Guião de Estudo - DAE

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AÇÃO DE FORMAÇÃO: DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ESPECÍFICAS NA LEITURA, ESCRITA GUIÃO DE

E MATEMÁTICA – COMO IDENTIFICAR? COMO INTERVIR EM CONTEXTO ESCOLAR? ESTUDO

1.

A dislexia é um distúrbio de leitura, por isso, a criança com dislexia demonstra sérias
dificuldades em lidar com os símbolos (letras e/ou números) e com a identificação dos símbolos
gráficos no início da sua alfabetização, o que conduz ao insucesso nas áreas académicas que
dependem da leitura e da escrita.
As principais dificuldades apresentadas pela criança com dislexia, de acordo com a Associação
Brasileira de Dislexia (ABD), são:
 Demora a aprender a falar, a fazer o laço nos atacadores dos sapatos, a reconhecer as horas, a
apanhar e rematar bola e a saltar à corda.
 Tem dificuldades para:
 escrever os números e as letras corretamente;
 ordenar as letras do alfabeto, meses do ano e sílabas de palavras compridas;
 distinguir esquerda e direita.
 Necessita usar blocos, dedos ou anotações para fazer cálculos.
 Apresenta dificuldade incomum para se lembrar da tabuada.
 A compreensão da leitura é mais lenta do que o esperado para a idade.
 O tempo que leva para fazer as quatro operações aritméticas parece ser mais lento do que se
espera para a sua idade.
 Demonstra insegurança e baixa apreciação sobre si mesma.
 Confunde-se às vezes com instruções, números de telefones, lugares, horários e datas.
 Atrapalha-se ao pronunciar palavras longas.
 Tem dificuldade em planear e fazer redações.
O esforço de lutar contra as dificuldades, a censura e a deceção, às vezes, leva a criança com
dislexia a manifestar sintomas como dores abdominais, de cabeça ou transtornos de comportamento.
Em geral, ela é considerada teimosa, desatenta, preguiçosa, sem vontade de aprender, o que
provoca uma situação emocional que tende a se agravar, especialmente em função da injustiça que
possa vir a sofrer.
Muitos conflitos e frustrações acompanham o disléxico e a sua família, pois, sendo ele normal
a nível intelectual, as expetativas da família são normalmente muito altas.

Formadora: Ângela Freitas 1


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E MATEMÁTICA – COMO IDENTIFICAR? COMO INTERVIR EM CONTEXTO ESCOLAR? ESTUDO

Reprovações e abandono escolar são ocorrências comuns na vida escolar do disléxico. Existem
também consequências mais profundas, ao nível emocional, como diminuição do autoconceito,
reações rebeldes e delinquenciais, ou de natureza depressiva.
A motivação é muito importante para a criança com dislexia, pois, ao se sentir limitada,
inferiorizada, ela pode revoltar-se e assumir uma atitude de pessimismo. Por outro lado, quando se vê
compreendida e amparada, ganha segurança e vontade de colaborar.
Os disléxicos precisam de tratamento especializado como os outros alunos com necessidades
especiais na área de linguagem e do auxílio do professor na sala de aula.
O professor que deseja ajudar os seus alunos, solucionando ou minimizando os problemas de
linguagem, sabe que é necessário encaminhá-los para o tratamento e colaborar nesse mesmo
tratamento.

É a incapacidade de transcrever corretamente a linguagem oral, havendo trocas ortográficas e


confusão de letras. Essa dificuldade não diminui a qualidade do traçado das letras. É claro que
nos primeiros anos (mais ou menos até o 3° ano) ainda haja trocas de letras, porque a relação
entre palavra impressa e som, ainda não está totalmente automatizada.

Ex.: necessidade / necessidade

COMO AVALIAR A DISORTOGRAFIA?

 Temos que observar o nível de escolaridade, a frequência e os tipos de erros.


 Os erros da escrita aumentam à medida que as palavras não são tão utilizadas.
 Não podemos avaliar a ortografia da criança utilizando palavras que não fazem parte
do seu vocabulário visual.
 Se não conhece a palavra e seu significado, também não conhece a grafia.
 Ditado (deve ser realizado com palavras do quotidiano da criança).
 Devemos avaliar a criança de maneira qualitativa, ou seja, o tipo de erro que cometeu.
Exemplo: temos duas crianças do 3.º ano e as duas cometem um erro no ditado.

 A 1ª troca o “m” por um “c”, em vez de escrever “mapa” escreve “capa” (a


criança ainda não domina (automatizou) a relação LETRA-SOM).
 A 2ª apresenta uma omissão, escreve “hospital” em vez de “hospital” (omite a
letra “h” que não tem nenhuma representação sonora)
 Nota: O erro da 1ª é mais grave que o da 2ª.

Formadora: Ângela Freitas 2


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E MATEMÁTICA – COMO IDENTIFICAR? COMO INTERVIR EM CONTEXTO ESCOLAR? ESTUDO

O ditado é importante para o diagnóstico da disortográfica. As trocas ortográficas são


diferentes em 3 grandes grupos:

1ª TROCAS AUDITIVAS
Ocorrem entre sons acusticamente próximos.

2ª TROCAS VISUAIS

 Trocas que diferem quanto à orientação espacial.


b–dp–q

 Quanto à discriminação de detalhes.


e–ab–hf–t

 Em relação às configurações gerais semelhantes.


pato – pelo

 O som de “z” que pode ser representado por “s” em “casa” – “caza”.
Ou por “x” exame – ezame (neste último caso, a grafia está ligada à memória visual).

 Nas trocas do tipo visual também encontramos erros relativos à sequência das letras
dentro das palavras, se isso não acontecer podem surgir erros de inversões, omissões
ou adições de letras.
Ex.:

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trem – têmr
sisso – simo
barco – braço
parafuso – parafuro
tesoura – teusora
moeda – mieda

3ª DISORTOGRÁFICA DO TIPO MISTO

Ocorrem trocas auditivas e visuais e é raro encontrar nas crianças. A sua reeducação é difícil.

Para se realizar uma boa avaliação da disortografia, pode-se utilizar a Classificação


Estrutural dos Erros Ortográficos.

A – CHAVE PRIMÁRIA: os erros que se enquadram nesta etapa são comuns em crianças que estão
no início do processo de alfabetização, mas devem desaparecer ao término do 2º ano.

Este nível corresponde aos seguintes erros:

1. Aqui, enquadram-se todas as trocas auditivas, visuais e mistas.

Exemplos de grafias de crianças que escrevem:

“fento” (vento)
“babo” (dado)
“dada” (cada)
“tum” (tem)

2. Omissões de letras ou sílabas.

Ex.: Escrever “tote” em vez de “tomate”

A omissão do “h” no início das palavras, como hospital, não de ser computada neste item.

3. Adições de palavras, sílabas ou letras.

Ex.: Escrever “maapa” em vez de “mapa”


“atéque” em vez de “até que”

4. Alterações na sequência de letras ou de sons dentro das palavras.

Ex.: “macada” em vez de “camada”.


“caramão” em vez de “camarão”

5. Separação indevida de palavras.

Ex.: “anti gamente” em vez de “antigamente”


“al moçar” – “almoçar”

Formadora: Ângela Freitas 4


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6. Substituição entre as letras:- “já, jô, ju” e “ga, go, gu”.

Ex.: Escreve “jalo” em vez de “galo”


“joela” – “goela”

B – CHAVE SECUNDÁRIA

As dificuldades ortográficas caracterizam-se pela não correspondência unívoca entre Som e


Letra, ou seja, um som pode ser representado por uma ou mais letras.

- Nível II – os erros que devem ser classificados como pertencentes a este nível são:
1. Fonemas que são representados por dois grafemas independentes como no caso do: “lh”,
“nh”, “ch”, “rr”, “ss”, “qu”.

Ex.: A criança escreve:


“coler” em vez de “colher”
“caro” em vez de “carro”
“asado” em vez de “assado
“qeijo” em vez de “queijo”

2. Confusões que envolvem o “que”, “qui”, e o “ce” e “ci”.

Ex.: Escreve “cente” em vez de “quente”

3. Erros que envolvem a representação do “g” antes do “e” e do “i”.

Ex.: Escrever “gerra” em vez de “guerra”


“gitarra” – “guitarra”

4. Omissão do “r” ou do “l” em qualquer uma das combinações: bl, br, dr, cl, cr, fl, gl, gr, pl,
pr, tl, tr.

Ex.: Escrever “baço” em vez de “braço”


“puma” – “pluma”

5. Trocas entre as sílabas “al” e “au”.

Ex.: “auto” em vez de “alto”


“pouvo” em vez de “polvo”

6. Substituição do “m” pelo “n” antes de “p” e de “b”.

Ex.: escreve “bonba” em vez de “bomba”


“canpo” – “campo”

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7. Substituição de letras maiúsculas por minúsculas, ou vice-versa.

Ex.: “pedro” – “Pedro”


“joão” falou que está com “Fome”

8. Trocas entre: ca, ço, çu, ce, ci.

Ex.: Escrever “beico” em vez de “beiço”


“çamada” – “camada”
“çebola” – “cebola”

As dificuldades ortográficas caracterizam-se pela não correspondência unívoca entre Som e


Letra, ou seja, um som pode ser representado por uma ou mais letras.

- Nível II – os erros que devem ser classificados como pertencentes a este nível são:
1. Fonemas que são representados por dois grafemas independentes como no caso do: “lh”,
“nh”, “ch”, “rr”, “ss”, “qu”.

Ex.: A criança escreve: “coler” em vez de “colher”

C – CHAVE TERCIÁRIA

Aqui estão as situações mais complexas da escrita. As dificuldades ortográficas só se resolvem


tendo em consideração a palavra como um todo ou a oração na qual a palavra está inserida.

- Nível III – Os erros neste nível são os seguintes:

1. Substituição entre as letras:- “g” (ge,gi) e “j”.

Ex.: Escreve “jelo” em vez de “gelo”


“májico” – “mágico”
“gilo” – “jiló”

2. Troca de “q” por “c” ou vice – versa.

Ex.: Escreve “cuando” em vez de “quando”


“qama” – “cama”

3.Uso de “s” em vez de “c”, quando o som é “s”.

Ex.: Escreve “sedo” em vez de “cedo”


“pace” – “passe”

4. Troca as letras “s”, “ss” e “ça, ço, çu”.

Ex.: Escreve “cassa” em vez de “caça”

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“maça” – “massa”

5. Troca de “s” por “z” quando o som é de “z”.

Ex.: Escreve “caza” em vez de “casa”


Incluem todos os erros em palavras que terminem com “z”.

6. Todas as trocas da letra “x”.

Ex.: Escreve “licho” em vez de “lixo”


“fiquiso” – “fix
“maxado” – “macha o” do”

7. Omissão ou adição da letra “h”.

Ex.: Escreve “otel” em vez de “hotel”


“hontem” – “ontem”

Nível IV – neste nível são registrados todos os erros referentes ao obscurecimento de


fonemas.

1. Erros com: “sc”, “xc” e “ns”.

Ex.: “piscina” – “pisina” ou “picina”

2. Obscurecimento no caso de vogais duplicadas


Ex.: “álcol” – álcool”

“zológico” – “zoológico”

3. Omissões de semivogais em ditongos.

Ex.: “cadera” – “cadeira”


“tesora” – “tesoura”

4. Omissões ou uso indevido de acentos.

Ex.: “sería” – “séria”


“cafe” – “café”

5. Obscurecimento do som “L” quando antecedendo a “u”.

Ex.: “útimo” – “último”


“cupa” – “culpa”

6. Omissões do som /R/ que aparece no final dos verbos quando estão no infinitivo.

Ex.: “come” – “comer”


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Nível V – Erros que ocorrem em palavras que se escrevem de uma ou outra maneira
dependendo do contexto em que estão inseridas.

Ex.: A palavra “concerto” e “conserto”, dependendo do contexto se escreve com “s” ou com
“c”.

ORIENTAÇÕES - ESTIMULAR A MEMÓRIA VISUAL DA CRIANÇA:


 Quadros com letras do alfabeto, números e palavras para que a criança os utilize
enquanto faz o seu trabalho escrito.
 Não exigir que a criança escreva 20 vezes a palavra, não irá resolver.
 Auxiliá-la de maneira positiva.

Dentro da disortografia temos que destacar ainda, os erros de formulação e sintaxe. A


criança não consegue transmitir seu conhecimento oral para a escrita.

 As crianças conseguem ler com fluência, linguagem oral perfeita, compreende e copia
palavras sem dificuldade.
 Formulação – apresenta dificuldade em colocar as suas ideias em símbolos gráficos
numa folha de papel.
 Quando se pede a uma criança com disortografia para escrever uma redação, carta ou
responder a questões de uma prova, ela permanece parada, não consegue transmitir
para o papel os conhecimentos adquiridos na linguagem oral ou pela leitura (boa
compreensão), por isso, não consegue produzir o seu próprio texto.
 Sintaxe – esta dificuldade pode aparecer independentemente da dificuldade de
formulação. Ocorrem erros como omissão de palavras, ordem errada das palavras, uso
incorreto dos verbos e dos pronomes e falta de pontuação.

SÍNTESE DOS ERROS DE ALUNOS COM DISORTOGRAFIA:

1) ERROS DE CARÁTER LINGUÍSTICO-PERCETIVO:

- Substituição de fonemas vocálicos ou consonânticos afins pelo ponto ou modo de


articulação: f/z, t/d, p/q;

 OMISSÕES:

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- Omissões de fonemas, em geral consonânticos, em posição constritiva (“como” em vez


de “cromo”) ou final (“pato” em vez de ”patos”);

- Omissões de sílabas inteiras (“car” em vez de “carta”);

- Omissões de palavras.

 ADIÇÕES:

- Adição de fonemas por insuficiência ou exagero na análise da palavra (“cereto” em vez


de ”certo”);

- Adições de sílabas inteiras (castelolo);

- Adições de palavras;

-Inversões de sons por incapacidade de seguir a sequência dos fonemas;

- inversões de grafemas em sílabas inversas ("aldo” em vez de "lado”), mistas

("preto” em vez de "perto”) e compostas ("bulsa” em vez de "blusa”);

- inversões de sílabas numa palavra;

- inversões de palavras.

2) ERROS DE CARÁTER VISUOESPACIAL

- substituição de letras que se diferenciam pela sua posição no espaço (d/p, p/q)

- substituição de letras semelhantes nas suas características visuais (m/n, o/a, i/j)

- escrita de palavras ou frases em espelho ainda que este tipo de erro, no grupo das
disortografias, seja muito escasso;

- confusão em palavras com fonemas que admitem dupla grafia (ch/x, s/z);

- confusão em palavras com fonemas que admitem duas grafias, em função das vogais
(/g/, /c/);

- omissões da letra "h” por não ter correspondência fonética.

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3) ERROS DE CARÁTER VISUOANALITICO

- dificuldade em fazer síntese e a associação entre fonema e grafema, tendo como


resultado as trocas de letras sem qualquer sentido.

4) ERROS RELATIVOS AO CONTEÚDO

- Dificuldade em separar sequências gráficas pertencentes a dada sequência

fónica, respeitando os espaços em branco;

- união de palavras ("acasa” em vez de "a casa”);

- separações de sílabas que compõem uma palavra (es-ta);

- união de sílabas pertencentes a duas palavras (estacasa).

5) ERROS REFERENTES ÀS REGRAS DE ORTOGRAFIA

- não colocar "m” antes de "p” e "b";

- infringir regras de pontuação;

- não respeitar as maiúsculas depois de ponto ou no início do texto;

- não hifenizar nas mudanças de linha.

É a dificuldade em passar para a escrita o estímulo visual da palavra impressa. A


criança com disgrafia não é portadora de problemas visuais e nem motores, muito menos
comprometimento intelectual ou neurológico. No entanto, ela não consegue idealizar no
plano motor o que captou no plano visual, por isso, a disgrafia é chamada também de “letra
feia” devido ao lento traçado das letras, que em geral são ilegíveis.

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Existem vários níveis de disgrafia, desde a incapacidade de segurar um lápis ou de


traçar uma linha, até a apresentada por crianças que são capazes de fazer desenhos simples
mas não de copiar figuras ou palavras mais complexas.
A disgrafia não precisa estar associada à disortografia. Mas a criança disortográfica
normalmente apresenta a disgrafia, porque pode estar a tentar esconder seus erros
ortográficos, ou não se lembra da grafia correta, onde escreve lentamente retocando a letra.
Torna-se importante asseverar que, é possível encontrar crianças com disgrafia que não
apresentam qualquer tipo de disortografia.
As crianças com disgrafia mais velhas conseguem reproduzir legivelmente uma
palavra, mas distorcem a sequência dos movimentos quando escrevem.

PODEMOS CARACTERIZAR A DISGRAFIA EM 3 GRUPOS DISTINTOS:


- Má organização da página Está ligada à orientação espacial.

 Dificuldade em organizar adequadamente sua escrita em uma folha de papel;


 Apresentação desordenada do texto com margens mal feitas ou inexistentes;
 Espaços entre palavras e linhas irregulares

- Má organização das Letras: Traçado de má qualidade

 Letras irregulares
 Letras deformadas
- Erros de Formas e Proporções: Limpeza do traçado

 Letra muito grande ou pequena


 Desorganização das formas
 Escrita alongada ou comprida

- Fatores que causam as disgrafias

 Postura inadequada para se sentar


 Pegar o instrumento de escrita de maneira inadequada
 Coordenação motora fina
 Incapacidade de organização do traçado gráfico na folha.
 Desenvolvimento motor
 Predomínio lateral
 Orientação e organização espacial
 Ortografia – não se lembra qual a grafia para representar o som.

Formadora: Ângela Freitas 11


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 Adaptação afetiva
 O porque de escrever igual - desinteresse
 Ansiedade – crianças ansiosas porque não conseguem controlar o traçado das mãos
 Tímida letra pequena
 Extrovertida letra grande

OS 4 TIPOS DE DISGRAFIA

O desenvolvimento da disgrafia depende muito das características individuais de cada


criança.

- RÍGIDOS: principal característica é a rigidez e a tensão.

 Forte pressão sobre o instrumento de escrita.


 Traçado inclinado
 Comprido
 Sobrecarregado de ângulos
RELAXADOS - relaxamento geral no traçado Irregularidade de direção

 Irregularidade das letras


 Linhas mal feitas
 Margens desorganizadas
IMPULSIVOS - traçado rápido e precipitado Falta de controlo (firmeza)

 Falta de organização
 Escrita irregular e instável
 Prolongamento nos finais das palavras, acento e pontuação

LENTOS EXATOS - principal característica é a procura da precisão e controle.

 Escrita regular na dimensão e inclinação


 Excessivamente lenta
 Uma atividade são os cadernos quadriculados.

OS PRINCIPAIS TIPOS DE ERRO DAS PESSOAS COM DISGRAFIA SÃO:


 apresentação desordenada do texto.
 margens malfeitas ou inexistentes; a criança ultrapassa ou para muito antes da
margem, não respeita limites, amontoa letras na borda da folha.
 espaço irregular entre palavras, linhas e entrelinhas.
 traçado de má qualidade: tamanho pequeno ou grande, pressão leve ou forte, letras
irregulares e retocadas.
Formadora: Ângela Freitas 12
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 distorção da forma das letras o e a.


 substituição de curvas por ângulos.
 movimentos contrários ao da escrita convencional.
 separação inadequada das letras.
 ligações defeituosas de letras na palavra.
 irregularidade no espaçamento das letras na palavra.
 direção da escrita oscilando para cima ou para baixo.
 dificuldade na escrita e no alinhamento dos números na página.

Nota: Tanto as crianças canhotas como aquelas que ainda não apresentam dominância
definida estão sujeitas à disgrafia, se não forem devidamente orientadas sobre a postura do
corpo, a posição do papel e a preensão do lápis.

(Imagem: Transtornos da aprendizagem, p. 133. )

Formadora: Ângela Freitas 13


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(Imagem: Transtornos da aprendizagem, p. 133. )

ETAPAS NORMAIS DA AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM

0-3 meses: Produção de sons (choro/consolo, gritos, barulhos); distingue sons familiares.

4-6 meses: Discriminação de sons da fala, compreensão de palavras (balbucio) e de


expressões faciais; produção de vogais e, posteriormente, de consoantes.

7-9 meses: Balbucio reduplicado (“bababa”) de forma interativa e produção gestual


comunicativa (aponta para os objetos).
10-12 meses: Primeiras palavras reais + jargão (balbucio com fala); contato visual, expressões
faciais, vocalizações e gestos (se faz entender por meio dessas formas de comunicação antes
mesmo de falar).

12-18 meses: Produção de 10 a 50 palavras e algumas frases de duas palavras – chama a


atenção para receber uma resposta verbal do adulto.

2 anos: Produz de 150 a 200 palavras e frases de 2 a 3 palavras.

3 anos: Formula sentenças gramaticalmente completas (com artigo, preposição e plurais);


formula questões.

4 anos: Formulação sintática clara. Completa inteligibilidade é esperada aos 4 anos e 6 meses
(meninas em média um pouco antes) para a fonologia do português e do inglês.

Formadora: Ângela Freitas 14


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COMPETÊNCIAS
Para que a capacidade da linguagem se estabeleça, o sujeito deverá adquirir as seguintes
competências, que dependem umas das outras:
• sensação: capacidade de sentir o som;
• perceção: capacidade pela qual se reconhece o som;
• elaboração: capacidade de reflexão sobre os sons percebidos;
• programação ou organização das respostas e articulação: capacidade de permitir a
emissão sonora que depende da articulação da fala.

Distúrbio de aprendizagem que origina dificuldades para compreender e aprender


Matemática. Não é causado por deficiência mental, nem por problemas na audição ou visão.
Possivelmente é alguma disfunção no SNC e causas pedagógicas. A criança comete erros
diversos:
 Na solução de problemas verbais,
 Habilidade de contagem
 Compreensão dos números
É importante lembrar que se a criança apresenta algum distúrbio de leitura, escrita ou
fala, ela poderá ter dificuldade também na aritmética.

 discalculia visual – a criança não se lembra dos símbolos numéricos e, por isso, não
consegue escrevê-los.
 discalculia auditiva – a criança não consegue recordar o número com rapidez. As
crianças com distúrbio de leitura, inclusive os disléxicos, apresentam dificuldade em ler o
enunciado dos problemas, mas podem ser capazes de realizar cálculos mentais quando as
questões são lidas em voz alta.
 Perceção visual afeta tanto na leitura como na escrita, podendo ocorrer erros como:
troca 6 por 9
3 por 8
2 por 5

Formadora: Ângela Freitas 15


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OS 6 SUBTIPOS DA DISCALCULIA:
1. DISCALCULIA VERBAL – dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os
termos, os símbolos e as relações.

2. DISCALCULIA PRATOGNÓSTICA – dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos


reais ou em imagens matematicamente.

3. DISCALCULIA LÉXICA – dificuldade na leitura de símbolos matemáticos.

4. DISCALCULIA GRÁFICA – dificuldade na escrita de símbolos matemáticos.

5. DISCALCULIA IDEOGNÓSTICA – dificuldade em fazer operações mentais e na compreensão de


conceitos matemáticos.

6. DISCALCULIA OPERACIONAL – dificuldade na execução de operações e cálculos numéricos.

DIFICULDADES DAS CRIANÇAS COM DISCALCULIA


 Estabelecer correspondência um a um
Ex.: não relaciona o número de alunos de uma sala ao número de carteiras.
 Não relaciona o símbolo à quantidade
Ex.: Tenho 6 laranjas, mas não compreende que isso representa o número 6.
 Faz contagem oral mas não identifica o número visualmente.
 Sequenciar número. O que vem antes do 11 e depois do 15.
 Conservar a quantidade
Ex.: não compreende que 1 quilo é igual a 4 pacotes de 250 gramas.

 Dificuldades em realizar cálculos simples, como adição.


 Substituir um número por outro; inverter números (por exemplo, 6 por 9).
 Reverter números (por exemplo, 2 por 5).
 Nomear, ler e escrever incorretamente símbolos matemáticos.
 Compreender os sinais +, -, ÷, x.
 Não sabe direita e esquerda.
 Obedecer e recordar a sequência dos passos que devem ser dados em operações
matemáticas.
Ex.: 25 x 5
 Escolher os princípios para solucionar problemas de raciocínio aritmético.
Ex.: a criança consegue ler as palavras e resolver os problemas se lhe disser que deve
somar, multiplicar, etc. Mas sem ajuda não consegue determinar o processo que deve
usar.

 Dificuldades em saber como responder os problemas matemáticos.

Formadora: Ângela Freitas 16


AÇÃO DE FORMAÇÃO: DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ESPECÍFICAS NA LEITURA, ESCRITA GUIÃO DE
E MATEMÁTICA – COMO IDENTIFICAR? COMO INTERVIR EM CONTEXTO ESCOLAR? ESTUDO

Relativamente ao último sintoma observa-se que a criança que apresenta discalculia


consegue ler as palavras e resolver os problemas quando o princípio lhe é dado (somar,
subtrair, multiplicar etc.). Sem ajuda, porém, ela não tem condições de determinar o processo
que deve usar.

ATUAÇÃO DO PROFESSOR
É muito importante o papel do professor, juntamente com a
família, no que diz respeito ao diagnóstico e acompanhamento de
crianças que apresentam problemas de aprendizagem específicos de
leitura, escrita ou aritmética.
Para poder identificar o problema e ajudar na reeducação da criança, o professor,
antes de mais nada, deve conhecer as dificuldades que ela enfrenta, evitando rótulos e
distinguindo seus comportamentos como oriundos de vários aspetos, entre eles o emocional,
o afetivo e o cognitivo.
Após uma análise criteriosa, o professor, juntamente com o conselho de turma,
encaminhará a criança para um tratamento específico para sua dificuldade de aprendizagem
específica.
Além do trabalho feito com a criança pelo especialista ao qual ela foi encaminhada,
cabe ainda ao professor realizar um atendimento individualizado, exigindo do aluno uma
participação de acordo com seus limites. Mais uma vez, o ponto crucial da resolução dos
problemas de aprendizagem fica restrito à relação professor-aluno.

Formadora: Ângela Freitas 17


AÇÃO DE FORMAÇÃO: DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ESPECÍFICAS NA LEITURA, ESCRITA GUIÃO DE
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SITES CONSULTADOS:

Transtornos da Aprendizagem – Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar

Newra Tellechea Rotta, et. Al. – Artmed – 2006.

www.espsacoaprendizagem.info

www.appai.org.br- www.guiainfantil.com

http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=919

Formadora: Ângela Freitas 18

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