Ana Paula Pacheco Moraes Maturana Bianca Callegari Vanessa Schiavon

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Psicologia Hospitalar, 2016, 14 (1), 94-116

ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NA INSUFICIÊNCIA RENAL

CRÔNICA

Ana Paula Pacheco Moraes Maturana1; Bianca Callegari1; Vanessa Schiavon2

RESUMO
Os objetivos do presente artigo foram de identificar e analisar a produção científica nacional sobre a
insuficiência renal crônica e a perspectiva da atuação do psicólogo hospitalar. Para tanto, procedeu-
se uma busca nas bases: BVS, Scientific Eletronic Library Online, Google Acadêmico e livros.
Inicialmente não foram encontrados artigos. Assim, recorreu-se a buscas no banco de teses e
dissertações da CAPES a partir dos descritores “psicologia hospitalar” e “doença renal crônica”, onde
foram encontrados 282 registros. Após uma busca avançada foram encontradas seis dissertações e
uma tese. Dos resultados encontrados, foram selecionadas seis dissertações. Os resultados
permitiram uma reflexão sobre o impacto da doença/tratamento. Constatou-se que o psicólogo em
conjunto com equipe multidisciplinar e o apoio familiar são bases para o fortalecimento e
reestruturação do paciente, auxiliando no enfrentamento da doença.

Palavras-chave: Psicologia Hospitalar, Insuficiência Renal Crônica, Hemodiálise.

ROLE OF THE PSYCHOLOGIST HOSPITAL IN CHRONIC RENAL FAILURE

ABSTRACT
The objectives of this paper were to identify and analyze the national scientific research on chronic
renal failure and the prospect of the Health Psychologist. To this end, a search of the bases
proceeded: BVS, Scientific Electronic Library Online, Google Scholar, Books and Bank of CAPES
theses. The descriptors used were: chronic renal failure, hospital psychology, hemodialysis. Initially no
articles were found. The bench CAPES theses were found 282 records, five master theses, an article
and a doctoral dissertation. The results found six master theses were selected. The results allowed a
reflection on the impact of the disease/treatment. It was found that the psychologist together with a
multidisciplinary team and family support are the basis for the strengthening and restructuring of the
patient, assisting in coping the disease.

Keywords: Health Psychology, Chronic Renal Failure, Hemodialysis.

1
Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem, Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho -UNESP, Bauru, SP, Brasil.
2
Psicóloga pelas Faculdades Integradas de Jaú. Jaú, São Paulo, Brasil.
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A história da psicologia hospitalar no Brasil tem seu início na década de 50

com Mathilde Neder, uma das grandes pioneiras que exerceu e expandiu a

profissão. A partir de então, a psicologia hospitalar foi se constituindo enquanto área

reconhecida não somente como saber, mas como prática e meio de produção

científica. No caminho de sua estruturação, a psicologia hospitalar ganhou forças

para sua inserção e divulgação, garantindo um novo modelo de atuação aos

profissionais. Ao longo dos anos, tornou-se nítida a evolução que a área obteve,

garantindo espaços nos cursos de graduação, em eventos, publicações e,

consequentemente, produzindo mudanças na atuação dos profissionais da saúde,

na relação médico-paciente, no reconhecimento da importância dos aspectos

emocionais no ciclo saúde-doença e valorizando a humanização dentro dos

hospitais.

Diante de uma enfermidade é comum que exista um estado de fragilidade e

vulnerabilidade, com notáveis alterações na vida dos envolvidos, fato que justifica e

torna indispensável a presença de um psicólogo hospitalar no tratamento e

acompanhamento dos envolvidos, sejam pacientes, familiares e até mesmo a equipe

de profissionais hospitalares. O diagnóstico de uma doença crônica representa

várias alterações tanto na vida do paciente quanto de sua família/cuidadores, como:

mudanças de rotinas, costumes e alterações físicas e psicológicas (Caiuby & Karam,

2010). Dentre as enfermidades que levam o paciente à hospitalização tem-se a

insuficiência renal crônica (IRC). Esta, por ser uma patologia com altos índices de

morbidade e mortalidade, tem se tornado um problema de saúde pública que

merece atenção.

A IRC pode ser compreendida por uma lesão nos rins e uma consequente

perda progressiva e irreversível da atividade desses órgãos. Dependendo do grau


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da evolução, os rins podem não mais conseguir manter a homeostase do organismo,

acarretando sérios prejuízos à saúde do indivíduo (Sociedade Brasileira de

Nefrologia [SBN], 2014).

Essa patologia não possui uma cura total, porém é possível ser tratada

através de alguns recursos, sendo eles: o tratamento conservador, a diálise

peritoneal, a hemodiálise ou transplante renal, que podem, em maior ou menor

escala, garantir uma qualidade de vida satisfatória ao indivíduo. Tais tratamentos

são essenciais para a melhora e manutenção da saúde do paciente, mas podem ser

bastante dolorosos, monótonos e incisivos (Guyton & Hall, 2006).

De acordo com Nakao (2013), os procedimentos dialíticos são capazes de

interferir significativamente na rotina dos pacientes, porquanto oferecem sérias

restrições que englobam tanto prejuízos à alimentação e ao consumo de líquidos,

quanto importantes alterações psicossociais e emocionais. As causas dessas

alterações se originam, por vezes, das várias perdas sofridas pelo paciente, como a

perda da saúde, de identidade, das condições de trabalho, de autodomínio, ou

mesmo pelo medo do desconhecido. Ainda, devido às grandes dificuldades

enfrentadas, o paciente pode desenvolver dependência familiar, alterando também

sua autonomia e própria autoimagem (Caiuby & Karam, 2010).

Outras complicações podem surgir durante o período de tratamento, como

reações com sintomas de depressão e ansiedade, além de distorções da imagem e

integridade corporal, de importância dentro da sociedade, atrasos no

desenvolvimento (no caso de crianças), disfunções sexuais, e síndromes psico-

orgânicas (Caiuby & Karam, 2010).

O tratamento da Insuficiência Renal Crônica geralmente é caracterizado como

um processo bastante invasivo, tanto para o paciente quanto para sua família.

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Simone (2011) defende que o paciente renal crônico luta para entender e aceitar sua

doença, procurando compreender a origem e seu tratamento. Diante desses

motivos, a tendência da Psicologia e das ciências da saúde é compreender as

limitações do tratamento e olhar para o paciente dentro de uma perspectiva que

integre as esferas biológica, psicológica e social, como uma forma de minimizar o

sofrimento do processo saúde-doença (Straub, 2014).

O psicólogo que atua no hospital trabalha com o paciente que a todo instante

procura resgatar sua essência, e muitas vezes, busca justificativas para seu estado

de saúde. Em sua pesquisa sobre a atuação do psicólogo junto ao paciente renal

crônico, Farias (2012) afirma que cabe a esse profissional buscar entender o que

está envolvido na queixa do paciente com uma visão ampla do caso, auxiliando o

paciente no enfrentamento desse processo, bem como oferecendo suporte à família

e à equipe de saúde.

Em geral as doenças crônicas são responsáveis por forte influência sobre o

desenvolvimento e as reações do paciente, da família e de seus grupos sociais.

Estratégias de enfrentamento dessas doenças possuem um papel importante de

equilíbrio entre o processo sujeito-saúde-doença (Ravagnani, Domingos & Miyazaki,

2007). Estudos apontam que as práticas de enfrentamento mais comuns entre os

pacientes hospitalizados estão relacionadas ao suporte social, a família, as práticas

religiosas/pensamentos fantasiosos, a autonomia, aos recursos culturais e materiais,

valores, crenças e habilidades sociais de cada indivíduo (Bertolin, 2007; Faria &

Seidl, 2005; Madeiro, Machado, Bonfim, Braqueais & Lima, 2010; Nunes, Rios,

Magalhães & Costa, 2013; Ravagnani, Domingos & Miyazaki, 2007; Schwartz et al.,

2009; Zimmermann, Carvalho & Mari, 2004). Desse modo, a intervenção do

psicólogo poderá estar pautada nesses recursos, reforçando de maneira positiva o

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modo de encarar o tratamento e as dificuldades encontradas no decorrer do

processo.

A constatação das alterações psicossociais frente à hospitalização vem de

encontro com a necessidade do psicólogo dentro deste ambiente de trabalho. Ainda

assim, é notável a barreira que esse profissional enfrenta quando em contato com

outras áreas da saúde ou com questões burocráticas. É evidente seu

reconhecimento, o benefício de sua atuação e o grande avanço que a categoria

obteve. No entanto, ainda há muito a se fazer.

O ATENDIMENTO PSICOLÓGICO JUNTO AO PACIENTE RENAL CRÔNICO

As atenções voltadas à terapêutica e à qualidade de vida dos pacientes renais

crônicos são recentes e originam-se da constatação de que recuperações mais

rápidas e efetivas são resultados de um bem-estar físico e mental, lazer, autonomia,

preservação de esperança e senso de utilidade dos pacientes (Martins & Cesarino,

2005).

Diante de uma doença crônica, é possível que se encontre sentido inclusive

na morte. A irreversibilidade da morte faz com que o homem se oriente para

aproveitar oportunidades, satisfazer desejos e aproveitar seu tempo de vida,

garantindo uma melhora em seu bem-estar e na satisfação de dever cumprido

(Moreira & Holanda, 2010).

A doença crônica influencia a pessoa a refletir sobre a própria existência e, de

certo modo, questionar suas crenças e religiosidades (Schwartz et al., 2009). De

acordo com Kübler-Ross (2011), é comum que frente a perdas significativas

apareçam estágios de negação, raiva, barganha, aceitação e esperança, como

busca por justificativas para a situação e como forma de tentar compreendê-la.

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O suporte social, a família, a fé, a espiritualidade, autonomia, aceitação, entre

outros, constituem o grande campo de estratégias de enfrentamento utilizadas por

pacientes hospitalizados para amenizar o sofrimento da doença. Entretanto, maiores

estratégias por parte das equipes de saúde devem ser utilizadas para detectar essas

demandas e utilizá-las em possíveis intervenções, garantindo a promoção de um

atendimento integral. A participação do psicólogo nesse contexto é de fundamental

importância, pois considera um olhar humanizado ao paciente, seu sofrimento e sua

subjetividade. Como Resende, Santos, Souza & Marques (2007) pontuam: “O

atendimento psicológico auxilia na quebra de tabus e preconceitos, além de

incentivar as pessoas a desenvolverem suas capacidades, observando a doença

sob outros ângulos” (p.93).

As doenças crônicas originam um estado patológico no indivíduo que pode

ser caracterizado por apresentar incapacidade residual, alterações patológicas

incuráveis, longos períodos de reabilitação e cuidados extremos no decorrer da vida

(Santos & Sebastiani, 1996). No caso da IRC, o desempenho defasado das funções

renais remete a tratamentos rigorosos. Com uma rotina desgastante e monótona, o

tratamento implica o comprometimento de questões emocionais, econômicas,

familiares e sociais, em virtude de um tratamento doloroso, extenso, repetitivo e

limitado (Freitas & Cosmo, 2010; Garcia, Souza & Holanda, 2005; Martins &

Cesarino, 2005).

Dessa forma, o indivíduo que recebe a notícia de ser portador de IRC passa

muitas vezes a apresentar seus recursos emocionais de forma alterada, pois o

diagnóstico da doença não apresenta uma perspectiva de cura (Cesarino &

Casagrande, 1998). Assim, o acompanhamento psicológico é essencial para o

paciente, sua família e todos os envolvidos na hospitalização e no processo saúde-

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doença, podendo acontecer na forma de atendimentos individuais e grupos

terapêuticos.

Atendimentos individuais

Dentro de uma unidade de hemodiálise, o profissional de psicologia deve

promover a integração entre o paciente, seus familiares e a unidade de diálise

(equipe de saúde, médico e demais pacientes que fazem parte do local),

favorecendo a interação para a criação de um ambiente mais positivo para o

tratamento (Freitas & Cosmo, 2010).

A orientação a um paciente é um dos maiores pilares quando se fala em

doença crônica e em internação. Mudanças acontecem no organismo da pessoa e

em sua vida e, por isso, novos hábitos precisam ser adquiridos. O conhecimento

sobre a doença, seus sintomas e suas consequências mediante o tratamento ou a

falta dele, são determinantes para que o paciente compreenda o que está

acontecendo em seu corpo e são fatores decisivos para a adesão e motivação

quanto ao tratamento (Nakao, 2013). Vale ressaltar também que a aceitação por

parte do paciente para tais orientações depende, inclusive, de sua história de vida e

de suas experiências bem ou má sucedidas quanto a esta questão, o que indica a

necessidade de acompanhamento individual para detectar fragilidades particulares.

Orientar a equipe também é fator imprescindível para obtenção de sucesso no

cuidado ao paciente renal, visto que com o grande tempo destinado ao tratamento, o

hospital passa a ser um dos principais ambientes do paciente. Nakao (2013) afirma

que não são raros os momentos em que o paciente verbaliza que, mesmo estando

no hospital, sente-se em casa, direcionando sentimentos afetuosos pela equipe que

dispensa cuidados a ele no momento de sua hospitalização. Nesse contexto,

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direcionar a equipe no melhor modo para manejo dos pacientes faz-se essencial,

pois o vínculo criado entre paciente e profissional da saúde é um dos componentes

decisivos até para adesão ao tratamento (Nakao, 2013).

Muitos dos pacientes com IRC, mesmo aceitando e acostumando-se à nova

vida, possuem uma grande esperança mediante a um transplante, como se esta

fosse a única forma de retomar a sua vida anterior (Garcia, 2004). De acordo com

Abrunheiro (2005), o objetivo do transplante não é somente baseado no resgate e

sobrevivência de uma pessoa, mas também de oferecer uma maior expectativa e

qualidade de vida à mesma. Ao mesmo tempo em que o paciente enfrenta a

possibilidade de um transplante, inevitavelmente se depara com a questão da morte

(a do cadáver, a do doador vivo e a possibilidade de sua própria morte), pois a

realização de qualquer cirurgia oferece riscos (Garcia, Souza & Holanda, 2005). Isso

resulta em um momento de estresse que exige acompanhamento do estado

emocional, escuta, orientações e esclarecimento de dúvidas.

Compreender os aspectos relacionados à doença crônica possibilita ao

psicólogo conhecer as reações advindas de todos os envolvidos no processo. Para

que as mudanças construtivas aconteçam mediante o trabalho realizado pelo

profissional, torna-se fundamental um trabalho direcionado, especializado e pautado

na ética e no rigor técnico.

Grupos terapêuticos

O trabalho em grupo com pacientes portadores de doenças crônicas nos

hospitais e serviços de saúde é uma prática assistencial com bases fundamentadas

na teoria e técnica do profissional. Os procedimentos variam de acordo com o

objetivo do trabalho (Silveira & Ribeiro, 2005).

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Os grupos terapêuticos são utilizados como mais uma estratégia para manejo

das emoções dos pacientes e como facilitador para adesão ao tratamento. O

trabalho é caracterizado por um processo educativo que tem como proposta o

compartilhamento de dúvidas, angústias e receios, como troca de experiências. O

objetivo é buscar alternativas que auxiliem na superação, no enfrentamento das

dificuldades e na adaptação do estilo de vida baseada na nova condição de saúde

do paciente (Maldaner et al., 2008).

Trata-se de uma proposta em saúde capaz de mesclar apoio e aprendizagem;

uma prática que possui caráter informativo, reflexivo e de suporte. Os grupos

mantêm a característica de identificar problemáticas, discutir alternativas e encontrar

soluções adequadas para as dificuldades individuais ou grupais que possam

comprometer a adesão e o ciclo do tratamento. Além disso, é capaz de motivar o

paciente através do acolhimento, da construção de vínculos e do respeito às

diferenças. O paciente passa a refletir sobre a sua problemática, o que o estimula a

encontrar seus próprios recursos de enfrentamento (Silveira & Ribeiro, 2005).

De acordo com Rebelo (2007), o papel do terapeuta nos grupos deve facilitar

a relação entre os membros de modo a criar um clima de confiança. Para isso,

podem ser incluídas atividades que permitam a construção de vínculo a partir de

outros recursos como livros, filmes, jogos, entre outros. Os terapeutas devem se

atentar à linguagem utilizada, às regras e barreiras dos elementos do grupo,

possibilitando também o acolhimento e integração de novos membros e servindo de

consciência ao grupo.

A terapia em grupo possui características psicoeducativas e

psicoterapêuticas. As características psicoeducativas visam orientar o paciente

sobre a sua doença e o que se passa em seu corpo, bem como oferecer

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aprendizado sobre os melhores meios para se cuidar (Nakao, 2013). De acordo com

a mesma autora, a psicoeducação é o momento em que o paciente aprende sobre a

doença, seus sintomas e suas consequências em relação aos medicamentos e as

dietas hídricas e alimentares. Além disso, aprender sobre o autocuidado é de

extrema importância para a adesão e o tratamento. A criação de um vínculo de amor

e respeito pelo próprio corpo oferece benefícios e favorece o tratamento (Roso,

2012).

As características psicoterapêuticas oferecem meios de autocontrole e

manejo do paciente para que o mesmo consiga reconhecer seus momentos de

alegrias e frustrações frente ao tratamento, e para que consiga aceitar sua nova

condição de vida. Reconhecer seus sentimentos e aceitá-los auxilia os pacientes

com a não interrupção do tratamento nos momentos de raiva e incertezas,

promovendo melhor qualidade de vida (Bechelli & Santos, 2005).

Em suma, os grupos terapêuticos possuem grandes vantagens para o

paciente como suporte social, aprendizado sobre a doença, convívio com outros

pacientes, troca de experiências, bem como sensação de aproveitamento do período

em tratamento (Rebelo, 2007; Roso, 2012).

Outra vantagem que o trabalho em grupo oferece é o melhor custo benefício

dos hospitais, em especial o SUS. Conforme aponta Rebelo (2007), as abordagens

em grupo seduziram os responsáveis pelos serviços de saúde nas instituições, tanto

pelos resultados clínicos de grandes melhoras quanto pela rentabilidade dos

recursos dispostos (humanos, físicos e financeiros).

No entanto, apesar de auxiliar também nas questões individuais, os grupos

terapêuticos dispõem menor atenção no que tange às demandas específicas do

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paciente. Outro complicador para as atividades em grupo são as dificuldades

operacionais nos ambientes hospitalares (Bechelli & Santos, 2005; Nakao, 2013).

Nakao (2013) realizou uma pesquisa com pacientes em um centro de diálise e

constatou que outros meios eficazes para a saúde e qualidade de vida dos pacientes

são as mudanças no ambiente da unidade. Em sua pesquisa foram realizadas festas

temáticas onde cada paciente tinha participação efetiva. Os eventos contribuíram

para a interação entre os pacientes, além de proporcionar momentos de

descontração, reduzindo o foco na doença.

O atendimento a um paciente crônico é bastante complexo e por isso deve

ser realizado junto à equipe multidisciplinar. O trabalho em equipe oferece benefícios

múltiplos, ou seja, beneficia os profissionais que trocam experiências entre suas

áreas e se enriquecem profissional e pessoalmente, como beneficia o paciente que

contempla resultados positivos de todas as áreas somado a um ambiente

harmonioso (Tonetto & Gomes, 2005).

É importante também que o psicólogo se interesse pelas questões

burocráticas e participe de reuniões administrativas para entender o funcionamento

do hospital e as necessidades e restrições de cada setor. A discussão dos casos

entre os profissionais é essencial para que as áreas se respeitem em seus limites e,

juntos, planejem o melhor método para cuidar do paciente (Nakao, 2013). O manejo

de conflitos entre os profissionais são questões que demandam atenção. Cada

profissional, inclusive o psicólogo, antes de ser profissional, é uma pessoa que,

assim como o paciente, possui medos, anseios, frustrações e angústias. Cuidar

dessa pessoa também é imprescindível para o sucesso do tratamento (Tonetto &

Gomes, 2005).

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Sendo assim, visto as necessidades de atuação da psicologia e do psicólogo

no contexto na IRC, os objetivos do presente artigo foram identificar e analisar a

produção científica nacional sobre a IRC e a perspectiva da atuação do psicólogo

hospitalar neste campo de atuação.

MATERIAIS E MÉTODO

Trata-se de uma pesquisa de cunho exploratório, por meio de revisão

bibliográfica acerca da psicologia hospitalar e do papel do psicólogo junto aos

pacientes com IRC. Para tanto, procedeu-se uma busca de dados em periódicos

indexados nas bases da Biblioteca Virtual em Psicologia e Saúde (BVS-PSI),

Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Google Acadêmico, livros e artigos

científicos, bem como no banco de teses e dissertações da CAPES. Os descritores

utilizados foram: "insuficiência renal crônica", "psicologia hospitalar", "hemodiálise".

Inicialmente não foram encontrados artigos para a pesquisa.

Assim, recorreu-se a buscas no banco de teses e dissertações da CAPES a

partir dos descritores “psicologia hospitalar” e “doença renal crônica”, onde foram

encontrados 282 registros sobre o assunto. A partir de uma busca avançada nos

programas de Psicologia, foram encontradas seis dissertações e uma tese sobre o

assunto. Dos resultados encontrados, foram escolhidas seis dissertações para a

discussão deste trabalho. Os critérios para a seleção foram: o tema abordado, o ano

de publicação (2004-2014) e a atuação e contribuição do psicólogo junto ao paciente

renal.

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Tabela 1 – Caracterização dos Estudos encontrados na revisão sobre o tema

proposto.

Autor(es) e ano Título Tipo de Publicação


Cavalcante, T. E. Uma proposta de intervenção ao cuidador principal Dissertação
(2012) dos pacientes com IRC em hemodiálise (HD)

Farias, L. A. B. A produção brasileira sobre a atuação do psicólogo Dissertação


(2012) junto a pacientes com IRC em diálise: uma análise
crítica

Freitas, P. P. W. Na companhia da morte. Sobre o atendimento a Dissertação


(2011) pacientes renais crônicos

Gross, C. Q. Percepção sobre a doença renal crônica, Dissertação


(2012) estratégias de enfrentamento e adesão ao
tratamento em pacientes em hemodiálise

Fontoura, F. A. P. A compreensão de vida de pacientes submetidos Dissertação


(2012) ao transplante renal: significados, vivências e
qualidade de vida

Simone, M. C. L. Analítica dos sentidos e significados atribuídos por Dissertação


(2011) pessoas vivendo com insuficiência renal crônica em
tratamento de hemodiálise: seus modos de ser-no-
mundo/transcedência

Para o presente artigo, também foram realizadas pesquisas sobre o processo

dialítico e a consequente interferência na vida do paciente, a fim de proporcionar

estudos mais efetivos quanto à atuação do psicólogo na área. Também foram

realizadas pesquisas sobre a psicologia hospitalar e seu histórico, bem como meios

de atuação do profissional que permitam fornecer ao paciente em tratamento mais

qualidade de vida e bem-estar.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os achados foram classificados por ano para análise da produção atual sobre

o assunto, levando-se em considerações as publicações dos últimos dez anos. A

maior quantidade de publicações científicas se deu no ano de 2012, com quatro

publicações, seguida de 2011, com duas. Nos demais anos não foram encontradas

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publicações abrangendo o tema proposto. De modo geral a produção científica

sobre o tema em questão ainda é escassa, apesar do aumento no número de

publicações nos últimos anos. A baixa quantidade de material encontrado pode ser

justificada pela especificidade do tema, no entanto não extingue a necessidade de

pesquisas na área. As pesquisas são apresentadas e discutidas a seguir.

A pesquisa de caráter qualitativo realizada por Cavalcante (2012) em seu

mestrado teve como objetivo compreender as repercussões da doença renal crônica

e do tratamento de hemodiálise na vida dos cuidadores principais, com o intuito de

elaborar e implementar uma intervenção psicoeducativa. Os resultados

demonstraram que o tratamento da hemodiálise pode acarretar diversas implicações

ao paciente e também a sua família, alterando seu funcionamento e sua dinâmica

habitual. Assim, Cavalcante (2012) conclui que o tratamento da hemodiálise requer

adaptação dos cuidadores a uma nova rotina. Para isso, faz-se necessário que estes

também tenham um espaço que possibilite criar, recriar e/ou fortalecer mecanismos

de enfrentamento. Para a autora, as medidas devem ser criadas com a elaboração e

implantação de diversas intervenções psicoeducativas com os familiares e

cuidadores, com o intuito de minimizar o sofrimento, gerar mudanças e fortalecer

suas condições emocionais. Todas as intervenções devem ser realizadas em

conjunto com uma equipe multiprofissional (Cavalcante, 2012).

Freitas (2011) teve como objetivo analisar, através de uma revisão

bibliográfica e a partir de sua experiência, as características dos pacientes pós-

diagnóstico no ambiente hospitalar. O trabalho ressalta a importância da relação

médico-paciente considerando esta como importante aliada na busca por um

ambiente mais humano e acolhedor, capaz de permitir ao paciente uma expectativa

positiva frente ao seu tratamento.

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A qualidade do atendimento, um ambiente facilitador e a possibilidade de

troca de informações entre diferentes áreas do saber são fatores determinantes para

o paciente lidar e superar as dificuldades encontradas ao longo do tratamento.

Assim, os dados obtidos na pesquisa apontam para a necessidade de um olhar mais

atento à equipe de saúde, que também sofre interferências advindas das perdas da

IRC. Nesse sentido, o psicólogo poderá elaborar um planejamento de estratégias

que sejam capazes de minimizar a sobrecarga e o estresse de todos que estão

atuando nesse contexto (Freitas, 2011).

Com o objetivo de conhecer os modos escolhidos para dar sentido ao

adoecimento e os significados atribuídos pela pessoa na vivência cotidiana no

tratamento em hemodiálise, na pesquisa de Simone (2011) foi avaliada, por meio de

instrumentos, a qualidade de vida dos pacientes renais crônicos. Na análise dos

resultados, o significado do adoecer pelos pacientes aparece como fatídico e

incontrolável e o curso do tratamento muito depende da interpretação dada pela

pessoa. Como estratégias de enfrentamento foram evidenciadas a busca pela

religiosidade, as relações interpessoais e a expectativa do transplante renal. A

compreensão e interpretação dos sentidos e significados atribuídos pelo paciente a

sua vivência contribui para a obtenção de suas respostas existenciais e,

consequentemente, contribui com seu tratamento (Simone, 2011).

Dados semelhantes foram obtidos através da pesquisa de Gross (2012), que

buscou investigar a percepção sobre a doença renal crônica, as estratégias de

enfrentamento e a adesão ao tratamento em pacientes em hemodiálise. De acordo

com seus achados, a percepção negativa da doença relaciona-se à não-adesão ao

tratamento indicado, apontando significativa relação com comportamentos de baixo

autocuidado, sintomas de depressão, menor qualidade de vida, mortalidade e

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sobrevida. Do mesmo modo, percepções positivas sobre a doença correlacionam-se

a dimensões para enfrentamento positivo, aumento do autocuidado e qualidade de

vida. Assim, a autora conclui que o conceito de percepção sobre o estado clínico

auxilia na compreensão do impacto da doença e da hemodiálise para a qualidade de

vida do paciente e é uma dimensão importante a ser avaliada para melhor adesão

ao tratamento.

Nesse sentido, Farias (2012) realizou pesquisas de caráter inteiramente

bibliográfico com o intuito de analisar a produção brasileira sobre a atuação do

psicólogo junto a pacientes com IRC em diálise. Em sua pesquisa, buscou-se

entender como o psicólogo está desenvolvendo seu trabalho, se a atuação é

caracterizada por interdisciplinaridade, e possíveis intervenções relacionadas aos

impactos da diálise nos pacientes e em seus familiares. Os resultados permitiram

concluir uma predominância em publicações quanto à atuação do psicólogo durante

a manutenção da doença e em temas relacionados à qualidade de vida e adesão ao

tratamento. A maioria dos estudos encontrados são pesquisas empíricas, mostrando

a necessidade do psicólogo em entender na prática como a diálise afeta os

pacientes. Ocorreram resultados satisfatórios em detrimento da implantação de

orientação vocacional e utilização de psicoterapia breve como técnica durante o

processo de diálise. Contudo, conclui-se que ainda há uma escassez na produção

científica a respeito desse tema de estudo (Farias, 2012).

Fontoura (2012), em seu mestrado, realizou uma pesquisa com o objetivo de

compreender o significado e a perspectiva de pacientes submetidos à cirurgia de

transplante renal, identificando quais as mudanças ocorridas no cotidiano desses

pacientes, em seu tratamento e a qualidade de vida encontrada após a realização do

transplante. O presente estudo utilizou como método uma pesquisa qualitativa,

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realizada através de uma coleta de dados com entrevista semiestruturada e um

roteiro de perguntas com questões relacionadas à doença e ao tratamento.

De acordo com Fontoura (2012), os resultados apresentaram aspectos

positivos observados pelos participantes através do transplante renal, dentre eles, a

melhora na qualidade de vida, a independência resgatada, a possibilidade de

planejar o futuro com mais segurança, dentre outros. Os aspectos negativos

identificados estão relacionados às dificuldades de acesso a consultas médicas,

medicamentos, exames, em relação à rejeição do órgão e aos efeitos colaterais da

medicação. Foi possível concluir que a pesquisa apresentou informações

importantes a respeito do comportamento humano frente à doença e ao transplante

renal. Este pode trazer muitos benefícios ao indivíduo, no entanto é um processo

contínuo que exige cuidados especiais constantes. Os profissionais também devem

implantar melhorias nos serviços oferecidos a esses pacientes, com o intuito de

manter a atenção e qualidade no atendimento (Fontoura, 2012).

De acordo com os autores pesquisados, as conclusões sobre seus escritos

em relação ao tema proposto permitem concluir a importância da atenção ao

cuidador/família do paciente. Entendendo o paciente como ser social, é indiscutível a

necessidade de cuidar das pessoas que o rodeiam, sendo estas partes de um

sistema integrado, uma engrenagem funcional. Tal conclusão se correlaciona com

pesquisas na área (Freitas, 2011; Simone, 2011; Farias, 2012; Gross, 2012) que

enfatizam a necessidade de criar grupos com famílias para favorecer o

enfrentamento da doença (Cavalcante, 2012; Farias, 2012).

Como peça para a engrenagem, é notável a necessidade da criação de

grupos para troca de informações sobre o assunto, bem como partilha de medos,

sofrimentos e angústias. Muitas vezes estes sentimentos surgem a partir da falta de

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conhecimento sobre a doença, daí a importância de se trabalhar com o

esclarecimento e com as desmistificações dos significados atribuídos pelos

envolvidos no processo saúde-doença. As intervenções psicoeducativas são

essenciais para a adesão ao tratamento e sucesso do mesmo (Cavalcante, 2012;

Farias, 2012).

Outra questão considerada pelos autores como de suma importância é a

relação médico-paciente. Daí vale ressaltar não só a relação entre ambos, como

também a relação entre a equipe de saúde e a família, em um contexto mais amplo.

A confiança e colaboração mútua entre os envolvidos permite que o processo

transcorra de uma forma mais leve. Para a integralidade das áreas de saúde e a

eficácia destas se faz necessário ultrapassar os vestígios do paradigma anterior de

divisão dos serviços e não inter-relação entre os mesmos. A qualidade no

tratamento também é fator decisivo para a sua adesão e o consequente sucesso do

mesmo.

Trabalhar com a questão do significado atribuído à morte e às perdas, como

citado, tem profundo impacto principalmente se analisadas as formas como o

paciente enfrenta suas frustrações. Esses fatores são bases para que o profissional

possa encontrar a melhor forma de trabalhar junto com o paciente suas concepções

- muitas vezes distorcidas - oferecendo suporte para a busca de sentido mesmo

diante de situações desafiantes. Esses fatores favorecem inclusive o trabalho com

as perspectivas de futuro do paciente e as idealizações frente ao transplante.

Por fim, em todos os estudos e pesquisas realizadas, ficaram nítidos os

efeitos físicos e psicológicos do tratamento para os pacientes e para suas

famílias/cuidadores, sendo imprescindível um olhar humanizado para as pessoas

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que sofrem as consequências da doença e para sua adesão e sucesso do

tratamento, bem como para melhora na qualidade de vida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, não restam dúvidas sobre as implicações resultantes da

descoberta da Insuficiência Renal Crônica (IRC) na vida do paciente e de seus

familiares, e os principais impactos causados não somente em seu estado físico,

mas principalmente emocional.

O papel do psicólogo faz-se fundamental no contexto hospitalar, não sendo

diferente nos casos de doenças crônicas. O trabalho diretivo e contínuo, oferecendo

respaldo e apoio necessário desde a descoberta da doença até os processos pós-

cirúrgicos, como nos casos de transplante, muitas vezes são fatores decisivos para

o sucesso do tratamento. Do mesmo modo, a família necessita de cuidado e

atenção dos profissionais da saúde. O conjunto harmonioso entre paciente, família e

equipe multidisciplinar é a chave para a boa evolução do tratamento.

O cuidado com a saúde mental do paciente faz-se indispensável para o bem-

estar e a qualidade de vida do mesmo. O atendimento psicológico é realizado com o

intuito de auxiliar os pacientes, estimulando-os em seus potenciais, modificando a

visão sobre a doença, bem como apresentando outros pontos importantes de

reflexão que merecem ser valorizados. A escuta e o acolhimento, conceitos básicos

em psicologia, são primordiais e somam pontos positivos ao tratamento ao permitir

que os pacientes tenham a possibilidade de ressignificar o momento que estão

passando.

O trabalho do psicólogo dentro dos hospitais engloba o suporte ao paciente e

seus cuidadores que muitas vezes não possuem estrutura para enfrentar a situação.

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Esse suporte coloca o psicólogo como profissional capaz de ter a visão do paciente

como um todo, um ser biopsicossocial, e o auxilia com a clarificação de seus

sentimentos. A necessidade de um profissional da saúde que saiba como entender e

compreender o sofrimento do outro se torna indiscutível no âmbito hospitalar. Para

tanto, a capacitação se faz necessária para um bom respaldo teórico e técnico do

profissional. Ainda assim, a troca de experiências é essencial, além da divulgação

de materiais atualizados capazes de nortear os novos profissionais e contribuir para

que a atuação nessa área seja mais valorizada e reconhecida.

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