Ferramentas para Identificar AHSD 5
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ISSN: 1808-270X
revistaeducaçã[email protected]
Universidade Federal de Santa Maria
Brasil
Resumo
O Modelo de Enriquecimento Escolar (The Schoolwide Enrichment Model – SEM),
é resultado do trabalho pioneiro do Dr. Joseph Renzulli na década de 70, validado
por mais de vinte anos de pesquisas empíricas. Este Modelo se encontra ancorado em
três pilares: (a) O Modelo dos Três Anéis, que basicamente fornece os pressupostos
filosóficos utilizados pelo SEM; (b) o Modelo de Identificação das Portas Giratórias,
que fornece os princípios para a identificação e formação de um Pool de Talentos, e
(c) o Modelo Triádico de Enriquecimento, que implementa as atividades de Enrique-
cimento para todos os alunos no contexto escolar. O presente artigo tem como obje-
tivo focalizar o Modelo de Enriquecimento Escolar nos seus aspectos de concepção,
identificação e avaliação da superdotação, apresentando os principais instrumentos
utilizados por Renzulli para cada um destes propósitos. São apresentados formulários
para a indicação de alunos para a composição do Pool de Talentos; para a indicação
de áreas e/ou disciplinas nas quais o aluno demonstra um grande interesse; e para
se obter informações sobre os interesses, aptidões e estilos de aprendizagem dos es-
tudantes. Capitalizando sobre estas informações o professor se encontra em posição
de poder fornecer a eles opções educacionais bem planejadas que possam levar ao
adequado desenvolvimento de suas potencialidades latentes, emergentes e manifestas.
Palavras-chave: Modelo de Enriquecimento Escolar; Identificação;
Enriquecimento.
Abstract
The Schoolwide Enrichment Model – SEM, is the result of Dr. Joseph Renzulli’s
pioneering work in the 70s, validated by over twenty years of empirical research. This
model is based on three pillars: (a) The Three-Ring Conception of Giftedness, which
basically provides the philosophical assumptions used by SEM; (b) The Revolving
Door Identification Model, which provides the principles for the identification and
training of a Talent Pool; and (c) The Enrichment Triad Model, which implements
enrichment activities for all students in the school context. This article aims to focus
the Schoolwide Enrichment Model in its aspects of conception, identification and
assessment of giftedness, including the main instruments used by Renzulli for each of
these purposes. Forms for teachers, students and parent nominations for the compo-
sition of the Talent Pool are presented; for the indication of areas and/or disciplines
where the student demonstrates a great interest; and to obtain informations about
the students’ interests, abilities and learning styles. Capitalizing on this information,
the teacher is in a position to provide them with thoughtful educational options that
can lead to a proper development of their emerging, latent and manifest potential.
Keywords: Schoolwide Enrichment Model; Identification; Enrichment.
Introdução
Um dos grandes passos dados no Brasil em direção a uma Política Nacional
de Educação Especial foi, sem dúvida alguma, a implementação dos Núcleos de Ati-
vidades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S) pelo Ministério da Educação
em 2005. O programa, desenvolvido em todas as unidades da Federação, em parceria
com as Secretarias de Educação, tornou-se tema amplamente debatido em seminá-
rios, encontros, congressos e cursos para a formação continuada de professores da
educação inclusiva. Em 2007, com o intuito de subsidiar as ações voltadas para a área
e difundir informações para auxiliar nas práticas de atendimento ao aluno com altas
habilidades/superdotação, a Secretaria de Educação Especial do MEC publicou uma
série de quatro volumes de livros didático-pedagógicos denominados “A construção
de Práticas Educacionais para Alunos com Altas Habilidades/Superdotação1”. Com estes
volumes, o MEC visava, basicamente, oferecer atendimento educacional especializa-
do com atividades suplementares para: (a) aprofundar e enriquecer o currículo, com
vistas a ampliar e diversificar os conhecimentos que despertam curiosidade e interesse
nos alunos; (b) promover a inclusão educacional e social; (c) estimular o pensamen-
to produtivo; (d) desenvolver potencialidades e habilidades específicas; (e) propiciar
experiências de resolução de problemas, formulação de hipóteses, e (f ) promover o
ajustamento de diferentes áreas de desenvolvimento (BARBOSA, 2007).
Figura 1. Representação gráfica da definição de superdotação (RENZULLI; REIS, 1997). Figura traduzida e
adaptada por Virgolim (2007b) e reproduzida com a autorização dos autores.
Renzulli observa que alunos que possuem pelo menos uma habilidade bem
acima da média (mas não necessariamente muito superior) e que demonstram um
alto nível de energia e envolvimento com a atividade, desenvolvendo-a de forma
criativa, são as pessoas que têm maior probabilidade de exibir comportamentos de
superdotação. O autor observa que este conjunto de traços tem um papel decisivo na
produção criativo-produtiva daquelas pessoas que foram capazes de dar uma contri-
buição ímpar à humanidade.
A habilidade bem acima da média pode ser definida de duas formas. Habi-
lidades Gerais são traços que podem ser aplicados em todos os domínios (como por
exemplo, a inteligência geral), ou a domínios mais amplos (como por exemplo, habi-
lidade verbal geral aplicada a várias dimensões da área da linguagem). Estas habilida-
des consistem na capacidade de processar informações, de integrar experiências que
resultem em respostas apropriadas e adaptáveis a novas situações, e de se engajar em
pensamento abstrato. Exemplos de habilidade geral seriam o raciocínio verbal e nu-
mérico, relações espaciais, memória e raciocínio por palavras, habilidades usualmente
medidas em testes de aptidão e inteligência (RENZULLI, 2005).
força do ego, energia, etc.) quanto por fatores ambientais (nível sócio-econômico,
personalidade e nível educacional dos pais, estimulação dos interesses infantis, fato-
res de sorte etc.), assim como por fatores genéticos, ainda assim podem ser modifi-
cados e influenciados positivamente por experiências educacionais bem planejadas
(GUBBINS, 1982; RENZULLI, 1985; REIS & RENZULLI, 1982; RENZULLI &
REIS, 1997), e (3) Criatividade e envolvimento com a tarefa são traços variáveis, não
permanentes, que podem estar presentes em maior ou menor grau, dependendo da
atividade. Mesmo que uma pessoa tenha frequentemente muitas ideias criativas e de-
monstre bastante energia e envolvimento na maioria das situações, é natural que sua
produção criadora sofra variações. Nota-se, também, que, quase sempre, um traço
estimula o outro. Ao ter uma ideia criativa, a pessoa se sente encorajada e é reforçada
por si mesma e pelos outros; ao colocar sua ideia em ação, seu envolvimento com a
tarefa começa a emergir. Da mesma forma, um grande envolvimento para se resolver
uma situação-problema pode ativar o processo de resolução criativa de problemas
(RENZULLI & REIS, 1997).
Renzulli (1978, 2004) postula que os comportamentos de superdotação po-
dem ser desenvolvidos em certas pessoas em alguns momentos de sua vida, e não em
todas as pessoas e nem em todos os momentos – o que implica em uma visão bem
situacional da superdotação. Assim, uma criança pode mostrar seu conhecimento
adquirido em um dado momento de sua vida escolar – por exemplo, lendo precoce-
mente, ou mostrando um interesse aprofundado por uma disciplina em particular – e
não demonstrar o mesmo interesse ou habilidades em momentos posteriores. Desta
forma, para Renzulli, a superdotação não é um conceito estático (isto é, tem ou não
se tem), e sim um conceito dinâmico – ou seja, algumas pessoas podem apresentar
um comportamento de superdotação, em algumas situações de aprendizagem/desem-
penho, mas não em todas as situações. É, neste contexto, que Renzulli defende a ideia
de que não devemos rotular o aluno como sendo ou não sendo superdotado, mas
tentarmos entender que as altas habilidades aparecem em um continuum de habili-
dades. Neste sentido, são características que existem em todos os seres humanos, mas
diferindo em níveis, intensidades e graus de complexidade em cada um. Esta concep-
ção deixa bem claro que as altas habilidades/superdotação envolvem aspectos tanto
cognitivos quanto de personalidade do indivíduo, nos quais os talentos emergem a
medida em que as diferentes habilidades (latentes ou manifestas) de uma pessoa são
reconhecidas e apresentadas, de forma criativa, em situações nas quais o indivíduo
percebe-se motivado a desenvolver suas capacidades em altos níveis. A Fig. 2 mostra
uma analogia entre as habilidades latentes, emergentes e manifestas e o crescimento
de uma planta, embora alguns talentos possam estar ainda latentes na época da indi-
cação do aluno para a sala de recursos, torna-se meta do programa oferecer recursos
para que estes e outros talentos possam se tornar manifestos (Gubbins, 2005).
Figura 2. Estágio do Desenvolvimento dos Talentos. Gubbins, 2005. Figura traduzida e adaptada por Virgolim
(2007a) e reproduzida com a autorização dos autores.
Figura 3. Formulário para Nomeação por colegas (Renzulli & Reis, 1997). Instrumento traduzido e adaptado
por Virgolim, não publicado. Reproduzida com a autorização dos autores.
Figura 4. Formulário para Auto-Nomeação.(Renzulli & Reis, 1997). Instrumento traduzido e adaptado
por Virgolim, não publicado.Reproduzida com a autorização dos autores.
baixo rendimento escolar. Há que se lembrar que um aluno pode estar demonstrando
pouco interesse nas disciplinas escolares por razões diversas, como pelo fracasso da
própria escola em prover ambientes de aprendizagem apropriados para as crianças em
seus diferentes estilos de aprendizagem (SEELEY, 1993); pela dificuldade do ambien-
te escolar em aceitar o pensamento divergente e inconformismo (BUTLER-POR,
1993); ou mesmo pela falta de identificação do aluno com professores que não enco-
rajam suas fontes de interesse (WHITMORE, 1986).
Esta forma de indicação para o programa é interessante, pois, às vezes, um
professor consegue obter, em algum momento da vida escolar do aluno, um alto de-
sempenho em matérias escolares específicas; no entanto, se tais oportunidades não se
repetirem em anos posteriores, o aluno pode vir a não ter outra chance de demonstrar
as suas habilidades ou interesses, perdendo uma valiosa oportunidade de trabalhar
com mais profundidade suas áreas fortes. Assim, é recomendável que a equipe diag-
nóstica busque informações sobre o aluno com seus professores de anos anteriores,
sempre que isso for possível.
(5) Indicação por meio da Informação da Ação: Este tipo de nomeação para
a participação no programa destaca o papel preponderante da motivação no processo
de aprendizagem. No Modelo dos Três Anéis, conforme já pontuado, a habilidade
superior se manifesta quando há uma confluência da habilidade em uma área espe-
cífica com a criatividade e com o envolvimento com a tarefa (RENZULLI, 1986b).
Sendo assim, e como a formação do Pool de Talentos é um processo dinâmico que
pode ocorrer a qualquer momento do ano escolar, o professor pode também designar
para o atendimento algum aluno que tenha demonstrado um interesse incomum por
alguma matéria, disciplina ou tópico que esteja sendo estudado naquele momento.
Renzulli e Reis criaram um instrumento informal, em formato de uma lâmpada (ver
Fig. 5), cunhado de “Mensagem de Informação da Ação” (Action Information Message),
no qual o professor anota as ações e atitudes do aluno frente ao tópico de interesse,
ressaltando as atividades em que tenha demonstrado criatividade, alta motivação ou
envolvimento com a tarefa realizada na sala de aula (RENZULLI, 1994; RENZULLI
& REIS, 1997). O professor anota também idéias e sugestões para futuras interven-
ções na área, que poderiam ajudar o aluno a desenvolver e aprofundar seu interesse
específico, e as compartilha com o coordenador da área de superdotação da sua escola.
Este, por sua vez, utiliza o instrumento e as informações obtidas com o professor
como uma fonte suplementar de dados sobre o aluno, e os analisa a luz dos seus inte-
resses e áreas fortes, incluindo-o como possível candidato ao Pool de Talentos.
Figura 5: Mensagem de Informação da Ação (Action Information Message). (RENZULLI & REIS, 1997).
Instrumento traduzido e adaptado por Virgolim (2007b). Reproduzida com a autorização dos autores.
A questão da avaliação
O aluno deve continuar a frequentar a sala de recursos até que seu projeto
seja completado; depois deste tempo, ele pode ou não continuar no atendimento,
dependendo basicamente de duas condições: (a) de continuar demonstrando alto
nível de envolvimento e criatividade para continuar a desenvolver pesquisas mais
avançadas na área de interesse; (b) da avaliação da equipe diagnóstica e dos profes-
sores envolvidos, que deve apontar para a continuidade dos ganhos para o aluno de
sua permanência na sala de recursos. No entanto, os autores do Modelo deixam claro
que este é um processo flexível, que busca a dar acesso a mais alunos ao programa
(espera-se que em torno de 15 a 20% dos alunos de uma escola possam ser identifica-
dos como tendo altas habilidades em alguma área), e que deve estar em consonância
com as necessidades percebidas pelos professores na sala de aula regular (RENZULLI,
REIS & SMITH, 1981). Assim, torna-se fundamental que o programa para altas
habilidades/superdotação faça uma avaliação sistemática dos alunos, que permita ob-
servar e registrar o progresso do aluno com relação as suas aptidões e interesses; o
desenvolvimento das suas habilidades no decorrer do programa; e, principalmente,
se as metas que foram propostas para aquele período ou etapa foram atingidas parcial
ou completamente. Esta documentação sistemática é que viabilizará futuras decisões
sobre o aluno no programa, como por exemplo, o treinamento cognitivo e afetivo
que ele precisa receber para que suas potencialidades sejam elevadas ao grau máximo.
A próxima sessão tratará das formas utilizadas no Modelo para se documentar
as habilidades e áreas fortes dos estudantes, focalizando seus interesses, aptidões e
estilos de aprendizagem.
(3) Ensino pelo colega (interação entre um aluno que domina uma área do
conhecimento e um ou mais colegas com dificuldades em entender um conceito ou
tópico); escolha de itens como: “Ter a ajuda de um amigo para aprender uma matéria
difícil de entender; “Ter um colega da mesma série para revisar com você a matéria
da prova”.
(4) Jogos pedagógicos (atividades percebidas como agradáveis para os estudan-
tes, centradas em conteúdos que os professores querem transmitir aos alunos); itens
como: “Usar um jogo de tabuleiro para praticar uma de suas matérias escolares”; “Par-
ticipar de uma competição para ajudar seu time a responder corretamente a maioria
das perguntas sobre um tópico que você está estudando em classe”.
(5) Dramatização (simulações em pequenos grupos ou com a sala toda para
aprendizagem de conteúdo e habilidades; são simulações baseadas em problemas
reais e exigem que o aluno tome decisões que irão afetar o próximo movimento
dos outros jogadores); alunos com alta pontuação nesta dimensão escolheram itens
como: “Aprender sobre um evento tal como a Independência, dramatizando em clas-
se”; “Aprender sobre o processo de eleição representando o papel de um membro de
um partido que compete com outro partido para ganhar votos para seu candidato”.
(6) Estudos independentes (praticados por pequenos grupos ou de forma inde-
pendente pelo aluno que desenvolve um tema de interesse); alunos escolheram itens
como: “Trabalhar independentemente em um projeto que você mesmo escolheu”;
“Estudar por conta própria para aprender coisas novas”.
(7) Projetos (atividades escolares desenvolvidas pelo aluno de acordo com seus
interesses, pressupondo trabalho de pesquisa e apresentação para o grupo de pares) -
itens como: “Ir com um grupo à biblioteca para procurar informações”; “Trabalhar
com outros alunos em um projeto, com pouca ajuda do professor”;
(8) Atividades de decorar e recitar (atividades em que o estudante demonstra
retenção e memorização do conhecimento ao responder questões colocadas pelo pro-
fessor); alunos bem pontuados nesta dimensão escolheram itens como: “O professor
faz perguntas à classe sobre a matéria que foi dada para ser estudada”; “Dar respostas
em voz alta a perguntas feitas pelo professor”; “Participar de exercícios em sala de aula
nos quais o professor pede informação específica para cada aluno da classe”.
(9) Instrução programada (programa de aprendizagem estruturada em que alu-
nos trabalham independentemente, respondendo um conjunto de questões pré-pro-
gramadas pelo professor, cujas respostas são apresentadas após cada questão); itens
como: “Responder por escrito a perguntas sobre uma matéria que você acabou de
ler”; “Trabalhar em tarefas nas quais você completa a palavra que falta para completar
uma frase”; “Fazer tarefas que você pode descobrir depois de cada pergunta se sua
resposta está correta ou não”.
Da mesma forma, o professor é solicitado a responder ao mesmo instrumento,
mas apontando a freqüência com que as atividades ocorrem em sala de aula, e suas
respostas são comparadas as dos alunos. Assim, o perfil que resulta deste procedi-
mento permite comparar as preferências de aprendizagem dos alunos com o estilo de
ensinar do professor, dando uma visão mais acurada do que ocorre na sala de aula.
Pesquisas têm demonstrado que a combinação entre os estilos de aprender dos alunos
e os de ensinar do professor não apenas produzem uma melhoria da aprendizagem
do aluno, mas também uma atitude mais positiva com relação à escola (RENZULLI
& REIS, 1986; RENZULLI & SMITH, 1978).
Um interessante instrumento desenvolvido de forma similar para documentar
os interesses, habilidades e estilos de aprendizagem do aluno, baseado no Portfólio de
Talento Total é Minhas Digitais do Aprendizado4 (SCHADER & ZHOU, 2006). Se-
gundo as autoras, trata-se de uma ferramenta educacional para destacar a combinação
única de interesses, habilidades, experiências e preferências de aprendizado e ajudar
o aluno a descobrir suas próprias digitais do aprendizado. Dirigindo-se ao aluno, elas
enfatizam que “assim como duas impressões digitais não são idênticas, você irá per-
ceber que duas digitais do aprendizado também não são. Isso é o que contribui em
tornar você alguém muito especial” (p.1). O instrumento agrega as funcionalidades
de um questionário com perguntas gerais, seguidas de opções a serem marcadas em
escala do tipo Lickert. Abre também espaços, ao final de cada sessão, para observações
subjetivas e relatos do aluno.
Assim, Minhas Digitais do Aprendizado focaliza três áreas, a saber (Couti-
nho, 2009):
(1) Áreas fortes na escola e tópicos de interesses, subdividido em três áreas: (a)
áreas fortes na escola (o aluno é convidado a marcar na escala as disciplinas escolares
que ele gosta e aquelas nas quais ele se destaca); (b) áreas especiais para explorar (o
aluno descreve as tarefas nas quais ele tem muito interesse e dedica grande parte do
seu tempo); e (c) interesses gerais, em que ele assinala as áreas que o interessam mais
e aquelas nas quais ele dedica mais tempo.
(2) Preferências de Estilo de Aprendizagem, com quatro subdivisões: (a) formas
de aprender (o aluno assinala as formas preferenciais de aprender de acordo com os
estilos de ensinar do professor); (b) formas de pensar (o aluno evidencia suas formas
favoritas de gravar novas informações); (c) melhores condições para aprender (o alu-
no assinala as condições ambientais mais favoráveis a sua aprendizagem), e (d) formas
de mostrar o que aprendi (o aluno demonstra seu estilo preferencial de mostrar a uma
audiência o que aprendeu).
(3) Atividades e Experiências, em que são apresentadas cinco proposições: (a)
atividades fora de sala (o aluno descreve as atividades realizadas após o período de
aulas ou fora do ambiente escolar regular); (b) experiências em família (o aluno relata
atividades realizadas junto a seus familiares); (c) o que eu faço em casa (o aluno relata
as atividades que ele gosta de realizar em casa); (d) hobbies e coleções (o estudante
descreve as atividades que gosta de realizar como diversão ou o que gosta de colecio-
nar), e (e) motivação; neste último item quatro frases incompletas são apresentadas
com relação à motivação para aprender: “eu gosto de aprender porque ...”, “eu quero
aprender porque ...”, “aprender é mais fácil para mim quando ...”, e “aprender é mais
difícil para mim quando ...”.
Para que estes objetivos sejam atingidos, as autoras lembram que os alunos
com altas habilidades beneficiam-se tanto da interação com os pares da mesma idade
quanto com os pares intelectuais. Sendo assim, programas para esta população de-
vem criar flexibilidade compatível com as adaptações necessárias a uma educação que
atenda ao perfil heterogêneo deste alunado.
Vários serviços educacionais poderão ser oferecidos aos alunos identificados
para o Pool de Talentos ainda dentro do ensino regular. Dentre os mais indicados está
a compactação do currículo, que permite aos alunos com habilidades intelectuais
superiores prosseguir de forma mais rápida com o conteúdo que já foi dominado,
eliminando a rotina de passar por exercícios repetitivos desnecessariamente. O recur-
so da compactação do currículo torna mais desafiador o ambiente de aprendizagem,
guerra não evitada. Esta é a razão pela qual temos que continuar
nossas explorações no entendimento de como promover a criativi-
dade produtiva tanto nos adultos quanto nas crianças. (p. 196-197)
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Notas
1
A construção de Práticas Educacionais para Alunos com Altas Habilidades/ Superdotação. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12679%3Aa-construcao-de-
praticas-educacionais-para-alunos-com-altas-habilidadessuperdotacao&catid=192%3Aseesp-esducacao-e-
special&Itemid=860
2
The Interest-A-Lyser. (Renzulli, 1997). Levantamento de Interesses. Instrumento traduzido e adaptado por Virgolim,
não publicado.
3
Learning Styles Inventory. Renzulli, J. S. & Smith, L. H. (1978). © Copyright Creative Learning Press. University of
Connecticut, Storrs, CT, USA. Tradução e Adaptação não publicada: Angela Virgolim – Universidade de Brasília.
4
Schader, & Zhou, (2006). Minhas digitais do aprendizado [My learning printing]. Trad. Angela M. R.Virgolim
[trabalho não publicado]. Storrs: Neag Center for Talent Development, University of Connecticut.
Correspondência
Angela Mágda Rodrigues Virgolim – Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de
Psicologia Escolar e do Desenvolvimento. Campus Universitário Darcy Ribeiro – Asa Norte. CEP: 70910-900
– Brasilia, Distrito Federal – Brasil.
E-mail: [email protected]