Manual de Macroscopia Patológica USP
Manual de Macroscopia Patológica USP
Manual de Macroscopia Patológica USP
Importante que sejam conhecidos os procedimentos de segurança que devem ser usados
quando ocorrem acidentes nos Laboratórios. Por esse motivo serão descritos acidentes que
podem ocorrer com maior freqüência em laboratórios e as providências que devem ser
tomadas imediatamente. Nestes casos, devem ser seguidas as medidas gerais:
1- Chamar Serviço de Urgência: é imprescindível que o Cidadão conheça os recursos
disponíveis no Município quando for necessário acionar um serviço especializado como:
Resgate do Corpo de Bombeiros (Telefone 193), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência –
SAMU (telefone 192) e/ou Polícia Militar (telefone 190);
2- Prestar os primeiros gestos em urgência seguindo o protocolo de atendimento inicial até
a chegada do serviço especializado. Os principais objetivos dos primeiros socorros:
- preservar a vida da vítima e do cidadão;
- evitar maiores danos à vítima;
- prestar cuidados básicos para manter a vida; e
- garantir o equilíbrio da cena, diminuindo ansiedades e o estresse do evento.
É indiscutível que o paciente deve ser transportado, o mais rápido possível, para o
hospital quando necessário, porém enquanto se aguarda o socorro especializado deve-
se proceder aos primeiros gestos, descritos a seguir:
Avaliação primária
A avaliação primária deve identificar lesões que comprometem a vida do paciente e,
simultaneamente, estabelecer condutas para a estabilização das condições vitais. A avaliação
segue uma ordem de prioridades, que se constitui no ABCDE do atendimento inicial e identifica
as condições que implicam em risco de vida através da seguinte seqüência:
A – Vias aérea e controle da coluna cervical;
B – Respiração e ventilação;
C – Circulação com controle de hemorragia;
D – Avaliação da incapacidade e exame neurológico sumário (AVDI); e
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e para frente. A palma da outra mão é posicionada na região frontal do paciente impedindo a
movimentação da coluna cervical.
Para chamar socorro, a vítima deve ser mantida em posição lateral de segurança (fig. 2). Esta
manobra consiste em elevar um dos braços da vítima acima da cabeça, em seguida deve girar
o corpo da vítima para o mesmo lado do braço estendido, fazendo com que a cabeça repouse
sobre este braço. A seguir deve flexionar a perna que está por cima, promovendo sua
estabilização.
Efetuadas todas as manobras de desobstrução de vias aéreas, deve-se realizar avaliação dos
movimentos respiratórios através da movimentação da caixa torácica.
B) Respiração e ventilação
A permeabilidade das vias aéreas não garante uma ventilação satisfatória do paciente, para
isso é fundamental um adequado funcionamento do tórax, pulmões e diafragma, portanto cada
um desses componentes devem ser avaliados e examinados rapidamente.
É imprescindível que o socorrista observe algumas alterações que podem estar
comprometendo a troca gasosa, resumidas em:
1) dor no local da lesão,
2) veias do pescoço distendidas,
3) dificuldade para respirar,
4) cianose (cor azulada ou arroxeada das pontas dos dedos e dos lábios), e
5) tosse com escarro sanguinolento.
6) ferimento aberto em tórax
Nos ferimentos fechados do tórax, as condutas são:
1) manter a vítima deitada,
2) permeabilizar as vias aéreas,
3) transportar ao hospital.
Os ferimentos abertos permitem uma comunicação entre o meio
externo e o meio interno, de modo que o ar entre e saia pelo orifício da
lesão. Os procedimentos são:
1) manter a vítima deitada, Figura 6: curativo valvulado
2) permeabilizar as vias aéreas,
Compressão Manual do
Elevação do Membro
Compressão da Artéria Compressão da Artéria
Ferimento
Braquial Femural
Figura 7: Seqüência de procedimentos em contensão de hemorragias
Condutas em Ferimentos:
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Condutas em Queimaduras:
As queimaduras produzem danos catastróficos, por serem agressões aflitivas nos aspectos
biológico, psicológico e social. Dentro dos princípios a serem seguidos para o atendimento da
vítima de queimaduras incluem-se: avaliação do comprometimento das vias aéreas por
queimaduras, buscar por sinais de inalação e manutenção da estabilidade hemodinâmica.
Classificação das queimaduras
As queimaduras podem ser classificadas quanto à profundidade e extensão:
a) Profundidade da queimadura: as queimaduras podem ser classificadas de acordo com a
espessura da destruição do tecido. A determinação da profundidade é de fundamental
importância para a determinação da gravidade, planejamento do cuidado e o prognóstico da
morbidade. A profundidade pode ser determinada, inicialmente, pela aparência da lesão e pelo
agente causador, variando como mostra o quadro a seguir:
Queimaduras especiais
a) Queimaduras químicas: são inúmeros os produtos capazes de produzir queimaduras
químicas atualmente comercializados, seja para uso doméstico, como para uso na indústria e
agricultura. Podem ser um ácido, soda ou componentes químicos como derivados do petróleo.
Tanto os ácidos como as sodas são largamente usados na indústria para limpeza e
preservação de produtos manufaturados. Os hidróxidos de sódio, potássio, bário, entre outros,
são freqüentemente utilizados em reações químicas nas indústrias, limpadores de esgoto e
removedores de tinta. A principal diferença entre as queimaduras térmicas e químicas, é que as
últimas têm sua profundidade agravada enquanto o agente químico permanece em contato
com a pele. As extremidades são os locais mais atingidos. A lesão tecidual depende:
- da concentração do agente químico;
- da quantidade de substância;
- do modo e duração de contato com a pele;
- da extensão corporal exposta ao agente;
- do agente envolvido.
As queimaduras químicas exigem tratamento de urgência, levado-se em consideração a
sistemática estabelecida e os cuidados específicos da lesão. O contato com produtos derivados
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O cuidado consiste em desligar a fonte de energia antes de tocar a vitima e proteger a vítima
de quedas. Avaliar aplicando o protocolo de atendimento inicial, solicitar o socorro de urgência
e iniciar as manobras de Reanimação Cardio Pulmonar (RCP) se for necessário, utilizando o
protocolo de Suporte Básico de Vida (SBV) em parada cardio respiratória (PCR).
Suporte Básico de Vida em PCR
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1 2 3 4 5
Neste caso o atendente deve iniciar as compressões torácicas com qualidade. A região
hipotenar da mão deve ser posicionada dois dedos acima do apêndice xifóide, a outra mão
deve sobrepor-se à primeira com os dedos entrelaçados, de forma que não atinjam o gradil
costal. Os braços devem estar completamente estendidos, evitando-se a flexão dos cotovelos
de forma a facilitar o deslocamento do peso do tronco do atendente sobre o tórax da vítima.
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- ventilação boca-nariz: usada em situações onde a boca da vítima não pode ser aberta ou
na presença de trauma buco maxilo facial. Consiste no fechamento da boca da vítima com a
mão que está posicionada no mento, em seguida colocam-se os lábios entreabertos ao redor
do nariz da vítima e procede-se a insuflação como descrita acima. Não se aconselha a
realização de ventilação boca-boca / boca-nariz para profissionais de saúde, sem um
dispositivo de barreira (máscara facial);
-Ventilação boca-máscara: é a ventilação realizada com o auxílio de uma máscara com
válvula unidirecional, aplicada à face da vítima e fixada com o auxílio das mãos de acordo com
a figura 12 Quando houver a possibilidade de uso de oxigênio fazê-lo a dez litros por minuto;
- ventilação com bolsa válvula máscara (Ambú) para profissionais de saúde: usado
preferencialmente com a presença de dois profissionais de saúde, facilitando o seu correto
manuseio. É importante ressaltar que o volume corrente deve ser de aproximadamente 7ml/Kg
(peso ideal), pois volumes maiores aumentam o risco de insuflação gástrica, diminuindo a
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Irresponsivo
Apnéia
Gasping
Providenciar o
Acionar Serviço de
DEA
Urgência
Iniciar RCP
Verificar o Ritmo:
Choque se indicado
Repetir a cada 2 min.
Situações Clínicas:
1) Desmaios: são definidos como alteração passageira do estado de consciência.
Freqüentemente o quadro se inicia com mal estar, escurecimento visual, pele fria,
sudoreica (suor) e pálida, relaxamento da musculatura e perda de consciência. Os
principais fatores desencadeantes são: diminuição da pressão arterial (hipotensão arterial)
e diminuição do fluxo de glicose (hipoglicemia) ou de oxigênio no cérebro (hipóxia). As
condutas imediatas incluem: para vítimas conscientes deve-se: sentá-la com a cabeça
entre as pernas, verificar sinais vitais e administrar solução açucarada (quando possível).
Se a vítima estiver inconsciente deve-se: permeabilizar as vias aéreas (manobra de
elevação do queixo), manter a vítima deitada com as pernas elevadas e transportá-la ao
hospital ou em posição lateral de segurança caso haja obstrução das vias aéreas pela
língua, ou enquanto chama o serviço de urgência.
2) Coma: as estruturas do cérebro responsáveis pelo estado de alerta são muito sensíveis às
variações do nível de oxigênio e glicose. Estes níveis podem se alterar por: intoxicação por
drogas ou álcool, variações anormais da pressão arterial, ruptura de vasos, tumor cerebral,
edema cerebral, traumatismo de crânio, entre outros. Os sinais e sintomas ocorrem de
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Traumatismos em Membro
Quando houver evidência de fraturas o local deve ser imobilizado, os sinais se resumem em:
dor local;
hematomas;
deformidade ou edema (fig.16);
incapacidade funcional;
creptação óssea; e
encurtamento do membro.
Visão Anterior
Visão Posterior
As fraturas expostas:
controlar hemorragias;
nunca recoloque o osso para dentro;
nunca limpe a ponta do osso exposto;
prevenir infecção;
tratar o choque que pode ter se instalado; e
transporte imediatamente ao hospital.
Fraturas pélvicas devem ser suspeitadas quando houver: dor intensa, perda da mobilidade dos
membros inferiores, pé rodado para a lateral do
corpo e sinais e sintomas de lesão de órgãos
internos. Deve ser tratada:
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Condutas:
Os sinais e sintomas dependem da toxina e do modo como ela penetrou no organismo. Os
sintomas mais comuns são: vômitos, diarréia, dores abdominais, dificuldade de respirar, suor,
podendo ocorrer diminuição do nível de consciência e até mesmo PCR, já discutido.
de modo geral o vômito não deve ser provocado, uma vez que a substância pode
provocar lesões na tentativa de sua retirada, ou ainda vítimas inconscientes podem
aspirar o conteúdo do vômito;
vítimas conscientes devem ser acalmadas e mantida em posição de maior conforto,
como sentadas;
em caso de suspeita de inalação, a vítima deve ser afastada do local do vazamento do
produto tóxico e mantida em local ventilado;
não ofereça qualquer tipo de bebidas ou alimentos à vítima;
vítimas inconscientes devem ser mantidas em posição lateral de segurança (PLS) até a
chegada do socorro especializado (SAMU 192 ou Resgate 193);
não se esqueça de levar a embalagem do produto ingerido aos profissionais do socorro
especializado;
iniciar manobras de RCP se indicado.