DIP

Fazer download em doc, pdf ou txt
Fazer download em doc, pdf ou txt
Você está na página 1de 22

Apostila de Doenças Infecciosas e Parasitárias – DIP

1- Conceitos:

 Infecção: é a penetração, multiplicação e / ou desenvolvimento de um agente infeccioso em determinado


hospedeiro;
 Um agente patogênico ou agente infeccioso: é um organismo capaz de produzir doenças infecciosas aos
seus hospedeiros sempre que esteja em circunstâncias favoráveis, inclusive do meio ambiente.
 Sinal é aquilo que pode ser percebido por outra pessoa sem o relato ou comunicação do paciente
 Sintoma é a queixa
 Agente etiológico é o nome, dado ao agente causador de uma doença. Normalmente, este causador precisa de
um vetor para proliferar a doença
 Doença infecciosa: Doença infecciosa é aquela causada por um agente infeccioso específico ou por seu
produto tóxico e ocorre pela transmissão deste agente ou dos seus produtos de uma pessoa, animal ou
reservatório infectado para um hospedeiro susceptível.
Os agentes etiológicos das doenças infecciosas podem ser bactérias, vírus, fungos e etc.
As parasitárias são transmitidas por protozoários, helmintos e artrópodes que atuam como hospedeiros
intermediários
 Doença Parasitária: é uma doença infecciosa causada por um parasito protozoário
 Notificação Compulsória: O Ministério da Saúde estabelece a Lista Nacional de Notificação Compulsória de
doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território
nacional. A ocorrência de suspeita ou confirmação de eventos de saúde pública, doenças e agravos listados
na Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016, são de comunicação obrigatória à autoridade de saúde,
realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou
privados. É facultado a estados e municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região
 Endemia - quando o número esperado de casos de uma doença é efetivamente observado em uma população
em um determinado espaço de tempo.
 Doença endêmica - aquela cuja incidência permanece constante par vários anos, dando uma ideia de
equilíbrio entre a população e a doença.
 Epidemia - é a ocorrência, numa região, de casos que ultrapassam a incidência normalmente esperada de uma
doença.
 Infestação - é a invasão do organismo por agentes patogênicos macroscópicos.
 Vetor - organismo capaz de transmitir agentes infecciosos. O parasita pode ou não, se desenvolver enquanto
encontra-se no vetor.
 Hospedeiro - organismo que serve de habitat para outro que nele se instala encontrando as condições de
sobrevivência. O hospedeiro pode ou não servir como fonte de alimento para o parasito.
 Profilaxia - é o conjunto de medidas que visam a prevenção, erradicação ou controle das doenças ou de fatos
prejudiciais aos seres vivos.

2- As doenças infecciosas e parasitárias podem ser causadas pelos seguintes mecanismos: invasão e destruição dos
tecidos por ação mecânica, por reação inflamatória. Qualquer paciente com suspeita de uma doença infecciosa ou
parasitária deve ser investigado quanto a evidências clínicas, epidemiológicas e laboratoriais.

3- Os principais sintomas e sinais das doenças infecciosas e parasitárias: são febre, cefaleia, cansaço, sensação de
mal-estar indefinido, sonolência, corrimento nasal, lacrimejamento, dor de garganta, tosse, dor torácica e abdominal,
diarreia, náuseas e vômitos, icterícia, disúria presença de gânglios palpáveis, rigidez de nuca, convulsões etc.

4- Prevenção:
 Higiene pessoal: lavar as mãos, tomar banhos diários, manter unhas cortadas e escovadas, trocar e lavar as
roupas de uso pessoal e de cama e banho com frequência, escovar e cuidar dos dentes diariamente. Somente
defecar em vasos sanitários e quando isso não for possível, dar destino seguro aos dejetos fecais;
 Evite usar o sistema de ar quente para secar as mãos. Ele favorece o crescimento dos germes nas mãos;
 Esteja com a caderneta de vacinas atualizada;
 Conserve os alimentos na geladeira e mantenha os alimentos crus guardados bem separados dos alimentos
cozidos (princípio de higiene alimentar);
 Mantenha a cozinha e o banheiro limpos porque são os lugares da casa mais cheios de germes;
 Não compartilhe objetos pessoais, como escovas de dentes ou lâminas;
 Beber somente água filtrada ou fervida;
 Lavar muito bem as verduras, frutas e legumes que serão consumidos crus;
 Evitar o consumo de carnes e seus derivados crus (linguiça, salames, churrasquinhos, etc.)
 Proteger os alimentos de poeira e insetos (como baratas ou moscas) que podem transportar em suas patas
formas resistentes de parasitos;
 Não utilizar fezes humanas como adubo nas hortaliças e demais lavouras;
 Fazer o diagnóstico e tratamento correto das infecções sempre que houver suspeita de parasitose;
 Proteger os pés e pernas com sapatos e botas impermeáveis sempre que for trabalhar na lavoura ou pisar em
solos suspeitos de contaminação fecal;
 Proteger as mãos com luvas quando tiver que manipular objetos contaminados, e usar máscaras ao entrar em
contato com pessoas sabidamente portadoras de doenças infecciosas;
 Usar camisinhas quando for manter elações sexuais;
 Vacinar-se e estimular a vacinação contra as doenças infecciosas para as quais as vacinadas são recomendadas;
 Utilizar seringas e agulhas descartáveis;
 Eliminar águas paradas;
 Adotar técnicas corretas de esterilização e desinfecção;

5- Tipos de Prevenção
 Prevenção primária: Nesse nível, encontram-se agrupadas as medidas ou ações especialmente destinadas ao
período que antecede a ocorrência da doença. Dentre elas, destacam-se o saneamento básico, a vacinação e o
controle de vetores
 Prevenção secundária: Incorpora uma série de medidas que visam a impedir a evolução de doenças já
existentes e, em consequência, suas complicações. Os exames periódicos e o autoexame de mama, entre
outros, são procedimentos de reconhecida eficácia para o diagnóstico precoce, que permite o início imediato
do tratamento e evita, muitas vezes, o agravamento da enfermidade.
 Prevenção terciária: Esse último nível engloba ações voltadas à reabilitação do indivíduo após a cura ou o
controle da doença, a fim de reajustá-lo a uma nova condição de vida. Fazem parte dessas medidas a
fisioterapia, fisiatria, a terapia ocupacional e a colocação de próteses.

6- Cadeia Epidemiológica
Para que ocorram infecções parasitárias é fundamental que haja elementos básicos expostos e adaptados às condições
do meio. Os elementos básicos da cadeia de transmissão das infecções parasitárias são: o hospedeiro, o agente
infeccioso e o meio ambiente. No entanto, em muitos casos, temos a presença de vetores, isto é, insetos que
transportam os agentes infecciosos de um hospedeiro parasitado a outro, até então sadio (não-infectado). É o caso da
febre amarela, da leishmaniose e outras doenças.
Para cada infecção parasitária existe uma cadeia de transmissão própria. Por exemplo, o Ascaris lumbricoides tem
como hospedeiro somente o homem, mas precisa passar pelo meio ambiente, em condições ideais de temperatura,
umidade e oxigênio, para evoluir (amadurecer) até encontrar m novo hospedeiro.

 Hospedeiro: Na cadeia de transmissão, o hospedeiro pode ser o homem ou um animal, sempre exposto ao
parasito ou ao vetor transmissor, quando for o caso. Na relação parasito-hospedeiro, este pode comportar-se
como um portador são (sem sintomas aparentes) ou como um indivíduo doente (com sintomas), porém ambos
são capazes de transmitir a parasitose.
 Agente infeccioso: O agente infeccioso é um ser vivo capaz de reconhecer seu hospedeiro, nele penetrar,
desenvolver-se, multiplicar-se e, mais tarde, sair para alcançar novos hospedeiros
 Meio ambiente: Meio ambiente é o espaço constituído pelos fatores físicos, químicos e biológicos, por cujo
intermédio são influenciados o parasito e o hospedeiro. Como exemplos, podemos apontar:
• físicos: temperatura, umidade, clima, luminosidade (luz solar);
• químicos: gases atmosféricos (ar), pH, teor de oxigênio, agentes tóxicos, presença de matéria orgânica;
• biológicos: água, nutrientes, seres vivos (plantas, animais).
7- Transmissão de Doenças

 Agente Infeccioso: É o microorganismos que pode causar uma doença infecciosa, existem vários tipos:
 Bactérias
 Vírus
 Fungos
 Parasitas

 Fonte ou Reservatório: Fonte da Infecção ou Reservatório é o local onde o agente infeccioso se encontra.
Neste local, ele consegue viver, crescer e se multiplicar. Pode ser uma pessoa, um objeto, um ambiente, etc.

 Fontes ou reservatórios humanos: Quando essa fonte é uma pessoa. Ela não necessariamente precisa estar
doente. Ela pode estar ainda no período de incubação (o agente ainda não causou sintomas)
Pode estar com sintomas inespecíficos, muitas vezes leves. A pessoa pode estar apenas colonizada (o organismo vive
nela, sem causar nenhuma doença)

 Fontes ambientais: Exemplos de Fontes ambientais:


 Superfícies de materiais (roupas)
 Superfícies de móveis (cama, mesinha, cabeceira, monitor)
 Superfícies de equipamentos
 Solos
 Plantas
 Água – o sistema hidráulico por ser fonte de vários micro-organismos (bactérias como a cólera,
 Ar condicionado – são fontes importantes de infecções em hospitais, principalmente por fungos
 Soluções (até mesmo soluções como álcool e sabão podem ser fontes de infecção se não forem cumpridas as
regras de uso)
 Medicamentos

 Fontes ou reservatórios animais: O animal pode estar apenas colonizado pelo microrganismo. Exemplos:
bactérias em boca, pelos ou unhas de cães ou gatos.
 Porta de Saída: É a via pela qual os microorganismos saem da fonte humana para atingir uma fonte ambiental
ou um hospedeiro susceptível. Exemplos de porta de saída:
 Trato respiratório
 Trato geniturinário
 Trato gastrintestinal
 Sangue
 Pele
 Mucosas.

 Forma de transmissão: É o modo com que o agente infeccioso atinge um hospedeiro susceptível. É a forma de
transmissão do microorganismo que definirá o tipo de isolamento.

 Transmissão de doenças infecciosas (direta por contato): Microrganismo é transmitido diretamente de pessoa
para pessoa: Pele-a-pele, beijo, contato sexual. ex.: escabiose, lesão herpética

 Transmissão de doenças infecciosas (direta por gotas (respiratória): Quando espirramos, tossimos, ou mesmo
falamos, emitimos pequenas partículas que saem por nossa boca ou nariz. Essas partículas são dispersadas por
uma certa distância até caírem no chão, dependendo do tamanho e peso dessas partículas, elas podem ter
diferente alcance. Existem dois tipos de transmissão direta por gotas ou transmissão respiratória:
 Transmissão por gotícula
 Transmissão por aerossol

 Transmissão de doenças infecciosas – indireta pelo Ar


Transferência de um agente infeccioso desde um reservatório até um hospedeiro através de núcleos de poeira ou
gotículas suspensas no ar. Núcleos de poeira se instalam em superfícies e depois viajam pelo ar através do vento ou
queimadas. Gotículas são partículas muito pequenas e leves que conseguem ficar suspensas no ar por mais tempo e
alcançam distancias maiores que os núcleos de poeira e se dispersam mais facilmente. Exemplo: sarampo.

 Transmissão de doenças infecciosas – indireta por veículo


Transferência de um agente infeccioso desde um reservatório até um hospedeiro por vias como:
 Material biológico (como o sangue)
 Comida
 Agua
 Fomites (objetos inanimados: como luvas, roupas, materiais cirúrgicos, etc)
 Um veículo pode funcionar apenas para um meio de transporte para o agente infeccioso, ou como um
reservatório (onde ele pode crescer e se multiplicar
 Transmissão de doenças infecciosas – indireta por vetores
Transferência de um agente infeccioso desde um reservatório até um hospedeiro por intermediários animados
(animais). Os vetores podem transportar os agentes infecciosos por meios puramente mecânicos ou participarem do
ciclo de vida do microrganismo.

 Porta de entrada: É a via pela qual o agente infeccioso atinge o hospedeiro susceptível.
Exemplos:
 Trato respiratório,
 Trato gastrointestinal,
 Trato urinário,
 Pele não íntegra,
 Mucosas.

 Hospedeiro Susceptível: Todos os indivíduos possuem algum grau de susceptibilidade, a depender das
condições individuais e do tipo de patógeno. Pessoas com maior risco de desenvolver doenças infecciosas uma
vez que entram em contato com o agente:
 Pacientes imunossuprimidos (com imunidade baixa)
 Recém nascidos,
 Queimados,
 Idosos,
 Paciente recém operados.

8- Infecção Hospitalar
Chamamos de infecção hospitalar toda infecção adquirida pelo paciente, surgida menos de 72 horas após a sua
internação

 Fatores de risco para ocorrer a infecção


a) idade, b) doenças de base, c) desnutrição, d) uso prolongado de medicamentos, e) tempo de hospitalização, f)
procedimentos invasivos, g) técnica de uso e processamento de materiais inadequados.

 Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIHs)


Em 1983, o Ministério da Saúde exigiu a formação de Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIHs) nos
hospitais, por meio da portaria nº. 196. em 192, a Portaria Ministerial nº. 930 modificada alguns parâmetros de ação
das CCIHs, substituindo, por exemplo, a notificação compulsória das infecções hospitalares aos órgãos de vigilância
epidemiológica pela busca de casos. Além disso, estabelece novos critérios para a escolha dos produtos químicos
empregados na limpeza e na desinfecção dos ambientes hospitalares, bem como nos processos de limpeza,
desinfecção e esterilização e instrumentos e artigos.

 Qual a finalidade de uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar


A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) possui profissionais que deverão executar as seguintes tarefas:
1- Detectar casos de infecção hospitalar, seguindo critérios de diagnósticos previamente estabelecidos.
2- Conhecer as principais infecções hospitalares detectadas no serviço e definir se a ocorrência destes episódios de
infecção está dentro de parâmetros aceitáveis. Isto significa conhecer a literatura mundial sobre o assunto e saber
reconhecer as taxas aceitáveis de infecção hospitalar para cada tipo de serviço.
3- Elaborar normas de padronização para que os procedimentos realizados na instituição sigam uma técnica asséptica
(sem a penetração de microrganismos), diminuindo o risco do paciente adquirir infecção.
4- Colaborar no treinamento de todos os profissionais da saúde no que se refere à prevenção e controle das infecções
hospitalares.
5- Realizar controle da prescrição de antibióticos, evitando que os mesmos sejam utilizados de maneira descontrolada
no hospital.
6- Recomendar as medidas de isolamento de doenças transmissíveis, quando se trata de pacientes hospitalizados.
7- Oferecer apoio técnico à administração hospitalar para a aquisição correta de materiais e equipamentos e para o
planejamento adequado da área física das unidades de saúde
 Acidentes Ocupacionais com Material Biológico
Os acidentes envolvendo sangue ou outros fluidos orgânicos potencialmente contaminados correspondem às
exposições, mais comumente relatadas. Os ferimentos com material pérfuro-cortante em geral são considerados
extremamente perigosos por serem potencialmente capazes de transmitir mais de 50 tipos de patógenos diferentes.
Sendo que, os agentes infecciosos mais frequentemente relatados são o vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e os
vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV).

 Tipos de exposição envolvendo material biológico consideradas de risco:


A- Exposições percutâneas: lesões provocadas por instrumentos perfurantes ou cortantes (ex.: agulhas, lâminas de
bisturi, vidrarias, etc.).
B- Exposições de mucosas: ocorrência de respingos na face envolvendo olho, nariz ou boca; ou exposição de mucosa
genital.
C- Exposição de pele não íntegra: contato com locais onde a pele apresenta dermatites ou feridas abertas.
D- Arranhaduras e/ou mordeduras: são consideradas de risco quando envolvem a presença de sangue.

9- Medidas de Proteção
Equipamentos de Proteção Individual – EPIs São elementos de contenção de uso individual utilizados para proteger o
profissional do contato com agentes biológicos, químicos e físicos no ambiente de trabalho. Desta forma, a utilização
do equipamento de proteção individual torna-se obrigatória durante todo atendimento/procedimento.

 Luvas: as luvas devem ser utilizadas para prevenir a contaminação da pele, das mãos e antebraços com
material biológico, durante a prestação de cuidados e na manipulação de instrumentos e superfícies. Deve ser
usado um par de luvas exclusivo por usuário, descartando-o após o uso. O uso das luvas não elimina a
necessidade de lavar as mãos
 Máscaras: EPI indicado para a proteção das vias respiratórias e mucosa oral durante a realização de
procedimentos com produtos químicos e em que haja possibilidade de respingos ou aspiração de agentes
patógenos eventualmente presentes no sangue e outros fluidos corpóreos. A máscara deve ser escolhida de
modo a permitir proteção adequada.
 Jalecos: Jaleco de algodão ou material sintético é um protetor da roupa e da pele que deve ser utilizado
exclusivamente em ambiente laboral, para prevenir a contaminação por exposição a agentes biológicos e
químicos. O jaleco deve ter colarinho alto e mangas longas, podendo ser de algodão ou de material sintético.
Deve ser transportado em sacos impermeáveis e lavado separadamente das roupas de uso pessoal. Jaleco de
TNT Oferece proteção ao usuário criando uma barreira contra contaminação cruzada, poluição ambiente e
fluidos corpóreos, além de higienização em locais que necessitem de cuidados especiais. Descartável após cada
uso.
 Avental: São descartados quando apresentam qualquer evidência de deterioração.
 Gorro: descartável sanfonado deve ser utilizado no ambiente laboral. Proporciona uma barreira efetiva para o
profissional e usuário. Protege contra respingos e aerossóis. Confeccionado em TNT. Os cabelos devem estar
presos e o gorro cobrindo todo o cabelo e as orelhas. Para retirá-lo, puxe pela parte superior central,
descartando-a em recipiente apropriado
 Sapato fechado: tipo tênis, devem ser utilizados para proteção dos pés no ambiente laboral durante suas
atividades. É obrigatória a utilização de calçados fechados tipo tênis.
 Pro pé: em TNT Habitualmente compostos por material permeável, usados com sandálias e sapatos abertos
não permitem proteção adequada e são proibidos nos laboratórios e clínicas, sendo permitido seu uso apenas
em ambientes cirúrgicos e no Centro de Material Esterilizado (CME).
 Óculos de Proteção: Utilizados para evitar respingos de sangue e outros fluidos da mucosa ocular.

 Higienização ou Lavagem das Mãos


A principal via de transmissão de infecção hospitalar são as mãos da equipe de saúde, sua adequada lavagem é de
grande importância. As mãos devem ser lavadas antes e após todo e qualquer procedimento. É a lavagem das mãos o
cuidado que evita infecção cruzada, ou seja, a veiculação de microrganismos:
 De um paciente para o outro;
 De um paciente para o profissional;
 De utensílios permanentes para o profissional ou para o paciente (camas, telefone, etc);

* Finalidade: Eliminar microrganismos, consequentemente evitar propagação de infecções, eliminar sujidades,


substâncias tóxicas e medicamentosas, evitar disseminação de doenças, proteger a saúde do profissional, evitar a
infecção cruzada.

* Tipos:
 Higienização das mãos médica ou simples
 Higienização Antisséptica com álcool gel
 Higienização Cirúrgica
 Higienização das mãos médica ou simples
Finalidade: Remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a
oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia à permanência e à proliferação de microrganismos.
Duração do procedimento: 40 a 60 segundos.

 Higienização Antisséptica com álcool gel


Finalidade
Promover a remoção de sujidades e de microrganismos, reduzindo a carga microbiana das mãos, com auxílio de um
antisséptico. Reduzir a carga microbiana das mãos (não há remoção de sujidades). A utilização de gel alcoólico a 70%
ou de solução alcoólica a 70% com 1-3% de glicerina pode substituir a higienização com água e sabão quando as mãos
não estiverem visivelmente sujas.
Duração do Procedimento: 20 a 30 segundos

Observações
 Retirar relógios, joias.
 Ao lavar as mãos NÃO encosta na pia ou torneira.
 Existem torneiras manuais, com pedais.
 As mãos são as partes mais contaminadas a serem lavadas, por isso a água deve fluir da área menos
contaminada para a mais contaminada (dos pulsos para as periferias).
 Esfregar e friccionar mecanicamente.
 Friccionar os dedos e polegares assegura que todas as superfícies estão sendo limpas.
 Manter unhas cortadas e lixadas.
 Ao secar as mãos deve-se iniciar da área mais limpa (periferia) para a menos limpa (antebraço) para evitar
contaminação.

10- Sistema de Precaução e Isolamento


O objetivo básico de um sistema de precauções e isolamento é a prevenção da transmissão de um microrganismo de
um paciente portador, são ou doente, para outro paciente, tanto de forma direta ou indireta. Esta prevenção abrange
medidas referentes aos pacientes, mas também aos profissionais de saúde

 Precaução
 Precaução Padrão (PP): É o conjunto de técnicas que devem ser adotadas por todos os profissionais de saúde
para atendimento de todos os pacientes, independentemente de seu diagnóstico. Deverão ser usadas quando
existir risco de contato com sangue, fluídos corpóreos, pele não íntegra e mucosas. É recomendada para todas
as situações, independente da presença ou ausência de doença transmissível comprovada. Os materiais que
compões o conjunto de precauções padrão são: luvas de procedimentos, avental de manga longa, descartável
ou não máscaras simples, óculos protetor.

 Precaução de Contato (PC): Medidas que devem ser aplicadas às doenças de transmissão que envolve o
contato direto pele a pele, através de fômites (comadres, papagaios) ou objetos de uso comum. Também são
recomendadas a pacientes com feridas apresentando drenagem excessiva de difícil contenção devido ao risco
de contaminação ambiental.

 Precaução com Aerossóis (PA): Medidas recomendadas para impedir a transmissão de microrganismos por
pequenas partículas, que podem permanecer suspenso no ar por longos períodos de tempo dispersando se
com maior facilidade a grande distância, podendo ser inaladas e causar infecção em indivíduo susceptível.

 Isolamento: Entende-se por isolamento o estabelecimento de barreiras físicas de modo a reduzir a transmissão
dos microrganismos de um indivíduo para outro.
a) Isolamento reverso: este isolamento é estabelecido para proteger das infecções um indivíduo imunocomprometido.
Materiais: Quarto privado, Luvas de procedimentos, Máscara comum, Avental de manga longa
b) Isolamento para transmissão por via aérea ou gotículas:
Materiais: Quarto privado. Caso não seja possível dar um quarto a cada doente, junte doentes com a mesma doença.
Use Máscara N95 se o doente tem tuberculose em fase contagiosa.
C) Isolamento por transmissão por contato
Materiais: Quarto privado. Se não for possível, agrupe os doentes por doença. Use sempre luvas de procedimentos.
Lave as mãos antes e depois de retirar as luvas. Use avental se vai estar em contato próximo com o doente.

11- Bactérias
As bactérias são geralmente microscópicas (detectáveis apenas com uso de um microscópio eletrônico).
 As bactérias classificam-se morfologicamente de acordo com a forma da célula e com o
grau de agregação:
Quanto à forma:
 Coco: De forma esférica ou subesférica.
 Bacilo: Em forma de bastonete (do género Bacillus)
 Vibrião: Em forma de vírgula (do género Vibrio)
 Espirilo: de forma espiral/ondulada (do género Spirillum)

Quanto ao grau de agregação:


Apenas os Bacilos e os cocos formam colônias.
 Diplococo: De forma esférica ou sub esférica e agrupadas aos pares.
 Estreptococos: Formam cadeia semelhante a um "colar".
 Estafilococos: Uma forma desorganizada de agrupamento, formando cachos.

 Método Gran: é um método de coloração de bactérias, o qual permite diferenciar bactérias com diferentes
estruturas de parede celular a partir das colorações que estas adquirem após tratamento com agentes
químicos específicos. O método consiste em tratar sucessivamente um esfregaço bacteriano, fixado pelo calor,
com os reagentes cristal violeta. As bactérias que adquirem a coloração azul violeta são chamadas de Gram-
positivas e aquelas que adquirem a coloração vermelho são chamadas de Gram-negativas.

 Principais doenças transmitidas por bactérias:


As infecções cutâneas mais comuns nos homens são causadas por bactérias do grupo estafilococos- caso dos
furúnculos ou abcessos, carbúnculo, folículite e acne.

1. Meningite: é uma inflamação aguda das membranas protetoras que revestem o cérebro e a medula espinal,
denominadas coletivamente por meninges.
Os sintomas mais comuns: são febre, dor de cabeça e rigidez no pescoço. A inflamação das meninges é geralmente
causada por uma infeção por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Ainda que de forma pouco comum, pode
também ser causada por alguns medicamentos.

Causas: da meningite é geralmente uma infeção por microrganismos. A maior parte das infeções são causadas
por vírus, sendo também comuns as infeções causadas por bactérias, fungos ou protozoários. A doença pode também ter
causas não-infecciosas. Os casos de meningite que não são causados por uma infeção bacteriana são denominados
"meningite asséptica"
* Bacteriana: variam de acordo com a idade do indivíduo. Em bebés prematuros e recém-nascidos até três meses, as
causas mais comuns são estreptococos do grupo B e bactérias que residem no sistema digestivo como a Escherichia
coli. Durante a primeira semana de vida, a causa mais comum são os estreptococos B do tipo III que normalmente
residem na vagina e são transmitidos durante o parto.
* Virótica: mais comuns que causam meningite viral são enterovírus, o vírus do herpes simples, o vírus varicela-zoster,
o vírus da imunodeficiência humana, etc.
*Fungica: tem como principal fator de risco o comprometimento do sistema imunitário, quer pelo uso de
medicamentos imunossupressores na sequência de um transplante de órgãos ou em portadores de VIH/SIDA, quer
pela perda natural das defesas imunitárias associada ao envelhecimento. Embora a meningite fúngica seja pouco
comum entre pessoas com um sistema imunitário normal, já ocorreram casos com medicação contaminada.
* Parasítica: quando no líquido cefalorraquidiano se observa predominância de eosinófilos, um tipo de glóbulos
brancos. Os parasitas implicados mais comuns são o Schistosoma, assim como as condições cisticercose.
* Não-infeciosa: A meningite pode ainda ser o resultado de várias causas não-infeciosas como
a metástase de cancros nas meninges ("meningite neoplásica")ou determinados fármacos como anti-inflamatórios não
esteroides, antibióticos e imunoglobulina administrada por via intravenosa.
Tratamento:
Viral: geralmente sintomas desaparecem sozinho, indica- se repouso, ingestão de líquidos e medicações.
Bacteriana: tratamento imediato com antibiótico intravenoso com cortisona (para evitar complicações como perda
auditiva)
Fúngica: O tratamento da meningite fúngica, como a meningite criptocócica, consiste na administração de longa duração de
doses elevadas de antifúngicos, como a anfotericina B ou a flucitosina. Na meningite fúngica é comum o aumento da pressão
intracraniana, que pode ser aliviada com a realização, idealmente diária, de punções lombares ou, em alternativa, de um
dreno lombar.

2. Tuberculose: é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch, designação dada em homenagem
a seu descobridor. Afeta o pulmão mas pode atingir os rins, ossos e intestino. A transmissão ocorre pela aspiração e
ou deglutição da bactéria.

Transmissão:
É uma doença extremamente contagiosa. A transmissão pode acontecer de várias formas: através de fala, espirro e
tosse da pessoa infectada; uso de objetos, roupas e utensílios contaminados; ingestão de leite, carne bovina e
derivados contaminados; convivência com a pessoa infectada. Em domicílios pouco ventilados e arejados a
possibilidade de transmissão da doença é maior porque os bacilos sobrevivem por até 8 horas no ambiente.

Sinais e sintomas:
Tosse persistente por pelo menos três semanas, expectoração, dor torácica, falta de apetite, fadiga constante,
emagrecimento, suor noturno, febre baixa ao anoitecer, catarro esverdeado, amarelado ou com sangue. Em casos mais
graves pode ocorrer a hemoptise (hemorragia proveniente dos pulmões, devido à ruptura dos vasos pulmonares nas
crises de tosse).

Diagnóstico:
Basicamente é feito pelo histórico do paciente e o seu exame clínico. Para confirmação do diagnóstico utilizam-se os
exames de cultura de escarro (de lavados gástricos, urina, líquido cefalorraquidiano) e raio-X de tórax. Pode ser
solicitado quando necessário a biópsia do órgão afetado.

Tratamento:
O tratamento dura em média 6 meses. Nos primeiros dois meses, utiliza-se uma combinação de quatro drogas:
rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Após esse período inicial e durante mais quatro meses o paciente
utiliza somente a rifampicina e a isoniazida. Se o paciente seguir o tratamento durante esses seis meses, ele fica curado
da infecção.

Prevenção:
A prevenção é realizada através da vacina BCG que é aplicada no primeiro mês de vida da criança.
3. Hanseníase (Lepra): é causada por um bacilo chamado Mycobacterium leprae, que afeta a pele e o sistema
nervoso, causando deformações e falta de sensibilidade. O contágio ocorre pelo contato íntimo e prolongado
com o indivíduo infectado.

Transmissão:
A lepra é transmitida por gotículas de saliva. O bacilo Mycobacterium leprae é eliminado pelo aparelho respiratório da
pessoa doente na forma de aerossol durante o ato de falar, espirrar, tossir ou beijar. Quase sempre ocorre entre contatos
domiciliares, geralmente indivíduos que dormem num mesmo quarto.

Sinais e sintomas:
Um dos primeiros efeitos da hanseníase, devido ao acometimento dos nervos, é a supressão da sensação térmica, ou seja, a
incapacidade de diferenciar entre o frio e o quente no local afetado. Mais tardiamente pode evoluir para diminuição da
sensação de dor no local. Manchas de coloração mais clara que a pele ao redor, podendo ser discretamente avermelhada

Tratamento:
A OMS recomenda desde 1981 uma poliquimioterapia (PQT) composta de três medicamentos: a dapsona, a rifampicina e
a clofazimina. Essa associação destrói o agente patogênico e cura o paciente. O tempo de tratamento oscila entre 6 e 24
meses, de acordo com a gravidade da doença.

Apostila de Doenças Infecciosas e Parasitárias – 2ª etapa

1- VÍRUS

Os vírus são considerados partículas ou fragmentos celulares capazes de se cristalizar até alcançar o novo hospedeiro.
Por serem tão pequenos, só podem ser vistos com o auxílio de microscópios eletrônicos. São formados apenas pelo
material genético (DNA ou RNA) e um revestimento (membrana) de proteína.
Não dispõem de metabolismo próprio e são incapazes de se reproduzir fora de uma célula. Podem causar doenças no
homem, animais e plantas.
Outra característica importante é que são filtráveis, isto é, capazes de ultrapassar filtros que retêm bactérias.

 Principais doenças transmitidas pelos vírus


Os vírus são responsáveis por várias doenças infecciosas, tais como AIDS, gripes, raiva, poliomielite (paralisia infantil),
meningite, febre amarela, dengue, hepatite, caxumba, sarampo, rubéola, mononucleose, herpes, catapora, etc.
Sua transmissão ocorre de várias formas:
a) pela picada de mosquitos (vetores), como o Aedes aegypti infectado, responsável pela dengue e febre amarela;
b) pela mordida de cães infectados, ocasionando a raiva;
c) pela saliva e pelo trato respiratório, podendo gerar herpes, catapora, hepatite, sarampo, etc.;
d) pelo sangue contaminado: provocando a AIDS e a hepatite B;
e) há ainda a transmissão de vírus pelo leite materno, por via oral-fecal, pela urina, placenta, relações sexuais e lesões
de pele (rubéola, HIV, vírus da hepatite B).
Algumas doenças transmitidas por vírus são facilmente controláveis por meio de vacinas, como sarampo, rubéola,
caxumba, raiva, poliomielite, febre amarela, hepatite e alguns tipos de meningite. Mesmo que não haja vacina e
tratamento específico para muitas viroses, é importante, para se evitar a disseminação ou propagação da doença, que
se faça o diagnóstico definitivo com acompanhamento de um profissional de saúde.
As formas de diagnóstico (descobrir qual é o microrganismo) mais comuns são realizadas por intermédio do exame de
escarro, sangue, líquor (da medula) e secreções.

2- PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VIRUS

2.1- Gripe: É uma doença infecciosa provocada por diversos vírus ARN e que afeta aves e mamíferos. Os vírus da gripe
podem ser neutralizados pela luz solar, desinfetantes e detergentes. Uma vez que o vírus pode ser neutralizado
com sabonete, lavar frequentemente as mãos reduz o risco de infeção. A gripe pode ocasionalmente levar ao
aparecimento de pneumonia, tanto viral como bacteriana, mesmo em pessoas bastante saudáveis. O vírus influenza
tipo A é o responsável pela gripe H1N1, os vírus influenza são divididos em dois grandes grupos, A e B. Entre todos os
tipos, o A é o que mais está sujeito a mutações e seus subtipos foram os responsáveis pelas grandes epidemias e
pandemias registradas até hoje. Entre elas estão as gripes espanhola, aviária e H1N1. Já o tipo B é mais brando. Existe
ainda o tipo C, cujos sintomas são muito leves e somem rapidamente. Em diversos casos, pode até mesmo passar
despercebido.

 Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre, dores de garganta, dores musculares, cefaleia, tosse, fadiga e
sensação geral de desconforto. Em crianças pode ainda provocar diarreia e dores abdominais. Embora seja
frequentemente confundida com a constipação, a gripe é uma doença mais grave provocada por um tipo de vírus
diferente.

 Transmissão: A gripe é geralmente transmitida por via aérea através de tosse ou de espirros, os quais
propagam partículas que contêm o vírus. Uma pessoa contaminada com o vírus da gripe torna-se contagiosa para
outra pessoa no dia anterior ao aparecimento dos primeiros sintomas, e permanece contagiosa por mais cinco a
seis dias. Os dias de maior risco de contágio são o segundo e terceiro dia, posteriores à infeção. A quantidade de
vírus libertado aparenta estar relacionada com a temperatura da febre; quanto mais alta a temperatura, maior
quantidade de vírus é libertada. As crianças são muito mais infecciosas do que os adultos e libertam o vírus até
duas semanas após a data de infeção.
A gripe pode ser propagada através de três principais vias de transmissão:
 Transmissão direta (quando um indivíduo infetado liberta muco diretamente para os olhos, nariz ou boca de
outra pessoa);
 Via aérea (quando um indivíduo inala as partículas produzidas pela tosse ou espirro de outro infetado);
 Através da transmissão entre mãos e olhos, ou mãos e nariz ou mãos e boca, não só através de superfícies
contaminadas como por contato pessoal direto, como um aperto de mão.
Uma vez que os vírus da gripe sobrevivem fora do corpo, também podem ser transmitidos pelo contato com
superfícies contaminadas como notas bancárias, maçanetas de portas, interruptores elétricos e outros objetos
domésticos. O tempo de sobrevivência do vírus em determinada superfície depende das características dessa
superfície. O vírus é capaz de sobreviver um ou dois dias em superfícies duras e não porosas como plástico ou metal;
cerca de quinze minutos em lenços de papel secos; e apenas cinco minutos na pele. No entanto, no caso do vírus se
encontrar protegido por muco, pode sobreviver durante períodos mais longos; por exemplo, até 17 dias em notas
bancárias.

 Prevenção: Vacinação contra a gripe.


A Organização Mundial de Saúde recomenda que sejam vacinados contra a gripe os grupos de risco, como crianças,
idosos, prestadores de cuidados de saúde e pessoas com doenças crónicas como por exemplo asma, diabetes, doenças
cardiovasculares ou tenham a imunidade comprometida. Em adultos saudáveis, a vacina é pouco eficaz em reduzir a
quantidade de sintomas em determinada população.
Devido à elevada velocidade de mutação do vírus, uma vacina contra a gripe geralmente só confere proteção durante
alguns anos.

 Tratamento: As pessoas com gripe são aconselhadas a manter-se em repouso, beber bastantes líquidos, evitar
o consumo de álcool e tabaco e, se necessário, tomar medicamentos para reduzir a febre e as dores musculares
associadas à gripe. As crianças e adolescentes com sintomas de gripe, particularmente febre, são aconselhadas a evitar
tomar aspirina durante a infeção, sobretudo no caso de gripe B. A toma de aspirina pode levar ao síndrome de Reye,
uma doença hepática rara, mas potencialmente fatal. Uma vez que a gripe é provocada por um vírus,
os antibióticos não têm qualquer efeito na infeção, a não ser que sejam prescritos especificamente para infeções
secundárias, como após o aparecimento de pneumonia bacteriana.

2.2- RAIVA: é uma doença infecciosa que afeta os mamíferos, causada pelo vírus da raiva que se instala e multiplica
primeiro nos nervos periféricos e depois no sistema nervoso central e dali para as glândulas salivares, de onde se
multiplica e propaga. Por ocorrer em animais e também afetar o ser humano, é considerada uma zoonose.
A transmissão dá-se do animal infectado para o sadio através do contato da saliva por mordedura, lambida em feridas
abertas, mucosas ou arranhões. Outros casos de transmissão registrados são pela via inalatória,
pela placenta e aleitamento e, entre humanos, pelo transplante de córnea.
 Sintomas de Raiva: O tempo real entre a infecção e o aparecimento da doença varia muito. Esse período é
chamado de incubação. O tempo médio corresponde a esse período, no entanto, é de três a 12 semanas. Os
sintomas podem incluir:
 Babar em excesso
 Convulsão
 Sensibilidade exagerada no local da mordida
 Excitabilidade
 Perda de sensibilidade em uma área do corpo
 Perda de função muscular
 Febre baixa
 Espasmos musculares
 Entorpecimento e formigamento
 Dor no local da mordida
 Agitação e ansiedade

 Tratamento: O paciente humano deve ser mantido em isolamento, num local com baixa luminosidade e
incidência de ruídos; não pode receber visitas e apenas se permite a entrada de profissionais envolvidos no
tratamento, com uso de equipamentos de proteção individual (EPI).
A vacina antirrábica é a melhor maneira de se prevenir contra a raiva. Além disso, certifique-se de que seus animais de
estimação receberam as imunizações adequadas. Pergunte ao veterinário quantas doses devem ser ministradas.

2.3- SARAMPO: é uma doença altamente contagiosa causada pelo vírus do sarampo. O sarampo transmite-se
facilmente por via aérea através da tosse e espirros de uma pessoa infetada. Pode também ser transmitida através do
contato com a saliva ou secreções nasais. Nove em cada dez pessoas que não estão imunizadas e partilham um espaço
com uma pessoa infetada contraem a doença. As pessoas infetadas podem infetar outras pessoas desde quatro dias
antes até quatro dias depois do aparecimento da mancha vermelha. As pessoas geralmente só contraem a doença uma
única vez na vida. A confirmação do vírus em casos suspeitos através de exames é importante para a saúde pública.

 Sinais e sintomas:
Período Prodrômico: corresponde ao período de tempo entre os primeiros sintomas da doença e o início dos sinais ou
sintomas com base no qual o diagnóstico pode ser estabelecido, alguns dos sintomas possíveis:
 Coriza,
 Mal-estar geral,
 Febre alta (40oC),
 Dor de garganta,
 Infecção no nariz,
 Tosse com catarro,
 Dificuldade de ingestão e;
 Sinal de Koplik (pequenos pontos brancos rodeados de uma zona vermelha, que se agrupam na mucosa
interna das bochechas).
Período Exantemático: Ocorre piora dos sintomas do período prodrômico, e as complicações podem incluir:
 Erupções cutâneas que aparecem primeiro na cabeça e "descem" com o tempo para os pés, desaparecem em
7 a 10 dias,
 Secreções aumentadas nas vias respiratórias superiores,
 Elevada produção de muco nos pulmões,
 Voz rouca,
 Faringe e boca inflamadas.
Período descamativo: nesse período as manchas escurecem e surge a descamação fina, febre e tosse diminuem
sensivelmente.

 Transmissão: É espalhada pela tosse, espirros, beijos, pelas gotículas que saem quando se fala e qualquer
outra forma de contato com fluidos do nariz de uma pessoa infectada e boca, diretamente ou através de objetos (como
copos e talheres). É altamente contagiosa, 90% das pessoas que ainda não possuem imunidade são contaminadas caso
compartilhem o mesmo ambiente com uma pessoa infectada por algumas horas por dia (casa, creche, escola,
trabalho...). O período contagioso começa 2-4 dias antes do aparecimento das marquinhas pelo corpo e continua até 2-
5 dias após o início delas. Portanto, crianças com sarampo não devem ir à escola por 5 dias depois do aparecimento
das erupções cutâneas e devem informar a escola quando elas aparecem para que as outras crianças sejam vacinadas.

2.4- VARICELA: Também conhecida no Brasil por catapora, é uma doença altamente contagiosa causada pela infeção
inicial com o vírus Varicela-Zoster (VVZ).

 Sintomas: A doença provoca erupções cutâneas características na pele, a partir das quais se formam pequenas
bolhas muito pruriginosas que ganham crosta. Tem geralmente início no peito, nas costas e na face, espalhando-se
depois para o resto do corpo. Entre outros possíveis sintomas estão febre, fadiga e dores de cabeça. Os sintomas
começam-se a manifestar entre dez a vinte e um dias, após a exposição ao vírus e geralmente duram entre cinco a dez
dias. As complicações podem incluir pneumonia, inflamação do cérebro e infeções da pele por bactérias. A doença é
frequentemente mais grave em adultos do que em crianças.

 Transmissão: A varicela é geralmente transmitida por via aérea, propagando-se facilmente através das gotículas
produzidas pela tosse e espirros de uma pessoa infetada. A pessoa infetada é contagiosa desde um a dois dias antes do
aparecimento da erupção cutânea até que todas as lesões formarem crosta. Pode também ser transmitida pelo
contato direto com as bolhas.
 Prevenção: A vacina também pode ser fornecida às pessoas não vacinadas que tiveram contato próximo com
doentes, para evitar ou amenizar o quadro da varicela.

2.5- CAXUMBA: Parotidite infecciosa, conhecida popularmente por papeira ou caxumba, é uma doença viral causada
pelo vírus da parotidite infecciosa

 Transmissão: É altamente infeccioso. Os vírus são transmitidos por gotas de espirros, tosse, respiração em
ambiente fechado ou por contato direto com a saliva. Pode ser transmitido ao se compartilhar copos, pratos e talheres.
O vírus também pode sobreviver fora do organismo por algumas horas e, em seguida, ser transmitido após o contato
caso a pessoa encoste nele e depois encoste na mão na boca ou no nariz. A pessoa infectada com caxumba pode
contaminar outros, entre aproximadamente seis dias antes do início dos sintomas até cerca de 9 dias após início dos
sintomas. O período de incubação (tempo até o início dos sintomas) pode ser 14-25 dias, mas é mais tipicamente em
média de 16 a 18.
O ser humano é o único hospedeiro natural. O vírus atravessa a placenta, sem causar malformações mas pode
causar aborto.

 Sinais e sintomas:
Os sintomas mais comuns são
 Inchaço doloroso das parótidas (90% dos casos em ambas);
 Febre;
 Dor de cabeça;
 Garganta inflamada;
 Perda do apetite;
 Náusea;
 Vômito;
 Dores nos testículos em 30% dos casos após a puberdade;
 Dor nos ovários em 5% dos casos.

 Prevenção: A vacina é altamente eficaz e raramente produz efeitos colaterais. Caso todas sejam tomadas possui
97% de chance de proteger contra uma infecção natural. Os anticorpos maternos protegem os filhos durante os
primeiros meses de vida. Adultos e adolescentes que nunca foram infectados nem tomaram a vacina também devem
ser imunizados, especialmente mulheres que planejam engravidar

2.6- RUBÉOLA: A rubéola, também conhecida como sarampo alemão, é uma doença viral causada pelo toga vírus e
transmitida por via respiratória. Seus principais sintomas são muito parecidos com outras doenças virais comuns na
infância, como sarampo e caxumba (papeira)

 Transmissão: é pelo ar ou pela saliva. Quando o indivíduo contaminado tosse ou espirra, lança micropartículas
pelo ar com o vírus da rubéola a outros indivíduos que estejam próximo.

 Sintomas: A infecção, geralmente, tem evolução autolimitada e em metade dos casos não produz qualquer
manifestação clínica perceptíveis. Os sintomas mais comuns são:
 Aumento dos gânglios linfáticos na perna,
 Hipertrofia ganglionar
 Manchas (máculas) avermelhadas (exantemas) cutâneas, inicialmente na boca e que evoluem rapidamente em
direção aos pés e em geral desaparecem em menos de 5 dias.
 Dores pelo corpo.
 Vermelhidão (inflamação) dos olhos,
 Dor de cabeça,
 Dor ao engolir,
 Pele seca,
 Congestão nasal e espirros

2.7- VARÍOLA: doença infectocontagiosa. É causada por um Orthopoxvirus, um dos maiores vírus que infectam os seres
humanos, com cerca de 300 nanômetros de diâmetro, o que é suficientemente grande para ser visto como um ponto
ao microscópio óptico.

 Sintomas:
Há dois tipos de varíola, a varíola maior (ou apenas varíola) e a varíola menor ou alastrim, com os mesmos sintomas,
mas muito mais moderados. O período de incubação é de cerca de doze dias. Os sintomas iniciais são semelhantes aos
da gripe
 Febre,
 Mal-estar,
 Dores musculares, gástricas e vômitos violentos.
 Após infecção do trato respiratório, o vírus multiplica-se nas células e espalha-se primeiro para os órgãos
linfáticos e depois via sanguínea para a pele, onde surgem as pústulas típicas, primeiro na boca, depois nos
membros.

2.8- HEPATITE: hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e
outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. São doenças silenciosas que nem
sempre apresentam sintomas, mas, quando estes aparecem, podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo,
vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem, ainda, os vírus D e E, esse
último mais frequente na África e na Ásia. Milhões de pessoas no Brasil são portadoras do vírus B ou C e não sabem.
Elas correm o risco de as doenças evoluírem (tornarem-se crônicas) e causarem danos mais graves ao fígado, como
cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam a
hepatite.

HEPATITE A
 Agente etiológico: vírus da hepatite A

 Formas de transmissão: ingestão de água ou alimentos contaminados com vírus. A pessoa infectada elimina o
vírus nas fezes, podendo contaminar a água onde não existem condições adequadas de saneamento básico, as
pessoas que tomarem essa água contaminada ou ingerirem alimentos crus lavados com essa água, podem se
infectar, assim como ao comer marisco ou frutos do mar crus, de água poluída com esgoto.

 Sintomas: Os sinais e sintomas da hepatite A geralmente aparecem 2 a 4 semanas após a infecção pelo vírus, que
é o período de incubação do vírus
* INFLAMAÇÃO DO FÍGADO
* Fadiga
* Náusea e vômitos
* Perda de apetite
* Febre baixa
* Urina escura
* Dor muscular
* Amarelamento da pele e olhos (icterícia).

 Tratamento: medicamentos que reduzem os sintomas. Geralmente o sistema imune consegue eliminar o vírus.
Profilaxia: Educação Sanitária e saneamento básico.

HEPATITE B e C
 Agente etiológico: Vírus da hepatite B e C
A hepatite B é também conhecida como amarelão.

 Formas de transmissão: contato com o sangue de pessoas contaminadas. Geralmente o contágio se dá por
Relação Sexual, compartilhamento de seringas e transfusão de sangue.
 Sintomas:
* inflamação do Fígado
* dores de cabeça e do corpo
* peles e olhos avermelhados
* náuseas e vômitos
Atenção: HEPATITE C se não tratada rapidamente evolui para cirrose

 Tratamento: uso de medicamentos que inibem a ação viral


Profilaxia: Hepatite B- vacina. Uso de preservativos, controle de bancos de sangue, usar seringas descartáveis

 Transmissão dos tipos de Hepatites:


 Contágio fecal-oral: condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos
(vírus A e E);
 Transmissão sanguínea: se praticou sexo desprotegido ou compartilhou seringas, agulhas, lâminas de barbear,
alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam (vírus B, C e D);
 Transmissão sanguínea: da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação (vírus B, C e D).
No caso das hepatites B e C, é preciso um intervalo de 60 dias para que os anticorpos sejam detectados no exame de
sangue.
A evolução das hepatites varia conforme o tipo de vírus. Os vírus A e E apresentam apenas formas agudas de hepatite
(não possuindo potencial para formas crônicas). Isso quer dizer que, após uma hepatite A ou E, o indivíduo pode se
recuperar completamente, eliminando o vírus de seu organismo. Por outro lado, as hepatites causadas pelos vírus B, C
e D podem apresentar tanto formas agudas quanto crônicas de infecção - nesse último caso, quando a doença persiste
no organismo por mais de seis meses.
As hepatites virais são doenças de notificação compulsória, ou seja, cada ocorrência deve ser notificada por um
profissional de saúde. Esse registro é importante para mapear os casos de hepatites no país e ajuda a traçar diretrizes
para as políticas públicas no setor.

 Prevenção: é recomendado tomar as vacinas contra hepatite A e hepatite B, usar camisinha em todas as relações
sexuais, não partilhar seringas e adotar medidas de higiene como sempre lavar as mãos depois de ir ao banheiro e
antes de comer.

2.9- AIDS\HIV
 Agente etiológico: vírus da imunodeficiência Humana (HIV)
Ao entrar no organismo o vÍrus HIV pode permanecer latente "escondido" no cromossomo dos linfócitos CD4, e dessa
maneira, não é detectado pelo sistema imune.
Os vírus do HIV podem permanecer inativos por 10 anos no organismo e o paciente nesse período não manifesta
nenhum sintoma. por motivos ainda inexplicáveis o vírus se torna ativo e iniciam a reprodução via ciclo lítico
(destruição das células) e a partir disso o paciente começa a desenvolver sintomas.

 Transmissão
* sangue,
* esperma
* secreção vaginal
* leite materno
Estes para serem transmitidos precisam sair do organismo infectado e serem inseridos num organismo sadio para que
haja o contágio. Tais líquidos contaminados são transmitidos através de:
* Relações sexuais: Envolvimento íntimo com portador da doença sem a utilização de preservativos. A transmissão
pode ser feita a partir de qualquer sexo e transferida também sem distinção do mesmo, independente de quem
penetra e de quem é penetrado. No sexo oral, evitar contato com esperma ou secreção vaginal.
* Seringas e materiais cortantes: Uso de seringas ou qualquer outro material cortante utilizado por mais de uma
pessoa sem a devida higienização e posterior esterilização. Este procedimento transfere o vírus presente no sangue
contaminado a um próximo usuário que pode ser sadio.
* Transfusões e transplantes: Ocorre quando o sangue ou órgão recebido contiver o vírus HIV.
* Gravidez: A mãe contaminada passa o vírus para o filho durante o parto ou na lactação.
* Inseminação artificial: Quando o sêmen inseminado contiver o vírus HIV armazenado, infectando assim a mãe e
possivelmente o bebê.
É importante saber que é improvável a transmissão da doença pelo contato social, por picadas de insetos, pelos
utensílios alimentares, por sanitários, aerossóis, o que torna a restrição de portadores do HIV injustificável em escolas,
ambientes profissionais ou sociais.

 Sintomas: Normalmente, a AIDS permanece incubada por algum tempo que é variável.
Quando se manifesta, pode ocorrer
* fadiga,
* calafrio,
* febre,
* perda de peso,
* inchaço dos gânglios linfáticos,
* dor de cabeça,
* manchas avermelhadas pelo corpo,
* dor de garganta,
* dores musculares,
* perda de raciocínio e locomoção,
* erupções na pele,
* diarréia, náuseas e vômitos.
Pode-se contrair doenças oportunistas nesse período, as mais comuns são: tuberculose, pneumonia, herpes simples,
cândida albicans (sapinho), encefalite, meningite, infecção do fígado, sarcoma de Kaposi, infecção da medula óssea,
úlceras, faringite, suores noturnos, candidíase, salmoneloses, toxoplasmose entre outras.

 Tratamento
Desde que descoberta, em 1981, a AIDS não pode ser curada, pois ainda não se conseguiu descobrir um antídoto capaz
de destruir as inúmeras células mutantes que são produzidas pelo HIV.
* O tratamento consiste em melhorar e facilitar a vida dos portadores do vírus, utilizando inibidores da replicação do
HIV que reverte o RNA viral em DNA e inibidores da ação enzimática que quebra as cadeias protéicas e as transforma
em proteínas virais.

 Detecção
* ELISA - detecta presença de anticorpos anti-HIV no plasma sanguíneo
problema: para que os anticorpos sejam produzidos é necessário um período relativamente longo. Portanto há
possibilidade de um exame falso negativo.
* TESTE DE CARGA VIRAL - Detecta e quantifica a quantidade de vírus HIV circulante no sangue
problema: são mais caros e requerem 72 horas para serem concluídos.

2.10- POLIOMIELITE
Sinônimos: paralisia infantil- Poliomielite é uma doença viral que pode afetar os nervos e levar à paralisia parcial ou
total. Apesar de também ser chamada de paralisia infantil, a doença pode afetar tanto crianças quanto adultos.
A poliomielite foi praticamente erradicada em países industrializados com a vacinação de crianças, inclusive no Brasil,
onde a vacina contra a doença foi incorporada à caderneta de vacinas obrigatórios.

 Tipos: A infecção pelo poliovírus não leva, necessariamente, à paralisia infantil. Existem dois tipos principais da
doença:
* Poliomielite paralítica
* Poliomielite não-paralítica

 Causas: A poliomielite é uma doença causada pela infecção do poliovírus, que se espalha por contato direto pessoa,
para pessoa e também por contato com muco, catarro ou fezes infectadas.
O vírus entra por meio da boca e do nariz e se multiplica na garganta e no trato intestinal. Dali, alcança a
corrente sanguínea e pode atingir o cérebro. Quando a infecção ataca o sistema nervoso, destrói os neurônios motores
e provoca paralisia nos membros inferiores. A pólio pode, inclusive, levar o indivíduo à morte se forem infectadas as
células nervosas que controlam os músculos respiratórios e de deglutição.
* O período de incubação do vírus, ou seja, tempo que leva entre a infecção e surgimento dos primeiros sintomas,
varia de 5 a 35 dias, mas a média é de uma a duas semanas.

 Transmissão: O poliovírus pode ser transmitido por meio de água e alimentos contaminados ou pelo contato direto
com uma pessoa infectada. A doença é tão contagiosa que pode ser pega no ar, principalmente por pessoas que
convivem com portadores do vírus. Quem tem poliomielite pode transmitir a doença semanas após a infecção.

 Sintomas de Poliomielite: Embora a poliomielite possa causar paralisia e até mesmo a morte, a maioria das pessoas
infectadas com o poliovírus não fica doente e não manifesta sintomas, de modo que a doença passa muitas vezes
despercebida.
Poliomielite não-paralítica: A maior parte das pessoas que foram infectadas pelo poliovírus apresenta o tipo não-
paralítico da doença. Muitas vezes a pessoa não manifesta nenhum sintoma, e quando os sinais da doença aparecem,
eles geralmente são muito similares aos sintomas da gripe e de outras doenças virais leves ou moderadas.
 Os sinais e sintomas, que costumam durar de um a dez dias, incluem:
* Febre
* Garganta inflamada
* Dor de cabeça
* Vômitos
* Fadiga
* Dor nas costas ou rigidez muscular
* Dor de garganta
* Dor ou rigidez nos braços e nas pernas
* Fraqueza muscular ou sensibilidade
* Meningite
Poliomielite paralítica: Em casos raros, a infecção pelo poliovírus leva à poliomielite paralítica, a forma mais grave da
doença. Poliomielite abortiva, como também é chamada, recebe diferentes nomes dependendo da parte do corpo
afetada: a medula espinhal (poliomielite espinhal), o tronco cerebral (poliomielite bulbar) ou ambos (poliomielite
bulboespinal).
 Sinais da poliomielite paralítica: como febre e dor de cabeça iniciais, muitas vezes imitam os da poliomielite não-
paralítica. Dentro de uma semana, no entanto, os sintomas específicos de poliomielite paralítica aparecem,
incluindo:
* Perda dos reflexos
* Dores musculares graves ou fraqueza
* Membros soltos e flácidos, muitas vezes pior em um lado do corpo.

 Tratamento de Poliomielite: Não existe cura para poliomielite, por isso o foco do tratamento reside em diminuir a
sensação de desconforto, acelerar a recuperação e garantir a qualidade de vida do paciente. O tratamento deve ser
iniciado o quanto antes para evitar complicações, mesmo porque, se uma pessoa infectada com o vírus não for atendida
ao primeiro sinal da doença, ela estará sob risco aumentado de morte. Cuidados caseiros e acompanhados pelo médico
podem ajudar na recuperação do paciente com pólio

2.11- FEBRE AMARELA


A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, de curta duração (no máximo 10 dias), gravidade variável

 Agente etiológico: vírus da febre amarela (vírus RNA Arbovírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae)

 Hospedeiros:
* febre amarela urbana: homem é o único hospedeiro
* febre amarela silvestre: primatas (macacos) são os principais hospedeiros

 Agentes vetores:
* febre amarela urbana: mosquito Aedes aegypti
* febre amarela silvestre: Haemagogus sp.
 Modo de Transmissão:
* picada dos mosquitos transmissores infectados
* transmissão de pessoa para pessoa não existe.
Sintomas: febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos)
e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina).

 Tratamento: Não existe nada específico. O tratamento é apenas sintomático e requer cuidados na assistência ao
paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas,
quando indicado. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido numa Unidade de Terapia Intensiva. Se o paciente
não receber assistência médica, ele pode morrer.

 Profilaxia: VACINAÇÃO
Ela deve ser aplicada 10 dias antes da viagem para as áreas de risco de transmissão da doença. Pode ser aplicada a
partir dos 9 meses e é válida por 10 anos.
A vacina é contraindicada a gestantes, imunodeprimidos (pessoas com o sistema imunológico debilitado) e pessoas
alérgicas a gema de ovo.

2.12- DENGUE

 Agente Etiológico: vírus da dengue

 Formas de Transmissão: através da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e Aedes Abopictus

 Sintomas:
* dores lombares,
* tonteiras,
* desmaios
* febre alta e súbita
* dor nos olhos
* dor nas articulações ("juntas")
* falta de apetite
* petéquias (manchas avermelhadas)
Na forma hemorrágica, além dos sintomas acima, ocorre alteração no sistema de coagulação sanguínea onde
pequenos vasos podem sangrar na pele e em órgãos internos, levando a hemorragias.

 Tratamento: consistem apenas na tentativa de remediar os sintomas.


A aspirina é contraindicada por interferir na coagulação sanguínea.

 Profilaxia:
* Não possui cura
* eliminação de criadouros do mosquito
* utilização de inseticidas e repelentes

Apostila de Doenças Infecciosas e Parasitárias – 3ª etapa

 Parasitas ou parasitos
São organismos que vivem em associação com outros dos quais retiram os meios para a sua sobrevivência,
normalmente prejudicando o organismo hospedeiro, um processo conhecido por parasitismo.
Todas as doenças infecciosas e as infestações dos animais e das plantas são causadas por seres considerados parasitas.
O efeito de um parasita no hospedeiro pode ser mínimo, sem lhe afetar as funções vitais, como é o caso dos piolhos,
até poder causar a sua morte ou uma grave doença, como é o caso de muitos vírus e bactérias patogénicas. Neste caso
extremo, o parasita normalmente morre com o seu hospedeiro, mas em muitos casos, o parasita pode ter-
se reproduzido e disseminado os seus descendentes, que podem ter infestado outros hospedeiros, perpetuando assim
a espécie, como no caso do Plasmodium.
O parasitismo é uma relação ecológica interespecífica (ocorre entre espécies diferentes) onde uma espécie,
denominada como parasita, alimenta-se às custas de outra espécie, chamada de hospedeira, causando-lhe prejuízos.

 Protozoários
São seres unicelulares cuja maioria e extremamente pequena, ou microscópica. A maior parte vive de forma livre em
ambientes úmidos ou aquáticos, mas existem protozoários que são parasitos do homem e capazes de causar doenças
graves. Possuem formato variados (esférico, oral e alongado) e alguns se locomovem através de flagelo, cílios ou
projeção do próprio corpo (pseudópodes) mas também há aqueles que não se movimentam.
Apresentam de duas formas distintas:
 Trofozoíto ou Vegetativa: forma ativa que se reproduz, alimenta e vive no interior do hospedeiro
 Cisto ou oocisto: são formas inativas e de resistência dos protozoários encontrados nas fezes do hospedeiro
Divisão dos protozoários por locomoção:
 Protozoários que se locomovem por meio de projeção celular, denominadas pseudópodes: sarcodíneos
(ameba)
 Protozoários que se locomovem por flagelos, mastigóforos ou flagelados: Trypanossoma Cruzi, Trichomonas e
Giardia
 Protozoários que se locomovem utilizando cílios, denominados ciliophoros ou ciliados: Blantidium coli
 Protozoários que não possuem estrutura locomotora sporozoários (Plasmodium e Toxoplasma gondi)
Os Protozoários parasitos do homem podem habitar os tecidos, incluindo o sangue (Trypanossoma cruzi), as cavidades
genitais e urinárias (Trichomonas) e o intestino (Giardia e Ameba)

 Principais doenças causadas por protozoários:

1- Doença de Chagas: causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida principalmente por insetos da
subfamília Triatominae. O inseto infecta-se com Trypanosoma cruzi ao alimentar-se de sangue de animais ou humanos
contaminados. De hábitos noturnos, ele esconde-se durante o dia em fendas nas paredes e telhados, e emerge à noite,
quando os habitantes estão dormindo. Por causa da tendência de picar a face das pessoas, o inseto é popularmente
conhecido como "barbeiro" ou "chupão". Após a picada e a ingestão de sangue, ele defeca próximo ao local.

 Sinais e sintomas:
A doença apresenta dois estágios em seres humanos: uma fase aguda, que ocorre pouco tempo após a infecção, e uma
fase crônica, que se desenvolve ao longo de muitos anos. Os sintomas podem incluir febre, fadiga, dor no corpo, dor
de cabeça, exantema, perda de apetite, diarreia e vômitos. Os sinais no exame físico podem incluir aumento moderado
do fígado, do baço e de linfonodos, e inchaço no local da picada do barbeiro (o chagoma).
 Diagnóstico:
Pode ser detectado por exame microscópico direto no esfregaço de sangue fresco

 Prevenção:
É, em geral, focada em eliminar o inseto vetor com a utilização de sprays e tintas e em melhorar as condições de
saneamento e habitação nas áreas rurais. Para os moradores de áreas urbanas que vão passar temporadas, como férias
ou acampamentos em regiões endêmicas, recomenda-se o uso de mosquiteiros.

2- Amebíase: Disenteria amebiana (também conhecida por disenteria amébica e amebíase) é uma forma
de disenteria causada por protozoários geralmente do gênero Entamoeba.

 Sinais e sintomas:
Seu principal sintoma é uma diarreia severa e dolorosa com sangue, dores intestinais, náuseas e vômitos, inflamação
do intestino

 Diagnóstico:
O diagnóstico da disenteria propriamente dita, é feito pela observação de amostras de três dias diferentes de fezes
ao microscópio óptico.

 Prevenção:
Não beber água de fontes desconhecidas, não comer saladas e outros vegetais crus ou frutas cruas com casca em
zonas endémicas, lavar bem as mãos após usar o banheiro, mergulhar verduras por 15 minutos em uma solução de
0,3g de permanganato de potássio para 10 litros de água ou 3 gotas de iodo por litro de água, entre outros.

3- Malária: é uma doença infecciosa transmitida por mosquitos e causada por protozoários parasitários do gênero
Plasmodium. A doença é geralmente transmitida pela picada de uma fêmea infectada do mosquito Anopheles. A
picada introduz no sistema circulatório do hospedeiro os parasitas presentes na sua saliva. Os parasitas depositam-se
no fígado, onde se desenvolvem e reproduzem. Existem cinco espécies de Plasmodium que podem infetar os seres
humanos

 Sinais e sintomas:
Febre, fadiga, vómitos e dores de cabeça. Em casos graves pode causar icterícia, convulsões, coma ou morte. Os
sintomas começam-se a manifestar entre 10 e 15 dias após a picada. Quando não é tratada, a doença pode recorrer
meses mais tarde. Uma nova infeção geralmente causa sintomas mais ligeiros. No entanto, esta imunidade parcial
pode desaparecer no prazo de meses a anos se a pessoa não for continuamente exposta à doença. O sintoma clássico
da malária são ataques paroxísticos, a ocorrência cíclica de uma sensação súbita de frio intenso seguida por calafrios e
posteriormente por febre e sudação

 Diagnostico:
Devido à natureza não específica dos sintomas, o diagnóstico de malária em regiões onde não seja endémica exige
confirmação redobrada e deve levar em conta fatores de diagnóstico auxiliares, como o histórico recente de
viagens, aumento de volume do baço, febre, número reduzido de plaquetas no sangue e quantidade de bilirrubina no
sangue superior ao normal com quantidade normal de glóbulos brancos

4- Leshimaníose: é uma doença causada por protozoários parasitas do gênero Leishmania e transmitida através da
picada de certos tipos de flebotomíneos. A doença pode se apresentar de três maneiras: leishmaniose cutânea,
mucocutânea ou visceral.
A forma cutânea apresenta úlceras dérmicas, enquanto a forma mucocutânea apresenta úlceras na pele, boca, nariz.
A forma visceral pode começar com úlceras dérmicas e, posteriormente, febre, número reduzido de hemácias e baço e
fígado aumentados

 Tipos:
A - A leishmaniose visceral (LV), também conhecida como CALAZAR e FEBRE NEGRA, é a forma mais severa de
leishmaniose. É a terceira maior doença letal parasitária, depois da malária e da amebíase. Estima-se que cause 60.000
e até 2 milhões mortes por ano no mundo. O parasita migra para os órgãos viscerais como fígado, baço e medula
óssea e, caso se desenvolva a doença e não sendo feito tratamento adequado, quase sempre resultará na morte do
hospedeiro.
Sinais e sintomas: incluem febre, perda de peso, anemia e inchaço significativo do fígado e do baço.
B- Leishmaniose visceral humana.
Sinais e sintomas: podem ser associados ao descamamento da pele - com destaque para regiões em torno
do nariz, boca, queixo e orelhas, sendo frequentes também no couro cabeludo, onde estes são geralmente
confundidos com caspa; e ao aparecimento de pequenos calombos semiesféricos sob o couro cabeludo, geralmente
sensíveis ao toque.
C- A leishmaniose visceral canina é uma doença mortal de curso lento e de difícil diagnóstico, pois um cão pode estar
infectado e não mostrar nenhuns sintomas exteriores.
 Transmissão:
Os flebotomíneos são cruciais na transmissão da leishmaniose visceral, que ocorre quando os insetos se alimentam de
humanos ou animais infectados. A seguir, o crescimento dos flagelados no tubo digestivo do vetor torna-se suficiente
para assegurar sua inoculação em hospedeiros susceptíveis.

 Sinais e sintomas:
Tem um período de incubação de vários meses a vários anos. As leishmanias danificam os órgãos ricos em macrófagos,
como o baço, o fígado, e a medula óssea. Os sintomas mais comuns:
 Febre prolongada,
 Úlceras escuras na pele
 Aumento do baço (esplenomegalia),
 Aumento do fígado (hepatomegalia), etc.

4- Toxoplasmose: é uma doença parasitária causada pelo parasita Toxoplasma gondii. As infeções de toxoplasmose
geralmente não causam sintomas óbvios em adultos. Quando a primeira infeção ocorre durante a gravidez, a doença
pode ser transmitida de mãe para filho pela placenta, uma condição denominada toxoplasmose congénita. A
toxoplasmose congénita está associada a morte fetal e aborto espontâneo e, em crianças, está associada a défices
neurológicos, neurocognitivos e corioretinite.
 Transmissão:
A toxoplasmose pode ser adquirida pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados com os oocistos esporulados,
presentes nas fezes de gatos e outros felídeos, por carnes cruas ou mal passadas, principalmente de porco e de
carneiro, que abriguem os cistos do protozoário Toxoplasma gondii. A ingestão de leite cru contendo taquizoítos do
parasito, principalmente de cabras, pode ser uma forma de infecção, mas provavelmente rara, pois a cabra tem de se
infectar durante a lactação para que exista a possibilidade de passagem de taquizoítos para o leite.
A toxoplasmose pode ser transmitida de mãe para filho, mas não se transmite de uma pessoa para outra apesar de que
já foi constatado a transmissão por transfusão sanguínea e transplante de órgãos de pessoas infectadas.
 Diagnóstico:
Seu diagnóstico é feito levando em conta exames clínicos e exames laboratoriais de sangue, onde serão pesquisadas
imunoglobulinas como a IgM e IgG. Se a infecção se der durante a gravidez (o que ocorre em 0,5% das gestações), os
parasitas podem atravessar a placenta e infectar o feto, o que pode levar a abortos e a malformações em um terço dos
casos, malformações como hidrocefalia, podendo também ocorrer neuropatias e oftalmopatias na criança como
défices neurológicos e cegueira, mas se a infecção tiver sido antes do início da gravidez não há qualquer perigo, mesmo
que existam cistos

 Sintomas:
Alterações neurológicas, problemas cardíacos ou cegueira, mas geralmente sem efeitos nefastos. Os cistos
permanecem viáveis por muitos anos, mas não se disseminam devido à imunidade eficaz ganha pelo portador,
inclusive contra mais oocitos que possam ser ingeridos. Se o indivíduo desenvolver ou for medicado para
imunodeficiência, como após transplantes de órgãos, doenças auto-imunes ou na SIDA/AIDS, as formas ativas podem
ser reativadas a partir dos cistos, dando origem a problemas sérios, com sintomas como: exantemas (pele
vermelha), pneumonia, meningoencefalite com danos no cérebro e miocardite, com mortalidade alta

 Diagnóstico:
O diagnóstico é pela sorologia, ou seja, detecção dos anticorpos específicos contra o parasita, como as
imunoglobulinas IgM, que só existem nas fases agudas, e IgG que está aumentada na fase crônica da doença.
Na maioria dos casos não é necessário tratamento já que o sistema imunitário geralmente resolve o problema. Na
gravidez ou em imunodeprimidos usa-se espiramicina, pirimetamina e sulfadiazina, para controlar a multiplicação
do Toxoplasma gondii.

 Cuidados e Prevenção:
As gestantes devem evitar o contato com fezes de gatos, pois estas podem conter oocistos, não ingerir água de origem
desconhecida e sem estar fervida, nem carne crua ou mal cozida durante a gravidez. No caso dos gatos, lavar as caixas
com água e sabão, e trocar a areia das caixas com frequência, pois as fezes deixadas muito tempo na caixa tem um
poder contaminante maior.
Deve-se sempre usar luvas ou lavar bem as mãos e passar alcool 70% após manipular a areia. Alimentar os gatos
com comida enlatada, ração, água fervida ou filtrada, não lhes permitir caçar animais também reduz o risco e nunca
alimentá-los com carne crua ou mal passada.

5- Giardíase: é a doença provocada pela infecção do intestino delgado pelo protozoário Giardia lamblia. A giardíase
costuma ser assintomática, mas pode causar diarreia e má absorção intestinal de gorduras. A giardíase está presente
em praticamente todo o mundo, mas afeta principalmente crianças em populações de baixo nível econômico e em
regiões de clima tropical ou subtropical ou no calor sol muito quente que pode causar doenças

 Sinais e sintomas:
As principais manifestações da giardíase são diarreia, cólica, e perda de peso ou, no caso de crianças, falha em ganhar
peso. Tipicamente, a diarreia é caracterizada por um excesso de gorduras nas fezes (esteatorreia).

 Transmissão:
A giardíase é causada principalmente pela ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes contendo pelo
menos 10 a 100 cistos de Giardia lamblia. A exposição deste protozoário ao suco gástrico não causa sua eliminação,
porém o ph alcalino do duodeno ocasiona a transformação dos cistos em trofozoítas, que aderem à parede do intestino
delgado (daí os nomes alternativos Giardia intestinalis e Giardia duodenalis). Cerca de 9 dias (de 6 a 15) após a
infecção, a pessoa começa a eliminar cistos pelas fezes, que podem então contaminar outras pessoas. Discute-se ainda
a importância da transmissão por contato próximo entre duas pessoas (por exemplo, em creches), ou com animais
domésticos, ou ainda através de relações sexuais anais.
O cisto da Giardia lamblia pode durar até 12 meses fora de um organismo, e pode ser encontrado sob a unha de
algumas pessoas.

 Tratamento:
O medicamento mais utilizado para a giardíase é o metronidazol, na dose de 250mg, três vezes ao dia, por 5 a 7 dias,
com 70% a 100% de cura. Outras opções, com eficácia similar, incluem uma dose única de 2g de
metronidazol, secnidazol ou tinidazol; ou então uma dose diária de 400mg de albendazol por 3 a 5 dias.

 Prevenção:
Como a giardíase é uma doença de transmissão fecal-oral, sua prevenção inclui medidas padrão de higiene, como o
consumo de água filtrada ou fervida, o hábito de se lavarem as mãos, e a proteção dos alimentos entre outros.
A Giardia lamblia é resistente à cloração da água.
A giardíase pode ser detectada em pessoas assintomáticas através de exames de fezes, como parte de exames de
rotina ou inquérito populacional. A utilidade dessa medida, no entanto, é controversa, já que a infecção assintomática
não parece causar prejuízos à pessoa, e não existem evidências de progressão de um estado de portador crônico para
doente.

6- Tricomoníase: é uma infecção causada por um protozoário chamado Trichomonas vaginalis. É capaz de atacar colo
do útero, vagina e uretra, bem como o trato genital masculino. Trata-se de uma doença sexualmente transmissível que
obviamente ocorre após o contato íntimo com uma pessoa infectada.

 Sinais e sintomas:
A condição pode ser assintomática ou vir acompanhada, no caso das mulheres, de coceiras, corrimento, vermelhidão,
dor e ardor ao urinar ou nas relações sexuais. Já para os homens, são comuns irritações na parte interna do pênis,
corrimento e ardor durante a ejaculação ou ao urinar.

 Diagnostico:
O diagnóstico nas mulheres é feito através de exames pélvicos que procurarão por manchas vermelhas na parede
vaginal ou no colo do útero. Uma amostra é colhida e analisada para confirmar a presença do protozoário, que se
movimenta ativamente entre as células epiteliais e leucócitos. Nos homens, o processo é mais complicado. Eles serão
tratados se a infecção for diagnosticada na parceira ou parceiro. Outros testes incluem mensuração de pH vaginal,
exame de cultura de microrganismos e de citologia.

 Tratamento:
O tratamento mais comum envolve a administração – com acompanhamento médico – de altas doses de metronidazol
(C6H9N3O3) e tinidazol (C8H13N3O4S), via oral – muito mais eficaz do que cremes ou géis.

Você também pode gostar