Relatório - Ensaio de Tração

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

EEIM VR – ESCOLA DE ENGENHARIA INDUSTRIAL E METALÚRGICA DE


VOLTA REDONDA

ENSAIOS MECÂNICOS

RELATÓRIO – ENSAIO DE TRAÇÃO

ANA CAROLINA BRIGAGÃO MARTINS PINTO

GUILHERME VARELA

HOSTÍLIO DE SOUZA NETO

SAMARA FREITAS

Volta Redonda

2018
1. INTRODUÇÃO

O ensaio de tração consiste em submeter o material a uma carga axial que


tende a alongá-lo até a ruptura. No ensaio de tração o corpo é deformado por
alongamento, até o momento em que se rompe. Os ensaios de tração
permitem conhecer como os materiais reagem aos esforços de tração, quais os
limites de tração que suportam e o valor da carga aplicada no qual o corpo irá
se romper. Através de um software, é traçado um gráfico de tensão por
deformação com os dados relativos às forças aplicadas e deformações sofridas
pelo corpo de prova até sua ruptura. Ao analisarmos este gráfico é possível
obter propriedades mecânicas do material, auxiliando no estudo de sua
resistência, fornecendo dados que permitem melhor analise dessas
propriedades, como: limite de resistência tração, limite de escoamento, módulo
de elasticidade, módulo de resistência, módulo de tenacidade, ductilidade,
coeficiente de encruamento e coeficiente de resistência.

2. OBJETIVO

O relatório apresentado tem como objetivo obter o gráfico tensão-deformação,


no qual será possível analisar o comportamento do material ao longo do
ensaio, obtendo os dados necessários para realizar os cálculos exigidos.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Em um ensaio de tração, um corpo de prova é submetido a um esforço que


tende a alongá-lo ou esticá-lo até à ruptura. Geralmente, o ensaio é realizado
num corpo de prova de formas e dimensões padronizadas, para que os
resultados obtidos possam ser comparados ou, se necessário, reproduzidos.
Este é fixado numa máquina de ensaios que aplica esforços crescentes na sua
direção axial, sendo medidas as deformações correspondentes. Os esforços ou
cargas são mensurados na própria máquina, e, normalmente, o ensaio ocorre
até a ruptura do material.
Com esse tipo de ensaio, pode-se afirmar que praticamente as deformações
promovidas no material são uniformemente distribuídas em todo o seu corpo,
pelo menos até ser atingida uma carga máxima próxima do final do ensaio e,
como é possível fazer com que a carga cresça numa velocidade razoavelmente
lenta durante todo o teste, o ensaio de tração permite medir satisfatoriamente a
resistência do material. A uniformidade da deformação permite ainda obter
medições para a variação dessa deformação em função da tensão aplicada.
Essa variação, extremamente útil para o engenheiro ou técnico, é determinada
pelo traçado da curva tensão-deformação a qual pode ser obtida diretamente
pela máquina ou por pontos.

A uniformidade termina no momento em que é atingida a carga máxima


suportada pelo material, quando começa a aparecer o fenômeno da estricção
ou da diminuição da secção do corpo de prova, no caso de matérias com certa
ductilidade. A ruptura sempre se dá na região mais estreita do material, a
menos que um defeito interno no material, fora dessa região, promova a
ruptura do mesmo, o que raramente acontece.
A precisão de um ensaio de tração depende, evidentemente, da precisão dos
aparelhos de medida que se dispõe. Com pequenas deformações, pode-se
conseguir uma precisão maior na avaliação da tensão ao invés de detectar
grandes variações de deformação, causando maior imprecisão da avaliação da
tensão. Mesmo no início do ensaio, se esse não for bem conduzido, grandes
erros podem ser cometidos, como por exemplo, se o corpo de prova não
estiver bem alinhado, os esforços assimétricos que aparecerão levarão a falsas
leituras das deformações para uma mesma carga aplicada. Deve-se, portanto,
centrar bem o corpo-de-prova na máquina para que a carga seja efetivamente
aplicada na direção do seu eixo longitudinal.
Em um ensaio de tração, obtém-se o gráfico tensão-deformação, na qual é
possível analisar o comportamento do material ao longo do ensaio. Há dois
tipos de deformação, que se sucedem quando o material é submetido a uma
força de tração: a elástica e a plástica.

Deformação elástica: não é permanente. Uma vez cessados os esforços, o


material volta à sua forma original.
Deformação plástica: é permanente. Uma vez cessados os esforços, o material
recupera a deformação elástica, mas fica com uma deformação residual
plástica, não voltando mais à sua forma original.

4. MATERIAIS E METODOLOGIA

4.1. MATERIAIS UTILIZADOS

• Corpo de prova metálico plano, AISI 1045;


• Paquímetro;
• Marcador universal;
• Máquina Universal de Ensaio de Tração EMIC 600kN;
• Software para processamento dos dados obtidos do experimento.
4.2. METODOLOGIA

Inicialmente foi marcado no corpo de prova, com o auxílio do marcador


universal, uma marcação de 50 mm em sua área útil, na direção de seu
comprimento, tendo como finalidade comparar a variação do comprimento ao
fim do ensaio com seu valor inicial, de modo que nos forneça o alongamento
total do corpo. Na sequência, foram mensuradas as medidas de seu
comprimento, espessura e largura iniciais do corpo de prova com auxílio do
paquímetro, para calcular a área da seção transversal à força.
O corpo de prova foi posicionado, pelas suas extremidades, nas garras da
máquina universal, de maneira que este fique o mais alinhado possível com a
direção do esforço a ser aplicado. Neste caso, com a vertical.
Após o posicionamento da peça na máquina, são introduzidos no software os
parâmetros iniciais que definirão os aspectos do ensaio. Estes são as
dimensões do material a ser estudado e a taxa de deformação do ensaio, que
indica a velocidade de avanço da máquina por um determinado tempo.
Durante o ensaio, é captada pelo equipamento, para cada medida do
deslocamento, uma respectiva força associada. Por fim, com os dados do
equipamento e as medidas iniciais da peça, são plotados gráficos de tensão
por deformação, que por meio de sua análise, se torna possível determinar os
parâmetros do material.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A tabela abaixo fornece as medidas iniciais e finais do corpo de prova


empregado no experimento:

Comprimento Inicial
Medida Largura (mm) Espessura (mm) Área Seção Transversal (mm²) Comprimento Final
(mm)

1ª 50,00 13,40 0,48 6,432 54,20


2ª 50,00 13,45 0,48 6,456 54,15
3ª 50,00 13,35 0,48 6,408 54,15
Média 50,00 13,40 0,48 6,43 54,17
Desvio
0 0,05 0 0,024 0,028867513
Padrão
Com dos dados obtidos nos ensaios é possível traçar o gráfico de força em
função do alongamento. Observa-se que quanto mais o material se alonga
mais força é solicitada para dar continuidade ao ensaio. Este evento ocorre
pelo encruamento do material durante o ensaio, que ocorre devido à redução
da área de secção transversal. O gráfico abaixo é um gráfico de força x
alongamento convencional, pois a área transversal do material mantém a
mesma da inicial.

Força X Alongamento
40.000
35.000
30.000
25.000
Força (N)

20.000
15.000
10.000
5.000
0
0 5 10 15 20 25
Alongamento (mm)

A partir deste gráfico é possível obter o gráfico de tensão-deformação e a partir


deste obter os valores do limite de escoamento, módulo de elasticidade e limite
de resistência. Diretamente do gráfico extraímos o valor de tensão de
resistência do material e tensão de ruptura.

Tensão de
Ruptura
Tensão de
Ruptura

A partir deste gráfico, nota-se que o limite de escoamento é conhecido, e para


obtê-lo é traçado uma reta paralela à 0.02 da origem, obtendo um valor de
3000Mpa. Também é possível obter-se do gráfico o limite de resistência do
material, que é 5500 Mpa.
Percebe-se pelo gráfico e pelos dados plotados que o alongamento era de
23,086mm. Podemos traçar também um gráfico para mostrar o módulo de
elasticidade. A partir dele, vimos que o valor de E = 6825,5 Mpa.

Tensão X Deformação
3000

2500 y = 6825,5x - 542,65


Tensão (MPa)

2000

1500

1000

500

0
0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045
Deformação (mm/mm)
O valor do coeficiente de encruamento vale a deformação real no ponto de
início de estricção, ou seja, pela plotagem esse valor é de n=0.3
aproximadamente. Podemos linearizar a equação de Hollomon obtendo a
seguinte expressão:

𝑙𝑛 𝜎 = 𝑙𝑛 𝐾 + 𝑛 ∗ 𝑙𝑛 𝜀
Onde 𝜎 é a tensão de engenharia, K o coeficiente de resistência, n o
coeficiente de encruamento e 𝜀 a deformação. Substituindo os valores na
equação e aplicando exponencial para achar o valor de K temos que K =
6131.771 Mpa.

6. CONCLUSÃO

Com a ampliação do gráfico obtido com o ensaio de tração realizado em


laboratório, que nos permite observar com mais facilidade cada área
característica que o material apresentou, podemos notar quatro áreas com
comportamentos distintos. O primeiro comportamento do material observado foi
o elástico, que apresentou uma curva de limite linear elástico bem definido. Em
seguida, observamos a área de comportamento plástico/escoamento,
conhecido também como estiramento, mas essa área não é muito visível no
gráfico experimental como no gráfico teórico, mas podemos considerar como
um erro que o gráfico apresenta, talvez por alguma possível folga que a
máquina pode apresentar, devido a sua calibração ser feita anualmente; pela
diminuição da curva para que o gráfico fique mais visível no programa utilizado
e ou até mesmo algum erro durante o ensaio. A área de comportamento
plástico, é onde o material passa a se deformar, nesta etapa se observa a
redução rápida do diâmetro do corpo de prova. E por último, observa-se o
momento de sua ruptura total do corpo de prova.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Manual de Apresentação Linha DL (Digital Line), edição 3 – janeiro de 2003,


EMIC –
Equipamentos e Sistemas de Ensaio Ltda.

VAN VLACK, L. H., “Princípio de Ciência dos Materiais”, editora Blucher,


1ªedição,
1970.

ROSE, TANARA P.R., Ensaio de tração. 2008. 10 f. Instituto de Engenharia


Mecânica, Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI, Itajubá – MG, 2008.

SIQUEIRA, F. M. A. Et al. Relatório de ensaio de tração. 2006. 15 f. Escola


Politécnica, universidade de São Paulo, São Paulo – SP, 2006.

Wikipédia. Ensaio de tração. Disponível em:


<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ensaio_de_tra%C3%A7%C3%A3o>. Acesso
em: 05 abr.
2011.

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