PAPER - Arte Bizantina

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 8

ARTE BIZANTINA

José Alaor Moreira Branco


Prof. Tiago Júlio Sayão
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
História (HID0301) – História Medieval
19/04/2008

RESUMO
Primeiro passo do homem moderno para chegar ao que é hoje, o Renascimento foi período
histórico em que ocorreram transformações sociais, científicas, culturais, religiosas e políticas,
responsáveis pela constituição de uma nova visão do mundo e do homem Intimamente relacionada
com a religião, a arte bizantina obedecia a um clero que tinha por funções organizar as artes,
deixando aos artistas um papel de meros executores. Mesmo sem ter uma unidade em sua cultura
no início, Bizâncio foi o ponto onde se fundiram correntes culturais do Oriente Médio e da Bacia
Mediterrânea.

Palavras-chave: arte, bizantina, religião.

1. INTRODUÇÃO

O Império Romano do Oriente, ou Império Bizantino, tinha sua sede localizada em


Bizâncio, e surgiu de uma divisão proposta por Teodósio, em 395. Sua posição comercial
estratégica e o que ela oferecia em termos de segurança foi percebida pelo imperador Constantino,
muito após sua fundação. Após a remodelação da cidade, a mando de Constantino, ela foi
reinaugurada com o nome de Nova Roma, em 11 de maio de 330, mas o povo preferiu chamá-la de
Constantinopla. No século VII voltou a chamar-se Bizâncio, mas em 1453, após a tomada pelos
turcos otomanos, passou a ser chamada Istambul. Esta data passou a ser utilizada para assinalar o
fim da Idade Média.

O Império Bizantino conservou influências romanas, o latim como língua oficial,


conservando a estrutura e denominações político-administrativas, mas a partir do século VII a
cultura grega e asiática acabou predominando. Sofrendo diversas invasões, sua estabilidade foi
posta em perigo. Internamente sua estabilidade também sofria por questões religiosas e divergências
políticas.
2
O Império Romano do Oriente resistiu ao contrário do Império Romano do Ocidente, que
caiu diante dos bárbaros. A política, a economia e a religião eram as bases do Império, e
Constantino oficializou o cristianismo a fim de manter a unidade entre os diversos povos que
viviam em Bizâncio. O Império Bizantino sobreviveu até o século XV.

2. A ARTE BIZANTINA

Sendo difundida a partir de Constantinopla, ou Bizâncio, desenvolveu-se incorporando


características de regiões como a Síria e a Ásia Menor, com elementos alexandrinos. Essa
multiplicidade étnica refletiu a capacidade de mesclar diversos elementos, como a religião cristã, o
gosto pelo requinte oriental, etc. Sempre envolvida em discussões religiosas, as mais célebres
questões foram o monafismo – doutrina que dizia que Cristo tinha somente natureza divina, e a
iconoclastia – movimento que pregava a proibição de imagens nos templos. Seu apogeu ocorreu no
período considerado a Idade de Ouro do Império, entre os anos 526 e 565, durante o reinado de
Justiniano.

Combinado o luxo e o exotismo oriental com equilíbrio e leveza da clássica arte greco-
romana, os bizantinos tinham uma arte essencialmente religiosa. Aproveitavam o espaço
arquitetural em função do jogo de luzes e sombras, destacando a arquitetura através do mosaico.

A arte bizantina se desenvolveu entre o século V e o ano 1453, alternando fases de crise e
esplendor. Na ocasião da ocupação de Constantinopla pelos exércitos otomanos, a arte bizantina
estava entrando em sua terceira idade áurea.

A arte bizantina teve como objetivo principal exprimir o primado do espiritual sobre o
material, quase sempre estreitamente vinculada à religião cristã. O clero deveria organizar, além de
suas funções habituais, as artes. Os artistas eram meros executores. As primeiras obras da arte
bizantina apresentavam um aspecto grandioso de figuras frontais, que deu lugar a formas mais
vivazes e variadas, mas mantendo as formas majestosas.

A história da arte bizantina pode ser dividida em cinco períodos, coincidindo com as
dinastias que sucederam o poder do império.
3
2.1. PERÍODO CONSTANTINIANO

Deste momento inicial restam apenas obras arquitetônicas. Pintura, mosaicos e escultura
desta época pouco se encontram hoje, pois muitas destas obras foram destruídas durante o período
iconoclasta. Neste período vários elementos se combinavam para dar forma ao estilo bizantino.

2.2. PERÍODO JUSTINIANO

Primeira idade do ouro da arte bizantina é caracterizado pela decoração naturalista com
enfeites muito elaborados, tendência que se nota também nos tecidos de seda. Foi o período de seu
apogeu. Corresponde à fixação de grandes traços da arte imperial. Das poucas obras que restam
deste período, estão o “marfim Barberini” (Museu do Louvre) e o díptico do arcanjo Miguel (Museu
de Londres). Após este período, as artes voltaram a florescer somente após a superação da crise
iconoclasta, durante a dinastia macedoniana.

2.3. PERÍODO MACEDONIANO

Também conhecido como segunda fase áurea bizantina, atingiu o apogeu no reinado de
Constantino VII Porfirogênito. A apresentação de diferentes cenas e a disposição colorida têm
variação sutil, a fim de criar uma ilusão de espaço e transformar a superfície estática das figuras em
tensão dinâmica. O destaque deste período fica por conta da escultura em marfim, o esmalte e o
artesanato em metal. A arte sacra imperial humanizou-se, passando a ter proporções menos
imponentes, com sua planta em cruz chegando à perfeição, tornando-se perceptível pelo exterior.

2.4. PERÍODO COMNENIANO

Marca a independência cada vez maior da tradição, evoluindo para um formalismo


puramente de emoção religiosa. Suas expressões mais elevadão estão nos ícones e na pintura mural,
servindo de m odelo para a arte bizantina da Rússia e dos Bálcãs.

2.5. PERÍODO PALEOLOGUIANO

Apresenta duas escolas distintas: a de Constantinopla, cheia de vitalidade, com seus


mosaicos e afrescos, e a de Salonica, com pouca inovação, continuando a tradição macedoniana.
4
Houve generalização do realismo e decoração narrativa, com cenas pelnas de personagens e
multiplicação de afrescos. Tessalônica, Trebizonda e Mistra foram os grandes centros deste período.

3. ARQUITETURA

O Império Bizantino, com seu caráter teocrático, contribuiu para dar destaque à arquitetura
no que se refere a construção de igrejas espaçosas e monumentais, com cúpulas sustentadas por
colunas e decoradas com revestimento de ouro. O maior destaque desta arquitetura é a Igreja de
Santa Sofia, que contou com o trabalho de mais de 10 mil homens durante seis anos.

Igreja de Santa Sofia: esboço, exterior e interior.

4. PINTURA

Sem grande desenvolvimento devido ao forte obstáculo do movimento iconoclasta, revela


três elementos distintos: as miniaturas (pinturas em livros, de acordo com a temática da obra), os
ícones (pintura em painéis portáteis) e os afrescos (pintura mural para o revestimento de paredes).

Cristo Pantocrator Anjo


5
5. ESCULTURA

Com peças muito ligadas a motivos religiosos, os escultores deste período misturavam as
influências orientais e romanas. Em uma primeira fase, se dedicaram ao baixo relevo em mármore,
madeira, marfim e pedra, com o surgimento posterior de trabalhos ornamentais em capitéis e em
sarcófagos. Apesar de escasas, pode-se destacar a cadeira do Bispo Maximiano, que foi esculpida
sobre placas de marfim.

Madona Pazzi - Donatello, 1422

6. MOSAICOS

Do século V em diante uma nova linguagem figurativa teve seu desenvolvimento e


aperfeiçoamente em Bizâncio: o mosaico, passando a ser a técnica de preferêncoa para a decoração
de igrejas, utilizando-se de histórias cristãs. Teve seu apogeu no reinado de Justiniano. Basicamente
era o ato de colocar pedaços de pedra sobre o cimento fresco de uma parede, dando destaque às
figuras de profetas.

Mosaico – Ravenna (545/46)


6
7. FIM DO IMPÉRIO BIZANTINO

Uma invasão dos cruzados em1204 deixou metade de Constantinopla em escombros,


enquanto a outra metade sofria com a pilhagem. Seus habitantes foram dizimados e dezenas de
monumentos perderam-se para sempre. Os cruzados se saciaram com sangue. O Império Bizantino
foi feito em pedaços. Muitos artistas que se refugiaram foram aproveitados em Nicéia, Trebizonda e
Mistra, mas o Império Bizantino Não poderia retomar seu antigo valor, pois seus recursos materiais
tinham sido completamente pilhados.

De acordo com a conlusão de historiadores, as últimas décadas de arte de Bizâncio foram


um difícil período para a proteção da arte. A influência bizantina, sobretudo nas primeiras obras
venezianas, repercutiu até meados dos século XIV, exravassando limites territoriais do império e
chegando aos países eslavos.

Com a queda de Constantinopla surgiu o Império Turco Otomano, fazendo com que vários
sábios bizantinos fossem para a Itália, levando elementos da cultura clássica antiga, contribuindo
para o Renascimento.

8. CONCLUSÃO

Constituída por influências romas, persas, armênias, romanas e várias outras fontes orientais,
coube à arte bizantina preservar e transmitir a cultura clássica greco-romana por mais de um
milênio. Essa multiplicidade étnica, no plano cultural, propiciou à civilização bizantina mesclar
elementos como o idioma grego, o direito romano, a religião cristã, a arquitetura persa, entre outras,
fazendo com que sua duração fosse marcada pelos problemas religiosos. Acredita-se que um dos
legados da civilização romana bizantina foi o “Corpus Juris”, ou seja, Corpo de Direito, que data do
período de 529 a 534, enquanto Justiniano I era o imperador de Bizâncio. Tornou-se a base da
jurisprudência latina e também é um documento único sobre a vida no tempo do Império Romano
de Justiniano. O Corpus representou uma revolução jurídica, ao organizar o direito romano de uma
maneira convincente e em um esquema orgânico, tornando-se a base do moderno Direito Civil.

A arte bizantina teve sua maior expressão na edificação de igrejas, mosteiros e palácios,
refletindo a sua subordinação à religião e ao estado. As irejas bizantinas apresentavam construções
de abóbadas múltiplas e de formas variadas, mas sua originalidade estava no emprego de cúpulas e
7
da singeleza do exterior, contrastando com a suntuosidade da decoração do interior, onde
sobressaiam os mosaicos dos vitrais, paredes e tetos.

A pintura, essencialmente decorativa, manifestou-se em afrescos representando santos e


anjos, os dirigentes etc., essas figuras geralmente são estáticas e com fisionomias que apresentam
linhas de sofrimento, benevolência e misticismo.

A escultura foi igualmente decorativa. Baixos relevos de construções, trabalhos em marfim


(capas de livros, por exemplo) e ícones constituíram as formas mais desenvolvidas.

A atividade literária, realizada inicialmente em latim e depois em grego, teve uma produção
rica em variedade, qualidade e quantidade.

A compilação de escritos da antiguidade clássica teve uma grande importância,


possibilitando a preservação de trabalhos de autores gregos e até latinos. Essas compilações,
realizadas por copistas anônimos eram mantidas em bibliotecas imperiais, nos mosteiros ou
particulares, sendo mais tarde, transmitidas aos ocidentais e a outras sociedades.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GUENON, René. Os Símbolos da Ciência Sagrada. São Paulo. Pensamento, 1989.

ANGOLD, Michael. Bizâncio: A Ponte da Antigüidade para a Idade Média. São Paulo, Imago,
2002.

LUCCHESI, Marco. Bizâncio. São Paulo. Record, 1996.

FIGUEIRA, Divalte Garcia. História: Volume Único. Editora Ática. São Paulo. 2002.

AQUINO, Rubin Santos Leão de & outros. História das Sociedades: das Comunidades Primitivas às
Sociedades Medievais. Editora Ao Livro Técnico. Rio de Janeiro. 1980.
8
http://www.eclasia.com.br

http://www.starnews2001.com.br/museu_bizantino.html

http://imperiobizantino.com

Você também pode gostar