Cartografia Da Acao Social Reflexao e Criatividade
Cartografia Da Acao Social Reflexao e Criatividade
Cartografia Da Acao Social Reflexao e Criatividade
Ivy Schipper
Mestre em Planejamento Urbano e Regional (IPPUR-UFRJ) e Pesquisador Técnico do LASTRO-
IPPUR-UFRJ e da FAPERJ.
[email protected]
ABSTRACT Professor Ana Clara Torres Ribeiro, founder of the LASTRO (Laboratory of Social
Conjuncture: Technology and Territory), conceived the project entitled „Action
Cartography and the Youth in São Gonçalo‟, and prepared it in collaboration with the
LEME (Laboratory of Metropolitan Studies), of the Research and Extension Core: the
Urban, Territory and Contemporary Changes. The project was developed in four
phases, from 2009 to 2011, through a number of activities in the city of São Gonçalo,
Rio de Janeiro state, including those which, carried out in the Carlos Maia state school
and in the Luiz Palmier state school, produced results of particular interest. The
objective of the project was to exercise the methodology of teaching action
cartography by problematising both subject building in the fight for rights and the
social urban imaginaries built on that city. This article aims at showing the research
procedures, specifically in the case of the school above, as well as analysing the
methodological possibilities of unveiling the geography and sociology of the present.
Keywords: Social action, Cartography, Education, City, Methodology
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INTRODUÇÃO
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e do tempo, experiência nas instituições de ensino e no trabalho, identificação de barreiras na
apropriação do espaço urbano. Por sua vez, a incorporação dos jovens à pesquisa implica na
articulação da técnica dos grupos focais (MINAYO et al, 1999) que permite a manifestação
de valores culturais, opiniões e anseios e da pesquisa-ação (THIOLLENT, 1985; DIONNE,
2007), que possibilita que o projeto alcance os seus objetivos maiores, relacionados à defesa
dos direitos de cidadania da juventude residente na região do leste metropolitano. (RIBEIRO e
SILVA, 2009, p. 9)
A pesquisa visa justamente conhecer e estimular a reflexão do espaço vivido dessa juventude
e, ao mesmo tempo, formar os jovens envolvidos no projeto no domínio de informações e técnicas de
expressão de sua experiência urbana. Compreender as práticas, as táticas, os vínculos sociais, os
desencantos e os desejos dos jovens exige uma análise contextualizada de ações sociais e o
mapeamento (objetivo e subjetivo) de (des)encontros com a cidade. Neste projeto, este mapeamento
orientou-se por uma geografia da existência – buscando entender a geografia do cotidiano praticado
(RIBEIRO, 2011) e por uma cartografia que valoriza cada gesto, iniciativa e projeto dos sujeitos
sociais. Nesta direção, a denominada cartografia da ação possibilita o exame simultâneo de formas de
apropriação do espaço urbano e de sentidos da ação, incluindo as suas origens, objetivos, formas de
manifestação e simbologia. É a partir desses pressupostos que se orienta a produção do mapeamento
pelos sujeitos.
A cartografia da ação social constrói-se no movimento da sociedade, por meio dos anseios, dos
desejos, das trajetórias e da imaginação dos homens lentos. É a cartografia que representa a resistência,
as insurgências, outras visões de mundo, diferente da cartografia oficial, da cartografia da mídia, da
cartografia e da cartografia das empresas. Em uma espécie de transição do mapa com o mundo
presente conversa com o imaginário estético dos alunos do ciclo fundamental do ensino público
estadual em São Gonçalo – foi estimulada a associação entre reflexão e criação, através de usos
alternativos do espaço-tempo na escola com os alunos e diferentes técnicas e materiais de trabalho
artístico. Neste ponto é necessário Sublinhamos que a criatividade compreendida pela cartografia da
ação pode se originar tanto no saber trazido pelo sujeito do conhecimento – o aluno, assim como no
encontro entre este e um conjunto de práticas utilizadas como ferramenta de diálogo e registro da
memória infantil do presente na cidade.
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na construção de um mapa síntese da ação social tentando reduzir a ênfase geralmente dada ao espaço
em favor da representação da dinâmica da sociedade.
O processo, ligado à rede de ensino, teve início em 2009, e se caracteriza por levar aos alunos
da escola pública, em algumas sessões durante o semestre, os princípios de investigação da cartografia
da ação, adicionando procedimentos considerados didáticos e adequados à prática da cartografia.
Fonte: Experiência Cartografia da ação na Escola Escola Estadual Luiz Palmier - SG, turma 603, maio 2009. Bolsista TCT
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Em termos práticos, é proposta aos alunos uma leitura da realidade a partir de:
a) alguns saberes sobre a cidade trazidos pelo aluno (Freire, 1996, p.30: “Por que não estabelecer uma
“intimidade” entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles tem
como indivíduos?”);
b) uso do glossário desenvolvido pela profa. Ana Clara Torres Ribeiro (2009), contendo definições
relativas a elementos da ação social e do espaço urbano;
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c) leitura de notícias do jornal local (O São Gonçalo) sobre reivindicações e protestos populares no
espaço público, sobretudo em relação à precariedade das condições de vida,
d) desconstrução do texto jornalístico, através de ficha de classificação da notícia em categorias
sociológicas,
e) simbolização das categorias da ação através de desenhos dos alunos, e
f) construção de mapas legendados dos protestos contra as más condições de vida, a partir deste
material produzido com os alunos.
Assim, podemos dizer que, na primeira experiência, o grande desafio para nossa equipe
(formada por mim e dois licenciandos do Departamento de Geografia da FFP-UERJ, Paola Machado
de Oliveira e Luis de Souza Jr) foi verificar a aplicabilidade da realização de leitura de notícias pelos
alunos, incluindo a sua classificação em categorias sociológicas: sujeito da ação; tipo da ação; opositor
da ação; lugar do problema enfrentado; lugar da ação e, também, realizar a construção de um mapa em
sala de aula. Para isto, foi desenvolvida uma ficha de classificação Luis Cesar Peruci do Amaral do
LASTRO que veio se aperfeiçoando. Esta ficha foi aplicada em todas as experiências nas escolas. É
importante frisar que foi enfatizada, junto aos alunos, a necessidade de identificação da informação,
considerando não apenas a sua fonte - o jornal O São Gonçalo, como, também, o tempo - data da
notícia, no jornal – página e sessão do impresso e autoria da matéria e fotos.
A segunda experiência reuniu uma gama mais profunda e variada de desafios, com destaque
para os procedimentos de aproximação entre sujeitos, as crianças, e os equipamentos digitais. Na
medida em que escolhemos uma turma de 4ª série-5º ano, colocou-se o desafio de trabalhar com um
segmento do ensino desconhecido para a equipe do projeto, devido à sua pouca idade e nível de
aprendizado, em relação à formação oferecida nas licenciaturas universitárias. No que concerne os
conceitos, propusemos a construção de um mapa representando a aproximação entre o sujeito da ação
escolhido para o trabalho – os pescadores, e o sujeito do conhecimento com que trabalhamos – os
alunos, reconhecendo ainda uma certa especificidade em nossa tarefa inusitada, apenas tentativa.
Assim, foi registrada, no mapa, a investigação da ação das crianças de São Gonçalo (considerando o
saber e a experiência dos alunos através da representação por desenhos de suas atividades no espaço
urbano), adicionando a aplicação da interescalaridade para representar a ação política dos pescadores
através de barqueata em um contexto metropolitano. À época, procurávamos relacionar os alunos da
Escola Carlos Maia (nome de uma antiga liderança da colônia de pescadores artesanais locais) ao
movimento dos pescadores que obteve da Petrobrás, diante da deterioração do ambiente marinho da
Baía de Guanabara, agravada depois do vazamento de óleo da Refinaria REDUC em 2000.
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Em 2010 e 2011, vivemos oportunidades marcadas pelo fato de termos assumido quatro
turmas (duas de 3ª série e duas de 4ª série-2010), o que levou a um esgarçamento de nosso tempo e do
trabalho de aproximação com os alunos. Nesta experiência, não foi possível trabalhar com a ação das
crianças. Trabalhamos apenas com ações sociais de alcance municipal e, por esta razão, não foi
aplicada a interescalaridade, o que não nos impediu de construir um mapa na escala intramunicipal.
Este período foi dado ênfase a compreensão da cidade de São Gonçalo.
Por outro lado, nesta oportunidade, além de trabalharmos com diferentes notícias de ação
social coletadas do jornal “O São Gonçalo”, em cada turma (duas notícias por turma), experimentamos
a aproximação com a leitura da ação dos pescadores através do relato de Felippe Andrade Rainha
(LEME-NUTEMC-FFP-UERJ que participou com os pescadores, dando apoio científico, das
atividades de limpeza da Baía de Guanabara - cujo financiamento pela Petrobrás, foi uma vitória da
luta dos pescadores). Obtivemos, assim, uma nona ação que integrou os registros do mapa
coletivamente elaborado pelas turmas. Vale ressaltar que o colégio Carlos Maia fica próximo a duas
grandes comunidades de pescadores em São Gonçalo, no Bairro Porto Velho. Na pesquisa censitária
entre os alunos do colégio, cerca de 30% tinha algum tipo de envolvimento com a pesca artesanal junto
à Baia de Guanabara.
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Na medida em que três turmas eram do turno da manhã e uma do turno da tarde, aproveitamos
a turma do turno da tarde para experimentar algumas práticas em que introduzimos atividades simples
de Teatro Imagem (BOAL, 2005), visando a representação da ação social a partir de imagens de
protesto colhidas da Internet
Fonte: Experiência Cartografia da ação na Escola III, Escola Estadual Carlos Maia, turma 402, novembro de 2010
Em relação ao mapa, como produto final, ocorreu que a legenda ganhou grande destaque em
termos de tamanho, o que favoreceu a visualização das representações em desenhos dos alunos .
Nesta experiência, surgiu ainda a possibilidade, por sugestão de nossa orientadora, de que, ao
invés de sistematizarmos um relatório, realizássemos uma entrevista respondendo às suas próprias
indagações sobre esta experiência com a cartografia da ação.
Na última experiência, (maio – julho 2011), nossos desafios foram relacionados à construção
de dois mapas onde houve diversificação de materiais na simbolização da ação social, com o uso de
desenhos e recortes de revistas. Chegamos também a praticar a criação de desenhos com os alunos,
concebidos após a leitura e compreensão dos termos do glossário.
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Nesta experiência, chegamos a um acordo em equipe para que a leitura das notícias, ao invés
de ocorrer de forma conjunta com a turma, fosse feita em pequenos sub grupos, cada qual com uma
determinada notícia, de acordo com uma proposta inicial da coordenadora da pesquisa. Esta proposta
não havia sido seguida nas três experiências anteriores. Na nova oportunidade, julgamos preferível
que, paralelamente à leitura em sub grupos, ocorresse discussão coletiva, envolvendo o debate, a
disponibilidade de exposição dos alunos e o embate com o inesperado vindo dos próprios alunos, na
interação coletiva.
Além disto, de um ponto de vista mais operacional, foi possível entrever, como um gesto de
vivificação do território representado, a introdução de alteração nas delimitações do mapa digitalmente
projetadas em imagem para a forma desenhada pelos alunos sobre uma cartolina colada na posição
vertical no quadro da sala de aula, o que permitiu o preenchimento a posteriori da base do mapa com
cores, mudando o posicionamento da cartolina para a posição horizontal, o que favoreceu a pintura dos
bairros em várias cores, por diferentes alunos .
Regrediu, neste sentido, o desafio representado pelo trabalho com a interescalaridade, junto
com as possibilidades abertas de aproximação entre sujeitos da ação e sujeitos do conhecimento, e
persistiu a consulta ao imaginário visual dos alunos, sobre o presente, para a concepção de símbolos da
ação social. O trabalho com a interescalaridade, a projeção e a simbolização encontra amplo respaldo
na experiência descrita em Boaventura de Souza Santos (1991). Desde a experiência anterior,
passamos a nos preocupar com os procedimentos de adequação do tamanho dos símbolos: 1) a uma
legenda da ação social de tamanho avantajado e 2) à localização no mapa e distribuição das quatro
categorias em torno do lugar da ação. Com estas preocupações, foi realizado o teste da possibilidade de
introdução de cor na diferenciação dos bairros.
Por fim, cabe acrescentar que a cartografia da ação na escola vem se constituindo como uma
metodologia de ensino que promove o encontro entre o saber dos alunos, as técnicas gerais de
construção de mapas e a representação simbólica do movimento da sociedade. Constitui-se ainda como
processo aberto à incorporação de procedimentos conceituais e o desenvolvimento de jogos que
estimulam práticas lúdicas do sujeito do conhecimento no processo de apropriação do espaço urbano.
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Entre os ajustes detectados como prioritários, para a próxima experiência, destacamos: 1) o
estudo (leitura, interpretação, classificação) da ação, através da notícia, em sub grupos deve ser
associada a uma sequência de atividades envolvendo um estágio intermediário de construção de mapa
e o debate coletivo; e 2) na confecção da faixa do título do mapa a ser sugerido pelos alunos,
percebemos que o uso livre de símbolos, pelos alunos, tende a reproduzir representações padronizadas,
caracterizando uma tendência à reprodução de estereótipos. Pretendemos ainda elaborar uma solução
de uso lúdico e didático para o conteúdo do glossário, através da qual seja possível estimular a
produção de desenhos que permitam a comparação com fotografias da ação social divulgadas pela
imprensa.
Por isso, nos balizamos na proposta de BOAL (2009, p.17-18) de que no mundo em que
vivemos, “através da arte, da cultura e de todos os meios de comunicação que as classes dominantes,
com claro objetivo de analfabetizarem o conjunto das populações, os opressores controlam e usam a
palavra (jornais, tribunas, escolas...), a imagem (foto, cinema, televisão), o som (rádios, CDS, shows
musicais...), monopolizando esses canais e produzindo uma estética anestésica (...) conquistam o
cérebro dos cidadãos pra esterilizá-lo e programá-lo na obediência, no mimetismo e na falta de
criatividade” (p. 17-18).
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Este recurso não aparece de forma “seca” na legenda do mapa, porém informando uma
agregação de atividades ou de características deste tipo de acesso, quer dizer, em geral o shopping
significa a ida a um lugar de vários consumos. Apareceram em expressão verbal dupla ( tipo forma:
shopping – atividade: compra de roupas ; shopping – estudar na casa do amigo;se divertir e comer,
shopping-cinema, shopping – escola; comprar roupas de natal e ano novo – lanchar e brincar, etc), e
também relacionando formas geométricas-arquitetônicas, como em um caso figurativo “prédio-
triângulo” ( a quinta figura de cima para baixo).
Para Del Rio (2001) apud Bonates (2009 p. 66), os investimentos contemporâneos em formas
arquitetônicas diferenciadas – de „grife‟, estão ligadas à dinamização dos espaços urbanos :
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“ o turismo recreativo, cultural, de compras e de negócios tem se mostrado
importante dinamizador econômico e social nos projetos de revitalização das
áreas centrais , particularmente nas áreas portuárias e frentes da água, onde a
simbiose histórica entre a cidade e o mar pode ser amplamente explorada e
transformada num efetivo cenário – são os Festival Market Malls, as marinas, os
aquários e museus, os centros de conferência, etc”.(idem, 2009, p. 66)
Colocação que tenciona a situação dos dois principais shoppings em São Gonçalo, por estarem
situados um no centro da cidade (Boulevard Shopping), e outro no alto de uma elevação de frente para
a Baía de Guanabara ( Shopping São Gonçalo em Boavista), ligado à circulação rodoviária por um
elevado acessível por rodovia à beira-mar ( BR 101 – Niterói - Manilha).
Em sua investigação sobre o shopping Praia de Belas em Porto Alegre (RS-Brasil), Barbosa
(2001) avalia a associação entre formas decorativas e ordenação do passeio em espaços internos (
protegidos do exterior) e com remetimentos temporais ( passado, infância), ao mesmo tempo que
questiona o que chama de „espécie de acordo tácito e voluntário‟ o fato de uma vez por mês, em dia de
passe livre de ônibus concedido aos habitantes pela prefeitura, ocorrer uma grande presença de jovens
pobres vindos da periferia da cidade, enquanto neste dia, se ausentam os freqüentadores habituais de
classe média. A contribuição mais geral deste trabalho se refere à questão das funções simbólicas do
centro urbano e seu possível deslocamento para o interior dos shopping centers.
A pesquisa desenvolvida no Colégio Carlos Maia aponta, a ocorrência desta forma triangular
em um dos símbolos criados pelos alunos para legenda do mapa da circulação dos alunos na cidade,
pode estar, apontando o shopping como legítimo portador deste equipamento lúdico para a infância
conhecido como balanço (ou cabana, ambos da família dos escorregadores, trepadores, gangorras).
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Não se ignora que deve estar havendo uma construção afetiva em relação à ida ao shopping
para as crianças e suas famílias se divertirem. Porém aponta-se que na agregação entre consumo e lazer
pode se estar deixando para um plano inferior os espaços públicos comuns da rua e da cidade. Resta-
nos qualificar afetivamente estes outros espaços e esferas da vida pública e coletiva. Neste sentido,
aponta-se para o uso de técnicas criativas, estéticas, e se possível, levando em consideração a
mobilização corporal para o fomento de uma possibilidade de existência da infância e da juventude
mais plena em termos de diversidade de linguagens e saberes para a representação do movimento que
leva a sociedade à mudar a cidade.
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Finalizamos este artigo, chamando a atenção para a complexidade do que é tratar a cartografia
da ação social. Como base conceitual e metodológica. A cartografia da ação social deve ser
compreendida como um processo complexo que se dá inicio com a produção da proposta de trabalho
que relacione: território, ação social e vida coletiva. A problemática construída coletivamente é
fundamental. Na etapa seguinte, a definição de glossário contribui para a construção de traços
(questões problemas) comuns. Organizar um quadro de acontecimentos, de ações, agentes e opositores,
permite compreender a relação entre tempo (microconjuntura social e política) e espaço (que local) das
ações sociais existentes (protestos, lutas, trajetórias, centralidades politicas, sociais ou de mercado).
Passado estas etapas de produção coletiva de formas de apropriação urbana pelas crianças ou por
quaisquer outros sujeitos (individual, coletivo ou institucional) que tenham sido analisados, vai-se
então para a etapa de representação no mapa. Uma representação feita com muitas mãos e ideias.
Fundamental esta etapa de representação coletiva. O que faz do mapa um lugar coletivo, uma
construção ampliada. O resultado do mapa não é a finalidade, mas um instrumento cuja finalidade é a
produção coletiva. O mapa produzido poderá ficar exposto de acordo com a decisão do coletivo.
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