correlação entre a Química e a Biologia tor-
as respostas dos discentes, foi possível destacar as
na-se intrinsecamente necessária para a formação
falas do Participante E e do Participante F, respec-
geral dos discentes em Ciências. Dessa forma, os
tivamente: “A relação da química e o mundo dos cos-
agrotóxicos e os cosméticos estão interligados por
3º SIMPIF

méticos é uma relação indissolúvel, pois não há cos-


meio dos impactos causados à saúde humana e ao
méticos sem química”; “Os cosméticos existem desde
meio ambiente. Logo, é de suma importância inteirar
muito tempo, e faz parte do nosso cotidiano, como
o alunado de informações como estas que se rela-
por exemplo: sabão, creme dental, maquiagens, per-
cionam com o cotidiano e retratam temas que estão
fumes e etc”. Destarte, as respostas foram muito re-
além de conteúdos inseridos na matriz curricular do
levantes trazendo nelas os objetivos almejados da
curso de Licenciatura em Química.
palestra com a ligação da temática cosméticos e a

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Destarte, o uso de uma metodologia diferen- br/etc/revistas/index.php/direitoambiental/article/


ciada, como o “Ciclo de Palestras” abordando con- view/4408/3100. Acesso em: 25/08/2019.

teúdos químicos, expostos no trabalho em tela, con- PERES, F e MOREIRA, J. C. É veneno ou é remédio?
textualizados com o cotidiano dos discentes, pode Agrotóxicos, saúde e ambiente. Rio de Janeiro: Fio-
ser inserida a partir de temáticas pertinentes como cruz, 2003.

essas ou outras. Portanto, as palestras permitiram SANTOS, Anderson Oliveira et al. Dificuldades e mo-
significativamente aos discentes, a troca de saberes tivações de aprendizagem em Química de alunos
e uma contribuição na sua formação cidadã e aca- do ensino médio investigadas em ações do (PIBID/
UFS/Química). Scientia plena, v. 9, n. 7 (b), 2013.
dêmica na área de atuação, especificamente, na Quí-
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Angela Araújo Nunes


Projeto desenho de caixa: investigando
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
possibilidades na prática do ensino de
Tecnologia da Paraíba - Campus Patos desenho técnico
Bruna Lima de Araújo
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Patos
Resumo
Danielle de Freitas Silva
[email protected] O projeto de pesquisa Desenho de Caixa propõe a utilização de sóli-
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Patos dos geométricos de papel no processo de ensino-aprendizagem de
desenho técnico, ressaltando a importância deles como agentes da
Maria Heloisa Furtunato Rocha
[email protected] prática educacional. Este relato descreve a atuação do projeto den-
Instituto Federal de Educação, Ciência e tro do Campus Patos do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) e expõe
Tecnologia da Paraíba - Campus Patos
três experiências didáticas realizadas nos meses de abril e maio de
2019, como requisito para conclusão da pesquisa. Destacando tam-
bém, a metodologia e materiais utilizados na construção das peças,
das experiências e das análises. Os pequenos modelos desenvolvidos
pela pesquisa demonstraram eficiência em diminuir as dificuldades
dos discentes e permitir o aguçamento da visão e percepção espacial,
contribuindo diretamente com a fixação dos conteúdos da disciplina através da materialização dos objetos,
tornando concreta uma realidade que era apenas virtual.

Palavras-chave: Sólidos de papel. Desenho Técnico. Ensino. Aprendizagem.

Abstract

The research project Desenho de Caixa proposes the use of the geometric paper solids in the teaching-learning
proceedings of the technical drawing, emphasizing their importance as actors at the educational practice. This
report describes the action of the project within the Campus Patos at Instituto Federal da Paraíba (IFPB) and
exposed to three teaching experiences carried out during the months of April and May of 2019, as a condition
to the completion of the study. Observing also, in this paper, the methodology and the materials used in the
construction of the parts of the experimentations and the analyses. The models developed by this research have
demonstrated effectiveness in alleviating the problems of the students and to allow for the acuteness of vision
and perception of space have a direct impact on the amount of the content of the discipline through the creation
of the object, making it a concrete reality, that it was only a virtual one.

Keywords: Paper solids. Technical Drawing. Teaching Process. Learning Process.

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1. Introdução conteúdo de Desenho Técnico. Conforme assinala


Cielo (1998, p.887), a “elaboração mental, visão
A disciplina de Desenho Técnico1 é
espacial, discernimento e adequação antecedem à
o primeiro contato com a representação
representação gráfica de qualquer projeto, que ne-
gráfica de objetos pelos alunos ingressos
cessita também da capacidade técnica, indispensá-
nos cursos ligados à construção civil. Esta
vel para a sua execução”.
é uma linguagem universal, tendo como
Pode-se atribuir essa dificuldade à retirada de
objetivo a compreensão do espaço, com a
algumas disciplinas como geometria descritiva e de-
realização do estudo de objetos em três di-
senho geométrico da educação básica, prejudicando
mensões representados em um plano bidi-
sensivelmente o raciocínio lógico-espacial dos alu-
mensional, expressando-os em diferentes
nos. Consequentemente, a situação traz complica-
formatos, escalas e posições. O aprendiza-
ções para a compreensão e bom andamento do en-
do dessa linguagem serve como base para
sino-aprendizagem de Desenho Técnico e segundo
outras matérias nos cursos de Engenha-
Neves Júnior et al (2013, p.1) “o professor muitas
ria Civil, Arquitetura, Edificações e outros
vezes tem que trabalhar em níveis abaixo do espe-
que utilizem o desenho como expressão de
rado para alunos de graduação, pois os graduandos
ideias e para a execução dos projetos.
não conseguem acompanhar as aulas. Todo esse
No processo de ensino-aprendiza-
processo resulta na diminuição da profundidade dos
gem de desenho técnico, entendido como
conteúdos(...)”.
o de uma linguagem, é necessário que se
O auxílio de ferramentas metodológicas é
desenvolva a habilidade de interpretar
uma proposta didática viável na busca pela capacita-
seus códigos particulares. Este desenvol-
ção do alunado, tendo em vista que o Desenho é uma
vimento exige um treinamento específico
das primeiras matérias técnicas que o estudante tem
que se destina inicialmente ao aprendizado
contato ao ingressar nos cursos e tem importância
das formas geométricas e com a contínua
fundamental para o desenvolvimento de outras ma-
aplicação do conteúdo programático, exe-
térias em sua formação
cutar as formas espaciais. O exercício do
A identificação dessa lacuna nos discentes
desenho técnico consiste em basicamen-
foi possível através da vivência em sala de aula, ao
te representar as figuras espaciais em um
ministrar as disciplinas ligadas ao desenho desde o
plano bidimensional, idealizando o objeto
ano de 2009 nos Cursos de Edificações, Eletrotécni-
tridimensional e concebendo mentalmente
ca, Segurança do Trabalho e Design de Interiores de
a figura plana, como o sentido inverso de
Campi do Instituto Federal de Educação, Ciência e
gerar uma forma tridimensional a partir de
Tecnologia da Paraíba (IFPB). Os alunos que ingres-
contornos planos.
savam nestes cursos, apresentavam grande dificul-
Para ser capaz de fazer as transições entre
dade em assimilar os conteúdos, principalmente por
o tridimensional e bidimensional, é preciso aguçar
não dominarem conceitos básicos de geometria.
o entendimento acerca da visão espacial, uma fun-
Em 2005, já com a leitura de alguns autores,
3º SIMPIF

ção cognitiva responsável pela percepção do espa-


viu-se que o uso de maquetes simplificadas ou um
ço. Ter a compreensão de determinadas formas sem
objeto miniaturizado poderia ser uma possibilidade
que seja necessário manuseá-las concretamente e
para ajudar na compreensão dos conteúdos. Ro-
poder representar graficamente algo que só se tem
zestraten (2004) lembra que a modelagem manual
virtualmente são requisitos para a apropriação do
representava uma experiência construtiva real, se-
1 Neste artigo, utiliza-se a denominação Desenho Técni- quencial e multissensorial que, mais do que um
co com letras maiúsculas quando se refere à disciplina e com letras
simples recurso de representação, se constituía um
minúsculas para tratar do conteúdo programático.

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processo investigativo de conhecimento. E, naquele as peças de papel quando cursaram a disciplina em


ano, surgiu a possibilidade do uso de pequenos sóli- 2016. O foco do trabalho consistiu em contemplar
dos de papel que reproduzissem as figuras dos livros outra parte do alunado e difundir o método dentro
para ajudar os alunos a fazer as atividades ao ma- do referido Campus. Então, a equipe disponibilizou 8
terializar as imagens que se encontravam estáticas novos modelos de peças para que fossem utilizados
em formas de perspectivas no material didático. E, pelos três professores de desenho do Campus, em
durante as aulas de Desenho Técnico ministradas no uma experiência didática que foi realizada dentro da
Campus Patos, foram aplicadas as primeiras peças, disciplina do docente consultado. No intuito de ava-
ainda de forma experimental, para serem transfor- liar a opinião de todos os envolvidos no processo de
madas em vistas ortográficas e perspectivas. aprendizagem, na possibilidade de novas formas de
A inserção dos sólidos durante as aulas acon- utilização das peças dentro da metodologia de ensi-
teceu gradualmente até 2016 e, em agosto 2017, no de cada professor.
veio a possibilidade de formalizar o processo e tor-
2. Referencial teórico
ná-lo um projeto de pesquisa, chamado “Emprego de
Modelos Tridimensionais Físicos como Assistentes É essencial que o estudante das áreas da Cons-
Metodológicos no Ensino e Aprendizagem de Dese- trução Civil, sejam em cursos superiores ou técni-
nho Técnico”2. Este era composto por uma equipe de cos, desenvolvam bem suas habilidades no desenho.
discentes junto com a docente que ministrava a dis- O profissional desses campos necessita do desenho
ciplina e era a coordenadora do projeto. Pela equipe como meio de expressão para ideias, para nortear
foram produzidos 9 modelos de peças, seguindo os seus projetos e viabilizar obras. Moura et al. (2019,
conteúdos programáticos da disciplina. Como forma p.30) completam o pensamento, ao afirmar que:
de avaliação do método, ao final do projeto foi reali-
O caráter dialógico intrínseco ao Desenho,
zada uma pesquisa comparando os alunos que pas-
com seus códigos de comunicação especí-
saram por este método com os que não passaram. ficos, significa, no decorrer de uma ativi-
Todos que participaram da experiência e utilizaram dade profissional, assegurar outra forma
as peças ressaltaram a importância delas no seu de comunicação, que não a da linguagem
aprendizado, na melhora da sua compreensão e ra- verbal, o que posiciona o Desenho Técnico

ciocínio. Enquanto aqueles que não tiveram acesso à como uma área relacional e, por conse-
guinte, comum a diversos cursos técnicos.
experiência, afirmaram não terem utilizado nenhum
Configura-se, assim, nas matrizes curricu-
método similar e demonstraram interesse quanto à
lares como pré-requisito fundamental para
utilização do método abordado na pesquisa. os componentes técnicos, objetivando, en-
Partindo dessa resposta positiva, surgiu a tre outras coisas, a elaboração de projetos,
necessidade de dar continuidade ao projeto de pes- fabricação de produtos, montagem, leitura
quisa e em agosto de 2018 foi iniciado o “Projeto de fluxogramas do processo produtivo das
empresas.
Desenho de Caixa: Investigação de Sólidos Geomé-
tricos de Papel como Ferramentas para Ensino- Barros e Correia (2007) falam da necessi-
-Aprendizagem de Desenho Técnico”3. O projeto era dade dos profissionais das áreas de Arquitetura e
3º SIMPIF

composto pela coordenadora, que ministra aulas de Engenharia Civil terem propriedade e domínio para
Desenho Técnico no Campus Patos e por três alunas compreender uma forma tridimensional através de
do 3° ano do Curso Técnico Integrado em Edifica- sua representação plana. Porém, como dito, esta ha-
ções que também tiveram oportunidade de utilizar bilidade vem sendo pouco trabalhada com os alunos
2 Projeto aprovado no Edital Nº 24/2016 do PIBIC-EM em
nas instituições e, acredita-se que, a não obrigato-
parceria com IFPB.
3 Projeto aprovado no Edital Nº 10/2018, duração de
riedade das disciplinas de desenho no ensino médio
08/2018 a 08/2019. PIBIC-EM em parceria com IFPB. e fundamental vem contribuindo substancialmente

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para a precariedade do conhecimento prévio dos arquitetos e urbanistas, ainda pode-se per-
discentes e consequentemente gerando dificuldade ceber, através de observações empíricas,
que a grande base de expressão e repre-
nas aulas.
sentação recorrente nos meios acadêmico
O termo aptidão espacial foi definido por Car-
e profissional continuam sendo o desenho
roll (1993 apud Prieto e Velasco 2006) como sendo e o modelo tridimensional (sejam eles ma-
a competência para desenvolver, deter, recobrar e nuais, auxiliado por instrumentos ou assis-
modificar imagens visuais. Segundo Prieto e Velasco tidos por computador).
(2006, p.12), esta capacidade de visualização é de-
Ching (1998) destaca que sempre que se tor-
finida como a aptidão para manipular mentalmente
nam visíveis aos olhos, sejam em papel ou espaço
figuras tridimensionais complexas. Assim,
tridimensional, os elementos passam a ser formas
O papel mediador da Aptidão Espacial no com características de matéria adquirindo tamanho,
rendimento em matérias técnicas e artís-
cor, formato e textura. Com esse transformar em ma-
ticas, tais como o Desenho Técnico, pode
téria, os discentes têm a possibilidade de identificar
explicar porque os processos de transfor-
o elemento, passando a “manusear o conteúdo” já
mação mental de imagens visuais devem
ser empregados com precisão pelos apren- que eles podem enxergar de maneira mais próxima,
dizes. Por exemplo, os estudantes destas mais concreta as vistas ortográficas, por exemplo,
disciplinas necessitam imaginar a aparên- transmitindo todos os tamanhos que serão repre-
cia dos objetos em distintas orientações, sentados no papel. Já Araújo (2007, p.2), ressalta
trasladar a um espaço de três dimensões
que “por meio da maquete o aluno de arquitetura
representações bidimensionais, imaginar
exercita fundamentos de geometria, proporção, es-
como se veriam as partes ocultas de um
objeto etc. De fato, os professores de De- cala e modulação”, e funcionam como estimuladores
senho Técnico manifestam frequentemente para a atenção dos alunos, sendo capazes de asses-
que alguns alunos não progridem adequa- sorar nessas diversas atividades do conhecimento.
damente no processo de aprendizagem de- Cavassani (2014, p.16) atribui enorme importância
vido a seu baixo nível de Aptidão Espacial.
aos elementos tridimensionais miniaturizados, ao
Ou seja, para a solução de problemas não
se referir à maquete no aprendizado dos estudan-
é suficiente empregar estratégias analítico-
tes sobre as disciplinas de edificações, arquitetura
-verbais, as estratégias holístico-espaciais4
são também necessárias a fim de “visuali- ou interiores. Segundo o autor, “ela (a maquete) é
zar” mentalmente o problema. fundamental para que o aluno veja de maneira con-
creta suas ideias, desenhos técnicos ou simplesmen-
Na busca por instrumentos que sejam aporte
te rabiscos”. Já as autoras Ragonha e Vizioli (2013)
para ensinar desenho técnico ajudando a diminuir
reforçam que o uso do desenho para representação
a barreira da dificuldade da aptidão espacial defi-
do projeto tem um caráter abstrato, exigindo, por-
nida por Carroll, os modelos tridimensionais são
tanto, mais esforços no processo de compreensão,
apontados como ferramentas da prática. Conforme
em contraponto a maquete física é mais simples de
destacam Braida e Fonseca (2013, p. 2),
ser compreendida.
3º SIMPIF

mesmo após o advento das novas tec- Rozestraten (2003), Segall (2007), Tagliari,
nologias de informação e comunicação, Perrone e Florio (2014), em suas diferentes abor-
mais precisamente após a introdução das dagens, colocavam o modelo tridimensional como
ferramentas computacionais no ofício dos
importante recurso para a prática docente nas es-
4 O termo holítico provém do grego holos, que significa totali-
colas de arquitetura. Embora o foco destes estudos
dade. Faz-se referência à compreensão da realidade como um todo integrado
onde os elementos participam de uma combinação complexa de inter-rela- estivesse voltado para o processo de manufatura da
ção e correlação permanentes, entre si e com o todo, onde a parte está no maquete como parte da metodologia projetual em
todo, assim como o todo está na parte.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 999


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arquitetura, sempre permaneceu em evidência a im- 3. Método da pesquisa


portância desses objetos para a melhoria do raciocí-
O Projeto Desenho de Caixa foi pensado em
nio lógico-espacial dos alunos, pela possibilidade de
seis fases: 1) revisão bibliográfica; 2) treinamento
manipulação real das peças e de interpretação não
maquetaria; 3) confecção das peças; 4) avaliação
mais abstrata do espaço.
parcial; 5) experiência didática; 6) avaliação final. A
Silva (2011) ao expor sua experiência didá-
pesquisa concentrou a revisão acerca do ensino do
tica conclui que os modelos físicos construídos com
Desenho Técnico e do seu conteúdo programático,
diversos materiais são importantes para motivar o
da representação gráfica no desenho, atividades de
aluno com atividades lúdicas nas aulas de desenho.
desenvolvimento do raciocínio lógico-espacial, pla-
E, abrindo a possibilidade para exploração de vários
nificação de sólidos geométricos e técnicas de con-
insumos de acordo com a finalidade da peça, com-
fecção de maquetes.
plementa:
O treinamento em maquetaria seguiu o cami-
Modelos podem ser construídos em diver- nho da concepção das peças, desde o planejamen-
sos materiais, como madeira (compensa-
to, passando pela planificação até a execução. Na
do, MDF, balsa, etc.), sabão, plástico, Clay
capacitação da equipe foram mostrados os meios
(argila), massa de modelar, espuma rígida
convencionais de produção de maquetes – utilizan-
de poliestireno (PS), espuma de poliure-
tano (PU), cera, etc. auxiliando o trabalho do planificação instrumentada e corte com estilete
de construção de mock-ups na área de e régua sobre base e os meios computadorizados –
desenvolvimento de produto num curso com o uso do AutoCAD para gerar os arquivos das
de Design, protótipos de peças técnicas na peças planificadas e da máquina Silhouette Cameo
Engenharia e maquetes de edificações na
para recorte.
Arquitetura (2011, p.06).
O processo de produção dos sólidos se deu
O modelo e a maquete têm em comum a ori- a partir da busca dos modelos a serem executados.
gem relacionada à forma, no sentido de moldá-la ou Seguiu-se a realização das planificações à mão livre
reproduzi-la e são considerados instrumentos facili- em folhas de papel sulfite A4, depois reproduzidas
tadores da percepção espacial e projetual, já que se no AutoCAD e compatibilizadas no programa Silhou-
caracterizam por sua relação direta com a forma de ette Studio, para recorte na máquina. Os materiais
representação da realidade miniaturizada. Enquanto escolhidos para a confecção foram o papel Color
o termo maquete física foi sempre utilizado para tra- Plus de 180g/m² e a cola de silicone. Ver figura 1.
tar a representação miniaturizada do objeto arquite- Figura 1 - Materiais utilizados para confecção dos sólidos.
tônico, feita com materiais que remetam aos obje-
tos utilizados na construção civil. Enquanto que os
“modelos são representações tridimensionais reais,
em escala exata ou aproximada, com característi-
cas diversas” (SEGALL, 2007, online). A partir desta
distinção, trata-se o produto dos referidos projetos
3º SIMPIF

de pesquisa pela denominação de modelo, sólido,


peça. Este cuidado na nomenclatura procurou evitar
equívocos pela expectativa gerada no uso do ter-
mo maquete, que para alguns está invariavelmente
associada à representação miniaturizada do objeto
Fonte: Autoras, 2019.
arquitetônico, completa e que antecipa um resultado
de um projeto arquitetônico para um leigo.

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Para a realização das experiências a equipe Figura 2 - Modelos das peças de papel produzidas pelo
Projeto.
propôs 8 peças diferentes, estes contemplavam con-
teúdos diversos da disciplina de Desenho e graus
de dificuldade distintos. Nomeados como P01, P02,
P03, P04, P05, P06, P07 e P08, buscando seguir
uma ordem de complexidade. Durante sua produ-
ção foram realizados vários testes de proporção e
tamanho, para que não causassem dificuldades no
momento da representação, que tivessem tamanho
adequado em folha de papel A4 na representação
gráfica.
Conforme aparecem dispostas na Figura 2,
tem-se as peças: P01 – modelo em papel verde água,
é formado por dois prismas triangulares engastados,
para mostrar deformações de superfícies inclina-
das; P02 – modelo em papel verde escuro, trata-se
de uma justaposição de um prisma quadrangular e
triangular para abranger conceitos sobre distâncias
verticais, horizontais e superfícies inclinadas; P03
– modelo em papel amarelo, a partir da derivação
da peça anterior, com acréscimo de mais um prisma
retangular na base; P04 – modelo em papel azul es-
curo é uma forma quadrangular obtida por recorte
para trabalhar o conceito de aresta invisível nas vis-
tas ortográficas; P05 – modelo em papel roxo, é um
resultado multivolumétrico quadrangular concebido
para mostrar diferença dos traços em vista ortográ-
fica; P06 – modelo em papel laranja é uma forma
hibrida por justaposição e recorte quadrangular em
desnível ajuda na compreensão da diferença de tra-
ços e perspectivas; P07 – modelo em papel azul cla-
ro, forma quadrangular simples obtida por recorte
para expor esquema de corte horizontal com peça
auxiliar em papel verde claro e corte vertical em pa-
pel vermelho; P08 – modelo em papel magenta, for-
ma quadrangular complexa obtida com engaste de
Fonte: Autoras, 2019.
peças de recorte para desenhos com aresta invisível,
3º SIMPIF

Para a experiência didática com os três pro-


diferença de traços e faces inclinadas.
fessores, os 8 modelos foram disponibilizados e eles
ficaram livres para escolherem quais utilizariam,
bem como a forma de aplicá-los segundo sua própria
metodologia de ensino. A equipe de pesquisa esteve
presente apenas nos momentos inicias da aula, para
apresentação e os próprios docentes conduziram a

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 1001


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EDUCAÇÃO E ENSINO

atividade. Ao final do exercício, seguiu-se a aplica- Para realização do exercício o docente escolheu os
ção do questionário para colher as impressões dos modelos P01, P04, P05 e P08 e solicitou a repre-
discentes sobre os sólidos, e um outro destinado aos sentação das três vistas principais, contudo, a vista
docentes, para que estes avaliassem o método. frontal foi escolhida pelos alunos, que executaram o
Na primeira experiência, realizada na Sala 1, desenho com auxílio dos instrumentos e em folha de
a docente MP, ministrante da disciplina de Desenho papel A4. Ver Figura 3.
Básico e Técnico do Curso Técnico Subsequente em Figura 3 - Imagens das atividades realizadas nas expe-
Eletrotécnica, optou por utilizar todos os modelos. riências didáticas.

Para aquela que seria a segunda aula


sobre vistas ortográficas, ela distri-
buiu aleatoriamente os sólidos e pe-
diu que os alunos gerassem as três
vistas principais: frontal, superior e
lateral esquerda. Foram duas peças
por aluno, desenhadas em papel mili-
metrado, à mão livre. Nesta experiên-
cia participaram 30 discentes que
afirmaram não conhecer o método
antes da experiência realizada.
Em um segundo momento,
foi realizada na Sala 2, a experiência
com a professora FF, da disciplina de
Desenho Técnico do Curso Tecnoló-
gico em Segurança do Trabalho, com
34 alunos. Os alunos já tinham os
conhecimentos iniciais sobre vistas
ortográficas, mas para que eles con-
seguissem desenvolver a atividade de
maneira autônoma, a docente optou
por empregar dois dos modelos mais
simples – o P02 e P04. Definindo qual
face de cada sólido representaria a
vista frontal, pediu também para que
os alunos representassem as três vis-
tas essenciais. Desta vez, o desenho Fonte: Compilação das autoras, 20195.
foi feito com instrumentos, em folha de papel sulfi-
Ao final das experiências foram aplicados
te A3, obedecendo de forma mais rígida as medidas
3º SIMPIF

questionários previamente elaborados pela equipe


dos sólidos.
do projeto. Foram coletadas as impressões dos dis-
A última atividade, foi realizada na Sala 3 com
centes acerca do método. As perguntas contidas no
o professor ER, da disciplina de Desenho Básico e
questionário, indagavam se o método havia influen-
Técnico do Curso Técnico Subsequente em Edifica-
ciado positivamente em sua atividade, na melhora do
ções, estando presentes 34 alunos. O nível de co-
raciocínio lógico e entendimento da matéria. Além de
nhecimento dos discentes sobre vistas ortográficas
5 Montagem a partir de imagens coletadas dos profes-
era semelhante ao encontrado nas outras turmas.
sores das experiências.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 1002


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EDUCAÇÃO E ENSINO

permitir que os discentes opinassem na manufatura, meio das respostas ao questionário, nota-se que
formatos e cores dos sólidos, bem como se gostou eles também identificam suas dificuldades na com-
ou não de utilizar o método. preensão da matéria. E como a utilização do método
muda a perspectiva deles quanto ao seu aprendiza-
4. Resultados da pesquisa
do, já que notam as diferenças de entendimento no
As respostas obtidas com o questionário fo- uso dos sólidos, ao longo do questionário.
ram muito importantes para analisar a proposta da Tabela 1 - Respostas dos alunos ao questionário, quantifi-
ferramenta a partir da percepção dos alunos e dos cadas por alternativa assinalada em cada questão.
discentes. A principal ques-
tão era entender se os sóli-
dos de papel tiveram, para
aqueles alunos, a relevân-
cia positiva que Cavassani
(2014) atribuiu aos elemen-
tos tridimensionais miniatu-
rizados.
Durante a leitura
dos dados coletados foram Fonte: Autoras, 2019.
elaborados uma tabela e gráficos, relacionando as
Para uma melhor análise dos resultados obti-
questões elucidativas, assinaladas pelos discentes
dos através do questionário, foram elaborados grá-
nos questionários entregues após cada uma das três
ficos utilizando as questões 5, 6, e 7, escolhidas por
aulas (Ver Tabela 1). A avaliação foi feita de forma
explicar e esclarecer as opiniões expressas acerca
coletiva, unindo as impressões recolhidas nas três
do método abordado durante as experiências. Na
experiências, separando-as de acordo com as op-
quinta questão (Ver Gráfico 1), os alunos deveriam
ções escolhidas em cada questão.
avaliar como era o seu próprio entendimento sobre
Pode-se afirmar que a disseminação desse
conteúdo estudado durante a aula, antes de utilizar
método dentro do Campus era importante porque a
as peças. Os discentes afirmaram ter um entendi-
maior parte dos alunos desconhecia o uso das peças
mento satisfatório ao assinalar, em sua maioria, as
e nunca tinha tido contato com método semelhan-
opções BOM e REGULAR. Mas ao desenvolver o exer-
te, antes da experiência proporcionada pelo Proje-
cício, os professores relataram que todos precisaram
to de Pesquisa. Sendo assim, o projeto já cumpriu
de ajuda para executar as vistas e que alguns, ainda
uma meta que seria expandir o acesso, levando-o ao
assim, cometeram erros nos desenhos, demonstran-
conhecimento de mais discentes, proporcionando a
do que não tinham o referido conhecimento.
melhoria no desenvolvimento das atividades da per-
cepção espacial. Que, como aponta Ching (2011), Gráfico 1 - Quantidade por alternativas assinaladas na
questão 5
para esse poder da representação tridimensional em
uma superfície bidimensional possa se liberar, é ne-
3º SIMPIF

cessária a capacidade de ler e executar a linguagem


gráfica do desenho, sendo o desenho não somente
uma questão de técnica, mas também um ato cogni-
tivo que envolve percepção visual, avaliação e racio-
cínio de dimensões espaciais. Fonte: Autoras, 2019.

As lacunas no raciocínio lógico-espacial Na questão 6 eles avaliaram o uso das peças


são perceptíveis em grande parte dos alunos e, por e responderam se os sólidos ajudaram a compreen-

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 1003


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EDUCAÇÃO E ENSINO

der melhor o assunto e na questão 7 pedia-se que ção do método. Porém através dos desenhos, ainda é
fosse dito se as peças auxiliaram a fazer a ativida- possível notar uma necessidade de estímulo, decor-
de proposta pelo professor. Em ambas, as respostas rente da deficiência existente na visão espacial dos
ficaram entre as alternativas MUITO E DEMAIS. Os alunos, o que pode ser explicado por se tratar de
gráficos 2 e 3 referem-se, respectivamente, ao uso uma primeira experiência realizada.
e entendimento pós-utilização das peças. Compa- Quanto à análise dos docentes, eles afirma-
rando ao que foi dito na questão 5, que mesmo se ram que era perceptível a dificuldade no raciocínio
tendo razoável conhecimento sobre o conteúdo, os lógico-espacial dos alunos e na compreensão do
alunos consideraram que as peças foram um auxílio conteúdo. Ressaltaram que os alunos consegui-
para desenvolver a atividade proposta pelo docente ram desenvolver bem a atividade proposta por eles
em sala. Pelas alternativas mais assinaladas nos grá- e classificaram como benéfico o uso dos sólidos. E
ficos 2 e 3, pode-se sugerir até uma melhoria pós-u- consideraram as peças de papel auxiliadores viá-
tilização. veis no ensino-aprendizagem, já que afirmam que os

Gráfico 2 - Quantidade por alternativas assinaladas na modelos ajudaram a expressar e passar o conteúdo
questão 6 para os alunos, propondo sua utilização até em ou-
tras disciplinas. Aliando a resposta dos professores
ao que confirmaram os alunos, quando estes afirma-
ram que compreenderam melhor a atividade propos-
ta com a aplicação do método.
Os discentes e professores destacaram a boa
qualidade da manufatura e aprovaram os formatos e
Gráfico 3 - Quantidade por alternativas assinaladas na cores dos sólidos. Ambos consideraram os formatos
questão 7
simples, entretanto é importante observar que mes-
mo diante do apontamento, alguns erros foram come-
tidos durante a execução do desenho e que os alunos
precisaram da ajuda dos professores para desenvol-
ver o exercício. Embora esse ponto mereça atenção,
as experiências foram proveitosas e consideradas
Fonte: Autoras, 2019. bem-sucedidas pelos participantes, além de apre-
sentar-se o método para os demais professores, pos-
Os discentes conseguem materializar suas
sibilitado o enriquecimento didático de suas turmas.
ideias por meio dos modelos tridimensionais, por
esta relação que ele tem com a forma abstrata e ma- 5. Conclusão/Considerações
terial, unem suas idealizações da forma com a mate-
Através dessa experiência destacou-se o
rialização do sólido de papel que manuseiam e com-
quanto a inclusão de ferramentas didáticas pode
preendem com mais facilidade as vistas e como o
melhorar o processo de ensino-aprendizagem de de-
objeto em três dimensões passa a ser bidimensional
senho técnico, especialmente sob o ponto de vista
3º SIMPIF

Rozestraten (2003). Assim, passam a contemplar de


dos estudantes que se mostraram receptivos ao mé-
maneira mais abrangente o conteúdo, relacionando
todo. A assimilação do conteúdo programático pode
a ideia abstrata da forma e a materialização na peça.
ser comprometida diante das dificuldades inerentes
Dessa maneira, os alunos afirmaram que o
a grande parte dos alunos, advinda das lacunas na
método contribuiu de forma positiva no seu enten-
formação educacional dos discentes. Os modelos
dimento e em seu desempenho durante a atividade
de papel utilizados durante esta versão do Projeto
que foi pedida, mostrando a capacidade de aplica-
Desenho de Caixa tiveram boa aceitação pelos do-

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 1004


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EDUCAÇÃO E ENSINO

centes e discentes envolvidos, contribuindo direta- NEERING FOR ARTS AND DESIGN, 10., 2013, Flori-
mente no aguçamento se sua percepção espacial. anópolis. Anais [...]. Florianópolis: GRAPHICA, 2013.
Considerando o bom êxito da experiência descrita, CAVASSANI, G. Técnicas de maquetaria. 1. ed. São
intenciona-se que as peças confeccionadas também Paulo: Érica, 2014.
em edições anteriores do projeto possam oportuni-
CIELO, S. M. Relações entre expressão gráfica e vi-
zar outros momentos em outras disciplinas. são espacial. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE EN-
Ao demonstrar o método, busca-se disse- SINO DE ENGENHARIA, 27., 1999, Natal. Anais [...].
minar uma ferramenta de produção simples que Natal: ABENGE, 1999.

demanda materiais e equipamentos de fácil aces- CHING, F. D. K. Arquitetura: forma, espaço e ordem.
so, passível de ser executada e replicada em várias São Paulo: Martins Fontes, 1998.
circunstâncias. Sendo produzida de modo artesanal, CHING, F. D. K. Representação gráfica em arquitetu-
é um recurso manual eficaz, apesar de todo avanço ra. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.
tecnológico.
MOURA, S. M. S. et al. Interfaces do desenho: diá-
Para alguns alunos, apenas os habituais trei- logos interdisciplinares como prática pedagógica de
namentos do desenho técnico, envolvendo as figuras formação discente e docente no IFBA. Ensino em
virtuais ou estáticas serão suficientes para adminis- Foco, Salvador, v. 2, n. 4, p.25-36, abr. 2019.
trar o conhecimento sobre a disciplina. No entanto, NEVES JÚNIOR, C. A. et al. Dificuldades de visualiza-
para um contingente cada vez maior de discentes, ção espacial em alunos do Ensino Fundamental I e
será preciso inserir mecanismos para auxiliar a com- II In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON GRAPHICS
ENGINEERING FOR ARTS AND DESIGN, 10., 2013,
preensão sobre conteúdos programáticos que pre-
Florianópolis. Anais [...]. Florianópolis: GRAPHICA,
cisam ser entendidos para melhorar o desempenho 2013.
educacional.
PRIETO, G.; VELASCO, A. D. Visualização espacial,
Os pequenos modelos desenvolvidos nesta
raciocínio indutivo e rendimento acadêmico em de-
pesquisa demonstraram eficiência em diminuir as senho técnico. Psicologia Escolar e Educacional.
dificuldades de um grupo de discentes ao permitir 2006, vol.10, n.1, pp.11-20. Disponível em: http://
o aguçamento da visão e percepção espacial numa www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S1413-85572006000100002&lng=en&nrm=
experiência. Foi possível ao contribuir com a fixação
iso&tlng=pt. Acesso em: 10 de maio 2019.
dos conteúdos da disciplina através da materializa-
ção dos objetos, tornando concreta uma realidade RAGONHA J.; VIZIOLI, S. H.T. O modelo tridimensio-
nal físico e seu papel na educação patrimonial
que era apenas virtual.
In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON GRAPHICS
Referências ENGINEERING FOR ARTS AND DESIGN, 10., 2013,
Florianópolis. Anais [...]. Florianópolis: GRAPHICA,
ARAÚJO, N. S. Ensino globalizado: o modelo físico e
2013.
digital como estímulo da percepção espacial no meio
acadêmico. In: FÓRUM DE PESQUISA FAU, 3., 2007, ROZESTRATEN, A. S. Estudo sobre a história dos
São Paulo. Anais [...]. São Paulo: MACKENZIE, 2007. modelos arquitetônicos na antiguidade: origens e
características das primeiras maquetes de arquiteto.
BARROS, T. F. G. de; CORREIA, A. M. A. Quebrando
São Paulo, 2003. Dissertação (Mestrado em Estrutu-
3º SIMPIF

tabus: o ensino do desenho arquitetônico no curso


ras Ambientais Urbanas) - Faculdade de Arquitetura
de engenharia civil. In: INTERNATIONAL CONFER-
e Urbanismo, Universidade de São Paulo.
ENCE ON GRAPHICS ENGINEERING FOR ARTS AND
DESIGN, 7., 2007, Curitiba. Anais [...]. Curitiba: ROZESTRATEN, A. S. Modelagem manual como ins-
GRAPHICA, 2007. trumento de projeto.  Arquitextos, São Paulo, ano
05, n. 049.04, Vitruvius, jun. 2004. Disponível em:
BRAIDA F. FONSECA J. Hibridismos entre desenhos
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arqui-
e maquetes: uma experiência interdisciplinar. In: IN-
textos/05.049/576. Acesso em: 20 janeiro 2005.
TERNATIONAL CONFERENCE ON GRAPHICS ENGI-

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

SEGALL, M. L. Modelagem tridimensional real e en-


sino de arquitetura. Ferramenta de projeto e cons-
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http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arqui-
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nharia e design. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE EN-
SINO DE ENGENHARIA, 39., 2011, Blumenau. Anais
[...]. Blumenau: ABENGE, 2011.

TAGLIARI, A.; PERRONE, R.; FLORIO, W. Os Projetos


Residenciais Não-Construídos de Vilanova Artigas
em São Paulo. PÓS, São Paulo, v. 21, n. 35, p. 098-
117, junho 2014.

3º SIMPIF

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

João Paulo Gomes de Vasconcelos


Redinamizações territoriais em
Aragão
[email protected]
cidades pequenas: análises a partir da
Instituto Federal de Pernambuco – Campus implantação de um Campus do Instituto
Garanhuns
Federal da Paraíba
João Victor da Costa Moura
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba – Campus
Esperança Resumo

Sara Aymê Marinho Gaspar O objetivo geral deste estudo foi analisar a (re)dinamização territorial
[email protected]
em cidades pequenas a partirda implantação dos Campi dos Institu-
Instituto Federal da Paraíba – Campus
Esperança. tos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IF’s), verificando
os processos de reorganização dos territórios componentes dos arran-
jos produtivos regionais e das cotidianas intermediações entre agentes
sociais na dinâmica intraurbana. A indissociabilidade entre sociedade
e natureza, perspectiva abarcada no método sistêmico, foi adotada por
empréstimo para conjecturar as relações entre os agentes sociais e o
processo de (re)produção dos territórios. Para tanto, investigou-se o
caso de Esperança-PB, município que possui um Campus do Instituto
Federal da Paraíba - IFPB. A expansão da rede de IF’s não gera impli-
cações apenas nas esferas do ensino-aprendizagem, que envolve diretamente professores e estudantes, bem
como o município que recebe a infraestrutura física e de pessoal institucional. A medida que estas instituições
são implantadas, inúmeras mudanças de caráter espacial, cultural, econômico e político são conduzidas, o que
interfere diretamente nas configurações de poder simbolizadas e/ou materializadas nas dinâmicas dos territórios
intraurbanos e regionais. Este processo de redinamização territorial tem sido efetivado em distintas escalas, dire-
tamente impactadas com a instalação da infraestrutura física e pelas ações decorrentes da existência dos Campi.

Palavras-chave: Território. Cidades pequenas. Institutos federais.

Abstract

The general objective of this study was to analyze the territorial (re)dynamization in small cities from the implan-
tation of the Campi of the Federal Institutes of Education, Science and Technology (FI’s), verifying the processes of
reorganization of the territories that are part of the regional and daily productive arrangements and intermediations
between social agents in the intraurban dynamics. The inseparability between society and nature, a perspective
encompassed by the systemic method, was adopted by borrowing to conjecture the relations between social agents
and the process of (re) production of territories. Therefore, we investigated the case of Esperança-PB, a town that
has a Campus of the Federal Institute of Paraíba - IFPB. The expansion of the FI network does not only have implica-
tions for teaching-learning, which directly involves teachers and students, as well as the municipality that receives
the physical infrastructure and institutional staff. As these institutions are implemented, numerous changes of spa-
tial, cultural, economic and political character are conducted, which directly interfere with the symbolized and / or
materialized power configurations in the dynamics of intraurban and regional territories. This process of territorial
revitalization has been carried out on different scales, directly impacted by the installation of physical infrastructure
and the actions resulting from the existence of Campi.

Keywords: Territory. Small towns. Federal institutes.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 1007


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

1. Introdução capaz de gerar conhecimentos a partir de práticas


interativas com a realidade, de modo a propiciar a
A expansão da rede de institutos federais de
construção de projetos locais (grifo nosso)”. Deve-se
educação, ciência e tecnologia (IF’s) não gera impli-
considerar que, além do planejamento de cada pro-
cações apenas nas esferas do ensino-apren-
cesso resultante da estrutura acadêmica dos Campi
dizagem, que envolve diretamente professores e
implantados, é preciso conceber que a relação com
estudantes, bem como a educação em seu sentido
uma cultura territorialmente produzida pode gerar
de processo humano formativo e político, além da
como consequências mudanças, tanto para esta cul-
região, com destaque para o município que rece-
tura (BRASIL, 2008), como para a própria estrutura
be a infraestrutura física e profissionais. A medi-
sócio institucional e pedagógica de cada Campus1,
da que estas instituições são implantadas, inúmeras
além da organização do território, concebido à luz
mudanças de caráter espacial, cultural, econômico e
de Haesbaert (2004, p. 1-2), para o qual “tem a ver
político são conduzidas, o que interfere diretamen-
com poder, mas não apenas ao tradicional “poder
te nas configurações de poder materializadas nas
político”. Ele diz respeito tanto ao poder no sentido
dinâmicas dos territórios. Este processo de redina-
mais concreto, de dominação, quanto ao poder no
mização territorial efetiva-se tanto na escala dos
sentido mais simbólico, de apropriação”.
agentes sociais que reproduzem arranjos produtivos
Soma-se a isto o fato que, no decurso do
regionais, bem como nas dinâmicas intraurbanas, di-
processo de interiorização dos IF’s, as determina-
retamente impactadas com a instalação da infraes-
ções políticas geram forte incidência sobre a loca-
trutura dos Campi.
lização dos institutos em determinada cidade, além
Atento a estes processos conduziu-se um
da própria necessidade de crescimento econômico,
projeto de pesquisa no IFPB Campus Esperança
polarizado em algum centro estratégico, que tantas
intitulado “Redinamizações territoriais em cidades
regiões brasileiras ainda reivindicam e que também
pequenas a partir da implantação de Campus dos
repercute na natureza dos cursos e até dos projetos
Institutos Federais: o caso de Esperança-PB”, a par-
conduzidos nos institutos. Na esteira destas relações
tir do qual sistematizou-se o presente artigo. Não
e do contexto maior que abrange as mesmas, é pos-
espera-se com este trabalho encerrar e tampouco
sível instigar como o espaço geográfico é constan-
totalizar as discussões sobre os IF’s. A despeito de
temente (re)produzido, permitindo, ele próprio, ser
se tratar de um estudo de caso, as reflexões em tela
a condição, o meio e o produto das transformações
consideram disposições concebidas para todo o uni-
realizadas pelo Homem (CARLOS, 2011), inclusive,
verso dos IF’s e categorias teóricas, vindouras da
no que concerne ao papel dos IF’s nos processos de
Geografia, que permitem a composição de questões
reprodução das cidades em que atuam e em suas re-
abrangentes e não limitadas ao caso analisado. É
giões de abrangência.
também um registro que se permite a comparação,
releitura, superação e, indubitavelmente, o fomen-
to a reflexão desta importante política pública que 1 Os próprios institutos concentram esforços a fim de

abrange os próprios institutos e inúmeros outros identificar, por exemplo, quais os anseios locais de desenvolvimen-
to, assim como em observar suas expectativas para com a oferta
3º SIMPIF

agentes sociais em seu exercício de poder expressos


dos serviços educacionais na região, utilizando para tanto os planos
nas formas de territorialidades tecidas na contem- institucionais de expansão e os estudos de viabilidade de cursos.
poraneidade brasileira. Acredita-se, porém, que tais mecanismos sejam insuficientes para

Desta feita, à luz de Morigi e Pacheco (2012, caracterizar toda envergadura que o processo de implantação dos
institutos produz nas dimensões ambiental, econômica, cultural e po-
p. 24) que analisam os limites e as possibilidades dos
lítica de cidades pequenas e suas respectivas regiões. Principalmen-
IF’s, “torna-se imprescindível situar as novas ins- te, por ser a implantação o estágio inicial da evolução institucional,
tituições como potencializadoras de uma educação além do que os institutos constituem elementos sociais dinâmicos
e passíveis a transformações em todas as dimensões mencionadas.

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 1008


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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

Destarte, o estudo em tela problematizou em tir dos territórios redinamizados com a implantação
que medida os institutos federais de educação, ciên- de Campi dos institutos federais.
cia e tecnologia têm conduzido (e sido induzidos) as Ressalta-se, por fim, que a temática em aná-
(nas) (re)dinamizações territoriais integrantes dos lise ainda apresenta consideráveis lacunas, uma
arranjos produtivos regionais interioranos centrali- vez que a proposta de expansão da atual rede remete
zados por cidades pequenas onde a infraestrutura ao ano de 2008 quando é lançada a articulação para
dos Campi é implantada. criação dos IF’s (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2015).
A princípio, acreditou-se que os IF’s são ele- Este fato ratifica a realização oportuna da pesquisa
mentos institucionais do Estado que, além de remo- que serviu de base a este trabalho2, uma vez que
delarem a configuração dos serviços educacionais existem demandas para o entendimento aprofunda-
em nível local e regional, inauguram nestas mesmas do do impacto dos IF’s nas dinâmicas territoriais que
escalas novas relações de poder, as quais interferem preenchem e caracterizam os arranjos regionais de
na evolução das dimensões sociais e econômicas já produção. Desta feita, seguem-se, além dos aportes
materializadas no espaço e percebidas segundo as teóricos, a síntese metodológica, a discussão dos
territorialidades redinamizadas no cotidiano. Os im- resultados obtidos e as considerações conclusivas.
pactos destas reconfigurações tendem a ser sentidos
2. Referencial teórico
de forma imediata nas esferas locais, principalmen-
te, devido a conotação política, econômica e social Partindo da concepção miltoniana de que
que as propostas de implantação despertam, seja o espaço é um conjunto indissociável, solidário e
nos grupos sociais ansiosos por melhorias na educa- contraditório de sistemas de objetos e sistemas de
ção, seja na conjuntura política econômica, atenta às ações (2012), concebe-se o processo de reconfi-
repercussões que uma instituição federal pode trazer guração espacial como essência da dinâmica terri-
no bojo das relações de poder, produção e controle torial promovida pelos agentes sociais que buscam
econômico de territórios, como também, em virtu- efetivar suas estratégias de poder, garantindo seus
de da produção das estruturas físicas dos Campi. objetivos de controle e reprodução da vida e/ou da
Com isso, foi objetivo geral deste trabalho mais valia. Estas dinâmicas encontram-se atreladas
analisar a (re)dinamização territorial em cidades à forma como o trabalho está organizado e como
pequenas da Paraíba a partir da implantação dos este reflete as relações do Homem com a Natureza.
Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecno- Segundo Corrêa (2007, p. 54)
logia, verificando os processos de reorganização de
A partir das necessidades do homem em
territórios componentes dos arranjos produtivos re-
termos de fome, sede e frio, verifica-se
gionais e da dinâmica intraurbana. Como objetivos uma ação de intervenção na natureza. De
específicos, almejou- se a) caracterizar os principais caráter social, envolvendo um trabalho or-
impactos produzidos pelos IF’s na dimensão dos ter- ganizado coletivamente, implica uma certa
ritórios intraurbanos das cidades, considerando um divisão do trabalho e a definição do quê,

caso específico; b) avaliar como se dá a relação en- quanto e como será a produção. E ainda de
que jeito reparti- la. Surgem então relações
tre IF’s e as demandas sociais inerentes aos arranjos
3º SIMPIF

sociais que têm sua essência na produção.


produtivos locais-regionais; c) indicar a interferên-
É no trabalho social que os homens esta-
cia dos IF’s a medida que estes são inseridos nas
2 No estado da Paraíba verifica-se a possibilidade por
dimensões ambiental, cultural, econômica e política
estudos desta natureza que permitam, no âmbito das cidades pe-
dos territórios componentes dos arranjos produtivos quenas, conceber o papel dos IF’s. Do total de 15 unidades men-
regionais e intraurbanos; e d) discutir em que me- cionadas, considera-se 11 municípios cujas sedes podem ser
classificadas como cidades pequenas. Listam-se os municípios:
dida os IF’s têm contribuído ou não para alavancar
Cajazeiras, Catolé do Rocha, Esperança, Guarabira, Itabaiana, Ita-
processos de desenvolvimento local-regional a par-
poranga, Monteiro, Patos, Picuí, Princesa Isabel, Santa Rita.

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belecem relações entre si e, a partir destas, espaço é portanto anterior, preexistente a


com a natureza. qualquer ação. O espaço é, de certa forma,
“dado” como, se fosse uma matéria-prima.
Neste sentido, o processo de reconfiguração Preexiste a qualquer ação. “Local” de possi-
espacial, tido na perspectiva de prática espacial, bilidades, é a realidade material preexisten-
constitui-se em algo infindável, resultando da cons- te a qualquer conhecimento e a qualquer

ciência espacial dos homens e, sendo capaz de gerar prática dos quais será o objeto a partir do
momento em que um ator manifeste a in-
mudanças no todo ou em parte do espaço, a depen-
tenção de dele se apoderar. Evidentemente,
der das possibilidades técnicas, padrões culturais de
o território se apoia no espaço, mas não é
cada sociedade, significados atribuídos à natureza o espaço. E uma produção, a partir do es-
e particularidades de cada subespaço (CORRÊA, paço. Ora, a produção, por causa de todas
2007b). Destas relações emanam as práticas territo- as relações que envolve, se inscreve num
riais que emolduram e dão significativa dinamiza- campo de poder. Produzir uma representa-
ção do espaço já é uma apropriação,
ção política à vida urbana, seja pautada no plano da
uma empresa, um controle portanto, mes-
dimensão cultural, seja na dimensão econômica, por
mo se isso permanece nos limites de um
exemplo. Estas práticas territoriais são, necessaria- conhecimento. Qualquer projeto no espaço
mente, exercícios mais ou menos efetivos de poder. que é expresso por uma representação re-
Cabe, portanto, explicar como surgem os ter- vela a imagem desejada de um território, de
ritórios, integrando-o à concepção de espaço. um local de relações.

Para Haesbaert (2004, p. 1),


Assim, pode-se avançar para explicação do
Desde a origem, o território nasce com uma que seria o território através de seu exercício pleno,
dupla conotação, material e simbólica, pois isto é, a territorialização. Assim explicita que a terri-
etimologicamente aparece tão próximo de
torialidade ganha um valor bem reservado, pois ajuí-
terra-territorium quanto de terreo-territor
za a multidimensionalidade cotidiana territorial pe-
(terror, aterrorizar), ou seja, tem a ver com
dominação (jurídico-política) da terra e
los integrantes de uma coletividade, por intermédio
com a inspiração do terror, do medo – es- dos grupos sociais em síntese. Estes grupos sociais,
pecialmente para aqueles que, com esta ditos agentes, “vivem” o processo territorial e o pro-
dominação, ficam alijados da terra, ou no duto do território por meio de um sistema imbrica-
“territorium” são impedidos de entrar. Ao do de arrolamentos existenciais e/ou produtivistas.
mesmo tempo, por extensão, podemos di-
Sejam relações existenciais ou produtivistas, todas
zer que, para aqueles que têm o privilégio
são mecanismos de poder, uma vez que há influência
de usufruí-lo, o território inspira a identifi-
cação (positiva) e a efetiva “apropriação”. mútua entre os atores que buscam transformar tanto
as intermediações com a natureza como as interme-
Com base nesta concepção, toma-se para diações sociais. Os agentes, sem conceberem, igual-
este estudo a ideia de território enquanto determi- mente transformam-se, sendo o poder inevitável e,
nada influência de poder empregada por agentes so- em certa medida, inocente (RAFFESTIN, 1993).
ciais diversos e que visam a territorialidade sobre um Neste contexto, os Campi recentemente im-
3º SIMPIF

dado espaço numa perspectiva de apropriação. Mas plantados pelos Institutos Federais em cidades pe-
neste contexto, qual seria a relação do território com quenas vêm redesenhar territórios e definir os seus,
o espaço e qual a definição de território e territoria- ressignificando e reordenando simbólica e material-
lidade a ser considerada? mente relações de poder das quais passam a, não
Raffestin (1993, p. 144) explica que apenas participar, como também produzir sistemas

[...] o espaço não tem valor de troca, mas de territorialidade. Produção esta que é permanen-
somente valor de uso, uma utilidade. O

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temente suscetível e promovedora de mudanças cipalmente as dinâmicas territoriais renovadas e/ou


como instiga este estudo. estabelecidas com a implantação destas unidades
Sobre as cidades pequenas em especial, San- de ensino. Convêm explicar que, conforme a Lei n°
tos (1982) defende uma concepção teórica, utili- 11.892/08, no seu artigo 2°
zando-se de outra nomenclatura. O autor utiliza no
Os Institutos Federais são instituições de
livro “Espaço e Sociedade” a terminologia “cida- educação superior, básica e profissional,
des locais” considerando que estas desempenham pluricurriculares e multicampi, especia-
uma função submissa aos níveis de influência po- lizadas na oferta de educação profissional
lítica econômica das cidades superiores (médias e e tecnológica nas diferentes modalidades

grandes, por exemplo), o que as torna dependentes de ensino, com base na conjugação de co-
nhecimentos técnicos e tecnológicos com
destes níveis. O mesmo ainda destaca que o grau de
as suas práticas pedagógicas, nos termos
complexidade para o entendimento destas cidades
desta Lei.
locais é maior, pois é preciso considerar a incidência
das influências superiores que se organizam na pro- Constata-se que os Institutos Federais en-
dução do espaço das cidades locais. quanto reflexo de políticas públicas de educação
Sobre isso, Corrêa (1999) afirma que a glo- devem repercutir não apenas na oferta de serviços
balização promove mudanças, gerando uma refun- educativos de qualidade profissional científica e tec-
cionalização nas cidades, cujos reflexos podem ser nológica, mas também na articulação com as políti-
explicados por meio de duas possibilidades não cas voltadas ao trabalho e a renda, o desenvolvimen-
excludentes: por um lado, a perda de centralidade, to setorial, ambiental, social, entre outros (BRASIL,
acompanhada pelo surgimento de novas funções não 2008, P. 22).
centrais, ligadas diretamente à produção do campo; Tem-se com isso o estabelecimento de um
e, por outro lado, as transformações dadas com a amplo leque de relações entre agentes sociais os
introdução de novas atividades, que proporcionam quais atuam nas escalas inter e intra urbana de for-
uma especialização produtiva ao núcleo preexisten- ma consorciada ou conflituosa. Estas relações efeti-
te, dando-lhe a possibilidade de inserir-se diferen- vam a concepção de multiterritorialidade, consenti-
temente na rede urbana, que passa a ter uma mais da, dentre outros, por Raffestin (1993) e Haesbaert
complexa divisão territorial do trabalho. (2014; 2004).
Por observar a cidade pequena como um es- Devido às particularidades demográficas,
paço com características diferenciadas se compara- quais sejam, baixos fluxos de circulação de mão de
da às cidades médias e grandes, considerar-se-á a obra, mercadoria e serviços, e à relativa exiguidade
cidade pequena com o significado atribuído por San- de seus centros urbanos, as cidades pequenas refle-
tos (1982) à cidade local. Apesar disto são muitos os tem de modo mais claro as repercussões espaciais
estudos em nível internacional que propõem a refle- da implantação de institutos federais (Aragão; Sou-
xão sobre a cidade pequena. Dentre os mais conhe- za, 2017). Além de constituírem novas centralidades
cidos figuram Bell e Jayne (2006), Owusu (2005), no que tange a oferta de serviços educacionais, tais
Min (1990) e Silva e Spósito (2013). cidades passam a polarizar novos impactos na esfera
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Com a instalação dos Institutos Federais veri- ambiental, econômica, política e cultural, fluxos que
fica-se que as cidades pequenas têm apre- enrijecem as relações intraurbanas com os arranjos
sentado mudanças em diferentes aspectos da vida regionais, além da construção de novas intermedia-
cotidiana. Todavia, são ainda desconhecidas e pas- ções sociais com a intervenção dos institutos na rea-
síveis de melhor detalhamento espacial o que tais lidade social local – regional, podendo contribuir ou
instituições promovem para além do impacto sobre não na diminuição das desigualdades regionais.
a oferta de serviços educacionais, observando prin- Pacheco e Morigi (2012, p. 25) explicam que:

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Para atingir o objetivo político de comba- cidos os cursos técnicos integrado e subsequente
te às desigualdades regionais e contribuir em Informática3 (IFPB, 2017). Além de apresentar
na construção de um projeto de nação
Campus do IFPB recentemente implantado, a cidade
mais igualitária, segundo prega o discurso
de Esperança dispõe-se em microrregião no estado
oficial, os Institutos Federais precisam es-
tabelecer uma estreita relação com o ter-
da Paraíba4, a qual exerce centralidade em inúmeros
ritório onde se situam: “a interferência pro- processos econômicos, político administrativos e
picia alteração na esfera maior” [...] Isso sociais. Este fato permite verificar em que medida
significa ir além da compreensão da EPT a instalação do IFPB nestas cidades (re)configura as
como instrumentalizadora de pessoas para relações e dinâmicas territoriais que perfazem esta
o trabalho, visando atender exclusivamente
região e, principalmente, a influência do instituto no
aos interesses do mercado.
arranjo intraurbano da cidade em tela.
A atuação dos Institutos Federais em cida- As etapas técnicas da metodologia foram or-
des pequenas não se limita, contudo, ao processo ganizadas conforme os objetivos específicos ante-
de implantação e às perspectivas do discurso ofi- riormente apresentados e seguem listadas no qua-
cial. Enquanto componentes de relações sociais, dro a seguir.
os Institutos Federais integram- se, harmoniosa ou Quadro 01 - Técnicas utilizadas no estudo.
conflitantemente, a contextos políticos, econômicos
Objetivos Técnicas do estudo
e ambientais pré-existentes. Sua inserção à realida-
específicos
de local está, pois, associada a atuação de agentes a) Revisão da literatura e documentos ins-
sociais cuja função encontra- se marcada no modo titucionais, tais quais, os planos de im-
plantação, arcabouço legal dos Institutos
de organização do espaço e dinamização nos territó- Federais, Lei Orgânica e Plano Diretor. Ob-
rios, conforme se infere de Pacheco e Morigi (2012). servações de campo e levantamento foto-
gráfico, incluindo uso de Drone.
Por isso, concebe-se como necessária a delimitação
b) Elencar informações primárias sobre pro-
da cidade pequena, de seu espaço intraurbano e de jetos de pesquisa, extensão, servidores e
discentes, bem como segmentos sociais
seu papel na organização do espaço regional, dis- parceiros do campus Esperança do IFPB.
cernindo os agentes sociais atuantes. c) Levantamento de dados estatísticos em
plataformas virtuais de instituições públi-
3. Método da pesquisa cas locais, estaduais e federais.
d) Análise empírica com representações car-
A concepção metodológica deste estudo foi tográficas das dinâmicas potencializadas
pelo Campus Esperança do IFPB na cidade
inspirado no método sistêmico, explicitado e apli- de Esperança.
cado, entre outros, por Monteiro (2001). A indisso- Fonte: Os autores, 2017
ciabilidade entre sociedade e natureza, perspectiva
abarcada no método sistêmico, foi adotada por em- 3 O estudo (realizado entre agosto de 2017 e julho de

préstimo para conjecturar as relações entre os agen- 2018) ocorreu anteriormente a criação do curso mais recente do
Campus, o técnico em Sistemas de Energia Renovável integrado ao
tes sociais e o processo de (re)produção dos territó-
Ensino Médio.
rios o qual, crê-se se efetiva de forma sistêmica, uma
vez que, a chegada de um novo elemento num dado 4 O Estado da Paraíba apresenta atualmente 23 micror-
3º SIMPIF

processo, reestrutura o mesmo, configurando novas regiões, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(2017). Dentre estas encontra-se a microrregião de Esperança.
dinâmicas e, tornando, distinto o próprio processo.
Listam-se as microrregiões paraibanas a seguir: Brejo Paraibano,
Considerando o objeto de estudo, ficou defi- Cajazeiras, Campina Grande, Cariri Ocidental, Cariri Oriental, Cato-
nido como recorte empírico a cidade de Esperan- lé do Rocha, Curimataú Ocidental, Curimataú Oriental, Esperança,

ça, onde existe um Campus recentemente implanta- Guarabira, Itabaiana, Itaporanga, João Pessoa, Litoral Norte, Litoral
Sul, Patos, Piancó, Sapé, Seridó Ocidental Paraibano, Seridó Orien-
do do Instituto Federal da Paraíba. Neste Campus,
tal Paraibano, Serra do Teixeira, Sousa e Umbuzeiro.
no período de realização da pesquisa, eram ofere-

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Destaca-se que a escolha da cidade de Espe- materialização de ações que reforça o impacto da
rança foi corroborada por um conjunto de aspectos: existência de um novo agente de poder o qual con-
a) dispõe-se em região econômica com funcionali- solida-se e marca um território de expressão, seja
dades peculiares no estado da Paraíba; b) concentra com infraestruturas físicas, seja com suas ações
importantes processos socioespaciais vinculados mais ou menos combinadas e/ou conflituosas pe-
à circulação de estudantes, servidores e atividades rante os demais agentes que também compõem a
socioeconômicas locais potencializadas com a ativi- malha de territórios locais/regionais.
dade do Campus; c) apresenta-se na região natural Como se verifica na Figura 01, a localização
do brejo paraibano, zona de transição entre a Zona das obras em setores distantes do centro ur-
da Mata e o Agreste semiárido, o que possibilita a bano impacta já a própria organização do espaço,
observação dos impactos intra e inter urbano das por sua vez, não restrita à cidade, mas igualmente
ações de pesquisa e extensão do Campus no que o espaço periurbano e o rural. Tal fato implica numa
concerne aos sistemas naturais e arranjos produ- recondução da divisão territorial haja vista redire-
tivos da região; d) além de possuir em seu quadro cionar fluxos de servidores, estudantes, de recursos
de servidores efetivos pesquisadores do grupo de financeiros, estruturas, etc. do centro para a porção
pesquisa proponente deste estudo, o que permitiu o periurbana da cidade e até a setores rurais. Tal pro-
acompanhamento contínuo e sistemático das etapas cesso não ocorre separadamente e como tal tende
do trabalho. a estabelecer novas configurações e interesses de
agentes territoriais já existentes, evidenciando, por
4. Resultados da pesquisa
exemplo, ações ligadas ao mercado imobiliário.
A magnitude das redinamizações territoriais Além disso, registram-se os agentes e os flu-
resultantes da implantação do Campus do IFPB na xos de recursos financeiros para custeio das obras
cidade Esperança pode ser caracterizada a partir do do campus Esperança. Inicialmente a empresa Equa-
fluxo de recursos financeiros, recursos humanos e torial, do estado do Amapá, e, atualmente, a empresa
estudantes diretamente contemplados pela política Virtual, com sede em Campina Grande conduziram a
pública federal materializada desde a construção obra. Esta última empresa tem mantido um número
das instalações definitiva dos Campi, como médio de 65 trabalhadores. O valor orçado da obra
exemplificado na figura 01 . Estes fluxos já são re-
5 é de R$11.743.991,98 (onze milhões, setecentos e
flexos de um processo de efetivação dos IF’s e os quarenta e três mil, novecentos e noventa e um reais
desdobramentos em equipamentos físicos, pessoal e noventa e oito centavos), em valores recalculados
envolvido, parcerias estabelecidas, marcas da terri- pela empresa Virtual6. Até a data de realização dos
torialidade e das redinamizações sobre o tecido de levantamentos de dados junto ao setor financei-
poder pré-constituído. ro do campus Esperança, já haviam sido gastos R$
Este processo indica que, além da apropria- 1.742.554,96 (Um milhão, setecentos e quarenta e
ção territorial (RAFFESTIN, 1993) firmada nas dois mil, quinhentos e cinquenta e quatro reais e no-
relações interinstitucionais, nos fluxos de recursos, venta e seis centavos).
conhecimento e pessoas, há de forma evidente uma
3º SIMPIF

6 A empresa Virtual realizou o recálculo da obra após a

5 Na figura 01, por exemplo, à margem esquerda da PB Empresa Equatorial deixar o trabalho. Inicialmente, o valor orçado

121, é notória a ação de loteamento realizada por agente imobili- era de R$10.501.052,18 (Dez milhões, quinhentos e um mil, cin-

ário local, influenciado pela construção do campus e especulativa quenta e dois reais e dezoito centavos).

expansão da demanda por residências. Na mesma lógica, é possível


questionar que outras dinâmicas de agentes econômicos locais e
regionais poderão ser materializadas, seja em dependência, seja em
conflito aos agentes atuantes neste espaço.

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Figura 01- Recortes de paisagem das obras e do entorno


da sede definitiva do IFPB campus Esperança.

Cidade PB

Fonte: Os autores, 2017.

As dinâmicas registradas quanto à sede de- lecida entre o IFPB e a Prefeitura do Município de Es-
finitiva do Campus constituem uma realidade inte- perança, o Campus tem desde 2016 recebido uma
grada aos impactos das atividades correntes do quantidade crescente de estudantes e servidores
Campus através das dinâmicas executadas na sede que têm impactado diretamente na demanda por
provisória do campus Esperança , localizada próxi-
7 espaços físicos para realização das aulas, projetos,
ma ao centro da cidade (Figura 02), já em consenti- práticas laboratoriais, eventos, etc. Tal expansão ex-
mento às diretrizes de Brasil (2008). pressa- se na demanda do Campus por estruturas fí-
sicas, quais sejam salas, corredores, banheiros, etc.
Figura 02 - Sede provisória do IFPB campus Esperança na
Escola Municipal Josefa Pinheiro. Contudo, neste caso, a expansão do Campus implica

3º SIMPIF

Fonte: Os autores, 2017.


diretamente no uso do espaço da escola municipal
Funcionando numa escola pública municipal
que, por sua vez, no período de 2015 a 2018, dimi-
desde o ano de 2015, com base em parceria estabe-
nuiu a quantidade de salas utilizadas em virtude da
7 A ocupação da sede definitiva do IFPB Campus Esperança expansão do Campus.
estava prevista para o segundo semestre de 2018. No entanto, devi- Verifica-se, em processo, a consolidação de
do a inconclusão das obras, tal ocupação não veio a ocorrer, sendo
uma política pública de educação cuja contribuição
provável que a mudança acontecerá no segundo semestre de 2019.

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parecer ser harmoniosamente concordada entre Médio e 2 do curso subsequente (para quem concluiu
IFPB e Prefeitura Municipal, responsável pela admi- o Ensino Médio). Dos 12 estudantes, 10 eram bolsis-
nistração da escola. Porém, ressalta-se como a efe- tas. O valor voltado para custeio de bolsas, desde o
tivação desta política reconduz implicações de apro- início do Campus até 2017 era de R$ 13.600,00,
priação e uso do espaço que repercutem no trabalho além de mais R$24.00,00 em valor total de custeio
de profissionais, crianças que frequentam a escola e para taxas de bancada.
responsáveis por estas. Durante o ano de 2017, por Os números para projetos de extensão são
exemplo, a escola teve que realizar o programa “Mais próximos. Até 2017, houveram 4 projetos de exten-
educação” no prédio do Centro Social Urbano, devi- são com 9 estudantes envolvidos, sendo 8 do curso
do à ocupação compartilhada do prédio pertencente integrado ao Ensino Médio e 1 do curso subsequen-
à própria escola com o IFPB campus Esperança. Mas te. Todos os estudantes eram bolsistas. O custeio de
o que justificaria esta expansão do IFPB campus Es- bolsas até 2017 totalizava R$ 14.250 e com taxas
perança no prédio da Escola Municipal? O fator mais de bancada R$ 14.000. Somam-se aos valores ex-
relevante é o aumento periódico do corpo discente pressos, as parcerias com a Prefeitura Municipal de
da unidade do IFPB. Esperança (Secretarias de Ação social, Agricultura,
Na guisa das ações efetivadas pelo Cam- Recursos Hídricos e Meio Ambiente) e com o Sindica-
pus em alinhamento às diretrizes previstas em Bra- to de Trabalhadores Rurais de Esperança em alguns
sil (2008), destaca-se que apenas no ano de 2017 dos projetos de pesquisa e/ou extensão.
foram efetivados mais de R$ 106.098,00 (Cento e Este número, contudo, é ampliado se consi-
seis mil e noventa e oito reais) em pagamentos derados os eventos realizados, incluindo parcerias
de auxílios transporte e alimentação para 55 estu- com instituições e estudiosos de atuação local (Pre-
dantes do curso técnico em informática integrado ao feituras de Remígio, Alagoa Nova e Pocinhos, Igreja
Ensino Médio e mais 61 estudantes da modalidade Católica de Esperança, CDL de Esperança, SINTAB),
subsequente do mesmo curso. A partir destes dados, regional (Empresa Almeida e Empresa Dantas), na-
constata-se o estabelecimento de fluxos financeiros cional (Instituto Nacional do Semi Árido - INSA) e
da esfera federal aos Campi dos IF’s. No caso dos até internacional com pesquisadores da Universida-
auxílios, vê-se ainda a extensão social da política pú- de Pontifícia Bolivariana, Medelín–Colômbia, corro-
blica que visa garantir a permanência do estudante. borando com a perspectiva, indicada por Morigi e
Concomitantemente, também foram realiza- Pacheco (2012) da potência dos IF’s em desenvol-
dos levantamentos de informações sobre projetos ver processos promovedores de mudanças sociais
de pesquisa, extensão e segmentos sociais parcei-
8
(Figura 03) e mais uma forma de redinamização ter-
ros do Campus investigado, apontando quantidade ritorial (HAESBART, 2004).
de estudantes envolvidos, parcerias institucionais,
entre outros dados. Além de aferir recursos próprios,
estas ações possibilitam a integração curricular e
social, bem como indicam importantes estratégias
de territorialidade dos Campus em suas expectativas
3º SIMPIF

de consolidação institucional.
Até o ano de 2017, foram conduzidos 6 pro-
jetos de pesquisa, com 12 estudantes envolvidos,
sendo 10 do curso integrado, que abrange o Ensino
8 O planejamento e realização de forma sistemática e in-
tencional de projetos de extensão e pesquisa com estudantes de
Ensino Médio é, sem embargos, marca identitária dos IF’s na edu-
cação brasileira.

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Figura 03 - Instituições de diferentes níveis de atuação dade e qualidade dos serviços educacionais dos IF’s,
com as quais o Campus estabeleceu algum tipo de relação
conforme seus fins educacionais, segundo estudantes e
bem como sua envergadura em prover experiências
servidores questionados. diversas aos estudantes. Neste sentido, destaca-se o

Fonte: Grupo de pesquisa Geoamb, 2018.


direcionamento dos institutos à jovens de baixa ren-
Por um lado, os dados apresentados refor- da, negros, pardos e indígenas e/ou oriundos do sis-
çam o potencial da política pública de expansão do tema público de ensino através do sistema de cotas
IF’s em remodelar dinâmicas sociais e econômicas que destina 50% das vagas a jovens com este perfil
junto a instituições públicas e privadas distribuídas socioeconômico.
na região de abrangência de cada Campus (ARAÚJO, Isto, porém, não exclui a possibilidade de con-
2017), bem como a sutil e relativa tensão existente flitos com outros agentes prestadores de serviços
pelo uso compartilhado da escola municipal, o que educacionais, especialmente, os que ofertam turmas
demonstra haver desafios institucionais e financei- de Ensino Médio na cidade. Em Esperança, isso ficou
ros para uma territorialização menos conflituosa dos evidenciado com as ressalvas de publicidade dos
Institutos Federais com agentes municipais públicos, processos seletivos realizados pelo instituto federal
especialmente as escolas e demais instituições mu- nas escolas privadas e públicas que oferecem o En-
3º SIMPIF

nicipais cuja dependência de espaços e condições sino Médio. Nelas, a não realização da divulgação do
infraestruturais tem se mostrado bastante sensíveis processo seletivo é justificada pela necessidade das
e complexas. escolas em manterem seus corpos discentes. Fato
Por outro lado, a envergadura destas ações este que não tem impedido os IF’s de receberem es-
pode representar para outros agentes atuantes no tudantes destas instituições via certame, dado sua
campo da educação, sobretudo, no setor privado, natureza pública, além do mais ser a divulgação do
motivo de concorrência uma vez atestada a capaci- processo seletivo realizada pelas redes sociais, site

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institucional e pelos próprios estudantes que socia- interinstitucionais, envolvendo escolas públicas e
lizam entre seus grupos de vivência informações so- privadas de nível médio, são, entretanto, possibili-
bre as atividades estudantis. dades viáveis com os interesses e perspectivas dos
Os dados a seguir dão indicativos do processo agentes os quais, de tempo em tempo, reconduzem
de constituição do corpo discente e de profissionais anseios e perspectivas num verdadeiro jogo de po-
do IFPB no campus Esperança. É importante mensu- der (RAFFESTIN, 1993).
rar que estes dados são variam consideravelmente Os dados sobre servidores inferem como re-
de semestre a semestre, haja vista o intenso fluxo de sultado que o quantitativo tímido de trabalhos de
redistribuições, remoções, fins de contratos tempo- longa extensão (superior a seis meses) envolvendo
rários e/ou afastamentos de servidores , bem como 9
a comunidade, sejam reflexos da falta de identidade
matrícula, evasão, desistência, etc. de estudantes. dos servidores com a região abrangida pelo Campus.
A despeito da maior concentração de estu- Apesar disto, observa-se que a influência dos servi-
dantes residentes em Esperança, considerando os ços educacionais do Campus tendem a apresentar
cursos existentes até dezembro 2017 (104 em Espe- ampliação para outros municípios além de Esperança.
rança-PB) e aqueles residentes em outros municípios A pequena quantidade de servidores re-
(38 de Remígio-PB, 10 de São Sebastião de Lagoa de sidentes no município, não deve ser entendida como
Roça-PB, 14 de Areia-PB, 2 Belém e 6 de Areial-PB), fator determinante da oferta de ações de pesquisa
verificou-se que dos 35 servidores, apenas 4 resi- e extensão, dado existirem outros Campi com expe-
diam em Esperança- PB no mesmo período . Crê-se 10
riências exitosas em termos de projetos realizados
que o distanciamento do corpo de profissionais do de forma contínua e com significativo impacto social,
lugar, torna mais desafiante o estabelecimento efeti- também compostos por servidores residentes em
vo de uma territorialidade do Campus. outros municípios. Este fato, inclusive, é hipotetica-
Além disso, apreende-se que a presença con- mente uma realidade na maioria dos Campi interio-
siderável de estudantes de outros municípios, confir- ranos, distantes das capitais e/ou cidades interme-
ma a distinta envergadura da educação ofertada diárias dos estados com costa litorânea voltada para
pelos IF’s, o que amplia as possibilidades de desen- o Atlântico na região Nordeste.
volvimento regional da cidade, mantidas as políticas A partir de uma amostra de 11 docentes11 do
de divulgação dos processos seletivos, acesso e per- campus Esperança, verificou-se que a atividade que
manência de estudantes de outras municipalidades abrange a maioria dos docentes é o Ensino. Todos
além de consolidar a ampliação da centralidade e fun- possuem atividades neste segmento. Em seguida,
cionalidade da cidade em sua região (CORRÊA, 1999). tem-se a extensão com 8 docentes que já realiza-
Por sua vez, a resistência das instituições ram/realizam atividades desta natureza e, por últi-
privadas em manter seus estudantes e conter os ín- mo, a pesquisa, com 5 docentes. E de sorte apontar
dices que preocupam gestores, sobretudo, evasão, que a fixação destes profissionais no campus confi-
dar-se-á, não raro, mediante a efetivação de práticas gura potencial condição de elaboração de atividades
que viabilizem a manutenção de seu público. Reter- de ensino, pesquisa e/ou extensão com considerável
ritorializações mediante a construção de parcerias impacto. A efetivação disto depende, contudo, do
3º SIMPIF

planejamento, execução e articulação destas ativi-


9 Para efeito de contabilidade, está sendo registrado
dades com as dinâmicas sociais locais e regionais,
como gestor apenas o Diretor Geral do Campus. Existiam em 2017
14 técnicos e 20 docentes. Registra-se, contudo, a atuação de mais viabilizando trocas com processos e agentes da
12 servidores, entre técnicos e docentes, em funções de gestão. mesma escala ou atuantes em nível nacional e até
10 Além dos 4 servidores residentes em Esperança-PB, ha-
internacional.
viam lotados no Campus 14 servidores com residência em Campina
Grande-PB, 7 em João Pessoa-PB, 5 em Remígio-PB, 1 em Pocinhos, 11 Dos 11 docentes, 8 eram da área propedêutica e 3 da
1 em Solânea-PB, 1 em Areia-PB, 1 em Patos-PB e 1 em Limoeiro- PE. área técnica (profissionalizante).

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Para tanto, acredita-se que as ações de pes- tensionistas que envolvam o compartilhamento de
quisa e extensão precisam ser exploradas com estas serviços, infraestruturas e pessoal, ampliando desta
perspectivas, não sendo subutilizadas as já existen- maneira as intervenções e trocas interinstitucionais.
tes recomendações de curricularização (ARAÚJO, Também crê-se na importância de promover ações
2017) de ambas com o ensino, o que permite alçar que se estendam à realidade dos bairros da cidade
esta dimensão a níveis de promoção de desenvolvi- e zonas rurais, com atenção especial àquelas áreas
mento social para além da formação acadêmica e mais necessitadas de serviços públicos. Isto seria
profissional dos estudantes. Destaca- se a formação um processo de interesse social dirigido pelo espí-
acadêmica (geral), com as diversas disciplinas pro- rito de desenvolvimento tecnológico e educacional
pedêuticas, as quais de forma interdisciplinar entre com sensível atenção à desigual realidade estru-
si e com as disciplinas profissionalizantes, podem tural dos territórios.
galgar contribuições teóricas e empíricas de grande Com base nisto, verificou-se que a
valia e diversidade ao conhecimento e fomento dos maioria dos docentes (8, dentre 11) não estabeleceu
processos identitários locais/regionais. residência no município onde o Campus foi instala-
No Campus, foram identificados projetos de do. Este fato, interfere em dinâmicas de consumo e
pesquisa sobre temas bastante diversos, quais se- uso de espaços específicos da cidade, os quais cons-
jam: desenvolvimento de web, alternativas educa- tituem uma condição para a realização do trabalho
tivas em língua portuguesa, ética/tecnologia, pri- destes profissionais. Contudo, impacta nas relações
vacidade/filosofia da informação, desenvolvimento de poder que os agentes locais estabelecem nas
social, pesquisa em Geografia, cidades pequenas e suas tessituras com o Campus Esperança, mediado
médias, convivência com o semiárido, reestrutura- por seus membros, servidores e estudantes.
ção urbana, dentre outras. Trata-se, por isso, de uma dimensão reluzen-
Embora seja um Campus recente e tenha te do processo de territorialização dos Campi dos
cursos na área de informática, constata-se a IF’s em cidades pequenas, nas quais determinados
envergadura de alguns temas vinculados às territórios, como o centro comercial ou os setores
ciências humanas. Dentre os temas já explorados em adjacentes às construções das sedes com a espe-
pesquisa, verificou-se a existência de pesquisas culação imobiliária, podem ser aquecidos pela am-
com grande potencial de vinculação a processos so- pliação de consumidores de serviços e mercadorias
ciais, os quais permitem a aproximação com agentes e a cidade ter um reordenamento de suas funcionali-
locais tais quais, os agentes públicos ligados à ques- dades (CORRÊA, 2007). Dentre os questionados, foi
tão ambiental e de desenvolvimento social, movi- possível identificar os tipos de locais mais consumi-
mentos sociais, entidades empresariais, educativas dos durante os dias em que os profissionais estão na
e/ou grupos sociais minoritários. cidade (Figura 04).
Em atividades extensionistas, verificou-se
temas como cinema/interdisciplinaridade, meio am-
biente e sociedade, sindicalismo rural, cursos prepa-
ratórios para o ENEM e PSCT/IFPB, inclusão digital
3º SIMPIF

e musical, desenvolvimento de sites e acessibilidade.


Igualmente à pesquisa, expressa-se um potencial
capitaneado por áreas propedêuticas e temáticas
interdisciplinares e/ou transversais, como meio am-
biente, música e acessibilidade.
Acredita-se que estas parcerias precisam ser
ampliadas em forma de pesquisas e atividades ex-

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Figura 04 - Espacialização dos territórios utilizados em atividades oficiais (Ensino, Pesquisa e/ou Extensão) do Campus ou
por servidores e/ou estudantes em suas atividades vinculadas ao exercício, segundo estudantes e servidores questionados.

Fonte: Grupo de pesquisa Geoamb, 2018.

Dentre os pontos da cidade consumidos pelos Ensino Técnico Integrado e 4 turmas do Ensino Téc-
servidores questionados na pesquisa, encontram-se nico Subsequente. Questionados sobre quais pontos
informações extraídas de todos os 11 participantes, da cidade frequentam, além da sede provisória do
inclusive, dos 3 que estabeleceram residência na IFPB campus Esperança, registrou- se o seguinte:
cidade. Os custos destes foram catalogados, des- mercados (24), agência de ônibus (16), restauran-
tacando-se gastos em alimentação (8), combustível tes (10), padaria (4), lanchonetes (14), Lan house/
(7), diárias em pousadas e/ou hotéis (8), aluguel (3), copiadora (5), praças (2), posto de combustível (1).
passagem em transportes interurbanos (2), energia O consumo oriundo da presença de estudantes de
elétrica (3), internet (3) e água (3)12. Os custos to- distintos municípios na cidade de Esperança, sem
talizaram uma média de R$ 1.054,54 por servidor, embargos, amplia as possibilidades para pequenos e
valor expressivo, contudo, relativizado quando uma médios comerciantes e prestadores de serviço, uma
vez constituir amostra do atual corpo de servidores vez que sua atividade vincula-se necessariamente a
3º SIMPIF

do Campus, composto por profissionais que também demanda consumidora. Os estudantes, com média
realizam translado intermunicipal, e que não pernoi- mensal de consumo de R$ 128,00, apontaram como
tam na cidade. principais tipos de custos na cidade, quando estão
O corpo discente foi representado por 5 es- a estudo, gastos com alimentação, transporte (pas-
tudantes de cada turma, considerando 3 turmas do sagens), cópia e compra de materiais didáticos e, de
forma mais restrita que o grupo de docentes, despe-
12 Também registrou-se uso de espaços como igreja,
posto de gasolina, bancos, academia e ginásio poliesportivo. sas com combustível.

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Sem embargos, constata-se que os indivíduos alavancar processos de desenvolvimento e sua rela-
e demais agentes sociais associados, desde a exis- ção com conflitos potenciais.
tência do Campus, conduzem processos de redina- A potência dos Institutos Federais em promo-
mização que vinculam-se aos territórios previamen- ver dinâmicas territoriais através das ações do Ensi-
te existentes, remodelando fluxos e configurações no, Pesquisa e/ou Extensão, é, tendo em vista a en-
socioespaciais que, outrossim, expressam formas de vergadura de recursos financeiros e elevado grau de
poder. A vinculação que se estabelece, pode ser con- especialização de seus recursos humanos, caminho
vergente ou divergente a estas tramas antecedentes, viabilizador para identificação, análise e intervenção
contribuindo para o reforço das tessituras territoriais perante as demandas sociais por serviços educacio-
ou para existência de conflitos, ainda que poten- nais, ciência e tecnologia. A ampliação de tais ações,
ciais. Há que se lembrar neste contexto as particu- através do planejamento concebido e pensado com
laridades regionais e aquilo que torna as dinâmicas as representações da sociedade local e regional,
regionais de cada campus singular em seu contex- pode significar um impacto positivo nas políticas de
to intraurbano e/ou regional, especialmente, ao se integração e desenvolvimento, além de forma con-
tratar de uma política pública federal, que se realiza creta de territorialização dos Campi em suas cidades
através da intermediação de vários agentes políticos e regiões de influência.
estaduais e municipais até chegar nos estágios mais
Referências
efetivos de materialidade através dos campus.
ARAÚJO, Adilson César; SILVA, Claudio Nei Nasci-
5. Conclusão/Considerações mento da. Ensino Médio Integrado no Brasil: funda-
mentos, práticas e desafios. Brasília: Ed. IFB, 2017.
O estudo das redinamizações territ em cida-
des pequenas com implantação de campus permitiu ARAGÃO, João Paulo Gomes de Vasconcelos; SOUZA,
Caroline Oliveira Porto. Reflexões sobre o desenvol-
analisar as repercussões, para além do ensino, que
vimento em cidades pequenas: o caso de Esperança,
tais instituições promovem, como: movimentos estado da Paraíba. Revista Principia - Divulgação
migratórios entre cidades circunvizinhas, dinâmica Científica e Tecnológica do IFPB, [S.l.], n. 33, p. 85-
imobiliária, desenvolvimento de projetos de pesqui- 98, mai. 2017.

sa e extensão de impacto local, relações entre setor BELL, D.; JAYNE, M. Small cities: urban experience
público e privado, relações interinstitucionais, dina- beyond the metropolis. New York: Routledge, 2006.
mização de atividades comerciais e de prestação de
BRASIL. Lei nº11.892, de 29 de dezembro de 2008.
serviços, ampliação de sistemas de consumo, entre Institui a Rede Federal de Educação Profissio-
outras dinâmicas. nal, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Fede-
Com base na análise realizada é possível afir- rais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, 30 de
mar que as teses deste estudo foram confirmadas,
dez. 2008, Seção 1, p. 1.
assim como seus objetivos, geral e específicos, gal-
________.Lei Nº 11.892, de 29 de dezembro de
gados. O estudo caracterizou os principais impactos
2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissio-
produzidos pelos IF’s na dimensão dos territórios nal, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Fede-
intraurbanos das cidades pequenas de forma geral. rais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras
3º SIMPIF

Para isso, foram analisadas as relações entre o providências. Brasília: Câmara dos Deputados, 2008.
IFPB Campus Esperança e as demandas sociais lo- CARLOS, Ana Fani Alessandri. A condição espacial.
cais-regionais, bem como indicada a interferência do São Paulo: Contexto, 2011.
Campus a medida que este foi inserido nas dinâmi-
CORRÊA, Roberto Lobato. Globalização e reestrutu-
cas dos territórios componentes dos arranjos produ- ração da rede urbana – uma nota sobre as pequenas
tivos regionais e intraurbanos, discutindo-se ainda cidades. Revista Território. Rio de Janeiro: LAGET/
em que medida esta instituição têm contribuído para UFRJ, v. 6, n. 6, p. 43-53, jun.,1999.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EDUCAÇÃO E ENSINO

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Valdigley Ferreira Campos


Uma reflexão sobre a História da
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Matemática, enquanto recurso a partir
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras da vida e obra de Diofanto de Alexandria
Ana Nonato Trigueiro
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras
Resumo
Francisco Aureliano Vidal
[email protected] A História é uma área de conhecimento que possibilita uma inflexão
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras dos sujeitos à percepção das múltiplas experiências humanas no tem-
po, de modo a conhecer os encaminhamentos culturais, econômicos e
Ana Paula Cruz
[email protected] políticos construídos socialmente. Tal exercício é essencial dentro da
Instituto Federal de Educação, Ciência e formação educacional dos sujeitos, remetendo a múltiplas ligações
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras
interdisciplinares, como a que se dá com a educação matemática. In-
tenta-se, nesse trabalho, discutir a relação entre História da Matemá-
tica e suas possibilidades na sala de aula como elemento didático de
promoção reflexiva sobre a construção do conhecimento matemático
no tempo, a partir da análise da biografia de Diofanto de Alexandria,
Grande Matemático da Antiguidade. Nesse sentido, a partir de orien-
tações teóricas propostas pela área da História do Conhecimento e História da Matemática, discute-se sobre
como os livros didáticos de matemática utilizam o conhecimento histórico e as ambiguidades contidas nas
suas várias versões, explorando a forma como alguns livros apresentam Diofanto de Alexandria que, ora é
apresentado como “O Pai da Álgebra”, ora destituído dessa titulação. Outrossim, se torna previsto a promoção
de um ambiente dialógico com base na imprecisão da titulação supracitada.

Palavras-chave: História. Recurso Pedagógico. Diofanto de Alexandria. Álgebra.

Abstract

History is an area of ​​knowledge that enables subjects to be inflected to perceive the multiple human experiences
in time, in order to know the socially constructed cultural, economic and political orientations. Such exercise is
essential within the educational background of the subjects, referring to multiple interdisciplinary links, as with
mathematical education. The aim of this paper is to discuss the relationship between History of Mathematics
and its possibilities in the classroom as a didactic element of reflective promotion on the construction of mathe-
matical knowledge in time, based on the analysis of the biography of Diophantus of Alexandria, Great Mathema-
tician of Antique In this sense, from theoretical orientations proposed by the area of ​​History of Knowledge and
History of Mathematics, it is discussed how the textbooks of mathematics use the historical knowledge and the
ambiguities contained in its various versions, exploring the way some books present Diophantus of Alexandria,
who or presented as “The Father of Algebra,” or deprived of this title. Furthermore, the promotion of a dialogical
environment based on the inaccuracy of the aforementioned titles becomes foreseen.

Keywords: History. Pedagogical resource. Diophantus of Alexandria. Algebra.

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1. Introdução mática e suas possibilidades na sala de aula como


elemento didático de promoção reflexiva sobre a
A História é uma área de conhecimento que
construção do conhecimento matemático no tempo,
possibilita uma inflexão dos sujeitos à percepção
a partir da análise da biografia de Diofanto de Ale-
das múltiplas experiências humanas no tempo, de
xandria, Grande Matemático da Antiguidade, consi-
modo a conhecer os encaminhamentos culturais,
derado gênio por suas contribuições a esse ramo da
econômicos e políticos construídos socialmente. Tal
ciência como a conhecemos atualmente.
exercício é essencial dentro da formação educacio-
Tal reflexão, sobre a História da Matemática,
nal dos sujeitos, remetendo a múltiplas ligações in-
enquanto recurso pedagógico, terá como base as
terdisciplinares, como a que se dá com a educação
narrativas existentes sobre Diofanto de Alexandria
matemática.
através do seguinte questionamento: Seria Diofanto
Nesse sentido, a História pode ser entendida
de Alexandria o Pai da Álgebra? Para promover essa
como um instrumento que potencializa a Matemática
reflexão, é feita uma análise/exposição dos princi-
enquanto forma de ensino, tornando explicita a ideia
pais aspectos que podem conceder, ou não, o título
de que: “a matemática vai muito além dos cálculos”
de “Pai da Álgebra” a Diofanto de Alexandria, visto
(Baroni, Teixeira e Nobre, 2004). Inclusive, Brolezzi
que há grandes controvérsias em relação a titulação
(1991) apresenta a História da Matemática na quali-
a ele concedida. Para atingir nosso objetivo buscou-
dade de um potencial recurso pedagógico e sugere a
-se pensar a partir da perspectiva da História do Co-
utilização da mesma de forma organizada para uma
nhecimento e da História da Matemática.
ambientação coerente evidenciando quando e como
determinado conteúdo se desenvolveu. 2. Referencial teórico
Garbi (2009) explica que a matemática ge-
O conhecimento matemático percorre o tem-
ralmente é apresentada de forma incompleta, des-
po, transformando-se de acordo com as necessida-
vinculada dos aspectos da realidade histórica e sem
des sociais e culturais das diferentes comunidades.
atribuir o devido valor aos antigos matemáticos, que
Ao mesmo tempo, de acordo com a evolução dos
contribuíram tanto para a sua evolução. Nesse con-
grupos humanos, promove adaptações na forma de
texto, a ciência e/ou disciplina se caracteriza apenas
construir linguagem, simbologias e significados das
por suas fórmulas que em muitos casos não estimu-
coisas. A história de Diofanto de Alexandria permite
lam por completo o aprendizado, e isso se deve, em
trazer esses elementos do saber, da evolução dos en-
parte, ao material didático utilizado.
tendimentos humanos e construção de significados,
Diversos livros didáticos apresentam em suas
bem como buscar entender como o lugar da língua
entrelinhas aspectos da vida e obra de matemáticos
está dentro da dinâmica do conhecimento humano.
antigos que muitas vezes se resumem a meras infor-
Diofanto de Alexandria possui uma extrema
mações cronológicas (Mendes, 2001). Não obstan-
importância no que se refere ao desenvolvimento
te, algumas dessas informações podem divergir se
da moderna Teoria dos Números; suas contribuições
considerarmos livros de autores e editoras distintas.
exerceram uma grande influência sobre diversos eu-
Essa divergência pode ser observada na forma como
ropeus, tais como Pierre de Fermat, que se dedicou a
3º SIMPIF

é abordada a biografia de Diofanto de Alexandria,


esse brilhante ramo da matemática ao longo de sua
pois em alguns livros o matemático é apresentado
vida. Para Eves (2011) não há consenso entre os
como “O Pai da Álgebra” enquanto que em outros,
historiadores sobre a nacionalidade e época em que
elaborados para os mesmos fins, ao mesmo não é
viveu Diofanto, outrossim, tendem a situá-lo entre os
incumbida essa titulação.
séculos II e III da Era Comum (E.C).
Nessa perspectiva, o objetivo desse trabalho
A única informação concreta a respeito de
consiste discutir a relação entre História da Mate-
Diofanto é que sua carreira se desenvolveu em Ale-

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xandria no Egito, e, desse modo, não há mais infor- os demais se perderam, Um tratado sobre Números
mações totalmente verídicas sobre o ele, ainda que, Poligonais, que apresenta apenas vestígios, e Poris-
conforme Eves (2011), sejam encontrados detalhes mas. Este último se perdeu, mas na obra aritmética
de sua vida na Antologia Palatina. Em relação a isso podemos encontrar algumas informações a respeito
Perelman (2008) menciona um detalhe interessante, do mesmo deixando claro que foi uma obra concre-
oriundo desta Antologia Grega, ele descreve o poe- ta. A coleção aritmética dentre todas é considerada
ma escrito na tumba de Diofanto, que na condição como sua obra mais importante e é constituída basi-
de enigma algébrico, nos permite descobrir quantos camente por mais de uma centena de problemas en-
anos ele viveu, à guisa de ilustração encontra-se re- volvendo equações determinadas e indeterminadas.
presentado e traduzido logo abaixo. Figura 2 - Alguns Problemas da Obra Aritmética
Figura 1 - Representação do Enigma de Diofanto

Problema 6, Livro III: encontre três números


“Caminhante! Aqui jaz Diofanto. Os núme- tais que a soma de todos é um quadrado e a
ros mostrarão por quanto tempo ele viveu, soma de dois quaisquer deles também é um
cuja sexta parte foi ocupada por uma agra- quadrado. (Resposta de Diofanto: 80,320,41.)
dável infância. Decorreu mais uma duodé-
cima parte da sua vida até queem seu rosto Problema 21, Livro IV: encontre três números
houvessem pelos. Passou mais um sétimo em progressão geométrica de maneira que a
em um casamento estéreo e depois de cin- diferença entre dois quaisquer deles é um nú-
co anos teve um belo filho que infelizmente, mero quadrado. (Resposta de Diofanto: 81/7,
viveu apenas metade do que o pai viveu. 144/7 e 256/7.)
Seu pai sobreviveu-lhe, chorando, quatro
anos. Agora diz caminhante quantos anos Problema 1, Livro VI: encontre um triângulo
tinha Diofanto quando a morte o levou?” pitagórico em que a hipotenusa subtraída de
cada um dos catetos é um cubo. (Resposta de
Fonte: Perelman, 2008. Diofanto: 40, 96, 104.)

Conforme o referido autor, podemos en-


tender que, em linguagem algébrica, o enigma
Fonte: Eves , 2011.
pode ser representado da seguinte forma: x =
x + x + x + 5 + x + 4 , onde x representa a quanti- Uma característica bastante peculiar de Dio-
6 12 7 2
fanto consiste na aceitação única e exclusivamen-
dade de anos que queremos descobrir. Assim, se re-
te de soluções racionais para seus problemas não
solvermos a equação algébrica descrita acima, atra-
admitindo soluções negativas ainda que conforme
vés dos métodos atuais, vamos obter como resultado
Garbi (2006) contribuiu potencialmente para o de-
o número 84 e portanto chegamos a conclusão que
senvolvimento desses números quando menciona
Diofanto viveu por 84 anos. Contudo, se esse enig-
em um diagrama geométrico a regra popularmen-
ma é historicamente verídico não parece ser o tipo
3º SIMPIF

te conhecida como “menos vezes menos dá mais”.


de questionamento que interessava a Diofanto, pois
Em álgebra simbólica essa regra pode ser descrita
segundo Boyer (1974) o mesmo deu pouca atenção
como: desenvolvendo o produto (𝑎 – b).(c – d) o pro-
as equações de primeiro Grau.
duto originado a partir de (- b).(- d) é igual a (+bd ).
Diofanto escreveu apenas três obras, a saber:
Outra característica atribuída a Diofanto, con-
Aritmética que se tornou sua obra mais conhecida e é
siste na utilização de uma linguagem própria para a
constituída por 13 livros dentre os quais 6 deles são
representação dos problemas propostos pelo mesmo
escritos em língua original 4 são traduções árabes e

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denominada Álgebra Sincopada que segundo Roque em materiais já elaborados tornando-se indispensá-
(2012) trata-se da simplificação de quantidades, en- vel nos estudos históricos (Gil, 2002).
contradas nos problemas algébricos, representando As fontes utilizadas na pesquisa podem ser
os fonemas utilizados para a caracterização dessas classificadas como de caráter secundário uma vez
quantidades por meio da escrita do primeiro ou do que surgem a partir de fontes anteriores (Lakatos,
último fonema, que por sua vez era pronunciado em 2003).
linguagem grega. Essa discussão será estruturada com base

Figura 3 - Alguns Símbolos da Obra de Diofanto ̶ Abre- na fundamentação teórica apresentada por Boyer
viações Estenográficas (1974), Eves (2011) e Roque (2012). Será dividida
em duas situações: a primeira é dedicada ao uso e
ς (última letra da palavra arithmos, a quantidade eficácia das notações diofantinas, enquanto que na
desconhecida) segunda situação, realizamos uma análise cuidadosa

ΔY (primeira letra de dynamis, o quadrado da em relação ao principal objeto de estudo diofantino,

quantidade desconhecida) que se resume as equações determinadas bem como


as indeterminadas. Somente o estudo dessas duas
KY (primeira letra de kybos, o cubo)
situações é que nos fornecerá subsídios para um re-
ΔYΔ (o quadrado-quadrado) [quarta potência]
sultado significativo.
ΔKY (o quadrado-cubo) [quinta potência]
4. Resultados da pesquisa
KYK (o cubo-cubo) [sexta potência]

A primeira situação a ser examinada sobre


Fonte: Roque, 2012.
Diofanto consiste no uso e eficácia de suas notações.
É com base nesses fatores que Diofanto é in- No tocante a definição de álgebra, evidentemente
titulado em diversos livros como “O Pai da Álgebra”. considerando o aspecto usual, o mesmo apresenta
Todavia, como veremos com mais detalhes adiante, boas razões para merecer o título de pai da álgebra
esses motivos não são suficientes para a atribuição uma vez que representava os problemas contidos
desse título ao mesmo, outrossim é preciso uma aná- em suas obras por meio de “símbolos”. Em parti-
lise mais rigorosa/crítica antes que haja uma apro- cular, Eves (2011, p. 209) nos mostra que Diofanto
priação indevida da titulação mencionada acima. não estava limitado a representação de quantidades
ele também já conseguia representar algumas
3. Método da pesquisa
operações matemáticas.

A pesquisa realizada nesse estudo é de ca- O símbolo de Diofanto para “menos” asse-
ráter teórico e compreende uma abordagem pre- melha-se a um V invertido com a bissetriz
dominantemente qualitativa, pois parte da ideia de traçada nele. A explicação que se tem dado
que nesse tipo de abordagem maior ênfase é dada é que esse símbolo se comporia de Ʌ e I,
letras da palavra grega leipis (ɅEIΨIƩ) que
ao entendimento da origem e essência do objeto de
significa “menos”. Todos os termos nega-
estudo (Gibbs, 2009).
tivos de uma expressão eram reunidos e
3º SIMPIF

Essa pesquisa é também de natureza básica, antes deles se escrevia o sinal de menos.
uma vez que procura de alguma maneira contribuir Indicava-se a adição por justaposição [...].
para a melhoria do ensino, mesmo que sem previsão
de uma aplicação prática (Prodanov e Freitas, 2013) Mas, para Boyer (1974) se analisarmos em

No que se refere aos procedimentos e técni- termos conceituais, em termos de eficácia e gene-

cas metodológicas se caracteriza como uma pesqui- ralização, esse titulo é menos justificado, pois não

sa bibliográfica, uma vez que apresenta suas bases existe nenhum desenvolvimento de postulados nas
obras de Diofanto e não é feito esforço algum para

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encontrar todas as soluções possíveis dos proble-


mas de suas obras. Para uma melhor compreensão Até aqui podemos concluir que as notações
considere a equação x + y = 20, apenas para efeito de Diofanto eram empregadas apenas para facilitar o
de ilustração, em álgebra essa equação apresenta processo de resolução dos problemas que elese pro-
infinitas soluções, mas na visão de Diofanto apenas punha a abordar, de maneira a encontrar soluções
as soluções positivas e racionais poderiam ser con- particulares, e não eram utilizadas para generaliza-
sideradas, ou seja havia perda de generalidade no ção alguma, ainda que, o mesmo conseguisse sim-
método diofantino. plificar suas equações ele tinha intenção de resolver
O referido autor, ainda nos mostra que se seus problemas sobre determinadas condições que
considerássemos as soluções propostas por Diofan- ele mesmo adotava, o que nos resta entender é se
to para as equações quadráticas, com duas raízes essas considerações são válidas tanto nas equações
positivas apenas a maior era considerada solução, determinadas quanto nas indeterminadas, que cons-
se apenas uma das raízes encontradas fosse negati- tituem o principal objeto de Estudo diofantino.
va então ela era desconsiderada, por outro lado se a Nesse sentido uma segunda situação a ser
equação tivesse somente como solução raízes nega- analisada decorre dos métodos de resolução diofan-
tivas então o problema era desconsiderado, como se tinos, bem como da organização e aplicação de suas
encontra ilustrado logo abaixo em termos de nossa estratégias tanto nas equações determinadas quan-
notação. to nas indeterminadas, ainda que, conforme Eves

Figura 4 - Equações Quadráticas ̶ Soluções aceitas por (2011), o mesmo não tenha sido pioneiro ao estudar
Diofanto esses tipos de equações. Também não há certeza
que todos, ou nenhum, dos problemas contidos em
x2-5x+6=0 Resposta: 3 e 2. Para Diofanto a solução suas obras são de sua autoria. Roque (2012) mos-
seria 3 tra que os métodos empregados são os mesmos nos

x2-4x-5=0 Resposta: 5 e -1. Para Diofanto a solução dois tipos de equações.

seria 5 Para Diofanto, o arithmos é uma quanti-


5x +5x+6=0 Resposta: -2 e -3. Desconsiderada por
2 dade indeterminada de unidades diferente
dos números, que são formados de uma
Diofanto
certa quantidade, determinada, de uni-
Fonte: Elaboração Própria. dades. No entanto, ambos são sujeitos ao
mesmo tipo de tratamento. Por exemplo,
Mesmo sem demonstração ou propriedade assim como operamos com números, ob-
alguma ele adotava esse tipo de procedimento para tendo um terço ou um quarto, podemos ob-
as suas soluções apenas por determinação própria, ter as partes dos arithmos. A natureza das
evidentemente interiorizando algumas concepções quantidades desconhecidas e as operações
que podemos realizar com elas se baseiam
da época. Cabe aqui citar as palavras de Stewart
nas propriedades dos números. Ou seja, na
(2014, p.49) quando menciona que: “A álgebra trata
resolução de um problema as quantidades
de propriedades da expressão simbólica em si; trata
conhecidas e desconhecidas têm o mesmo
3º SIMPIF

de estrutura e forma, não só do número”. Símbolos estatuto. Somente por essa razão será pos-
não constituem apenas abreviações ou notações que sível introduzir um símbolo para uma quan-
facilitam a prática de procedimentos de cálculo bem tidade desconhecida.

como de resolução de problemas; o simbolismo al-


Boyer (1974) corrobora quando explica que
gébrico é uma forma de representação que direcio-
não existe uma distinção entre as equações tanto
na a abstrações que não existia na obra de Diofanto
determinadas quanto indeterminadas e ainda men-
(Roque, 2012).

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ciona que apenas uma solução é válida tanto no pri-


meiro quanto no segundo caso. De maneira geral uma aproximação razoável
Se para Diofanto os métodos de resolução, e ao método diofantino seria que: quando Diofanto
seu simbolismo algébrico, são igualmente atribuídos, necessitava resolver uma questão envolvendo duas
tanto para as equações determinadas, quanto para ou mais situações ele procurava valores de modo a
as indeterminadas, parece razoável uma aproxima- satisfazer uma das equações e só assim ele atacaria
ção dos métodos diofantinosà uma teoria aritmética, de modo exaustivo as outras situações. Na questão
mas para essa aproximação vejamos como Diofanto acima ele necessita lidar com duas situações para
resolveria um dos problemas contidos em sua obra resolver a questão desejada então ele define valores
aritmética, relacionando os termos usados por Dio- (10+x e 10-x) e tenta resolver a segunda situação
fanto aos símbolos matemáticos usados atualmente. obtendo como resposta os racionais positivos 8 e 12.
Figura 5 - Solução do Problema 27-1 de Diofanto Fica evidente que o método de resolução Dio-
fantino, em essência, se resume à utilização de ter-
mos e técnicas que basicamente são mais próximas
Problema 27, Livro I: Encontrar dois números com de uma teoria aritmética do que da álgebra como a
soma e produto dados. conhecemos, o que nos faz chegar à conclusão que
Diofanto de Alexandria não é o pai da Álgebra.
Explicação misturando as abreviações de Diofanto Entretanto, não devemos culpar Diofanto,
com os símbolos atuais para as operações: Que- pois não há nenhum sinal de que o mesmo almejas-
remos encontrar dois números com soma 20 e pro- se algum título e também é sabido que sua obra é
duto 96. Se esses números fossem iguais, cada um constituída de problemas algébricos não é uma co-
deles seria 10. Supomos que a diferença entre eles leção de textos algébricos nem há evidências de tal
seja 2ς, ou seja, os dois números procurados são pretensão.
obtidos retirando ς de um destes 10 e adicionando ς
5. Considerações
ao outro. Como a soma não muda após essas ope-
rações, temos 10 − ς + 10 + ς = 20. Mas sabemos O que se observou é que a História de Vida de
também que o produto desses números é 96, logo, Diofanto de Alexandria no que tange as suas elabo-
podemos escrever (10 − ς) (10 + ς) = 96. Observa- rações matemáticas, promovem olhar sobre como os
mos, então, que 102 −ΔY = 102− ς2 = 96, e concluí- sujeitos podem construir e reelaborar os significa-
mos que o valor de ς deve ser 2. Logo, os números dos das coisas.
procurados 10 − ς e 10 + ς são, respectivamente, Tal proposta de pensamento simbólico, sem-
8 e 12. pre bem visto na História do Conhecimento, pode
ser incorporada a sala de aula no intuito de promo-
Fonte: Roque, 2012.
ver a ligação entre a vida dos sujeitos e em como
Para uma melhor compreensão do “método sua experiência temporal está ligada a criação e
diofantino” destacamos um pequeno trecho escrito reelaboração de saberes. Quiçá despertando o inte-
por Boyer (1974, p.75), em um dos exemplos apre- resse pelo conhecimento matemático por parte dos
3º SIMPIF

sentados em seu livro, que semelhantemente, pro- estudantes, trazendo para as suas próprias vidas,
põe encontrar dois números em que sua soma re- enquanto vidas plenas de oportunidade de criação e
sulta em 20 e a soma de seus quadrados em 208. construção de saberes úteis a sociedade.
A guisa de ilustração: “os números são designados Nossa intervenção tinha como objetivo verifi-
não por x e y, mas como 10+x e 10-x, (em termos de car que nem sempre a história da matemática como
nossa notação). Então + = 208, logo x = 2 portanto é ensinada potencializa o aprendizado em sala de
os números procurados são 8 e 12”. aula e pode até comprometer o saber a ser ensinado

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quando há grandes divergências entre os materiais _____.O Romance das Equações Algébricas. 3. Ed
didáticos utilizados. Ainda que, soubéssemos das ver. E ampl. –São Paulo: Editora Livraria da Física,
2009.
limitações que poderiam surgir por conta da dificul-
dade na obtenção das informações e dos materiais GIBBS, G. Análise de dados qualitativos. Tradução
que utilizamos na construção da nossa pesquisa, de Roberto Cataldo Costa. Coleção Pesquisa Quali-
tativa. Porto Alegre: Artmed, 2009.
mas que seriam essências para a obtenção de um
bom resultado. GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa.
Assim, durante a investigação, e a partir das 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.

situações que compõem a nossa discussão, a respei- LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de
to de Diofanto, no que se refere ao saber que estava metodolia cientifica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
em jogo, ficou evidente a ocorrência de expectativas MENDES, I. A. O uso da História no ensino da Ma-
que se comprovam quando chegamos à conclusão temática: reflexões teóricas e experiências. Belém:
de que Diofanto de Alexandria não é o pai da álgebra. EDUEPA, 2001.
Ademais, vale ressaltar que a pesquisa não se PERELMAN, Y. Álgebra Recreativa. RBA coleccioná-
esgota, e que não tínhamos a intenção de comparar veis SA, 2008.
Diofanto a nenhum outro matemático apontado nos
PRODANOV, C. C.; FREITAS E. C. Metodologia do tra-
livros como “O Pai da Álgebra” por isso direciona- balho cientifico: métodos e técnicas de pesquisa e
mos todo o foco da pesquisa a um só matemático. do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Fee-
Portanto não podemos concluir aqui quem de vale, 2013.

fato é o pai da álgebra, mas podemos concluir que, ROQUE, T. História da Matemática –Uma visão críti-
embora não seja Diofanto de Alexandria suas con- ca, desfazendo mitos e lendas. Rio de Janeiro: Jorge
tribuições fizeram a matemática evoluir e alcançar a Zahar, 2012.

grandiosidade que apresenta nos dias de hoje. STEWART, I. Em Busca do Infinito –Uma História da
Matemática dos primeiros números à Teoria do Caos.
Referências Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2014.

BARONI, R. L. S.; TEIXEIRA, M. V.; NOBRE, S. R. A


Investigação Científica em História da Matemática
e suas Relações com o Programa de Pós-Gradua-
ção em Educação Matemática. In: BICUDO, M. A. V.;
BORBA, M. C. (Orgs.). 62 Educação Matemática: pes-
quisa em movimento. São Paulo: Cortez, p. 164-185,
2004.

BOYER, C. B. História da Matemática. São Paulo:


Edgard Blücher, 1974.

BROLEZZI, A. C. A arte de contar: uma introdução ao


estudo do valor didático da História da Matemática.
1991. Dissertação (Mestrado em Educação) - Uni-
versidade de São Paulo, São Paulo, 1991.
3º SIMPIF

EVES, H. Introdução à História da Matemática. 5.


ed. Trad. Hygino H. Domingues. Campinas: Editora
da Unicamp, 2011.

GARBI, G. G. A Rainha das Ciências –Um Passeio


Histórico pelo Maravilhoso Mundo da Matemática.
São Paulo: Livraria da Física, 2006.

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Sparc Galdino
Detecção de patologias laríngeas por
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
meio de características tempo-frequên-
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa cia de sinais de voz
Silvana Luciene do Nascimento Cunha
Costa
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa Resumo

Técnicas tradicionais para detecção de patologias laríngeas são, ge-


ralmente invasivas, trazendo desconforto ao paciente. O desenvolvi-
mento de técnicas não invasivas e de baixo custo, a exemplo da análi-
se acústica, pode auxiliar no pré-diagnóstico de patologias na laringe
e no acompanhamento de terapias vocais. Esta pesquisa utiliza medi-
das temporais e espectrais do sinal de voz na detecção de patologias
na laringe, de forma não invasiva, empregando técnicas de proces-
samento digital de sinais. As características temporais empregadas
são o jitter, o shimmer e as características no domínio da frequência
são as frequências formantes. As características são aplicadas em
um classificador baseado em aprendizagem de máquina, com o uso
de máquinas de vetor de suporte (SVM – Support Vector Machine). Os sinais são classificados como saudáveis
ou patológicos e, ainda, discriminados entre as patologias edema, paralisia ou nódulos nas pregas vocais. Na
discriminação entre saudáveis e patológicos, houve uma acurácia de aproximadamente 90%, sendo o melhor
caso na discriminação entre sinais saudáveis e sinais afetados por nódulos (cerca de 92%). O método empre-
gado pode ser aplicado na triagem de pacientes com patologias na laringe e, especificamente, na detecção de
nódulos vocais com acurácia acima de 90%.

Palavras-chave: Patologias na laringe. Análise acústica. Máquinas de vetor de suporte.

Abstract

Traditional techniques for detecting laryngeal pathologies are generally invasive, bringing discomfort to the
patient. The development of noninvasive and inexpensive techniques, such as acoustic analysis, can assist in
the pre-diagnosis of laryngeal pathologies and the monitoring of vocal therapies. This research uses temporal
and spectral measurements of voice signal in noninvasive detection of laryngeal pathologies, employing digital
signal processing techniques. The temporal characteristics employed are jitter, shimmer and frequency domain
characteristics are formant frequencies. Features are applied in a machine learning-based classifier using Su-
pport Vector Machine (SVM). The voice signals are classified as healthy or pathological and further discrimi-
nated between edema, paralysis or vocal fold nodules. In the discrimination between healthy and pathological,
there was an accuracy of approximately 90%, being the best case in the discrimination between healthy and
nodule affected signs (about 92%). The method employed can be applied in the screening of patients with laryn-
geal pathologies and, specifically, in the detection of vocal nodules with accuracy above 90%.

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1. Introdução A análise acústica da voz possibilita o desen-


volvimento de ferramentas de apoio ao diagnóstico
Patologias na laringe, caracterizadas como
de disfonias ou de patologias laríngeas de forma
lesões de massa das pregas vocais, tais como nódu-
objetiva. Por meio da extração e análise de carac-
los, pólipos, cistos ou edemas, geralmente ocorrem
terísticas do sinal de voz empregando técnicas de
devido ao abuso vocal ou maus hábitos sociais como
processamento digital sinais e análise estatística, é
fumo e alcoolismo. Profissionais como professores,
possível fornecer um diagnóstico mais preciso e con-
locutores, operadores de telemarketing, por exem-
fiável. Nos últimos anos, diversas pesquisas tem sido
plo, são geralmente afetados por disfonias, neces-
realizadas no intuito de fornecer medidas eficien-
sitando, na maioria das vezes de terapia vocal ou de
tes para avaliar e diagnosticar patologias laríngeas
cirurgias, dependendo do tipo de patologia (OLIVEI-
(SRIPRIYA et. al, 2017; LEE et al, 2013; COSTA et al,
RA, 2012; BEHLAU, 2001).
2013; TAVARES et al, 2010). Um diagnóstico preco-
Segundo Nunes et al (2013) na prática clíni-
ce pode favorecer a cura, evitando que patologias
ca fonoaudiológica, mais especificamente na área de
simples possam se tornar mais graves, comprome-
voz, as lesões laríngeas mais comuns são as lesões
tendo de forma severa a saúde vocal do paciente.
organofuncionais em pregas vocais, principalmente
Diversas medidas acústicas têm sido propostas, na
nódulos e pólipos, cujos fatores etiológicos estão
literatura, para discriminação entre sinais de vozes
diretamente relacionados ao comportamento vocal
saudáveis e sinais afetados por patologias na larin-
inadequado, por meio do mau uso ou abuso da voz.
ge (LEE et al, 2013; KOLHATKAR, KOLTE and LELE,
Para o diagnóstico de uma patologia, geral-
2016; COSTA et al, 2013). No entanto, medidas que
mente o paciente procura um otorrinolaringologista
representam bem as desordens vocais provocadas
que realiza exames visuais na laringe, a exemplo de
por uma determinada patologia, como por exemplo,
videolaringoscopia, considerado invasivo, por cau-
um cisto, pode não representar bem um nódulo vo-
sar desconforto ao paciente. Ao detectar a presença
cal ou um edema de Reinke. Não há, ainda, um con-
de nódulos vocais na laringe, por exemplo, o médi-
senso na literatura sobre uma medida específica ou
co indica, geralmente, terapia fonoaudiológica para
um conjunto de medidas 100% representativas de
tratamento. O fonoaudiólogo realiza uma série de
uma patologia laríngea, O campo de pesquisa nesta
exercícios, realizando avaliação perceptivo-auditiva,
área ainda é bem vasto. O interesse dessa pesquisa
em que a escuta da voz do paciente é utilizada para
é verificar medidas extraídas no domínio do tempo e
avaliar a qualidade vocal e acompanhar o tratamen-
no domínio espectral de sinais de voz afetados por
to. Além disso, são também empregadas técnicas de
lesões de massa nas pregas vocais a exemplo de
análise acústica para medir parâmetros acústicos da
nódulos vocais, pólipos, cistos e edemas de forma
fala, comparando com valores limiares que indicam
a capturar as informações das desordens que essas
o padrão de normalidade ou não da voz.
lesões provocam na voz do paciente. Dessa forma,
Dessa forma, torna-se cada vez mais impor-
será possível fornecer uma ferramenta de apoio ao
tante estabelecer uma correlação entre os parâme-
diagnóstico de patologias laríngeas de baixo custo e
tros acústicos mensurados e a avaliação perceptivo-
não-invasiva. Um pré-diagnóstico por meio de uma
3º SIMPIF

-auditiva na determinação da intensidade da disfonia


análise acústica do sinal, fornecida através da gra-
ou desvio vocal. Uma das maiores dificuldades é a
vação do sinal do paciente num computador pessoal,
quantidade de medidas acústicas que podem ser uti-
poderá fornecer indicativos de lesões laríngeas, num
lizadas na avaliação vocal e o potencial discrimina-
processo de triagem. Em caso positivo, será sugeri-
tivo das mesmas. Nem sempre um grande número
do ao paciente que procure um médico para realizar
de medidas reflete melhor desempenho na avaliação
exames mais sofisticados e um posterior tratamento
acústica.
adequado. A análise acústica também pode ser em-

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pregada durante o processo terapêutico, realizando ressonância acima e abaixo desta, para, finalmente
as medições no sinal e verificando o grau de norma- ser convertido em fala por ação da faringe, língua, pa-
lidade a partir da comparação dos valores das me- lato, lábios e estruturas relacionadas (DAJER, 2006).
didas para vozes normais e vozes ditas patológicas.
Pregas Vocais
Medições no domínio do tempo nem sempre forne-
cem as melhores estimativas das desordens vocais. As pregas vocais situam-se entre a parte in-
Medidas obtidas no domínio da frequência podem terna da base das aritenoides e a tireoide. A deno-
fornecer informações adicionais dos sinais provoca- minação pregas vocais se refere, na verdade, a dois
das pelas lesões laríngeas. Ambas podem ser, ainda, pares de lábios, simetricamente formados por um
combinadas, e fornecer medidas mais precisas sobre músculo e um tecido elástico. Ao espaço, normal-
a dinâmica vocal e suas alterações. Nesta pesquisa, mente triangular compreendido entre as pregas vo-
pretende-se investigar um conjunto de medidas tem- cais, dá-se o nome de glote (PARRAGA, 2002).
porais e espectrais dos sinais de voz que represen- As pregas vocais tem papel importante na fo-
tem a dinâmica vocal e possibilitem a discriminação nação. São estruturas multi-laminadas e cada uma
entre sinais saudáveis e sinais afetados por patolo- apresenta propriedades mecânicas diferentes (ZIT-
gias laríngeas (edema de Reinke, cistos, pólipos e TA, 2005). De um modo geral, as pregas vocais são
nódulos vocais) de forma eficiente. duas dobras de músculos e mucosas que se esten-
dem horizontalmente na laringe.
2. Referencial teórico
O padrão vibratório das pregas vocais pode
ser descrito e atribuído à patologia com relação aos
A laringe
diversos traços ou fenômenos principais: frequência
A função da produção da voz – fonação – de- fundamental, periodicidade, movimento horizontal e
pende fundamentalmente da laringe. A laringe é um vertical, onda mucosa e fechamento glótico (HIRA-
órgão tubular, um arcabouço esquelético membra- NO, 1996; HIRANO e BLESS, 1993).
noso, situada no plano mediano e anterior superficial A frequência fundamental ( corresponde à
ao pescoço, sendo conectada inferiormente à tra- frequência do sinal de excitação proveniente do mo-
queia e superiormente com a faringe (DAJER, 2006). vimento da glote, ou seja, número de vibrações da
As funções básicas da laringe em ordem de prega vocal por segundo. A frequência fundamental
importância são proteção, respiração, fonação. Na recebe o nome de primeiro harmônico e varia em
função de proteção a laringe atua como um músculo torno de: 113 Hz para os homens, 220 Hz para as
anular, que serve para abrir e fechar condutos, evi- mulheres e de 240 Hz para crianças, no português
tando a entrada de qualquer coisa exceto o ar, ao falado no Brasil (RUSSO E BEHLAU, 1993).
pulmão. Na função de respiração, as pregas vocais A frequência fundamental é determinada por
abduzem ativamente durante o movimento respira- uma interação complexa entre comprimento, massa
tório, contribuindo para regular a troca gasosa com e tensão das pregas vocais, todos controlados pelos
o pulmão e a manutenção do equilíbrio ácido base. músculos intrínsecos e extrínsecos da laringe.
Na função de fonação, as mudanças de tensão e
3º SIMPIF

Fisiologia da voz humana


longitude das pregas vocais, ampliação da abertura
glótica e a intensidade do esforço respiratório provo- O estudo da fisiologia do processo de produ-
cam alterações no tom da voz, que resulta da vibra- ção de voz é fundamental para modelamentos físico
ção das pregas vocais, modificado pelos movimentos e matemático que sirvam de base para a implemen-
da faringe, língua e lábios (ZITTA, 2005). tação de sistemas de reconhecimento, síntese e co-
O som, que se origina na laringe como um tom dificação de voz, bem como em sistemas de terapia
fundamental, é modificado por várias camadas de de voz.

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A voz humana é o resultado da ação de um Na Figura 2, é apresentado um diagrama em


conjunto de estruturas do trato vocal que formam blocos da produção da voz humana, também deno-
um sistema versátil e intricado para produção de minado sistema fonte-filtro, modelo proposto por
sons, cujas partes mais intimamente associadas à Carl Gunnar e Michel Fant, em que as pregas vocais
produção são os pulmões, a traquéia, a laringe, a fa- são consideradas a fonte sonora e o trato vocal o fil-
ringe as cavidades nasais e a cavidade oral. tro. Nesse modelo, as saídas produzem ondas acús-
Segundo Read & Kent, pode-se dividir o es- ticas que representam a voz humana (RABINER E
tudo da fala em três grandes áreas: fisiológica (ou JUANG, 1993).
fisiologia fonética), acústica (ou fonética acústica) Figura 2 – Diagrama de blocos da produção de voz humana
e perceptiva. A compreensão da fala exige o estudo
de cada uma dessas áreas, relacionando-as entre si
(READ & KENT, 1992).

Teoria acústica de produção da fala

A fala é produzida a partir da liberação de ar


dos pulmões para o trato vocal, formado basicamen-
te por cavidades e órgãos articuladores que começa
na abertura entre as pregas vocais, ou glote e termi-
na nos lábios. O trato vocal é uma estrutura tubular
pela qual passa o fluxo de ar vindo dos pulmões, que
a seguir é modulado nas pregas vocais. Sua principal
função é modular o espectro de frequência da onda
sonora que vem das pregas vocais e promover cons- Fonte: Deller, Proakis e Hansen, 1993. (Adaptação).

trições para a geração de certos tipos de som. O ar é conduzido para fora dos pulmões pela
Um diagrama simplificado para o sistema vo- traqueia, passando pela laringe, onde estão as pre-
cal é apresentado na Figura 1, em que o trato vocal gas vocais. O espaço compreendido entre as pregas
é excitado pelo ar expelido dos pulmões por ação de vocais é chamado de glote, e sua abertura pode ser
uma força muscular, e modulado pelo sistema mas- controlada movimentando-se as cartilagens ari-
sa-mola correspondente as pregas vocais. tenoide e tireoide. É lá que o fluxo contínuo de ar
Figura 1 – Modelo do trato vocal dos pulmões é geralmente transformado em vibra-
ções rápidas e audíveis durante a fala. Isso ocorre
devido ao fechamento das pregas vocais, que gera
um aumento gradativo da pressão atrás delas, que
acaba por fazer com que elas se abram repentina-
mente, liberando a pressão, para então tornarem a
se fechar. Esse processo produz uma sequência de
pulsos cuja frequência é controlada pela pressão do
3º SIMPIF

ar e pela tensão e comprimento das pregas vocais


Fonte: Rabiner e Schafer, 1978.
(frequência fundamental). Os sons assim produzidos
O trato nasal começa na úvula e termina nas são chamados de vozeados, ou sonoros, que normal-
narinas. Quando a úvula é abaixada, o trato nasal é mente incluem as vogais; caso contrário, são chama-
acusticamente acoplado ao trato vocal para produzir dos não-vozeados, ou surdos.
os sons nasais da voz.

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Patologias na laringe cance da frequência, especialmente nas frequências


mais altas.
Não há consenso quanto aos conceitos de voz
normal e disfonia. Não existe uma definição aceitável • Edema de Reinke
de voz normal, não há padrões nem limites definidos
O edema de Reinke caracteriza-se pela ex-
(Colton & Casper, 1996).
pansão, aumento e inchaço das pregas vocais e pelo
Contudo o conceito de voz normal e voz alte-
acúmulo de líquido ou material gelatinoso (ou ainda
rada veio se modificando ao longo do tempo, sendo
semisólido) na camada superficial da lâmina pró-
amplamente influenciado pelo meio a que se perten-
pria (espaço de Reinke) das pregas vocais (Figura 8)
ce e pela cultura em que se vive (BEHLAU, 2001.).
(KUHL, 1982). Os homens que possuem essa pato-
Sinais de distúrbios vocais são características
logia apresentam uma frequência fundamental mé-
da voz que podem ser observadas ou testadas. Os
dia de 91 Hz, enquanto que as mulheres apresentam
sinais representam um inventário de características
108 Hz (Bennett, Bishop & Lumpkin,1987).
vocais embasadas em exames, observações e medi-
ções e podem ser: a) perceptuais; b) acústicos e c) • Paralisia
fisiológicos.
Quanto aos sinais acústicos, há muitos que Segundo Benjamin (2002), a paralisia da pre-

podem ser associados a qualquer patologia, entre os ga vocal pode ser causada por patologia central ou

quais estão o jitter e o shimmer. O jitter (perturbação periférica e pode envolver as conexões centrais, o

de frequência) é um dos índices que reflete anoma- nervo vago, o nervo laríngeo recorrente e/ou o nervo

lias das pregas vocais e pode ser de fácil medição laríngeo superior.

(PARRAGA, 2002). Enquanto que o shimmer (pertur- Os sintomas perceptuais mais comuns da pa-

bação na amplitude) representa reduções significa- ralisia unilateral são a soprosidade e a rouquidão.

tivas da amplitude resultado do acréscimo de massa Ocasionalmente, a diplofonia pode estar presente. A

nas pregas vocais. paralisia bilateral do tipo adutor causará soprosida-

A frequência fundamental da fala e suas va- de severa ou afonia, porém, uma voz quase normal

riações, a extensão fonatória, as perturbações na pode estar presente no tipo abdutor. Pode ser ob-

amplitude, ruído espectral e o tempo de fonação, são servada uma maior aperiodicidade (jitter e shimmer),

alguns dos sinais acústicos que podem ser medidos uma extensão de frequência reduzida, níveis de ruí-

e a partir dos quais é possível avaliar a qualidade dos elevados e uma extensão de intensidade vocal

vocal e a presença de patologia. reduzida (PARRAGA, 2002).

• Nódulos 3. Método da pesquisa

Os nódulos são lesões de massa, benignas, A análise acústica de sinais de voz tem sido

bilaterais, de características esbranquiçada ou leve- apontada como um método não-invasivo, compa-

mente avermelhada, que se desenvolvem na região rado aos exames laringoscópicos usuais, que pode

anterior das pregas vocais, na metade da área de ser utilizado como uma ferramenta adicional ao
3º SIMPIF

maior vibração glótica, decorrentes essencialmen- diagnóstico de uma dada patologia. A comparação

te do abuso vocal. São lesões comuns em mulheres do comportamento de várias medidas acústicas do

jovens adultas, na faixa etária de 25 a 35 anos, e sinal de voz patológico em relação à voz normal pode

também em crianças de ambos os sexos (BEHLAU, contribuir para pré-diagnosticar a presença de pa-

2001). tologia.

Os nódulos interferem na vibração normal


e provocam rouquidão, soprosidade e perda do al-

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A seguir, são discutidas algumas das medidas meiro mínimo da função AMDF. É preciso, antes, fa-
acústicas de sinais de voz no domínio do tempo e da zer a detecção surdo/sonoro para os segmentos de
frequência. voz, já que a função AMDF é aplicada nos segmentos
sonoros do sinal de voz (FECHINE, 2000).
• Frequência fundamental
Função de autocorrelação
A frequência fundamental ( corresponde à
frequência do sinal de excitação proveniente da glo- A frequência ( pode ser obtida tomando-se o
te, ou seja, é o número de vibrações das pregas vo- inverso do tempo em que ocorrem dois picos suces-
cais por segundo. sivos na função de autocorrelação.
Existe uma gama de métodos para o cálcu- A função de autocorrelação de um sinal em
lo da frequência fundamental (RABINER & SHAFER, tempo discreto determinístico é definido como (RA-
1978). As que foram utilizadas nessa pesquisa fo- BINER & SHAFER, 1978):
ram: o método da função da média de diferenças de
amplitudes (AMDF – Average Magnitude Difference
(4)
Function) (RABINER & SHAFER, 1978); 2 – método
da função de autocorrelação (SONDHI, 1968; RABI- Se o sinal for aleatório ou periódico a defini-
NER & SCHAFER, 1978). ção apropriada será:

Método da função da média da diferença de ampli-


tudes (5)

É considerado um método simples e eficiente. Em ambos os casos a representação da fun-


Considera-se o sinal periódico, de período P. Seja ção de autocorrelação do sinal é um caminho con-
veniente para mostrar certas propriedades do sinal.
(1)
Por exemplo, se um sinal é periódico com período de
em que é zero para k=0,+P,-P,+2P,-2P… P amostras, então é fácil concluir que:
Para uma análise a curto intervalo de tempo
(6)
do sinal de voz, será mínimo para os valores de , mas
dificilmente será zero. Ou seja, a função de autocorrelação de sinal
A definição da AMDF é dada pela equação periódico é também periódico com o mesmo período

• Jitter
(2)
Jitter relativo é a diferença absoluta média
sendo AMDF(k) o valor da AMDF para um
entre períodos consecutivos, dividida pelo período
atraso k e F é escolhido apropriadamente. Pode-se
médio, pode ser calculado como:
utilizar ( é o segmento do quadro ou segmento da
voz em análise) e eliminar a divisão por F, por ser
desnecessária. Dessa forma, a Equação 2 pode ser

3º SIMPIF

(7)
reescrita como
Em que na Equação é o período de pitch ex-
traído, com , e N é o número de períodos de pitch
extraídos do sinal de voz em análise (BRAND, 2011).
(3)

Para detectar o período correspondente à


frequência fundamental, é suficiente detectar o pri-

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• Shimmer do trato vocal, além do padrão articulatório pessoal.


Os valores absolutos das frequências formantes va-
O shimmer relativo (Shimm) é definido como a
riam de indivíduo para indivíduo, e é a relação entre
diferença absoluta média entre as amplitudes de pe-
as frequências e , que determina a qualidade de uma
ríodos consecutivos, dividida pela amplitude média e
vogal, em termos acústicos.
pode ser calculado de acordo com a equação:
Segundo Costa (2008), os valores dos for-
mantes para o caso patológico encontram-se, em
geral, mais baixos, apresentando, no entanto, alguns
(8) valores acima da faixa para voz saudável.

Em que é o valor pico a pico extraído da am- • Classificador


plitude, com , e N é o número de impulsos extraídos
(BRAND, 2011). As Maquinas de Vetor de Suporte (SVM) foram
introduzidas recentemente como uma técnica para
• Formantes resolver problemas de reconhecimento de padrões

O sinal de excitação é modulado em sua pas- sendo ampliadas também para problemas de regres-

sagem pelo trato vocal, por uma envoltória corres- são e aprendizagem de máquinas (BURGES, 1998).

pondente à função de transferência do trato vocal. Esta estratégia de aprendizagem foi proposta por

Os picos dessa envoltória correspondem às frequên- Cortes e Vapnik (1995) e tem despertado a atenção

cias de ressonância do trato vocal, que por sua vez, de pesquisadores devido as suas principais caracte-

dependem da posição dos articuladores como mos- rísticas, que são: boa capacidade de generalização

trado na Figura 3. e robustez diante dos dados de grande dimensão.

Figura 3 – Espectro da vogal /i/ Teoria do aprendizado estatístico

As Máquinas de Vetor de Suporte são basea-


das num tipo de aprendizado chamado de aprendi-
zado supervisionado, ou aprendizado com professor
(supervisor externo). Este aprendizado consiste de
três componentes (HAYKIN, 2001):

• Ambiente: Conjunto de vetores de entrada x.


• Professor: O professor fornece para a máqui-
Fonte: TEIXEIRA, 1995. na as entradas, juntamente com as saídas as-
sociadas a cada uma delas, ou seja, fornece a
Desse modo, sua posição, amplitude e largura
resposta para cada vetor de entrada x recebi-
de banda, podem dar uma ideia da configuração do
do de acordo com uma função desconhecida.
trato vocal no momento da articulação. As frequên-
Dessa forma, ações podem ser tomadas a fim
cias correspondentes a esses picos são chamadas
de valorizar os acertos e punir os erros obtidos
de formantes, geralmente designados por (primeiro
3º SIMPIF

pela máquina, possibilitando que o processo de


formante, segundo formante,.., n-ésimo formante)
aprendizagem se efetue com sucesso.
(OLIVEIRA, 1998).
• Máquina ou algoritmo de aprendizagem: capaz
Assim como cada vogal apresenta suas fre-
de implementar funções de mapeamento de en-
quências formantes características, devido a confi-
trada – saída da forma onde y é a resposta pro-
guração geométrica do trato vocal, cada indivíduo
duzida pela máquina e é um conjunto de parâ-
apresenta seus formantes específicos, para uma de-
metros usados como pesos aos valores o vetor x.
terminada vogal, devido às dimensões das estruturas

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Os dados do conjunto de treinamento devem (1995) descreveram seu uso quando estudavam a
ser estatisticamente representativos para que a má- teoria do aprendizado estatístico.
quina possa reconhecer possíveis padrões posterio- Segundo Hsu, Chang e Lin (2003), a classi-
res não apresentados inicialmente, propriedade co- ficação consiste em separar os dados em dados de
nhecida como generalização (VAPNIK, 1982). treinamento e de teste. Cada dado de entrada no
Além dessa grande amostra de dados, é ne- treinamento tem um rótulo, ou seja, tal dado é per-
cessário que as funções tenham comportamento tencente a uma classe, sendo que essa classe pode
determinístico, ou seja, para um certo conjunto de possuir diversos atributos. O objetivo principal do
entrada X, e um conjunto de parâmetros , a saída SVM é criar um modelo que consiga predizer a classe
deve sempre ser a mesma (CAVALCANTI, 2010). dos dados de teste, apenas com os atributos de teste
O objetivo da máquina de aprendizado é es- (HSU; CHANG; LIN, 2003).
colher uma função que seja capaz de mapear a re- A partir de um conjunto de dados de treino,
lação de e , onde representa os parâmetros dessa rotulados de acordo com a equação 10, o algoritmo
relação. SVM procura uma solução para os problemas de oti-

Figura 4 – Diagrama de blocos de aprendizagem supervi- mização descrito na equação 11.


sionada
(10)

Onde

Fonte: HAYKIN, 2001.

As funções usadas para aprender este ma-


peamento são conhecidas como funções indicado- (11)
ras em problemas de classificação e de funções de
Então, os vetores de treinamento são ma-
aproximação em problemas de regressão (VAPNIK,
peados pela função em um espaço dimensional
1999).
superior. O SVM procura um hiperplano que separe
Para escolher a melhor função que se ajuste
linearmente com a maior margem possível dentro
ao conjunto de treinamento é necessária uma me-
deste espaço dimensional superior. é o parâmetro
dida de discrepância , que indica a diferença da saí-
de penalidade (HSU; CHANG; LIN, 2003; (CORTES
da desejada e da saída obtida y. Em problemas de
and VAPNIK, 1995).
classificação binária, com somente duas classes, são
Os valores da penalidade possuem um papel
usadas funções de discrepância como:
3º SIMPIF

importante na acurácia do sistema. Um valor elevado


de C pode distorcer a acurácia, tornando-a alta na
(9) fase de treinamento e baixa na fase de testes. Um
valor muito pequeno de C pode deixar o sistema com
Máquina de vetor de suporte (SVM) a precisão muito baixa. Portanto, valores altos de C
podem causar overfitting, e valores muito baixos po-
O SVM é um modelo de aprendizado de má-
dem causar underfitting.
quina supervisionado. Os autores Cortes e Vapnik

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Entretanto, muitos autores utilizam uma fun- a assegurar a sua estacionariedade. Feito isso, uma
ção de kernel está descrita na equação 12 (HSU; ponderação do quadro do sinal por uma função é
CHANG; LIN, 2003). necessária para proporcionar as características es-
pectrais do quadro e evitar o espalhamento de fre-
quências. Na literatura, a função que é usualmente
(12)
utilizada para este propósito é a chamada janela de
As funções definidas para o kernel são des- Hamming expressa como:
critas para mapear os dados no espaço dimensional
superior. A equação 12 é chamada de radial basis
function e mapeia os dados de forma não linear. Di- (13)
versas funções de kernel são propostas e resultam
em que é a amostra e é o número de amos-
em diferentes soluções e performances do SVM. Nes-
tras da janela em análise.
te trabalho optou-se pela equação 12, pois a mesma
demonstra uma ótima capacidade de generalização. Figura 6 – Diagrama em blocos para o processo de discri-
minação do sinal de voz.
Sistema de análise e classificação de patologia na voz

A tarefa de discriminação de voz patológica é


um problema de reconhecimento de padrões. O dia-
grama em blocos da Figura 6 mostra a representa-
ção do procedimento geral utilizado para o processo
de classificação do sinal de voz em análise, basea-
do na técnica de reconhecimento de padrões (DIAS,
2000; adaptado de RABINER & SHAFER, 1978).

Figura 5 - Ilustração de uma superfície ótima de separa-


ção entre duas classes

Fonte: COSTA, 2008

Considerando-se janelas de 20 ms com su-


perposição de 50%, os parâmetros do sinal de fala
são atualizados a cada 10 ms. A superposição pro-
porciona a suavização da amplitude do sinal amos-
trado, nos extremos do segmento de análise, dando
maior ênfase às amostras localizadas no centro da
janela.
Fonte: Adaptação de Haykin (2001) Figura 7 – Janelamento do sinal com sobreposição de
quadros.
Pré - processamento
3º SIMPIF

A etapa de pré-processamento consiste em


(RABINER & SHAFER, 1978):

• Segmentação do sinal em quadros e janelamento

O sinal é dividido em quadros corresponden-


tes a intervalos de tempo de 16 a 32 ms de forma Fonte: DIAS, 2000.

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• Filtro de pré-ênfase devido a algumas características particulares, tais


como: a detecção automática dos exemplos mais re-
Este filtro proporciona compensação das per-
levantes na base de dados utilizada, os chamados
das durante a passagem do sinal pelo trato vocal e
vetores de suporte; a robustez aos exemplos dos da-
pela radiação nos lábios. Para solucionar esse pro-
dos que são notadamente errôneos; e o mapeamen-
blema é aplicado um filtro, de resposta de aproxi-
to implícito dos exemplos em um espaço de dimen-
madamente +6 dB/oitava. A função de transferência
sões elevadas, através das funções de kernel.
da pré-ênfase consiste em um sistema de primeira
O classificador recebe o vetor de característi-
ordem fixo, cuja função é:
cas como sinal de entrada, que é uma representação
numérica resumida de um sinal, ou parte dele, ca-
racterizando medidas dos aspectos representativos
(14)
desse objeto (CASTAÑÓN, 2003).
em que é o fator de pré-ênfase (valor típico O processo de classificação de vozes pato-
usado: ). lógicas está dividido em dois subconjuntos: um de
O sinal resultante da está relacionado à en- treinamento e outro de validação ou teste. É nesta
trada pela equação diferenças. etapa que as características extraídas dos sinais de
voz são introduzidas nas máquinas. Esta fase tam-
(15)
bém é responsável pela busca das características ou
sendo a amostra pré-enfatizada, a amostra a união delas que melhor representa uma determi-
original. nada classe. Esses dados de entrada tornam as má-
quinas especialistas, elaboradas com a finalidade de
Extração de parâmetros
confirmar uma hipótese em função das correlações
Na etapa de extração de parâmetros, é feita existentes.
a aquisição dos parâmetros para a análise acústica. O kernel utilizado em todas as máquinas é a
Nesta pesquisa, foram extraídos as frequências fun- função de base radial (RBF) com parâmetro C=2,
damentais, formantes, jitter e shimmer (descritos na pois os resultados foram mais significativos quando
fundamentação teórica). comparados com os demais.

Geração de Padrões (Classificação) Avaliação do classificador

As características extraídas (atributos previ- As técnicas de avaliação estão relacionadas a


sores) serão utilizados como dados de entrada para tarefas de aprendizagem de máquina. Existem dife-
a SVM, que atuará como método de reconhecimento rentes técnicas para as tarefas de classificação, re-
de padrões. gressão, agrupamento, modelagem de tópicos, etc.
Figura 8 – Classificação através de máquinas especialistas A principal utilizada em classificação é a validação
cruzada (k-fold cross validation). Antes de defini-la, é
preciso fazer algumas considerações sobre acurácia.
Acurácia simplesmente mede a frequência
3º SIMPIF

com que o classificador faz uma previsão correta. É


a taxa entre previsões corretas e o número total de
previsões (número de registros no conjunto de da-
Fonte: própria.
dos de teste):
O treinamento das máquinas de vetor de su-
porte é realizado através do aprendizado supervi- (16)
sionado e sua aplicação neste trabalho justifica-se

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A validação cruzada é apenas uma forma de Figura 9 – Frequência fundamental


gerar conjuntos de dados de treinamento e validação
para obter a maior acurácia do classificador. Há mui-
tas variantes desta técnica, a mais comumente usa-
da é k – divisões de validação cruzada (k-fold cross-
-validation). Primeiro divide-se o conjunto de dados
de treinamento em k-divisões e cada uma delas se
revezam como o conjunto de validação. O desempe-
nho geral, obtido através da acurácia, é considerado
Fonte: própria.
como a média do desempenho de todas as divisões.
No gráfico da Figura 9 é apresentado o com-
Base de dados
portamento da frequência fundamental de 32 vozes
A base de dados usada neste trabalho foi saudáveis, 28 diagnosticadas com paralisia, 32 com
desenvolvida pelo Massachusetts Eye and Ear In- Edema de Reinke e 17 com nódulos.
firmary (MEEI) Voice and Speech Lab (KAY ELE- Comparando a frequência fundamental de vo-
MENTRICS, 1994). Dessa base de dados serão zes patológicas com o de vozes saudáveis percebe-
extraídos 53 sinais de vozes normais, 44 de pa- -se que há uma redução da frequência fundamental
cientes com edema, 23 de pacientes com nódulos mediana e uma maior dispersão, conforme o Box-
e 55 de pacientes com paralisia, sendo um total plot, a paralisia é a patologia que gera uma maior
de 175 sinais. Como a base de dados é comercial, dispersão nesse aspecto. Pode-se concluir também
não necessita de contato com os pacientes, dis- que alguns sinais patológicos são afetados de forma
pensando a análise pelo comitê de Ética. Ela inclui mais severa que outros.
amostras de pacientes com uma larga variedade Observando-se o primeiro formante, para o
de desordens vocais por causas orgânicas, neu- caso normal percebe-se um comportamento mais
rológicas, traumáticas, psicogênicas entre outras. uniforme com valor médio próximo ao da literatu-
ra. Os valores dos formantes para o caso patológico
4. Resultados da pesquisa geralmente apresenta valores inferiores, o que pode
ser constatado com a redução do valor mediano,
Antes das características serem submetidas
entretanto, para algumas patologias (a exemplo da
ao algoritmo de aprendizagem foi examinada o com-
paralisia), apresentam valores acima da média. Isso
portamento de cada uma a fim de averiguar o seu
ocorre devido à base de dados não ser homogênea.
potencial discriminativo.
Conclusões semelhantes podem ser tiradas
Os gráficos boxplot permitem que conclusões
dos gráficos que mostram o segundo e o terceiro for-
importantes sejam extraídas dos dados e também
mante. Para o terceiro formante é possível notar um
auxilia na escolha de quais parâmetros devem ser
comportamento diferente das duas anteriores, onde
utilizados na classificação. Alguns deles podem ser
há um pequeno aumento no valor médio das forman-
analisados para o sexo feminino.
tes patológicas e menor variabilidade.
3º SIMPIF

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Figura 10 – Segundo formante patológicas e normais bem como a comparação en-


tre patologias.

Figura 12 – Valores de shimmer relativo, representados em


boxplot, para sinais de vozes saudáveis e afetados pelas
patologias paralisia, edema e nódulos nas pregas vocais.

Fonte: própria.

Figura 11 – Terceiro formante

Fonte: própria

Tabela 1 – Resultados do classificador

Grupos - média -desvio


SLD x PAT 89,70 6,62
SLD x PRL 90,36 7,76
SLD x EDM 86,55 4,82
Fonte: própria. SLD x NDL 92,85 9,58
PRL x EDM 68,33 15,38
Analisando o shimmer absoluto é possível
PRL x NDL 78,57 14,76
concluir que essa medida é uma das mais discrimi- EDM x NDL 67,61 22,11
nativas ou sensíveis a alguma patologia. Para a si-
Figura 13 – Valores de jitter relativo, representados em
tuação da inobservância de patologias, observando boxplot, para sinais de vozes saudáveis e afetados pelas
o gráfico, o valor mediano está em torno de 1,91 e patologias paralisia, edema e nódulos nas pregas vocais.

apresenta pouca variabilidade. Enquanto que para


vozes patológicas o valor mediano aumenta consi-
deravelmente sendo 9,2 (paralisia), 5 (edema), 4,23
(nódulo) e um aumento perceptível na dispersão.
Entretanto, a distinção entre outras patologias pode
causar certa confusão pela proximidade dos valores,
isto não ocorre apenas no shimmer mas também em
outras medidas.
O jitter possui comportamento semelhante Fonte: própria.

ao shimmer com a diferença de que o jitter admite


maior variabilidade nos sinais saudáveis. 5. Conclusão
3º SIMPIF

O classificador é fragmentado em 7 máquinas


Os melhores resultados de classificação fo-
SVM, onde as características analisadas dos dados
ram obtidos para distinção entre vozes saudáveis e
são inseridas nas máquinas. Elas são treinadas e
patológicas e entre vozes saudáveis e afetadas por
testadas dando uma hipótese de diagnóstico.
nódulos nas pregas vocais. Entretanto, as medidas
O sinal de voz passou por todas as etapas
mostram-se insuficientes para fazer distinção entre
ilustradas na Figura 6. A Tabela 1 apresenta os re-
patologias. Comparando-se a outros métodos da li-
sultados obtidos em 10 testes ao comparar vozes
teratura, o desempenho foi próximo para a distin-

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ção entre vozes saudáveis e patológicas. No entanto, CORTES, C., VAPNIK, V. Support Vector Networks –
as medidas empregadas nesta pesquisa, não foram Machine Learning. vol. 20 (3), 273-297, 1995.
eficientes para distinguir entre as patologias. Pode- COLTON. R. & CASPER, J. Conduta mé-
-se concluir que valores baixos no desempenho de dica e cirúrgica dos distúrbios vocais.
classificação entre patologias deve-se ao fato de que In: Compreendendo os Problemas de Voz, Porto
Alegre, Artes médicas, 1996.
essas patologias possuem características acústicas
semelhantes conforme citado em Behlau (2001), o CASTAÑÓN, C. A. B. Recuperação de imagens por
que tornou difícil a classificação. Ainda deve-se levar conteúdo através de análise multiresolução por
Wavelets. Dissertação de mestrado. Instituto de
em conta que os sinais não são agrupados em clas-
Ciências Matemática e de Computação USP. São Car-
ses de sinais separadas por grau de severidade das los, 2003.
patologias.
COSTA, Silvana L. do N. C. Análise Acústica, Ba-
Para continuidade da pesquisa, sugere-se o seada no Modelo Linear de Produção da Fala, para
emprego de medidas mais robustas, que indepen- Discriminação de Vozes Patológicas. Tese de Dou-
dam da obtenção da frequência fundamental, já que torado, Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG), 2008.
para sinais muito afetados por patologias laríngeas,
estas medidas se tornam mais difíceis de serem obti- COSTA, Washington C. de A., COSTA, Silvana L. do
das. O uso de frequências formantes também não se N. C., ASSIS, Francisco M. de, NETO, benedito G. A.
Classificação de sinais de vozes saudáveis e pato-
mostrou relevante para distinguir entre patologias.
lógicas por meio da combinação entre medidas da
Sugere-se investigar a combinação dessas medidas análise dinâmica não linear e codificação preditiva
com medidas da análise dinâmica não linear, que le- linear. Revista Brasileira de Engenharia Biomédica
vem em conta a dinâmica do sistema de produção da (Brasilian Journal of Biomedical Engineering), Vo-
lume 29, Número 1, p. 3-14, 2013.
fala e suas modificações provocadas pela presença
de alterações fisiológicas da laringe. Além disso, a CAVALCANTI, N. A. Sistema Inteligente para Diag-
análise de desempenho de outros sistemas de clas- nóstico de Patologias na Laringe Utilizando Máqui-
nas de Vetor de Suporte. Dissertação de Mestrado.
sificação a exemplo de redes neurais profundas po-
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2010.
dem ser investigados.
DAJER, M.E. Padrões Visuais de Sinais de Voz Atra-
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BRANDT, R. R. Modelagem de vozes patológicas Estadual de Campinas – Faculdade de Engenharia
baseadas na estimação espectral do ruído glotal. Elétrica e de Computação. Dissertação de Mestrado,
Dissertação (Doutorado em Engenharia Elétrica) – Novembro 2000.
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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
ENGENHARIA ELÉTRICA | AUTOMAÇÃO
ROBÓTICA | BIOTECNOLOGIA

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José Augusto Figueiredo de Oliveira


Robô Dino Educ: Robótica educacional
[email protected] no auxilio do processo de ensino e
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa
aprendizagem com crianças de escolas
Ramon Alves Patrício de Souza
[email protected] públicas do sertão paraibano
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa

Ciro Gomes da Silva Júnior


Resumo
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa
O Robô Dino Educ é um projeto de extensão que contempla o ensi-
Andresa Maria de Araújo no e pesquisa de Robótica Educacional integrados à educação pú-
[email protected]
blica. Com essa ação, articularam-se alunos do ensino fundamental
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa
de escolas públicas estaduais e municipais e alunos e professores do
João Victor Cavalcante de Abrantes ensino médio básico tecnológico, com o objetivo de difundir a robó-
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa tica educacional no sertão paraibano. As oficinas utilizaram kits de
robótica de baixo custo, produzidos com tecnologia aberta e mate-
Maurício Rabello Silva
[email protected] riais reciclados, desenvolvidos no Laboratório de Pesquisa, Inovação
Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa e Tecnologia Aplicada (INTEGRA) do IFPB Campus Sousa/PB. Foram
abordados temas como a montagem do robô, sua programação e fi-
nalizando com o uso de robôs em áreas multidisciplinares. A mo-
tivação deste trabalho é utilizar a robótica como uma ferramenta de ensino, ajudando no entendimento de
conceitos na área de computação para alunos do ensino médio e de outras disciplinas como matemática e
geografia para alunos do ensino fundamental.

Palavras chaves:Robótica educacional. Tecnologia e educação. Informática na educação. Inclusão social.

Abstract

The Dino Educ Robot is an extension project that contemplates the teaching and research of Educational Ro-
botics integrated into public education. Elementary school students of public (state and municipal) schools,
as well as technical high school teachers and students, were articulated by this action, which aimed to diffuse
educational robotics in the backwoods of the state of Paraiba, Brazil. The workshops used low-cost robotics
kits produced using open source technology and recycled materials developed in the Laboratory of Research,
Innovation and Applied Technology (INTEGRA) of the Federal Institute of Education, Science and Technology of
Paraiba (IFPB) Campus in Sousa, Paraiba. The project addressed topics such as robot assembling, its program-
ming and lastly, the use of robots in multidisciplinary fields. The motivation of this work is to use robotics as a
teaching tool, helping in the understanding of computing concepts for high school students and other subjects
such as math and geography for elementary school students.

Keywords: Educational robotics. Technology and education. Computing in education. Social inclusion.

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1. Introdução vés de oficinas temáticas envolvendo a robótica com


técnicas de ludificação e/ou gamificação, o trabalho
O presente trabalho envolve ensino, pesquisa
mostra evidências de como a tecnologia pode aju-
e extensão, utilizando Robótica Educacional, integra-
dar no processo educacional de crianças e jovens,
dos à educação pública, para auxiliar no processo de
permitindo o processo de extensão entre alunos do
ensino e aprendizagem de conteúdos das discipli-
ensino médio e fundamental.
nas de Geografia e Matemática. O trabalho articula
Figura 1- O dinossauro Sousatitan era pequeno: não
alunos do ensino fundamental de escolas públicas
devia ultrapassar os 3 metros de altura e 11 metros de
estaduais e municipais com alunos e professores do comprimento. (Marcos Paulo Pereira/Divulgação). (RAPPA
e LOIOLA 2016).
ensino médio básico tecnológico, com o objetivo de
difundir a robótica educacional no município de Sou-
sa região do sertão paraibano.
Através da pesquisa de como desenvolver
kits de robótica com baixo custo os alunos utili-
zaram tecnologias abertas e materiais reciclados
para construir o Robô Dino Educ e, posteriormente,
realizar oficinas de robótica para outros alunos do
curso de Informática do Instituto Federal da Paraí- Este trabalho está organizado da seguinte
ba (IFPB) - Campus Sousa, utilizando a estrutura maneira: a seção 2 faz um estudo bibliográfico de
do Laboratório de Pesquisa, Inovação e Tecnologia técnicas educacionais, destacando como a tecno-
Aplicada (INTEGRA). logia pode influenciar no processo de aprendiza-
Para ensinar Geografia e Matemática às crian- gem; na seção 3 é realizada uma discussão sobre
ças do ensino fundamental foi necessário buscar as tecnologias, materiais didáticos, descrevendo as
tentar entender como funciona o processo de ensi- metodologias utilizadas; a seção 4 mostra as apre-
no, através de métodos e teorias, como por exemplo: sentações dos trabalhos em congressos e escolas
Construcionismo (PAPERT, 1985, 1993), Teoria An- públicas; a seção 5 finaliza com as conclusões, tra-
tropológica do Didático (CHEVALLARD, 1999; CHE- balhos futuros que poderão promover a continuida-
VALLARD et al., 1997), Robótica Educacional (SIL- de da pesquisa.
VA, 2009; SANTOS, 2010; SCHIVANI et al., 2013;
2. Referencial teórico
SCHIVANI 2014; MARTINS et al., 2016; FERREIRA et
al., 2016) e Gamificação (FARDO, 2013). Para então O ensino tradicional, em sua essência, parte
pensar e construir roteiros didáticos e métodos que do pressuposto que a inteligência é uma faculdade
possibilitaram trazer uma nova perspectiva e reali- que torna o indivíduo um ser capaz de armazenar os
dade para o público alvo. Outro aspecto importante mais variados tipos de informações, indo das mais
foi a pesquisa e divulgação do dinossauro sousen- simples e concretas às mais complexas e abstratas.
se chamado Sousatitan, ilustrado na figura 1 (Uma Sendo assim, nessa perspectiva a realidade a ser es-
espécie de titanossauro identificada em 2016, no tudada é decomposta em partes menores com o ob-
3º SIMPIF

Vale dos Dinossauros. Até o momento, foi descober- jetivo de facilitar a transmissão do conhecimento ao
ta apenas uma fíbula fossilizada, datada de 136 mi- aprendiz, cabendo a este unicamente armazenar os
lhões de anos), em congressos internacionais e para resultados do processo de ensino. Desse modo, na
crianças do município de Sousa. abordagem tradicional, tem-se que o conhecimento
O Robô Dino Educ tem o objetivo de aplicar os adquirido pelo indivíduo possui um caráter cumu-
conceitos básicos de matemática e geografia a alu- lativo, devendo ser adquirido pela transmissão dos
nos do ensino fundamental, utilizando um robô, atra- conhecimentos proporcionados pelas instituições de

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ensino. Enfatizar a transmissão do conhecimento é, Desse modo, o computador passa a ser um


portanto, o principal recurso metodológico no ensi- recurso que pode impulsionar o aprendizado signifi-
no tradicional, onde o professor transmite o conhe- cativo no aluno a partir da utilização de programas
cimento previamente definido frente à passividade de computador. Isso possibilita a interação com a
dos alunos ao recebê-lo (CHEVALLARD, 1999; CHE- máquina de modo a permitir a construção pelo alu-
VALLARD et al., 1997). no de algo que seja de seu interesse segundo a sua
Contrapondo-se a esse modelo, temos o perspectiva. Diante desse contexto de liberdade para
Construcionismo, formulado por Papert na década construir, o Construcionismo objetiva permitir que o
de 80, que em sua essência preconiza que, além do aprendiz formule seu conhecimento por si próprio,
conhecimento ser o resultado da construção de es- com interferência mínima possível do professor.
truturas de conhecimento (teoria construtivista), sua Desse modo, proporcionar aos alunos um meio para
aquisição se torna ainda mais eficaz quando o apren- construção de coisas, como os materiais de robótica
diz se encontra em um contexto consciente, tendo a educacional, permite ao professor propiciar um am-
liberdade para construir, desconstruir e reconstruir biente construcionista para ensino de novos conhe-
ideias e conceitos e aplicá-los no mundo real (PA- cimentos. Segundo Papert, ambientes como esses
PERT, 1985, 1993). No entanto, para complementar proporcionam aos alunos a liberdade para formular
a teoria construtivista e trabalhar os conceitos de ideias, bem como investigá-las, reformulá-las e cons-
geografia e matemática do ensino fundamental, o truir outras novas, potencializando, assim, o pensa-
projeto se apropria da Teoria Antropológica do Di- mento crítico e aquisição de novos conhecimentos.
dático (TAD) (CHEVALLARD, 1999; CHEVALLARD et O emprego da abordagem construcionista
al., 1997) para permitir fundamentar nossa inves- permite que o aluno siga seu próprio ritmo de traba-
tigação em ações de extensão. Com o surgimento lho, com o engajamento em projetos de sua escolha
dos computadores, os quais serviram de suporte e e, assim, aprender sem a preocupação de memorizar
inspiração para o Construcionismo, houve não ape- ou decorar conteúdos, objetivando aprovação em
nas o surgimento de novos paradigmas no processo alguma avaliação. Explorar e interagir com projetos
educativo, mas também o confronto das teorias do pessoais ou coletivos permite ao aluno a oportunida-
ensino e aprendizagem até então preestabelecidas. de da descoberta. É testando ideias no mundo real
Hoje, os computadores são sinônimos de que o aluno poder materializar seus pensamentos.
grandes avanços tecnológicos com profundo impac- BEZERRA et al., (2015) e FERREIRA et al.,
to nos meios de produção e na vida cotidiana. No (2016), afirmam que uma das formas de atrair es-
entanto, seu uso e o uso de tecnologias adjacentes tudantes para as áreas tecnológicas é fazendo com
na educação abriram novas possibilidades para que que estes tenham vivências já na sua educação bási-
os alunos possam materializar suas ideias. O desen- ca, ajudando-o a desenvolver a fluência tecnológica.
volvimento do Construcionismo por Papert (1985) De acordo com Silva (2009), a utilização da robótica
ocorre quando o mesmo cria concomitantemente em sala de aula possui os seguintes objetivos:
a linguagem de programação LOGO, entre as déca-
1. Desenvolver a autonomia, isto é, a capacidade
das 70 e 80, e seu uso é principalmente direciona-
3º SIMPIF

de se posicionar, elaborar projetos pessoais,


do para educação de crianças, jovens e adultos sem
participar na tomada de decisões coletivas;
conhecimento minimamente aprofundado na área
2. Desenvolver a capacidade de trabalhar em gru-
de computação. Em sua formulação teórica, Papert
po: respeito à opinião dos outros;
preocupou-se em discutir a utilização da máquina
3. Proporcionar o desenvolvimento de projetos uti-
pelo aluno na perspectiva da construção do conhe-
lizando conhecimento de diversas áreas;
cimento.

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4. Desenvolver a capacidade de pensar múltiplas -se ludificação como método a fim de transformar a
alternativas para a solução de um problema; processos ensino e aprendizagem através da utiliza-
5. Desenvolver habilidades e competências ligadas ção de estratégia e pensamentos de jogos.
à lógica, noção espacial, pensamento matemá- Dentre os objetivos da ludificação podemos
tico, trabalho em grupo, organização e planeja- destacar:
mento de projetos envolvendo robôs;
1. Tornar a tecnologia mais atraente;
6. Promover a interdisciplinaridade, favorecendo a
2. Estimular os usuários a se engajarem com com-
integração de conceitos de diversas áreas, tais
portamentos desejados;
como: linguagem, matemática, física, ciências,
3. Mostrar um caminho para o domínio e autono-
história, geografia, artes, etc.
mia;
Recentemente, temos vários trabalhos de su- 4. Ajudar a resolver problemas sem ser uma distra-
cesso com a robótica educacional, como em MAR- ção, e tirar vantagem da predisposição psicoló-
TINS et al., (2016), os quais realizaram oficinas com gica humana de se engajar em jogos.
jovens entre 13 e 16 anos de um projeto social de
Esta técnica pode encorajar as pessoas a
Passo Fundo/RS; FERREIRA et al., (2016) que de-
realizar tarefas que elas normalmente consideram
senvolveram um aplicativo para Android, o qual é
chatas, como completar questionários, fazer com-
parte de um kit de robótica de baixo custo; e ainda
pras, completar formulários de impostos ou leitura
SANTOS et al. (2010) que desenvolveram kits de ro-
de sites. Dados disponíveis de sites, aplicações e
bótica educacional de baixo custo.
processos gamificados indicam potenciais melhorias
Sendo assim, o uso do computador e mate-
em áreas como envolvimento dos usuários, retorno
riais de robótica, permite aos alunos desenvolver por
sobre investimento, qualidade de dados, prazos ou
si próprio, noções cognitivas que nunca havia expe-
aprendizagem (KAPP, 2012).
rimentado antes. Estas noções podem ser conside-
A Teoria Antropológica do Didático (TAD) é
radas como uma verdadeira explosão de ideias, pois
composta de dois aspectos complementares, mas
permite ao aluno ver como e por que alguma coisa
independentes: o primeiro refere-se às caracterís-
funciona, ou seja, se o aluno sabe o que está por
ticas estruturais, descritas em termos de praxeo-
detrás de um conceito, é provável que ele tenha não
logias, e o segundo, remete às características fun-
apenas um melhor entendimento das informações
cionais, centradas na ideia de momentos didáticos
adquiridas como também terá a habilidade de aplicar
(CHEVALLARD, 1999). De acordo com a TAD, tudo
este conceito em qualquer outra situação. As explo-
aquilo que é solicitado para uma pessoa fazer, me-
sões de ideias são, portanto, enriquecedoras para os
diado por verbos, pode ser designado como tarefa.
alunos por promoverem neles a aquisição de novos
Neste sentido, tarefa evoca uma ação, um modo de
conhecimentos a partir daquele que havia previa-
realizar algo, perfazendo assim o bloco prático-téc-
mente. A partir do uso dos computadores e tecnolo-
nico de uma Organização Praxeológica (OP).
gias adjacentes, os alunos são capazes de desenvol-
Como não interessa apenas a execução de
ver ideias que são não apenas valiosas e relevantes
determinada tarefa no contexto da Robótica Educa-
3º SIMPIF

para a tecnologia da informação, mas também para


cional (RE) por ela própria (um fazer descomprome-
os mais variados domínios do conhecimento.
tido), percebe-se que a noção de Praxeologia pode
Utilizando técnicas de ludificação (WERBACH
auxiliar de modo a evidenciar e interligar o bloco
e HUNTER, 2012), onde se utiliza mecânica de jogos
prático-técnico com o tecnológico-teórico da ati-
e pensamentos orientados a jogos para enriquecer
vidade ou sequência didática que se deseja desen-
contextos diversos normalmente não relacionados a
volver e/ou analisar (SCHIVANI et al., 2013). Já o
jogos. Segundo FARDO (2013), tipicamente, aplica-
aspecto funcional, Chevallard (1999) propõe a exis-

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tência de seis momentos de estudo ou momentos di- técnica (devido ao tempo de permanência dos sujei-
dáticos, os quais não obedecem necessariamente a tos nesse momento de estudo), prejudicando o mo-
uma ordem cronológica, podendo ocorrer de manei- mento tecnológico teórico ou outro qualquer, dado o
ra simultânea e em diferentes ocasiões do processo conjunto fixo de aulas/ horas disponíveis para reali-
de estudo, a saber: zação da atividade.
A Teoria Antropológica do Didático mostra-se
1. Primeiro encontro com a organização praxeoló-
como uma forte aliada na iniciativa em evidenciar
gica que está em jogo;
melhor a estrutura e dinâmica de atividades e práti-
2. Momento da exploração do tipo de tarefas e da
cas didáticas que fazem uso das novas tecnologias,
elaboração inicial de uma técnica relativa a este
especialmente no campo da robótica educacional
tipo de tarefa;
em termos das tarefas, técnicas, tecnologias e da
3. Constituição e desenvolvimento do bloco tec-
teoria. Se partirmos de uma determinada atividade
nológico-teórico relativo à técnica e ao tipo de
humana, inserida numa dada realidade (seja ela de
tarefa proposta pela organização;
pesquisa, industrial, comercial e/ ou doméstica),
4. Momento de trabalho da técnica, visando viven-
podemos então investigar essa atividade tratando-
ciá-la e aprimorá-la o quanto possível;
-a inicialmente como uma organização praxeológica
5. Momento da institucionalização que visa preci-
(OP de referência). Assim, dependendo da intenção
sar o que, de fato, pertence e é de domínio da
didática, pode-se extrair dessa investigação inicial
organização;
da OP de referência quais tarefas, técnicas, tecnolo-
6. Por fim, o momento da avaliação, em que se deve
gias ou teorias se deseja tratar ou são mais viáveis
“fazer um balanço”, um momento de reflexão em
para constar na atividade didática.
que se examina o que foi “aprendido” daquela OP.

Segundo Schivani et al., (2014), os momen- 3. Método da pesquisa


tos de estudos são tratados como sendo as vivências
No emprego da robótica educacional o aluno
necessárias para que um indivíduo consiga domi-
é levado a questionar, pensar e procurar soluções.
nar um determinado conhecimento. Ao se interro-
Os conceitos e teorias abordados em sala de aula
gar sobre “como realizar concretamente o primeiro
são postos em prática juntamente com conhecimen-
encontro com tal organização?”, “como concluir o
to previamente obtido pela vivência cotidiana e seus
estudo exploratório de um dado tipo de tarefas?”
relacionamentos. Ao considerar o aluno como um ser
e “como levar a cabo a institucionalização?”, abre
capaz de interagir com a realidade, a robótica edu-
possibilidade para o corpo docente e pesquisadores
cacional busca estimular a capacidade de formular
em geral desenvolverem sequências de ensino con-
e equacionar problemas Por fim, dada a vasta gama
soantes com seus objetivos didáticos. É possível, por
de materiais oferecidos pela robótica educacional,
exemplo, verificar se a exigência de uma determi-
é possível modificar determinadas técnicas de tal
nada técnica na OP didática para o cumprimento de
modo a aproximar-se ou distanciar-se da realidade
uma tarefa é adequada para um grupo de alunos ou
que se deseja explorar.
se apresenta complicações que necessitam de um
A execução do projeto ocorreu em duas fa-
3º SIMPIF

maior tempo para seu pleno domínio (expressões


ses distintas, onde a primeira foi realizar a pesquisa
matemáticas em demasia; montagem minuciosa com
para: construção dos kits de robótica; planejamen-
grande quantidade de peças e procedimentos; pro-
to dos materiais didáticos aliados à construção de
gramação computacional com algoritmo envolven-
jogos educacionais de geografia e matemática; e os
do muitos elementos ou partes, etc.). Nesse caso, a
testes dos sistemas entre os alunos do ensino médio
análise dos momentos de estudo deve revelar que
no Curso Técnico de Informática do curso técnico de
houve um predomínio do momento de trabalho da
informática, Campus Sousa do IFPB. A segunda eta-

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pa do projeto consistiu em ensino e extensão, onde • Módulo Bluetooth, figura 2(d): A troca de men-
foi realizada a seleção de crianças das escolas par- sagens entre o celular e o Arduino do robô é
ticipantes (parceiro social), sendo estes alunos do feita utilizando um módulo Bluetooth, o módulo
ensino fundamental, preferencialmente do 5º ou 6º possui uma comunicação wireless (sem fio), o
ano. Para este programa foram contempladas as três uso da energia varia de acordo com a distância,
escolas EEEFM Rotary Dr. Thomaz Pires, EMEFM Papa tem a função de estabelecer comunicação e fa-
Paulo VI e Escola Normal Estadual José de Paiva Ga- zer a transmissão de dados entre dispositivos.
delha todas de Sousa/PB. • Baterias: Para a alimentação ou consumo ener-
gético dos robôs foram usadas baterias recicla-
3.1 Robô Dino Educ
das de notebook, figura 2(e), Power Banks (Car-
O Robô Dino Educ é uma ferramenta tecno- regadores móveis de celular), figura 2(f) e uma
lógica que utiliza a robótica educacional e conceitos bateria de LiPo, figura 2(g), que possui autono-
de gamificação e/ou ludificação, com o intuito de es- mia maior que as outras utilizadas. Cada versão
timular alunos a participar mais das aulas e tentar do robô utilizou uma dessas baterias citadas.
aprender o conteúdo das matérias. Assim, ajudando • Arduino, figura 2(i): Principal componente para
a melhorar o desempenho escolar, desenvolvendo o a construção do robô, sendo responsável pelo
seu raciocínio lógico. controle e comunicação. Sendo este uma plata-
Para a construção dos Kits de robótica utili- forma open-source de prototipagem eletrônica,
zou Arduino (SOUZA et al., 2011) e demais sistemas um hardware que pode ser montado e modifica-
que com ele se comunicam (sensores, softwares, do, tem como função, processar e controlar os
motores, shields, etc.) como principais materiais periféricos do Robô Dino Educ.
para desenvolvimento do robô. Esse robô possui am- Figura 2 - Componentes do Robô Dino Educ. 2(a) Roda
pla versatilidade, fazendo uso de uma vasta gama de Hobby, 2(b) Motor DC; 2(c) Ponte H; 2(D) módulo Blue-
tooth; 2(E) bateria reciclada de Notebook; 2(F) modulo
sensores e componentes de fácil acesso e relativo Power Bank de energia; 2(G) bateria LiPo, 2(H) Arduino
baixo custo, o que amplia o número de aplicações, modelo nano.

além de contar com software de código aberto. A


primeira versão do robô é controlada por um celular,
através de uma rede sem fio Bluetooth, utilizando ba-
terias recicladas de notebook, chassis feito de cano
de PVC, motores com redução e outros componen-
tes, sendo os principais utilizados listados abaixo: (a) (b)

• Roda Hobby, figura 2(a): Roda utilizada na mon-


tagem de robôs que são conectadas aos Moto-
res DC. A roda possui 65 mm de diâmetro, e seus
pneus têm como material a borracha.
• Motor DC 3-6V, figura 2(b): Utilizado para o con-
trole do robô. São motores elétricos com Caixa
3º SIMPIF

(c) (d)
de Redução e Eixo Duplo e redução de 1:48. Ne-
cessitam de corrente contínua para funcionar,
tem velocidade e controle ajustáveis.
• Ponte H, figura 2(c): É um controlador de potên-
cia, esse controle é feito através da mudança de
uma corrente contínua fixa para uma corrente (e) (f)
contínua variável.

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Figura 4 - plataforma Arduino IDE com o código de pro-


gramação Arduino.

(g) (h)

3.1.1 Aplicativo de controle do Robô Dino

O Robô Dino é controlado por um celular, com


conexão Bluetooth ativa e utilizando um aplicativo
(app) chamado Arduino Bluetooth RC Car, dispo-
nível na loja de aplicativos do Google para celular
(Play Store). O app controle tem várias opções para
movimentar o robô, como por exemplo: aceleração,
buzina, farol, entre outras funções. O aplicativo é
gratuito, a conexão é feita no app quando aparece o
módulo Bluetooth do robô, e este é selecionado, po-
dendo assim movimentar o robô. A figura 3 ilustra a
tela de controle do Robô utilizando o app no celular.

Figura 3 - Tela de controle do Robô Dino, utilizando o 3.1.2 As versões do Robô Dino Educ.
celular.

A primeira versão do robô Dino foi construída


com materiais reciclados. O chassi foi feito de PVC,
figura 5(a), que é um plástico conhecido como vinil,
utilizado para a fabricação de canos. As baterias do
robô foram construídas com células de baterias de
notebook estragado, muitas vezes até descartadas
no meio ambiente de forma inadequada. O objetivo
deste robô foi realizar oficinas de robótica entre os
participantes do projeto e assim preparar os integran-
A programação do robô foi feita na plataforma tes para a construção de kits de robótica e posterior-
Arduino IDE, que é disponível para Windows, Linux e mente ensinar crianças de escolas públicas. A figura
Mac OS X. A linguagem de programação é Arduino, 5 (b) tem a vista superior da primeira versão, en-
mas é baseada na linguagem Wiring e o ambiente de quanto a figura 5(c) tem vista traseira do Robô Dino.
desenvolvimento é baseado no ambiente Processing.
A figura 4 ilustra a plataforma Arduino IDE com o
3º SIMPIF

código de programação Arduino.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
ENGENHARIA ELÉTRICA | AUTOMAÇÃO
ROBÓTICA | BIOTECNOLOGIA

Figura 5 - Primeira Versão do Robô Dino Educ. 5(a) Mon- Figura 6 - Segunda versão do Robô Dino Educ. Apresenta-
tando o Robô; 5(b) vista superior; 5(c) Visão traseira do na Expotec 2018

(a) (b)

Uma nova versão do Robô Dino foi construída,


ilustrado na figura 7, sendo esta menor, mais leve,
utilizada nas oficinas de geografia e matemática com
as crianças das escolas públicas no município de
Sousa PB.
(c)
Figura 7 - Robô Dino Educ utilizado em escolas públicas

A segunda versão do Robô Dino foi uma ver-


são especial para apresentar na mostra tecnológica
da Expotec (https://www.expotec.org.br/2018/),
evento realizado em conjunto com a Feira Latino
Americana de Robótica, realizada em novembro de
2018 na cidade de João Pessoa-PB. Para caracte-
rizar o Robô Dino foram incorporadas miniaturas
de dinossauros sobre o chassi, antes feito de PVC,
agora utilizando placas de acrílico, e acrescentadas
bateria de LiPo e Power Banks em conjunto com as
3.2 A elaboração dos kits didáticos.
baterias de notebooks reciclada. Com estas baterias,
o Robô Dino passou a utilizar duas fontes de alimen- As sequências didáticas para o ensino de
tação energéticas, uma para o Arduino e outra os geografia e matemática, envolvendo jogos para alu-
motores DC, proporcionando, assim, maior estabili- nos da educação básica, utilizaram instrumentos
dade e melhor controle. A figura 6 mostra a versão eletroeletrônicos e mecânicos da robótica educacio-
do Robô Dino Educ apresentada na Expotec. nal. Os kits didáticos de geografia e matemática en-
Para a construção da carcaça de dinossauro volveram jogos com perguntas e respostas, a função
utilizada no Robô Dino Educ foi realizado junto com do Robô Dino Educ foi ajudar os alunos a encontrar
3º SIMPIF

os alunos uma pesquisa sobre o Sousatitan, o tita- a resposta correta. É importante destacar que todo
nossauro que habitou a região de Sousa/PB (RAPPA o conteúdo e as questões utilizadas nos jogos são
e LOIOLA 2016). curadas por professores da área, garantindo que
todo este material didático seja válido e de acordo
com público que se pretende alcançar.

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3.2.1 Aulas e Temas geografia com o robô ocorre a parte prática, utilizando-se um Banner de
2m x 2m no chão em conjunto com Robô Dino e sele-
As questões e metodologia temática das per-
cionando-se um aluno para escolher pontos aleató-
guntas, os cenários utilizaram mapas, figura 8, e
rios (coordenadas: x e y) do plano cartesiano. O alu-
outras áreas da geografia, como mineração, relevo,
no controlando o robô forma uma figura geométrica
tipos de solos, clima, flora, e aspectos históricos da
plana, assim, fixando o conteúdo que foi estudado.
região, destacando os dinossauros que habitaram
Figura 10 - Slide “O que é figura Geométrica plana”.
Sousa e região, bem como as riquezas arqueológi-
cas, como, por exemplo, o Sousatitan, as pegadas
de dinossauros, encontradas principalmente no Vale
dos Dinossauros, destacadas na figura 9.

Figura 8 - Mapa de Sousa-PB e região.

Figura 11 - Slide “O que é um plano Cartesiano”.

Figura 9 - Slide da aula de Geografia, destacando o Vale


dos Dinossauros.

4. Resultados

O Robô Dino Educ permitiu que o conheci-


mento em informática, robótica, geografia e mate-
mática fossem ampliados para os alunos do IFPB e
as crianças das escolas públicas participantes.
O projeto foi apresentado na mostra Latino
Americana de Robótica, possibilitando aos extensio-
nistas conhecerem outros projetos e expor o Robô
Dino para a comunidade científica especializada em
3.2.2. Aulas e Temas de Matemática
3º SIMPIF

robótica. A figura 12 mostra os alunos expondo o


projeto em João Pessoa - PB.
O desenvolvimento das aulas de Matemática
As oficinas de robótica realizadas entre os
trouxe temas referente a conteúdos do plano carte-
alunos do IFPB do Campus de Sousa trouxeram a
siano e formas geométricas planas (polígonos regu-
oportunidade para que os participantes aprendam
lares e irregulares).
como construir, montar, programar, controlar e utili-
Depois das aulas teóricas lecionadas, com a
zar o robô. A figura 13 mostra os alunos construindo
ajuda de slides exemplificados nas figuras 10 e 11,

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o robô e a figura 14 mostra a preparação para uma 4.1 Aulas de Geografia e Matemática com crianças
oficina de matemática. em escolas públicas

Figura 12 - Apresentação no EXPOTEC/ ROBÓTICA 2018.


Os alunos do IFPB vivenciaram a experiência
de ensinar conteúdos das disciplinas de geografia e
matemática nas escolas parceiras para crianças da
5ª e 6ª séries. A primeira parte foi a apresentação
dos conteúdos utilizando slides, conforme as figuras
15 e 16.

Figura 15 - Apresentando o tema de geografia (Importân-


cia da nossa cidade Sousa)

Figura 13 - Oficina de Robótica, alunos montando um robô.

Figura 16 - Tema de matemática (Plano Cartesiano)

Figura 14 - Alunos preparando material para oficina de


matemática com plano cartesiano.

Após as aulas teóricas, são utilizados os ro-


3º SIMPIF

bôs, com o auxílio de uma lona sobre o chão, com


dimensão de dois metros quadrados, e o Robô Dino
Educ, controlado por uma criança através do celular.
A figura 17 mostra a prática da aula de Geografia
com o mapa da região de Sousa. O aluno movimenta
o robô utilizando o celular, figura 18, para em um de-
terminado local na região, onde é realizada uma per-

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gunta de acordo com a área que se encontra e a aula Figura 19 - Prática na aula de Matemática (“Formando
figuras geométricas e as identificando”).
apresentada anteriormente. Assim, é possível fixar o
conteúdo que estava sendo apresentado, utilizando
jogos educacionais com perguntas e respostas.

Figura 17 - Prática da aula de Geografia (“Guiando o robô


para uma região do Sertão Paraibano”).

Figura 18 - Aluno com o celular na mão controlando o


Robô Dino durante uma prática de matemática

5. Conclusão

O Robô Dino Educ é um projeto de extensão


com crianças em escolas públicas que contemplou
pesquisas em Robótica Educacional e gamificação,
aliado a Teoria Antropológica do Didático integrando
o ensino das disciplinas de Geografia e Matemática.
Foi uma oportunidade para colocar em prática con-
ceitos de educação aliados a robótica educacional.
Despertar o interesse de crianças não é uma tarefa
fácil, mas ao aliar o ensino a novidade tecnológica
Utilizando uma metodologia de ensino basea-
existente traz novas perspectivas de aprendizagem.
da em Teoria Antropológica do Didático (TAD), com
Trazer para os alunos novidades com as técnicas de
técnicas gamificação, e o Robô Dino Educ, trouxe a
gamificação, vídeos, ou algo que o aproxima da sua
Robótica Educacional (RE) às aulas de Matemática,
realidade pode fazer com que as aulas e conteúdo
tornaram-se dinâmicas e participativas. Todos os
sejam dinâmicos, e assim, talvez, através dessa in-
alunos participaram, por ser uma aula diferente do
teração, os alunos possam assimilar o conteúdo que
ensino tradicional, possibilitando a absorção do con-
lhe são ensinados.
teúdo abordado, pois os mesmos estão interagindo
Para os docentes, possibilitou ministrar seu
diretamente com o robô e a matéria, respondendo
3º SIMPIF

conteúdo de forma inovadora e dinâmica, fugindo


perguntas escolhidas aleatoriamente pelo próprio
do ensino tradicional, levando os alunos a conhece-
aluno guiando o robô. As perguntas utilizadas nos
rem algo novo, quebrando barreiras, algumas vezes
jogos educacionais foram respondidas corretamen-
já preestabelecidas, como por exemplo, que mate-
te, evidenciando que o interesse dos mesmos foi
mática é uma disciplina difícil de apreender. Ao final,
conquistado e o assunto absorvido. A figura 19 mos-
através de pesquisa aplicada com as crianças par-
tra o plano cartesiano com as formas geométricas
desenhadas.

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ticipantes os alunos responderam que desejam ter voluntários empenharam na supervisão e realização
novas aulas de matemática. do programa Robô Dino Educ; aos diretores, profes-
Dentre os resultados, destaca-se a possibili- sores e alunos das escolas parceiras, que aceitaram
dade de utilizar a metodologia de ensino conciliando vivenciar e experimentar novas formas de aprendi-
teoria e a prática, estimulando os alunos entre áreas zado ao participar do projeto; ao Laticínio Isis pelo
pedagógicas e a Ciências da Computação. O projeto apoio com lanches aos participantes; “aos servido-
gerou um ambiente de ensino, pesquisa e extensão res João Edson Rufino e Josemar Alves Soares pelo
alinhado a Interdisciplinaridade e a inovação tecno- apoio na revisão idiomática e revisão final.”
lógica. Foram apresentados problemas para que os
Referências
alunos desenvolvam estratégias e assim solucioná-
-los, a fim de estimular a criatividade, integrando BEZERRA, Neto, R. P., Rocha, D. P., Santana, A. M.,
os conhecimentos de diversas disciplinas, o que fa- Souza, A. A. S. Robótica na educação: uma revisão
sistemática dos últimos 10 anos. Anais do XXVI Sim-
voreceu a construção do saber de forma eficiente e
pósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE
divertida. 2015), pp. 386-393, 2015. CNPq. Olimpíadas cien-
Alguns objetivos alcançados no projeto: tíficas.
• Foram realizados cursos de robótica para alunos
CHEVALLARD, Y., BOSCH, M., GASCÓN, J., Estudiar
do Curso Técnico em Informática do IFPB Cam- matemáticas. El eslabón perdido entre la enseñanza
pus e motivação à participação na Olimpíada e y el aprendizaje, Barcelona: ICE/Horsori, 1997.
Mostra Brasileira de Robótica. CHEVALLARD, Y., L’analyse des pratiques enseignan-
• Foram realizadas oficinas de robótica para esco- tes en théorie anthropologique du didactique. Re-
las parceiras que possuem laboratório específi- cherches en didactique des mathématiques (Revue),
Pensée sauvage 19, [2], 221–265, 1999.
co na cidade de Sousa/PB.
• Foram oferecidas oficinas temáticas envolvendo FARDO, Marcelo Luis. A gamificação aplicada em am-
a robótica e jogos educacionais com diversas bientes de aprendizagem. RENOTE, v. 11, n. 1, 2013.
áreas do conhecimento, tendo como foco a geo- FERREIRA, L. A. C., Jesus, A. M., Rufo, M. C. B., San-
grafia, matemática, fundamentos de hardware e tos, F. M. C. Se-Robô: aplicativo para robótica educa-
lógica de programação; cional de baixo custo. Anais do XXVII Simpósio Bra-
sileiro de Informática na Educação (SBIE 2016), pp.
• Divulgação da Robótica no Sertão Paraibano e
1285-1289, 2016.
a divulgação do Sertão Paraibano (Sousatitan)
para a comunidade da Robótica. KAPP, Karl. The Gamification of Learning and Instruc-
tion: Game-based Methods and Strategies for Train-
Para trabalhos futuros, pretende-se elaborar
ing and Education. Pfeiffer, 2012.
novas aulas com temas e/ou disciplinas diferentes
de acordo com as respostas dos alunos nos ques- MARTINS, A. R. Q, TEIXEIRA, A. C., VARGAS, F. A. O
desenvolvimento da criatividade através da Robótica
tionários aplicados ao final dos encontros. Pretende
Educacional. Mediações - Revista Online da Escola
buscar novas escolas parceiras, dando continuidade Superior de Educação do Instituto Politécnico de Se-
ao projeto e proporcionando que novos alunos parti- túbal, Vol. 4, n. 1, pp. 5-18, 2016.
cipem do projeto Robô Dino Educ. PAPERT, S., The Children’s Machine: Rethinking
3º SIMPIF

Convém registrar agradecimentos à Pró-Rei- School in the Age of the Computer, HarperCollins,
tora de Extensão e Cultura do IFPB pelo financiamento 1993
do trabalho; ao Coordenador de Extensão Pedro PAPERT, S.; Logo: computadores e educação. São
Couto, pela orientação e suporte administrativo; Paulo: Editora Brasiliense, 1985. Publicado original-
aos servidores do IFPB Campus Sousa, pelo apoio mente sob o título de Mindstorms: children, compu-
ters and powerful ideas. 1980.
logístico; aos professores e alunos do Curso Técnico
de Informática que como orientadores, bolsistas,

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ROBÓTICA | BIOTECNOLOGIA

RAPPA, Marina, LOIOLA Rita; Conheça Sousatitan, o


mais novo dinossauro brasileiro. Ciência, Site Revis-
ta Veja, Publicado em 02 de Agosto de 2019 Disponí-
vel em: <https://veja.abril.com.br/ciencia/conheca-
-sousatitan-o-mais-novo-dinossauro-brasileiro/>>.
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SANTOS, F. L., Nascimento, F. M. S., Bezerra, R. M. S.


REDUC: A Robótica Educacional como abordagem de
baixo custo para o ensino de computação em cursos
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Applications of Robotics in the Teaching of Physics:
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SCHIVANI, Milton. Contextualização no ensino de fí-


sica à luz da teoria antropológica do didático: o caso
da robótica educacional. 2014. Tese de Doutorado.
Universidade de São Paulo.

SILVA, A. F. RoboEduc: Uma metodologia de aprendi-


zado com robótica educacional. Tese de doutorado,
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Souza, A. R. D., Paixão, A. C., Uzêda, D. D., Dias, M.


A., Duarte, S., & Amorim, H. S. D,. A placa Arduino:
uma opção de baixo custo para experiências de física
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WERBACH, Kevin; HUNTER, Dan. For The Win: How


Game Thinking Can Revolutionize Your Business. Fi-
ladélfia, Pensilvânia: Wharton Digital Press, 2012.
3º SIMPIF

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MECÂNICA | MATERIAIS

Marília Aires Bezerra


Análise da influência dos parâmetros de
[email protected] soldagem no processo a arco submerso
Instituto Federal da Paraíba – Campus
Campina Grande

João Vitor da Silva Negreiros


[email protected]
Instituto Federal da Paraíba – Campus
Campina Grande
Resumo
Jomar Meireles Barros
[email protected] Este trabalho teve como objetivo a análise da influência dos parâ-
Instituto Federal da Paraíba – Campus
Campina Grande metros de soldagem na geometria dos cordões de solda quando
aplicados ao processo ao arco submerso. Especificamente, o projeto
Divanira Ferreira Maia
[email protected] realizou: a construção de um suporte para a tocha de soldagem e
Instituto Federal da Paraíba – Campus reservatório de fluxo, e também a análise da geometria do cordão
Campina Grande
de solda em função dos parâmetros de soldagem. Para alcançar tais
Marcos Mesquita da Silva objetivos foi realizada a criação de um protótipo de suporte para a to-
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba – Campus cha de soldagem em software CAD e, em seguida, sua fabricação por
Campina Grande meio da usinagem, a preparação do metal de base e a definição dos
parâmetros de soldagem, a partir daí, foi dado início às soldagens.
Os resultados mostraram que os suportes proporcionaram um bom
desempenho para a realização das soldagens e as geometrias dos cordões apresentaram diferença em sua
estrutura quanto à ocorrência de porosidade em alguns cordões, tendo forte relação com a tensão e o tipo de
fluxo empregado. A distância do bico de contato à peça (DBCP) mostrou a tendência de diminuir a corrente
quando a mesma aumentou. Além disso, a corrente e a energia de soldagem apresentaram comportamento
semelhante quando de suas influências sobre a geometria dos cordões de solda. Ou seja, quando a corrente e
a energia de soldagem aumentaram a altura diminuiu e a largura aumentou.

Palavras-chave: Soldagem ao arco submerso. Parâmetros de soldagem. Geometria do cordão de solda.

Abstract

This work aimed to analyze the influence of welding parameters on weld bead geometry when applied to the
submerged arc process. Specifically, the project carried out: the construction of a welding torch support and
flow reservoir, as well as the analysis of the weld bead geometry as a function of the welding parameters. To
achieve these objectives, a prototype support for the welding torch in CAD software was created and then fabri-
cated by machining, preparation of the base metal and definition of welding parameters. From then on, welding
began. The results showed that the supports provided a good performance for the welding and the geometries
of the beads showed a difference in their structure regarding the occurrence of porosity in some beads, having a
strong relationship with the stress and the type of flux employed. The contact tip to work distance (CTWD) sho-
wed a tendency to decrease current when it increased. In addition, welding current and welding energy showed
similar behavior when influencing weld bead geometry. That is, when the current and welding energy increased
the height decreased and the width increased.

Keywords: Submerged arc welding. Welding parameters. Weld bead geometry.

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MECÂNICA | MATERIAIS

1. Introdução ções, aspecto indesejável durante soldagens de me-


tais de base de pequenas espessuras e aplicações de
A soldagem já está presente em nossas ati-
revestimentos contra corrosão e/ou abrasão. Como
vidades há mais de 100 anos, mas a partir da 2ª
equacionar e resolver esse problema? Para a solução
Guerra Mundial é que a atividade se popularizou e
desse problema é necessário a realização de pesqui-
ganhou importância em diversos aspectos da socie-
sas/estudos voltados para a análise de variáveis, e
dade. Esta atividade tão importante é definida como
a combinação delas, que influenciam nas proprieda-
a união de metais ou ametais de diferentes manei-
des de soldas obtidas pelo processo SAW.
ras, tais como, soldagem a arco submerso, soldagem
Para amenizar os impactos metalúrgicos
de alta intensidade, por resistência entre outras di-
inerentes ao processo SAW – devido o emprego de
versas formas (ABS, 2009; WAINER, 1992).
elevados aportes térmicos –, é preciso se utilizar de
Os processos de soldagem podem ser dividi-
técnicas que reduzam esse aporte, ou seja, a ener-
dos em dois grupos: processos por fusão e proces-
gia de soldagem, tendo assim menores distorções
sos por pressão (deformação). Este último consiste
e penetração. Várias técnicas utilizadas em outros
em deformar as superfícies de contato permitindo
processos de soldagem apresentam um potencial de
a aproximação dos átomos a distâncias muito pe-
aplicação para o processo SAW. Essas técnicas con-
quenas. As peças podem ser aquecidas localmente
sistem em: alterar o tipo de corrente, (convencional,
de modo a facilitar a deformação das superfícies de
pulsada, alternada), inverter a polaridade da corren-
contato. Já o primeiro grupo se baseia na aplicação
te, bem como aumentar o stickout, provocando maior
localizada de calor na região de união até a fusão do
dispersão de energia por efeito Joule, aumentando
metal de base com o metal de adição (quando este
a taxa de fusão do arame-eletrodo e consequente-
é utilizado), destruindo as superfícies de contato e
mente diminuindo a penetração. É possível citar ain-
produzindo a união pela solidificação do metal fun-
da a soldagem com múltiplos arcos, adição de arame
dido (MODENESI; MARQUES e BRACARENSE, 2005).
quente e a aplicação de revestimentos através de fi-
Os processos de soldagem por fusão são
tas. Além disso, os parâmetros de soldagem podem
largamente utilizados. Como exemplos de proces-
influenciar o comportamento de diversos fatores tais
sos de soldagem por fusão convencionais, têm-se:
como os níveis de tensões residuais, de diluição, o
Soldagem a Arco com Eletrodos Revestidos (Shiel-
teor de Fe e o nível de dureza no metal de solda.
ded Metal Arc Welding – SMAW); Soldagem a Arco
Assim, tornam-se necessárias pesquisas vol-
com Eletrodo de Tungstênio e Proteção Gasosa (Gas
tadas para o estudo de parâmetros, ou combinação
Tungsten Arc Welding – GTAW); Soldagem a Arco com
deles, que influenciam na qualidade da soldagem
Proteção Gasosa (Gas Metal Arc Welding – GMAW);
SAW, gerando melhores propriedades mecânicas.
Soldagem a Arco com Arame Tubular (Flux Cored
O trabalho teve como objetivos analisar a in-
Arc Welding – FCAW); Soldagem ao Arco Submerso
fluência dos parâmetros de soldagem quando da rea-
(Submerged Arc Welding), e outros (SILVA, 2009).
lização do processo a arco submerso, além de confec-
Dentre os vários processos de soldagem por
cionar um suporte/garra para a tocha de soldagem e
fusão, o processo de soldagem SAW se destaca por
reservatório de fluxo, analisando também a geome-
3º SIMPIF

apresentar vantagens como a sua elevada taxa de


tria do cordão de solda obtido pela soldagem SAW.
deposição, sua mecanização, proporcionando uma
obtenção de cordões de solda com maior probabi- 2. Referencial teórico
lidade de homogeneidade, requisitos bastante dese-
A soldagem é um processo que visa a união
jados em operações de soldagem. Entretanto, este
localizada de materiais, similares ou não, de forma
processo normalmente utiliza elevadas energias ou
permanente, baseada na ação de forças em esca-
aportes térmicos e, consequentemente, altas dilui-
la atômica semelhantes às existentes no interior

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do material e é a forma mais importante de união • Um arco elétrico é estabelecido quando a cor-
permanente de peças usadas industrialmente. Exis- rente flui entre o arame e a peça;
tem basicamente dois grandes grupos de processos • O dispositivo de alimentação do arame começa a
de soldagem. O primeiro se baseia no uso de calor, empurrar o arame a uma velocidade de alimen-
aquecimento e fusão parcial das partes a serem uni- tação controlada;
das, e é denominado processo de soldagem por fu- • O carro inicia seu deslocamento ao longo do cor-
são. O segundo se baseia na deformação localizada dão de solda (manual ou automaticamente);
das partes a serem unidas, que pode ser auxiliada • O fluxo para soldagem por arco submerso é ali-
pelo aquecimento dessas até uma temperatura in- mentado através do tubo do silo e distribui-se
ferior à temperatura de fusão, conhecido como pro- continuamente sobre o cordão de solda por uma
cesso de soldagem por pressão ou processo de sol- pequena distância à frente da região de solda-
dagem no estado sólido (WAINER, 1992; MODENESI; gem.
MARQUES e BRACARENSE, 2005) O enorme calor desenvolvido pela passagem
Os processos de soldagem por fusão são os da corrente de soldagem através da zona de solda-
mais utilizados na indústria. Como exemplos, tem-se: gem funde a extremidade do arame e as bordas ad-
Soldagem a Arco com Eletrodos Revestidos (Shiel- jacentes das peças de trabalho, criando uma poça de
ded Metal Arc Welding – SMAW); Soldagem a Arco metal fundido. Esta poça está em um estado líquido
com Eletrodo de Tungstênio e Proteção Gasosa (Gas bem fluido e é turbulenta. Por essas razões, qualquer
Tungsten Arc Welding – GTAW); Soldagem a Arco com escória ou quaisquer bolhas de gás são prontamente
Proteção Gasosa (Gas Metal Arc Welding – GMAW); varridas para a superfície. O fluxo para soldagem por
Soldagem a Arco com Arame Tubular (Flux Cored arco submerso protege completamente a região de
Arc Welding – FCAW); Soldagem ao Arco Submerso soldagem do contato com a atmosfera. Uma peque-
(Submerged Arc Welding), e outros (SILVA, 2009). na quantidade de fluxo se funde. Essa porção fundi-
A escolha do processo de soldagem mais da tem várias funções: ela cobre completamente a
adequado para a aplicação de um revestimento de- superfície da solda, evitando a contaminação do me-
pende de diversos fatores, tais como, versatilidade, tal de solda por gases atmosféricos; dissolve, e, por-
custo, fator operacional (tempo de soldagem/ tempo tanto, elimina as impurezas que se separam do metal
total), habilidade do operador, energia de soldagem, fundido e flutuam em sua superfície. Além disso, o
diluição (%), taxa de deposição (kg/h), tamanho da fluxo pode ser um agente de adição de certos ele-
peça, posição de soldagem, tipo de liga para revesti- mentos de liga. A combinação de todos esses fatores
mento, dentre outros (WAINER, 1992). resulta em uma solda íntegra, limpa e homogênea.
O Arco Submerso consiste em um arame (ele- À medida que o cordão de solda é constituído,
trodo) nu, continuamente alimentado, o qual produz a parte fundida do fluxo se resfria e endurece,
o arco elétrico com a peça, formando assim a poça formando um material duro e vítreo, que protege
de fusão, sendo ambos recobertos por uma camada a solda até seu resfriamento, sendo normal seu
de fluxo granular visível, que protege o metal contra completo destacamento da solda.
a contaminação atmosférica e possui outras funções Desde que adequadamente executadas, as
3º SIMPIF

metalúrgicas. Portanto, o arco permanece “submer- soldas por arco submerso não apresentam fagulhas,
so” – dispensando o operador de usar equipamentos tornando desnecessários equipamentos de proteção
de proteção contra radiação. (MACHADO, 1996). contra a radiação. Não há respingos a serem removi-
Quando o equipamento de soldagem é ajus- dos. (FORTES, 2004)
tado para operação, vários fatos ocorrem em uma Esse processo é muito usado na soldagem de
rápida sequência: estruturas de aço, na fabricação de tubulações e de
deposição de camadas de revestimentos tanto na

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fabricação como na recuperação de peças desgasta- de soldagem apresentava-se muito pesada, reali-
das. Trabalha frequentemente com correntes de sol- zou-se a elaboração de uma peça, em software CAD
dagem elevadas, que podem ser superiores a 1000 (Figura 1), no Laboratório de Sistemas Hidropneu-
A, o que pode levar a taxas de deposição de até 45 máticos (LABHIP) do IFPB Campus Campina Grande,
kg/h. Sua maior utilização é na forma mecanizada ou para assegurar sua posição fixa durante o procedi-
automática, existindo equipamentos para soldagem mento de soldagem.
semiautomática. (MODENESI e MARQUES, 2007). Figura 1 - Vistas múltiplas da peça de suporte feitas no
Como qualquer processo de soldagem, o pro- Autodesk Inventor.

cesso a arco submerso apresenta vantagens e des-


vantagens.

Vantagens:
• Elevada velocidade de soldagem;
• Maiores taxas de deposição;
• Boa integridade do metal de solda;
• Ausência de respingos e fumos;
• Processo de fácil uso; Fonte: Imagem elaborada pelo autor
• Melhor ambiente de soldagem e segurança para
Após a elaboração do modelo do suporte, ini-
o operador;
ciou-se o processo de usinagem da peça a partir de
• Permite alto grau de automação.
uma chapa de metal com 6,35 mm de espessura (Fi-
Desvantagens: gura 2). Essa chapa foi cortada no formato da peça
• Limitado a posições de soldagem plana e hori- por uma máquina de corte a plasma (Barracuda 150
zontal em ângulo; da RHEM Welding Technology) utilizando-se corrente
• Necessário retirar escória entre passes. de 70 Amperes (Figura 3). As dimensões dessa peça
Esse tipo de soldagem possui uma vasta gama cortada foram de: 26 cm de altura, 6, 35 mm de es-
de aplicações, dentre as quais é possível destacar: pessura e 60 mm de largura.
• Soldagem em aços-carbono e ligados; Figura 2 - Chapa de metal utilizada na fabricação da peça
• Soldagem em níquel e suas ligas;
• Soldagem de membros estruturais e tubos de
grande diâmetro;
• Soldagem em fabricação de peças pesadas de
aço (navios, etc.); e
• Revestimento, manutenção e reparo.

3. Método da pesquisa

No Laboratório de Soldagem e Manutenção


de Equipamentos (LABSeM) do IFPB Campus Cam-
3º SIMPIF

pina Grande, realizou-se a preparação adequada de


peças planas de aço-carbono (metal de base) com
espessura de 12,7mm. A obtenção dessas peças Fonte: Imagem elaborada pelo autor
realizou-se partir do corte a plasma e posterior usi-
nagem em máquina operatriz denominada plaina.
A fim de sustentar a tocha de soldagem du-
rante as atividades, uma vez que acoplada ao carro

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Figura 3 - Máquina de corte a plasma Barracuda 150 da Figura 5 - Lima Bastarda Meia Cana
REHM Welding Technology

Fonte: Imagem elaborada pelo autor Fonte: Imagem elaborada pelo autor

Para os cortes dos semicírculos nas laterais Para fixar o suporte à tocha e ao carro de sol-
da peça foi utilizada a Policorte DeWALT D28720-B2 dagem, foi necessário realizar a fabricação de um
(Figura 4). Para o acabamento e arredondamento tirante. Utilizou-se um tarugo rosqueado com 8 mm
das extremidades utilizou-se uma Lima Bastarda de diâmetro, o qual foi deformado (curvado) até a
Meia Cana (Figura 5). Por fim, para a realização dos forma desejada (dobrado a uma raio de 10mm), Fi-
furos da peça, foi utilizada a Furadeira de Bancada gura 6.
FBM– 160i MOTOMIL.
Figura 6 - Esboço do tirante
Figura 4 - Policorte DeWALT D28720-B2

Fonte: Imagem elaborada pelo autor

Logo após, deu-se início à sequência de furos


na peça de suporte para introduzir nela os parafu-
sos e sustentá-la no carro de soldagem. A primeira
broca utilizada foi a de 2,5 mm para realizar o furo
guia e, em seguida, foram usadas respectivamente
as brocas de 3,5 mm, 4,5 mm até 5, 5 mm para os
furos inferiores. Já para os furos superiores, foi dado
3º SIMPIF

Fonte: Imagem elaborada pelo autor o seguimento destes a partir do furo com a broca
de 5,5 mm até a broca de 8 mm. Todos esses furos

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foram feitos com o auxílio de uma furadeira de ban- do, em seguida, o segundo teste de soldagem, agora
cada (Motomil FBM-160i). com auxílio da abraçadeira.

Figura 7- Início da furação da peça com broca de 2,5 mm Figura 8 - Vistas múltiplas da abraçadeira do suporte
feitas no Autodesk Inventor

Fonte: Imagem elaborada pelo autor

Fonte: Imagem elaborada pelo autor


Figura 9 - Modelo tridimensional da abraçadeira feita no
Com a furação da peça foi gerado rebarba Autodesk Inventor

de metal, sendo necessário removê-la. Portanto, foi


realizado todo o acabamento necessário para remo-
ver a rebarba utilizando-se uma lima redonda murça
para remover a rebarba nos furos e uma lima chata
murça para remover a rebarba na superfície da peça.
Com todas as medições da peça corretas, foi feito o
teste com a peça, o tirante e a tocha de soldagem.
Entretanto, somente a peça de suporte não
foi necessária para garantir uma soldagem segura,
pois quando se realizou o teste de soldagem ocorreu
passagem de corrente elétrica para o carro e o su-
porte. Para resolver esse problema, desenvolveu-se
uma abraçadeira de metal (Figuras 8 e 9) de modo a
impedir o contato elétrico entre as áreas de metal da
tocha, o suporte e o carro.
Na confecção da abraçadeira, utilizou-se o
Fonte: Imagem elaborada pelo autor
mesmo material metálico da peça de suporte. Essa
chapa metálica foi usinada e deformada até o mo- Após a confecção dos suportes, do tirante e
delo desejado, sendo suas medidas de: 6,35 mm de a realização dos testes, foram iniciadas as soldagens
espessura; 12 cm de comprimento e 25mm de lar- a arco submerso, no Laboratório de Soldagem e Ma-
3º SIMPIF

gura. Esta peça também foi furada utilizando uma nutenção de Equipamentos (LABSeM), variando os
sequência de brocas a partir do diâmetro de 2,5 mm parâmetros na máquina de soldagem a fim de anali-
até a broca de 10,5mm. Com os furos prontos, foram sar a influência destes nos resultados dos cordões. A
inseridos os parafusos na abraçadeira para fixá-la na Tabela 1 apresenta os parâmetros utilizados duran-
tocha de soldagem e na peça de suporte realizan-

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te realização da soldagem dos cordões e a Tabela 2 Nacional), novo, granulometria mais uniforme e sem
apresenta as variações realizadas para cada solda. umidade.

Tabela 1 - Parâmetros utilizados nas soldagens dos cordões Figura 10 - Segundo fluxo utilizado nas soldagens

Fonte: Imagem elaborada pelo autor

Tabela 2 - Variação dos parâmetros em cada cordão de solda


Fonte: Imagem elaborada pelo autor

O primeiro fluxo teve participação na con-


fecção dos cordões 1, 2, 3, 4 e 7. Já os cordões 5,
6, 8, 9 e 10 foram obtidos com segundo fluxo. Em
um dado momento das atividades, foi realizado um
tratamento no primeiro fluxo, o qual foi peneirado e
aquecido a uma temperatura de 150°C por 1 hora e,
ao final desse procedimento, realizou-se a confecção
do cordão 7.

4. Resultados da pesquisa

Neste trabalho, o primeiro desafio enfrentado


foi a falta de um suporte adequado para sustentar a
tocha de soldagem uma vez que acoplada ao carro
de soldagem, apresentava-se muito pesada impe-
dindo um funcionamento eficaz. Entretanto, quando
Fonte: Imagem elaborada pelo autor
confeccionados, somente a peça de suporte e o ti-
Quanto ao tipo de fluxo utilizado nas solda- rante não foram suficientes para promover uma boa
gens a arco submerso, foi feito o uso de dois tipos fixação da tocha de soldagem, pois quando adicio-
diferentes. O primeiro apresentava uma granulome- nado o fluxo no reservatório a estrutura continuava
3º SIMPIF

tria grosseira, sem identificação da empresa (desco- pesada, além de ocorrer passagem de corrente elé-
nhecido), velho e, provavelmente, com umidade. Já trica para o carro e o suporte.
o segundo fluxo, era conhecido (ESAB– OK Flux 429

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Figura 11 - Teste com a peça, o tirante e a tocha o que possivelmente pode ter sido ocasionado pela
presença de impurezas no fluxo durante o seu ma-
nuseio nas atividades laboratoriais. Apesar do trata-
mento feito com o primeiro fluxo ainda se constatou
a presença de poros no cordão 7.

Tabela 3 - Resultado da altura e largura de cada cordão

Fonte: Imagem elaborada pelo autor

Para resolver esse problema, e diminuir o es-


forço sofrido pelo carro de soldagem e pelo supor-
te confeccionado, gerado pelo peso da tocha e do
fluxo, o desenvolvimento da abraçadeira (Figura 8 e
Figura 9) foi uma alternativa que respondeu positiva-
mente às necessidades do projeto, pois a confecção
dos cordões só poderia ser realizada através do bom
desempenho desses suportes, uma vez que estava
ocorrendo contato elétrico entre o carro e a tocha,
impedindo a produção dos cordões de solda. Só as-
sim, foi possível dar início às atividades de soldagem
sem interferência.
Analisando os resultados a partir dos parâ-
metros utilizados (Tabela 2) e dos resultados obtidos
Fonte: Imagem elaborada pelo autor
(Tabela 3), foi possível constatar uma diferença na
aparência dos cordões (largura, altura e presença de Os cordões de solda obtidos com o segundo
porosidade). fluxo (C5, C6, C8, C9 e C10), diferentemente do pri-
Para os cordões de solda obtidos com o pri- meiro, só apresentaram porosidade no C8.
meiro fluxo (C1, C2, C3, C4 e C7) notou-se a pre- Tabela 4: Resultados das geometrias dos cordões a partir
sença de porosidade ao longo do seu comprimento de cada parâmetro
3º SIMPIF

Fonte: Imagem elaborada pelo autor

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Figura 12: Cordões de solda rém, essa variação não foi uniforme em toda a faixa
de operação, pois o cordão 6, mesmo com corrente
igual a 126A apresentou menor altura dentre todos
os cordões (Tabela 4).

Figura 13 - Influência da corrente na altura dos cordões

Fonte: Imagem elaborada pelo autor

Alternando a tensão na máquina de soldagem


entre 25 e 30 volts, para os cordões que utilizaram
Va= 5 m/min e Vs = 12,5 cm/min, observou-se que
os resultados obtidos por U = 25volts (C1, C3, C7
Fonte: Imagem elaborada pelo autor
e C8) apresentaram reforço de solda altos, cordão
estreito e presença de porosidade. Já para o C6 que Figura 14 - Influência da corrente da largura dos cordões
utilizou U = 30volts, o resultado foi uma boa aparên-
cia na largura do cordão, sem excesso de reforço e
sem porosidade.
Outros cordões que também utilizaram U =
30volts, porém, com Vs = 15,02 cm/min (C2, C4,
C5, C9 e C10) apresentaram uma boa aparência na
largura do cordão, sem excesso de reforço e porosi-
dade apenas nos cordões C2 e C4.
Assim, entende-se que a tensão tem forte in-
fluência na geometria dos cordões de solda, melho-
rando sua aparência quanto a largura e diminuição
Fonte: Imagem elaborada pelo autor
da porosidade, pois, como a literatura bem explica,
o aumento da tensão do arco aumenta a largura do Tabela 5 - Influência da corrente na geometria
cordão e a diluição. Porém, a influência do tipo de
fluxo não é descartável, pois quando se utilizou U =
25v ocorreu porosidade, inclusive no C8 que foi re-
coberto com o fluxo novo. Já para os cordões obtidos
com U = 30v, não se constatou a presença de poros
3º SIMPIF

nos cordões que utilizaram fluxo novo, somente no


C2 que utilizou o primeiro fluxo.
Observando a influência da corrente na
geometria dos cordões, nota-se que com o aumen-
to da corrente, a altura do cordão tende a diminuir
Fonte: Imagem elaborada pelo autor
(Figura 13). Essa variação pode ser constatada ao
verificar a corrente utilizada nos cordões 1 e 9. Po-

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Alternando a velocidade de alimentação do Figura 17 - Influência da energia de soldagem na largura


dos cordões
arame e a DBCP (Figura 15), é possível perceber que
quando utilizou-se Va=7 m/min (C2 e C5) e aumen-
tou a DBCP de 18 m/min (C2) para 26 m/min (C5)
ocorreu a diminuição da corrente, e para as soldas
que utilizaram Va = 8 m/min (C9 e C10) aumentando
a DBCP de 18 m/min (C9) para 26 m/min (C10) a
corrente também diminuiu. Entende-se, nesse caso,
que a DBCP influenciou fortemente nos valores da
corrente.

Figura 15: Influência da DBCP na corrente média.

Fonte: Imagem elaborada pelo autor

Tabela 6 - Influência da Energia de Soldagem

Fonte: Imagem elaborada pelo autor

Pode-se verificar a partir das Figuras 16 e 17,


e Tabela 6, que a energia de soldagem também in-
fluencia diretamente na geometria dos cordões, uma
vez que, conforme ocorre o aumento da energia de
Fonte: Imagem elaborada pelo autor
soldagem, a altura do cordão diminui e a largura au-
menta, ou seja, o cordão se espalha. Isso pode ser
5. Conclusão/Considerações
explicado pela relação que existe entre a tensão e
a corrente, sendo elas diretamente proporcionais à Esta pesquisa se propôs, como objetivo geral,
energia de soldagem. analisar a influência dos parâmetros de soldagem
no processo a arco submerso, buscando os melho-
Figura 16 - Influência da energia de soldagem na altura
dos cordões res parâmetros de soldagem SAW para deposição
de metal de adição de aço carbono, em chapas de
12,7 mm. Quanto aos objetivos específicos, o proje-
to trouxe a elaboração e construção de um suporte
3º SIMPIF

para sustentar a tocha de soldagem SAW, já que a


mesma apresentava-se muito pesada para o carro de
soldagem, e também, analisar a geometria dos cor-
dões de solda obtidos pelo processo SAW.
No que diz respeito à realização dos objeti-
vos propostos, com base nas experiências relata-
das anteriormente, podemos concluir que o suporte
Fonte: Imagem elaborada pelo autor

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confeccionado atendeu aos requisitos esperados, PAMENTOS DO SETOR DE PETRÓLEO E GÁS. 2009.
facilitando o trabalho de deslocamento do carro e 110 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Programa
de Pós-graduação em Ciência e Engenharia de Ma-
promovendo uma boa fixação da tocha, fazendo com
teriais, Universidade Federal de Campina Grande,
que ela permaneça firme durante a atividade de sol- Campina Grande, 2009.
dagem já que, além do seu peso, quando adiciona-
MACHADO, Ivan Guerra. Soldagem e Técnicas Co-
do o fluxo no reservatório esse peso aumenta. Para
nexas: Processos. Porto Alegre: Editado Pelo Autor,
os objetivos relacionados à análise da geometria do 1996. 477 p.
cordão de solda, observou-se que: esta sofre muita
FORTES, C.. Soldagem MIG/MAG. Disponível em:
influência quanto ao aumento ou diminuição da ten-
<http://www.esab.com.br/br/por/Instrucao/biblio-
são no arco, pois, dependendo da intensidade, pode teca/upload/1901104rev0_ApostilaSoldagemMIG-
melhorar a aparência do cordão em sua largura e al- MAG.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2007.
tura, diminuindo também a presença de poros. No
MODENESI, P. J.; MARQUES, P. V.. Introdução aos
entanto, não podemos descartar a influência do flu- Processos de Soldagem. Disponível em: <www.de-
xo nos resultados de soldagem, que também podem met.ufmg.br/grad/disciplinas/emt019/processo.
pdf>. Acesso em: 20 out. 2007.
gerar porosidade nos cordões, dependendo da sua
procedência. ZEEMANN, A.; Energia de soldagem. Disponível em:
A DBCP e a variação na velocidade de alimen- <https://www.infosolda.com.br/artigos/metalur-
gia/energia-de-soldagem-2>. Acesso em: 08 set.
tação (Va) do arame se apresentam como uma forte
2019.
influência na geometria dos cordões, pois quando
ocorreu um aumento da DBCP a corrente tendeu a
diminuir e quando se aumentou a Va a corrente apre-
sentou a tendência de aumentar. Sobre a energia de
soldagem, observou-se também que o aumento des-
se parâmetro diminui a altura do cordão e aumenta a
largura o que faz com que o cordão se espalhe mais
sobre o metal de base. Por fim, temos a influência da
corrente na confecção das soldas, pois, aumentando
sua intensidade a altura do cordão diminui e, conse-
quentemente, a largura aumenta.

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SOLDAGEM (ABS)


(Brasil). Construtores Navais Duplicam a taxa de De-
posição na Soldagem de Painéis. Revista da Solda-
gem, São Paulo, Ano V, n. 13, p.15-20, 2009.

WAINER, E.; BRANDI, S.; MELLO, F. D. H. SOLDAGEM:


Processos e Metalurgia. São Paulo: Edgard Blücher
Ltda, 1992.
3º SIMPIF

MODENESI, Paulo José; MARQUES, Paulo Villani;


BRACARENSE, Alexandre Queiroz. Soldagem-funda-
mentos e tecnologia. Editora UFMG, 2005.

SILVA, Marcos Mesquita da. CARACTERIZAÇÃO ME-


TALÚRGICA E TENACIDADE DE REVESTIMENTOS
EM AÇOS INOXIDÁVEIS 317L APLICADOS POR SOL-
DAGENS MIG MANUAL E ROBOTIZADO PARA EQUI-

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Vitor Pereira Leite


(Com)vivência com o semiárido na
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba – Campus
captação de água: estudo de caso em
Princesa Isabel Laje Grande - Juru/PB
Karoline Fernandes Siqueira Campos
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba – Campus
Princesa Isabel
Resumo
Vinícius Batista Campos
[email protected] Água é o bem mais precioso para todos os seres vivos, porém a mesma
Instituto Federal da Paraíba – Campus
Princesa Isabel não está distribuída de forma igualitária, no Brasil a região que mais
sofre com a falta desse recurso é o nordeste, devido a irregularidade
de chuvas e as altas temperaturas, causando uma insegurança hídrica
na população. Diante disto procurou-se mostrar a importância das
tecnologias de captação de água de chuva no semiárido, em especial
os afloramentos rochosos (tanques de pedra) da comunidade Laje
Grande, Juru PB e a gestão desses tanques sendo esses os objetivos
principais. Para a realização desse trabalho utilizou-se de visitas in
loco, com o objetivo de identificar a localização de cada tanques,
onde foi escolhido o maior e mais utilizado pela comunidade, o mes-
mo foi medido e seu volume calculado, ficando em torno de 3.457 mil m³, seguindo a portaria da consolidação
n°5/2017 a água foi analisada abordando os padrões químico, físicos e microbiológicos, com o auxílio de um
kit portátil de análise (alfa kit), onde foi constatado que água e imprópria para o consumo devido a presença
de coliformes totais, foi realizado ainda uma entrevista com os moradores, para os mesmos expressarem sua
opinião sobre a utilização dos tanques

Palavras-chave: Água. Tanque de pedra. Nordeste.

Abstract

Water is the most precious asset for all living beings, but it is not equally distributed, in Brazil the region that
suffers most from the lack of this resource is the northeast, due to irregular rainfall and high temperatures,
causing water insecurity in the population. Therefore, we tried to show the importance of rainwater capture
technologies in the semiarid region, especially the rocky outcrops (stone tanks) of the Laje Grande, Juru, PB
community and the management of these tanks. To carry out this work we used on-site visits to identify the
location of each tank, where the largest and most used by the community was chosen, it was measured and its
volume was estimated at 3,457 thousand. m³, following the decree of consolidation n° 5/2017 the water was
analyzed addressing the chemical, physical and microbiological standards, with the aid of a portable analysis
kit (alpha kit), which was found that water is unfit for consumption due to In the presence of total coliforms, an
interview was also conducted with the residents to express their opinion about the use of the tanks.

Keywors: Water. Stone tank. Northeas.

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1. INTRODUÇÃO recursos hídricos, produtivas e socioculturais, desde


o início da década de 1980 (SILVA, 2003).
O semiárido brasileiro abrange 1.262 muni-
De acordo com Campos et al. (2013), a con-
cípios, com uma área 1,03 milhão de km² (12% da
vivência busca construir relações de entre os seres
área do País) e atualmente congrega uma população
humanos e o meio ambiente, tendo em vista a me-
de 27  milhões de pessoas (MINISTÉRIO DA INTE-
lhoria da qualidade de vida. Esta nova percepção
GRAÇÃO NACIONAL, 2017). Devido a irregularida-
elimina “as culpas” atribuídas às condições naturais
de das chuvas e aos baixos índices pluviométricos
e possibilita enxergar o semiárido com suas caracte-
(abaixo de 800 mm por ano) grande parte da região
rísticas próprias, seus limites e potencialidades.
enfrenta um problema, já crônico, de falta de água.
A disponibilidade de recursos hídricos na co-
Ciclos de fortes estiagens, secas e enchentes, costu-
munidade Laje Grande não difere muito de outras lo-
mam atingir a região em intervalos que vão de pou-
calidades do semiárido, a única diferença é que essa
cos anos até décadas, desarticulando de vez as já
comunidade possui cavernas naturais, escavada em
frágeis condições de vida da população que vive no
lajedos (tanques de pedra), que representa exce-
semiárido, em particular pequenos produtores e co-
lente reservatório para armazenar água das chuvas
munidades pobres (MARENGO et al., 1979).
para uso humano, animal e agrícola. (KÜSTER, et al.,
Contudo, está realidade climática por si só,
2006).
não justifica a crise socioambiental sempre presente
Dessa forma, o referido estudo contempla o
no semiárido brasileiro.
sítio Laje Grande, no município de Juru, PB, onde
Segundo Santos  et al.  (2009) elaborar so-
existem esses reservatórios naturais (tanques de
luções adequadas e permanentes para oportunizar
pedra).
o desenvolvimento do semiárido remete a citar as
Diante disto o presente estudo tem por ob-
tecnologias comumente adotadas em regiões do
jetivo principal avaliar a importância do tanque de
mundo com clima similar. Dentre estas se encontra a
pedra e/ou caldeirão como ferramenta de (com)vi-
captação e utilização de água de chuva, usada desde
vência com o semiárido dessa comunidade. Tendo
a antiguidade por muitos povos, apresenta-se como
assim os seguintes objetivo específicos:
tecnologia moderna e viável quando associada a no-
• Localizar os Tanques de Pedras existentes, na
vos conceitos e técnicas construtivas alternativas,
comunidade Laje Grande;
para o abastecimento descentralizado.
• Analisar a qualidade da água parâmetros (físico
Destaca-se, ainda que essas tecnologias de
química e microbiológica) armazenada;
captação e manejo de água de chuva para uso hu-
• Estimar o volume de água que o Tanque de Pe-
mano, para a agricultura e dessedentação animal,
dra consegue armazenar.
não são tratadas somente sob o ponto de vista téc-
• Verificar a interação socioambiental, dos mora-
nico. Estas tecnologias são ao mesmo tempo agríco-
dores com relação a esse recurso.
las, ecológicas econômicas, promovem a segurança
alimentar e costumam ser chamadas de tecnologias CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO
sócias. Onde o próprio povo é experimentador e ava-
O Semiárido brasileiro, também chamado
3º SIMPIF

liador das respectivas experiências. (KÜSTER, et al.,


de sertão, cenário geográfico onde ocorrem as se-
2006). Diante disto, houve o surgimento do termo
cas, abrange os seguintes estados: Piauí, Ceará, Rio
“convivência com o semiárido”, que tem sua gênese
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas,
nas iniciativas de centros de pesquisa, como a (Em-
Sergipe, Bahia e o Vale do Jequitinhonha, no norte
presa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) EMBRA-
de Minas Gerais.
PA, que vêm desenvolvendo projetos nas áreas de
De acordo com Suassuna (2007) estima-se
que uma população de cerca de 27 milhões de pes-

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soas das quais, no exacerbar de uma seca, 10 mi- manos e o meio ambiente, tendo em vista a melhoria
lhões passam sede e fome. É uma região de elevadas da qualidade de vida.
temperaturas (média de 26º C), onde o regime plu- Nesse sentido, o desenvolvimento do semiá-
vial é bastante irregular. A média pluviométrica anual rido está estreitamente ligado à introdução de uma
oscila entre 400 e 800 mm. Os solos são geralmente nova mentalidade em relação às suas características
rasos, pedregosos (escudo cristalino), com ocor- ambientais e a mudanças nas práticas e no uso in-
rência de vegetação do tipo xerófila (um organismo discriminado dos recursos naturais.
adaptado à vida com pouca água). Segundo Silva (2003), a construção de novas
Segundo o mesmo autor essas condições perspectivas sobre meio ambiente junto a popula-
ambientais intrínsecas ao solo e ao clima servem de ções marcadas pela condição de pobreza e miséria
base para a sua classificação em zonas: caatingas, exige a capacidade de articulação das iniciativas
seridó, carrasco e agreste. As estiagens prolongadas de gestão ambiental sustentável com as iniciativas
ocorrem ciclicamente, trazendo efeitos nocivos para sociais que resultem em melhoria da qualidade de
a economia da região e acarretando custos sociais vida da população local. Caso contrário, o discurso
elevadíssimos. da convivência torna se vazio sem dar respostas à
O poder público por meio das crenças infun- situação da miséria que prevalece no semiárido.
dadas de que não era possível desenvolver a região
DELIMITAÇÃO GEOGRÁFICA DO SEMIÁRIDO BRA-
semiárida, executou praticamente apenas políticas
SILEIRO
emergenciais nas épocas de grave estiagem, tais
como carros-pipa, sementes e alimentos doados O semiárido brasileiro “Figura 1” é uma
pelo poder público. Assim, há várias décadas, os região caracterizada pelo clima seco, com poucas
mais significativos investimentos eram basicamente chuvas e elevada evapotranspiração.
destinados ao Sul e Sudeste do Brasil, mantendo-se
a crença de que o Nordeste, em especial o semiárido,
era incapaz de receber tais empreendimentos devido
às suas características edafoclimáticas. No tocante
ao semiárido, as únicas políticas públicas destinadas
à região eram conhecidas como “de combate à seca”,
demonstrando grave erro, uma vez que não é possí-
vel combater os fatores naturais (LEAL et al., 2016).
A partir desse contexto surge a perspectiva
de “convivência com semiárido”. As primeiras ati-
vidades de convivência com semiárido tiveram sua
gênese nas iniciativas de centros de pesquisa, como
a Embrapa, e das organizações não governamentais
como a Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA),
que vêm desenvolvendo projetos nas áreas de re-
3º SIMPIF

cursos hídricos, produtivas e socioculturais desde o


início da década de 1980.
De acordo com Campos et al. (2013), a con-
vivência manifesta uma mudança na percepção da
complexidade territorial e possibilita resgatar e
construir relações de convivência entre os seres hu-

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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

Figura 1 - Nova delimitação do semiárido brasileiro TECNOLOGIAS SOCIAIS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA


DA CHUVA

A água é um bem essencial para os seres vi-


vos e para o desenvolvimento de comunidades. De-
vido à escassez os povos desenvolvem técnicas de
captação e armazenamento de água.
Diante disso há o surgimento das tecnologias
sociais para captação de água da chuva, que são
instrumentos que fomentam o desenvolvimento lo-
cal através de ideias simples, econômicas e viáveis.
São exemplos de tecnologias sociais as cisternas
de placa, barragens subterrâneas, banheiros secos
ecológicos, canteiros lonados, dentre outras (LEAL
et al., 2016).
As tecnologias sociais de captação de água
da chuva atualmente estão muito difundidas no se-
miárido. Isso ocorre por meio do Programa Cisternas
do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), do
Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) da ASA,
das cisternas comunitárias e demais programas go-
Fonte: Ministério da Integração Nacional 1 vernamentais de acesso à água. No semiárido o uso
da água pode ser dividido como primeira água, que
Tal delimitação geográfica utilizou três
a água para beber e cozinhar e segunda água, que
critérios técnicos sobre: I - precipitação pluviométri-
é a água destinada à produção de alimentos. A cis-
ca média anual inferior a 800 milímetros (isoieta de
terna com capacidade para 16 mil litros (cisterna de
800mm); II - Índice de aridez de até 0,5 calculado
placa) é a única destinada à captação de água para
pelo balanço hídrico que relaciona as precipitações e
beber e cozinhar devido à potabilidade desta água
a evapotranspiração potencial, no período entre 1961
armazenada.
e 1990; e III - risco de seca maior que 60%, toman-
As demais cisternas (cisterna-calçadão, cis-
do-se por base o período entre 1970 e 1990. Já que
terna-enxurrada e cisterna-aprisco), são considera-
anteriormente a precipitação pluviométrica consti-
das cisternas de segunda água, pois a água captada
tuía único padrão abordado como referência, para
é destinada à produção de alimentos e outros usos
classificar os municípios semiáridos (BRASIL, 2005).
que não requerem maiores cuidados com a qualida-
Com isso, mais 73  cidades foram incorpo-
de prioritária, como a água para dessedentação hu-
radas à região do semiárido. São municípios dos
mana. (LEAL et al., 2016).
estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais,
A cisterna é sinônimo de autonomia, inde-
Paraíba, Pernambuco e Piauí. Com essa, nova con-
3º SIMPIF

pendente do acesso a outro tipo de abastecimento,


figuração do território, o número de municípios se-
uma vez que sua implementação oferece um empo-
miáridos, salta de 1.133 para 1.262 (Ministério da
deramento para as famílias rurais pobres do semiá-
Integração Nacional, 2017).
rido, que até então eram totalmente dependentes do
atendimento por meio de carros-pipa ou da água de
1 Disponível em: http://sudene.gov.br/planejamento-re-
poços ou nascentes. A eficácia das cisternas, porém,
gional/delimitacao-do-semiarido. Acesso em jun. 2019.
depende do uso sustentável da água e da conscien-

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tização das famílias beneficiadas sobre os limites de e 15% na bacia do rio Parnaíba, que juntos detêm
armazenamento para o período de estiagem e sobre 78% da água da região (SILVA et al., 2007).
o tratamento da água para o consumo (SANTANA; Vive-se um quadro de crescente insustenta-
ARSKY; SOARES, 2011). bilidade em relação à água, relação que é causada
por dois aspectos: de um lado o aumento dos de-
ÁGUA: DISTRIBUIÇÃO E ESCASSEZ
sastres climáticos (secas, enchentes) e, do outro, a
A água é um recurso natural indispensável contaminação dos cursos d´água que tornam cada
à sobrevivência do homem e demais seres vivos vez mais caro o abastecimento de água potável para
do planeta. É uma substância fundamental para os a população planetária. Outro grande problema que
ecossistemas da natureza, solvente universal e im- compromete os recursos hídricos, tem relação com
portante para a absorção de nutrientes do solo pelas a poluição, está que é consequência da expansão da
plantas, no ser humano, é responsável por aproxi- economia e práticas produtivas que impulsionam o
madamente três quartos de sua constituição. Infe- desenvolvimento dos países (JACOBI; EMPINOTTI;
lizmente, este recurso natural encontra-se cada vez SCHMIDT, 2016).
mais limitado e exaurido pelas ações impactantes Segundo o mesmo autor, atualmente, mais
do homem nas bacias hidrográficas, degradando a de um bilhão de pessoas, ou seja, um em cada sete
sua qualidade e prejudicando os ecossistemas (PAZ, habitantes do planeta carecem de acesso adequado
TEODORO & MENDONÇA, 2000). a água potável. Os hidrólogos preveem, que o cres-
De acordo com Tundisi (2003), 97% da água cimento populacional potencializado pelas práticas
do planeta Terra está localizada nos oceanos e não intensas de consumo que aumentará a demanda por
pode ser utilizada para irrigação, uso doméstico, comida e energia, afetando a segurança hídrica de
consumo humano ou animal. Os 3% restantes têm, 80% da população mundial.
aproximadamente, um volume de 35 milhões de qui- A carência de água pode ser, para muitos paí-
lômetros cúbicos. Grande parte deste volume está ses um dos fatores limitantes ao desenvolvimento,
sob forma de gelo na Antártida ou na Groelândia. pois o modelo tecnológico até então elaborado com
Somente 100 mil km3, ou seja, 0,3 % do total de base na exploração não sustentável, dos recursos
recursos de água doce está disponível e pode ser naturais, está esgotado (PAZ; TEODORO; MENDON-
utilizado pelo homem. Este volume está armazenado ÇA, 2000).
em lagos, rios continentes e principal em fontes de Com isso a disponibilidade de água deve ser
águas subterrâneas. considerada, sem dúvida, um enorme recurso natu-
O Brasil é o país mais rico em água potável, ral a ser utilizado, para o estímulo à economia e para
com 14 % das reservas mundiais. Apesar da situação a promoção de alternativas adequadas para o desen-
aparentemente favorável observa-se, no Brasil, uma volvimento.
enorme desigualdade regional na distribuição dos Segundo Tundisi (2008), é fundamental, pro-
recursos hídricos: enquanto um habitante do ama- mover, em âmbito nacional no Brasil, um conjunto de
zonas tem 700.000 m³ de água por ano disponíveis, estudos estratégicos sobre recursos hídricos e ener-
um habitante da região metropolitana de São Paulo gia, deve-se ainda considerar o importante papel de
3º SIMPIF

tem 280 m³ por ano disponíveis (TUNDISI, 2008). dessalinização no abastecimento de cidades das re-
O problema é maior quando se trata do nor- giões litorâneas e mesmo em lagos salinos, tornando
deste brasileiro, pois devido aos longos períodos de disponível mais água para a população. Quanto às
estiagem e aos baixos índices pluviométricos, apenas transposições, mais especificamente a transposição
3% do total de água existente no país encontram-se do Rio são Francisco, é importante considerar que so-
no semiárido nordestino, sendo que 63% estão lo- mente um projeto conjunto de revitalização do rio (e
calizados na bacia hidrográfica do rio São Francisco

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despoluição) e um grande projeto de desenvolvimen- acompanhar a vigilância da qualidade da água para


to regional poderão ser a base para a transposição. consumo humano, em articulação com as Secreta-
rias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos
PARÂMETROS DE POTABILIDADE DA ÁGUA
Municípios e respectivos responsáveis pelo controle
A água encontrada na natureza possui uma da qualidade da água” (BRASIL, 2017).
série de impurezas que definem suas propriedades Por sua vez a portaria cita anteriormente em
físicas, químicas e biológicas. A qualidade da água seu Art. 12º, parágrafo V, delega às Secretarias de
é definida por um conjunto de parâmetros relacio- Saúde dos Municípios “garantir informações à popu-
nados com as suas características físicas, químicas lação sobre a qualidade da água para consumo hu-
e biológicas. É compreensível, portanto, que a qua- mano e os riscos à saúde associados”.
lidade desejável de uma água vai depender do uso a
TANQUES DE PEDRAS E/OU CALDEIRÕES
que se destina (MENEZES; MACHADO; NASCIMENTO,
2011) Nas regiões do Nordeste com subsolo cristali-
A qualidade da água se tornou uma questão no é frequente que a rocha aflore à superfície. O for-
de interesse para a saúde pública no final do século mato das rochas é arredondado, em forma de lentes
19 e início do século 20. Anteriormente, a qualidade e apresenta muitas cavernas, onde a água da chuva
era associada apenas a aspectos estéticos e senso- se acumula naturalmente, a partir disso de formam
riais, tais como a cor, gosto e odor. Métodos para os tanques de pedra, que são cavernas naturais, es-
melhorar o aspecto estético e sensorial da água já cavadas em lajedos, (às vezes aumentada nos perío-
foram encontrados há 4.000 anos a. C. Entretanto, dos de seca), que representa excelente reservatório
na Grécia antiga utilizavam-se técnicas como filtra- para armazenar água das chuvas para uso humano,
ção, a exposição ao sol e a fervura para melhorar a animal e agrícola (KÜSTER et al., 2006).
qualidade da água (FREITAS; MACHADO, 2005). Segundo o mesmo autor a parte mais profun-
Segundo o mesmo autor, no Brasil, a norma- da é sempre cheia de terra e cascalho. Em geral é o
tização da qualidade da água para consumo humano bastante desobstruir estas cavidades naturais para
teve início na década de 1970, a primeira norma de obter depósitos de água eficientes. Possuem profun-
potabilidade do país foi criada pelo decreto federal didades de até vários metros e muitos possuem uma
de n° 79.367. Considera se essa a primeira norma de abertura estreita, o que proporciona uma evapora-
potabilidade, uma vez que abrangia, diferentes cons- ção reduzida.
tituintes químicos e microbiológicos potencialmente Assim, a otimização de aproveitamento dos
patogênicos a saúde humana. tanques naturais como reservatórios alternativos se
Atualmente no Brasil, o anexo XX da portaria torna mais uma opção dentro do contexto dos prin-
da consolidação n° 05/2017 do ministério da saúde, cípios de convivência com o semiárido, principal-
dispõem sobre os procedimentos de controle e de vi- mente em áreas desertificadas.
gilância da qualidade da água para consumo huma- A água acumulada nestes tanques é uma re-
no e seu padrão de potabilidade. Segundo essa nor- serva estratégica e bastante importante na maior
ma, toda água destinada ao consumo humano deve parte da população da região Nordeste, já que não
3º SIMPIF

obedecer ao padrão de potabilidade e está sujeita dispõe se de grandes reservatórios de água, pois
a vigilância da qualidade da água. São designados enquanto os tanques estão cheios evitam-se des-
valores máximos permitidos (VMP) para cada parâ- locamentos até outros reservatórios, como poços
metro de qualidade da água de consumo humano tubulares e amazonas que na maioria das vezes lo-
(BRASIL, 2017). calizam-se distantes da maioria dos moradores. Ob-
No seu artigo 7º ressalta: “Compete à Secre- servou-se que os tanques de pedra contribuem de
taria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) promover e maneira expressiva para o desenvolvimento susten-

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tável, tendo em vista os benefícios trazidos as famí- termotolerantes. Os resultados são expressos na
lias que têm o privilégio de possuírem um reservató- presença ou ausência em 100 ml.
rio em sua propriedade rural (SOUZA et al., 2012). Sobre a posse desses valores ambos foram
comparados aos parâmetros de potabilidade esta-
LOCALIZAÇÃO DOS TANQUES DE PEDRA EXISTEN-
belecidos pela Portaria de Consolidação (PRC) n°
TES NA COMUNIDADE
5/2017 para consumo humano.
Para essa localização dos tanques utilizou-se
ESTIMATIVA DO VOLUME DE ÁGUA ARMAZENADA
de visitas in loco e através de observações foi pos-
NO TANQUE DE PEDRA
sível realizar o georreferenciamento utilizadas ima-
gens do Google Earth para delimitar os tanques de Para determinar qual tanque de pedra seria
pedra. calculado o volume de água, levou-se em considera-
ção a mesma metodologia de escolha abordada no
ANÁLISE FÍSICO QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DA
item anterior. Em seguida foi medido com uma fita
ÁGUA ARMAZENADA NO TANQUE DE PEDRA
métrica, o comprimento e a largura para obter a área
A análise, físico química e microbiológica da base, (Ab em m), já a profundidade (H, em m), foi
contemplou, apenas o tanque de n° 1, pois o mesmo fornecida pelo (Agente Comunitário de Saúde) ACS
é o único que consegue manter a água armazenada responsável pela comunidade. De posses dessas me-
durante grandes períodos de estiagem, sendo utili- dições foi possível calcular o volume do tanque (V,
zado para diversos usos, por toda a comunidade. em m³) utilizando a seguinte expressão.
As amostras de água desse tanque de pedra, V = Ab . H (1)
foram coletadas em dois pontos distintos do tanque 3
(em margens opostas), sendo acomodadas em reci- Foi verificado ainda que a forma do
pientes plásticos de 2 litros (L) e etiquetados com as tanque de pedra é irregular e o sólido geométrico
respectivas posições. que mais se aproxima desse formato é a pirâmide,
Posteriormente as amostras foram, analisa- nesse caso invertida, por possuir uma profundidade
das próximo ao local da coleta, utilizando um kit de que seria o valor da altura, usado na fórmula.
análise portátil (Alfakit), onde foram avaliados os se-
DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL DAS FAMÍLIAS
guintes parâmetros: cor, turbidez, dureza total, amô-
DA COMUNIDADE LAJE GRANDE
nia, cloretos, ferro, oxigênio consumido e pH.
A análise microbiológica foi feita com o auxí- O diagnóstico das famílias da comunidade, foi
lio do kit já citado, foi colhida uma amostra, (na mar- feito a partir de entrevistas, relacionadas as variá-
gem onde os moradores recolhem água), utilizando veis sócias e ambientais dos moradores. A entre-
uma lâmina de imersão de papel (ou dipslide), com vista abordou 15 tópicos descritos em: quantidade
meio de cultura em forma de gel desidratado, essa de pessoas homens e mulheres, faixa etária, grau de
amostra foi transportada em uma caixa de isopor escolaridade, estado civil e atividades principais.
com gelo, para conserva da amostra, em seguida a Quanto às variáveis ambientais foi analisada:
lâmina de papel foi colocada em uma estufa portátil as fontes de água para consumo humano e se essa
3º SIMPIF

ficando encubada por 15 horas, a uma temperatura água possuía ou não algum tipo de tratamento. Ain-
de aproximadamente 70°C, para o desenvolvimento da foi possível verificar quais famílias que utilizam a
das possíveis colônias. Após a retirada da amostra água dos tanques de pedra e para quais finalidades.
da estufa, observou-se a coloração dos pontos for- Além disso foi possível através das entrevis-
mados: se apresentar pontos vermelhos o resultado tas identificar o ponto de vista dos moradores com
e positivo para coliformes totais, se apresentar pon- relação ao conhecimento sobre as tecnologias de
tos na cor azul o resultado é positivo para coliformes convivência com o semiárido e a importância dos

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tanques de pedra para toda a comunidade. E a partir número 1, 2, 3 e 4 são de uso público e o 5º tanque
disso colher opiniões sobre os principais problemas é privado.
e possíveis soluções que os tanques de pedra apre- O tanque de perda de número 1 é considera-
sentam. do, o mais importante, pelos seguintes fatores:
A comunidade apresenta um número de 75 • Uso público;
famílias, o que corresponde ao universo da pesqui- • Grande capacidade de
sa. Desse total de famílias, 31 foram entrevistadas, • armazenamento;
correspondendo a uma amostragem de 41%. • Importante reservatório de água nos longos pe-

Figura 2 - Localização dos tanques. ríodos de estiagem;

Fonte: Autoria própria, adaptado do Google Earth (2019).


• Fonte de água para consumo humano e desse-
A entrevista combinou perguntas abertas e dentação animal;
fechadas, onde o entrevistado teve a possibilidade • Água para múltiplos usos;
de discordar e expressar sua opinião sobre o assun- Já os outros tanques públicos, são menos uti-
to. Segundo Gil (2008) as entrevistas foram reali- lizados devido à pouca quantidade de água que con-
zadas face a face cujos itens são apresentados por seguem armazenar. O único tanque de uso privado,
escrito aos respondentes o que permite uma melhor está dentro de uma propriedade e é utilizado pelos
obtenção de informações os dados recolhidos foram proprietários do lugar, para a irrigação das hortali-
analisados com software Microsoft Excel para o tra- ças que os mesmos cultivam para o comércio nas
tamento estatístico. cidades vizinhas.
3º SIMPIF

TANQUES DE PEDRA EXISTENTES NA COMUNIDADE ANÁLISE QUANTITATIVA DA ÁGUA DO TANQUE DE


LAJE GRANDE PEDRA

Os tanques da comunidade estão distribuídos A portaria n° 5/2017 dispõe sobre os padrões


sob um lajedo que possui 1.000 m², a “Figura 2”. de potabilidade da água para consumo humano.
Mostra a localização dos cinco tanques, onde os de

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Os valores obtidos pela análise físico-quími- minação seja proveniente das fezes dos animais que
co, nas duas amostras coletadas no tanque n° 1 (em habitam o local, já que a água escoa pelas rochas do
margens opostas) podem ser observadas na tabela 1. lajedo, levando consigo essa matéria orgânica para

Tabela 1 - Mostra os padrões analisados e os limites esta- o interior do tanque.


belecidos pela Portaria n° 5/2017 pelo (PRC), relativos ao É possível verificar que a amostra não possui
controle de qualidade da água para consumo humano, e
os resultados dos dois pontos analisados a presença de coliformes termotolerantes ou seja
bactérias como escherichia coli, não estão presentes
Padrões Limites Ponto 1 Ponto 2
nessa água
Analisados estabelecidos

Amônia 1,5 0 0 ANÁLISE VOLUMÉTRICA DA ÁGUA DO TANQUE


NATURAL
Cloretos 250 7 10,5
Para essa análise do tanque de n° 1, utilizou-
Cor 15 0 0
-se uma fita métrica para obter o comprimento, e a

Dureza 500 8 8 largura, e a profundidade os valores estão dispostos,


conforme a tabela 3.
Ferro 0,3 0,25 0,25
Tabela 3 - Mostra os valores obtidos na medição das
dimensões do tanque
Turbidez 5,0 20 20

Oxigênio Dimensões do Tanque Valores (m)


3,0 0 0
Consumido Comprimento (A) 68
Largura (b) 30,5
pH 6-9 6,5 6,5
Profundidade (H) 5
Fonte: Autoria própria (2019).
Fonte: Autoria própria (2019).

Observando os resultados em geral é possí- Utilizando a fórmula, de cálculo de volume de


vel, constata-se que as duas amostras analisadas, pirâmide e os dados apresentados na tabela anterior,
estão dentro dos padrões estabelecidos pela porta- foi possível determinar em metros cúbicos (m³) a
ria em vigor para a água de consumo humano. quantidade de água que o reservatório natural con-
Os resultados obtidos com a análise micro- segue armazenar.
biológica, podem ser observados na tabela 2. V = Ab . H (2)
Tabela 2 - Mostra os parâmetros microbiológicos anali- Ab = 68 . 30,5 (3)
sados e os limites estabelecidos pela legislação vigente
sobre a qualidade da água para consumo humano e o
Ab= 2074 m²
resultado obtido a partir da análise V = 2074 . 5 (4)
3
Parâmetros Limites V=10370 (5)
Ponto 1
microbiológicos estabelecidos
3
Coliformes Totais Ausência Presente
V= 3457 m³ (6)
Coliformes Ausência Ausência
3º SIMPIF

Termotolerantes Em uma conversão direta onde 1m³ equivale

Fonte: Autoria própria (2019). a 1.000 litros, podemos concluir que o tanque que
possuindo um volume de 3457m³, consegue arma-
Observou-se a formação de apenas um único
zena 3.457.000 litros de água, um verdadeiro oá-
ponto vermelho na amostra, obtendo-se assim resul-
sis no sertão nordestino, essa grande quantidade
tado positivo para coliformes totais, resultado já es-
de água, tornasse um recurso indispensável, tanto
perado pois na água do tanque não é utilizado nem
um tipo de tratamento, é provável que essa conta-

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como uma fonte direta de água, como complemento Como a houve uma diminuição no uso, a água
para os moradores que possuem cisternas. passou a ser utilizada em usos menos nobres como
podemos ver na figura 4.
ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS DA COMUNIDADE
Figura 4 – Gráfico demonstrativo sobre os usos da água
LAJE GRANDE
dos tanques de pedra.

Para a realização dessa análise foi utilizado


entrevistas contendo perguntas abertas e fechadas.
Das 31 famílias entrevistas, 68% correspon-
de ao sexo feminino e 32% ao sexo masculino. Isso
acontece pois, a maioria das mulheres fica em casa
ocupadas com tarefas domésticas e cuidando dos fi-
lhos, já os homens trabalham na agricultura ou em
outra atividade longe do ambiente doméstico.
Observou-se que 67% dos moradores pos-
suem uma faixa etária entre 18 e 40 anos, 24% tem
idades entre 40 e 60 anos e por fim 9% dos morado- Fonte: Autoria própria (2019).
res possuem uma fixa etária acima de 60 anos. Com
isso e possível perceber que a comunidade Lage OS TANQUES DE PEDRA DA COMUNIDADE
Grande possui uma população jovem, possibilitando
a introdução de novos conhecimentos e aprimora- As entrevistas contemplaram perguntas refe-

mentos de antigos métodos. rentes a opinião da população com relação aos tan-

Através das entrevistas foi possível perceber ques de pedra que a comunidade possui.

as mudanças que as tecnologias sociais trouxeram Os dados repassados pelos morados foram

para comunidade, pois a maioria dos moradores afir- analisados, utilizando uma forma descritiva, pois

mam que antes possuíam apenas o tanque de pedra possibilita enxergamos a visão e a opinião dos mes-

como única fonte de água, que era utilizada para to- mos acerca das seguintes questões:

dos os usos, entre eles o consumo humano, mas com • Na sua opinião qual a importância dos tanques

a chegada das cisternas, o uso da água dos tanques de de pedra para a comunidade?

pedra teve uma redução, na figura 3, mostra a porcen- É perceptível percebe a admiração e o

tagem de pessoas ainda usam as águas dos tanques. respeito dos moradores ao falarem sobre os tanques
de pedra, já que antes das cisternas os tanques eram
Figura 3 – Gráfico demonstrativo da população que utiliza
os tanques de pedra. a única fonte de água para população relata vários
entrevistados, além disso muitos utilizam a água
dos tanques para o cultivo de hortaliças e frutíferas,
representando uma grande fonte de renda, além
disso foi destacado pelos entrevistados que mes-
mo com as cisternas a água que elas armazenam,
3º SIMPIF

ainda não é suficiente para suprir as necessidades


durante um ano inteiro, assim os tanques passaram
a complementar a demanda de recursos hídricos da
comunidade, possibilitando uma melhor vivência na
área estudada, outro ponto citado foi que os tanques
Fonte: Autoria própria (2019). e o lajedo são importantes locais para o turismo na
comunidade.

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• Na sua opinião quais os principais problemas preocupação com o estado de conservação que
que o reservatório apresenta? Como eles pode- os tanques se encontram.
riam ser resolvidos?
Referências
Segundo os entrevistados, os principais pro-
blemas estão listados a seguir: BRASIL. Superintendência do Desenvolvimento do
• Vazamentos nos tanques de pedra, ocasionados Nordeste. Dispõe sobre a delimitação do semiári-
do. Disponível em: <http://sudene.gov.br/planeja-
por rachaduras na rocha;
mento-regional/delimitacao-do-semiarido>. Acesso
• Descarte de resíduos sólidos (lixo) próximos aos em:24 nov. 2018.
tanques;
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Consolidação
• A prática do banho nas águas dos tanques;
nº 5, de 28 de setembro de 2017.
• Vandalismo;
Consolidação das normas sobre as ações e os ser-
As possíveis soluções apontadas pelos mes-
viços de saúde do Sistema Único de Saúde. Brasília,
mos seriam, uma manutenção dos tanques para di- 2017.
minuir os vazamentos, colocar lixeiras e conscienti-
BRASIL. Ministério da integração nacional. Nova
zar a população sobre o devido lugar de descarte do
delimitação do semi-árido brasileiro. Brasília-DF,
lixo. Com relação ao banho e ao vandalismo, deveria 2005.
haver um maior policiamento na área, ou ainda, con-
CAMPOS, Carlos Humberto et al. CONVIVÊNCIA COM
tratar alguém para fazer a segurança da área dos
O SEMIÁRIDO BRASILEIRO Autonomia e Protagonis-
tanques. mo Social.Brasília: Iabs, 2013. 206 p. Disponível em:
<www.redesan.ufrgs.br/biblioteca-virtual>. Acesso
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS em: 24 nov. 2018.

Com base nos resultados encontrados no FREITAS, B. M.; FREITAS, M. C.A vigilância da qua-
presente trabalho conclui-se que: lidade da água para consumo humano – desafios e
perspectivas para o Sistema Único de Saúde.Revista
• Os tanques naturais e as cisternas são estrutu-
SciELO,Rio de Janeiro vol.10 no.4, 2005. Disponível
ras hídricas que permitem o aumento da oferta em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
de água na comunidade Laje Grande. arttext&pid=S1413-81232005000400022>. Aces-
• A água contida nos tanques de pedra apresenta so em: 26 nov. 2018.
a presença de coliformes totais, mesmo não ten- GIL, A. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6º
do ação patogênica, a portaria da consolidação edição. São Paulo: Atlas, 2008. Disponível em:<ht-
n° 5/2017, estabelece que a simples presença tps://ayanrafael.files.wordpress.com/2011/08/
gil-a-c-mc3a9todos-e-tc3a9cnicas-de-pesquisa-so-
dessas bactérias descarta a água como não po-
cial.pdf>. Acesso em: 12 out. 2019.
tável.
• Os tanques representam uma ótima alternativa KÜSTER, Angelaet al. Tecnologias Apropriadas para
Terras Secas: Manejo sustentável de recursos natu-
como tecnologia de convivência com semiárido,
rais em regiões semi-áridas no Nordeste do Brasil.
devido à grande quantidade de água que con- Fortaleza: Klaus Hermanns, 2006. 210 p.
seguem armazenar e pouca exigência de manu-
KÜSTER, A. et al. Tecnologias Apropriadas para Ter-
tenção.
3º SIMPIF

ras Secas. FUNDAÇÃO KONRAD ADENAUER. Fortale-


• Além da perda de água pela evaporação, tam- za-CE, 2006.
bém a perdas por vazamentos encontrados nas
LEAL, Adriana Karla Tavares Batista Nunes et al. As
paredes de alvenaria dos tanques. variedades de cisternas de placa utilizadas no se-
• A população se mostrou muito agradecida pela miárido. Revista Brasileira de Geografia Física, Reci-
presença das tecnologias de convivência com fe, v. 9, n. 4, p.1268-1281, ago. 2016.
semiárido existentes na comunidade, além da

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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

Kennedy Ricardo da Silva


Análise de Desempenho dos Inversores
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
de Três Níveis NPC e Ponte H.
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras

Abinadabe Silva Andrade


[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras
Resumo

Este artigo investiga o desempenho do inversor de três níveis NPC e


do inversor HB. A implementação é baseada na modulação Level-Shift
PWM. Uma análise dos inversores é feita com base no desempenho (i)
de Qualidade de Energia, avaliando o THD de corrente; (ii) de Eficiên-
cia, avaliando as perdas de condução e chaveamento e (iii) de Confia-
bilidade, avaliando o estresse térmico. A quantidade de dispositivos
assim como o padrão de chaveamento influenciará o desempenho do
inversor.

Palavras-chave: Inversor Multinível. Eficiência. Qualidade de Energia.


Confiabilidade.

Abstract

This article investigates the performance of the NPC three-level inverter and the HB inverter. The implementa-
tion is based on Level-Shift PWM modulation. An analysis of the inverters is made based on the Power Quality
performance (i), evaluated in current THD; (ii) Efficiency, assessed as reduced conduction and switching, and
(iii) Reliability, assessed or thermal stress. A number of devices as the switching pattern influences drive per-
formance.

Keywords: Multilevel Inverter. Efficiency. Power quality. Reliability.

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1. Introdução O inversor de dois níveis é o mais comum e


mais usado atualmente, devido ao fato de ser o pri-
A preocupação com o meio ambiente e dese-
meiro inversor desenvolvido, utilizar poucos semi-
jo de libertação da dependência dos combustíveis
condutores e ser o mais básico construtivamente.
fósseis está conduzindo cada vez mais o aprimora-
Contudo, ele tem a desvantagem de utilizar semi-
mento de técnicas e soluções alternativas para subs-
condutores de alta potência, devido à tensão máxi-
tituir as fontes convencionais e poluentes de ener-
ma reversa suportada pelo o mesmo quando se está
gia. Carros elétricos, geração de energia através do
em aberto, mesmo sendo usado para aplicações de
vento (eólica) e através do sol (fotovoltaica) são as
baixa potência (DE OLIVEIRA., 2005).
alternativas mais atraentes do momento (ANDRADE
Os inversores multiníveis são os inversores
et al., 2012) Contudo, para a utilização dessas alter-
que possuem mais de dois níveis na tensão de saída
nativas há a necessidade de conversão de energia de
e vêm com objetivo de diminuir essas desvantagens
CC para CA. Os inversores têm como objetivo justa-
que o de dois níveis possui. As vantagens que os
mente isso, de uma maneira geral os inversores são
multiníveis têm sobre os de dois níveis são focadas
equipamentos que convertem energia contínua (CC)
na melhoria da potência de saída e qualidade do si-
em energia alternada (CA) e vice-versa. Também há
nal. Quanto maior o número de níveis do inversor,
inversores que têm como função elevar ou diminuir a
melhor a forma de onda da saída e menor a distorção
tensão, sem convertê-la para CC ou CA (FRANQUELO
harmônica total (THD). As pesquisas mostram tam-
et al., 2008).
bém um equilíbrio maior da ondulação da corrente
Os inversores são constituídos por semicon-
da saída (CELANOVIC; BOROYEVICH, 2001; SAEEDI-
dutores (na maioria dos casos MOSFETs) que fazem
FARD; IRAVANI; POU, 2007).
o chaveamento da energia que chega na carga, con-
Duas das topologias mais comuns dos inver-
trolando o fluxo de tensão e corrente. Há várias for-
sores são Ponto Neutro Grampeado (NPC) e o Pon-
mas de organizar os semicondutores nos inversores,
te H em Cascata (HB). O NPC foi apresentado pela
cada forma de organização exige uma quantidade
primeira vez por A. Nabae, I. Takahashi e H. Akagi
diferente de componentes e efeitos na potência de
em 1981 (NABAE; TAKAHASHI; AKAGI, 1981). Essa
saída. Na literatura isso é chamado de topologia. Um
topologia de inversor foi baseada no inversor de dois
desses efeitos é o nível de tensão que se obtém na
níveis, sendo acrescentado dois semicondutores em
saída do inversor. Com o chaveamento em execução,
cada fase e sendo controlado por modulação de lar-
a tensão de saída varia em determinados níveis. No
gura de pulso (PWM). A Figura 02 nos mostra um
inversor de dois níveis, ora a tensão de saída será
inversor NPC de três níveis e um inversor de dois ní-
máxima, ora a tensão será mínima. No de três níveis
veis, ambos monofásicos.
a tensão será máxima (P), zero(O) ou mínima (N),
O inversor HB (Figura 03) surgiu em 1992
como mostra a figura 01.
por M. Marchesoni, M. Mazzucchelli e S. Tencon. Tais
Figura 01 – Tensão na Carga do Inversor de Três Níveis topologias têm características diferentes entre si,
como número de componentes, modularidade PWM,
eficiência, qualidade do sinal de saída, THD, perda
3º SIMPIF

por estresse térmico e tolerância a falhas. Depen-


dendo da aplicação, a topologia dos inversores mul-
tiníveis pode ser definida levando em consideração
esses fatores.
Na literatura podemos encontrar trabalhos
Fonte: Autor (2019). que analisam o desempenho dos inversores com
base nas perdas de condução e chaveamento. No

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entanto, a análise com base no estresse térmico não cuja tensão de cada um é da metade da tensão total
está bem difundida. Neste artigo discutiremos os re- do barramento.
sultados e características obtidos por simulação do Quando se utiliza uma única fonte, o equilíbrio
inversor de três níveis para as topologias NPC e HB. da tensão nos capacitores do NPC é um problema re-

Figura 02 – Inversor de três níveis, NPC e inversor de dois levante, especialmente nos inversores com maior nú-
níveis, respectivamente. mero de níveis, pois o fluxo de potência ativa tende a
desbalancear a tensão nos capacitores (ANDRADE et
al., 2012b) (OLIVEIRA; CORREA, 2012).
A tabela 01 apresenta os estados de chavea-
mento para o inversor NPC. Para a modulação deste
inversor utilizou-se a técnica de modulação Level-
-Shift PWM (LS-PWM) (FRANQUELO et al., 2008).

Tabela 01 – Estado de Chaveamento do Inversor NPC

Est S1 S2 S3 S4 Vo (V)
0 0 0 1 1 -Vdc/2
1 0 1 1 0 0
2 1 1 0 0 Vdc/2

Figura 03 – Inversor multinível HB Fonte: Autor (2019).

A Figura 04 apresenta a estratégia PWM que


se resume a comparação da tensão de referência
com duas ondas triangulares. Considerando que
Vdc = 100V, a comparação da senoide de referência
(Vref = ~50V) com a triangular superior (varia entre
0V e 50V) define a modulação das chaves S1 e S3.
Já a comparação com da tensão de referência com a
triangular inferior (que varia entre -50 V e 0V) define
o chaveamento das chaves S2 e S4.

2. Referencial teórico Figura 04 – Modulação PWM para o Inversor NPC

A comparação dos inversores se baseia nos


níveis de tensão, consequentemente de corrente e
potência, na qualidade de energia, eficiência e con-
fiabilidade. Além dessas características o número de
componentes é um aspecto que impacta em alguns
dados de desempenho. Neste tópico será apresenta-
do as topologias NPC e HB.
3º SIMPIF

2.1 O Inversor NPC


Fonte: Autor. (2019)

O inversor NPC (ver figura 02) foi proposto


por Nabae em 1981 (NABAE; TAKAHASHI; AKAGI,
1981). O inversor possui 4 chaves ativas e 2 diodos.
O barramento CC é dividido com dois capacitores,

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2.2 O Inversor HB cia e indutância

O inversor HB, mais conhecido como ponte-H, R L fp

possui apenas 4 chaves ativas e uma única fonte. A Carga 01 1,56 Ω 7,18 mH 0,5
Carga 02 3,52 Ω 8,224 mH 0,75
tensão de três níveis é obtida por meio do chavea-
mento adequado de suas chaves (OLIVEIRA; COR- Fonte: Autor (2019).

REA, 2012).
4. Resultados
A tabela 02 apresenta os estados de chavea-
mento para o inversor HB. Para a modulação PWM Os resultados obtidos foram avaliados com
do inversor foi utilizada duas tensões de referência e base em três aspectos, que são: qualidade de ener-
uma tensão triangular como portadora. gia; eficiência dos inversores e confiabilidade.
Cada tensão de referência é utilizada para A figura 06 apresenta a forma de onda da cor-
modular a tensão de um braço. Buscando um maior rente na carga na topologia HB e NPC com o índice
aproveitamento da tensão de referência, a tensão de de modulação 1,0 e com o COS 0,75.
referência do braço A é defasada de 180° da tensão
Figura 06 – Forma de onda da corrente do HB e NPC
de referência do braço B. A figura 05 apresenta o
esquema da modulação.

Tabela 02 – Estado de Chaveamento do Inversor HB

Est S1 S2 S3 S4 VAB (V)


0 0 0 1 1 -Vdc/2
1 0 1 1 0 0
2 1 0 0 1 0
3 1 1 0 0 Vdc/2
Fonte: Autor (2019).

Figura 05 – Modulação PWM para o Inversor HB

Fonte: Autor. (2019)

A figura 07 apresenta a forma de onda da


tensão na carga do HB e NPC com o índice de modu-
lação 1,0 e com o COS 0,75.

4.1 Qualidade de energia

Fonte: Autor. (2019) Para avaliar o desempenho dos inversores


com base na qualidade de energia, é utilizada a Taxa
3. Método da pesquisa de Distorção Harmônica. A Taxa de Distorção Harmô-
3º SIMPIF

nica (do inglês, Total Harmonic Distortion - THD) é um


A simulação foi realizada com base na varia-
critério muito utilizado para definir o conteúdo har-
ção do índice de modulação em amplitude (0,1 <
mônico de um sinal alternado. A THD é definida como:
ma<1,0) em dois casos de carga. A carga 01 com o
fator de potência de 0,5 e a Carga 2 com o fator de
(1)
potência 0,75. Os valores da carga estão apresenta-
dos na tabela 03.

Tabela 03 – Cargas e seus respectivos valores de resistên-

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Figura 07 – Forma de onda da tensão do HB e NPC torna-se muito importante determinar as perdas de
potência nos interruptores.

Figura 08 - THD de Corrente

Fonte: Autor. (2019)


(a) NPC

A THD define o quanto que o sinal difere de


uma onda senoidal pura. A presença de uma THD
alta tem influência em vários pontos no estudo de
inversores. Primeiramente que a qualidade da ener-
gia diminui consideravelmente. Outro ponto em que
a THD tem influência é no fator de potência, por isso
a importância do cálculo da THD.
A figura 08 apresenta os resultados da simu-
lação para a THD de corrente para as duas topolo-
gias nas duas condições de carga.
Observando a figura 09, percebe-se que a
THD é maior com o fator de potência de 0,75 nas
duas topologias apresentadas. (b) HB
É interessante de perceber que durante
Figura 09 - THD dos inversores com COS 0,75
o intervalo de 0,8 < índice de modulação < 1,0, o
inversor HB possui maior THD. Quando o índice
de modulação é igual a 1 a diferença do THD é de
61,5%. No intervalo de 0,1 < índice de modulação <
0,8, o NPC apresenta maior THD com uma diferença
de 58,7% com o índice de modulação igual a 0,1.
3º SIMPIF

4.2 Eficiência dos inversores

Para calcular a eficiência dos inversores, se-


rão analisadas as perdas por condução e chavea-
mento. Para diferentes topologias de inversores ou
diferentes tipos de técnicas de modulação proposta,

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Entende-se por perdas totais o somatório das Figura 12 – Perdas totais dos inversores com COS 0,5
perdas por condução e perdas por chaveamento. Na
figura 10 e 11 mostra o gráfico de perdas totais com
COS 0,5 e COS 0,75 para as topologias NPC e HB,
respectivamente.
Nas duas topologias percebemos a caracte-
rística de que com um COS 0,5, há maiores perdas.
Na figura 12 temos um comparativo com as duas to-
pologias com o COS 0,5. O NPC possui maiores per-
das que o HB, contudo a diferença de perdas entre as
duas topologias diminui com a diminuição do índice
de modulação.

Figura 10 – Perdas totais do NPC

Outro ponto importante de análise são as


perdas de condução e de chaveamento apresenta-
das de forma separadas.
A figura 13 apresenta um comparativo das
perdas de condução entre as topologias NPC e HB.
Pode-se perceber que as perdas por condução de na
topologia NPC são maiores. Isso se dá pelo fato de a
corrente no inversor NPC ser maior, como pode ser
vista pela figura 06.
Em relação às perdas por chaveamento, po-
de-se perceber, pela figura 14, que as maiores per-
das estão na topologia HB. Isso se dá pelo fato de
O aumento das perdas na topologia NPC se o chaveamento na chave desta topologia ser maior
dá pelo fato de a topologia possuir 4 chaves e dois do que a topologia NPC, como pode ser visto pela
diodos, enquanto a topologia HB possui apenas qua- figura 15.
tro chaves.
Figura 13 – Perdas por condução dos inversores com COS 0,5
Figura 11 – Perdas totais do HB
3º SIMPIF

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Figura 14 – Perdas por chaveamento dos inversores com Figura 15 – Tensão na chave S1 de cada topologia
COS 0,5

5. Conclusão
4.3 Confiabilidade dos inversores
Os inversores multiníveis são muito importan-
A confiabilidade é caracterizada pelo estresse tes para aplicação industrial. A depender de como
térmico do inversor, quanto menor for o estresse que a topologia é formada pode-se ter um inversor que
ele sofre maior a confiabilidade do inversor. Conside- tenha desempenho melhor na qualidade da energia,
rando que os inversores estão cada vez mais sendo na eficiência e confiabilidade.
utilizados em uma grande diversidade de aplicações, As topologias NPC e HB demostraram resul-
a garantia da confiabilidade desse dispositivo se tor- tados aproximados no que diz respeito ao estresse
na algo imprescindível. térmico. No entanto, pelo fato da topologia NPC pos-
Como indicador de confiabilidade, a tensão suir mais dispositivos teve uma eficiência menor que
térmica é a variável mais adequada para avaliar os a topologia HB.
inversores de potência. De acordo com as estatísti-
Figura 16 – Estresse térmico NPC
cas realizadas por (NAMI et al., 2011), a proporção
de vários estresses causa falhas nos componentes
eletrônicos, entre os motivos, destaca-se o estresse
térmico que é responsável por 55% das falhas nos
componentes.
Nas figuras 16 e 17 vemos os resultados das
simulações para o estresse térmico em cada topolo-
gia. A diferença de estresse térmico entre o COS 0,5
e COS 0,75 é pequena, com o estresse sendo maior
para o COS 0,5, para todas as topologias.
3º SIMPIF

Na figura 18 temos o pior caso para todas as


topologias, que é com o COS 0,5, podendo-se ver
que o estresse térmico das topologias é quase igual,
tendo maior diferença com o índice de modulação
entre 0,4 e 0,5.

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Figura 17 – estresse térmico HB FRANQUELO, L. G. et al. The age of multilevel conver-


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III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 1086


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Thamyris da Silva Evangelista


Análise de técnicas de casamento
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus Patos
de impedâncias em antena patch
retangular para uso em 1,92 GHz
Daniel Dias dos Santos
[email protected]
Universidade Federal da Paraíba

José Diego Ferreira da Silva


Natanael Cruz de Souza Resumo
Instituto Federal da Paraíba - Campus Patos
Neste artigo é apresentada a análise de técnicas de casamentos de
impedâncias para uma antena patch retangular para atuar na fre-
quência de ressonância utilizada pela tecnologia GSM (Sistema Glo-
bal para Comunicações Móveis), na frequência de 1.92 GHz. A antena
foi alimentada por linha de microfita e as técnicas de casamentos de
impedâncias utilizados foram: inset-fed; transformador de quarto de
onda e híbrida. As estruturas foram caracterizadas numericamente
utilizando o . São apresentados resultados numéricos e experimen-
tais, observando-se uma boa concordância entre os mesmos. As
antenas desenvolvidas possuem plano de terra, o que as deixa com
características de transmissão e recepção mais diretivas. As antenas
apresentaram ganhos máximos de 6,0~6,25 dBi na direção broadside e boa relação frente-costas, acima de
13 dB. Dos resultados obtidos pode-se verificar que as técnicas de casamentos de impedâncias foram aplica-
das com sucesso.

Palavras-chave: Antena patch retangular. casamento de impedâncias. linha de microfita.

Abstract

This paper presents the analysis of impedance matching techniques for a rectangular patch antenna to act on
the resonant frequency used by GSM (Global System for Mobile Communications) technology, at the frequency
of 1.92 GHz. The impedance matching techniques used were: inset-fed; quarter wave transformer and hybrid.
The structures were numerically characterized using . Numerical and experimental results are presented, ob-
serving a good agreement between them. The developed antennas have ground plane, which leaves them with
more direct transmission and reception characteristics. The antennas showed maximum gains of 6.0 ~ 6.25 dBi
in the broadside direction and good front-back ratio, above 13 dB. From the obtained results it can be verified
that the impedance matching techniques were successfully applied.

Keywords: Rectangular patch antenna, impedance matching, microstrip line.

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1. Introdução (Time Division Multiple Access) e o FDMA (Frequency


Division Multiple Access).
Devido ao avanço das tecnologias na área
Em relação a alimentação por linha de mi-
de telecomunicações, aliado à construção cada vez
crofita as técnicas de casamento de impedâncias
mais sofisticada de circuitos integrados de micro-
mais utilizadas são: linha deslocada, transformador
-ondas, observa-se um aumento no número de es-
de quarto de onda (λ/4) e inset-fed, as quais serão
tudos envolvendo antenas planares de microfita. As
apresentadas nesse artigo.
primeiras publicações a respeito desse tipo de an-
tenas ocorreram na década de 50 com Deschamps 2. Material e métodos
(1953) nos Estados Unidos. No entanto, pesquisas
envolvendo antenas impressas ganharam força a 2.1 Antena Patch Retangular
partir da década de 70, com o trabalho de Byron
Uma antena de microfita pode ser vista como
(OLIVEIRA, E. E. C. 2008).
sendo constituída por um patch metálico depositado
Uma antena patch convencional apresenta a
sobre um material dielétrico na faixa de (2,2 < εr <
maioria das seguintes características: compatibili-
12,0) limitado por um plano condutor, como ilustra-
dade com circuitos integrados; baixo volume; facili-
do na Figura 1, em que L = corresponde ao com-
dade de construção; adaptação às superfícies e fu-
primento da antena de microfita retangular, W = é a
selagens; baixo custo de fabricação; características
largura da antena de microfita retangular e h = é a
multibanda; largura de banda estreita; polarizações
altura do substrato dielétrico.
linear e circular (G. KUMAR; K. P. RAY, 2003), (I. J.
O material condutor normalmente utilizado
BAHL, P. BHARTIA, 2001).
é o cobre, mas em algumas aplicações, como em
As antenas de microfita podem ser alimen-
ondas milimétricas, utiliza-se o ouro, devido à sua
tadas diretamente por um cabo coaxial conectado
maior condutividade (C. A. BALANIS, 1997).
ao plano de terra, ou por linha de microfita. Tam-
bém podem ser excitadas indiretamente, através Figura 1 - Antena do tipo patch retangular de microfita (C.
A. BALANIS, 1997).
de técnicas como: acoplamento eletromagnético e
acoplamento por abertura. No caso da alimentação
indireta, não há nenhum contato metálico direto en-
tre a linha de alimentação e o patch (C. A. BALANIS,
1997). Neste trabalho foi utilizada a alimentação por
linha de microfita por ser de fácil fabricação e proje-
to, sendo sua impedância determinada pela largura
da linha.
No início da década de 90, a falta de uma pa-
Fonte: Elaborada pelo autor.
dronização para um sistema de telefonia móvel era
um problema mundial. Por esse motivo, o sistema Nas antenas impressas, os elementos ir-
GSM (Global System for Mobile Communications) se radiantes e as linhas de alimentação (no caso das
3º SIMPIF

disseminou pelos países da Europa Ocidental, Áfri- antenas alimentadas através de linhas de microfita)
ca, Ásia, Austrália e um dos sistemas que começou a estão sobre o substrato dielétrico. O elemento irra-
operar nos Estados Unidos o PCS (Personal Commu- diante pode ser quadrado, retangular, fita fina (di-
nication System), utiliza a tecnologia GSM com algu- polo), circular, elíptico, triangular ou possuir qual-
mas variações (NOKIA NETWORKS, 2002). quer outra configuração, como ilustrado na Figura
O GSM é um padrão de sistema de comuni- 2. As formas quadrada, retangular, dipolo e circular
cação móvel que utiliza duas tecnologias: o TDMA são os mais comuns devido à facilidade de análise e

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fabricação, e as suas características de radiação. A largura da reentrância produzem alterações na fre-


forma do patch influência na distribuição de corrente quência de ressonância (SILVA, J. C. 2014).
e, consequentemente, na distribuição do campo na A largura do inset foi considerada igual à lar-
superfície da antena. (C. A. BALANIS, 1997). gura da microfita x0 = W0, como apresenta-
O projeto de antenas tipo patch retangular do na Figura 2.
em microfita é bem estabelecido e as suas equações Figura 2 - Antena do tipo patch retangular com técnica
são dadas por (C. A. BALANIS, 1997): inset-fed.

(1)

Onde v0 representa a velocidade da luz no es-


paço livre, fr a frequência de ressonância da antena e
εr a constante dielétrica do substrato.
O comprimento efetivo do patch, ou seja, sem
levar em consideração o efeito do franjeamento é
determinado por:

(2)
Fonte: Elaborada pelo autor.

O comprimento físico do patch é determinado Entretanto, o valor inicial de seu comprimen-

por: to foi calculado através das seguintes expressões:

(3)

(6)

O comprimento incremental de extensão


é:

(4)
(7)

Eo é dado por: 2.3 Técnica com transformador de quarto de onda

Na técnica com transformador de quarto de


(5) onda, Figura 3, são projetadas duas seções de linha
3º SIMPIF

de comprimento igual a um quarto do comprimen-


to de onda guiado λg dado por (8), (C. A. BALANIS,
2.2 Técnica inset-fed
2009). A largura da linha b é obtida a partir de sua

A impedância de entrada da alimentação da impedância característica Z0 calculada em (9) com

antena depende principalmente do comprimento da Zin = 50 Ω e ZL = Zant.

reentrância y0 em relação ao comprimento do ele-


mento irradiador. Variações no comprimento e na

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Figura 4 - Antena do tipo patch retangular com técnica


híbrida.

(8)

(9)

Figura 3 - Antena do tipo patch retangular com técnica


transformador de quarto de onda.

Fonte: Elaborada pelo autor.

3. Resultado e discussão

As simulações foram realizadas através do


software comercial Ansoft DesignerTM, ferramen-
ta CAD (Desenho Assistido por Computador) para
Fonte: Elaborada pelo autor.
circuitos e simulações de micro-ondas, que utiliza
como princípio de funcionamento o Método dos Mo-
2.4 Técnica híbrida
mentos (MoM).
A técnica híbrida, apresentada na Figura 4 A caracterização experimental foi realizada
é uma junção da técnica inset-fed e a técnica com no Laboratório do Grupo de Telecomunicações e
transformador de quarto de onda. Eletromagnetismo Aplicado, GTEMA, do Instituto Fe-
deral de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba
(IFPB), utilizando-se um analisador de redes veto-
rial Agilent, E5071C. Para todas as antenas foram
utilizados o substrato da Hitachi, com permissivida-
de elétrica relativa, εr, de 4,78, tangente de perdas,
tg(δ), de 0,019 e espessura, h, de 1,5 mm.
A Figura 5 apresenta as antenas fabricadas a
partir do exposto na seção anterior.
3º SIMPIF

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Figura 5 - Antenas de microfita fabricadas Figura 7 - Comparação da medição e simulação – |S11|


(dB) x Freq. (GHz), técnica transformador de um quarto
de onda.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Os dados coletados a partir dos resultados


medidos e simulados foram plotados em gráficos no
Fonte: Elaborada pelo autor.
software Matlab, como está representado nas Figu-
ras 5, 6 e 7 em que é possível observar a variação Na Figura 7, a frequência ressonante medida
da perda de retorno (parâmetro S11) em função da de 1,91 GHz apresentando um desvio de 0,52% em
frequência de ressonância. relação ao valor simulado, com uma perda de retor-
no de -27,82 dB, enquanto a antena simulada apre-
Figura 6 - Comparação da medição e simulação – |S11|
(dB) x Freq. (GHz), técnica inset-fed. sentou uma perda de retorno de -49,61 dB, tabela 1.

Figura 8 - Comparação da medição e simulação – |S11|


(dB) x Freq. (GHz), técnica híbrida.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Na Figura 6, a frequência ressonante medida Fonte: Elaborada pelo autor.

de 1,89 GHz apresentando um desvio de 1,56% em


Na Figura 8, a frequência ressonante medida
relação ao valor simulado, com uma perda de retor-
de 1,91 GHz apresentando um desvio de 0,52% em
no de -9,28 dB, enquanto a antena simulada apre-
relação ao valor simulado, com uma perda de retor-
sentou uma perda de retorno de -31,51 dB, Tabela 1.
no de -31,18 dB, enquanto a antena simulada apre-
sentou uma perda de retorno de -43,18 dB, Tabela 1.

Tabela 1 - Valores simulados e medidos para a frequência


de ressonância
3º SIMPIF

Técnica Resultado f0 (GHz) |S11| (dB)


Simulado 1,92 -31,51
Inset-fed
Medido 1,89 -9,28

Quarto de Simulado 1,92 -49,61


onda Medido 1,91 -27,82
Simulado 1,92 -43,18
Híbrida
Medido 1,91 -31,18
Fonte: Elaborada pelo autor.

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Nas Figuras 9, 10 e 11 são apresentadas as HPBW), ganho direcional máximo e relação frente-
cartas de Smith, valores medidos e simulados. É pos- -costas (Front to Back Ratio – FB), Tabela 2. Os dia-
sível observar que as impedâncias estão próximas gramas de irradiação 2D e 3D estão apresentados
ao centro da carta. A resistência de entrada medida nas Figuras 12, 13 e 14 respectivamente.
para antena inset-fed patch foi de 45,01 Ω; para a Figura 12 - Diagrama de irradiação, técnica inset-fed.
antena com transformador de transformador de um
quarto de onda 48,82 Ω e 48,02 Ω para antena com
alimentação híbrida.

Figura 9 - Carta de Smith, técnica inset-fed.

Fonte: Elaborada pelo autor

Figura 10 - Carta de Smith, técnica transformador de um


quarto de onda. Fonte: Elaborada pelo autor.

Figura 13 - Diagrama de irradiação, técnica transformador


de um quarto de onda.

Fonte: Elaborada pelo autor

Figura 11 - Carta de Smith, técnica híbrida.quarto de onda.


3º SIMPIF

Fonte: Elaborada pelo autor.


Fonte: Elaborada pelo autor.

As antenas desenvolvidas possuem plano de


terra, o que as deixa com características de trans-
missão e recepção mais diretivas. Os seguintes pa-
râmetros de irradiação foram considerados: largura
de feixe de meia potência (Half Power Bandwidth –

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Figura 14 - Diagrama de irradiação, técnica híbrida. Dos resultados obtidos pode-se verificar que
as técnicas de casamentos de impedâncias foram
aplicadas com sucesso.

Referências

OLIVEIRA, E. E. C. Antenas de Microfita com Patch


Quase Fractal para Aplicações em Redes WPAN/
WLAN. 2008. 117 f. Dissertação de mestrado–Uni-
versidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN,
Natal-RN, 2008.

G. Kumar and K. P. Ray, Broadband Microstrip An-


tennas, USA: Artech House, 2003.

C. A. Balanis, Antenna theory - analysis and design,


2rd, New York: John Wiley & Sons, 1997.

R. Garg, et al. Microstrip Antenna Design Handbook.


London: Artech House, 2001.
Fonte: Elaborada pelo autor

I. J. Bahl; P. Bhartia. Microstrip Antennas. Dedham


Tabela 2 -Parâmetros de irradiação MA: Artech House, 2001.

Técnica de Ganho Ganho


HBPW FB (dB)
Apostila de treinamento, Introduction to GSM and
Alimentação 2D (dBi) 3D (dBi) GPRS System Course, Nokia Networks, 2002.
Inset-fed 6,25 5,64 100° 13,97
SILVA, J. C. Análise experimental do efeito de diver-
Quarto de
6,1 5,82 100° 16,37 sas configurações de “inset feed” na alimentação
onda
de antenas planares dos tipos retangular, circular e
Híbrida 6,19 5,85 102° 16,11
triangular. Principia, Instituto Federal de Educação,
Fonte: Elaborada pelo autor
Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), 2014.
Constata-se que as antenas com técnicas C. A. Balanis, Teoria de Antenas - Análise e Síntese,
transformador de um quarto de onda e híbrida pos- LTC-Editora S.A., 3rd ed., Rio de Janeiro, 2009.
suem melhor relação frente-costa.
D. Pozar, “Considerations for millimeter wave print-
ed antennas,” in IEEE Transactions on Antennas and
4. Conclusão
Propagation”, vol. 31, no. 5, pp. 740-747, Sep 1983.
Neste trabalho foram apresentadas três téc-
nicas de casamentos de impedâncias para antenas
patch retangulares em microfita. As antenas foram
desenvolvidas para operação na frequência de res-
sonância (fr) de 1,92 GHz e aplicação no GSM.
Observa-se uma boa concordância entre va-
lores simulados e medidos. As antenas desenvol-
3º SIMPIF

vidas possuem plano de terra, o que as deixa com


características de transmissão e recepção mais di-
retivas. As antenas apresentaram ganhos máximos
de 6,0~6,25 dBi na direção broadside e boa relação
frente-costas, acima de 13 dB.

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Igor Henrique Barbosa Trigueiro


Caracterização física e físico-química
Instituto Federal da Paraíba - Campus Santa Rita de variedades de frutos da palma
Marina de Souza Alves Meireles forrageira Nopalea cochenillifera
Instituto Federal da Paraíba - Campus Santa Rita
cultivados na Paraíba
Jessy Kelly Ribeiro Domingos Silva
Instituto Federal da Paraíba - Campus Santa Rita

Luzidelson Baracho Ribeiro Resumo


[email protected]
Instituto Federal da Paraíba - Campus Santa Rita As palmas forrageiras da espécie (Napolea cochenillifera) cultivadas
no Nordeste brasileiro possuem frutos, conhecidos como figo-da-ín-
Sanierlly da Paz do Nascimento
[email protected] dia miúda, que ainda são sub explorados comercialmente para con-
Universidade Federal da Paraíba sumo humano e parte disso deve-se a escassez de informações re-

Antônia Lúcia de Souza lacionadas aos mesmos. Diante do exposto, este trabalho tem como
Universidade Federal da Paraíba objetivos trazer informações que auxiliem no melhor aproveitamento
desses frutos, na caracterização física, onde foram determinados o
diâmetro central, comprimento, volume, densidade, os pesos da pol-
pa, casca e semente e seus percentuais de rendimento. Foram utili-
zadas três variedades: Baiana, resistente e não resistente à cocho-
nilha-do-carmim. Na polpa foram determinadas as porcentagens de
umidade, sólidos solúveis totais-(SST) e o pH. Os frutos das três variedades apresentaram valores médios de
massa entre 9,36 e 10,41 g, comprimento variando entre 3,4 e 3,83 cm, diâmetro 8,4 e 9,7 cm, densidade
0,89 e 0,98 g/cm³, SST entre 8,3 e 10,7 °Brix e cerca de 91% de umidade. Concluindo-se que os frutos ava-
liados apresentaram características semelhante ou superiores aos frutos da espécie Opuntia ficus-indica se
mostrando próprios para consumo in natura por humanos e animais, além de apresentarem alto rendimento
da polpa, podendo ser utilizados no processamento tecnológico.

Palavras-chave: Características 1. Figo-da-índia 2. Qualidade 3. Palma miúda 4. Palma doce 5.

Abstract

Forage palms from Napolea cochenillifera species cultivated at Brazil’s Northeast present fruits, known as miú-
da prickly pear, that have not been commercially well used for human consumption and it is partially due to
information shortage about them. That being said, the present work intends to provide information that can help
to improve their usefulness, such as physical characterization, determining: fruit central diameter, fruit length,
volume, density, pulp, peel and seeds weight; and its yield percentage. Three different genotypes were analyzed:
Baiana, resistant and nonresistant to cochonilha-do-carmim. Total Soluble Solids (TSS), humidity and pH were
determined in the pulp. All fruits showed medium values of weight between 9,36 and 10,41 g, length ranging
between 3,4 and 3,83 cm, diameter 8,4 and 9,7 cm, density 0,89 – 0,98 g/cm³, TSS between 8,3 and 10,7 °Brix
and about 91% of humidity. In conclusion, all selected fruits presented similar or superior characteristics to
Opuntia ficus-indica, showing that natural consumption is possible for humans and animals, besides presenting
high pulp yield, what makes possible its use for technological processes.

Keywords: Characteristics 1. Prickly pear 2. Quality 3. Miúda palm 4. Doce palm 5.

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1. Introdução geração de empregos e renda, além do consumo de


produtos naturais regionais.
As palmas forrageiras (Opuntia ficus-indica e
Dentro deste contexto de valorização do figo-
Napolea cochenillifera), cactáceas presentes no Nor-
-da-índia para a Região Nordeste tanto com relação
deste brasileiro são utilizadas essencialmente como
ao desenvolvimento econômico, geração de renda,
suplemento alimentar para rebanhos bovinos e ca-
novas fontes de alimentos e, considerando também
prinos, principalmente em época de estiagem, perío-
a grande importância do estudo das propriedades fí-
dos caracterizados principalmente pela falta de chu-
sico-química e fisiológica desta planta exótica, este
va e de alimentos para os animais de grande porte.
estudo teve como objetivo principal contribuir com
Nestes períodos de escassez de água, as cactáceas
o conhecimento das propriedades físico-química e
são umas das poucas vegetações que resistem à es-
constituintes químicos do figo-da-índia, para melho-
tas condições inóspitas, por possuírem característi-
rar o aproveitamento do fruto considerando toda a
cas morfológicas, fisiológicas e bioquímicas que per-
logística e cadeia produtiva.
mitem a adaptação às condições climáticas e do solo
(OLIVEIRA; JUNQUEIRA; MASCARENHAS, 2011). 2. Fundamentação Teórica
A espécie O. ficus-indica possui cultivares gi-
Originária do México, a palma forrageira se
gante e redonda, já a espécie Napolea cochenillifera
adaptou bem as condições climáticas das regiões ári-
possui cultivar miúda e doce. Dados têm registrado
das e semiáridas do Nordeste brasileiro, bem como
que a partir de 2001 a palma gigante tem sido asso-
de algumas regiões áridas e semiáridas dos Estados
lada pela praga cochonilha-do-carmim (Dactylopius
Unidos, África e Austrália, se espalhando assim pelo
opuntiae) (LOPES, 2001). E desde então, estudos têm
mundo ao longo dos tempos. O teor de água presen-
sidos desenvolvidos na busca de meios de que mini-
te em suas raquetes apresenta suma importância na
mizem os danos causados pela cochonilha-do-car-
alimentação e hidratação de rebanhos caprinos, so-
mim. Neste contexto, as pesquisas acerca da palma
bretudo, bovinos no período de estiagem (OLIVEIRA
forrageira têm avançado, incluindo a caracterização
et al., 2010; COSTA et al., 2012).
bromatológica das duas espécies de palma forragei-
Segundo o Instituto Nacional do Semiárido -
ra, contudo, os estudos relacionados aos frutos da
INSA (2015), a cultura da palma forrageira é uma
espécie Napolea cochenillifera são ainda bastante
atividade socioeconômica fundamental para o Se-
escassos. Esta espécie apresenta duas variedades
miárido brasileiro, através do projeto de revitaliza-
distintas: uma é resistente à cochonilha-do-carmim,
ção e fortalecimento da cultura da palma forrageira,
e outra não resistente à cochonilha-do-carmim.
algumas variedades genéticas resistentes, às pragas
A falta de conhecimento das propriedades
que assolam as plantações, têm sido implantadas e
físico-químicas dos frutos desta espécie é um fator
redistribuídas entre os agricultores de diversas mi-
importante principalmente para o período pós-co-
crorregiões da Paraíba. Entre elas, as palmas frutí-
lheita, quando se leva em consideração o desperdício
feras: miúda (Nopalea cochenillifera) e baiana (No-
desses frutos e o fato de não serem comercialmente
palea sp).
bem aproveitados, (ALMEIDA, et al. 2009; SÁTIRO;
A palma Nopalea cochenillifera (L.) Salm-Dyck
3º SIMPIF

CAVALCANTE; ALSINA, 2009). Portanto, quanto mais


é caracterizada por cactáceas de porte pequeno e
conhecimento houver sobre o cultivo e as caracterís-
caule bastante ramificado. Sua raquete pesa cerca
ticas não só ambientais, como da planta e de seus
de 350 g, possuem quase 25 cm de comprimento,
frutos, incluindo melhor manejo, o aproveitamento
forma acentuadamente ovulada (ápice mais largo
dessa cultura será alcançado, garantindo a segu-
que a base) e coloração verde intenso brilhante. As
rança da forrageira do Semiárido, impulsionando a
flores são vermelhas e sua corola permanece meio
fechada durante o ciclo (SILVA; SANTOS, 2007).

III Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de Educação, 1095


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O fruto é uma baga de coloração roxa. Apre- Figura 1 – Palma forrageira (Nopalea cochenilifera) com
frutos (figo-da-ínida)
sentando variedades genéticas resistentes e não
resistentes a cochonilha do carmim (Neves et al.,
2010; Vasconcelos et al., 2009). O fruto da palma
é muito valorizado na medicina natural, sendo reco-
mendado na prevenção de asma, tosse, verme, pro-
blemas na próstata e dores reumáticas, entre outros
(PRIMO BRITO, 2008).
Com relação à composição química dos fru-
tos, estes são constituídos principalmente de água,
variando de 80 a 90%, além de traços de proteínas, 3.1 Análises físicas
lipídios e fibras. Os constituintes químicos oriundos
do metabolismo secundários mais relatados são os a) Diâmetro e comprimento dos frutos

ácidos orgânicos como cítrico e málico, vitamina Foram selecionados, de forma aleatória, 6

A, além de outros antioxidantes como o flavonoide frutos de cada uma das três variedades (ver Figura

quercetina e as betalaínas (RAMADAN & MORSEL, 2), totalizando 18 frutos. Os seus comprimentos fo-

2003). ram medidos com a utilização de paquímetro digital

O cultivo de palma frutífera em outros países (marca Nove 54) e o diâmetro maior de cada fruto foi

é realizado com foco na alimentação humana, como medido com o auxílio de uma trena comum. Sendo

matéria-prima de cosméticos e para fins medicinais. os resultados foram expressos em cm.

Sendo assim, um nicho com grande potencial explo- Figura 2 - Frutos da palma (Nopalea cochenilifera): (a) va-
riedade Baiana, (b) variedade Miúda Resistente à Cochoni-
ratório que diversifica a produção e torna-se uma lha-do-Carmim e (c) variedade de Miúda não resistente à
fonte de renda alternativa (ROCHA, 2012). Consti- Cochonilha-do-Carmim.
tuindo-se de um paradigma a ser quebrado, o con-
sumo pela população brasileira, de uma forma geral.

3. Metodologia

As análises foram conduzidas no complexo de (a) (b) (c)

laboratórios do Núcleo de Pesquisa e Extensão (NPE-


-LACOM) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB b) Volume dos frutos
– Campus I). Os frutos de três variedades de palma O volume dos frutos foi estimado através do
forrageira: Miúda resistente a Cochonilha-do-Car- método de deslocamento da coluna de água, de
mim, Miúda não resistente a Cochonilha-do-Carmim acordo com Manfio et al. (2011), sendo o fruto in-
e Baiana, foram gentilmente cedidos pelo Instituto serido na proveta com volume inicial conhecido de
Nacional do Semiárido (INSA). Sendo colhidos pela água. Ao deslocar o volume inicial, obtém-se um
manhã e selecionados de acordo com a coloração novo volume, como apresentado na Figura 3. E pela
avermelhada, no estado de maturação ideal para diferença entre os volumes final e inicial, calculou-se
3º SIMPIF

consumo, como apresentado na Figura 1. Todos os o volume do fruto.


frutos foram submetidos à lavagem com escovação
para eliminar impurezas e remover pêlos; e levemen-
te secos em papel toalha, para então serem avalia-
dos os parâmetros físicos (fruto inteiro, casca e se-
mentes) e físico-químicos (polpa homogeneizada).

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Figura 3 – Método de deslocamento da coluna de água. 3.2 Análises físico-químicas

a) Sólidos solúveis totais (SST)


O conteúdo de SST foi determinado por lei-
tura direta em refratômetro digital (marca Reichert),
previamente calibrado com água, tomando duas go-
tas do sobrenadante, após homogeneização e cen-
trifugação das polpas, conforme as normas do IAL
(2008). Com resultados corrigidos para temperatura
de 20 °C e foram expressos em °Brix.
b) pH
O potencial hidrogeniônico (pH) foi determi-
nado utilizando-se um potenciômetro digital (marca
Metrohm) calibrado previamente de acordo com as
Fonte: Manfio et al. (2011).
instruções do fabricante. Foram pesados 10 g de
c) Peso dos frutos e Rendimento cada amostra e diluídos em 100 mL de água, homo-
Os 18 frutos foram pesados em balança ana- geneizados e então realizada a leitura, conforme as
lítica, suas cascas foram removidas e pesados nova- normas do IAL (2008).
mente. Conforme realizado por Almeida et al. (2009) c) Umidade
percentuais de rendimento (g/g) de polpa (RP), A umidade da polpa dos frutos foi determina-
casca (RC) e semente (RS), foram calculados pelas da de acordo com as normas do IAL (2008), pesan-
Equações (1), (2) e (3): do-se de 2 a 10 g da polpa, em cápsula metálica e
deixando em estufa de esterilização por 24 h a 105 °
(1) C (até peso constante), resfriadas em dessecador e
pesadas novamente.
(2)

4. Resultados e Discussão
(3)

Onde: A Tabela 1 apresenta os valores médios de

RP - Rendimento da polpa; RC - rendimento da casca; RS - comprimento, diâmetro central, massas, volume e


rendimento da semente; PP - preso da polpa; PC - peso da densidade das três variedades de figo-da-índia ava-
casca; PS - peso da semento; PF - peso da fruta.
liadas. Os valores de comprimento variaram entre
Posteriormente, realizou-se a filtragem da 3,4 e 3,8 cm, com diâmetro central entre 8,4 e 9,7
polpa e semente com o auxílio de uma peneira, re- cm, assim como os frutos da espécie Opuntia ficus-
servando a polpa para a caracterização físico-quími- -indica apresentam forma “ovoide” e alongada nas
ca. extremidades. Segundo, Nunes et al. (2014) os valo-
d) Densidade dos frutos res de comprimento e o diâmetro são índices físicos
A partir dos valores obtidos nos itens b) e c), importantes para o processamento, quando se trata
3º SIMPIF

volume e massa dos frutos, foram calculadas as den- da padronização do tamanho.


sidades dos mesmos através da Equação (4). Ainda de acordo com os resultados apresen-
(4) tados na Tabela 1, é possível observar que os valo-

Onde:
res médios de todas as variáveis avaliadas, exceto

d - Densidade (g/cm³); m -massa(g); V - volume (cm³) densidade, para a variedade não resistente à Cocho-
nilha-do-Carmim são superiores aos valores encon-
trados das demais variedades. De acordo com Nunes

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et al. (2012), os frutos da palma, de um modo geral, triplicata como as demais variáveis. **

possuem características físicas variáveis, por serem


É possível encontrar na literatura (ALVES,
dependentes do clima, ocorrendo assim, tamanhos
2008; OLIVEIRA; JUNQUEIRA; MASCARENHAS,
máximos variados ao final da maturação, como o cri-
2011; NUNES et al., 2012; CANUTO, et al. 2006) va-
tério utilizado na escolha dos frutos, quanto a ma-
lores de comprimento dos frutos da espécie Opuntia
turação, foi a coloração avermelhada é possível que
ficus-indica variedade gigante, entre 7,5 e 8,7 cm,
haja variações de tons, implicando diretamente nos
valores duas vezes maiores que os frutos da espé-
resultados observados.
cie Napolea cochenillifera utilizados neste trabalho,
Como ainda não foram avaliadas as compo-
o que explica a nomenclatura “gigante” e “miúda”,
sições químicas dos frutos, não tem como relacio-
respectivamente. Contudo, como no nosso traba-
nar a composição química com o volume e massa
lho visa principalmente a avaliação dos metabólitos
dos frutos neste prévio estudo, nem com relação aos
secundários, pois são de importância relevante no
metabólitos primários como açúcares, carboidratos,
nosso estudo, o tamanho não é uma característica
proteínas e lipídios, quanto ao que diz respeito aos
preocupante e ponto determinante.
metabólitos secundários, como o teor de vitamina C,
Na Tabela 2 são apresentados os valores dos
dos ácidos orgânicos, dos antioxidantes e das beta-
rendimentos dos frutos das três variedades estuda-
laínas. Tão pouco este estudo preliminar permite a
das. Os valores encontrados para o rendimento da
distinção entre os frutos quanto a estes metabólitos,
polpa, são maiores que o encontrado por Nunes et al.
uma vez que a composição com referência ao per-
(2014) cerca de 48%, ao estudarem frutos da espé-
centual de água vai ter influência direta nos demais
cie Opuntia ficus-indica variedade gigante, oriundos
constituintes químicos. Esta relação inclusive pode
da Bahia como também, ao encontrado por Almeida
estar diretamente relacionada à época de colheita
et al. (2009), aproximadamente 37% ao caracteri-
dos frutos, pois os metabólitos secundários como
zarem frutos do mandacaru Cereus jamacaru P. DC.
são produzidos a partir de estresse provocados nas
Chitarra e Chitarra (2005) apontam a impor-
plantas por condições inóspitas, possivelmente são
tância do peso da casca, uma vez que ele reflete no
produzidos em maior quantidade em épocas de es-
rendimento, quanto menor for à espessura maior
tiagens.
será o rendimento do produto, o que corrobora com
Tabela 1 – Caracterização física das variedades de frutos o observado neste trabalho, onde os frutos possuíam
da palma forrageira Nopalea cochenillifera.
casca fina e leve, o que explica o valor do
Variedades rendimento da polpa. Entretanto, o rendi-
Variáveis*
Baiana Resistente Não-Resistente mento do fruto não está condicionado ao
Comprimento
3,40±0,46 3,43±0,45 3,83±0,38 teor de metabólitos secundários compostos
(cm)
Diâmetro cen- por constituintes químicos bioativos como
8,4±1,76 9,6±0,90 9,7±1,06
tral (cm) os constituintes fenólicos, objeto de outra
Massa do fruto etapa do nosso estudo. Todavia o rendimen-
15,81±0,48 19,33±0,51 19,60±0,74
(g)
Massa da casca to obtido no nosso estudo prelimar pode vir
2,52±0,61 3,53±1,43 4,41±1,17
(g)
3º SIMPIF

a ser uma diretriz para a investigação nos


Massa da polpa constituintes bioativos, principalmente no
10,71±3,24 12,3±2,55 12,86±6,75
+ sementes (g)
que diz respeito ao teor de betalaínas, subs-
Massa da polpa tâncias com atividade antioxidante e que
9,36±2,36 10,41±2,23 9,63±3,18
(g)
também podem ser empregadas como co-
Volume (mL)** 16 20 22
rantes naturais para uso principalmente em
Densidade (g/
0,988 0,966 0,891
cm³) alimentos.
Valores médios + desvio padrão*. O volume não foi analisado em

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Tabela 2 – Rendimentos da polpa, casca e semente das mandacaru do município de Lagoa Seca, correspon-
três variedades de Nopalea cochenillifera.
dente a 10,40 °Brix e ao mamão baiano 11,14 °Brix

Não resis- analisados por Reis et al. (2015).


Rendimentos Baiana Resistente
tente Embora seja superior SST presentes nas va-
Rendimento da riedades Baiana e não resistente, todos os valores
59,23 53,84 49,15
polpa (% p/p)
encontrados são inferiores ao de Alves (2008) e Nu-
Rendimento da nes et al. (2012) que analisaram a variedade gigan-
15,98 18,26 22,51
casca (% p/p)
te, desse modo, é possível inferir que a nomenclatura
Rendimento de
semente (% 8,48 10,22 16,51 “doce” é provável devido a quantidade de SST em
p/p) sua polpa, entretanto mais estudos sobre os teores
de açúcar total e redutores presentes nas polpas,
Os resultados da umidade presentados na
precisam ser realizados.
Tabela 3 são superiores aos valores encontrados
Os valores de pH obtidos estão dentro da
por Canuto et al. (2006) 87,80% para a variedade
faixa dos valores encontrados na literatura, para os
gigante provenientes do município de São Sebas-
figo-da-índia gigante Opuntia ficus-indica (ALVES
tião de Umbuzeiro, Paraíba, bem como os de Al-
2008; CANUTO et al. 2006; PRIMO BRITO, 2008).
ves (2008) do município de Arcoverde, Pernambu-
Entretanto, de acordo com Alves (2008) a faixa de
co entre 85,87±0,79% e 87,40±2,03% e Oliveira,
pH entre 5,4 e 7,0 é propícia ao desenvolvimento de
Junqueira e Mascarenhas (2011) 80,45±0,005%
inúmeras espécies microbianas, aumentando assim
também de Pernambuco, o que indica maior teor
o risco de alterações microbiológicas.
de umidade que a variedade gigante e por conse-
quência, maior perecibilidade o que pode dificultar 5. Conclusão
a comercialização. Entretanto, como já comentado
em outras secções, o teor de umidade pode estar di- Os frutos da espécie Napolea cochenillifera

retamente relacionado à época da colheita, que no apresentam características de frutos próprios para

nosso caso, foi feita ainda em uma estação conside- consumo in natura, se sobressaindo a variedade

rada chuvosa, portanto, com maior teor de umidade Baiana: rica em SST, suculenta e com maior rendi-

e, portanto, podendo estar relacionada à maior umi- mento de polpa, sendo assim interessantes para ali-

dade nos frutos. mentação humana, de modo a agregar ainda mais


valor ao cultivo da palma forrageira. Embora sendo
Tabela 3 – Caracterização físico-química da polpa da
palma forrageira Nopalea cochenillifera (L.) cultivados no menores que os frutos da espécie Opuntia ficus-indi-
Agreste Paraibano ca, apresentaram aproveitamento da polpa superior,

Variedades Umidade SST (°Brix) pH podendo ser utilizados também no processamento


(%) industrial. Com relação à composição de constituin-
Baiana 91,42±0,35 8,83±0,62 5,75±0,01
tes bioativos, este trabalho por sua condição prelimi-
Resistente 92,66±0,59 10,77±0,48 5,49±0,12
nar, não encontra respaldo para tal indicação, sendo,
Não Resistente 91,68±0,53 8,3±0,53 5,80±0,01
portanto, necessário dar sequência às análises se-
O teor de Sólidos Solúveis Totais SST, repre-
quenciais como teor de compostos fenólicos totais,
3º SIMPIF

senta principalmente açúcares e outros compos-


teor de antioxidantes e determinação do perfil de
tos que ao se misturarem/dissolverem no suco da
compostos fenólicos a ser determinada por análise
fruta, dão o sabor doce ou ácido (ALMEIDA, et al.
em Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC),
2009). Os valores de SST observados nos frutos de
análise que será realizada em um anova etapa deste
Napolea cochenillifera resistente são relativamente
estudo. Contudo este estudo também deixa eviden-
superiores aos valores das variedades Baiana e não
te que um melhor conhecimento das características
resistente e podem ser comparados ao do fruto do
físicas e físico-químicas dos frutos requer uma co-

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lheita em épocas diferentes, principalmente conside- ra no Cariri paraibano. Relatório Técnico-Fitossani-


rando a Região Nordeste que tem precisamente duas tário. Lagoa Seca, EMEPA-PB. 2001.20p.il.

estações antagônicas: com chuvas e com estiagem, MANFIO, C. E.; MOTOIKE, S. Y.; SANTOS, C. E. M.; PI-
períodos totalmente diferentes que podem induzir MENTEL, L. D.; QUEIROZ, V.; SATO, A. Y. Repetibilida-
comportamento de defesas totalmente diferentes de em características biométricas do fruto de ma-
caúba. Rev. Ciência Rural. Santa Maria, v. 41, n. 1, p.
nas espécies avaliadas neste pequeno estudo.
70-76, jan, 2011.

6. Agradecimentos NEVES, A.L.A., Pereira, L.G.R., Santos, R.D., Voltoli-


ni, T.V., Araújo, Moraes, S.A., Aragão, A.S.L. & Costa,
Os autores expressam seus agradecimentos C.T.F. Plantio e uso da palma forrageira na alimenta-
ao IFPB pelo apoio financeiro e incentivo a iniciação ção de bovinos leiteiros no Semiárido brasileiro. 1ª
científica, ao INSA pela matéria-prima e ao LACOM/ ed. Embrapa Gado de Leite, Juiz de Fora. 8p. 2010.

UFPB pela parceria na realização das análises. NUNES, V. X.; DIAS, V. F.; COTRIM, E. S.; SANTOS, A.
O.; OLIVEIRA, C. G. Caraterização física e físico-quí-
Referências mica de frutos da palma gigante em diferentes está-
dios de maturação. VII CONNEPI. Tocantins. 2012.
ALMEIDA, M. M.; SILVA, F. L. H.; CONRADO, L. S.;
FREIRE, R.M.M.; VALENÇA, A. R. Caracterização fí- NUNES, V. X.; FONSECA, S. N. A.; NUNES, N. X.; JE-
sica e físico-química de frutos do mandacaru. Rev. SUS, M. O.; SILVA, J. M.; PARAIZO, E. A.; MIZOBUTSI,
Brasileira de Produtos Agroindustrais. v. 11, n. 1, G. P. Caracteristicas físicas e físico-químicas de fru-
p. 15-20, 2009. tos da palma forrageira (Opuntia ficus indica L. Mill)
cultivados no Nordeste. 8°FEPEG, Unimontes. 2014.
ALVES, M. A. Caracterização e aspectos pós-colheita
dos frutos de Opuntia ficus-indica (L.) Miller oriun- OLIVEIRA, E. A.; JUNQUEIRA, S. F.; MASCARENHAS,
dos de Arcoverde – Pernambuco. Tese de Doutorado R. J. Caracterização físico-química e nutricional do
– Programa de Pós-Graduação em Nutrição. UFPE. fruto da palma (Opuntia ficus indica L. Mill) cultivada
2008. no sertão do ub-médio São Francisco. Holos. ano 27,
vol. 3. 2011.
CANUTO, T. M.; ARAÚJO, A. P.; BARBOSA, A. S.; FRAN-
ÇA, V. C.; DANTAS, J. P. Caracterização do fruto da OLIVEIRA, F.T., SOUTO, J.S., SILVA, R.P., ANDRADE
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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

ROCHA, J.E.S. Palma forrageira no Brasil: o estado da


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3º SIMPIF

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Mateus Lucas de Campos e Silva


Construção de um gerador de bits
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
pseudoaleatórios para aplicação
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa em análises de sistemas de
Rafael Duarte de Sousa telecomunicações
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
Resumo
Rudrigo Rangel de Lima
[email protected]
O presente trabalho trata da construção e teste de um gerador de
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa sequências de bits pseudoaleatórios. Inicialmente, analisou-se a
capacidade de chaveamento de uma onda quadrada de duas plata-
Leonan Vieira da Silva
[email protected] formas disponíveis, o Arduino UNO R3 e o Raspberry Pi 3B+, para a
Instituto Federal de Educação, Ciência e
frequência desejada, de 500 kHz. Sendo o segundo escolhido devido
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
à sua capacidade de chaveamento garantir frequências maiores que a
Leandro da Silva Cabral desejada. Desenvolveu-se então um programa que gera, baseando-se
[email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e na distribuição discreta de Bernoulli, um arquivo com uma sequência
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa
de 500 milhões de bits. A verificação da aleatoriedade destes bits
Luís Romeu Nunes foi feita em conformidade com 15 testes descritos pelo Instituto Na-
[email protected] cional de Padrões e Tecnologia americano (NIST), sendo aprovada
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba - Campus João Pessoa em todos. Construiu-se então um modulador FSK, chaveando duas
portadoras de frequências diferentes, tendo como modulante o sinal
aleatório do arquivo carregado na Raspberry Pi. Avaliou-se o efeito
dessa sequência aleatória no sinal modulado, tanto no espectro como no domínio do tempo, mostrando a
utilidade do gerador para testes de sistemas de telecomunicações complexos.

Palavras-chave: Aleatoriedade. Gerador de Bits. Teste de sistema de telecomunicações.

Abstract

This paper aims to present the building and testing process of a pseudorandom bit generator. Initially, the two
available platforms, an Arduino UNO R3 and a Raspberry Pi 3B+, had their switching capabilities analysed to
check if they were able to generate a square wave at the desired frequency of 500 kHz, in which the latter was
chosen as it was able to switch signals with frequencies higher than the desired frequency. An application was
developed to create a 500 million-bit sequence based on the discrete Bernoulli distribution and save this se-
quence in a text file. The randomness was tested using 15 tests described by the american National Institute of
Standards and Technology, in which the sequence was deemed random by all tests. Then, a modulator circuit to
switch between two different frequency signals was built and the bit sequence was loaded to the Raspberry Pi
3B+ to act in the circuit as the modulating signal. The effects of this sequence in the modulation were evaluated
based on the specter and shape of the modulated signal in the time domain, where it was shown the usefulness
of this bit generator in communication systems benchmarking.

Keywords: Randomness. Bit generator. Communication System Benchmark.

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1. Introdução Um dos principais usos de sequências biná-


rias pseudoaleatórias no campo das telecomunica-
Geradores de sequências binárias são larga-
ções é o teste de robustez de um sistema complexo.
mente utilizados no campo das telecomunicações,
Através de bits pseudoaleatórios pode-se testar a
criptografia e testes de sistemas de comunicações
capacidade de um sistema via parâmetros como BER
(ŠAJIĆ, 2013). Por definição, um PRBG (Pseudoran-
(Bit Error Rate, do inglês: taxa de erro de bit) e MER
dom bit generator, do inglês: gerador de bits pseudoa-
(Modulation Error Rate, do inglês: taxa de erro de
leatórios) gera uma sequência de símbolos binários
modulação), pois, como os símbolos de dados são
que podem ser aproximados à aleatoriedade total.
gerados de forma quase aleatória, não há controle
Tais geradores podem ser implementados das
do tipo de dado que será transmitido/recebido. Por
mais variadas formas. Podem ser usados algoritmos
exemplo, um modulador que opere na modulação
previamente desenvolvidos para geração de núme-
QPSK (quadrature phase shift keying) recebendo da-
ros pseudoaleatórios. Alguns geradores se utilizam
dos aleatórios, pode sofrer a qualquer momento um
de distribuições de probabilidade já existentes no
desvio de fase de 180º entre um símbolo e o seu sub-
campo matemático da estatística para balizar a ge-
sequente. A resposta do sistema de transmissão a
ração. Há também os que usam mecanismos do tipo
essa variação abrupta é de extrema importância para
LFSR (Linear feedback shift register, do inglês: re-
o projetista do sistema, que poderá ter noção real
gistradores de deslocamento com retroalimentação
de quão robusto o sistema se apresenta na prática.
linear), que são conjuntos de portas lógicas ou até
mesmo flip-flops encadeados e retroalimentados, 2. Referencial teórico
que produzem variações em vários pontos de saída
durante o circuito, a fim de retornar ao usuário vá- 2.1 Arduino
rias saídas pseudoaleatórias. [se tiver referência é
O Arduino é uma plataforma de desenvolvi-
importante]
mento que faz uso de um microcontrolador, ampla-
Na última década, os geradores pseudoalea-
mente utilizada na introdução de estudantes e hob-
tórios tem sido cada vez mais requisitados, princi-
bistas ao mundo da programação e de hardwares
palmente pelo mercado financeiro e em sistemas
controláveis. O Arduino é um projeto de hardware e
de pagamentos online, pois, para garantir maior
software open source, o que viabiliza sua aplicação
confiabilidade da chave criptográfica utilizada nas
nas mais diversas áreas, desde projetos simples aos
transações via internet é necessário um alto nível de
mais robustos (ARDUINO, 2019).
aleatoriedade na hora de determinar as chaves crip-
O Arduino utiliza um microcontrolador ATme-
tográficas de cada ponto na rede, garantindo que
ga 328p, um AVR de 8 bits produzido pela Atmel, de
haja uma maior dificuldade para pessoas má inten-
arquitetura RISC (Reduced Instruction set Compu-
cionadas conseguirem se infiltrar.
ter). A placa Arduino provê uma comunicação entre
Entre os geradores de sequência de bits mais
o microcontrolador e uma interface USB, por meio de
cobiçados hoje, mas ainda não realizável somente
um ambiente de desenvolvimento específico, o que
via software, consta o TRBG (True random bit gene-
facilita a configuração de seus pinos (tanto entra-
3º SIMPIF

rator). Para se realizar esse tipo de gerador ainda é


das/saídas digitais quanto pinos de conversão ana-
necessário que haja uma parte em hardware dedi-
lógico-digitais) (MICROCHIP, 2018).
cada a coleta de dados não aleatórios providos por
O Arduino utiliza um cristal oscilador na fre-
fenômenos físicos não-determinísticos. Pode-se ci-
quência de 16MHz. Graças a otimização do RISC ele
tar como exemplo um circuito utilizando o circuito de
consegue realizar uma instrução simples em apenas
Chua (CHUA, 1992).
um ciclo de clock. Na frequência máxima uma instru-
ção simples é executada em 62,5ns. O Atmega328P,

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TRATAMENTO E REÚSO DE ÁGUAS E AFLUENTES

utilizado na placa Arduino UNO, possui 3 timers sen- 2.3 Modulação digital FSK (Frequency Shift Keying)
do dois de 8 bits e um de 16 bits. Esses timers são
Neste artigo usaremos os bits pseudoaleató-
utilizados para várias funções como temporização,
rios gerados como sinal modulante para teste de ro-
geração de sinais PWM, interrupções periódicas, en-
bustez de um sistema de modulação digital. Dentre
tre outros (MICROCHIP, 2018).
as modulações digitais, a do tipo BFSK (Binary fre-
Os registradores do Arduino têm ainda pre-s-
quency shift keying) é uma das mais simples de se-
calers e dois modos principais de operação, o CTC
rem implementadas. Esta funciona a partir de duas
(Clear time on compare), no qual o valor máximo do
portadoras em diferentes frequências. Portanto, a
registrador de contagem é limitado pelo usuário de
cada transição de bit, o modulador chaveará para a
forma a diminuir o tempo máximo entre as interrup-
frequência pré-definida pelo protocolo de comunica-
ções, e o modo normal onde a interrupção acontece no
ção (HAYKIN, 2008).
estouro da contagem do valor máximo de registrador
(256 ou 65536, dependendo do registrador usado). Figura 1 – Exemplo de saída de sinal binário modulado em
BFSK. Figura (a): sinal-mensagem digital, (b) portadora
após sofrer modulação do tipo BFSK.
2.2 Raspberry Pi 3B+

O Raspberry Pi 3B+ é um SBC (Single Board


Computer, do inglês: computador de placa única).
Ele permite estabelecer conexões com diversos pe-
riféricos por meio de um barramento com 40 GPIO’s
(General purpose input/ouput, do inglês: entrada/
saída de uso geral) servindo como saída/entrada de
comandos do sistema, podendo essas operar sinais
analógicos ou digitais de até 3,3 V. O Raspberry Pi
3B+ conta com um alto poder de processamento em-
barcado, baseado em um processador do tipo ARM
(Advanced Risc Machine) com velocidade de clock de
1,4 GHz, placa de vídeo integrada e acesso a rede
Fonte: autoria própria.
por cabo ou via Wireless (RASPBERRY PI, 2019).
Devido ao alto poder de processamento numa A partir da análise temporal vista na Figura 1,

placa de pequenas dimensões, além de fornecer podemos perceber que na modulação BFSK, marcas

funcionalidades que muito se assemelham aos com- (bits 1) tem uma frequência de portadora bem defi-

putadores pessoais, essas placas são consideradas nida, que é visivelmente diferente da frequência da

microprocessadores. A grande vantagem em relação portadora definida para os espaços (bits 0). Neste

aos microcontroladores, como o Arduino, é a grande caso da Figura 1, ambas as portadoras estão sin-

versatilidade de características que o Raspberry for- cronizadas com o timeslot do sinal-mensagem, mas

nece, podendo ser programada em diversas lingua- caso não haja essa sincronia, a portadora principal

gens como C/C++, Python, entre outras. sofrerá com bruscas interrupções entre o chavea-
3º SIMPIF

Graças ao alto valor do clock do processa- mento das frequências causando descontinuida-

mento do microprocessador que acompanha o Ras- des no sinal modulado. Esse fenômeno é conheci-

pberry é possível obter altas velocidades de chavea- do como modulação BFSK com fase descontínua. A

mento de seus GPIO’s, sem a necessidade de códigos Figura 2 apresenta a diferença entre os sinais com

complexos, nem atuação direta em seus registrado- fase continua e descontinua.

res internos, pois, há disponíveis diversas bibliotecas


que manipulam diretamente estas variáveis.

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Figura 2 – Comparação entre BFSK com fase descontínua


(a) e com fase contínua (b).

(b) Espectro do sinal FSK com fase contínua


Fonte: ROUPHAEL (2009)

Fonte: adaptado de ROUPHAEL (2009)


2.4 Pseudoaleatoriedade
Já na análise espectral, o BFSK contínuo
Na atualidade é comum a necessidade de se
apresenta duas raias principais, uma para cada fre-
produzir dados sem um padrão específico em várias
quência utilizada para representar a marca e espaço
áreas do conhecimento. A aleatoriedade é a falta de
do sinal-mensagem. No caso do BFSK descontínuo,
padrão ou previsibilidade nos eventos, é a quebra de
além das duas raias contendo as frequências das
ordem, propósito ou causa. Um processo aleatório é
duas portadoras, haverá também um alargamento
o processo repetitivo que apesar de seus resultados
das mesmas, isto acontece devido à descontinuidade
não apresentarem um padrão determinístico eles se-
brusca do sinal no tempo, como este é de caráter
guem uma distribuição de probabilidade. Já um pro-
muito mais curto no tempo, haverá uma ocupação
cesso pseudoaleatório é um processo que parece ser
maior na banda alocada para as frequências porta-
aleatório, mas não é. Sequências pseudoaleatórias
doras das marcas e espaços do sinal mensagem. A
apresentam aleatoriedade estatística, mas são gera-
comparação pode ser vista na Figura 3, onde obser-
das por um processo inteiramente determinístico. Tal
va-se a distribuição de energia de ambos os casos.
processo pode ser obtido através de um gerador de
Figura 3 – BFSK: Comparação espectral com fase descon-
bits pseudoaleatório, o qual pode ser definido como
tínua (a) e com fase contínua (b).
um algoritmo para gerar uma sequência de números
cujas propriedades se aproximam das propriedades
das sequências de números aleatórios plenos (VIG-
NATTI, 2010).
A geração de números aleatórios tem diver-
sas aplicações tais como em estatística para amos-
tragem aleatória e simulação, em jogos eletrônicos
para criação de mapas procedurais, nas ciências da
computação em simulações de ambientes caóticos,
(a) Espectro do sinal FSK com fase descontínua na criptografia para geração de chave de segurança,
3º SIMPIF

em finanças, entres outros. O processo de geração


de números pseudoaleatórios é mais fácil de se pro-
duzir do que um genuinamente aleatório, com isso
tendo uma aplicação mais conveniente.
Neste artigo serão demostrados os métodos
utilizados para a criação e os resultados obtidos na
construção de um gerador de bits pseudoaleatórios.

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Como citado anteriormente, a sequência gerada não 3. Teste de runs (Runs Test): Um run é uma sequên-
é verdadeiramente aleatória, porque é determinada cia de bits idênticos sem interrupção. Esse teste
por um valor inicial, chamado semente. A geração conta o número de runs em toda a sequência de
dos bits foi implementada em linguagem C++ uti- bits para determinar a taxa de oscilação entre
lizando-se a distribuição de probabilidade de Ber- bits 0 e bits 1.
noulli com a biblioteca Boost, cujo número máximo 4. Teste do maior run de bits 1 em um bloco (Longest
até a repetição é de 2 67000
, sendo este valor expres- Run): Nesse teste é determinado o maior run de
sivo para a aplicação a que se destina este artigo bits 1 em um bloco retirado da sequência de bits
(BOOST, 2019). original para verificar se seu tamanho é consis-
tente com o que seria encontrado em uma se-
2.5 Testes de (pseudo)aleatoriedade: NIST – SP
quência aleatória.
800-22
5. Teste da característica da matriz binária (Bin.Ma-
A SP (Special Publication, do inglês: “Publica- trix): Checa a característica de submatrizes dis-
ção especial”) 800-22 do NIST (National Institute of juntas geradas a partir de toda a sequência de
Standards and Technology, do inglês: Instituto Na- bits. Tem o objetivo de verificar a dependência
cional de Padrões e Tecnologia), além de discutir as linear em conjuntos com tamanho definido pro-
aplicações nas quais o uso de aleatoriedade é neces- venientes dessa sequência de bits original.
sário, apresenta e descreve em detalhes um conjun- 6. Teste da Transformada Discreta de Fourier (DFT):
to de 15 testes estatísticos para aleatoriedade em A sequência de bits é tratada, sendo os bits 0
sequências longas de números binários (BASSHAM e 1 convertidos para -1 e 1, respectivamente, e
III, 2010). é aplicada a Transformada discreta de Fourier.
Esses testes consistem em diferentes formas É calculado o módulo de metade dos elementos
de verificar a presença de um padrão, algo não en- resultantes da transformada e um limiar para o
contrado em uma sequência aleatória. Para os testes qual 95% dos picos devem estar, caso o sinal
descritos na SP 800-22, a hipótese nula (H0) con- seja aleatório. Depois são observados quantos
siste em a sequência testada ser aleatória, já a hi- elementos (metade do resultado da transforma-
pótese alternativa é que a sequência é não aleatória. da) estão, de fato, abaixo desse limiar para que
Em cada um deles foi testada a aceitação da hipóte- seja determinada a probabilidade de a hipótese
se nula e há um valor crítico determinado em uma nula ser verdadeira.
distribuição de probabilidades de referência. Caso o 7. Teste do modelo coincidente sem sobreposição
valor retornado pelo teste ultrapasse o valor crítico (Non Overlap): Esse teste realiza uma varredura
definido, a hipótese nula é rejeitada. na sequência de bits cuja aleatoriedade está sen-
Os testes apresentados na SP 800-22, segui- do testada em busca de certas sequências pré-
dos de suas abreviações, quando necessário, a partir -definidas de m-bits, caso ela seja encontrada, a
do seu nome na língua inglesa, são: janela de varredura é deslocada para o fim dessa
1. Teste de frequência (Monobit): Varre toda a se- sequência.
quência de bits com o objetivo de aferir a quan- 8. Teste do modelo coincidente com sobreposição
3º SIMPIF

tidade de bits 1 e bits 0 para verificar se a (Overlap Tem.): Semelhante ao teste anterior,
quantidade de bits 1 tende a ser a metade da mas ao ser encontrada uma sequência de m-bits,
quantidade de bits da sequência. a janela de varredura é deslocada em apenas 1
2. Teste de frequência em um bloco (Freq.Block): bit e não para o fim dessa sequência.
Varre um bloco de M bits da sequência original 9. Teste estatístico universal de Maurer (Maurer):
para verificar se a quantidade de bits 1 na se- Avalia se a sequência de bits, cuja aleatorieda-
quência tende a ser M/2. de está sendo testada, pode ser comprimida sem

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perda de informação. Uma compressão expressi- de de aceitação da hipótese nula calculada com
va é associada à não aleatoriedade. base nesses resultados.
10. Teste da complexidade linear (Lin.Complex): Tes- 15. Teste variante das excursões aleatórias (Random
ta o comprimento de um registrador de desloca- Exc. Var): Tem início semelhante ao teste ante-
mento linear realimentado. rior. No entanto, após a computação da excur-
11. Teste Serial (Serial): Testa a frequência de to- são aleatória, o número J agora possui 18 va-
dos os possíveis padrões de m-bits sobrepostos lores válidos. Isto é, valores diferentes de zero
na sequência original, isso é, acrescentados ao com módulo menor ou igual a 9. Além disso,
fim da sequência de bits cuja a aleatoriedade é para cada um dos estados possíveis, é calcula-
testada, e em seguida divididos em blocos de do o número total de vezes em que cada estado
m-bits. Numa sequência aleatória o número de ocorreu em todos os J ciclos. Com base nisso é
ocorrências de um padrão de m-bits é aproxima- calculada a probabilidade de aceitação da hipó-
damente o mesmo. tese nula.
12. Teste da entropia aproximada (Approx. Entr.):
3. Método da pesquisa
De forma semelhante ao Teste serial, esse tes-
te compara a frequência de dois blocos de so- Nesta seção será apresentada a metodolo-
breposição com tamanhos adjacentes (m bits gia da pesquisa, cronologicamente, será mostrado
e m+1 bits) com o resultado esperado em uma desde os testes com cada uma das plataformas de
sequência aleatória. desenvolvimento até o objetivo de alcançar a veloci-
13. Teste das somas cumulativas (Cumul. Sums): A dade de transmissão especificada, a lógica por trás
sequência é modificada de forma que os bits 0 e do circuito modulador, geração dos bits pseudoalea-
bits 1 são convertidos nos números -1 e 1, res- tórios e os testes de verificação de aleatoriedade.
pectivamente, e é calculada a soma de partes da Nos testes de hardware, a hipótese inicial foi
sequência original. Em sequências aleatórias os caso não fosse possível gerar nem uma onda qua-
valores das somas devem ser próximos a 0. drada na frequência por nós fixada como parâmetro -
14. Teste das excursões aleatórias (Random Exc.): 500 kHz, não seria possível também gerar uma onda
Nesse teste, a sequência é modificada de forma mais complexa, como um sinal que iria depender de
semelhante ao teste anterior. Em seguida, são uma geração de bits aleatórios, em tempo real.
calculadas somas parciais de subsequências
cada vez maiores e seus resultados tornam-se 3.1 Testes com o Arduino

uma outra sequência, chamada de excursão A versão de Arduino utilizada para os testes
aleatória, agora delimitada pelos valores 0. Essa foi o Arduino UNO usando o registrador de interrup-
excursão é então analisada: seja J o número de ção Timer1 de 16 bits no modo CTC, de forma a ge-
cruzamentos em 0 nela após o 0 inicial (também rar uma onda quadrada sem alterações dos bits se-
considerado o número de ciclos na excursão). riados da onda, na frequência de 500KHz e com duty
Para cada ciclo nessa excursão e para cada es- cycle de 50%. Para o modo CTC a equação utilizada
tado não-zero onde o módulo do valor é menor para encontrar o valor máximo que o registrador
3º SIMPIF

ou igual a 4, deve ser computada a frequência deve atingir está representado pela Equação 1, após
desse valor em cada ciclo e para cada um dos atingido este valor máximo, ocorrerá o estouro do
8 valores válidos, com módulo menor que 4 e contador e a partir disso, haverá sempre uma altera-
diferentes de 0, deve ser computado o número ção do valor do bit a ser enviado, ou seja, podemos
de ciclos em que o valor ocorre exatamente K alterar a frequência de saída do sinal a partir do tem-
vezes em todos os ciclos. Sendo a probabilida- po que o contador leva para estourar a contagem. As
demais variáveis são: é a frequência do cristal osci-

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lador do ATmega328P, PS é o pre-scaler escolhido, e uma onda quadrada de no máximo 4,6 MHz, sendo
a frequência de saída desejada. suficiente para a aplicação (PIHLAJAMAA, 2012).
Então, para corroborar com o benchmark en-
(1)
contrado em pesquisa, foi feito o teste real, emulan-
do uma onda quadrada de 500 kHz, e a velocidade
Para a placa utilizada no teste o oscilador
foi alcançada sem problemas. Então, o teste subse-
possui uma frequência de 16 MHz, o pre-scaler não
quente foi feito utilizando os bits aleatórios gerados
era divisional, logo a frequência de clock foi repas-
previamente. O resultado foi satisfatório, como pode
sada ao somador do registrador e a frequência de
ser visto na Figura 5.
saída de 500 KHz. Os resultados obtidos no oscilos-
cópio são apresentados na Figura 4. Figura 5 – Resultado da saída do Raspberry Pi com bits
psedoaleatórios à 500 kHz.
Figura 4 – Imagem do sinal máximo de saída

Fonte: autoria própria


Fonte: autoria própria

Como verificado na Figura 4, a frequência Diante deste resultado, a plataforma de de-

máxima obtida foi de 205,7 KHz, mesmo utilizando senvolvimento escolhida para realizar a função de

os registradores de interrupção a frequência de 500 emitir os bits pseudoaleatórios de forma elétrica foi

KHz não foi obtida. a Raspberry Pi 3B+.

A justificativa encontrada no datasheet do 3.3 Geração da sequência de bits


microcontrolador é que durante a programação da
interrupção, há a chamada de uma ISR (Interrupt Para a geração da sequência de bits, foi de-
Service Routine). A ISR é chamada para executar senvolvido um programa na linguagem C++ utili-
uma instrução a partir do estouro da contagem do zando a biblioteca Boost, com a função discreta de
registrador. O tempo entre o estouro do contador e geração de números baseada na distribuição de Ber-
a chamada do ISR é de aproximadamente (2,0 0,5) noulli, com probabilidade de sucesso (retornar o va-
µs. Tal característica inviabiliza o projeto de geração lor 1) de 50%. Cada bit gerado foi então escrito em
de bits pseudo-aleatórios através de uma única pla- um arquivo de texto, onde o número de bits a serem
ca Arduino, pois para gerar uma sequência aleatório escritos foi definido antes do início do programa.
seria necessário um maior número de instruções.
3º SIMPIF

3.4 Circuito Modulador


3.2 Testes com o Raspberry Pi 3B+
Usaremos os bits pseudoaleatórios gerados
Pesquisas visando benchmarks de velocidade como sinal modulante para teste de desempenho de
máxima dos GPIO’s da placa Raspberry pi, demons- um sistema de modulação digital BFSK.
tram que ao utilizar a biblioteca da linguagem de pro- Para implementação do circuito modulador
gramação C denominada wiringPi era possível gerar utilizado, mostrado na figura 6, estabeleceu-se os

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seguintes parâmetros necessários para este atingir converter este sinal para o nível correto de tensão
com sucesso o objetivo principal deste artigo: detectável pelo circuito integrado, foi necessária
• Capaz de operar em altas frequências uma amplificação obtida através de um transistor
• Chavear sinais analógicos (portadoras) MOSFET IRLZ44N, fabricado pela Texas Instruments,
• Baixa atenuação para altas frequências convertendo o nível de tensão de 3,3 V para 10 V.
• Chaveamento digital
4. Resultados da pesquisa
O circuito integrado CD4066 conta com todas
estas especificações, capaz de operar até 40MHz,
4.1 Resultados dos testes de pseudoaleatoriedade
contendo 4 chaves analógicas controladas digital-
mente. A lógica do circuito de modulação baseia-se Para a execução por longo período de tempo,
em controlar duas chaves analógicas através de um foram gerados 500 milhões de bits pseudoaleató-
único bitstream, no caso a sequência de bits pseu- rios, esse montante inteiro foi analisado através das
doaleatórios gerados. Uma das duas chaves recebe métricas dos testes propostos pelo NIST para ava-
o bitstream original no pino de controle, ao passo liar se dentro desse arquivo contendo os bits haveria
que o pino de controle da outra chave o recebe após algum tipo de padrão ou linearidade que incorresse
uma operação lógica de negação, ou seja, sempre numa falta de pseudoaleatoriedade pelo gerador,
que uma porta recebe um bit representando um si- caso isso ocorresse, então, matematicamente seria
nal de chave aberta a outra está recebendo um sinal possível determinar uma função densidade de pro-
de chave fechada, e vice-versa. Assim sendo, estas babilidade que descreveria o comportamento da ge-
duas chaves podem ter suas saídas interligadas sem ração, o que não seria interessante para um gerador
danos ao circuito, representando assim a soma dos deste tipo, no qual geralmente são utilizados para
sinais. emular sistemas de telecomunicações complexos. O
Cada chave comuta uma frequência portado- resultado pode ser visto na tabela a seguir.
ra diferente na saída, uma representativa das marcas
Tabela 1 – Resultado dos testes para avaliar o nível de
do bitstream e a outra representativa dos espaços. aleatoriedade.

ENTR.
Figura 6 – Abstração da lógica do circuito modulador BFSK. TESTE RESULTADO
MIN
MONOBIT
PASSOU
0,9706
FREQ. BLOCK 0,6716 PASSOU
RUNS TEST 0,6938 PASSOU
LONGEST RUN 0,4355 PASSOU
BIN. MATRIX 0,3024 PASSOU
DFT 0,8967 PASSOU
NON OVERLAP 0,9998 PASSOU
OVERLAP TEM. 0,9202 PASSOU
MAURER 0,9994 PASSOU
LIN. COMPLEX 0,7113 PASSOU
3º SIMPIF

Fonte: autoria própria SERIAL 0,6704 PASSOU


APPROX. ENTR. 0,7594 PASSOU
Para a realização da operação lógica de ne-
CUMUL. SUMS 0,4029 PASSOU
gação foi utilizado um circuito integrado CD4069.
RANDOM EXC. 0,5713 PASSOU
Como o bitstream é gerado pelo Raspberry Pi 3B+,
RANDOM EXC. VAR 0,0112 PASSOU
a tensão máxima fornecida por ela é de apenas 3,3
V, impossibilitando o uso direto com o CD4066. Para Com este resultado, o gerador de bits conse-
guiu gerar 500 milhões de bits sem nenhuma cor-

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relação detectável pelos 15 testes, de onde pode- Figura 8 – Imagem do osciloscópio. Sinal aleatório
modulado em BFSK no domínio do tempo (amarelo) e o
mos concluir que este conjunto de dados pode ser espectro correspondente (lilás).
utilizado como bits pseudoaleatórios para testes em
sistemas de telecomunicações.

4.2 Análise do sinal modulado no domínio do tem-


po e no domínio da frequência

Para a análise do sinal na saída do modula-


dor foi utilizado um osciloscópio digital, de 2 canais,
para a visualização do sinal do bitstream e do sinal
modulado em FSK. Em um primeiro momento, o teste
foi feito usando bits não aleatórios (gerador de onda
quadrada). Na Figura 7 temos a imagem do sinal não Fonte: autoria própria

aleatório modulado em BFSK juntamente ao espec- Por fim, foi medido comparativamente os bits
tro por ele produzido. pseudoaleatórios em um canal do osciloscópio e a
Figura 7 – Imagem do osciloscópio. Sinal não aleatório saída modulada em BFSK no outro canal. Na Figura 9
modulado em BFSK no domínio do tempo (verde) e o
podemos ver a correspondência entre o sinal modu-
espectro correspondente (lilás).
lado e o sinal modulante. Podemos ver nas imagens
dessa seção que o BFSK gerado neste circuito não
tem fase contínua, contribuindo para o espalhamen-
to das raias do espectro gerado pelo sinal. Esse fe-
nômeno se agrava quando o sinal digital segue uma
distribuição aleatória, devido a transição do sinal
aleatório sempre estar variando no tempo, pois, há
instantes que temos vários bits iguais, tornando o
sinal naquele instante menos transitório e em outros
momentos, há diversas transições. O único parâme-
Fonte: autoria própria tro então confiável para a medição é o time-slot.

Após a realização dessa medição, o arquivo Figura 9 – Imagem do osciloscópio. Sinal aleatório mo-
dulante no domínio do tempo (verde) e o sinal modulado
contendo os 500 milhões de bits pseudoaleatórios correspondente (amarelo).
foi carregado no Raspberry Pi. Na Figura 8 temos o
sinal pseudoaleatório modulado em BFSK juntamen-
te ao espectro por ele produzido.
3º SIMPIF

Fonte: autoria própria

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5. Conclusão/Considerações BOOST C++. Jens Maurer. BOOST C++ docu-


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tórios utilizando-se a distribuição de probabilidade libs/1_71_0/doc/html/boost_random.html. Acesso
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duzidas foram testadas através de 15 testes esta-
HAYKIN, Simon; MOHER, Michael. Introdução aos
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sistemas de comunicação. Porto Alegre: Bookman,
números binários desenvolvidos pelo Instituto Na- 2008.
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MICROCHIP. megaAVR Data Sheet - ATmega48A/
sendo aprovado em todos. Testes esses que são de
PA/88A/PA/168A/PA/328/P.2018. Disponível em:
ampla aceitação no ramo de segurança de dados. http://ww1.microchip.com/downloads/en/Device-
Em termos de aplicabilidade, utilizamos o si- Doc/ATmega48A-PA-88A-PA-168A-PA-328-P-DS-D-
nal pseudoaleatório como sinal modulante para ca- S40002061A.pdf. Acesso em: 11 abr. 2019.

racterização de um sistema de transmissão digital PIHLAJAMAA, Joonas, Benchmarking Raspberry


modulado em BPSK, comparativamente a um sinal Pi GPIO Speed. Disponível em: https://codeandlife.
com/2012/07/03/benchmarking-raspberry-pi-g-
modulante em onda quadrada, mostrando-se uma
pio-speed/. Acesso em: 15 abr. 2019
importante ferramenta na análise de desempenho
de sistemas de telecomunicações. RASPBERRY PI. Raspberry Pi, c2019. The final re-
vision of our third-generation single-board com-
Do ponto de vista de hardware, outra plata-
puter. Disponível em: https://www.raspberrypi.org/
forma de desenvolvimento poderia ser usada para products/raspberry-pi-3-model-b-plus/. Acesso em:
implementar a sequência de bits pseudoaleatória 22 de abr. de 2019
gerada, sendo que cada uma vai ter suas limitações,
ROUPHAEL, Tony J. RF and Digital Signal Processing
principalmente em taxa de transmissão. No entanto for Software-Defined Radio: A Multi-Standard Multi-
poderão ser úteis em aplicações de pequeno porte, -Mode Approach. 1. ed. [S. l.]: Newnes, 2008. 400 p.
até mesmo de cunho educacional, ou como um equi- ISBN 9780750682107. Ebook.
pamento de benchmark para testar o desempenho ŠAJIĆ, Slavko et al. Random binary sequences in
de componentes ou sistemas de telecomunicações, telecommunications. Journal of Electrical Engineer-
por exemplo. ing, v. 64, n. 4, p. 230-237, 2013.

VIGNATTI, André Luís. RELATÓRIO DE INICIAÇÃO


Referências
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ARDUINO. Arduino. In: Guide Introduction. [S. l.], EM PROJETO DE REDES E SISTEMAS DISTRIBUÍ-
2005. Disponível em: https://www.arduino.cc/en/ DOS. Universidade Federal do Paraná. Disponível em:
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3º SIMPIF

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TECHNOLOGY (EUA). Lawrence E. Bassham III.
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2010. Disponível em: https://nvlpubs.nist.gov/nis-
tpubs/legacy/sp/nistspecialpublication800-22r1a.
pdf. Acesso em: 19 abr. 2019.

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Paulo Ixtânio Leite Ferreira


Dispositivo de acionamento de cargas
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Instituto Federal da Paraíba
residenciais com tecnologia IoT
Igor Alexandre Stefan
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba

Ana Beatriz de Souza Nogueira


Rodrigues de Oliveira Resumo
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba A evolução tecnológica está cada vez mais presente na vida das
pessoas, desde o acesso a internet à automação de equipamentos
Marcílio Ferreira de Paiva Filho
[email protected] residenciais. Neste sentido a domótica, (termo relacionado à auto-
Instituto Federal da Paraíba
matização de equipamentos residenciais), vem ganhando destaque,
pois promove maior conforto ao usuário. Por consequência, melhora
a qualidade de vida e o uso eficiente dos recursos energéticos. Pen-
sando nisso, foi desenvolvido um protótipo com recursos de Internet
das Coisas (do inglês-Internet of Things (IoT)). Ele permite alterar a
condição de ligado ou desligado de cargas residenciais. O protótipo
traz quatro opções de controle independentes: manual, via aplicativo
Android, comando de voz e página WEB. Para tal, foi feito uso de do
módulo NodeMCU ESP8266, sensores, relé de estado sólido e interruptor. Além das etapas de programa-
ção em C++ e HTML. É possível acionar cargas de até 1760 W. Os resultados mostraram-se satisfatórios e
promissores. Obteve-se um protótipo de baixo custo com funcionalidades que estão presentes apenas em
equipamentos comerciais mais caros. O sistema engloba outras funções como: temperatura ambiente, um
valor aproximado da potência consumida e a presença/ausência de pessoas. Isso permite que o mesmo possa
funcionar como alarme de intruso.

Palavras-chave: Domótica. Internet das coisas. NodeMCU ESP8266. Acesso remoto. Monitoramento.

Abstract

Technological evolutions are increasingly present in people’s lives, since the internet access to home auto-
mation. In this sense, home automation, has been gaining prominence, as it promotes greater comfort to the
user. As a result, it improves the quality of life and the efficient use of energy resources. With that in mind, a
prototype with Internet of Things (IoT) technology was developed. It allows you to change the on or off condi-
tion of residential loads. The prototype features four independent control options: manual, Andoid app, voice
command and web page. To this end, the NodeMCU ESP8266 module, sensors, solid state relay and switch
were used. In addition to the programming steps in C ++ and HTML. Loads up to 1760 W can be driven. The
results were satisfactory and promising. A low cost prototype was obtained with features that are only present
in more expensive commercial equipment. The system includes other functions such as: ambient temperature,
an approximate value of the consumed power and the presence / absence of people. This allows it to function
as an intruder alarm.

Keywords: Home automation. IoT. NodeMCU ESP8266. Remote access. Monitoring.

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1. Introdução vamente pelo aplicativo. A maioria desses aparelhos


não informa o consumo da carga, aciona apenas car-
Derivada do termo em francês Domotique
gas luminosas e não têm sensor de presença (CLO-
(Domus significa casa e Imotique significa automáti-
SE, 2019), (RAWES e LIU, 2019).
ca), a Domótica pode ser definida como um conceito
O objetivo deste trabalho é usar a tecnolo-
de integração dos mecanismos automáticos em um
gia como uma ferramenta para minimizar custos e
determinado espaço. Essa tecnologia permite o me-
promover comodidade para as pessoas, por meio
lhor gerenciamento dos recursos energéticos e na
de recursos de internet das coisas, do inglês, In-
autonomia de indivíduos com limitações físicas ou
ternet of Things (IoT). Então, há a necessidade de
não (BUNEMER, 2014).
desenvolver um sistema de fácil utilização, custo
As novas tecnologias enfrentam muitos desa-
acessível e que interaja com o usuário. Para tal, foi
fios, um deles, é promover o crescimento sustentável
desenvolvido um protótipo para um sistema de acio-
das próximas gerações, ou seja, fazer uso mais ra-
namento e monitoramento de cargas residenciais,
cional dos recursos naturais. Portanto, é necessário
utilizando a plataforma de prototipagem NodeMCU
atentar para o gasto de energia, especificamente, ao
com o microcontrolador ESP8266, uma página WEB
gasto de energia elétrica, que quando utilizada in-
e um aplicativo que funciona no sistema operacional
consequentemente, sem utilizar para um fim, recai
Android. Nele o usuário poderá acionar as cargas de
na diminuição da eficiência energética, seja no pro-
forma automática e manual (via interruptor); poderá
cesso industrial ou residencial. É preciso gerenciar
monitorar consumo de energia e ainda ter informa-
tal recurso para evitar desperdícios (ADAMI, 2006).
ção se há ou não pessoas no ambiente. Esse recurso
Outra questão chave, que a domótica atende, é a
poderá servir até, como medida de segurança. Uma
acessibilidade do usuário (BUNEMER, 2014). Algu-
vez que pode indicar se há pessoas no ambiente que
mas pessoas, por algum problema físico, ou alguma
não estão autorizadas.
deficiência muitas vezes não conseguem executar
tarefas simples do dia a dia, tal como ligar e desligar 2. Referencial teórico
um interruptor ou precisar se locomover para acio-
nar um equipamento. Com um sistema de automa- 2.1 Interruptores Inteligentes
ção instalado essa dificuldade poderia ser minimiza-
O cerne para sistemas de acionamento de
da usando apenas um aparelho celular (smartphone)
cargas é um interruptor que cessa a passagem de
para realizar tal ação.
corrente elétrica para a carga. Eles são basicamente
Os aparelhos comerciais, usados na auto-
acionados de duas formas: manualmente, mais co-
mação residencial, têm alto custo e, em sua maio-
mum nas residências e, acionado via conexão sem
ria, não estão disponíveis no mercado brasileiro.
fio, usados em residências automatizadas. Existem
Como exemplo, tem-se: o Leviton Decora Smart
vários “interruptores inteligentes” sendo comercia-
In-Wall Switch, Philips Hue Dimmer, Lutron Caseta
lizados atualmente. Também conhecidos por smart
Wireless Dimmer Kit, WeMo Dimmer, Brilliant; Leg-
switches, eles abrangem, praticamente, o aciona-
rand Tru-Universal Smart Dimmer Switch e, Ecobee
mento e controle de lâmpadas (STAFF, 2019). Os
3º SIMPIF

Switch+ (STAFF, 2019). Um dos dispositivos que é


mais sofisticados possuem controle de luminosida-
vendido no Brasil (SONOFF), de menor custo, tem
de, comando de voz, suporte para interruptores pa-
menos funcionalidades e problemas de compatibili-
ralelos e sensor de presença.
dade entre o acionamento manual e via aplicativo.
Um “interruptor inteligente” é um interrup-
Uma vez acionado pelo aplicativo (ligar) e desligado
tor que pode ser controlado remotamente, por meio
de forma manual, o aplicativo não atualiza o status
da internet. Caso não tenha internet, deve funcionar
da carga, não permitindo que esta seja ligada no-
manualmente. Foi realizada uma pesquisa sobre os

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diferentes tipos de “interruptores inteligentes” pre- O ESP8266 é um microcontrolador produzido


sentes no mercado nacional e internacional. Diver- pela empresa Espressif Systems. Esse microcontro-
sos modelos foram estudados e algumas caracte- lador possui um sistema de comunicação Wi-Fi pró-
rísticas foram destacadas. Na Tabela 1 é mostrada prio. Por esse motivo é largamente utilizado como
uma comparação entre os principais “interruptores módulo Wi-Fi para outros microcontroladores, como
inteligentes”. o Arduino.

Tabela 1 – Comparativo entre os “interruptores inteligen- Uma vantagem do ESP8266 é o seu baixo
tes” comerciais. custo, geralmente na faixa de 20 a 50 reais. Outra
vantagem é seu processamento superior a outros
microcontroladores (OLIVEIRA, 2017).
O módulo NodeMCU ESP8266 foi escolhido,
pois tem número de entradas e saídas suficientes
para este projeto, pela facilidade de obtê-lo e pela
possibilidade de programá-lo com a IDE do Arduino.
Na Figura 1 é mostrado um exemplar do NodeMCU
Conversão de Dólar para Real segundo valores do Banco Central
do Brasil, acessado em 21/10/2019.
ESP8266 (ESP-12E). Seu custo, para o projeto, foi

Fonte: Elaboração própria. de R$ 37,53.

FIGURA 1 – NodeMCU ESP8266 (ESP-12E).


Na Tabela 1, os interruptores foram compara-
dos em seis categorias diferentes, sendo a primeira
o preço para obter o aparelho. Observe que quando a
categoria está marcada (√) significa que o interrup-
tor possui a característica em questão, e onde não
há essa marcação, significa que o ele não a possui.
A segunda categoria refere-se ao fato do dispositivo
permitir comando de voz. A terceira diz respeito ao
acionamento de cargas diversas, além de lâmpadas.
A quarta refere-se à presença de indivíduos no am- Fonte: (AMAZON, 2017).

biente, ferramenta essencial para aperfeiçoar o mo- Um concorrente direto do ESP8266 é o Ardui-
nitoramento de uma residência. A quinta diz respeito no. Ele também é muito usado em projetos relacio-
à função dimmer, com ela é possível ajustar a lu- nados com a domótica (THOMSEN, 2014). A primei-
minosidade do ambiente de acordo com a ocasião. ra grande diferença entre o Arduino e o ESP8266 é a
A sexta diz respeito ao acionamento agendado, ou comunicação via Wi-Fi. As placas Arduino não pos-
seja, o usuário escolhe um horário para que a carga suem um protocolo de comunicação sem fio próprio.
seja ligada ou desligada. Ele precisa de algum módulo instalado para isso.
Todas as categorias acrescentam qualidades Caso o projetista deseje utilizar o Wi-Fi para comu-
aos interruptores. São observadas que os interrupto- nicação o próprio ESP8266 é muitas vezes utilizado
3º SIMPIF

res que possuem maior número de características da como esse módulo de comunicação, mas o mais co-
Tabela 1 (Caseta e o Brilliant), possuem várias fun- mum é utilizar o Wi-fi Shield, que é específico para
ções, sendo exemplos de interruptores completos, Arduino. Outra grande diferença que favorece a es-
porém são também os que apresentam maior custo. colha pela ESP8266 é o custo. O módulo NodeMCU
que já vem com a ESP8266 (versão ESP-12E), por-
2.2 NodeMCU ESP8266
ta para comunicação USB, etc. Custam 66,01 reais
(ELETRÔNICA, 2019). Um Arduino Uno sem o mó-

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dulo de comunicação Wi-Fi custa por volta de 60,61 FIGURA 3 – Elementos de um relé eletromecânico.
reais (ELETRÔNICA, 2019).
No processo de programação do módulo No-
deMCU ESP8266 (ESP-12E) foi utilizado à classe
denominada WiFi. Ela permite a conexão com uma
rede. Na Figura 2, é apresentado um exemplo de uti-
lização desta classe.

FIGURA 2 – Demonstração da classe WiFi.

Fonte: (SILVA, 2011).

Além do tamanho, esses componentes têm


por desvantagem a presença de partes mecânicas
móveis que se desgastam mais rápido e produzem
ruído ao operar. Além disso, possuem um tempo de
resposta lento (BRAGA, 2012).
Os relés de estado sólido derivam dos conhe-
cidos opto-acopladores, que consistem num emissor
de luz (normalmente um LED infravermelho) e um
Fonte: (GROKHOTKOV, 2017).
foto sensor que pode ser um foto transistor, foto-
triac, fotodiodo, ou qualquer outro dispositivo sen-
2.3 Relé de estado sólido
sível à luz. Esse elemento sensível é usado para co-

Com o avanço da eletrônica de potên- mutar um dispositivo de maior potência, um TRIAC,

cia, dispositivos eletromecânicos (relés) têm sido conforme é mostrado na Figura 4.

substituídos por equivalentes de estado sólido. Os FIGURA 4 – Circuito de um relé de estado sólido.
relés eletromecânicos combinam uma parte elétrica
com um sistema mecânico de acionamento (BRAGA,
2012). Eles, conforme mostrado na Figura 3, pos-
suem uma bobina, que ao ser energizada, atrai uma
armadura que movimenta um conjunto de contatos,
responsáveis pela ação do dispositivo num circuito
elétrico.
3º SIMPIF

Fonte: (ELETRÔNICA, 2015).

Esses dispositivos são muito menores e mais


leves que os relés eletromecânicos equivalentes e,
em geral, tem preço menor. Essas características são
de grande importância principalmente nas aplica-
ções compactas. Como não possuem partes móveis,
sua confiabilidade é muito maior. Não existem partes

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que se desgastam e, além disso, seu funcionamento 3. Método da pesquisa


é perfeitamente silencioso. O problema do repique
dos contatos, que ocorre com os eletromecânicos 3.1 Protótipo proposto
não existe, não havendo, portanto, necessidade de
O diagrama de blocos do sistema proposto
circuitos ou recursos adicionais para sua eliminação.
está apresentado na Figura 5. Ele é composto por:
A ausência de partes móveis também possibilita o
fonte retificadora de tensão Hi-Link, módulo No-
alcance de velocidades de operação muito maiores e
deMCU ESP8266 (ESP-12E), relé de estado sólido,
uma vida útil também maior.
aplicativo (WEB), interruptor manual, sensores de
Ao escolher um relé de estado sólido é im-
corrente, temperatura e de presença e as cargas.
portante saber qual a potência máxima que ele pode
O protótipo pode ser dividido em três partes
acionar. Aqui, é possível acionar uma carga de até
principais: o microcontrolador, o servidor WEB e o
1760 W.
aplicativo. O microcontrolador é responsável por fa-
2.4 App Inventor zer a leitura dos sensores e dos elementos relacio-
nados ao acionamento das cargas, além de iniciar o
O App Inventor é uma plataforma criada pelo
servidor e mantê-lo em funcionamento. O servidor
MIT (Massachusetts Institute of Technology) em par-
WEB é a parte do sistema que recebe e atualiza as
ceria com o Google que permite a criação de aplicati-
informações dos sensores e das cargas e as mantém
vos para o sistema operacional Android, fazendo uso
visível para o usuário e, disponível para o aplicativo
de blocos e com programação orientada a objeto.
fazer as requisições. O aplicativo é a parte de inter-
Para fazer uso dos recursos fornecidos, é pre-
face com o usuário, é por onde este pode fazer as
ciso possuir uma conta Google e a partir daí, fazer
ações desejadas com suas cargas e verificar o seu
login na plataforma online, no próprio sitio do App
status. As informações presentes no aplicativo tam-
Inventor, hospedado em: https://appinventor.mit.
bém estarão presentes no servidor WEB.
edu/ e criar um novo projeto.
Para realizar o acionamento remoto das car- FIGURA 5 – Diagrama do sistema proposto.

gas, via comando de voz, foi usada a ferramenta


chamada de “SpeechRecognizer”. Disponibiliza na
plataforma no App Inventor. Ela envia os dados re-
cebidos diretamente para a “nuvem” do Google, que
por sua vez, analisa o que foi falado e dá a resposta
em uma “string”, isto é, uma sequência de caracte-
res. Ou seja, quando um usuário ativa tal ferramenta
e envia a mensagem de voz “ligar” (por exemplo),
ela é comparada com a base que existe na “nuvem”,
que por sua vez retorna a palavra “ligar” em forma
de “string”. Assim, é possível usar tal “string” de for-
ma lógica.
3º SIMPIF

É importante ressaltar que o comando de


voz só pode ser executado, se o usuário estiver Fonte: Elaboração própria.
conectado a internet, pois a base de dados do Goo-
O módulo ESP8266 (ESP-12E) pode operar
gle precisa ser consultada.
como uma estação, para que seja possível conectá-
-lo à rede Wi-Fi. Ele também pode funcionar como
um ponto de acesso flexível (Soft-Acess Point), para

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estabelecer sua própria rede Wi-Fi. Portanto, é pos- FIGURA 7 – Sensor de corrente.
sível conectar outros dispositivos a ele.

3.2. Materiais e componentes do protótipo

3.2.1 Fonte Hi-Link

A fonte Hi-Link é um dispositivo comercial


Fonte: (AMARAL, 2017).
para alimentação de cargas de baixa potência,
funciona como uma pequena fonte bivolt que contém 3.2.3 Sensor de temperatura
4 pinos, sendo 2 pinos para tensão de entrada alter-
nada (90 V – 240 V) e 2 pinos (Vo+ e Vo-) para saída A fim de realizar medições precisas da tem-
de 5 V de tensão contínua. Ela fornece até 600 mA. peratura ambiente em que o sistema se encontra, foi
Esse dispositivo possui baixo consumo de energia, utilizado o sensor de temperatura LM35 (ver Figura
proteção contra curto circuito e suas dimensões são, 8). Ele apresenta uma saída de tensão linear propor-
relativamente, pequenas. No protótipo, ela fornece cional à temperatura que ele está submetido, tendo
energia para alimentar o NodeMCU e os sensores. Na em sua saída um sinal de 10 mV/ºC. Esse sensor não
Figura 6 é mostrada a imagem da Hi-Link usada. Seu necessita de nenhuma calibração externa. No pro-
custo no protótipo foi de R$ 34,90. jeto ele tem aplicação futura para possibilitar ações
de desligamento automático de cargas que aquecem
FIGURA 6 – Fonte Hi-Link.
como ferro de solda, por exemplo. Seu custo comer-
cial foi de R$ 9,90.

FIGURA 8 – Sensor de temperatura.

Fonte: (ELETROGATE, 2019).

3.2.2 Sensor de corrente

O sensor de corrente usado foi o módulo


ACS712. Este sensor usa o efeito hall para detec- Fonte: (MOTA, 2017).

tar o campo magnético gerado pela passagem de


corrente elétrica, produzindo, na saída do módulo 3.2.4 Sensor de presença
(pino OUT), uma tensão de 66 mV/A. O módulo pode
O sensor de presença usado no protótipo foi o
ser utilizado com corrente alternada (CA) e corrente
PIR HC-SR501. Ele é um módulo que usa um sensor
contínua (CC) e, os bornes de ligação são comple-
PIR (piroelétrico), que detecta a radiação do corpo
tamente isolados da saída para o NodeMCU. Esse
humano em uma distância de até 7 metros, tem res-
sensor foi utilizado no projeto para medir o consumo
posta digital, possui três pinos, sendo um de alimen-
3º SIMPIF

de corrente na carga, a fim de calcular a potência


tação (VCC), outro para conectar ao terra (GND) e o
consumida por ela. O módulo ACS712 está ilustrado
pino de saída (Resposta). É possível ajustar a dura-
na Figura 7 e teve custo de R$ 24,59, no protótipo.
ção do tempo de espera, calibrando o sensor, para
estabilização do PIR através de um potenciômetro
amarelo em baixo do módulo, bem como sua sen-
sibilidade. A estabilização pode variar entre 5-200

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segundos. O sensor está exposto na Figura 9. Seu carga funcione normalmente. Seu custo no protótipo
custo no protótipo foi de R$ 9,50. totalizou R$ 7,39.

FIGURA 9 – Sensor de Presença. FIGURA 11 – Curvas de tensão sobre o TRIAC e a rede


elétrica.

Fonte: Adaptado de Aliexpress, 2017.

No protótipo proposto o sensor de presença


ajuda na gestão e economia de energia e na automa-
tização da carga.

3.2.5 Relé de estado sólido desenvolvido

O circuito do relé de estado sólido foi proje-


tado usando um opto-acoplador (MOC 3022) para Fonte: Elaboração própria.

acionar a carga via TRIAC (TIC226D). Ele recebe os


comandos do NodeMCU ESP8266 para ligar/desligar 3.3 Softwares desenvolvidos
a carga. O circuito foi inicialmente simulado no soft-
Toda a programação do sistema foi realizada
ware Protheus, como mostrado na Figura 10 (INS-
usando a linguagem de programação C e a lingua-
TRUMENTS, 1995).
gem de marcação HTML (Hypertext Markup Lan-
FIGURA 10 – Circuito do relé de estado sólido.
guage). Elas foram implementadas diretamente na
plataforma de desenvolvimento NodeMCU ESP8266
(ESP-12E). A comunicação entre o dispositivo do
usuário e a ESP8266 é realizada por meio de um
servidor WEB. Na página WEB é possível visualizar
o status da carga, (ON - ligado ou OFF - desligado);
alterá-lo por meio do botão “CARGA” e verificar a
presença ou a ausência de pessoas, indicada pelo
sensor de presença (PIR). Ao ser acionado, a WEB se
Fonte: Elaboração própria. comunica com o microcontrolador, que por sua vez
realiza as ações determinadas, ligando ou desligan-
Na Figura 11, é mostrado o resultada da cur-
do a carga. A página WEB pode ser vista na Figura
va da tensão sobre o TRIAC e da rede elétrica, no
12. Nela é possível observar as situações em que a
momento em que o circuito recebe o comando para
3º SIMPIF

carga está ligada e desligada, com e sem presença


ligar a lâmpada. Observe que a curva do TRIAC indi-
de indivíduos no ambiente.
ca que ele é disparado, a um ângulo de disparo de
aproximadamente 20º e tensão de aproximadamente
15 V de pico. O que significa dizer que a carga rece-
berá toda tensão da rede elétrica sobre um ângulo
de condução de 320º, condição suficiente para que a

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FIGURA 12 – Página WEB. FIGURA 13 – Aplicativo Android desenvolvido.

Fonte: Elaboração própria.

Para permitir que o usuário interaja mais fa-


cilmente com a carga via celular (smart phone) foi
desenvolvido um aplicativo Android.
Essa plataforma contém o título smartswitch,
o nome “IFPB” juntamente com o símbolo da insti-
tuição. Possui um botão para o controle da carga,
outro para o comando de voz e outro botão para
atualizar todos os dados monitorados. O aplicativo
exibe também o status da carga e a potência con-
Fonte: Elaboração própria.
sumida por ela. A interface também apresenta todas
as informações coletadas pelos sensores de moni- A opção “POTÊNCIA” mostra a potência elé-
toramento. Além dessas funções, o aplicativo possui trica, aproximada, consumida pela carga. Ela é deter-
uma função extra, o botão de controle por presença. minada supondo uma tensão de 220 V multiplicada
Há uma opção que ativa o seu uso, a qual, caso ati- pelo valor de corrente lida pelo sensor de corrente,
vada, desliga a carga após um minuto sem presença conforme a equação (1).
de usuário no ambiente. Porém, caso o usuário não (1)
deseje tal ação, ele pode desativá-la e continuar o
uso normal. Na Figura 13 pode ser vista a tela do 3.4 Confecção do protótipo
aplicativo desenvolvido.
Inicialmente foram feitos testes em matriz
de contatos (protoboard), para assegurar o funcio-
namento das partes do protótipo separadamente.
Assim, foi realizado teste de acionamento automá-
tico da carga (lâmpada incandescente de 40 W), via
NodeMCU e relé de estado sólido. Tal teste pode ser
visto na Figura 14. Neste teste, a lâmpada ficou 0,5s
acessa e 0,5s apagada, confirmando o funcionamen-
to da programação do NodeMCU ESP8266 e do relé
3º SIMPIF

de estado sólido.

FIGURA 14 – Avaliação do funcionamento da ESP8266 e


relé de estado sólido para acionar uma lâmpada.

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sitivos do mercado. Os testes com tal lógica foram


realizados diretamente com o protótipo final.
O diagrama de conexão do protótipo com a
carga e a rede elétrica é mostrado na Figura 16.

FIGURA 16 – Diagrama de conexão.

Fonte: Elaboração própria.

Para maior segurança e facilidade dos testes


com o circuito final, foi desenvolvida uma placa de
circuito impresso (PCI) para o circuito do relé (ver
Figura 15).

FIGURA 15 – PCI do relé de estado sólido. Fonte: Elaboração própria.

4. Resultados

Para comportar todas as partes envolvidas no


protótipo proposto e facilitar os testes, foi desenvol-
vida uma estrutura em madeira. Ela pode ser vista
na Figura 17, com as partes interna e externa, res-
pectivamente.

FIGURA 17 – Protótipo final.

Fonte: Elaboração própria.

Além dos recursos de acionamento remoto,


foi adicionado um interruptor ao sistema, para ação
manual.
Grande parte dos smart switches comerciais
possuem dificuldades para integrar as funções do
Fonte: Elaboração própria.
aplicativo simultaneamente às do interruptor, em
virtude da falta de compatibilidade entre as duas es- No interior da estrutura estão O NodeMCU
feras. Assim, se estabeleceu uma solução lógica, por ESP8266, o relé de estado sólido, os sensores e a
meio da programação, para solucionar o problema. fonte Hi-Link. Na parte externa, está um local especí-
Tal solução reconhece as mudanças de estado lógico fico para a lâmpada, duas tomadas e um botão físico
do botão físico e de um único botão virtual no apli- (interruptor manual).
cativo. Quando o botão do aplicativo é acionado, a É importante frisar que o protótipo desenvol-
3º SIMPIF

carga simplesmente altera o seu estado lógico. No vido, não inclui a caixa de madeira. O sistema eletrô-
contexto do botão físico, a carga tem o seu sinal in- nico pode ser acondicionado em uma caixa de 4x4
vertido todas as vezes que o botão também inverte o polegadas.
seu estado lógico. Assim, os botões físicos e virtuais Durante a realização dos testes o protótipo
conseguem funcionar em perfeita harmonia, solu- apresentou resultados satisfatórios com todas as
cionando o problema enfrentado por alguns dispo- partes do hardware interligadas, a página WEB e sua
comunicação com o aplicativo. Bem como o correto

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uso simultâneo do interruptor físico e o interruptor menor. Isso o torna competitivo. Outro sim, se des-
virtual do aplicativo. O sensor de presença, a medi- taca que o protótipo não foi desenvolvido pra funcio-
ção do consumo de potência e a exibição da tem- nar com um conjunto de cargas (lâmpadas) especí-
peratura funcionaram corretamente. Essas são fun- fico, como o HUE e Caseta, por exemplo, o que lhe
cionalidades que não são apresentadas comumente confere maior campo de aplicação.
no mercado e, dificilmente encontradas todas juntas
5. Conclusão/Considerações
num mesmo aparelho.
Na Figura 18 se pode observar o protótipo Comparativamente com os sistemas comer-
juntamente com o aplicativo no celular, na ação de ciais, as funcionalidades implementadas até o mo-
desligar a carga. mento se equivalem aos produtos mais caros e não
FIGURA 18 – Demonstração do uso do protótipo. disponíveis no mercado brasileiro, incluindo opções
extras, como a questão da temperatura, consumo
aproximado de potência, comando por voz e o uso
simultâneo de um botão manual com o aplicativo ou
com a página WEB.
O protótipo desenvolvido apresenta carac-
terísticas que possibilitarão o acesso à tecnologia
de IoT a baixo custo. Isso possibilitará que pessoas
com problemas motores possam ser mais indepen-
dentes, ou seja, tenham mais acessibilidade.
As melhorias futuras do protótipo incluem
Fonte: Elaboração própria.
uma PCI para alocar todos os componentes do sis-
Na Tabela 2 é feito o posicionamento finan- tema, a inclusão de mais cargas a serem acionadas
ceiro do protótipo frente aos aparelhos comerciais. pelo mesmo aplicativo, melhorias na página WEB,
O custo final do protótipo foi de R$ 86,28 ($ 20.94). inclusão de sensor de tensão e função de agenda-
Destaca-se que, na composição do preço do pro- mento de acionamento.
tótipo, não foram levados em conta custos com
Referências
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componentes utilizados. ADAMI, A. InfoEscola: Navegando e aprendendo.
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tótipo possui funcionalidades presentes nos apare- Acesso em: 21 Agosto 2018.
lhos comerciais mais caros a um custo relativamente

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Allysson Macário de Araújo Caldas


Dispositivo remoto de gerenciamento
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba
de consumo elétrico em tempo real com
tecnologia IoT
Anna Paula dos Santos Soares Dantas
[email protected]
Instituto Federal da Paraíba

Everton Júnior da Silva Arruda


[email protected] Resumo
Instituto Federal da Paraíba
Sempre foram presentes duas principais preocupações em relação à
Gabriel Maia Fernandes
[email protected]. utilização de energia elétrica no cotidiano de uma residência: econo-
Instituto Federal da Paraíba mia e eficiência no consumo mensal. A evolução tecnológica propa-
gada ao longo da última década possibilitou a criação de dispositivos
Victor Emmanuel da Silva Batista
[email protected] eletrodomésticos cada vez mais avançados, dispositivos capazes de
Instituto Federal da Paraíba
alcançar estes objetivos pontuais, sendo exemplo, aparelhos domés-
ticos de baixo consumo energético e alta eficiência em seus proces-
sos de execução eletromecânicos. Entretanto, um impeditivo no de-
senvolvimento perfeito desse cenário há pouco apresentado é este:
quando os aparelhos domésticos não funcionam adequadamente e
provocam gastos exorbitantes em relação ao consumo de energia
elétrica advindo de seu funcionamento. Para gestores de uma residência em que estes aparelhos domésticos
desempenham papel de vilão no consumo energético total, a solução desse impasse é mais que importante, é
necessária à harmonização do bloco dual “consumo energético versos custo energético” de cada dispositivo
em estado de mal funcionamento. Além disso, possibilitar a identificação do problema; uma correção futura
pelo próprio gestor, e a descontinuidade dos gastos energéticos excessivos provenientes de um aparelho es-
pecífico, de forma acessível e rápida, por meio de um dispositivo eletrônico embarcado desenvolvido com uma
interface amigável e direta de utilização é o objetivo deste presente estudo.

Palavras-Chave: Consumo. Energético. Gestão de energia. Dispositivo de monitoramento energético.

Abstract

Two main concerns were always present regarding the daily use of electricity in a home: savings and effi-
ciency in monthly consumption. The technological evolution propagated in the last decade has allowed the
creation of increasingly advanced devices, devices capable of achieving these specific objectives, such as low
consumption devices and high efficiency in their electromechanical execution processes. However, a specific
impediment to the perfect development of this scenario has recently been presented: when home appliances
do not work as they should and cause exorbitant expenses in relation to the electricity consumption of their
operation. For managers of a home where these appliances represent a villain in total power consumption, the
solution to this impasse is necessary to harmonize the double block “power consumption versus power cost”
of each device in a faulty state. In addition, it is possible to identify the problem; A future correction by the
manager himself and the discontinuity of excess energy expenditure of a specific device quickly and affordably
through a built-in electronic device developed with a simple and easy-to-use interface is the purpose of this
study.

Keywords: Consumption, Energetic. Power management. Energy monitoring device.

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1. Introdução Gráfico 1 - Consumo Elétrico Mundial per capita

Desde que a humanidade começou a criar


diversas tecnologias muitas destas estabeleceram
mudanças significativas no modo como toda socie-
dade se comporta, dentre essas técnicas se destaca
a manipulação da energia elétrica. No século XVI
iniciaram os estudos da eletricidade na natureza, a
exemplo o estudo de William Gilbert, “De magnete”
um dos estudos mais importantes da história, que
elabora um estudo sistemático respeito da atração Fonte: World Bank Group (2019)
dos ímãs, fenômeno que fascinava os estudiosos da
A participação da energia elétrica tem se tor-
época e foi um dos primórdios para o domínio da
nando indispensável de modo que o uso deste recur-
energia elétrica. Nos anos seguintes houveram di-
so tem se tornado cada vez mais frequente, dados do
versos estudiosos que contribuíram para formulação
World Bank Group apontam que em 2014 uma pes-
de técnicas que foram essenciais na manipulação da
soa em média consumia 3132,148 kWh (quilowatts
energia elétrica como Charles Augustin de Coulomb,
hora) no decorrer de um ano, sendo que em 2004 o
Michael Faraday, Georg Simon Ohm, James Clerk Ma-
mesmo dado apontava 2578,058 kWh o que significa
xwell e Nikola Tesla.
que no decorrer de uma década o homem passou a
Após sucessivos estudos, surgiram formas
utilizar 17,69% a mais de energia. Isso demonstra
para a manipulação da energia elétrica. O Conselho
uma alta dependência do homem acerca deste re-
Mundial de Energia (WORLD ENERGY COUNCIL) a
curso. As origens das perdas de energia podem ter
principal rede de profissionais cujo objetivo é pro-
origem técnica ou não-técnica. Perdas técnicas é a
por fontes de energia estáveis, com mais de 3000
quantia energética perdida durante o processo de
membros em 90 países relata que hoje no cenário
transporte e de transformação da energia elétrica,
mundial existem três principais fontes de matrizes
ou seja, não entregue ao consumidor final; perdas
energéticas, são elas: carvão, este que representa
não-técnicas são perdas que englobam as perdas
29,20%; Óleo natural com 32,94%; gás com cerca
comerciais, como furto, erros administrativos, erros
de 23,85; os outros 14,01% correspondem a diver-
de cadastro e erros de medição.
sas outras formas de aquisição de energia. De acor-
A medição do consumo de energia elétrica
do com a Agência Internacional de Energia se clas-
nas residências brasileiras se dá por meio do medi-
sifica como perdas de transmissão e distribuição de
dor, aparelho eletromecânico que conta, em quilo-
energia elétrica as perdas que ocorrem entre os pon-
watts-hora (kWh), o gasto mensal de um ambiente,
tos as fontes e os pontos de distribuição, em 2014
servindo de base para o cálculo do valor a ser pago
o total destas perdas no mundo todo foi de 8,26%.
pelo consumidor, incluindo-se a carga tributária de
Cada vez mais as atividades humanas se tornaram
impostos, o custo do serviço de transmissão e dis-
mais dependentes da energia elétrica, este que é um
tribuição de energia elétrica e o custo cobrado pela
3º SIMPIF

comportamento padrão em diversos países.


iluminação pública do logradouro. Com isso, o con-
sumidor recebe ao final do mês a fatura referente ao
seu consumo, tendo como única informação acerca
desse gasto a quantidade em kWh de energia elétri-
ca consumida de forma geral durante o mês.
Por esse motivo, o planejamento financeiro e a
identificação de possíveis anormalidades no funcio-

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namento dos aparelhos elétricos em uma residência Temas contendo a palavra “sustentabilida-
torna-se de difícil execução, tendo em vista a falta de de” se tornaram cada vez mais recorrentes
no dia a dia e soluções para este quesito
informações relevantes fornecidas pela concessio-
ganham destaque na mídia, impactando
nária de energia elétrica. Projetando esse cenário a
na preferência do consumidor. Geradores
nível nacional, essa adversidade ressalta a ausência de energia elétrica residenciais, “Casas
de dados concretos referentes ao perfil do consumo Verdes”, instalações de sistemas de aque-
energético nacional, de forma que não se tenha re- cimento solar, projetos de iluminação natu-
gistrado um comportamento de consumo detalhado ral, geração eólica e reaproveitamento da

dos gastos dos consumidores brasileiros, impossibi- captação de água de chuva encantam qual-
quer pessoa, pois além de colaborar com
litando assim a elaboração de estratégias eficazes
o meio ambiente, conseguem economizar
de desenvolvimento que visem aumentar a eficiência
dinheiro (BRITO, 2016, p. 24).
do uso energético no setor elétrico nacional. Além
disso, de acordo com o relatório da Associação Bra- Posto isso, é de extrema utilidade que se te-
sileira das Empresas de Serviços de Conservação de nha noção e controle em tempo real e de forma indi-
Energia (Abesco), de 2015 a 2017 o desperdício de vidual do consumo de cada aparelho, para que assim
energia elétrica custou R$ 61,7 bilhões. Essa pro- haja um melhor gerenciamento do consumo de ener-
blemática acontece não somente nas residências, gia elétrica residencial, bem como um planejamento
mas também em ambientes como indústrias e ins- financeiro mais eficiente, haja vista que muitas vezes
tituições que ocupam grandes áreas, como universi- o consumidor é surpreendido no final do mês ao se
dades e centros administrativos. Devido à extensão deparar com a fatura e seu gasto mensal, às vezes
de suas instalações, a gestão eficiente dos gastos extrapolando suas expectativas financeiras.
de cada departamento torna-se complicada, o que Além disso, os dados estatísticos disponíveis
resulta em desperdícios significativos de energia a respeito do perfil dos consumidores se limitam ao
elétrica e dificuldade em identificar máquinas e apa- gasto geral das residências, sem considerar o con-
relhos com algum defeito em seu consumo elétrico. sumo individual de cada eletrodoméstico. Tal limita-
ção impede um melhor planejamento estratégico e
2. Referencial teórico
que possa ser positivo não somente às concessioná-

Nas residências eletricamente ativas, é de rias ao traçar o perfil de consumo de seus clientes,

responsabilidade da concessionária de energia como aos próprios utilizadores. Faz-se, portanto,

elétrica local o aferimento e o cálculo do consumo necessário o desenvolvimento de um banco de da-

mensal do por meio do medidor de energia individual dos contendo informações mais detalhadas a res-

instalado na casa. O cálculo se baseia no gasto de peito do consumo elétrico. Com isso, poderiam ser

quilowatts-hora durante o mês somados à carga tri- evitados desperdícios significativos que custam caro

butária de impostos, do valor a ser pago pela ilumi- aos consumidores, às empresas e às instituições que

nação pública do logradouro e pelo serviço prestado dependem do uso de energia elétrica. Numa pers-

pela companhia. Dessa forma, o consumidor tem pectiva nacional, bilhões de reais são destinados a

como única informação acerca do uso desse servi- esse problema anualmente, e essa logística pode ser
3º SIMPIF

ço o medidor instalado pela companhia, que conta substituída por uma logística que comporte os limi-

digital ou eletromecanicamente o consumo geral de tadores reais que regem o consumo e a utilização de

energia de sua residência, sem explicitar exatamen- energia elétrica: os dados e perfis de uso energético.

te quanto cada aparelho elétrico de sua residência Com a exigência de equipamentos mais
gastou. econômicos e eficientes no mercado e as
políticas impostas aos fabricantes para
atenderem a esta demanda, os usuários

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necessitam de informações em tempo real pados com inteligência onipresente. A In-


sobre o consumo de energia de seus equi- ternet das Coisas aumentará a onipresença
pamentos, para que possam monitorá-los da Internet integrando todos os objetos
e conferir resultados, como a redução na para interação via sistemas embarcados,
conta de energia elétrica. Mas para isto ser o que leva a uma distribuição altamen-
possível, os consumidores precisam ser te distribuída rede de dispositivos que se
abstraídos de questões técnicas, sem mui- comunicam com seres humanos e outros
to esforço e de forma prática, terem con- dispositivos. Graças ao rápido avanços nas
dições de atingir este objetivo (PIOVESAN, tecnologias subjacentes, a IoT está abrin-
2017, p. 14). do enormes oportunidades para um grande
número de novas aplicações que prometem
Esta pesquisa tem como fundamentos o co- melhorar a qualidade de nossas vidas. Nos
nhecimento acerca do uso de energia elétrica e, últimos anos, a IoT ganhou muita atenção
principalmente, a forma como ela é consumida nas de pesquisadores e profissionais de todo o

residências. Através desses princípios básicos, a tec- mundo (XIA; YANG; WANG; VINEL, 2012, p.
1, tradução nossa). [1]
nologia a ser desenvolvida, com seus sistemas inte-
grados e funcionais, possibilitará um gerenciamento A difusão recente dos conceitos de IoT e de
em tempo real do consumo elétrico residencial e, Data Science foram responsáveis por avanços tec-
com base nos dados coletados nessa gestão, o regis- nológicos significativos e que, majoritariamente,
tro e a construção digital de um banco de dados em buscam melhorar a qualidade de vida das pessoas a
linguagem SQL que armazenará o perfil do consumi- partir da interconexão de tecnologias já conhecidas
dor brasileiro de forma extensiva. Tais informações com a internet. No caso da Ciência de Dados, sua uti-
poderão ser usadas de forma estratégica para prever lidade é de fundamental importância para a gestão
e, consequentemente, evitar possíveis desperdícios de gastos financeiros e organização das informações
significativos de energia tanto pelos consumidores disponíveis no projeto.
quanto pelos órgãos responsáveis pela coordenação Para tanto, foi desenvolvido um dispositivo
do fornecimento da energia elétrica, como a Agência capaz de processar os estados básicos de pleno fun-
Nacional de Energia Elétrica, por exemplo. cionamento de dispositivos domésticos em relação à
O Brasil hoje perde 16,5% de toda a ener- sua potência de funcionamento indicada pelo fabri-
gia elétrica produzida. Para tornar mais eficiente o cante, sendo utilizado como materiais fundamentais
aproveitamento da energia, seria preciso investir o módulo ESP8266, que é um dispositivo IoT (Inter-
em duas frentes: programas de conscientização dos net of Things) que consiste de um microprocessador
consumidores e a busca de processos industriais ARM de 32 bits com suporte embutido à rede Wi-Fi e
mais econômicos e de alta performance em ques- memória flash integrada; Qt Creator, uma IDE multi-
tões de eficiências e perdas energéticas. Segundo plataforma, que oferece desenvolvimento de aplica-
o PROCEL, Programa de Combate ao Desperdício de ções; e plataformas de programação, como a IDE do
Energia Elétrica, cerca de 25% da energia produzida
1 [1]
“IoT refers to the networked interconnection of every-
no país é gasta em residências. O chuveiro é um dos
day objects, which are often equipped with ubiquitous intelligence.
maiores responsáveis pela alta do preço da conta no
3º SIMPIF

IoT will increase the ubiquity of the Internet by integrating every


fim do mês. Este projeto que propomos atua nesse object for interaction via embedded systems, which leads to a highly
âmbito, tornando possível a medição das cargas re- distributed network of devices communicating with human beings
as well as other devices. Thanks to rapid advances in underlying
sidenciais, auxiliando na redução do consumo e des-
technologies, IoT is opening tremendous opportunities for a large
perdícios desnecessários. number of novel applications that promise to improve the quality
of our lives. In recent years, IoT has gained much attention from
IoT refere-se à interconexão em rede de
researchers and practitioners from around the world”
objetos do cotidiano, frequentemente equi-

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Arduino e do Python3; e a utilização do Heroku para Conhecimentos em Data Science e IoT foram
fazer o deploy e hospedagem do site deste disposi- responsáveis por avanços tecnológicos significativos
tivo, utilizando linguagem C++, Python e JavaScript e que, majoritariamente, buscam melhorar a quali-
em todo desenvolvimento, versando pela utilização dade de vida das pessoas a partir da interconexão
de vários conceitos de Data Science, como computa- de tecnologias já conhecidas com a internet. No caso
ção e estatísticas. da Ciência de Dados, sua utilidade é de fundamental
A escolha desses atributos para o desenvol- importância para a gestão de gastos financeiros e
vimento do software se deu pelo fato de Python ser organização das informações disponíveis no projeto.
uma linguagem de programação orientada a objetos A interface apresentada diretamente ao usuário será
mais legível e simplificada que outras. Devido à fa- programada pelo QT Creator, um ambiente de desen-
cilidade de interação entre o programador e o soft- volvimento integrado (IDE, da sigla em inglês), que
ware, Python é considerada uma linguagem de alto habilita o desenvolvimento de aplicativos e outros
nível e se adequa ao plano do projeto justamente recursos para plataformas múltiplas. Por ser multi-
por sua ampla capacidade de aplicação e pela sua plataforma, essa ferramenta possibilitará o funcio-
compatibilidade com outras linguagens. Outra lin- namento do aplicativo que o em diversos sistemas
guagem a ser utilizada na composição do algoritmo operacionais, como Linux, Windows, Android e iOS.
foi C++, considerada de nível médio e que é basea- Sua vantagem se dá pela integração dos códigos de
da na linguagem C, herdando sua eficiência, porém diferentes linguagens de programação, facilitando
com novas funções. Por último, parte do código será a criação do algoritmo e aumentando a velocidade
desenvolvido na linguagem JavaScript, aproveitando de produção. A hospedagem virtual do aplicativo
sua extensa aplicação em World Wide Web, que per- dependerá do Heroku, uma plataforma em nuvem
mite implementar funcionalidades mais complexas como serviço — Platform as a Service (PaaS) — que
em páginas web, viabilizando a funcionalidade do suporta diversas linguagens de programação. Essa
gerenciador em tempo real. ferramenta permitirá que o software seja hospedado
A placa ESP8266 é um microcontrolador exi- em um ambiente facilmente escalável e com supor-
miamente habilitado para a conexão via WiFi. O chip te a várias tecnologias. O funcionamento do Heroku
foi desenvolvido pelo fabricante chinês Espressif e se baseia em sistemas de containers gerenciados,
outro diferencial do NodeMCU é a possibilidade pro- chamados de Dynos, que possuem um ambiente de
gramar a placa via OTA (Over The Air), ou seja, os software plugável e configurável, preparados para
códigos podem ser enviados para a placa através depurar sistemas web em um número limitado de
do WiFi. As características desse microcontrolador linguagens de programação. Não obstante, a tecno-
tornam seu uso altamente rentável para projetos logia dessa IDE facilitará a realização do deploy do
que envolvem IoT, devido ao seu baixo custo, com- sistema.
patibilidade com a IDE do Arduino, tamanho físico
3. Métodos da Pesquisa
reduzido e sua integração com a internet. Por isso,
o hardware terá como um dos principais componen- A partir da problematização e consequente
tesa placa NodeMCU. Será por meio dela que o pro- levantamento bibliográfico acerca do tema foram
3º SIMPIF

grama armazenará os dados enviados no banco de feitas as primeiras tentativas de solucionar, de forma
dados pela placa durante seu funcionamento. O con- inovadora, o problema do desperdício e da má ges-
ceito de internet das coisas se aplica à comunicação tão do gasto de energia elétrica residencial. Definiu-
avançada de dispositivos e sistemas à internet. Essa -se então como se daria a conexão entre o hardware
tecnologia revolucionou a tradicional estrutura M2M e o software que compõem o dispositivo, bem como
(Máquina a Máquina) e compreende uma ampla va- a utilidade dos dados coletados de cada consumidor
riedade de aplicações. pelo programa.

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Com essas informações, pretendeu-se criar 4. Resultados da pesquisa


um banco de dados que detenha o perfil médio atua-
Inicialmente, por meio de projeções realistas
lizado do consumidor brasileiro de energia elétrica.
em estudo de caso, notou-se que o projeto funcio-
Num primeiro momento, planejou-se aplicar essa
na bem quando aplicado em ambientes industriais.
estratégia a nível regional e estudar sua viabilidade
Devido ao consumo expressivo de energia elétrica
quando aplicada nacionalmente. Pode-se, por exem-
pelas máquinas e equipamentos em geral desses
plo, gerenciar o consumo elétrico do Instituto Fe-
lugares, o dispositivo pode detectar equipamento
deral de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba
com consumo anormal, tornando mais fácil identi-
(IFPB) campus João Pessoa, considerando as salas e
ficar problemas no setor de funcionamento do dis-
laboratórios como unidades consumidoras dentro do
positivo e consertá-lo, resolvendo-se o problema e
campus (região a ser analisada). Toda essa parte vir-
controlando futuros impasses pontuais de execução
tual do dispositivo foi programada nas linguagens de
de processos setoriais que envolvem este maquiná-
programação C++, JavaScript e Python, devido à sua
rio. Normalmente, essas falhas só são identificadas
versatilidade e aplicabilidade no objetivo em ques-
e corrigidas após um longo período de tempo, o que
tão.

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