Veneração, Adoração e Interpretação Da Bíblia
Veneração, Adoração e Interpretação Da Bíblia
Veneração, Adoração e Interpretação Da Bíblia
PERGUNTA
Nome: Lilian
Enviada em: 27/09/2004
Local: São Paulo - SP,
Religião: Protestante
Idade: 29 anos
Escolaridade: 2.o grau concluído
Profissão: Aux. Administrativo
Lendo as perguntas e respostas, achei interessante a resposta que o senhor deu a pergunta de
Patrícia de Sousa Pereira e Silva sobre a virgindade perpétua de Maria, a adoração às imagens e à
procissão.
1º - O senhor diz que o que existe na Igreja Católica em relação às imagens é Veneração e não
Adoração. Mas sendo veneração, adoração, enfeite, peso de papel, ou sei lá o que, não importa, pois a
ordem de Deus é expressa quando diz:
“Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem
em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.” Êxodo 20:4
Neste ponto fica claro que os “protestantes” obedecem melhor, não acha? Pois não são tão
teimosos em querer desobedecer as ordens do Pai.
A Arca, a cobra de Metal no deserto, ou qualquer coisa que o Senhor ordenou que fizesse no Velho
Testamento, não serve de base para justificar a fabricação e utilização de imagens seja para adoração ou
veneração. Se depois disso tudo Ele diz que NÃO é para manter essa prática porque os católicos teimam?
2º - Sobre as procissões, segue o mesmo raciocínio, a procissão da Arca citada tem alguma
semelhança com as procissões da Igreja Católica? O que eles estavam levando ali era a Arca da Aliança
que Deus mandou construir. Bem diferente das imagens de mortos que vocês andam carregando nas ruas
não acha? Se fosse para continuar com essa prática, teríamos que levar somente a Arca da Aliança e não
as estátuas dos defuntos. Mas onde está a Arca? Sumiu !!! Deus não queria que a adorássemos ou a
venerássemos (como queiram). A não ser que a Igreja resolva “descobrir” onde “ela” está. Mas ainda assim
Deus não autorizou tal prática.
“...nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e
rogam a um deus que não pode salvar.” Isaías 45:20
3º - Sobre a virgindade de Maria, o senhor diz que a Bíblia não tem que dizer o que queremos
saber. Realmente há pontos na Bíblia que não são esclarecidos. Neste ponto concordo com o senhor. Mas
como a própria palavra diz: “ o que foi escrito é suficiente para que creiamos”. E é por isso, que os
“protestantes” não acrescentam nada na Palavra de Deus porque se há pontos não escritos, não somos nós
que vamos escrever, não é mesmo?
Embora, para nós, aqueles filhos citados são realmente irmãos de Jesus porque não é fruto da
imaginação como no caso da virgindade perpétua, é uma suposição baseada em algo escrito. Mas isso,
acho que não seja relevante, pois se ela ficou virgem, José que se entendesse com a decisão dela ! E se
ela não ficou, não pecou, pois ela era casada com José e o sexo no casamento é algo deixado por Deus,
não cometendo pecado nenhum.
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Novamente os “protestantes” são menos desobedientes não acha? Pelo menos não acrescentamos
nada na Bíblia.
Se vocês tivessem o direito de raciocinar poderiam perceber as diferenças entre a Igreja de Cristo e
a Igreja Católica. Mas se você quiser fazer isto senhor Marcos não perca tempo! Jesus disse: “Examinais as
Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam;” João 5:39.
RESPOSTA
Prezada Lilian,
salve Maria, "Mãe de meu Senhor" (S. Lucas, I, 43)
Agradecemos seu interesse em nossos debates e também por nos enviar seus argumentos.
Assim podemos esclarecer nossa posição e mostrar a verdadeira doutrina Católica e Bíblica, tão distorcida
pelos protestantes.
Permita-nos várias críticas, Lilian. Não fique zangada, mas sua falta de coerência é gritante.
Em primeiro lugar, veneração não é adoração. Quando os israelitas veneraram a serpente de
bronze, foram curados. Quando posteriormente os israelitas adoraram a mesma serpente, cometeram uma
abominação e Deus mandou destruí-la:
No primeiro caso, o ato curava; no segundo, o ato era abominável diante de Deus.
No primeiro caso, veneração; no segundo, idolatria, adoração de uma criatura.
A imagem era sempre a mesma, porém o ato era completamente diferente!
Se veneração fosse igual a adoração, então Deus teria permitido a adoração aos ídolos,
ainda que somente no Antigo Testamento, o que é um absurdo!
Prossegue a senhora:
"2º - Sobre as procissões, segue o mesmo raciocínio, a procissão da Arca citada tem alguma
semelhança com as procissões da Igreja Católica? O que eles estavam levando ali era a Arca da Aliança
que Deus mandou construir. Bem diferente das imagens de mortos que vocês andam carregando nas ruas
não acha? Se fosse para continuar com essa prática, teríamos que levar somente a Arca da Aliança e não
as estátuas dos defuntos. Mas onde está a Arca? Sumiu !!! Deus não queria que a adorássemos ou a
venerássemos (como queiram). A não ser que a Igreja resolva “descobrir” onde “ela” está. Mas ainda assim
Deus não autorizou tal prática.
“...nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de
madeira, e rogam a um deus que não pode salvar.” Isaías 45:20
Novamente, alegro-me muito em dizer que os “protestantes” obedecem melhor ao Senhor."
A senhora disse que a arca da aliança não tinha nada a ver com as atuais imagens Católicas.
Ora, mas como citamos acima, a arca tinha na tampa dois querubins esculpidos, duas imagens de anjos!
Também eram imagens, como a que nós Católicos carregamos nas procissões. O povo israelita sabia
distinguir as imagens dos ídolos?
Curioso que os protestantes dizem que o povo católico não sabe a diferença entre latria e dulia
quando reza diante de uma imagem de Cristo ou de um santo. Agora vem a senhora dizer que havia uma
diferença enorme entre a arca com seus querubins e o andor Católico? Francamente, senhora...
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Os israelitas carregavam a arca conforme a ordem de Deus, davam voltas em torno da cidade,
e em decorrência desse fato caem as muralhas de Jericó. O povo israelita então sabe distinguir que é pelo
poder Deus e não pelo poder das imagens que se deu aquele milagre?
Se sim, aplique o mesmo raciocínio às procissões Católicas.
Se não, a Bíblia elogia uma prática condenável, o que é um absurdo.
E o fato da arca da aliança ter sumido não significa o fim da veneração das imagens. Pois não
veneramos o objeto, não atribuímos ao objeto um poder que não tem, mas o utilizamos pela lembrança que
nos traz. Deus permitiu que a arca da aliança desaparecesse exatamente para não se atribuir à arca um
poder que não tinha, para que não se adorasse a arca como se fez com a serpente.
É claro que a Igreja não busca a arca, pois entende que os objetos são apenas meios, e não
fins em si mesmos. Quem busca a arca e outros objetos como se tivessem poder em si são os hereges,
como os cátaros e mais recentemente os nazistas, em Montségur.
Agora, note o seguinte, dona Lilian: o que estava dentro da arca? As tábuas da lei. Perdeu-se a
arca, e com a arca... perderam-se as tábuas da lei. Seguindo o seu raciocínio, se Deus fez desaparecer a
arca da aliança para acabar com a veneração às imagens, também devemos entender que Deus fez
desaparecer a lei, pois fez sumir as tábuas que entregou a Moisés... e se não há mais lei, não há mais
proibição de fazer imagens... tire as conclusões ... de seu próprio raciocínio!
Infelizmente, mais uma vez, vemos quanta incoerência move os protestantes que
desconhecem a Bíblia...
Em primeiro lugar corrijo uma imprecisão sua: eu não disse que " a Bíblia não tem que dizer o
que queremos saber", mas que "A Bíblia não tem que dizer o que você quer ler". Vai grande diferença entre
uma e outra expressão.
O argumento é que há muitas verdades na Escritura que não foram escritas da maneira que o
protestante acha que deve estar, como a Trindade. Encontre na Bíblia a expressão Santíssima Trindade,
dona Lilian. Adianto que não encontrará. No entanto não existe doutrina mais fundamental e elevada em
toda a Escritura! Só que a maneira como Deus se revelou precisou ser esclarecida, definida, explicitada,
isolada dos erros, de uma forma que só o Magistério da Igreja poderia fazer. Pois Cristo constituiu um
Magistério exatamente para isso, para guardar fielmente a doutrina e ensinar a toda gente.
Cristo chamou os Apóstolos e confiou a eles o depósito da fé:
"Então Jesus se aproximou, e falou: «Toda a autoridade foi dada a mim no céu e sobre a terra.
Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e
do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei
com vocês todos os dias, até o fim do mundo.» (Mt, 28,18-20) e São Paulo também nos diz: " Eu recebi do
Senhor o que vos transmiti (...)" (I Cor. 11,23)
A virgindade de Maria deduz-se das passagens bíblicas, que os protestantes não entendem.
Já foi explicado em nosso site como a palavra irmão no hebraico poderia significar parente, e que a mesma
palavra irmão é aplicada a Lot e Abrão, que eram tio e sobrinho.
"Abraão chama de Irmão a Lot: "Peço-te que não haja rinhas entre mim e ti, nem entre os meus
pastores e os teus, porque somos irmÃos (Gênesis, XIII-8). Mais adiante a própria Bíblia o chama assim:
"Abraão, tendo ouvido que Lot, seu irmão, ficara prisioneiro... (Gênesis XIV-14). Pois bem, "Lot era apenas
sobrinho de Abraão, pois já antes disto se lê no Gênesis: "Tinha Abraão setenta e cinco anos, quando saiu
de Harã. E ele levou consigo a Sarai, sua mulher, a Lot, filho de seu irmão, e todos os bens que possuíam
(Gênesis XII-4 e 5) (http://www.montfort.org.br/perguntas/nossasenhora5.html).
Já Sto Agostinho e São Jerônimo mostravam isso nó século IV, contra os hereges de sua
época. No entanto, a teimosia protestante insiste em ler em sua bíblia incompleta que os parentes de Jesus
eram seus irmãos... que vai se fazer...
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A senhora, dona Lilian, que vinha razoavelmente bem até aqui, usa de um deboche
desnecessário. Estamos discutindo idéias, e não pessoas. Fica muito feio apelar dessa forma. Procure se
ater aos fatos e aos argumentos, para que possamos melhorar nossa impressão acerca dos protestantes.
É claro que devem se examinar as Escrituras, porém, sem querer interpretar contra o sentido
que Deus colocou. Pois "nenhuma profecia da Escritura é de interpretação particular" (II Pe I, 20)
Esperando ter diminuído seu preconceito em relação à Igreja de Cristo - a Igreja Católica - nos
despedimos cordialmente,
In Jesu et Mariae
Marcos Libório