Sequência Didática Autobiografia - (Parte 2) - A Escrita Do Eu
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Você deverá baixar o PDF da Oficina e poderá trabalhar em suporte papel, caso
queira, mas as atividades deverão ser todas digitais, via plataforma.
Bom trabalho!
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Oficina 2 - A escrita do “eu” - página 2
SEQUÊNCIA DIDÁTICA:
AUTOBIOGRAFIA
Oficina 2
Definido os parâmetros do contexto de produção de minha autobiografia
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Oficina 2 - A escrita do “eu” - página 3
A ESCRITA DO EU
Como autor/autora de sua autobiografia você vai escrever sobre a sua vida
de acordo com o conhecimento que tem de si mesmo/a, da sua história; uma
história que está presente em sua memória e pode resultar do entrecruzamento de
muitas outras histórias.
2. A ficção presente
Como você já trabalhou na Oficina 1, a ficção unirá os pedaços de um
quebra-cabeça, pois a memória fragmenta a história. Ou seja, você vai conseguir
lembrar de muitos episódios significativos, talvez um deles seja até um divisor de
águas em sua vida, seja o momento “charneira” de sua existência. Segundo Josso
(2010) o momento charneira é uma passagem entre duas etapas de vida, um
divisor de águas. São acontecimentos que separam, dividem e articulam as etapas
da vida. Há um antes e um depois disso. Um exemplo claro é o nascimento de um
filho, a morte de um ser querido, a mudança a outro país, a cura de uma doença, o
prêmio de uma loteria, etc… Tal como afirma Silveira (2015)
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Machado de Assis
Vida e obra
Ir ao site
O pai
Machado de Assis
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Oficina 2 - A escrita do “eu” - página 6
tempo, tal era a magia deles.
Tinha a franqueza, sem ter a intimidade; não
oferecia a casa a ninguém nem ia à casa
alheia em ocasião alguma. Tinha fé nos
homens, mas não a fé da credulidade cega;
era uma fé que examinava, perscrutava,
esmerilhava, não se fiava nas aparências, não
se deixava fascinar pelos primeiros aspectos;
quando acreditava em um homem tinha-lhe
analisado o coração.
E, ainda assim, ninguém poderia contar a
glória de lhe haver atravessado a soleira da
porta. Dali para dentro não era já o mundo; era
um lugar de penitência e de trabalho, onde
nenhum olhar estranho podia penetrar; e, se
nem o olhar, muito menos o pé.
Duas criaturas únicas viviam ali, naquele
ermo, contentes uma da outra, vivendo uma
pela outra, aliadas ambas no serviço de um
juramento de honra, de um dever de
consciência: o pai e a filha.
A filha estava no verdor dos anos; vinte
contava; vinte flores a julgar pela beleza e pela
graça que a distinguiam; vinte lágrimas a
julgar pela tristeza e pela resignação que de
toda a sua figura ressumbrava.
Triste e resignada, como era, tinha no rosto
impressa a consciência de uma missão que
desempenhava; a coragem de um dever que
cumpria. O trabalho ainda não pudera murchar
a flor da beleza nem diminuir-lhe a
exuberância da vida; mas via-se que o olhar
dela reproduzia um cuidado exclusivo, e que,
nesse cuidado, deixava correr os dias sem se
lhe dar nem da vida nem da beleza.
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Atividade 2
Descreva sua pessoa, o/a personagem principal de sua autobiografia, em forma
objetiva e subjetiva. Recorde que a descrição objetiva é feita de forma
imparcial, ou seja, é uma tentativa de demonstrar apenas aquilo que se vê da
forma mais realista possível, sem acrescentar qualquer juízo de valor, Já na
descrição subjetiva o aspecto opinativo não é só contemplado, mas muito
valorizado. Trata-se de uma descrição mais próxima das impressões captadas.
Torna-se nítido o envolvimento do observador com o objeto/pessoa descrito/a.
(Ir ao fórum na sala virtual e fazer a atividade)
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Atividade 3
Agora descreva os dias de quarentena aqui na Argentina, também de modo
objetivo e subjetivo.
(Ir ao fórum na sala virtual e fazer a atividade)
Pense em como seria a descrição dos ambientes, dos cenários, dos lugares
em sua autobiografia e como uma combinação de descrição objetiva e
subjetiva poderia encantar o/a seu/sua leitor/a.
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Primeira síntese
3. Através de ficção é que você vai costurar os fragmentos que a memória extrai
de sua história pessoal. Usando técnicas narrativas e as habilidades já
mencionadas.
4. Como autobiógrafo/a você deverá trabalhar com a construção das cenas que
contêm elementos da realidade, mas deve recordar que isso requer também a
construção de tempo, espaço e personagem que permita avançar no relato que
irá produzir.
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3. Diferenciando gêneros textuais
3.1. Etimologia
A palavra autobiografia provém do grego αυτoς (autós = «propio»), βiος (biós =
«vida») e γράφειν (grafeim = «escritura»)
3.2. Singularidades
BIOGRAFIA X AUTOBIOGRAFIA
Diferencia-se da biografía dado que na biografia não ocorre identidade entre o
narrador e o protagonista do relato, o que é próprio da autobiografia. (Vamos ver
isso mais adiante, quando falarmos de pacto autobiográfico)
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Atividade 4
Leia os textos selecionados e classifique-os quanto ao tipo de gênero textual que
são, justificando sua resposta. (Ir à sala virtual e fazer a atividade)
Texto 1
Fonte:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014/2014_
unespar-campomourao_port_pdp_viviani_aparecida_pitoli.pdf
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Texto 2
Texto 3
Eu introduzia em minha cabeça, pelos olhos, palavras venenosas, infinitamente
mais ricas do que eu pensava; uma força estranha recompunha em mim, pelo
discurso, histórias de loucos furiosos que não me concerniam, uma tristeza atroz,
a ruína de uma vida: não ia eu contaminar-me, morrer envenenado? Absorvendo
o Verbo, absorvido pela imagem, eu só me salvava, em suma, pela
incompatibilidade desses dois perigos simultâneos. Ao cair do dia, perdido numa
selva de palavras, estremecendo ao menor ruído, tomando os estalos do
assoalho por interjeições, acreditava descobrir a linguagem em estado natural,
sem os homens. Com que covarde alívio, com que ilusão, reencontrava a
banalidade familial quando minha mãe entrava e acendia a luz exclamando: ‘Meu
pobre benzinho, assim você arranca os olhos!’ Esgazeado, eu saltava em pé,
gritava,corria bancava o palhaço. Mas até mesmo nessa infância reconquistada,
eu me amofinava: de que falam os livros? Quem os escreve? Por quê? Revelei
minhas inquietações ao meu avô, que, depois de refletir, julgou chegada a hora
de me libertar e o fez tão bem que me marcou
Sartre, em “As palavras”
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4. O valor social de uma autobiografia
Atividade 5
Assista à entrevista realizada com Andor Stern, o único brasileiro ainda
sobrevivente do holocausto, realizada pela BBC e anote regras informais do
grupo, atritos nas relações pessoais e de trabalho, padrões de vida da
comunidade e tente descrever o sistema de apego, sempre quando a informação
estiver presente. (Ir à sala virtual e fazer a atividade)
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5. O contexto de produção de sua autobiografia
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Contexto sócio-subjetivo
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da própria vida e contrasta-se sempre tudo aquilo que você disser com os dados
da realidade.
6. Conteúdo
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temporais muito complexas; o assunto deve ser principalmente vida
individual, a gênese da personalidade: mas a crônica e a história
social ou política podem também ocupar um certo espaço.
Trata-se de uma questão de proporção ou, antes, de hierarquia:
estabelecem-se naturalmente transições com os outros gêneros da
literatura íntima (memórias, diário, ensaio) e uma certa latitude é dada
ao classificador no exame de casos particulares (p. 15).
Atividade 7
Foco no conteúdo
2. Dado que escrever uma autobiografia é tentar apreender sua pessoa por
inteiro, cabe relembrar e fazer uma síntese do seu eu. Por isso, sua autobiografia
deve abranger sua vida em sua totalidade e em sua gênese, ou seja os oito fatos
deverão dar a possibilidade de falar de você desde o seu nascimento até agora,
com seu ingresso à Faculdade de Línguas.
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Oficina 2 - A escrita do “eu” - página 18
guardar digitalmente o que puder, fazendo um acervo sobre você)
Bom trabalho!
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