Crónica - História Sem Palavras
Crónica - História Sem Palavras
Crónica - História Sem Palavras
E sigo pela rua fora – outra rua –, entro numa loja. De cesto
metálico na mão (estamos na era do metal) escolho caixas,
latas e latinhas, sacos. Tudo aquilo é bonito, bem arranjado,
atraente, higiénico, impessoal. A menina da máquina
registadora recebe a nota, dá-me o troco. Ausente, abstrata.
Verá sequer as caras que desfilam diante de si? Apetece-me
dizer qualquer coisa, que o troco não está certo, por exemplo.
Que me deu dinheiro a mais. Ou a menos. Mas não digo nada.
As máquinas sabem o que fazem. As meninas das máquinas
também.
1 encapelado: agitado