Atlas de Parasitologia
Atlas de Parasitologia
Atlas de Parasitologia
VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL
compromisso com você
www.crmvmg.org.br
Editorial
Caros colegas,
A Escola de Veterinária da UFMG e o Conselho
Regional de Medicina Veterinária e Zootecnia de Minas
Gerais têm a satisfação de apresentar à comunidade ve-
terinária e zootécnica mineira um volume dos Cadernos
Técnicos inteiramente dedicado à Parasitologia Veterinária.
Este primeiro fascículo de 2019 mantém a parceria e o
compromisso entre as duas instituições quanto à Educação
Continuada da comunidade dos médicos veterinários e
zootecnistas de Minas Gerais. Alguns parasitos, em dife-
rentes classes de hospedeiros domésticos, têm se mantido
em relevância, a despeito das estratégias preventivas, com
a crescente intensificação das criações e a ocorrência da re-
sistência. A estratégia preventiva baseada em quimioterapia
tem sido cada vez mais evitada, em razão dos resíduos e
seus impactos às saúdes animal, humana e ambiental. Desta
forma, até a obtenção de alternativas de controle validadas
em pesquisa, muitas criações domésticas estão mais vul-
neráveis ao parasitismo. A avicultura, por exemplo, com a
crescente busca por criações sem aditivos e em condições
de bem-estar, especialmente na Europa, tem experimen-
tado o ressurgimento de parasitos ausentes por décadas,
por exemplo Ascaridia galli em galinhas poedeiras e fran-
gos criados soltos e sem medicação preventiva. Objetiva-se
a revisão dos principais parasitos de ocorrência no Brasil,
de relevância em animais domésticos e proporcionar in-
formação de apoio à rotina de identificação preliminar. O
Universidade Federal atlas está fartamente ilustrado e organizado em grupos ta-
de Minas Gerais
xonômicos, em artrópodos, protozoários e helmintos, com
Escola de Veterinária
Fundação de Estudo e Pesquisa em a descrição morfológica mais importante para a identifica-
Medicina Veterinária e Zootecnia ção, incluindo as informações básicas sobre a taxonomia.
- FEPMVZ Editora Acredita-se que o volume em Parasitologia Veterinária che-
Conselho Regional de
Medicina Veterinária do ga em boa oportunidade para a atualização em parasitolo-
Estado de Minas Gerais gia e que poderá ser adotado como material de consulta na
- CRMV-MG rotina de trabalho.
www.vet.ufmg.br/editora
Correspondência: Méd. Vet. Bruno Divino Rocha
FEPMVZ Editora Presidente do CRMV-MG - CRMV-MG 7002
Caixa Postal 567 Profa. Zélia Inês Portela Lobato
30161-970 - Belo Horizonte - MG Diretor da Escola de Veterinária da UFMG - CRMV-MG 3259
Telefone: (31) 3409-2042
Prof. Antonio de Pinho Marques Junior
E-mail: Editor-Chefe do Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia (ABMVZ) -
[email protected]
CRMV-MG 0918
Prof. Nelson Rodrigo da Silva Martins
Editor dos Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia - CRMV-MG 4809
Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais - CRMV-MG
Presidente:
Méd. Vet. Bruno Divino Rocha - CRMV-MG nº 7002
E-mail: [email protected]
CADERNOS TÉCNICOS DE
VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
Edição da FEPMVZ Editora em convênio com o CRMV-MG
Fundação de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinária e
Zootecnia - FEPMVZ
Editor da FEPMVZ Editora:
Prof. Antônio de Pinho Marques Junior
Editor do Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia:
Prof. Nelson Rodrigo da Silva Martins - CRMV-MG 4809
Editores para esta edição:
Júlia Angélica Gonçalves da Silveira
Ricardo Nascimento Araújo
Editores associados:
Cintia Aparecida de Jesus Pereira
Gabriel Cerqueira Alves Costa
Hudson Andrade dos Santos
Marcos Pezzi Guimarães
Múcio Flávio Barbosa Ribeiro
Rodolfo Silva Moreira Cezar
Walter dos Santos Lima
Revisora autônoma:
Giovanna Spotorno
Tiragem desta edição:
1.000 exemplares
Layout e editoração:
Soluções Criativas em Comunicação Ldta.
Impressão:
Imprensa Universitária da UFMG
Colaboradores:
Cintia Aparecida de Jesus Pereira:
Bióloga. Professora adjunta Departamento de Parasitologia – Instituto
de Ciências Biológicas, UFMG.
Gabriel Cerqueira Alves Costa
Biólogo. Doutorando. Departamento de Parasitologia – Instituto de
Ciências Biológicas, UFMG.
Hudson Andrade dos Santos
CRMV/MG 5158. Médico Veterinário, Técnico Administrativo. Depar-
tamento de Parasitologia – Instituto de Ciências Biológicas, UFMG.
Marcos Pezzi Guimarães
Médico Veterinário, Professor aposentado. Departamento de Parasitolo-
gia – Instituto de Ciências Biológicas, UFMG.
Múcio Flávio Barbosa Ribeiro
CRMV/MG 0453. Médico Veterinário, Professor aposentado. Departa-
mento de Parasitologia – Instituto de Ciências Biológicas, UFMG.
Rodolfo Silva Moreira Cezar
CRMV/MG 17131. Médico Veterinário, Doutorando. Departamento de
Parasitologia – Instituto de Ciências Biológicas, UFMG.
Walter dos Santos Lima
CRMV/MG 1326. Médico Veterinário, Professor Titular. Departamen-
to de Parasitologia – Instituto de Ciências Biológicas, UFMG.
Os parasitos acompanham seus hospe-
deiros há milhares de anos. Com a domes-
ticação dos animais e o desenvolvimento
de sistemas de produção mais modernos,
as criações vêm sendo mantidas em áre-
as cada vez menores, fazendo com que a
densidade populacional fosse aumentada
consideravelmente. Estas características
aumentaram a disponibilidade de hospe-
deiros e favoreceram a transmissão de pa-
rasitos, tornando as preocupações com o
parasitismo em animais cada vez maiores.
Nas últimas décadas, os avanços no
desenvolvimento de diferentes compostos
antiparasitários e formas de manejo dos
animais foram notórios e, indiscutivel-
mente, foram essenciais para manter pa-
rasitos em níveis aceitáveis. Entretanto,
para que um controle sanitário visando
o combate ao parasitismo possa ser efi-
ciente, ainda é crucial que os veteriná-
rios responsáveis tenham conhecimen-
tos morfológicos a ponto de identificar
quais são os organismos com potencial
para causar problemas em cada sistema
de produção para que, em seguida, use os
conhecimentos sobre sua biologia para
decidir quais medidas de controle serão
utilizadas.
Este atlas vem nesse sentido. O prin-
cipal objetivo é auxiliar os profissionais
a identificar os principais parasitos de
importância veterinária que acometem
animais domésticos no Brasil. O atlas
foi dividido de acordo com os princi-
pais grupos de importância veteriná-
ria: Artropodologia, Protozoologia e
Helmintologia. Os capítulos trazem
informações básicas sobre os grupos ta-
xonômicos de interesse e suas principais
espécies, bem como ilustrações com in-
dicativos das características morfológicas
mais importantes usadas para sua identi-
ficação. Esperamos que este material seja
útil tanto para estudantes de medicina
veterinária ainda em fase de absorção de
conhecimentos, mas também possa ser-
vir como um guia de bolso para veteriná-
rios exercendo suas atividades nas diver-
sas áreas que a profissão proporciona.
Sumário
1. Filo Arthropoda..............................................................................................9
1.1. Classe Insecta..................................................................................................... 9
1.2. Classe Arachnida............................................................................................. 21
2. Reino Protozoa.............................................................................................28
3. Filo Platyhelminthes....................................................................................40
3.1. Classe Trematoda............................................................................................. 40
3.2. Classe Cestoda................................................................................................. 44
4. Filo Nematoda..............................................................................................56
1. Filo Arthropoda
Arthropoda é o filo que contém o po dividido em três partes — cabeça,
maior número de espécies conhecidas. tórax e abdome — e três pares de patas
As principais características de seus or- nos adultos. Também estão presentes
ganismos são: simetria bilateral, exoes- nos mais diversos habitats. Sua impor-
queleto quitinoso, corpo formado por tância se deve à espoliação e incômodo
anéis e coberto por placas quitinizadas causados nos hospedeiros e na veicula-
e patas articuladas cujo número varia ção de agentes causadores de doenças
de acordo com a espécie. Os artrópodes em animais.
estão presentes em praticamente todos
os habitats, que podem variar de regiões Ordem Diptera
polares a desertos equatoriais e de regi- Esta é uma das ordens com maior
ões montanhosas com altas altitudes a número de representantes na classe
fossas abissais. Insecta e contém organismos conheci-
dos tecnicamente como moscas, mos-
1.1. Classe Insecta quitos, dentre outros. Os dípteros se
A Classe Insecta é a maior entre os caracterizam por serem alados em sua
artrópodes e a mais importante para a maioria (alguns possuem asas vestigiais)
Parasitologia Veterinária. Além de todas contendo um par de asas membranosas
as características dos artrópodes, os in- e funcionais e um par de asas rudimen-
setos se destacam por apresentar o cor- tares chamadas de halteres.
1. Filo Arthropoda 9
Figura 1.1.1. Família Oestridae. Dermatobia hominis. A e B) Adultos: corpo de aspecto robusto com
comprimento acima de 15 mm; cabeça com olhos laterais bem separados e peças bucais vestigiais;
tórax acinzentado com várias faixas longitudinais pouco individualizadas; abdome de coloração azul
metálico. C) Larvas: possuem coloração amarelo esbranquiçado e formato vermiforme com a extre-
midade posterior mais afilada que a anterior; corpo segmentado com a presença de várias fileiras de
espinhos; extremidade posterior com dois estigmas respiratório e extremidade anterior com a boca e
a presença de dois ganchos. D) Pupas: coloração negra e presença de dois espiráculos respiratórios na
extremidade anterior.
1. Filo Arthropoda 11
Figura 1.1.4. Família Sarcophagidae. Adultos. Família com espécies de tamanho variado (5 a 15 mm
de comprimento); corpo robusto; aparelho bucal lambedor; tórax de coloração cinza com três listras
negras longitudinais bem visíveis; abdome com listras escuras intercaladas com regiões mais claras que
dão um aspecto axadrezado; asas sem manchas.
Figura 1.1.5. Família Tabanidae. Adultos. Família com espécies de tamanho variado (6 a mais de 30
mm); corpo robusto e normalmente de coloração escura (marrom, cinza ou negra); cabeça com forma-
to convexo na porção anterior e largura maior ou igual ao tórax; olhos compostos grandes ocupando
grande parte da cabeça; as asas podem conter manchas.
Figura 1.1.7. Família Muscidae. Stomoxys calcitrans. Adultos. Mosca de tamanho aproximado entre 6
e 8 mm de comprimento; corpo robusto; aparelho bucal pungitivo; palpos pequenos e delgados; tórax
de coloração cinza escuro com quatro faixas negras longitudinais; abdome cinza com algumas manchas
negras quando visto de cima; asas sem manchas e a nervura M1+2 apresenta ângulo aberto próximo
à borda.
1. Filo Arthropoda 13
Figura 1.1.8. Família Muscidae. Haematobia irritans. Adultos. Mosca de tamanho pequeno com apro-
ximadamente 3 a 5 mm de comprimento; aparelho bucal pungitivo; palpos robustos e quase tão longos
quanto o aparelho bucal; tórax de coloração cinza escuro com faixas longitudinais pouco distinguíveis;
abdome cinza claro com algumas manchas; asas sem manchas com a nervura M1+2 com ângulo aberto.
Figura 1.1.9. Família Psychodidae. Lutzomyia sp. (Mosquito-palha). Adultos. Coloração amarelo-palha
e comprimento de 2 a 3 mm; cabeça alongada e mais estreita do que o tórax; olhos grandes e escuros;
antenas longas e pilosas; tórax coberto por pelos longos e arqueado (dando um aspecto de “corcun-
da”); asas cobertas por pelos e quando em repouso, permanecem na posição ereta; somente as fê-
meas são hematófagas. Fêmeas: extremidade posterior arredondada. Macho: extremidade posterior
bifurcada.
Figura 1.1.10. Classificação dos barbeiros conforme os hábitos alimentares. A) Predadores: aparelho
bucal robusto, curvo e curto (nunca ultrapassando a inserção do primeiro par de patas no tórax); B)
Fitófagos: aparelho bucal delgado e longo (sempre ultrapassando a inserção do primeiro par de patas
no tórax); C) Hematófagos: aparelho bucal robusto, reto e curto (nunca ultrapassando a inserção do
primeiro par de patas no tórax).
1. Filo Arthropoda 15
Figura 1.1.11. Panstrongylus sp. Antena inserida próxima dos olhos; cabeça curta e alargada na base.
Figura 1.1.13. Rhodnius sp. Antena inserida na extremidade anterior do clípeo; cabeça alongada e
estreita.
1. Filo Arthropoda 17
Ordem Siphonaptera
Insetos conhecidos tecnicamente como pulgas; corpo achatado lateralmente
com tamanho pequeno variando de 1 a 3 mm de comprimento; coloração castanha
escura; ápteros; aparelho bucal do tipo picador-sugador; patas adaptadas para o sal-
to, sendo o terceiro par mais desenvolvido que os demais; fêmeas com espermateca
e machos com edeago.
Figura 1.1.14. Família Pulicidae. Pulex irritans. Adultos. Pulgas de tamanho entre 2 e 3 mm; não apre-
sentam ctenídios; mesopleura não dividida; possuem apenas uma cerda occipital; espermateca pouco
pigmentada nas fêmeas
Figura 1.1.15. Família Pulicidae. Xenopsylla cheopis. Adultos. Pulgas de tamanho entre 2 e 3 mm; não
apresentam ctenídios; mesopleura dividida por uma sutura; possuem duas fileiras divergentes de cer-
das no occipício, cujos pontos de inserção formam a figura de um "V"; possuem uma ou duas cerdas
grandes anteriores ao pigídio (cerdas antipigidiais); fêmeas com espermateca muito pigmentada.
Figura 1.1.17. Família Tungidae. Tunga penetrans. Adultos. Pulgas cujas fêmeas são penetrantes; ta-
manho pequeno (1 mm); não possuem ctenídeos; os segmentos torácicos são atrofiados; peças bucais
longas e com estruturas serrilhadas; espiráculos respiratórios abdominais bem desenvolvidos nas fê-
meas; macho com órgão copulador (edeago) visível.
1. Filo Arthropoda 19
Ordem Phthiraptera
Insetos conhecidos tecnicamente como piolhos; corpo achatado dorso ventral-
mente com tamanho variando de 1 a 11 mm de comprimento; coloração castanha
escura; ápteros; podem apresentar uma ou duas garras nos tarsos.
Figura 1.1.18. Piolho mastigador. Adulto. Espécies das subordens Ischnocera e Amblycera, antes classi-
ficados como ordem Mallophaga; parasitam aves e mamíferos; medem de 1 a 11 mm de comprimento;
cabeça larga (mais larga que o tórax); aparelho bucal mastigador e de localização ventral; as antenas
contém três a cinco segmentos e podem estar expostas ou escondidas em fossetas laterais.
Figura 1.2.1. Família Sarcoptidae. Sarcoptes scabiei. Adulto. Possui o corpo globoso, medindo aproxi-
madamente 0,4 mm de comprimento por 0,3 mm de largura; gnatossoma curto e largo; possui quatro
pares de patas curtas, de formato triangular (patas III e IV geralmente não ultrapassam o contorno do
corpo) e com um distanciamento maior entre o segundo e terceiro pares; cutícula marcada por estrias
finas com cerdas finas e flexíveis e espinhos curtos e robustos; pedicelos não segmentados.
1. Filo Arthropoda 21
Figura 1.2.2. Família Psoroptidae. Psoroptes equi. Adulto. Ácaro de corpo ovóide com tamanho aproxi-
mado de 0,5 a 0,6 mm de comprimento por 0,3 mm de largura; gnatossoma longo e cônico; patas mais
longas que as dos sarcoptídeos; patas com um distanciamento maior entre os pares II e III; pedicelos
trisegmentados; fêmeas: patas III e IV menos desenvolvidas que as demais e geralmente ultrapassam
o contorno do corpo; machos: par de patas III maior que o IV e possuem ventosas copulatórias na base
ventral dos lobos posteriores.
Figura 1.2.3. Família Cnemidocoptidae. Cnemidocoptes sp. Adulto. Ácaro de corpo globoso com 0,2 a
0,4 mm de comprimento; gnatossoma curto e largo; patas curtas com formato triangular e distancia-
mento maior entre o segundo e terceiro pares; presença de barras longitudinais próximos à base do
gnatossoma; ânus terminal com uma cerda de cada lado.
Figura 1.2.5. Família Macronyssidae. Ornithonyssus sp. Adulto. Corpo oval com 1 a 1,5 mm de com-
primento; gnatossoma com palpos e quelíceras longos; quatro pares de patas longas com garras nas
extremidades; corpo coberto de placas rígidas (escudos) e cerdas; ânus na porção anterior do escudo
anal; estigmas respiratórios entre as coxas III e IV.
1. Filo Arthropoda 23
Família Argasidae
Sem escudo e por isso conhecidos como carrapatos moles; peritrema entre o terceiro e o quarto par de
patas; gnatossoma ventral; dimorfismo sexual pouco acentuado.
Figura 1.2.6. Família Argasidae. Argas miniatus. Coloração castanho; face dorsal separada da ventral
por um bordo lateral nítido; achatado dorso-ventralmente, corpo estreito com as faces dorsal e ventral
bem separadas; peritremas situados entre o terceiro e o quarto par de patas; placas dorsais e ventrais
ausentes; desprovido de olhos; macho mede de 4 a 5 mm de comprimento por 2 a 3 mm de largura;
fêmea tem uma dimensão de 7 a 10 mm de comprimento por 5 a 6 mm de largura.
Figura 1.2.7. Família Ixodidae. Com escudo e por isso conhecidos como carrapatos duros; dimorfismo
sexual nítido com escudo dorsal cobrindo toda a face dorsal nos machos e somente 1/3 a 1/2 da face
dorsal das fêmeas, ninfas e larvas; gnatossoma anterior ao idiossoma; peritrema após o quarto par de
patas. O gnatossoma contém as peças bucais (compostas por um par de quelíceras e o hipostômio),
um par de palpos e a base do gnatossoma. O conjunto formado pelas peças bucais e pelos palpos é
chamado de rostro.
Figura 1.2.8. Família Ixodidae. Estádios de desenvolvimento. Ovos: pequenos, cilíndricos e de colora-
ção castanha. Larvas ou ninfas hexápodas: possuem três pares de patas e escudo incompleto. Ninfas:
possuem quatro pares de patas e escudo incompleto. Fêmeas: possuem quatro pares de patas, escudo
incompleto e aparelho genital. Machos: possuem quatro pares de patas, escudo completo e aparelho
genital.
1. Filo Arthropoda 25
Figura 1.2.9. Rhipicephalus sanguineus (Carrapato vermelho do cão). Macho: 2,2 a 3,2 mm de compri-
mento por 1,1 a 1,7 mm de largura; fêmea não ingurgitada: 1,7 a 2,4 mm de comprimeiro por 1,4 a 1,7
mm de largura; rostro curto; peritrema em forma de vírgula; escudo não ornamentado de coloração
castanha; macho possui duas placas adanais, ventralmente e festões bem nítidos com apêndice caudal
curto e alargado, dorsalmente; coxa do primeiro par de patas armada com dois espinhos (bífida).
Figura 1.2.12. Dermacentor nitens (Carrapato da orelha do cavalo). Adulto. Macho: aproximadamente
2,5 mm de comprimento por 1,6 mm de largura; fêmea não ingurgitada: aproximadamente 3 mm de
comprimento por 1,9 mm de largura; contorno do corpo elíptico; escudo do macho é de cor castanha
escura e não ornamentado; peritremas em forma de “disco de telefone”; apresenta sete festões; coxas
vão aumentado de tamanho do primeiro ao quarto par de patas.
1. Filo Arthropoda 27
2. Reino Protozoa
Filo Sarcomastigophora plasto é bem visível, porém o flagelo, re-
duzido ao segmento intracelular, em ge-
Protozoários que apresentam cí-
ral não é reconhecível nas preparações
lios, flagelos ou pseudópodos para a
coradas e examinadas à microscopia
locomoção.
óptica. Por não haver a parte externa
Ordem Kinetoplastida do flagelo, a amastigota é praticamen-
te imóvel. 2) Promastigota: é a forma
Família Trypanosomatidae com citossomo (corpo celular) lan-
Presença de cinetoplasto, organela ceolado, com cinetoplasto anterior e
rica em DNA cuja localização em re- distante do núcleo e flagelo livre. 3)
lação ao núcleo auxilia no diagnóstico Epimastigota: forma com citossomo
etiológico. Morfologicamente, distin- lanceolado, com cinetoplasto locali-
guem-se os seguintes tipos ou formas zado na extremidade anterior (mais
que, em maior ou menor número, carac- próximo do núcleo) do corpo celular,
terizam os estádios evolutivos dos vá- com pequena "membrana ondulan-
rios gêneros e espécies: 1) Amastigota: te" e flagelo livre. 4) Tripomastigota:
forma esférica ou oval, com pouco ci- forma alongada com cinetoplasto na
toplasma, e com núcleo relativamente extremidade posterior, “membrana
grande, redondo e excêntrico. O cineto- ondulante” e flagelo livre.
2. Reino Protozoa 29
Figura 2.3. Família
Trypanosomatidae.
Trypanosoma cruzi.
Amastigota. Essa forma
evolutiva pode ser en-
contrada em “ninhos”
na musculatura do
hospedeiro definitivo.
2. Reino Protozoa 31
Figura 2.7. Família Trypanosomatidae. Trypanosoma vivax. Mede de 16 a 23 µm de comprimento por 1
a 5 µm de largura; é monomórfico (apresenta somente a forma tripomastigota). A) Cinetoplasto visível
na porção posterior; membrana ondulante fracamente desenvolvida; núcleo central. B) Pode apresen-
tar formas tripomastigotas delgadas e robustas.
Figura 2.8. Ordem Diplomonadida. Família Hexamitidae. Giardia lamblia. Trofozoíto. Formato pirifor-
me e simetria bilateral; possuem 12 a 18 µm de comprimento por 7 a 10 µm de largura; dois núcleos;
vários flagelos (seis a oito); dois axóstilos; discos suctórios (ventosas) que mantém o parasito na muco-
sa para que ele se alimente.
2. Reino Protozoa 33
Filo Apicomplexa
Protozoários intracelulares obrigatórios contendo um complexo apical (visível somente por microsco-
pia eletrônica) formado por organelas responsáveis pelo reconhecimento e invasão da célula hospedei-
ra; não apresentam cílios ou flagelos para locomoção.
Figura 2.11. Família Eimeriidae. Eimeria spp. Oocistos. Possuem formato esférico, elíptico ou oval,
dependendo da espécie; tamanho de 12 a 49 µm; membrana lisa composta por duas camadas e com
micrópilo; oocistos maduros possuem quatro esporocistos e cada esporocisto com dois esporozoítos.
Figura 2.13. Família Eimeriidae: Isospora spp. (aves) e Família Sarcocystidae: Cystoisospora spp. (ma-
míferos). Oocistos maduros possuem dois esporocistos e cada esporocisto com quatro esporozoítos.
Oocisto imaturo não distingue do oocisto imaturo de Eimeria spp.; os oocistos são elípticos, esféricos
ou levemente ovalados e medem 32 a 42 µm de comprimento por 23 a 36 µm de largura; membrana
externa lisa e esverdeada; desprovidos de micrópilo, grânulo polar e corpo residual; os esporozoítos
medem de 18 a 28 µm de comprimento por 15 a 19 µm de largura, são elípticos, com a membrana lisa
e incolor, em forma tubular e com glóbulo refringente.
2. Reino Protozoa 35
Figura 2.14. Família
Sarcocystidae. Toxoplasma
gondii. Apresenta morfologia
múltipla, dependendo do
habitat e do estádio evolu-
tivo. As principais formas
que o parasito apresenta
durante o ciclo evolutivo
são taquizoítos, bradizoítos,
oocisto e cisto. Taquizoítos: É
a forma encontrada durante
a fase aguda; tem a forma
de meia lua ou banana,
tendo uma das extremidades
afilada e outra arredondada
com aproximadamente 7
µm de comprimento por 2
µm de largura. Núcleo em
localização central. Também
denominado de forma
proliferativa, forma livre ou
trofozoíto.
2. Reino Protozoa 37
Figura 2.17. Ordem Piroplasmida. Classificação quanto ao tamanho dos merozoitos. Grandes: medem
mais de 2,5 µm de comprimento formando um ângulo agudo entre eles. Ex: B. bigemina, B. vogeli, B.
caballi.
Figura 2.18. Ordem Piroplasmida. Classificação quanto ao tamanho dos merozoítos. Pequenos: com
menos de 2,5 µm de comprimento formando um ângulo obtuso entre eles. Ex: B. bovis e Theileria equi.
A presença de quatro merozoítos de T. equi na mesma hemácia faz com que eles adquiram uma forma
parecida com uma cruz, senda assim denominada "Cruz de Malta".
2. Reino Protozoa 39
3. Filo Platyhelminthes
Filo composto por vermes com as 3.1. Classe Trematoda
seguintes característica: corpo achata-
dos dorso-ventralmente; hermafrodi- Possuem formato semelhante a uma
tas; simetria bilateral; não possuem es- folha; o corpo não é segmentado; tubo
queleto; tubo digestivo incompleto; não digestivo sem ânus (metabólitos ex-
possuem cavidade corpórea, mas sim cretados pela boca); ceco termina em
parênquima. São divididos em: Classe fundo de saco; presença de glândulas
Trematoda, com subclasses Digenea e vitelínicas que produzem vitelo, matéria
Monogenea e Classe Cestoda. necessária para formação do ovo; pos-
suem ventosas oral, ventral (ou acetá-
bulo) e genital (ou gonotil) para fixação
no hospedeiro e movimentação sobre
o mesmo; revestimento externo (tegu-
mento) resistente.
3. Filo Platyhelminthes 41
Figura 3.1.3. Família Fasciolidae. Fasciola hepatica. Adulto. O verme adulto mede de 20 a 30 mm
de comprimento por 13 mm de largura; corpo achatado em forma de folha, apresentando-se mais
largo anteriormente; coloração vermelho-castanha e tegumento coberto de espinhos; hermafroditas;
apresenta cone cefálico (projeção cônica anterior); faringe desenvolvida e esôfago curto; cecos longos
e extremamente ramificados; cirro bem desenvolvido; testículos muito ramificados ocupando o 2º e
o 3º quartos do corpo, um adiante do outro; ovário ramificado; glândulas vitelínicas ocupando todos
os campos laterais e posterior do corpo; útero anterior aos testículos; poro genital na linha mediana
longitudinal, entre o acetábulo e a bifurcação de esôfago.
Figura 3.1.5. Família Fasciolidae. Fasciola hepatica. Hospedeiro intermediário. Moluscos aquáticos
Lymnaea sp. Concha espiralada com abertura para o lado esquerdo quando a parte mais afilada da
concha encontra-se voltada para baixo (Diferencial dos moluscos do gênero Physa: abertura para o
lado direito, quando a parte mais afilada da concha encontra-se voltada para baixo)
3. Filo Platyhelminthes 43
3.2. Classe Cestoda crescimento) e estróbilo (parte do cor-
po que é dividida em proglotes); siste-
Ordem Cyclophyllidea ma digestivo ausente (alimenta-se por
perfusão); hermafroditas; tamanho do
Nessa classe encontram-se os ver-
corpo varia com o gênero de cestóide
mes popularmente conhecidos como
(de milímetros a metros); necessitam
tênias. Apresentam formato de fita; pos-
pelo menos de um hospedeiro interme-
suem corpo segmentado dividido em
diário para completar o ciclo biológico.
escólex (para fixação), colo (região de
Figura 3.2.2. Família Taeniidae. Taenia solium. Possui rostelo ou rostro armado com uma fileira de 25 a
50 acúleos; pode ter de 800 a 1000 proglotes e atingir até 3 m de comprimento. A proglote grávida de
T. solium é quadrangular, sendo o útero formado por 12 pares de ramificações dendríticas, contendo
aproximadamente 80.000 ovos.
Figura 3.2.3. Família Taeniidae. Larva de T. solium ou Cysticercus cellulosae. Constituído de escólex
com quatro ventosas; rostelo com acúleos; colo e uma vesícula membranosa contendo líquido no seu
interior. Encontrada no tecido subcutâneo, muscular, cardíaco, cerebral e no olho de suínos e, aciden-
talmente, no homem e no cão.
3. Filo Platyhelminthes 45
Figura 3.2.4. Família Taeniidae. Taenia saginata. Não possui acúleos no rostelo; possui mais de 1.000
proglotes e pode atingir até 8 m de comprimento; a proglote grávida de T. saginata é retangular apre-
sentando um máximo de 26 ramificações uterinas do tipo dicotômicas, contendo até 160.000 ovos.
Presença de um esfíncter musculoso na porção inicial da vagina, junto ao átrio genital.
3. Filo Platyhelminthes 47
Figura 3.2.7. Família Taeniidae. Echinococcus granulosus. Quando completamente desenvolvido, mede
de 4 a 6 mm de comprimento por 0,6 mm de largura. Adulto: possui escólex sub-globuloso, com ros-
telo armado de 30 a 40 acúleos dispostos em duas coroas concêntricas; o estróbilo é constituído de
3 a 4 proglotes (sendo um jovem, um maduro e um grávido), das quais a última mede 2 a 3 mm de
comprimento; possui poros genitais irregularmente alternados, situados na metade posterior do bordo
lateral da proglote; a primeira proglote, jovem, não tem esboço de órgãos genitais; a segunda, madu-
ra, apresenta os órgãos genitais desenvolvidos; a terceira, grávida, que corresponde a 1/3 ou 1/2 do
comprimento do estróbilo, possui um útero com vários divertículos laterais curtos e 500 a 800 ovos.
3. Filo Platyhelminthes 49
Figura 3.2.9. Família Taeniidae. Taenia taeniformis. Adulto. Mede de 15 a 60 cm de comprimento por
5 a 6 mm de largura; rostelo pouco desenvolvido contendo duas fileiras de acúleos; proglotes grávidas
em forma de trapézio.
Figura 3.2.10. Família Taeniidae. Taenia taeniformis. Larva (Strobilocercus) ou Cysticercus fasciolaris.
Larvas vesiculares em fígado de roedor (esquerda e direita superior) e larva evaginada (direita inferior).
Figura 3.2.11. Família Anoplocephalidae. Moniezia expansa. Adulto. Podem medir até 5 m de com-
primento e 1,6 cm de largura; proglotes com aproximadamente 1,6 cm de largura; glândulas interpro-
glotidiais distribuídas por toda a largura do bordo posterior da proglote; genitália dupla, com um poro
genital em cada bordo lateral da proglote.
Figura 3.2.12. Família Anoplocephalidae. Moniezia benedeni. Adulto. Podem medir até 2,5 m de com-
primento e 2,6 cm de largura; proglotes com glândulas interproglotidiais dispostas em curtas fileiras;
genitália dupla, com um poro genital em cada bordo lateral da proglote.
3. Filo Platyhelminthes 51
Figura 3.2.13. Família Anoplocephalidae. Moniezia sp. Ovo. Possuem de 50 a 60 µm de diâmetro;
formato irregularmente retangular, contendo o embrião hexacanto no interior do aparelho piriforme
(membrana envolvida pelo embrióforo) com duas projeções em forma de gancho.
Anoplocephala sp.
Proglotes aumentam rapidamente de largura à medida que se afastam do escó-
lex. Este aumento de largura se estende até a metade do comprimento do corpo para
diminuir em seguida; orifícios genitais unilaterais; testículos numerosos; ovário bi-
lobado ocupa todo o parênquima medular; útero tubular transversal e lobado quan-
do grávido; ovos com aparelho piriforme bem desenvolvido.
3. Filo Platyhelminthes 53
Família Dilepididae
Cestodas de pequeno e médio porte com rostelo desenvolvido e contendo acú-
leos. Larvas cisticercóides se desenvolvem em invertebrados.
3. Filo Platyhelminthes 55
4. Filo Nematoda
Vermes de corpo cilíndrico ou filiforme; simetria bilateral; dupla camada de
membranas; sistema digestivo completo (boca, vestíbulo oral, lábios, esôfago, fa-
ringe, intestino e ânus ou abertura anal); apresentam dimorfismo sexual (embora
existam fêmeas partenogenéticas); geralmente os machos são menores do que as
fêmeas.
Ordem Spirurida
Figura 4.1. Família Habronematidae. Habronema spp. Fêmea com 1,3 a 2,2 cm; macho com 0,8 a 1,4
cm; cavidade bucal em forma cilíndrica ou de funil; macho com dois espículos desiguais e guberná-
culo; fêmea com vulva na região mediana do corpo. A) Extremidade anterior do verme adulto; B)
Nematóide adulto em placa de petri; C) Habronemose gástrica em equino.T
Figura 4.3. Família Onchocercidae. Setaria spp. Adulto. O corpo é longo e afilado; o macho possui cau-
da longa e enrolada em espiral, medindo de 4 a 8 cm; as fêmeas medem de 6 a 15 cm.
4. Filo Nematoda 57
Figura 4.4. Família Onchocercidae. Dirofilaria immitis. Coração de cão contendo D. immitis em seu
interior. Vermes longos e finos; machos medem de 12 a 20 cm de comprimento; fêmeas medem de 25
a 31 cm de comprimento.
4. Filo Nematoda 59
Ordem Enoplida
Figura 4.7. Família
Trichuridae. Trichuris
sp. Adultos. Vermes de
tamanho pequeno a
médio; fêmeas medem
de 3,1 a 7,5 cm; machos
medem de 2,1 a 4,5 cm;
corpo com aspecto de
chicote, com a região
anterior mais comprida
e mais delgada que a
posterior; possuem boca
simples, sem lábios; a
fêmea possui a vulva
localizada próximo à
junção da região anterior
e posterior e o ânus
terminal ou subterminal
(extremidade posterior
quase reta); o macho
possui a cauda enrolada
em espiral.
Figura 4.8. Família Trichuridae. Trichuris sp. Ovos. Possuem formato de limão ou barril; bioperculados;
parede espessa; tamanho varia de 70 a 80 µm de comprimento por 30 a 40 µm de largura.
4. Filo Nematoda 61
Ordem Ascaridida
Parasitos de intestino delgado de vertebrados conhecidos popularmente como lombrigas. Os vermes
adultos se nutrem de conteúdo intestinal pré-digeridos. Possuem a boca com três lábios desenvolvidos
com ou sem interlábios; macho sem bolsa copuladora.
Figura 4.10. Família Ascaridiidae. Ascaridia galli. Adultos. Fêmeas medem de 6 a 12 cm e machos de
3 a 8 cm; a cauda do macho termina abruptamente; boca trilabiada; ausência de asas cervicais na
extremidade anterior.
4. Filo Nematoda 63
Figura 4.14. Família Ascarididae. Toxocara canis. Adultos. As fêmeas medem de 5 a 18 cm e os machos
de 4 a 10 cm; apresentam um par de asas cervicais estreitas, longas e semilanceoladas; boca trilabiada.
4. Filo Nematoda 65
Ordem Strongylida
Figura 4.17. Família Stephanuridae. Stephanurus dentatus. Adultos. Rim de suíno envolto por gordura
perirrenal contendo parasitos adultos. Machos medem 2 a 3 cm e possuem bolsa copuladora com
raios curtos e atrofiados; fêmeas medem 3 a 4,5 cm; cápsula bucal proeminente em formato de taça.
Família Ancylostomatidae
Cavidade bucal desenvolvida contendo dentes ou lâminas cortantes e sem coroa
radiada. A extremidade anterior é curvada dorsalmente. Inclui espécies hematófagas.
Figura 4.20. Família Ancylostomatidae. Bunostomum sp. Adulto: extremidade anterior. Fêmeas me-
dem 16 a 26 mm e machos 10 a 17 mm de comprimento; cavidade bucal grande, com um par de
lâminas cortantes ventrais na margem anterior; machos com bolsa copuladora sem gubernáculo e
espículos iguais.
4. Filo Nematoda 67
Figura 4.21. Família Ancylostomatidae. Ovo. Apresentam formato oval; possuem casca fina e dupla e
massa germinativa escura no interior (morulado); medem de 56 a 75 µm de comprimento por 34 a 45
µm de largura.
Figura 4.22. Família Cyathostomidae. Oesophagostomum sp. Adulto: extremidade anterior e fêmea.
Fêmeas medem 11 a 24 mm e machos 7 a 17 mm de comprimento; cavidade bucal cilíndrica com uma
ou duas coroas radiadas; cápsula bucal com abertura estreita; fenda cervical transversal; boca circun-
dada por colar cefálico; possuem vesícula cefálica que é a expansão da cutícula entre o colar cefálico e a
fenda cervical; papilas cervicais na região anterior; machos possuem bolsa copuladora; fêmeas podem
ter substância cimentante na vulva, secretada pelo macho após a cópula.
4. Filo Nematoda 69
Família Strongylidae
Boca geralmente circundada por coroa radiada e com goteira dorsal, que é um espessamento da pare-
de dorsal projetando para o interior da cavidade bucal; machos com bolsa copuladora bem desenvol-
vida com dois espículos iguais.
Figura 4.25. Família Strongylidae. Strongylus vulgaris. Adulto: extremidade anterior. Fêmeas medem
2 a 2,5 cm e machos 1,1 a 1,6 cm de comprimento; adultos hematófagos; possuem coroa radiada
circundando a boca; presença de um par de dentes arredondados na base da cápsula bucal.
Figura 4.27. Família Strongylidae. Strongylus edentatus (Alfortia edentata). Adulto. Fêmeas medem
3,3 a 4,4 cm e machos 2,3 a 2,8 cm de comprimento; adultos hematófagos; cabeça mais larga com uma
constrição separando a cabeça do corpo; possuem coroa radiada circundando a boca na extremidade
anterior; ausência de dentes na capsula bucal.
4. Filo Nematoda 71
Família Trichostrongylidae
Vermes delgados e pequenos; cavidade bucal reduzida ou ausente; abertura bu-
cal pequena; sem coroa radiada; macho com bolsa copuladora; fêmeas com extremi-
dade posterior afilada; ovos de cápsula fina e expelidos pelo hospedeiro segmenta-
dos. Os hospedeiros se infectam ao ingerir larvas infectantes.
Figura 4.30. Família Trichostrongylidae. Trichostrongylus sp. Adulto: extremidade anterior. Fêmeas
medem 3 a 9 mm e machos 2 a 7 mm de comprimento; presença de fenda cervical na região anterior;
machos com bolsa copuladora bem desenvolvida e simétrica com gubernáculo distinto; fêmeas com
vulva próxima à metade do corpo sem estruturas acessórias.
4. Filo Nematoda 73
Figura 4.31. Família Trichostrongylidae. Ostertagia sp. Adulto: extremidade ante-
rior. Fêmeas medem 8 a 20 mm e machos 6,5 a 13 mm de comprimento; presença
de papila cervical e expansão cuticular na região anterior; machos com bolsa copu-
ladora, gubernáculo fusiforme e com espinhos curtos e robustos; fêmeas com vulva
na extremidade posterior do corpo, protegida por um processo vulvar (FLAP).
Figura 4.32. Família Protostrongylidae. Dictyocaulus sp. Pulmão contendo parasitos adultos encon-
trados em brônquios de equídeos e ruminantes. Fêmeas medem 23 a 112 mm e machos 15 a 80 mm
de comprimento; possuem cavidade bucal reduzida; machos com bolsa copuladora pequena; fêmeas
com cauda reta.
Ordem Rhabditida
Família Strongyloididae
Gerações alternadas de vida livre e vida parasitária sendo que as fêmeas parteno-
genéticas são as parasitas. Os organismos da geração de vida livre possuem o esôfago
rabditóide.
4. Filo Nematoda 75
Referências
1. Freitas, M.G. 1981. Helmintologia Veterinária. 5ª
ed., Ed. Precisa, Belo Horizonte, 396p.
2. Freitas, M.G. 1982. Entomologia e Acarologia
Médica e Veterinária. 6ª ed., Ed. Precisa, Belo
Horizonte, 256p.
3. Kettle, D. S. 1995. Medical and Veterinary
Entomology. 2ª ed. CAB International,
Wallingford. 725p.
4. Levine, N.D.1968. Nematode Parasites of
Domestic Animals and of Man. Burgess
Publishing, Minneapolis, 600p.
5. Levine, N.D., Corliss, J.O., Cox, F.E., et al. 1980.
A newly revised classification of the protozoa. J
Protozool. V.27,p.37-58.
6. Marcondes, C.B. 2011. Entomologia Médica e
Veterinária. 2ª ed., Ed. Atheneu, São Paulo, 544p.
7. Monteiro, S.G., 2017. Parasitologia na medicina
veterinária, 2ª ed., Ed. Roca, Rio de Janeiro, 370p.
8. Neves, D.P. 2016. Parasitologia Humana. 13ª, Ed.
Atheneu, São Paulo, 616p.
9. Soulsby, E. J L.1982. Helminths Artropods &
Protozoa of Domesticated animals. 7ª ed. Lond.
Lea & Febriger, Philadelphia.
10. Taylor, M.A.; Coop, R.L. & Wall, R.L. (2010).
Parasitologia Veterinária. Tradução da 3ª Ed.
Guanabara Koogan.