Notas Sobre Experiencia em Thompson Benj PDF

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Jair Batista da Silva1

Notas sobre experiência em Thompson,


Benjamin e Adorno 2

Resumo
O objetivo deste texto é discutir a noção de experiência em três autores da tradição crí-
tica a partir da exposição daquela noção em Thompson, Benjamin e Adorno. Parte-se da
hipótese segundo a qual a experiência serve como ponto de crítica das relações de classe,
da narrativa e sociedade administrada. Para isso recuperamos o caráter histórico, cor-
poral, narrativo e político da experiência. Nos três autores que tomamos para discutir,
tal noção é possível, mesmo considerando suas particularidades teóricas. As similitudes
residem precisamente na forma como a experiência fundamenta e permite realizar o
diagnóstico da sociedade existente, sublinhando os elementos alienadores e as possibi-
lidades de sua superação, e, ademais, na construção de um pensamento crítico ou uma
reflexão que vislumbre na práxis social cotidiana as possibilidades de emancipação.

Palavras-chaves: Teoria sociológica. Experiência. Emancipação.

Introdução

O objetivo deste trabalho é tentar, com a ajuda da teoria sociológica e


da história crítica, recuperar a noção de experiência, como categoria analíti-
ca fundamental para o entendimento dos complexos fenômenos vigentes no
mundo contemporâneo. Para tanto, pretendemos passar em revista três con-
cepções diferenciadas sobre o assunto, mostrando suas articulações recíprocas.
Ressaltamos, desde já, que compreendemos esta noção como uma categoria de
mediação entre de um lado, a teoria mais abstrata e, do outro lado, os dados
empíricos, os fenômenos do real, tal como expresso nas teorizações de Adorno
e Thompson. Isto nos parece ser essencial, pois pode permitir a construção de
teorizações e investigações que não venham a reificar os fenômenos estudados,
bem como os sujeitos sociais produtores de tais fenômenos.

1 Professor do Departamento de Sociologia (FFCH/UFBA) e do Programa de Pós-Graduação em Ciências


Sociais e Pesquisador do Centro de Recursos Humanos (CRH/UFBA). E-mail: [email protected]
2 Uma versão desenvolvida deste texto foi publicada em Silva (2009).

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Como será mostrado abaixo, pretendemos acentuar o caráter histó-
rico, corporal, narrativo e político da experiência. São dois os motivos que
nos conduzirá a isto. Primeiro, objetiva-se resgatar a noção associada a uma
prática concreta do sujeito, isto é, como um fazer, um agir, que se processa
em contextos determinados, ou seja, desejamos destacar que a experiência é
tributária de uma herança histórica, ela não ocorre nem num vazio, muito
menos está desconectada da história e, mais importante, das trajetórias indi-
viduais de cada sujeito social. A experiência deixa, quase sempre, sua marca,
não somente, nos traços sociais e culturais mais amplos, mas, atinge também
de forma aguda a subjetividade e o corpo dos sujeitos nela envolvidos. Mas,
seria um equívoco conceber a experiência apenas como um fluxo inexorável
de práticas que moldariam as formas de agir, pensar e sentir destes sujeitos.
Se, por um lado, ela molda de forma determinada o espaço social onde e quan-
do cada ser social vai experimentando as dores e delícias da vida social; por
outro lado, a experiência vai também sofrendo modificações, às vezes insigni-
ficantes, que alteram de forma profunda as formas de percepção formalizadas
durante anos. Contudo, esta noção também não deve ser vista pelo seu caráter
imediato, instantâneo, pois significaria conceber o espaço de ação do sujeito
como sumamente limitado as circunstâncias imediatas, isto nos conduziria
não só para uma concepção instrumental de ação, bem como deixaria o sujeito
preso a realizações de desejos, interesses, fantasias etc., tomadas e orienta-
das circunstancialmente. Alertamos desde já que o entendimento de tal noção
como se expressa na literatura funcionalista e fenomenológica3 não será obje-
to de análise, visto que, se afastaria do objetivo deste trabalho, além de exigir a
abordagem de um leque muito amplo de questões. Ressaltamos ainda que este
texto é versão resumida do debate teórico que desenvolvemos em outro lugar.
(SILVA, 2009)
Para o objetivo que nos propusemos, vamos analisar como esta noção
está presente em alguns textos de três importantes pensadores da tradição
marxista.Pensadores estes que, não obstante serem da mesma linhagem teóri-
ca possuem singularidades que os diferencia um do outro. No entanto, sobre a
noção de experiência, entendemos que eles possuem similitudes muito acentu-
adas, esta afirmação já se constitui numa primeira hipótese de trabalho. Outras
serão arroladas ao longo do texto. Pois então, vejamos.

3 Nos referimos particularmente ao livro Fenomenologia da percepção, de M. Merleau-Ponty.

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Thompson e a experiência esquecida

Em seu famoso ensaio Miséria da teoria,4 o historiador inglês polemizan-


do com o filósofo francês Louis Althusser, busca acentuar como o pensamento
estruturalista, na medida que destaca o caráter coercitivo sobre o sujeito, retira
deste mesmo sujeito a capacidade de escrever e inscrever seu nome na história,
não só na história social mais ampla, mas também a possibilidade de ser se-
nhor de sua própria história. Não é por acaso que Althusser acusará a história de
empirismo,5 ressaltando que uma teoria da história só é possível se tomar como
pressuposto não a experiência, o fazer, as formas de percepção, que constitui a
dinâmica histórica em suas mais diversas formas, mas a teoria mesma, ou seja,
retira do sujeito concreto, resultado de ações e transformações que só podem
ser inteligíveis no contexto histórico, para glorificar, tão somente, a construção
do conceito.
Ora, se retira da teoria da história a experiência, a conclusão que se che-
ga é de um conhecimento que se pretende totalitário, pois abarcaria desde o
mundo das ideias até o fato histórico singular, pois, como se pode ver, o cará-
ter idealista de tal projeto fica evidente como busca acentuar Thompson: “[...] a
experiência não espera discretamente, fora de seus gabinetes, o momento em
que o discurso de demonstração convocará sua presença. A experiência entra
sem bater à porta e anuncia mortes, crises de subsistência, guerra de trinchei-
ra, desemprego, inflação, genocídio.” (THOMPSON, 1981, p. 17) O determinante
aqui é um fato aparentemente banal, porém decisivo, a experiência se constitui
em algo que se impõe a reflexão, isto não implica que o pensamento é um mero
depósito das contradições que se expressam no real. Não se trata disso. Trata-se,
de questionar a formulação althusseriana de prevalência da teoria no processo
de entendimento do real e na constituição de um pensamento que seja capaz
de explicá-lo. Na abordagem do filósofo francês, a teoria da história aparece –
conclusões que encontram abrigo também nas reflexões de Popper,6 – segundo

4 Há que se observar o tom ríspido, contundente e, muitas vezes, agressivo e debochado presente no texto.
Mas, esse parece ser um estilo cultivado pelo próprio Thompson, pois em outra polêmica ele se posiciona
da seguinte forma: “A teoria não pode ser desenvolvida ou testada sem crítica, e crítica deve incluir a
identificação direta, e de modo polêmico, das posições alternativas. Para quem tem respeito pelas ideias,
é difícil escrever sobre um erro (ou o que se considera um erro) sem adotar um tom mais ríspido.”
(THOMPSON, 1998, p. 108)
5 De acordo com Thompson, Althusser simplifica o empirismo, na medida em que confunde, no trabalho
de investigação histórica, o emprego de técnicas, métodos e procedimentos de pesquisa com a natureza
ideológica do empirismo.
6 Aqui Thompson polemizando com Popper, sobretudo, a partir de entendimento deste das fontes
históricas, acentua que os fatos, evidências históricas não se restringem ao que os sujeitos decidiram
documentar como interessante à posteridade, pois não basta a intencionalidade dos sujeitos para que
determinada evidência seja tomada como expressão de sua imagem às gerações posteriores, visto que,

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Thompson, como subproduto da teoria geral. Na medida que opera com tal dis-
tinção entre o pensamento, de um lado, e as formas de produção da vida mate-
rial, por outro, o estruturalismo althusseriano, realiza um descolamento entre a
produção e reprodução do ser social e o pensamento, em outras palavras, ocorre
uma desarticulação entre o ser social e a consciência. Assim, em Miséria da te-
oria, conclui o historiador inglês que as formulações de Althusser informadas
por um determinismo econômico, chega a um idealismo teórico cego, pois as
construções teóricas servem apenas para sua autolegitimação, autoelaboração
e autoperpetuação.
Portanto, para Thompson, o conceito de estrutura e experiência no pen-
samento de Althusser está, desde então, totalmente comprometido. A noção de
estrutura, seguindo a exposição do autor, está fora da história. Se estiver fora da
história deve estar em algum lugar, este lócus da estrutura é o pensamento, pois,
o conhecimento da história, sua estrutura, seu processo, as práticas dos sujeitos
sociais não poderá ser obtido do concreto real. Assim, a concepção de estrutura
não está interessada nos sujeitos sociais, suas práticas, comportamentos, repre-
sentações, lutas etc., ou seja, nas suas experiências. Está interessada, isto sim,
na confirmação que a teoria elaborou previamente sobre o conceito puro. Aqui é
possível aduzir uma semelhança entre os teóricos que discutiremos em seguida,
pois tanto em Adorno quanto em Thompson e Benjamin, a noção de experiên-
cia é ressaltada para questionar as formulações que concebem o processo social
como algo cego e inexorável retirando, portanto, a capacidade de ação e trans-
formação dos sujeitos sociais de construírem sua própria história. Adorno vai,
por outras vias, chegar às mesmas conclusões na sua polêmica com o positivis-
mo, este “[...] elimina na intenção o sujeito que experimenta. O correlato da ex-
periência frente o objeto é a eliminação do sujeito [...].” 7 (ADORNO, 1975, p. 257)
Assim, perguntas do tipo: qual a natureza da estrutura? Quem são os
sujeitos, as classes sociais, que as mantém ou lutam para modificá-la? Como os
sujeitos sociais, as classes constituem as estruturas? Qual seu grau de liberda-
de relativa para modificá-la, transformá-la? Tais questões não têm sentido, se-
gundo Thompson, nas construções teóricas desenvolvidas pelo estruturalismo
althusseriano. O pensamento de Althusser, de acordo com Thompson, seria a
expressão teórica das práticas, visões e concepções de mundo criadas pelo esta-

a evidência histórica sobrevive por motivos bem diferentes das intenções dos sujeitos. E mais ainda, as
evidências podem revelar comportamentos, práticas, lutas etc., que os sujeitos não tinham em mente
quando registraram, materializaram suas experiências.
7 Esta passagem será motivo de análise mais detida quando estivermos discutindo a noção de experiência
em Adorno.

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linismo. Não entraremos neste debate, o que nos afastaria demasiadamente do
nosso interesse. Passemos a formulação thompsoniana de experiência.
No seu ensaio, Thompson (1981, p. 15) afirma que a noção de experiência
é fundamental para o historiador: a

[...] experiência – uma categoria que, por mais imperfeita que seja, é indis-
pensável ao historiador, já que compreende a resposta mental e emocional,
seja de um indivíduo ou de um grupo social, a muitos acontecimentos inter-
-relacionados ou a muitas repetições do mesmo tipo de acontecimento.

Para o autor, a noção de experiência é um termo de correspondência,


na medida em que faz a ponte entre o rigor teórico (prática teórica) e o material
empírico, pois o objetivo com o relevo sobre tal noção é fazer homens e mulheres
atuarem como sujeitos em situações determinadas, visto que

Os homens e mulheres também retornam como sujeitos dentro deste ter-


mo [experiência] – não como sujeitos autônomos, ‘indivíduos livres’, mas
como pessoas que experimentam suas situações e relações produtivas de-
terminadas como necessidades e interesses e como antagonismos, e em
seguida ‘tratam’ essa experiência em sua consciência e sua cultura [...] das
mais complexas maneiras [...] e em seguida (muitas vezes, mas nem sem-
pre, através das estruturas de classe resultantes) agem, por sua vez, sobre
sua situação determinada. (THOMPSON, 1981, p. 182, grifos nossos)

O relevo analítico é claro, a finalidade é compreender a estrutura como


resultado das experiências dos sujeitos e pensar as situações determinadas
como produtos das experiências vividas e, posteriormente, tratadas na consci-
ência e na cultura. No entanto, Thompson destaca que a experiência sentida e/
ou vivida foi estruturada em termos de classe,8 isto não implica que a estrutu-
ra determina sua natureza, seu sentido, seu conteúdo, pois “[...] as maneiras
pelas quais qualquer geração viva, em qualquer agora, manipula a experiência
desafiam a previsão e fogem a qualquer definição estreita de determinação.”
(THOMPSON, 1981, p. 189, grifos nossos)
Dito isto, é possível aqui apresentar de modo objetivo e breve uma res-
trição à compreensão do historiador inglês acerca da noção de experiência. Não
estamos convencidos de que a noção se constitua apenas numa eficiente forma

8 Quando a experiência está estruturada em termos de contradições de classe, os valores que também
fazem parte deste processo, não se autonomizam da ideologia. Vale dizer, que a experiência expressa
valores, concepções e visões de mundo da ideologia do mundo social onde ela se realiza. No entanto,
mesmo que haja imposição de valores existem contradições com determinados valores.

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de resposta que os sujeitos utilizam, seja no aspecto emocional, seja no aspec-
to mental. Se assim a concebemos, expressa na verdade um entendimento do
comportamento como essencialmente reativo, pois as atitudes, práticas, com-
portamentos, mesmo que sejam nesta concepção resultado de transformações
individuais, as suas dinâmicas, seu processo de realização é impulsionado ex-
ternamente. Portanto, seria mais plausível em nossa concepção, ressaltar que
até mesmo esta resposta só poderá ser inteligível se temos em mente que sua
dinâmica também é resultado das atitudes, práticas e, o mais importante, esco-
lhas dos sujeitos sociais em condições determinadas.
Assim, na acepção de Thompson é possível destacar os experimentos
que os sujeitos sociais são capazes de construir, pois isto significa realçar, outra
noção cujo tratamento foi, muitas vezes, negligenciado por certas tradições no
interior do marxismo: referimo-nos à noção de liberdade, sendo seu traço mais
marcante, a possibilidade de emancipação humana expressa através da liber-
tação do reino da necessidade e o ingresso no reino da liberdade. Isto implica
mudanças não só ao nível da estrutura, mas requer mudanças na percepção dos
sujeitos, bem como da construção de uma outra esfera cultural que tenha na
construção de uma consciência emancipada seu horizonte histórico visível.

Walter Benjamin e a experiência do narrador

Os escritos de Benjamin sobre experiência nos interessam pelos desdo-


bramentos que esta noção apresenta em vários outras expressões da vida social,
como a literatura, particularmente. Ele mostra como a noção pode ser utilizada,
enriquecendo com isto seu conteúdo. Benjamin inicia ressaltando que por mais
que seja conhecido o narrador, ele não está presente entre nós. Deste modo, o narra-
dor “[...] é algo distante, e que [se] distancia ainda mais [...].” (BENJAMIN, 1994a,
p. 197) Isto ocorre devido ao fato de que uma determinada experiência cotidiana
para ser relatada acaba impondo a exigência da distância do narrador, bem como
uma posição particular para observar suas grandezas e fragilidades. A experiência
é sentida a partir do fato de que a arte de narrar está em processo de desapareci-
mento, pois, segundo o autor, está cada vez mais difícil encontrar uma pessoa que
saiba narrar corretamente. Na realidade, parece que os homens estão destituídos
de uma qualidade, um atributo que parecia estar consolidado e que não poderia
ser retirado, extirpado, de homens e mulheres: a qualidade, faculdade de comuni-
car, intercambiar suas experiências. (BENJAMIN, 1994a, p. 198)

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De acordo com Benjamin (1994a), o valor social das experiências está
cada vez mais em baixa. Isto se deve não só as metamorfoses do mundo exterior,
mas igualmente devido as agudas transformações no mundo ético. A experiên-
cia da 1ª Guerra Mundial é o marco histórico de como os homens retornavam
dela pobres de “experiência comunicável”. Pois, nas palavras do próprio autor:
“Por que nunca houve experiências mais radicalmente desmoralizadas que a ex-
periência estratégica pela guerra de trincheira, a experiência econômica pela
inflação, a experiência do corpo pela guerra de material e a experiência ética
pelos governantes.”9 (BENJAMIN, 1994a, p. 198)
Como se sabe a experiência que se transmite de pessoa a pessoa é a fonte
onde se alimenta os narradores, sobretudo, ela é comunicada aos mais jovens:
“[...] sabia-se exatamente o significado da experiência: ela sempre fora comuni-
cada aos mais jovens.” (BENJAMIN, 1994b, p. 115) Mas isto nada diz a respeito da
natureza e da qualidade dos narradores e, principalmente, das narrativas. Ben-
jamin diz que as melhores narrativas, entre as escritas, são aquelas que mais se
assemelham as histórias orais relatadas pelos diversos narradores anônimos. Para
o autor haveria dois tipos de narradores: o camponês sedentário que se nutre
das experiências, narrativas e histórias do seu país e o marinheiro comercian-
te baseado, sobretudo na crença: segundo a qual “quem viaja tem muito o que
contar”. No entanto, vai dizer Benjamin: se o camponês sedentário e marinheiro
comerciante se constituem nos “[...] primeiros mestres da arte de narrar, foram
os artífices que a aperfeiçoaram [...].” (BENJAMIN, 1994a, p. 199)
O pressuposto é que o senso prático é uma das características de inúme-
ros narradores. Isto pode desnudar o caráter essencial da narrativa, ela possuía,
seja de forma implícita seja de forma explícita, um caráter utilitário que pode
se expressar “[...] seja num ensino moral seja numa sugestão prática, seja num
provérbio ou norma de vida – de qualquer maneira, o narrador é um homem que
sabe dar conselhos [...].”(BENJAMIN, 1994a, p. 200) Mas, como alerta o autor,
dar conselhos é algo fora de moda, porque, na realidade, “[...] as experiências
estão deixando de ser comunicáveis [...].” Pois, aqui talvez esteja um achado in-
teressante do autor: “[...] aconselhar é menos responder a uma pergunta que fa-
zer uma sugestão sobre a continuação de uma história que está sendo contada.”
(BENJAMIN, 1994a, p. 200)
Ora, a evolução mais ampla que culmina no surgimento do romance tem
seu ponto mais alto na morte da narrativa. A distinção mais evidente entre ro-
mance e narrativa é que o primeiro está relacionado ao livro. O romance também

9 Em outro texto de 1933, Experiência e pobreza, o trecho acima citado é utilizado (p. 115), o que nos permite
supor que o autor usa estas formulações no texto de 1936, que versa sobre a experiência do narrador.

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se distancia de outras formas de prosa, tais como: contos de fadas, novelas, con-
tos etc., pelo fato de que ele não tem origem nem na tradição oral muito menos
a nutre. No romance, o narrador extrai da experiência o que ele conta: seja da
sua própria experiência seja da experiência narrada por terceiros e “[...] incor-
pora as coisas narradas aos seus ouvintes. A origem do romance é o indivíduo
isolado, que não pode mais falar exemplarmente sobre suas preocupações mais
importantes e que não recebe conselhos e nem sabe dá-los [...].” (BENJAMIN,
1994a, p. 201) Com a consolidação da sociedade burguesia, onde a imprensa se
constitui em um dos instrumentos políticos mais relevantes, desenvolvendo-se,
sobretudo, no capitalismo avançado, vai ganhando importância uma forma de
comunicação que afeta a forma épica: estamos nos referindo à informação, esta
é estranha tanto à narrativa quanto ao romance, sendo um elemento que provo-
ca uma crise no próprio romance.
De acordo com Benjamin, a essência da informação estaria na valori-
zação da experiência, do saber que estaria próximo não só local mas temporal-
mente, do que um saber que tivesse sido originado longe, pois “[...] o saber que
vinha de longe – do longe espacial das terras estranhas, ou do longe temporal
contido na tradição –, dispunha de uma autoridade que era válida mesmo que
não fosse controlável pela experiência [...].” (BENJAMIN, 1994a, p. 202-203) As-
sim, é possível afirmar, a partir de Benjamin, que a desvalorização da narrativa
como forma de relatar, de comunicar a experiência encontra na difusão da in-
formação um elemento decisivo.
Mas, por que a difusão da informação contribui para o declínio da nar-
rativa? O motivo estaria no fato de que as informações já vêm “acompanhadas
de explicações”, contrariamente, “[...] metade da arte de narrar está em evitar
explicações [...].” (BENJAMIN, 1994a, p. 203) A informação, segundo o autor, é
prisioneira do tempo, ou seja, a noção de tempo é fundamental para seu enten-
dimento, daí a informação só ter valor quando é consumida como novidade,
“[...] ela só vive nesse momento, precisa entregar-se inteiramente a ele e sem
perda de tempo tem que se explicar nele [...].” (BENJAMIN, 1994a, p. 204) Estas
palavras parecem supor que o imediato faz parte não só do momento da pro-
dução da informação, mas também de sua recepção, isto é, de seu consumo.
As ideias de memória e tradição ficariam, portanto, comprometidas visto que
o tempo necessário à sua formação é distinto do tempo vigente na sociedade.
Seguindo o percurso analítico de Benjamin, o que facilitaria a memori-
zação da narrativa seria a concisão a que exime da “análise psicológica”. Pois,
proporcionalmente quanto maior é a naturalidade com que o narrador se afasta
das minudências, explicações psicológicas, sem maiores dificuldades a narrati-

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va se agarrará à memória do ouvinte e de forma mais profunda “[...] se assimila-
rá a sua própria experiência e mais irresistivelmente ele cederá à inclinação de
recontá-la um dia [...].” (BENJAMIN, 1994a, p. 204)
O autor acredita pelo fato de ter se desenvolvido principalmente entre os
artesãos, a narrativa é “uma forma artesanal de comunicação”. Pois, seu objetivo
não é expressar o “[...] ‘puro em si’ da coisa narrada como uma informação ou
um relatório.” (BENJAMIN, 1994a, p. 205) A narrativa estaria interessada, então,
na experiência seja ela vivida ou contada que o narrador transmite durante o
relato, por isso, “[...] ela mergulha a coisa na vida do narrador para em seguida
retirá-la [...].”(BENJAMIN, 1994a, p. 205) Na medida que a experiência é objeto
da narração ela não é mais propriedade daquele ser individual que a sistema-
tizou, mas é veículo de mediação da experiência do narrador e da experiência
existencial do ouvinte. Deste modo, se compreende o fato do narrador marcar a
narrativa com seus traços, sobretudo a experiência da morte.
Deste modo, Benjamin vai afirmar que é no momento da morte que a ex-
periência vivida, o saber e a sabedoria do homem – substrato de que são produ-
zidas as histórias –, adquirem “[...] pela primeira vez uma forma transmissível.”
(BENJAMIN, 1994a, p. 207)
Para Benjamin (1994a, p. 209), seguindo seu roteiro analítico, o cronista
é o narrador por excelência da história. Qual a diferença, então, entre o cronista
e o historiador, visto que, o primeiro a narra e o segundo a escreve? Façamos
falar o próprio autor: “[...] o historiador é obrigado a explicar de uma ou de outra
maneira os episódios com que lida, e não pode absolutamente contentar-se em
representá-los como modelos da história do mundo [...],” Contrariamente, para
o cronista não há o dever da explicação. Qual o dever do narrador, ser fiel aos
seus ouvintes?
Acompanhando os passos de Benjamin chegamos a impressionista rela-
ção entre narrador e ouvinte, segundo ele, esta relação está marcada pelo inte-
resse em se preservar o que foi narrado, tendo como objetivo, ao lado do ouvinte
imparcial, a possibilidade de assegurar a reprodução do conteúdo relatado. Aqui
o peso argumentativo recai sobre a memória, pois ela “[...] é a mais épica de
todas as faculdades[...].” (BENJAMIN, 1994a, p. 210) Pois, a lembrança, “[...] a
reminiscência funda a cadeia da tradição, que transmite os acontecimentos de
geração em geração [...].” (BENJAMIN, 1994a, p. 211). Assim, o que se evidencia
no romance é a memória perturbada e perturbadora do romancista, em oposi-
ção com a lacônica memória do narrador, pois,

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[...] a primeira é consagrada a um herói, uma peregrinação, um combate,
a segunda, a muitos fatos difusos. Em outras palavras, a rememoração
do romance, surge do lado da memória, musa da narrativa, depois que a
desagregação da poesia épica apagou a unidade de sua origem comum na
reminiscência [...]. (BENJAMIN, 1994a, p. 211)

A esta diferença se acrescenta outra na relação narrador-ouvinte, a pes-


soa que escuta uma história está em companhia do narrador, mesmo quem está
lendo uma narrativa compartilha desta presença. O leitor de romance, ao con-
trário, vivencia o que lhe é oferecido pelo romancista de forma solitária.
Benjamin defende uma polêmica tese de que o grande narrador é oriun-
do do povo, sobretudo, dos estratos artesanais, pois

[...] assim como essas camadas abrangem o estado camponês, marítimo


e urbano, nos múltiplos estágios do seu desenvolvimento econômico e
técnico, assim também se estratificou de múltiplas maneiras os conceitos
em que o acervo de experiências dessas camadas se manifesta para nós.
(BENJAMIN, 1994a, p. 213)

O grande narrador é, ainda, aquele que se movimenta de forma dinâ-


mica e flexível no espectro de sua experiência, e a vivencia, sobretudo, como
experiência coletiva. No entanto, mesmo que a experiência seja saboreada co-
letivamente ela está prejudicada pela nova forma de miséria ditada pelo desen-
volvimento técnico, visto que, a miséria da experiência é parte integrante da
miséria mais ampla que se expressa nitidamente

[...] aqui se revela, com toda clareza, que nossa pobreza de experiência é
apenas uma parte da grande pobreza que recebeu novamente um rosto,
nítido e preciso como o do mendigo medieval. Pois qual o valor de todo
o nosso patrimônio cultural, se a experiência não mais o vincula a nós?
A horrível mixórdia de estilos e concepções do mundo do século passado
mostrou-nos com tanta clareza aonde esses valores culturais podem nos
conduzir, quando a experiência nos é subtraída, hipócrita e sorrateira-
mente, que é hoje em dia uma prova de honradez confessar nossa pobre-
za. Sim, é preferível confessar que essa pobreza de experiência não é mais
privada, mas de toda humanidade [...]. (BENJAMIN, 1994b, p. 115)

Isto não implica pensar, segundo Benjamin, que homens e mulheres,


devido à pobreza de experiência desejam outras, novas, completamente dife-
rentes. Ao contrário, “[...] eles aspiram a libertar-se de toda experiência, aspiram

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a um mundo em que possam ostentar tão claramente sua pobreza externa e in-
terna, que algo de decente possa resultar disso [...].” (BENJAMIN, 1994b, p. 118)
Talvez este desejo de se libertar de toda experiência, esteja associada ao contexto
social, político, econômico e cultural, que baseado na troca de equivalentes, per-
mita, de forma muito mais intensa, uma experiência reificada, negligenciando
para um número cada vez maior de homens e mulheres experiências com algum
sentido para suas vidas.
Ora, a comunicação da experiência tem na vivência da morte, sentidos so-
cial e culturalmente, um dos momentos mais oportunos para transmissão da ex-
periência, mas é altamente questionável, que ela seja o momento genérico de tal
processo. Tal acento é compreensível, no percurso analítico que realiza, visto que,
ele reafirma que a morte sanciona tudo o que o narrador pode transmitir, pois, “[...]
é da morte que o narrador deriva sua autoridade [...].” (BENJAMIN, 1994b, p. 208)
Como se pode ver a noção de experiência em Benjamin se expressa em
algo particular, o declínio da narrativa. Não nos deteremos no caráter nostálgi-
co que podemos extrair do texto, mas acentuar aquilo que nos interessa mais
de perto. A pobreza da experiência está associada às mudanças na ordem social
total, mas um tipo de mudança que no desenvolvimento técnico, se expressa
através da reificação da experiência10 que se torna prejudicada. Ora, na medida
em que os aparatos técnicos, os produtos, os objetos passam a fundamentar a
relação de comunicação entre as pessoas, a experiência que se extrairá dessa
relação será um produto decorrente do valor de troca desigual. No entanto, ao
mesmo tempo que a experiência é prejudicada quando fundada no progresso11
técnico, os sujeitos sociais podem através de uma nova experiência transfor-
mar, o que era impedimento no progresso técnico, em algo que seja libertador
das diversas experiências no presente e no futuro.

Adorno e a experiência não coisificada

Adorno em conhecido e importante artigo intitulado Introdução à contro-


vérsia sobre o positivismo na sociologia alemã, direciona sua crítica contra o positi-
vismo, acentuando como a recusa da filosofia levada a cabo por esta corrente,
implica no empobrecimento do pensamento. Destaca ainda na recusa positivis-

10 Esta ideia de experiência reificada também estará presente em Adorno.


11 Não é possível nos limites deste artigo discutir a crítica de Benjamin à noção de progresso subjacente na
concepção historicista e socialdemocrata alemã de história. (BENJAMIN, 2012)

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ta do conceito de totalidade,12 que este não pode ser concebido como um concei-
to empírico, como se aponta uma coisa e se diz: olhe para isto, em outras palavras,
o conceito não é algo de identificável como os fatos que o origina, ela não é uma
categoria empírica, mas, acima de tudo crítica. Neste sentido, ela não pode, se-
gundo Adorno, se adequar ao critério de verificabilidade desejado por Popper,
pois, a totalidade é, na realidade, a síntese das singulares relações entre os indi-
víduos. Os positivistas afirmam que a dialética não permite um conhecimento
objetivo do mundo, pois, o conhecimento do objeto não pode seguir o princípio
de contradição visto que, uma coisa, um objeto não pode afirmar e negar a si
mesmo simultaneamente, o pressuposto é, como se sabe, o da lógica formal, que
pretende afastar qualquer contradição das suas proposições.
A resposta de Adorno a esta questão é clara: nas ciências sociais o co-
nhecimento é mediado pelo sujeito, este incide no tipo de objetividade a ser
alcançada e, mais ainda, a ausência de contradição não é a última palavra do
conhecimento. A crítica imanente significa o desdobramento das contradições
da realidade através do conhecimento, isto é, ela não é uma crítica meramente
lógica. Desta forma, a crítica imanente não se constitui através das categorias
do próprio pensamento – o que implicaria a produção de uma crítica idealista.
O pensamento crítico pretende se apropriar do objeto, esgotá-lo, expressar suas
contradições. Neste sentido, avança sobre as contradições do próprio pensa-
mento e da própria experiência social.
Segundo Adorno, o positivismo ao mesmo tempo que expulsa a experi-
ência do mundo social, põe em seu lugar apenas os rudimentos de experiência,
como sua única forma legítima. Se os positivistas valorizam a experiência regu-
lamentada, eles acabam por operar a anulação da própria experiência, pois “[...]
elimina na intenção o sujeito que experimenta. O correlato da experiência frente ao
objeto é a eliminação do sujeito, sem cuja receptividade espontânea nada de objeti-
vo se dá.” (ADORNO, 1975, p. 257, grifo nosso). Em outras palavras, o positivismo
acaba realizando a glorificação de uma experiência reificada, à medida que ela
é, tão somente, incorporada ao sujeito, sendo este mero suporte das estruturas
exteriores, ou ainda, tal coisificação se processa na medida em que o mundo
social estranhado em que se processa a experiência não é alvo de uma crítica
imanente.

12 Assim define Adorno o conceito de totalidade: “Ora, é quase como tautológico que o conceito de totalidade
não pode ser apontado de igual modo como aqueles facts dos quais se destacou como conceito. Para
primeira aproximação, ainda em demasia abstrata, recorde-se a dependência de todos os singulares
quanto à totalidade que constituem. Nesta também todos são dependentes de todos. O todo só se mantém
graças à unidade das funções efetuadas por seus membros.” (ADORNO, 1975, p. 221-222)

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Os positivistas reduzem todo o conhecimento à experiência sensível.
Apesar da lógica e da ciência não procederem sem a imediatez, isso não implica
que se possa construir um conhecimento isento de ideias de reflexões. (ADOR-
NO, 1975, p. 248-249). Por esse pressuposto, a teoria do conhecimento dos posi-
tivistas não passa de uma reconstrução repetitiva, a partir de um sistema indu-
tivo baseado na lógica. (ADORNO, 1975, p. 250)
Adorno afirma que os conceitos centrais para o positivismo são empi-
rismo e experiência. Só que ele, o positivismo, se atém à experiência reificada.
Sob o positivismo, o ideal de experiência aparece como único, mas, simultanea-
mente, a proíbe, em outros termos, ele nega seu próprio ideal. (ADORNO, 1975,
p. 252)
A crítica imanente, ao contrário do positivismo, jamais será tão somente
lógica, é simultaneamente de conteúdo, através do confronto entre conceito e
coisa. Por ela é a crítica da forma e do conteúdo. (ADORNO, 1975)
Ademais, a crítica também não deve se limitar à verdade ou falsidade
do objeto: “[...] ela efetua um transição [movimento] transparente em relação
ao objeto [...]”, ou seja, independe da verdade ou falsidade do objeto. Por isso, a
contradição dialética deve tornar as contradições do objeto visíveis. Verdade e
sociedade, afirma Adorno, devem estar associadas. (ADORNO, 1975, p. 227-228)

Considerações finais

Se objetivou, inicialmente com este trabalho, expor como o conceito de


experiência foi e é útil como categoria mediadora entre, de um lado a teoria
mais abstrata e, do outro, o empírico. Além disso, ele se mostrou fértil também
em outros campos, como na análise sobre o declínio da narrativa. No entanto, o
que mais nos chamou a atenção nas três concepções de experiência passadas em
revista, foi sua vigorosa rejeição de que os sujeitos e suas experiências são meros
resultados das estruturas, meros títeres que afirmariam através do seu compor-
tamento cotidiano, de suas práticas e no seu corpo, o que as estruturas sociais
prescrevem para eles. Neste sentido, as formulações Thompson se encontram
diretamente com as de Adorno e com as implícitas formulações de Benjamin.
Deste modo, cada um a sua maneira, realizam uma crítica a um processo social
cego e inexorável, que tem como consequência a aceitação de uma experiência
social reificada, pois ao apontar seus limites é possível, seguindo as pistas de
Marx, mostrar as possibilidades de sua emancipação.

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Observations about experience in Thompson, Benjamin e Adorno

Abstract
The objective of this paper is to discuss the notion of experience in three authors of the
critical tradition from the exposure that notion, Thompson, Benjamin and Adorno. It
starts with the assumption that the experience serves as a point of criticism of class
relations, narrative and administered society. For this assumption, we recover cha-
racters historical, body, narrative and political of experience. In the three authors, we
take to discuss, such a notion is possible, even considering their theoretical particula-
rities. Their similarities resides precisely in the way the experience is based and allows
diagnose the existing society, highlighting the alienating elements and possibilities of
overcoming them, and, moreover, the construction of critical thinking or reflection that
glimpse into the everyday social practice possibilities of emancipation.

Key words: Sociological theory. Experience. Emancipation.

Referências
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______. Experiência e pobreza. In: ______. Magia e técnica, arte e política. São Paulo:
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