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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SERGIPE

Processo nº 201600825658

Dicon Engenharia Ltda, já devidamente qualificados nos autos do processo em


epígrafe, que lhe é movido por Maria Virgina Santos e Jose da Conceição dos
Anjos, por intermédio de seus advogados e procuradores adiante assinados, vem,
mui respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 1.042 do Novo
Código de Processo Civil, interpor AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL contra
decisão deste Egrégio Tribunal de Justiça, requerendo sua remessa ao Insigne
Superior Tribunal de Justiça – STJ, para que seja recebido, processado e, ao final,
julgado, dando-se integral provimento aos pleitos constantes no mesmo.

Termos em que aguarda deferimento.

Aracaju, 22 de fevereiro de 2018.

Marcos André Peres de Oliveira


OAB/SE nº 3.246

Cordélio Vieira de Melo Neto


OAB/SE nº 6.398

Sergipe: Av. Poeta Mário Jorge Vieira, 658, Coroa do Meio, Aracaju – CEP 49.035-660 – Fone: (79) 3024-3040
Bahia: Alameda Salvador, 1.057, Salvador Shopping Business, Torre América, Sala 106, Caminho das Árvores, Salvador – CEP 41.820-790 – Fone: (71) 3500-2885
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EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Agravante: DICON ENGENHARIA LTDA


Agravados: MARIA VIRGINA SANTOS e JOSE DA CONCEIÇÃO DOS ANJOS
Processo n°: 201600825658
Origem: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SERGIPE

COLENDA TURMA,
EMINENTES MINISTROS
RAZÕES DO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL

Esta Agravante interpõe o presente agravo em recurso especial para reformar a


decisão proferida pela Presidência do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, que
inadmitiu o recurso especial interposto, pelos fatos e fundamentos a seguir.

01. DO CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA


JURISPRUDENCIAL. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 105, III, "c",
CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

Precipuamente, cabe-nos ressaltar que, já tendo ocorrido o prévio debate acerca da


matéria aqui discutida pelo Tribunal local, preenchido está o requisito do
prequestionamento, independentemente da oposição ou não de embargos de
declaração contra o v. acórdão.

Ademais, nos termos do art. 105, III, "c," da Constituição Federal, cabe Recurso
Especial quando a decisão recorrida retratar divergência jurisprudencial entre órgãos
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de tribunais diversos, uma vez que tem o Superior Tribunal de Justiça a função
precípua de uniformizar a jurisprudência nacional. No mesmo sentido, segue julgado
desta Colenda Corte adiante ementado:

AGRAVO REGIMENTAL. PROCESSO CIVIL. RECURSO


ESPECIAL. CABIMENTO. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL.
EMBARGOS À EXECUÇÃO. EFEITO SUSPENSIVO. ART. 739-A,
CPC. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. 739-A CPC. (1206939 SP
2009/0184159-0, Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA,
Data de Julgamento: 10/08/2010, T4 - QUARTA TURMA, Data de
Publicação: DJe 19/08/2010)

No caso em tela, patente é a mencionada divergência jurisprudencial com relação a


análise indevida de documentação apresentada inoportunamente nos autos,
quando já precluído o ato processual.

Desta forma, considerando-se que ao Superior Tribunal de Justiça compete não


somente interpretar a legislação infraconstitucional, mas também uniformizar a
jurisprudência nacional, por se tratar de questão intimamente relacionada ao
princípio da segurança jurídica, evidenciado está o cabimento do Recurso Especial
a fim de sanar o dissídio pretoriano adiante demonstrado.

Acerca do papel incumbido ao Colendo STJ de buscar a uniformização das


jurisprudências das Cortes Estaduais de Justiça, ensina Fredie Didier Junior e
Leonardo José Carneiro da Cunha que:

“...o STJ desempenha uma função paradigmática, na


medida em que suas decisões servem de exemplo a
ser seguido pelos demais tribunais, com o que se
obtém a uniformização da jurisprudência nacional.”
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(Curso de Direito Processual Civil: Meios de
impugnação às decisões judiciais e processos nos
tribunais. Volume 3. Bahia: Podivm, 2007. p. 250)

Logo, de acordo com a disposição do artigo 105, III, “c” da Constituição Federal,
demonstrada a divergência jurisprudencial entre tribunais de justiça estaduais,
perfeitamente cabível se faz a interposição de Recurso Especial buscando sua
uniformização.

Com o fito de atestar a ocorrência do alegado dissídio, segue em anexo a cópia da


íntegra do acórdão-paradigma, proferido pelo E. Tribunal de Justiça do Estado de
Rio Grande do Sul, nos autos da Apelação Cível nº 70072845258, extraída do
repositório de jurisprudências contido em seu endereço eletrônico, decisão esta que
demonstra ter aquela Corte interpretação divergente da realizada no caso dos autos
pelo E. Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe.

Segundo orientação jurisprudencial desta Colenda Corte, a melhor interpretação é a


dada pelo acórdão-paradigma, que propala expressamente a responsabilidade
civil objetiva do município, a caracterização de força maior, e a inocorrência de
danos morais.

Compulsando os autos, os D. Desembargadores componentes da 1ª. Câmara Cível


do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe deram parcial provimento ao
Recurso de Apelação interposto por esta agravante, alterando a sentença para
afastar a indenização por danos materiais, bem como para reduzir a indenização por
danos morais ao quantum de R$ 8.000,00 (oito mil reais), mantendo a solidariedade
na condenação.

Ocorre que, conforme se demonstrou, o entendimento do E. Tribunal de Justiça do


Estado de Rio Grande do Sul é no sentido de que a responsabilidade civil objetiva é
do Estado (Poder Público), bem como que a ocorrência de chuvas de forma
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desproporcional caracteriza Força Maior e afasta a ocorrência de danos morais, em
razão do rompimento ao nexo de causualidade.

Frise-se que este vêm sendo ainda o entendimento predominante perante este
Douto Tribunal de instância Superior.

Assim, atendido o art. 255, §§ 1º e 2º, do RISTJ, o recurso há de ser conhecido,


passando-se à análise do dissídio jurisprudencial que o fundamenta:

Ementa
PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ROUBO MAJORADO (ART.
157, § 3º). DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO
DEMONSTRADA (ART. 541, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC E DO
ART. 255, §§ 1º E 2º, DO RISTJ). PRINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE AOS CRIMES
PRATICADOS COM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA. AGRAVO
REGIMENTAL IMPROVIDO.
1. Para a caracterização da divergência, nos termos do art. 541,
parágrafo único, do CPC e do art. 255, §§ 1º e 2º, do RISTJ,
exige-se, além da transcrição de acórdãos tidos por
discordantes, a necessária demonstração de similitude fática
entre o aresto impugnado e o acórdão paradigma, assim como a
presença de soluções jurídicas diversas para a situação.
Precedentes do STJ.
2. A jurisprudência do STF e do STJ é pacífica, no sentido de não
ser possível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes
praticados com grave ameaça ou violência contra a vítima, incluindo
o roubo: "É inviável reconhecer a aplicação do princípio da
insignificância para crimes praticados com violência ou grave
ameaça, incluindo o roubo" (STF, RHC 106.360/DF, Rel. Ministra
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ROSA WEBER, Primeira Turma, DJe de 3/10/2012). Em igual
sentido: STJ, AgRg no REsp 1.363.672/DF, Rel. Ministro MARCO
AURÉLIO BELLIZZE, Quinta Turma, DJe de 16/4/2013. 3. Agravo
regimental improvido

Desta forma, diante do acima exposto, requer seguimento do Recurso Especial


interposto.

02. REQUERIMENTOS
Diante do exposto, requer:

a) O recebimento do presente agravo em recurso especial;

b) A intimação dos Agravados para, querendo, apresentarem contrarrazões, nos


termos do parágrafo terceiro do artigo 1.042 do Novo Código de Processo Civil –
NCPC;
c) A remessa dos autos para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), nos termos do
parágrafo quarto do artigo supracitado;
d) O total provimento ao presente agravo, para reformar a decisão que inadmitiu o
recurso especial interposto;
e) A redistribuição dos ônus sucumbenciais.

Termos em que aguarda deferimento.

Aracaju, 22 de fevereiro de 2018.

Marcos André Peres de Oliveira Cordélio Vieira de Melo Neto


OAB/SE nº 3.246 OAB/SE nº 6.398

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