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Relatório 1

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UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

ENGENHARIA MECÂNICA

RELATÓRIO EXPERIMENTO 1 - TROCADOR DE CALOR DE CASCO E


TUBOS

João Lucas Moraes Lima - 238810


Luan César Fernandes - 219889
Caio Scatamburlo - 238428
Seohyeon Lim - 239381

Campinas - SP
Março de 2024
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1 Introdução

Nesse relatório iremos explicitar os objetivos, o desenvolvimento e os resultados obtidos no


experimento do trocador de calor de casco e tubos.
O principal objetivo desse experimento é analisar a troca da calor e comparar os resultados
obtidos com a teoria apresentada no pré relatório. Durante o experimento foram feitas medidas
das temperaturas da água quente e fria em suas respectivas entradas e saídas no trocados de
calor. O trocador de calor foi utilizado em duas configurações de fluxo: Correntes paralelas
e contracorrente. Para cada uma dessas configurações foram coletados dados para diferentes
vazões de água quente e fria, assim como diversas temperaturas.
Uma vez que esses dados foram coletados eles foram utilizados para verificarmos a taxa
de transferência de calor entre os fluidos e comparar os valores experimentais e teóricos dos
coeficientes globais de transferência de calor.
2

2 Procedimento Experimental e Resul-


tados
Durante o decorrer do experimento, alteramos nosso plano experimental proposto no pré-
relatório ao aumentar a variação de setups a fim de trazer mais dados para realizar uma discussão
adequada.
Após a alteração, o procedimento realizado foi medir as temperaturas de entrada e saída
dos fluxos variando os parâmetros como segue: quatro temperaturas de set point (35°C, 40°C,
45°C, 50°C), quatro combinações de vazão (quente e frio com 1 L/min, quente com 1 L/min e
frio com 2L/min, quente com 2 L/min e frio com 1 L/min, quente e frio com 2 L/min) e dois
sentidos de escoamento (paralelo e contracorrente).
As temperaturas observadas encontram-se na tabela a seguir.

Figura 1 – Resultados experimentais


Capítulo 2. Procedimento Experimental e Resultados 3

A partir dos dados, calculamos as trocas de calor em cada fluxo a partir da seguinte relação:

Q = V ∗ ρ ∗ cp ∗ ∆T

em que V é a vazão, ρ é a densidade da água, cp é o calor específico e ∆T é a variação de


temperatura.
Obtivemos os seguintes resultados para troca de calor médio em cada configuração.

Figura 2 – Valores de Troca de Calor obtidos a partir dos dados experimentais


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3 Sentido de Escoamento

Nessa seção tem-se por objetivo verificar experimentalmente o efeito do sentido de escoa-
mento na transferência de calor entre fluidos no trocador de casco e tubos.
Para isso, construiu-se gráficos de troca de calor a seguir utilizando os dados de troca de
calor para cada configuração, presentes na Figura 2.

Figura 3 – Gráfico de troca de calor comparativo dos sentidos paralelo e contracorrente para
configuração com set point 35°C e diferentes vazões.

Figura 4 – Gráfico de troca de calor comparativo dos sentidos paralelo e contracorrente para
configuração com set point 40°C e diferentes vazões.
Capítulo 3. Sentido de Escoamento 5

Figura 5 – Gráfico de troca de calor comparativo dos sentidos paralelo e contracorrente para
configuração com set point 45°C e diferentes vazões.

Figura 6 – Gráfico de troca de calor comparativo dos sentidos paralelo e contracorrente para
configuração com set point 50°C e diferentes vazões.

De início, ao analisar os valores encontrados podemos apontar que a troca de calor aumenta
conforme o aumento do fluxo de água, como era esperado do ponto de vista teórico, isso fica
claro comparando os primeiros pontos de cada curva (com ambas as vazões 1L/min) com os
últimos (vazões de 2L/min).
Além disso, já pode-se notar que conforme o aumento do ∆Tml os valores da troca de calor
também aumentam, mas isso será discutido mais afundo na próxima seção do relatório.
Por fim, abrimos a principal discussão dessa seção observando as curvas de troca de calor
para os diferentes sentidos de escoamento. Nota-se que em geral os valores são muito próximos
entre ambos os escoamento, com o paralelo levemente acima do contracorrente. O que indicaria
que a troca de calor no trocador independe do sentido de escoamento; porém sabemos através
dos estudos em EM670, Transferência de Calor, que na realidade o escoamento contracorrente
Capítulo 3. Sentido de Escoamento 6

tende a ser mais eficiente e apresenta menos limitações que o escoamento paralelo, como o fato
das temperaturas de saída nunca se igualarem no paralelo.
Algumas possíveis explicações levantadas para tal desencontro entre a previsão teórica e
os valores experimentais são a pequena escala do trocador, que talvez não tenha sido capaz
de nos proporcionar a visualização dos efeitos vantajosos do escoamento em contracorrente
que observamos em indústrias e outros usos comerciais; além do erro na obtenção de dados,
principalmente ligado ao tempo de espera para atingir o regime permanente antes de anotar as
temperaturas.
7

4 Diferença de Temperatura

Nessa seção busca-se verificar experimentalmente como a transferência de calor no trocador


de casco e tubos é afetada pelas diferenças de temperaturas entre os fluidos.
Para isso, observe os gráficos a seguir que representam como a troca de calor se comporta
conforme variamos a diferença de temperatura.

Figura 7 – Gráfico de troca de calor em função da variação de temperatura para a vazão de


1L/min em ambas as correntes.

Figura 8 – Gráfico de troca de calor em função da variação de temperatura para a vazão quente
de 1L/min e fria de 2L/min.
Capítulo 4. Diferença de Temperatura 8

Figura 9 – Gráfico de troca de calor em função da variação de temperatura para a vazão quente
de 2L/min e fria de 1L/min.

Figura 10 – Gráfico de troca de calor em função da variação de temperatura para a vazão de


2L/min em ambas as correntes.

Analisando essas curvas em que a vazão é mantida constante e varia-se a diferença de tem-
peratura média logarítmica, observa-se que com o aumento da diferença de temperatura a troca
de calor também aumenta em um comportamento bem próximo a linear. Essa tendência já era
esperada, tendo em vista que com a vazão constante e, portanto, U constante, a equação a seguir,
que caracteriza o trocador de calor, se torna linear em função de ∆Tml .

Q = U As ∆Tml

Além disso, através desses gráficos também podemos reafirmar observações feitas anterior-
mente na seção 3, como a proximidade da transferência de calor para as curvas de fluxo paralelo
e contracorrente; além do aumento no calor trocado para vazões maiores, como percebemos
comparando o último gráfico com o primeiro dessa seção.
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5 Coeficiente Global

Para a analise dos coeficientes globais de Troca de calor, este tópico irá comparar os coe-
ficientes calculados experimentalmente com os coeficientes teóricos encontrados por meio da
literatura e dos conhecimentos adquiridos em EM670, Transferência de Calor II.

Q = U As ∆Tlm (5.1)

∆T1 − ∆T2
∆Tlm = (5.2)
ln(∆T1 /∆T2 )
Inicialmente, para calcular os coeficientes globais U = [W/(m2 ∗ K)] pelos dados experi-
mentais, foi criada a seguinte tabela com base nas equações (5.1) e (5.2):

Figura 11 – Cálculo do ∆Tlm e do Coeficiente Global U

Realizando agora os cálculos teóricos dos coeficientes globais de troca de calor do sistema
segundo equação (5.3), é necessário inicialmente calcular o coeficiente de troca térmica por
Capítulo 5. Coeficiente Global 10

convecção para o escoamento interno, externo e também a resistência de condução do tubo.

1 ln(D0 /Di ) 1
Req = Ri + Rparede + Ro = + + (5.3)
hi Ai 2πKL ho Ao
Onde: hi e ho representam os coeficiente de troca de calor por convecção no interior e no
exterior do tubo, Ai e Ao as as áreas de contato interna e externa, D0 e Di os diâmetros externo
e interno do tubo, K a condutividade térmica e L o comprimento do tubo. (ÇENGEL et al.,
2011)
Para calcular o coeficiente de convecção de escoamento interno do fluído quente serão uti-
lizadas as equações a seguir do (INCROPERA et al., 2000), além disso, as propriedades da
água serão calculadas em uma temperatura média de 320K referente às diferentes temperaturas
utilizadas no experimento.

Figura 12 – Cálculo do Reynolds para o escoamento interno

Figura 13 – Cálculo do N usselt laminar

Figura 14 – Cálculo do N usselt Turbulento

O escoamento interno do fluxo quente se apresentou laminar para o caso de 1 L/min e


turbulento para o caso de 2 L/min, desta forma, a partir dos números de Nusselt calculados, é
possível chegar nos coeficientes de convecção para escoamento interno hi.

hi = N uD K/D (5.4)

Desta forma, os resultados obtidos para escoamento de 1 e 2 L/min foram de


hi1 = 1055.8eW/m2 K e hi2 = 1472.9W/m2 K.
Para calcular o coeficiente de convecção de escoamento externo do fluído frio serão uti-
lizadas as equações a seguir do (INCROPERA et al., 2000), além disso, as propriedades da
Capítulo 5. Coeficiente Global 11

água serão calculadas em uma temperatura média de 310K referente às diferentes temperaturas
utilizadas no experimento.

Figura 15 – Cálculo do Reynolds para o escoamento externo

Figura 16 – Cálculo do N usselt laminar externo

Desta forma, os coeficientes de convecção externos he para 1 e 2 L/min são


he1 = 11000W/m2 K e he2 = 15556W/m2 K.
Para a resistência de condução dos tubos de diâmetros 6 mm e 4 mm externo e interno
respectivamente:
ln(D0 /Di )
Rcond = (5.5)
2πKL
Desta forma, a Rcond = 0.0076K/W
Partindo disso, os coeficientes separados são substituídos na equação (5.3) e então, chega-se
nos seguintes coeficientes globais para as vazões:
- Fluxo quente e frio de 1 L/min : U 11 = 708.4497W/m2 K.
- Fluxo quente de 1 L/min e frio de 2 L/min : U 12 = 719.7641W/m2 K.
- Fluxo quente de 2 L/min e frio de 1 L/min : U 21 = 929.1414W/m2 K.
- Fluxo quente de 2 L/min e frio de 2 L/min : U 21 = 948.7003W/m2 K.
Também é possível fazer a seguinte análise para comparar os Coeficientes globais teóricos
com os experimentais calculados:

Figura 17 – Comparação dos coeficientes globais de troca de calor


Capítulo 5. Coeficiente Global 12

Analisando a comparação da figura 17 e levando em consideração que os cálculos teóricos


disponíveis na literatura são aproximações e previsões para os fenômenos da realidade, é pos-
sível concluir que, por mais que os resultados teóricos e experimentais não estão exatamente
iguais, eles estão muito próximos e seguindo a mesma tendência de mudança conforme as dife-
rentes vazões variam.
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6 Conclusão

Neste experimento foram realizadas diversas medições com um trocador de cascos e tubos,
variando as condições de vazões quente e fria, temperaturas de entrada e escoamento paralelo
ou cruzado.
Nas análises das trocas de calor para diferentes temperaturas de entrada, ficou claro que este
fator influencia na troca de calor, uma vez que o ∆Tlm está diretamente ligado com a troca total
de calor.
Já nas análises para diferentes fluxos, esta análise mostrou que a variação dos fluxos foi
o fator que mais influenciou nos resultados, já que a vazão está diretamente ligadas com os
coeficientes de convecção e com a capacidade térmica do escoamento.
Considerando os testes comparativos entre os escoamentos cruzado e paralelo, por mais que
os resultados não foram como o esperado e as diferenças foram pequenas, foi possível perceber
sim que existe uma influência desta configuração na troca total de calor, uma vez que aumenta
o ∆Tlm .
Sendo assim, por meio deste experimento, foi possível trabalhar diversos conhecimentos da
área de Transferência de Calor em trocadores de calor. Diante disso, é possível destacar que foi
possível relembrar e fixar ainda melhor os conhecimentos sobre troca de calor em escoamento
interno, externo e também sobre a troca global de calor em um sistema.
Além disso, por meio da análise das trocas de calor dos sistemas funcionando em diferentes
configurações, foi possível entender a influencia de cada fator na resposta final dos trocadores,
como vazão, escoamentos turbulentos e laminares, temperaturas de entrada, propriedades dife-
rentes da água dependendo da temperatura e também a diferença entre escoamentos paralelos e
contra correntes.
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7 Incertezas

• Como mencionado no pré-relatório, há incerteza associada à leitura, pois a leitura de


temperaturas dos tanques (TH1, TH2, TC1 e TC2) foi feita em painel digital que possui
uma incerteza de ±0, 1◦ C.

• Já a vazão, também lida em painel digital, mostra uma incerteza de ±0, 01L/min =
±1, 67 × 10−7 m3 /s

• Além disso, há cálculo da incerteza associada ao Tlm , propagando as incertezas discutidas


anteriormente:
s 2  2 √    
δTlm δTlm 0, 1 2 ∆T1 ∆T1 − ∆T2
µTlm = µ∆T1 + µ∆T2 = h  i2 ln −
δ∆T1 δ∆T2 ∆T1 ∆T2 ∆T1
ln ∆T2
(7.1)

• Por final, tem incerteza associada ao cálculo de Qmed . O cálculo dessa incerteza é feito
por: s 2  2
δQm δQm
µQm = µV + µ∆T ≈ 0, 1 V ρ cp (7.2)
δV δT

• Vale ressaltar os dados apresentam variações e pontos atípicos relacionados principal-


mente às incertezas associadas ao tempo necessário para que o equipamento se estabilize
em diferentes taxas de fluxo e temperaturas. Ademais, é possível perceber que as incer-
tezas associadas à medição nos equipamentos tiveram baixa influência no resultado final,
pois a da vazão se encontra na ordem de 10−7 m3 /s e a da temperatura 0, 1◦ C.
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Referências

ÇENGEL, Y. A.; GHAJAR, A. J.; KANOGLU, M. Heat and mass transfer: fundamentals and
applications. 2011.

INCROPERA, F. P.; DEWITT, D. P.; BERGMAN, T. L. Fundamentos de Transferência de


Calor E de Massa . [S.l.]: Grupo Gen-LTC, 2000.

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