40195apostila Curso TSB
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1. Estática:
➔ O esqueleto ósseo: ossos temporais, esfenóide, maxila, mandíbula, hióide, demais ossos cranianos,
coluna cervical, base do crânio e articulações (temporomandibular e da coluna vertebral);
➔ Os dentes (superfície oclusal)
➔ O periodonto (localizado entre a raiz do dente e a cortical alveolar)
➔ A mucosa (oral, lingual, nasal e faríngea)
➔ Os tendões (extremidade do músculo com formato cilindróide ou de “fita”, as aponeuroses e os
ligamentos (feixes fibrosos que reforçam as membranas fibrosas das cápsulas articulares, com o intuito
de aumentar sua resistência e manter a união entre os ossos).
Esses elementos constituintes das estruturas estáticas ou passivas servem de apoio para as estruturas
dinâmicas ou ativas.
2. Dinâmicas:
São representadas pelas unidades neuromusculares, como os:
➔ Faciais (bucinador, orbicular da boca, zigomáticos, retrator e levantador do ângulo da boca e mentual)
➔ Músculos da mastigação (temporal, masseter, pterigóideo medial e lateral)
➔ Músculos da deglutição (incluindo os músculos do palato , os linguais, os supra-hióideos e infra-
hióideos),
➔ Faríngeos (constritores da faringe e o salpingofaríngeo ),
➔ Palatinos (úvula, palatoglosso, palatofaríngelo, elevador e tensor do palato mole) e
➔ Cervicais, com a porção superior do trapézio, esternocleidomastoídeo, esplênios e escalenos.
Essa musculatura irá, além de fazer parte dos movimentos, promover uma sustentação do esqueleto,
mantendo-o na sua posição e postura.
É importante conhecer como funciona fisiologicamente o referido sistema, pois qualquer alteração no
seu equilíbrio pode significar um quadro de doença.
A BOCA
A boca ou cavidade oral está situada na cabeça, entre as fossas nasais e a região supra-hioidea.
estende-se desde os lábios e bochechas, externamente, até os arcos palatoglossos das fauces
internamente, onde se continua na parte oral da faringe.
A boca está envolvida em grandes processos do nosso organismo, o de mastigação, ingestão, fonação bem
como é uma porta de entrada de ar, fazendo assim, parte do processo de ventilação. É uma cavidade de formato oval,
na sua maior direção do eixo ântero-posterior, está dividida pelo arcos alvéolo-dentais em duas porções:
1º- O vestíbulo que compreende o espaço entre os dentes e as bochechas. Nele encontramos várias pregas formadas
pela mucosa, dentre elas os freios lingual e labial.
2º- A Cavidade propriamente dita que é a parte interna aos dentes, onde encontra-se a língua.
Ao compararmos com uma caixa, nossa boca possui uma parede anterior (formada pelos lábios), uma superior
(formada pelo palato), uma inferior (formada pelo assoalho da cavidade bucal, ou região sublingual) e duas paredes
laterais (músculos que compõem as “bochechas”).
Dentro da cavidade oral existe uma estrutura imprescindível para a mastigação e deglutição: a Língua. Depois
de triturados, o sabor dos alimentos deve ser sentido por pequenas estruturas situadas em seu dorso chamadas de
papilas gustativas, onde cada grupo (filiformes, fungiformes, circunvaladas, foliadas) será responsável por captar
características dos alimentos (doce, salgado, azedo, amargo). Formado o bolo alimentar, este será empurrado em
direção ao trato gastrointestinal.
Na boca também temos as glândulas salivares, que são responsáveis pela produção e secreção de saliva para
a cavidade oral. Essa substância (saliva) tem um papel de suma importância na produção do bolo alimentar,
umidificando-o e o tornando passível de deglutição, bem como no processo de tamponamento (regulação do pH da
boca). Temos as glândulas salivares maiores (parótida, submandibular e sublingual) e glândulas menores distribuídas
em toda mucosa bucal.
O tecido que recobre toda a cavidades bucal é chamado de mucosa oral. Ela varia na estrutura, função e
aparência em diferentes regiões da cavidade oral e é tradicionalmente dividida em:
➔ mucosa de revestimento;
➔ mastigatória;
➔ especializada.
A mucosa de revestimento é de cor vermelha e cobre o palato mole, ventre da língua, assoalho da boca,
processos alveolares (excluindo as gengivas) e as superfícies internas dos lábios e bochechas.
A mucosa oral que cobre o osso alveolar – que sustenta as raízes dos dentes – e os colos (região cervical) dos
dentes é dividida em dois componentes principais. Essa porção que reveste a parte inferior dos alvéolos, frouxamente
fixada ao periósteo através de uma submucosa difusa, é designada mucosa alveolar. Ela é delineada a partir da mucosa
mastigatória gengival, que cobre a parte superior do osso alveolar e os colos dos dentes, por uma junção bem definida,
a junção muco-gengival. A mucosa alveolar aparece em vermelho escuro; a gengival aparece em rosa pálido.
A mucosa mastigatória, ou seja, a mucosa que e submetida ao estresse mastigatório, está firmemente aderida
ao osso subjacente ou aos colos dos dentes, e forma um mucopeirósteo na gengiva e rafe do palato. As gengivas
podem ser ainda subdivididas em:
➔ Gengiva inserida;
➔ Gengiva livre.
As gengivas inseridas estão firmemente ligadas ao periósteo alveolar e aos dentes, enquanto as gengivas
livres, situam-se não inseridas em torno da região cervical de cada dente.
O sulco gengival livre, entre as gengivas livre e inserida, corresponde aproximadamente ao assoalho do sulco
gengival que separa a face interna das gengivas aderidas no esmalte do dente. Quando sadio ele possui profundidade
de 0,5-1,0mm. A papila gengival é a parte da gengiva que preenche o espaço entre os dentes adjacentes.
OS DENTES
Não menos importante, vamos falar agora sobre os dentes. Estruturas que, em conjunto, são responsáveis
pela mastigação, proteção e sustentação de tecidos moles relacionados, auxiliam na articulação das palavras e são
um fator de grande importância na estética da face. Eles fixam-se no osso através de fibras colágenas chamadas de
ligamento periodontal.
O dente é formado por coroa e raiz (es), unidas por uma porção intermediária chamada de colo. Ele é composto,
na sua maior parte por dentina, que circunscreve a cavidade pulpar. A dentina é recoberta na coroa pelo esmalte e na
raiz pelo cemento. No colo, a junção que une o cemento e o esmalte forma uma linha nítida (linha cervical).
A coroa clínica é a porção do dente exposta na cavidade bucal revestida pelo esmalte e diferenciamos da coroa
anatômica por ser esta a porção do dente que é recoberta pelo esmalte.
A orientação no gráfico segue a tradicional "visão do dentista", ou seja, a direita do paciente corresponde a
esquerda no gráfico da notação. A indicação "esquerda" e "direita" no gráfico, entretanto, sempre corresponde a
esquerda ou direita do paciente, respectivamente.
A boca é dividia em quadrantes. No caso da dentição permanente são enumerados da seguinte forma:
Não podemos falar sobre a Odontogênese sem antes falar sobre o processo de desenvolvimento embrionário.
Quando ocorre a fertilização e implantação do óvulo fecundado no útero, vão ocorrer uma série de divisão e
diferenciação celulares que irão fazer com que ocorra a formação dos diversos sistemas do organismo. Nesta fase (na
terceira semana), o embrião passa a ter duas cavidades e formando uma espécie de disco de células (disco embrionário
trilaminar) formado por:
➔ Ectoderma: que vai dar origem ao sistema nervoso, tecido epitelial de revestimento e
glandular.
➔ Mesoderma: vai dar origem ao tecido conjuntivo, cartilagem, ossos, sangue e
músculos.
➔ Endoderme: vai doar origem ao sistema digestivo, respiratório, parte do urinário e
genital.
É importante saber sobre a formação do ectoderma, pois é a partir dele que o tecido epitelial se forma e embora seus
mecanismos não sejam completamente elucidados, sabe-se que o desenvolvimento do dente depende de interações
recíprocas do epitélio oral (derivado do ectoderma) com o ectomesênquima (derivado de células da crista neural).
Os eventos iniciais da odontogênese são semelhantes para todos os grupos morfológicos dos elementos
iniciando-se ao final da 5ª semana de vida intrauterina. O primeiro sinal perceptível da formação dos dentes consiste
em um espessamento do epitélio da cavidade oral primitiva pela multiplicação das células epiteliais da camada basal
que invaginam em direção ao ectomesênquima, denominado banda epitelial primária. Isso ocorre porque células da
crista neural começam a migrar para o mesênquima que se localiza logo abaixo do revestimento epitelial da cavidade
oral primitiva (estomodeo) do embrião.
A borda dessa banda logo se divide em dois processos: um direcionado mais para a porção vestibular,
recebendo a denominação de lâmina vestibular, e outro direcionado mais profundamente (para a face lingual ou
palatina) conhecido como Lâmina Dentária. Ao longo do comprimento da lâmina dentária, a atividade proliferativa
contínua levará a formação de uma série de esférulas epiteliais localizadas - 10 pontos no arco superior e 10 pontos
no arco inferior - que correspondem às posições dos futuros dentes decíduos.
A lâmina vestibular sofre um processo degeneração formando um sulco, chamado fundo de sulco vestibular. À
medida que este sulco vai progredindo em profundidade e extensão, o rebordo alveolar propriamente dito vai sendo
modelado. A lâmina vestibular formará o vestíbulo oral entre a porção alveolar dos maxilares, os lábios e bochechas.
A partir do surgimento da lâmina dentária, essas tumefações sofrerão várias diferenciações e passarão por
intensas fases de crescimento, caracterizando as etapas típicas da odontogênese, que são as fases de botão, capuz
e campânula;
FASE DE BOTÃO:
A partir da 8ª semana de vida intra-uterina, essa fase caracterizada por uma alta divisão e proliferação de
células diferenciadas. Ocorre uma invaginação do epitélio oral em direção ao ectomesênquima. Essa invaginação dará
origem a 20 esférulas (10 superiores e 10 inferiores), que é o início da formação dos dentes decíduos.
Nessa fase ocorre a condensação do ectomesênquima inferior ao botão que posteriormente irá se transformar
na papila dentária.
FASE DE CAPUZ:
A proliferação celular é ainda mais intensa nessa fase, porém um crescimento desigual desencadeia a
formação de bordas, tornando a estrutura semelhante a um capuz. No ectomesênquima, a atividade celular também
se torna mais intensa de forma que as células se apresentam mais condensada. A concavidade que se forma no germe
é produto da resistência desse ectomesênquima condensado à proliferação do tecido derivado do epitélio.
Nesse estágio o germe apresenta uma divisão. A porção epitelial, que a partir dessa fase apresenta várias
regiões distintas, é denominada órgão do esmalte. As células localizadas na região da concavidade adjacente à
condensação ectomesenquimal constituem o epitélio interno do órgão do esmalte, que dará origem aos ameloblastos,
células que secretarão a matriz de esmalte.
Já as que se localizam na face convexa do germe dentário, ainda ligadas ao epitélio oral, constituem o epitélio
externo do órgão do esmalte. Entre os epitélios interno e externos, na parte interna do órgão do esmalte, encontram-
se células que apresentam formato de estrela, recebendo essa região o nome de retículo estrelado.
Na parte externa do órgão do esmalte, observa-se logo abaixo o epitélio interno do órgão do esmalte, a
condensação ectomesenquimal, que recebe o nome de papila dentária, dará origem aos odontoblastos, células que
secretarão a matriz de dentina e futuramente dará origem ao complexo dentino-pulpar.
As células que circundam o germe dentário e a papila dentária sofrem uma discreta condensação formando
uma cápsula ao redor dessas estruturas, isolando-as do restante do ectomesênquima. Essa região é denominada saco
dentário, que originará o periodonto de inserção (cemento- cementoblastos e cementócitos; osso alveolar- osteoblastos
e osteócitos e ligamento periodontal- fibroblastos).
A união do epitélio interno e externo do órgão do esmalte forma a alça cervical, antecessor da bainha de
Hertwig, importante estrutura dentária na formação do periodonto de inserção.
FASE DE CAMPÂNULA:
Nesse estágio, o órgão do esmalte se aprofunda e sua margem continua a crescer e dessa forma a estrutura
toma a forma de um sino.
Nessa fase, a comunicação com o epitélio oral através da lâmina dentária que até então estava presente, passa
a se desintegrar, onde permanecem apenas restos epiteliais dessa conexão, dando origem ao Canal Gubernacular,
estrutura de importância significativa na erupção do elemento dentário. A cripta óssea inicia sua formação, com o
estabelecimento do osso basal.
A partir desse momento é possível a identificação de quatro tipos celulares na região do órgão do esmalte: As
células que formam o epitélio externo, o retículo estrelado , o epitélio interno e há o surgimento de uma nova faixa de
3 à 2 camadas de células pavimentosas que se localizam entre o epitélio interno e o retículo estrelado, denominada
estrato intermédio. Essa estrutura dará início aos processos que marcam essa fase, que é a justamente a morfo e a
histodiferenciação.
Com o aparecimento do estrato intermédio as células do epitélio interno do órgão do esmalte, que são naturalmente
cúbicas, passam a ser induzidas a se tornarem cilíndricas, aumentando de tamanho. Esse fato biológico é o que marca
o início de um processo denominado inversão polar, onde o seu núcleo, anteriormente localizado próximo à membrana
basal, migrará até atingir o polo contrário da célula, ficando mais próximo do estrato intermédio. A partir do momento
que a inversão se completa, essas células se tornam pré-ameloblastos, uma fase antecessora das células secretoras
da matriz orgânica do esmalte.
Nas estruturas celulares ectomesenquimais da papila dentária que se localizam logo abaixo dos pré-ameloblastos ,
uma inversão polar também pode ser observada, tornando essas células, pré-odontoblastos. Esses começam a
secretar a primeira camada de dentina do elemento dentário, denominada dentina do manto, um tecido pouco
mineralizado. Após fases de interrupção e retomada de produção, são formadas cúspides no epitélio interno do órgão
do esmalte, dando forma à coroa dentária em questão.
Após essa formação, os pré-odontoblastos maturam-se em odontoblastos, que através de fatores de crescimento,
induzem os pré-ameloblastos a se diferenciarem em ameloblastos que, finalmente, secretarão a primeira camada de
esmalte do dente.
FASE DE COROA:
Nessa fase basicamente ocorre a continuação do processo de dentinogênese e amelogênese.
FASE DE RAÌZ:
A rizogênese inicia-se a partir da Bainha Epitelial de Hertwig (cujo antecessor é a alça cervical) e progride em direção
apical. Nessa fase ocorrerá a diferenciação de cementoblastos (que produzirão o cemento), fibroblastos (que
produzirão o ligamento periodontal) e osteoblastos (que produzirão o osso alveolar).
PRINCÍPIOS DE PATOLOGIA BUCAL
Estomatologia é a especialidade da odontologia que avalia, diagnostica e pode tratar lesões do aparelho
estomatognático (todo complexo bucal constituído pelos lábios, dentes, língua, palato mole/ duro, mucosa mastigatória
(oral), glândulas salivares maiores/ menores, tonsilas "palatinas e faríngeas" e orofaringe).
Dos processos patológicos mais comuns que acometem os dentes e processo alveolar temos:
CARIE DENTÁRIA:
É a desmineralização irreversível do esmalte provocada pelo desequilíbrio frequente do fenômeno de
desmineralização-remineralização, durante um período de tempo, produzida pela ação de ácidos provenientes
do metabolismo de carboidratos na placa bacteriana dentária, e que traz algum prejuízo ao indivíduo,
caracterizado por sinais.
A cárie dentária é uma doença multifatorial, infecciosa, transmissível e dieta dependente, que produz
uma desmineralização das estruturas dentárias.
Esse conceito de cárie é embasado na interação de fatores como dente suscetível, microrganismo e
dieta determinando a doença cárie, que foi ilustrada pelo Diagrama de Keyes (Fig. 1). Como, para Newbrum,
a cárie é resultado de um processo crônico, que aparece após algum tempo da presença e da interação desses
três fatores, julgou-se conveniente incluir o tempo como outro fator etiológico (Fig. 2).
Os fatores de risco para o desenvolvimento de lesões cariosa são inúmeros, por esse motivo a
prevalência é ainda tão alta principalmente em países em desenvolvimento. Podemos citar:
1. Hábitos alimentares inadequados, com dietas ricas em açúcares
2. Alta frequência no consumo de açúcares, pois quando isso acontece diminui a capacidade de
remineralização do esmalte pela ação tamponante da saliva por aumentar o pH da cavidade oral.
3. Presença de placa bacteriana, pois o biofilme dental está intimamente relacionado ao
desenvolvimento da cárie
4. Deficiência na higiene oral;
5. Experiência prévia de cárie;
6. Defeitos de esmalte;
7. Restaurações defeituosas;
8. Baixa exposição ao flúor;
9. Amamentação noturna, pois depois não há a higiene oral devido a criança já está dormindo podendo
levar a situação conhecida como “cárie de mamadeira”;
10. Nível escolar dos pais.
11.Pacientes com deficiência na produção de saliva
DOENÇAS PERIODONTAIS:
São doenças crônicas causadas pela ação de bactérias oriundas da placa bacteriana que podem acometer
tanto os tecidos de suporte (gengiva), como os de sustentação (cemento, ligamento periodontal e osso) dos dentes.
Ocorrem como consequência das reações inflamatórias e imunológicas nos tecidos periodontais induzidas pelos micro-
organismos do biofilme dental (placa bacteriana), danificando o tecido conjuntivo e o osso alveolar. São elas:
GENGIVITE:
Processo que se caracteriza por uma inflamação gengival, normalmente devido à falta ou ineficiência
de uma boa higiene oral. A gengiva fica com uma coloração avermelhada intensa, podendo ficar entumecida
(inchada) e sem brilho, adquirindo uma sensibilidade mais intensa, sangrando com facilidade. Esse
sangramento gengival é a principal característica nesse processo. Ainda não há envolvimento de osso e das
fibras do ligamento periodontal.
A gengivite é a doença periodontal mais comum, sendo seu estágio inicial. Está associada à presença
de placa bacteriana na região da margem gengival e quando não tratada, pode evoluir para a formação de
tártaro e para uma forma mais grave da doença.
Na gengivite, ao sondar o sulco gengival, este não deve ter uma profundidade maior que 3 mm.
Entretanto, quando a inflamação avança, a profundidade de sondagem será maior do que 3 mm, atingindo
assim o osso de suporte. Essa fase da doença periodontal é chamada de periodontite.
PERIODONTITE:
Popularmente conhecida como piorreia, a periodontite é a evolução da gengivite. Nesse estágio irá
ocorrer uma perda das estruturas que sustentam o dente no osso alveolar, bem como do próprio osso que é
gerada pelo rompimento do ligamento periodontal. Isso acontece geralmente pela presença do cálculo dental
(tártaro). O principal sinal dessa doença é a presença de bolsa periodontal, além do sangramento gengival.
Observa-se profundidade de sondagem maior que 3mm e a classificação dessa doença se é inicial (3-4mm),
média (4-5mm) ou avançada (a partir de 5,5mm) irá depender da mensuração dessa bolsa. Quando muito
profunda pode gerar uma secreção (exudato purulento).
A depender do nível da perda das estruturas de suporte, uma mobilidade dental pode ser gerada
levando a indicação de exodontia do elemento dental.
Algumas doenças sistêmicas estão relacionadas a prevalência das doenças periodontais:
DIABETES:
Diversos fatores associados ao diabetes podem influenciar a progressão e agressividade da doença
periodontal: tipo de diabetes (mais extensa em diabetes melito tipo 1), idade do paciente (aumento do risco durante e
após a puberdade), maior duração da doença e controle metabólico inadequado. A maior propensão desses pacientes
é devida não só a dificuldade cicatricial, mas também sofre influência da mesma, posto que o curso clínico da doença
periodontal pode alterar o metabolismo da glicose e, consequentemente, dificultar o controle do diabetes.
SÍNDROME DE DOWN
Por apresentarem deficiências motora, neurológica e hipotonia muscular, os indivíduos com síndrome de Down
têm dificuldade na higienização bucal, levando ao acúmulo do biofilme bacteriano, que aumenta a suscetibilidade à
doença periodontal. Entretanto, a deficiência imunológica é o fator que contribui para a evolução da doença periodontal,
já que, nesses casos, o organismo apresenta dificuldades de combater as bactérias presentes no biofilme dental.
SIDA
A doença periodontal pode ocorrer entre indivíduos portadores do HIV em todas as faixas etárias, mas a
suscetibilidade à infecção periodontal aumenta à medida que o sistema imune se torna mais comprometido.
DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Alguns estudos têm demonstrado que as bactérias presentes na placa bacteriana estão associadas à formação
de placa de ateroma. Além disso a Doença Periodontal tem sido associada a um aumento dos níveis de marcadores
pró-inflamatórios, reconhecidos indicadores de risco para as Doenças Cardiovasculares. Ainda não se sabe ao certo o
mecanismo de ação, como ocorre ao certo.
INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS
A aspiração de bactérias presentes na doença periodontal pode levar um paciente a desenvolver uma Doença
Pulmonar Obstrutiva Crónica. Sua interação ainda não está bem elucidada. Isso é um dos principais fatores para a
exigência do cirurgião- dentista em ambiente hospitalar.
PARTOS PREMATUROS
A presença de quadros de periodontite pode levar as gestantes a não levarem uma gestação à termo (parto
prematuro).
Alguns outros fatores de risco podem ser citados como:
1. Presença de placa bacteriana;
2. Deficiência de higiene oral onde irá acumular mais placa;
3. Tabaco, pois as substâncias tóxicas do tabaco potencializam a ação das toxinas bacterianas. O tabagismo
está relacionado com a diminuição dos mecanismos de defesa para os germes patogênicos da doença
periodontal, tanto no local da lesão quanto sistêmicas. Há ainda um aumento do nível de citocinas nos fluidos
gengivais, propiciando a destruição do colágeno e o incremento da reabsorção óssea;
4. Deficiência nutricional (cálcio e vitamina D), fatores importantes no reparo tecidual e resposta contra os
patógenos.
5. Gestação: condição transitória das mulheres onde elas apresentam alterações como hiperemia, edema e
sangramento gengival devido ao aumento nos níveis de estrógenos, especialmente progesterona resultando
em mudanças na permeabilidade vascular; altos níveis hormonais, presença de placa bacteriana, assim como
o estado transitório de imunodepressão. Também são observadas alterações na microbiota bucal e no
metabolismo celular. Somando-se a isto, a produção de substâncias importantes no processo inflamatório é
estimulada, possibilitando exacerbação nesse processo. Assim, a gestante pode ser considerada uma paciente
com risco temporário, maior que o normal, para desenvolver complicações periodontais
OUTRAS LESÕES
As lesões que atingem a boca podem se apresentar de vários tipos e formas na mucosa bucal. Elas são
chamadas de Lesões Fundamentais.
Uma lesão fundamental deve ser descrita de acordo com os seguintes termos:
• FORMA: Descreve-se a forma geométrica da lesão.
• LOCALIZAÇÃO: Localização anatômica exata da lesão. Quando forem áreas extensas, descrever da forma
mais precisa possível.
• LIMITES: Nítidos ou imprecisos
• COR: Coloração da lesão
• TAMANHO: Dimensão da lesão. Descrever sempre o maior diâmetro da lesão.
• BASE: De acordo com a sua inserção, a lesão pode ser séssil, quando o diâmetro da lesão for menor ou igual
a base da lesão ou pediculada, quando o diâmetro da lesão é maior que sua base de implantação.
• CONSISTÊNCIA: De acordo com a palpação da lesão. Pode ser mole ou flácida; borrachóide ou fibrosa; dura.
• SUPERFÍCIE: Lisa ou rugosa
• CONTORNO: Nítido ou difuso, regular ou irregular
• BORDA: Plana, elevada, evertida
• NÚMERO: Única ou múltipla.
Cada tipo de lesão terão suas características próprias, local onde é comumente acometido, idade, sexo de
“preferência”. Considerando esses fatores, os cirurgiões dentistas podem estabelecer um provável diagnóstico. Quando
um paciente chega com alguma lesão, o profissional irá estabelecer um diagnóstico diferencial, depois serão feitos
exames para um diagnóstico clínico para que então se chegue a um diagnóstico final.
➔ Diagnóstico diferencial: é a relação de doenças ou alterações que mostram sinais e sintomas
semelhantes e são compatíveis com uma determinada lesão.
➔ Diagnóstico clínico ou hipótese diagnóstica: identifica uma doença pela anamnese e exame físico
(exame clínico), dentre aqueles relacionados no diagnóstico diferencial que apresenta maior
coincidência de detalhes de uma determinada doença.
O exame clínico é dividido em duas etapas, uma subjetiva, a anamnese, na qual o paciente relatará sua
percepção sobre os sinais e sintomas, e a etapa objetiva, o exame físico, onde o profissional irá descrever
detalhadamente os sinais e pesquisará os sintomas relatados pelo paciente.
ANAMNESE
Deve-se preencher corretamente a identificação do paciente, anotar sua queixa principal (é o que o levou ao
consultório, com as palavras dele), descrever a história da doença atual (em narrativa cronológica e clara), a história
buco-dental, história médica (doenças são importantes, medicações de uso contínuo), antecedentes familiares, hábitos
ou vícios.
EXAME FÍSICO
Nesse momento o dentista irá fazer a:
→Inspeção, onde o profissional utiliza-se da visão. A inspeção inicia-se no momento que o paciente entra no
consultório, momento em que o cirurgião-dentista deve observar se já há alguma alteração visível, como dificuldade da
marcha, assimetrias corporais, manchas e/ou lesões de pele entre outros.
→ Palpação, que corresponde ao tato e à pressão realizados numa determinada área. O tato fornece dados
sobre a porção superficial e a pressão, sobre a porção profunda bem como sua consistência e temperatura local.
→ Percussão, que corresponde a golpes controlados e rápidos em determinada estrutura, podendo ser
realizada com os dedos ou algum instrumento, por exemplo, o uso da percussão com o cabo do espelho para
confirmação do diagnóstico de pulpite.
→Auscultação, onde utiliza-se o sentido da audição. Este sentido pode ser ampliado com o emprego do
estetoscópio. É utilizado, na Odontologia, na ausculta de ruídos da articulação temporomandibular.
→Olfação, onde será utilizado o olfato para detecção de odores característicos.
→Exame intrabucal que inclui o exame dos tecidos moles (lábios, palato, orofaringe e língua) e dos tecidos
ósseos (maxila, mandíbula, rebordo alveolar e dentes) bucais.
EXAMES COMPLEMENTARES
No exame clínico, o profissional relaciona os achados da anamnese aos sinais e sintomas no sentido de
identificação de doenças, obtendo as hipóteses diagnósticas ou diagnóstico diferencial. Dentre as possíveis doenças
descritas no diagnóstico diferencial, o profissional irá, baseado nos dados colhidos da anamnese e do exame físico,
indicar a mais provável, o que é classificado como diagnóstico clínico. Em algumas situações o diagnóstico clínico
torna-se definitivo, como no caso de lesão herpética labial. Porém, na maioria dos casos é necessário que o profissional
lance mão de exame complementar de laboratório de anatomia patológica. Esse exame propiciará que, após o exame
histopatológico, o patologista identifique o tipo e arranjo das células que compõem o fragmento analisado, fornecendo
o diagnóstico definitivo. Portanto, o termo biópsia inclui tanto o ato operatório quanto a análise histopatológica da peça
obtida pela ressecção.
Para obtenção de material e o seu envio para exame laboratorial cito e histopatológico, é necessário que o
profissional tenha conhecimento das manifestações clínicas das doenças mais comuns que acometem a cabeça e o
pescoço. Dessa maneira, o profissional irá identificar tanto o método ideal para obtenção do material para exame
quanto o local mais representativo da lesão para que seja removido e enviado para análise. Portanto, o conhecimento
técnico de citologia e biópsia são necessários.
→Citologia: É a obtenção de material por raspagem da superfície da lesão. Assim, lesões submucosas não
podem ser obtidas por esse método. É importante registrar que esse exame é de difícil classificação tumoral,
principalmente quando envolve glândulas.
→Biópsia: É a obtenção de material para exame histopatológico por meio da remoção cirúrgica de um
fragmento da lesão ou pela completa remoção da lesão. Pode ser por punção, biópsia excional ou exérese, ou biópsia
incisional. A citologia é empregada coletando células superficiais da lesão. Assim, lesões submucosas não são
alcançáveis pela citologia e, portanto, a biópsia deve ser indicada. A indicação da biópsia incisional é feita quando o
profissional está diante de uma lesão de volume considerável, e que ele necessita ter em mãos o diagnóstico definitivo
para poder realizar o plano de tratamento. Por outro lado, se o profissional estiver frente a uma lesão pequena, que
para se obter material suficiente para a realização do exame histopatológico seja necessária sua remoção total, a
exérese está indicada.
TÓRUS MANDIBULAR
Na região interna do corpo da mandíbula, na área de pré-molares, podem ocorrer nódulos uni ou multi
lobulares, duros à palpação e indolores podendo ser uni ou bilaterais. Quando são unilaterais, denomina-se exostose.
Sua remoção está indicada quando compromete a instalação de próteses e compromete a função mastigatória do
paciente.
TÓRUS PALATINO
Idêntico ao anterior, difere somente quanto a localização anatômica que nesse caso é na região central do
palato duro.
PAPILA INCISIVA E RUGOSIDADES PALATINAS
Estão localizadas na região anterior do palato duro. A papila incisiva é um nódulo na área central entre e
imediatamente posterior aos incisivos superiores. As rugosidades palatinas são estrias laterais a papila incisiva e
auxiliam na mastigação e podem servir como identificação pessoal.
TONSILA PALATINA
Localizadas posteriormente ao pilar amigdaliano anterior, as tonsilas palatinas possuem aspecto arredondado
com fissuras e correspondem a órgãos linfáticos bilaterais. Quando inflamadas ou infectadas, aumentam de volume e
causam dor.
O vírus pode também causar lesões nos órgãos genitais, sendo transmitido através da prática de sexo oral. A
sua transmissão se dá pelo contato entre pessoas, através da saliva, perdigotos, pele ou lábios do paciente
contaminado. Quando há lesões visíveis do herpes, a quantidade de vírus na cavidade oral aumenta cerca de 1000
vezes, o que torna a transmissão nesta fase muito mais provável de ocorrer.
Há diversas formas de transmissão do herpes labial, no adulto as mais comuns são através do beijo ou de
talheres e copos contaminados. Porém, a maioria das pessoas se contaminam com o vírus ainda na infância, quando
o contato com secreções orais é muito comum.
O período de incubação do herpes labial varia entre 2 a 26 dias, mas na maioria dos casos as lesões surgem
4 a 6 dias após a contaminação. Todavia, é bom salientar que a maioria dos pacientes não desenvolve sintomas após
a contaminação pelo vírus, podendo ele ficar “adormecido” no corpo por vários anos.
Uma vez que a infecção primária tenha desaparecido, o vírus herpes simplex tipo 1 não morre, ele permanece
vivo em nosso corpo, adormecido nas células dos nossos nervos, à espera de uma baixa do sistema imunológico para
voltar a atacar.
As lesões do herpes labial surgem inicialmente como pequenas elevações avermelhadas e dolorosas que
rapidamente se transformam em bolhas agrupadas. Estas bolhas viram pequenas pústulas (bolhas com pus no interior)
e estouram, se transformando em úlceras. A ulceração é a última fase da lesão ativa, cicatrizando em alguns dias, sob
a forma de crostas.
→Papiloma
É um tumor benigno de origem epitelial bastante frequente na mucosa bucal, acometendo principalmente
indivíduos jovens. É causado pelo papilomavírus humanos (HPV). Geralmente apresenta-se como lesão única, de
pequenas dimensões, pediculada, em alguns casos sésseis, de superfície com aspecto papilífero e coloração
esbranquiçada, situando-se principalmente na língua, palato duro e mole. A terapêutica é a remoção cirúrgica.
→Granuloma piogênico:
Os granulomas piogênicos apresentam-se como vegetações hiperplásicas, avermelhadas, sangrantes com
ulceração superficial. Suas localizações principais incluem a gengiva, o lábio, a língua e a mucosa jugal, e são mais
frequentes em indivíduos jovens. Sua etiologia inclui trauma local, acúmulo de biofilme e cálculo.
→Hemangioma:
Os hemangiomas são tumores benignos derivados de vasos sanguíneos, frequentemente encontrados na
região de cabeça e pescoço de indivíduos jovens. Manifestam-se como máculas, placas ou nódulos de coloração
vermelho-azulada, usualmente apresentando superfície íntegra, mas que pode apresentar-se ulcerada e sangrante.
→Leucoplasia e Eritroplasia
As leucoplasias e eritroplasias são classificadas como lesões potencialmente cancerizáveis em virtude da sua
capacidade de evoluírem para carcinomas de células escamosas orais. Ambas são mais frequentes em adultos acima
dos 40 anos de idade, preferencialmente etilistas e tabagistas. As leucoplasias são manchas ou placas brancas não
removíveis à raspagem e que podem ser finas ou espessas, homogêneas ou verruciformes; já as eritroplasias são
manchas ou placas vermelhas e existem lesões com ambos os componentes, chamadas leucoeritroplasias.
Essas são as lesões cancerizáveis mais comuns, porém sua taxa de malignização é relativamente baixa. Entre
os fatores de risco para malignização, estão: pacientes fumantes, gênero feminino, localização no soalho da boca e
borda da língua, longa duração da lesão, tamanho superior a 2cm, aspecto não-homogêneo, presença de displasia
epitelial.
→Leucoplasia pilosa
É uma lesão que se apresenta geralmente na língua de pacientes portadores de HIV e está associada a
presença do vírus Epstein Barr. É uma lesão de aspecto rugoso. O tratamento deve ser a base de aciclovir ou
encaminhamento para infectologista no caso de pacientes portadores de HIV.
→Líquen plano
O líquen plano é caracterizado como uma doença inflamatória imunologicamente mediada que pode
manifestar-se na pele e nas mucosas, acometendo principalmente mulheres adultas. Clinicamente pode apresentar
diversos padrões, mas é mais comum sob a forma reticular, caracterizada por finas estrias brancas rendilhadas (estrias
de Wickham) que usualmente envolvem a mucosa jugal bilateralmente, além da língua e da gengiva.
→Queratocisto odontogênico
O queratocisto odontogênico é uma lesão cística originada provavelmente a partir de remanescentes da lâmina
dentária. Esta entidade, face ao seu comportamento biológico e à evidenciação de alterações moleculares
características das neoplasias, foi classificada como neoplasia cística benigna pela Organização Mundial da Saúde em
2005. Habitualmente não promove aumento de volume das corticais nem sintomas e, radiograficamente, pode
apresentarse com uma imagem radiolúcida uni ou multilocular, bem delimitada, localizando-se preferencialmente na
região posterior de mandíbula.
→Ameloblastoma:
Os ameloblastomas são tumores odontogênicos que podem ser classificados nos tipos multicístico, unicístico,
periférico e desmoplásico. O tipo multicístico ou sólido é o mais frequente e se caracteriza pela presença de aumento
de volume indolor e progressivo da região afetada. Acomete preferencialmente adultos jovens na região posterior da
mandíbula. Os exames radiográficos habitualmente mostram a presença de uma área radiolúcida multilocular, com
lojas de tamanho variável, limitada por cortical de esclerose óssea bem definida, e que, com sua evolução, pode causar
fragilização e ruptura das corticais, e deslocamento e reabsorção dentárias.
→Odontoma:
Os odontomas são caracterizados pela proliferação anormal de todos os tecidos dentários. Acometem
principalmente crianças e jovens e, durante o seu crescimento, podem causar retenção ou deslocamento de dentes na
região e, mais raramente, aumento de volume local. Radiograficamente são observadas massas de material calcificado
dispostas como dentículos (tipo "composto")ou de maneira amorfa (tipo "complexo"). O tipo composto é mais frequente
na região anterior de maxila e o tipo complexo é mais comum na região posterior de mandíbula.
→Mucoceles e Rânulas:
Mucoceles são fenômenos de extravasamento de muco originados a partir da ruptura do ducto de glândulas
salivares. Acometem principalmente as glândulas menores do lábio inferior, da mucosa jugal e do ventre lingual em
crianças e adolescentes. Quando se localizam no assoalho de boca são chamados de rânulas. Clinicamente
manifestam-se como lesões nodulares submersas bem circunscritas, de coloração translúcida, azulada ou normal.
→Candidíase Pseudomembranosa
É uma infecção fúngica, também conhecida como “sapinho”. Muito comum nos primeiros meses de vida,
apresenta-se na forma de placas brancas que são removidas à raspagem. São encontradas principalmente na mucosa
da bochecha língua e palato, apresentando fundo eritamatoso. Em geral, não apresenta dor, podendo os pacientes
apresentar ardência. Pode ser provocada após uso de antibióticos de amplo espectro. O hábito de colocar objetos na
boca facilita a sua instalação. A higiene bucal pode auxiliar no tratamento, que se baseia no uso de antifúngicos
→Cisto/hematoma de erupção:
Consiste em um aumento de volume da gengiva, devido ao acúmulo de líquido, localizado sobre a região onde
um dente vai irromper (nascer). Esse líquido pode ter um aspecto claro ou semelhante à sangue, por isso chama-se
hematoma de erupção. Sua ocorrência é bastante comum em crianças durante a fase de irrompimento de dentes
posteriores, sendo mais frequente em meninas do que em meninos, numa proporção de 2:1.
Geralmente essa lesão é pequena, não havendo necessidade de tratamento, pois, ao irromper, o dente induz ao
esvaziamento da lesão cística.
PRINCÍPIOS DE ERGONOMIA NO PROCESSO DE TRABALHO.
A ergonomia visa o planejamento de dispositivos, sistemas técnicos e tarefas de tal forma a aumentar a
segurança, a saúde, o conforto e o desempenho dos trabalhadores.
A odontologia é uma profissão que tende a deixar seus trabalhadores susceptíveis a variados tipos de
desordens neuro-musculo-tendinosas que irão atingir membros superiores, pernas, coluna, audição. Isso se deve a
realização de movimentos repetitivos, carga de trabalho, postura inadequada, estresse, exposição a ruídos.
Os problemas ocupacionais da profissão do cirurgião-dentista dizem respeito àqueles que envolvam a sua
saúde e a de seus auxiliares, durante a prática odontológica. Sendo assim, é importante avaliar as medidas necessárias
à proteção de todos os profissionais deste ambiente de trabalho.
Podemos considerar, dentro de um ambiente clinico odontológico, uma série de fatores de risco, dentre eles
físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, ambientais e sociais.
RISCOS FÍSICOS
1. Iluminação: esta deve estar adequada para que dentista e auxiliar não sintam a “visão cansada”,
favorecendo um trabalho mais eficiente, com maior rendimento e, sobretudo, com menor risco de
acidentes. A influência da iluminação pode causar, se for pobre em intensidade ou rica em ofuscamento,
dores de cabeça, desordens nervosas, miopia, astigmatismo, fadiga do nervo óptico, insensibilidade da
retina e até mesmo perda total da visão.
2. Radiação: a radiação utilizada em tomadas radiográficas é mínima para o paciente, mas para o profissional
exposto a ela, sua somatização pode gerar problemas. Sendo assim medidas de proteção devem ser
tomadas para minimizar os riscos como: a utilização de aparelhos modernos, filmes mais sensíveis,
paredes baritadas ou biombos de chumbo que impedem a passagem do feixe de raio x.
3. Ruídos: compressores de ar, sugadores de alta potência e turbinas de alta rotação produzem muitos ruídos.
As alterações provocadas por um alto nível destes, causam reações que podem ser passageiras ou, em
alguns casos mais graves, irreversíveis. As peças de mão, principalmente a alta rotação é a que mais
produz ruídos no ambiente de consultório e a exposição constante pode levar a zumbidos, ansiedade e
estresse.
5. Agentes mecânicos: vários tipos de injúrias mecânicas podem ocorrer ao cirurgião-dentista e seus
auxiliares durante os diversos procedimentos odontológicos, como por exemplo partículas de tártaros
atingindo os olhos durante a raspagem coronal, cortes com instrumentos afiados e perfurações com
agulhas ou instrumentos pontiagudos. Tais injúrias podem resultar em graves lesões podendo levar ao
afastamento do profissional.
RISCOS QUÍMICOS
Os principais riscos químicos de uma clínica odontológica incluem o mercúrio (utilizado no amálgama, mas
quase em desuso), látex (das luvas de procedimento, onde alguns profissionais adquirem uma reação alérgica),
produtos da clínica odontológica (um bom exemplo é o glutaraldeído que emite vapores tóxicos), produtos de limpeza
e óxido nitroso (N,O).
RISCOS BIOLÓGICOS
Todas as pessoas envolvidas em um atendimento odontológico estão sujeitas à contaminação por vírus
(hepatite, AIDS, herpes), bactérias (tuberculose, sífilis, gonorreia, difteria) e fungos (cândida por exemplo) que podem
causar diversas enfermidades.
As principais vias de disseminação dos microrganismos patogênicos são: o sangue do paciente infectado;
gotículas de aerossol contendo saliva, secreções do periodonto e dente; contato direto com o paciente e equipamento
contaminados; aerossol emitido pelas peças-de-mão contaminadas por microrganismos. Vários são os instrumentais
odontológicos pérfuro-cortantes que podem provocar acidentes com material biológico como as agulhas para a seringa
carpule, agulhas de fios de sutura, alavancas, tesouras, cinzéis, sonda n° 5, limas endodôntica, curetas, fios
ortodônticos.
A utilização de turbinas de alta rotação, raspadores ultra-sônicos e seringas de ar/água provocam a formação
de aerossol, que podem ser entendidos por um volume de ar contendo partículas sólidas ou liquidas em suspensão.
Estas partículas podem permanecer flutuando por um longo ou curto período, dependendo de seu tamanho.
Microrganismos patogênicos que eventualmente estejam presentes no sangue e saliva dos pacientes podem ser
transportados pelo aerossol e infectar outras pessoas, causando doenças como gripes, resfriado comum e tuberculose.
As partículas suspensas no ar durante e após os atendimentos odontológicos podem penetrar através do trato
respiratório e membranas conjuntivas do cirurgião-dentista, de seus assistentes e também dos pacientes que serão
atendidos posteriormente.
RISCOS ERGONÔMICOS
A ergonomia tem como objetivo racionalizar o trabalho, possibilitando ao profissional a eliminação de manobras
não produtivas, permitindo-lhe produzir mais e melhor dentro da menor unidade de tempo, com menos estafa, maior
produtividade e maiores rendimentos, ao mesmo tempo em que dá maior conforto e segurança ao paciente. Esta nova
maneira de encarar a odontologia fez com que as empresas passassem a produzir equipamentos que atendem às
especificações ergonômicas, tanto em sua construção como na combinação de seus diversos elementos.
RISCOS SOCIAIS
Os riscos sociais se referem à relação do profissional com pacientes, protéticos, auxiliares, órgãos da classe,
administradores de convênios e o isolamento dentro do consultório.
Devido à natureza e às condições do trabalho na clínica odontológica, muitos estudos sugerem que a
odontologia gera mais estresse que qualquer outra profissão e seu controle é fundamental para o sucesso na prática
odontológica. O estresse é a chave da saúde destes profissionais.
RISCOS AMBIENTAIS
Com relação aos resíduos gerados em um consultório odontológico que apresentam riscos ao meio ambiente,
podemos citar, baseados na classificação da Resolução N° 5 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, de 5 de agosto
de 1993, publicada em Diário Oficial da União no dia 31 de agosto de 1993, a seguinte classificação:
• Grupo A - Resíduos biológicos: resíduos que possuam agentes biológicos ou outros que se apresentem
contaminados por eles, que possam trazer riscos à saúde pública e ao meio ambiente, como por exemplo, secreções,
excreções e outros fluídos orgânicos quando coletados; materiais descartáveis utilizados; peças anatômicas; materiais
perfuro-cortantes contaminados, etc ...
• Grupo B - Resíduos químicos: resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido às
suas características químicas. Exemplos: resíduos inflamáveis e corrosivos; medicamentos vencidos, contaminados,
interditados e parcialmente utilizados; anti-microbianos e hormônios sintéticos; mercúrio e amálgamas; saneantes;
reveladoras de filmes.
Vamos agora falar sobre a posição de trabalho para minimizar os riscos de acidentes, contaminação e até
mesmo a probabilidade de adquirir doenças. Hokwerda et al.8 2006 elaboraram uma revisão com o objetivo de explicar
a maneira pela qual, diferentes procedimentos odontológicos podem ser realizados na boca do paciente, enquanto é
mantida uma postura sentada saudável durante o atendimento odontológico. Segundo o autor, os seguintes requisitos
devem ser respeitados:
➔ Sentar-se, no mocho, simetricamente ereto e o mais para trás possível, com o esterno levemente
avançado e levantado e os músculos abdominais suavemente comprimidos.
➔ As costas devem permanecer apoiadas sobre a parte posterior dos ossos da bacia, a fim de manter a
posição ereta. Esse apoio ocorre sem pressão contra os músculos inferiores e superiores, evitando
tornar a postura desfavorável e também que ocorra uma redução dos movimentos.
➔ O ângulo entre a parte posterior da coxa e a panturrilha, com a perna levemente esticada, deve ser
cerca de 110°, ou um pouco mais.
➔ Os membros superiores ficam ao lado da parte superior do corpo, para apoiar os braços durante a
realização dos procedimentos, permanecendo à frente do tronco, minimizando o peso fixo dos ombros
e dos membros superiores. Além disso, os movimentos, tanto para frente quanto para os lados, devem
ser minimizados tanto quanto possível, ficando os laterais dentro da faixa 15o -20o e os frontais em
cerca de 25°. Os antebraços devem ficar um pouco levantados entre cerca de 10° e um máximo de
25º.
➔ Manter os ombros acima das articulações do quadril. A linha da gravidade deve passar pela vértebra
lombar e pela pélvis, em direção do mocho.
➔ O tronco pode ser inclinado para a frente, a partir da sua junção com o quadril, até um máximo de 10°
a 20°, mas inclinações para os lados/lateralmente e rotações devem ser evitadas.
➔ A cabeça do cirurgião-dentista pode ser inclinada para a frente no máximo até 25°.
➔ O pedal de acionamento deve estar posicionado próximo em relação a um dos pés de maneira que o
pé não tenha que ser direcionado lateralmente durante sua operação
➔ Posicionar a área de trabalho (boca do paciente) alinhada de frente em relação à parte superior do
corpo, no plano simétrico (plano médio-sagital que divide o corpo verticalmente em duas partes iguais).
A distância entre a área de execução do trabalho na boca e os olhos, ou óculos, deve entre 35 e 40
cm
➔ Olhar, o máximo possível, perpendicularmente sobre a área de trabalho evitando que o próprio globo
ocular execute essa tarefa, o que resulta em uma postura inclinada desfavorável e assimétrica.
➔ Posicionar o feixe de luz paralelo à direção de observação para obter iluminação livre de sombra. Para
que isto seja alcançado, a luminária necessita ter três eixos ortogonais, cada um deles permitindo que
a lâmpada vire em todas as direções, para alcançar o ponto desejado próximo à cabeça do dentista e
evitando posicionar o retângulo de luz obliquamente sobre a face do paciente, o que seria
desconfortável.
➔ Os instrumentos manuais e dinâmicos são posicionados o máximo possível dentro do campo de visão
do dentista; instrumentos manuais a uma distância de 20 – 25cm e instrumentos dinâmicos a 30 – 40
cm.
➔ Os instrumentos são seguros com as pontas dos primeiros três dígitos, de uma forma inclinada ao
redor do instrumento, para que se obtenham três pontos de contato, onde o quarto e o quinto dígito
são usados como descanso; se necessário um dedo da mão inativa é usado como apoio.
O autor também ressalta a importância de buscar um modo dinâmico de trabalho realizando movimentos com
o corpo durante o tratamento do paciente tanto quanto possível, de forma que ocorra uma alternância de carga e um
relaxamento dos músculos e da coluna vertebral. Também alerta para a necessidade de garantir uma boa sustentação
abdominal muscular através da prática de esporte e/ou movimentação fora do horário de trabalho, a fim de recuperar
os músculos sobrecarregados e aumentar sua força, o que, por sua vez, melhora a capacidade de manutenção de uma
postura correta.
➔ O passe de instrumental para o CD deve ser feito na altura do abdômen do paciente, sempre pelo
cabo, nunca pela parte ativa do instrumental, evitando passar a altura dos olhos do paciente.
➔ A manipulação de material deve ser feita longe dos olhos do paciente.
➔ Evitar conversas que distraiam ou desconcentrem o dentista.
➔ Ficar em posição de modo que, ao movimentar-se, não esbarre no CD durante o procedimento.
➔ Ter o conhecimento técnico prévio do procedimento.
➔ Conhecer os instrumentais que serão utilizados.
➔ Sempre estar atento ao procedimento que está sendo realizado, de forma a prever o passo seguinte.
CAMPOS DE ATUAÇÃO (ESPECIALIDADES) DA ODONTOLOGIA
- Periodontia – trata das doenças da gengiva além de cuidar das estruturas que dão suporte, nutrição e
sensibilidade ao dente.
- Prótese Dentária – cuida da recuperação das coroas dentais e da reparação de espaços decorrentes de
extrações. Especialização na confecção de coroas, próteses dentárias fixas, removíveis ou próteses totais e de
próteses sobre implantes.
- Ortodontia – corrige o posicionamento dos dentes reestabelecendo a correta articulação entre as arcadas dentais
por meio de aparelhos corretivos fixos ou móveis.
- Ortopedia Funcional dos Maxilares – objetiva tratar aos desequilíbrios dos dentes, estruturas bucais e complexo
craniofacial através de recursos terapêuticos, que utilizem estímulos funcionais, visando ao equilíbrio
morfofuncional de todo o sistema estomatognático.
- Implantodontia – relacionada à colocação de raízes artificiais nos ossos da arcada, para adaptação de dentes
ausentes. É o ramo da Odontologia que restaura espaços ausentes de dentes através da implantação de dentes
protéticos sobre uma peça de titânio no interior do tecido ósseo na área onde ficava o elemento dental ausente.
- Cirurgia e Traumatologia Buco – Maxilo – Facial – estudo e tratamento das fraturas e lesões dos maxilares,
mandíbulas e dentes.
- Prótese Buco – Maxilo – Facial – cuida da recuperação das coroas dentais perdidas e da reparação de espaços
decorrentes de extrações.
- Odontologia Legal – auxilia a medicina legal e a criminalística cuidando da análise craniofacial e dental de
indivíduos visando a identificação de pessoas e a elucidação de casos.
- Saúde Coletiva – estudo dos fenômenos que interferem na saúde bucal coletiva, por meio de análise,
organização, planejamento, execução e avaliação de serviços, projetos ou programas de saúde bucal, dirigidos a
grupos populacionais, com ênfase nos aspectos preventivos.
- Estomatologia – tem como objetivo a prevenção, o diagnóstico, o prognóstico e o tratamento das doenças
próprias da boca e suas estruturas anexas, das manifestações bucais de doenças sistêmicas, bem como o
diagnóstico e a prevenção de doenças sistêmicas que possam eventualmente interferir no tratamento odontológico.
- Patologia Bucal – compreende no estudo laboratorial das alterações da cavidade bucal e estruturas anexas,
visando o diagnóstico final e o prognóstico destas alterações. Também é especializado em Odontologia Forense.
- Disfunção Têmporo Mandibular e Dor Orofacial – tem por objetivo promover e desenvolver uma base de
conhecimentos que visam a melhor compreensão no diagnóstico e no tratamento das dores da região bucal e
outras estruturas relacionadas.
- Odontogeriatria – se concentra no estudo dos fenômenos decorrentes do envelhecimento que também têm
repercussão na boca e suas estruturas associadas, bem como a promoção da saúde, o diagnóstico, a prevenção
e o tratamento de enfermidades bucais e do sistema estomatognático do idoso.
- Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais – tem por objetivo o diagnóstico, a preservação, o
tratamento e o controle dos problemas de saúde bucal dos pacientes que apresentam uma complexidade no seu
sistema biológico e/ou psicológico e/ou social, bem como percepção e atuação dentro de uma estrutura
interdisciplinar com outros profissionais de saúde e áreas correlatas com o paciente.
- Habilidades Odontológicas:
Resolução CFO 82/2008
Reconhece e regulamenta o uso pelo Cirurgião-dentista de práticas integrativas e complementares à saúde
bucal.
Art. 1º Reconhece o exercício pelo Cirurgião-dentista das seguintes práticas integrativas e complementares à
saúde bucal:
Acupuntura;
Fitoterapia;
Terapia Floral;
Hipnose;
Homeopatia e
Laserterapia.
MATERIAIS, INSTRUMENTAIS E EQUIPAMENTOS DE USO ODONTOLÓGICO
Equipamentos odontológicos:
PEDAL DE
ACIONAMENTO
DO EQUIPO
Outros equipamentos:
● Aparelho de raio-x:
Pode ser de coluna(não é fixo) ou de parede(fixo);
● Câmara escura:
Serve para a revelação das películas radiográficas;
● Jet (aparelho de ultrassom odontológico):
Muito utilizado em periodontia para remoção de tártaro, mas também possui outras utilidades
● Autoclave:
Utilizada na esterilização dos instrumentais
● Seladora
Utilizada no selamento do papel grau (utilizado para embalar os instrumentais que irão passar pela
esterilização)
● Fotopolimerizador:
Equipamento que promove a presa (endurecimento) da resina. É utilizado em procedimento de
clareamento dental.
● Destiladora:
Equipamento que faz o processo de purificação da água que sairá da caneta de alta rotação,
ultrassom e que também será utilizada na autoclave para esterilização. Deve ser utilizada esse tipo
de água para não danificar os equipamentos.
● Plastificadora
Utilizada na confecção de placas de clareamento, miorrelaxantes, placas oclusais.
● Amalgamador:
Utilizado no preparo e manipulação do amálmaga.
● Peças de mão
Instrumentais:
● Bandeja;
● Sonda exploradora;
● Pinça clínica;
● Espelho bucal.
Instrumentais comuns em diversas especialidades:
● Sondas Milimetradas (medem a profundidade de sondagem dos sulcos gengivais e das bolsas periodontais);
● Sonda Nabers (mensura lesões de furca);
● Curetas periodontais (retira o cálculo das superfícies dentais por fora e por dentro da gengiva e sua numeração
vai variar de acordo com o grupo de dentes a ler limpo);
● Foices periodontais (retira o cálculo das superfícies interproximais por fora da gengiva e sua numeração vai
variar de acordo com o grupo de dentes a ler limpo);
● Limas periodontais (quebra os cálculos subgengivais em porções menores, facilitando a limpeza da superfície
dentária).
● Cinzel de oschembein (desgaste de osso)
● Gengivótomos (corta gengiva)
Instrumentais de dentística:
● Curetas/escavadores de dentina (remove dentina cariada, possui diversos tamanhos para diferentes
cavidades);
● Espátulas de inserção- suprafill, nº 1 (serve para inserção de material restaurador na cavidade);
● Aplicador de hidróxido de cálcio pasta (aplica o dycal na cavidade);
● Porta matriz (quando montado com a fita metálica serve para dar o contorno dental às restaurações);
● Porta amálgama (insere o amálgama na cavidade);
● Calcadores (presente em diversos tamanhos, serve para adaptar o amálgama ou resina dentro da cavidade);
● Brunidores (utilizados em restaurações de amálgama antes e após escultura, melhorando a adaptação da
restauração)
● Esculpidores (dão a forma anatômica do dente em restaurações de amálgama)
● Recortador de margem gengival (remove esmalte sem suporte das margens gengivais e proximais);
● Discos abrasivos (colocados em mandril, utilizados em baixa rotação, serve para dar acabamento das
restaurações nas faces livres e/ou oclusais);
● Borrachas abrasivas (utilizados em baixa rotação serve para o fino desgaste nos materiais restauradores,
proporcionando brilho e lisura à restauração);
● Matriz de poliéster (fita transparente que serve para separar os elementos dentais para que não ocorra a união
destes durante o procedimento restaurador em resina);
● Cunhas (servem para melhor adaptação das matrizes na margem gengival das restaurações).
Instrumentais de endodontia:
● Maçarico (fonte de calor usada para amolecer alguns materiais dentários- cera, guta-percha)
● Espátula Lecron, Nº 07 e 31 (serve para corte de cera e outros materiais dentários e na manipulação de resina
acrílica)
● Escova de Robson e taças de boracha (serve para limpeza das faces dentais para uma melhor visualização
das mesmas ou para maior efetividade dos procedimentos adesivos, sendo as escovas mais utilizadas para as
faces oclusais e as taças para superfícies lisas.
● Espátula Hollemback 3s (usada para esculpir estrutura anatômica dental)
MATERIAIS ODONTOLÓGICOS
Vamos tratar agora sobre alguns materiais odontológicos que são bastante utilizados na prática clínica
odontológica tanto no serviço público quanto no privado.
O complexo dentinho-pulpar é a estrutura formada pelo conjunto da dentina e da polpa dentária,a
estrutura interna do dente ricamente vascularizada e inervada formada por tecido conjuntivo frouxo e é nela
que se encontra a vitalidade do dente.
O esmalte e a dentina vão proteger a polpa contra as agressões do meio externo, sendo o esmalte
uma estrutura mais dura, resistente ao desgaste, impermeável e um bom isolante elétrico. Já a dentina é
resiliente (capacidade de voltar ao seu estado original), permeável, pouco resistente ao desgaste e boa
condutora de eletricidade.
Quando a estrutura dental sofre alguma injúria, em qualquer destes tecidos, se faz necessário uma
intervenção odontológica.
A idade do paciente, a condição pulpar e a profundidade da cavidade formada devem ser consideradas
juntamente com o material restaurador para a restauração da condição das funções normais dos dentes.
Dependendo desta profundidade da cavidade será necessário ou não a utilização de material para a
proteção desse complexo dentinho-pulpar.
Os materiais protetores podem ser classificados em:
● Agentes de selamento:
São líquidos que formam uma camada fina sobre a cavidade recém preparada e pode ser
utilizada em cavidades de qualquer profundidade; Ex: Verniz cavitário, adesivo dentinário.
● Agentes para forramento ou capeamento:
Os agentes forradores são em geral, apresentados na forma de pó e líquidos ou pastas. Sua
função é proteger a polpa das agressões externas ou estimular a formação de uma barreira de dentina
mineralizada quando a polpa foi exposta. Indicado pra cavidades profundas. Pode ser:
✓ Capeamento direto: que é quando há exposição pulpar quer seja por cárie, trauma ou
exposição acidental na hora da remoção do tecido cariado e se aplica o material
diretamente na polpa com a finalidade de manter sua vitalidade e consequentemente
promover o seu restabelecimento. Se faz hemostasia com soro (10min), coloca-se uma
solução de hidróxido de cálcio PA (água destilada + pó, faz uma pasta) no local da
exposição, depois cimento de hidróxido de cálcio (forramento), a base e o material
restaurador.
✓ Capeamento indireto: é quando não ocorre o acometimento da polpa e utiliza-se um
material de proteção no fundo da cavidade que seja capaz de proteger os tecidos,
estimular o desenvolvimento de uma nova dentina. Utiliza-se o cimento de hidróxido
de cálcio, depois a base e depois o material restaurador.
● Agentes para base cavitária:
Geralmente comercializados em forma de pó e líquido. Possui função de proteger o material
de forramento, reconstruir parte de dentina perdida, adequar o preparo cavitário e diminuir a
quantidade e necessidade de material definitivo. Devem ser utilizados em cavidades médias a
profundas. Pode-se utilizar o Cimento de Ionômero de Vidro (CIV) ou IRM (óxido de zinco e
eugenol, porém este último só pode ser utilizado como base em restaurações de amálgama,
pois ele afeta a presa da resina.
Materiais:
● Hidróxido de cálcio:
Pode ser utilizado como forrador de cavidades profundas, para limpeza de cavidades, capeamento pulpar e para
cimentações provisórias.
➢ Pode ser apresentado em pó ou pasta (proteção pulpar direta e para diminuir sangramento), solução (utilizada
para limpeza de cavidades), suspensão (forramento de cavidades médias e em casos de proteção pulpar
direta), pasta-pasta (proteção pulpar indireta em cavidades médias a profundas);
➢ As pastas devem ser colocadas em pequenas quantidades, mas deve ser de igual volume e misturadas. deve
ser levada a cavidade na porção mais profunda do dente;
➢ Os cimentos se apresentam como 1 pasta ou 2. Se só tiver uma significa que a presa dele é fotoativada, se
forem duas, uma pasta será a base e a outra será catalisadora;
➢ A água de Cal é designada para limpeza da cavidade e tem propriedades bacteriostáticas, é capaz de estimular
a formação de dentina reparadora, produz uma necrose superficial da polpa.
● Cimento de óxido de zinco e eugenol
Muito usado como restaurações provisórias e intermediárias, como forradores cavitários, bases para
isolamento térmico e para cimentação temporária. Não é necessária espatulação vigorosa. Seu aspecto fica como se
fosse massa de vidraceiro. Uma relação pó/líquido 3:1 ou 4:1 deve ser feito para que tenha o máximo de resistência.
Ele deve fazer uma bolinha sem pregar na luva. Tem efeito suave sobre os tecidos pulpares, boa habilidade de
selamento e resistência a penetração marginal, pode exercer pequena ação antinflamatória se em pequena quantidade
ou pouco contato. Suas propriedades negativas são que possui baixa resistência, alta sulubilização e desintegração
sob os fluidos orais, pouca ação anticariogênica. É também incompatível com as resinas compostas.
● Vernizes cavitários
São compostos à base de resina copal natural ou sintética dissolvida em clorofórmio, éter ou acetona. Quando
aplicado na cavidade o solvente evapora deixando uma película protetora semi-permeável que veda com certa
eficiência os túbulos dentinários. É muito utilizado como forrador em restaurações de amálgama, mas nunca em resina.
É pouco resistente, possui fraca propriedade de isolante térmico.
MATERIAIS RESTAURADORES:
● Amálgama:
Um amálgama é um tipo especial de liga na qual o mercúrio é um de seus elementos. O amálgama dentário é
a combinação do mercúrio com uma liga contendo prata, estanho, cobre e algumas vezes o zinco ou outros metais em
baixa concentração. Quando o mercúrio é misturado a uma liga de prata-estanho-cobre, num processo chamado
amalgamação, forma-se uma massa plástica que endurece gradualmente, formando uma estrutura sólida. Antes desse
endurecimento, o material é inserido em uma cavidade preparada, esculpido para restaurar a forma anatômica e, depois
de acabado, é posteriormente polido.
Esse material ainda é o mais usado dentre todos os materiais restauradores disponíveis pela odontologia. Uma
das razões que explicam seu grande sucesso clínico é a tendência em diminuir consideravelmente, com o tempo, a
penetração marginal, um dos maiores problemas com que se defronta o dentista e ainda não resolvido satisfatoriamente
mesmo com os novos materiais e técnicas utilizadas.
As propriedades físicas do amálgama são influenciadas pela técnica de trituração. Nenhum outro passo
isolado, durante a manipulação do amálgama, tem tanta influência sobre o sucesso ou eventual fracasso da
restauração. A trituração não tem a finalidade de tornar menores as partículas da liga, mas sim de promover maior
contato entre a liga e o mercúrio. As partículas de liga são recobertas por uma película de óxido, que dificulta a
penetração do mercúrio. Desta forma, a trituração procura remover essas películas que envolvem a superfície das
partículas.
Originalmente, a liga e o mercúrio eram triturados manualmente, utilizando-se gral e pistilo. Atualmente, a
amalgamação mecânica economiza tempo e padroniza o procedimento. Um grande número de marcas comerciais de
amalgamadores encontra-se disponíveis no mercado.
As cápsulas descartáveis que contêm quantidades pré-proporcionadas de mercúrio e liga são largamente
utilizadas atualmente. Quando a cápsula é presa ao amalgamador, e o aparelho é ligado, os braços que prendem a
cápsula passam a oscilar em alta velocidade, assim, a trituração é realizada. Existe um controlador automático para
mensurar o tempo de manipulação, e a maioria dos amalgamadores modernos tem dias ou mais velocidades de
operação. Ele deve ser utilizado com a velocidade recomendada pelo fabricante da liga.
Após o término da trituração, a condensação do amálgama deve ser iniciada imediatamente, pois quanto maior
for o tempo passado entre a trituração e a condensação, o amálgama ficará menos resistente. A condensação é inserir
e adaptar o material a todas as partes da cavidade preparada, removendo, tanto quanto possível, o excesso de
mercúrio da mistura.
Todo cuidado deve ser tomado para não se empregar porções de amálgama que tenham permanecido durante
muito tempo depois de preparadas ou incrementos muito secos, isto é, incrementos dos quais tenha sido feita uma
retirada excessiva do mercúrio. Deve-se também evitar uma condensação inadequada, pois esses fatores contribuem
para a ocorrência de bolhas ou de falhas internas nas restaurações de amálgama.
Pequenos incrementos de amálgama devem ser usados sucessivamente na confecção da restauração. Mesmo
quando uma técnica de condensação apropriada é empregada, é impossível conseguir-se boa adaptação do material
quando se utilizam incrementos grandes de amálgama.
A diferença de uma superfície de amálgama, quando menores incrementos são utilizados, é bem grande, sendo
a superfície muito mais lisa.
Uma vez inserido o material na cavidade preparada, ele deve ser imediatamente condensado com pressão
suficiente para remover os vazios e adaptar o material às paredes da cavidade. A ponta ativa do condensador é forçada,
com pressão manual, sobre a massa de amálgama. A condensação é geralmente iniciada no centro e, então, a ponta
do condensador é direcionada gradualmente para as paredes da cavidade.
Depois de terminada a condensação do amálgama, a superfície da restauração deverá ser esculpida com o
emprego de instrumentos adequados, de maneira que se reproduzam os detalhes anatômicos da parte perdida do
dente, durante o preparo da cavidade.
Após a escultura, a superfície da restauração deve ser alisada, através de um instrumento brunidor, que se
caracteriza por possuir ponta rômbica ou arredondada.
❖ Modificação volumétrica
❖ Condutibilidade térmica
❖ Falta de resistência nas bordas
❖ Cor não harmoniosa
Técnica para confecção de restaurações em amálgama
A maior desvantagem clínica das resinas compostas convencionais é a rugosidade de superfície. Estas restaurações
também têm a tendência de mudar a cor, devido em parte à suscetibilidade que uma superfície com textura rugosa
apresenta de reter substâncias que mancham.
Estes materiais foram desenvolvidos como um esforço para obter superfícies mais lisas que aquelas
conseguidas com as resinas convencionais, mas com o cuidado de manter suas propriedades mecânicas. Dessa forma,
elas apresentam boas propriedades mecânicas e físicas, sendo esteticamente comparáveis às resinas de
micropartículas, tornando possível sua utilização em regiões estéticas que serão submetidas à carga mastigatória
(classe IV, por exemplo).
As primeiras resinas compostas eram ativadas quimicamente. Porém, hoje, elas estão quase em completo
desuso. Assim sendo, o mecanismo de ativação é pela polimerização (endurecimento da resina) à luz devido a emissão
desta pelo fotopolimerizador, dentro de uma faixa específica de comprimento de onda.
Caso haja inadequada polimerização, várias conseqüências ocorrerão: baixa força de união; maior
probabilidade de agressão fisiológica devido aos componentes monoméricos residuais que não se converteram; maior
probabilidade de mudança de cor do material devido à insuficiente reação do componente acelerador, deficiência nas
propriedades mecânicas, evidenciada principalmente na resistência ao desgaste e maior pigmentação do material
devido à maior absorção de fluidos orais.
As resinas sofrem um fenômeno chamado de contração de polimerização. Por esse motivo ela deve ser
inserida na cavidade por pequenas porções e camadas. Quanto menos faces dentárias ela estiver aderida na cavidade
no processo de polimerização, menor será a sua contração e melhor a qualidade da restauração, diminuindo a
possibilidade da formação de bolhas entre um incremento e outro.
Os compósitos aderem a estrutura dental por um SISTEMA DE ADESÃO, pois quando são colocados
intimamente em contato com a estrutura dental, não se desenvolve conexão. Para resolver esse problema se faz
necessário um condicionamento dental pelo ácido fosfórico e depois a colocação de um sistema adesivo para formar
um íntimo contato entre o material e o tecido duro e sólido; então, o adesivo dentinário penetra e é convertido em sólido
pela polimerização.
O uso do ataque ácido e do sistema adesivo favorecerá com que ocorra a formação de uma camada híbrida
que é a infiltração de resina no esmalte, na dentina ou no cemento. Ela é uma mistura em nível molecular de colágeno
e polímeros resinosos. Ela é preparada na subsuperfície da dentina condicionada pela polimerização de monômeros
resinosos impregnados na matriz da dentina desmineralizada.
A formação da dentina hibridizada é considerada como uma forma de adesão mecânica, no sentido de que
polímeros ficam embricados com fibras colágenas presentes na dentina.
A dentina mineralizada normalmente não permite muita difusão de monômero em sua substância. Portanto, a
dentina deve ser apropriadamente condicionada para permitir difusão de monômeros, que devem ter uma boa afinidade
pela dentina desmineralizada, no substrato. Superfícies dentinárias preparadas são cobertas por uma lama dentinária
que adere fracamente à superfície da dentina intacta.
A lama dentinária é criada durante o preparo cavitário e sua presença complica a adesão da resina. Ela serve
como uma barreira que protege a polpa de estímulos nocivos, mas sua função é temporária porque ela pode se
dissolver em fluidos orais. A lama dentinária é usualmente contaminada por microrganismos e deve ser removida antes
da adesão resinosa através do condicionamento ácido.
Os objetivos do condicionamento ácido no esmalte são limpá-lo, remover a lama do esmalte, aumentar
microscopicamente a rugosidade, selar a superfície do esmalte com resina e contribuir para a retenção das
restaurações de resina composta.
O condicionamento da dentina envolve a remoção ou modificação da lama dentinária para permitir a difusão
dos monômeros na matriz de colágeno desmineralizada. O ataque ácido da dentina é necessário para aumentar a
porosidade entre os túbulos da dentina para permitir a infiltração do monômero.
Depois de feito o condicionamento ácido não se deve secar a cavidade com jato de ar, pois as fibras colágenas
expostas podem sofrer um colapso comprometendo a formação da camada híbrida.
Os primers são substâncias que contêm monômeros bifuncionais hidrofílicos (possui afinidade com a água) e
hidrofóbicos (não possui afinidade com a água) e, são comumente dissolvidos em água, álcool ou acetona, os quais,
por possuírem propriedades de deslocar a água e propriedades voláteis, são ideais para carrear e espalhar os
monômeros sobre a superfície.
O seu extremo hidrofílico é capaz de umedecer ou molhar eficientemente a dentina úmida, enquanto sua parte
hidrofóbica oferece pontos de ligação suficientes para uma copolimerização de uma subsequente camada
de resina adesiva.
Uma vantagem do uso da acetona com solvente hidrofílico é que os monômeros adesivos são muito solúveis
neste solvente. Acetona também é altamente volátil e pode evaporar-se muito rapidamente das superfícies dentinárias.
Durante a adesão úmida, a primeira camada de monômeros em acetona colocada na dentina desmineralizada úmida
se mistura com a água residual (acetona e água se misturam muito bem), o que pode provocar a saída dos monômeros
resinosos que tenham uma chance de penetrar profundamente na matriz desmineralizada. Isto pode temporariamente
bloquear fisicamente a penetração de monômeros. Entretanto, a cada aplicação de primer, a acetona pode redissolver
o monômero e permitir a difusão mais adiante na dentina desmineralizada.
TÉCNICA:
Os selantes mais populares utilizam sistemas de resinas que podem ser aplicados às superfícies oclusais dos
dentes.
O objetivo do uso do selante é a penetração da resina nas fóssulas e fissuras e polimerizar-se selando estas
áreas contra as bactérias orais.
É indicado em crianças na fase de dentição mista, com alto risco a cárie, mas que não possua lesão de cárie
no dente a ser selado.
TÉCNICA:
1. Limpeza dental com pasta de pedra pomes e água. Utiliza-se escova de Robson cônica;
2. Ataque ácido por 20s;
3. Lavar o dente abundantemente;
4. Secar o dente com jato de ar;
5. Aplicar o selante com bolinha de algodão ou micro-brush;
6. Passar a sonda exploradora nas fóssulas e fissuras para que não haja a formação de bolhas;
7. Fotopolimerizar por 40s.
8. Checar a oclusão.
● Gesso:
O gesso é usado na odontologia para a obtenção de model os de estudo das estruturas orais e maxilo-faciais
e como importante auxiliar nas fases laboratoriais para a construção de próteses. Vários tipos de gesso são usados
para a obtenção de modelos, nos quais próteses e restaurações são construídas. Quando o gesso é misturado à sílica,
forma -se um produto conhecido como Revestimento, que é utilizado na obtenção de restaurações fundidas em metal
e será discutido posteriormente.
Trata-se de um pó que ao misturado com água forma uma massa fluida que quando colocada dentro de um
molde, vai endurecer formando um modelo.
Para sua manipulação deve ser utilizado uma cuba de forma parabólica, lisa e resistente à abrasão e uma
espátula de lâmina resistente e cabo que permita segurá-lo. A entrada de ar na mistura deve ser evitada para impedir
o aparecimento de porosidades que diminuem a resistência e produzem superfícies sem precisão. O uso de um
vibrador automático, de alta frequência e baixa amplitude, é muito útil.
A proporção gesso-água deve ser devidamente pesada para que não interfira na qualidade dos modelos, mas
isso vai depender do tipo de gesso utilizado. A medida da quantidade de água é feita na cuba e o pó é aspergido sobre
a água. A mistura é então vigorosamente espatulada e deve continuar até que se obtenha uma mistura homogênea, e
isto acontece no período de 1 minuto. Espatulações longas reduzem drasticamente o tempo de trabalho,
particularmente para o vazamento dos modelos.
O tempo necessário para a reação se completar é chamado de tempo de presa.
A reação química de presa ocorre no momento em que o pó é misturado com a água. A massa recém
espatulada tem uma consistência semifluida e pode ser vazada sobre o molde de qualquer forma. Com o
prosseguimento da reação a viscosidade da massa misturada aumenta e ela já não pode fluir facilmente nos finos
detalhes do molde. Esse tempo é chamado de tempo de trabalho.
Com o prosseguimento da reação, a mistura vai perdendo o seu brilho e há um momento em que o gesso
alcança um certo estágio de firmeza representado por uma massa semirrígida em que não atingiu a presa completa
mas ultrapassou o tempo de trabalho. Esse é o tempo de presa inicial.
O tempo de presa final é definido como aquele tempo em que o material está completamente endurecido e
pode ser separado do material de moldagem sem distorção ou fratura.
TIPOS DE GESSO
→ Gesso comum (Tipo I): Este é o gesso comum ou Paris, ao qual foram adicionados modificadores para
controlar o tempo e a expansão que sofre durante sua presa. Atualmente este material é raramente usado por ser menos
resistente.
→ Gesso para modelo (Tipo II): Sua grande limitação era a baixa resistência. Este tipo de gesso pode utilizar uma
baixa relação A/P e, com isto, a resistência é dobrada, apesar do aumento da expansão de presa.
Este gesso tipo II é atualmente usado principalmente para o preenchimento de muflas, durante a construção de
dentaduras, pois neste caso a expansão de presa não é crítica e a resistência que o produto apresenta é adequada,
com base no que define os limites de especificação. Este produto é normalmente comercializado na cor branca, para
contrastar com os gessos pedra, que em geral são coloridos.
→ Gesso pedra (Tipo III): Ele é indicado para construção de modelos, na confecção de próteses totais que se
ajustam aos tecidos moles, pois ele apresenta uma resistência adequada para as etapas envolvidas no trabalho e é fácil
remover a prótese após a sua conclusão. Troquéis reproduzem dentes com cavidades preparadas nas quais serão
confeccionadas próteses. Durante o processo de fabricação dessa prótese, é necessário que o material do troquel
apresente grande resistência e dureza. É preciso salientar que uma ligeira expansão é tolerável em um modelo que
reproduz os tecidos moles, mas não é aceitável quando envolve a moldagem de dentes com preparos cavitários. O gesso
pedra do tipo III é preferido para a confecção de modelos durante a fabricação de dentaduras.
→ Gesso pedra de alta resistência (Tipo IV): gesso muito utilizado para confecção de troquel, pois apresenta
resistência, dureza e um mínimo de expansão de presa. É necessário que um gesso para troquel possua uma superfície
resistente, pois nele existir a uma cavidade que será preenchida com cera. Esta cera será esculpida e precisará ter um
contato íntimo com as margens do troquel. Para realizar este procedimento, usa-se um instrumento afiado e, por
consequência, o troquel terá que ser resistente à abrasão.
→ Gesso pedra com alta resistência e com alta expansão (Tipo V): este é o mais recente produto de gesso, pois
apresenta uma resistência à compressão superior àquela do gesso tipo IV. Este aumento de resistência é conseguido
principalmente pela diminuição da relação A/P. Por outro lado, a expansão de presa foi aumentada de 0,10 para 0,30%.
● Materiais de moldagem:
Os materiais de moldagem podem ser classificados como reversíveis ou irreversíveis, de acordo com a maneira
pela qual o material endurece. O termo irreversível implica que reações químicas ocorrem; assim, o material não pode
ser revertido ao estágio inicial.
Por outro lado, o termo reversível revela os materiais que amolecem sob o calor e solidificam quando resfriados, com
nenhuma mudança química.
Outra forma de classificar os materiais de moldagem é segundo o seu uso. Alguns materiais de moldagem
tornam-se rígidos e não podem ser removidos sem fraturar ou distorcer a moldagem. Esses materiais são classificados
em anelásticos. Eles não são capazes de sofrer deformação elástica no momento da remoção da moldagem e em
qualquer retenção podem ser fraturados.
Os materiais de moldagem elásticos definem a segunda categoria. Esses materiais são capazes de reproduzir
adequadamente tanto os tecidos duros como tecidos moles da boca, incluindo os espaços retentivos. Esses materiais
de moldagem se subdividem em dois tipos: os hidrocolóides e os elastômeros.
→ Alginato: material de moldagem muito utilizado na prática clínica, pois possui fácil manipulação, baixo
→ Silicona de condensação:
As siliconas por condensação são apresentadas como uma pasta base e um líquido ou uma pasta catalisadora.
A pasta de silicone de condensação e a massa densa podem ser produzidas em uma grande variedade de cores. Rosa,
azuis, verdes e roxos suaves são comuns. Cada fabricante fornece o material em diversas cores, correspondendo à
sua viscosidade.
Sua manipulação consiste em misturar a pasta e a base. Esse material acompanha um dosador para a pasta.
Deve-se pegar uma porção da concha, colocar sobre a mão, amassar com formato de um disco e fazer uma cruz com
a pasta no centro do disco e mistura os dois com as mãos.
As siliconas são comumente usadas para moldagens de coroas e pontes e ocasionalmente para moldagens
de próteses parciais. São usadas em moldeira de estoque.
→ Siliconas por adição:
Se apresenta como duas pastas que devem ser misturadas. A similaridade na consistência das pastas e no
seu comportamento viscoelástico faz com que o material possa ser dispensado e manipulado porum sistema
automático (como se fossem pistolas). Este aparelho tem certas vantagens quando comparado à espatulação manual.
Com o sistema automático, há melhor uniformidade na proporção e na mistura, menor incorporação de ar na mistura,
e redução no tempo de manipulação. Há, também, menor possibilidade de contaminação do material.
O material misturado é injetado diretamente sobre a moldeira, na qual um adesivo apropriado foi aplicado.
São utilizadas primariamente para moldagens de coroas e ocasionalmente para PPR. Elas oferecem
significante vantagem nos casos onde os modelos não podem ser vazados rapidamente, uma vez que apresentam
estabilidade dimensional próxima do ideal.
→ Godiva:
A godiva é um material termoplástico, isto é, um material que se plastifica quando aquecido e torna-se
novamente rígido quando resfriado. É empregada principalmente em moldagens “preliminares” na confecção de
dentaduras. Ela é plastificada pelo calor, inserida nas bordas de uma moldeira e comprimida contra os tecidos moles,
antes de seu endurecimento, promovendo o selamento periférico.
→ Pasta de óxido de Zinco e eugenol:
Uma das reações químicas de utilidade odontológica é a que acontece entre o óxido de zinco e o eugenol.
Dentro das condições determinadas, o resultado da reação é uma massa relativamente dura que apresenta certas
vantagens medicinais, bem como características mecânicas satisfatórias para o uso em alguns procedimentos
odontológicos. Os produtos dessa reação têm sido usados em várias especialidades da odontologia. Assim, eles podem
ser usados como agente de cimentação, cimento cirúrgico, para restaurações provisórias, cimento para obturação de
canais radiculares, em forma de pasta, para registro de mordida, para o reembasamento temporário de dentaduras e
como material de moldagem de desdentados totais.
A pasta para moldagem é usada com a finalidade corretiva e na moldeira individual. Assim, faz-se a moldagem
preliminar com alginato e obtém-se um modelo de gesso. Sobre este modelo, constrói -se com resina acrílica uma
moldeira individual bem adaptada. Após os desgastes necessários, recobrem-se suas bordas com um fio de godiva
plastificada e leva-se à boca para promover o selado periférico. Esta moldeira, assim preparada, é preenchida com a
pasta de óxido de zinco e eugenol, levada à boca do paciente para obtenção da moldagem secundária, final ou
funcional.
● Cimento de Fosfato de Zinco
O fosfato de zinco é o mais antigo dos agentes cimentantes e, como tal é o que mais foi pesquisado ao longo
do tempo. Ele serve como padrão em relação aos novos sistemas, quando se trata de fazer uma comparação. O
cimento de fosfato de zinco é apresentado na forma de pó e líquido, em dois recipientes separados. Usado na
cimentação definitiva de pinos intra-radiculares, núcleos metálicos, coroas metalocerâmicas
Ele possui propriedades importantes como: é pouco solúvel nos fluidos orais, alto escoamento (o que facilita a
sua adaptação), mas também é friável.
As vantagens principais dos cimentos de fosfato de zinco são que eles podem ser misturados facilmente e que
eles formam uma massa relativamente forte a partir de uma massa de consistência fluida. A menos que a mistura
esteja extremamente fina (por exemplo, com uma relação pó/líquido muito baixa), o cimento endurecido tem uma força
que é adequada ao serviço clínico, assim, a manipulação é menos crítica do que com outros cimentos.
Porém, desvantagens distintas do cimento de fosfato de zinco incluem irritação de polpa, falta de ação anti-bacteriana,
fragilidade, falta de adesão, e solubilidade em fluidos orais.
Os seguintes pontos devem ser observados na manipulação dos cimentos de fosfato de zinco:
1. O pó e o líquido devem ser proporcionados de maneira correta, segundo o uso do material. Entretanto,
deve-se utilizar uma quantidade de pó máxima, desde que seja possível manipular de modo a
conseguir um mínimo de solubilidade e o máximo de resistência.
2. O líquido não deve ser dispensado na placa até o momento do início da manipulação e deve ser
armazenado em um frasco vedado hermeticamente e exposto ao ar o menor tempo possível.
3. A manipulação é iniciada pela adição de pequenas porções do pó. Pequenas quantidades de pó são
adicionadas em intervalos de tempo espatulando-se vigorosamente. Deve-se usar o maior espaço da
placa de manipulação, e cada porção tem seu tempo exato de manipulação.
4. A fundição deve ser assentada imediatamente. Após a restauração ter sido levada em posição, ela
deve ser mantida sob pressão até que o cimento endureça, isto para impedir o aparecimento de bolhas
de ar. O campo operatório deve ser mantido seco durante todo o procedimento de cimentação.
TÉCNICAS DE ACOLHIMENTO E MANEJO DO CLIENTE DE ACORDO COM O CICLO VITAL
O tratamento odontológico é algo que pode levar ao paciente a desenvolver um quadro de ansiedade ou medo,
apreensão e desconforto por experiências prévias desagradáveis, por informações repassadas erroneamente por
terceiros ou até mesmo por associar os procedimentos à dor. Por definição ansiedade é um estado de agitação
emocional causada por uma situação incerta, mas que é assimilada como perigosa. É difusa, porque não se apóia em
nenhum elemento concreto. A pessoa ansiosa geralmente transpira em excesso, apresenta-se com variabilidade
emocional e sente-se ameaçada. Já o medo é uma reação natural e normal, adquirida frente necessidade de se
defender dos perigos. Diante disso faz-se necessário um bom acolhimento do cliente no serviço, que trata-se de
escutá-lo (suas queixas), compreendê-lo, ser solidário, estabelecer vínculo com o mesmo, para que ele se sinta bem.
Por outro lado, atitudes negativas como apatia, má vontade, frieza, desdém, inflexibilidade pode levar o paciente a
quadros de estresse e desconforto.
A saúde bucal é algo fundamental em todas as idades. Desde o Bebê até o idoso ela deve ser considerada
para que se mantenha uma saúde adequada.
Todos passamos por vários ciclos em nossas vidas e cada um tem suas peculiaridades. Em cada fase existem
condutas mais apropriadas que é importante serem seguidas e respeitadas para que haja um relacionamento saudável
entre profissional e cliente.
Os cuidados devem começar pelos cuidados com as gestantes. Estas devem ser orientadas quanto a
importância da sua higiene bucal, controle da dieta, quanto ao seu acompanhamento no dentista durante esse período,
pois algumas afecções bucais podem levar inclusive a um parto prematuro. Essas devem ser orientadas também
quanto ao cuidado da higiene bucal com os recém-nascidos.
Já nos primeiros meses de vida do bebê, podem surgir na família os primeiros hábitos inadequados como, por
exemplo, amamentação noturna, com ausência de higiene bucal, e estimulação para o uso de chupetas. Os hábitos da
família, particularmente da mãe, determinam o comportamento que os filhos adotarão. Hábitos saudáveis são
fundamentais, como por exemplo, hábitos de higiene bucal e de alimentação equilibrada. Uma boa alimentação significa
também evitar a frequência de produtos açucarados, principalmente os industrializados. O açúcar natural dos alimentos
é suficiente para a saúde da gestante e o desenvolvimento do bebê. A amamentação natural durante o primeiro ano
de vida é fundamental para a prevenção de má oclusão dentária. Além da importância afetiva e nutricional, o exercício
muscular, durante a ordenha no peito, favorece a respiração nasal e previne grande parte dos problemas de
posicionamento incorreto dos dentes e das estruturas orofaciais.
• Correto posicionamento da língua sobre as arcadas dentárias, estimulando o vedamento labial, crescimento
das arcadas e a posição correta dos dentes sobre a arcada;
• Obtenção de um adequado tônus muscular orofacial, crescimento das funções de mastigação, deglutição e
fonação;
• Perfeita estimulação sensória, motora e oral dos órgãos fono-articulatórios, propiciando o bom
desenvolvimento da fala;
• Deglutição correta.
A sucção do dedo, chupeta ou mamadeira é um fator que pode interferir no desenvolvimento facial da criança,
podendo levar a alterações bucais, tais como: mordida aberta, mordida cruzada, inclinação dos dentes, diastemas e
alterações no padrão de deglutição. Para promover essas alterações, o hábito precisa de certa intensidade, frequência
e duração ao longo do tempo.
A contaminação e transmissibilidade podem ocorrer a partir de contatos frequentes e repetitivos entre a mãe e
a criança, tais como beijos na boca, uso comum de talheres e hábitos de se limpar a chupeta, colocando-a na boca do
adulto e logo oferecendo à criança. Esse tipo de conduta deve ser evitado, pois estudos mostram que quanto mais
cariogênica a boca da mãe que possui tais práticas, maior a possibilidade do aparecimento precoce de cárie.
Quanto a higiene bucal do bebê, a limpeza da sua cavidade bucal deve ser iniciada antes mesmo da erupção
dental, com a finalidade de remover o leite estagnado em seu interior e nas comissuras labiais, massagear a gengiva
e acostumá-lo à manipulação da boca. Para tanto, pode ser usada uma dedeira ou gaze embebida em água filtrada
para esfregar delicadamente a gengiva.
A erupção dos primeiros molares decíduos é um marco caracterizado por aumentar os sítios de retenção à
placa bacteriana (biofilme dental), sendo, portanto, uma fase de maior suscetibilidade à doença cárie, devendo
intensificar a higiene oral com escova e pasta adequadas.
A primeira infância é o período ideal para introduzir bons hábitos. Nessa fase é importante contar com a
participação ativa da família.
A dentição mista tem início com a erupção dos primeiros molares permanentes, quando se dá o primeiro
período de levantamento fisiológico da mordida. Posteriormente, outros dois períodos desse levantamento ocorrem
pela erupção dos segundos e terceiros molares consecutivamente. A dentição mista se encerra com a esfoliação dos
molares decíduos.
No acolhimento desse cliente é interessante que o profissional o receba sem máscara, gorro ou óculos de
proteção. Este deve ser chamado pelo nome e não deve ser tratado de forma infantilizada. Suas queixas não devem
ser ignoradas, devendo deixá-lo se expressar. Essas orientações são muito importantes, pois pacientes
odontopediátrico costumam possuir muitos medos em relação aos procedimentos por associarem diretamente a dor.
É muito importante também a orientação aos pais a não aplicarem terror aos filhos associando a desobediência à idas
ao consultório dentário.
Muito comum nessa fase é o acontecimento de traumas dentais. Os fatores mais comuns de traumatismo na
primeira infância estão relacionados a situações de queda ao caminhar, em parques de diversões, do colo da mãe,
intubação em crianças prematuras, violência doméstica e outras. Os dentes mais atingidos são os incisivos centrais
inferiores, seguidos pelos laterais inferiores, incisivos centrais superiores, incisivos laterais superiores e eventualmente
traumatismos dentários duplos, envolvendo dois ou mais dentes. O atendimento do paciente infantil traumatizado
constitui medida de emergência e deve ser realizado o mais breve possível, pois o tempo é fator preponderante no
sucesso do planejamento e execução clínica do caso.
Nesta fase da vida é importante buscar dar sequência ao trabalho que vinha sendo desenvolvido com a criança
e consolidar a ideia do autocuidado, pela ênfase aos cuidados com a higiene bucal e uso do flúor e à importância da
saúde da boca para cada indivíduo, sempre reiterando o estímulo a uma alimentação saudável e balanceada, evitando
o consumo de refrigerantes, chips e doces.
Neste grupo, é de suma importância não apenas saber ouvir, sem questionamentos desnecessários e,
principalmente, sem censuras, como também saber transmitir orientações numa linguagem que seja assimilada com
facilidade. Deve-se ainda enfatizar a compreensão dos determinantes comportamentais no desenvolvimento de
atitudes relacionadas com as doenças bucais.
Alguns aspectos são observados nessa faixa etária como: ocorre aumento do risco às doenças periodontais,
apesar da redução gradual do risco biológico à cárie, observada com a aproximação da vida adulta; os bons hábitos
de higiene são colocados de lado; os pais não participam mais da higiene bucal de seus filhos; é uma fase importante
para o desenvolvimento de uma mentalidade de autocuidado que irá garantir uma saúde bucal duradoura; representa
uma oportunidade para as equipes de saúde, que tanto investiram na saúde bucal das crianças, de eliminar a solução
de continuidade existente entre a infância e a vida adulta.
O risco aumentado à doença periodontal fica evidente quando se observa a alta incidência de gengivites e o
surgimento de uma patologia, não exclusiva, mas própria desta faixa etária, a Periodontite Juvenil Localizada ou
Generalizada. Esta faz parte de um grupo de doenças periodontais severas, que aparecem no início da puberdade e
caracteriza-se pela destruição do periodonto de sustentação. Trata-se de uma doença crônica inflamatória em que
ocorre grande destruição óssea. Pode ser classificada de duas formas: localizada, afetando os primeiros molares e
incisivos permanentes, e manifestação generalizada, na qual todos os dentes podem ser afetados. A Periodontite
Juvenil se deve, principalmente, à invasão bacteriana dos tecidos periodontais por um grupo específico de bactérias,
geralmente, a A. Actinomycetemcomitans e a Capnocytophaga sp.
→ Orientações quanto a prevenção de cárie e doenças periodontais, de higiene oral e controle da dieta;
Esta é uma fase da vida em que se deve dar atenção à identificação precoce de determinadas patologias, em
especial o diabetes, a hipertensão e o câncer bucal. É de grande importância a conscientização da clientela para a
prevenção, busca do tratamento e controle dos fatores de risco.
No acolhimento a esse paciente se faz necessário haver uma escuta qualificada do problema, uma anamnese
bem feita a fim de colher o máximo de informações quanto ao estado de saúde deste. Antes de qualquer procedimento
mais invasivo orientá-lo a realização da aferição da pressão arterial e glicemia
Nesta fase da vida os profissionais de saúde devem estar atentos às mudanças ocasionadas por essa fase da
vida do paciente e adequar seu modo de trabalho ao modo de ser do paciente idoso, respeitando suas limitações e
dificuldades. O edentulismo é o principal problema deste ciclo vital.
ACOLHIMENTO
a) o profissional deve sempre chamar o paciente idoso pelo nome, evitando expressões como “titio” e “vovô”;
b) dirigir-se ao idoso primeiramente e não ao acompanhante, perguntando a este somente o que houver
dificuldade de resposta por parte do paciente;
d) conversar com o paciente face a face, sem máscara, para facilitar a leitura labial e a compreensão;
e) exprimir-se devagar, com voz normal, evitar falar alto para que o idoso não se irrite e se desinteresse.
Dentre os cuidados clínicos nesta fase podemos verificar uma grande procura por próteses fixas ou removível,
implantes dentários.
c) orientar, aperfeiçoar, disciplinar e fiscalizar o exercício da odontologia, com a formação e utilização dos
meios de maior eficácia presente;
f) funcionar como órgão consultivo do governo, no que tange ao exercício e aos interesses profissionais;
Para que o exercício profissional do Auxiliar em Saúde Bucal - ASB e do Técnico em Saúde Bucal - TSB ocorra
legalmente, estes deverão estar inscritos no Conselho Regional de Odontologia, havendo assim a garantia de respaldo
legal para a prática de suas atribuições.
Parágrafo único. A supervisão direta será obrigatória em todas as atividades clínicas, podendo as atividades
extraclínicas ter supervisão indireta.
Art. 5o Compete ao Técnico em Saúde Bucal, sempre sob a supervisão do cirurgião-dentista, as seguintes
atividades, além das estabelecidas para os auxiliares em saúde bucal:
I - participar do treinamento e capacitação de Auxiliar em Saúde Bucal e de agentes multiplicadores das ações
de promoção à saúde;
II - participar das ações educativas atuando na promoção da saúde e na prevenção das doenças bucais;
V - fazer a remoção do biofilme, de acordo com a indicação técnica definida pelo cirurgião-dentista;
VIII - inserir e distribuir no preparo cavitário materiais odontológicos na restauração dentária direta, vedado o
uso de materiais e instrumentos não indicados pelo cirurgião-dentista;
IX - proceder à limpeza e à anti-sepsia do campo operatório, antes e após atos cirúrgicos, inclusive em
ambientes hospitalares;
X - remover suturas;
XIII - exercer todas as competências no âmbito hospitalar, bem como instrumentar o cirurgião-dentista em
ambientes clínicos e hospitalares.
§ 1o Dada a sua formação, o Técnico em Saúde Bucal é credenciado a compor a equipe de saúde, desenvolver
atividades auxiliares em Odontologia e colaborar em pesquisas
III - realizar, na cavidade bucal do paciente, procedimentos não discriminados no art. 5o desta Lei; e
IV - fazer propaganda de seus serviços, exceto em revistas, jornais e folhetos especializados da área
odontológica.
Parágrafo único. A supervisão direta se dará em todas as atividades clínicas, podendo as atividades extra
clínicas ter supervisão indireta.
Art. 9o Compete ao Auxiliar em Saúde Bucal, sempre sob a supervisão do cirurgião-dentista ou do Técnico
em Saúde Bucal:
Art. 11. O cirurgião-dentista que, tendo Técnico em Saúde Bucal ou Auxiliar em Saúde Bucal sob sua supervisão e
responsabilidade, permitir que esses, sob qualquer forma, extrapolem suas funções específicas responderá perante
os Conselhos Regionais de Odontologia, conforme a legislação em vigor.
Art. 11. Para se habilitar ao registro e à inscrição, como técnico em saúde bucal, o interessado deverá ser portador de
diploma ou certificado que atenda, integralmente, ao disposto nas normas vigentes do órgão competente do Ministério
da Educação e, na ausência destas, em ato normativo específico do Conselho Federal de Odontologia.
§ 1º. Poderá exercer, também, no território nacional, a profissão de TSB, o portador de diploma ou certificado expedido
por escola estrangeira, devidamente revalidado.
§ 2º. A inscrição de cirurgião-dentista em Conselho Regional, como TSB, somente poderá ser efetivada mediante
apresentação de certificado ou diploma que comprove a respectiva titulação.
§ 3º. Ficam resguardados os direitos dos profissionais inscritos até esta data, como técnico em higiene dental, que
passam a ser denominados técnicos em saúde bucal.
Art. 12. Compete ao técnico em saúde bucal, sempre sob supervisão com a presença física do cirurgião-dentista, na
proporção máxima de 1 (um) CD para 5 (cinco) TSBs, além das de auxiliar em saúde bucal, as seguintes atividades:
a) participar do treinamento e capacitação de auxiliar em saúde bucal e de agentes multiplicadores das ações de
promoção à saúde;
b) participar das ações educativas atuando na promoção da saúde e na prevenção das doenças bucais;
c) participar na realização de levantamentos e estudos epidemiológicos, exceto na categoria de examinador;
d) ensinar técnicas de higiene bucal e realizar a prevenção das doenças bucais por meio da aplicação tópica do flúor,
conforme orientação do cirurgião-dentista;
e) fazer a remoção do biofilme, de acordo com a indicação técnica definida pelo cirurgião-dentista;
f) supervisionar, sob delegação do cirurgião-dentista, o trabalho dos auxiliares de saúde bucal;
g) realizar fotografias e tomadas de uso odontológicos exclusivamente em consultórios ou clínicas odontológicas;
h) inserir e distribuir no preparo cavitário materiais odontológicos na restauração dentária direta, vedado o uso de
materiais e instrumentos não indicados pelo cirurgião-dentista;
i) proceder à limpeza e à antissepsia do campo operatório, antes e após atos cirúrgicos, inclusive em ambientes
hospitalares;
j) remover suturas;
k) aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, manuseio e descarte de produtos e resíduos odontológicos;
l) realizar isolamento do campo operatório;
m) exercer todas as competências no âmbito hospitalar, bem como instrumentar o cirurgião-dentista em ambientes
clínicos e hospitalares.
Art. 14. O técnico em saúde bucal poderá exercer sua atividade, sempre sob a supervisão com a presença física do
cirurgião-dentista, na proporção de 1 (um) CD para cada 5 (cinco) TSBs, em clínicas ou consultórios odontológicos,
em estabelecimentos de saúde públicos e privados onde atuem os cirurgiões-dentistas.
Art. 15. O tempo de duração e as disciplinas do curso de TSB, para fins de habilitação profissional, nos termos destas
normas, será compatível com o cumprimento da carga horária, na dependência do curso integral, suplência ou
qualificação, de acordo com as normas vigentes do órgão competente do Ministério da Educação e, na ausência destas,
em ato normativo específico do Conselho Federal de Odontologia.
REGISTRO DE DADOS
Dentro do âmbito de consultório é de suma importância que se tenha o registro dos clientes. Esse registro é
feito através do prontuário. Nele deve estar contida as informações sobre o paciente, seu histórico médico e
odontológico (feito através de Odontograma, radiografias dentárias).
De acordo com o código de ética odontológico:
Art. 17. É obrigatória a elaboração e a manutenção de forma legível e atualizada de prontuário e a sua
conservação em arquivo próprio seja de forma física ou digital.
Parágrafo Único. Os profissionais da Odontologia deverão manter no prontuário os dados clínicos necessários
para a boa condução do caso, sendo preenchido, em cada avaliação, em ordem cronológica com data, hora, nome,
assinatura e número de registro do cirurgião-dentista no Conselho Regional de Odontologia.
É de suma importância que o prontuário seja mantido preenchido corretamente, pois este é um documento
legal que pode servir inclusive na identificação de cadáveres. Uma das etapas que deve constar é correto
preenchimento do ODONTOGRAMA.
O Odontograma é a representação gráfica dos dentes em prontuário odontológico na qual registra-se a
condição bucal do paciente e os tratamentos a serem realizados, como restaurações (faces do dente a serem
recuperadas), tratamento endodôntico, exodontias já realizadas e as que irão ser feitas, etc. Faz-se o Odontograma
inicial (que é quando o paciente vai a primeira vez ao consultório), o odontograma de trabalho (feito durante o
tratamento) e o odontograma final.
O registro vai variar de acordo com cada profissional, mas geralmente se faz da seguinte forma:
• Restaurações satisfatórias;
• Dentes tratados endodonticamente;
• Exodontias já realizadas.
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