Pedrazzi Cap4 Prec
Pedrazzi Cap4 Prec
Pedrazzi Cap4 Prec
4 PRECIPITAÇÃO
4.1 Conceito
Figura 4.1
Precipitação 4-2
Figura 4.2
Figura 4.3
- Quantifica-se a chuva pela altura de água caída e acumulada sobre uma superfície
plana.
- A quantidade da chuva é avaliada por meio de aparelhos chamados pluviômetros e
pluviógrafos.
Precipitação 4-3
4.4.1 Pluviômetros
Figura 4.4
Precipitação 4-4
4.4.2 Pluviógrafos
Os pluviógrafos possuem uma superfície receptora padrão de 200 cm2. O modelo mais
utilizado no Brasil é o de sifão. Existe um sifão conectado ao recipiente que verte toda a
água armazenado quando o volume retido equivale à 10 cm de chuva.
Os registros dos pluviógrafos são indispensáveis para o estudo de chuvas de curta
duração, que é necessário para os projetos de galerias pluviais.
Existem vários tipos de pluviógrafos, porém somente três têm sido mais utilizados.
Pluviógrafo de caçambas basculantes: consiste em uma caçamba dividida em dois
compartimentos, arranjados de tal maneira que, quando um deles se enche, a caçamba
bascula, esvaziando-o e deixando outro em posição de enchimento. A caçamba é
conectada eletricamente a um registrador, sendo que uma basculada equivale a 0,25 mm
de chuva.
Figura 4.5
Pluviógrafo de peso: Neste instrumento, o receptor repousa sobre uma escala de pesagem
que aciona a pena e esta traça um gráfico de precipitação sob a forma de um diagrama
(altura de precipitação acumulada x tempo).
Figura 4.6
Figura 4.7
4.4.4 Pluviogramas
Figura 4.8
Precipitação 4-6
4.4.5 Ietogramas
Os ietogramas são gráficos de barras, nos quais a abscissa representa a escala de tempo e
a ordenada a altura de precipitação. A leitura de um ietograma é feita da seguinte forma:
a altura de precipitação corresponde a cada barra é a precipitação total que ocorreu
durante aquele intervalo de tempo.
Os postos pluviométricos são identificados pelo prefixo e nome e seus dados são
analisados e arquivados individualmente.
Os dados lidos nos pluviômetros são lançados diariamente pelo observador na folhinha
própria, que remete-a no fim de cada mês para a entidade encarregada.
Antes do processamento dos dados observados nos postos, são feitas algumas análises de
consistência dos dados:
Como os dados são lidos pelos observadores, podem haver alguns erros grosseiros do
tipo:
- observações marcadas em dias que não existem (ex.: 31 de abril);
- quantidades absurdas (ex.: 500 mm em um dia);
- erro de transcrição (ex.: 0,36 mm em vez de 3,6 mm).
No caso de pluviógrafos, para verificar se não houve defeito na sifonagem, acumula-se a
quantidade precipitada em 24 horas e compara-se com a altura lida no pluviômetro que
fica ao lado destes.
b) Preenchimento de falhas
Pode haver dias sem observação ou mesmo intervalo de tempo maiores, por impedimento
do observador ou o por estar o aparelho danificado.
Nestes casos, os dados falhos, são preenchidos com os dados de 3 postos vizinhos,
localizados o mais próximo possível, da seguinte forma:
Precipitação 4-7
1 N N N
Px x PA x PB x PC (4.1)
3 NA NB NC
onde Px é o valor de chuva que se deseja determinar;
Nx é a precipitação média anual do posto x;
NA, NB e NC são, respectivamente, as precipitações médias anuais do postos vizinhos
A, B e C;
PA, PB e PC são, respectivamente, as precipitações observadas no instante que o
posto x falhou.
Ma
Pa P0 (4.2)
M0
onde Pa são os valores corrigidos;
P0 são dados a serem corrigidos;
Ma é o coeficiente angular da reta no período mais recente;
M0 é o coeficiente angular da reta no período anterior à sua inclinação.
Define-se como semestre úmido os meses de outubro a março e semestre seco os meses
abril a setembro (figura 4.10).
h i
h i 1
(4.3)
n
onde h é chuva média na bacia;
hi é a altura pluviométrica registrada em cada posto;
n é o número de postos na bacia hidrográfica.
Este método só é recomendado para bacias menores que 5.000 km2, com postos
pluviométricos uniformemente distribuídos e a área for plana ou de relevo suave. Em
geral, este método é usado apenas para comparações.
Figura 4.11
3º. Este procedimento é realizado, inicialmente, para um posto qualquer (ex.: posto B),
ligando-o aos adjacentes. Define-se, desta forma, o polígono daquele posto.
Figura 4.12
AP i i
P i 1
(4.4)
A
onde h é a precipitação média na bacia (mm);
hi é a precipitação no posto i (mm);
Ai é a área do respectivo polígono, dentro da bacia (km2);
A é a área total da bacia.
Isoietas são linhas indicativas de mesma altura pluviométrica. Podem ser consideradas
como “curvas de nível de chuva”. O espaçamento entre eles depende do tipo de estudo,
podendo ser de 5 em 5 mm, 10 em 10 mm, etc.
O traçado das isoietas é feito da mesma maneira que se procede em topografia para
desenhar as curvas de nível, a partir das cotas de alguns pontos levantados.
Descreve-se a seguir o procedimento de traçado das isoietas:
1º. Definir qual o espaçamento desejado entre as isoietas.
Precipitação 4-11
2º. Liga-se por uma semi-reta, dois postos adjacentes, colocando suas respectivas alturas
pluviométricas.
3º. Interpola-se linearmente determinando os pontos onde vão passar as curvas de nível,
dentro do intervalo das duas alturas pluviométricas.
Figura 4.13
P A
i 1
i i
P (4.5)
A
onde h é a precipitação média na bacia (mm);
hi é a média aritmética das duas isoietas seguidas i e i + 1;
Ai é a área da bacia compreendida entre as duas respectivas isoietas (km2);
A é a área total da bacia (km2).
Solução:
a) Traçado dos polígonos de Thiessen
Precipitação 4-13
AP i i
P i 1
Solução:
Pi – altura pluviométrica média entre duas isoietas ou uma isoieta e divisor de água (mm);
Ai – área da bacia entre duas isoietas consecutivas (km2);
A = Ai – área total da bacia (km2).
AP i i
P i 1
A
Para completar o cálculo, é necessário determinar as áreas Ai e A.
- A duração das chuvas varia desde alguns minutos até algumas dezenas de horas.
- A área atingida pode variar desde alguns km2 até milhares de km2.
- Conhecimento das precipitações intensas de curta duração é de grande interesse nos
projetos de obras hidráulicas, tais como: dimensionamento de galerias de águas
pluviais, de telhados e calhas, condutos de drenagem, onde o coeficiente de
escoamento superficial é bastante elevado.
- O conhecimento da freqüência de ocorrência das chuvas de alta intensidade é também
de importância fundamental para estimativa de vazões extremas para cursos d´água
sem medidores de vazão.
i
PF (Fórmula de Kimbal)
n 1
Para i = 3
3
F 0,09375
31 1
1 1 1
T T 10,67 anos
P F 0,09375
As curvas de intensidade – duração podem ser definidas por meio de uma equação da
seguinte forma:
A
P (4.5)
(t B) n
Na qual P é a intensidade média de chuva em mm por hora, t é a duração em minutos, A,
B e n são constantes.
Precipitação 4-17
Figura 4.15
A relação entre a chuva média na área e a chuva num ponto tende a diminuir à medida
que a área cresce, conforme mostra o ábaco do U.S Weather Bureau.
Figura 4.16
Precipitação 4-19
Exercício-exemplo 4.3:
Calcular a intensidade da chuva para seguintes condições: cidade de São Paulo, período
de retorno de 50 anos e duração de 80 minutos.
3462,7.T 0,172
Equação da chuva intensa para cidade de São Paulo: i
t 221,025
i=?
T = 50 anos;
t = 80 minutos.
3462,7.50 0,172 6786,4
i 59,3 mm/h
80 22 1, 025
114,5
EXERCÍCIOS PROPOSTOS