Trabalho TDC
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1.1 Currículo
O termo currículo deriva do verbo latino “currere” que significa carreira,
jornada, trajectória, percurso a seguir, com certa obviedade afirmasse com rigor que os
professores sempre tiveram ligados com o currículo, apesar de o conceito passar a ser
concebido como “institucionalização da educação de massa” 1 apenas no século XX ,
pois para SILVA, apud VARELA: “todas as teorias pedagógicas e filosóficas
educacionais, mesmo antes da institucionalização dos estudos curriculares como campo
especializado, não deixam de teorizar ou fazer especulações 2 sobre o currículo, embora
não sejam, estritamente, teoria sobre o currículo”3 o que até aqui trazemos é uma
concepção etimológica e histórica do currículo e como tal, isto desemboca uma
definição criteriosa de currículo que é a reconstrução do conhecimento e experiência
desenvolvida sistematicamente sob os auspícios da escola4, para tornar o estudante
capaz de aumentar o seu controlo do conhecimento e da experiência (Tener e Tener,
1980), nesta perspectiva se idealiza o currículo como algo que visa conduzir a produção
cultural, que visa dar resposta aos problemas sociais, econômicos, políticos, culturais e
religiosos de uma determinada sociedade. Importa referir que o currículo possui dois
objectos de estudos que são: o ensino considerado por objecto material e a generalidade
dos problemas (sociais, econômicos, políticos, culturais e religiosos) dos conteúdos do
ensino considerado por objecto formal.
1.2 Competência
O termo competência etimologicamente é de origem latina “competens” que
significa que vai com, o que está adaptado. No campo educativo a competência pode ser
concebida como sendo a capacidades que se apóiam em conhecimento de determinado
tipo de situação, apoiada em conhecimento, mas sem limitar-se a eles, os; um “saber-
fazer, com “saber” e com consciência; “capacidades de agir eficazmente em de saberes
mobilizáveis que devem ser utilizá-los para resolver situações-problema. Neste sentido,
a competência identifica, junta e utiliza um conjunto de saberes que são os
conhecimentos teóricos, saber-fazer (actividades práticas), e saber-ser (comportamento
sócio-afectivo), equivalente a mobilização de situações adversas aos problemas de
aprendizagem adquiridos na escola. Em outras palavras definimos competência como
sendo a aptidão de articular, mobilizar e colocar em acção,valores, conhecimentos e
habilidades necessários para o desempenho eficiente e eficaz de diversas actividades.
5
currículo: uma consiste em percorrer o campo mais amplo possível de conhecimento, o
que equivale, mais ou menos abertamente, a confiar na formação profissionalizante ou
na vida para garantir a construção de competência; a outra aceita limitar, de maneira
drástica, a quantidade de conhecimento ensinada e exigida para exercitar de maneira
intensiva, no âmbito escolar, sua mobilização em situação completa. O dilema educativo
é, sobretudo uma questão de prioridade: sendo impossível fazer tudo, no tempo e no
espaço de uma formação profissionalizante inicial ou de uma escolaridade básica, o que
fazer de mais útil? Quem, ao longo prazo, poderia defender conhecimentos
absolutamente inúteis para acção, em seu sentido mais amplo? Quem hoje em dia,
poderia continuar defendendo um utilitarismo estreito, limitado a alguns savoir-faire
elementares (ler, escrever, etc.)? Agir em uma sociedade mutante e complexa é, antes,
entender, antecipar, avaliar, enfrentar a realidade com ferramentas intelectuais. “Nada é
tão prático corno uma boa teoria” 5dizia Kurt Lewin, um dos fundadores da Psicologia
social.
5
PERRENOUD, Philippe. Construr as competencias desde a escola. Genegra: Editora Artmed, 2012, p.
6.
6
Conhecimento é uma construção cultural – social e histórico. Escola é o veiculo que transporta o
conhecimento = tem um comprometimento político de caráter conservador e inovador. O conhecimento e
a verdade na realidade escolar devem ser concebidos como descoberta = construção cultural.
6
conhecimentos dos quais, grande parte é e continuará sendo de ordem disciplinar, de
modo que cada uma assuma um nível ou componente da realidade.
7
RAMOS, Marise Nogueira. Currículo por competencia [em inha].RJ: fundação Osvaldo Cruz, Actual,
2009. [Consult.19.08.2016]. “ Disponivel: www: < site.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/curcom.html
8
Idem. , p. 48.
9
Ibidem.
10
Savoir-faire, segundo Tanguy (2002), são capacidades numa situação precisa, o grau de habilidade que
o aluno manifesta para resolver um problema proposto.
11
COSTA, Thais Almeida. A noção de competência enquanto principio de organização curricular.
Minas. Revista Brasileira de Educação. N.º 29. Maio/ jun./jul./Gerais: Pontífice Universidade de Minas
Gerais, 2005. P. 53
7
conhecimentos considerados mais importantes, a elaboração do currículo por
competências parte da análise de situações concretas e da definição de competências
requeridas por essas situações, recorrendo as disciplinas somente na medida das
necessidades exigidas pelo desenvolvimento dessas competências.
Dentro do quadro institucional do nosso país, existem diplomas legais que são
modelos do currículo por competência, no caso da lei suprema do país “Constituição”,
no seu artigo 79 ª número diz que “O Estado promove a ciência e a investigação
científica e tecnológica” 12 e dentro deste âmbito estabelece as normas referentes à
organização curricular de cursos na formação profissional com equivalência ao sistema
de educação. Para isso cada curso é organizado no chamado “dossier de curso” que é
constituído por13:
12
Assembleia da República de Angola. Constituição. 1.ª Edição. Luanda: Imprensa Nacional, 2010, p.30.
13
INIDE. Currículo do 2º Ciclo do Ensino Secundário. 2.ª Edição. Luanda: Editora Moderna S.A, 2013,
p. 9-10
8
organização da carga horária, recursos, avaliação, competências a desenvolver), o seu
desenvolvimento (objectivos, conteúdos, sugestões metodológicas) e bibliografia;
Referencias ao desenvolvimento de actividades de inserção profissional;
Tipologia das instalações;
Tipologia dos equipamentos.
Como é obvio deve possuir uma matriz curricular – que elaboram os planos de
estudo, e o currículo são realizados com ênfase na aquisição de competência, com
recurso ao ensino prático experimental – laboratorial e/ou oficial e cada curso é
caracterizado pelo seu perfil profissional, onde são previstos as competências a
apresentar pelos alunos no final do ensino do mesmo.
Para além dos objectos referenciado deste nível de ensino, deve-se destacar que
o perfil de saída dos alunos deste ciclo é ampliado nas seguintes dimensões:
14
INIDE, Op Cit. 2013, 10
9
Promover o desenvolvimento capacidade de integração elaboração e assimilação
de informações e mensagens;
Assegurara o desenvolvimento de capacidade de observação e de análise critica;
Fomentar o desenvolvimento de atitudes e capacidades de relacionamento
interpessoal com base num espírito de confiança e cooperação;
Favorecer o desenvolvimento da autonomia pessoal, reforçada numa consciência
crítica dos interesses e valores;
Incentivar o conhecimento pelos valores da autodisciplina, da persistência e do
trabalho;
Desenvolver atitudes de respeito e de solidariedade para com as pessoas e povos
de diferentes culturas.
Para o desenvolvimento global dos alunos deste ciclo se deve ter em conta
diferentes habilidades, incluindo contexto cultural de parte do do país, ou grupo
educacional:
Neste sentido, a competência social e cívica ajuda a não apequenar a vida, a não
ter uma vida banal, fútil, superficial, inútil e envergonhada17.
15
BENJAMIM DISRAELI: (1874 – 1881) Foi um político conservador britânico, escritor aristocrata e
primeiro-ministro do Reino Unido em duas ocasiões. Ele teve papel central na criação do partido
conservador moderno, definindo suas políticas e ampla divulgação. Disraeli é mais lembrado por sua
influencia em assuntos internacionais, suas batalhas políticas com William E, Gladstone, líder do Partido
Liberal e o seu conservadorismo.
16
ISSENGUEL, António. Resumo da obra: Ética e vergonha na cara! 2015, p.22
17
VERGONHA: Latim verecundia – confusão que se apodera do nosso espírito pelo receio de desonra.
10
expressão criativa. Técnicas de plástico. Exploração e utilização das possibilidades de
som: a voz, o corpo, objetos e instrumentos musicais.
18
VARELA, Bartolomeu. Abordagem por competências no currículo escolar em Cabo Verde:
Desfazendo equívocos para uma mudança significativa nas políticas e práxis educacionais. Cabo Verde:
Universidade de Cabo Verde, 2012, p. 8
11
previamente identificado, para a procura de resolução de problemas num dado contexto
ou situação, seja no interior do espaço escolar como fora dele.
O exemplo claro que temos oferecer, e, por conseguinte nos é apresentado por Roldão
que diz:
19
Idem., p. 9
12
ruditos no imaginário pedagógico, pois os trabalhos concernem,
essencialmente, aos saberes20.
´ Idem., 7
21
DOS SANTOS, Wilton Silva. Organizacao curricular baseada em competencia na Educação médica.
Brasil: Revista Brasileira de Educação Médica. 35 (1) , 2011. P. 88
13
Conclusão
Portanto , concebemos currículo como sendo a construção do conhecimento e
experiência desenvolvida sistematicamente sob os auspícios da escola, para tornar o
aluno capaz de aumentar o seu controlo do conhecimento e da sua e experiência. Desta
feita concebemos o conceito currículo e competência termos que provêm do latim, onde
currículo significa trajectória e competência significa o que está adaptado e sublinhamos
veemente que a institucionalização do currículo foi feita precisamente no século XX.
Em linhas gerais, competência é a capacidade que se apóiam em conhecimento de
determinado tipo de situação, ou seja, é um “saber-fazer” com consciência. Quanto a
definições de currículo por competência concebemos de forma genérica como sendo a
faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos de modo a solucionar com
pertinência e eficácia uma serie de situações. O objectivo deste currículo é de formar o
aluno para desenvolver competências, habilidades e potencias que fazem parte do
repertório pessoal natural. O currículo por competência pressupõe um ensino de
qualidade, uma prática pedagógica diversificada, uma escola diferenciada, uma
pedagogia activa. O exemplo que trazemos sobre o currículo por competência
referencia-se ao currículo do 2.º Ciclo do ensino secundário.
14
Bibliografia
Assembleia da República de Angola (org.). Constituição. 1.ª Edição. Luanda: Imprensa
Nacional, 2010.
RAMOS, Marise Nogueira. Currículo por competência [em inha].RJ: fundação Osvaldo
Cruz, Actual, 2009. [Consult.19.08.2016]. “ Disponivel: www: <
site.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/curcom.html
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