Apostila Termodinamica PDF
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Apostila de Termodinâmica I
Apostila de termodinâmica I.
Texto: Prof. Dr. José Tomaz Vieira Pereira
Introdução
Para aplicação do balanço de energia para um sistema, é necessário o conhecimento das propriedades
do sistema e de como estas propriedades estão relacionadas. Neste capítulo serão introduzidas relações
entre as propriedades que são relevantes para aplicação em engenharia termodinâmica. A apresentação
começa com o princípio do estado, o qual está intimamente ligado com as relações entre as
propriedades dos sistemas.
Estado para um sistema em equilíbrio é descrito pelo valor de suas propriedades termodinâmicas. Pela
observação dos sistemas termodinâmicos, é conhecido que nem todas essas propriedades são
independentes uma das outras. O estado é definido pelo valor das propriedades independentes. Os
valores de todas as outras propriedades são obtidos a partir dos valores dessas propriedades
independentes.
Baseado em consideráveis evidências experimentais, pode ser concluído que há uma propriedade
independente para cada meio que a energia do sistema pode variar de modo independente. No capítulo
2, vimos que a energia de um sistema fechado pode ser alterada de modo independente por transferência
de calor ou trabalho. Assim uma propriedade independente pode ser associada com a transferência de
calor como um meio de variação de energia do sistema, e uma outra propriedade independente pode ser
contada para cada modo relevante através do qual a energia do sistema pode variar por trabalho. Assim,
baseado em evidência experimental, pode ser estabelecido que o número de propriedades independentes
para sistemas sujeitos às limitações acima é um (1) mais o número de interações relevantes na forma de
trabalho.
Este é o princípio do Estado. A experiência indica também que para contar o número de interações de
trabalho relevantes, é suficiente considerar somente aquelas que ocorrem quando o sistema passa por
um processo quasiestático.
O termo sistema simples é utilizado quando há somente um (1) meio através do qual a energia varia de
modo relevante pelo trabalho enquanto o sistema passa por um processo quasiestático. Assim contando
uma propriedade independente para a transferência de calor e outra para o trabalho realizado no
processo quasiestático, pode se dizer que duas propriedades independentes são necessárias para fixar o
estado de um sistema simples.
Pressão, energia interna específica e todas as outras propriedades intensivas podem ser determinadas
como funções de T e v.
3.2. Relação P - v - T
A partir dos experimentos se observa que temperatura e volume específico são propriedades
independentes, e a pressão pode ser determinada em função dessas duas: p = p(T,v). O gráfico dessa
função é uma superfície, normalmente chamada de superfície P-v-T.
3.2.1. Superfície P - v - T
Diagramas
Regiões
Sólido - fase única.
Líquido - fase única.
Vapor - 2 propriedades independentes (p,v, ou T definem o estado)
Duas fases
líquido - vapor
Pressão e temperatura são
sólido - líquido
propriedades dependentes.
sólido - vapor.
Linhas de Saturação
"Domo"
Ponto crítico: Ponto de encontro das linhas de líquido saturado e de vapor saturado.
Pressão crítica = Pc
Temperatura crítica = Tc
Volume específico crítico
Ponto triplo
É instrutivo estudar alguns eventos que ocorrem com uma substância pura que experimenta uma
mudança de fase, pois será de grande valia para todos os estudos seguintes. (ver transparências
manuscritas).
As propriedades termodinâmicas para uso em engenharia são apresentadas em várias formas, incluindo
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Tabelas de líquido e vapor. Propriedades do vapor d'água superaquecido são mostradas na Tabela
A-4 e para a água comprimida (líquido comprimido) estão na Tabela A-5. Como pressão e
temperatura são propriedades independentes nas regiões de fase simples, elas podem ser usadas
para identificar os estados nessas regiões.
O volume específico para uma mistura bifásica de vapor e líquido pode ser determinado usando
as Tabelas de Saturação e a definição de título:
Como na região de saturação, todo o líquido está na situação de líquido saturado e todo vapor está
na situação de vapor saturado:
v = V / m = Vlíq / m + Vvap / m
Introduzindo a definição de título dada acima, o volume específico pode ser calculado por:
Para acompanhar a notação utilizada no livro texto, vamos representar os subscritos da fase vapor
por (g) ao invés de (vap) e da fase líquida por (f) ao invés de (liq). O aumento do volume
específico da fase líquida para a fase vapor é comumente representado como volume específico
de mudança de fase por:
vfg = vg - vf
U + P.V = H (entalpia)
u + P.v = h (entalpia específica)
ubarra + P.vbarra = hbarra (entalpia específica / base molar)
Regiões de Saturação: Para a região do "domo", onde as fases líquida e vapor estão presentes, a
energia interna e a entalpia são calculadas com o auxílio do título.
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EXEMPLO 3.1
Solução:
Da Tab. A.7,
Uf = 46,93 kJ/kg
ug = 175,2 kJ/kg -> portanto temos o estado intermediário entre a saturação do R-12
líquido e do R-12 vapor
hf = uf + P.vf (3)
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_____________________________________________________________
P = 1,0 bar
T = 120 ºC
u = 2537,3 kJ/kg
h = 2716,6 kJ/kg
v = 1,793 m3/kg
Comentários
EXEMPLO 3.2
Um tanque rígido bem isolado tem vapor d'água saturado a 100 ºC, e um
Volume de 0,1 m3. O vapor é agitado rapidamente até que a pressão atinja 1,5
bar.
Determine a temperatura do estado final e o trabalho realizado durante o
processo.
Solução:
Hipóteses:
1a Lei:
DeltaE = Q - W -> DeltaU + DeltaKE + DeltaPE = Q - W
Como DeltaPE = DeltaKE = Q = 0 -> DeltaU = -W
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P = 1,014 bar
uf = 418,94 kJ/kg
ug = 2506,5 kJ/kg
vg = 1,673 m3/kg Tab A.4. - P = 1,5 bar
vg = v = 1,673 m3/kg
Interpolação na tabela A4 (Tb = 240 ºC; Ta = 280 ºC; v = 1,673 m3/kg) T - Ta = (Tb
- Ta).(va - v) / (va - vb) (2)
De (2), T = 272,96 ºC
m = V / v (4)
EXEMPLO 3.3
A água contida num conjunto Pistão - cilindro passa por dois processos em
série, a partir de um estado inicial onde P = 10,00 bar, T = 400 ºC.
Solução:
Caso 1.
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Caso 2.
Caso 3.
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Como observado, existem regiões onde o volume específico da água líquida varia muito pouco e
a energia interna específica varia principalmente com a temperatura.
O mesmo comportamento geral é exibido por outras substâncias nas suas fases líquida e sólida.
Essa substância idealizada é chamada de incompressível.
Para essa substância a energia interna específica depende somente da temperatura e o calor
específico é também somente função da temperatura.
Cv(T) = du / dT (incompressível)
Cp = Cv = C (incompressível)
Para intervalos de temperatura não muito grandes, a variação de c pode ser pequena e nesses
casos o calor específico pode ser tomado como constante, sem perda apreciável de precisão.
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Para c = constante,
O Pistão pode se mover para a obtenção de vários estados de equilíbrio à mesma temperatura.
Para cada estado de equilíbrio são medidos: a Pressão e o volume específico. Com os resultados é
construído o seguinte gráfico:
Quando P -> 0, para todas as temperaturas, o limite tende a Rbarra, independentemente do gás
utilizado.
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R = Rbarra / M.
Z = Fator de compressibilidade
Essas equações são conhecidas como expansões viriais e os coeficientes B^, C^, D^ e B, C, D são
os coeficientes viriais, e pretendem representar as forças entre as moléculas.
Dessa maneira, o fator de compressibilidade é colocado num gráfico versus uma Pressão
Reduzida e uma temperatura reduzida, definida como:
Pr = P / Pc e Tr = T / Tc
Cartas mais apropriadas para solução de problemas são apresentadas nas Fig. A - 1, A - 2 e A - 3
do Apêndice.
Os valores obtidos destas cartas são aproximados e, se os cálculos exigirem grande precisão, será
necessário lançar mão de tabelas específicas ou softwares para cálculo.
O erro máximo é da ordem de 5% e para a maioria das faixas de pressão e temperaturas é bem
menor.
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Nessas cartas o volume específico reduzido vr = vbarra / vcbarra é substituído pelo pseudo volume
específico crítico vr' = vbarra / (Rbarra.Tc / Pc).
Essas cartas não fornecem bons resultados nas proximidades do ponto crítico. Isso pode se
contornado restringindo as correlações para substâncias com o mesmo Zc:
EXEMPLO 3.4
Solução:
Em 1)
Tab. A.1
Mágua = 18,2
Tc = 647,3 K
Pc = 220,9 bars
Z = 0,83
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v = Z.Rbarra.T / M.P
Em 2)
vr' = 1,12
Tr = 1,04
Pr2 = 0,69 Carat E3 - 4 P = Pc.P = 15,24 Mpa
P = 15,16 MPa -> Tabela de Vapor
Pr <= 0,05
z~1 ou
Tr >= 15
2 <= Tr <= 3
z~1
Larga faixa de Pr
P.v = RT
Lembrar sempre que o modelo de gás ideal é muito bom quando Z 1 e que não fornece resultados
aceitáveis para todos os estados, e deve ser utilizado como uma aproximação para os casos reais.
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Energia interna e calor específico a volume constante:
Entalpia e cp
cp(T) = cv(T) + R
Combinando as equações:
cp(T) = k.R / (k - 1)
cv(T) = R / (k - 1)
Os valores de Cp e Cv variam com a temperatura e são disponíveis para a maioria dos gases de
interesse. Para os gases mono-atômicos Ar, He, Ne, a razão cpbarra / Rbarra é praticamente
constante , valor = 2,5 (Ar, Ne, He).
Para os demais gases, os valores de cpbarra podem ser obtidos de tabelas ou expressões:
onde alfa, beta, gama, delta, epsilon são listados na Tab. A-15 para vários gases na faixa de
temperaturas entre 300 e 1000 K.
EXEMPLO 3.5
1. Tabela de vapor
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Solução:
h1 = 2730,5 kJ/kg
h2 = 3762,2 kJ/kg
Em 2) Sabendo que:
Em 3)
Para os gases mais comuns, avaliações de valores de energia interna específica e de entalpia são
facilitados pelo uso de tabelas de gases ideais.
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Onde Tref = temperatura arbitrária e h(Tref) = entalpia
u = h - R.T
EXEMPLO 3.6
Determine a variação da entalpia específica do vapor d'água do estado 1 a T1=
400 K e P1 = 0,1 MPa até T2 = 900 K e P2 = 0,5 MPa, usando a tabela de gás
ideal para vapor d'água.
Compare os resultados com as partes a e b do exemplo 3.5
Solução:
h1 = 741,18 kJ / kg
h2 = 1766,26 kJ / kg
Deltah =1025,08 kJ / kg
EXEMPLO 3.7
Dois tanques são conectados através de uma válvula. Um dos tanques contem 2
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Solução:
Hipóteses:
Em 1)
Pelas condições dadas é possível determinar os volumes totais dos tanques 1 e 2, nas
condições iniciais.
Supondo que os tanques sejam rígidos, o volume final será igual ao inicial Vf = V1 +
V2 e assim é possível determinar o volume específico final, de forma que:
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Em 2)
Como DeltaU = Uf - Ui e
Uf = (m1 + m2).u(Tf)
Ui = m1.u(T1) + m2.u(T2)
u(Tf) - u(T1) = cv.(Tf - T1)
u(Tf) - u(T2) = cv.(Tf - T2)
Tomando o valor médio para Cv entre T = 300 e 350, temos Cv = 0,745 kJ/kg.K
Logo: Q = 37,25 kJ
Resposta 2. Q = 37,25 kJ
Entre 2 estados 1 e 2:
TRABALHO
Essas equações se aplicam para qualquer gás (ou líquido) em um processo politrópico.
Quando o comportamento de gás ideal é apropriado podem ser obtidas as seguintes equações.
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Capítulo 3 de 6
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