MZ Government Gazette Series I Dated 2018 03 28 No 62

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Quarta-feira, 28 de Março de 2018 I SÉRIE —

­ Número 62

BOLETIM DA REPÚBLICA
   PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E. P. Regulamento de Higiene e Segurança


na Administração Pública
AVISO
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve ser remetida em ARTIGO 1
cópia devidamente autenticada, uma por cada assunto, donde conste, além
(Objecto)
das indicações necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte, assinado
e autenticado: Para publicação no «Boletim da República».
O presente Regulamento estabelece as normas relativas
a higiene e segurança dos funcionários e agentes do Estado
no trabalho.
SUMÁRIO ARTIGO 2
Conselho de Ministros:
(Âmbito de aplicação)
Decreto n. º 14/2018:
1. O presente Regulamento aplica-se aos funcionários e agentes
Aprova o Regulamento de Higiene e Segurança na Administração
do Estado que exercem actividade na Administração pública no
Pública
país e nas representações do Estado moçambicano no Estrangeiro.
Resolução n. º 10/2018: 2. O presente Decreto aplica-se, com as necessárias adaptações,
Concernente a necessidade de realizar investimentos para aumentar aos funcionários e agentes que exercem actividade nos serviços
a capacidade de manuseamento de carga no Porto da Beira, de apoio técnico e administrativo na Presidência da Republica, da
pela concessionária Cornelder de Moçambique, SA. Assembleia da República, dos Tribunais, do Ministério Publico,
do Conselho Constitucional, do Gabinete do Provedor de Justiça,
da Comissão Nacional de Eleições e das Assembleias Provinciais,
e demais instituições públicas criadas nos termos da Constituição
CONSELHO DE MINISTROS ou da lei, que não estejam sujeitos a regime especial.
3. O presente Regulamento é ainda aplicável aos funcionários
Decreto n.º 14/2018 e agentes da Administração Autárquica.
de 28 de Março ARTIGO 3
Havendo necessidade de estabelecer as normas relativas a (Deveres dos funcionários e agentes do Estado no trabalho)
higiene e segurança dos funcionários e agentes do Estado no
trabalho, no uso das competências atribuídas pelo artigo 4 da Constituem deveres dos funcionários e agentes do Estado
Lei n.º 10/2014, de 1 de Agosto, que aprova o Estatuto Geral no trabalho:
dos Funcionários e Agentes do Estado, o Conselho de Ministros a) Respeitar e cumprir as disposições de higiene e segurança
decreta: no trabalho, estabelecidas no presente Regulamento
ARTIGO 1 e na demais legislação;
(Aprovação) b) Não praticar actos que possam alterar, danificar ou retirar
dispositivos de segurança ou sistemas de protecção
É aprovado o Regulamento de Higiene e Segurança na
instaladas na instituição;
Administração Pública, em anexo, que é parte integrante
do presente Decreto. c) Usar correctamente e conservar em boas condições os
equipamentos de protecção e segurança individual ou
ARTIGO 2 colectiva;
(Revogação) d) Comparecer aos exames médicos e realizar os testes
É revogada toda a legislação que contrarie o presente que visem garantir a segurança no trabalho, sempre
Regulamento. que for solicitado.
ARTIGO 3 ARTIGO 4
(Entrada em vigor)
(Direitos dos funcionários e agentes do Estado no trabalho)
O presente Regulamento entra em vigor na data da sua
publicação. Constituem direitos dos funcionários e agentes do Estado no
Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 6 de Março trabalho:
de 2018. a) Prestar serviço em condições de higiene e segurança;
b) Peceber formação e informação adequadas sobre
Publique-se. higiene e segurança no trabalho, de acordo com suas
O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário. actividades ou funções.
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ARTIGO 5 d) No local onde ao funcionário ou agente do Estado


(Deveres da Instituição)
deve ser prestado qualquer forma de assistência ou
tratamento por virtude de anterior acidente e enquanto
Constituem deveres das instituições do Estado:
aí permanecer para esses fins.
a) Adoptar todas as precauções adequadas de modo a
garantir que os locais de trabalho assim como os seus ARTIGO 7
acessos e saídas ofereçam segurança aos utentes e aos
funcionários e agentes do Estado; (Doença profissional)
b) Fornecer, sempre que necessário, equipamentos de 1. Para efeitos do presente regulamento considera-se doença
protecção e roupas de trabalho apropriados com vista profissional toda a situação clínica que surge localizada ou
a prevenir os riscos de acidentes ou efeitos prejudiciais
generalizada no organismo, de natureza química, biológica, física
à saúde dos funcionários e agentes;
c) Adequar as instalações às exigências mínimas de e psíquica que resulte de actividade profissional e directamente
segurança, estabelecendo saídas e/ou escadas de relacionada com ela, devidamente comprovada pela entidade de
emergência, pontos de evacuação em caso de incêndios saúde competente.
ou desastres naturais; 2. São consideradas doenças profissionais, entre outras
d) Equipar as instalações com sistemas de extinção constantes da Lista Nacional de Doenças Profissionais,
e combate ao incêndio; nomeadamente, as resultantes de:
e) Capacitar os funcionários e agentes do Estado em matéria
de higiene e segurança no trabalho, prestação de a) Intoxicação por chumbo, suas ligas ou compostos, com
primeiros socorros, combate e prevenção de incêndios; consequências directas dessa intoxicação;
f) dispor em cada unidade orgânica de pelo menos um quite b) Intoxicação por mercúrio, suas amálgamas ou compostos,
dos primeiros socorros; com as consequências directas dessa intoxicação;
g) Submeter a exames médicos periódicos aos funcionários c) Intoxicação pela acção de pesticidas, herbicidas, corantes
e agentes do Estado que exercem actividades de risco e dissolventes nocivos;
de contrair doenças profissionais;
d) Intoxicação pela acção das poeiras, gases e vapores
h) Elaborar e implementar planos de segurança no trabalho
contendo a matriz elucidativo sobre os riscos e/ou industriais sendo como tais considerados, os gases de
perigos ocupacionais; combustão interna das máquinas frigoríficas;
i) Promover estudos colectivos sobre normas e princípios e) Exposição de fibras ou poeiras de amianto no ar ou poeiras
básicos de segurança e prevenção de acidentes de produtos contendo amianto;
de trabalho e de doenças profissionais; f) Intoxicação pela acção dos raios X ou substâncias
j) Avaliar periodicamente as condições de higiene radioactivas;
e segurança no trabalho;
g) Infecções carbunculosas;
k) Prestar assistência médica e medicamentosa ao
funcionário ou agente do Estado vítima de acidente h) Dermatoses profissionais.
de trabalho e de doenças profissionais; 3. Se a doença de que padece o funcionário e agente do Estado
l) Garantir que as instalações sanitárias estejam em bom não constar da Lista Nacional das Doenças Profissionais, mas
estado de saneamento, tenham água para higienização havendo uma relação entre ela e o ambiente laboral, o médico
das mãos; assistente deve comprovar a existência dessa relação, conferindo
m) Assegurar a existência de água para o consumo humano
assim ao funcionário ou agente do Estado o direito à assistência,
nas copas.
nos termos da alínea k) do artigo 5 do presente Regulamento.
ARTIGO 6
(Acidente de trabalho)
ARTIGO 8

1. Acidente de trabalho é o sinistro que se verifica, no local (Comunicação de acidente de trabalho ou de doença profissional)
e durante o tempo do trabalho, desde que produza, directa ou
1. As unidades orgânicas devem reportar até 72 horas
indirectamente, no funcionário ou agente do Estado, lesão
corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte a morte seguintes, à área dos recursos humanos da ocorrência de acidente
ou redução na capacidade de trabalho ou de ganho. de trabalho para a devida assistência.
2. Considera-se ainda acidente de trabalho o que ocorra: 2. A área dos recursos humanos deve manter registo sobre
a) Na ida ou regresso do local de trabalho, ou quando o acidentes de trabalho e doenças profissionais e fornecer
acidente seja consequência de particular perigo do semestralmente ao sector que superintende a área da Função
percurso normal ou de outras circunstâncias que Pública.
tenham agravado o risco do mesmo percurso;
b) Antes ou depois da prestação do trabalho, desde que ARTIGO 9
directamente relacionado com a preparação ou termo
dessa prestação; (Limites do Período normal de Trabalho)
c) Por ocasião da prestação do trabalho fora do local e tempo
1. A duração semanal de trabalho nos serviços da Administração
do trabalho normal, se verificar enquanto o funcionário
ou agente do Estado executa ordens ou realiza serviços Pública abrangidos pelo presente diploma é de 40 horas,
sob direcção e autoridade do superior hierárquico; distribuídas de 2.ª feira a 6.ª feira, das 7.30 às 15.30 horas.
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2. O período de trabalho diário será interrompido, Resolução n.º 10/2018


escalonadamente, entre as 12.00 e as 14 horas, por um intervalo
de 28 de Março
de descanso não superior a 30 minutos que, para todos os efeitos,
se considera tempo de trabalho, a fim de garantir a continuidade Havendo necessidade de realizar investimentos para
de prestação do atendimento do público. aumentar a capacidade de manuseamento de carga no Porto da
Beira, pela Concessionária Cornelder de Moçambique, SA, de
ARTIGO 10 forma a responder a demanda de tráfego nacional e regional, o
Conselho de Ministros, ao abrigo da alínea a), n.º 3 do artigo 22
(Trabalho em Regime de Turnos) da Lei n.º 15/2011, de 10 de Agosto, determina:
1. O trabalho por turnos é aquele em que, por necessidade do ARTIGO 1
regular e normal funcionamento do serviço, há lugar à prestação
de trabalho em pelo menos dois períodos diários e sucessivos, É solicitada à Concessionária a realizar investimentos
sendo cada um de duração não inferior à duração média diária do adicionais no Porto da Beira, devendo esta apresentar o Plano de
trabalho correspondente a cada grupo profissional. Negócios à Autoridade Concedente, no prazo máximo de 60 dias.
2. A prestação do trabalho por turnos deve obedecer ARTIGO 2
às seguintes regras:
Os referidos investimentos devem ser aprovados pelo
a) Os turnos são rotativos estando o respectivo pessoal Governo, junto com Adenda ao Contrato de Concessão.
sujeito à sua variação regular;
b) Nos serviços de funcionamento permanente não ARTIGO 3
podem ser prestados mais de seis dias consecutivos Para efeitos de recuperação destes investimentos adicionais,
de trabalho; será autorizada a extensão do prazo da Concessão, pelo período
c) As interrupções a observar em cada turno devem obedecer adicional necessário, contado a partir de 2023.
ao princípio de que podem ser prestadas mais de cinco
horas de trabalho consecutivo; ARTIGO 4
d) As interrupções destinadas ao repouso e refeição, O Ministro que superintende a Área da Indústria e Comércio
quando não superiores a trinta minutos, consideram-se deverá apresentar o Plano de Negócios, a proposta de Adenda
incluídas no período de trabalho; ao Contrato de Concessão do Porto da Beira e respectivo
e) O dia de descanso semanal deve coincidir com o Decreto para a aprovação, até 90 dias contados a partir da data
domingo, pelo menos uma vez em cada período de da publicação da presente Resolução.
quatro semanas; ARTIGO 5
f) Salvo casos excepcionais, como tal reconhecidos pelo
dirigente do serviço e pelos interessados, a mudança A presente Resolução entra em vigor na data da sua publicação.
de turno só pode ocorrer após o dia de descanso; Aprovada pelo Conselho de Ministros, aos 6 de Março
g) Ao dirigente do serviço compete fixar o início e o termo de 2018.
dos turnos aprovados, bem como estabelecer as Publique-se.
respectivas escalas. O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário.
Preço — 20,00 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.

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