Livro de Exame (Mensagens)
Livro de Exame (Mensagens)
Livro de Exame (Mensagens)
MENSAGENS
EM EXAME
Sistematização dos conteúdos
da Educação Literária
de 10.o, 11.o e 12.o anos
MENSAGENS EM EXAME
PREPARAÇÃO PARA O EXAME
ÍNDICE
AS CANTIGAS DE AMIGO:
origem, sentimentos e confidentes
CANTIGAS DE AMIGO
Autor Trovador
• As cantigas de amigo são composições poéticas nas quais o sujeito poético é uma
donzela apaixonada, saudosa, inocente e, muitas vezes, ingénua, que, dirigindo-se à
mãe, às amigas ou à natureza como confidentes, exprime os seus sentimentos face
à ausência do seu amado.
Tema
• São designadas de amigo, pois, em geral, a palavra amigo aparece com o significado
de pretendente ou namorado.
• O trovador imaginava os sentimentos de jovens donzelas apaixonadas e escrevia
como se fosse uma mulher enamorada pelo seu amigo.
Simples e repetitiva; predomínio de alguns recursos expressivos como a apóstrofe,
Linguagem
a anáfora, a personificação e a metáfora
Coplas ou estrofes breves, com refrão e paralelismo (perfeito, imperfeito, anafórico
Estrutura
e semântico)
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EDUCAÇÃO LITERÁRIA – 10.O ANO
AS CANTIGAS DE AMOR:
a coita de amor e o elogio cortês
CANTIGAS DE AMOR
Autor Trovador
Sujeito poético Trovador
Objeto A «senhor»
Sentimentos Amor (coita de amor), saudade, nostalgia
Ambiente Palaciano
Origem Provençal
• As cantigas de amor são composições poéticas em que o trovador apaixonado presta
vassalagem amorosa à mulher como ser superior, a quem chama a sua «senhor».
• Nas cantigas de amor, é no ambiente aristocrático que podemos entrever a aspiração
Tema do trovador a uma mulher inatingível, a «senhor», que, por vezes, era casada ou de
condição social superior. Por isso, o trovador imaginava a dama como um suserano e
coloca-se numa posição submissa de vassalagem, evidenciando a coita (sofrimento)
e prometendo-lhe amor.
Simples e repetitiva; predomínio de alguns recursos expressivos como a apóstrofe,
Linguagem
a anáfora, a personificação e a metáfora
Coplas ou estrofes breves, com refrão e paralelismo (perfeito, imperfeito, anafórico
Estrutura
e semântico)
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FERNÃO LOPES, CRÓNICA DE D. JOÃO I
• A palavra crónica tinha um significado diferente daquele que lhe atribuímos atual-
Crónica mente, pois era uma narrativa historiográfica, baseada em documentos escritos e
testemunhos orais, que respeitava a ordenação cronológica dos factos.
• Fernão Lopes nasceu entre 1380 e 1390, existindo escassos registos da sua biogra-
fia. Sabe-se, no entanto, que aprendeu a arte de escrever e algumas línguas, dedicou-
se à profissão de tabelião (escrivão público) e foi guarda-mor da Torre do Tombo, lugar
onde se encontravam os documentos oficiais do Reino.
Contextualização
• Em 1434, D. Duarte confiou-lhe a importante missão de escrever a história dos reis
histórico-literária
de Portugal, criando, deste modo, o cargo de cronista-mor do Reino.
• A obra de Fernão Lopes situa-se, pois, na Época Medieval, período dos cronistas, e
constitui-se como um precioso documento literário e histórico, uma vez que o cronista
faz um relato de factos históricos, numa prosa verdadeiramente inovadora e artística.
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EDUCAÇÃO LITERÁRIA – 10.O ANO
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GIL VICENTE, FARSA DE INÊS PEREIRA
• Gil Vicente viveu já na época da tipografia, pelo que o primeiro documento impresso
da atividade literária do dramaturgo data de 1516, figurando a sua obra pela primeira
vez numa publicação póstuma, organizada por Luís Vicente, filho do autor, e intitu-
lada de Copilaçam de todalas obras.
A Farsa de Inês Pereira, apresentada em 1523 ao rei D. João III, parte do argu-
mento «mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube», porque existiam
pessoas que duvidavam que Gil Vicente fosse o autor das suas obras.
A peça inicia com um monólogo da protagonista, Inês Pereira, que reclama das
tarefas domésticas que tem de realizar, sendo interrompida pela Mãe, que chega
da missa e não se surpreende com o facto de Inês não estar a bordar. Perspicaz e
experiente, a Mãe adverte a filha para o facto de ser difícil que a jovem case com
fama de preguiçosa e aconselha-a a não ter pressa de se casar, mas não a con-
vence. Este diálogo é interrompido com a chegada de Lianor Vaz, uma alcoviteira
que é portadora de uma carta de Pero Marques, um homem rústico que pretende
casar com Inês. As palavras da carta de Pero Marques são ridicularizadas por Inês,
embora esta aceite a sua visita.
Resumo Pero Marques vai a casa de Inês e todas as suas palavras e atitudes revelam inge-
da Farsa nuidade e simplicidade, sendo, por isso, recusado por Inês, que quer um homem
de Inês Pereira que saiba tocar viola e que saiba bem falar.
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EDUCAÇÃO LITERÁRIA – 10.O ANO
INÊS PEREIRA
(rapariga ambiciosa e sonhadora; pequena burguesia)
Inês é ociosa, despreza a vida rústica do campo. O seu quotidiano é entediante: cos-
tura, borda e fia. É alegre, quer sair e divertir-se, mas é contrariada pela mãe.
É ambiciosa, idealista, quer casar-se com um homem que, ainda que pobre, seja «avi-
Solteira sado» (discreto), meigo e saiba cantar e tocar viola, para fugir à vida que tem, viver
alegremente e ascender socialmente.
A carta que recebe de Pero Marques não lhe agrada, considerando-o disparatado e
simplório. Troça de Pero Marques, quando este a visita, e rejeita-o.
Inês casa com Brás da Mata, o Escudeiro, sem saber que ele é pobre e interesseiro.
Fica a viver em casa da mãe, que se retira para viver num casebre. É infeliz, pois o
marido é tirano, não a deixa cantar e prende-a em casa. Fica sozinha quando o seu
marido vai para Marrocos lutar contra os Mouros, sendo vigiada pelo Moço, durante
a ausência do marido. Reconhece que errou ao rejeitar Pero Marques e, ao casar-se
Casada e viúva com o Escudeiro, deseja a sua morte, jurando que se casará uma segunda vez com
um marido que seja submisso, para gozar a vida e vingar-se das provações sofridas
enquanto casada com o Escudeiro.
Não se comove com a morte do marido, pelo contrário, sente-se livre. É hipócrita ao
chorar pelo marido morto e ao dizer que está triste. Reconhece que a experiência de
vida ensina mais do que os mestres.
Materialista, pragmática e calculista, decide casar-se com Pero Marques. Canta e,
livre, sai de casa com o consentimento do marido. Inicialmente, não reconhece o
Casada em Ermitão como um apaixonado do seu passado, mas tenciona cometer adultério com
segundas núpcias ele.
Abusa da ingenuidade do segundo marido e pede-lhe para a acompanhar à ermida,
para ter um encontro amoroso com o ermitão.
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GIL VICENTE, FARSA DE INÊS PEREIRA
Pero Marques Apresenta-se como um homem de bem, honesto e de boas intenções. É um homem
(lavrador rústico, desconhecedor das regras de convivência social, ignorante e ingénuo. Cai
abastado – povo) no ridículo pela maneira como se veste e pela maneira de falar e de agir. Sofre com
a rejeição e promete não se casar até que Inês o aceite.
Após a morte do Escudeiro, casa-se com Inês Pereira. Concede liberdade total a
Inês e é traído por ela. Representa o papel de «asno» que leva literalmente a mulher
às costas para «visitar» o Ermitão.
Conhecida da mãe de Inês, quer que Inês case com Pero Marques. Aparentemente
Lianor Vaz honesta e desinteressada pelo dinheiro que poderá ganhar com o seu casamento. Sen-
(alcoviteira sata e boa conselheira, avisa Inês de que ela não deverá esperar o marido, mas aceitar
casamenteira – o pretendente que lhe aparecer. Amiga, mostra-se preocupada com o futuro de Inês.
povo)
Depois da morte do Escudeiro, persuade Inês a casar-se com Pero Marques
É religiosa. É autoritária, não permite que Inês saia de casa e obriga-a a trabalhar.
Defende o casamento de Inês com Pero Marques. Conselheira e preocupada com
Mãe o futuro da filha. Não aprova a relação da filha com o Escudeiro, fruto do idealismo
(mulher simples – e da leviandade de Inês.
pequena burguesia)
Resignada, acaba por aceitar a opção de Inês se casar com Brás da Mata, aben-
çoando-os e dando-lhes a sua casa.
Têm a missão de encontrar o marido ideal para Inês. Sem escrúpulos e oportunis-
tas, visam apenas uma recompensa material. Exageram as qualidades do Escudeiro
Os Judeus: e de Inês para atingirem o seu objetivo. São desonestos, falsos, materialistas e
Latão e Vidal astutos.
(alcoviteiros
casamenteiros) Operam como uma única personagem, visível no seu discurso, que confere comici-
dade à obra: «Tu e eu não somos eu?»
Contribui para a sátira presente na obra pela denúncia do verdadeiro caráter do seu
amo: a pelintrice, as manias de grandeza, as privações e o sonho de atingir uma
Moço: Fernando situação económica confortável através do casamento com Inês.
(criado do Queixa-se da pobreza e da fome a que o Escudeiro o sujeita. É responsável por vigiar
escudeiro – povo) Inês, quando o seu amo parte para Marrocos, trancando-a em casa e deixando-a sozi-
nha, enquanto ele se vai «desenfadar» com as moças. Fica triste ao receber a notícia
da morte do seu amo em Arzila. É dispensado por Inês, depois da morte do Escudeiro.
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EDUCAÇÃO LITERÁRIA – 10.O ANO
• Gil Vicente apresenta a sociedade do seu tempo, criticando os vícios e os defeitos dos seus
Dimensão contemporâneos, nomeadamente a hipocrisia e a oposição entre o ser e o parecer.
satírica • Os tipos vicentinos da Farsa de Inês Pereira representam alguns aspetos negativos dessa
época.
A Farsa de Inês Pereira reflete aspetos da vida quotidiana da sociedade de transição entre
a Idade Média e o Renascimento:
• a prática religiosa (ida à missa);
• o hábito de recorrer a casamenteiros (Lianor Vaz e os Judeus);
• a falta de liberdade da rapariga solteira, confinada à casa da mãe e a viver sobre o
jugo desta;
• a ocupação da mulher solteira em tarefas domésticas (bordar, coser);
Representação do • o casamento como meio de sobrevivência e de fuga à submissão da mãe;
quotidiano • a tradição da cerimónia do casamento, seguida de banquete;
• a submissão ao marido da mulher casada e o seu «aprisionamento» em casa;
• a inércia da nova burguesia que nada fazia para adquirir mais cultura;
• a decadência da nobreza que procurava enriquecer através do casamento e buscava
o prestígio perdido na luta contra os mouros;
• a devassidão do clero;
• a corrupção moral das mulheres que se deixavam seduzir por elementos do clero;
• o adultério.
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LUÍS DE CAMÕES – RIMAS
FORMAS POÉTICAS
Medida velha Poema composto por um mote de quatro ou cinco versos e glosas de oito,
(corrente Cantiga nove ou dez versos, com a repetição total ou parcial do último verso do
tradicional) mote no final de cada volta.
Esparsa Composição de uma única estrofe, que varia entre oito e dezasseis versos.
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EDUCAÇÃO LITERÁRIA – 10.O ANO
LÍRICA CAMONIANA
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LUÍS DE CAMÕES, OS LUSÍADAS
OS LUSÍADAS
• Camões pretende que o seu povo se torne divino pela fortaleza de ânimo e pela prá-
tica de nobres virtudes, de modo a que substituam a fama dos heróis da Antiguidade.
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EDUCAÇÃO LITERÁRIA – 10.O ANO
OS LUSÍADAS (cont.)
• Na Invocação, o poeta pede às Tágides que lhe concedam um novo estilo grandioso,
diferente do verso humilde, tantas vezes celebrado por ele nos textos líricos. Impõe-
se uma inspiração adequada ao género épico e, por isso, sublime e grandiosa.
Sublimidade
do canto • O poeta tem consciência de que a elaboração da sua epopeia pressupõe um novo
engenho ardente, um som alto e sublimado, um estilo grandíloco, ingredientes que
possibilitarão a glorificação dos portugueses e a emoção do leitor («Que o peito
acende e a cor ao gesto muda»).
• Herói: indivíduo notabilizado pelos seus feitos guerreiros, a sua coragem, tenaci-
dade, abnegação, altruísmo…
• Os portugueses são enaltecidos desde o início de Os Lusíadas, considerando o poeta
que suplantaram os feitos dos heróis da Antiguidade Clássica.
Mitificação • A divinização ou imortalização dos lusos na «Ilha dos Amores» é alcançada especial-
do herói mente através da união física dos nautas com as ninfas, que são divinas.
• Simbolicamente, a entrega das ninfas aos navegadores representa o nascimento de
uma geração que sabe amar bem, promovendo a harmonia no universo.
• Os deuses descem à condição de humanos e os navegadores elevam-se à condição
de deuses, prémio merecido pela sua coragem e ousadia.
• No Canto V, o poeta incide na defesa da conciliação das armas e das letras, aspeto
que se relaciona com a importância que os humanistas atribuíam à formação integral
Reflexões do poeta do indivíduo, num momento em que a aristocracia, empenhada nas trocas comer-
ciais, descurava o apoio às artes e às letras.
• No Canto VII, o poeta retoma a importância da conciliação das artes e das letras,
numa perspetiva autobiográfica («Nua mão sempre a espada e noutra a pena»), e
manifesta cólera e indignação perante a ingratidão daqueles que ele cantava.
• No Canto VIII, Camões reflete sobre o poder do dinheiro, o vil metal que leva a mor-
tes, traições, corrupção, tirania e inimizades.
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HISTÓRIA TRÁGICO-MARÍTIMA: «AS TERRÍVEIS
AVENTURAS DE JORGE DE ALBUQUERQUE COELHO» (1565)
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PADRE ANTÓNIO VIEIRA, SERMÃO DE SANTO ANTÓNIO AOS PEIXES
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA
BARROCO
(Fim do séc. XVI – início do séc.XVIII)
Período literário caracterizado pela complexidade, contraste, dilema e exuberância.
Conceptismo Cultismo
Vive do jogo de ideias, conceitos. Atitude intelectual Vive do jogo de palavras, da exploração fónica e
e lógica – conteúdo do discurso. rítmica. Manejo plástico das palavras – forma do
discurso.
SERMÃO
(discurso sagrado, pregação com um fim moral)
• exórdio
> capítulo I – exposição do tema
• exposição/confirmação
Estrutura do > capítulo II – louvores em geral
Sermão de Santo > capítulo III – louvores em particular
António aos Peixes > capítulo IV – repreensões em geral
> capítulo V – repreensões em particular
• peroração
> capítulo VI – conclusão – julgamento
OBJETIVOS DA ELOQUÊNCIA
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PADRE ANTÓNIO VIEIRA, SERMÃO DE SANTO ANTÓNIO AOS PEIXES
LINGUAGEM E ESTILO
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ALMEIDA GARRETT, FREI LUÍS DE SOUSA (INTEGRAL)
• Invasões Francesas.
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ALMEIDA GARRETT, FREI LUÍS DE SOUSA (INTEGRAL)
Quanto à estrutura externa, Frei Luís de Sousa organiza-se em três atos, sendo o primeiro e o terceiro com-
postos por doze cenas e o segundo por quinze cenas. Podemos dividir a estrutura interna em Exposição,
Conflito e Desenlace. Salientamos alguns tópicos a considerar:
• Decorre no palácio de Manuel • Decorre no palácio de D. João • Decorre na parte baixa do palá-
de Sousa Coutinho, em Almada. de Portugal, em Almada. cio de D. João de Portugal e na
capela da Senhora da Piedade,
• D. Madalena encontra-se a ler • Destacam-se grandes e pesa-
que com ela comunica.
o episódio de Inês de Castro dos retratos de D. Sebastião,
(Os Lusíadas) na 1.ª cena. de Camões e de D. João de • O ato segundo é separado do
Portugal. terceiro por apenas algumas
• A ação situa-se no final do séc.
horas.
XVI e início do XVII. • Entre o ato primeiro e o ato
segundo decorre uma semana. • Referência aos factos ocorridos
• Evocação da batalha de Alcácer
após a identificação de D. João
Quibir (4 de agosto de 1578). • Referência aos factos ocorridos
de Portugal.
após o incêndio.
• Alusão ao domínio filipino, ini-
• Decisão da tomada de hábito por
ciado em 1580. • Pânico de D. Madalena ao depa-
Manuel de Sousa e D. Madalena.
rar com o retrato do primeiro
• Decisão da mudança de palácio
marido, em contraste com o • Morte de Maria.
e tomada de consciência das
outro retrato queimado.
consequências. • A ação termina na madrugada
• Ausência de Manuel de Sousa de 5 de agosto.
• Incêndio do palácio e terror de
Coutinho naquela sexta-feira de
D. Madalena ao ver o retrato
aniversário (do primeiro casa-
do marido consumido pelas
mento e da paixão pelo segundo
chamas.
marido).
• Anúncio da chegada de um
Romeiro.
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EDUCAÇÃO LITERÁRIA – 11.O ANO
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ALMEIDA GARRETT, FREI LUÍS DE SOUSA (INTEGRAL)
Frei Luís de Sousa, sendo um texto dramático escrito em prosa, apresenta marcas fun-
damentais do diálogo, com estruturas frásicas e discursivas características da oralidade
e da coloquialidade.
• Coexistência dos registos informal e formal.
• Vocabulário corrente e acessível.
• Vocábulos e construções em desuso no séc. XIX, conferindo o tom epocal do séc. XVI.
• Nomes e adjetivos próprios da expressão de sentimentos e de emoções.
• Interjeições e locuções interjetivas, a exprimir a ansiedade e a angústia das personagens.
Linguagem e estilo • Frases inacabadas, a traduzir as hesitações e/ou a intensidade das emoções das
personagens.
• Diálogos vivos: falas curtas, palavras soltas, sequências de monossílabos, interrupções.
• Diálogos entrecortados de subentendidos.
• Monólogos pouco extensos.
• Pontuação expressiva: a frequência do uso de reticências e de pontos de exclamação,
a sugerir a tensão emocional e dramática.
• Pausas, que se manifestam nas frases inacabadas, a traduzir a dor, os constrangimen-
tos e as hesitações das personagens.
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CAMILO CASTELO BRANCO, AMOR DE PERDIÇÃO
SUGESTÃO BIOGRÁFICA
NARRADOR SIMÃO
O herói romântico é, em geral, um ser dotado de idealismos, de honra e de coragem. Cedendo aos apelos
do coração ou da justiça, põe frequentemente a própria vida em risco. A sua ação revela a natureza de um
sujeito em permanente tensão consigo mesmo e com a sociedade, de acordo com os valores paradoxais do
Romantismo.
• Destaque na luta pela liberdade do ser humano: ideais jacobinos assumidos publicamente.
• Comportamentos de rebeldia na busca desses ideais.
• Busca do absoluto no âmbito amoroso.
• Defesa incondicional da honra.
• Força anímica na superação de barreiras e interdições (revolta contra o poder patriarcal; eliminação do rival).
• Egocentrismo: o seu idealismo leva-o ao isolamento, à ação individual.
• Recusa das soluções apresentadas pela sociedade por significarem a assunção da derrota (automarginalização).
• Destruição física e moral que conduz à destruição de outros: Teresa e Mariana.
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CAMILO CASTELO BRANCO, AMOR DE PERDIÇÃO
A nobreza de sangue • Lisboa: a capital moderna, marcada pelas hierarquias sociais; a vida na corte.
e a alteração simbólica
• Província: espaço rural atrasado, no qual persistem os valores tradicionais; deca-
da aristocracia:
Lisboa vs Província dência da nobreza provinciana comparada com a plebe lisboeta.
«Amou, perdeu-se e morreu amando» – o amor paixão no sentido romântico da expressão só pode ter como
fim «a perdição».
Mariana ama Simão, perde-se por amor (abdicação da família e da felicidade) e mata-se por
Mariana
amor a Simão.
Simão Simão ama Teresa, perde-se por amor (assassínio, prisão, degredo) e morre a amar Teresa.
Teresa Teresa ama Simão, perde-se por amor (clausura por não abdicar do amor) e morre por amor.
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EDUCAÇÃO LITERÁRIA – 11.O ANO
OUTRAS PERSONAGENS
Domingos Botelho, • Representam o antagonismo motivado por um preconceito de honra social.
D. Rita Preciosa
• São pais tiranos e insensíveis e posicionam-se como defensores do sobrenome, da
e Tadeu de
posição social familiar (facto ironicamente ridicularizado pelo narrador).
Albuquerque
LINGUAGEM E ESTILO
Diálogos
(estratégia • Concisos.
discursiva: • Vivos e espontâneos: gente do povo (léxico popular).
introdução de várias • Convencionais: nobres (léxico cuidado).
«vozes» no discurso)
• Extensão moderada.
TÉCNICA
• Simplicidade e clareza de estilo.
NARRATIVA As cartas
• Subjetivismo (tom confessional, centrado no eu).
(género epistolar)
• Linguagem sentimentalista.
• Abundância de recursos e pontuação expressiva.
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EÇA DE QUEIRÓS, OS MAIAS (INTEGRAL)
Visão global da • Caetano da Maia fora adepto de D. Miguel: «Caetano da Maia era um português
obra: título e antigo (…), dera ele o seu amor ao senhor infante D. Miguel», o que significa que
subtítulo fora adepto do Absolutismo, em Portugal.
• Afonso da Maia integra-se na geração de 1820, adepto de ideais do Liberalismo, o
que levava o pai a acusá-lo de ser jacobino.
• Pedro da Maia faz parte da geração de 1840, aquando do início da Regeneração.
• Carlos da Maia (e Maria Eduarda) já fazem parte da geração de 1870 e, por isso,
podemos inferir que é a época contemporânea do autor do romance.
24
EDUCAÇÃO LITERÁRIA – 11.O ANO
• Na ação da obra Os Maias é imprescindível considerar a intriga principal e a intriga secundária, ambas
associadas à história de uma família pouco numerosa.
• A intriga secundária decorre nos capítulos I e II. Após uma analepse que apresenta a juventude e o casa-
mento de Afonso da Maia, o narrador dá-nos a conhecer a infância e educação tradicional portuguesa de
Pedro da Maia, fase da vida da personagem que influenciou o seu comportamento emocional instável, na
juventude e vida adulta. Nos capítulos seguintes, conhecemos Carlos da Maia e João da Ega, sendo possí-
vel identificar as representações do sentimento e da paixão destas três personagens masculinas.
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EÇA DE QUEIRÓS, OS MAIAS (INTEGRAL)
• Advertido por Vilaça de que as paredes do Ramalhete «eram sempre fatais aos
Maias», quando decidiu instalar-se em Lisboa, após a conclusão do curso de Carlos.
• Afonso da Maia tentou evitar que o neto tivesse o mesmo percurso de Pedro da
Maia, mas a força inexorável do destino (ananké) abateu-se sobre a família, apro-
Afonso da Maia
ximando os seus dois netos, Carlos Eduardo e Maria Eduarda.
• A morte de Afonso, após o reconhecimento da relação incestuosa entre os seus
netos, provoca sofrimento (pathos) e desperta sentimentos de terror e piedade no
leitor.
• Nome que indicia desgraça, porque lhe tinha sido atribuído pela mãe que, na
altura do seu nascimento, estava a ler uma «novela de que era herói o último
Stuart, o romanesco príncipe Carlos Eduardo; e, namorada dele, das suas aven-
turas e desgraças».
Carlos da Maia
• Carlos da Maia desafia (hybris) o destino, envolvendo-se com uma mulher que
ele supunha ser casada, cometendo o incesto, primeiro inconsciente e, por fim,
consciente, porque já se tinha dado o reconhecimento (anagnórise) das origens
de Maria Eduarda.
Maria Eduarda • Afastada da família pela mãe, é vítima do destino e da fatalidade.
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EDUCAÇÃO LITERÁRIA – 11.O ANO
Sensação de autenticidade da ficção queirosiana – naturalidade do diálogo e descrição dos espaços cénicos
urbanos (interiores e exteriores), através de:
• Sensações visuais, auditivas, olfativas, tácteis e gustativas: dinamismo descritivo e vivacidade da narrativa;
descrição mais sugestiva do real; recriação de espaços e de personagens e da ambiência que os rodeia;
transporte do leitor para «dentro» da narrativa (emoções e instintos); expansão da perceção da obra
literária;
• Recursos expressivos: sinestesia, comparação, metáfora, uso expressivo do adjetivo e do advérbio.
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ANTERO DE QUENTAL, SONETOS COMPLETOS
• Os Sonetos estão divididos em ciclos, sem título algum, apenas com data, corres-
pondendo às fases cronológicas da vida do autor, ficcionadas ou não.
• Influência de Camões e de Bocage.
Soneto
• Estilo clássico: unidade de conteúdo (uma só ideia desenvolvida em partes e
resumida num final); simplicidade na forma; coerência entre quadras e tercetos
(rigorosa coerência literal que a «unidade final» põe em destaque).
• A poesia como prolongamento ou complemento da reflexão filosófica.
• Materialização da palavra em conceito (muitas vezes maiusculada).
Discurso conceptual • Complexidade e abstração de conceitos.
• Discurso dialogado com personagens alegóricas: Ideia, Razão, Noite, Morte.
• Eixo horizontal (relação Eu/Mundo) e vertical (Eu/Deus).
28
CESÁRIO VERDE, CÂNTICOS DO REALISMO
29
CESÁRIO VERDE, CÂNTICOS DO REALISMO
TEMAS
30
BERNARDO SOARES, LIVRO DO DESASSOSSEGO
TEMAS
32
POESIA DOS HETERÓNIMOS
ALBERTO CAEIRO
TEMAS
RICARDO REIS
TEMAS
33
POESIA DOS HETERÓNIMOS
TEMAS (cont.)
ÁLVARO DE CAMPOS
• Rutura com os cânones literários aristotélicos e com o lirismo subjetivo tradicional:
representante insubmisso e rebelde das vanguardas do início do séc. XX.
34
EDUCAÇÃO LITERÁRIA – 12.O ANO
TEMAS (cont.)
35
FERNANDO PESSOA, MENSAGEM
Mensagem foi a única obra publicada em vida de Fernando Pessoa, no ano de 1934. O livro contém
um conjunto de poemas escritos entre 1913 e 1934, apresentando características épico-líricas, pois
evidencia uma atitude introspetiva e, simultaneamente, um sopro de patriotismo e de heroicidade.
Mensagem contém uma estrutura tripartida – «Brasão», «Mar Português» e «O Encoberto» – que se
pode associar ao ciclo de vida da Pátria: os fundadores ou o nascimento; a realização ou a vida e o
fim/morte/ressurreição, anunciando um novo ciclo que corresponde à possível vinda do Quinto Império.
ESTRUTURA SIMBÓLICA
MENSAGEM
AS FASES DA EXISTÊNCIA
Morte e Renascimento
Nascimento/génese Realização (vida)
(ressurreição)
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EDUCAÇÃO LITERÁRIA – 12.O ANO
O SEBASTIANISMO
O QUINTO IMPÉRIO
• Império construído na esfera de uma identidade cultural, um império que a vontade e a esperança transfor-
madora hão de por força (re)criar contra a decadência presente, contra a Nação adormecida.
• Império civilizacional, de paz universal, espiritual, tendo como centro Portugal, que pressupõe o regresso de
um Messias: o D. Sebastião mítico, coordenada simbólica da sua edificação.
• Representação mental, uma atitude perante a nação e a nossa própria existência: a procura do nosso ser no
mundo, como indivíduos e como Povo historicamente predestinado a recuperar o prestígio perdido.
O IMAGINÁRIO ÉPICO
Pátria = nação: conjunto humano unido por instituições comuns, tradições históricas e,
acima de tudo, uma língua comum.
• Intenção do poeta: transformação da sua pátria (decadente, incapaz de agir coletiva-
mente e virada para um passado glorioso) em «nação criadora de civilização» através
do poder do sonho.
• Processo: evocação, com os olhos postos no futuro, dos heróis passados de Portu-
Exaltação patriótica gal, exemplos da vontade de mudança e da capacidade de ação, de modo a influen-
ciar os portugueses, transformando-os em agentes de construção do Portugal futuro.
Mensagem:
• «Brasão»: a origem predestinada e o património divino a defender.
• «Mar Português»: a capacidade criadora de Portugal.
• «O Encoberto»: envolto em nevoeiro, mas símbolo do espírito do homem das desco-
bertas que cada português encerra em si.
37
FERNANDO PESSOA, MENSAGEM
Herói: aquele que se eleva acima da medida humana comum na defesa de um ideal,
pela sua energia, coragem e sabedoria.
Mito: conjunto de valores que não tem tempo nem espaço, contrariamente ao facto
histórico concreto, e que tipifica uma situação existencial comum a um povo.
• Transformação do mito em História: o modo como recria e sonha a vida de um grupo
(Ulisses transformou-se em História para os portugueses por aquilo que representa
na sua vivência interior; D. Sebastião permanece vivo na nossa memória coletiva
como exemplo, como alma representativa de um conjunto de valores essenciais à
construção do futuro).
Dimensão simbólica
do herói • Reconhecimento de um povo nos seus mitos: contributo para a construção de uma
memória coletiva e de uma identidade própria, aspetos que prefiguram também um
futuro comum.
Dois tipos de herói:
> o que age por instinto sem apresentar consciência do alcance dos seus atos no
futuro;
> voluntário, consciente dos seus atos e de ter cumprido um dever contra o Destino.
Aspeto comum aos heróis: encontram-se envoltos por um misticismo de algo a cum-
prir, existem em função do futuro que nebulosamente prenunciam.
• Discurso lírico:
> expressão da subjetividade: presença «dominante» da primeira pessoa do presente;
> interiorização, mentalização da matéria épica que é reduzida a imagens simbólicas
através das quais o sujeito poético se exprime;
> confluência íntima entre o eu e o mundo, o tempo e o espaço;
> aproximação do sujeito poético ao sujeito real da criação lírica: autenticidade emo-
cional e mesmo de projeção biográfica.
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CONTOS
MANUEL DA FONSECA,
«Sempre é uma companhia»
Solidão Convivialidade
Telefonia
ANTES DEPOIS
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CONTOS
1.º Momento
• É expedita e uma trabalhadora incansável.
Mulher do Batola • Dominadora, é ela quem gere o negócio e controla tudo.
2.º Momento
• Submissa e dócil (faz antever uma mudança de caráter que se pode refletir na rela-
ção com o marido).
1.º Momento
• Corre «o mundo», viajando pelo Alentejo, e traz notícias dos sítios por onde passa.
Velho Rata
2.º Momento
• Tolhido pelo reumatismo, impossibilitado de viajar e profundamente solitário; acaba
por se suicidar.
1.º Momento
• Trabalhadores, cansados da faina, vão direito a casa e deitam-se cedo.
• A solidão é uma constante nas suas vidas.
Calcinhas
• De «fato de ganga», apenas acompanha o vendedor (não nomeado), auxiliando-o,
sem intervenção direta na venda.
Vendedores O vendedor
• «Bem vestido», é simpático e franco.
• Observador e dinâmico, tudo faz para conseguir concretizar a venda da telefonia.
• Revela uma personalidade alegre, persuasiva e perseverante.
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EDUCAÇÃO LITERÁRIA – 12.O ANO
CARACTERIZAÇÃO DO ESPAÇO
1.º Momento
• O espaço surge em uníssono com os protagonistas.
• A negatividade do espaço estende-se ao retrato das personagens.
• O espaço é opressivo.
Psicológico 2.º Momento
• Com a chegada da telefonia, tudo e todos se tornam mais próximos.
• A comunicação entre as pessoas leva a uma mudança de perspetiva sobre o espaço
– o que antes era longe parece agora mais perto.
• O espaço que aprisionava torna-se libertador.
LINGUAGEM E ESTILO
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CONTOS
Diálogo
• Discurso sucinto marcado pela clareza das ideias e dos conceitos essenciais.
• Narrativa fotográfica que capta a fragmentação do tempo, do espaço e das personagens.
Linguagem, • Relevância das sensações.
estilo e
estrutura • Tom contido, mas irónico, perante a complexidade da natureza humana e suas fragilidades.
• Recursos expressivos recorrentes: comparação, elipse, repetição, interrogação retórica,
metáfora…
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POETAS CONTEMPORÂNEOS
• O poeta surge ora com pudor • O poeta projeta, medindo cada • A poeta revela um
ora numa espécie de revelação. traço, o seu retrato, a sua descentramento do sujeito.
• Ser agónico ou homem própria imagem, como quem • Formas de enunciação ambíguas
Figurações revoltado, é efetivamente deixa um legado no poema. entre a ficção do eu e a sua
do poeta o retrato do poeta que é figuração.
desenhado nos seus poemas. • Indeterminação da figuração do
eu poético, que está «entre»,
numa tensão quase permanente.
• A espontaneidade da inspiração • O ato poético é o empenho total • A poesia assenta na associação
alia-se a um processo rigoroso do ser para a sua revelação. de termos que se reportam a
de trabalho sobre o poema. • O poeta é o sujeito criador, ações familiares e simples do dia
Arte poética • Matéria literária e modo de na medida em que procura a dia ao ato de criação artística.
expressão da poesia são transformar o mundo, dotando
indissociáveis. a palavra de várias significações
possíveis.
• Recolhe influências de outros • Poesia de temática lírica • Poesia que privilegia a temática
poetas e correntes, mas constrói amorosa por excelência, na amorosa, inscrevendo-se na
uma personalidade literária esteira da poesia de tradição longa tradição da lírica amorosa,
Tradição inconfundível. oral e de Camões sobretudo. mas que dela se distancia
literária • Aborda as contradições, que pela inovação formal e pelas
explora, a luta insensata com o associações inusitadas.
mundo, com as palavras e com
Deus.
• Todos os recantos da paisagem • Forte presença do mundo rural • Espaços, objetos e tarefas
portuguesa. e da natureza: árvores, rios e delimitados como «universo
• Espaços emblemáticos que flores. feminino».
Representações inspiram um sentimento de • A paisagem demarcada pelos • Todas as divisões de uma casa,
do plenitude. granitos, pelas oliveiras e pelos todas as tarefas domésticas.
contemporâneo • Lugares povoados de seres campos de trigo é mitificada. • Presença de coisas e situações
rústicos; espécie de natureza banais elevadas a objeto de
primitiva. atenção poética.
• Forte presença do telúrico.
• Importância do trabalho técnico • A palavra surge como • Desprezo pela rigidez da forma
do verso e do poema. mediadora entre o mundo que o impressa em estrofes, rimas e
• Presença de rima. poeta propõe e a nova recriação métricas.
Linguagem, • Oralidade e temporalidade. por parte do leitor. • Mobilidade do diálogo ou réplica
estilo e • Uso de imagens irradiantes: a • Presença de termos no poema.
estrutura semente, a seiva, a colheita, a dicotómicos que apresentam • Presença de vocabulário
água, a terra, o vento, o pão, o novos sentidos. ligado à casa e à cozinha:
parto, o pastoreio, Adão e Eva. • Uso abundante do termo «silêncios», «armários», «cebolas
«palavra» e do termo «nome». perturbantes».
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JOSÉ SARAMAGO, O ANO DA MORTE DE RICARDO REIS (INTEGRAL)
REPRESENTAÇÕES DO AMOR
Lídia Marcenda
• Homónima da musa mais referida nas odes de Ricardo • Nome «gerundivo», original e fatídico («aquela
Reis, cuja beleza o atrai. que deve murchar»).
• Criada de hotel, trabalhadora, independente e respon- • Proveniente de Coimbra, de boas famílias; bela
sável (aceita as consequências dos seus atos). e débil.
• Representa a vida e a ligação com o mundo quoti- • A sua mão esquerda está paralisada desde a
diano e real. morte da mãe.
• É uma mulher excecional: apesar da sua condição • Submissa ao pai e incapaz de tomar as suas
sociocultural, produz juízos/comentários de valor próprias decisões, afigura-se como espelho de
singular. Ricardo Reis.
• Simboliza o amor incondicional, desinteressado e • Simboliza o amor imaterial e impossível de se
libertador. concretizar.
Ricardo Reis
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EDUCAÇÃO LITERÁRIA – 12.O ANO
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JOSÉ SARAMAGO, MEMORIAL DO CONVENTO (INTEGRAL)
LINHAS DE AÇÃO
«Era uma vez um rei que fez «Era uma vez um soldado
«Era uma vez um padre que
a promessa de levantar um maneta e uma mulher que
queria voar e morreu doido.»
convento em Mafra. Era uma tinha poderes.»
vez a gente que construiu esse
convento.»
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EDUCAÇÃO LITERÁRIA – 12.O ANO
(CONT.)
TEMPO HISTÓRICO
• Referentes temporais: 1711 – promessa do rei de construir um convento franciscano, em Mafra; 1717 – bên-
ção e lançamento da primeira pedra; 1730 – sagração do convento, pelo 41.º aniversário do rei.
TEMPO DA NARRATIVA
VISÃO CRÍTICA
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JOSÉ SARAMAGO, MEMORIAL DO CONVENTO (INTEGRAL)
DIMENSÃO SIMBÓLICA
• O final do romance – Blimunda… «Seis vezes passara por Lisboa, esta era a sétima.» Auto de fé: «São onze
os supliciados.» «Naquele extremo arde um homem a quem falta a mão esquerda.» «uma nuvem fechada
está no centro do seu corpo.» «Vem»
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