Descartes
Descartes
Descartes
peculiar, pretende Descartes aplicar o método referente às mesmas, mas não somente às quantidades
abstratas, mas também à realidade concreta e constituir, dessa arte, uma espécie de matemática
universal, que abrace todo o domínio do conhecimento e lhe comunique a certeza e a evidência
acabadas e perfeitas. Segundo Descartes, o que caracteriza natureza do mundo é a matéria e o
movimento (res extensa), em oposição à natureza espiritual do pensamento (res cogitans). As ideias
inatas não estão sujeitas a erro, pois se originam da razão, independentemente das ideias formadas
pela ação dos sentidos e das outras que nós formamos pela imaginação. São inatas, não no sentido
de o homem nascer com elas, mas como resultantes exclusivas da capacidade de pensar. Segundo
Descartes, Duvidar implica pensar; Duvidar implica existir; Pensar implica existir. Para chegar à
certeza do cogito ergo sum, Descartes não duvida de sua própria existência. Segundo Descartes e
seguindo o método cartesiano, quem duvida deve chegar à conclusão de que sua natureza consiste
apenas em pensar.
Acerca da filosofia moderna, sua relação com a produção filosófica e pedagógica, inclusive
demarcada através do ensino-aprendizagem relativo à especificidade da atitude filosófica, fora nesta
fase notável o desafio em se flexionar o saber da filosofia com a fase da infância, por efeito,
gerando implicações contemporâneas importantes. Quanto à temática da filosofia infantil e seu
reflexo coeso à produção do saber – no espírito racional – segundo outras fases da vida humana,
resguardadas as devidas reduções biológicas da pessoa, Descartes (2004), em Meditações sobre
filosofia primeira, assim se refere à infância: "Faz alguns anos já, dei-me conta de que admitira
desde a infância muitas coisas falsas por verdadeiras e de quão duvidoso era o que depois sobre elas
construí". A filosofia moderna e de cunho cartesiano pretere a infância sob critério intelectualista
porque ela flui nos sentidos.
Nas “Meditações”, Descartes adverte que apesar de só nos juízos é que se pode encontrar
“falsidade formal e verdadeira”, pode encontrar-se nas ideias uma falsidade material. São exemplos
de ideias materialmente falsas segundo Descartes: As ideias de frio e calor.
“Ele examina o que é a verdade: e quanto a mim eu jamais duvidei dela, parecendo-me que
é uma noção tão transcendentalmente clara que é impossível ignorá-la. Com efeito, existem meios
de examinar uma balança antes de usá-la, mas não existiriam meios de aprender o que é verdade se
nós não a conhecêssemos naturalmente. Pois, que razão teríamos para aceitar o que delas nos fosse
ensinado, se nós não conhecêssemos já a verdade? Assim, pode-se explicar àqueles que não
compreendem a língua e lhes dizer que a palavra verdade, na sua significação própria, denota a
conformidade do pensamento com o objeto, mas que quando ela é atribuída às coisas que existem
fora do pensamento isto significa somente que estas coisas podem servir de objetos a pensamentos
verdadeiros, seja aos nossos, seja aos de Deus, mas não se pode dar qualquer definição lógica que
ajude a conhecer a sua natureza”. (DESCARTES, René. Correspondências. Carta CLXXIV.
Descartes comenta o Livro do Barão de Cherbury e escreve ao amigo Mersenne).
“Tenho certeza de que sou uma coisa pensante; mas não saberei também, portanto, o que é
requerido para ter certeza de uma coisa? Nesse primeiro conhecimento encontra-se apenas uma
clara e distinta percepção daquilo que conheço [..,] acredito que já posso determinar como regra
geral que todas as coisas que concebo mui clara e distintamente são verdadeiras”. (DESCARTES,
René. Meditações. Terceira meditação, § 2). A definição de verdade, em Descartes, é expressa pelo
princípio de correspondência, a saber, a conformidade do pensamento com o objeto. Clareza e
distinção são os critérios para determinar como verdadeiro o que se concebe.
Semelhança, contiguidade, causalidade são os três princípios de conexão entre diferentes
ideias do espírito humano, conforme defende David Hume na sua obra “Ensaio acerca do
entendimento humano”.
O projeto filosófico de Descartes pode ser considerado como uma defesa do novo modelo de
ciência inaugurado por Copérnico, Kepler e Galileu.
Goethe afirma que a história é o combate entre a fé e a incredulidade. Partindo da
desconfiança universal, Descartes adotou o procedimento conhecido por dúvida metódica, ou seja,
de não aceitar nada que não ofereça garantia absoluta de verdade. A razão nunca começa do ponto
zero. A própria pergunta pela razão e pela liberdade é condicionada.
Descartes, em seu livro Princípios da Filosofia, no capítulo em que aborda o princípio do
conhecimento humano, cita várias ações que caracterizam a atitude de pensar: Sonhar,
Compreender, Refletir, Entender.
Descartes, em seu livro Princípios da Filosofia, no capítulo em que aborda o princípio do
conhecimento humano, afirma que existem coisas nas quais podemos confiar e coisas das quais
devemos duvidar. Deve-se desconfiar tanto das coisas sensíveis quanto das ações matemáticas.
“Mas não temerei dizer que penso ter tido muita felicidade de me haver encontrado, desde a
juventude, em certos caminhos, que me conduziram a considerações e máximas, de que formei um
método, pelo qual me parece que eu tenha meio de aumentar gradualmente meu conhecimento, e de
alçá-lo pouco a pouco, ao mais alto ponto, a que a mediocridade de meu espírito e a curta duração
de minha vida lhe permitam atingir.”. São regras do método expostas por René Descartes nesse
texto: Jamais acolher alguma coisa como verdadeira que não se apresente clara e distintamente.
Dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas quanto possíveis para melhor resolvê- las.
Conduzir por ordem os pensamentos dos objetos mais simples de conhecer até o conhecimento dos
mais compostos. Fazer, em toda parte, enumerações tão completas e revisões tão gerais com a
certeza de nada omitir.
Segundo René Descartes, a razão é a única via segura pela qual o conhecimento do mundo
pode ser obtido. Particularmente, a visão racionalista de Descartes defende a possibilidade de
alcance de uma verdade absoluta, incontestável. Mas afinal, como seria viável desenvolver o
conhecimento em busca desse tipo de verdade superior? De acordo com o pensamento cartesiano,
era necessário, primeiramente, duvidar de todo conhecimento acumulado anteriormente sobre um
assunto.