As Religiões de Matrizes Africanas No MS
As Religiões de Matrizes Africanas No MS
As Religiões de Matrizes Africanas No MS
As religiões de matrizes africanas chegam ao Brasil nos navios negreiros, cuja carga
era muito mais valiosa que vidas humanas para serem utilizadas como mão de obra
escrava, era também carregados de histórias milenares, ricas em costumes, culturas,
línguas, e religiosidade, todo esse vasto conhecimento foi passando oralmente de
geração a geração, entre os escravizados, porém suas praticas foram sendo
modificadas ao longo dos anos, os escravizados eram todos oriundos da África, mas
vinham de lugares diferentes e cultuavam orixás que remontavam as suas regiões , e
ao conviverem juntos na mesma senzala, se deu a mescla desses elementos, criando
uma religião plural e com diferentes rituais e práticas, que remontavam a suas
origens porém com características únicas. A palavra candomblé passou então a
denominar toda reunião ou festas promovidas pelos escravos. Por esse motivo,
antigos Babalorixás e Yalorixás evitavam chamar o “culto dos orixás” de
Candomblé. Eles não queriam, com isso, serem confundidos com estas festas. Mas,
com o passar do tempo a palavra Candomblé foi aceita e passou a definir um
conjunto de cultos vindo de diversas regiões africanas.
Por fim, através da análise da Tese de Rodrigo Casalli, foi possível chegar a
um panorama das práticas de Umbanda e Candomblé no estado de Mato Grosso do
Sul. Na historiografia do Mato Grosso do Sul nos últimos anos, vem aumentando os
estudos sobre a presença do negro, porém, ainda precisam ser ampliados para outros
espaços temáticos, como por exemplo, a história das religiosidades afro-brasileiras,
uma vez que, seu estudo no campo da História, não é comum, e menos ainda na
história do Mato Grosso do Sul, Rodrigo Cassali em sua tese utiliza a tese de
doutorado de Sá Junior, “Malungos no sertão: cotidiano, práticas mágicas e feitiçaria
no Mato Grosso Setecentista”, defendida em 2008. Na tese o autor fala da ausência
do africano na historiografia relativa ao estado mesmo levando em conta os autores
como: Assis (1988); Bandeira (1988); Volpato (1993); Rosa (1996); Silva (2001) e
Brasil (2002), que ele considera como segunda geração de historiadores onde a
temática do africano passa a ser mais evidenciada. Partindo dessa análise o autor
estudou as práticas mágicas e feitiçarias do século XVIII no Mato Grosso, que serve
de referencial para entendermos a importância dessas práticas na construção de um
imaginário presente no cotidiano de uma sociedade que era formada por culturas
múltiplas: indígena, branca e africana.
Os elementos naturais do estado de Mato grosso do Sul, Cerrado, pantanal, vastidão
de pastos, enfim a proximidade com a natureza, são características que remetem ao
fato de que as religiões afro-brasileiras são adoradoras de entidades que vivem na
natureza: Orixás, Inquices e ancestrais como os Caboclos, todos vivem diretamente
em seu seio. O autor então segui dizendo que além da natureza pode sim ser um dos
motivos para a ampla prática do candomblé é da umbanda no estado, como também a
história da região, com a chegado dos colonos e africanos, e com eles trouxeram
elementos religiosos e culturais, progredindo fincando raízes, lembrando que a região
já era densamente povoada por volta dos 10.000 A.C pelos indígenas denominados
atualmente como sendo os GUARANIS, KAIOWÁS e CAIAPOS. E Posteriormente
a relação das comunidades, bolivianas, paraguaias e brasileira, cuja mescla dos
elementos tornou único as práticas de religiosas, em um misto de; sagrado e profano,
terreno e místico, passado e contemporâneo. Com a consolidação da coroa
portuguesa sobre o território, e a expansão da exploração das minas de ouro da
região, forma se então o estado do Mato Grosso, cuja presença negra nas minas se
torna cada vez mais abundante, e com isso suas práticas religiosas cada vez mais
presente, e a população que até então era predominante de colonos brancos, comece a
ter contornos de uma dinâmica multe cultural, indígena, africana e europeia. As elites
brancas se mudam para a então capital Cuiabá, os poucos brancos que ficaram nas
regiões consideradas interioranas, não conseguem manter sua condição social no
novo quadro político, econômico e social, e assim perderam força, à medida que a
ocupação dos africanos e pretos aumentava. Esses e outros contextos tornaram
possível a consolidação da população negra no então estado do Mato Grosso, atual
Mato grosso do Sul, e com isso foram se aprofundado suas práticas culturais, e
religiosas, o que tornou possível a implantação de dezenas de centros de umbanda e
candomblé. E é importante salientar que os praticantes de umbanda e candomblé no
estado, atualmente não são predominantemente de pretos, cresce a cada ano os
terreiros cujos principais membros e médiuns são brancos, e mesmo que as religiões
de matrizes africanas sofram forte preconceito, principalmente por parte das
denominações religiosas pentecostal, tendem a crescer e se fortalecer no estado,
principalmente na cidade de Corumbá, cuja presença negra é mais marcante, oque a
tornou uma referência em termos de práticas de candomblé e umbanda.
Existe na atualidade uma perseguição religiosa contra as religiões de base africana. Estas
religiões possuem diversas denominações regionais e são genericamente chamadas de
Umbanda e de Candomblé. As perseguições são transformadas em formas de medos quantos
estas religiões e difundidos por uma máquina de propaganda no imaginário da sociedade.
Devido estas diversas formas de criar medos e perseguições se produziram tabus em se falar
sobre as religiões de base africana, desconsiderando ou ignorando a importância dessas
religiões para a sociedade, que muito mais que oferecer amparo espiritual, muitas vezes atuam
nas comunidades carentes com projetos sociais, no tocante as mais básicas necessidades
humanas.
Iniciativas como a disciplina Religiões de Matriz Africanas em Mato Grosso do sul, se propôs
como objetivo geral, elaborar um conjunto de elementos que tornaram possíveis a compreensão
das práticas de candomblé e umbanda no Mato Grosso do Sul, através de aulas, leituras e
palestras, foi possível compreender como se originou tais práticas e de que maneira ela se tonou
elemento da cultura religiosa do estado. E como é importante se aprofundar no estudo e na
transmissão de tais conhecimento, como forma de combater a intolerância religiosa, bem como a
preservação de práticas que remetem a história africana na fundação do estado de Mato grosso do
sul.
Como futura profissional da educação pretendo utilizar os conhecimentos adquirido na
disciplina optativa; Religiões de Matriz Africanas em Mato Grosso do sul, para enriquecer meus
planos de ensino da disciplina de história regional, com fatos relevantes sobre as origens de tais
culturas e religiões, e provocar debates entre os alunos, com o objetivo de esclarecer e combater a
intolerância religiosa, dentro das salas de aula.