Descorna Plastica Amputação

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TÉCNICA OPERATÓRIA N2

21/05/19 – ANA KELLEN

DESCORNA PLÁSTICA

CIRURGIAS DOS ANEXOS CUTÂNEOS DE BOVINOS

Anatomia: chifre está no processo cornual ósseo/pneumático aderido pelas papilas


dérmicas.

Importante lembrar dos Seios: pode acumular líquido, hemorragia e causar sinusite;
esquírolas ósseas.

Desenvolvimento dos cornos: início são botões que são epitélios modificados. Até os
primeiros 15 dias, o botão não está aderido aos ossos(importante para mochar
bezerros novos até 15 dias pois ainda não está aderido ao processo cornual).

INDICAÇÃO PARA DESCORNA:

➢ ELETIVOS: comportamento agressivo do animal; segurança no manejo (chifre


grande atrapalha a alimentação no cocho); depreciação de couro; danos a
carcaça no próprio animal ou em outro animal.
➢ NÃO ELETIVOS (emergenciais): fraturas; conformação (chifre everteu o
sentido); tumores de base de chifre (carcinoma de células escamosas é mais
comum).
Jejum é fundamental para que o processo ocorra dentro do esperado (animal
preso no curral e o curral sujo/limpo, fossa para-lombar profunda e ruminação →
indicativos de jejum ou não).

CONTENÇÃO QUÍMICA: xilazina 2% → dose 0,05 – 0,2 mg/kg. A dose difere para
Bos taurus e Bos indicus, onde Bos indicus é mais sensível, permitindo até uma
dose inferior.

Cuidado com Xilazina: para fazer efeito no organismo precisa se ligar a receptores
que é o mesmo da adrenalina, animal estressado tem muita adrenalina, que chega
primeiro aos receptores. Logo, a xilazina fica muito tempo na circulação, e faz um
efeito rebote + jejum (+24h)+ animal grande faz miosite → animal não tem força
para levantar → animal tem de ser eutanasiado.

CONTENÇÃO FÍSICA: após xilazina e animal deitado: amarra membros pélvicos +


cabresto na cabeça e por baixo da língua, amarrando na peia do membro pélvico.
Tem que deixar o animal na posição mais esternal para ter cuidado com nervo
RADIAL. Após a contenção, faz-se tricotomia ampla, cuidado com antissepsia.

BLOQUEIO: realizado no nervo cornual. Passa pelo processo zigomático – palpa a


fossa, e um pouco acima da fossa, agulha perpendicular com 5mL lidocaína sem
vasoconstritor, bem profundo, fazendo leque na base do chifre (em torno de 25mL
por corno).

Seguindo: antissepsia prévia e definitiva.

TÉCNICA CIRÚRGICA: incisão elíptica na base do chifre. Há 2 técnicas: fazer incisão


tanto na parte cranial como na parte caudal. Tomar cuidado com essa incisão, pois
se pega muito longe da base, às vezes não tem pele para recobrir. Então a incisão
deve ser o mais próxima da base do chifre. Na parte dorsal pode aprofundar devido
a grossura do couro, mas na parte ventral tem mais vasos correndo abaixo, então
fazer incisão só de pele.

Outra técnica é: fazer a incisão cranial, dissecação, serração do chifre e depois faz a
incisão posterior.

Após incisão, vai dissecando rebatendo a pele e fazer o corte com a serra.

Serra: deve ser angulada. Para fêmeas a cabeça deve ficar mais triangular (face fica
mais feminina), enquanto para macho, deixamos a face mais quadrada. Após 70%
serrado, é aplicado força para quebrar.

Lembrar de remover as esquírolas, até os que estão aderidos, que podem vir a ser
reconhecidos como corpo estranho → deiscência, fístula, infecção.
SUTURA: REVERDIN/FESTONADA. E ainda um ponto simples entre os espaços do
reverdin que é mais espaçado para não correr risco de miíase.

Na incisão, como é feito em formato elíptico, próximo da curva menor, a síntese


deve ser feita um pouco mais próxima para ir fazendo um raio, e no final ficar tudo
fechado. Se não, se você faz em toda a ferida, 0,5 centímetro paralelo da incisão
em toda a ferida, no final a parte de cima fica com mais pele, deixando uma cicatriz
feia. O raio de dentro deve ser um pouco menor.

No primeiro ponto, deve ser muito profundo, pois é onde há a veia de grande
calibre, a agulha deve entrar profundamente (2 primeiros pontos). A dermorrafia é
feita com agulha em S + fio de algodão ou nylon. Após 15 dias retira os pontos.

IMPORTANTE: remoção de pele deve ser pouca para conseguir fechar a ferida;
incisão superficial aspecto ventral (devido os vasos muito calibrosos); ângulo da
serra para fêmeas e machos diferentes (machos mais quadrado e fêmeas mais
triangulares); esquírolas ósseas (sempre remover). Dermorrafia sempre com
REVERDIN (grande pressão) com ponto simples entre os espaços. Fios : sempre
usar não-absorvíveis: ALGODÃO ou NYLON.

Pós-operatório: ATB: no dia → penicilina/oxitetraciclina + AINE’s (no dia) +


curativos deve ser diário + retirada dos pontos. E se houver alguma complicação
pode seguir ATB no outro dia.

Animais descornados devem se manter juntos e separados dos animais com chifres
pois estão em período de adaptação.

CICATRIZAÇÃO POR SEGUNDA INTENÇÃO: complicação → quando não tem como


fechar (pouca pele) ou quando ocorre deiscência (que ocorre principalmente por
falta de manejo adequado e esquírolas ósseas e essas provocam sinusite).

Hemorragia, não é tão comum de se ver com a técnica adequada apesar da cirurgia
ser muito cruenta.
MOCHAÇÃO: realizar em animais de no mínimo 5 dias e no máximo 15 dias pois o
botão não está formado ainda. A cauterização pode ser química ou térmica.

Contenção química com bloqueio anestésico local em botão (5mL). Mochação


térmica (ferro quente e inserido na base para queimar. E a química é com produto
à base de soda, por exemplo. É muito melhor realizar mochação do que o
procedimento cirúrgico pois é menos invasivo e mais eficiente (questão de
economia e manejo). Pós-operatório também é bem mais simples.

AMPUTAÇÃO DE DÍGITO: anatomia de dígito: banda coronária + muralha + talão +


linha branca + sola + espaço interdigital e pinça. Sola é muito sensível, por isso
ocorre muito problema (processo infeccioso).

LOCAL DE INCISÃO: Amputação ocorre entre 1º e 2º falange.

QUANDO REALIZAR:

✓ pododermatite séptica;
✓ artrite séptica da AIFD (articulação inter-falangeana distal) e AIFP;
✓ complicação de úlcera de sola (comum em fazenda de gado de leite).
Evita-se ao máximo realizar amputação principalmente em gado de leite (tempo de
vida maior). Pois pode ocorrer fratura patológica no outro membro devido
sobrepeso compensatório.

JEJUM ADEQUADO, pois a contenção é em decúbito dorsal com cabeça em região


mais baixa e evitando os membros abertos para a lateral. Lembrar de usar peia
para não ocorrer isquemia e não comprometer o nervo RADIAL.**

Outro tipo de contenção física são os bretes de contenção.


PREPARAÇÃO: limpeza do membro (sabão) em toda a área, principalmente entre
os dígitos;

BLOQUEIOS ANESTÉSICOS: antes do bloqueio se faz garrote para regurgitar o vaso.


Há 2 técnicas, dorsal (20 mL de sangue é retirado e aplica 20mL de lidocaína); 2º
opção na região plantar, acima dos paradígitos, na região próxima ao nervo (não
precisa aspirar o sangue, já que não é IV). O garrote tem que ser rápido para não
gerar isquemia. Não precisa de vasoconstritor.

Faz-se uma incisão preservando ao máximo a banda coronária, pois a ideia é que o
epitélio forma uma toco formando um epitélio queratinizado, deixando mais
confortável para o animal. É feita uma incisão ao redor de todo o dígito: aspecto
axial, abaxial, dorsal, plantar/palmar. Dissecação e divulsão da pele para acessar a
articulação INTERFALANGEANA PROXIMAL. Desarticular a articulação. Depois de
desarticular, remover todos os tecidos e sutura com retalho cutâneo (Wolf para
evitar hemorragia da região). Após sutura, deve ser feita uma bandagem
compressiva no dígito e impermeabilização do curativo (unguento preto).

Garrote é feita para a anestesia IV e para fazer a cirurgia para evitar a hemorragia.
Na hora de soltar, soltar sempre devagar pois dói o retorno da circulação.

O dígito mais utilizado é o externo, o abaxial, logo, mais preocupante se tivser que
amputar.

Pós-operatório: ATB + AINE (primeiro dia) + troca de curativo (6 dias passar o


animal em pedilúvio e tudo certo par gado de corte; para gado de leite o curativo é
trocado).

Complicações: a principal complicação é contaminação por ineficiência da


bandagem causado osteomielite, deiscência de ferida, sobrecarga do outro dígito
(principalmente em gado de leite, tanto do dígito quanto do membro contalateral).

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