Resumo de Direito Penal I
Resumo de Direito Penal I
Resumo de Direito Penal I
Ex: A mulher, adormecida, soca o rosto do marido, que tambm dorme, quebrando seu
nariz. No h inteno alguma de machuc-lo
Dimenso subjetiva da ao
Modelos de crime:
Teoria do tipo:
Conceito de tipo:
Ex: Um lutador de MMA agride outro. Ele no vai ser indiciado por leso corporal,
ainda que tenha correspondido ao previsto no artigo 129 do Cdigo Penal.
Elemento descritivos
Elementos normativos
Objetivos
Subjetivos
Modalidade de tipos:
Ex: Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia mvel:
Tipos de leso: Maioria dos tipos legais, caracterizam-se pela leso do objeto da ao
Art. 130 - Expor algum, por meio de relaes sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contgio de
molstia venrea, de que sabe ou deve saber que est contaminado ( ausncia casual do
resultado).
A falta do contgio de doena de terceiro pelo contaminante (em caso de HIV, por exemplo)
fruto da sorte. Por isso ausncia casual do resultado.
Art. 259 - Difundir doena ou praga que possa causar dano a floresta, plantao ou animais de
utilidade econmica: (presume o perigo para o objeto em proteo)
Ex: Art. 148 - Privar algum de sua liberdade, mediante seqestro ou crcere privado
Ex: Calnia
Art. 138 - Caluniar algum, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Tipos especiais podem ser praticados por sujeitos portadores de qualidades descritas no
tipo legal. H tipos prprios e imprprios
Ex: Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionrio pblico de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
mvel, pblico ou particular, de que tem a posse em razo do cargo, ou desvi-lo, em proveito
prprio ou alheio:
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento pblico, ou alterar documento pblico
verdadeiro:
Ex:Homicdio simples
Homicdio qualificado
2 Se o homicdio cometido:
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou
cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
VI - contra a mulher por razes da condio de sexo feminino: (Includo pela Lei n
13.104, de 2015)
VII contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituio
Federal, integrantes do sistema prisional e da Fora Nacional de Segurana Pblica, no
exerccio da funo ou em decorrncia dela, ou contra seu cnjuge, companheiro ou parente
consanguneo at terceiro grau, em razo dessa condio: (Includo pela Lei n 13.142,
de 2015)
Ex: Art. 135 - Deixar de prestar assistncia, quando possvel faz-lo sem risco pessoal,
criana abandonada ou extraviada, ou pessoa invlida ou ferida, ao desamparo ou em grave
e iminente perigo; ou no pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pblica:
Ex: O pai que vendo a criana se afogar e podendo salv-la, se nega a faz-lo
conscientemente.
Tipo objetivo
Art. 13 - O resultado, de que depende a existncia do crime, somente imputvel a quem lhe
deu causa. Considera-se causa a ao ou omisso sem a qual o resultado no teria ocorrido.
Interrupo da causalidade
Ex: B morre atropelado na sada do restaurante, mas porque o veneno que a botou em
sua comida fez com que ele ficasse tonto e cambaleasse at o meio da rua. (a ao de A
fator constitutivo do resultado concreto)
Imputao do resultado
Valorao
O autor no cria o risco do resultado: A manda B nadar na chuva e B morre atingido por
um raio
O autor reduz o risco do resultado: A empurra algum que seria atropelado por um
carro, salvando-a, mas fazendo com que ela quebre o brao.
Tipo Subjetivo
a) Elemento subjetivo do tipo: DOLO
Espcies de Dolo
Ex: A vai ao campo praticar tiro e atinge B, que tambm est no campo, sem se
importar com as consequncias.
Erro de tipo
Se o dolo exige conhecimento das circunstncias de fato do tipo legal, o erro, sob tais
circunstncias, exclui o dolo
Defeito no tipo legal: a realizao objetiva do fato no se concilia com o elemento
subjetivo do autor. H um descompasso entre o que o autor queria realizar e o que ele
efetivamente realizou.
Erro essencial: Aquele que cai sobre dados objetivos que se vinculam prpria
essncia da matria da proibio.
Ex: A trafica determinada substncia (cometeu o dolo), vende para B, que descobre que
se trata de organo. (O fato ento atpico)
Sujeito leva para casa algo que achava ser seu, por engano.
Erro vencvel: O sujeito no incidiria no fato se fosse mais cauteloso (permite punio
culposa, se houver)
Erro invencvel: Qualquer outra pessoa incidiria no mesmo erro, se no lugar do agente
Ex: A pega a bolsa de B que totalmente igual, inclusive com os mesmos bottons
presos.
Erro Acidental: Trata-se de um erro irrelevante. O sujeito incide sobre um erro que no
possui nenhuma repercusso.
Nesse caso trata-se de relao coisa-pessoa: A pega uma pedra para acertar um vaso.
Erra e mata a pessoa B
A d um tiro em B. Para ocultar cadver, joga ele no rio. B morre por afogamento - A
acha que est ocultando o cadver (nexo causal que ele achou que era real), mas
estava matando de fato (nexo causal efetivo).
Culpa
No tipo doloso, eu puno o autor por uma ao dirigida a um fim ilcito. No tipo culposo,
eu puno o autor por uma conduta mal dirigida.
Incndio
Art. 250 - Causar incndio, expondo a perigo a vida, a integridade fsica ou o patrimnio de
outrem:
Incndio culposo
Pargrafo nico - Salvo os casos expressos em lei, ningum pode ser punido por fato
previsto como crime, seno quando o pratica dolosamente.
Negligncia para Tavares: Forma de conduta humana que se caracteriza pela realizao
de um tipo de delito por meio de uma ao perigosa e contrria ao dever de cuidado,
materializvel em um resultado previsvel e evitvel e cuja culpabilidade se assenta no
fato de no haver o agente evitado sua realizao apesar de capaz e em condies
de faz-lo.
Culpa Imprpria
Incorrendo em um erro de tipo essencial, mas evitvel, o agente supe que est coberto
por uma causa excludente de ilicitude:
Ex: A est vendo TV na sala. Ouve uma srie de barulhos estranhos. Atira. Era sua
esposa chegando em casa.
ANTIJURIDICIDADE
Legtima defesa (aqui eu peguei os conceitos do livro, mas so iguais aos do professor)
repulsa da agresso ilegtima atual ou iminente pelo atacado ou por terceira pessoa
contra o agressor sem ultrapassar a necessidade e dentro da racionalidade, observando
os meios empregados para impedi-la ou repeli-la.
Art. 25. Entende-se em legtima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessrios,
repele injusta agresso, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
- Desviar da agresso
- Empregar defesa sem dano
- Pedir socorro aos pais do agressor
- Assumir o risco de pequenos danos
Se no for possvel os fatores acima, voc aplica a legtima defesa com moderao
(pode ter leso grave e morte)
Est vedada agresso fsica grave ou homicdio. Exceo: Risco de leses graves.
Agresso provocada pelo agredido para agredir o agressor (Provocar a situao para
o agredido me agredir)
Extenso da justificao
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo
atual, que no provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito prprio ou
alheio, cujo sacrifcio, nas circunstncias, no era razovel exigir-se. (Redao dada pela Lei n
7.209, de 11.7.1984)
1 - No pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
(Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)
2 - Embora seja razovel exigir-se o sacrifcio do direito ameaado, a pena poder ser
reduzida de um a dois teros.
Caracteriza-se pela existncia de perigo para o bem jurdico definido como atual,
involuntrio e inevitvel.
Inevitvel - No pode ser evitado conforme ao direito, ou no pode ser superado sem
leso do bem jurdico sacrificado, ou, ainda melhor, que a leso do bem jurdico
necessria para evitar o perigo.
Teoria
Unitria (adotada pelo Cdigo Penal): Estado de necessidade sempre causa excluso
de antijuridicidade (sacrifcio no razovel)
Ponderao entre os valores dos bens e deveres em conflito. Somente ser causada a
excluso quando o bem salvo for o de maior valor teremos uma circunstncia de
excluso da culpabilidade.
a) Atual, no iminente
Ex: Salvo uma casa de um incndio, inundando-a. No posso ser culpado pelos
possveis danos no piso e eletrodomsticos e tambm no preciso da prvia autorizao
dele.
Conduta Lesiva
b) Razoabilidade do sacrifcio
MUITO IMPORTANTE!
Art. 23 - No h crime quando o agente pratica o fato: (Redao dada pela Lei n 7.209, de
11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerccio regular de direito.(Includo pela Lei
n 7.209, de 11.7.1984)
Requisitos:
Dever legal - necessrio este dever legal que justifique a conduta lesiva. O dever deve
ser oriundo de uma norma legal em sentido amplo.
Ex: Policial v algum roubando. Tem o estrito dever legal para prend-lo, mas se ele se
entregou sem fora, no necessrio algem-lo. O excesso de fora seria uma coliso
entre o dever legal e o excesso da atuao do dever legal.
* Legtima defesa e cumprimento do dever legal podem ser confundidos (verificar art.
292 do CPC
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistncia priso em flagrante ou
determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem podero
usar dos meios necessrios para defender-se ou para vencer a resistncia, do que tudo se
lavrar auto subscrito tambm por duas testemunhas.
Requisitos: