Livro IAVE Português - OCR
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Pág.
Apresentação .....................
.......................................................................................................... 5
Capítulo 1 - Educação Literária
...................................... ...................... ........ ........... ................. 9
1.1 - Interpretação de textos
................................................... .......................... ............ ........... 11
Luís de Camões ............
„
Propostas de trabalho ......................................................................
Rimas ..............................
Os Lusíadas ........................................
Resoluções ....... .............................. ......................... 20
Rimas ..................................................................................................
Os Lusíadas ..................................................................................................................... 21
Padre António Vieira, Sermão de Santo António (aos Peixes) ............................................. 27
Propostas de trabalho ........................................................................................................... 28
Resoluções ................................................................................
Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa ..................................................................................... 37
Propostas de trabalho ........................................................................................................... 38
Resoluções .............................................................................................................................. 44
Cesário Verde, Cânticos do Realismo (0 Livro de Cesário Verde) ........................................ 51
Propostas de trabalho ............................................................
Resoluções .............................. .................................. .......................................................... 53
Fernando Pessoa ............................ ...........................................................................—-...... —• 55
Propostas de trabalho .........................................................................................................
Poesia do ortónimo ............................................................................................ ........ 56
CO
Poemas de Mensagem ...............................................................................................
Alberto Caeiro ................................................................................................ .............- 60
62
Álvaro de Campos ................................................................... ....................................
Ricardo Reis ....................................... .......... 1................................................ ...............
„ , _ .................................................. 66
I
Poetas contemporâneos ..............................
Propostas de trabalho g2
Resoluções *............................................. g3
josé Saramago, Memorial do Convento %
Propostas de trabalho ............................................... 96
Resoluções .......................................... *................ *................ *.............. 100
1.2 - Produçio de textos expositivos 105
Propostas de trabalho 107
108
177
Caros alunos,
Caros professores,
°JAVE' ®nquant0 instituto Público que tem por missão a elaboração das provas de avaliação
ex erna o sistema educativo português, não pode deixar de contribuir para que aos alunos, de
uma orma equilibrada, sejam fornecidos todos os recursos necessários para percorrer com êxito
a fase final deste caminho, fundamental para os seus projetos de vida, bem como para os seus
percursos académicos e profissionais.
Esperamos que o trabalho que esta publicação proporciona ajude os alunos a alcançar os objetivos
estabelecidos e a concluir o seu percurso no ensino secundário com o maior sucesso.
Março 2019
CAPITULO 1
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
1.1 - Interpretação de textos
Luís de Camões
QUESTÕES de exames nacionais
Rimas
Proposta A
Leia o soneto.
Luís de Camões, Rimos, edição de Álvaro J. da Costa Pimpão, Coimbra, Almedina, 2005, p. 129.
1. Nas duas quadras, o sujeito poético reflete sobre os efeitos da passagem do tempo na sua vida.
2. Relacione o sentido do verso «qualquer grande esperança é grande engano» (v. 8) com o conteúdo
Os Lusíadas
« a 31 do Canto VII de Os Lusíadas. Se necessíno.
estâncias 78a»i
prop°sta A onstltuldo pelas
Leia o texto segumte, e
NOTAS
Agora... agora (versos 13,17,19 e 21) - ora ... ora. pnauânt0
Cánace (verso 15) - filha de Éolo. Prestes a suicidar-se, Cánace escreveu uma carta com a mão direita,
segurava uma espada com a mão esquerda.
capelas de louro (verso 30) - coroas de folhas de louro.
16
questões de exames nacionais
Justifique o pedido dirigido pelo Poeta às Ninfas do Tejo e do Mondego, baseando-se no conteúdo da
primeira estância.
Explique o sentido deste verso, tendo em conta os aspetos autobiográficos evocados pelo Poeta na
segunda e na terceira estâncias.
ConteMtualiwçào
Apói a chegada a Calecute. os portugueses são recebidos pelo Catual; entretanto, Baco aparecç
em senhos » um sacerdote, convencendo o de que o objetivo dos portugueses era subjugar Os
indianos 0 Catual prende Vasco da Gama e só o liberta a troco de mercadorias trazidas das naus
Finalmmte. Vasco da Gama regressa a bordo, onde «estar se deixa, vagaroso».
NOTAS
Acriso (verso 12) - Rei de Argos que
prendeu a filha numa torre. Júpiter "nperi'r 0 cumprimento da profecia de que seria morto por um neto,
mãe de Perseu, que veio a assassinar ?rem' sod a ^orma de chuva de ouro, introduziu-se na torre e tornou-a
«A Polidoro mata o Rei Treicio» (verso 9/- n $° a
o soberano mandou o filho Pnlia„ Uanc ° 3 c,dade de TfOla estava prestes a cair em poder dos Gregos,
protegesse; toto,a. este apogero^e ** ’
19
„P,TUIO 1' IPUCWWU™""*_____________________________ _
Rimas
Proposta A
1 Tópicos de resposta
N1 resposta devem ser abordados quatro dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevante
- entendimento da vida como uma experiência longa e cada vez mais penosa;
- consciência da aproximação do termo da sua vida;
- balanço negativo da existência com base na experiência passada;
-consciência de que a vida vai perdendo qualidade;
- perceção de toda a esperança como mera ilusão.
Exemplo de resposta
Nas duas quadras, o sujeito poético reflete sobre os efeitos da passagem do tempo na sua vida.
Na primeira estrofe, revela que, apesar de entender a sua vida como uma experiência longa e cada
vez mais penosa - «Oh! como se me alonga, de ano em ano, / a peregrinação cansada minha!»
(vv. 1-2) - toma consciência da aproximação do fim - «Como se encurta, e como ao fim
caminha / este meu breve e vão discurso humano!» (vv. 3-4).
2. Tópicos de resposta
Exemplo de resposta
20
HUoiuções
Os Lusíadas
Proposta A
1. Tópicos de resposta
- consciência, por parte do Poeta, das dificuldades que tem de enfrentar para escrever o seu poema
epico;
não conseguir concretizar a sua missão sem a ajuda das Ninfas do Tejo e do Mondego.
Exemplo de resposta
0 Poeta solicita o auxilio das Ninfas do Tejo e do Mondego, na medida em que está consciente das
dificuldades que tem de enfrentar para escrever o seu poema épico - «Por caminho tão árduo, longo
e vário!» (v.4); «Por alto mar, com vento tão contrário» (v.6). Além disso, o Poeta teme não conseguir
levar a bom porto a sua missão sem a ajuda dessas divindades - «Que, se não me ajudais, hei grande
medo / Que o meu fraco batel se alague cedo.» (vv.7-8).
2. Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
- sentido do verso 16 - conjugação da bravura com o amor à poesia, entendido enquanto modelo de
Exemplo de resposta
No verso «Nua máo sempre a espada e noutra a pena. (v. 16), o Poeta autocaracterita-se. destacando
-referência à ingratidão dos seus contemporâneos, que não o recompensam por ter
Cantad0 oj
feitos dos antepassados;
- responsabilização dos seus contemporâneos pelo aumento do seu infortúnio.
Exemplo de resposta
dos antepassados, são, pelo contrário, os responsáveis pelo aumento do seu infortúnio.
22
Proposta B
1. Tópicos de resposta
p tação da opinião do Poeta (estância 96) - a avidez de dinheiro e de ouro pode levar o ser
humano a adotar atitudes condenáveis;
e erência ao conteúdo da estância 97 - apresentação de situações/exemplos que comprovam a
tese/opinião do Poeta.
Exemplo de resposta
Na estância 97, o Poeta refere três situações protagonizadas por figuras da Antiguidade que
comprovam a tese por si defendida na estância anterior, na medida em que evidenciam o modo
como a avidez de dinheiro e de ouro pode levar o ser humano - rico ou pobre - a adotar atitudes
condenáveis, como a traição ou a deslealdade.
2. Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados três dos aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
- a lealdade (aos amigos)/a amizade, na medida em que transforma amigos em traidores - «Faz
. e. - . sao r
/ Os textos; este faz e desfaz leis» (vv. 25 e 26),
- “X-X em que a ganância P— a .dania -.Em» vezes drenos .orna os Reis»
(v. 28).
23
capitulo 1-tu^v
Exemplo de resposta
„s 17 e 28 o Poeta mostra que o «metal luzente e louro, (v. 14) exerce tal pMer
eZnX Quanto no rico, assl como no pobre» - v 6) que o leoa a agir de forma md.g„a .
Por um lado, podemos apontar a fidelidade á pátria como um dos valores nâo respeitad0!
na medida em que sâo traídos os Interesses superiores da naçao, o que se constata no
«E entrega Capitães aos inimigos» (v. 20). Por outro lado, também a dignidade do ser humano é
corrompida, pois a ganância tem a capacidade de transformar pessoas nobres de carácter em
pessoas vis, como comprova o verso «Este a mais nobres faz fazer vilezas» (v. 19). Pmalmente.
observa-se que a mesma ganância promove a tirania, pondo em causa a justiça social, o que é
evidenciado em «E mil vezes tiranos torna os Reis» (v. 28).
Tópicos de resposta
- critica ao clero, classe que, devendo estar imune ao poder do dinheiro, também se deixa corromper
- constatação de que o clero esconde a sua ganância sob uma aparência de virtude.
Exemplo de resposta
Nos versos referidos, o poeta estende a sua crítica ao clero, classe social que. em princípio, estaria
São os mais pequenos, o^os comem de qualquer modo senão que os engolem e os
5 São os comidos. E nao so, dH q ndes que têm o mando das Cidades e das Provmdas,
devoram: auidevoran . Porque os S nos um por um, ou poucos a poucos, senão
não se contenta a sua fome de Qui devOrant plebem meam. E de que modo
que devoram e enSol"7 0S P s. não COmo os outros comeres, senão como pão. A
OS devoram e comenu Utab para a carne. há dias de
10 diferença que ha entre p diferentes meses no ano; porém o pão é
' para d°ePtodos os dias que sempre e continuadamente se come; e isto é o que padecem
o°Zueno° São o pãó quotidiano dos grandes; e assim como o pão se come com tudo,
assiHucom tudo e em tudo são comidos os miseráveis pequenos, nao tendo, nem fazendo
15 ofício em que os não carreguem, em que os nao multem, em que os nao defraudem, em
que os não comam, traguem e devorem: Qui devorant plebem meam, ut cibum panis.
Parece-vos bem isto, peixes? Representa-se-me que com o movimento das cabeças estais
todos dizendo que não, e com olhardes uns para os outros, vos estais admirando e pasmando
de que entre os homens haja tal injustiça e maldade! Pois isto mesmo é o que vós fazeis. Os
maiores comeis os pequenos; e os muito grandes não só os comem um por um, senão os
cardumes inteiros, e isto continuadamente sem diferença de tempos, não só de dia, senão
também de noite, às claras e às escuras, como também fazem os homens.
Padre António Vieira, Sermão de Santo Antonio (aos Peixes) e Sermão da Sexagésima,
edição de Margarida Vieira Mendes, Lisboa, Seara Nova, 1978, pp. 88-90
E«p«que o sentido da metáfora «são o pão quotidiano dos grandes» (linha 13), tendo em tonta o
conteúdo do excerto,
Relacione o recurso à interrogação retórica presente na linha 17 com a intenção crítica do pregador
presente nas linhas que se lhe seguem.
—----- ------EstÕEj de exames NACIONAIS
Proposta B
Leia o texto. Se necessário, consulte as notas.
Padre António Vieira, Sermão de Santo António (aos peixes} e Sermão da Sexagésima,
edição de Margarida Vieira Mendes, Lisboa, Seara Nova, 1978, pp. 91-92.
NOTAS
entralham (linha 7) - prendem em malha de rede; enredam.
nassas (linha 7) - sacos de rede em que se recolhe o peixe.
Repúblicos (linha 2) - dedicados à causa pública.
1. Explique o conselho do orador expresso no primeiro período do texto (tinhas 1 a 4) e relacione-o com
o sentido das interrogações retóricas presentes nas linhas 4 a 12.
Proposta C notas
em o vendo □ peixe, arremete cego ar ele< P hMer maior ignorância e mais rematada
5 no ar/oulançado no convés, aca badejnpanQ. perd vida? Dir-me-eis que p
Padre António Vieira, Sermão de Santo António (aos peixes) e Sermão da Sexagésima,
edição de Margarida Vieira Mendes, Lisboa, Seara Nova, 1978, pp. 93-94.
NOTAS
chuços (linha 9) - paus armados com uma ponta de ferro.
desedifica (linha 1) - escandaliza; desmoraliza; desagrada.
engodou (linha 10) - enganou.
Hábito (linha 13)-traje usado por membros de ordens religiosas.
Malta, Avis, Cristo, Santiago (linhas 13 e 14) - ordens religiosas e militares.
piques (linha 9) - lanças terminadas em ponta aguçada.
1. Relacione o comportamento dos peixes, descrito entre as linhas 3 e 6, com as interrogações retóricas
presentes nas linhas 6 e 7.
b) uma estrutura anafórica que, entre as linhas 12 e 15, imprime ritmo ao discurso.
30
CAPÍTULO 1-educação literária
Proposta A
l. Tópicos de resposta
J u .«eMnicos seguintes, ou outros Igualmente relevantes:
Na resposta, devem ser abordados os toprcos seg
- ,„™ o pão que acompanha sempre os outros alimentos, e os socia|m
'dZZdos/o POVO/.OS pequenos», que são aümento frequente/constante para %
poderosos/«grandes»; .
-contraste entre a fragilidade do povo, explorado contmuamente, e a ganancia dos poderosos.
Exemplo de resposta
A metáfora «São o pão quotidiano dos grandes» (linha 13) associa os «pequenos», os socialmente
frágeis, ao pão. Assim, tal como o pão acompanha sempre os outros alimentos, também o povoé
Através da metáfora, o orador sublinha, por um lado, a insaciável ganância dos poderosos e, por
outro, a vulnerabilidade dos pequenos, submetidos a uma exploração sem tréguas.
2. Tópicos de resposta
Exemplo de resposta
Com o recurso a interrogação retórica, o orador conduz o auditório à tomada de consciência dequea
exploração dos pequenos» por parte dos poderosos é um comportamento condenável.
comDorta condenaÇão por parte do auditório, Vieira acusa-o de ter, também ele, um
eomportamento em tudo semelhante M an,eriomente
Proposta B
1. Tópicos de resposta
Exemplo de resposta
No primeiro período do excerto, o orador adverte o seu auditório para a necessidade de colocar
o bem comum acima do interesse particular, de modo a melhor enfrentar as ameaças com que se
depara.
At és das interrogações retóricas, os ouvintes são alertados para a quantidade de inimigos que,
astuciosa e persistentemente, os perseguem e para os vários perigos a que se expõem (os pescadores
sempre prontos a pescá-los, as variadas artes de pesca...).
O orador sublinha, deste modo, a imprescindibilidade de, perante «tantos e tão armados inimigos de
fora» (linha 10), o auditório se unir, pondo fim às discórdias, às lutas internas e à exploração dos mais
fracos - «uma guerra mais que civil e comendo-vos uns aos outros» (linhas 11 e 12).
2. Tópicos de resposta
do orador.
Exemplo de resposta
A evocação da ienda de Santo Antánio comprova a Ideia — ~ »
do orador.
33
CAPÍTULO 1 - EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Proposta C
O orador descreve o comportamento irnp^ pedaço de pan0» (|inha 3). Neste contexto, as
do mar», que os seduzem com nin an g fjrme a0 compOrtamento condenável dos peixes,
-C-::-^eUeo.onden3àmorte.
2. Tópicos de resposta
- os homens (à semelhança dos peixes) são criticados por se deixarem seduzir pelo vício da
vaidade / por se deixarem atrair por «dois retalhos de pano» (linha 10), o que os conduz à
morte / perdição;
-os membros das ordens religiosas e militares (de Malta, de Avis, de Cristo e de Santiago) não ficam
imunes à vaidade de ostentarem o hábito da respetiva ordem, o que acaba por os conduzir à morte.
Exemplo de resposta
3. Chave de resposta
Proposta A
Leia o texto.
MARIA
[...] Mas então, vamos, tu não me dizes do retrato? Olha (designand
D. Sebastião) aquele do meio, bem sabes se o conhecerei; é o do meu querido °
D. Sebastião. Que majestade! que testa aquela tão austera, mesmo dum rei m 6 arnad°f«.
ainda, leal, verdadeiro, que tomou a sério o cargo de reinar, e jurou que há de Ç° & Sif1cero
5
cobrir de glória o seu reino! Ele ali está... E pensar que havia de morrer às mãosêl"anciecere
no meio de um deserto, que numa hora se havia de apagar toda a ousadia refl hh6 m°Ur°s
naqueles olhos rasgados, no apertar daquela bocal... Não pode ser, não Dodp6 3 queestá
podia consentir em tal. ' ser Deu$ nà0
10 TELMO
Que Deus te ouvisse, anjo do céu!
MARIA
Pois não há profecias que o dizem? Há, e eu creio nelas. E também creio naqueloutro que
ali está (Indica o retrato de Camões.); aquele teu amigo com quem tu andaste lá pela índia,
15 nessa terra de prodígios e bizarrias, por onde ele ia... como é? ah, sim...
2. ExpliqueoqL)esi b | n-.-,.. .
-.»3raM3tla,asfÍ8UrasdettSebastj3oede[a^
questões de exames nacionais
Proposta B
Leia o texto.
CENA VI
ROMEIRO, TELMO; e MADALENA de fora, à porta do fundo
Madalena
Esposo, esposo! abri-me, por quem sois. Bem sei que aqui estais: abri.
5 Romeiro
É ela que me chama. Santo Deus! Madalena que chama por mim...
TELMO
Por vós!
Romeiro
Madalena
Marido da minha alma, pelo nosso amor te peço, pelos doces nomes que me deste, pelas
memórias da nossa felicidade antiga, pelas saudades de tanto amor e tanta ventura, oh! não
romeiro
MADALENA
Romeiro
Ahl... E eu tão cego que já tomava para miml... Céu e Inferno! abra-se esta porta...
(Investe para o porta com ímpeto; mas para de repente.) Não: o que é dito, é dito. (Vai
20
precipitadamente à corda da sineta, toca com violência; aparece o mesmo irmão converso,
e a um sinal do romeiro ambos desaparecem pela porta da esquerda.)
Mmeida Garrett, Frei Luís de Sousa, Lisboa, Comunicação, 1982, pp 214-216.
Explique esta exclamação proferida por Teimo, tendo em conta o seu conhecimento da obra
«Por vós!» (linha 8).
2.
39
CAPÍTULO 1- EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Proposta C
Leia o texto. Se necessário, consulte a nota.
MADALENA
Mas para onde iremos nós, de repente, a estas horas?
MANUEL
Para a única parte para onde podemos ir: a casa não é minha mas á
e tua, Mada|ena
5 MADALENA
Qual?,., a que foi?... a que pega com S. Paulo?... Jesus me valha!
JORGE
E fazem muito bem: a casa é larga e está em bom reparo, tem ainda quase
e paramentos necessários: pouco tereis que levar convosco. — E então para m° etrastes
10 nossos padres todos, que alegria! Ficamos quase debaixo dos mesmos telhadoiT-^ °S
que tendes ali tribuna para a capela da Senhora da Piedade, que é a mais devota e ■ S
de toda a igreja... Ficamos como vivendo juntos. bela
MARIA
Tomara-me eu já lá! (Levanta-se pulando.)
15 MANUEL
E são horas, vamos a isto (levantando-se).
MADALENA
(vindo para ele)
Ouve, escuta, que tenho que te dizer; por quem és, ouve: não haverá algum outro modo?
20
MANUEL
Qual, senhora, e que lhe hei de eu fazer? Lembrai vós, vede se achais.
madalena
id r«Ue*K4CaSa 'eU n^° ten^° ânimo... Olhai: eu preciso falar a sós convosco. — Frei Jorge,
■de com Mana aí para dentro; tenho que dizer a vosso irmão.
25
MARIA
oanÁk n,??3 r u 76r SG me acom°dam os meus livrinhos; (confidencialmente) e os meus
segredo! em tenho papéis: deixai que lá na outra casa vos hei de mostrar... Mas
JORGE
30 Tontinha!
Almeida Garrett, Frei Luts de Sousa, edição de Maria João Brilhante, Lisboa, Comunicação, 1982, pp. IH'123,
NOTA
Leia o texto.
madalena
(falando ao bastidor)
JORGE
MADALENA
10 Hoje... hoje! Pois hoje é o dia da minha vida que mais tenho receado... que ainda
temo que não acabe sem muito grande desgraça... É um dia fatal para mim: faz hoje anos
que... que casei a primeira vez; faz anos que se perdeu el-rei D. Sebastião; faz anos também
que... vi pela primeira vez a Manuel de Sousa.
JORGE
MADALENA
20
25
2.
42
Proposta A
1. Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados três dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes;
retratadas;
-Idealista - a pâtnâ é concebida a partir das figuras de D. Sebastião e de Camões;
- mistKTM sebastianista - acredita no regresso de D. Sebastião;
Exemplo de resposta
De acordo com o excerto apresentado, Maria pode ser caracterizada como uma jovem culta na
rnemda *m que conhece figuras relevantes da política e da cultura nacionais, como é o caso de
? Sebasti?■? e de Camões. Um outro traço caracterizador de Maria é a curiosidade, pois ela insiste em
co- hecer a dentidade de uma das figuras retratadas. A jovem Maria é também mística, pois acredita
no ^epesso de D. Sebastião.
2. Taptcos de resposta
Exemplo de re$poit>
a 16).
44
Resoluções
proposta B
í. Tópicos de resposta
Exemplo de resposta
Quando ouve Madalena, do lado de fora, proferir paiavras ternas, o Romeiro vive, por aiguns instantes,
uma ilusão que enche o seu coração de esperança. A ilusão e a esperança do Romeiro devem-se ao
facto de este julgar que as palavras de Madalena lhe são dirigidas.
No momento em que Madalena diz «meu Manuel!» (linha 18), a ilusão acaba e surge, no Romeiro, a
revolta que o leva a quase avançar para um confronto que esclareça, de vez, a situação.
Finalmente, o Romeiro recua, mantendo a sua decisão anterior - «Não: o que é dito, é dito.» (linha
21).
2. Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes;
-o facto de Teimo perceber que o Romeiro (movido pelo amor que tem pela esposa) entrou num
devaneio/numa ilusão/não entendeu que Madalena não se lhe dirige;
-o facto de Teimo saber que as palavras proferidas por Madalena, carregadas de sentimento, tem
Exemplo de resposta
espanto face ao equívoco em que cai o
A exclamação de Teimo - «Por vósl» (linha 8) - reflete o seu
4S
CAPÍTULO 1 - EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Proposta C
1. Tópicos de resposta
Exemplo de resposta
interrogativas - «Qual? a " f ? J°a° 06 P°rtUgal' terror esse Aue é visível no recurso a frases
exclamativa-«jeSus me valhlL pinha 6^ P^ ^Ul°?",>> (linha 6) “ e n0 uso de umafr3Se
2. Tópicos de resposta
Jorge revela também ser confidente da sobrinha, quando esta, pedindo-lhe segrede, ,h. conta
que tem escritos pessoa.s que lhe há de mostrar «lá na outra casa, (linha 27). Ao asa, a expressão
«Tontinha!» (linha 30), Jorge exprime a relação de afeto e de cumplicidade que os une.
47
CAPITULO 1 - EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Proposta D
1. Tópicos de resposta
Exemplo de resposta
A afirmação proferida por Madalena refere-se à instabilidade do tempo que pode mudar muito
depressa, apesar de estar um dia bonito e sem vento, evidenciando a sua preocupação em relação ã
alteração das condições atmosféricas que poderão dificultar o regresso da sua família a casa.
Desse modo, a afirmação pode ser entendida, simbolicamente, como um indício trágico, representativo
da instabilidade da própria vida (até ao momento, serena e feliz) e de uma desgraça iminente que
a personagem intui e teme - a possibilidade de D. João de Portugal regressar - e que viria pôr fim a
felicidade e à harmonia familiares, tal como, num dia solarengo, o aparecimento de uma tempestade
no mar.
**seeuin,es- °u •*“ ~
estava vivo (tendo, por isso, pecado em d° ManUel assim Que o viu, ainda o primeiro marido
a atormenta desde o início da peça P Samento*' dern como ansiedade perante a dúvida que
Seu «pecado»); ' c’ue & João esteja vivo (e que Deus a castigue pelo
- a repetição da pa|avra «hoje>)
fatídico aquele dia/reforça o pressentimento^ °bSeSS'V° de Madalena, que atribui um carácter
uma desgraça iminente (por ação do destino).
Exemplo de resposta
CaS '8Ue pel°seu «Pecado» 6 ° ln'cl° da peí'>. ou seja, que 0. João esteja vivo
a repetição d0 adv,rbjo
3 o™ Zr™ ’***» * m 1- atntui
8 “«"Pínente por ação do destino.
48
Cesário Verde
Cânticos do Realismo (O Livro de Cesário Verde)
CAPÍTULO 1 - EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Proposta A
Leia as cinco estrofes iniciais do poema «O Sentimento dum Ocidental», de Cesário Verd
Cesário Verde, Obra Completa de Cesário Verde, edição de Joel Serrão, Lisboa, Uvros Horizonte. 1988. p 151
Caracterize o estado de espírito do sujeito poético e relacione-o com os efeitos que a cidade nele
provoca.
entifique duas características temáticas da poesia de Cesário Verde, fundamentando a sua resposta
com elementos textuais pertinentes.
Resoluções
Proposta A
1. Tópicos de resposta
. o desep de evasao - «Batem os carros de aluguer. ao fundo. / levando i via-férrea os que se vâo.
Felizes!» (vv. 9-10);
• a tendência para a deambulação solitária e para a reflexão - «Embrenho-me, a cismar, por
boqueirões, por becos, / Ou erro pelos cais a que se atracam botes.» (vv. 19-20).
Exemplo de resposta
A cidade tem um efeito negativo sobre o sujeito poético, pois o contacto direto com esse espaço, que
é por si observado, conduz à manifestação de comprazimento na própria dor - «um desejo absurdo
de sofrer» (v. 4) - e ao desagrado perante o cheiro de «gás extravasado» (v. 6) que lhe provoca uma
espécie de tontura. Além disso, é evidente o desejo de evasão, dado que a observação dos que partem
«Felizes» (v 10) o leva a pensar em outras cidades do mundo: «Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo,
o m ndo » (v 12). Finalmente, a solidão e a reflexão surgem associadas ao ato de deambular
Uno - «EmPrenho-me. a dsmar, por Po^es. P»- / - - pe,o «.
poesia de Cesário.
Fernando Pessoa
Proposta A
Leia o poema,
O sentir e o desejar
São banidos dessa terra.
O amor não é amor
Nesse país por onde erra
15 Meu longínquo divagar.
k
Tão suave é viver assim
20 Nesse impossível jardim.
1.
2.
3.
Poemas de Mensagem
Proposta A
Leia o poema.
AS ILHAS AFORTUNADAS
Refim a condição necessária á manifestação da vot e transcreva elementos do texto que jusuf^eo
a sua resposta.
Proposta B
Leia o poema.
5 Só te sentir e te pensar
Meus dias vácuos enche e doura.
Mas quando quererás voltar?
Quando é o Rei? Quando é a Hora?
Caracterize o estado de alma do suieito poético, expresso nos seis primeiros versos,
1.
2.
3.
um profeta.
. discurso lírico de Mensopem presentes no poema e transcreva um
4. Identifique duas características do
exemplo significativo para cada uma dei
59
Proposta A
Leia o poema XXXVI de «O Guardador de Rebanhos». Se necessáno. consulte a nota
Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem não pensa
10 E olho para as flores e sorrio...
Não sei se elas me compreendem
Nem se eu as compreendo a elas,
Mas sei que a verdade está nelas e em mim
E na nossa comum divindade
15 De nos deixarmos ir e viver pela Terra
E levar ao colo pelas Estações contentes
E deixar que o vento cante para adormecermos,
E não termos sonhos no nosso sono.
1. Nas três primeiras estrofes, são abordados dois processos de criação poética.
xzp~nos versoi 3
60
Nacionais
Proposta B
Leia o poema XLVl||de<<0G
Guardad°rdeRebanhos>>
Relacione a referencia
2.
presente neste poema.
dída o último verso sintética o conteúdo da penúltima estrofe.
Expiioue em que me
3.
Álvaro de Campos
Proposta A
TRAPO
Álvaro de Campos, Poesia, edição de Teresa Rita Lopes, Lisboa, Assino i Alvim. 2002
—----------- ------------ QUESTCKs DE exames NACIONAIS
1. Relacione o estado de
sujeito poético com as condições meteorológicas referidas na
primeira estrofe.
4. Indique quatro dos processos que contribuem para marcar o ritmo do poema, fundamentando a
resposta com elementos do texto.
CAPÍTULO 1-EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Ricardo Reis
Proposta A
Leia o poema. Se necessário, consulte as notas.
64
------ *MI > NACIONAIS
1. txphc >te Vtraços da filosofia de vida exposta nas quatro primeiras estrofes. Funda
Proposta B
Leia o poema.
Compare a atitude do sujeito poético com a dos outros «humanos» (verso 13), tendo em conta a
oposição simbólica entre«rosas»e«magnólias»,porumlado,e«pátria»,*glória»e«virtude»,poroutro
1.
Proposta A
1. Tópicos de resposta
Exemplo de resposta
O poema refere um «país» imaginado - «em sonho triste» (v. 1); «Nos meus desejos existe» (y. 2) ~
vago e impreciso, dado que só existe em sonhos — «longinquamente» (v. 3), «Nesse país por onde
A imagem final que é dada desse país — um «impossível jardim» (v. 20) — acentua o seu carácter irreal.
2. Tópicos de resposta
Exemplo de resposta
De acordo com a segunda estrofe, a experiência da passagem do tempo é marcada pela espontaneidade
ou inconsciência — «Vive-se como se nasce / Sem o querer nem saber» (vv. 6-7) - e pela renovação
cíclica da vida - «O tempo morre e renasce / Sem que o sintamos correr.» (w. 9-10).
Deste modo, tratando-se de um tempo circular, não-linear, não há consciência da sua passagem.
resoluções
Tópicos de resposta
Exemplo de resposta
O verso «É uma infância sem fim.» (v. 17) constitui uma representação metafórica da felicidade
O verso relaciona-se, assim, com os diversos elementos que, ao longo do poema, caracterizam o «ser
feliz» (v. 5), nomeadamente a anulação do «sentir» (v. 11), do «desejar» (v. 11) e do «amor» (v. 13),
a ausência de sofrimento - «Tão suave é viver assim» (v. 19) - e a não consciência da passagem do
Sem o
Proposta B
itamos
a^odedesaBra^^^aaco^sunte™rreto«*7l'era'amW<IO'5ÍM'dePreSenÇa
2 Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados os aspetos seguintes, ou outros iguaimente relevantes:
Exemplo de resposta
Com □ verso «Sem ele penso e sou eu» (v. Hl, o sujeito poético revela a dolorosa tomada de
consciência de sl mesmo, acentuada pela ausência do som do piano, o que agudos o seu sofrimento
e a sua solidão.
Por seu lado, o verso «Com ele esqueço a sonhar» (v. 12) traduz o desejo de o sujeito poético
ouvir o som do piano, que o conduz ao devaneio, ao «esquecimento de si» e, por conseguinte, ao
apaziguamento da dor.
Deste modo, os versos 11 e 12 evidenciam a oposição pensar/sentir (ou a oposição pensar/sonhar),
Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordadas três das marcas linguísticas seguintes, ou outras igualmente
relevantes, cada uma delas devidamente fundamentada com uma transcrição pertinente:
-os determinantes e pronomes pessoais (em expressões que remetem para uma relação
«eu-você») - por exemplo, «aquele piano seu» (v. 9); «Não deixe de me maçar» (v. 18);
-o presente do conjuntivo com valor de imperativo (nos pedidos dirigidos à interlocutora) - por
- a interrogação (que configura uma réplica a uma fala que se subentende) - «Má música?» (v. 13);
Exemplo de resposta
A partir da terceira estrofe, o sujeito poético parece dialogar com a vizinha. Esse diálogo é sugerido
pelo uso do vocativo - «Vizinha» (v. 8) - e do presente do conjuntivo com valor de imperativo para
exprimir um pedido: «Não deixe de me maçar» (v. 18). Também a frase interrogativa «Má música’»
(V. 13) dá a entender que o sujeito poético estará a responder a uma observação da vizinha sobre a
Poemas de Mensagem
proposta A
I 1# Tópicos de resposta
Exemplo de resposta
Para que a voz se manifeste, é necessário que quem ouve se encontre semiacordado, ou num estado
de semiconsciência, sem procurar escutar essa voz - «Mas que, se escutamos, cala, / Por ter havido
Tópicos de
escutar» (vv.resposta
4-5); «E só se, meio dormindo, / Sem saber de ouvir ouvimos,» (vv. 6-7); «Mas, se vamos
2.
Na resposta, devem
despertando, / Cala aser
voz, e há só o mar.»
abordados (w. 14-15).
os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
realidade objetiva.
Álvaro de Campos
Proposta A
Leia o poema seguinte.
TRAPO
Álvaro de Campos, Poesia, edição de Teresa Rita Lopes, Lisboa Assírio & Alvim -
Topícos de resposta
, téoicos seguintes, ou outros iguairr^me
Na resposta, devem ser abordados
rfn Re; D Sebastião, o qual resgatara a gtór.a de Ptxtuga
a esperança no regres, ftte/,maten5i onde o Re« se encontra, a q.e :e a -
-a existência de um espaço rr. tef ,
sonho/da crença - «Sao ilhas afortunadas >au
r»rto Dara agúr - «Onde o *et mora espe^an^c ,
- o facto de o Rei aguardar o momento
Exemplo de resposta
Na última estrofe do poema, o mito sebastianista ê convocado de forma recorrer-«
presente, nomeadamente, na esperança de que o Rei D. Sebastião regresse e, consec .
possibilidade de ele resgatar a gloria de Portugai
proposta B
1. Tópicos de resposta
Exemplo de resposta
Nos seis primeiros versos do poema, o sujeito poético exprime um estado de tristeza e de dor - «à
beira-magoa» (v. 1); «Tenho meus olhos quentes de água.» (v. 3) - por se sentir desiludido com
a pátria no momento em que escreve a sua obra, ideia sugerida pelo verso «Screvo meu livro à
beira-mágoa» (v. 1). A palavra «beira-mágoa» remete para o país situado à beira-mar, que alcançou
outrora grandes feitos, mas cujo passado épico contrasta com o presente causador de mágoa e de
desalento.
Desse modo, a esperança na vinda do «Senhor», D. Sebastião, que o sujeito poético pressente e em
quem pensa, é o seu único alento («Só tu. Senhor, me dás viver.» - v. 4), preenchendo («enche e
doura» - v. 6) o vazio que sente no seu interior («Meu coração não tem que ter.» - v. 2).
2. Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente jantes:
....”■ • ■
adverblo..QUando»,—
bretudo
n
CAPÍTULO 1 HMJCAçAO 1111 PÁRIA
3. Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualment*
relevaote^-
anuncia a vinda do «Encoberto# (D. Sebastião)/a construção do Quinto Império
deseja a realização do «Sonho das eras porlugués» (v. 14);
espera cumprir o «grande anseio que Deus fez» (v. 16);
é o porta voz de um desejo/sonho coletivo.
Exemplo de resposta
O sujeito poético pode também ser considerado um profeta, na medida em que, ao mamfp -
esperança na construção do Quinto Império (w. 17-18), possível através da vinda danuoio
, «uueie qup p, ■
«Sonho das eras português» (v. 14), conjuga o seu desejo pessoal com um sonho coletivo o d/-
de toda uma nação. J v Sllno
. Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
- recurso à primeira pessoa do singular em formas verbais, como «Screvo» (v. 1) ou «Tenho» (v 3i'
em determinantes possessivos, como «meu» (vv. 1 e 2)/em pronomes pessoais, como «me» (v4)-
expressão da subjetividade/do mundo interior/dos sentimentos do sujeito poético, patente, por
exemplo, no verso «Meu coração não tem que ter.» (v. 2);
-visão subjetiva do destino nacional, evidenciada, por exemplo, nos versos «Quando virás o
Encoberto, / Sonho das eras português, / Tornar-me mais que o sopro incerto / De um grande
anseio que Deus fez?» (vv. 13-16);
- recurso à interjeição para expressar ansiedade ou desejo em «Ah, quando quererás, voltando. /
Fazer minha esperança amor?» (vv. 17-18),
Exemplo de resposta
1. Tópicos de resposta
«como quem construi um muro» (v. 5) - enfatizam o trabalho formal e, por conseguinte, consciente
do poeta. O segundo processo - defendido pelo sujeito poético - é o que se deduz do verso 4, em
que o «eu» manifesta a sua tristeza e estranheza por haver poetas que não são capazes de «florir»,
ou seja, de fazer da criação poética um ato involuntário, espontâneo e tão natural quanto o ato de
«florir».
Deste modo, o primeiro processo, o de uma poesia pensada, opõe-se à ideia de uma poesia espontânea
e simples, dado que está em contradição com a própria natureza que, na sua diversidade e harmonia,
2. Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados os aspetos seguintes, ou outros Igualmente relevantes:
- existência de uma contradição entre aqulio que o sujeito poético .«rma («não como quem pensa,
mas como quem não pensa») e o que ele faz («Penso n.sto.1,
Exemplo de resposta
Na quarta estrofe do poema, a valorização das sensações é evidenciada pelo facto de o sujeito poético
privilegiar a realidade captada pelos sentidos, concretamente a visão e a audição, como se comprova
nos versos «E olho para as flores e sorrio...» (v. 10) e «E deixar que o vento cante para adormecermos»
(v. 17). Nega-se, assim, a necessidade de compreender algo mais além daquilo a que se acede através
das sensações, atitude evidenciada nos versos «Não sei se elas me compreendem / Nem se eu as
A comunhão com a natureza decorre, por um lado, do facto de o «eu» considerar que é um elemento
da natureza tal como as flores, partilhando com elas uma «comum divindade» (v. 14) que permite
aceder à «verdade» (v. 13) e, por outro lado, do facto de «a Terra» ser caracterizada como a mãe
natureza, acolhedora e protetora. Por esta razão, o homem entrega-se à natureza, numa atitude de
desprendimento e de aceitação, sem qualquer mediação reflexiva (vv. 15-17).
74
1, Tópicos de resposta
Por fim, o sujeito poético resigna-se face à inevitabilidade da divulgação da sua poesia, aceitando essa
evidência («Submeto-me» - v. 19), razão pela qual se sente «Quase alegre como quem se cansa de
estar triste.» (v. 20).
2. Tópicos de resposta
- tal como a flor, o rio e a árvore não escondem, respetivamente, a cor, o curso da água e o fruto,
também o poeta não pode esconder os seus versos, que constituem a sua essência;
evidencia o carácter espontâneo e natural do ato de escre e .
- a referência a elementos da natureza
75
■
i_educação literária
CAPÍTULO
3. Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
-o sujeito poético constata que os elementos da natureza (árvore, flor, água) 5e renc.y^
Exemplo de resposta
0 último verso pode ser considerado uma síntese do poema, na medida em que exprime jt- ~
4. Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevante^
- irregularidade estrófica, pois o poema é constituído por sete estrofes com um número variáve
versos (um monóstico, um dístico, dois tercetos, uma quadra, uma quintilha e uma sétima);
- irregularidade métrica, dado que os versos apresentam um número variável de sílabas métrica
(por exemplo, o primeiro verso tem Íleo décimo quarto tem 7 sílabas métricas);
- ausência de rima ao longo do poema, na medida em que todos os versos são brancos.
Exemplo de resposta
A arte poética de Caeiro possui características muito próprias, mas que, de um modo geral, podemos
afirmar que estão de acordo com a poética da espontaneidade defendida pelo poeta. Assim no
poema apresentado, encontramos irregularidade estrófica, dado que a composição é constitua
por sete estrofes com um número variável de versos (um monóstico, um dístico, dois tercetos, uma
quadra, uma quintilha e uma sétima). Além disso, verificamos a ausência de rima, existindo apenas a
repetição casual do adjetivo «triste», em posição de rima, nos versos 4 e 20.
76
Tópicos de resposta
2. Tópicos de resposta
Exemplo de resposta
Nos versos 8 a 13, o sujeito poético assume uma opinião que diverge da opinião dos outros
77
CARirutoi ioikAt»Aoiiuharia
3- Topicos de resposta
Na resposta devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros Igualmente relevantes
contraste entre um passado feliz e um presente infeliz,
•consciência da impossibilidade de recuperar a felicidade da infância
Exemplo de resposta
A referência às memórias da infância permite realçar a contraste entre um passado feliz e urn ,
P^sente
infeliz.
Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados quatro dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes
-a repetição do verso «O dia deu em chuvoso» (vv. 1, 3, 7,19, 23 e 28), que funciona como um refrão
- a anáfora (vv. 8-10):
-a enumeração (w. 5. 13 e 20);
-as repetições lexicais em final de verso (vv. 4 e 6; 8-11; 14 e 16);
-a irregularidade métrica;
- a alternância entre frases longas e frases curtas;
- as pausas no interior dos versos.
Exemplo de resposta
Ricardo Reis
proposta A
s í. Tópicos de resposta
■% - gosto pela fruição estética d. natureza - «Só o tK fl0,e5 pela faa , Nas áfeas ,a o
s exatos / Basta para podermos / Achar a vida leve.» (vv. 1-4);
es - escolha da serenidade / de uma atitude contemplativa - «De todo o esforço seguremos quedas/ As
mãos, brincando, pra que nos não tome / Do pulso, e nos arraste.» (vv. 5-7);
- valorização do prazer moderado / adoção de uma atitude eplcurista - «Buscando o mínimo de dor
ou gozo, / Bebendo a goles os instantes frescos,» (vv. 9-10);
- consciência da brevidade da vida / desejo de fruição do momento presente (carpe diem) - «As rosas
breves, os sorrisos vagos, / E as rápidas carícias» (vv. 14-15).
tes:
Exemplo de resposta
ífrào;
Nas quatro primeiras estrofes, é exposta uma filosofia de vida caracterizada pelo gosto pela fruição
estética da natureza - «Só o ter flores pela vista fora / Nas áleas largas dos jardins exatos / Basta para
podermos / Achar a vida leve.» (w. 1-4) pela escolha da serenidade, o que conduz a uma atitude
contemplativa - «De todo o esforço seguremos quedas / As mãos, brincando, pra que noo nao tome
/ Do pulso e nos arraste.» (vv. 5-7) -, bem como pela adoção de uma atitude eplcurista, que valonza
p prazer moderado - «Buscando o mínimo de dor ou gozo. / Bebendo a goies os instantes bascos»
(vv. 9-10).
2.
e um
s8a
- referência a um conjunto de normas de vida que todos
;s de
X^dumraX^énX”i por pa« do sujeito peét^rização d, dimensão
Exemplo de resposta a normas que devem ser seguidas por todas as pessoas de
o sujeito poético expõe um ^"X^ada peie tacto de a vida ser etémera.
3. Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente releva
-consciência de que a vida humana é comandada pelo Destino/pelas Parcas, qUe COf
almas aos lnfernos/à «pátria de Plutão» (vv. 21-28); "
Exemplo de resposta
O sujeito poético perspetiva a morte de acordo com a conceção própria da antiguidade clá <
se constata na ideia de que a vida humana é comandada pelo Destino, ou pelas Parr^
ciicds, e ijp
as almas atravessam o rio Estige para chegarem aos Infernos, à «pátria de Plutão» (vv. 21 ?p,
conceção clássica está igualmente presente na atitude estoica evidenciada pela aceitação da
momento a que se deve chegar sem apego a nada e apenas recordando o que foi agradável, par
o sofrimento não seja tão penoso (w. 17-20).
Proposta B
1. Tópicos de resposta
-o sujeito poético opta pela adoção de uma atitude contemplatíva/pela fruição do belo/naUra
efémero («rosas» e «magnólias»), recusando os valores da «pátria», da «glória» e da «virtude
- os outros «humanos» preferem a «pátria», a «glória» e a «virtude», que representam o esfo
sofrimento/a entrega a causas (pessoais e sociais)/a constante busca de superação.
Exemplo de resposta
A atitude do sujeito poético contrasta com a dos outros «humanos». O primeiro adota uma a* ■ -
contemplativa, entregando-se à fruição do belo e do natural que, no poema está simbolicam**’’
representado pelas rosas e pelas magnólias. Os segundos são movidos por causas - repre'.er* ■
pela pátria, pela glória e pela virtude - que implicam esforço, abnegação e entrega sem rec*
sofrimento.
Tópicos de resposta
Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados deis dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
Exemplo de resposta
De acordo com o conteúdo dos versos mencionados, o tempo é percecionado pelo sujeito poético
como algo que flui irreversivelmente, embora de forma cíclica, e que é
a rodeava. .. . .
O verão é o tempo de estar nas esplanadas, olhando para parte nenhuma, ou mais
habitualmente olhando para quem passa, e procurando encontrar nesses destinos uma
20 hipótese de partilha de acasos, que se poderão tornar vocações. Mas a mulher que estava
sentada na mesa ao lado não parecia interessada em quem subia e descia o passeio; e
também não se sabia o que poderia despertar a sua atenção, que os óculos escuros remetiam
para um fundo secreto. Apercebi-me, então, de que a fixava há demasiado tempo para que
o meu olhar pudesse passar despercebido; e dei-me conta, também, de que ela percebera
25 que eu a olhava, e que em vez de se aborrecer ou de ficar perturbada com isso se estava a
divertir com o meu interesse por ela, o que invertia a situação em que a superioridade está
do lado de quem olha, e a incomodidade aumenta em quem é vigiado.
Nuno Judite. «Verão». A Ideia do Amor e Outros Contos, Lisboa. Publicações Dom Quixote, 2002, pp. 43-44.
Drêdios orlaránSt° n°'te'. 30 chegar a,i> °s Perfis dos barracões do porto, mais longe fábricas,
15 ri ri +■ mor |Ç°dacidade. Estava na América, a dois passos do trabalho e do pão, a um salto
o seu destino. E o coração batia-lhe de anseio. Jã tinha regularizado contas com os marujos que o
tinham posto a bordo, escondido e alimentado. Se havia mais alguém por trás deles, isso não era da
sua conta. Restava-lhe algumas dolas no fundo de um bolso das calças. Junto delas, retinha na palma
da mão suada um papel puído, com um endereço, esse ponto perdido na imensidade da América
20 desconhecida: Patchogue ou coisa assim, para lá de Nova York, em Long Isiand, a quantas léguas
seria aquilo de Baltimore, e quanto teria ele de palmilhar às cegas, para alcançar o seu destino?! (Se
lá chegasse...) E uma data de números, de portas e ruas, isso ele não entendia, não entendia nada,
não sabia patavina de inglês, só sabia que estava ali à espera que dispusessem dele, para começar
vida nova, ou então,.. Sozinho, diante do desconhecido. Não conhecia ninguém, nesta terra envolta
25 em noite e humidade. Inquietava-o pensar em tudo isso, ali imóvel, impotente, com o coração do
tamanho dum feijão a zumbir-lhe no peito apertado.
carvoeira (linha 1) - lugar, num navio, destinado a guardar o carvão necessário ao aquecimento das caldeiras.
cordames (linha 4) - todos os cabos que pertencem ao aparelho de um navio.
dolas (linha 18) - dólares (numa pronúncia incorreta).
esquife (linha 2) - caixão.
porcos (linha 13) - poucos.
puído (linha 19) - gasto pelo uso ou atrito.
tolhido (linha 5) - paralisado.
85
proposta A
1. Tópicos de resposta
abordados os tópicos seguintes, ou outros Igualmente relevantes:
Na resposta, devem ser
iatípicas, obrigando ao uso de agasalhos;
-as condições climatéricas
a alteração das rotinas dos animais.
-a
Exemplo de resposta
„ tal como é caracterizado no primeiro parágrafo, è diferente do esperado, po, um |Mo.
*"ai condições climatéricas não são as que habltualmente se fazem sentir naquela estação
ri, Zttivamente, é referido que faz frio, que há vento e que a chuva é excessiva, não lhe sendo
dado qualquer uso. Tais condições levam a que seja necessário recorrer a agasalhos de tarde, Pq,
outro lado, também os animais alteram as suas rotinas, o que se constata pelo lacto de os pássaros
se recolherem nas árvores e de outros animais mostrarem desorientação.
R
Ê
2. Tópicos de resposta S
Na resposta, devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes: c
L
- inicialmente, adoção do papel de observador, revelando curiosidade pelo facto de a mulher não se
I
enquadrar naquele ambiente e agir de forma enigmática;
(
- depois, consciência de que está também a ser observado pela mulher, o que provoca um sentimento i
de desconforto.
Exemplo de resposta
m eia I mente, o narrador, que estava sentado a uma mesa de esplanada, observava com atenção e
curiosidade uma mulher que se encontrava sentada na mesa ao lado da sua. De facto, essa mulher não
se enquadrava no ambiente típico de esplanada, pois, apesar do calor, usava um vestido de cerimónia
e melas. Além disso, ela agia de forma enigmática: os óculos escuros que trazia não permitiam saber
o que prendia o seu olhar, parecendo não estar Interessada no que acontecia à sua volta, e ostentava
um sorriso distante.
86
proposta B
Exemplo de resposta
No primeiro parágrafo do texto, são apresentados diversos aspetos que evidenciam a dureza
rantes:
da viagem protagonizada pelo «passageiro» do navio e que decorrem da forma como este viaja,
* a mulher não se clandestinamente.
Assim, escondido num espaço exíguo e sem condições, onde permanece imobilizado, como se
:a um sentimento comprova através da expressão «para se esconder numa clarabóia do convés, sob a qual hav.a
espaço suficiente para um homem se deitar, como num esquife» (II. 1-2), este «passageiro»■ v^a
em condições adverses Por um lado, está exposto ao calor e a. frio - .depms do calor aõaf.nt.^
caldeiras, o frio húmido da noite lnte«içou-o. (1.7); por outro lado, sente-se corro.
. rtanwiw'»“e'
)arr3d°r -
ado
87
apnu^-'°^T^—
simultaneamente, uma terra cheia de obstáculos (a língua, o espaço nsico, a nexistencia de pe5S0.
Exemplo de resposta
Por um lado, não compreendendo a demora no desembarque, teme ter sido esquecido pelo
marinheiros e ficar retido no barco, podendo vir a morrer de fome e de frio, razão pela qual lhe parece
que o tempo avança «com um vagar exasperante» (1.12).
Por outro lado, receia aquela «América desconhecida» (II. 19-20) que, representando a prosperidade
^uloi-bducaCAoliterAría
Proposta A
Leia o poema.
bach segóvia guitarra
A música do ser
Povoa este deserto
Com sua guitarra
Ou com harpas de areia
5 Palavras silabadas
Vêm uma a uma
Na voz da guitarra
A música do ser
Interior ao silêncio
10 Cria seu próprio tempo
Que me dá morada
Palavras silabadas
Unidas uma a uma
Às paredes da casa
E no silêncio ouvinte
O canto me reúne
De muito longe venho
20 Pelo canto chamada
E agora de mim
Não me separa nada
Quando oiço cantar
A música do ser
25 Nostalgia ordenada
Num silêncio de areia
Que não foi pisada
92
Proposta A
1. Tópicos de resposta
2. Tópicos de resposta
- a música confere unidade ao «eu» poético - «O canto me reúne» (v. 18), «E agora de mim / Não me
separa nada» (w. 21-22);
- a música potência o reencontro com um tempo primordial e puro - «De muito longe venho / Pelo
canto chamada» (vv. 19-20); «Num silêncio de areia / Que não foi pisada» (w. 26-27).
Exemplo de resposta
A música é fundamental na construção da identidade do «eu», na medida em que não só tem o poder
de conferir unidade ao «eu» poético, fazendo-o sentir-se um ser uno na sua identidade própria - «0
canto me reúne» (v. 18) e «E agora de mim / Não me separa nada» (w. 21-22) como lhe possibilita
o reencontro com um tempo primordial e puro, ideias sugeridas nos versos «De muito longe venho /
Pelo canto chamada» (vv. 19-20) e «Num silêncio de areia / Que não foi pisada» (vv. 26-27).
93
José Saramago
Memorial do Convento
capítulo i- educação uterària
Proposta A
Leia o texto seguinte.
Frias hão de ter parecido, a quem perto estivesse, as palavras ditas por Blimunda, A||
vai minha mãe, nenhum suspiro, lágrima nenhuma, nem sequei o rosto compadecido, qu.
ainda assim não faltam estes no meio do povo apesar de tanto odio, de tanto insulto 2
escárnio, e esta que é filha, e amada como se viu pelo modo como a olhava a mãe, ns-
5 teve mais dizer senão, All vai, e depois voltou-se para um homem a quem nunca vira
perguntou, Que nome é o seu, como se contasse mais sabê-lo que o tormento dos açoite-
depois do tormento do cárcere e dos tratos, e que a certa certeza de ir Sebastiana Mar
de Jesus, nem o nome a salvou, degredada para Angola e lá ficar, quem sabe se consolada
espiritual e corporalmente pelo padre António Teixeira de Sousa, que muita prática le,a
10 de ca, e ainda bem, para não ser tão infeliz o mundo, mesmo quando já tem garantida °
condenação. Porém, agora, em sua casa, choram os olhos de Blimunda como duas fon2.2"
de agua, se tornar a ver sua mãe será no embarque, mas de longe, mais fácil é largar
capitão inglês mulheres de má vida que beijar uma filha sua mãe condenada, encosta-
uma face outra face, a pele macia, a pele frouxa, tão perto, tão distante, onde estamos*
15 quem somos, e o padre Bartolomeu Lourenço diz, Não somos nada perante os desígnio*
do Senhor, se ele sabe quem somos, conforma-te Blimunda, deixemos a Deus n J
96
QUESTflESÜEFl(4x
^!s^qoNAls
Proposto I*
I ria o
A o ™"ZÜ." wriv
,,rJ hlniulço, 1(
•• (nuho •■'«« d.i '■■•'«. -1-....
multo «.uor O. . .•.
10
o eXo. também duvidoso - assustado do t»o extrema fragllldbd* Nessa m.-sma t.«d,
velo Domenlco Scarlattl, all s.« sentou a afinar o cravo, enquanto Baltasar entrançava virni*-.
i? Bllmunda cosia velas, trabalhos calados que n3o perturbavam a obra do musico. I tendo
15 concluído a afinação, ajustado os saltarelos que o transporte havia desacertado, verificado
as penas de pato uma por uma, Scarlattl pôs se a tocar, primeiro deixando correr os dedo-,
sobro .is teclas, como se soltasse as notas das suas prisões, depois organizando os sons err
pequenos segmentos, como se escolhesse entre o certo e o errado, entre a forma repetida
e a forma perturbada, entre a frase e o seu corte, enfim articulando em discurso novo o que
20 parecera antes fragmentário e contraditório. De música sabiam pouco Baltasar e Blimunda,
a salmodla dos frades, raramente o estridor operático do Te Deum, toadas populares
campestres e urbanas, cada qual suas, porém nada que se parecesse com estes sons que
o Italiano tirava do cravo, que tanto pareciam brinquedo Infantil como colérica objurgação,
tanto parecia divertirem-se anjos como zangar-se Deus.
25 Ao fim de uma hora levantou-se Scarlattl do cravo, cobriu o com um pano de vela, e
depois disse para Baltasar e Bllmunda, que tinham Interrompido o trabalho, Se a passarola
do padre Bartolomeu de Gusmão chegar a voar um dia, gostaria de ir nela e tocar no
hmhrln8 m,,naa respondeu’ Voando a máquina, todo o céu será música, e Baltasar,
escrever e conturf11^3, S° ?3° for Inf(,rno todo 0 céu- Não sabem, estes dois, ler nem
10
tem a sua exollcacão nrn™ C° S<JS a”*™’ imposs(veis em tal tempo e em tal lugar, se tudo
vezes voltou Scarlattl à quinta do duque de AvVrí enCOntrarmos' outro dia será‘ MultaS
ocasiões pedia que n3o se interrompessem os SV*™ SGmpre t0CaVa' maS em Cert3S
retumbando na bigorna, a água fervendo na tina i°5 rU,dosos< a foria rug'ndo< 0 malho
35 clamor da abegoarla, e no entanto o musico enr á mú Se °UVÍa ° cravo no meio do grande
o rodeasse o grande silêncio do esoacn , ava ^renamente a sua música, como se
espaço onde desejara tocar um dia.
Explique
trabalhosade
forma como,
Baltasar ao longo
e de do excerto
Blimunda am
na abegcj^ 06 Scarla* se vai articulando
Hão
'a*Ua
.Não lugar» estes
em talsabem, dois,
(linhas 29 eler nem escrever, e conh.a
30). tUdo dl^ coisas assim, imPoss(ve
e este -'s em tal tempo e
*0 na
5sada,
^sào justifique este
Baltasar que comentário do narrador, tendo em’ <{Q
o motivam. °nta o sentido das pa|avras de B)|
nada
•tasar
ue as
ftava
tarde
'irnes
endo
cado
edos
s em
ítida
que
nda,
ares
que
■ola
cafíwlo i - íducaçAo utem"»a
Proposta A
1. Tópicos de resposta
Na resposta, devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente refevantes
-em público, Blimunda revela-se discreta/fria, de modo a não chamar a atenção da Inquis^,.,
-em casa, Blimunda manifesta a sua dor/tnsteza, dado estar consciente de que não v •
com a mãe.
Exemplo de resposta
Em público, quando vê a mãe entre os condenados, Blimunda mostra uma discrição que p
entendida como frieza, aparentando até sentir menos pena do que aquela que e possível ler
de alguns populares. Esta reação, que poderá parecer estranha, é justificada pelo facto de Bhm
ter de manter-se anónima entre o povo, pois poderia ela mesma ser alvo da Inquisição.
Em ca„ B»mu„da chora conuulstamente. exteriorirando. ,„tto. toda a sua dor, por sabe. que „„„
o d“ "° * ^‘"ana Pa
2. Tópicos de resposta
Exemplo de resposta
Oeus e o dos homens, pondo até a hipótese de Oeus não sab.", £ *« “"Ws dt,tintos. o de
Ho.n.ante.seBundoopadre.eetasuaeaparidadedeehar.ohomemo.X?"
e«atuto de criador
100
REsoluçôes
tfpjco* de resposta
Exemplo de resposta
3de ser São diversas as atitudes que comprovam a progressiva aprox.mação entre amba5
° rosto Consciente de qtie Baitasa. a segqlra até cata depois de tefra,„Mo o duffi
^unda abena. dando-ihe a entender, com este 8esto. qpe é i-.cm-.mpp a Süi ™‘
senta-se, sem tmr os olhos de BI,munda. Embora se mantenham sempre em silêncio, ele p™lriece
J nunca em casa de Blimunda, ai jantando, o que evidencia a proximidade entre ambos. A união é reforçada
peio *acto Blimunda esperar que Baltasar termine de comer, para usar a colher de que ele
us Para
servira.
caHtuiO t-«Ouc*CW
Proposta B
Exemplo de resposta
Da Rua Nova dos Mercadores até ao portío da quinta, o cravo é carregado por dois homen,
experientes, que usam os processos adequados para, com o • ru saber • com os cuidados ncc- sâ- os
Já do portão até à abegoaria. o transporte è feito por r por Blimunda, que, por Ihi fditjr
experiência neste tipo de trabalho e por receio de danificar tio frágil instrumento, tiveram muita
dificuldade em fazer chegar o cravo ao seu destino
2. Tópicos de resposta
-no dia da chegada do cravo a abegoaria, Scarlatti começa a tocar, enquanto Baltasar e Blimunda
realizam tarefas pouco ruidosas, que não perturbam o músico,
-nas visitas posteriores à quinta, apesar de Baltasar e Blimunda se dedicarem a trabalhos ruidosos
Scarlatti toca harmoniosamente
Exemplo de resposta
102
resoluções
3 TÓP'C°5 de resPosta
Exemplo de resposta
o comentário do narrador justifica-se pela surpresa que as palavras de Blimunda e de Baltasar lhe
provocam, dado que, sendo eles iletrados, são capazes de verbalizar pensamentos tão complexos e
elaborados.
Efetiva mente, face à possibilidade de a passarola voar, Blimunda admite que a música se possa
integrar no voo como expressão de harmonia e de celebração.
Proposta A
A figura do herói «tá presente em muitas obras estudadas ao longo do
ensino secundado, embora a sua
construção possa depender de diversos fatores.
Escreva uma breve exposição na qual distinga o herói em Os Lusíadas, de Lu.s Vaz de Camões, do herói em
Mensagem, de Fernando Pessoa
• um desenvolvimento no qual explicite, para cada uma das obras, uma característica que permita
distinguir o herói em Os Lusíadas do herói em Mensagem, fundamentando as características
apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo de cada uma das obras;
Proposta B
Cesário Verde adota um olhar subjetivo e critico sobre a cidade.
Escreva uma breve exposição sobre a representação da cidade na poesia de Cesário Verde
Proposta C
Tópicos de resposta os 1USW» do herói em Menagem. deve ser abordado um tópico rela„,0
Para distinguir o herói em '^^eguir apresentados constituem apenas exemplos, podendo Ser
a cada uma das obras. Os tópicos a
abordados outros igualmente relevantes.
Em Os Lusíadas:
- „ neróis de apresentados na sua dimensão humana e histórica, o que e patente, por exemplo, „os
protagonistas da viagem marítima até i índia, nomeadamente Vasco da Gama e os marinheiros, cujos
a própria condição humana e de ascender ao plano dos deuses, como se comprova, por exemplo, quando
são recompensados na Ilha dos Amores.
Em Mensagem :
-os heróis não se inscrevem num tempo nem num espaço determinados, assumindo uma dimensão
mitica/simbólica. É o caso de D. Sebastião, enquanto símbolo da ambição que poderá fazer renascer a
glória da pátria;
os heróis situam-se na esfera da espiritualidade, como é o caso de D. Fernando,
que age como instrumento
da vontade divína/de uma vontade superior.
Exemplo de resposta
ao longo da obra como nos Protagonistas da viagematé' T?®’' re“rdadas e enaltecidas pelo Poeta
■hannheims, cujas taçannaspossiUiitaram o desvendam'„t d ' n°meadama"“ Vasco da Gama e os
proposta B
Tópicos de resposta
Exemplo de resposta
a nroDÓsito da cidade.
Proposta C
a neve/a cor verde dos seus olhos é responsável pelo verde dos campos.
Exemplo de resposta
A natureza tem uma presença recorrente tanto na poesia de Luls de Camões como na de Alberto Cae.ro
Na poesia lírica de Camões, a natureza è descrita segundo o conceito clássico de focos omoenus
apresentando-se como um cenário aprazível, sereno, luminoso e verdejante, caracterizado, nomeadamenté
por elementos como a água cristalina das fontes e dos ribeiros ou a sombra dos verdes castanheiros. Pc
vezes, esse ambiente bucólico agudiza a dor provocada pela saudade da amada.
Caeiro é também um poeta bucólico e os seus poemas estão repletos de referências a elemento :
natureza que apreende através dos sentidos, principalmente através da visão, enquanto deambula pe
campos. O poeta estabelece com a natureza uma relação íntima, de comunhão sensorial. A sua felicidade
decorre do facto de se sentir tão real como um rio ou uma planta, aceitando com serenidade o ritm r
universo.
Podemos assim concluir que, ainda que ambos os poetas representem na sua poesia um ambiente
bucolico, em Camões a natureza reflete o estado de alma do poeta, enquanto em Caeiro ela representa .
diversidade do real que os seus sentidos captam.
110
CAPÍTULO 2
LEITURA E GRAMÁTICA
UumO*'i ui iXUrfi NAC ItJUAJl
Proposta A
Leia o texto. Se necessário, consulte as notas
singularidade do sentido do
(O) rartdaded»ssensK««sP,W0'00'“daít’~
(A) conclusão
(B) transcrição.
(C) explicação
(D) enumeração.
(A)
116
^ESTÔESot
A, uma meton.rnia
pj eufemismo
( 0 um paradoxo
;A> temporal.
(gj referencial.
(0 frtstca
(0) irrterfrasica.
adjetivos
V
Proposta B
Leia 0 texto.
assistido duw vezes a Os Malas de João Botelho Em maio „
Tenho a sorte de já ter a I ue agora escolhi a versão curta. Hesite, nesta escoih
versão longa, na Cinemateca, IP , de regressar _ COmo tantas vezes ja regreSSP|''
pensei que seria como ler 0^ E quem quer ,er um resumo quando
d0grosso volumL’Xn perfeitas narrativas da literatura portuguesa?
‘ pendõd. Sr escolhido ambas. A montagem do filme permite que nâo falte.
J Za outra, qualquer episódio ou fala essenc.al para o completo entendime„to
dX Em ambas as versões as palavras Inldais são uma surpresa: «A casa que os Maiis
vieram habitar em Lisboa no outono de 1875...». A fidelidade do realizador ao texto começa
i nessas palavras, ditas por um narrador que, falando pela voz de Eça, não pretende ser 0
10
escritor, nem imitá-lo, mas apenas contar a história por ele, assim continuando em todo o
filme, introduzindo lugares, personagens, episódios. O rigor sequencial manifesta-se pela
primeira vez na analepse, característica dos escritos do século XIX e essencial nos romances
de Eça de Queirós, filmada a preto e branco para indicar um passado remoto, contrastando
15 com as cenas do presente da história narrada, em cores vivas e brilhantes. Tudo é cor neste
filme, os trajes (num figurino rigoroso), os cenários, as próprias vozes dos atores tra nsbordam
de tons ora suaves ora lúgubres, frementes de paixão, graves de dramatismo, estridentes de
caricatura.
Em Os Maias, mesmo os heróis têm defeitos e talvez a imagem, a voz o filme consigam
20 apresenta-los menos subtilmente do que as palavras escrita rail / u consigam
ouvirmos João da Ega e Tomas de Alencar pOr exemolo aÍnaim ?
caricaturas debuxadas por Eça: quem sabe que ooseso h 6 ma'°r defíniçã° das
tonalidades sonoras emitiam os dois amigos rivais de "b*?' t'C|UeS ocultavam' due
escritor? 6°s' r,vais de «cola literária, na imaginação do
25 Em Os Maias de João Botelho ao contrário
parte as cenas de interior, filmadas em ambientada í°ntece com as Personagens, e à
suas características - a Casa Veva de Lima, o Grémio ií ainda hoJe man^m as
Xdo^T 3 USbOa dC hOje nã° Permitiria- Os ^nários Din°t~; encontra™s cenários
aiem dos atores, se movem cavalos, tipoias até o™ P ntados em telas gigantes nnrie
30 qu.- Eça bem conhecia, mal que dcstrwi| dt. ™ reproduzem essa cidade
aris e conferem pela pintura, pelas suas características P d<? ,n8|aterra e mais tarrlp
em relação ao espaço externo que prende o esn ♦ í 'mpress'°nistas um d d
Todos os a„os regresso a Os «Z enTnZZ d,5ts"™™"to
ep.sod.os Como eu, muitos leitores tarem o mesmo e *'’’ Pe'° m™s Para rei
35 lo o Botelho, todas as veres que me apetecer relembre"grGSS3nel' sem dúvida a T.3 guns
obras de Eça de Queirós. brar uma das melhoro f' ° ft,me de
S adaptações das
(B) ideia de que ninguém quererá optar por um resumo se puder apreciar a obra,
fidelidade com que o realizador segue o texto queirosiano é observada, por exemplo.
Na expressão «Tudo é cor neste filme» (linhas 15 e 16), a palavra «cor» está associada à ideia de
(A) originalidade.
(B) atualidade.
(C) rigor.
(D) exuberância.
(A) penfrase.
(B) hípálage.
(C) eufemismo.
(0) paradoxo
(A) permissão.
(B) ceneza
IC) possibilidade
(D) oorigaçào.
inscreva a palavra que constitui uma catáfora da expressão «os trajes (num figurino rigoroso), os
cenários, as próprias vozes dos atores» (linha 16).
Identifique o valor da oração subordinada adjetiva relativa introduzida por «que» (linha 10).
proposta C
Leia o texto.
burocracias acumuiada^^^»»
que^ durante esse tempo, pareciam crescer emT aborreddos andava a adiar e
Nessa vertigem, não tenho consciênd dL.T ' e em ^cimento.
A mente, ocupada com a obsessão de elíminrLi 6Spera à distância de ^as.
a viagem que começará em breve Me Z problemas ande°s. não se liberta a conceber
enorme transformação que está nrpctoc a azer a mala, ainda não estou consciente da
teórica e prática daquilo que Dlanpin n ,aCOnt^ce'-Mantenhoumanoçã°simultaneamente
Assim, escolho roupa ob)«o e alo Z'° * eSpedte'
Ac nartírio e • u aJetos> entalo meias nos espaços livres.
halrSn rln rh □ ír a'° ° taX' 6 tUd° se^ue uma r°tina: ver no placard eletrónico qual o
ec in certo, caminhar a um ritmo certo, pedir para me arranjarem um lugar
que nao seja no meio, e guardo sempre o bilhete e os documentos no mesmo sítio, e sigo
sempre a mesma ordem na máquina dos metais. Tenho sempre um livro para ler. Com ele,
espero junto ao portão de embarque. Quando a voz do altifalante avisa que vai começar o
embarque, não tenho pressa.
Sei que chegaremos todos ao mesmo tempo. Entro no avião com o pé direito,
sento-me e, só nesse momento, começo a fantasiar sobre o destino para o qual me dirijo.
Faço-o durante toda a viagem.
Miami, Pequim, Moscovo. Antes de levantar voo, mas já com o cinto apertado, tinha
ideias sobre cada uma dessas cidades. Nesse tempo agora irrepetível, acreditava nessas
ideias com firmeza, eram uma realidade que tinha como base leituras, filmes, conversas e
uma enorme quantidade de suspeitas que, em última análise, refletiam a minha visão do
mundo. Só concebia aquilo que era capaz de conceber. A minha experiência passada era
muito importante para traçar essas fronteiras, mas aquilo que eu imaginava tinha noção
da necessidade de transcender essa experiência. Não sou capaz de garantir que fosse
capaz de fazê-lo. Com base nesse conhecimento, a escolha destes três destinos teve como
ixo a vontade de testemunhar três ângulos essenciais da contemporaneidade política e
rivilizacional; três polos de influência mundial que contribuíssem com pistas para o retrato
Hanuilo oue é o mundo hoje e, ao mesmo tempo, permitissem intuir um pouco do mundo
que aí vem. Tentando erguer o tripé de um álbum de impressões, memórias, imagens,
deNo que dí" respeito oo olhar, impôs-se aquele que está lá e que privilegia a experiência
.imoles dos sentidos. No fundo, para quem foi, o mais fundamental desse tempo, aquHo
□ue Xtivamente lhe acrescentou mundo, foi ter ido, ter estado lá realmente, ter dhado
ta. Há muito que se pode aprender em enciclopédias, documentários ou na internet,
(A) pftviilMkMe
|B| confusão
(C) novidade
(D) impaciência
3. Apôs a viagem. • perspetiva do autor sobre as ckJade*. por ek» referidas fo< enriquecida peiu
122
^'«tôesbeíxames nacionais
7 A oração «que vai começar o embarque» (linhas 16 e 17) é uma oração subordinada
9. !■
Proposta D
l OM O texto. Se necessário. consulte as notas.
Carlos Rolhais. «Aprendendo com os erros., XX/, Ter OpMo, Fundação Franctsc<J
(A) lexical.
(B) aspeto-temporal.
(C) frásica.
(D) referencial.
(A) narrativo.
(B) expositivo.
(C) descritivo.
(D) argumentativo.
10. Refira a função sintática desempenhada pela oração subordinada presente em «é inevitável que
vivamos permanentemente sob ameaças» (linha 8).
126
______________________ EXAMES NACt0NAlS
----------------- ——- __
prop°staE
Leia o texto.
Se alguém me perguntar o que é o tempo, declaro logo a minha ignorância: não sei.
Agora mesmo ouço o bater do relógio de pêndula, e a resposta parece estar ali Mas não é
verdade. Quando a corda se lhe acabar, o maquinismo fica no tempo e não o mede- sofre-o.
E se o espelho me mostra que não sou já quem era há um ano, nem isso me dirá o que o
5 tempo é. Só o que o tempo faz.
Que me sejam perdoadas estas falsas profundezas. Nada em mim se dispunha a coxear
atrás do Einstein se não fosse aquela noticia de França: no rio Saõne toda a fauna se
extinguiu por ação de produtos tóxicos acidentalmente derramados nele, e cinco anos serão
necessários para que essa fauna se reconstitua. O mesmo tempo que envelhece, gasta,
destrói e mata (boas noites, espelho), vai purificar as águas, povoa-las pouco a pouco de
10 cSuras, até que cinco anos passados o rio ressuscitadafossaçomum dosn»mom».
glótia e triunfo da vida ‘Xl a quai é iaqui o
neste momento que uma gota de agua se da tant0 a cair( e não cai enquanto a olho
15
pérola suspensa, que devagar vai engrossan Estou n0 jnterior d0 mundo.
fascinado. Rodeia-me um
...........
alude à
3. A associação de ideias estabelecida, a partir da linha 13, entre a água do rio Saóne e a gota de agua
da gruta evidencia
(D) = ™raSW.de„.form3çâodenovaspedrascaicirtas
(A) genenco
(B| pontual.
(C) iterativo.
(D) durativo.
Identifique a função sintática desempenhada pela expressão «o rio Saône» (linha 14).
8.
Proposta F
Leia o texto.
Esta paixão pela língua portuguesa, que aqui confesso, cega não será, superlativa
muito menos. Entendo-a rica, porque vem das boas famílias dos antigos e o que recebeu
multiplicou. Mas nunca afirmarei que é a mais rica ou a mais bela do mundo. Cada povo verá
no seu idioma mais virtudes que em idiomas alheios. Que a disputa, se a houver, seja festiva
5 pois que os idiomas não ocupam espaço e não geram rivais mas poliglotas. Anterior à festa
está, porém, aquilo que dizem História. E a História é bruta e territorial.
Para abordar o assunto do domínio da língua portuguesa sobre os povos são necessários
delicadeza e conhecimento, inteligência e desassombro em dose máxima. Dou-me por
incapaz e renuncio a uma tentativa de discurso. Sei, sim, que houve opressão e apagamento.
0 Mas talvez não nos caiba desculparmo-nos pelos conceitos e ações de antepassados, visto
que não nos assumimos legatários e o continuum moral iá foi cortado. Í...1
No último parágrafo, a ideia de união dos falantes de língua portuguesa é representada através da
associação com
(A) arrogância.
(B) intolerância.
(C) nobreza.
(D) rigidez.
„bal..erS. Illnh3 3le.pl”»"™
a forma
(A) suposíÇã0'
(B) certeza-
(C) ordent-
(P) obrig3^0'
*
(C) anáfora.
(D) catáfora.
9. Indique a função sintática desempenhada pela oração «que houve opressão e apagamento» (linha 9).
25
receio de questionar e
30
1
CAPÍTULO2-LEIWRAEGRAMATICA
1.
mais comuns de ciência eo facto de a
De acordo com a perspetiva expressa pelos autores no terceiro parágrafo do texto, a aproximação à
2.
literatura e à música realça a ideia de que a ciência deve
134
0UBT6ES« EXAMES NAOONA.S
No contexto em que ocorre, a conjunção «mas» está associada a uma ideia de adição
7.
(A) na linha 5.
(B) na linha 9.
8.
6&
Proposta H
leia. texto. Se necessário, consube as notas.
WrealçaasmguUndadednen<aldaodad.d.Mabca
3, Asrefer*neiasaSVdn«e ’' “ ra
(W adescamcte,^^-^
„raicK«""dl"
(C) acomposc acióade.
nHp-se que a ocupa'
(O) o estado de neg- agrafos, depreende-
' ao e do terceiro pa'
ao conteúdo d ulaCionais
Atendendo grupo> P
4. distinta*’"**" hednienloi„te^i.
(A) desen««ia«tas.
!•>
^erediv^P
(D) süge
5.
7. Os complexos verbais «vão cozendo» (linha 18) e «Continuo a procurar» (linha 33) têm um valor
aspetual
(A) durativo.
(B) genérico.
(C) habitual.
(D) pontual.
9. Classifique a oração sublinhada na frase «Quem for senhor de Malaca tem a mão na garganta de
Veneza» (linha 4).
10. Indique a função sintática desempenhada pela oração «para glorificar as bases religiosas da nação»
(linha 31).
138
proposta í
e tewto
—-
S “=ssgSS
~ O rnâ — _ -ArcaqsAtolas
28 S-5S
139
, .c.turae gramática
CAPÍTUL0 2
introduzir um contra-argumento,
(O
reforçar o ponto de vista defendido.
(D)
140
QUESTÕES de Examcc
--------------- exames naci0NA)s
(B) dúvida.
(C) permissão.
(D) necessidade.
(A) tempo.
(B) adição.
(C) condição.
(D) contraste.
Proposta J
Leíaotexto.Se necessário, consulte»*»
142
p* MB* ° primeiro PM^nfo do t»n
I '^^^bdidadede 1
*’'*no*«n.áaha#4t
! í -r ■'trl flm mwk
(A) distinguir expenênc.as smulares que foram vrvtdas por populações de pa.ses eumpe»
(B| comprovar que a rate da palavra «saudade. tem ongem nas ausências aos navegador»
(D) demonstrar que 3S palavras sâo determinadas pela especificidade cultural de cada povo
Ao utilizar a expressão «polis sem,a desbragada, (linha 28), o autor pretende evidenciar
3.
(A) a amplitude do campo semântico da palavra «wudade».
-? 1
144
QUESTÕES DE EXAMES NACIONAIS
$ta K
se necessário, consulte as notas.
Leia otex'
monumentos religiosos, sobreviveram aos milénios, tal como as estátuas dos deuses <í ôs
livros de inspiração divina. A grande mudança teve lugar com a Revolução Industrial, Então,
a pouco e pouco, a banca, a bolsa, o arranha-céus de escritórios substituíram a catedral
paralelamente à crise do sacro, difunde-se a recusa do conceito de pecadoe, eventualmente,
do conceito de culpa. Já não existem tábuas da lei absolutas e imutáveis, e muitos pensam,
depois de Nietzsche, que os conceitos de bem e de mal se estão a desvanecer, tal como a
ideia de demónio e de tentação.
Muitos pensadores laicos constatam que o pensamento progressista triunfa hoje, mas
como que despojado de valores. Ensina a não ser fanático, a ser tolerante, racional, mas, ao
h,â. io aceita um pouco de tudo, o consumismo, a superficialidade da moda, o vazio da
tolpvisão Não consegue, sobretudo, fazer despontar nos indivíduos uma chama que vá
re^^
X^am-^
fran““° ““
NOTAS
2. Na opinião de muitos pensadores, o p«n
(A) falha por não discriminar entre o certo e o errado.
3. No terceiro parágrafo do texto, os autores recorrem a um conjunto de exemplos para mostrar que
(C) a sociedade atual se rege por valores que dignificam a pessoa humana.
4. No excerto compreendido entre «Considera negativamente» (linha 22) e «de abuso» (linha 23), as
formas verbais têm, respetivamente. um valor aspetual
146
QUESTÕES OE EXAMES NACIONAIS
I pique o processo de coesão textual assegurado pelas expressões «No passado» (linha 1). «a pouco
7. pouco» (Unha 5). «Já» (linha 7), «Hoje, a pouco e pouco» (linha 24) e «ainda» (linha27).
147
$
10 ÕÍSs nossos ";e'hores ' daTfeitiotíntesvezes agreste, Camilo tem, na sua longa obra,
com grande mestria, ieva-nos. a partir da vida do autor de Amor de Perdrçoo, através do
acontecimentos do país e do mundo. E sentimos como há um enredo romanesco donde
20
tudo parte, na existência atribulada, e nem sempre evidente, de Camilo. Desde muito cedo,
há tendência para se embrenhar em polémicas, para formular juízos severos, para criar
anticorpos... Em Ribeira de Pena, em 1843, escreve e afixa na porta da matriz versos ofensivos
a uma família importante da vila. Para salvar a pele foge para Vilarinho de Samardã.. Em
1846, devido a uma série de artigos publicados no Porto em que criticava o governador civil
25
de Vila Real, é barbaramente agredido... Foge com Patrícia Emília para a cidade invicta, mas
é acusado por um tio de roubo, sendo ambos presos. Com traços romanescos, porém, o tio
confessará depois que era falsa a acusação, feita apenas para travar a fuga... Em 1850, sai a
lume o primeiro romance do novel autor - Anátema...
30 Estes breves exemplos ilustram uma vida sentimental intensa, que culminará no caso
de Ana Plácido, e uma vida familiar dramática. Este é, no entanto, o pano de fundo de uma
persistência admirável enquanto profissional da escrita. Ele confessa: «Eu inclinava o peito
crivado de dores sobre uma banca para ganhar, escrevendo e tressudando sangue, o pão
de uma família. A luz dos olhos bruxuleava já nas vascas da cegueira. E eu escrevia, escrevia
35 sempre».
Guilherme d Oliveira Martins, «Saber ler os segredos de Camilo», Jornal de Letras Artes e Ideias.
(A) demonstrar que a obra camiliana espelha a vida e a dedicação do autor à escrita.
(B) evidenciar o facto de Camilo ter percorrido diversos locais do país, ao longo da vida,
demonstrar que o escritor foi alvo de diversas perseguições, todas elas «fundadas,
(C)
evidenciar o facto de a vida demasiado atribulada do autor o re. conduzido á
(D)
da matriz. <l«ha 231 e .por um no. 27) desempenham as W»
5. No •rimem
1 os valores aspetuais
expi
perfetivo e genérico,
(A)
perfetivo e iterativo,
(0) imperfetivo e genérico.
(O)
.
6. claMiflque a oraçíomtroduzida por
Proposta A
1. Resposta: (B)
A citação do Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa, põe em evidência o facto de o olfato ser urrj
sentido com características muito particulares, que permite recordar sensações experienciadas pelo
ser humano.
Resposta: (C)
A informação apresentada entre parênteses explica a ideia referida anteriormente, ou seja, por que
Resposta: (A)
No terceiro parágrafo, refere-se, por um lado, a diminuição do número de palavras utilizadas na língua
alemã para designar cheiros diferentes e, por outro lado, a existência de mais de duzentos e cinquenta
termos relativos à sabedoria dos odores no mundo árabe-muçulmano. Através desta comparação,
estabelece-se um contraste entre dois universos culturais.
Resposta: (C)
Resposta: (B)
Nos dois últimos parágrafos, afirma-se que o odor «expõe excessivamente a individualidade» e são
apresentados diversos exemplos para comprovar que o ser humano utiliza odores artificiais para
esconder os odores naturais.
Resposta. (D)
O termo «paisagens» convoca o sentido da visão e o termo «olfativas» convoca o sentido do olfato.
A utilização de uma única expressão para evocar, em simultâneo, sensações de natureza distinta
constitui uma sinestesia.
Resposta: (B)
A palavra «Dessas» refere-se a «cento e cinquenta e oito palavras para designar cheiros diferentes»
Ambas as unidades linguísticas remetem para o mesmo referente, contribuindo par^^^são
referencial.
X. Resposta (B)
a autora parte da Ideia de que a versão curta do filme Os Maias. de . .
“,X'pX’«( «*• *• * "**°da °bra * E'a 7Quepara ***•’• ”■*
2. Resposta (A)
No ‘-cg.. W' rv^re-seque a fidelidade do realizador ao texto começa nas palavras inicia ç
aue eiKre riçoi sequencial na ordenação dos acontecimentos. Refere se, explicitamente, que a y0<
-ar à-jc• nâc se. onfunde com a do escritor. É feita uma referência ao facto de, no filme, as vozer
«r:st estridentes de caricatura», mas sem se estabelecer qualquer paralelismo com a - ■ ■
- f«,< -r ujêi-os Assim, a alínea (A) é a única que apresenta dois aspetos que permitem comr-
.. t - .v-.;.- segue o texto queirosiano com fidelidade.
t Resposta (0)
4. Resposta (C)
5- fte-ipoua (B)
Na pnmwra ocorrência os
•evou a hesitar na sua escolha PO"t0S 'ntr°düZem
uni enunciado em que a autora explica o que a
** ' «tunda M
6. Resposta (A)
—
— •<- I
de uma palavra ou eMOre.ça„
exPressão e'rÓS” refere'se a «Os Maias». A substituição
d„eZ~<;
p,o cnnrtn/r'aiS *Onea' analítica e indireta, com objetivos
-O'const'tuiumaperffrase.
7. Resposta (B)
154
«esoiuções
8. Resposta: «Tudo»
por «que» nao surge demarcada por uma virgula; existe, efetivamente, uma expressão entre virgulas,
mas no interior da oração.
O pronome relativo «que» retoma um termo já expresso na oração anterior, de forma a evitar
repetições. Neste caso, «que» retoma o antecedente «ambientes da época» e desempenha a função
sintática de sujeito da oração (os ambientes da epoca mantêm as suas características).
LEITURA E GRAMÁTICA
CAPÍTUIO1 -LE"
Proposta C
2. Resposta: (A)
par,idas. *.. um. consta P-r gestos que se repetem de cadq ve, qüe „
Xaia. «esse sentido, é pesstve! prever o medo como tudo acontecera.
3. Resposta: (A)
Nos dois últimos parágrafos, refere-se que o autor tinha já criado representações acerca das cidades
que visitou, nomeadamente a partir de informação recolhida em fontes diversas, mas que essas
perspetivas foram enriquecidas pela perceção sensorial da realidade.
4. Resposta: (C)
No terceiro parágrafo, o autor refere-se a uma rotina, a gestos que se repetem em todas as partidas
Neste sentido, o presente do indicativo é utilizado para referir situações habituais.
5. Resposta: (D)
6. Resposta: (B)
156
RESOLUÇÕES
A oraçio «que chegaremos todos ao mesmo tempo» pode ser substituída pelos pronomes taJ
dsso»: «Sei-o»; «Se» isso». Neste contexto, o verbo «saber» é um verbo transitivo direto, istoé,
seleciona um complemento direto que, neste caso, é uma oração subordinada substantiva completiva.
Proposta D
1. Resposta: (C)
que a tecnologia precedeu a ciência, mas que atualmente
No primeiro parágrafo, refere-se i
, deriva da ciência, ou seja, a tecnologia resulta da ciência.
modernidade») é a tecnologia que
2. Resposta: (A)
Segundo o autor, os azares constituem «eventos naturais desfavoráveis» que não podem serev.tados.
3. Resposta: (B)
No terceiro parágrafo, o autor refere que o facto de muitos passageiros saberem que existe um baixo
risco de acidente nas viagens aéreas não os impede de terem medo de andar de avião. Comprova-se
assim, que a perceção do risco depende de fatores psicológicos e não do conhecimento científico.
4. Resposta: (C)
De acordo com o conteúdo do ultimo parágrafo, a ciência enquanto processo intelectual de descoberta
do mundo é inofensivo. O risco decorre da forma como o homem utiliza o conhecimento científico.
5. Resposta: (B)
No contexto em que ocorre, o verbo «proteger» é um verbo transitivo direto e indireto, isto é,
seleciona um complemento direto (proteger alguém - «nos») e um complemento obliquo (de alguma
coisa - «dos riscos»). Através da reescrita da expressão com o pronome pessoal na terceira pessoa do
Plural, obter-se-ia a expressão «protege-os dos riscos». No contexto em que ocorre, o verbo «trazer»
e um verbo trans.tivo direto e indireto, isto é, seleciona um complemento direto (alguma coisa -
com o°SDrriSCOS 6 " COmP'enientO indireto <a - «nos»). Através da reescrita da expressão
com o pronome pessoa! na terceira pessoa do píural, obter-se-ia a expressão «traz-lhes novos riscos»
6. Resposta: (D)
7. Resposta: (D)
158
■
ou «ê verdade»
CAWTUIO1 ~ t G*AMÁrt< A
Proposta E
1. Resposta (B)
De acordo com o conteúdo do primeiro paragrafo, o relogio parado e a imagem refletida nC.
não sao evocados para definir o tempo, mas antes para ilustrar as suas conseouèncias quando aca^
a corda, o relógio para; quando alguém se olha ao espelho, dá-se conta dos efeitos provoca^
passagem do tempo. Esta ideia é reforçada peia frase «Só o que o tempo faz».
2. Resposta (C)
A palavra «coxear» acentua a ideia de que o autor não conhece aprofundadamente as teonas de
Emstein e de que a apropriação dessas teonas exige um esforço significativo. O recurso ã expressão
«falsas profundezas» para autocaracterizar o seu pensamento reforça esta perspetiva.
3. Resposta: (B)
Ambos os exemplos, tanto o da progressiva purificação das aguas do Rio Saõne como o da gota
de água da gruta, comprovam que as transformações acontecem pouco a pouco, num ritmo lento
(«devagar vai engrossando e tarda tanto a cair»).
4. Resposta: (A)
5. Resposta; (D)
•—-—-—
caso, de uma conjunção subordinativa condiciona1
«ata nãoe„;,s™”Pro"°me
6. Resposta: (D)
8 Meia * -«
associada uma certa duração. Nestes casos" o^mrt '"SUnB™a™n,e- seja, a que e
p exo verbal tem um valor aspetual durativo.
7. Resposta: (C)
zz:~r,to"s cxrx
Re$OLUÇÕES
g Resposta: Sujeito
A oração «que devagar vai engrossando e tarda tanto a cair. m ,ato, eiplMv0
A oração «em que ninguém reparará depois» é uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva,
pois tem a função de restringir a informação dada sobre o antecedente («um mísero toco») É de
salientar que a presença da preposição «em» é exigida pelo verbo «reparam: ninguém reparará no
propost.1 F
i. Rpsprr.la (O)
lado que todos os povos consideram a sua língua como a ma.s rica Ou 3
A autora retertb por um
. nunca defendera que a língua portuguesa é superior às restantes Nsste
bela v, pnr outro lado, que A o'*
wntldo, admite ■> valorlwç®» da» outras línguas.
.$e'-c
cí^P
2. RtlpOutd (B)
No ttrroiro parágrafo, reconhece-se que poderá existir quem associe o português a erros do passado
mas ‘.ubllnha %w. acima de tudo, o facto de o contacto com outras culturas implicar sempre uma
tr.irisformaçáo da língua 0P°
3. Rf»%posl.i: (B)
Paru simbolizar .i ligação entre os falantes das diferentes variantes do Português, a autora recorre a
duas Imagens distintas: a de uma tela formada por leves fios resistentes e a do sangue que ocupa o
coraçlo.
4. Resposta (C)
5. Resposta: (A)
7. Resposta: (c)
c
RESOLUÇÕES
que esta
esta oração delimitada oor
surge delimitada
oração surge por vi^ ....
vírgulas
* <^.nt.r
A oração «que houve opressão e apagamento» pode ser substituída pelos pronomes «o» ou
«Seí-O»; «Sei ÍSS0». Neste contexto, o verbo «saber» é um verbo transitivo direto, isto ó, seleciona um
complemento direto que, neste caso, é uma oração subordinada substantiva completiva.
161
Proposta G
1. Resposta (C)
De acordo com os dois primeiros parágrafos, as conceções mais comuns de ciência assoc.am « Clêncía,
à aquisição do conhecimento científico, à capacidade de conhecer o mundo, ao facto de ajudar 0 5er
racional, objetiva.
2. Resposta: (D)
Segundo os autores, o que permite aproximar a ciência da literatura ou da música é o facto de todos
terem acesso a esse conhecimento, tal como todos podem usufruir da literatura ou da música.
3. Resposta: (A)
4. Resposta: (D)
a própria ciência». Neste sentido defende eSC° <<quest,onar não só 0 mundo- mas
fomentando a curiosidade e o gosto pela clênciT " d°S CÍdadãos à ciência se alcan5a
5. Resposta: (A)
164
Ufiposu (B)
1 *
l » «musica. s5o unidades lexicais ,emetem
Í
pari uma mesma *» «a 'eabdade. neste caM. o dom™ pa. „.. K™‘“««M
g Resposta (A)
I Em «A Cultura Científica é um capital que nos permite não apenas ler. mK usulni„ „„ mundo. ,
expressão iniciada por «mas» introduz uma nova característica da cultura cientifica, que se adiciona
A característica enunciada anteriormente («não apenas ler»). Neste caso, a conjunção «mas» é
O determinante possessivo «nossa» aponta para o sujeito da enunciação, neste caso, um «eu»
(integrado num «nós») que implica os outros na perspetiva por ele defendida
(«os consensos»).
Í6S
2. LIITURA r GRAMATICA
CAPÍTULO
Proposta H
1. Resposta: (B)
A afimaç5o .Quen, to senhor de Meto. <em a - ^nta de Venera, sublinha a importjnc
de Mato, em termos eomerdals. nomeadam.nte através do eontroio do eomérco das Bpe«arii
Resposta (C)
No segundo paragrafo, entre outras ideias, o autor estabelece um contraste («Mas não é assim.»)
entre a imagem que antecipara de Melaka (um cruzamento único da humanidade) e a realidade
que encontra (uma cidade anónima e descoordenada, semelhante a tantas outras, marcada pela
separação dos diferentes grupos populacionais).
Resposta: (B)
Resposta: (D)
Resposta: (D)
Portuguesa por Malaca. Muitos dos legaV^ refer'nd° diversos testemunhos da passagem
pouco para recordar a oassao»™ °$ fC5tam encontram-se degradados ou contribuem
d passagem dos português
emoção mais significativa no autnr á * • - ste contexto' 0 legado que provoca uma
™ntalidade, do ma oortU|wês *** d° «*«.
entendido como «a artéria vital da
Resposta (A)
•***“ *"“* J
eu sera. as CM» e associa uma cena te«j, ‘ ' ” “ * •« «ten»
tem jm vator aspetual duratw ‘ v *«« c«w, w comp(txw
VtfgUl3S.
A oração «Quem for senhor de Maiac3» introduzida pelo pronome relativo «Quem» é usada
sem antecedente. Trata-se, pois de uma oração subordinada substantiva relativa que. neste caso,
Proposta I
Resposta. (A)
1.
.r..... o. . I excessiva valorlMçlO dus resultados é associada j urna |)ft
No primeiro parágrafo, a
nAo domina e que torna os ritmos de itlvidade Inaf urar. Neste sentido i
resultados pôe em causa o ritmo de vida natural do ser humano. ’' ’ °COfT]
humano i
os I______
2. Resposta (0)
Ao longo do segundo parágrafo, o autor defende .1 Ideia de que a igitaçlo do quotidiano, vivido <l.
forma demasiado acelerada, condiciona negatlvamente o ser humano A cltüçáo de Milan Kund< ftl
sublinhando também as consequências negativas de um ritmo acelerado, reforça o ponto de vra.i
3. Resposta: (0)
A ideia de que a velocidade impede o sei humano de viver, presente nos vários exemplos apresmt.ido’.
no terceiro parágrafo, põe em evidência a superficialidade d.i vida na atualidade
4. Resposta (A)
Ao longo de todo o texto, procura se enfatizai a importância da lentidão corno forma de combater <i
desumanliaçêo da vida na atualidade. Esta ideia é reforçada no último parágrafo, nomeadamentr na
referência à lentldlo como «antídoto contra a rasura normalizadora»
5. Resposta: (A)
~«CuXTXTrT,ra”'i'r',’J“0‘'“l'ctoi....... ..... .
nospropAm.""
~ „md0. d, uma o ~ .... ..............
6. Resposta (D)
7. Resposta; (D)
8. Resposta: «aí»
168
R^otuçôts
Nocontextoemqueocorre,overbo«condenar»é
um complemento direto (alguém ■ «nos„.'e um l!toé
11
t
A omissão do complemento obliquo daria °’*"'« (a quê.
A oração «que pode ter luz» exprime uma consequência relatixamente ao ferro apontado
oraçao subordinante. É de salientar que essa consequência decorre da correlação estabelecida entre
Proposta J
Resposta. (C)
O. vanos «wmplo< apresentados no primeiro paragr.rfo demonstram que rada língua nOmeia
malldade de forma difere». o que resulta na intraduribllldade de determinados termos.
Resposta. (D)
No segundo parágrafo. refere-se que diferentes povos viveram experiências semelhantes, mas que
essa situação nào implicou a criação de termos equivalentes nas respetivas línguas. Conclui-se que
a língua e influenciada sobretudo por especificidades culturais e não tanto pela vivência de uma
determinada situação.
Resposta (A)
Resposta: (B)
Resposta: (A)
170
resoluções
b) Sujeito
Na alínea a), o pronome «que» retoma a expressão «extensão invulgar». CaS0 se repetisse essa
expressão, a oração corresponderia a «as metáforas alargaram mais a extensão invulgar do termo».
Neste caso, a expressão em causa podería ser substituída pelo pronome «a» («as metáforas alargaram-
na»).
Na alínea b), o pronome «que» retoma a expressão «amores destroçados». Caso se repetisse essa
expressão, a oração corresponderia a «os amores destroçados recordam momentos de idílio». Neste
caso a expressão em causa poderia ser substituída pelo pronome «eles» («eles recordam momentos
de idílio»), É de salientar que este é o constituinte que controla a concordância verbal.
171
X ■
CAPITULO 1 - 1 cm AM ATICA
Proposta K
1. Resposta. (C)
No primeiro parágrafo, os autores estabelecem uma comparação entre □ passado, ma”..;.
fundamental das crenças religiosas, e a atualidade, caracterizada pela valorização d<? ■ ■.
(«a banca, a bolsa, o arranha-céus de escritórios substituiram a catedral»). Defendem que
religiosos «se estão a desvanecer», o que significa que ainda nào desapareceram com;' . ...
. Resposta: (A)
Resposta: (C)
Resposta: (D)
se> as5im, de um
«ésposta: (0| d' perteti».
b) Sujeito
wplWta). a frase perde o seu sentido. É de saiientar pue .dístr^o. mst ~mX
„„me derivado de um verbo transitivo direto (distribuir alguma coisa). Este tipo de nomes exige em
Na alínea b), a oração «que estas coisas ainda existem» é o constituinte que controla a concordância
verbal, desempenhando a função sintática de sujeito (em posição pós-verbal). Este tipo de oração
pode ser substituído pelo pronome «isso» e surge após expressões como «é inevitável», «é possível»
ou «é verdade».
coesão textual.
CAPÍTULO 2 - LEITURA E GRAMATICA
Proposta L
1. Resposta: (C)
Ao longo do primeiro parágrafo, são apresentadas diversas características que comprovam a
singularidade de Camilo Castelo Branco. Especiflcamente no que ao uso da Imgua dir respeita,
valorira-sea sua capacidade de adequar a linguagem às especificidades culturais. Um dos aspetos em
2. Resposta: (B)
No segundo parágrafo, enfatiza-se a ideia de que a obra de Camilo Castelo Branco apresenta uma
visão crítica da sociedade do seu tempo, uma sociedade marcada por contrastes que o autor analisa
de forma consistente, independentemente das suscetibilidades que provoca.
3. Resposta: (A)
Os exemplos evocados nos dois últimos parágrafos dão conta de um percurso marcado por polémicas
e perseguições, por vezes desencadeadas em resposta a atitudes do escritor. Em todo o caso, esses
exemplos servem sobretudo o propósito de demonstrar que a obra de Camilo espelha a sua vida e a
sua extraordinária dedicação à escrita.
4. Resposta: (B)
No caso da primeira expressão, o verbo «afixar» é um verbo transitivo direto e indireto, isto é,
seleciona um complemento direto (alguma coisa - «versos ofensivos a uma família importante da
vila») e um complemento oblíquo (num determinado local - «na porta da matriz»). A omissão do
complemento oblíquo daria origem a uma frase de sentido incompleto («afixar» é «afixar alguma
coisa num determinado local»), É de salientar que este complemento não pode ser substituído por
«lhe». No que díz respeito à segunda expressão, trata-se de um grupo preposicional iniciado pela
preposição «por», que se segue a uma forma verbal na passiva («é acusado»). As expressões deste
tipo desempenham a função sintática de complemento agente da passiva.
5. Resposta: (D)
A oraçâo «que não foi ainda ultrapassado» apresenta uma informação adicional e facultativa acaraa
? Resposta: 1) Sonorização
2) Síncope
sonorização- A supressão de um som no meio da palavra, neste caso, do som representado pelo
175
CAPÍTULO
escrita
cApítvlo ?
um ponm _,^,do. 00
—
Proposta B
A0^«.1^.en,n{aem^is|re^.po«.1eos.»uou.roSltema»Um.doumpapelin,ponante
um ponto de vsta pessoal sobre a importância dos ideais para os jovens, na atualidade
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com,
Proposta C
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, defenda
uma perspet va pessoal sobre a importância da evasão da rotina nos dias de hoje.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com,
Proposta D
Relotono paro a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, 1998, p. 11.
178
..--------------- ----- QUÇSTÔts DE EXaiu
——- M_lSNACtON^s
prop°sta E ■ -
proposta F
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, defenda
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com
Proposta G
«A memória age como a lente de uma câmara escura; reduz todas as coisas e, dessa forma,
Será que a memória permite sempre construir uma imagem idealizada do passado.
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, defenda
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles c
Proposta I
Desde sempre, a música tem feito parte da vida do ser humano.
Proposta J
«Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.»
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e
No seu texto:
180
proposta K
No seu texto:
enriquecimento cultural.
que os fluxos migratórios, tão frequentes no mundo atual, permitem sempre um enriquecimento
nq< enta palavras, defenda uma perspetiva pessoal sobre a questão apresentada
No seu texto:
- explicite, de forma clara e pertinente, o seu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumentos,
HaBÓgl
. se O carácter Peda co que
® .®nsa> Considerou-se ublICàçàn . 6nha
que esta Papresem'
se pretendepertinente
Assumindo de resposta - exempios, sob a forma de tóp1C05 r SlJã‘.
natureza ou argumentos
pontos de veta, de s sugestões constrtuen, apenas
" o objetivo de ^Suiram-se trêa planos d.st.ntos, cada um defe ad- "*
ÍXu» "« íX X"" -bre o mesmd tenta
adequ
deompon®06 ju um exemplo de resposta, evidenciando
sssss-
Proposta A
f umento
nento
estímulos sensoriais que
enriquecimento dos conhecimentos culturais e
científicos.
permitem
Exemplo(s)
i sensações visuais, auditivas e olfativas que j Há sensações que proporcionam mom
>oder de tranquilizar, acalmar, apaziguar o prazer e de descontração: contemnh
H • nomeadamente o mar. os campoT
ntos de
*** a
^Argumento Exemp|o($)
’ er humano é manipulado pela constante | Existem camn
posição a estímulos sensoriais que influenciam seduzem o c^d^^ a^vas qüfe
Hipótese 3
183
.ÜÍW9"9 a nortear a sua vida por idear, ^***'
Exemplo(s) —-
2.» Argumento entem que são cidadãos I Muitos jovens participam em
|Na atualidade, °^SS preparados para aceitar o , escolares ou em projetos como o Era^T^
do mundo, estando m Mestrados ou Doutoramentos nn "reahzam
outro nas suas diferenças. o no estran^
facilidade com que estes X»"*'
*’ Argumento
estacionar?
Como tem vindo a ser defendido, o ser humano precisa
Conclusão de equilíbrio físico e mental, o que, muitas vezes, implica a
fuga ao quotidiano ritualizado, razão pela qual a evasão é
não só importante, mas fundamental para o seu bem-estar.
cAPHIHO’ escrita
proposta D _ _ _ — —-------------- - —_
‘"""'"mn.pnràneu, a educação continua a ser um fafr determhant/^^J
L mundo «>nternpu,"^iUStas
................................. •-------------------------------------- ns M
---------------------------
I
~ Em disciplinas “™^<órlae ]
alunos ficam a conhecer <J
n^cciri^ se
passado, _ .lutou ne|a'-J
cr si
SltuaÇões e* es- os
1 totalitários; têm também^' X”
z. Argumento Xmplo(s)CU
naemaísjusta.
1 físicos, socioeconómicos ) gí
píüpOStS
Exemplo(s)
Lualniente, o ser humano vive a um ritmo Frequentemente, os pais não têm tempo para
___
alucinante, entre uma
dividido ontra uma imanei«45r>
imensidão se dedicar - filhos; podem até dar-lhes todas
---- ---aos
-- ---------- --- * I ---- QlC uariitcd iuu<n
j solicitações de vária ordem, não prestando a | as comodidades que o dinheiro pode pagar, mas
devda atenção a aspetos fundamentais da vida. não sabem, não podem ou não querem passar
diariamente uns minutos a brincar, a falar e a rir
com as crianças e os adolescentes, o que seria
essencial para cimentar os laços afetivos no seio
I familiar e estimular o diálogo.____________________
Proposta F
Ponto de vista
No mundo global em que vivemos, a aprendizagem de líneua<
importância.
1.® Argumento Exemplo(s) •
Atualmente, as pessoas não estão confinadas às As pessoas
fronteiras do seu país, nomeadamente no espaço e facilidade c,panT com a
europeu, e a mobilidade proporcionada pelos projetos como^p 'ntercárTlt‘Os
a FEsrlmus-
estudos e pelos desafios profissionais exige que ( ou especiaiiz- l
os indivíduos saibam comunicar em outras línguas as siia< °es rno
lçoes ‘° ^tranpifcU=
a/ém da iingua materna. ptuHssoes noutra R r°- e,
enfermeiros, engenheiro»^ (j|H
domínio de línguas * ° que
Z« Argumento Exemplo(sf ~ esJr?28eiras
Como vivemos num mundo global, em que hâ I - Somos um
livre circulação de bens e de pessoas entre muitos riqueza O P3'S qUe tern n
países, a aprendizagem de outras línguas favorece r tonht-*<’'mento
o conhecimento de culturas diferentes e, nesse Vl " nWntal
sentido, o acolhimento e a aceitação do outro 1 *
Nas -'uno» de Outrx
“Por Penodas de
'omumcaçào.,,. l( . rJ4lr-ul<SJ
i -;re^
ocorre"* o- primei , 1 "^rsah
-1300,^1
•^nJSit^alamesdo
Proposta G
I Ponto de vista
A memória perspetivada
proposta H
Ponto de vista
0 desejo de alçada, umj v
!•'ArSume'lto " ~ bem
-171 comum
Ao pugnar pelo bem comum, o indivíd Exempl0(sy
está a lutar pela melhoria das dU° ta"*ém | Com a
v|da. -as co„diçaes de em ,utw labows qu com a
fleuma colsa w“^*S"”*hta.
Proposta I
Ponto de vista
A música foi sempre importante para o bem-estar do ser humano. No passado, a música constituía um
fator que propiciava a união entre as pessoas, sobretudo em espaços de convívio social; hoje, com o
advento das novas tecnologias, ela chega a todos e a toda a hora, assumindo papel de destaque na vida
'empenhadosna realizaçãodeoutras»s
se desenvolve erninle1.J<„io<.O(„0So
Ohomem é um ser relacional esocial, que se constrói e se desei
, cr.dou.-.u^.i • ■ ,ll)portâ
' numan n* I
/que a comunicação através da linguagem verbal, seja ela
/sua vida. A palavraé^jisslm, um instrumento poderoso e
l.rArgumento _ a manipulação
|È*empl o(s} psicológica exercida por Um . H
/Ponto oe •-
elementos rio casal, através de insultos n H ■
/Por um lado, as palavras podem ser agressivas linguagem depreciativa ou agressjva ‘ df? I ■
como um
destruir a harmonia e, ta!
«punha!»entre ascomo um «incêndio»' /
pessoas. também, com alguma frequência, uma f tU,|! |
de violência no namoro e entre c' rjrnría| |
/ originando ruturas na comunicação e dniU8es’|’ I
proposta K
de vista
P ra vista* os benefícios do desenvolvimento científico e tecnológico superam os aspetos negativos,
Ãpfirnef não esquecer que, tal como as duas faces da mesma moeda, também a utilização
COnV^uada dos avanços e das descobertas da ciência e da tecnologia poderá tornar-se prejudicial ao
de um