Cristiano Teodiceia
Cristiano Teodiceia
Cristiano Teodiceia
CURSO DE FILOSOFIA
PATOS DE MINAS
2023
CRISTIANO DA PAIXÃO NUNES RIBEIRO
PATOS DE MINAS
2023
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................................5
O MÉTODO CARTESIANO..................................................................................6
A VERDADE ATRAVÉS DO CÓGITO.................................................................7
AS PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS.........................................................11
CONCLUSÃO.....................................................................................................13
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INTRODUÇÃO
O MÉTODO CARTESIANO
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Por que duvidar. Silva p. 36
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https://www.dicionarioinformal.com.br/usuario/id/131103/
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neste lugar, que estava vestido, que estava junto ao fogo, ainda que
estivesse totalmente nu em meu leito? Parece-me positivamente no
presente que não é com olhos adormecidos que contemplo este
papel; que está cabeça que movo não está semiadormecida; que é
com intenção e propósito deliberado que estendo esta mão e que a
sinto: o que ocorre no sono não parece tão claro nem tão distinto do
que tudo isso.
Esse é um passo muito importante dado por Descartes, uma vez que
analisando a citação anterior, fica claro que Descartes não diz com todas as
letras que todos estão sonhando, mas o que ele está tentando fazer é
perguntar se realmente temos certeza que isso tudo aqui não passa de um
sonho.
O terceiro passo da dúvida é justamente a questão do deus enganador,
que está fazendo as pessoas de marionetes, para que elas acreditem que tudo
isso aqui é real quando, na verdade, estamos sendo manipulados. Como bem
argumenta Descartes (2018,p.35)
Todavia, faz muito tempo que tenho em meu espírito certa opinião,
nomeadamente que há um Deus onipotente e pelo qual fui criado e
produzido tal como sou. Ora, quem pode assegurar-me que esse
Deus não tenha feito de modo a não haver nenhuma terra, nenhum
céu, nenhum corpo extenso, nenhuma figura, nenhuma grandeza,
nenhum lugar e que, entretanto, tenha eu as sensações de todas
essas coisas e que tudo isso não me pareça existir diferentemente
daquilo que vejo?
argumentos anteriores se perderem, ele diz que existe uma verdade indubitável
que nem mesmo os céticos possam refutá-la.
Essa verdade é a do cogito 3, ou seja, Descartes chega à conclusão de
que, para ser enganado, necessariamente ele tem que existir, e já que ele está
duvidando significa que está pensando, e se está pensando, automaticamente
está existindo, por tanto, conclui, penso, logo existo, cógito ergo sum. Reale,
Antiseri (1990).
Tudo isso pode ser melhor entendido com as sábias palavras do proprio
filósofo, Descartes (2018, p.41):
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Palavra latina que significa pensamento.
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Todos esses passos que o filosofo percorreu até aqui foram de suma
importância para chegar à conclusão da existência de Deus. Nos parágrafos a
seguir, será feito uma investigação, a fim de analisar minunciosamente as três
provas formuladas pelo filósofo, que parte da ideia inata de existência e
perfeição para fundamentar os seus argumentos acerca de algo que contém
toda a plenitude em seu ser.
Esses passos fizeram Descartes refletir que, a busca por uma verdade
clara e distinta levou-o a duvidar de tudo o que existe e este ato (de duvidar)
fez com que o homem se tornasse imperfeito. Caso fosse o contrário, ele tinha
todas as respostas e não precisaria duvidar, uma vez que o conhecimento é a
maior perfeição em relação à dúvida. Como bem argumenta Descartes (2018,
p.71):
Mais uma vez é possivel assegurar que Deus existe e é uma ideia
inata, ou seja, sempre esteve dentro de nós. Além disso, “com a sua existência
acontece uma passagem da evidência imediata do cogito para a partir da prova
da existência de Deus prova-se a existência do mundo, Deus é a fonte criadora
e o fundamento de toda a verdade”. (ZILLES, 1991, p.29)
Após essa conquista da existência de Deus, fica claro que Ele é o
principal responsável por garantir a existencia do mundo extenso. Mas, ainda
resta um problema, e se o gênio maligno está fazendo com que tudo isso não
passa de ilusões da mente humana, uma vez que Descartes argumentou a
possibilidade da existência de um ser malvado. Mas é importante notar que
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Alma, pensamento.
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Tudo aquilo que ocupa uma extensão no espaço.
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CONCLUSÃO.
Em virtude dos fatos mencionados, conclui-se que a partir desse
trabalho foi possível fazer uma análise das provas existenciais de Deus no
pensamento racionalista de René Descartes e mostrar que Deus existe e a sua
existência pode ser demonstrada por duas vias: lógica e antológica.
Ademais, conclui-se também que a busca por verdades claras e óbvias
levou Descartes a duvidar de tudo o que existe e esse ato (cético) torna o
homem imperfeito. Por este motivo, a ideia inata de perfeição que todos têm
em seu intelecto só pode ter sido criada por Deus, uma vez que é um ser
perfeito e infinito.
Além disso, foi constatado que a ideia existencial de um ser divino pode
ser comprovada a partir da existência, ou seja, se Deus é um ser perfeito,
como fora argumentado anteriormente, necessariamente Ele tem que existir,
pois a existência faz parte da perfeição.
Por fim, conclui-se que Deus em Descartes é a segurança de tudo o que
existe, tanto da parte pensante como da extensa de um indivíduo e, por assim
dizer, jamais pode ser negada, pois ele é o fundamento de todas as coisas,
como afirma o doutor filósofo, René Descartes.
Se, fosse resumir em poucas palavras quem é Deus para Descartes, a
partir do fato apresentado, pode constatar que Ele é um ser benevolente,
perfeito infinito e o criador de todas as coisas que existe.
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REFERÊNCIAS