Apostila Auxiliar de Saúde Bucal - Módulo Ii

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1

SUMÁRIO
COMO CUIDAR DOS DENTES DE UM BEBE? .................................................................................3
O que são Cáries de mamadeira e como evitá-las? ..................................................................................3
O que é o flúor? Como saber se o bebê está recebendo a quantidade certa de flúor? . ...........................3
SAÚDE BUCAL DAS CRIANÇAS .......................................................................................................4
Técnicas de Escovação ............................................................................................................................4
Quando a criança deve começar a usar o fio dental .................................................................................4
O que é Selante dental e como saber se a criança precisa usá-lo............................................................. 4
Quantidade de flúor/Alimentação/O que fazer se a criança quebrar um dente ........................................5
ERUPÇÃO DE DENTES DECÍDUOS E PERMANENTES .................................................................6
QUAIS SÃO OS SINTOMAS LIGADOS AO NASCIMENTO DOS PRIMEIROS DENTES ............7
O que fazer para amenizar o desconforto dos dentes ...............................................................................8
Chupetas e sucção do dedo ......................................................................................................................9
RESPIRAÇÃO BUCAL ........................................................................................................................10
Deglutição atípica ..................................................................................................................................15
Posturas incorretas .................................................................................................................................17
TRAUMA DENTÁRIO .........................................................................................................................18
COMO OS ADOLESCENTES PODEM MANTER DENTES SAUDÁVEIS E BRILHANTES?..... 22
HALITOSE ............................................................................................................................................24
TRATAMENTO DA HALITOSE.........................................................................................................26
DENTES DO SISO................................................................................................................................ 29
COMO UM ADULTO DEVE CUIDAR DOS DENTES .....................................................................36
A SAÚDE GERAL E BUCAL DA MULHER......................................................................................38
GRAVIDEZ, CUIDADO PRÉ NATAL E SAÚDE BUCAL ...............................................................39
SAÚDE BUCAL DOS IDOSOS ...........................................................................................................41
SAÚDE BUCAL PARA EXCEPCIONAIS ..........................................................................................43
SAÚDE BUCAL DOS HIPERTENSOS ...............................................................................................46
SAÚDE BUCAL DE PORTADORES DE HANSENÍASE ..................................................................48
SAÚDE BUCAL DE PORTADOR DE HIV .......................................................................................49
FATORES DE RISCO NA PRÁTICA ODONTOLÓGICA .................................................................51
AS DOENÇAS DO TRABALHO NO MEIO ODONTOLÓGICO ......................................................52
PONTAS DE ALTA E BAIXA ROTAÇÃO E PONTAS DE PERIFÉRICOS ....................................58
MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE DE MICRO-ORGANISMOS ...............................................62
ANAMNESE EXAME CLÍNICO ODONTOLÓGICO ........................................................................65
ESCOVAÇÃO CORRETA ...................................................................................................................68
UTILIZANDO O FIO DENTAL ...........................................................................................................69
PROJETO BRASIL SORRIDENTE .....................................................................................................70
PRIMEIROS SOCORROS EM ODONTOLOGIA ...............................................................................71
A IMPORTÂNCIA DA RADIOLOGIA NA ORTODONTIA .............................................................72
RADIOGRAFIA PANORÂMICA ........................................................................................................73
RADIOGRAFIA PERIAPICAL ............................................................................................................74
ESPECIALIDADES ..............................................................................................................................75
PROCEDIMENTO DO TRATAMENTO DE CANAL ........................................................................77
Periodontia .............................................................................................................................................78
PRÓTESES DENTÁRIAS REMOVÍVEIS ...........................................................................................81
IMPLANTODONTIA ...........................................................................................................................84
CASOS CLÍNICOS DOS TIPOS DE IMPLANTODONTIA ...............................................................85
ESTOMATOLOGIA (DIAGNÓSTICO DAS DOENÇAS BUCAIS) ..................................................96
ALGUNS EXEMPLOS DE DOENÇAS DA BOCA ............................................................................97

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COMO CUIDAR DOS DENTES DE UM BEBÊ?

Os bons cuidados bucais começam cedo na vida. Mesmo


antes dos dentes do bebê nascerem, existem alguns
fatores que podem afetar sua futura aparência e saúde.
Por exemplo, a tetraciclina, um antibiótico comum, pode
causar a descoloração ou manchas nos dentes. Por esta
razão, não deve ser usada por mães que estão
amamentando ou mulheres na segunda metade da
gravidez.

Como os dentes do bebê geralmente nascem por volta


dos seis meses de idade, não há razão para usar os
procedimentos padrão da higiene bucal, ou seja, a escovação e o uso do fio dental. Mas, os
bebês têm necessidade de cuidados bucais especiais que todos os pais devem conhecer. Entre
esses cuidados estão à prevenção das cáries causadas pelo uso da mamadeira e a certeza de
que seu filho está recebendo uma quantidade adequada de flúor.

O que são as cáries de mamadeira e como evitá-las?

São cáries causadas pela exposição freqüente a líquidos que contém açúcar, como o leite, as
fórmulas comerciais preparadas para bebês e os sucos de fruta. Os líquidos que contém açúcar
se acumulam ao redor dos dentes por longos períodos de tempo, enquanto seu bebê está
dormindo, provocando as cáries, que primeiro se desenvolvem nos dentes anteriores, tanto da
arcada inferior quanto da superior. Por esta razão, nunca deixe sua criança adormecer com a
mamadeira de leite ou suco na boca. Ao invés disso, na hora de dormir, dê a ele uma
mamadeira com água ou uma chupeta que tenha sido recomendada pelo seu dentista. Ao
amamentar, não deixe o bebê se alimentar continuamente. E após cada mamada, limpe os
dentes e as gengivas do seu bebê com um pano ou uma gaze umedecida.

O que é o flúor? Como saber se o bebê está recebendo a quantidade certa de flúor?

O flúor faz bem mesmo antes de os dentes do seu filho começar a aparecer. Ele fortalece o
esmalte dos dentes enquanto estes estão se formando. Muitas empresas de distribuição de
água adicionam a quantidade de flúor adequada ao desenvolvimento dos dentes. Para saber se
a água que você recebe em casa contém flúor e qual a quantidade de flúor que é colocada
nela, ligue para a empresa de distribuição de água no seu município. Se a água que você
recebe não tem flúor (ou não contém a quantidade adequada), fale com seu pediatra ou
dentista sobre as gotas de flúor que podem ser administradas ao seu bebê diariamente. Se você
usa água engarrafada para beber e para cozinhar, avise seu dentista ou médico. É possível que
eles receitem suplementos de flúor para seu bebê.

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SAÚDE BUCAL DAS CRIANÇAS

Dentes de Leite:

Escovar pelo menos três vezes ao dia com um


creme dental que contém flúor para remover a
placa bacteriana (aquela película pegajosa que se
forma sobre os dentes e que é a principal causa
das cáries).
Usar fio dental diariamente para remover a placa
que se aloja entre os dentes e abaixo da gengiva,
evitando que ela endureça e se transforme em cálculo dental. Depois que o cálculo se
forma só o dentista pode removê-lo.
Adotar uma alimentação equilibrada, com pouco açúcar e amido. Estes alimentos
produzem os ácidos da placa que causam cáries.
Usar produtos que contêm flúor (inclusive o creme dental). Certifique-se de que a
água que suas crianças bebem contém flúor. Se a água não contiver flúor, seu dentista
ou pediatra poderá prescrever suplementos diários de flúor.
Ir ao dentista para exames regulares.

Técnicas de Escovação

Use uma pequena quantidade de creme dental com


flúor. Não deixe a criança engolir o creme dental.
Use uma escova de cerdas macias e escove primeiro a
superfície interna de cada dente, onde o acúmulo de
placa é geralmente maior. Escove suavemente.
Escove a superfície externa de cada dente. Posicione a escova em um ângulo de 45
graus ao longo da gengiva.
Escove com movimentos para frente e para trás.
Escove a superfície de cada dente usada para mastigar. Escove suavemente.
Use a ponta da escova para limpar atrás de cada dente frontal, na arcada superior e
inferior.

Quando a criança deve começar a usar o fio dental?

O fio dental remove as partículas de alimentos e placa bacteriana que se instala entre os
dentes e que a escova sozinha não consegue retirar. Por isso, comece a usá-lo quando a
criança tiver quatro anos. Ao completar oito anos, as crianças já podem usar o fio dental sem
auxílio dos pais.

O que é selantes dental e como saber se a criança precisa usá-lo?

O selantes dental cria uma barreira altamente eficaz contra as cáries. O selantes é uma
película fina de plástico (resina) aplicada à superfície dos dentes permanentes posteriores,
onde a maioria das cáries se forma. A aplicação do selantes não dói e pode ser feita durante
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uma consulta ao dentista. O dentista poderá informar se é recomendável fazer esta aplicação
nos dentes de seu filho.

Quantidade de Flúor

O flúor é uma das melhores maneiras de evitar as cáries. Trata-se de um mineral natural que
se combina com o esmalte dos dentes, fortalecendo-os. Muitas empresas de distribuição de
água adicionam a quantia de flúor adequada ao desenvolvimento dos dentes. Para saber se a
água que você tem em casa contém flúor e qual a quantidade de flúor que apresenta, ligue
para a empresa de distribuição de água no seu município. Se a água que você recebe não tem
flúor (ou não contém a quantidade adequada), seu pediatra ou dentista poderá recomendar
gotas de flúor ou um enxagüantes bucal, além de um creme dental com flúor.

Alimentação

Sua alimentação deve conter uma ampla variedade de vitaminas e sais minerais, cálcio,
fósforo e níveis adequados de flúor.

Assim como o flúor é o maior protetor dos dentes das crianças, as guloseimas são sua maior
inimigo. Os açúcares e amidos que fazem parte de vários tipos de alimentos e de bolachas,
biscoitos, doces, frutas secas, refrigerantes e batata frita combinam-se com a placa bacteriana
produzindo substâncias ácidas. Estas substâncias atacam o esmalte e podem formar cáries.

Cada "ataque" pode durar até 20 minutos, após o término da ingestão do alimento. Até as
"beliscadas" podem criar ataques ácidos da placa. Portanto, é recomendável não comer entre
as refeições.

O que fazer se a criança quebrar um dente?

Em qualquer caso de ferimento na boca, você deve comunicar-se


imediatamente com o dentista. Ele fará um exame na área afetada e
determinará o tratamento adequado. Você pode dar um analgésico
para evitar que a criança sofra até chegar ao consultório.

Se possível, guarde a parte quebrada do dente e mostre-a ao dentista. No caso de cair o dente
em razão de um acidente, leve-o ao dentista o mais rápido possível. Evite tocar muito no
dente e procure não limpá-lo. Coloque-o em água ou leite até chegar ao consultório do
dentista*. Em alguns casos é possível reimplantá-lo.

* Pode ser que seja possível recolocá-lo na boca de seu filho através do procedimento de
reimplante.

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ERUPÇÃO DE DENTES DECÍDUOS E PERMANENTES

O ser humano possui duas dentições: a primeira e a segunda.

A primeira também é conhecida por dentição de leite. Os dentes de


leite começam a aparecer por volta dos 6 meses de idade e
completam-se aos 2 anos. É composta por 20 dentes: 10 na maxila e
10 na mandíbula. A primeira dentição não possui pré-molares nem
terceiros molares. Observe a tabela abaixo:

Erupção

Dentes Superiores Dentes Inferiores


Incisivo Central 8 meses 6 meses
Incisivo Lateral 10 meses 9 meses
Canino 20 meses 18 meses
Primeiro Molar 16 meses 16 meses
Segundo Molar 24 meses 22 meses

Queda

Dentes Superiores Dentes Inferiores


Incisivo Central 7 - 8 anos 6 - 7 anos
Incisivo Lateral 8 - 9 anos 7 - 8 anos
Canino 11 anos 10 anos
Primeiro Molar 10 anos 11 anos
Segundo Molar 12 anos 12 anos

Os dentes permanentes começam a aparecer por volta dos 6 anos de


idade com a chegada dos primeiros molares. Esses dentes
erupcionam atrás do último dente decíduo, portanto não ―cai‖
nenhum para que ele erupcione. Por isso muitas vezes é confundido
com dente de leite pela mãe. A segunda
dentição é composta por 32 dentes sendo
16 na mandíbula e 16 na maxila. Por volta
dos 13 - 14 anos a dentição permanente
está quase completa, faltando somente os
terceiros molares, também conhecidos
como dentes do siso ou do juízo, os quais
erupcionam por volta dos 18 anos.

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Nascimento dos Permanentes

Dentes Superiores Dentes Inferiores


Incisivo Central 8 anos 7 anos
Incisivo Lateral 8 - 9 anos 7 - 8 anos
Canino 11 anos 9 - 11 anos
Primeiro Pré-Molar 11 anos 10 anos
Segundo Pré-Molar 11 anos 11 anos
Primeiro Molar 6 anos 6 anos
Segundo Molar 12 anos 12 anos
Terceiro Molar 17 - 20 anos 17 - 20 anos

QUAIS SÃO OS SINTOMAS LIGADOS AO NASCIMENTO DOS PRIMEIROS


DENTES?
Na realidade, os especialistas não chegaram a uma conclusão sobre se o nascimento dos
dentes por si só provoque sintomas, como diarreia, febre ou mau
humor. Muitos profissionais acreditam que essas manifestações
não tenham relação com a dentição e que simplesmente
coincidam com ela.

Ainda assim, muitos pais contam que seus bebês ficam muito
irritados e até doentes quando os dentinhos estão despontando. Nem todas as crianças, no
entanto, sofrem da mesma forma nesta fase.

Os sintomas mais comuns relacionados à erupção dos dentes são:

Baba (que pode depois provocar uma irritação na pele ao redor da boca)
Inchaço e sensibilidade na gengiva
Irritabilidade e mau humor
Tentativa de morder tudo o que está pela frente
Falta de apetite
Problemas para dormir

Apesar de alterações no cocô, nariz escorrendo e febre serem também sintomas apontados por
diversas famílias quando um novo dente está surgindo, a maioria dos especialistas não acha
que a dentição é a culpada por eles e que outros sinais de alguma doença é que devem ser
procurados.

O pediatra T.Berry Brazelton diz, no entanto, que o estresse associado à erupção dos dentes
pode baixar a imunidade e deixar os bebês mais vulneráveis a infecções.

Na dúvida, se você achar que seu filho não está bem, tire a temperatura dele para verificar se
está com febre e procure o médico para examiná-lo. Muitas vezes, infecções de ouvido podem
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incomodar demais uma criança sem os pais perceberem de onde vem o problema. É preciso
tomar cuidado para não atribuir um mal-estar ao nascimento dos dentes e deixar de tratar uma
infecção que precise de outras medidas.

Existem ainda situações raras em que os dentes apresentam dificuldade de romper, causando
grande inchaço e vermelhidão na gengiva. Com aparência de "bolas vermelhas", os chamados
cistos de erupção provocam desconforto para a criança, como irritabilidade, dor na gengiva e
relutância para se alimentar.

O que fazer para amenizar o desconforto dos dentes?


Um mordedor daqueles que podem ser armazenados por alguns minutos na geladeira
geralmente alivia o incômodo na gengiva. Se o bebê já estiver se alimentando com comidas
normais, alimentos mais frios como um purê de maçã, um pudim de leite ou um iogurte de
frutas podem ajudar também.

Um método simples que não envolve alimentos é


passar um dedo bem limpinho pela gengiva inchada
do seu filho. Faça uma massagem firme até ouvir um
barulhinho da fricção, que será, além de tudo, uma
ótima distração. O alívio é temporário, mas o bebê
ficará agradecido e, acima de tudo, confortado pelo seu toque.

Se nada disso ajudar, alguns médicos costumam receitar analgésicos à base de paracetamol.
Mas consulte sempre o seu pediatra antes de dar qualquer medicação ao bebê, porque a
prescrição depende do peso e da idade do seu filho.

Nunca dê nenhum remédio com aspirina na fórmula, já que seu uso está associado a uma
doença que pode ser fatal, a Síndrome de Reye, além de poder desencadear processos
alérgicos e hemorrágicos.

Posso passar aquelas pomadas para aliviar a dor?


Pomadas tópicas para as gengivas devem ser receitadas pelo médico, porque elas podem
causar reações alérgicas. Produtos que contêm benzocaína requerem ainda mais cuidado. É
raro, mas podem provocar uma grave condição em que a quantidade de oxigênio no sangue
cai para níveis perigosamente baixos. Nos Estados Unidos, por exemplo, é proibido vender
produtos à base de benzocaína sem receita médica para crianças de menos de 2 anos.

Outra complicação das pomadas é que não ficam exatamente no lugar em que são aplicadas.
Mesmo se espalhadas diretamente na gengiva do bebê, ele pode acabar engolindo parte do
creme ou gel junto da saliva, provocando um amortecimento na garganta, que pode causar
sensação ruim, engasgo, dificuldade de engolir, aspiração de alimentos para as vias
respiratórias e até problemas para respirar.

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Chupetas e sucção do dedo

É preferível a chupeta ou a sucção de dedo? Chupeta arredondada ou ―ortodôntica‖? Tanto a


sucção de dedo quanto a chupeta (inclusive a chamada
―chupeta ortodôntica‖) estão associadas com alterações na
arcada como mordida aberta e mordida cruzada, alterações na
posição da língua e lábios, deglutição e respiração. A
deformidade será maior ou menor dependendo da freqüência
(quantas vezes e quanto tempo a criança suga por dia), intensidade (força usada para sugar) e
duração do hábito (quantos meses ou anos de sucção). Comparando com a chupeta
convencional, a chupeta anatômica (ou ―ortodôntica‖) apresenta a vantagem de manter os
lábios em melhor posição e interferir menos na alteração do palato. A interrupção do hábito
de sucção ocorre em idade mais precoce para a chupeta do que
para a sucção de dedo, sendo este último um hábito com maior
dificuldade para ser regulado pelos pais. Até que idade a chupeta
deve ser removida? Até 2 anos de idade existe maior chance de
ocorrer a correção espontânea da mordida aberta após retirada da
chupeta ou sucção de dedo. Após 3 anos, as alterações geradas
pelo hábito na posição de lábios e língua podem manter ou agravar
as deformidades da arcada. Entretanto, bebês e crianças podem apresentar necessidades de
sucção variadas e cada caso deve ser analisado no contexto do seu desenvolvimento global.
Os pais devem impor disciplina e limite, desviando a atenção nos momentos em que a chupeta
está na boca sem os movimentos de sugar, até que a criança esteja preparada para a retirada
total. O uso de chupeta é mais freqüente em bebês alimentados com mamadeira? O
aleitamento com mamadeira é mais rápido do que a amamentação no peito e o bebê pode não
satisfazer de forma plena a necessidade de sucção, recorrendo ao dedo ou chupeta. A alta
freqüência destes hábitos pode ser conseqüência do curto período de amamentação no peito.
O uso da chupeta poderia ser a causa do desmame do peito? Alguns estudos científicos
demonstraram que a chupeta seria determinante como a causa do bebê ter interrompido a
amamentação no peito, o que gerou a proibição do uso de chupeta em algumas maternidades.
Pesquisas posteriores demonstraram que a chupeta interferiu na amamentação quando a mãe
apresentava dificuldades para amamentar, desconforto e pouca motivação, não afetando a
duração da amamentação entre mães autoconfiantes. A introdução precoce da chupeta (até 5
dias de vida) comparada com o uso tardio (mais de 4 semanas) reduziu a duração do
aleitamento materno. A recomendação de bom-senso é evitar o uso da chupeta nos primeiros
dias de vida, contrapondo a cultura popular de levar a chupeta para a maternidade, para que a
amamentação no peito possa ser bem estabelecida. A chupeta é um mal necessário? Acalma o
bebê? As pesquisas têm demonstrado grande aumento na porcentagem de crianças com
hábitos de sucção em países industrializados a partir de 1970, indicando que existe oferta
excessiva de chupetas até mesmo para bebês que não iriam recorrer à sucção adicional de
dedo. Isto leva à reflexão sobre o uso de chupeta como agente mascarador de outras
necessidades dos bebês como desconforto, susto, fome, cansaço, insegurança ou desejo de
afeto, que também se expressam por meio do choro. Existe algum benefício com o uso da
chupeta? Quando ela pode ser útil? Em mães com boa saúde e nutrição, é mais fácil para o
bebê obter o leite suficiente para satisfazer a fome; se ele continuar mamando para suprir a
necessidade de sucção poderá ocorrer a regurgitação do excesso de leite. Nestes casos, a
chupeta pode atuar como complemento de sucção, por alguns minutos, para trabalhar os
músculos faciais, e deve ser retirada assim que terminar os movimentos ou quando o bebê
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dormir. A intenção não é criar o hábito pela insistência em fazer a criança ―pegar‖ a chupeta,
mas satisfazer a sucção que faltava. Desta forma, a chupeta se torna útil também para prevenir
a instalação do hábito de sucção de dedo. Existe alternativa para o uso da chupeta? Nas
primeiras semanas, o aleitamento em demanda livre, um ambiente calmo e relaxante e os
cuidados maternos podem ser suficientes para evitar a necessidade por sucção extra. A partir
de 2 a 3 meses, mordedores planos e brinquedos variados, limpos e seguros, que possam ser
levados à boca, ajudam a distrair o bebê para evitar a procura pela sucção de dedo ou chupeta.

RESPIRAÇÃO BUCAL

O homem foi programado para ter a respiração nasal. Quando isso não ocorre, substitui o
padrão correto de respiração por um padrão de suplência bucal ou misto. A respiração bucal é
muito rara; o comum é o paciente não conseguir respirar livremente
pelo nariz.

O nariz é uma estrutura complexa e com várias funções.


Aprendemos desde cedo as funções de olfação filtração e
condicionamento do ar, seja aquecendo e umedecendo ou mantendo
interelação com outras estruturas, tais como seios para-nasais, canal lacrimal, ouvido médio e
amígdalas faríngeas.

Caso o obstáculo à respiração seja temporário, a criança poderá recuperar-se sem que
alterações se efetivem. Caso a alteração se prolongue, alterações
osteomusculares podem desenvolver-se.

Nos casos de rinite alérgica, há o edema da mucosa dos cornetos nasais, que
provoca vedamento nos orifícios dos seios da face, interferindo na aeração e
permitindo deformidades na face.

Com a permanência da alteração respiratória, agrave-se toda a mecânica da respiração,


chegando à alterações do equilíbrio das forças musculares torácicas e posturais. Como os
ombros comprimem o tórax, dificultam o processo respiratório, levando a afundamentos que
diminuem o espaço interno da caixa torácica.

Dessa forma, temos algumas características do respirador bucal: assimetria torácica;


depressão submamária; ombros antero-pulsionados; escapulas salientes; hipersifose;
hiperlordose; escoliose e rotação do tronco.

Toda má formação óssea maxilar ou manipular leva a problemas respiratórios, que, por sua
vez, sendo uma alteração estrutural, causarão uma alteração funcional.

A disfunção muscular tem sido responsabilizada pelas alterações morfofuncionais que se


apresentam em decorrência da adaptabilidade entre forma e função.

A postura labial é definida por um padrão de hipofuncionalidade tanto no lábio superior


quanto no inferior, sendo que o lábio superior apresenta-se encurtado e o inferior invertido.

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São compostos de tecidos moles e estão envolvidos no fechamento, arredondamento, protusao
e compressão, entre outros. São as mudanças de posição feitas pelos lábios que determinam a
produção dos movimentos articulatórios, por isso, indispensáveis a fala. Portanto, uma criança
respiradora bucal pode apresentar alteração de fala, em decorrência de sua hipotonia de lábios
e língua. Em função das reduzidas proporções das aberturas nasais e de obstruções das vias
aéreas superiores, pela presença de adenóides hipertróficas, rinites, hipertrofia de cornetos,
desvio de septo, pólipos, o organismo desencadeará um padrão de respiração bucal.

Também pode haver processos alérgicos, que estão muitas vezes associados à hipertrofia de
amígdalas e das mucosas nasais, gerando uma alteração na deglutição e na postura de língua,
em repouso ou em ação.

O respirador bucal pode apresentar as seguintes características:

- Alteração dos órgãos fonoarticulatorios (hipotrofia, hipotonia e hipofunção dos músculos


elevadores da mandíbula, alteração de tônus com hipofunção dos lábios e bochechas, lábio
superior retraído ou curto, e inferior evertido ou interposto entre os dentes, lábios secos e
rachados com alteração de cor, gengivas hipertrofiadas com alteração de cor e freqüentes
sangramentos);

- Língua com postura anormal posicionada na arcada inferior ou entre os dentes, deixando de
exercer sua função modeladora do palato e também com tonicidade prejudicada;

- Alterações corporais (deformidades toráxicas, musculatura abdominal, olheiras com


assimetria de posicionamento dos olhos, olhar cansado, cabeça mal posicionada em relação ao
pescoço, trazendo alterações para a coluna no intuito de compensar o mau posicionamento,
ombros caídos para frente comprimindo o tórax, assimetria facial, indivíduo muito magro e às
vezes obeso, e sem cor);

- Alterações das funções orais ( mastigação ineficiente levando a problemas digestivos e


engasgos pela incoordenação da respiração com a mastigação, deglutição atípica com ruído,
projeção anterior de língua, contração exagerada de orbicular, movimentos compensatórios de
cabeça, fala imprecisa, trancada, com excesso de saliva, sem sonorização pelas otites
freqüentes, com alto índice de ceceio anterior ou lateral e voz rouca ou anasalada);

- Hipertrofias de adenóides (tem seu desenvolvimento desde o período intra uterino);

Linder – Aronson (1961), percebeu que as crianças com adenóides desenvolvidas


costumavam manter a língua em posição inferior na boca. Encontrou a relação entre
adenóides hipertrofiadas e arco dental superior estreito, mordida cruzada e tendência a essa
forma de mordida, e retro – inclinação dos incisivos superiores e inferiores. Linder – Aronson
atribuiu a retro – inclinação dos incisivos superiores, à influência dos músculos do lábio
superior quando a boca estava aberta.

- Estrutura facial alterada. (Dolicofacial ou dolicocefálico ou face longa e estreita: flacidez de


toda a musculatura da face);

- Estreitamento da arcada superior gerando uma má oclusão dentária e espaço insuficiente


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para a língua (sendo a alteração mais comum em relação a dentição a classe II, divisão I e II
de Angle, "over jet", mordida cruzada ou aberta e classe III), e alterações do palato e da
narina, desvio de septo.

Um outro estudo realizado por Nanda e seus colegas (1972) investigou um grupo de 2.500
crianças de dois a seis anos de idade na cidade de Lucknow, na Índia. Foi encontrada
respiração bucal em 27,3 % dessas crianças. Não foi relatada nenhuma associação entre a
presença de deglutição atípica e a respiração bucal, embora as crianças que apresentaram
ambos os hábitos demostrassem problemas de má oclusão de Classe I em menor número e
maior incidência da Classe III.

- Olfato prejudicado, também acompanhado pela diminuição gustativa, halitose e redução do


apetite;

- Mau funcionamento da tuba auditiva (caracteriza-se por apresentar a membrana timpanica


opacificada e retraída, em conseqüência da ventilação nasal deficiente);

- Diminuição da acuidade auditiva, repetitivas otites médias serosas, membrana timpânica


alterada, surdez;

- Coração super excitado, batimentos arrítimicos, cardiopatias várias (principalmente em


crianças com excesso de peso, pois não tem ânimo ou resistência para fazer esportes, a não ser
natação, quando reforça seu padrão respiratório), lentidão do aparelho digestivo, desordens
intestinais, tosse amigdalite repetitiva, anemia, rinofaringites crônicas, cefaléias, problemas
pulmonares, traquio-bronquites, bronquiectasias, crises asmatiformes, sinusite;

- Má oxigenação cerebral ocasionando dificuldade de atenção e concentração e com isso


problemas de aprendizagem.

Com relação ao tipo facial do respirador bucal, podemos citar algumas características: altura
facial aumentada com provável mordida aberta esquelética, nariz verticalmente mais longo e
com maior protusao, ponte nasal e raiz do nariz com tendência a ser muito mais altos, arco
maxilar e palato duro mais longos, estreitos e profundos, ângulo mandibular (goníaco) aberto,
base posterior do crânio mais curta e arco dentário longo e estreito, musculatura em geral
estriada e hipotônica, lábio superior em hipofuncao e com hipertonia do mesmo, hipertonia de
mentalis, língua mais anteriorizada, mastigação ineficiente, deglutição com interposição de
língua e participação ativa da musculatura perioral, enfraquecimento dos fonemas plosivos e
de /k/ e /g/ pela distância entre o dorso da língua e o palato.

Ao nível de crescimento horizontal, citaremos a classe II (divisai I e II de Angle) e classe III.

Na classe II, os primeiros molares inferiores estão distalizados em relação aos primeiros
molares superiores. Em geral, o arco mandibular é menor em relação ao maxilar. Pode haver
mandíbula diminuída ou maxila aumentada, ou ambos com alteração de tamanho e
discrepância entre eles. A maxila, em geral, é longa e estreita.

Na classe II - divisão I, encontramos o lábio superior hipofuncionante e às vezes hipotônico,


lábio inferior retrovertido, mentalis hipertônico, deglutição com interposição do lábio inferior
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atrás dos dentes superiores, tendência a anteriorizacao de mandíbula para aumentar o espaço
intra - oral nas funções de fala e deglutição, e se houver sucção do lábio inferior, esse pode
ficar hipertônico.

Em relação à classe II - divisão II, encontramos uma musculatura labial normal ou


hipertonicidade de lábio superior, posicionamento inadequado em fonemas bilabiais, onde a
oclusão labial é substituída pela oclusão de lábio inferior com incisivos superiores, sibilantes
com deslize mandibular anterior ou lateral e projeção da língua sobre os rebordos da arcada.

Na classe III os primeiros molares inferiores relacionam-se mesialmente em relação aos


superiores, o arco mandibular maior em relação ao maxilar, pois a mandíbula cresceu muito
ou a maxila cresceu pouco ou ambos, língua hipotônica, larga e no assoalho da boca.

Na mastigação, utiliza o dorso da língua esmagando o alimento contra o palato, realizando-se


mais verticalmente e sem lateralização de mandíbula, a deglutição realiza-se com pressão
atípica do dorso da língua e com participação da musculatura perioral, há anteriorização de
língua, e movimentos associados de cabeça.

Holik (1958) constatou que 85% de um grupo de crianças que respiravam pela boca
apresentavam subdesenvolvimento da musculatura oral. Wotson e associados (1968)
divulgaram uma pesquisa segundo a qual as crianças com face longa e estreita, ou com palato
ogival tinham uma resistência maior à respiração nasal do que aquelas de face curta e larga,
ou palato largo e baixo. Hanson e Cohen (1973) identificaram uma relação entre a presença de
respiração bucal e a permanência ou desenvolvimento de deglutição atípica no grupo por eles
pesquisado.

Temos como classificação dos respiradores bucais:

Respirador bucal orgânico: apresenta obstáculos mecânicos que podem ser nasais, retronasais
e bucais. São diagnosticados através da clínica e de radiografia. Temos como exemplos:
estenose nasal a atresia maxilar, retrognatismo, alteração de tônus, postura e tamanho de
língua, entre outros.

Respirador bucal funcional: esse tipo de respirador bucal geralmente já foi submetido à
tonsilectomia e também amigdalectomia, mas permanecem respirando pela boca, mesmo
tendo o trato respiratório superior permeável.

Apresentam quadros de catarros repetitivos,


características das rinites alérgicas.

Respirador bucal impotente funcional: respiradores


bucais que desencadeiam quadro alterado de respiração
por disfunção neurológica. Muitos desses quadros estão
acompanhados de alterações psiquiátricas.

Citaremos abaixo as conseqüências da respiração bucal:

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- Rendimento físico e escolar diminuídos por dormirem mal; incoordenação global;

- Impaciência, irritabilidade, inquietude, ansiedade, medo;

- Relacionamento social, familiar e afetivo reduzidos;

- Cansaço, depressão, impulsividade, desânimo;

- Crescimento físico diminuído decorrente da má alimentação;

- Alteração da fala, provenientes das deformidades dos dentes e da face;

- Otites acompanhada de um quadro de hipertrofia das adenóides, podendo levar a diminuição


da audição;

- Sono agitado e pesadelos;

- Não dorme na posição que quer, mas sim na que pode (decúbito ventral ou de lado);

- Sono durante o dia;

- Enurese noturna e cai da cama;

- Suga o polegar, chupetas ou rói unha;

- Ronco noturno e excesso de baba no travesseiro;

- Expressão facial vaga;

- Redução do apetite, alterações gástricas, sede constante, engasgos, palidez;

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Deglutição atípica:

A Deglutição atípica ocorre devido a desequilíbrio entre a língua, lábio e músculos da


bochecha, caracterizando-se por uma participação ativa da musculatura perioral.

Causas da Deglutição Atípica:

- Desequilíbrio do controle nervoso - problema neurológico.


- Respirador bucal.
- Pode ser adquirido em conseqüência de problemas crônicos
como amigdalite ou faringite, que forçam o posicionamento da
língua para frente, principalmente durante a deglutição para aliviar a dor.
- Macroglossia.
- Anquiloglossia.
- Mordida Aberta Anterior.
- Perdas precoces de dentes decíduos na região anterior.

Características da Deglutição Normal:

1 - Deglutição Infantil Normal:


- observada apenas antes da erupção dos dentes decíduos.
- durante a deglutição, a língua permanece entre os rebordos gengivais. A mandíbula é
estabilizada por fortes contrações dos músculos faciais.
- o músculo bucinador é particularmente potente na deglutição infantil.

2 - Deglutição Madura Normal:


- é caracterizada pela ausência de atividade dos lábios e da bochecha, contração dos músculos
elevadores da mandíbula, que leva à oclusão dos dentes e à acomodação da língua na
cavidade bucal.

Características da Deglutição Atípica:

1 - Com interposição labial:


- lábios entreabertos quando em repouso.
- musculatura labial inferior hipertônica, interpondo-se entre os incisivos superiores e
inferiores.
- musculatura labial superior hipotônica.
- incisivos inferiores com inclinação lingual e os superiores vestibularizados.
- sobressaliência e sobremordida acentuada.
- Maloclusão Classe II.

2 - Com interposição lingual:


1 - simples:
É caracterizada pela contração dos lábios, músculos mentoniano e elevadores da mandíbula.
Dentes em oclusão enquanto, a língua se protrai para a mordida aberta.
Geralmente, crianças respiradoras nasais com hábitos de sucção de dedos.
15
Apresentam bom ajuste oclusal e boa intercuspidação, mesmo na presença de uma
maloclusão.

2 - complexa:
Contrações dos lábios e dos músculos facial e mentoniano.
Nenhuma contração dos músculos elevadores da mandíbula.
Interposição da língua entre os dentes e deglutição com os dentes separados.
Mordida aberta difusa e difícil definir. Algumas vezes não apresenta mordida aberta.
Instabilidade de intercuspidação.
Geralmente, respiradores bucais e quase sempre com histórico de doença nasorrespiratório
crônico ou alérgico.

3 - Deglutição Infantil Persistente:


Persistência predominante do reflexo de deglutição infantil após a erupção dos dentes
permanentes.
Fortes contrações dos lábios e da musculatura facial.
Interposição da língua entre os dentes, tanto na parte anterior como na lateral.
Musculaturas facial e bucal poderosas, fortes contrações do músculo bucinador.
Os pacientes apresentam sérias dificuldades na mastigação, pois os dentes quase sempre
ocluem apenas sobre um molar de cada quadrante.

Tratamento:
- Para corrigir a deglutição atípica com interposições lingual e labial, é necessário o trabalho
conjunto do otorrino, fono, odontopediatra e do ortodontista.
- Placas reeducadoras e impedidoras - grade lingual - podem auxiliar no tratamento.
- Crianças, com interposição do lábio inferior, em caso de Classe II, devem ser avaliadas pelo
Ortodontista para determinar o momento oportuno do início da correção da maloclusão.

As principais características são:

Labioversão dos incisivos superiores.


Linguoversão dos incisivos inferiores.
Protrusão da maxila.
Retrusão da mandíbula.
Mordida aberta anterior.
Sobremordida.
Hiperatividade da musculatura mentoniana.

Posturas incorretas

O hábito de dormir com a mão, braço ou


almofadas sob o rosto provoca uma compressão
desigual que pode ocasionar um crescimento
assimétrico da face.

A arcada dentária pode desviar-se ou atrofiar-se no lado da pressão exercida, resultando em


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mordidas cruzadas unilaterais ou bilaterais, e afecções da ATM.

O hábito de dormir em decúbito ventral também promove uma compressão do rosto sobre o
travesseiro, provocando um desvio lateral da mandíbula ou linguoversão dos dentes.

O hábito da criança de sustentar a cabeça com o auxílio de uma ou ambas as mãos, com os
cotovelos sobre a mesa ou sobre o sofá para ver televisão, pode provocar alterações de
desenvolvimento da mandíbula e em sua relação com o complexo nasomaxilar.

Onicofagias
Apesar de a onicofagia ser relacionada ao hábito de roer
unha, do ponto de vista ortodôntico deve considerar
também os hábitos de morder lápis ou palitos, pois esses
hábitos todos causam as mesmas anomalias.
A sua etiologia inclui, principalmente, estresse e imitação
de membro da família e, entre as consequências bucais,
pode citar maloclusão e desvio de dentes.

Importante!
Pelo lado emocional relacionado com o estabelecimento de hábitos, sugere-se o uso de
medidas não traumáticas para sua remoção.

É muito importante a abordagem familiar nesses casos, e o entendimento do momento pelo


qual a criança ou a família está passando, para se avaliar a melhor forma de se descontinuar o
hábito.

A abordagem familiar também é importante para serem trabalhados


hábitos que podem ser comuns a vários de seus membros.

Em muitos casos, um trabalho conjunto com um psicólogo pode ser


necessário, para se evitar que a descontinuidade do hábito cause um
problema psicológico.

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- Observar se a criança apresenta protrusão dos dentes incisivos superiores, pois isso à torna
mais vulnerável aos traumas bucais.
- Sempre ter um adulto com as crianças quando estão brincado na piscina, ela é um dos locais
com grande índice de trauma dentário.
- Use escada na entrada e saída das piscinas.
- Os passeios bicicleta devem ser acompanhados sempre pelos adultos.
- Evite situações de risco, como uso de andadores para bebes.
21
- Evite dar golpes na boca e brincadeiras com objetos perigosos.
Pouco se tem feito para promover informação educativa básica à comunidade quanto ao
trauma dentário, causas, conseqüências, medidas básicas de atendimento emergencial e
prevenção. Ao levar o conhecimento à população, ela participara.
Prestando os primeiros socorros, o que limitara o dano na região afetada.
O traumatismo dentário não só compromete a integridade da dentição, como também poderá
afetar a autoestima, a qualidade de vida e, dependendo do caso, acompanhar o individuo pelo
resto da vida. Por isto, é importante conhecer e realizar os primeiros socorros adequados no
momento da emergência.

COMO OS ADOLESCENTES PODEM MANTER DENTES SAUDÁVEIS E


BRILHANTES?

A melhor maneira de se ter dentes saudáveis e um sorriso bonito é continuar com os bons
hábitos de higiene bucal adquiridos na infância. Independentemente do uso de aparelhos
ortodônticos, o importante é:

Escovar os dentes no mínimo três vezes ao


dia usando um creme dental com flúor, para
remover a placa bacteriana, que é a
principal causa da gengivite e das cáries.
Usar fio dental diariamente para remover a
placa bacteriana instalada entre os dentes e
sob a linha da gengiva. Se a placa não for
retirada diariamente, pode endurecer e formar o tártaro, uma substância amarelada e
de aparência desagradável.
Limitar a ingestão de açúcar e alimentos que contém amido, principalmente os
pegajosos (que grudam na superfície dos dentes).
Consultar o dentista periodicamente para um exame profissional detalhado e uma
limpeza ou profilaxia.

Uma boca asseada e bem cuidada não somente prolonga a vida dos dentes como também faz o
indivíduo se sentir bem, com hálito fresco e um sorriso mais bonito.

Sobre que assuntos especiais, relacionados com os dentes, os jovens deveriam estar
informados?
Problemas dentários podem acontecer na adolescência e, infelizmente, eles realmente
acontecem. Com mais informações sobre temas que afetam a saúde bucal, as escolhas se
tornam mais fáceis.

Ortodontia — Muitos adolescentes e pré-adolescentes precisam usar aparelhos para


corrigir os dentes mal posicionados ou muito juntos, e o mau
alinhamento das arcadas. É mais difícil cuidar de dentes que não
se ajustam bem. Esses dentes correm o risco de precisarem ser
extraídos e causam um esforço extra nos músculos da mastigação.
A avaliação de um Ortodontista poderá determinar se você precisa usar aparelho e
22
qual o tratamento correto. O uso de aparelho exige uma escovação ainda mais
rigorosa.
Protetores bucais — Se você pratica esportes, estes protetores são indispensáveis
para proteger seu sorriso. Os protetores bucais geralmente
cobrem os dentes superiores e são feitos para evitar que eles
sejam traumatizados, que os lábios sofram cortes ou que
outros possíveis danos ocorram na sua boca. Se você usar
aparelho ortodôntico ou prótese na arcada inferior, seu
dentista poderá sugerir que você também use um protetor para
os dentes inferiores.
Nutrição — A alimentação tem um papel fundamental na sua saúde bucal. Os
açúcares e amidos em muitos alimentos e bebidas contribuem para a formação da
placa bacteriana, que destrói o esmalte do dente. Reduza a ingestão de lanches e
refrigerantes. Cada vez que você consome alimentos e bebidas que contém açúcar ou
amidos, os ácidos atacam seus dentes durante 20 minutos ou mais. A adoção de uma
dieta equilibrada, baseada nos cinco grupos de alimentos, pode fazer uma grande
diferença para a saúde de sua boca. Como lanche, escolha alimentos nutritivos, como,
por exemplo, queijo, verduras cruas, iogurte natural ou frutas.
Fumo — Se você não fuma ou nem mastiga tabaco, resista e não comece com esses
hábitos. Eles podem manchar seus dentes e gengivas, tornar mais
forte a mancha do tártaro que se acumula nos dentes e produzir mau
hálito, além de outros problemas de saúde. Com o passar do tempo,
o fumo e o hábito de mastigar tabaco aumentam o risco de
gengivite e câncer na boca. Se você faz uso do tabaco, informe seu dentista e seu
médico e avise-o se houver qualquer problema bucal.
"Piercing" na boca — apesar da sua popularidade, este tipo de "piercing" pode
causar complicações tais como infecções, sangramento incontrolável ou danos a um
nervo. Você também corre o risco de engasgar com os pinos e argolas. As jóias de
metal podem danificar seus dentes e sua gengiva. Se estiver pensando em fazer
"piercing" oral, fale com seu dentista. Ele poderá ajudá-lo a fazer uma escolha mais
segura.
Distúrbios alimentares — a bulimia (comer demais e vomitar) e a anorexia (medo
excessivo de ganhar peso que, muitas vezes, resulta em vômitos) são problemas graves
de saúde que afetam diretamente a aparência dos dentes, corroendo o esmalte. O
dentista pode corrigir o esmalte deteriorado, mas não pode tratar o distúrbio alimentar,
que pode levar ate à morte e deve ser tratado com
um psicólogo. Se você tem - ou acha que tem - um
distúrbio deste gênero, fale com seu médico.

O que fazer para deixar meus dentes mais brancos?

Uma boa limpeza ou profilaxia, feita por seu dentista, remove a maior parte das manchas
externas causadas pelos alimentos e pelo tabaco. O uso de um creme dental branqueador
especial também pode ajudar a remover estas manchas até o momento da sua próxima
consulta. Se seus dentes estiverem manchados há muito tempo, é possível que você tenha que
fazer um tratamento profissional para branqueá-los.

As manchas internas podem ser branqueadas ou recobertas (coroa). Todos estes métodos são
23
seguros e trazem bons resultados. Seu dentista poderá recomendar o tratamento apropriado
que depende do estado dos seus dentes e dos resultados desejados.

HALITOSE

Halitose é o termo científico para o mau hálito e é uma palavra originária do latim halitu (ar
expirado) e osi (alteração). É muito importante dizer que o mau hálito é um sintoma e não
uma doença. Ele revela que algo no organismo está em desequilíbrio, que deve ser
identificado e tratado.

A halitose pode isolar o seu portador do convívio social ou então fazer com que ele se retraia.
Quem sofre do problema já procurou especialistas de diversas áreas, nem sempre com um
resultado satisfatório.

Estatísticas realizadas em 1500 pacientes tratados , demonstraram:

65 % dos pacientes já consultaram pelo menos 1 gastroenterologista.


37 % dos pacientes já consultaram pelo menos 1 dentista.
35 % dos pacientes já consultaram pelo menos 1 otorrinolaringologista.
15 % - Outras especialidades consultadas: homeopatas, endocrinologistas, acupunturistas,
ginecologistas e clínicos gerais.
2 % - dos pacientes já consultaram anteriormente outra clínica especializada em tratamento de
halitose.

Estes pacientes, entretanto, vieram até uma clínica com a queixa de acreditarem que
ainda estavam com halitose. Nos próximos parágrafos demonstraremos porque o mau
hálito não é tão simples de ser detectado e tratado por profissionais que não sejam
especializados nessa área, pois seu tratamento envolve, além de conhecimento específico em
halitose, um conhecimento multidisciplinar.

CAUSAS:

Existem mais de 60 causas para a Halitose. Aproximadamente 90% dos casos têm origem
bucal, especialmente as alterações na gengiva e no periodonto e a presença de saburra
lingual, sendo que se for detectado algum problema de ordem médica (ligado ou não ao mau
hálito e suas causas), encaminharemos o Paciente ao especialista correspondente, para
tratamento conjunto.

24
Uma das causas mais comuns, que é uma causa indireta, é a diminuição da produção de
saliva, ocasionada principalmente por remédios que a pessoa possa estar tomando e que
diminuam a salivação como efeito colateral, stress excessivo, certas doenças, etc..

Essa diminuição da quantidade de saliva favorece a formação de uma placa bacteriana


(camada esbranquiçada) na parte posterior da língua, chamada de saburra lingual e no
interior das amígdalas, em forma de uma pequena bolinha amarelada, chamadas cáseos
amigdalianos. Elas são formadas por restos protéicos
alimentares e salivares, células que se descamam da
mucosa bucal e bactérias. Estas bactérias se alimentam
das proteínas presentes nestas células e restos proteicos
e nesse processo ocorre a liberação de enxofre, em
forma de compostos sulfurados voláteis (CSVs), que
são os gases que causam um hálito alterado e
desagradável.

Hoje, através de aparelhos de alta tecnologia, podemos medir a concentração destes


compostos derivados do enxofre presentes na boca.
Através destes aparelhos pode-se avaliar a intensidade do problema, permitindo
também acompanhar a evolução do tratamento, o que é importante para o Paciente, pois ele
poderá ver em números, como está o seu hálito (normal ou alterado).
Aparelho de Diagnostico o Halimeter (foto). Ele é um importante método auxiliar para
confirmar o que foi analisado e diagnosticado em
consulta.

Entretanto, o uso de sofisticados aparelhos não pode


substituir a checagem do hálito pelo olfato humano
(chamado de teste organoléptico).

De acordo com a quinta Conferência Internacional de


Odores da Respiração realizada em 2001 no Japão, o
teste organoléptico é considerado o "padrão ouro"
(gold standard) para testar e aferir a halitose nos
pacientes e nas pesquisas feitas nesta área, ou seja, o
teste organoléptico é considerado o método mais
confiável e seguro para verificar se há alteração no odor do hálito.

Sempre que o profissional tiver dúvidas sobre como está o odor do hálito do Paciente, lançara
mão do teste organoléptico para verificar se há alguma alteração.

É muito importante evidenciar que as patologias das vias aéreas superiores (sinusites,
amigdalites, rinites, adenóides) podem gerar mau hálito principalmente por tornar o Paciente
um respirador bucal, o que irá gerar um ressecamento na mucosa bucal e conseqüentemente
aumentar a descamação de células (pedacinhos microscópicos de pele), o que irá propiciar a

25
formação de saburra lingual e do cáseos amigdalianos.

Os cáseos amigdalianos mencionados acima, pequenas bolinhas mal cheirosas que se formam
no interior das amígdalas, semelhantes a uma bolinha de queijo, são a causa mais comum de
halitose proveniente das vias aéreas superiores. Entretanto, a manifestação da halitose vinda
dos cáseos é através do ar expirado pela boca, pois as amígdalas se localizam na orofaringe,
entre a faringe e a boca.

Existem muitas causas de halitose vindas de dentro do organismo, mas que correspondem a
uma pequena parcela dos casos de halitose.

Um causa comum de halitose vinda de dentro do organismo são os longos intervalos em jejum
que provocam a hipoglicemia (quem já fez regime para emagrecer sabe disso).

É normal ter halitose ao acordar. Isso se dá pelo jejum da noite associado à redução do
fluxo salivar que acontece normalmente durante o sono. Após ingerir o café da manhã e
escovar os dentes, esse hálito alterado deve desaparecer. Se não desaparecer, existe algum
problema que deve ser investigado e tratado.

Bebidas alcoólicas e diversos alimentos (principalmente os com excesso de gordura e proteína


animal, além do alho, cebola, frituras, alimentos que contenham enxofre, etc.) podem causar
uma alteração no aroma bucal, especialmente em pessoas que já tiveram ou têm algum
problema no fígado, pela dificuldade deste em metabolizar certas substâncias presentes nesses
alimentos.

É importante mencionar que o estômago não provoca o mau hálito crônico, podendo
entretanto, provocar uma alteração breve e passageira no odor do hálito. Um exemplo
disso é quando a pessoa é portadora de um refluxo gastro-esofágico ou ainda quando tem
arrotos freqüentes, mas em ambos os casos, o odor característico é ácido ou do odor do
alimento que estiver no estômago, bem diferente do cheiro característico da halitose crônica,
que tem odor de enxofre.

O intestino preso ou a diarréia podem, muito raramente, causar o mau hálito.

Diabetes, disfunção renal grave, carência de vitamina C e outras doenças ou disfunções mais
raras também podem causar alteração no odor bucal, mas a ocorrência destas dooenças ou
disfunções correspondem a uma porcentagem mínima dos casos, se compararmos com os
casos de origem bucal.

TRATAMENTO DA HALITOSE:

Recomendamos a consulta de avaliação apenas para quem tem dúvida sem tem halitose. Se o
Paciente tiver certeza que tem mau hálito, recomendamos que ele marque uma consulta
para fazer a consulta de Avaliação e iniciar o Tratamento no mesmo dia, pois assim os
resultados ocorrerão mais rapidamente, podendo ter ótimos resultados em poucos dias.

Para tratar a halitose é preciso olhar para o Paciente como um todo


pois é comum existirem causas associadas. O aspecto
26
emocional tem muita influência, pois muitas vezes pode causar uma hiposalivação
(diminuição da quantidade de saliva) ou então a hipoglicemia (nível baixo de açúcar no
sangue), ambas com potencial de causar o mau hálito.

Paciente preencherá questionários para avaliar seu nível de stress


e também diversas funções do organismo tais como: função renal,
hepática, digestiva, pulmonar, endocrinológica e avaliação de
quaisquer problemas nas vias aéreas superiores. São feitos
também alguns testes e avaliações como, por exemplo, a
mensuração da concentração dos gases derivados do enxofre produzidos na boca (através do
halímetro), verificação do fluxo salivar (sialometria), da pressão arterial e batimentos
cardíacos, diagnóstico da presença de ronco e apnéia e da xerostomia (sensação de boca
seca) ou hiposalivação (baixa produção de saliva), entre outros.

Além disso, será avaliado criteriosamente os aspectos psicológicos relacionados com o


mau hálito, especialmente as alterações comportamentais decorrentes da halitose (ou
da crença em ter o problema) que o Paciente adquiriu.

A seguir é feito um exame bucal completo. Nesse exame será avaliado as condições dos
dentes, gengiva, periodonto, tecidos moles (lábios, bochechas, etc.), língua, amidalas e como
está a higiene bucal do Paciente.

Com esses dados reunidos chega-se a um diagnóstico da(s) causa(s) do mau hálito, e é
instituído um plano de tratamento.

Através deste, o Paciente saberá de onde vem seu problema, o que terá de ser feito para
resolve-lo,

Os resultados são obtidos em média de 01 semana a 45 dias após o início do tratamento. Se


existir suspeita de dentes e estruturas adjacentes que possam estar causando halitose como por
exemplo, a má adaptação de próteses e restaurações ou problemas periodontais, serão pedidas
radiografias, com custo cobrado a parte, para auxiliar o diagnóstico.

As escovas de dentes, comum e especial, a sessão de profilaxia (limpeza detalhada dos


dentes) bem como todos os produtos necessários, para durar 06 meses de Tratamento,

Se pelas radiografias for constatado que existe um comprometimento nos tecidos que
envolvem os dentes (periodontite), com presença de tártaro subgengival, perdas ósseas ou
bolsas periodontais, o Paciente será encaminhado para realizar o tratamento periodontal,

27
DENTES DO SISO (TERCEIROS MOLARES)
QUANDO DEVEMOS FAZER A EXTRAÇÃO?

Radiografia dos sisos.

O siso, dente do siso. Quando fazer a extração? Dor, antes da remoção, do


siso - cárie, ATM ou pericoronarite? Dor, depois da cirurgia, do dente do siso - Dor normal da
cirurgia ou Alveolite? Como saber? Problemas, que podem ocorrer antes ou após a extração
ou devido a remoção tardia, dos sisos: dor, limitação de abertura da boca, problemas
gengivais (como bolsas gengivais, podendo levar a perda de dentes), desalinhamento dos
dentes, mais dificuldade, na sua remoção e na reparação, da área alveolar e sintomas de
disfunção, da ATM.

Siso, significa juízo - Por isso que falam, quando se vai extrair o dente do siso, as
pessoas costumam brincar, que ela vai perder o ―juízo‖.

Siso, vem do verbo sisar - que quer dizer cortar, separar e não tem relação, com o siso.
Mas, popularmente, esse termo é utilizado, para indicar o dente do siso.

Os terceiros molares, (conhecidos como dentes do siso ou do juízo), que são em número
de quatro, encontra-se atrás dos últimos dentes, era, segundo os estudiosos, muito importante
na época em que o homem tinha uma vida selvagem e comia alimentos mais duros.

Nem todas as pessoas apresentam os terceiros molares (dentes do siso), ou podem ainda
não apresentarem todos os quatro. Porém quando apresentam, geralmente eles encontram-se
fora de posição, devido a falta de espaço para o seu nascimento. Por isso, os dentes do siso,
28
acabam por empurrar os dentes vizinhos, fazendo com que os mesmos, entortem todos os
outros. Alguns pacientes, podem apresentar, quarto molares (em tamanho normal ou
microdentes - dentes pequenos).

As causas de dor, nos dentes do siso:

É possível que em alguns casos os dentes do siso (ou


do juízo) nem cheguem a nascer, ficando assim inclusos
ou apareça só uma parte, chamado de semi inclusos e,
também podendo ficarem impactados (travados), nos
dentes vizinhos. O dente do siso, por ser um dente de
difícil higienização, facilmente poderá ser acometido por
cáries e gerar problemas gengivais, devido a facilidade de
reter os alimentos, podendo comprometer também, os
dentes vizinhos.

Quando fica semi erupcionado, o dente do siso, pode inflamar o tecido (capuz
pericoronário), que pode cobrir parcialmente os dentes, quando eles estão nascendo,
inflamação essa, chamada de pericoronarite. Isso provoca dores, bastante fortes, exigindo
atendimento profissional para remoção dessa dor. Também, esses dentes, estão em um lugar
de difícil higienização, favorecendo ao acumulo de alimentos e ao aparecimento de cárie.

Quando devemos manter ou remover, os dentes do siso?

Em muitos casos, por não ter espaço para nascerem, os dentes do siso podem empurrar e
desalinhar ou outros dentes, provocando problemas de má oclusão dentária e sintomas de
ATM ou DTM. Assim sendo, nos casos dos dentes do siso incluso, semi incluso ou
impactados, eles devem ser removidos. Obs.: chamamos de dentes do siso incluso ou
impactado, quando alguma coisa, como um cisto, osso muito compacto, dentes vizinhos ou
principalmente falta de espaço, impediram o nascimento normal desses dentes. Esse problema
pode acontecer, com qualquer dente.

Os dentes do siso, que não possuem apoio, nos dentes da arcada oposta a ele, podem
estruir (crescer) e distalizar (afastar dos dentes vizinhos), podendo levar a cáries e problemas
periodontais, por facilitar a retenção de alimentos. Esses dentes também devem ser
removidos, para evitar um problema maior.

Só mantemos, se o dente do siso estiver nascido e em posição e com seu antagonista (o


dente superior ou inferior). Também devemos manter, no caso do siso estiver ocluindo com
outro dente (segundo molar, por exemplo) ou na ausência de dente vizinhos a ele ou para ser
usado como suporte, de uma prótese fixa.

Há casos, que mesmo o siso esteja ocluindo e em posição, pode ser indicado a sua
remoção, quando há indicação, para o uso de aparelhos ortodônticos.

É possível saber antes mesmo deles eclodirem (nascerem), se a pessoa vai ou não tê-los e
quantos serão, se causarão algum problema, se podem permanecer ou se precisar removê-los.

29
Para isso o paciente deverá realizar, exames radiológicos (Rxs panorâmico ou
tomografia), afim que se possa diagnosticar, a presença dos mesmos e a sua relação, com os
órgãos vizinhos, como dentes, nervo alveolar inferior e cavidade sinuzal.

É importante que o diagnóstico seja precoce e o estudo da necessidade ou não, da


remoção dos dentes do siso, seja feito, quanto mais jovens for o paciente. O nascimento dos
dentes dos sisos é por volta de 17 a 20 anos de idade mas, é possível ter antecipação ou
retardamento do nascimento desses dentes, devido a variações genéticas.

A idade ideal, para avaliarmos e acompanharmos a evolução (através de radiografias


panorâmicas) dos dentes do sisos, é por volta de 16 anos, pois o aumento natural da dureza do
osso, que ocorre com o decorrer da idade e características anatômicas da formação e posição
em que se encontram os dentes do siso, poderão dificultar a sua remoção, entre outros
problemas, que podem causar, se essa cirurgia for
feita, tardiamente.

Obs.: O ideal para remoção do dente do siso é


quando, 1/3 das raízes, estão formadas (a formação
desse dente, pode acompanhada, periodicamente,
através da radiografia panorâmica).

Nos casos de pacientes muitos jovens, em que


os sisos ainda não formaram 1/3 de suas raízes,
quando for necessário, pode-se remover quando a
coroa já estiver formada: a sua remoção é mais fácil, devido a essa coroa ficar dentro de um
tecido, chamado capuz ou saco pericoronário e, ao forçar para remover essa coroa, ela acaba
rodando, pois não ter ainda o apoio proporcionado pela raiz, no osso.

Os siso, que não apareceram, por estarem inclusos ou impactados, podem nascer com
mais idade e trazer mais complicações. Nesse caso essa erupção se da, não pela formação da
raiz mas, sim pela mastigação dos alimentos, causando a reabsorção do osso gengiva, acima
desse dente.

Para perfeita visualização do posicionamento dos dentes do siso e órgãos anexos, como
dentes vizinhos, posição do nervo alveolar inferior, por exemplo, a radiografia mais indicada
é a radiografia panorâmica.

Também através desse tipo de radiografia, podemos também, visualizar anomalias, como
um cisto odontogênico (cisto esse, originado da formação do dente). Obs.: o cisto é uma lesão
benigna, composta de uma membrana em forma de um balão, com líquido no seu interior. Seu
crescimento é lento e pode levar vários anos, para ser notado.

Podemos encontrá-los, através de uma radiografia; ou se ele tiver atingido um volume


muito grande - através da palpação (choque de retorno) ou até quando ele provocar uma
fratura óssea, pois, normalmente o cisto é indolor.

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Nos dentes vizinhos, dependendo do volume do cisto, torna-se necessário tratar o canal,
cujo ápoce das raízes estejam em contato, com esse cisto, pois na cirurgia de remoção desse
cisto, fatalmente, irá lesionar, o nervo desses dentes.

Cirurgia de Remoção de Cisto odontogênico, com


abcesso e fístula apical.

O cisto, se não removido, pode ir aumentando,


reabsorvendo ou empurrando as estruturas externas,
dentes, ossos, ou outras estruturas, podendo causar
fraturas, chamadas de fraturas patológicas. Do
granuloma periapical, pode levar ao cisto
periodontal apical, a partir da proliferação, dos
restos epiteliais de Malassez, pela ultrapassagem da
lima de canal, pelo ápice do dente, quando é feito o
tratamento de canal, por exemplo. Esse cisto, pode sofrer contaminação, por exemplo, devido
a problemas, no tratamento de canal.

Além das radiografias panorâmicas, em alguns casos podem ser utilizados outros tipos ou
técnicas radiográficas, quando temos dúvidas, quando ao posicionamento correto de um dente
do siso ou de um supranumerário, por exemplo, na sua relação com os dentes vizinhos ou
órgãos anexos. São as tomografias (que são cortes radiográficos transversais).

Na arcada superior por exemplo, também é utilizado a técnica de Clark, que consiste em
duas tomadas radiográficas com variação de angulação horizontal, facilitando a visualização
do supranumerário, por vestibular ou palatino.

Para a mandíbula, é usado dois procedimentos distintos: um especificamente para a


região dos terceiros molares (para inclusos e impactados ou semi impactados) chamado de
Margareth Donovan e o outro para as demais regiões, denominado de Miller - Winter.

Tais procedimentos são obtidos através de duas tomadas em ângulo reto, ou seja, uma
periapical convencional e outra usando o filme periapical, só que com incidência oclusal (a de
Donovan, a oclusal é feita com o paciente de boca aberta, ao passo que na de Miller-Winter, o
filme é mantido na boca através da oclusão). Os procedimentos para mandíbula, nos permitem
uma visualização direta da localização do incluso ou supranumerário.

Algumas pessoas (em raros casos), além dos terceiros molares, podem ter também,
quartos molares, podendo chegar a 8 dentes do sisos.

Também, existe casos em que, mesmo o dente do siso ter nascido em posição, assim
como seu antagonista, temos de remove-los, para evitar perda do dente vizinho por problemas
periodontais. Pode-se observar falta de ponto de contato dos dentes do sisos, com os seus
vizinhos (segundo molares) causando, com isso retenção de alimentos (impacção alimentar),
reabsorção óssea e, podendo, com isso levar a perda do segundo molar, por problemas
periodontais.

OBS: A falta de contato do dente antagonista (o dente que articula), quer por ter sido
31
removido ou por ausência ou por estar fora de posição, pode causar extrusão e/ou distalização
do dente, podendo também, gerar diastemas (espaço entre os dentes) e problemas
periodontais. Isso pode acontecer, não só com os dentes do sisos, mas também, com outros
dentes.

Como é feita a cirurgia para extração, dos dentes do siso?

Nas cirurgias de extração dos dentes do siso, normalmente são utilizados instrumentos
cirúrgicos, como o cinzel e martelo, que traumatizam e estressam o paciente, devido ao
barulho e a impressão que causa (de que a cabeça esta ―implodindo‖), quando esses
instrumentos são utilizados. Há outras técnicas utilizadas para remoção dos sisos, evitam
praticamente o uso desses instrumentos. Utilizando mínimo esforço para remoção desses
dentes, junto de outras medidas de proteção, reduz-se o estresse do paciente e problemas nas
articulações temporomandibulares (ATM).

A cirurgia para remoção dos dentes do siso, depende inicialmente de uma série de
medidas preparatórias, que são efetuadas, antes e após, o procedimento cirúrgico. As medidas
que antecedem a cirurgia são: a anamnese (questionário, sobre a saúde do paciente), exame
clínico oral e radiológico do paciente e medicações pré operatórias (antibióticos, analgésicos e
anti-inflamatórios e calmantes, se necessário).

Na cirurgia para remoção dos dentes do sisos, assim como para os diversos outros tipos
de cirurgia oral, compreende:

1) O preparo da sala cirúrgica, da paramentação, do campo operatório, da anestesia tópica


(anestesia tópica - pomada anestésica), da anestesia infiltrativa (normalmente, feita na arcada
superior, devido o osso ser, mais poroso) ou troncular (arcada inferior, pois o osso da
mandíbula, é mais compacto).

2) Da incisão, do descolamento do tecido gengival e do tecido que reveste o osso


(periósteo), osteotomia (remoção do osso que recobre o dente), odonto secção (corte do dente,
em partes, para facilitar, a sua remoção), remoção do dente, osteoplastia (arredondamento, das
bordas do osso do alvéolo – cavidade) curetagem - para remover os restos de osso e pedaços
de dentes, que porventura possam estar dentro da cavidade.

3) Sutura (pontos), que normalmente são removidos, após 7 dias.

As orientações pós operatórias, visam prevenir e reduzir os problemas, que possam


ocorrer, durante a fase de recuperação tecidual, da região que foi operada. Problemas esses
como: hemorragias, edemas (é normal ocorrer inchaço - chamados de edemas, após a
cirurgia). Manchas rochas, também são normais.

Dor depois da cirurgia, do dente do siso. O que é Alveolite?

Esses problemas podem ocorrer, em cerca de 20% das cirurgias,


para extração dos dentes dos sisos inferiores (nos dentes superiores é
mais raro) e é chamado de alveolite. A causa pode ser, pela saída do
coágulo e entrada, de alimentos na cavidade ou o organismo, está
32
tentando eliminar, um pequeno pedaço de osso.

Para esse problema, o paciente tem que voltar para o dentista, afim de que ele possa lavar
a cavidade, para remover todos os restos alimentares e o pedaço de osso (se for o caso, fazer
uma osteoplastia - arredondamentos das bordas do alvéolo) e colocação de um medicamento,
na cavidade alveolar, para reduzir a dor e ajudar, na cicatrização.

Com o tempo, nessa cavidade, vai se formado um tecido, de dentro para fora (é chamada
de cicatrização por segunda intenção) e os alimentos, não ficam mais retidos.

A dor vem dos restos alimentares, que entram na cavidade e acabam fermentando e
irritando as terminações nervosas, do osso.

3) O dente do siso não nasceu totalmente, só uma parte apareceu e, ele esta doendo
bastante. Não consigo encostar os dentes de cima, com os debaixo, que sinto dor.

Inflamação na gengiva e inchaço, no local do dente do siso, parcialmente exposto


(periocoronarite).

Sua causa:

Quando o dente do siso ou outros dentes molares nascem parcialmente, pode ficar um
pedaço de tecido, cobrindo parcialmente esse dente, o que pode
ocorrer uma inflamação desse tecido (chamada de periocoronarite),
pela entrada de alimentos, por baixo dele.

Também esse problema, pode ser causado, pelo dente do siso


antagonista que, por extrusão, acaba ―mordendo‖ esse tecido, que
está cobrindo parciamente, o dente do siso. Isso faz que esse tecido, fique mais inchado e mais
traumatizado, pela oclusão do dente oposto ao morder, por consequência, aumentando a dor.

Nesse caso é feito, entre outros procedimentos, a limpeza por irrigação por debaixo desse
tecido e colocação de uma tira de borracha (pode ser de uma pequena tira, de lençol de
borracha, utilizado para tratamento de canal), para manter a drenagem, do local, desgaste do
dente antagonista, se for o caso. O tratamento indicado é a remoção desse tecido (ulectomia),
quando vamos aproveitar, esse dente ou a remoção desse dente e de seu antagonista.

Parestesia, adormecimento ou sensação que a anestesia, não desapareceu, após a


cirurgia:

O nervo, só de tocar nele, causa parestesia (adormecimento). A recuperação depende do


grau da lesão. Quando o adormecimento é na língua, o ramo, do nervo trigêmeo, afetado é o
lingual. Quando é o lábio inferior é o nervo, alveolar inferior. A recuperação, pode ser lenta e
levar, até um ano ou mais.

Normalmente é tratado com fisioterapia com laser infra vermelho e medicamentos, com
33
orientação do profissional. É importante que o tratamento da parestesia, seja feito o mais
breve possível, para um melhor resultado. Alguns pacientes, na primeira aplicação, do laser
infra vermelho, já nota uma redução do adormecimento. Nota-se, com a continuidade do
tratamento, o paciente começa a sentir, uma sensação aveludada, no local que ele sente, o
adormecimento.

Dentes do Siso: sua influência nos Sintomas da ATM (Articulação


Temporomandibular), na sua Disfunção (DTM) e no seu Tratamento:

Muitos pacientes nos perguntam, se os dentes do siso, podem causar sintomas e disfunção
na ATM ou DTM. Dependendo do caso, se eles estão se formando ou extruiram, por falta do
dente antagonista (ou mesmo devido a cirurgia de remoção do siso), eles podem levar o
paciente a ter sintomas, com essa origem mas, normalmente, mesmo nesses casos, não é só
com a cirurgia, que podemos ter melhoras desses sintomas, pois os dentes do siso, podem já
terem alterado, a posição de conforto dos dentes.

Nesses casos, tem que fazer o tratamento das disfunções e sintomas relativos as ATMs
(ou DTMs), para podermos recuperar o equilíbrio perdido (posição de conforto) dos dentes,
músculos, ligamentos, articulações temporomandibulares e, com isso, conseguir a remissão
dos sintomas, com essa origem.

Sempre antes, de pensarmos em melhorarmos a estética dos dentes, através de


movimentações dos dentes (ortodontia) em pacientes jovens ou adultos, recomenda-se antes,
avaliar os dentes do sisos, quanto a sua presença e posição, procurando removê-los antes, se
esse for o caso, ou acompanhar radiograficamente a sua evolução, para evitar problemas
futuros (como desalinhamentos dos dentes - após o tratamento ortodôntico, aumento da
dificuldade de remoção destes dentes, problemas de disfunções das ATMs ou DTMs, entre
outros), que podem ocorrer mais tarde, para esses pacientes.

34
COMO UM ADULTO DEVE CUIDAR DOS SEUS DENTES?

A boa higiene bucal é a condição essencial para manter um sorriso bonito e saudável durante
toda a vida adulta. Os adultos também têm cáries e doenças gengivais que podem tornar-se
problemas sérios. Durante toda sua vida de adulto é essencial que você continue a:

Escovar os dentes no mínimo três vezes ao


dia usando um creme dental com flúor para
remover a placa bacteriana, aquela película
pegajosa que se forma sobre os dentes e que é
a principal causa da gengivite e das cáries.
Usar fio dental diariamente para remover a
placa bacteriana que se instala entre os dentes
e sob a gengiva. Se a placa não for retirada,
pode endurecer e formar o tártaro, que só poderá ser retirado pelo dentista.
Limitar a ingestão de açúcares e alimentos que contêm amido, principalmente
alimentos pegajosos. Quanto mais você come entre as refeições, maior a oportunidade
dos ácidos da placa bacteriana conseguirem atacar o esmalte dos dentes.
Consulte seu dentista periodicamente para um exame profissional detalhado ou uma
limpeza.

Como adulto o que é importante saber sobre os dentes?

Mesmo escovando os dentes e usando fio dental regularmente, podem surgir problemas de
saúde bucal na idade adulta. Felizmente, seu dentista pode ajudá-lo a resolver a maior parte
desses problemas.

A gengivite, no seu estágio inicial, é reversível. Seus sintomas são gengivas


avermelhadas, inchadas e sensíveis, com tendência ao sangramento durante a
escovação. Se perceber qualquer destes sintomas, converse com seu dentista para
evitar problemas mais graves. No estágio avançado, a doença periodontal pode causar
a perda dos dentes.
A saúde da gengiva também pode afetar a sua saúde geral. Estudos recentes mostram
uma possível conexão entre a periodontite (uma doença da gengiva) e outras doenças,
como, por exemplo, a diabetes, problemas cardíacos e uma possível ligação com
nascimentos prematuros. Para evitar o aparecimento de qualquer doença gengival,
escove os dentes pelo menos três vezes ao dia, use fio dental diariamente e faça uma
limpeza geral com o dentista.
À medida que ficamos mais velhos, as cáries em volta das restaurações (chamadas
cáries recorrentes) e na raiz dos dentes se tornam mais comuns. Daí a importância de
escovar com um creme dental com flúor, usar fio dental e ir ao dentista
periodicamente.

Também a sensibilidade pode se tornar mais séria com o avançar da idade. Com o tempo, a
gengiva se retrai naturalmente expondo áreas do dente que não são protegidas pelo esmalte.
Essas áreas tendem a doer em função da temperatura dos alimentos ingeridos. Nos casos mais
35
graves, pode ocorrer sensibilidade até ao ar frio. Se tiver dentes sensíveis, tente usar um
creme dental apropriado. Se o problema persistir, vá ao dentista. A sensibilidade pode indicar
a existência de cárie ou fratura no dente.

As coroas são usadas para fortalecer os dentes danificados. As coroas recobrem e protegem o
dente afetado, fortalecendo-o e melhorando sua aparência, forma e alinhamento. Os implantes
e as pontes são usados para preencher o espaço deixado pelos dentes extraídos. Os implantes
substituem um ou mais de um dente ou servem de ponto de apoio para a fixação de
dentaduras. Consulte o dentista para se informar sobre a possibilidade de implantes no seu
caso específico. As próteses fixas são usadas para substituir dentes extraídos. São fixadas aos
dentes naturais ou aos implantes situados ao lado dos espaços deixados pelos dentes extraídos.

Como posso deixar meus dentes mais brancos?

A limpeza geral feita por um dentista remove as


manchas causadas por alimentos e pelo tabaco. O uso
de um creme dental branqueador também pode ajudar
a remover estas manchas até sua próxima consulta. Se
seus dentes estiverem manchados há muito tempo, é
possível que você tenha que fazer um tratamento
profissional para branqueá-los.

As manchas internas podem ser branqueadas ou


recobertas (coroas). Todos estes métodos são seguros e
trazem bons resultados. Seu dentista poderá recomendar o tratamento apropriado, dependendo
do estado dos seus dentes e dos resultados desejados.

Que efeitos podem a alimentação ter na minha saúde bucal?

Além de influenciar a saúde geral, a alimentação adequada é requisito básico para a


manutenção de dentes e gengivas saudáveis. Uma alimentação balanceada dá aos tecidos da
gengiva e dos dentes os nutrientes e minerais de que necessitam para permanecerem fortes e
resistirem a infecções que podem levar à gengivite. Além disso, os alimentos fibrosos (como
as verduras e frutas) ajudam a limpar os dentes e tecidos gengivais. Os alimentos moles e
pegajosos tendem a ficar presos entre os dentes, produzindo mais placa bacteriana.

Quando você consome alimentos e bebidas que contêm açúcar e amido, as bactérias da placa
produzem ácidos que atacam seus dentes durante 20 minutos ou mais. Para reduzir o dano ao
esmalte dos dentes, limite o consumo de alimentos e bebidas entre as principais refeições. E
quando você comer entre as refeições, escolha alimentos nutritivos como queijo, verduras
cruas, iogurte natural ou frutas.

36
A SAÚDE GERAL E BUCAL DA MULHER

Há uma relação entre minha saúde bucal e minha saúde geral?

No caso das mulheres, um número cada vez


maior de estudos relaciona as enfermidades
gengivais com uma variedade de problemas
que afetam a saúde da mulher. Como a
gengivite é uma infecção causada por
bactérias, estas podem entrar na corrente
sangüínea e tornar-se causa de outras
complicações:

Problemas Cardíacos: Indivíduos


com gengivite correm um risco maior de ter problemas cardíacos, com o dobro de
possibilidade de sofrerem ataques fatais.
Derrame: Um estudo revelou a existência de uma relação causal entre infecções
bucais e risco de derrame ou também conhecido como acidente vascular cerebral
(AVC).(1)
Diabetes: Os diabéticos são mais propensos a terem gengivite e nestes indivíduos é
mais difícil controlar o açúcar no sangue. A gengivite pode ser um fator de risco para
o diabético, mesmo em indivíduos com açúcar controlado.(2)
Problemas respiratórios: Bactérias que se desenvolvem na cavidade bucal podem
chegar até os pulmões e causar doenças das vias respiratórias, tal como a pneumonia,
especialmente em pessoas que têm gengivite.(3)
Resultados da gestação: As gestantes com gengivite podem estar mais propensas a
partos prematuros ou terem bebês de menor peso ao nascer. A gengivite também pode
aumentar o nível dos líquidos biológicos que estimulam o parto.(3)

Como a gengivite em geral não dói, muitas mulheres só notam que têm o problema quando
este já está em estado avançado. A melhor defesa é a cuidadosa higiene bucal diária com uma
boa escovação e o uso de fio dental, e as consultas regulares com seu dentista.

Os requisitos relacionados à saúde bucal mudam com o passar do tempo?

A mulher tem necessidades especiais relacionadas à saúde bucal nas diversas fases da vida.
As mudanças nos níveis de hormônio que ocorrem na puberdade, seguidas da menstruação,
gravidez e menopausa tornam as gengivas mais sensíveis à placa bacteriana. Nessas etapas da
vida, as mulheres não podem esquecer de escovar e usar fio dental todos os dias, para evitar a
gengivite.

Outras informações importantes:

37
Menstruação — Algumas mulheres notam que sua gengiva incha e sangra antes da
menstruação. Outras têm aftas ou inflamações da mucosa bucal. Estes sintomas
geralmente desaparecem no início da menstruação.
Contraceptivos orais — A inflamação da gengiva é um dos efeitos colaterais mais
comuns dos contraceptivos orais.
Gravidez — Estudos mostram que muitas mulheres grávidas têm gengivite quando a
placa bacteriana se forma sobre os dentes e irrita a gengiva. Os sintomas são gengivas
avermelhadas, inflamadas e com sangramento. O cuidado pré-natal é sempre
extremamente importante.
Menopausa — Os sintomas bucais experimentados durante este estágio na vida de
uma mulher são gengiva avermelhada ou inflamada, desconforto, sensação de
ardência, sensação de alteração do paladar e boca seca.
Osteoporose — Várias pesquisas sugerem a existência de uma relação entre a
osteoporose e a perda óssea nos maxilares. Os pesquisadores sugerem que isto pode
levar à perda de dentes por causa da provável diminuição da densidade dos ossos onde
os dentes estão inseridos. Juntamente com a osteoporose, a doença periodontal acelera
o processo de perda de estrutura óssea ao redor dos dentes.

GRAVIDEZ, CUIDADO PRÉ NATAL E SAÚDE BUCAL

A saúde bucal pode afetar a gravidez?

Há cada vez mais evidências sugerindo a


existência de uma relação entre as
enfermidades gengivais e os nascimentos
prematuros, e de bebês que nascem com peso
abaixo do normal. As gestantes portadoras de
enfermidades gengivais têm maior propensão
a dar à luz a bebês prematuros e abaixo do
peso normal.

Outros estudos devem ainda ser feitos para


que se estabeleça de que maneira as
enfermidades gengivais afetam a gestação. Parece que essas doenças aumentam os níveis dos
fluidos biológicos que estimulam o trabalho de parto. Os dados também sugerem que quando
uma enfermidade gengival piora durante a gravidez, o risco de o bebê nascer prematuro
aumenta.

Que posso fazer para garantir uma gravidez saudável?

O melhor conselho que se pode dar a uma mulher que está pensando em engravidar é ir ao
dentista e resolver todos os problemas bucais, antes de ficar grávida.

Durante a gestação, seus dentes e gengivas precisam de cuidados especiais. Uma higiene
bucal adequada, o uso diário do fio dental, uma alimentação equilibrada e visitas periódicas
ao dentista são medidas que ajudam a reduzir os problemas dentários que acompanham a
38
gestação.

Que problemas orais podem ocorrer durante a gravidez?

Os estudos revelam que um grande número de mulheres tem gengivite durante a gravidez,
com acúmulo de placa bacteriana que se deposita nos dentes irritando a gengiva.

Mantendo seus dentes sempre limpos, especialmente na região do colo dentário, área em que
a gengiva e os dentes se encontram, você pode reduzir significativamente ou até evitar a
gengivite durante a gravidez. E além disso, você pode ajudar ainda mais a saúde de seus
dentes, substituindo os doces por alimentos integrais tais como queijo, verduras e frutas
frescas.

O que posso esperar de uma consulta com o dentista durante meu período de gravidez?

Em primeiro lugar, não deixe de informar o dentista que você


está grávida. É melhor marcar uma consulta entre o quarto e
sexto mês de gravidez, porque os três primeiros meses são os
mais importantes no desenvolvimento da criança. No último
trimestre da gravidez, o estresse associado com a consulta ao
dentista pode aumentar a incidência de complicações pré-natais.

Na maior parte dos casos, radiografias, anestésicos dentais,


medicação contra a dor e antibióticos (especialmente a
tetraciclina) não são receitados durante o primeiro trimestre da
gravidez, a não ser que sejam absolutamente necessários. Além disso, sentar-se em uma
cadeira de dentista nos últimos três meses da gestação pode ser algo muito desconfortável. Há
também evidências de que as gestantes podem ser mais suscetíveis à náusea. Mas, não se
preocupe, pois seu dentista está preparado para ajudá-la nesta situação.

Se precisar fazer uma consulta de emergência, avise o consultório, antes de chegar lá, que
você está grávida. Informe a respeito de qualquer tensão que estiver sofrendo, abortos naturais
anteriores e medicamentos que esteja tomando. Tudo isso pode influenciar a forma pela qual
seu dentista vai atendê-la e tratá-la. É bem provável que seu dentista entre em contato com seu
médico, antes de iniciar qualquer tratamento.

Se tiver qualquer dúvida, insista para que seu dentista fale com seu médico. E se o dentista
prescrever qualquer medicamento, não aumente a dosagem recomendada, mesmo no caso de
uma simples aspirina.

39
A SAÚDE BUCAL DOS IDOSOS

Como posso manter uma boa saúde bucal na terceira idade?

Se você cuidar bem dos seus dentes e fizer consultas periódicas com seu dentista, os seus
dentes podem durar a vida inteira. Independentemente da idade, você pode ter dentes e
gengivas saudáveis se escovar pelo menos três vezes ao dia com creme dental com flúor, se
usar fio dental pelo menos uma vez ao dia e se for regularmente ao dentista para exames
completos e limpeza.

Que informações sobre a saúde bucal um indivíduo da terceira idade deve ter?

Até mesmo quem escova e usa fio dental regularmente, pode ter alguns problemas
específicos. Muitas pessoas na terceira idade usam dentaduras, tomam remédios e têm
problemas de saúde geral. Felizmente, seu dentista pode ajudar você a encarar estes desafios
com êxito quase que garantido.

As cáries e os problemas com a raiz dos dentes são mais comuns em pessoas da
terceira idade. Por isso, é importante escovar com um creme dental que contenha
flúor, usar fio dental todos os dias e não deixar de ir ao dentista.
A sensibilidade pode se agravar com a idade. Com o passar do tempo é normal haver
retração gengival que expõe áreas do dente que não estão protegidas pelo esmalte
dental. Estas áreas podem ser particularmente doloridas quando atingidas por
40
alimentos e bebidas quentes ou frias. Nos casos mais severos, pode ocorrer
sensibilidade com relação ao ar frio e a alimentos e líquidos doces ou amargos. Se
seus dentes estiverem muito sensíveis, tente usar um creme dental apropriado. Se o
problema persistir, consulte o dentista já que esta sensibilidade pode indicar a
existência de um problema mais sério, como, por exemplo, cárie ou dente fraturado.
As pessoas mais velhas se queixam de boca seca com freqüência. Este problema pode
ser causado por medicamentos ou por distúrbios da saúde. Se não tratado, pode
prejudicar seus dentes. Seu dentista pode recomendar vários métodos para manter sua
boca mais úmida, como tratamentos ou remédios adequados para evitar a boca seca.
Enfermidades preexistentes (diabete, problemas cardíacos, câncer) podem afetar a
saúde da sua boca. Converse com seu dentista sobre quaisquer problemas de saúde
existente para que ele possa ter uma visão completa da situação e para que possa
ajudar você de forma mais específica.
As dentaduras tornam mais fácil a vida de muitas pessoas da terceira idade, mas
exigem cuidados especiais. Siga rigorosamente as instruções do seu dentista e, caso
ocorra qualquer problema, marque uma consulta. Os portadores de dentaduras
definitivas devem fazer um exame bucal geral pelo menos uma vez por ano.
A gengivite é um problema que afeta pessoas de todas as idades e que pode se tornar
muito sério, especialmente em pessoas de mais de 40 anos. Vários fatores podem
agravar a gengivite, inclusive:

1. Má alimentação.
2. Higiene bucal inadequada.
3. Doenças sistêmicas, como a diabete,
enfermidades cardíacas e câncer.
4. Fatores ambientais, tais como o estresse e o
fumo.
5. Certos medicamentos que podem influenciar os problemas gengivais.

Como as doenças gengivais são reversíveis em seus primeiros estágios, é importante


diagnosticá-las o mais cedo possível. As consultas periódicas garantem o seu
diagnóstico e o seu tratamento precoce. É importante saber que a boa higiene
bucalevita o aparecimento de enfermidades gengivais.
As coroas e pontes são usadas para reforçar dentes danificados ou substituir dentes
extraídos. Uma coroa é usada para recobrir um dente que sofreu perda de substância.
Ela fortalece a estrutura do dente e melhora a sua aparência, sua forma ou seu
alinhamento. As pontes ou próteses fixas são usadas para substituir um ou mais dentes
faltantes e são fixadas nos dentes naturais ou nos implantes situados ao lado do espaço
deixado pelo dente extraído.

41
SAÚDE BUCAL PARA EXCEPCIONAIS
Por muito tempo, o indivíduo portador de algum transtorno mental foi segregado e excluído
da sociedade e da organização política. Muitos eram internados em manicômios, sendo
destituídos de todos os direitos de um cidadão.
A odontologia até então caracterizada por uma prática cirúrgico-restauradora, não considerava
as condições de vida dessa parcela
da população.

Felizmente, com o SUS, e com a


ESF, foram criados programas de
saúde direcionados à diversos
grupos de indivíduos com
necessidades especiais, estando ali
presentes as pessoas diagnosticadas
com transtornos
mentais. A partir desse ponto, as equipes de saúde bucal, saúde da família e saúde mental
passaram a trabalhar por meio de uma parceria multiprofissional. Desse modo, é possível
realizar-se uma assistência que promova o acesso e o cuidado com a saúde bucal do usuário
portador de sofrimento mental.

Muitas das pessoas portadoras de transtornos mentais/psíquicos apresentam


comprometimentos relacionados à saúde bucal devido a diversos fatores. Dentre eles destaca-
se a dificuldade de acesso aos serviços odontológicos e a falta/deficiência dos hábitos de
higiene bucal que normalmente acontece devido às dificuldades de coordenação motora para a
realização da escovação dos dentes. Além disso, diversos pacientes fazem uso de
medicamentos que diminuem o fluxo salivar, aumentando o risco para a doença cárie.

A cárie e a doença periodontal são as causas mais importantes de perda dentária. Provocam
um impacto significativo na auto-estima desses indivíduos, prejudicando o tratamento da
doença mental.

Os pacientes especiais, sobretudo aqueles com doença mental, são muito vulneráveis às
patologias bucais. Isso acontece principalmente com a doença periodontal, que está
diretamente associada a uma higiene bucal deficiente.

A doença periodontal parece ser a doença bucal mais prevalente nos pacientes com
deficiência mental internados nos hospitais psiquiátricos. O comprometimento mental os
deixa incapazes de compreender a importância da higiene bucal. Segundo WHYMAN et al.
(1995) durante o período de permanência dos indivíduos com doença mental nos hospitais
psiquiátricos, havia uma grande negligência com os cuidados de higiene bucal dos pacientes.
Há, inclusive, relatos da inexistência de escova dental para os pacientes durante os anos de
internação hospitalar.

O controle da higiene bucal das pessoas com distúrbios mentais é fundamental. Mas, para
isso, é essencial que os familiares/responsáveis e profissionais envolvidos no cuidado desses
indivíduos sejam motivados e capacitados para desempenhar ações que visem um controle
eficiente da higiene bucal dessa parcela da população.
42
Importante que aconteça a criação de programas educacionais preventivos direcionados aos
indivíduos com doenças mentais. WHYMAN et al. (1995) analisaram a saúde bucal de 207
pacientes com deficiência mental em um hospital psiquiátrico da Nova Zelândia. Metade
desses indivíduos era de desdentados. Aqueles pacientes dentados apresentavam uma média
de 22,8 dentes. As condições clínicas eram precárias, com uma média de 3,2 dentes
comprometidos e uma higiene bucal muito deficiente. A doença periodontal foi apontada
como o principal problema bucal, atingindo 83,5% dos pacientes. A maioria dos participantes
necessitava de condições especiais que possibilitassem o atendimento odontológico.

Quanto aos medicamentos utilizados pelos indivíduos com doenças mentais, os psicofármacos
apresentam reações adversas que provocam implicações diretas no atendimento odontológico.
Já os antidepressivos, bem como os neurolépticos, podem causar xerostomia e hipotensão
postural. Os neurolépticos, quando em uso prolongado pelo paciente, podem provocar, em
40% das pessoas, movimentos involuntários dos músculos orofaciais. O diazepam e o
lorazepam causam xerostomia, "gosto amargo", inflamação gengival e língua saburrosa e
edemaciada. Os efeitos adversos ligados à carbamazepina incluem xerostomia, glossite e
estomatite. A fluoxetina pode levar a quadros de xerostomia, glossite, estomatite aftosa,
edema e descoloração de língua.

O cirurgião dentista deve ficar atento para as interações medicamentosas que podem ocorrer
quando for utilizar anestésicos locais nos pacientes que fazem uso de determinados
medicamentos. O uso de anestésicos locais em pacientes que utilizam benzodiazepínicos pode
potencializar o efeito cardiopressor do anestésico. Também deve ser visto com cuidado a
utilização de vasoconstritores adrenérgicos (associados a anestésicos locais) naqueles
pacientes que fazem uso de antidepressivos tricíclicos (potencializam o efeito adrenérgico).

O diazepam pode acentuar os efeitos tóxicos da bupivacaína

Ainda hoje, existe uma grande deficiência na maioria dos currículos das escolas de
odontologia com relação à formação profissional para
atender pessoas com deficiências mentais e físicas. Muitos
cirurgiões dentistas não se sentem seguros para realizarem
o atendimento odontológico de um paciente especial no
consultório odontológico, principalmente aqueles
indivíduos com alterações de comportamento. Acabam
indicando esses pacientes para atendimento hospitalar com
anestesia geral (FOURNIOL FILHO e FACION, 1998).
Sabe-se, no entanto, que são grandes os riscos para o paciente submetido à anestesia geral.
São utilizadas altas doses de depressores do sistema nervoso central, devendo tal
procedimento ser indicado para casos restritos. Porém, por ser esporádico e totalmente
cirúrgico/restaurador, o tratamento odontológico realizado com anestesia geral é ineficaz no
controle do processo saúde-doença (PRADO et al., 2004).De acordo com Machado e
Mocinho(2003), infelizmente os profissionais presentes na ESF ainda relacionam-se com os
indivíduos portadores de transtornos psíquicos com uma visão excludente.

Acredita-se que esse comportamento seja causado pela formação universitária que tiveram.
Tendem a exercer uma prática totalmente tecnicista, deixando de lado qualquer tipo de
43
sensibilidade social. Por isso, é muito importante que aconteça uma mudança dos conceitos e
práticas dos profissionais já formados e também daqueles que ainda não estão no mercado de
trabalho. Com relação especificamente a odontologia, ainda existe uma formação deficiente
dos cirurgiões dentistas, o que dificulta muito a assistência odontológica para os indivíduos
com doenças mentais. Muitos profissionais se recusam a atender essa parcela da população, o
que representa uma grande barreira ao acesso a tratamentos odontológicos (FOURNIOL
FILHO e FACION, 1998).

Para estes indivíduos a ausência de atenção odontológica acontece de forma grave. Além da
recusa dos cirurgiões-dentistas em atender esta clientela, em muitos casos a exodontia é o
único procedimento odontológico oferecido. O preconceito ainda é muito presente na
sociedade em relação aos indivíduos com transtornos mentais. Existe o medo da agressividade
e o mito de que nenhum deles possui um comportamento de colaboração durante o
atendimento clínico. Associado a isso, está a formação universitária deficiente dos
profissionais da área da saúde para cuidarem de pacientes especiais. Esses fatores contribuem
de modo negativo, para o planejamento de ações curativas e preventivas para essa parcela da
população (JAMELLI et al., 2010).

A participação da família é de extrema importância no tratamento odontológico dos


indivíduos com transtornos mentais. É importante que sejam orientados quanto aos riscos das
doenças bucais e cuidados necessários para evitá-las. As pessoas dependentes de um cuidador
para execução de suas atividades diárias precisam de apoio da família e/ou do responsável
para realizarem os cuidados com a higiene bucal (MINAS GERAIS, 2006).

44
SAÚDE BUCAL DOS HIPERTENSOS

* O que é hipertensão arterial ou pressão alta?


A hipertensão arterial ou pressão alta é quando a pressão que o sangue exerce nas paredes das
artérias para se movimentar é muito forte, ficando acima dos valores considerados normais.

*Quando uma pessoa é considerada hipertensa?


Quando a pressão arterial estiver
maior ou igual a 140/90 mmHg (ou 14
por 9).
O ideal é que a pressão se mantenha
120/80 mmHg (ou 12 por 8).

*Que consequências a pressão alta


pode trazer, quando não tratada?
--Derrames cerebrais
--Doenças do coração como infarto,
insuficiência cardíaca (aumento do
coração) e angina (dor no peito).
--Insuficiência renal ou paralisação dos rins
--Alterações da visão que podem levar à cegueira.

*Quais as pessoas com maior risco de se transformarem em hipertensas?


Aquelas com excesso de peso, que ingerem muito sal e não tem alimentação saudável,
sedentárias, diabéticas, aquelas que tem familiares hipertensos, as que consomem muita
bebida alcoólica e pessoas da raça negra.
Note-se porém que após os 55 anos de idade, mesmo as pessoas com pressão arterial normal,
90% tem chances de desenvolver hipertensão.

*Quais os sintomas da pressão alta?


A maioria não apresenta sintoma algum no início da doença, por isso, ela é chamada de
"inimiga silenciosa".
A única maneira de se saber se a pressão está alta é fazer consultas rotineiras ao clínico para
que esta possa ser verificada com frequência.
Os sintomas mais comuns atribuídos ao aumento da pressão alta são: dor de cabeça, cansaço,
tonturas, sangramento pelo nariz, entre outros.

*Quais alimentos os pacientes hipertensos devem escolher?


--Alimentos cozidos, assados, grelhados ou refogados.
--Temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola, salsa e cebolinha, frutas verduras e
legumes.
--Derivados do leite desnatados.

*Quais alimentos os pacientes hipertensos devem evitar?


--Doces
--Frituras
--Derivados do leite integral
--Carnes vermelhas com gordura
45
--Temperos prontos
--Alimentos industrializados
--Embutidos
--Conservas e defumados

*Quais os cuidados que o paciente hipertenso deve ter no dia da consulta odontológica?
--Tomar a medicação corretamente
--Alimentar-se adequadamente
--Dizer ao dentista sobre a hipertensão e medicações necessárias.
--Aferir a pressão

*Quais são as complicações bucais mais frequentes nos hipertensos?


--Cárie dentária
--Gengivite(inflamação da gengiva), podendo evoluir para periodontite (aonde além de
comprometer a gengiva pode também comprometer o osso)
--Sensibilidade dentinária
--ATM (articulação que nos possibilita abrir e fechar a boca)

*Quais são os fatores que podem agravar a saúde bucal?


--Má higiene
--Alimentação incorreta
--Doenças como diabetes, câncer e enfermidades cardíacas
--Fumo e estresse
--Certas medicações que podem influir nos problemas gengivais
--Ausência dos dentes e próteses

*Como os pacientes hipertensos podem ter boa saúde bucal?


--Escovar bem os dentes, usar fio dental e enxaguante.
--Ter alimentação balanceada, de preferência orientada por um nutricionista.
--Ter a pressão controlada.
--Fazer consultas rotineiras ao dentista e seguir as recomendações dadas.

46
SAÚDE BUCAL PORTADORES DE HANSENÍASE

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pela bactéria intracelular e


acidorresistente Mycobacterium leprae que acomete preferencialmente pele e nervos
periféricos, com um grande potencial para desenvolver incapacidades físicas, que podem
evoluir para deformidades visíveis Essas deformidades são mais comuns em mãos, pés e face.

Na realidade, representa uma das principais doenças infecciosas


que enseja incapacidades permanentes, com impactos não
apenas do ponto de vista físico como também social e
psicológico.

Trata-se de uma doença deveras estigmatizada, considerada


contagiosa e mutilante, provocando uma rejeição ao doente e
Ensejando uma exclusão da sociedade.

Por muito tempo, esses pacientes foram isolados nos chamados leprosários, o que só
aumentava o preconceito em relação À doença. O isolamento dos pacientes foi recomendado
como forma de controle da hanseníase durante muitos anos. Os primeiros casos de hanseníase
são descritos em 600aC na Índia e na África,e sua causa só foi descoberta,em 1873, pelo
norueguês Gerhard Hansen que identificou o M. leprae como agente etiológico.

Do ponto de vista clínico, as principais manifestações bucais associadas à hanseníase referem-


se a alterações gengivais na porção anterior da maxila, palato duro e mole, úvula e língua.
Não existem, entretanto, lesões patognomônicas na cavidade oral.

Podem ser observados nódulos que em algumas situações evoluem para necrose e ulceração,
sem haver sintomas. O grau de envolvimento do palato está muito relacionado com a duração
da doença, representando um importante marcador clínico aninhado a outras manifestações
sistêmicas.

Além disso, lesões bucais secundárias são observadas com o tratamento ou com reações
secundárias. Ante a possibilidade de ocorrência destas lesões, a avaliação sistemática do
padrão das condições bucais é recomendada na rotina dos serviços As lesões bucais tendem a
se manifestar com maior frequência na hansenía se virchowiana e são pouco comuns nas
formas tuberculóide e indeterminada Para o tipo virchowiano é descrita predisposição à cárie,
gengivite e periodontite com perda do osso alveolar e, conseqüentemente, perda dental,
iniciada pela crista óssea interincisal da maxila.

De acordo com o Ministério da Saúde (2008), dentre as atribuições dos profissionais da


atenção básica/Saúde da Família no controle da hanseníase, tem-se que o cirurgião-dentista
deve: identificar sinais e sintomas da hanseníase e encaminhar os casos suspeitos para o
médico e enfermeiro; desenvolver ações educativas e de mobilização, envolvendo a
comunidade e equipamentos sociais, relativas à importância do auto exame, ao controle da
hanseníase e combate ao estigma; contribuir e participar das atividades de educação
permanente dos membros da equipe quanto a prevenção, manejo do tratamento, ações de
vigilância epidemiológica, efeitos adversos dos medicamentos e prevenção de incapacidades;
realizar avaliação programática de portadores de hanseníase, com o objetivo de estar atento
47
para as infecções da boca, que são importantes causas de predisposição para complicações e
estados reacionais.
SAÚDE BUCAL DO PORTADOR DE HIV
Papel geral do CD na abordagem do portador de HIV:

- Garantir um tratamento digno e humano, sem preconceitos,


mantendo sigilo profissional.
- Garantir o atendimento dentro das normas universais de
biossegurança.
- Estar atento às possíveis manifestações bucais relacionadas
com a infecção pelo HIV.
- Orientar e encaminhar o usuário à equipe de saúde, em caso
de suspeita diagnóstica de infecção pelo HIV.
- Dar continuidade aos procedimentos de rotina odontológica.
- Interagir com a equipe multiprofissional.
- Manter-se atualizado sobre a doença, no que diz respeito aos
aspectos técnicos, éticos, psicossociais e epidemiológicos.
- Incorporar ao seu cotidiano as ações de prevenção e solidariedade entre os seus principais
procedimentos terapêuticos.

O cuidado do usuário portador de HIV


Nas Unidades de Saúde, o CD pode identificar as doenças bucais mais comuns que são
decorrentes do estado imunológico de portadores do HIV, atuando, inclusive, no diagnóstico
precoce da doença, o que pode aumentar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida do
portador. Muitos usuários podem desconhecer que são portadores ou optarem por não
informar que são portadores do HIV, por medo de preconceito ou recusa de atendimento.

Portanto, o CD está exposto a atender ao usuário HIV, sem saber, o que enfatiza a necessidade
da adoção de medidas universais de biossegurança. O usuário portador de HIV geralmente
pode ser atendido pelas equipes de saúde bucal da atenção primária. Casos em que o usuário
apresente complicações sistêmicas avançadas, necessidade de encaminhamento para
tratamento de lesões de tecidos moles ou doença periodontal grave são as principais
indicações para referenciamento.

A Consulta
A anamnese é a mesma para todos os usuários, e o exame extraoral pode identificar
linfadenopatia cervical e lesões de pele, sinais comuns apresentados por esses usuários. Os
cuidados clínicos com a saúde bucal dos HIV positivos são os mesmos realizados com os
outros usuários. As manifestações bucais da infecção pelo HIV são comuns e podem
representar os primeiros sinais clínicos da doença, por vezes antecedendo as manifestações
sistêmicas. O CD deve estar atento para o aparecimento de lesões de mucosa, pois 20 a 50%
das pessoas infectadas apresentarão lesões bucais durante o curso da doença.

Essas lesões podem ser marcadores de infecção pelo HIV e podem ajudar no diagnóstico
precoce e na instituição de medidas profiláticas e terapêuticas que podem aumentar a
sobrevida. A resolução das lesões deve ser prioritária no tratamento, salvo os casos de
urgência/emergência. No caso de o CD examinar o usuário e verificar alguma lesão
48
compatível com a presença do HIV, é fundamental incluir na anamnese algumas perguntas
relacionadas a sinais e sintomas que são típicos dessa infecção: emagrecimento não
compatível com atividade física ou dieta, sudorese noturna, fadiga crônica, diarreia,
linfadenopatia generalizada, febre persistente, tosse, embranquecimento ou perda de cabelo e
xerodermia. Perguntas referentes à sexualidade e uso de drogas devem ser feitas quando o CD
estiver seguro de que há uma relação de confiança e após garantir confidencialidade e explicar
a importância das informações para o diagnóstico e tratamento. Deve haver sempre respeito às
diferenças comportamentais.

O Tratamento
O planejamento do tratamento deve se basear na situação clínica do usuário, e não no estado
sorológico. O usuário deverá receber sempre informações sobre os problemas bucais e as
indicações de tratamento. Decisões sobre o tratamento serão tomadas pelo CD de comum
acordo com o usuário e a equipe de saúde. Antes de cada sessão, o CD deve sempre estar
atento ao estado de saúde do usuário que já possua diagnóstico, perguntando como ele está se
sentindo e postergando procedimentos invasivos quando houver queixa médica não
esclarecida. A prevenção da cárie e da doença periodontal deve ser enfatizada, pelo alto risco
para as duas doenças apresentadas por esse usuário.

A manutenção de uma boa higiene bucal é importante na redução do potencial de risco de


complicações. Os usuários podem ser de alto risco para cárie dentária, devido aos
medicamentos que contêm glicose para melhorar o sabor ou que causam xerostomia.
Medicações utilizadas por este usuário podem causar outras reações adversas que interferem
no tratamento dentário, tais como anemia, trombocitopenia, neutropenia e alterações no
metabolismo.

Deve-se instituir a aplicação tópica de flúor em caso de risco e os usuários devem retornar a
cada três meses para controle. Em caso de alto risco, os bochechos diários com flúor também
podem ser preconizados. Todos os procedimentos clínicos da atenção primária poderão ser
realizados nesses usuários. Em relação à periodontia, como os portadores de HIV são de risco
para o aparecimento de doença periodontal de rápida evolução, nem sempre há uma boa
resposta ao tratamento. Procedimentos periodontais, como raspagem supra e subgengivais,
podem ser realizados da mesma forma, mas enxágues com solução antibacteriana
(clorexidina) antes do tratamento e sua manutenção dois a três dias após o mesmo parece
reduzir o risco de complicações sistêmicas. O médico deve sempre ser consultado antes dos
procedimentos invasivos, e geralmente não há necessidade de usar cobertura antibiótica de
rotina para prevenir infecções pós-procedimento.

Trombocitopenia
Ocorre em alguns pacientes com HIV. Isso pode causar sangramento após procedimentos
cirúrgicos, raspagem supra e subgengival e exodontias. É interessante solicitar contagem de
plaquetas e tempo de sangramento antes de se realizar esses procedimentos. Plaquetas abaixo
de 20000/mm3 contraindicam a sua realização. Granulócitos abaixo de 1000/mm3
representam necessidade de profilaxia antibiótica antes de procedimentos cirúrgicos e
invasivos. Devendo o CD estar sempre atento à propensão ao desenvolvimento de reações
alérgicas a antibióticos durante a progressão da doença. A necessidade de profilaxia
antibiótica deve ser baseada nas condições do usuário ou recomendação do médico
responsável pelo seu tratamento. Cada caso deve ser discutido com o médico.
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Interações medicamentosas: o CD deve estar ciente da possibilidade de interações
medicamentosas antes de receitar algum medicamento a usuários que estejam sob uso de
medicação.

FATORES DE RISCOS NA PRÁTICA ODONTOLÓGICA

Os fatores de risco presentes no local de trabalho podem causar diretamente um problema de


saúde ou favorecer as reações fisiopatológicas que determinam seu aparecimento.

Entre esses fatores podemos destacar:

Ligados à organização do trabalho


Inflexibilidade, alta intensidade do ritmo de trabalho, execução de grande quantidade de
movimentos repetitivos, sobrecarga de determinados grupos musculares, ausência de controle
sobre o modo e ritmo de trabalho, ausência de pausas, exigência de produtividade, falta de
conhecimento e domínio das técnicas para o manuseio dos equipamentos e instrumentais.

Fatores físicos
Vão desde instrumentais e equipamentos inadequados e mal instalados até ruídos, vibrações,
radiações secundárias, jato de areia e polimentos (laboratórios de prótese odontológica) e
calor.

Fatores biológicos
Materiais contendo sangue ou fluidos corpóreos (algodão, gaze, curativos, resíduos de
cirurgias, modelo de gesso, moldagens, aerossol do jato de bicarbonato e das peças de mão,
principalmente a alta rotação).
50
Fatores químicos
Dentro do universo de substâncias químicas que os profissionais da odontologia utilizam, é o
mercúrio (Hg) o que mais causa preocupação, em função de sua alta toxicidade. Será
comentado à parte.

Outras substâncias:
Formaldeído
Vapores irritantes, odor desagradável e comprovado potencial carcinogênico. Podem causar
câncer de nasofaringe, câncer nasossinusal e irritações nos olhos, nariz e garganta.

Glutaraldeídos
Composto tóxico, irritante da pele, mucosas e olhos.

Fenol sintético
Os compostos fenólicos são tóxicos quando ingeridos e irritantes para a pele e olhos.
Cloro
Os compostos liberadores de cloro são tóxicos, causando irritação da pele e olhos. Quando
ingeridos, provocam irritação e corrosão das membranas mucosas.
A inalação do ácido hipoclorito provoca tosse e choque, podendo causar irritação severa do
trato respiratório.

Quaternário de amônia
Baixa toxicidade, porém pode causar irritação e sensibilidade da pele.

Óxido de etileno
Alta toxicidade do gás.

AS DOENÇAS DO TRABALHO NO MEIO ODONTOLÓGICO

Cirurgiões dentistas estão entre os mais afetados pela LER e DORT

A sociedade moderna tem sido cada vez mais vítima das chamadas
doenças do trabalho. O excesso de horas de traba-lho seguidas, a pressão
para atingir resultados cada vez melhores e a repe-tição constante de
alguns movimentos pode levar a problemas sérios de saúde.

A maioria das pessoas não se dá conta de todos esses fatos, e só vão


perceber seu resultado quando se encontram em um estado avançado, com as chamadas
Lesões por Esforço Repetitivo, ou, como são mais conhecidas, LER.

As LER, como o próprio nome diz, são lesões nos músculos e articulações causadas por uma
má postura durante o trabalho ou por realizar movimentos repetitivos durante um longo
período de tempo, sem intervalo.

51
Má postura durante o trabalho

Outra definição para as Lesões por Esforço Repetitivo


que vem sendo bastante utilizada é DORT –
Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao
Trabalho. O termo DORT foi adotado pelo INSS em
1998 e é mais preciso para se referir a esse tipo de
doença ocupacional, já que abrange um número maior
de casos, não só os que já se transformaram em lesão
por apresentarem um estágio avançado.

Muitas pessoas, erroneamente, referem-se aos DORT e às LER como se fossem sinônimos.
Os DORT referem-se a qualquer distúrbio ocasionado pelo trabalho, são mais brandos que as
LER e, se diagnosticados na fase inicial, possuem grandes chances de serem curados. Caso
não sejam tratados, os DORT podem evoluir para uma LER, que já é mais difícil de ser
tratada devido à sua severidade.

Um pouco de história

As doenças ocupacionais vêm sendo retratadas na


literatura desde o século XVIII, quando houve a Re-
volução Industrial. Em 1713, Bernardino Ramazzini,
con-siderado por muitos o pai da medicina
ocupacional, publi-cou o livro ―Doença dos
Trabalhadores‖. Foi a pri-meira publicação sobre o
assunto.

A tendência era que o problema aumentasse com o


passar do tempo, o que realmente aconteceu. Entre os
anos de 1960 e 1980 houve uma epidemia de LER no Japão e, na segunda metade da década
de 1980, ela já era considerada o maior problema de saúde pública australiano.
No Brasil não poderia ser diferente. A terminologia LER foi introduzida em 1986 e, através
da Portaria nº 3751 de 13 de novembro de 1990, foi reconhecida como doença do trabalho.

Entre os anos de 1985 e 1988, a incidência de profissionais portadores de LER saltou de 1%


para 40% na cidade de Belo Horizonte. Já em São Paulo, somente entre os anos de 1985 e
1992, o número de casos diagnosticados ultrapassava a barreira dos 20 mil.

Os cirurgiões-dentistas e a LER

As Lesões por Esforço Repetitivo costumam atingir os


profissionais das mais diversas áreas. Com relação ao sexo, as
mulheres costumam sofrer mais com as doenças ocupacionais.
Uma das possíveis causas seria o fato das mulheres apresentarem
uma menor densidade e tamanho dos ossos e uma musculatura
mais frágil, além de utilizarem anticoncepcionais e realizarem
52
tarefas domésticas após o trabalho.

Entre as classes mais afetadas estão secretárias, bancários, operadores de linha de montagem,
professores, pessoas que trabalham com computador e também os odontologistas.

São vários os motivos que levam o cirurgião-dentista a fazer parte do grupo de risco de LER
e, entre os principais, podemos citar o alto número de horas trabalhadas por dia. Não é difícil
encontrarmos profissionais que trabalham de 9 a 12 horas por dia, executando sempre os
mesmos movimentos e permanecendo na mesma posição. Isso causa um desgaste dos
músculos e articulações, levando a alguns distúrbios que, caso não sejam tratados, podem
evoluir a uma LER.

Outro problema no dia-a-dia do dentista é a má postura. Primeiramente, não são todos os


profissionais que têm o cuidado em escolher equipamentos ergonomicamente apropriados. E
mesmo os que possuem uma preocupação com o lado
ergonômico do consultório podem sofrer com dores nas
costas, mãos, punhos e braços por adotarem uma postura
incorreta.

Estudos mostram que praticamente 70% dos profissionais da


odontologia queixam-se de algum tipo de dor. As áreas mais
afetadas são o pescoço, as costas e o ombro.

A utilização de instrumentos rotatórios também pode levar ao surgimento de distúrbios


osteomusculares ou até mesmo lesões. A constante vibração gerada pelos micromotores pode
gerar micro lesões a partir do momento que as vibrações se propagam pelos tendões,
músculos e ossos.

O fator psicológico também influi muito no desgaste muscular e das articulações. A pressão
em atender um número cada vez maior de pacientes em um curto espaço de tempo e as metas
a serem cumpridas deixam o CD sobtensão, atingindo ainda mais os músculos e articulações.

Um estudo realizado no ano 2000 mostra que as espe-cialidades mais atingidas entre a classe
odontológica são, respectivamente: Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilo-facial, Endodontia,
Periodontia, Dentística Restauradora, Odontopediatria e Prótese Dentária.

Conseqüências

De início parece um problema não muito grave, apenas uma dor constante no pescoço, nas
mãos, nas costas. Com o passar do tempo, a dor começa a incomodar, chegando a impedir o
profissional de exercer seu trabalho. E é somente nesse momento que é procurada ajuda,
quando já há um estágio avançado.

53
Dor nas costas

Os primeiros sintomas causados pela LER/DORT são sensação de


peso, dormência, perda de sensibilidade, formigamento, dor ao
realizar algum movimento específico, perda de força e inchaço
local.

As LER/DORT englobam diversos distúrbios e lesões. Na classe


odontológica, os problemas mais freqüentes oriundos do esforço
repetitivo e da má postura são a Síndrome do Desfiladeiro
Torácico, Ombro Doloroso, Síndrome do Túnel do Carpo,
Tenossinovite, entre diversas outras.

As LER/DORT são consideradas, hoje, a segunda maior causa de afastamento do trabalho,


segundo dados do INSS. O profissional fica incapacitado de exercer sua profissão e acaba
sendo afastado de suas funções.

O afastamento do profissional pode gerar uma repercussão psicossocial negativa. O portador


de LER/DORT passa a se sentir incapaz por não poder realizar aquela função. Isso acontece
porque, muitas vezes, a LER/DORT é vista como um problema do trabalhador, e não do
trabalho, fazendo com que ele se sinta culpado por estar doente e não poder mais exercer
aquela função como antes.

Tratamento e cura

As doenças ocupacionais podem ser tratadas e têm cura em muitos casos. O método e tempo
de tratamento estão intimamente relacionados com o grau da doença quando diagnosticada e
dependem da resposta de cada um ao tratamento.

O primeiro passo para o tratamento das lesões por esforço repetitivo e dos distúrbios
osteomolusculares é agir justamente na causa do problema. É preciso encontrar soluções
ergonômicas para o local de serviço como cadeiras mais confortáveis, que não obriguem o
profissional a trabalhar com uma postura incorreta.

Depois, é necessário tratar a lesão e fazer com que o músculo ou articulação em


questão voltem ao funcionamento normal ou ao mais próximo dele. Existem
quatro métodos de tratamento e, quanto antes o problema for diagnosticado e
tratado, melhores serão os resultados e as chances de cura.

»Medidas gerais: são recomendados repouso e dieta, além de alguns


exercícios com as articulações afetadas;

»Medidas terapêuticas: utilização de anal-gésicos e relaxantes musculares


para aliviar a dor e diminuir o processo inflamatório;

»Medidas ortopédicas: exercícios e fisioterapia que visam à correção de


postura e outras anormalidades que venham a ocorrer;
54
»Medidas cirúrgicas: a cirurgia só é indicada em último caso, quando não há outra medida
para se diminuir a dor e restituir a capacidade funcional do músculo ou articulação em
questão.

A palavra da vez é prevenção

A maneira mais fácil e eficaz de se combater doenças ocupacionais como as LER/DORT é a


prevenção. Algumas ati-tudes simples, como praticar exercícios de relaxamento e
alongamento antes e depois da jornada de trabalho ou adotar medidas ergométricas na clínica
ou empresa, já surtem um efeito positivo.

A prevenção da LER/DORT também impli-ca uma mudança na relação dentista-trabalho, ou


seja, mudar hábitos que sempre foram rotineiros e prejudicavam a saúde do dentista sem que
ele se desse conta.

A aquisição de móveis e aparelhos ergonomicamente indicados é um bom começo, pois


ajudam o CD a permanecer em uma postura correta durante o trabalho. Entretanto, mesmo
com móveis ergonômicos, é necessário um cuidado especial com a postura.

A postura durante um atendimento depende, entre outros, do procedimento a ser realizado e


da região da arcada. Independente disso, é recomendável manter as articula-ções em uma
posição neutra, com os membros próximos ao corpo. Também é importante que o profissional
execute paradas – mesmo que curtas – com uma certa freqüência.

Durante o tratamento de um paciente, não se devem usar luvas que apertem a


região dos pulsos, e a força compressiva e velocidade de instrumentos
manuais devem ser diminuídas. Também é importante evitar a aplicação de
força em excesso ao longo do tratamento ou movimentos repetitivos.

É importante que o cirurgião-dentista procure intercalar a execução de procedimentos, que


não marque seguidamente em sua agenda pacientes com o mesmo procedimento, para não ser
obrigado a realizar os mesmos movimentos.

Outra simples ação que repercute excelentes


resultados é a realização de exercícios de
alongamento e relaxamento antes, durante e após o
expediente. Esses exercícios têm como objetivo
aliviar a dor e a tensão muscular, aquecendo os
músculos e articulações para a jornada de trabalho.
Alguns exercícios básicos podem ser feitos no
próprio local de trabalho, sem requererem muito
tempo.

1 - Massageie a palma da mão do centro para fora


por alguns minutos;

2 - Realize semiflexões dos joelhos com a mão


55
espalmada para baixo e apoiada na mesa;

3 - Com o polegar apoiado na mesa, realize semiflexões dos joelhos;

4 - Com os ombros relaxados, flexione o polegar da mão passiva, combinando o desvio do


punho em direção ao solo;

5 - Com a mão ativa, flexione os dedos da mão passiva em forma de concha;

6 - Com a mão ativa, flexione o punho da mão passiva, mostrando a concha para si.

Com atitudes simples como as descritas acima, é possível manter as lesões e os distúrbios
osteomusculares bem longe da vida dos cirurgiões-dentistas.

Em todos os instrumentos odontológicos, dos mais simples aos mais sofisticados, esconde-se
um universo imenso de microorganismos patogênicos.

Alguns estudos demosntram que os germicidas quando entram em contato com os


lubrificantes das pontas de alta e baixa rotação, perdem a ação, e ainda, sugerem que esses
lubrificantes estariam permitindo a proliferação de microorganismos.

A flora bucal abriga em média 300 diferentes microorganismos.

O protocolo de Biossegurança deve ser seguido, não só para proteção do paciente como do
próprio profissional.

Consta como parte da biossegurança o uso de equipamentos e materiais por parte do


profissional e equipe auxiliar como: máscaras descartáveis, gorros descartáveis, luvas de
procedimento e cirúrgicas, protetor de pontas descartáveis (alta e baixa rotação e outras
pontas auxiliares), agentes químicos de desinfecção e esterilização de superfícies e
instrumentais, filme plástico para cobertura de áreas tocadas durante os procedimentos (deve
ser trocado a cada paciente), antissépticos para o paciente fazer bochecho antes de qualquer
procedimento.

É aconselhável que o profissional e sua equipe tomem vacinas contra:


Hepatite B
Sarampo
Rubéola
Parotidite
Tétano (mesmo que o risco seja quase nulo)

Enquanto na população em geral a hepatite B apresenta-se em torno de 4%, entre os


profissionais de odontologia gira em torno de 13%. Vejamos alguns procedimentos
importantes para a segurança do CD, auxiliares e pessoal de laboratório de prótese:

56
MOLDAGENS COM FINALIDADE PROTÉTICA

Antes de serem enviados ao laboratório, os moldes e modelos devem ser limpos e


desinfetados para remoção de saliva, sangue e outras sujidades.

Sendo assim, mercaptanas, siliconas, poliésteres, gesso e hidrocolóides devem ser


desinfetados através de imersão em líquido desinfetante.

Sempre faça as moldagens e vaze o gesso utilizando EPI, principalmente luvas e protetor
ocular.

PONTAS DE ALTA E BAIXA ROTAÇÃO E PONTAS


DE PERIFÉRICOS

Algumas podem ser autoclavadas, e essa é a melhor maneira


de realizar a esterilização.

Quanto àquelas que não podem ser autoclavadas, use


protetores descartáveis de látex ou filme plástico. Os de látex
existentes no mercado oferecem uma eficácia grande, e vale
a pena investir.

Quando associadas à desinfecção com substâncias químicas


auxiliares, as barreiras de látex aumentam a eficácia contra a contaminação cruzada.

Em testes, encontraram numa única ponta de alta rotação mais de mil streptococcus do tipo
mutans.

Em virtude de funcionarem à base de água e ar comprimido, as pontas de alta rotação e outras,


após a operação, existe um refluxo de líquidos que pode chegar até as cânulas.

Os que têm o sistema check valve, impedem esse retorno dos líquidos, mas não removem a
quantidade de secreção que fica em seu interior.

O maior foco de contaminação é onde ficam as turbinas, na cabeça.

Uma das formas de se manter as pontas não autoclaváveis limpas, é uma criteriosa limpeza
com água e sabão neutro para remoção de debridamentos orgânicos, e fazer a lubrificação
antes do empacotamento em ―luva‖ com solução desinfetante (dependendo do tipo de solução
você vai deixar mais ou menos tempo). Há no mercado produtos com essa finalidade, onde
você faz a limpeza da ponta, lubrifica e depois coloca-a dentro dessa ―luva‖ que contém
soluções desinfetantes e impedem o crescimento bacteriano. Mesmo assim, esse método não é
totalmente eficaz, o ideal é ter pontas autoclaváveis.

57
USO DE SOBRELUVAS (LUVAS PLÁSTICAS)

Mãos calçadas com luvas já contaminadas ou não, devem ser protegidas com uma sobreluva
plástica também descartável, antes de tocar qualquer coisa (gavetas, telefone, interfone,
caneta, blocos, etc.), a fim de evitar a contaminação cruzada.

DESINFECÇÃO DE SUPERFÍCIES

- IODOPOVIDINE EM SPRAY
-ÁLCOOL 70 EM SPRAY - APLICAR 2 VEZES
CLORETO DE BENZALCÔNIO – SPRAY
ÁLCOOL GEL 70
LENÇÓIS DE CLORHEXEDINE
-ÁCIDO PERACÉTICO (É O MAIS EFICAZ QUANDO COMPARADO A OUTROS
AGENTES QUÍMICOS)
CLORHEXEDINE 2% + ÁLCOOL 70 EM SPRAY (É O SEGUNDO MAIS EFICAZ
QUANDO COMPARADO A OUTROS AGENTES QUÍMICOS)
OBS: HIV – PERMANECE VIVO FORA DO ORGANISMO POR 72 HORAS
HBV - PERMANECE VIVO FORA DO ORGANISMO POR 2 SEMANAS

LIMPEZA DE MOLDES E MODELOS

IODÓFIROS OU HIPOCLORITO 1% - IMERSÃO POR 10 MINUTOS


ÁCIDO PERACÉTICO – IMERSÃO POR 10 MINUTOS

Tanto as imersões em ácido peracético como em hipoclorito apresentam boa estabilidade


dimensional, sem mostrar diferenças clinicamente relevantes quando imersos nos diferentes
produtos, desde que obedecido o tempo de imersão.

LIMPEZA DE PRÓTESES E APARELHOS ORTODÔNTICOS

HIPOCLORITO 1% - IMERSÃO POR 10 MINUTOS PARA


DESINFECÇÃO
- IMERSÃO POR 30 MINUTOS PARA ESTERILIZAÇÃO
DIGLUCONATO DE CLORHEXEDINE 10% – IMERSÃO
POR 10 MINUTOS
VINAGRE 30% - IMERSÃO POR 30 MINUTOS PARA
PRÓTESES TOTAIS

OUTRAS OBSERVAÇÕES:

GLUTARALDEÍDO
É cancerígeno e tóxico ao meio ambiente, já está proibido em diversas localidades brasileiras.

ÁCIDO PERACÉTICO
É esporocida, bactericida, virucida, esteriliza em 30 minutos e é seguro para o profissional.

DETERGENTE ENZIMÁTICO
58
Utilizado para desinfecção e limpeza de terminal, não destrói os microorganismos – 5 a 10
minutos de imersão.

CAMPOS DE TNT
Podem ser esterilizados em autoclave, desde que devidamente embalados (não colocar os
campos de TNT sem embalagem na autoclave, e não tentar esterilizar os mesmos em estufa)

ESTUFA
17Oº - 1 hora
160º - 2 horas
Um erro que muitas pessoas comentem, é em relação a esse tempo, que deve ser contado
somente após a estufa atingir a temperatura ideal.
Usar sempre o termômetro de bulbo para ter certeza que a temperatura indicada no termostato
está correta.

PAPEL ALUMÍNIO
É uma ótima opção para embalar e esterilizar, a ainda pode servir de barreira em alças de
refletores, puxadores de gavetas, etc. Tem a vantagem de poder ser esterilizado antes do uso
(descartável).

ARMAZENAGEM EM GAVETAS OU ESTUFA


Deve-se obedecer as seguintes medidas, no máximo 50 cm abaixo do teto e no mínimo 30 cm
acima do piso. Validade de 7 dias.

ISOLAMENTO ABSOLUTO
Oferece 80% de proteção ao dentista

POLIMENTO E PROFILAXIA
Dar preferência a taças e cones de borracha, as escovas retém muitos microorganismos)

PORTA RESÍDUOS
Eliminar o uso de porta resíduos. O ideal é utilizar um saquinho plástico à cada paciente para
descartar algodão, gaze e outros.

LUVAS
Streptococcus passam pelas luvas. Após uma hora de uso, o ideal é trocá-las por um novo par.
Não esquecer que deve-se usar sobreluvas plásticas quando quiser tocar objetos como gavetas,
telefones, etc. Para lavagem do instrumental, utilizar luvas grossas de borracha.

LAVAGEM DE ROUPAS
Lavar em local separado das roupas de casa com hipoclorito 1:5

FERIMENTOS
Lavar sem esfregar, não utilizar hipoclorito na lavagem, apenas água e sabão neutro.
Hospital Municipal - Teste rápido de HIV, Teste de HBV

59
BOCHECHOS
Antes de qualquer procedimento, pedir ao paciente que faça bochecho de 15 a 30 segundos
com solução antisséptica (Periogard é bem indicado para essa finalidade)

LAVAGEM DAS MÃOS


1. Retirar anéis, pulseiras e relógio.
2. Abrir a torneira e molhar as mãos sem encostar na pia.
3. Colocar nas mãos aproximadamente 3 a 5 ml de sabão. O sabão deve ser líquido e
hipoalergênico.
4. Ensaboar as mãos friccionando-as por aproximadamente 15 segundos.
5. Friccionar a palma, o dorso das mãos com movimentos circulares, espaços interdigitais,
articulações, polegar e extremidades dos dedos (o uso de escovas deverá ser feito com
atenção).
6. Os antebraços devem ser lavados cuidadosamente, também por 15 segundos.
7. Enxaguar as mãos e antebraços em água corrente abundante, retirando totalmente o resíduo
do sabão.
8. Enxugar as mãos com papel toalha.
9. Fechar a torneira acionando o pedal, com o cotovelo ou utilizar o papel toalha; ou ainda,
sem nenhum toque, se a torneira for fotoelétrica. Nunca use as mãos.
10.EM CASO DE CIRURGIAS O SABÃO DEVE TER AÇÃO ANTISSÉPTICA TAMBÉM.

ÓCULOS DE PROTEÇÃO
Sempre utilizar óculos de proteção durante os procedimentos, e se possível oferecer ao
paciente também.

60
É de suma importância o uso de sabonete líquido, toalhas descartáveis, lixeira com pedal,
torneira acionada por pedal, luvas e sobreluvas, pias separadas para lavagem das mãos e
lavagem de instrumental, e uso de recipiente rígido para descarte de agulhas e materiais
pérfuro-cortantes,que deverão juntamente com o lixo contaminado, serem recolhidos através
de coleta especial da sua cidade.

O manuseio efetivo dos micro-organismos nos consultórios odontológicos, laboratórios de


ensino e pesquisa, nos domicílios, nos hospitais e demais atendimentos na área da saúde e nas
indústrias depende essencialmente dos conhecimentos de como controlar os
micro-organismos em seu meio, pela sua destruição, inibição ou remoção. Vários agentes
físicos e químicos podem ser utilizados para realização do controle de micro-organismos de
forma a mantê-los em níveis aceitáveis. Em odontologia, utiliza-se para controle de
micro-organismos métodos de esterilização e desinfecção.

Esterilização é a destruição de todos os organismos viáveis de um determinado local ou


material. Um artigo esterilizado é totalmente isento de micro-organismos vivos, capazes de se
reproduzirem.

A esterilização pode ser realizada utilizando-se de métodos físicos (calor e radiações),


métodos químicos (glutaraldeído, formaldeído, ácido peracético, entre outros) e por métodos
físico-químicos (óxido de etileno e plasmas de oxigênio e hidrogênio). O método mais usado
e indicado para a odontologia é o calor úmido, por meio de autoclave.
61
Desinfecção é a destruição ou remoção da maioria, mas não de todos, os micro-organismos de
determinado material. Pode ser realizado por métodos químicos (desinfetantes) ou métodos
físicos (água em ebulição, por exemplo).

MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE DE MICRO-ORGANISMOS

Os métodos de controle de micro-organismos nem sempre visam a esterilização, alguns são


utilizados para desinfecção, processo que mata ou remove as formas vegetativas (não
formadoras de esporos) dos micro-organismos. Idealmente, todos os micro-organismos em
sua forma vegetativa são destruídos, mas a redução no número de patógenos a níveis onde
seja improvável o desenvolvimento de infecção é aceitável.

O método físico de controle de micro-organismos mais utilizado em odontologia atualmente é


o calor úmido sob pressão, utilizando-se do aparelho autoclave. O calor seco em forno Pasteur
(estufa esterilizadora) foi muito utilizado pela odontologia e ainda é realizado em laboratórios.
Antes dos artigos serem submetidos aos métodos de esterilização, necessitam,
obrigatoriamente, ser processados adequadamente.

Processamento de artigos

A Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar do Mi-


nistério da Saúde (1994) recomenda considerar no proces-
samento de artigos: a) todo artigo deverá ser considerado
como ―contaminado‖, sem levar em consideração o grau de
sujidade presente, independente do processo a que será
submetido; b) no processamento devem ser realizados os
seguintes passos sequenciais: limpeza, desinfecção e/ou es-
terilização e estocagem, conforme o objetivo do artigo; c) os
artigos devem ser classificados de acordo com o risco potencial de infecção envolvido em seu
uso (artigos críticos, semicríticos ou não críticos) e definir o tipo de processamento a que será
submetido (desinfecção ou esterilização): d) é imprescindível o uso de equipamento de
proteção individual (EPI), como preconizado nos procedimentos de precauções universais e
de segurança.

Antes da lavagem, os artigos que foram utilizados em um procedimento médico-odontológico


devem ser descontaminados. A descontaminação prévia do material (instrumental) pode ser
feita pela imersão em detergente enzimático ou preferencialmente em ácido peracético,
reduzindo assim o risco durante sua manipulação. As seguintes etapas deverão ser observadas:

Limpeza: deve ser realizada por fricção mecânica utilizando água e sabão, auxiliada por
escovas e esponja, ou pode-se utilizar aparelho de ultrassom com detergentes/desencrostantes.

Enxágue: deve ser realizado com água potável e corrente.

Secagem e embalagem: a secagem dos artigos objetiva evitar interferência da umidade e


poderá ser realizada em estufa regulada para esse fim ou com toalhas de papel descartável.
Antes de ser esterilizado, o material deverá ser embalado e identificado (instrumento contido

62
no invólucro e data de esterilização). A identificação prévia evita o rompimento do invólucro.

Esterilização/Desinfecção: preferencialmente deve-se optar por métodos físicos (autoclave).


Métodos químicos devem ser utilizados apenas quando os físicos não puderem ser realizados.

Armazenamento do material: deve ser feito em local exclusivo, separado dos demais em
armários fechados, protegido de poeira, umidade e insetos, e a uma distância mínima de 20
cm do chão, 50 cm do teto e 5 cm da parede (ANVISA, 2006), após ter atingido temperatura
ambiente. É importante lembrar que quando o material estiver embrulhado em papel, ele
poderá estar fragilizado pelo calor e romper-se com facilidade. Uma vez rompido o papel, os
instrumentos devem ser reembalados e submetidos novamente à esterilização. Evitar
armazenamento do material embaixo de pias e em ambientes com muita circulação de pessoas
(corredores). Semanalmente, as gavetas ou armários devem ser desinfetados e o material
reesterilizado. Respeitar o prazo de validade das embalagens.

Os invólucros somente devem ser abertos pelo profissional imediatamente antes do uso. A
remoção dos instrumentos dos pacotes para guardá-los em caixas ou gavetas, assim como
mantê-los em desinfetantes, mesmo com todos os princípios de assepsia, deve ser evitada.

Esterilização em autoclave

A esterilização utilizando-se vapor de água tem sido o método padrão


de eliminação de micro-organismos em microbiologia por muitos
anos. É considerado o mais eficiente e seguro método de esterilização
pelo calor, pois mata os micro-organismos pela desnaturação das
proteínas e enzimas, causada pela ruptura das pontes de hidrogênio
que mantém as proteínas em sua estrutura tridimensional, o que
ocorre mais rapidamente em presença de água. Na autoclave emprega-se vapor de água
saturado sob pressão de 15 libras por polegada quadrada (psi) o que equivale à pressão de 1
atmosfera acima da pressão do nível do mar e a esterilização ocorre à temperatura de 121°C
(sem ebulição) por período de 30 minutos.

A remoção do ar das autoclaves pode ser feita por gravidade ou por bombeamento pela
produção de vácuo. Considerando a maneira como o ar é removido do aparelho, as autoclaves
podem ser classificadas:

Autoclave convencional: o vapor é produzido na parte inferior do aparelho, por meio de uma
resistência e o ar é removido na parte superior do aparelho através de uma válvula, que deve
ser fechada apenas quando o fluxo de vapor for contínuo.

Autoclave gravitacional: neste tipo de autoclave, o vapor é injetado, o que força a saída do
ar. No entanto, a fase de secagem é limitada, pois não possui capacidade para remover
completamente o vapor. Pode apresentar umidade ao final do processo devido à dificuldade
de remoção do ar.

Autoclave de alto vácuo: considerada mais segura que a gravitacional, essa autoclave possui
uma bomba de vácuo com alta capacidade de sucção do ar. A autoclave de alto vácuo introduz
vapor na câmara interna sob alta pressão no ambiente com vácuo. Esse procedimento reduz o
63
tempo de autoclavação e diminui a possibilidade da presença do ar residual. Nos aparelhos de
alto vácuo, utiliza-se 132 a 134°C a 30 psi (2 atmosferas) por 4 minutos.

Autoclave de vácuo único: neste aparelho o ar é removido de uma única vez, em curto
espaço de tempo. Devido a isso, pode apresentar formação de bolsas de ar.

Autoclaves de vácuo fracionado: o ar é removido em intervalos, com injeção simultânea de


vapor. Nesse tipo de autoclave a formação de bolsas de ar é menos provável.

A autoclavação apresenta excelente penetração do vapor, alcançando todas as superfícies do


instrumento, apresenta tempo de ciclo relativamente curto e pode esterilizar líquidos.

Em autoclave vertical convencional, usado geralmente em laboratórios, utiliza-se a seguinte


técnica:

a) verificar se a resistência da autoclave (que fica no fundo do aparelho) está coberta de água;
b) colocar o material devidamente acondicionado no interior do aparelho; c) ligar o aparelho e
fechar a tampa deixando a válvula de escape de ar aberta; d) quando o vapor sair de forma
contínua fechar a válvula; e) quando a temperatura atingir 121°C, inicia-se a contagem de
tempo de esterilização: 15 a 30 minutos, dependendo do tamanho do aparelho e da quantidade
e do tipo de material colocado no interior do mesmo; f) desligar o aparelho e esperar o
ponteiro do manômetro chegar a zero, para então abrir a válvula de escape, caso contrário, a
água entra em ebulição. É muito importante retirar todo o ar existente no interior da câmara da
autoclave. Isto se sabe quando o vapor começa a sair de maneira contínua pela válvula de
escape. Se o ar não for removido, pode ocorrer formação de bolsa de ar ao redor do material,
dificultando sua esterilização.

Em autoclaves convencionais, o material sai do aparelho com a embalagem umedecida, o que


exige cuidados para não danificá-la e contaminar o material. Atualmente existem autoclaves
que apresentam dispositivos de secagem do material pela sucção do ar, aproveitando o calor
dos instrumentos que foram aquecidos pelo vapor. Aparelhos mais modernos, inclusive com
ciclos computadorizados também se encontram disponíveis no mercado. Em algumas auto-
claves (geralmente autoclaves horizontais, pequenas e de mesa) o ar em vez de ser retirado é
deslocado para baixo como consequência da entrada de vapor de água na parte de cima da
câmara.

ANAMNESE EXAME CLÍNICO ODONTOLÓGICO

Nos dados colhidos para a identificação podem se encontrar


alguns elementos valiosos para a orientação de diagnóstico.

Quanto à faixa etária, sabe-se que não há idade livre do câncer.


Porém, o sarcoma é mais comum em jovens, ao passo que o
carcinoma acomete adultos de mais de 40 anos.

Com relação ao sexo, a proporção de 13 homens para uma


mulher modifica-se sensivelmente para índices de 6:1.
64
Acredita-se que essa alteração seja devido ao incremento de vícios adquiridos nos últimos
tempos pela mulher, como o etilismo e o tabagismo em todas as suas formas. Por outro lado,
indivíduos da raça negra raramente apresentam carcinoma de lábio.

Certas profissões expõem constantemente o indivíduo a fatores carcinogênicos, aumentando


assim a possibilidade de aparecimento da doença, como lavradores e pescadores, que
trabalham diariamente e por longos períodos diretamente sob os raios solares.

Diversos são os aspectos clínicos do câncer bucal de acordo com as regiões e seus costumes.

Em relação ao motivo da consulta de pacientes, a maioria se refere a termos como "fisgada",


"ferroada", "dor", "dentes moles", o que mostra que as pessoas procuram tratamento impelido
pelo fenômeno doloroso, que infe-lizmente ocorre em fases avançadas da doença. Ou ainda
relatam ter "sangue na boca", "caroço na boca", "língua travada", "dificuldade de deglutição",
etc. Poucos se queixam de "afta", "ferida", "caroço" indolores, sintomas que caracterizam o
início do câncer.

Devido ao fato de tumores malignos serem indolores no início, é comum a referência a dores
instantâneas, momentâneas, agudas e de alta intensidade, pois elas refletem o início do
acontecimento neurológico periférico, ou seja, o tumor, em sua evolução, começa a deslocar
ou comprimir estruturas nervosas.

A referência a sangramento é mais precoce, pois a inflamação peritumo¬ral que se forma no


início provoca um aumento de vascularização da área e, como a úlcera, característica desse
tipo de tumor, se infiltra cada vez mais nos tecidos circunjacentes, nota-se logo o
aparecimento de sangue. A presença de sangue na boca muitas vezes não preocupa o
indivíduo, pois o sangramento é um fenômeno comum, principalmente em gengivites.

Deve-se salientar ainda o fato de que a úlcera do câncer no seu início e a afta tem para o
indivíduo a mesma conotação patológica. Em geral, as úlceras que surgem na mucosa bucal
são consideradas como "aftas" e assim tratadas, principalmente com medicação caseira,
mascarando o desenvolvimento da lesão.

Em relação aos antecedentes genético-hereditários (familiares), é importante pesquisar a


ocorrência de tumores em parentes próximos, a fim de estabelecer uma eventual relação.
Observando outras áreas do organismo, é comum a referência de casos de câncer da mama,
por exemplo, em vários membros de uma mesma família, modificando muitas vezes a
abordagem de prevenção e tratamento.

Hoje, a importância de se posicionar o fumo como fator etiológico do câncer bucal é patente e
alicerçada em inúmeros trabalhos de pesquisa, correlacionando o vício de fumar ao
desenvolvimento de tumores malignos na boca.

Assim, por exemplo, o cigarro de palha traumatiza o lábio pelo uso diário e contínuo. A
maioria dos indivíduos que se utiliza deste vício deixa o cigarro por muitas horas na mesma
posição, sem removê-Io, acendendo-o por várias vezes, provocando calor excessivo. Notam-
se aqui a injúria térmica, o traumatismo mecânico pelo contato e ainda a injúria química pela
ação local dos produtos da combustão do fumo.
65
Os cigarros de papel com filtro aquecem menos os lábios. Todavia, seu uso frequente causa
esfoliação tecidual por aderência, num traumatismo constante, intermitente e prolongado,
sempre no mesmo local.

São evidentes clínica e histologicamente as alterações que ocorrem na mucosa bucal que entra
em contato com o álcool. O esbranquecimento, principalmente da mucosa jugal, é observado
ao microscópio como uma hiperqueratose.

O contato constante do álcool com a mucosa bucal é fator condicionante, entre outros, do
desenvolvimento de tumores malignos. TOMIOLLO (1989), revendo a literatura, notou que a
associação do álcool ao fumo tem efeito sinérgico para o início do desenvolvimento do câncer
bucal, o que é confirmado por autores como ROMAN & KELLER (1972) e BROSS &
COOMBS (1976).

Ao fim da anamnese, juntam-se os dados que auxiliarão a conhecer emocionalmente o


paciente, tanto para valorizar os elementos obtidos como para indicar a melhor forma de
transmitir o diagnóstico ao paciente e sua família, e ainda auxiliar na escolha da terapia mais
apropriada.

66
MODELO DE FICHA DE ANAMNESE

Queixa Principal e Evolução da Doença Atual ______________________________________


___________________________________________________
__________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Questionário de Saúde
Sofre de alguma doença: ( ) Sim ( ) Não-Qual(is)_______________________________

Está em tratamento médico atualmente? ( ) Sim ( ) Não. Gravidez: Sim ( ) Não ( )


Está fazendo uso de alguma Medicação? ( ) Sim ( ) Não
-
Qual(is) ________________________________________________
_______________________________________________
Nome do Médico Assistente/telefone: _____________________________________________
Teve alergia? ( ) Sim ( ) Não
-
Qual(is) __________________________________________
Já foi operado? ( ) Sim ( ) Não
-
Qual(is) ________________________________________
Teve problemas com a cicatrização? Sim ( ) Não ( )
Teve problemas com a anestesia? Sim ( ) Não ( )
Teve problemas de Hemorragia? Sim ( ) Não ( )
Sofre de alguma das seguintes doenças ?
Febre Reumática: Sim ( ) Não ( ); Problemas Cardíacos: Sim ( ) Não ( )
Problemas Renais: Sim ( ) Não ( ); Problemas Gástricos: Sim ( ) Não ( )
Problemas Respiratórios: Sim ( ) Não ( ); Problemas Alérgicos: Sim
( ) Não ( )
Problemas Articulares ou Reumatismo: Sim ( ) Não ( ); Diabetes: Sim ( ) Não ( )
Hipertensão Arterial: Sim ( ) Não ( ); Hábitos: __________________________________
Antecedentes Familiares: _______________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Outras observações importantes: _________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Declaro que as informações acima prestadas são totalmente verdadeiras.
Local, Data
Assinatura do Paciente ou seu Responsável Lega

67
ESCOVAÇÃO CORRETA

Qual a maneira certa de escovar?

Uma escovação adequada deve durar, no mínimo, dois minutos,


isto é, 120 segundos! A maioria dos adultos não chegam nem
próximos a este tempo. Para ter uma idéia do tempo necessário
para uma boa escovação, use um relógio na próxima vez que
escovar os dentes. Escove-os com movimentos suaves e curtos,
com especial atenção para a margem gengival, para os dentes
posteriores, difíceis de alcançar e para as áreas situadas ao redor
de restaurações e coroas. Concentre-se na limpeza de cada setor
da boca, da seguinte maneira:

Escove as superfícies voltadas para a bochecha dos dentes superiores e, depois, dos
inferiores.
Escove as superfícies internas dos dentes superiores e, depois, dos inferiores.
Em seguida, escove as superfícies de mastigação.
Para ter hálito puro, escove também a língua, local onde muitas bactérias ficam
alojadas.

Segure a escova em um ângulo


Comde suaves movimentos circulares,
Com movimentos suaves,
45 graus e escove com escove a face voltada para a bochecha
escove também a língua para
movimentos que vão da gengiva
e a face
à interna dos dentes, e a remover bactérias e purificar o
ponta dos dentes. superfície usada para mastigar. hálito.

Que tipo de escova dental devo usar?


A maioria dos dentistas concorda que a escova dental de cerdas macias é a melhor para a
remoção da placa bacteriana e dos resíduos de alimentos. As escovas com cabeças menores
também são mais adequadas, porque alcançam melhor todas regiões da boca, como, por
exemplo, os dentes posteriores, mais difíceis de alcançar. Muitos escolhem a escova elétrica
como a melhor alternativa, pois ela limpa com maior facilidade e é particularmente indicada
para pessoas que têm dificuldade para higiene bucal ou tem menor destreza manual.

Qual a importância do creme dental na escovação?


É importante que você use o creme dental mais adequado para você. Atualmente existe uma
grande variedade de produtos feitos especialmente para combater cáries, gengivite, tártaro,
manchas e sensibilidade. Pergunte ao seu dentista qual o tipo de creme dental mais adequado.

68
Quando devo trocar minha escova dental?
Troque sua escova de dentes a cada três meses ou quando perceber que ela começa a ficar
desgastada. Além disso, é muito importante trocar de escova depois de uma gripe ou resfriado
para diminuir o risco de nova infecção por meio dos germes que aderem às cerdas.

UTILIZANDO FIO DENTAL

O uso correto do fio dental remove a placa bacteriana e os alimentos nos lugares onde a
escova não consegue chegar facilmente - sob a gengiva e entre os dentes. Como o acúmulo de
placa pode provocar cárie e gengivite, usar fio dental diariamente é altamente recomendável.

Para aproveitar ao máximo o uso do fio dental, uso a seguinte técnica:

Enrole aproximadamente 40 centímetros do fio ao redor de cada dedo médio, deixando


uns dez centímetros entre os dedos.
Segurando o fio dental entre o polegar e indicador das duas mãos, deslize-o levemente
para cima e para baixo entre os dentes.
Passe cuidadosamente o fio ao redor da base de cada dente, ultrapassando a linha de
junção do dente com a gengiva. Nunca force o fio contra a gengiva, pois ele pode
cortar ou machucar o frágil tecido gengival.
Utilize uma parte nova do pedaço de fio dental para cada dente a ser limpo.
Para remover o fio, use movimentos de trás para frente, retirando-o do meio dos
dentes.

Qual tipo de fio dental devo usar?

Fio de nylon (ou multifilamento)


Fio PTFE (monofilamento)

Existem no mercado fios dentais de nylon, encerados ou não, com uma grande variedade de
sabores. Como esse tipo de fio é composto de muitas fibras de nylon, ele pode, às vezes,
rasgar-se ou desfiar, especialmente se os dentes estiverem muito juntos. Embora mais caro, o
fio de filamento único (PTFE) desliza facilmente entre os dentes, mesmo com pouco espaço, e
não se rompe. Usados de maneira adequada os dois tipos de fio removem a placa bacteriana e
os resíduos de alimentos.

Use aproximadamente 40 centímetros de fio, deixando um pedaço livre entre os dedos.

69
PROJETO BRASIL SORRIDENTE

A prestação de serviços públicos de saúde bucal no Brasil, historicamente, caracterizava-se


por ações de baixa complexidade, na sua maioria curativas e mutiladoras, com acesso restrito.
A grande maioria dos municípios brasileiros desenvolvia ações para a faixa etária escolar, de
6 a 12 anos, e gestantes. Os adultos e os idosos tinham acesso apenas a serviços de pronto
atendimento e urgência, geralmente mutiladores. Isso caracterizava a odontologia como uma
das áreas da saúde com extrema exclusão social. Segundo o Levantamento Nacional de Saúde
Bucal – SB Brasil – concluído em 2003 pelo Ministério da Saúde, 13% dos adolescentes
nunca haviam ido ao dentista, 20% da população brasileira já tinha perdido todos os dentes e
45% dos brasileiros não possuíam acesso regular a escova de dente.

Nas duas últimas décadas, apenas algumas experiências isoladas e pontuais ampliavam o
acesso e desenvolviam ações de promoção e prevenção, além de atividades curativas mais
complexas. Não havia uma política nacional efetiva para a Saúde Bucal.

A implementação da Política Nacional de Saúde Bucal - Programa Brasil Sorridente,


significou um marco na mudança do foco da atenção em saúde bucal, visando avançar na
melhoria da organização do sistema de saúde como um todo e propondo um modelo que dê
conta da universalidade, integralidade e equidade, princípios tão caros a quem lutou pela
implantação do Sistema Único de Saúde no Brasil.

70
As principais linhas de ação do Brasil Sorridente são a reorganização da Atenção Básica em
saúde bucal (principalmente por meio da estratégia Saúde da Família), a ampliação e
qualificação da Atenção Especializada (através, principalmente, da implantação de Centros de
Especialidades Odontológicas e Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias) e a
viabilização da adição de flúor nas estações de tratamento de águas de abastecimento público.

REDES INTEGRADAS DE ATENÇÃO À SAÚDE

“Garantir uma rede de atenção básica articulada com toda a rede de serviços e como parte
indissociável desta; [...] assegurar a integralidade nas ações de saúde bucal, articulando o
individual com o coletivo, a promoção e a prevenção com o tratamento e a recuperação da
saúde da população adstrita.” Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal .

PRIMEIROS SOCORROS EM ODONTOLOGIA

Emergências médicas em consultório odontológico são fatos


nem sempre comuns ao dia-dia do Cirurgião Dentista (CD).
Com a mudança no quadro geral de pacientes que procuram
os serviços dos profissionais da Odontologia, esta situação
está se tornando a cada dia mais comum dentro do ambiente
odontológico.

Com o avanço da medicina, dando a pacientes que


apresentam enfermidades sistêmicas importantes uma
melhora em sua qualidade de vida, está ocorrendo um
aumento da diversidade de pacientes que hoje procuram o
consultório odontológico. Pacientes que antes não
freqüentavam o ambiente odontológico, por restrições
médicas, estão a cada dia mais se preocupando com sua
saúde oral.

A conscientização de que a saúde bucal está relacionada com a saúde geral do paciente tem
feito com que pessoas que antes não freqüentavam o consultório odontológico agora o façam.
Desta maneira, o público dos consultórios odontológicos tem diversificado bastante, e junto
com esta mudança está ocorrendo um aumento no número de emergências médicas que
ocorrem dentro do ambiente odontológico. O profissional da Odontologia tem agora em seu
local de trabalho intercorrências médicas, que não estão necessariamente vinculadas ao
tratamento odontológico, porém mais comumente às alterações sistêmicas pré-existentes de
cada paciente.

Desta forma os profissionais têm que estar aptos e seguros para o manejo de uma emergência.
Pesquisas realizadas anteriormente já mostraram que o profissional da Odontologia, no geral,
não se encontra capacitado para tal procedimento, ficando ele assim, dependente
exclusivamente da presença médica para poder socorrer seu paciente.

Pela legislação vigente em nosso país, qualquer cidadão pode prestar serviços de Suporte
Básico de Vida (SBV), bastando o mesmo estar habilitado.
71
A IMPORTÂNCIA DA RADIOLOGIA NA ODONTOLOGIA

Na Odontologia, os dois tipos de radiografias mais utilizados são as


periapicais ( retiradas de dentro da boca) e as panorâmicas. A
radiografia panorâmica, um dos mais importantes mecanismos, de
uso amplo, que possibilita determinar, na face do paciente, a situação
do osso, bem como a arcada dentária, em uma só tomada
radiográfica, é de grande facilidade, já que o filme é colocado fora

da boca do paciente.

RADIOGRAFIA PANORÂMICA ——————– RADIOGRAFIA PERIAPICAL

Em áreas como Cirurgia Buco-Maxilo-Facial, Ortodontia, Implantodontia e Periodontia a


radiologia é imprescindível. Na primeira, é utilizada para diagnosticar lesões, fraturas ósseas,
dentes supranumerários(em maior número que o normal), impactados ( inclusos ou que ―não
nasceram‖) e outros, permitindo o planejamento para a melhor intervenção cirúrgica e
acompanhamento.

Na Implantodontia, entre os muitos benefícios, permite a recolocação de elementos dentais,


evitando o uso de próteses fixas ou móveis( por exemplo: ponte-fixa e Roath), além de avaliar
a condição óssea para implantes, se há necessidade de enxerto ósseo e a osseointegração(
fixação) entre implante e osso.

Na Ortodontia, especialmente na Documentação Ortodôntica, que compreende radiografias e


exames diversos, a radiologia é largamente utilizada. É útil ainda na confecção de moldes de
gesso, fotos e slides entre outros procedimentos (dependendo do caso tratado), fundamentais
para o planejamento e tratamento ortodôntico.

Na Periodontia é utilizada, principalmente, para visualizar perdas ósseas, e assim planejar


corretamente o tratamento.

72
RADIOGRAFIA PANORÂMICA
A denominação panorâmica quer dizer visão ampla, geral de uma
determinada área ou região; no caso a face do paciente. Através
deste exame radiográfico pode-se observar as estrutura ósseas da
face, bem como as arcadas dentárias em uma só tomada
radiográfica, sendo esta uma das suas principais vantagens, além da
facilidade de execução ( já que o filme é posicionado fora da boca),
e também por diminuir o tempo de exposição do paciente aos RX se
comparado com um exame periapical completo. È importante frisar que em certos casos a
radiografia panorâmica necessita de outras radiografias para complementar o diagnostico, neste
caso principalmente as Radiografias Periapicais que por serem menores permitem radiografar
com mais detalhe (precisão) determinadas áreas fornecendo melhor pequenos detalhes
importantes para um correto diagnóstico da patologia.
Para algumas áreas a radiografia panorâmica torna-se imprescindível como na Cirurgia Buco-
Maxilo-Facial, ortodontia e Implantodontia.
Na cirurgia Buco-Maxilo-Facial é utilizada para diagnosticar lesões, fraturas ósseas, dentes
supranumerários, dentes impactados e outros, permitindo ao profissional o diagnóstico e
planejamento da melhor intervenção cirúrgica paro o caso bem como o acompanhamento da
reparação da patologia.
Na implantodontia é de fundamental importância para avaliar a condição óssea: ou seja, se
existe ou não osso suficiente para colocação de implantes, se há necessidade de enxerto ósseo,
e qual o ―tamanho‖ do implante a ser colocado, bem como a osseointegração entre implante e
osso.
Na Ortodontia se faz mais presente, junto da chamada DOCUMENTAÇÃO ORTODONTICA
onde além de radiografias são feitos outros exames como modelos de gesso, fotos, slides,
traçados cefalométricos (e outros dependendo de cada caso), fundamentais para o profissional
fazer um correto diagnóstico, planejamento e tratamento ortodontico do seu paciente.
DOSES DE RADIAÇÃO
Técnica Dose
- panorâmica 1.0 milirens
- periapical/interproxima 0,25 milirens
- lev. Periapica 3,5 milirens
- lev. Periapical + interp. 4,5 milirens

Na radiografia panorâmica ocorre pouca exposição devido o corte ser fino e só atingir a região
de interesse. O fato do aparelho ser grande passa erroneamente a impressão do paciente se
submeter a uma grande dose de radiação. No entanto uma (01) radiografia panorâmica expõe o
paciente a menores doses de radiação do que cinco (05) radiografias periapicais –
(―radiografias pequenas‖ que são realizadas com o filme no interior da boca).

73
RADIOGRAFIA PERIAPICAL
É conhecida como uma técnica radiográfica intrabucal utilizada para visibilidade dos
elementos dentários individualmente, ou mesmo em
grupos, e o tecido alveolar de suporte.

As principais indicações da radiografia periapical


são tratamento endodô ntico, avaliação da presença e
posição de dentes não irrompidos, condição
periodontal, avaliação pós- operatória de implantes,
avaliação pré e pós-operatória de cirurgias periapicais
e detecção de algumas modificações do tecido
periapical.

A posição ideal de uma radiografia periapical deve ser:

Nos dentes a serem avaliados e a película


radiográfica devem sempre encontrar-se
em contato ou, se não for possível, o
mais próximo possível.
O localizador precisa encontrar-se
posicionado de tal maneira que o feixe de
raios x suceda perpendicularmente ao
dente e receptor de imagem, tanto
vertical quanto horizontalmente.
Os elementos dentários e o receptor de imagem necessitam estar paralelos entre si.
O posicionamento precisa ser reproduzível.

É importante frisar que a anatomia da cavidade bucal nem sempre admite o uso satisfatório de
todos os itens do posicionamento ideal e devido essas limitações, duas técnicas para a
radiografia periapical são empregadas: da bissetriz e do paralelismo.

Na técnica da bissetriz o receptor de imagem é colocado o mais próximo possível dos dentes a
serem avaliados, sem entortar, formando um ângulo entre o longo eixo dos dentes e a película
radiográfica, que ficará dividido por uma bissetriz e imediatamente o localizador do aparelho
será disposto de maneira que fique perpendicular a bissetriz.

―A técnica periapical da bissetriz não deve ser utilizada para a análise de coroas e cristas
ósseas alveolares, pois nestas regiões encontram-se os raios x mais divergentes, que provocam
acentuada distorção de forma destas estruturas na imagem radiográfica‖ (BARATIERI. p
141).

Na técnica do paralelismo o filme deve ser colocado paralelamente ao longo eixo dos dentes a
serem examinados. Esta posição é facilitada com o uso de posicionadores e esse uso admite
que esta técnica seja mais reproduzível e lembrar que sempre nesta técnica, o localizador do
74
aparelho de raios x é posicionado em ângulos reto com os dentes e o receptor de imagem.

No entanto ambas as técnicas apresentam algumas vantagens (na bissetriz não é necessário à
esterilização dos posicionadores e na do paralelismo permite menor dose de radiação ao
paciente e imagens mais nítidas) e desvantagens (na da bissetriz, algumas angulações
incorretas resultam em alongamento ou mesmo encurtamento da imagem e na técnica do
paralelismo os posicionadores necessitam serem autoclavados e seu uso poderá inicialmente
ser difícil para operadores inexperientes), mas seus usos adequados são de grande importância
para um bom diagnostico.

ESPECIALIDADES

ENDODONTIA

Endodontia é a especialidade que cuida do interior do dente. A polpa, que é a parte do dente
onde ficam as terminações nervosas e a irrigação sanguinea do dente, é a parte de interesse
dessa área da odontologia.

A maioria dos problemas de canal acontecem quando uma cárie se aprofunda e chega até a
polpa do dente causando inflamação e infecção. O canal
também pode precisar de tratamento quando há algum
trauma dental ou fratura.

Então, o que é um tratamento de canal?

Tratar um canal significa retirar a polpa dental inflamada


ou infectada, esvaziando esse espaço. Lógico que esse
espaço dentro do dente fica infectado também, então a
endodontia alarga os canais com as limas, retirando a
dentina infectada e lava tudo quimicamente.
Posteriormente, o canal é fechado com materiais que
conservem aquele lugar livre de bactérias e o dente possa
continuar na boca. Um trabalho quase que artesanal.

Tratamento de Canal tem a fama de ser dolorido, porém, o


dente dói se não for tratado. A pulpite, inflamação da
polpa mais comum tratada por esta especialidade, é muito dolorida mesmo e essa dor só chega
se o paciente deixar aquele dente cariado sem tratamento. O tratamento em si é realizado com
anestesia e a dor pode ser controlada com remédios.

Cada grupo de dentes tem um número diferente de canais. Isso mostra a diferença de
dificuldade de cada dente e explica a diferença de preço entre tratar um dente incisivo que só
tem um canal e de tratar um dente 1º Molar superior que pode ter de 3 a 4 canais.

75
Atualmente, a Endodontia entrou em uma nova era com uso de instrumentos rotatórios e do
microscópio clínico, o que aumenta o índice de sucesso dos casos. Se há estrutura dental
remanescente suficiente, sempre é melhor optar pelo tratamento do canal, biologicamente e
financeiramente.

Hoje se fala muito em Endodontia X Implantes, em que muitos preferem arrancar o dente e
fazer um implante ao invés de tratar o seu canal. Isso é discutível e varia em cada caso, mas
fazer o canal com um especialista, corretamente, sai mais barato e pode ter uma grande
durabilidade, se comparado ao implante.

Qual a durabilidade de um dente restaurado?

Os dentes restaurados podem durar a vida toda quando tratados adequadamente. Devido ao
fato de ainda ser possível o aparecimento de cárie em um dente tratado, uma boa higiene
bucal e exames dentários regulares se fazem necessários, a fim de evitar problemas futuros.

Como não há mais uma polpa viva que mantenha o dente hidratado, os dentes com raiz tratada
podem se tornar quebradiços e mais sujeitos à fratura. Este é um importante aspecto a ser
levado em conta quando for optar entre uma coroa ou restauração após o tratamento de canal.

Para se determinar o sucesso ou fracasso do tratamento de canal, o método mais confiável é


comparar novas radiografias com aquelas tiradas antes do tratamento. Esta comparação
mostrará se o osso continua sendo destruído ou se está sendo regenerado.

76
Polpa do dente A polpa é removida eAoscavidade é
danificada por uma
canais são limpos antes
preenchida e
cárie profunda. de serem preenchidos.selada.

PROCEDIMENTO DO TRATAMENTO DE CANAL

O tratamento de canal é feito em várias etapas, realizadas em várias visitas ao consultório,


dependendo do caso. São elas:

Primeiramente, é feita uma abertura na da parte posterior de um dente frontal ou na


coroa de um dente posterior, molar ou pré-molar.
Em seguida a polpa infeccionada é removida (pulpectomia), o espaço pulpar e os
canais são esvaziados, alargados e limados, em preparação para o seu preenchimento.
Se mais de uma visita for necessária, uma restauração temporária é colocada na
abertura da coroa, a fim de proteger o dente no intervalo das visitas.
A restauração temporária é removida e a cavidade da polpa e canal são preenchidos
permanentemente. Um material em forma de cone (flexível) é inserido em cada um
dos canais e geralmente selado em posição com um cimento apropriado. Algumas
vezes um pino de plástico ou metal é colocado no canal para se conseguir maior
resistência.
Na etapa final, uma coroa é geralmente colocada sobre o dente para restaurar seu
formato e lhe conferir uma aparência natural. Se o dente estiver fraturado ou muito
destruído pode ser necessário colocar um pino cimentado no canal antes da confecção
da coroa.

77
PERIODONTIA

A Periodontia é a área da Odontologia que trata as doenças da gengiva, visando a prevenção


às doenças e, se estas já estiverem instaladas, devolver a saúde aos Pacientes. Inúmeras
doenças podem ser agravadas pelas doenças da gengiva, como o Diabetes, problemas
cardíacos, etc.

Gengiva saudável

A gengiva saudável é firme, cor de rosa coral, não sangra facilmente e cobre toda a raiz do
dente. Os dentes estão bem presos e o osso de suporte e as fibras do ligamento (que unem o
dente, a gengiva e o osso de suporte) estão saudáveis (Figura 1).

Gengivite e Doença Periodontal

Sua gengiva sangra? O sangramento gengival é um indício importante, que indica que algo
de errado provavelmente está acontecendo. Tanto a gengivite como a periodontite são
doenças causadas pela presença da placa bacteriana no espaço entre o dente e a gengiva e são
caracterizadas por vários sinais, dentre eles o sangramento. Ou seja, sempre que o
sangramento gengival ocorrer, deve ser um sinal de alerta, e se ele permanecer ocorrendo, sua
causa deve ser investigada e tratada em breve. Outro detalhe importante é que tanto a
gengivite como a periodontite podem provocar a alteração no odor do hálito.

Gengivite

A gengivite é o estágio inicial dessa doença e quando não tratada pode evoluir para uma
forma mais grave, que é a periodontite. Na gengivite, a placa bacteriana e o tártaro irritam a
gengiva, que fica vermelha e inchada, podendo ocorrer sangramento quando tocada (Figura
2). Entretanto, o osso de suporte e as fibras do ligamento não sofreram nenhum dano.

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Periodontite

Além dos sinais da gengivite, como o sangramento, na periodontite inicial, o principal sinal é
o rompimento das fibras que unem a gengiva, o dente e o osso de suporte. Forma-se então a
bolsa periodontal, ou seja, um espaço entre o dente e a gengiva, que significa a perda das
estruturas ao redor do dente, como o osso de suporte e as fibras do ligamento (Figura 3).

Entretanto, se a periodontite não for tratada no estágio inicial, a bolsa ficará profunda e a
gengiva afastada em relação ao dente (periodontite avançada). Se a perda óssea for muito
grande, o dente ficará com mobilidade e, dependendo da quantidade de osso perdido, pode ser
indicada a extração do dente (Figura 4).

79
A prevenção e a conscientização do Paciente constituem o melhor método para evitar estas
doenças. O controle mecânico diário da placa bacteriana, por meio de uma técnica correta de
higiene bucal, com escova dentes, fio dental e escovas especiais para uma higiene avançada,
quando necessárias, são suficientes para manter a gengiva e os dentes em condição de saúde e
inclusive reverter os episódios de gengivite.

Tanto o tratamento da gengivite quanto o da doença periodontal requerem a motivação do


paciente e técnicas corretas e adequadas de higiene bucal.

Tratar a periodontite significa basicamente diagnosticar e estabilizar a doença por meio de


sessões de raspagem para remoção de tártaro, preferencialmente, sempre realizado por um
especialista (periodontista). O controle de placa realizado pelo paciente, através de uma
minuciosa higiene bucal, é essencial e tem fundamental importância no sucesso do
tratamento da doença periodontal, e na manutenção dos resultados.

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PRÓTESES DENTÁRIAS REMOVÍVEIS

Tal como o nome indica as próteses dentárias removíveis são aquelas que se podem tirar da
boca e voltar a colocar. Apoiam-se na gengiva e em alguns casos em dentes. Na categoria de
próteses removíveis existem as acrílicas e as esqueléticas. Em alguns casos as próteses podem
ser suportadas por implantes dentários.

-
-
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cas

Como são as próteses removíveis flexíveis?

As próteses removíveis flexíveis Vita Centro são muito leves e de elevada estética.
Translúcidas, adquirem a tonalidade da gengiva o que as torna ainda mais naturais;
Atoxicas e sem odor;
Extremamente confortáveis.
Muito mais fina;
Proporcionam uma sensação muito mais natural;
A resistência é muito superior aos acrílicos comuns em caso de queda ou acidente;
Absorvem melhor o impacto dos movimentos da oclusão.

Para quem são recomendadas?

Reabilitação parcial, unilateral e bilateral. Pacientes idosos. Sobre implantes aguardando a


prótese definitiva.

Próteses Dentárias Esqueléticas

São removíveis e a base de estas próteses esqueléticas é em


metal. Levam ganchos se necessário para melhor prender os
dentes existentes e não se soltarem. Só podem usar estas
próteses pessoas que tenham dentes naturais. A adaptação da
pessoa a este tipo de prótese é bastante mais fácil porque são
pouco volumosas. São bastante higiénicas e se caírem ao chão
não fracturam facilmente. São, no entanto um pouco mais caras
que as próteses acrílicas e geralmente não se podem acrescentar dentes ou fazer alterações.
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São aconselhadas a pessoas que tenham dentes naturais sem mobilidade e gengivas saudáveis.

Próteses Dentárias Acrílicas

São removíveis regra geral são cor de rosa para imitar a cor da gengiva. São usadas por
pessoas que tenham poucos dentes ou nenhum. São as chamadas dentaduras. Na Vita Centro
estas próteses são bastante acessíveis em termos económicos. Se a pessoa perder um ou mais
dentes geralmente é possível acrescentar neste tipo de próteses acrílicas. São mais volumosas
que as esqueléticas principalmente no maxilar superior. Aconselha-se a sua lavagem após as
refeições. Existem também produtos no mercado para limpeza e fixação destas próteses.

Próteses fixas
Tal como o nome indica não se podem retirar para lavar porque são fixas de forma definitiva.
Temos nesta categoria as coroas e as pontes.

Coroa
A coroa serve para revestir artificialmente um dente natural que se encontra destruído por
cárie, fracturado ou frágil devido a desvitalização. A coroa pode ser colocada num dente do
qual só resta a raiz desde que esta se encontre em bom estado. As coroas são feitas em
laboratório e a partir de moldes dos dentes pelo dentista. A cor é escolhida de acordo com a
tonalidade dos dentes em redor de forma a criar uma aparência natural.

Ponte
A ponte é uma prótese fixa com pelo menos duas espécies de apoio. Servem para preencher
uma ou mais falta de dentes fixando-se junto à gengiva e suportada em dentes naturais. O
princípio e objectivo são sempre o de preencher a falta de um ou mais dentes porque estes
estão fracturados ou cariados.

Prótese Total

Próteses totais, popularmente conhecidas como dentaduras, são substitutas para os dentes
ausentes que podem ser retiradas e recolocadas na boca.

Tratamentos Próteses Prótese Total

O que é Prótese Total?

Próteses totais, popularmente conhecidas como dentaduras, são substitutas para os dentes
ausentes que podem ser retiradas e recolocadas na boca.

Embora leve algum tempo para que a pessoa consiga se habituar a utilizá-las, e embora nunca
sejam exatamente iguais aos dentes naturais, atualmente elas oferecem uma aparência mais
natural e maior conforto quando comparadas a aquelas de alguns anos atrás. No caso de
próteses totais, uma base acrílica da cor da mucosa bucal se apoia sobre sua gengiva. A base
da prótese superior cobre todo o palato (céu da boca), enquanto que a prótese inferior é
confeccionada na forma de uma ferradura, a fim de permitir espaço livre para acomodar sua
82
língua.

As próteses são feitas sob medida em laboratorio, a partir de moldes tirados de sua boca. O
dentista irá determinar qual dos dois tipos de próteses descritas abaixo é o melhor para você:

Prótese Total Definitiva: A prótese total convencional é colocada em sua boca depois que os
dentes remanescentes foram extraídos e os tecidos cicatrizarem. A cicatrização pode demorar
vários meses durante os quais você poderá ficar sem dentes.

Prótese Total Imediata: A prótese total imediata é instalada imediatamente após a extração
dos dentes remanescentes. O dentista tira as medidas e faz as moldagens de seus ossos
maxilares durante a consulta. A razão para isto é que o osso no qual os dentes estavam
inseridos sofre uma mudança após a cicatrização, fazendo com que a prótese fique sem
estabilidade.

Por que devo utilizar uma Prótese Total?

O seu principal objetivo é a reabilitação bucal, em todas as suas funções: estética, fonética e
mastigação. Repõe ou restaura de forma indireta os dentes ausentes ou perdidos.

O que fazer para utilizar uma Prótese Total?

Sua confecção se inicia através da moldagem das arcadas dentárias. Tais modelos são
montados em laboratório para a montagem dos dentes de maneira que respeite a oclusão
(mordida) de cada paciente. Os dentes utilizados são feitos em resina acrílica especial.

É realizado o envio dos moldes para o técnico em próteses dentárias(protético). Depois de


pronta a prótese, algumas consultas são necessárias para determinação da altura, tamanho e
formato dos dentes, sendo sempre todas as etapas acompanhadas pelo dentista. O tempo de
vida útil de uma prótese total não é eterna e, como todas as próteses dentárias, devem ser
substituídas periodicamente. O tempo adequado para se trocar uma dentadura é de 5 a 7 anos
(no máximo). Após esse período, além da quantidade de bactéria que passa a residir na
prótese e a pressão contra a mucosa (gengiva e osso alveolar), pode existir perda óssea severa
e até câncer bucal.

Alguns cuidados após a instalação da Prótese Total:

O período de adaptação com a nova prótese é muito importante, você terá que
reaprender a falar e se alimentar, evite alimentos muito duros ou carnes com muitas
fibras;
Em muitos casos, a dentadura inferior não pára na boca e a reabsorção da gengiva
impede a estabilização da prótese dentária. Caso o paciente não se acostume com esta
situação, o ideal é começar a se pensar em utilizar uma prótese total sobre implantes,
como a overdenture.
É muito importante que a prótese não lhe machuque. É comum a necessidade de se
voltar dentista para realizar determinados ajustes;
Quando fora da boca, guarde sua prótese num recipiente com água. A dentadura foi
feita para ficar em ambiente úmido, caso contrário ela poderá ressecar e quebrar
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facilmente;

·Higienize diariamente sua prótese com uma escova dental macia. Também é indicado
massagear a gengiva e o palato (céu da boca) para promover a circulação sanguínea e
remover placas bacterianas aderidas à mucosa.

Quais os riscos de eu não utilizar uma Prótese Total?

A não reposição de dentes perdidos, utilizando uma dentadura, pode acarretar uma série de
complicações, entre as quais:

·Modificação na mordida;
·Desconforto na articulação;
·Problemas estéticos;
·Perda da autoestima;
·Problemas digestivos;

IMPLANTODONTIA

Há algumas décadas a odontologia não tinha muitas soluções para a reposição de dentes
perdidos de forma mais estética e prática. A única solução para os pacientes edentados totais
(sem dentes) era o uso de dentaduras, as quais são desconfortáveis e pouco estéticas.
Com o surgimento dos implantes os pacientes têm possibilidade de "substituir" o elemento
dental por um implante que é inserido no osso e posteriormente feita uma prótese sobre o
implante, se tornando a forma mais estética e saudável
de reposição de um elemento dental.

O que é um Implante Dentário?

O Implante consiste na implantação na mandíbula e na


maxila, de materiais aloplásticos ("parafusos")
destinados a suportar próteses unitárias, parciais ou
removiveis e próteses totais.

O implante é feito a base de titânio. Ao redor do


titânio ocorre a osseointegração que é caracterizada
pela formação de tecido ósseo que irá incorporar este
material ao organismo. E, é extremamente importante,
que o tecido ósseo mantenha-se preservado mesmo
quanto o implante dentário seja submetido aos
esforços mastigatórios.

A integração óssea deve-se a incapacidade do nosso organismo em detectar o titânio


intraósseo; devido a suas características bio-inertes (ao se expor ao ar, a superfície do titânio
se transforma em óxido de Ti), não acontece a formação de tecido fibroso em volta do
implante, permitindo assim o crescimento ósseo ao redor do mesmo, estando em contato
84
íntimo osso e implante.

Com a implantodontia são feitas desde reabilitações unitárias ate grandes reabilitações totais
fixas ou removíveis.

Entre 3 e 6 meses após a instalação do implante de titânio pode ser iniciada a prótese sobre o
implante. Um processo mais recente propõe a instalação rápida de dentes, chamada carga
imediata.

A taxa de sucesso de casos de implante varia de 90 a 100%, dependendo da localização e da


qualidade do osso onde o implante dentário é inserido.

Em alguns casos, onde temos uma deficiência na quantidade de osso para a colocação do
implante, se faz necessária à reposição óssea, a qual chamamos de enxerto ósseo. Para isso
podemos usar 3 tipos de osso.
- O osso removido do próprio corpo, de onde retiramos osso de outras áreas do corpo.
- O osso retirado de banco de ossos.
- Uso de osso sintético.
O uso de implantes tem crescido na atualidade, por ter se tornado mais acessível
economicamente.

CASOS CLÍNICOS DOS TIPOS DE IMPLANTODONTIA

Aspecto inicial no caso 1.


Presença de extremidade livre em maxila posterior esquerda.

Implante ITI com montadores em posição. Notar o paralelismo dos implantes.


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Aspecto clínico após 12 semanas de reparação não-submersa.

Aspecto final das três restaurações unitárias metalocerâmica.

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ESTOMATOLOGIA (DIAGNÓSTICO DAS DOENÇAS BUCAIS)

A Estomatologia é uma especialidade da Odontologia que


tem como finalidade prevenir, diagnosticar e tratar as
doenças que se manifestam na cavidade da boca e no
complexo maxilo-mandibular. Também é atribuição do
estomatologista estar atento para o diagnóstico, e o devido
encaminhamento ao médico, de doenças sistêmicas que
possam apresentar manifestação na boca ou que possam
exercer alguma influência ou interação negativa com o
tratamento odontológico.

Diferentemente de vários países da Europa, da América do


Sul ou mesmo dos Estados Unidos, onde há muitas décadas a
Estomatologia é exercida em sua plenitude, só a partir de
1992 que o Conselho Federal de Odontologia - CFO reconheceu a importância e a oficializou
como uma especialidade da Odontologia, não obstante os esforços dos pioneiros da
Estomatologia brasileira e da Sociedade Brasileira de Estomatologia.

Este reconhecimento tardou a ocorrer principalmente devido ao fato de que a Odontologia


brasileira, durante muito tempo concentrou suas atenções quase que exclusivamente no órgão
dental esquecendo-se da inter-relação deste com a cavidade da boca e desta com o todo.

Como uma especialidade nova, e ainda relativamente desconhecida, não se insinuou no ensino
odontológico com a profundidade desejada, para formar odontólogos com uma real visão de
medicina bucal. O resultado disto é que grande parte dos pacientes, com doenças bucais de
diversas nosologias, ficam sem atendimento técnico-científico adequado pela falta de
profissionais experientes na área.

Esta especialidade emergente surge num momento difícil da saúde pública brasileira, não só
pela falta de gerenciamento mas, também, pela falta de educação para a saúde, saneamento
básico, alimentação e muitos outros fatores importantes para a melhoria da qualidade de vida.
Apesar de todas as dificuldades, a Estomatologia não pode fugir às suas responsabilidades
pode e deve atuar de forma incisiva para a melhoria da saúde bucal da população.

Uma visão moderna dos profissionais da área médica é valorização da saúde e não da doença.
Neste sentido, o estomatologista deve ter como metas para nortear as suas ações: a prevenção
e o diagnóstico precoce das doenças da boca e do complexo maxilo-mandibular.

Prevenir significa antecipar-se a ..., chegar antes de... etc. - a promoção da saúde e a proteção
específica (prevenção primária) indiscutivelmente são as formas mais efetivas de prevenir os
agravos a saúde. Em Estomatologia, a promoção da saúde pode ser conseguida através de
ações educativas tentando-se mudar valores e comportamento do paciente. Assim, a
orientação ao paciente quanto aos malefícios do fumo, álcool, exposição excessiva ao sol, da
importância de uma boa higiene e saúde bucal, da integridade dos elementos dentais e
aparelhos protéticos, os benefícios da alimentação balanceada, orientações quanto a
importância e técnica de auto-exame são alguns exemplos que se levados a efeito podem
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evitar o aparecimento de inúmeras doença.

Para viabilizar-se o diagnóstico precoce é necessário algum esforço do profissional no sentido


de criar oportunidades para esse objetivo. Em outras palavras, o profissional, principalmente o
estomatologista, ao abordar o seu paciente deve preocupar-se inicialmente em constatar a
normalidade, e diante de qualquer alteração implementar a metodologia clínica necessária
para o equacionar do diagnóstico. Desta forma ele estará criando oportunidades para que uma
das metas mais importantes na área da saúde seja atingida - o diagnóstico precoce - o que
determinará ações terapêuticas mais eficientes e com um menor custo.

A Estomatologia é uma especialidade que exige daquele que a ela se dedica, um estudo
contínuo das bases científicas inerentes a sua atuação, desenvolvimento do raciocínio lógico,
senso crítico, além de oferecer uma oportunidade para se cultuar os valores humanísticos que
sempre deve ser exaltado na relação profissional-paciente.

ALGUNS EXEMPLOS DE DOENÇAS DA BOCA

Câncer de Boca Cisto Ósseo

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Fibroma Oral Micose Oral

Hiperplasia Oral Mucocele

Lesão de Células Gigantes Necrose Óssea

Leucoplasia lingual

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