Avaliação Psicológica Do Adulto
Avaliação Psicológica Do Adulto
Avaliação Psicológica Do Adulto
Concepção de Inteligência
Mantendo-se fiéis ao conceito de inteligência proposto por Wechsler, os
subtestes da WAIS-III foram seleccionados de forma a abranger um leque
diversificado de aptidões mentais, reflectindo desta forma o funcionamento
intelectual global do indivíduo. Os subtestes fazem apelo a várias facetas da
inteligência, embora nenhum deles reflicta a totalidade dos
comportamentos inteligentes.
Convém salientar que a concepção de inteligência como um todo não
significa que se verifique um desenvolvimento homogéneo das
capacidades/aptidões que lhe estão inerentes. De facto, a experiência
mostra que os sujeitos podem obter, simultaneamente, resultados elevados
e resultados reduzidos em subtestes distintos, o que evidencia um
desenvolvimento diferenciado ao nível das suas aptidões intelectuais e, por
isso, esse mesmo desenvolvimento resultará em padrões de desempenho
bastante diversificados.
Embora as aptidões intelectuais que constam desta Escala possam ser
consideradas como determinantes essenciais de um comportamento
inteligente, existem outros factores de natureza não intelectiva, que
desempenham um papel influente na expressão das aptidões intelectuais
(p.e. traços de personalidade, atitudes).
Organização da escala
A aplicação alternada dos subtestes Verbais e de Realização tem como
objectivo manter o interesse do sujeito ao longo da administração da
Escala.
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Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
discriminação perceptiva entre o que é essencial e o que é acessório,
mobilização da atenção e memória a longo prazo na modalidade visual.
• Vocabulário (V): série de palavras apresentadas oralmente e por escrito,
que o examinado terá de definir oralmente. O que avalia: conhecimento
de palavras, fluência verbal, uso/emprego de linguagem, riqueza e tipo de
linguagem, compreensão verbal e raciocínio mais abstracto. Depende das
aprendizagens ao longo da vida (ou seja, envolve a memória a longo prazo).
• Código: Dígito-Símbolo (R): série de números, cada um emparelhado
com um símbolo de tipo hieroglífico. Usando uma chave, o examinado terá
de escrever o símbolo que corresponde a cada número. O que avalia:
capacidade para aprender material não verbal, memória visual imediata,
previsão associativa, rapidez motora.
• Semelhanças (V): série de pares de palavras apresentados oralmente,
para cada um dos quais o examinado terá que explicar a semelhança entre
os objectos comuns ou conceitos que representam. O que avalia:
raciocínio lógico-abstracto (capacidade para extrair relações entre coisas ou
ideias), compreensão; relações entre conceitos; pensamento abstracto e
associativo.
• Cubos (R): conjunto de padrões geométricos apresentados como modelo
ou impressos a duas dimensões, que o examinado terá de reproduzir
usando cubos com duas cores. O que avalia: capacidade para construir
desenhos abstractos a partir de partes, percepção visual, relações
espaciais, coordenação visuo-motora.
• Aritmética (V): série de problemas de aritmética que o examinado terá
de resolver mentalmente e responder oralmente. O que avalia:
capacidade para realizar contas simples e cálculos aritméticos
mentalmente, concentração, raciocínio e cálculo numérico, manipulação
automática de símbolos e memória de trabalho aplicados a conceitos
aritméticos.
• Matrizes (R): série de padrões incompletos que o examinado terá de
completar apontando ou dizendo o número da resposta correcta entre cinco
alternativas possíveis.
• Memória de Dígitos (V): série de sequências de números apresentadas
oralmente que o examinado terá que repetir literalmente para os Dígitos de
Sequência Directa e repetir em ordem inversa para os Dígitos de Ordem
Inversa. O que avalia: memória a curto prazo (memória de trabalho) na
modalidade auditiva e verbal, bem como capacidade de atenção e
concentração.
• Informação (V): série de questões apresentadas oralmente que avaliam
o conhecimento geral do examinado acerca de acontecimentos comuns,
objectos, lugares e pessoas. O que avalia: aprendizagens escolares,
conhecimentos gerais adquiridos, memória a longo-prazo e assimilação de
experiências.
• Disposição de Gravuras (R): conjunto de gravuras apresentadas
desordenadamente que o examinado terá que reordenar numa história com
sequência lógica. O que avalia: capacidade para antecipar e compreender
sequências de acção, percepção e compreensão de situações sociais e
captação de sequências causais.
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• Compreensão (V): série de questões apresentadas oralmente que
exigem do examinado apreensão e articulação de regras e conceitos sociais
ou soluções para problemas do quotidiano. O que avalia: compreensão
das normas sociais que regulam a vida em sociedade, juízo social e
conhecimento prático.
• Pesquisa de Símbolos (R): série de grupos emparelhados, em que cada
par consiste num grupo alvo e num grupo de pesquisa. O examinado terá
que indicar, marcando a caixa apropriada, se algum dos símbolos alvo
aparece no grupo de pesquisa. O que avalia: capacidade para identificar
formas geométricas idênticas.
• Ordenação de letras e números (V): série de sequências de letras e
números apresentados oralmente que o examinado terá que,
simultaneamente, ordenar e repetir também oralmente, os números por
ordem crescente e as letras por ordem alfabética.
• Composição de Objectos (R): conjunto de puzzles representando
objectos comuns, apresentados segundo uma configuração estandardizada,
que o examinado terá de montar para construir um todo com significado. O
que avalia: capacidade para visualizar e construir um objecto a partir das
suas partes, memória de formas, orientação e estruturação espaciais.
QI QI IC IO IM IV
Subtestes
V R V P T P
Completamento de
Gravuras
Vocabulário
Código
Semelhanças
Cubos
Aritmética
Matrizes
Memória de Dígitos
Informação
Disposição de
Gravuras
Compreensão
(Pesquisa de
Símbolos)
(Ordenação de
Letras e Números)
(Composição de
Objectos*)
* Apesar do subteste Composição de Objectos ser opcional, poderá ser
aplicado para se obter uma representação mais rica das aptidões do
examinado. Se o subteste Composição de Objectos é aplicado em conjunto
com os outros subtestes, os seus resultados não devem ser utilizados no
cálculo dos QI ou dos Índices Factoriais. A Composição de Objectos pode
substituir qualquer outro subteste de Realização.
De notar que nem todos os subtestes são necessário para se obter quer
os QI quer os Índices Factoriais. No entanto, para obter ambos os tipos de
resultados (QI e Índices Factoriais) os 13 subtestes terão de ser aplicados
(com excepção ao Composição de Objectos).
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Cada um dos QI obtidos expressa-se numa distribuição de média 100 e
desvio-padrão 15; os resultados factoriais expressam-se igualmente numa
escala com média 100 e desvio-padrão 15.
Utilizações da WAIS-III
Sendo um instrumento de avaliação do funcionamento intelectual
global, a WAIS-III é apropriada para diversos propósitos. Primeiro, pode ser
utilizada como um teste psico-educacional, para o planeamento escolar e
orientação vocacional no ensino secundário e pós-secundário. É muitas
vezes o principal teste para o despiste de perturbações de aprendizagem e
para a identificação de funcionamentos extremos e de casos de
sobredotação. Além disto, os testes de funcionamento intelectual têm sido
amplamente utilizados em contextos escolares, para predição do
desempenho escolar. Quando os testes são utilizados como fundamento de
decisões de colocação no ensino especial, é por vezes necessário aplicar
novamente o teste ao adolescente. Pode ser também útil para,
periodicamente, reavaliar crianças ou adolescentes em contextos especiais.
Segundo, a WAIS-III é útil para o diagnóstico diferencial de desordens
neurológicas e psiquiátricas que afectem o funcionamento mental. Para
este propósito, a avaliação intelectual é conduzida frequentemente no
contexto de uma avaliação mais completa que inclui a entrevista clínica,
outros testes cognitivos e neuropsicológicos, e instrumentos de auto-
descrição para avaliação de psicopatologia e da personalidade. A WAIS-III é,
por vezes, utilizada para a avaliação intelectual no contexto da selecção
profissional e de programas de formação e desenvolvimento. Finalmente, a
WAIS-III é adequada para utilização em investigação clínica.
Diagnóstico de Sobredotação
A inteligência superior é uma componente da “sobredotação”, mas a
maioria das definições de sobredotação incluem igualmente desempenhos
fora do comum em outros domínios como o artístico, o psicomotor, a
criatividade, a aptidão musical e a liderança. Assim, a avaliação da
sobredotação envolve habitualmente avaliações da aptidão intelectual
global, bem como de outras competências e talentos. Além disso, devido ao
facto de as definições de sobredotação variarem de contexto para contexto,
o examinador poderá precisar de adaptar os procedimentos de avaliação às
necessidades de um programa particular.
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de realização da WAIS, particularmente, Cubos, Matrizes e Complemento de
Gravuras, pois avaliam o mesmo que este teste de factor g).
Centrando-nos nas Matrizes Progressivas Standard, podemos
considerar que se trata de um teste composto por 5 séries de 12 problemas,
de dificuldade crescente inter e entre séries (o que é útil para perceber se
há dificuldades de atenção, sendo estas manifestadas por uma
inconsistência na resposta a itens mais fáceis/difíceis, ou seja,
heterogeneidade nas respostas correctas).
Estes testes são também sensíveis à deterioração mental. Verifica-se
uma deterioração fisiológica normal em todas as pessoas com a idade. Aqui
referimo-nos a uma perda da eficiência intelectual abrupta que ocorre em
alguns casos, de natureza mais patológica do que o normal. Trata-se de
uma consequência em termos do desempenho da pessoa (pré-mórbido).
Não tem nenhuma relação específica com nenhum diagnóstico ou
prognóstico, as perturbações neurológicas são apenas uma causa possível.
Isto é apenas uma consequência (como o é a febre). Assim, existem provas
mais sensíveis a esta deterioração que outras, p.e. estas e o TRV de Benton.
Estas provas são-no pois são mais afectadas do que p.e. a WAIS (ainda que
esta também seja) a esta alteração. Todavia, apenas conseguimos saber
que é algo que se passou no funcionamento daquela pessoa (que perdeu
algo vs. nunca o teve) se compararmos com tarefas que não sejam tão
afectadas por isso (Vocabulário e Informação – são mais estáveis, não
sendo afectadas por estas perdas; estes dois subtestes permitem
estabelecer o funcionamento pré-morbido e comparar com o funcionamento
actual do sujeitos, p.e., nas SPM).
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• Cópia do Modelo
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Análise da Cópia
Informa sobre a organização perceptiva e o desenvolvimento
intelectual. Esta análise tem em consideração 3 aspectos: precisão da
cópia, tipo de cópia e tempo de realização.
Precisão da cópia
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Posição Pontua
Tipo de cópia
Tipo I – construção sem armadura: inicia com o rectângulo central,
sendo o elemento estruturante do desenho, em relação ao qual se agrupa
os outros elementos da figura. É um tipo dominante nos adultos, estando,
no entanto, presente desde os 4 anos, aumentando lentamente até atingir
uma frequência máxima na idade adulta.
Tipo II – detalhes da armadura: inicia com um detalhe ligado ao
rectângulo central (p.e. a cruz superior esquerda) ou desenha o rectângulo
central com um detalhe acoplado. A restante reprodução é feita em função
do rectângulo enquanto “armadura”. É um tipo acessório de cópia que
aparece aos 6 anos e desenvolve-se regularmente até aos 12 anos onde
atinge a frequência mais elevada para, em seguida, diminuir até à idade
adulta.
Os tipos I e II são semelhantes por polarizarem o desenho em torno do
rectângulo central. O tipo II é uma variante do tipo I e ambos são
englobados no Tipo I/II.
Tipo III – contorno geral: inicia com o contorno geral da figura, sem
individualizar o rectângulo central. Obtem um “continente” no qual são
colocados os detalhes interiores. Tipo de cópia acessório que diminui depois
dos 6 anos (embora possa assumir uma expressão razoável até aos 10
anos) e que é negligenciável na idade adulta, sendo, contudo, frequente em
adultos com atraso mental.
Tipo IV – justaposição dos detalhes: inicia com qualquer elemento ao
qual se seguem os outros, por contiguidade, sem se reconhecer um
princípio “organizador”. Há justaposição de detalhes uns aos outros,
procedendo por proximidade. Não há elemento director da reprodução.É
frequente em crianças autistas e em crianças dos 5 aos 10 anos, e raro em
adultos (embora se tenda a encontrar em artistas).
Tipo V – detalhes em fundo confuso: inicia com qualquer elementos da
figura, resultando num desenho nada estruturado e do qual não se
reconhece o original, apenas alguns detalhes. Reproduz uma figura pouco
ou nada estruturada na qual não se reconhece o modelo mas onde certos
detalhes do modelo são claramente reconhecidos. É dominante aos 4 anos,
e tende a desaparecer aos 8 anos.
Tipo VI – redução a um esquema familiar: inicia com qualquer elemento
resultando numa figura familiar ao próprio, havendo uma distorção muito
grande da figura de modo a assemelhá-la a algo familiar (p.e., casa, barco,
homem, etc.). É raro, mas ocorre entre os 4 e os 6 anos e em casos de
perturbação psicopatológica.
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Tipo VII – garatuja: não se reconhece nenhum elemento da figura, nem
a forma global. É frequente em idades até aos 3-4 anos.
Tempo da cópia
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Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
Resultados baixos:
− Se a cópia for normal, indicam dificuldades na memória visuo-espacial;
− Se a cópia for deficiente, traduzem as dificuldades de análise
perceptiva e de estruturação espacial já reveladas na cópia.
Considerações clínicas:
− Mudança na posição do modelo (90º) --» frequente nas crianças, com
significado nos adolescentes e adultos --» dificuldades intelectuais;
− A partir dos 12 anos, os tipos de cópia V, VI e VII sugerem dificuldades
intelectuais;
− Reprodução com sobrecarga de elementos (adições), tendência para
riscar espaços brancos e tendência para repassar traços --» psicopatia.
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Cotação quantitativa
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É importante atender para o facto de existem quadros clínicos (p.e.,
depressão) em que há perda de eficiência temporária ao longo da presença
do quadro. Contudo, em quadros neurológicos essa perda mantem-se (p.e.,
Alzheimer).
Omissões:
?
Omissão da figura principal
esquerda
Distorções:
Rotações:
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Pacientes com lesões cerebrais unilaterais tendem a negligenciar
os estímulos do campo visual contra-lateral
ÍNDICES PRIMÁRIOS
Memória Lógica I: subteste que é formado por duas
histórias curtas que são evocadas imediatamente.
Memória Pares Verbais Associados I: lista de 8 pares de
Auditiva palavras não relacionadas, em 4 ensaios, sendo
Imediata cada um deles seguido de uma tarefa de evocação
guiada. A ordem de apresentação dos pares de
palavras é diferente em cada ensaio.
Memória Faces I: apresentação sequencial de um conjunto
Imediata de 24 faces; reconhecimento imediato do tipo
sim/não a partir de um conjunto de 48 faces, as 24
previamente apresentadas mais 24 novas faces.
Memória
Visual Gravuras de Família I: uma gravura com uma
Imediata família e uma série com 4 cenas em que aparecem
alguns dos membros dessa família. Após a
apresentação das 4 cenas segue-se uma tarefa de
evocação imediata (quem está presente, onde e a
fazer o quê?).
Memória Memória Memória Lógica II: subteste apresentado 25 a 30
Geral Auditiva minutos após o subteste Memória Lógica I. Inclui
Diferida uma tarefa de evocação diferida e uma tarefa de
reconhecimento para cada história.
Pares Verbais Associados II: evocação guiada e
reconhecimento da lista de palavras após 25 a 30
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Subtestes Opcionais:
Informação e Orientação.
Lista de Palavras I e II (a lista I é apresentada 4 vezes e pede-se ao
indivíduo uma evocação imediata da mesma, depois é apresentada uma
lista II e no final da sua apresentação pede-se ao indivíduo que recorde
novamente a lista I. Apos um período de 25-30 minutos pede-se novamente
que recorde a lista I – lista II funciona como estimulo distractor).
Memória Visual I (tarefa semelhante ao Teste de Benton em que os
estímulos são apresentados durante 10 segundos e depois é pedido ao
sujeito uma reprodução) e II (após a apresentação do estimulo procede-se
tendo em conta três tarefas diferentes: de reconhecimento, de
discriminação perceptiva e de cópia).
Controlo Mental (composto por um total de 8 itens em que 4 destes
avaliam a memória de automatismos - ex.: dizer o abcedário ou contar até
20 – e, os outros quatro itens avaliam a capacidade de realização de duas
tarefas em simultâneo – ex.: contar de 6 em 6 e dizer um dia da semana
entre estas sequências).
Memória de Dígitos (semelhante à WAIS).
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Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
Nota: a designação I e II refere-se à realização destes subtestes em dois
momentos diferentes, num primeiro momento (momento I), e após um
período de cerca de 25-30 minutos (momento II). De enfatizar que, em
ambos estes momentos, o sujeito realiza as mesmas tarefas consistindo o
momento II numa repetição da realização da tarefa com o objectivo de
avaliação da informação diferida após o intervalo de retenção (dai que o
WMS avalie a memória imediata e a memória geral).
• MMPI-2
Por comparação com o MMPI, a principal diferença que existe no MMPI-2
é uma actualização que foi feita aos dados normativos utilizados; não se
efectuaram quaisquer mudanças nos grupos clínicos de critérios, sob pena
de invalidar toda a vasta gama de estudos empíricos compilados ao longo
dos anos.
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Objectivo geral: o MMPI-2 permite caracterizar a personalidade global
do indivíduo, visando principalmente uma diferenciação entre a
normalidade e a patologia, em contexto clínico. De modo a averiguar
características mais específicas da perturbação (eventualmente
identificada), será conveniente recorrer a instrumentos mais específicos.
Esta diferenciação entre a normalidade e a patologia faz-se atendendo
às escalas mais elevadas do perfil obtido pelo indivíduo. Assim, consoante o
indivíduo tenha pontuações mais elevadas nas diferentes escalas, isso
significa que as suas respostas se aproximaram das dadas pelo grupo
clínico critério (nos quais se baseou a construção da escala). De salientar
que isto não significa que o indivíduo tem a patologia correspondente à
escala mais elevada; a interpretação do seu perfil faz-se de uma forma
configuracional (utilizam-se mesmo números e não os nomes das
perturbações para designar as diferentes escalas, de modo a evitar estas
interpretações incorrectas).
Hs + 0.5 K
Pd + 0.4 K
Pt + 1 K
Sc + 1k
Ma + 0.2 K
Escalas de Validade
Escala ? (Não Sei)
Corresponde ao total dos itens sem resposta e dos itens respondidos
simultaneamente V e F. Resulta de: descuido ou confusão; tentativa de não
admitir aspectos indesejáveis do próprio (omitir para não mentir); indecisão;
falta de experiência sobre o conteúdo do item
Protocolos com mais de 10 itens omitidos devem ser interpretados com
grande reserva e protocolos com mais de 30 itens omitidos não devem ser
interpretados. Deve-se sempre encorajar o sujeito a responder ao maior
número de itens possível.
Resultad Interpretação
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Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
o Bruto
0-2 Normal. O cliente omitiu poucos ou nenhuns itens.
Escala L
Foi construída para detectar tentativas deliberadas e pouco sofisticadas
para transmitir uma imagem de si favorável. Os 15 itens que a constituem
retratam pequenas falhas que a maior parte das pessoas está disposta a
admitir. São os do MMPI original e foram seleccionados segundo uma
metodologia racional, e.g. “Não gosto de todas as pessoas que conheço”. O
sentido desviante de resposta é “Falso”. O número médio de itens da escala
L respondidos no sentido desviante na amostra normativa é 3.
Se um resultado baixo em L surgir associado a um resultado baixo em K
e a resultados altos em F podemos estar na presença de uma excessiva
auto-crítica e exagero de atributos negativos.
Resulta
Interpretação
do T
Elevados. A pessoa não está a ser honesta e franca nas suas
Superior respostas. Nas restantes escalas esta atitude vai originar resultados
a T65 mais baixos e o sujeito aparentará um melhor ajustamento
psicológico. O protocolo não deve ser interpretado.
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Escala F
Composta por 60 itens que retratam características diversas, i.e.
atitudes e comportamentos anti-sociais, hostilidade, pensamento paranoide,
problemas de saúde, etc. Estes itens foram seleccionados por terem sido
respondidos em sentido desviante por menos de 10% da amostra
normativa.
Características associadas a resultados elevados na escala F:
turbulência emocional, ansiedade e depressão, sentimentos de tristeza e de
falta de esperança, perturbações do sono e dificuldade em lidar com os
acontecimentos stressantes do dia a dia, poucas relações de amizade,
inaptidão social, pouca motivação para a conquista e intolerância à
frustração.
Resultad
Interpretação
oT
Extremamente Elevados. Perfil provavelmente inválido. A pessoa
pode ter respondido ao acaso, pode ter respondido só verdade ou
Superior estar a tentar transmitir uma imagem de si muito negativa (Faking
a T100 bad). Na população psiquiátrica, resultados desta ordem remetem
para psicopatologia muito grave com delírios, alucinações,
embotamento afectivo. O diagnóstico de psicose é provável.
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Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
favorável.
Escala FB
Esta escala foi originalmente desenvolvida para a forma experimental do
MMPI-2. Uma vez que os itens da escala F surgiam no início do caderno de
respostas foi criada esta escala para avaliar a validade das respostas aos
itens que se encontravam no final do caderno.
A escala FB é constituída por 40 itens, respondidos no sentido desviante
por menos de 10% da amostra normativa.
Num protocolo em que a escala F reflecte validade das respostas, uma
elevação em FB sugere uma atitude de resposta aos últimos itens do teste
inválida. Neste caso as escalas básicas podem ser interpretadas, mas não é
correcto interpretar as escalas suplementares e de conteúdo (que se
baseiam no itens que estão no final caderno). É claro que se a escala F não
indicar validade, o protocolo não deve ser interpretado.
Há pouca investigação sobre a escala FB e por isso recomenda-se a
utilização dos cut-offs da escala F na sua interpretação.
Para um enviezamento de respostas, resultados elevados nesta escala
acompanham-se de resultados T>80 na escala TRIN (na direcção de
verdadeiro).
Resultad
Interpretação
oT
Muito Elevados. o perfil tende a ser inválido. Estes clientes tendem a
Superior mostrar-se severamente desorganizados e psicóticos se
a T110 responderam aos itens de forma precisa; estas características são
aparentes na entrevista clínica.
Escala F(p)
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Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
Esta escala é constituída por 27 itens e é um complemento da escala F.
Pretende identificar respostas pouco frequentes quer na amostra normativa
quer na amostra psiquiátrica.
A grande vantagem desta escala em relação à F é exactamente facilitar
a diferenciação entre pessoas que tentam deliberadamente passar uma
imagem negativa de si e doentes psiquiátricos.
Resultados F(P) > T100 sugerem faking bad.
Escala K
Detecta tentativas subtis de negação da psicopatologia e de transmissão
de uma imagem de si mais favorável, ou, pelo contrário, de exagero de
psicopatologia e transmissão de uma imagem de si desfavorável.
A escala K do MMPI-2 inclui os 30 itens da escala K original. Os itens da
escala K cobrem diversas áreas de conteúdo: hostilidade, desconfiança,
conflitos familiares, falta de confiança em si, tendência para ter
preocupações excessivas…).
Ainda que resultados acima da média indiquem defensividade, elevações
moderadas podem igualmente reflectir uma maior força do ego e a
presença de recursos psicológicos.
Quando resultados moderados são encontrados em pessoas que não
aparentam perturbação psicológica e que funcionam relativamente bem é
provável que reflictam características positivas e não defensividade.
Resulta
Interpretação
do T
Muito Elevados. há uma forte sugestão de falsificação no sentido
Superior favorável (faking good) ou então de um padrão de respostas sempre
a T65 “Falso”.
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Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
Escala S
Escala constituída por 50 itens que avaliam a tendência que algumas
pessoas têm para mostrar que se dão muito bem com os outros, que são
muito virtuosas, responsáveis, livres de problemas psicológicos, com
poucas ou nenhumas falhas morais.
Os resultados da escala S estão muito correlacionados com os resultados
da escala K. Pensa-se que S mede sensivelmente o mesmo que K e que
pode ser útil na identificação de pessoas normais que estão a tentar passar
uma imagem mais positiva de si quando respondem ao MMPI-2.
Esta escala não é tão eficaz a identificar defensividade ou atitude
faking good junto de doentes psiquiátricos.
Considera-se que um resultado bruto igual ou superior a 29 distingue
pessoas que respondem com honestidade de pessoas que respondem
tentando dar uma imagem de si favorável (faking good). Mais estudos sobre
esta escala são, no entanto, necessários.
Os resultados nesta escala podem, conjuntamente com os resultados
na escala K, identificar as pessoas que enviezam as suas respostas no
sentido de faking good.
Indicadores de Consistência
Escala VRIN
Esta escala proporciona informação sobre a tendência para responder de
forma inconsistente aos itens do MMPI-2. É constituída por 47 pares de itens
com conteúdo semelhante ou oposto.
Resultados na escala VRIN > T80 sugerem um padrão inconsistente de
resposta e sugere a possibilidade do protocolo ser inválido e não
interpretável.
A escala VRIN deve ser utilizada em conjunto com a escala F.
– Resultados elevados em F e em VRIN suportam a hipótese e Resposta
ao Acaso.
– Resultados elevados em F e resultados médios ou baixos em VRIN
sugerem:
• Perturbação psicológica grave;
• Tentativa de passar uma imagem desfavorável de si;
• Respostas só Verdade ou só Falso. Para esclarecer esta hipótese é
necessário analisar TRIN…
Escala TRIN
Esta escala foi desenvolvida para detectar padrões de resposta
inconsistente quer por o sujeito responder a todos os itens Verdade, quer
por responder a todos os itens Falso.
É constituída por 20 pares de itens que têm um conteúdo oposto.
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Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
Um resultado bruto de 13 ou mais (T>80 Verdade) sugere tendência para
responder Verdade de um modo indiscriminado. Um resultado bruto de 5 ou
menos (T>80 Falso) sugere tendência para responder Falso de um modo
indiscriminado. Ambos invalidam o protocolo.
Escalas Clínicas
Escala 1 (Hiponcondria)
Originalmente desenvolvida para identificar pacientes com Hipocondria.
Este diagnóstico caracteriza-se por uma preocupação com o funcionamento
do corpo e por medos relativos à presença de eventuais doenças.
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Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
Pessoas com doenças físicas reais têm resultados moderados nesta
escala (≈ T60). Pessoas mais velhas têm resultados ligeiramente mais
elevados do que os dos adultos da amostra de estandardização, o que
provavelmente reflecte o declínio da saúde com a idade.
T>80 ð Preocupações muito acentuadas e até bizarras com o
funcionamento do corpo. Quando a escala 3 também está elevada devemos
considerar a hipótese de perturbação de conversão. Se a escala 8
acompanhar a elevação da escala 1 podem ocorrer delírios somáticos.
T= 60-80 ð queixas somáticas vagas e de natureza não específica.
Quando surgem sintomas específicos, estes incluem: dor crónica, dores de
cabeça e perturbações gastrointestinais. Outros sintomas característicos
são: fraqueza crónica, falta de energia, fadiga e perturbações do sono,
preocupação com a saúde e tendência para desenvolver sintomas físicos
em resposta ao stress. Do ponto de vista dos atributos da personalidade,
estas pessoas são: egoístas, narcísicas, pessimistas, derrotistas, cínicas,
insatisfeitas, infelizes e fazem os outros infelizes. São muito queixosas,
exigentes e críticas para com os outros ainda que expressem a hostilidade
de modo indirecto. São pessoas pouco ambiciosas e pouco entusiastas, que
funcionam num nível reduzido de eficiência. Consideram-se doentes e
procuram explicações e tratamentos médicos para os seus sintomas. Têm
pouco insight em relação à possível origem psicológica dos seus sintomas,
resistindo a interpretações psicológicas. São maus candidatos para
psicoterapia. Os seus problemas tendem a ser mais crónicos do que
situacionais.
Resulta
Interpretação
do T
Baixo. É um grupo heterogéneo visto que a sua característica
comum é a não confirmação de sintomas hipocondríacos. São
descritos como alertas, espontâneos, menos prováveis de se
Inferior preocuparem com a sua saúde, têm falta de energia ou parecem
a 45 cansados, e não são desnecessariamente preocupados acerca de
reacções adversas dos outros. As pessoas que trabalharam ou
viveram com hipocondríacos também tendem a apresentar
resultados baixos nesta escala.
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Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
Escala 2 (Depressão)
Originalmente desenvolvida para identificar pacientes com Depressão.
Os principais sintomas de Depressão são: desânimo, falta de esperança no
futuro, insatisfação com a vida.
A escala 2 é um excelente indicador do grau de insatisfação com a vida.
Resultados muito elevados sugerem depressão clínica, resultados
moderados indicam desânimo e falta de envolvimento com a vida.
Os resultados da Escala 2 são influenciados pela idade: adultos mais
velhos têm resultados superiores.
T>70 ð presença de sintomas depressivos: tristeza, ausência de
esperança, pessimismo em relação ao futuro e em relação à capacidade de
superar dificuldades, ideação suicida, desvalorização e sentimentos de
culpa, falta de energia, falta de prazer, choro, lentidão psicomotora, queixas
físicas, perturbação do sono, fadiga, agitação, tensão, dificuldades de
concentração, medos, irritação, preocupações excessivas e injustificadas,
falta de confiança, introversão, timidez…
Resulta
Interpretação
do T
Baixo. Estes clientes tendem a estar em alerta, serem sociáveis,
activos e, efectivos numa variedade de tarefas. Resultados neste
intervalo sugerem que os clientes não estão adversamente
afectados pelos comportamentos que os levaram a uma avaliação.
Têm menos probabilidade de sofrerem de insónias ou de se
preocuparem com a saúde e maior probabilidade de serem
Inferior divertidas e auto-confiantes. Algumas pessoas com baixos
a 45 resultados também são descritas como descontroladas; isto pode ser
manifesto por exibicionismo, impulsividade, e imprudência. Para
alguns, a sua actividade, agressividade, e tendência de exibição
interfere com as suas relações interpessoais.Deve-se ter a certeza
que estes comportamentos são apropriados para a situação e
contexto da pessoa (i.e., os clientes raramente pontuam neste
intervalo).
Normal. Estes clientes têm um número típico de atitudes e
45-57
comportamentos que reflectem depressão sintomática.
58-64 Moderado. Estes clientes estão insatisfeitos com algo ou com eles
mesmos, mas podem não reconhecer este estado como depressão.
O seu grau médio de insatisfação pode representar apropriadamente
a situação. Ou podem não estar realmente preocupados acerca do
que está a acontecer com eles, ou podem ter aprendido a ajustarem-
29
Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
Escala 3 (Histeria)
Originalmente desenvolvida para identificar pacientes que têm reacções
histéricas a situações de stress.
Alguns dos itens desta escala reportam a queixas físicas de natureza
específica, por exemplo, dores no peito e coração, náuseas e vómitos, dores
de cabeça. Outros reflectem a negação de problemas psicológicos e de
desconforto em situações sociais.
Os resultados da Escala 3 são influenciados pelo nível intelectual
(pessoas com um nível intelectual superior obtêm pontuações superiores) e
pelo género (as mulheres obtêm resultados superiores).
Tal como acontece com a escala 1, pessoas com doenças reais sem
grande participação de factores psicológicos, obtêm resultados próximos de
T60.
T>80 ð sintomatologia histérica clássica.
Pessoas com resultados elevados reagem ao stress e às
responsabilidades através do desenvolvimento de sintomas físicos. Estes
sintomas não têm, no entanto, o padrão de nenhuma perturbação orgânica.
Os sintomas surgem repentinamente em situações de stress e desaparecem
quando os factores de stress desaparecem. Estas pessoas não sentem
grande perturbação emocional, mas referem, por vezes, sentimentos de
tristeza e de ansiedade. Falta de energia, cansaço e perturbações do sono
são frequentes. Estas pessoas têm pouco insight sobre possíveis causas da
sua sintomatologia, sobre as suas motivações e sentimentos. São imaturas
e até infantis, auto-centradas, narcísicas e esperam grande atenção e
afecto dos outros. Quando não recebem essa atenção mostram um
ressentimento indirecto. Os afectos mais negativos são negados. Embora
tenham facilidade nas relações sociais estas relações são superficiais e
imaturas. Um dos diagnósticos mais frequentes é Perturbação de
Conversão.
Resulta
Interpretação
do T
30
Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
32
Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
T>75 ð dificuldade na incorporação dos valores e normas da sociedade.
Comportamentos anti-sociais i.e. mentira, roubo, comportamentos sexuais
promíscuos, abuso de álcool e drogas. Rebeldia e conflitos com a
autoridade. As relações familiares/matrimoniais são conflituosas e os
familiares tendem a ser responsabilizados pelas dificuldades. Na
escola/trabalho os resultados não são bons. Impulsividade, intolerância à
frustração e procura da satisfação imediata. Incapacidade de aprender com
a experiência. Ausência de culpa. Imaturidade, egocentrismo,
insensibilidade às necessidades e sentimentos dos outros. Numa primeira
impressão, transmitem uma imagem favorável e sedutora, mas
estabelecem relações superficiais e narcísicas. São pessoas extrovertidas,
activas, aventureiras, espontâneas, que passam por inteligentes e auto-
confiantes. São hostis e agressivas, cínicas e vingativas. As mulheres
tendem a mostrar esta agressividade de modo mais indirecto.
Os diagnósticos mais frequentes são Perturbação da Personalidade Anti-
social ou Perturbação Passiva-agressiva.
Resulta
Interpretação
do T
Baixo. Estes clientes tendem a ser rígidos, convencionais,
conformistas e submissos. Usualmente são capazes de tolerar muita
mediocridade, e aborrecimento. Os homens têm falta de interesse
Inferior
na actividade heterossexual, particularmente se este é o ponto mais
a 45
baixo do perfil. Têm menos probabilidade de serem mal humorados,
ficarem zangados, ou agir com teimosia. Estas pessoas são
socialmente constrangidas e têm interesses limitados.
Normal. Estes clientes têm um número típico de preocupações
45-57 acerca dos membros da família e figuras de autoridade. Estão
confortáveis com eles mesmos e com os outros.
Moderado. Estes clientes podem estar genuinamente preocupados
com problemas e questões sociais; podem responder a conflitos
58-64 situacionais, ou podem ter um ajustamento a um nível habitual de
conflito social e interpessoal. Se o conflito é situacional, o resultado
deve voltar ao intervalo normal quando o conflito for resolvido.
65 e Elevado. Estes clientes estão a lutar contra algo, que é usualmente
superior alguma forma de conflito com membros da sua família ou com
figuras de autoridade. Estes conflitos podem não ser
necessariamente agidos explícitamente; a rebeldia e raiva contra os
outros é rapidamente aparente mesmo nestes casos. São
provavelmente não confiáveis, egocentricos, e irresponsáveis.
Podem não ser capazes de aprender a partir da experiência ou
planear. Estes clientes têm uma fachada social boa e causam uma
boa impressão inicial, mas as características psicopatas irão surgir
em interacções mais longas e em situações de stress. As pessoas
com resultados elevados nesta escala usualmente são descritas em
termos desfavoráveis: zangadas, impulsivas, emocionalmente
superficiais, e imprevisíveis. São socialmente inconformistas,
negligenciam regras sociais e convenções em geral e figuras de
autoridade em particular. São pessoas que revelam
33
Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
Escala 5 (Masculinidade-Feminilidade)
Escala de atitudes e interesses (interesses profissionais, hobbies,
preocupações e medos, relações familiares, etc.)
No MMPI, a escala 5 era muito influenciada pelo nível educacional dos
sujeitos. Esta influência não é tão evidente no MMPI-2. Long, Graham e
Timbrook (1994) verificaram que homens e mulheres de nível educacional
superior têm resultados cerca de 5 pontos de nota T acima dos resultados
obtidos por homens e mulheres com nível educacional baixo. Estas
diferenças reflectem a variedade de interesses das pessoas de nível
educacional superior e não justificam interpretações diferenciadas em
função do nível de educação.
Resultados elevados:
– Nos homens reflectem variedade de interesses e ausência de
interesses estereotipados (tipicamente masculinos): interesses estéticos,
artísticos, capacidade para participar nas tarefas caseiras, na educação
dos filhos.
– Nas mulheres são pouco frequentes e indicam rejeição do papel
tradicional feminino.
Resultados Baixos:
– Nos homens reflectem interesses tipicamente masculinos.
– Nas mulheres reflectem interesses tipicamente femininos (por
exemplo, são mulheres que tiram grande prazer do seu papel de
esposas e mães).
Resulta
Interpretação (Homens) Interpretação (Mulheres)
do T
Estas mulheres tendem a ser
recatadas, sedutoras, e
parecerem indefesas. Elas super-
Estes homens identificam-se
identificam-se com o papel
muito fortemente com o papel
Inferior feminino e por vezes são
masculino tradicional, e
a 45 bastante caricaturantes dele.
podem ser compulsivos e
Baixo Este comportamento pode ser
inflexíveis acerca da sua
subtilmente manipulador ou
masculinidade.
podem conceber-se a elas
mesmas como realmente
indefesas.
Estes homens têm interesses Estas mulheres têm interesses e
45-57
e actividades masculinas actividades genuininamente
Normal
tradicionais. femininas tradicionais.
34
Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
Escala 6 (Paranóia)
Originalmente desenvolvida para identificar pacientes com sintomas
paranóides como: ideias de referência, sentimentos de perseguição, auto-
conceito grandioso, desconfiança, sensibilidade à crítica, rigidez.
Esta escala produz poucos falsos positivos: pessoas com resultados
elevados nesta escala têm sintomas paranóides.
T>70 ð provável psicose, sobretudo se a escala 6 for a mais elevada do
perfil. Nestes casos, encontramos alterações do pensamento (delírios de
perseguição ou de grandeza) e ideias de referência. São pessoas que se
sentem maltratadas pelos outros e que reagem com zanga e ressentimento.
Assim, utilizam o mecanismo de defesa projecção (a hostilidade é posta nos
outros o que justifica o ressentimento). Os diagnósticos mais frequentes são
o de esquizofrenia e o de paranóia.
T= 60-70 ð sintomas psicóticos não são comuns. São pessoas que têm,
no entanto, traços de personalidade paranóide: sensibilidade à crítica,
fazem-se de vítimas e acham que toda a gente as quer prejudicar, culpam
os outros pelas suas dificuldades. São desconfiadas e reservadas, hostis,
ressentidas e estão sempre a argumentar. São moralistas e rígidas nas suas
opiniões e atitudes.
Resulta
Interpretação
do T
Inferior Baixo. As pessoas com resultados baixos nesta escala na população
a 45 psiquiátrica são frequentemente descritas como teimosas, evasivas,
e explicitamente cautelosas. As pessoas normais com resultados
35
Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
Escala 7 (Psicastenia)
Originalmente desenvolvida para identificar sintomas característicos de
Psicastenia: dúvidas excessivas, compulsões, obsessões e medos pouco
razoáveis. Este diagnostico já não se utiliza. Actualmente o que mais se lhe
aproxima é o de Perturbação Obsessivo-Compulsiva.
A escala 7 é um bom indicador dos níveis de tensão e ansiedade do
sujeito.
Resultados elevados reflectem ansiedade, tensão e agitação,
preocupações excessivas, medos e apreensão, dificuldades de
concentração, tristeza, pessimismo, fadiga, insónia, pesadelos, queixas
físicas (sistemas cardiovascular, gastrointestinal e genito-urinário). A par
das dúvidas excessivas, dos pensamentos obsessivos e dos
comportamentos compulsivos estas pessoas sentem grande insegurança,
sentimentos de inferioridade e são extremamente autocríticos. Podem
também existir características depressivas associadas. São rígidos,
moralistas, exigentes para consigo e para com os outros, perfeccionistas,
organizados, confiáveis, mas pouco criativos. Não lidam bem com o stress,
são tímidos e não interagem bem do ponto de vista social.
36
Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
O diagnóstico mais frequente é o de Perturbação de Ansiedade.
Resulta
Interpretação
do T
Baixo. As pessoas com resultados baixos nesta escala são
geralmente descritas em termos positivos. São vistas como
responsáveis, divertidas, calmas, capazes, e eficientes. Estes
clientes são seguros e confortáveis com eles mesmos e são
Inferior emocionalmente estáveis. São orientados para o sucesso,
a 45 persistentes, e capazes. Há uma ausência de preocupações e têm
uma atitude relaxada em direcção às responsabilidades. Devemos
assegurar que estes comportamentos são apropriados para a
situação e contexto da pessoa (i.e., os clientes raramente têm
resultados neste intervalo).
Normal. Estes clientes podem lidar com responsabilidades
45-57
profissionais e pessoais sem preocupação ou ansiedade exageradas.
Moderado. Estes clientes são geralmente exigentes na realização
das suas obrigações e podem preocupar-se se não conseguem fazê-
58-64
lo. Não se vêem como ansiosos nem os outros os vêem como
ansiosos.
Elevado. Estes clientes são preocupados, tensos e indecisos. Podem
65-89 desenvolver agitação e a ansiedade é explícita para eles mesmos e
para os outros.
Muito elevado. Estes clientes usualmente têm ruminações agitadas e
obsessões que já não controlam a sua ansiedade. Podem estar
90 e
presentes sentimentos de culpa incapacitantes. O tratamento
superior
psicofarmacológico para a ansiedade pode ser necessário antes de
outras formas de intervenções terapêuticas serem instituidas.
Escala 8 (Esquizofrenia)
Originalmente desenvolvida para identificar pacientes com Esquizofrenia.
Alguns dos itens referem-se a sintomas psicóticos (delírios, alucinações,
embotamento afectivo), outros reflectem preocupações, insatisfação,
medos, relações familiares pobres, dificuldade no controlo dos impulsos e
inadaptação social.
Os resultados da Escala 8 são influenciados pela idade: os jovens tem
resultados superiores.
Resultados extremamente elevados (T superior a 100). As pessoas com
resultados extremamente elevados nesta escala são caracterizadas por
sofrerem stress prolongado e severo, acompanhado por uma
descompensação aguda, se os itens foram confirmados consistentemente e
precisamente. Estas características irão ser rapidamente aparentes na
entrevista clínica. Estas pessoas tipicamente não são esquizofrénicas; é
mais provável que estejam a experimentar reacções psicóticas agudas.
T>90 ð Normalmente não sugere psicose, reflectindo perturbação
psicológica aguda ou falsificação do perfil.
T= 75-90 ð Psicose
37
Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
Resultados elevados nesta escala podem reflectir características
esquizóides (São pessoas que não se sentem parte do seu ambiente social,
sentem-se isoladas, alienadas e pouco aceites pelos pares. São reservadas
e evitam lidar com pessoas e com novas situações). Sugerem, igualmente,
apreensão, ansiedade, dificuldades de concentração, tristeza e depressão,
pessimismo, ideação suicida, hostilidade, ressentimento, tendência para
“sonhar acordado” e mesmo dificuldade em separar realidade e fantasia.
Reflectem, igualmente, dúvidas, insegurança, sentimentos de inferioridade
e insatisfação. Estas pessoas são vistas como não convencionais,
inconformistas, excêntricas.
Resulta
Interpretação
do T
Baixo. Estes clientes são convencionais, realistas, com interesses
muitos práticos e pouco interessados em questões teóricas ou
filosóficas. Não são imaginativos e são concretos, podendo ter
Inferior
dificuldade com pessoas que percebem o mundo de maneira
a 45
diferente da deles. As pessoas com resultados baixos nesta escala
são vistas como sendo obedientes, submissas, e explicitamente
aceitando a autoridade.
Normal. Esquizofrénicos crónicos que se ajustaram ao seu processo
psicótico podem ter resultados neste intervalo. Caso contrário, os
45-57
clientes relatam um número típico de preocupações acerca deles
mesmos e de como se relacionam com os outros.
Moderado. Estes clientes pensam diferentemente dos outros, os
pensamentos podem reflectir criatividade, uma atitude inovadora,
58-64
ou processos reais do tipo esquizóide. Estes clientes tendem a evitar
a realidade através da fantasia e sonhar acordado.
65-89 Elevado. Estes clientes sentem-se alienados e remotos do seu
ambiente, o que pode reflectir um processo psicótico real ou
situacional ou sofrimento pessoal. As intervenções terapêuticas
devem ser directivas e apoiantes e frequentemente requerem
medicamentos psicotrópicos. As pessoas com resultados elevados
nesta escala são descritas como frias, apáticas, alienadas,
incompreendidas, e têm dificuldades em pensar e comunicar, o que
se pode reflectir numa perturbação do pensamento psicótica real.
Estes indivíduos podem sentir que têm falta de algo essencial para
serem uma pessoa real. Tendem a preferir sonhar acordados e
fantasiar, a relações interpessoais. Sentem-se isolados, inferiores, e
insatisfeitos consigo mesmos. À medida que se aproxima de um
resultado de 75, as peculiaridades no pensamento e lógica tornam-
se mais aparentes ou, processos de pensamentos esquizofrénicos ou
esquizóides reais podem ser evidentes. À medida que o resultado se
aproxima de 80, a presença de uma perturbação do pensamento é
provável. As pessoas com resultados elevados nesta escala podem
parecer confusas e desorientadas e podem ter julgamento pobre.
Frequentemente demonstram características depressivas associadas
e retardação psicomotora. Todos estes comportamentos podem ser
um resultado de um processo esquizofrénico, um ajustamento
38
Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
Escala 9 (Hipomania)
Originalmente desenvolvida para identificar pacientes com sintomas
hipomaníacos: euforia, discurso e actividade motora acelerada,
irritabilidade, fuga de ideias e breves períodos de depressão.
A escala 9 pode ser entendida como uma medida de energia física e
psicológica. Quando os resultados na escala 9 são elevados, características
sugeridas por outras escalas podem ser activadas.
Os resultados da Escala 9 são influenciados pela idade: os jovens tem
resultados superiores.
Esta escala é muitas vezes descrita como estando elevada em pessoas
com danos cerebrais. Embora algumas pessoas com danos cerebrais
possam demonstrar comportamentos hiperactivos e impulsivos,
virtualmente qualquer tipo de resposta emocional pode ocorrer em pessoas
com danos cerebrais, particularmente depressão.
T>80 ð episódio maníaco: actividade excessiva e sem propósito,
discurso acelerado, alucinações, delírios de grandeza, labilidade de humor,
fuga de ideias e confusão.
Resultados elevados, mas mais moderados, não estão associados a
sintomas psicóticos. Reflectem uma tendência para a actividade excessiva e
para a valorização excessiva e irrealista do próprio. São pessoas com muita
energia, faladoras que preferem a acção ao pensamento. Têm muitos
interesses e vários projectos em simultâneo, mas nem sempre os concluem.
São pessoas criativas, empreendedoras, com pouco interesse por
actividades rotineiras ou pelos detalhes. Aborrecem-se com grande
facilidade e a sua tolerância à frustração é muito baixa. Têm dificuldade no
controlo dos impulsos, têm episódios de irritabilidade, hostilidade e
explosões de agressividade. Têm um optimismo irrealista e um auto-
conceito grandioso. Têm tendência para abusar do álcool, das drogas e para
terem problemas com a lei. São sociáveis, gregárias e criam boa impressão.
No entanto, estabelecem relações superficiais em que tentam dominar e
manipular os outros que, rapidamente, se apercebem da sua natureza
39
Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
pouco confiável. Apesar de exibirem excessiva auto-confiança referem
sentir-se insatisfeitos, tensos, nervosos e agitados. Por vezes, ocorrem
episódios de depressão.
Resulta
Interpretação
do T
Extremamente baixo. As pessoas com resultados extremamente
baixos nesta escala são descritas como apáticas, com pouca
energia, e desinteressadas. Tais pessoas usualmente estão
significativamente deprimidas independentemente do seu resultado
Inferior
na escala 2. A possibilidade de depressão séria deve ser considerada
a 38
quando esta escala está neste intervalo mesmo que o resto do perfil
esteja dentro dos limites normais. De facto, baixos resultados (T<35)
nesta escala são os melhores indicadores da presença de depressão
significativa, mais do que os resultados elevados na escala 2.
Baixo. Estes clientes têm uma baixa energia e nível de actividade
que pode reflectir circunstâncias situacionais tais como fadiga ou
depressão real. As pessoas normais com mais de 60 anos
Inferior frequentemente têm resultados no limite superior deste intervalo.
a 45 São consideradas pessoas confiáveis, honestas, maduras, e
conscienciosas. Frequentemente participam muito pouco nas
actividades sociais. Não é provável que tenham movimentos de
excitação ou falar demasiado.
Normal. Estudantes universitários normais e adolescentes têm
45-57 resultados no limite superior deste intervalo ou mesmo um pouco
superiores. Estes clientes têm um nível de actividade normal.
Moderado. Estes clientes são activos e energéticos. Restrições
58-64 externas no seu nível de actividade podem resultar em agitação e
insatisfação expressa explicitamente.
Elevado. Estes clientes são demasiado activos, emocionalmente
lábeis, e podem experienciar fuga de ideias. Embora o humor do
cliente seja tipicamente eufórico, podem ocorrer explosões
temperamentais. Estes clientes são impulsivos, podem ter uma
incapacidade de gratificação adiada, têm problemas em controlar o
65 e seu comportamento, e demonstram hostilidade e irritação. As
superior pessoas com resultados elevados nesta escala são descritas como
sendo impulsivas, competitivas, faladoras, narcísicas, amorais,
extrovertidas, e superficiais nas relações sociais. Podem demonstrar
características maniacas reais (com resultados mais elevados): fuga
de ideias, labilidade do humor, ilusões de grandeza, impulsividade e
hiperactividade.
40
Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
Os resultados elevados reflectem introversão social, insegurança e
desconforto em situações sociais, timidez, reserva, evitamento. São
pessoas que se sentem melhor quando estão sozinhas ou com um pequeno
grupo de amigos. Não participam em muitas actividades sociais. Sentem-se
particularmente desconfortáveis com membros do sexo oposto. Tem pouca
confiança em si e são difíceis de conhecer. Têm uma grande sensibilidade
ao que os outros pensam sobre eles e controlam-se bastante, não
expressando directamente o que sentem. Aceitam a autoridade, são
passivas e submissas. São pessoas em quem se pode confiar,
convencionais, pouco originais, rígidas e com dificuldade em tomar
decisões. Têm tendência para se preocuparem e para se sentirem tensos,
irritáveis e ansiosos. Não têm muitos interesses, não têm grande energia,
por vezes têm episódios de depressão. Culpabilidade e preocupação com a
saúde são frequentes.
Resultados baixos surgem em pessoas extrovertidas, sociáveis,
amigáveis, faladoras. Têm uma grande necessidade de estar em grupo, são
activas, energéticas e expressam-se com facilidade e fluência. São
competitivas e desejam poder, estatuto e reconhecimento.
A elevação nesta escala tipicamente suprime o acting out visto na
elevação das escalas 4 e 9, enquanto que pode acentuar os
comportamentos ruminantes vistos com elevações nas escalas 2 ou 7 e
especialmente na escala 8.
Resulta
Interpretação
do T
Extremamente baixo. As pessoas com resultados extremamente
baixos nesta escala são descritas como sendo excêntricas,
Inferior
superficiais na sua relação com os outros, e têm falta de qualquer
a 35
intimidade real. Têm relações sociais muito superficiais, sem
qualquer profundidade real.
Baixo. Estes clientes são socialmente extrovertidos, sociais, e
socialmente equilibradas. As pessoas com resultados baixos nesta
escala são essencialmente descritas como extrovertidas. São
Inferior
sociáveis, demissionárias e versáteis nas suas interacções com os
a 45
outros. Elas participam em muitas actividades sociais. Podem ser
incapazes de gratificação adiada e ser emocionalmente
descontroladas.
Normal. Estes clientes relatam um equilibrio entre atitudes e
45-57
comportamentos extrovertidos e introvertidos.
Moderado. Estes clientes preferem estar sozinhos ou com um
58-64 pequeno grupo de amigos. Podem ter a capacidade de interagir com
os outros, mas geralmente preferem não o fazer.
65 e Elevado. Estes clientes são socialmente introvertidos, timidos e
superior inseguros. Os pacientes também são descritos como inseguros,
pessimistas, auto-depreciativos, e ansiosos nas suas relações com
os outros. Adicionalmente, retraem-se e evitam outros significativos,
o que serve para exacerbar os seus problemas visto que outros
poderiam ser capazes de ajudá-los. A probabilidade de acting out é
diminuida e a probabilidade de comportamento ruminativo é
41
Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
Configurações Clássicas
Perfil “Neurótico”
• Neurótico com
predomínio de queixas
somáticas.
• O perfil neurótico é
descendente.
• As escalas 1, 2 e 3
estão acima de T65 e são
as mais elevadas do perfil.
As escalas 7 e 8 também
podem estar acima de T65
e nestes casos o perfil é
mais grave.
• A elevação na escala 2
deve-se à ansiedade (não
havendo de facto depressão).
• É frequente a escala 7 estar mais elevada do que a 8 (na psicose acontece o
contrário).
Perfil “V de Conversão”
• As escalas 1 e 3 são
superiores à escala 2 (oito ou
mais pontos de nota T) e as
escalas 1 e 3 têm um
resultado T igual ou superior a
T65.
• Este V reflecte a presença
de sintomas de conversão.
• No perfil, outras escalas
podem estar elevadas, mas
não tão elevadas como as
escalas 1 e 3.
• A escala 2 baixa demonstra
ausência de ansiedade.
• Há uma conversão da
perturbação psicológica em tensões ao nível do corpo, dai as escalas 1 e 3
elevadas (predomínio de
queixas somáticas).
• Escala F baixa (medida da
turbulência emocional
baixa).
Perfil “Psicótico”
• O perfil psicótico é
ascendente.
42
Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
• As escalas 6, 7, 8 e 9 estão acima de T65 e são as mais elevadas do perfil.
• Geralmente a escala F está elevada e a escala K baixa
Perfil “V Psicótico”
• As escalas 6 e 8 são
superiores à escala 7 (oito ou
mais pontos de nota T) e as
escalas 6 e 8 têm um
resultado T igual ou superior
a T65.
• Sugere a presença de
delírio.
• Se existe uma elevação na
escala 2 está presente uma
psicose esquizofrénica.
• Se a escala 6 tem um
resultado mais elevado do que a escala 8 está presente uma psicose delirante.
Perfil “V Passivo-Agressivo”
• Este perfil ocorre quando
as escalas 4 e 6 são iguais
ou superiores a T65 e a
escala 5 tem um resultado
abaixo de T50.
• Este perfil sugere
características de
personalidade passivo-
agressivas.
• Este é um perfil mais
frequente nas mulheres.
• A escala 5 baixa mostra
dependência e submissão.
• As escalas 4 e 6 elevadas
mostram hostilidade e agressividade.
• A diferença entre as escalas 4 e 6 (elevadas) e a escala 5 (baixa) é de cerca
de 15/20 pontos.
43
Avaliação Psicológica do Adulto: Módulo 2
Perfil “Estado-Limite”
• Todas ou quase todas
as escalas clínicas têm
resultados iguais ou
superiores a T65.
• A escala F apresenta
uma grande elevação.
• Este perfil sugere
Perturbação Estado-
Limite da Personalidade.
44