Trecento
Trecento
Trecento
Índice
Contexto histórico do período
Características da arte no período
Arquitetura
Escultura
Literatura
Música
Pintura e mosaico
Principais artistas do período
Referências
Bibliografia
Isso pode ser confirmado diante de peças como o “Caminho para o Calvário” de Simone Martini, um quadro em que há a figura de
Jesus como central sendo rodeado de pessoas conduzidas por guardas ao que o título indica, caminhando para o calvário. Não só a
imagem é uma representação da marcha para a crucificação de Cristo, o qual passa por um trajeto sofrido, mas a própria construção
do quadro traz uma sensação de sufoco ao se observar as expressões detalhadas das coadjuvantes da obra, retratadas de uma forma
[7].
característica de Martini, “os traços vigorosos e os gestos e as expressões dramáticas”
Arquitetura
A arquitetura do Trecento irá se manifestar principalmente nas catedrais italianas, misturando estilos das artes que compõem esse
período.
Durante a arte paleocristã, o que antes era o impedimento da liberdade de culto e a reunião de fiéis para realizar celebrações religiosas
se transforma completamente, e a arquitetura passa a contribuir como forma de visibilizar a oficialização da fé pelo Estado. Para tal,
são criados os modelos das basílicas, tornando-se referência padrão da arquitetura sacra na Europa Ocidental, sendo a Basílica de São
Pedro (São Pedro de Roma) a mais conhecida[3]. As características desses espaços é similar às basílicas pagãs: a presença de uma
“nave central, flanqueada pelas naves laterais (colaterais) e iluminada pelas janelas do clerestório (janelas altas)”[3] sendo
modificadas de modo em que se criou “um novo ponto de convergência, o altar, colocado à frente da abside, do lado oriental da nave,
[3].
ficando as portas [...] na fachada ocidental, e o edifício orientado segundo o eixo longitudinal”
O principal referencial relacionada à arte bizantina é a Basílica de São Vital (São Vitale de Ravena), igreja do imperador Justiniano,
que inclusive está representado por mosaicos sendo um deles com a imperatriz Teodora e o outro é ele cercado pelo bispo, guardas
reais e diáconos. A basílica é construída a partir da ideia de plano central com uma forma octagonal, coberto por uma cúpula. Sua
construção permite “um efeito espacial mais rico; embaixo das janelas altas, a parede da nave octagonal abre-se em nichos
semicirculares que penetram na colateral, ligando-a ao espaço central de um modo
novo e complexo.”[3] O interior da igreja também inclui um segundo andar, além de
[3].
abóbodas mais leves para melhorar a luminosidade no interior da capela
Literatura
Durante o período do Trecento, manifesta-se na literatura florença três tipos textuais: a biografia, autobiografia e crônica. A
importância desses gêneros na época seria para fins de registro e arquivação de feitos de homens que “procuraram interpretar as suas
[8].”
ações e os seus gestos com um profundo senso histórico
A biografia durante o Trecento pode ser caracterizada por uma mudança em um estilo que já era comum entre os autores italianos - os
textos simples descritivos tornam uma proporção maior e passam a ser “um impulso biográfico, intimamente ligado à paixão dos
homens pela fama, perpassado por um profundo senso histórico, observa a importância da ação humana no mundo, ao mesmo tempo
em que não descuida de apresentar os meandros de sua vida interior.”[8] Dentre esses trabalhos, o mais importante e considerado
sendo a primeira biografia autêntica é “Trattatello in laude di Dante” escrita por Giovanni Boccaccio em 1364 sobre o poeta Dante
Alighieri, incluindo alguns estudos sobreA Divina Comédia.
Também trabalhadas com relação à Dante, as autobiografias trazem novamente o conceito dos feitos do homem na história. “Vita
nuova” é uma obra na qual Dante escreve sobre uma paixão e dialoga com si mesmo. A primeira autobiografia de fato dorecento
T no
entanto, será “Lettera ai posteri” escrita por Francesco Petrarca, discorrendo sobre sua vida e seu significado durante sua velhice,
, sendo uma obra de referência para autobiografias[8].
reavaliando conceitos de sua vida como a noção de riqueza e poder
Por fim, as crônicas surgem para narrar eventos de destaque e significação em Florença. As “Croniche” de Matteo Palmieri e
“Decadi” de Biondo da Forli são as principais referências neste segmento. A ótica destes autores em relação ao dia-a-dia de Florença
tornam-se aspectos importantes de estudo para entender o comportamento da época, como a obra “Vite degli uomini illustri
fiorentini” por Filippo Villani se propõe a analisar[8].
Observando o ímpeto de se ter registrado o que é histórico, a literatura acaba sendo complementar ao propósito da arte do Trecento
[8].
em geral, visando a questão da narrativa para retratar a existência e grandeza do homem
Música
A música do Trecento está presente dentre 1325 à 1420 que entre suas 600 composições que sobreviveram ao tempo, excluindo peças
instrumentais e de músicas sagradas, das quais não existe muito registro. A música italiana do Trecento pode ser caracterizada com
“um ritmo que geralmente segue uma escala para baixo mas que infusa vida para suas linhas por meio de parceiros de um
embelezamento florido”[9], sendo um tipo de música que é “mais fracionada do que a música francesa”[9] que por sua vez “se retinha
à frases balanceadas”[9].
Pintura e mosaico
Em relação à pintura do Trecento, pela arte paleocristã, a pintura se manifestava mais na forma de mosaicos, devido a necessidade de
decoração que surge com o crescimento da arquitetura cristã monumental, ainda que o mosaico seja uma arte mais cara,
aproximadamente o quádruplo da pintura de afresco em si[10], com a aplicação feita de tesselas de pasta de vidro colorido, que tem
como objetivo criar uma ilusão visual para quem observa a obra. O mosaico também irá se manifestar na arte bizantina, com a
[3]
permanência dos mesmos temas e sendo feitos para igrejas majoritariamente.
O mosaico é um elemento artístico essencial para se tratar das basílicas que surgem
no Trecento, ao ponto em que a presença do mosaico pode ser tratado até como uma
"exigência".[7] Pela arte paleocristã, há uma abundância de mosaicos que ilustram
passagens bíblicas do Antigo e Novo Testamento. As obras são construídas por
cubos de tessela feitos de vidro com cores brilhantes, cujo objetivo é agir como um
refletor da luz.[7] A Basílica de Santo Apolinário de Classe é o principal reduto para
se observar o mosaico paleocristão. Já na arte bizantina, se retoma às obras em
homenagem aos imperadores, sendo a principal a arte de Justiniano e seu séquito
presente na Basílica de São Vital.[7]
Ao final do Trecento, se torna reconhecível que a pintura inaugurada principalmente por Giotto deu nascimento à uma nova era da
pintura no mundo. Elementos da pintura gótica a serem destacados nesse período estão presentes ao se observar os principais artistas
desse momento[5]. Giotto se destaca entre os artistas por sua audácia e emoção: as paisagens de suas obras são reduzidas o mínimo
possível; “as formas amplas e simples, o forte agrupamento das figuras, a profundidade limitada do ‘palco’” trazem à tona os
personagens da obra, fazendo com que haja um impacto envolvido que traga o sentimento de drama presente nos seus trabalhos.[7]
Duccio por sua vez é especializado em técnicas do ilusionismo helenístico-romano e
isso lhe confere a capacidade de criar profundidade em suas obras, “os corpos, faces
[7]
e mãos começam a ganhar volume como uma sutil vida tridimensional.”
Referências
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ecento%20nel%20rinascimento&f=false). [S.l.]: Fratelli Treves, 1892
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Consultado em 14 de setembro de 2017.
3. JANSON, H. W. (2001). História Geral da Arte. adaptação por LEAL, Maurício Baltazar . São Paulo: Martins Fontes.
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4. Cole, Bruce (1973). «Old in New in the Early Trecento» (http://www.jstor.org/stable/27652332). Mitteilungen des
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6. Sá, Renata Camargo (2016).«Representações do Amor Compassivo em Polípticos do ardo T Trecento e Início do
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7. JANSON,, H. W. (2009). Iniciação à história da arte. Tradução Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: WMF Martins
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8. Fernandes, Cássio da Silva (2009).«Biografia, autobiografia e crônica na Florença do século XIV : as origens da
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9. Fallows, David (1975).«Performing Early Music on Record-1: A Retrospective and Prospective Survey of the Music
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Bibliografia
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