Avaliação de Impactos Ambientais
Avaliação de Impactos Ambientais
Avaliação de Impactos Ambientais
Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo a Disciplina de Avaliação de Impacos Ambientais!
Essa disciplina se propõe ao aprendizado das diferentes formas de se fazer uma correta
Avaliação de Impactos Ambientais, no Brasil e no mundo. Entender o processo de
licenciamento ambiental, bem com os principais estudos necessários para o procedimento,
é fundamental para qualquer gestor ambiental que necessita contribuir para as ações de
sustentabilidade de empresas públicas ou privadas, de grande ou pequeno porte, bem
como àquelas voltadas para a atividade industrial, militar, comercial ou agropecuária.
Dentro desse contexto, é fundamental o entendimento da Concepção Ambiental no mundo
e os principais conceitos de Avaliação de Impactos Ambientais (AIA), ao longo da história.
Também é importante para o gestor ambiental, o entendimento sobre o Avanço da
Avaliação de Impactos Ambientais no mundo. No Brasil, o quadro legal sobre a AIA foi
efetivado com a Resolução Conama nº 001, de 23 de janeiro de 1986 e esse texto traz um
estudo completo sobre esse diploma legal, bem como os principais métodos de AIA.
Introdução
O sistema capitalista e industrial não tem tomado conhecimento entre a harmonia existente
nas relações entre os seres vivos, e entre os seres vivos e o meio ambiente. O chamado
equilíbrio ecológico. Ao quebrar essa harmonia, o homem provoca o que chamamos de
impacto ambiental (Almeida & Rigolin, 2005). E desde a segunda metade do século
passado, que a busca por maior equilibrio ambiental tem reunido cientistas, acadêmicos,
empresários conscientes, sociedade e governos na busca da manutenção dessa grande
riqueza de recursos naturais.
De acordo com Brasil (2006), a partir da década de 1970, foi possível observar uma
crescente preocupação com a tutela ambiental, deflagrada com a Conferência de
Estocolmo sobre Meio Ambiente, realizada em 1972, pelas Nações Unidas, onde foi
estabelecido os princípios norteadores de proteção ambiental que todas as nações
deveriam seguir em busca do tão necessário ambiente sadio. No Brasil, dentre as
normativas, destacam-se as Resoluções Conama 01/1986 e 237/1997, que regulamentam
e oferecem as diretrizes básicas para o licenciamento ambiental e a elaboração da
Avaliação de Impactos Ambientais (AIA), bem como organizam as competências do
processo e determinam os conteúdos dos documentos ambientais. Os métodos de
avaliação ambiental foram inicialmente importados de grandes instituições cujas políticas
ambientais estavam mais avançadas e, atualmente, o Brasil é detentor de métodos
importantes nessa área.
Atualmente, é importante conhecer as formas de construir estudos ambientais, os
procedimentos de licenciamento e estabelecer métodos de proteção ambiental eficientes.
.
Objetivos
Esse movimento iniciou-se no atual Reino Unido, por volta de 1760, e espalhou-se pela
Europa Ocidental, depois Estados Unidos e Japão, associado a uma série de fatores
conjunturais daquela sociedade (crescimento da burguesia, desenvolvimento de áreas
urbanas, etc.). Essa revolução promoveu a produção em massa, deixando para trás o modo
de produção agrícola e manual.
Quanto mais se consome, mais indústrias são necessárias e mais recursos naturais
precisam ser extraídos, explorados e beneficiados para transformá-los em mercadorias. As
indústrias são apontadas como principais agentes poluidores, contaminando o ar com a
fumaça que provém de suas atividades. Estas emissões aumentam a concentração de CO2
na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global.
O sistema capitalista e industrial não tem tomado conhecimento entre a harmonia existente
nas relações entre os seres vivos, e entre os seres vivos e o meio ambiente. O chamado
equilíbrio ecológico. Ao quebrar essa harmonia, o homem provoca o que chamamos de
impacto ambiental (Almeida & Rigolin, 2005).
Mas, o mundo vem evoluindo e as preocupações com o planeta terra têm avançado! É
consequência da perplexidade humana frente às catástrofes e a supressão de muitos
recursos naturais que antes existiam em abundância e muitos deles foram extintos na
Natureza.
Nos anos oitenta, destaca-se também a corrida para soluções associadas à degradação da
camada de ozônio, quando foi descoberto um estreitamento generalizado, sobretudo sobre
o continente antártico.
Na verdade, a política de "Integrar para não Entregar" iniciou ainda nos anos sessenta, mas
foi efetivamente aplicada nas décadas posteriores. No início da década de setenta,
Amazônia foi literalmente rasgada para dar lugar à Transamazônica, inaugurada em 1972
e dois anos depois ficou pronta a Rodovia Belém-Brasília, colocando abaixo, florestas do
cerrado e da Amazônia.
Lembre-se de que, aqui, não há uma discussão político, mas ambiental. Precisamos
fazer uma análise sobre a evolução das preocupações ambientais, no Brasil.
Para subsidiar a ideia, foi formulado um conjunto amplo de ações direcionadas ao fomento
de empreendimentos no bioma, compilado a partir do Programa de Integração Nacional
(PIN), com intuito de formar recursos humanos para auxiliar a proposta governamental,
sobretudo identificando regiões estratégicas e tipos de obras a serem realizadas.
Como nos diz Albuquerque (2014), além das rodovias, houve a implantação da Ferrovia do
Aço, do Sistema de Telecomunicações, do Projeto Carajás e das usinas hidrelétricas de
Tucuruí e Balbina, entre outras ações. Eram iniciativas enquadradas dentro do âmbito do
Programa de Integração Nacional, que buscava se apoiar na Teoria dos Polos de
Crescimento.
Mas, seu projeto foi, desde o início, feito para atender a indústria de alumínio gerada pelas
jazidas de bauxita da região. Destruir a Amazônia para atender aos interesses privados?
Os custos de sua implantação ultrapassaram os dez milhões de reais e o governo pediu
emprestado aos bancos internacionais e sua energia é vendida a preços subsidiados para
as empresas eletro-intensivas, especialmente de alumínio (japonesas, canadenses e norte-
americanas), por conta dos compromissos assumidos no início do projeto.
No caso de Tucuruí, até houve um estudo ambiental, elaborado por um único profisional
DEPOIS da implantação das obras, onde há basicamente uma compliação das informações
disponíveis e a análise de potenciais impactos ambientais
Por sua vez, a Usina Hidrelétrica de Balbina produz 275 MW, junto ao Rio Uatumã, com um
lago de 2.360 quilômetros quadrados, e foi construída em resposta à crise do petróleo, nos
anos setenta. O Brasil precisava buscar uma forma de produzir a própria energia que
consumia. Nada melhor como usar os recursos do país e produzir uma energia limpa!
O problema é que Balbina tem um lago quase do tamanho da UHE de Tucuruí e produz
uma energia infinitamente menor! E mais! A usina é apontada como problemática também
no que diz respeito à emissão de gases de efeito estufa, considerados causadores do
aquecimento global. Como assim?
Não houve só prejuízo não só econômico, por não ter vendido a madeira, mas também
ambiental, pela elevada acidez do lago e os gases emitidos pelo mesmo.
Poderíamos ficar discutindo cada uma das obras concluídas no Brasil, antes e depois do
regime militar e é fundamental que se analise os impactos positivos e negativos e a quais
interesses elas atendem. Mas, vamos prosseguir na histórica do Brasil e o Meio Ambiente.
Em 1981, o Brasil avançou com Política Nacional do Meio Ambiental, uma lei que tinha
legítimas e efetivas normas de proteção ambiental. A Lei 6938/81 dispõe sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente, que tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação
da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao
desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da
dignidade da vida humana. Vamos dar uma olhada no vídeo com os princípios desse
diploma legal.
Em 1992, o Brasil sediou o segundo grande evento ambiental organizado pelas Nações
Unidas, historicamente falando. Foram dias intensos de discussões em prol do
desenvolvimento sustentável e muitos documentos foram acordados e assinados, no
sentido de promover o compromisso institucional e governamental. Acompanhe o vídeo.
O Brasil marcou sua nova posição, na Rio-92. Chega de crescimento econômico a qualquer
custo! O país avançou em suas normas ambientais, e os anos noventa foram
especialmente importantes para a normatização do que estava estabelecido na
Constituição Federal e na Política Nacional do Meio Ambiente, sobretudo no que diz
respeito aos seus instrumentos legais. Vamos saber um pouco mais sobre aqueles que diz
respeito principalmente à Avaliação de Impactos Ambientais.
2. CONCEITOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Westman, 1985, p. 5
É importante conhecer também a norma NBR ISO 14.001:2004, uma vez que é utilizada
por muitas empresas e outras organizações que buscam a certificação internacional com o
sistema de gestão ambiental.
No Brasil, a definição de impacto ambiental é dada pela Resolução Conama n. 001, de 23
de janeiro de 1986.
Repare que esse conceito diz muito mais a respeito de poluição do que de impacto
ambiental. Repare que menciona “qualquer forma de energia”. Ainda bem que não é muito
praticada, ao pé da letra, nos tribunais e estudos de AIA.
É sempre bom enfatizar que poluição tem apenas uma conotação negativa, enquanto que
impacto ambiental pode ser benéfico ou adverso. E mais! Muitas ações humanas causam
significativo impacto ambiental sem que estejam emitindo algum poluente, como é o caso
do desmatamento ou a intensificação da erosão.
IAIA, 1999
Na verdade, os conceitos diferem pouco quanto à sua essência, mas é possível dizer que
AIA é o processo de identificar as consequências futuras de uma ação presente ou
proposta.
Para Garcia (2014), realmente, a definição de impacto ambiental não é simples, ainda mais
quando inserida em um contexto de estudo ambiental, em que é necessário identificar a
ação causadora do impacto. Muitas vezes, existe uma confusão entre ação, aspecto e
impacto. Claramente se consegue entender que as ações são causas e os impactos, as
consequências. Por sua vez, os processos ou os mecanismos pelos quais as
consequências ocorrem são chamados de aspectos.
Não duvide! Uma AIA tem caráter PREVIO na literatura. E é utilizado como instrumento de
proteção ambiental em nossos diferentes marcos legais.
Mas, é fundamental entender que se pode fazer, sim, uma avaliação de impactos
ambientais DEPOIS da implantação de um empreendimento. E se ocorrer um acidente
durante a operação de uma usina termelétrica e a poluição for emita para atmosfera?
Nesse caso, a preocupação é com os danos causados, ou seja, os impactos negativos
serão avaliados.
3. AVANÇO DA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Sanches (2008) informa que esse diploma legal se aplica a decisões do governo federal
que possam acarretar modificações ambientais significativas, o que inclui projetos de
agências governamentais e também projetos privados que necessitem de aprovação do
governo federal, como a mineração em terras públicas, usinas hidrelétricas e nucleares.
O grande articulador da lei foi o professor de ciência política Lynton Caldwell, utilizado pelo
senado norte-americano para contribuir nas discussões e redação do projeto de lei. O
cientista tinha duas premissas importantes. Segundo Caldwell (1977) para que a política
fosse eficaz, dois enfoques eram necessários: O primeiro era estabelecer um fundamente
substantivo, “expresso através de declarações, resoluções, leis ou diretrizes” (p. 1); o
segundo, era fornecer meios para a ação “sendo que um aspecto crítico é o mecanismo
para assegurar que a ação tencionada realmente ocorra” (p.12).
Aqui, no Brasil, as grandes Política Nacionais, como a de Meio Ambiente (1981), Recursos
Hídricos (1997), Educação Ambiental (1999), Resíduos Sólidos (2010) e sobre Mudança do
Clima (2010) têm claros instrumentos legais para atendimento aos objetivos da normativa.
Ao longo dos anos, vários países começaram a implantar a AIA e houve a necessidade de
institucionalizar o procedimento, através de sua inserção em acordos internacionais. Um
grande passo foi dado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (Rio-92), não só com as discussões com participação da sociedade,
cientistas e governantes, mas também com o princípio 17 da Declaração do Rio.
Cap 09
Cap 11
Cap 15
É bom destacar que tanto a Agenda 21, como a Declaração do Rio faz parte do rol de
documentos que necessitou de intensas negociações entre os diferentes organismos
internacionais e representantes governamentais, incluindo Organizações Não
Governamentais e a sociedade civil organizada.
Não é errado dizer que muitas leis que requerem a AIA foram promulgadas após a
Conferência no Rio de Janeiro, tanto na América Latina, como África e Europa Oriental,
regiões ainda bastante resistentes às políticas ambientais.
Na América do Sul, grandes projetos hidrelétricos foram implantados nos rios que servem
de fronteira, como é o caso da UHE de Itaipu, entre Brasil e Paraguai, e UHE Salto Grande,
entre Uruguai e Argentina.
De acordo com Rittner (2014), em meio às dúvidas sobre o abastecimento de energia nos
dois lados da fronteira, o Brasil e a Argentina pretendem acelerar o projeto de construção
de duas novas usinas hidrelétricas, Garabi e Panambi, no rio Uruguai. Mas, um consórcio
de empresas brasileiras e argentinas elabora, desde maio do ano passado, os estudos de
viabilidade técnica e os estudos de impacto ambiental (EIA-Rima).
4. QUADRO LEGAL NO BRASIL E A RESOLUÇÃO CONAMA 001/86
A Lei 6938/81 dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, que tem por objetivo a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. Vamos dar uma olhada no
vídeo com os princípios desse diploma legal.
E o grande elemento interessante é que a lei apresenta importantes conceitos, caros à área
ambiental, como “meio ambiente”, “degradação” e “poluição”. Conceitos imprescindíveis
para a compreensão do Direito Ambiental, reunidos na figura a seguir.
A normativa legal revela alguns eixos centrais, relacionados à nossa visão sobre o tema: o
meio ambiente como direito fundamental; a conservação da diversidade biológica e dos
processos ecológicos; a criação de espaços territoriais especialmente protegidos; a
necessidade de estudo prévio de impacto ambiental antes da realização de atividades
potencialmente causadoras de significativa degradação; e a educação ambiental. Vamos
ver o vídeo sobre oartigo 225 da Carta Magna.
Como você viu no vídeo, dentre as incumbências do poder público, na Carta Magna, está
a exigência “na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora
de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que
se dará publicidade;
Destaca-se que a AIA busca determinar quais impactos ambientais e como fazer para
solucioná-los. O processo de licenciamento ambiental serve para saber, se após a AIA, o
empreendimento é viável ou não. E mais! Dentro do grande processo de avaliação dos
impactos ambientais está o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), documento fundamental
DENTRO da AIA.
Existe uma lista de empreendimentos que devem passar pelo processo de licenciamento
ambiental. Mas, nem todos precisam se estudos ambientais detalhados, uma vez que
aqueles que têm impactos considerados pouco significativos podem ser implantados com
estudos ambientais resumidos.
Mas, será que todas as atividades que têm potencial de degradação o Meio Ambiente
precisa de estudo ambientais? SIM!! Mas, nem todas precisam de Estudo de Impacto
Ambiental (EIA/RIMA). Veja o que diz o artigo terceiro da Resolução Conama 001/1986:
Nessa disciplina, vamos saber um pouco mais sobre a Resolução Conama nº 001, de 23
de janeiro de 1986. Para início de conversa, vamos entender quais os empreendimentos
que são considerados de significativo impacto ambiental e, por isso, precisa de Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)?
Bem, o fato de atender a essas diretrizes, não quer dizer que os órgãos ambientais
competentes no processo de licenciamento não podem fixar diretrizes adicionais que, pelas
peculiaridades do projeto e características ambientais da área, forem julgadas necessárias,
inclusive os prazos para conclusão e análise dos estudos.
Depois que o empreendedor entra em contato com o órgão ambiental competente para
proceder ao licenciamento ambiental de sua atividade, eles definem juntos, os documentos,
projetos e estudos ambientais necessários ao processo, através do Termo de Referência
(TR). De início o órgão licenciador determina, se a área sugerida para a instalação da
empresa é tecnicamente adequada. Este estudo de viabilidade é baseado no Zoneamento
Municipal. É nesta fase que aquelas atividades que são de baixo impacto ou se encaixem
em condições que não exijam Licenciamento Ambiental, devem ser encaminhados para as
licenças ou autorizações pertinentes.
Para a elaboração dos estudos de impactos ambientais, a resolução é muito clara nos seus
requisitos básicos. E buscou dividir os EIA/RIMAS objetivamente entre Diagnóstico,
Avaliação de Impactos, Medidas Mitigadoras e Monitoramento ambiental.
No “coração” dos estudos ambientais está a Análise dos impactos ambientais do projeto e
de suas alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e interpretação da
importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e
negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos,
temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e
sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais.
Também é fundamental a definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre
elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a
eficiência de cada uma delas. E a elaboração do programa de acompanhamento e
monitoramento (os impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a
serem considerados.
O empreendedor, sob as suas custas, organiza uma equipe multidisciplinar técnica para a
elaboração e organização dos documentos ambientais. A equipe precisa estar habilitada,
não dependente direta ou indiretamente do proponente do projeto e que será responsável
tecnicamente pelos resultados apresentados.
Mas, é com relação ao RIMA? Bem, esse é o documento NÃO técnico, e deve ser
apresentado de forma objetiva e adequada a sua compreensão. As informações devem ser
traduzidas em linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e
demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender as vantagens e
desvantagens do projeto, bem como todas as consequências ambientais de sua
implementação.
É um documento para a população comum, entende? É voltado para a população que será
direta ou indiretamente afetada pelo empreendimento. Então, precisa ter uma linguagem
própria e simplificada para que todos possam compreender. E o que precisa conter o
RIMA? Essencialmente, os mesmos elementos do EIA, veja o que menciona o artigo novo
da Resolução Conama 01/86:
I. Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as políticas
setoriais, planos e programas governamentais;
II. A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando
para cada um deles, nas fases de construção e operação a área de influência, as
matérias primas, e mão-de-obra, as fontes de energia, os processos e técnica
operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, os empregos
diretos e indiretos a serem gerados;
III. A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de
influência do projeto;
IV. A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da
atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de
incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas e critérios adotados para
sua identificação, quantificação e interpretação;
V. A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando
as diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem como com a
hipótese de sua não realização;
VI. A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos
impactos negativos, mencionando aqueles que não puderam ser evitados, e o grau
de alteração esperado;
VII. O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;
VIII. Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários de
ordem geral).
De acordo com o artigo dez da Resolução Conama 237/1997, poderão ser estabelecidos
procedimentos simplificados para as atividades e empreendimentos de pequeno potencial
de impacto ambiental, que deverão ser aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio
Ambiente. Portanto, se os técnicos do órgão ambiental entenderem que o empreendimento
tem baixo potencial para degradação ambiental, outros documentos podem ser solicitados
e cada ente federativo tem suas próprias normas documentais. Abaixo, a figura reunindo
alguns documentos mais comuns.
É no caso de algum diploma legal sobre o meio ambiente não estiver sendo respeitado?
Nesse caso, é fundamental, o entendimento sobre a Lei de Crimes Ambientais, publicado
na década de novento, sob o número Lei n.º 9.605 de 12 de fevereiro de 1998. Vamos
entender o que significa esse documento tão importante?
5. MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO AMBIENTAL
Existe uma grande variedade de métodos, ferramentas e procedimentos que podem ser
utilizados para a previsão de impactos ambientais. Esses métodos servem de referência
nos estudos ambientais para se determinar de forma mais precisa a significância de uma
alteração ambiental. É muito mais fácil se você consegue padronizar os métodos e
comparar, quantitativamente, os impactos de diferentes empreendimentos, não é mesmo?
Mas, é bom ter cuidado! De acordo com Leite, Fornasari Filho & Bitar (1990), grande parte
desses métodos têm caráter subjetivo na sua abordagem e o ideal é que sejam utilizados
critérios bem definidos para a escolha do método a ser usado, ou seja, cada método tem
uma aplicação definida, sendo utilizado conforme o caso.
A verdade é que não existe um método intrinsecamente melhor do que os demais. O melhor
é aquele mas adaptado ao problema que se pretende resolver, dentro de seu contexto.
RIBEIRO, Gilvânia Saraiva. Licenciamento ambiental: Uma análise a luz de seus princípios
norteadores. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 18, n. 3793, 19 nov.
2013. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/25888>. Acesso em: 18 out. 2017.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Presidência da República. Casa Civil. Lei n.º 6.938,
de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e
mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
LEITE, Carlos Alberto Gonçalves, FORNASARI FILHO, Nilton & BITAR, Omar Yazbek.
Estudos de Impacto Ambiental: algumas reflexões sobre metodologia para o caso da
mineração. In: BITAR, Omar Yazbek (Coord.). O meio físico em estudos de impacto
ambiental. Publicação Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), São Paulo, boletim 56,
cap.02, p.04-08, 1990.