Literatura Brasileira

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Literatura Brasileira

Daniela Diana
Professora licenciada em Letras

A história da literatura brasileira tem início em 1500 com a chegada dos


portugueses no Brasil. Isso porque as sociedades que aqui estavam eram
ágrafas, ou seja, não possuíam uma representação escrita.

Assim, a produção literária começa quando os portugueses escrevem sobre suas


impressões da terra encontrada e dos povos que aqui viviam.

Ainda que sejam diários e documentos históricos, esses representam, as


primeiras manifestações escritas em território brasileiro.

Divisão da Literatura Brasileira


A literatura brasileira é subdividida em duas grandes eras que acompanham a
evolução política e econômica do País.

A Era Colonial e a Era Nacional são separadas por um período de transição


que corresponde à emancipação política do Brasil.

As datas que delimitam fim e início de cada era são, na verdade, marcos onde
se acentua um período de ascensão e outro de decadência. As eras são
divididas em escolas literárias, também chamadas de estilos de época.

Era Colonial

A Era colonial da literatura brasileira começou em 1500 e vai até 1808. É dividida
em Quinhentismo, Seiscentismo ou Barroco e o Setecentismo ou Arcadismo.
Recebe esse nome, pois nesse período o Brasil era colônia de Portugal.

Quinhentismo

O Quinhentismo é registrado no decorrer do século XVI. Essa é a denominação


genérica de um conjunto de textos que destacavam o Brasil como terra nova a
ser conquistada. As duas manifestações literárias do período são a literatura de
informação e a literatura dos jesuítas.

A primeira possui um caráter mais informativo e histórico sobre o país; e a


segunda, escrito por jesuítas, reúne aspectos pedagógicos.
A obra que mais merece destaque é a Carta de Pero Vaz de Caminha. Escrita na
Bahia em 1500, o escrivão-mor da tropa de Pedro Álvares Cabral descreve suas
impressões sobre a nova terra para o rei de Portugal.

Barroco

O Barroco é o período que se estende entre 1601 e 1768. Tem início com a
publicação do poema Prosopopeia, de Bento Teixeira e termina com a fundação
da Arcádia Ultramarina, em Vila Rica, Minas Gerais.

O Barroco literário brasileiro desenvolve-se na Bahia, tendo como pano de


fundo a economia açucareira. Dois estilos literários que marcaram essa escola
foram: o cultismo e o conceptismo.

O primeiro utiliza uma linguagem muito rebuscada e, por isso, é também


caracterizado pelo 'jogo de palavras'. Já o segundo, trabalha com a
apresentação de conceitos, portanto, é apontado como 'jogo de ideias'.

Um dos maiores representantes foi o poeta Gregório de Matos, conhecido


como "boca do inferno". Além dele, merece destaque o padre Antônio Viera e
seus Sermões.

Arcadismo

O Arcadismo é o período que se estende e 1768 a 1808 e cujos autores estão


intimamente ligados ao movimento da Inconfidência, em Minas Gerais.

Agora, o pano de fundo é a economia ligada à exploração do ouro e das pedras


preciosas. Além disso, destaca-se o relevante papel desempenhado pela cidade
de Vila Rica (Ouro Preto).

A simplicidade, a exaltação da natureza e os temas bucólicos são as principais


características dessa escola literária.

No Brasil, esse movimento tem início com a publicação de “Obras Poéticas”, de


Cláudio Manuel da Costa, em 1768. Além dele, merece destaque o poeta Tomás
Antônio Gonzaga e sua obra “Marília de Dirceu” (1792).

Período de Transição

O chamado período de transição ocorre entre 1808 a 1836. É considerado um


momento inerte da literatura brasileira, marcado pela chegada da Missão
Artística Francesa, em 1816, contratada por Dom João IV.

Era Nacional
A Era Nacional da literatura brasileira começa em 1836 e dura até os dias atuais.
Começa com o Romantismo e perpassa pelo Realismo, Naturalismo,
Parnasianismo, Simbolismo, Pré-Modernismo, Modernismo e o Pós-
modernismo.

Recebe esse nome, pois ela aconteceu após a Independência do Brasil, em 1822.
Nesse período o nacionalismo é uma forte característica, notória na literatura
romântica e moderna.

Romantismo

Essa é a primeira escola literária a registrar um movimento genuinamente


brasileiro. O Romantismo no Brasil se inicia em 1836, com a publicação da
obra Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves Magalhães.

Perdura até 1881, quando Machado de Assis e Aluísio de Azevedo publicam


obras de orientação Realista e Naturalista.

O período romântico no Brasil está dividido em três fases. Na primeira temos


uma forte carga nacionalista, onde o índio é eleito herói nacional (indianismo).
Os autores mais importantes são José de Alencar e Gonçalves Dias.

No segundo momento, os principais temas explorados estão ligados com o


pessimismo e o egocentrismo, onde se destacam Álvares de Azevedo e Casimiro
de Abreu. Já na terceira fase, a mudança é notória, tendo a 'liberdade' como
mote principal. Os principais representantes são Castro Alves e Sousândrade.

Realismo

O Realismo no Brasil começa em 1881 quando Machado de Assis


publica Memórias Póstumas de Brás Cubas.

As principais características são o objetivismo e a veracidade dos fatos, os quais


são explorados por meio de uma linguagem descritiva e detalhada. Temas
sociais, urbanos e cotidianos são apresentados pelos escritores do período.

Oposto aos ideais românticos, a ideia era mostrar um retrato fidedigno da


sociedade. Além de Machado de Assis, merecem destaque Raul Pompeia e
Visconde de Taunay.

Naturalismo

O Naturalismo no Brasil tem início em 1881 com a publicação da obra O


Mulato de Aluísio de Azevedo.
Paralelo ao realismo, esse movimento literário também pretendia apresentar um
retrato fidedigno da sociedade, no entanto, com uma linguagem mais coloquial.

Da mesma forma que o movimento anterior, o naturalismo era oposto aos


ideais românticos e apresentava muitos detalhes nas descrições. Entretanto,
trata-se de um realismo mais exagerado, onde suas personagens são
patológicas. Além disso, o sensualismo e o erotismo são marcas dessa produção
literária.

A obra O cortiço (1890) de Aluísio de Azevedo é um bom exemplo da prosa


naturalista desenvolvida no período. Além dele, destaca-se Adolfo Ferreira
Caminha e sua obra A Normalista, publicada em 1893.

Parnasianismo

O Parnasianismo tem como marco inicial a publicação da obra Fanfarras, de


Teófilo Dias, em 1882. Essa também é outra escola literária que surge paralela
ao realismo e o naturalismo. Todavia, sua proposta era bem diferente e,
portanto, foi classificada de maneira independente.

Ainda que os autores do período escolhessem temas relacionados com a


realidade, a preocupação residia na perfeição das formas.

A "arte pela arte" é o mote principal do movimento. Nesse período os valores


estiveram essencialmente voltados para a estética poética, como a métrica, as
rimas e a versificação.

Dessa maneira, houve uma forte preferência pelas formas fixas, por exemplo, o
soneto. Os escritores que se destacaram nesse período formavam a "Tríade
Parnasiana": Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia.

Simbolismo

O Simbolismo começa em 1893 com a publicação de Missal e Broquéis, de Cruz


e Souza. Ele vai até o início do século XX, quando ocorre a Semana de Arte
Moderna.

As principais características dessa escola literária são o subjetivismo, o


misticismo e a imaginação.

Assim, os escritores do período, apoiados em aspectos do subconsciente,


buscavam compreender a alma humana exaltando a realidade subjetiva.
Destacam-se as obras poéticas de Alphonsus de Guimarães e Augusto dos
Anjos. Esse último, já apresenta algumas obras de caráter pré-modernista.
Pré-Modernismo

O pré-modernismo no Brasil foi uma fase de transição entre o simbolismo e o


modernismo que ocorreu no início do século XX.

Aqui, já se via despontar algumas características modernas como a ruptura com


o academicismo e ainda, o uso de uma linguagem coloquial e regional.

A temática mais explorada pelos escritores do período estiveram voltadas para


a realidade brasileira com temas sociais, políticos e históricos.

Com uma grande produção literária, destacam-se os escritores: Monteiro


Lobato, Lima Barreto, Graça Aranha e Euclides da Cunha.

Modernismo

O Modernismo no Brasil é marcado pela Semana de Arte Moderna, ocorrida em


São Paulo em 1922. É o limite entre o fim e o início de uma nova era na
literatura nacional e nas artes como um todo.

Inspirado nas vanguardas artísticas europeias, o movimento modernista propõe


o rompimento com o academicismo e o tradicionalismo. É assim que a
liberdade estética e diversas experimentações artísticas são apresentadas nesse
momento.

Esse período foi dividido em três fases: a fase heroica, a fase de consolidação e
a fase pós-moderna.

Com uma intensa produção poética, muitos escritores se destacaram: Oswald


de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de
Andrade, Rachel de Queiroz, Cecília Meireles, Clarice Lispector, Jorge Amado,
João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Vinícius de
Moraes, dentre outros.

Pós-Modernismo

A produção artística brasileira passa por intensa transformação após o fim da


1945. Assim, o pós-modernismo é uma fase de novas formas de expressão que
acontecem na literatura, no teatro, no cinema e nas artes plásticas.

Essa nova postura moldará o imaginário por meio da ausência de valores, a


liberdade de expressão e o forte individualismo. Além disso, a multiplicidade de
estilos é uma marca do período.
A literatura brasileira contemporânea é composta por muitos escritores: Ariano
Suassuna, Millôr Fernandes, Paulo Leminski, Ferreira Gullar, Adélia Prado, Cora
Coralina, Nélida Pinõn, Lya Luft, Dalton Trevisan, Caio Fernando Abreu, etc.

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