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Curso de Direito

O controle social e o Direito Penal


DIR1AM-MCC

PROF. PABLO MOITINHO

[email protected]
CÓDIGO PENAL
PARTE ESPECIAL

TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
 121, caput: homicídio doloso simples
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 § 1º: homicídio doloso privilegiado


 § 2º: homicídio doloso qualificado - §2ºA: feminino
 § 3º: homicídio culposo
 § 4º: homicídio majorado
 § 5º: perdão judicial
 § 6º: majorante – milícia privada (2012)
 § 7º: majorante – feminicídio (2015/2018)
 Homicídio preterdoloso existe?
 R.: O nome na verdade é lesão corporal seguida de morte
(está no art. 129, § 3º).
 Homicídio qualificado
 Art. 121, § 2º (sempre hediondo, não importando a qualificadora)
 § 2° Se o homicídio é cometido:
4 I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
 II - por motivo fútil;
 III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou
cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
 IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte
ou torne impossível a defesa do ofendido;
 V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro
crime:
 Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
 VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº
13.104, de 2015)
 VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142,
de 2015)
 Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
 I - Mediante paga ou promessa de recompensa ou por
outro motivo torpe
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 Motivo torpe: vil, ignóbil, repugnante, abjeto, quase


sempre espelhando ganância por parte do agente.

 Ex.: Homicídio mercenário (é o homicídio praticado pelo


matador de aluguel, chamado de sicário - facínora).
 → mandante delito plurissubjetivo ou
 → executor (sicário) de concurso necessário
 I - Mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro
motivo torpe
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 A qualificadora da torpeza aplica-se também para o


mandante?
 1ª corrente: Tratando-se de elementar subjetiva, comunica-se
ao mandante (prevalece na jurisprudência).
 2ª corrente: Tratando-se de circunstância subjetiva, não se
comunica ao mandante (Rogério Greco).
 Qual é a natureza da paga ou promessa de recompensa?
 R.: Prevalece que deve ser de natureza econômica.
 E se for de outra natureza (ex.: sexual)?
 R.: Deixa de ser homicídio mercenário, mas permanece torpe.
 Vingança ou ciúme - torpe, dependendo da causa originária.
 II - Motivo fútil - É aquele pequeno demais para que possa
parecer capaz de explicar o crime que dele resulta.
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 Motivo fútil não se confunde com motivo injusto.


 A ausência de motivos equipara-se a motivo fútil?
 1ª corrente: Equipara-se a motivo fútil, pois seria um
contrassenso conceber que o legislador punisse com pena
mais grave aquele que mata por futilidade, permitindo-se
que o que age sem qualquer motivo receba sanção mais
branda (há inúmeros julgados nesse sentido).
 2ª corrente: Ausente previsão legal, não se equipara a
motivo fútil (respeito ao princípio da reserva legal). Corrente
adotada por Cezar Roberto Bitencourt.
 III - Meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo
comum
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 ... com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro


meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;

 “Emprego de veneno”: veneficio.

 Veneno: Toda substância, biológica ou química, animal, mineral ou


vegetal, capaz de perturbar ou destruir as funções vitais do
organismo humano.
 Obs.: Pode ser considerado veneno o açúcar para o diabético.
 III - Meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo
comum
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 Cuidado: É imprescindível que a vítima desconheça estar


ingerindo a substância letal (meio insidioso).

 Uma pessoa coloca a arma na cabeça da vítima e manda-a ingerir


veneno. A vítima toma veneno e morre. Incide essa qualificadora?
 R.: Não, mas incide outra qualificadora: recurso que dificulta ou
torna impossível a defesa do ofendido.
 IV - Recurso que dificulta ou torna impossível a defesa do
ofendido
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 ... à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou


outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do
ofendido;
 Traição: é o ataque desleal, repentino e inesperado (atirar
na vítima pelas costas).
 Emboscada: pressupõe ocultamento do agente, atacando a
vítima com surpresa (o agente, escondido no jardim de entrada da
casa da vítima, ataca quando esta chegava do serviço).
 Dissimulação: fingimento, disfarçando o agente a sua
intenção criminosa (convida a vítima para jantar, levando-a para
lugar ermo onde ocorre o ataque fatal).
 IV - Recurso que dificulta ou torna impossível a defesa do
ofendido
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 E a premeditação?
 não serve como qualificadora, mas pode ser considerada na
fixação da pena-base (circunstância judicial desfavorável).
 V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime (vínculo finalístico)

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 Art. 121, § 2º, V → homicídio por conexão.


 Essa conexão pode ser:
 Conexão teleológica: o agente mata para assegurar a execução de
um crime (futuro).
 Ex.: O agente mata o segurança para estuprar a atriz (há uma
conexão entre o homicídio e o estupro).
 Obs. 1: A qualificadora não depende da concretização do
crime futuro.
 Obs. 2: O crime futuro sequer precisa ter como autor o agente
homicida (Ex.: O agente mata o segurança para que o irmão dele
estupre a atriz).
 V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime (vínculo finalístico)

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 Conexão consequencial: o agente mata para assegurar a


ocultação, a vantagem ou impunidade de um crime (passado).
 Ex.: O agente mata a testemunha de um estupro, visando
garantir a ocultação do crime e sua impunidade.
 Obs.: O crime passado não precisa ter sido praticado pelo
homicida (Ex.: mata para ocultar crime praticado pelo irmão).
 Qual crime comete o agente que mata para assegurar a
execução, a vantagem, a impunidade ou a ocultação de uma
contravenção penal?
 R.: Homicídio qualificado pelo motivo torpe (ou motivo fútil).
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Disponível em:
https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/
2020/09/feminicidio-2020-mulheres-negras/
Acesso em 03/03/2021
 Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

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 VI - contra a mulher por razões da condição de sexo


feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
 Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

 § 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino


quando o crime envolve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
 I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de
2015)
 II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído
pela Lei nº 13.104, de 2015)
 Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006:
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 Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar


contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe
cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial:
 I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de
convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
esporadicamente agregadas;
 II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços
naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
 III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou
tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
 Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem
de orientação sexual.
 Quem pode ser considerada mulher, para efeitos de
reconhecimento do homicídio qualificado?
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 Três posições possíveis, isto é, entre os critérios psicológico,


biológico e jurídico.
 Somente aquele que for portador de um registro oficial
(certidão de nascimento, documento de identidade) onde
figure, expressamente, o seu sexo feminino, é que poderá
ser considerado sujeito passivo do feminicídio.
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 VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da


Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
 Pluralidade de circunstâncias qualificadoras

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 OBS.: Não existe crime “duplamente qualificado”, “triplamente


qualificado”...
 Ou o homicídio é simples ou é qualificado. O que pode haver é
pluralidade de qualificadoras.
 Ex.: Matar por motivo fútil (§ 2º, II) e mediante meio cruel (§ 2º, III).
 - motivo fútil: passa a ser tratado como qualificadora (pena: de 12 a
30 anos).
 - meio cruel:
 1ª corrente: circunstância judicial desfavorável (art. 59, CP);
 2ª corrente: circunstância agravante (art. 61, CP) → prevalece.
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 É possível homicídio qualificado-privilegiado?


 R.: É possível, desde que as qualificadoras sejam de natureza
objetiva.
 Ex.: Matar sob o domínio de violenta emoção e utilizando meio
cruel.
 É hediondo?
 Atenção: Fazendo uma analogia com o art. 67 do CP, prevalece a
doutrina que ensina que o homicídio qualificado-privilegiado deixa
de ser hediondo (pois o privilégio, sempre subjetivo, prepondera
sobre a qualificadora).
Bibliografia
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BITTENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal, parte especial 3. São Paulo: Saraiva,
2012.
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral. São Paulo: Saraiva, v. 2, 2011.
CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal – Parte Especial. Salvador: JusPodium,
2018.
_______. Manual de Direito Penal – Parte Geral. Salvador: JusPodium, 2018.
ESTEFAM, André. Direito penal: parte geral. São Paulo: Saraiva, v. 1, 2011.
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito penal esquematizado: parte especial. São Paulo:
Saraiva, 2011.
PRADO, Luis Regis. Curso de direito penal brasileiro. São Paulo: RT, v. 1, 2002.
TOLEDO, Francisco de Assis, Princípios Básicos de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2000.
BONS ESTUDOS!

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