Critérios de Correção - Prova-Modelo 2

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Critérios de Correção – Prova-Modelo 2

Grupo I

NOTA: É necessário a identificação na folha de resposta a parte correspondente ao texto


selecionado para a correção da Parte A do Grupo I.

Caso não seja identificada, a cotação dada às respostas do aluno para a Parte A do Grupo I
deverá ser de 0 pontos.

Se forem apresentadas respostas a itens de percursos diferentes, nomeadamente às partes A1,


A2 e/ou A3, apenas serão classificadas as respostas da opção que surgir em primeiro lugar. A
todas as outras respostas será atribuída a classificação de 0 pontos.

Parte A1 – O Ano da Morte de Ricardo Reis

1.- Devem ser abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
• Apesar de ter prometido a si própria que não regressaria a casa de Ricardo Reis, Lídia
não resiste a vir desabafar com ele a situação complicada em que se encontra o seu
irmão Daniel.
• Ricardo Reis consola-a com palavras banais e ocas de sentimento.
• Não há reciprocidade na relação amorosa: Lídia é sincera e espera o carinho de Reis,
porém este mostra-se incapaz de corresponder verdadeiramente a essas expectativas.

2.- Devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:


• Ricardo Reis limita-se a presenciar o mundo que o rodeia, não intervindo no curso dos
acontecimentos.
• Aceita os factos como eles são e resigna-se perante o destino reservado ao mundo, dado
que um dia esse mundo acabará e nós com ele.

3.- Por exemplo: «É que, interrompeu-se para enxugar os olhos e assoar-se, é que os barcos vão
revoltar-se, sair para o mar, Quem to disse, Foi o Daniel em grande segredo, mas eu não consigo
guardar este peso para mim, tinha de desabafar com uma pessoa de confiança, pensei no senhor
doutor, em quem mais havia de pensar, não tenho ninguém, a minha mãe não pode nem
sonhar.», ll.13-17.
Nota: Outros excertos também são válidos para a questão.

Justificação (indicação de um dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes):


• a pontuação adequa-se ao ritmo prosódico da oralidade, através de pausas de
respiração, representadas pela vírgula (pausa breve) e pelo ponto (pausa longa).
• as maiúsculas auxiliam a identificar as vozes presentes no texto.

Parte A2 – Memorial do Convento

1.- Devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:


• Baltasar e Blimunda vivem uma história de amor excecional, estabelecem um
relacionamento de dádiva incondicional e recíproca, de complementaridade, de união
espiritual e física.
• O seu amor puro vive à margem do convencional, está acima das leis sociais da época,
possui uma dimensão especial e única.

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2.- Devem ser abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
• Baltasar pressente que Blimunda guarda algum «mistério», pondo a possibilidade de ela
ter herdado da mãe dons extraordinários.
• Suspeita de vários factos, como, por exemplo, o facto de Blimunda ter obrigatoriamente
de comer pão em jejum
• Baltasar em breve descobrirá que as suas suspeitas são fundadas e que Blimunda tem a
capacidade excecional de ver pessoas e objetos por dentro.

3.- Por exemplo: «Não me faças isso, e foi o grito tal que Baltasar a largou, assustado, quase
arrependido da violência, Eu não te quero fazer mal, só queria saber que mistérios são, Dá-me
o pão, e eu digo-te tudo, Juras, Para que serviriam juras se não bastassem o sim e o não, Aí tens,
come, e Baltasar tirou o taleigo de dentro do alforge que lhe servia de travesseira.» (ll. 26-30)

Nota: Outros excertos também são válidos para a questão.

Justificação (indicação de um dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes):


• a pontuação adequa-se ao ritmo prosódico da oralidade, através de pausas de
respiração, representadas pela vírgula (pausa breve) e pelo ponto (pausa longa).
• as maiúsculas auxiliam a identificar as vozes presentes no texto.

Parte A3 – Ricardo Reis

1.- Devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:


• A relação entre «nós» e o «Tempo» estabelece-se através de Cronos, deus que devora
os seus filhos.
• O «Tempo» é uma figura de autoridade (um «pai») a quem o «nós» se submete. É a
consciência desta submissão que faz com aceitemos as leis do tempo e com elas nos
conformemos, envelhecendo.

2.- Devem ser abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:

O uso do modo conjuntivo com valor imperativo (na 1ª pessoa):


• tem um sentido de exortação a um «nós», visando comportamentos a seguir;
• confere ao texto um tom didático onde estão presentes ensinamentos/orientações de
vida;
• estabelece princípios que podem configurar uma filosofia de vida.

3.- (Exemplo de resposta) Palavras como «plácidas», v.1, «Tranquilos, plácidos», vv.14-16,
«calmos», v. 40, entre outras, acentuam a ideia de calma e de tranquilidade que percorre o
poema. Deste modo contribuem para afirmar no texto a centralidade do tema do sossego, sem
qualquer perturbação, entendido como ideal de vida, ou caminho a seguir, durante o percurso
do «Tempo».

Parte B

4.- Identificação do destinatário: D. Sebastião.

Justificação: Referência do facto de Camões já se lhe ter dirigido na Dedicatória.

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5.- Devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:

Camões oferece-se ao rei:


• para o servir,
• para lutar por ele, com a experiência da guerra,
• para o louvar através do canto, a experiência da criação literária,

6.- Devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:

Tanto nestes versos como na última estância da Proposição:


• se comparam os Portugueses com os antigos gregos e romanos – para realçar a
superioridade dos primeiros;
• Camões promete cantar os feitos gloriosos de um herói – no caso da Proposição, do
povo português, e, no caso dois últimos versos da terceira estrofe, do rei D. Sebastião.

NOTA: É necessário a identificação na folha de resposta a parte selecionada para a correção da


Parte C do Grupo I.

Caso não seja identificada, a cotação dada às respostas do aluno para a Parte C do Grupo I
deverá ser de 0 pontos.

Se forem apresentadas respostas a itens de percursos diferentes, nomeadamente a ambas as


partes C1 e C2, apenas serão classificadas as respostas da opção que surgir em primeiro lugar.
A todas as outras respostas será atribuída a classificação de 0 pontos.

Parte C1 (Proposta de resposta)

Introdução

Alberto Caeiro e Ricardo Reis têm visões do mundo muito diferentes.

Desenvolvimento

Se, por um lado, Caeiro defende o primado das sensações, isto é, o sentir naturalmente tudo o
que a Natureza tem para oferecer, sem pensar no devir, apenas no presente; Reis dedica tempo
e racionalismo à perspetivação da Vida e do seu passar. O poeta clássico defende o ‘carpe diem’
típico da vivência tranquila do curso da vida (estoicismo), mas com a consciência plena da sua
brevidade e efemeridade.

Caeiro prefere não fazer interpretações da realidade («Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la»); Reis,
pensando sobre a duração curta do que é terreno, opta por convidar a amada a partilhar um
momento de amor sereno («Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio»), sempre ciente do seu
fim.

Conclusão

Estas são duas formas de sentir, tão próprias e tão caracterizadoras de cada um destes
heterónimos.

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Parte C2 (Proposta de resposta)

Introdução

Embora com dois séculos a separar as duas obras em análise, tanto a crónica de Fernão Lopes
como a epopeia camoniana apresentam em comum um tom épico e o mesmo tipo de heróis.

Desenvolvimento

a) Efetivamente, Fernão Lopes, autor do século XIV, considerado o primeiro historiador


português, exalta na Crónica de D. João I um herói coletivo – o povo português, na luta pela
independência nacional. Contudo, e à semelhança de Camões, não deixa de evidenciar alguns
heróis individuais, como é o caso do mestre de Avis ao assumir a liderança dos lusitanos na luta
contra os castelhanos.

b) Também Camões destaca Vasco da Gama como herói individual, ao comando dos
navegadores portugueses, ainda que representando todo um povo cuja determinação e
heroísmo foram essenciais no desvendar dos mares e em particular na descoberta do caminho
marítimo para a Índia.

Conclusão

Assim, pode dizer-se que os dois autores, nas obras referidas, elegem o povo português como
herói coletivo, se bem que também destaquem aqueles que lideraram as ações narradas.

Grupo II

1.- D
2.- C
3.- C
4.- Oração subordinada substantiva completiva.
5.- C
6.- B
7.- C

Grupo III (Proposta)

Introdução

Formulação de um ponto de vista sobre a fama e os famosos na sociedade atual.

Desenvolvimento (argumentos possíveis)

a) A fama não resulta de uma ação relevante, mas de modas mediáticas sempre muito voláteis
(exemplo: é-se famoso por participar em programas televisivos degradantes, ou de interesse
duvidoso vulgarmente designados como «reality shows»).

b) A fama não resulta de qualidades intelectuais (exemplo: distinções nacionais internacionais


em domínios como a educação, a ciência, a tecnologia, a medicina, etc.) ou de ações relevantes
para a sociedade, mas exclusivamente de qualidades de natureza física (exemplo: a beleza física,
apurada em concursos do género).

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c) A fama deve ser a consequência de ações que nobilitem quem as pratica e que sejam motivo
de orgulho para o país, que assim se vê, a si e aos seus, destacado no mundo (exemplo: os feitos
desportivos em competições internacionais; a eleição para cargos políticos de prestígio
internacional, como secretário-geral da ONU, presidente da comissão europeia, presidente do
Eurogrupo, etc.; a escolha para prémio Nobel; a eleição para uma grande corporação
internacional…)

(Nota: Outros argumentos são possíveis.)

Conclusão

Orientada para o ponto de vista defendido na introdução (a frivolidade/ligeireza com que é


mediaticamente encarada versus o reconhecimento sério de contributos de pessoas que
alcançam a fama devido à relevância (social, política, económica, cultural, científica…) do seu
trabalho.

Nota: o aluno deve fundamentar o seu ponto de vista através de, no mínimo, dois argumentos,
cada um deles ilustrado com um exemplo significativo.

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