LIVRO de Ouro Dos Mantras
LIVRO de Ouro Dos Mantras
LIVRO de Ouro Dos Mantras
Introdução.............................................................................................................................. 1
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honesto com você e compartilhar que alguns poucos mantras aqui contidos não foram
praticados por mim (principalmente os de magia), mas comprovados empiricamente por
pessoas em quem confio e/ou por escolas de mistérios sérias.
Nessa jornada, tive contato, por meio do reverendo Edmundo Pelizardi, com mantras
em aramaico e hebraico; com o sábio livreiro Luiz Pellegrini da Livraria Zipak que me
apontou na direção de ótimos livros; dos xamãs Léo Artese Neto e Sasha, com os sons
xamânicos; dos terapeutas Júlio de Almeida e Armando Austregésilo, com práticas de
vocalização de sons alegres e descontraídos; do rabino Joseph Salton, com a mística do
judaísmo e suas orações; dos padres Moacir e Lourival, com a visão clara do cristianismo,
com várias escolas tribais e suas tradições de pajelança, com o Zen-Budismo da Iluminada
Monja Coen; com o budismo da terra pura, por meio do Reverendo Murilo Nunes Azevedo;
com a Rosa-Cruz (Amorc), especificamente os graus mais adiantados; com os sádhanas
(práticas) do professor Levi, com os kiais internos do kung fu tsung-chiao do professor
Paulo da Silva e os kiais externos do Karatê-dô do professor Shinzato; com a iluminação do
Aikidô do Mestre Ueshiba do Ai-Dô do professor Adriano Pereira; do Tai-chi do mestre Liu
Pai Lin; com o Buda vivo Dalai-Lama e o mestre sempre vivo, que visitou e se hospedou
neste planeta, Osho que me batizou com o sannyas (nome iniciático) Dhyan Prem
(Meditação e Amor).
Por isso dedico este trabalho a todas essas pessoas que tanto contribuíram em minha
peregrinação, assim como à mestra de meditação Diana Preem Zeenat, que me ajudou a
separar o que funciona e o que é “delírio” na busca por nossa natureza, a Juliana (Krishna
Prya) companheira de todos os momentos e uma pessoa tão dedicada ao caminho do Yoga
que me serve de exemplo de força e persistência e a todos da rádio mundial (95,7 FM) que
tanto me apoiam em meus programas Sat-Sang – encontro com a verdade –, Escola de
Iluminação e A Sabedoria de Todos os Budas.
Sei que todos foram sinceros ao transmitir os ensinamentos aqui contidos e que agora
lhe são passados. Você pode estudar a tradição mântrica de várias culturas ao longo deste
livro ou pode, em todos os capítulos, simplesmente ler parte da definição e escolher alguns
mantras para praticar, ou ainda realizar a iniciação mântrica.
Este livro pode ser lido pelo leigo tanto, que provavelmente não compreenderá todo o
conteúdo, mas poderá sentir-se estimulado a realizar outros estudos a partir da bibliografia
contida no final, ou pelo praticante adiantado, que encontrará aqui muitos caminhos reais.
Selecionei em minhas pesquisas e peregrinações mais de 10.000 mantras e nesse livro
coloquei aproximadamente 1.000 sons de poder, os mais poderosos e preferencialmente
os mantras curtos com maior concentração de energia
Ao final de alguns capítulos coloco uma frase ou um pequeno texto iluminado
chamados de koan para sua reflexão e aquietamento da mente. Eles juntamente com os
mantras são instrumentos para que você reconheça quem você é. Descobri isso em 2003
e as práticas mântricas fizeram parte desse (não) caminho.
Amor e Silêncio
Otávio Leal ( Dhyan Prem)
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“Japa* é a repetição de um mantra.
Japa purifica o coração
Japa merena a mente
Japa conquista o nascimento e a morte
Japa queima os pecados
Japa reduz a cinzas os samskaras (impressões passadas)
Japa aniquila com o apego
Japa induz ao aquietamento
Japa elimina raiz de todos os desejos
Japa te faz valoroso
Japa elimina as ideias erradas
Japa dá paz suprema
Japa desenvolve o amor divino
Japa une o devoto com o divino
Japa dá saúde, riqueza, força e longa vida.
Japa traz a consciência do divino
Japa confere vida eterna
Japa desperta Kundalini ......
Assim como o Ganges limpa as roupas sujas. Assim o Japa purifica a mente impura”.
Mestre
Shivananda
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Capitulo 1
Mantra
Sons de poder
Origem e definição
“En’archên en no lógus —
No princípio era o verbo, e o verbo estava
com Deus, e o verbo era Deus.”
João 1:1
“OM a palavra sagrada dos Hindus, é uma das palavras mais antigas que se conhece. Há mais
de 5000 anos atrás e, provavelmente, na Suméria antiga, Om era conhecido e utilizado como uma
palavra secreta pelos místicos e sacerdotes Sumérios.
Quando as tribos Indo-arianas foram da Suméria para o Norte da Índia, elas levaram consigo
o OM, a palavra secreta e preciosa. Nas escrituras Indianas mais antigas conhecidas, OM sempre
tem um lugar de proeminência. Quase todos os Mantras e Hinos são iniciados e terminados com
OM. OM também é utilizado sozinho, como Mantra, sendo considerado o mais poderoso.”
Swami Vishnu Devananda
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A origem dos mantram na Índia nos leva também a esse passado milenar, quando os
yoguins que viviam em profunda meditação ou auto investigação, chamados sadhus,
praticaram sons com os mais variados objetivos, sendo o principal deles o reconhecimento
do ser, o aquietamento mental, a concentração e o Samadhi – Iluminação. Após várias
gerações da prática mântrica, os sadhus empiricamente determinaram a língua sânscrita
como ideal para a vocalização dos sons, que eram repetidos à exaustão e, se funcionassem,
incorporados à tradição.
As mais antigas referências escritas sobre os mantram encontram-se nos vedas, textos
sagrados do Oriente, surgidos entre 6000 e 2000 a.C. A palavra veda deriva da raiz vid, que
significa compreensão ou sabedoria. Esses textos foram escritos em sânscrito arcaico e se
dividem em quatro partes: Rig, Sama, Atarva e Yajur. Os mantram do Rig Veda estão
divididos em dez cantos, chamados mandala.
Quem pronuncia ou escuta os sons desses poemas sacros é imediatamente tocado por
um profundo sentimento de reverência e aquietamento. Afinal, trata-se de um dos antigos
livros do planeta com grande poder egregorial, contendo em suas centenas de páginas
caminhos que levam à consciência de si.
Além disso, muitos deles têm o poder de proporcionar satisfações puramente
materiais, tais como realização no amor, prosperidade, boa saúde, popularidade. Há
também os que atuam contra o estresse, os que acalmam, aumentam ou reduzem
batimentos cardíacos e até mesmo os que ajudam a afastar agressores. Os mantram
trabalham diretamente com os aspectos mentais, ele direciona e concentra todo o poder
mental numa meta ou objetivo.
Reconheci em muitas peregrinações que os místicos hindus são os que conhecem o
maior número de mantram e os utilizam em seus sádhanas (práticas). Consideram o
mantra um “protetor da mente” que podem afastar as influências astrais “negativas” e os
libertar dos apegos, preocupações e das limitações impostas pelo cotidiano neurótico e
com a doença da, pela normose (robopatologia) do mundo. Assim o hino mântrico (richa)
tem como finalidade principal proteger a quem nele se concentra.
Dentro do hinduísmo existem também aqueles que se dedicam ao mantra-yoga, uma
das mais antigas ramificações da yoga. Esses praticantes se baseiam na vocalização dos
sons ensinados pelos seus mestres, que conheciam as frequências sonoras e seus poderes
de atuação sobre o corpo, a mente e o despertar da energia kundalini energia da vida,
(orgone para Reich, libido para Freud e chi para os chineses).
Ao longo dos séculos os mantram foram ganhando força pelo inconsciente coletivo ou
egrégora (força da repetição).
O mantra é aquieta ou cessar a atividade mental e estabilizar os pensamentos,
acionando assim outras percepções e nos colocando em contato com a nossa essência. A
constante prática mântrica conduz a um estado introspectivo, silencioso, que possibilita
um diálogo interior com o que existe de mais essencial em nosso ser, o mano-bindu, ou
seja, com o nosso centro real, onde opera o purusha (consciência).
À medida que nos aprofundamos nas práticas mântricas, atingimos um elevado grau
de autoconhecimento e desenvolvemos a intuição, tornamo-nos mais sensíveis, receptivos
e menos racionais.
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Os efeitos dos mantram também são percebidos após muita prática por causa da chamada
ressonância ou “simpatia” do som (estudo da física acústica), que libera vibrações poderosas no
organismo.
A ciência que pratica os mantram e sua metafísica é chamada, na Índia, de sphotavada pam.
Nessa ciência o mantra é um único fonema ou série de fonemas combinados de acordo com
esquemas esotéricos transmitidos em rituais de iniciação pelos mestres a seus discípulos.
Para o músico sufi Hazrat I. Khan, “aquele que conhece o segredo dos sons conhece o mistério
de todo o universo, pois o som divino é a causa de toda criação”.
Ouvir um mantra é agradável, cantá-lo faz bem à alma e ao coração. “Quem canta seus males
espanta. ”
O conhecimento dos mantram, porém, exige certo cuidado seletivo por parte dos praticantes,
pois, como comenta John Woodroffe, um estudioso das tradições mântricas, “esse é um assunto
altamente complexo. Não é fácil de ser compreendido, especialmente porque o puro
conhecimento confundiu-se com grande quantidade de práticas indesejáveis e de charlatanismo”.
Na obra Gayatri, o mestre indiano I. K. Taimni comenta:
“Com o passar do tempo, as coisas mudam. Os que conheciam diretamente são substituídos
pelos conhecedores de segunda mão, ou então por meros eruditos, para os quais a verdade se
torna apenas uma questão de conhecimento e debate intelectual”.
Devemos observar que genericamente todas as palavras são mantram, porque aquilo que
falamos ou pensamos é dotado, por si só, de força. Assim, quando ofendemos alguém, criamos
uma força energética negativa contra essa pessoa e contra o ambiente onde estamos inseridos.
Fazer um insulto ou uma fofoca faz mal a quem fala, a quem ouve e àquele de quem se fala, mas
os mestres do passado esclarecem que quem ouve a fofoca é o maior prejudicado por ser o
propagador da “má língua”.
Os objetivos dos mantram são os mais variados possíveis. Podemos até generalizar dizendo
que para todas as finalidades existe um mantra.
Os objetivos principais são:
• Poder de remover ignorância (avidya);
• Poder de revelar verdades (oharma);
• Poder de purificação interna (kriya);
• Poder de realizar a libertação (moksa);
O mantra é uma “forma física” poderosa, constituída de sílabas com
vibrações psicofísicas dotadas de propriedades energéticas.
Você observará nesse livro que a vocalização de sons mantricos não é um procedimento
restrito às tradições hindus, como se costuma pensar. Os muçulmanos entoam orações
bastante ritmadas, acompanhadas por um tasbeeh (espécie de terço). Os católicos
romanos também possuem mantram em latim e suas preces costumam ser contadas num
rosário. Os monges beneditinos são um exemplo claro da força dos mantram, pois seus
cantos gregorianos se utilizam do poder das palavras. Ouvir os salmos ou mesmo uma
missa em latim pode se transformar numa experiência muito agradável e meditativa.
Existem mantram egípcios, xamânicos, celtas, cabalistas e rúnicos, todos dotados de
enorme poder invocativo, gerador e transformador de energia mental. Em sua maioria são
em sânscrito ou línguas mortas como o latim, aramaico, hebraico arcaico, que por serem
inalteradas preservam a força da tradição. A força poder do mantra.
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O mestre Osho ensina:
“Se você tiver um ouvido musical, se tiver um coração que possa entender a música — não só
entender, mas sentir —, então o mantra será útil, pois nesse caso você se unificará com o som
interior, poderá mover-se com esses sons para níveis cada vez mais sutis. Chegará então um
momento no qual todos os sons pararão e apenas o som universal permanecerá. Esse som é o
Om”
❖ Aromateria: acenda um incenso suave. Os de sândalo, rosa e violeta são os mais indicados
na tradição hindu
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Divisão dos mantram
❖ Atitudes
Ao entoar um mantra é preciso ter consciência de algumas atitudes que nos ajudam a
entrar em contato com sua energia. São elas:
Kriyá: repetição. Quanto mais utilizamos os mantram, mais força eles adquirem. Na
Índia existem os ashram — escolas de mestres —, onde os mantram são vocalizados sem
interrupção, dia e noite, durante anos, criando uma egrégora meditativa.
Bháva: sentimento, vontade de praticar, estar presente na prática, fazer com boa
vontade. É devoção. Transmutar as emoções em amor incondicional pela existência. A
barreira entre a alma individual e a alma suprema se desfaz. É o êxtase do amor divino
(Bhakti).
Bhúta suddhi: preparação do local da prática. No Japão o local de prática é chamado de
Dojô e o respeito pelo mesmo é inegável.
Tipos de Mantram
❖ Bija mantra (semente do som)
É a prática que tem como objetivo o estímulo dos chakras e de kundalinî (centros de
energia que serão estudados posteriormente).
Como os bijas são sons poderosos, os iniciantes em práticas mântricas devem ser
orientados por algum praticante experiente. As vocalizações, quando começam,
normalmente são feitas em equilíbrio, ou seja, trabalhando-se com os chakras inferiores
e superiores.
Algumas “escolas” ocidentais ensinam somente a trabalhar com os chakras superiores,
a fim de que o discípulo não desperte uma sexualidade prazerosa. São as “escolas” de
linha repressora, contrárias à sexualidade.
O bija dos sete chakras de baixo para cima, são Lam, Vam, Ram, Yam, Ham, Om e Sham.
O trabalho com essas sementes sonoras exige conhecimento, pois, se pronunciado ou
mentalizado errado, o som pode não causar a estimulação dos chakras.
Uma conhecida escola esotérica ocidental, por ignorar o sânscrito, trocou a tradução
do mantra Yam por Pam. Apesar da semelhança na grafia quando escrita em sânscrito
(dêvanâgari), o som não tem o efeito desejado.
❖ Kirtan mantra ou Bhajam (cântico)
Kirtans são mantras simples, curtos com melodia na forma de pergunta e resposta.
Bhajans são mantras mais elaborados, com um texto mais longo que pode ser
acompanhado pelo grupo ou simplesmente ser ouvido. Acompanhado de instrumentos e
com melodia.
São os mantram cantados, com melodias, letras e notas musicais, os quais, salvo poucas
exceções, possuem tradução. São utilizadas em sangam (encontros) com várias pessoas
entoando. Sua prática produz atuação psicológica tanto na introversão como
principalmente na extroversão. Um exemplo de kirtan é o famoso mantra: Hare Krishna,
Krishna Krishna, Hare Hare, Hare Hama, Rama Rama, Hare Hare.
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❖ Japa mantra (repetição)
É a repetição de um mantra normalmente curto, apesar de haver exceções, com uma
só nota musical, sem tradução e com ritmo repetitivo. Lembre-se: quanto mais repetimos
(japa) um mantra, maior sua força. Dentro do hinduísmo o número ideal de repetições é
108 vezes.
Formas de utilização
❖ Manas mantra - manasika mantra (mental)
É o mantra interno feito com a mente (manas) sem som audível, portanto, com efeitos
internos, pois sua vibração é interior. Outra vantagem é que com a mente treinada
podemos utilizar uma velocidade na repetição que seria impossível se ele fosse
pronunciado. Com essa forma mântrica há muita concentração, pois não podemos pensar
em duas coisas ao mesmo tempo. Assim, a prática mentalizada é com certeza melhor do
que a vocalizada devido ao fato que podemos pensar em algo e falar sobre outra coisa.
Tipos de Semântica
❖ Saguna mantra (atributo)
São os mantram que têm tradução e designam divindades. Ex: Om Namah Shivaya
Não possuem forma, assim como o Absoluto, o Inominável, Purusha ou Brahmam. Ex:
Om e o mantra védico So Ham (Eu Sou).
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Quanto ao gênero:
Porém existem exceções a essas regras. Embora os mantram sejam holísticos, totais,
em geral os masculinos trazem maior paz e harmonia; os femininos servem para
contemplação, resolução de problemas e os neutros para proteção, magia e poder. Mas
esta é uma regra geral que pode mudar conforme alguns mantram de divindades
escolhidas.
Hrím Shiva
Klím Shakti
Shrim Lakshmi e Ganesha
Krim ou Hrím Kali
Glaum ou Gam Ganesha
Sham Shankará (destruidor do mal)
Dam Vishnu
Aim Krishna
Dum Durga
Raam Rama
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Shrim - Sh = Lakshmi Klím - Ka = Desejos sensuais
Ra = Riqueza La = Deusa Indra
I = Satisfação Í = Satisfação
M = Felicidade, M = Felicidade,
doação doação
Dum - D = Durga
Entender o poder de cada silaba e
U = Proteger
mergulhar no poder e na magia dos
M = Doação /Felicidade
mantram.
Mantra festivo
Utilizado na festa de uma divindade.
Mantra específico
Utilizado para alcançar um objetivo.
Mantra de agradecimento
Muito utilizado no cristianismo, serve para cumprir-se uma promessa ou gratidão.
Mantra-abelha
É murmurado como o zumbido da abelha.
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Texto Koan para sua Reflexão:
É importante observar que muitas vezes mesmo com a magia dos mantram as coisas
não são como você deseja, o mantra não muda o inevitável. O mitólogo e mestre da alma
J. Campbel ensinou em um de seus seminários:
Lembro-me de uma maravilhosa conversa que tive com Alan Watts, um homem
extraordinário. Um de meus problemas é que Jean sempre se atrasava. Marcava um
encontro com ela aqui ou ali, e esperava sentado meia hora. Descobri que é normal os
homens esperarem as mulheres. Elas têm tanta coisa para fazer antes de saírem de
casa que trinta minutos, ou mais, passam depressa.
Bem, é básico em Nova York o fato de que leva meia hora para se chegar a qualquer
lugar, mas Jean sempre achava que o horário em que ela deveria estar em certo lugar
era o horário em que deveria sair. Passei pelo problema da longa espera e disse a Alan:
"O que faço com ela? Fico irritado e, quando ela chega, fico rabugento."
Alan respondeu: "O seu problema é que você quer que ela esteja lá, mas você deseja
uma situação que não é aquela em que está. Basta perceber que você está arruinando a
experiência que poderia estar vivenciando ao pensar que ela deveria ser diferente."
Então, a espera por Jean tornou-se um exercício espiritual. Disse para mim mesmo:
"Você não deve pensar que Jean deveria estar aqui. Olhe a sua volta e veja o que está
acontecendo." Sabe de uma coisa? O lugar onde eu estava ficou tão interessante que não
me entediei nem um pouco. Às vezes, eu até desejava que Jean me fizesse esperar. Isso
não teria sido possível se Alan não tivesse sugerido que eu isolasse qualquer
pensamento de que minha situação deveria ser diferente.
Esse é um exemplo do que o medo e o desejo podem fazer. Desejei que a situação fosse
a que planejáramos, e esse desejo impediu minha experiência imediata: "É isso! Isso é a
vida! Olhe para isso! Não está fervilhando?" Mas agora que eu podia adorar a situação em
que estava, a espera não era mais maçante. A transformação psicológica seria que o que
antes era suportado, agora era conhecido, amado e servido.
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Noções Básicas de Sânscrito
Para pronunciar corretamente os mantram hindus é necessário conhecer um pouco da
língua sânscrita.
Samskrita vem da raiz verbal “kr”, mesma raiz de Karma, ação, krta (o que foi feito) e
Sams, perfeição, a língua perfeita, refinada.
Portanto, essa linguagem musical arcaica, utilizada em todos os mantram, rituais,
textos védicos e pela civilização hindu, tradicionalmente transmitida por mestre –
discípulo, boca-ouvido (param-pará) continua sendo até hoje essencial para o estudo de
escrituras clássicas de yoga e filosofia indiana.
Existem dois tipos de Sânscrito: O Védico, dos textos mais antigos (Vedas) e o Sânscrito
clássico, dos Puranas, Bhagarad Gita, Yoga Sutras e Tantras.
Para escrever o sânscrito, posso utilizar o alfabeto romano ou o Nagari (Devanagari), a
escrita dos deuses.
Grande parte dos dialetos falados hoje por todo o território indiano, nasceram do
sânscrito.
É muito importante ter um guru para aprender a pronuncia exata de cada letra e
consoante, pois somente ouvindo é que se pode compreender o som e a magnitude desse
idioma.
O alfabeto sânscrito é composto por 14 vogais e 36 consoantes, o que torna sua
pronúncia riquíssima como uma música executada por vários instrumentos, com
determinados sons quase imperceptíveis que ouvidos menos apurados não conseguem
perceber.
No Ocidente, tornou-se comum fazer transliterações, ou seja, adaptar a escrita
sânscrita, dentre outras línguas orientais, aos caracteres latinos. No Brasil usualmente
adota-se a transliteração feita para o inglês, já que este passou a ser um dos idiomas oficiais
da Índia. Além disso, trata-se de uma adaptação linguística mais trabalhada e mais lógica
do que aquelas feitas para o francês, espanhol ou mesmo português, que só poderiam ser
compreendidas por quem já tivesse noções profundas da pronúncia sânscrita.
A seguir apresentamos a transliteração de algumas palavras acompanhada pelas regras
básicas de pronúncia, a fim de facilitar a prática dos mantram hindus.
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Í Nadi Vogal longa como na palavra “ali”
O Yoga Vogal fechada como na palavra “molho”
U Udána Vogal curta como na palavra “união”
Ú Kurma Vogal longa como na palavra “túnel”
AI Vaikarí Ditongo longo como na palavra “vai”
AU Nauli Ditongo longo como na palavra “aula”
KA Karma Como “Carla”
KHA Samkhya Como “Broke Heart” (inglês)
GA Gita Como “Guia”
GHA Bhastrika Como “Big House” (inglês)
NA Anga Como “manga”
CA Acarya Como “tchê”
CHA Chackra Como “tchê”, aspirado
JA Gajananam Como “Djalma” dja
JHA Jhara Como “dja” aspirado
ÑA Jñana Como em “Penha”
TA Ashtanga Como em “True” (inglês)
THA Hatha Como em “Penthouse” (inglês)
DA Dayana Como em “Drum” (ingles)
DHA Dhundi Como dá com uma expiração
NA Guna Como “done” (ingles)
TA Tamas Como “terra”
THA Atha Como “tao” aspirado
DA Idam Como em “moda”
DHA Samadhi Como “da” (com expiração)
NA Narayani Como “nada”
PA Upadhi Como “Pai”
PHA Phaca Como “pa” aspirado
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BA Bija Como “Bola”
BHA Bhaksitam Como “ba” aspirado
NA Namami Como “Marca”
YA Yashas Como “Ideia”
RA Parameshuaxi Como “Pera”
LA Laya Como “laranja”
VA Vande Como “Vaca”
AS Shiva Como “Xadrez”
SA Krishna Como “brush” (inglês)
SA Sarvam Como “sapo”
HA Hare Como “Help” (inglês)
Pronúncias aproximadas:
Kha = krra
Gha = grra
Cha = tcha
Bha = brra
Geralmente as palavras que terminam com a letra A são masculinas, como Shiva, Buda,
Rama, Ganesha, Krishna, etc., mas há poucas exceções, como Durga (nome feminino). As
palavras femininas terminam com a vogal I, que se pronuncia como se fosse acentuada.
Por exemplo: Shaktí, kundaliní.
Quando aparece no final de uma palavra, a letra H indica sílaba mais forte (como em
Namah) e se houver repetição da mesma palavra, ex: Om Shantih, Saantih, o ultimo deve
ser repetido Shantihi (Pronúncia Shant”irri”). Caso esteja após uma consoante, deve ser
lida como RR (Bhuvá).
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Lendas do sânscrito
Prática:
O Mitólogo Campbel ensina um exercício de meditação com o som do OM:
“Se quiser ouvir o AUM, cubra os ouvidos e você irá ouvi-lo. Naturalmente, o que você ouve
é o sangue percorrendo os capilares, mas é AUM: Ah – consciência desperta; ou –
consciência dos sonhos; depois, mmm – o mundo do sono profundo e sem sonhos. AUM é o
som da radiância de Deus. Esta é a coisa mais misteriosa e importante a se compreender,
mas, depois que você capta o conceito, fica mais simples”.
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Capitulo 2
O Málá – Alavanca de concentração
Dos Japamálás tântricos originou-se o terço cristão, pois a palavra “conta”, usada para
nomear as sementes colocadas num fio, está relacionada com o verbo “contar”.
Há ainda outros tipos de málá, como o brahmamálá, pertencente aos nascidos na
casta dos sacerdotes da Índia e o shivamálá, da tradição secreta tântrica. Este é uma
comenda, que pode ser entregue por um mestre ao discípulo.
Mudrá é um gesto simbólico carregado de poder que usualmente é feito com as mãos.
Literalmente a palavra mudrá quer dizer “selo”, “gesto” ou ainda “reflexo” de algo.
Os hindus místicos o chamam de gesto de poder, já que sua prática cria estados
alterados de consciência, como elevação de kundalini e consciência do Si Mesmo e do
universo que nos cerca. Consciência aqui significa acordar do sono robótico em que muitos
vivem.
O significado da palavra mudrá encontra-se no Kulanarva Tantra e no Nigranth Tantra,
segundo os quais mud = força de poder; êxtase (para fora) e entase (para dentro); prazer,
e dra (dravay) = controlar; manter; capacidade de manter.
No hinduísmo e em outras correntes metafísicas é comum o mestre tocar o discípulo
com um mudrá como forma de indicar uma iniciação, um batismo. O nome desse toque no
tantra é kripa guru e transmite toda a força da tradição em questão do iniciador para o
iniciado.(Esse tema é aprofundado em meu livro Maithuna – Sexo Tântrico – Ed. Alfabeto)
Os mudrás aparecem em todas as tradições influenciadas pelo tantra (budismo,
hinduísmo, magia, teosofia etc.). No Ocidente é comum um gesto de oração ou prece no
qual se unem as duas mãos, palma com palma, o que na Índia se chama de pronan mudrá.
Os mudrás sintonizam-se com as origens das tradições que queremos enfocar.
Segundo o professor Humberto Gama, em seu livro Mudrás – Gestos Magnéticos do Yoga
(Ed Vidya), “o objetivo é a autenticidade, a receptividade. E para isso o mudrá trabalha
profundamente no interior de cada ser humano”.
Cada gesto ou selo produz uma infraestrutura psicofísica e predispõe o praticante a
um estado interior. Os mestres são de opinião que o mudrá possui quatro “estados” ou
“poderes” especiais e distintos, que são: - Identificação; - Assimilação; - Domínio; -
Desenvolvimento.
Dentre os textos clássicos, encontramos no Kulamava Tantra sua interpretação erudita:
“O mudrá prepara o praticante para um estado interno de identificação em que este,
concentrado e interiorizado no gesto, controla a força adquirida e a dirige para qualquer
parte de seu corpo ou para fora dele”.
Os mudrás atuam também, profundamente, em nosso sistema nervoso simpático e
parassimpático, além dos terminais dos meridianos usados em medicina chinesa (tsubos).
O autor Tara Michael, no livro The Yoga, escreve que a prática de mudrás, juntamente
com a de Mantra, estimula e dá as qualidades descritas abaixo, a cada Chakras:
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Muladhara: equilíbrio físico, saúde, com o sistema imunológico funcionando como um
escudo contra várias doenças, aumento do erotismo e vigor sexual.
Swadhisthana: longevidade, autoconfiança, força física e paranormalidade.
Manipura: força física e mental.
Anahata: controle das emoções e compaixão pelo próximo, sensibilidade aguçada.
Vishnudha: força, equilíbrio intelectual, capacidade de expressão lógica,
intelectualidade comunicativa e dons artísticos.
Ajña: consciência total do ser e estado não-mental.
Sahashará: diminuição do ego e consciência do “si mesmo”.
Lembre-se que esse é um dos objetivos maiores do mantra: Ativação dos chakras, os
centros energéticos do corpo físico e sutil. (Leia mais sobre Chakras no livro: Estilos de
Reiki, Otávio Leal (Dhyan Prem), Ed. Alfabeto.
Elemento Dedo
Terra Mínimo
Água Anular
Fogo Médio
Ar Indicador
Éter Polegar
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Shiva mudrá
Expressa respeito à ancestralidade, sinceridade e receptividade. É um gesto de silêncio
e ao fazê-lo devemos imaginar que deste “cálice com as mãos” estamos disponíveis para
receber todos os benefícios de uma prática (sadhana) de mantra. É um mudrá
normalmente usado em inícios de rituais, práticas de yoga, nos mantras de Shiva e de
algumas escolas budistas.
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Jñana Mudrá
É o mudrá da sabedoria. Serve para impedir que energias se dispersem nas práticas
principalmente mântricas. Ao ligar-se o polegar com o indicador, fecha-se um circuito
eletromagnético de baixa voltagem.
Nas práticas mantricas feita das 6 às 18 horas (dia/sol), as palmas devem voltar-se para
cima (mudrá surya, ou sol). Na prática feita entre 18 e 6 horas (noite/lua), voltamos as
palmas das mãos para baixo
(mudrá chandra, ou lua). Esse é um mudrá que pode ser utilizado com qualquer mantra
e prática meditativa.
Trimurti Mudrá
É o mudrá da pirâmide ou trindade divina (Brahma, Vishnu, Shiva), também chamado
de gesto das “três faces”.
Estimula os chakras muladhara, anahata e ajnã. Quando as mãos se voltam para baixo,
em direção ao solo, denomina-se trimurti mudrá prithivi (terra); se voltadas para cima, com
os braços elevados, chama-se trimurti mudrá vayu (ar).
Atmam Mudrá
Trata-se de um mudrá magnético e poderoso para práticas avançadas. Produz
dinamização dos chakras e estimula a kundalini.
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Yônilingam mudrá
Gesto que representa a fusão de energia entre Shiva (masculino) e Shakti (feminino). É
o mais forte de todos os mudrás quando usado corretamente. Utilize com mantras
tântricos, de Shiva e Shakti.
Trishula
O polegar fecha um circuito de força com o dedo indicador, formando um mudrá de
força. Os três dedos (indicador, médio e anular) simbolizam o tridente de Shiva, usado para
destruir as correntes de inconsciência e involução. É indicado com os mantras de Shiva.
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Shivalingam mudrá (gesto do renovador absoluto)
Shiva é o criador do yoga, dentre outros atributos. Ele personifica a destruição,
proporcionando a renovação. Dessa forma este mudrá representa a independência, o
poder e a virilidade. Estimula os chakras muladhara, svadhisthana e manipura.
Utilize-se dos mudrás em suas práticas de mantras para potencializar o poder das
palavras.
24
Capitulo 4
Kundalinî - Shaktí
O Poder da Serpente
"Quando a deusa adormecida Kundalinî é despertada pela graça do mestre, então todos
os lótus sutis e vínculos mundanos são atravessados. A pessoa deve elevar com firmeza e
força a deusa Kundalinî, porque ela é doadora de todos os poderes miraculosos."
Shiva Samhita
Georg Feuerstein
Meu amigo Roberto Arantes trouxe-me de volta a São Paulo, aonde me tratei com
ayurvédica e tive a supervisão de um mestre tântrico. Assim, em todos os mantras que
ensino nesse livro, tomei o cuidado de não estimular em você, leitor, o exagero e a
irresponsabilidade que tive um dia. No último capítulo você encontrará uma prática
mântrica equilibrada para seu Sadhaná. (Pratica de mantra yoga).
“Om:
meditando só sobre esse som,
a mente funde-se nele para
passar por dentro do éter
da pura consciência.”
Nada Bindu Upanishad
28
O mestre Sivananda ensina:
“Viva em OM. Medite em OM. Inspire e expire OM. Descanse em paz em OM. Refugie-
se em OM.”
Dentro do símbolo há ainda os cinco elementos do universo — terra, fogo, ar, água e
éter.
Éter (bindu), a gota de
sêmen que fecunda o
som
Éter – Plim
Ar – Dhlim
Fogo
Fogo – Klim
Água – Slim Ar
Terra – Hlim
Terra
Água
29
O Yoguin Van Lysebeth diz que “o Om representa a energia cósmica em estado puro, o
som primordial que suscita as galáxias. Om é a sílaba mística graças à qual o homem pode
entrar em contato intuitivo com a realidade suprema, com a própria raiz do universo”.
Prática do Om – As 7 formas sagradas
Vocalizações
A respiração deve ser profunda e sempre regular. O mantra se faz na expiração, sem
tremor de voz. A nota musical deve ser a mais natural possível, mas para isso é preciso
relaxar o corpo ao máximo. O som começa com a boca aberta, mantendo a língua próxima
do palato mole (fundo do céu da boca) e a garganta relaxada. O som vem do centro do
crânio, fazendo vibrar a garganta e o peito. Tente levar a língua mais para trás, mantendo
a boca aberta e o som se transformará num “O”. Ainda sem fechar a boca, a língua prende
a passagem de ar, que ao sair pelas narinas, faz o som se tornar-se um M, vibrando
intensamente no crânio. Utilize as mãos para sentir a vibração passando do peito para a
testa.
Outra maneira de entoar o mantra é começar pela letra O, emitindo seu som com a
boca bem aberta e a musculatura do rosto completamente relaxada. Depois, deve-se emitir
um M prolongado e ir baixando o tom de voz até sumir por completo.
O aperfeiçoamento das vocalizações depende da persistência. Dessa forma se
desenvolvem também muitos poderes psíquicos.
Há ainda sete formas de pronunciar o mantra Om que poderão ser aprendidas com
yoguins e praticantes tântricos (sadhus). A seguir há algumas dicas que podem facilitar as
pesquisas e a consulta de praticantes.
3ª prática: Óm. Dar ênfase à letra Ó. Fornece grande vibração na caixa craniana para o
ajnã e o sahasrara chakra.
30
Em todas as práticas com o mantra Om você poderá idealizar objetivos de vida ou
situações positivas ao final da vocalização ou mentalização.
31
Capitulo 6
Mitos, deuses e deusas
do Tantra e seus Mantras
“Eu sou o amor puro dos amantes que
lei nenhuma pode proibir.”
Krishna
A mitologia hindu e tântrica é uma das mais ricas e de todo o planeta. São tantos
deuses/deusas, devas (seres equivalentes aos anjos da tradição ocidental), semideuses e
avatares (manifestação da lei divina ou do caminho da iluminação, onde ava =
manifestação; tara = lei) que se torna impossível enumerá-los. Selecionei nesse capítulo
algumas das principais divindades. Dentre elas, os três deuses/deusas que constituem a
trindade máxima (trimurti) do hinduísmo e do tantra ― Brahma, Vishnu e Shiva. É
importante afirmar que, embora alguns textos apresentem hierarquia entre as divindades
do trimurti, não há supremacia. Os três são independentes e complementares.
Brahma, o Criador
Primeira divindade do trimurti. É o deus criador, senhor de todos os seres, descrito com
quatro ou cinco cabeças. Veste-se com roupas brancas e cavalga sobre um ganso. Uma das
lendas sobre o surgimento de suas múltiplas cabeças conta que, de sua própria “substância
imaculada”, Brahma deu origem a uma companheira. Ao contemplar a beleza sublime de
sua companheira, Brahma foi tomado por um grande amor que não conseguia deixar de
olhá-la. Para que continuasse a mirá-la, mesmo quando ela se deslocava para outros lados
(direito, esquerdo, trás e alto), Brahma deixou que novas cabeças surgissem. Por fim,
Brahma tomou-a por companheira e juntos deram origem a suras (deuses) e asuras
(demônios).
O mantra de Brahma, ou Brahma Mantra, proporciona contentamento, saúde e
longevidade. Concede também um sentimento profundo de devoção e confiança. Deve ser
entoado, no mínimo, oito vezes: Om Hrim Brahmaya Namah.
32
O mantra de Sarasvati, ou Sarasvati Mantra, visa o aperfeiçoamento do intelecto, da
criatividade e da inteligência. Deve ser entoado, no mínimo oito vezes: Om Sri Sarasvatiaya
Namah.
Vishnu, o Mantenedor
2a manifestação: Kurma
Vishnu, aqui, se transforma em Kurma, a tartaruga, a fim de salvar o Monte Mandara — que
continha o leite da imortalidade — do ataque de demônios destruidores.
3a manifestação: Varaha
Quando a Terra estava submersa sob as águas de um segundo dilúvio, Vishnu encarnou em um
javali, matando um gigante que aprisionava a Terra.
33
6a manifestação: Parasu Rama
Nessa encarnação Vishnu aparece como um sacerdote hindu. Ele matou o rei Kshatryia, que
roubou seu pai. Os filhos do rei, por sua vez, mataram seu pai, o que fez com que Parasu
Rama matasse todos os homens descendentes do rei durante 21 gerações.
7a manifestação: Rama
Rama é um guerreiro que sai em resgate de sua esposa Sita, capturada pelo demônio
Râvana. Na batalha descrita na Epopéia Ramayama, Rama tem um fiel amigo, o macaco
Hanumam, deus da devoção.
8a manifestação: Krishna
Krishna é considerado a manifestação mais consciente de Vishnu. É o iluminado que traz
caminhos de paz, equilíbrio e amor na era em que vivemos (kali-yuga).
Este é o mantra de Krishna, popularizado no Ocidente, a partir do fim dos anos 60, pelos
Beatles:
34
Alguns mantras relacionados a Krishna
Mantras de Krishna (para felicidade): Om Hrisi Keshâya Namah.
Este mantra pode ser entoado, também, para despertar todos os nossos potenciais.
Govinda é o chefe dos pastores e este mantra é uma alusão ao mestre Krishna, o pastor
dos espíritos, entoado por aqueles que buscam orientação mística interior: Om
Govindaya Namah.
O mantra que homenageia Krishna, o matador de demônios, deve ser entoado para
proteger-nos de inimigos: Om Madhusudanaya Namah.
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Shakti, O Poder do Feminino
É filha de Daksha, que por sua vez é filho de Brahma. Recebe os nomes de Uma, Ambika
e Devi e simboliza o ideal feminino de sensualidade, beleza, alegria, sabedoria, virtude e
sinceridade. Foi a amada de Shiva em sua primeira manifestação na Terra e renasceu
várias vezes para tornar a unir-se a ele.
Representada por uma mulher jovem e linda, ricamente ornamentada, sua expressão
é serena e seus grandes olhos negros transmitem compreensão e sabedoria. Quase
sempre aparece ao lado de Shiva.
O Mantra de Shakti pode ser entoado por homens, mas é especialmente recomendado
para as mulheres, já que sua prática constante torna-as mais sensíveis, belas e
conscientes. O principal atributo desse mantra é o desenvolvimento do poder de geração
e criação. Deve ser entoado oito vezes ao dia:
Om Shaktiaya Namah.
37
Durga, O poder da Natureza
Outra manifestação de Shakti, Durga é a própria Parvati. Aqui, porém, ela assume a
postura de uma guerreira, capaz de eliminar os demônios que prejudicam os
deuses/deusas e os homens. Tem uma beleza forte e cativante e, por demonstrar
coragem e astúcia, revela outro aspecto da feminilidade, menos conhecido e mais
guerreiro. A palavra Durga significa “inacessível”, no sentido de algo ilusório, imaterial.
A deusa também surge sob outras manifestações, com os nomes de Jagaddharti (Mãe
do Mundo), Dasabhuja (Deusa de dez mãos), Muktakesi (A que tem cabelos ao vento),
Tara (A salvadora), Chinnamustaka (A decapitada), Krishnakrora (A que amamentou
krishna), Jagadgauri (Mulher dourada de fama universal), Annapuma (A que traz fortuna),
Pratyangira (A bem proporcionada), Singhavahini (A que monta um leão), Mahishamardini
(A que matou o demônio Mahisha) e Kali (A negra), esta a mais conhecida de suas
manifestações.
Namah.
• Matangi (poder de dominar) é a deusa energizadora: Om Matangi Namah.
• Kali (poder sobre o tempo) é a deusa controladora: Om Kali Namah.
• Bagala (destruição do negativo) é a deusa protetora: Om Bagala Namah.
• Chinnamasta (distribuição da energia da vida) é a deusa iniciadora: Om
Chinnamasta Namah.
• Dhumavati (domínio da natureza) é a deusa desafiadora: Om Dhumavati Namah.
• Tara (recriação da vida) é a deusa libertadora: Om Tara Namah.
• Bhairavi (modificações na vida) é a deusa tecelã: Om Bhairavi Namah.
• Sodashi (aperfeiçoamento) é a deusa preservadora: Om Sodashi Namah.
• Kamala (restauração) é a deusa dos poderes: Om Kamala Namah.
Entoe esses mantras 108 vezes ou em múltiplos de 8.
38
Kali, A Transformação
Uma das manifestações de Durga, Kali é a Mãe Negra, a deusa da morte,
(transformações) representada por uma mulher de pele escura e quatro braços. Leva nas
mãos uma espada e a cabeça de um gigante a quem venceu e matou. Seus olhos são
avermelhados e há rastros de sangue no rosto e nos seios. No passado, a corrente de
esquerda do tantrismo dedicava a Kali ritos sanguinários. Sua simbologia deve ser
compreendida no aspecto mais profundo, que é, na verdade, a destruição e a morte do
ego, do apego e das ilusões, que geram sofrimento. Kali é uma guerreira feminina cuja
sexualidade se manifesta em sua forma mais atuante e primitiva, já que os instintos se
sobrepõem à sua condição de deusa.
O mantra de Kali, ou Kali Mantra, atua sobre o despertar da energia da vida (kundalinî),
eliminando o egocentrismo do praticante e preparando-o para alcançar a maturidade,
individuação(Jung) e o respeito dos que o cercam. Deve ser entoado oito vezes ao dia: Om
Sri Kalikaya Namah.
Mantras de Ganesha
1o mantra: Om Gunapravanasaantushtaaya Namahá.
Para inspirar virtudes.
2o mantra: Om Gunaikabhuvae Namahá.
Auto-respeito e auto-suficiência.
3o mantra: Om Gunapoornaaya Namahá.
Tolerância.
4o mantra: Om Gunavachhakra Samsaraaya Namahá.
Escapar da roda de reencarnação. (Sanssara)
5o mantra: Om Gajjapatayae Namahá.
Conquistar o poder pessoal.
o
6 mantra: Om Gajatratrae Namahá.
40
Compreender a natureza de tudo.
o
7 mantra: Om Gajamaayaaya Namahá.
Destruir ilusões
o
8 mantra: Om Gajahaetavae Namahá.
Meditar na transitoriedade da vida
9o mantra: Om Gajasaetavae Namahá.
Ser justo.
10o mantra: Om Gajadaityaghnae Namahá.
Destruir a ignorância.
11o mantra: Om Gajapungavaaya Namahá.
Para a prudência.
12o mantra: Om Garjito Ji Tadaityasavae Namahá.
Acalma a mente sempre obsessiva.
O efeito desse mantra é colocar sua mente em “obssessões” saudáveis como cuidar do
corpo, estudar, ajudar o próximo, amar, etc.
o
13 mantra: Om Gaanatattvavivaechakaaya Namahá.
Excelência musical.
14o mantra: Om Gaanashlaghinae Namahá.
Conhecer a filosofia do som.
15o mantra: Om Gaanaayattaaya Namahá.
Energia física.
16o mantra: Om Gurubhujaaya Namahá.
Acalma o coração afetivamente.
o
17 mantra: Om Gurupriyaaya Namahá.
Tolerância com o próximo e com você mesmo.
18o mantra: Om Gurushreeaye Namahá
Energia.
o
19 mantra: Om Garishthaaya Namahá.
Auto-estima.
20o mantra: Om Gurukantayae Namahá.
Auto-aceitação.
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Mantras curtos das Divindades
Selecionei aqui mantras curtos, muito fortes e específicos, devem ser decorados para
uso a qualquer momento.
Para ter saúde, proteção e alegria: Om Sri Durgaya Namah.
Para alcançar sucesso. Este mantra é exclusivamente masculino e também indicado para
facilitar o encontro de bons relacionamentos afetivos: Om Pavan Putraya Namah.
Para ter paz, prosperidade e contentamento: Om Sri Govindaya Namah.
Para proporcionar riqueza/valores: Om Sri Maha Lakshmyai Namah.
Para sair de dificuldades: Om Sri Ganeshaya Namah.
Através deste maha (grande) mantra, cuja origem está no texto clássico Kali Santarana
Upanishad, pode-se obter a paz espiritual: Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna Hare Hare
44
Mantras para modificar estados interiores
45
Capitulo 7
Mantras Astrológicos – Magia Hindu
Fascinado pelo enigma das estrelas distantes, pela grandeza do Sol e da Lua, o místico
hindu buscou nos astros explicações e respostas sobre sua própria existência.
Transformou-os em deuses/deusas e estudou por milênios suas influências.
Quando os mesopotâmicos desenvolveram os primeiros estudos astrológicos, logo
detectaram que as energias que vinham do céu eram bastante reais e perceptíveis. Não
demorou muito para que a astrologia começasse a ser difundida pelo mundo todo.
Estudiosos do assunto despontaram na Grécia por volta do século III a.C. e em Roma 200
anos depois. Egípcios e chineses também passaram a se dedicar ao tema mais ou menos
nessa mesma época. Mas os indianos foram talvez os pioneiros da astrologia. Há textos do
século IV a.C. que tratam do assunto. O Narad Nadi e o Surya Siddhant, que tratam
principalmente de previsões, foram escritos há séculos e constituem até hoje importantes
fontes de pesquisa para o conhecimento astrológico.
Não fosse pelos antigos e sábios astrólogos hindus, atualmente não teríamos sequer
noção principalmente da astrologia cármica (Karma) nem da real importância da astrologia
como fonte de autoconhecimento e auxiliar no processo de consciência, já que ajuda o
homem a conhecer a si, a seu destino, e pode determinar com sabedoria seu dharma –
caminho de vida.
O karma é uma lei de causa e efeito e não uma forma de castigos e punições, menos
ainda com sofrimento. Atribuir ao karma uma conotação negativa é sintoma de complexo
de culpa. Além disso, por ser uma lei natural, ele é também amoral. O indivíduo pode fazer
o que quiser, mas, seja lá o que for, receberá de volta o fruto de sua ação. Tudo tem seu
preço. Para os iniciados, principalmente os que fizeram o seminário de Samadhi
(humaniversidade.com.br), lembro que o karma faz parte do Sankarma, o mundo físico,
emocional e mental. A tua essência, aquilo que você é não pode ser tocado pelo Karma.
Para identificar um planeta que aponta dificuldades em um mapa astrológico, é
necessário consultar um astrólogo competente. E não se espante caso ele desconheça os
mantras planetários: esse conhecimento ainda é muito pouco divulgado no Ocidente. Caso
exista um aspecto de dificuldades em seu mapa, o mantra apropriado deve ser utilizado
pela vida toda. Se for apenas uma fase de dificuldades — período (dasas) e subperíodo
(bhuktis) —, determinada por certo planeta, pode-se usar o mantra apenas durante esse
momento (trânsito, revoluções, lunações etc.) específico. Porém, para detectar os dasas e
bhuktis, é necessário fazer um estudo profundo da carta astrológica.
Os astrólogos hindus não consideram a importância de planetas como Netuno, Plutão
e Urano, descobertos recentemente e aos quais se atribui a regência dos signos de Peixes,
46
Escorpião e Aquário, respectivamente. Dessa forma, os signos e planetas estariam
relacionados da seguinte maneira:
Cada planeta possui um mantra específico que pode servir, de acordo com a
necessidade, para fortalecer ou atenuar suas influências. Existem também mantras
referentes a outros aspectos astrológicos, como a Cauda (ketu) e a Cabeça do Dragão
(rahu). Na astrologia, ketu representa as heranças de vidas pretéritas, enquanto rahu
indica caminhos na existência presente.
Os Mantras
Mantra do Sol
Na astrologia, o Sol não é considerado uma estrela, mas o mais importante dos
planetas. É a maior força no destino de um ser, o calor, a criação, o poder, o impulso de ser
você, o centro do seu ser, seu caminho nesta viagem pelo planeta Terra. Assim, seus
atributos são a consciência de si, o entusiasmo, a verdade.
Nosso signo solar é aquele que determina nossa natureza. Mas, por representar o ego,
o Sol também pode manifestar-se em seus aspectos negativos, que são a megalomania e
o autoritarismo. Dessa maneira, a prática do mantra solar proporciona a oportunidade de
viver plenamente a individualidade e de encontrar equilíbrio pessoal, sem cair no
egocentrismo ou em seu extremo oposto, que é a falta de autoestima. Além disso, propicia
o reencontro consigo mesmo. O mantra do Sol deve ser entoado preferencialmente
durante o dia, não importando o número de vezes: Om Sri Suryaya Namahá
47
Mantra da Lua
Mantra de Mercúrio
Mantra de Vênus
Vênus é o planeta da arte, do amor, do êxtase dos sentidos. Quando sua energia está
mal canalizada, a pessoa encontra dificuldades para vivenciar a vida amorosa, tem medo
da intimidade, do amor, não estabelece vínculos afetivos e demonstra insensibilidade e
baixa estima.
O mantra de Vênus visa restabelecer o equilíbrio sentimental e trazer à tona qualidades
positivas, como o altruísmo, a auto-estima, a harmonia, o senso estético, a serenidade e a
consciência do próprio corpo e dos desejos pessoais.
O melhor é fazê-lo às 6 horas da manhã, entoando oito vezes ou mais: Om Sri Shukraya
Namahá.
48
Mantra de Marte
Mantra de Júpiter
Júpiter é o planeta da expansão, que traz características como simpatia, jovialidade, fé,
desprendimento e senso de justiça, não a justiça do homem, mas a ética planetária e o
respeito e a tolerância por todos os seres. Quando negativas, as influências jupiterianas se
traduzem em extravagância, irresponsabilidade e presunção. O mantra de Júpiter imprime
ao praticante um temperamento mais alegre e otimista e deve ser feito em número
múltiplo de 8: Om Sri Gurave Namah.
Mantra de Saturno
49
Mantra da Cabeça do Dragão (Rahu)
Esse mantra trabalha os apegos vindos de existências pretéritas que podem impedir a
consciência do presente. Deve ser repetido à noite, no número de vezes desejado: Om Sri
Ketuve Namahá.
“Fossemos nós quem deveríamos ser e não haveria em nós a necessidade da ilusão.”
Fernando Pessoa
50
Áries – Om Angarakaya Namahá.
Esses mantras, abaixo são utilizados para aliviar trânsitos astrológicos difíceis ou planetas
retrógrados:
É necessária a consulta com um astrólogo competente para avaliar a utilização dos
mantras.
51
Koan para sua Reflexão:
53
textos sagrados e se acumulam méritos — karma positivo. Em suas sílabas está contida
toda a essência da mística e filosofia hindu, na qual destaco:
Jnaña Yoga – o conhecimento da sua eternidade e o abandono do impermanente;
Bhakti Yoga – devoção a todos os elementos da natureza, já que o Gayatri contém em
suas sílabas elementos como fogo, ar, água, terra, homens, animais, sol, lua, estrelas etc;
Karma Yoga – que dá consciência de nossa interdependência com todos os seres vivos
e nossa responsabilidade de deixarmos o planeta em paz.
Bhúr, bhuva e swáhá são os três planos da existência. Na teoria védica das equivalências
(bandhu), essa divisão tripartida do universo tem muitos níveis de significados. Refere-se
aos três mundos: o infinitamente grande, o humano e o infinitamente pequeno; aos três
gunas, ou às três qualidades da natureza: inércia, ação e equilíbrio (tamas, rajas e sattwa);
ou ainda ao paralelo que existe entre as estruturas da consciência e da natureza. Ou seja,
assim como é em cima, é também embaixo, o macrocosmo reflete o microcosmo. Savitur,
o Sol, é o símbolo da consciência e ao mesmo tempo da kundalini. Faz-se o Gayatri Mantra
para celebrar a existência e harmonizar-nos com o poder de transformação presente na
natureza. Este mantra é um convite à contemplação da força que move o macrocosmo, o
microcosmo e o homem.
Em uma viagem de peregrinação à Índia, tive acesso a este quadro, que será utilíssimo
aos já iniciados nos mistérios e nas práticas mântricas.
54
Mantra Cor Shakti Princípio cósmico
(sílaba) (das sílabas) (deusa do (micro/macrocosmo)
mantra)
Tat Amarelo Prahlãdini Terra
Sa Rosa Água
Pradhã
Vi Vermelho Nityã Fogo
Tuh Azul Visvabhadra Ar
Va Transparente Vilãsini Éter
Re Branco Prabhãvati Olfato
Ni Branco Jayã Paladar
Yam Branco Sãntã Visão
Bha Preto Kãntã Toque
Rgo Vermelho Durgã Som
De Lótus- Saraswati Fala
vermelho
Va Branco Visvamãyã Mãos
Sya Dourado/ Visãlesa Genitália
amarelo
Dhi Branco Vyãpini Ânus
Ma Rosa Vimalã Pés
Hi Concha Tamopahãrini Orelhas
branca
Dhi Creme Suksma Boca
Yo Vermelho Visvayoni Olhos
Yo Vermelho Jayãvahã Língua
Nah Cor-de- Padmãlayã Nariz
nascer-do-
sol
Pra Lótus-azul Parã Mente
Cho Amarelo Sobhã Ego/senso
Da Branco Bhadrarupã Princípio criador
Yat Branco, Trimurti Três qualidades da
vermelho, natureza: Ação, inércia e
preto equilíbrio
55
Para praticar o Gayatri, sente-se com a coluna ereta e com o yantra colocado à altura
de seu rosto, iluminado pela chama de uma vela. Visualize o centro do símbolo, evitando
piscar enquanto mentaliza ou vocaliza esse mantra.
Os efeitos dessa prática se fazem sentir principalmente à noite.
Kalu Rinpoche, em seu livro The Dharma, diz: “Recitamos e meditamos sobre o mantra,
que é o som iluminado, a fala da divindade, a união do som com a vacuidade. (...)Ele não
possui uma realidade intrínseca, é simplesmente a manifestação do som puro,
experienciado simultaneamente com sua vacuidade. Através do mantra, não nos apegamos
mais à realidade da fala e do som encontrados no cotidiano, mas os experienciamos como
sendo vazios. Então, a confusão do aspecto da fala de nosso ser é transformada na
consciência iluminada”.
“Qualquer caminho é só um caminho, e não há ofensa nem a nós mesmos, nem aos
demais, em deixá-lo, se é isso o que seu coração lhe diz. Olhe cada caminho de perto e olhe
com a consciência. Tente-o tantas vezes quantas julgar necessário. Então, formule-se a si
mesmo, e somente a si mesmo, uma pergunta... esse caminho tem um coração? Se tem, o
caminho é bom; se não tem, não serve.”
Carlos Castañeda
Acenda um incenso e uma vela, deixe uma xícara pequena de leite ao seu lado. Escolha
um mantra que lhe agrade, a fim de consagrá-lo, e mentalize-o. Exemplo: Om Sri Gam (um
dos mais poderosos que existe).
1o) Desenhe à mão — não importa a beleza nem a exatidão do desenho — a tabela
Kulakul-Chacra num papel, com todas as suas sílabas, e coloque-a no solo. A seguir, dê sete
voltas em torno da tabela e leia cada um de seus sons/mantras: VÃ, U, E, HA, SHA, SA, YA,
MA, HÁ, BHA, JÑA, JHA, CHA, JÁ, Ã, A, SA, LA, RA, PA, PHA, THA, TA, NGA, CA, E, E, VA, DHA,
NA, DHA, DA, GA, GHA, U, U, DA, TA, RNA, KA, KHA, RI, RI, THA, ANG, AH, LRI, LRI, AU, AI, AI,
O.
Consulte o capítulo “Noções de Sânscrito” a fim de aperfeiçoar a pronúncia ou adquira
o curso de mantra de Otávio Leal (Dhyan Prem).
57
2o) Coloque o dedo anular da mão esquerda em cada mantra da tabela, pronunciando
“eu sou Om”.
3o) Escreva seu mantra pessoal (Om Sri Gam) num papel e use o prefixo Ham so e o
sufixo Soham da seguinte maneira: Ham So Om Sri Gam Soham.
Mentalize esse mantra por no mínimo oito vezes.
4o) Escreva o mantra Hum nas extremidades do mantra pessoal (Hum Om Sri Gam Hum)
e mentalize-o no mínimo oito vezes.
5o) Escreva o mantra Phat nas extremidades do mantra pessoal (Phat Om Sri Gam Phat)
e mentalize-o no mínimo oito vezes.
6o) Escreva e mentalize o mantra Ram Ham Sah Om e mentalize-o no mínimo oito vezes.
7o) Escreva Om Trom Vasata antes do mantra pessoal e, no fim, Vasata Trom Om, da
seguinte maneira: Om Trom Vasata Om Sri Gam Vasata Trom Om. Mentalize-o no mínimo
oito vezes.
8o) Escreva Swadha Vasata no início e Vasata Swadha no final do mantra, assim: Swadha
Vasata Om Sri Gam Vasata Swadha. Mentalize-o no mínimo oito vezes e ao mesmo tempo
espalhe algumas gotas de leite sobre o solo, próximo à tabela Kulakul-Chakra.
9o) Escreva Hrim no início e no fim do mantra pessoal (Hrim Om Sri Gam Hrim) e
mentalize-o no mínimo oito vezes.
10o) Esta é a última parte da liturgia e nela se escreve Haom no início e no fim do
mantra, da seguinte forma: Haom Om Sri Gam Haom.
Após o ritual entoe o mantra pessoal 108 vezes, de preferência com uma japa-mala,
que será também consagrado automaticamente. Seu mantra agora é Om Sri Gam (ou outro
de sua escolha).
O papel com os mantras escritos deve ser queimado e o mantra que você iniciou será
seu som pessoal de poder.
Se desejar, inicie mais alguns mantras. O ideal é ter dois ou três e praticar muito com
eles.
Tanto na iniciação pessoal por um mestre de mantra como na auto iniciação recebe-se
o dishka —a transmissão da força do som.
O mestre Sivananda diz: “A iniciação traz conhecimento espiritual e destrói os erros. À
medida que uma lâmpada se acende em cima de outra, o divino poder (Shakti) do mantra
é comunicado do guru para o discípulo”.
Faça os rituais, quaisquer que sejam, com bhava (concentração e respeito) e aceitando
de coração essa bênção.
Segundo o tantra, “cada coisa, seja qual for sua constituição, nada mais é que uma
concentração de energia, uma vibração”.
58
Kulakul-Chakra
Quem deseja aprofundar ainda mais a confecção do mantra por meio da tabela
kulakul-chacra pode pesquisar o livro Mantras, palabras de poder, do doutor Kailash
Vajpeyi (DR Editora, México).
Você vive na ilusão e na aparência das coisas. Há uma realidade, mas você não sabe
disso.
Quando souber, vai ver que você não é nada. E, sendo nada, você é tudo. É isso.
Kalu Rinpoche
Auto iniciação e mantras de cura
“Visto que os mantras não têm sentido conceitual, não evocam respostas
predeterminadas. Quando entoamos um mantra, ficamos livres para transcender os
reflexos habituais. O som do mantra pode tranqüilizar a mente e os sentidos, relaxar o
corpo e ligar-nos com uma energia natural e curativa.”
Tarthang Tulku, A mente oculta da
liberdade
Para dedicar-se à pratica de mantras de maneira mais integral e plena, pode-se realizar
também uma cerimônia iniciática bastante simples. Essa liturgia, depois de feita pela
primeira vez, pode ser repetida com certa frequência como você preferir, a cada mês, a
cada trimestre, a cada semestre, etc.
Pegue uma vasilha de barro e encha-a com água pura e limpa, de preferência mineral
(nas grandes cidades, o que é chamado de água é na verdade flúor, cloro, urina tratada
etc.). Molhe os dedos nessa água (que deverá permanecer no local de aplicação enquanto
59
durar a prática) e toque cada parte do corpo enquanto faz o mantra específico. Entoe
uma, oito ou 108 vezes, e lembre-se de que o importante nesse ritual é a intenção (Bhavá).
Nesse ritual será tocado cada pequeno Chakra de seu corpo, mas é possível também tocar
partes do corpo de outras pessoas e entoar ou mentalizar o mantra específico. Com
certeza obtêm-se ótimos resultados. No Tibete e no Nepal, há centenas de anos existem
hospitais que curam somente pela força dos mantras, com ações comprovadas; tudo
depende da sua confiança e da vontade da existência, lembrando sempre que tem muitas
coisas que não estão sob o nosso controle.
61
Capitulo 10
Om Mani Padme Hum
A iluminação vem do Tibete
“Mantra é energia. É sempre puro e não pode ser contaminado por processos
negativos de pensamento. Visto que o mantra não é energia bruta, ele não pode ser
corrompido, como os fenômenos sensoriais são corrompidos pela nossa mente. Pode-se
facilmente descobrir o poder do mantra por si mesmo fazendo um retiro de meditação.”
Dalai-Lama
62
corretamente compreendida, em vez de traduzida por
palavras quase vazias de sentido como (Oh! A Joia do
Lótus!), contém uma alusão a esta indissolúvel união entre o
homem e o universo, interpretada de sete maneiras
diferentes, com a possibilidade de sete distintas aplicações a
outros tantos planos de pensamento e ação. Escolhemos
como exemplo a fórmula Om Mani Padme Hum por causa
do seu poder quase infinito nos lábios de um adepto e de sua
potencialidade quando pronunciada por um homem
qualquer”.
Om (o mestre do som)
O Om para o tibetano dissolve o intelecto, é a própria consciência, a luz, o som da
iluminação que desperta internamente nossa terra (sensação), água (sentimento), fogo
(ação) e ar (pensamento).
A vocalização ou a mentalização do Om liberta tudo aquilo que precisa ser libertado,
afasta o apego. O Om conforme foi estudado no capítulo “Om – Força procriadora do
cosmo”, faz parte de várias culturas. Um dos nomes de Deus que mais aparece na Bíblia
judaico-cristã é Adonai, em que Adon = Deus; ai = meu Deus. E na palavra Adon (Adão)
encontramos o Om. Pitágoras, que utilizava o Om, chamava-o de harmonia das esferas e
dizia que “cada som tem um corpo sutil, um corpo de vibração de ritmo e de energia”.
Os tibetanos, na mentalização ou na vocalização do som Om, acreditam que seja
necessário concentrar-se, já que ele não pode ser produzido mecanicamente. Muitos
alunos já me perguntaram se simplesmente escutar um mantra em cd ou rádio daria a
consciência. Respondo que o importante não é o mantra estar no ouvido, mas no coração
e na mente. Portanto, apesar de ser bom escutar mantra, seu efeito é maior quando o
praticamos.
Os tibetanos não aceitam que os mantras sejam superstições nem fórmulas mágicas,
nem que o poder deles venha do psíquico do praticante, nem mesmo que os “feiticeiros”
os utilizem para conseguir algo.
No Tibete dá-se muita importância para a iniciação e para o uso contínuo do mantra e
espera-se que, uma vez passado por um lama ou guru, ele não se torne um conhecimento
teórico, e sim prático.
Para Buda, Om protege, afasta perigos e cria condições benéficas. Mas muitas vezes o
mantra não protege um homem da crueldade de outro. Todos os iluminados praticantes
foram mortos pelo homem, porque ele tem uma certa parcela de livre arbítrio e assim
livre-arbítrio, tem direito de agir muitas vezes como preferir.
Os índios que possuíam conhecimento mântrico e de confiança na existência, foram
dizimados aos milhares; negros africanos com alto poder de magia foram exterminados;
na Segunda Guerra Mundial, rabinos e estudantes de kabbalah foram mortos pela
crueldade do homem. Contudo, o mantra pode impedir que fiquemos depressivos,
63
melancólicos, tristes. Ele permite que tenhamos uma vida mais feliz. Uma das principais
utilizações do Om no Tibete: a busca pelo renascimento num mundo favorável, pois,
segundo os tibetanos, uma pessoa pode reencarnar no que é chamado de inferno e
também como elementais da Terra, que são plantas, pedras, animais ou “devas” (anjos).
É a ressurreição de que Cristo tanto falava: não somos mais corpo e passamos a ser alma,
sem corpo físico. Reencarnação é voltar para o corpo e ressurreição é passear, viajar.
Enfim, como alma, voltar ou não à carne pode ser uma opção.
Mani
Mani é o som da transformação. É considerado a joia da mente ou a pedra filosofal que
nos põe em contato com a eternidade e representa uma jóia brilhante, cintilante e perfeita.
Também é conhecido como um cedro iluminado, que no Tibete é chamado de vajra, o
diamante da nossa mente e o que há de mais consciente nela.
Textos Pali budistas dizem que todas as coisas são precedidas, dirigidas e criadas pela
mente, e Mani seria a mente sutil, refinada, com compaixão e tolerância em relação a todas
as pessoas e seres vivos. Mani cria um rúpa (forma). Kama rúpa é o nome de uma forma
de pensamento muitas vezes perversa ou egoísta que pode, segundo as tradições
esotéricas, criar um elemento conhecido como “miasma” ou “encosto”, “obsessor” —
enfim, um padrão negativo. Mani atua como uma ecologia mental, criando um deva rúpa
(anjo da mente), e representa o voto do Bodhisattva, aquele que escolhe o caminho de
auxiliar todos os seres vivos para que se tornem felizes e livres da Roda de Sanssara.
Padme ou Padma
Padme representa a flor-de-lótus. Ela nasce nos momentos em que há mais sujeira e
dificuldade. Nasce da escuridão, abre suas flores somente após ter subido além da
superfície do lodo. Padme ultrapassa este mundo. Existem pessoas que dizem “eu já passei
por esta ou por aquela situação”. Já passou, mas não ultrapassou, por isso a situação vive
se repetindo. Dessa forma, o som Padme estimula o ultrapassar. Cria emoções boas,
positivas e é muito útil para os que têm dificuldade de lidar com as próprias emoções.
Esse mantra confere iluminação ao corpo emocional, sensorial e perceptivo, assim
como às formações kármicas negativas e à própria consciência. Segundo heremitas
meditadores, também permite que viajemos no barco do Todol, que é um guia na vida
após esta vida, no mundo vindouro. No Tibete não se fala em vida ou morte, só existe a
vida, as pessoas nunca nascem e nunca morrem, elas estão “aqui”, depois estão “lá”.
Enfim, o som de Padme facilita nossa passagem para outros mundos, físicos ou não.
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Hum — Exorcizando suas sombras
Hum é representado como um som ou grito de limpeza, um desafio a tudo o que não
é legal, aos nossos inimigos, que para alguns são os pensamentos perversos, para outros
são seres malignos, para outros ainda, o final das ilusões e o ódio por qualquer ser. Hum
significa a libertação de tudo aquilo que não faz parte da nossa alma. Om é o infinito, e
Hum, o finito. Ambos são importantes, mas podemos dizer que Om também é o meio para
entender Hum. A eternidade faz com que compreendamos nosso corpo, por isso Hum é
considerado a matéria, a nossa Mãe Terra, Gaia.
Portanto, o mantra Om Mani Padme Hum gera compaixão, tolerância para todos os
seres do mundo. Como em todo mantra, encontraremos em cada uma de suas letras uma
semente, com energia, característica e poder próprios.
Om envia raios brancos sobre o mundo dos Devas (anjos); Mani, raios verdes sobre os
titãs ou semideuses; Ni, raios amarelos sobre todo o reino humano; Pad, raios azuis sobre
o reino dos animais; Me, raios vermelhos sobre o reinado dos pretas-bocas-ardentes,
seres do universo budista; finalmente Hum envia raios sobre habitantes criados por nossa
mente. Mesmo sem mentalizar isso, os efeitos acontecem.
O Buda da compaixão
Bodhisattva, Avalokiteshvara ou Chenrezig são os nomes do Buda da compaixão, ser
iluminado que poderia ir ao nirvana, mas, ao ver o sofrimento de todos os seres do
planeta, optou por ficar ajudando, servindo, fazendo algo. Representado por uma mãe
acolhedora e protetora, também é a lágrima que cai da face de Buda por compaixão pelos
que sofrem.
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Quando Buda se iluminou, ficou feliz porque se libertou, porque se aceitou como era
e descobriu a própria consciência búdica (aliás, as pessoas não meditam para se tornar
Buda, porque já são um.)
Então ele sorriu iluminado. Mas, ao perceber que muitos sofriam no planeta, uma
lágrima caiu de seus olhos. Essa lágrima se tornou Avalokiteshvara — que criou uma
metodologia para todos os que quisessem se reconhecer como iluminados — e também
se transformou no mantra.
Ao praticar Om Mani Padme Hum, ficamos com a mente límpida como a “mente do
Buda”, uma mente elevada a um estado chamado “terra pura”.
Essa lágrima de Buda também se chama Tara, que contém várias manifestações e seus
respectivos mantras e efeitos.
Conta-se que após uma série de encarnações virtuosas, quando iria atingir o maha-
samadhi (grande iluminação) e escapar da roda de reencarnação, esse ser ouviu os gritos
de lamentação de todas as criaturas que sofrem: pedras, árvores, animais, insetos, seres
humanos, etc. Em sua compaixão e preocupação, abriu mão da dádiva de viver no nirvana
(paraíso) até que todos os seres atingissem antes dele a iluminação. Ele é o doador
supremo e em algumas de suas representações possui centenas de cabeças, cada uma
olhando numa direção para auxiliar alguém, além de suas centenas de braços e mãos que
a todos acolhem.
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A palavra Avalokiteshvara vem do sânscrito e pode ser assim dividida:
ava = baixo;
lok = olhar, contemplar;
lokita = observado;
loka = o mundo, o universo;
i’shvara = senhor.
“o senhor que olha (das alturas) com compaixão os seres que sofrem”.
Tara, a Realizadora
Essa deusa é cultuada principalmente no Tibete, onde é conhecida como a “Estrela”
ou a refoz.
Vários monges me contaram que Tara nasceu das lágrimas de Kuan-Yin
(Avalokiteshvara), quando esta sentiu o quanto os seres sofriam. Portanto, é considerada
uma emanação da compaixão.
Muitas são as manifestações e apresentações de Tara. Recebi várias iniciações
secretas e místicas de escolas budistas que seguiam manifestações variadas da Deusa e em
uma delas fui levado a uma dimensão viva da egrégora da Tara branca. Naquele momento,
pude senti-la junto de mim.
Conheci um praticante nos Himalaias que, após dias de oração e jejum num eremitério,
nas montanhas, também teve a alegria de manter contato com essa divindade. É uma
experiência inesquecível que lembra relatos de contatos com a Virgem Maria por cristãos
místicos. A energia de tara é semelhante à de Maria.
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Tara e seus mantras
À Tara verde (fonte das outras vinte emanações):
Um Tare Tütare Ture Soha. (Mantra de saúde)
À Tara que evita desastres:
Um Banza Tare Sarva Biganen Shindham Kuru Soha.
À Tara que evita calamidades vindas da Terra:
Um Tare Tütare Ture Mama Sarva Lam Lam Bhaya Shindham Kuru Soha.
À Tara que evita a destruição produzida pela água:
Um Tare Tütare Ture Mama Sarva Bham Bham Dzala Bhaya Shindham Kuru Soha.
À Tara que evita a destruição produzida pelo fogo:
Um Tare Tütare Ture Mama Sarva Ram Ram Dzala Bhaya Shindham Kuru Soha.
À Tara que evita a destruição causada pelo vento:
Um Tare Tütare Mama Sarva Yam Dzala Bhaya Shindham Kuru Soha.
À Tara que aumenta a sabedoria:
Um Ratana Tare Sarva Lokajana Piteya Dara Diri Diri
Shêng Shêng Dza Dzanjia Na Bu Shêng Kuru Um.
À Tara que evita calamidades vindas do céu:
Um Tare Tütare Ture Mama Sarva Dik Dik Dikshna Raksha Raksha Kuru Soha.
À Tara que evita destruição:
Um Tare Tütare Ture Mama Sarva Dik Dik Diksehna Raksha Raksha Kuru Soha.
À Tara que evita calamidades vindas de espíritos obsessores:
Um Tare Tütare Ture Mama Sarva Randza Dushen Droda Shindam Kuru Soha.
À Tara que evita ladrões:
Um Tare Tütare Ture Sarva Dzora Benda Benda Drktum Soha.
À Tara que aumenta o poder:
Um Bema Tare Sendara Hri Sarva Loka Washum Kuru Ho.
À Tara que evita males causados por demônios:
Um Tare Tütare Ture Sarva Dushing Bikanen Bham Peh Soha.
À Tara que evita males que afetam animais:
Um Tare Tütare Ture Sarva Ham Ham Dushing Hana Hana Drasaya Peh Soha.
Á Tara que evita animais ferozes:
Um Tare Tütare Ture Sarva Heh Heh Dzaleh Benda Peh Soha
Á Tara que evita efeitos maléficos de venenos:
Um Tare Tütare Ture Sarva Disksha Dzala Yaha Raha Rapeh Soha
Á Tara que vence demônios:
Um Garma Tare Sarwa Shatdrum Biganen Mara Sehna Há Há
Heh Heh Ho Ho Hung Hung Binda Binda Peh.
Á Tara que cura doenças:
Um Tare Tütare Ture Sarva Dzara Sarva Dhukkka Brasha Manaya Peh Soha.
À Tara da longevidade:
Um Tare Tütare Ture Braja Ayiu Shei Soha.
À Tara da prosperidade:
Um Tare Tütare Turen Dzambeh Moheh Dana Meti Shri Soha.
À Tara que realiza pedidos:
Um Tare Tütare Ture Sarva Ata Siddhi Siddhi Kuru Soha.
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Esses mantras, juntamente com o Om Mani Padme Hum, são recitados por budistas,
principalmente tibetanos, milhares de vezes ao dia no japa-mala de 108 contas.
Segundo o lama Zopa Rinpoche:
“Os mantras tibetanos nem sempre possuem um significado claro e muitos deles são
compostos por sílabas aparentemente ininteligíveis. Mesmo assim, são efetivos porque
ajudam a manter a mente quieta e pacífica, integrando-a automaticamente na
concentração. Eles fazem a mente ser receptiva às vibrações muito sutis e, portanto,
aumentam sua percepção. Sua recitação erradica as negatividades grosseiras, e a
verdadeira natureza das coisas pode ser refletida na claridade resultante em sua mente” .
Este mantra de Sakyamuni é uma invocação a Buda como o grande sábio silencioso, com o
seguinte significado:
Om: eternidade.
Muni: sábio silencioso.
Maha: grande.
Sakyamouni: sábio dos sáquias (nome da tribo de Buda).
Swáhá: saudação.
Mantra fortíssimo que purifica, cria equilíbrio e é também, junto com um respiratório
budista, a prática que dá longa vida:
Om Ah Hum.
Sua prática deve ser feita da seguinte maneira:
Om – inspirando;
Ah – retendo o ar nos pulmões;
Hum – expirando.
Mantra da iluminação, da mente e do coração de Buda:
Gate Gate, Param Sagate Bodhi Swáhá.
Mantra de purificação de emoções negativas:
Eh Yam Ram Lam Bam.
Pratique-o alongando cada sílaba. Por exemplo: ehhhh, yammmm, rammmm, lammmm e
bammmm.
Mantra dedicado à paz no planeta Terra:
Om Bishwa Shanti Hum.
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Mantra do coração de compaixão. (Para conectarmos com nossa compaixão):
Om Vajrasattva Hum.
Mantra em homenagem a Kuan-Yin (Karuna):
Namu Maha Karuna Avalokiteshvara Bodhisattva.
Mantra em homenagem ao Sakyamuni Buda:
Namu Upadhyaya Sakyamuni Buda.
Para utilizar esquanto se lavam as mãos e o rosto com um sentido de purificação:
Om Argham Ah Hum.
Mantra para entoar enquanto nos banhamos, também no sentido de purificação:
Om Padyam Ah Hum.
(Esse mantra pode ser utilizado no chuveiro)
Mantra para consagrar flores:
Om Pushpê Ah Hum.
Mantra para consagrar incenso:
Om Dhupê Ah Hum.
Mantra para consagrar velas:
Om Alokê Ah Hum.
Mantra para consagrar água perfumada:
Om Gandhê Ah Hum.
Mantra para abençoar o Buda que existe dentro de todos os seres:
Bhagavan Sarva Tathagatha.
Mantra para consagrar alimentos vivos (frutas, legumes e raízes):
Om Naividhê Ah Hum.
Durante meu aprendizado em uma escola budista chamada Budismo da Terra Pura, tive
oportunidade de ser iniciado por um bispo que me deu o nome de Shaku Kigou, que
significa “aquele que busca a si mesmo em vários caminhos”.
Lá se pratica um mantra de refúgio para quando queremos encontrar conforto e abrigo
no paraíso que há dentro de nós mesmos. Pode-se entoá-lo em qualquer hora ou lugar a
fim de alcançar a paz de forma instantânea e também fazê-lo em intenção de uma pessoa
que necessite desse refúgio, bastando enviar-lhe mentalmente o mantra:
Namo Amida Butso (eu me refugio na iluminação de todos os Budas que existem
dentro e fora de mim). Eu sou o Budha e todos os seres vivos são Budhas.
Outro conhecido e poderoso mantra do budismo Nichirem Shoshu, que é uma escola
do budismo japonês é Nam Myoho Rengé Kyo.
Também chamado de “rugido do leão”, esse poderoso mantra de meditação e
aquietação da mente tem como um de seus significados:
71
Quadro de divindades e seus mantras
(somente para os iniciados nos mistérios das divindades budistas)
72
Capitulo 11
Mantras aramaicos e o Pai-Nosso
O caminho de Joshua (Jesus)
“Tem cuidado com o trabalho, porque tua obra é uma obra celestial. Cuidado de não
omitir nem aumentar uma só letra do teu manuscrito. Fazendo isto tu serás um destruidor
do mundo.”
Anônimo
73
Dada a sua riqueza de imagens, o aramaico é uma língua que está muito próxima da
Terra, da mãe, das plantas, do florescimento, do som, dos milagres naturais da existência.
É uma língua dotada de uma visão holística, fluida, não possui divisões entre interno e
externo, meio e fim, nem fronteiras entre corpo, mente e espírito, o que é bem distinto na
língua grega. Além disso, é riquíssimo em sons e significados. A vocalização de palavras
curtas provoca uma ressonância corporal e anímica para quem as ouve. É uma experiência
mística fortíssima escutar uma oração em aramaico.
Jesus falou em aramaico para que as pessoas pudessem assimilar todos os possíveis
significados de suas palavras e trabalhá-las internamente. Esse tipo de comunicação
ressoava nos mais variados níveis (intelectual, metafórico e universal), reduzidos hoje a
ponto de se tornar uma linguagem em que passou a existir uma divisão entre Deus,
natureza e humanidade. Hoje poucos cultos e liturgias cristãs tocam a alma.
Em todas as religiões, os ensinamentos estão anotados na língua do fundador. Como
as primeiras igrejas cristãs eram semíticas em sua origem, os seguidores falavam aramaico.
Por isso alguns estudiosos acreditam que o Evangelho de Mateus seja o primeiro escrito
nesse idioma.
Há também um manuscrito aramaico da Síria conhecido como versão Peshitta, que
quer dizer simples, sincero, verdade. De acordo com alguns estudiosos cristãos do Oriente,
essa versão pode datar de II a.C., porém a igreja do Oriente a considera a mais antiga e de
maior confiança da bíblia, pois está muito mais próxima da maneira de pensar de e sentir
Jesus do que qualquer versão grega. As teorias absurdas de que os ensinamentos de Jesus
teriam sido anotados em grego certamente foram originadas pelo antissemitismo.
Apesar de a maioria das escolas ocidentais defenderem que a cultura verdadeira
começou na Grécia, os achados arqueológicos e antropológicos desmentem isso.
Tudo veio de um povo que adorava a Grande Mãe, com língua, cultura e espiritualidade
riquíssimas, milhares de anos antes de Jesus ou das filosofias gregas. Esse povo era
formado por sociedades nômades baseadas na parceria e praticamente livres de guerras,
conflitos e desigualdades sociais. Eram as chamadas sociedades tribais.
Minha pesquisa sobre o aramaico do Pai-Nosso baseia-se em conversas com padres e
sacerdotes, dentre os quais destaco o reverendo Edmundo Pellizari Filho, bem como no
livro revolucionário, de Neil Douglas-Klotz, que recomendo de coração: Orações do Cosmo
(Ed. Triom).
Neil Douglas lidera um movimento mundial para a difusão do aramaico e dos
ensinamentos originais de Jesus. E em formação de Reike Cristão me inspiro muito em seu
trabalho.
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Pai-Nosso/Mãe-Nossa original em Aramaico
Abwun d’bwashmaya
Nethqadash shmakh
Teytey malkuthakh
Nehwey tzevyanach ayakanna d’bwashmaya aph b’arha.
Hawvlan lachma d’sunqanan yaomana.
Washboqlan khaubayn (wakhtahayn) aykana daph khnan shbwoqan l’khayyabayn.
Wela tahlan l’nesyuna
Ela patzan min bisha.
Metol dilakhie malkutha wahayla wateshbukhta
l’ahlam almin.
Ameyn.
u – energia da totalidade.
n – força que movimenta a vida.
Interpretação:
Alma absoluta de luz criadora de tudo que se move, que se ouve, que está dentro e
fora de nós por toda a eternidade. Unidade criadora, sua luz resplandece em nós e em
tudo que há na mãe-pai do cosmo.
Possível tradução:
Prepare-nos para recebermos sua luz, clareando o nosso sacrário interno, levando
luz para todas as partes.
Aramaico – Teytey malkutakh.
Biblico – Venha a nós o Vosso reino.
Interpretação:
Venha, através do nosso desejo mútuo de união, abraçar os ideais justos do nosso
planeta, da Grande Mãe Terra. Eleja unidade e individualidade (sem divisão).
Interpretação:
Que o seu mais eterno desejo de compaixão e tolerância para cada forma de vida
seja também a nossa trilha de consciência. Ao entrarmos em contato com a sua
consciência, formaremos uma nova criação.
Interpretação:
Produza em nós a compreensão/iluminação para dividirmos o pão (alimento) que a
terra nos proporciona, não exigindo dela mais do que necessitamos. Dê-nos a
sabedoria para sentirmos a terra que nos rodeia e sustenta.
Interpretação:
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Apague de minha alma aquilo que me leva para a inconsciência para que eu volte
ao meu estado original, esquecendo assim meus erros, frustrações e culpa. Alivie a
nossa carga para que possamos nos sentir livres.
Aramaico – Wela tahlan l’nesyuna ela patzan min bisha.
Bíblico – E não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos do mal.
Wela tahlan – não deixar seduzir-se pelas ilusões, pelo que é falso, pelo ego.
Nesyuna – agitação interna, tentação no sentido de perder-se na mente.
Bisha – ação imprópria, imaturidade (no hebraico: erro, mal).
Patzan – libertar-se, desapegar-se (a verdade, a sua verdade, o libertará).
Interpretação:
Que eu aprenda a olhar além das aparências, liberte-me de ilusões e da estagnação
interna que me limita. Não nos deixe penetrar na ilusão, livre-nos da falsidade.
Alguns pesquisadores e estudiosos acreditam que esta parte não tenha integrado a
oração (mantra) de Jesus. A versão bíblica de Mateus a contém, mas não a de Lucas. Para
a versão aramaica, ela é um fechamento que torna o mantra absolutamente completo.
Portanto sugiro que medite nela.
Interpretação:
De sua abundante energia produtiva surge toda força, todo som divino, toda criação,
que passa por todas as gerações. Amém. De sua força vital, que produz vida e sustenta
a vida em cada criatura, planeta e tempo de geração a geração. Amém.
Eis outra possível tradução do Pai-Nosso, adaptada por mim do texto em aramaico
original para sua reflexão e meditação:
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“Energia absoluta de luz, Deus Mãe, Deus Pai,
Criadora de tudo o que se move, se ouve, se vê.
Tudo o que está dentro e fora de nós
Inunda o nosso santuário interno, torna nossa luz útil.
Dá-nos tua energia para que possamos levar tua luz para todas as criaturas.
Vem, através do nosso desejo, criar ideias coletivas para o nosso planeta, para o
cuidado da Grande Mãe.
Que o teu mais profundo desejo de compaixão e amor para cada forma de vida seja
também o nosso.
Produz em nós a sabedoria para dividirmos o pão que a terra proporciona, sem
exigirmos mais do que necessitamos e a iluminação para compartilhar essa sabedoria.
Que eu volte ao meu estado original, apagando minhas frustrações e meus erros,
perdoando minhas limitações.
Que eu aprenda a olhar além do ilusório, libertando-me da superficialidade e
analisando o que sou realmente.
De tua energia vital nasce toda criação, vida, som, força, que produz e sustenta o
cosmo e faz desta uma verdade, de geração a geração.
Bíblico Aramaico
Pai nosso, que estais no céu Alma absoluta de unidade que a tudo criou dentro e fora
de nós, Mãe e Pai do cosmo
Santificado seja o Vosso Prepare-nos para nos fundirmos em sua luz, clareando
nome nossa alma e levando consciência e luz para todas as
partes
Venha a nós o Vosso reino Venha seu desejo mútuo de tolerância e união que
abraça todos os desejos de nossa casa externa e reino
interno da Mãe e do Pai
Seja feita a vossa vontade Que seu desejo de compaixão e tolerância seja nossa
assim na terra como no céu trilha de consciência
79
Perdoai as nossas ofensas Apague de minha alma tudo o que me leva para a
assim como nós perdoamos inconsciência, para que assim me sinta sempre
a que nos tem ofendido liberto
Vosso é o reino, o poder Que de sua infinita energia abundante surja toda
e a glória, agora e para força, todo som sagrado, toda criação que passa de
sempre geração em geração.
Amém. Ameyn
1a técnica – Repita várias vezes Abba, que é o nome de Deus utilizado por Jesus: Aaaaa....
Baaaa....
80
2a técnica – Fique em silêncio, escureça o ambiente, repita várias vezes a palavra: Abba,
Abba, Abba, Abba, Abba, Abba...
Outra técnica, transmitida nas escolas sufis, é a que Jesus utilizava ao entoar o mantra
Maranatta, ou Maran/Atta, que é traduzido como “Deus venha”. Existe até hoje uma escola
secular de meditação chamada Escola Maranatta.
Meditações de Loyola
Santo Ignácio de Loyola tem várias técnicas meditativas que podem ser pesquisadas
nos textos Exercícios Espirituais de Santo Ignácio de Loyola. Uma delas, também muito
utilizada pelos jesuítas, é esta prática reflexiva:
82
Pai/Mãe – O que é Pai? O que é Mãe? O que é o grande mistério?
Nosso – Por que é nosso? Será que sinto todos os seres vivos como irmãos?
Reino – O que é o reino de Deus?
Céu – Como se fazer o céu na Terra? O que é céu, o que é o sutil, o que é o céu em
mim?
E segue-se a prática, meditando-se em todas as passagens. É também uma oração
lenta e bastante profunda.
Todas essas meditações devem ser realizadas com muito respeito, buscando-se a
consciência e a iluminação.
O uso de mantras e orações cristãs para pedir algo ou barganhar com a eternidade, é
claramente estúpido e miserável. Já se tornou até comum observarmos pessoas rezando
para sua equipe de futebol vencer e, é claro, para o adversário perder. E isso nem de
longe significa devoção, respeito e fé.
O rosário e o Terço
Estudos apontam que a Igreja Ortodoxa egípcia foi a primeira escola a se utilizar do
rosário com 150 contas, que simbolizam os 150 salmos da Bíblia cristã.
O terço é assim chamado por ser numericamente um terço do rosário. Conta-se no
catolicismo que um contemporâneo de São Francisco de Assis conhecido como São
Domingos de Gusmão teria recebido o terço das mãos de Maria.
O rosário, também chamado de saltério (salmos) de Miriam (Maria), tem seu nome
originado de rosa, que evoca a energia feminina. Talvez por isso seu uso seja mais comum
na oração Ave-Maria, durante a qual simbolicamente se mentaliza a cada recitação a
oferenda de uma rosa a Maria.
O rosário é utilizado hoje apenas por religiosos mais tradicionais e dedicados a longas
meditações.
Existem terços de 33 contas que simbolizam a idade da iluminação de Cristo. Uma
escola grega adota o terço de 144 contas normalmente feitas de lã, que simbolizam os
discípulos de Cristo. Existem também vários outros terços de escolas cristãs, sempre
inspirados em sonhos ou visões de meditadores.
Na prática de meditações com mantras cristãos, eu sugiro que se usem terços ou
rosários fortes, de madeira, e se possível bentos por um sacerdote com fé, para que
tenham força extra.
Teosofia e a Oração
Rudolf Stein, criador da antroposofia, estabelece dentro dessa ciência uma relação do
Pai-Nosso/mãe nossa com os corpos do homem (estudados pela teosofia). Ele também
acredita haver sete reflexões nessa oração.
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Corpo do eterno: Pai nosso, que estais no céu.
Oração do corpo, do espírito sutil: santificado seja o Vosso nome.
Oração do espírito da vida na Terra: venha a nós o Vosso Reino.
Oração do espírito para o corpo denso superior: seja feita a Vossa vontade assim na terra
como no céu.
Oração para o corpo material: o pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Oração para o corpo vital: perdoai as nossas dívidas assim como perdoamos os nossos
devedores.
Oração para o corpo dos desejos: não nos deixeis cair em tentação.
Oração para a mente: mas livrai-nos do mal.
85
Para que você não se esqueça dos Dez Mandamentos no seu dia-a-dia ou durante a
“sua crise”, gostaria de lembrar que eles são a prece do Pai-Nosso.
Portanto, para relembrar os Dez Mandamentos, basta orar. Em qualquer lugar. Não há
necessidade de ser dentro de um templo. A eficácia de uma oração é enorme quando nos
predispomos a cumpri-la com fé, o que, aliás, deveríamos fazer sempre.
Reisler tem razão quando cita que os Dez Mandamentos são a prece do Pai-Nosso. Os
rabinos sabem disso, além do mais Jesus era um rabino, um mestre.
Medite nas semelhanças que fazem com que o Pai-Nosso seja os Dez Mandamentos
em movimento.
Observe que somente os três primeiros mandamentos referem-se a Deus / Deusa, o
quarto é a ponte entre o homem e Deus/Deusa, e os últimos seis se referem apenas ao
homem. Leia varias vezes até captar o “espírito” dessa meditação:
1o Mandamento: Não deves ter nenhum outro Elohim (deuses) senão a mim.
• Pai nosso.
o
2 Mandamento: Não farás para ti nenhuma imagem de mim.
• Que estais no céu.
o
3 Mandamento: Não pronunciarás em vão o nome de Iahweh.
• Santificado seja o Vosso nome.
o
4 Mandamento: Deverás santificar o dia do Shabath.
• Venha o Vosso reino.
o
5 Mandamento: Honra teu pai e tua mãe.
• Seja feito na terra.
o
6 Mandamento: Não matarás.
• Tal como é feito no céu.
o
7 Mandamento: Não cometerás adultério.
• Perdoai nossos avanços e nós perdoaremos aqueles que avançam contra nós.
8o Mandamento: Não roubarás.
• Dai-nos neste dia o nosso pão.
o
9 Mandamento: Não apresentarás falso testemunho contra teu próximo.
• Não nos deixeis cair em tentação.
o
10 Mandamento: Não cobiçarás coisa alguma que pertença a teu próximo.
• Mas livrai-nos do mal.
Capitulo 12
Letras hebraicas e Cabala – E o verbo se fez carne
Segundo a tradição judaica e cabalística, Deus / Deusa utilizou-se das Capítulo2 letras
do alfabeto hebraico — ou forças energéticas — em incontáveis combinações na criação
87
do universo e de tudo o que há nele. Assim, segundo os rabinos, essas letras formam o
“código genético cósmico”. Por suas formas, ressonâncias e vibrações sonoras podemos
compará-las a antenas que captam e decodificam a energia primordial invisível da
criação. Esse sentido esotérico e hermético dos caracteres hebraicos encontramos na
antiga obra cosmogônica hebraica O Livro da Criação.
Cada letra tem uma representação individual, uma energia específica, uma força
energética diferente. Cada sequência de letras nos conecta a uma força determinada.
Para invocar as várias forças espirituais a que cada uma delas está conectada, trazendo-
as para dentro da nossa alma e do nosso ambiente, deve-se ler, verbalizar, meditar ou
simplesmente scanear visualmente essas letras e suas sequências.
As letras hebraicas transmitem algo daquela realidade que transcende o mundo finito
em que vivemos. São figuras-chave para desvendar os mistérios da origem e do destino
do universo, como as estações do ano, os meses e os dias, os elementos, as constelações
estelares, assim como o corpo humano. Por tudo isso é uma língua as
grada. Meditando nessas letras, somos remetidos ao momento primordial da criação, no
qual cada ínfima parte contém o todo.
Existe uma prática de cura dos essênios, contemporâneos de Cristo, que consiste na
imposição das mãos ao mesmo tempo em que se pronunciam mantras hebraicos ou
aramaicos. Ministrei várias formações dessa técnica, Iad Aour Ripui (Reiki Cristão) e pode
ser feita tanto em outra pessoa como em si mesmo. Coloque óleo essencial nas mãos,
esfregue-as e separe-as um pouco. Toque o corpo e pronuncie os mantras que desejar.
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Beth – O vocábulo significa casa/tenda. Pela forma geométrica significa letra da
criação; começo explosivo; sementes prestes a germinar; dualidade; bênção; o verbo
(a primeira palavra do livro do Gênesis começa com a letra Beth). É o símbolo da bênção e
criação. Valor numérico: 2. Mantra de cura: BEEEEEETHHHHH.
Guimel – O vocábulo significa separar. Sua figura simboliza palácio sagrado; terceiro
ciclo completo; ofertar bondade. É o símbolo da generosidade. Valor numérico: 3.
Mantra de cura: GUIIIIIIMEEELLLL
Dalet – Significa pobreza; porta/entrada. Sua figura aberta mostra a porta para a
expansão; quatro direções; aspectos físicos e metafísicos. É o símbolo de dimensões
variadas. Valor numérico: 4. Mantra de cura: DAAAALEEEETTTT
Heh – O vocábulo significa alento. Sua figura significa homem consciente do sagrado;
usado por Deus para criar o mundo; existência real; autoestima. Símbolo de divindade
e qualidade do ser. Valor numérico: 5. Mantra de cura: EEEEEIIIIIÁÁÁÁÁ.
Vav –Sua figura simboliza servir de estaca para amparar os necessitados; seis direções;
conjunção; estaca; gancho; elo, união; compreensão do outro. É o símbolo da
conclusão, redenção e transformação. Valor numérico: 6. Mantra de cura:
VÁÁÁÁÁÁUUUUUUUUU.
Zayin – O nome significa arma; chave divina; a flecha. Sua figura significa que o homem
deve socorrer o próximo também com as forças; manutenção; tempo cíclico;
libertação/abrir tudo aquilo que está fechado; ascensão espiritual e material; causa final. É
símbolo de espírito, alimento e luta. Valor numérico: 7. Mantra de cura:
ZÁÁÁÁÁÁINNNNNNN.
Tet – O vocábulo significa argila; telhado. Sua figura simboliza matéria física aberta
para um projeto superior ou trabalhos filantrópicos, ou auxílio nos planos superiores;
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contraste entre o bem e o mal. Símbolo de bondade. Valor numérico: 9. Mantra de cura:
TÉÉÉÉÉÉTEEEEEE.
Yod – Seu significado é mão; dedo indicador. Simboliza mão que molda a argila;
direção; providência divina. É o símbolo da criação e do metafísico. Valor numérico:
10. Rege a aura e a psique. Mantra de cura: IIIIIIIÓÓÓÓÓÓÓDEEEEEE.
Lamed – A letra significa ensinar. Sua forma quer dizer o braço que se estende sobre
algo ou alguém; expansão do verbo divino; sabedoria; florescimento das nossas
criações. É símbolo de ensino e propósito. Rege a cabeça. Valor numérico: 30. Mantra de
cura: LAAAAAMEEEEDÊÊÊÊÊ.
Samech – Seu nome significa escorar/apoiar; serpente. Sugere que aquele que escorar
o próximo será, por sua vez, escorado por Deus; Deus como lugar do mundo; eu com
o outro; renovação cíclica. É símbolo de apoio, proteção e memória. Valor numérico:
60. Mantra de cura: SAAAAAAMEEEEEEEKÉÉÉÉÉÉÉÉÉ
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Peh – Significa boca. Sua forma significa língua; ver/perceber primeiro para depois
falar; poder de criação inesgotável; o verbo divino no ato da criação. É símbolo de
fala e silêncio. Valor numérico: 80. Mantra de cura: PEEEEEEHHHHHH
Tzadi – O vocábulo significa justiça. Sua forma pode significar tornar-se superior;
ensinamentos sigilosos; criações ilusórias dos fatos da vida. É símbolo da retidão e
humildade. Valor numérico: 90. Mantra de cura: TZAAAAADÉÉÉÉÉÉÉÉ.
Kuf – Seu nome significa círculo; arco; machado. A figura representa santidade;
disciplina e trabalho; criação e desenvolvimento da escrita. É símbolo de santidade
e dos ciclos de crescimento. Valor numérico: 100. Mantra de cura:
KOOOOOOOOFEEEEEEEEE.
Resh – Significa cabeça/luz latente que opera em cada ser. Simboliza herança;
faculdades mentais; malvado/teimoso. É o símbolo de escolha entre grandeza e
degradação. Valor numérico: 200. Mantra de cura: REEEEESSSSSHH
Shin – Significa eterno-uno-trino. Sua figura significa moer; processo cíclico; dobrado
em três; gozar dos bens. Simboliza poder divino e escritura, mas também corrupção.
Valor numérico: 300. Mantra de cura: SHIMMMMMMMMM
Notas:
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Os mantras a seguir são combinações que utilizam letras hebraicas que produzem efeitos
poderosos em suas práticas. São até mesmo considerados nomes ou DNA de Deus/Deusa,
segundo algumas escolas de kabbalah e seus rabinos.
Yod Lamed Yod - É conhecido na Kabbalah como um som que atua como um
cirurgião astral que remove a raiz, as origens de problemas e
traumas do passado.
Ayin Lamed Mem - É o som do pensar positivo, de não julgar ou criticar a si nem a
ninguém, de sair da mente e ir ao coração. (alma)
Alef Lamed Dalet - Essa é a combinação mantrica que protege de inveja, mau-
olhado, ciúme e energias negativas.
Nun Nun Alef - Mantra de proteção que evoca a egrégora arcanjo Miguel.
Chet Heh Vav - Auxilia a eliminar hábitos prejudiciais. (Quais você tem hoje?)
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Nun Yod Tav - Os rabinos se utilizam desse mantra para afastar, quando
possível, o “anjo da morte” do corpo ou do ambiente.
Kaf Heh Tav - Devolve a fé para lidar com incertezas. “Seja feita a tua vontade”.
. Confiança.
Yod Bet Mem - Facilita o sucesso financeiro. Lembre-se de ser e não ter).
Eheieh (Eh-Heh-Ieh) - Em hebraico é traduzido como “eu sou aquele que sou”. É um
mantra para realizarmos nossa natureza. A existência precisa de
você de forma autentica e verdadeira.
Amém Acróstico em hebraico da frase “Al Melech Neeman”, que pode ser
traduzido como “o soberano confiável”.
O nome de Deus
O mantra no ambiente
Essa é uma oração/mantra utilizada nas portas de residências judaicas, que é colocada
dentro de um estojo. Esse ritual chama-se mezuzá e é realizado normalmente por um
rabino.
Você pode simplesmente escrever o texto abaixo em hebraico, dobrá-lo, plastificá-lo e
colocar no lado direito de quem entra na casa ou em qualquer cômodo:
Tradução: Bendito sejas tu, ó Eterno, nosso Deus, Rei do Mundo, que nos santificaste
com teus ensinamentos e nos ordenastes afixar a mezuzá.
Também para manter sua residência com ótima energia, lembre-se de deixar seu
coração com energia ótima.
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Na busca do Si Mesmo, peregrinei na adolescência por várias escolas místicas rosa-
crucianas, gnósticas e egípcias tanto nas Américas como na Europa. Ordens conhecidas e
tradicionais, como a Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis (Amorc) e algumas secretas.
Essas escolas de mistérios, como não poderia deixar de ser, utilizam-se das práticas
mântricas nos graus mais adiantados de seus ensinamentos e iniciações. Elas estudam o
chamado “verbo divino”, que, segundo o conhecimento oculto, foi utilizado na criação do
universo. Esse verbo é conhecido de diversas formas entre alguns povos, como:
É claro que boa parte dos “segredos” das palavras perdidas foi preservada pelos
místicos hindus, cabalísticos, sufis e outros. Um exemplo é a sagrada palavra “mágica”
mathrem, cuja origem milenar se perpetuou no sânscrito e no avéstico — língua usada por
Zoroastro para escrever Avesta, texto sagrado da religião chamada zoroastrismo. Zoroastro
e seus seguidores tinham conhecimento da força dos mantras e das palavras perdidas,
assim como os que escreveram os Tantras, o Bhagavad Gitã e partes da Bíblia, o Tripitaka
e tantos outros textos sagrados que não podem ser interpretados somente no sentido
literal.
Sobre a palavra mathrem não posso dar maiores informações por ter esse compromisso
com a Rosa-Cruz (Amorc), na qual é guardada em sigilo em seus graus mais adiantados. Os
sons que estudaremos a seguir se originam dessa palavra.
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Ehm - É o som ideal para a recuperação da saúde física, pois fornece maior energia para
todo o corpo. Entoa-se eeeemmmmmmmmm...
Tha - É o som que estimula maior contato com nossos corpos sutis (emoção e
sensibilidade). Entoa-se zzzzzzzzaaaaaaaa...
Observações:
1. O ideal é vocalizar os sons durante a expiração, repetindo-os no mínimo sete vezes.
2. A palavra mathrem é a combinação desses sons.
Som Atuação
Om Pineal
Ra Pituitária
Ma Pituitária
Tho Tireoide
Mar Gônadas
Ehr Físico como um todo
Khei Suprarrenais
Meh Hará, energia vital que fica na região do umbigo
Ehm Timo
Tha Todo o corpo psíquico
Mantras gnósticos
• Usado para o maithuna (ato sexual sagrado); esse mantra, segundo as escolas
gnósticas, estimula o prazer sexual: Dis – diiiüüssssss...
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Das – daaaaassss...
Dos – doooosssss...
• Para estimular a kundalini, fazendo-a subir pela coluna enquanto se visualiza a luz
laranja percorrendo esse trajeto:
Thorn – tooooooorrrrrrrnnnnnn...
Mantras Egípcios
Esses sons sagrados fazem parte das antigas tradições egípcias, a escola de Ptah Otep
e a sabedoria da Ferish, baseadas nas origens da kabbalah judaica e no Cabaion, texto de
Hermes Trimegisto, o três vezes grande. Essa sabedoria, que por muito tempo foi
considerada secreta, é hoje conhecida como Kabash e divulgada no Ocidente por escolas
místicas e principalmente pelo mestre Rolland.
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Pratique sentado em silêncio.
• Para nos tornarmos mais tolerantes e plenos:
Azu Birí – aaaazuuuubiiiiiirííííí...
• Para entrar em contato com forças sutis e intuir sobre nossa missão nesta vida:
Iamud Anunim – iiiiaaamuuuudddd aaaanuuuniiiinnnnn...
100
Pratique com uma vela acesa à sua frente.
•
Para administrar o stress:
Ummmmm Shet – muuuuu sheeeeee ttttttt…
101
A prática deve ser à noite, com o olhar dirigido a uma vela.
• Mantra máximo dessa tradição auspiciosa que nos traz sentimentos de paz emocional:
Baraká – baaaaa raaaaaa kaaaaa...
Para entoar esse mantra coloque-se de frente para o sol e com as mãos cruzadas
sobre o peito.
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Mantras rúnicos
A origem das runas, provavelmente o mais antigo alfabeto germânico, remonta
provavelmente a 200 a.C. e sua tradição abarca uma área que se estende da Islândia até a
Romênia e do Mar Báltico ao Mediterrâneo, mantendo sua influência até o final da Idade
Média.
Existem várias teorias quanto à origem das runas. Algumas defendem a tese de que
elas seriam derivadas de um alfabeto itálico do norte, já que apresentam semelhanças
com símbolos de cultos pré-históricos usados por povos setentrionais.
Segundo a lenda nórdica, Odin, o maior dos deuses vikings, criou a magia das runas,
que eram símbolos utilizados para expressar suas glórias. Talhadas em madeira, osso,
metal ou pedras, são atualmente utilizadas em rituais de Wicca, conhecida como bruxaria
moderna ou a religião da grande mãe e da Deusa, juntamente com os mantras rúnicos.
Em 2001 recebi uma iniciação do Lord Willian Wallace como Sumo Sacerdote da Wicca -
Alexandrina na qual tive acesso a esses mantras.
Ur (Uruz)
Evoca forças da natureza que estimulam a cura e a fertilidade.
Mantra: uuuuurrrrr...
Thor (Thurisaz)
Dá força para lidarmos com situações limítrofes.
Mantra: thooooorrrrr...
Oss (Ansuz)
Concede forças a nossas palavras e acalma o pensamento.
Mantra: Ooooosssss...
Raido
Estabelece a disciplina e dá proteção nas viagens.
Mantra: rrrrrrrrr... (entoar de forma semelhante a uma sirene)
Naut
Dá coragem para encararmos nossos medos.
Mantra: noooottttttt...
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Is
Dá força de vontade.
Mantra: iiiiiiiii...
Sig (Sowelu)
Fornece segurança e consciência.
Mantra: ssssssss...
Tyr (Teiwaz)
Estimula a compaixão, o calor humano, a sociabilidade e
alegria.
Mantra: tiiiiiiiiurrrrrr...
Berkana (Birca)
Esse mantra rúnico nos faz evitar as ilusões.
Mantra: berrrrrcaaaaaanaaaaaanaaaaa...
Laguz
Estimula-nos a enfrentar os desafios e a lidar bem com
mudanças.
Mantra: láááááááguzzzzzz...
Algiz
Ajuda-nos a sermos pessoas solidárias.
Mantra: iiiiiiiiiirrrrrr...
Dagaz
Estimula o início de novos projetos.
Mantra: daaaaaagazzzzzz...
Gebo
Protege contra energias negativas.
Mantra: geeeeeeeboooooo...
Wunjo
Eihwaz
Dá motivação e determinação.
Mantra: Eeeeeeiiiiiiiwazzzzzzzz...
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Hagalaz
Estimula a força de vontade, garra.
Mantra: haaaaaagaaaalazzzzz...
Jera
Aquieta a mente e as emoções.
Mantra: jeeeeeeraaaaa...
Ehwaz
Facilita os relacionamentos pessoais.
Mantra: ehhhhhhh...
Pertho
É a runa da fertilidade feminina.
Mantra: perrrrrrr...
Kaunaz (Kaon)
Promove equilíbrio físico e saúde.
Mantra: kaaaaaaaoooommmm...
Mannaz
Estimula a auto-suficiência e harmonia familiar.
Mantra: maaaaaaaanaazzzzzz...
Inguz
Aumenta a fertilidade masculina.
Mantra: innnnnnnguuuuuuuzzzz...
Othila
Abre a visão para os objetivos pessoais.
Mantra: ooootiiiiiiiilaaaaa...
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Capitulo 14
Mantras Diversos
Ah – purificação;
Aye (E) – consciência;
Eee – clareza de visão;
Oh – curiosidade pela aventura
Ooo (U) – força
Para entrar em contato com a Deusa Mãe, a mãe da terra e criadora do planeta:
Cunhantam – Cuuuuunhannnntannnn (sinta o contato com a energia abaixo de seus pés).
Para entrar em contato com as forças da floresta, do sol, da lua, de árvores, flores, rios,
montanhas, etc.:
Samany y Yaracy
Yacy a Acauan
Jurema-ca-á-yari
Para entrar em contato com a aldeia das almas, o mundo invisível de nossos ancestrais:
Tabanga – Taaaaabaaaaangaaaaa.
Mantra da egrégora dos pajés, animais de poder, Deus/Deusa, florestas, matas, sol, lua,
etc.: Katimbó.
Pratique-o andando no lugar, batendo levemente os pés no chão e repetindo: Katimbó,
Katimbó, Katimbó, Katimbó, Katimbó...
Atenção:
Os médiuns de incorporação de escolas ligadas à natureza como umbanda e candomblé
podem passar por incorporações de seres da natureza durante a prática mântrica.
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Canto gregoriano
Uma missa em latim com orações e cantos gregorianos é uma viagem de paz e
harmonia.
Santo Agostinho definia os hinos cristãos como “louvores a Deus através do cântico”.
Liturgias como Kyrie Eleison (“Senhor, Tende Piedade”), Laudamus Te (“Te Adoramos”), En
Eno Christus (“O Cristo em Mim”) Dona Nobis Pacem (“Dai-nos Paz”) e Ave Maria
despertam o coração daqueles que se identificam com essa forma de oração (algumas
pessoas não se sentem felizes com missas gregorianas). Sinta o efeito das mesmas em você.
Sufismo
O sufismo é um ramo místico e meditativo do oriente. Suas práticas incluem sons e
danças sagradas.
Na obra intitulada Livro Sufi de Cura, Shaykh Moinuddin nos escreve que em suas
práticas utiliza-se das vogais “A”, “I” e “U”, todas emitidas com um som longo.
Também nos ensina Shaykh Moinuddin que o nome Allah, com o alongamento do som
da vogal, ativa o coração.
Há outros mantras muito utilizados pelos sufis, como:
Hu – traduzido como “Ele”, “Deus”,
Hu E-Haiy – Deus vive ou é luz.
Mahabud Lillah – Deus é o receptáculo de amor.
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Capitulo 15
Sadhaná de Mantra
Mantra Yoga
1- Postura
Sente-se numa posição que seja confortável, onde você consiga manter a coluna
alinhada, sentado sobre os ossos do quadril, ou se for um praticante de Yoga, em Sidhásana,
Sukhásána ou Padmásana, com a intenção de respirar plena e profundamente. A prática do
mantra depende da respiração, de sentir a vibração desde o abdômen até a cabeça.
2- Respiração
Respire de forma fluida, tranquila e profunda, fazendo o ar percorrer todo seu tronco
expandindo para os lados, para trás fazendo-se sentir a abertura nas costas, na barriga, nas
costelas e no peito. O ar não deve provocar nenhum tipo de ruído ao entrar e ao sair.
A respiração é uma onda, um vai e vem constante de movimentos relaxantes. Ao
respirar dessa forma, você estará exercitando a respiração completa.
Prática de Mantras
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Aqueles nesse ponto que conhecem o Yoni-lingam-mudrá passe as mãos p/ o mesmo.
Aquele que não conhece esse mudrá permaneça em Anjali mudrá.
“O Vedanta deve penetrar teus ossos, nervos, células e as câmaras interiores do teu
coração. Eu não acredito em Vedanta da boca para fora. Isto é pura hipocrisia. Até
mesmo um pouco de verdadeiro Vedanta prático elevará rapidamente um homem,
tornando-o imortal e destemido. Eu acredito em Vedanta prático. Acredito em prática
espiritual sólida. Acredito em total ultrapassagem da natureza mundana e mundanidades
de todos os tipos. Devemos nos tornar totalmente destemidos. Este é o sinal da vida no
Atma. Chega de palavras. Chega de conversa. Chega de discussões, debates ou conversas
acaloradas. Chega de estudo. Basta de ficar vagando. Viva no OM. Viva em verdade. Entre
no silêncio. Ali está a paz. A paz é silêncio.”
Swami Sivananda
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Alguns títulos indicados para a audição de mantras hindus
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Bibliografia
ADOUM, Jorge. A magia do verbo e o poder das letras. São Paulo: Pensamento, 1994
GAMA, Umberto. Mudrás – Gestos magnéticos do yoga. Cidade: São Paulo, Vidya, ano1994.
LIPINER, Elias. As letras do alfabeto na criação do mundo. Rio de Janeiro, Imago, 1992
REISLER, Leo. Kabbalah – A árvore da sua vida. Rio de Janeiro, Nórdica, 1996.
ZIMMER, Heinrich. Mitos e símbolos na arte e civilização da Índia. São Paulo: Palas Athenas, 1996.
Textos clássicos: Kularnava tantra, Chandogya upanisad e os Vedas, Mantra yoga samhita.
BLOFELD, John. Mantras – Palavras Sagradas de Poder. São Paulo, Ed. Pensamento, 1997.
FARRAND, Thomas Ashley. Mantras que curam. São Paulo. Ed. Pensamento, 1999
KLOTZ Neil Douglas. Orações do Cosmo. São Paulo. Ed. Trion, 1999
Li centenas de vezes as obras de Sivananda, Osho, George Feuerstein, Tara Michael, John Woodroffe
e tantos outros mestres que me inspiraram nessa obra.
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Otávio Leal sentado com um Mestre de mantra nos Himalaias.
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