2 Decreto - Executivo Nº 6 - 96 de 2 de Fevereiro PDF

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Decreto - executivo nº 6/96 de 2 de Fevereiro

O Decreto nº 31/94, de 5 de Agosto, estabelece no ponto 2 do artigo 18º, a


obrigatoriedade da criação e organização de Serviços de Segurança e Higiene
no Trabalho nas empresas, em conformidade com a convenção nº 161 da
Organização Internacional do Trabalho (O.I.T), de 1985.

Os Serviços de Segurança e Higiene no Trabalho nas empresas, definem-se


como instrumentos através dos quais a administração da empresa assume a
responsabilidade, pela prevenção dos acidentes de trabalho e doenças
profissionais.

Nos termos do nº 3 artigo 114º da Lei Constitucional, determino:

Artigo 1º - É aprovado o Regulamento Geral dos Serviços de Segurança e Higiene no


Trabalho nas Empresas (R.G.I), anexo a este diploma, que dele é parte integrante.

Artigo 2º - Este diploma entra em vigor a partir da data da sua publicação no Diário da
República.

Publique-se.

Luanda, aos 2 de Fevereiro de 1996

Ministro, António Pitra Neto.

REGULAMENTO GERAL DOS SERVIÇOS DE SEGURANÇA E HIGIENE NO


TRABALHO NAS EMPRESAS (R.G.I)

CAPÍTULO I

Das disposições gerais

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ARTIGO 1º

(Objecto)

O presente Regulamento Geral estabelece as normas que regerão os Serviços


de Segurança e Higiene no Trabalho nas empresas, conforme o nº 2 do artigo
18º do Decreto nº 31/94, de 5 de Agosto.

ARTIGO 2º

(Âmbito de aplicação)

Este regulamento é aplicado às empresas, estabelecimentos comerciais e


industriais, mistos, privados, públicos e cooperativas.

ARTIGO 3º

(Conceito)

1. Os Serviços de Segurança e Higiene no Trabalho, são um órgão investido de


funções essencialmente preventivas e encarregue de aconselhar e assistie, de
acordo com a legislação vigente, à entidade empregadora, os trabalhadores e
seus representantes na empresa, para que:

a) as exigências requeridas e estabelecidas no domínio da Segurança, Saúde


e Higiene no Trabalho, mantenham harmonioso o desenvolvimento das
condições técnicas que asseguram o meio ambiente de trabalho são, salubre e
limpo com vista a favorecer uma saúde física e mental. óptima em relação ao
trabalho;

b) a adaptação do trabalho às capacidades dos trabalhores tendo em conta o


seu estado de saúde físico e mental.

2. As funções investidas aos serviços de Segurança e Higiene no trabalho, são


da competência da entidade empregadora.

CAPÍTULO II

(Atribuições e organização)

ARTIGO 4º

(Competências)

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1. Os Serviços de Segurança e Higiene no Trabalho, actuando sob a
autoridade da direcção da empresa, têm as seguintes competências:

a) Realizar autoinspecção com vista a identificar e avaliar os riscos


susceptíveis de provocar danos à integridade física e à saúde dos
trabalhadores no seu posto de trabalho e propor à empresa medidas
preventivas e correctivas;

b) Aconselhar a entidade empregadora na planificação e organização do


trabalha, bem como na manutenção das máquinas e no manuseamento dos
produtos químicos em uso na empresa;

c) Verificar a aplicação de medidas de segurança, higiene e saúde no trabalho


e avaliar os resultados;

d) Investigar as causas dos acidentes de trabalho e doenças profissionais em


colaboração com a Comissão de Prevenção de Acidentes de Trabalhos
«C.P.A.T», proceder aos respectivos registos e informar a Direcção da
Empresa, para posterior comunicação às entidades competentes;

e) Analisar os danos sobre os acidentes de trabalho e de doenças profissionais


e elaborar as respectivas estatísticas;

f) Elaborar e executar programas de prevenção contra os riscos profissionais


previamente aprovados pela Direcção da Empresa, desde que ouvida a
C.P.A.T. e sugerir a sua actualização;

g) Elaborar regras de seguranças para os postos de trabalho e submeter a


consideração de Direcção de Empresa para a sua aprovação;

h) Dar treinamento inicial e periódico aos trabalhodores e sobre segurança,


higiene e saúde no trabalho;

i) Instruir os trabalhadores sobre a importância e uso dos meios de protecção


individual, bem como velar pela sua conservação e manutenção;

j) Realizar campanhas internas de prevenção e divulgação de normas,


diplomas legislativos e regulamentos internos em vigor sobre a segurança,
higiene e saúde no trabalho;

k) Organizar, orientar e preparar tecnicamente a C.P.A.T. e seminariar


constantemente os seus membros eleitos.

2. Os Serviços de Segurança e Higiene no Trabalho, devem contar com a


colaboração dos demais sectores da empresa na articulação das suas
actividades.

ARTIGO 5º

(Organização)

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1. Os Serviços de Segurança e Higiene no Trabalho, são constituídos ao abrigo
do nº 2 do artigo 18º do Decretos n.º 31/94, de 5 de Agosto, bem como, por via
dos acordos colectivos, consoante a grandeza ou a complexidade dos riscos da
empresa, sob forma de Departamento, Divisão, Sector ou Secção,
respondendo hierarquicamente à Direcção à Empresa.

2. Cada empresa deverá, numa primeira fase e, em função da dimensão e


complexidade dos riscos e condicionalismos das suas operações, ter pelo
menos, um técnico responsável pela coordenação da actividade do Serviço de
Segurança e Higiene no trabalho.

3. A entidade empregadora e os trabalhadores, deverão cooperar e participar


na implementação do Serviço de Segurança e Higiene no Trabalho da sua
empresa, bem como facilitar o desempenho das funções dos técnicos do
referido serviço.

ARTIGO 6º

(Modalidades e serviços)

1. Na organização dos Serviços de Segurança e Higiene no Trabalho a que se


refere o artigo anterior, as entidades empregadoras podem adoptar por uma
das modalidades:

a) Serviços internos;

b) Serviços inter-empresas;

c) Serviços externos.

2. As actividades da medicina do trabalho podem ser criadas e organizadas em


conformidade com o nº 4 do artigo 18º do Decreto nº 31/94, de 5 de Agosto ou
observando-se o disposto no respectivo diploma aplicável à modalidade
adoptada.

ARTIGO 7º

(Serviços centralizados)

Sendo a empresa constituída por vários centros de trabalho, o cumprimento


deste Regulamento Geral poderá ser feito através de um serviço central de
Segurança e Higiene no Trabalho, criado nos termos do artigo 5º do presente
regulamento devendo optar por uma das modalidades previstas no artigo 6º
deste decreto executivo.

ARTIGO 8º

(Serviços internos)

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Os serviços internos são criados pela própria empresa, abrangendo
exclusivamente os trabalhadores que nela prestam serviços.

ARTIGO 9º

(Serviços inter-empresas)

1. Os serviços inter-empresas, são criados por uma pluralidade de empresas


ou estabelecimentos com 50 trabalhadores, para utilização comum dos
trabalhadores que neles prestam serviço.

2. Os serviços a que se refere o número anterior, serão criados e organizados


numa dessas empresas ou estabelecimentos que tenham condições e
instalações para o efeito.

3. Os serviços inter-empresas serão criados e organizados através de um


acordo rubricado pelas mesmas, devendo para o efeito dar a conhecer à
Delegação do Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança
Social da localidade.

ARTIGO 10º

(Serviços externos)

1. Os Serviços externos são aqueles contratados pela empresa a outras


entidades nos termos deste regulamento.

2. A contratação dos serviços externos não isenta a entidade empregadora das


responsabilidades que lhe são atribuídas pela legislação vigente sobre a
segurança, higiene e saúde no trabalho.

3. Os serviços externos podem revestir uma das seguintes modalidades:

a) Associativos, quando prestados por associações com personalidade jurídica


e sem fins lucrativos;

b) Cooperativos, quando prestados por cooperativas cujo objecto estatutário


compreenda, exclusivamente, a actividade no domínio de segurança, higiene e
saúde no trabalho;

c) Privados, quando prestados por uma sociedade privada autorizada para


exercer a actividade de segurança, higiene, e saúde no trabalho ou por uma
pessoa individual habilitada e com formação legal adequada;

d) Convencionais, quando prestados por qualquer entidade da Administração


Pública Central e Local ou Instituto Público.

4. A entidade empregadora pode adoptar modalidades de organizar os serviços


externos diferentes da prevista no número anterior, deste que cumpra com o
preceituado no artigo 11º deste decreto executivo.

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ARTIGO 11º

(Prestação de serviços externos)

1. Sempre que a modalidade de organização adoptada seja a de serviços


externos, o contrato celebrado entre a entidade empregadora e a entidade que
assegure a prestação de serviços deve constar de um documento escrito.

2. A entidade empregadora comunica, no prazo de 30 dias a contar da vigência


do contrato, à delegação do Ministério da Administração Pública, Emprego e
Segurança Social da sua localidade, os seguintes elementos:

a) Identificação da entidade prestadora de serviços;

b) Data do início da actividade;

c) Identificação do técnico de segurança do trabalho, responsável nomeado


para o efeito;

d) Número de trabalhadores que beneficiaram da referida prestação de


serviços;

e) actos excluídos no âmbito do contrato.

3. É da responsabilidade de empresa contratada a determinação e elaboração


de regras e instruções de segurança, bem como o cumprimento da legislação
em vigor.

4. Os estaleiros de obras são parte integrante da empresa contratada para as


obras, a quem caberá velar pela segurança, higiene e saúde no trabalho.

ARTIGO 12º

(Encargos)

Os encargos com a organização e funcionamento dos Serviços de Segurança e


Higiene no Trabalho, incluindo as despesas com exames médicos, avaliação
das condições ambientais de trabalho, testes e demais acções realizadas para
a prevenção dos riscos profissionais e a vigilância da saúde ficam a cargo da
entidade empregadora.

CAPÍTULO III

Dos técnicos da segurança do trabalho

ARTIGO 13º

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(Conceito)

Para efeito deste regulamento geral, entende-se por técnicos de segurança do


trabalho, adiante designados por técnicos, as pessoas encarregues de
promover a política de segurança, higiene e saúde no trabalho nas empresas
para assisterem e aconselharem as direcções das empresas e os
trabalhadores na aplicação das medidas preventivas estabelecidas pela
legislação vigente, com vista a prevenir os acidentes de trabalho e doenças
profissionais.

ARTIGO 14º

(Responsabilidade)

1. A responsabilidade acometida aos técnicos nos termos do artigo anterior,


não deverá exceder nem reduzir as responsabilidades incumbidas à Direcção
da Empresa e a outros seus responsáveis hierárquicos no que concerne à
segurança, higiene e saúde no trabalho.

2. Os técnicos deverão beneficiar de uma ampla independência funcional em


relação aos demais trabalhadores da empresa, com os quais deverão colaborar
nas suas acções quotídianas e não devem ser atribuídas actividades que
ultrapassem o âmbito técnico-administrativo.

3. Os técnicos deverão, no exercício das suas funções, ocuparem-se


exclusivamente das actividades relacionadas com a responsabilidade que lhe
são acometidas, na medida em que tal seja necessário para o desempenho
eficiente dessas funções, não se afastando a possibilidade do cumprimento de
outras obrigações desde que não comprometam a sua capacidade para
assumir eficientemente as responsabilidades relativas à segurança, higiene e
saúde no trabalho.

ARTIGO 15º

(Qualidade profissional)

Todos os técnicos, deverão possuir um curso relacionado com a matéria,


habilitações literárias ou experiência para desempenhar as suas funções com
zelo e desempenho e competência.

CAPÍTULO IV

Do registo dos técnicos de segurança do trabalho

ARTIGO 16º

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(Registo)

1. Os técnicos que prestam serviço de segurança, saúde e higiene no trabalho,


deverão estar registados no Ministério da Administração Pública, Emprego e
Segurança Social.

2. O registo a q se refere o número anterior, abrange os especialistas de saúde


ocupacional, Engenharia de Segurança, Higiene, Ergonomia e outros técnicos,
que exerçam funções na área de segurança, higiene e saúde no trabalho.

3. Os registados ao abrigo do nº 2 deste artigo, terão direito a documento


comprovativo que lhes permita o exercício das suas funções em território
nacional.

ARTIGO 17º

(Condições de registo)

1) O registo dos técnicos será efectuado ddas Delegações Provincias do


Ministério da administração Pública, Emprego e Segurança Social, mediante o
preenchimento do formulário em anexo, o qual deverá ser acompanhado de um
dos seguintes documentos:

a) certificado de um curso de segurança, higiene e saúde no trabalho ou de


outras especialidades previstas na alínea c) do ponto 2 do artigo 11º;

b) declaração de empresa ou de outra entidade idónea, atestando a


experiência prática do técnico relativamente a segurança, higiene e saúde no
trabalho.

ARTIGO 18º

(Criação de serviços)

As empresas já em funcionamento e abrangidas por este decreto executivo,


deverão criar os serviços de segurança e higiene de publicação deste diploma.

ARTIGO 19º

(Relatório de actividade)

1. A entidade empregadora elaborará anualmente um relatório da actividade


dos serviços de segurança e higiene no trabalho da sua empresa, até ao dia 30
de Dezembro do mesmo ano e remetê-lo à Delegação do Ministério da
Administração Pública, Emprego e Segurança Social da área em que esteja
situada a sede da empresa.

2. o relatório a que se refere o número anterior, deverá conter os seguintes


elementos:

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a) o diagnóstico dos riscos profissionais da empresa;

b) Os dados de acidentes de trabalho ocorridos no ano em causa e a análise


das circunstâncias que estiveram na origem, bem como as medidas tomadas;

c) o número de trabalhadores expostos as condições anormais de trabalho;

d) as actividades técnicas desenvolvidas durante o período em causa;

e) as actividades técnicas pela C.P.A.T., durante o período em análise.

ARTIGO 20º

(Autorização)

1. A prestação de serviço prevista no artigo 11º, com excepção dos serviços


convencionados previstos na alínea d) do nº 3 do artigo 10º, só podem exercer
as funções de organização das actividades se Segurança, Higiene e Saúde no
Trabalho, quando para tal tenham sido devidamente autorizados.

2. O pedido de autorização deve ser apresentado na Delegação do Ministério


da Administração Pública, Emprego e Segurança Social da sua localidade, com
a indicação do seguinte:

a) Localização da empresa;

b) O carácter da produção;

c) A existência de especialista ou especialistas que desempenham as funções


de técnicos de segurança do trabalho;

d) A existência de aparelhos necessários para a avaliação das condições


ambientais de trabalho;

e) A indicação de um organismo ou instituição nacional ou internacional de


referência que assegure, sempre que necessário, a avaliação técnica dos
resultados.

3. A autorização deverá ser concedida por despacho do Ministro da


Administração Pública, Emprego e Segurança Social ou entidade por ele
delegada.

CAPÍTULO V

Disposições finais

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ARTIGO 21º

(Resolução de Dúvidas)

As dúvidas ou omissões que surgirem na interpretação e aplicação deste


Diploma serão resolvidas por despacho do Ministro da Administração Pública,
Emprego e Segurança Social.

ARTIGO 22º

(Revogação)

Ficam revogadas todas as disposições de carácter regulamentar, que


contrariem o disposto no presente diploma.

ARTIGO 23º

(Entrada em vigor)

Este decreto executivo, entra imediatamente em vigor a partir da data da sua publicação no
Diário da República.

O Ministro, António Pitra Neto.

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