Paquímetros Rev.18 11 03

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CENFIM-CNC TECNOLOGIA MECÂNICA

TEMA-II PAQUÍMETRO

O PAQUÍMETRO é talvez, de entre todos os instrumentos de qualidade, o mais solicitado na


indústria. Trata-se de um instrumento para medir em diferentes situações, como veremos mais
abaixo, e é fabricado em aço especial com a particularidade de apresentar os pontos de
contacto geralmente temperados.

Basicamente, este instrumento é constituído por uma régua graduada de encosto fixo e um
cursor que desliza ao longo desta para que se possa proceder à medição de dimensões lineares
internas, externas e de profundidade de componentes.
Na figura abaixo apresenta-se o denominado PAQUÍMETRO UNIVERSAL, bem como os
componentes que o compõe.

Figura – 1

A régua apresenta-se graduada em milímetros (caso do sistema métrico);


O encosto fixo é uma das partes que geralmente contacta com a peça.
O encosto móvel é o que vai agarrado ao cursor e se desloca para permitir ajustar à peça
Ao paquímetro.
Corrediça ou cursor é o componente que desliza sobre a régua e que vai levando consigo a
encosto móvel, o nónio e o parafuso de fixação.

Geralmente, o paquímetro é utilizado sempre que a quantidade de peças a medir seja pequena.
Quanto ao cursor, este componente deve apenas possuir o mínimo de folga que lhe garanta
deslizar livremente na régua e não mais do que isso. Sobre este mesmo componente é também
onde poderemos encontrar o chamado nónio ou vernier, isto é, a escala auxiliar que permite a
leitura de fracções da menor divisão da escala principal.

Por: FiFilipe Antunes 1


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RESOLUÇÃO

Os paquímetros mais utilizados apresentam habitualmente uma resolução de 0.05mm ou


0.02mm. Se nos referimos ao sistema inglês, então, neste caso, a resolução máxima será de
(1/128)” ou 0.001”.
Posteriormente apresentar-se-á a forma correcta de determinar esta resolução e explicar-se-á
mais detalhadamente o significado de nónio.
TIPOS DE PAQUÍMETRO E EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

Segue-se uma breve apresentação dos tipos de paquímetros vulgarmente utilizados na


indústria e algumas exemplificações de como e em que situações podem ser utilizados.

PAQUÍMETRO UNIVERSAL (CONVENCIONAL)

Figura – 2

PAQUÍMETRO UNIVERSAL COM RELÓGIO.


A configuração deste tipo de paquímetro continua sendo bastante similar do anteriormente
apresentado, se bem que a parte correspondente ao nónio é aqui substituída por um relógio. A
existência do mostrador em forma de relógio sobre o cursor, surge com o intuito de facilitar a
leitura ao operador e reduzir a probabilidade de ocorrer engano.

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Figura – 3
PAQUÍMETRO DE PROFUNDIDADE

Como o próprio nome indica, este tipo de instrumento foi especialmente concebido para medir
profundidades de todos os tipos, como por exemplo, rasgos, furos e rebaixos.
Entre muitas particularidades que podemos encontrar entre cada dois diferentes paquímetros
destes tipo, é de realçar o facto de havê-los de haste simples ou haste com talão (ou gancho).
Segue-se a figura que ilustra estes.

Figura – 4

PAQUÍMETRO DE BICO MÓVEL BASCULANTE

Especialmente concebido para medir peças de configuração especial, como por exemplo peças
cónicas.

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Figura – 5

PAQUÍMETRO DUPLO

Trata-se de um tipo de paquímetro quase exclusivamente concebido para controlo de rodas


dentadas.

Figura – 6

PAQUÍMETRO DIGITAL

São talvez os mais dispendiosos, mas sem sombra de dúvida também os mais fáceis de utilizar
e os que menor probabilidade de erro originam.
Como principais características deste tipo de paquímetro há a realçar a leitura rápida que nos
permite a eliminação do erro de paralaxe (que mais tarde falaremos) e a possibilidade de
conectá-lo a uma impressora que permita registar e imprimir os dados recolhidos. Em
consequência desta última característica relativa à saída de dados para a impressora, dizemos
também tratar-se do tipo de paquímetro ideal para o controle estatístico.

Figura – 7
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TRAÇADOR DE ALTURA OU GRAMINHO PARA TRAÇAR

A sua base é construída em aço ao carbono e é temperada para resistir ao desgaste por roce.
Por forma a não influenciar o valor da leitura, a base é rectificada e apresenta uma elevada
precisão em virtude de ser sujeita a um acabamento fino.
A haste é rectangular e apresenta a escala em milímetros.

Quanto ao princípio de funcionamento, este é em tudo idêntico ao paquímetro, ou seja,


apresenta a escala fixa sobre a qual se desloca um cursor na vertical.

Como principais aplicações temos:


1 – Traçagem de peças com vista a facilitar operações posteriores de fabricação;
2 – Controlo dimensional com auxilio de acessórios tais como um apalpador;

Por inúmeras vantagens um tanto ao quanto idênticas às referidas para os paquímetros digitais,
também se recomenda a utilização de GRAMINHOS DIGITAIS.

Figura – 8

Depois do uso é importante que não nos esqueçamos de untá-lo com uma leve camada de
vaselina ou óleo.

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CARACTERÍSTICAS

Comprimento – O tamanho dos paquímetros caracteriza-se pela sua capacidade de medir,


variando entre 150 e 2000mm.

Régua graduada – Existem paquímetros com a régua graduada em milímetros e em


polegadas, sendo esta última decimal ou em fracção ordinária.

Nónio – O nónio pode ser construído com 10, 20 e 50 divisões para que se obtenha leituras
com aproximação, respectivamente, de 0.1mm, 0.05mm e 0.02mm.

Cursor – Existem paquímetros com ajuste mecânico que permitem deslocar o curso com mais
suavidade.

Traços – Geralmente, um bom paquímetro apresenta traços nítidos para facilitar a leitura.

EM RESUMO:

O paquímetro pode ser :

- Tipo Universal (medições externas, internas e de profundidade);


- Bicos Alongados (medições externas e internas);
- De profundidade (Simples ou com talão para medições de
rebaixos e espessuras de parede).

Cuidados:

- Ter em atenção que o paquímetro se encontre aferido (calibrado),


que se apresente com todos os componentes limpos e ajustados (sem folga);
- Ser guardado em lugar próprio;
- Ser manejado com os devidos cuidados que este tipo de
instrumentos;

Características:

- Comprimento de instrumentos de 150 a 2000mm;


- Graduação da régua em milímetros e em polegadas;
- Nónio com 10, 20 e 50 divisões (0.1mm, 0.05mm e 0.02mm);
- Cursor de deslizamento suave
- Traços nítidos.

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PRINCÍPIO DO NÓNIO

Tal como já se referiu atrás, a escala do cursor é então chamada de nónio ou vernier, tendo
esta designação sido atribuída em virtude de se pretender homenagear os seus considerados
dois inventores, o Português Pedro Nunes e o Francês Pierre Vernier.

No sistema métrico, entre outras possibilidades, existem paquímetros em que o nónio possui
10 divisões equivalentes a 9mm (milímetros). Significa isto que há, portanto, entre o primeiro
traço da escala fixa e o primeiro traço da escala móvel, uma diferença de 0.1mm. Entre o 2º
traço da fixa e o 2º da móvel, 0.2mm. Entre o 3º traço da fixa e o 3º da móvel, 0.3mm e assim
sucessivamente até ao 10º traço de cada uma delas onde a diferença é de 1.0mm.

Figura – 9

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Figura – 10

DETERMINAÇÃO DA RESOLUÇÃO

Considerando UEF a Unidade da Escala Fixa e NDN o Número de Divisões do Nónio,


poderemos determinar a RESOLUÇÃO do instrumento aplicando a fórmula seguinte:

RESOLUÇÃO = UEF
NDM

Assim, considerando um paquímetro cuja escala fixa se apresenta em milímetros, se a escala


móvel possui 10 divisões, conclui-se que:

R= 1 mm = 0.1mm
10 divisões
Se a escala móvel se apresenta com 20 divisões, significa que:
R= 1 mm = 0.05mm
20 divisões
Se a escala móvel se apresenta com 50 divisões, significa que:
R= 1 mm = 0.02mm
50 divisões

LEITURAS NO SISTEMA MÉTRICO

Ao realizar a leitura começamos por contabilizar os espaços entre cada dois traços da escala
fixa, até surgir o zero da escala móvel, e o resultado apresentar-se-á em milímetros. Se
contarmos 12 traços teremos, então, 12mm.
Posto isto devemos proceder á contagem dos traços do nónio até que surja o ponto onde o
traço da escala fixa e do nónio sejam coincidentes. Basta agora conhecermos a quanto
corresponde cada traço (o que depende do número das divisões do nónio) e acrescentar ao
número anteriormente lido.

Exemplos:
Escala fixa => Valor = 1.0mm Escala fixa => Valor = 103mm
Escala móvel => Valor = 0.3mm Escala móvel => Valor = 0.5mm
Total (1+2) 1.3mm Total (1+2) 103.5mm

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Figura – 11

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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ERROS DE LEITURA

Como principais erros de leitura a contemplar neste tipo de instrumentos, para além dos que
possam advir por simples falta de habilidade ou formação do operador, temos o ERRO DE
PARALAXE e o ERRO POR PRESSÃO DE MEDIÇÃO.

Erro de paralaxe – É um erro que ocorre sempre que o ângulo de visão do operador não é o
correcto, o que o induz em erro em virtude de aparentemente haver coincidência entre um
traço da escala fixa e outra da móvel, que em realidade não existe.

O cursor sobre o qual está gravado o nónio, por razões meramente técnicas, tem uma
determinada espessura (a) e é montado sobre a escala principal. Desta forma, os traços do
nónio (TN) vão encontrar-se num plano mais elevado que os da escala fixa (TM).

O erro de paralaxe surge se não colocarmos o instrumento perpendicular à vista, já que,


mesmo que os traços TN e TM se sobreponham, cada olho irá projectar o traço TN em
posição diferente. Portanto, para que não ocorra este tipo de erro, basta colocar o paquímetro
em posição perpendicular aos olhos.

Figura – 12
Devido ao nosso ângulo de visão não perpendicular,
poderíamos ser levados a pensar que a medida correcta seria de
0.60mm. Porém, colocando a vista perpendicular, damo-nos
conta que a medida correcta é de 0.45mm.
Como facilmente se percebe, este tipo de erro é apenas
possível no paquímetro universal. No de relógio e digital deixa
de fazer sentido.

Figura – 13

Pressão de medição – Este erro ocorre quando a pressão que exerce o operador
sobre o cursor, provoca inclinação deste em relação à régua sobre a qual se
desloca e, deste modo, altera a medida (fig.13).
Pode ser controlado por uma mola, sendo esta regulada através de dois parafusos que se
aparafusam até ao fundo e posteriormente se desaparafusam em aproximadamente 1/8 de
volta para garantir um movimento suave do cursor sobre a régua sem folga.

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Figura – 14 Figura - 15

PRINCIPAIS TÉCNICAS DE UTILIZAÇÃO DO PAQUÍMETRO

Segue-se um conjunto de alguns aspectos principais a ter em linha de conta para uma correcta
utilização do paquímetro e, consequentemente, conseguir assim uma leitura fiável:

- Os encostos do paquímetro devem apresentar-se sempre limpos;


- Posicionar correctamente, entre os encostos, a peça a medir;
- Encostar a peça ao encosto fixo e ir fechando o encosto móvel até
que este contacte com a outra extremidade da peça;

Figura – 16 Figura – 17

Realizada a leitura, o paquímetro deve ser aberto cuidadosamente e a peça ser retirada sem
que toque nos encostos do paquímetro.

ASPECTOS A TER EM LINHA DE CONTA AQUANDO DA REALIZAÇÃO DE


MEDIÇÕES EXTERNAS, INTERNAS, DE PROFUNDIDADE E RESSALTO.

1 – Na medida do
possível, colocar a peça o
mais profundo possível
entre os bicos para evitar
assim o desgaste das suas
pontas. Ver figura
ilustrativa.

Figura – 18

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2 – Para obter maior


precisão de leitura, as
superfícies de contacto
dos bicos de medição
devem estar bem apoiados
na peça.

Figura – 19

3 – Aquando da
realização de medições
internas, ter o cuidado de Figura – 20
colocar o mais profundo
possível as “orelhas” e
procurar manter o
paquímetro a todo o
instante paralelo à peça a Figura –
21ser medida.

Deve então tomar-se a


máxima leitura para
diâmetros internos e a
mínima no caso de
controlarmos faces planas
internas. Figura – 22

4 – Para medições de
profundidades deve ter-
se o cuidado de que se
consiga um bom apoio
do paquímetro sobre a
peça, isto é, evitar
inclinação para não
interferir no resultado
da medição conseguido.

Figura – 23

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5 – Para medições de ressaltos deve


utilizar-se paquímetro apropriado e
ter o cuidado de colocá-lo sempre
perpendicular à superfície de
referência da peça a medir.
Note que neste caso é
expressamente proibido usar a
haste de controlo de medições de
profundidades, pois, como se
imagina, ao não apoiar de forma
firme irá falsear o valor da medição
efectuada.

Figura – 24

ASPECTOS DE CONSERVAÇÃO A TER EM CONSIDERAÇÃO

- Sempre que se pretenda arrumá-lo deve fazer-se colocando-o em um estojo próprio, mas não
sem antes limpá-lo cuidadosamente cobrindo-o, inclusivamente, com uma fina película de
vaselina neutra;
- Não deve colocar-se em qualquer lugar. Deve guardar-se sempre em local apropriado para
colocar instrumentos de medição;
- Deve verificar-se a sua precisão e ajuste periodicamente;
- Manejá-lo cuidadosamente de forma a evitar que sofra choques que lhe possam provocar
empenos, arranhaduras ou mossas;
- Aquando da realização de medições, não pressionar o cursor mais do que o necessário;
- Não medir peças em movimento;
- Não utilizá-los para outras funções diferentes daquelas para a qual foi concebido.

TESTE DE APRENDIZAGEM

1 – Que tipos de erro podem ocorrer aquando da realização de medições com este tipo de
instrumentos:

( ) – Pressão
( ) – Paralaxe
( ) – Desvio
( ) – Engano

2 – Quando o cursor apresenta uma espessura extremamente grossa, estamos perante uma
forte possibilidade de que ocorra de:

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( ) – Pressão
( ) – Paralaxe
( ) – Desvio
( ) – Desajuste

3 – No caso em que se tenha constatado que o paquímetro apresenta erro de leitura resultante
da pressão excessiva exercida sobre o cursor é necessário, neste caso:

( ) – Inclinar o encosto no sentido contrário ao da pressão;


( ) – Fixar o cursor para que a pressão não interfira;
( ) – Regular a mola;
( ) – Controlar os encostos do instrumento periodicamente.

4 – Ao efectuar-se o controlo dimensional de uma peça ela deve ficar bem colocada entre os
bicos de medição para evitar:

( ) – Que rode ou deslize para onde não deva;


( ) – Que ocorra o chamado erro de medida dos bicos;
( ) – Que ocorra o erro de paralaxe;
( ) – Desgaste nas pontas dos bicos.

5 – Quando se realiza o controlo dimensional do furo de uma peça, devemos ter sempre o
cuidado de assegurar que o paquímetro fique em posição:

( ) – Vertical;
( ) – Perpendicular;
( ) – Obliqua ao eixo;
( ) – Horizontal

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