Cultivodocoqueiroanococo 170611132045
Cultivodocoqueiroanococo 170611132045
Cultivodocoqueiroanococo 170611132045
2059
O CULTIVO DO COQUEIRO-ANÃO-VERDE:
tecnologias de produção
Vitória, ES
2013
© 2013 - Incaper
Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural
Rua Afonso Sarlo, 160 – Bento Ferreira – CEP 29052-010 – Vitória-ES - Caixa Postal 391
Telefax: (27) 3636 9868 – 3636 9846 – [email protected] – www.incaper.es.gov.br
Documentos no 227
ISSN 1519-2059
Editor: DCM/Incaper
Tiragem: 1.000
Novembro de 2013
Conselho editorial
Presidente - Aureliano Nogueira da Costa
Chefe de Departamento de Comunicação e Marketing - Liliâm Maria Ventorim Ferrão
Chefe da Área de Pesquisa - José Aires Ventura
Chefe da Área de Extensão - Maxwel Assis de souza
Coordenação Editorial: Liliâm Maria Ventorim Ferrão
Membros:
Adelaide de Fátima Santana da Costa
Alessandra Maria da Silva
André Guarçoni Martins
Bevaldo Martins Pacheco
Luiz Carlos Santos Caetano
Romário Gava Ferrão
Sebastião Antonio Gomes
Sheila Cristina Prucoli Posse
(Biblioteca do Incaper)
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
B456
Benassi, Antonio Carlos
O cultivo do coqueiro-anão-verde : tecnologias de produção / Antonio Carlos
Benassi; César José Fanton; Enilton Nascimento de Santana. - Vitória, ES : Incaper,
2013.
120 p. il. (Incaper. Documentos, 227).
ISSN 1519-2059
CDD 634.61
apresentação
Os Autores
sumário
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................... 9
2 ORIGEM E DISPERSÃO ......................................................................................................... 12
3 PRODUÇÃO MUNDIAL E BRASILEIRA........................................................................... 13
4 POLO DE COCO.......................................................................................................................... 16
5 CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA............................................................................................... 18
6 VARIEDADES.............................................................................................................................. 19
6.1 VARIEDADE GIGANTE............................................................................................................ 19
6.2 VARIEDADE ANÃ..................................................................................................................... 20
6.2.1 Anão-verde.......................................................................................................................... 21
6.2.2 Anão-amarelo.................................................................................................................... 22
6.2.3 Anão-vermelho................................................................................................................. 23
6.3 HÍBRIDO...................................................................................................................................... 23
7 MORFOLOGIA............................................................................................................................ 25
7.1 RAIZ.............................................................................................................................................. 25
7.2 CAULE.......................................................................................................................................... 26
7.3 FOLHA......................................................................................................................................... 27
7.4 INFLORESCÊNCIA................................................................................................................... 29
7.5 FRUTO......................................................................................................................................... 31
7.5.1 Processo de germinação............................................................................................... 32
8 CLIMA............................................................................................................................................ 34
8.1 LATITUDE................................................................................................................................... 34
8.2 TEMPERATURA......................................................................................................................... 34
8.3 UMIDADE DO AR.................................................................................................................... 35
8.4 PLUVIOSIDADE........................................................................................................................ 35
8.5 INTENSIDADE LUMINOSA................................................................................................... 36
8.6 ALTITUDE................................................................................................................................... 37
8.7 VENTO......................................................................................................................................... 37
9 SOLO............................................................................................................................................... 38
10 PRODUÇÃO DE MUDAS..................................................................................................... 38
10.1 PLANTA MATRIZ.................................................................................................................... 38
10.1.1 Coleta de sementes....................................................................................................... 40
10.2 VIVEIROS.................................................................................................................................. 40
10.2.1 Produção de mudas de raiz nua............................................................................. 41
10.2.2 Produção de mudas em recipientes plásticos................................................. 43
10.2.3 Posicionamento da semente.................................................................................... 44
10.2.4 Adubação no viveiro.................................................................................................... 45
11 PLANTIO E MANEJO............................................................................................................ 46
11.1 SELEÇÃO DA ÁREA.............................................................................................................. 46
12.2 PREPARO DO SOLO............................................................................................................. 46
11.3 ESPAÇAMENTO E MARCAÇÃO DAS COVAS............................................................... 47
11.4 ABERTURA DA COVA.......................................................................................................... 50
11.5 TAMANHO E PREPARO DA COVA................................................................................... 51
11.6 PLANTIO DA MUDA............................................................................................................. 53
11.7 IRRIGAÇÃO ............................................................................................................................ 54
11.7.1 Necessidade hídrica..................................................................................................... 55
11.7.2 Monitoramento da umidade do solo................................................................... 57
12 NUTRIÇÃO MINERAL........................................................................................................... 59
13 USO DE CORRETIVOS E ADUBAÇÃO .......................................................................... 64
13.1 AMOSTRAGEM DO SOLO.................................................................................................. 65
13.2 AMOSTRAGEM FOLIAR...................................................................................................... 66
13.3 CALAGEM ............................................................................................................................... 68
13.3.1 Cálculo da necessidade de calcário...................................................................... 69
13.4 GESSAGEM.............................................................................................................................. 70
13.5 ADUBAÇÃO DE PLANTIO.................................................................................................. 70
13.6 ADUBAÇÃO DE FORMAÇÃO E PRODUÇÃO ............................................................. 71
13.7 LOCALIZAÇÃO DA ADUBAÇÃO...................................................................................... 74
14 PRAGAS . ................................................................................................................................... 74
14.1 PRAGAS DO ESTIPE............................................................................................................. 75
14.2 PRAGAS DAS FOLHAS........................................................................................................ 78
14.3 PRAGAS DAS FLORES E FRUTOS.................................................................................... 83
14.4 CONSIDERAÇÕES................................................................................................................. 86
15 DOENÇAS ................................................................................................................................. 87
16 COLHEITA................................................................................................................................106
17 TRANSPORTE........................................................................................................................114
18 COMERCIALIZAÇÃO..........................................................................................................115
18.1 COCO SECO..........................................................................................................................116
18.2 COCO VERDE........................................................................................................................116
19 ReferênCias........................................................................................................................117
O CULTIVO DO COQUEIRO-ANÃO-VERDE:
tecnologias de produção
1 INTRODUÇÃO
1
Engenheiro Agrônomo, D.Sc. Produção Vegetal, Pesquisador do Incaper, [email protected]
2
Engenheiro Agrônomo, D. Sc. Entomologia, Pesquisador do Incaper, [email protected]
3
Engenheiro Agrônomo, D.Sc. Fitopatologia, Pesquisador do Incaper, [email protected]
10
b) Tronco – Utilização da madeira na construção civil, fabricação de
mobiliários, artesanatos e produção de palmito.
c) Raízes – Produção de balaios e medicamentos a partir de sua seiva.
d) Inflorescências – Produção de açúcar e bebidas fermentadas a partir
de sua seiva.
e) Frutos – Considerados a parte nobre da planta com maior interesse
comercial, podem ser comercializados ainda verdes (imaturos) para o
consumo de água de coco ou secos para a agroindústria e para utilização
na culinária de forma geral.
Do fruto podem ser obtidos os seguintes produtos:
a) Fibras – Utilização como substrato agrícola, na confecção de cordas,
tapetes, escovas, mantas para drenagem de solo, estofamento de bancos
de veículos e composição com polímeros.
b) Coque – Produção de carvão especial e artesanatos como botões,
colares, pulseiras e cuias.
c) Polpa – Produção de copra, leite de coco e coco ralado, utilizados na
fabricação de sorvetes, doces, bolos e na panificação, entre outros.
A polpa do coco desidratada a 6% de umidade é conhecida como
“copra” que é um produto comercializado mundialmente. Da copra é
obtido principalmente o óleo de coco com grande aplicação industrial na
produção de borracha sintética, margarinas, cosméticos, fluido para freios
hidráulicos, resinas, lubrificantes, glicerina e, principalmente, na fabricação
de sabões.
O óleo de copra é muito utilizado na indústria de sabões e detergentes
pelas suas características como espumante, bactericida e, principalmente,
por ser biodegradável. Portanto, menos agressivo ao meio ambiente.
Mundialmente o coqueiro tem grande importância na produção de óleo.
Entretanto, no Brasil, essa potencialidade não é devidamente explorada.
Atualmente a tendência mundial por alimentos mais saudáveis e
funcionais induz a substituição de bebidas industrializadas por sucos de
11
frutas e, também, por água de coco. Por essa razão tem sido constatada, em
vários estados brasileiros, a ampliação na área cultivada com o coqueiro-
anão, com o objetivo maior de produção de frutos imaturos para o consumo
da água de coco in natura.
A água de coco pode ser considerada uma solução isotônica natural,
levemente ácida, estéril e de baixo valor calórico. Contém sais minerais,
açúcares, vitaminas e proteínas, atuando como uma excelente bebida
para a hidratação. Sua utilização tem sido indicada na nutrição humana,
medicina e na biotecnologia.
A água de coco é consumida tanto na forma industrializada como
diretamente dos frutos verdes. Apesar do consumo desse produto ter
crescido acentuadamente na última década, existe um grande potencial
para sua ampliação tendo em vista a tendência de consumo de bebidas
não alcoólicas no Brasil.
Atualmente estima-se que o consumo de refrigerantes no Brasil seja
da ordem de 16 bilhões de litros/ano. Considerando-se o consumo de
água de coco em 200 milhões de litros/ano, este representa apenas 1,25%
daquele valor. Caso se pretenda ampliar o consumo de água de coco para
3% do consumo de refrigerantes, ou seja, 480 milhões de litros/ano, seria
necessária uma produção anual adicional de 280 milhões de litros de água
de coco. Admitindo-se uma média populacional de 205 plantas/ha com
uma produtividade média de 100 frutos/planta/ano e três frutos para se
obter 1 litro de água de coco, seria necessário ampliar a área de plantio
existente em aproximadamente 41,4 mil hectares.
No Espírito Santo a criação dos polos de fruticultura tem potencializado
e organizado a cadeia produtiva para diferentes fruteiras, dentre elas a do
coqueiro.
Os dados e informações apresentados neste manual técnico objetivam
contribuir para o desenvolvimento dessa cultura na região do polo, levando
em consideração a carência de informações técnicas e a necessidade de
12
avanços na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para essa espécie
vegetal que possui diversos atributos para usos múltiplos demandando
maiores conhecimentos para sua plena utilização.
2 ORIGEM E DISPERSÃO
13
Dessa região, provavelmente, foi disperso para a Índia e em seguida
para o leste africano. Posteriormente levado para o oeste africano e, deste,
disperso pelo homem para as Américas e para toda a região tropical.
Independentemente de seu centro de origem, o homem é considerado
seu principal agente de dispersão. Entretanto, devido à capacidade dos
frutos (sementes) flutuarem e permanecerem viáveis após longo período
de tempo em água salgada, as correntes marinhas foram de grande
importância, atuando como agentes secundários na dispersão dessa
espécie. Experimento para determinar a viabilidade do coco revelou que
os frutos (sementes) foram capazes de germinar e se desenvolver após
um período de 110 dias flutuando na água do mar. Assim, estimando-se
uma condição favorável, esse fruto (semente) poderia ser levado por uma
corrente marinha por distâncias superiores a 5.000 km.
Relatos históricos indicam que o coqueiro-gigante foi introduzido pela
primeira vez no Brasil, no estado da Bahia, em 1553, pelos portugueses, por
meio de mudas e sementes trazidas da Ilha de Cabo Verde.
A introdução dos coqueiros-anões foi mais recente. O anão-verde foi
introduzido em 1924 e, em 1938, foi introduzido o anão-amarelo e o anão-
vermelho.
14
toneladas em uma área colhida de 11,7 milhões de hectares, representando
um acréscimo de 20,2% na produção e apenas 5,4% na área colhida. O
rendimento médio mundial passou de 4,68 t/ha no ano de 2001 para 5,33
t/ha no ano de 2010.
Em 2011 a produção mundial foi de 59,2 milhões de toneladas em uma
área colhida de 11,4 milhões de hectares.
No Brasil a evolução da produção de frutos e da área colhida com coco,
no período de 2001 a 2010, pode ser observada na Figura 2. A análise do
gráfico mostra que houve crescimento na produção de frutos no período
entre 2001 e 2005, chegando a ultrapassar 2 bilhões de frutos. Após 2005,
verifica-se uma queda na produção atingindo em 2010 aproximadamente
1,8 bilhões de frutos. A área colhida seguiu a mesma tendência com
crescimento entre 2001 e 2005 com posterior declínio.
2.500.000 295.000
290.000
2.000.000 285.000
280.000
Produção (1.000 frutos)
270.000
1.000.000
265.000
500.000 260.000
255.000
0 250.000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Figura 2. Produção de frutos e área colhida com coco no Brasil no período de 2001
a 2010.
Fonte: Agrianual 2007; 2013.
15
bilhão de frutos, enquanto a área colhida variou de 273,3 mil para 264,3
mil hectares, representando um acréscimo de 28,6% na produção e uma
redução de 3,29% na área colhida. No mesmo período, o rendimento médio
passou de 5.123 frutos/ha/ano para 6.810 frutos/ha/ano. Vale ressaltar que
este aumento na produtividade foi decorrente de plantios mais tecnificados
com variedades melhoradas de maior potencial produtivo e ajustes
tecnológicos no espaçamento, tratos culturais e manejo fitossanitário.
No ano de 2011, a produção nacional foi da ordem de 1,9 bilhões de
frutos em uma área colhida de 260,4 mil hectares. Nesse ano, os cinco
estados brasileiros maiores produtores de coco foram: Bahia, Ceará, Sergipe,
Pará e Espírito Santo (Figura 3). Considerando estes cinco estados, juntos
representaram, em 2011, uma produção superior a 1,45 bilhões de frutos
correspondendo a 76,1% da produção nacional.
A Bahia é o estado com maior produção e área colhida, tendo no ano de
2011 produzido 529,5 milhões de frutos em uma área de 76,7 mil hectares,
com rendimento médio de 6.900 frutos/ha, enquanto o rendimento médio
nacional foi de 7.310 frutos/ha.
Produção (1.000 frutos)
16
O estado do Espírito Santo ocupa a quinta posição como produtor
nacional com uma produção, em 2011, de 176,5 milhões de frutos em uma
área colhida de 11,2 mil hectares e rendimento médio de 15.817 frutos/
ha, valor este superior aos verificados na maioria dos estados brasileiros
produtores e bem acima da média nacional de 7.310 frutos/ha.
Propriedades rurais produtoras de coco, localizadas na região do polo
de coco, têm alcançado rendimentos acima de 30 mil frutos/ha/ano, com
rendimento médio superior a 150 frutos/planta/ano, revelando o elevado
nível tecnológico adotado no seu sistema produtivo.
4 POLO DE COCO
17
reúne um conjunto de informações de clima e solo, associados com o perfil
socioeconômico da região. São eles: Aracruz, Boa Esperança, Conceição
da Barra, Fundão, Ibiraçú, Jaguaré, João Neiva, Linhares, Montanha,
Pedro Canário, Pinheiros, Rio Bananal, São Gabriel da Palha, São Mateus,
Sooretama e Vila Valério, que fazem parte do polo de coco como áreas
prioritárias. Entretanto, outros municípios, próximos a estes, constituem-se
como potencial de expansão (Figura 4).
Municípios que inicialmente não constam dessa relação, poderão ser
incluídos conforme interesse e/ou avanços na produção ou processamento
do fruto ou de seus subprodutos.
18
Em relação ao cultivo do coqueiro nessa região, constatou-se, nas
décadas de 1990 e 2000, um desestímulo do produtor rural, provocando
a redução da área plantada e da produção em função dos baixos preços
recebidos pelo produto.
Recentemente, com a instalação de agroindústrias na região e a
perspectiva de novas empresas processadoras de água de coco para
abastecimento do mercado interno e exportação, a área de plantio vem
sendo ampliada. Em 2011 a área colhida foi de 11,2 mil hectares com
produção de 176,5 milhões de frutos. Para 2025, estima-se uma área de 19
mil hectares plantada com coco no Espírito Santo, com uma produção de
430 milhões de frutos (ESPÍRITO SANTO, 2008).
5 CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA
Classificação botânica
Reino Plantae
Divisão Magnoliophyta
Classe Liliopsida
Subclasse Arecidae
Ordem Arecales
Família Arecaceae (Palmae)
Subfamília Cocosoideae
Tribo Cocoineae
Gênero Cocos
Espécie Cocos nucifera L., 1753
19
6 VARIEDADES
20
Figura 5. Exemplares de coqueiro-gigante com idade de cinco anos e meio, em
início de produção.
21
cultivar, observa-se diferenças entre as plantas dentro de um mesmo grupo
de cor de casca, o que demonstra a necessidade de trabalhos de seleção
genética.
6.2.1 Anão-verde
Figura 6. Coqueiro-anão-verde.
22
6.2.2 Anão-amarelo
23
6.2.3 Anão-vermelho
6.3 HÍBRIDO
24
A obtenção de sementes híbridas de coco tem sido realizada por
instituições públicas de pesquisa e grandes empresas privadas. No entanto,
essas sementes
nem sempre estão
disponíveis para
comercialização.
São exemplos de
híbridos: PB 111;
PB 121, PB 131 e
PB 141.
As principais
25
7 MORFOLOGIA
7.1 RAIZ
A B C
Figura 10. Vista parcial do sistema radicular do coqueiro-anão-verde (A). Detalhe
do sistema radicular de um coqueiro-anão-verde com dois anos de
idade (B) e (C).
26
culturais empregados, como a irrigação e adubação.
Embora seja possível encontrar raízes bem afastadas da planta, 5 m ou
mais ou mesmo a grandes profundidades, 4 m ou mais. De maneira geral, a
maior concentração do sistema radicular do coqueiro, entre 70 e 90%, está
distribuída num raio de até 2,0 m a partir do estipe e na profundidade até
0,6 m.
Em solos com problemas de drenagem, sujeitos ao encharcamento, com
camada compactada ou formação rochosa próximo à superfície, o sistema
radicular apresenta dificuldades para crescimento, formação e absorção de
nutrientes, influenciando no crescimento e desempenho da planta.
7.2 CAULE
A B
Figura 11. Estipe do coqueiro-anão-verde (A). Cicatriz foliar no estipe após a queda
da folha (B).
27
nas plantas jovens e vai diminuindo à medida que a planta vai ficando mais
velha.
Sua altura pode ser superior a 20 m na variedade gigante e pouco superior
a 10 m no coqueiro anão. O híbrido apresenta porte intermediário.
Raramente o estipe do coqueiro aparece ramificado e, quando acontece,
pode ser devido a danos ocasionados na gema apical.
Na extremidade superior do estipe desenvolve-se um conjunto de
folhas onde, em sua região central, encontra-se o ponto de formação de
novas folhas, tenro e comestível, denominado de palmito. É no ápice desse
palmito que se encontra o único ponto de crescimento da planta, a gema
apical que, se destruída, causará a morte da planta.
Internamente, o estipe do coqueiro não possui tecido meristemático
secundário (câmbio) como ocorre nas dicotiledôneas. O tecido fibrovascular
encontra-se distribuído por todo interior do tronco, embora com maior
concentração na periferia. Portanto, não apresenta crescimento no
diâmetro, sendo aproximadamente de igual diâmetro da base até a copa.
Ao se observar o estipe de um coqueiro adulto, em alguns casos, poderá
ocorrer uma região apresentando um diâmetro menor, ou seja, mais fino.
Isto pode estar relacionado a alguns fatores, como má nutrição ou ataque
de pragas ou doenças. Entretanto, muito provavelmente estará associado a
um período com déficit hídrico acentuado e prolongado.
7.3 FOLHA
28
comprimento.
29
entrada de gás carbônico (CO2) com aumento da atividade fotossintética. O
aumento da transpiração implicará aumento da absorção de água e sais
minerais pelo sistema radicular, desde que estejam disponíveis no solo.
A temperatura é o fator ambiental que interfere fortemente no ritmo de
formação e abertura das folhas.
7.4 INFLORESCÊNCIA
A B C
Figura 13. Inflorescência do coqueiro-anão-verde alojada no interior das espatas
(A) e (B). Inflorescência recém aberta (C).
30
A B C
Figura 14. Inflorescência do coqueiro-anão-verde recém aberta com suas flores
masculinas e femininas (A) e (B). Inflorescência com os frutos em início
de crescimento (C).
31
severa ou acentuada desnutrição, a inflorescência poderá estar ausente.
No coqueiro Gigante, em uma mesma inflorescência, as flores masculinas
se abrem e disseminam o pólen antes que as flores femininas se tornem
receptivas, não ocorrendo a fecundação de flores femininas com o pólen da
mesma inflorescência. Sendo assim, normalmente acontece a polinização
cruzada. Os agentes mais importantes de polinização são os insetos e o
vento.
Em coqueiros anões as flores masculinas e femininas da mesma
inflorescência amadurecem aproximadamente ao mesmo tempo, ocorrendo
normalmente a autofecundação.
7.5 FRUTO
32
• Embrião – estrutura localizada próximo a um dos três orifícios do
endocarpo.
A B
Figura 15. Corte longitudinal de um fruto do coqueiro-anão-verde aos sete meses
de idade(A) e aos doze meses mostrando suas principais estruturas
internas (B).
33
germinativos (olho), se dará o processo de germinação (Figura 17A).
Normalmente, a semente apresenta somente um embrião. Porém, há casos
de existirem mais de um na mesma semente dando origem a duas plântulas
a partir da mesma semente.
Retirando-se o mesocarpo de um “coco semente” em processo de
germinação e emergência da plântula, observa-se a formação inicial das
raízes na base da plântula que se desloca sobre o endocarpo através de um
geotropismo positivo até romper o mesocarpo e o epicarpo e atingir o solo
(Figura 17B).
A B
Figura 16. Crescimento do broto através do mesocarpo e início da formação do
haustório (A). Mudas de coco anão-verde em diferentes estágios de
crescimento e seus respectivos haustórios (B).
A B
Figura 17. Emergência da plântula através de um dos poros germinativos da
semente (A). Início da formação das raízes da planta (B).
34
8 CLIMA
8.1 LATITUDE
8.2 TEMPERATURA
35
quentes e secos, provoca alta taxa de transpiração foliar e, não sendo
compensada adequadamente pela absorção de água através das raízes,
ocasiona forte estresse hídrico na planta, interferindo na sua produção.
8.3 UMIDADE DO AR
8.4 PLUVIOSIDADE
36
mm.
Períodos com baixa precipitação, especialmente quando inferior a 50
mm mensal, são considerados muito prejudiciais, ocasionando alterações
fisiológicas e morfológicas na planta, como murchamento das folhas e
da planta, seca e queda prematura de folhas, menor formação de flores
femininas, redução no tamanho dos frutos, redução no volume de polpa e
de água de coco e, consequente, queda na produção.
Por outro lado, locais com excessiva quantidade de chuvas podem
ser prejudiciais, acarretando redução na insolação e radiação solar, o
que interfere na condutância estomática com redução no processo
fotossintético. Chuvas excessivas também ocasionam menor aeração no
solo, lixiviação de nutrientes e redução na polinização.
O coqueiro é uma planta que exige muita luz. Não se desenvolve bem
em locais sombreados, ocasionando o estiolamento da planta e redução na
produção.
A radiação solar tem uma importante influência na transpiração
do coqueiro, interferindo na condutância estomática e no processo
fotossintético.
O coqueiro é uma planta de pleno sol e se desenvolve melhor em
regiões ensolaradas e quentes. Ainda que seja uma planta C3, apresenta
alta taxa fotossintética em temperaturas relativamente elevadas.
As plantas C3 são menos eficientes na assimilação do CO2 atmosférico
utilizado no processo fotossintético quando comparadas com plantas C4.
Para que ocorra uma alta taxa fotossintética, o coqueiro mantém seus
estômatos abertos mesmo em períodos quentes do dia. Isso implica uma
grande transpiração e, consequentemente, uma grande necessidade de
água. Portanto, é fundamental uma boa disponibilidade de água no solo
37
para a planta.
8.6 ALTITUDE
8.7 VENTO
38
9 SOLO
10 PRODUÇÃO DE MUDAS
39
Abastecimento (MAPA). As determinações a serem seguidas para registro
e produção de mudas de coco estão dispostas na Instrução Normativa do
MAPA nº 23 de 16 de Junho de 2009.
Destacamos, entre outros, os seguintes pontos necessários para um
campo de matrizes de coqueiro anão:
• Inscrição do campo de plantas no órgão de fiscalização.
• Identificação da localização do campo com as coordenadas geodésicas.
• Atestado de origem genética das plantas matrizes.
• Variedade inscrita no Registro Nacional de Cultivares (RNC).
• Isolamento do campo de matrizes.
• Projeto de produção de sementes.
• Responsável técnico.
Para a produção de sementes da variedade de coqueiro anão, o
isolamento mínimo da área, em relação a outras plantas de coco, será de
500 metros sem barreira, podendo ser de 250 metros se houver barreira
natural ou artificial.
Em relação aos critérios agronômicos para a seleção de plantas
fornecedoras de sementes, deve-se observar principalmente as seguintes
características:
• Planta com alta produção.
• Planta vigorosa.
• Planta com baixo índice de ataque de pragas e doenças.
• Planta com boa conformação de copa.
• Planta com grande número de folhas.
• Folhas com a raque curta.
• Tronco com cicatrizes foliares bem próximas.
• Inflorescência com grande número de flores femininas.
• Cacho bem posicionado sobre sua folha de sustentação.
• Tamanho, formato e coloração dos frutos de acordo com a cultivar em
questão.
40
• Tamanho e formato da cavidade interna do fruto.
• Frutos com grande volume de água.
O atendimento a estas
características ou outros
parâmetros desejados deverá
estar definido adequadamente
no programa de melhoramento
genético, buscando reunir na
mesma planta o maior número
de atributos possíveis. (Figura
18). Figura 18. Planta jovem de coqueiro-anão-
verde com potencial de se tornar
uma planta matriz.
10.1.1 Coleta de sementes
10.2 VIVEIROS
41
10.2.1 Produção de mudas de raiz nua
42
sistematicamente mantendo limpa inclusive uma faixa de área externa
próximo aos canteiros.
43
reduzido e com poliembrionia.
O manejo da irrigação é prática importante, podendo ser realizada no
início da manhã e final da tarde. Importante ter atenção para que não ocorra
o encharcamento. Normalmente, os canteiros utilizados para a germinação
das sementes são confeccionados sobre um leito de areia que apresenta
naturalmente uma boa drenagem.
A muda de coco deverá ser ereta, sem defeito de formação, sem
sintomas de deficiência nutricional, sem estiolamento e de coloração
típica da variedade. Deverá também estar livre de doenças, principalmente
helmintosporiose e de pragas, principalmente ácaro-da-necrose e
cochonilhas.
As mudas, ao serem retiradas do canteiro, deverão ter suas raízes
podadas. O período entre a retirada das mudas do viveiro e o plantio
definitivo no campo deve ser o menor possível, permanecendo à sombra e
irrigadas para evitar o ressecamento severo.
44
na formação da muda.
Este sistema de produção de mudas em recipientes plásticos apresenta
a vantagem de manter intacto o sistema radicular da planta. Por outro lado,
o custo é mais elevado e se justifica em casos específicos de replantio ou
para coqueiros destinados a ornamentação e trabalhos paisagísticos.
A B C
Figura 20. Produção de mudas de coco anão-verde em recipiente plástico (A).
Muda com a semente colocada na posição vertical (B) e muda com a
semente colocada na posição horizontal (C).
45
de sua altura. A “germinação-emergência” poderá ser um pouco mais lenta.
Porém, o encaixe da plântula na região entre o coleto e a semente ficará
bem mais firme, facilitando seu manejo no transplantio, com menor quebra
da muda nessa região.
A B
Figura 21. Muda de coco-anão-verde formada a partir da semente colocada na
posição horizontal (A). Muda de coco-anão-verde formada a partir da
semente colocada na posição vertical (B).
46
11 PLANTIO E MANEJO
47
O preparo inicial de um solo poderá conter diferentes operações
mecânicas, manuais ou químicas, dependendo do tamanho, da situação
presente e das condições disponíveis para sua realização.
Normalmente, são empregadas operações mecânicas com o uso
de tratores e implementos como arados, grades e roçadeiras. Em solos
que apresentem camadas compactadas, torna-se necessário o uso de
equipamentos específicos para seu preparo, como subsoladores.
As operações de preparo de solo deverão considerar a capacidade de
uso da área, principalmente em relação à declividade. O preparo do solo
deverá ser realizado sempre acompanhando as curvas de nível do terreno,
juntamente com as práticas conservacionistas mecânicas e vegetativas que
mantenham o solo coberto para evitar ou reduzir os processos erosivos.
A demarcação e construção de estradas e carreadores devem ser
planejadas para não provocar a formação de enxurradas e, consequente,
erosão na área.
Durante os preparativos e procedimentos de preparo do solo, amostras
deverão ser coletadas nas profundidades de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm,
enviadas ao laboratório para a realização de análises visando identificar a
necessidade de uso de corretivos do solo, adubações ou outras práticas de
manejo.
48
plantio de formato quadrado ou retangular são mais adequados quando o
coqueiro for cultivado em sistemas associados com outras culturas, anuais
ou perenes. Nesses casos, os espaçamentos poderão ser bem variáveis,
dependendo de avaliação caso a caso.
Para cultivo solteiro, o arranjo triangular proporciona uma melhor
distribuiçao de plantas e maior densidade populacional por área. Um
plantio no arranjo quadrado com espaçamento de 7,5 x 7,5 m entre as
plantas proporciona uma densidade populacional de 178 plantas/ha,
enquanto no sistema triangular 7,5 x 7,5 x 7,5 m a distância entre as plantas
será a mesma. Porém, as plantas estarão melhor distribuídas e a densidade
populacional será de 205 plantas/ha, ou seja, um acréscimo de 15% no
número de plantas por hectare (Tabela 2).
49
triangular no espaçamento de 7,0 x 7,0 x 7,0 m entre plantas, o que
possibilitará colocar 235 plantas por hectare, ou seja, 31 plantas a mais por
hectare em relação ao espaçamento tradicional.
Para um plantio de coqueiro-anão no sistema de triângulo equilátero,
no espaçamento de 7,5 x 7,5 x 7,5 m entre as plantas, a marcação das
covas deverá ser iniciada preferencialmente pelo estabelecimento de um
alinhamento no sentido norte-sul e neste as covas serão marcadas na
distância de 7,5 m (Figura 22A). O balizamento da linha principal no sentido
norte-sul tem a finalidade de proporcionar um maior período de insolação
e luminosidade para as plantas.
A B C
Figura 22. Marcação das covas no primeiro alinhamento (A). Corda com 15 m
utilizada na marcação (B). Marcação das covas no formato triangular
7,5 x 7,5 x 7,5 m a partir do primeiro alinhamento (C).
50
Observe na Figura 23 que a união de dois triângulos, contendo cinco
plantas, forma uma figura geométrica de um retângulo (linhas tracejadas).
Para um plantio na disposição triangular com espaçamento equidistante de
7,5 m entre as plantas, a distância entre as linhas de plantio será de 6,495 m
que, para efeito de marcação do campo, pode ser utilizado à distância de 6,5
m. Isto significa dizer que se pode marcar linhas paralelas afastadas de 13,0
m, nesse alinhamento deve-se fazer marcações a cada 7,5 m e, ao cruzar as
diagonais, a cova no intervalo central será definida, conforme demonstrado
pelas linhas pontilhadas (Figura 23). Essa prática facilita e agiliza a marcação
das covas no campo.
A Figura 23 representa uma área com a marcação das covas e
implantação do coqueiral no sistema triangular de 7,5 x 7,5 x 7,5 m indicado
para o coqueiro-anão-verde.
Figura 23. Esquema de marcação das covas e distribuição das plantas no sistema
triangular 7,5 x 7,5 x 7,5 m.
51
tomada de força do trator (Figura 24A) ou com uma retroescavadeira (Figura
24B). O uso da broca para a abertura da cova em solos pesados (argilosos)
deverá ser criterioso, pois poderá ocasionar o espelhamento na parede
da cova, dificultando ou mesmo impedindo o crescimento do sistema
radicular. Outro problema que pode ser verificado é que uma cova com
a parede espelhada dificulta a drenagem. Assim, após chuvas ou mesmo
irrigação frequente, poderá ocorrer o encharcamento na cova levando à
morte das raízes.
As covas poderão ser confeccionadas a partir de um sulco aberto com
o uso de um sulcador acoplado ao trator. A cova será do tipo banqueta,
preparada no interior do sulco confirme tamanho pré-estabelecido (Figura
24C).
A B C
Figura 24. Abertura mecânica da cova de plantio com uso de broca mecânica (A),
com retroescavadeira (B) e sulcador (C).
52
A B
Figura 25. Molde utilizado para a marcação das covas de plantio (A). Início do
processo de abertura manual da cova com uma cavadeira reta (B).
A B
Figura 26. Retirada da terra da superfície da cova (A). Após a retirada do solo da
superfície da cova, o subsolo deverá ser retirado e descartado (B).
53
A B
Figura 27. Cova aberta nas dimensões estabelecidas (A). Preparo do substrato com
adubos químico e orgânico e preenchimento da cova com o material
preparado (B).
54
e a muda deverá permanecer na posição vertical (Figura 28C).
A B C
Figura 28. Reabertura parcial da cova para a colocação da muda (A). Plantio na
profundidade adequada (B). Muda corretamente plantada na posição
vertical (C).
11.7 IRRIGAÇÃO
55
sistema radicular. Isso explica a grande necessidade hídrica do coqueiro.
O coqueiro pode sobreviver sob condições de estresse hídrico. Porém,
nessa condição, a produção de frutos é severamente afetada. Os sintomas
da falta de água manifestam-se de diferentes formas e intensidades
dependendo do grau do déficit hídrico. Pode ocorrer atraso no início da
fase de produção, redução no crescimento pela diminuição na emissão
e no tamanho das folhas, queda prematura de folhas e frutos, redução
do número de flores femininas por cacho, queda de flores, frutos com
tamanho reduzido, com menor volume de água e consequente queda na
produtividade.
A atividade rural da cocoicultura em nossa região, objetivando alto
rendimento, deve considerar que, além do volume de chuvas ser insuficiente,
a sua distribuição é irregular. Sendo assim, a complementação por meio da
irrigação se torna necessária. O projeto para a implantação de um cultivo
irrigado deve atender a três considerações básicas: como, quando e quanto
irrigar.
Diversos sistemas de irrigação podem ser utilizados no cultivo do
coqueiro. Irrigação por superfície, irrigação convencional ou localizada.
Considerando a necessidade de melhor utilizar os recursos naturais, a
irrigação localizada é a mais indicada.
Sempre que for possível e economicamente viável, deve-se utilizar
dois microaspersores por planta, com objetivo de aumentar a eficiência
do processo pela ampliação da área a ser irrigada, pois o coqueiro requer
grande volume de água.
56
considerados. Em relação ao solo, deve-se observar sua classificação (tipo) e
o teor de umidade. Quanto à planta, deve-se considerar a idade, volume da
copa, estado nutricional e rendimento. Em relação ao sistema de irrigação,
deve-se avaliar sua eficiência e o tamanho da área molhada.
A necessidade hídrica pode ser determinada pela equação: ETc = ETo x
Kc x Ks, na qual:
ETc = evaporação da cultura, mm.dia-1
ETo = evaporação de referência, mm.dia-1
Kc = coeficiente de cultivo
Ks = coeficiente de sombreamento
O coeficiente de cultivo (Kc) é um indicador de significado físico e
biológico que depende da arquitetura da planta, da cobertura vegetal
e da transpiração. Seu valor pode variar de acordo com o crescimento,
desenvolvimento e fenologia da planta, conforme a fração de cobertura
da superfície do solo pela vegetação e com a profundidade e densidade
do sistema radicular. Pode variar também em função da textura e do teor
de água desejável no solo. Mesmo sem informações científicas específicas
para essa região que definam sua amplitude, os valores utilizados variam
entre 0,8 e 1,3 para os cálculos das equações.
O Ks pode ser calculado pela equação Ks = Cc/0,85, proposta por Keller
e Karmeli (1974), na qual Cc é o coeficiente de cobertura e representa a
fração da superfície do solo realmente coberta pela folhagem das plantas
vista de uma projeção vertical. Assim, esse coeficiente deve ser empregado
em sistemas de irrigação localizada, pois somente uma parte da superfície
do solo será molhada. No caso de sistema convencional de irrigação, em
área total, o Ks assume valor igual a 1,0.
Em coqueiros irrigados por microaspersão, o volume de água a ser
aplicado pode ser estimado pela equação Va = ETc x A x Tr, na qual:
Va = volume de água a ser aplicado por planta, L
ETC = evapotranspiração da cultura, mm.dia-1
57
A = área ocupada por planta, m2
Tr = turno de rega, dia
A área ocupada por planta (A), no caso do coqueiro plantado no sistema
triangular de 7,5 x 7,5 x 7,5 m, é de 48,8 m2.
O turno de rega (Tr) depende da capacidade de retenção de água no
solo, da porcentagem de área molhada e da evapotranspiração da cultura.
O turno de rega (Tr) normalmente varia entre 1 e 3 dias para solos arenosos
e argilosos, respectivamente.
O tempo de irrigação pode ser calculado pela equação Ti = Va/(Nep x
qa x Ea), na qual:
Va = volume de água a ser aplicado por planta, L
Nep = número de emissores por planta
qa = vazão do emissor, L.h.-1
Ea = eficiência de aplicação do sistema de irrigação, decimal
A eficiência de aplicação (Ea) do sistema de irrigação deve ser avaliada no
campo. Porém, em geral, sistemas por microaspersão bem dimensionados
e com boa manutenção apresentam valores entre 85 e 95%.
58
recomendada a instalação de três tensiômetros nas profundidades de 20
cm, 40 cm e 60 cm. Esse conjunto de tensiômetros pode ser instalado a uma
distância de 0,8 a 1,20 m em relação ao estipe do coqueiro.
A B
Figura 29. Modelo de tensiômetro utilizado para monitoramento da umidade do
solo.
59
Para solos argilosos deve variar entre 25 e 50 centibares.
Leituras abaixo dos valores mínimos citados indicam que a irrigação
está excessiva e leituras acima da faixa ideal indicam que o solo está mais
seco que o desejável e a quantidade de água deve ser aumentada ou o
turno de irrigação reduzido. Entretanto, esses valores devem ser ajustados
mediante a elaboração da curva de retenção de água pelo solo em questão
definida através de análise laboratorial.
12 NUTRIÇÃO MINERAL
60
bases nitrogenadas, ácidos nucléicos (DNA e RNA) e proteínas. Também
relacionado aos mais importantes processos fisiológicos, como fotossíntese
e respiração. Participa da síntese de vitaminas, hormônios e coenzimas. O
N apresenta alta mobilidade na planta, o qual é transferido de um órgão
para outro. Quando há deficiência desse nutriente na planta, ocorre um
processo de degradação de compostos nas folhas mais velhas, liberando o
N para ser utilizado nas áreas deficientes ou em formação (remobilização),
com isso o sintoma visual da deficiência está inicialmente relacionado ao
amarelecimento nas folhas mais velhas. Sua deficiência ocasiona um gradual
amarelecimento na planta, redução do número de flores femininas, redução
do número de frutos por cacho e da produção. A deficiência severa, em
estágio avançado, acarreta a diminuição do tamanho, do número de folhas
e estreitamento do estipe, fazendo com que a planta apresente aspecto
característico denominado “ponta-de-lápis”. Em plantas jovens, no viveiro,
a deficiência ocasiona amarelecimento generalizado das folhas e redução
no diâmetro do coleto. As causas da deficiência de nitrogênio podem
estar associadas a solos desfavoráveis à mineralização do nitrogênio, baixa
pluviosidade ou seu excesso causando lixiviação, presença de plantas
invasoras principalmente gramíneas, e falta de coroamento da planta ou
manejo inadequado da adubação.
61
Potássio (K) – Absorvido na forma de K+. Participa diretamente no
processo de abertura e fechamento estomático fundamental no equilíbrio
hídrico da planta. Atua no crescimento de tecidos meristemáticos e está
envolvido na ativação de vários sistemas enzimáticos. É essencial na
frutificação e maturação dos frutos, além de ser responsável pela conversão
de amido em açúcares. Apresenta alta mobilidade na planta. É o nutriente
mais exportado pelos frutos e os sintomas de sua deficiência podem ser
observados pelo aparecimento de manchas amareladas, cor de ferrugem,
nos dois lados do folíolo que posteriormente evoluem para uma necrose
na extremidade. A deficiência pode ser observada por um gradiente de
coloração na planta com as folhas mais novas verdes, as folhas de meio de
copa amarelecidas e as folhas mais velhas amareladas e secas. Coqueiros
com deficiência de potássio apresentam redução na produção de frutos.
62
dos folíolos enquanto permanecem verdes próximos à raque. Folhas bem
jovens e folhas sombreadas permanecem verdes. Quando a deficiência é
severa, manchas translúcidas podem aparecer nas partes amarelas da folha
e as extremidades dos folíolos ficam necróticos com coloração marrom-
avermelhada. A deficiência de Mg pode estar associada à elevada acidez
em solos leves, pelo contínuo uso de fertilizantes amoniacais e pesadas
fertilizações com K.
63
Zinco (Zn) – Absorvido na forma de Zn2+. Participa dos processos de
respiração, síntese de proteínas e controle hormonal. Componente essencial
de várias enzimas. Apresenta-se pouco móvel na planta. A deficiência de
Zn interfere no crescimento da planta, podendo ocasionar redução no
tamanho e deformação da folha.
64
proteínas. Elemento pouco móvel na planta. Quando ocorre deficiência de
Cu, a raque da folha fica flexível e se curva. Os folíolos começam a secar nas
extremidades, passando de verdes a amarelados e, por fim, secam e ficam
com aspecto de queimados. Sob deficiência severa, a planta apresenta
poucas folhas vivas e as folhas novas emitidas são pequenas e cloróticas.
A deficiência de Cu é mais comum em plantas jovens e pode aparecer
em solos turfosos, nos quais o Cu se encontra complexado com a matéria
orgânica e em solos de areia quartzosa distrófica.
65
13.1 AMOSTRAGEM DO SOLO
66
ou caixinha própria de papelão, identificada e enviada ao laboratório para
análise.
67
voltas ao redor da planta, contando-se cinco folhas em torno de uma espiral,
conforme apresentado na figura 30.
Para coqueiros jovens, as amostragens poderão ser feitas na folha
número 4 ou na folha número 9. No caso de coqueiros em produção, a folha
a ser amostrada normalmente é a de número 14.
68
ser enviada ao laboratório.
Recomenda-se coletar os folíolos de plantas sadias que representem a
população da área. Não deve ser coletada amostra em plantas ou folhas
muito danificadas por pragas ou doenças ou que apresentem distúrbios
fisiológicos ou morfológicos. Nunca misturar amostras coletadas em folhas
de números diferentes.
A B
Figura 31. Folhas do coqueiro mostrando os folíolos retirados para análise (A e B).
13.3 CALAGEM
69
alcalinos, pH 7,5, até solos bastante ácidos, menor que pH 5,0. Entretanto,
nestes casos extremos ocorrerá desequilíbrios na disponibilidade dos
elementos nutrientes no solo e a planta poderá se tornar improdutiva. A
faixa de pH considerada ótima situa-se entre 6,0 e 6,5.
Solos ácidos normalmente apresentam Al3+ (forma tóxica) e/ou baixos
teores de Ca e Mg. Nesse caso, é necessária a sua correção por meio da
calagem.
Para o bom desenvolvimento do coqueiro, é necessário que o teor
de Ca e Mg no solo esteja acima de 3 cmolc/dm3 e 0,8 cmolc/dm3,
respectivamente.
No estado do Espírito Santo, o método utilizado para a estimativa da
quantidade de calcário é o da saturação de bases (V%). Para o coqueiro-
anão irrigado, recomenda-se elevar a saturação de bases para 70%.
70
x 80 x 80 cm, a um volume de 0,512m3 (512 litros). Portanto, como os
volumes de solos correspondentes a cada tamanho de cova são diferentes,
a quantidade de calcário necessária para alcançar o efeito desejado deverá
ser diferente.
A quantidade de calcário a ser utilizada será determinada por cálculos
matemáticos com base na análise química do solo.
13.4 GESSAGEM
71
análise química do solo. Nos solos tropicais, geralmente é indispensável a
aplicação de matéria orgânica e fósforo na cova de plantio.
Para o preparo da cova:
• Aplicar fósforo considerando seu teor disponível no solo indicado
pela análise (Tabela 3). Preferencialmente utilizar superfosfato simples por
conter enxofre em sua composição.
• Misturar ao solo da cova 20 litros de esterco de curral curtido ou seu
equivalente em outra forma orgânica.
• A quantidade de calcário deve ser determinada considerando-se a
análise química do solo.
• Se a análise de solo indicar baixos teores de micronutrientes, aplicar 7
g de zinco, 1 g de cobre, 2,5 g de boro,1,5 g de ferro e 3 g de manganês.
72
Na carência de maiores informações e dados da pesquisa sobre adubação
do coqueiro- anão irrigado em nossa região, utilizou-se informações
bibliográficas, de técnicos e produtores rurais para elaborar a tabela de
referência (Tabela 4). A recomendação de adubação com as doses de N leva
em consideração o teor foliar de N e a idade da planta. Os valores indicados
para P2O5 e K2O foram determinados considerando-se os teores de P e K no
solo e a idade da planta.
Observações:
a) Em cultivos irrigados, a adubação com nitrogênio e potássio pode ser
parcelada a cada trinta ou sessenta dias ou aplicados com maior frequência
via fertirrigação.
b) Quanto ao fósforo, parcelar o total anual recomendado em duas
aplicações com intervalo semestral.
c) A partir do 2° ano, aplicar 20 kg/ha/ano de enxofre tendo como fonte
gesso ou sulfato de amônio.
d) Quando a análise de solo indicar para o zinco valores abaixo de 0,6 mg/
dm3, determinado pelo método do DTPA, aplicar 5 kg de zinco por hectare.
e) Quando a análise de solo indicar para o boro teores abaixo de 0,2 mg/
dm³, pelo método de água quente, aplicar 2 kg de boro por hectare.
73
f ) Suspender a adubação potássica quando a análise de solo indicar teor de
K superior a 250 mg/dm3.
A análise de solo é uma importante aliada para o manejo da adubação.
Porém, não é suficiente para o acompanhamento do estado nutricional
do coqueiro. Assim, a análise foliar é prática indispensável para o
monitoramento, acompanhamento nutricional da planta e sua correlação
com índices de produtividade.
Na ausência de maiores informações de pesquisa quanto ao balanço de
nutrientes para o coqueiro-anão-verde irrigado em nossa região, elaborou-
se um estudo baseado em vários trabalhos científicos que possibilitou a
indicação das faixas de teores de macro e micronutrientes consideradas
adequadas para essa cultivar, determinado na folha 14 (Tabela 5).
N P K Ca Mg S Cl Na
18 - 20 1,1 - 1,4 9 - 10 4,0 - 5,0 2,5 - 2,6 1,5 - 1,7 5,0 - 5,5 2,2 - 2,9
Micronutriente (mg.kg-1)
Zn B Fe Mn Cu
11 - 12 24 - 36 90 - 100 30 - 55 4,5 - 50
Fonte: adaptado de Holanda et al., 2007.
74
a relação entre os custos dos insumos e mão de obra com a produção
esperada e preço do fruto a ser comercializado.
A B
Figura 32. Região de aplicação de adubos em planta jovem (A). Área indicada para
adubação em planta adulta de coqueiro-anão-verde (B).
14 PRAGAS
75
causar danos de importância econômica para a cultura.
A seguir, será apresentada uma breve descrição das principais pragas
da cultura, características de seu ciclo biológico, danos que provocam e
sugestão de algumas medidas de controle.
76
serão colocados cerca de 20 a 30 toletes de cana de 30 cm com a cápsula
do feromônio fixada através de um arame fino na parte inferior da tampa
(Figura 33B).
Esses recipientes devem ser distribuídos aproximadamente a cada 500
metros na periferia do plantio. Recomenda-se, quinzenalmente, a inspeção
para a destruição dos insetos capturados e a troca dos toletes de cana.
Esses insetos também são controlados biologicamente pelo fungo
Beauveria bassiana (Bals.) Vuill e pelo parasitóide Paratheresia menezesi
Townsend (Diptera: Tachinidae).
É importante não provocar ferimentos nas plantas de coqueiros
evitando, assim, atrair esses insetos. Também é importante monitorar
plantações vizinhas, pois a cana de açúcar, palmáceas diversas, mamoeiro
e bananeira, são hospedeiros desse inseto de onde podem continuamente
migrar para o coqueiral.
A B
Figura 33. Inseto adulto da broca-do-olho-do-coqueiro (A). Recipiente plástico
adaptado para a captura dos insetos adultos de R. palmarum (B).
77
pontuações. O macho diferencia-se da fêmea por apresentar o rostro (bico)
coberto de pelos avermelhados (Figura 34A).
Durante o dia, os adultos ficam escondidos na base das folhas, saindo à
noite e caminhando pelo estipe. As fêmeas colocam os ovos, de preferência,
nas cicatrizes foliares ou naquelas deixadas pela broca-do-pedúnculo-floral,
fazendo orifícios ou aproveitando os já existentes, introduzindo um ovo em
cada um e recobrindo-os com um muco. As larvas são branco-amareladas,
cilíndricas, recurvadas e podem atingir até 5 cm de comprimento. O ciclo
completo pode durar até 6 meses.
Os sintomas de ataque são manchas escurecidas no tronco do coqueiro
resultantes do escorrimento de seiva, além da deposição de serragem que
é expelida pelos orifícios e se depositam sobre o solo ao redor do tronco
(Figura 34B). Internamente, observam-se numerosas galerias que são
escavadas pelas larvas ao se alimentar.
Coqueiros fortemente atacados ficam sujeitos a ser quebrados por
ventos fortes. Quando o ataque vai se aproximando da copa das árvores, as
folhas mais velhas secam e ficam dependuradas, até a morte das plantas.
O controle é feito com a eliminação das plantas severamente atacadas.
Armadilhas luminosas podem ser usadas como medida auxiliar para coleta
e eliminação de adultos.
A B
Figura 34. Insetos adultos, macho e fêmea, de Rhinostomus barbirostris (A). Base do
estipe atacado pela broca e a deposição de serragem junto à planta (B).
78
Broca-do-bulbo - Strategus aloeus (L., 1758) (Coleoptera: Scarabaeidae).
79
somente se justifica em casos específicos e deve ser realizada em jato
dirigido para as inflorescências em que adultos estejam se alimentando
de pólen. Existe ainda a ação natural de parasitóides exercendo controle
biológico sobre larvas e pupas.
A B C
Figura 35. Adulto do besouro da broca-da-raque-foliar (A). Larva do besouro e sua
galeria no interior da base da raque (B). Folhas com exsudado resinoso
característico do ataque da broca-da-raque (C).
80
O controle pode ser feito com coleta manual de adultos e larvas ou
aplicação de inseticidas em plantas isoladas. Neste último, a aplicação é
feita com jato dirigido para a folhas flecha em infestações leves ou em área
total no caso de infestações severas.
A B
Figura 36. Inseto adulto do besouro Coraliomela brunnea (A). Danos provocados
pela barata-do-coqueiro (B).
81
O controle deve buscar a associação de diversas práticas, como coleta
e destruição dos ninhos (estojos), instalação de armadilhas para atrair os
adultos (bandejas com melaço), pulverização das folhas com produtos a
base de Bacilus thuringiensis ou do fungo Beauveria bassiana (mais eficiente
se adotado no início do ataque), inimigos naturais, lançando-se mão do
controle químico (pulverização com inseticidas) apenas em último caso.
A B C
Foto: Teixeira, E. P. Foto: Zorzenon, F. J.
Figura 37. Inseto adulto Lagarta do inseto Brassolis sophorae (B). Coqueiro
intensamente atacado pela lagarta-das-palmeiras (B).
82
Seu controle depende de monitoramento frequente da plantação para
localizar o início do ataque, poda e queima de folhas severamente atacadas
e eventual controle químico (aplicação de inseticida) nas reboleiras onde se
concentram os ataques iniciais.
A B
Figura 38. Pulgão-preto atacando a folha flecha (A). Ataque do pulgão-preto e a
presença de fumagina (B).
83
Percevejo - Lincus spp (Hemiptera: Pentatomidae).
84
agente de controle biológico natural de larvas e pupas.
A B C
Figura 39. Inseto adulto do besouro Homalinotus coriaceus (A). Larva e pupa (B).
Larva em seu casulo localizado na base do cacho (C).
85
Pequenas larvas de cor branco-leitosa desenvolvem-se sob flores
femininas e brácteas de frutos novos. Não seria propriamente praga no
sentido de causar quedas dessas estruturas, mas insetos que se alimentam
de material vegetal em decomposição. Assim, não haveria necessidade de
recomendação de medidas de controle.
86
A B C
Figura 40. Fruto jovem de coco-anão-verde com sintoma do ataque de ácaro (A).
Frutos em diferentes estádios de crescimento danificados pelo ácaro-
da-necrose (B). Planta jovem de coqueiro atacada pelo ácaro (C).
14.4 CONSIDERAÇÕES
87
15 DOENÇAS
88
A seguir, será apresentada uma breve descrição das principais doenças
que afetam o coqueiro, suas características, danos que provocam e
sugestões de algumas medidas de controle.
89
A B
Figura 41. Sintoma da lixa-grande nos folíolos (A). Detalhe dos estromas do fungo
da lixa-grande (B).
90
produtores conseguindo um manejo adequado através do controle
biológico com uso de hiperparasitas desse fungo.
91
prejudicando seu desenvolvimento e, consequentemente, a
produtividade.
A B
Figura 42. Danos provocados nos folíolos pela lixa-pequena (A). Detalhe do
sintoma do ataque da lixa-pequena no folíolo (B).
92
e controle químico.
O controle químico sempre será uma alternativa atraente na visão
do produtor por se tratar de uma prática que traz resultados imediatos.
Entretanto, apesar dos resultados positivos da aplicação dos fungicidas, a
prática dessa técnica em grandes plantios é considerada apenas paliativa,
uma vez que resultados obtidos até o momento não são convincentes nos
aspectos curativo e econômico.
Queima-das-folhas - Botryosphaeria cocogena Subileau (Lasiodiplodia
theobromae (Pat.) Griffon & Maudl).
93
A B
Figura 43. Sintoma da doença queima-das-folhas em diferentes intensidades
de infecção (A). Coqueiral anão-verde com alta incidência da doença
queima-das-folhas (B).
94
doentes, reduzindo satisfatoriamente o progresso da doença.
O controle químico é utilizado concomitantemente ou após as demais
práticas. Embora bastante utilizado, sozinho não controla eficientemente a
doença, sendo necessária a associação de métodos. O reduzido número de
produtos utilizados no controle da queima-das-folhas do coqueiro com
registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA tem
dificultado o manejo fitossanitário.
É importante lembrar que, quando se fizer necessário utilizar produtos
químicos no controle desta ou de qualquer outra doença, é indispensável
respeitar o período de carência para realizar a entrada na área, a colheita e
a comercialização dos frutos.
Nas plantas onde houve a perda precoce de folhas, deve-se escorar os
cachos de coco para evitar a queda dos frutos.
95
que coalescem e evoluem para a morte do tecido foliar (Figura 44A e B).
A doença se inicia pelas folhas baixeiras, progride rapidamente para as
folhas mais jovens, apresentando-se como manchas pequenas, elipsóides-
alongadas, de coloração marrom-acinzentada com halo amarelado. Com a
evolução da doença, as lesões se fundem, ocupam grandes áreas na lâmina
foliar, provocando a necrose dos tecidos e seca da folha (Figura 44C).
A B C
Figura 44. Planta jovem de coqueiro-anão-verde com sintoma de helmintosporiose
(A). Lesões nas folhas provocadas pelo fungo (B). Estágio avançado da
doença, causando necrose e seca da folha (C).
96
característico da doença. Essas folhas devem ser retiradas da área e
destruídas. É necessário ainda manter um adequado controle das plantas
invasoras nos plantios recém-estabelecidos, e nos viveiros é importante
manter um maior espaçamento entre as mudas para melhor arejamento.
Em caso de infestação generalizada, sob condições favoráveis à doença,
fungicidas sistêmicos, principalmente do grupo dos triazóis, podem ser
empregados. Nesses casos, as pulverizações devem ser espaçadas de 15 a
20 dias para controle mais eficiente da doença.
97
da raque, permanecendo pendurada à planta. Em estágio mais avançado
da doença, as folhas da copa apresentam-se com um aspecto amarelo-
ouro, com exceção das folhas centrais, que permanecem verdes, as quais
se dobram, secam e, consequente, a
planta vem a morrer (Figura 45).
Internamente no estipe, o sintoma
mais evidente é a formação de um anel
vermelho, o qual dá nome à doença.
A coloração avermelhada é devido ao
distúrbio metabólico produzido pela
atividade dos nematoides, que leva o
teor de gás carbônico no interior dos
tecidos e, como consequência, altera
Figura 45. Planta de coqueiro-anão-
os complexos enzimáticos, como o verde com sintomas da
dos glicosídeos, dando origem aos doença anel-vermelho.
pigmentos antociânicos.
Esse anel acontece nos vasos xilemáticos, induz o aparecimento de
tiloses, que é o crescimento irregular das células do parênquima para
dentro do xilema, causando oclusão vascular. A tilose é irreversível em
plantas monocotiledôneas, uma vez que não existem tecidos de câmbio
para reparar. Assim, as plantas de coqueiro portadoras da doença tendem a
morrer após alguns meses.
A principal forma de transmissão da doença é por meio do vetor
biológico, o inseto Rhynchophorus palmarum L., que transporta o nematoide
das plantas atacadas para as plantas sadias.
A transmissão pode ser também por meio das ferramentas de cortes
no ato da colheita, principalmente a espora de ferro que é utilizada pelos
colhedores em plantas mais altas. Forma diversa de contaminação ocorre
por meio do corte de raízes durante as operações de manejo do solo. A
transmissão pode ainda ocorrer por contato direto entre a raiz de uma
98
planta infectada e a de outra planta sadia.
A disseminação pode ainda ocorrer por meio de solos infestados, de
adubos orgânicos contaminados, de facões utilizados na colheita e nos
tratos culturais, fragmentos de tecidos infestados e pela água de irrigação.
O nematoide consegue migrar no solo de uma planta para outra quando
as condições de umidade são favoráveis, principalmente em áreas de pouca
drenagem. Os frutos ou as mudas provenientes de plantas infectadas
podem disseminar o nematoide.
É importante salientar que todas as variedades de coco são suscetíveis
a essa doença e que existem também outras espécies igualmente
suscetíveis, entre elas, o buriti-do-brejo (Mauritia flexuosa), o catolé (Syagrus
romanzoffiana, S. schizophylla), o dendenzeiro (Elaeis guineensis), o inajá
(Maximiliana maripa), a macaúba (Acrocomia aculeata, A. intumescens, A.
sclerocarpa), a palmeira-real (Roystonia regia, R. oleraceae), a piaçava (Attalea
funifera), a tamareira (Phoenix dactylifera, P. canariensis) Guilielma sp., Sabal
umbraculiferum e Syagrus coronata.
Essa doença é de difícil controle e não existe até o momento nenhuma
recomendação química que apresente um controle eficiente e que seja
econômica e pouco agressiva ao ambiente. Entretanto, há produtos
registrados no MAPA para o controle do inseto vetor quando este estiver
em alta população.
A principal forma de controle do nematoide é a erradicação das plantas
doentes seguida de sua queima, evitando, assim, as fontes de inóculo.
Outra medida que tem reduzido grandemente a incidência de plantas
infectadas pelo nematoide é a orientação ao produtor para que ele não faça
corte em folhas ainda verdes, provocando ferimentos na planta, os quais
servem de atrativo para o inseto vetor da doença. Além disso, o simples
uso de ferramentas contaminadas com o nematoide pode ocasionar a
transmissão dessa doença em plantas ainda sadias.
99
Murcha-de-Phytomonas - Phytomonas staheli McGhee & McGhee.
100
O sistema radicular pode apresentar alguma manifestação de danos,
como por exemplo, necrose ou dessecamento das raízes e radicelas.
A B
Figura 46. Plantas de coqueiro-anão-verde, apresentando sintomas da doença
murcha-de-Phytomonas (A) e (B).
101
As plantas de coqueiros devem ser coroadas para evitar o abrigo do
inseto vetor, bem como as folhas mais velhas pendentes que tocam o
solo devem ser podadas. Também deve-se roçar as entrelinhas e utilizar
armadilhas para captura do percevejo. Em casos específicos, o controle
químico do inseto vetor poderá ser utilizado.
102
e no número de folhas da planta. A raque foliar apresenta coloração
amarronzada, as inflorescências e os cachos ficam enegrecidos e os frutos
amarronzados. No estágio final da doença, ocorre um afinamento na parte
superior do estipe, seguido de queda espontânea dos frutos, redução da
copa da planta e, finalmente, a morte (Figura 47B).
A B
Figura 47. Coqueiro-anão-verde infectado pela resinose (A). Área com várias
plantas mortas pelo ataque da resinose (B).
A principal forma de disseminação da doença é pelo vetor Rhynchophorus
palmarum. Entretanto, já foi relatado o Rhinostomus barbirostris como
transmissor.
Outras formas de disseminação do patógeno são: solo infestado, terra
aderida em pneus ou máquinas, ferramentas utilizadas na colheita, espora
de ferro utilizada na colheita e também facões e machados utilizados
durante a operação de roguing das plantas doentes.
É interessante lembrar que as palmeiras, de um modo geral, são
suscetíveis à resinose, as quais poderão vir a ser consorciadas com a cultura
do coqueiro e, consequentemente, servirem de fonte de inóculo para
transmissão do fungo para as plantas de coco. Essa doença ocorre também
em bananeira, cana-de-açúcar e abacaxi.
Entre as medidas de combate a essa doença, recomenda-se o
monitoramento semanal do coqueiral para identificar os sintomas iniciais da
103
doença. As plantas contaminadas e comprometidas devem ser eliminadas,
retiradas da área e queimadas, eliminando, assim, a fonte de inóculo.
Destaca-se ainda a necessidade de evitar ferimentos no tronco da
planta no momento dos tratos culturais. Não utilizar ferramentas em
plantas supostamente contaminadas e, posteriormente, utilizá-las em
plantas sadias. Eliminar os vetores de transmissão do patógeno utilizando
armadilhas atrativas para captura do inseto. Utilizar inseticida na axila das
folhas do coqueiro para eliminação do vetor adulto, caso esteja instalado
nas raques e eliminar a deposição de restos culturais ao redor do caule da
planta evitando, assim, a hospedagem do inseto transmissor.
104
em outras espécies de plantas. Com o passar do tempo, a doença causa a
queda de praticamente todas as folhas da planta, ficando apenas o tronco
da planta.
A B
Figura 48. Plantas de coqueiro-anão-verde que apresentam sintomas de
Phytophthora (A) e (B).
105
de mamão e cacau, pois essas espécies são altamente infectadas pelo
“fungo” em épocas de chuvas intensas.
As plantas severamente infectadas devem ser erradicadas da lavoura
e queimadas. O controle químico dessa doença deve ser realizado de
forma preventiva por meio da aplicação de fungicida protetor (contato),
principalmente nos períodos de maior ocorrência de chuvas (outubro a
março). A aplicação do fungicida curativo só deve ser utilizada para esse
fungo quando a doença é detectada bem no inicio da infecção e, mesmo
assim, não há garantia total de controle.
106
um tecido necrosado de coloração marrom com aspecto de cortiça (Figura
49).
A forma de disseminação da doença também é desconhecida, embora
se acredite ser seu vetor uma
cigarrinha da família Delphacidae,
devido à forma de distribuição
irregular que a doença apresenta
dentro do pomar.
O controle indicado para essa
doença é a eliminação da planta
Figura 49. Plantas jovens de coqueiro-
doente, seguida da queima. Deve- anão-verde com a doença
se realizar a limpeza do pomar, podridão-seca.
16 COLHEITA
107
fato seja constatado, necessita-se de maiores estudos científicos para sua
quantificação.
O coqueiro-anão produz em média cerca de 15 cachos por ano.
Entretanto, ocorrem variações no tempo de emissão das inflorescências,
influenciadas por fatores climáticos, especialmente a temperatura do
ar. No período mais quente do ano, a planta emite maior quantidade de
inflorescências em relação ao período mais frio. A temperatura também
influi no tempo de formação e desenvolvimento do fruto.
O ponto ideal de colheita do coco verde ocorre quando a água de coco
atinge todas as características sensoriais, que a tornam apta para o consumo,
aliadas ao seu maior volume possível. A determinação do ponto de colheita
é feita pela associação de indicadores morfológicos relacionados à idade,
tamanho do fruto, contagem da folha do cacho na planta, espessura do
albúmen sólido e teor de sólidos solúveis (°Brix) presentes na água de
coco.
Os frutos destinados ao consumo in natura da água de coco devem
ser colhidos, de uma maneira geral, com idade entre 7 e 8 meses por
apresentarem maior volume de albúmen líquido (água de coco) e maiores
concentrações de açúcares. De forma geral, a colheita, em nossa região, se
processa nos cachos entre as folhas 18 e 21. Quando destinados à utilização
como coco seco ou semente para a produção de mudas, devem ser colhidos
com cerca de 12 meses.
Quanto ao procedimento na colheita dos frutos verdes, o produtor
deve estar atento para que o cacho colhido não sofra queda no campo,
ou seja, arremessado ou jogado na carreta transportadora ou sobre o piso
do galpão de embarque, pois apesar de possuir a aparência de um fruto
resistente, não significa que não sofra danos ou injúrias pelo impacto.
Os cachos devem ser cortados na sua base e manejados com os devidos
cuidados, pois a água de coco existente no interior do fruto verde, com idade
aproximada de seis meses, encontra-se sob uma pressão que pode atingir
108
entre 2 e 5 atmosferas e, considerando-se que o endocarpo encontra-se em
fase de endurecimento, o impacto no fruto pode ocasionar fissuras internas,
causar injúria mecânica, interferir nas propriedades químicas desse líquido,
tornando-o impróprio para o consumo.
Esse fato pode trazer transtornos operacionais para a agroindústria
que processa a água de coco, pois um fruto que sofreu forte impacto e
consequente fissura interna do endocarpo, externamente apresenta-se
com aspecto normal, não sendo possível detectar o dano. Entretanto, esse
tipo de dano mecânico poderá alterar a qualidade do albúmen líquido
e esse fruto, ao ser processado e sua água extraída e adicionada à outra
de boa qualidade, poderá comprometer a qualidade final de todo o lote
produzido.
A pouca disponibilidade, o elevado custo e a baixa qualidade da mão
de obra no meio rural têm levado os produtores à busca por tecnologias
que aumentem a eficiência e reduzam a necessidade de mão de obra.
Entretanto, em muitos casos essa tecnologia ainda está por ser desenvolvida
e a inovação de processos assume importante papel para o agronegócio. É
o que se verifica na cocoicultura, especialmente na etapa da colheita.
A colheita dos cachos nas plantas novas, ou seja, nas plantas baixas é
realizada com relativa facilidade onde o cacho é cortado na sua base, com
facão ou serrote de poda, sendo depositado sobre a carreta agrícola.
À medida que a planta vai crescendo, o processo de colheita torna-se
mais difícil, especialmente a partir do ponto onde os colhedores necessitam
de equipamentos para acessar o cacho.
Nas plantas altas, até pouco tempo atrás, em nossa região e, ainda
utilizado nas regiões tradicionalmente produtoras de coco, a subida na
planta para a colheita dos cachos era realizada com a utilização de esporas,
prática esta não recomendada, pois este equipamento, além de provocar
ferimentos no estipe, pode transmitir doenças letais, como por exemplo,
o anel-vermelho. Em substituição à espora, passou-se a utilizar peias de
109
couro. Porém, o processo é de baixa eficiência, uva vez que o cacho deve
ser amarrado e descido por meio de uma corda.
Conforme a altura da planta, a utilização de escada pode ser empregada.
Assim, o operador sobe, amarra o cacho em uma corda e, após seu corte,
desce-o, sendo amparado por outro trabalhador. Esse procedimento, além
de pouco eficiente, pode oferecer riscos de acidentes aos trabalhadores e,
portanto, inadequado.
Uma alternativa muito interessante a esse processo tem sido atualmente
empregada. Trata-se de um gancho de ferro acoplado na extremidade de
uma haste ou vara de madeira, por onde passa uma corda. O comprimento
da vara é variável conforme a altura dos cachos na planta. O gancho é
posicionado e encaixado na base de uma folha próxima do cacho a ser
cortado e, com o auxílio de uma foice presa na extremidade de outra vara,
a base do cacho é cortada que, por sua vez, desce sustentado pela corda
(Figura 50). Nesse processo, são necessários dois operários e sua eficiência
é boa, podendo ser empregado inclusive em áreas com topografia adversa
à operação mecânica.
A B
Figura 50. Colheita do cacho de coco com auxílio do gancho adaptado na
extremidade de uma haste (A). Detalhe do gancho e posicionamento
da corda (B).
110
Inicialmente, utilizou-se de uma plataforma, com altura regulável, adaptada
sobre uma carreta agrícola que, tracionada por um trator, posicionava um
operador próximo à copa da planta para efetuar o corte do cacho. Após o
corte, o cacho era passado para outro trabalhador que o depositava sobre
a carreta (Figura 51). Essa prática mostrou-se pouco eficiente e com certo
risco de acidente.
A B
Figura 51. Plataforma fixa adaptada sobre uma carreta agrícola para colheita de
coco verde (A) e (B).
111
A B
Figura 52. Colheita dos cachos de coco realizada com braço mecânico hidráulico
na Fazenda Rio Preto, município de São Mateus, ES (A) e (B).
A B
Figura 53. Plataforma desenvolvida para a colheita de frutos de coco verde (A).
Operação de colheita com a plataforma (B).
112
A B C
Figura 54. Plataforma tipo semigaiola desenvolvida para a colheita de coco (A).
Torre de elevação de uma empilhadeira (B). Elevação da semigaiola
através do sistema hidráulico (C).
A B C
Figura 55. Plataforma em operação de colheita (A) e (B). Descarga dos frutos sobre
a carreta agrícola (C).
113
A grande mobilidade, a facilidade operacional e a eficiência desse
processo merecem destaques, sugerindo que essa tecnologia seja melhor
avaliada, difundida e, possivelmente, adotada pelos produtores de coco da
região onde a topografia do terreno permita sua utilização. Este registro não
poderia deixar de mencionar agradecimentos ao cocoicultor e empresário
rural Sr. Edíso Antonio Pignaton, proprietário da Fazenda Guanabara
em Linhares, ES, por sua visão empreendedora e capacidade inventiva
dispensados à produção do coco em nossa região.
Durante o procedimento de colheita, deve-se efetuar a limpeza
das plantas. Essa prática deve ser realizada retirando-se os frutos secos,
abortados, restos de inflorescências e folhas secas. Não é aconselhável o
corte de folhas ainda verdes evitando, assim, ferimentos e predisposição da
planta ao ataque de pragas e doenças, redução do seu sistema fotossintético
e perda de nutrientes que poderiam ser translocados dessas folhas para
outras partes da planta em formação.
Após a colheita, os cachos são acondicionados diretamente sobre a
carroceria do caminhão ou transportados para um galpão packing house
para beneficiamento. Esse processo consta de etapas como: seleção, toalete,
embalagem, carregamento e transporte.
A seleção consiste na retirada dos frutos pequenos, secos, deformados,
lesionados e impróprios para a comercialização.
A toalete é o preparo do cacho com o uso de uma tesoura de poda
promovendo a limpeza, corte e retirada das pontas dos ramos do cacho
(espiguetas), corte dos ramos secos da inflorescência, a fim de evitar o atrito
com os frutos e, consequentemente arranhões e posterior escurecimento
com depreciação do produto.
A embalagem dependerá do mercado ao qual o produto se destina,
podendo ser acondicionados em caixas, sacos de ráfia, contentores tipo big
bags ou a granel sobre a carroceria de caminhões.
O carregamento normalmente é de forma manual, sobre a carroceria do
114
caminhão. Para se completar a carga em um caminhão, entre 6.000 e 7.000
frutos, gasta-se em média três horas com cinco trabalhadores envolvidos.
Sistemas alternativos têm sido testados pelos produtores, visando
mecanizar o processo de carregamento, com redução de mão de obra e
aumento na eficiência do processo, especialmente com frutos destinados
à agroindústria que são acondicionados em contentores tipo big bags e
deslocados através de braço mecânico hidráulico acoplado ao trator. Com
os big bags preenchidos com frutos, o carregamento do caminhão utilizando
o braço mecânico hidráulico leva entre 20 e 30 minutos.
17 TRANSPORTE
A B C
Figura 56. Transporte a granel de frutos de coco-anão-verde sobre carroceria de
caminhão (A). Frutos individualizados e embalados em sacos de ráfia
(B). Frutos embalados individualmente e acondicionados em caixa de
papelão (C).
115
Uma nova modalidade de transporte tem sido utilizada para os frutos
destinados à agroindústria. Os frutos colhidos são individualizados e
depositados em contentores tipo big bags com capacidade média para 500
frutos. Os big bags são posicionados em uma estrutura metálica e os frutos
vão sendo neles colocados até atingir sua capacidade de carga (Figura
57A). Ao completar seu volume, os contentores são transportados por um
braço mecânico hidráulico acoplado a um trator e depositados sobre a
carroceria do caminhão (Figura 57B e C) e transportados ao seu destino
final. Esse processo de carregamento, aliado ao sistema de colheita com
o equipamento semigaiola, descrito anteriormente, proporciona uma alta
eficiência quando comparado ao sistema tradicional.
A B C
Figura 57. Frutos de coco verde colocados nos big bags (A). Transporte dos big
bags por meio de um braço mecânico hidráulico (B). Colocação dos big
bags sobre a carroceria do caminhão (C).
18 COMERCIALIZAÇÃO
116
Entretanto, devido a pouca organização dos produtores, dentre todas
as atividades inter-relacionadas ao sistema de produção de coco, talvez
a comercialização seja hoje um dos maiores entraves enfrentados pelo
produtor.
117
e pelo número de agentes que participam dos canais de comercialização.
A partir do pequeno produtor, o coco é objeto de até quatro transações
comerciais antes de chegar ao consumidor final, elevando o preço final
e deixando o produtor com a menor participação, enquanto o grande
intermediário obtém a maior percentagem do lucro.
A implantação de agroindústrias processadoras de água de coco na região
norte do Espírito Santo possibilitou uma nova forma de comercialização
dos frutos verdes. Entretanto, pelo pouco tempo de atividade e da relação
comercial entre a empresa e os produtores, ajustes são necessários para
tornar essa parceria sustentável.
Premente é a necessidade da criação e efetiva organização e atuação de
associações e cooperativas que reúnam e fortaleçam os produtores de coco
dessa região-polo.
19 ReferênCias
FREMOND, Y.; ZILLER, R.; NUCE de LAMOTHE, M. de. The Coconut Palm.
Berne, Suíça: Editora Maisonneuve et Larose, 1966. 227 p.
119
MEDINA, J. C. Coco da cultura ao processamento e comercialização. ITAL.
Frutas Tropicais 5 – Coco. São Paulo, Instituto de Tecnologia de Alimentos
(ITAL), 1980. p. 7-172.
120
Café Conilon Café Conilon - Técnicas de Conilon “Vitória Incaper Técnicas de produção de café ará-
702 páginas Produção com Variedades 8142” Variedade Clonal de bica: renovação e revigoramento
das lavouras no Estado do Espírito
Melhoradas - 74 páginas Café conilon, 2a edição Santo - 56 páginas
28 páginas
Teores de Nutrientes nas Recomendações técnicas Recomendações Técnicas Recomendações Técnicas Recomendações Técnicas
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e Características Químicas zeiro - 56 páginas 56 páginas neira no Estado do ES - 48 - 38 páginas
do Solo Após sua Aplicação páginas
24 páginas
Conhecimentos Tecnológicos para o Agroecologia e Agricultura Compostagem Orgânica Manual de uso Agrícola e Disposição do Lodo de
Cultivo orgânico de Hortaliças, Milho Orgânica - 32 páginas 36 páginas Esgoto para o Estado do Espírito Santo
e Feijão no ES - 128 páginas 126 páginas
MAPA DAS UNIDADES NATURAIS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (com rios) e (sem rios)
Rua Afonso Sarlo, 160 - Bento Ferreira - Vitória-ES - Caixa Postal 391 - CEP 29052-010
Tel.: (27) 3636 9846 - [email protected]
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