Resumo Literário (1500-2000)
Resumo Literário (1500-2000)
Resumo Literário (1500-2000)
QUINHENTISMO
Resumo de Quinhentismo (Literatura Brasileira)
Até agora, vimos os períodos literários da história da Literatura Portuguesa: Trovadorismo (Idade
Média), Humanismo (transição da Idade Média para Renascimento) e Classicismo (Renascimento).
E então, ocorreram as Grandes Navegações e o Brasil foi descoberto em 1500. Portanto, o estudo da
Literatura Brasileira começa com a descoberta do Brasil em 1500 e esse primeiro período de nossa história
literária é chamada de Quinhentismo. (por causa do "1500").
O que é?
O Quinhentismo foi o período das manifestações literárias do século XVI (ou seja, a partir de 1500). O
Brasil era recém descoberto e tudo o que tínhamos eram textos sobre o Brasil no ponto de vista dos
europeus.
Portanto, nessa época, tudo o que tínhamos em termos de produção literária se resumia a dois tipos de
escrita:
Literatura de Informação:
Narram e descrevem as viagens e os primeiros contatos com a terra brasileira. A linguagem era simples e
cheia de descrições e de informações a respeito das viagens e das terras descobertas. Grande destaque: A
Carta de Caminha, escrita por Pero Vaz de Caminha para o rei de Portugal (D. Manoel), documento
considerado o marco inicial da Literatura Brasileira (afinal, foi o primeiro texto escrito sobre o Brasil).
Literatura de Catequese:
Jesuítas foram enviados para catequizarem os índios no Brasil e o grande destaque desse período foi o
padre José de Anchieta. Seus textos eram escritos para serem representados (teatro e encenações) já que o
público era muito diversificado (índios, marujos, colonos, comerciantes, soldados...). Porém, seu alvo maior
era o índio. Para isso, o padre Anchieta escreveu em mais de uma língua (ele inclusive aprendeu Tupie
escreveu uma gramática sobre a língua dos índios).
Enquanto que no Brasil (Literatura Brasileira) ocorria o Quinhentismo com a produção da Literatura de
Informação e de Catequese, em Portugal (Literatura Portuguesa) continuava ocorrendo o Classicismo.
O BARROCO
Resumo do Barroco (Literatura Brasileira)
O Barroco foi o período da Literatura Brasileira que se iniciou nos anos 1600, vindo depois
do Quinhentismo . (por isso pode ser chamado também de Seiscentismo).
Dualidades e Antíteses
Conflito entre o corpo e a alma, a vida terrena e a vida eterna, a vida virtuosa e a vida do pecado, a vida e
a morte, a razão e a fé. É o conflito entre os princípios cristãos da Igreja Católica e os princípios do
Renascimento e do Classicismo (paganismo, racionalismo, antropocentrismo). O Barroco é uma época de
conflitos de princípios opostos, é a época das antíteses, é a época em que se tenta conciliar o inconciliável. A
Igreja Católica reage à Reforma Protestante com a Contrarreforma e com a Inquisição, procurando reprimir
as manifestações culturais que vão contra as suas doutrinas. Portanto, esse é um período de contradições e de
dualidades, onde o homem se vê perdido entre a doutrina cristã e as ideias do Renascimento (Classicismo).
Cultismo e Conceptismo
O homem barroco valoriza o cultismo, ou seja: a linguagem difícil e rebuscada, cheia de inversões e de
jogo de palavras, empregando demais as figuras de linguagem. Ele também valoriza o conceptismo, que está
associado ao pensamento complexo, ao raciocínio lógico, ao jogo de ideias. Ou seja: as palavras são
rebuscadas e difíceis (cultismo) e as ideias e o raciocínio são complexos (conceptismo).
Entenda o contexto
Era a época do Iluminismo na Europa, da Revolução Francesa, da Independência das Treze Colônias na
América do Norte e essas ideias de "liberdade", "igualdade" e "fraternidade" que nasceram na Filosofia
Francesa chegaram ao Brasil, inspirando a Inconfidência Mineira. O Brasil era colônia de Portugal e o desejo
de liberdade e de independência ficava cada vez mais intenso por aqui. Porém, escrever sobre isso era
perigoso e, por conta disso, os escritores do período costumavam usar pseudônimos.
É importante observar que o Arcadismo brasileiro passa a ter características mais próprias, diferenciando-se
da Literatura europeia. Sendo assim, a Literatura Brasileira passa a ter mais identidade, passa a "andar mais
com as próprias pernas", a ter mais autonomia.
Autores do período:
Poesia Épica: “Vila Rica”. Diz a respeito a descoberta das minas, fundação de Vila Rica, entradas e
bandeiras, revoltas locais, etc... Destaca-se a descrição da paisagem local. Tem afinidade às tradições
clássicas.
O ROMANTISMO
Resumo de Romantismo (Literatura Brasileira)
O Romantismo (seculo XIX) é o período literário que veio depois do Arcadismo (século XVIII) e é dividido
em três fases: Primeira Geração (Indianismo), Segunda Geração (Ultrarromantismo) e Terceira
Geração (Condoreirismo).
De modo geral, o Romantismo é caracterizado pela subjetividade, pela emoção, pelo sentimentalismo e pelo
lirismo (à grosso modo, tudo isso é a mesma coisa). Ou seja: os escritores românticos escreviam de modo
mais emotivo e sentimental, explorando as emoções e o drama humano.
A primeira fase dá destaque ao nacionalismo e ao índio (símbolo brasileiro), a segunda fase explora o drama
humano, investigando o próprio "eu" (é uma fase mais dramática e depressiva) e a terceira fase explora a
temática social.
Surgiu, então, a primeira fase do Romantismo, que era o Indianismo (Primeira Geração), que tinha como
característica valorizar e exaltar tudo o que o Brasil tinha de bom: exaltação do índio (daí vem o nome
"indianismo"), da natureza, da liberdade, além da presença do forte espírito patriótico (nacionalismo
ufanista). Destacam-se nesse período: Gonçalves Dias (que escreveu Canção do Exílio, I-Juca-Pirama e Os
Timbiras) e Gonçalves de Magalhães (que escreveu Suspiros Poéticos e Saudades, obra que iniciou o
Romantismo no Brasil).
Esse poema foi escrito quando o poeta estava em Portugal. Portanto, o poema retrata a saudade do Brasil,
exaltando suas características (palmeiras, sabiá, várzeas, flores, bosques, etc...).
Na prosa, quem se destacou foi José de Alencar, que era um romancista "completo": escreveu romances
históricos, indianistas, urbanos e regionalistas. É o autor de Iracema, grande obra do período.
Também podemos destacar Joaquim Manoel de Macedo (autor de "A Moreninha") e Manuel Antônio de
Almeida (autor de "Memórias de um Sargento de Milícias").
Observe como essa poesia está carregada de emoção e de sentimentos. Ela foi escrita por Fagundes Varela
em memória de seu filho (morto em 1863).
Terceira Geração (Condoreirismo)
O Condoreirismo foi a terceira fase do Romantismo e tinha como característica a questão social:
abolicionismo da escravidão, liberdade, republicanismo. O abolicionismo foi um tema de destaque nesse
período, sendo bem explorado por Castro Alves (conhecido como o "poeta dos escravos"), que
escreveu Navio Negreiro e Espumas Flutuantes.
"Condoreirismo" vem de "condor", uma ave que tem uma visão ampla. Portanto, os escritores do período
também agiam como condores, pois tinham uma visão ampla e conseguiam enxergar a realidade social e seus
problemas.
Outra característica é que o amor é realizado: o homem não fica mais idealizando sua musa inatingível
(como ocorria antes), não ocorre mais o "amor platônico". Dessa vez, a mulher é algo muito mais real e a
poesia é muito mais erótica.
Essa fase já começa a apresentar alguns elementos de transição para os próximos períodos da Literatura
Brasileira: o Realismo e o Naturalismo.
O REALISMO
Resumo de Realismo (Literatura Brasileira)
Vimos que o Romantismo foi um período da história da Literatura Brasileira caracterizado pela emoção e
pelo sentimentalismo. Depois do Romantismo vieram dois movimentos: o Realismo e o Naturalismo.
O Realismo e o Naturalismo foram dois movimentos literários que ocorreram ao mesmo tempo, aparecendo
depois do Romantismo. Neste artigo, nós vamos falar a respeito do Realismo.
Contexto Histórico
Para entendermos o Realismo, nós precisamos entender o que estava acontecendo no Brasil naquela época.
De modo geral, o nosso país estava sendo "sacudido" por uma série de mudanças sociais, econômicas e
políticas. Afinal, nesse período, ocorreu a Abolição da Escravatura (1888),a decadência da economia
açucareira, o crescimento da cafeicultura, a influência do pensamento positivista (vindo da França) e a
Proclamação da República (1889). Ou seja: era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo.
Surgiu, então, o Realismo, uma tendência literária que era oposta ao Romantismo. Ao invés de os escritores
se afundarem nos sentimentos e nas emoções interiores (como os românticos faziam), os escritores realistas,
influenciados pela filosofia positivista, ficaram mais interessados em observar o mundo de um modo mais
real e coerente (daí vem o nome "Realismo").
Características
Os escritores realistas, ao contrário dos românticos, não se envolviam emocionalmente. Ou seja: não existia
mais aquele sentimentalismo do Romantismo. No Realismo, os escritores estavam mais preocupados
em representar a realidade da forma mais concreta e fiel possível. Por isso, suas narrativas eram bem
detalhadas e seus personagens eram trabalhados psicologicamente (análise psicológica).
Portanto, o objetivo do Realismo era observar a sociedade do modo mais real, concreto e objetivo
possível(sem a interferência das emoções), analisando os valores da sociedade e criticando suas instituições e
os comportamentos da época. O casamento, por exemplo, era visto como uma instituição decadente por
causa do adultério. A burguesia (classe social dos comerciantes urbanos) também era criticada.
Machado de Assis
O grande destaque do período foi Machado de Assis, um dos maiores escritores de toda a história da
Literatura Brasileira. Sua escrita era caracterizada pela intertextualidade, pela metalinguagem pela análise
realista do espírito humano e de seus valores. Algumas de suas obras mais famosas foram: Memórias
Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro, além dos contos O Espelho, A
Cartomante, Sereníssima República, dentre outros.
Outros autores de destaque do Realismo foram: Raul Pompeia (autor de "O Ateneu") e Aluísio de Azevedo
(autor de "O Cortiço"), além de Inglês de Souza, Domingos Olímpio e Adolfo Caminha.
O NATURALISMO
Resumo de Naturalismo (Literatura Brasileira)
Na postagem anterior nós falamos a respeito do Realismo, período literário onde se buscava escrever a
respeito da realidade brasileira, criticando-se a sociedade e o comportamento das pessoas de modo fiel à
realidade (sem emotividade ou sentimentalismo, coisa que acontecia lá no Romantismo).
O PARNASIANISMO
Resumo de Parnasianismo (Literatura Brasileira)
O SIMBOLISMO
Resumo de Simbolismo (Literatura Brasileira)
Já vimos que o Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo foram movimentos literários que ocorreram na
mesma época, que eles reagiam contra o sentimentalismo do Romantismo e que retratavam o mundo de
modo real, observando-o e o descrevendo exatamente como ele é, sem emoção e sem sentimento.
O Simbolismo foi um movimento literário que reagiu contra essa forma científica de ver o mundo,
resgatando um pouco a segunda fase do Romantismo (o Ultrarromantismo, o "mal do século"). Porém, os
simbolistas foram mais profundos no aspecto metafísico: eles eram muito mais filosóficos.
O PRÉ-MODERNISMO
Resumo de Pré-Modernismo (Literatura Brasileira)
Ao longo do século XIX a Literatura Brasileira foi caracterizada pelo Realismo, pelo Naturalismo,
pelo Parnasianismo e pelo Simbolismo. Depois de todos esses movimentos literários veio o Pré-
Modernismo, um momento de transição para o Modernismo.
O Pré-Modernismo não é considerado uma escola literária (ou seja: um período literário com características
próprias), mas sim uma fase de transição entre os movimentos literários do século XIX e XX, já que ele
mistura, de modo diversificado, as características do Modernismo, do Parnasianismo, do Simbolismo e do
Realismo.
Autores importantes:
Euclides da Cunha: escreveu Os Sertões.
Lima Barreto: escreveu Triste Fim de Policarpo Quaresma.
Monteiro Lobato: autor do Sítio do Pica Pau Amarelo e do personagem Jeca Tatu.
O MODERNISMO
Resumo de Modernismo (Literatura Brasileira)
Já estudamos que a Literatura Brasileira do século XIX foi caracterizada pelo Realismo, pelo Naturalismo,
pelo Parnasianismo e pelo Simbolismo.
No século XX, surgiu um movimento que queria renovar o estilo da Literatura, rompendo com a Literatura
tradicional do século XIX (Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo), buscando, assim, inovações
modernas para o novo século: é o Modernismo (antes houve um momento de transição chamado de Pré-
Modernismo). Os modernistas queriam uma Literatura livre, sem "fórmulas" e sem regras, sem palavras
cultas e formais demais, sem o rebuscamento do vocabulário, sem a cultura tradicional e acadêmica.
O Modernismo no Brasil começou com a Semana de Arte Moderna de 1922, que foi a reunião de vários
artistas (pintura, literatura, música, arquitetura, escultura, etc) de várias tendências artísticas que buscavam
renovar as artes, difundindo suas ideias e rompendo, assim, com a cultura tradicional e conservadora do
século XIX.
Os principais nomes dessa geração foram: Manuel Bandeira, Oswald de Andrade e Mário de Andrade,
As principais características dessa geração foram: linguagem livre (poesia sem regras de rima e de
métrica), linguagem coloquial (livre de formalismos e de palavras cultas), gírias e até erros
gramaticais (porque os erros de gramática e a linguagem coloquial é a linguagem usada pelos brasileiros).
Temas tratados com irreverência e ironia (bom-humor, piada, paródia), temas inspirados no cotidiano das
pessoas e poemas "relâmpagos" (curtíssimos e breves).
Claro que tudo isso irritava os mais conservadores e tradicionais.
Exemplo de texto modernista da primeira geração:
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
Observe que: não existe rima, nem métrica, nem formalismos. A linguagem é coloquial e também é
impregnada de irreverência e ironia. Não há preocupação com erros de português. Enquanto que a gramática
diz que o correto é "dê-me", o poeta zomba da gramática e escreve "me dá". Ele está mais interessado na
gramática coloquial que é usada no cotidiano das pessoas, ou seja: o poeta prefere a modalidade linguística
mais adequada à realidade brasileira.
Em outras palavras: "que se dane a gramática e os velhos conservadores do século passado, isso aqui é
Modernismo, pô!".
Essa geração também é conhecida como Geração de 30. É nessa fase que o Modernismo ganha mais força
no Brasil.
Os principais autores dessa geração foram: na poesia, Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles;
na prosa, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz e José Lins do Rego.
Na parte da prosa, os modernistas se interessaram por temas nacionais e usaram uma linguagem mais
brasileira (uma linguagem mais regionalista). Destaque para o regionalismo nordestino, que retratou os
problemas da região (seca e migração). Também podemos destacar o romance urbano (histórias das cidades
grandes), que retratou a vida das famílias urbanas.
Na poesia, continuamos com o verso livre, mas também encontramos uma poesia mais amadurecida e
sensível à realidade, que questiona a existência humana e a inquietação social.
Essa geração também é conhecida como Geração de 45. Os principais autores do período foram: Clarice
Lispector, João Guimarães Rosa e Nelson Rodrigues, além de Ariano Suassuna e Lygia Fagundes
Telles.
A poesia volta a ficar um pouco mais formal (efeito "poesia é a arte da palavra") e há uma preocupação
maior com o estilo e com a estética da poesia. Na prosa, Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles
trabalharam o aprofundamento psicológico dos personagens e inovaram as técnicas narrativas, quebrando o
tradicional "início, meio e fim". Guimarães Rosa se dedicou ao regionalismo (ele é o autor de Grande
Sertão: Veredas) e inovou a narrativa ao empregar o discurso indireto livre. O teatro ganhou força com
Nelson Rodrigues.