Literatura Barroco
Literatura Barroco
Literatura Barroco
(1850-1756)
O Barroco em Portugal teve início 1580, com a morte do escritor português Luís de
Camões, e fim em 1756, com a fundação da Arcádia Lusitânia. Esse estilo literário,
também é chamado de Seiscentismo (por ter iniciado no final do século XVI), é
posterior ao Classicismo e anterior ao Arcadismo (Setecentismo).
• Fugacidade: na concepção barroca, a vida e tudo que perpassa por ela é instável. O
mundo, as coisas e as pessoas mudam.
• Feísmo: o Barroco em Portugal tem uma grande atração pelo trágico, em rompimento
ao equilíbrio clássico. Nas obras é comum a retratação de cenas cruéis, dolorosas e
grotescas;
Literatura e teatro
O principal objetivo dos autores conceptistas era o de convencer e instruir o leitor com
base em diversos argumentos. Por isso, era comum o uso dos elementos de silogismo
(baseado na dedução de que duas premissas geram uma terceira proposição lógica) e
sofisma (o objetivo é desestimular a verdade por meio de regras lógicas).
“Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz.
Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelhos e olhos,
e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há mister espelho e
há mister olhos”. (Padre Antônio Vieira)
Autores e obras
Padre Antônio Vieira (1608 – 1697) foi um filósofo, religioso, escritor e orador
português.
• Sermão da Sexagésima;
Antônio José da Silva (1705 – 1739), conhecido também como o Judeu, nasceu no
Brasil, mas chegou ao país juntamente com sua família fugidos de Portugal.
• Os Encantos de Medeia.
• Apólogos Dialogais;
Josefa de Ayala Figueira (1630 – 1684) foi uma pintora que nasceu na Espanha, mas
viveu e desenvolveu seus trabalhos em Portugal.
Arquitetura
Com a Reforma Protestante de Martinho Lutero, a Igreja Católica perdeu vários fiéis
na Europa. A arquitetura barroca foi um dos elementos da Contrarreforma criada pela
Igreja afim de se mostrar a sua imponência.
À mando do rei foram construídos edifícios civis com decoração de talha dourada nas
paredes e azulejaria. Já a arquitetura palaciana seguiu ao estilo renascentista, com
escadarias, jardins, fontes, ao modo francês.
Pintura
• Natureza morta com peixes, crustáceos, cebolas, laranjas e gato (Baltazar Gomes
Figueira);
O barroco no Brasil ocorreu entre 1601 e 1768, e sofreu influência das medidas da
Contrarreforma Católica, ocorrida na Europa. Suas principais características são o
fusionismo, o culto ao contraste, o cultismo e o conceptismo. Assim, as principais
obras literárias desse estilo no Brasil são Prosopopeia, de Bento Teixeira; Os sermões,
de Padre António Vieira; além da poesia de Gregório de Matos. Já na arte, é possível
apontar as obras do famoso escultor Aleijadinho, do pintor Mestre Ataíde e do maestro
Lobo de Mesquita
A escravidão dos nativos indígenas e dos negros africanos, iniciada no século anterior,
estava em curso no país. O trabalho na produção de cana-de-açúcar era, portanto,
exercido por escravos. Não havia ainda uma ideia de Brasil como nação, a identidade
do país estava em construção. A principal influência cultural era portuguesa. Dessa
maneira, a religiosidade cristã ditava o comportamento das pessoas da época,
comandadas pela Igreja Católica.
Características do barroco
O barroco, no Brasil, durou oficialmente de 1601 a 1768 e apresentou as seguintes
características:
Hipérbole: exagero.
Morbidez.
Sentimento de culpa.
Principais temáticas:
Fragilidade humana;
Fugacidade do tempo;
Crítica à vaidade;
Contradições do amor.
Já como exemplar de sua poesia sacra, vamos ler o soneto A Jesus Cristo nosso
senhor, que traz a temática do pecado e da culpa. Nesse texto, o eu lírico demonstra
que, por mais que ele peque, será perdoado por Deus, pois o perdão é o que torna
essa divindade um ente grandioso. Além disso, apresenta antíteses e paradoxos,
como no primeiro verso, em que o eu lírico diz que pecou, mas não pecou.
Por fim, como exemplo de sua poesia satírica, vamos ler o soneto As coisas do
mundo. Nele o eu lírico critica a corrupção humana, exemplificada na desonestidade
do enriquecimento, na hipocrisia e nas falsas aparências. O soneto é marcado pelo
cultismo (jogo de palavras), como se pode observar na última estrofe, com o trocadilho
que envolve as palavras “tropa”, “trapo” e “tripa”:
-Bento Teixeira
Há poucas informações sobre a vida do autor. Até o momento, é sabido que nasceu
em Porto (Portugal), em 1561, aproximadamente. Era filho de judeus convertidos ao
catolicismo, um cristão-novo, portanto. Veio para o Brasil com seus pais, em 1567, e
estudou em colégio jesuíta. Mais tarde, tornou-se professor em Pernambuco, mas foi
acusado, pela sua esposa, de realizar práticas judaicas.
Por isso (ou por ela cometer adultério), Bento Teixeira assassinou a mulher e refugiou-
se no Mosteiro de São Bento, em Olinda, onde escreveu seu único livro. Depois foi
preso, enviado a Lisboa, provavelmente em 1595, e condenado à prisão perpétua em
1599. No mesmo ano de sua condenação, recebeu liberdade condicional; mas, sem
posses e doente, voltou à prisão para morrer em julho de 1600.
-Gregório de Matos
Foi destituído dos cargos por insubmissão e criou muitas inimizades devido às críticas
que fazia em seus poemas, o que lhe garantiu o apelido de Boca do Inferno. Em 1694,
foi deportado para Angola. Mais tarde, obteve permissão para voltar ao Brasil, mas
não à Bahia, e morreu em Recife, em 26 de novembro de 1696 (ou 1695).
Barroco na arte
A arte barroca no Brasil teve seu auge no século XVIII. Inspirados no barroco europeu,
os artistas brasileiros imprimiram em suas obras elementos típicos de nossa cultura
em formação (como a Nossa Senhora da Porciúncula, de Ataíde, com traços mulatos),
caracterizando o rococó — mais sutil que o barroco, com cores mais suaves, traços
simétricos e menos excessos —, uma transição para o estilo neoclássico.
Originalmente, a arte barroca é caracterizada pelo exagero na ornamentação e nas
cores, presença de traços retorcidos e predominância de temática religiosa.
Apesar de o barroco ser de origem italiana, os principais autores europeus desse estilo
são os espanhóis Luis de Góngora (1561-1627) e Francisco de Quevedo (1580-1645).
Quanto ao barroco português (1580-1756), é possível apontar os seguintes autores: