Para Raios em Embarcações
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1. Objetivo:
É comum encontrarmos muitas dúvidas e grande interesse sobre os dispositivos de proteção contra
descargas atmosféricas (raios) para embarcações de pequeno porte. A escassa bibliografia sobre o
assunto motivou a elaboração do presente trabalho.
O objetivo deste trabalho é orientar sobre a instalação de sistemas de pára-raios em embarcações de
pequeno porte.
2.Introdução:
Uma embarcação navegando representa um ponto de condução proeminente sobre uma superfície plana,
estando, portanto, mais exposta a ser atingida por um raio que o resto do meio que a circunda (ver figura
1).
Apesar disso, a probabilidade de ser efetivamente atingida por um raio é muito baixa, já que o mar
possui um baixo índice ceráunico.
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elétricas, está comprovado que constituem uma eficiente referência sobre a probabilidade de queda de
raios.
As regiões tropicais são as que apresentam os mais altos índices ceráunicos, com mais dias de
tempestade, estas de grande intensidade, ocorrendo o contrário nas zonas de altas montanhas, de intenso
frio ou marítimas.
Com base nas curvas isoceráunicas descritas acima, se confecciona um mapa ceráunico, onde elas estão
representadas.
4. Conceito de raio:
O raio é a união violenta das cargas positivas e negativas, produzindo uma descarga elétrica através de
gases de baixa condutividade.
As descargas podem ocorrer dentro da nuvem, de nuvem a nuvem ou da nuvem à terra. Estas últimas
são as que nos interessam, por serem as que provocam danos, tanto em terra, como na água.
Normalmente, as nuvens estão carregadas negativamente na sua base, e positivamente na sua parte
superior. Por indução eletrostática, a terra ficará positiva justamente debaixo de uma nuvem. Desta
forma, uma diferença de potencial enorme é criada, produzindo-se o raio quando se vence a rigidez
dielétrica do meio (ar ou vapor de água). Simultaneamente ao raio (descarga), se produz a luz
(relâmpago) e, em seguida, o som (trovoada).
A metade dos raios, aproximadamente, são descargas simples, e a outra metade corresponde a raios
compostos por descargas múltiplas em seqüência rápida.
Da mesma forma que na nuvem se formam centros de carga, algo similar ocorre na terra, pois há solos
mais condutores que outros, considerando-se que as cargas na terra se movem segundo a indução
imposta pela nuvem.
Já que a nuvem pode cobrir grandes áreas terrestres, sua influência eletrostática sempre será importante.
Pode haver, deste modo, diversos centros de carga.
O raio incidirá sobre o elemento que tiver maior condutividade e for capaz de acrescentar mais
cargas ao fenômeno. Também podem ser produzidas descargas superficiais entre eles, ao desaparecer a
carga indutora devido aos raios de nuvem a nuvem.
O início da descarga, em um primeiro momento, é invisível, quando várias descargas-piloto se
aproximam da terra, em forma de ramificações. Quando o caminho traçado pelas “piloto” se ioniza,
inicia-se a descarga de retorno principal, dando origem às descargas visíveis.
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7.Cone de proteção.
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Os corpos metálicos interiores (motor, tanques de água e gasolina, mecanismos metálicos do leme, etc. )
serão conectados à placa de contato com a água (principalmente o motor, para que a corrente da
descarga não passe pelos mancais) ou ao condutor de descida principal. (ver figura 8).
Precauções.
Todo elemento pelo qual circula uma corrente elétrica cria um campo magnético ao redor de si. Por isso,
devemos prestar atenção na localização do instrumental elétrico, eletrônico e de navegação.
Devemos evitar o uso de combinação de metais que produza reações galvânicas ou eletrolíticas, que
aceleram a corrosão em presença de umidade ou em imersão direta. Se for impraticável empregar a
combinação ideal, podemos reduzir os efeitos da corrosão com revestimentos adequados ou conectores
especiais.
Recomendações
2) Use somente materiais de primeira qualidade e altamente resistentes à corrosão, para que sua
manutenção seja mínima. As braçadeiras, grampos, etc., devem ser de bronze ou cobre.
3)As conexões não devem ser soldadas. É melhor usar as conexões parafusadas com arruelas
dentadas de contato, tudo isso bem fixado.
4)Os cabos são estendidos retos, sem se enroscarem nos estais.
Não é recomendável usar como placa de descarga outras partes normalmente submersas (hélice,
pá do leme, placa para rádio-transmissores, etc.).
10. Classificação das embarcações (conforme o material do casco).
Casco de aço: (1)
Possuem proteção intrínseca. Os barcos com casco de aço em contato elétrico com mastros metálicos ou
outras partes metálicas da superestrutura não precisam de proteção adicional contra raios. Os possíveis
pontos de descontinuidade (estais, brandais e ovéns metálicos com macacos esticadores, etc.) levarão
pontes metálicas parafusadas.
Casco e mastros de madeira: (1)
Este tipo de embarcação não possui, por si mesma, nenhuma proteção. Por isso devemos verificar o
cumprimento dos itens 8 e 9 acima
O condutor poderá ser esticado em linha reta nos estais e através do interior do casco — sem ficar
rodeado, em nenhum momento, por elementos ferromagnéticos — até o elemento de contato ou placa de
contato com a água. (Ver o item 8 - Placa de cobre).
Casco de madeira com mastros metálicos: (1)
Neste caso, devemos adequar a instalação ao sistema de proteção. Verificaremos o cumprimento dos
itens 8 e 9 acima, principalmente o indicado para o condutor de descida e para a placa de escoamento da
descarga.
Se o mastro tiver uma seção suficiente (mais de 100 mm2), servirá de condutor principal, e poderemos
prescindir do pára-raios, desde que o mastro esteja conectado eletricamente ao resto do sistema de
proteção. O condutor de descida será fixado firmemente ao mastro, no ponto onde os estais encapelam
neste último, ou acima deste ponto.
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Podemos usar as antenas dos equipamentos de rádio como pára-raios, se elas tiverem suficiente
capacidade (o que não é comum no tipo de embarcação aqui tratado).
Uma antena de rádio pode atuar como elemento protetor, se tiver uma condutividade adequada e se
estiver equipada — como também o aparelho específico (rádio) — com descarregadores,
espinterômetros, ou outro meio qualquer para fazer a ligação à "terra" (aterramento) durante as
tempestades elétricas.
Antena com capacidade para suportar o raio:
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