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SINAIS DE ALERTA

As crianças com dislexia já apresentam um conjunto de sinais de alerta durante a infância


(dada a natureza desenvolvimental da Dislexia), contudo, um diagnóstico definitivo só
deve ser efectuado quando a criança entra para a escola e inicia a aprendizagem da
leitura e escrita. Alguns autores defendem que esse diagnóstico só deveria ser efectuado
dois anos após entrada para a escola, pois dificuldades na fase inicial da leitura e escrita
anteriores a estas idades são banais pela sua frequência. Apesar do diagnóstico definitivo ter
que esperar, a intervenção deverá ser iniciada o mais precoce possível.

Aqui encontram-se alguns dos sinais de alerta que pais e professores devem de ter em
atenção quando suspeitam da existência de problemas nas competências de leitura e escrita
nos seus filhos ou alunos:

DURANTE A INFÂNCIA:

-- Atraso no desenvolvimento da linguagem. Começou a dizer as primeiras palavras mais tarde do


que o habitual e a construir frases mais tardiamente.

-- Apresentou alguns problemas de linguagem durante o seu desenvolvimento, dificuldades em


pronunciar determinados sons, linguagem ‘abebezada’ para além do tempo normal, etc.

-- Apresentou dificuldades em memorizar e acompanhar canções infantis e lenga-lengas, revelou


dificuldades nas actividades de rimas.

-- Dificuldade na consciência e manipulação fonológica. Dificuldade em se aperceber que os sons


das palavras podem dividir-se em bocados mais pequenos e em manipular esses mesmos sons.

-- Entre muitos outros sinais (...).

NA IDADE ESCOLAR:

-- Lentidão na aprendizagem e automatização dos processos da leitura e escrita. Maior lentidão


que o normal na aprendizagem das letras e na leitura das sílabas.

-- Dificuldade em compreender que as palavras se podem segmentar em sílabas e fonemas.


-- A velocidade da leitura é significativamente abaixo do esperado para a idade: muitas vezes
silábica e por soletração.

-- Bastantes dificuldades na leitura, com a presença constante de alterações e de falhas nos


processos de descodificação grafema-fonema e/ou na leitura automática de palavras.

-- Dificuldades na compreensão de textos escritos devido à sua fraca qualidade na leitura. Normal
compreensão quando as histórias lhe são lidas.

-- A escrita surge com muitos erros ortográficos, com trocas fonológicas e/ou lexicais.

-- Lacunas acentuadas na organização das ideias no texto e na construção frásica.

-- Demora demasiado tempo na realização dos trabalhos de casa (uma hora de trabalho rende 10
minutos).

-- Utiliza estratégias e truques para não ler. Não revela qualquer prazer pela leitura.

-- Distrai-se com bastante facilidade perante qualquer estímulo, parecendo que está a "sonhar
acordado". Curtos períodos de atenção.

-- Os resultados escolares não são condizentes com a sua capacidade intelectual. Melhores
resultados nas avaliações orais do que nas escritas.

-- Dificuldades em memorizar informações verbais.

-- Dificuldades na aprendizagem de uma língua estrangeira (Inglês).

-- Não gosta de ir à escola ou de realizar qualquer actividade com ela relacionada.

-- Apresenta "picos de aprendizagem", nuns dias parece assimilar e compreender os conteúdos


curriculares e noutros parece ter esquecido o que tinha aprendido anteriormente.

-- Entre muitos outros sinais (...).


CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO

Deve-se verificar se na história familiar existem casos de dislexia ou de dificuldades de


aprendizagem e se na história desenvolvimental, médica e escolar da criança ocorreu
alguma problemática que possa estar a justificar tais dificuldades.

A dislexia resulta de alterações neurobiológicas na forma como o cérebro processa a


informação linguística e que se manifesta por alterações no domínio do
processamento fonológico e noutros domínios psicolinguísticos e neuropsicológicos
que conduz a um conjunto significativo de alterações na leitura e escrita.

Na leitura notam-se confusões de grafemas cuja correspondência fonémica é próxima ou


semelhante ou cuja forma é aproximada, bem como surgem frequentes inversões, omissões,
adições e substituições de letras e sílabas. Ao nível da leitura de frases, existe uma dificuldade
na velocidade de leitura, bem como revelam uma análise compreensiva da informação lida
deficitária. A criança apresenta dificuldades na fluência, precisão e compreensão da leitura,
encontrando-se comprometida ambas as vias de leitura (lexical e fonológica).

Ao nível da produção escrita a sintomatologia é semelhante, verificando-se a presença de


múltiplos erros ortográficos, dificuldades na descodificação fonema-grafema, défices
acentuados na construção e organização frásica, e por vezes, pode surgir associada uma grafia
irregular, etc.

Principais manifestações da dislexia nas competências de leitura e escrita:

-- Um atraso na aquisição e automatização das competências da leitura e escrita.

-- Dificuldades acentuadas ao nível do Processamento Fonológico: Consciência, Codificação e


Nomeação.

-- Velocidade de leitura bastante lenta para a idade e para o nível escolar.

-- Dificuldade na leitura de palavras regulares, irregulares, frequentes, pouco frequentes e


pseudopalavras.

-- Dificuldades na memória verbal e na memória de trabalho.


-- Leitura silabada, decifratória, hesitante e com bastantes incorrecções.

-- Omite ou adiciona letras e sílabas (ex: famosa-fama; casaco-casa; livro-livo; batata-bata;


biblioteca/bioteca; ...).

-- Confusão e dificuldades na descodificação de letras ou sílabas (o-u; p-t; b-v; s-ss-ç; s-z; f-t; m-
n; f-v; g-j; ch-x; x-z-j; nh-lh-ch; ão-am; ão-ou; ou-on; au-ao; ai-ia; per-pre; …).

-- Poderá ocorrer (apesar de não muito frequente) alguma confusão entre letras com grafia
similar, mas com diferente orientação no espaço (b-d; d-p; b-q; d-q; n-u, a-e;…).

-- Na leitura, substituição de palavras por outras de estrutura similar, porém com significado
diferente (saltou-salvou; cúbico-bicudo;...) e/ou substituição de palavras inteiras por outras
semanticamente vizinhas (cão-gato; bonito-lindo; carro-automóvel).

-- Problemas na compreensão semântica e na análise compreensiva de textos lidos (devido à sua


deficiente leitura).

-- Presença de muitos erros ortográficos: erros fonológicos e erros nas palavras grafo-
fonémicas irregulares. Na escrita podem surgir palavras unidas ou separadas, repetição de
letras ou de sílabas, colocação de letras ou de sílabas antes ou depois do lugar correcto.

-- Dificuldades em exprimir as suas ideias e pensamentos em palavras. Muitas dificuldades na


escrita de composição. Dificuldades na organização das ideias no texto.

-- A qualidade da grafia poderá ser deficitária: letra rasurada, disforme e irregular.

Nota: Não é necessário que estejam presentes todos estes indicadores em simultâneo, para
que seja diagnosticada um caso de dislexia. Estes indicadores devem apenas alertar para a
possibilidade de um possível caso de dislexia, já que é preciso compreender a razão destes
comportamentos.

Segundo vário autores, não se pode falar de dislexia (ou melhor ... não se pode fazer um
diagnóstico definitivo) antes dos 7 anos, ou para ser mais rigoroso, antes de pelo menos um
a dois anos de aprendizagem escolar, pois anteriormente a esta idade erros similares são
banais pela sua frequência.
Para um correcto diagnóstico de uma perturbação da leitura é indispensável RECORRER À
AVALIAÇÃO COM PROFISSIONAIS EXPERIENTES neste domínio.

Critérios de Diagnóstico de Perturbação da Leitura segundo o DSM-IV

A. O rendimento na leitura, medido através de provas normalizadas de exactidão ou compreensão


da leitura, aplicadas individualmente, situa-se substancialmente abaixo do nível esperado para a
idade cronológica do sujeito, quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade.

B. A perturbação do critério A interfere significativamente com o rendimento escolar ou actividade


da vida quotidiana que requerem aptidões de leitura.

C. Se estiver presente um défice sensorial, as dificuldades de leitura são excessivas em relação ás


que lhe estariam habitualmente associadas.

Exemplos de crianças com dislexia:

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