SUPERDOTAÇÃO
SUPERDOTAÇÃO
SUPERDOTAÇÃO
Apresentação da disciplina:
Prezado(a) aluno(a), seja bem vindo a mais uma disciplina do Curso
de Especialização em Educação Especial, que tem por objetivo levá-
lo a refletir sobre a importância e a necessidade de reconhecer as
características do alunos com altas habilidades/superdotação, para
que eles sejam identificados e encaminhados aos atendimentos que
são garantidos pela legislação brasileira.
Objetivos:
Compreender conceitos e concepções sobre AH/SD;
Reconhecer características dos alunos com AH/SD;
Verificar o referencial teórico que sustenta o atendimento
educacional especializado de AH/SD;
Refletir sobre estratégias para identificação de pessoas com
AH/SD;
Analisar os tipos de atendimentos aos alunos com AH/SD;
Conhecer a legislação vigente no país sobre AH/SD.
Conteúdo Programático:
Web Aula 1 – Conceitos gerais; alguns mitos; concepções
teóricas; tipos de superdotação adotado pelo MEC; Teoria dos
Três Anéis de Renzulli; Teoria das Inteligências Múltiplas de
Gardner.
Metodologia:
A metodologia contempla diversos os recursos necessários e
disponíveis para o desenvolvimento da discussão do conteúdo,
sendo assim, faremos uso de:
Avaliação Prevista:
As provas das disciplinas são interdisciplinares e realizadas
presencialmente, conforme calendário divulgado no ambiente virtual
de aprendizagem. Estão previstas além das provas presenciais
atividades de avaliação virtual nas disciplinas do curso (avaliação
virtual composta de 5 questões, sendo assim, temos 2 web-aulas
com 5 questões cada). Quando houver fórum de discussão você
será avaliado quanto ao conteúdo de sua postagem, onde deverá
comentar o tópico apresentando respostas completas e com nível
crítico de avaliação pertinente ao nível de pós-graduação.
Habilidades e competências
Ampliar seus conhecimentos sobre os aspectos teóricos como
conceitos, concepções, características do aluno com AH/SD.
Também, reconhecer quais são os atendimentos possíveis e a
legislação que dá o aporte ao aluno com AH/SD.
Espera-se desenvolver um pensamento crítico e analítico
sobre como identificar e encaminhar esse aluno para que ele
seja incluído no ensino regular e também, no atendimento
educacional especializado.
WEB AULA 1
Unidade 1 – Conceitos Gerais, Concepções Teóricas, Tipos de
Superdotação
Resumo: Nesta web aula, vamos discutir principais conceitos, terminologias, teorias
e alguns mitos que dificultam a identificação do aluno com AH/SD; os tipos de
superdotação citados pelo MEC; Teoria dos Três Anéis de Renzulli; Teoria das
Inteligências Múltiplas de Gardner Autores como Gardner, Renzulli e Winner cujas
concepções enfatizam a multiplicidade de inteligências do indivíduo, criatividade,
envolvimento com a tarefa, que são fatores importantes para o desenvolvimento do
potencial da pessoa com altas habilidades/superdotação e para a resolução de
problemas no seu dia-a-dia.
1 INTRODUÇÃO
Quero iniciar nossa conversa, levantando alguns questionamentos. Você sabia que
Albert Einstein[1] tinha dificuldade de ler e soletrar e foi reprovado em matemática?
Enquanto profissionais da Educação, o que podemos fazer para que talentos humanos
não sejam desperdiçados?
Vocês já pararam para pensar que na área da Educação Especial, as atenções são
voltadas para as deficiências e que, aqueles indivíduos que estão acima da média são
menos privilegiados no cuidado as suas necessidades educacionais especiais?
VÍDEO AULA 1
Aproveitem para dar uma olhada no site do NAAH/S Paraná, que está sediado na
cidade de Londrina.
Como vocês podem observar, esses mitos podem gerar alguns obstáculos na vida da
PAH/SD. Por exemplo, se o aluno não se sente desafiado, pode não ter um
desempenho acadêmico adequado, seja pela falta de motivação por já conhecer o
assunto, ou porque não tem o AEE adequado, como o enriquecimento curricular no
ensino regular. Então, esses alunos realmente necessitam de um direcionamento nos
seus estudos e precisam de apoio.
O que podemos afirmar é que a inteligência é complexa demais para que seja medida
unicamente por testes psicométricos. Estes testes avaliam somente um tipo de
inteligência, aquela resultante dos testes de QI (quoeficiente de inteligência). Essas
avaliações não detectam o envolvimento com a tarefa e a criatividade, que são
elementos que caracterizam o aluno com AH/SD, conforme definição do MEC
(BRASIL, 2008).
Esta visão conservadora de inteligência tem sido abandonada nos estudos recentes.
Atualmente, a concepção de inteligência engloba vários componentes, podendo o
indivíduo ter determinados fatores mais desenvolvidos, enquanto em outra pessoa
outras dimensões estariam presentes em maior grau. Como por exemplo, a
criatividade, que não era levada em conta pelos primeiros estudiosos da
superdotação, passou a se constituir em um dos requisitos presentes em diferentes
concepções de superdotação.
Conceituar um fenômeno tão complexo como a superdotação não é tarefa fácil, haja
vista a diversidade de nomenclaturas e definições que somadas aos mitos e ideias
preconceituosas, configuram-se em uma das dificuldades para o estudo do tema e
para a identificação do aluno com altas habilidades/superdotação. A partir dessa
constatação, o MEC adotou a expressão “pessoa com altas
habilidades/superdotação”, situando as características que os diferenciam
enquanto comportamento, mas não como pessoa. Porém, outras terminologias
podem ser encontradas na literatura, conforme o referencial teórico adotado, como,
por exemplo, (FREITAS, 2006):
Altas habilidades/superdotação;
Superdotados;
Dotados;
Gênios;
Altamente capacitados;
Talentosos;
Precoces;
Prodígios.
Vocês perceberam quantos termos podem ser usados para se referir ao aluno com
altas habilidades/superdotação?
Existe uma pluralidade de definições que variam conforme o país, autor, teoria. A
habilidade superior, a superdotação, a precocidade, o prodígio e a genialidade são
gradações de um mesmo fenômeno. Mas prestem atenção nas diferenças entre estes
termos, pois não podemos sair chamando qualquer pessoa de gênio! Muitos pais
acham que seus filhos são gênios, quando na verdade eles são precoces ou muito
bem estimulados. Será que toda criança precoce é considerada superdotada?
Gênios são “[...] aquelas pessoas que deram contribuições originais e de grande valor
à humanidade” (VIRGOLIM, 2007, p. 27). O MEC cita vários exemplos de gênios:
Albert Einstein, William Shakespeare, Wolfgang Amadeus Mozart, Isaac Newton,
Charles Darwin, Leonardo da Vinci, Mahatma Ghandi, Pablo Picasso, entre outros que
se destacaram e mudaram a história da humanidade, sobressaindo-se até mesmo
entre os extraordinários. Todos eles se sobressaíram por suas realizações criativas
que elevaram o conhecimento humano, as ciências, a tecnologia, a cultura e as artes
a patamares inusitados.
Mas prestem atenção! Os pesquisadores alertam que esses termos devem ser “[...]
utilizados para efeito de estudos, nunca para rotular ou categorizar os alunos”
(FERRAZ, 2007, p. 4). Então, respondendo a questão anterior, nem toda criança
precoce será um superdotado, pois o ambiente tem grande influência no
desenvolvimento da superdotação. Assim, se o aluno talentoso não tiver oportunidade
de desenvolver seu potencial, ele poderá ser desperdiçado!
[...] os padrões de desempenho superior que uma pessoa possa apresentar, quando
comparada por grupo de igual faixa etária e contexto social. Em geral, apresenta em
conjunto com esse desempenho, algumas características especialmente definidas e
observáveis, que podem ser notadas e acompanhadas em várias faixas etárias, e que
apresentam necessidades educacionais especiais, determinando procedimentos
pedagógicos diferenciados para essa pessoa (BRASIL, 2003, p. 19, grifo nosso).
[...] demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas
ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. Também
apresentam elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização
de tarefas em áreas de seu interesse (BRASIL, 2008, p. 15, grifo nosso).
Esta reflexão nos leva a pensar que o aluno com AH/SD pode se destacar em
diferentes áreas e nem sempre o professor domina todos os conteúdos. Por exemplo,
um aluno tem interesse por Astrofísica, sabe tudo sobre as “estrelas quimicamente
peculiares” e o professor não domina o tema que é tão específico. Não tem problema!
O importante é o professor saber orientar/direcionar o estudo desse aluno, levando-o
a pesquisar e buscar outras fontes de conhecimento, trabalhar por meio de projetos e
incentivar o investimento na área de interesse do aluno. Falaremos mais
detalhadamente na Unidade 2, sobre como trabalhar com o aluno superdotado por
meio de projetos.
Um exemplo seria o físico inglês Stephen William Hawking (1942 - atual) é doutor em
Cosmologia e um dos mais consagrados físicos teóricos do mundo (VIRGOLIM, 2007,
p. 29).
Tipo Acadêmico
Tipo Criativo
Como exemplo, Virgolim (2007, p. 29) cita Leonardo da Vinci (1452-1519) escreveu,
desenhou e fez estudos em inúmeras áreas: geometria, anatomia, geologia, botânica,
astronomia, óptica, mecânica, arquitetura, projetos bélicos, etc.
Tipo Social
Pode-se destacar tanto na área das artes plásticas, musicais como dramáticas,
literárias ou técnicas, evidenciando habilidades especiais para essas atividades e alto
desempenho;
Um exemplo seria o compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos (1887- 1959) recebeu
sua primeira instrução musical aos seis anos, vinda do pai, que adaptou uma viola
para que o filho pudesse estudar violoncelo (VIRGOLIM, 2007, p. 31).
Tipo Psicomotor
Para exemplificar este tipo de inteligência, Virgolim (2007, p. 32) cita Edson Arantes
do Nascimento (1940 – atual), mais conhecido como Pelé, é considerado o maior
jogador da história do futebol e o mais famoso. Recebeu o título de Atleta do Século
de todos os esportes em 1981.
Disponível
http://www.anped.org.br/reunioes/32ra/arquivos/trabalhos/GT15-5514
O referido artigo tece uma análise das pesquisas e produções científicas na área de
AH/SD, pretendendo auxiliar os estudiosos a verificarem o que tem sido tratado no
meio acadêmico sobre o tema.
A habilidade acima da média pode ser expressa através das habilidades gerais ou
específicas.
Criatividade
VIDEO AULA 2
Então, o que devo fazer quando acho que há um aluno com AH/SD na escola em que
trabalho?
Muitas vezes o tipo criativo-produtivo não é identificado nas escolas porque suas
áreas de interesse não fazem parte do currículo do ensino regular. Geralmente, esse
aluno desenvolve projetos do tema que ele deseja explorar, nas salas de recursos de
AH/SD.
Sentiu alguma dificuldade até o momento? Podemos seguir em frente? Vamos falar
sobre a Teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner.
http://www.youtube.com/watch?v=9iNE3Lu0CaM&feature=related
Sua teoria estabelece que a competência cognitiva humana possa ser mais bem
descrita como sendo um conjunto de habilidades, talentos ou capacidades mentais,
consideradas universais (VIRGOLIM, 2007), a seguir descritas:
Espacial:
o Capacidade de compreender o mundo visual de modo minucioso. Tem o
potencial de reconhecer e manipular os padrões do espaço (aqueles
usados, por exemplo, por navegadores, marinheiros e pilotos), bem como
os padrões de áreas mais confinadas (GARDNER, 2000, p. 57).
Sugiro que assistam ao vídeo no Youtube feito por Carlos Garcia Jr, que fala
sobre as Inteligências Múltiplas e encerra nos questionando: O que fazer para
contribuir para o desenvolvimento das habilidades dessas crianças?
Vocês sabiam que todos nós nascemos com capacidade de desenvolver todas as
inteligências?
Por exemplo, a inteligência corporal-cinestésica é estimulada se praticarmos
esportes, corrermos, brincarmos, etc. Mas não é só isso, não posso me tornar um
campeão olímpico simplesmente começando a nadar desde os 2 anos de idade.
Percebam que é a interação dos fatores orgânicos com os fatores ambientais que
vai determinar se o indivíduo desenvolverá seu potencial plenamente. Nenhuma
criança nasce superdotada, mas podemos afirmar que nasce com um potencial para
superdotação. Embora todas as crianças tenham um potencial surpreendente, apenas
aquelas que tiverem a sorte ou oportunidade para desenvolver seus talentos, em um
ambiente que responda as suas necessidades específicas, serão capazes de
desenvolver mais plenamente suas habilidades.
Encerro dizendo que espero ter contribuído para que vocês desenvolvam um
olhar especial para as AH/SD. Também, quero ressaltar que o interesse e o valor que,
você profissional da área da Educação, atribui às experiências escolares ou
extraclasse dos alunos com AH/SD, podem encorajá-los e assim, evitar que muitos
talentos se percam no meio do caminho, sem dar à sociedade a sua preciosa
contribuição.
Até a próxima!
BRASIL. Lei n. 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa diretrizes e bases para o ensino
de 1º e 2º graus, e dá outras providências. Disponível em: <
http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/l5692_71.htm >. Acesso em: dez. 2012.
CIANCA, Fabiane Silva Chueire; LYRA, Juliana Chueire; MARQUEZINE, Maria Cristina.
Produção em altas habilidades/superdotação: investimento para longo prazo. In:
CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO, 1,
2010, Curitiba. Anais... Curitiba: UFPR, 2010. p. 443-51.
FOELKER, Rita. Inteligências múltiplas e visão espírita. 2012. Disponível em: <
http://www.vademecumespirita.com.br/goto/store/texto/913/inteligencias-multiplas
>. Acesso em: dez. 2012.
GARDNER, Howard. O guru das inteligências múltiplas. Nova Escola, São Paulo, v.
12, n. 105, p. 41-45, set. 1997. Disponível em: <
http://novasescola.abril.com.br/ed/105-set97/html/pedagogia.htm >. Acesso em 05
de out 2010.
RENZULLI, Joseph S. A practical system for identifying gifted and talented students
the national research center on the gifted and talented university of Connecticut.
2012. Disponível em: < http://www.gifted.uconn.edu/sem/semart04.html >. Acesso
em: 06 out. 2012
WEB AULA 1
Unidade 2 – Atendimento Educacional Especializado
Resumo: Esta unidade tratará das características das pessoas e das famílias
com AH/SD, também aborda as formas de identificar o aluno com AH/SD e as
alternativas de atendimentos garantidos a essa população pela Legislação
vigente sobre altas habilidades/superdotação.
VIDEO AULA 3
Gostaria que vocês assistissem ao vídeo chamado “Como lidar com crianças
superdotadas” que mostra um exemplo de uma aluna que participa de um
atendimento educacional especializado (ACERTA) e que teve 3 tipos de inteligência
identificadas: lógico-matemática, espacial e linguística. É um vídeo bem interessante
e demonstra como devemos estimular o potencial do indivíduo! Entrevista com a
especialista Paula Pessoa Cavalcanti que realiza projetos na ACERTA/RJ.
Vídeo 2 - “Como lidar com crianças superdotadas”.
Conforme as teorias de Gardner (1994; 1997; 2000) e Renzulli (1986; 2004; 2012),
ambas referenciais para o estudo das altas habilidades/superdotação, dois fatores são
contribuintes indispensáveis no processo de desenvolvimento da aprendizagem das
crianças com altas habilidades/superdotação: genética e ambiente.
[...] o ser humano nasce com a faculdade de ser inteligente, porém temos que ter
subsídios para desenvolver nossas faculdades mentais, nosso potencial. Tanto
Gardner quanto Renzulli consideram a inteligência não como algo isolado e unitário,
mas ambos assinalam a importância da cultura e do ambiente para a definição e
manifestação da mesma (p. 172).
Uma das autoras mais respeitadas no meio acadêmico de AH/SD, Ellen Winner (1998)
destaca a existência de uma relação de influência mútua entre a criança superdotada
e sua família. Para ela, a família pode influenciar de diversas formas o
desenvolvimento do talento. Entretanto, a criança superdotada também afeta a
organização familiar. Para confirmar esses dados, Winner (1998, p. 145-161) propôs
a existência de características comuns presentes nas famílias de alunos superdotados,
a elas denominou “Seis Principais Generalizações”, que são:
2. Ambientes “enriquecidos”
“Sacrificam a vida pessoal para investir no talento dos filhos” (FLEITH, 2007, p.
35);
“Os sacrifícios feitos por esses pais são de diversas ordens: financeiro, social,
educacional e profissional” (FLEITH, 2007, p. 35);
Pais atentos e responsivos;
Dedicam-se com devoção para que seu filho venha a desenvolver com plenitude
seu potencial emergente.
4. Altos padrões de desempenho e alta expectativa
Combinação entre:
Afetividade;
Apoio;
Estímulos;
Expectativa por altos padrões de desempenho: Atenção em nutrir as
necessidades globais de desenvolvimento dos filhos, não colocando o talento do
filho como o único aspecto do desenvolvimento merecedor de atenção.
Sugiro que assistam um vídeo informativo do you tube que fala sobre Altas
Habilidades/Superdotação para professores da rede pública de ensino, realizado por
estudantes de Psicologia da Universidade Estadual de Londrina, sob orientação da
Dra. Eliza Tanaka, com apoio do Núcleo de Altas Habilidades / Superdotação
(NAAH/S)
Falamos sobre as características das pessoas com AH/SD, das famílias dessas
pessoas e agora podemos refletir sobre como identificar essas características no
aluno, em sala de aula?
VIDEO AULA 4
Os índices estatísticos demonstram que esses alunos não estão sendo identificados
como deveriam. Vocês se lembram que eu comentei que a porcentagem de alunos
com AH/SD seria de no mínimo 3,5 a 5%? E que poderia abranger até 20%? Os
dados do INEP sobre o número de alunos matriculados com AH/SD, no ensino regular
indicam um aumento desde o ano de 1996 até 2009 (BARRERA PÉREZ, 2012). Se os
alunos não “aparecem” nas estatísticas, como as políticas públicas podem ser
viabilizadas a essa população. Por isso é tão importante encaminhar essa população
para os atendimentos adequados.
Um dos temas que mais despertam interesse na área de AH/SD, e que está implicada
diretamente na formação de professores, se refere à dificuldade de identificação
desse aluno. Para tanto, os teóricos sugerem alguns procedimentos que devem ser
variados e requerem “um período de 4 meses a um ano” (BARRERA PÉREZ; FREITAS,
2011, p. 27), tendo em vista a complexidade e variedade de áreas de interesse e
talentos dos alunos com AH/SD. Devemos sempre levar em conta e valorizar os
aspectos qualitativos e não somente os dados quantitativos. Entre os processos de
identificação sugeridos (CIANCA, 2011), podemos citar:
Sobre a utilização dos testes de QI, devemos sempre lembrar o que Barrera Pérez e
Freitas (2011) ressaltaram sobre esta avaliação
Pode ser feita por pessoas que tenham recebido capacitação adequada e suficiente
sobre AH/SD, seja qual for a formação inicial. Na escola não há necessidade de
“laudo” para receber o atendimento educacional especializado, visto que esse é um
documento de avaliação clínica e as AH/SD não são uma patologia. O documento que
informa que o aluno é uma PAH/SD[1] é o Parecer Pedagógico e, portanto, deve ser
elaborado por um profissional da educação e, segundo define a legislação
educacional, a identificação e o AEE[2] que o aluno deve receber precisa ser
registrado no histórico escolar (p. 27).
Vamos pensar em um caso prático, por exemplo. Uma criança que tem um talento
acima da média na área artística, como na pintura. Ela pode ser indicada pelo próprio
colega de sala de aula ou pelo professor que percebe seu talento. A partir desse
momento, sua habilidade artística deve ser apreciada por um profissional especialista
na área que possa analisar os indicadores de AH/SD, como criatividade, coordenação
motora fina, originalidade, etc. Se ela não for identificada, seu potencial pode não se
desenvolver e mais um talento pode se perder.
Você sabe quais são as alternativas de atendimentos no Brasil, para os alunos com
AH/SD?
O aluno com AH/SD demanda oportunidades especiais que a legislação prevê como
por exemplo:
ENRIQUECIMENTO CURRICULAR
Exemplos:
Sugiro que assistam a um vídeo do you tube “Investigar aspectos da vida diária”, que
fala sobre exemplos de Atividades do Tipo I desenvolvidas em salas de recursos para
alunos superdotados segundo o Modelo de Enriquecimento proposto por Joseph
Renzulli.
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=IRv5MyG1lHo
Exemplos:
Exemplos:
Para Barrera Pérez e Freitas (2011) o professor pode auxiliar seus alunos, no Ensino
Regular, desenvolvendo
PROJETO
1 - Nome do(s) aluno(s)
2 - Título do Projeto
3 - Objetivos (descrever a relevância do estudo)
4 - Método
5 - Resultados
7 - Socialização do trabalho
Deve-se ainda, considerar os aspectos mais subjetivos do aluno, como por exemplo,
relacionamento interpessoal, comportamento pessoal diante de situações de desafios,
áreas de interesses e habilidades.
VIDEO AULA 5
ACELERAÇÃO
Você sabia que ao aluno com AH/SD poderá ser ofertada a possibilidade de
aceleração de estudos para concluir em menor tempo a escolaridade, utilizando-se
dos procedimentos da reclassificação compatível com o seu desempenho escolar e
maturidade socioemocional?
Alguns benefícios podem ser observados na aceleração, como por exemplo, ela:
“Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: [...]
aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados”
(BRASIL, 1996).
[...] tem por objetivo principal oferecer cursos de formação continuada de professores
e profissionais da educação. É também um espaço reservado para pesquisa e
planejamento de ações referentes às altas habilidades/superdotação. Ele deve
funcionar por meio de interface entre as Secretarias de Educação, com as Instituições
de Ensino Superior e/ou com organizações não governamentais, no sentido de
garantir a participação de seus professores como formadores de professores nos
cursos de atualização, aperfeiçoamento ou formação em serviço de professores,
instrutores e tutores da rede pública (BRASIL, 2006, p. 22).
Unidade de Atendimento ao Aluno:
[...] compreende um espaço, que tem a função de apoiar alunos com altas
habilidades/superdotação, professores e comunidade, por meio de um acervo de
materiais e equipamentos específicos necessários ao processo de ensino e
aprendizagem (BRASIL, 2006, p. 24).
Pessoal, sugiro que vocês acessem o site do MEC que está logo abaixo, e verifiquem
os livros lançados quando os NAAH/S foram implantados no Brasil. Lá vocês
encontrarão vários autores renomados e experientes na área das altas
habilidades/superdotação, abordando temas importantes como características dos
alunos, as teorias que embasam os atendimentos, sugestões de trabalho em sala de
aula regular e em atendimento educacional especializado. Aproveitem!
Aprofundando o Conhecimento:
Para ter mais informações sobre AH/SD, acessem o site do MEC: www.mec.gov.br
Lá vocês encontrarão 4 volumes chamados “A construção de práticas educacionais
para alunos com altas habilidades/superdotação”
Volume 1 – Orientação a professores
Volume 2 – Atividades de estimulação de alunos
Volume 3 – O aluno e a família
Volume 4 – Altas habilidades/superdotação: encorajando potenciais
Amadeus (1984)
Sociedade dos poetas mortos (1989)
Mentes que brilham (1991)
Melhor é impossível (1997)
Gênio indomável (1997)
Uma mente brilhante (2001)
Prenda-me se for capaz (2002)
Mãos talentosas (2009)
Vou encerrando nossa aula afirmando que espero ter auxiliado vocês a
compreenderem como é importante identificar e encaminhar seu aluno com AH/SD
para os atendimentos a que eles tem direito. Somente assim, seu potencial será
valorizado e desenvolvido. Ressalto novamente que nós, professores, temos a missão
de evitar que os talentos se percam no caminho e não tenham seu potencial
explorado.
BARRERA PÉREZ, Susana Graciela Pérez. E que nome daremos à criança? In:
MOREIRA, Laura Ceretta; STOLTZ, Tania. (Org.). Altas habilidades/
Superdotação, talento, dotação e educação. Curitiba: Juruá, 2012.
BARRERA PÉREZ, Susana Graciela Pérez; FREITAS, Soraia Napoleão (Org.). Altas
habilidades/superdotação: respostas a 30 perguntas. Porto Alegre: Redes Editora,
2011. v. 1.
GARDNER, Howard. O guru das inteligências múltiplas. Nova Escola, São Paulo, v.
12, n. 105, p. 41-45, set. 1997. Disponível em: <
http://novasescola.abril.com.br/ed/105-set97/html/pedagogia.htm >.
RENZULLI, Joseph S. A practical system for identifying gifted and talented students.
2012. Disponível em: < http://www.gifted.uconn.edu/sem/semart04.html >. Acesso
em: dez. 2012.
Renzulli, J. S. & Reis, S. M. (1997). The schoolwide enrichment model: How to guide
for educational excellence (2a. ed.). Mansfield Center, CT: Creative Learning Press.In: