Literatura - Períodos Literários - Douglas Tufano

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Neste volume, estudaremos os movimentos literários que ocorreram em Portugal e no

Brasil durante o século XIX. São eles o Romantismo, o Realismo, o Parnasianismo e o


Simbolismo.
Na história do Brasil, o estudo do século XLX é particularmente importante, pois foi nessa
época que a literatura, acompanhando o desenvolvimento da sociedade, enriqueceu-se bastante
e adquiriu características próprias, diferenciando-se de modo acentuado da literatura
portuguesa.

Como em literatura é muito importante conhecer os antecedentes de um movimento


literário, antes de começar o estudo do século XIX, vamos relembrar as características dos
movimentos anteriores, que foram estudados no Volume 1 desta coleção. É essa a finalidade do
resumo apresentado a seguir. Mas lembre-se: as datas servem apenas como pontos de
referência aproximados, pois não se pode indicar com precisão quando um movimento literário
começa ou termina.
Trovadorismo (séculos XII-XIV). Época do
florescimento das cantigas medievais (cantigas de amor, de
amigo, de escárnio, de maldizer), poemas feitos pelos
trovadores para serem cantados pelos jograis ao som de
flautas, alaúdes etc.

Data provável da cantiga trovadoresca mais


antiga que se conhece, a Cantiga da
Ribeirinha ou Cantiga de guarvaia, de Paio
Soares deTaveirós.
Humanismo (séculos XV-XVI —1418-1527).
Período de transição entre a Idade Média e o
Renascimento. É a época das crónicas de Fernão
Lopes, que revelam uma visão crítica da história,
apoiada em documentos e testemunhos. É também
a época do teatro de Gil Vicente, que denuncia a
corrupção moral da sociedade portuguesa e prega a
obediência aos preceitos do catolicismo. No século
XV ocorre a decadência da poesia trovadores-ca.
Desaparece o trovador e surge o poeta.
Fernão Lopes é nomeado cronista-mor do reino de Portugal.
Publicação do Cancioneiro geral, de Garcia de Resende, que reúne a poesia
palaciana do século XV
Classicismo (século XVI — 1527-1580). Época em que se difundem as ideias de
revalorização da antiga cultura grega e romana. Camões é o principal nome do Classicismo
em Portugal. De sua obra, destacam-se os sonetos líricos e o poema épico Os lusíadas, no
qual exalta os feitos militares portugueses na África. O herói do poema, o navegador Vasco
da Gama, representa o povo lusitano.

1527 O poeta Sá de Miranda introduz em Portugal as ideias do Classicismo.

Barroco (séculos XVI-XVIII — 1580-1756). Período de grandes crises religiosas nos

países com fundas tradições católicas (como Portugal, Espanha e Itália), provocadas pelas
críticas dos protestantes à Igreja de Roma. Em muitos aspectos, o movimento racionalista e
antropocên-trico do Renascimento é bloqueado nesses países e a literatura moralista
ressurge, numa espécie de retomada do teocentrismo medieval. Há uma volta ao
espiritualismo católico; aguça-se a tensão entre a carne e o espírito, e os escritores barrocos
revelam a angústia existencial do ser humano, que reconhece sua natureza pecadora, mas
deseja ardentemente a salvação espi
ritual. Autores barrocos importantes: padre Manuel Bernardes, D. Francisco Manuel de Melo,
Francisco Rodrigues Lobo, soror Mariana Alcoforado, Antônio José da Silva e padre Antônio
Vieira, que, por ter passado a maior parte de sua vida no Brasil, é estudado como autor
brasileiro.

1580 Morte de Camões. Fim do Classicismo e início do Barroco.


Arcadismo/Neoclassicismo (séculos XVIII-XIX — 1756-1825). Época de reação ao Barroco.
Propõe uma linguagem mais simples que a ornamentada linguagem barroca e expressa uma
visão menos angustiada da existência hu-
mana. Revaloriza o Classicismo e inspira-
se nas antigas culturas grega e romana,
retomando a poesia pastoril e as figuras
mitológicas. Em Portugal, o principal
poeta desse período é Bocage, cuja obra
anuncia o Romantismo do século XLX.

Fundação da
Arcádia Lusitana.
Literatura informativa e jesuítica (séculos XVI-
XVII —1500-1601). É o nome que se dá ao conjunto
dos escritos sobre a terra brasileira, produzidos por
navegadores, viajantes e religiosos que aqui
estiveram no período inicial da
colonização. Des-tacam-se a carta
enviada ao rei D. Manuel por Pero Vaz
de Caminha, escrivão da frota de
Cabral, e a obra do padre José de
Anchieta (poesias, cartas, autos
religiosos).
Barroco (1601-1768). A vida social no Brasil da época era muito pobre e a atividade
cultural sistematizada praticamente inexistente; por isso, não se pode falar do Barroco como se
fosse um movimento literário envolvendo uma relação constante entre autores, obras e leitores.
Portugal não permitia a publicação de livros no Brasil; os núcleos urbanos eram muito distantes
uns dos outros; as mani
festações artísticas, esporádicas; a atividade literária era exercida e
consumida por pouquíssimas pessoas. Do Barroco brasileiro, os
grandes destaques são o poeta baiano Gregório de Matos (o "Boca
do Inferno"), autor de textos líricos e satíricos, e o padre Antônio
Vieira, autor de sermões.

1601 Publicação do poema Prosopopéia, de Bento Teixeira.

Arcadismo/Neoclassicismo (1768-1836). De-senvolveu-se na região de Vila Rica (atual


Ouro Preto), em Minas Gerais, que, na época, era o centro económico do Brasil em função da
descoberta e exploração das minas de ouro e pedras preciosas. As principais obras dessa época
são os textos líricos de Tomás Antônio Gonzaga (Marília de Dirceu) e Cláudio Manuel da Costa
(Obras) e o poema épico O Uraguai, de Basílio da Gama — em que se percebe uma valorização
da natureza e do índio do Brasil, numa antecipação do sentimento nativista que ganharia força
no século XIX.
1768 - Publicação do livro
Obras, de Cláudio Ma-
nuel da Costa.
1836- Publicação do livro
de poesias Suspiros poéti-
cos e saudades, de
Gonçalves de Magalhães,
marco inicial do
Romantismo.

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