Caderno Didático de Farmacologia Geral
Caderno Didático de Farmacologia Geral
Caderno Didático de Farmacologia Geral
Autores
Prof Adjunta Eliane Maria Zanchet
Prof Adjunto Joo Regis Miolo
Colaboradores
Md. Vet. Bruna Carolina Garmatz
Md. Vet. Guilherme Coradini Fontoura da Silva
Md. Vet. Luciana Conterato Bulsing
Md. Vet. Renan M. Kruger
FICHA CATALOGRFICA
2
Farmacologia Geral Veterinria
3
Farmacologia Geral Veterinria
Autores
Eliane Maria Zanchet 1
Joo Regis Miolo 2
Colaboradores
Bruna Carolina Garmatz 3
Guilherme Coradini Fontoura da Silva3
Luciana Conterato Bulsing3
Renan M. Kruger3
1
Mdica Veterinria, Doutora, Professora do Departamento de Fisiologia e
Farmacologia/CCS/UFSM. Santa Maria RS.
2
Mdico Veterinrio, Mestre, Professor do Departamento de Fisiologia e
Farmacologia/CCS/UFSM. Santa Maria RS.
3
Mdico Veterinrio, graduado pela UFSM.
4
Farmacologia Geral Veterinria
APRESENTAO
Os Autores
5
Farmacologia Geral Veterinria
SUMRIO
6
Farmacologia Geral Veterinria
7
Farmacologia Geral Veterinria
8
Farmacologia Geral Veterinria
9
Farmacologia Geral Veterinria
11
Farmacologia Geral Veterinria
12
Farmacologia Geral Veterinria
2.1 - Introduo
Historicamente, sabe-se que as primeiras formas farmacuticas foram descritas
nos papiros mdicos dos egpcios e que atravs das crenas espirituais, que utilizavam o
encantamento, a msica e os perfumes tentava-se a cura de enfermidades. Tambm as
chamadas beberagens mgicas utilizadas no preparo de medicamentos foram descritas
por Hipcrates na Grcia Antiga e Galeno no Imprio Romano.
A formulao farmacutica propriamente dita foi descrita no sculo XIV por
Paracelsus e por Lavoisier no sculo XVII na chamada Revoluo Qumica.
No sculo XIX e XX sucedeu-se a criao das Indstrias Farmacuticas, iniciando
a produo de medicamentos e a diversificao das formas farmacuticas, seguindo o
princpio de primo non nocere (primeiro no causar mal), ou seja, com o critrio de
assegurar ao medicamento o mximo de ao com o mnimo de inconvenientes.
13
Farmacologia Geral Veterinria
COMPRIMIDOS
So preparaes farmacuticas slidas, de formato variado, geralmente cilndricas
ou lenticulares, obtidas pela compresso de substncias medicamentosas secas,
acondicionadas ou no em excipientes inertes.
Tipos especiais: comprimidos de uso externo, comprimidos sublinguais, comprimidos
bucais, comprimidos efervescentes, comprimidos mastigveis, comprimidos revestidos,
pellets ou implantes.
DRGEAS
So formas farmacuticas cujo princpio ativo fica envolvido por um revestimento
de acar e corante.
CPSULAS
So formas farmacuticas constitudas de um invlucro de gelatina dura ou mole,
contendo um ou mais frmacos.
SUPOSITRIOS
So formas farmacuticas de consistncia firme, forma cnica ou ogival,
destinadas a aplicao retal, obtidas por solidificao ou compresso, em moldes de
14
Farmacologia Geral Veterinria
VULOS
So formas farmacuticas ovides de aplicao vaginal.
SOLUES
So preparaes lquidas que contm uma ou mais substncias qumicas
dissolvidas em um solvente adequado ou numa mistura de solventes mutuamente
imiscveis.
Tipos:
solues Orais;
solues Otolgicas;
solues Nasais;
colutrios;
solues cavitrias
ELIXIRES
So formas farmacuticas para uso oral que contm no mnimo 20% de lcool e
20% de acar.
XAROPES
So preparaes farmacuticas aquosas contendo 2/3 do seu peso de sacarose.
SUSPENSES
So formas farmacuticas lquidas constitudas de 2 fases: interna slida (insolvel)
e externa lquida. Exemplo: Suspenso de hidrxido de alumnio (MAALOX )
EMULSES
So formas farmacuticas lquidas constitudas por um sistema de 2 fases
imiscveis em que uma est finamente dividida e dispersa na outra por um agente
emulsivo. Apresentam uma fase aquosa e uma fase oleosa. Exemplo: Emulso de
fenolftalena (AGAROL )
INJETVEIS
So solues, suspenses, emulses estreis de substncias medicamentosas em
veculos aquosos, oleosos e outros, apropriados para serem administrados por via
parenteral.
COLRIOS
So formas farmacuticas lquidas administradas sob a forma de gotas, quer se
trate de solues ou suspenses, e que se destinam a tratar das vrias afeces do globo
ocular incluindo a das plpebras, da conjuntiva e da crnea.
EXTRATOS
So preparaes concentradas, obtidas de drogas vegetais ou animais, frescas ou
secas, por meio de um lquido extrativo apropriado, seguido de sua evaporao total e
parcial e ajuste de concentrao a padres estabelecidos. Exemplo: Extrato de boldo
TINTURAS
So preparaes alcolicas ou hidroalcolicas preparadas a partir de matria prima
vegetal ou de substncias qumicas.
15
Farmacologia Geral Veterinria
POMADAS
So formas farmacuticas de consistncia macia, pegajosa, semi-slida, contendo
um ou mais princpios ativos, destinadas a serem usadas externamente, para ao tpica
ou sistmica e tambm para fins de proteo e lubrificao. Exemplo: Pomada de
betametasona (BETNOVATE )
CREMES
So emulses lquidas viscosas ou semi-slidas do tipo leo em gua ou gua em
leo que podem ou no conter substncias teraputicas. Exemplo: Creme de
betametasona (BETNOVATE )
LOES
So formas farmacuticas lquidas com princpios ativos em soluo, emulso ou
suspenso destinadas a serem aplicadas na pele. Exemplo: Loo de calamina +
difenidramina (CALADRYL)
AEROSSIS
So formas farmacuticas formadas por frmacos slidos ou lquidos acrescidos de
gases para nebulizao. Exemplos: Beclometasona aerossol (BECLOSOL )
16
Farmacologia Geral Veterinria
3. ADMINISTRAO DE FRMACOS
4 Via intramuscular ++
5 Via subcutnea +
6 Via retal +
7 Via digestiva +
3.1.2 Absoro:
Esta poder ser mediata ou indireta, sempre que no h traumatismo na deposio
do frmaco, e imediata ou direta quanto h. Portanto, absoro um processo
fisiolgico atravs do qual uma substncia administrada do exterior chega at
corrente circulatria, passando atravs de barreiras fisiolgicas.
17
Farmacologia Geral Veterinria
18
Farmacologia Geral Veterinria
4. VIAS DE ADMINISTRAO
20
Farmacologia Geral Veterinria
21
Farmacologia Geral Veterinria
22
Farmacologia Geral Veterinria
23
Farmacologia Geral Veterinria
24
Farmacologia Geral Veterinria
(lado esquerdo para cima) nos CARNIVOROS e introduz-se a agulha (aps desinfeco
do local) at aparecer um refluxo de sangue. Nessa altura so perceptveis na agulha os
movimentos cardacos (no caso de no haver parada cardaca). A injeo deve ser dada
rapidamente e retira-se logo a agulha. A presena fsica da agulha tambm funciona
como estmulo para o inicio do movimento cardaco.
4.9.5 - Local de administrao: rea de projeo cardaca:
PUNO CARDACA - Rato (no lado esquerdo, no local do pice cardaco,
decbito dorsal); Cobaia (decbito dorso lateral direito puno no lado esquerdo, ao nvel
do choque pr-cordial); Coelho (decbito lateral direito - ao nvel do choque pr-cordial);
Co e Gato (decbito lateral direito - 4 espao intercostal esquerdo); Eqdeos - 3 e 4
espao intercostal; Bovinos - 3 e 4 espao intercostal esquerdo; Lagomorfos - 3 espao
intercostal esquerdo, 3 a 4 mm acima do esterno, ao nvel do choque pr-cordial; Aves- 3
ou 4 espao intercostal, na linha que une o esterno articulao escpulo-umeral.
25
Farmacologia Geral Veterinria
26
Farmacologia Geral Veterinria
27
Farmacologia Geral Veterinria
5. FARMACOCINTICA
o estudo do movimento de uma substncia qumica, em particular, um frmaco
no interior do organismo vivo, isto dos processos de absoro, de distribuio, de
biotransformao e de excreo.
5.1 - Absoro
Absoro de frmacos: a passagem do frmaco de seu local de administrao
para o sangue. Portanto, deve ser considerada em todas as vias de administrao, exceto
pela via intravenosa.
Para chegar ao local de ao, o frmaco deve atravessar vrias barreiras, que so
as membranas celulares. As membranas celulares tm uma camada lipoprotica
bimolecular que pode atuar como barreira para a transferncia do frmaco atravs da
membrana. As membranas celulares tambm contm poros.
As barreiras entre compartimentos aquosos no organismo so representadas pelas
membranas celulares. Uma nica camada de membrana separa o compartimento
intracelular do extracelular. Uma barreira epitelial, como aquela representada pela
mucosa gastrointestinal ou tbulo renal, consiste de uma camada de clulas firmemente
conectadas entre si de forma que as molculas devem atravessar duas camadas de
membranas para passar de um lado para o outro. O endotlio vascular um pouco mais
complicado; na maioria dos tecidos, os capilares so fenestrados, sendo as fendas entre
as clulas endoteliais suficientemente grandes para permitir que pequenas molculas
atravessem por difuso aquosa, mas muito pequenas para permitir que molculas com
peso molecular maior que aproximadamente 30.000 A Amstrons (maioria das molculas
de protenas) atravessem. Em alguns rgos, principalmente o sistema nervoso central e
placenta, o endotlio capilar contnuo, e a penetrao por molculas de frmacos
envolve a travessia da membrana das clulas endoteliais, um importante detalhe que
torna esses leitos vasculares muito distintos daqueles de outros rgos. Isso possui
importantes conseqncias farmacocinticas.
Assim, os frmacos atravessam as membranas baseadas na sua habilidade de
dissolver na poro lipdica da membrana e no seu tamanho molecular, o qual regula sua
filtrao atravs dos poros.
Frmacos e outras molculas atravessam as membranas celulares por vrios
processos:
9 Difuso passiva atravs dos lipdios;
9 Difuso passiva atravs canal aquoso;
9 Difuso facilitada;
9 Transporte ativo;
9 Pinocitose.
Dessas vias, a difuso atravs dos lipdios e o transporte mediado por
transportador so particularmente importantes em relao aos mecanismos
farmacocinticos.
A habilidade do frmaco para atravessar a membrana por difuso lipdica depende:
9 Grau de solubilidade em lipdios;
9 Gradiente de concentrao do frmaco ao longo da membrana;
9 Tamanho molecular;
9 Espessura da membrana;
9 rea de superfcie de absoro;
29
Farmacologia Geral Veterinria
9 pH.
30
Farmacologia Geral Veterinria
32
Farmacologia Geral Veterinria
Mas se tiver baixa massa molecular ou hidroflico, ele pode se mover atravs das
fendas endoteliais para o lquido intersticial e no conseguem entrar no meio
intracelular. Assim, se distribuem em um volume que soma da gua plasmtica e
da gua intersticial, dito meio extracelular, e corresponde a 20% da massa
corporal, ou cerca de 14 L numa pessoa de 70 kg. Ex.: antibiticos
aminoglicosdeos.
Se um frmaco possui baixa massa molecular e lipoflico, ele pode se
movimentar para o interstcio e para o liquido intracelular. Assim ele se distribui em
um volume de 60% da massa corporal, cerca de 42 L em uma pessoa de 70 kg.
Ex.: etanol
Na gestao, o feto pode captar frmacos e, assim, aumentar o volume de
distribuio. Frmacos extremamente lipossolveis, como o tiopental, podem
apresentar Vd extremamente elevados.
Um frmaco raramente se associa a um nico compartimento de gua corporal. A
grande maioria de se distribui em vrios compartimentos, com freqncia ligando-
se a componentes celulares, como lipdios, protenas ou cidos nuclicos. Por isso,
o volume no qual o frmaco se distribui denominado volume aparente de
distribuio, ou Vd.
Determinao do Vd
O volume aparente no qual o frmaco se distribui, Vd, determinado pela injeo de uma
dose padro do frmaco, a qual inicialmente contida inteiramente no sistema vascular.
O frmaco pode mover-se do plasma para o interstcio e o interior das clulas, causando
a diminuio da concentrao no plasma no decorrer do tempo. Admita, para simplificar,
que o frmaco no eliminado do organismo; ento, alcana uma concentrao uniforme
que mantida no decorrer do tempo. A concentrao no interior do compartimento
vascular a quantidade total de frmaco administrado dividida pelo volume no qual se
distribui.
Vd= D/C
Onde C= concentrao plasmtica do frmaco (mg/L), D= quantidade total do frmaco no
organismo (dose administrada - mg/kg). O valor pode ser expresso em L/kg, ou em L. Ex.:
Foram administrados 25 mg de um frmaco (D=25 mg), e a concentrao plasmtica 1
mg/L, ento Vd= 25mg/1mg/L= 25 L.
5.3 - Biotransformao
A biotransformao dos frmacos submete o frmaco a reaes qumicas,
geralmente mediadas por enzimas, que o convertem em um composto diferente do
originalmente administrado.
33
Farmacologia Geral Veterinria
34
Farmacologia Geral Veterinria
35
Farmacologia Geral Veterinria
36
Farmacologia Geral Veterinria
- necessria uma dose muito maior do frmaco quando este administrado por
via oral que quando administrado por outras vias. Importante frisar, que este aumento da
dose j foi considerado no momento da preparao da forma farmacutica pela indstria,
no necessitando que o profissional adapte a dosagem.
- Acentuadas variaes individuais ocorrem na extenso do metabolismo de
primeira passagem de determinado frmaco, o que pode produzir um grau problemtico
de imprevisibilidade quando tais frmacos so usados por via oral.
Exemplos de frmacos que sofrem metabolismo de primeira passagem: Aspirina,
clorpromazina, contraceptivos orais, lidocana, morfina, paracetamol, petidina,
propranolol, salbutamol, terbutalina, verapamil.
5.4 - Excreo
Os frmacos podem ser excretados aps biotransformao ou mesmo na sua
forma inalterada. Os principais rgos responsveis pela excreo dos frmacos so: os
rins, onde os medicamentos hidrossolveis so excretados; o fgado, onde aps a sua
biotransformao os frmacos so excretados pela bile; e os pulmes, responsveis pela
excreo de frmacos volteis. Pequenas quantidades de frmacos tambm podem ser
excretadas pelo suor, saliva e leite.
5.4.1 - Excreo Renal:
A excreo renal o principal processo de eliminao dos frmacos,
principalmente os polares ou pouco lipossolveis.
Trs processos bsicos so responsveis pela excreo renal:
9 Filtrao glomerular;
9 Secreo ou reabsoro tubular ativa;
9 Difuso passiva atravs do epitlio tubular.
Filtrao glomerular Os capilares glomerulares permitem a passagem de
qualquer molcula do frmaco para o filtrado glomerular, desde que o seu peso molecular
seja inferior que aproximadamente 20.000 A .
Secreo e reabsoro tubular A filtrao remove cerca de 20% do frmaco
que chega ao rim. Os 80% restantes passam para os capilares peritubulares do tbulo
proximal, onde h 2 sistemas transportadores independentes e relativamente no
seletivos que transportam as molculas dos frmacos para a luz tubular. Assim a
secreo tubular potencialmente o mecanismo mais efetivo para a eliminao renal do
frmaco. Ao contrrio da filtrao glomerular, o transporte mediado por transportador
pode atingir depurao mxima do frmaco mesmo quando a maior parte do frmaco se
liga s protenas plasmticas. Este transporte mediado por carreador de determinados
frmacos e metablitos para o lquido tubular ocorre no tbulo proximal. Requer uma fonte
de energia e substncias carreadoras intracelulares, que so relativamente inespecficos,
porque transportam tanto cidos como bases orgnicas, porm sua capacidade
limitada. A ligao protica extensa no impede a excreo tubular do frmaco,
presumivelmente porque o complexo frmaco-albumina dissocia-se pela remoo do
frmaco livre a partir do plasma. A penicilina, por exemplo, embora se apresente 80%
ligada e portanto seja depurada lentamente por filtrao, quase completamente
removida por secreo tubular proximal, e sua taxa de eliminao muito alta.
Vrios frmacos excretados pelos rins compartilham o mesmo sistema de
transporte, e pode haver competio entre eles. Ex. a probenecida que retarda a
excreo da penicilina G.
37
Farmacologia Geral Veterinria
38
Farmacologia Geral Veterinria
5.5 - Biodisponibilidade
Biodisponibilidade indica a poro do frmaco que atinge a circulao geral de
forma inalterada aps sua administrao. a quantidade da droga disponvel para ser
utilizada pelo organismo.
Objetivos dos estudos das biodisponibilidades:
9 Consiste em determinar quanto de determinado frmaco absorvido pelo
paciente, que dele necessita para prevenir ou curar uma doena.
9 Determinar a velocidade de absoro do frmaco.
9 Determinar a permanncia do frmaco nos lquidos do organismo e sua
correlao com as respostas farmacolgicas e/ ou txicas.
Estas informaes tm importncia para a determinao da posologia de um
frmaco e de sua forma farmacutica, principalmente quando se usam medicamentos
com pequena margem de segurana, como 0s digitlicos e alguns antibiticos. Tambm
servem para a adequao da dose utilizada em pacientes portadores de insuficincia
heptica e renal.
A determinao da biodisponibilidade mais freqentemente realizada atravs da
concentrao plasmtica do frmaco.
5.5.1 - Fatores que Influenciam na Biodisponibilidade das Drogas
Administradas por Via Oral:
39
Farmacologia Geral Veterinria
a) Caractersticas da droga:
9 Inativao antes da absoro GI;
9 Absoro incompleta;
9 Efeito de primeira passagem.
b) Forma farmacutica:
9 Estado fsico da droga;
9 Tamanho da partcula;
9 Tipo de sal;
9 Excipiente ou veculo da droga.
c) Interao com outras substncias no TGI:
9 Alimentos e drogas.
d) Caractersticas do paciente:
9 pH gastrointestinal; motilidade GI; perfuso; flora; estrutura; estado de m
absoro; funo heptica; fentipo gentico.
40
Farmacologia Geral Veterinria
IT = DL50
DE50
41
Farmacologia Geral Veterinria
Figura 2 - (A) A concentrao eficaz para produzir uma resposta quantal foi determinada em 100
indivduos. O nmero de indivduos que exigiu cada dose foi lanado no grfico resultando numa
distribuio de freqncias log normal (barras brancas). As barras empilhadas demonstram que a
distribuio de freqncia normal, quando somada, resulta numa distribuio de freqncias
acumulativa- uma curva sigmide que uma curva concentrao-efeito quantal. (B) Curvas dose-
resposta quantais para a ao til e txica da droga.
42
Farmacologia Geral Veterinria
6.2 - Ao Farmacolgica
a modificao das funes do organismo no sentido de aument-las ou diminu-
las. Deve-se ter em conta que os frmacos no criam funes novas, apenas as
modificam, sem to pouco alterar as caractersticas das mesmas. O aumento ou
diminuio de uma funo pode, portanto, ser controlado atravs do uso de frmacos.
Assim, os anticidos no curam a lcera, mas provocam a neutralizao da acidez
estomacal, favorecendo ento a cicatrizao da mucosa lesada.
As manifestaes da ao farmacolgica que pode ser observada ou medida
chamada de efeito farmacolgico, por exemplo a morfina age deprimindo o centro
respiratrio bulbar (CRB), sendo o efeito observado a diminuio da amplitude e
freqncia respiratria. Logo o efeito ser sempre uma conseqncia da ao
farmacolgica do frmaco.
43
Farmacologia Geral Veterinria
44
Farmacologia Geral Veterinria
45
Farmacologia Geral Veterinria
46
Farmacologia Geral Veterinria
47
Farmacologia Geral Veterinria
9 Assim os ligantes devem primeiro entra na clula para depois se ligarem a estes
receptores.
9 Aps a ligao, estes receptores sofrem uma alterao constitucional que expe
um stio de ligao com alta afinidade a determinadas regies do DNA nuclear,
conhecidas como regies hormnio-responsiva.
9 Logo aps essa ligao verifica-se aumento na atividade da RNA polimerase da
produo de RNA mensageiro, como resposta fisiolgica final, ocorrendo em um perodo
que varia de horas a dias.
Exemplos: receptores para glicocorticides.
A unio frmaco-receptor envolve todos os tipos de interao-qumica conhecida:
inicas polares, pontes de H, foras de Van der Walls e ligaes covalentes. As ligaes
covalentes em geral correspondem aes irreversveis. Ex. ligao de organofosforados
com a enzima acetilcolinesterase.
48
Farmacologia Geral Veterinria
49
Farmacologia Geral Veterinria
50
Farmacologia Geral Veterinria
51
Farmacologia Geral Veterinria
52
Farmacologia Geral Veterinria
54
Farmacologia Geral Veterinria
56
Farmacologia Geral Veterinria
57
Farmacologia Geral Veterinria
58
Farmacologia Geral Veterinria
59
Farmacologia Geral Veterinria
Salbutamol
Terbutalina
Orciprenalina agonistas 2
Isoetarina
Ao direta Ritodrina
Clembuterol
Dobutamina agonista 1
Nafazolina
agonistas 1
Fenilefrina
Clonidina
agonistas 2
Guanfacina
liberao de noradrenalina
inibem a MAO
Anfetaminas e derivados inibem a captao 1
estimulante do SNC
Ao indireta
agonista e
Efedrina liberao de noradrenalina
fraco estimulante do SNC
Dopamina
liberao de noradrenalina
60
Farmacologia Geral Veterinria
Catecolaminas
Adrenalina uma catecolamina endgena. Potente agonista de todos os adrenoceptores
( 1, 2, 1, 2).
Noradrenalina um potente agonista de adrenoceptores 1, 2, 1. Tem pouco efeito
sobre receptores 2.
Dopamina
Precursor da sntese de adrenalina e noradrenalina. A dopamina causa liberao de
norepinefrina de neurnios adrenrgicos. Em doses intermedirias ativa adrenoceptores
1 e altas doses ativa 1, podendo resultar em vasoconstrio.
A dopamina ativa receptores especficos de dopamina.
Receptores D1 esto presentes na circulao coronariana, mesentrica e renal e so
ativados por baixas concentraes de dopamina. A ativao produz vasodilatao.
Receptores D2 esto presentes em gnglios, crtex da adrenal e certas reas do SNC.
Adrenalina
61
Farmacologia Geral Veterinria
Efeitos metablicos
A concentrao sangnea de glicose, cidos graxos e cido ltico aumentam quando os
adrenoceptores do fgado, msculo esqueltico e tecido adiposo so estimulados.
Alguns dos efeitos da adrenalina na concentrao de glicose so secundrios (inibio da
secreo de insulina via ativao de adrenoceptores 2 e estimulao da secreo de
glucagnio via ativao de receptores 2).
Noradrenalina provoca todos os efeitos produzidos pela adrenalina que so mediados via
adrenoceptores 1 , 2 e 1 com as seguintes excees:
Em doses similares, a noradrenalina aumenta a presso sangnea mdia mais do
que a adrenalina porque no capaz de relaxar os vasos sangneos esquelticos
via adrenoceptores 2.
A ativao de baroreceptores e o reflexo vagal ocorrem com doses menores de
noradrenalina do que com adrenalina. Este reflexo pode ser forte o suficiente para
diminuir o dbito cardaco apesar da ativao direta de receptores 1 cardacos.
Usos teraputicos
Adrenalina
Reverso de parada cardaca
A adrenalina usada para tratar reaes de hipersensibilidade e choque
anafiltico caracterizados por broncoespasmo e hipotenso.
Adrenalina reduz o fluxo sangneo cutneo o que a torna til para prolongar o
efeito anestsico local.
Aplicada tpicamente, pode ser usada para controlar hemorragias localizadas.
62
Farmacologia Geral Veterinria
Noradrenalina pode ser usada para corrigir a hipotenso induzida por anestesia
espinhal.
Isoproterenol
O isoproterenol, um potente agonista de adrenoceptores no seletivo, aumenta os
nveis tissulares de adenosina monofosfato cclico (AMPc) pois os receptores 1 e 2
ativam a adenilil ciclase. O isoproterenol tem baixa afinidade pelos adrenoceptores .
Efeitos farmacolgicos
A infuso intravenosa produz reduo na resistncia perifrica total.
Aumento do dbito cardaco, devido ao aumento na contratilidade e freqncia cardaca
(ativao de receptores 1). Os tecidos que possuem adrenoceptores 2 (msculo liso,
brnquico e gastrintestinal) so relaxados.
Usos teraputicos
Constrio brnquica aguda
Bloqueio antrioventricular (A-V) completo
Efeitos adversos
Taquicardia, cefalia, ruborizao da pele e arritmias (como resultado da estimulao
generalizada do tecido cardaco)
Dobutamina
Mecanismo de ao. A dobutamina ativa adrenoceptores e .
A dobutamina no absorvida por via oral e administrada por infuso intravenosa. A
meia-vida curta. A dobutamina produz efeitos inotrpicos que so maiores do que os
efeitos cronotrpicos. Aumenta o dbito cardaco por aumentar a contratilidade cardaca
e o volume sistlico.
Efeitos adversos
63
Farmacologia Geral Veterinria
A dobutamina pode aumentar o uso de oxignio e, por isso, deve ser usada com cuidado
aps infarte do miocardio para evitar o aumento do tamanho do infarto. Pode produzir
arritmias. Outros efeitos adversos - pode incluir os descritos para adrenalina.
Fenilefrina
Mecanismo de ao. A fenilefrina um agonista de receptores 1 direto. Em doses
altas tambm apresenta alguma propriedade estimulante -adrenrgica.
A fenilefrina aumenta a presso sangnea (primariamente por vasoconstrico).
Usos teraputicos
A fenilefrina tem vantagens sobre a adrenalina como vasopressor nas situaes
onde a estimulao cardaca indesejvel, como durante a anestesia geral com
halotano.
A fenilefrina usado como descongestionante nasal tpico.
usada em oftalmologia como agente midritico .
Combinado com anestsicos locais, prolongando a ao anestsica.
Efeitos adversos
A fenilefrina pode provocar bradicardia reflexa quando administrada por via intravenosa.
Hipertenso, pode ocorrer principalmente em pacientes hipertensos, hipertireoideos ou
geritricos. Irritao nasal e congesto rebote podem ocorrer aps uso nasal de longa
durao.
Xilazina
Agonista 2, tem propriedades analgsica, sedativa e relaxante muscular de ao central.
Uso teraputico
analgsico, tranquilizante
Efeitos adversos
Hipoxemia em ovinos, cavalos machos relaxamento e exposio do pnis, reduo nveis
de insulina no gato, cavalo, gado e ces, aborto ou parto prematuro em bovinos se for
administrado no ltimo trimestre de gestao.
Efedrina
Mecanismo de ao. A efedrina um agente de ao mista (tem aes diretas e
indiretas) contudo sua ao primria indireta. Assim uma parte significativa da sua ao
resulta da liberao de noradrenalina do terminal nervoso adrenrgico.
A efedrina absorvida do trato gastrintestinal e pode ser administrada por via oral. Ela
resistente ao metabolismo pela MAO e no um substrato para a COMT, tendo uma ao
prolongada.
64
Farmacologia Geral Veterinria
Efeitos farmacolgicos
A efedrina aumenta a presso sangnea por estimulao cardaca e vasoconstrico
perifrica. Ela causa broncodilatao pela ativao de adrenoceptores 2. Ela causa
constrico do esfncter da bexiga pela estimulao de receptores adrenrgicos.
Anfetaminas
Possuem efeitos predominantes no SNC, que parecem resultar da liberao de dopamina
associado ao bloqueio da recaptura da amina em regies lmbicas. Produz aumento na
presso arterial e pode causar diminuio reflexa da freqncia cardaca. Produz
relaxamento bronquiolar. Em humanos usado no tratamento da obesidade, devido ao
efeito anorexgeno, na narcolepsia e no distrbio de ateno em crianas e adultos
hiperativos.
Em doses altas pode causar estimulao excessiva do SNC, levando a surtos psicticos.
Os efeitos centrais incluem: agitao, vertigem, tremor, loquacidade, tenso nervosa,
irritabilidade, insnia, febre e euforia. Ainda pode causar anorexia, nuseas, vmitos,
diarria e clicas. Intoxicao fatal pode causar convulso e coma.
65
Farmacologia Geral Veterinria
Prazozin antagonistas 1
Indoramina
Ioimbina
antagonista 2
Propanolol
Nadolol
antagonistas no seletivo
Timolol
Pindolol
Oxprenolol
Atenolol
Esmolol antagonistas 1
Practolol
Metoprolol
Butoxamina antagonistas 2
Labetalol antagonista e
66
Farmacologia Geral Veterinria
67
Farmacologia Geral Veterinria
Usos clnicos:
- Usado para tratar hipertenso associada com tirotoxicose e feocromocitoma.
- Usado para tratar arritmias.
Efeitos adversos:
-Sensibilizao (up-regulation) de receptores beta (aumento no nmero de
receptores) ocorre com terapia de longa durao.
- A suspenso sbita da terapia pode provocar estimulao excessiva de
receptores beta exacerbando os sintomas.
* O propranolol pode causar broncoespasmo e contra-indicado em animais asmticos.
contra-indicado em animais com insuficincia cardaca ou bradicardia sinusal e em
animais com doena ou insuficincia heptica.
Atenolol- um antagonista seletivo beta 1 competitivo. Ele diminui a freqncia cardaca,
o dbito cardaco e as presses sistlica e diastlicas.
Usos clnicos:
-Usado para tratar arritmias supraventriculares, hipertenso e cardiomiopatia
hipertrfica em gatos.
* Deve ser usado com cautela em animais com asma ou histria de broncoespasmo e o
bloqueio excessivo de beta1 pode reduzir muito o dbito cardaco.
68
Farmacologia Geral Veterinria
Pilocarpina
Alcalides naturais Muscarina
Arecolina
Nicotina
Acetilcolina
steres da colina Metacolina
Betanecol
Carbacol
69
Farmacologia Geral Veterinria
O efeito contrtil sobre msculo liso se estende tambm para o tero, e gestao
uma contra-indicao para o uso carbacol.
Uso clnico: tratamento de clica em cavalos e estase ruminal no gado. Tambm
usado topicamente em oftalmologia para produzir miose.
Fisostigmina
Neostigmina
Reversveis Piridostigmina
Edrofnio
Ambenmio
Demecrio
Paration
Malation
Irreversveis Fention
Compostos organofosforados Ecotiofato
Diclorvs
Compostos Organofosforados
O diisopropil fluorofosfato (DFP) o composto organofosforado prottipo. Foram
introduzidos como pesticidas por cientistas alemes, antes e durante a segunda guerra
mundial. Substncias altamente txicas, foram usadas contra seres humanos na guerra
qumica. Subsequentemente, uma ampla variedade de compostos organofosforados tem
sido sintetizada e pesquisada. Alguns dos mais importantes so usados como pesticidas,
como o paration, o malation, e o ronel. Soman, tabun e sarin so compostos
extremamente potentes que so classificados como gases nervosos. Os compostos
organofosforados usados na clnica so:
70
Farmacologia Geral Veterinria
b) Indireta:
- Tratamento de miastenia grave (neostigmina, piridostigmina).
- Tratamento de glaucoma (demecrio, ecotiofato, fisostigmina).
- Reverso do bloqueio tipo curare (neostigmina).
- Tratamento de leo paraltico e atonia da bexiga (neostigmina).
Toxicidade: Nuseas, vmitos, clica, diarria, salivao, broncoconstrio,
broncorria, defecao e mico involuntrias, hipotenso, fasciculao muscular,
fraqueza, paralisia dos msculos respiratrios, convulso, coma e parada respiratria
central. Tratamento: atropina e pralidoxima.
# Contra-indicado o uso de parassimpaticomimticos em pacientes com asma,
insuficincia coronariana e lcera pptica.
Propantelina
71
Farmacologia Geral Veterinria
72
Farmacologia Geral Veterinria
73
Farmacologia Geral Veterinria
74
Farmacologia Geral Veterinria
bloqueada, todo sinal que passar por aquele local, mesmo que originado em uma rea
distante, tambm ser bloqueado.
O tamanho e a presena ou no de mielinizao determinam a susceptibilidade ao
bloqueio anestsico das fibras nervosas. Em geral, fibras menores e fibras mielinizadas
so bloqueadas antes das fibras maiores e/ou desmielinizadas. Na prtica, tm-se
observado que o desaparecimento da funo nervosa ocorre na seguinte seqncia: dor,
calor, tato, presso profunda e, por ltimo, a funo motora. Cabe salientar que existem
variaes individuais e anatmicas que podem modificar essa seqncia.
12.1.3 - Caractersticas:
As drogas anestsicas locais so bases fracas; em conseqncia, so usualmente
insolveis em gua. Os produtos comerciais so preparados como sais cloridrato
solveis, que so cidos. A acidificao aumenta a estabilidade e a hidrossolubilidade da
soluo do anestsico local.
Os anestsicos locais, em soluo, existem na forma de molcula ionizada e no
ionizada.
B + H+ BH+ , onde
B= forma bsica no polarizada do anestsico local
BH+ = forma catinica carregada positivamente
H+ = on hidrognio
As propores relativas de molculas no polarizadas e polarizadas dependem do
pH da soluo e da constante de dissociao (pKa) da droga.
Se o anestsico local injetado em ambiente cido, o [H+] aumenta, produzindo
mais droga ionizada (BH+) diminuindo a efetividade do anestsico local.
De forma inversa, se o anestsico local injetado em um ambiente alcalino, que
tem [H+] baixo, existiro maiores quantidade de droga na forma de base, aumentando a
efetividade do anestsico local.
A molcula no polarizada (B) difunde mais rapidamente atravs da membrana
nervosa do que a polarizada ou ionizada (BH+). Porm, a molcula polarizada parece ser
a forma ativa da droga no axoplasma.
12.2 - Farmacocintica
12.2.1 - Absoro e Latncia (velocidade de incio do efeito):
A absoro sistmica dos anestsicos locais influenciada pela dosagem, local se
injeo (se houver), presena de vasoconstritor, e propriedades fsico-qumicas das
drogas.
A solubilidade lipdica diretamente proporcional potncia e a durao de ao.
Quanto maior a lipossolubilidade, mais potente o agente anestsico, e mais
duradoura sua ao.
O pKa correlaciona-se com a latncia. Drogas com o pKa prximo ao corporal de
7,4 (7,6-7,9) tem rpido incio de ao. Drogas com pKa elevado (8,1-8,9) tem latncia
prolongada.
12.2.2 - Distribuio:
A ligao a protenas correlaciona-se com a durao de ao. O local de ligao do
anestsico local no canal de sdio parece ser uma protena. Anestsicos do tipo ster tm
sua distribuio mais limitada, devido a sua rpida metabolizao pelas colinesterases
plasmticas.
75
Farmacologia Geral Veterinria
12.2.3 - Metabolismo
Anestsicos locais com ligao do tipo ster sofrem hidrlise pela colinesterase
plasmtica e em menor extenso no fgado, sendo usualmente de curta durao, com
exceo da tetracana.
Anestsicos locais com ligao do tipo amida so metabolizados por enzimas
microssomais, principalmente no fgado, normalmente sendo de durao intermediria ou
longa.
A toxicidade destes frmacos est inversamente ligada taxa de hidrlise.
Alteraes na funo renal podem influenciar a depurao de metablitos dos anestsicos
locais, pois a maior parte eliminada por esta via. A urina cida acelera a eliminao dos
anestsicos locais, que na sua maioria possuem radicais aminoalcalinos. Do mesmo
modo, disfuno heptica pode dificultar a metabolizao e aumentar os efeitos txicos.
76
Farmacologia Geral Veterinria
77
Farmacologia Geral Veterinria
78
Farmacologia Geral Veterinria
13.1.1 Succinilcolina:
79
Farmacologia Geral Veterinria
80
Farmacologia Geral Veterinria
81
Farmacologia Geral Veterinria
82
Farmacologia Geral Veterinria
83
Farmacologia Geral Veterinria
84
Farmacologia Geral Veterinria
85
Farmacologia Geral Veterinria
86
Farmacologia Geral Veterinria
15.2 - Mecanismos de Ao
Ocorre depresso generalizada no SNC em especial do Sistema Reticular
Ascendente, causando insensibilidade e inconscincia.
Diversas teorias procuram explicar esta depresso:
9 A potncia anestsica intimamente relacionada com a lipossolubilidade e no
com a estrutura qumica.
9 As teorias mais antigas postulam a interao com a bicamada lipdica. Recente
trabalho favorece a interao com canais inicos da membrana, acionada por ligantes.
9 A maioria dos anestsicos aumenta a atividade dos receptores GABAA inibitrios
e muitos inibem ativao de receptores excitatrios, como os receptores para glutamato e
nicotnicos da acetilcolina.
Outras teorias:
Teoria neurofisiolgica >>> Diminuio na transmisso sinptica Gnglio Cervical
Superior > inibindo o SRAA
Teoria bioquimica >>> Diminuio na produo de ATP pela mitocndria com reduo das
oxidaes celulares > reduzindo consumo de 02 cerebral
CAUSA OU CONSEQNCIA?
87
Farmacologia Geral Veterinria
Ex.: o ter demora mais para saturar o sangue do que o halotano, por isso a induo pelo
halotano mais rpida do que pelo ter.
A concentrao do anestsico padronizada pelo ndice de Concentrao
Alveolar Mnima (CAM), que corresponde concentrao inspirada do anestsico, a
presso de uma atmosfera, que previne a resposta estmulos nociceptivos (inciso
cirrgica) em 50% dos pacientes. Emprega-se em 95% dos casos, em mdia, 1,3 CAM. A
CAM indica a potncia do anestsico, portanto quanto menor a CAM, maior a potncia
anestsica.
O valor da CAM constante para cada anestsico, podendo variar conforme a
tcnica e o paciente individualmente. A hipotermia, gestao, hipoxemia severa,
88
Farmacologia Geral Veterinria
90
Farmacologia Geral Veterinria
91
Farmacologia Geral Veterinria
15.6.3 Enflurano:
um agente inalatrio no explosivo e nem inflamvel, permitindo uma anestesia
rpida e agradvel, no irritando as vias areas. Permite tambm um despertar e
relaxamento precoce, sendo muito potente e raramente produz nuseas ou vmitos.
Por outro lado deprime as funes cardiovasculares, provoca hipotenso arterial e
deprime a respirao, tambm pode levar a mioclonias o equino. considerado o
anestsico de eleio em pequenos animais e animais selvagens e nos animais com
insuficincia renal.
15.6.4 Isoflurano:
Tem o menor ndice de biotransformao (0,2%) e sem toxicidade renal ou
heptica, mas pela pouca disponibilidade tem um custo elevado.
15.6.5 - Sevofluorano e Desflurano:
Tambm so pouco biotransformados (-5%) e tem rpida excreo pela urina, alm
de relativa insolubilidade. O uso mais recente embora o custo j se tornou mais
acessvel. O desfluorano menos estvel.
92
Farmacologia Geral Veterinria
O uso destes agentes anestsicos iniciou em 1628, por W. Harvey, com estudos
sobre o sistema cardiovascular, pela administrao de frmacos por via intravenosa.
Riynd, 1845, por sua vez criou a seringa hipodrmica e dez anos aps Wood, a agulha
hipodrmica. O introdutor da anestesia geral intravenosa, no homem, foi Or, em 1872,
com o hidrato de cloral e Pirogoff, 1924 utilizou os barbituratos. Posteriormente, outros
compostos do cido barbitricos foram descobertos e utilizados, como o tiopental sdico
at hoje, aumentando assim a margem de aceitao e utilizao deste tipo de
anestesia.
A anestesia injetvel tem como grande vantagem o acesso fcil a via venosa;
comodidade de aceitao pelo paciente; uma induo menos desagradvel que pelos
inalatrios e no requer uma aparelhagem sofisticada.
Como desvantagens a margem de perigo grande, principalmente por pessoas
no habilitadas, alm do que o profissional precisa conhecer: doses e diluies; tcnicas
adequadas de administrao; capacidade de realizar manobras de entubao traqueal em
uma emergncia e conhecimento pleno de procedimentos de reanimao
cardiorespiratria.
Alm disso, a anestesia injetvel tem efeito reversvel lento, pois uma vez injetado
o agente, pouco se pode fazer para retirar do organismo. Quanto menor a concentrao
da diluio ou a quantidade injetada, melhor ser a capacidade do organismo regular a
profundidade anestsica e a avaliao dos parmetros da profundidade.
A anestesia inalatria tem vantagens, pois a suspenso da administrao do
anestsico e o uso de ar (oxignio), fazem cair a concentrao alveolar do gs e diminui a
absoro e a concentrao no organismo.
A superdosagem pode facilmente ser atingida quando da infuso venosa contnua,
por outro lado em dose nica proporciona anestesia de curta durao e induo de
anestesia geral, mantida via inalatria.
Os anestsicos injetveis produzem diferentes graus de depresso no sistema
nervoso central.
Os principais usos so para induo de anestesia geral, anestesia de curta durao
como redues de fraturas; retirada de corpo estranho; curetagem uterina; curativo de
queimaduras; drenagem de abscessos e exames especializados.
16.1 - Barbitricos
O cido barbitrico foi sintetizado em 1864 por Adolph Bayer, atravs da reao do
cido malnico com uria (maloniluria). A utilizao como depressor do SNC, s ocorreu
em 1903.
O nico barbitrico que tem importncia em anestesia o tiopental.
9 Tem lipossolubilidade muito alta;
9 So cidos fracos formados por sais com metais alcalinos de pH 10 - 12,5,
instveis em solues alcalinas e decompem-se facilmente, ionizando-se na gua.
9 A administrao principal por via intravenosa;
9 Ao rpida por causa da rpida transferncia pela membrana
hematoenceflica; curta durao por causa da redistribuio para tecidos com grande
fluxo sanguneo e mais lentamente para os msculos;
93
Farmacologia Geral Veterinria
QUMICA
Oxibarbitricos>FENOBARBITAL(gardenal) PENTOBARBITAL(nembutal)
Tiobarbitricos>TIOPENTAL(tionembutal) TIAMILAL(surital)
95
Farmacologia Geral Veterinria
96
Farmacologia Geral Veterinria
97
Farmacologia Geral Veterinria
98
Farmacologia Geral Veterinria
17.1 - Classificao
Os tranqilizantes maiores so classificados em 5 grupos, mas em Medicina
Veterinria so usados apenas:
Derivados fenotiaznicos Acepromazina, clorpromazina, levopromazina,
promazina;
Derivados butirofennicos Droperidol, haloperidol, azaperona.
17.2 - Mecanismo de Ao
Os tranqilizantes maiores atuam seletivamente em algumas regies do SNC:
ncleos talmicos, hipotlamo, vias aferentes sensitivas, sistema lmbico, sistema motor e
tambm so capazes de atuar na periferia, afetando o sistema nervoso autnomo.
Eles bloqueiam os receptores ps-sinpticos da dopamina. Atuam tambm em
receptores pr-sinpticos, os quais so responsveis pela regulao da sntese e
liberao do neurotransmissor.
Podem tambm bloquear no s os receptores noradrenrgicos e serotoninrgicos
centrais, bem como perifericamente exercem efeitos alfa-adrenoltico, anti-histamnico H1,
anti-serotoninrgico e anticolinrgico.
17.3 - Farmacocintica
Tanto os derivados fenotiaznicos como as butirofenonas so absorvidas no trato
gastrointestinal e por via parenteral. So amplamente distribudos nos tecidos, sofrendo
diferentes processos de biotransformao no fgado, sendo os metablitos eliminados
pela urina e fezes.
99
Farmacologia Geral Veterinria
17.7 - Contra-indicaes
- Envenenamentos com organofosforados.
- Tratamento, conhecido ou suspeito, com anti-helmnticos organofosforados
- Histria de convulses
A administrao de adrenalina contra-indicada quando se faz uso dos derivados
Fenotiaznicos.
17.8 - Acepromazina
100
Farmacologia Geral Veterinria
101
Farmacologia Geral Veterinria
17.9 - Clorpromazina
102
Farmacologia Geral Veterinria
103
Farmacologia Geral Veterinria
18.1 - Classificao
Atuam de forma seletiva nos centros nervosos. Junto ao sistema reticular ativador
ascendente (SRAA), reduzem os impulsos sensoriais; sobre o sistema lmbico atuam no
ncleo amigdolide resultando na ao ansioltica e no centro cortical e centros motores
leva a depresso destes.
O mecanismo descrito o de potencializao da ao inibidora neuronal do GABA
(principal transmissor inibitrio do encfalo), modulando estes efeitos no crebro.
18.2.2 Farmacocintica:
104
Farmacologia Geral Veterinria
18.3 - Diazepam
105
Farmacologia Geral Veterinria
106
Farmacologia Geral Veterinria
18.4.1 Preparaes:
a) Efeitos no SNC:
No crebro so obtidos os efeitos analgsico e sedativo desses agentes e na
medula no stio de produo da analgesia e relaxamento muscular.
Os agonistas adrenrgicos 2 potencializam os efeitos dos opiides, barbituratos e
anestsicos inalatrios.
Eles diminuem o tnus simptico.
O efeito hipntico das drogas parece ser resultado da ao depressora no ncleo
cerleo (locus cerulus). O ncleo cerleo o principal ncleo adrenrgico no crebro e
est envolvido com o controle do sono, analgesia e funes autonmicas.
b) Efeitos cardiovasculares:
- Presso sangunea - Quando administradas por via IV, so estimulados primeiro
os receptores 2 perifricos, produzindo vasoconstrio e um aumento da presso
sangunea inicial. A presso retorna ao normal ou abaixo do normal devido diminuio
dos estmulos simpticos do SNC e, por isso, da liberao de noradrenalina.
- Arritmia Bradicardia sinusal e arritmia sinusal
Bloqueio atrioventricular (A-V), bloqueio sinusal e dissociao A-V podem ocorrer.
c) Efeitos respiratrios:
Em cavalos com enfisema, a estimulao dos receptores 2 pr-sinptico em
nervos colinrgicos no trato respiratrio diminuem a liberao de ACh e causam
broncodilatao.
d) Efeitos no TGI:
107
Farmacologia Geral Veterinria
e) Outros efeitos:
Diminuio da secreo de hormnio antidiurtico e conseqente diurese
aumentada; hiperglicemia; hipoinsulinemia; efeito ocitcico em bovinos(xilazina); prolapso
peniano em bovino e eqino(xilazina); tremor muscular leve e abaixamento da cabea em
eqinos(romifidina).
18.5 - Xilazina
108
Farmacologia Geral Veterinria
18.6 - Detomidina
Est aprovada para uso como analgsico-sedativo em eqinos. mais potente que
a xilazina.
18.7 - Medetomidina
Tem sido estudada para uso em ces e gatos, sendo cerca de 20 vezes mais
potente que a xilazina.
18.8 Romifidina
Tem sido utilizada em eqinos, superando a xilazina e a acepromazina no uso
como tranqilizante nesta espcie, devido aos seus efeitos farmacolgicos serem
superiores e com menores efeitos adversos. Um efeito caracterstico,quando atingido o
pico de ao, o abaixamento da cabea, com o animal encostando o focinho no cho.
Os reflexos protetores, como o coice, no eqino, so mantidos.
Neuroleptoanalgesia
Conceito: Neuroleptoanalgesia o efeito produzido pela combinao de um
opiide comum e tranqilizante.
Quando se associa estes dois grupos de medicamentos, ocorre, em algumas
espcies animais, profunda sedao e analgesia, sem a perda de conscincia. Seu uso
tem como principal finalidade proporcionar a realizao de cirurgias, evitando-se os
efeitos metablicos e depressores centrais indesejveis produzidos pelos anestsicos.
Usos Teraputicos:
Em ces usado para realizao de cirurgias
Em ces e eqinos a neuroleptoanalgesia vem sendo introduzida, porm deve-se
ter cautela na escolha do analgsico, bem como na dose a ser administrada.
Em bovinos no se recomenda o uso desta associao, devido aos efeitos
estimulantes dos hipnoanalgsicos nesta espcie animal.
Associaes Utilizadas em Neuroleptoanalgesia:
Fentanil + droperidol = co IV/IM
Oximorfona + acepromazina = gato IV/IM
Meperidina + acepromazina = equino IV
Butorfanol + acepromazina = equino IV
Butorfanol + xilazina = equino IV
Morfina + xilazina = equino IV
Butorfanol + diazepam = co IV/IM
Etorfina + acepromazina = equino IM
Fentanil + droperidol = coelho IV
109
Farmacologia Geral Veterinria
19.1 - Guaifenesim
110
Farmacologia Geral Veterinria
19.2 - Metocarbamol
19.3 - Benzodiazepnicos
19.4 - Baclofem
111
Farmacologia Geral Veterinria
20.2 - Xantinas
112
Farmacologia Geral Veterinria
20.3 - Doxapram
113
Farmacologia Geral Veterinria
20.4 - Estricnina
PSICOTRPICOS
115
Farmacologia Geral Veterinria
Cada espcie apresenta suas particularidades e entre essas est a maior ou menor
sensibilidade a determinado frmaco.
As cobras, quelnios, lagartos e jacars so animais que no possuem mecanismo
interno para controle de sua temperatura corprea, estando esta na dependncia da
temperatura ambiente. So animais de baixo metabolismo, com movimentos respiratrios
lentos, chegando a efetuar apenas um movimento por hora. O diafragma est ausente
nas cobras e, quando presente, como no caso dos jabutis, constitu-se de fina membrana
muscular, incapacitada para realizar as funes respiratrias como nos mamferos. Estas
condies fisiolgicas restringem a administrao de anestsicos volteis e as
dificuldades de conteno limitam o emprego de agentes por via intravenosa nesses
animais.
As condies de sade do animal a ser submetido a um processo anestsico
tambm interferem diretamente, bem como sua condio nutricional. Animais doentes ou
desnutridos requerem doses menores.
O sucesso num procedimento anestsico significa segurana para o animal, para a
equipe envolvida e a possibilidade de efetuar o procedimento ao qual essa anestesia se
prope. A depresso respiratria e queda da presso arterial so significativas, quanto
mais demorado for o tempo de decbito desse animal. A recomendao sempre impedir
o acesso gua dos animais quando forem ser anestesiados, para no haver risco de
afogamento.
Mtodos de Conteno
Temperatura
Por serem animais poicilotermos, a temperatura ambiente abaixo de 10C promove
lassido, e devido a esta peculiar fisiologia, os rpteis, em especial o jabuti, cgado e
tartaruga, podem ser imobilizados por hipotermia, bastando mant-los sob temperatura de
5C ou menos, durante 30 minutos. Com essa tcnica o metabolismo basal baixa
profundamente a ponto de permitir intervenes cirrgicas intracavitrias.
Gs Carbnico
Em serpentes, principalmente as peonhentas, recomendado submet-las ao
do gs carbnico com a finalidade de imobilizao. Este gs promove profunda sedao
de curto prazo, entretanto com tempo suficiente para administrao de um agente por via
intramuscular, para realizar extrao de veneno ou outros tratamentos de curta durao.
Frmacos
Dentre os medicamentos parenterais, a quetamina e a tiletamina so os mais
indicados para os rpteis, necessitando doses elevadas.
Quetamina pode ser usada na induo de anestesia ou para procedimentos de
curta durao. Efeitos tranqilizantes so observados em baixas doses. Espcies
menores podem requerer proporcionalmente doses maiores. Dosagens de 40 100mg/Kg
116
Farmacologia Geral Veterinria
RELATO DE CASO
117
Farmacologia Geral Veterinria
118
Farmacologia Geral Veterinria
119
Farmacologia Geral Veterinria
120
Farmacologia Geral Veterinria
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
AHRENS, F.A. Farmacologia Veterinria. Artes Mdicas, Porto Alegre, 1997, 360p.
BRANDER, G.C.; GH, D.M.; BYWATER, R.J. JENKIS, W.L. Veterinary Applied
Pharmacologt & Therapeutics. 5 ed., Bailliere Tindall, Londres ,1994.
FRASER, C.M. The Merck Veterinary Manual. 7th edition, Merck & CO., Inc. Rahway,
N.J., U.S.A., 1991.
LANGELOH, A.; MIOLO, J.R. ; MELLO, J.R.B de, et al. Farmacologia Veterinria
Temas Escolhidos III. Guaba : Agropecuria, 2002, 200p.
PAGE, C.; CURTIS, M.; SUTTER, M.; WALKER, M.; HOFFMAN, B. Farmacologia
Integrada. 2 ed., Manole, Barueri-SP, 2004.
RANG, H.P.; DALE, M.M.; RITTER, J.M.; MOORE, P.K. Farmacologia. 6 ed., Elsevier,
Rio de Janeiro, 2007.
121